Chapter One

- Mãe! – ouviu o filho gritar mais uma vez e rolou os olhos com a insistência do garoto. – Nós vamos atrasar! – ele reclamou de novo, a fazendo bufar impaciente.
- Você tem que ter calma, . Eu acabei de chegar da clínica. – ela disse agoniada, entrando na sala de casa e sacudindo os cabelos secos. – E seu pai não vai morrer se esperar dez minutos.
- Eu sei que não vai, mãe, mas acontece que nós prometemos que iríamos buscá-lo. – o garoto argumentou mais uma vez. E percebendo que a mãe parecia mais arrumada que o normal, fez uma careta confusa.
- Que foi? – perguntou meio na defensiva pela cara do filho. O garoto a olhou dos pés à cabeça, ainda incrédulo com tanta arrumação e sgurou a risada. – Nós vamos sair, . Eu não posso ir de qualquer jeito. – a mulher se explicou, mesmo não tendo o mínimo para ser explicado.
- Tudo bem! – ele levantou as mãos em rendição. – Eu não disse nada demais.

Ela rolou os olhos em protesto a observação silenciosa do filho, passou a mão pelo vestido azul escuro de tecido mole, depois meneou a mão para que o garoto levantasse do sofá. levantou do sofá onde estava jogado, em uma rapidez fora do comum, fazendo-a negar com um aceno de cabeça enquanto ria. E embora ele parecesse o mais alvoroçado daquela família, o rapaz tinha nascido com os nove meses completos, em suas 40 semanas de ansiedade e desespero para os pais de primeira viagem saindo da adolescência. Completamente diferente da pequena Leonor, o pequeno furacão daquela família. Ela sim, tinha nascido uma porção de semanas antes do previsto, sem falar no zero planejamento por parte dos pais.

- Vamos logo, antes que você tenha um ataque aí. – a enfermeira riu baixo, vendo a cara de poucos amigos do filho. – Mas se tem uma coisa que eu garanto, é que o seu pai não se perde dentro de Montréal. – a mulher suspirou, procurando a chave do carro em meio ao molho de chaves disposto na mesinha perto do sofá.

Estranhando o fato de a filha estar calada e ainda não ter saído em defesa do pai, fez careta e olhou pra garota que parecia pertencer ao seu próprio mundo, usando fones de ouvido e balançando a cabeça.

- Leo, tira esse fone do ouvido ou vai ficar surda. – ela reclamou, fazendo o gesto de tirar os fones do ouvido e viu a filha suspirar, depois fazer o que ela tinha pedido.
- Qual a discussão da vez? Por que o tá com cara de morte? – a garota cruzou as pernas, prendendo a risada enquanto olhava pro irmão.
- Reclamando que seu pai está esperando e blá, blá, blá. – rolou os olhos e ouviu os filhos rirem, rindo junto com eles. Encontrou as chaves e levantou o punho, fazendo Leonor e gargalharem. – Vamos, seus apressados, mas eu garanto que não vai morrer se esperar. – ela disse abrindo a porta da frente, esperando que os dois passassem.
- Isso é esquisito. – a garota fez careta. Suspirou e guardou o fone no bolso, seguindo a mãe e o irmão pra fora de casa.
- O que, meu anjo? – perguntou fazendo careta, enquanto fechava a porta de casa com a chave.
- Você chamar meu pai de . – Leonor disse inconformada, enquanto andava abraçada com o irmão até o carro.
- Mas é o nome dele, Leo. – a mulher riu e ao passar por ela, bagunçou o cabelo da filha, vendo-a suspirar.
- Eu sei que é. – ela abraçou o irmão um pouco mais forte, mas ainda emburrada. – Eu só não superei. Era amor pra cá, amor pra lá. Agora é , limpo, seco e sacudido. Parece que você está brigando com meu irmão. – a garota rolou os olhos bem inconformada. fez o mesmo, mas por estar saturada daquela conversa.
- Leonor, nós já conversamos sobre isso. – a enfermeira falou séria, destravando as portas do carro.
- Vocês poderiam só se desculpar? – a garota pediu suplicante. – É a única coisa que eu peço! Eu não aguento ficar viajando a cada duas vezes no ano para ver meu pai, eu quero viajar com ele. Eu não gosto de ir visitar, ou dormir na casa dele nos fins de semana, eu quero morar junto com meu pai e minha mãe e o chato do meu irmão. – Leonor ralhou impaciente e sentiu o irmão beliscar seu braço, tanto como em um protesto por ter sido chamado de chato, quanto como em um aviso pra ela parar com aquilo, discutir com a mãe não ia levar a lugar nenhum. Eles tinham que resolver aquela situação com . – Ai! – ela arregalou os olhos pra ele. – Será que é pedir demais?
- Leonor Anne Bouvier, esse assunto está encerrado! – disse com a voz autoritária, vendo a filha suspirar emburrada e logo entrar no carro ainda inconformada.

A mulher sacudiu a cabeça e rolou os olhos, depois suspirou, focou a visão e viu o filho lhe olhar suplicante, como se implicitamente pedisse o mesmo que a irmã. mordeu a boca e lançou para ele um olhar perdido. Ela sabia o que tinha que fazer, mas se sentia perdida no meio do caminho. E não iria culpar os filhos por aquilo, ou os fazerem se sentir culpados pelos seus erros. Os dois não tinham a menor culpa de nada. Aquilo era algo entre ela e , apenas entre os dois e mesmo que tivesse respingado em e Leonor, o ex-casal tentava ao máximo não envolver os filhos na confusão toda.

- ? – perguntou como em um click, chamando o filho antes de entrar no carro.
- Oi, mãe. – o garoto terminou de abrir a porta e ficou em pé, entrando no campo de visão da mulher.
- Seu pai disse exatamente o quê, a você? – ela fez careta. O garoto entortou a boca, confuso com a pergunta. – Sobre chegar, meu anjo. – riu de leve, vendo o filho rir junto.
- Que ele chegava hoje. Agora, no fim da tarde. – fez uma careta confusa. – Por que, mãe?
- Ele vem de carro, não de avião. – disse convicta, fechando a porta do Jeep branco em uma batida.

Leonor saiu do carro, desgostosa, porém confusa com a movimentação, depois se escorou na lateral do carro branco, olhando da mãe para o irmão e do irmão para a mãe, tentando entender o que estava acontecendo ali.

- O que foi? A gente não vai? Vamos deixar meu pai esperando? – ela perguntou ainda emburrada.
- Ajeita essa cara. – reclamou impaciente, fazendo a irmã rolar os olhos. – E nós é quem estamos esperando. – o rapaz disse num instante, vendo a mãe afirmar.
- Oi? – a expressão da garota se encontrava completamente confusa.
- Seu pai vem dirigindo. – disse, escorando o corpo no carro. – Ele tem dessas, daqui a pouco ele encosta aí. – a mulher riu um tanto nostálgica. Conhecia bem demais para saber que ele amava estrada tanto quanto amava viajar.
- Dirigindo? – a garota perguntou confusa.
- Sim, Leo. Dirigindo. – explicou novamente. – Por isso, o Chuck me mandou cinco mensagens perguntando se ele já tinha chegado e se tinha chegado bem.
- Mas o tio Chuck sempre manda mensagem perguntando, quando o pai está viajando. – a garota disse convicta.
- Mas o está vindo de carro. – colocou a mão na testa, sentindo a preocupação lhe atingir. – Ótimo e ele nem sequer se dá ao trabalho de me avisar, eu não sei como tá a estrada e muito menos, a situação dele. Maravilhoso, . – a mulher ralhou de forma irônica, batendo na lataria do carro.
- Ele vem dirigindo da Califórnia? – o garoto soltou um grito esganiçado, fazendo a irmã arregalar os olhos.
- Não! – respondeu de uma vez, vendo os dois suspirarem aliviados. – Não da Califórnia, vem da casa da Louise. Eu tenho certeza como ele estava por lá. não disse nada a vocês? – a mulher perguntou confusa e curiosa, vendo os dois filhos balançarem a cabeça em negação. – Nem uma chamada de vídeo suspeita?
- Não mãe, nada. Ele ligou, mas não fez chamada de vídeo, muito menos disse que estava na casa da vó. – Leonor fez careta. – Sério mesmo que ele vem dirigindo?

A garota mal acabou de falar e ouviu barulho de uma buzina frenética que estava sendo apertada com o propósito de chamar atenção. , e Leonor olharam na direção do barulho, avistando um carro grande e vermelho, que com absoluta certeza, era do pai. E de fato, era ele parecendo eufórico ao fazer aquele barulho todo para que fosse notado. O homem mantinha um sorriso gigante no rosto, além de rir da situação. A mulher abriu um sorriso largo, mesmo sem entender exatamente o porquê daquilo, mas sentia seu peito encher só de vê-lo voltando mais uma vez, principalmente depois do que havia acontecido entre os dois.
e Leonor correram em completa alegria pra perto de onde o pai estacionava a Land Cruiser vermelha, logo atrás do Jeep branco que pertencia a . O homem saiu rapidamente do carro gigante e antes que se desse ao trabalho de fechar a porta, correu para abraçar os filhos e matar logo aquela saudade que o consumia. Ela sorriu ainda mais largo, vendo aquela cena que tanto lhe agradava e andou rapidamente até onde eles estavam, sentindo a mesma euforia que dominava os três lhe atingir. Aquela alegria que fazia o coração quase sair pela boca, as pernas cederem e os olhos marejarem, sem nem mesmo pedir permissão.
apertava suas duas crianças o mais forte que conseguia, distribuindo beijos na cabeça e no rosto dos dois, os fazendo rirem e apertar ainda mais o pai no abraço, em meio a confissões da falta que haviam sentido, ao passo que sentia seu peito se encher novamente. Ele estava ali, ele tinha voltado e agora ela faria de tudo para manter o marido que tinha, ou que pelo menos, ela achava que tinha. focou a visão na ex-mulher logo a sua frente e a viu com um sorriso lindo, largo e orgulhoso, o fazendo também abrir um sorriso largo que marcava as suas bochechas, mostrando quase todos os dentes claros, que fazia as pernas dela vacilarem e o estômago afundar. Era sempre daquele jeito e muito provavelmente nunca iria mudar, o sorriso dele a fazia querer pregá-lo em um quadro.
O homem soltou os filhos e a chamou com um aceno de mão, abrindo brevemente os braços. As pernas de ganharam vida própria e sem que ela desse qualquer comando ou as fizesse parar, correram rapidamente levando a enfermeira até o abraço de . Os dois suspiraram aliviados com o perfume familiar, o abraço gostoso que há tanto havia feito falta, fazendo a mulher se aninhar ainda mais nele. O homem a apertou da forma mais protetora que conseguiu.

- Que saudade de você. – disse baixo de olho fechado, respirando fundo, aspirando o perfume dele e sendo abraçada com mais força, ao mesmo tempo que sentiu um beijo na cabeça.
- Eu também, . – disse baixo, com o peito aliviado e abraçou-a mais forte ainda. – Senti tanta saudade. – aquelas palavras fizeram a mulher sorrir aliviada e se deixar aconchegar ainda mais no abraço dele, quase como se o tempo parasse.
- Pai! Você vai dormir aqui, hoje! – Leonor disse eufórica tirando os dois do transe e fazendo o homem rir, depois soltarem do abraço.
- Aqui, Len? – perguntou um pouco confuso, mas feliz em estar ali de volta.
- É sim, não deu pra arrumar o apartamento. – a garota riu.
- Tudo bem, meu amor. – sorriu pra filha que parecia dar pulos de alegria. – , me ajuda a pegar as coisas? – o homem pediu ao filho, que afirmou sorridente.
- Claro que ajudo, pai. – o garoto sorriu largo e andou rápido até o porta malas do carro.

fez o mesmo caminho, sentindo-se finalmente completo, como se o buraco em seu peito tivesse sido fechado em um piscar de olhos. Era maravilhoso estar em casa e ser tão bem recebido por daquela maneira. O homem mais sorridente do nunca, abriu ao porta malas que estava repleto de bagagens, como malas, alguns instrumentos e a caixa com os skates dentro, depois distribuiu as coisas que tinham ali com o filho.

- É pra levar tudo, pai? – perguntou arrastando a grande mala com roupas, o que fez o homem rir um pouco triste.
- Deixa essa mala aqui. – o homem deu um tapinha de leve na bagagem. – É minha roupa, eu não quero assustar a sua mãe. Essa outra, são alguns equipamentos. – ele disse rindo e o garoto negou com a cabeça. – Pega os pacotes, que eu vou pegar a mochila. – apontou.
- É presente? – o rapaz perguntou animado recolhendo os pacotes de papel e parecendo criança pequena, o que fez rir.
- É, moleque! É presente sim. – o homem sacudiu a cabeça e riu bagunçando o cabelo do filho, depois beijou a cabeça dele, o vendo sorrir mais satisfeito do que qualquer outra coisa e abraça-lo com força mais uma vez.

pegou o violão, fechou o porta malas, colocou a mochila com computador e afins nas costas e saiu acompanhado pelo filho até a entrada da casa, onde praticamente amassava a filha mais nova dos dois em um abraço.

- Presente! – a garota gritou animada quando viu o irmão carregando os pacotes.

e riram alto.

- É princesinha, é presente. – abraçou as duas de uma vez só, guiando os quatro pra dentro de casa. – , avisa ao Chuck que eu cheguei. – o homem pediu entregando o celular a ela. – Ele só vai acreditar que eu cheguei se você falar.

A mulher pegou o telefone e colocou no aplicativo de mensagens, mandando um áudio para o padrinho de Leonor:

- Chuck? Pode tranquilizar. já chegou e chegou bem, sem faltar nenhum pedaço. Tá grudado nos meninos e muito provavelmente não vai dar sinal de vida tão cedo. Então avisa aos meninos, por favor, valeu.

terminou de falar e logo em seguida aproveitou o celular dele pra tirar uma foto dos três, que andavam praticamente colados pra dentro da casa e depois enviou ao amigo.
A família se acomodou na grande sala clara e arejada da casa, onde e os filhos estavam anteriormente. suspirou e sorriu se jogando no grande sofá em meio aos filhos, que pareciam ter grudado nele com cola, tirou o boné da cabeça e bagunçou o cabelo satisfeito em estar ali novamente.

- Ai que saudade de vocês, meus pivetes. – ele abraçou os filhos fortemente mais uma vez, despertando um sorriso bonito em . – Me contem, ansiosos pra começar o colégio? – perguntou eufórico e viu os olhares dos dois filhos como se ele fosse algum tipo de Extra Terrestre perdido na Terra. ao ver a cena, soltou uma de suas gargalhadas mais espontâneas.
- Até parece que nunca estudou, . – a mulher disse o vendo abrir a boca em ultraje.
- Não me difame na frente dos meninos, mulher! – ele riu junto, causando risos em Leonor e . – Len vai começar no colégio novo, quero saber se ela está empolgada.
- Sei lá, pai. – a garota deu de ombros. – Acho que sim, eu tenho receio na verdade, mas a Ash vai junto.
- Claro, você e a Ashley vivem grudadas desde os quatro anos. – riu sacudindo a cabeça e beijou a bochecha da filha. – E você, ?
- Ansioso pra acabar logo. – o garoto disse de uma vez e levantou o punho, fazendo o pai arregalar os olhos e a mãe rir alto.
- Mas logo assim? – perguntou, rindo alto.
- Eu quero ir pra faculdade, pai! – o garoto disse de forma firme, porém esganiçada, fazendo o casal abrir um sorriso gigante. fechou a mão pra soquinho, gesto que foi completado pelo filho.
- Mas eu trouxe presente! – o homem gritou animado, projetando o corpo pra frente.
- Oba, oba! – , Leonor e disseram completamente animados.

O homem sorriu largamente, pegou o primeiro pacote na mesinha de centro e logo levantou do sofá.

- Esse é pra você, . – falou com um sorriso que marcava suas bochechas e abaixou o rosto, beijando a bochecha da mulher que estava mais surpresa do que nunca.
- Pra mim? – o grito saiu um tanto esganiçado, fazendo os adolescentes rirem alto. – Mas...
- Claro que é pra você! – o homem beijou a bochecha dela mais uma vez, vendo o rosto da mulher corar levemente. – Acha mesmo que eu ia esquecer de você, ? – ele riu levemente.
- Abre logo, mãe! – o garoto pediu em completa agonia.

apoiou o embrulho quadrado no colo e como uma criança ansiosa pelo presente de natal, prontamente rasgou o papel cor de terra que envolvia o presente, encontrando uma luminária feita com cipós e madeira. Os olhos escuros da mulher brilhavam como se fossem duas estrelas, combinando com o sorriso que só crescia ainda mais em seu rosto.

- Uma luminária! – o grito saiu animado, assim como todas as expressões corporais de , fazendo sorrir extremamente feliz. – Obrigada! – a mulher o abraçou pelo pescoço, um abraço forte e sincero, que fez se sentir ainda mais grato por estar de volta.
- Por nada! – beijou a bochecha dela mais uma vez. – E eu sei que você é louca por qualquer luzinha que pisca. – ele piscou e a viu abrir a boca com uma falsa indignação o fazendo rir alto e sacudir a cabeça.

O homem sentou na beira da mesinha de centro com um sorriso grande e ansioso, encarando os dois filhos que estavam bem mais ansiosos que ele.
- Agora, meus meninos. – ele sorriu largamente, vendo os olhos de e Leonor ficarem ainda mais apreensivos e grandes. – ?
- Oi? – a mulher perguntou. Rindo da cena que tanto lhe agradava, ver os dois filhos tão felizes novamente.
- Os dois pivetes merecem presente? – perguntou receoso e viu a ex-mulher entortar a boca, enquanto fazia uma careta de desagrado. Os dois arregalaram os olhos, assustados.
- Claro que merecem! – a mulher gritou abrindo os braços e soltando uma gargalhada. sacudiu a cabeça rindo, depois apontou pra ela vendo os filhos rirem junto.
- Primeiro a Len, pode ser, ? – Bouvier perguntou com um sorriso divertido e o garoto afirmou. – Então, eu acho que você vai gostar um pouquinho. – ele fez uma leve careta e pegou o embrulho que mais parecia uma caixa larga, entregando a garota que o rasgou de forma desesperada, despertando um sorriso mais do que bobo no pai. – Esse é seu, moleque. – riu e entregou o presente ao filho, que teve a mesma reação de Leonor.

Os dois abriram os embrulhos na maior velocidade que conseguiram e à medida que descobriam o que estava escondido, os sorrisos só apareciam da forma mais encantada possível.

- E aí? Gostaram? – perguntou esfregando uma mão na outra e a única coisa que ouviu foi gritos, logo depois os dois filhos quase lhe derrubando no chão pela euforia do abraço apertado e agradecido.

Leonor havia ganhado um estojo com vários tipos de pincéis, lápis das mais variadas cores e alguns tipos de giz de cera em gel, o que fez a alegria completa da pequena artista. A garota era a veia mais forte para desenhos e pinturas dentro daquela família, porque além de gostar, ela fazia o trabalho com uma grande maestria, apesar da pouca idade. havia ganhado mais uma prancha de Skate e todo o aparato para montar um novo, ele sim parecia a cópia do pai na maioria dos gostos para as coisas, principalmente no quesito esportes.
- Gostaram mesmo? – perguntou rindo ao ver os dois como duas crianças pequenas em pleno natal.
- Claro! – o coro foi sincronizado, fazendo o homem rir e beijar a cabeça dos dois estando encantado com as crianças, que para ele nunca iriam crescer.
- E esse daí, pai? – a garota apontou pra um embrulho remanescente em cima da mesinha, fazendo o homem olhar.
- Ah, esse é do Alex, mas amanhã a gente passa lá pra deixar. Tudo beleza? – ele perguntou rindo e viu os dois afirmarem prontamente.

passou um bom tempo admirando a empolgação dos filhos com os presentes e sem perceber, fazia o mesmo, mas encantada com o jeito que o homem olhava para os filhos.

- Hoje a cozinha é nossa! – Leonor gritou, rompendo o momento de hipnose e levantando de uma vez do sofá fazendo os restos de papel de embrulho cair no chão. – Eu e o ficamos de cozinhar.
- Oba! Sério? – o homem perguntou animado. – E eu mereço tudo isso? Não querem mesmo nenhuma ajudinha?
- Muito sério. – o rapaz respondeu com o sorriso nas orelhas. – Vai lá pra cima, a mãe te ajuda a guardar as coisas e vocês só pisam na cozinha pra comer. – riu vendo os pais rirem, depois bater sinal de continência.

sacudiu a cabeça ao ver o casal de filhos irem empolgados na direção da cozinha, depois pegou a prancha de skate do menino e o estojo de pinceis da garota enquanto recolhia as malas que estavam pelo sofá.

- Eles estavam mais do que ansiosos pra te ver. – a mulher disse com um sorriso bonito, arrancando um igual em . – estava parindo umas três crianças porque você não chegava. – os dois riram alto e o homem alargou ainda mais o sorriso bonito.
- Só eles, ? – o homem perguntou quando os dois andavam na direção da escada.
- Você sabe que não. – ela colou a prancha do skate embaixo do braço e passou a mão no cabelo. – Eu fiquei preocupada porque você... – a mulher usou de um tom acusatório o fazendo rir alto, achando divertida a reação dela. – Fez o favor de não avisar que vinha dirigindo o seu monstro vermelho.

soltou uma gargalhada mais do que espontânea ao ouvir o antigo apelido que ela dera ao carro.

- Ah, mas se eu dissesse, ia estragar toda a surpresa. – o homem disse de forma óbvia arrancando a risada mais espontânea de . – O Monstrinho branco não estava com saudade? – ele se referiu ao Jeep branco que pertencia a ex-mulher, a fazendo rir e balançar a cabeça em um aceno indefinido.
- Talvez. – deu de ombros, lançando um sorriso meigo a ele. – Ficar sozinho na garagem não é tão legal assim.

abriu um sorriso grande e se atreveu a beijá-la rapidamente na bochecha.
- Porque você trouxe o carro, ? – ela perguntou com seriedade, preocupada com a impressão que aquilo iria passar aos filhos e até mesmo a ela, em ver o carro junto com ele. No fundo, no fundo, ela ansiava que aquilo não fosse puro acaso. soltou uma risada anasalada.
- Porque eu vim pra ficar, . – o homem falou convicto sem esconder o largo e completo sorriso que estampava seu rosto.
- Seja bem-vindo! – a mulher disse com um sorriso tão radiante, que iluminava a sua alma e fazia seu coração palpitar só pela notícia. – É maravilhoso saber que você está de volta. – ela disse com a felicidade lhe tomando e sentiu o corpo ser abraçado de uma vez, um abraço que lhe fazia falta há tanto tempo.
- Obrigado, . É maravilhoso estar de volta. – o homem beijou a cabeça dela, depois soltou-a, enquanto subiam as escadas da casa.
- Nós sentimos muito a sua falta. – declarou de supetão.
- Eu também senti a de vocês, muita. – os dois riram como se fossem dois adolescentes no auge dos seus 16 anos e sentissem algo escondido um pelo outro.
- Vem, deixa eu te acomodar aqui. – ela abriu a porta do quarto de hóspedes que ficava exatamente em frente ao quarto que anteriormente pertencia aos dois. olhou pra trás na direção da porta branca e suspirou, depois entrou onde ficaria aquela noite. – Desculpa não ter conseguido preparar o apartamento pra você. – a mulher disse assim que ele colocou a mochila em cima da grande cama de casal.
- Tudo bem, . – riu de leve com a preocupação. – Eu sei da correria que é dar de conta desses dois e ainda tem a clínica. Não precisa se preocupar, não precisa se martirizar com isso, ok? – ele sorriu bonito e estendeu a mão, segurando a dela dando um beijo em seguida, fazendo o corpo de mergulhar em uma sensação maravilhosa novamente.
- Ok. – ela soltou um sorriso bobo mesmo contra sua vontade. – Eu pedi aos dois pirralhos que fossem lá fazer isso por mim, mas eles, inclusive a sua linda princesinha, ficaram dando massada. – os dois riram alto, enquanto continuava segurando a mão dela sem qualquer pretensão de soltar. – Principalmente Leonor, mas ela a gente já conhece.
- Eu sei qual a intenção da Len com tudo isso. – riu sacudindo a cabeça, mas não podia negar que apoiava a filha naquilo. – Amanhã eu junto os dois pra me ajudar, pode ficar tranquila.
- Obrigada, de verdade. Amanhã eu preciso ir dar uma fiscalizada na reforma da clínica, mas aí depois eu passo por lá pra ajudar vocês. – disse com um sorriso tímido.
- Eu espero! – respondeu prontamente com um sorriso largo.
- ? – a mulher chamou o fazendo ficar mais atento nela. – Obrigada por ter voltado. Espero mesmo que você fique.
- Eu vou ficar, . Prometo. – abriu um sorriso ainda maior, apertando levemente a mão da mulher na esperança de lhe passar confiança. – Eu não vou mais embora, pode confiar em mim.
- E eu não quero mais brigar, . Quero trégua. – disse séria e convicta do que estava falando.
- Eu também concordo que isso já foi longe demais. – e dito isso o homem a puxou pra um abraço.

a segurava contra seu corpo como se sua vida dependesse daquilo, ao mesmo tempo que se deixou largar naquele gesto maravilhoso que havia lhe feito tanta falta ao longo do ano que havia passado. Ela o apertou forte entre seus braços, como há tempos não fazia, deixando o momento ainda mais significativo. O homem com a cabeça encostada a dela, sentindo seu peito encher e ser completado novamente. Era como uma máquina do tempo que trazia todas as memorias boas que o casal já tinha vivido.

- Vou te deixar tomar banho. – riu, beijou a bochecha dele e por fim se afastou de , sentindo seu corpo clamar pelo contato novamente. – Depois desce, os meninos cismaram com a cozinha. – os dois sorriram.
- Tudo bem. Obrigado, . Por tudo. – ele disse ainda com o sorriso insistente no rosto.
- Ah meu Deus. Você está em casa, . Sem essa. – ela negou com a cabeça, soltando uma risada. – Vou indo.

A mulher soltou a mão dele e caminhou até a porta, mas quando já estava prestes a sair, ouviu chamar por seu nome.

- Ah, . Minha mãe te mandou um beijo.
Os dois riram e ela sorriu largamente.

- Adoro a Louise. – ela olhou uma última vez pra ele e saiu do quarto antes que ficasse por lá e prolongasse a conversa demais.

-x-x-x-

- Eu estou com fome! – gritou imitando uma criança pequena reclamona ao entrar na cozinha e ouviu as risadas.
- Não me deixaram chegar nem perto, o máximo que me permitiram foi aqui, atrás do balcão. – riu dando dois tapinhas no mármore e os dois afirmaram para o pai.
- Posso ficar aqui também? – ele perguntou rindo e sentando ao lado da mulher.
- À vontade. – , o filho, falou com o ímpeto de um Cheff, causando algumas risadas.
O clima durante o jantar não poderia ser melhor, entre algumas risadas, sorriso e brincadeiras, os quatro sentiam que finalmente algo estava se encaixando de novo. Era como uma peça perdida que voltava a ter sentido quando encaixada novamente. se sentia em casa e queria poder permanecer em casa, naquela casa, com a família dele. Mas se algumas coisas precisavam ser trabalhadas aos poucos, ele iria fazer acontecer aos poucos. E ter voltado de vez para o Canadá já era um começo.

-x-x-x-

O homem deitou a cabeça no travesseiro e mesmo sem a intenção, passou a encarar o teto do quarto de hóspedes, não acreditando a que ponto tinha chegado. Ele poderia muito bem estar dormindo agarrado a ela, sua mulher, sentindo o cheiro do cabelo cacheado dela, do sabonete e principalmente, sentindo o corpo dela se encaixar tão bem ao seu, sem falar que não reclamaria de ganhar alguns beijos.
Ele fechou os olhos na tentativa de que o sono chegasse, mas foi atingido pelas lembranças da primeira vez que a família toda tinha entrado naquela casa.

Junho de 2005.


O ar inteiramente mágico e animado preenchia o carro da grande e nova família. estava dirigindo e no banco do passageiro, dividindo a atenção entre os dois filhos, o garotinho de seis e a garotinha de quatro anos, enquanto os dois pareciam abismados com o tamanho das casas daquele bairro. E mesmo que tivessem pouca idade, animados com a ideia de visitar algum lugar novo.
- Onde a gente tá indo, papa? – o menino, que tinha o mesmo nome do pai, perguntou curioso com o rosto grudado no vidro do carro.
- Conhecer um lugar muito legal! – o homem disse mais animado que a própria criança.
- Eba! – Leonor bateu palminhas, praticamente pulando presa a sua cadeirinha e fez os pais rirem.
- A gente chega já. – que também estava tão radiante e animada quando os três, disse com um sorriso gigante.
- Vocês vão gostar muito de lá! – insistiu virando rapidamente pra olhar os filhos, mas logo voltou a atenção para a estrada.
- É um parquinho? Por que é tão longe de casa? – o menino perguntou ajeitando o boné na cabeça e fez o casal rir.
- Pode brincar? – Leonor perguntou animada balançando suas Maria Chiquinhas, despertando na mãe a maior cara de babona.
- Não é um parquinho. – o homem riu com as perguntas animadas. – Mas é perto de um parquinho! Dá pra brincar sim, Len, a gente vai brincar muito lá! – ele abriu um sorriso enorme e esticado, ansioso pela reação dos dois com a casa nova.
- EBA! – o grito dos pequenos foi conjunto e a mulher sorriu largamente, assim como o namorado.
- Tem cachorro? – Leonor perguntou interessada, enquanto ainda olhava pela janela do carro e riu alto com a careta confusa que fez ao olhar pra ela.
- Cachorro? – a pergunta saiu confusa.
- Um cachorro! – , o filho, gritou com as mãos pra cima, causando na irmã menor a mesma reação.
- Não tem... – o homem deu um sorriso amarelo que fez a mulher rir mais.
- Não tem cachorro. – a mãe assegurou rindo com a reação dos três. – Mas é um lugar bem grande! – ela disse arregalando os olhos pra eles, como se fosse criança também e os meninos gritaram animados com a notícia.
- Dá pra correr! – o pai disse com os olhos arregalados ao ver a reação dos dois pelo retrovisor e os pequenos gritaram ainda mais. – Dá pra correr muito! – o homem garantiu parecendo a criança mais velha e riu.
- Papa, você vai correr com a gente? – o garotinho de seis anos perguntou com os olhos arregalados, segurando forte a mão da irmã com quem era tão unido.
- VOU! – o homem arregalou os olhos se mostrando mais animado do que nunca. – Papa vai correr muito com vocês! E a mama também! – sorriu bonito e afagou o joelho da esposa, piscando pra ela. sorriu e segurou a mão dele.
- VOU CORRER E PEGAR VOCÊS TODOS! – o gritou saiu esganiçado por parte dela e ouviu a gargalhada das crianças.
- CHEGAMOS! – gritou ao estacionar o carro e ouviu a agitação dos dois filhos pequenos.
- OBA!
- É uma casa? – o garoto perguntou confuso ao ver que estavam parados em frente a uma grande casa clara.
- Nós temos casa! – Leonor disse confusa olhando pela janela.
- É a nossa casa nova! – o homem soltou incrivelmente animado, se mexendo no banco do carro.
- Uma casa nova! – repetiu a euforia dele, olhando para os filhos no banco de trás. – Maior que a casa antiga, com mais espaço, um quarto pra cada um, muito espaço, uma cozinha gigante... – a mulher enumerou nos dedos como se fosse uma criança e viu os três rirem. – Uma casa linda com um jardim enorme! – ela abriu os braços dando a ideia de grandeza e soltou e Leonor das cadeirinhas, enquanto o pai saía pra pegar os dois no colo.
- A GENTE PODE TRAZER MEUS BRINQUEDOS? – o menininho perguntou com os olhos da cor dos da mãe, mais do que arregalados, os fazendo babarem com tanta empolgação. riu achando lindo e pegou Leonor no colo, depois chamou o filho mais velho com um aceno.
- Nós vamos trazer todos os brinquedos! – o homem abriu um largo sorriso ao ver o garoto lhe abraçar e o pegou no colo. – E têm novos! – ele arregalou os olhos.
- BRINQUEDO NOVO? – Leonor soltou um grito fino no ouvido do pai, o que o fez esboçar uma careta engraçada e rir alto.
- Muitos brinquedos novos, princesinha! – ele gritou em resposta a filha. – E nós temos um grande jardim, pode ter uma pista de skate! – deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais e viu os olhinhos mais encantadores arregalados pra ele, compensando totalmente o seu esforço.
- Eba! Vamos ter uma rampa de skate! – o garotinho de seis anos esticou os braços e ganhou um beijo na bochecha. – Leo, eu vou te emprestar meu skate e te ensinar.
- Mas com cuidado, ! – disse os alertando, enquanto enchia a câmera digital de fotos dos três, em um dos dias mais importantes da vida deles.
- A gente coloca a joelheira e o capacete nela. – filho disse bem entendido do assunto, segurando a mão da irmã menor.
- Eu quero! – a garotinha soltou um gritinho mais do que animado e beijou a bochecha do pai.
- Fechado! – a criança mais velha deu high five com os filhos.
- Prontos para entrar na casa nova? – perguntou eufórica, balançando o chaveiro colorido nas mãos e ouviu gritinhos animados, abrindo um dos seus sorrisos mais largos pela alegria deles. – Com o pé direito, amor. – a mulher disse pro marido e ele firmou com um sorriso imenso, depois beijou-a na cabeça.
- Com o pé direito. – repetiu com um sorriso imenso, apertou os filhos no abraço e ficou a postos.
- Uma... – a mulher começou a contagem e colocou a chave na fechadura da grande porta de madeira. – Duas... e já! – escancarou a porta da casa, mostrando o grande espaço vazio, que em algumas semanas seria preenchido por móveis, decoração e uma montanha de brinquedos espalhados.
- Bem-vindos à nova residência dos Bouvier! – gritou em alto e bom som ao adentrar dentro da nova, grande e clara casa, na qual passaria boa parte de suas vidas e quem sabe, até o resto dela. Ele riu com a reação de e Leonor, que pareciam abismados com o tamanho do lugar, ao mesmo tempo que se sacudiam para descer do colo do pai. – Calma, calma! Vou colocar vocês no chão! – o homem disse rindo e beijou a bochecha das duas crianças antes de colocá-las no chão.
- Coloca! – as duas vozes de criança pequena saíram em coro, na mesma velocidade que os dois correram pela casa, ao colocarem os pezinhos em contato com o chão. – ISSO É TÃO LEGAL!

riu alto com a animação dos filhos e abraçou de lado, sendo abraçada com força de volta e ganhar um beijinho casto e carinhoso.
- Acho que gostaram da nova casa. – ela disse sorridente ao ver o imenso sorriso do marido e o quanto ele estava radiante.
- Também acho que gostaram! – ele sorriu ainda mais ao ponto de suas bochechas quase tomarem os olhos de tanta emoção. sorriu encantada com ele e o beijou ternamente na bochecha. – E se eles gostaram é o que eu precisava!
- Até parece um sonho de tão incrível que a nossa vida está. – a mulher respirou fundo, como se realmente não acreditasse em tudo que vinha acontecendo no último ano. O Simple Plan havia estourado nas paradas de sucesso e era uma das bandas mais conhecidas da atualidade, ela finalmente havia conseguido terminar a faculdade depois de alguns imprevistos e os dois tinham comprado à casa dos sonhos.
- Não é sonho, anjo, é realidade. A nossa realidade! – ele sorriu o mais largo que pode e a beijou levemente sendo abraçado com força.
- Vamos atrás dos meninos. – ela o chamou com um sorriso genuíno e o viu sorrir igualmente.
- Vamos! – segurou a mão de como se eles fossem tão criança como os filhos e por fim gritou: - PREPARADOS OU NÃO, AÍ VAMOS NÓS!

-x-x-x-

- Aonde nós vamos? – Leonor perguntou bocejando no banco traseiro do carro do pai, enquanto sentia o sol machucar seus olhos de quem tinha acabado de acordar. – São 08h00min da manhã de um sábado. – a garota reclamou fazendo careta e ouviu um murmúrio de afirmação do irmão, que se encontrava afundado no banco da frente.
- Comprar algumas coisas para abastecer e limpar o apartamento. – riu incrédulo com a falta de disposição dos filhos. O rapaz olhou pra ele sem a mínima expressão, mais parecendo um zumbi por teoricamente ter acordado cedo. – O quê? Sem essa preguiça. – o homem olhou brevemente para o filho, depois voltou sua atenção pra estrada. – Cadê a animação de ontem? Eu estou aqui! – se sacudiu no banco.
- Pai, eu te amo. Muito. – o garoto disse de forma sincera, ganhando um esfregão no cabelo. – Mas é sábado! Madrugada de sábado.
- Madrugada? – riu alto.
- Sim, pai. – Leonor disse com a voz praticamente morta. – Nós somos jovens, só acordamos depois das 09:00. É biológico.
- É biológico nada, é preguiça mesmo. – riu. – Está me chamando de velho, pirralha? – ele fez uma careta enrugando o nariz e viu a garota dar de ombros pelo retrovisor.

Os dois riram alto e ele mostrou a língua.

- Para a informação de vocês, eu tenho 37 anos. – o homem respondeu como se, se gabasse de algo grandioso.
- E com dois filhos adolescentes. – negou com a cabeça mostrando reprovação pela atitude dos pais, mesmo ainda afundado no banco.
- Você foi o primeiro, moleque. – o homem cutucou o filho.
- Quanta irresponsabilidade. – Leonor também negou com um aceno de cabeça e depois riu. – Quantos anos a minha mãe tinha? – ela perguntou encostando o rosto na mão.

mordeu a boca, tentando lembrar das datas e por fim respondeu:

- tinha acabado de completar 18 quando o nasceu e ia completar 20 quando você nasceu, Len. – ele respondeu batucando os dedos na direção ao som da música que tocava no rádio.
- Meu Deus, duas crianças. – o garoto reclamou mais uma vez, ouvindo a irmã rir alto.
- Então você é uma criança? – perguntou olhando torto para o filho que tinha 16.
- Não, pai. – o rapaz se ajeitou no banco do carro. – Mas vocês tiveram dois filhos com menos de 23 anos de idade. Com 22 eu quero estar, no mínimo, na faculdade. – ele disse de forma óbvia, fazendo um sorriso bonito surgir no rosto do pai.
- E é exatamente onde eu quero que você esteja. – o homem bagunçou o cabelo do filho como se ele fosse uma criança, fazendo o garoto rolar os olhos e rir. – Firme e forte com a engenharia?
- Firme e forte! – o garoto deu um sorriso completamente largo e bonito, que se assemelhavam em tudo ao do pai. – Eu não aguento ver sangue, não tenho paciência pra humanas e não tenho a menor sensibilidade pra qualquer coisa artística. – fez careta e ouviu o pai gargalhar. – Eu realmente sou das exatas, pai.
-E você, Len? – o homem a olhou pelo retrovisor e viu a filha sorrir pra ele. – Já se decidiu?
- Na verdade, ainda não. – a garota riu alto.
- Ainda com a ideia maluca na cabeça? – perguntou e a filha deu de ombros. – Desculpa, meu anjinho, mas saúde não combina nem um pouco com você. Eu e sua mãe já dissemos isso.
- Sim, isso? – a garota riu. – Descartei da minha lista, eu acompanhei a mãe em um dia de trabalho e decidi que realmente não é pra mim. Estou em dúvida entre Designe Gráfico e Arquitetura. – Leonor disse com um sorriso angelical.
- Isso é bem mais a sua cara, Len. É ótimo que tenha mudado de ideia. – sorriu imensamente satisfeito e a garota sorriu junto.

Ele estacionou em frente ao grande supermercado e logo saiu do carro, vendo e Leonor fazerem o mesmo, mas ainda com uma péssima disposição, parecendo se arrastar. Depois de pegar um carrinho grande e uma lista cedida por em relação aos produtos de limpeza, os três saíram em busca de desbravar os corredores, fazendo lembrar de quando os filhos eram apenas cotoquinhos de gente e adoravam correr e fazer bagunça dentro do lugar.

- Pai? – a garota o chamou enquanto se pendurava no carrinho de supermercado.
- Oi, Len. – respondeu escolhendo alguns condimentos com o filho mais velho.

Os dois sempre tiveram um apreço maior por cozinha do que as garotas daquela casa, era como se fosse algo passado de pai para filho, alguma herança de personalidade que tinha se agregado bem demais ao garoto de 16 anos. Os dois s se pareciam tanto que, às vezes, fazia se perguntar se o próprio ex-marido não tinha parido o filho.

- Você ainda ama a minha mãe? – a garota foi direta como sempre fora, fazendo o homem olhar pra trás de uma vez, assustado com a pergunta repentina. O filho soltou uma risada alta, depois tapou a boca, percebendo que estava em um corredor de supermercado.
- Que pergunta é essa, Leonor? – o homem perguntou assustado, com os olhos um tanto arregalados, segurando um pote de azeitonas. – É claro que eu amo a sua mãe. – saiu de forma esganiçada, fazendo os dois adolescentes rirem. – Achei que fosse óbvio. – olhou de um para o outro meio apavorado com a reação dos filhos. – Tem alguma coisa acontecendo que eu não sei, mas deveria saber? – Bouvier perguntou apavorado, fazendo os dois filhos pararem de rir na exata hora.
- Não! – , o filho, arregalou os olhos e movimentando as mãos de forma que não era nada daquilo que o pai estava pensando. – Não é isso, pai. Isso nunca. – o garoto assegurou firmemente. – É só que eu acho que isso já foi longe demais, sabe? Eu sei que eu não sou tão adulto quanto você a minha mãe são, mas é visível o quanto vocês dois se gostam e eu não queria ver mais ninguém sofrendo com essa separação. – ele agiu de forma centrada como ele sempre costumava ser, mesmo pela pouca idade, fazendo abrir um sorriso largo que chegava a marcar as bochechas, depois abraçá-lo pelos ombros.
- A gente queria que vocês voltassem, papa. – a garota fez uma careta pequena vendo o pai rir aliviado. – Eu não gosto de ver vocês assim. Sem falar que eu achei que a mamãe fosse explodir ontem quando você chegou. – Leonor disse de forma desentendida e ouviu uma gargalhada do pai, sabendo que ele também tinha percebido.
- Eu também não quero mais, Len. Não quero mais passar tanto tempo longe de vocês, nem longe dela. Vocês são a minha família, que eu vou fazer de tudo pra recuperar. – o homem alargou ainda mais o sorriso, e deu um beijo carinhoso na cabeça do filho ao qual estava abraçado e mandou um beijo pra garota que sorriu satisfeita. – E sim, eu vi como ela ficou ontem. – tentou segurar a risada, mas quando percebeu já ria descontroladamente junto com os dois filhos.
- Vocês são horríveis. – o garoto disse rindo alto vendo o pai ficar mais leve a cada risada.
- Vem, vamos terminar de fazer as compras. – sacudiu de leve a cabeça, soltou o filho e agarrou a grade da frente do carrinho de compras. – disse que ia passar lá em casa mais tarde, acho que vai buscar vocês, ou deixar os pestinhas de vez comigo. – ele piscou, depois saiu arrastando o carrinho de supermercado pela parte da frente, carregando a filha que estava pendurada.
- Pai, é anjo. – Leonor debochou do apelido usado pelo pai, fazendo o irmão rir alto. vincou a sobrancelha confuso. – Anjo e Amor. – a garota caiu na gargalhada, vendo o irmão ficar ainda mais vermelho e o pai rolar os olhos.
- Você é muito idiota, garota! – filho gritou rindo, fazendo Leonor rir ainda mais. – Dá espaço, vou subir aí também. – ele riu, subindo no suporte do carrinho junto com a irmã.
- Vão, debochem da minha cara. – o homem incentivou os deboches, rindo com os dois. – Um dia vocês vão saber o que é isso. Eu sou apaixonado por aquela mulher desde que eu tinha dezenove anos de idade. – levantou um dedo.
- Meu Deus, pai. Você tá parecendo o vovô. – Leonor riu alto. – Casado há uns 50 anos.
- Minha meta é essa, pirralha. – ele riu e voltou a puxar o carrinho, mas não conseguiu pelo peso. – Podem descer, eu não aguento puxar os dois. – disse rindo, apontando para os filhos que fizeram bico e depois desceram.
- Tá velho. – o garoto riu e viu o pai fazer cara de tédio, depois passou a empurrar o carrinho com ajuda da irmã, que havia se pendurado no suporte uma outra vez.
- Por que vocês nunca casaram? – a garota perguntou enquanto pegava um sachê com milho em conserva.
- Eu casei, Leonor! – soltou meio esganiçado os fazendo rirem alto com o desespero dele. – Você e seu irmão estavam no casamento! Não teve festa porque eu sou um tapado e nem um pedido decente eu fiz. Nós dois simplesmente decidimos casar no meio de uma turnê com vocês dois pequenos. – ele riu junto com os pivetes e por fim suspirou. – Acho que eu acabei me acomodando com a situação, mas ela é minha esposa, sempre foi. – deu um sorriso fechado, porem bonito.
- Então por que ela te mandou embora? – a pergunta da garota saiu cortante, como uma pancada dolorida fazendo o homem arregalar os olhos.
- Leonor! – disse repreendendo a irmã.
- O quê, ? – a garota perguntou de forma agressiva ao irmão. – Você sabe e eu sei que ela mandou o pai embora.
- Leonor! – repreendeu a filha, arregalando os olhos com aquela conversa. Em que mundo tinha mandado ele embora? – Que história é essa que sua mãe me mandou embora? Eu fui porque eu quis, ela não tem absolutamente nada a ver com isso! Eu fui pra não piorar o estado ruim que já estava.
- Não? – foi a vez de soltar um grito esganiçado, ficando pálido sem uma gota de sangue nos lábios. – Merda, pai! Eu fiz merda, uma grande merda! – o garoto disse em desespero, colocando as mãos nos cabelos.
- O quê que você fez, ? – o homem perguntou assustado.
- Eu disse coisas horríveis a minha mãe. – o garoto disse, começando a hiperventilar de olhos arregalados e sentiu um tapa da irmã na cabeça.
- Pelo amor de Deus. – o homem passou a mão nos cabelos. – Não precisava disso, ! Era só acreditar no que ela dizia!
- Mas ela nunca disse nada, papa. – Leonor fez careta e por mais que soubesse que o irmão tinha feito um belo papelão, se apavorar àquela altura do campeonato não ia voltar no tempo.
- Não? – perguntou, assustado.
Como ela tinha carregado uma culpa que não era dela por todo esse tempo?



Chapter Two

olhava pro filho sem acreditar no que tinha acabado de ouvir e principalmente em como tinha deixado a situação chegar àquele ponto. Ele sabia o quanto tinha sido sofrido sair de casa, como também sabia o que era lidar com dois filhos adolescentes, especialmente quando um era mais impulsivo que o outro.

- Eu não acredito que você fez isso. – ele disse sério ao olhar pro filho. O rapaz arregalou os olhos e pareceu empalidecer. – Então aquela confusão toda e tudo que você disse foi por causa disso, ? – o homem suspirou passando a mão na cabeça.
- Mas, pai...
- Sem mas. Você deve sérias desculpas a sua mãe. – o homem esfregou os olhos impaciente. – E sinceramente, eu também. – ele respirou fundo soltando o ar pelo nariz e deu leves tapas nas costas do filho. – Agradeça pela mãe que você tem, moleque, não é toda mãe que faz esse tipo de coisa.

suspirou um tanto entristecido e segurou novamente na grade do carrinho o puxando pelo corredor

- Pai, você está com raiva de mim? – o rapaz perguntou apavorado, apressando o passo para acompanhar o pai, enquanto Leonor prestava atenção na conversa.
- Não, , eu não estou com raiva de você. – o homem deu um sorriso fechado e afagou o ombro do garoto, que era mais alto que ele alguns centímetros. – Eu estou com raiva de mim, eu que causei tudo isso. Só peça desculpas a sua mãe, tudo bem?
- Tudo bem, pai. Eu vou pedir sim, não se preocupe e prometo que esse tipo de coisa não vai mais se repetir. – o rapaz disse de forma segura, vendo o pai sorrir em concordância.
- Alguma coisa que eu também deveria saber, Leonor? – o homem perguntou prendendo uma risada.
- Além de que o está namorado? – a garota deu de ombros, vendo o irmão arregalar os olhos pela notícia. – Acho que não.
- Leonor! – o garoto ralhou esganiçado e de olhos arregalados, virando a atenção para o pai que estava com um sorriso esticado nas bochechas.
- Por que você não me disse? – perguntou animado e ansioso.
- Por que faz bem pouco tempo. – o rapaz esganiçou novamente. – Leonor que é bocuda. – ele fechou a cara pra irmã e a garota mandou um beijo pra ele.
- É a Madeline? A garota francesa? – o homem perguntou animado e até eufórico, feliz pela forma que o filho estava vivendo as primeiras experiências, pelo fato daquilo também respingar em , que mesmo depois de tanto tampo, ainda estava passando pelas primeiras experiências de ser pai.
- É pai, é a Mad. – o garoto tentou soar de forma tediosa, mas um sorriso insistia em rasgar o seu rosto.

O homem sorriu largamente e abraçou o filho de uma vez em comemoração à notícia, enquanto o garoto só conseguia sorrir mais a cada minuto. Leonor rolou os olhos prendendo uma risada, se fosse ela namorando, no mínimo, o pai faria um belo escândalo.

- Vocês já compraram o material escolar? – o homem perguntou animado e ouviu uma gargalhada enorme dos filhos.
- Material escolar? – Leonor estava vermelha tentando prender a risada e olhava para o pai confuso. – Isso é tão coisa de criancinha, pai. – a garota voltou a gargalhar junto com o irmão e rolou os olhos.
- Já compraram ou não? – o homem voltou a perguntar.
- Já sim, eu fui com a Leo na semana passada. – o rapaz disse passando a mão no rosto. – Mamãe estava mandando a gente ir, que nós dois tínhamos que começar a resolver nossas coisas sozinhos e a coisa toda.

soltou uma risada leve, depois balançou a cabeça em um aceno.

- Não falta mais nada, não é? – o homem perguntou rindo e os dois acenaram negativamente, pareciam até sincronizados. – Vocês têm certeza?
- Sim, papa. Compramos tudo. – a garota disse com um sorriso bonito, que arrancou um sorriso encantado do pai.
- Ok, então vamos logo aqui. A gente ainda vai passar lá na antes de ir pro apartamento. – deu dois tapinhas na armação de ferro do carrinho de supermercado, induzindo Leonor a empurrá-lo.

-x-x-x-

A manhã mal tinha começado e sentia que o dia iria ser ótimo, talvez porque a reforma da sua clínica de curativos estava indo de bom a melhor ainda. As salas ambulatoriais estavam quase prontas e era questão de alguns dias até a sala dela realmente virar o alvo dos reparos, a recepção já havia sido refeita e estava melhor do que ela e haviam imaginado. A mulher sorriu largamente e apanhou uma pasta com alguns documentos do balcão.
- Posso saber por que a senhorita está com essa coisa na cara? – perguntou rindo e viu a mulher fazer uma careta, passando a mão no rosto.
- O quê, sis? – a enfermeira enrugou o nariz de forma confusa, enquanto olhava pra irmã tentando entender o que tinha de errado em seu rosto.
- Esse sorriso, senhorita Cousseau. – Anne, a fiel escudeira de dentro da clínica, se manifestou fazendo a mulher rolar os olhos e apontar pra ela como se possuísse um luminoso nas mãos.
- E é , Anne. – corrigiu o sobrenome e as duas riram alto, completando um high five. mostrou a língua como um protesto
- A ’s Care está mais uma vez ganhando forma. – a estomaterapeuta* alargou ainda mais o sorriso e abriu os braços.
- Só isso? – perguntou duvidosa cruzando os braços. – Nada mais? Nada que envolva um certo vocalista bonitão? – a mulher arqueou uma de suas sobrancelhas.
- Por que tudo pra você tem que envolver o ? – perguntou rindo e as três começaram a se descolar para fora da clínica.
- Opa! Agora temos nomes. – riu de forma astuta, enquanto descia a rampa de acesso à clínica. – Eu não tinha citado nomes. – ela piscou fazendo a irmã rir alto. – Então esse sorriso bonito é por causa do marido?
- Ex. – corrigiu fazendo rir. - Faz tempo que eu não te vejo feliz assim. E não, não é por causa dele. – ela disse procurando a chave do Jeep na bolsa de mão. – Quer carona, Anne?
- Não precisa, obrigada. – a garota sorriu ajeitando algumas pastas na mão. – Eu vim de carro e ainda vou resolver algumas coisas. Mais tarde eu te ligo confirmando as visitas de hoje.
- Tudo bem, obrigada. – sorriu de volta e destravou o carro, seguindo pra lá junto com , que ainda não aceitava que nada daquilo tinha a ver com .
- Certeza que esse sorriso não está construído no fato do ter voltado? – perguntou abrindo a porta do passageiro e colocando suas coisas no piso, depois travou as rodas da cadeira.
- Ele todo não. – riu se posicionando perto da irmã. – Talvez metade. – a mulher deu de ombros. – Quer ajuda?
- Claro, eu não mandei seu carro ser um monstro e nem tão alto. – ela piscou soltando o cinto da cadeira de rodas e riu alto. – E sobre o sorriso, 75%. – piscou se posicionando para ir pro banco.
- Eu não mandei você ser baixinha. – riu dando apoio a irmã.
- Eu sou mais alta que você, sua vaca. – ralhou de forma indignada, fazendo a irmã rir ainda mais. – Ou era. – ela completou também rindo e por fim, conseguiu se colocar no banco do passageiro com a ajuda do impulso de . A enfermeira passou o braço por baixo dos joelhos da irmã e os alinhou da forma certa.
- Prontinho. – ela sorriu e colocou a bolsa no colo de .
- Obrigada, . – a mais velha agradeceu de forma sincera. – Agora fecha a cadeira e põe no porta malas. – ela deu um sorriso meigo, contrastando completamente com a sua ordem. As duas riram alto.

fechou a cadeira de rodas que tinha a armação vermelha e logo guardou no porta malas, voltando em seguida para seu posto de motorista da vez.

- Vai direto pra casa, ou quer passar em algum lugar antes? – ela perguntou passando o cinto de segurança e dando partida no carro.
- Casa. saiu com o Alex para andar de bicicleta, mas já eles chegam. – a mulher deu um sorriso brilhante e bonito ao mencionar o marido e o filho. – Seus meninos? Cadê?
- Foram fazer compras para abastecer o apartamento. – disse saindo com o Jeep da frente da clínica, batucou os dedos no volante repassando na mente o que seria feito o resto do dia e arregalou os olhos de uma vez. – Droga, não pegou a chave do apartamento. – ela deu um tapa na própria testa.
- pai, ou filho? – perguntou rindo e a fez rir junto.
- Os dois são descansados, então tanto faz. – as duas riram alto. – Procura aí na minha bolsa, por favor. – pediu rindo e com a atenção na estrada.
- Homem é o bicho mais descansado da face da Terra. – negou com a cabeça e começou procurar a chave na bolsa. – Minha vontade, às vezes, é passar com a motorizada por cima do , sinceramente.

As duas gargalharam e afirmou veemente.

- Eu não tenho cadeira, mas a vontade é essa mesmo. – ela riu alto passando a mão no rosto.
- Sem problemas, empresto a minha. – piscou ainda rindo e achou a chave do apartamento, que durante muito tempo havia pertencido a irmã e ao cunhado. – E sim, a chave está aqui. Quer que eu ligue avisando?
- Não precisa, eu levo lá. Prometi que ia dar uma ajuda. – falou com um sorriso que insistia em continuar abrigado no rosto e deu um sorriso maldoso, enquanto encarava a irmã e a fazia ficar levemente vermelha.

-x-

*Profissional que trabalha com feridas e curativos.
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estacionou o carro grande em frente à casa da família , sorriu ainda em êxtase por estar de volta aquela cidade e saiu do automóvel sendo acompanhado pelos filhos. Pegou o presente do afilhado e se dirigiu até a porta da casa abraçado com Leonor, que entre o casal de filhos, era quem tinha se apegado bem mais a ele.

- O que é o presente do Alex, dad? – a garota perguntou curiosa fazendo o pai soltar uma risada e beijá-la na cabeça.
- Um skate, capacete, joelheira, cotoveleira e todo o aparato de proteção. – o homem disse rindo e ouviu uma risada alta dos filhos.
- Mês passado ele queria descer na rampa lá de casa com a bicicleta. – disse rindo alto e o pai arregalou os olhos. – Tia quase enfarta.
- É sério? – o homem perguntou incrédulo. – Meu Deus, o Alex só não tem tamanho mesmo. – sacudiu a cabeça rindo e o filho tocou a campainha da casa.
- É sério sim. – Leonor riu alto.

Ele riu sacudindo a cabeça e logo viu a porta da casa ser aberta por .

- !
- !

Os dois gritaram juntos e o homem logo tratou de abraçar a cunhada, um abraço apertado e cheio de felicidade, feliz em vê-la bem.

- Cadê o Alex? – ele perguntou rindo enquanto entrava na casa, logo à frente dos filhos.
- Oi, meus amores. – cumprimentou os sobrinhos com abraços e beijos na bochecha e os dois retribuíram da mesma forma. – E o Alex está no banho, . Acho que já desce, tinha ido com o andar de bicicleta. – a mulher riu fechando a porta da casa e depois se dirigiu para perto dos sofás, onde o trio estava.
- Essa fase é maravilhosa. – deu um sorriso largo e cheio de saudade, sentou no sofá e abraçou os dois filhos que sentaram exatamente um de cada lado ao lado.
- É! – riu orgulhosa da criança que tinha. – É tudo muito agitado, mas é incrível. – os dois sorriram bonito. – E aí, cunhado, como foi à viagem?
- Como sempre, o melhor foi chegar aqui. – riu e deu de ombros. – Eu precisava disso de novo pra minha vida voltar a andar. – o homem disse de forma sincera e sorriu satisfeita. – E você, Mrs. ?
- Concordo plenamente com o senhor, Mr. . – ela disse de forma astuta e logo ouviram gritos de uma criança animada.
- TIO ! VOCÊ CHEGOU! – Alex apareceu na sala com os cabelos molhados e pingando na testa, enquanto vinha atrás com uma toalha na mão e a roupa parcialmente molhada, rindo pela euforia da criança.
- ALEX! – gritou com a mesma animação do garoto, levantou do sofá e logo o pegou no colo abraçando o mais forte que podia. – Que saudade de você, moleque! – ele beijou a bochecha do menino, que riu o abraçando de volta.
- Eu também estava! – o garoto gritou eufórico, sacudindo a cabeça e molhando o padrinho que só conseguia rir e sentir saudade de quando os filhos estavam daquele tamanho. – Oi, Len! Oi, ! – Alex gritou acenando exageradamente quando viu os primos sentados no sofá da casa e tratou de descer do colo do .
cumprimentou com um abraço forte e firme, enquanto o garoto de nove anos se jogava em cima dos primos. Os três eram como unha e carne e embora a diferença de idade fosse realmente considerável, Alex era o irmão menor que as crias almejavam ter e vice versa.
- Quem vê, acha que faz uns dez anos que vocês não se veem. – riu alto debochando dos dois homens que estavam na sala e eles fizeram careta de tédio, depois mostraram a língua. – Faz o quê? Duas semanas? – ela perguntou rindo alto.
- Uma semana. – respondeu com o nariz empinado causando ainda mais risadas na esposa. – Mas família é família, mulher. Você quando vê sua irmã, parece que tá há um ano sem se verem. – o homem piscou com o rebate e ela abriu a boca em um ultraje fingido.
- Shiu, ! – a mulher fingiu ralhar, mas riu.

negou com um leve aceno e sorriu largo, ele sentia tanta falta daquele ambiente que era quase inexplicável.

- Mas, Alex! – ele arregalou os olhos para o sobrinho. – Eu trouxe um presente pra você. – disse mais animado e eufórico do que a criança, que pulava parecendo uma pulga.
- Presente? Cadê? Cadê? – a vozinha esganiçada gritava eufórica.
- Você não deu doce a esse menino não é, ? – olhou pra trás na direção do marido com um ar dividido entre deboche e acusação.
- É meu filho, mulher! Acha mesmo que ele precisa de doce pra ser elétrico? – respondeu rindo e abaixou perto dela se escorando na cadeira, negou com um aceno o acompanhando na risada.
- Você trouxe pra Len e o ? – o menininho perguntou eufórico apontando para os dois e soltou uma risada.
- Pro eu trouxe um skate novinho! – o homem falou tão animado quanto à criança. – E pra Len eu trouxe um conjunto cheio daqueles pinceis e canetas que ela gosta! – ele riu e pegou o embrulho colorido perto da mesinha de centro no meio da sala. – E pra você, eu trouxe isso!

O garoto arregalou os olhos e recebeu o embrulho, fascinado com o tamanho. O que seria aquilo? Um avião de controle remoto? Uma roupa de astronauta? Ou uma fantasia dos clones de Star Wars? Alexander não perdeu qualquer tempo e, sentado no chão, rasgou o embrulho o mais rápido que pode, encontrando um skate novinho e toda a parafernália de proteção.

- MÃE, EU GANHEI UM SKATE! – o menino levantou de uma vez tentando segurar tudo entre os braços, mas quase sem conseguir. – MAIS UM! – Alex gritou de olhos arregalados e os fez rirem.
- Eu sei! Eu estou vendo! – a mulher disse animada e encantada por ver o garoto feliz. – E depois de ganhar um presente, Alex? – ela arqueou uma de suas sobrancelhas.
- Obrigado, tio! – ele abraçou da forma mais rápida e forte que conseguiu, ainda concentrado no brinquedo, depois saiu correndo animado para o quintal da casa, acompanhado de e Leonor que pareciam duas crianças quando estavam junto do primo.

riu e se jogou no sofá sorrindo.

- E aí, pretende ficar até quando? – perguntou com um sorriso fechado, enquanto o marido sentava em uma das poltronas.
- Eu não vou mais voltar, . – disse rindo e viu a mulher arregalar os olhos como se tivesse indignada por não saber daquilo antes, depois tentar estapear o braço de , que a olhou assustado com a agressão.
- O que eu te fiz? – ele perguntou de olhos arregalados e bem confuso, fazendo gargalhar ao ponto de jogar a cabeça pra trás.
- Você sabia e não me disse nada! – ela ralhou fazendo os dois homens rirem alto.
- Segredo de estado. – fechou os olhos tomando um porte convencido e fez um gesto como se passasse um zíper na boca, depois ganhou outro tapa no braço.
- Dois traidores! – os acusou e riu fazendo o cunhado colocar a mão no peito em completa indignação fingida.
- Eu? – tentou fechar a cara o que só fez o casal rir ainda mais. – Eu não sou traidor, mulher! Mas se você ficasse sabendo, também ficaria sabendo. – ele piscou e rolou os olhos. – Inclusive... – o homem fez uma careta olhando para a casa como se a analisasse a procura da sua ex-mulher. – Você não estava com sua irmã? Claro que estava, eu não estou ficando doido, ela tagarelou bastante hoje mais cedo sobre a reforma da clínica. – ele disse tudo de uma vez como se fosse uma metralhadora fazendo os presentes na sala rirem alto. – Cadê ela?
- Foi atrás de vocês. – a mulher riu. – Você esqueceu a chave do apartamento e ela foi deixar, toda animadinha. – ela deu um sorriso sugestivo que fez rolar os olhos, mas logo rir como se fosse afetado pela sugestividade da mulher.
- ! Len! Vamos! A mãe de vocês está lá no apartamento! – gritou pelos filhos que em questão de segundos gritaram que já iam. – Tchau, ! – ele beijou a cabeça da cunhada e ganhou um abraço apertado dela. – Amanhã a gente aparece pra destruir a sua casa.

Os dois riram alto.

- Tchau, ! – ele abraçou o amigo mais uma vez sendo abraçado de volta na mesma intensidade e ganhando tapinhas nas costas, no momento em que e Leonor apareceram na sala da casa. – Vamos? – o homem os chamou com um aceno.

e Leonor se despediram dos tios assim como tinham feito com Alex e acompanharam o pai até o apartamento, onde já esperava ansiosa e até um pouco preocupada pela demora dos três.

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O resto do dia naquele sábado havia sido cansativo para , e os dois filhos, que passaram o dia arrumando, lavando e abastecendo o apartamento, tentando o deixar o mais confortável possível para que pudesse ficar. E depois de várias idas e vindas da enfermeira para atender algumas consultas domiciliares e ajudar os três, o lugar finalmente estava pronto para o uso. Era noite e as duas “crianças” estavam capotadas no sofá da sala após terem comido e visto qualquer programa que passava na TV, enquanto e riam na pequena cozinha do apartamento, na intenção de conseguir o máximo de informações possíveis um de como estava a vida do outro.
- Senti falta dessa bagunça toda. – ele riu fazendo uma vistoria rápida pela cozinha e sorriu contidamente.
- Eu acredito que sim. Você sempre adorou essa agitação dos meninos. – ela encostou o rosto na mão e viu o homem encher seu copo mais uma vez com o líquido arroxeado.
- Sim. – ele deu um sorriso bonito. – E por aqui? – perguntou com um riso leve e acomodou mais o rosto na mão, tomando um gole do suco de uva.
- Fingir que isso é vinho é fantástico! – a mulher riu alto e o viu gargalhar também, depois dar de ombros.
- É o que temos pra hoje. – ele também tomou um gole de suco. – Prometo que da próxima vez o teor de álcool na bebida vai ser maior. – abriu um sorriso esperto.
- Assim que se fala! – levantou o copo e os dois riram. – Bom e por aqui as coisas não poderiam estar mais normais. Colégio, trabalho, trabalho, colégio. – ela deu de ombros. – Nada que você não saiba.
- Você nunca foi monótona assim, . – disse incrédulo e a ouviu rir alto, depois tapar a boca com rapidez para não acordar os filhos que estavam dormindo. Reação que fez o homem descontrolar em uma das suas risadas mais escandalosas.
- Os meninos! – ela tentava fazê-lo parar enquanto distribuía tapas no braço do , o que só agitava ainda mais o moleque preso no corpo de um quase quarentão. – Para de rir! – a mulher começou a rir junto e para não descontrolar no volume agarrou o rosto dele, tapando a boca do ex-marido com a mão. – Eles vão acordar. – riu tentando abafar as risadas dele, que virou de uma vez e a abraçou pela cintura em um movimento brusco, fazendo os dois corpos estremeceram levemente, depois encostou o rosto com força no ombro da mulher na intenção de abafar as risadas, mas ao invés disso causou uma pequena onda de arrepios que deixou os braços dela completamente eriçados.

Ela fechou os olhos com força e respirou fundo sentindo o perfume amadeirado que ele sempre havia usado e era um dos que ela mais gostava no mundo, isso se não tivesse no topo de suas preferências. Quase que imediatamente, o empurrou levemente pelo peito na intenção de afastá-lo sem causar quaisquer transtornos, afrouxou os braços que estavam ao redor dela sem o menor gosto, ainda mantendo um sorriso divertido no rosto.

- Acho que já deu a minha hora. – a mulher soltou uma risada meio morta e olhou no relógio de pulso pra completar a cena. arqueou uma de suas sobrancelhas e segurou o braço dela olhando a hora assim como ela havia feito, depois arregalou os olhos castanhos. – Exatamente, mais de 22h. – riu pela cara de espanto que ele fez.
- Você não vai voltar sozinha pra casa a essa hora. – disse convicto e ela rolou os olhos.
- Mas é claro que eu vou, . – ela riu, mas estava segura de si e tinha a mais plena consciência daquilo, ele já tinha perdido uma briga que nem sequer tinha começado.

O homem suspirou e coçou a cabeça fazendo uma careta.

- Certeza? – ele perguntou com o nariz enrugado.
- Certeza. – ela riu mais uma vez. – Mas vem, vou te ajudar a levar os meninos pra cama. Espero que caiba. – os dois riram alto e parecia mais radiante do que nunca.
- Saudade de dormir com eles assim. – o homem riu a acompanhando até a pequena sala do lugar onde e Leonor dormiam sentados no sofá, todos dois usando as roupas do pai, capotados depois de um dia cansativo de arrumação.
- Parecem os dois pedaços de gente de sempre. – disse com um sorriso largo e que cortava seu rosto, ao olhar para os filhos.
- Parecem. – sorriu ainda mais largo, um sorriso que marcava suas bochechas. – Eu levo a Len, ajuda o a andar pra lá? – ele perguntou rindo baixo e afirmou.

O homem pegou a filha no colo como se ela não tivesse mais do que seis anos de idade e fez careta com o peso da garota. prendeu a risada pra não acordar os dois e chamou baixo o rapaz que estava jogado de mal jeito no estofado. O casal levou a dupla até o quarto que eles dividiriam com o pai e acomodaram os filhos na cama.

- . – o chamou baixo encostando a mão no ombro dele e ele virou o rosto olhando pra ela. – Eu já vou. – a mulher sorriu indicando a porta com a cabeça.
- Eu vou com você. – disse de uma vez largando o cobertor e a ex-mulher arregalou os olhos. – Até a porta, . – ele riu baixo e ela riu junto, negando com um aceno.

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- Obrigado pela ajuda, . – agradeceu com toda sinceridade e mantendo um sorriso bonito no rosto, de braços cruzados e em pé de frente para ela que estava escorada no carro branco.
- Não precisa agradecer, era o mínimo que eu poderia fazer. – a mulher também sorriu com uma sinceridade fora do comum. – Mas enfim, dê um beijo nos meninos por mim. – ela desencostou do carro e virou para abrir a porta, mas sentiu uma mão em seu braço, olhando imediatamente pra .
- Certeza que você não quer ficar aqui? – perguntou com um semblante sério fazendo a mulher morder a boca levemente e negar com um aceno contido e indeciso.
- Acho melhor não. – ela suspirou. – Deixa pra uma próxima, ok?

afirmou meio decepcionado com a resposta e desceu a mão pelo braço dela com tanta suavidade que fez a pele da mulher arrepiar em puro reflexo. Ele beijou o dorso da mão dela com delicadeza e deu um sorriso fechado.

- Espero. – o homem riu de leve e por fim soltou a mão dela. – Me avisa quando chegar em casa. – pediu e a fez afirmar com um sorriso.

o abraçou em um impulso rápido e beijou-lhe a bochecha mais rapidamente ainda e como em um passe de mágica se enfiou dentro do Jeep branco. Viu o homem acenar uma última vez antes de entrar no prédio e suspirou passando a mão no rosto, depois jogou o celular no banco do passageiro.

- Olha o que esse homem ainda faz com você depois de tanto tempo, . – a mulher disse pra si, como se reprovasse sua atitude diante dele e ligou o carro enquanto passava o cinto.

Ela manobrou o carro saindo logo daquela rua, pois sabia que o caminho pra casa tomaria no mínimo uns trinta minutos, isso se não pegasse qualquer intercorrência no trânsito. O medo também era algo presente, principalmente àquela hora da noite em uma cidade daquele tamanho, mas a vida ensinava a não depender de ninguém e havia aprendido bem aquela lição.
A enfermeira parou no último semáforo perto do bairro onde morava e pegou o celular que havia tocado o alerta de mensagens umas três vezes seguidas depois de ter saído do apartamento, ela o desbloqueou querendo saber, ou talvez constatar que o agoniado àquela hora era querendo saber se a mulher já tinha chegado. riu ao ver uma foto dos seus dois pivetes encolhidos na cama do pai e embaixo a seguinte legenda:

“Bed time with these two little monsters. Xo”

Depois alguns pedidos de que ela realmente o avisasse assim que chegasse em casa, ou ele ia enlouquecer sem notícias. A mulher riu alto e respondeu que já estava chegando, era questão de 10 minutos até ela estar em casa e que ele se acalmasse. não tinha mudado nada, absolutamente nada. O mesmo marido preocupado de sempre.

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se mexeu na cama se espreguiçando e bocejou tentando afastar toda a sua falta de vontade de viver matinal, mas àquela hora da manhã era quase impossível acordar motivada para alguma coisa. A mulher virou um pouco de lado vendo o marido jogado na cama, com as bochechas amassadas pelo travesseiro e um vestígio pequeno de baba escorrendo por ali, soltou uma risada baixa contemplando uma das imagens mais bonitas pra ela, que sorriu largamente fazendo um pouco mais de esforço para virar de lado de uma vez, devido à pouca mobilidade que tinha nas pernas e o abraçou carinhosamente, distribuindo alguns pequenos beijinhos no rosto de .
O homem abriu um dos sorrisos mais bobos e apaixonados que ele conseguia, ao sentir os lábios da mulher dar beijinhos calmos em seu rosto e suspirou audivelmente, mas continuou de olhos fechados como se fosse algum tipo de protesto para acordar e riu com a cena.
- É domingo. – ela proferiu a pequena frase que simplificava simplesmente todo o argumento que a casa estaria cheia, enquanto acariciava os cabelos que em um dia, bem remoto, já haviam sido loiros.
- Não quero acordar. – puxou-a pela cintura na maior delicadeza e firmeza existente, a abraçando bem apertado contra seu corpo.
- É nossa vez, amor! – riu mais uma vez, passando os dedos entre os cabelos dele e o homem suspirou pelo carinho.
- Despacha todo mundo! – ele resmungou encostando o rosto no pescoço dela, como se um tivesse o encaixe perfeito para o outro. – Quero ficar na cama com você. – o homem esmagou ainda mais a esposa entre os braços.
- Pra ir despachar eles, também precisa ser você! – a mulher deu a notícia com um tom de culpa disfarçado na voz e os dois riram.
- Manda o Alex! – disse como se aquela fosse a ideia mais genial do mundo e soltou uma risada alta e a mulher, mesmo rolando os olhos, riu junto. – Manda mensagem! Daí o arranja pretexto para ir ficar no pé da mulher dele. – ele se aninhou ainda mais na mulher fazendo-a rir.
- Meu celular está na sala. – levantou um dedo e o ouviu soltar um grunhido frustrado. – Eu não vou acordar uma criança. – ela levantou dois dedos. – E eu conheço minha irmã! – o terceiro dedo estava levantado quando ele soltou mais outro grunhido frustrado e se jogou de braços abertos na cama. É, não iria ter escolha, ia ter que acordar. – ! – cutucou a costela dele o fazendo rir e se encolher.
- Eles são dois velhos chatos! – virou novamente distribuindo beijinhos leves pelo rosto dela e a fazendo rir.
- E você é um adolescente super legal! – a morena usou de ironia os fazendo rirem.
- Claro! Um adolescente incrível! – ele disse com um porte totalmente convencido que a fez gargalhar. beijou a bochecha da mulher e se espreguiçou. – Quer mesmo levantar? – o homem perguntou com uma careta a vendo virar novamente na cama.
- A gente precisa. – ela suspirou tentando levantar sozinha, enquanto impulsionava o corpo pra frente.
- Não quer mais minha ajuda? – perguntou com falso ultraje a fazendo rir. – Fui descartado mesmo? – ele sentou na cama passando a mão nos cabelos bagunçados e se largou novamente na cama.
- Você estava sendo mais preguiçoso que o Alex, tive que me virar, ué. – ela deu de ombros puxando o lençol do corpo pra facilitar o trabalho de levantar da cama e lhe deu um beijo na testa.
- Eu gosto de me sentir útil, mulher! – o homem piscou a fazendo rir baixo, depois levantou da cama se esticando e pegou o óculos na mesinha de cabeceira.
andou dentro quarto dançando ao som de nada, se balançando como se estivesse em uma pista de dança, usando apenas a samba canção e o óculos de grau, o que fez rir abobada com a cena se perguntando mais uma vez como ainda tinha aquele homem incrivelmente maravilhoso depois de tudo que tinha acontecido. O acidente de cinco anos atrás não tinha sido a fase mais fácil da vida dos dois, tão pouco da vida dela que havia mudado completamente, da água pro vinho. E se aquilo não fora suficiente para acabar com o casamento dos dois, nada iria ser.
- Acho que vou usar ela. – riu fazendo pose perto da cadeira de rodas.
- Pode usar! Aí eu fico aqui dormindo! – ela riu colocando o travesseiro dele no rosto e respirou fundo sentindo o perfume do marido.
- Não me deixe! – ele fez uma pose exagerada enquanto empurrava a cadeira pra perto da cama. – E você poderia me cheirar em vez de cheirar um travesseiro!
- Shiu! – soltou uma risada abafada pela almofada. – Deixa de ser escandaloso, homem! – os dois riram e a mulher esticou os braços pra que ele a ajudasse a sentar na cama. – Puxa!
- Claro que não é, shiu! Eu sou mais gostoso e mais cheiroso! – o homem soltou esganiçado, mas com um porte convencido a fazendo rir. – E você está me confundindo com a sua irmã. – olhou torto para os braços esticados da mulher.
- Mas você não vai deitar de novo! – a mulher piscou sobre o cheiro do travesseiro e continuou com os braços esticados. – Me puxa, ! – ela pediu fazendo manha.
- Nah, nah! – ele negou com acenos repetidos e sentou na beirada da cama. – Vou te pegar no colo! – o homem deu um mega sorriso triunfal.
- Não, hoje não. – negou de olhos arregalados balançando a cabeça de modo frenético.
- Por que não? – ele esganiçou, arregalando os olhos. – Que foi? Aconteceu alguma coisa? – o homem perguntou preocupado e meio assustado.
- Hoje não, . – se largou mais na cama. - Estou ficando preguiçosa! – ela fez uma careta enrugando o nariz e o fez rir alto.
- Por favor! – ele fez um bico de choro aumentando ainda mais as risadas dela. – Estou com saudade de fazer isso por você!
- Saudade? – ela fez uma careta confusa rindo ainda mais. – Você faz isso todos os dias! – frisou a palavra o fazendo rir.
- Deixa eu cuidar da minha mulher maravilhosa! – ele piscou. – Claro! Daqui uns dias eu vou ter que viajar! Saudade adiantada!
- Sem elogio, ! – a mulher tentou ralhar, mas soltou uma risada.
- E eu só estou falando a verdade, você é perfeitamente maravilhosa! – ele abriu um sorriso grande que mostrava seus caninos e pegou a mulher no colo mesmo contra a vontade dela.
- ! – o nome saiu esganiçado, o fazendo rir.
- Meu nome! – ele gritou animado igual a uma criança feliz. – Quer ir logo pro banho? – o homem perguntou fazendo pose com ela no colo e como se fosse algum super herói, disse: – I’m super! entrou em uma crise incontrolável de riso, se sacudindo no colo do marido.
- Bom dia, superDad! – uma vozinha esganiçada e agitada gritou na porta do quarto fazendo as atenções voltarem todas para lá. – Bom dia, mamãe! – Alex gritou animado fazendo os pais abrirem sorrisos gigantes e amáveis.
- Bom dia, campeão! – arregalou os olhos azuis na impossibilidade de fazer qualquer movimento brusco com a esposa no colo. Alexander sorriu grande e correu até a cama.
- Bom dia, meu amor! – sorriu encantada com a alegria da criança. – Diz pro papai parar de acostumar mal à mamãe. – ela riu.
- Eu quero ser forte igual ao papai quando eu crescer! – o garoto mostrou os braços como se fosse forte o bastante para aquilo e os três riram. – Muito forte! – Alex disse sorrindo e arqueou as sobrancelhas como se gritasse “Ahá!”. negou com um aceno e olhou apaixonada para o filho.
- Vai ser mais forte, Alex!
- Muito mais forte! – arregalou os olhos azuis, fazendo sua figura menor arregalar os olhos exatamente da mesma forma.

Os dois eram muito parecidos, tanto fisicamente quanto na personalidade, chegando a achar que tinha parido o próprio filho.

- SuperAlex! – respondeu colocando a esposa na cadeira com o maior cuidado existente no mundo, ajeitando-a para que ela não escorregasse e ganhou um sorriso lindo e agradecido. – O que a gente faz agora? – o homem perguntou sobre a próxima etapa para acomodar e o garoto riu alto.
- Põe o cinto! – ele gritou balançando as pernas penduradas na cama. – Porque a mamãe é levada! Vai descer essas rampas bem rápido! – Alex pulou da cama rindo e fazendo os pais rirem junto, depois subiu no colo e beijou a bochecha da mãe. riu da cena e beijou a cabeça dela com toda a sua ternura.
- Alexander! Eu devia me ofender, mocinho! – a mulher riu enquanto tentava dar uma bronca no garoto e ele riu mais ainda, depois beijou-a na bochecha.
- Mamãe Levada! – o grito do foi estridente fazendo a criança quase gritar de tanto rir.
- ! – prendeu a risada sentindo as lágrimas pela vontade de rir encherem seus olhos e não conseguiu mais se conter com o próximo grito que ele deu.
- Você é levada! – foi o necessário para causar risadas generalizadas.

apertou o filho entre os braços, começando uma sessão de beijos estalados que faziam a criança se dividir entre rir e tentar se esquivar dela.

- Mãe! Para! Eu sou grande! – o garoto fez careta, enquanto a mulher ria pela recusa.
- Já escovou o dente, Alex? – o pai perguntou interessado e o garoto sorriu mostrando todos os dentes e como eles estavam limpos.
- Muito bem! – o elogiou e começou uma nova onda de beijos estalados o fazendo rir em desespero pelas cócegas.
- Não! Não! Mamãe me solta! Para! – o garoto se encolhia no colo dela, deixando encantado com a cena. – Não faz igual à Len!
- Não solto! – retrucou.
- Me solta! – Alex gritou rindo escandalosamente.
- Eu posso mais que a Len! – a mulher riu fazendo mais cócegas na criança, enquanto o homem estava hipnotizado com os dois e com certeza, registraria o momento.
- Só eu e o tio podemos chamar ela de Len! – a criança reclamou entre as risadas.
- Tá bom, possessivo! – a mãe riu e o abraçou fortemente entre os braços, esmagando a criança de nove anos, momento que achou perfeito para uma foto clandestina, mas que foi denunciada pelo flash traidor.
- Opa! Olha o flash! – olhou pro marido rindo e o viu fazer a maior cara de culpado de todos os tempos. – Como fica o direito de imagem, Mr.? – ela estreitou os olhos como se o desafiasse.
- Não consegui não tirar! – ele deu um sorriso trincado e a criança olhava atentamente para os dois. – Me processa, Mrs.! – o homem colocou a mão na cintura como se fosse uma mulher indignada, fazendo a esposa gargalhar com o teatro dele.
- Processo e levo o Alex. – ela deu uma de astuta e piscou o fazendo arregalar os olhos.
- QUÊ? – o homem perguntou tão esganiçado que fez o menino rir alto mais uma vez.
- Escandaloso! – mãe e filho gritaram rindo e acabou por entrar nas risadas também. Ele abraçou-os da forma mais apertada que conseguia e beijou a cabeça dos dois, sendo esmagado por quatro braços.
- Amo vocês, muito! Muito mesmo! – o homem que quase nunca aparecia sério, usou de toda a sua seriedade para proferir aquelas palavras, mostrando o quão sincera elas eram.
- Amamos muito você também! Né, Alex? – sorriu genuinamente cutucando o filho que fez uma careta como se discordasse da mãe.
- Desse tantinho. – o garoto mediu nos dedos o fazendo rir e seu cabelo foi bagunçado pelo pai. – Amamos pai, muito! – o menino soltou o sorriso que havia herdado do pai e quase viu desfalecer chorando em posição fetal. – Vocês já escovaram os dentes? – a pergunta veio de surpresa fazendo o casal se olhar cúmplice e culpado.

negou com a cabeça e riu alto, fazendo o garoto encolher o rosto em uma careta.

- Que bafo de leão! – Alex reclamou descendo do colo da mãe e logo começou a empurrá-la, ou tentar empurrá-la para a porta do banheiro.
- Vem, moleque, eu te ajudo! – levantou ajudando a criança com a cadeira de rodas da mãe.
- Me empurrem! – abriu os braços como se estivesse livre aos quatro ventos e os três riram ainda mais.

A vida não era fácil para ninguém, para aqueles três ela também não era uma das mais facilitadoras, mas encarar tudo com pessimismo não iria ajudar, na verdade por um bom tempo, ela quase havia destruído um casamento tão bonito e construído na amizade. Portanto, uma das únicas regras daquela casa, na verdade a primeira de tudo era que as situações sempre tinham dois lados e a família sempre consideraria o lado positivo de tudo que acontecesse.

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A casa dos estava cheia desde cedo, aquele domingo era responsabilidade deles e assim alternaria até que todos tivessem a sua vez. Sendo uma forma de unir todas as famílias e fortalecer ainda mais as amizades, principalmente quando os meninos estavam de folga das enormes, excitantes e também cansativas turnês. O quintal e a casa grande abrigavam muito bem todos que quisessem aparecer por ali.
O assunto na mesa do Deck onde estavam às mulheres poderosas e gestoras de todas as famílias giravam em torno da volta as aulas que começaria no dia seguinte, incluindo material escolar, estrutura dos colégios, novos colégios e até conselhos sobre quando as crianças fossem começar a estudar.

- Jeff preferiu manter as meninas no mesmo colégio, mas daqui uns anos a Maya vai ter que sair, uma pena. – Michelle disse com o rosto encostado na mão, enquanto via as duas enteadas brincando à beira da piscina junto com Alex, London, , Leonor e os cinco bobalhões que eram piores do que as crianças juntas.

- Uma pena mesmo, ele é maravilhoso. – assegurou por Alex estudar no mesmo colégio que Zoé e Maya.
- Já estou com o coração na mão de pensar que o London vai começar daqui poucos anos. – Jacquelin riu baixo e fez a mesma cara de dor.
- É essa dor no coração pra mudar de colégio, também. – riu e coçou a cabeça. – Não se enganem. Amanhã Leo começa no mesmo colégio que o e juro que estou com o coração na mão. – a mulher fez uma careta e as quatro riram.
- Filho é sempre assim, não importa a idade. – assegurou e as três afirmaram veemente. – Até acostumar é um martírio, o vivia me reclamando que o Alex estava bem, no começo de tudo. – as quatro riram.
- Sabe a minha certeza? – a mulher perguntou rindo e puxando a atenção. – está sofrendo dez vezes mais que a Leonor. – riu alto, causando o mesmo nas amigas.
- Mas também, ele protege demais a garota. – Jacquelin disse rindo e as três apontaram pra ela como se seus dedos fossem um luminoso. – Chuck ainda pilha ele, dois babões. – ela negou com um aceno e as quatro riram.
- A menina tá uma moça. – rolou os olhos e riu.
- É coisa de pai, vocês têm meninos. Acaba sendo diferente, querendo ou não. – a mulher riu olhando para o lado da piscina onde os outros estavam. – Concorde comigo, Chel!
- Jeff é exatamente do mesmo jeito, e olha que a Maya e a Zoey são duas meninas ainda, Leo já uma moça. – a loira concordou rindo.
- E o pulso firme, quem é? – perguntou retoricamente, soltando uma risada e as vendo afirmarem. – Exatamente, nós somos.
- Ah, se depender do Chuck, o London faz o que quiser e ainda é um bebê, imagina. – Jacquelin riu.
- E Maria Mole lá de casa é o . – negou com a cabeça, sem perceber que havia falado no presente, ganhando pares de olhares e sorrisos sugestivos em sua direção.
- E por falar em . – as três inclinaram o corpo na direção da enfermeira quando Michelle entrou no assunto. – Não rolou nem um remember? – a loira perguntou interessada e riu alto ao ver rolando os olhos.
- Meu Deus, não! – ela riu um tanto atordoada com a ideia de que na noite passada poderia ter acontecido, mas ela não facilitou.
- Qual é, ? – Jacquelin fez um bico. – Nem um beijinho? – a morena perguntou rindo o que só fazia rir mais com a situação.
- Claro que não! – a morena de cabelos cacheados arregalou os olhos. – O cara chegou antes de ontem! – ela deu um sussurro meio esganiçado que fez as amigas rirem.
- Tempo suficiente, ! – atiçou rindo das desculpas da irmã.
- Vocês querem que eu agarre meu ex-marido? – soltou uma risada incrédula e procurou algum copo que tivesse qualquer bebida com o teor de álcool maior do que zero, mas a única coisa que achou foi suco.
- Olha que não é má ideia! – Michelle arqueou a sobrancelha.
- Eu garanto que ele não ia reclamar. – assegurou rindo e sacudiu a cabeça.
- Desisto de vocês. – a mulher riu alto levantando da cadeira que estava e ouviu algumas risadas, bem como acusações que ela era fujona.
- Não fuja do assunto, ! – Jacquelin acusou rindo. – Vai onde?
- Procurar álcool. – piscou rindo e as três negaram com a cabeça, mesmo sabendo que o máximo que ela tomaria naquele dia seria algum suco forte ou sem açúcar.

soltou uma risada e antes que pudesse se direcionar pra cozinha da casa da irmã, ouviu uma gritaria perto de onde os meninos e as crias estavam. A mulher olhou para onde vinha à movimentação e viu o filho todo molhado saindo da piscina, mas em vez de estar rindo da situação, estava de cara feia e parecia dizer algo com , o pivô da brincadeira.
- ! O que é isso? – o pai perguntou assustado e envergonhado pela reação do filho, que estava puto com a situação toda. vincou as sobrancelhas e como uma ave pronta pra briga se armou toda, indo até onde o surto rebelde estava.
- Eliot, que falta de respeito com seu padrinho é essa? – a mulher perguntou indignada com uma das mãos apoiadas no quadril e viu a expressão raivosa do filho se dissipar completamente, o deixando meio empalidecido e com os olhos arregalados. – Qual a droga da necessidade de fazer esse escândalo? Você não é de açúcar e não estava com celular ou qualquer coisa no bolso. – ela vincou as sobrancelhas vendo o garoto balançar a cabeça e tentar despregar a camiseta regata do corpo. – Se não gostou, saia da piscina e procure algo longe daqui, você sabe que se ficar de bobeira vai entrar. O que eu não admito é essa distribuição gratuita de rebeldia, você não é assim!

O garoto respirou fundo e baixou a cabeça assumindo que estava errado, enquanto todas as atenções estavam voltadas pra cena e , o pai, estava de olhos um tanto arregalados pela bronca da mulher.

- Tudo bem, mamãe, desculpe. – o rapaz pediu de cabeça baixa sabendo que estava errado e era uma cena até engraçada, ver um garoto daquele tamanho que chegava a ser mais alto que o pai, tomando bronca de uma mulher consideravelmente mais baixa.
- É a mim que você vai pedir desculpas? – a mulher continuou o encarando com a mão no quadril e viu negar com um aceno e direcionar sua atenção pra .
- Desculpe, tio , eu prometo que não vai mais se repetir. – ele pediu realmente arrependido enquanto o homem de olhos claros estava pasmo com o controle que tinha sob os filhos.
- Tudo bem, . – deu um sorriso fechado e dois tapinhas no ombro do garoto. suspirou passando a mão no rosto e repetiu o mesmo gesto que o amigo.
- Agora vê se aprende, moleque. – o homem disse perto do filho, coberto de vergonha pelo chilique e deu um peteleco na cabeça dele.
- Deixa a camisa aí e vai em casa se trocar. – disse e fez menção de voltar para onde estava, mas parou quando viu o garoto pálido. – Que foi, ? Qual o problema da vez? – ela cruzou os braços.
- Nenhum! – o garoto arregalou os olhos, falando rapidamente e mirou o caminho de casa. – Eu vou me trocar e já venho! – ele disse quase aos atropelos e saiu logo de perto da mãe, antes que as coisas piorassem ainda mais pra ele.

A mulher suspirou constrangida com o papel feio do moleque e colocou a mão na cintura.

- Desculpa, . Você não merece aguentar os chiliques dessa tripa seca. – a mulher riu e ouviu as gargalhadas generalizadas dos cinco bobões presos no corpo de adultos.
- Tripa seca! – soltou um grito rindo. – Mas tudo bem, , relaxa... – ele colocou a mão no ombro dela. – A culpa não é sua, é do mesmo! – apontou pro amigo que arregalou os olhos soltando um grito esganiçado.
- Minha? – o homem perguntou apontando pro peito e balançou a cabeça rindo alto e fazendo a cunhada rir junto, depois bater de leve no braço do ex-marido.
- Ele bebeu, ? – perguntou rindo.
- Muito pouco, . – respondeu prontamente. – E a culpa não é minha. – o homem aumentou a careta pro amigo que riu ainda mais.
- Claro que é sua! – insistiu rindo e negou com um aceno.
- ! – pediu defesa e a mulher deu de ombros.
- Vocês que são brancos que se entendam. – riu e logo voltou pra onde estava sentada anteriormente junto das amigas.

Ela deu um suspiro longo ao se jogar na cadeira, quase que esboçando um desespero inexistente e deu um sorriso de gases fazendo , Michelle e Jacquelin rirem alto e initerruptamente.

- Eu preciso de férias! – a mulher suspirou. – É sério! E de álcool! – a mulher passou a mão no rosto soltando uma risada e fez cara de choro. – Não riam da amiguinha!
- Você não pode beber, é mãe de família. – Michelle apontou pra ela que mostrou a língua.
- Quem vê diz que aqui ninguém bebe. – a enfermeira acusou-as rindo e fazendo as amigas rirem junto.
- O que foi aquilo? – perguntou rindo e passando a mão no rosto.
- Ele achou que podia surtar e ia ficar por isso mesmo. – rolou os olhos, mas estava confusa com a reação do filho, ele nunca tinha aprontado uma daquelas por causa de uma mísera jogada na piscina. – Tá muito enganado, . – suspirou e jogou o corpo na mesa rindo com todo o seu drama. – Eu juro que vou enlouquecer. – as quatro riram.
- Vai nada, mulher, louca você já é! – a acusação veio esganiçada e riu alto, como se todos os seus problemas saíssem pela risada.

O dia havia passado sem mais ou quaisquer intercorrências, todos deixaram , o filho, longe de qualquer coisa que tivesse água na intenção de não causar mais chiliques no garoto, que muito pelo contrário não ficou livre das brincadeiras e zoações dos tios e do pai, que iam desde tripa seca até boneco de açúcar que se desmanchava na água.

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- , posso ir deixar os meninos amanhã? – perguntou enquanto a ajudava colocando algumas roupas molhadas durante o dia na máquina de lavar.
- Claro! – a mulher sorriu e ligou o temporizador. – Por que não?
- É o primeiro dia, vai que você queria ir. – ele riu e lavou a mão. – Eu estou com uma saudade danada de fazer isso. – o homem fez uma pequena careta enrugando o nariz e ela sorriu achando bonitinho. – Mas também sei que você está de coração na mão por causa da Len.
- Culpada! – a mulher levantou a mão rindo e saiu da área de serviço junto com ele, deixando a máquina funcionando. – Mas pode ir, acho até melhor que eu sofro menos. – os dois riram.
- Tudo bem, amanhã cedo eu apareço aqui. – sorriu agradecido e abraçou-a de lado beijando a cabeça. – Mas eu vou indo, o dia foi longo hoje. – os dois riram baixo. – Vou só me despedir dos meninos. – o homem puxou-a novamente pra um abraço forte e apertado, fazendo abraçá-lo de volta na mesma intensidade, quase esmagando o homem em seus braços. – Tchau, . – ele beijou a testa dela.
- Tchau. Cuidado no trânsito. – a enfermeira beijou a bochecha dele e os dois se soltaram.

deu um sorriso fechado e um tanto sem graça, pelo visto ia ser complicado acostumar com escapando assim das mãos dela todos os dias.

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O dia havia começado agitado com elétrica acordando os dois filhos para o começo das aulas. Ela acabava sentindo como se fosse sua época de escola novamente e o quanto ela pudesse tornar aquele dia menos traumático para a pequena Leonor que começaria em um colégio novo, ela faria.
Os dois adolescentes saíram eufóricos em saber que pegariam carona com o pai e logo, logo o caminho se tornou um dos mais divertidos depois de anos, conseguia tirar a tensão dos dois nem que fosse com uma risada escandalosa.
fez uma careta enrugando de leve o nariz e sentiu leves arrepios ao parar em frente ao colégio dos filhos. Aquele monte de adolescente agitado entrando e saindo, se abraçando, gritando e rindo, o fazia lembrar do seu tempo de colégio e inclusive, algumas lembranças não eram tão boas. Claro que ele sabia que o filho não sofria aquele tipo de ameaça ou brincadeira dentro do colégio.
, o filho, era o tipo de garoto que não gostava das tais brincadeiras de mal gosto e por mais que participasse do time de futebol em que envolvia todo o status e “popularidade” para alguns alunos daquela escola, ele era um rapaz calmo quando a situação pedia, mas estourado o bastante para não levar desaforo pra casa. O pai conhecia bem demais o filho pra saber que ele não era problema, mas o que mais preocupava ali era Leonor, os alunos novos tinham uma tendência a serem chacota dos outros que se achavam superiores, porém o que preocupava ainda mais o homem não era a hipótese de a filha ser alvo de qualquer brincadeirinha de mal gosto, afinal, o irmão estava ali e não deixaria nada de ruim acontecer. tinha medo do gênio forte da filha e das possíveis confusões que ela poderia arranjar por causa dos engraçadinhos. Era até hilário pensar em uma garota daquele tamanho passando um corretivo em um dos garotos, mas não queria encrenca pra nenhum dos dois filhos.

- Chegamos! – o homem tentou parecer o mais animado possível olhando para os dois filhos. O rapaz encontrava-se no banco do passageiro pegando as coisas e Leonor no de trás. Se a conhecia bem, sabia que ela estava em um estado inicial de medo.
- Estou indo, pai! – o rapaz sorriu animado fazendo um toque de mão com o pai e logo abriu a porta do carro.
- Bom dia, ! – gritou satisfeito com a animação do garoto e logo olhou pra filha. – Você não vai, princesa?
- Leo, vamos! – o irmão chamou a garota e suspirou. Olhou para o pai com uma careta indecisa, fazendo entender tudo.
- Ela já vai, . Pode ir andando. – o homem meneou a mão e o rapaz afirmou depois foi ao encontro dos amigos.

olhou novamente para a garota e sentou mais para o meio dos bancos.

- Ei... – ele disse manso estendendo a mão pra ela, que a segurou. – Eu entendo o seu medo. Colégio novo é sempre assim, mas vai ser incrível, vai ser o lugar onde você mais vai sentir falta na sua vida. Acredita nesse velho. – ele piscou segurando forte a mão dela e a garota riu.
- É o que vem sendo trabalhado comigo. – Leonor soltou uma risada e ele entendeu quem vinha trabalhando o emocional dela.
- E a está certa. Você vai se sair muito bem, Len. – usou toda a segurança que conseguia passar pra ela. – Você é uma garota incrivelmente inteligente, linda, alegre, com o juízo um pouco virado e um gênio pior ainda. – os dois riram alto. – Confia em mim, seu dia vai ser incrível, você não está sozinha, qualquer coisa tem o seu irmão, a Ash e aposto que você vai fazer novas amizades. Afinal, quem não quer ser amigo dessa moça maravilhosa que é Leonor ? – ele abriu um sorriso largo passando força pra garota que se enfiou no meio dos bancos e o abraçou com força.
- Obrigada, papa! – ela o apertou entre os braços ganhando um beijo na bochecha e depois ouviu um barulho de alguém batendo no vidro do carro.
- Vamos logo, mocinha! – Ashley gritava rindo, gesto que fez os dois rirem alto. – Oi, Sr. ! – a garota morena acenou para e ele acenou de volta na mesma animação.
- Oi, Ash! Tudo certo? – ele perguntou esticando a mão pra um soquinho que a garota completou, enquanto Leonor juntava as coisas pra sair do carro.
- Tudo sim! – a moça respondeu sorridente e Leonor abriu a porta traseira do carro para sair.
- Tenham um bom dia, meninas! – gritou acenando exageradamente e a filha agradeceu com uma reverência mais exagerada ainda o fazendo rir alto e negar com um aceno. Era doida igual à mãe.

Ele coçou a cabeça e suspirou vendo quanto os dois haviam crescido em um piscar de olhos, do nada sua garotinha estava quase uma moça e quase um homem feito, é ele estava ficando velho e as rugas juntamente com os cabelos brancos que insistiam em aparecer mais a cada dia era o que mais denunciava aquilo.
passou o cinto, mas antes de ligar o carro viu o filho cumprimentando uns colegas ao longe o fazendo perceber que todo adolescente ali tinha algum meio de transporte, o homem fez uma careta vincando as sobrancelhas enquanto procurava por qualquer vestígio de outro pai ou responsável que estivesse ali pra deixar um deles e sua procura foi frustrada. Não tinha. Será que os dois não se sentiam envergonhados em ter que pegar carona com os pais até o colégio? Leonor nem tanto, mas estava naquela situação há dois anos. aumentou ainda mais a careta e saiu da vaga em frente ao colégio mais do que decidido, ele ia comprar um carro para os dois.
O quanto antes!



Chapter Three

- Você vai fazer o teste para as cheerleaders, Leo? – Ashley perguntava enquanto as duas garotas andavam no corredor rumo ao refeitório do colégio onde tinha informado que era.
- Estou com vontade, Ash. – a garota riu. – Mas você sabe que essas garotas costumam ser cruéis, eu não sei. Bate um certo medo de vez em quando. – Leonor fez uma careta enrugando o nariz.
- A gente devia tentar, vai que é legal! As coisas mudaram. – a garota negra deu de ombros e as duas riram.
- Vamos falar com o , ele com certeza vai saber informar sobre tudo. – a filha mais nova dos disse rindo quando as duas entraram de fato no refeitório do colégio.

Leonor respirou fundo por ver tanta gente desconhecida na sua frente e agarrou ainda mais a alça da mochila. Não era nada demais, ia dar certo, eram apenas pessoas novas, um colégio novo. O high school inteiro assustava para falar a verdade, mas ela não estava sozinha e como seu pai havia dito, iria fazer novos amigos, afinal, ela era Leonor e não era a brincadeira de qualquer garoto idiota que iria lhe abalar.
- Leo! Ash! – gritou acenando com a mão levantada pra que elas fossem para a mesa onde ele estava e as duas sorriram aliviadas, depois andaram a passos rápidos para lá.
- Oi, ! – Leonor apertou o irmão entre os braços e sentou exatamente ao lado dele o fazendo rir.
- Oi! – ele beijou a cabeça dela a abraçando de lado. – Oi, Ash. – o garoto esticou a mão pra soquinho, gesto que a amiga completou. – Então, pessoal, essa é minha caçulinha linda, Leonor pra vocês. – ele apontou para os amigos na mesa e os garotos riram acenando. – E Leo para as garotas. Essa outra moça é a Ashley, siamesa da minha irmã e o mesmo é válido sobre o nome. – os jovens na mesa riram. – Esses são Mark, Lisa, Catherine e Andrew, que vocês já conhecem. – ele apontou para os amigos à medida que ia falando.
- Hey, pessoal! – Leonor acenou rindo e Ashley fez a mesma coisa.
- Já comeu? – perguntou a irmã com o cuidado que sempre tinha quando o assunto era ela.
- Nops! – a garota riu. – Eu e a Ash viemos logo pra cá quando a gente te viu.
- Ok, vou comprar o almoço de vocês, não saiam daqui. – o garoto levantou do banco. – E vocês... – ele apontou para todos presentes na mesa. – Não traumatizem a garota. – o rapaz fez uma careta se afastando da mesa e todos riram.
- Socorro! – Lisa deu um gritinho com os olhos arregalados e Leonor arregalou os dela, meio confusa com a reação da garota. – Como é ter um pai mundialmente famoso? – a moça perguntou um tanto eufórica e Leonor entortou a boca. Será que tinha mentido sobre suas origens?
- Assim, eu não sei se vocês sacaram. – a garota riu meio morta, ouvindo a gargalhada estridente de Ashley. – Mas aquele moço com o mesmo nome do meu pai, por acaso, também é meu irmão. – ela disse rindo e ouviu as risadas na mesa.
- Eu sei! – Lisa deu um gritinho.
- Mas o evita de falar sobre qualquer coisa sobre o cara da banda! – Catherine disse fazendo um gesto como se fosse um letreiro com as mãos e Leonor riu alto.
- Porque ele não é o cara da banda. – a garota disse de forma óbvia fazendo a loira enrugar um pouco o nariz pela pose da caloura. – Ele é meu pai e o pai do . – ela mordeu a boca e suspirou sem poder realmente completar a frase com “e o marido da minha mãe”. – é apenas um sobrenome, assim como o da Ashley. – Leonor apontou pra amiga que afirmou com um aceno.
- O Andrew conhece o Sr. . – Ashley disse rindo e apontou para o melhor amigo de .
- Meninas, é perdido, eu já tentei enfiar nessas cabecinhas que o é normal como todo mundo, mas elas não entendem. – o rapaz disse rindo e elas riram junto.
- Vocês foram criados em meio a uma banda. – Catherine voltou a sua convicção e Leonor suspirou. Qual era o problema? O Pai dela era normal igual todo mundo, a família dela também! Normal até demais e ela preferia que os dois não tivessem separados. – Tem noção do quão legal isso é?
- Tenho. – a mais nova soltou uma risada. – Isso é sim muito incrível, mas algumas vezes se torna um pouco chato, porque por mais que os meus pais tentem ao máximo proteger a minha imagem e a do , eles não conseguem. – ela explicou os vendo afirmarem e continuou: – Agora não, agora é sim muito incrível ser parte do Simple Plan, mas já aconteceram algumas coisas meio chatas. Principalmente quando xingavam a minha mãe gratuitamente, ela não fez nada pra ninguém, ela não tem culpa de nada, isso me deixa muito puta da vida, demais. Só que a gente aprende a relevar com o tempo, afinal, esse tipo de coisa sempre vai ter. – a garota deu de ombros vendo quatro pares de olhos meio arregalados com o discurso dela.

Sério que ela tinha aquela maturidade pra tão pouca idade?

- Eu achei que só o fosse assim. – Mark fez uma careta confusa e abismada. – Mas que lavagem cerebral fizeram em vocês? – o moreno perguntou meio morto o que causou gargalhadas estrondosas em quem estava na mesa.
- É o benéfico de ter pais tão novos, a gente acaba crescendo junto com eles. – a garota riu e sentiu seu estômago reclamar. – Cadê o ? Eu estou com fome. – ela fez careta olhando para onde as badejas e a comida estavam vendo o irmão comprando seu almoço.
- Tão novos quanto? – o rapaz perguntou rindo e Leonor arqueou uma de suas sobrancelhas.
- Novos ao ponto de seus pais terem menos de quarenta, bem menos. – a garota piscou e o viu arregalar um pouco os olhos.
- Tapado! – Catherine disse rindo alto e deu um tapa na cabeça do amigo, desmanchando um pouco o clima que queria se instalar ali. – Mas me contem, meninas, estão interessadas em participar do time das cheerleaders? – a loira perguntou com um sorriso brilhante demais. – Estamos querendo colocar mais gente no time, virei capitã esse ano.
- Não sei, a gente estava pensando que pode ser, sei lá. – Ashley deu de ombros, rindo.
- Queríamos não apressar tanto as coisas. – Leonor disse com um sorriso e viu o irmão chegar perto com duas bandejas, ele colocou uma na frente dela e ou na frente de Ashley.
- Agora comam, ou eu sou morto por duas mulheres raivosas. – brincou sobre as mães e as duas garotas riram. – E apressar o quê, Leo?
- Cath chamou as duas pro time. – Lisa disse animada e o garoto arqueou as sobrancelhas.
- Vocês vão? – o rapaz perguntou com uma pequena careta e a irmã deu de ombros enquanto comia.
- Não sei, pode ser que sim. – Leonor fez uma pequena careta rindo. Sabia que no mínimo aquela simpatia toda da tal Catherine se devia ao fato de ela ser irmã do , que fazia parte do time do colégio, ou a simples questão de a garota ter no nome. – Mais pra sim do que pra não. – ela riu e o irmão riu junto. – Quando vai ser o teste?
- Na quarta. – Catherine piscou sorrindo e Leonor afirmou com um aceno e um sorriso fechado. riu começando uma conversa paralela na mesa que destoava completamente do assunto anterior.

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- ? falou assim que a mulher atendeu ao telefone.
- Hey. – ela respondeu ao cumprimento dele, enquanto organizava algumas coisas para serem esterilizadas dentro da mine autoclave. – Aconteceu alguma coisa? – a mulher fez careta com a ligação àquela hora da manhã. Será que tinha dado B.O. no colégio?
- Não, não. – ele soltou uma risada espontânea pela preocupação recorrente dela. – Eu queria comprar um presente para os meninos, mas queria te perguntar o que você acha antes de eu comprar.
- O que eu acho? – ela soltou uma risada anasalada. Aquilo era pretexto pra ligar pra ela, não tinha outra explicação plausível. – Você é o pai, . – a mulher disse de forma óbvia. – Eu não preciso resolver tudo.
- Eu sei, . Mas eu quero dar um carro a eles!
- Um carro? – soltou um grito meio esganiçado. – Qual a necessidade de um carro? Eu vou deixar, eu vou buscar, você também. – ela dizia com o telefone preso entre a cabeça e o ombro, enumerando nos dedos mesmo que ele não pudesse ver. – E quando eles precisam, usa o meu.
- É exatamente essa a necessidade, . – o homem disse rindo, achando engraçada a reação dela. – Eles precisam se desprender um pouco da gente, começar a andar com as próprias pernas. Um carro é a responsabilidade ideal, se não der certo... A gente tira. a desarmou de todos os argumentos que ela preparava, apenas com uma frase e a mulher suspirou se dando por vencida. Afinal, ele tinha razão, talvez fosse hora de dar mais responsabilidade aos dois. – Sem falar que os dois são os únicos no colégio que pegam carona com os pais.
- Qual carro? – ela perguntou de uma vez, se endireitando na postura e segurando o peso do corpo em uma das pernas.
- Então, ... – o homem soltou uma risada um tanto culpada, usando o apelido justamente para amolecer a mulher. – Um Porsche?
- É o quê? – ela soltou um grito esganiçado. – Um Porsche? Você pirou? Você não vai entregar um Porsche na mão de Leonor e .
- , qual é? – ele riu alto. – O carro é incrível! Os dois vão adorar! Imagina a carinha deles quando verem o carro, os gritos! Vai ser incrível!
- Não! Você é completamente louco, o preço disso deve ter o preço do meu e o seu carro, juntos. Você não vai comprar um Porsche, . – ela disse entrando em um estado de desespero, sabendo a que ponto ele chegaria se não fosse barrado e o ouviu rir alto. – Qual o preço disso?
- Mais de sessenta. – ele disse baixo, quase em um sussurro.
- Quanto? – perguntou mais uma vez, achando não ter ouvido direito.
- Mais de sessenta. alterou a voz, esperando o grito indignado.
- Você bateu a cabeça em algum lugar! – ela riu desesperadamente. – Não tem condições.
- Claro que eu não bati. É um carro! É um Porsche, é maravilhoso!
- Custa mais de sessenta mil dólares, ! Você não é uma máquina de dinheiro. – ela soltou outro grito esganiçado e o ouviu rir ainda mais alto. – Você não tem um Porsche, você não vai dar um Porsche aos meninos, nenhum dos colegas deles tem um Porsche!
- ... – o homem implorou de forma manhosa a fazendo rolar os olhos. – Dá pra comprar e você sabe disso! Não vai ser qualquer peso no orçamento.
- Eu sei, mas você não vai. – ela esganiçou novamente.
- Mas e o carro dos meninos? – ele perguntou choroso, bufou mais uma vez.
- Você tem um limite de quinze mil, , e faça bom proveito do dinheiro. – a mulher estipulou o fazendo rir. – Eu estou falando sério. – ela riu também.
- Vinte e não se fala mais nisso. – o homem disse feliz, com a euforia transbordando na voz. – E eu não vou comprar nada usado. – os dois riram.
- Você parece criança. – sacudiu a cabeça, rindo junto com ele. – , você tem um limite de 20 mil, dê seus pulos. – a mulher disse rindo e o ouviu gargalhar. – E outra, . Se você aparecer com qualquer coisa lá em casa que seja visível que custe mais de vinte, eu te faço entregar. Combinado?
- Combinado, ! Você é quem manda. respondeu mais animado do que qualquer outra coisa fazendo a mulher rir. – Até mais tarde! Beijo!
- Até, . – riu. – Beijo. – ela sacudiu a cabeça rindo e tratou de espantar o sorriso bobo que insistia em ficar na cara, principalmente com a história do “Você é quem manda”, quem dera ela mandasse mais em qualquer coisa.

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Já era quase fim de tarde quando entrou na rua de casa com seu Jeep Compass e logo viu encostado em um Renegade preto novinho em folha. Ah, filho da mãe, ele tinha conseguido mesmo?
O homem usava boné, óculos escuros e pelas roupas parecia um garotão com menos de trinta. Ela riu pelos próprios pensamentos e sacudiu a cabeça enquanto mordia levemente a boca, ela pegou o controle do portão e o abriu, fazendo procurá-la e acenar com um belo sorriso. Aquele homem não tinha limites e provavelmente nunca iria ter.
- Um Jeep? – perguntou rindo ao parar o carro na entrada da garagem e o viu dar de ombros com um sorriso gigante.
- Fazer o quê? Os têm um complexo por carro grande. – o homem riu e abriu os braços como se não pudesse fazer nada em relação aquilo, ainda que lá no fundo pedisse um abraço. saiu do carro deixando suas bolsas por lá e andou na direção do ex-marido.
- É lindo. – ela sorriu vidrada no Jeep, fazendo sorrir junto, mesmo que fosse em reação ao sorriso da ex-mulher.
- Obrigado. – piscou pra ela como se aquele elogio fosse pra ele e a mulher mostrou a língua.
- Não é uma total mentira, mas eu falava do carro. – disse rindo e o viu praticamente inflar com o elogio mascarado. – E eu quase comprava esse quando fui trocar, mas o Compass me ganhou completamente. – os dois riram e logo se cumprimentaram com um abraço breve, que se tornou apertado, assim como todos os outros depois que ele tinha chegado, completando com um beijo na bochecha.
- Já disse, somos complexados por carro grande. Espaçosos. – disse rindo ainda abraçado a ela, mesmo que um abraço frouxo, mas sem a menor pretensão de soltar. Os dois riram. – Lindo, não é? Achei bem a carinha dos dois, aproveito e ensino a Len a dirigir.
- Maravilhoso. – a mulher se esticou mais um pouco e passou a mão no carro que estava encostado. – Vai ser cada grito, vão passar a noite sem dormir, elétricos. – os dois riram mais uma vez, sabendo que aquilo era certo. Ela abriu um sorriso incrivelmente largo ao ter percebido o que ele tinha falado sobre ensinar a filha a dirigir. – Vai mesmo ensinar Leonor a dirigir?
- Claro! – o homem disse tão eufórico quanto sabia que a filha ficaria. – Por quê?
- Nada. – deu de ombros. – Ela já tem uma certa noção, ensinei algumas coisas.
- Ah, não. – ele soltou um grito inconformado a fazendo rir alto. – Poxa, ... – fez um bico inconformado a fazendo rir um pouco mais e afastar um pouco dele. – Eu já tinha planejado tudo! Você é uma estraga prazeres.
- Eu não ensinei nada, bobão! – a mulher riu alto o vendo fazer uma careta totalmente indignada. – Só queria ver tua careta!
- Você é malvada, . – apontou a fazendo rir alto e negar com a cabeça.
- Sou nada. – bateu levemente no braço dele. – Mas me conta. E o preço? – ela perguntou com os olhos quase faiscantes de curiosidade e o viu fazer uma careta entortando a boca, como se não quisesse dizer o preço do carro e suspirou apertando o nariz na junção dos olhos. – Só diz o preço. – a mulher pediu com os olhos fechados, o que a impediu de ver a cara de riso que ele esboçava.
- 19.745 mais precisamente. – disse rindo e viu a ex-mulher arregalar os olhos de uma vez. – Você disse vinte mil. – o homem alertou-a, tirando o comprovante de dentro da carteira que estava no bolso traseiro da bermuda e a viu rir alto e de forma espontânea.
- Você conseguiu. – estreitou os olhos ainda rindo e deu de ombros com um porte completamente convencido, depois abriu o sorriso largo e frouxo que sempre aparecia quando o assunto era a mulher.
- Sempre consigo. – ele fechou os olhos e deu de ombros com as mãos enfiadas no bolso da bermuda, fazendo sorrir abobada com a cena. – E eu sou louco de contrariar o que você diz, mulher? – perguntou rindo e a viu rolar os olhos, depois abriu a porta do carro pegando os documentos do automóvel.
- Você fala como se eu tivesse moral pra mandar em qualquer coisa. – soltou uma risada pela cara de tédio que esboçou.
- Aí são todos os papeis, guarda, porque você sabe como os dois são. – o homem mordeu levemente a boca entregando a pasta transparente a ela e afirmou com um sorriso, recebendo. – Eu queria pôr você como titular do carro, mas eu não sabia se podia. – disse ainda receoso.
- Se podia? – vincou as sobrancelhas meio confusa. – Você tem a cópia autenticada de todos os meus documentos já pra evitar qualquer problema. – ela fez uma careta mais confusa ainda e o viu rir sem graça.
- Eu sei que tenho, , como você também tem tudo meu guardado aí...
- Ou você perder. – ela cortou a frase dele e os dois riram alto.
- Não mais, criei juízo. – levantou o indicador, se mostrando orgulhoso de sua postura e fazendo a mulher afirmar com uma risada. – Mas eu não sabia se podia mais usar seus documentos sem seu consentimento, na verdade. – o homem soltou uma risada anasalada pela rolada de olhos que ela deu.
- Homem complicado. – ela tentou disfarçar a voz em uma tossida e o viu rir alto, depois virou olhando para o fim da rua, enquanto sacudia o cabelo cacheado por puro hábito. Hábitos esses que faziam tanta falta a e o prendeu completamente, o fazendo por um segundo fechar os olhos e respirar fundo sentindo o cheiro que emanava do cabelo dela. – Olha! Eles vêm ali!

disse de uma vez apontando pro fim da rua e o ex-marido abriu os olhos repentinamente, alargou ainda mais o sorriso, fazendo questão de mostrar quase todos os seus dentes e começou acenar para os filhos de forma exagerada, o que causou algumas risadas neles e em alguns amigos que os acompanhavam, por certo moravam ali por perto e os únicos que conhecia, eram Ashley e Andrew. A mulher sacudiu a cabeça com o exagero dele e riu junto com os meninos.
Os dois se despediram dos amigos, que após cumprimentarem e , se espalharam pelo condomínio na intenção de ir pra casa.

- Pai! – Leonor gritou pulando no pai.
- Oi, princesa! – o homem a abraçou fortemente, beijando a bochecha da filha, enquanto o irmão soltou uma risada e abraçou , beijando a cabeça dela e sendo apertado no abraço pela mãe. – ! – ele chamou o filho com um aceno, não aceitando não como resposta e puxou o garoto pro bolo de abraços, apertando os dois o máximo que podia. – Como foi o primeiro dia? – riu levemente, curioso e bagunçou o cabelo dos dois os fazendo rirem.
- Normal! – o rapaz deu de ombros e escorou no carro ao lado do pai, ainda o abraçando.
- Foi ótimo! Ótimo! Ótimo! – a garota disse animada enquanto intercalava as palavras com beijos na bochecha da mãe. a agarrou com força, como se a filha fosse um bicho de pelúcia fofinho e as duas riram alto. – Não foi tão assustador quanto eu esperava. – Leonor riu sendo apertada pela mãe.
- Claro que não foi. Era apenas um colégio novo, coisinha. – riu.
- Apenas. – , o pai, disse com deboche e riu alto.
- Shiu! – a mulher meneou a mão os fazendo rir mais.
- Mas e esse carro? – o garoto perguntou colocando a aba do boné pra trás e virando pra olhar de verdade o Renegade.
- Realmente. – Leonor fez careta com o carro “desconhecido” ali. – Algum de vocês trocou o carro?
- Nops. – sacudiu a cabeça parecendo uma criança e os filhos riram. – Não trocamos, mas eu pensei e a mãe de vocês concordou. – o homem apontou pra que fez uma reverência exagerada os fazendo rirem. – Depois de muita luta... – ela rolou os olhos pela alfinetada e riu. – Que nós podíamos dar um carro aos dois! – ele especificou bem e viu os dois adolescentes arregalarem os olhos.
- Um carro? – o rapaz soltou um grito esganiçado arregalando os olhos e praticamente se jogando em cima do Renegade.
-
Pra gente? – Leonor soltou a mochila no chão e como em um piscar de olhos, pulou perto do Jeep preto.
- Ai, meu Deus! – Eliot enfiou as mãos no cabelo completamente pasmo e surpreso com o carro que estava na sua frente. – Um carro, Leo! – ele arregalou os olhos abraçando a irmã com força. – Um carro!
- Eu estou vendo! – a garota disse abismada do mesmo jeito e quase hiperventilando. – É um Jeep, igual ao da mamãe!
- É quase isso! – a mulher riu, fazendo rir junto e entregar a chave na mão do filho.
- Vão, vão dar uma volta! Testem o carro. – o homem disse encantado com a reação dos dois que arregalaram os olhos e logo esmagaram os pais como o mais puro agradecimento pelo presente. – Vão logo! – riu soltando os dois que já tinham abraçado . – Parem de perder tempo aqui.
- Obrigado, pai e mãe! – o agradecimento saiu em coro, enquanto os dois entravam no Renegade preto e sorriu imensamente encantada com o jeito dos dois, os vendo saírem logo com o carro dali.

riu sacudindo a cabeça e pegou as duas mochilas que estavam no chão, uma estampada com algumas flores pequeninas e vermelhas e a preta de , colocando as duas nas costas, uma de cada lado.
- Eles não vão voltar tão cedo. – o homem riu olhando pra e a mulher afirmou com um aceno de cabeça. – O Hulk tá aí ainda? – perguntou sobre o cachorro que sempre pertencera a família e soltou uma gargalhada estrondosa.
- Sim, sim, o monstrinho está lá no quintal. – ela disse com um sorriso frouxo, estendendo a mão pra pedir as mochilas e o homem negou com um aceno de cabeça no maior estilo “mulher na minha companhia não trabalha”. – Quer levar ele pra andar? Os meninos iam levar hoje, mas bem, você viu a euforia com o carro.
- Sim, claro! – sorriu agradecido e satisfeito enquanto os dois entravam na grande e arejada casa. – Você vai junto, ou vai ficar aqui? – o homem mordeu a boca mesmo sem perceber, colocando as mochilas no estofado e mordeu a boca por dentro.
- Adoraria poder ir. – ela riu baixo um tanto frustrada. – Mas além de ter trazido trabalho pra casa, preciso terminar antes das 18h00min. – fez uma careta enrugando o nariz, mas na esperança que ele insistisse mais uma vez.
- Regras. – afirmou com um sorriso fechado sobre uma regra que permanecia naquele lugar desde sempre, a noite não era horário de estudo sem urgência, ou trabalho, a noite era o momento da família. – Vou levar o Hulk pra ver o mundo. – ele apontou na direção do quintal, depois beijou-a na bochecha de surpresa, logo seguindo na direção do quintal.

O que ele precisava fazer para conseguir aquela mulher de novo? Ser calmo e paciente não estava lá tendo tanto efeito, talvez fosse à hora de começar ser incisivo.

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Os dias pareciam voar na concepção de , que mal havia tido tempo concreto para ficar e sair com os filhos, isso sem falar de , vendo que uma viagem já estava praticamente no seu nariz. Eles passariam uma semana fazendo shows no Reino Unido e logo voltariam pra casa pra uma temporada mais calma até o fim de setembro.
Ele acordou com o despertador desesperado que mais parecia anunciar um incêndio e esfregou o rosto fazendo uma careta horrenda. Sim, ele estava sozinho mais uma vez, sem ela, sem os meninos fazendo barulho e brigando por qualquer besteira e mesmo que tivesse passado um ano daquele jeito, não tinha acostumado a acordar sozinho, sem qualquer beijinho de bom dia, um abraço apertado, ou até uma risada escandalosa. Ele só queria sua vida de volta, porque sabia que nunca iria acostumar com aquilo. O homem afastou os travesseiros que faziam quase o mesmo volume de um corpo na cama, o corpo dela na verdade. E levantou sem muita vontade, o dia ia ser chato e longo arrumando malas, principalmente sem os três dizendo sobre o que ele tinha que levar nas viagens ou não.
O pior não era saber que ele tinha passado um ano naquelas condições, o pior era estar no mesmo apartamento que os dois haviam vivido durante anos com os dois filhos. Era saber que tantas coisas boas tinham acontecido ali, uma das melhores épocas da sua vida estava impregnada naquele lugar, que parecia tão vazio e murcho sem ela, que mesmo estando tão perto parecia a milhas de distância.
- Vamos, ! O dia vai ser longo hoje. – ele tentou motivar sua coragem e se espreguiçou no meio do quarto antes de entrar no banheiro para um banho gelado.

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A semana parecia estar correndo e já fazia quase dois dias que o Simple Plan estava fora, fazendo alguns shows no país vizinho e junto trazia a saudade apertada para as famílias. E como de costume quando o cunhado estava viajando, ajudava com os afazeres durante a manhã, Alex, Leonor e já tinha ido para o colégio e as duas irmãs tomavam café juntas na casa da mais velha.

- . – bateu as unhas na mesa de madeira da cozinha e tomou um gole do café quente. A irmã a olhou esperando que ela continuasse. – Sabe aquela época sua difícil com o ? – ela mordeu a boca. suspirou fazendo uma careta e coçou a nuca, onde por coincidência tinha uma pequena cicatriz do acidente.
- Sei, sei sim. – a Mrs. enrugou o nariz.
- Quanto tempo vocês demoraram pra... – mordeu a boca e suspirou. – Você sabe, voltar ao que era?
- Um segundo. – riu alto e soltou uma risada desesperada mexendo o café na xícara. – Ele nunca mudou, sis. A distante era eu, você sabe. – a mulher fez uma careta só em lembrar-se dos tempos difíceis e sacudiu a cabeça. – Ele foi o de sempre o tempo todo, só me deu o tempo que achava que eu precisava pra me recuperar. E eu quase ferro tudo, como você bem sabe. – ela riu meio morta e assentiu sem olhá-la.
- Mas aceitação é complicado no começo, . – deu um sorriso fechado olhando pra irmã. – está distante. – a mais nova mordeu a boca.
- Distante? – fez uma careta se ajeitando na cadeira por puro costume. – Como assim? – ela encostou o rosto na mão.
- Nós parecemos apenas... Amigos. – disse completamente desesperada, o que era evidente no olhar. – Há um, quase dois anos, mesmo a gente teoricamente se odiando, a tensão era completamente outra. – a mulher disse completamente esganiçada e desesperada, vendo rir alto como se aquela fosse a piada do século. – Não ri, ! Ele está diferente!
- , vocês estão nessa história de separação há quase dois anos, ele passou quase um ano fora. – sacudiu a irmã como se quisesse que o juízo dela voltasse pro lugar. – É natural que as coisas tenham mudado.
- Mudado? – a pergunta saiu baixa e completamente amedrontada, fazendo a mulher prender a respiração só em pensar que poderia ter mudado demais.
- Ele está sendo o ex-marido que você tanto queria, agora aguenta! – arqueou a sobrancelha e as palavras atingiram como um soco na boca do estômago.
- Eu mereci! – a mulher assumiu em desespero e enterrou o rosto nas mãos. – Eu só não sei se quero mais. – ela respirou fundo.
- , você precisa entender o lado dele, poxa! Ele não aguenta mais tanto doce, não vai e, honestamente, ele não precisa aguentar. – rolou os olhos e olhou pra irmã com uma expressão completamente sugestiva, sabendo que tinha consciência de tudo aquilo. – O homem é lindo e não fica muito tempo solteiro se ele não quiser. – ela arqueou ainda mais as sobrancelhas e sentiu o estômago sacudir de vez quase a fazendo vomitar.
- Eu não quero mais isso! – a mulher disse com a voz chorosa e abafada nos braços, quando ela mais parecia estar deitada na mesa. – Mas ele está distante. Distante, ! Distante demais! Eu não sei se tem mais volta! – ela atropelava as próprias palavras.
- Odeio te dizer, , mas eu avisei. Eu falei que ia dar problema. – a mulher suspirou e passou a mão no cabelo.
- Eu sei de tudo isso! Eu só não aguento mais. – a mulher suspirou enfiando os dedos entre os cabelos e fez uma careta de pesar.
- Não quer mais o que, ? – a mais velha mordeu a boca prendendo a risada. Ia fazê-la admitir pra si e para o mundo o que queria de volta.
- Você sabe! – respondeu chorosa como uma criança mimada. riu.
- Desembucha! – a mais velha ralhou. A mais nova enfiou ainda mais o rosto nos braços e tomou fôlego pra soltar tudo de uma vez.
- Eu quero meu marido de volta! Eu sinto falta dele! Eu gosto dele demais e isso não é crime! – praticamente gritou dentro da cozinha sem olhar na cara da irmã e ouviu um grito de comemoração que a fez rir alto e continuar com o rosto enfiado nos braços. – Não faz isso, sua chata! – a mulher riu alto sentindo seu rosto esquentar. – Eu me sinto ridícula!
- Crime foi essa separação! – condenou ainda rindo. – Um crime contra a humanidade! – a mais velha cutucou a irmã como elas ainda fossem às velhas adolescentes e as duas riram. – E eu faço sim, estou vendo a possibilidade do meu O.T.P. junto de novo, me deixa! – as duas riram.
- O.T.P.? Você anda conversando demais com Leonor! – fez careta, deu de ombros e as duas gargalharam. – Os são meu casal perfeito! – a mais nova fez um coração com a mão.
- Os que são e você não me contraria. – tentou manter a linha séria, mas acabou rindo. – Vocês só passaram por momentos conturbados, sis.
- Você acha que eu não me culpo até hoje por ele ter ido embora? – suspirou coçando a cabeça. – E quem me dera ainda tivesse os ! – ela fez uma careta inconformada.
- Eu sei que se culpa, embora isso não tenha sido sua culpa, foi uma válvula de escape dele. – deu de ombros e rolou os olhos.
- Bela válvula de escape. Fizesse boxe! – condenou e as duas se olharam, imaginando o desastre que seria no boxe, depois riram alto.
- E se você quiser, querida. Ainda tem. – a Mrs. disse completamente convicta e riu, incrédula.
- E você realmente acha que eu não quero? – ela arqueou a sobrancelha. – Ele não me olha mais assim. Nós parecemos dois amigos idiotas. – fez uma careta desgostosa e a irmã gargalhou com a declaração. – Sinceramente, está impossível conversar com você. – a mulher bufou fazendo a irmã rir ainda mais.
- Vocês? Dois amigos? – sacudiu a cabeça tentando parar de rir, mas soltou outra gargalhada. – , olha pra mim, presta atenção. – ela estalou os dedos e viu a irmã rolar os olhos. – Vocês nunca serão como dois amigos, não depois de um casamento de mais de 14 anos, porque pra mim, você sabe que não acabou ainda. – a mais nova rolou os olhos sobre o casamento ainda existir. – Não com o brilho que tem nos olhos a cada vez que ele olha pra você, ou fala em você, ou até mesmo a menção do seu nome! – a mulher disse da forma mais explicada possível e arregalou os olhos. – Então, pelo amor de Cristo, não me fala que ele 'não te olha mais assim', porque ele olha.
- Não tem brilho, ! – disse completamente esganiçada e até assustada com a quantidade de coisas que estavam sendo jogadas em sua cara. – Eu não o quero parecendo um secador ambulante, até nós temos dois filhos! – ela esganiçou mais uma vez. – Ele não me olha mais como mulher, !
- Como é, ? – a mulher perguntou completamente indignada. – Você só pode ter bebido álcool em gel pra falar merda a essa hora da manhã. – ela olhou pro pulso como se lá tivesse um relógio e fez a irmã rir baixo, mesmo que sem vontade. – O seu sorriso ainda está bem presente. O sorriso-. Pelo amor de Deus. – enfiou as mãos nos cabelos impaciente e até irritada pela lerdeza da irmã.
- Sorriso-? – a mulher soltou uma risada desesperada e até nervosa. estava doida?
- Sim, é parecida com a forma que ele sorri quando olha pros filhos. Mas o brilho é diferente. – soltou uma risada baixa acompanhada de um aceno de cabeça e viu a irmã vincar a sobrancelha como se tentasse lembrar de algo e instantaneamente as bochechas de corarem violentamente. Sinal que ela tinha lembrado! – Eu disse! – a mais velha arregalou os olhos apontando pra irmã.
- Ai droga! – riu passando as mãos no cabelo. – É pecado eu querer mais incisivo? Sinceramente, eu não o aguento mantendo tanta distância. – ela fez careta e a irmã riu alto.
- E desde quando você se preocupa se alguma coisa é pecado quando se trata de ?
- SHIU! – fez sinal de silêncio e as duas riram. – Não fala assim que me sinto um caso perdido.
- só está respeitando uma decisão que vocês tomaram quando decidiram se separar. – deu de ombros mostrando a obviedade do fato. – Mostra pra ele que você mudou de ideia, ele não tem como adivinhar. E assim que você mostrar, o seu marido vai agir!
- E não foi bem assim, no primeiro ano de briga foi o ano que nós mais fizemos sexo, se duvidar. Já era certo, se a gente brigava, acabava na cama. – riu colocando a mão no peito como se sentisse saudade e fez cara de nojo. – Não quero mais andando na linha. Não gosto! – ela negou com uma risada frouxa ao ouvir a frase que tinha saído de sua boca e as duas riram alto.
- Faz ele sair da linha, mulher! Você é a mais efetiva nesse ponto há séculos! – rolou os olhos fingidamente e abriu um sorriso completamente malvado e sugestivo, fazendo a irmã gargalhar.
- Credo! Me sinto um gogo-boy invertido! – ela fez careta, o que só causou as risadas mais escandalosas nas duas.
- Você entendeu, ! A questão é que nenhuma mulher é você! – piscou pra ela e viu a irmã inflar o peito.
- Espero que ele ainda ache isso! – as duas riram. – Porque, pelo amor de Deus, convenhamos, é lindo, gentil, gostoso pra caramba e bom, safado. Ele tem a mulher que quiser! – fez uma careta ao dizer aquilo, sabendo que não queria mulher nenhuma com as mãos nele.
- E ele vai arranjar, se você não levantar a bunda da cadeira! – apontou tomando um gole de café e enrugou o nariz.
- Ele não vai. – a mulher disse convicta e abraçou a irmã de uma vez, que soltava gritinhos animados pela decisão da outra. – Adoro conversar com você! – a apertou mais entre os braços, como se fosse um bicho de pelúcia e beijou mais uma vez a bochecha dela.
- Eu também, sis! Uma das melhores coisas do dia! – a mais velha abriu um enorme sorriso, abraçando pela cintura com toda a sua sinceridade. E a mais nova a sacudiu como se ela fosse um brinquedo. – Para! Não me sacode, que coisa! Mania chata que vocês têm. – a fingiu ralhar e as duas riram.
- Mas eu preciso ir! – beijou a cabeça de mais uma vez, em um gesto de puro cuidado como se fosse a irmã mais velha da situação. – Estou atolada de curativos hoje, muito, muitos, muitos. – ela fechou os olhos pra dar mais intensidade ao que falava e as duas riram. – E eu tenho que canalizar o tesão no trabalho, ou eu enlouqueço! – a mulher piscou vendo gargalhar.
- Isso! Trabalha, trabalha muito! Eu também vou me afundar no trabalho. Não pelo mesmo motivo que você, claro. – a mais velha deu de ombros com um sorriso pra lá de malicioso e rolou os olhos.
- Vai! Esfrega na minha cara que você tem uma vida sexual ativa, sua vaca! – ralhou e de repente fez uma careta pelo palavreado técnico. – Nossa, isso soou tão enfermeirinha. – as duas riram alto. – Estou indo! Qualquer coisa me liga, ok?
- Esfrego mesmo, fofa! – mandou um beijo enquanto ria. – E sim, muito enfermeirinha, sai daqui! Vai logo! Eu ligo se precisar!
- Isso não se faz! – fez um bico inconformado, depois mandou beijos pra irmã. – Tchau, beijo! Dá um beijo no Alex por mim!
- Pode deixar, mando sim! – esboçou um sorriso bonito. – Beijo, tchau! – ela mandou alguns beijos e as duas riram com o desespero de ao sair pelo quintal, correndo como sempre, ou se atrasaria pro trabalho. – Sinceramente, esses dois merecem uns bons tapas. – riu da própria frase baixa e negou com um aceno, voltando aos seus afazeres em casa.

-x-x-x-

bocejou mais uma vez naquela madrugada e fez uma careta horrenda ao ver a quantidade de papéis ainda espalhados pela mesa da cozinha. A mulher esfregou os olhos e pegou a caneca decorada para pôr mais um pouco de café, foi até a cafeteira e encheu a xícara da cor escura, voltando para seu posto de trabalho na madrugada. Assim que sentou na cadeira, ela sentiu a mesa tremer e logo tratou de afastar os papéis em busca do celular que tocava. ? O que ele fazia ligando àquela hora? Era melhor descobrir!

- Oi? Aconteceu alguma coisa? – soltou bem preocupada assim que atendeu ao telefone. – Você está bem?
- Oi, ! – a voz do homem exalava animação, uma animação que a fez rir aliviada. – Eu estou ótimo! Liguei só pra conversar, bater um papo, ouvir a sua voz... – a última parte saiu baixa, porém firme. prendeu de leve a respiração, ao mesmo tempo que sorria feito boba.
- Às duas da manhã? – a mulher perguntou soltando uma risada contagiante, soltando todos os papéis que gritassem trabalho e se concentrando apenas na ligação.
- Me dei conta disso depois que eu tinha discado, mas até agora você não me xingou, então suponho que você estava acordada. – ele disse como se adivinhasse o maior segredo do mundo e os dois riram. – E você, tudo certo por aí com nossos pestinhas?
- É, estou acordada sim, estava revendo a papelada da clínica, regada a café! Mas tudo certo. – riu de leve. – Os dois não me deixaram trabalhar hoje. Eles me arrastaram pro centro da cidade, alegando que eu precisava ver gente. – ela disse como se aquilo fosse um absurdo.
- Milagres acontecem! – o homem comemorou sobre ela ter saído de casa, a fazendo rir. – Eu até ia dizer que você tinha que dormir, por que está tarde e os papeis não vão fugir. Mas tá bom demais assim, então fica aí mesmo! – a declaração sincera saiu sem qualquer filtro, fazendo com que sorrisse de forma involuntária, enquanto rodava de leve a aliança no dedo anelar.
- Saudade da minha voz, Mr.? – ela resolveu entrar na brincadeira dele.
- Muita, Mrs.! foi direto a fazendo sorrir boba. – E eu concordo com os meninos que você precisa ver gente. Você é bonita demais pra ficar presa em casa e na clínica.
- Não estou nada bonita nos últimos dias! – ela tentou desviar do elogio. – Além de estar parecendo um zumbi cheia de olheira e descabelada, estou vivendo a base de café.
- Duvido! Duvido mesmo! Em 20 anos você nunca esteve feia, não ia começar agora! – ele disse todo galante fazendo a mulher rir. – Mas me fala... café, é? E tá bom esse café? – a pergunta saiu um pouco mais grave que o normal.
- E sim, café. Que está ótimo pra sua informação! Aprendi a fazer um café gostoso, forte e quente! – a mulher mordeu a boca prendendo uma risada, esperando que a conversa tomasse o rumo que sempre tomava quando eles se ligavam durante a madrugada. Aquilo não poderia ter se perdido com o tempo, não poderia mesmo.
- Forte, gostoso e quente... – o tom malicioso na voz dele era tanto que não poderia ser confundido com o acaso e a fez rir um tanto descontrolada, como se denunciasse seu nervosismo.
- Por Deus, ! – ela repreendeu esganiçada e o homem soltou uma gargalhada espontânea e gostosa de ouvir.
- Eu não disse nada demais. – o cantor se defendeu a fazendo rir. – Você que tá pensando coisa errada.
- Estou bebendo meu café! E eu te conheço! – ela disse rindo.
- Conhece bem demais, graças à Deus! – o homem disse de um jeito engraçado, fazendo os dois rirem. – E sobre esse café, tá dando água na boca! – ela mordeu a boca com o teor malicioso da frase. Finalmente seu marido estava voltando, produção?
- Quem sabe se quando você vier por aqui, você experimenta? – ela deu de ombros, em uma frase mais carregada maliciosamente que a dele.
- Ah mulher, eu vou cobrar. Com certeza, eu vou cobrar. – ele soltou uma risada trêmula até certo ponto.
- Cobra, que eu faço.
- Isso estende para outras coisas também? afunilou ainda mais o nível da conversa, fazendo os dois rirem.
- Depende do que você quer. – deu mais corda ainda e deu de ombros.
- O que eu quero? , eu quero muita coisa! – a mulher arregalou os olhos com o teor da frase.
- Que merda, ! – ela soltou um gritinho indignado fazendo o homem rir alto e consequentemente, ela também. – Para de ficar dizendo essas coisas. – xingou e antes que ele pudesse começar com sua defesa furada, ela continuou: – Safado! Você sabe muito bem o que tá pedindo!
- Pra você pensar com carinho, muito carinho, nas minhas propostas. – o homem respondeu como se aquilo fosse óbvio e inocente.
- Eu sei bem o carinho que você quer! – ela o acusou rindo.
- Já disse que você me conhece bem demais. suspirou, a fazendo sacudir de leve a cabeça. Os dois suspiraram de uma forma aliviada.
- Ai... Perdi a vontade de trabalhar! – ela respirou fundo, se largando mais na cadeira. – Que horas aí?
- Finalmente alcancei meu objetivo! – o homem deu um gritinho animado. – Conversando comigo sem empecilhos. – os dois riram. – E acabei de acordar, são mais de nove aqui. Ainda estou na cama, mas tá tão vazia.
- A minha tem dois pestinhas. – ela mordeu a boca com um sorriso frouxo abrigado nos lábios. – Vez ou outra eles dormem comigo.
- Como eu queria, meu Deus, como eu queria. – a voz do homem era suplicante e fez surgir uma careta de dó em . Ele falava de dormir com os meninos, ou com ela?
- Daqui a pouquinho você volta, não se preocupa. – ela disse tentando o confortar e mesmo sem saber, fez o homem sorrir bem bobo. – Eu vou dormir, tudo bem? Ou amanhã eu não acordo e fico feito uma múmia. – os dois riram e ele assentiu com um resmungo.
- Não. Espera! Espera aí. Minha foto! disse em um sobressalto.
- Sua foto? A internet ta cheia de foto sua! – a mulher zombou.
- Eu estou falando sério, mulher! Eu preciso comprovar que você está parecendo um Zumbi. O que é bem difícil. Não desligo esse telefone sem minha foto! Me dá minha foto! Vou lançar # no twitter!
- Você não é nem louco de fazer isso! – ela gargalhou com o desespero dele.
- Quer apostar? – o homem perguntou em uma ameaça bem engraçada e fingida.
- Não, não quero. Você é doido! – ela rebateu o fazendo rir. – Como você quer essa foto? – a mulher perguntou rindo, enquanto já se olhava pra ver seu estado.
- Me surpreenda!
- Ok. Espera. – ela disse rindo e logo entrou no chat do WhatsApp. Colocou o celular em cima da mesa e ajeitou a camisola preta no corpo, principalmente o busto que parecia estar fora do lugar. Como a enfermeira sempre dizia, o problema de ter seios grandes é que eles nunca pareciam estar no lugar certo. viu seu reflexo na câmera e deu um sorriso contido, mas que parecia tão brilhante e genuíno. Enviando a foto logo em seguida. – E aí? – ela perguntou com o telefone no ouvido.
- Linda como nos meus sonhos diários! – o homem suspirou apaixonado. – Vai pro bloqueio!
- Você não é nem louco de fazer isso! – ela deu um gritinho esganiçado e desesperado. – Eu te mato!
- Vai virar bloqueio! Céus, você está incrivelmente linda!
- Faz isso e você vai se ver comigo! – ainda continuava em desespero pelas propostas do ex-marido.
- Boa noite, ! Até amanhã! – ele riu e fez barulho de beijo pra se despedir.
- NÃO DESLIGA ESSE TELEFONE, !
- Boa noite! Também te amo! – o homem soltou uma risada larga e desligou o telefone, deixando meio estacada no meio da sala, sem ao menos a chance de dizer que amava de volta.

-x-x-x-

- Tchau, mãe! A gente não demora. – o rapaz beijou a cabeça dela, quase brincando com a altura da mãe e riu.
- Do treino, pra casa. – ela alertou novamente e os dois bateram continência. Leonor ganhou um beijo na bochecha e depois saíram de casa, ainda na euforia de estarem direto dentro do Renegade.

A mulher riu achando bonitinha a animação dos dois com o carro e o melhor, eles vinham fazendo por onde continuar com o automóvel. Ela e tinham acertado na criação dos filhos, mesmo depois de algumas erradas, mas era normal, ser pais tão jovens não era tão fácil quanto parecia. se encolheu no sofá, ligando a TV no canal de desenhos animados e a cada gargalhada, lembrava de alguma coisa da infância dos meninos.

- Len! – a mulher vincou as sobrancelhas com a voz de . Leonor? Mas ela não tinha avisado que ia sair? – Cheguei, mocinha dramática! – ele completou, já tendo entrado na casa pela porta dos fundos e riu.
- Leo não está em casa! – ela se esticou um pouco pra trás no sofá, na intenção de ver a cozinha, mas foi frustrado.
- Claro que está, ela mandou eu vir! – disse confuso, ainda dentro da cozinha. – Me reclamou que eu tinha esquecido dela e a coisa toda.
- Dramática! – foi convicta e os dois riram. – Ela acabou de sair com o . Treino de Hockey. – a mulher baixou o volume da TV, esperando que ele aparecesse logo na sala.
- Mas... – fez uma careta confusa e por fim entendeu onde a filha queria chegar com aquele drama todo. O homem soltou uma risada sacudindo a cabeça e murmurou: – Garotinha esperta!
- Oi? – a mulher perguntou por não ter ouvido com clareza o resmungo dele.
- Nada, mulher! – riu e a fez rir alto pelo “mulher”.
- Você que está falando sozinho aí na cozinha. – disse se ajeitando no sofá. – Vem pra cá! – ela riu, fazendo abrir um sorriso largo com o convite e aparecer logo na sala, onde ela poderia vê-lo.
- Já que a filha não está, eu me contento com a mãe. – o homem deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais e os dois riram alto. Mesmo que ela sentisse seu corpo tremelicar aos poucos com a declaração.
- Você não perde a mania. – a mulher abriu um sorriso frouxo nos lábios. Animada em vê-lo após a viagem, quando a saudade só matava no peito.
- Nunca! – o homem riu e se jogou de uma vez no sofá, a abraçando com toda sua vontade. Abraço que foi retribuído na mesma intensidade por .

A mulher apertou em seus braços, o fazendo praticamente enfiar o rosto no pescoço dela pela proximidade, se largando naquele abraço apertado, cheiroso, gostoso e cheio de saudade. O homem respirou aliviado, sabendo que não era preciso qualquer verbalização pra entender que ela tinha sentido a falta dele, assim como ele também havia sentido a falta dela. Os dois riram como duas crianças e se soltaram, mesmo sem querer exatamente aquilo.

- Gostei da camiseta. – piscou ao ver que se tratava de uma camiseta antiga sua, que com certeza, havia ficado por lá e riu olhando pra peça de roupa.
- Ela ficou aqui. – a mulher sorriu bonito e deu de ombros, esticando a camisa. – Acabei ficando com ela, gosto de vestir quando estou destruída do dia. – olhou pra e o viu sorrir encantado e com a atenção presa nela. Aquele sorriso! Era o que tinha falado ainda existir. Era ele! A mulher sorriu junto. – Ainda tem seu cheiro, não importa o quanto eu lave. – frase que só serviu pra sorrir ainda mais largo, aquele sorriso torto que mostrava todos os dentes claros e fazia as pernas dela tremerem.
- Ela fica melhor em você! – o homem manteve o sorriso e se largou mais no sofá, colocando sorrateiramente o braço em volta do pescoço dela, como se fosse um adolescente com a primeira crush.
- Já ia perguntar se você queria de volta. – escorou o corpo ao dele e deitou a cabeça no ombro do ex-marido, ultrapassando qualquer limite que ele havia mostrado com o cuidado em movimentar o braço devagar. Os dois riram quando ele negou com um aceno, dando um beijo na cabeça dela em seguida.
- Com certeza, fica muito melhor em você. – o homem piscou com um sorriso safado e a mulher riu alto, fazendo uma dancinha, depois foi abraçada com força contra ele. Realmente parecendo dois namoradinhos vendo TV.
- Ganhei! – ela gritou como uma criança e foi abraçada novamente. – Como foi de viagem? – a enfermeira virou o rosto de leve, encostando a bochecha no ombro dele, ao olhar pra cima.
- Maravilhoso, como sempre. – o homem abriu um sorriso largo, a fazendo abrir um semelhante, enquanto se aninhava mais no abraço dele.

Era sempre daquele jeito, sempre voltava com os melhores sorrisos das viagens das turnês.

- Mas e aí, . O que vamos fazer nessa linda noite? – ele perguntou em um tom galante, fazendo um carinho leve com a ponta dos dedos no braço dela. Frase que quase induziu a enfermeira soltar um “Mais um filho, pode ser?”, mas preferiu não começar com certas brincadeiras que não pudesse controlar depois.
- E eu não sei. – fez um bico pensativo. – Comida? – ela deu um sorriso trincado e afirmou com um sorriso satisfeito, como se já soubesse o que ela ia pedir.
- Comida é sempre bom! – o homem piscou e os dois riram.
- Sabe a saudade do seu Poutine*? – a mulher fechou os olhos, como se sentisse o gosto da comida na boca e o homem deu um pulo do sofá, animado.
- Liberado pra usar a cozinha? – esfregou as mãos e puxou a ex-mulher pelos braços na intenção de fazê-la levantar do sofá. Os dois riram.
- Sonhei com esse dia de novo! – respondeu de maneira exagerada, colocando a mão no peito e sem menos esperar, foi puxada pra um abraço em meio a risadas. – A casa é sua! – ela piscou rindo da reação dele e apontou pra cozinha. sorriu e beijou a bochecha dela repetidas vezes, apertando ainda mais a mulher no abraço, quando mais queria beijar ela na boca.
- Então, saindo um delicioso Poutine* para a anjo! – o apelido saiu sem qualquer aviso, fazendo o cantor piscar ao fim da frase e empalidecer quando percebeu o que havia falado.

arregalou um pouco os olhos por ouvir o apelido outra vez, depois de tanto tempo e ainda mais com aquela sinceridade toda. Ela abriu um sorriso meio morto, sentindo o coração bater forte na garganta, enquanto parecia uma estátua no meio da sala.

*É um prato típico da província de Quebec no Canadá, feito com batata frita e coalhada de queijo, cobertos com molho de carne.



Chapter Four

Os dois estavam meio estacados na sala, se olhando como se fossem duas assombrações, tudo por causa de um simples apelido que havia sido trazido à tona outra vez e não sumiria tão cedo. Na verdade, se dependesse de , o anjo nunca teria sido reprimido, mas com a separação era inevitável que algumas coisas se perdessem no caminho. Só que o entrosamento e as brincadeiras estavam tão familiares, que ele saiu sem qualquer aviso.

- Desculpa, é o costume. – o homem disse perdido, mesmo sabendo exatamente onde estava.
- Tudo bem. – abriu um sorriso bonito e espontâneo, mostrando a satisfação em ser chamada novamente daquele jeito. – Eu senti falta. – a mulher mordeu a boca levemente e foi abraçada de lado da forma mais protetora, recebendo um beijo na cabeça.
- Eu também, anjo. – disse baixinho, com os lábios encostados a cabeça dela e os dois andaram vagarosamente pra cozinha da casa, onde a magia aconteceria. Os casal entrou no cômodo que estava limpinho e logo se separaram quando foi em busca das coisas pra fazer o Poutine.
- Cortou o cabelo? – perguntou fazendo uma careta quando ele voltou ao balcão com as batatas. Ela bagunçou o cabelo dele, o vendo rir.
- Cortei. Estava enorme! – deu um sorriso bonito e fechado, enquanto tirava as batatas do saco de tela.
- Eu tinha que ficar mandando você ir! – a mulher soltou uma risada e pegou o resto dos ingredientes na geladeira, voltando pra bancada onde ele estava. – Ou você não ia, ficava dando massada. – ela rolou os olhos e o viu rir alto. – é exatamente do mesmo jeito. – movimentou as mãos de um lado pro outro e ouviu o ex-marido gargalhar.
- Eu ouvia sua voz mandona! – deu uma piscadela pra mulher e a viu abrir a boca em completa indignação, depois voltou aos afazeres como se nada tivesse acontecido.
- O quê? – a mulher colocou a mão no peito, sustentando o peso do corpo em uma das pernas e ele deu de ombros confirmando o que havia dito. – Eu não sou mandona, ! – deu um tapa no braço dele em protesto e o homem se encolheu rindo.
- Não é mentira! – ele arregalou os olhos, assegurando o que tinha dito e separando as batatas maiores em um prato.
- Claro que é! – o empurrou com o quadril e os dois riram. – Você é uma pessoa pública, precisava cuidar da sua imagem ou virava o emo de novo. – ela piscou esperta e ele riu alto fazendo pose, logo começando cortar as batatas. A mulher sacudiu a cabeça levemente e viu o vestígio de barba tomar o rosto dele, uma novidade que há tempos ela não via. – Barba assim em você é novidade. – a frase saiu antes de ser barrada, ao mesmo tempo em que a mão da mulher já ia no meio do caminho pra pegar no queixo dele, mas isso ela parou antes que passasse dos limites.
- Gostou? – virou perguntando de uma vez, fingindo não perceber o interesse e a proximidade dela.
- Oi? – piscou um pouco frenética demais com a pergunta, ainda com o olhar fixo nele e o coração a mil no peito.
- A barba. Gostou? – mudou completamente o tom de voz usado, parecendo sério e sugestivo demais. O cantor pegou a mão dela suspensa e passou por seu queixo, fazendo-a sentir a barba toda e consequentemente, arrepiar e tremer o corpo com aquilo. mordeu levemente a boca, tentando controlar seu estado e o viu com um microsorriso vitorioso e safado. Claro! Era o !
- Você combina com barba assim. – a mulher piscou e o viu sorrir grato, largo e satisfeito com o elogio, sem falar na ponta de malícia que aquele sorriso tinha. Finalmente estava botando as garrinhas de fora e mal esperava para ele colocá-las de vez a amostra. – Ah, acabei de me lembrar. – ela disse rindo e o viu dividir a atenção entre ela e as batatas.
- Põe na água pra mim? – pediu com um sorriso, que quase fechava seus olhos e a mulher afirmou também sorrindo. – O que você lembrou, anjo?
- O está namorando. – pegou um pote grande e encheu com água. – Ele estava tão feliz, tão lindinho, só fala na Madeline. É Mad pra cá, Mad pra lá. – a enfermeira soltou uma risada leve e encantada. – É tão lindinho! – a mulher voltou pra perto do ex-marido com o pote com água, sal e vinagre em mãos.
- Contou! – soltou mais animado ainda, quase sentindo a felicidade do filho. – Na verdade, foi a Len que soltou a boca na minha frente. – o casal riu. – Então ele contou todo feliz e animado! – o homem disse orgulhoso.
- Sim! Ele ficou de trazê-la aqui pra você conhecer e apresentar a garota oficialmente. – sorriu, colocando as batatas cortadas na água e ganhou um leve empurrão pelo quadril de . – A gente marca alguma coisinha quando você estiver de folga. – ela mordeu a boca levemente.
- Claro! – o homem sorriu a encarando profundamente. – Estou ansioso pra conhecer a garota. – os dois riram de leve, mas a mulher coçou a cabeça, soltando um suspiro preocupado com o namoro do filho. – O que houve, anjo? – perguntou com as sobrancelhas um pouco vincadas e acariciou o rosto dela, a fazendo sentir um pequeno choque pelo toque. Ele umedeceu os lábios e colocou uma mecha do cabelo cacheado dela, atrás da orelha.
- Querendo ou não, esse namoro me preocupa. – ela suspirou um tanto pensativa. – Você sabe que está em uma idade perigosa.
- Idade perigosa? – pai perguntou rindo.
- É, basta encostar desse tantinho. – ela mediu com as pontas dos dedos. – E você sabe muito bem o que acontece. – a mulher arqueou a sobrancelha e riu alto. – É praticamente um curto que dá.
- Credo, mulher. Não é assim! – ele reclamou um tanto esganiçado e a viu arquear ainda mais a sobrancelha. – Ok, talvez um pouco. – arqueou ainda mais a sobrancelha. – Tá, . É exatamente assim. – os dois riram alto. – Mas não é só coisa da idade. – coçou a cabeça. – Depende muito da situação também. – ele deu de ombros, vendo a expressão duvidosa dela, como se perguntasse se ele estava exatamente daquele jeito e o homem deu de ombros, não afirmando ou negando. – Mas a gente não deve se preocupar com isso, o é muito ajuizado. Não vejo onde pode dar errado. – o cantor enrugou o nariz e afagou a cintura dela, dando um beijinho na bochecha em seguida.
- Você também era! – prendeu a risada e o homem suspirou saturado pela insistência.
- Por Deus, mulher! – os dois gargalharam. – Ele tem mais juízo do que eu tinha! – explicou novamente e ela riu alto, aproveitando a aproximação do corpo dos dois que emanava um calor tão confortável.
- Com o que eu ajudo, agora? – perguntou rindo e ele mordeu a boca pensativo, depois abriu um sorriso de canto.
- Nada, deixa que eu faço. – piscou rapidamente, fazendo a mulher rir e fazer uma dancinha no meio da cozinha. – Quer CD, o rádio, minha voz? – o homem perguntou rindo sobre ter qualquer vestígio de música naquela cozinha. Era sagrado, se estavam cozinhando, a música era o tempero principal.
- Querer. – ela riu e sentou na bancada perto da pia. – Eu queria mesmo era a sua maravilhosa e brilhante voz. – elogiou, vendo negar com a cabeça e mesmo sem concordar com ela, inflar um pouco com o elogio. A mulher sabia e convivia com os problemas que ele tinha com as cordas vocais, mas aquilo não fazia do dom dele menos especial, muito pelo contrário. Era o que tornava , um cantor completamente verdadeiro e incrível, mesmo que ele nunca concordasse. – Mas não quero forçar, e sei só pelo timbre dela que você andou forçando esses dias. – ela estreitou os olhos e o viu rir.
- Você sabe, quando tem show é sempre assim. – ele tentou se explicar e os dois riram.
- Anda na linha com os exercícios? – se esticou, ligando o radinho toca CD da cozinha.
- Continuo. – abriu um sorriso satisfeito pela preocupação dela.
- Seguiu direitinho, né? – a mulher reforçou a pergunta, parecendo uma mãe lidando com uma criança teimosa.
- Bem direitinho, enfermeira! – ele virou o corpo de lado e piscou pra ex-mulher, a fazendo piscar de volta. colocou o óleo vegetal na panela e logo a pôs no fogo para fritar as batatas, levando o pote com os tubérculos, de molho na água, para perto de onde estava. – E a orelha da Leonor, de onde surgiu tanto furo? – o homem perguntou ainda concentrado nas frituras, tirando do transe de lhe observar quando ele estava concentrado. A mulher riu.
- São três, . – ela levantou três dedos e ele meneou a cabeça como se dissesse “tanto faz”. – Ela viu a minha e cismou pra fazer também, acabei levando. – disse e no reflexo moveu o cabelo cacheado, o colocando atrás da orelha.
- Ficou legal! – ele sorriu de lado, enquanto se virava com o molho e as batatas.
- Eu também achei. – ela balançou as pernas cruzadas e encolheu um pouco os ombros, parecendo uma criança. – Irritou em uma das orelhas, ela ficou com raiva. Foi uma confusão, você sabe bem do gênio. – disse rindo e o ouviu rir alto, sabendo exatamente que aquele era o mais provável de acontecer.
- Gênio da mãe! – cutucou fazendo a mulher abrir a boca em uma indignação fingida, afinal, sabia bem a quem Leonor tinha puxado.
- Ei! – ela o empurrou de lado pelo ombro e virou fazendo uma careta como se reclamasse. – Eu não sou geniosa! Ela é! Eu não!
- As duas! – ele continuou firme, não dando ouvidos as reclamações.
- Claro que não, ! – ela protestou em uma indignação quase real e sentiu um tapa leve no joelho descoberto. mordeu a boca pelo gesto tão familiar e soltou uma risada anasalada. – ? – a mulher o chamou com a voz calma e terna, o fazendo olhá-la de uma vez.
- Oi? – o olhar estava compenetrado demais e ele quase podia sentir a respiração ir embora. Que droga ele tinha feito?
- Obrigada pela luminária. – prendeu um sorriso bonito e grato entre os dentes, vendo que o homem abria aquele sorriso completamente maravilhoso, que com certeza era o dela.
- Por nada, anjo. – ele parecia inflar ainda mais com o sorriso. – Vi e lembrei de você, não tinha como não comprar! – disse como um adolescente confessando algo secreto e ganhou um beijo apertado na bochecha, gesto que o deixou sorrindo feito bobo.
- Eu sou apaixonada por luminárias. Parece doença, mas não é! – ela apontou com o indicador e os dois riram alto. – Eu sou louca por luzinhas.
- Eu sei, mulher! Eu te conheço! – ele respondeu enquanto terminava de fritar as batatas.
- Conhece muito, muito mesmo? – perguntou beliscando o que já estava pronto e tomou um tapa na mão. – Ai! – ela reclamou fazendo careta.
- Só come quando eu terminar. – piscou esperto. – Sim, eu te conheço muito, muito, muito, muito mesmo!
Ela sorriu largamente, de uma maneira que prendia completamente a atenção dele, depois em um ato inconsciente, passou a mão no cabelo, como se amassasse os cachos pelas pontas.
- Me conta! O que tem de bom nas praias da Califórnia? – a mulher se escorou nos braços. O sondando mesmo que discretamente.
- As ondas são as melhores! – a convicção de era fora do normal, fazendo a mulher soltar uma risada leve, porém duvidosa. A conversa do filho depois da viagem tinha sido outra.
- Ondas... tá bom. – ela fez uma careta desacreditada. – A conversa do seu filho depois da última viagem foi outra. – os dois riram e negou com um aceno meio desacreditado.
- Os interesses do menino eram outros, ué. – o homem deu de ombros e sacudiu a cabeça negativamente.
- Vocês não têm jeito. – ela acusou e o ouviu rir.
- Relaxa, está tudo tranquilo. Tudo sob controle. – piscou e afagou o joelho dela, fazendo um sorriso surgir aos poucos no rosto de .
- Claro que está! Você tá aqui agora, acalmou tudo. – ela piscou e o viu respirar aliviado, olhando o conjunto da cozinha que lhe fizera tanta falta.
Quando se estava longe de casa, até as pequenas coisinhas como o jeito de guardar uma xícara, era motivo para um turbilhão de sensações. E uma delas, com certeza, era a saudade.
- Eu estou aqui. – abriu um sorriso sincero.
- Você está aqui! – a mulher quase gritou a frase que havia saído com tanta firmeza, felicidade e euforia da boca dela. Ao mesmo tempo em que começava I Don’t Wanna Go To Bed na rádio.
Os dois riram baixo pela música que pertencia ao mais novo álbum do Simple Plan e traduzia tão bem o sentimento e a situação do casal. Se não conhecesse tão bem o ex-marido e não soubesse que ele e Chuck quem compunham grande maioria das canções, ela acreditaria que aquela letra era o mais puro acaso. Mas pelo contrário, a enfermeira sabia perfeitamente que a música, assim como algumas outras no álbum, traduziam perfeitamente a situação dos dois.
Era só ouvir:

I don't wanna go to bed without you
No you, no life, no sleep without you
Go crazy with you, go crazy without you
Her dreams, her nightmares about to
Can't lie, love at first sight
Love at first night, I took my first bite
I'm insane when I take aim
Like I can't change with middle range

À medida que ouvia a canção, repassava o vídeo na cabeça e não deixou de soltar uma gargalhada ao lembrar da pequena fera que os dois chamavam de filha.
- Você não tem ideia do que eu lembrei! – a mulher disse rindo e vincou as sobrancelhas olhando pra ela, enquanto cantarolava a música.
- O quê? – ele perguntou ainda confuso.
- Leonor Anne comendo o meu juízo por causa desse bendito clipe. – a mulher deu um suspiro longo e forçado, ouvindo uma gargalhada de . – Sinceramente, eu não sei como você aguentou aquela criaturinha comedora de juízos no seu pé, lá na gravação.
- Nem eu. – disse bem sincero e os dois caíram em uma crise de riso gostosa e espontânea, como há tempos não acontecia.
- Quando quer ser chata, sai de perto. – sacudiu a cabeça mordendo levemente a boca.
- Ela ficou muito possessa comigo, anjo. Você não tem noção. – disse colocando as batatas no papel toalha, para tirar o excesso de gordura.
- Eu ouvi Leonor reclamar da “vaca do maiô verde” durante três semanas seguidas e completas. – a mulher fez um gesto com a mão, como se demarcasse os dias das semanas que haviam passado e passou a mão no rosto, rindo meio morto. – Pra ser bem honesta com você, eu estava prestes a colar a boca dela, eu juro!
- E eu me explicando, como se ela fosse minha mulher e não minha filha! – ele arregalou os olhos, mostrando o quanto aquilo era apavorante e perturbador.
- AI NÃO, ! – a mulher soltou um grito incrédulo, misturado a uma gargalhada e o viu afirmar veemente.
- É sério! – o homem arqueou as duas sobrancelhas. – Tua filha é fogo, !
- Igual à mãe. – a mulher estufou o peito em um porte convencido e piscou. – Meu Deus! Essa menina é doida, ela puxou pro seu lado, juro! – ela zombou rindo e o viu virar o rosto de uma vez, indignado com a acusação.
- MEU LADO? – colocou a mão no peito, começando a mexer o molho de carne para cobrir as batatas do Poutine.
- Claro! – a mulher disse de forma óbvia.
- Ela é absolutamente toda você, . – o homem apontou mexendo o indicador. – Toda!
- É nada! – ela contestou rindo. – Ela é doida igual a você! – comparou a idade mental do ex-marido e da filha.
- Mas é desaforada igual você! – arqueou as sobrancelhas, sabendo que ela não iria ter como rebater aquilo.
- Eu não sou desaforada, seu safado! – a mulher disse indignada, comprovando ainda mais o que ele tinha dito e os dois riram. arregalou os olhos de uma vez. – Ela não arranjou briga com a atriz, não é? – a enfermeira perguntou quase sentindo o sangue fugir do rosto e viu dar um sorriso de gases.
- Quase. – o homem fechou um dos olhos e se encolheu, gesto que fez suspirar meio frustrada.
- Ai não Leonor! – ela esfregou a testa meio morta.
- Deu tudo certo! – ele assegurou a vendo sacudir a cabeça negativamente.
- Meu Deus, essa menina se supera. – passou as mãos pelos cabelos cacheados, o que prendeu quase totalmente a atenção dele. – Não ia adiantar briga! Você já tinha enfiado a boca nela mesmo! – a mulher rolou os olhos, se mostrando saturada e até levemente enciumada pelo videoclipe. Enquanto ele tentava prender uma risada satisfeita, o que foi sem sucesso. O cantor abriu um sorriso mais do que satisfeito e continuou a cortar o queijo coalho em cubos. – Que foi, ? – ela arqueou as sobrancelhas pelo sorriso dele.
- Nada, . – deu de ombros com um porte cínico e em um prato pequeno, arrumou o poutine. Primeiro as batatas, o molho e por fim o queijo cortadinho em cubos, pegou um garfo na gaveta do armário ao lado e estendeu os dois pra ela. – Experimenta! – ele piscou.
- Eu te conheço. E não me chama pelo nome! – ela fingiu ralhar, mas tinha os olhos quase brilhantes por ver a comida em sua frente. – Me dá! – a mulher esticou as mãos.
- Shiu! – puxou o prato pra trás, brincando com ela e a viu fazer um bico. – Come! – ele beijou a bochecha dela de surpresa e entregou de vez o prato.
colocou a primeira garfada do Poutine na boca, sentindo todo o sabor que parecia ser completamente diferente do que ela fazia, embora os temperos fossem os mesmos. Mas claro, a forma como era feito, quem estava preparando e todo o amor para aquilo, faziam a diferença no sabor final.
- Tá bom? – perguntou curioso e feliz por vê-la tão entretida com a comida, podendo ser comparada a uma criança com doces.
- Meu Deus, isso é bom demais. – ela suspirou, depois gemeu baixo com o deleite do sabor da comida e mesmo sem ter a intenção, havia atiçado os pensamentos mais insanos em . Ele suspirou coçando a nuca, enquanto sentia suas costas arrepiarem por completo e sacudiu a cabeça, antes que ficasse com cara de palerma no meio da cozinha.
- Os meninos demoram? – o homem cortou o momento, fazendo abrir os olhos de uma vez, um pouco confusa e por fim rir.
- Acho que em uns 40 minutos estão por aqui. Por quê? – ela soltou uma risada leve, mas ainda continuava confusa. Ele mordeu a boca e afirmou com um aceno firme, depois apertou os dedos das mãos, mostrando certo nervosismo pelo que vinha a seguir.
- ? – mordeu a boca, receoso.
- Oi? – ela perguntou sorridente e animada, enquanto comia as batatas cobertas com molho de gravy.
- Por que você assumiu a culpa por eu ter ido embora? – o homem suspirou e a viu fazer uma careta pela pergunta, depois rir baixo. empinou o nariz e sacudiu o cabelo, como se mostrasse que aquele assunto já estava de longe, superado.
- Bom, você já estava longe, bem longe. E ter os meninos contra você não era lá a melhor opção. Eu sabia que eles iam ficar com muita raiva de mim, mas eu sou mãe, uma hora ia passar. – ela deu de ombros soltando uma risada e passou a mão no rosto, impaciente com o que estava ouvindo.
- E eu sou pai. – ele escorou perto da ex-esposa na bancada. – Você não devia ter assumido toda a responsabilidade, fomos os dois!
- Eu sei que sim. – mostrou que tinha entendido. – Mas só ia piorar sua situação, eu não queria ver os dois te odiando ou qualquer coisa do tipo. – ela piscou bagunçando o cabelo dele e o homem parecia ter tomado um soco no estômago.
- Eu não queria vê-los odiando você! – soltou num esganiço a fazendo rir.
- Já passou, . Respira, relaxa. – ela riu achando bonitinha a reação dele e o viu suspirar, afirmando com um aceno de cabeça. Depois abraçá-la mesmo que de mau jeito, encostando a cabeça no ombro da mulher e a vendo sorrir genuinamente. – Esquece isso, vamos começar do zero. – declarou fazendo questão que o sentido da frase fosse inteiramente entendido por .
O homem sentiu o coração palpitar forte nos ouvidos com tal declaração. Então se era pra começar de novo, que fosse direito. Ele abriu um sorriso completamente galante e estendeu a mão pra .
- , muito prazer. – ele deu uma piscadela a fazendo rir alto. – Tenho uma banda um pouco conhecida, dois filhos e um cachorro demônio. – o homem puxou a mão dela delicadamente e beijou o dorso.
- Prazer, . Eu sou . – a mulher riu sem acreditar que estava fazendo mesmo aquilo, mas continuou: – Tenho uma clínica de curativos um pouco conhecida, dois filhos e um cachorro demônio. – ela piscou, o fazendo rir no mesmo momento em que Still Loving You começava tocar na rádio.
O acaso, às vezes, assustava de tão certeiro que era.
- Minha música! – gritou pulando da bancada com os olhos levemente arregalados.
- Nossa música! – corrigiu com um sorriso maroto, tomando a mão e a cintura dela, os deixando colados. – Dança comigo? – ele perguntou apenas pra confirmar algo que eles já faziam e riu acomodando a mão no ombro dele.
- Claro que danço. – ela respondeu encostando o rosto de lado ao dele, enquanto os dois se balançavam no meio da cozinha de um lado para o outro. A mulher respirou fundo, sentindo o perfume dele ao mesmo tempo em que uma das mãos do ex-marido deslizava sob suas costas, na altura da cintura, procurando acomodação e lhe causando alguns bobos arrepios. Fazendo-a lembrar-se da primeira vez que os dois haviam dançado aquela música. – Lembra a primeira vez que...
- Nas bodas dos seus avós. Você lindamente grávida. – ele piscou ao responder a pergunta que ela nem mesmo havia terminado e viu abrir um sorriso gigante, enquanto o encarava.
- Exatamente! – a mulher mordeu o lábio inferior na intenção de não alargar tanto o sorriso, mesmo sabendo que não ia dar de qualquer jeito. – Quase parindo a sua filha. – os dois riram.
- A garotinha linda que trollou o pai hoje. – piscou do jeitinho só dele, um gesto que quando feito, levantava um pouco dos lábios mostrando os dentes e fazia o coração de esquentar. – É um dia que eu não vou esquecer. Jamais.
- Garota esperta! – riu baixo e como se fosse um ímã, foi puxada pra mais perto dele, quase acomodando o rosto no pescoço do homem. – Eu também não vou esquecer. Foi tão... – ela suspirou sentindo o perfume tão conhecido de adentrar seus pulmões, funcionando como se fosse uma máquina do tempo e a levando de volta para o momento. – Especial. – a mulher disse baixo, sentindo um beijo carinhoso na cabeça. – Você me disse uma coisa que eu nunca vou esquecer.
abriu um sorriso imenso ao ouvir aquilo, sentindo-se o mesmo garoto de 21 anos novamente, quando disse que amava a namorada e nunca iria deixar de amar, não importava o que acontecesse entre os dois. E assim como dizia na música, ele ainda a amava e nada, absolutamente nada, iria mudar.
- Eu lembro. E as palavras são as mesmas até hoje. – ele apertou-a um pouco mais no abraço, sentindo a mulher se segurar também o abraçando com força. – E vão ser sempre, a promessa está mantida.
- É recíproco. – ela falou baixo, mas audível o bastante pra sentir o peito dele inflar, como se tomasse fôlego pra entrar dentro da água.
- Você não sabe como me agrada ouvir isso, anjo! – declarou com uma felicidade sem tamanho, se aconchegando ao corpo da mulher e querendo ficar assim pro resto da vida.
- O mesmo tanto que me agrada saber que você ainda me ama. – ela riu baixo, deu um beijo estalado na bochecha dele como se fossem dois adolescentes e depois sorriu. – Lembra do com um aninho todo no paletó? – mordeu a boca encantada com a lembrança e viu os olhos do ex-marido tomarem o mesmo brilho.
- Lembro! Uma graça, todo agitado correndo e fingindo ser gente grande. – sacudiu a cabeça rindo.
- Que coisa mais gostosa! – a mulher soltou um grunhido como se quisesse amassar alguém, fazendo rir alto. – Depois capotou em seu colo!
- O guri fez uns 50 km, claro que ia capotar! – riu.
- Todo bagunçado, meu Deus. – escondeu o rosto na mão e os dois riram juntos. – Não queria te deixar dançar comigo e queria fazer tudo que você fazia.
- Ciúmes da mãe. – o homem sacudiu a cabeça como se ainda não acreditasse naquilo. – “Papai, agora a mamãe é minha”. – ele tentou imitar a voz da criança e forçou o rosto contra o ombro dele, enquanto ria.
- Lembra que se ele me via abraçada contigo, ele chorava? – a mulher arregalou os olhos ao fazer a pergunta e viu concordar com um aceno frenético de cabeça. – “Solta a minha mãe, solta a minha mãe!” – tentou imitar a voz da criança e viu o ex-marido rir alto. – Hoje eu posso estar agarrada a você, que ele não diz nada. – ela riu e abriu um leve sorriso maldoso.
- O menino estava extremamente incomodado com a minha cara. – passou as mãos entre os cabelos e negou com a cabeça enquanto ria. – Era comigo! Eu 'roubei' a mãe dele. Não que eu não goste de fazer isso. – o homem deu de ombros e ouviu uma gargalhada completamente espontânea de , sabendo que ela também gostava de escapar com ele de vez em quando.
- Ai, . – ela negou com um aceno leve de cabeça e encostou o queixo no ombro de . – Depois ele foi crescendo e querendo ser igualzinho a você, em tudo, exatamente tudo. – os dois suspiraram em concordância, enquanto ele sentia a mulher cada vez mais perto, mesmo que não fosse apenas presencial. – Não esqueço mais daquele cabelo lambido. – declarou o fazendo gargalhar e esconder o rosto no pescoço dela como se sentisse vergonha.
A enfermeira arregalou os olhos, meio tensa pelo movimento brusco e sentiu o corpo tremer.
- Fase esquisita! Esquece! – ele pediu com a voz abafada, ainda apertando-a contra o corpo e a fez soltar uma risada trêmula.
- Nele ficou muito lindinho, mas era muito Justin Bieber. – a mulher fez uma careta e ouviu a gargalhada de . – Eu gostava da sua franja. – ela disse com uma expressão reflexiva e tirou o rosto do pescoço dela, enrugando o nariz com uma careta. – Leo amava. – disse e foi questão de segundos até soltar uma gargalhada estridente. Ele sabia bem do que ela estava falando, a garota amava mexer no cabelo do pai e enchê-lo de presilhas.
- Len é impossível! – riu e beijou a bochecha da ex-mulher. – E foi uma fase esquisita pra mim também, anjo.
- Discordo! – a mulher fechou os olhos tomando uma pose convencida. – Você estava enorme... – ela se impediu de apertar os ombros dele como costumava fazer.
- Gordo. – rebateu.
- Também, mas não deixa de ser enorme. – os dois riram. – 2009 foi mágico! – ela declarou mais convicta do que nunca e ouviu rir de forma espontânea. Ele deu um beijo estalado na bochecha da mulher e a ouviu suspirar, sabendo que as lembranças ruins de 2010 haviam lhe atingido.
- Não foi sua culpa e você sabe. – disse baixinho e beijou a testa dela. – A gente não sabia que você estava grávida. – o homem a abraçou com força e suspirou aliviada por tê-lo de volta.
- 2011 foi o mais complicado. – os dois suspiraram. – O acidente da . – a mulher mordeu a boca.
- ficou bem quebrado. Não aguento ver ele daquele jeito outra vez. – ele fez uma careta que se resumia em frustração e até sofrimento. Tinha sido umas das piores coisas pra ver o amigo naquela situação.
- Nem eu. – a mulher suspirou. – Eu não aguento ver nenhum dos dois daquele jeito de novo. – ela enrugou o nariz.
- Acredita que o tá na saga de tentar outro filho? – perguntou rindo e percebeu que a música já tinha acabado, mas mesmo assim os dois continuavam abraçados no meio da cozinha. – Pesquisando em tudo que é lugar pra poder convencer a .
- Acredito! Ele me perguntou esses dias onde encontrava notícias confiáveis. – abriu um sorriso largo, encostando levemente a bochecha no ombro de , gesto que fez o homem abraçá-la com mais força. – Eles são muito perfeitinhos, vou colocar os dois em um pote e guardar na minha estante. – a mulher riu baixo, aproveitando o abraço gostoso e o ouviu rir junto.
- São mesmo. Perfeitos um pro outro. – deixou um sorriso bobo escapar. – Aquele tipo de casal que vai durar pra sempre!
- Exatamente! – confirmou eufórica e os dois riram. – Um casal que realmente vai durar pra sempre. só me orgulha mais a cada dia que passa, eu não sei nem explicar como.
- A mim também, anjo. Principalmente vendo o quanto ele cresceu. – sorriu satisfeito e orgulhoso do amigo, depois viu soltar do abraço e encostar na bancada. Ele fez o mesmo. – Alex o mudou pra caramba, mas o acidente foi a guinada. – o homem cruzou os braços na altura do peito.
- Ele cresceu tanto em tão pouco tempo, que foi quase como você na época do . – deu um sorriso leve e voltou a comer o que restava do Poutine.
- É, mas com o foi tudo de uma vez só. – ele suspirou mirando qualquer ponto no chão. Era irônico o jeito que tudo tinha acontecido e acabado, principalmente quando se tratava dele e de .
- Graças a Deus eles estão bem de novo, você sabe que a situação foi desastrosa. – a mulher suspirou e assim como ele, olhou para um ponto distante na cozinha. – Mas eu tenho a crença de que tudo que acontece com a gente tem um propósito, sabe? – ela o olhou. levantou a cabeça olhando pra ela e afirmou com um sorriso um tanto nostálgico.
- Sempre soube, anjo. – o homem alargou mais o sorriso. – E concordo com você, o que tiver que acontecer, vai acontecer. – ele mordeu a boca e os dois riram baixo. – Na verdade já aconteceu. – declarou sobre a separação e suspirou frustrada.
- É uma forma de crescer, querendo ou não. – a mulher rebateu e ouviu um resmungo de afirmação de , depois o viu arregalar os olhos, mirando a atenção para um ponto atrás dela. – Que foi? – ela perguntou meio assustada com a reação dele.
- Cadê o poutine, mulher!? – o homem perguntou completamente incrédulo e a fez gargalhar.
- Você mandou comer, eu comi! – deu de ombros ainda rindo com a surpresa dele.
- Não é possível que você comeu tudo aquilo, ! – parecia surpreso de verdade com a fome da ex-mulher, enquanto procurava o prato, o encontrando “limpo” na pia. Ele abriu a boca em um perfeito O e olhou pra ela, que deu de ombros com a maior cara culpada existente.
- Mal dos , ! – a enfermeira piscou o fazendo rir plenamente satisfeito com a denominação. – E sua comida é uma coisa de tão gostosa! Comi mesmo!
- Não sei onde você enfia tudo, sinceramente! – deu uma risada morta ao olhar para o corpo da mulher e não ver qualquer vestígio de excesso de comida. – Esse corpo não é de gente que come mais que um camelo. – ele apontou e a mulher fez uma pose, mas imediatamente vincou as sobrancelhas fingindo ofensa por ser comparada a um camelo. Afinal, ela sempre soube que comia muito.
- Hey! – ela reclamou com um grito esganiçado. – Eu não como mais do que um camelo! – a mulher colocou a mão no peito, mostrando certa indignação. – E o que tem meu corpo? – riu se olhando, fingindo não entender onde ele queria chegar.
- Ah, , me poupe! – o homem rolou os olhos com uma tremenda cara de tédio, ela riu.
- A comida vai toda pra bunda! – brincou soltando uma risada alta e abriu um sorriso de canto bem safado, se esticando completamente na intenção de olhar a bunda da mulher. Ele segurou a mão dela e a fez girar em volta do próprio corpo.
- Caramba, verdade! – o homem mordeu a boca, se segurando pra não fazer qualquer gracinha e passar a mão na ex-mulher. – O que não podemos considerar ruim de forma alguma!
- ! – ela o cutucou com o cotovelo como se o repreendesse e ele riu, depois beijou-a na bochecha rapidamente. – E meu corpo é normal como o de qualquer mulher! – a enfermeira usou de um tom mais do que óbvio para aquilo. – Na verdade nem tanto, eu tive dois filhos, mas é normal!
Ele suspirou audivelmente, fazendo questão de esvaziar todo o ar dos pulmões, depois colocou a mão no peito fazendo uma cena completamente sofrida.
- Pariu duas vezes... – levantou dois dedos. – Come feito um camelo e continua gostosa! – ele suspirou mais uma vez, fechando os olhos com força e apertou uma das mãos no peito, enquanto a outra fazia a mesma coisa na porção entre as pernas por cima da bermuda. – Olha esse par de pernas, essa bunda. Sinceramente, eu não vou nem falar dos... – ele apontou pro busto da mulher e se encolheu pelo tapa forte que ela deu em seu ombro. – Ai, ! – o homem reclamou com os olhos arregalados.
- O que deu em você? – a mulher perguntou meio morta e os dois riram alto.
- Em mim nada! – ele soltou esganiçado. – Não é minha culpa se você continua incrivelmente gostosa. Mulher, isso devia ser crime. – se encolheu esperando outra tapa, mas logo fez careta, parando de uma vez ao ouvir a música que passava na rádio. – , que música é essa? – ele arregalou os olhos assustado com o idioma não identificado.
- Quê? – a mulher perguntou confusa e focou sua atenção na melodia, entrando em uma crise incontrolável de riso. – Canta, ! – ela gritou jogando os braços pra cima pulando no meio da cozinha. – Siksanghan maeryeok neukkihan maltu amu neukkim eopseo no no*.
- Meu Deus, que língua é essa? – o homem perguntou as gargalhadas. – Você tomou seus remédios hoje?
- NÃO! – gritou, entrando em uma coreografia nem um pouco conhecida por , fazendo o ex-marido olhar esquisito pra ela. – E isso é coreano! Chama-se K-Pop! – a mulher gritou com os braços pra cima rebolando descontroladamente e o ouviu quase engasgar de rir.
- Onde você arranja essas coisas? – ele perguntou rindo e passando a mão no rosto, dando um pulo de susto quando sentiu as mãos da mulher segurarem seu quadril tentando o fazer rebolar como ela fazia.
- Rebola, ! – ela entendeu o sobressalto dele e o homem olhou esquisito. – Isso é do Bluetooth da Leo, os meninos chegaram!
- Não! – ele disse meio morto pelo rebolado e segurou as mãos dela. – Chegaram? Cadê?
- AQUI! – o grito do garoto rompeu pela cozinha e três adolescentes passaram pela porta, os dois filhos e mais uma garota que sabia ser a namorada do filho, só pelo que o garoto dizia e as fotos que mandava. Madeline tinha os cabelos curtos acima dos ombros e um rosto bem fino, combinado a bochechas rosadas. Os três se embalaram na coreografia que a banda coreana K.A.R.D. dançava e o homem riu alto com a cena.
- Até você, moleque? – perguntou sem conseguir controlar as risadas, vendo o filho dançar igual as duas garotas. riu alto e abraçou o ex-marido de lado, ganhando um beijo na cabeça.
- Hey Mad! Tudo bem? – a mulher acenou pra garota, que acenou de volta.
- Tudo sim, !
- Culpa da Leonor. – filho disse rindo sobre saber dançar a coreografia da música e jogou as coisas do treino Hockey no chão, em tempo de ver o pai abrindo os braços e junto com a irmã, correrem para esmagá-lo em um abraço cheio de saudade.
- Papai! – a garota beijou apertada a bochecha do homem, enquanto ele tentava tirar os dois do chão como se fossem apenas crianças.
- Que saudade de vocês. – ele disse com os olhos fortemente fechados, enquanto distribuía alguns beijos na cabeça dos dois. – Próxima maratona de shows eu levo os dois na mala comigo. – disse rindo e ouviu algumas risadas na cozinha.
- Qual a data? – a garota perguntou rindo quando o irmão soltou do abraço, na intenção de apresentar à namorada.
- Nem tão cedo, Len, ainda vou passar umas boas semanas em casa. – o homem sorriu satisfeito e foi abraçado novamente pela filha. Ele riu e tirou a garota do chão.
- Pai? – olhou pro filho e sorriu mais feliz do que nunca ao ver a felicidade do rapaz que estava prestes a lhe apresentar a namorada. – Minha mãe já conhece. – ele riu baixo. – Mas essa é a Madeline, a Mad, minha namorada. – o sorriso do garoto rasgava o rosto, enquanto ele segurava forte a mão dela.
- Oi, Mad, tudo bem? – pai estendeu a mão pra garota com um sorriso semelhante ao do filho. Na verdade, quem tinha o sorriso do pai, além das bochechas, dos olhos, da boca e do cabelo. Os dois eram sim muito parecidos – Eu sou o , o pai desses dois bobões. – ele disse vendo a garota rir e apertar a mão dele.
- Eu sei! Esses dois só falam em você, a está de prova. – a garota disse rindo e viu afirmar de forma fervorosa. O homem soltou uma risada e beijou a cabeça de Leonor que ainda estava abraçada a ele.
- Ok, moça, sem queimar meu filme. – o garoto brincou e beijou-a na bochecha. – Mas agora eu vou tomar banho. E eu estou com fome, pai! – fez cara de choro.
- Vai tirar essa inhaca de treino, vai. – fez uma careta e viu o filho mais velho abrir a boca bem ofendido. – Que cheirinho, . – ela fez careta e a namorada do garoto riu alto. Ele rolou os olhos.
- Eu vou, eu vou, mas eu estou com fome!
- Quando você descer, a gente pede umas pizzas. – o homem disse rindo. – Eu fiz poutine, mas a tracinha aqui não deixou nada nem pra mim. – sentiu um leve tapinha nas costas, bem perto do fim da coluna e fez uma pose, depois mandou beijo para seus bebês.
- Eu perdoo se você fizer amanhã no almoço. – Leonor pediu com os olhos grandes, como o gato de botas e foi apertada no abraço pelo pai babão.
- Faço, princesinha, pode deixar que eu faço. – ele sorriu largamente.
- Ok, então eu perdoo. – ela beijou a bochecha do pai, depois da mãe e por fim agarrou o braço da futura cunhada. – Vamos, Mad. Vou te mostrar as coisas que eu te disse que comprei! – a garota disse eufórica e a francesa arregalou os olhos pelo mesmo motivo.
- Ai sim, Claro! – Madeline soltou um gritinho animado e filho rolou os olhos, depois saíram rindo na direção da escada da casa.

* O mesmo charme e as mesmas palavras não me fazem sentir nada


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- MÃE! MÃE! MÃE! – Leonor gritava correndo pela casa em completo desespero. quase deu um pulo do sofá claro pelos gritos da garota, apavorado em pensar que poderia ser algo grave.
- O que foi, criatura? – perguntou assustada ao ver a filha meio descabelada, mal parecendo respirar de tanta euforia, no meio da sala de estar.
- Leonor, aconteceu alguma coisa? – levantou de uma vez, com os olhos arregalados na direção da garota, que apenas negou com um aceno rápido.
- As vendas. – a garota arregalou os olhos e respirou, deixando o pai ainda mais confuso. – Abriram novamente! – ela entregou o celular a , fazendo a mãe arregalar os olhos.
- Corre lá em cima e pega minha bolsa dos documentos! Vai, rápido! – a mulher mandou apontando na direção do quarto e a garota afirmou, pra logo depois sair correndo novamente, quase derrubando e Madeline que desciam pra onde os estavam.
- Eu posso saber o que está acontecendo nessa casa? – o homem vincou as sobrancelhas, olhando pra e viu a mulher rir alto, enquanto ainda fuçava qualquer coisa no celular. – Por que a Len tá gritando feito uma doida? E venda de ingressos? Que ingressos? – ele olhou do filho pra ex-mulher, e vice versa.
- O McFLY está fazendo uma tour agora em setembro, mas é pro lado da Europa, certo? – ela perguntou e o viu afirmar. e Madeline riram, sabiam exatamente da loucura da garota pela banda inglesa.
- Sim, sim, eu vi os anúncios da tour. Sem falar na Len pagando de fangirl em tudo que é rede social. – os dois riram e afirmou. – Eu achei que você tivesse conseguido comprar os ingressos, anjo. – o homem disse confuso.
- Eles estão cantando todas as músicas que foram gravadas em álbum e a coisa toda. Anthology Tour, salvo engano. – ela explicou e mordeu a boca afirmando com um sorriso. Leonor tinha finalmente despertado pra ser fangirl. – Mas não, eu não consegui comprar os ingressos antes e o que nos resta é tentar em Londres, por isso eu a mandei ir buscar a bolsa com o cartão.
- CHEGUEI! – a garota gritou praticamente pulando no sofá e fazendo o pai tomar mais um susto.
- Ai, menina, assim você me mata! – o homem ralhou rindo e ela lhe beijou a bochecha meio eufórica soltando um “desculpa”, depois virou pra mãe, praticamente roendo as unhas.
- Nós vamos comprar as pizzas. – o rapaz levantou do sofá junto com a namorada e olhou pra ele afirmando com um aceno.
- Só não demorem muito, ok?
- Pode deixar, . – a moça francesa disse com um sorriso e bateu continência.
- O cartão, . – o pai apontou pra carteira em cima da mesinha de centro e o garoto quase soltou um gritinho o fazendo rir, depois pegou o cartão de débito do pai que não precisava de documento de identificação, apenas a senha. O jovem casal se despediu e logo saíram da casa.
- Conseguiu, mãe? – Leonor perguntou mais do que eufórica e ansiosa, com o pé batendo no chão freneticamente e suspirou passando a mão no rosto. – Mãe? – ela chamou mais uma vez.
- O que foi, anjo? – perguntou já sabendo que nada bom tinha acontecido só pelo vincar de sobrancelhas dela.
- A conexão caiu, eu não estou conseguindo completar a compra. – ela suspirou mordendo a boca, ainda olhando pro celular.

A garota sentiu o queixo tremer e os olhos encherem pela notícia.
- Compra de novo. – o homem disse óbvio e pelo jeito que havia soltado o ar, ele entendeu que haviam esgotado novamente os ingressos. – Liga pra lá, .
- Mãe... – a garota chamou meio chorosa.
- Eu vou ligar, Leo. Calma, vai dar certo! – arregalou os olhos pra ela que estava completamente chorosa no sofá e levou o telefone ao ouvido, enquanto se encontrava em um estado desesperador de nervos. Eles precisavam conseguir aqueles ingressos. – Boa noite. . – a mulher se identificou na ligação, fazendo sorrir em ouvir o sobrenome pronunciado por ela e acompanhado ao nome dela. – Acontece que eu quero um par de ingressos pra Anthology Tour, sim, os três shows de Londres. Mas minha senhora, eu acabei de tentar fazer isso. – respirou fundo, rolando os olhos e coçou a cabeça, bem impaciente. – A conexão caiu no meio da transação e não, eu não estou conseguindo recuperar. Vocês não podem fazer nada pra resolver isso? – ela suspirou mais uma vez, apertando o nariz na junção dos olhos. vincou a sobrancelha e logo sacou o celular do bolso. – Eu tentei comprar de novo... Oi? – fez careta olhando pro celular vendo que a ligação tinha “caído”. – Ótimo! Muito ótimo mesmo! – a mulher reclamou jogando o celular em cima da mesinha de centro e enfiou os dedos entre os cabelos cacheados.
- Eu não vou mais? – a garota perguntou com um bico de choro que fazia o coração de se partir ao meio. suspirou e esfregou a mão no rosto.
- Meu anjo...
- Eu dou um jeito! – o homem mordeu a boca e ávido em conseguir o show pra filha, ligou pro Eric, manager do Simple Plan. Se ele tinha os meios dele, por mais que não gostasse de fazer aquilo, ele iria usar. era um pai babão, um dos maiores existentes e se poderia dar algo a filha, algo que ela queria tanto, ele iria fazer de completamente tudo pra conseguir. – Eric deve ter o contato do pessoal de lá. – explicou batendo rapidamente o pé no chão, mostrando que estava nervoso. – Eric! – o homem riu animado quando o outro atendeu ao telefone. – Você tem o contato do... Como é o nome dele, Len? O manager do McFLY.
- Fletch! – a garota praticamente gritou com os olhos arregalados.
- Isso! – o homem piscou pra filha. – O Fletch. Me diz que tem, pelo amor de Deus, você é minha última esperança. Ok, procura aí, por favor. – mordeu a boca enquanto esperava o número, na ansiedade que conseguisse levar Leonor no show da banda que ela gostava tanto, principalmente porque música dentro daquela casa era uma das coisas mais importantes.



Chapter Five

- Fletch? – o homem perguntou um tanto eufórico, assim que a ligação internacional foi atendida. – Hey, cara. – riu baixo e até aliviado por ter conseguido. – Então, aqui é o . Sim, , do Simple Plan.

Leonor arregalou os olhos ao prestar realmente atenção na conversa do pai e sem sentir, apertou o braço da mãe entre os dedos, a fazendo rir largamente pela ansiedade da garota e depois beijá-la na cabeça, apertando a garota entre os braços em um abraço protetor.

- Sim, sim. – ele riu baixo. – Então, minha mulher tentou agora a pouco, comprar os ingressos para as três noites da Anthology tour, em Londres, mas a conexão caiu. Então minha filha quase entrou em um estado de choro, porque não ia mais. – mordeu a boca ouvindo o que o outro tinha a dizer. – Jura? Pois ok, muito obrigado. – o homem usou de um tom de voz baixo, interpretado por Leonor como frustrado, que fez a garota tremer o queixo em um bico gigante. – Claro! Até mais. – desligou o telefone e assim que viu as expressões da garota, suspirou de forma audível. estreitou os olhos, sabendo que aquilo era tudo cena dele, enquanto o homem se segurava pra não rir.
- Pai? – a garota perguntou chorosa, encolhida no abraço da mãe e o homem sentou perto dela no estofado. – Vai dar certo ou não? Eu queria tanto ir, é praticamente a última tour que eles vão fazer, estão há tanto tempo em pausa que a gente está com medo de nem voltar mais. E você sabe como música é importante pra gente. – Leonor usou de seus argumentos, ainda parecendo uma criança de menos de sete anos encolhida nos braços da mãe e riu baixo, segurando a mão dela com carinho.
- Então, Len. – ele abriu um largo sorriso que marcava suas bochechas e beijou a mão da filha. – Nós vamos ver o McFLY, meu amor.
- OH, MEU DEUS! – a garota deu um pulo de onde estava sentada, feliz com a notícia, enxugando o rosto e rindo ao mesmo tempo. abriu os braços e sentiu a filha cair nele o abraçando o mais forte que conseguia. – Eu vou ver o McFLY! Eu não acredito! Eu não acredito! Obrigada, pai! Você é o melhor! – Leonor distribuiu beijos na bochecha de e quase o viu chorar, enquanto a vontade de rir na mulher aumentava.
- Faço tudo por você, minha princesinha! – ele apertou a filha entre os braços como se ela fosse uma criança indefesa. – Tudo!
- Obrigada, papai! Obrigada! – Leonor sacudiu num abração, os fazendo caírem do sofá e riu alto com a cena dos dois embolados no chão.
- Ai, Len! Minhas costas! – riu passando a mão no rosto e ouviu a gargalhada da garota que estava ao seu lado no chão, exatamente igual a gargalhada da mãe, que se encolhia no sofá rindo com a cena. – Anjo! Para de rir e vem ajudar. – o homem pediu rindo e Leonor arregalou os olhos, completamente pega de surpresa pelo apelido.
- Eu não! Você é o cara da yoga, hockey e o diabo a quatro. Levanta e ajuda essa sedentária. – piscou e abriu a boca em um perfeito O, com uma indignação bem fingida.
- MÃE! Eu não sou sedentária! – a garota reclamou bem ofendida com a acusação e o casal riu alto.

O homem levantou do chão em um pulo, fazendo engolir em seco sem nem mesmo perceber. Que droga de físico era aquele? Já não bastava as piadinhas idiotas de mais cedo e ele precisava mostrar que estava em perfeito condicionamento físico? A fazendo ter vontade de testá-lo da maneira que mais lhe fazia falta.
- Até onde eu sei, você só faz curso de idioma e desenho. – disse rindo e ajudando a filha a levantar do chão. A garota riu e deu um pulo, parando no chão em uma verdadeira pose de cheerleader.
- Você não disse ainda? – perguntou rindo e deixando mais confuso e curioso ainda.
- Disse o quê? – o homem soltou uma risada morta, confuso e até com medo do que a filha iria dizer.
- Entrei para as cheerleaders do colégio! – a garota gritou pulando e arregalou os olhos, completamente feliz com a conquista da garota.
- VERDADE, LEN?
- SIM, PAPA! SOU UMA CHEERLEADER AGORA! – ela gritou e sentiu o pai lhe abraçar mais uma vez a tirando do chão e a rodando no ar.
- Que orgulho de você, minha princesa! – ele abraçou-a com força, enquanto só alargava mais o sorriso bobo com a cena. – Só me promete que vai continuar sendo essa princesa pé no chão, ok? Nada de ser cruel e fria. – pediu com uma preocupação na cara e riu alto com o escândalo dele.
- , as cheerleaders não são mais assim! – a mulher alertou rindo e ele fez uma careta enrugando o nariz. – São garotas normais e a Leo é cabeça feita, não vai se deixar levar, nós criamos muito bem a nossa menina!
- Escuta ela! – a garota apontou pra mãe e o homem riu, beijando a bochecha da filha em seguida.
- Quando você vai animar as torcidas? – perguntou animado, curioso e interessado, fazendo uma dancinha ridícula como se fosse uma das garotas da torcida balançando os pompons.

colocou a mão no rosto, tapando os olhos mostrando completo constrangimento pela pose do ex-marido, enquanto Leonor se resumia a rir alto.

- Poxa, . Você poderia dar menos na cara na frente da sua filha! – reclamou como se não tivesse mais jeito e viu o olhar do ex-marido queimar sobre ela, piscar e depois rir baixo numa intenção provocativa.
- O troco vem, . – o homem soltou uma risada e a porta da casa foi aberta por filho, junto com a namorada e três caixas de pizza.
- Siamo arrivate con la pizza*! – o garoto gritou com os braços abertos e a namorada fez mais pose ainda, dançando uma música italiana imaginária e causando risadas generalizadas.
- O italiano é meu, ! O seu é alemão! – Leonor gritou ainda rindo com a cena do irmão e o garoto mostrou a língua. – NÓS VAMOS PRA INGLATERRA! – a garota arregalou os olhos e viu o irmão soltar um grito tão animado quanto.
- VER O MCFLY? – gritou de volta, feliz com a euforia da irmã, feliz por finalmente ela ter conseguido o tão sonhado show.
- SIM! – a garota gritou mais uma vez o vendo dar uns pulos com a notícia. – O papai conseguiu e nós vamos!
- Conseguiu? – Madeline vibrou junto com a garota, que afirmou firmemente.
- Só não vale desmaiar no dia! – o garoto debochou da euforia da menor e a garota fez uma careta.
- Eu não vou desmaiar, Eliot, já você eu não garanto! – Leonor piscou e os cinco riram. – Vai ser muito incrível! – ela respirou fundo, com uma felicidade fora do comum.
- Vai, vai sim, mas saco vazio não para em pé. – , o pai, disse rindo quando o filho andava equilibrando as caixas de pizza. – Se não comerem, os dois desfalecem antes de conhecerem o McFLY.
- Querem pratos? – perguntou rindo e levantou do sofá.
- Não precisa, . – Madeleine disse rindo e empurrando o garoto que fazia questão de “travar” no meio do caminho.
- Só papel-toalha, anjo. – disse com um sorriso e piscou. – Deixa que eu pego. – o homem sorriu e logo foi na direção da cozinha.
- Não quer ajuda? Aproveita e traz logo algo pra beber! Deixa eu ir logo. – ela levantou do sofá antes que escutasse a recusa do ex-marido e seguiu pra onde ele estava, Leonor e riram.
- Comprou de quê, ? – a mais nova perguntou curiosa o ajudando a destampar as pizzas.
- Hm. – o garoto mordeu a boca apontando pra comida. – Essa metade margherita e metade bacon, os dois comem felizes sem reclamar. – disse com um ar divertido sobre os sabores preferidos dos pais e Leonor afirmou freneticamente. – Essa é meio a meio, mozzarella e calabresa e quatro queijos.
- AI, EU TE AMO, CABEÇÃO! – Leonor abraçou o irmão com força pelo sabor da pizza de calabresa, o sabor preferido dela e o garoto riu alto, da forma mais escandalosa possível.
- Claro que você me ama, pirralha! – o rapaz assumiu um porte completamente convencido e ganhou tapas das duas garotas. – Ai! Ai! Calma! – os três riram.
- E Leo, fiz ele comprar uma doce pra nossa sobremesa! – Madeline fez uma dancinha mesmo estando sentada e esticou a mão por trás do namorado, na intenção de bater high five com Leonor.
- Você é demais, Mad! – a mais nova disse rindo e logo os três viram e voltarem a sala trazendo copos, papel toalha e refrigerante.

Já que o cardápio da noite era pizza, refrigerante era o melhor acompanhamento!

- Quais você pediu? – o homem perguntou sentando no chão, perto da mesinha de centro da sala, enquanto cutucava as caixas.
- Margherita, Bacon, mozzarella com calabresa e quatro queijos. – o garoto deu um sorriso esperto e completou o soquinho com o pai, que tinha estendido a mão.
- E uma doce! – Madeline e Leonor acrescentaram, fazendo e rirem.
- Formigas! – a mulher acusou.
- Boa, moleque! – elogiou, depois saiu distribuindo os pedaços pra cada, enquanto colocava o refrigerante nos copos, mostrando como eram uma boa dupla, na verdade sempre haviam sido.

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buzinou em frente a grande casa clara, esperando que os filhos saíssem logo e aí eles poderiam cumprir o programa de última hora. O homem sabia que a semana ia ser bem cheia por ter prometido a que ajudaria com algumas reformas que a mulher comandava, então era uma forma de aproveitar o tempo com suas duas crianças e talvez, até entrasse na roda. Ele esperava ansiosamente que sim.

-Oi, papa! – Leonor entrou no carro alegremente e se enfiou entre os bancos, beijando a bochecha do pai.
- Oi, Len! – o homem se torceu completamente e beijou a testa da garota, fazendo os dois rirem pela careta dele.
- Protetor solar. – ela respondeu antes que ele perguntasse o porquê do gosto estranho que havia ficado nos lábios e gargalhou.
- Cadê seu irmão e sua mãe? – o homem perguntou vasculhando o olhar com a vista, como se fosse encontrar os dois a qualquer momento, ou se fossem aparecer em um passe de mágica.
- O tá com a Mad, e a mama tá lá na tia . – a garota respondeu com um sorriso fechado. – Pra onde nós vamos? Hoje somos só nós dois. esqueceu do mundo. – Leonor rolou os olhos, visivelmente chateada com o possível descaso do irmão.
- Já que é sábado, achei que teria um tempo com vocês. Mas tudo bem, que perde. – o homem riu fazendo uma caretinha e deu de ombros. – Você escolhe, princesinha! Aonde quer ir? – ele perguntou com um sorriso bonito.
- Claro que perde! – a garota mal deu ouvidos a pergunta, rebatendo completamente esganiçada. – Você viaja sempre e voltou agora pra casa, ele vê a namorada à hora que quer. – a filha mais nova dos rolou os olhos e riu alto com o ciúme da garota.
- Ciumenta igual à mãe! – ele afirmou pra si e riu, vendo, pelo retrovisor, Leonor fazer uma careta desgostosa.
- Eu não sou ciumenta! que esqueceu do mundo, eu não tenho culpa. – a garota suspirou mostrando toda sua discordância, mesmo sabendo que seria zoada por um bom tempo. – E minha mãe concorda comigo!
- Claro que concorda! – riu com certo deboche, comprovando seus argumentos e tomou fôlego. – Mas me diga, onde você quer comer?
- Vamos comer no Mangiafoco? Depois a gente toma sorvete! – A garota disse completamente eufórica, batendo pequenas palmas e riu achando a coisa mais linda do mundo.
- Vamos no restaurante do tio Jeff! Quem sabe a gente o encontra por lá? – o homem piscou e deu de ombros, fazendo a filha rir e fazer uma dancinha no banco de trás.
- Adoro aquele careca! – a menina exclamou bem animada.

riu alto com a reação dela e saiu da rua de casa, indo na direção do centro da cidade, enquanto Leonor estava bem concentrada no celular no banco de trás e de vez em quando a olhava pelo retrovisor, dividido entre se encantar com a concentração da criança e morrer de curiosidade sobre o que ela tanto olhava.

- Dad? – a garota chamou depois de ver um comentário dele em uma foto da mãe. soltou um resmungo afirmativo, depois a olhou pelo retrovisor, voltando a atenção pro trânsito. – Você já beijou minha mãe? – Leonor foi direta fazendo o pai rir um pouco confuso.

- Quê? Como assim, Len?
- Depois que você chegou, pai. – a garota disse óbvia e arregalou os olhos, tossindo meio desesperado com a pergunta. – Pai?
- Que pergunta é essa, Leonor? – a pergunta saiu baixa e esganiçada. A garota fez uma careta pelo nome, já deduzindo que a resposta era negativa.
- Vocês se gostam, é mais fácil, certo? – ela perguntou um pouco confusa com a situação e viu o pai soltar uma risada morta.
- Eu sou louco por sua mãe, Len. Mas nós estamos separados. – suspirou um tanto frustrado e viu, pelo retrovisor, a garota fazer uma careta. – Eu não posso simplesmente chegar e beijar ela. Só ia dar em mais confusão. – o homem riu baixo, mesmo bem lá no fundo, sabendo que era exatamente aquilo que ele queria fazer.
- Isso é uma droga! – a moça suspirou e ouviu o pai rir baixo. – Eu só queria você em casa logo e isso não é pedir demais. – ela disse entristecida e esticou o braço, fazendo carinho no joelho da filha.
- Eu também queria, Len. Mas vamos ter calma, pode ser? Adulto é complicado. – piscou e viu a garota rir.
- Vocês não brigaram ainda, já é um avanço. – a garota declarou com um sorriso esperto e o homem concordou veemente
- Certíssima, Len. Sem brigas, um enorme avanço. – sorriu. – Se bem que a gente nunca foi muito de brigar.
- Você não arranjou namorada. Outro avanço. – Leonor levantou dois dedos. – Olha, esse é mil vezes melhor que o outro. – ela disse e ouviu o pai gargalhar.
- Ciumenta! – o homem fingiu uma tosse e pelo retrovisor, viu a careta de indignação da garota.
- Sou ciumenta mesmo! – a menina estreitou os olhos, riu e mandou beijo pelo retrovisor fazendo a garota rolar os olhos, mas mesmo assim rir.
- Vocês são minha prioridade, sempre! – assegurou e viu sua criança dançar no banco de trás do carro.
- E enquanto eu puder impedir de você arranjar qualquer criatura do sexo feminino que não seja a minha mãe, eu vou impedir. – Leonor foi convicta e ouviu o pai quase engasgar de tanto rir. O homem tentava respirar, mas ria novamente. – Para de rir, pai! – ela reclamou também rindo.
- Não dá! Você quer ser empata! – riu alto mais uma vez.
- Empata? Agora eu sou empata? – Leonor perguntou completamente esganiçada e o viu arregalar os olhos com a postura dela.
- Calma, Leonor! – pediu meio desesperado. – Não vai acontecer, não está nos planos, só calma!
- Ok, espero que continue desse jeito. – a garota rolou os olhos o fazendo rir. – Os pais de uma colega minha são separados e ela só falta morrer porque a namorada do pai é uma megera. – Leonor fez uma careta enrugando o nariz.
- Sua madrasta não será megera, Len. – o homem piscou e a garota arregalou bem os olhos.
- Oi? – Leonor gritou completamente indignada com o que o pai havia dito.
- Eu lá tenho cara de escolher megera pra mim? – arqueou a sobrancelha, começando uma série de brincadeiras com a garota, já sabendo que ela não estava gostando nada daquilo.
- Você não vai escolher megera nenhuma, . Eu vou dizer a minha mãe! – Leonor rebateu completamente enraivada, sentindo o choro querer aparecer, mas mesmo assim engoliu. – Quem sabe ela não conhece um cara legal? – a garota não escondeu a careta pra dizer aquilo e viu o pai assumir a mesma cara de dor. – Ela é muito bonita!
- Já falei que pra você é pai! – o homem ralhou e ela fechou ainda mais a cara pra ele.
- Não me irrita.
- E sim, sua mãe é linda mesmo. Ela merece um cara legal. – disse sentindo o estômago revirar pela tal proposta.
- Por que você tá dizendo isso? – Leonor perguntou sentindo o queixo tremer e mesmo que não quisesse, mais uma vez, chorar por aquilo, ela sabia que se continuasse com o assunto, o choro seria solto.
- Porque ela merece. Assim como eu também mereço! – continuou com a brincadeira, sem ver que a garota já tinha começado a chorar, mesmo que silenciosamente.
- NÃO MERECE! – Leonor gritou soltando completamente o choro. – Você é o cara mais legal! – a garota completou e imediatamente freou o carro, olhando pra trás e vendo a sua menina chorar.
- Len? Você está bem? – ele perguntou sentindo a garganta travar e a viu sacudir a cabeça negativamente.
- Não faz isso com a gente de novo, por favor! – ela suplicou desesperada e o homem começou a respirar fundo, sentindo seu corpo tremer violentamente. – Vocês precisam se desculpar! Eu amo vocês dois demais, eu não quero viver longe de um e perto do outro! – soltou o cinto de segurança e como um ninja, se enfiou nos bancos traseiros, abraçando a filha da forma mais protetora que conseguia e só fez a garota chorar mais. – Por que você quer arranjar uma namorada? – a garota perguntou em meio aos soluços, quando ele a abraçava com força e tentava acalentar como se a filha fosse um bebê.
- Desculpa, meu amor, não quis te fazer chorar. – ele beijou a cabeça da menina envolvida no abraço. – Desculpa o idiota do seu pai? – o homem pediu meio morto e a garota riu em meio ao choro, ainda envolvida no abraço. – Eu não quero arrumar uma namorada, querida. Eu quero me resolver com a minha eterna namorada, a sua mãe. Tudo bem? E eu prometo pra você que eu vou fazer de tudo pra dar certo, até quando eu não tiver mais forças, eu vou lutar por vocês.
- Promete? – ela fungou o abraçando o mais forte que podia.
- Prometo! – disse firme, apertando a boca na cabeça da criança. – Eu amo vocês demais e por nada no mundo eu me afasto de novo! – ele abraçou-a com mais força ainda, sentindo ser abraçado da mesma forma.
- Eu senti tanta saudade. – Leonor voltou a chorar como uma criança pequena.
- Eu também, meu amor. – o pai disse baixo, acalentando a menina. – Mas o pai tá aqui agora, não precisa chorar, tá bom? Não precisa.
- E não vai mais embora. – a menina fungou, parando de chorar e enxugou o rosto com as costas da mão.
- E não vou mais embora. – passou os polegares nas bochechas vermelhas da garota. – A gente vai se resolver. No fim ainda vai dar certo, confia no seu pai. – ele sorriu ao ver a garota abrir um sorriso, ainda que mínimo no rosto. – Ainda está com fome?
- Sim, papai. – Leonor disse rindo e ganhou um beijo completamente protetor na testa.
- Vamos almoçar! – piscou fazendo a garota rir, depois voltou ao banco do motorista, quase sem conseguir por se apertar tanto entre os bancos.
- Gordo! – a garota falou rindo e viu o pai fazer uma cara de completo ultraje.
- Eu não sou gordo! – a resposta saiu esganiçada, inteiramente esganiçada na intenção de fazer a garota rir do jeito mais escandaloso que ela conseguia e riu ao ver a filha naquela situação. Era uma das suas metas mais importantes no mundo, fazer as pessoas que ele amava rirem como se não houvesse qualquer problema lhe atormentando.

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- Eu achei que você fosse zerar minha conta. – brincou ao ajudar a filha sair do carro e a garota riu alto.
- Que exagero, pai! – ela entregou uma caixinha com comida a ele e o homem riu a abraçando de lado, enquanto os dois atravessavam o pequeno gramado lateral da casa, na intenção de entrar na cozinha pela porta do quintal. Vantagens de ter a casa exatamente no meio do terreno. – Você tem que me alimentar, isso é obrigação de pai. – a garota empinou o nariz o fazendo rir mais.
- Obrigação nada, é encantador ver vocês comerem tanto. – o homem piscou e beijou a cabeça da filha. – Se a gente come, é porque tá feliz.
- Com fome. – ela remendou.
- Feliz, pirralha, não me corrige. – ele ralhou de forma fingida e os dois riram. – Espero que a sua mãe esteja com fome.
- Ela sempre está com fome. – a garota riu. – Resta saber se ela está em casa.
- A casa tá aberta, então eu acho que sim... – disse quando os dois iam chegando perto da grande parede de vidro que dava para o grande quintal da casa com piscina e uma pequena rampa de skate. Coisa dos meninos . – Olha quem tá aí. – o homem apontou rindo e a garota deu uns pulinhos.
- Tio e tia ! – Leonor disse animada, completamente animada e tratou logo de entrar na cozinha correndo como se fosse uma criança pequena.

A garota pulou em de uma vez, o fazendo tomar um susto e depois rir a esmagando como se fosse sua própria filha, tirando a garota do chão e a fazendo rir junto. Leonor abraçou a tia, beijando-a apertado na bochecha e por fim se jogou no colo da mãe, como se não tivesse mais que seis anos.

- Oi! – ela jogou a cabeça pra trás como se fosse um gato e riu, enchendo a bochecha da menina de beijos, depois abraçou a filha pela cintura a fazendo parecer uma boneca.
- Com quem você estava, Leo? – perguntou rindo da pose da sobrinha e a garota apontou pro pai. bateu continência e andou até eles, rindo.
- Com esse moço bem lindo que me levou pra comer lasanha. – ela se largou mais ainda no colo da mãe a fazendo rir.
- Nossa, lindo? Tá usando os óculos direito? – riu, enquanto cumprimentava o amigo e a garota riu junto.
- Você me acha maravilhoso, , nem vem. – disse com um porte incrivelmente convencido colocando a caixinha branca em cima da mesa, depois abraçou , beijando a bochecha da cunhada. – Cadê meu afilhado?
- Sai pra lá. – o homem rebateu.
- Ele tem que me achar maravilhosa, . Então tira o cavalinho da chuva. – corrigiu e os dois riram. – E o Alex foi pra um aniversário de um amiguinho em um parque de diversões, estou com meu coração na mão, mas ok.
- Relaxa, ele volta inteirinho, só um pouco mais sujo e elétrico. – riu da cunhada, mas beijou a cabeça de . – Oi, anjo. – ele sorriu largo e meio bobo, despertando em uma alegria fora do comum. Será que finalmente as coisas estavam se ajeitando?
- Oi! – sorriu e piscou, o vendo puxar uma cadeira perto e sentar junto. – Mas e aí? Onde vocês foram?
- Mangiafocco! – Leonor falou pausadamente, sabendo que a mãe iria reclamar.
- Ah, não! E vocês nem me ligaram? – ela apertou a filha entre os braços e a garota riu. – Maldade! Que droga, hein? Ainda perdi de ver o careca! – a mulher fez um bico que causou algumas risadas.
- Ele mandou um abraço pra vocês duas. – apontou para as irmãs e elas sorriram agradecidas. – E eu e a Len não esquecemos de você. – o homem piscou e empurrou a caixinha branca pra perto de , fazendo a mulher se ajeitar na cadeira de uma vez e Leonor fazer bico por ter que sentar direito ao invés de continuar largada na mãe.
- Lasanha? – ela arregalou os olhos e viu o ex-marido afirmar rindo. – Ai lasanha! – a enfermeira deu alguns gritinhos fazendo o casal rir e depois bateu de leve na perna da filha. – Pega um garfo pra mim, Leo? – a menina fez um bico, causando ainda mais risadas.
- Vai, bicuda, pega um garfo pra tua mãe. – riu e apontou para o lado dos armários com um aceno de cabeça.
- Estou indo. – ela se apoiou na mesa rindo e foi em busca do garfo pra , sabendo que de um jeito, ou de outro, ganharia um pedaço daquela lasanha, enquanto a conversa continuou embalada entre , , e .

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O domingo havia começado mais cedo do que esperava, principalmente quando o time das cheerleaders apareceu na sua casa, fazendo a mulher lembrar que a filha havia convidado as garotas pra passar o domingo por lá, aproveitando o sol e a piscina. Já , e tiveram trabalho duro, principalmente durante a tarde, direcionada principalmente à reforma da clínica de . terminava de fixar as últimas prateleiras de vidro na sala da ex-mulher, enquanto carregava algumas caixas e fazia companhia ao cunhado na sala, olhando sua agenda da semana em um iPad.
- Como estão as coisas, cunhado? – colocou o tablet no colo e olhou pra , vendo o homem olhar pra trás de uma vez um pouco confuso. – Entre você e minha irmã, tapado! – os dois riram alto.
- Estão como sempre deveriam ter sido. – o homem deu um suspiro aliviado, mantendo ainda o sorriso gigante na cara.
- Ow, ow, ow! – a mulher levantou as mãos. – Como assim e ela não me disse nada? O que aconteceu e eu não estou sabendo, ?
- Duvido muito que ela não tenha te dito nada. – riu baixo e continuou a apertar os parafusos. – Na verdade, eu quem estou criando certas expectativas.
- Ela me disse que você foi lá na sexta, que passaram um tempo conversando, rolou até dança na cozinha. – os dois riram e deu de ombros, mas completamente satisfeito com o que tinha acontecido.
- Ela tá perto de novo, . – o homem só faltou brilhar com a declaração e ouviu o gritinho da cunhada. – Minha mulher tá perto de novo, como se eu nunca tivesse ido embora.
- Deus ouviu as minhas preces! – ela levantou as mãos pro céu o fazendo gargalhar na mesma hora em que entrava na sala, parecendo bem confuso com a crise de riso do amigo.
- Que foi? – ele perguntou.
- Sua mulher é escandalosa! – apontou com a parafusadeira.
- Meu OTP junto de novo, ! – ela soltou um gritinho e fez o marido arregalar os olhos, depois gritar em comemoração da mesma forma.

riu alto e continuou seu trabalho quieto, mesmo sabendo que aquela alegria contagiante também o atingia. respirou fundo ao sentir o telefone vibrar e abriu o aplicativo de mensagens, vendo uma de .

: Deu certo as prateleiras?
: Deu, tudo certinho! As últimas estão sendo colocadas 😌
: AEEEEEE -dançando- 💃🏻
: Minha eterna gratidão!
Queria dar um pulinho aí, mas aqui tá cheio de criança. Agradeça a equipe! Todos merecem beijos! KKKKKKKKKK Não meus, mas ok. O vc beija ele!
: Pode deixar! Mas um eu não beijo, não. Eca! Mas e o Alex? Qual o nível de destruição?
: Beija só seu marido, gente! Mandei beijar ngm além dele!
Alex tá destruindo a pista de skate com o kkkkkkkk
: Qualquer coisa pode dar bronca nele!
: Não vou brigar com a criança!!!! MEU BEBÊ
: Você e o me cansam! Ele tem 5 anos, não é um bebê!
: Meu bebê! Sai pra lá!

riu com o desespero de em defender a todo custo que Alex ainda era um bebê e suspirou, sabendo que seu filho estava sendo, na verdade sempre era, muito bem cuidado na casa dos . Ela mordeu a boca pensando que seria uma boa recompensar a irmã pelos cuidados e abriu um sorriso maldoso.

- Meninos! – a mulher chamou a atenção dos dois, que estavam entretidos com a última das prateleiras e os dois viraram de uma vez.
- Oi! – fez uma careta enrugando o nariz e parecia assustado.
- Tá errado? – perguntou um tanto confuso.
- Não, não! Tá perfeito! – a mulher deu um sorriso grande. – Quero uma foto, estou falando com a sua mulher! – piscou, vendo praticamente se inflar com a notícia.
- Ela sabe que eu estou enfiado aqui dentro? – soltou uma risada, mas logo abriu um sorriso bem maldoso e arrancou a camisa fora do corpo. – Agora pode mandar!
- Céus, ! – reclamou com uma careta bem transtornada. – Que seca é essa? – o homem empurrou o amigo e foi empurrado de volta.
- Ela vai saber agora! – riu alto. – Bota essa camisa, não quero foto sua assim no meu celular, obrigada! – ela explicou fazendo uma careta. – Tatuagem nova? – a mulher perguntou apontando pra costela do cunhado e o homem olhou afirmando.
- Sim, eu fiz...
- Bota a camisa, ! – interrompeu a fala do amigo e o homem rolou os olhos.
- Claro que não! Para de ser estraga prazer! – ele rolou os olhos.
- A foto, crianças! – alertou rindo, e os dois praticamente se abraçaram sorrindo pra foto dela. – Ai, ficou linda! – a mulher soltou um gritinho animado e em seguida mandou a foto pra irmã, ansiosa pelos xingamentos e surtos de .

: Ajuda do dia! 😉😏
: Tô grávida!
CÉUS, Eu não sei se te mato! Ou se mato esse filho de uma...
Deus, que homem gostoso!
Por que você me manda essas coisas?
: Porque eu sou a melhor irmã do mundo!😌😌 NÃO FALA MAL DA LOUISE!

riu sabendo que os xingamentos viriam com força quando viu em seu celular “ está gravando um
áudio...
” A mulher riu alto e apertou o play logo colocando o telefone no ouvido, não estava na hora de saber dos surtos.

“Você acha que eu vou xingar minha sogra? Claro que não, aquela mulher é uma santa! Você é uma vaca! Ele é um demônio. Qual a droga da necessidade de tirar a roupa? Assim não! Aqui em casa era mais fácil, mas longe assim é maldade!”

: Eca! Eu não preciso detalhes!
: Faz muito tempo que minha vida não tem mais esses detalhes.

A designe gargalhou mais, com o desespero da irmã e viu olhá-la completamente confuso.

- O que foi? Ela respondeu?
- Sua mulher tá grávida. – a mais velha soltou uma gargalhada pela cara de paisagem do cunhado com a resposta. O homem estava pálido, sem um pingo de sangue nos lábios. – Por causa da foto, tapado! Ela está surtando horrores! – sacudiu a cabeça, ainda rindo e viu o cunhado soltar um suspiro bem aliviado, depois abrir um sorriso idiota.
- Queria engravidar ela de verdade, isso sim! – riu alto e voltou às suas prateleiras com uma animação fora do comum.
- Você já fez isso duas vezes, sossega. – rolou os olhos e sacudiu de leve a cabeça. –Aliás, sossega não, quero ser tia! – os dois riram alto e a mulher viu o telefone vibrar como se estivesse possuído, sabendo que sim, ali era .

: , SUA VACA! VOLTA AQUI! NÃO SOME!
: Tô convencendo teu marido a continuar com o trabalho!
: OI? 😳 O que você disse a esse tarado?
: Que você tá grávida do espírito Santo KKKKKKK
: Vai à merda! KKKKKKKKKKKK Uma dúvida, se eu pedir nude, rola?
: Você me ama! E sobre os nudes, se você vier aqui tirar, talvez...
: Amo mais esse corpo gostoso de ! Inclusive, isso é uma tatuagem nova? Quero passar a língua por ela todinha 😏
: CREDO, MULHER! SE CONTROLE!

riu alto com a irmã, mais uma vez naquele dia, até porque era incrível ver tão desesperada e apertou no microfone acima do teclado.

-, ela quer nudes! – a mulher disse com um sorriso malvado e viu o cunhado virar de uma vez em sua direção.

: VOCÊ TÁ DOIDA? O.O!

- Oi? – perguntou meio espantado com o que a cunhada tinha dito, mas foi inevitável não rir. – Manda áudio pra ela e me deixa falar? – o homem pediu e a mulher firmou.
- Diga!
- Anjo, eu preferia te mostrar ao vivo! Mas quando chegar em casa, mato sua vontade! – ele disse aumentando o tom de voz para alguns decibéis a mais e a última coisa que ouviu foi à risada da cunhada.
-Ela vai me matar! – foi convicta, mas estava achando uma das coisas mais divertidas a situação.

: , EU VOU TE MATAR!
Meu celular vai encher de foto desse demônio pelado e a culpa é toda sua!
: Como se você fosse reclamar!
: Não exatamente! Mas na minha situação, resolvia bem mais ele nu na minha cama!
: MUITO DETALHE, MUITO DETALHE!
: A MINHA VIDA TA SOFRIDA! Que saudade da boca desse homem!
: Seeeeenhor, tá tão complicado assim?
: Complicado? Querida irmãzinha eu estou há quase um ano sem um misero beijo, imagina sexo! A COISA TÁ FEIA, HORRÍVEL! DESESPERADORA!
: Deixem de ser tapados!
: O tapado é ele! Ta esperando o quê? Que eu tire minha roupa e dance em um pole dance?
: SOCORRO, KKKKKKKKKKK
: Estou sendo realista KKKKKKKKK inclusive, tem como liberar do trabalho aí? Tipo, nesse exato momento?
: Vou pensar no seu caso u.u

- Tudo pronto, ! – anunciou guardando as chaves na caixinha de ferramentas e desmontando a parafusadeira. – Mais alguma coisa?
- Obrigada, cunhado! Mais nada. – ela sorriu agradecida. – Realmente pronto? Porque está requerendo sua presença em casa em tipo, cinco minutos. – a mulher abriu um sorriso maldoso, como se os condenasse e o homem soltou uma risada larga, arriscaria até satisfeita.
- Estou indo! – pegou a camisa no chão da forma mais rápida que conseguiu, junto com a caixa de ferramentas. – Tchau, beijo!
- A clínica é dela, o pagamento é com ela. – gritou quando viu o cunhado sair as pressas da sala e o homem parou de uma vez, olhando pra trás com o maior sorriso safado de todos os tempos.
- Deixa que lá eu me acerto! – ele piscou, fazendo os dois gargalharem e logo saiu de uma das clínicas mais conhecidas e bem conceituadas da região.

-x-x-x-

viu o telefone vibrar na bancada da pia e logo o nome de aparecer bem em cima da tela, mostrando que ele havia mandando uma imagem, o que fez seu corpo contrair em antecipação. A ansiedade era grande só de imaginar o tipo de foto que ele havia mandado, principalmente levando em consideração o histórico daquele homem em lhe enviar certas mensagens. Rápido, ela sacudiu as mãos na pia, bateu-as de leve na roupa, olhou para os lados como uma forma de precaução e finalmente pegou o celular na bancada, entrando imediatamente na conversa.
A mulher mordeu levemente a boca vendo a foto de , que estava provavelmente pelado, mas mostrava apenas o tronco até a linha embaixo do umbigo. Sem falar no sorriso inocente que abrigava os lábios dele e como consequência, acendia um fogo inconsciente em , como se ela estivesse em cima de um fogareiro, ou como se o chão estivesse em chamas.

: Que lombriga! Kkkkkkkk

Ela riu ainda ansiosa, enquanto esperava ele digitar qualquer coisa que estivesse digitando, já sabendo que teria um teor sexual enorme.

: Abre a foto e você vai ver a minha cobra 😏 😉

arregalou os olhos com o sentido da resposta e soltou uma gargalhada, tapando a boca em seguida pra não chamar tanta atenção com o barulho.

: Vai, anjo, abre logo, eu sei que você tá louca pra ver. Depois me manda áudio.

Ela mordeu a boca e clicou na foto sem demorar muito. Não ia negar que estava curiosa, mesmo depois de quase vinte anos vendo pelado, cada foto era uma surpresa. Ela conhecia muito bem o corpo do ex-marido, assim como ele conhecia bem demais o dela, até mais do que a própria mulher, se duvidasse. Nada melhor do que alguns nudes pra apimentar o relacionamento, ou talvez reacender uma chama que nunca tinha verdadeiramente apagado.

- Oh, meu Deus! – arregalou os olhos ao ver pelado, consideravelmente excitado, com uma das mãos segurando onde teoricamente não deveria, a outra o celular e de frente para o espelho do banheiro. Enquanto o sorriso inocente esticado na sua cara, fazia o corpo dela esquentar ainda mais.

Talvez fosse o tempo sem sexo, ou o mesmo tempo sem sexo com , mas estava complicado. Ela apertou no pequeno desenho de microfone no canto da tela, preparada pra responder a altura e soprou:

- Ai delícia. – ela praticamente gemeu a frase, sabendo que teria efeitos absurdos em . – Estou a ponto de explodir com essa sua inocência fingida estampada no sorriso e bom... – a mulher mordeu a boca soltando uma risada pervertida. – A atual situação que o maravilhosamente gostoso Mr. se encontra. Já tão armado assim, amor? – a ironia no tratamento carinhoso era bem explicita. – E essa tatuagem nova, hm... – suspirou de forma audível. – Contornava inteirinha com a língua. Fico até chateada por estar tão longe.

soltou o microfone com um sorriso malvado e viu o áudio carregar pra enviar, quando completou o envio, ela mandou sua frustração em forma de emoji.

: 😔 😩 😔 😔
: Porra, mulher! Olha o que você faz comigo. Só de imaginar sua língua eu fico cada vez pior.

E logo em seguida ele mandou outra foto, focando apenas no problema, que se encontrava em um estado pior do que já estava.
: Nossa, ! Chego a sentir o corpo suar, tá tudo molhado aqui, você não tem noção. Eu estou queimando.

Ela riu baixo, sentindo tudo que havia descrito e viu logo em baixo do nome dele: “ está gravando um áudio...” Ah, agora sim o circo iria pegar fogo. A enfermeira apertou o play e imediatamente colou o celular no ouvido.

E você acha que eu estou como? Estou no desespero aqui e você só me fode. Poxa, anjo, fica me dizendo que tá queimando, que tá suada, que tá molhada! E ainda me fez imaginar sua língua descendo por aqui. – ele suspirou. – Mulher, você é malvada, é malvada demais. Se for pra transar por telefone, eu preciso ao menos te ver.”

abriu a boca em um perfeito O, depois soltou uma gargalhada com a ousadia e o possível sofrimento dele.
: Sexo por telefone não. Só aceito se for presencial.
: E sugiro que você chegue logo. É mais fácil tapear um filho do que dois.
: foi deixar a namorada em casa 😘
: Eu chego em no máximo. Cinco minutos!
: Não se mata! Não se mata!

- Mãe! – ouviu o grito de Leonor da cozinha e virou de uma vez, soltando o celular em cima da bancada, com os olhos arregalados pelo susto. – As meninas já foram. – a garota passou a mão no cabelo e suspirou.
- O que aconteceu, Leo? – a mulher perguntou ainda com o coração batendo forte pelo susto anterior, mas transparecia normalidade.
- Eu não sei. As meninas são tão bonitas... – a garota começou o autodepreciamento e suspirou apertando o nariz na junção dos olhos. De onde Leonor estava tirando aquilo?
- Isso é coisa daquela loira, não é? Aquela garota não me desce, Leonor. – rolou os olhos.
- Não, mãe, nada com a Catherine e ela também não me desce. – a menina suspirou. – Mas meu nariz é enorme! – ela tentou olhar e ficou vesga fazendo a mãe rir baixo.
- Claro que não, Leo, seu nariz é lindo, é igual ao do seu pai. Ele é ideal para seu rosto. – a mulher explicou e viu a filha suspirar. – Você é completamente linda, meu amor, você é a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida. – andou os poucos passos que separava as duas e abraçou a garota com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade.
- Eu queria ser mais alta. – a menina, mais baixa que a mãe alguns centímetros, disse e riu baixo.
- Você ainda vai crescer, tem dois anos pra se tornar um mulherão, então relaxa porque você vai. – a mulher fez carinho no cabelo da filha e beijou a cabeça dela. – Vai ficar mais alta que eu, porém mais baixa que seu pai. Só pra poder usar salto sem culpa e arrasar corações onde passa. – as duas riram alto e a garota parecia até melhor, quando apertou a mãe em um abraço agradecido. beijou mais uma vez a cabeça dela.
- Posso fazer uma tatuagem? – a garota perguntou abafado fazendo a mulher gargalhar. Aquilo só podia ser brincadeira de Leonor. Tatuagem? – É sério! – a moça respondeu emburrada.
- Não, você não pode! – a mulher piscou e mesmo em tom de brincadeira, Leonor sabia que a mãe falava sério.
- Mas, mãe...
- Sem mas, Leonor! – ela bufou com o assunto repetente naquela casa. Quando finalmente aquietava, Leonor aparecia com aquilo? – Você tem 14 anos, quatorze! Você é uma criança! – ralhou sentindo a filha soltar do abraço e fechar a cara. – Não adianta fazer cara feia, você não vai se rabiscar assim, tendo quatorze anos! O seu irmão eu não deixei fazer com 16, imagina você com 14. – a mulher riu meio incrédula.
- Mas você e o papai têm inúmeras tatuagens! – a garota tentou rebater e a mãe lhe lançou um par de sobrancelhas arqueadas.
- Nós dois temos mais de trinta anos, trinta! E começamos nos encher de tatuagem depois dos vinte e cinco. Pelo amor de Deus. – a mulher suspirou, sentindo o estresse tomar conta do seu corpo, sua mente, de tudo. Principalmente com uma criança lhe pedindo uma tatuagem, e ainda emburrada com o não. – Não, Leonor, nada de tatuagem! Eu na sua idade, brincava de boneca. Quer fazer uma tatuagem? Tudo bem, mas só depois dos 18! – bufou e viu a garota rolar os olhos, depois sair da cozinha pisando duro no chão. Era só o que faltava.

A mulher se esticou, tentando se livrar de metade daquele estresse desnecessário e se deu conta que precisava de uma boa rodada de sexo. E logo!
Ela amarrou o cabelo longo no topo da cabeça com um nó e se apoiou na pia respirando fundo. Ser mãe era maravilhoso, mas existiam algumas coisas que comiam o seu juízo de um jeito fora do comum. Já não era fácil cuidar de dois adolescentes e de uma clínica, sozinha, ela ainda precisava estar separada. Era cada burrada na vida, que nem acreditava naquilo.

- Hey, mãe dos meus filhos! – a voz muito conhecida por ela, soou alta dentro da cozinha e a mulher imediatamente olhou pra porta do cômodo, vendo seu peladão preferido com um sorriso largo estampado na cara.
- Hey! – foi apenas o tempo de ela responder quase sem fôlego, por ter a lembrança dele pelado lhe atingindo novamente.

E instintivamente, a mulher sentiu o corpo ser agarrado por ele, restando apenas a escolha de agarrá-lo de volta. Sentindo o nariz do ex-marido roçar ao seu, enquanto os braços mais do que firmes do vocalista, a seguravam com força, pressionando a mulher contra o próprio corpo.
Ele estava feliz por tê-la tão rendida e abriu um sorriso pervertido, beijando de forma sugada o canto da boca de , ao ponto de fazê-la soltar um grunhido frustrado. Se ela já estava presa aos braços dele, sendo apertada contra aquele corpo gostoso e todo definidinho, com entradas para literalmente o paraíso, ela merecia ao menos ser beijada direito. Principalmente depois de tanto tempo longe. Aquele foi o estopim pra que segurasse o rosto dele com uma das mãos e praticamente arrancasse o lábio inferior de com uma mordida. Sabendo que logo ele enfiaria a língua em sua boca, no início de um beijo inteiramente desesperado que tentasse sanar ao menos um terço daquela saudade louca que invadia ambos os peitos e só tinha fica maior com a conversa recheada em teor sexual de mais cedo.
Os gostos, os cheiros e os toques eram tão familiares que ao serem provados novamente, pareciam nunca ter sumido ou passado tanto tempo guardados. Era a consolidação de um dos sentimentos mais puros e bonitos existentes. Um amor de adolescência que havia tomado proporções estrondosas nas vidas dos dois. A mais sensata loucura existente entre os dois, uma saudade fundada em apenas orgulho, que estava sendo desarmado e destruído aos poucos.
riu baixo, com uma felicidade fora do comum tomando seu corpo e deu mais um beijo sugado na mulher, enquanto os dois se mantinham juntos de testas encostadas e narizes colados. Ele segurou o rosto dela com firmeza e beijou-a mais uma vez, sentindo os dedos sorrateiros da ex-mulher entrarem devagarzinho em seus cabelos, assim como a outra mão dela que brincava de forma quase inocente na lateral do cós da sua bermuda. soltou uma risada anasalada construída em safadeza e sem a menor discrição, desceu a mão pelas costas dela, sentindo o corpo tencionar com o movimento por cima do vestido leve, que foi intensificado quando apertou a bunda de , a fazendo suspirar audivelmente ao mesmo tempo que mordia a boca. Consequentemente, mexendo com o psicológico dele.

- Que saudade! – disse ainda de olhos fechados, sentindo o roçar do nariz dele em sua bochecha.
- De quê, anjo? – ele perguntou acariciando o rosto dela com o polegar e o nariz, sentindo as mãos pequenas da ex-esposa apertarem seus ombros com força, depois respirou fundo junto com ela.
- De você. – a mulher foi curta e grossa e os dois riram dando mais um beijinho. – Da sua boca gostosa principalmente, mas essa mão boba... – a enfermeira praticamente revirou os olhos ao falar, ainda em meio ao suspiro. – Essa mão me quebra. – ela abriu um sorriso idiota e sentiu sua bunda ser apertada novamente. – Safado!
- Gostosa! – abriu o sorriso mais largo que conseguia e a beijou mais uma vez, fazendo a mulher o abraçar com uma força fora do comum e logo enfiar o rosto no pescoço dele, deixando o homem arrepiado por completo. – Te amo! – ele a abraçou com força, como se conseguisse guardar e proteger a mulher pra sempre ali.
- Eu também te amo! – ela respondeu abafado, sentindo o peito aliviar completamente e se afundou ainda mais no abraço gostoso dele. – Nossa, vai sair? – a mulher riu baixo por sentir o cheiro do perfume se espalhar no ambiente. – Tá tão cheiroso. – os dois riram baixo.
- Que nada, passei o dia lá na clínica hoje, colocando as prateleiras para a senhorita. – sorriu e beijou a cabeça dela, vendo a mulher tirar a cabeça de seu pescoço e sorrir o beijando no queixo. – Estou quebrado. – o homem fez um bico.
- Eu vi a foto! – a mulher exclamou sobre a foto que tinha mandado e soltou uma risada leve, mas que logo se transformou em algo mais generalizado pelas últimas fotos recebidas e o homem riu exatamente pela mesma coisa. Sabendo que sim, ela tinha gostado. – Que foto, hein? – mordeu a boca com um sorriso safado.
- Eu estava pensando em você. – ele sussurrou ao pé do ouvido e mordeu levemente a orelha da mulher, sentindo-a tremer contra seus braços. riu da forma mais satisfeita. – Basta eu pensar em você, que ele sobe. – beijou a porção embaixo da orelha dela e no reflexo, colocou lentamente a mão dentro da camisa dele, passando a polpa dos dedos nos músculos oblíquos e o fazendo tremer também. – Mas me diz porque você parecia tão tensa, anjo. – ele começou uma série de beijinhos no pescoço da mulher. Ela respirou fundo, sentindo ainda mais vontade de arrancar a roupa do corpo.
- Fora um ano sem sexo? – a mulher riu baixo, sentindo seu quadril ser pressionado pelo dele contra a bancada da pia. Ela mordeu a boca pra não soltar qualquer som indevido, principalmente sabendo que Leonor estava na sala e os dois suspiraram. – Sua filha amanheceu impossível hoje.
- Ela é impossível. – o homem disse baixo ainda contra o pescoço dela e apertou a cintura de , fazendo-a arfar. – O que mais, anjo? – ele perguntou subindo a mão pelo abdome da enfermeira e a mulher suspirou, apertando o tronco dele por dentro da camisa, na intenção sorrateira de descer as mãos pra dentro da bermuda do ex-marido.
- Queria fazer uma tatuagem! – a mulher soltou esganiçada sentindo seu corpo arrepiar inteirinho com a mão dele tão perto do seu seio. – Eu disse que não, óbvio! Onde já se viu? Se o eu não deixei fazer com quase 17, imagina que eu ia deixar Leonor no auge dos 14 fazer uma tatuagem. Eu não perdi meu juízo a esse ponto! – ela suspirou enfiando vagarosamente as mãos dentro da bermuda dele e parou de uma vez o que fazia.

estava com a respiração presa e completamente estacado sem nem encostar mais na mulher, deixando inteiramente confusa com a reação dele. Ela fez uma careta, vincando as sobrancelhas e imediatamente tirou as mãos de onde estava, cruzando-as na altura do peito. tinha feito merda e isso era certo!

- O que foi que você fez? – tomou uma distância segura dele, vendo o ex-marido suspirar frustrado e passar a mão nos cabelos, mostrando ainda mais seu descontentamento.
- Eu... – o homem mordeu a boca com a maior cara culpada que conseguia. – Meio que deixei ele fazer(?)
- Você o quê, ? – soltou indignada. – Qual a sua droga de problema? – a mulher olhou pro teto da casa pedindo calma, pois se pedisse forças, daria na cara dele.
- Ele disse que você tinha deixado. Eu acreditei! – o homem arregalou os olhos, movimentando as mãos freneticamente na intenção de mostrar seu desespero.
- Eu disse que só depois dos 18! – a mulher gritou em indignação, esticando as mãos pra baixo.
- Eles nunca tinham mentido, anjo! – explicou mais esganiçado ainda, afinal, ele sabia que tinha feito besteira e a mulher estava bem puta com a situação. – Eu achei que não precisava duvidar.
- VOCÊ NÃO TEM QUE ACHAR! – ela gritou arregalando os olhos, o fazendo dar um passo atrás. – Era uma tatuagem! Você tinha que, no mínimo, ter combinado comigo, ! – abriu a maior cara de choro existente pro lado dele e o homem suspirou. Se ele já se sentia culpado, o bico de choro dela só tinha aumentado e muito a sua culpa. – Você poderia muito bem ter me ligado!
- Eu sei, eu sei! Eu errei, me desculpa. – suspirou derrotado. – Mas eu achei que ele estava falando a verdade, os dois nunca foram de mentir. Sem falar que a Len estava junto, não pensei que eles fossem te esconder. – ele explicou calmo e viu o queixo da mulher tremer, sabendo que o desespero tinha tomado de conta dela.
- Eu sou uma mãe terrível. TERRÍVEL! – ela gritou com a voz inteiramente chorosa, deixando confuso com a mudança repentina de humor. – Meu filho tem uma tatuagem há mais de um mês e eu não fazia a mínima ideia disso! Ótimo, ! – a mulher enfiou os dedos entre os cabelos, sentindo algo que nunca havia sentido antes, lhe atingir. Um desespero direcionado a sua conduta com os filhos, um medo de o garoto já ter mentido mais vezes e ela nem ao menos se dar conta disso.
- Anjo, anjo! Não! – abraçou-a com força contra o peito. – Você é uma mãe incrível, nunca mais duvide disso. Tudo bem? – ele acariciou os cabelos cacheados dela, os fazendo desprenderem do nó que o prendia no topo da cabeça. – Você foi mãe aos 17 e foi uma das melhores mães que eu já vi em toda a minha vida. – ela riu baixo, o apertando mais forte entre os braços. – Uma das melhores, porque minha sogra e minha mãe são implacáveis. – o homem beijou a cabeça dela. – é quase um homem, ninguém espera que você inspecione o corpo dele enquanto ele dorme. Então para de se culpar. Ok? – o cantor disse convicto e ouviu a gargalhada estrondosa da mulher o fazendo rir junto. – Eu estou aqui agora e sempre estive, você não está sozinha. – ele segurou o rosto dela com as duas mãos comprimindo as bochechas da mulher e a beijou ternamente.
- ? – chamou ainda de olhos fechados e ouviu um resmungo de afirmação. – Qual tatuagem ele fez? – ela perguntou receosa.

fechou os olhos com força e soltou uma baforada de ar. Ainda dava tempo de correr?

- Uma garça. Na costela. – ele deu um sorriso de gases e a mulher arregalou os olhos, engasgando com a própria saliva.
- Ele fez o quê? – perguntou novamente, apenas querendo confirmar suas suspeitas.
- Eu fiz a mesma! – o homem soltou esganiçado na tentativa de melhorar a situação, o que foi em vão.
- Você por acaso é louco? – ela perguntou em um surto. – Como você deixa um adolescente de 16 anos fazer uma garça na costela? NA COSTELA, ! SABE O QUANTO ISSO DÓI?
- Eu sei, anjo! Eu fiz uma igual! – ele não segurou a risada pelo estado lunático dela. – Ele queria! Eu não ia me meter na tatuagem que o menino queria. Você sabe que eu não tenho moral. – fez um bico na intenção de amolecê-la, mas soltou uma risada incrédula enquanto sacudia a cabeça levemente, pedindo mais paciência se possível.
- Sinceramente. – ela respirou fundo, negando bem incrédula com o que tinha acabado de ouvir. – Por que você fez junto, hein, tapado? – a mulher disse entredentes, começando a estapear no braço e fazendo o homem rir ainda mais com a fúria dela.
- Ai, ai, mulher! – se encolheu ainda rindo. – Ele gosta de tatuagem tanto quanto eu e você!
- O garoto tem 16 anos e tá parecendo um gibi. – ela suspirou passando as mãos entre os cabelos, enquanto o ex-marido se recuperava da crise de riso. – Sem falar na mentira, não é? – o encarou bem e ele suspirou fundo, sabendo que a mentira tinha sido a pior das coisas, principalmente na criação que eles tinham dado aos dois.
- Foi uma tatuagem. – o mais velho ressaltou, mas ainda mordia a boca meio receoso com a mentira e as possíveis proporções que ela poderia ter tomado. – E ele vai ser punido, . Eu posso não ter moral, mas você tem. – ele deu um sorriso trincado e a mulher revirou os olhos, saturada. Os dois findaram rindo. – O que você acha que nós devemos fazer? – arqueou a sobrancelha com o “nós” utilizado. – Você, mulher, você.
- Nada de Inglaterra. não vai. – a mulher foi curta e grossa, vendo o ex-marido arregalar os olhos na intenção de protestar e ela arqueou as sobrancelhas quase perguntando se ele ia mesmo entrar naquela briga, mesmo sabendo quem ganharia.
- Você venceu. – bufou chateado com a decisão.
- Nem eu vou, .
- Oi? – o homem virou de uma vez, completamente confuso com o que tinha escutado.
- Eu não vou deixar ele sozinho em casa, convenhamos, é arranjar problemas. Eu fui adolescente, você também foi. Você vai com a Leo e nós ficamos, está decidido. – a voz firme daquela família suspirou baixando os ombros e mordeu a boca, passando a mão na testa.

respirou fundo realmente analisando o que tinha acontecido e lembrou de dizer ter feito uma igual. Era a da foto! Claro que era!

- Deixa eu ver? – ela pediu mordendo levemente a boca, e com os olhos mais grandes do que já eram.
- Ver o quê? – perguntou com uma careta confusa.
- A tatuagem, . – a mulher respondeu de maneira óbvia, o vendo abrir um sorriso safado, depois segurar na barra da camisa.

Ele iria ser malvado, claro que iria! E já tinha certa noção que sim, principalmente na situação de necessidade que os dois estavam e era certo, não passaria daquela noite. O homem puxou a camisa pra fora do corpo lentamente, fazendo questão de movimentar o máximo de músculos que conseguia. Ela respirou fundo e mordeu a boca, depois daria um troco bem dado nele.
- Não precisa ficar pelado na minha cozinha. – usou de deboche e o homem riu incrédulo com o que ela tinha dito. – Deixa eu ver. – ela praticamente ordenou e soltou uma risada, restando a apenas virar de lado e levantar o braço.

A mulher mordeu levemente o lábio inferior, estando ciente de que aquele pequeno gesto tinha puxado completamente a atenção de . Passou o polegar no contorno do desenho da garça, que era enorme como na foto, mas parecia mais bonita ao vivo e logo os outros dedos também haviam tomado caminho pela pele dele, fazendo o homem arrepiar e encolher a barriga como reflexo.

- É linda. – disse baixo, ainda concentrada na garça.
- É reconfortante que você tenha gostado, principalmente depois dessa briga toda. – ele alfinetou rindo e a mulher abriu a boca em indignação, lhe dando um tapa no braço, mas findou rindo e dando de ombros. – ?
- Oi? – ela fez uma mínima careta.
- Não vai passar a língua? – o homem perguntou sério, se referindo ao que ela tinha dito mais cedo e entrou em uma crise de riso forte pela pergunta idiota, fazendo entrar junto. Depois abraçá-la com força pela cintura, tirando a mulher do chão.
- Idiota! – ela disse ainda rindo e enfiou o rosto no pescoço dele, sentindo seus pés tocarem o chão novamente. – Vai falar com a tua filha, vai?
- O que tem de errado com o nariz dela? – o homem riu e beijou-a na bochecha.
- Nada! – rolou os olhos. – Coisa de adolescente reclamando do nariz, embora eu ache uma graça. – a mulher fez um bico.
- Igual à mãe. – ele piscou e roubou um beijo.
- Igual a mim? Como igual a mim? – ela colocou a mão no peito, se mostrando bem ofendida com a acusação.
- Igual. – o homem manteve a palavra, enquanto quase roçava os lábios aos dela de tão perto que estava. – Linda e fica de drama sem sentido. – rolou os olhos, mas sorriu com as bochechas meio coradas pelo elogio e abraçou pelo pescoço, enfiando os dedos entre os cabelos da nuca, ao mesmo tempo que iniciava uma série de beijinhos sugados que viraram um beijo mais intenso e urgente.

Ela riu o vendo meio perdido com os olhos fechados e a testa encostada na sua.

- Leonor com 14 anos reclamando do nariz e querendo uma tatuagem. Eu com 14 brincava de boneca. – a mulher declarou e o ex-marido riu baixo, ainda de olhos fechados e passando a ponta do nariz no dela.
- E quando você tinha 17, a gente tinha uma boneca viva. – roubou um beijo e já sabendo que levaria um tapa no ombro, se encolheu.
- Vai falar com a tua filha, vai? – a mulher apontou pra porta da cozinha e foi beijada mais uma vez, antes de ver dançar desajeitadamente, enquanto andava pra sala de casa.



Chapter Six

entrou na sala de TV da casa, percebendo o aparelho ligado em qualquer programa de música, enquanto via os joelhos da filha detrás das costas do sofá. Ele passou a mão no rosto, pensando no que realmente poderia fazer para tentar conversar com a garota e andou até lá, se jogando no sofá, perto dos pés dela.

- Oi, princesa! – ele disse com um sorriso enorme e a menina pulou, sentando no sofá ao vê-lo.
- Papai! – ela o abraçou com força, ganhando um beijo na cabeça. – Você não disse se vinha hoje! – Leonor fez uma careta confusa, vendo o pai rir.
- Não consigo ficar muito tempo sem vocês. – ele piscou, apertando a menina ainda mais no abraço e ela se aninhou no abraço do pai. – Len, o que aconteceu? – o homem perguntou preocupado e ouviu a filha suspirar. – Por que esse drama todo com o seu nariz?
- Ele é enorme, eu sou feia. – Leonor fez uma careta, tentando ver o próprio nariz e viu tudo trocado. – E eu ainda uso aparelho, com aquela coisa horrorosa pra afastar os molares e estou fugindo dos óculos. É o fim do mundo. – a garota fechou os olhos com força, forçando o rosto contra o peito do pai, o ouvindo rir alto, uma gargalhada estridente. – Pai! – ela reclamou com manha na voz, querendo esconder o rosto.
- Primeiro. Você só usa o afastador pra dormir, sem drama, Drama Queen! Seus óculos são apenas para descanso e você mal usa. – o homem rolou os olhos e a garota riu. – E feia? De onde você tirou isso, garota? – ele deu três beijos seguidos na cabeça dela, ouvindo Leonor prender a risada. – Você é linda, meu amor! Linda! – o homem sacudiu a cabeça, como se gritasse. – A garota mais linda desse mundo! Dizer que é feia? Está de brincadeira com a minha cara, Leonor Anne ? – ele perguntou com uma falsa indignação, ouvindo a gargalhada estridente da filha, que era exatamente igual à dele, mas ainda sim fez uma careta.
- Meu nariz é um desastre. – a garota fez uma cara de choro exagerada.
- Não renegue meu nariz, Leonor Anne. – os dois riram. – Posso te contar um segredo?
- Claro que pode, papa! – a garota disse com um sorriso bonito e consideravelmente curiosa com o tal segredo.
- A sua mãe também não gosta do nariz dela. – riu baixo, negando com um aceno de cabeça. Se mostrando bem incrédulo com o drama do nariz. – Drama Queen igual a você! Acha o nariz dela feio? – ele perguntou rindo.
- Não! – a garota inclinou um pouco a cabeça de lado. riu e afirmou. – Eu queria ser bonita igual a ela, dad. – a garota enrugou o nariz em uma careta.
- Você é mais, Len. Você ainda consegue ser mais bonita que a sua mãe. Eu não sei como isso é possível, até porque vocês são muito, muito parecidas. – os dois riram baixo e beijou a testa da filha, sabendo que de uma forma ou de outra, havia confortado o coração da garota. – Querida, sua mãe me contou sobre a tatuagem.
- Que eu quero fazer? – ela suspirou mais uma vez, porém frustrada com o não que tinha levado na cara.
- Sim, mas nisso eu concordo com ela, Leonor. – foi firme, a fazendo entender que nada mudaria a situação. – Você tem 14 anos, não vai fazer uma tatuagem. – ele disse e ela fez um bico enorme. – Não adianta me olhar com essa cara, não adianta fazer bico, muito menos usar o exemplo do seu irmão. Ele mentiu e você sabe disso.
- Ele vai se encrencar, pai? – a garota enrugou o nariz mais uma vez, perguntando baixo, sabendo que de uma forma ou de outra, tinha acobertado as mentiras do irmão.
- Claro! Sua mãe está possessa com a atitude dele e não tiro a razão dela, pra que mentir? – ele soltou meio esganiçado e a garota suspirou, afirmando. – Ninguém iria proibir nada quando os dois tivessem a idade certa pra isso. Eu e sua mãe temos inúmeras tatuagens no corpo, mas só começamos depois dos 25 anos. Você ainda é quase uma criança, Leonor. E por mais que eu não tenha tanta moral pra negar qualquer tatuagem. – o homem fez uma careta e os dois riram alto. – A sua mãe sabe o que é certo e eu vou por ela.

A garota suspirou frustrada por saber que possivelmente ia acontecer e os dois ouviram a porta abrir, logo vendo o garoto entrar animado em casa.

- Hey, Leo! Pai! – o rapaz disse sorridente e animado, enquanto fechava a porta, mas perdeu totalmente as expressões ao ver a cara séria do homem pra ele.

sentiu o sangue fugir do rosto, ao mesmo tempo que seus olhos pareciam arregalar involuntariamente. Que droga ele tinha feito dessa vez e não lembrava? Quando o pai ficava sério daquele jeito tinha ferrado, ferrado de verdade. O garoto tomou fôlego e coragem pra abrir a boca, mas ao fazer isso viu a figura da mãe em pé na porta que dava pra sala de estar. estava com os braços cruzados e olhava fixamente para o garoto com aquela cara que o fazia querer voltar pra barriga dela e não sair de lá nem tão cedo.

- Bonito pra sua cara, Eliot. – foi tudo que ela disse pra que as pernas dele ficassem bambas. – Muito bonito. Mentindo pro seu pai, omitindo as coisas pra mim e agindo como se nada tivesse acontecido?

E como se fosse possível, o garoto arregalou ainda mais os olhos, olhou pra irmã no sofá e ela negou freneticamente sobre ter o dedurado para os pais.

- Mãe, eu... – ele botou a mão no peito e continuou com a expressão impenetrável, esperando que ele continuasse. – Eu-eu. – gaguejou, mostrando o quão apavorado estava e a mulher apontou pro sofá da sala.
- Você mentiu e não vai sair impune da situação, Eliot. – a mulher suspirou bem irada com a situação e viu o garoto sentar no sofá, olhando do pai para ela e vice versa.

Leonor engoliu em seco, sabendo que de alguma forma, a culpa também respingava sobre ela.

- Sinceramente, . – o homem suspirou decepcionado com o que tinha acontecido. – Mentir pra mim? Logo pra mim, moleque? A gente nunca te proibiu de fazer nada, na verdade, nenhum dos dois e agora uma dessas... Como você quer que eu ou sua mãe continuemos confiando em você depois dessa? – o garoto apenas afirmou com um aceno, sabendo que estava inteiramente errado.
- Você não vai pra Inglaterra, . – começou ditando quais seriam os castigos e involuntariamente os irmãos arregalaram os olhos. – Sem mesada pelo resto do mês. E sem o carro por duas semanas.
- Oi? Mas, mãe! – o garoto soltou um grito esganiçado e mulher fechou ainda mais a cara.
- Sem mas, ! – ela foi dura. – Você sabe o que fez de errado. – suspirou saturada. – E você, dona Leonor. – a mulher apontou pra filha vendo a garota ficar pálida. – Eu vou pensar se você merece ir nessa viagem, pensar. Sei muito bem da sua contribuição na mentira do seu irmão. – ela terminou a bronca e viu os três em sua sala com os olhos arregalados, quando , o pai, parecia querer chorar com pena das duas crianças e Leonor estava com os olhos marejados pela notícia de que poderia não ir ver sua amada banda na turnê. – Boa noite pra vocês, eu vou deitar. Minha cabeça está capaz de explodir e eu não quero mais reclamações dentro dessa casa.

respirou fundo passando as mãos entre os cabelos e saiu da sala sem saber se tinha sido dura demais com os dois filhos ou não.

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colocou os dois filhos na cama e mesmo dando uma pseudobronca em cada um por ter deixado a mãe irada, beijou a testa dos dois como um ato de puro cuidado. Se ele estava em casa não ia perder a oportunidade de cuidar da família. Após acalmar os dois furacões, garantindo que ia tentar reverter a situação, principalmente relacionado à Leonor, o homem seguiu para o quarto do casal.
Era hora de acalmar a fera e ele sabia bem como fazer aquilo.
parou em frente a porta do quarto e passou as mãos nos cabelos, os jogando pra trás. Coçou a nuca e por fim abriu a porta, empurrando-a devagar para não incomodar a mulher que ele sabia estar acordada. caminhou na penumbra até a cama, enquanto tirava a camisa de malha fria e parou perto da king size, observando a silhueta da esposa parcialmente encolhida embaixo dos lençóis finos. O cantor soltou uma risada sem o menor vestígio de som, desabotoou a bermuda jeans, tirou-a e como de costume, colocou as duas peças de roupa em cima da poltrona.
Ele se espreguiçou e logo subiu na cama se apoiando nos braços, beijou a bochecha de do jeito mais carinhoso e viu a mulher sorrir pra ele, em um agradecimento silencioso por estar ali. O homem sorriu em resposta, não esperando muito pra deitar e abraçá-la com força, procurando o aconchego do corpo da mulher. Ela sentiu seu corpo ser pressionado ao dele e na mesma hora respirou fundo, transparecendo alívio, mas riu ao perceber a mão dele vagar por seu quadril embaixo do lençol, enquanto recebia pequenos beijinhos no ombro sorrindo de forma bem boba.
- Você está de cueca. – suspirou frustrado e ouviu a risada de , como se gritasse um “Bingo!” bem na sua cara. - Isso explica seu ataque lá embaixo. – ele soltou uma risada anasalada e enfiou o rosto entre os cabelos dela, ganhando um tapa no braço. – Au!
- Eu não dei ataque. – rebateu óbvia, porém esganiçada e sabia que tinha exagerado na reação.
- Ah, deu sim. – o homem usou de convicção e encaixou ainda mais o corpo dela ao seu, sentido aquele calor tão familiar lhe confortar. – Mas eu já devia suspeitar, é sempre assim. Você fica pirada! – ele riu baixo e beijou-a de levinho no ombro.
- Tensão pré-menstrual é um inferno. – ela rolou os olhos e soltou um suspiro, ouvindo a risada espontânea do marido.
- Eu já disse que odeio essa época do mês? Porque eu odeio essa época do mês! – soltou um suspiro frustrado e a mulher riu alto com a declaração dele. – Concordo plenamente sobre o inferno, pesadelo definiria mais. – os dois riram e jogou levemente a cabeça pra trás, encostando-a no ombro dele, ganhando um beijinho sugado nos lábios. – Eu convicto que a gente ia transar a noite toda, aí eu chego aqui e seu ciclo menstrual começou. Não poderia ter mais sorte. – ergueu o punho fazendo um bico e viu a mulher rir alto com a cena dele, o fazendo rir junto.
- E você acha que eu lembrei? – ela riu junto. – Eu não estava contando com essa belezinha logo agora.
- Por causa desses nossos esquecimentos, eu quase desmaio uma vez. – foi questão de segundos até que os dois estivessem gargalhando da situação passada.
- Não me lembra disso, amor! – cobriu o rosto com a mão ouvindo as risadas ininterruptas dele.
- Eu fiquei apavorado! – soltou um esganiço e os dois riram mais um pouco. – Eu achei que tinha te machucado. – ele beijou a cabeça dela.
- Nem foi tanto assim. – deu um tapa leve na mão dele como se o repreendesse. – Sem exagero.
- Deus do céu. – bateu na própria testa, rindo mais um pouco. – Já passamos por cada coisa, anjo. – ele suspirou, acomodando a mão em cima do quadril dela, brincando com o tecido da cueca feminina azul marinho. – O que era pra ser constrangedor para qualquer casal, te fez morrer de rir da minha cara.
- Eu estava apavorada e quando eu me apavoro...
- Você ri sem parar. – ele completou beijando a ponta do ombro dela e em um ato rápido, porém cuidadoso. passou por cima do corpo da ex-esposa e rapidamente se jogou no colchão mais uma vez, deitando de frente para ela.

Ele abriu um sorriso bonito ao vê-la com a bochecha amassada na cama e ainda toda encolhida debaixo do lençol. Ah como ele sentia falta daquilo, de um jeito que era até inexplicável. abraçou-a com força, sentindo o nariz da mulher em seu pescoço e a ouviu suspirar aliviada, satisfeita, feliz com a presença dele ali.

- Só Deus sabe o quanto eu senti falta dos seus cuidados. – a mulher disse com a voz abafada pelo pescoço dele e foi apertada com mais força no abraço esmagador.
- E só Ele sabe o quanto eu senti falta de cuidar de você, dos nossos meninos, da nossa família. – beijou-a entre os cabelos, no topo da cabeça e começou fazer cafuné nela, ouvindo a mulher suspirar. – Até do Hulk, juro. – os dois riram. – Mais calma?
- Calma de quê? – perguntou estando largada no marido, quase revirando os olhos pelo carinho em sua cabeça.
- . – o homem soltou um suspiro pesado. – Você estava bem nervosa. – ele resmungou fazendo carinho nos cabelos cacheados dela e a mulher resmungou em afirmação. – Que bom. – beijou-a na testa.
- Nossa, carinho bom. – a mulher disse suspirando, enquanto fazia carinho nas costas dele e o ouviu rir. – Nossa, amor. Não ri! – reclamou também rindo.
- Não dá pra não rir. – sacudiu levemente a cabeça.
- Claro que dá, não ri da minha carência.
- Shiu. – ele respirou fundo de modo sofrido. – Sem falar que tá carente, assim você me ferra.
- Parei. – disse de uma vez e com um sorriso sorrateiro, movimentou o rosto.

A mulher deu um beijo sugado bem no lábio inferior dele, o fazendo quase revirar os olhos ao sentir novamente a textura da boca dela. segurou-a com firmeza, aproveitando que a mão já estava bem perto da nuca da ex-esposa e agarrou-a. A mão segurava com firmeza os dois corpos colados, mergulhados no atrito, iniciando um beijo vagaroso, cheio de mordidas, sugadas e até certo ponto construído em safadeza, que perdurou por tempo suficiente pra deixá-los mais acesos.
- Maldade. – o homem resmungou de olhos fechados entre uma respirada funda e a enfermeira riu afundada na lerdeza.
- É inevitável. – o beijou mais uma vez, como se tomasse o gosto da boca dele e os dois riram. – Boa noite. – o fio de voz saiu baixo e até rouco, enquanto a enfermeira observava cada traço do rosto de na penumbra.
- Boa noite, anjo. – ele beijou-a na testa e continuou o carinho, que começava a ser combinado a uma cantoria baixa, principalmente por que o homem estava disposto a observá-la adormecendo e só aí se permitiria adormecer.

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- Bonjour. – sentiu um leve beijo no pescoço, enquanto preparava um café reforçado para os meninos e riu da forma mais espontânea e livre. abraçou-a com força por trás, quase fazendo a mulher se fundir ao seu corpo e os dois riram. – Nossa, anjo, que cheiro gostoso. – declarou encostando o nariz no pescoço da mulher, sabendo que ela iria arrepiar.
- Bonjour. – a enfermeira apertou os braços por cima dos dele. – Fala do meu perfume, ou dos ovos? – ela perguntou rindo baixo, sentindo o aconchego de um corpo maior abraçando o seu.
- Na verdade, eu falava de você. Mas a comida também tá boa. – o homem disse baixo, beijou a bochecha dela e depois o ombro, afrouxando os braços pra que continuasse a fazer o café. – Quer ajuda?
- Não. – sorriu ao ver, literalmente, o ex-marido só de bermuda na cozinha de sua casa. – Força do hábito, acabei fazendo tudo. Os meninos já descem. – a mulher colocou a caçarola com os ovos mexidos em cima da ilha da cozinha.
- Segunda é sempre essa loucura. – o cantor suspirou baixo e coçou a nuca. – Fui chamar os dois e eles já estavam elétricos se arrumando, procurando livro e essa correria toda. Acho que me atrasei. – os dois riram e estendeu a ela uma das mãos, que a mulher segurou prontamente.
- Uma hora você acerta. – riu e girou em volta do próprio corpo sendo induzida por ele. – Que foi?
- Linda pra caramba! Um espetáculo, hot mamma! – declarou fechando os olhos só pra enfatizar e a mulher gargalhou pelo apelido idiota, mas que ele costumava usar. Depois o abraçou pelo tronco, ganhando um beijinho casto no meio dos lábios. – Espero que você não esteja de batom.
- Eu estou, . Vou trabalhar. – ela disse com obviedade e riu, limpando o batom avermelhado dos lábios dele com os polegares e ganhou alguns beijinhos no dedo, bem como um sorriso bobo dele. – Pronto, limpinho. – ele alargou ainda mais o sorriso.
- Anjo? – o homem chamou e a ouviu responder com um resmungo. – Não acha que exagerou com o castigo? – o cantor falou bem baixinho e ela suspirou rolando os olhos. – Cancelar a viagem foi pesado, . – a frase saiu desesperada, a fazendo discordar da forma mais explícita que poderia existir, uma grande rolada de olhos.
- A mentira dele não foi a coisa mais leve, . – a mulher rebateu em um tom autoritário olhando bem pra cara dele, com os braços cruzados no peito e mostrando que não cederia. O homem suspirou e passou a mão no rosto. – Os dois não são mais crianças, pelo amor de Deus! Como você quer dar responsabilidade a eles se faz vista grossa quando descobre que mentiram?
- Eu sei, ! Só que eu acho que impedir a viagem é demais. – se escorou a ilha. – Os dois estavam ansiosos por isso! Leonor chorou por causa dos shows! – ele soltou um tanto desesperado. – Eu sei que ela fez errado em acobertar as coisas do irmão, mas eles são irmãos, são unidos como você e a , como eu e os meninos!
- Que advogado de defesa esses dois têm. – soltou uma risada e sacudiu a cabeça negativamente. – Meu coração não é tão duro, eu fui da idade dela, eu sei o que é ser fangirl. – os dois riram e afirmou com um aceno que no fundo era debochado.
- E como sabe. – o homem arqueou as sobrancelhas e ela lhe deu um tapa ardido no ombro. – Ai! É verdade!
- Eu sei que é verdade, ! – ela riu. – Mas eu quero que os dois pensem bem no que fizeram. Leo vai ver o McFLY, só quero que ela bote a mão na consciência e veja o que pode perder, do mesmo jeito ele.
- Eu me sinto uma fraude como pai quando comparo minha cabeça com a sua, mulher. – ele soltou toda a respiração pelo nariz como se tivesse decepcionado e riu alto, depois o abraçou pelo tronco fazendo um bico de pena.
- Para com isso, você é um puta paizão. – ela o apertou entre os braços e ganhou um beijo casto na testa. – Não é à toa que quer fazer tudo que você faz, sua cópia fiel. Dá até raiva, às vezes. – os dois riram e a mulher ganhou mais alguns beijinhos nos lábios, o que a fez sorrir novamente, enquanto não estava nem um pouco preocupado se ela estava de batom, ou não.
- Bonjour! – os filhos entraram na cozinha da casa colocando as bolsas em cima da ilha e abriram largos sorrisos ao verem os pais abraçados como se fossem dois namoradinhos, algo que tinha sido rotina durante muito tempo naquela casa e por sorte, voltaria a ser.
- Ótimo. – a mulher piscou para as crianças e os dois riram sentando para tomar café.
- Bom dia! – respondeu devolvendo o sorriso satisfeito para os dois. – Vamos, comam ou vocês se atrasam. – ele riu, beijou a testa de mais uma vez e soltou a mulher, se esticando pra beijar a cabeça dos dois filhos como um cumprimento animado de bom dia.

O homem, como de costume quando estava em casa, ajudou os dois adolescentes a servirem o café e entre as recomendações de que não se sujassem, como se os dois não tivessem mais do que cinco anos, o pai tomou café junto. tomou seu café preto e puro, para só depois comer alguma coisa que lhe desse sustento pela manhã. Rituais de sempre, que mesmo inconscientes, ainda habitavam de forma clara a cabeça de ao ponto de fazê-lo observar tudo naquela cozinha, aliviado por não ser apenas mais um sonho.

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*Bom dia.

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checou mais uma vez o relógio digital do carro e riu de leve com a brincadeira do casal de filhos que pegavam carona até o colégio. Os dois eram os melhores em dublagem dramática das músicas, rendendo bons vídeos para o pai babão que sempre que possível, os colocava na internet, mostrando ser o pai coruja que sempre tinha sido. A mulher acompanhou a cantoria dos dois com batidas no ritmo da música pop que tocava no rádio e com certeza era de algum cantor novo, pelo fato de ela não conhecer.
- De quem é essa música? – ela perguntou fazendo uma careta confusa e ouviu os meninos rirem.
- Do Shawn. – Leonor disse com um sorriso grande. – Treat you better.
- Mais um ídolo? – o garoto zoou fazendo a irmã rir. – Nossa, Leonor, você é fangirl de Deus e o mundo. – reclamou causando uma gargalhada estridente na mãe.
- Eu não sou fangirl de Deus e o mundo! – a garota retrucou rolando os olhos e cutucou a cabeça do irmão. – Só não tenho culpa de ter um gosto musical melhor que o seu. – ela declarou tão convencida quanto o pai, aumentando ainda mais a crise de riso na mãe. – Que foi, mãe?
- Seu pai dizia exatamente a mesma coisa sobre mim, que eu era fangirl de Deus e o mundo. – a mulher ainda rindo, sacudiu a cabeça de leve e percebeu olhares confusos na sua direção. – Eu fui da idade de vocês, tudo bem? – ela soltou meio esganiçada os fazendo rirem alto. – Eu já fui adolescente e gostava de coisa da minha época, embora fosse apaixonada por músicas da década que eu nasci.
- Do que você gostava? – a garota perguntou curiosa, enquanto o rapaz ria encolhido no banco da frente.
- ‘N SYNC*. – respondeu entrando em dos cruzamentos, mas não ouviu qualquer resposta sobre aquilo, deduzindo que eles não faziam a menor ideia de quem eram. – Era uma boyband que nem esses garotos ingleses que você escuta, Leo. Céus, o tinha raiva! – a mulher soltou uma risada alta.
- McFLY não é boyband. – a garota disse incrédula pelo que tinha ouvido e levantou uma das mãos em rendição, enquanto prendia a risada no banco da frente, bem diferente de que estava vermelho de tanto rir. – Tapado! – Leonor reclamou e deu um tapa na cabeça do irmão.
- AI, LEONOR! – o garoto endireitou a postura de uma vez no banco e olhou-a com os olhos bem arregalados.
- Ei, vocês dois! Parou! – a mulher reclamou sacudindo a mão entre eles e os dois suspiraram, mas voltaram a ficar quietos. – E o baile de boas-vindas? – incitou a conversa.
- É no sábado. – deu de ombros mostrando que não estava tão interessado assim em ir.
- Empolgada, Leo? – perguntou a olhando pelo retrovisor e viu a garota rir.
- Mais nervosa. – a menina disse mordendo a boca. – Mas parece que é legal.
- Alguém te chamou? – a mulher perguntou interessada e até curiosa.
- Não. – a menina riu e riu baixo. – Na verdade, eu, a Ash, os gêmeos e a Lisa F., combinamos de ir juntos. – Leonor deu de ombros e viu a mãe afirmar com um aceno contido, porém animado e orgulhoso.
- Os gêmeos que você diz, são Dylan e Daniel, certo? – a mulher perguntou com um fio de risada e a filha afirmou com um aceno. – Adoro que você esteja se enturmando bem, meu anjo. Principalmente em um colégio novo. – abriu um sorriso largo e afagou o joelho do seu mais velho que estava sentado ao seu lado, sabendo que boa parte do entrosamento de Leonor no colégio, vinha por incentivo dele. O rapaz sorriu. – E você, meu amor? – ela direcionou a pergunta a ele.
- Não estou tão animado assim, Mad vai começar a semana de provas da faculdade na segunda. Eu preferi nem insistir muito pra não prejudicá-la. – fez uma careta meio inconformada, focando sua atenção nas placas dos carros a frente e não viu o sorriso bonito da mãe. Ela lembrava bem de quando o pai deles fazia o possível pra não deixar qualquer coisa prejudicá-la em épocas de faculdade. – Mas eu vou fazer companhia a Leo e aos meninos, não vai ser de todo ruim. – ele deu de ombros.
- Vou com vocês pra comprar roupa essa semana. – a mulher garantiu e ouviu resmungos de afirmação, tanto do filho, quanto da filha. O garoto bem menos empolgado, dando a ela a certeza que ele asseguraria, que os gostos da mãe lhe agradariam sem que ele precisasse ir a tal tarde de compras.

O silêncio se instalou por alguns instantes dentro do carro e os dois adolescentes pareciam um tanto inquietos pra perguntar algo a ela. A enfermeira ainda não tinha percebido, por manter a atenção nos cruzamentos agoniados àquela hora da manhã.

- Mãe? – Leonor chamou baixo.
- Oi. – respondeu ainda batendo os dedos no volante.
- O papai dormiu lá em casa ontem? – completou a pergunta da irmã, mesmo já sabendo a resposta, mas queria ouvir de verdade. – Com você?

A mulher engoliu em seco e olhou de uma vez pro filho, um pouco assustada por não esperar a pergunta àquela hora da manhã, mesmo que soubesse que mais cedo ou mais tarde, ela seria feita. respirou fundo e passou a mão pelos cabelos, como se ajeitasse os que estavam fora do coque.

- Vocês estão juntos de novo? – Leonor perguntou mais esperançosa do que qualquer outra coisa.
- Quanta pergunta. – a mulher riu morta e respirou fundo. – Sim, ele dormiu comigo ontem. – respondeu sem olhar para os filhos e mordeu a boca.
- Mãe? – a garota incitou a resposta de sua pergunta e o irmão parecia tão ansioso quanto ela.
- Eu não sei. Não dá pra tentar explicar nada pra vocês agora. – estacionou o carro em frente ao colégio. – Mas eu prometo que quando eu conseguir entender o que está acontecendo, eu explico a vocês. Chegamos! – ela deu um sorriso sem graça e os dois afirmaram.
- Ainda tem consulta no dentista mais tarde? – a garota perguntou saindo do carro e confirmou com um aceno.
- Às 14:00, quando eu chegar na clínica eu ligo pra secretaria e aviso. – ela piscou e mandou um beijo pra Leonor que já batia a porta do Jeep. – Depois das visitas, passo pra pegar os dois!
- Até mais tarde, mãe linda! – a garota mandou beijo fazendo e rirem alto, acenou e saiu ao encontro dos colegas.
- Até, filha linda. – a mulher sacudiu a cabeça ainda rindo. – Você não vai, meu anjo? – ela afagou o joelho do filho.
- Eu... – o rapaz suspirou e mordeu a boca. – Te peço desculpas pela confusão e pela mentira, maman. A culpa foi toda minha e eu não queria que você punisse a Leo por isso, sabe? Eu sei que ela não abriu a boca, porque queria me proteger. Mas eu reconheço que a culpa foi totalmente minha e prometo que mentir, eu não minto mais pra você, nem pro meu pai. – a sinceridade na voz de era tanta que não esperou duas vezes antes de abraçar o filho e beijar a bochecha, deixando a marca do batom escuro. – Eu entendo o castigo e não estou com raiva.
- Que bom, meu amor. – ela bagunçou o cabelo dele, abrindo um sorriso enorme. – Sinal que você está se tornando um rapaz de dar orgulho, mas o castigo continua. – a mãe limpou a bochecha dele e ganhou um beijo de despedida na testa.
- Eu sei que continua. – riu. – Tchau mãe, até às 14:00. – ele sorriu e saiu do carro em seguida, deixando a mulher orgulhosa pela sua postura.

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*Boyband que fez sucesso no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, de onde o Timberlake saiu.
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- Pegaram pesado com você hoje na fisioterapia. – abriu a porta de casa dando passagem pra esposa, enquanto ela ria guiando a cadeira manual. – Eu já estava cansado só de olhar.
- É sempre daquele jeito, amor. Você sabe! – apontou pra ele rindo e logo adentrou a grande sala clara da casa. – Você que é sedentário. – ela alfinetou e perdeu de ver a cara de tédio do homem.
- Eu não sou sedentário, mulher. – ele soltou um gritinho esganiçado a fazendo rir alto.
- Nós temos um filho de cinco anos! – a designe de interiores completou a frase dele e os dois riram sabendo o sufoco que era correr atrás de uma criança o dia todo, principalmente quando uma casa cheia de rampas era combinada a um menino louco por skates.

Todos os cantos de mesa, cadeira e qualquer coisa que machucasse haviam sido protegidos para evitar maiores transtornos.
Ela parou a cadeira perto de um dos grandes sofás da sala e esticou os braços pra cima, os alongando. riu bobo, ver sua mulher tão bem depois de tudo que havia acontecido, era uma das coisas mais gratificantes dia após dia, era uma forma de saber que os dois estavam derrubando todas as barreiras. Ele sentou ao sofá, largando tudo que tinha nas mãos em cima dos acentos e em um movimento rápido, puxou a cadeira de armação roxa pelas rodas para mais perto de si com um sorriso malandro e viu a mulher rir pelo movimento brusco. segurou o rosto do marido com as duas mãos nas bochechas e sorriu boba com o bico que ele havia feito, logo dando leves beijinhos nos lábios do guitarrista, que parecia flutuar de tão leve pelo carinho.

- Droga. – reclamou baixo e desgostoso ao sentir o telefone vibrar no bolso.
- Que foi? – perguntou rindo levemente e viu o marido se torcer pra pegar o telefone no bolso.
- Estão me ligando do colégio do Alex. – o homem disse sentindo o estômago revirar só por cogitar a ideia de que qualquer coisa tivesse acontecido com seu menino.
- Oi? – a mulher sentiu o rosto empalidecer pelas mesmas hipóteses do marido e respirou fundo. – Atende, !
- Ok, ok. – ele respirou e atendeu ao telefone sentindo o coração bater nos ouvidos. – Sim, sim, sou eu. – fez uma careta sem acreditar no que a professora do moleque dizia e bufou. – Ele fez o quê? – o homem perguntou incrédulo e foi sacudido pela esposa que não estava entendendo mais nada e ganhou um aperto leve na mão. – Ok, estou indo aí agora, obrigado. – o telefone foi desligado e suspiro incrédulo deixado escapar.
- O que foi, ? – a mulher perguntou com um desespero presente.
- O Alex... – ele olhou-a como se pedisse por socorro. – Brigou no colégio. – o mais novo disse sentindo um bolo se formar na garganta e viu a careta da esposa como se perguntasse se era mesmo verdade. – Eu também não entendi. Ele não é dessas coisas! – o homem soltou um grito esganiçado.

passou a mão pelos cabelos sentindo a cabeça rodar. Como Alex tinha se metido em briga no colégio? Logo ele que tinha sido criado dentro dos princípios que pregavam que violência e briga não resolviam nada. A mulher suspirou frustrada e derrotada pelo que tinha acontecido, se culpando mesmo sabendo que culpa, ela não tinha.

- Ei, não fica assim. – beijou a testa dela, enquanto lhe acariciava o rosto. – Tenho certeza que foi algo bobo e não vai mais se repetir. Eu vou ver o que houve, tudo bem? – ele perguntou e a mulher suspirou confirmando, mesmo que estivesse apavorada.

O homem beijou a testa da esposa e sem esperar mais, saiu de casa às pressas para ir resolver o tal problema em que Alex tinha se metido. Brigar no colégio? Aquilo só poderia ser brincadeira. Ele estava nervoso, mas não chegava a metade do quanto estava, só por ter que esperar longos vinte minutos na sala de casa sem poder fazer muito.


Ela olhou de uma vez pra porta da casa, soltando todo o ar de seus pulmões e antes que movimentasse a cadeira de rodas até lá pelo barulho de chave, viu o filho entrar todo amarrotado e com a roupa suja, ao que parecia ser de brincar no chão e ela esperava que realmente fosse isso. A mulher vincou as sobrancelhas ao ver a postura culpada do garoto e o viu fazer um bico gigante de choro, enquanto parecia nem prestar atenção direito de tanto respirar fundo.

- Alexander, venha cá! – a mulher o chamou de forma mais do que séria, o que geralmente não acontecia naquela casa e o garotinho caminhou até onde a mãe estava com uma cara de choro ainda pior, embora segurasse o choro com a desculpa de que meninos grandes não choravam. – Eu nem sei como começar, sinceramente. – suspirou incrédula e passou as mãos pelos cabelos ao ver o pingo de gente todo amarrotado a sua frente. – Brigar na escola, Alexander? De onde você tirou isso?
- Eu não ia deixar ele xingar a minha mãe! – ele soltou esganiçado por prender tanto o choro e respirou fundo, passou a mão no rosto e olhou mais uma vez para o projeto de rapaz protetor a sua frente.
- Senta e me explica direitinho o que aconteceu. – a mulher apontou pro sofá claro e o garoto subiu ficando com as pernas penduradas.
- O Andrei é um chato e idiota! – Alex xingou o garoto fazendo seus pais arregalarem os olhos pelo vocabulário do garoto. – Ele é um burro!
- Alexander! – ralhou o repreendendo e o garoto bufou. – O Andrei é seu amigo, você não pode sair socando seus amigos!
- Ele não é mais meu amigo! – o garoto frisou com os braços cruzados e bem apertados contra o corpo.
- E por que não? – a voz da mulher saiu inteiramente esganiçada.
- Ele xingou você e eu não vou pedir desculpas e nem ser amigo de quem xinga a minha mãe! – o garoto vincou as sobrancelhas e a boca de se abriu em um perfeito O. – Você me ensinou que respeito é uma coisa importante, mas ele não tem respeito! Eu não vou ser mais amigo dele! – Alex voltou a firmar e o pai do menino respirou fundo.
- Alex... – a mulher o chamou baixo, com medo da resposta que receberia. – O que ele disse? – perguntou e viu o queixo do garotinho tremer.
- Ele disse que você tinha defeito! – e tão rápido quanto saiu à frase, o choro do garoto se exteriorizou forte e doído, deixando os pais de coração partido e se segurando forte pra não desabar na frente da criança. – Mas você não tem defeito! Você é a mamãe mais perfeita do mundo! É a minha mamãe e eu te amo muito, muito, muito eu não quero outra mamãe! – Alex disse desesperado pra que entendesse aquilo e a mulher só conseguia sentir as lágrimas descerem pelas bochechas com o pavor do filho. – Você não tem defeito! – ele gritou enxugando o rosto vermelho e molhado a todo custo, mesmo que não desse jeito.

respirou fundo, sentindo o nó ficar ainda maior na garganta e passou as mãos pelos cabelos, andando de um lado pro outro na sala de casa. por sua vez, abriu os braços para a criança na intenção de acalentá-la e passar todo conforto e segurança.

- Vem cá, meu amor. – ela o chamou e em um piscar de olhos, Alex subiu no colo da mãe se agarrando a ela e chorando mais um pouco. – Tá tudo bem, filho, tudo bem, ok? A mamãe também te ama muito, muito, muito, muito! E eu quero que você se acalme, pode ser? – perguntou com a voz mansa e esmagou o garoto entre os braços, vendo um pouco ao longe, o marido apavorado e agoniado com a situação. Outro que precisaria de um abraço de urso depois daquilo.
- Não liga pro que ele disse, tá bom? – o menino levantou a cabeça encarando e recebeu um beijo cheio de amor na cabeça. – E eu vou bater nele quantas vezes ele desrespeitar você! Até ele aprender a ter respeito pela mãe dos outros! – Alexander assegurou, mesmo sem saber a gravidade do que dizia e a mulher arregalou os olhos.
- Não, Alex! – ela soltou apavorada, enquanto fazia carinho nos cabelos do filho que já estava com as bochechas vermelhas de tanto chorar. – Você não vai bater mais nele. – a mulher o beijou entre os cabelos e com a visão periférica, viu o marido sentar no braço do sofá, chorando de forma mais contida. – Deixa a mamãe te explicar uma coisa? – pediu sentindo o peito apertar e viu Alex afirmar com um aceno, ainda grudado nela. – Amor, a culpa não foi do Andrei...
- Não defende ele! – o menino a cortou, indignado com a defesa e sentiu as bochechas molharem de novo pelo choro. A mulher respirou fundo e enxugou o rosto dele com os polegares, depositando um beijo na testa da criança.
- Amor, me escuta, tá bom? Talvez ele nem quisesse dizer o que disse. Ele só ouviu alguém falando e repetiu. – ela deu de ombros como se aquilo não fosse nada demais, mesmo que ainda fosse duro ouvir aquele tipo de coisa e mais duro ainda, ver o filho tão novo passar por aquilo. – Você fala muita coisa que eu e o papai dizemos, não fala? Foi exatamente isso, talvez o Andrei nem achasse que você fosse ficar chateado.
- Eu falo! Mas eu não xingo a mãe dos outros! – a criança enraivada disse com firmeza e viu a mãe suspirar um pouco derrotada por não conseguir repreendê-lo.
- Eu sei que você nunca xingou a mãe de ninguém, Alex. – ela continuou afagando os cabelos dele. – Mas porque a gente te ensinou que isso é feio. O Andrei não teve isso, querido. – a mulher disse calma querendo passar tranquilidade para aquele pingo de gente enraivado.
- Pai. Bate no pai dele! É culpa do pai do Andrei! – o menino pediu de forma suplicante, assustando mais uma vez os pais com sua postura.
- Não! O papai não vai bater no pai do Andrei! – a mulher soltou um grito esganiçado que serviria mais para o marido do que para o próprio filho, ela sabia que era louco o bastante pra arranjar confusão, principalmente quando estava bravo.
- A vontade tá bem grande! – o homem passou as mãos pelos cabelos, com a voz dura, completamente diferente do que ele costumava ser. Afinal, ninguém mexia com sua família. – Eu juro como está!
-, colabora! – ralhou de forma séria e voltou a olhar pro filho. – Infelizmente você vai ouvir mais vezes as coisas que você ouviu hoje. Lembra que a mamãe não fica triste com isso e não quer que você fique também? – ela perguntou e beijou a cabeça do garoto.
- Eu não quero mais ser amigo do Andrei, mamãe! – Alex disse indignado e a mulher afirmou com um aceno.
- Não precisa ser, Alex! Mas você precisa prometer pra mamãe que não vai mais bater em ninguém. Tudo bem? Você chega, conversa e diz que é errado. Bater nunca é a solução.
- Tudo bem, mamãe, eu não vou mais bater. – o garotinho garantiu e beijou-a na bochecha, sendo abraçado com força, muita força. – A May disse que você era legal! E você sabe que a May é legal, não sabe? Ela é minha melhor amiga agora! – ele disse radiante com os olhos azuis mais brilhantes que poderiam existir e a mulher abriu um sorriso emocionado, o beijando na bochecha dessa vez. – Ela disse que você era incrivelmente legal porque andava com rodas, aí eu a convidei pra brincar aqui em casa, antes do Andrei ficar com ciúme e eu bater na cara dele.
- Sei! – a mulher sorriu lindamente passando a mão pelos cabelos dele. – A May é muito legal, é uma ótima melhor amiga! Te amo, pequeno príncipe!
- Te amo, grande princesa! – o menino agarrou o pescoço da mãe em um abraço e beijou-a com força na bochecha, mostrando que ia proteger ela o quanto pudesse.
- Mas agora, mocinho, vai pro banho. Você está todo amarrotado! – fez uma careta e o menino riu alto, a beijou mais uma vez na bochecha e pulou do colo da mãe, correndo para o quarto.

se apoiou nos joelhos, ainda estando sentado e viu a mulher lhe encarar de volta, só que dessa vez com um sorriso gigante e genuíno no rosto, um sorriso de quem tinha conseguido o que queria, conseguido passar a missão que pretendia.

- Desmancha essa cara. – ela disse rindo e movimentou a cadeira pra mais perto de onde ele estava, depois cutucou a costela do marido. – Desmancha essa tromba, amor. – fez um bico e riu mesmo sem querer.
- Você ouviu o que o garoto disse? – o homem perguntou saturado e indignado. – Tudo culpa do idiota do pai! – ele bufou.
- Eu sei que sim. – a mulher soltou um suspiro exausto. – Provavelmente foi o pai dele que disse algo, mas paciência, já foi. – ela deu de ombros mostrando que não era nada demais, que os três eram muito mais do que aquilo. – Não tem nada que a gente possa fazer, além de esquecer, claro. Nós temos uma vida pra tocar, um filho pra criar, um casamento pra manter, almoço pra fazer e ainda tenho consulta com minha estomaterapeuta hoje. – os dois riram baixo e o homem puxou a mão dela, dando um beijo casto no dorso.
- Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou curioso sobre a consulta. – Não vi nada de anormal.
- Nada aconteceu, mas você conhece e sabe que ela é paranoica. – riu e o marido riu junto, concordando. – Mas eu adoro ser cuidada por essa família enorme.
- Eu te amo, grande princesa. – segurou o rosto da esposa entre as mãos com ternura e carinho, sorrindo do jeitinho só dele, um jeito que mostrava os dentes caninos.
- E eu te amo, grande príncipe. – a mulher sorriu grandemente encantada e sem esperar muito, beijou o marido que já estava mesmo perto dela.

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tinha aproveitado que havia marcado uma consulta pra irmã, mesmo que fosse apenas pra tirar quaisquer dúvidas de que ela estava bem e que as lesões por pressão* destruidoras de pele e de sonhos não apareceriam mais. E por mais que reclamasse que a irmã era paranoica como enfermeira, a mais nova não estava nem aí para os pseudoxingamentos. Afinal, sabia que estava fazendo o bem a irmã e enquanto ela pudesse, a mais velha não sofreria com aqueles tipos de lesões nunca mais.

- Tudo certo? – perguntou batendo levemente na porta do quarto que já estava aberta, vendo as duas irmãs esparramadas na cama. – Sem vestígios das destruidoras de pele? – o homem perguntou rindo e as duas riram junto.
- Tudo certo, ! Sem vestígio dessas destruidoras. – disse ainda rindo. – Sua mulher está novinha em folha, bundinha de bebê! – ela fechou os olhos pra dar ainda mais convicção à frase e tomou um tapa da irmã em protesto. – Ai! – os três riram.
- Idiota! – xingou a irmã ainda rindo. – Tá tudo bem, amor. que é paranoica e você sabe. – ela mandou beijo pro marido e o homem abriu o sorriso mais bobo.
- Pode ser paranoica, mas é a paranoica mais bem referenciada da região. – o homem defendeu a cunhada, vendo-a pular sentada na cama quase como uma criança. – Então ela sabe que é importante.
- Tá vendo? – soltou um gritinho apontando pro e os dois riram. – é mais meu irmão do que você!
- Vocês me cansam. – rolou os olhos de forma teatral e puxou a irmã, a derrubando na cama. As duas riram iguais crianças.
- Vocês duas parecem crianças. E o Hidrocoloide*, trouxe? – ele perguntou sobre a cobertura usada principalmente para prevenir as lesões e afirmou batendo continência.
- Deixei na sala, tá na caixinha! – sorriu e se encolheu na cama de lado como se tivesse a idade de Leonor.
- Ótimo, valeu, ! – ele abriu um sorriso grato à cunhada e involuntariamente, a esposa abriu um igual por vê-lo tão feliz em cuidar dela.
- Por nada, enfermeirão da porra! – a Mrs. supervalorizou o cunhado e ouviu a gargalhada da irmã pela pose que o homem havia feito, acabando por rir junto com ela.
- Vou ficar com o Alex. Beijo pra vocês! – mandou um beijo alado, pronto pra se retirar dali, sabendo que as duas queria conversar sobre alguma coisa.
- Beijo, amor, meu enfermeiro lindo! – elogiou o marido de longa data, o vendo inflar ainda mais e fazer mais algumas poses bem exageradas, causando risadas escandalosas nas mulheres.
- Vai logo! – disse rindo e se acalmou perto da irmã quando viu o cunhado sumir de sua vista. – Nossa, estou morta. – a mulher se largou ainda mais na cama e ganhou um cutucão na costela. – Ai! – ela se encolheu fazendo a irmã rir. – Alex não foi pro colégio? – ela fez uma careta confusa por, finalmente, se tocar que desde que chegara lá, o garoto estava em casa e suspirou.
- Ele teve um probleminha na escola. – foi tudo que a mãe se limitou a dizer, deixando ainda mais confusa com a situação.
-Problema? – a careta se exteriorizou tão rápido quanto à frase, fazendo a mais velha afirmar sucintamente. – Como? Leonor se meteu em briga uma vez. – ela disse meio preocupada e soltou uma risada baixa e frustrada.
- Um coleguinha falou umas coisas sobre mim. O mini deu uma de adulto e me defendeu. – a mulher mordeu a boca e cobriu o rosto com as mãos, sabendo que o pior estava por vir. Era algo que machucava, por mais que ela fosse forte.
- Ai, meu Deus! Que amor! – declarou todo seu amor pelo sobrinho em um só grito. – O que ele fez? – a mulher perguntou bem ansiosa pra saber o que tinha acontecido, mas na mesma hora mudou de uma vez. – Espera... O que o garoto fez? – a voz da mais nova estava bem mais baixa do que o de costume e o suspiro tomou o quarto.
- Nada, nada. Esquece. – a Mrs. sacudiu a cabeça, sabia que não valia a pena relembrar todo o sofrimento de um pedaço daquela manhã.
- Não me esconde nada, por favor. – pediu de forma serena, cuidadosa e sincera, entendendo que o assunto era de certa forma, pesado. – Você sabe que nós contamos tudo uma pra outra e sempre nos ajudamos.

afirmou com um aceno contido e mordeu a boca, evitando que seu queixo tremesse. A mulher respirou fundo, sentindo um nó na garganta ao ter que repetir a palavra que havia lhe machucado tanto, não por ser pejorativa a ela, e até um pouco daquilo, mas por ter deixado Alex tão abalado.

- Defeituosa. – a palavra saiu quase de forma inaudível e arregalou bem os olhos, sem saber se estava mais triste ou indignada com a situação, que a deixava, no mínimo P da vida*.
- Mas é o quê? – a mulher sentou de uma vez na cama, ficando bem retinha e viu a irmã rir de forma leve pela reação dela. – Você sabe que pode processar a família do garoto, não sabe? Isso é tudo coisa que ele escuta em casa! – ela disse meio desesperada com a situação.
- Sem ficar retinha! – ela apertou a mão da irmã como se dissesse que estava tudo bem. – Alexander de cinco anos, encheu o menino de tapas e socos e ainda deu razão ao filho! – soltou meio esganiçada e bufou. – E eu sei de tudo isso, , mas pra ser bem sincera? Meu maior problema agora é o meu filho não querer ir pro colégio. – as duas suspiraram.
- Ele não quer ir? – a mais nova perguntou e deitou novamente na cama vendo a Mrs. negar com um aceno de cabeça e um bico, depois abraçou a irmã com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade.
- Não, não quer mais ver o Andrei. – suspirou e recebeu um beijo na bochecha. – Eu estou bem, soeur*. Eles eram melhores amigos, , e agora meu filho não quer mais ver o garoto de jeito nenhum. – ela fez um bico desgostoso sendo esmagada com um pouco mais de força.
- Ele quem tá certo, que garoto mais desnecessário! – a enfermeira rolou os olhos e as duas riram. – Quer que eu te ajude a conversar com ele? Posso pedir a Leonor. Ela passou por isso uma vez. – a mulher perguntou prontamente, vendo sua irmã afirmar com um aceno pidão.
- Quero sim, obrigada! – a mulher agradeceu e beijou-a na bochecha, mas logo fez careta. – Leo passou por isso? – ela perguntou um tanto confusa e caiu na gargalhada antes de contar. – Para de rir, tapada!
- Depois do dentista peço pra ela vir conversar com ele. Mas sim passou! Na época, um garoto disse que era um "cantorzinho de merda", uma criança de 11 anos disse isso. – a mulher controlou seu estado de riso e respirou fundo. – E ela enfiou papel higiênico molhado na boca dele. Papel higiênico molhado, . – as crises de riso voltaram, dessa vez em dose dupla, enquanto estava vermelha de tanto rir com a história.
- Leonor sendo sua filha! – a mulher colocou a mão no rosto e piscou.
- Eu não consegui repreender, eu só conseguia rir e queria me matar. – as duas riram mais um pouco. – Ele quem brigou com ela.
- impondo limites. Essa é inédita! – cutucou e a irmã riu mais ainda. – Depois disso, nunca mais. Ainda mais com a princesinha dele. – riu, mas confirmou o que ela dizia com um aceno. Era perdido, aqueles dois nunca que iam ter pulso efetivo com os filhos. – Aqui, nem coragem eu tive de brigar com o Alex.
- Eu também não teria, soeur. – a enfermeira a encorajou e as duas se abraçaram mais uma vez, enquanto a mais velha via fazer uma careta de choro se aninhando nela como se fosse sua filha.
- , o que houve?
- ... – ela fez um bico. – Você não sabe a última dos irmãos . – a mulher repetiu e fez uma careta confusa pra que ela continuasse. – fez uma tatuagem. – soltou como se arrancasse um curativo rápido e doloroso.
- Eu sei. – a resposta saiu óbvia demais, a fazendo entender que não tinha identificado qual dos dois ela falava.
- Seu afilhado! – colocou as mãos entre os cabelos vendo a irmã arregalar os olhos. – Sem a minha permissão, mentiu pro pai, Leonor acobertou a mentira... Foi uma confusão. – ela saiu listando tudo que tinha acontecido e ouviu o grito incrédulo de .
- O QUÊ? filho?
- Eu me senti a pior mãe do mundo, ! – soltou um grunhido de choro bem fingido, mas de certa forma bem fundamentado.
- Leonor acobertou? – ainda soltava as perguntas sem um padrão definido, bem incrédula com o que tinha acabado de escutar. Desde quando os sobrinhos eram tão rebeldes?
- Como sempre, aqueles dois são iguais a nós duas. – suspirou passando as mãos, mais uma vez, nos cabelos, sem se importar se estava destruindo o coque ou não. – IGUAL A DO PAI! – a mulher soltou de uma vez, indignada com a situação e além de dar um susto em , fez a irmã entender do que ela falava. – O frouxo do pai, que ao invés de barrar, fez a rapariga de uma garça na costela. Pra quê? Para me deixar na vontade! – ela rolou os olhos e viu a designe entrar em uma crise incontrolável de riso, sacando tudo que estava acontecendo ali. – Eu me sinto uma fraude como ser vivo! – a enfermeira se encolheu ainda mais, abafando a voz no travesseiro e ouviu a gargalhada estrondosa de .
- Você não é uma fraude! – a mulher disse rindo mais um pouco. – E eu sabia! Eu sabia que a frustração tinha nome, sobrenome e um gibi no corpo! – ela deu sua sacada de mestre fazendo se encolher ainda mais.
- Eu preciso de sexo! – a necessitada soltou um grito esganiçado, como se o fato de se enfiar ainda mais no travesseiro fosse resolver o seu problema. – E ele tem um corpo muito gostoso!
- Tá grande a abstinência! – soltou uma gargalhada, claramente zombando da situação da irmã. Sem entender porque diabos os dois ainda não tinham transado, porque falta de tempo não havia sido.
- Enorme! – declarou com o rosto enfiado ainda no travesseiro e sentiu a irmã lhe abraçar com força, mesmo que risse. – Céus, como eu queria transar! – ela suspirou e a mais velha riu mais ainda.
- E por que você ainda não deu pra ele, mulher? – a pergunta saiu de um jeito bem engraçado, que fez rir alto e virar na cama de barriga pra cima.
- Estou naqueles dias. – a mulher fez um bico gigante de choro e quase roncou ao tentar esconder a risada. – E isso nem é o pior, . O pior é que ele me mandou a merda de uma foto ontem, estava nu e excitado! Eu não aguento! – ela forçou ainda mais a voz de choro. – Chegou me agarrando, me beijando, fazendo eu me perder completamente. – suspirou, ainda embalada pelas risadas da irmã e olhou pra ela. – Céus, que amasso bom do caralho!
- ! – ralhou entre as risadas pelo palavreado da irmã e as duas tornaram a rir alto. – Mas gente, como assim? Ele fez isso? – ela perguntou incrédula sobre a postura do cunhado no último dia e afirmou com um bico de desgosto. – É LOUCO!
- Eu quase engravidei pela quarta vez antes dos 35, só de o ver andando em minha direção decidido daquele jeito. SENHOR! – a enfermeira soltou um grito meio desesperado que só fez a irmã rir ainda mais.
- E por que raios vocês não transaram, ?
- Eu já disse! – ela esganiçou. – A praga da menstruação desceu, sinalizando que eu não poderia me divertir. Por quê? Por que meu corpo é egoísta. – a mulher bufou.
- Ai meu Deus, . – cobriu o rosto com a mão para evitar de rir ainda mais da cara de sofrida da irmã. – Que sorte você tem. Mas me diz, o que mais aconteceu? Ele dormiu aí, não dormiu?
- Dormiu! Fez carinho, cuidou de mim, disse coisas lindas, até cantou pra que eu dormisse. – a mulher abriu um sorriso mesmo que involuntário, enquanto a outra esperava pelo resto da frase, apostando todos os seus pares de sapatos, que seria catastrófica. – Mas eu queria mesmo era uns tapas na bunda.
- QUE HORROR! – abriu a maior cara de transtorno vendo que estava passando dos limites no que dizia. – Tarada! – ela acusou fazendo a irmã se afundar ainda mais no travesseiro, mas dessa vez rindo.
- Eu estou chateada com meu corpo! – a enfermeira ditou com uma voz manhosa. – Eu estou com saudade do meu marido e meu útero se virou contra mim. Um rebelde!
- Agora sabemos por que veio uma criança, literalmente, atrás da outra! – riu sacudindo a irmã. – Assim, bem The Flash!
- Dois anos de diferença! – corrigiu apenas confirmando o que a designe havia dito.
- The flash!
- Falta de camisinha dá nisso. – a enfermeira pontuou como se fosse uma criança chorona no tom de voz. – Não se esquece da camisinha, a não ser que seu marido seja vasectomizado. – ela alertou.
- Nem sendo! – a Mrs deu uma esganiçada. – Não esquece!
- Credo! – riu e suspirou voltando a virar de barriga pra cima.
- Cadê ele? – perguntou colocando os braços embaixo da cabeça.
- Foi almoçar com o David. – ela respondeu virando de lado e viu a irmã rir. – Ele ligou mais cedo dizendo que queria conversar com o . – a mulher deu um sorriso fechado e a irmã riu mais ainda.
- Acho que alguém vai tomar seu marido antes. – pentelhou e as duas gargalharam. – O que será que o David queria com ele, hein? Ele vinha meio distante ultimamente.
- Só espero que ele não tenha deixado os medicamentos outra vez. – suspirou preocupada. – E concordo que ele vinha distante, me preocupando, na verdade. – ela mordeu a boca um tanto pensativa e fez o mesmo. As duas conheciam bem o amigo e o equilíbrio emocional dele.

A mais nova suspirou ainda calada em relação ao assunto de David e sentiu o celular vibrar no bolso, vendo que se tratava de uma mensagem de , ao desbloquear a tela.

- mandando áudio? – a mulher fez careta.
- Aperta o play, quero ouvir o que o maridão disse. – disse com certo deboche na voz e foi empurrada de leve. Mas logo e sua curiosidade sem tamanho haviam apertado o play.

“Sinceramente, mulher? Você e seu marido são burros! Eu não aguento mais esse homem choramingando perto de mim. O que custa aceitar ele de volta logo?”

A voz do David com a gargalhada de ao fundo, se sobressaíram no quarto fazendo as duas irmãs gargalharem com a mensagem.

Anjo, é só pra avisar que eu já saio aqui pra ir ao dentista com os meninos. – a risada de pode ser ouvida e um resmungo de David dizendo que queria ver e Leonor logo. – As 14h, certo?”

- Responde, ! – a ordem de foi ainda entre as risadas.
- David, não se mete no meu casamento, amorzinho! – a mulher riu alto. – não tem o direito de ficar choramingando pra você! E amor, eu marquei consulta pra vocês três. Te espero em casa e vamos buscar os meninos. – ela soltou o microfone na tela e ouviu um sonoro “hm” da irmã que vinha em deboche. mostrou a língua e as duas riram.
- Ai, meu OTP! – botou a mão no peito fingindo estar bem emocionada.
- Querida, seu OTP não é OTP até consumarmos esse casamento de novo! – a enfermeira disse de modo esperto e sentou na cama a fim de levantar de vez.
- Oh menstruação dos infernos, viu? – a designe reclamou a fazendo rir.
- Também concordo com você. Mas preciso ir! – beijou a bochecha da irmã. – Mais tarde Leonor vem conversar com o nosso mini boxeador. – ela piscou fazendo a irmã rir.
- Obrigada, ! – a puxou para um abraço fazendo-a cair novamente na cama e abraçá-la com força também.
- Vai ficar tudo bem com ele, prometo! – a mais nova apertou uma ultima vez, a irmã no abraço, assegurando que iria dar certo. Beijou a testa dela e levantou de vez da cama. – Tchau, Mrs. !
- Tchau Mrs. ! – piscou acenando ao ver a irmã sair do quarto.

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*São lesões que estão mais vulneráveis a aparecer em partes do corpo que recebem grande pressão ou atrito, principalmente em pessoas que possuem pouca, ou nenhuma mobilidade, como cadeirantes, idosos acamados, pessoas em situação de UTI.
*É uma cobertura, ou curativo, utilizado como um meio de prevenção de lesões por pressão, porque ele se adere bem à pele ajudando a diminuir a pressão no lugar.
*Puta da vida, irada de raiva.
*Irmã.

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buzinou duas vezes em frente a grande casa pra que saísse logo e eles pudessem ir ao dentista, tendo em vista que já chegariam atrasados. Em poucos segundos a mulher apareceu, fechou a porta de chave e correu o pequeno caminho até o carro, fazendo o homem sorrir largamente em ver os cabelos dela “pulando” com a movimentação.

- Hey! Desculpa a demora. – ela sorriu entrando no carro e sem pensar muito, projetou o corpo pra frente, se apoiou na lateral do banco do motorista e beijou levemente como um cumprimento.
- Sem problemas. – ele sorriu de forma lerda segurando o rosto dela com uma das mãos e sem deixar que a mulher voltasse a sentar normalmente, beijou-a novamente.

subiu a mão pelo braço dele tateando os limites da manga da camisa, na intenção de apoia-la quase no peito do ex-marido, à medida que o beijo só ficava mais profundo. Talvez fosse o tempo que haviam passado longe, ou até a falta de tempo pra tentar matar a saudade um do outro, mas um simples beijo estava causando vontades absurdas. A mulher suspirou quando sentiu apertar de leve sua cintura e o selou repetidas vezes, vendo o homem bufar frustrado ao perder o contato com a língua dela.

- Como o David está? – a enfermeira se jogou no banco do passageiro, passando o cinto e tentando desviar a tensão. deu um longo suspiro frustrado.
- Bem, eu acho. – o homem riu baixo. – Na verdade, ele me pareceu um pouco mais abatido, não sabe se vai pra turnê na América Latina. – ele passou a mão pelos cabelos e sentiu a mão dela percorrer o caminho da sua, fazendo um carinho gostoso que o dava vontade de fechar os olhos e se largar ainda mais no banco do carro. – Oh, mulher, não faz isso que afeta o corpo inteiro. – suspirou novamente, dessa vez em contentamento. riu e o beijou na ponta do ombro.
- Ele vai melhorar, você vai ver. – ela encorajou com um sorriso largo. – O David vai melhorar, ele é forte.
- Eu conto que sim, anjo. – passou a primeira marcha e ao tirar o pé levemente da embreagem, sentiu o carro andar. – E vou ajudar no que puder. – afirmou com um sorriso sincero e baixou o quebra sol a fim de olhar o seu estado no espelhinho, ao mesmo tempo que sentiu a mão dele descansar em sua perna.
- Nós vamos, amor. – a mulher assegurou. – Eu conheço alguns ótimos terapeutas, vou conversar com o David, prometo. – ela voltou a escorar no banco após olhar seu reflexo no pequeno espelho.
- Obrigado! – agradeceu com toda sua sinceridade, apertando levemente a perna dela onde a mão dele estava, pra logo sentir entrelaçar os dedos nos seus. Os dois sabiam muito bem a importância do baixista na vida de cada um e nenhum deles desistiria sem tentar. – E os , como estão?

Foi a vez de suspirar e fazer uma careta.

- Eles passaram por algo bem desagradável, hoje. O Alex principalmente. – ela umedeceu os lábios e logo começou contar o que tinha acontecido, enquanto dirigia até o colégio.

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Leonor desceu as escadas que davam acesso aos quartos de cima da casa e logo que viu o conversando com o irmão, anunciou:

- Estou indo falar com o Alex.
- Tudo bem, princesa. – sorriu solidário e acenou pra filha. – Venha jantar em casa, sua mãe vai fazer as melhores batatas recheadas de Quebec. – o homem piscou fazendo os dois filhos rirem e logo a menina sair pela porta.
- Não posso ir? – o garoto voltou a insistir sobre sair com a namorada àquela noite e o pai negou com um aceno frustrado.
- Castigo, é castigo, . – o homem reforçou a ordem de e viu o garoto bufar, depois enfiar as mãos nos cabelos como se não soubesse o que fazer.
- O que eu vou dizer a Mad? – ele perguntou em um esganiço e parecia até que estava mudando a voz outra vez. O mais velho fez uma careta e logo se controlou pra não rir da cara do filho.
- Você não disse a ela que estava de castigo, moleque? – a pergunta saiu cheia de deboche.
- Não! – a esganiçada foi maior, ao ponto de o rapaz realmente mudar a voz.
- Por Deus, Eliot! – o homem tentou se manter sério, mas sua vontade era de rir a cada segundo que passava. – Você vai ter que dizer! Não vai enganar a garota por três semanas!
- Era uma opção. – ele falou realmente sério e o homem sacudiu a cabeça bem incrédulo.
- Sinceramente? Se eu fosse à garota e descobrisse isso, eu terminava com você. – alertou como se o filho não passasse de um mero amigo seu de adolescência e que muito menos eles tinham uma diferença de idade de 20 anos. – Você tem que contar a verdade, cabeção!
- Pai! E a vergonha? – o mais novo perguntou desesperado, fazendo forçar ainda mais o autocontrole pra não rir.
- Não tivesse feito merda! – ele disse de forma óbvia e filho respirou fundo. – Você tem ideia do que aconteceria se fosse eu na sua posição e mentisse pra sua mãe?
- Não? – o rapaz deu de ombros sabendo que aquilo não ia ajudar em nada na sua vergonha.
- Ela me capava, ! – o homem foi bem direto e viu o garoto arregalar os olhos com a maior cara amedrontada. – As mulheres sabem ser cruéis. Nunca minta pra nem uma delas, elas descobrem e quem se ferra, é você! – terminou todo o seu discurso de marido obediente apontando para o filho, que parecia nem um pouco ter gostado da ideia.
- A minha mãe é uma mulher incrível, bem mais do que isso. – o garoto começou fazer à média e o pai já sabia que lá vinha pedido cair nas costas dele. – Será que você não pode tentar convencê-la? – o sorriso trincado foi o suficiente para que o cantor caísse em uma crise, quase sem fim, de riso. – Ah pai, qual é? Vai que ela deixa!
- ? ? – o homem riu mais alto. – A sua mãe? – a pergunta saiu bem debochada e o garoto fechou a cara.
- Eu achei que pudesse contar com você, pai. – o bico do garoto era gigante e pensado pra amolecer o coração do velho, como sempre havia sido. rolou os olhos com o drama dele e respirou fundo.
- Eu vou, mas é você sabendo que a resposta é não. Então trate logo de ligar pra Madeline e explicar a situação. – o homem ditou com uma seriedade bem pouco recorrente nele e viu o garoto mais alto poucos centímetros, abrir um sorriso satisfeito que pagava qualquer pedido.
- Pode deixar, pai. – filho sorriu e bateu continência, enquanto o pai passou a mão pelos cabelos e andou a passos lentos até a escada da casa.

O que ele não fazia pelos filhos.
entrou no enorme quarto claro que pertencia ao casal, mesmo que teoricamente ele ainda não tivesse voltado pra casa. E ao ouvir o chuveiro ligado, o homem andou até o banheiro com um sorriso travesso nos lábios. Afinal, não era qualquer segredo para ele, ver nua e no banho, na verdade, era algo familiar no qual ele sentia uma tremenda falta. Tudo que tinha relação a ela lhe fazia falta, fosse o jeito de dobrar uma roupa, ou até mesmo o jeito de rolar os olhos. E se os dois tinham sido, ou ainda eram, casados por anos, vê-la tomando banho não era nada fora do comum.
Ele abriu a porta do banheiro sem deixar que o barulho ultrapassasse o do chuveiro ligado, encontrando a mulher de costas dentro do box de vidro, enquanto massageava os cabelos parecendo não ter qualquer preocupação.
O homem suspirou e subiu o olhar vagarosamente, analisando cada traço, sinal ou marcas pelas pernas grossas da mulher, principalmente a tatuagem que fazia seu sangue ferver e se alastrava lindamente por grande parte da pele lateral da coxa esquerda. Pernas essas que ela dizia serem grossas demais, ao ponto de nem toda roupa vestir bem, o deixando bem confuso em saber onde estava tanto defeito que colocava nas pernas tão lindas e bem torneadas, que faziam uma bela dupla com a bunda redondinha da mulher. Outra parte do corpo que ela fazia a ilustre questão de botar defeitos, mas que pra , era uma das mais bonitas. Ele mordeu a boca em um sorriso safado ao lembrar do quanto já tinha apertado, beijado, mordido aquela bunda e até distribuído alguns tapas, mesmo que fosse estapeado depois pela mulher indignada.
Aquele sim era um violão de verdade, violão capaz de desbancar qualquer Fender, ou Framous & Warwick, era o violão que ele mais gostava de apreciar, tocar, brincar. Era o que estava com ele desde o começo de sua vida. O que tinha aguentado a barra de um começo de carreira com duas crianças pequenas e mesmo assim, não tinha mudado nadinha quando a vida passou a ser diferente, ainda era a mesma mulher incrível desde quando os dois tinham os seus 20 anos. Era por aqueles e outros motivos, que era sim o seu violão preferido. Era o corpo mais lindo de uma mulher com todas as imperfeições sim, celulites, estrias e marcas de que ela era mãe de duas lindas crianças, marcas de que ela tinha dado a ele os dois maiores presentes que um homem poderia querer.
A mulher virou no chuveiro, ainda de olhos fechados e finalmente, tirando o que quer que fosse do creme do cabelo, que deixava a água arroxeada. Os olhos de brilharam em um lampejo ao ver uma das partes do corpo dela que ele mais achava bonita e que por incrível que parecesse, era a que menos reclamava. Ela sim tinha os seios mais lindos de toda a população feminina pra ele, eram os seios com o caimento mais perfeito existente. Eram naturais, por isso eram tão lindos. O homem desceu mais uma vez o olhar pelo corpo dela, tendo a certeza que ali ele tinha aprendido o que era ser uma mulher gostosa de verdade. Ia bem além de um corpo escultural e perfeitamente anatômico, ser gostosa, era gingado, era intimidade, era segurança e era autoconfiança, coisa que tinha de sobra. Era o que fazia ele ser ainda mais apaixonado por ela. Era o fato de ela ser ainda mais apaixonada por si.

- ! – ele foi acordado do transe ao ouvir o grito assustado de , que no reflexo natural, se cobriu como podia, mesmo sabendo que aquilo não tinha o menor cabimento. – O que você...
- Vergonha de mim, anjo? Poxa, magoei. – o homem fez um bico fingido, colocando a mão no peito e ela rolou os olhos, voltando ao banho como se não se importasse com a presença dele ali.
- Posso saber por que você invadiu meu banheiro? – ela perguntou enquanto passava algum tipo de produto no cabelo cacheado.
- Nosso banheiro. – ele corrigiu e soltou um suspiro bem sofrido. – Puta que pariu, mulher. Não cansa de ficar mais gostosa a cada dia que passa, não? – passou a mão no peito, mesmo que ainda por cima da camisa e andou até a porta do box de vidro, tirando a peça de roupa que era estamada com alguns pequenos coqueiros.
- Dá licença? – perguntou rindo pelo jeito que ele lhe olhava e viu rir meio sofrido.
- Adoro te olhar nua, é uma obra de arte das mais lindas. – o cantor sorriu de forma lasciva e correu a porta de vidro vagarosamente para o lado.
- Céus, homem! Assim você me deixa encabulada. – a mulher soltou uma reclamação fingida, enquanto fechava o registro do chuveiro e o fez rir de forma bonita, ainda encarando o corpo dela. – Aqui, amor, aqui em cima! – estalou os dedos chamando a atenção do ex-marido como se ele fosse uma criança. – Por que você invadiu o chuveiro? Digo, o banheiro. – ela sacudiu a cabeça.

coçou a cabeça um pouco confuso com a pergunta dela, o que era bem evidente pelo ponto de interrogação quase estampado na sua testa. Mas mesmo assim ultrapassou o limite da porta da caixa de vidro que ficava ao lado da banheira de hidromassagem.

- Não lembro. – ele foi bem sincero, se aproximando da mulher sinuosamente e a deixando de certa forma eufórica e, com certeza, excitada com a aproximação dele.

O homem, ainda mais ansioso e eufórico que ela, encostou o corpo ao de bem devagar e de forma sutil e prensou-a na parede, fazendo a respiração da mulher ficar dificultosa. Evidente pelo jeito que o peito dela subia e descia descompassado, completando ainda pela boca levemente aberta pra facilitar a entrada e a saída do ar. ainda encarando o corpo colado dos dois, desceu os dedos pela pele molhada dos braços dela, vendo-a arrepiar com o toque. A enfermeira mordeu a boca e fechou os olhos com força ao sentir seus braços serem erguidos e encostados no azulejo gelado do banheiro, estando realmente presa por ele.
mordeu a boca dela, puxando o seu lábio inferior entre os dentes, o que além de aumentar o tesão dos dois, deixou-a livre pra gemer em aprovação pelas mordidas. Logo, ele não aguentou apenas provocar e tomou a boca dela da forma mais urgente, tentado sanar todo aquele desejo. E por mais que o homem soubesse bem que só seria saciado após uma boa noite de sexo, sentir a textura e o gosto da língua dela era reconfortante. ao perceber que suas mãos estavam livres, levou-as a um dos ombros e os cabelos dele, onde ela puxava a cada pressionada que uma das pernas dele dava entre suas, deixando-a em um desespero por mais contato, principalmente ao sentir o volume crescente no meio das pernas dele. se concentrava entre apertá-la com as mãos e o corpo e puxar de leve os cabelos molhados da nuca dela, deixando-a ainda mais rendida.
Os dois se agarraram ainda mais quando sentiu as mãos dele descerem por suas costas e se cravaram na sua bunda, fazendo a mulher ficar de ponta de pé, quase a suspendendo. Ela arfou com a pegada brusca e quase agonizou em um gemido frustrado ao sentir morder seu queixo, depois chupar a porção de pele.
- PAI? – a voz grave do rapaz que esperava ansiosamente pela resposta, do lado de fora do quarto, foi o bastante para quebrar a primeira ponta do clima erótico no banheiro.
soltou as mãos que estavam em e com um suspiro frustrado, se deixou largar em cima dela, ganhando um abraço trêmulo de carinho quando os dois riram com a situação.

- Parece que crescem e ficam mais pentelhos ainda. – o homem passou a mão pelo rosto e beijou-a na testa. – Eu vou matar esse moleque. Atrapalhando minhas transas desde 1999. – foi o bastante pra que caísse em uma crise de riso quase interminável.
- PAI? O QUE ELA DISSE? – o grito chegou baixo no banheiro do casal e só conseguia rir mais pelo nervosismo.
- O que era pra eu dizer? – a mulher perguntou rindo.
- Nada, anjo. Nada. – ele respondeu frustrado ao olhar a bermuda preta molhada, que nem de longe era sucesso em esconder seu tesão por aquela mulher. – Eu ainda não entendo o que esse garoto tem contra mim. Sério. – disse bem sério e a mulher riu mais uma vez.
-Ele não tem nada contra você. Vai responder o que quer que seja ao moleque. – ela suspirou frustrada. – Vou terminar meu banho e desço pra fazer o jantar.
- Tenho escolha? – o homem fez um bico gigante e ganhou um beijinho carinhoso. – Veste uma roupa larga, a última coisa que eu quero é ficar duro no meio da sala vendo sua bunda maravilhosa em um jeans curto.
- ! – soltou um grito meio constrangido e bateu no braço dele, vendo o homem fazer uma careta de protesto. – Desce logo!
- Calma! Estou indo! – ele levantou as mãos em rendição e a contra gosto saiu do box de vidro, tentando ajeitar o amigo vivo dentro das calças.

O homem saiu do banheiro descontente e arrastou uma das toalhas na bancada da pia, logo atravessando o quarto enquanto enxugava o peito, meio irritado com a interrupção. Mas melhorou consideravelmente a cara quando abriu a porta branca do cômodo, dando de cara com o filho mais velho.

- E aí? O que ela disse? – filho perguntou vendo o pai passar por ele indo pra escada.
- Você não vai. Pode avisar a Madeline. – o homem suspirou meio frustrado descendo os degraus, meio largado.
- Pai, meu namoro está sendo atrapalhado! – o garoto usou de drama pra ver se conseguia psicologia inversa e parou, olhando bem pra cara dele.
- Você acabou de atrapalhar o meu. – ralhou meio esganiçado e o garoto fez uma careta de nojo. – Se contenta e não reclama. – o homem deu um peteleco na cabeça do filho e soltou uma risada. – Vem, vamos me ajudar com as batatas lá embaixo. – ele deu um empurrão de leve no filho e os dois desceram rindo.



Chapter Seven

- Você fez isso, Len? – o garotinho perguntou de olhos arregalados quando ouviu a prima falar da sua experiência com briga no colégio, depois soltou uma gargalhada, tapando a boca com as mãozinhas. A moça riu junto com ele.
- Fiz, mas meu pai brigou bastante. – a garota riu jogada na cama em forma de skate, junto com o garotinho que estava com a cabeça no braço dela.
- O tio? – a careta desacreditada do moleque fez Leonor rir alto mais uma vez.
- Claro que sim! E eu também não queria ir pro colégio, sabe? Mas a gente tem que ir pro colégio aprender coisas novas. Você está aprendendo a ler e ler é uma das coisas mais legais do mundo. Sem falar que tem a May também, e se você não for, ela vai ficar preocupada.
- Você acha, Len? – Alex perguntou com uma careta e abraçou a prima com força, sendo esmagado de volta como um ursinho de pelúcia. – Mas eu não quero mais ver o Andrei. – o menino fez uma careta, enrugando o nariz. – E nem falar com ele.
- Não precisa falar com ele. – a mais nova dos deu de ombros fazendo o primo rir. – Mas como ele vai pedir desculpas se você não for pro colégio? Porque olha, ele deve ter levado umas boas brigadas.
- Sério? – a careta do menino ficou maior.
- Claro que é! E ele vai te pedir desculpas, você vai ver. – Leonor beijou a cabeça dele.
- Mas e se ele não pedir, Len? – Alex fez uma careta só de imaginar o quanto lhe incomodava o fato de o colega ser mal educado.
- Ele quem sai perdendo, porque ser seu amigo é uma das coisas mais legais do mundo, pequeno . – a menina piscou e o ouviu rir alto, já voltando ao seu estado de animação constante. – E você tem a May, ela é uma ótima melhor amiga. E eu, se você ainda quiser ser meu amigo, claro!
- Você é minha irmãzinha, Len! – o menino a abraçou com força, enchendo a prima de beijos no rosto, fazendo a menina rir e começar uma sessão de cócegas no seu xodozinho.

-x-x-x-

Leonor entrou em casa pela porta da frente e viu as luzes da cozinha acesas, assim como o sistema de som da casa toda ligado. Então das duas, uma: ou pai dela estava na cozinha, ou a mãe.
- CHEGUEI! – a garota gritou, enquanto atravessava a grande sala de TV que funcionava como o cartão de visitas da casa.
- Cozinha! – os dois rapazes, chamados , gritaram e ela riu.
- Oi! – pulou o último degrau da escada e a garota abriu um sorriso de deboche ao ver sua mãe usando uma calça cinza de moletom. A mulher rolou os olhos e as duas riram. – Como foi com o Alex? – ela abraçou a filha de lado e lhe deu um beijo na bochecha
- Consegui convencer o pirralho a ir pro colégio amanhã e nós rimos muito. – ela disse com um sorriso orgulhoso de si e a mãe repetiu o gesto, abraçando sua criança com mais força.
- Obrigada, meu amor. Você não sabe o quanto isso é importante pra sua tia. – a mulher beijou-a na bochecha mais uma vez e viu o sorriso da filha mais nova se alargar ainda mais.
- Achei que minhas meninas não iam chegar! – o homem disse sorridente ao ver as duas na porta da cozinha, extremamente parecidas como ele costumava pontuar.
- Chegamos! – ergueu os braços como se comemorasse e eles riram. – A dona das melhores batatas recheadas de Québec chegou! – a mulher empinou o nariz como se fosse esnobe e ouviu o filho rir alto, enquanto assobiava com dois dedos na boca. – Licença para a melhor cozinheira de batatas. – a frase só serviu para mais risadas e ela empurrou o homem de lado com o quadril, sendo abraçada por ele no reflexo, ganhando um beijo na bochecha.
- A mamãe é melhor com batatas, não dá pra negar! – Leonor tomou impulso e sentou na bancada.
- Tira a bunda daí. – a frase veio em uníssono por parte de e ao mesmo tempo, fazendo a garota enrugar o nariz e pular da bancada enquanto o irmão ria. – Sem careta, Len! – o pai reforçou.
- Concordo com a Leo, não dá pra negar que a mamãe é melhor com batatas. – o rapaz defendeu a mãe, como sempre costumava fazer e o homem levantou as mãos em rendição, se dando por vencido em relação às batatas.
- Tudo bem! Eu não encosto mais em nada nessa cozinha. – fez a linha bravo-ofendido e viu seus meninos rirem alto.
- Ai, que ele ficou bravinho! – alfinetou e ainda rindo, começou preparar as batatas que já estavam cozidas, só precisavam ser recheadas e ir ao forno para gratinar.
- Você não ajuda hein, . – o homem abriu a boca em ultraje e causou mais risadas na família, depois riu junto e beijou a ex-esposa na cabeça.
- Posso trocar a música? – Leonor perguntou já mexendo no iPad que ocupava o suporte e por sua vez, levava às saídas de som dentro de toda a casa e até do quintal
- Claro, meu anjo! – a resposta saiu em uníssono dos pais e os adolescentes riram baixo, porém bem satisfeitos em ver a família se reestabelecendo novamente.
- Quer apostar quanto que é McFLY? – filho perguntou com os olhos estreitos, incitando as apostas dentro da casa.
- Aposta meio furada essa sua, . – o homem riu e escorou na bancada da cozinha, vendo a garota entretida procurando a música no iPad. Ah, como eles cresciam rápido! Em um piscar de olhos seus dois bebês tinham se tornado adolescentes. – É mais fácil apostar qual dos álbuns.
- Room On The 3rd Floor*. – disse convicta, enchendo as batatas com cream cheese e ouviu as poucas risadas.
- Esse é o único que você conhece direito, mãe! – a menina retrucou rindo, enquanto ainda procurava pela música na playlist.
- Por isso mesmo tem que ser ele. – a mulher reforçou ouvindo algumas risadas por parte do ex-marido, mas logo começou se balançar quando ouviu os acordes da guitarra que dava uma magia mais Beatles a melodia. – Eu disse! – ela comemorou e viu os dois filhos rirem.
- Não é, mãe! – filho riu, fazendo o pai rir alto. – É do segundo álbum, não é, Leo? – o garoto questionou a irmã, que parecia bem eufórica dançando. – É sim, é I wanna hold you.
- Sim, do segundo, Wonderland. – a pequena fangirl parecia bem eufórica em poder falar sobre algo que estava bem presente em sua vida. Assim como o pai que estava encantado em estar vendo e participando da dinâmica familiar outra vez. – Pai, vou buscar meu violino, quero te mostrar uma coisa! – ela soltou um gritinho eufórico e abriu um imenso sorriso ao saber exatamente do que se tratava.
- Violino? – o homem arregalou levemente os olhos ao ver sua criança correndo da cozinha quintal a fora, na direção do estúdio no fim do terreno. – Ela anda treinando? – perguntou um tanto surpreso e viu a ex-esposa afirmar com um sorriso gigante. Já fazia alguns anos que Leonor tinha encucado aprender a tocar violino, principalmente depois do show que a banda do pai tinha feito com a Orquestra Sinfônica de Montreal.
- Aprendeu o solo todinho dessa música, sozinha. – o garoto disse orgulhoso da irmã.
- E outras. – riu baixo, sentindo seu peito encher. – Estava tocando Jet Lag esses dias. – a mulher sorriu enquanto montava as batatas na forma untada.
- É sério? – o homem perguntou eufórico, incrédulo e animado, esperando que sua garotinha aparecesse logo e começasse o show. – Ela me mandou um pedaço bem pequeno, mas disse que não sabia tocar tudo. Eu juro que chorei!
- Você chora por tudo, pai! – o garoto debochou rindo, ouvindo a mãe gargalhar junto e desviou de um cubo de queijo que voava na cozinha como munição. – É verdade! Minha mãe sabe que é. – ele apontou rindo e a mulher afirmou.
- Shiu, bolinha! – o homem colocou o indicador rente aos lábios, zoando o filho como se não tivesse mais que 19 anos e viu o garoto abrir a boca indignado, sendo impedido de rir pelo tapa que ganhou da mulher em repreensão. – Duvido que sua mãe não tenha chorado! – retrucou fazendo careta pelo tapa e abraçou por trás, se encostando à ilha e levando a mulher junto consigo, em um abraço que exalava carência.
- Não chorei. – ela enrugou o nariz olhando pra cima, na intenção de encarar o homem e o filho mais velho dos dois gargalhou debruçado do outro lado da ilha. O mais velho sacudiu de leve a cabeça como se estivesse farto da dureza da mulher, mas em contrapartida a abraçou com força contra o corpo, beijando-a no topo da cabeça.
- CHEGUEI! – Leonor chegou com um grito animado e pedindo pro irmão voltar ao momento inicial da música.
Ela posicionou o violino, o prendendo entre a mandíbula e o ombro, logo começando a acompanhar as guitarras na música, deixando o pai orgulhoso e quase choroso novamente. Choro esse que não tardou a chegar, assim que a garota começou o solo de uma das suas músicas preferidas e composição de . Jet Lag era tocada com maestria, enquanto a menina mostrava todos os trejeitos de uma violonista ao tocar algo que havia aprendido sozinha.

-x-

*Primeiro álbum da banda inglesa, que tinha uma pegada bem Beatles nas músicas.

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O vento levemente frio da noite rondava pelo bairro nobre, enquanto estava escorado a lateral da grande Land Cruiser vermelha, com presa em meio ao seu abraço, parecendo um casal de adolescentes na grande dúvida sobre se despedir ou não.

- Não vai mesmo ficar? – a mulher perguntou baixinho, sentindo seu corpo amolecer de leve, quando pequenos selinhos eram distribuídos por sua bochecha e mandíbula.
- Não tem nada de roupa minha por aqui. – ele disse a apertando mais um pouco no abraço e os dois riram. – Só a cara e a coragem. Tem muita coisa no apartamento também, amanhã eu trago. – o homem sorriu e roubou um beijinho. – Ou melhor, espero vir ainda hoje.
- Se for pra vir nas pressas, amanhã é melhor. – passou a mão na bochecha dele e o beijou mais uma vez. – Não quero você feito um louco no trânsito do apartamento pra cá. Fica lá, arruma as coisas e vem amanhã cedo. – a mulher riu e o beijou mais uma vez, sentindo lhe puxar ainda mais contra o corpo dele.
- Não me quer aqui? – o cantor perguntou meio duvidoso e a viu fazer uma careta intermediária entre afirmar e negar. – Anjo! – a exclamação saiu meio esganiçada e os dois riram.

Ela abriu um sorriso e fez carinho no nariz dele com o seu, vendo o ex-marido fechar os olhos, suspirando em contentamento. A mulher o beijou de leve nos lábios, como se começasse uma brincadeira que consistia em pequenas sugadas e, às vezes, mordidas na boca carnuda do homem. Quando ele só sabia respirar e aproveitar os beijos que lhe eram dados.

- Assim eu te levo comigo. – a voz sofrida de a fez rir e abraçá-lo com mais força ainda.
- Ei, vocês ai! – o grito reverberou mais alto que o normal, fazendo o casal olhar de uma vez pra uma das janelas da casa, mais especificamente a de cima, a do quarto do filho mais velho. – Eu só liberei o namoro até 22h00min. Já são 22h01min! – o garoto protestou como se fosse um pai, mais especificamente seu pai.
- Vai dormir, moleque! – pai gritou rindo em protesto a reclamação do filho e apertou ainda mais a ex-mulher no abraço.
- Não acredito que vocês estão aí. – a mulher declarou incrédula e viu o garoto rir. – Tem o que fazer não, ? Vai dormir e leva Leonor junto, eu sei que ela tá aí!
- Dá licença? Que hoje você passou da cota, ! – o homem ralhou, mesmo que ainda brincasse e ouviu o filho rir, sendo acompanhado pela irmã.
- Já pra dentro, dona ! – Leonor apareceu espremendo o irmão na janela e causou mais algumas risadas na mãe. – Isso não é hora de estar namorando na frente de casa. Eu vou ligar pro vovô!
- Vai dormir você também, pirralha! – o pai reclamou mais uma vez, disposto a não soltar tão cedo e viu os meninos rirem. – Vão, entrem! – a ordem saiu mais como uma brincadeira e os irmãos cruzaram os braços como se mostrassem que não iam sair de lá. – Enquanto vocês não pararem de me vigiar, eu não largo!
- Solta minha mãe! Solta minha mãe! – o garoto encarnou o bebê chorão que um dia já tinha sido e a menina entrou na onda.
- Solta minha mãe! – Leonor gritou junto fazendo os pais rirem alto com o escândalo fingido dos dois.
- Não solto, não solto! – o homem arregalou os olhos, cantando a pirraça e abraçou a mulher ainda mais, a fazendo rir alto. – Não solto, não solto! Vou levar ela comigo!
- É sério, pai! – o grito saiu conjunto da dupla quase pendurada na janela.
- Tá, tá! – rolou os olhos e riu junto com a mulher.
- Eu já vou entrar! – virou olhando por cima do ombro e viu a dupla dinâmica afirmar, mas continuar na janela. – Licença? Posso namorar em paz? – a mulher esganiçou e os filhos negaram.

O homem suspirou e pra, infelizmente, se despedir, segurou o rosto dela com delicadeza trazendo a boca de pra mais perto da sua. Ela o abraçou pela cintura, quase como se apoiasse as mãos no vidro do carro e sentiu a boca do cara, por quem ela sempre foi apaixonada, tomar a sua vagarosamente em um beijo lento, mas cheio de saudade pela despedida que vinha a seguir. Os dois se agarraram mais um pouco, mesmo que de forma contida por estarem tão expostos e logo uma das mãos dele tomou a nuca dela, fazendo um carinho que arrepiava até o último fio de cabelo.

- PAI! – Leonor esganiçou ao ver a cena.
- Para com isso, pelo amor de Deus! – o grito apavorado do filho saiu sem qualquer afinação, fazendo e rirem baixo, ainda que grudados.

O homem levantou a mão esquerda e acenou para os dois que estavam na janela, sabendo que eles tinham corrido pra dentro do quarto, mesmo sem olhar. suspirou de olhos fechados e ganhou mais um beijo casto, seguido de um abraço apertado, tendo consciência que aquela sim era a despedida.

- Tchau, até amanhã. – disse com a voz vibrando na testa dela e suspirou, o apertando no abraço.
- Até! – ela roubou um beijinho. – Avisa quando chegar ao apartamento, tudo bem? – a mulher pediu passando a mão no ombro dele como se tirasse qualquer farelo de lá.
- Pode deixar, anjo. – o homem piscou e beijou-a na ponta do nariz. – Eu aviso sim. Te amo. – ele a beijou mais uma vez na testa.
- Também te amo. – o selou e por fim, soltou o ex-marido do abraço, o deixando livre pra ir.

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O sol da manhã entrava pela porta de vidro e preenchia a grande cozinha da casa, que fazia par com a sala de jantar, deixando tudo iluminado enquanto batia seu smoothie de frutas vermelhas.

- ? – ela ouviu a voz abafada combinada a pequenas batidas no vidro e virou, encontrando .
- Hey, ! Entra. – ela chamou com um aceno e viu o cunhado sorrir agradecido, depois abrir a porta de vidro e entrar na casa. – Quer? É de frutas vermelhas. – ofereceu.
- Não, não, obrigado! – ele agradeceu com um sorriso. – Mas se tiver café, eu quero.
- Na cafeteira. – a mulher apontou para o eletrodoméstico e viu o cunhado rir, depois abrir um dos armários em busca de uma xícara, já que era de casa.
- Cadê seu marido? – perguntou enchendo a xícara e respirando maravilhado o aroma que saía dela.
- Dormiu no apartamento, ontem. Por quê? – tomou mais um gole da vitamina e deu de ombros.
- Ele me disse que ia correr hoje de manhã com o Hulk, falei que ia junto. – ele deu de ombros, vendo a cunhada afirmar com um sorriso e um aceno de cabeça. – E vocês, como estão? – perguntou minimamente e sentiu uma felicidade lhe atingir ao ver um sorriso gigante brotar nos lábios da amiga de longa data.
- Melhor do que antes, com certeza! – riu como se tivesse 17 anos outra vez e estivesse conversando com o amigo da mesma idade. – Finalmente, eu acho que o , aquele doido que assumiu uma criança na maior loucura aos 20 anos, voltou. – ela disse e os dois riram alto.
- Ele nunca fugiu, . Só estava perdido um pouco na estrada. – se recompôs das risadas e saboreou mais um gole de café. – Finalmente aprendeu a fazer café? Por que, nossa, tá muito bom, quase tão bom quanto o da tua irmã.
- Vai te catar! – a mulher xingou sobre não saber fazer café e os dois riram mais uma vez. – Não cansa de pagar pau pra esposa, não? – a enfermeira brincou, vendo o amigo sorrir grandemente, apaixonado como sempre fora.
- Não! Pagar pau pra Mrs. é um desafio diferente todo dia, virou hobby. – ele piscou rindo e sacudiu a cabeça.
- Estou vendo, Mr. . – ela riu baixo. – Mas me diz, e o Alex, melhorou?
- Ah, sim! Obrigado por ter pedido a Leo pra ter ido lá em casa ontem, céus, ela ajudou muito, tirou meia preocupação de nossas costas. – o homem riu e sacudiu de leve a cabeça. – Foi pesado tudo que nós recebemos, ele principalmente.
- Eu sei, . – fez uma careta e suspirou. – Justo quando as coisas já estão encaminhadas, acontece isso. E ela, como tá? – a mulher mordeu a boca, ansiosa pra saber notícias da irmã.
- me surpreendeu de um jeito, que você não tem ideia. – abriu um sorriso completamente orgulhoso da esposa e foi acompanhado pela cunhada. – Ela se mostrou tão forte ontem, . Mesmo depois de eu estar mal por tudo, ela fez tudo ficar melhor.
- Nossa menina está crescendo, ! Ela é mais forte do que imagina. – a enfermeira sorriu largamente no momento que eles ouviram a movimentação associada a alguns assobios, o que significava que tinha chegado em casa.
- Anjo? Cheguei e trouxe um carregamento de roupa. – o homem disse rindo, enquanto já se dirigia pra grande cozinha da casa.
- Na cozinha com o ! – gritou.
- Hey, ! Tudo certo? – o homem sorriu e cumprimentou o amigo com um soquinho de mão.
- Tudo certo! – respondeu animado, tomando um gole do café quente. riu baixo e abraçou pela cintura e lhe deu um selinho. – Bom dia, anjo!
- Bom dia! – abriu um sorriso bobo, ainda com as mãos nos braços dele, como se segurasse o peso do próprio corpo. abriu um sorriso bonito e a apertou com força em um abraço.
- E a ? Cadê ela? – o cantor perguntou pela cunhada, abraçando ainda mais , sem a menor pretensão de soltá-la.
- Foi deixar o Alex no colégio! – o disse com um sorriso imenso, construído em orgulho e amor pela esposa.

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respirou fundo ao estacionar em frente ao colégio do filho e se recompôs antes de olhá-lo na cadeirinha, que estava presa ao banco de trás. O loirinho de cinco anos abriu um sorriso orgulhoso pra mãe como se a encorajasse e mesmo sem saber, deu um ânimo incrível para ela.

- Tudo pronto, príncipe? – ela se virou levemente no banco, enquanto soltava o cinto. – Quero conhecer todos os seus amiguinhos que ainda não conheço.
- Eles vão adorar te conhecer! – o menino soltou um gritinho animado e sorriu encantadoramente mais uma vez. – Tudo pronto, mamãe! Quer ajuda com a cadeira? – ele perguntou soltando os próprios cintos.
- Sempre! Eu vou abrir a porta e você aperta o botão, tudo certo? – ela respondeu com um sorriso animado, vendo o garoto se animar ainda mais, por ser importante e necessário no processo. – Ok, Alex, lá vai. Estou abrindo a porta! – ela botou suspense e ouviu a gargalhada ansiosa da criança.
A tecnologia era uma faca de dois gumes e isso todo mundo sabia, mas ela tinha sido uma bênção na vida da família . Além das cadeiras de rodas feitas com uma liga leve, o carro totalmente adaptado a fazia se sentir ainda mais independente dentro do seu sistema de vida. A porta traseira que abria corrida, fazendo o carro parecer uma nave, deixava tudo mais prático e acoplado ao carro, um mine guindaste na parte traseira que era controlado por um controle remoto, levava e trazia a cadeira com o mínimo esforço e a máxima segurança.
- A porta abriu, mamãe! – o menino anunciou saindo da cadeirinha e pegou o controle do pequeno guindaste.
- Vou abrir minha porta! – ela disse rindo e o fez, ouvindo o equipamento trabalhar pra por a cadeira fora da parte traseira. – Tudo certo, super Alex?
- Tá indo! – o menininho riu alto, pendurado no banco e viu a cadeira tocar o chão, sabendo que a grande mágica começaria dali em diante. – Dá pra pegar?
- Dá sim, meu amor! – a mulher sorriu agradecida e se esticou um pouco, pegando sua fiel escuderia, abriu a cadeira de rodas e travou bem perto do banco que ela estava. Assim ficaria muito mais fácil pra fazer a transição.
- Já desci do carro, mamãe. – o menininho gritou assim que pôs os pezinhos no chão e andou pra perto da cadeira de tubulação roxa.
- Mamãe vai passar pra cadeira agora, fica quietinho e cuidado com a porta. – ela alertou. – Você voltou o guindaste?
- SIM! – a criança soltou um gritinho animado rindo e como à mãe pediu, afastou um pouco da porta.
Ela sorriu animada para o filho, virou metade do corpo para a porta do carro e com ajuda das mãos, fez o mesmo movimento com as pernas. Assim que viu Alex em seu campo de visão, sorriu para o pequeno que sorria orgulhoso de volta pra ela, mostrando que a mãe era sim sua heroína e ninguém iria lhe mostrar o contrário. respirou fundo tomando força e impulso, logo segurando nos puxadores de apoio acoplados na parte interna do carro, que a ajudava a suspender o corpo. Se apoiou na cadeira de rodas e logo sentiu seu corpo se acomodar a ela, dando graças a Deus por seu carro ser perfeitamente adaptado pra ela, facilitando e muito a sua vida.
- Você parece aquelas meninas radicais dos desenhos animados, mamãe! – o garoto disse encantado e a fez rir, depois esmagá-lo com força, enchendo a criança de beijos.
- Vamos? Ou você se atrasa pra aula. – ela sorriu orgulhosa, ajeitando a camisa do filho e ele sorriu de bochechas vermelhas.

Depois de pegar o celular e os documentos, a mulher se afastou pra fechar a porta e logo seguiu com a criança ao seu lado, para a rampa que dava para a porta do colégio.

- Me dá sua mochilinha. – pediu como algo involuntário e ouviu seu pequeno príncipe rir.
- Eu levo, mamãe! – Alex segurou as alças e deu um pulinho fazendo a mulher rir. – OI, MAY! – ele gritou assim que viu a pequena garota com cabelos ruivos.
- OI, ALEX! – a garota soltou a mão do pai e correu para cumprimentar o amiguinho.
- Mrs. ! – o pai da garota cumprimentou a mulher com um aceno, enquanto sorria pela amizade dos dois pequenos.
- Olá, Mr. Winson! – ela sorriu de volta.
- Olha, May! Essa é a minha mãe! – Alex abriu um sorriso gigante e ainda segurando na mão da amiguinha, apontou para a mulher.
- Oi, mamãe do Alex! – a ruivinha sorriu grandemente, acenando pra . – Ele disse que a senhora era bem legal!
- Oi, querida! – a mulher sorriu esticando a mão para cumprimentar a criança. – E ele também me disse que você era uma amiga muito legal. – sorriu segurando a mão dos dois.
- O nome da minha mamãe é . – o loirinho de olhos brilhantes disse sorridente.
- Pode me chamar de tia! – a designe piscou fazendo os dois rirem. – Vamos? Ou os dois lindinhos se atrasam pra aula.
- Vamos! – as duas crianças soltaram gritinhos animados e May acenou para o pai como se o mandasse ir embora dali. O homem riu.
- Você vai mostrar a sua mãe para todo mundo, não é, Alex? – a garota perguntou segurando forte na mão do amiguinho e o menino abriu o sorriso mais largo que existia.
- Mas é claro que sim! Eu vou mostrar para todo mundo que a minha mamãe é a garota mais legal do mundo! – ele fechou os olhos com força pra dar ênfase naquilo e deu um beijo forte na bochecha da mãe, como se quisesse passar segurança pra ela. Quase dizendo que todos os seus amiguinhos eram como a pequena May e mesmo que não fossem, ele ia defendê-la até onde pudesse.

-x-x-x-

A semana havia passado voando e quando menos esperou, já era quinta feira, dali dois dias seria o baile de boas vindas do colégio dos meninos e ele estava tentando ao máximo dividir as tarefas com , para não sobrecarregar a mulher. Que justo naquele dia, o dia de comprar o vestido de Leonor e uma camisa pra , estava atolada até o pescoço de curativos e visitas pra fazer. O homem fechou um pouco os olhos pela claridade, ao ver uma manada de adolescentes saindo do colégio e abriu um sorriso grande ao ver Leonor se despedindo dos amigos.

- Papa! – o grito da menina foi estridente assim que ela o viu, não esperando muito pra correr ao encontro dele.
- Que saudade, princesa! – o homem a abraçou com força, sendo abraçado de volta pela garota, mesmo que soubesse que declarar saudade na entrada do colégio e depois de passar uma noite sem vê-la, fosse ridículo. Algo que a garota nem estava ligando.
- Eu te vi ontem! – ela soltou uma gargalhada estridente, ouvindo o pai rir junto como se concordasse. – Assim, não é reclamando, mas cadê a minha linda mãe? Ela disse que ia me levar pra comprar um vestido pro Baile.
- Eu sei. E sua linda mãe, ficou atolada até o pescoço de curativo pra fazer e me pediu pra vir te buscar. – riu e beijou a testa da sua garotinha. – Cadê seu irmão?
- Tinha treino e ficou no campo, mas disse que ia pra casa depois. – Leonor deu um sorriso fechado. – Por quê?
- Nada! – ele beijou a testa da filha. – Sua mãe sabe disso? – o homem fez uma careta, fechando um dos olhos e a viu rir, enquanto afirmava com um aceno de cabeça. – Vamos?
- Vamos! – a garota disse animada e saiu do abraço do pai.
- Tchau, Leo! Tchau, Sr. ! – Ashley gritou acenando para os dois, que acenaram de volta com a mesma animação da garota. – Te espero lá em casa pra gente estudar!
- Pode deixar! – a mais nova dos gritou em resposta, para a melhor amiga. – Tchau, Ash! – os dois acenaram juntos.
- Onde você quer ir comprar o seu vestido novo? – a pergunta do pai saiu animada, assim que os dois se acomodaram dentro do carro.
- Não sei! – ela mostrou um sorriso trincado que o fez rir. – Mas a mamãe disse que você tem um ótimo gosto, sempre ajudava ela a escolher roupa, portanto, chegou minha vez! – Leonor estufou o peito no seu maior porte convencido e ouviu o pai rir alto, depois beijá-la na bochecha.
- Personal stylist ao seu dispor! – o homem brincou rindo e fez a filha rir, saindo da frente do colégio. – Esses bailes são legais! Homecoming* só não é melhor que o de formatura.
- Sim! Você foi com a mamãe? – ela perguntou com os olhos lampejando em curiosidade e o homem soltou uma risada anasalada.
- Quando eu formei no colégio, a gente não namorava ainda. – deu de ombros com um sorriso meio decepcionado e ouviu a menina rir. – E sua mãe pulou o Prom. Ela passou em três faculdades no meio do colegial. Então não, não tivemos essa sorte. – os dois riram. – Você vai com as meninas? Ashley, a Lisa e a Donna?
- Mais ou menos. Na verdade, sim. Mas um amigo meio que me chamou hoje, daí combinamos de ir todo mundo junto. – ela respondeu verificando as notificações do celular e não percebeu quando a cara do pai se dividia entre morte e pavor.

O homem deu um pigarro, seguido de um murmúrio de afirmação, que mais poderia ser classificado como um grunhido de desespero. Sua menininha iria ao baile com um garoto? Não, não, aquilo só poderia ser um pesadelo. Cadê ele acordar com um beijo de na testa, dizendo que o café estava pronto e os meninos estavam animados pra construir a casinha do cachorro no quintal?
Infelizmente eles não tinham mais oito anos de idade.

- Eu conheço? – deu outro pigarro e a garota levantou a cabeça, olhando confusa pra ele. – O garoto, Leonor! – ele foi óbvio, até meio irritado consigo por estar com ciúme, a fazendo rir.
- Sim! – a garota riu mais e o viu arregalar os olhos, ficando com as pupilas pequenininhas. – São os gêmeos da frente, o Dylan me chamou, o irmão do Daniel, ele vai com a Ash. E a Lisa vai com o Greg, acho. Na verdade, nós só combinamos de ir junto pra não ir com ninguém babaca. – ela deu de ombros e viu o pai suspirar como se procurasse fôlego. – Eles são meus amigos, pai! E você sabe.
- Tudo bem, Len. – suspirou e ligou o carro, sorrindo pra filha. – Vamos comprar seu vestido, princesa. – o homem disse animado e viu a moça sorrir igualmente a mãe quando estava empolgada com alguma coisa.

Era um baile, não era nada de mais, não ia acontecer nada demais. Ela ia rir, dançar com os amigos e curtir uma festa de colégio, ele já tinha sido adolescente e sabia como era legal, tinha até sido amigo da sua esposa no colegial. Imediatamente ele desligou o carro.

- Len?
- Oi? – ela vincou as sobrancelhas, bem confusa.
- Eu também era amigo da sua mãe no colegial. – ele disse baixo e mordeu a boca mais receoso do que a própria criança, mas ouviu uma gargalhada estrondosa dela.
- Pai, coloca nessa cabecinha uma coisa, ok? – Leonor começou a conversa como se fosse à mãe e o homem trancou a respiração. – Eu tenho 14 anos, eu nunca beijei ninguém e eu não vou fazer isso com qualquer garoto babaca de colegial que não tem nada na cabeça, só pra dizer que eu já beijei alguém. O Dylan é meu amigo, apenas meu amigo, nós somos novos no colégio e precisamos de nosso bando, por isso estamos indo juntos ao baile, nada mais. Tudo bem? – a garota arregalou levemente os olhos claros e o homem rolou os dele, voltando a ligar o carro.
- Eu estou só falando, Leonor. As coisas acontecem! – o homem bufou já sem paciência com a própria cabeça, que insista em lhe fazer achar que a garota poderia arranjar um namorado sendo tão nova.
- Você e a minha mãe foram um caso a parte. Vocês são maravilhosos e foram escolhidos pra dar certo. Mas eu. – a menina colocou a mão no peito, dando uma entonação mais forte a frase, talvez assim seu pai parasse de dar ataque. – Não estou pronta para esse tipo de coisa agora.
- Nem eu. – ele sussurrou, mas um tanto aliviado pela opinião da garota e manobrou o carro para longe da rua do colégio. – Mas vamos comprar o seu vestido. – sorriu afagando o joelho da filha. – Desculpa o surto, é coisa de pai. Tudo bem? – o homem se esticou e beijou a garota na bochecha. – Sua festa vai ser ótima.
- Obrigada! – o sorriso animado da garota encheu o peito do pai, o que fez com que ele sorrisse da mesma forma, enquanto iam para o shopping.

A tarde havia sido uma das mais divertidas com os dois juntos e mesmo depois de vários vestidos provados e da opinião pertinente de , eles tinham escolhido um vestido vermelho escuro, bem escuro, quase vinho para ela. Uma cor que destacava bastante na garota. E uma camisa azul escura pra , já que ele tinha decidido não ir.
Na volta pra casa, depois de ter lanchado no caminho, deixou a filha na casa da amiga e sabendo que já tinha chegado em casa, ele foi direto pra lá, a fim de choramingar no pé da mulher. Ele saiu do carro sentindo o estômago revirar de leve pelo fato de Leonor estar crescendo mais rápido que o normal e quando percebeu, já havia se jogado no sofá da sala feito uma jaca madura, só aí percebendo que os estavam por lá.

- Criatura, o que foi isso? – fez careta ao ver o estado do ex-marido. – Não deu certo o vestido?
- Que foi, ? – perguntou com uma risada presa, enquanto olhava com vontade de rir para o cunhado.
- Eu não estava preparado. – ele colocou a mão no peito. – Minha filha, minha princesinha, vai ao baile. Com um garoto! – o homem fez cara de choro e a única coisa a se ouvir naquela sala, eram as risadas descontroladas de , e .
- Ninguém mandou ter mulher em casa, ! – o marido de disse rindo no mais puro deboche do amigo.
- Espera você ter uma filha, . Só espera! – praguejou e imediatamente olhou pra mulher ao seu lado. – Por que dói tanto, anjo? – a pergunta saiu dramática demais, causando outra sessão de gargalhadas e dessa vez a enfermeira ficou de pé, tentando parar de rir do marido, que continuava jogado no sofá claro.
- Lá de casa só saiu um menino! – assegurou bem e viu a cara indignada do cunhado.
- E só vai sair meninos! – retrucou sobre ter mais alguma criança e a mulher arqueou uma das sobrancelhas pra ele.
- Apenas o Alex! – sobrepôs a palavra do marido, ouvindo a irmã rir. – E você, , deixa a menina!
- Tem que vir mais um, concordo com o Mr. . – apoiou o amigo e viu a cara de indignação da irmã, depois virou pra , na intenção de consolar o marido. – Olha pra mim. – ela segurou o rosto dele com uma das mãos. – Você conhece os gêmeos e acima de tudo, você conhece a sua filha, Leonor é uma menina ainda.
- Que mais parece ser um mulherão. – alfinetou , sabendo que ele ia reclamar.
- Não tá ajudando, . – o homem fez cara de bunda, ouvindo as risadas da cunhada e da esposa.
- ... – disse de forma mansa, como se tentasse consolar o homem. – Leo é uma meninona, demais, juro a você. Sério, não vai acontecer nada demais.
- Eu sei, , eu sei. Ela sabe o que tá fazendo. – o homem disse num ímpeto, rolando os olhos como se soubesse de tudo aquilo e a mulher fechou a cara pra ele.
- Tá, tá bom então. – ela levantou as mãos em rendição e deu um grande passo pra trás, fazendo ver que tinha feito merda e logo uma cara de choro.
- Vem cá! – ele a puxou de novo pelas pernas, abraçando-as como se fosse uma criança chorona. – Só... é estranho, anjo.
- As primeiras experiências são normais. – disse convicta, buscando apoio na irmã e no cunhado. – Eu passei por isso, passou por isso, você e o já passaram por isso. Até o já passou por isso! Primeiro baile e a coisa toda. É legal!
- Ela é uma garota incrível, consciente e acima de tudo, inteligente. – defendeu a garota e viu o amigo fazer uma careta por saber de tudo aquilo.
- Eu sei, . O problema é ela estar crescendo. – o homem fez um bico enorme que fez gargalhar do desespero do cunhado.
- Ela vai crescer, . Você não tem muita escolha! – a mulher passou a mão no rosto, ainda rindo do drama que o cantor fazia.
- Uma hora ela ia crescer, querido! – riu e beijou a testa dele, vendo o homem suspirar frustrado por teoricamente perder o controle. Achando fofo da parte dele.
- É... uma hora, infelizmente, isso ia ter que acontecer. – passou a mão no cabelo, que devagar já começava a ficar branco e puxou de forma delicada, a fazendo sentar em seu colo como se procurasse carinho. – Cadê o nosso miniboxeador? – ele perguntou rindo quando ganhou um beijo na cabeça e viu a cunhada rir.
- Subiu com o , devem estar brincando com alguma coisa. – a mulher sorriu pela relação tão boa da família. – Devem estar falando sobre os skates novos. E a Leo?
- Realmente. Cadê a moça que causou todo esse transtorno no pai superprotetor? – perguntou enquanto se ajeitava no sofá grande.
- Ficou na casa da Ashley. – o homem riu baixo e beijou de leve o ombro de . – Vem mais tarde. Mas nossa! Ela estava tão linda com o vestido vinho! – abriu um sorrido apaixonado por lembrar da filha que estava tão linda.
- Mostra pra gente! – soltou um gritinho animado, batendo poucas palmas e se movendo com a cadeira pra mais perto deles.
- Mostra! Eu quero ver Leo toda linda! – abriu um sorriso igual ao do marido, se escorando ao peito dele enquanto o homem procurava a foto.
- Olha, anjo! – chamou entregando o celular a ela e a mulher soltou um gritinho emocionado ao ver a foto.
- Tão linda! Nem parece que é minha! – disse rindo e passou o celular pra irmã, que assim como , estava ansiosa pra ver a foto.
- Ai, meu Deus! Ela está tão linda, imagina quando se arrumar toda! – disse com um sorriso gigante. – Ela é a cara da , você é feio demais, . – a mulher zombou do cunhado, fazendo o homem rir alto.
- Olha que eu concordo bem demais, essa menina é linda pra parecer com você. – entrou na brincadeira vendo a cunhada rir sacudindo a cabeça.
- Eu sei, meu anjo é linda demais. Ainda bem que os meninos nasceram parecidos com ela! – o homem piscou, completando a rasgação de seda que fez a mulher rolar os olhos, mostrando claramente que estava constrangida, enquanto a babação com a foto de Leonor continuava.

**Baile de boas-vindas.

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Finalmente o sábado havia chegado bem rápido, trazendo ansiedade pra uns e frustração para outros. Leonor estava empolgada com o primeiro baile de verdade, enquanto não estava lá muito interessado em ir sem a namorada, mas não tinha outra escolha e assim os dois rapazes da família estavam jogados no sofá, exatamente do mesmo jeito, enquanto viam a partida de Hockey que passavam na TV e faziam comentários em relação a temporada. Ao mesmo tempo que e Leonor já estavam há quase duas horas no salão de costume, fazendo , o pai, não saber se sentia medo daquela demora toda, ou se gostava.

- , vai ter jogo do Canadiens* em duas semanas na arena daqui. Quer ir? – o homem perguntou animado e bagunçou o cabelo do filho, vendo o garoto arregalar os olhos não contendo a euforia.
- Claro que eu quero, pai! – ele gritou animado, se virando quase todo no sofá, vendo o mais velho se animar junto. – É o início do campeonato e eu tentei comprar os ingressos, mas já tinha esgotado!
- Eu reservei tem dois meses, moleque! – disse rindo e ouviu o grito animado do garoto.
- Vai ser irado! Nós vamos!! – o rapaz gritou mais uma vez, fazendo o pai rir. – Todo ano nós vamos! Lembra que o ano passado foi em Los Angeles? – ele arregalou os olhos.
- Claro que eu lembro! – o homem soltou ainda mais animado. – Nossa! E sua mãe ficou irada, porque eu te fiz perder três dias de aula! – a gargalhada saiu sem demora, sendo acompanhada da do garoto.
- Foi a melhor coisa do ano passado inteiro! – filho foi convicto sacudindo a mão de forma exagerada. - E ela queria te matar! – o homem acenou afirmativamente, tentando parar de rir. – Mas também pai, você queria o quê? Você tinha acabado de sair de casa. – o menino animado disse de uma vez e imediatamente o homem engoliu as risadas. – Desculpa. – mordeu a boca, meio culpado por ter entrado no assunto.
- Tudo bem, . – ele piscou e se esticou, beijando a cabeça do filho. – Eu sei que foi uma burrada minha.
- Chegamos! – interrompeu a conversa quando gritou entrando em casa, recebendo sorrisos. – Oi, meus meninos! – a mulher andou sorridente até as costas do sofá, com Leonor no encalço, bem ansiosa pra que o pai ou o irmão percebessem a mudança nela.
- Oi, mãe! – o garoto escorou a cabeça no estofado, induzindo o pai a fazer o mesmo.

A enfermeira beijou a cabeça do filho, ganhando um sorriso largo e logo depois beijou o marido de leve, ganhando outro sorriso bonito, porém bobo.

- Oi, anjo! – ele mordeu a boca, todo bobo olhando bem pra mulher, sabendo que ela tinha mudado muita coisa, só não sabia por onde começar a reparar. Mas duas coisas eram as mais evidentes, ela tinha pintado e cortado o cabelo acima do ombro, a deixando mais linda ainda.
- E aí, Leo? – o garoto fechou a mão pra soquinho, quando a irmã sentou entre ele e o pai. Ela completou o gesto.
- Oi, dad! – Leonor arregalou os grandes olhos claros para o pai, com um sorriso gigante, na intenção que ele visse o que tinha mudado.
- Oi, princesa! – ele beijou a cabeça da garota e sorriu, mas sentiu o sangue fugir do rosto ao ver que as sobrancelhas dela estavam diferentes e embora ele soubesse, só queria confirmar. – O que vocês fizeram? – a pergunta saiu meio desesperada.
- Tudo. – riu sentando na mesinha de centro, de frente pra eles.
- Você, eu percebi, cortou o cabelo, pintou. Tá linda, inclusive, mais linda. – o homem piscou a fazendo estufar o peito de forma exagerada e ganhou um beijinho. – Mas a Len, tem alguma coisa diferente no rosto dela. – deu uma risada morta, sentindo o estômago remexer.
- A sobrancelha! – ela soltou um gritinho animado, abrindo ainda mais os olhos redondos.
- O quê? – o homem esganiçou, o que foi suficiente pro filho mais velho cair numa crise de riso. – Por quê? – outro esganiço presente que tirava ainda mais seu resto de moral.
- Porque eu queria igual à dela e a mamãe deixou! – a menina disse da forma mais óbvia, vendo a careta do pai aumentar.
- Anjo! – esganiçou mais uma vez, arrancando mais gargalhadas do filho, que aproveitou pra colocar lenha na fogueira:
- Ficou linda, Leo! – ele esticou a mão pra soquinho, gesto que a irmã completou rindo.
- ! – o homem reclamou ao filho e ganhou uma cutucada de na perna. – Ai!
- Eu falei a verdade! – o rapaz voltou a defender o elogio. – E você também está incrível, mamãe! – ele mandou beijo pra a vendo esboçar um sorriso gigante e derretido.
- Obrigada, meu amor! – a mulher sorriu pro filho, o vendo sorrir junto.
- Minha criança! – colocou a mão no rosto, enquanto ouvia as gargalhadas da filha, esmagando a menina como se ela não tivesse mais que cinco anos. – Sério que você ta crescendo, princesa? – ele fez um bico gigante, amassando as bochechas da menina entre as mãos, ouvindo a família rir mais um pouco. – Pra onde minha menininha foi? Traz de volta!!
- Ela tá aí, bobão! Mais linda do que nunca! – a mulher disse com um sorriso orgulhoso.
- O que eu estou vendo é um projeto de mulherão, igual a você. – beijou a cabeça da filha e piscou pra esposa a fazendo sorrir.
- Pai, você vai sufocar ela! – o garoto soltou um grito no meio da risada.
- Vem cá você também, bolinha! – o homem esticou a mão e puxou o filho mais velho pro bolo de abraços, apertando os dois como se aquilo fosse fazê-los voltar a ter cinco anos. sorriu com uma das cenas mais bonitas nos últimos dias e registrou o momento em foto, usando a legenda “When he realize that his kids are growing up so fast. 😂.
- Solta eles, amor. – a mulher pediu rindo e o viu negar com um aceno frenético, como se fosse uma criança agarrada a um brinquedo. – Sua camisa deu certo, ?
- Tudo certo, mãe. – o rapaz respondeu ainda sendo apertado no abraço.
- Foi a sobrancelha, pai! – Leonor disse as gargalhadas, fazendo a mãe rir mesmo sem querer.
- Olha como ela está linda. – conseguiu separar a cola que estava deixando choroso e segurou com delicadeza o rosto da menina. – Olha, ela não mexeu tanto, só definiu. – ela sorriu empolgada e a filha piscou os fazendo rirem.
- Sim, tá linda! Mas, Deus do céu. – suspirou se jogando pra trás nas costas do sofá. – Eu estou ficando velho. – o homem passou a mão nos cabelos, que já tinham alguns fios brancos perdidos em meio à imensidão castanha, fazendo os filhos gargalharem com a cena.

A enfermeira se esticou e o beijou na testa. O marido sorriu.

- Vocês já comeram, meus meninos? – ela perguntou encostando os cotovelos nos joelhos e viu os dois negarem com acenos de cabeça. – Vou fazer sanduíche de forno. – piscou e ouviu comemorações. – Alguém me ajuda? – a mulher perguntou ao levantar.

, o pai, riu e prontamente levantou a mão, estendendo-as pra ela como se pedisse ajuda pra levantar. A mulher negou com um aceno leve de cabeça, o puxando com força e fazendo com que ele aproveitasse o impulso pra abraçá-la pela cintura rapidamente, tirando-a do chão.

- Vamos! – o homem piscou e deu um beijinho, colocando-a no chão e ouvindo um resmungo de protesto dos filhos.

Os dois entraram na cozinha e logo abriu os armários em busca dos ingredientes para fazer o sanduíche de forno.

- Amor, pega as coisas na geladeira? – ela perguntou virando e deu de cara com ele bem perto de si, tomando um leve susto. – Você é doido? – a mulher soltou um esganiço eufórico que o fez rir.
- Na minha atual configuração de vida... – ele estreitou os olhos como se pensasse no assunto e a mulher abrir um sorriso espontâneo. – Sim, completamente louco por você e nossos meninos. Mas eu só quero um beijo decente. – disse baixo, encarando a boca carnuda da mulher.

Ele umedeceu os lábios ainda encarando a boca dela e aproximou de leve o rosto, movendo a mão vagarosamente na direção da nuca de , que no reflexo respirou fundo, subindo as mãos nos braços dele, deixando o homem sorridente com o toque. Logo capturando o lábio dela com uma mordida que a fez suspirar mais uma vez e não esperando muito, a beijou verdadeiramente, pressionando o corpo da mulher ao seu, à medida que ela agarrava os cabelos do marido na intenção de que aquele beijo não acabasse logo.
abraçou-a com força pela cintura quase a tirando do chão, quando recebia beijinhos sugados e procurava mais uma vez o contato com os lábios dela pra mais um beijo.

- Vai ficar por aqui hoje? – a pergunta de saiu acompanhada de algumas pequenas mordidas nos lábios dele e o homem suspirou. – Digo, mais tarde quando os meninos saírem. – ela perguntou dando um selinho que fez o homem abrir os olhos.
- Se você quiser que eu fique... – ele jogou a resposta baixa como se não pensasse muito e roubou um beijo sugado.
- Você falando assim? – deu uma risada quando sentiu o nariz dele fazer um carinho gostoso em seu pescoço. – É difícil eu querer que você vá! – a mulher o apertou com mais força no abraço.
- Eu fico! – ele piscou e a beijou mais uma vez, depois o pescoço fazendo a mulher rir e abraçá-lo com força.
- Me ajuda a preparar esse lanche, ainda tenho que ver a roupa desses dois. – ela passou de leve a mão no ombro dele e depois deu mais um beijo, foi solta.

pegou o que era preciso na geladeira, logo ajudando a montar o sanduíche na forma de vidro entre algumas empurradas de quadril pro lado, beijinhos roubados e um clima bem juvenil na cozinha.

- Você vai deixar eles mais tarde? – a pergunta da enfermeira saiu um pouco baixa e o homem fez uma careta descontente, como se pedisse pra que o filho fosse. – Não vou liberar o carro. – ela riu.
- Os gêmeos não dirigem? – fez uma careta.
- Eles têm 14, . – a mulher disse rindo e o viu fazer uma careta ainda maior.
- Não tem nenhum colega que dirija? – soltou meio desesperado e viu a mulher negar com um aceno contido, prendendo a risada. – Ah, bando de criança empata, viu? – ele praguejou a fazendo gargalhar. – Poxa, anjo, não ri de mim. – o homem riu junto e beijou o pescoço dela, que se encolheu. – Não dá mesmo pra liberar o ? Acho que já é castigo suficiente à namorada dele não ir.
- Eu vou pensar. – piscou, roubando um beijo do marido. – Agora me ajuda aqui, porque o tempo é curto! – ela riu divertida e bateu de leve o quadril no dele, sendo agarrada de uma vez, soltando um gritinho como reflexo.

**Um dos times de Hockey Canadenses mais famosos.

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- Cadê esses dois, hein? – respirou fundo, andando de um lado pro outro na sala, como se aquilo fosse apressar o tempo dos filhos e riu.
- Se arrumando. – a mulher disse risonha, enquanto misturava a salada em um recipiente. – Leo faltava só o vestido, sequei o cabelo dela e ficou a coisa mais linda do mundo. – ela disse com os olhos quase tão brilhantes quanto os de um felino à noite e viu o homem fazer cara de dor.
- Deus do céu, só eu sei como meu coração tá aqui e você ainda me diz uma coisa dessa, ? – ele perguntou meio desesperado, o que só a fez rir mais. – Você deveria me consolar e não piorar o meu estado, mulher. – o homem fez uma careta, mas findou por rir.
- Calma, amor! – ela soltou um gritinho que o fez rir. – É uma festa de colégio, apenas. O irmão dela vai junto. Calma!
- Eu sei que o moleque vai junto, mas meu coração não deixa de ficar apertado. – fez uma careta de choro e riu em seguida, ouvindo um barulho bem característico de que os irmãos estavam descendo as escadas. Aqueles dois pareciam duas sirenes. – Estou nervoso! – ele arregalou levemente os olhos para a mulher e causou mais uma crise de riso nela.
- Boa noite, Sr. e Sra. ! – o filho brincou com o sobrenome deles e Leonor riu um tanto contida, talvez até envergonhada pela produção.
- Diz se a gente não está a coisa mais linda do mundo! – a moça mandou um beijo pros pais.
- O que vocês acham dos mais lindos da família toda? – o moleque zoou rindo e ouviu a irmã rir de forma mais espontânea, fazendo uma pose assim como ele.
- Que eu vou chorar! – a frase escapou sem permissão da boca do pai babão, quando saía de detrás da bancada para abraçar os dois filhos, olhando bem pra cara quase de choro do marido. – O quê? Olha esses dois! Eu não posso com isso, meus meninos cresceram e eu estou sofrendo, me deixa, mulher!
- O pai de vocês não tem jeito! – riu sacudindo a cabeça e foi até os dois filhos, sorrindo tão largamente que sua boca parecia estar presa com clipes bem perto das orelhas. – Meus amores estão tão lindos. – a mulher segurou o rosto dos dois, os fazendo rirem com o encantamento dela. – Olha isso, ! Eu quero uma foto! – ela soltou um gritinho animado e foi esmagada pelos dois filhos, que riram.
- Vocês estão muito lindos! – o homem riu com a cena da mãe sendo enterrada em abraços e capturou o momento em foto. – Eu também quero foto, anjo. Mas vão, se ajeitem, vou tirar a foto mais perfeita do mundo, porque eita família linda que eu tenho. – abriu um sorriso gigante ao ver os três sorrirem exatamente do mesmo jeito, o deixando emocionado. Ele nunca imaginaria que sua vida seguiria aquele rumo, que seus meninos cresceriam tão rápido, assim como seu amor por eles e por .
- E a Ashley e os meninos? – perguntou ao revezar o posto de fotógrafo com o ex-marido, vendo o homem se posicionar no meio dos dois e beijá-los na cabeça.
- A gente ficou de se encontrar na porta do colégio. – Leonor abriu um sorriso animado. – Mas a gente não sabe como vai, já que o tá de castigo.
- Olha a foto! – anunciou os fazendo sorrirem largamente e assim capturar um dos momentos mais lindos. – As avós de vocês vão surtar com essas coisinhas mais lindas! – os três riram mais um pouco e o homem abraçou os dois com força. – E sobre o castigo, o carro está liberado apenas por hoje e só hoje, ! – a mulher esticou o indicador, vendo o rapaz arregalar os olhos e soltar um grito de comemoração.

O garoto não se aguentou e correu até a mãe, a abraçando com força e a tirando do chão, ao mesmo tempo em que beijava a bochecha dela repetidas vezes em agradecimento por aquilo. Gesto que fez a mulher se dividir entre rir alto, segurar o vestido no corpo e bater no ombro dele, mandando que a soltasse.

- Me põe no chão, moleque! – soltou um gritinho de repreensão, enquanto ainda ria da felicidade do rapaz.
- Eu te amo, dona ! Amo, amo, amo! – filho riu, sacudindo a mãe no abraço e beijou a bochecha dela mais uma vez, ouvindo as risadas do pai. – Vamos, Leo? – ele chamou a irmã, praticamente brilhando.
- Vamos! – a moça soltou um gritinho animado.
-Juízo, vocês dois! – a mulher alertou, enquanto via se despedir dos dois com abraços e uma cara de quem estava com o coração partido.

Ela piscou para o ex-marido, como se aquilo fosse o confortar e logo saiu acompanhando o casal de filhos até a porta, enquanto os dois tagarelavam sobre como o tal baile iria ser legal, divertido e tudo que ela já tinha passado um dia na idade dos dois. A enfermeira se despediu deles com beijos na bochecha e as recomendações de cuidado que mais pareciam um monológo, fechando a porta da frente assim que viu-os entrarem na casa da frente para chamar os gêmeos, Dylan e Daniel. respirou fundo e seguiu pra cozinha na intenção de consolar o pai babão que mais parecia estar sendo deixado pra trás.

- Hey. – ela disse baixo sentando ao lado dele, quando encontrou bem sentadinho no degrau do deck. afagou o ombro de tentando o confortar, vendo que o homem fez uma careta de desespero e a abraçou com força de lado.
- Muito mal eu ainda estar com o coração apertado? – o cantor fez um bico imenso e enfiou o rosto no pescoço dela, ouvindo a mulher gargalhar e esmagá-lo entre os braços. – Não ri de mim, mulher! – ele riu junto, ainda aconchegado a curva do pescoço dela. – Você viu como ela estava linda?
- É muito bonitinho você nessa de papai babão. – disse rindo, começando um cafuné na nuca dele. – E sim, eu vi como a Leo estava incrivelmente linda. Ao contrário do que você pensa, também foi um baque pra mim. – ela o apertou um pouco mais no abraço, ganhando um singelo beijinho no pescoço. – Nunca imaginei que a Leonor fosse ficar aquele mulherão todo, toda arrumada.
- Não me lembra disso, mulher! – reclamou colocando a mão no peito, como se sofresse com aquilo e a fez rir. – Foi uma pontada no meu coração ver a Len tão linda e crescida, eu juro que foi! – ele fez uma careta e depois riu da desgraça junto com a mulher. – O também estava lindão, chega bateu orgulho. – o homem abriu um sorriso largo e bobo, despertando o mesmo em .
- Ele estava tão perfeito! – ela riu encantada. – Me lembrou você na sua formatura do colégio.
- Claro que não! está muito mais bonito, o é lindo, anjo. – riu e passou a mão na cabeça. – Como você lembra disso? – a careta era a mais confusa possível.
- Por que a garota que estava com você, parecia um luminoso de tão colorida. – ela tentou segurar a risada que saiu descontrolada, o fazendo rir junto.
- Não me lembra! – ele sacudiu a cabeça tentando esquecer. – Naquela época eu já era louco por você, mas e a coragem de te chamar pra qualquer coisa... Onde estava? – sorriu de um jeito nostálgico, levantando a cabeça e beijando a mão de . Ela sorriu junto.
- Você demorou um bom tempo pra me chamar pra sair, só por medo. – ela sacudiu de leve a cabeça e segurando com delicadeza o rosto dele, lhe deu um beijo calmo, fazendo o homem suspirar em contentamento.
- Sabe qual meu maior medo atual? – ele perguntou mirando a grama verde do quintal, ainda segurando a mão dela com força.
- Qual? – a mulher mordeu a boca e o beijou na bochecha.
- De qualquer cara melhor do que eu, tomar você de mim. – soltou um suspiro olhando pra um ponto distante, sentindo o ar querer lhe faltar e logo um tapa na cabeça.
- Que foi? Tá bêbado? – perguntou bem séria, o fazendo arregalar os olhos e logo gargalhar com a indignação dela. – Só pode, porque não tem outra explicação pra tá falando besteira desse jeito. – a mulher sacudiu a cabeça, em resposta ele riu alto.
- Não é besteira! – ele esganiçou. – Você é incrível, mulher. Você já se olhou, você realmente já se olhou no espelho e viu esse puta mulherão que você é?
- Mas é claro! – jogou o cabelo pro lado e o olhou piscando freneticamente, o que fez rir largamente e segurar o rosto dela, beijando-a em seguida. – Só que pra mim não tem graça se não é você, sabe? – a mulher piscou, roubando um beijo dele. – Confesso que eu tentei sair com alguém no último ano, mas não deu certo, não deu certo nem um pingo. – fez uma careta ao saber daquilo e sentiu o coração trancar por lembrar do que também tinha feito. Ela vincou as sobrancelhas ao ver o quão pálido ele estava com o assunto e era certo que ele tinha culpa no cartório, e se tinha. –Desembucha, . – foi tudo que a mulher disse, antes de cruzar os braços e vê-lo rir em desespero.
- Então, . – o homem abriu um sorriso culpado, mas que não redimiu em nada a expressão tediosa nela. – Ano passado, depois da nossa última briga, aquela por telefone... Eu saí com o Dimitri. – ele respirou fundo, sentindo o bolo se formar no estômago e esmagou os próprios dedos. – Nós bebemos demais, eu estava com ódio de mim. Eu achava que não tinha mais volta, não sabia mais o que fazer e pra completar o tinha me ligado chorando, pedindo pra eu voltar... – respirou fundo, sacudindo a cabeça pra espantar todas aqueles pensamentos ruins e sentiu a mão da mulher lhe afagar as costas como se tentasse o consolar.
- O que houve, ? – ela disse com a voz mansa, usando um apelido tão pouco usado pra ele, que fez o homem sorrir de leve, lembrando de quanto tinha 17 de novo e era assim que ela o chamava.
- Eu cometi o maior erro da minha vida. – a frase saiu direta, grossa e quase carregando consigo um punhado de lágrimas. – Impulsionado por aquele merda, eu acabei me envolvendo com outra mulher, o que só aumentou em 200% a minha culpa. Sem falar que a sua lembrança chorando me fez chorar desesperadamente e findar chamando seu nome.
- Oi? – a pergunta saiu da boca de acompanhada de uma gargalhada estrondosa, fruto de uma incredulidade grande com o que ela tinha acabado de ouvir. – Você dormiu com outra e chamou por meu nome? – ela tentou parar de rir, mas foi inútil, a cara confusa dele só fez com que a mulher abrisse a boca, deixando sua gargalhada mais estrondosa sair. De certa forma, aliviando sobre a reação dela.
- Que foi, ? – o homem soltou uma risada desesperada, sem saber o que realmente esperar depois daquela crise de riso. – O que tem de tão engraçado?
- Você, tapado! Como você faz uma coisa dessas?
- Eu não sou tapado! – ele já não aguentava mais segurar as risadas após o grito dela e tentou respirar fundo, mas foi inútil. – É sério que você está rindo da minha cara?
- Claro! O que você queria que eu fizesse? – ela arqueou uma das sobrancelhas, claramente debochando dele. – Te escorraçasse daqui? Brigasse com você? Não viaja, ! – a mulher riu ainda mais. – Como você faz uma coisa dessas, tapado?
- Eu não sou tapado, mulher! – ele tentou ralhar, mas continuava rindo da própria desgraça.
- Claro que é! Você broxou tudo! – alegou convicta, o fazendo abrir a boca em indignação que no fundo era bem fingida.
- Eu não broxei, ! – ele soltou esganiçado e até certo ponto indignado. – A culpa foi sua, você me fez broxar.
- Eu lá faço ninguém broxar, ! – ela estufou o peito, o atacando com o porte e o homem riu alto, ganhando um tapa sustento no ombro.
- Ai! – o homem arregalou os olhos pelo tapa. – Eu passo pela coisa mais constrangedora da minha vida e ainda apanho? – ele perguntou indignado e deu de ombros, rindo.
- Claro! Não mandei você ir atrás de qualquer vagabunda. Tivesse broxado comigo. Acho é muito bem empregado. – a enfermeira empinou o nariz, mas a vontade que a habitava era a de rir incontrolavelmente.
- Ela me deixou na mão, . – o homem deixou bem claro o que tinha acontecido, dando a convicção de que não tinha passado de um amasso frustrado.
- Eu tinha dado era na sua cara! Onde já se viu? Transar comigo e chamar o nome de outra? Ah, , tenha a santa paciência. Acho muito bem feito que você broxou! – a expressão indignada de o fez gargalhar e ser empurrado. – Isso é pra você aprender que ele só gosta de mim, se ver outra pepeca, assusta! – a enfermeira mordeu a boca tentando prender a risada, mas foi solta quando a gargalhada estridente de irrompeu o silêncio do quintal, fazendo até o cachorro latir.
- Ah, meu Deus, Hulk! Essa mulher é louca! – o cantor gritou em meio as risadas e ao ouvir o latido do cachorro, abraçando de lado e com força, enquanto ela também ria da frase desastrosa. – Sabe que é isso que eu amo em você? Esse seu jeito louco, é essa sua boca solta. – ele beijou a cabeça dela fazendo a mulher rir ainda mais e esmagá-lo entre os braços. – É a nossa história todinha. Livrando os dois últimos anos, é óbvio! – os dois riram. – Eu te amo, sabia?
- Você faz questão de me lembrar sempre! – ela riu segurando o rosto dele entre as duas mãos. – Mas eu também te amo. – abriu um sorriso gigante e não demorou muito até beijar o ainda ex-marido, que a abraçou com força pela cintura, aproveitando que os dois estavam sozinhos e podiam se beijar sem dois filhos chamando, pentelhando, ou qualquer outra coisa do tipo.

Era um silêncio só dos dois, que não significava falta de comunicação quando os dois corpos estavam tão juntos e conectados daquela forma. desceu a mão pelas costas dela, colando ainda mais a seu corpo e sentiu a perna esquerda da mulher ser jogada sobre suas coxas, não demorando muito para que ele elevasse o corpo dela com as duas mãos e a colocasse em seu colo. riu levemente com o movimento e se acomodou direito no colo do ex-marido, segurou o rosto dele com as duas mãos o beijou mais uma vez, fazendo o homem suspirar em contentamento.

- Fazia tempo que eu não sabia o que era isso. – riu bobo com os olhos fechados, enquanto passava as mãos pelas coxas da mulher, fazendo carinho. – Como é bom namorar assim. – ele deu ênfase ao que dizia e riu alto, o beijando novamente.
- Namorar em casa sozinho? – ela perguntou com uma risada leve, devolvendo o carinho que ganhava nas coxas, mas pelos braços e ombros do ex-marido. – É ótimo mesmo... – a enfermeira mordeu de leve a boca, vendo um sorriso frouxo nos lábios dele. – E há anos que não fazíamos isso. – deu um beijinho sugado nele e sentiu seu corpo ser apertado em um abraço gostoso, à medida que o beijo se tornava mais sensual e urgente.

subiu a mão pelo abdome dela, na intenção de segurar o rosto da mulher e ao passar pelos seios, não perdeu a oportunidade de apertar levemente, induzindo-a a suspirar mais contidamente e puxar os cabelos da nuca dele. O homem soltou uma risada larga, migrando seus beijos molhados para o queixo dela, enquanto voltava à mão lentamente pelo braço da ex-mulher.

- Quer entrar? – ela baixou a cabeça, encontrando os lábios dele novamente. – Comer alguma coisa?
- Só se for você. – a frase saiu baixa, grave que combinada à cara sacana dele, a fez rir largamente, mesmo que sentisse seu corpo reagir ao teor da informação.
- Você é muito idiota! – riu alto e o viu se escorar nos cotovelos com o sorriso mais convencido do mundo. Ela sacudiu a cabeça e levantou do colo dele, ficando em pé e passando por cima do homem para ir pra cozinha.
- Puta merda! – o grito foi estrondoso ao vê-la passando de vestido por cima de sua cabeça e ouviu a risada ainda mais larga dela. – Meu caralho! – o homem apertou a porção entre as pernas com uma das mãos e tomou um cutucão no ombro, pelo pé da mulher.
- Olha a boca! – reclamou rindo e saiu pra cozinha, fazendo questão de balançar o vestido ao ponto de sua bunda aparecer, sabendo que o ex-marido ia olhar.

Ele levantou de uma vez e logo a seguiu pra cozinha sem esperar qualquer comando.

- O que você fez? – perguntou assim que entrou na cozinha, acompanhando o rebolado natural da mulher com os olhos e mordeu a boca ao vê-la sustentar parte do peso do corpo em uma só perna, deixando a bunda mais evidente no vestido claro.
- Salada. Mas eu ia fazer costelinha de porco agora. – ela riu baixo e logo passou a se mexer dentro da cozinha, procurando só utensílios necessários. – Abre pra mim? – pediu ao colocar uma garrafa de vinho em cima da bancada, depois se virou pra pegar as taças.

estreitou os olhos ao não ver qualquer marca que indicasse uma calcinha no tecido mole do vestido, que combinado visão de minutos antes, o fez realmente pensar na possibilidade. Será que ela estava nua por baixo do vestido? O homem suspirou e sentiu todos os pelos da nuca se eriçarem só com a ideia. Ele se aproximou vagarosamente e apenas com o peso da mão, deu uma palmada na bunda da mulher, a fazendo arfar com o ato repentino.

- Amor! – a reclamação manhosa saiu por puro hábito, quando ela ficou na ponta dos pés pelo reflexo. Mas sentia seu corpo tremer de leve, com a palmada repentina que tinha lhe atiçado profundamente.
- Tá sem calcinha? - ele perguntou baixo colando a boca ao ouvido dela, assim como o corpo ao da mulher, enquanto passava a mão por toda a extensão de pele descoberta da bunda.
- Óbvio que não! – ela mordeu a boca por sentir a mão quente dele massagear levemente sua bunda e colocou as taças em cima da bancada antes que as quebrasse. abriu um sorriso maldoso e ao passar a bunda nele, completou: – Procura que você acha. – a risada saiu sacana, juntamente com uma piscadela safada que o fez rir baixo e mordê-la na orelha.
- Safada. – ele riu baixo contra a pele de pescoço dela e deu mais uma palmada a fazendo arfar e prender um pequeno gemido na garganta.
- Você gosta da minha versão safada. – a mulher respirou fundo ao sentir a mão dele descer e contornar a parte interna da coxa, procurando o meio de suas pernas. – E sabe que eu adoro uns tapas na bunda vez ou outra.
- Senti uma saudade imensa da sua versão safada. – ele sussurrou beijando-a no pescoço e a mulher esticou levemente a postura ao sentir os dedos dele em contato com o tecido pequeno da calcinha que se escondia entre suas pernas. – Achei. – ele riu baixo a ouvindo suspirar. – Anjo? – chamou baixo, vendo a pele do pescoço de arrepiar inteirinha e passou a mão na bunda dela mais uma vez, dando mais uma palmadinha de leve, logo segurando-a pela cintura de forma delicada. – Dança comigo? – o cantor virou-a rapidamente e acomodou uma das mãos nas costas dela, bem no início da bunda.
- Danço! – ela respondeu entre um suspiro, sem conseguir desviar o olhar do dele e o homem abriu um sorriso largo que mostrava todos os seus dentes claros, esticou um dos braços e logo colocou a música dos dois no sistema de som da casa.

Ele fechou os olhos, ouvindo bem aquele som da guitarra tão familiar e colou ainda mais o corpo ao dela, encostando a testa na da mulher. Tão envolvida no momento, passou a fechar os olhos, apenas sentindo o calor dele, o corpo dele e todo aquele clima de tensão em sua cozinha.

Time, it needs time
To win back your love again
I will be there, I will be there


A música tinha vários significados na vida dos dois e sempre havia feito parte dos momentos mais importantes, era certo que aquele era um. Ela segurou a nuca dele com uma das mãos, em um movimento que deixou a boca dos dois tão próxima ao ponto de roçar os lábios, assim como o corpo que do atrito, os deixavam elétricos e loucos por um contato mais íntimo. O cantor pressionou os lábios aos dela, sentindo a mulher mexer o quadril devagar friccionando levemente no seu, que junto à atmosfera séria e sexy daquela cozinha, estava os excitando ainda mais. Ia ser questão de minutos até que sentisse o que estava por vir.
A mulher passou levemente a língua nos lábios dele e logo o beijou de forma urgente, porém vagarosa, tentando aproveitar e de alguma forma, saborear o jeito que a língua dele se movimentava em sua boca. Era uma sensação incrível que a tirava do chão, era como se suas pernas bambeassem todas as vezes que os dois se beijavam daquela forma, o estômago afundava em uma imensidão, mostrando que poderiam passar trinta anos e ela não deixaria de amá-lo tanto. Assim do mesmo jeito que ele, sabia que mulher nenhuma no mundo era ela e nem nunca seria. Era só ela que o fazia ficar com o coração louco no peito quase na goela, só com um sorriso contido, um abraço de surpresa ou o mais inocente dos beijos. Era o amor em sua forma completa.

Try, baby try
To trust in my love again
I will be there, I will be there
Love, our love
Just shouldn't be thrown away
I will be there, I will be there

- Olha o que você faz comigo. – o homem soltou uma risada anasalada ao acomodar o rosto no pescoço dela e a enfermeira riu, sabendo bem do que ele falava.
- Eu estou sentindo. – disse divertida e o abraçou com força, aproveitando pra beliscar de uma vez a bunda dele e como reflexo, fazer o homem se colar ainda mais a ela, deixando o volume dentro das calças mais evidente.
- Ah é? – perguntou segurando a cintura de com força e roçou ainda mais o quadril no dela. – Isso é ótimo. Mas eu garanto que eu vou te fazer sentir mais.



Chapter Eight

agarrou com firmeza a cintura dela e em um movimento brusco, suspendeu a mulher sentando-a na larga bancada da cozinha sem muita delicadeza. Ele afastou alguns utensílios com o antebraço, ouvindo apenas os estalidos em contato com o chão e o puxou pelos ombros para o meio de suas pernas, agarrando o tecido da camisa entre os dedos, sem dar muita escolha ao ex-marido, a não ser lhe beijar. A mulher sentiu seu corpo arrepiar por inteiro, ao perceber que as mãos dele procuravam algo debaixo do seu vestido e quase gemeu ao senti-las dispostas a tirar sua calcinha tão vagarosamente.
O cantor segurou nas laterais do tecido fino e com o rosto encostado lateralmente ao dela, foi puxando a peça vagarosamente, fazendo a questão de roçar as mãos nas coxas da mulher, sabendo que no reflexo, ela ia arrepiar inteira.

- Arranca logo! – pediu quase agonizando com a lentidão dele e ouviu a risada sacana do ex-marido.
- Você tá muito apressadinha, anjo. – ele chupou o lóbulo da orelha, como se quisesse mostrar o que estava disposto a fazer com a língua e ouviu a mulher gemer impaciente.

Enquanto já levava o tecido da calcinha minúscula de renda até os joelhos, sentiu a mão de brincar por cima da camisa de mangas longas que usava, descendo na direção do cós da bermuda. Ela virou um pouco o rosto, vendo que o dele ainda continuava colado ao seu e lambeu uma boa extensão de pele do pescoço, ao mesmo tempo em que acariciava o ex-marido por cima da bermuda, louca pra tirar o cinto. soltou uma risada trémula, quase como um ronronar de um gato e pressionou o próprio quadril contra a mão dela, ouvindo a mulher rir satisfeita.
Ah, ele adorava aquela mão boba!
- Brinca, brinca comigo, que eu vou te pegar de jeito. – sussurrou gravemente no ouvido da mulher e findou logo em descer a calcinha pelas pernas, acompanhando o movimento com os olhos e o roçar das pontas dos dedos. Ele deu leves beijos no tornozelo dela, fazendo-a suspirar em agonia e riu baixo. Tirou a mínima peça, de forma delicada e após desprezá-la no chão, subiu arrastando o resquício de barba pelas pernas dela, fazendo a mulher suspirar e gemer em certa agonia. Assim que voltou a sua postura normal, o homem a puxou pelos joelhos, causando um choque entre a intimidade dos dois, ouvindo gemer quase sem fôlego. – Agora me responde, anjo. Me diz onde você quer. É em mim? – ele roçou ainda mais o quadril dos dois, acabando por gemer junto com ela. – É na minha mão? Ou na minha boca? – o sussurro saiu grave bem ao pé do ouvido, fazendo a mulher tremer inteira.

A enfermeira o segurou com força pelos cabelos da nuca, sem se preocupar se aquilo estava causando dores ao ex-marido ou não. Se ele queria provocar, que aguentasse as unhas dela enfiadas em seus cabelos e ombros, quem sabe até a bunda. Ela o fez praticamente enterrar o rosto em seu pescoço, ainda sentindo a mão perigosa e quente brincar entre suas coxas.

- Onde você mais gosta, meu amor! – a mulher chupou o lóbulo da orelha dele, o fazendo soltar uma gargalhada gostosa de ouvir, que logo foi seguida de um aperto forte nas coxas.
- Estava com saudade da boca do papi? – aproveitou a proximidade para abocanhar o pescoço da ex-mulher, lambendo uma extensa porção de pele. Gesto que fê-la soltar um suspiro desesperado e apertar as coxas em volta dele.
- Não era só da boca não, papi. – ela puxou a do cantor pra trás e lhe mordeu o queixo, arrastando os dentes por ali em seguida, o vendo esboçar um sorriso sacana e inteiramente espontâneo. – Era de você todinho e do brinquedinho também. – piscou e logo sentiu seu corpo ser agarrado com força, à medida que era beijada tão intensamente. O agarrando ainda mais no reflexo daquele beijo urgente.

emaranhou a mão entre os cachos dela e puxou levemente a cabeça da mulher pra trás, começando a descer os beijos molhados e sugados pelo pescoço. O homem mordia levemente cada pedacinho de pele, sentindo-a se agarrar ainda mais ao corpo dele, que quando subiu a mão pelo abdome da mulher, ouviu-a grunhir em contentamento e logo soltar um gemido quando seu seio foi apertado por ele. O cantor deu um beijo casto entre os seios dela, no meio do decote e logo se afastou minimamente para puxar a camisa fora do corpo e ser ajudado naquilo. Sendo a vez de se mexer pra tirar a roupa, ela sentiu as mãos grandes do agarrarem a barra do seu vestido e prontamente lhe deu um tapa em repreensão.

- Eu tiro! – a resposta saiu firme, acompanhada de um sorriso sacana.
- Ela vai maltratar. Aguenta coração. – o homem soltou uma risada meio desesperada. Imediatamente travou as pernas ao redor dele e puxou o homem com força pra bem perto dela.

A enfermeira puxou o tecido do vestido vagarosamente, vendo que ele acompanhava cada movimento que a roupa mole fazia, com um brilho no olhar de quem estava louco pra saber o que tinha por baixo, mesmo sabendo exatamente o que aquele vestido cobria. Logo o abdome foi sendo descoberto e mais rápido ainda o busto apareceu o fazendo suspirar, ainda se segurando na bancada da cozinha com um braço de cada lado do corpo dela. jogou o vestido em qualquer lugar do cômodo, puxando pelo pescoço para um beijo intenso e quente.
Ele gemeu ao sentir o corpo quente da mulher por completo em suas mãos e seguiu descendo os beijos sugados pelo pescoço da ex-esposa, não se demorando muito por lá e louco pra chegar logo aos seios, que já recebiam a devida atenção das suas mãos. O cantor começou dando beijos sugados, enquanto lhe segurava a cintura com firmeza, sentindo seus cabelos serem puxados com força, à medida que lambia e mordia cada pedacinho dos seios fartos de , ouvindo-a gemer em contentamento pelas carícias. O homem mordeu uma última vez, puxando tortuosamente um dos mamilos entre os dentes e a ouviu gemer em alto e bom som, sabendo que tinha agradado.
Ele então, foi descendo os beijos pelo abdome da mulher, enquanto reclinava de leve a mulher em cima da bancada. contornou a primeira flor que aparecia quase na linha da cintura, na lateral esquerda do corpo dela, sentindo-a arrepiar e apertar ainda mais as pernas em sua volta, procurando sanar um pouco do desespero que se instalava crescente entre as pernas. As mordidas e lambidas continuaram descendo até metade da coxa onde a tatuagem findava, que acompanhado ao roçar da pequena barba, estava deixando-a mais excitada ainda. migrou os beijos sugados para a parte interna da coxa e a ouviu suspirar em antecipação.
sem qualquer demora, enfiou ainda mais os dedos entre os cabelos dele, como se o incentivasse a continuar com aquilo, sentindo uma risada sacana vibrar contra sua coxa, bem pertinho da virilha. Ela quase revirar os olhos. Logo os joelhos da mulher estavam bem postos aos ombros do ex-marido. Enquanto ela sentia beijinhos e pequenas mordidas, assim como o vestígio de barba presente no rosto dele, chegar cada vez mais perto de onde ela sempre quis que ele chegasse.

- O que eu faço, anjo? – a vibração dos lábios dele contra ela foi mais intensa do que o tom de voz e no reflexo, a mulher apertou as coxas contra as bochechas dele. Gesto que fez rir alto.
- Cala a boca e faça logo, ! – ela ordenou já sem paciência pra tanta provocação e quase perdeu o fôlego, ao sentir a língua quente dele em contato com o que realmente interessava naquele corpo.

O gemido saiu sem qualquer pudor, quando ela sentiu que ele beijava tão lentamente toda a extensão de pele que fazia parte da sua área íntima. Os beijos combinados a mordiscadas e lambidas, causavam na mulher as reações mais despudoradas e espontâneas quando ela se concentrava em quase arrancar os cabelos do marido e xinga-lo de forma desconexa. Sabendo que a cada sugada que ele dava, só a fazia chegar ainda mais perto do tão sonhado orgasmo. Os movimentos habilidosos e tortuosos em volta do maior ponto de prazer dela, só se intensificaram quando lhe penetrou dois dedos, a ouvindo soltar um grito esganiçado ao chamá-lo pelo apelido carinhoso.
O homem continuou com os movimentos, feliz em saber que estava fazendo a mulher feliz. Ela o chamou pelo nome mais uma vez ao ponto de perder o fôlego, sabendo exatamente o que estava chegando e no reflexo puxou com mais força os cabelos dele, assim que sentiu o beijo sugado ser com mais intensidade do que já tinha acontecido, soltando um gemido cansado, contente e satisfeito ao chegar ao seu ápice. Ela suspirou com força, tentando voltar ao seu estado de sanidade, mas completamente feliz pelo que tinha acabado de acontecer.
passou as mãos pelos cabelos cacheados e abriu os olhos, vendo com o sorriso sacana, enquanto lambia os próprios lábios. Ele alargou ainda mais o sorriso, com os braços esticados e escorados na bancada e deu um beijo casto no pescoço dela.

- Anjo? – o chamado saiu manhoso por parte dele, fazendo a mulher suspirar. – Me ajuda agora a sair dessa situação deplorável. – o pedido meio desesperado se fez presente, quando o cantor sentia além dos beijos em seu pescoço, que ela tinha começado a dar, o volume rígido no meio de suas pernas, reclamar.
- É só você me dizer como quer que eu faça isso. – mordeu a boca, prendendo um sorriso sacana e ouviu o homem suspirar ansioso pelo que estava por vir.
- Dentro de você, anjo. Eu não aguento mais esperar. – depois do tão simples desejo, logo ela desfivelou o cinto que ele usava, podendo ser classificada aquela ação como fetiche, enquanto via o homem sorrir atento aos movimentos. Ah, eles iam fazer um estrago e como iam.

A bermuda e a cueca que ele usava, tomaram o mesmo rumo, se juntando as outras roupas que estavam no chão. tirou os pés da roupa, assim que as duas chegaram aos seus tornozelos e puxou a mulher pela cintura pra perto do seu corpo, a ajudando na melhor posição para que os dois pudessem fazer aquilo com efetividade. O cantor passou um dos braços pelas costas dela, segurando-a como se fosse um encosto e lhe beijou de leve a clavícula. se apoiou nos ombros dele, segurando-se bem e respirou fundo ao sentir a boca do homem descendo mais uma vez por seu busto, assim como a ereção roçar em si.

- Pronta? – ele perguntou localizando a parede mais próxima, ouvindo um suspiro sofrido.
- Pronta! Enterra com tudo, amor. Vai, enterra com força. – pediu, percebendo seu estado de sanidade ir pelo ralo quando sentiu o pênis roçar levemente em sua entrada mais uma vez.

Em resposta a encostou bem na parede e com uma das mãos apoiadas lá, ele estocou com força, enterrando tudo quase de uma vez só. Em um movimento que a fez gemer em alto e bom som. se segurou nos ombros dele e dando impulso com uma das mãos bem espalmada na bancada de mármore, puxou o corpo pra cima, ajudando o marido nos movimentos de vai e vem, enquanto ele segurava com força a cintura dela. se segurou ainda mais onde estava se apoiando e tentando controlar sua respiração claramente descompassada, aumentou o ritmo das estocadas, as tornando mais fundas e firmes, ao mesmo tempo em que gemia junto com a mulher, sentindo aquela sensação tão gostosa que era estar dentro dela.

- Rebola essa bunda, vai . – ele pediu em um tom sofrido de súplica, ainda a encarando e vendo a mulher de olhos fechados mordendo a boca, enquanto lhe ajudava nos impulsos e parecia pular em seu colo. – Abre o olho, anjo. Abre o olho e rebola essa bunda gostosa pra mim... – ele mal terminou de falar e sentiu o corpo dela contrair todinho em volta dele, o fazendo gemer grotescamente.

abriu os olhos ainda respirando entrecortado pelos movimentos rápidos e fez o que o marido pedia. Rebolando contra o quadril dele, gesto que fez os dois gemerem em sincronismo, quase ultrapassando o sistema de som da casa. percebendo que dali a pouco não aguentaria mais segurar, levantou um pouco mais a coxa direita da mulher e segurando a perna dela quase rente ao peito pra ajudar nas estocadas mais profundas, passou a se movimentar com mais rapidez a ouvindo gemer desesperada no ritmo do movimento.

- Vai, . Só mais um pouquinho, vai! – ela segurou os cabelos dele como se aquilo fosse a garantia de que ele não pararia até que ela tivesse chegado ao seu orgasmo.
- Vai anjo, assim. Goza de novo comigo, geme daquele jeitinho que me deixa louco, vai. – ele pediu rente ao ouvido dela, já quase sem fôlego pelo esforço que fazia e sentiu ela se agarrar ainda mais a seu corpo.
E se o homem a conhecia bem, sabia que ela chegaria ao seu ápice em questão de segundos. estocou uma última vez antes de ouvir a mulher gemer e quase desfalecer em seus braços, enquanto ela sentia seu corpo explodir em uma onda intensa de prazer, que desencadeou para que o orgasmo dele acontecesse logo após umas poucas estocadas a mais e o homem gemesse chamando o nome dela.
- Oh, God. – a mulher suspirou escorada na parede, sentindo seu corpo ainda quente, relaxar.

riu sem forças, com o rosto escorado entre os seios e sentiu a mão da ex-mulher fazer um carinho gostoso em seus cabelos. Ele levantou a cabeça e com ajuda dos braços se esticou a beijando-a de leve.

- Te amo! – beijou o nariz dele, vendo o homem sorrir imensamente encantado. – E puta merda, que sexo gostoso! – ela respirou fundo e o viu gargalhar, rindo junto com ele.
- Também te amo, anjo. – ele sorriu grandemente, mostrando quase todos os dentes claros. – Isso que é sexo! Não é qualquer trepadazinha por aí não. – os dois riram e ela segurou o rosto suado dele com as duas mãos, vendo as bochechas do homem bem vermelhas.
- Suas bochechas ainda ficam vermelhas! – riu passando os polegares e ganhou um beijo casto na palma da mão.
- Algumas coisas nunca mudam. – deu de ombros. – Tipo seu nariz enrugado. – ele piscou e viu a mulher rir alto e abraçá-lo com força, sendo abraçada de volta na mesma intensidade e colocada no chão.
- Você pode, por favor, abrir o vinho agora? – perguntou rindo levemente e o viu rolar os olhos no mais puro teatro.
- Abro o que você quiser, agora. – ele piscou e logo se dirigiu para o suporte em que estava o saca rolhas. – Só olha se eu não quebrei as taças, quando joguei tudo no chão.

A enfermeira riu e se segurou na bancada, pendendo de leve o corpo pro lado, vendo inúmeros utensílios no chão, inclusive as duas taças estraçalhadas.
- Você quebrou minhas taças preferidas, safado! – ralhou como se o repreendesse e saiu de lá, antes que machucasse os pés com os cacos de vidro no chão.
- Eu acabei de transar com minha mulher. O melhor sexo em cinco anos. Eu estava pouco me fodendo pra o que tinha em cima da bancada. – ele foi direto e finalmente conseguiu tirar a rolha da garrafa, ouvindo um gritinho animado da mulher pelo tão sonhado vinho ter sido aberto. Os dois riram. – Pega as taças?
- Claro! – a enfermeira sorriu largamente e após dar um beijinho casto no marido, abriu o armário da cozinha pegando mais duas taças. encheu as taças enquanto abraçava a mulher de lado, sentindo o corpo dela encostado ao seu e com a cabeça encostada em seu ombro.
- Senti tanta saudade do seu corpo assim, anjo. – o homem revelou baixinho, beijando a cabeça dela e a mulher abriu um sorriso gigante, movimentando a cabeça e o beijando levemente. – Sabe de uma coisa? – a pergunta saiu quando os dois deram um gole generoso no vinho, sentindo o saber se alastrar pelo paladar.
- O quê? – ela afagou as costas dele, ouvindo quase o homem ronronar, esfregando o nariz na sua bochecha.
- Eu sempre tive vontade de ficar pelado com você dentro de casa. – o homem falou com uma seriedade gigante e ouviu a gargalhada da esposa. – É sério! E eu já ouvi tanto os meninos falando certas coisas que eu tinha vontade de fazer e nunca dava. Que inicio de casamento era a melhor coisa e a única experiência que eu tinha era de duas crianças chorando na madrugada! – os dois riram alto e ela escondeu o rosto no ombro dele, compartilhando do sentimento.
- Quer dançar comigo, Mr.? – a pergunta de saiu audaciosa, fazendo ele esboçar um dos sorrisos mais gigantes.
- Pelado? – a risada saiu animada.
- Mas é claro! Vamos matar sua vontade de ficar pelado comigo dentro de casa. – agarrou a taça de vidro em cima da mesa e o puxou pelo corpo, colando de frente ao seu.

abriu um sorriso imenso e a abraçou com força, mantendo uma das mãos a segurando pelas costas. Ele escondeu o rosto no pescoço dela, sentindo um carinho gostoso na nuca, enquanto os dois se balançavam no meio da cozinha ao som de uma música lenta que tocava em uma playlist aleatória. Mas que logo foi trocada por um som altamente conhecido, sensual e envolvente, que fez o homem descer a mão pelas costas da esposa, colando ainda mais o corpo dos dois.

I've been really tryin', baby
Tryin' to hold back this feelin' for so long
And if you feel like I feel, baby
Then come on, oh come on
Let's get it on, oh baby
Let's get it on


Os dois roçaram de leve o quadril um no outro e segurou a mão dela com a taça, tomando o pouco de vinho que sobrava. Ela abriu um sorriso travesso e não demorou muito pra beijar o marido com a boca e o corpo. Sabendo que o homem ia enlouquecer com aquilo.

- foi feito ao som dessa música. – o homem disse convicto e ouviu a esposa rir de leve, passando o nariz no dele.
- Você lembra! – ela esganiçou animada.
- Claro que eu lembro, você quase me deu uma aula sobre quem era Marvin Gaye. E a gente estava no meu carro. – ele respirou fundo, sentindo o perfume dos cabelos cacheados adentrar seu olfato. – Era minha menina prodígio, little genius. Lembra? – soltou uma risada contagiante a fazendo rir junto e apertá-lo ainda mais no abraço.
- Lembro, mas aí minha inteligência foi toda pro . Sou uma mulher comum. – ela fez um bico engraçado que o fez rir alto e enchê-la de beijinhos.
- Sabe de outra coisa? – perguntou rente ao ouvido da esposa, fazendo a pele da mulher se eriçar por inteiro. – Essa música, eu lembrando da gente no meu carro... – o homem sugou a pele do pescoço entre os lábios, ouvindo a mulher suspirar, quase gemendo. – Estou louco pra transar de novo. – mordeu-a levemente na mandíbula. – Só que eu quero na nossa cama, lá em cima. – os beijos foram voltando para o ombro dela, enquanto a mulher só faltava enfiar os dedos nas costas dele.
- É só me seguir, Mr. – o afastou pelo peito com um dos sorrisos mais safados.

Ela piscou, o deixando bem confuso e em um estalar de dedos, saiu correndo nua pela casa na direção da escada. Sendo a única escolha dele, correr atrás dela enquanto os dois riam como dois recém casados. soltou uma gargalhada espontânea, com a brincadeira que ela tinha acabado de começar e viu a mulher dar uns pulinhos, antes de entrar no quarto correndo. O cantor fez o mesmo percurso que ela, com a mesma rapidez da mulher e riu maliciosamente ao vê-la jogada na cama.
puxou o corpo dela com uma das mãos, enquanto subia na cama e ouviu a gargalhada de quando começou a beijar o pescoço da mulher. A enfermeira arqueou levemente o corpo, fazendo o quadril dos dois roçar e ouviu o gemido sofrido contra seu pescoço, sabendo que o marido tinha amolecido com o toque. Ela mordeu a boca, juntando habilidade e a força que tinha para virar por cima dele na cama e o ouviu soltar uma gargalhada gostosa de se ouvir.

- Vai sentar? – perguntou com um sorriso sacana e viu um pior surgir nos lábios avermelhados dela.
- Também, mas primeiro eu vou passar a língua por sua tatuagem. – piscou sinuosamente e apoiou as mãos na cama, praticamente deitando o corpo sob o dele. – Quem é que manda aqui? – ela o mordeu no lábio inferior, puxando entre os dentes e ouviu uma risada larga do ex-marido. – Responde, . Fala quem manda! – a mulher o mordeu no queixo, ao mesmo tempo em que rebolou fazendo o homem gemer.
- Você. – o homem suspirou sentindo seu corpo reagir espontaneamente ao dela.
- Quem? – ela perguntou mais uma vez. – Fala alto, que eu não ouvi!
- Você, ! Você quem manda na porra toda. É você quem manda em mim. – disse em alto e bom som, subindo a mão pela coxa da esposa, onde ele deu uma palmada leve.

Ela abriu um sorriso satisfeito, construído em malícia, fazendo com que o queixo dele fosse o ponto de partida para os beijos que seriam distribuídos por aquele corpo maravilhoso. Logo o peito foi alvo, o fazendo quase gemer pela respirada funda, enquanto ela se sentia imensamente satisfeita com o caos que estava causando. Os beijos desceram para o começo do abdome, enquanto ela já sentia o corpo reagir bem demais aos beijos dela quando a ereção roçava em seu corpo. colocou os braços dele pra cima como se prendesse o homem na cama e ouviu a risada satisfeita.

- Eu já disse que você é quem manda! – piscou com um sorriso mais do que safado e pressionou a ereção contra ela, fazendo-a suspirar.

enfiou o rosto no pescoço dele e chupou um pedaço da pele com força, ouvindo o homem quase perder o fôlego e rir mais uma vez.
- Vai deixar marcado? – a pergunta saiu em meio a uma falha na respiração.
- Pra mostrar que você é meu. Só meu. – a mulher o mordeu no lábio e voltou com os beijos para o inicio da garça na costela, que quase havia causado uma guerra.

suspirou em ansiedade, sentindo a língua dela descer pela tatuagem, contornando como havia sido prometido e gemeu quando mordeu perto do músculo oblíquo, o excitando ainda mais. O homem gemeu mais uma vez com o contato e sem pensar, agarrou-a pelos cabelos, fazendo a mulher soltar uma gargalhada espontânea, olhando com deboche pra ele.

- Solta! – a ordem saiu acompanhada de mais uma risada e ele suspirou frustrado. – Eu estou mandando soltar.

soltou um grunhido frustrado e a puxou pra cima pelos braços, virando a mulher na cama, praticamente encaixando o corpo dos dois. Ele abriu um sorriso safado e segurou os braços dela acima da cabeça, os prendendo na cama. Ele ia brincar? Que bom, ela aprovava muito aquela atitude dele. riu com o desespero e mordeu a boca, abrindo um sorriso de deboche para o marido, que fazia a ilustre questão de roçar o corpo no dela.

- Quem manda agora? – perguntou a penetrando de uma vez e ouviu um grito da mulher lhe xingando de cretino. – Hm, anjo... Quem manda? – ele passou o nariz ao da esposa, que respirou fundo.
- Eu continuo mandando! – ela piscou pra ele, dobrando as pernas em volta de seu corpo para prender o homem por ali mesmo.
- Ah, é? – perguntou debochado e puxou uma das pernas dela, inclinado ainda mais pra cima, na intenção que a mulher lhe sentisse melhor. – Então manda que eu faço. – ele mordeu o queixo dela e viu a mulher suspirar, segurando seu ombro com força.
- Continua!
- Mas já? – ele soltou uma risada larga.
- Cala a droga da boca e vai logo! – o xingamento saiu desesperado e soltou a mão que ainda prendia, sentindo essa mesma mão descer por suas costas e apertar sua bunda, o fazendo rir alto.
- Você quem manda! – o cantor se apoiou em um dos cotovelos, equilibrando o peso do corpo e saiu da mulher, entrando de novo com mais rapidez e força.

Ela gemeu com o movimento brusco e travou ainda mais uma das pernas ao redor dele, arqueando o corpo e sentindo a respiração do homem descompassar a cada estocada funda que a fazia perder o fôlego. soltou a perna da mulher que ele segurava e logo agarrou um dos seios dela, beliscando e apertando na intenção de estimulá-la para promover o melhor orgasmo. Os dois gemeram juntos, ainda que sem fôlego pelos movimentos mais rápidos, intensos e ela pôs a mão em cima da dele, mordendo a boca com força, o incentivando a continuar com as carícias.
O rebolado do quadril em sincronismo era o que fazia os gemidos ressoarem no quarto sem pudor, além da respiração descompassada pelo vigor dos movimentos. respirou fundo, puxando fôlego pra continuar e enfiou o rosto no pescoço da mulher, fazendo a boca dela ficar bem perto de sua orelha.

- Era isso que você queria, ? – ele perguntou com dificuldade enquanto ainda estocava com força, deixando a respiração dos dois bem dificultosa e a única coisa que recebeu em resposta foi um gemido baixo no ouvido, que o fez gemer junto. – Era desse jeito que você sentiu saudades? Forte, gostoso e quente? – o homem perguntou mais uma vez, percebendo que a única resposta que estava tendo além dos gemidos, era o corpo dela deslizar no seu, os puxões de cabelo e a expressão de contentamento da mulher. Mas ele queria mais, queria uma resposta concreta, queria que ela falasse. E por não receber, diminuiu os movimentos, fazendo com que imediatamente, abrisse os olhos, completamente confusa com o que tinha acabado de acontecer.
- Por que raios você está parando? – a pergunta saiu em meio à respiração falha, enquanto ela agarrou os cabelos dele, puxando a cabeça do homem e o beijando na mais pura sacanagem. – Não para não, amor. Continua! – pediu numa manha sem tamanho, o vendo expressar uma careta de sofrimento.
- Fala pra mim, anjo. Era assim que você queria? – mordeu o ombro dela, ouvindo a mulher soltar um grunhido e puxar seus cabelos.
- Era! – ela respondeu sem muitos rodeios e ouviu a risada sacana dele, antes de sentir o marido estocar de uma vez, a fazendo gemer novamente.

-x-

O homem se jogou na cama com o maior sorriso que conseguia segurar no rosto e olhou pro lado, vendo a mulher tentar arrumar os cachos rebeldes no topo da cabeça. Ele sorriu encantado ao vê-la e descansou um dos braços atrás da cabeça, sem tirar os olhos dela. O outro ele estendeu a convidando pra deitar em seu peito.

- Que foi? – perguntou rindo, ao ver o olhar preso a ela e o homem riu.
- Nada, eu que sou o homem mais sortudo do mundo, apenas. – deu de ombros, sentindo o corpo relaxar ainda mais na cama e com um aceno a chamou mais uma vez.

A mulher riu, sacudindo de leve a cabeça e suspirou, aceitando o chamado dele. se moveu, deitando a cabeça no ombro do marido e colocando uma das pernas sobre ele, o que a fez ganhar carinho.

- Você é exagerado. – ela fechou os olhos, sentindo o cafuné, enquanto desenhava formas aleatórias no peito dele com a ponta do dedo. Os dois suspiraram contentes.
- Talvez um pouco. – beijou a testa dela, sentindo a mulher lhe abraçar com mais força pela cintura. Ele respirou fundo mais uma vez, sentindo o corpo completamente relaxado e ainda com a boca encostada na testa da mulher, lembrou de algo importante. – Anjo?
- O quê? – ela beijou de leve o queixo dele.
- Nós não usamos camisinha. – ele sentiu o sangue fugir completamente da boca e riu baixo.
- Não deixei o contraceptivo. – a enfermeira soltou uma risada divertida, vendo o peito dele abaixar em alivio.
- Puta merda, meu coração foi no chão! – cobriu o rosto com a mão, fazendo a mulher rir da forma mais espontânea, sendo abraçada com força e virada na cama de modo repentino.

A mulher riu junto com o marido e passou a mão no cabelo dele, ouvindo o homem suspirar e lhe dar alguns beijinhos entre a boca e a bochecha. segurou a mão dela e deu alguns beijinhos castos nas pontas dos dedos.

- Eu gosto quando você pinta a unha dessa cor. – o homem disse com um sorriso frouxo, ao ver o esmalte vermelho escuro colorir a unha dela. – Fica sexy, só ressalta ainda mais o mulherão que você é. – os dois riram.
- Você repara na minha unha. – ela soltou meio incrédula e ganhou um beijo apertado na testa.
- Eu reparo tudo em você, . Há 20 anos. – os dois riram baixo. – Achei que você soubesse. – ele beijou de leve o pescoço dela.
- Eu sei! – ela o beijou de surpresa. – Mas unha é algo tão pequeno. – ela riu fazendo carinho no rosto dele.
-Nada em você é pequeno pra mim. – ele deu uma piscadela travessa e beijou o lábio da mulher. – Está com fome? – perguntou prendendo uma risada e riu de forma espontânea.
- Faminta! – a mulher jogou a cabeça pra trás na cama e ouviu uma risada divertida dele. – Disposto a, finalmente, fazer as costelinhas? – ela fez um bico e roubou um beijo.
- Disposto! – o ficou de joelhos na cama e esticou a mão pra ela, ajudando-a a sentar.

Ele seguiu para o closet, na intenção de vestir nem que fosse um samba canção, certeza já passava da meia noite e os meninos chegariam em pouco tempo. Era uma pena que os bailes de colégio não demorassem mais a acabar. O homem se espreguiçou, sentindo uma paz que há tempos ele não sentia e quando finalmente se vestiu para sair do cômodo, viu a esposa entrar desfilando com seu belo corpo a amostra.

- Gostosa! – ele piscou e saiu rindo, enquanto dava alguns pulinhos pelo quarto.

-x-x-x-

O casal jantava calmamente, sentados a ilha da cozinha, enquanto riam de qualquer assunto aleatório e distribuíam alguns beijos, conforme a necessidade. As roupas haviam sido recolhidas do chão e muito bem acomodadas na máquina de lavar roupas, já tinha tomado seu tão precioso banho, que combinado ao que tinha acontecido anteriormente, a relaxara de uma forma que ela nunca imaginaria. mantinha além de um sorriso bobo nos lábios, um boné mal colocado na cabeça, fazendo com que a mulher entendesse que aquela era a mais nova mania de estilo, se assim poderia ser chamado. O vinho já aberto, tomou destino em mais duas taças, acompanhando lindamente o jantar de última hora.

- Que horas? – ele fez careta ao dar a última garfada no que estava no prato e vincou as sobrancelhas, dando de ombros. – Esses dois não chegam não? – a pergunta saiu até certo ponto preocupada, quando arrastou o celular pra checar o horário.

A enfermeira riu com deboche ao levantar do banco, recolhendo os dois pratos da ilha e o viu suspirar, ainda concentrado em o que quer que fosse no celular.

- Não vem com esse deboche pro meu lado, não. – largou o celular na bancada e se escorou nos cotovelos, rindo, enquanto subia o olhar pelas pernas descobertas da esposa que parecia lavar o que tinha sujado.
- Você pintou e bordou e agora vem dar uma de pai preocupado?
- A figura de pai tem que aparecer vez ou outra, anjo. – ele deu de ombros, se escorando no tampo de mármore com os cotovelos e tirou o boné, passando a mão pelos cabelos. – Quer ver TV? – a pergunta saiu acompanhada de um bocejo.
- Cansado? – a mulher perguntou rindo e o viu rir junto.
- Morto, mas feliz! – piscou, a chamando com um aceno. Ela arrodeou a ilha, sendo acompanhada por ele e abraçada por trás, ganhando alguns beijos na cabeça.

Momento que os dois adolescentes entraram em casa, parecendo brilhar de tanta animação, mesmo que ainda fizessem silêncio para não acordar os pais que achavam estar dormindo. finalmente sorriu aliviado ao ver os dois entrando em casa e riu da cara de espanto dos filhos ao ver que ainda estavam acordados.

- Esperando vocês. – respondeu à pergunta subliminar das crias e os dois riram. – Como foi o baile?
- Ótimo, incrível! Nós dançamos tanto. – Leonor soltou um gritinho animado ainda abraçada de lado no irmão. – E rimos bastante.
- Foi sim, tudo isso que a Leo disse. – o rapaz sorriu grande e beijou a cabeça da irmã. – Dançamos e rimos bastante. Foi muito legal! – o filho mais velho disse sorrindo.
- Estão com fome? – perguntou soltando um riso leve, abraçando com mais aconchego e quase enfiando o nariz no cabelo cacheado da mulher.
- Não! Eu fiz o parar no caminho pra gente comer. – Leonor disse mais do que animada, fazendo a mãe arquear levemente a sobrancelha.

Será que tinha acontecido alguma coisa naquele baile? não sabia, mas tinha certeza que precisava sondar a filha quando as duas estivessem descansadas. Ela apertou os braços por cima dos braços do marido e viu os meninos, tentarem esconder a estranheza de verem os pais tão grudados daquele jeito de uma hora pra outra.

- Vão dormir agora? A gente vai subir. – a mulher disse com um sorriso frouxo nos lábios e viu o casal de filhos não saberem exatamente o que responder. – Só não façam muito barulho se forem ficar por aqui por baixo.
- Tudo bem, dona . – filho piscou pra mãe e em um movimento rápido, jogou a chave do carro pra ela, que segurou no reflexo. – Obrigado!
- De nada, meu amor. – ela sorriu e abraçou o filho com força, se perdendo no abraço do moleque que estava mais alto até que o pai.
- Mas é pequenininha. – o rapaz debochou da altura da mãe, passando a mão na cabeça dela, ouvindo as risadas escandalosas de e Leonor.
- Pequenininha é a mãe, moleque! – ela xingou fazendo os três rirem ainda mais.
- É mesmo, minha mãezinha! – o garoto riu e beijou a testa dela, apertando ainda mais a mulher no abraço. – Mas é fofinha né, pai? – ele perguntou vendo o homem vermelho de tanto rir com as palhaçadas dele.
- Vai dormir, ! – ela disse rindo e o beijou na bochecha, antes de soltar o menino que também ria, dando a vez do abraço para a irmã. – Olha aqui, menorzinha é a Leo! – agarrou a criança que estava mais alta do que ela pelos saltos.
- Anjo, você quem tá um tamborete perto dela. – riu após beijar a cabeça do filho como um desejo de boa noite.
- Ai que a mamãe tá pequeninha! – Leonor sacudiu a mulher no abraço, a fazendo rolar os olhos.
- Vem, anjo, vamos dormir. – o homem chamou com um bocejo e se espreguiçou, estendendo a mão pra ela.
- Boa noite. – ela desejou aos filhos e segurou a mão de .
- Durmam bem. – ele beijou a cabeça da filha e por fim acenou pros dois, jogando o braço de forma despreocupada nos ombros da esposa. – Finalmente dormir, é? – o homem perguntou baixo, perto da orelha dela. – Eu ainda aguento mais outra. – ele mordeu a boca e ganhou uma cotovelada de leve na costela.
- Meu Deus, . Se aquieta! – rolou os olhos e soltou uma risada alta, sendo acompanhada por ele, que a abraçou com força, beijando a cabeça dela.

-x-x-x-

desceu as escadas, passando as mãos nos cachos presos em um rabo de cavalo, sem saber exatamente porque aquela mania lhe perseguia sempre. E antes de entrar de vez na cozinha, viu o marido cantarolar alguma melodia que parecia nova, enquanto se perdia entre as preparações para o café da manhã. Ela sorriu encantada com o jeito animado dele, parecendo ter 25 de novo, principalmente porque tinha tirado os vestígios de pelos que queriam formar uma barba. Era engraçado como um boné o fazia ficar parecendo um menino.
- Bom dia! – ela riu ainda escorada ao batente da porta e ganhou um dos sorrisos mais lindos dele. O sorriso dela. – O que deu em você, marido? – fez questão de pronunciar a palavra, o vendo quase explodir de felicidade.
- Bom dia! – a resposta saiu no mesmo tom de felicidade. – E o que deu em mim foi a mais pura e plena felicidade.
- Todo de boné pra trás, parecendo teu filho. – abriu um sorriso encantado, escorando de leve a cabeça no batente da porta. – Tirou a barba?
- Ficou ruim? – passou a mão pelo rosto liso, fazendo uma careta meio confusa.
- Nada fica ruim em você! – ela piscou, mandando um beijo alado e o vendo abrir um sorriso ainda maior, que certamente viraria uma risada gostosa de se ouvir.
- Adoro quando ela paga pau pra mim, senhor! – o cantor gritou pro teto da casa, como se agradecesse a alguma divindade, ouvindo a esposa gargalhar.
- Qual o motivo de tanta felicidade? – ela perguntou ainda rindo e o viu lhe chamar com um aceno de mão.
- As atividades noturnas foram muito valiosas! – o homem abriu um sorriso safado, vendo um igualzinho surgir nos lábios carnudos da mulher, enquanto ela caminhava em sua direção.
- Maravilhosas! – riu, o abraçando com força e ganhando um beijo na testa. – Me encontro mais leve que uma pena. Sem qualquer vestígio de problemas na minha vida. – ela disse sentindo seu corpo ser abraçado com força. – Qual a bomba calórica do dia?
- Tem café, panqueca, waffles, bacon e ovo. – piscou a fazendo sorrir ainda mais largo e fechar os olhos com força, como se tentasse sentir o cheiro de todas as comidas ao mesmo tempo.
- Deus, hoje eu não almoço! – os dois riram, quando a mulher beijou a bochecha do cantor com força, sendo agarrada pelo homem sem demora para um beijo intenso.

Ele enfiou a língua na boca dela sem qualquer demora, pressionando ainda mais a mulher contra seu corpo, o que fez suspirar e enfiar a mão entre os cabelos dele, ouvindo o marido soltar todo o ar dos pulmões pelo nariz. mordeu de leve o lábio inferior da mulher e abriu um dos sorrisos mais lerdos.

- Você é doido! – ela arregalou de leve os olhos e deu um tapa de repreensão no ombro dele, vendo o marido rir. O cantor puxou o corpo dela, ainda segurando grudado ao seu e rodou com a mulher no meio da cozinha, a fazendo rir alto, enquanto se segurava nele. Os dois riram mais.
- Louco por você. – deu um selinho estalado nela e abriu um sorriso largo, porém inocente. – E nós precisamos recuperar as energias da noite, mulher!
- Acho muito válido! – ela riu encostando a cabeça no ombro dele. – Liguei o registro da piscina. Topa?
- E eu nego piscina desde quando?
- E o dia lindo como tá? Tô já puxando os meninos pelo pé. – ela declarou, fazendo o marido rir da animação dela.
- Daqui a pouco eles descem. – o homem beijou a cabeça dela, feliz por ter sua mulher novamente. Da forma mais completa que ele poderia imaginar, ela era sua de novo, sem faltar mais nenhum pedacinho.
- Já fez café? Adoro seu café... forte, gostoso e quente. – a enfermeira mordeu a boca, prendendo um sorriso safado no canto dos lábios e o ouviu gargalhar.
- Ah, então ela gostou do forte, gostoso e quente? – ele perguntou com um deboche misturado a malicia e riu ainda mais alto.
- Do seu café? Sempre gosto. – ela desconversou rindo e o beijou de leve. – Vou pegar as canecas. – desabraçou o marido, indo na direção do suporte que portava todas as canequinhas penduradas e puxou o olhar dele sem nem mesmo perceber. – Leo quebrou a minha no mês passado, eu estou usando a sua.
- Hoje eu deixo. – riu, ajeitando o boné na cabeça, enquanto ainda admirava a mulher. Ele nunca se cansava de fazer aquilo. – Mas paga aluguel! – ele declarou a ouvindo rir alto.
- Que história de aluguel, . – ela bateu de lado o quadril no dele. – Mas agora fiquei curiosa em como vou pagar isso.
- Hm, eu tenho algumas várias opções... – ele mordeu um sorriso ladino, passando sorrateiramente a mão na bunda dela, o que fez a mulher arquear uma de suas sobrancelhas. – Mas por enquanto, aceito um beijo. – piscou.
- Não tem forma de pagamento mais interessante não? – ela perguntou levando a caneca aos lábios, sustentando um sorriso safado, que fez o homem soltar uma risada larga e espontânea.

Sem demorar muito, segurou a cintura dela com as duas mãos e suspendeu a mulher, colocando-a sentada na bancada de supetão. Ela arregalou os olhos, meio assustada pelo movimento rápido e sentiu seu coração gelar, mais uma vez, quando o viu se enfiar sorrateiramente entre suas pernas. O homem carregava um sorriso sacana, combinado ao olhar dele, que mais parecia de um gato querendo brincar com a comida, a fez se apavorar mais um pouco só de pensar que os meninos poderiam acordar a qualquer momento.

- Eu até poderia mostrar. – o sussurro saiu grave, enquanto a mão dele contornava o pouco da tatuagem dela que tinha ficado a amostra. – Mas aí a gente quebrava mais canecas. – ele terminou a frase apertando a perna dela com força.
- ! – soltou um grito de repreensão que fez o homem rir.
- Não grita! – ele repreendeu arregalando os olhos, como se não tivesse mais que 19 anos. – Assim você quem vai acordar os meninos! – só completou a pose de um pai que não queria acordar as duas crianças.
- A gente não tem mais 25 anos! – ela voltou a esganiçar, mesmo que medisse o volume da voz, quase estapeando o marido nos ombros.
- E você continua linda e gostosa como na época! – piscou, a vendo abrir a boca em uma indignação fingida. – Até mais!
- Me põe no chão! Daqui a pouco os meninos acordam. – ela soltou um gritinho e ele negou com um aceno bem infantil.

Os dois ouviram o barulho de dois furacões batendo a porta do quarto e a enfermeira arregalou ainda mais os olhos, ela realmente não queria que os filhos os vissem naquela situação. Era certeza que em poucos dias começariam a surgir perguntas que a deixariam na dúvida até do próprio nome, então era melhor que os dois não vissem nada demais, ou seria complicado explicar ou contornar.

- Tá vendo? – ela apontou pra porta da cozinha. – Me tira daqui! – pediu em um esganiço o fazendo rir com o desespero dela.
- CRIANÇAS, O CAFÉ TÁ PRONTO! – ele gritou, aumentando ainda mais o desespero de e sentiu um tapa pesado no ombro. – Ai, mulher! Eu já vou te descer daí!
- TEM CAFÉ? – o grito do filho mais velho saiu feliz, como se fosse manhã de Natal.
- OLHA O CHEIRO! – Leonor também gritou mais do que animada, fazendo o pai rir alto e finalmente ajudar a descer da bancada da ilha para que ela lhe ajudasse a alimentar os dois adolescentes, que para ele, nunca iriam de deixar de ser seus meninos.

A mulher empurrou o marido de leve, o fazendo rir e após ganhar um beijinho, foi pegar pratos e as canecas para que os filhos tomassem café. Logo a cozinha foi tomada pelos dois furacões de pijama, de fato parecendo duas crianças, exceto pela tatuagem que o rapaz tinha na costela e dava uma agonia na mãe toda vez que ela via, por mais que tentasse superar o fato. O pior de ver o filho crescendo, era vê-lo realmente crescendo, tomando algumas decisões sozinho e que algumas das vezes, não era a certa, como aconteceu em relação à mentira. A vontade de olhar a tatuagem do moleque de perto era grande, mas o receio de chorar de desgosto por se considerar uma fraude, era maior ainda.
Depois da folia na cozinha, a família reunida, voltando aos poucos a sua formação original. zoando os dois filhos, como se eles não passassem dos cinco anos de idade e rindo com as brincadeiras dos três. Pai e filhos ajudaram a organizar o lugar e logo correram pra piscina que completaria lindamente aquele dia de sol. Era fato, o trio parecia peixinhos quando o assunto era água.
se espreguiçou, rindo em ver pelo vidro da cozinha seus meninos brincando do lado de fora e resolveu dar uma atenção maior ao celular que estava jogado na bancada desde a noite anterior. DROGA! Cinco ligações de Elena. Era oficial, ela iria morrer pelas mãos da mãe. A mulher discou rapidamente um dos números que ela mais utilizava desde sempre e não demorou muito pra que a chamada fosse atendida.

- Oi, mãe. Oi, oi!
-Oi, querida! – a voz doce ultrapassou o limite de várias cidades e três horas de viagem, dando uma segurança e conforto imenso a . – Eu te liguei ontem depois que vi as fotos dos meninos, mas acho que seu celular deve ter sido enfiado dentro do forno de micro-ondas. – a mulher reclamou sem demora, fazendo rir alto.
- Eles estavam tão lindinhos! Eu quase não deixo ir. – a mamãe mais nova lamentou, ouvindo o suspiro da outra. – Me dói ver os dois crescendo tão rápido. estava sofrendo tanto quanto eu.
- Isso é ser mãe, meu bem! – Lenna confortou a filha, rindo baixo por já ter sentido tudo que estava sentindo. – E seu marido sofre com tudo que envolva a menininha do papai. – as duas riram, deixando a mais velha bem atenta sobre não haver qualquer recusa por parte da filha em ser seu ex-marido. – Pai é tudo igual, só muda de endereço!
- E eu não sei? E agora vêm os dois me enchendo a paciência por causa de Leonor, o pai e o filho. – rolou os olhos rindo. – Mas era tão mais fácil quando eles ainda dependiam de mim. Eu me sentia mais confortável em controlar as coisas. – ela mordeu a boca.
- O sentimento é o mesmo pra mim, . – Elena soltou uma risada anasalada. – E o problema com o ?
- Ele tá seguindo o castigo, mas eu ainda me culpo.
- Você não tem culpa, querida. Adolescência é uma fase complicada em qualquer lugar do mundo.
- Desculpa! – soltou um gritinho, fazendo a mãe gargalhar pelo pedido de desculpas que com certeza tinha sido sobre a gravidez do moleque. – E o papai, cadê?
- Choramingou horrores ontem, vendo a foto, dizendo que a neta tá crescendo, que o precisa tomar cuidado... – as duas riram alto. – A mesma ladainha que era com vocês.
- Se ele ligar de chororô, eu coloco ele pra falar com a dupla! Eliot tá do mesmo jeito que o original. – a mulher rolou os olhos, ouvindo a mãe gargalhar.
- Isso é a convivência com o pai! – Lenna acusou, ouvindo a filha rir da forma mais espontânea e despreocupada. Ali tinha coisa, oh se tinha! – E meu genro, querida, como está?
- Bem. – se limitou a ser monossilábica.
- Bem?
- É. – a mulher reforçou. – Bem... Pergunta logo o que você quer saber, dona Lenna!
- Quero saber se vocês voltaram! – a mulher atendeu aos pedidos da filha e ouviu uma tossida.
- Oi?
- , você não me engana. Faz no mínimo uma semana que ele tá direto aí e você anda muito arisca. Não mente pra mim!

O suspiro da mais nova saiu um tanto pesado, mas que confirmava todas as suspeitas de sua mãe.

- Eu sabia! Meu amor, escuta a sua voz. Olha o jeito que você fala, a paz que você exala só em mencionar o nome desse homem! – a mãe soltou esganiçada e feliz, ouvindo a filha rir alto sem ter como negar qualquer coisa.
- tá aqui, mãe, e eu nunca deixei de amar essa praga. É isso. – a mulher voltou a reforçar, mesmo que escondesse e riu baixo.
- Vocês transaram! – Elena deu seu ultimato, fazendo a filha quase engasgar e soltar um grito esganiçado, totalmente constrangido.
- MÃE!
- Não vem com mãe pra cima de mim, ! Ontem eu te liguei cinco vezes e vocês dois estavam sozinhos quando os meninos saíram de casa.
- E ele me fez companhia! E fazia um ano que a gente não se via, a senhora queria o quê?
- Que vocês esperem mais alguns meses antes de me dar mais um neto!
- Se depender de mim? Apenas e Leonor! – as duas riram e a mais nova ouviu um resmungo desacreditado da mãe. – Acredita e mim, mulher!
- Eu conheço muito bem vocês dois! Dois sem juízo!

sacudiu de leve a cabeça, soltando uma risada baixa e abriu ainda mais sorriso bobo ao ver entrar na cozinha com uma postura divertida. Apenas de bermuda e parecendo cantarolar alguma coisa. Ele sorriu igualmente ao vê-la e abraçou a mulher de lado, beijando a cabeça dela em seguida.

- Oi, sogra! – ele gritou deduzindo que fosse Elena ao telefone e ganhou um sorriso da esposa, acompanhado de um beijinho.
- Diz a ele que eu estou mandando um oi! – a mais velha disse animada.
- Ela tá mandando oi. – riu, colocando a ligação em viva-voz, na intenção de que ela não virasse menina de recado.
- Diz pra sua filha amolecer o coração! – debochou na maior cara de pau, vendo a mulher abrir a boca indignada. – Quero voltar pra casa!
- Sai daqui, ! – a enfermeira soltou um grito indignado, o vendo rir e beijada de uma vez na bochecha.
- ! Diz pro menino voltar pra casa! – Elena intercedeu pelo genro, rindo com a pose do homem.
- Ele não sai mais daqui. – deu uma tapinha de leve na barriga do marido, o ouvindo rir.
- Um convite formal, nunca fez mal.
- Também acho! Concordo com minha sogra. – o homem beijou o pescoço da esposa e sentiu um cutucão na barriga. – Mas você viu que meninos lindos essa mulher pariu?
- Meus netos! – Elena disse convencida, ouvindo uma risada conjunta do casal.
- São lindos demais! – o papai babão habitante em se exteriorizou. – Imagina os próximos. Vão vir à perfeição! – ele soltou animado, sabendo que iria deixar irada com aquilo.
- ! Vai procurar o que fazer! – a enfermeira soltou um grito esganiçado e ouviu a gargalhada dele, à medida que o homem lhe apertava mais no abraço. – Parece que é doido! – ela esganiçou e ouviu um sussurro construído em “por você”.
- Eu falei que conheço vocês! – o gritinho de Louise saiu animado, fazendo a filha rir morta.
- Você contou pra sua mãe o que a gente fez ontem? – fingiu confusão, sabendo que era tão aberta com a mãe quanto era com os filhos.
- , vaza! Vaza daqui! – a mulher apontou pra porta do quintal, rindo com o jeito que ele ria. – Não deixa ele criar asa, dona Lenna, não deixa! Da última vez que ele criou asa, me trouxe pra Montréal, junto com os meninos.
- Desculpa, sogra! Mas não dava pra deixar meus três aí não. – o homem riu junto com Elena e beijou a cabeça de . – Tive que trazer!
- Eu entendo, querido, eu entendo! Mas quando vocês vêm aqui?
- Logo, logo. Prometemos! – o homem se prontificou, logo ouvindo os gritos de e Leonor lhe chamando pra ir brincar na piscina. – Os meninos estão me chamando, Lenna. Vou lá ficar com eles! Manda um abraço pro Charlie.
- Pode deixar, querido! Mando sim. Dê um beijo em meus netos por mim. Um beijo, até mais!
- Será dado! – o homem sorriu. – Outro, sogra! Prometo que logo a gente vai por aí! – ele declarou e beijou a cabeça de mais uma vez, ganhando um sorriso bonito da esposa.
- Fico no aguardo!

Eles riram e pegou algumas frutas dentro da geladeira na intenção de fazer seus meninos comerem algo saudável e gelado naquele dia quente. O cantor cortou algumas frutas ricas em água, como melancia, melão e algumas uvas em uma tigela, fazendo uma grande salada e pegou água na geladeira, levando para a beira da piscina onde os filhos estavam.

- Vocês dois já passaram protetor solar de novo? – ele perguntou ao sair da casa, apertando os olhos pela claridade e recebeu algumas risadas em troca.
- Já sim, pai! – Leonor disse rindo e mergulhou.
- Você tá parecendo a mamãe! – o rapaz disse rindo e se escorou na borda da piscina.
- Estou mesmo, parecendo a mãe de vocês. Depois ficam aí se ardendo do sol e a gente quem se preocupa. – o homem confirmou rindo e sentou na borda da piscina do lado da sombra, colocou os pés dentro da água e a tigela com frutas e a água por perto. – Venham comer. – o papai babão chamou e recebeu alguns acenos de mão dizendo que os dois já iam.

baixou o óculos escuro que estava no topo da cabeça e fechou os olhos como se estivesse com o rosto contra o sol. Enquanto mexia os pés dentro da água, aproveitando o melhor do momento, sem ver que o filho tinha se escorado perto dele na borda da piscina.
- Pai? – o moleque chamou a atenção de , enquanto pegava um punhado de frutas no pote.
- Oi, ! – o mais velho respondeu ainda de olhos fechados e respirou fundo.
- Posso perguntar uma coisa? – o rapaz perguntou se apoiando na borda da piscina, na intenção de sentar perto do pai.
- Claro! Nem precisa perguntar se pode. – o homem riu baixo e deu um tapinha encorajador na perna do filho, mal sabendo ele que se arrependeria profundamente da concessão da pergunta que seria feita.
- Você transou com a mamãe?



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