Prólogo
O dia estava chuvoso e o jovem Tom tinha implorado aos seus pais para ir ao cinema ver um daqueles filmes infantis que sempre estreavam por causa das férias de verão. Depois de um tempo de insistência, estava toda a família Fletcher comprando os ingressos e a pipoca.
O menino estava animado, sentado entre os pais, naquela poltrona onde seus pés não tocavam o chão, ansioso para que o filme começasse logo. Olhou para a mãe, que alisava a barriga de quase 6 meses de gravidez, entretida demais nos créditos para notar que o filho não parava quieto na cadeira.
Quando as luzes finalmente se apagaram e o filme começou, uma menina linda apareceu na tela. Ela aparentava ter a mesma idade que Tom e a trama do filme era sobre suas aventuras, acompanhada pelos seus amigos e seu cachorro, totó.
Ele ficou hipnotizado pela garota que, depois do filme, descobriu se chamar , ou só . Os pais achavam graça na paixão platônica do filho por uma atriz e seus amigos não perdiam uma chance de sacanear ele, mas o menino não se importava com nada daquilo.
Conforme os anos foram passando, Tom se tornava cada vez mais fã de , não perdia um filme que a menina fazia. Quando o McFLY começou a fazer sucesso, então, além de achar em Danny, Dougie e Harry amigos que também eram fãs da garota, uma ponta de esperança de que, um dia, a conheceria, voltava a surgir dentro de si.
O menino estava animado, sentado entre os pais, naquela poltrona onde seus pés não tocavam o chão, ansioso para que o filme começasse logo. Olhou para a mãe, que alisava a barriga de quase 6 meses de gravidez, entretida demais nos créditos para notar que o filho não parava quieto na cadeira.
Quando as luzes finalmente se apagaram e o filme começou, uma menina linda apareceu na tela. Ela aparentava ter a mesma idade que Tom e a trama do filme era sobre suas aventuras, acompanhada pelos seus amigos e seu cachorro, totó.
Ele ficou hipnotizado pela garota que, depois do filme, descobriu se chamar , ou só . Os pais achavam graça na paixão platônica do filho por uma atriz e seus amigos não perdiam uma chance de sacanear ele, mas o menino não se importava com nada daquilo.
Conforme os anos foram passando, Tom se tornava cada vez mais fã de , não perdia um filme que a menina fazia. Quando o McFLY começou a fazer sucesso, então, além de achar em Danny, Dougie e Harry amigos que também eram fãs da garota, uma ponta de esperança de que, um dia, a conheceria, voltava a surgir dentro de si.
Capítulo 1
- Tom, eles já estão quase chegando aqui, cadê você? - Dougie reclamava com o amigo no telefone.
Era uma sexta-feira, a namorada de Danny, , estava fazendo aniversário, o menino tinha reunido os amigos da amada no apartamento dela para uma festa surpresa e Tom estava atrasado. Já era a segunda ligação de Dougie, sem contar as outras tantas de Harry, e o menino se odiava por não ter saído mais cedo de casa.
- Está um trânsito horrível, Dougie. - Ele falava, tentando mudar para a faixa que estava andando mais rápido - Você sabe como Londres fica quando chove.
- Todo dia chove nessa cidade, mate. - Ele respondeu, fazendo o amigo rir do outro lado da linha - Só tenta chegar o mais rápido que der.
- Relaxa, você sabe como é o Danny, duvido que eles estejam realmente chegando.
- Isso é verdade.
- Me deixa desligar aqui antes que eu receba uma multa por sua causa. Até daqui a pouco.
Tom nem esperou a resposta do amigo e já tinha desligado o celular, jogando-o no banco do carona. Nenhum deles queria admitir, mas grande parte do nervosismo e da ansiedade perante aquela festa era o fato que era amiga de e a menina tinha confirmado que ia.
O rapaz chegou no prédio pouco tempo depois de falar com o amigo e, depois de se apresentar ao porteiro, subiu o elevador até o andar do apartamento. Assim que abriu a porta, uma chuva de “surpresa” preencheu o ambiente, já que todos achavam que era que tinha chegado, gerando uma irritação geral.
- Eu falei que chegava antes do Danny. - Ele falou para Dougie e Harry, que estavam no sofá da espaçosa sala.
- Ele fala que está chegando toda hora, ninguém aguenta mais ficar nessa tensão para saber se é a que chegou ou não. - Harry se pronunciou, bebendo um gole de sua cerveja.
- Você já é o terceiro que a gente grita “surpresa”. - Dougie suspirou, sacando o celular do bolso - Vou perguntar onde ele está de novo.
- Como se fosse adiantar alguma coisa.
Assim que Tom acabou de falar, aceitando uma cerveja que lhe fora oferecida por um garçom, ouviram o interfone tocar. Depois de alguns segundos, a irmã de apareceu na sala avisando que agora sim era a aniversariante e correu para desligar a luz. Todos se abaixaram e, assim que a menina abriu a porta e ligou a luz, todos surgiram gritando “surpresa”.
- Eu não acredito! - ela exclamou, realmente maravilhada com aquela festa - Você me enganou direitinho, mush.
- Tudo para ver esse sorriso no seu rosto. - Danny respondeu, ganhando um beijo apaixonado.
Enquanto falava com cada um dos convidados com um sorriso enorme no rosto, Danny se aproximou dos amigos, se sentando no sofá. Ele estava extremamente feliz e aceitou de bom grado a cerveja que um garçom lhe estendia.
- E aí? - Ele perguntou baixo, se aproximando dos amigos - Ela já chegou?
- Ainda não. - Harry respondeu, no mesmo tom que o rapaz - Você acha mesmo que ela vem?
O rapaz deu de ombros, não sabendo o que responder. Tanto ele quanto os outros, esperava que sim, mas estava gravando um novo filme e, pelo que comentava com o namorado, ela sempre estava no set de filmagens.
- Fala sério, Tom. - A voz da menina soou por trás do sofá, fazendo os garotos se levantarem - Você que deu essa ideia pro Danny, não foi?
- Juro que tudo isso saiu de dentro daquele cérebro microscópico mesmo. - Eles riram e, logo depois, já se abraçavam - Feliz aniversário, .
A menina agradeceu, soltando o amigo e indo falar com os outros três rapazes, que repetiram as mesmas palavras que Tom. Eles se sentaram no sofá, com aconchegada perto de Danny, que aproveitou para abraçá-la pela cintura e juntar ainda mais os seus corpos.
- Cadê a , Harry? - Ela perguntou, roubando a cerveja do namorado, bebendo um gole.
- Ela está viajando, não conseguiu vir. - O menino assumiu um semblante meio chateado, mas logo se rendeu a um sorriso - Mas ela te mandou um beijo.
- Então já chegou todo mundo?
- De quem confirmou, só falta uma pessoa.
- Quem?
- Erm… - Danny ficou corado, fazendo com que a menina desse uma gargalhada.
- Já entendi, é a , não é? - Ela perguntou, fazendo os meninos concordarem com um aceno de cabeça - Eu espero que você não tenha pensado nessa festa só com esse intuito, Danny Jones.
- Lógico que não, meu amor. - Danny começou a falar, em um tom que beirava o desespero, fazendo a menina rir ainda mais.
- Eu só estou brincando com você. - Ela lhe deu um selinho rápido - Mas que vocês parecem garotos de 15 anos de idade, isso vocês parecem.
- Mas a gente está quieto aqui. - Dougie se defendeu, apontando dele para os amigos.
- Estão sim, estou vendo. - Ela apontou para as pernas deles, que não paravam de balançar, como um sinal mudo de nervosismo.
- , a campainha está tocando! - Uma convidada gritou, perto da porta, fazendo a anfitriã se levantar com um sorriso no rosto.
- Preparados? - Ela levantou a sobrancelha para os meninos e gargalhou ainda mais quando eles permaneceram como estátuas, encarando-a.
Ela foi na direção da porta, com aqueles quatro pares de olhos seguindo cada um de seus movimentos. Assim que a abriu, eles esticaram ainda mais os pescoços para conseguirem ver sobre o corpo da menina, que escondeu atrás de um abraço apertado.
- Eu estava com muitas saudades, amiga. - falou, ainda agarrada no pescoço da menina.
- Eu também, meu amor. - disse, alargando ainda mais o sorriso - Que você seja ainda mais feliz nesse novo ciclo, amiga.
- Vem, quero te apresentar ao meu namorado.
Ela foi puxando a menina pela mão, sem dar à amiga a oportunidade de cumprimentar os poucos conhecidos seus que estavam no ambiente. A menina se limitou a dar alguns tchaus com as mãos, enquanto era arrastada pela sala em direção ao sofá.
Naquele momento, todos os quatro já estavam de pé, tentando transparecer qualquer tipo de normalidade e não toda a ansiedade que borbulhava dentro de cada um deles. Quando finalmente olhou na direção que a puxava, seu sorriso se alargou, fazendo com que os meninos ficassem ainda mais estáticos na sua presença.
- Você namora um dos meninos do McFLY e nunca se deu o trabalho de me mandar uma mensagem mencionando esse pequeno detalhe? - falou para a amiga, com um tom de indignação que fez a menina gargalhar - Sério, uma informação dessas não se esconde, .
- Você sabe quem nós somos? - Harry saiu do seu transe, apontando dele para os amigos.
- Claro que sim. - Ela riu, sacando o celular da bolsa e mostrando a tela para eles - Inclusive estava ouvindo vocês vindo para cá.
- Ela é a sua amiga que é nossa fã? - Danny perguntou para a namorada, que concordou com a cabeça.
- Não, Danny, eu era uma adolescente alucinada que se disfarçava e fugia para ir nos shows de vocês. - disse, com um sorriso tão grande que contagiou os rapazes - Você é o namorado então?
- Sim.
- Eu não furaria o seu olho, não é amiga? - a menina respondeu, fazendo corar e os meninos se entreolharam.
- Isso não tem graça. - estava visivelmente envergonhada e Tom parecia tomado por todos aqueles sentimentos, e alguns outros, que sentiu quando viu a menina pela primeira vez no cinema.
- Eles também são muito fãs seus.
- Sério? - Foi a vez dela ficar surpresa, mas logo caiu em si - Por isso vocês estão tão quietos, agora eu entendi.
A menina se aproximou de Dougie, que era o que estava mais perto dela e, sem aviso prévio, o abraçou. O menino foi tão pego de surpresa que ainda hesitou um pouco antes de retribuir o carinho. o soltou e fez o mesmo com todos os outros, demorando um pouco mais quando foi a vez de Tom.
- Eu amo as suas músicas. - Ela sussurrou no ouvido do menino, que se arrepiou ao sentir a respiração dela tão próxima de si.
- Eu amo os seus filmes. - Ele respondeu, quase que em transe e ela se separou dele, com um sorriso no rosto que foi impossível do menino não acompanhar.
- Essa história de fã me lembrou uma coisa. - disse, abrindo rapidamente a sua bolsa e tirando um embrulho de dentro - Feliz aniversário, amiga.
- Não precisava, . - a abraçou forte, pegando o presente nas mãos.
- Abre, vocês também vão gostar. - Ela falou, olhando para os meninos, que se amontoaram ao redor de , enquanto ela abria o presente.
- Eu não acredito que você tinha essa foto. - Ela falou, extremamente surpresa, segurando um porta retrato.
Na foto tinham duas meninas em um show. Uma era , visivelmente mais nova, mas a outra nada se parecia com . Ao invés dos cabelos ruivos característicos da menina, a garota da foto tinha os cabelos castanhos, porém o sorriso largo era, sem dúvidas, o da atriz. Ela vestia uma camisa da turnê de Motion In The Ocean e uma bandana preta com McFLY escrito várias vezes nela.
- Era assim que você ia nos nossos shows? - Danny disse, olhando da menina para a foto, que riu.
- Ou era isso ou eu não teria condições de ir. - Ela deu de ombros - Eu não me importava, contanto que eu fosse.
- Mas você podia ir de camarote ou pedir acesso ao backstage. - Foi a vez de Harry se pronunciar.
- Eu sei, mas eu queria poder sentir todas aquelas emoções que uma fã normal sente. - Ela respondeu, admitindo um ar sonhador - Toda aquela tensão para conseguir o ingresso, dormir na fila para ser uma das primeiras a entrar, a sensação de ficar colada no palco, gritando e cantando.
Conforme a menina ia falando, Tom ia se envolvendo nas suas palavras pelo simples fato do quanto ela, ali, parecia uma pessoa tão normal e atingível. Ele nunca imaginou que um dia sequer iria conhecer a garota e, naquele momento, além de conhecê-la, ela se mostrava fã do McFLY.
- Eu nunca vou esquecer da vez que eu consegui pegar as suas baquetas. - Ela disse para Harry, fazendo o menino corar - Esse foi o único show que eu não fiz essas coisas.
- Lógico, eu que não ia passar por todo esse perrengue. - se defendeu, fazendo a amiga revirar os olhos - Não que eu não goste das músicas, eu só não era alucinada como ela.
- Mas por que você escolheu dar logo essa foto? - Dougie estava curioso e a pergunta fez as meninas se olharem.
- Foi nesse dia que eu consegui meu primeiro trabalho como modelo. - se emocionou ao lembrar - Eu queria comemorar e a tinha um ingresso sobrando.
- A gente bebeu tanto naquele dia que eu ainda não lembro como chegamos em casa. - , que estava tão emocionada quanto a amiga, falou, fazendo-a sorrir.
- E eu amo essa foto porque foi uma das poucas vezes que consegui sair com ela e me divertir como duas pessoas normais. - Ela andou na direção da amiga e a abraçou novamente - Obrigada, você é a melhor.
- Para com isso, você sabe que eu vou acabar chorando. - disse ao se afastar da menina e olhou ao redor, levantando o braço ao ver um garçom sair da cozinha - Eu preciso de uma bebida.
A amiga riu, assim como os meninos. Assim que o garçom chegou perto do grupo e reconheceu , ficou estático. Era nítido que o rapaz, com seus vinte e poucos anos, estava nervoso e a menina entendeu o que aquilo significava.
- Relaxa, eu não mordo. - Ela disse, se segurando para não rir.
- Desculpa, é que eu sou muito seu fã. - O menino respondeu, fazendo-a concordar com a cabeça - A senhorita pode tirar uma foto comigo?
- Claro, sem problemas.
Assim que o rapaz tirou o celular do bolso do avental que vestia, reparou nos outros integrantes daquele grupo. Ele ficou ainda mais nervoso ao notar que, além do McFLY, a própria aniversariante estava ali. Percebendo o que estava acontecendo, tirou, gentilmente, o celular da mão do menino, estendendo-o para .
- Amiga, você se importa de tirar a foto?
- Claro que não. - Ela respondeu, tirando o celular da mão da amiga.
ajeitou o cabelo, abriu ainda mais o sorriso e apoiou um braço no ombro do rapaz, inclinando levemente a cabeça na sua direção. Sem pensar muito, o menino envolveu a cintura da mulher com um braço e também sorriu na direção do celular. tirou a foto e devolveu o aparelho para o menino, que sustentava uma expressão maravilhada no rosto.
- Muito obrigado. - ele agradeceu às duas meninas.
- Sem problemas. - respondeu, voltando para perto do namorado, ainda olhando a cena.
- Não tem o que agradecer. - disse, mas o encarou de um jeito pensativo - Na verdade, você pode sim agradecer de um jeito.
- Qualquer coisa. - O rapaz respondeu, ainda em transe, fazendo a menina sorrir.
- É só me trazer um martini toda vez que meu copo estiver vazio.
- Claro, lógico. - O rapaz recobrou a consciência - Eu já volto, com licença.
- E é assim que você aproveita uma festa. - Ela se voltou para os meninos e a amiga - Fazendo amizade com o garçom.
- Vai por mim, você não precisa de muito para um cara fazer o que você quiser. - Tom disse, se assustando ao ouvir a própria voz pronunciar aquela frase, fazendo a menina rir.
- Bom saber.
Poucos minutos depois o garçom voltou com o martini da menina e os garotos do McFLY já estavam muito mais a vontade na presença dela. , depois de mais um tempo conversando com o grupo, foi dar atenção aos outros convidados, mas voltava vez ou outra para ver como eles estavam.
Eles estavam tendo uma conversa divertida quando a aniversariante voltou, com um homem ao seu lado. Era um rapaz alto, muito bonito, com o cabelo castanho bem cortado, vestido com uma blusa social que ficava nítido o quanto era malhado.
- Olha quem eu achei perdido lá embaixo. - Ela falou, atraindo a atenção de todos e largou a taça em cima da mesa de centro da amiga.
- Amor! - Sua voz saiu ainda mais animada, seu sorriso se alargou e, em questão de segundos, já estava pendurada no pescoço do homem.
- Oi, linda. - O rapaz sustentava o mesmo sorriso que ela e a abraçava pela cintura.
Assim que eles se beijaram, Tom engoliu em seco. Ele não entendia porque sentia ciúmes ao ver a cena, já que não tinha nem nunca teve nada com a menina, mas não conseguiu conter aquele sentimento. O casal se afastou um pouco e o menino levou uma mão ao rosto de , lhe fazendo um carinho na bochecha.
- Eu tinha chegado para te buscar, mas a me obrigou a subir antes de eu conseguir falar com você. - Ele disse, fazendo a menina sorrir - Espero que você não se importe.
- Nunca. - Ela respondeu e se desfez do abraço, puxando-o pela mão até a frente do sofá - Deixa eu te apresentar.
- Não precisa, amor. - O rapaz respondeu, ainda sorrindo - Você acha que eu não reconheceria a sua banda favorita?
- Não achei que você fosse lembrar assim, tão rápido. - Ela disse, fazendo o rapaz rir.
- Prazer, Phillip Host. - Ele disse, estendendo a mão para cada um dos rapazes.
O casal se sentou no sofá, com aconchegada nos braços do namorado. , que até então estava em pé, se sentou no braço da poltrona que Danny estava sentado, fazendo-o passar um braço em volta da sua cintura.
Eles continuaram conversando normalmente, mas era visível a mudança no comportamento de . Se antes a menina gargalhava fácil com as besteiras que Dougie falava ou ficava toda empolgada contando alguma história do seu passado, agora ela se limitava a ouvir, rindo de um jeito mais contido e demorando mais do que antes para terminar o conteúdo da sua taça.
- Eu sempre tive muita vontade de ter uma tatuagem. - assumiu, assim que Dougie terminou de contar sobre a vez que decidiu fazer sua primeira tatuagem.
- E estragar esse seu corpo maravilhoso? - Phill falou, acariciando a pele da perna da namorada, exposta pelo vestido que ela usava.
- Tatuagem também é arte, mate. - Dougie o respondeu, irritado com aquela frase do garoto.
- Amor, mostra a sua para a . - disse para Danny, tentando amenizar um pouco a tensão que se instalou entre os dois - Ele tem uma tatuagem que é baseada em um dos seus filmes, amiga.
- Sério? - A menina ficou surpresa, deixando o rapaz envergonhado - Eu quero ver.
Ela fez uma leve menção de levantar, mas Phill a prendeu pela cintura, impossibilitando seu movimento. Foi tudo tão singelo que o casal podia jurar que ninguém notara aquilo, mas , que prestava atenção na amiga, franziu o cenho, achando aquilo estranho, mas preferindo não comentar.
Danny levantou-se da poltrona e abaixou-se na frente da menina. Ele desabotoou alguns botões da camisa, apenas o suficiente para que pudesse deixar seu ombro e parte do seu braço amostra, e indicou com o dedo o desenho na parte interna de seu braço. Naquele momento, arregalou os olhos e Phillip só faltou voar na direção de Danny.
- Eu não acredito que você tem o totó. - Ela disse, se aproximando do rapaz e passando o dedo suavemente por cima da pele dele.
- Foi a minha primeira tatuagem, tinha que ser pequena para a minha mãe não ver. - ele disse, fazendo a menina rir - Foi o primeiro filme que eu vi no cinema em toda a minha vida e aquele dia me marcou muito.
- Jura? - A menina estava muito emocionada com aquela história e nem percebeu quando uma lágrima rolou pelo seu olho.
- Ei, não precisa chorar. - Danny limpou a lágrima que corria pelo rosto da menina, que riu e se afastou rapidamente.
- É a bebida. - Ela disse, corada, enquanto o menino voltava para o seu lugar, fechando os botões pelo caminho.
- Já deu por hoje, não é amor? - Phill tirou a taça da mão da menina, colocando-a na mesa de centro.
- É. - Ela olhou para a amiga com um olhar de súplica - Vai no banheiro comigo, ?
- Claro. - A garota concordou, dando um selinho rápido em Danny.
Elas foram andando em direção ao banheiro sem trocar uma palavra sequer. andava apressada, parecendo querer chegar logo no cômodo à procura de um refúgio e trancou a porta atrás da amiga assim que as duas entraram no mesmo.
- O que aconteceu, amiga? - perguntou, assustada ao ver a quantidade de lágrimas que desciam do olho de .
- Não sei. - A menina respirou fundo, virou-se na direção do espelho e apoiou as duas mãos sobre a pia - Eu não sei se foi realmente a bebida, ou a história do Danny, ou a emoção de conhecê-los, mas me deu essa vontade louca de chorar.
- Você tem certeza que é só isso? - A amiga perguntou, olhando-a através do espelho.
Não era a primeira vez que via o casal junto, muito menos que ouvia o rapaz induzir a fazer algo que era, claramente, vontade dele e não dela. A amiga nunca pareceu notar o que o namorado fazia ou, pelo menos, se importar com aquilo, mas vendo-a chorar naquele momento, a anfitriã preocupou-se.
- Tenho, por quê? - franziu o cenho, se fazendo de desentendida, mas sabendo exatamente sobre o que a amiga estava falando.
- Eu notei que o Phill não deixou você levantar pra ver a tatuagem do Danny. - Ela falou serenamente, tentando não assustar nem acuar a amiga - Pensei que esse jeito dele poderia ter te chateado também.
- Você sabe como ele é, amiga. - A menina deu de ombros, secando as lágrimas - Esse jeito dele nunca me incomodou.
- É, eu sei. - encarou a amiga, com um sorriso meigo no rosto - Mas isso não significa que eu não me preocupe com você.
- Eu sei disso, mas não tem com o que se preocupar, ok?
- Tudo bem. Vamos? - concordou com a cabeça e destrancou a porta, saindo do banheiro com logo atrás.
Elas ficaram tão entretidas em uma conversa sobre como estavam as gravações do filme da menina que não notaram quando o mesmo garçom de mais cedo se aproximava das duas para lhe entregar uma nova taça de martinie. não conseguiu parar a tempo e, no segundo seguinte, estava com o vestido todo molhado com a bebida.
- Me desculpe, Srta. . - O rapaz pedia, estendendo vários guardanapos na direção da menina.
- Está tudo bem. - Ela não parava de repetir, enquanto secava o seu colo.
Phill, que estava na varanda do apartamento falando no telefone, tinha acabado de entrar na sala. Ele viu a namorada naquela situação e andou em passos largos até ela, aparecendo por trás do garçom que, naquele momento, catava os cacos maiores de vidro que estavam no chão.
- O que aconteceu aqui? - Ele se aproximou ainda mais da namorada, notando agora o quanto ela estava molhada - Você não olha por onde anda não?
- Amor, está tudo bem. - Ela tocou o braço do namorado, tentando acalmá-lo.
- Você tem certeza? Não se machucou? - Ele agora olhava minuciosamente o corpo dela, procurando por algum arranhão.
- Tenho, não aconteceu nada. - Ela sorriu da preocupação dele - Só estou toda molhada.
- Quer uma roupa emprestada? - ofereceu, mas a menina apenas negou com a cabeça.
- Acho melhor a gente ir embora, amanhã eu ainda tenho gravação. - Ela se virou para o namorado, que apenas concordou com a cabeça.
Os três foram na direção do sofá, já que precisava pegar a sua bolsa. Danny olhou para a namorada, prestes a perguntar porque ela estava com uma cara tão estranha, mas ficou quieto ao vê-la negar com a cabeça, num pedido mudo para que ele não falasse nada. O casal se despediu de cada um do grupo, mas demorou um pouco mais se despedindo da amiga.
- O que aconteceu, amor? - Danny perguntou assim que se viu sozinho com a namorada e os amigos.
- Eu estou preocupada com a . - ela suspirou, se sentando novamente no braço da poltrona que Danny estava - Ela fala que não precisa, mas, sei lá.
- É, aquele namorado dela é bem estranho.
- Dougie, você só está falando isso porque ficou irritado com o comentário dele sobre tatuagem.
- Não, Harry, estou falando sério. - Ele apontou na direção da onde o casal estava sentado a poucos minutos atrás - Vocês não perceberam que ele não deixou ela levantar pra ver a tatuagem do Danny?
- Achei que só eu tinha notado isso. - Tom disse, mas os outros amigos negaram com a cabeça.
- Sem contar de como ele me fuzilou quando eu abaixei a blusa pra mostrar a tatuagem pra ela. - Danny se virou para encarar a namorada - Por que ela aceita isso tudo?
- Ela não percebe a maioria das coisas. - A menina suspirou - Ele foi o primeiro garoto que a gostou, aquele menino que todas as garotas são apaixonadas no colégio. Quando eles se reencontraram, a um ano atrás, e ele se declarou para ela, foi como um sonho se realizando.
- Parece que ele tira o brilho dela. - Harry opinou, fazendo os amigos concordarem.
Já longe dali, não parava de falar o quanto a noite tinha sido boa. Phill, que dirigia seu carro, com a namorada ao seu lado, ria, vez ou outra, de alguma das coisas que ela contava. Mas foi a menina começar a falar, sem parar, o quanto os garotos do McFLY eram incríveis que ele fechou a cara e parou de respondê-la.
- O que foi, amor? - Ela perguntou, em determinado momento, notando a irritação no olhar do namorado.
- Você não para de falar desses caras.
- Você está com ciúmes?
- E tem como não estar? - Ele a encarou, assim que o carro parou em um sinal vermelho - Até arrumar um pretexto para tirar a blusa na sua frente aquele Danny arranjou.
- Amor, ele é namorado da , não tem motivo nenhum para você ficar com ciúmes. - Ela disse, mas ele não a olhava mais, tinha voltado a prestar atenção do trânsito - E ele não tirou a camisa.
- Você entendeu.
- Para com isso, vai. - Ela começou um cafuné de leve nele, fazendo-o desamarrar um pouco a cara - O que eu preciso fazer pra você esquecer isso?
Ela se aproximou dele, com uma mão em sua coxa e a boca próxima à sua orelha, mordiscando-a de leve. Phill, por sua vez, abriu um sorriso safado no rosto, inclinando a cabeça na direção da namorada, como um pedido mudo para que ela não parasse.
Em poucos minutos, ele já tinha estacionado o carro dentro da garagem do prédio, mas não queria esperar. Ela passou as pernas por cima do rapaz, se sentando ali e lhe dando um beijo. As mãos do menino não se decidiam entre as pernas, bunda ou costas da namorada, mas uma acabou agarrando os cabelos longos dela, puxando-os para que a cabeça dela fosse para trás e ele pudesse beijar seu pescoço.
- Dentro do carro, ? - Sua voz saiu rouca perto do ouvido da garota, que se arrepiou - Você sabe mesmo como me agradar.
Não demorou muito para ela se livrar da calcinha e ele abaixar a calça social e a boxer preta que usava. Num movimento rápido e ágil, a menina já estava encaixada no rapaz, intercalando entre movimentos rápidos e lentos, levando-o à loucura. Com uma última longa investida, o casal chegou no ápice do prazer, fazendo relaxar o corpo em cima do rapaz, que começou a lhe fazer um carinho gostoso nas pernas.
- Eu te amo. - Phill sussurrou no ouvido da menina, fazendo-a abrir um largo sorriso e encará-lo.
- Eu te amo. - ela beijou ele rapidamente e, no segundo seguinte, já tinha voltado para o banco do carona para colocar a sua lingerie.
Eles saíram do carro e foram, de mão dadas, até o elevador do prédio, onde recomeçaram um beijo cheio de segundas intenções. O apartamento dos dois era na cobertura e, como só tinha um apartamento por andar, eles não estavam acostumados a trancar a porta, então entraram sem grandes problemas. Uma vez ali, Phill pegou no colo e a levou para o quarto, continuando o que pararam no carro.
Era uma sexta-feira, a namorada de Danny, , estava fazendo aniversário, o menino tinha reunido os amigos da amada no apartamento dela para uma festa surpresa e Tom estava atrasado. Já era a segunda ligação de Dougie, sem contar as outras tantas de Harry, e o menino se odiava por não ter saído mais cedo de casa.
- Está um trânsito horrível, Dougie. - Ele falava, tentando mudar para a faixa que estava andando mais rápido - Você sabe como Londres fica quando chove.
- Todo dia chove nessa cidade, mate. - Ele respondeu, fazendo o amigo rir do outro lado da linha - Só tenta chegar o mais rápido que der.
- Relaxa, você sabe como é o Danny, duvido que eles estejam realmente chegando.
- Isso é verdade.
- Me deixa desligar aqui antes que eu receba uma multa por sua causa. Até daqui a pouco.
Tom nem esperou a resposta do amigo e já tinha desligado o celular, jogando-o no banco do carona. Nenhum deles queria admitir, mas grande parte do nervosismo e da ansiedade perante aquela festa era o fato que era amiga de e a menina tinha confirmado que ia.
O rapaz chegou no prédio pouco tempo depois de falar com o amigo e, depois de se apresentar ao porteiro, subiu o elevador até o andar do apartamento. Assim que abriu a porta, uma chuva de “surpresa” preencheu o ambiente, já que todos achavam que era que tinha chegado, gerando uma irritação geral.
- Eu falei que chegava antes do Danny. - Ele falou para Dougie e Harry, que estavam no sofá da espaçosa sala.
- Ele fala que está chegando toda hora, ninguém aguenta mais ficar nessa tensão para saber se é a que chegou ou não. - Harry se pronunciou, bebendo um gole de sua cerveja.
- Você já é o terceiro que a gente grita “surpresa”. - Dougie suspirou, sacando o celular do bolso - Vou perguntar onde ele está de novo.
- Como se fosse adiantar alguma coisa.
Assim que Tom acabou de falar, aceitando uma cerveja que lhe fora oferecida por um garçom, ouviram o interfone tocar. Depois de alguns segundos, a irmã de apareceu na sala avisando que agora sim era a aniversariante e correu para desligar a luz. Todos se abaixaram e, assim que a menina abriu a porta e ligou a luz, todos surgiram gritando “surpresa”.
- Eu não acredito! - ela exclamou, realmente maravilhada com aquela festa - Você me enganou direitinho, mush.
- Tudo para ver esse sorriso no seu rosto. - Danny respondeu, ganhando um beijo apaixonado.
Enquanto falava com cada um dos convidados com um sorriso enorme no rosto, Danny se aproximou dos amigos, se sentando no sofá. Ele estava extremamente feliz e aceitou de bom grado a cerveja que um garçom lhe estendia.
- E aí? - Ele perguntou baixo, se aproximando dos amigos - Ela já chegou?
- Ainda não. - Harry respondeu, no mesmo tom que o rapaz - Você acha mesmo que ela vem?
O rapaz deu de ombros, não sabendo o que responder. Tanto ele quanto os outros, esperava que sim, mas estava gravando um novo filme e, pelo que comentava com o namorado, ela sempre estava no set de filmagens.
- Fala sério, Tom. - A voz da menina soou por trás do sofá, fazendo os garotos se levantarem - Você que deu essa ideia pro Danny, não foi?
- Juro que tudo isso saiu de dentro daquele cérebro microscópico mesmo. - Eles riram e, logo depois, já se abraçavam - Feliz aniversário, .
A menina agradeceu, soltando o amigo e indo falar com os outros três rapazes, que repetiram as mesmas palavras que Tom. Eles se sentaram no sofá, com aconchegada perto de Danny, que aproveitou para abraçá-la pela cintura e juntar ainda mais os seus corpos.
- Cadê a , Harry? - Ela perguntou, roubando a cerveja do namorado, bebendo um gole.
- Ela está viajando, não conseguiu vir. - O menino assumiu um semblante meio chateado, mas logo se rendeu a um sorriso - Mas ela te mandou um beijo.
- Então já chegou todo mundo?
- De quem confirmou, só falta uma pessoa.
- Quem?
- Erm… - Danny ficou corado, fazendo com que a menina desse uma gargalhada.
- Já entendi, é a , não é? - Ela perguntou, fazendo os meninos concordarem com um aceno de cabeça - Eu espero que você não tenha pensado nessa festa só com esse intuito, Danny Jones.
- Lógico que não, meu amor. - Danny começou a falar, em um tom que beirava o desespero, fazendo a menina rir ainda mais.
- Eu só estou brincando com você. - Ela lhe deu um selinho rápido - Mas que vocês parecem garotos de 15 anos de idade, isso vocês parecem.
- Mas a gente está quieto aqui. - Dougie se defendeu, apontando dele para os amigos.
- Estão sim, estou vendo. - Ela apontou para as pernas deles, que não paravam de balançar, como um sinal mudo de nervosismo.
- , a campainha está tocando! - Uma convidada gritou, perto da porta, fazendo a anfitriã se levantar com um sorriso no rosto.
- Preparados? - Ela levantou a sobrancelha para os meninos e gargalhou ainda mais quando eles permaneceram como estátuas, encarando-a.
Ela foi na direção da porta, com aqueles quatro pares de olhos seguindo cada um de seus movimentos. Assim que a abriu, eles esticaram ainda mais os pescoços para conseguirem ver sobre o corpo da menina, que escondeu atrás de um abraço apertado.
- Eu estava com muitas saudades, amiga. - falou, ainda agarrada no pescoço da menina.
- Eu também, meu amor. - disse, alargando ainda mais o sorriso - Que você seja ainda mais feliz nesse novo ciclo, amiga.
- Vem, quero te apresentar ao meu namorado.
Ela foi puxando a menina pela mão, sem dar à amiga a oportunidade de cumprimentar os poucos conhecidos seus que estavam no ambiente. A menina se limitou a dar alguns tchaus com as mãos, enquanto era arrastada pela sala em direção ao sofá.
Naquele momento, todos os quatro já estavam de pé, tentando transparecer qualquer tipo de normalidade e não toda a ansiedade que borbulhava dentro de cada um deles. Quando finalmente olhou na direção que a puxava, seu sorriso se alargou, fazendo com que os meninos ficassem ainda mais estáticos na sua presença.
- Você namora um dos meninos do McFLY e nunca se deu o trabalho de me mandar uma mensagem mencionando esse pequeno detalhe? - falou para a amiga, com um tom de indignação que fez a menina gargalhar - Sério, uma informação dessas não se esconde, .
- Você sabe quem nós somos? - Harry saiu do seu transe, apontando dele para os amigos.
- Claro que sim. - Ela riu, sacando o celular da bolsa e mostrando a tela para eles - Inclusive estava ouvindo vocês vindo para cá.
- Ela é a sua amiga que é nossa fã? - Danny perguntou para a namorada, que concordou com a cabeça.
- Não, Danny, eu era uma adolescente alucinada que se disfarçava e fugia para ir nos shows de vocês. - disse, com um sorriso tão grande que contagiou os rapazes - Você é o namorado então?
- Sim.
- Eu não furaria o seu olho, não é amiga? - a menina respondeu, fazendo corar e os meninos se entreolharam.
- Isso não tem graça. - estava visivelmente envergonhada e Tom parecia tomado por todos aqueles sentimentos, e alguns outros, que sentiu quando viu a menina pela primeira vez no cinema.
- Eles também são muito fãs seus.
- Sério? - Foi a vez dela ficar surpresa, mas logo caiu em si - Por isso vocês estão tão quietos, agora eu entendi.
A menina se aproximou de Dougie, que era o que estava mais perto dela e, sem aviso prévio, o abraçou. O menino foi tão pego de surpresa que ainda hesitou um pouco antes de retribuir o carinho. o soltou e fez o mesmo com todos os outros, demorando um pouco mais quando foi a vez de Tom.
- Eu amo as suas músicas. - Ela sussurrou no ouvido do menino, que se arrepiou ao sentir a respiração dela tão próxima de si.
- Eu amo os seus filmes. - Ele respondeu, quase que em transe e ela se separou dele, com um sorriso no rosto que foi impossível do menino não acompanhar.
- Essa história de fã me lembrou uma coisa. - disse, abrindo rapidamente a sua bolsa e tirando um embrulho de dentro - Feliz aniversário, amiga.
- Não precisava, . - a abraçou forte, pegando o presente nas mãos.
- Abre, vocês também vão gostar. - Ela falou, olhando para os meninos, que se amontoaram ao redor de , enquanto ela abria o presente.
- Eu não acredito que você tinha essa foto. - Ela falou, extremamente surpresa, segurando um porta retrato.
Na foto tinham duas meninas em um show. Uma era , visivelmente mais nova, mas a outra nada se parecia com . Ao invés dos cabelos ruivos característicos da menina, a garota da foto tinha os cabelos castanhos, porém o sorriso largo era, sem dúvidas, o da atriz. Ela vestia uma camisa da turnê de Motion In The Ocean e uma bandana preta com McFLY escrito várias vezes nela.
- Era assim que você ia nos nossos shows? - Danny disse, olhando da menina para a foto, que riu.
- Ou era isso ou eu não teria condições de ir. - Ela deu de ombros - Eu não me importava, contanto que eu fosse.
- Mas você podia ir de camarote ou pedir acesso ao backstage. - Foi a vez de Harry se pronunciar.
- Eu sei, mas eu queria poder sentir todas aquelas emoções que uma fã normal sente. - Ela respondeu, admitindo um ar sonhador - Toda aquela tensão para conseguir o ingresso, dormir na fila para ser uma das primeiras a entrar, a sensação de ficar colada no palco, gritando e cantando.
Conforme a menina ia falando, Tom ia se envolvendo nas suas palavras pelo simples fato do quanto ela, ali, parecia uma pessoa tão normal e atingível. Ele nunca imaginou que um dia sequer iria conhecer a garota e, naquele momento, além de conhecê-la, ela se mostrava fã do McFLY.
- Eu nunca vou esquecer da vez que eu consegui pegar as suas baquetas. - Ela disse para Harry, fazendo o menino corar - Esse foi o único show que eu não fiz essas coisas.
- Lógico, eu que não ia passar por todo esse perrengue. - se defendeu, fazendo a amiga revirar os olhos - Não que eu não goste das músicas, eu só não era alucinada como ela.
- Mas por que você escolheu dar logo essa foto? - Dougie estava curioso e a pergunta fez as meninas se olharem.
- Foi nesse dia que eu consegui meu primeiro trabalho como modelo. - se emocionou ao lembrar - Eu queria comemorar e a tinha um ingresso sobrando.
- A gente bebeu tanto naquele dia que eu ainda não lembro como chegamos em casa. - , que estava tão emocionada quanto a amiga, falou, fazendo-a sorrir.
- E eu amo essa foto porque foi uma das poucas vezes que consegui sair com ela e me divertir como duas pessoas normais. - Ela andou na direção da amiga e a abraçou novamente - Obrigada, você é a melhor.
- Para com isso, você sabe que eu vou acabar chorando. - disse ao se afastar da menina e olhou ao redor, levantando o braço ao ver um garçom sair da cozinha - Eu preciso de uma bebida.
A amiga riu, assim como os meninos. Assim que o garçom chegou perto do grupo e reconheceu , ficou estático. Era nítido que o rapaz, com seus vinte e poucos anos, estava nervoso e a menina entendeu o que aquilo significava.
- Relaxa, eu não mordo. - Ela disse, se segurando para não rir.
- Desculpa, é que eu sou muito seu fã. - O menino respondeu, fazendo-a concordar com a cabeça - A senhorita pode tirar uma foto comigo?
- Claro, sem problemas.
Assim que o rapaz tirou o celular do bolso do avental que vestia, reparou nos outros integrantes daquele grupo. Ele ficou ainda mais nervoso ao notar que, além do McFLY, a própria aniversariante estava ali. Percebendo o que estava acontecendo, tirou, gentilmente, o celular da mão do menino, estendendo-o para .
- Amiga, você se importa de tirar a foto?
- Claro que não. - Ela respondeu, tirando o celular da mão da amiga.
ajeitou o cabelo, abriu ainda mais o sorriso e apoiou um braço no ombro do rapaz, inclinando levemente a cabeça na sua direção. Sem pensar muito, o menino envolveu a cintura da mulher com um braço e também sorriu na direção do celular. tirou a foto e devolveu o aparelho para o menino, que sustentava uma expressão maravilhada no rosto.
- Muito obrigado. - ele agradeceu às duas meninas.
- Sem problemas. - respondeu, voltando para perto do namorado, ainda olhando a cena.
- Não tem o que agradecer. - disse, mas o encarou de um jeito pensativo - Na verdade, você pode sim agradecer de um jeito.
- Qualquer coisa. - O rapaz respondeu, ainda em transe, fazendo a menina sorrir.
- É só me trazer um martini toda vez que meu copo estiver vazio.
- Claro, lógico. - O rapaz recobrou a consciência - Eu já volto, com licença.
- E é assim que você aproveita uma festa. - Ela se voltou para os meninos e a amiga - Fazendo amizade com o garçom.
- Vai por mim, você não precisa de muito para um cara fazer o que você quiser. - Tom disse, se assustando ao ouvir a própria voz pronunciar aquela frase, fazendo a menina rir.
- Bom saber.
Poucos minutos depois o garçom voltou com o martini da menina e os garotos do McFLY já estavam muito mais a vontade na presença dela. , depois de mais um tempo conversando com o grupo, foi dar atenção aos outros convidados, mas voltava vez ou outra para ver como eles estavam.
Eles estavam tendo uma conversa divertida quando a aniversariante voltou, com um homem ao seu lado. Era um rapaz alto, muito bonito, com o cabelo castanho bem cortado, vestido com uma blusa social que ficava nítido o quanto era malhado.
- Olha quem eu achei perdido lá embaixo. - Ela falou, atraindo a atenção de todos e largou a taça em cima da mesa de centro da amiga.
- Amor! - Sua voz saiu ainda mais animada, seu sorriso se alargou e, em questão de segundos, já estava pendurada no pescoço do homem.
- Oi, linda. - O rapaz sustentava o mesmo sorriso que ela e a abraçava pela cintura.
Assim que eles se beijaram, Tom engoliu em seco. Ele não entendia porque sentia ciúmes ao ver a cena, já que não tinha nem nunca teve nada com a menina, mas não conseguiu conter aquele sentimento. O casal se afastou um pouco e o menino levou uma mão ao rosto de , lhe fazendo um carinho na bochecha.
- Eu tinha chegado para te buscar, mas a me obrigou a subir antes de eu conseguir falar com você. - Ele disse, fazendo a menina sorrir - Espero que você não se importe.
- Nunca. - Ela respondeu e se desfez do abraço, puxando-o pela mão até a frente do sofá - Deixa eu te apresentar.
- Não precisa, amor. - O rapaz respondeu, ainda sorrindo - Você acha que eu não reconheceria a sua banda favorita?
- Não achei que você fosse lembrar assim, tão rápido. - Ela disse, fazendo o rapaz rir.
- Prazer, Phillip Host. - Ele disse, estendendo a mão para cada um dos rapazes.
O casal se sentou no sofá, com aconchegada nos braços do namorado. , que até então estava em pé, se sentou no braço da poltrona que Danny estava sentado, fazendo-o passar um braço em volta da sua cintura.
Eles continuaram conversando normalmente, mas era visível a mudança no comportamento de . Se antes a menina gargalhava fácil com as besteiras que Dougie falava ou ficava toda empolgada contando alguma história do seu passado, agora ela se limitava a ouvir, rindo de um jeito mais contido e demorando mais do que antes para terminar o conteúdo da sua taça.
- Eu sempre tive muita vontade de ter uma tatuagem. - assumiu, assim que Dougie terminou de contar sobre a vez que decidiu fazer sua primeira tatuagem.
- E estragar esse seu corpo maravilhoso? - Phill falou, acariciando a pele da perna da namorada, exposta pelo vestido que ela usava.
- Tatuagem também é arte, mate. - Dougie o respondeu, irritado com aquela frase do garoto.
- Amor, mostra a sua para a . - disse para Danny, tentando amenizar um pouco a tensão que se instalou entre os dois - Ele tem uma tatuagem que é baseada em um dos seus filmes, amiga.
- Sério? - A menina ficou surpresa, deixando o rapaz envergonhado - Eu quero ver.
Ela fez uma leve menção de levantar, mas Phill a prendeu pela cintura, impossibilitando seu movimento. Foi tudo tão singelo que o casal podia jurar que ninguém notara aquilo, mas , que prestava atenção na amiga, franziu o cenho, achando aquilo estranho, mas preferindo não comentar.
Danny levantou-se da poltrona e abaixou-se na frente da menina. Ele desabotoou alguns botões da camisa, apenas o suficiente para que pudesse deixar seu ombro e parte do seu braço amostra, e indicou com o dedo o desenho na parte interna de seu braço. Naquele momento, arregalou os olhos e Phillip só faltou voar na direção de Danny.
- Eu não acredito que você tem o totó. - Ela disse, se aproximando do rapaz e passando o dedo suavemente por cima da pele dele.
- Foi a minha primeira tatuagem, tinha que ser pequena para a minha mãe não ver. - ele disse, fazendo a menina rir - Foi o primeiro filme que eu vi no cinema em toda a minha vida e aquele dia me marcou muito.
- Jura? - A menina estava muito emocionada com aquela história e nem percebeu quando uma lágrima rolou pelo seu olho.
- Ei, não precisa chorar. - Danny limpou a lágrima que corria pelo rosto da menina, que riu e se afastou rapidamente.
- É a bebida. - Ela disse, corada, enquanto o menino voltava para o seu lugar, fechando os botões pelo caminho.
- Já deu por hoje, não é amor? - Phill tirou a taça da mão da menina, colocando-a na mesa de centro.
- É. - Ela olhou para a amiga com um olhar de súplica - Vai no banheiro comigo, ?
- Claro. - A garota concordou, dando um selinho rápido em Danny.
Elas foram andando em direção ao banheiro sem trocar uma palavra sequer. andava apressada, parecendo querer chegar logo no cômodo à procura de um refúgio e trancou a porta atrás da amiga assim que as duas entraram no mesmo.
- O que aconteceu, amiga? - perguntou, assustada ao ver a quantidade de lágrimas que desciam do olho de .
- Não sei. - A menina respirou fundo, virou-se na direção do espelho e apoiou as duas mãos sobre a pia - Eu não sei se foi realmente a bebida, ou a história do Danny, ou a emoção de conhecê-los, mas me deu essa vontade louca de chorar.
- Você tem certeza que é só isso? - A amiga perguntou, olhando-a através do espelho.
Não era a primeira vez que via o casal junto, muito menos que ouvia o rapaz induzir a fazer algo que era, claramente, vontade dele e não dela. A amiga nunca pareceu notar o que o namorado fazia ou, pelo menos, se importar com aquilo, mas vendo-a chorar naquele momento, a anfitriã preocupou-se.
- Tenho, por quê? - franziu o cenho, se fazendo de desentendida, mas sabendo exatamente sobre o que a amiga estava falando.
- Eu notei que o Phill não deixou você levantar pra ver a tatuagem do Danny. - Ela falou serenamente, tentando não assustar nem acuar a amiga - Pensei que esse jeito dele poderia ter te chateado também.
- Você sabe como ele é, amiga. - A menina deu de ombros, secando as lágrimas - Esse jeito dele nunca me incomodou.
- É, eu sei. - encarou a amiga, com um sorriso meigo no rosto - Mas isso não significa que eu não me preocupe com você.
- Eu sei disso, mas não tem com o que se preocupar, ok?
- Tudo bem. Vamos? - concordou com a cabeça e destrancou a porta, saindo do banheiro com logo atrás.
Elas ficaram tão entretidas em uma conversa sobre como estavam as gravações do filme da menina que não notaram quando o mesmo garçom de mais cedo se aproximava das duas para lhe entregar uma nova taça de martinie. não conseguiu parar a tempo e, no segundo seguinte, estava com o vestido todo molhado com a bebida.
- Me desculpe, Srta. . - O rapaz pedia, estendendo vários guardanapos na direção da menina.
- Está tudo bem. - Ela não parava de repetir, enquanto secava o seu colo.
Phill, que estava na varanda do apartamento falando no telefone, tinha acabado de entrar na sala. Ele viu a namorada naquela situação e andou em passos largos até ela, aparecendo por trás do garçom que, naquele momento, catava os cacos maiores de vidro que estavam no chão.
- O que aconteceu aqui? - Ele se aproximou ainda mais da namorada, notando agora o quanto ela estava molhada - Você não olha por onde anda não?
- Amor, está tudo bem. - Ela tocou o braço do namorado, tentando acalmá-lo.
- Você tem certeza? Não se machucou? - Ele agora olhava minuciosamente o corpo dela, procurando por algum arranhão.
- Tenho, não aconteceu nada. - Ela sorriu da preocupação dele - Só estou toda molhada.
- Quer uma roupa emprestada? - ofereceu, mas a menina apenas negou com a cabeça.
- Acho melhor a gente ir embora, amanhã eu ainda tenho gravação. - Ela se virou para o namorado, que apenas concordou com a cabeça.
Os três foram na direção do sofá, já que precisava pegar a sua bolsa. Danny olhou para a namorada, prestes a perguntar porque ela estava com uma cara tão estranha, mas ficou quieto ao vê-la negar com a cabeça, num pedido mudo para que ele não falasse nada. O casal se despediu de cada um do grupo, mas demorou um pouco mais se despedindo da amiga.
- O que aconteceu, amor? - Danny perguntou assim que se viu sozinho com a namorada e os amigos.
- Eu estou preocupada com a . - ela suspirou, se sentando novamente no braço da poltrona que Danny estava - Ela fala que não precisa, mas, sei lá.
- É, aquele namorado dela é bem estranho.
- Dougie, você só está falando isso porque ficou irritado com o comentário dele sobre tatuagem.
- Não, Harry, estou falando sério. - Ele apontou na direção da onde o casal estava sentado a poucos minutos atrás - Vocês não perceberam que ele não deixou ela levantar pra ver a tatuagem do Danny?
- Achei que só eu tinha notado isso. - Tom disse, mas os outros amigos negaram com a cabeça.
- Sem contar de como ele me fuzilou quando eu abaixei a blusa pra mostrar a tatuagem pra ela. - Danny se virou para encarar a namorada - Por que ela aceita isso tudo?
- Ela não percebe a maioria das coisas. - A menina suspirou - Ele foi o primeiro garoto que a gostou, aquele menino que todas as garotas são apaixonadas no colégio. Quando eles se reencontraram, a um ano atrás, e ele se declarou para ela, foi como um sonho se realizando.
- Parece que ele tira o brilho dela. - Harry opinou, fazendo os amigos concordarem.
Já longe dali, não parava de falar o quanto a noite tinha sido boa. Phill, que dirigia seu carro, com a namorada ao seu lado, ria, vez ou outra, de alguma das coisas que ela contava. Mas foi a menina começar a falar, sem parar, o quanto os garotos do McFLY eram incríveis que ele fechou a cara e parou de respondê-la.
- O que foi, amor? - Ela perguntou, em determinado momento, notando a irritação no olhar do namorado.
- Você não para de falar desses caras.
- Você está com ciúmes?
- E tem como não estar? - Ele a encarou, assim que o carro parou em um sinal vermelho - Até arrumar um pretexto para tirar a blusa na sua frente aquele Danny arranjou.
- Amor, ele é namorado da , não tem motivo nenhum para você ficar com ciúmes. - Ela disse, mas ele não a olhava mais, tinha voltado a prestar atenção do trânsito - E ele não tirou a camisa.
- Você entendeu.
- Para com isso, vai. - Ela começou um cafuné de leve nele, fazendo-o desamarrar um pouco a cara - O que eu preciso fazer pra você esquecer isso?
Ela se aproximou dele, com uma mão em sua coxa e a boca próxima à sua orelha, mordiscando-a de leve. Phill, por sua vez, abriu um sorriso safado no rosto, inclinando a cabeça na direção da namorada, como um pedido mudo para que ela não parasse.
Em poucos minutos, ele já tinha estacionado o carro dentro da garagem do prédio, mas não queria esperar. Ela passou as pernas por cima do rapaz, se sentando ali e lhe dando um beijo. As mãos do menino não se decidiam entre as pernas, bunda ou costas da namorada, mas uma acabou agarrando os cabelos longos dela, puxando-os para que a cabeça dela fosse para trás e ele pudesse beijar seu pescoço.
- Dentro do carro, ? - Sua voz saiu rouca perto do ouvido da garota, que se arrepiou - Você sabe mesmo como me agradar.
Não demorou muito para ela se livrar da calcinha e ele abaixar a calça social e a boxer preta que usava. Num movimento rápido e ágil, a menina já estava encaixada no rapaz, intercalando entre movimentos rápidos e lentos, levando-o à loucura. Com uma última longa investida, o casal chegou no ápice do prazer, fazendo relaxar o corpo em cima do rapaz, que começou a lhe fazer um carinho gostoso nas pernas.
- Eu te amo. - Phill sussurrou no ouvido da menina, fazendo-a abrir um largo sorriso e encará-lo.
- Eu te amo. - ela beijou ele rapidamente e, no segundo seguinte, já tinha voltado para o banco do carona para colocar a sua lingerie.
Eles saíram do carro e foram, de mão dadas, até o elevador do prédio, onde recomeçaram um beijo cheio de segundas intenções. O apartamento dos dois era na cobertura e, como só tinha um apartamento por andar, eles não estavam acostumados a trancar a porta, então entraram sem grandes problemas. Uma vez ali, Phill pegou no colo e a levou para o quarto, continuando o que pararam no carro.
Capítulo 2
Alguns dias se passaram da festa e Tom tentava escrever no escritório da sua casa. Ele já estava irritado, nada parecia bom o suficiente e, quanto mais tempo ele passava sentado naquela mesa, mais a inspiração ia sumindo. Quando percebeu que as redes sociais estavam mais interessantes do que seu editor de textos, bufou, fechando o laptop e se levantando.
Ele caminhou até o armário, tirou sua mochila dali de dentro, junto com um óculos escuro, vestindo-os. Arrumou a bolsa, colocando seu computador e seu caderno de anotações dentro dela, assim como a carteira, e andou na direção da porta do apartamento, decidido a sair dali de dentro.
Assim que atravessou o portão do prédio, olhou para os lados, um pouco perdido, mas uma ideia começou a povoar sua mente. A alguns quarteirões para a esquerda da sua casa havia uma Starbucks e, para a direita, um parque. Olhou no seu relógio de pulso e, indo de encontro com o que a maioria das pessoas fariam, escolheu o mais movimentado.
O rapaz tinha a teoria de que, se ele escolhesse sair de um lugar, não iria para outro que estivesse igual, ou pior, que o primeiro. “Talvez o movimento me inspire”, pensou Tom, a caminho da Starbucks. Assim que chegou na cafeteria, comprou um dos cafés especiais do local e se sentou em uma mesa alta, de dois lugares.
Ele colocou a mochila em cima da cadeira desocupada na sua frente, trazendo-a para perto de si para poder mexer nela sem muitos problemas e, antes de puxar o seu laptop, ele ainda ficou um longo tempo observando o movimento dos clientes, bebendo o seu café. Foi quando acabou de beber o conteúdo do copo que, como um passe de mágica, sabia exatamente por onde começar. Comprou um segundo café e, quando voltou para a mesa, começou a escrever.
- Eu sabia que você ia amar conhecer eles. - soava animada do outro lado do telefone, fazendo sorrir.
A menina tinha acabado de sair da sua gravação e andava pelas ruas de Londres, sem um rumo certo, enquanto falava com a amiga no telefone. Ela parou na calçada, esperando o sinal fechar para atravessar e, ao perceber que tinha uma Starbucks do outro lado da esquina, uma vontade louca de comer um donut tomou conta dela.
- Eu não imaginava que eles eram meus fãs. - Ela atravessou a rua, indo na direção da cafeteria - Não sei como não desmaiei quando você falou.
- Eu não sei como eles não tiveram um ataque quando te conheceram, isso sim. - A menina riu, abrindo a porta da cafeteria e entrando na mesma - Principalmente o Tom.
- Falando nele, acho que é ele sentado aqui na Starbucks que eu acabei de entrar. - Ela ficou encarando o garoto da fila, tentando ter certeza, que veio quando ela se aproximou mais.
- É ele?
- É.
- Então desliga esse telefone e vai falar com o menino. - quase que ordenou, fazendo a menina rir.
- Sim, senhora.
- Mais tarde eu te ligo, beijos.
desligou o telefone antes de poder se despedir. Ela ainda ficou encarando o menino por alguns segundos, pensando se iria mesmo falar com ele, mas o atendente tirou-a de seus devaneios, perguntando o que ela desejava. Ela pediu o seu donut e um café e, quando os pegou, andou na direção da mesa do rapaz. Tom estava tão entretido em sua escrita que nem notara que a garota se aproximava.
- Posso te fazer companhia?
No momento que ele ouviu a voz de soar, próximo o bastante para que ela não estivesse falando alto, ele levou um susto. Porém, quando olhou na direção da menina e a viu sorrindo, não conseguiu se segurar e um sorriso lindo, que deixava sua famosa covinha à mostra, se formou em seus lábios.
- Claro. - Ele rapidamente tirou a mochila de cima da cadeira, abrindo espaço para a menina sentar ali.
- No que você está trabalhando? - Ela colocou o café e a bolsa encima da mesa, dando uma mordida no seu donut logo em seguida.
- Escrevendo algumas coisas. - Ele fechou o laptop, pegando o seu próprio café e tomando um gole.
- Uma música nova? - Ela mordeu o lábio inferior, com uma expectativa crescendo dentro de si.
- Um livro. - Ela se afundou na cadeira ao ouvi-lo falar, soltando um suspiro.
- Esse hiato de vocês está me matando, sério. - Ela confessou, brincando com a cobertura do doce - Eu acho que vou parar de fazer filme e só voltar quando vocês lançarem um álbum novo.
- Isso é uma chantagem? - O garoto abriu um sorriso, fazendo-a dar de ombros.
- Adiantaria alguma coisa? - Ele ficou pensativo diante do olhar que ela o lançou.
- Talvez. - Ele assumiu, fazendo a menina rir.
- Então é.
- Vou ligar agora para os meninos. - Tom sacou o celular, ainda com um sorriso no rosto, fazendo a menina gargalhar.
- Para com isso, você sabe que eu to brincando. - Ela segurou a mão dele, abaixando-a - Eu sinto falta, mas se vocês estão felizes, por mim tudo bem.
- E você está feliz? - Ele não conseguiu segurar a pergunta, fazendo a menina encara-lo de cenho franzido.
Olhar nos olhos de estava sendo uma tarefa muito agradável para Tom. Explorar todos os tons de verde que tinham ali parecia instigá-lo de um jeito que ele nunca experimentara, ele conseguia quase que lê-la por inteiro e a menina percebia isso, o que a fez fugir do seu olhar, passando a encarar o copo de café por entre seus dedos.
- Ninguém é feliz 100% do tempo. - Ela se limitou a responder, tomando um gole do líquido amargo.
- A pergunta não foi essa. - O menino insistiu, fazendo-a olhá-lo de novo, com os olhos semi-cerrados e um sorriso de canto.
- Você me surpreende a cada minuto que passa, Tom. - Ela confessou e, com um aceno de cabeça, completou: - Estou sim.
- Está vendo, não foi uma pergunta tão difícil assim.
- Mas também não é uma pergunta fácil. - Ela assumiu um ar reflexivo - Para mim, felicidade é uma coisa relativa, o que pode ser uma coisa feliz para mim, pode não ser para você.
- Como assim? - Ele ficou intrigado com a profundidade das palavras da mulher sentada à sua frente.
- Para mim, felicidade é realmente conversar com uma pessoa, poder ouvir a voz dela, ainda mais se for alguém que eu amo. - Ela disse, apontando para si e se aconchegando mais na cadeira - Para muita gente, principalmente agora nessa era digital que a gente vive, ter que falar no telefone é uma enorme infelicidade.
- Concordo com você, mas existem coisas que são meio que unânimes. - O rapaz se aproximou dela, apoiando o braço na mesa e apontando discretamente para um casal próximo deles - Estar com quem se ama, por exemplo, é significado de felicidade para qualquer pessoa em qualquer momento.
- Não necessariamente. - Ele franziu o cenho - Tem dias que eu preciso tanto do meu tempo sozinha que a presença do Phill me deixa irritada.
- Eu gosto de como você pensa. - Ele assumiu, fazendo a menina rir - Só não sei se concordo plenamente.
- Mas o legal é esse, não é? A gente poder conversar civilizadamente sobre pontos de vista diferentes.
- Não sei, acho que vou embora e nunca mais querer te ver. - A menina se assustou com aquela mudança de postura repentina do rapaz, que gargalhou - Eu só estou brincando, você tinha que ver a sua cara.
- Aprendeu com a a implicar comigo?
- Se você acha ela implicante, é porque você nunca passou um dia com o Danny.
- Engraçado, mas eu consigo imaginar direitinho como deve ser conviver com vocês quatro juntos.
- Assumo que eu sinto muita falta disso. - Ele admitiu um ar nostálgico que encantou a menina - Da casa sempre cheia e bagunçada, de mim e do Danny compondo no meio da sala, das piadas do Dougie, até de treinar com o Harry. Não foi sempre fácil, mas a gente sempre esteve lá um pelo outro.
- Está vendo como não dá para ser feliz o tempo todo? - Ela levantou as sobrancelhas, fazendo o rapaz rir, concordando - Até quando a gente está vivendo a melhor fase das nossas vidas, vão ter dias que não são tão bons assim e tudo bem também.
- É, crescer não é fácil. - Ele suspirou, mas logo abriu um sorriso, encarando a garota - Preferia quando meus pais me levavam para te assistir no cinema e eu não precisava pagar nada por isso.
- É, envelhecer tem seus lados negativos mesmo. - Ela concordou, assim que sua gargalhada cessou - Lavar roupa e fazer compras são as piores coisas que tem.
- Lavar a louça é pior. - O menino falou, fazendo-a concordar no meio de uma risada - Mas você deve ter alguém pra te ajudar.
- Claro, é uma coisa super prática, se chama namorado. - Ele gargalhou do jeito que ela falou - Ele só falta me morder quando eu falo para ele fazer alguma coisa, mas acaba cedendo.
- Mas quando você está no seu apartamento, você não deve fazer tudo sozinha. Eu não faço.
- Nós moramos juntos, Tom.
- Nossa, vocês são rápidos.
- Essa é a reação de todo mundo. - A menina riu - É que a gente se conhece há anos, aí quando começamos a namorar as coisas andaram mais rápido mesmo.
- Fica tranquila, , não estou te julgando não. - O menino abriu um sorriso acolhedor.
- Você pode não estar, mas tanta gente já julgou as coisas que eu faço que eu tenho essa mania de justificar tudo.
- Eu sei como é a sensação, vai por mim.
Eles continuaram conversando por horas e nenhum dos dois notou quando a noite começou a cair do lado de fora da cafeteria. Vez ou outra Tom pedia mais um café para eles dois e perdia alguns minutos olhando a vitrine de doces escolhendo qual queria para acompanhar sua bebida. Eles pareciam velhos amigos que tinham tirado o dia para colocar a conversa em dia e, se não fosse pelo celular da jovem, teriam ficado ainda mais tempo ali.
- Oi amor. - Ela atendeu Phill enquanto se deliciava com o final do seu muffin.
- , onde você está? - A voz dele carregava uma irritação que, para a menina, soou como preocupação - Você falou que ia chegar cedo em casa e até agora nada.
- Me desculpa, lindo. - Ela pediu, olhando no relógio de pulso e se assustando com o horário - Eu acabei perdendo a hora, mas daqui a pouco estou em casa.
- Te espero. - Ele nem esperou a menina se despedir e desligou o telefone.
ficou alguns minutos parada, olhando para a tela do celular, sem dizer nada. Ela sabia que Phill estava irritado, como sempre ficava quando a menina tirava um tempo para si, mas, ao contrário de não ligar, como sempre fazia, naquele dia, ficou chateada. Ela suspirou, guardando o celular dentro da bolsa, se levantando.
- Eu preciso ir, Tom. - Ela lançou um sorriso fraco ao rapaz na sua frente - Mas foi muito bom conversar com você.
- Espera. - Ele tocou a sua mão, quando ela fez menção de se afastar dele - Promete que vamos repetir isso qualquer dia desses?
O tom de voz do menino foi quase de súplica. Ela o olhou, franzindo o cenho, não entendendo bem o motivo de ter ficar sem ar só por encará-lo novamente. ainda ficou alguns segundos o olhando e, quando desviou seu olhar do dele para ver suas mãos se tocando, um arrepio involuntário tomou conta da menina.
- Prometo. - Ela respondeu, sorrindo.
Tom soltou a mão dela, deixando-a livre para ir embora. Porém, antes de ir, a menina lhe deu um beijo na bochecha. Ele não esperava aquele tipo de despedida e ficou encarando-a se afastar com um sorriso bobo nos lábios. Quando saiu de seu campo de visão, ele apoiou a mão na cabeça e, depois de alguns segundos, sacou o seu celular.
- Meninos, vocês conseguem me encontrar no meu apartamento? - Ele gravou um áudio, mandando no grupo do McFLY.
- O que aconteceu? Sua voz está super estranha, mate. - Harry respondeu com um segundo áudio, fazendo o amigo suspirar.
“Acho que estou encrencado" ele respondeu, agora por mensagem escrita e, sem esperar qualquer outro tipo de pergunta ou qualquer outra coisa, colocou o celular no bolso e arrumou sua mochila. Enquanto caminhava até em casa, revivendo os momentos daquele dia em sua cabeça, uma coisa não saia de sua cabeça: aquele beijo de despedida.
suspirou antes de entrar no apartamento. Como sempre, a porta estava destrancada mas fechada e aquilo deu à menina alguns segundos de preparação para a briga que a aguardava. Num ato de coragem, entrou no apartamento, tirando seu sapato de salto e largando-o no chão, embaixo do aparador onde largou a sua bolsa.
- Cheguei, amor. - Ela disse, se encaminhando na direção do menino, que agora se virou para olhá-la.
Phill estava vestido como ela adorava vê-lo: calça de moletom cinza e uma blusa branca que deixava seus músculos ainda mais evidente. Ele segurava um copo com um conteúdo âmbar dentro que a menina reconheceu como whisky, sem gelo, como ele gostava.
- Onde você estava? - A voz dele estava mais grossa que o normal, o que fez a menina engolir em seco.
- Em uma Starbucks. - Ela quis omitir o fato de que estava acompanhada, mas o jeito que o rapaz a olhou fez a menina mudar de ideia - Com o Tom.
- Tom? Tom Fletcher? - Ele parou de se aproximar dela e desviou seu olhar assim que a namorada concordou - Por que você não me contou que tinham marcado de se encontrar?
- Porque a gente não marcou nada. - Era ela quem se aproximava agora - Eu entrei para comprar um donut e ele estava trabalhando em um livro.
- E você espera que eu acredite nisso? - Ela estava prestes a tocá-lo quando ele recuou.
- Mas é a verdade. - já sentia algumas lágrimas descendo de seus olhos - Por que eu mentiria para você?
- Você é uma atriz, é isso que você faz para viver. - Ele disse, com os olhos ardendo de raiva.
- Você não vai desmerecer a minha profissão. - Ela rosnou - Esse seus ciúmes não tem cabimento, qual é o problema de eu ter amigos homens?
- Nenhum, desde que eles não sejam apaixonados por você. - Nesse ponto, Phill já gritava.
- É sempre isso, você sempre acha que tem alguém dando em cima de mim e, o pior, que eu estou dando condições. - Ela gesticulava, deixando ser tomada pela raiva - Por que você não confia em mim?
- Como eu poderia? - Ele devolveu a pergunta, fazendo a menina despencar em lágrimas.
- Eu nunca fiz nada para você se sentir desse jeito. - Ela estava acuada, chateada consigo mesma por fazer com que o namorado pensasse aquelas coisas.
- Você só faltou se esfregar em todos eles na festa da . - Ao proferir aquela frase, uma lágrima caiu de seu olho, fazendo a menina correr ao seu encontro.
- Por favor, Phill, não chora. - Ela implorou, secando aquela lágrima solitária com um dedo - Me desculpa por te fazer sentir assim, tão inseguro.
O rapaz não falou nada, apenas desviou o seu olhar do da namorada que, a cada segundo que se passava, ficava mais triste e preocupada. Quando eles voltaram a se encarar, ficou na ponta dos pés, o abraçando forte e sendo devidamente correspondida. Ela afundou o rosto na curva do pescoço dele, respirando profundamente o perfume que emanava dali.
- Eu sei que devia ter te avisado assim que eu decidi ficar conversando com ele, eu sei que errei. - Ela sussurrou - Você me perdoa?
- Tudo bem, amor. - O rapaz respondeu, fazendo-a sorrir, aliviada.
- Eu te amo, Phill. - Ela se separou dele para poder olha-lo nos olhos enquanto se declarava - Ninguém nunca vai tomar o seu lugar.
- Eu te amo, . - Ele a beijou suavemente - Promete que não vai mais fazer isso de novo.
- Não vou, prometo. - Ele abriu um sorriso ao ouvi-la proferir aquela frase que a fez derreter.
- O que você vai querer de jantar? - Ele perguntou, mudando completamente de humor, fazendo-a sorrir.
- Por quê? - A voz dela saiu manhosa - Você vai cozinhar?
- Não que você esteja merecendo, mas vou.
- Eu já te pedi desculpas. - Ela desviou o olhar.
- Ei. - Ele virou o rosto dela pelo queixo, fazendo-a encará-lo - Foi uma brincadeira.
- Tudo bem. - Ela sorriu e deu um selinho rápido no rapaz - Eu vou tomar banho.
Ela o soltou, mas, antes que pudesse se afastar totalmente do rapaz, ele a puxou pelo braço, fazendo-a se aproximar novamente. Phill encarou os lábios da menina, com os olhos ardendo em desejo, que deixou a menina arrepiada. Não tinha uma vez que isso não acontecia quando o menino lhe lançava aquele olhar e ela já podia sentir as pernas bambas.
- Não sem antes me dar um beijo direito. - Ele sussurrou, roçando os lábios nos da namorada.
sorriu ao ouvi-lo falar e passou os braços pelo pescoço do rapaz. Sem pensar duas vezes, tomou impulso e enlaçou as pernas na cintura do namorado, que sorriu satisfeito. Ela passou os dedos pelos cabelos do namorado, que estava mais arrumado que o normal, e o encarou.
- Eu o arrumei assim esperando que você deixasse do jeito que eu gosto. - ele falou, entendendo o que a menina iria lhe perguntar, fazendo-a gargalhar.
- Pode deixar. - ela sussurrou no pé do ouvido dele - Faço isso com o maior prazer.
Rapidamente, ele começou a andar até o sofá com a menina pendurada em seu pescoço, beijando-o com vontade. Quem os visse agora, deitados um por cima do outro, no meio de um bom amasso, não imaginaria que a poucos minutos atrás esse mesmo casal estava brigando.
já estava acostumada com esses rompantes e mudanças de humor de Phillip. Não que a menina achava isso normal em uma pessoa, mas aquilo era uma coisa tão corriqueira que ela mal se dava conta daquele importante detalhe sobre a personalidade de seu namorado.
Enquanto o casal transava no sofá da sala, Tom não conseguia parar de sacudir a sua perna, sentado no seu. Ele já tinha chegado em casa há algum tempo, estava de banho tomado e esperava os amigos tomando uma cerveja, tentando se acalmar. O rapaz se sentia como um adolescente que se apaixonara pela namorada do cara mais popular do colégio.
Foi no meio de seus devaneios sobre , mais precisamente sobre a tarde que passaram juntos, que a campainha de seu apartamento tocou. Tom abriu a porta e se deparou com Danny, Harry e Dougie, cada um segurando um saco plástico.
- Foi mal a demora, mate. - Danny disse, passando pelo amigo e entrando na casa - O Harry teve a brilhante ideia de passar no mercado antes de vir.
- Lógico, a gente ia gastar muito dinheiro comprando cerveja em qualquer outro lugar. - Harry se defendeu, caminhando atrás do amigo.
- A gente foi cercado por várias fãs. - Dougie parou do lado do anfitrião, depois do rapaz ter fechado a porta - Por isso a gente demorou.
- Tudo bem. - Tom tocou no ombro do amigo e foram os dois andando em direção a cozinha, onde estavam os outros dois - O que vocês trouxeram aí?
- Comida e cerveja. - Harry respondeu, tirando os hambúrgueres do saco e mostrando para o rapaz, que sorriu.
Eles colocaram os sanduíches e as batatas em pratos, levando-os para a sala. Danny e Dougie se sentaram no chão, apoiando seus pratos e seus copos em cima da mesa de centro da sala de Tom, enquanto o menino e Harry se sentaram no sofá, apoiando suas cervejas no chão.
- Afinal, o que você fez?
- Não foi bem o que eu fiz, e sim o que aconteceu. - Tom respondeu Harry, afundando uma batata em um potinho de ketchup - Eu passei a tarde com a hoje.
- Que? - Os três falaram ao mesmo tempo, de olhos arregalados.
- Como você marca para sair com ela e não fala nada? - Danny estava extremamente surpreso.
- Eu não marquei nada, aconteceu. - Ele se defendeu - Eu estava escrevendo naquele Starbucks aqui perto e, quando eu percebi, lá estava ela, perguntando se podia me fazer companhia.
Os três outros integrantes do McFLY olhavam para ele com as sobrancelhas erguidas. Tom respirou fundo, se preparando para reviver aquela tarde enquanto a contava para seus amigos. O garoto tentava não parecer um bobo apaixonado, mas conforme ia contando o que tinha acontecido, principalmente a despedida dos dois, seu tom de voz o entregava.
- Se você já parecia um virgem falando da antes de conhecê-la, agora então… - Dougie deixou a frase morrer no ar.
- Você está muito ferrado, dude. - Danny soltou uma risada.
- E você acha que eu não sei disso? - Tom passou as mãos no cabelo, em um ato de puro nervosismo - Por que eu fui me apaixonar por ela?
- Você sempre foi apaixonado por ela, mate. - Harry constatou - A diferença é que agora você tem esperanças de conseguir alguma coisa.
- Ainda mais sabendo que ela é nossa fã. - Dougie completou o pensamento do amigo, que concordou com a cabeça.
- Eu não consigo esquecer o que a falou quando ela descobriu que você era o namorado. - Tom apontou para Danny, fazendo o garoto franzir o cenho - Dando a entender que ela era apaixonada por um de nós.
- Eu também fiquei com isso na cabeça e perguntei para a depois da festa. - Danny disse, encarando o amigo
- E era real? - Danny se limitou a responder Dougie com um aceno de cabeça - Quem?
- O virgem ali. - O rapaz indicou Tom com um aceno.
- Ela era apaixonada por mim? - Harry não conseguiu se segurar e gargalhou de como o amigo falou, contagiando os outros - Eu to muito ferrado mesmo.
- Eu queria muito falar para você tentar conquistá-la, juro. - Harry disse, depois de parar de rir - Mas como eu acho que o Phillip iria te matar quando notasse, eu acho melhor você superar a enquanto é tempo.
Eles começaram a falar de outras coisas, mas o rapaz não prestava mais atenção. Tom sabia que tanto Danny quanto Dougie pensavam o mesmo que o baterista e, mesmo tendo uma parte dele que também concordava, a outra implorava para que o menino não perdesse as esperanças.
Ele caminhou até o armário, tirou sua mochila dali de dentro, junto com um óculos escuro, vestindo-os. Arrumou a bolsa, colocando seu computador e seu caderno de anotações dentro dela, assim como a carteira, e andou na direção da porta do apartamento, decidido a sair dali de dentro.
Assim que atravessou o portão do prédio, olhou para os lados, um pouco perdido, mas uma ideia começou a povoar sua mente. A alguns quarteirões para a esquerda da sua casa havia uma Starbucks e, para a direita, um parque. Olhou no seu relógio de pulso e, indo de encontro com o que a maioria das pessoas fariam, escolheu o mais movimentado.
O rapaz tinha a teoria de que, se ele escolhesse sair de um lugar, não iria para outro que estivesse igual, ou pior, que o primeiro. “Talvez o movimento me inspire”, pensou Tom, a caminho da Starbucks. Assim que chegou na cafeteria, comprou um dos cafés especiais do local e se sentou em uma mesa alta, de dois lugares.
Ele colocou a mochila em cima da cadeira desocupada na sua frente, trazendo-a para perto de si para poder mexer nela sem muitos problemas e, antes de puxar o seu laptop, ele ainda ficou um longo tempo observando o movimento dos clientes, bebendo o seu café. Foi quando acabou de beber o conteúdo do copo que, como um passe de mágica, sabia exatamente por onde começar. Comprou um segundo café e, quando voltou para a mesa, começou a escrever.
- Eu sabia que você ia amar conhecer eles. - soava animada do outro lado do telefone, fazendo sorrir.
A menina tinha acabado de sair da sua gravação e andava pelas ruas de Londres, sem um rumo certo, enquanto falava com a amiga no telefone. Ela parou na calçada, esperando o sinal fechar para atravessar e, ao perceber que tinha uma Starbucks do outro lado da esquina, uma vontade louca de comer um donut tomou conta dela.
- Eu não imaginava que eles eram meus fãs. - Ela atravessou a rua, indo na direção da cafeteria - Não sei como não desmaiei quando você falou.
- Eu não sei como eles não tiveram um ataque quando te conheceram, isso sim. - A menina riu, abrindo a porta da cafeteria e entrando na mesma - Principalmente o Tom.
- Falando nele, acho que é ele sentado aqui na Starbucks que eu acabei de entrar. - Ela ficou encarando o garoto da fila, tentando ter certeza, que veio quando ela se aproximou mais.
- É ele?
- É.
- Então desliga esse telefone e vai falar com o menino. - quase que ordenou, fazendo a menina rir.
- Sim, senhora.
- Mais tarde eu te ligo, beijos.
desligou o telefone antes de poder se despedir. Ela ainda ficou encarando o menino por alguns segundos, pensando se iria mesmo falar com ele, mas o atendente tirou-a de seus devaneios, perguntando o que ela desejava. Ela pediu o seu donut e um café e, quando os pegou, andou na direção da mesa do rapaz. Tom estava tão entretido em sua escrita que nem notara que a garota se aproximava.
- Posso te fazer companhia?
No momento que ele ouviu a voz de soar, próximo o bastante para que ela não estivesse falando alto, ele levou um susto. Porém, quando olhou na direção da menina e a viu sorrindo, não conseguiu se segurar e um sorriso lindo, que deixava sua famosa covinha à mostra, se formou em seus lábios.
- Claro. - Ele rapidamente tirou a mochila de cima da cadeira, abrindo espaço para a menina sentar ali.
- No que você está trabalhando? - Ela colocou o café e a bolsa encima da mesa, dando uma mordida no seu donut logo em seguida.
- Escrevendo algumas coisas. - Ele fechou o laptop, pegando o seu próprio café e tomando um gole.
- Uma música nova? - Ela mordeu o lábio inferior, com uma expectativa crescendo dentro de si.
- Um livro. - Ela se afundou na cadeira ao ouvi-lo falar, soltando um suspiro.
- Esse hiato de vocês está me matando, sério. - Ela confessou, brincando com a cobertura do doce - Eu acho que vou parar de fazer filme e só voltar quando vocês lançarem um álbum novo.
- Isso é uma chantagem? - O garoto abriu um sorriso, fazendo-a dar de ombros.
- Adiantaria alguma coisa? - Ele ficou pensativo diante do olhar que ela o lançou.
- Talvez. - Ele assumiu, fazendo a menina rir.
- Então é.
- Vou ligar agora para os meninos. - Tom sacou o celular, ainda com um sorriso no rosto, fazendo a menina gargalhar.
- Para com isso, você sabe que eu to brincando. - Ela segurou a mão dele, abaixando-a - Eu sinto falta, mas se vocês estão felizes, por mim tudo bem.
- E você está feliz? - Ele não conseguiu segurar a pergunta, fazendo a menina encara-lo de cenho franzido.
Olhar nos olhos de estava sendo uma tarefa muito agradável para Tom. Explorar todos os tons de verde que tinham ali parecia instigá-lo de um jeito que ele nunca experimentara, ele conseguia quase que lê-la por inteiro e a menina percebia isso, o que a fez fugir do seu olhar, passando a encarar o copo de café por entre seus dedos.
- Ninguém é feliz 100% do tempo. - Ela se limitou a responder, tomando um gole do líquido amargo.
- A pergunta não foi essa. - O menino insistiu, fazendo-a olhá-lo de novo, com os olhos semi-cerrados e um sorriso de canto.
- Você me surpreende a cada minuto que passa, Tom. - Ela confessou e, com um aceno de cabeça, completou: - Estou sim.
- Está vendo, não foi uma pergunta tão difícil assim.
- Mas também não é uma pergunta fácil. - Ela assumiu um ar reflexivo - Para mim, felicidade é uma coisa relativa, o que pode ser uma coisa feliz para mim, pode não ser para você.
- Como assim? - Ele ficou intrigado com a profundidade das palavras da mulher sentada à sua frente.
- Para mim, felicidade é realmente conversar com uma pessoa, poder ouvir a voz dela, ainda mais se for alguém que eu amo. - Ela disse, apontando para si e se aconchegando mais na cadeira - Para muita gente, principalmente agora nessa era digital que a gente vive, ter que falar no telefone é uma enorme infelicidade.
- Concordo com você, mas existem coisas que são meio que unânimes. - O rapaz se aproximou dela, apoiando o braço na mesa e apontando discretamente para um casal próximo deles - Estar com quem se ama, por exemplo, é significado de felicidade para qualquer pessoa em qualquer momento.
- Não necessariamente. - Ele franziu o cenho - Tem dias que eu preciso tanto do meu tempo sozinha que a presença do Phill me deixa irritada.
- Eu gosto de como você pensa. - Ele assumiu, fazendo a menina rir - Só não sei se concordo plenamente.
- Mas o legal é esse, não é? A gente poder conversar civilizadamente sobre pontos de vista diferentes.
- Não sei, acho que vou embora e nunca mais querer te ver. - A menina se assustou com aquela mudança de postura repentina do rapaz, que gargalhou - Eu só estou brincando, você tinha que ver a sua cara.
- Aprendeu com a a implicar comigo?
- Se você acha ela implicante, é porque você nunca passou um dia com o Danny.
- Engraçado, mas eu consigo imaginar direitinho como deve ser conviver com vocês quatro juntos.
- Assumo que eu sinto muita falta disso. - Ele admitiu um ar nostálgico que encantou a menina - Da casa sempre cheia e bagunçada, de mim e do Danny compondo no meio da sala, das piadas do Dougie, até de treinar com o Harry. Não foi sempre fácil, mas a gente sempre esteve lá um pelo outro.
- Está vendo como não dá para ser feliz o tempo todo? - Ela levantou as sobrancelhas, fazendo o rapaz rir, concordando - Até quando a gente está vivendo a melhor fase das nossas vidas, vão ter dias que não são tão bons assim e tudo bem também.
- É, crescer não é fácil. - Ele suspirou, mas logo abriu um sorriso, encarando a garota - Preferia quando meus pais me levavam para te assistir no cinema e eu não precisava pagar nada por isso.
- É, envelhecer tem seus lados negativos mesmo. - Ela concordou, assim que sua gargalhada cessou - Lavar roupa e fazer compras são as piores coisas que tem.
- Lavar a louça é pior. - O menino falou, fazendo-a concordar no meio de uma risada - Mas você deve ter alguém pra te ajudar.
- Claro, é uma coisa super prática, se chama namorado. - Ele gargalhou do jeito que ela falou - Ele só falta me morder quando eu falo para ele fazer alguma coisa, mas acaba cedendo.
- Mas quando você está no seu apartamento, você não deve fazer tudo sozinha. Eu não faço.
- Nós moramos juntos, Tom.
- Nossa, vocês são rápidos.
- Essa é a reação de todo mundo. - A menina riu - É que a gente se conhece há anos, aí quando começamos a namorar as coisas andaram mais rápido mesmo.
- Fica tranquila, , não estou te julgando não. - O menino abriu um sorriso acolhedor.
- Você pode não estar, mas tanta gente já julgou as coisas que eu faço que eu tenho essa mania de justificar tudo.
- Eu sei como é a sensação, vai por mim.
Eles continuaram conversando por horas e nenhum dos dois notou quando a noite começou a cair do lado de fora da cafeteria. Vez ou outra Tom pedia mais um café para eles dois e perdia alguns minutos olhando a vitrine de doces escolhendo qual queria para acompanhar sua bebida. Eles pareciam velhos amigos que tinham tirado o dia para colocar a conversa em dia e, se não fosse pelo celular da jovem, teriam ficado ainda mais tempo ali.
- Oi amor. - Ela atendeu Phill enquanto se deliciava com o final do seu muffin.
- , onde você está? - A voz dele carregava uma irritação que, para a menina, soou como preocupação - Você falou que ia chegar cedo em casa e até agora nada.
- Me desculpa, lindo. - Ela pediu, olhando no relógio de pulso e se assustando com o horário - Eu acabei perdendo a hora, mas daqui a pouco estou em casa.
- Te espero. - Ele nem esperou a menina se despedir e desligou o telefone.
ficou alguns minutos parada, olhando para a tela do celular, sem dizer nada. Ela sabia que Phill estava irritado, como sempre ficava quando a menina tirava um tempo para si, mas, ao contrário de não ligar, como sempre fazia, naquele dia, ficou chateada. Ela suspirou, guardando o celular dentro da bolsa, se levantando.
- Eu preciso ir, Tom. - Ela lançou um sorriso fraco ao rapaz na sua frente - Mas foi muito bom conversar com você.
- Espera. - Ele tocou a sua mão, quando ela fez menção de se afastar dele - Promete que vamos repetir isso qualquer dia desses?
O tom de voz do menino foi quase de súplica. Ela o olhou, franzindo o cenho, não entendendo bem o motivo de ter ficar sem ar só por encará-lo novamente. ainda ficou alguns segundos o olhando e, quando desviou seu olhar do dele para ver suas mãos se tocando, um arrepio involuntário tomou conta da menina.
- Prometo. - Ela respondeu, sorrindo.
Tom soltou a mão dela, deixando-a livre para ir embora. Porém, antes de ir, a menina lhe deu um beijo na bochecha. Ele não esperava aquele tipo de despedida e ficou encarando-a se afastar com um sorriso bobo nos lábios. Quando saiu de seu campo de visão, ele apoiou a mão na cabeça e, depois de alguns segundos, sacou o seu celular.
- Meninos, vocês conseguem me encontrar no meu apartamento? - Ele gravou um áudio, mandando no grupo do McFLY.
- O que aconteceu? Sua voz está super estranha, mate. - Harry respondeu com um segundo áudio, fazendo o amigo suspirar.
“Acho que estou encrencado" ele respondeu, agora por mensagem escrita e, sem esperar qualquer outro tipo de pergunta ou qualquer outra coisa, colocou o celular no bolso e arrumou sua mochila. Enquanto caminhava até em casa, revivendo os momentos daquele dia em sua cabeça, uma coisa não saia de sua cabeça: aquele beijo de despedida.
suspirou antes de entrar no apartamento. Como sempre, a porta estava destrancada mas fechada e aquilo deu à menina alguns segundos de preparação para a briga que a aguardava. Num ato de coragem, entrou no apartamento, tirando seu sapato de salto e largando-o no chão, embaixo do aparador onde largou a sua bolsa.
- Cheguei, amor. - Ela disse, se encaminhando na direção do menino, que agora se virou para olhá-la.
Phill estava vestido como ela adorava vê-lo: calça de moletom cinza e uma blusa branca que deixava seus músculos ainda mais evidente. Ele segurava um copo com um conteúdo âmbar dentro que a menina reconheceu como whisky, sem gelo, como ele gostava.
- Onde você estava? - A voz dele estava mais grossa que o normal, o que fez a menina engolir em seco.
- Em uma Starbucks. - Ela quis omitir o fato de que estava acompanhada, mas o jeito que o rapaz a olhou fez a menina mudar de ideia - Com o Tom.
- Tom? Tom Fletcher? - Ele parou de se aproximar dela e desviou seu olhar assim que a namorada concordou - Por que você não me contou que tinham marcado de se encontrar?
- Porque a gente não marcou nada. - Era ela quem se aproximava agora - Eu entrei para comprar um donut e ele estava trabalhando em um livro.
- E você espera que eu acredite nisso? - Ela estava prestes a tocá-lo quando ele recuou.
- Mas é a verdade. - já sentia algumas lágrimas descendo de seus olhos - Por que eu mentiria para você?
- Você é uma atriz, é isso que você faz para viver. - Ele disse, com os olhos ardendo de raiva.
- Você não vai desmerecer a minha profissão. - Ela rosnou - Esse seus ciúmes não tem cabimento, qual é o problema de eu ter amigos homens?
- Nenhum, desde que eles não sejam apaixonados por você. - Nesse ponto, Phill já gritava.
- É sempre isso, você sempre acha que tem alguém dando em cima de mim e, o pior, que eu estou dando condições. - Ela gesticulava, deixando ser tomada pela raiva - Por que você não confia em mim?
- Como eu poderia? - Ele devolveu a pergunta, fazendo a menina despencar em lágrimas.
- Eu nunca fiz nada para você se sentir desse jeito. - Ela estava acuada, chateada consigo mesma por fazer com que o namorado pensasse aquelas coisas.
- Você só faltou se esfregar em todos eles na festa da . - Ao proferir aquela frase, uma lágrima caiu de seu olho, fazendo a menina correr ao seu encontro.
- Por favor, Phill, não chora. - Ela implorou, secando aquela lágrima solitária com um dedo - Me desculpa por te fazer sentir assim, tão inseguro.
O rapaz não falou nada, apenas desviou o seu olhar do da namorada que, a cada segundo que se passava, ficava mais triste e preocupada. Quando eles voltaram a se encarar, ficou na ponta dos pés, o abraçando forte e sendo devidamente correspondida. Ela afundou o rosto na curva do pescoço dele, respirando profundamente o perfume que emanava dali.
- Eu sei que devia ter te avisado assim que eu decidi ficar conversando com ele, eu sei que errei. - Ela sussurrou - Você me perdoa?
- Tudo bem, amor. - O rapaz respondeu, fazendo-a sorrir, aliviada.
- Eu te amo, Phill. - Ela se separou dele para poder olha-lo nos olhos enquanto se declarava - Ninguém nunca vai tomar o seu lugar.
- Eu te amo, . - Ele a beijou suavemente - Promete que não vai mais fazer isso de novo.
- Não vou, prometo. - Ele abriu um sorriso ao ouvi-la proferir aquela frase que a fez derreter.
- O que você vai querer de jantar? - Ele perguntou, mudando completamente de humor, fazendo-a sorrir.
- Por quê? - A voz dela saiu manhosa - Você vai cozinhar?
- Não que você esteja merecendo, mas vou.
- Eu já te pedi desculpas. - Ela desviou o olhar.
- Ei. - Ele virou o rosto dela pelo queixo, fazendo-a encará-lo - Foi uma brincadeira.
- Tudo bem. - Ela sorriu e deu um selinho rápido no rapaz - Eu vou tomar banho.
Ela o soltou, mas, antes que pudesse se afastar totalmente do rapaz, ele a puxou pelo braço, fazendo-a se aproximar novamente. Phill encarou os lábios da menina, com os olhos ardendo em desejo, que deixou a menina arrepiada. Não tinha uma vez que isso não acontecia quando o menino lhe lançava aquele olhar e ela já podia sentir as pernas bambas.
- Não sem antes me dar um beijo direito. - Ele sussurrou, roçando os lábios nos da namorada.
sorriu ao ouvi-lo falar e passou os braços pelo pescoço do rapaz. Sem pensar duas vezes, tomou impulso e enlaçou as pernas na cintura do namorado, que sorriu satisfeito. Ela passou os dedos pelos cabelos do namorado, que estava mais arrumado que o normal, e o encarou.
- Eu o arrumei assim esperando que você deixasse do jeito que eu gosto. - ele falou, entendendo o que a menina iria lhe perguntar, fazendo-a gargalhar.
- Pode deixar. - ela sussurrou no pé do ouvido dele - Faço isso com o maior prazer.
Rapidamente, ele começou a andar até o sofá com a menina pendurada em seu pescoço, beijando-o com vontade. Quem os visse agora, deitados um por cima do outro, no meio de um bom amasso, não imaginaria que a poucos minutos atrás esse mesmo casal estava brigando.
já estava acostumada com esses rompantes e mudanças de humor de Phillip. Não que a menina achava isso normal em uma pessoa, mas aquilo era uma coisa tão corriqueira que ela mal se dava conta daquele importante detalhe sobre a personalidade de seu namorado.
Enquanto o casal transava no sofá da sala, Tom não conseguia parar de sacudir a sua perna, sentado no seu. Ele já tinha chegado em casa há algum tempo, estava de banho tomado e esperava os amigos tomando uma cerveja, tentando se acalmar. O rapaz se sentia como um adolescente que se apaixonara pela namorada do cara mais popular do colégio.
Foi no meio de seus devaneios sobre , mais precisamente sobre a tarde que passaram juntos, que a campainha de seu apartamento tocou. Tom abriu a porta e se deparou com Danny, Harry e Dougie, cada um segurando um saco plástico.
- Foi mal a demora, mate. - Danny disse, passando pelo amigo e entrando na casa - O Harry teve a brilhante ideia de passar no mercado antes de vir.
- Lógico, a gente ia gastar muito dinheiro comprando cerveja em qualquer outro lugar. - Harry se defendeu, caminhando atrás do amigo.
- A gente foi cercado por várias fãs. - Dougie parou do lado do anfitrião, depois do rapaz ter fechado a porta - Por isso a gente demorou.
- Tudo bem. - Tom tocou no ombro do amigo e foram os dois andando em direção a cozinha, onde estavam os outros dois - O que vocês trouxeram aí?
- Comida e cerveja. - Harry respondeu, tirando os hambúrgueres do saco e mostrando para o rapaz, que sorriu.
Eles colocaram os sanduíches e as batatas em pratos, levando-os para a sala. Danny e Dougie se sentaram no chão, apoiando seus pratos e seus copos em cima da mesa de centro da sala de Tom, enquanto o menino e Harry se sentaram no sofá, apoiando suas cervejas no chão.
- Afinal, o que você fez?
- Não foi bem o que eu fiz, e sim o que aconteceu. - Tom respondeu Harry, afundando uma batata em um potinho de ketchup - Eu passei a tarde com a hoje.
- Que? - Os três falaram ao mesmo tempo, de olhos arregalados.
- Como você marca para sair com ela e não fala nada? - Danny estava extremamente surpreso.
- Eu não marquei nada, aconteceu. - Ele se defendeu - Eu estava escrevendo naquele Starbucks aqui perto e, quando eu percebi, lá estava ela, perguntando se podia me fazer companhia.
Os três outros integrantes do McFLY olhavam para ele com as sobrancelhas erguidas. Tom respirou fundo, se preparando para reviver aquela tarde enquanto a contava para seus amigos. O garoto tentava não parecer um bobo apaixonado, mas conforme ia contando o que tinha acontecido, principalmente a despedida dos dois, seu tom de voz o entregava.
- Se você já parecia um virgem falando da antes de conhecê-la, agora então… - Dougie deixou a frase morrer no ar.
- Você está muito ferrado, dude. - Danny soltou uma risada.
- E você acha que eu não sei disso? - Tom passou as mãos no cabelo, em um ato de puro nervosismo - Por que eu fui me apaixonar por ela?
- Você sempre foi apaixonado por ela, mate. - Harry constatou - A diferença é que agora você tem esperanças de conseguir alguma coisa.
- Ainda mais sabendo que ela é nossa fã. - Dougie completou o pensamento do amigo, que concordou com a cabeça.
- Eu não consigo esquecer o que a falou quando ela descobriu que você era o namorado. - Tom apontou para Danny, fazendo o garoto franzir o cenho - Dando a entender que ela era apaixonada por um de nós.
- Eu também fiquei com isso na cabeça e perguntei para a depois da festa. - Danny disse, encarando o amigo
- E era real? - Danny se limitou a responder Dougie com um aceno de cabeça - Quem?
- O virgem ali. - O rapaz indicou Tom com um aceno.
- Ela era apaixonada por mim? - Harry não conseguiu se segurar e gargalhou de como o amigo falou, contagiando os outros - Eu to muito ferrado mesmo.
- Eu queria muito falar para você tentar conquistá-la, juro. - Harry disse, depois de parar de rir - Mas como eu acho que o Phillip iria te matar quando notasse, eu acho melhor você superar a enquanto é tempo.
Eles começaram a falar de outras coisas, mas o rapaz não prestava mais atenção. Tom sabia que tanto Danny quanto Dougie pensavam o mesmo que o baterista e, mesmo tendo uma parte dele que também concordava, a outra implorava para que o menino não perdesse as esperanças.
Capítulo 3
As semanas se passaram desde a primeira vez que Tom e se encontraram na Starbucks e, depois daquilo, os encontros seguintes não foram sem querer. Quase todos os dias, ambos arrumavam desculpas para ir na cafeteria, esperando que o outro estivesse lá, o que fazia com que eles se vissem quase todos os dias.
Conforme esses encontros iam acontecendo, eles iam se tornando cada vez mais amigos. Eles conversavam sobre tudo e o riso era tão fácil que andava ainda mais feliz ultimamente. A menina escondia de Phill esses lanches com Tom para evitar o ciúme do namorado, que viria acompanhado de brigas.
Tom, por sua vez, quase todas as tardes depois que a menina ia embora, contava para os amigos. Harry já estava começando a desistir de tentar fazê-lo parar com esses encontros. O rapaz concordava com o amigo quando este lhe falava que aquilo não tinha como dar certo, mas simplesmente não ligava. Já tinha algum tempo que ele não se divertia como quando estava com .
Os únicos dias que eles não tentavam se ver era nos finais de semana. Não era sempre que filmava sábado ou domingo, então arrumar uma desculpa para não ficar com Phill e ir ver Tom era quase impossível. Além disso, a garota já se sentia culpada demais por encontrar outro cara sem seu namorado saber durante a semana, o que a fazia ficar ainda mais carinhosa durante aqueles dois dias.
Em um desses finais de semana, o que antecedia uma viagem de negócios de Phillip, estavam os dois sentados no sofá da sala, vendo filme, comendo pipoca e tomando um vinho. Era um domingo chuvoso e, visto que eles passariam uma semana sem se ver, estava aconchegada no colo do rapaz, aproveitando cada segundo.
Na segunda, ela o levou ao aeroporto, como sempre fazia. Eles estavam sentados em uma cafeteria do local, tomando um café e aquela cena fez se arrepiar. Foi impossível não pensar em Tom e nas tardes que eles passavam juntos, tão diferente daquele momento.
Ela se sentia estranha, queria já estar sentindo saudades do namorado, como normalmente acontecia, mas não naquele dia. Quando o voo do rapaz foi anunciado e ele se levantou, o abraçou forte, afundando o rosto no pescoço do namorado, inalando profundamente o seu perfume.
- Boa viagem, lindo. - Ela desejou em um sussurro.
- Eu volto antes que você perceba, amor. - Ele levantou o rosto da menina e, com um beijo de despedida, se encaminhou para o portão de embarque.
Esse era o medo da garota: não perceber que ele tinha ido. Phill não pareceu notar, afinal a namorada sempre ficava triste quando ele precisava fazer aquelas viagens. ficou encarando o rapaz até ele sumir de seu campo de visão e, com um suspiro, se encaminhou até o carro.
Ela sempre escutava McFLY quando estava chateada como naquele momento, mas lhe pareceu quase que uma traição fazer aquilo naquele dia. A mulher, então, ligou a rádio numa estação qualquer e se limitou a dirigir até o estúdio de gravação.
Naquele dia, assim como todo o resto da semana, a menina não conseguiu encontrar Tom. Por mais que ela quisesse negar, tudo o que ela queria era poder ver o garoto e deixá-lo fazê-la feliz como naquelas outras semanas. O rapaz, por sua vez, foi todos os dias na Starbucks, na esperança de vê-la, mas, quando a tarde começou a cair na sexta-feira e ela não apareceu, uma tristeza começou a se apoderar dele.
- Será que eu chateei ela de algum jeito, Danny?
- Lógico que não, mate.
Já era sábado e Tom não conseguia parar de pensar nos motivos pelos quais não apareceu durante a semana. Quando desistiu de chegar a uma conclusão sozinho, decidiu ligar para o amigo. Ele já tinha contado para Danny sobre a semana e agora ambos divagavam sobre justificativas para o sumiço da garota.
- Por que você não manda uma mensagem para ela perguntando? - Danny falou, entrando na casa de e dando um beijo rápido nela.
- Tom? - A menina sussurrou, fazendo o namorado concordar com a cabeça.
- Porque a gente nunca marcou nada. - O rapaz respondeu - Não é como se eu tivesse levado um bolo.
- Mas parece. - O tom de voz de Danny era levemente irritado, o que fez olhá-lo pedindo paciência - Vamos fazer o seguinte, eu acabei de chegar na , por que você não vem para cá, a gente bebe alguma coisa e você relaxa?
- Isso! - concordou animada, levantando do sofá num pulo, fazendo o namorado rir.
- Eu não quero atrapalhar vocês.
- Não vai, não. - O menino seguia a namorada atento, vendo-a remexendo no bar que tinha na sua sala a procura de um vinho - A já está até separando a bebida, vem logo.
- Ok, até daqui a pouco.
- Até.
Danny se aproximou da namorada e abraçou-a pela cintura. A menina sorriu e se virou de frente para ele, abraçando-o pelo pescoço, com uma garrafa em mãos. Eles ficaram se encarando por um tempo em silêncio até que o rapaz acariciou o rosto da mulher na sua frente, abrindo um sorriso.
- Obrigado por aceitar a ideia. - Ela concordou com a cabeça, sorrindo junto com o menino.
- Ele ainda está apaixonado pela ? - Foi a vez do menino concordar - Eu queria tanto que ela escolhesse ele.
- Todos nós, amor. - Danny confessou - Eu nunca vi ele assim, parece que conhecê-la só fez ele se apaixonar mais ainda.
- É que agora ele conhece muito mais que a beleza estética da e, caras como o Tom, se apaixonam mesmo é pelo que a mulher tem no interior. - Ela deu de ombros - Antes era uma coisa carnal, agora é muito mais que isso.
- Você está certa.
- Eu sempre estou. - Ela brincou, fazendo-o rir.
- Então vem cá e me dá um beijo. - Ela gargalhou daquela frase, mas, no segundo seguinte, estava toda derretida beijando o menino.
Algum tempo se passou e Tom estava dirigindo em direção a casa de . O menino tinha tomado banho e estava de calça preta e uma camisa branca de gola V que deixava uma das pontas de sua estrela aparecendo. Ele estacionou quase que na porta do prédio e esperou na portaria até que os amigos liberassem a sua subida.
- Tom! - o recebeu toda animada, abraçando forte o rapaz.
- Oi . - o rapaz abriu um sorriso leve.
No momento seguinte, ao cumprimentar Danny, ele percebeu que tinha tomado a decisão certa de aceitar o convite do amigo. Ele mal chegou na casa e já estava se sentindo renovado. Estava tudo preparado na mesa de centro da sala, a menina tinha cortado alguns queijos e separados alguns outros aperitivos e os três se sentaram no sofá, com suas respectivas taças de vinho.
Eles conversavam sobre diversos assuntos e, como foi combinado entre o casal, nunca tocavam no nome de . Foi no meio de uma gargalhada sobre algo que Danny acabara de falar que o celular de tocou e, notando que era justamente a amiga, a menina pediu licença e se afastou.
- Oi . - atendeu na varanda do apartamento, longe o bastante para poder falar normal com a amiga sem que Tom escutasse.
- Ai que bom que você me atendeu, amiga. - A menina suspirou do outro lado da linha.
- Aconteceu alguma coisa? - franziu o cenho, preocupada, mas a menina soltou um riso que a acalmou.
- O Phill está viajando e eu não aguento mais ficar sozinha, sem fazer nada. - Uma ideia começou a rondar a cabeça de , ao ouvir a amiga proferir aquela frase - Você não quer vir pra cá não? A gente vê um filme, toma alguma coisa, que tal?
- Eu tenho uma ideia melhor. - A menina alargou o sorriso - Por que você não vem pra cá?
- Por que eu acho que você está tramando alguma coisa?
- Você só vai descobrir se vier.
- Ok, você ganhou. - se deu por vencida, alargando ainda mais o sorriso da amiga - Daqui a pouco estou ai.
não esperou se despedir e desligou o telefone. Ela tinha passado o sábado inteiro jogada no sofá, olhando a cada minuto para o celular, pensando se devia ou não ligar para Tom. A menina queria conversar com ele, saber como tinha sido a sua semana, se desculpar por não ter tido tempo de encontrá-lo. Porém, quanto mais pensava naquilo, mais ela achava que não devia, afinal eles nunca marcaram nada e ela tinha namorado.
Em alguns minutos, a garota já estava de banho tomado, vestindo a roupa que tinha separado: uma calça preta rasgada, um cropped cinza que parava exatamente na barra da calça e seu all star branco. Ela secou o cabelo, fazendo ele ficar com algumas ondas nas pontas e se limitou a passar um rímel e um gloss, afinal ia só na casa da sua amiga.
Dando uma última olhada no espelho, gostou do que viu. Catou a sua bolsa, chamou um uber e, assim que entrou no carro, mandou uma mensagem para Phill, avisando que ia na casa de . Ela chegou no prédio sem muitas delongas e ficou esperando na portaria enquanto o porteiro interfonava para anunciar a sua chegada.
deu um pulo ao ouvir o interfone tocar e correu até a cozinha para atender. Tom e Danny se entreolharam confusos, afinal não estavam esperando mais ninguém e, quando a menina começou a caminhar até a porta, eles a seguiram com o olhar.
- Quem é, amor? - Mal Danny acabou de perguntar e já aparecia no corredor.
- Oi amiga! - A voz da garota soou animada e Tom engoliu em seco.
Danny olhou rapidamente para o amigo, que tinha ficado pálido de espanto e, quando voltou a olhar na direção da porta, viu as duas meninas entrando lado a lado. A reação de foi quase que a mesma que a de Tom ao vê-lo ali, sentado ao lado do guitarrista, encarando-a.
- Erm, desculpa. - falou, extremamente sem graça - Eu não quero atrapalhar vocês.
- Que isso, . - Danny se levantou - Lógico que você não atrapalha.
A garota abriu um sorriso que contagiou Tom. Ela cumprimentou Danny com dois beijos e, quando chegou perto de Tom, o abraçou forte, sendo igualmente correspondida. Como ela estava de tênis e era mais baixa que o rapaz, ela ficou na ponta dos pés, sendo apoiada por ele.
Os dois se separaram quando voltou com a taça da menina, que foi enchida por Tom. Eles se sentaram no chão, um do lado do outro, com as costas encostadas no armário que tinha embaixo da tv de , enquanto ela e Danny se sentaram no sofá.
Conforme eles iam conversando e bebendo, o clima ia ficando ainda mais gostoso. Num determinado momento, já estava descalça, com as pernas apoiadas no colo de Tom, que fazia massagem nos pés da garota. , que estava bebendo bem mais rápido que os outros e, por isso, já se encontrava bem bêbada, notou a cena e não conseguiu se conter.
- Vocês formam um casal tão lindo. - Ela confessou, se apoiando no namorado, fazendo corar na hora - Eu não entendo porque você ainda está com aquele chato do Phillip.
- Ok, amor. - Danny disse, tirando a taça quase que vazia da mão da namorada - Já deu por hoje, você não está mais pensando direito.
- Claro que estou. - Ela se jogou em cima dele, tentando recuperar a taça, mas parou bruscamente.
encarou a amiga de cenho franzido e, ao vê-la ficar levemente esverdeada, se assustou. Demorou alguns segundos até que levantou num pulo do sofá, fazendo os três se assustarem, e correu para o banheiro.
- Ela vai vomitar.
também levantou num pulo, sendo seguida rapidamente por Tom e Danny, indo todos na direção de . Quando os rapazes chegaram no banheiro, já segurava os cabelos da amiga para que eles não se misturassem com o vômito, ajoelhada ao seu lado.
- Danny, eu preciso de um copo d'água. - Ela olhou para o rapaz, que concordou com a cabeça e saiu na direção da cozinha - Tom, você pega a minha bolsa, por favor?
- Claro, já volto. - O garoto respondeu, correndo de volta para a sala e pegando a bolsa da menina.
Quando os dois voltaram para o banheiro, já estava sentada no chão, com a cabeça apoiada na parede. misturou um remédio que tirou de sua bolsa na água que Danny levou e estendeu o copo para a amiga.
- Toma, . - A menina a olhou, com o cenho franzido - É remédio de enjoo, vai te ajudar a melhorar.
- Obrigada. - A voz da menina saiu fraca e tomou todo aquele conteúdo de uma só vez.
- Vem, vou te levar para tomar um banho. - Danny estendeu a mão para a namorada, que aceitou a ajuda para se levantar.
Eles saíram do banheiro abraçados, sumindo pelo corredor que dava para o interior do apartamento. suspirou, dando descarga no vaso e, com a ajuda de Tom, também se levantou.
- Você vai ser uma ótima mãe. - O rapaz disse, fazendo a menina sorrir.
- Quando a gente era mais nova, ela sempre segurava o meu cabelo quando eu passava mal. - Ela deu de ombros - Foi a minha chance de retribuir.
Eles se olharam e ficaram alguns minutos parados, conectados em silêncio. nunca gostou do vazio de palavras que vem junto com o silêncio, sempre achou aquilo mais ensurdecedor do que mil e uma pessoas gritando ao mesmo tempo, mas ali, perdida no olhar de Tom, o silêncio não a assustou, pelo contrário, era até muito convidativo.
Tom, por sua vez, estava se sentindo estranho. Ele não queria continuar somente olhando-a, ele queria tocá-la. A mecha do cabelo dela solta, dançando com a brisa que vinha da varanda, estava convidativa demais e, sem pensar duas vezes, o rapaz a tocou, colocando-a para trás da orelha da menina, sentindo a maciez daquele cabelo pela primeira vez.
- Por que você não apareceu essa semana? - A voz dele saiu num sussurro, arrepiando a menina.
- Foi tudo muito corrido no set. - Ela respondeu no mesmo tom - Me desculpa te fazer esperar por mim.
- Não tem problema. - O rapaz deu um leve sorriso.
não conseguiu se controlar e levou a mão até a bochecha do rapaz, sentindo a covinha dele, que apareceu por causa do sorriso, por debaixo de seus dedos. Tom seguiu os movimentos da menina com seus próprios dedos, fazendo-a fechar os olhos diante do carinho. Naquele momento, ela caiu em si e, quando voltou a encará-lo, levou a sua mão ao encontro da dele e a tirou de seu rosto, segurando-a.
- Vem, vamos arrumar essas coisas para o Danny não ter mais esse trabalho. - Ela disse, fazendo-o concordar.
Ela saiu andando até a mesa de centro, puxando-o pela mão. Eles recolheram uma parte das coisas espalhadas, levando-as para a cozinha. Enquanto a garota já ia lavando as louças que eles conseguiram levar, o rapaz voltou para a sala, para arrumar o resto das coisas em cima de uma bandeja que pegou na cozinha.
Assim que voltou para o cômodo, alguns minutos depois, encontrou cantando “Come What May”, de Moulin Rouge, completamente alheia a sua presença. A voz dela era extremamente gostosa de se ouvir e, se fosse para Tom compará-la à alguma coisa, seria com a voz de um anjo.
- Quer dizer que você gosta de musicais?
- Que susto, Tom. - Ela quase pulou quando a voz dele soou atrás dela.
- Desculpe, não foi a intenção. - Ele se aproximou dela, colocando o resto da louça na pia e guardando o que não ia ser lavado.
- Tudo bem. - Ela voltou a sua atenção para o copo que estava lavando - Eu amo musicais, sempre foi meu sonho interpretar a Satin.
- Essa eu não perderia por nada.
- Por quê?
- Você tem uma voz linda.
- Obrigada. - Os dois sorriram - Você não sabe o quanto esse elogio significa vindo de você.
- Verdade, esqueci que você ama as minhas músicas. - Ele piscou para a menina, pegando um pano de prato para secar o que ela já tinha lavado.
- Exatamente. - Ela respondeu, no meio de uma risada.
Danny, que, finalmente, tinha conseguido colocar para dormir, apareceu na sala e, ao ver que os amigos estavam na cozinha, foi na direção do cômodo. Ele estava prestes a brigar com eles, por estarem lavando a louça, mas encontrou os dois em um clima tão gostoso que não teve coragem de interromper.
Tom e saíram da cozinha depois de deixarem tudo arrumado no meio de alguns risos. Eles se assustaram ao ver Danny na sala, cochilando no sofá, provavelmente à espera deles. Tom caminhou na direção do amigo, enquanto sentou no sofá para calçar as meias e o tênis.
- Danny. - Ele o cutucou, fazendo o menino acordar sobressaltado.
- Foi mal, mate. - Ele olhou para os lados, tentando se situar - Acabei pegando no sono.
- Relaxa, a gente já está indo. - levantou, sorrindo para o anfitrião e concordando com Tom.
- Mas já está muito tarde, é perigoso para a ficar andando por ai sozinha.
- Fica tranquilo, Danny. - A menina desviou seu olhar dele para encarar Tom - Eu não vou embora sozinha.
O menino concordou e caminhou até a porta com os amigos. Ele se despediu de Tom, pedindo para o menino ligar no dia seguinte e, depois de abraçar , passou as mãos pelo cabelo, num puro ato de nervosismo. A menina podia ver que ele estava incomodado com algo, mas que não sabia bem como falar.
- O que foi, Danny?
- Desculpa pela . - ele soltou, fazendo a menina concordar - Você sabe como ela fica quando bebe muito.
- Não se preocupe, sério. - ela sorriu - Nada que ela já não tenha me falado sóbria.
O elevador chegou e, enquanto Tom segurava a porta para que ele não saísse do andar, se despediu novamente de Danny, entrando logo em seguida, acompanhada por Tom. O rapaz sorriu, relembrando das cenas que tinha presenciado dos dois naquela noite e não teve como não concordar com a namorada de que eles formavam um casal muito bonito.
Durante todo o caminho, desde que saíram do elevador, até quando Tom parou o carro na frente do prédio da menina, eles não pararam de rir e conversar. Aquela semana que eles não se viram fez com que as histórias se acumulassem e a menina agradecia, mentalmente, ter aceito ir para a casa de naquela noite.
- Bom, está entregue. - Ele disse, fazendo olhar para o imponente arranha-céu à sua frente.
Uma vontade enorme de implorá-lo para não deixá-la passar aquela noite sozinha se apoderava da menina. Porém, num momento de lucidez, percebeu o quanto aquilo era errado, tanto com Tom, quanto com Phillip. Ela balançou levemente a cabeça, tentando dispersar aqueles pensamentos e se voltou para o menino, com um sorriso no rosto.
- Obrigada. - Ela agradeceu, encarando-o - Pela noite e pela carona.
- Obrigado você. - Ele tocou novamente a bochecha da menina.
O rapaz tinha total noção que aquilo era errado e que, se fizesse, provavelmente, nunca mais veria a menina na sua frente, mas a vontade de beijá-la era maior do que todas as suas certezas. Ele precisava beijar aqueles lábios, sentir a sua maciez, provar, de uma vez por todas, o gosto da menina.
O que o menino não esperava, muito menos , é que ela sentia o mesmo desejo. Ali, olhando para Tom, ela estava completamente entregue. A jovem deixou que ele aproximasse os seus rostos, mas quando ela fechou os olhos, prestes a beijá-lo, a imagem de Phillip surgiu na sua mente, fazendo-a colocar uma mão no peito de Tom, fazendo-o parar.
- Desculpa, Tom. - Ela sussurrou, com os lábios quase roçando nos do rapaz - Mas eu não posso.
- Eu sei. - Ele se limitou a falar, afastando-se um pouco dela e voltando a encará-la - Eu não quis te forçar a nada, juro.
- Eu sei. - Ela sorriu, se perdendo momentaneamente no olhar dele.
- Só não deixa esse meu erro afastar a gente. - Ele quase que a implorou, fazendo carinho na bochecha da menina.
- Isso não vai acontecer, fica tranquilo. - Ela sorriu, tirando gentilmente a mão dele de seu rosto - Boa noite, Tom.
- Espera. - Ele pediu, assim que a mão dela tocou a maçaneta.
Ela o olhou, um pouco receosa e, ao ver que o garoto tinha saído do carro, soltou uma risada. O rapaz contornou o veículo, parando de frente da porta dela, abrindo-a. A menina riu ainda mais quando ele esticou a mão para ajudá-la a sair do carro.
- Boa noite, . - ele disse, fazendo-a concordar.
Tom ficou apoiado no carro, observando-a se afastar. Quando viu a menina desaparecer na portaria do prédio, entrou no mesmo e, com um sorriso no rosto, dirigiu até a sua casa. A noite não tinha terminado exatamente como ele queria, mas, mesmo assim, estava radiante. Mesmo com o fiasco do beijo dentro do carro, o simples fato dele ter quase acontecido, o deixava com ainda mais esperanças de que, um dia, ela poderia corresponder os seus sentimentos.
O que ele não sabia, mas que ficou claro para naquela noite, era que ela já o correspondia. Deitada na sua cama, encarando o teto do quarto escuro, a jovem não conseguia tirar aquele quase beijo da cabeça. Ela se culpava por aquilo, lógico, mas parte da culpa que sentia, por mais que a menina tentasse abafá-la, era a de não ter deixado ele acontecer.
Conforme esses encontros iam acontecendo, eles iam se tornando cada vez mais amigos. Eles conversavam sobre tudo e o riso era tão fácil que andava ainda mais feliz ultimamente. A menina escondia de Phill esses lanches com Tom para evitar o ciúme do namorado, que viria acompanhado de brigas.
Tom, por sua vez, quase todas as tardes depois que a menina ia embora, contava para os amigos. Harry já estava começando a desistir de tentar fazê-lo parar com esses encontros. O rapaz concordava com o amigo quando este lhe falava que aquilo não tinha como dar certo, mas simplesmente não ligava. Já tinha algum tempo que ele não se divertia como quando estava com .
Os únicos dias que eles não tentavam se ver era nos finais de semana. Não era sempre que filmava sábado ou domingo, então arrumar uma desculpa para não ficar com Phill e ir ver Tom era quase impossível. Além disso, a garota já se sentia culpada demais por encontrar outro cara sem seu namorado saber durante a semana, o que a fazia ficar ainda mais carinhosa durante aqueles dois dias.
Em um desses finais de semana, o que antecedia uma viagem de negócios de Phillip, estavam os dois sentados no sofá da sala, vendo filme, comendo pipoca e tomando um vinho. Era um domingo chuvoso e, visto que eles passariam uma semana sem se ver, estava aconchegada no colo do rapaz, aproveitando cada segundo.
Na segunda, ela o levou ao aeroporto, como sempre fazia. Eles estavam sentados em uma cafeteria do local, tomando um café e aquela cena fez se arrepiar. Foi impossível não pensar em Tom e nas tardes que eles passavam juntos, tão diferente daquele momento.
Ela se sentia estranha, queria já estar sentindo saudades do namorado, como normalmente acontecia, mas não naquele dia. Quando o voo do rapaz foi anunciado e ele se levantou, o abraçou forte, afundando o rosto no pescoço do namorado, inalando profundamente o seu perfume.
- Boa viagem, lindo. - Ela desejou em um sussurro.
- Eu volto antes que você perceba, amor. - Ele levantou o rosto da menina e, com um beijo de despedida, se encaminhou para o portão de embarque.
Esse era o medo da garota: não perceber que ele tinha ido. Phill não pareceu notar, afinal a namorada sempre ficava triste quando ele precisava fazer aquelas viagens. ficou encarando o rapaz até ele sumir de seu campo de visão e, com um suspiro, se encaminhou até o carro.
Ela sempre escutava McFLY quando estava chateada como naquele momento, mas lhe pareceu quase que uma traição fazer aquilo naquele dia. A mulher, então, ligou a rádio numa estação qualquer e se limitou a dirigir até o estúdio de gravação.
Naquele dia, assim como todo o resto da semana, a menina não conseguiu encontrar Tom. Por mais que ela quisesse negar, tudo o que ela queria era poder ver o garoto e deixá-lo fazê-la feliz como naquelas outras semanas. O rapaz, por sua vez, foi todos os dias na Starbucks, na esperança de vê-la, mas, quando a tarde começou a cair na sexta-feira e ela não apareceu, uma tristeza começou a se apoderar dele.
- Será que eu chateei ela de algum jeito, Danny?
- Lógico que não, mate.
Já era sábado e Tom não conseguia parar de pensar nos motivos pelos quais não apareceu durante a semana. Quando desistiu de chegar a uma conclusão sozinho, decidiu ligar para o amigo. Ele já tinha contado para Danny sobre a semana e agora ambos divagavam sobre justificativas para o sumiço da garota.
- Por que você não manda uma mensagem para ela perguntando? - Danny falou, entrando na casa de e dando um beijo rápido nela.
- Tom? - A menina sussurrou, fazendo o namorado concordar com a cabeça.
- Porque a gente nunca marcou nada. - O rapaz respondeu - Não é como se eu tivesse levado um bolo.
- Mas parece. - O tom de voz de Danny era levemente irritado, o que fez olhá-lo pedindo paciência - Vamos fazer o seguinte, eu acabei de chegar na , por que você não vem para cá, a gente bebe alguma coisa e você relaxa?
- Isso! - concordou animada, levantando do sofá num pulo, fazendo o namorado rir.
- Eu não quero atrapalhar vocês.
- Não vai, não. - O menino seguia a namorada atento, vendo-a remexendo no bar que tinha na sua sala a procura de um vinho - A já está até separando a bebida, vem logo.
- Ok, até daqui a pouco.
- Até.
Danny se aproximou da namorada e abraçou-a pela cintura. A menina sorriu e se virou de frente para ele, abraçando-o pelo pescoço, com uma garrafa em mãos. Eles ficaram se encarando por um tempo em silêncio até que o rapaz acariciou o rosto da mulher na sua frente, abrindo um sorriso.
- Obrigado por aceitar a ideia. - Ela concordou com a cabeça, sorrindo junto com o menino.
- Ele ainda está apaixonado pela ? - Foi a vez do menino concordar - Eu queria tanto que ela escolhesse ele.
- Todos nós, amor. - Danny confessou - Eu nunca vi ele assim, parece que conhecê-la só fez ele se apaixonar mais ainda.
- É que agora ele conhece muito mais que a beleza estética da e, caras como o Tom, se apaixonam mesmo é pelo que a mulher tem no interior. - Ela deu de ombros - Antes era uma coisa carnal, agora é muito mais que isso.
- Você está certa.
- Eu sempre estou. - Ela brincou, fazendo-o rir.
- Então vem cá e me dá um beijo. - Ela gargalhou daquela frase, mas, no segundo seguinte, estava toda derretida beijando o menino.
Algum tempo se passou e Tom estava dirigindo em direção a casa de . O menino tinha tomado banho e estava de calça preta e uma camisa branca de gola V que deixava uma das pontas de sua estrela aparecendo. Ele estacionou quase que na porta do prédio e esperou na portaria até que os amigos liberassem a sua subida.
- Tom! - o recebeu toda animada, abraçando forte o rapaz.
- Oi . - o rapaz abriu um sorriso leve.
No momento seguinte, ao cumprimentar Danny, ele percebeu que tinha tomado a decisão certa de aceitar o convite do amigo. Ele mal chegou na casa e já estava se sentindo renovado. Estava tudo preparado na mesa de centro da sala, a menina tinha cortado alguns queijos e separados alguns outros aperitivos e os três se sentaram no sofá, com suas respectivas taças de vinho.
Eles conversavam sobre diversos assuntos e, como foi combinado entre o casal, nunca tocavam no nome de . Foi no meio de uma gargalhada sobre algo que Danny acabara de falar que o celular de tocou e, notando que era justamente a amiga, a menina pediu licença e se afastou.
- Oi . - atendeu na varanda do apartamento, longe o bastante para poder falar normal com a amiga sem que Tom escutasse.
- Ai que bom que você me atendeu, amiga. - A menina suspirou do outro lado da linha.
- Aconteceu alguma coisa? - franziu o cenho, preocupada, mas a menina soltou um riso que a acalmou.
- O Phill está viajando e eu não aguento mais ficar sozinha, sem fazer nada. - Uma ideia começou a rondar a cabeça de , ao ouvir a amiga proferir aquela frase - Você não quer vir pra cá não? A gente vê um filme, toma alguma coisa, que tal?
- Eu tenho uma ideia melhor. - A menina alargou o sorriso - Por que você não vem pra cá?
- Por que eu acho que você está tramando alguma coisa?
- Você só vai descobrir se vier.
- Ok, você ganhou. - se deu por vencida, alargando ainda mais o sorriso da amiga - Daqui a pouco estou ai.
não esperou se despedir e desligou o telefone. Ela tinha passado o sábado inteiro jogada no sofá, olhando a cada minuto para o celular, pensando se devia ou não ligar para Tom. A menina queria conversar com ele, saber como tinha sido a sua semana, se desculpar por não ter tido tempo de encontrá-lo. Porém, quanto mais pensava naquilo, mais ela achava que não devia, afinal eles nunca marcaram nada e ela tinha namorado.
Em alguns minutos, a garota já estava de banho tomado, vestindo a roupa que tinha separado: uma calça preta rasgada, um cropped cinza que parava exatamente na barra da calça e seu all star branco. Ela secou o cabelo, fazendo ele ficar com algumas ondas nas pontas e se limitou a passar um rímel e um gloss, afinal ia só na casa da sua amiga.
Dando uma última olhada no espelho, gostou do que viu. Catou a sua bolsa, chamou um uber e, assim que entrou no carro, mandou uma mensagem para Phill, avisando que ia na casa de . Ela chegou no prédio sem muitas delongas e ficou esperando na portaria enquanto o porteiro interfonava para anunciar a sua chegada.
deu um pulo ao ouvir o interfone tocar e correu até a cozinha para atender. Tom e Danny se entreolharam confusos, afinal não estavam esperando mais ninguém e, quando a menina começou a caminhar até a porta, eles a seguiram com o olhar.
- Quem é, amor? - Mal Danny acabou de perguntar e já aparecia no corredor.
- Oi amiga! - A voz da garota soou animada e Tom engoliu em seco.
Danny olhou rapidamente para o amigo, que tinha ficado pálido de espanto e, quando voltou a olhar na direção da porta, viu as duas meninas entrando lado a lado. A reação de foi quase que a mesma que a de Tom ao vê-lo ali, sentado ao lado do guitarrista, encarando-a.
- Erm, desculpa. - falou, extremamente sem graça - Eu não quero atrapalhar vocês.
- Que isso, . - Danny se levantou - Lógico que você não atrapalha.
A garota abriu um sorriso que contagiou Tom. Ela cumprimentou Danny com dois beijos e, quando chegou perto de Tom, o abraçou forte, sendo igualmente correspondida. Como ela estava de tênis e era mais baixa que o rapaz, ela ficou na ponta dos pés, sendo apoiada por ele.
Os dois se separaram quando voltou com a taça da menina, que foi enchida por Tom. Eles se sentaram no chão, um do lado do outro, com as costas encostadas no armário que tinha embaixo da tv de , enquanto ela e Danny se sentaram no sofá.
Conforme eles iam conversando e bebendo, o clima ia ficando ainda mais gostoso. Num determinado momento, já estava descalça, com as pernas apoiadas no colo de Tom, que fazia massagem nos pés da garota. , que estava bebendo bem mais rápido que os outros e, por isso, já se encontrava bem bêbada, notou a cena e não conseguiu se conter.
- Vocês formam um casal tão lindo. - Ela confessou, se apoiando no namorado, fazendo corar na hora - Eu não entendo porque você ainda está com aquele chato do Phillip.
- Ok, amor. - Danny disse, tirando a taça quase que vazia da mão da namorada - Já deu por hoje, você não está mais pensando direito.
- Claro que estou. - Ela se jogou em cima dele, tentando recuperar a taça, mas parou bruscamente.
encarou a amiga de cenho franzido e, ao vê-la ficar levemente esverdeada, se assustou. Demorou alguns segundos até que levantou num pulo do sofá, fazendo os três se assustarem, e correu para o banheiro.
- Ela vai vomitar.
também levantou num pulo, sendo seguida rapidamente por Tom e Danny, indo todos na direção de . Quando os rapazes chegaram no banheiro, já segurava os cabelos da amiga para que eles não se misturassem com o vômito, ajoelhada ao seu lado.
- Danny, eu preciso de um copo d'água. - Ela olhou para o rapaz, que concordou com a cabeça e saiu na direção da cozinha - Tom, você pega a minha bolsa, por favor?
- Claro, já volto. - O garoto respondeu, correndo de volta para a sala e pegando a bolsa da menina.
Quando os dois voltaram para o banheiro, já estava sentada no chão, com a cabeça apoiada na parede. misturou um remédio que tirou de sua bolsa na água que Danny levou e estendeu o copo para a amiga.
- Toma, . - A menina a olhou, com o cenho franzido - É remédio de enjoo, vai te ajudar a melhorar.
- Obrigada. - A voz da menina saiu fraca e tomou todo aquele conteúdo de uma só vez.
- Vem, vou te levar para tomar um banho. - Danny estendeu a mão para a namorada, que aceitou a ajuda para se levantar.
Eles saíram do banheiro abraçados, sumindo pelo corredor que dava para o interior do apartamento. suspirou, dando descarga no vaso e, com a ajuda de Tom, também se levantou.
- Você vai ser uma ótima mãe. - O rapaz disse, fazendo a menina sorrir.
- Quando a gente era mais nova, ela sempre segurava o meu cabelo quando eu passava mal. - Ela deu de ombros - Foi a minha chance de retribuir.
Eles se olharam e ficaram alguns minutos parados, conectados em silêncio. nunca gostou do vazio de palavras que vem junto com o silêncio, sempre achou aquilo mais ensurdecedor do que mil e uma pessoas gritando ao mesmo tempo, mas ali, perdida no olhar de Tom, o silêncio não a assustou, pelo contrário, era até muito convidativo.
Tom, por sua vez, estava se sentindo estranho. Ele não queria continuar somente olhando-a, ele queria tocá-la. A mecha do cabelo dela solta, dançando com a brisa que vinha da varanda, estava convidativa demais e, sem pensar duas vezes, o rapaz a tocou, colocando-a para trás da orelha da menina, sentindo a maciez daquele cabelo pela primeira vez.
- Por que você não apareceu essa semana? - A voz dele saiu num sussurro, arrepiando a menina.
- Foi tudo muito corrido no set. - Ela respondeu no mesmo tom - Me desculpa te fazer esperar por mim.
- Não tem problema. - O rapaz deu um leve sorriso.
não conseguiu se controlar e levou a mão até a bochecha do rapaz, sentindo a covinha dele, que apareceu por causa do sorriso, por debaixo de seus dedos. Tom seguiu os movimentos da menina com seus próprios dedos, fazendo-a fechar os olhos diante do carinho. Naquele momento, ela caiu em si e, quando voltou a encará-lo, levou a sua mão ao encontro da dele e a tirou de seu rosto, segurando-a.
- Vem, vamos arrumar essas coisas para o Danny não ter mais esse trabalho. - Ela disse, fazendo-o concordar.
Ela saiu andando até a mesa de centro, puxando-o pela mão. Eles recolheram uma parte das coisas espalhadas, levando-as para a cozinha. Enquanto a garota já ia lavando as louças que eles conseguiram levar, o rapaz voltou para a sala, para arrumar o resto das coisas em cima de uma bandeja que pegou na cozinha.
Assim que voltou para o cômodo, alguns minutos depois, encontrou cantando “Come What May”, de Moulin Rouge, completamente alheia a sua presença. A voz dela era extremamente gostosa de se ouvir e, se fosse para Tom compará-la à alguma coisa, seria com a voz de um anjo.
- Quer dizer que você gosta de musicais?
- Que susto, Tom. - Ela quase pulou quando a voz dele soou atrás dela.
- Desculpe, não foi a intenção. - Ele se aproximou dela, colocando o resto da louça na pia e guardando o que não ia ser lavado.
- Tudo bem. - Ela voltou a sua atenção para o copo que estava lavando - Eu amo musicais, sempre foi meu sonho interpretar a Satin.
- Essa eu não perderia por nada.
- Por quê?
- Você tem uma voz linda.
- Obrigada. - Os dois sorriram - Você não sabe o quanto esse elogio significa vindo de você.
- Verdade, esqueci que você ama as minhas músicas. - Ele piscou para a menina, pegando um pano de prato para secar o que ela já tinha lavado.
- Exatamente. - Ela respondeu, no meio de uma risada.
Danny, que, finalmente, tinha conseguido colocar para dormir, apareceu na sala e, ao ver que os amigos estavam na cozinha, foi na direção do cômodo. Ele estava prestes a brigar com eles, por estarem lavando a louça, mas encontrou os dois em um clima tão gostoso que não teve coragem de interromper.
Tom e saíram da cozinha depois de deixarem tudo arrumado no meio de alguns risos. Eles se assustaram ao ver Danny na sala, cochilando no sofá, provavelmente à espera deles. Tom caminhou na direção do amigo, enquanto sentou no sofá para calçar as meias e o tênis.
- Danny. - Ele o cutucou, fazendo o menino acordar sobressaltado.
- Foi mal, mate. - Ele olhou para os lados, tentando se situar - Acabei pegando no sono.
- Relaxa, a gente já está indo. - levantou, sorrindo para o anfitrião e concordando com Tom.
- Mas já está muito tarde, é perigoso para a ficar andando por ai sozinha.
- Fica tranquilo, Danny. - A menina desviou seu olhar dele para encarar Tom - Eu não vou embora sozinha.
O menino concordou e caminhou até a porta com os amigos. Ele se despediu de Tom, pedindo para o menino ligar no dia seguinte e, depois de abraçar , passou as mãos pelo cabelo, num puro ato de nervosismo. A menina podia ver que ele estava incomodado com algo, mas que não sabia bem como falar.
- O que foi, Danny?
- Desculpa pela . - ele soltou, fazendo a menina concordar - Você sabe como ela fica quando bebe muito.
- Não se preocupe, sério. - ela sorriu - Nada que ela já não tenha me falado sóbria.
O elevador chegou e, enquanto Tom segurava a porta para que ele não saísse do andar, se despediu novamente de Danny, entrando logo em seguida, acompanhada por Tom. O rapaz sorriu, relembrando das cenas que tinha presenciado dos dois naquela noite e não teve como não concordar com a namorada de que eles formavam um casal muito bonito.
Durante todo o caminho, desde que saíram do elevador, até quando Tom parou o carro na frente do prédio da menina, eles não pararam de rir e conversar. Aquela semana que eles não se viram fez com que as histórias se acumulassem e a menina agradecia, mentalmente, ter aceito ir para a casa de naquela noite.
- Bom, está entregue. - Ele disse, fazendo olhar para o imponente arranha-céu à sua frente.
Uma vontade enorme de implorá-lo para não deixá-la passar aquela noite sozinha se apoderava da menina. Porém, num momento de lucidez, percebeu o quanto aquilo era errado, tanto com Tom, quanto com Phillip. Ela balançou levemente a cabeça, tentando dispersar aqueles pensamentos e se voltou para o menino, com um sorriso no rosto.
- Obrigada. - Ela agradeceu, encarando-o - Pela noite e pela carona.
- Obrigado você. - Ele tocou novamente a bochecha da menina.
O rapaz tinha total noção que aquilo era errado e que, se fizesse, provavelmente, nunca mais veria a menina na sua frente, mas a vontade de beijá-la era maior do que todas as suas certezas. Ele precisava beijar aqueles lábios, sentir a sua maciez, provar, de uma vez por todas, o gosto da menina.
O que o menino não esperava, muito menos , é que ela sentia o mesmo desejo. Ali, olhando para Tom, ela estava completamente entregue. A jovem deixou que ele aproximasse os seus rostos, mas quando ela fechou os olhos, prestes a beijá-lo, a imagem de Phillip surgiu na sua mente, fazendo-a colocar uma mão no peito de Tom, fazendo-o parar.
- Desculpa, Tom. - Ela sussurrou, com os lábios quase roçando nos do rapaz - Mas eu não posso.
- Eu sei. - Ele se limitou a falar, afastando-se um pouco dela e voltando a encará-la - Eu não quis te forçar a nada, juro.
- Eu sei. - Ela sorriu, se perdendo momentaneamente no olhar dele.
- Só não deixa esse meu erro afastar a gente. - Ele quase que a implorou, fazendo carinho na bochecha da menina.
- Isso não vai acontecer, fica tranquilo. - Ela sorriu, tirando gentilmente a mão dele de seu rosto - Boa noite, Tom.
- Espera. - Ele pediu, assim que a mão dela tocou a maçaneta.
Ela o olhou, um pouco receosa e, ao ver que o garoto tinha saído do carro, soltou uma risada. O rapaz contornou o veículo, parando de frente da porta dela, abrindo-a. A menina riu ainda mais quando ele esticou a mão para ajudá-la a sair do carro.
- Boa noite, . - ele disse, fazendo-a concordar.
Tom ficou apoiado no carro, observando-a se afastar. Quando viu a menina desaparecer na portaria do prédio, entrou no mesmo e, com um sorriso no rosto, dirigiu até a sua casa. A noite não tinha terminado exatamente como ele queria, mas, mesmo assim, estava radiante. Mesmo com o fiasco do beijo dentro do carro, o simples fato dele ter quase acontecido, o deixava com ainda mais esperanças de que, um dia, ela poderia corresponder os seus sentimentos.
O que ele não sabia, mas que ficou claro para naquela noite, era que ela já o correspondia. Deitada na sua cama, encarando o teto do quarto escuro, a jovem não conseguia tirar aquele quase beijo da cabeça. Ela se culpava por aquilo, lógico, mas parte da culpa que sentia, por mais que a menina tentasse abafá-la, era a de não ter deixado ele acontecer.
Capítulo 4
acordou, no dia seguinte, sobressaltada. Assim como no resto da noite, a menina estava tendo um pesadelo que envolvia Tom e Phill. Ela sentou na cama, secando o suor da testa com o dorso da mão e se esticou para pegar o celular encima do criado mudo. O aparelho indicava que eram sete horas da manhã, fazendo a jovem jogar seu corpo para trás, deitando novamente, cobrindo os olhos com o braço.
Ainda faltavam duas horas para o seu despertador tocar e quatro para o avião de Phill pousar no aeroporto internacional de Londres. Ela queria ainda sentir sono, afinal, se sentia exausta, porém estava tão agitada que se sentia capaz de correr uma maratona. Acabou sorrindo diante daquele pensamento e, com um suspiro derrotado, levantou, indo em direção ao banheiro.
Assim que entrou no cômodo, se assustou ao ver o seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam pequenos e avermelhados, tinha enormes olheiras, seus cabelos estavam extremamente bagunçados devido a noite mal dormida e algumas gotas de suor ainda brilhavam na parte superior de sua testa por causa dos pesadelos.
- Eu preciso de um banho. - Ela falou sozinha, olhando para o box pelo reflexo do espelho.
A menina estava vestida com uma camisola de seda e uma calcinha de renda, ambas roxas. Ela se despiu e, enquanto penteava o cabelo, ligou o chuveiro. Esperou até que a água estivesse quente e entrou de uma só vez, deixando-a bater em suas costas, relaxando. Aproveitou que tinha tempo de sobra e demorou mais que o recomendado no banho.
deixou o banheiro enrolada na toalha, indo na direção do armário para pegar uma roupa qualquer de andar em casa. Uma vez vestida, se encaminhou até a cozinha para preparar um café da manhã. Enquanto fazia o seu ovo mexido, colocou uma playlist qualquer para tocar no aleatório. Assim que “Star Girl" começou a tocar e a voz de Tom soou pelo aparelho, um arrepio percorreu todo o corpo da menina.
De uma só vez, todos os seus pensamentos voltaram a ser sobre a noite anterior e aqueles últimos minutos no carro dele. Quando ela voltou a si, percebeu que a comida estava quase queimando, fazendo-a desligar o fogo rapidamente. A música continuava tocando e, com o intuito de parar de pensar no garoto, parou-a.
comeu em silêncio, tentando pensar em qualquer outra coisa, não tendo nenhum sucesso. Seu coração só faltava saltar de seu peito quando a lembrança de Tom, perto o bastante para que sua respiração batesse nos lábios da menina, invadia a sua mente. Ela se sentia dividida, com dúvida, não entendia muito bem o que estava sentindo. Por um lado, ela tinha certeza que amava Phillip e que não saberia viver sem o menino. Por outro, uma chama ardia tão forte por Tom que o único nome possível para aquilo era paixão.
- Ele é seu maior ídolo, você só está confundindo as coisas. - Ela falou para si mesma, tentando se convencer que o que sentia pelo cantor não era nada mais do que um amor de fã.
Ela balançou a cabeça, tentando dispersar aqueles pensamentos mais uma vez. Quando percebeu que precisava distrair sua mente com outra coisa, se levantou da mesa e foi lavar a louça, rindo sozinha, pensando que seria exatamente isso que a sua mãe falaria para ela fazer se a visse ociosa.
A menina decidiu, naquele momento, que o dia seria especialmente voltado para Phill. Ela se encaminhou até o armário e decidiu que ficaria linda para o reencontro com o namorado. Agradeceu por estar um lindo dia de sol e escolheu um vestido de alça, florido, com o fundo preto e uma sandália de salto da mesma cor. Ela passou uma maquiagem leve e prendeu os cabelos num coque desgrenhado que deixava alguns fios soltos.
Sem se importar se já estava ou não na hora que programou, foi em direção a porta da sala e, pegando sua bolsa pelo caminho, apenas saiu do apartamento. Em poucos minutos, já estava dentro do carro, botando o seu óculos de sol e dando partida no automóvel, seguindo na direção do aeroporto.
Para a sua surpresa, Londres estava extremamente movimentada, o que gerou um trânsito anormal para a hora e para o dia. O fato de ter saído um tempo mais cedo foi crucial para que ela conseguisse chegar ao aeroporto poucos minutos antes do horário previsto para o voo de Phill pousar. Ela sorriu ao sentir um frio na barriga, como sempre acontecia nas vezes que o esperava chegar de uma viagem.
sentou num banco em frente ao desembarque, esperando-o. Sua perna não parava de mexer um segundo sequer e, tentando aliviar a ansiedade de vê-lo novamente, pegou o celular e começou a ler algumas notícias. Quando levantou seu olhar do telefone para a porta na sua frente, assim que percebeu o aumento de circulação de pessoas por ali, encontrou Phillip vindo na sua direção.
A menina se levantou num salto, andando apressadamente ao encontro do namorado. Assim que a distância entre os dois se tornou insignificante, a jovem agarrou o rapaz pelo pescoço, sendo correspondida por um abraço apertado. Ela afundou o seu rosto no pescoço dele, respirando fundo, inalando aquele perfume que tanto sentia falta.
- Eu estava com saudades. - Ouviu a voz de Phill sussurrar próxima ao seu ouvido e sorriu, se afastando para olhá-lo.
- Eu também, meu amor.
Eles se beijaram. A cena, para qualquer um que olhasse, era linda. e Phill eram um casal que parecia ter sido tirado de um filme e ali, naquele reencontro, ambos emanavam uma aura apaixonante. A menina sorriu no meio do beijo, fazendo o rapaz acompanhá-la. Eles se separaram e começaram a andar lado a lado, com os dedos entrelaçados.
- O que vamos fazer hoje? - Phill perguntou, se sentando no banco do motorista.
Eles já tinham chegado no carro da menina e o rapaz colocou sua mala no banco de trás do carro. se sentou no banco do carona e, com um sorriso no rosto, encarou o namorado. Phill estava lindo, com uma calça jeans escura e uma blusa cinza escura com um bolso do lado esquerdo de um cinza mais claro.
- Só não queria ficar em casa.
- Sem problemas, meu amor. - Ele deu partida no carro - Vamos almoçar, então. Estou cheio de fome.
- Japa? - Ela perguntou, animada, fazendo o garoto dar uma gargalhada gostosa.
- Japa!
Ela bateu palmas de animação, fazendo gargalhar ainda mais. Eles conversaram sobre a viagem do rapaz durante todo o trajeto até o restaurante. Phill lhe contava sobre os negócios que fechou, as pessoas que conheceu e o sorriso existente no rosto do rapaz a contagiava de um jeito inexplicável.
- E como foi na , amor? - Ele perguntou, assim que se sentaram na mesa do restaurante.
considerou um pouco aquela pergunta. Ela queria contar-lhe tudo, tirar aquele peso dentro dela, mas sabia que determinados detalhes fariam com que eles brigassem e isso era a última coisa que a menina queria. Mas, sabia também, que precisava falar que Tom tinha lhe dado uma carona, afinal, o porteiro tinha visto os dois e poderia falar alguma coisa.
- Foi divertido. - Ela abaixou a cabeça - O Tom e o Danny também estavam lá.
- Ei. - Ele tocou no queixo dela, fazendo-a voltar a encará-lo - O que foi?
- Pensei que você fosse brigar comigo. - sua voz saiu num sussurro, demonstrando todo o seu medo, fazendo o menino lhe lançar um sorriso reconfortante.
- Eu não quero estragar o nosso dia. - Ele tocou levemente a bochecha da menina, fazendo um carinho gostoso ali - E eu sei como é a , duvido que ela tenha te contado isso antes de você chegar lá.
- É, ela não falou. - Ele sorriu mais abertamente.
- Eu sei que você não teria aceitado ir sabendo que eles estavam lá. - Ela concordou.
Era verdade que ela não aceitaria, mas não pelo motivo que Phill estava pensando. Ela não iria apenas por achar que iria atrapalhar a noite deles, mas preferiu omitir aquela informação. O garçom chegou para anotar os pedidos deles, o que deu à menina um tempo para pensar em como contaria sobre a carona. Ela começou a contar como tinha sido a noite em si e parecia que o menino estava realmente empenhado em não criar algum problema.
- Acabou que, como eu achei que ia dormir lá, preferi não ir de carro. - Ele concordou com a cabeça, enquanto molhava um sashimi no molho shoyo - Aí o Tom me deu uma carona até em casa.
Naquele momento, o garoto se engasgou. Phill esperava tudo, menos aquele desfecho. o encarava com um olhar preocupado, se preparando para uma explosão de ciúmes do namorado. O menino tomou um pouco do seu saquê, tentando digerir aquela informação e se limitou a concordar com a cabeça.
- Vamos mudar de assunto, ok? - Ele pediu, tentando se controlar e a namorada apenas concordou com a cabeça.
No segundo seguinte, eles já conversavam sobre coisas completamente variadas e que não envolviam a noite anterior. Phill parecia bem mais calmo no final do almoço, o que aliviou . Eles decidiram ir ver um filme no cinema e acabaram a noite comendo uma pizza na sala do apartamento deles.
A menina estava sentada no meio das pernas do rapaz, ambos com taças de vinho na mão. Ela repousava a sua cabeça no peito dele, ouvindo seu coração bater calmamente. O menino estava com as costas apoiadas no sofá e, com a mão que não segurava a taça, fazia um cafuné gostoso na amada.
- Eu não gosto quando a gente fica muito tempo sem se ver. - assumiu, fazendo o menino suspirar.
- Eu também não. - Ele largou a taça no chão e a abraçou apertado - Você me faz muita falta.
Ela repetiu o ato dele e também colocou a sua taça no chão. Mas, ao invés de abraçá-lo, ela se levantou, fazendo-o olhá-la com o cenho franzido. A jovem esticou a mão para ele, que entendeu o que a namorada queria. Ele também se levantou, deixando-a guiá-lo casa adentro.
Eles chegaram no quarto e a menina fechou a porta atrás de si. No segundo seguinte, eles já se beijavam. Phill pressionava o corpo da garota entre o seu e a porta fechada, enquanto a sua mão explorava-o sem nenhum pudor. O ar já faltava quando o empurrou na cama, sentando por cima dele. Eles se encararam por um tempo, tentando recuperar o fôlego e Phillip se sentou, aproximando ainda mais seu corpo do dela.
- Eu não sei viver sem você. - Ela confessou, de olhos fechados, enquanto o rapaz distribuía beijos e chupões pelo seu pescoço.
Ela percebeu que ele sorriu ao ouvir aquela frase e, num movimento ágil, trocou as posições dos dois, deitando-se em cima dela. Ele voltou a encará-la, com os olhos ardendo em tesão e se aproximou da orelha dela, respirando pesadamente enquanto dedilhava as costelas da jovem.
- É só você se comportar que eu não vou a lugar nenhum. - Ele apertou a cintura da menina, fazendo-a soltar um gemido baixo.
Phillip voltou a beijá-la, agora com muito mais intensidade do que antes. Enquanto a sua mão voltava a explorar o corpo da jovem, as de se encaminharam para a barra da blusa que o namorado vestia. Ele se despiu todo de uma só vez, partindo o beijo por alguns segundos, mas logo voltando sua atenção aos lábios dela, apenas de boxer.
As mãos de Phill, agora, tinham um rumo certo: desfazer o laço que prendia o vestido de . Assim que ela sentiu o vestido se abrindo e a pele dele tocar a dela, um arrepio percorreu todo o seu corpo. Ela se afastou um pouco da cama, deixando-o tirar de vez o tecido dali e, antes que ele pudesse prever, ela já tinha invertido novamente as posições.
Uma vez sentada no rapaz, a menina começou alguns movimentos de vai e vem, ainda por cima da cueca do namorado. Phill a segurava pela cintura firmemente, observando enquanto a menina se despia de sua lingerie.
- , por favor… - o rapaz suplicou, alguns minutos depois que a jovem começou a arranhar seu peito e a distribuir beijos pelo seu pescoço, gemendo, ora ou outra no pé de seu ouvido.
Sem pensar duas vezes, ela se encaixou nele e começou as suas investidas. Phill se contorcia de prazer embaixo da namorada, soltando o ar pesadamente e fechando os olhos ora ou outra, se concentrando o máximo para prolongar aquilo o máximo que conseguisse.
gemia, o que não o ajudava em nada, e, sem conseguir mais se conter, pressionou o corpo dela contra o seu, puxando a sua cintura para o mais perto possível dele, numa última investida profunda. A menina suava quando deitou em cima do rapaz, relaxando.
Ele começou a acariciar as costas da mulher, ora ou outra passando a mão por sua bunda, tirando alguns risos cansados da mesma. Ela se levantou quando sua respiração já estava normalizada e deitou do lado dele, apoiando a cabeça no peito nu do rapaz e recebendo um cafuné.
Phill estava exausto por causa do sexo e da viagem e, em poucos minutos, dormiu. riu ao ouvi-lo roncando baixo e se aconchegou ainda mais no peito do namorado. O cheiro que emanava do rapaz, combinado com a noite anterior na qual mal dormira, fez a menina pegar no sono rápido, mas nenhum dos dois a impediu de ter pesadelos.
Ainda faltavam duas horas para o seu despertador tocar e quatro para o avião de Phill pousar no aeroporto internacional de Londres. Ela queria ainda sentir sono, afinal, se sentia exausta, porém estava tão agitada que se sentia capaz de correr uma maratona. Acabou sorrindo diante daquele pensamento e, com um suspiro derrotado, levantou, indo em direção ao banheiro.
Assim que entrou no cômodo, se assustou ao ver o seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam pequenos e avermelhados, tinha enormes olheiras, seus cabelos estavam extremamente bagunçados devido a noite mal dormida e algumas gotas de suor ainda brilhavam na parte superior de sua testa por causa dos pesadelos.
- Eu preciso de um banho. - Ela falou sozinha, olhando para o box pelo reflexo do espelho.
A menina estava vestida com uma camisola de seda e uma calcinha de renda, ambas roxas. Ela se despiu e, enquanto penteava o cabelo, ligou o chuveiro. Esperou até que a água estivesse quente e entrou de uma só vez, deixando-a bater em suas costas, relaxando. Aproveitou que tinha tempo de sobra e demorou mais que o recomendado no banho.
deixou o banheiro enrolada na toalha, indo na direção do armário para pegar uma roupa qualquer de andar em casa. Uma vez vestida, se encaminhou até a cozinha para preparar um café da manhã. Enquanto fazia o seu ovo mexido, colocou uma playlist qualquer para tocar no aleatório. Assim que “Star Girl" começou a tocar e a voz de Tom soou pelo aparelho, um arrepio percorreu todo o corpo da menina.
De uma só vez, todos os seus pensamentos voltaram a ser sobre a noite anterior e aqueles últimos minutos no carro dele. Quando ela voltou a si, percebeu que a comida estava quase queimando, fazendo-a desligar o fogo rapidamente. A música continuava tocando e, com o intuito de parar de pensar no garoto, parou-a.
comeu em silêncio, tentando pensar em qualquer outra coisa, não tendo nenhum sucesso. Seu coração só faltava saltar de seu peito quando a lembrança de Tom, perto o bastante para que sua respiração batesse nos lábios da menina, invadia a sua mente. Ela se sentia dividida, com dúvida, não entendia muito bem o que estava sentindo. Por um lado, ela tinha certeza que amava Phillip e que não saberia viver sem o menino. Por outro, uma chama ardia tão forte por Tom que o único nome possível para aquilo era paixão.
- Ele é seu maior ídolo, você só está confundindo as coisas. - Ela falou para si mesma, tentando se convencer que o que sentia pelo cantor não era nada mais do que um amor de fã.
Ela balançou a cabeça, tentando dispersar aqueles pensamentos mais uma vez. Quando percebeu que precisava distrair sua mente com outra coisa, se levantou da mesa e foi lavar a louça, rindo sozinha, pensando que seria exatamente isso que a sua mãe falaria para ela fazer se a visse ociosa.
A menina decidiu, naquele momento, que o dia seria especialmente voltado para Phill. Ela se encaminhou até o armário e decidiu que ficaria linda para o reencontro com o namorado. Agradeceu por estar um lindo dia de sol e escolheu um vestido de alça, florido, com o fundo preto e uma sandália de salto da mesma cor. Ela passou uma maquiagem leve e prendeu os cabelos num coque desgrenhado que deixava alguns fios soltos.
Sem se importar se já estava ou não na hora que programou, foi em direção a porta da sala e, pegando sua bolsa pelo caminho, apenas saiu do apartamento. Em poucos minutos, já estava dentro do carro, botando o seu óculos de sol e dando partida no automóvel, seguindo na direção do aeroporto.
Para a sua surpresa, Londres estava extremamente movimentada, o que gerou um trânsito anormal para a hora e para o dia. O fato de ter saído um tempo mais cedo foi crucial para que ela conseguisse chegar ao aeroporto poucos minutos antes do horário previsto para o voo de Phill pousar. Ela sorriu ao sentir um frio na barriga, como sempre acontecia nas vezes que o esperava chegar de uma viagem.
sentou num banco em frente ao desembarque, esperando-o. Sua perna não parava de mexer um segundo sequer e, tentando aliviar a ansiedade de vê-lo novamente, pegou o celular e começou a ler algumas notícias. Quando levantou seu olhar do telefone para a porta na sua frente, assim que percebeu o aumento de circulação de pessoas por ali, encontrou Phillip vindo na sua direção.
A menina se levantou num salto, andando apressadamente ao encontro do namorado. Assim que a distância entre os dois se tornou insignificante, a jovem agarrou o rapaz pelo pescoço, sendo correspondida por um abraço apertado. Ela afundou o seu rosto no pescoço dele, respirando fundo, inalando aquele perfume que tanto sentia falta.
- Eu estava com saudades. - Ouviu a voz de Phill sussurrar próxima ao seu ouvido e sorriu, se afastando para olhá-lo.
- Eu também, meu amor.
Eles se beijaram. A cena, para qualquer um que olhasse, era linda. e Phill eram um casal que parecia ter sido tirado de um filme e ali, naquele reencontro, ambos emanavam uma aura apaixonante. A menina sorriu no meio do beijo, fazendo o rapaz acompanhá-la. Eles se separaram e começaram a andar lado a lado, com os dedos entrelaçados.
- O que vamos fazer hoje? - Phill perguntou, se sentando no banco do motorista.
Eles já tinham chegado no carro da menina e o rapaz colocou sua mala no banco de trás do carro. se sentou no banco do carona e, com um sorriso no rosto, encarou o namorado. Phill estava lindo, com uma calça jeans escura e uma blusa cinza escura com um bolso do lado esquerdo de um cinza mais claro.
- Só não queria ficar em casa.
- Sem problemas, meu amor. - Ele deu partida no carro - Vamos almoçar, então. Estou cheio de fome.
- Japa? - Ela perguntou, animada, fazendo o garoto dar uma gargalhada gostosa.
- Japa!
Ela bateu palmas de animação, fazendo gargalhar ainda mais. Eles conversaram sobre a viagem do rapaz durante todo o trajeto até o restaurante. Phill lhe contava sobre os negócios que fechou, as pessoas que conheceu e o sorriso existente no rosto do rapaz a contagiava de um jeito inexplicável.
- E como foi na , amor? - Ele perguntou, assim que se sentaram na mesa do restaurante.
considerou um pouco aquela pergunta. Ela queria contar-lhe tudo, tirar aquele peso dentro dela, mas sabia que determinados detalhes fariam com que eles brigassem e isso era a última coisa que a menina queria. Mas, sabia também, que precisava falar que Tom tinha lhe dado uma carona, afinal, o porteiro tinha visto os dois e poderia falar alguma coisa.
- Foi divertido. - Ela abaixou a cabeça - O Tom e o Danny também estavam lá.
- Ei. - Ele tocou no queixo dela, fazendo-a voltar a encará-lo - O que foi?
- Pensei que você fosse brigar comigo. - sua voz saiu num sussurro, demonstrando todo o seu medo, fazendo o menino lhe lançar um sorriso reconfortante.
- Eu não quero estragar o nosso dia. - Ele tocou levemente a bochecha da menina, fazendo um carinho gostoso ali - E eu sei como é a , duvido que ela tenha te contado isso antes de você chegar lá.
- É, ela não falou. - Ele sorriu mais abertamente.
- Eu sei que você não teria aceitado ir sabendo que eles estavam lá. - Ela concordou.
Era verdade que ela não aceitaria, mas não pelo motivo que Phill estava pensando. Ela não iria apenas por achar que iria atrapalhar a noite deles, mas preferiu omitir aquela informação. O garçom chegou para anotar os pedidos deles, o que deu à menina um tempo para pensar em como contaria sobre a carona. Ela começou a contar como tinha sido a noite em si e parecia que o menino estava realmente empenhado em não criar algum problema.
- Acabou que, como eu achei que ia dormir lá, preferi não ir de carro. - Ele concordou com a cabeça, enquanto molhava um sashimi no molho shoyo - Aí o Tom me deu uma carona até em casa.
Naquele momento, o garoto se engasgou. Phill esperava tudo, menos aquele desfecho. o encarava com um olhar preocupado, se preparando para uma explosão de ciúmes do namorado. O menino tomou um pouco do seu saquê, tentando digerir aquela informação e se limitou a concordar com a cabeça.
- Vamos mudar de assunto, ok? - Ele pediu, tentando se controlar e a namorada apenas concordou com a cabeça.
No segundo seguinte, eles já conversavam sobre coisas completamente variadas e que não envolviam a noite anterior. Phill parecia bem mais calmo no final do almoço, o que aliviou . Eles decidiram ir ver um filme no cinema e acabaram a noite comendo uma pizza na sala do apartamento deles.
A menina estava sentada no meio das pernas do rapaz, ambos com taças de vinho na mão. Ela repousava a sua cabeça no peito dele, ouvindo seu coração bater calmamente. O menino estava com as costas apoiadas no sofá e, com a mão que não segurava a taça, fazia um cafuné gostoso na amada.
- Eu não gosto quando a gente fica muito tempo sem se ver. - assumiu, fazendo o menino suspirar.
- Eu também não. - Ele largou a taça no chão e a abraçou apertado - Você me faz muita falta.
Ela repetiu o ato dele e também colocou a sua taça no chão. Mas, ao invés de abraçá-lo, ela se levantou, fazendo-o olhá-la com o cenho franzido. A jovem esticou a mão para ele, que entendeu o que a namorada queria. Ele também se levantou, deixando-a guiá-lo casa adentro.
Eles chegaram no quarto e a menina fechou a porta atrás de si. No segundo seguinte, eles já se beijavam. Phill pressionava o corpo da garota entre o seu e a porta fechada, enquanto a sua mão explorava-o sem nenhum pudor. O ar já faltava quando o empurrou na cama, sentando por cima dele. Eles se encararam por um tempo, tentando recuperar o fôlego e Phillip se sentou, aproximando ainda mais seu corpo do dela.
- Eu não sei viver sem você. - Ela confessou, de olhos fechados, enquanto o rapaz distribuía beijos e chupões pelo seu pescoço.
Ela percebeu que ele sorriu ao ouvir aquela frase e, num movimento ágil, trocou as posições dos dois, deitando-se em cima dela. Ele voltou a encará-la, com os olhos ardendo em tesão e se aproximou da orelha dela, respirando pesadamente enquanto dedilhava as costelas da jovem.
- É só você se comportar que eu não vou a lugar nenhum. - Ele apertou a cintura da menina, fazendo-a soltar um gemido baixo.
Phillip voltou a beijá-la, agora com muito mais intensidade do que antes. Enquanto a sua mão voltava a explorar o corpo da jovem, as de se encaminharam para a barra da blusa que o namorado vestia. Ele se despiu todo de uma só vez, partindo o beijo por alguns segundos, mas logo voltando sua atenção aos lábios dela, apenas de boxer.
As mãos de Phill, agora, tinham um rumo certo: desfazer o laço que prendia o vestido de . Assim que ela sentiu o vestido se abrindo e a pele dele tocar a dela, um arrepio percorreu todo o seu corpo. Ela se afastou um pouco da cama, deixando-o tirar de vez o tecido dali e, antes que ele pudesse prever, ela já tinha invertido novamente as posições.
Uma vez sentada no rapaz, a menina começou alguns movimentos de vai e vem, ainda por cima da cueca do namorado. Phill a segurava pela cintura firmemente, observando enquanto a menina se despia de sua lingerie.
- , por favor… - o rapaz suplicou, alguns minutos depois que a jovem começou a arranhar seu peito e a distribuir beijos pelo seu pescoço, gemendo, ora ou outra no pé de seu ouvido.
Sem pensar duas vezes, ela se encaixou nele e começou as suas investidas. Phill se contorcia de prazer embaixo da namorada, soltando o ar pesadamente e fechando os olhos ora ou outra, se concentrando o máximo para prolongar aquilo o máximo que conseguisse.
gemia, o que não o ajudava em nada, e, sem conseguir mais se conter, pressionou o corpo dela contra o seu, puxando a sua cintura para o mais perto possível dele, numa última investida profunda. A menina suava quando deitou em cima do rapaz, relaxando.
Ele começou a acariciar as costas da mulher, ora ou outra passando a mão por sua bunda, tirando alguns risos cansados da mesma. Ela se levantou quando sua respiração já estava normalizada e deitou do lado dele, apoiando a cabeça no peito nu do rapaz e recebendo um cafuné.
Phill estava exausto por causa do sexo e da viagem e, em poucos minutos, dormiu. riu ao ouvi-lo roncando baixo e se aconchegou ainda mais no peito do namorado. O cheiro que emanava do rapaz, combinado com a noite anterior na qual mal dormira, fez a menina pegar no sono rápido, mas nenhum dos dois a impediu de ter pesadelos.
Capítulo 5
A semana de foi ainda mais agitada que a anterior. Ela saía do set de filmagens, quase todos os dias, de madrugada, o que não lhe dava tempo de se encontrar com Tom. Mas, mesmo assim, o menino seguia indo até a Starbucks escrever, esperando que a menina aparecesse.
As filmagens acabaram na sexta, dia no qual a atriz só teve que comparecer para refilmar algumas poucas cenas que não tinham ficado muito boas. As gravações acabaram no meio da tarde e o sorriso no rosto da garota foi automático assim que percebeu que poderia se encontrar com o cantor.
A menina decidiu deixar o carro estacionado no estúdio e ir andando até a cafeteria, que ficava a algumas quadras de distância. Assim que saiu do set, colocou seu óculos escuro e foi caminhando, sentindo a brisa gostosa que batia contra a sua pele naquele dia.
Seu sorriso aumentou ainda mais quando entrou na Starbucks e viu Tom ali, na mesma mesa de sempre, tão imerso na sua escrita que nem reparava na movimentação à sua volta. A jovem seguiu até o caixa, fez seu pedido e, depois de pegar o seu café e o seu donut, se encaminhou na direção do rapaz.
- Se você me disser que não está escrevendo uma música, eu vou embora e nunca mais volto. - Ela tinha os olhos semicerrados, tentando parecer brava, mas tudo que conseguiu foi tirar uma gargalhada do rapaz na sua frente.
- Odeio te decepcionar, mas não estou. - Ele fechou o laptop, observando cada movimento da menina.
- Assim não dá, Tom. - Ela se afundou na cadeira que tinha acabado de sentar.
- Você não vai sossegar enquanto não chegar aqui e eu estiver compondo, não é? - Ele abriu um sorriso lindo que foi impossível de não acompanhar.
- Não. - Ela negou com a cabeça - Pode ser sobre qualquer coisa, desde que eu possa te ouvir cantar alguma música nova.
- Então a senhorita está com saudades de me ouvir cantando? - Ele estava tão feliz que não conseguiu esconder a excitação na sua voz.
- Ouvir, ver… - Ela deu de ombros, visivelmente envergonhada - Essas coisas.
- Então seu dia de sorte está chegando. - Ela arregalou os olhos.
se sentiu como uma adolescente de novo. O simples fato de poder ver o McFLY em cima de um palco novamente fez com que uma onda de felicidade a aquecesse por inteiro. Seu sorriso se alargou e Tom teve vontade de rir ao ver o quão animada a menina estava naquele momento.
- Não vai me dizer que vocês estão programando algum show que eu não sei?
- Não é nada disso. - Ele riu ao vê-la bufar - Eu fechei um pub para comemorar meu aniversário e eles têm karaokê.
- E é lógico que não vão te deixar em paz enquanto você não cantar. - Ela completou o pensamento do rapaz, fazendo-o concordar.
- E eu queria muito que você fosse.
- Mas é claro que eu vou! - Ela abraçou o menino, que sorriu ainda mais abertamente diante daquela demonstração de carinho.
- O Phill também está convidado. - A menina concordou com a cabeça, engolindo em seco ao se lembrar do namorado.
- Eu falo com ele, depois você me manda os dados certinhos. - Ele concordou com a cabeça - Falando nisso, a gente precisa conversar uma coisa.
- O que?
- As minhas gravações acabaram hoje. - Ele concordou com a cabeça, assumindo um ar tristonho.
Tom sabia exatamente que aquilo significava que a menina não teria mais uma desculpa para encontrá-lo ali. O mero pensamento de que não poderia mais passar algumas tardes com ela, o fez engolir em seco, tentando soterrar toda a sua tristeza diante daquela notícia.
- Mas eu não queria que isso acabasse. - Ela confessou, fazendo-o suspirar aliviado.
- Eu também não. - Ambos sorriram.
- Então, a minha ideia é a seguinte: a gente marca um dia e uma hora para se encontrar. - Ela assumiu uma feição infantil - Assim a gente não precisa mais fingir que se encontra por acaso.
Tom não conseguiu se conter e gargalhou da constatação de . Ela, por sua vez, começou a rir para o menino, observando cada detalhe dele, desde a sua covinha, aparente devido a sua risada, até a forma como ele estava sentado. Divagou um pouco sobre como ele a fazia sentir, sempre tão feliz e querida que nem percebeu quando ele parou de rir e começou a observá-la com atenção.
- O que foi? - Ele perguntou, acordando-a de seus devaneios, fazendo-a negar com a cabeça.
- Nada. - Ela sorriu - O que você me diz?
- Sem problemas. - Ele deu uma olhada em seu relógio de pulso - Que tal às sextas, 15h?
- Tudo bem. - Ela concordou com a cabeça - Aí, qualquer coisa que acontecer e a gente não possa vir, a gente se avisa.
- Lógico. - Ele pegou o seu café, se encostou na cadeira, e a encarou, curioso - E o que você vai fazer agora que as filmagens acabaram?
- Para ser sincera, ainda não sei. - Ela começou a brincar com a cobertura do seu donut - Normalmente eu tiro umas férias, mas estão surgindo uns testes muito bons.
- Outro filme?
- Teatro.
- Nossa, eu amo ir ao teatro. - Os olhos do rapaz brilharam - Qual é a peça?
- Moulin Rouge. - Foi a vez dos olhos da menina brilharem, fazendo um sorriso enorme surgir em seu rosto - Só de me imaginar interpretando a Satin já fico toda arrepiada, olha.
Ela esticou o braço na direção do rapaz, apontando para seus pelos eriçados. Tom sorriu, encantado com a animação da mulher na sua frente e, sem pensar duas vezes, acariciou o braço dela. Eles se encararam por alguns segundos, se afastando logo em seguida.
- Então você sabe o que vai fazer.
- É que eu não acho que o Phill vai aceitar muito bem a ideia. - Ela confessou, assumindo um ar tristonho - Por isso estou na dúvida.
- Mas é o seu sonho. - O menino falou, incrédulo - Você mesma me falou isso naquele dia na cozinha da .
- Eu sei disso, Tom. - Ela suspirou - Mas ele é meu namorado.
- E você o impede de fazer algo pelo trabalho dele só porque você não gosta? - Ela negou com a cabeça - Então você vai sim fazer esse teste.
- Você está certo. - Ele sorriu - Vou ligar hoje mesmo para o diretor, aceitando o convite.
- É assim que se fala.
Eles passaram o resto da tarde juntos, curtindo a companhia um do outro e conversando sobre várias coisas. Assim que ela entrou em seu carro, depois que eles se despediram, a jovem sacou o celular e ligou para o diretor da peça. O homem ficou tão feliz de ouvir que a menina tinha aceitado o convite que uma certeza começou a se apoderar dela.
O teste ficou marcado para quarta-feira da outra semana e, quanto mais os dias iam passando, mais ansiosa a menina ficava. Phill, que continuava sem saber nem que a menina tinha sido convidada para tal, percebia a agitação da namorada mas, sempre que a perguntava o que estava acontecendo, a jovem desconversava.
Quando o dia finalmente chegou, nem dormir a menina conseguiu. Seu coração só faltava querer pular para fora de seu peito de tão agitada que ela estava. Parecia que ela estava no seu primeiro teste de elenco, mas tudo passou assim que a jovem se viu em cima do palco.
Dali, até o final de “Diamonds Are a Girl’s Best Friend”, a música que ela teria que cantar no teste, parecia que uma força tinha se apoderado da menina. tinha sido feita para aquele papel, aquilo não era segredo para ninguém que a visse ali e, se não fosse por consideração às outras atrizes que ele próprio havia convidado, o diretor daria o papel para ela naquele instante.
Ela saiu do teatro se sentindo renovada, mas sua ansiedade voltou assim que os dias começaram a passar e ela não tinha nenhuma resposta do diretor. Porém, sexta chegou, trazendo consigo o encontro marcado com Tom. A menina pensou em desmarcar, já que estava tão dispersa que não conseguia manter uma conversa decente com ninguém, mas sabia que precisava se distrair.
- ! - Tom gritou pela menina, do outro lado da calçada, assim que a viu saindo do carro.
- Tom! - Ela sorriu.
A jovem atravessou a rua sem se preocupar em olhar para ver se vinha carro, tamanha era a sua falta de atenção. Para sua sorte, o sinal estava fechado e ela, por pura força de hábito, estava em cima da faixa de pedestre. Assim que a distância entre os dois era quase insignificante, se jogou nos braços do rapaz, como costumava fazer com todos que eram seus amigos.
- Vamos? - O menino apontou para dentro da cafeteria assim que eles se separaram.
A menina divagou um pouco sobre a pergunta. Ela olhou para o interior da Starbucks e cogitou ir para outro lugar. O dia estava lindo, o sol brilhava no céu, que estava azul e sem nuvens, e uma brisa gostosa soprava.
- Está uma tarde tão gostosa, não queria ficar em algum lugar fechado. - Ela fez manha.
- Eu conheço um parque aqui perto, a gente podia ir para lá e tomar um sorvete. - Os olhos da menina brilharam de alegria.
- Perfeito!
Eles foram andando pelas ruas pouco movimentadas daquele bairro que era, praticamente, residencial. Tom mostrou para a menina onde morava, já que eles passaram em frente ao prédio do rapaz e em poucos minutos eles já avistavam o parque se aproximando. Eles compraram o sorvete em uma barraquinha que tinha ali e se sentaram num dos bancos do local, que estava vazio, salvo algumas pessoas que corriam.
- E como foi o teste? - O sorriso que se abriu no rosto da jovem se refletiu no do rapaz.
- Foi maravilhoso. - assumiu um ar nostálgico - Estar naquele palco, cantando, atuando o papel dos meus sonhos, foi tão indescritível.
Ela ainda continuou contando sobre todos os sentimentos maravilhosos que sentiu durante o seu teste, mas Tom já não conseguia escutá-la. Ele tentava se concentrar nas palavras que saiam da boca da amiga, mas todo o seu esforço era em vão. Vê-la ali, falando sobre aquela sua experiência de um jeito tão único, só o fez ficar ainda mais apaixonado.
- Mas não sei se vou conseguir. - Ela suspirou, desviando seu olhar do menino para o seu sorvete.
- Ei, olha pra mim. - Ele virou o rosto dela, fazendo-a encará-lo novamente - Eu tenho certeza que você vai conseguir.
- Como você pode ter tanta certeza assim?
- Porque você é uma atriz incrível, qualquer um vê isso. - Ele fez um carinho gostoso na bochecha da menina - Confia em mim, ruivinha.
- Gostei do apelido. - Ela sorriu, sentindo toda a confiança que aquele par de olhos castanhos transbordava.
- Nunca te chamaram assim?
- Não.
- Então agora esse é seu apelido oficial. - Ela riu do jeito do menino e voltou a comer seu sorvete antes que ele derretesse. - Mas você não sabe comer não?
- Eu to toda suja, não é? - Ela riu ao vê-lo concordar, com um sorriso no rosto.
- Vem cá.
Ele molhou um pouco do papel que envolvia a sua casquinha na água que eles compraram e começou a limpar o rosto da menina. Ela ria da situação, tornando o trabalho de Tom um pouco mais difícil do que se ela estivesse quieta.
- Você quer deixar eu te limpar? - Ele falou sério, fazendo a menina prender o riso e se virar para ele, ficando quieta - Agora sim.
Aquela cena se repetiu mais algumas vezes durante aquela tarde, já que aquele não foi o único sorvete que a menina tomou. Quando a noite começou a cair, eles seguiram na direção do carro da menina e, nem todas as tentativas da mesma de convencê-lo que não precisava de companhia, o fez mudar de ideia.
- O que aconteceu hoje que você voltou a prestar atenção nas coisas? - Phill perguntou, depois de conseguir manter uma conversa com a namorada por mais de cinco minutos.
chegou em casa algumas horas antes de Phill e decidiu fazer um jantar especial para ele. A pergunta surgiu assim que o casal acabou de comer, fazendo a menina engolir em seco. O rapaz não sabia sobre esses encontros regulares que a namorada tinha com Tom, só eventualmente que ela falava que encontrara com o menino. Mas, desde que contou sobre a carona, a menina nunca mais falou sobre o rapaz.
- Eu dei uma volta hoje de tarde, acho que isso me ajudou a focar novamente. - Ela deu um sorriso ao vê-lo concordando, parecendo engolir a mentira da menina.
Ela se sentia mal com toda aquela situação de ter que mentir para a pessoa que mais amava no mundo, mas ter que encarar as crises de ciúmes de Phill era algo ainda pior. E, além de tudo, a jovem sabia que, se o namorado soubesse a regularidade daqueles encontros, a faria parar com aquilo e, pensar em parar de ver Tom, era tão torturante quanto as mentiras e o ciúmes.
Porém, mesmo com todo o ciúmes que o rapaz já tinha demonstrado em relação à Tom, ele não se opôs quando a menina disse que tinham sido convidados para o aniversário do cantor, dali a uma semana, e que queria ir. Ela sabia que o fato dele também poder ir e mostrar para todos, principalmente para o aniversariante, que ela era dele foi o que o fez aceitar, mas ela não se importava com aquilo, ainda mais se fosse o motivo pelo qual ela poderia fazer algo que queria muito.
As filmagens acabaram na sexta, dia no qual a atriz só teve que comparecer para refilmar algumas poucas cenas que não tinham ficado muito boas. As gravações acabaram no meio da tarde e o sorriso no rosto da garota foi automático assim que percebeu que poderia se encontrar com o cantor.
A menina decidiu deixar o carro estacionado no estúdio e ir andando até a cafeteria, que ficava a algumas quadras de distância. Assim que saiu do set, colocou seu óculos escuro e foi caminhando, sentindo a brisa gostosa que batia contra a sua pele naquele dia.
Seu sorriso aumentou ainda mais quando entrou na Starbucks e viu Tom ali, na mesma mesa de sempre, tão imerso na sua escrita que nem reparava na movimentação à sua volta. A jovem seguiu até o caixa, fez seu pedido e, depois de pegar o seu café e o seu donut, se encaminhou na direção do rapaz.
- Se você me disser que não está escrevendo uma música, eu vou embora e nunca mais volto. - Ela tinha os olhos semicerrados, tentando parecer brava, mas tudo que conseguiu foi tirar uma gargalhada do rapaz na sua frente.
- Odeio te decepcionar, mas não estou. - Ele fechou o laptop, observando cada movimento da menina.
- Assim não dá, Tom. - Ela se afundou na cadeira que tinha acabado de sentar.
- Você não vai sossegar enquanto não chegar aqui e eu estiver compondo, não é? - Ele abriu um sorriso lindo que foi impossível de não acompanhar.
- Não. - Ela negou com a cabeça - Pode ser sobre qualquer coisa, desde que eu possa te ouvir cantar alguma música nova.
- Então a senhorita está com saudades de me ouvir cantando? - Ele estava tão feliz que não conseguiu esconder a excitação na sua voz.
- Ouvir, ver… - Ela deu de ombros, visivelmente envergonhada - Essas coisas.
- Então seu dia de sorte está chegando. - Ela arregalou os olhos.
se sentiu como uma adolescente de novo. O simples fato de poder ver o McFLY em cima de um palco novamente fez com que uma onda de felicidade a aquecesse por inteiro. Seu sorriso se alargou e Tom teve vontade de rir ao ver o quão animada a menina estava naquele momento.
- Não vai me dizer que vocês estão programando algum show que eu não sei?
- Não é nada disso. - Ele riu ao vê-la bufar - Eu fechei um pub para comemorar meu aniversário e eles têm karaokê.
- E é lógico que não vão te deixar em paz enquanto você não cantar. - Ela completou o pensamento do rapaz, fazendo-o concordar.
- E eu queria muito que você fosse.
- Mas é claro que eu vou! - Ela abraçou o menino, que sorriu ainda mais abertamente diante daquela demonstração de carinho.
- O Phill também está convidado. - A menina concordou com a cabeça, engolindo em seco ao se lembrar do namorado.
- Eu falo com ele, depois você me manda os dados certinhos. - Ele concordou com a cabeça - Falando nisso, a gente precisa conversar uma coisa.
- O que?
- As minhas gravações acabaram hoje. - Ele concordou com a cabeça, assumindo um ar tristonho.
Tom sabia exatamente que aquilo significava que a menina não teria mais uma desculpa para encontrá-lo ali. O mero pensamento de que não poderia mais passar algumas tardes com ela, o fez engolir em seco, tentando soterrar toda a sua tristeza diante daquela notícia.
- Mas eu não queria que isso acabasse. - Ela confessou, fazendo-o suspirar aliviado.
- Eu também não. - Ambos sorriram.
- Então, a minha ideia é a seguinte: a gente marca um dia e uma hora para se encontrar. - Ela assumiu uma feição infantil - Assim a gente não precisa mais fingir que se encontra por acaso.
Tom não conseguiu se conter e gargalhou da constatação de . Ela, por sua vez, começou a rir para o menino, observando cada detalhe dele, desde a sua covinha, aparente devido a sua risada, até a forma como ele estava sentado. Divagou um pouco sobre como ele a fazia sentir, sempre tão feliz e querida que nem percebeu quando ele parou de rir e começou a observá-la com atenção.
- O que foi? - Ele perguntou, acordando-a de seus devaneios, fazendo-a negar com a cabeça.
- Nada. - Ela sorriu - O que você me diz?
- Sem problemas. - Ele deu uma olhada em seu relógio de pulso - Que tal às sextas, 15h?
- Tudo bem. - Ela concordou com a cabeça - Aí, qualquer coisa que acontecer e a gente não possa vir, a gente se avisa.
- Lógico. - Ele pegou o seu café, se encostou na cadeira, e a encarou, curioso - E o que você vai fazer agora que as filmagens acabaram?
- Para ser sincera, ainda não sei. - Ela começou a brincar com a cobertura do seu donut - Normalmente eu tiro umas férias, mas estão surgindo uns testes muito bons.
- Outro filme?
- Teatro.
- Nossa, eu amo ir ao teatro. - Os olhos do rapaz brilharam - Qual é a peça?
- Moulin Rouge. - Foi a vez dos olhos da menina brilharem, fazendo um sorriso enorme surgir em seu rosto - Só de me imaginar interpretando a Satin já fico toda arrepiada, olha.
Ela esticou o braço na direção do rapaz, apontando para seus pelos eriçados. Tom sorriu, encantado com a animação da mulher na sua frente e, sem pensar duas vezes, acariciou o braço dela. Eles se encararam por alguns segundos, se afastando logo em seguida.
- Então você sabe o que vai fazer.
- É que eu não acho que o Phill vai aceitar muito bem a ideia. - Ela confessou, assumindo um ar tristonho - Por isso estou na dúvida.
- Mas é o seu sonho. - O menino falou, incrédulo - Você mesma me falou isso naquele dia na cozinha da .
- Eu sei disso, Tom. - Ela suspirou - Mas ele é meu namorado.
- E você o impede de fazer algo pelo trabalho dele só porque você não gosta? - Ela negou com a cabeça - Então você vai sim fazer esse teste.
- Você está certo. - Ele sorriu - Vou ligar hoje mesmo para o diretor, aceitando o convite.
- É assim que se fala.
Eles passaram o resto da tarde juntos, curtindo a companhia um do outro e conversando sobre várias coisas. Assim que ela entrou em seu carro, depois que eles se despediram, a jovem sacou o celular e ligou para o diretor da peça. O homem ficou tão feliz de ouvir que a menina tinha aceitado o convite que uma certeza começou a se apoderar dela.
O teste ficou marcado para quarta-feira da outra semana e, quanto mais os dias iam passando, mais ansiosa a menina ficava. Phill, que continuava sem saber nem que a menina tinha sido convidada para tal, percebia a agitação da namorada mas, sempre que a perguntava o que estava acontecendo, a jovem desconversava.
Quando o dia finalmente chegou, nem dormir a menina conseguiu. Seu coração só faltava querer pular para fora de seu peito de tão agitada que ela estava. Parecia que ela estava no seu primeiro teste de elenco, mas tudo passou assim que a jovem se viu em cima do palco.
Dali, até o final de “Diamonds Are a Girl’s Best Friend”, a música que ela teria que cantar no teste, parecia que uma força tinha se apoderado da menina. tinha sido feita para aquele papel, aquilo não era segredo para ninguém que a visse ali e, se não fosse por consideração às outras atrizes que ele próprio havia convidado, o diretor daria o papel para ela naquele instante.
Ela saiu do teatro se sentindo renovada, mas sua ansiedade voltou assim que os dias começaram a passar e ela não tinha nenhuma resposta do diretor. Porém, sexta chegou, trazendo consigo o encontro marcado com Tom. A menina pensou em desmarcar, já que estava tão dispersa que não conseguia manter uma conversa decente com ninguém, mas sabia que precisava se distrair.
- ! - Tom gritou pela menina, do outro lado da calçada, assim que a viu saindo do carro.
- Tom! - Ela sorriu.
A jovem atravessou a rua sem se preocupar em olhar para ver se vinha carro, tamanha era a sua falta de atenção. Para sua sorte, o sinal estava fechado e ela, por pura força de hábito, estava em cima da faixa de pedestre. Assim que a distância entre os dois era quase insignificante, se jogou nos braços do rapaz, como costumava fazer com todos que eram seus amigos.
- Vamos? - O menino apontou para dentro da cafeteria assim que eles se separaram.
A menina divagou um pouco sobre a pergunta. Ela olhou para o interior da Starbucks e cogitou ir para outro lugar. O dia estava lindo, o sol brilhava no céu, que estava azul e sem nuvens, e uma brisa gostosa soprava.
- Está uma tarde tão gostosa, não queria ficar em algum lugar fechado. - Ela fez manha.
- Eu conheço um parque aqui perto, a gente podia ir para lá e tomar um sorvete. - Os olhos da menina brilharam de alegria.
- Perfeito!
Eles foram andando pelas ruas pouco movimentadas daquele bairro que era, praticamente, residencial. Tom mostrou para a menina onde morava, já que eles passaram em frente ao prédio do rapaz e em poucos minutos eles já avistavam o parque se aproximando. Eles compraram o sorvete em uma barraquinha que tinha ali e se sentaram num dos bancos do local, que estava vazio, salvo algumas pessoas que corriam.
- E como foi o teste? - O sorriso que se abriu no rosto da jovem se refletiu no do rapaz.
- Foi maravilhoso. - assumiu um ar nostálgico - Estar naquele palco, cantando, atuando o papel dos meus sonhos, foi tão indescritível.
Ela ainda continuou contando sobre todos os sentimentos maravilhosos que sentiu durante o seu teste, mas Tom já não conseguia escutá-la. Ele tentava se concentrar nas palavras que saiam da boca da amiga, mas todo o seu esforço era em vão. Vê-la ali, falando sobre aquela sua experiência de um jeito tão único, só o fez ficar ainda mais apaixonado.
- Mas não sei se vou conseguir. - Ela suspirou, desviando seu olhar do menino para o seu sorvete.
- Ei, olha pra mim. - Ele virou o rosto dela, fazendo-a encará-lo novamente - Eu tenho certeza que você vai conseguir.
- Como você pode ter tanta certeza assim?
- Porque você é uma atriz incrível, qualquer um vê isso. - Ele fez um carinho gostoso na bochecha da menina - Confia em mim, ruivinha.
- Gostei do apelido. - Ela sorriu, sentindo toda a confiança que aquele par de olhos castanhos transbordava.
- Nunca te chamaram assim?
- Não.
- Então agora esse é seu apelido oficial. - Ela riu do jeito do menino e voltou a comer seu sorvete antes que ele derretesse. - Mas você não sabe comer não?
- Eu to toda suja, não é? - Ela riu ao vê-lo concordar, com um sorriso no rosto.
- Vem cá.
Ele molhou um pouco do papel que envolvia a sua casquinha na água que eles compraram e começou a limpar o rosto da menina. Ela ria da situação, tornando o trabalho de Tom um pouco mais difícil do que se ela estivesse quieta.
- Você quer deixar eu te limpar? - Ele falou sério, fazendo a menina prender o riso e se virar para ele, ficando quieta - Agora sim.
Aquela cena se repetiu mais algumas vezes durante aquela tarde, já que aquele não foi o único sorvete que a menina tomou. Quando a noite começou a cair, eles seguiram na direção do carro da menina e, nem todas as tentativas da mesma de convencê-lo que não precisava de companhia, o fez mudar de ideia.
- O que aconteceu hoje que você voltou a prestar atenção nas coisas? - Phill perguntou, depois de conseguir manter uma conversa com a namorada por mais de cinco minutos.
chegou em casa algumas horas antes de Phill e decidiu fazer um jantar especial para ele. A pergunta surgiu assim que o casal acabou de comer, fazendo a menina engolir em seco. O rapaz não sabia sobre esses encontros regulares que a namorada tinha com Tom, só eventualmente que ela falava que encontrara com o menino. Mas, desde que contou sobre a carona, a menina nunca mais falou sobre o rapaz.
- Eu dei uma volta hoje de tarde, acho que isso me ajudou a focar novamente. - Ela deu um sorriso ao vê-lo concordando, parecendo engolir a mentira da menina.
Ela se sentia mal com toda aquela situação de ter que mentir para a pessoa que mais amava no mundo, mas ter que encarar as crises de ciúmes de Phill era algo ainda pior. E, além de tudo, a jovem sabia que, se o namorado soubesse a regularidade daqueles encontros, a faria parar com aquilo e, pensar em parar de ver Tom, era tão torturante quanto as mentiras e o ciúmes.
Porém, mesmo com todo o ciúmes que o rapaz já tinha demonstrado em relação à Tom, ele não se opôs quando a menina disse que tinham sido convidados para o aniversário do cantor, dali a uma semana, e que queria ir. Ela sabia que o fato dele também poder ir e mostrar para todos, principalmente para o aniversariante, que ela era dele foi o que o fez aceitar, mas ela não se importava com aquilo, ainda mais se fosse o motivo pelo qual ela poderia fazer algo que queria muito.
Capítulo 6
Naquela semana, como o aniversário de Tom seria na sexta, ele e decidiram se encontrar na quarta. A menina tinha acabado de estacionar o carro na frente da Starbucks quando seu celular começou a tocar dentro de sua bolsa. Ela estava atrasada, mas não o bastante para que Tom pudesse estar ligando para saber se ela ainda iria.
A menina atendeu apressada, pegando a bolsa e as chaves do carro. Assim que ouviu sobre o que se tratava aquela ligação, ela congelou, prestando atenção em cada detalhe que aquela voz falava. Sua voz mal saiu quando foi a sua vez de agradecer e se despedir e, quase que em transe, saiu do carro e entrou na cafeteria.
Assim que viu Tom, um sorriso enorme apareceu em seu rosto. O rapaz se levantou, no momento que percebeu a presença da amiga e, andando em passos largos, acabou com a distância entre eles e se jogou nos braços do menino, deixando que algumas lágrimas escorressem de seus olhos.
- Ei, o que aconteceu? - Tom sussurrou no ouvido da menina, enquanto suas mãos afagavam seus cabelos.
- Eu consegui, Tom. - Ela se afastou dele para olhá-lo - Eu consegui o papel!
O sorriso que apareceu no rosto do rapaz foi tão grande, ou talvez maior, que o da menina. Ele a abraçou novamente, dessa vez levantando-a no ar, fazendo-a rir e abraçá-la ainda mais forte. Tom a colocou no chão novamente, encarando-a com um sorriso no rosto.
- Eu falei que ia dar tudo certo, ruivinha. - Ele fez um carinho gostoso na bochecha dela - E eu vou estar na primeira fila, no dia da estreia, torcendo por você.
- Obrigada por me fazer aceitar o convite. - Ela sorriu - E por me fazer acreditar, também.
- Qualquer coisa para te ver radiante desse jeito. - Ele apontou para o balcão atrás de si - Qual vai ser o café de hoje?
- Você se incomoda se a gente remarcar de novo? - Ela ficou corada, visivelmente com vergonha - Eu queria ir contar pro Phill.
- Não tem problema, . - O menino forçou um sorriso - Sexta nós já vamos nos encontrar, não vamos?
- Lógico! - Ela o abraçou novamente - Obrigada, de novo.
A menina o soltou e, com um aceno de mão, se afastou do rapaz, indo em direção à saída. O menino suspirou, assim que ela saiu de seu campo de visão. Ele sabia que Phill era a pessoa na qual tinha um relacionamento e que, naturalmente, queria comemorar aquele tipo de acontecimento com ele, mas Tom não conseguiu segurar a pontada de ciúmes que sentiu por não ser ele no lugar do empresário.
O menino não notou, já que ficou divagando sobre , mas um homem, que estava na fila para comprar um café, não parava de encara-lo. Na verdade, ele estava prestando atenção no rapaz desde que a garota entrou na loja e o abraçou.
- Esse casal vem sempre aqui? - O homem perguntou ao atendente, assim que parou na frente do caixa.
- O Tom Fletcher e a ? - O homem concordou - Sim, já faz alguns meses.
- E eles tem um dia certo para vir?
- Olha, senhor, eu não tenho como saber porque não venho todos os dias. - O atendente já estava ficando irritado com aquele questionário, visto que a fila só crescia atrás do homem na sua frente - Qual é o pedido do senhor?
- Um mocca. - O homem respondeu, simplesmente, ainda observando o cantor, pagando logo em seguida.
O que o atendente não sabia era que estava conversando com um dos jornalistas de fofoca mais bem pago de todo Reino Unido. O homem, assim que pegou o seu café, sentou numa mesa distante da do cantor, mas que desse para observá-lo.
Tom não demorou muito mais tempo dentro da cafeteria, mas o jornalista ainda ficou um tempo divagando sobre a sua mais nova descoberta. Se ele conseguisse flagrar os dois juntos de novo e desse tempo para uma foto que captasse um momento de carinho como o que tinha visto a pouco tempo, teria tudo o que precisava para uma notícia bombástica.
- Já posso até imaginar o título. - Ele falou sozinho, rindo baixo.
O homem decidiu, então, que correria atrás daquela notícia. Sacou rapidamente o seu celular do bolso da calça que usava e, enquanto caminhava para a saída da Starbucks, contava para um amigo jornalista seu o que tinha acabado de ver e, sem precisar pedir muito, combinaram de se revezar até que tivessem a foto.
- Boa tarde, Meredith. - desejou, parando na frente da mesa da secretária de Phill.
Como a menina sabia que o namorado estava no trabalho e que não sairia só para encontrá-la, por nenhum motivo aparente, decidiu que iria até a empresa, vê-lo. Phillip era CEO de uma multinacional de marketing e, por isso, não gostava de ser atrapalhado quando estava na empresa.
- Srta. , boa tarde. - A menina, com seus vinte e poucos anos, respondeu, forçando um sorriso - O Sr. Host não quer ser atrapalhado hoje.
- Ele nunca quer ser atrapalhado, Meredith. - A menina rebateu, rolando os olhos - Só avisa que eu estou aqui, se ele não quiser me ver, eu vou embora.
A secretária concordou, discando para dentro do escritório de Phill. se afastou, indo na direção da grande janela que tinha no andar, olhando o movimento das ruas de Londres.
Não era segredo para ninguém o quanto Phillip era bonito, o que era notado, também, pelas mulheres que trabalhavam na empresa. Ele, por sua vez, não dava muita atenção para o charme que lhe jogavam, mas, para fazer ciúmes na namorada, o rapaz não repelia Meredith. E, por isso, preferiu não ficar perto e ter que ouvir a voz manhosa da menina falando com o seu namorado.
- Srta. . - Meredith a chamou, em pé ao lado de sua mesa, com um olhar derrotado - O Sr. Host vai atendê-la.
deu um sorriso vitorioso e, sem falar mais nada, seguiu a mulher corredor adentro. Ela não conseguiu não reparar na roupa que a secretária usava, extremamente sensual, fazendo uma onda de ciúmes percorrer todo o seu corpo.
- Sr. Host. - A menina chamou a atenção do chefe, fazendo Phill deixar de olhar o seu computador para encarar as duas mulheres paradas na porta.
- Amor! - foi ainda mais carinhosa que o normal, fazendo o namorado abrir um sorriso.
- Que surpresa gostosa, amor. - Ele se levantou, encontrando a namorada no meio da sala.
Eles se abraçaram apertado e, depois de alguns segundos, se separaram o bastante para se beijarem. Meredith revirou os olhos, virando o rosto para o lado para não ter que encarar aquela cena e só voltou a sua atenção para os dois quando percebeu que eles já tinham se separado.
- A senhorita precisa de mais alguma coisa? - Ela se dirigiu a , que apenas negou com a cabeça, enquanto se sentava na cadeira que Phill tinha puxado para ela - E o senhor?
- Não, muito obrigado. - A menina concordou com a cabeça e saiu da sala, fechando a porta atrás de si para dar total privacidade ao casal - A que devo essa honra, ein?
- Eu tenho uma notícia para te dar.
- Você está grávida? - ele perguntou, com os olhos brilhando, fazendo a menina rir.
- Não. - Ela negou com a cabeça, fazendo o menino se afundar na cadeira - Por que você sempre acha que é isso?
- Porque eu sempre quero muito que seja. - Ele deu de ombros - O que é, então?
- Eu vou interpretar o papel que sempre quis. - Ele a olhou, confuso - Ganhei o papel da Satin, de Mullin Rouge.
- Você o que? - Ele não acreditou no que ouviu - Isso é uma brincadeira, não é?
- Lógico que não. - A menina franziu o cenho - Eu não brincaria com uma notícia dessas.
- Desde quando você sabia disso?
- Eu só descobri hoje. - Ela desviou o olhar do dele - Mas o teste foi semana passada.
- Por isso você estava tão dispersa esses dias. - Ele deixou escapar, enquanto se jogava para trás em sua cadeira - Por que você não me contou nada?
- Porque eu sabia que você não deixaria eu fazer o teste se soubesse. - Ela assumiu um semblante triste.
- Lógico que não deixaria. - Ele se exaltou - E você não vai fazer.
- Claro que vou. - Ela o enfrentou - É o meu trabalho.
- Não sabia que agora o seu trabalho era aparecer nua em cima de um palco. - Ele se referia ao fato de que a personagem era uma cortesã e que, no filme, algumas cenas Satin aparecia nua, abraçada por Christian ou apenas coberta com um lençol.
- Para com isso, Phill, eu ainda nem sei como vai ser montada a peça. - Ela respirou fundo, tentando conter a sua raiva e a sua tristeza.
- Então, se no seu contrato tiver uma cláusula falando sobre nudez, você não vai aceitar. - Ele se inclinou na direção da namorada, encarando-a - Eu não aceito isso.
- Eu também nunca aceitei a metade das coisas relacionadas ao seu trabalho e nem por causa disso te fiz desistir de alguma coisa. - Algumas lágrimas já rolavam no seu rosto.
- Você nunca teve que me ver com outras mulheres do jeito que eu tenho que te ver com outros homens.
- Você pediu para namorar comigo sabendo com o que eu trabalhava. - Ela murmurou - Você precisa aceitar, de um vez por todas, que eu sou uma atriz e que nada vai mudar isso.
- Você não entende que é difícil para mim? - Ele elevou um pouco a voz, se controlando para não gritar dentro da empresa.
- E você não vê o quanto é difícil para mim ter um namorado que não me apoia? - Ela usou o mesmo tom de voz que ele.
- Desde que você começou essa amizade com esse Tom, você anda com essa impressão que eu nunca te apoio. - Ele rosnou - Aposto que foi ideia dele você fazer esse teste e não me contar nada.
- Para de envolver o Tom em todas as nossas brigas. - Ela pediu, desviando o olhar do dele, se sentindo ainda mais chateada.
- Sabia. - Ele soltou uma risada nasalada - Se você ouvir o que seus amigos dizem, você vai ficar sozinha.
- O que você quer dizer com isso? - As lágrimas agora rolavam sem o menor pudor pelos olhos da menina.
- Entenda como você quiser. - Ele voltou a sua atenção para o computador na sua frente - Eu preciso voltar a trabalhar.
ainda ficou alguns minutos encarando o namorado, esperando que ele falasse mais alguma coisa. Assim que desistiu de esperar por qualquer desculpa que fosse, levantou da cadeira, pegando a sua bolsa e indo na direção da saída.
A menina passou como um furacão pela mesa de Meredith, que abriu um sorriso ao perceber que o casal tinha brigado. Assim que sumiu dentro do elevador, a secretária levantou de sua mesa, com o seu melhor sorriso sedutor, e se encaminhou até a sala de Phillip.
- Sr. Host. - Ela, praticamente, miou, fazendo um sorriso safado se abrir no rosto do rapaz.
- Sim, Meredith. - Ele se virou na direção da mulher, recostando em sua cadeira e cruzando os dedos em cima de sua barriga.
- Gostaria de saber se posso fazer algo pelo senhor. - Ela entrou na sala, fechando a porta atrás de si - Percebi que a Srta. saiu daqui estranha, imaginei que vocês tivessem brigado.
- É, ela não aprecia o homem que tem ao seu lado. - Ele se levantou e foi andando lentamente em direção a mulher.
- Como não apreciar um homem como o senhor? - Sua voz saiu baixa, devido a proximidade dos dois.
- Por favor, me chame de você. - Ele sussurrou no pé do ouvido da secretária - E quanto a sua pergunta, por que você não faz esse trabalho por ela?
Sem pensar duas vezes, a mulher beijou o chefe com todo o tesão acumulado pelos meses de convivência. Eles cambalearam até que Phill pressionou-a contra a porta e, num movimento ágil, trancou-os ali dentro. Agora que não tinham mais como serem pegos, o rapaz puxou-a para seu colo, fazendo-a entrelaçar a cintura do chefe com as suas pernas.
O menino a levou até o sofá de couro que tinha em sua sala, jogando-a ali. A respiração da mulher era acelerada, mas, assim que ele se desfez da blusa social que usava e deixou seu físico amostra, pareceu que o ar lhe faltou. Ele sorriu, percebendo o jeito que mexia com a secretária e, sem se demorar muito, deitou em cima dela, voltando a beijá-la.
Depois de alguns minutos de beijos e provocações, as últimas peças de roupas que ainda os cobria foram atiradas pela sala. Como o sofá era pequeno e desconfortável, Phill a pegou novamente no colo e a sentou em sua mesa, longe de qualquer coisa que pudesse cair ou quebrar e, com um sorriso safado no rosto, começou as investidas na mulher.
O sexo em si não durou muito tempo e, como para ele não passava de uma distração, não se deu ao trabalho nem de perguntar se a mulher já tinha atingido o máximo do seu prazer. Assim que gozou, Phillip se desencaixou de Meredith e começou a caçar sua roupa, jogando, vez ou outra, alguma peça que a menina vestia para ela.
- Isso fica entre nós, ok? - Seu tom de voz demonstrava que aquilo era uma imposição e não um pedido, fazendo a menina concordar com a cabeça.
- Desde que não pare de acontecer, sem problemas para mim. - Ela sorriu, realmente não se importando com o que ele tinha dito.
- Não se preocupe. - Ele lhe lançou um sorriso galanteador e destrancou a porta, deixando a menina sair da sala.
Assim que Meredith saiu e ele fechou novamente a porta, revirou os olhos. “Até parece" ele pensou, se sentando novamente na sua cadeira, voltando a sua atenção para o seu computador. Meredith não foi a primeira nem seria a última que Phill transava depois de brigar com . Na verdade, aquilo acontecia sempre que eles brigavam, o que não era pouco.
Sabendo que chegaria em casa e a namorada estaria lá, ainda triste com ele, uma ideia brotou na cabeça do rapaz. Assim que deu a sua hora, ao invés de ir para casa, passou numa joalheria e comprou o cordão mais caro e bonito que viu na vitrine.
Ele não queria dar o braço a torcer e pedir desculpas para a namorada, já que ele se sentia na razão de não querer vê-la interpretando aquele papel e de sentir ciúmes de Tom, mas também não queria que o clima ficasse pesado entre os dois. Phill também comprou um lindo buquê de rosas brancas, as favoritas de , esperando que, assim, fariam as pazes sem ele precisar se desculpar.
- Amor. - Ele a chamou, assim que entrou em casa - Cadê você?
- No quarto. - Ouviu a voz da namorada soar de dentro do apartamento e seguiu na direção do cômodo.
Assim que chegou na porta, cobriu todo o seu rosto com o buquê, ouvindo a menina soltar um gemido baixo de aprovação. , que estava mexendo no laptop deitada na cama, fechou o aparelho e se colocou de pé, indo na direção do namorado.
- Eu precisava me redimir com você. - ele falou, estendendo o buquê, fazendo-a pegá-lo - Eu espero que você goste.
Uma vez que a menina já estava com as rosas em mãos, ele estendeu a caixa de veludo que continha o cordão e a abriu, expondo-o. levou a mão à boca, surpresa com a beleza da joia, desviando seu olhar dela para o namorado.
- Ele é lindo, Phill. - ela suspirou, tocando o cordão levemente com as pontas dos dedos, fazendo o namorado sorrir.
- Não tanto quanto você. - ele acariciou a bochecha de , fazendo a menina corar - Quer experimentá-lo?
A mulher apenas concordou com a cabeça, virando de costas para o namorado e levantando o cabelo. Phill, por sua vez, tirou o cordão da caixa, depositando-a em cima de um móvel que tinha perto da porta e, no segundo seguinte, prendeu-o no pescoço da menina.
andou até o espelho, com Phill em seu encalço e, quando viu o reflexo dos dois, mais o buquê e o cordão, um sorriso lindo se abriu em seu rosto. Ela se virou na direção do namorado, se aproximando dele.
- Eu amei, muito obrigada.
- Eu te amo, meu amor. - Ele sussurrou no ouvido da menina, arrepiando-a.
- Eu te amo mais. - Ela respondeu, dando-lhe um beijo apaixonado.
Ela saiu do quarto, assim que partiu o beijo, para colocar as flores em um vaso, deixando-o sozinho no cômodo. Phill, que ainda estava virado na direção do espelho, abriu um sorriso vitorioso, sentindo orgulho de si mesmo por ter conseguido aquilo que queria com a namorada.
A menina atendeu apressada, pegando a bolsa e as chaves do carro. Assim que ouviu sobre o que se tratava aquela ligação, ela congelou, prestando atenção em cada detalhe que aquela voz falava. Sua voz mal saiu quando foi a sua vez de agradecer e se despedir e, quase que em transe, saiu do carro e entrou na cafeteria.
Assim que viu Tom, um sorriso enorme apareceu em seu rosto. O rapaz se levantou, no momento que percebeu a presença da amiga e, andando em passos largos, acabou com a distância entre eles e se jogou nos braços do menino, deixando que algumas lágrimas escorressem de seus olhos.
- Ei, o que aconteceu? - Tom sussurrou no ouvido da menina, enquanto suas mãos afagavam seus cabelos.
- Eu consegui, Tom. - Ela se afastou dele para olhá-lo - Eu consegui o papel!
O sorriso que apareceu no rosto do rapaz foi tão grande, ou talvez maior, que o da menina. Ele a abraçou novamente, dessa vez levantando-a no ar, fazendo-a rir e abraçá-la ainda mais forte. Tom a colocou no chão novamente, encarando-a com um sorriso no rosto.
- Eu falei que ia dar tudo certo, ruivinha. - Ele fez um carinho gostoso na bochecha dela - E eu vou estar na primeira fila, no dia da estreia, torcendo por você.
- Obrigada por me fazer aceitar o convite. - Ela sorriu - E por me fazer acreditar, também.
- Qualquer coisa para te ver radiante desse jeito. - Ele apontou para o balcão atrás de si - Qual vai ser o café de hoje?
- Você se incomoda se a gente remarcar de novo? - Ela ficou corada, visivelmente com vergonha - Eu queria ir contar pro Phill.
- Não tem problema, . - O menino forçou um sorriso - Sexta nós já vamos nos encontrar, não vamos?
- Lógico! - Ela o abraçou novamente - Obrigada, de novo.
A menina o soltou e, com um aceno de mão, se afastou do rapaz, indo em direção à saída. O menino suspirou, assim que ela saiu de seu campo de visão. Ele sabia que Phill era a pessoa na qual tinha um relacionamento e que, naturalmente, queria comemorar aquele tipo de acontecimento com ele, mas Tom não conseguiu segurar a pontada de ciúmes que sentiu por não ser ele no lugar do empresário.
O menino não notou, já que ficou divagando sobre , mas um homem, que estava na fila para comprar um café, não parava de encara-lo. Na verdade, ele estava prestando atenção no rapaz desde que a garota entrou na loja e o abraçou.
- Esse casal vem sempre aqui? - O homem perguntou ao atendente, assim que parou na frente do caixa.
- O Tom Fletcher e a ? - O homem concordou - Sim, já faz alguns meses.
- E eles tem um dia certo para vir?
- Olha, senhor, eu não tenho como saber porque não venho todos os dias. - O atendente já estava ficando irritado com aquele questionário, visto que a fila só crescia atrás do homem na sua frente - Qual é o pedido do senhor?
- Um mocca. - O homem respondeu, simplesmente, ainda observando o cantor, pagando logo em seguida.
O que o atendente não sabia era que estava conversando com um dos jornalistas de fofoca mais bem pago de todo Reino Unido. O homem, assim que pegou o seu café, sentou numa mesa distante da do cantor, mas que desse para observá-lo.
Tom não demorou muito mais tempo dentro da cafeteria, mas o jornalista ainda ficou um tempo divagando sobre a sua mais nova descoberta. Se ele conseguisse flagrar os dois juntos de novo e desse tempo para uma foto que captasse um momento de carinho como o que tinha visto a pouco tempo, teria tudo o que precisava para uma notícia bombástica.
- Já posso até imaginar o título. - Ele falou sozinho, rindo baixo.
O homem decidiu, então, que correria atrás daquela notícia. Sacou rapidamente o seu celular do bolso da calça que usava e, enquanto caminhava para a saída da Starbucks, contava para um amigo jornalista seu o que tinha acabado de ver e, sem precisar pedir muito, combinaram de se revezar até que tivessem a foto.
- Boa tarde, Meredith. - desejou, parando na frente da mesa da secretária de Phill.
Como a menina sabia que o namorado estava no trabalho e que não sairia só para encontrá-la, por nenhum motivo aparente, decidiu que iria até a empresa, vê-lo. Phillip era CEO de uma multinacional de marketing e, por isso, não gostava de ser atrapalhado quando estava na empresa.
- Srta. , boa tarde. - A menina, com seus vinte e poucos anos, respondeu, forçando um sorriso - O Sr. Host não quer ser atrapalhado hoje.
- Ele nunca quer ser atrapalhado, Meredith. - A menina rebateu, rolando os olhos - Só avisa que eu estou aqui, se ele não quiser me ver, eu vou embora.
A secretária concordou, discando para dentro do escritório de Phill. se afastou, indo na direção da grande janela que tinha no andar, olhando o movimento das ruas de Londres.
Não era segredo para ninguém o quanto Phillip era bonito, o que era notado, também, pelas mulheres que trabalhavam na empresa. Ele, por sua vez, não dava muita atenção para o charme que lhe jogavam, mas, para fazer ciúmes na namorada, o rapaz não repelia Meredith. E, por isso, preferiu não ficar perto e ter que ouvir a voz manhosa da menina falando com o seu namorado.
- Srta. . - Meredith a chamou, em pé ao lado de sua mesa, com um olhar derrotado - O Sr. Host vai atendê-la.
deu um sorriso vitorioso e, sem falar mais nada, seguiu a mulher corredor adentro. Ela não conseguiu não reparar na roupa que a secretária usava, extremamente sensual, fazendo uma onda de ciúmes percorrer todo o seu corpo.
- Sr. Host. - A menina chamou a atenção do chefe, fazendo Phill deixar de olhar o seu computador para encarar as duas mulheres paradas na porta.
- Amor! - foi ainda mais carinhosa que o normal, fazendo o namorado abrir um sorriso.
- Que surpresa gostosa, amor. - Ele se levantou, encontrando a namorada no meio da sala.
Eles se abraçaram apertado e, depois de alguns segundos, se separaram o bastante para se beijarem. Meredith revirou os olhos, virando o rosto para o lado para não ter que encarar aquela cena e só voltou a sua atenção para os dois quando percebeu que eles já tinham se separado.
- A senhorita precisa de mais alguma coisa? - Ela se dirigiu a , que apenas negou com a cabeça, enquanto se sentava na cadeira que Phill tinha puxado para ela - E o senhor?
- Não, muito obrigado. - A menina concordou com a cabeça e saiu da sala, fechando a porta atrás de si para dar total privacidade ao casal - A que devo essa honra, ein?
- Eu tenho uma notícia para te dar.
- Você está grávida? - ele perguntou, com os olhos brilhando, fazendo a menina rir.
- Não. - Ela negou com a cabeça, fazendo o menino se afundar na cadeira - Por que você sempre acha que é isso?
- Porque eu sempre quero muito que seja. - Ele deu de ombros - O que é, então?
- Eu vou interpretar o papel que sempre quis. - Ele a olhou, confuso - Ganhei o papel da Satin, de Mullin Rouge.
- Você o que? - Ele não acreditou no que ouviu - Isso é uma brincadeira, não é?
- Lógico que não. - A menina franziu o cenho - Eu não brincaria com uma notícia dessas.
- Desde quando você sabia disso?
- Eu só descobri hoje. - Ela desviou o olhar do dele - Mas o teste foi semana passada.
- Por isso você estava tão dispersa esses dias. - Ele deixou escapar, enquanto se jogava para trás em sua cadeira - Por que você não me contou nada?
- Porque eu sabia que você não deixaria eu fazer o teste se soubesse. - Ela assumiu um semblante triste.
- Lógico que não deixaria. - Ele se exaltou - E você não vai fazer.
- Claro que vou. - Ela o enfrentou - É o meu trabalho.
- Não sabia que agora o seu trabalho era aparecer nua em cima de um palco. - Ele se referia ao fato de que a personagem era uma cortesã e que, no filme, algumas cenas Satin aparecia nua, abraçada por Christian ou apenas coberta com um lençol.
- Para com isso, Phill, eu ainda nem sei como vai ser montada a peça. - Ela respirou fundo, tentando conter a sua raiva e a sua tristeza.
- Então, se no seu contrato tiver uma cláusula falando sobre nudez, você não vai aceitar. - Ele se inclinou na direção da namorada, encarando-a - Eu não aceito isso.
- Eu também nunca aceitei a metade das coisas relacionadas ao seu trabalho e nem por causa disso te fiz desistir de alguma coisa. - Algumas lágrimas já rolavam no seu rosto.
- Você nunca teve que me ver com outras mulheres do jeito que eu tenho que te ver com outros homens.
- Você pediu para namorar comigo sabendo com o que eu trabalhava. - Ela murmurou - Você precisa aceitar, de um vez por todas, que eu sou uma atriz e que nada vai mudar isso.
- Você não entende que é difícil para mim? - Ele elevou um pouco a voz, se controlando para não gritar dentro da empresa.
- E você não vê o quanto é difícil para mim ter um namorado que não me apoia? - Ela usou o mesmo tom de voz que ele.
- Desde que você começou essa amizade com esse Tom, você anda com essa impressão que eu nunca te apoio. - Ele rosnou - Aposto que foi ideia dele você fazer esse teste e não me contar nada.
- Para de envolver o Tom em todas as nossas brigas. - Ela pediu, desviando o olhar do dele, se sentindo ainda mais chateada.
- Sabia. - Ele soltou uma risada nasalada - Se você ouvir o que seus amigos dizem, você vai ficar sozinha.
- O que você quer dizer com isso? - As lágrimas agora rolavam sem o menor pudor pelos olhos da menina.
- Entenda como você quiser. - Ele voltou a sua atenção para o computador na sua frente - Eu preciso voltar a trabalhar.
ainda ficou alguns minutos encarando o namorado, esperando que ele falasse mais alguma coisa. Assim que desistiu de esperar por qualquer desculpa que fosse, levantou da cadeira, pegando a sua bolsa e indo na direção da saída.
A menina passou como um furacão pela mesa de Meredith, que abriu um sorriso ao perceber que o casal tinha brigado. Assim que sumiu dentro do elevador, a secretária levantou de sua mesa, com o seu melhor sorriso sedutor, e se encaminhou até a sala de Phillip.
- Sr. Host. - Ela, praticamente, miou, fazendo um sorriso safado se abrir no rosto do rapaz.
- Sim, Meredith. - Ele se virou na direção da mulher, recostando em sua cadeira e cruzando os dedos em cima de sua barriga.
- Gostaria de saber se posso fazer algo pelo senhor. - Ela entrou na sala, fechando a porta atrás de si - Percebi que a Srta. saiu daqui estranha, imaginei que vocês tivessem brigado.
- É, ela não aprecia o homem que tem ao seu lado. - Ele se levantou e foi andando lentamente em direção a mulher.
- Como não apreciar um homem como o senhor? - Sua voz saiu baixa, devido a proximidade dos dois.
- Por favor, me chame de você. - Ele sussurrou no pé do ouvido da secretária - E quanto a sua pergunta, por que você não faz esse trabalho por ela?
Sem pensar duas vezes, a mulher beijou o chefe com todo o tesão acumulado pelos meses de convivência. Eles cambalearam até que Phill pressionou-a contra a porta e, num movimento ágil, trancou-os ali dentro. Agora que não tinham mais como serem pegos, o rapaz puxou-a para seu colo, fazendo-a entrelaçar a cintura do chefe com as suas pernas.
O menino a levou até o sofá de couro que tinha em sua sala, jogando-a ali. A respiração da mulher era acelerada, mas, assim que ele se desfez da blusa social que usava e deixou seu físico amostra, pareceu que o ar lhe faltou. Ele sorriu, percebendo o jeito que mexia com a secretária e, sem se demorar muito, deitou em cima dela, voltando a beijá-la.
Depois de alguns minutos de beijos e provocações, as últimas peças de roupas que ainda os cobria foram atiradas pela sala. Como o sofá era pequeno e desconfortável, Phill a pegou novamente no colo e a sentou em sua mesa, longe de qualquer coisa que pudesse cair ou quebrar e, com um sorriso safado no rosto, começou as investidas na mulher.
O sexo em si não durou muito tempo e, como para ele não passava de uma distração, não se deu ao trabalho nem de perguntar se a mulher já tinha atingido o máximo do seu prazer. Assim que gozou, Phillip se desencaixou de Meredith e começou a caçar sua roupa, jogando, vez ou outra, alguma peça que a menina vestia para ela.
- Isso fica entre nós, ok? - Seu tom de voz demonstrava que aquilo era uma imposição e não um pedido, fazendo a menina concordar com a cabeça.
- Desde que não pare de acontecer, sem problemas para mim. - Ela sorriu, realmente não se importando com o que ele tinha dito.
- Não se preocupe. - Ele lhe lançou um sorriso galanteador e destrancou a porta, deixando a menina sair da sala.
Assim que Meredith saiu e ele fechou novamente a porta, revirou os olhos. “Até parece" ele pensou, se sentando novamente na sua cadeira, voltando a sua atenção para o seu computador. Meredith não foi a primeira nem seria a última que Phill transava depois de brigar com . Na verdade, aquilo acontecia sempre que eles brigavam, o que não era pouco.
Sabendo que chegaria em casa e a namorada estaria lá, ainda triste com ele, uma ideia brotou na cabeça do rapaz. Assim que deu a sua hora, ao invés de ir para casa, passou numa joalheria e comprou o cordão mais caro e bonito que viu na vitrine.
Ele não queria dar o braço a torcer e pedir desculpas para a namorada, já que ele se sentia na razão de não querer vê-la interpretando aquele papel e de sentir ciúmes de Tom, mas também não queria que o clima ficasse pesado entre os dois. Phill também comprou um lindo buquê de rosas brancas, as favoritas de , esperando que, assim, fariam as pazes sem ele precisar se desculpar.
- Amor. - Ele a chamou, assim que entrou em casa - Cadê você?
- No quarto. - Ouviu a voz da namorada soar de dentro do apartamento e seguiu na direção do cômodo.
Assim que chegou na porta, cobriu todo o seu rosto com o buquê, ouvindo a menina soltar um gemido baixo de aprovação. , que estava mexendo no laptop deitada na cama, fechou o aparelho e se colocou de pé, indo na direção do namorado.
- Eu precisava me redimir com você. - ele falou, estendendo o buquê, fazendo-a pegá-lo - Eu espero que você goste.
Uma vez que a menina já estava com as rosas em mãos, ele estendeu a caixa de veludo que continha o cordão e a abriu, expondo-o. levou a mão à boca, surpresa com a beleza da joia, desviando seu olhar dela para o namorado.
- Ele é lindo, Phill. - ela suspirou, tocando o cordão levemente com as pontas dos dedos, fazendo o namorado sorrir.
- Não tanto quanto você. - ele acariciou a bochecha de , fazendo a menina corar - Quer experimentá-lo?
A mulher apenas concordou com a cabeça, virando de costas para o namorado e levantando o cabelo. Phill, por sua vez, tirou o cordão da caixa, depositando-a em cima de um móvel que tinha perto da porta e, no segundo seguinte, prendeu-o no pescoço da menina.
andou até o espelho, com Phill em seu encalço e, quando viu o reflexo dos dois, mais o buquê e o cordão, um sorriso lindo se abriu em seu rosto. Ela se virou na direção do namorado, se aproximando dele.
- Eu amei, muito obrigada.
- Eu te amo, meu amor. - Ele sussurrou no ouvido da menina, arrepiando-a.
- Eu te amo mais. - Ela respondeu, dando-lhe um beijo apaixonado.
Ela saiu do quarto, assim que partiu o beijo, para colocar as flores em um vaso, deixando-o sozinho no cômodo. Phill, que ainda estava virado na direção do espelho, abriu um sorriso vitorioso, sentindo orgulho de si mesmo por ter conseguido aquilo que queria com a namorada.
Capítulo 7
Os dias se passaram e finalmente sexta chegou. Tom acordou radiante, como em todos os seus aniversários. Ele se levantou com um sorriso no rosto, que só aumentou quando viu o dia lindo que estava fazendo assim que abriu as cortinas do quarto.
Ele respirou fundo, no momento que abriu a janela, mas, ao invés de sentir aquele cheiro característico de dias de verão, sentiu cheiro de panquecas. O rapaz estranhou aquele fato, principalmente porque o cheiro parecia vir de dentro do seu apartamento, e se encaminhou na direção da cozinha.
- Surpresa! - Dougie gritou, assim que o menino apareceu pela porta, esfregando um prato de panquecas na cara do cantor.
Foi ali que o sorriso de Tom triplicou de tamanho. Na sua cozinha, Danny estava fazendo café, se entretia no fogão fazendo suas famosas panquecas e e Harry colocavam a mesa. Aquela cena aqueceu o coração do aniversariante, que sentia sempre muita falta da casa movimentada como era na época em que moravam juntos.
- Teve um déjà vu, Tom? - chamou a sua atenção, fazendo o menino rir.
- É, tive. - Ele assumiu, indo na direção da amiga e respirando fundo - Você sabe como eu morro de saudades do seu café da manhã.
e Harry estavam juntos já tinha muitos anos, o que fez com que a menina pegasse a época que eles dividiam a casa. Era normal ela dormir com Harry lá e, sempre que isso acontecia, no dia seguinte, ela que preparava o café da manhã dos meninos.
Ela sempre teve a sensação, mesmo eles confirmando veemente que não, que ela foi a culpada deles irem cada um viver no seu próprio apartamento. Ali, então, ouvindo Tom lhe dizer aquilo, seu coração apertou e a menina abraçou fortemente o amigo.
- Me desculpa por isso. - Ela sussurrou no ouvido de Tom, deixando algumas lágrimas escaparem.
- Ei, para agora mesmo com isso. - A voz dele saiu suave assim que eles se separaram e o menino a viu chorando - Você precisa parar de se culpar pelo fim da casa da banda, .
- Acho que nunca vou conseguir. - Ela deu um sorriso tristonho e Tom se limitou a secar suas lágrimas.
- Mas devia. - Ele a abraçou de lado, apontando os amigos que, diferente de quando ela os conheceu, agora eram homens - A gente precisava do nosso espaço, imagina dividir casa com o Danny a vida inteira?
- Ei! - Danny exclamou, fazendo a cozinha inteira rir.
- Ele não está errado, mush. - se aproximou do namorado, fazendo eles rirem ainda mais.
- Até você, princesa? - Ele levantou as sobrancelhas, surpreso com o comentário da namorada, mas acabou se rendendo a uma risada - Ok, eu sei que não sou a pessoa mais organizada da Terra, mas também não é assim.
- Mate, eu já encontrei cueca sua dentro do liquidificador. - Dougie falou, fazendo cara de nojo - Até hoje eu não sei se era limpa ou suja, mas prefiro imaginar que era limpa.
- Você também não é o rei da arrumação não, Dougie. - Harry disse, se sentando à mesa - Ou você já esqueceu que todo mundo, principalmente a , catava as suas blusas jogadas pela sala?
- Mas agora que, se eu não catar e colocá-las para lavar elas simplesmente não saem da sala, eu preciso tirá-las de lá. - ele deu de ombros - Vocês que me mimavam.
- Agora é nossa culpa? - o olhou, incrédula, fazendo-o rir - E eu ainda tenho que ouvir isso.
- Está vendo, no máximo você é culpada por estragar o Dougie. - Tom disse para a menina, que o olhou com os olhos semicerrados, fazendo o menino rir - Ok, todos nós somos.
acabou de preparar as panquecas e todos se sentaram para tomar o café da manhã. Eles conversavam sobre diversas coisas, contavam para algumas histórias antigas de quando moravam todos juntos e riam dos momentos que compartilhavam. Tom estava do jeito que mais gostava, junto com os meninos da banda e suas namoradas, mas seus pensamentos não deixavam de focar em .
- Ansioso para hoje a noite? - perguntou, com um sorriso no rosto que fez o menino acompanhá-la.
- Você sabe que sim. - Ele assumiu, fazendo Harry revirar os olhos.
- Tom, você sabe que isso pode dar muito errado, não sabe? - Harry perguntou, fazendo o amigo concordar com a cabeça.
- Mas também pode dar muito certo. - O rapaz encarou o amigo - Por que você não me apoia nisso?
- Porque eu não consigo ver um desfecho para essa história que não seja trágico. - O baterista assumiu - Eu adoro a , Tom, ela é tudo aquilo que você sempre quis, eu sei disso.
- Ele só tem receio do que o Phillip pode fazer, é isso. - disse, tocando o braço de Tom, que estava sentado ao seu lado.
- Não tem com que se preocupar, mate. - Tom se virou para Harry - Eu e a já temos todo um plano em mente.
Harry concordou com a cabeça, se dando por vencido. Tudo o que o baterista esperava, assim como todos os outros, era que esse plano dos dois desse certo. Mas, ao contrário dos amigos que achavam que ele estava exagerando, Harry torcia para que tudo desse certo para o amigo e que não sofresse com nenhuma consequência daquela ideia de Tom.
Eles ainda ficaram um bom tempo ainda na casa do aniversariante, até almoçar eles fizeram juntos, mas quando a tarde começou a cair, cada um foi para a sua respectiva casa, se arrumar para a festa. e Danny, como parte do plano bolado pela garota e o aniversariante, ainda buscariam em casa antes de irem para o pub.
O plano, em si, não foi assim tão difícil de ser colocado em prática. Um dia antes da festa, Phill avisou para que não conseguiria sair cedo do trabalho na sexta e que, por isso, eles teriam que chegar mais tarde no bar. A menina, então, teve a ideia de ir com , o que, estranhamente, foi aceito pelo namorado sem muito problema.
Eram 19h quando Danny parou o carro na frente do prédio de . não parava de sacudir as pernas, ansiosa para ver como aquela noite ia se desenrolar, fazendo o namorado tocar, gentilmente, em sua mão, lhe lançando um sorriso.
- Você precisa se acalmar, amor. - Ele se virou para a menina - Se continuar assim, não sei nem se você chega na festa viva.
- Só você pra me fazer rir mesmo. - Ela disse, assim que sua gargalhada acabou, tocando o rosto do namorado - Eu te amo.
- Eu também te amo, amor. - Ele a beijou calmamente.
O beijo foi cortado assim que ambos ouviram algumas batidas na janela do carro. Assim que eles olharam na direção do barulho, Danny teve que engolir em seco para não demonstrar sua surpresa ao ver ali.
A menina estava linda com um vestido de cetim curto e justo e uma sandália de salto, ambos pretos. Seus cabelos ruivos estavam soltos, formando cachos nas pontas e a maquiagem era tão leve que parecia não estar lá. O rapaz destrancou a porta do carro e fez um sinal para a amiga abrir a porta.
- Oi gente. - disse, fechando a porta do carro e colocando a cabeça entre o banco do motorista e o do carona - Desculpa atrapalhar o momento de vocês.
- Relaxa, amiga. - lhe lançou um sorriso - Você está linda.
- Não tanto quanto você. - respondeu, fazendo Danny concordar com a cabeça.
corou e, automaticamente, olhou para as próprias pernas, descobertas pelo vestido que usava. Ela também usava um vestido curto, mas rodado, que era acinturado por uma faixa transparente com alguns bordados. A modelo estava com um scarpin vermelho, da mesma cor que o seu batom, e o seu cabelo estava preso em um coque, com alguns fios soltos.
- Vamos, madames? - Danny perguntou, fazendo as meninas rirem e concordarem.
Não demorou muito e os três já estavam no pub. Dougie, Harry e já estavam lá, sentados em uma mesa que cabia todos os integrantes do McFLY, suas namoradas, e Phill. Tom estava distante, falando com alguns outros convidados, mas fez um gesto com a mão dizendo que já iria encontrá-los.
- , essa é minha esposa, . - Harry apresentou as meninas, assim que a atriz lhe cumprimentou.
- Oi! - A menina exclamou, abraçando apertado, assim como fez com todos os outros.
, por sua vez, ficou estática, assim como Dougie no dia do aniversário de . A menina, assim como os outros, também era muito fã de , um dos motivos pelos quais ela e Harry começaram a conversar. Assim que percebeu que a menina não se mexia, a atriz se afastou um pouco, olhando dela para Harry.
- O que está acontecendo? - Ela perguntou para o garoto, que riu.
- Nem passa pela sua cabeça? - Ele devolveu a pergunta, fazendo a menina rir.
- Lógico, você também é minha fã. - conseguiu concordar com a cabeça, fazendo a menina rir ainda mais - Relaxa, eu não mordo.
- É que eu nunca imaginei isso acontecendo. - A menina assumiu.
- Você é casada com ninguém menos que Harry Judd e nunca imaginou que poderia me conhecer? - falou de um jeito que fez gargalhar.
- Olhando por esse lado, você tem razão. - Ela deu um sorriso vencido - Mas você tem que entender, eu cresci junto com você, vendo os seus filmes, me inspirando em você.
- Você não sabe como eu amo ouvir essas coisas. - assumiu, fazendo a garota sorrir - Mas eu não sou essa perfeição toda, pode ter certeza. Sou tão normal quanto qualquer um.
- É, o Tom me disse isso. - disse, fazendo com que um sorriso apaixonado crescesse no rosto de , mesmo que ela própria não percebesse isso.
- O Tom fala sobre mim? - Ela perguntou, completamente derretida, fazendo e os meninos do McFLY segurarem uma risada.
- O tempo todo. - A menina respondeu, piscando para a atriz, que sorriu ainda mais.
- Cheguei! - A voz de Tom soou por trás da menina, que, na mesma hora, se virou.
- Tom! - Ela se jogou nos braços do rapaz, fazendo-o enterrar seu rosto na curva do pescoço dela para inalar aquele cheiro gostoso que ela emanava - Feliz aniversário.
- Obrigada, . - Ele sussurrou, no pé do ouvido da menina, deixando-a arrepiada.
Eles se separaram, sorrindo um para o outro, e se sentaram junto com os outros meninos. não conseguia parar de rir das coisas que Danny falava, principalmente quando viam Dougie agarrado com alguma menina. Não passou muito tempo e uma voz soou alta, chamando a atenção de todos os convidados.
- Nosso karaokê já está pronto para quem quiser ser um astro por uma noite. - O DJ do pub disse e logo apontou para Tom - Mas não antes do aniversariante.
Todos os convidados bateram palmas e gritaram, fazendo o menino rir e se levantar. Todos os anos a mesma coisa acontecia e, naquele, tudo o que o aniversariante queria era aquele momento. Ele já tinha combinado tudo com o DJ para que a parte crucial de seu plano desse certo.
O menino foi na direção de um dos microfones que tinham em cima de um tablado baixo, perto da mesa de som e, mesmo antes de qualquer coisa, já era ovacionado. Ele pediu silêncio, assim como fazia nos shows e viu, mesmo de longe, que os olhos de brilhavam.
- Hoje eu não vou cantar sozinho. - Ele declarou, abrindo um sorriso enorme e apontando para a atriz - , sobe aqui.
A menina arregalou os olhos, completamente surpresa. Com um aceno de cabeça, ela negou, visivelmente envergonhada.
- Vai logo, amiga. - a empurrou pelo braço, enquanto todos os convidados batiam palmas e gritavam para que ela aceitasse.
O que a fez levantar não foi o empurrão de , muito menos o incentivo dos outros convidados. O que a fez seguir na direção de Tom, foi o próprio menino. O jeito que ele a olhava, o sorriso em seu rosto e sua mão estendida para ela a fez entrar quase que num transe. Ela subiu no tablado, com a ajuda dele e, assim que “Rewrite The Stars" começou a soar, corou ainda mais.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
I know you want me
So don't keep sayin' our hands are tied
Tom começou a cantar, olhando nos olhos da menina e se aproximando dela. Conforme ele andava na direção dela, ela se afastava, andando para trás.
You claim it's not in the cards
And fate is pullin' you miles away
And out of reach from me
But you're here in my heart
So who can stop me if I decide
That you're my destiny?
, finalmente, chegou na beirada do tablado e, se vendo ali, encurralada, acabou parando de andar. O rapaz conseguiu se aproximar dela mas, assim que ia tocá-la, ela fugiu novamente dele.
What if we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing could keep us apart
You'd be the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one can say what we get to be
So why don't we rewrite the stars?
Maybe the world could be ours
Tonight
parou de andar, ainda de costas para Tom. A menina respirou fundo, levando o microfone em direção a sua boca, começando a cantar.
You think it's easy
You think I don't wanna run to you
But there are mountains
And there are doors that we can't walk through
Ela se aproximou novamente de Tom, tocando-lhe o peito e encarando-o. Um sorriso se abriu em seu rosto, conforme as cenas deles dois juntos na Starbucks começaram a rondar sua mente.
I know you're wondering why because we're able to be
Just you and me within these walls
But when we go outside, you're gonna wake up and see
That it was hopeless after all
No one can rewrite the stars
How can you say you'll be mine?
Everything keeps us apart
And I'm not the one you were meant to find
desviou seu olhar do dele, virando, novamente de costas.
It's not up to you
It's not up to me
When everyone tells us what we can be
How can we rewrite the stars?
Say that the world can be ours
Tonight
Tom a puxou pela mão, fazendo-a se virar para ele e ambos cantaram juntos.
All I want is to fly with you
All I want is to fall with you
So just give me all of you
It feels impossible
It's not impossible
Is it impossible?
Say that it's possible
How do we rewrite the stars?
Say you were made to be mine?
Nothing can keep us apart
'Cause you are the one I was meant to find
It's up to you
And it's up to me
No one can say what we get to be
And why don't we rewrite the stars?
Changing the world to be ours
A música se tornou suave, indicando que estava no fim e respirou fundo para cantar aquele último refrão.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
But I can't have you
We're bound to break and my hands are tied
Eles ficaram alguns minutos se encarando, enquanto os convidados batiam palmas e assobiavam, mas eles não pareciam perceber aquilo. Para muitos, aquela música era apenas a música de um musical, mas, para eles, ela era muito mais do que aquilo.
Por mais que não quisesse assumir, aquela música parecia ter sido escrita para ela e Tom. Todo aquele amor proibido, que eles sabiam que existia ali, mas que ela não era capaz de assumir.
Ela abraçou o aniversariante, tentando, assim, não começar a chorar, conseguindo. Tom não disse nada, apenas retribuiu o abraço, feliz por poder senti-la tão perto de si. Mentalmente, ambos agradecera que Phillip não estivesse ali para presenciar a cena.
Mas, o que nem eles, nem os meninos do McFLY, nem e perceberam, era que o rapaz já estava no pub desde o meio da música. Sua vontade era arrancar a namorada daquele palco, mas se controlou somente para não chamar a atenção de todos ali.
Conforme ia se aproximando da mesa onde estava sentada mais cedo, sozinha pelo fato de que Tom tinha sido parado por alguns convidados no meio do caminho, Phill se aproximava pelo outro lado. Assim que a menina chegou na mesa, seu sorriso aumentou ao ouvir todos os elogios dos amigos. Ela se assustou ao sentir uma mão tocar sua cintura e, quando viu quem estava ali, forçou seu melhor sorriso.
- Amor! - tentou abraçá-lo, mas o menino apenas se afastou.
- Nós vamos embora, agora.
- Por quê? - Ela perguntou, com o cenho franzido - Você acabou de chegar e eu não quero ir embora.
- Não importa. - Ele a segurou pelo braço - Você não fica aqui nem mais um segundo.
- Solta o meu braço, Phill. - Ela tentou se manter forte, mas sua voz saiu trêmula - Você está me machucando.
- Você não está vendo que ela não quer ir com você? - Dougie, que chegara junto com a menina e estava em pé do lado do casal, se intrometeu - Se você não quer ficar, você pode ir embora.
- Quem você acha que é quem para se meter na nossa relação? - Phill rosnou, indo na direção do baixista, que se manteve impassível.
- Um homem que nunca machucaria uma mulher como você está fazendo agora.
, que já tinha os olhos cheios de lágrimas, se assustou ao ver os dois homens se enfrentando daquele jeito. Ela conhecia muito bem o namorado para saber o que ele estava prestes a fazer e, por isso, puxou o braço de Phillip.
- Para com isso, eu vou com você. - Sua voz saiu entrecortada, fazendo Dougie olha-lá quase implorando para que a menina não fizesse aquilo.
- Amiga, você não pode ceder assim. - tocou a outra mão da menina por cima da mesa, chamando a sua atenção.
- Está tudo bem, confia em mim. - deu um sorriso triste para a amiga, soltando a sua mão logo em seguida.
Ela pegou a sua bolsa em silêncio e, sem ter coragem de se despedir de ninguém, apenas começou a andar atrás de Phill. Assim que eles saíram do campo de visão do grupo, Dougie deu um soco na mesa, tentando descontar toda a sua frustração.
Tom chegou logo depois do acontecido e, antes que Danny pudesse contar a verdade para o amigo, se colocou na frente do namorado e disse, apenas, que tinha passado mal e decidido ir embora. Todos apoiaram a decisão da menina, poupando a felicidade que Tom estava sentindo.
- O que foi aquilo? - perguntou, assim que entrou em casa com o namorado em seu encalço.
Eles ficaram quietos durante todo o trajeto do pub até o apartamento. sabia que aquela briga seria muito feia para tê-la dentro do carro, com a possibilidade de gerar um acidente, então segurou suas lágrimas e toda a sua frustração até chegar em casa.
- Eu que te pergunto, o que foi aquilo? - Phill rosnou, vermelho de ódio - Que porra de "show" foi aquele encima daquele palco?
- Show? - A voz da menina saiu fraca - A gente só estava cantando.
- Só estavam cantando? - Ele repetiu, soltando uma risada que arrepiou a menina - Você acha que eu sou o que? Idiota?
- Phill, foi só uma música, não significou nada. - Ela tentava manter a sua voz calma e normal, mas suas mãos não paravam de tremer.
- Eu não sei se você é realmente ingênua, ou só sonsa mesmo. - Ele virou de costas para ela, agarrou um copo e jogou na parede atras da menina, fazendo-a se encolher - Vocês só faltaram se beijar no final da música.
- Eu nunca faria isso com você. - Ela já chorava.
- Eu que nunca faria isso com você. - Ele gritou - Você não vê que tudo o que ele quer é te usar?
- Não, não o Tom. - Ela sussurrou, segurando os próprios braços.
- Você realmente acha que ele te ama? - Ele se aproximou dela, segurando-a pelos braços - Ele só quer ter o prazer de nos destruir e depois se livrar de você. E você está deixando isso acontecer.
Ele a soltou, empurrando-a. , que não tinha mais forças para se sustentar de tanto que chorava, se ajoelhou no chão da sala, tampando o rosto com as duas mãos. Ao vê-la ali, daquele jeito tão vulnerável, Phill se aproximou, ajoelhando na frente da namorada e a puxando para um abraço.
- Eu não posso deixar isso acontecer. - Ele sussurrou no ouvido da menina - Eu não posso deixar ele te tirar de mim. Eu não sou ninguém sem você.
Ao ouvi-lo proferir aquela frase, levantou o seu olhar até encontrar o dele. Algumas lágrimas também caiam pelo seu rosto e, no segundo seguinte, a menina já o abraçava forte.
- Ninguém vai me tirar de você, nunca. - Ela sussurrou, fazendo-o abraçá-la ainda mais forte.
Tudo aquilo que o namorado lhe falara durante a briga, aos poucos, foi fazendo um sentido enorme na cabeça da menina. Ela não podia negar que, no fundo, além de saber que Tom queria conquistá-la, não fazia nada para impedi-lo. Então ali, envolta nos braços de Phill, decidiu que iria se afastar de Tom, de e dos demais meninos do McFLY.
Ele respirou fundo, no momento que abriu a janela, mas, ao invés de sentir aquele cheiro característico de dias de verão, sentiu cheiro de panquecas. O rapaz estranhou aquele fato, principalmente porque o cheiro parecia vir de dentro do seu apartamento, e se encaminhou na direção da cozinha.
- Surpresa! - Dougie gritou, assim que o menino apareceu pela porta, esfregando um prato de panquecas na cara do cantor.
Foi ali que o sorriso de Tom triplicou de tamanho. Na sua cozinha, Danny estava fazendo café, se entretia no fogão fazendo suas famosas panquecas e e Harry colocavam a mesa. Aquela cena aqueceu o coração do aniversariante, que sentia sempre muita falta da casa movimentada como era na época em que moravam juntos.
- Teve um déjà vu, Tom? - chamou a sua atenção, fazendo o menino rir.
- É, tive. - Ele assumiu, indo na direção da amiga e respirando fundo - Você sabe como eu morro de saudades do seu café da manhã.
e Harry estavam juntos já tinha muitos anos, o que fez com que a menina pegasse a época que eles dividiam a casa. Era normal ela dormir com Harry lá e, sempre que isso acontecia, no dia seguinte, ela que preparava o café da manhã dos meninos.
Ela sempre teve a sensação, mesmo eles confirmando veemente que não, que ela foi a culpada deles irem cada um viver no seu próprio apartamento. Ali, então, ouvindo Tom lhe dizer aquilo, seu coração apertou e a menina abraçou fortemente o amigo.
- Me desculpa por isso. - Ela sussurrou no ouvido de Tom, deixando algumas lágrimas escaparem.
- Ei, para agora mesmo com isso. - A voz dele saiu suave assim que eles se separaram e o menino a viu chorando - Você precisa parar de se culpar pelo fim da casa da banda, .
- Acho que nunca vou conseguir. - Ela deu um sorriso tristonho e Tom se limitou a secar suas lágrimas.
- Mas devia. - Ele a abraçou de lado, apontando os amigos que, diferente de quando ela os conheceu, agora eram homens - A gente precisava do nosso espaço, imagina dividir casa com o Danny a vida inteira?
- Ei! - Danny exclamou, fazendo a cozinha inteira rir.
- Ele não está errado, mush. - se aproximou do namorado, fazendo eles rirem ainda mais.
- Até você, princesa? - Ele levantou as sobrancelhas, surpreso com o comentário da namorada, mas acabou se rendendo a uma risada - Ok, eu sei que não sou a pessoa mais organizada da Terra, mas também não é assim.
- Mate, eu já encontrei cueca sua dentro do liquidificador. - Dougie falou, fazendo cara de nojo - Até hoje eu não sei se era limpa ou suja, mas prefiro imaginar que era limpa.
- Você também não é o rei da arrumação não, Dougie. - Harry disse, se sentando à mesa - Ou você já esqueceu que todo mundo, principalmente a , catava as suas blusas jogadas pela sala?
- Mas agora que, se eu não catar e colocá-las para lavar elas simplesmente não saem da sala, eu preciso tirá-las de lá. - ele deu de ombros - Vocês que me mimavam.
- Agora é nossa culpa? - o olhou, incrédula, fazendo-o rir - E eu ainda tenho que ouvir isso.
- Está vendo, no máximo você é culpada por estragar o Dougie. - Tom disse para a menina, que o olhou com os olhos semicerrados, fazendo o menino rir - Ok, todos nós somos.
acabou de preparar as panquecas e todos se sentaram para tomar o café da manhã. Eles conversavam sobre diversas coisas, contavam para algumas histórias antigas de quando moravam todos juntos e riam dos momentos que compartilhavam. Tom estava do jeito que mais gostava, junto com os meninos da banda e suas namoradas, mas seus pensamentos não deixavam de focar em .
- Ansioso para hoje a noite? - perguntou, com um sorriso no rosto que fez o menino acompanhá-la.
- Você sabe que sim. - Ele assumiu, fazendo Harry revirar os olhos.
- Tom, você sabe que isso pode dar muito errado, não sabe? - Harry perguntou, fazendo o amigo concordar com a cabeça.
- Mas também pode dar muito certo. - O rapaz encarou o amigo - Por que você não me apoia nisso?
- Porque eu não consigo ver um desfecho para essa história que não seja trágico. - O baterista assumiu - Eu adoro a , Tom, ela é tudo aquilo que você sempre quis, eu sei disso.
- Ele só tem receio do que o Phillip pode fazer, é isso. - disse, tocando o braço de Tom, que estava sentado ao seu lado.
- Não tem com que se preocupar, mate. - Tom se virou para Harry - Eu e a já temos todo um plano em mente.
Harry concordou com a cabeça, se dando por vencido. Tudo o que o baterista esperava, assim como todos os outros, era que esse plano dos dois desse certo. Mas, ao contrário dos amigos que achavam que ele estava exagerando, Harry torcia para que tudo desse certo para o amigo e que não sofresse com nenhuma consequência daquela ideia de Tom.
Eles ainda ficaram um bom tempo ainda na casa do aniversariante, até almoçar eles fizeram juntos, mas quando a tarde começou a cair, cada um foi para a sua respectiva casa, se arrumar para a festa. e Danny, como parte do plano bolado pela garota e o aniversariante, ainda buscariam em casa antes de irem para o pub.
O plano, em si, não foi assim tão difícil de ser colocado em prática. Um dia antes da festa, Phill avisou para que não conseguiria sair cedo do trabalho na sexta e que, por isso, eles teriam que chegar mais tarde no bar. A menina, então, teve a ideia de ir com , o que, estranhamente, foi aceito pelo namorado sem muito problema.
Eram 19h quando Danny parou o carro na frente do prédio de . não parava de sacudir as pernas, ansiosa para ver como aquela noite ia se desenrolar, fazendo o namorado tocar, gentilmente, em sua mão, lhe lançando um sorriso.
- Você precisa se acalmar, amor. - Ele se virou para a menina - Se continuar assim, não sei nem se você chega na festa viva.
- Só você pra me fazer rir mesmo. - Ela disse, assim que sua gargalhada acabou, tocando o rosto do namorado - Eu te amo.
- Eu também te amo, amor. - Ele a beijou calmamente.
O beijo foi cortado assim que ambos ouviram algumas batidas na janela do carro. Assim que eles olharam na direção do barulho, Danny teve que engolir em seco para não demonstrar sua surpresa ao ver ali.
A menina estava linda com um vestido de cetim curto e justo e uma sandália de salto, ambos pretos. Seus cabelos ruivos estavam soltos, formando cachos nas pontas e a maquiagem era tão leve que parecia não estar lá. O rapaz destrancou a porta do carro e fez um sinal para a amiga abrir a porta.
- Oi gente. - disse, fechando a porta do carro e colocando a cabeça entre o banco do motorista e o do carona - Desculpa atrapalhar o momento de vocês.
- Relaxa, amiga. - lhe lançou um sorriso - Você está linda.
- Não tanto quanto você. - respondeu, fazendo Danny concordar com a cabeça.
corou e, automaticamente, olhou para as próprias pernas, descobertas pelo vestido que usava. Ela também usava um vestido curto, mas rodado, que era acinturado por uma faixa transparente com alguns bordados. A modelo estava com um scarpin vermelho, da mesma cor que o seu batom, e o seu cabelo estava preso em um coque, com alguns fios soltos.
- Vamos, madames? - Danny perguntou, fazendo as meninas rirem e concordarem.
Não demorou muito e os três já estavam no pub. Dougie, Harry e já estavam lá, sentados em uma mesa que cabia todos os integrantes do McFLY, suas namoradas, e Phill. Tom estava distante, falando com alguns outros convidados, mas fez um gesto com a mão dizendo que já iria encontrá-los.
- , essa é minha esposa, . - Harry apresentou as meninas, assim que a atriz lhe cumprimentou.
- Oi! - A menina exclamou, abraçando apertado, assim como fez com todos os outros.
, por sua vez, ficou estática, assim como Dougie no dia do aniversário de . A menina, assim como os outros, também era muito fã de , um dos motivos pelos quais ela e Harry começaram a conversar. Assim que percebeu que a menina não se mexia, a atriz se afastou um pouco, olhando dela para Harry.
- O que está acontecendo? - Ela perguntou para o garoto, que riu.
- Nem passa pela sua cabeça? - Ele devolveu a pergunta, fazendo a menina rir.
- Lógico, você também é minha fã. - conseguiu concordar com a cabeça, fazendo a menina rir ainda mais - Relaxa, eu não mordo.
- É que eu nunca imaginei isso acontecendo. - A menina assumiu.
- Você é casada com ninguém menos que Harry Judd e nunca imaginou que poderia me conhecer? - falou de um jeito que fez gargalhar.
- Olhando por esse lado, você tem razão. - Ela deu um sorriso vencido - Mas você tem que entender, eu cresci junto com você, vendo os seus filmes, me inspirando em você.
- Você não sabe como eu amo ouvir essas coisas. - assumiu, fazendo a garota sorrir - Mas eu não sou essa perfeição toda, pode ter certeza. Sou tão normal quanto qualquer um.
- É, o Tom me disse isso. - disse, fazendo com que um sorriso apaixonado crescesse no rosto de , mesmo que ela própria não percebesse isso.
- O Tom fala sobre mim? - Ela perguntou, completamente derretida, fazendo e os meninos do McFLY segurarem uma risada.
- O tempo todo. - A menina respondeu, piscando para a atriz, que sorriu ainda mais.
- Cheguei! - A voz de Tom soou por trás da menina, que, na mesma hora, se virou.
- Tom! - Ela se jogou nos braços do rapaz, fazendo-o enterrar seu rosto na curva do pescoço dela para inalar aquele cheiro gostoso que ela emanava - Feliz aniversário.
- Obrigada, . - Ele sussurrou, no pé do ouvido da menina, deixando-a arrepiada.
Eles se separaram, sorrindo um para o outro, e se sentaram junto com os outros meninos. não conseguia parar de rir das coisas que Danny falava, principalmente quando viam Dougie agarrado com alguma menina. Não passou muito tempo e uma voz soou alta, chamando a atenção de todos os convidados.
- Nosso karaokê já está pronto para quem quiser ser um astro por uma noite. - O DJ do pub disse e logo apontou para Tom - Mas não antes do aniversariante.
Todos os convidados bateram palmas e gritaram, fazendo o menino rir e se levantar. Todos os anos a mesma coisa acontecia e, naquele, tudo o que o aniversariante queria era aquele momento. Ele já tinha combinado tudo com o DJ para que a parte crucial de seu plano desse certo.
O menino foi na direção de um dos microfones que tinham em cima de um tablado baixo, perto da mesa de som e, mesmo antes de qualquer coisa, já era ovacionado. Ele pediu silêncio, assim como fazia nos shows e viu, mesmo de longe, que os olhos de brilhavam.
- Hoje eu não vou cantar sozinho. - Ele declarou, abrindo um sorriso enorme e apontando para a atriz - , sobe aqui.
A menina arregalou os olhos, completamente surpresa. Com um aceno de cabeça, ela negou, visivelmente envergonhada.
- Vai logo, amiga. - a empurrou pelo braço, enquanto todos os convidados batiam palmas e gritavam para que ela aceitasse.
O que a fez levantar não foi o empurrão de , muito menos o incentivo dos outros convidados. O que a fez seguir na direção de Tom, foi o próprio menino. O jeito que ele a olhava, o sorriso em seu rosto e sua mão estendida para ela a fez entrar quase que num transe. Ela subiu no tablado, com a ajuda dele e, assim que “Rewrite The Stars" começou a soar, corou ainda mais.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
I know you want me
So don't keep sayin' our hands are tied
Tom começou a cantar, olhando nos olhos da menina e se aproximando dela. Conforme ele andava na direção dela, ela se afastava, andando para trás.
You claim it's not in the cards
And fate is pullin' you miles away
And out of reach from me
But you're here in my heart
So who can stop me if I decide
That you're my destiny?
, finalmente, chegou na beirada do tablado e, se vendo ali, encurralada, acabou parando de andar. O rapaz conseguiu se aproximar dela mas, assim que ia tocá-la, ela fugiu novamente dele.
What if we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing could keep us apart
You'd be the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one can say what we get to be
So why don't we rewrite the stars?
Maybe the world could be ours
Tonight
parou de andar, ainda de costas para Tom. A menina respirou fundo, levando o microfone em direção a sua boca, começando a cantar.
You think it's easy
You think I don't wanna run to you
But there are mountains
And there are doors that we can't walk through
Ela se aproximou novamente de Tom, tocando-lhe o peito e encarando-o. Um sorriso se abriu em seu rosto, conforme as cenas deles dois juntos na Starbucks começaram a rondar sua mente.
I know you're wondering why because we're able to be
Just you and me within these walls
But when we go outside, you're gonna wake up and see
That it was hopeless after all
No one can rewrite the stars
How can you say you'll be mine?
Everything keeps us apart
And I'm not the one you were meant to find
desviou seu olhar do dele, virando, novamente de costas.
It's not up to you
It's not up to me
When everyone tells us what we can be
How can we rewrite the stars?
Say that the world can be ours
Tonight
Tom a puxou pela mão, fazendo-a se virar para ele e ambos cantaram juntos.
All I want is to fly with you
All I want is to fall with you
So just give me all of you
It feels impossible
It's not impossible
Is it impossible?
Say that it's possible
How do we rewrite the stars?
Say you were made to be mine?
Nothing can keep us apart
'Cause you are the one I was meant to find
It's up to you
And it's up to me
No one can say what we get to be
And why don't we rewrite the stars?
Changing the world to be ours
A música se tornou suave, indicando que estava no fim e respirou fundo para cantar aquele último refrão.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
But I can't have you
We're bound to break and my hands are tied
Eles ficaram alguns minutos se encarando, enquanto os convidados batiam palmas e assobiavam, mas eles não pareciam perceber aquilo. Para muitos, aquela música era apenas a música de um musical, mas, para eles, ela era muito mais do que aquilo.
Por mais que não quisesse assumir, aquela música parecia ter sido escrita para ela e Tom. Todo aquele amor proibido, que eles sabiam que existia ali, mas que ela não era capaz de assumir.
Ela abraçou o aniversariante, tentando, assim, não começar a chorar, conseguindo. Tom não disse nada, apenas retribuiu o abraço, feliz por poder senti-la tão perto de si. Mentalmente, ambos agradecera que Phillip não estivesse ali para presenciar a cena.
Mas, o que nem eles, nem os meninos do McFLY, nem e perceberam, era que o rapaz já estava no pub desde o meio da música. Sua vontade era arrancar a namorada daquele palco, mas se controlou somente para não chamar a atenção de todos ali.
Conforme ia se aproximando da mesa onde estava sentada mais cedo, sozinha pelo fato de que Tom tinha sido parado por alguns convidados no meio do caminho, Phill se aproximava pelo outro lado. Assim que a menina chegou na mesa, seu sorriso aumentou ao ouvir todos os elogios dos amigos. Ela se assustou ao sentir uma mão tocar sua cintura e, quando viu quem estava ali, forçou seu melhor sorriso.
- Amor! - tentou abraçá-lo, mas o menino apenas se afastou.
- Nós vamos embora, agora.
- Por quê? - Ela perguntou, com o cenho franzido - Você acabou de chegar e eu não quero ir embora.
- Não importa. - Ele a segurou pelo braço - Você não fica aqui nem mais um segundo.
- Solta o meu braço, Phill. - Ela tentou se manter forte, mas sua voz saiu trêmula - Você está me machucando.
- Você não está vendo que ela não quer ir com você? - Dougie, que chegara junto com a menina e estava em pé do lado do casal, se intrometeu - Se você não quer ficar, você pode ir embora.
- Quem você acha que é quem para se meter na nossa relação? - Phill rosnou, indo na direção do baixista, que se manteve impassível.
- Um homem que nunca machucaria uma mulher como você está fazendo agora.
, que já tinha os olhos cheios de lágrimas, se assustou ao ver os dois homens se enfrentando daquele jeito. Ela conhecia muito bem o namorado para saber o que ele estava prestes a fazer e, por isso, puxou o braço de Phillip.
- Para com isso, eu vou com você. - Sua voz saiu entrecortada, fazendo Dougie olha-lá quase implorando para que a menina não fizesse aquilo.
- Amiga, você não pode ceder assim. - tocou a outra mão da menina por cima da mesa, chamando a sua atenção.
- Está tudo bem, confia em mim. - deu um sorriso triste para a amiga, soltando a sua mão logo em seguida.
Ela pegou a sua bolsa em silêncio e, sem ter coragem de se despedir de ninguém, apenas começou a andar atrás de Phill. Assim que eles saíram do campo de visão do grupo, Dougie deu um soco na mesa, tentando descontar toda a sua frustração.
Tom chegou logo depois do acontecido e, antes que Danny pudesse contar a verdade para o amigo, se colocou na frente do namorado e disse, apenas, que tinha passado mal e decidido ir embora. Todos apoiaram a decisão da menina, poupando a felicidade que Tom estava sentindo.
- O que foi aquilo? - perguntou, assim que entrou em casa com o namorado em seu encalço.
Eles ficaram quietos durante todo o trajeto do pub até o apartamento. sabia que aquela briga seria muito feia para tê-la dentro do carro, com a possibilidade de gerar um acidente, então segurou suas lágrimas e toda a sua frustração até chegar em casa.
- Eu que te pergunto, o que foi aquilo? - Phill rosnou, vermelho de ódio - Que porra de "show" foi aquele encima daquele palco?
- Show? - A voz da menina saiu fraca - A gente só estava cantando.
- Só estavam cantando? - Ele repetiu, soltando uma risada que arrepiou a menina - Você acha que eu sou o que? Idiota?
- Phill, foi só uma música, não significou nada. - Ela tentava manter a sua voz calma e normal, mas suas mãos não paravam de tremer.
- Eu não sei se você é realmente ingênua, ou só sonsa mesmo. - Ele virou de costas para ela, agarrou um copo e jogou na parede atras da menina, fazendo-a se encolher - Vocês só faltaram se beijar no final da música.
- Eu nunca faria isso com você. - Ela já chorava.
- Eu que nunca faria isso com você. - Ele gritou - Você não vê que tudo o que ele quer é te usar?
- Não, não o Tom. - Ela sussurrou, segurando os próprios braços.
- Você realmente acha que ele te ama? - Ele se aproximou dela, segurando-a pelos braços - Ele só quer ter o prazer de nos destruir e depois se livrar de você. E você está deixando isso acontecer.
Ele a soltou, empurrando-a. , que não tinha mais forças para se sustentar de tanto que chorava, se ajoelhou no chão da sala, tampando o rosto com as duas mãos. Ao vê-la ali, daquele jeito tão vulnerável, Phill se aproximou, ajoelhando na frente da namorada e a puxando para um abraço.
- Eu não posso deixar isso acontecer. - Ele sussurrou no ouvido da menina - Eu não posso deixar ele te tirar de mim. Eu não sou ninguém sem você.
Ao ouvi-lo proferir aquela frase, levantou o seu olhar até encontrar o dele. Algumas lágrimas também caiam pelo seu rosto e, no segundo seguinte, a menina já o abraçava forte.
- Ninguém vai me tirar de você, nunca. - Ela sussurrou, fazendo-o abraçá-la ainda mais forte.
Tudo aquilo que o namorado lhe falara durante a briga, aos poucos, foi fazendo um sentido enorme na cabeça da menina. Ela não podia negar que, no fundo, além de saber que Tom queria conquistá-la, não fazia nada para impedi-lo. Então ali, envolta nos braços de Phill, decidiu que iria se afastar de Tom, de e dos demais meninos do McFLY.
Capítulo 8
Duas semanas se passaram do aniversário de Tom e tinha, simplesmente, desaparecido. Não atendia nenhuma ligação do cantor, muito menos respondia suas mensagens ou ia encontrá-lo na Starbucks. O rapaz sabia que ela já tinha começado os ensaios da peça, devido a uma notícia que tinha lido, mas isso não era desculpa para o seu sumiço.
O rapaz, que a aguardava na cafeteria, bufou ao perceber que a noite já começava a cair e nada da menina. No meio de toda a sua frustração e raiva, finalmente um motivo começou a rondar sua mente: Phillip.
- Não pode ser. - Ele sussurrou para si mesmo - Os meninos já teriam me contado se ele tivesse feito algo na minha festa.
Tom ainda ficou alguns minutos divagando sobre aquele pensamento e, para tirar aquela dúvida, preferiu mandar uma mensagens para os amigos, pedindo-os para encontrá-lo no seu apartamento, saindo da cafeteria em seguida. Como sempre, o garoto não percebeu, mas o jornalista de algumas semanas antes estava sentado a poucas mesas de distância, ainda mais frustrado que o cantor.
- Mate, ela sumiu. - O jornalista se afundou na cadeira, assim que seu amigo atendeu o celular.
- Eu te falei, ela não apareceu semana passada também. - O homem, que revezava com o primeiro, tinha um tom de voz irritado - Você precisa desistir disso, não vai sair nada daí.
- Só mais uma semana. - Ele ouviu o rapaz bufar do outro lado da linha - Pode deixar que eu venho.
- Você é muito teimoso.
- Sou persistente.
O homem desligou o telefone, sem falar mais nada. Enquanto ligava para desmarcar reuniões e limpar toda a sua agenda da outra semana, Tom esperava, sentado em seu sofá, os meninos do McFLY, e . Não demorou muito e o menino estava abrindo a porta para Dougie, o último a chegar.
- Eu acho que vocês sabem o motivo de eu ter chamado todos vocês, não é? - Ele perguntou, fazendo os amigos se entreolharam.
- Foi mal, Tom, mas pra mim não dá. - Dougie levantou, indo na direção da cozinha, fazendo o rapaz franzir o cenho.
- O que foi isso? - Ele apontou na direção que o baixista tomou, fazendo os restantes suspirarem - O que aconteceu no meu aniversário?
Para Dougie, que viu a mãe sofrer por anos por causa do seu pai, que os abandonou quando ele e a sua irmã eram pequenos, era extremamente difícil ver uma mulher sofrendo nas mãos de um homem. Vendo que nenhum dos três estava com coragem de responder Tom, levantou e foi se sentar do lado do rapaz, segurando a sua mão.
- A não foi embora porque estava passando mal, Tom. - Ela suspirou antes de continuar - O Phillip que a obrigou.
- A gente acha que ele viu vocês dois juntos, cantando. - completou o pensamento de , fazendo a menina concordar - Ela também não está falando comigo.
- O que ele fez? - O menino tentou conter toda a sua raiva, completamente em vão.
A verdade era que nenhum deles queria reviver aquela noite, pelo menos não aquele momento. Para cada um, individualmente, aquela cena perturbava de uma maneira diferente. Estavam todos calados, procurando as palavras, até que Danny tomou coragem e contou para o amigo o que tinha acontecido.
- Eu tinha que ter feito mais. - Dougie reapareceu, se recostando no batente da porta da cozinha - Eu tinha que ter tirado ela de perto dele.
- Você fez o suficiente, Doug. - se levantou, indo na direção do amigo - Não se culpe.
- Pior eu que fiquei sem reação na hora. - Danny abaixou a cabeça, visivelmente envergonhado.
- Eu também. - Harry estava tão envergonhado quanto o amigo - Mas eu fiquei tão chocado com aquilo que não consegui me mover.
- Vocês não têm culpa. - disse e se virou para Tom que, àquela altura, já estava se sentindo tão culpado quanto os amigos - Nenhum de vocês teve.
- Vocês acham que… - Tom deixou a frase morrer no ar.
Depois de ouvir o que os amigos contaram, o sentimento que o menino sentia em abundância era medo. Ele estava preocupado com , com receio do que Phill tinha feito com ela quando o casal chegou em casa. , que até então tentava dar algum tipo de apoio para Dougie, abraçou os próprios braços, tentando conter o arrepio que percorreu o seu corpo.
- Sim. - ela assumiu, mesmo não sabendo exatamente o que o cantor ia perguntar - Mas ela nunca vai falar nada.
Dougie abraçou a menina de lado, fazendo carinho no braço da mesma. Eles ainda ficaram um tempo em silêncio, cada um imerso nos seus próprios pensamentos. Quando o clima ficou mais pesado do que eles poderiam suportar, Danny deu a ideia deles pedirem uma pizza, o que foi prontamente aceito.
Tom agradeceu mentalmente a companhia dos amigos, ele não sabia como passaria por aquela noite, depois daquela revelação, se ficasse sozinho. Porém, sua mente não deixava de pensar em e foi no terceiro pedaço de pizza que o menino tomou a decisão de conversar com ela.
Ele não contou para ninguém já que sabia que, se contasse isso para qualquer um de seus amigos, seria impedido. O rapaz sabia onde ela morava, mas essa não era uma opção, já que não queria mais confusão com Phill do que já tinha acontecido. Então, a única chance que ele teria de vê-la sem estar com o namorado seria encontrá-la depois do ensaio do musical.
Com a ajuda de Fletch, seu empresário, o cantor descobriu os dias e em qual teatro estavam acontecendo os ensaios. Então, na quarta feira da semana seguinte, no último dia de ensaio que a menina tinha na semana, Tom não pensou duas vezes antes de pegar o seu carro e dirigir até o teatro.
Assim que chegou na West End, a rua movimentada que continha mais de 40 teatros, o menino teve a sorte de conseguir parar o carro em frente à porta daquele que ele queria. Não demorou muito e o menino viu a atriz sair pela porta acompanhada por Aaron Tveit que faria o papel de Christian na peça, o par romântico de .
Mesmo de longe, o cantor pode ver o quanto a menina estava diferente. Ela estava abatida, mais magra que o normal e, enquanto conversava com o colega de elenco, forçava alguns sorrisos que pareciam convencer o homem à sua frente de serem sinceros. Mas o rapaz sabia que não eram.
Assim que a menina tirou a chave de seu carro da bolsa e se despediu do ator, Tom saiu do próprio carro e andou na direção da menina. Assim que eles se encontraram, congelou. Ela não percebia o quanto estava com saudades do cantor até aquele momento, onde sua única vontade era se jogar nos braços dele e poder ouvir aquela voz, que era sua antiga conhecida, próxima ao seu ouvido novamente.
Mas, contendo todos os seus impulsos, e algumas lágrimas, ela apenas engoliu em seco, encarando-o. Tom, que durante alguns dias ficou imaginando como seria o reencontro deles, ficou um pouco incomodado com o silêncio que se instalou ali. Eles pareciam dois estranhos e aquilo estava matando o menino.
- O que você faz aqui, Tom? - Ela, finalmente, perguntou, tirando o rapaz de seus devaneios.
- A gente precisa conversar. - Ela desviou o olhar do dele, negando com a cabeça - Você sumiu.
- Eu precisava desse tempo para mim, foi isso. - Ela ainda não o encarava.
- Você sabe que não precisa mentir. - Ele tocou levemente o queixo da menina, levantando a cabeça dela - Não para mim.
- Você não entende, Tom. - Seu olhar era triste e o menino queria, mais do que tudo, abraçá-la.
- Me ajuda a entender. - Ele pediu, com a voz suave, enquanto o seu polegar fazia um carinho gostoso no rosto da menina.
- Tudo bem, vamos conversar. - Ela se deu por vencida - Mas não aqui, é muito movimentado e alguém pode nos ver.
- Vamos para a Starbucks lá perto de casa, então. - A menina concordou com a cabeça e, quando fez menção de se afastar, ele segurou a sua mão - Como eu sei que você não vai fugir de mim de novo?
- Eu não vou. - Foi a vez dela tocar o rosto do rapaz - Confia em mim.
Ele concordou com a cabeça, fazendo a menina se afastar. Cada um entrou em seu respectivo carro e, como iam para o mesmo lugar, foram se seguindo. Enquanto estacionava na calçada contrária à cafeteria, Tom decidiu guardar o carro na garagem do seu prédio. Ela o esperou voltar, na porta da Starbucks, e eles entraram juntos.
Enquanto Tom entrava na diminuta fila para comprar um café para eles, se sentou em uma das cadeiras da mesa de dois lugares que normalmente passavam as tardes. O rapaz, que agora esperava o seu pedido ficar pronto, não conseguia desviar o seu olhar da garota.
Sua mente não parava de imaginar como seria aquela conversa. Ele estava nervoso, agitado, o que ficava visível pelo jeito como seus dedos tamborilavam a sua perna, num ritmo descontrolado. O rapaz foi tirado de seu transe quando o atendente chamou o seu nome, para entregar-lhe os cafés.
- Seu favorito. - Ele disse, estendendo o copo de café para a menina que, depois de muito tempo, conseguiu abrir um sorriso sincero.
- Obrigada. - Ela aceitou o copo, dando um gole em seu conteúdo.
- Eu senti tanta a sua falta. - O garoto assumiu, colocando uma mecha do cabelo da menina para trás de sua orelha.
- Eu também. - A voz dela saiu entrecortada, demonstrando que estava prestes a chorar.
Assim que a primeira lágrima rolou do olho da menina, Tom a puxou para um abraço, que foi prontamente aceito. , por sua vez, enterrou o rosto no pescoço do rapaz, inalando o cheiro gostoso que a pele dele exalava.
- Vai ficar tudo bem, ruivinha. - Ele sussurrou no ouvido da menina.
Aquela frase só fez com que o choro da menina aumentasse. Ela não se incomodou, pelo contrário, estar, mais uma vez, nos braços do rapaz lhe trazia um sentimento tão bom de proteção que só aquilo importava. Eles se separaram, assim que ela se acalmou um pouco, e Tom secou as últimas lágrimas que ainda escorriam do seu rosto.
- Eu queria tanto acreditar que sim, Tom. - Ela falou, se referindo ao que o cantor tinha dito antes do abraço - Mas não vai, não enquanto isso acontecer.
- Isso? - Ele franziu o cenho - Você diz, nós?
- Sim. - Ela suspirou - Não foi totalmente mentira o que eu falei, eu realmente precisava de um tempo para mim, para decidir o que fazer da minha vida.
- E o que isso significa? - O coração do rapaz, agora, batia numa velocidade quase que anormal.
- Significa que eu escolhi priorizar o meu relacionamento. - Ela desviou o olhar do dele para o seu café - Eu amo o Phill.
- E por que você não diz isso olhando nos meus olhos?
Ela não respondeu, mas nem precisava. Tanto ele quanto ela sabiam o peso e a importância das palavras que sairiam da boca da menina caso ela se dispusesse a respondê-lo.
- Ele não te merece, .
- Como você pode ter tanta certeza? - Ela voltou a encará-lo - Você não conhece o Phill como eu conheço.
- Os meninos me contaram o que aconteceu no meu aniversário. - Ela engoliu em seco - Eu posso não conhecê-lo, mas você não merece passar por uma situação daquelas.
- Você me colocou naquela situação, Tom. - Ela cuspiu as palavras, sem o menor pudor.
Eles se encararam em silêncio. Tom, que já se sentia culpado, piorou ao ouvi-la falar daquele jeito e , assim que percebeu o quanto as suas palavras foram cruéis com o rapaz, queria poder retirá-las, mas já era tarde demais. O cantor concordou com a cabeça, abaixando-a e encarando o copo de café nas suas mãos, respirando fundo para não chorar.
- Você tem razão. - Sua voz saiu fraca, anunciando toda a sua tristeza.
- Eu não posso mais te dar esperanças de uma coisa que não vai acontecer. - Ela também encarou o café em suas mãos - Eu não posso fazer isso, Tom, não com você.
- Então isso é um adeus? - Ele voltou a encará-la apenas para vê-la concordar - Posso só te pedir uma última coisa?
- Claro.
- Conversa com a . - Ele deu um sorriso tristonho - Ela também sente muito a sua falta.
esperava tudo, menos aquilo. Mas, vindo de Tom, não se surpreendeu. Ela concordou com a cabeça e, depois de dar um beijo de despedida na bochecha do rapaz, se afastou, indo na direção da saída. O cantor ainda ficou alguns minutos ali, sentado, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer.
Assim que seus olhos começaram a arder e ele soube que logo estaria chorando, se pôs de pé e saiu da cafeteria a passos largos. O que ambos não perceberam, mas que logo sofreriam com as consequências, era que, finalmente, o jornalista tinha as fotos que precisava para lançar sua notícia no ar.
O texto já estava escrito há semanas, uma perfeita fake news sobre os dois. A notícia dava detalhes fictícios dos encontros dos dois, da traição de , de um desentendimento devido a ciúmes de Tom e da reconciliação, comprovada pelas fotos dos dois, naquela noite, as quais foram tiradas diante um contexto muito diferente do que era contado pelo jornalista. Com um sorriso no rosto, o homem postou a tão esperada matéria em seu blog.
O rapaz, que a aguardava na cafeteria, bufou ao perceber que a noite já começava a cair e nada da menina. No meio de toda a sua frustração e raiva, finalmente um motivo começou a rondar sua mente: Phillip.
- Não pode ser. - Ele sussurrou para si mesmo - Os meninos já teriam me contado se ele tivesse feito algo na minha festa.
Tom ainda ficou alguns minutos divagando sobre aquele pensamento e, para tirar aquela dúvida, preferiu mandar uma mensagens para os amigos, pedindo-os para encontrá-lo no seu apartamento, saindo da cafeteria em seguida. Como sempre, o garoto não percebeu, mas o jornalista de algumas semanas antes estava sentado a poucas mesas de distância, ainda mais frustrado que o cantor.
- Mate, ela sumiu. - O jornalista se afundou na cadeira, assim que seu amigo atendeu o celular.
- Eu te falei, ela não apareceu semana passada também. - O homem, que revezava com o primeiro, tinha um tom de voz irritado - Você precisa desistir disso, não vai sair nada daí.
- Só mais uma semana. - Ele ouviu o rapaz bufar do outro lado da linha - Pode deixar que eu venho.
- Você é muito teimoso.
- Sou persistente.
O homem desligou o telefone, sem falar mais nada. Enquanto ligava para desmarcar reuniões e limpar toda a sua agenda da outra semana, Tom esperava, sentado em seu sofá, os meninos do McFLY, e . Não demorou muito e o menino estava abrindo a porta para Dougie, o último a chegar.
- Eu acho que vocês sabem o motivo de eu ter chamado todos vocês, não é? - Ele perguntou, fazendo os amigos se entreolharam.
- Foi mal, Tom, mas pra mim não dá. - Dougie levantou, indo na direção da cozinha, fazendo o rapaz franzir o cenho.
- O que foi isso? - Ele apontou na direção que o baixista tomou, fazendo os restantes suspirarem - O que aconteceu no meu aniversário?
Para Dougie, que viu a mãe sofrer por anos por causa do seu pai, que os abandonou quando ele e a sua irmã eram pequenos, era extremamente difícil ver uma mulher sofrendo nas mãos de um homem. Vendo que nenhum dos três estava com coragem de responder Tom, levantou e foi se sentar do lado do rapaz, segurando a sua mão.
- A não foi embora porque estava passando mal, Tom. - Ela suspirou antes de continuar - O Phillip que a obrigou.
- A gente acha que ele viu vocês dois juntos, cantando. - completou o pensamento de , fazendo a menina concordar - Ela também não está falando comigo.
- O que ele fez? - O menino tentou conter toda a sua raiva, completamente em vão.
A verdade era que nenhum deles queria reviver aquela noite, pelo menos não aquele momento. Para cada um, individualmente, aquela cena perturbava de uma maneira diferente. Estavam todos calados, procurando as palavras, até que Danny tomou coragem e contou para o amigo o que tinha acontecido.
- Eu tinha que ter feito mais. - Dougie reapareceu, se recostando no batente da porta da cozinha - Eu tinha que ter tirado ela de perto dele.
- Você fez o suficiente, Doug. - se levantou, indo na direção do amigo - Não se culpe.
- Pior eu que fiquei sem reação na hora. - Danny abaixou a cabeça, visivelmente envergonhado.
- Eu também. - Harry estava tão envergonhado quanto o amigo - Mas eu fiquei tão chocado com aquilo que não consegui me mover.
- Vocês não têm culpa. - disse e se virou para Tom que, àquela altura, já estava se sentindo tão culpado quanto os amigos - Nenhum de vocês teve.
- Vocês acham que… - Tom deixou a frase morrer no ar.
Depois de ouvir o que os amigos contaram, o sentimento que o menino sentia em abundância era medo. Ele estava preocupado com , com receio do que Phill tinha feito com ela quando o casal chegou em casa. , que até então tentava dar algum tipo de apoio para Dougie, abraçou os próprios braços, tentando conter o arrepio que percorreu o seu corpo.
- Sim. - ela assumiu, mesmo não sabendo exatamente o que o cantor ia perguntar - Mas ela nunca vai falar nada.
Dougie abraçou a menina de lado, fazendo carinho no braço da mesma. Eles ainda ficaram um tempo em silêncio, cada um imerso nos seus próprios pensamentos. Quando o clima ficou mais pesado do que eles poderiam suportar, Danny deu a ideia deles pedirem uma pizza, o que foi prontamente aceito.
Tom agradeceu mentalmente a companhia dos amigos, ele não sabia como passaria por aquela noite, depois daquela revelação, se ficasse sozinho. Porém, sua mente não deixava de pensar em e foi no terceiro pedaço de pizza que o menino tomou a decisão de conversar com ela.
Ele não contou para ninguém já que sabia que, se contasse isso para qualquer um de seus amigos, seria impedido. O rapaz sabia onde ela morava, mas essa não era uma opção, já que não queria mais confusão com Phill do que já tinha acontecido. Então, a única chance que ele teria de vê-la sem estar com o namorado seria encontrá-la depois do ensaio do musical.
Com a ajuda de Fletch, seu empresário, o cantor descobriu os dias e em qual teatro estavam acontecendo os ensaios. Então, na quarta feira da semana seguinte, no último dia de ensaio que a menina tinha na semana, Tom não pensou duas vezes antes de pegar o seu carro e dirigir até o teatro.
Assim que chegou na West End, a rua movimentada que continha mais de 40 teatros, o menino teve a sorte de conseguir parar o carro em frente à porta daquele que ele queria. Não demorou muito e o menino viu a atriz sair pela porta acompanhada por Aaron Tveit que faria o papel de Christian na peça, o par romântico de .
Mesmo de longe, o cantor pode ver o quanto a menina estava diferente. Ela estava abatida, mais magra que o normal e, enquanto conversava com o colega de elenco, forçava alguns sorrisos que pareciam convencer o homem à sua frente de serem sinceros. Mas o rapaz sabia que não eram.
Assim que a menina tirou a chave de seu carro da bolsa e se despediu do ator, Tom saiu do próprio carro e andou na direção da menina. Assim que eles se encontraram, congelou. Ela não percebia o quanto estava com saudades do cantor até aquele momento, onde sua única vontade era se jogar nos braços dele e poder ouvir aquela voz, que era sua antiga conhecida, próxima ao seu ouvido novamente.
Mas, contendo todos os seus impulsos, e algumas lágrimas, ela apenas engoliu em seco, encarando-o. Tom, que durante alguns dias ficou imaginando como seria o reencontro deles, ficou um pouco incomodado com o silêncio que se instalou ali. Eles pareciam dois estranhos e aquilo estava matando o menino.
- O que você faz aqui, Tom? - Ela, finalmente, perguntou, tirando o rapaz de seus devaneios.
- A gente precisa conversar. - Ela desviou o olhar do dele, negando com a cabeça - Você sumiu.
- Eu precisava desse tempo para mim, foi isso. - Ela ainda não o encarava.
- Você sabe que não precisa mentir. - Ele tocou levemente o queixo da menina, levantando a cabeça dela - Não para mim.
- Você não entende, Tom. - Seu olhar era triste e o menino queria, mais do que tudo, abraçá-la.
- Me ajuda a entender. - Ele pediu, com a voz suave, enquanto o seu polegar fazia um carinho gostoso no rosto da menina.
- Tudo bem, vamos conversar. - Ela se deu por vencida - Mas não aqui, é muito movimentado e alguém pode nos ver.
- Vamos para a Starbucks lá perto de casa, então. - A menina concordou com a cabeça e, quando fez menção de se afastar, ele segurou a sua mão - Como eu sei que você não vai fugir de mim de novo?
- Eu não vou. - Foi a vez dela tocar o rosto do rapaz - Confia em mim.
Ele concordou com a cabeça, fazendo a menina se afastar. Cada um entrou em seu respectivo carro e, como iam para o mesmo lugar, foram se seguindo. Enquanto estacionava na calçada contrária à cafeteria, Tom decidiu guardar o carro na garagem do seu prédio. Ela o esperou voltar, na porta da Starbucks, e eles entraram juntos.
Enquanto Tom entrava na diminuta fila para comprar um café para eles, se sentou em uma das cadeiras da mesa de dois lugares que normalmente passavam as tardes. O rapaz, que agora esperava o seu pedido ficar pronto, não conseguia desviar o seu olhar da garota.
Sua mente não parava de imaginar como seria aquela conversa. Ele estava nervoso, agitado, o que ficava visível pelo jeito como seus dedos tamborilavam a sua perna, num ritmo descontrolado. O rapaz foi tirado de seu transe quando o atendente chamou o seu nome, para entregar-lhe os cafés.
- Seu favorito. - Ele disse, estendendo o copo de café para a menina que, depois de muito tempo, conseguiu abrir um sorriso sincero.
- Obrigada. - Ela aceitou o copo, dando um gole em seu conteúdo.
- Eu senti tanta a sua falta. - O garoto assumiu, colocando uma mecha do cabelo da menina para trás de sua orelha.
- Eu também. - A voz dela saiu entrecortada, demonstrando que estava prestes a chorar.
Assim que a primeira lágrima rolou do olho da menina, Tom a puxou para um abraço, que foi prontamente aceito. , por sua vez, enterrou o rosto no pescoço do rapaz, inalando o cheiro gostoso que a pele dele exalava.
- Vai ficar tudo bem, ruivinha. - Ele sussurrou no ouvido da menina.
Aquela frase só fez com que o choro da menina aumentasse. Ela não se incomodou, pelo contrário, estar, mais uma vez, nos braços do rapaz lhe trazia um sentimento tão bom de proteção que só aquilo importava. Eles se separaram, assim que ela se acalmou um pouco, e Tom secou as últimas lágrimas que ainda escorriam do seu rosto.
- Eu queria tanto acreditar que sim, Tom. - Ela falou, se referindo ao que o cantor tinha dito antes do abraço - Mas não vai, não enquanto isso acontecer.
- Isso? - Ele franziu o cenho - Você diz, nós?
- Sim. - Ela suspirou - Não foi totalmente mentira o que eu falei, eu realmente precisava de um tempo para mim, para decidir o que fazer da minha vida.
- E o que isso significa? - O coração do rapaz, agora, batia numa velocidade quase que anormal.
- Significa que eu escolhi priorizar o meu relacionamento. - Ela desviou o olhar do dele para o seu café - Eu amo o Phill.
- E por que você não diz isso olhando nos meus olhos?
Ela não respondeu, mas nem precisava. Tanto ele quanto ela sabiam o peso e a importância das palavras que sairiam da boca da menina caso ela se dispusesse a respondê-lo.
- Ele não te merece, .
- Como você pode ter tanta certeza? - Ela voltou a encará-lo - Você não conhece o Phill como eu conheço.
- Os meninos me contaram o que aconteceu no meu aniversário. - Ela engoliu em seco - Eu posso não conhecê-lo, mas você não merece passar por uma situação daquelas.
- Você me colocou naquela situação, Tom. - Ela cuspiu as palavras, sem o menor pudor.
Eles se encararam em silêncio. Tom, que já se sentia culpado, piorou ao ouvi-la falar daquele jeito e , assim que percebeu o quanto as suas palavras foram cruéis com o rapaz, queria poder retirá-las, mas já era tarde demais. O cantor concordou com a cabeça, abaixando-a e encarando o copo de café nas suas mãos, respirando fundo para não chorar.
- Você tem razão. - Sua voz saiu fraca, anunciando toda a sua tristeza.
- Eu não posso mais te dar esperanças de uma coisa que não vai acontecer. - Ela também encarou o café em suas mãos - Eu não posso fazer isso, Tom, não com você.
- Então isso é um adeus? - Ele voltou a encará-la apenas para vê-la concordar - Posso só te pedir uma última coisa?
- Claro.
- Conversa com a . - Ele deu um sorriso tristonho - Ela também sente muito a sua falta.
esperava tudo, menos aquilo. Mas, vindo de Tom, não se surpreendeu. Ela concordou com a cabeça e, depois de dar um beijo de despedida na bochecha do rapaz, se afastou, indo na direção da saída. O cantor ainda ficou alguns minutos ali, sentado, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer.
Assim que seus olhos começaram a arder e ele soube que logo estaria chorando, se pôs de pé e saiu da cafeteria a passos largos. O que ambos não perceberam, mas que logo sofreriam com as consequências, era que, finalmente, o jornalista tinha as fotos que precisava para lançar sua notícia no ar.
O texto já estava escrito há semanas, uma perfeita fake news sobre os dois. A notícia dava detalhes fictícios dos encontros dos dois, da traição de , de um desentendimento devido a ciúmes de Tom e da reconciliação, comprovada pelas fotos dos dois, naquela noite, as quais foram tiradas diante um contexto muito diferente do que era contado pelo jornalista. Com um sorriso no rosto, o homem postou a tão esperada matéria em seu blog.
Capítulo 9
Assim que entrou no carro, desabou. Ela se sentia sozinha, mal por fazer Tom sofrer, com uma vontade enorme de largar tudo e voltar correndo para a companhia do cantor. Mas ela já tinha tomado a sua decisão e não voltaria atrás agora.
A atriz respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar e, quando conseguiu conter suas lágrimas, sacou o telefone da bolsa. Ela discou o número que havia decorado desde sempre e esperou atender.
- Eu preciso da sua ajuda. - a voz da menina saiu fanha, demonstrando que estava chorando havia pouco tempo, fazendo a modelo se assustar.
- O que aconteceu? - podia ouvir a preocupação na voz da amiga - Fica onde você está, eu estou indo te encontrar.
- Não, por favor. - Ela viu Tom sair da cafeteria, extremamente triste, partindo ainda mais o seu coração - Você está em casa?
- Sim.
- Daqui a pouco estou ai.
desligou a ligação antes mesmo da amiga se despedir. Ela ficou um tempo olhando para a tela do mesmo e, sem pensar duas vezes, desligou-o. A menina não queria ter que falar com mais ninguém sem ser , e isso incluía, principalmente, o namorado.
Enquanto a menina dirigia pelas ruas de Londres em direção ao prédio da amiga, estava apreensiva, sentada em seu sofá. Sua mente dava um milhão de voltas, tentando prever o que tinha acontecido, imaginando diversas coisas, uma pior do que a outra.
A jovem foi acordada de seus devaneios pelo barulho do interfone tocando, fazendo-a levantar num pulo. Ela liberou a subida de e correu na direção da porta para abri-la. Em pouco tempo, o elevador parou no seu andar e, assim que viu a amiga, deu um suspiro.
Elas se encararam, em silêncio, por alguns segundos, mas, assim que as lágrimas voltaram a escorrer por aqueles olhos verdes na sua frente, a modelo foi ao encontro da amiga, abraça-la forte. não tinha mais forças e agradeceu por estar segura pela amiga, senão ela teria caído. a encaminhou para dentro do apartamento e se sentou com a amiga, praticamente, no seu colo.
- Eu vou pegar uma água para você. - sussurrou, se soltando da amiga e indo na direção da cozinha.
Não demorou muito e a anfitriã já estava de volta, segurando um copo com um líquido turvo em seu interior que, assim que provou, percebeu ser água com açúcar. se sentou e esperou, pacientemente, a amiga se acalmar o bastante para conseguir contar o que tinha acontecido.
- Eu encontrei o Tom hoje. - A voz da menina saiu baixa e sofrida.
- Mas isso é ótimo, não é? - franziu o cenho - Eu achei que esses encontros de vocês te fizessem feliz.
- E fazem, faziam. - Ela se corrigiu rapidamente - Mas a gente não pode continuar se vendo.
- Da onde veio isso, ? - A atriz desviou seu olhar da amiga - Por favor, não me fala que o Phill está te obrigando a isso.
- Ele não é esse monstro que vocês acham, ok? - Ela se enraiveceu - Isso veio de mim, só de mim.
- Então me explica, por quê? - tocou a mão da amiga, mantendo a voz serena para tentar acalmar a amiga - Por que não fazer algo que te faz tão bem? Que você gosta tanto?
- Porque eu não posso mais iludir o Tom. - explodiu, fazendo a amiga levantar as sobrancelhas, assustada - Eu não posso mais me iludir, .
- Você o ama? - engoliu em seco.
- Eu não sei. - Ela assumiu, desviando o olhar do da amiga - O que eu sinto pelo Tom é muito mais forte do que eu sei explicar, mas é totalmente diferente do que eu sinto pelo Phill.
- Você não vai gostar de ouvir o que eu tenho para te falar, mas vou fazer mesmo assim, ok? - concordou com a cabeça - Você não ama o Phill, você tem medo dele.
- Medo? - Ela soltou uma risada nasalada - Você me conhece melhor do que qualquer um, , você sabe que eu enfrento todos os meus medos.
- Você enfrentava todos os seus medos, . - a corrigiu - Desde que você começou a namorar o Phill, os seus medos te dominaram.
encarou o copo em suas mãos, refletindo o que tinha acabado de ouvir. A amiga não estava errada, por mais que ela quisesse que sim. A verdade era que a atriz era extremamente determinada e, quando conseguiu ficar com Phill, o menino que sempre quis, ela fazia de tudo para não perdê-lo.
Esse sentimento a movia com uma força tão grande que, por muito tempo, ela se sujeitou a coisas que nunca imaginou. Mas, quando conheceu Tom, algo ainda mais forte começou a se apoderar dela, o que a deixou assustada.
- Você tem razão. - Ela assumiu - Acho que eu mudei mesmo.
- Mudar não é o problema, amiga. - se virou para ela - As mudanças fazem parte da vida, do nosso amadurecimento.
- E por que eu quero tanto voltar a ser como antes? - assumiu um tom infantil que fez a amiga se sentir mal por ela.
- Porque, infelizmente, a sua mudança não foi por você. - suspirou - Não que eu ache que a gente não possa mudar pelo outro, mas se essa mudança não for benéfica para gente, ela não vale a pena.
- O único medo que eu tenho que não é sobre o Phill, é relacionado ao Tom. - A menina assumiu.
- Ao Tom? - franziu o cenho.
- É. - ela lançou um sorriso derrotado para a amiga - Eu tenho medo do quão apaixonada eu estou por ele.
- … - se aproximou da amiga, abraçando-a.
Ela não entendia completamente qual era a dificuldade que a amiga tinha em terminar aquele namoro tóxico e ficar com uma pessoa que realmente a amava, mas, vendo-a ali, tão frágil, preferiu não falar mais nada. agradeceu, mentalmente, à amiga por ficar daquele jeito com ela durante um longo tempo. não imaginava o quanto aquele abraço estava ajudando-a.
- É melhor eu ir. - se afastou da amiga logo depois de olhar seu relógio de pulso.
- Tem certeza? - a encarou - Não prefere dormir aqui hoje?
- Não, eu quero a minha casa. - Ela forçou um sorriso - Eu tenho muita coisa para pensar, amiga.
- E você acha que vai conseguir fazer isso do lado do Phill? - concordou com a cabeça.
- Acho.
- Tudo bem. - Elas se levantaram e foram na direção da porta do apartamento - Qualquer coisa, me liga.
- Fica tranquila. - a abraçou novamente - Muito obrigada, por tudo.
- Eu estou aqui sempre, amiga.
- Eu sei. - Uma lágrima rolou pelo rosto da menina - Eu que sumi, me desculpa.
- Para com isso. - secou sua lágrima - Você não tem culpa de nada.
Elas se abraçaram novamente e só se separaram quando o elevador chegou no andar da modelo. Assim que saiu de seu campo de visão, fechou a porta do apartamento e se recostou na mesma. A menina estava com tanta pena da amiga que não conseguiu conter as suas lágrimas.
Tudo o que ela queria era poder arrancá-la daquela situação, mas tudo o que podia fazer, já estava feito. Ela suspirou, contendo o seu choro e correu até o seu celular, para ligar para Danny. Assim que acabou de contar-lhe o que tinha acontecido, o menino desligou rapidamente, dizendo que precisava falar com o amigo mas que logo depois iria encontrá-la.
se afundou no sofá, esperando ansiosamente pela chegada do namorado, mesmo sabendo que ainda demoraria um pouco. Sem ter o que fazer, ela se limitou a ver suas redes sociais, rezando para o tempo passar o mais rápido possível. Assim que entrou no twitter, seus olhos se arregalaram ao ver uma foto de e Tom abraçados.
A manchete era tão mentirosa quanto o resto da matéria, mas a menina abriu mesmo assim para ver o que a amiga enfrentaria assim que Phill visse aquilo. Conforme ia lendo, ia ficando cada vez mais incrédula e preocupada. Quando acabou, discou o mais rápido que pode o número de telefone da amiga, para avisá-la o que estava acontecendo, mas a ligação caiu direto na caixa postal.
- Merda!
- Fala Danny. - Tom atendeu o celular, tentando não transparecer toda a sua tristeza, completamente em vão.
O menino já estava em casa havia um bom tempo. Assim que entrou no apartamento, se jogou no sofá e deixou que todos aqueles sentimentos horríveis que estava sentindo se manifestassem em lágrimas e chorou por vários minutos.
- A acabou de me ligar contando de você e da . - Tom não conseguiu conter um sorriso tristonho ao ouvir que ela tinha seguido seu pedido - Como você está, dude?
- Péssimo, Danny. - Ele assumiu - Eu nunca pensei que pudesse gostar tanto de uma pessoa quanto eu gosto dela.
- Mas o que ela te disse?
Tom respirou fundo. Ele não queria ter que reviver aquele último encontro dos dois, mas sabia que falar sobre, principalmente com um dos seus melhores amigos, o faria se sentir melhor. Danny ouviu tudo com a maior paciência, murmurando, vez ou outra, somente para que o amigo soubesse que ele ainda prestava atenção.
- Mate, ela te ama.
- Do que adianta se ela escolheu o Phill? - Eles ficaram em silêncio por alguns segundos - Eu não consigo entender.
- Eu também não. - Danny assumiu - Mas ela e a conversaram, vai que ela mude de ideia.
- Eu só quero o que for melhor pra ela.
Eles ainda ficaram conversando por mais um tempo até que Danny desligou para ir encontrar . Tom, que estava sem nada para fazer e precisa se divertir, pegou seu dvd de Back To The Future e, quando estava prestes a dar play, seu telefone tocou novamente.
- Fala, Dougie. - O cantor atendeu, assim que viu o nome do amigo no visor - Danny falou com vocês sobre o que aconteceu?
- Que? Não. - O menino parecia aflito - Você precisa entrar no seu twitter agora.
- Estou sem cabeça para isso, dude. - Ele massageou a cabeça, pensando num jeito de despachar o amigo sem ser grosso - Eu acabei de colocar Back To…
- Você já viu esse filme um milhão de vezes, Tom. - O baixista o interrompeu - É muito mais sério o que eu quero que você veja.
- Como alguma coisa do twitter pode ser séria o suficiente pra te deixar assim? - Ele bufou, indo buscar o laptop no quarto.
- Você vai entender quando ler. - Tom revirou os olhos.
Ele colocou o celular no viva voz e, assim que o computador ligou, entrou no twitter. O menino franziu o cenho ao ver a quantidade de notificações que tinha ali para ele e se assustou ao ver o seu nome e o de como o assunto mais comentado no mundo.
- Dougie, o que está acontecendo? - Tom perguntou, pausadamente, enquanto corria com os olhos os inúmeros tweets sobre ele e a menina.
- Saiu uma notícia falando que você e a estão tendo um caso. - Assim que o menino acabou de falar, o cantor chegou no tweet com a matéria.
- Eu preciso desligar.
Sem esperar que o amigo falasse qualquer coisa, Tom desligou o celular. Ele abriu o link, dando de cara com várias fotos dos dois naquela mesma noite e um nó se formou em seu estômago. Conforme ele ia lendo aquele texto, mais incrédulo ele ia ficando.
Lá pelo meio, seu celular começou a tocar novamente, agora indicando um número desconhecido. O cantor não atendeu, já que sabia que era algum jornal ou revista querendo confirmar aquela notícia. Seu primeiro pensamento, assim que acabou de ler todo aquele absurdo, foi em .
Mesmo sabendo que, provavelmente, ela não o atenderia, o menino avançou na direção de seu celular e ligou para ela, caindo direto na caixa postal. Ele não soube explicar bem o que sentiu naquela hora, era um misto de raiva e decepção que ele nunca pensou que sentiria pela menina.
- Para com isso, Tom. - ele falou para si mesmo, ainda encarando o celular - A nunca te bloquearia, ela não faria isso.
O cantor, então, tentou novamente, dando no mesmo resultado, mas não desistiu. Na terceira vez que a menina não atendeu, outro sentimento tomou conta do rapaz: medo. A conversa de alguns dias atrás com os meninos do McFLY e suas namoradas voltou a assombrar sua mente e, a cada tentativa falha de falar com a atriz, o fazia ter cada vez mais certeza que aquela matéria tinha gerado uma consequência extremamente séria para a menina.
A atriz respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar e, quando conseguiu conter suas lágrimas, sacou o telefone da bolsa. Ela discou o número que havia decorado desde sempre e esperou atender.
- Eu preciso da sua ajuda. - a voz da menina saiu fanha, demonstrando que estava chorando havia pouco tempo, fazendo a modelo se assustar.
- O que aconteceu? - podia ouvir a preocupação na voz da amiga - Fica onde você está, eu estou indo te encontrar.
- Não, por favor. - Ela viu Tom sair da cafeteria, extremamente triste, partindo ainda mais o seu coração - Você está em casa?
- Sim.
- Daqui a pouco estou ai.
desligou a ligação antes mesmo da amiga se despedir. Ela ficou um tempo olhando para a tela do mesmo e, sem pensar duas vezes, desligou-o. A menina não queria ter que falar com mais ninguém sem ser , e isso incluía, principalmente, o namorado.
Enquanto a menina dirigia pelas ruas de Londres em direção ao prédio da amiga, estava apreensiva, sentada em seu sofá. Sua mente dava um milhão de voltas, tentando prever o que tinha acontecido, imaginando diversas coisas, uma pior do que a outra.
A jovem foi acordada de seus devaneios pelo barulho do interfone tocando, fazendo-a levantar num pulo. Ela liberou a subida de e correu na direção da porta para abri-la. Em pouco tempo, o elevador parou no seu andar e, assim que viu a amiga, deu um suspiro.
Elas se encararam, em silêncio, por alguns segundos, mas, assim que as lágrimas voltaram a escorrer por aqueles olhos verdes na sua frente, a modelo foi ao encontro da amiga, abraça-la forte. não tinha mais forças e agradeceu por estar segura pela amiga, senão ela teria caído. a encaminhou para dentro do apartamento e se sentou com a amiga, praticamente, no seu colo.
- Eu vou pegar uma água para você. - sussurrou, se soltando da amiga e indo na direção da cozinha.
Não demorou muito e a anfitriã já estava de volta, segurando um copo com um líquido turvo em seu interior que, assim que provou, percebeu ser água com açúcar. se sentou e esperou, pacientemente, a amiga se acalmar o bastante para conseguir contar o que tinha acontecido.
- Eu encontrei o Tom hoje. - A voz da menina saiu baixa e sofrida.
- Mas isso é ótimo, não é? - franziu o cenho - Eu achei que esses encontros de vocês te fizessem feliz.
- E fazem, faziam. - Ela se corrigiu rapidamente - Mas a gente não pode continuar se vendo.
- Da onde veio isso, ? - A atriz desviou seu olhar da amiga - Por favor, não me fala que o Phill está te obrigando a isso.
- Ele não é esse monstro que vocês acham, ok? - Ela se enraiveceu - Isso veio de mim, só de mim.
- Então me explica, por quê? - tocou a mão da amiga, mantendo a voz serena para tentar acalmar a amiga - Por que não fazer algo que te faz tão bem? Que você gosta tanto?
- Porque eu não posso mais iludir o Tom. - explodiu, fazendo a amiga levantar as sobrancelhas, assustada - Eu não posso mais me iludir, .
- Você o ama? - engoliu em seco.
- Eu não sei. - Ela assumiu, desviando o olhar do da amiga - O que eu sinto pelo Tom é muito mais forte do que eu sei explicar, mas é totalmente diferente do que eu sinto pelo Phill.
- Você não vai gostar de ouvir o que eu tenho para te falar, mas vou fazer mesmo assim, ok? - concordou com a cabeça - Você não ama o Phill, você tem medo dele.
- Medo? - Ela soltou uma risada nasalada - Você me conhece melhor do que qualquer um, , você sabe que eu enfrento todos os meus medos.
- Você enfrentava todos os seus medos, . - a corrigiu - Desde que você começou a namorar o Phill, os seus medos te dominaram.
encarou o copo em suas mãos, refletindo o que tinha acabado de ouvir. A amiga não estava errada, por mais que ela quisesse que sim. A verdade era que a atriz era extremamente determinada e, quando conseguiu ficar com Phill, o menino que sempre quis, ela fazia de tudo para não perdê-lo.
Esse sentimento a movia com uma força tão grande que, por muito tempo, ela se sujeitou a coisas que nunca imaginou. Mas, quando conheceu Tom, algo ainda mais forte começou a se apoderar dela, o que a deixou assustada.
- Você tem razão. - Ela assumiu - Acho que eu mudei mesmo.
- Mudar não é o problema, amiga. - se virou para ela - As mudanças fazem parte da vida, do nosso amadurecimento.
- E por que eu quero tanto voltar a ser como antes? - assumiu um tom infantil que fez a amiga se sentir mal por ela.
- Porque, infelizmente, a sua mudança não foi por você. - suspirou - Não que eu ache que a gente não possa mudar pelo outro, mas se essa mudança não for benéfica para gente, ela não vale a pena.
- O único medo que eu tenho que não é sobre o Phill, é relacionado ao Tom. - A menina assumiu.
- Ao Tom? - franziu o cenho.
- É. - ela lançou um sorriso derrotado para a amiga - Eu tenho medo do quão apaixonada eu estou por ele.
- … - se aproximou da amiga, abraçando-a.
Ela não entendia completamente qual era a dificuldade que a amiga tinha em terminar aquele namoro tóxico e ficar com uma pessoa que realmente a amava, mas, vendo-a ali, tão frágil, preferiu não falar mais nada. agradeceu, mentalmente, à amiga por ficar daquele jeito com ela durante um longo tempo. não imaginava o quanto aquele abraço estava ajudando-a.
- É melhor eu ir. - se afastou da amiga logo depois de olhar seu relógio de pulso.
- Tem certeza? - a encarou - Não prefere dormir aqui hoje?
- Não, eu quero a minha casa. - Ela forçou um sorriso - Eu tenho muita coisa para pensar, amiga.
- E você acha que vai conseguir fazer isso do lado do Phill? - concordou com a cabeça.
- Acho.
- Tudo bem. - Elas se levantaram e foram na direção da porta do apartamento - Qualquer coisa, me liga.
- Fica tranquila. - a abraçou novamente - Muito obrigada, por tudo.
- Eu estou aqui sempre, amiga.
- Eu sei. - Uma lágrima rolou pelo rosto da menina - Eu que sumi, me desculpa.
- Para com isso. - secou sua lágrima - Você não tem culpa de nada.
Elas se abraçaram novamente e só se separaram quando o elevador chegou no andar da modelo. Assim que saiu de seu campo de visão, fechou a porta do apartamento e se recostou na mesma. A menina estava com tanta pena da amiga que não conseguiu conter as suas lágrimas.
Tudo o que ela queria era poder arrancá-la daquela situação, mas tudo o que podia fazer, já estava feito. Ela suspirou, contendo o seu choro e correu até o seu celular, para ligar para Danny. Assim que acabou de contar-lhe o que tinha acontecido, o menino desligou rapidamente, dizendo que precisava falar com o amigo mas que logo depois iria encontrá-la.
se afundou no sofá, esperando ansiosamente pela chegada do namorado, mesmo sabendo que ainda demoraria um pouco. Sem ter o que fazer, ela se limitou a ver suas redes sociais, rezando para o tempo passar o mais rápido possível. Assim que entrou no twitter, seus olhos se arregalaram ao ver uma foto de e Tom abraçados.
A manchete era tão mentirosa quanto o resto da matéria, mas a menina abriu mesmo assim para ver o que a amiga enfrentaria assim que Phill visse aquilo. Conforme ia lendo, ia ficando cada vez mais incrédula e preocupada. Quando acabou, discou o mais rápido que pode o número de telefone da amiga, para avisá-la o que estava acontecendo, mas a ligação caiu direto na caixa postal.
- Merda!
- Fala Danny. - Tom atendeu o celular, tentando não transparecer toda a sua tristeza, completamente em vão.
O menino já estava em casa havia um bom tempo. Assim que entrou no apartamento, se jogou no sofá e deixou que todos aqueles sentimentos horríveis que estava sentindo se manifestassem em lágrimas e chorou por vários minutos.
- A acabou de me ligar contando de você e da . - Tom não conseguiu conter um sorriso tristonho ao ouvir que ela tinha seguido seu pedido - Como você está, dude?
- Péssimo, Danny. - Ele assumiu - Eu nunca pensei que pudesse gostar tanto de uma pessoa quanto eu gosto dela.
- Mas o que ela te disse?
Tom respirou fundo. Ele não queria ter que reviver aquele último encontro dos dois, mas sabia que falar sobre, principalmente com um dos seus melhores amigos, o faria se sentir melhor. Danny ouviu tudo com a maior paciência, murmurando, vez ou outra, somente para que o amigo soubesse que ele ainda prestava atenção.
- Mate, ela te ama.
- Do que adianta se ela escolheu o Phill? - Eles ficaram em silêncio por alguns segundos - Eu não consigo entender.
- Eu também não. - Danny assumiu - Mas ela e a conversaram, vai que ela mude de ideia.
- Eu só quero o que for melhor pra ela.
Eles ainda ficaram conversando por mais um tempo até que Danny desligou para ir encontrar . Tom, que estava sem nada para fazer e precisa se divertir, pegou seu dvd de Back To The Future e, quando estava prestes a dar play, seu telefone tocou novamente.
- Fala, Dougie. - O cantor atendeu, assim que viu o nome do amigo no visor - Danny falou com vocês sobre o que aconteceu?
- Que? Não. - O menino parecia aflito - Você precisa entrar no seu twitter agora.
- Estou sem cabeça para isso, dude. - Ele massageou a cabeça, pensando num jeito de despachar o amigo sem ser grosso - Eu acabei de colocar Back To…
- Você já viu esse filme um milhão de vezes, Tom. - O baixista o interrompeu - É muito mais sério o que eu quero que você veja.
- Como alguma coisa do twitter pode ser séria o suficiente pra te deixar assim? - Ele bufou, indo buscar o laptop no quarto.
- Você vai entender quando ler. - Tom revirou os olhos.
Ele colocou o celular no viva voz e, assim que o computador ligou, entrou no twitter. O menino franziu o cenho ao ver a quantidade de notificações que tinha ali para ele e se assustou ao ver o seu nome e o de como o assunto mais comentado no mundo.
- Dougie, o que está acontecendo? - Tom perguntou, pausadamente, enquanto corria com os olhos os inúmeros tweets sobre ele e a menina.
- Saiu uma notícia falando que você e a estão tendo um caso. - Assim que o menino acabou de falar, o cantor chegou no tweet com a matéria.
- Eu preciso desligar.
Sem esperar que o amigo falasse qualquer coisa, Tom desligou o celular. Ele abriu o link, dando de cara com várias fotos dos dois naquela mesma noite e um nó se formou em seu estômago. Conforme ele ia lendo aquele texto, mais incrédulo ele ia ficando.
Lá pelo meio, seu celular começou a tocar novamente, agora indicando um número desconhecido. O cantor não atendeu, já que sabia que era algum jornal ou revista querendo confirmar aquela notícia. Seu primeiro pensamento, assim que acabou de ler todo aquele absurdo, foi em .
Mesmo sabendo que, provavelmente, ela não o atenderia, o menino avançou na direção de seu celular e ligou para ela, caindo direto na caixa postal. Ele não soube explicar bem o que sentiu naquela hora, era um misto de raiva e decepção que ele nunca pensou que sentiria pela menina.
- Para com isso, Tom. - ele falou para si mesmo, ainda encarando o celular - A nunca te bloquearia, ela não faria isso.
O cantor, então, tentou novamente, dando no mesmo resultado, mas não desistiu. Na terceira vez que a menina não atendeu, outro sentimento tomou conta do rapaz: medo. A conversa de alguns dias atrás com os meninos do McFLY e suas namoradas voltou a assombrar sua mente e, a cada tentativa falha de falar com a atriz, o fazia ter cada vez mais certeza que aquela matéria tinha gerado uma consequência extremamente séria para a menina.
Capítulo 10
chegou em casa sem saber nada sobre a notícia. Ela abriu a porta do apartamento, se livrou de seus sapatos e bolsa logo na entrada, calçando um chinelo, e só não se encaminhou diretamente para o quarto porque viu Phill, sentado na poltrona que tinha na sala, com a cara emburrada.
- Onde você estava? - Sua voz saiu grossa, o que fez a menina respirar fundo.
- Conversando com a .
Ela estava tão cansada de tudo o que seguiria que, simplesmente, continuou caminhando na direção do corredor. A menina sabia, inclusive, as frases que seriam usadas na briga que estava prestes a começar pelo fato dela ter chegado tarde e não ter avisado nada, sem contar o fato do seu celular estar desligado.
Quando ela chegou na porta do corredor, Phill a impediu de continuar. Sua mão segurou o braço da menina tão forte, que ela tinha certeza que deixaria uma marca. respirou fundo e se virou na direção do rapaz.
- O que foi, Phill? - Sua voz saiu fraca, demonstrando todo o seu cansaço - Deixa eu ir tomar um banho, por favor.
- Você acha que vai mentir para mim por mais quanto tempo? - Ele rosnou, fazendo a menina franzir o cenho.
- Do que você está falando?
- Você falou que estava com a , não é?
Ela concordou com a cabeça e viu o menino se afastar. Ele voltou trazendo consigo o seu celular, virado na direção da namorada, aberto num site de fofoca que ela reconheceu de longe devido ao layout da página. Assim que o rapaz chegou perto o suficiente para a menina ver direito o que estava na tela, ela engoliu em seco.
Uma foto dela com o Tom, na Starbucks, mais cedo, estampava toda a tela do celular de Phill. O cantor acariciava o rosto da menina, secando-lhe uma lágrima que não aparecia na foto. levou a mão na boca, completamente incrédula.
- Não é nada disso que está escrito aí, Phill. - As lágrimas já rolavam dos olhos da menina - Você tem que acreditar em mim.
- Acreditar em você? - Ele repetiu, com os olhos semicerrados - Você está mentindo desde que pisou nessa casa, por que eu deveria acreditar que o que está escrito nessa matéria é mentira?
- Porque eu realmente estava com a , ela pode te confirmar isso. - Ela foi na direção de sua bolsa e sacou o seu celular, ligando-o - Eu realmente encontrei o Tom hoje, mas eu acabei de sair da casa da .
- Mesmo assim, você omitiu que tinha encontrado com ele. - Phill gritou, fazendo-a desviar o olhar do celular em sua mão e encará-lo - O que me garante que qualquer coisa que saia da sua boca agora não seja uma enorme mentira?
- Você precisa confiar em mim, por favor. - Ela se aproximou dele, colocando o celular no bolso da calça que usava e tentou tocá-lo, mas Phill segurou a mão dela no meio no caminho.
- Confiar em você? - Ele ia apertando o pulso dela com cada vez mais força - Mesmo que não tenha acontecido nenhum beijo nem nada, você me prometeu que não ia mais vê-lo.
- Phill, me solta, você está me machucando. - Ela pediu, com a voz entrecortada, mas ele fingiu não escutá-la.
- E olha só com quem você passou a tarde de hoje, cheia de intimidade. - Ele ia torcendo o braço dela, sem se importar com a cara de dor que ela fazia - Você não merece nada do que eu faço por você.
- Phill, por favor. - Ela segurou um grito de dor e ele, finalmente, a soltou - Eu faço tudo por você, não é justo você falar isso para mim.
- E é justo eu virar corno em rede mundial? - Ele gritou, andando na direção dela, fazendo a menina recuar - É justo você trair a minha confiança desse jeito?
- Me desculpa, eu não podia imaginar que isso ia acontecer. - Ela se encolhia e se afastava a cada passo que ele dava.
- Agora que você foi descoberta, você está arrependida. - Ele conseguiu a segurar pelo braço, trazendo-a para perto de si - Acho que eu posso preencher um livro com coisas que não sei sobre você.
- Como você pode falar isso? - A voz dela saiu tremida, demonstrando todo o seu medo - Eu sempre fui sincera com você, eu sempre compartilhei tudo com você.
- Compartilhou tudo menos o fato que vocês se encontravam? - Ele a soltou, dando-lhe as costas - Você é sincera quando é conveniente para você ser.
- Tudo o que eu sempre quis foi que a gente tivesse uma relação sem ciúmes, que eu me sentisse à vontade para falar tudo para você. - Ele se virou para ela - Se algum dia eu omiti alguma coisa de você, foi por causa desse seu jeito.
- Eu sabia que você me escondia as coisas. - Seu olhar ardia de ódio - E ainda vem querer colocar a culpa em mim.
- Não é isso que eu to fazendo. - Um arrepio percorreu toda a sua espinha conforme toda a raiva ficava explícita na voz do menino.
- Não é? - Ele rosnou - E é o que então?
- Eu só estou tentando te explicar que existe um motivo para tudo o que eu faço. - Ela tentou controlar sua voz, mas as lágrimas tornava isso praticamente impossível.
- Então me explica, qual o motivo de você continuar saindo com ele? - Ele voltou a se aproximar dela - Você se apaixonou, é isso?
- Eu não… - Ela gaguejou e, no segundo seguinte, sentiu seu rosto arder.
estava incrédula. O gosto de sangue em sua boca e a quentura de sua bochecha a assustaram. Phill ainda estava com a mão levantada, a aliança dele, igual a dela, estava suja com o sangue que, agora, escorria pelo canto da boca da namorada.
As lágrimas que escorriam pelo rosto da menina chegavam a fazer a área atingida pela mão pesada do rapaz arder. A atriz ajeitou os fios de cabelo que, devido ao impacto, tinham ido parar na frente de seu rosto e olhou na direção do espelho que tinha ao seu lado.
Ela engoliu um grito ao ver a sua imagem refletida ali. Os dedos de Phill estavam, praticamente, tatuados em sua bochecha direita que chegava a estar inchada. Assim que ela olhou para ele e o viu se aproximar lentamente, ela correu em direção a porta e agradeceu pelo elevador ainda estar parado ali.
estava, completamente, desnorteada. Ela mexeu nos bolsos, à procura da chave de seu carro, mas lembrou que tinha largado-a junto de sua bolsa. Apertou, então, o botão da portaria e, conforme a porta do elevador se fechava, conseguiu ver, de relance, Phill tentar ir ao seu encontro.
Assim que o elevador parou e as portas se abriram, ela saiu correndo para fora do prédio. Ouviu o porteiro falar alguma coisa com ela, mas simplesmente não ligou. Chovia tanto que, assim que a menina saiu na rua, já estava toda molhada. Ela continuou correndo para longe do prédio e fez sinal para o primeiro táxi que passou por ela.
O motorista era um senhor com um sorriso gentil que, mesmo a reconhecendo, não fez nenhuma pergunta que pudesse incomodá-la. Ela não soube explicar e, inclusive, se assustou pouco depois, mas no momento que o senhor lhe perguntou qual era o destino, a sua voz saiu fraca dizendo o endereço de Tom.
Um pouco mais calma por estar se sentindo protegida dentro do táxi, a atriz sacou seu celular e se assustou ao ver a quantidade de recados ali. Eram mensagens, notificações de redes sociais e várias ligações, dentre elas, as de e as de Tom. Ela retornou a do menino e, enquanto esperava ele atender, tentou conter as lágrimas que ainda rolavam de seus olhos.
Depois de muito ligar e só cair da caixa postal, Tom desistiu de tentar falar com , mas sua cabeça não parava de imaginar o que poderia acontecer com a menina. Ele ainda tentou assistir o filme, tentando se distrair um pouco, mas não conseguiu. Decidiu, então, tomar um banho para ver se conseguia relaxar um pouco.
O cantor deixou a água quente bater em suas costas e suspirou. Finalmente estava conseguindo relaxar um pouco quando o seu celular começou a tocar na sala. Ele fechou rapidamente o chuveiro, se enrolou em uma toalha e correu na direção do cômodo. Um alívio enorme se apoderou de seu corpo no momento que o menino viu que era quem ligava.
- , eu estava tão preocupado com você. - O menino disparou, sem nem deixá-la falar nada - Você já viu a matéria?
- Já sim. - A voz dela saiu fraca, demonstrando que ela chorava.
- Você está chorando? - Ela concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ele não veria - Onde você está? Me dá cinco minutos e eu vou buscá-la.
- Não precisa, Tom. - Ela conseguiu controlar as lágrimas novamente - Eu já estou indo para aí.
- Você quer que eu desça para te buscar?
- Não precisa. - Ela olhou pela janela só para confirmar o que já sabia - Está chovendo muito.
- Eu não me importo. - O rapaz já estava dentro do seu quarto, separando uma roupa - Daqui a pouco a gente se vê.
- Até.
desligou o telefone e se afundou no banco de trás do carro. Assim que entrou na rua do menino, como não sabia exatamente o número do prédio, indicou para o motorista qual era. Ela se aproximou do banco da frente, tentando ver quanto tinha dado a corrida, mas reparou que o taxímetro estava desligado.
- Por que o senhor não o ligou? - Ela apontou para o aparelho, com o cenho franzido.
- Eu nunca cobro para as moças que eu ajudo a fugir de situações como eu acredito que foi a sua. - Ele virou-se levemente de lado para vê-la e a estendeu um cartão - Inclusive, se você precisar de ajuda para sair de qualquer outra situação parecida, ou para ir na delegacia, é só me ligar.
- Muito obrigada. - A menina aceitou o cartão e leu o nome do motorista - Mas mesmo assim, Sr. Johnson, eu gostaria de retribuí-lo de alguma forma.
- Não se preocupe com isso, Srta. . - O senhor lhe lançou um sorriso acolhedor.
- O senhor me reconheceu? - O motorista concordou com a cabeça.
- Eu levava a minha filha para ver todos os seus filmes, acredito que vocês tenham a mesma idade. - Ele suspirou - Sempre que eu vejo alguma moça naquela situação me faz imaginar como seria se fosse ela, então eu faço o que gostaria que alguém fizesse por ela, se fosse o caso.
- Mas não acho justo com o senhor.
ainda insistia quando Tom saiu pelo portão do prédio e ficou encarando o táxi imaginando se era a atriz que estava ali dentro. O senhor foi o único que percebeu o cantor ali, cada vez mais molhado pela chuva e deu um sorriso na direção da menina.
- A senhorita me recompensa prometendo que não voltará atrás do seu abusador. - Ela desviou o olhar do motorista, para que ele não a visse chorar, e concordou com a cabeça - Perfeito, então não deixa mais aquele menino te esperando na chuva.
levantou rapidamente a cabeça, olhando na direção da janela e se derreteu ao ver Tom ali. Ela olhou novamente para o senhor, que sorria para ela, quase que a encorajando e conseguiu sorrir de volta, mesmo que fosse um sorriso fraco.
- Muito obrigada pela ajuda, Sr. Johnson.
- Não precisa agradecer.
Ela saiu rapidamente pela porta do carro, guardando o cartão do taxista no bolso da calça e, no segundo seguinte, já estava envolta nos braços de Tom. Eles não se importavam com a chuva que caia, até agradeceram pelo tempo não aglomerar jornalistas na porta do rapaz.
O cantor não perguntou nem falou nada, apenas a encaminhou para o interior do prédio e, em seguida, para o elevador. Em momento nenhum ele a soltou e o agradecia, mentalmente, por aquilo. O abraço de Tom sempre lhe passou uma segurança que ela não sabia explicar e, naquele dia, aquele sentimento estava ainda mais forte.
Eles chegaram no apartamento do rapaz e a atriz não se incomodou quando ele a pegou e se sentou no sofá com ela em seu colo. Ela se acomodou mais ainda dentro daquele abraço, chorando tudo o que podia e, vez ou outra, acabava deixando escapar um gemido devido a ardência que sentia no rosto e no canto do lábio.
- Ei, eu estou aqui, ok? - Ele sussurrou no ouvido dela - Está tudo bem agora, eu não vou deixar nada acontecer com você.
Ela se limitou a concordar com a cabeça. Tom continuou falando algumas palavras de consolo em seu ouvido, fazendo-a se acalmar gradualmente. Ele ainda não tinha tido a oportunidade de reparar no rosto da menina e, por isso, se assustou quando ela se afastou dele para sentar no sofá.
limpou as lágrimas, sentou ao lado do rapaz de perna cruzada e suspirou antes de encará-lo. Tom engoliu em seco ao olhá-la. Sua bochecha estava ainda mais inchada do que quando ela saiu de casa e o corte na sua boca estava mais visível. Ele levou a sua mão até a bochecha da menina que, ao sentir seu toque, mesmo que de leve, soltou um gemido de dor.
- A gente precisa cuidar disso. - Sua voz saiu suave e, no segundo seguinte, ele já tinha sumido na direção da cozinha.
Não demorou muito e ele voltou com um saco cheio de gelo e uma toalha, para que a baixa temperatura não queimasse a pele da menina. aceitou o gelo, colocando-o sobre o local atingido pela mão de Phill e suspirou de alívio ao sentir um frescor no local.
- Você quer me contar o que aconteceu, ruivinha? - Ele se sentou novamente do lado dela e começou a fazer um carinho gostoso em seu cabelo.
- Eu acho que você tem uma ideia do que foi. - Ele concordou com a cabeça - Eu nunca achei que ele fosse capaz disso.
Ela voltou a chorar e Tom a puxou para perto novamente. Ele não sabia como lidar com aquilo muito bem, mas esperava que, se ela soubesse que ele estaria ali por ela para qualquer coisa, isso pudesse acalmá-la de algum jeito e foi o que aconteceu. Em pouco tempo, ela já parecia mais calma e um pouco melhor do que quando chegou.
Porém, devido ao seu choro e a tudo o que aconteceu desde que ela saiu do teatro, a menina começou a ficar com muito sono. Tom reparou nisso quando a cabeça dela começou a pesar mais do que o normal em cima de seu peito e o saco com gelo começou a escorregar de seu rosto.
- Vem, vou te colocar para dormir. - Ele sussurrou no ouvido dela, fazendo-a se alarmar.
Ela não queria se afastar do menino, isso era fato, mas também sabia de todo o sentimento que ele tinha por ela. Dormir ali, no apartamento dele, não parecia ser uma boa ideia, ainda mais com tudo o que tinha acontecido.
- Tom, não fica chateado comigo, mas acho que prefiro ir dormir na . - Ela estava visivelmente envergonhada e o menino achou aquilo extremamente fofo.
- Não tem motivo para eu ficar chateado, ruivinha. - Ele sorriu para ela, fazendo um carinho gostoso na bochecha esquerda dela - Não me incomodo, nem um pouco, com isso. Eu vou colocar uma roupa seca enquanto você fala com ela.
Tom se encaminhou até o seu quarto, deixando a menina sozinha na sala. sacou seu telefone do bolso e, enquanto esperava a amiga atender, viu, de relance, o menino sem camisa andando pelo quarto.
- ! Finalmente você deu sinal de vida. - a acordou de seus devaneios e a menina riu fraco pelo jeito que a amiga a atendeu - Eu não sei se você viu, mas…
- Eu vi, . - Ela interrompeu a amiga e suspirou - É justamente por isso que estou te ligando, eu preciso de um lugar para passar a noite.
- Como assim? - sabia, pelo tom de voz da amiga, o quanto ela estava preocupada - O que aconteceu?
- Eu vou te contar tudo, mas quando eu chegar aí, tudo bem?
- Tudo. - A menina se deu por vencida e agradeceu por isso - Mas como você vai vir? Quer que eu te busque?
- Não precisa, o Tom vai me levar.
- Você está com o Tom? - Ela quase gritou, fazendo a atriz tirar o telefone do ouvido - Ok, vou parar de fazer perguntas, mas vem logo.
- Daqui a pouco estou ai.
desligou antes que pudesse falar mais alguma coisa. Reparou que Tom tinha voltado para a sala segurando um conjunto de moletom que estendeu para ela.
- Foi a menor roupa que eu achei no meu armário. - ele deu um sorriso - Para você não ficar com essa molhada.
- Obrigada, Tom.
Ela aceitou o conjunto e, depois de lhe dar um beijo no rosto em sinal de agradecimento, andou até o quarto do menino, fechando a porta atrás de si. reparou, rapidamente, no cômodo antes de começar a se despir.
Assim que passou o casaco pela cabeça, já vestida com a calça de moletom que ficou enorme no comprimento, sentiu o perfume do menino. Ela ficou alguns segundos cheirando o colarinho do casaco e sorriu com o sentimento gostoso que estava sentindo naquele momento. Parecia que Tom não tinha deixado de abraçá-la um minuto sequer.
- Acho que ficou bom. - O cantor a encarou e começou a rir, sendo acompanhado por ela.
A roupa toda estava enorme na menina. Não muito na questão de largura, porque Tom era magro, mas na questão de comprimento, já que ele era bem mais alto que ela. Ela fazia gestos com as mangas do casaco, tagarelando sobre como elas eram enormes e aquilo fez com que o cantor ficasse ainda mais encantado pela menina.
- Como eu vou andar com essa calça, Tom? - Ela chutou a sobra de pano para frente, fazendo o menino rir ainda mais.
- Eu resolvo isso. - Ele se levantou do sofá e, num movimento rápido, já estava com em seu colo.
- Agora mesmo que eu pareço uma criança vestida com a roupa do pai. - Ela riu no colo dele, ainda movendo a perna, fazendo o pano balançar de um lado para o outro.
- Você que sabe, se quiser ir andando e acabar caindo pelo caminho, tudo bem por mim. - Ele disse, se fingindo de sério e ela fingiu considerar aquilo por um momento.
- Pensando bem, é melhor assim mesmo. - Ela sorriu para o menino, que a acompanhou.
- Então você pega as chaves que estão penduradas ali e tranca a porta, ok?
- Sim, senhor.
E eles foram daquele jeito até a porta do apartamento. fez exatamente o que Tom pediu e os dois percorreram todo o caminho até o carro do rapaz daquele jeito. O cantor a colocou sentada no banco do carona e, logo depois, estava entrando no lado do motorista. Não demorou muito e eles já estavam indo em direção ao prédio de , que esperava, ansiosa, a chegada dos dois, na companhia de Danny.
- Onde você estava? - Sua voz saiu grossa, o que fez a menina respirar fundo.
- Conversando com a .
Ela estava tão cansada de tudo o que seguiria que, simplesmente, continuou caminhando na direção do corredor. A menina sabia, inclusive, as frases que seriam usadas na briga que estava prestes a começar pelo fato dela ter chegado tarde e não ter avisado nada, sem contar o fato do seu celular estar desligado.
Quando ela chegou na porta do corredor, Phill a impediu de continuar. Sua mão segurou o braço da menina tão forte, que ela tinha certeza que deixaria uma marca. respirou fundo e se virou na direção do rapaz.
- O que foi, Phill? - Sua voz saiu fraca, demonstrando todo o seu cansaço - Deixa eu ir tomar um banho, por favor.
- Você acha que vai mentir para mim por mais quanto tempo? - Ele rosnou, fazendo a menina franzir o cenho.
- Do que você está falando?
- Você falou que estava com a , não é?
Ela concordou com a cabeça e viu o menino se afastar. Ele voltou trazendo consigo o seu celular, virado na direção da namorada, aberto num site de fofoca que ela reconheceu de longe devido ao layout da página. Assim que o rapaz chegou perto o suficiente para a menina ver direito o que estava na tela, ela engoliu em seco.
Uma foto dela com o Tom, na Starbucks, mais cedo, estampava toda a tela do celular de Phill. O cantor acariciava o rosto da menina, secando-lhe uma lágrima que não aparecia na foto. levou a mão na boca, completamente incrédula.
- Não é nada disso que está escrito aí, Phill. - As lágrimas já rolavam dos olhos da menina - Você tem que acreditar em mim.
- Acreditar em você? - Ele repetiu, com os olhos semicerrados - Você está mentindo desde que pisou nessa casa, por que eu deveria acreditar que o que está escrito nessa matéria é mentira?
- Porque eu realmente estava com a , ela pode te confirmar isso. - Ela foi na direção de sua bolsa e sacou o seu celular, ligando-o - Eu realmente encontrei o Tom hoje, mas eu acabei de sair da casa da .
- Mesmo assim, você omitiu que tinha encontrado com ele. - Phill gritou, fazendo-a desviar o olhar do celular em sua mão e encará-lo - O que me garante que qualquer coisa que saia da sua boca agora não seja uma enorme mentira?
- Você precisa confiar em mim, por favor. - Ela se aproximou dele, colocando o celular no bolso da calça que usava e tentou tocá-lo, mas Phill segurou a mão dela no meio no caminho.
- Confiar em você? - Ele ia apertando o pulso dela com cada vez mais força - Mesmo que não tenha acontecido nenhum beijo nem nada, você me prometeu que não ia mais vê-lo.
- Phill, me solta, você está me machucando. - Ela pediu, com a voz entrecortada, mas ele fingiu não escutá-la.
- E olha só com quem você passou a tarde de hoje, cheia de intimidade. - Ele ia torcendo o braço dela, sem se importar com a cara de dor que ela fazia - Você não merece nada do que eu faço por você.
- Phill, por favor. - Ela segurou um grito de dor e ele, finalmente, a soltou - Eu faço tudo por você, não é justo você falar isso para mim.
- E é justo eu virar corno em rede mundial? - Ele gritou, andando na direção dela, fazendo a menina recuar - É justo você trair a minha confiança desse jeito?
- Me desculpa, eu não podia imaginar que isso ia acontecer. - Ela se encolhia e se afastava a cada passo que ele dava.
- Agora que você foi descoberta, você está arrependida. - Ele conseguiu a segurar pelo braço, trazendo-a para perto de si - Acho que eu posso preencher um livro com coisas que não sei sobre você.
- Como você pode falar isso? - A voz dela saiu tremida, demonstrando todo o seu medo - Eu sempre fui sincera com você, eu sempre compartilhei tudo com você.
- Compartilhou tudo menos o fato que vocês se encontravam? - Ele a soltou, dando-lhe as costas - Você é sincera quando é conveniente para você ser.
- Tudo o que eu sempre quis foi que a gente tivesse uma relação sem ciúmes, que eu me sentisse à vontade para falar tudo para você. - Ele se virou para ela - Se algum dia eu omiti alguma coisa de você, foi por causa desse seu jeito.
- Eu sabia que você me escondia as coisas. - Seu olhar ardia de ódio - E ainda vem querer colocar a culpa em mim.
- Não é isso que eu to fazendo. - Um arrepio percorreu toda a sua espinha conforme toda a raiva ficava explícita na voz do menino.
- Não é? - Ele rosnou - E é o que então?
- Eu só estou tentando te explicar que existe um motivo para tudo o que eu faço. - Ela tentou controlar sua voz, mas as lágrimas tornava isso praticamente impossível.
- Então me explica, qual o motivo de você continuar saindo com ele? - Ele voltou a se aproximar dela - Você se apaixonou, é isso?
- Eu não… - Ela gaguejou e, no segundo seguinte, sentiu seu rosto arder.
estava incrédula. O gosto de sangue em sua boca e a quentura de sua bochecha a assustaram. Phill ainda estava com a mão levantada, a aliança dele, igual a dela, estava suja com o sangue que, agora, escorria pelo canto da boca da namorada.
As lágrimas que escorriam pelo rosto da menina chegavam a fazer a área atingida pela mão pesada do rapaz arder. A atriz ajeitou os fios de cabelo que, devido ao impacto, tinham ido parar na frente de seu rosto e olhou na direção do espelho que tinha ao seu lado.
Ela engoliu um grito ao ver a sua imagem refletida ali. Os dedos de Phill estavam, praticamente, tatuados em sua bochecha direita que chegava a estar inchada. Assim que ela olhou para ele e o viu se aproximar lentamente, ela correu em direção a porta e agradeceu pelo elevador ainda estar parado ali.
estava, completamente, desnorteada. Ela mexeu nos bolsos, à procura da chave de seu carro, mas lembrou que tinha largado-a junto de sua bolsa. Apertou, então, o botão da portaria e, conforme a porta do elevador se fechava, conseguiu ver, de relance, Phill tentar ir ao seu encontro.
Assim que o elevador parou e as portas se abriram, ela saiu correndo para fora do prédio. Ouviu o porteiro falar alguma coisa com ela, mas simplesmente não ligou. Chovia tanto que, assim que a menina saiu na rua, já estava toda molhada. Ela continuou correndo para longe do prédio e fez sinal para o primeiro táxi que passou por ela.
O motorista era um senhor com um sorriso gentil que, mesmo a reconhecendo, não fez nenhuma pergunta que pudesse incomodá-la. Ela não soube explicar e, inclusive, se assustou pouco depois, mas no momento que o senhor lhe perguntou qual era o destino, a sua voz saiu fraca dizendo o endereço de Tom.
Um pouco mais calma por estar se sentindo protegida dentro do táxi, a atriz sacou seu celular e se assustou ao ver a quantidade de recados ali. Eram mensagens, notificações de redes sociais e várias ligações, dentre elas, as de e as de Tom. Ela retornou a do menino e, enquanto esperava ele atender, tentou conter as lágrimas que ainda rolavam de seus olhos.
Depois de muito ligar e só cair da caixa postal, Tom desistiu de tentar falar com , mas sua cabeça não parava de imaginar o que poderia acontecer com a menina. Ele ainda tentou assistir o filme, tentando se distrair um pouco, mas não conseguiu. Decidiu, então, tomar um banho para ver se conseguia relaxar um pouco.
O cantor deixou a água quente bater em suas costas e suspirou. Finalmente estava conseguindo relaxar um pouco quando o seu celular começou a tocar na sala. Ele fechou rapidamente o chuveiro, se enrolou em uma toalha e correu na direção do cômodo. Um alívio enorme se apoderou de seu corpo no momento que o menino viu que era quem ligava.
- , eu estava tão preocupado com você. - O menino disparou, sem nem deixá-la falar nada - Você já viu a matéria?
- Já sim. - A voz dela saiu fraca, demonstrando que ela chorava.
- Você está chorando? - Ela concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ele não veria - Onde você está? Me dá cinco minutos e eu vou buscá-la.
- Não precisa, Tom. - Ela conseguiu controlar as lágrimas novamente - Eu já estou indo para aí.
- Você quer que eu desça para te buscar?
- Não precisa. - Ela olhou pela janela só para confirmar o que já sabia - Está chovendo muito.
- Eu não me importo. - O rapaz já estava dentro do seu quarto, separando uma roupa - Daqui a pouco a gente se vê.
- Até.
desligou o telefone e se afundou no banco de trás do carro. Assim que entrou na rua do menino, como não sabia exatamente o número do prédio, indicou para o motorista qual era. Ela se aproximou do banco da frente, tentando ver quanto tinha dado a corrida, mas reparou que o taxímetro estava desligado.
- Por que o senhor não o ligou? - Ela apontou para o aparelho, com o cenho franzido.
- Eu nunca cobro para as moças que eu ajudo a fugir de situações como eu acredito que foi a sua. - Ele virou-se levemente de lado para vê-la e a estendeu um cartão - Inclusive, se você precisar de ajuda para sair de qualquer outra situação parecida, ou para ir na delegacia, é só me ligar.
- Muito obrigada. - A menina aceitou o cartão e leu o nome do motorista - Mas mesmo assim, Sr. Johnson, eu gostaria de retribuí-lo de alguma forma.
- Não se preocupe com isso, Srta. . - O senhor lhe lançou um sorriso acolhedor.
- O senhor me reconheceu? - O motorista concordou com a cabeça.
- Eu levava a minha filha para ver todos os seus filmes, acredito que vocês tenham a mesma idade. - Ele suspirou - Sempre que eu vejo alguma moça naquela situação me faz imaginar como seria se fosse ela, então eu faço o que gostaria que alguém fizesse por ela, se fosse o caso.
- Mas não acho justo com o senhor.
ainda insistia quando Tom saiu pelo portão do prédio e ficou encarando o táxi imaginando se era a atriz que estava ali dentro. O senhor foi o único que percebeu o cantor ali, cada vez mais molhado pela chuva e deu um sorriso na direção da menina.
- A senhorita me recompensa prometendo que não voltará atrás do seu abusador. - Ela desviou o olhar do motorista, para que ele não a visse chorar, e concordou com a cabeça - Perfeito, então não deixa mais aquele menino te esperando na chuva.
levantou rapidamente a cabeça, olhando na direção da janela e se derreteu ao ver Tom ali. Ela olhou novamente para o senhor, que sorria para ela, quase que a encorajando e conseguiu sorrir de volta, mesmo que fosse um sorriso fraco.
- Muito obrigada pela ajuda, Sr. Johnson.
- Não precisa agradecer.
Ela saiu rapidamente pela porta do carro, guardando o cartão do taxista no bolso da calça e, no segundo seguinte, já estava envolta nos braços de Tom. Eles não se importavam com a chuva que caia, até agradeceram pelo tempo não aglomerar jornalistas na porta do rapaz.
O cantor não perguntou nem falou nada, apenas a encaminhou para o interior do prédio e, em seguida, para o elevador. Em momento nenhum ele a soltou e o agradecia, mentalmente, por aquilo. O abraço de Tom sempre lhe passou uma segurança que ela não sabia explicar e, naquele dia, aquele sentimento estava ainda mais forte.
Eles chegaram no apartamento do rapaz e a atriz não se incomodou quando ele a pegou e se sentou no sofá com ela em seu colo. Ela se acomodou mais ainda dentro daquele abraço, chorando tudo o que podia e, vez ou outra, acabava deixando escapar um gemido devido a ardência que sentia no rosto e no canto do lábio.
- Ei, eu estou aqui, ok? - Ele sussurrou no ouvido dela - Está tudo bem agora, eu não vou deixar nada acontecer com você.
Ela se limitou a concordar com a cabeça. Tom continuou falando algumas palavras de consolo em seu ouvido, fazendo-a se acalmar gradualmente. Ele ainda não tinha tido a oportunidade de reparar no rosto da menina e, por isso, se assustou quando ela se afastou dele para sentar no sofá.
limpou as lágrimas, sentou ao lado do rapaz de perna cruzada e suspirou antes de encará-lo. Tom engoliu em seco ao olhá-la. Sua bochecha estava ainda mais inchada do que quando ela saiu de casa e o corte na sua boca estava mais visível. Ele levou a sua mão até a bochecha da menina que, ao sentir seu toque, mesmo que de leve, soltou um gemido de dor.
- A gente precisa cuidar disso. - Sua voz saiu suave e, no segundo seguinte, ele já tinha sumido na direção da cozinha.
Não demorou muito e ele voltou com um saco cheio de gelo e uma toalha, para que a baixa temperatura não queimasse a pele da menina. aceitou o gelo, colocando-o sobre o local atingido pela mão de Phill e suspirou de alívio ao sentir um frescor no local.
- Você quer me contar o que aconteceu, ruivinha? - Ele se sentou novamente do lado dela e começou a fazer um carinho gostoso em seu cabelo.
- Eu acho que você tem uma ideia do que foi. - Ele concordou com a cabeça - Eu nunca achei que ele fosse capaz disso.
Ela voltou a chorar e Tom a puxou para perto novamente. Ele não sabia como lidar com aquilo muito bem, mas esperava que, se ela soubesse que ele estaria ali por ela para qualquer coisa, isso pudesse acalmá-la de algum jeito e foi o que aconteceu. Em pouco tempo, ela já parecia mais calma e um pouco melhor do que quando chegou.
Porém, devido ao seu choro e a tudo o que aconteceu desde que ela saiu do teatro, a menina começou a ficar com muito sono. Tom reparou nisso quando a cabeça dela começou a pesar mais do que o normal em cima de seu peito e o saco com gelo começou a escorregar de seu rosto.
- Vem, vou te colocar para dormir. - Ele sussurrou no ouvido dela, fazendo-a se alarmar.
Ela não queria se afastar do menino, isso era fato, mas também sabia de todo o sentimento que ele tinha por ela. Dormir ali, no apartamento dele, não parecia ser uma boa ideia, ainda mais com tudo o que tinha acontecido.
- Tom, não fica chateado comigo, mas acho que prefiro ir dormir na . - Ela estava visivelmente envergonhada e o menino achou aquilo extremamente fofo.
- Não tem motivo para eu ficar chateado, ruivinha. - Ele sorriu para ela, fazendo um carinho gostoso na bochecha esquerda dela - Não me incomodo, nem um pouco, com isso. Eu vou colocar uma roupa seca enquanto você fala com ela.
Tom se encaminhou até o seu quarto, deixando a menina sozinha na sala. sacou seu telefone do bolso e, enquanto esperava a amiga atender, viu, de relance, o menino sem camisa andando pelo quarto.
- ! Finalmente você deu sinal de vida. - a acordou de seus devaneios e a menina riu fraco pelo jeito que a amiga a atendeu - Eu não sei se você viu, mas…
- Eu vi, . - Ela interrompeu a amiga e suspirou - É justamente por isso que estou te ligando, eu preciso de um lugar para passar a noite.
- Como assim? - sabia, pelo tom de voz da amiga, o quanto ela estava preocupada - O que aconteceu?
- Eu vou te contar tudo, mas quando eu chegar aí, tudo bem?
- Tudo. - A menina se deu por vencida e agradeceu por isso - Mas como você vai vir? Quer que eu te busque?
- Não precisa, o Tom vai me levar.
- Você está com o Tom? - Ela quase gritou, fazendo a atriz tirar o telefone do ouvido - Ok, vou parar de fazer perguntas, mas vem logo.
- Daqui a pouco estou ai.
desligou antes que pudesse falar mais alguma coisa. Reparou que Tom tinha voltado para a sala segurando um conjunto de moletom que estendeu para ela.
- Foi a menor roupa que eu achei no meu armário. - ele deu um sorriso - Para você não ficar com essa molhada.
- Obrigada, Tom.
Ela aceitou o conjunto e, depois de lhe dar um beijo no rosto em sinal de agradecimento, andou até o quarto do menino, fechando a porta atrás de si. reparou, rapidamente, no cômodo antes de começar a se despir.
Assim que passou o casaco pela cabeça, já vestida com a calça de moletom que ficou enorme no comprimento, sentiu o perfume do menino. Ela ficou alguns segundos cheirando o colarinho do casaco e sorriu com o sentimento gostoso que estava sentindo naquele momento. Parecia que Tom não tinha deixado de abraçá-la um minuto sequer.
- Acho que ficou bom. - O cantor a encarou e começou a rir, sendo acompanhado por ela.
A roupa toda estava enorme na menina. Não muito na questão de largura, porque Tom era magro, mas na questão de comprimento, já que ele era bem mais alto que ela. Ela fazia gestos com as mangas do casaco, tagarelando sobre como elas eram enormes e aquilo fez com que o cantor ficasse ainda mais encantado pela menina.
- Como eu vou andar com essa calça, Tom? - Ela chutou a sobra de pano para frente, fazendo o menino rir ainda mais.
- Eu resolvo isso. - Ele se levantou do sofá e, num movimento rápido, já estava com em seu colo.
- Agora mesmo que eu pareço uma criança vestida com a roupa do pai. - Ela riu no colo dele, ainda movendo a perna, fazendo o pano balançar de um lado para o outro.
- Você que sabe, se quiser ir andando e acabar caindo pelo caminho, tudo bem por mim. - Ele disse, se fingindo de sério e ela fingiu considerar aquilo por um momento.
- Pensando bem, é melhor assim mesmo. - Ela sorriu para o menino, que a acompanhou.
- Então você pega as chaves que estão penduradas ali e tranca a porta, ok?
- Sim, senhor.
E eles foram daquele jeito até a porta do apartamento. fez exatamente o que Tom pediu e os dois percorreram todo o caminho até o carro do rapaz daquele jeito. O cantor a colocou sentada no banco do carona e, logo depois, estava entrando no lado do motorista. Não demorou muito e eles já estavam indo em direção ao prédio de , que esperava, ansiosa, a chegada dos dois, na companhia de Danny.
Capítulo 11
Assim que eles chegaram no prédio de , estava muito mais calma. Ela e Tom ficaram, por alguns segundos, parados no corredor, esperando a modelo abrir a porta. Assim que isso aconteceu e as amigas se olharam, levou as mãos na boca para abafar um grito.
- Oi, amiga. - deu um sorriso fraco e viu quando uma lágrima rolou pelo rosto da anfitriã.
- … - deixou a frase morrer no ar e abraçou a atriz fortemente.
Naquele momento, as duas choravam. Danny, que levantou assim que a porta foi aberta pela namorada, já estava parado atrás dela, encarando Tom e fazendo carinho nos cabelos loiros da menina para que ela se acalmasse. O amigo fazia o mesmo com a atriz.
Assim que elas se afastaram, com limpando as lágrimas, Danny engoliu em seco. Ele nunca pensou ver a atriz daquele jeito na vida real: seus olhos estavam inchados e vermelhos por causa do choro, sua bochecha estava ainda mais vermelha por causa do gelo e, agora, o canto da sua boca estava levemente inchado ao redor do corte.
- Oi Danny. - A menina olhou para baixo, visivelmente envergonhada.
- Vem cá, . - Ele a puxou, gentilmente, pela mão e, quando a atriz deu por si, já estava abraçada no menino, chorando novamente.
Eles entraram no apartamento abraçados e, enquanto ia na cozinha pegar um copo de água para a amiga, Tom, Danny e iam em direção ao sofá. A atriz sentou tão próxima ao cantor que ele não hesitou em abraçá-la. A menina que, por sua vez, estava sentada de frente para Danny, apoiou a cabeça no ombro de Tom e segurou forte o braço dele que a abraçava.
Danny sorriu ao ver a cena. Por mais problemática e triste que era a situação, ver o quanto eles se faziam bem tranquilizava e, até, alegrava o rapaz. chegou depois de pouco tempo e entregou o copo com água para a amiga, que aceitou com um sorriso fraco no rosto.
A modelo se sentou no sofá praticamente do mesmo jeito que estava a amiga: com as costas viradas para o namorado e de perna cruzada. Ela pegou a mão de que não segurava o copo e ficou encarando a menina por alguns segundos.
- Por que ele fez isso, amiga? - Ela perguntou, finalmente, e os meninos prestaram atenção em .
- Por causa da notícia.
- Ele acreditou naquilo? - se espantou.
- Eu não sei exatamente se ele acreditou ou se ficou com raiva pelo fato de terem pessoas que vão acreditar. - Ela suspirou - Eu nunca pensei que ele pudesse fazer isso comigo.
- Ele só bateu no seu rosto, amiga? - negou com a cabeça, fazendo Tom se alarmar e respirar fundo - O que mais ele fez?
enxugou rapidamente uma lágrima que escorreu de seu olho. Naquele momento, ela sentiu Tom puxá-la para ainda mais perto, tentando fazê-la se sentir segura. Ela suspirou e esticou o braço na direção da amiga, levantando a manga do casaco, deixando a mostra uma marca vermelha.
- Como eu não reparei isso antes? - Tom perguntou, segurando o braço da menina e passando, levemente, o dedo sobre a marca.
- Nem eu tinha reparado até trocar de roupa. - Ela se segurava para não voltar a chorar - Eu tentei tocar nele, para ver se eu conseguia acalmá-lo, mas ele segurou o meu braço e começou a torcê-lo.
Danny, que tentava controlar todos os seus ânimos desde que começou a relatar o que tinha vivido naquela noite, deu um soco no braço do sofá e se levantou num salto. Dava para ver a sua raiva refletida na vermelhidão de seu rosto, o que assustou a atriz, fazendo-a se aconchegar mais ainda dentro do abraço de Tom.
- Desgraçado. - Ele rosnou, andando de um lado para o outro - Quem ele pensa que é para tratar assim uma mulher?
- Amor… - chamou atenção do namorado que notou, assim que se virou novamente para o sofá, o quão assustada estava .
- Me desculpe, , por favor. - Ele se abaixou na frente da menina e segurou a sua mão - Eu não tenho nem como imaginar pelo que você está passando, mas desde o aniversário do Tom eu tenho me sentindo muito mal por não ter te ajudado e, ouvindo isso tudo hoje, eu…
- Tudo bem, Danny. - Ela interrompeu o menino, lhe lançando um sorriso fraco - Você não precisa se culpar de nada, nenhum de vocês precisa.
Ela encarou Tom em silêncio. Se ela conhecia o garoto como achava, sabia que ele estava se sentindo extremamente culpado por toda aquela confusão. Ele colocou uma mecha do cabelo da menina para trás da orelha dela e lhe lançou um sorriso acolhedor que aqueceu o coração da menina.
- Eu vou ficar bem. - Ele acariciou o rosto da menina - Só que você precisa ficar antes.
- Eu vou. - Ela sorriu fraco e desviou seu olhar do dele para encarar e Danny - Com a ajuda de vocês, eu sei que vou.
- Você agora está segura, amiga. - colocou a mão por cima das da atriz e do namorado, que continuavam entrelaçadas.
- Nós não vamos deixar nada acontecer com você. - Danny sorriu para a menina, que concordou com a cabeça.
- Vem, amiga. - se levantou do sofá e estendeu sua mão para ela - Vou te emprestar uma roupa que caiba em você.
- Nem está tão ruim assim. - estendeu as pernas em cima do sofá, mostrando a quantidade de calça que estava sobrando, fazendo-os rir.
- Lógico que não. - ironizou - Está linda.
- Você é muito sem graça. - A atriz se levantou, ainda com um sorriso no rosto e acompanhou a amiga casa adentro.
Os meninos seguiram as duas com o olhar até elas sumirem de suas vistas. Danny se jogou do lado de Tom no sofá, cobrindo os olhos com o antebraço, enquanto o amigo suspirava. Eles ficaram em silêncio por um tempo, onde ambos tentavam organizar todas aquelas informações dentro de suas cabeças.
- Que noite. - Danny resmungou, ainda na mesma posição.
- Nem fala. - Tom inclinou seu corpo para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos - Você não tem noção de como ela chegou na minha casa, do desespero na voz dela quando me ligou.
- O que ela passou não é fácil. - Danny tocou o ombro do amigo, fazendo-o levantar a cabeça para olhá-lo - Você precisa ser forte por ela, dude.
- Eu sei, mas eu estou com tanto ódio. - Foi a vez do cantor de ficar vermelho - Você sabe que eu não sou assim, mas não sei o que eu vou fazer se ele cruzar o meu caminho.
- Eu te entendo. - Danny se recostou novamente no sofá - Se eu estou com raiva e a vejo só como amiga, imagino você que está apaixonado.
- E parece que a cada minuto que passa eu consigo ficar ainda mais louco por ela, mate. - Tom assumiu - Na primeira vez que eu a vi chorando, toda aquela magia morreu.
- O que você quer dizer com isso? - Danny franziu o cenho, completamente perdido.
- Que, ali, eu tive a plena certeza que não estou confundindo o que sinto por ela com admiração de fã.
- É, a gente tinha esse receio.
- Eu sei disso, eu também tinha. - O menino sorriu para o amigo - Mas não mais.
- E o que você vai fazer agora? - Eles se encararam - Você não pode esperar que ela queira se relacionar com outra pessoa tão depressa, não depois de tudo isso.
- Claro que não. - O menino negou com a cabeça - Eu vou ficar do lado dela, dando apoio e carinho, mas não vou forçá-la a nada.
- É isso aí. - O rapaz sorriu para o amigo - Bem ou mal, ela sabe o que você sente, todo mundo sabe.
- Sim, mas o que importa agora é ela ficar bem. - O guitarrista concordou com o amigo - Eu só não posso me afastar dela de novo, Danny.
- Você não vai, ela não vai querer. - Ele sorriu para o cantor - Você não viu como ela se sente segura do seu lado?
- Eu só quero protegê-la, de tudo.
Enquanto eles conversavam na sala, já trocava de roupa no quarto de . A atriz estava dentro do banheiro, lavando o rosto, e a amiga estava sentada em sua cama, esperando-a. A menina voltou para o quarto com a calça que a amiga tinha lhe emprestado, mas apenas de sutiã.
- Por que você não colocou a blusa? - apontou para a peça de roupa na mão da amiga de cenho franzido.
- Eu quero ficar com o casaco, amiga. - assumiu vendo um sorriso satisfeito nascer no rosto de - Ele me dá a sensação de que estou sempre abraçada pelo Tom.
- E você gosta desse sentimento, não é? - A menina concordou com a modelo, deixando um sorriso fraco abrir em seu rosto.
- Mais do que eu tenho coragem de assumir. - Ela desviou seu olhar do da amiga - Ainda mais depois disso tudo.
- Você não tem que pensar nisso agora, tudo bem? - concordou com a cabeça - Mas eu preciso perguntar, o que você está sentindo, amiga?
- Eu não sei, está tudo tão confuso. - Uma lágrima desceu de seu olho.
Naquele momento, ambas já estavam sentadas na cama. Vendo que a menina começaria a chorar mais forte a qualquer segundo, a puxou para o seu colo, fazendo-a deitar a cabeça nas suas pernas, e começou um cafuné gostoso em seus longos cabelos ruivos.
- Se você não quiser falar, está tudo bem. - sussurrou próximo ao ouvido da amiga, que negou com a cabeça.
- Na verdade, eu quero. - assumiu - Eu ainda não acredito que ele foi capaz disso, eu estou tão magoada e, ao mesmo tempo, tão orgulhosa de mim mesma por não ter me submetido a isso, sabe?
- Eu sei, amiga. - concordou com a cabeça - É realmente muito difícil sair de uma situação assim.
- Sim, mas o fato de eu ter coragem de sair é que me deixa confusa.
- Como assim? - A modelo se assustou - Você não pensa em voltar para o Phill, não é?
- Não, não é isso. - A menina se sentou para olhar melhor a amiga - É que eu sei que o que me deu força para sair dessa situação é o sentimento do Tom por mim.
- E o seu por ele. - completou o pensamento da amiga, que concordou com a cabeça - E isso te assusta.
- É claro, olha o que eu acabei de passar. - Ela tocou em cima do vermelho em seu braço - Eu não me sinto pronta nem para pensar nisso, mas isso que eu sinto é tão mais forte que eu.
- Você também não pode se julgar tanto. - A modelo segurou a mão dela, tirando-a de cima do machucado - Você precisa voltar a fazer o que tem vontade.
- Eu concordo com você, mas eu ainda estou muito mexida com isso tudo. - abaixou o seu olhar - Mas só de saber que ele está do meu lado, mesmo que como um amigo, me faz ficar muito melhor.
- Eu percebi. - sorriu - E se eu conheço o Tom tão bem quanto eu acho, ele vai te dar todo o tempo do mundo para se decidir.
- Como isso é possível, ? - A modelo franziu o cenho, não entendendo bem o que a amiga queria dizer - Como eu posso ter me apaixonado tão rápido por ele?
- A gente não escolhe essas coisas, amiga. - Ela sorriu para a atriz - Só acontece.
- É, você tem razão.
- Eu sempre tenho razão. - Elas riram - Agora vamos, está ficando tarde, você está cansada e o Tom precisa ir embora.
concordou com a cabeça e foi na direção da sala com a amiga. Quando elas chegaram no cômodo, encontraram Danny e Tom conversando na porta do apartamento. O guitarrista estava encostado no batente da porta enquanto o cantor estava no corredor, esperando o elevador chegar, e aquela cena despertou um sentimento estranho em
- Você ia embora sem se despedir? - A menina perguntou, abraçando os próprios braços, fazendo o cantor entrar rapidamente de volta no apartamento.
- Me desculpa, ruivinha. - Ele se aproximou dela, abraçando-a - Eu achei que você já tinha dormido.
- Tudo bem, a gente demorou mesmo. - Ela sussurrou no ouvido dele, apertando-o contra os seus braços - Você volta amanhã?
- Claro. - Ele se afastou minimamente dela para encará-la - Eu não saio mais do seu lado.
- Obrigada. - Ela sorriu e voltou a afundar seu rosto na curva do pescoço do rapaz - Boa noite, Tom.
- Dorme bem, . - Eles se separaram ao ouvirem o barulho do elevador parando no andar.
Eles ainda ficaram alguns segundos se encarando. A vontade de era agarrá-lo e implora-lo para que ele a levasse junto, para que eles fugissem para longe dali, mas apenas se limitou a sorrir para o rapaz. Tom, que estava com a mesma vontade da menina, apenas beijou-lhe a testa e se despediu de Danny e , entrando no elevador logo em seguida.
- Eu vou buscar uma água. - disse, com a voz fraca, e correu na direção da cozinha.
sabia que aquilo significava que a amiga queria chorar sozinha e, por isso, não foi atrás dela. A modelo sabia que precisava apoiá-la e dar-lhe a privacidade que ela quisesse era um meio de fazer isso. Danny abraçou a namorada, assim que sumiu dentro da cozinha e eles ficaram daquele jeito até ouvirem um murmurinho.
- O que está acontecendo?
Eles ouviram a voz de perguntar e, antes mesmo de falarem qualquer coisa, a menina já tinha corrido para a varanda do apartamento, com o casal em seu encalço. Era fato que a confusão vinha da rua, normalmente quieta, onde ficava o prédio. Como o apartamento da menina era no segundo andar, o barulho da briga era ainda mais audível dali.
Como a atriz chegou antes na varanda que o casal, quando o mesmo estava chegando no cômodo, a menina já corria na direção da porta do apartamento. Enquanto olhava na direção da amiga, Danny olhou para ver o que estava acontecendo, fazendo a mesma coisa que a atriz. Quando a modelo, finalmente, viu o motivo de todo aquele falatório, se assustou: Tom e Phill estavam cara a cara, discutindo no meio da calçada.
encontrou Danny esperando o elevador, parado no corredor, aflito demais. A menina não falou nada, apenas respirou fundo e torceu para que não sobrasse mais nada para a amiga. , que tinha descido antes do casal, já passava correndo pela portaria do prédio, em direção aos dois.
- Você não vai subir. - Ela ouviu a voz de Tom soar autoritária - Ela não quer te ver.
- É lógico que quer. - A voz de Phill era grave e raivosa - Ela é minha namorada, eu tenho direito de vê-la.
- Você perdeu esse direito depois do que fez com ela essa noite. - Tom gritou e parou no meio do caminho.
Ouvi-lo falar aquilo, trouxe todas as lembranças de mais cedo na mente da menina. Enquanto eles ainda discutiam do lado de fora e Danny e chegavam na portaria, a atriz se encontrava estática, com as lágrimas rolando de seus olhos sem nenhum empecilho. O guitarrista passou direto dela para proteger o amigo, enquanto parou ao seu lado, passando um braço ao redor de seus ombros.
- Se vocês não me deixarem passar, eu vou acabar com os dois. - Phill rosnou, fazendo acordar de seu transe e correr para fora do prédio.
- Eu quero ver você tentar. - A voz de Danny saiu com tanta ou mais raiva que a de Phill.
- Não, chega! - A menina gritou assim que chegou na calçada - Ninguém mais vai bater em ninguém hoje.
- Amor, eu não… - Phill tentou ir na direção da menina, que recuou alguns passos.
- Eu não quero ouvir, Phill. - Ela o interrompeu - Não hoje.
- Você sabe que eu não sei viver sem você. - Algumas lágrimas escorreram do rosto do menino - Volta para casa comigo.
- Não, não depois do que você me fez. - Ela também chorava - Vai embora, por favor.
- Não sem você. - Ele ameaçou, dando mais alguns passos na direção da menina, mas Tom se colocou entre os dois.
- Você não vai levá-la a lugar nenhum. - O rapaz rosnou, colocando um braço na cintura de , prendendo-a contra as suas costas como um escudo humano.
- Vai embora, Phill. - se intrometeu, parando do lado de Danny - Antes que eu ligue para a polícia.
- Ok, vocês venceram. - Ele se deu por derrotado e Tom sentiu se acalmar com aquilo - Mas nós ainda vamos conversar, .
Eles ficaram parados, olhando-o ir em direção ao seu carro. No momento que ele deu partida e o veículo saiu pela rua, à caminho de casa, Tom virou-se de frente para a menina e a abraçou apertado. afundou, novamente, seu rosto na curva do pescoço do menino e começou a chorar incontrolavelmente.
O menino a pegou no colo e entrou novamente com ela no prédio, seguido pelo casal de amigos. Danny ainda estava vermelho de raiva e tremia de nervoso quando os quatro entraram no apartamento da modelo. Sem dizer nada, o guitarrista foi até a cozinha e voltou com uma cerveja para ele e uma água com açúcar para a namorada.
- Me leva para o quarto, Tom. - sussurrou no pescoço do rapaz, sem querer levantar o rosto e encarar os amigos.
- , onde a vai dormir?
- É a terceira porta à direita, Tom. - Ela se aproximou dos dois e fez um carinho na amiga - Já está tudo pronto, dorme bem, amiga.
A menina deu um beijo na cabeça da atriz, que concordou levemente. Danny fez o mesmo que a namorada e deu um olhar de incentivo ao amigo, já que sabia que ele estava completamente triste ao ver a menina daquele jeito. Tom foi com ela em seus braços até o quarto e, no momento que entrou no mesmo, a depositou na cama.
- Deita comigo? - Ela pediu, fraca, assim que o menino se sentou na cama.
- Claro.
Ele se deitou de barriga para cima, ao lado da menina, que deitou a cabeça em seu peito. Tom fazia um cafuné em seu cabelo que a fez pegar, rapidamente, no sono. O rapaz ainda ficou um tempo ali, daquele jeito, apenas sentindo o perfume que emanava da menina e a maciez de seu cabelo, que escorria por entre seus dedos.
Se dependesse apenas da sua vontade, ele teria se aconchegado no corpo da menina e dormido ali com ela, apenas para não ter que se afastar, mas sabia que não devia fazer aquilo. Depois de um tempo, quando teve certeza que ela não acordaria se ele se levantasse, o menino ajeitou-a na cama, de modo que ela permanecesse confortável e, com um beijo na testa, a deixou dormindo no quarto.
Naquela altura da madrugada, Danny e também já tinham ido dormir, o que fez com que o menino saísse da casa tentando fazer o menor barulho possível. Assim que entrou no carro, descansou a sua cabeça no banco e divagou sobre tudo o que tinha acontecido até ali. O rapaz apenas teve coragem de dar partida no mesmo pois sabia que, ali, estava completamente segura.
- Oi, amiga. - deu um sorriso fraco e viu quando uma lágrima rolou pelo rosto da anfitriã.
- … - deixou a frase morrer no ar e abraçou a atriz fortemente.
Naquele momento, as duas choravam. Danny, que levantou assim que a porta foi aberta pela namorada, já estava parado atrás dela, encarando Tom e fazendo carinho nos cabelos loiros da menina para que ela se acalmasse. O amigo fazia o mesmo com a atriz.
Assim que elas se afastaram, com limpando as lágrimas, Danny engoliu em seco. Ele nunca pensou ver a atriz daquele jeito na vida real: seus olhos estavam inchados e vermelhos por causa do choro, sua bochecha estava ainda mais vermelha por causa do gelo e, agora, o canto da sua boca estava levemente inchado ao redor do corte.
- Oi Danny. - A menina olhou para baixo, visivelmente envergonhada.
- Vem cá, . - Ele a puxou, gentilmente, pela mão e, quando a atriz deu por si, já estava abraçada no menino, chorando novamente.
Eles entraram no apartamento abraçados e, enquanto ia na cozinha pegar um copo de água para a amiga, Tom, Danny e iam em direção ao sofá. A atriz sentou tão próxima ao cantor que ele não hesitou em abraçá-la. A menina que, por sua vez, estava sentada de frente para Danny, apoiou a cabeça no ombro de Tom e segurou forte o braço dele que a abraçava.
Danny sorriu ao ver a cena. Por mais problemática e triste que era a situação, ver o quanto eles se faziam bem tranquilizava e, até, alegrava o rapaz. chegou depois de pouco tempo e entregou o copo com água para a amiga, que aceitou com um sorriso fraco no rosto.
A modelo se sentou no sofá praticamente do mesmo jeito que estava a amiga: com as costas viradas para o namorado e de perna cruzada. Ela pegou a mão de que não segurava o copo e ficou encarando a menina por alguns segundos.
- Por que ele fez isso, amiga? - Ela perguntou, finalmente, e os meninos prestaram atenção em .
- Por causa da notícia.
- Ele acreditou naquilo? - se espantou.
- Eu não sei exatamente se ele acreditou ou se ficou com raiva pelo fato de terem pessoas que vão acreditar. - Ela suspirou - Eu nunca pensei que ele pudesse fazer isso comigo.
- Ele só bateu no seu rosto, amiga? - negou com a cabeça, fazendo Tom se alarmar e respirar fundo - O que mais ele fez?
enxugou rapidamente uma lágrima que escorreu de seu olho. Naquele momento, ela sentiu Tom puxá-la para ainda mais perto, tentando fazê-la se sentir segura. Ela suspirou e esticou o braço na direção da amiga, levantando a manga do casaco, deixando a mostra uma marca vermelha.
- Como eu não reparei isso antes? - Tom perguntou, segurando o braço da menina e passando, levemente, o dedo sobre a marca.
- Nem eu tinha reparado até trocar de roupa. - Ela se segurava para não voltar a chorar - Eu tentei tocar nele, para ver se eu conseguia acalmá-lo, mas ele segurou o meu braço e começou a torcê-lo.
Danny, que tentava controlar todos os seus ânimos desde que começou a relatar o que tinha vivido naquela noite, deu um soco no braço do sofá e se levantou num salto. Dava para ver a sua raiva refletida na vermelhidão de seu rosto, o que assustou a atriz, fazendo-a se aconchegar mais ainda dentro do abraço de Tom.
- Desgraçado. - Ele rosnou, andando de um lado para o outro - Quem ele pensa que é para tratar assim uma mulher?
- Amor… - chamou atenção do namorado que notou, assim que se virou novamente para o sofá, o quão assustada estava .
- Me desculpe, , por favor. - Ele se abaixou na frente da menina e segurou a sua mão - Eu não tenho nem como imaginar pelo que você está passando, mas desde o aniversário do Tom eu tenho me sentindo muito mal por não ter te ajudado e, ouvindo isso tudo hoje, eu…
- Tudo bem, Danny. - Ela interrompeu o menino, lhe lançando um sorriso fraco - Você não precisa se culpar de nada, nenhum de vocês precisa.
Ela encarou Tom em silêncio. Se ela conhecia o garoto como achava, sabia que ele estava se sentindo extremamente culpado por toda aquela confusão. Ele colocou uma mecha do cabelo da menina para trás da orelha dela e lhe lançou um sorriso acolhedor que aqueceu o coração da menina.
- Eu vou ficar bem. - Ele acariciou o rosto da menina - Só que você precisa ficar antes.
- Eu vou. - Ela sorriu fraco e desviou seu olhar do dele para encarar e Danny - Com a ajuda de vocês, eu sei que vou.
- Você agora está segura, amiga. - colocou a mão por cima das da atriz e do namorado, que continuavam entrelaçadas.
- Nós não vamos deixar nada acontecer com você. - Danny sorriu para a menina, que concordou com a cabeça.
- Vem, amiga. - se levantou do sofá e estendeu sua mão para ela - Vou te emprestar uma roupa que caiba em você.
- Nem está tão ruim assim. - estendeu as pernas em cima do sofá, mostrando a quantidade de calça que estava sobrando, fazendo-os rir.
- Lógico que não. - ironizou - Está linda.
- Você é muito sem graça. - A atriz se levantou, ainda com um sorriso no rosto e acompanhou a amiga casa adentro.
Os meninos seguiram as duas com o olhar até elas sumirem de suas vistas. Danny se jogou do lado de Tom no sofá, cobrindo os olhos com o antebraço, enquanto o amigo suspirava. Eles ficaram em silêncio por um tempo, onde ambos tentavam organizar todas aquelas informações dentro de suas cabeças.
- Que noite. - Danny resmungou, ainda na mesma posição.
- Nem fala. - Tom inclinou seu corpo para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos - Você não tem noção de como ela chegou na minha casa, do desespero na voz dela quando me ligou.
- O que ela passou não é fácil. - Danny tocou o ombro do amigo, fazendo-o levantar a cabeça para olhá-lo - Você precisa ser forte por ela, dude.
- Eu sei, mas eu estou com tanto ódio. - Foi a vez do cantor de ficar vermelho - Você sabe que eu não sou assim, mas não sei o que eu vou fazer se ele cruzar o meu caminho.
- Eu te entendo. - Danny se recostou novamente no sofá - Se eu estou com raiva e a vejo só como amiga, imagino você que está apaixonado.
- E parece que a cada minuto que passa eu consigo ficar ainda mais louco por ela, mate. - Tom assumiu - Na primeira vez que eu a vi chorando, toda aquela magia morreu.
- O que você quer dizer com isso? - Danny franziu o cenho, completamente perdido.
- Que, ali, eu tive a plena certeza que não estou confundindo o que sinto por ela com admiração de fã.
- É, a gente tinha esse receio.
- Eu sei disso, eu também tinha. - O menino sorriu para o amigo - Mas não mais.
- E o que você vai fazer agora? - Eles se encararam - Você não pode esperar que ela queira se relacionar com outra pessoa tão depressa, não depois de tudo isso.
- Claro que não. - O menino negou com a cabeça - Eu vou ficar do lado dela, dando apoio e carinho, mas não vou forçá-la a nada.
- É isso aí. - O rapaz sorriu para o amigo - Bem ou mal, ela sabe o que você sente, todo mundo sabe.
- Sim, mas o que importa agora é ela ficar bem. - O guitarrista concordou com o amigo - Eu só não posso me afastar dela de novo, Danny.
- Você não vai, ela não vai querer. - Ele sorriu para o cantor - Você não viu como ela se sente segura do seu lado?
- Eu só quero protegê-la, de tudo.
Enquanto eles conversavam na sala, já trocava de roupa no quarto de . A atriz estava dentro do banheiro, lavando o rosto, e a amiga estava sentada em sua cama, esperando-a. A menina voltou para o quarto com a calça que a amiga tinha lhe emprestado, mas apenas de sutiã.
- Por que você não colocou a blusa? - apontou para a peça de roupa na mão da amiga de cenho franzido.
- Eu quero ficar com o casaco, amiga. - assumiu vendo um sorriso satisfeito nascer no rosto de - Ele me dá a sensação de que estou sempre abraçada pelo Tom.
- E você gosta desse sentimento, não é? - A menina concordou com a modelo, deixando um sorriso fraco abrir em seu rosto.
- Mais do que eu tenho coragem de assumir. - Ela desviou seu olhar do da amiga - Ainda mais depois disso tudo.
- Você não tem que pensar nisso agora, tudo bem? - concordou com a cabeça - Mas eu preciso perguntar, o que você está sentindo, amiga?
- Eu não sei, está tudo tão confuso. - Uma lágrima desceu de seu olho.
Naquele momento, ambas já estavam sentadas na cama. Vendo que a menina começaria a chorar mais forte a qualquer segundo, a puxou para o seu colo, fazendo-a deitar a cabeça nas suas pernas, e começou um cafuné gostoso em seus longos cabelos ruivos.
- Se você não quiser falar, está tudo bem. - sussurrou próximo ao ouvido da amiga, que negou com a cabeça.
- Na verdade, eu quero. - assumiu - Eu ainda não acredito que ele foi capaz disso, eu estou tão magoada e, ao mesmo tempo, tão orgulhosa de mim mesma por não ter me submetido a isso, sabe?
- Eu sei, amiga. - concordou com a cabeça - É realmente muito difícil sair de uma situação assim.
- Sim, mas o fato de eu ter coragem de sair é que me deixa confusa.
- Como assim? - A modelo se assustou - Você não pensa em voltar para o Phill, não é?
- Não, não é isso. - A menina se sentou para olhar melhor a amiga - É que eu sei que o que me deu força para sair dessa situação é o sentimento do Tom por mim.
- E o seu por ele. - completou o pensamento da amiga, que concordou com a cabeça - E isso te assusta.
- É claro, olha o que eu acabei de passar. - Ela tocou em cima do vermelho em seu braço - Eu não me sinto pronta nem para pensar nisso, mas isso que eu sinto é tão mais forte que eu.
- Você também não pode se julgar tanto. - A modelo segurou a mão dela, tirando-a de cima do machucado - Você precisa voltar a fazer o que tem vontade.
- Eu concordo com você, mas eu ainda estou muito mexida com isso tudo. - abaixou o seu olhar - Mas só de saber que ele está do meu lado, mesmo que como um amigo, me faz ficar muito melhor.
- Eu percebi. - sorriu - E se eu conheço o Tom tão bem quanto eu acho, ele vai te dar todo o tempo do mundo para se decidir.
- Como isso é possível, ? - A modelo franziu o cenho, não entendendo bem o que a amiga queria dizer - Como eu posso ter me apaixonado tão rápido por ele?
- A gente não escolhe essas coisas, amiga. - Ela sorriu para a atriz - Só acontece.
- É, você tem razão.
- Eu sempre tenho razão. - Elas riram - Agora vamos, está ficando tarde, você está cansada e o Tom precisa ir embora.
concordou com a cabeça e foi na direção da sala com a amiga. Quando elas chegaram no cômodo, encontraram Danny e Tom conversando na porta do apartamento. O guitarrista estava encostado no batente da porta enquanto o cantor estava no corredor, esperando o elevador chegar, e aquela cena despertou um sentimento estranho em
- Você ia embora sem se despedir? - A menina perguntou, abraçando os próprios braços, fazendo o cantor entrar rapidamente de volta no apartamento.
- Me desculpa, ruivinha. - Ele se aproximou dela, abraçando-a - Eu achei que você já tinha dormido.
- Tudo bem, a gente demorou mesmo. - Ela sussurrou no ouvido dele, apertando-o contra os seus braços - Você volta amanhã?
- Claro. - Ele se afastou minimamente dela para encará-la - Eu não saio mais do seu lado.
- Obrigada. - Ela sorriu e voltou a afundar seu rosto na curva do pescoço do rapaz - Boa noite, Tom.
- Dorme bem, . - Eles se separaram ao ouvirem o barulho do elevador parando no andar.
Eles ainda ficaram alguns segundos se encarando. A vontade de era agarrá-lo e implora-lo para que ele a levasse junto, para que eles fugissem para longe dali, mas apenas se limitou a sorrir para o rapaz. Tom, que estava com a mesma vontade da menina, apenas beijou-lhe a testa e se despediu de Danny e , entrando no elevador logo em seguida.
- Eu vou buscar uma água. - disse, com a voz fraca, e correu na direção da cozinha.
sabia que aquilo significava que a amiga queria chorar sozinha e, por isso, não foi atrás dela. A modelo sabia que precisava apoiá-la e dar-lhe a privacidade que ela quisesse era um meio de fazer isso. Danny abraçou a namorada, assim que sumiu dentro da cozinha e eles ficaram daquele jeito até ouvirem um murmurinho.
- O que está acontecendo?
Eles ouviram a voz de perguntar e, antes mesmo de falarem qualquer coisa, a menina já tinha corrido para a varanda do apartamento, com o casal em seu encalço. Era fato que a confusão vinha da rua, normalmente quieta, onde ficava o prédio. Como o apartamento da menina era no segundo andar, o barulho da briga era ainda mais audível dali.
Como a atriz chegou antes na varanda que o casal, quando o mesmo estava chegando no cômodo, a menina já corria na direção da porta do apartamento. Enquanto olhava na direção da amiga, Danny olhou para ver o que estava acontecendo, fazendo a mesma coisa que a atriz. Quando a modelo, finalmente, viu o motivo de todo aquele falatório, se assustou: Tom e Phill estavam cara a cara, discutindo no meio da calçada.
encontrou Danny esperando o elevador, parado no corredor, aflito demais. A menina não falou nada, apenas respirou fundo e torceu para que não sobrasse mais nada para a amiga. , que tinha descido antes do casal, já passava correndo pela portaria do prédio, em direção aos dois.
- Você não vai subir. - Ela ouviu a voz de Tom soar autoritária - Ela não quer te ver.
- É lógico que quer. - A voz de Phill era grave e raivosa - Ela é minha namorada, eu tenho direito de vê-la.
- Você perdeu esse direito depois do que fez com ela essa noite. - Tom gritou e parou no meio do caminho.
Ouvi-lo falar aquilo, trouxe todas as lembranças de mais cedo na mente da menina. Enquanto eles ainda discutiam do lado de fora e Danny e chegavam na portaria, a atriz se encontrava estática, com as lágrimas rolando de seus olhos sem nenhum empecilho. O guitarrista passou direto dela para proteger o amigo, enquanto parou ao seu lado, passando um braço ao redor de seus ombros.
- Se vocês não me deixarem passar, eu vou acabar com os dois. - Phill rosnou, fazendo acordar de seu transe e correr para fora do prédio.
- Eu quero ver você tentar. - A voz de Danny saiu com tanta ou mais raiva que a de Phill.
- Não, chega! - A menina gritou assim que chegou na calçada - Ninguém mais vai bater em ninguém hoje.
- Amor, eu não… - Phill tentou ir na direção da menina, que recuou alguns passos.
- Eu não quero ouvir, Phill. - Ela o interrompeu - Não hoje.
- Você sabe que eu não sei viver sem você. - Algumas lágrimas escorreram do rosto do menino - Volta para casa comigo.
- Não, não depois do que você me fez. - Ela também chorava - Vai embora, por favor.
- Não sem você. - Ele ameaçou, dando mais alguns passos na direção da menina, mas Tom se colocou entre os dois.
- Você não vai levá-la a lugar nenhum. - O rapaz rosnou, colocando um braço na cintura de , prendendo-a contra as suas costas como um escudo humano.
- Vai embora, Phill. - se intrometeu, parando do lado de Danny - Antes que eu ligue para a polícia.
- Ok, vocês venceram. - Ele se deu por derrotado e Tom sentiu se acalmar com aquilo - Mas nós ainda vamos conversar, .
Eles ficaram parados, olhando-o ir em direção ao seu carro. No momento que ele deu partida e o veículo saiu pela rua, à caminho de casa, Tom virou-se de frente para a menina e a abraçou apertado. afundou, novamente, seu rosto na curva do pescoço do menino e começou a chorar incontrolavelmente.
O menino a pegou no colo e entrou novamente com ela no prédio, seguido pelo casal de amigos. Danny ainda estava vermelho de raiva e tremia de nervoso quando os quatro entraram no apartamento da modelo. Sem dizer nada, o guitarrista foi até a cozinha e voltou com uma cerveja para ele e uma água com açúcar para a namorada.
- Me leva para o quarto, Tom. - sussurrou no pescoço do rapaz, sem querer levantar o rosto e encarar os amigos.
- , onde a vai dormir?
- É a terceira porta à direita, Tom. - Ela se aproximou dos dois e fez um carinho na amiga - Já está tudo pronto, dorme bem, amiga.
A menina deu um beijo na cabeça da atriz, que concordou levemente. Danny fez o mesmo que a namorada e deu um olhar de incentivo ao amigo, já que sabia que ele estava completamente triste ao ver a menina daquele jeito. Tom foi com ela em seus braços até o quarto e, no momento que entrou no mesmo, a depositou na cama.
- Deita comigo? - Ela pediu, fraca, assim que o menino se sentou na cama.
- Claro.
Ele se deitou de barriga para cima, ao lado da menina, que deitou a cabeça em seu peito. Tom fazia um cafuné em seu cabelo que a fez pegar, rapidamente, no sono. O rapaz ainda ficou um tempo ali, daquele jeito, apenas sentindo o perfume que emanava da menina e a maciez de seu cabelo, que escorria por entre seus dedos.
Se dependesse apenas da sua vontade, ele teria se aconchegado no corpo da menina e dormido ali com ela, apenas para não ter que se afastar, mas sabia que não devia fazer aquilo. Depois de um tempo, quando teve certeza que ela não acordaria se ele se levantasse, o menino ajeitou-a na cama, de modo que ela permanecesse confortável e, com um beijo na testa, a deixou dormindo no quarto.
Naquela altura da madrugada, Danny e também já tinham ido dormir, o que fez com que o menino saísse da casa tentando fazer o menor barulho possível. Assim que entrou no carro, descansou a sua cabeça no banco e divagou sobre tudo o que tinha acontecido até ali. O rapaz apenas teve coragem de dar partida no mesmo pois sabia que, ali, estava completamente segura.
Capítulo 12
acordou, na manhã seguinte, com os olhos pesados pelos choros da noite anterior. Ela tateou a cama ao seu lado e, ao mesmo tempo que ficou triste por não ter acordado com Tom ao seu lado, se sentiu aliviada por aquilo. A atriz ainda estava muito confusa e não queria arrastar, ainda mais, o cantor para o meio daquilo tudo.
A menina ainda ficou alguns minutos deitada na cama, encarando o teto do quarto, pensando nos últimos acontecimentos. Ela se levantou, olhou o seu reflexo no espelho e suspirou. Com uma boa maquiagem, ela conseguiria disfarçar as marcas em seu rosto, mas nada fazia aquela dor psicológica que ela sentia passar.
Ali, encarando o seu reflexo, ela percebeu o quanto tinha mudado, ainda mais no último mês. Seu olhar não tinha mais o brilho de antes, estava ainda mais magra e suas olheiras estavam ainda maiores. Ela reparou na roupa que estava vestindo, metade do Tom e metade da e acabou tomando uma decisão: iria buscar as suas coisas.
Ela olhou no relógio de seu celular e viu que ainda estava cedo, o que indicava que Phill ainda estaria em casa e a última coisa que ela queria era ter que vê-lo. sabia que, cedo ou tarde, ia querer conversar com o rapaz para pôr um fim naquele relacionamento, mas aquele ainda não era o momento.
A menina saiu do quarto e foi na direção da cozinha. Quando passou pela sala, viu se despedindo de Danny com um beijo e, sem querer interromper o momento dos dois, apenas seguiu o seu caminho, tentando não fazer barulho para não alarmar se. Ela estava sentada na mesa, tomando café, quando entrou no cômodo.
- Bom dia, amiga. - A modelo desejou, com um sorriso no rosto que fez acompanhá-la - Conseguiu dormir bem?
- Até que sim. - A menina corou - O Tom me colocou para dormir.
- Eu achei que ele tinha dormido ai. - negou com a cabeça - Eu sei que você está confusa, mas eu estou torcendo tanto por vocês.
- Você está torcendo pela gente desde o dia do seu aniversário. - A atriz a encarou, com as sobrancelhas levantadas, fazendo a modelo gargalhar.
- Verdade. - Ela se sentou na frente da amiga, também com uma xícara de café - O que você vai fazer hoje?
- Eu quero buscar as minhas coisas.
- Tudo bem, eu vou com você. - se prontificou, mas negou com a cabeça.
- Não, amiga, eu quero fazer isso sozinha. - Ela segurou a mão da menina na sua frente - Eu preciso encarar isso sozinha.
- Você tem certeza? - A atriz concordou com a cabeça - Mas e se o Phill estiver lá? Não é melhor você, pelo menos, avisar o Tom?
- Eu vou quando ele estiver no trabalho. - desviou o seu olhar da amiga - E, se ele estiver lá, é melhor eu estar sozinha do que com o Tom.
- Ele pode fazer mais alguma coisa com você, amiga. - A voz da modelo era carregada de uma insegurança que estava embrulhando o estômago da atriz - Eu não posso te deixar ir assim, completamente sozinha.
- Ele não vai estar lá. - se irritou - E, mesmo se estiver, eu não vou deixá-lo interferir ainda mais na minha vida.
A menina falou de um jeito que fez se calar. A modelo conhecia a amiga bem o bastante para saber o quanto ela estava determinada a encarar aquilo tudo sozinha e nada a faria mudar de ideia. Em partes, aquilo deixava a menina orgulhosa, pois via uma que a muito estava adormecida. Porém, ela ainda tinha medo do que poderia acontecer se os dois se encontrassem.
- Tudo bem, mas você tem que me prometer que vai ficar colada no seu celular e, se der algum problema, você vai me ligar.
- E você tem que me prometer que não vai falar nada para o Tom. - A modelo desviou o olhar do da amiga, considerando o que ela estava lhe pedindo - Se você falar alguma coisa, ele vai dar um jeito de ir atrás de mim e isso não vai dar certo, amiga.
- Eu sei disso, mas não acho certo com ele. - Elas voltaram a se encarar - E se ele me perguntar de você? Eu não vou mentir.
- Tudo bem. - se deu por vencida - Se ele perguntar, você pode falar.
- Tudo bem, então.
Elas ainda ficaram mais algum tempo conversando na cozinha sobre assuntos aleatórios. Quando percebeu que já tinha dado a hora que o rapaz saía para trabalhar, seguiu até o quarto da modelo e pegou um muda de roupa emprestada, assim como as maquiagens da amiga.
A menina voltou para o seu quarto, tomou um banho e se arrumou. Pegou, também, um óculos escuro, para disfarçar o inchaço de seus olhos e pegou o cartão do taxista da noite anterior, que agora estava guardado no bolso do casaco que Tom lhe emprestara. Ela ligou para o senhor, explicou-lhe rapidamente a situação e o motorista aceitou levá-la.
- A senhorita tem certeza de que é seguro? - O senhor perguntou assim que parou com o táxi na frente do prédio onde a menina morava.
- Certeza, não. - Ela encarava o arranha-céu pela janela do carro - Mas eu preciso fazer isso.
- Qualquer coisa, pode me ligar. - O motorista se colocou à disposição da menina, que lhe lançou um sorriso.
- Muito obrigada, Sr. Johnson. - Ela o encarou por alguns segundos, saindo do carro logo depois.
Uma vez na calçada, a menina respirou fundo. Ela colocou novamente os óculos escuros e seguiu, de cabeça erguida, na direção da entrada do prédio. O porteiro a deixou entrar sem nenhum empecilho, desejando um “bom dia" assim que a menina entrou na recepção.
entrou no elevador e, a cada andar que passava, seu nervosismo aumentava. Quando o mesmo parou no andar do seu apartamento, suas mãos suavam e tremiam. Ela ainda não tinha noção do quão traumatizada estava por causa de todos aqueles eventos. Juntando o resto de coragem que ainda lhe restava, ela abriu a porta da casa e entrou.
A sala estava vazia e o silêncio a deixou ainda mais calma. Ela tinha certeza que Phill não estava ali e seguiu na direção do corredor sem nem conferir os outros cômodos. Porém, assim que chegou na porta que dava para o interior do apartamento, um pigarro a fez congelar.
- Eu sabia que você voltaria. - A voz de Phill soou distante e a menina soube que ele saíra da cozinha.
Ela respirou fundo algumas vezes antes de se virar na direção do som. O rapaz estava encostado no batente da porta da cozinha, segurando um copo que a menina tinha certeza que continha whisky. Phill sustentava enormes olheiras que, acompanhada por sua voz mais rouca do que o normal, só podia indicar uma coisa: ele tinha passado a noite em claro, bebendo.
Aquele fato fez uma onda gelada percorrer todo o corpo da menina. Se, na noite anterior, sóbrio, ele já tinha feito tudo aquilo, ela não sabia o que esperar dele bêbado. Eles ficaram se encarando, em silêncio, por alguns minutos, até que a menina engoliu em seco e juntou todas as suas forças para se mexer.
- Eu só vim buscar as minhas coisas. - Ela tentou controlar a sua voz, para que a mesma não saísse tremida e andou até o quarto quase correndo.
- Não, você não vai levar nada para lugar nenhum. - Ele chegou no quarto segundos depois, sem o copo, e fechou a mala que já estava aberta na cama.
- Para com isso, Phill. - Ela, que já segurava suas roupas, tentou abrir novamente a mala, mas ele não deixou - A gente não tem mais nada, deixa eu guardar as minhas coisas.
- Você não vai me dar nem a chance de me explicar?
Naquele momento, ela parou. não acreditava no que estava ouvindo e, por isso, o encarou de cenho franzido. Ela largou as roupas na cama, foi na direção do banheiro para lavar o rosto e, quando chegou no quarto, já estava completamente sem maquiagem.
- Explicar o que? - Ela o encarou novamente e apontou para o próprio rosto - Você acha que isso tem explicação?
- , eu não…
- Você não queria? - Ela o interrompeu, ardendo em raiva - Só falta agora você falar que me ama também.
- E eu amo. - Ele gritou - Eu amo tanto que, quando eu vi aquela matéria, eu sai de mim.
- E antes, Phill? - Ela já chorava - E todas as vezes que você não me deixou fazer alguma coisa? Ou quando a gente brigava e você acabava me empurrando ou quebrando alguma coisa?
- Você sempre me perdoou, por que não hoje? - Ele tentou tocá-la, mas recuou.
- Porque você passou de todos os limites, eu não sei porque diabos eu me apaixonei por você. - Ela voltou a sua atenção para o armário, tirando mais roupas dali de dentro - Aceita que a gente não tem mais volta.
- Nunca. - Ele rosnou - Você nunca vai deixar de ser minha.
Antes que ela pudesse ter qualquer reação, ele pegou um dos vestidos que a menina mais gostava e, com um único puxão, o rasgou. Ela levou a mão na boca, abafando um grito.
- Se você quer mesmo ir embora, tudo bem, mas você não vai levar nada que esteja nesta casa. - Ele pegou mais um vestido, rasgando-o com a mesma facilidade que o primeiro.
- Para com isso. - Ela implorava, cada vez chorando mais - Você não tem o direito de fazer isso.
- Você também não tem o direito de me abandonar. - Ele se aproximou dela - E é exatamente isso que você está fazendo, não é?
Ela se viu encurralada entre ele e o armário. Suas pernas tremiam e seu cérebro não estava mais funcionando com a mesma rapidez e perspicácia de antes. Um medo enorme se apoderou da menina ao ver a mão do rapaz se aproximar dela. Ela fechou os olhos, apavorada, sem saber o que ele faria a seguir e, no segundo seguinte, sentiu o cordão que usava sendo arrancado de seu pescoço num puxão só.
- Se eu sou esse monstro todo, você não precisa mais dos presentes que eu te dei. - Ele rosnou no ouvido dela, fazendo-a se encolher toda.
- Por favor, Phill, para com isso. - Ela pediu, novamente, sentindo o pescoço arder - Me deixa ir embora, então.
- Mas você não queria pegar as suas coisas? - Ele perguntou, em tom de deboche - É só pegar.
Conforme ela se voltou para o armário, tentando controlar seu choro, o som de suas roupas sendo rasgadas preenchia todo o quarto. Percebendo que não tinha jeito, que ele realmente destruiria tudo o que era seu, ela se limitou a pegar a única coisa dali que lhe era, realmente, importante: as baquetas de Harry.
Desde que ela tinha conseguido pegá-las, num dos shows do McFLY, elas tinham se tornado um tipo de amuleto da sorte da menina. Isso porque, naquele mesmo dia, ela acabou conseguindo um dos papéis mais importantes de sua vida, que mudou completamente a sua carreira.
Assim que a viu segurando-as, um sorriso perverso apareceu no rosto de Phill. Ele sabia, talvez melhor do que qualquer um, o quanto aquelas baquetas significavam para a menina. Por alguns meses, logo no início do namoro, ele tentou fazê-la se livrar delas, alegando que aquilo não passava de uma superstição besta, mas acabou desistindo ao ver que ela não mudaria de ideia.
- Você sabe o quanto eu sempre odiei essas baquetas. - Ele falou, indo na direção dela.
- Não, Phill. - Ela as agarrou junto ao peito - Elas não, por favor.
- Eu já tinha que ter feito isso a muito tempo.
Em um só puxão, ele arrancou as baquetas das mãos da menina. Phill ainda ficou olhando-as por alguns minutos, analisando-as e na hora que ele as levou até o joelho, quebrando-as em duas, ela não conseguiu conter o seu grito.
estava exausta. Ela nunca tinha imaginado passar por coisa parecida em sua vida privada. Suas pernas, que já não conseguiam mais sustentar o peso do seu corpo, falharam, fazendo-a cair sentada no chão. Seu choro era compulsivo e não parou nem quando a campainha do apartamento tocou.
- Eu vou despachar quem quer que seja.
Ele falou, secando o suor que se formava em sua testa com o braço e jogou as baquetas partidas ao meio na direção da menina, saindo do quarto logo em seguida. Ela agarrou os pedaços contra o seu corpo, chorando mais do que antes, se aquilo era possível.
- Cadê a ? - Ela ouviu a voz de soar, alta o bastante para que ela conseguisse ouvir.
- Eu não sei do que você está falando. - Phill se fez de desentendido enquanto a menina tentava fazer a sua voz sair.
- Nós sabemos que ela está aqui, Phillip. - Ela ouviu a voz de Danny - Deixa a gente entrar.
- Vocês estão malucos, isso sim.
- ! - A menina ouviu a voz de Tom gritar por ela e, naquele momento, ela conseguiu se acalmar um pouco.
- Tom! - Ela conseguiu gritar - No quarto, eu estou no quarto!
Na porta do apartamento, no momento que a voz de se fez ser ouvida, Tom, Danny e se entreolharam. O cantor fez menção de correr na direção do corredor, sendo impedido por Phillip.
- Nem ouse. - O garoto o encarou, inflando o peito - Vocês não vão tirá-la daqui.
- Vamos sim. - Tom forçou a sua entrada no apartamento, seguido por Danny, fazendo Phill dar alguns passos para trás.
Foi naquele momento que conseguiu se esgueirar por entre eles e correr na direção da amiga. Assim que ela entrou no quarto, ainda ouvindo os meninos discutindo na sala, impedindo Phill de ir atrás dela, se assustou ao ver como estava o cômodo. As roupas de , rasgadas, estavam espalhadas pelo chão, junto com o cordão da menina.
- ? - Ela chamou a amiga, já que não a encontrava no meio da confusão que estava aquele ambiente.
- Do lado do armário. - A voz da menina saiu fraca.
a encontrou encolhida, agarrada naqueles pedaços como se sua vida dependesse daquilo. As lágrimas ainda rolavam pelo rosto da menina e o que mais chamou a atenção da modelo foi a vermelhidão no pescoço da amiga. Ela considerou, mas acabou preferindo não perguntar sobre, pelo menos não naquele momento, vendo o estado que estava a menina.
- Vem comigo. - Ela falou baixo, estendendo a mão para a amiga, que aceitou a ajuda.
levantou e, assim que se estabilizou, a abraçou pelos ombros. Elas seguiram juntas na direção da sala, onde os homens ainda discutiam e, assim que elas apareceram, os três se calaram. Phill, que se virou na direção das duas, nem percebeu quando Tom passou por ele.
- Você está bem? - Ele perguntou para a menina, acariciando o rosto dela, que apenas negou com a cabeça - Vem, nós vamos te tirar daqui.
- Eu já falei que ela não vai a lugar nenhum. - Ele gritou, fazendo a menina fechar os olhos com força.
- Eu quero ver você nos impedir. - Eles ouviram a voz de Danny falar e, logo depois, o barulho seco de um soco.
, e Tom olharam na direção dos dois, com medo de ter sido Danny que tinha apanhado, mas não. Phill segurava o nariz ensanguentado, enquanto o guitarrista estava surpreso consigo mesmo por ter feito aquilo. O rapaz fez um sinal para eles saírem logo dali e Tom, empurrou, gentilmente, as meninas na direção da porta.
- Isso não vai ficar assim. - Phill urrou, enquanto os via se afastar.
parou apenas para pegar as chaves do carro e a bolsa, que estavam do lado da porta. Eles entraram no elevador sem falarem nada e, enquanto apertou o botão do térreo, a atriz apertou o botão da garagem.
- Amiga, você não tem condições de dirigir. - Ela estendeu as chaves para Tom, que as aceitou sem pensar duas vezes.
Os dois saltaram na garagem, enquanto e Danny seguiram para o térreo. Assim que entraram no carro, Tom deu partida no mesmo, sem muitas delongas, querendo tirar a menina dali o mais depressa possível. Ela encarou a paisagem que corria pela janela do carro, devido ao movimento do mesmo, e conseguiu relaxar.
Eles chegaram no prédio de junto com ela e Danny e os quatro subiram, ainda sem falar uma palavra sequer. Assim que eles entraram no apartamento, foi direto para o quarto que tinha passado a noite, deixando os três na sala, sem muita reação.
- Ela falou alguma coisa durante o caminho, Tom? - perguntou, tirando a atenção do menino do caminho que tinha tomado.
- Não. - Ele suspirou - Você viu o pescoço dela?
- Foi a primeira coisa que eu reparei. - A menina abraçou os próprios braços - Eu acho que ele arrancou o cordão que estava no pescoço dela, porque eu o vi arrebentado no chão do quarto.
- E o que é aquilo que ela está abraçando? - Danny perguntou, fazendo a namorada dar de ombros.
- Eu não tenho ideia.
- Eu vou falar com ela. - Tom deu um passo na direção do corredor, mas segurou o seu braço.
- É melhor a gente dar um tempo para ela, Tom.
- Não, . - Ele a encarou - Ela precisa saber que eu estou aqui com ela.
- Deixa ele ir, amor. - Danny a segurou pelos ombros, fazendo um carinho ali e ambos ficaram olhando Tom se afastar.
- Vem, deixa eu cuidar disso. - se virou para o namorado, segurando a sua mão, vendo a vermelhidão nos nós de seus dedos.
- Você sabe que eu não sou assim, amor. - O menino desviou o seu olhar do dela - Mas foi mais forte do que eu.
- Eu sei disso, mush. - Ela fez um carinho gostoso na bochecha do rapaz - Eu acho que isso iria acontecer, de um jeito ou de outro, para a gente sair daquele apartamento.
- Ver vocês duas daquele jeito acabou comigo. - Ele assumiu, tirando um sorriso derretido da menina.
- Vai ficar tudo bem agora. - Ela se aproximou do namorado, passando seus braços por cima dos ombros do rapaz e roçando seu nariz no dele.
Enquanto eles se beijavam na sala, Tom batia na porta do quarto de . Ele abriu a porta quando a menina murmurou um “entra" e a encontrou deitada na cama, encolhida, ainda abraçada nas baquetas. O rapaz não conseguiu se conter e deitou do seu lado, abraçando-a apertado.
- Eu estou aqui, ruivinha. - Ele sussurrou no ouvido da menina - Eu não vou deixar que mais nada te aconteça, eu prometo.
- Eu tinha que ter te avisado. - Ela murmurou, virando na direção do menino e afundou o rosto no peito dele - Mas eu não imaginei que ele estaria lá.
- Ei, está tudo bem, viu? - Ele beijou o topo da cabeça dela - Eu não estou chateado com você.
Eles ficaram daquele jeito por bastante tempo. Quando começou a se acalmar, o rapaz, que estava de barriga para cima, se virou de lado e os dois ficaram deitados um de frente para o outro. Tom começou a fazer um carinho gostoso no cabelo da menina, mas seus olhos sempre acabavam fitando aqueles pedaços que ela não soltou desde que eles se encontraram.
- São as baquetas do Harry. - Ela as estendeu na direção do menino, enquanto uma lágrima rolava pelo seu rosto - Ele quebrou elas na minha frente, só para me fazer mal.
- Eu imagino o quanto elas eram especiais para você, eu guardo até hoje os ingressos do primeiro filme que eu vi seu. - Ele assumiu, tirando um sorriso fraco da menina.
- Elas eram meu amuleto da sorte. - Ela falou, analisando um dos pedaços em sua mão - Quando eu percebi que ele ia rasgar qualquer roupa que eu tirasse do armário, eu só pensei em tirá-las de lá.
- Ele rasgou as suas roupas? - Ela apenas concordou com a cabeça e o menino passou o dedo indicador de leve no corte que apareceu no pescoço dela quando a vermelhidão passou - E arrebentou o seu cordão, não é?
- Tinha sido presente dele no dia dos namorados. - Ela tocou o lugar onde o pingente ficava encostado - Então ele achou que eu não tinha que ficar com ele.
- Por favor, , me promete que você nunca mais voltará naquele apartamento. - Ele tocou o rosto da menina - Pelo menos não sozinha.
- Eu não tenho mais nada lá, Tom. - Ela suspirou - Ou você acha que ele não acabou de destruir tudo o que era meu e que estava lá dentro?
- Eu só não quero mais te ver sofrendo desse jeito. - Ele a puxou para um abraço.
- Eu não desejo que ninguém se sinta desse jeito.
Eles ficaram mais um tempo juntos, em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro e só saíram do quarto porque a menina começou a reclamar de fome. Eles se juntaram a e Danny para comer e, pelo resto do dia, os quatro ficaram juntos, fazendo coisas para distraírem a cabeça de .
No final da noite, a pedido da modelo, que queria ficar apenas com a amiga, tanto Danny quanto Tom foram embora. Elas acabaram vendo filme no quarto de , com direito a pizza e vinho e acabaram dormindo juntas, na espaçosa cama de casal da menina.
A menina ainda ficou alguns minutos deitada na cama, encarando o teto do quarto, pensando nos últimos acontecimentos. Ela se levantou, olhou o seu reflexo no espelho e suspirou. Com uma boa maquiagem, ela conseguiria disfarçar as marcas em seu rosto, mas nada fazia aquela dor psicológica que ela sentia passar.
Ali, encarando o seu reflexo, ela percebeu o quanto tinha mudado, ainda mais no último mês. Seu olhar não tinha mais o brilho de antes, estava ainda mais magra e suas olheiras estavam ainda maiores. Ela reparou na roupa que estava vestindo, metade do Tom e metade da e acabou tomando uma decisão: iria buscar as suas coisas.
Ela olhou no relógio de seu celular e viu que ainda estava cedo, o que indicava que Phill ainda estaria em casa e a última coisa que ela queria era ter que vê-lo. sabia que, cedo ou tarde, ia querer conversar com o rapaz para pôr um fim naquele relacionamento, mas aquele ainda não era o momento.
A menina saiu do quarto e foi na direção da cozinha. Quando passou pela sala, viu se despedindo de Danny com um beijo e, sem querer interromper o momento dos dois, apenas seguiu o seu caminho, tentando não fazer barulho para não alarmar se. Ela estava sentada na mesa, tomando café, quando entrou no cômodo.
- Bom dia, amiga. - A modelo desejou, com um sorriso no rosto que fez acompanhá-la - Conseguiu dormir bem?
- Até que sim. - A menina corou - O Tom me colocou para dormir.
- Eu achei que ele tinha dormido ai. - negou com a cabeça - Eu sei que você está confusa, mas eu estou torcendo tanto por vocês.
- Você está torcendo pela gente desde o dia do seu aniversário. - A atriz a encarou, com as sobrancelhas levantadas, fazendo a modelo gargalhar.
- Verdade. - Ela se sentou na frente da amiga, também com uma xícara de café - O que você vai fazer hoje?
- Eu quero buscar as minhas coisas.
- Tudo bem, eu vou com você. - se prontificou, mas negou com a cabeça.
- Não, amiga, eu quero fazer isso sozinha. - Ela segurou a mão da menina na sua frente - Eu preciso encarar isso sozinha.
- Você tem certeza? - A atriz concordou com a cabeça - Mas e se o Phill estiver lá? Não é melhor você, pelo menos, avisar o Tom?
- Eu vou quando ele estiver no trabalho. - desviou o seu olhar da amiga - E, se ele estiver lá, é melhor eu estar sozinha do que com o Tom.
- Ele pode fazer mais alguma coisa com você, amiga. - A voz da modelo era carregada de uma insegurança que estava embrulhando o estômago da atriz - Eu não posso te deixar ir assim, completamente sozinha.
- Ele não vai estar lá. - se irritou - E, mesmo se estiver, eu não vou deixá-lo interferir ainda mais na minha vida.
A menina falou de um jeito que fez se calar. A modelo conhecia a amiga bem o bastante para saber o quanto ela estava determinada a encarar aquilo tudo sozinha e nada a faria mudar de ideia. Em partes, aquilo deixava a menina orgulhosa, pois via uma que a muito estava adormecida. Porém, ela ainda tinha medo do que poderia acontecer se os dois se encontrassem.
- Tudo bem, mas você tem que me prometer que vai ficar colada no seu celular e, se der algum problema, você vai me ligar.
- E você tem que me prometer que não vai falar nada para o Tom. - A modelo desviou o olhar do da amiga, considerando o que ela estava lhe pedindo - Se você falar alguma coisa, ele vai dar um jeito de ir atrás de mim e isso não vai dar certo, amiga.
- Eu sei disso, mas não acho certo com ele. - Elas voltaram a se encarar - E se ele me perguntar de você? Eu não vou mentir.
- Tudo bem. - se deu por vencida - Se ele perguntar, você pode falar.
- Tudo bem, então.
Elas ainda ficaram mais algum tempo conversando na cozinha sobre assuntos aleatórios. Quando percebeu que já tinha dado a hora que o rapaz saía para trabalhar, seguiu até o quarto da modelo e pegou um muda de roupa emprestada, assim como as maquiagens da amiga.
A menina voltou para o seu quarto, tomou um banho e se arrumou. Pegou, também, um óculos escuro, para disfarçar o inchaço de seus olhos e pegou o cartão do taxista da noite anterior, que agora estava guardado no bolso do casaco que Tom lhe emprestara. Ela ligou para o senhor, explicou-lhe rapidamente a situação e o motorista aceitou levá-la.
- A senhorita tem certeza de que é seguro? - O senhor perguntou assim que parou com o táxi na frente do prédio onde a menina morava.
- Certeza, não. - Ela encarava o arranha-céu pela janela do carro - Mas eu preciso fazer isso.
- Qualquer coisa, pode me ligar. - O motorista se colocou à disposição da menina, que lhe lançou um sorriso.
- Muito obrigada, Sr. Johnson. - Ela o encarou por alguns segundos, saindo do carro logo depois.
Uma vez na calçada, a menina respirou fundo. Ela colocou novamente os óculos escuros e seguiu, de cabeça erguida, na direção da entrada do prédio. O porteiro a deixou entrar sem nenhum empecilho, desejando um “bom dia" assim que a menina entrou na recepção.
entrou no elevador e, a cada andar que passava, seu nervosismo aumentava. Quando o mesmo parou no andar do seu apartamento, suas mãos suavam e tremiam. Ela ainda não tinha noção do quão traumatizada estava por causa de todos aqueles eventos. Juntando o resto de coragem que ainda lhe restava, ela abriu a porta da casa e entrou.
A sala estava vazia e o silêncio a deixou ainda mais calma. Ela tinha certeza que Phill não estava ali e seguiu na direção do corredor sem nem conferir os outros cômodos. Porém, assim que chegou na porta que dava para o interior do apartamento, um pigarro a fez congelar.
- Eu sabia que você voltaria. - A voz de Phill soou distante e a menina soube que ele saíra da cozinha.
Ela respirou fundo algumas vezes antes de se virar na direção do som. O rapaz estava encostado no batente da porta da cozinha, segurando um copo que a menina tinha certeza que continha whisky. Phill sustentava enormes olheiras que, acompanhada por sua voz mais rouca do que o normal, só podia indicar uma coisa: ele tinha passado a noite em claro, bebendo.
Aquele fato fez uma onda gelada percorrer todo o corpo da menina. Se, na noite anterior, sóbrio, ele já tinha feito tudo aquilo, ela não sabia o que esperar dele bêbado. Eles ficaram se encarando, em silêncio, por alguns minutos, até que a menina engoliu em seco e juntou todas as suas forças para se mexer.
- Eu só vim buscar as minhas coisas. - Ela tentou controlar a sua voz, para que a mesma não saísse tremida e andou até o quarto quase correndo.
- Não, você não vai levar nada para lugar nenhum. - Ele chegou no quarto segundos depois, sem o copo, e fechou a mala que já estava aberta na cama.
- Para com isso, Phill. - Ela, que já segurava suas roupas, tentou abrir novamente a mala, mas ele não deixou - A gente não tem mais nada, deixa eu guardar as minhas coisas.
- Você não vai me dar nem a chance de me explicar?
Naquele momento, ela parou. não acreditava no que estava ouvindo e, por isso, o encarou de cenho franzido. Ela largou as roupas na cama, foi na direção do banheiro para lavar o rosto e, quando chegou no quarto, já estava completamente sem maquiagem.
- Explicar o que? - Ela o encarou novamente e apontou para o próprio rosto - Você acha que isso tem explicação?
- , eu não…
- Você não queria? - Ela o interrompeu, ardendo em raiva - Só falta agora você falar que me ama também.
- E eu amo. - Ele gritou - Eu amo tanto que, quando eu vi aquela matéria, eu sai de mim.
- E antes, Phill? - Ela já chorava - E todas as vezes que você não me deixou fazer alguma coisa? Ou quando a gente brigava e você acabava me empurrando ou quebrando alguma coisa?
- Você sempre me perdoou, por que não hoje? - Ele tentou tocá-la, mas recuou.
- Porque você passou de todos os limites, eu não sei porque diabos eu me apaixonei por você. - Ela voltou a sua atenção para o armário, tirando mais roupas dali de dentro - Aceita que a gente não tem mais volta.
- Nunca. - Ele rosnou - Você nunca vai deixar de ser minha.
Antes que ela pudesse ter qualquer reação, ele pegou um dos vestidos que a menina mais gostava e, com um único puxão, o rasgou. Ela levou a mão na boca, abafando um grito.
- Se você quer mesmo ir embora, tudo bem, mas você não vai levar nada que esteja nesta casa. - Ele pegou mais um vestido, rasgando-o com a mesma facilidade que o primeiro.
- Para com isso. - Ela implorava, cada vez chorando mais - Você não tem o direito de fazer isso.
- Você também não tem o direito de me abandonar. - Ele se aproximou dela - E é exatamente isso que você está fazendo, não é?
Ela se viu encurralada entre ele e o armário. Suas pernas tremiam e seu cérebro não estava mais funcionando com a mesma rapidez e perspicácia de antes. Um medo enorme se apoderou da menina ao ver a mão do rapaz se aproximar dela. Ela fechou os olhos, apavorada, sem saber o que ele faria a seguir e, no segundo seguinte, sentiu o cordão que usava sendo arrancado de seu pescoço num puxão só.
- Se eu sou esse monstro todo, você não precisa mais dos presentes que eu te dei. - Ele rosnou no ouvido dela, fazendo-a se encolher toda.
- Por favor, Phill, para com isso. - Ela pediu, novamente, sentindo o pescoço arder - Me deixa ir embora, então.
- Mas você não queria pegar as suas coisas? - Ele perguntou, em tom de deboche - É só pegar.
Conforme ela se voltou para o armário, tentando controlar seu choro, o som de suas roupas sendo rasgadas preenchia todo o quarto. Percebendo que não tinha jeito, que ele realmente destruiria tudo o que era seu, ela se limitou a pegar a única coisa dali que lhe era, realmente, importante: as baquetas de Harry.
Desde que ela tinha conseguido pegá-las, num dos shows do McFLY, elas tinham se tornado um tipo de amuleto da sorte da menina. Isso porque, naquele mesmo dia, ela acabou conseguindo um dos papéis mais importantes de sua vida, que mudou completamente a sua carreira.
Assim que a viu segurando-as, um sorriso perverso apareceu no rosto de Phill. Ele sabia, talvez melhor do que qualquer um, o quanto aquelas baquetas significavam para a menina. Por alguns meses, logo no início do namoro, ele tentou fazê-la se livrar delas, alegando que aquilo não passava de uma superstição besta, mas acabou desistindo ao ver que ela não mudaria de ideia.
- Você sabe o quanto eu sempre odiei essas baquetas. - Ele falou, indo na direção dela.
- Não, Phill. - Ela as agarrou junto ao peito - Elas não, por favor.
- Eu já tinha que ter feito isso a muito tempo.
Em um só puxão, ele arrancou as baquetas das mãos da menina. Phill ainda ficou olhando-as por alguns minutos, analisando-as e na hora que ele as levou até o joelho, quebrando-as em duas, ela não conseguiu conter o seu grito.
estava exausta. Ela nunca tinha imaginado passar por coisa parecida em sua vida privada. Suas pernas, que já não conseguiam mais sustentar o peso do seu corpo, falharam, fazendo-a cair sentada no chão. Seu choro era compulsivo e não parou nem quando a campainha do apartamento tocou.
- Eu vou despachar quem quer que seja.
Ele falou, secando o suor que se formava em sua testa com o braço e jogou as baquetas partidas ao meio na direção da menina, saindo do quarto logo em seguida. Ela agarrou os pedaços contra o seu corpo, chorando mais do que antes, se aquilo era possível.
- Cadê a ? - Ela ouviu a voz de soar, alta o bastante para que ela conseguisse ouvir.
- Eu não sei do que você está falando. - Phill se fez de desentendido enquanto a menina tentava fazer a sua voz sair.
- Nós sabemos que ela está aqui, Phillip. - Ela ouviu a voz de Danny - Deixa a gente entrar.
- Vocês estão malucos, isso sim.
- ! - A menina ouviu a voz de Tom gritar por ela e, naquele momento, ela conseguiu se acalmar um pouco.
- Tom! - Ela conseguiu gritar - No quarto, eu estou no quarto!
Na porta do apartamento, no momento que a voz de se fez ser ouvida, Tom, Danny e se entreolharam. O cantor fez menção de correr na direção do corredor, sendo impedido por Phillip.
- Nem ouse. - O garoto o encarou, inflando o peito - Vocês não vão tirá-la daqui.
- Vamos sim. - Tom forçou a sua entrada no apartamento, seguido por Danny, fazendo Phill dar alguns passos para trás.
Foi naquele momento que conseguiu se esgueirar por entre eles e correr na direção da amiga. Assim que ela entrou no quarto, ainda ouvindo os meninos discutindo na sala, impedindo Phill de ir atrás dela, se assustou ao ver como estava o cômodo. As roupas de , rasgadas, estavam espalhadas pelo chão, junto com o cordão da menina.
- ? - Ela chamou a amiga, já que não a encontrava no meio da confusão que estava aquele ambiente.
- Do lado do armário. - A voz da menina saiu fraca.
a encontrou encolhida, agarrada naqueles pedaços como se sua vida dependesse daquilo. As lágrimas ainda rolavam pelo rosto da menina e o que mais chamou a atenção da modelo foi a vermelhidão no pescoço da amiga. Ela considerou, mas acabou preferindo não perguntar sobre, pelo menos não naquele momento, vendo o estado que estava a menina.
- Vem comigo. - Ela falou baixo, estendendo a mão para a amiga, que aceitou a ajuda.
levantou e, assim que se estabilizou, a abraçou pelos ombros. Elas seguiram juntas na direção da sala, onde os homens ainda discutiam e, assim que elas apareceram, os três se calaram. Phill, que se virou na direção das duas, nem percebeu quando Tom passou por ele.
- Você está bem? - Ele perguntou para a menina, acariciando o rosto dela, que apenas negou com a cabeça - Vem, nós vamos te tirar daqui.
- Eu já falei que ela não vai a lugar nenhum. - Ele gritou, fazendo a menina fechar os olhos com força.
- Eu quero ver você nos impedir. - Eles ouviram a voz de Danny falar e, logo depois, o barulho seco de um soco.
, e Tom olharam na direção dos dois, com medo de ter sido Danny que tinha apanhado, mas não. Phill segurava o nariz ensanguentado, enquanto o guitarrista estava surpreso consigo mesmo por ter feito aquilo. O rapaz fez um sinal para eles saírem logo dali e Tom, empurrou, gentilmente, as meninas na direção da porta.
- Isso não vai ficar assim. - Phill urrou, enquanto os via se afastar.
parou apenas para pegar as chaves do carro e a bolsa, que estavam do lado da porta. Eles entraram no elevador sem falarem nada e, enquanto apertou o botão do térreo, a atriz apertou o botão da garagem.
- Amiga, você não tem condições de dirigir. - Ela estendeu as chaves para Tom, que as aceitou sem pensar duas vezes.
Os dois saltaram na garagem, enquanto e Danny seguiram para o térreo. Assim que entraram no carro, Tom deu partida no mesmo, sem muitas delongas, querendo tirar a menina dali o mais depressa possível. Ela encarou a paisagem que corria pela janela do carro, devido ao movimento do mesmo, e conseguiu relaxar.
Eles chegaram no prédio de junto com ela e Danny e os quatro subiram, ainda sem falar uma palavra sequer. Assim que eles entraram no apartamento, foi direto para o quarto que tinha passado a noite, deixando os três na sala, sem muita reação.
- Ela falou alguma coisa durante o caminho, Tom? - perguntou, tirando a atenção do menino do caminho que tinha tomado.
- Não. - Ele suspirou - Você viu o pescoço dela?
- Foi a primeira coisa que eu reparei. - A menina abraçou os próprios braços - Eu acho que ele arrancou o cordão que estava no pescoço dela, porque eu o vi arrebentado no chão do quarto.
- E o que é aquilo que ela está abraçando? - Danny perguntou, fazendo a namorada dar de ombros.
- Eu não tenho ideia.
- Eu vou falar com ela. - Tom deu um passo na direção do corredor, mas segurou o seu braço.
- É melhor a gente dar um tempo para ela, Tom.
- Não, . - Ele a encarou - Ela precisa saber que eu estou aqui com ela.
- Deixa ele ir, amor. - Danny a segurou pelos ombros, fazendo um carinho ali e ambos ficaram olhando Tom se afastar.
- Vem, deixa eu cuidar disso. - se virou para o namorado, segurando a sua mão, vendo a vermelhidão nos nós de seus dedos.
- Você sabe que eu não sou assim, amor. - O menino desviou o seu olhar do dela - Mas foi mais forte do que eu.
- Eu sei disso, mush. - Ela fez um carinho gostoso na bochecha do rapaz - Eu acho que isso iria acontecer, de um jeito ou de outro, para a gente sair daquele apartamento.
- Ver vocês duas daquele jeito acabou comigo. - Ele assumiu, tirando um sorriso derretido da menina.
- Vai ficar tudo bem agora. - Ela se aproximou do namorado, passando seus braços por cima dos ombros do rapaz e roçando seu nariz no dele.
Enquanto eles se beijavam na sala, Tom batia na porta do quarto de . Ele abriu a porta quando a menina murmurou um “entra" e a encontrou deitada na cama, encolhida, ainda abraçada nas baquetas. O rapaz não conseguiu se conter e deitou do seu lado, abraçando-a apertado.
- Eu estou aqui, ruivinha. - Ele sussurrou no ouvido da menina - Eu não vou deixar que mais nada te aconteça, eu prometo.
- Eu tinha que ter te avisado. - Ela murmurou, virando na direção do menino e afundou o rosto no peito dele - Mas eu não imaginei que ele estaria lá.
- Ei, está tudo bem, viu? - Ele beijou o topo da cabeça dela - Eu não estou chateado com você.
Eles ficaram daquele jeito por bastante tempo. Quando começou a se acalmar, o rapaz, que estava de barriga para cima, se virou de lado e os dois ficaram deitados um de frente para o outro. Tom começou a fazer um carinho gostoso no cabelo da menina, mas seus olhos sempre acabavam fitando aqueles pedaços que ela não soltou desde que eles se encontraram.
- São as baquetas do Harry. - Ela as estendeu na direção do menino, enquanto uma lágrima rolava pelo seu rosto - Ele quebrou elas na minha frente, só para me fazer mal.
- Eu imagino o quanto elas eram especiais para você, eu guardo até hoje os ingressos do primeiro filme que eu vi seu. - Ele assumiu, tirando um sorriso fraco da menina.
- Elas eram meu amuleto da sorte. - Ela falou, analisando um dos pedaços em sua mão - Quando eu percebi que ele ia rasgar qualquer roupa que eu tirasse do armário, eu só pensei em tirá-las de lá.
- Ele rasgou as suas roupas? - Ela apenas concordou com a cabeça e o menino passou o dedo indicador de leve no corte que apareceu no pescoço dela quando a vermelhidão passou - E arrebentou o seu cordão, não é?
- Tinha sido presente dele no dia dos namorados. - Ela tocou o lugar onde o pingente ficava encostado - Então ele achou que eu não tinha que ficar com ele.
- Por favor, , me promete que você nunca mais voltará naquele apartamento. - Ele tocou o rosto da menina - Pelo menos não sozinha.
- Eu não tenho mais nada lá, Tom. - Ela suspirou - Ou você acha que ele não acabou de destruir tudo o que era meu e que estava lá dentro?
- Eu só não quero mais te ver sofrendo desse jeito. - Ele a puxou para um abraço.
- Eu não desejo que ninguém se sinta desse jeito.
Eles ficaram mais um tempo juntos, em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro e só saíram do quarto porque a menina começou a reclamar de fome. Eles se juntaram a e Danny para comer e, pelo resto do dia, os quatro ficaram juntos, fazendo coisas para distraírem a cabeça de .
No final da noite, a pedido da modelo, que queria ficar apenas com a amiga, tanto Danny quanto Tom foram embora. Elas acabaram vendo filme no quarto de , com direito a pizza e vinho e acabaram dormindo juntas, na espaçosa cama de casal da menina.
Capítulo 13
acordou na manhã seguinte se sentindo um pouco melhor. Ela levantou da cama de com o maior cuidado para não acordar a amiga, que ainda dormia serenamente. A menina foi até a cozinha, fazendo o menor barulho possível, preparar alguma coisa para comer.
Foi enquanto esperava a água ferver para fazer um café que os acontecimentos do dia anterior voltaram a povoar sua mente. Até aquele momento, devido a toda distração proporcionada por Danny, e Tom, a atriz tinha conseguido se desligar um pouco de toda a confusão que tinha virado a sua vida.
Com o estômago embrulhado e um enjoo crescente, desligou o fogo, jogou toda a água fora e correu para o quarto de hóspedes da casa da amiga. Encontrou o casaco que Tom lhe emprestara dobrado em cima de uma mesa que tinha no cômodo e, sem pensar duas vezes, o vestiu.
Aquela mesma sensação de estar sendo abraçada pelo rapaz a fez se acalmar um pouco, mas foi a menina se olhar no espelho que uma tremedeira começou a se apoderar de seu corpo. As marcas físicas, que mal se comparavam às psicológicas, estavam ali, evidentes para quem a olhasse sem nenhuma produção, lembrando-a de tudo.
Um sentimento horrível começou a surgir no interior da menina. Se no dia anterior ela queria as suas coisas, naquele momento, o mero pensamento de que elas não existiam mais, a fazia querer-las ainda mais. Ela sentia como se um buraco estivesse sendo aberto em seu peito toda vez que lembrava do que tinha passado dentro daquele quarto.
não sabia, mas o que todo aquele vazio, junto com o tremor, o suor frio nas mãos, o choro compulsivo e a falta de ar significava era que ela estava entrando em uma crise de pânico. Por sorte, todo o trabalho de respiração que ela aprendera ao longo de toda a sua vida, devido ao seu trabalho de atriz, fez com que ela se acalmasse mais rápido do que o esperado.
A menina se sentia fraca e sem vontade de continuar encarando aquilo tudo. Ela, então, se deitou e, sem que nem percebesse, pegou novamente no sono, encolhida na cama, abraçando fortemente aqueles pedaços de madeira que até o outro dia eram as antigas baquetas de Harry.
Ela acordou com um barulho vindo do corredor. Os passos de , por causa do chinelo que a menina usava, faziam com que sua presença fosse notada mesmo antes da menina querer que fossem. sabia que ela estava próxima, o que foi confirmado por algumas batidas na porta do quarto.
- Amiga? - perguntou, baixo o suficiente para não acordá-la caso ela estivesse dormindo - Está acordada?
considerou não respondê-la. Fazer com que a amiga achasse que ela estava dormindo seria uma saída muito mais simples do que ter que conversar com ela, mas a modelo estava fazendo tanto por ela que a menina começou a se sentir culpada pelo simples fato de cogitar aquilo.
- Estou sim.
- Posso entrar? - Uma lágrima rolou do olho de , que respirou fundo.
- Eu quero ficar sozinha, amiga. - A menina tentou controlar a sua voz para que a mesma não saísse tremida - Tudo bem?
- Sem problemas. - encostou a cabeça na porta, querendo mais que tudo abraçar a amiga, mas respeitando o espaço dela - Só não esquece que eu estou aqui sempre, ok?
- Eu sei, amiga.
ainda ficou alguns segundos ponderando se entrava mesmo assim para dar apoio a amiga, mas acabou desistindo. A modelo conhecia o suficiente para saber que, se ela quisesse companhia, ela teria dito. Assim que o barulho de seus passos indicaram para a atriz que a menina se afastava, ela voltou a fechar os olhos, esperando que o sono voltasse.
Assim que chegou na sala do apartamento, suspirou. Ela odiava ver a amiga daquele jeito, mas tudo o que estava ao seu alcance, ela estava fazendo. A modelo passou o resto da manhã e o início da tarde sozinha, vendo filme, esperando por Danny, que tinha avisado na noite anterior que voltaria.
Estava no final de “Noivas em Guerra" quando a menina começou a sentir fome. Ela foi até a cozinha ver o que tinha em sua geladeira, mas acabou resolvendo pedir um yakissoba. Como ainda estava dentro do quarto e a modelo não sabia se ela estava acordada ou dormindo, ela foi na direção do cômodo tentando fazer o menor barulho possível.
- Amiga? - Assim como antes, ela falou baixo o suficiente para que a amiga a ouvisse somente se estivesse acordada - Vou pedir yakissoba, você quer?
esperou um pouco, atenta a qualquer barulho que viesse de dentro do quarto, mas não ouviu nada. Preocupada com a amiga, ela abriu lentamente a porta, sem fazer barulho e esgueirou sua cabeça para dentro do quarto. Quando viu dormindo, com um leve sorriso formado em seus lábios, a menina suspirou aliviada.
A modelo voltou para a sala e se jogou no sofá, buscando em seu celular algum restaurante para fazer o seu pedido. Não demorou muito e o interfone tocou, indicando que seu almoço tinha chegado. A menina teve que descer para buscá-lo, já que o prédio não permitia que os entregadores subissem e acabou encontrando Danny, que chegara junto com a comida.
- E isso lá é hora de almoçar, amor? - O menino brincou, já dentro do elevador com a namorada - São quase três da tarde.
- Eu acordei tarde, só me deu fome agora. - Ela se defendeu, saindo do elevador com a ajuda de Danny.
- E como está a ? - Ele perguntou, seguindo a namorada para dentro do apartamento.
- Eu não sei. - A menina suspirou, largando o saco em cima da bancada que tinha em sua cozinha - Mas não parece bem.
- Achei que ontem a gente tinha conseguido distraí-la. - Ele viu a namorada concordar - Aconteceu alguma coisa a mais?
- Não que eu saiba. - Ela parou de arrumar o macarrão em seu prato e se virou para o namorado - Quando eu acordei, ela já tinha levantado e se trancado no quarto.
- E ela não quis falar com você, não é? - A menina apenas negou com a cabeça - Então não vai rolar.
- O que? - franziu o cenho, ainda encarando-o.
- Eu fui convidado de última hora para tocar como DJ em uma festa amanhã, e queria muito que vocês fossem. - Ele suspirou - Já até falei com os meninos.
- Você sabe que eu amo te ver tocar, mush. - Ela se aproximou do namorado, jogando seus braços ao redor do pescoço dele - E eu super topava ir, mas não vou ter coragem de deixá-la sozinha.
- Eu sei amor. - Ele acariciou o rosto da menina, que sorriu - Mas será que se eu falasse com ela, ela não topava?
- Não sei amor. - A menina deu de ombros - Mas não custa tentar, não é?
- Vou lá ver com ela, então.
O rapaz deu um beijo na namorada e se encaminhou na direção do interior do apartamento. , que a essa altura já estava acordada, se espreguiçava na cama, com a barriga urrando de fome, pronta para ir para a cozinha comer alguma coisa quando ouviu algumas batidas em sua porta.
- ? - A voz de Danny a fez franzir o cenho - Posso entrar?
- Claro. - A menina respondeu, se sentando na cama de perna cruzada, encarando a porta se abrindo.
- Como você está? - Ele perguntou, se sentando do lado da menina.
- Já tive dias melhores, Danny. - Ela desviou seu olhar do rapaz para as suas mãos - Tem horas que eu me sinto melhor, mas logo depois eu lembro de tudo e…
- Ei. - Ele a interrompeu, prevendo que a menina choraria a qualquer instante - Eu não consigo nem imaginar tudo o que você está passando, mas logo isso vai acabar.
- Tomara. - Ela deu um leve sorriso para o menino, que a acompanhou - Você sabe do Tom?
- Fica tranquila, seu príncipe encantado mais tarde está aí. - Ela ficou corada diante a frase do cantor, que acabou rindo - Vou falar pra ele te trazer outro casaco, esse já deve estar sujo.
- E quase sem o perfume dele. - Ela assumiu, levando as mangas na direção do nariz, fazendo Danny rir ainda mais - Mas por que eu acho que não foi para falar sobre o Tom que você veio me ver?
- Porque você é muito esperta. - Foi a vez dela rir - O que você me diz sobre uma festa amanhã, com o Tom, o resto do McFLY, mais a e a e, de brinde, com o melhor DJ de Londres?
- Você vai tocar? - Ele concordou com a cabeça - Mas voltar a fazer show com o McFLY você não quer, não é? Só vou se vocês voltarem.
- Bem que o Tom falou que você era chantagista. - Ela gargalhou, lembrando da primeira vez que eles se encontraram na Starbucks - Mas e aí? Topa?
- Claro! - Ela sorriu - Vai ser bom eu sair e me distrair.
- É assim que se fala, ruivinha. - Ela o encarou, de cenho franzido - O que foi?
- O apelido.
- Ah, isso… - Ele passou a mão pelos cabelos, demonstrando uma certa vergonha - Eu ouvi o Tom te chamando assim e gostei.
- Não tem problema, Danny. - Ela tocou o ombro dele - Agora vamos lá que eu estou faminta.
- Vamos antes que a coma todo o yakissoba que ela comprou para vocês.
Eles se levantaram da cama e foram juntos até a cozinha, onde ainda preparava o seu prato. Elas comeram juntas, com Danny fazendo palhaçada. Eles ficaram somente os três por mais algum tempo, até que Tom chegou para ver .
- Não aguento mais ficar trancada nesse apartamento. - reclamou, se sentando do lado do namorado no sofá.
- Eu preciso de uma roupa para amanhã. - lançou um sorriso para a amiga, que a acompanhou - Sabe o que isso significa?
- Compras! - A menina só faltou gritar de felicidade, fazendo a amiga gargalhar.
- Mas a pode te emprestar uma roupa, . - Danny, que já conhecia muito bem como eram as idas ao shopping com a namorada, tentou fazer as meninas mudarem de ideia.
- Danny, querido, a gente pode até vestir igual, mas o nosso estilo é muito diferente. - A atriz disse, apontando dela para a amiga, que concordava com a cabeça.
- Não pode ser tão ruim assim, mate. - Tom se pronunciou, feliz só por ver o quanto estava animada.
- Você não sabe do que está falando. - Danny soltou um suspiro, se afundando no sofá - Ok, vocês venceram.
As meninas se jogaram em cima dele, abraçando-o, ambas animadas demais. Elas correram na direção do quarto de , deixando os dois sozinhos na sala, para trocarem de roupas. Quando as duas surgiram novamente, Tom entendeu o que quis dizer sobre os estilos serem diferentes: enquanto a atriz colocou uma calça jeans, uma blusa de malha e um tênis, a modelo estava de vestido e com uma sandália de salto.
- Vamos? - Elas falaram juntas, fazendo os meninos concordarem com um aceno.
Eles foram todos no carro de Danny e, durante o resto da tarde e o início da noite, os quatros rodaram várias lojas de roupas e sapatos e Tom tinha certeza que estava amando refazer o seu guarda roupa. A menina tinha recuperado o seu brilho e toda a sua leveza naquelas horas que eles passaram dentro do shopping.
- Vamos jantar? - Danny perguntou, assim que entrou no carro, depois de colocar todas as compras na mala, com a ajuda do amigo.
- Sim! - Elas responderam em uníssono, fazendo-o rir.
- E o que vocês querem? - e Tom consideraram um pouco aquela pergunta, mas foi mais rápida.
- Japa!
- A gente já comeu yakissoba hoje, amiga. - se virou para trás para olhá-la.
- Mas yakissoba é comida chinesa, não japonesa. - Ela a olhou, de sobrancelha erguida, fazendo a amiga concordar.
- Verdade. - A modelo se virou para o namorado, sorrindo como a amiga fazia no banco de trás - Japa!
- Tom?
Danny olhou para o amigo pelo retrovisor. O cantor estava com um sorriso estampado no rosto e toda a sua atenção era voltada para a menina ao seu lado que, naquela altura, também o encarava. Seu olhar transbordava um carinho que fez o amigo ter certeza de qual seria a sua resposta.
- Japa, lógico.
Assim que ele respondeu, fez exatamente o que tinha feito com Danny mais cedo: se jogou no colo do rapaz, abraçando-o forte. Não demorou muito e o carro já parava na frente de um dos melhores restaurantes japonês de Londres. Um manobrista abriu a porta de trás, enquanto um outro abria a porta de e os quatro entraram juntos no restaurante.
Eles fizeram os pedidos e, no meio de uma conversa sobre como seria a festa do dia seguinte, sentiram um flash vindo da porta do restaurante. já esperava que aquilo acontecesse mais cedo ou mais tarde naquele dia e, por isso, não ligou, ao contrário dos amigos, principalmente de Tom.
- Eu não aguento esses paparazzis. - Ele reclamou, tomando um longo gole de seu saquê - Quero só ver que história eles vão inventar dessa vez.
- Um bando de sanguessugas. - A atriz deu de ombros - É só ignorar.
- Essa sim é a que eu conheço. - disse, fazendo a amiga rir.
Eles passaram o resto do jantar sem nenhum outro problema. As risadas foram tão constantes que conseguiu, mais uma vez, se distrair o bastante para não pensar em toda aquela confusão com Phill e chegou em casa tão cansada, que não conseguiu fazer muita coisa antes de deitar na cama e apagar.
Foi enquanto esperava a água ferver para fazer um café que os acontecimentos do dia anterior voltaram a povoar sua mente. Até aquele momento, devido a toda distração proporcionada por Danny, e Tom, a atriz tinha conseguido se desligar um pouco de toda a confusão que tinha virado a sua vida.
Com o estômago embrulhado e um enjoo crescente, desligou o fogo, jogou toda a água fora e correu para o quarto de hóspedes da casa da amiga. Encontrou o casaco que Tom lhe emprestara dobrado em cima de uma mesa que tinha no cômodo e, sem pensar duas vezes, o vestiu.
Aquela mesma sensação de estar sendo abraçada pelo rapaz a fez se acalmar um pouco, mas foi a menina se olhar no espelho que uma tremedeira começou a se apoderar de seu corpo. As marcas físicas, que mal se comparavam às psicológicas, estavam ali, evidentes para quem a olhasse sem nenhuma produção, lembrando-a de tudo.
Um sentimento horrível começou a surgir no interior da menina. Se no dia anterior ela queria as suas coisas, naquele momento, o mero pensamento de que elas não existiam mais, a fazia querer-las ainda mais. Ela sentia como se um buraco estivesse sendo aberto em seu peito toda vez que lembrava do que tinha passado dentro daquele quarto.
não sabia, mas o que todo aquele vazio, junto com o tremor, o suor frio nas mãos, o choro compulsivo e a falta de ar significava era que ela estava entrando em uma crise de pânico. Por sorte, todo o trabalho de respiração que ela aprendera ao longo de toda a sua vida, devido ao seu trabalho de atriz, fez com que ela se acalmasse mais rápido do que o esperado.
A menina se sentia fraca e sem vontade de continuar encarando aquilo tudo. Ela, então, se deitou e, sem que nem percebesse, pegou novamente no sono, encolhida na cama, abraçando fortemente aqueles pedaços de madeira que até o outro dia eram as antigas baquetas de Harry.
Ela acordou com um barulho vindo do corredor. Os passos de , por causa do chinelo que a menina usava, faziam com que sua presença fosse notada mesmo antes da menina querer que fossem. sabia que ela estava próxima, o que foi confirmado por algumas batidas na porta do quarto.
- Amiga? - perguntou, baixo o suficiente para não acordá-la caso ela estivesse dormindo - Está acordada?
considerou não respondê-la. Fazer com que a amiga achasse que ela estava dormindo seria uma saída muito mais simples do que ter que conversar com ela, mas a modelo estava fazendo tanto por ela que a menina começou a se sentir culpada pelo simples fato de cogitar aquilo.
- Estou sim.
- Posso entrar? - Uma lágrima rolou do olho de , que respirou fundo.
- Eu quero ficar sozinha, amiga. - A menina tentou controlar a sua voz para que a mesma não saísse tremida - Tudo bem?
- Sem problemas. - encostou a cabeça na porta, querendo mais que tudo abraçar a amiga, mas respeitando o espaço dela - Só não esquece que eu estou aqui sempre, ok?
- Eu sei, amiga.
ainda ficou alguns segundos ponderando se entrava mesmo assim para dar apoio a amiga, mas acabou desistindo. A modelo conhecia o suficiente para saber que, se ela quisesse companhia, ela teria dito. Assim que o barulho de seus passos indicaram para a atriz que a menina se afastava, ela voltou a fechar os olhos, esperando que o sono voltasse.
Assim que chegou na sala do apartamento, suspirou. Ela odiava ver a amiga daquele jeito, mas tudo o que estava ao seu alcance, ela estava fazendo. A modelo passou o resto da manhã e o início da tarde sozinha, vendo filme, esperando por Danny, que tinha avisado na noite anterior que voltaria.
Estava no final de “Noivas em Guerra" quando a menina começou a sentir fome. Ela foi até a cozinha ver o que tinha em sua geladeira, mas acabou resolvendo pedir um yakissoba. Como ainda estava dentro do quarto e a modelo não sabia se ela estava acordada ou dormindo, ela foi na direção do cômodo tentando fazer o menor barulho possível.
- Amiga? - Assim como antes, ela falou baixo o suficiente para que a amiga a ouvisse somente se estivesse acordada - Vou pedir yakissoba, você quer?
esperou um pouco, atenta a qualquer barulho que viesse de dentro do quarto, mas não ouviu nada. Preocupada com a amiga, ela abriu lentamente a porta, sem fazer barulho e esgueirou sua cabeça para dentro do quarto. Quando viu dormindo, com um leve sorriso formado em seus lábios, a menina suspirou aliviada.
A modelo voltou para a sala e se jogou no sofá, buscando em seu celular algum restaurante para fazer o seu pedido. Não demorou muito e o interfone tocou, indicando que seu almoço tinha chegado. A menina teve que descer para buscá-lo, já que o prédio não permitia que os entregadores subissem e acabou encontrando Danny, que chegara junto com a comida.
- E isso lá é hora de almoçar, amor? - O menino brincou, já dentro do elevador com a namorada - São quase três da tarde.
- Eu acordei tarde, só me deu fome agora. - Ela se defendeu, saindo do elevador com a ajuda de Danny.
- E como está a ? - Ele perguntou, seguindo a namorada para dentro do apartamento.
- Eu não sei. - A menina suspirou, largando o saco em cima da bancada que tinha em sua cozinha - Mas não parece bem.
- Achei que ontem a gente tinha conseguido distraí-la. - Ele viu a namorada concordar - Aconteceu alguma coisa a mais?
- Não que eu saiba. - Ela parou de arrumar o macarrão em seu prato e se virou para o namorado - Quando eu acordei, ela já tinha levantado e se trancado no quarto.
- E ela não quis falar com você, não é? - A menina apenas negou com a cabeça - Então não vai rolar.
- O que? - franziu o cenho, ainda encarando-o.
- Eu fui convidado de última hora para tocar como DJ em uma festa amanhã, e queria muito que vocês fossem. - Ele suspirou - Já até falei com os meninos.
- Você sabe que eu amo te ver tocar, mush. - Ela se aproximou do namorado, jogando seus braços ao redor do pescoço dele - E eu super topava ir, mas não vou ter coragem de deixá-la sozinha.
- Eu sei amor. - Ele acariciou o rosto da menina, que sorriu - Mas será que se eu falasse com ela, ela não topava?
- Não sei amor. - A menina deu de ombros - Mas não custa tentar, não é?
- Vou lá ver com ela, então.
O rapaz deu um beijo na namorada e se encaminhou na direção do interior do apartamento. , que a essa altura já estava acordada, se espreguiçava na cama, com a barriga urrando de fome, pronta para ir para a cozinha comer alguma coisa quando ouviu algumas batidas em sua porta.
- ? - A voz de Danny a fez franzir o cenho - Posso entrar?
- Claro. - A menina respondeu, se sentando na cama de perna cruzada, encarando a porta se abrindo.
- Como você está? - Ele perguntou, se sentando do lado da menina.
- Já tive dias melhores, Danny. - Ela desviou seu olhar do rapaz para as suas mãos - Tem horas que eu me sinto melhor, mas logo depois eu lembro de tudo e…
- Ei. - Ele a interrompeu, prevendo que a menina choraria a qualquer instante - Eu não consigo nem imaginar tudo o que você está passando, mas logo isso vai acabar.
- Tomara. - Ela deu um leve sorriso para o menino, que a acompanhou - Você sabe do Tom?
- Fica tranquila, seu príncipe encantado mais tarde está aí. - Ela ficou corada diante a frase do cantor, que acabou rindo - Vou falar pra ele te trazer outro casaco, esse já deve estar sujo.
- E quase sem o perfume dele. - Ela assumiu, levando as mangas na direção do nariz, fazendo Danny rir ainda mais - Mas por que eu acho que não foi para falar sobre o Tom que você veio me ver?
- Porque você é muito esperta. - Foi a vez dela rir - O que você me diz sobre uma festa amanhã, com o Tom, o resto do McFLY, mais a e a e, de brinde, com o melhor DJ de Londres?
- Você vai tocar? - Ele concordou com a cabeça - Mas voltar a fazer show com o McFLY você não quer, não é? Só vou se vocês voltarem.
- Bem que o Tom falou que você era chantagista. - Ela gargalhou, lembrando da primeira vez que eles se encontraram na Starbucks - Mas e aí? Topa?
- Claro! - Ela sorriu - Vai ser bom eu sair e me distrair.
- É assim que se fala, ruivinha. - Ela o encarou, de cenho franzido - O que foi?
- O apelido.
- Ah, isso… - Ele passou a mão pelos cabelos, demonstrando uma certa vergonha - Eu ouvi o Tom te chamando assim e gostei.
- Não tem problema, Danny. - Ela tocou o ombro dele - Agora vamos lá que eu estou faminta.
- Vamos antes que a coma todo o yakissoba que ela comprou para vocês.
Eles se levantaram da cama e foram juntos até a cozinha, onde ainda preparava o seu prato. Elas comeram juntas, com Danny fazendo palhaçada. Eles ficaram somente os três por mais algum tempo, até que Tom chegou para ver .
- Não aguento mais ficar trancada nesse apartamento. - reclamou, se sentando do lado do namorado no sofá.
- Eu preciso de uma roupa para amanhã. - lançou um sorriso para a amiga, que a acompanhou - Sabe o que isso significa?
- Compras! - A menina só faltou gritar de felicidade, fazendo a amiga gargalhar.
- Mas a pode te emprestar uma roupa, . - Danny, que já conhecia muito bem como eram as idas ao shopping com a namorada, tentou fazer as meninas mudarem de ideia.
- Danny, querido, a gente pode até vestir igual, mas o nosso estilo é muito diferente. - A atriz disse, apontando dela para a amiga, que concordava com a cabeça.
- Não pode ser tão ruim assim, mate. - Tom se pronunciou, feliz só por ver o quanto estava animada.
- Você não sabe do que está falando. - Danny soltou um suspiro, se afundando no sofá - Ok, vocês venceram.
As meninas se jogaram em cima dele, abraçando-o, ambas animadas demais. Elas correram na direção do quarto de , deixando os dois sozinhos na sala, para trocarem de roupas. Quando as duas surgiram novamente, Tom entendeu o que quis dizer sobre os estilos serem diferentes: enquanto a atriz colocou uma calça jeans, uma blusa de malha e um tênis, a modelo estava de vestido e com uma sandália de salto.
- Vamos? - Elas falaram juntas, fazendo os meninos concordarem com um aceno.
Eles foram todos no carro de Danny e, durante o resto da tarde e o início da noite, os quatros rodaram várias lojas de roupas e sapatos e Tom tinha certeza que estava amando refazer o seu guarda roupa. A menina tinha recuperado o seu brilho e toda a sua leveza naquelas horas que eles passaram dentro do shopping.
- Vamos jantar? - Danny perguntou, assim que entrou no carro, depois de colocar todas as compras na mala, com a ajuda do amigo.
- Sim! - Elas responderam em uníssono, fazendo-o rir.
- E o que vocês querem? - e Tom consideraram um pouco aquela pergunta, mas foi mais rápida.
- Japa!
- A gente já comeu yakissoba hoje, amiga. - se virou para trás para olhá-la.
- Mas yakissoba é comida chinesa, não japonesa. - Ela a olhou, de sobrancelha erguida, fazendo a amiga concordar.
- Verdade. - A modelo se virou para o namorado, sorrindo como a amiga fazia no banco de trás - Japa!
- Tom?
Danny olhou para o amigo pelo retrovisor. O cantor estava com um sorriso estampado no rosto e toda a sua atenção era voltada para a menina ao seu lado que, naquela altura, também o encarava. Seu olhar transbordava um carinho que fez o amigo ter certeza de qual seria a sua resposta.
- Japa, lógico.
Assim que ele respondeu, fez exatamente o que tinha feito com Danny mais cedo: se jogou no colo do rapaz, abraçando-o forte. Não demorou muito e o carro já parava na frente de um dos melhores restaurantes japonês de Londres. Um manobrista abriu a porta de trás, enquanto um outro abria a porta de e os quatro entraram juntos no restaurante.
Eles fizeram os pedidos e, no meio de uma conversa sobre como seria a festa do dia seguinte, sentiram um flash vindo da porta do restaurante. já esperava que aquilo acontecesse mais cedo ou mais tarde naquele dia e, por isso, não ligou, ao contrário dos amigos, principalmente de Tom.
- Eu não aguento esses paparazzis. - Ele reclamou, tomando um longo gole de seu saquê - Quero só ver que história eles vão inventar dessa vez.
- Um bando de sanguessugas. - A atriz deu de ombros - É só ignorar.
- Essa sim é a que eu conheço. - disse, fazendo a amiga rir.
Eles passaram o resto do jantar sem nenhum outro problema. As risadas foram tão constantes que conseguiu, mais uma vez, se distrair o bastante para não pensar em toda aquela confusão com Phill e chegou em casa tão cansada, que não conseguiu fazer muita coisa antes de deitar na cama e apagar.
Capítulo 14
acordou no dia seguinte bem disposta. Ela encontrou Danny e na cozinha, tomando café da manhã e se juntou a eles, começando uma conversa animada com o menino sobre a festa que aconteceria naquela noite e o repertório do rapaz.
- Para de ser chato, Danny. - A voz de saia num tom infantil que fazia o menino gargalhar - Me fala logo quais músicas você vai tocar.
- Nem adianta, ruivinha. - Ele tomou um gole de seu café, enquanto a atriz fechava a cara.
- Vocês parecem duas crianças, nossa. - reclamou, desviando seu olhar das notícias que lia no seu celular e encarando o namorado - Mas não custa nada você contar isso para gente, amor.
- Até você, amor? - O rapaz a encarou, de sobrancelha erguida, e as duas começaram a rir - Vocês são muito implicantes, sabiam?
Elas gargalharam ainda mais. Os três ficaram mais um tempo conversando e implicando um com o outro até que deu a hora das meninas saírem de casa. tinha marcado um dia de spa para ela, e com direito a massagem e salão de beleza. Elas se encontraram na porta do centro estético e a atriz agradeceu por ter sido a única que reparou no fotógrafo do outro lado da rua.
A menina sabia o quando odiava aquela situação e ela estava tão feliz que a atriz não queria que nada estragasse aquilo. A repercussão do jantar da noite anterior, que rendeu uma matéria sobre um encontro duplo, já tinha irritado demais a modelo. não se incomodava mais com aquilo, já que agora não tinha mais Phill para importuná-la toda vez que uma notícia daquela saía.
A primeira coisa que elas fizeram quando entraram foi desligar os celulares. Elas não queriam que nada atrapalhasse aquela tarde e o momento de relaxamento que teriam. Elas fizeram tudo o que podiam ali dentro e, por último, decidiram cuidar do visual para mais tarde. Enquanto e cuidavam das unhas, retocava suas luzes.
- Como você está, ? - A menina perguntou, tomando um gole do champanhe que lhe fora oferecido.
- Não imaginei de conseguir me sentir tão bem assim. - A atriz assumiu, repetindo o ato da amiga - Pelo menos não tão cedo.
- Então acho que posso te fazer uma pergunta. - a encarou - Quando você vai dar parte de Phill, amiga?
- Eu não vou. - respondeu, fazendo e a modelo se olharem.
- Não vai? - Elas perguntaram juntas e franziram o cenho quando a atriz negou com a cabeça.
- Eu sei tudo o que está passando na cabeça de vocês, acreditem, eu também já pensei demais nesse assunto. - Ela suspirou - Mas eu não vou conseguir me sentir bem comigo mesma se eu fizer isso e acabar destruindo a vida dele.
- Amiga, não tem como ele sair impune depois de tudo o que ele te fez. - estava incrédula - Não tem com o que você se sentir mal.
- Eu sei que não, mas…
- Desculpa, , mas não existe um “mas" nessa situação. - a interrompeu - Por que você não pensa mais um pouco nisso? Está tudo muito recente, de qualquer jeito.
- Tudo bem, prometo pensar. - A atriz deu um sorriso - Eu só não quero pensar nisso hoje, pode ser?
- Claro! - As duas responderam rápido.
logo mudou de assunto, perguntando sobre a peça. começou a tagarelar sobre como os ensaios estavam sendo ótimos e como aquele era o seu sonho se tornando realidade, tudo o que já ouvira um milhão de vezes mas que sempre trazia um sentimento bom para a modelo.
Elas saíram do spa um pouco antes do que tinham marcado com os meninos de se encontrarem. Enquanto voltou para a sua casa para acabar de se arrumar e encontrar Harry, e voltaram para a casa da modelo para fazer o mesmo. Elas tinham combinado que Danny as buscaria para irem os três juntos e encontrarem os outros já na festa.
retocava a maquiagem que tinha feito no centro estético quando ouviu a campainha tocar. Ela já estava pronta, mas ainda acabava de se arrumar e, por isso, a menina foi abrir a porta do apartamento. O seu sorriso aumentou ainda mais ao ver Tom parado ao lado de Danny no hall de entrada.
Tom perdeu a fala ao ver o quão bonita ela estava. Ao contrário de como normalmente a via, sempre sem maquiagem ou com quase nenhuma, naquele dia a atriz usava contornos, iluminadores, cílios postiços e, por mais que sua sombra fosse apenas um brilho, seus lábios sustentavam um batom vermelho mate que os deixava ainda mais tentadores.
Além da maquiagem, também usava uma roupa mais provocante do que era de costume. Ela estava com uma saia de couro preta, uma blusa transparente que deixava seu sutiã de renda amostra e uma botinha de salto, todos da mesma cor que a saia. Danny soltou uma risada nasalada ao perceber o estado do amigo e tomou a sua frente, cumprimentando a menina.
- A já está pronta, ? - Ele perguntou, ainda entre a atriz e o amigo.
- O que você acha? - Ele riu novamente.
- É melhor eu apressá-la, daqui a pouco a gente vai chegar atrasado. - A menina concordou com a cabeça, dando passagem para o menino.
- Oi Tom. - Ela sorriu para o rapaz, que não se conteve e a acompanhou.
- Oi . - Eles se abraçaram e o cantor respirou fundo para inalar todo o perfume que exalava do pescoço da menina - Você está linda.
- Obrigada. - Ela se afastou dele o suficiente para olhá-lo - Você também está.
Eles ficaram um tempo naquela posição, apenas se encarando. Tom, que antes repousava suas duas mãos na cintura da menina, levou uma ao encontro do rosto dela. fechou os olhos assim que sentiu o toque dele, sempre tão carinhoso, contra a sua bochecha e acabou sorrindo.
- Da última vez que a gente ficou assim, nós quase nos beijamos. - Ela sussurrou, relembrando o dia do carro, fazendo-o sorrir.
- Meu único empecilho hoje seria borrar o seu batom. - Ele respondeu no mesmo tom que ela e levou seu dedo polegar na direção do lábio inferior da menina, tocando-o.
- Eu posso retocá-lo. - Ela abriu os olhos para encará-lo e Tom perdeu o fôlego novamente.
Ele sabia que a situação dela não era muito melhor que a dele. O rapaz podia sentir as pernas da atriz bambas pelo simples fato deles estarem tão próximos. levou a sua mão até a nuca de Tom e, sem precisar pressioná-la, sentiu a cabeça do cantor indo na sua direção.
- Estou pronta!
Eles ouviram a voz de soar do corredor e, quase que com um pulo, se separaram. Assim que o casal apareceu de volta na sala, a respiração de Tom e era descompassada, devido ao susto que levaram e Danny gargalhou da situação.
- Eu acho que a gente atrapalhou alguma coisa, amor. - O rapaz falou para a namorada, que também ria.
- Eu tenho certeza. - Tom riu do gesto que fez para ele voltar para perto de - Podem continuar, finjam que a gente não está aqui.
- Para com isso. - A atriz, que estava vermelha de vergonha, disse, se afastando de Tom e indo na direção do interior do apartamento - Vou pegar a minha bolsa, já volto.
Não demorou nem um minuto e a menina já estava de volta na sala. Os quatro saíram do apartamento juntos, se separando apenas para entrarem nos carros. Tom e , que estavam juntos no carro do cantor, riram durante todo o caminho, conversando sobre os mais variados assuntos, mas sem falar sobre o que tinha acontecido mais cedo.
Assim que chegaram, a atriz foi roubada do cantor por e , que estavam doidas para dançar. A menina não se importou nem um pouco com aquilo, já que estava morrendo de saudades de se divertir entre amigos sem que ninguém implicasse com o seu jeito de ser e fazer as coisas.
Tom ficou com Harry no bar, próximo da onde as meninas estavam, enquanto Dougie tinha ido dar uma volta e Danny tinha ido se preparar para tocar. O cantor tentava se concentrar no que o baterista falava, mas não conseguia, sua atenção estava completamente voltada para a sensualidade de .
- Amiga, eu acho melhor você maneirar nessa dança. - falou próximo da atriz, para que a mesma entendesse.
- Por quê? - A menina franziu o cenho e a modelo se limitou a acenar para Tom com a cabeça - Ele está olhando?
- Ele está em transe. - , que entendeu sobre o que era a conversa, respondeu a amiga, que riu.
- Acho que vou pegar uma bebida.
e se entreolharam, sabendo exatamente o que pretendia, e seguiram a menina com o olhar. A viram se aproximar dos dois rapazes, rebolando mais do que o normal, mas, ao invés de parar na frente deles, ela se apoiou no balcão, do lado de Tom, empinando a bunda. O rapaz engoliu em seco, tentando ainda mais continuar a conversa com Harry, que riu da situação do amigo.
- Eu vou ali e já volto. - O baterista falou próximo do ouvido do cantor, caminhando na direção de e .
- O que a senhorita deseja? - Tom ouviu o bartender perguntar para a menina e se virou na direção dela.
- Um porto tônica.
- Traz dois. - A voz de Tom soou alta do lado dela e ambos viram quando o rapaz acenou positivo para os dois, indo fazer os drinks.
- Nem reparei que você estava aqui. - Ela sustentava um sorriso que fez o rapaz rir.
- Não? - Ele levantou as sobrancelhas, fazendo a menina gargalhar - Você começar a dançar tão sensual e olhando para mim não aconteceu, então?
- Eu não faço a menor ideia do que você está falando.
Foi a vez dele de gargalhar. Ele tinha certeza que a menina só estava falando daquele jeito por causa do álcool em seu organismo. Já era o terceiro drink que ela tomava na noite e o rapaz já via uma certa mudança em seu comportamento.
virou de frente para ele, depois do bartender chegar com as bebidas, e começou a brincar com a gola da blusa de botão que o cantor usava. Tom, por sua vez, passou um braço pela cintura da menina enquanto o outro estava apoiado no balcão do bar.
Eles ficaram daquele jeito até que Danny foi anunciado. Os dois se juntaram a Harry, e , que estavam próximos da onde ele tocaria. Dougie chegou logo depois, acompanhado por uma menina que tinha conhecido poucos minutos antes. Um grito saiu da garganta de, praticamente, todas as meninas que estavam na festa, incluindo , e , assim que Danny apareceu atrás da mesa de DJ.
Eles curtiram todas as músicas que o rapaz tocou, dançando juntos ou, às vezes, só cantando a letra. e Dougie ainda continuaram dançando juntos, mesmo depois do menino descer do palco, e todos os amigos estavam amando ver os dois se divertindo juntos.
Mas, foi num momento de distração de Tom que eles simplesmente sumiram da pista de dança. O rapaz tinha acabado de voltar do banheiro e, além de não encontrá-los, não achou nenhum dos outros amigos também. Ele começou a andar por toda a festa, à procura da atriz, até que a viu sentada em um banco, na varanda que tinha na boate para os fumantes, com algumas lágrimas nos olhos.
- Ei. - Ele tocou no ombro da menina, chamando a sua atenção.
- Tom! - Ela rapidamente o abraçou, deixando que o choro se intensificasse um pouco.
- O que aconteceu? - O rapaz perguntou, enquanto afagava os cabelos da menina e procurava o baixista com o olhar - Onde está o Dougie?
- Ele foi buscar água para mim. - Ela respondeu próximo do ouvido do rapaz para que ele pudesse entendê-la - Começou a tocar uma música que me lembrou o Phill e eu não aguentei.
- Fica calma, ruivinha. - Ele a apertou ainda mais dentro de seu abraço - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui agora.
- Que bom que você apareceu, mate. - Tom ouviu a voz de Dougie soar e, no segundo seguinte, o rapaz apareceu na sua frente, segurando um copo com água - Eu tive que deixá-la sozinha porque não te encontrava em lugar nenhum.
- Ela me falou, fica tranquilo. - O menino deu um sorriso - Deixa essa água comigo e vai curtir a festa, mate.
- Você tem certeza? - O cantor concordou com a cabeça enquanto pegava o copo da mão do baixista - Eu não me incomodo de ajudar.
- Eu sei que não. - O rapaz sorriu para o amigo - Mas eu cuido dela agora, está tudo bem.
Dougie não insistiu mais. Ele se limitou a dar um beijo no topo da cabeça da menina, que não se soltava do cantor por nada e, sorrindo para o amigo, voltou para a pista de dança. O baixista sabia que tudo o que o amigo queria era poder proteger e cuidar da atriz e, por isso, não se incomodou de deixá-los sozinhos.
Tom e ainda ficaram um tempo abraçados, até que a menina se acalmasse. Assim que eles sentaram, no mesmo lugar que ela estava antes, a jovem bebeu todo o conteúdo do copo de uma só vez. Ela já estava mais sóbria, mas, o álcool misturado com o choro, a fez sentir muito sono.
- Eu quero ir embora. - Ela murmurou para o rapaz, apoiando a cabeça em seu ombro.
- Sem problemas, a gente vai. - Ele beijou o topo da cabeça dela e começou a procurar os amigos com o olhar.
- Eu não quero estragar ainda mais a sua noite, Tom. - Ela o encarou - Eu vou pegar um táxi e…
- Você não estragou nada. - Ele a interrompeu - Eu só vim nessa festa para ficar perto de você.
- Você tem certeza?
- Absoluta. - Ele sorriu para ela - Eu só queria avisar para os outros que a gente está indo.
- Só sobrou nós três, Tom. - Ela apontou para Dougie, que estava beijando uma menina - E eu não acho muito legal estragar o momento dele só para falar que a gente está indo.
- É, você está certa. - Ele levantou, esticando a mão para ela - Eu mando uma mensagem para ele quando te deixar na casa da .
- Sobre isso… - Ela aceitou a ajuda e, uma vez de pé, se virou para ele - A foi para a casa do Danny e só depois eu notei que estou sem a chave.
- E se eu te deixasse ir embora sozinha você ia pra onde? - Ele franziu o cenho, enquanto caminhavam lado a lado até a chapelaria.
- Para o mesmo lugar que você vai me levar. - Ela entregou o papel com o número da onde estavam guardados seu casaco e sua bolsa para a atendente - Um hotel.
- Não mesmo. - Ele negou veementemente com a cabeça, enquanto a menina agradecia, após pegar as suas coisas - Você dorme lá em casa.
- Mas Tom… - Ela vestiu sua jaqueta de couro, enquanto o rapaz segurava a sua bolsa e andavam na direção do valet.
- Mas nada. - Ele disse, logo após entregar o papel que continha o número correspondente ao seu carro para o manobrista - Eu não vou te deixar passar a noite sozinha, ainda mais em um hotel.
- Assumo que a ideia de ter uma companhia é bem tentadora. - Ela sorriu e agradeceu ao rapaz que abriu a porta do carro do cantor para ela entrar - Você venceu, Fletcher.
O rapaz não conseguiu conter a risada ao ouvi-la falar daquele jeito. Devido a falta de movimento na rua por já estar de madrugada, não demorou muito e os dois já estavam entrando no prédio do cantor. Assim que Tom parou o carro e olhou para o lado, dormia profundamente no banco do carona.
Sem ter coragem de acordá-la, o rapaz colocou a bolsa que a atriz usava transpassada pelo seu próprio corpo e a pegou no colo. Ela logo o abraçou, num movimento involuntário e o sorriso do rapaz se alargou ainda mais ao ouvi-la sussurrar o seu nome.
- Pode dormir, ruivinha. - Ele sussurrou de volta, fechando a porta do carro com o pé - Eu vou cuidar de você.
Tudo o que se seguiu foi um pouco mais difícil de se fazer pelo fato de estar segurando-a, como abrir a porta do elevador, tocar o botão que indicava o seu andar, enfiar a chave na porta do próprio apartamento e abri-la. Mas, para a felicidade do rapaz, não acordou em nenhum momento.
Ele a depositou na cama com o maior cuidado possível e viu quando a menina se aconchegou em seu travesseiro. Tom tirou o sapato dela, a cobriu e, sem saco de pegar qualquer pijama que fosse, apenas tirou a sua roupa e vestiu uma samba canção.
acordou assim que o rapaz acabou de se vestir e o ar lhe faltou por alguns segundos. Vê-lo ali, vestido daquele jeito, com o cabelo desgrenhado de quem acabou de sair de uma festa animada, a fez suspirar. Não era segredo para ninguém, muito menos para ela, a paixão que nutria pelo rapaz, mas com tudo o que estava acontecendo, ela preferiu apenas abafar todo aquele desejo.
- Acho que também quero uma dessas. - Ela falou, tirando a atenção do garoto de seu celular.
- Sem problemas. - Ele abriu novamente o armário e tirou uma samba canção do Mickey e uma blusa qualquer, estendendo-os para ela - Quer ajuda?
- Por favor. - Ela se levantou e ficou de costas para ele, indicando o zíper de sua saia - Mandou mensagem para o Dougie?
- Sim. - Ele teve que controlar a sua voz para respondê-la.
usava uma calcinha de renda preta, assim como o seu sutiã e, como Tom abriu o fecho de sua saia, conseguiu reparar na parte de cima da lingerie da atriz. Aquilo fez com que um desejo enorme de tê-la surgisse, como nunca antes, dentro do menino, mas que acabou sendo abafado pelo próprio.
Ele se virou de costas para ela, esperando-a se trocar. A menina achou graça naquilo, mas não falou nada, apenas vestiu a roupa que ele lhe entregou, dobrando a sua e deixando-a perto de sua bolsa. Ela tocou no ombro dele, fazendo-o se virar e ambos sorriram.
- Acho que ficou bom, não? - Ela olhou para si mesma e, logo em seguida, fez uma pose para o rapaz.
A blusa ficou grande o suficiente para cobrir até metade das coxas da menina e o short ficou tão largo que dava a impressão que a menina tinha ainda mais perna do que a realidade. Tom se fingiu de sério, analisando-a dos pés à cabeça.
- Ficou ótimo. - Ele levantou a mão dela até acima da cabeça da mesma, fazendo-a girar - Um vestido desses merecia uma sessão de fotos.
A menina gargalhou, sendo acompanhada por ele. Ela se deitou novamente na cama e o rapaz ajudou-a a se cobrir, desligando o abajur que tinha no seu criado mudo. Quando achou que ele ia deitar ao seu lado para dormirem, ele beijou a sua testa e se levantou da cama, indo em direção à porta.
- Boa noite, . - Ele desejou, já pronto para sair do quarto - Tenha bons sonhos.
- Ei. - Ela se sentou, ligando novamente o abajur - Onde você vai?
- Dormir no sofá. - Ele franziu o cenho ao vê-la negar com a cabeça.
- Não, Tom. - Ela sorriu e levantou a coberta, deixando a parte da cama de casal do rapaz ao seu lado amostra - Você vai dormir aqui, na sua cama.
- Eu não quero que você pense que eu te trouxe para cá com essa intenção, . - O cantor continuou na porta, olhando-a - Eu não me incomodo, sério.
- Mas eu sim. - Ela se levantou e foi na direção dele - Eu sei que você não me trouxe para isso, Tom.
- Você não vê problema da gente dormir juntos?
- Não.
Tom concordou com a cabeça e seguiu na direção da cama. Ele se deitou de barriga para cima, apagou a luz do abajur que estava ao seu lado e sentiu o cheiro gostoso do cabelo da menina bem próximo. , que estava deitada ao seu lado, acabou apoiando sua cabeça em cima do peito do rapaz e, antes de pegar de novo no sono, sentiu o cafuné que ele lhe fazia.
Eles dormiram a noite inteira abraçados. Na manhã seguinte, Tom acordou no meio de um emaranhado de fios ruivos que o fez sorrir. Eles estavam de conchinha e o cantor a puxou para ainda mais perto de seu corpo ao ver os seus dedos entrelaçados. A sensação de tê-la ali, tão perto, era extremamente boa.
O menino ainda ficou mais um tempo ali, apenas sentindo o corpo da atriz se moldar mais e mais ao seu, até que a sua barriga começou a reclamar de fome. Sabendo que acordaria do mesmo jeito, ele se levantou, com cuidado para não acordá-la, e foi até a cozinha, fazer um café da manhã para os dois.
- Por que você já está de pé? - Tom ouviu a voz de soar da porta da cozinha e um sorriso enorme se abriu em seu rosto.
- Vim fazer nosso café, ruivinha. - Ele apontou para a mesa, fazendo-a respirar fundo.
- Isso está com um cheiro muito bom. - A atriz andou até a mesa que tinha na cozinha do rapaz, onde as coisas estavam arrumadas para eles comerem, e se sentou em uma cadeira.
- Espero que o gosto esteja igual. - Ele falou, servindo o café que acabara de preparar para a menina e para ele próprio.
- O café está. - Ela sorriu para ele, quando o mesmo se sentou na sua frente - Agora vou ser obrigada a comer um pedaço de cada coisa que tem aqui para ter certeza que você é um bom cozinheiro.
O cantor deu uma risada gostosa que contagiou a menina. Na mesa tinha café, panquecas, ovos mexidos e suco de laranja, além de pão e um bolo da padaria que tinha próxima ao apartamento do menino. Tudo estava uma delícia e a conversa fluiu entre os dois sem o menor problema. Depois de muita insistência da parte da atriz, assim que eles acabaram de comer, eles lavaram a louça juntos, rindo das palhaçadas que Tom fazia.
- Estava tão bom te sentir perto de mim lá na cama. - Ela confessou, já sentada no sofá, com o rapaz ao seu lado - Já faz alguns dias que eu não durmo tão bem quanto essa noite.
- Eu também. - Ele sorriu para ela de um jeito completamente apaixonado - Essa noite foi maravilhosa.
A atriz se aconchegou perto do cantor, que logo a envolveu num abraço. O que ambos queriam era que aquela noite se repetisse sempre que possível, mas nenhum teve coragem de falar em voz alta. Tom sentia medo de pressionar a menina de algum jeito e , por sua vez, tinha receio de acabar magoando o rapaz de alguma forma.
Eles passaram aquele domingo inteiro juntos, na maior parte vendo filmes que passavam na televisão. Quando a menina chegou na casa de , já de noite, e se deitou sozinha naquela cama, uma saudade enorme de Tom se apoderou dela. O mesmo aconteceu com o menino, mas, no caso dele, o perfume dela em seu travesseiro ajudou-o a pegar no sono.
- Para de ser chato, Danny. - A voz de saia num tom infantil que fazia o menino gargalhar - Me fala logo quais músicas você vai tocar.
- Nem adianta, ruivinha. - Ele tomou um gole de seu café, enquanto a atriz fechava a cara.
- Vocês parecem duas crianças, nossa. - reclamou, desviando seu olhar das notícias que lia no seu celular e encarando o namorado - Mas não custa nada você contar isso para gente, amor.
- Até você, amor? - O rapaz a encarou, de sobrancelha erguida, e as duas começaram a rir - Vocês são muito implicantes, sabiam?
Elas gargalharam ainda mais. Os três ficaram mais um tempo conversando e implicando um com o outro até que deu a hora das meninas saírem de casa. tinha marcado um dia de spa para ela, e com direito a massagem e salão de beleza. Elas se encontraram na porta do centro estético e a atriz agradeceu por ter sido a única que reparou no fotógrafo do outro lado da rua.
A menina sabia o quando odiava aquela situação e ela estava tão feliz que a atriz não queria que nada estragasse aquilo. A repercussão do jantar da noite anterior, que rendeu uma matéria sobre um encontro duplo, já tinha irritado demais a modelo. não se incomodava mais com aquilo, já que agora não tinha mais Phill para importuná-la toda vez que uma notícia daquela saía.
A primeira coisa que elas fizeram quando entraram foi desligar os celulares. Elas não queriam que nada atrapalhasse aquela tarde e o momento de relaxamento que teriam. Elas fizeram tudo o que podiam ali dentro e, por último, decidiram cuidar do visual para mais tarde. Enquanto e cuidavam das unhas, retocava suas luzes.
- Como você está, ? - A menina perguntou, tomando um gole do champanhe que lhe fora oferecido.
- Não imaginei de conseguir me sentir tão bem assim. - A atriz assumiu, repetindo o ato da amiga - Pelo menos não tão cedo.
- Então acho que posso te fazer uma pergunta. - a encarou - Quando você vai dar parte de Phill, amiga?
- Eu não vou. - respondeu, fazendo e a modelo se olharem.
- Não vai? - Elas perguntaram juntas e franziram o cenho quando a atriz negou com a cabeça.
- Eu sei tudo o que está passando na cabeça de vocês, acreditem, eu também já pensei demais nesse assunto. - Ela suspirou - Mas eu não vou conseguir me sentir bem comigo mesma se eu fizer isso e acabar destruindo a vida dele.
- Amiga, não tem como ele sair impune depois de tudo o que ele te fez. - estava incrédula - Não tem com o que você se sentir mal.
- Eu sei que não, mas…
- Desculpa, , mas não existe um “mas" nessa situação. - a interrompeu - Por que você não pensa mais um pouco nisso? Está tudo muito recente, de qualquer jeito.
- Tudo bem, prometo pensar. - A atriz deu um sorriso - Eu só não quero pensar nisso hoje, pode ser?
- Claro! - As duas responderam rápido.
logo mudou de assunto, perguntando sobre a peça. começou a tagarelar sobre como os ensaios estavam sendo ótimos e como aquele era o seu sonho se tornando realidade, tudo o que já ouvira um milhão de vezes mas que sempre trazia um sentimento bom para a modelo.
Elas saíram do spa um pouco antes do que tinham marcado com os meninos de se encontrarem. Enquanto voltou para a sua casa para acabar de se arrumar e encontrar Harry, e voltaram para a casa da modelo para fazer o mesmo. Elas tinham combinado que Danny as buscaria para irem os três juntos e encontrarem os outros já na festa.
retocava a maquiagem que tinha feito no centro estético quando ouviu a campainha tocar. Ela já estava pronta, mas ainda acabava de se arrumar e, por isso, a menina foi abrir a porta do apartamento. O seu sorriso aumentou ainda mais ao ver Tom parado ao lado de Danny no hall de entrada.
Tom perdeu a fala ao ver o quão bonita ela estava. Ao contrário de como normalmente a via, sempre sem maquiagem ou com quase nenhuma, naquele dia a atriz usava contornos, iluminadores, cílios postiços e, por mais que sua sombra fosse apenas um brilho, seus lábios sustentavam um batom vermelho mate que os deixava ainda mais tentadores.
Além da maquiagem, também usava uma roupa mais provocante do que era de costume. Ela estava com uma saia de couro preta, uma blusa transparente que deixava seu sutiã de renda amostra e uma botinha de salto, todos da mesma cor que a saia. Danny soltou uma risada nasalada ao perceber o estado do amigo e tomou a sua frente, cumprimentando a menina.
- A já está pronta, ? - Ele perguntou, ainda entre a atriz e o amigo.
- O que você acha? - Ele riu novamente.
- É melhor eu apressá-la, daqui a pouco a gente vai chegar atrasado. - A menina concordou com a cabeça, dando passagem para o menino.
- Oi Tom. - Ela sorriu para o rapaz, que não se conteve e a acompanhou.
- Oi . - Eles se abraçaram e o cantor respirou fundo para inalar todo o perfume que exalava do pescoço da menina - Você está linda.
- Obrigada. - Ela se afastou dele o suficiente para olhá-lo - Você também está.
Eles ficaram um tempo naquela posição, apenas se encarando. Tom, que antes repousava suas duas mãos na cintura da menina, levou uma ao encontro do rosto dela. fechou os olhos assim que sentiu o toque dele, sempre tão carinhoso, contra a sua bochecha e acabou sorrindo.
- Da última vez que a gente ficou assim, nós quase nos beijamos. - Ela sussurrou, relembrando o dia do carro, fazendo-o sorrir.
- Meu único empecilho hoje seria borrar o seu batom. - Ele respondeu no mesmo tom que ela e levou seu dedo polegar na direção do lábio inferior da menina, tocando-o.
- Eu posso retocá-lo. - Ela abriu os olhos para encará-lo e Tom perdeu o fôlego novamente.
Ele sabia que a situação dela não era muito melhor que a dele. O rapaz podia sentir as pernas da atriz bambas pelo simples fato deles estarem tão próximos. levou a sua mão até a nuca de Tom e, sem precisar pressioná-la, sentiu a cabeça do cantor indo na sua direção.
- Estou pronta!
Eles ouviram a voz de soar do corredor e, quase que com um pulo, se separaram. Assim que o casal apareceu de volta na sala, a respiração de Tom e era descompassada, devido ao susto que levaram e Danny gargalhou da situação.
- Eu acho que a gente atrapalhou alguma coisa, amor. - O rapaz falou para a namorada, que também ria.
- Eu tenho certeza. - Tom riu do gesto que fez para ele voltar para perto de - Podem continuar, finjam que a gente não está aqui.
- Para com isso. - A atriz, que estava vermelha de vergonha, disse, se afastando de Tom e indo na direção do interior do apartamento - Vou pegar a minha bolsa, já volto.
Não demorou nem um minuto e a menina já estava de volta na sala. Os quatro saíram do apartamento juntos, se separando apenas para entrarem nos carros. Tom e , que estavam juntos no carro do cantor, riram durante todo o caminho, conversando sobre os mais variados assuntos, mas sem falar sobre o que tinha acontecido mais cedo.
Assim que chegaram, a atriz foi roubada do cantor por e , que estavam doidas para dançar. A menina não se importou nem um pouco com aquilo, já que estava morrendo de saudades de se divertir entre amigos sem que ninguém implicasse com o seu jeito de ser e fazer as coisas.
Tom ficou com Harry no bar, próximo da onde as meninas estavam, enquanto Dougie tinha ido dar uma volta e Danny tinha ido se preparar para tocar. O cantor tentava se concentrar no que o baterista falava, mas não conseguia, sua atenção estava completamente voltada para a sensualidade de .
- Amiga, eu acho melhor você maneirar nessa dança. - falou próximo da atriz, para que a mesma entendesse.
- Por quê? - A menina franziu o cenho e a modelo se limitou a acenar para Tom com a cabeça - Ele está olhando?
- Ele está em transe. - , que entendeu sobre o que era a conversa, respondeu a amiga, que riu.
- Acho que vou pegar uma bebida.
e se entreolharam, sabendo exatamente o que pretendia, e seguiram a menina com o olhar. A viram se aproximar dos dois rapazes, rebolando mais do que o normal, mas, ao invés de parar na frente deles, ela se apoiou no balcão, do lado de Tom, empinando a bunda. O rapaz engoliu em seco, tentando ainda mais continuar a conversa com Harry, que riu da situação do amigo.
- Eu vou ali e já volto. - O baterista falou próximo do ouvido do cantor, caminhando na direção de e .
- O que a senhorita deseja? - Tom ouviu o bartender perguntar para a menina e se virou na direção dela.
- Um porto tônica.
- Traz dois. - A voz de Tom soou alta do lado dela e ambos viram quando o rapaz acenou positivo para os dois, indo fazer os drinks.
- Nem reparei que você estava aqui. - Ela sustentava um sorriso que fez o rapaz rir.
- Não? - Ele levantou as sobrancelhas, fazendo a menina gargalhar - Você começar a dançar tão sensual e olhando para mim não aconteceu, então?
- Eu não faço a menor ideia do que você está falando.
Foi a vez dele de gargalhar. Ele tinha certeza que a menina só estava falando daquele jeito por causa do álcool em seu organismo. Já era o terceiro drink que ela tomava na noite e o rapaz já via uma certa mudança em seu comportamento.
virou de frente para ele, depois do bartender chegar com as bebidas, e começou a brincar com a gola da blusa de botão que o cantor usava. Tom, por sua vez, passou um braço pela cintura da menina enquanto o outro estava apoiado no balcão do bar.
Eles ficaram daquele jeito até que Danny foi anunciado. Os dois se juntaram a Harry, e , que estavam próximos da onde ele tocaria. Dougie chegou logo depois, acompanhado por uma menina que tinha conhecido poucos minutos antes. Um grito saiu da garganta de, praticamente, todas as meninas que estavam na festa, incluindo , e , assim que Danny apareceu atrás da mesa de DJ.
Eles curtiram todas as músicas que o rapaz tocou, dançando juntos ou, às vezes, só cantando a letra. e Dougie ainda continuaram dançando juntos, mesmo depois do menino descer do palco, e todos os amigos estavam amando ver os dois se divertindo juntos.
Mas, foi num momento de distração de Tom que eles simplesmente sumiram da pista de dança. O rapaz tinha acabado de voltar do banheiro e, além de não encontrá-los, não achou nenhum dos outros amigos também. Ele começou a andar por toda a festa, à procura da atriz, até que a viu sentada em um banco, na varanda que tinha na boate para os fumantes, com algumas lágrimas nos olhos.
- Ei. - Ele tocou no ombro da menina, chamando a sua atenção.
- Tom! - Ela rapidamente o abraçou, deixando que o choro se intensificasse um pouco.
- O que aconteceu? - O rapaz perguntou, enquanto afagava os cabelos da menina e procurava o baixista com o olhar - Onde está o Dougie?
- Ele foi buscar água para mim. - Ela respondeu próximo do ouvido do rapaz para que ele pudesse entendê-la - Começou a tocar uma música que me lembrou o Phill e eu não aguentei.
- Fica calma, ruivinha. - Ele a apertou ainda mais dentro de seu abraço - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui agora.
- Que bom que você apareceu, mate. - Tom ouviu a voz de Dougie soar e, no segundo seguinte, o rapaz apareceu na sua frente, segurando um copo com água - Eu tive que deixá-la sozinha porque não te encontrava em lugar nenhum.
- Ela me falou, fica tranquilo. - O menino deu um sorriso - Deixa essa água comigo e vai curtir a festa, mate.
- Você tem certeza? - O cantor concordou com a cabeça enquanto pegava o copo da mão do baixista - Eu não me incomodo de ajudar.
- Eu sei que não. - O rapaz sorriu para o amigo - Mas eu cuido dela agora, está tudo bem.
Dougie não insistiu mais. Ele se limitou a dar um beijo no topo da cabeça da menina, que não se soltava do cantor por nada e, sorrindo para o amigo, voltou para a pista de dança. O baixista sabia que tudo o que o amigo queria era poder proteger e cuidar da atriz e, por isso, não se incomodou de deixá-los sozinhos.
Tom e ainda ficaram um tempo abraçados, até que a menina se acalmasse. Assim que eles sentaram, no mesmo lugar que ela estava antes, a jovem bebeu todo o conteúdo do copo de uma só vez. Ela já estava mais sóbria, mas, o álcool misturado com o choro, a fez sentir muito sono.
- Eu quero ir embora. - Ela murmurou para o rapaz, apoiando a cabeça em seu ombro.
- Sem problemas, a gente vai. - Ele beijou o topo da cabeça dela e começou a procurar os amigos com o olhar.
- Eu não quero estragar ainda mais a sua noite, Tom. - Ela o encarou - Eu vou pegar um táxi e…
- Você não estragou nada. - Ele a interrompeu - Eu só vim nessa festa para ficar perto de você.
- Você tem certeza?
- Absoluta. - Ele sorriu para ela - Eu só queria avisar para os outros que a gente está indo.
- Só sobrou nós três, Tom. - Ela apontou para Dougie, que estava beijando uma menina - E eu não acho muito legal estragar o momento dele só para falar que a gente está indo.
- É, você está certa. - Ele levantou, esticando a mão para ela - Eu mando uma mensagem para ele quando te deixar na casa da .
- Sobre isso… - Ela aceitou a ajuda e, uma vez de pé, se virou para ele - A foi para a casa do Danny e só depois eu notei que estou sem a chave.
- E se eu te deixasse ir embora sozinha você ia pra onde? - Ele franziu o cenho, enquanto caminhavam lado a lado até a chapelaria.
- Para o mesmo lugar que você vai me levar. - Ela entregou o papel com o número da onde estavam guardados seu casaco e sua bolsa para a atendente - Um hotel.
- Não mesmo. - Ele negou veementemente com a cabeça, enquanto a menina agradecia, após pegar as suas coisas - Você dorme lá em casa.
- Mas Tom… - Ela vestiu sua jaqueta de couro, enquanto o rapaz segurava a sua bolsa e andavam na direção do valet.
- Mas nada. - Ele disse, logo após entregar o papel que continha o número correspondente ao seu carro para o manobrista - Eu não vou te deixar passar a noite sozinha, ainda mais em um hotel.
- Assumo que a ideia de ter uma companhia é bem tentadora. - Ela sorriu e agradeceu ao rapaz que abriu a porta do carro do cantor para ela entrar - Você venceu, Fletcher.
O rapaz não conseguiu conter a risada ao ouvi-la falar daquele jeito. Devido a falta de movimento na rua por já estar de madrugada, não demorou muito e os dois já estavam entrando no prédio do cantor. Assim que Tom parou o carro e olhou para o lado, dormia profundamente no banco do carona.
Sem ter coragem de acordá-la, o rapaz colocou a bolsa que a atriz usava transpassada pelo seu próprio corpo e a pegou no colo. Ela logo o abraçou, num movimento involuntário e o sorriso do rapaz se alargou ainda mais ao ouvi-la sussurrar o seu nome.
- Pode dormir, ruivinha. - Ele sussurrou de volta, fechando a porta do carro com o pé - Eu vou cuidar de você.
Tudo o que se seguiu foi um pouco mais difícil de se fazer pelo fato de estar segurando-a, como abrir a porta do elevador, tocar o botão que indicava o seu andar, enfiar a chave na porta do próprio apartamento e abri-la. Mas, para a felicidade do rapaz, não acordou em nenhum momento.
Ele a depositou na cama com o maior cuidado possível e viu quando a menina se aconchegou em seu travesseiro. Tom tirou o sapato dela, a cobriu e, sem saco de pegar qualquer pijama que fosse, apenas tirou a sua roupa e vestiu uma samba canção.
acordou assim que o rapaz acabou de se vestir e o ar lhe faltou por alguns segundos. Vê-lo ali, vestido daquele jeito, com o cabelo desgrenhado de quem acabou de sair de uma festa animada, a fez suspirar. Não era segredo para ninguém, muito menos para ela, a paixão que nutria pelo rapaz, mas com tudo o que estava acontecendo, ela preferiu apenas abafar todo aquele desejo.
- Acho que também quero uma dessas. - Ela falou, tirando a atenção do garoto de seu celular.
- Sem problemas. - Ele abriu novamente o armário e tirou uma samba canção do Mickey e uma blusa qualquer, estendendo-os para ela - Quer ajuda?
- Por favor. - Ela se levantou e ficou de costas para ele, indicando o zíper de sua saia - Mandou mensagem para o Dougie?
- Sim. - Ele teve que controlar a sua voz para respondê-la.
usava uma calcinha de renda preta, assim como o seu sutiã e, como Tom abriu o fecho de sua saia, conseguiu reparar na parte de cima da lingerie da atriz. Aquilo fez com que um desejo enorme de tê-la surgisse, como nunca antes, dentro do menino, mas que acabou sendo abafado pelo próprio.
Ele se virou de costas para ela, esperando-a se trocar. A menina achou graça naquilo, mas não falou nada, apenas vestiu a roupa que ele lhe entregou, dobrando a sua e deixando-a perto de sua bolsa. Ela tocou no ombro dele, fazendo-o se virar e ambos sorriram.
- Acho que ficou bom, não? - Ela olhou para si mesma e, logo em seguida, fez uma pose para o rapaz.
A blusa ficou grande o suficiente para cobrir até metade das coxas da menina e o short ficou tão largo que dava a impressão que a menina tinha ainda mais perna do que a realidade. Tom se fingiu de sério, analisando-a dos pés à cabeça.
- Ficou ótimo. - Ele levantou a mão dela até acima da cabeça da mesma, fazendo-a girar - Um vestido desses merecia uma sessão de fotos.
A menina gargalhou, sendo acompanhada por ele. Ela se deitou novamente na cama e o rapaz ajudou-a a se cobrir, desligando o abajur que tinha no seu criado mudo. Quando achou que ele ia deitar ao seu lado para dormirem, ele beijou a sua testa e se levantou da cama, indo em direção à porta.
- Boa noite, . - Ele desejou, já pronto para sair do quarto - Tenha bons sonhos.
- Ei. - Ela se sentou, ligando novamente o abajur - Onde você vai?
- Dormir no sofá. - Ele franziu o cenho ao vê-la negar com a cabeça.
- Não, Tom. - Ela sorriu e levantou a coberta, deixando a parte da cama de casal do rapaz ao seu lado amostra - Você vai dormir aqui, na sua cama.
- Eu não quero que você pense que eu te trouxe para cá com essa intenção, . - O cantor continuou na porta, olhando-a - Eu não me incomodo, sério.
- Mas eu sim. - Ela se levantou e foi na direção dele - Eu sei que você não me trouxe para isso, Tom.
- Você não vê problema da gente dormir juntos?
- Não.
Tom concordou com a cabeça e seguiu na direção da cama. Ele se deitou de barriga para cima, apagou a luz do abajur que estava ao seu lado e sentiu o cheiro gostoso do cabelo da menina bem próximo. , que estava deitada ao seu lado, acabou apoiando sua cabeça em cima do peito do rapaz e, antes de pegar de novo no sono, sentiu o cafuné que ele lhe fazia.
Eles dormiram a noite inteira abraçados. Na manhã seguinte, Tom acordou no meio de um emaranhado de fios ruivos que o fez sorrir. Eles estavam de conchinha e o cantor a puxou para ainda mais perto de seu corpo ao ver os seus dedos entrelaçados. A sensação de tê-la ali, tão perto, era extremamente boa.
O menino ainda ficou mais um tempo ali, apenas sentindo o corpo da atriz se moldar mais e mais ao seu, até que a sua barriga começou a reclamar de fome. Sabendo que acordaria do mesmo jeito, ele se levantou, com cuidado para não acordá-la, e foi até a cozinha, fazer um café da manhã para os dois.
- Por que você já está de pé? - Tom ouviu a voz de soar da porta da cozinha e um sorriso enorme se abriu em seu rosto.
- Vim fazer nosso café, ruivinha. - Ele apontou para a mesa, fazendo-a respirar fundo.
- Isso está com um cheiro muito bom. - A atriz andou até a mesa que tinha na cozinha do rapaz, onde as coisas estavam arrumadas para eles comerem, e se sentou em uma cadeira.
- Espero que o gosto esteja igual. - Ele falou, servindo o café que acabara de preparar para a menina e para ele próprio.
- O café está. - Ela sorriu para ele, quando o mesmo se sentou na sua frente - Agora vou ser obrigada a comer um pedaço de cada coisa que tem aqui para ter certeza que você é um bom cozinheiro.
O cantor deu uma risada gostosa que contagiou a menina. Na mesa tinha café, panquecas, ovos mexidos e suco de laranja, além de pão e um bolo da padaria que tinha próxima ao apartamento do menino. Tudo estava uma delícia e a conversa fluiu entre os dois sem o menor problema. Depois de muita insistência da parte da atriz, assim que eles acabaram de comer, eles lavaram a louça juntos, rindo das palhaçadas que Tom fazia.
- Estava tão bom te sentir perto de mim lá na cama. - Ela confessou, já sentada no sofá, com o rapaz ao seu lado - Já faz alguns dias que eu não durmo tão bem quanto essa noite.
- Eu também. - Ele sorriu para ela de um jeito completamente apaixonado - Essa noite foi maravilhosa.
A atriz se aconchegou perto do cantor, que logo a envolveu num abraço. O que ambos queriam era que aquela noite se repetisse sempre que possível, mas nenhum teve coragem de falar em voz alta. Tom sentia medo de pressionar a menina de algum jeito e , por sua vez, tinha receio de acabar magoando o rapaz de alguma forma.
Eles passaram aquele domingo inteiro juntos, na maior parte vendo filmes que passavam na televisão. Quando a menina chegou na casa de , já de noite, e se deitou sozinha naquela cama, uma saudade enorme de Tom se apoderou dela. O mesmo aconteceu com o menino, mas, no caso dele, o perfume dela em seu travesseiro ajudou-o a pegar no sono.
Capítulo 15
Alguns meses se passaram onde a vida de tinha voltado a normalidade. Ela tinha conseguido comprar um apartamento, a peça estava chegando perto da noite de estreia e nunca mais tinha recebido notícias de Phillip. A menina ainda recebia, esporadicamente, alguns telefonemas de jornalistas que gostariam de saber sobre a relação dela com o Tom, mas ela apenas respondia que não tinha nada para comentar, o que era verdade.
Durante todo esse tempo, ambos se aproximaram ainda mais, mas como amigos. Não que eles tivessem deixado de ter sentimentos um pelo outro, mas parecia que nenhum tinha coragem o suficiente para arcar com as consequências de uma declaração. ainda sentia medo de se envolver com qualquer pessoa que fosse e Tom tinha receio de acabar perdendo a amiga.
Era final de tarde de uma sexta e o cantor estava jogado em seu sofá, sem ter o que fazer. Ele pegou o celular, sem saber ao certo em qual rede social gastaria o seu tempo, mas, ao invés disso, acabou resolvendo ver as suas fotos. A primeira que apareceu foi uma dele e de , no dia em que a menina comprou o seu apartamento.
Ela resolveu se mudar no mesmo dia, mesmo sem nenhuma mobília e, para comemorar, ela chamou os meninos do McFLY, e . Na foto, tirada por Dougie, o rapaz a abraçava pela cintura com um braço, enquanto o outro segurava uma taça de vinho. A atriz ria, com a garrafa em uma mão e o outro braço ao redor do pescoço do menino.
Ver a alegria que eles exibiam naquela foto fez com que o garoto refletisse sobre os dois. Ele sabia que o seu sentimento era recíproco e que só precisava tomar coragem. Uma ideia começou a surgir em sua cabeça e, decidido a colocá-la em prática, levantou do sofá e foi na direção de sua cozinha.
Enquanto o rapaz preparava uma comida especial, chegava em casa depois de mais um dia de ensaio. A menina estava cansada e tudo o que ela queria era um banho. Ela nunca pensou que seria tão rápido se acostumar a morar sozinha de novo, mas tudo a agradava, principalmente o fato de não precisar dar satisfações para ninguém.
A atriz aproveitou a água quente de seu banho batendo em suas costas para relaxar e passaria ainda muito mais tempo ali se não fosse pela sua consciência ecológica. Ela colocou uma roupa quente e foi se sentar no sofá, na companhia de uma taça de vinho e de uma série de comédia que passava na televisão. Foi no meio do episódio que o seu celular começou a tocar.
- Oi Tom. - Ela atendeu, com um sorriso enorme no rosto ao ler o nome do menino no visor.
- Oi . - O tom de voz do rapaz deixava claro para ela que o mesmo também sorria - Quer vir jantar aqui em casa?
- Ai Tom, eu estou tão cansada. - Ela fez manha, se jogando no sofá, deitando - Você não quer vir para cá e a gente pede alguma coisa?
- E o que eu faço com todo esse carbonara que eu preparei especialmente para você? - Ela se sentou rapidamente.
- Você não…
- Fiz. - Ele a interrompeu, fazendo a menina suspirar.
Aquele era um dos pratos favoritos de . Sempre que queria dar um tempo de comida japonesa, a menina o pedia em seu restaurante italiano favorito. Ela achava que aquele era o melhor carbonara do mundo, até comer o de Tom. Sua boca salivou ao imaginar um prato cheio do macarrão do menino e, por isso, levantou num pulo do sofá.
- Você sabe me comprar direitinho, Fletcher. - Ela disse, fazendo-o gargalhar do outro lado da linha - Daqui a pouco estou ai.
- Te espero.
Eles se despediram e desligaram o telefone. parou na frente de seu armário e cogitou algumas opções. Já era outubro e o frio já estava se instalando em Londres. A sua vontade era de vestir o primeiro conjunto de moletom que aparecesse na sua frente, mas algo chamou a sua atenção.
No meio das suas roupas de frio, uma se destacou: um vestido verde escuro de camurça. Ela não sabia explicar, mas algo lhe dizia que aquela noite seria especial para eles dois e, por isso, ela resolveu se arrumar mais do que faria normalmente. A atriz fez uma maquiagem bonita, mas leve, caprichando apenas no batom vermelho.
Ela se olhou no espelho e decidiu colocar um scarpin preto. Tudo nela parecia combinar perfeitamente e isso a fez sorrir orgulhosa. Pegou seu sobretudo da cor do sapato, sua bolsa e a chave do carro. Por mais que eles morassem muito perto, o dia frio e chuvoso não pedia uma caminhada.
Não demorou muito e a atriz já estacionava na frente do prédio do rapaz. Ela esperou pacientemente na recepção, enquanto o porteiro avisava ao cantor sobre a sua chegada e, uma vez liberada, andou até o elevador com o coração a mil dentro de seu peito. Conforme ia chegando mais perto de encontrar com o rapaz, mais nervosa a menina ia ficando.
Tom já a esperava na porta de casa. Ele estava lindo, com o cabelo todo arrumado, uma calça jeans preta e uma blusa vinho de botão. O cheiro do perfume que o rapaz usava já tinha tomado conta de todo o hall de entrada e um sorriso lindo, que deixava a sua covinha amostra, se formou em seu rosto assim que viu a menina sair do elevador.
Ela andou na direção dele, com os olhos fixos nos dele. O verde de seu vestido combinava perfeitamente com o tom de verde de seu olho, mais escuro por causa do tempo. Vencida a distância, o rapaz a envolveu em um abraço apertado.
- Você está linda. - Ele falou, assim que eles se soltaram.
- Você também, Tom.
Ele abriu passagem para ela entrar no apartamento e a ajudou a tirar o casaco que ainda vestia. Ela largou a bolsa no aparador que ficava perto da porta e se encaminhou na direção da mesa de jantar, posta para dois. Ela reparou nas velas, dispostas em cima da mesa, e no vinho, pegando-o na mão para ler o rótulo.
- Ainda bem que eu me arrumei. - Ela sorriu, virando na direção do menino, ainda com os olhos na garrafa - Você podia ter me avisado que…
Ela deixou a frase morrer no ar no momento em que seus olhos voltaram a encarar o menino. Tom segurava uma única rosa branca, a flor favorita da menina, e aquilo a deixou sem ar. largou a garrafa no mesmo lugar em que estava a alguns segundos atrás e o viu se aproximar, estendendo a rosa em sua direção.
- A única coisa especial aqui hoje é você. - Ele disse, sabendo exatamente o que a menina pretendia falar antes de olhá-lo - Mesmo se você tivesse vindo de moletom, não iria importar.
- Ela é linda, Tom. - A atriz aceitou a rosa, levando-a perto do nariz para sentir o seu cheiro - Obrigada.
- Não precisa agradecer. - Ele sorriu - Senta aí que eu vou buscar a nossa comida.
Ela obedeceu o menino e sentou-se em uma das cadeiras que tinha um prato da frente. apoiou a flor na mesa, do lado de sua taça e sorriu mais abertamente quando viu Tom se aproximar com o macarrão. Eles tiveram um jantar maravilhoso, sempre com muitas risadas, o que era de costume entre os dois.
Uma garrafa e meia de vinho depois e eles estavam sentados no sofá. As pernas de estavam apoiadas nas de Tom, que fazia carinho na coxa da menina. Conforme eles iam bebendo, a mão do rapaz subia cada vez mais para perto do início da perna da menina e, em um dado momento, ele decidiu que estava na hora de parar.
Era óbvio que, se ele continuasse, não ia demorar muito e a sua mão já estaria na bunda da atriz, mas aquilo não a incomodava. Na verdade, tudo o que ela mais queria era que ele tomasse, de uma vez por todas, uma iniciativa, mas vendo que o menino não tomaria, decidiu fazer por ele.
- Sabe… - Ela pegou a mão dele e foi subindo com ela na direção de sua bunda - … eu não me importo se o seu carinho vier até aqui.
Tom abriu um sorriso safado assim que a menina largou a mão dele sobre a sua nádega direita. Ele continuou subindo a sua mão até a cintura da menina e, num movimento rápido, a puxou para o seu colo. acompanhou o sorriso do rapaz e colocou as duas mãos sobre o peito dele.
Eles ficaram se encarando por algum tempo, com as respirações um pouco descompassadas. O cantor tirou uma de suas mãos do quadril da atriz e a levou até a lateral do rosto dela. Ao invés do que sempre fazia, o rapaz levou seu polegar na direção do lábio inferior da menina que, devido ao resto do batom, ainda estava avermelhado.
- Hoje não existe nenhum empecilho, certo? - Ela negou com a cabeça, sabendo exatamente sobre o que ele estava falando - Ótimo.
Ele começou a se aproximar da menina lentamente. A respiração dela já batia em seu rosto, mas o menino queria aproveitar todo aquele momento. Ele roçou seus lábios nos dela, fazendo-a sorrir e, no segundo seguinte, os beijou com suavidade. pode sentir um arrepio percorrer todo o seu corpo ao sentir o gosto do rapaz pela primeira vez.
Ela envolveu o rosto do menino com as mãos, trazendo-o para mais perto dela. Tom, que não se contentaria mais com apenas um selinho demorado, passou a língua pelos lábios da menina, pedindo passagem para aprofundar o beijo. Quando a boca dela se abriu e a língua do rapaz se encontrou com a sua, o beijo ficou mais urgente. Ela levou as suas mãos até o primeiro botão da blusa do rapaz e, assim que o abriu, ele partiu o beijo.
- Você tem certeza, ? - Ele a encarou, com as duas mãos sobre as dela, segurando-as.
- Absoluta, Tom. - Ela sorriu e se aproximou do ouvido do rapaz - Me deixa ser sua de uma vez por todas.
Ao ouvi-la sussurrando aquela frase no pé de seu ouvido, o rapaz não pensou duas vezes antes de se levantar com ela ainda em seu colo. A menina se segurou no ombro do rapaz, fechou os olhos e começou a distribuir beijos e chupões pelo pescoço dele, completamente focada em enlouquecê-lo.
A atriz não sabia como Tom conseguia ter forças para andar e carregá-la, já que o menino não conseguia mais conter alguns gemidos baixos. Quando ele parou, achou que sentiria a superfície macia da cama, mas, ao invés disso, sentiu seu corpo sendo preso entre o dele e a parede.
- Seria bom se você me deixasse chegar no quarto. - A voz dele saiu mais rouca que o normal, próxima do ouvido dela - Essas sua provocações estão me deixando louco.
- Essa é a intenção. - Ela disse, com um sorriso no rosto que ele não conseguiu não acompanhar - É só você me soltar.
- Agora que eu te tenho? - Ele negou com a cabeça - Impossível.
- É sério, Tom, eu não vou fugir. - Ele cedeu e, no segundo seguinte, ela estava de pé - Obrigada.
Ela levou suas mão na direção dos outros botões da camisa do rapaz enquanto ele colocava uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha. A mão do menino foi seguindo toda a extensão dos fios ruivos da atriz até chegar no zíper do vestido dela. Naquela altura, sua blusa já estava toda aberta e a menina dedilhava a sua tatuagem de estrela.
O fecho se abriu sem muitas dificuldades e, com as pontas dos dedos, ele abaixou as mangas do vestido, descobrindo os ombros e o colo dela. Os olhos deles se encontraram enquanto a peça de roupa da menina deslizava pelo seu corpo e parava no chão. Tom a observou da cabeça aos pés, sentindo a sua excitação aumentar ao vê-la ali, apenas de lingerie e salto na sua frente.
- Eu achei que não tinha como você ficar ainda mais bonita. - Ele sussurrou no pé do ouvido dela - Acabei de descobrir o quanto eu estava errado.
Ela fechou os olhos ao ouvi-lo tão próximo daquele jeito. A voz dele era algo que sempre a deixou de pernas bambas e ali, naquele momento, fez com que a menina se arrepiasse inteira. Tom percebeu como a atriz reagia com facilidade aos seus estímulos e se aproveitou daquilo.
Ele parou uma de suas mãos na lateral do pescoço da menina, enquanto a outra segurava-a pela cintura e começou a distribuir beijos por toda a extensão do pescoço de , que deixava escapar alguns gemidos baixos. O cantor desceu sua mão até a bunda da menina, que agora estava completamente exposta, e a puxou para mais perto dele.
Ela embrenhou seus dedos pelos cabelos do menino, enquanto sua mão estava espalmada nas costas dele, puxando-o para mais perto. A menina gemia baixo no pé do ouvido do rapaz e, devido à proximidade dos dois, podia sentir o quanto aquilo estava atiçando-o.
- Eu amo a sua bunda. - ele sussurrou no ouvido da menina, que soltou um gemido ao senti-lo apertá-la.
conseguiu empurrá-lo na direção da parede, prendendo-o agora contra o seu corpo e ela. O rapaz abriu um sorriso pervertido no rosto assim que o olhar dela, extremamente malicioso, encontrou com o dele e, sem aviso prévio, se virou de costas para ele, pressionando sua bunda contra a pélvis do cantor, que apertou com mais força a sua cintura.
Ela embrenhou seus dedos, novamente, no cabelo de Tom e o puxou para perto de seu pescoço. Enquanto o menino voltava a beijar toda aquela região, já vermelha pelos chupões anteriores, a atriz jogou a cabeça para trás, apoiando-a no ombro do rapaz e ficando extremamente próxima de seu ouvido.
- É bom saber disso.
Com um movimento ágil, ela se soltou dele e começou a caminhar em direção ao quarto. O menino, num primeiro momento, ficou parado, vendo-a se afastar, focado naquele rebolado que tanto o atraía. Quando a menina inclinou a cabeça para trás, mexendo no cabelo, fazendo menção em prendê-lo, ele acabou rapidamente a distância entre os dois, abraçando-a por trás e levando uma de suas mãos na direção do rabo de cavalo que a menina tentava fazer.
- Eu quero ele solto. - Ele falou, com a voz carregada de segundas intenções, fazendo-a sorrir ao ouvi-lo falar daquele jeito
- Você prefere? - Ela rebolou um pouco, apenas para desnorteá-lo, e o rapaz concordou com a cabeça - Então me mostra o que você pretende fazer com ele.
Sem pensar muito em seus movimentos, no momento em que a menina tirou suas mãos, ele enrolou todo o cabelo dela em sua própria mão e, com um único puxão, trouxe a cabeça dela em direção ao seu ombro. O sorriso da menina não deixava o seu rosto, cheio de malícia e seu quadril não parava de se mexer, provocando mais e mais o rapaz.
- Quando o assunto é você… - Ele mordeu o lóbulo da orelha dela - … nem eu sei do que sou capaz.
- Então deixa eu te mostrar do que eu sou.
Ele olhou fundo nos olhos dela, que transbordavam desejo, assim como o seu, e foi impossível negar aquele pedido. O rapaz deu um selinho rápido na menina, soltou o seu cabelo e afrouxou o seu abraço, deixando-a livre para fazer o que bem entendesse com ele. se virou de frente para ele e o virou na direção da cama, jogando-o ali.
Conforme o rapaz subiu o seu corpo no colchão, a menina começou a engatinhar sobre o mesmo, indo na direção dele. Ela parou, ajoelhada sobre suas próprias pernas e no meio das dele e se inclinou para frente, abrindo tanto o cinto quanto a calça do rapaz. Enquanto isso, os olhos de Tom não se desgrudaram dos movimentos lentos, mas precisos da menina.
Ela tirou a calça dele com facilidade, já que o próprio tinha se livrado do all star e das meias que usava quando os dois se sentaram no sofá, mais cedo. A menina engatinhou novamente na direção dele, mas, dessa vez, sentou em seu colo. Ela não se inclinou sobre ele, pelo contrário, ficou bem afastada, observando-o enquanto suas mãos viajavam pelo peito do rapaz e seu quadril fazia movimentos circulares.
Tom, que já estava sentindo falta do calor que emanava do corpo da menina, se sentou na cama, abraçou-a pela cintura e voltou a beijá-la no pescoço. soltou uma risada fraca, como quem conquista algo e o rapaz logo entendeu que era exatamente aquilo que ela queria.
- Não saber exatamente o que você quer de mim me deixa muito excitado. - Ele falou no ouvido dela e a sentiu se afastar o suficiente para que eles se olhassem.
- Tudo em você me atrai. - Ela começou a descer o seu corpo, fazendo-o deitar novamente na cama - Quando você sussurra no meu ouvido cheio de más intenções, esse seu beijo sedento e, principalmente, o seu toque.
- Tudo em você me enlouquece. - Ele roçou seus lábios nos dela - Nem parece que você existe.
- Existo. - Ela abriu os olhos para encará-lo - E estou bem aqui.
Ele inverteu a posição dos dois. Assim que o corpo dela deitou na cama, ele deixou com que o peso do seu os aproximasse e começou a caminhar com a sua mão por todo o corpo da menina. As pernas de , que estavam entrelaçadas na cintura de Tom, o puxava para ainda mais perto, mesmo que aquilo fosse, praticamente, impossível.
O rapaz voltou a beijá-la, mas, diferente de antes, agora o beijo era lento. Parecia que o rapaz queria aproveitar ao máximo todas as sensações que ele lhe proporcionava e, por isso, se demorou um pouco ali. Vários instantes depois, quando ambos já estavam começando a ficar sem ar, o cantor começou a descer seus beijos pelo pescoço e colo da menina, até alcançar seus seios.
Suas mãos logo abriram o fecho do sutiã de renda da menina, que voou para o chão do quarto. Um gemido rouco saiu pelos lábios da menina assim que o rapaz voltou a sua atenção para aquela região de seu corpo. A língua ágil dele, tão precisa, parecia que sabia exatamente o que fazer para lhe dar prazer.
Ele continuou seu caminho pela barriga dela até chegar na barra de sua calcinha. Até então, os dois estavam de olhos fechados, Tom concentrado em fazê-la sentir o máximo de prazer possível e , em recebê-lo. Mas, assim que os dedos do menino começaram a puxar para baixo a última peça de roupa que ainda cobria o corpo da menina, eles se encararam.
O cantor continuou seus beijos, conforme ia descendo a lingerie, pelo interior da perna da menina, em direção aos seus pés, fazendo a atriz soltar o ar pesadamente, contrariada em não senti-lo de uma vez onde ela mais queria. Ele sorriu, parando de beijá-la e encarando-a.
- Para que a pressa, ruivinha? - Ele tirou a calcinha e o sapato do pé direito dela e voltou a se inclinar, depositando mais um beijo em sua virilha - Nós temos todo o tempo do mundo.
Ela deixou um sorriso abrir em seu rosto ao ouvi-lo falar aquilo. A menina voltou a fechar os olhos, enquanto ele fazia em sua perna esquerda o mesmo que tinha feito na direita. Assim que a menina ficou, verdadeiramente, nua, ele subiu suas mãos por toda a extensão das pernas dela, fazendo-a se arrepiar.
Tom se inclinou, novamente, na direção de e, sem pensar duas vezes, a beijou exatamente onde ela queria. A menina soltou um gemido alto, curvando as costas e empinando a bunda, demonstrando o quanto estava aprovando a atuação do rapaz. Ele segurou a cintura dela, puxando-a para mais perto, e aquilo só a fez gemer ainda mais alto.
Não demorou muito e a menina tinha chegado ao ponto máximo de seu prazer. Tom sorriu, se afastando vagarosamente dela, observando-a. ainda segurava o lençol da cama com força, sua respiração era pesada e algumas gotas de suor brilhavam por todo o seu corpo.
- Assumo que também fiquei sem fôlego. - Ele falou, fazendo-a sorrir e se apoiar sobre os dois braços.
- Isso não vai ficar assim, você sabe, não é? - Ela provocou, puxando-o com a perna.
- Eu espero que não.
Ela não aguentou e inverteu novamente a posição dos dois. Assim que se sentou sobre o rapaz, um sorriso se abriu no rosto dela ao perceber o quão excitado ele estava. se livrou da boxer branca que ele usava e envolveu o membro de Tom com sua mão, sentindo-o pulsar.
O rapaz soltou o ar rudemente assim que ela começou com um movimento bem lento de vai e vem. Antes que ele pudesse prever o que ela faria a seguir, a menina se posicionou sobre ele e, de uma só vez, começou as suas investidas, ora mais rápido, ora mais devagar. Tom a segurou pela cintura com força, mas sem se intrometer nos movimentos que ela fazia.
Vendo que não conseguiria mais prolongar aquilo, ele se esticou na direção de sua carteira, que repousava, de forma estratégica, em cima de sua mesa de cabeceira, para pegar a camisinha. Entendendo o que o rapaz ia fazer, , que estava sentada, inclinou o seu corpo para baixo, diminuindo os seus movimentos.
- Não se preocupe com isso, Tom. - Ela sussurrou no ouvido do rapaz - Eu já estou protegida.
- Você me surpreende a cada segundo que passa.
Eles sorriram um para o outro e, assim que ela voltou para a posição de antes, voltou também com as investidas mais rápidas. Tom soltou alguns gemidos baixos e roucos um pouco antes de gozar e a puxou para mais perto, fazendo com que aquela última investida fosse a mais longa. A menina relaxou o seu corpo sobre o do rapaz, deitando a sua cabeça no ombro dele e aproveitando o carinho que ele lhe fazia.
- Eu sou louco por você. - Ele assumiu - E, depois de hoje, só fiquei ainda mais.
- Eu sei disso, Tom. - Ela o encarou, com um sorriso no rosto - Eu também sou por você.
- Você não sabe o quanto eu esperei para te ouvir falar isso. - Ele se sentou, com ela ainda encaixada na sua cintura - E agora?
- Vamos com calma, tudo bem? - Ela fugiu do olhar dele, suspirando - Eu não estou completamente curada.
- Ei, olha para mim. - Ele levantou o rosto dela pelo queixo - Eu só quero o que for melhor para você, .
- Você que não existe, sabia? - Ela sorriu, fazendo um carinho no rosto do rapaz - Por que a gente não se conheceu antes, mesmo?
- Porque você gostava de se disfarçar e ir nos meus shows como uma fã normal. - Ela gargalhou, concordando com a cabeça.
- Verdade.
Ela lhe deu um selinho rápido e se desencaixou do rapaz, correndo para o banheiro para se livrar da camisinha feminina que usava. Quando ela voltou, o rapaz já estava deitado, esperando-a, com um sorriso no rosto. Ela logo se esgueirou para dentro do cobertor, deitando com a cabeça no peito do rapaz, abraçando-o pela cintura enquanto recebia um cafuné gostoso.
- Você fica, certo? - Ele perguntou, depois de um tempo em que ambos ficaram em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro.
- Claro. - Ela o encarou - Tudo o que eu mais quero é acordar do seu lado amanhã.
Ele sorriu e a beijou. Tom nunca imaginou que fosse viver aquilo tudo com . Ele sempre achou que fosse uma coisa de fã, aquele amor que nunca seria correspondido. Mas ali, deitado com ela em sua cama, ele percebeu o quanto a amava e o quanto precisava dela com ele.
Durante todo esse tempo, ambos se aproximaram ainda mais, mas como amigos. Não que eles tivessem deixado de ter sentimentos um pelo outro, mas parecia que nenhum tinha coragem o suficiente para arcar com as consequências de uma declaração. ainda sentia medo de se envolver com qualquer pessoa que fosse e Tom tinha receio de acabar perdendo a amiga.
Era final de tarde de uma sexta e o cantor estava jogado em seu sofá, sem ter o que fazer. Ele pegou o celular, sem saber ao certo em qual rede social gastaria o seu tempo, mas, ao invés disso, acabou resolvendo ver as suas fotos. A primeira que apareceu foi uma dele e de , no dia em que a menina comprou o seu apartamento.
Ela resolveu se mudar no mesmo dia, mesmo sem nenhuma mobília e, para comemorar, ela chamou os meninos do McFLY, e . Na foto, tirada por Dougie, o rapaz a abraçava pela cintura com um braço, enquanto o outro segurava uma taça de vinho. A atriz ria, com a garrafa em uma mão e o outro braço ao redor do pescoço do menino.
Ver a alegria que eles exibiam naquela foto fez com que o garoto refletisse sobre os dois. Ele sabia que o seu sentimento era recíproco e que só precisava tomar coragem. Uma ideia começou a surgir em sua cabeça e, decidido a colocá-la em prática, levantou do sofá e foi na direção de sua cozinha.
Enquanto o rapaz preparava uma comida especial, chegava em casa depois de mais um dia de ensaio. A menina estava cansada e tudo o que ela queria era um banho. Ela nunca pensou que seria tão rápido se acostumar a morar sozinha de novo, mas tudo a agradava, principalmente o fato de não precisar dar satisfações para ninguém.
A atriz aproveitou a água quente de seu banho batendo em suas costas para relaxar e passaria ainda muito mais tempo ali se não fosse pela sua consciência ecológica. Ela colocou uma roupa quente e foi se sentar no sofá, na companhia de uma taça de vinho e de uma série de comédia que passava na televisão. Foi no meio do episódio que o seu celular começou a tocar.
- Oi Tom. - Ela atendeu, com um sorriso enorme no rosto ao ler o nome do menino no visor.
- Oi . - O tom de voz do rapaz deixava claro para ela que o mesmo também sorria - Quer vir jantar aqui em casa?
- Ai Tom, eu estou tão cansada. - Ela fez manha, se jogando no sofá, deitando - Você não quer vir para cá e a gente pede alguma coisa?
- E o que eu faço com todo esse carbonara que eu preparei especialmente para você? - Ela se sentou rapidamente.
- Você não…
- Fiz. - Ele a interrompeu, fazendo a menina suspirar.
Aquele era um dos pratos favoritos de . Sempre que queria dar um tempo de comida japonesa, a menina o pedia em seu restaurante italiano favorito. Ela achava que aquele era o melhor carbonara do mundo, até comer o de Tom. Sua boca salivou ao imaginar um prato cheio do macarrão do menino e, por isso, levantou num pulo do sofá.
- Você sabe me comprar direitinho, Fletcher. - Ela disse, fazendo-o gargalhar do outro lado da linha - Daqui a pouco estou ai.
- Te espero.
Eles se despediram e desligaram o telefone. parou na frente de seu armário e cogitou algumas opções. Já era outubro e o frio já estava se instalando em Londres. A sua vontade era de vestir o primeiro conjunto de moletom que aparecesse na sua frente, mas algo chamou a sua atenção.
No meio das suas roupas de frio, uma se destacou: um vestido verde escuro de camurça. Ela não sabia explicar, mas algo lhe dizia que aquela noite seria especial para eles dois e, por isso, ela resolveu se arrumar mais do que faria normalmente. A atriz fez uma maquiagem bonita, mas leve, caprichando apenas no batom vermelho.
Ela se olhou no espelho e decidiu colocar um scarpin preto. Tudo nela parecia combinar perfeitamente e isso a fez sorrir orgulhosa. Pegou seu sobretudo da cor do sapato, sua bolsa e a chave do carro. Por mais que eles morassem muito perto, o dia frio e chuvoso não pedia uma caminhada.
Não demorou muito e a atriz já estacionava na frente do prédio do rapaz. Ela esperou pacientemente na recepção, enquanto o porteiro avisava ao cantor sobre a sua chegada e, uma vez liberada, andou até o elevador com o coração a mil dentro de seu peito. Conforme ia chegando mais perto de encontrar com o rapaz, mais nervosa a menina ia ficando.
Tom já a esperava na porta de casa. Ele estava lindo, com o cabelo todo arrumado, uma calça jeans preta e uma blusa vinho de botão. O cheiro do perfume que o rapaz usava já tinha tomado conta de todo o hall de entrada e um sorriso lindo, que deixava a sua covinha amostra, se formou em seu rosto assim que viu a menina sair do elevador.
Ela andou na direção dele, com os olhos fixos nos dele. O verde de seu vestido combinava perfeitamente com o tom de verde de seu olho, mais escuro por causa do tempo. Vencida a distância, o rapaz a envolveu em um abraço apertado.
- Você está linda. - Ele falou, assim que eles se soltaram.
- Você também, Tom.
Ele abriu passagem para ela entrar no apartamento e a ajudou a tirar o casaco que ainda vestia. Ela largou a bolsa no aparador que ficava perto da porta e se encaminhou na direção da mesa de jantar, posta para dois. Ela reparou nas velas, dispostas em cima da mesa, e no vinho, pegando-o na mão para ler o rótulo.
- Ainda bem que eu me arrumei. - Ela sorriu, virando na direção do menino, ainda com os olhos na garrafa - Você podia ter me avisado que…
Ela deixou a frase morrer no ar no momento em que seus olhos voltaram a encarar o menino. Tom segurava uma única rosa branca, a flor favorita da menina, e aquilo a deixou sem ar. largou a garrafa no mesmo lugar em que estava a alguns segundos atrás e o viu se aproximar, estendendo a rosa em sua direção.
- A única coisa especial aqui hoje é você. - Ele disse, sabendo exatamente o que a menina pretendia falar antes de olhá-lo - Mesmo se você tivesse vindo de moletom, não iria importar.
- Ela é linda, Tom. - A atriz aceitou a rosa, levando-a perto do nariz para sentir o seu cheiro - Obrigada.
- Não precisa agradecer. - Ele sorriu - Senta aí que eu vou buscar a nossa comida.
Ela obedeceu o menino e sentou-se em uma das cadeiras que tinha um prato da frente. apoiou a flor na mesa, do lado de sua taça e sorriu mais abertamente quando viu Tom se aproximar com o macarrão. Eles tiveram um jantar maravilhoso, sempre com muitas risadas, o que era de costume entre os dois.
Uma garrafa e meia de vinho depois e eles estavam sentados no sofá. As pernas de estavam apoiadas nas de Tom, que fazia carinho na coxa da menina. Conforme eles iam bebendo, a mão do rapaz subia cada vez mais para perto do início da perna da menina e, em um dado momento, ele decidiu que estava na hora de parar.
Era óbvio que, se ele continuasse, não ia demorar muito e a sua mão já estaria na bunda da atriz, mas aquilo não a incomodava. Na verdade, tudo o que ela mais queria era que ele tomasse, de uma vez por todas, uma iniciativa, mas vendo que o menino não tomaria, decidiu fazer por ele.
- Sabe… - Ela pegou a mão dele e foi subindo com ela na direção de sua bunda - … eu não me importo se o seu carinho vier até aqui.
Tom abriu um sorriso safado assim que a menina largou a mão dele sobre a sua nádega direita. Ele continuou subindo a sua mão até a cintura da menina e, num movimento rápido, a puxou para o seu colo. acompanhou o sorriso do rapaz e colocou as duas mãos sobre o peito dele.
Eles ficaram se encarando por algum tempo, com as respirações um pouco descompassadas. O cantor tirou uma de suas mãos do quadril da atriz e a levou até a lateral do rosto dela. Ao invés do que sempre fazia, o rapaz levou seu polegar na direção do lábio inferior da menina que, devido ao resto do batom, ainda estava avermelhado.
- Hoje não existe nenhum empecilho, certo? - Ela negou com a cabeça, sabendo exatamente sobre o que ele estava falando - Ótimo.
Ele começou a se aproximar da menina lentamente. A respiração dela já batia em seu rosto, mas o menino queria aproveitar todo aquele momento. Ele roçou seus lábios nos dela, fazendo-a sorrir e, no segundo seguinte, os beijou com suavidade. pode sentir um arrepio percorrer todo o seu corpo ao sentir o gosto do rapaz pela primeira vez.
Ela envolveu o rosto do menino com as mãos, trazendo-o para mais perto dela. Tom, que não se contentaria mais com apenas um selinho demorado, passou a língua pelos lábios da menina, pedindo passagem para aprofundar o beijo. Quando a boca dela se abriu e a língua do rapaz se encontrou com a sua, o beijo ficou mais urgente. Ela levou as suas mãos até o primeiro botão da blusa do rapaz e, assim que o abriu, ele partiu o beijo.
- Você tem certeza, ? - Ele a encarou, com as duas mãos sobre as dela, segurando-as.
- Absoluta, Tom. - Ela sorriu e se aproximou do ouvido do rapaz - Me deixa ser sua de uma vez por todas.
Ao ouvi-la sussurrando aquela frase no pé de seu ouvido, o rapaz não pensou duas vezes antes de se levantar com ela ainda em seu colo. A menina se segurou no ombro do rapaz, fechou os olhos e começou a distribuir beijos e chupões pelo pescoço dele, completamente focada em enlouquecê-lo.
A atriz não sabia como Tom conseguia ter forças para andar e carregá-la, já que o menino não conseguia mais conter alguns gemidos baixos. Quando ele parou, achou que sentiria a superfície macia da cama, mas, ao invés disso, sentiu seu corpo sendo preso entre o dele e a parede.
- Seria bom se você me deixasse chegar no quarto. - A voz dele saiu mais rouca que o normal, próxima do ouvido dela - Essas sua provocações estão me deixando louco.
- Essa é a intenção. - Ela disse, com um sorriso no rosto que ele não conseguiu não acompanhar - É só você me soltar.
- Agora que eu te tenho? - Ele negou com a cabeça - Impossível.
- É sério, Tom, eu não vou fugir. - Ele cedeu e, no segundo seguinte, ela estava de pé - Obrigada.
Ela levou suas mão na direção dos outros botões da camisa do rapaz enquanto ele colocava uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha. A mão do menino foi seguindo toda a extensão dos fios ruivos da atriz até chegar no zíper do vestido dela. Naquela altura, sua blusa já estava toda aberta e a menina dedilhava a sua tatuagem de estrela.
O fecho se abriu sem muitas dificuldades e, com as pontas dos dedos, ele abaixou as mangas do vestido, descobrindo os ombros e o colo dela. Os olhos deles se encontraram enquanto a peça de roupa da menina deslizava pelo seu corpo e parava no chão. Tom a observou da cabeça aos pés, sentindo a sua excitação aumentar ao vê-la ali, apenas de lingerie e salto na sua frente.
- Eu achei que não tinha como você ficar ainda mais bonita. - Ele sussurrou no pé do ouvido dela - Acabei de descobrir o quanto eu estava errado.
Ela fechou os olhos ao ouvi-lo tão próximo daquele jeito. A voz dele era algo que sempre a deixou de pernas bambas e ali, naquele momento, fez com que a menina se arrepiasse inteira. Tom percebeu como a atriz reagia com facilidade aos seus estímulos e se aproveitou daquilo.
Ele parou uma de suas mãos na lateral do pescoço da menina, enquanto a outra segurava-a pela cintura e começou a distribuir beijos por toda a extensão do pescoço de , que deixava escapar alguns gemidos baixos. O cantor desceu sua mão até a bunda da menina, que agora estava completamente exposta, e a puxou para mais perto dele.
Ela embrenhou seus dedos pelos cabelos do menino, enquanto sua mão estava espalmada nas costas dele, puxando-o para mais perto. A menina gemia baixo no pé do ouvido do rapaz e, devido à proximidade dos dois, podia sentir o quanto aquilo estava atiçando-o.
- Eu amo a sua bunda. - ele sussurrou no ouvido da menina, que soltou um gemido ao senti-lo apertá-la.
conseguiu empurrá-lo na direção da parede, prendendo-o agora contra o seu corpo e ela. O rapaz abriu um sorriso pervertido no rosto assim que o olhar dela, extremamente malicioso, encontrou com o dele e, sem aviso prévio, se virou de costas para ele, pressionando sua bunda contra a pélvis do cantor, que apertou com mais força a sua cintura.
Ela embrenhou seus dedos, novamente, no cabelo de Tom e o puxou para perto de seu pescoço. Enquanto o menino voltava a beijar toda aquela região, já vermelha pelos chupões anteriores, a atriz jogou a cabeça para trás, apoiando-a no ombro do rapaz e ficando extremamente próxima de seu ouvido.
- É bom saber disso.
Com um movimento ágil, ela se soltou dele e começou a caminhar em direção ao quarto. O menino, num primeiro momento, ficou parado, vendo-a se afastar, focado naquele rebolado que tanto o atraía. Quando a menina inclinou a cabeça para trás, mexendo no cabelo, fazendo menção em prendê-lo, ele acabou rapidamente a distância entre os dois, abraçando-a por trás e levando uma de suas mãos na direção do rabo de cavalo que a menina tentava fazer.
- Eu quero ele solto. - Ele falou, com a voz carregada de segundas intenções, fazendo-a sorrir ao ouvi-lo falar daquele jeito
- Você prefere? - Ela rebolou um pouco, apenas para desnorteá-lo, e o rapaz concordou com a cabeça - Então me mostra o que você pretende fazer com ele.
Sem pensar muito em seus movimentos, no momento em que a menina tirou suas mãos, ele enrolou todo o cabelo dela em sua própria mão e, com um único puxão, trouxe a cabeça dela em direção ao seu ombro. O sorriso da menina não deixava o seu rosto, cheio de malícia e seu quadril não parava de se mexer, provocando mais e mais o rapaz.
- Quando o assunto é você… - Ele mordeu o lóbulo da orelha dela - … nem eu sei do que sou capaz.
- Então deixa eu te mostrar do que eu sou.
Ele olhou fundo nos olhos dela, que transbordavam desejo, assim como o seu, e foi impossível negar aquele pedido. O rapaz deu um selinho rápido na menina, soltou o seu cabelo e afrouxou o seu abraço, deixando-a livre para fazer o que bem entendesse com ele. se virou de frente para ele e o virou na direção da cama, jogando-o ali.
Conforme o rapaz subiu o seu corpo no colchão, a menina começou a engatinhar sobre o mesmo, indo na direção dele. Ela parou, ajoelhada sobre suas próprias pernas e no meio das dele e se inclinou para frente, abrindo tanto o cinto quanto a calça do rapaz. Enquanto isso, os olhos de Tom não se desgrudaram dos movimentos lentos, mas precisos da menina.
Ela tirou a calça dele com facilidade, já que o próprio tinha se livrado do all star e das meias que usava quando os dois se sentaram no sofá, mais cedo. A menina engatinhou novamente na direção dele, mas, dessa vez, sentou em seu colo. Ela não se inclinou sobre ele, pelo contrário, ficou bem afastada, observando-o enquanto suas mãos viajavam pelo peito do rapaz e seu quadril fazia movimentos circulares.
Tom, que já estava sentindo falta do calor que emanava do corpo da menina, se sentou na cama, abraçou-a pela cintura e voltou a beijá-la no pescoço. soltou uma risada fraca, como quem conquista algo e o rapaz logo entendeu que era exatamente aquilo que ela queria.
- Não saber exatamente o que você quer de mim me deixa muito excitado. - Ele falou no ouvido dela e a sentiu se afastar o suficiente para que eles se olhassem.
- Tudo em você me atrai. - Ela começou a descer o seu corpo, fazendo-o deitar novamente na cama - Quando você sussurra no meu ouvido cheio de más intenções, esse seu beijo sedento e, principalmente, o seu toque.
- Tudo em você me enlouquece. - Ele roçou seus lábios nos dela - Nem parece que você existe.
- Existo. - Ela abriu os olhos para encará-lo - E estou bem aqui.
Ele inverteu a posição dos dois. Assim que o corpo dela deitou na cama, ele deixou com que o peso do seu os aproximasse e começou a caminhar com a sua mão por todo o corpo da menina. As pernas de , que estavam entrelaçadas na cintura de Tom, o puxava para ainda mais perto, mesmo que aquilo fosse, praticamente, impossível.
O rapaz voltou a beijá-la, mas, diferente de antes, agora o beijo era lento. Parecia que o rapaz queria aproveitar ao máximo todas as sensações que ele lhe proporcionava e, por isso, se demorou um pouco ali. Vários instantes depois, quando ambos já estavam começando a ficar sem ar, o cantor começou a descer seus beijos pelo pescoço e colo da menina, até alcançar seus seios.
Suas mãos logo abriram o fecho do sutiã de renda da menina, que voou para o chão do quarto. Um gemido rouco saiu pelos lábios da menina assim que o rapaz voltou a sua atenção para aquela região de seu corpo. A língua ágil dele, tão precisa, parecia que sabia exatamente o que fazer para lhe dar prazer.
Ele continuou seu caminho pela barriga dela até chegar na barra de sua calcinha. Até então, os dois estavam de olhos fechados, Tom concentrado em fazê-la sentir o máximo de prazer possível e , em recebê-lo. Mas, assim que os dedos do menino começaram a puxar para baixo a última peça de roupa que ainda cobria o corpo da menina, eles se encararam.
O cantor continuou seus beijos, conforme ia descendo a lingerie, pelo interior da perna da menina, em direção aos seus pés, fazendo a atriz soltar o ar pesadamente, contrariada em não senti-lo de uma vez onde ela mais queria. Ele sorriu, parando de beijá-la e encarando-a.
- Para que a pressa, ruivinha? - Ele tirou a calcinha e o sapato do pé direito dela e voltou a se inclinar, depositando mais um beijo em sua virilha - Nós temos todo o tempo do mundo.
Ela deixou um sorriso abrir em seu rosto ao ouvi-lo falar aquilo. A menina voltou a fechar os olhos, enquanto ele fazia em sua perna esquerda o mesmo que tinha feito na direita. Assim que a menina ficou, verdadeiramente, nua, ele subiu suas mãos por toda a extensão das pernas dela, fazendo-a se arrepiar.
Tom se inclinou, novamente, na direção de e, sem pensar duas vezes, a beijou exatamente onde ela queria. A menina soltou um gemido alto, curvando as costas e empinando a bunda, demonstrando o quanto estava aprovando a atuação do rapaz. Ele segurou a cintura dela, puxando-a para mais perto, e aquilo só a fez gemer ainda mais alto.
Não demorou muito e a menina tinha chegado ao ponto máximo de seu prazer. Tom sorriu, se afastando vagarosamente dela, observando-a. ainda segurava o lençol da cama com força, sua respiração era pesada e algumas gotas de suor brilhavam por todo o seu corpo.
- Assumo que também fiquei sem fôlego. - Ele falou, fazendo-a sorrir e se apoiar sobre os dois braços.
- Isso não vai ficar assim, você sabe, não é? - Ela provocou, puxando-o com a perna.
- Eu espero que não.
Ela não aguentou e inverteu novamente a posição dos dois. Assim que se sentou sobre o rapaz, um sorriso se abriu no rosto dela ao perceber o quão excitado ele estava. se livrou da boxer branca que ele usava e envolveu o membro de Tom com sua mão, sentindo-o pulsar.
O rapaz soltou o ar rudemente assim que ela começou com um movimento bem lento de vai e vem. Antes que ele pudesse prever o que ela faria a seguir, a menina se posicionou sobre ele e, de uma só vez, começou as suas investidas, ora mais rápido, ora mais devagar. Tom a segurou pela cintura com força, mas sem se intrometer nos movimentos que ela fazia.
Vendo que não conseguiria mais prolongar aquilo, ele se esticou na direção de sua carteira, que repousava, de forma estratégica, em cima de sua mesa de cabeceira, para pegar a camisinha. Entendendo o que o rapaz ia fazer, , que estava sentada, inclinou o seu corpo para baixo, diminuindo os seus movimentos.
- Não se preocupe com isso, Tom. - Ela sussurrou no ouvido do rapaz - Eu já estou protegida.
- Você me surpreende a cada segundo que passa.
Eles sorriram um para o outro e, assim que ela voltou para a posição de antes, voltou também com as investidas mais rápidas. Tom soltou alguns gemidos baixos e roucos um pouco antes de gozar e a puxou para mais perto, fazendo com que aquela última investida fosse a mais longa. A menina relaxou o seu corpo sobre o do rapaz, deitando a sua cabeça no ombro dele e aproveitando o carinho que ele lhe fazia.
- Eu sou louco por você. - Ele assumiu - E, depois de hoje, só fiquei ainda mais.
- Eu sei disso, Tom. - Ela o encarou, com um sorriso no rosto - Eu também sou por você.
- Você não sabe o quanto eu esperei para te ouvir falar isso. - Ele se sentou, com ela ainda encaixada na sua cintura - E agora?
- Vamos com calma, tudo bem? - Ela fugiu do olhar dele, suspirando - Eu não estou completamente curada.
- Ei, olha para mim. - Ele levantou o rosto dela pelo queixo - Eu só quero o que for melhor para você, .
- Você que não existe, sabia? - Ela sorriu, fazendo um carinho no rosto do rapaz - Por que a gente não se conheceu antes, mesmo?
- Porque você gostava de se disfarçar e ir nos meus shows como uma fã normal. - Ela gargalhou, concordando com a cabeça.
- Verdade.
Ela lhe deu um selinho rápido e se desencaixou do rapaz, correndo para o banheiro para se livrar da camisinha feminina que usava. Quando ela voltou, o rapaz já estava deitado, esperando-a, com um sorriso no rosto. Ela logo se esgueirou para dentro do cobertor, deitando com a cabeça no peito do rapaz, abraçando-o pela cintura enquanto recebia um cafuné gostoso.
- Você fica, certo? - Ele perguntou, depois de um tempo em que ambos ficaram em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro.
- Claro. - Ela o encarou - Tudo o que eu mais quero é acordar do seu lado amanhã.
Ele sorriu e a beijou. Tom nunca imaginou que fosse viver aquilo tudo com . Ele sempre achou que fosse uma coisa de fã, aquele amor que nunca seria correspondido. Mas ali, deitado com ela em sua cama, ele percebeu o quanto a amava e o quanto precisava dela com ele.
Ir para os próximos capítulos
Nota da autora: Oi bebês, como vocês estão? Então, a ideia dessa fic veio com a estreia de TiTN, inclusive a história toda foi pensada vendo o clipe. Acho que todas nós, galaxy defenders, voltamos no tempo com a volta da banda e todo esse sentimento nostálgico está explicito em alguns capítulos em especial. Eu espero, de verdade, que vocês se apaixonem como eu enquanto escrevia. Um super beijo!
Obs: Tem 26 músicas do McFLY espalhadas pela fic, comentem as que vocês perceberem :)
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Obs: Tem 26 músicas do McFLY espalhadas pela fic, comentem as que vocês perceberem :)
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.