Capitolo setantaquatro
Estate 2016
Lei
Dois de julho de 2016
- Amendoim? – Virei o rosto para Guendalina e peguei um punhado da vasilha.
- Grazie. – Sorri.
- Você parece calma, null! – Seu Adriano falou e eu ri fracamente.
- Eu só aprendi a evitar grandes expressões por causa das câmeras. – Falei e eles riram.
- Você deve estar muito nervosa. – Stefano, marido de Veronica, falou.
- Em quase toda competição, eles acabam em decisão por pênaltis, eu não acho justo. – Falei baixo, sentindo Lou se mexer em meu colo e virar para o outro lado.
- Mas tem vários jogadores seus aí, não? – Maria Stella perguntou.
- Sim, seis, pelo que eu contei. – Suspirei. – Gigi, Barza, Chiello, Leo, Sturaro e Zaza. Além do Obgonna e Giaccherini que já jogaram conosco. – Coloquei alguns amendoins na boca.
- E como você se sente vendo isso? – Veronica perguntou.
- Acho que sou só uma torcedora qualquer quando vejo jogos. – Ri fracamente. – Eu analiso os outros jogadores para ver se é interessante trazer alguém para o time, mas no geral eu só aproveito mesmo.
- Não cobra eles depois? – Veronica continuou.
- Não, não! Meu trabalho é na Juventus, na Nazionale eu deixo para eles. – Eles riram. – Mas eu acabo mandando mensagem de apoio para eles quando perdem ou se ganham, enfim...
- Para todos eles? – Guendalina perguntou sugestivamente e ri fracamente.
- É! Para todos eles! – Falei e ela riu fracamente. – Depende da situação...
- Scusa... – Virei o rosto para a mesa do lado, vendo um casal nos chamar.
- Sim... – Veronica falou.
- Você disse que trabalha na Juventus? – Ele perguntou para mim e sorri, assentindo com a cabeça.
- Sim, trabalho. – Falei.
- Sabia que você era familiar! É a diretora de contabilidade, não? – Ele disse.
- Sim, sou! – Assenti com a cabeça.
- Quem você vai trazer para compensar o Morata, hein?! – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Não posso adiantar negociações em andamento, scusa. – Falei e ele riu fracamente.
- Você não pode mesmo ou... – Guendalina perguntou.
- Eu não quero mesmo! – Falei baixo, ouvindo-os rirem.
- VAI COMEÇAR! – Marco, marido de Guendy gritou.
- Xi! – Pedi, vendo Lou dormindo em meu colo.
- Fala baixo, amore! – Guendy pediu e rimos juntos.
Itália e Alemanha jogavam para ir às semifinais do Campeonato Europeo. Após 90 minutos bem equilibrados, a Alemanha conseguiu fazer um gol, sem chances para Gigi defender. E depois, após um toque de mão, conseguimos um pênalti e Leo bateu muito bem. Quando o apito final foi soado, eles jogaram mais 30 minutos de prorrogação, mas nenhum dos dois times conseguiu mudar o placar e agora estávamos indo para os pênaltis.
Eu odiava pênaltis, parecia que tudo caía nas costas do Gigi no final. Ele é incrível, mas pênalti era muita sorte... Ou azar. De uma forma ou outra, não era culpa de Gigi se ele não pegasse, era mais culpa dos jogadores que acertavam ou erravam, só que a culpa sempre acaba em cima do goleiro e do capitano. Feliz ou infelizmente, Gigi era ambos hoje.
O goleiro da Alemanha era Neuer, um ótimo goleiro mais novo, mas que eu não achava que chegava aos pés de Gigi, mas ele estava fazendo um ótimo trabalho na Nazionale alemã e no Bayern, só esperava que não fizesse um grande trabalho hoje.
Eles começaram a defender e Insigne foi o primeiro a chutar. O baixinho era do Napoli, mas ele era muito bom, precisava assumir. Ele acertou o centro do gol e acertou. 1x0.
Kroos da Alemanha veio logo em seguida. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola subiu um pouco mais e entrou. 1x1.
Zaza foi o próximo a chutar. Ele fez tanta firula para chutar a bola que quando chutou, a bola subiu demais para a torcida. 1x1.
Müller da Alemanha chutou e fraco e... Gigi defendeu!
- ISSO! – Sua família comemorou e eu suspirei, deixando um sorriso se formar em meus lábios. 1x1.
Barza veio logo em seguida e pedi para que ele fizesse o mesmo que havia feito naquela semifinal da Coppa Italia. Ele chutou no centro do gol, igual em seu primeiro pênalti pela Juve e acertou. 1x2. Esse é meu Barzaglione! Manu deveria estar empolgada lá no Brasil!
Özil veio logo em seguida e por um minuto eu achei que Gigi havia defendido, mas não! Özil errou e a bola bateu na baliza. 1x2.
Pellè tomou seu lugar para enfrentar Neuer. Ele também acabou fazendo firula tanto quanto Zaza e a bola, ao invés de ser isolada, saiu devagar e ainda foi para fora. 1x2.
- Eu nunca vi batidas tão feias assim na minha vida. – Falei, suspirando.
Draxler veio contrário ao que eu tinha acabado de falar e converteu o dele quando Gigi foi para o lado errado. 2x2.
Leo, que já havia feito um pênalti no jogo, veio logo em seguida, ele tentou fazer sua paradinha e isso acabou dando tempo de Neuer pensar, fazendo ambos irem para o mesmo lado. 2x2.
Schweinsteiger, capitano da Alemanha, veio em seguida. Se ele fizesse, era deles, mas parece que até capitani estavam com o azar hoje. 2x2. A comemoração de Barza foi mais empolgante do que um gol em si.
Giaccherini, nosso ex-jogador e o Emanuele que eu confundia com a nossa Emanuelle, veio logo em seguida. Sem problemas e sem firulas, ele chutou e fez o gol. Barza continuava comemorando e surtando, isso dava empolgação para nós. 3x2.
Hummels veio logo em seguida, se ele errasse ou Gigi defendesse, fechava. Gigi foi para o mesmo lado da bola, mas ela foi mais rápida que ele, entrando. Gigi pareceu muito irritado com isso, mas não o julgo. 3x3.
- Ele está muito bravo. – Sua mãe disse e suspirei.
Parolo, pouco conhecido para mim da Lazio, veio e fez igual Emanuele, chutou e acertou! Simples e sem problemas! Um belo gol no centro do gol. 4x3.
Kimmich veio em seguida e tínhamos a mesma chance novamente, se errasse ou fosse defendido, era nosso, mas não. Ele até tentou fazer a paradinha, mas Gigi não conseguiu. 4x4.
Barza rodava o centro do campo quase como um assassino pronto para matar. Ele deveria estar muito irritado e era preciso bastante para fazer Barza estourar.
De Sciglio, o jovem do Milan que eu fiquei de olho durante a Coppa Italia, veio logo em seguida, ele chutou para cima, a bola bateu em cima, mas para dentro do gol, e entrou! Perfeito! 5x4. Estávamos a frente de novo.
Boateng veio em seguida. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola entrou. Gigi xingou até a terceira geração de Gerome, mas não tinha o que fazer agora. 5x5.
Darmian foi o próximo, ele chutou do lado direito, mas Neuer foi para o mesmo lado, defendendo. 5x5. Voltamos ao início novamente.
Era de Gigi ou de Hector. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola foi muito mais rápida, entrando. 6x5 e era isso. Estava acabado. Itália eliminada, Alemanha seguia para a semifinal.
O time alemão correu para comemorar, mas a imagem logo focou em Gigi. A feição desiludida, como se pudesse fazer alguma coisa para consertar isso, mas não. Provavelmente a última Euro de Gigi, talvez até de Barza, e fomos eliminados em uma amarga quartas de final. Dói e muito.
- Beh, é isso! – Seu Adriano falou, se levantando e sumiu para dentro do hotel novamente.
- É, acontece, não?! – Sua mãe falou, se levantando e suspirei.
Voltei meu olhar para a TV, vendo o foco em Gigi que saía do campo chorando e pressionei os lábios, suspirando. Ai, Gigi. Te ver chorando dói muito, não faz isso. Olhei para Lou dormindo calmamente em meu colo e ele parecia em outra realidade.
- Beh, gente! Eu vou dormir. – Falei, suspirando. – Está tarde.
- Deixa eu pegar o Louis. – Veronica disse.
- Pode deixar, eu o levo para o quarto. – Falei, levantando devagar.
- Consegue? – Marco perguntou.
- Não se preocupe! Já estou acostumada! – Falei, vendo-o assentir com a cabeça e peguei Lou, ajeitando o menino de oito anos e meio, pesado como um garoto de oito anos e meio e ele passou os braços em meu pescoço. – Buona notte, ragazzi!
- Eu vou contigo, coloco o David também! – Guendalina disse, pegando seu sobrinho que também dormia em seu colo.
- Pode ir na frente! – Indiquei e ela seguiu a frente.
Seguimos de volta para dentro do hotel. O hotel de Gigi e sua família era muito bom, quatro estrelas, confortabilíssimo, bem situado e muito bem-organizado, ele só era um tanto pequeno. Tinha cerca de 20 quartos, divididos em dois andares. Os familiares tinham mais alguns quartos nos fundos, dando cerca de 25 quartos. Lou e Dado estavam no que era reservado para família de Gigi. Mais um apartamento do que um quarto, por assim dizer.
- Eles ficam bem sozinhos? – Perguntei, dando um beijo na cabeça de Lou e puxei a coberta para cima dele.
- Minha mãe vem dormir aqui, deve estar só consolando meu pai. – Ela falou.
- Bom, eu vou subir, então. – Falei, cumprimentando-a rapidamente.
- Descansa, nos vemos amanhã! – Ela disse e me aproximei de dado para deixar um beijo em sua cabeça também.
- Vamos jogar vôlei? – Perguntei.
- Quero revanche! – Ela disse e rimos juntas.
- Buona notte.
- Buona notte, null! – Ela disse e eu suspirei.
Segui de volta para o lobby do hotel, subindo as escadas para o andar de cima e caminhei pelo corredor até o último quarto do mesmo. Fiquei grata por elas me darem um espaço mais escondido aqui. Coloquei minha chave na porta e entrei no mesmo, fechando-a logo em seguida.
Deixei meus chinelos próximo à porta e tirei o casaco fino que eu usava, deixando-o em cima da poltrona. Segui direto para o banheiro para tomar uma rápida ducha, ficar lá fora acabou trazendo um pouco de areia com o vento. Prendi o cabelo alto, evitando molhá-lo e não demorou muito para eu sair enrolada na toalha.
Coloquei meu pijama de short e regata junto de uma calcinha confortável e voltei para o banheiro somente para pendurar a toalha e escovar os dentes. Voltei para o quarto, pegando uma água no frigobar e a bebi quase inteira em um gole só. Me ajeitei na cama, encostando na cabeceira e liguei a TV, vendo que estava na hora das entrevistas na zona mista. Um Barza chorando, como eu não via há anos, falava com o jornalista que eu não conhecia.
- ...Fizemos tudo, mas só fica a derrota. De tudo o que fizemos de belo, nada vai ser lembrando porque... Scusa. – Ele disse, secando os olhos. – Daqui um tempo ninguém se lembrará de nós...
- Tem muito orgulho, Andrea?
- Sim, sim, tinha uma expectativa e... – Sua voz sumiu e pressionei os lábios, negando com a cabeça.
- Agora vamos para Giancarlo Luca que está com o capitano e portierie, Gigi Buffon. – O repórter falou, mudando a imagem para Gigi com a mesma feição de Barza.
- ...Ficará uma grande Nazionale?
- Sim, foi... – Ele suspirou, passando a mão nos cabelos e pressionei os lábios, levando a mão ao peito. – Foi um soco importante... – Sua voz sumiu. – Porque nós fizemos o máximo que podíamos fazer e... E era o suficiente... – Ele levou as mãos aos olhos. – Quando existem valores, quando tem uma organização de jogo e acaba sendo impossível... – Ele disse, fazendo sua voz sumir.
- E o que Conte disse?
- Ele nos cumprimentou, estava orgulhoso de ter treinado um grupo de homens como nós e fino alla fine, despejamos até a última gota de suor, de conseguir ânimo para tentar conquistar esse sonho...
- Grazie, Gigi! – Ele disse e engoli em seco.
- Ah, meu amor! – Suspirei, apertando a mão no peito, sentindo a blusa repuxar nos ombros e pescoço e soltei-a devagar.
Acho que Conte havia realmente saído da Nazionale. A FIGC disse no começo do ano que ele sairia logo depois, com esse resultado, imagino que agora mesmo ele seria demitido. Mas havia sido uma grande campanha. Ganharam dois de três jogos na fase de grupos, derrotaram a Espanha e seguraram a Alemanha até os pênaltis. Eles não tinham culpa de nada.
Peguei o celular jogado na cama e procurei pela conversa com Gigi. Não conversávamos desde o dia em que levamos Manu para a estação de trem. Ele me perguntava se eu estava pronta e eu respondi com um simples sim. Estralei os dedos e me coloquei a digitar.
“Nem sempre é fácil, mas eu estou aqui para sempre! Vocês fizeram um incrível trabalho. Fique bem, ok?! Dê um beijo em todo mundo. Continuarei aqui torcendo por vocês”.
Enviei e me levantei para ir ao banheiro fazer um último xixi antes de dormir. Voltei para a cama, tirando as cobertas e entrando embaixo do lençol e tirei alguns travesseiros de minha cabeça, colocando no espaço livre ao meu lado na cama de casal e peguei o celular novamente, vendo minha conversa com Gigi abrir quando desbloqueei-o e tinha uma resposta.
“Grazie, null, por tudo. Agora dói um pouco, mas tudo vai ficar bem. Logo a temporada começa e nos encontraremos de novo”. – Suspirei, escrevendo novamente.
“Aproveite suas férias, nos encontramos em agosto. Um beijo, dorme bem”. – A resposta veio logo em seguida.
“Você também, minha linda.”
Suspirei, pensando se tinha algo mais para escrever, mas deixei o celular bloquear em minha mão novamente e deixei-o na cabeceira. Bebi mais um gole da minha água e virei meu corpo na cama. Bati a mão na luz, abracei o travesseiro e suspirei, fechando os olhos, esperando que o sono viesse rápido.
Lui
Quatro de julho de 2016
- Aqui, cara, fica com o troco! – Falei, estendendo a nota para o motorista.
- Ah, grazie, signor Buffon. – Ele disse. – Sinto muito pela competição.
- Faz parte, obrigado! – Disse, pegando minha mala. – Bom trabalho.
- Grazie! – Ele disse e ajeitei a mochila nas costas e deslizei as rodas da mala até a entrada do hotel meu e das minhas irmãs, um de nossos vários empreendimentos.
- Gigi! Que surpresa.
- Ciao, Enzo, tudo bem? – Cumprimentei o recepcionista e trocamos um rápido abraço.
- Tudo bem e com o senhor? Se eu puder perguntar. – Ri fracamente.
- Beh, não dá para ficar chorando para sempre. – Falei e ele riu, assentindo com a cabeça.
- Menos mal, senhor. – Ele disse. – Vai ficar conosco ou só veio de passagem?
- Não, vou ficar uns dias, poderia levar minhas coisas para meu apartamento? – Deixei a mochila em cima do balcão.
- Claro! Vou pedir para o pessoal dar uma geral também, seus meninos fizeram uma bagunça mais cedo...
- Ah, o que eles aprontaram? – Perguntei rindo fracamente.
- Ah, teve uma chuva forte mais cedo, talvez esteja cheirando um pouco cachorro molhado. – Neguei com a cabeça.
- Ah, meninos! – Suspirei. – Onde eles estão, falando nisso?
- Eles estavam lá no fundo, no campinho. – Ele disse.
- Ok, grazie. – Dei dois toques no balcão da recepção.
Segui pelo corredor em direção ao restaurante, acenando com a cabeça quando encontrava algum hóspede e tirei os óculos de sol, colocando-o na gola da camiseta que eu usava. Passei pelas portas que dava para área da piscina. Do lado direito ficava a piscina em cima, do lado esquerdo diversas mesas e um pouco mais à esquerda tinha um campo de futebol que foi uma exigência minha, mas que as crianças também adoravam. Encontrei minhas irmãs e minha mãe em uma das mesas e me aproximei delas.
- Buona sera! – Me aproximei delas, vendo as três virarem o rosto.
- GIGI?! – Elas gritaram animadas.
- Ciao, ragazze! – Falei, sorrindo.
- O que está fazendo aqui? – Guendy perguntou, se levantando.
- Ah, a Ilaria vai ficar até o resto da competição em Milão, não estou a fim de ficar lá, precisava espairecer, aí vim para cá, tomar um sol, relaxar... – Disse, dando de ombros.
- Por que você não avisou? – Guendy me abraçou.
- Ah, nem lembrei. Cheguei em Florença, nos ajeitamos, aí eu peguei o trem para cá. – Abracei-a fortemente.
- Você deveria ter ligado, Gigi, nós... – Veronica veio logo em seguida.
- O quê? Estamos lotados? – Perguntei, abraçando-a.
- Sim, também, mas nós... – Franzi a testa.
- Era bom você ter avisado, querido! – Minha mãe disse, me cumprimentando também.
- Por quê? O que aconteceu? – Me afastei um passo para trás e as três se entreolharam.
- É que...
- Beh, nós... – Elas se entreolharam.
- Nossa, gente! Parece que alguém morreu! – Falei. – A eliminação foi um desastre, mas não é a primeira vez que eu passo por isso. – Estiquei a mão para a tábua de frios e peguei um pedaço de parmesão, colocando-o na boca.
- Vocês não vão conseguir esconder um do outro, e eu nem permito que a expulsem daqui, é melhor falar logo. – Minha mãe disse, abanando a mão e eu franzi a testa.
- O que está acontecendo? – Perguntei.
- Ah, Gigi, é só que... – Veronica disse. – Ai, conta você! – Ela disse e ouvi alguns gritos vindo do campo.
- Nós não achávamos que viesse e ela pediu umas férias calmas... – Guendy disse.
- Ela quem? De quem vocês estão falando? – Perguntei, franzindo a testa.
- Beh... – Guendy suspirou. – Ah, olha ali! – Ela indicou a mão para o campo e me aproximei do mesmo, olhando por entre as grades.
Encontrei meus dois meninos mais velhos com facilidade, depois encontrei meus sobrinhos, meus cunhados, até que eu encontrei a única mulher ali no meio. null estava no lugar do goleiro, com um largo sorriso no rosto. Ela usava um biquini azul marinho e seus cabelos claros estavam soltos e molhados. Para melhorar minha visão, ela estava com as pernas sujas de lama e alguns respingos estavam em todo seu corpo, principalmente em sua barriga e no decote de seus seios.
Eu estava surpreso com o que ela está fazendo aqui, mas a recepção não podia ser melhor. Ela ria de alguns tropeços e deslizes no gramado molhado e deslizava ou caía também quando alguém tentava fazer gol nela, mas acabava todos caindo.
- Devagar, Lou! – Ela disse rindo, se levantando e pegando a bola, deixando a visão da parte de baixo do biquini entrando em sua bunda melhor ainda.
Senti meu pênis apertar entre minhas pernas e isso não podia acontecer assim! É isso? Agora mesmo? A gente não transava fazia uns seis meses, mas não vai inventar de me deixar ereto agora, vai? A visão era perfeita! Era uma obra de arte, mas não na frente da minha mãe e das minhas irmãs.
- Scusi... – Veronica disse ao meu lado e coloquei as mãos em frente ao corpo, caso isso ficasse pior que devesse.
- O que ela está fazendo aqui? – Perguntei, suspirando.
- Quando abrimos, eu enviei convite para ela, ela nunca retornou, aí na festa do campeonato ela falou que gostaria de vir, aproveitar que você estava na competição e relaxar. Ela precisava esquecer aquela amiga de vocês que foi embora e realmente descansar, aí ela veio... – Guendy disse e suspirei.
- Há quanto tempo ela está aqui? – Perguntei.
- Uns 10 dias. – Ela respondeu.
- E por que ninguém me falou? – Perguntei firme, virando o rosto para ela. – É a null, cazzo!
- Ela não queria estresse, Gigi. E você aqui, implica em Ilaria também e... Beh, ela só quer relaxar e se divertir. – Veronica disse, suspirando. – E ela está conseguindo fazer isso, apesar que seus filhos não a largam um minuto e ela dá atenção para eles... – Suspirei.
- Cara, não custava me falar, a surpresa é ótima, mas...
- GOL! – Ouvi a voz de Dado e virei o rosto, vendo ele correndo em direção à null e ela gargalhou, abraçando-o fortemente e tirando meu mais novo do chão.
- Ela é ótima... – Suspirei.
- Se eu te pedir para ir embora, você vai? – Veronica perguntou.
- É claro que não. – Falei rindo. – Agora sim que minhas férias ficaram boas.
- Olha o que você vai fazer! – Guendy me puxou pela manga da camiseta. – Seus filhos e sua mãe estão aqui... – Repuxei a blusa.
- Vocês sempre me disseram para relaxar... – Dei de ombros. – Eu vou relaxar.
- Ah, Gigi. – Elas bufaram. – A responsabilidade é sua, ok?!
- Ok, fim de jogo! – Stefano gritou.
- Vamos de novo? – Lou perguntou.
- Ah, eu preciso respirar, amor. Quanto tempo foi? – null perguntou.
- Uma hora! – Marco disse.
- Ah, vamos jogar vôlei, acaba mais rápido. – Ela disse rindo.
- Claro! Você dá um banho na gente! – Stefano disse e null gargalhou.
- Meu saque continua o mesmo, só isso! – null disse rindo.
- Vamos dar um tempo, depois a gente arranja alguém para entrar no seu lugar! – Marco disse.
- PAPAI! – Dado falou e os olhares se viraram para mim.
- Ciao, ragazzi! – Falei e notei o olhar surpreso de null para mim.
- Sinto muito, papai! – Lou disse e me abaixei quando ambos vieram em minha direção.
- Você foi demais! – Dado disse e eles me abraçaram.
- Ah, a roupa! – Minha mãe reclamou e tinha sido tarde demais.
- Saudades, papai! – Lou disse.
- Saudades também, meus meninos! – Falei, dando um beijo em cada um. – Se divertindo?
- SIM! – Eles disseram animados.
- Estamos jogando futebol com a null! – Lou disse animado, apontando para onde null estava e a vi embaixo da ducha.
- Ela é melhor no vôlei, mas ela brinca com a gente! – Dado disse.
- Ah é?! – Tentei parecer interessado, mas null embaixo da ducha parecia a coisa mais interessante de todas.
- É!
Ela entrou de cabeça e tudo embaixo da água e a lama foi deslizando de seu corpo, deixando mais evidente seu tom de pele. Ela passou as mãos em seus longos cabelos e depois desceu pelo seu corpo. Passou as mãos em seus seios, afastando o biquini do corpo um pouco para que a água atingisse sua pele. Depois fez o mesmo com a parte de baixo de forma bem mais discreta.
Ela virou de costas para mim e equilibrou o corpo em uma perna de cada vez quando ergue-as rapidamente para passar as mãos pelas mesmas. Mordi meu lábio inferior, sentindo meu pênis insistindo em dar sinais de vida e pensei se seria tão ruim eu beijá-la aqui mesmo na frente da minha família e dos meus filhos. Para não dizer outra coisa.
- Aqui, querida! – Minha mãe esticou uma toalha para ela e ela pegou a toalha.
- Grazie. – Ela disse, ainda com os pés na parte gramada. – Gigi! – Ela disse.
- Ei, null. – Falei, ainda um tanto embasbacado, observando-a pressionar os cabelos com a toalha.
- Não sabia que você viria. – Ela disse.
- null, me desculpe, nós... – Veronica falou e null esticou a mão para ela.
- Não se preocupe! Relaxem! – null disse rindo. – Acontece. – Ela voltou o olhar para mim, passando a toalha pelo corpo, enquanto eu descia o olhar nada discreto pelo seu corpo. – Como você está, Gigi?
- Oi? – Ergui o olhar para ela de novo.
- Como você está? Com a competição? – Ela perguntou, colocando a toalha ao redor de sua cintura e ainda vi alguns pingos de água deslizarem pela sua barriga.
- Ah, tudo bem... – Suspirei. – Acontece.
- Você parecia bem mal no vídeo... – Ela disse.
- Eu estava. – Suspirei. – Mas não tem nada que possamos fazer, acontece. – Dei de ombros e ela assentiu com a cabeça.
- E os meninos? Tudo bem? Nunca tinha visto o Barza daquela forma. – Ela disse e eu suspirei.
- Nada que algumas férias não resolvam. – Falei e ela confirmou com a cabeça, calçando seus chinelos e subindo no degrau.
- Beh, você sabe que estou sempre aqui por vocês, não? – Ela disse, dando um curto beijo em meus lábios, apoiando a mão em meu braço e suspirei.
- Sim, eu sei... – Falei, apoiando a mão levemente na lateral de seu corpo.
- Beh, se me dão licença, eu vou tomar um banho! – Ela disse, apertando meu braço levemente e seguiu para dentro. Virei meu corpo em direção a ela, dando alguns passos e senti alguém me puxar pela gola da camiseta.
- Ai! – Reclamei, virando de frente.
- Ela vai para o banho e você vai brincar com seus filhos! – Minha mãe falou firme.
- Mas eu acabei de chegar! – Falei, passando a mão no pescoço.
- Se você não pode se divertir com seus filhos, você não pode se divertir com ela! – Minha mãe disse e vi Veronica e Guendy sorrindo, então revirei os olhos.
- Vamos, Gigi! Um jogo para animar as crianças! – Stefano passou de volta para o campo.
- Vai lá! – Minha mãe disse e eu suspirei.
- Ah, deixa eu ao menos trocar de roupa. – Bufei.
- Eu vou contigo, para ter certeza de que vai para o lugar certo. – Minha mãe disse.
- Mãe! Fala sério! Eu não tenho mais 10 anos. – Disse e ela apoiou a mão em minhas costas, me guiando para dentro.
- Não mesmo, mas às vezes a mentalidade parece. – Ela disse e eu suspirei ao entrar de volta no lobby e não ter sinal nenhum de null. Cazzo!
Lei
4 de julho de 2016
- Eu vou sentir muito sua falta, Pado. – Suspirei.
- Eu também, chefa! Agradeço por tudo, ok?! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Sinto não poder estar aí para me despedir, mas nos veremos em breve no jogo. – Ele riu fracamente pelo telefone.
- Com toda certeza! – Sorri. – Deixei uma blusa assinada na sua mesa. – Ri fracamente.
- Agradeço muito. – Falei, dando mais uma garfada na pizza em meu prato. – Vou cuidar bem dela, logo mais envio os documentos, tudo bem?
- Claro! Grazie! Um grande beijo! – Ele disse.
- Para você também, beijos. – Respondi, antes de desligar o telefone.
Deixei o celular em cima da mesa e mastiguei devagar os últimos pedaços da pizza individual. Passei o guardanapo delicadamente na boca e virei o último dedo de vinho em minha taça. Limpei a boca mais uma vez e coloquei o guardanapo de pano em cima da mesa. Me levantei, pegando meu celular, colocando-o no bolso e peguei meu prato.
- Pode deixar, signora. – O garçom chegou antes em mim e entreguei a ele.
- Grazie! Estava uma delícia! – Falei e ele sorriu, assentindo com a cabeça.
- Se tiver algo mais que possamos fazer por você...
- Muito obrigada! – Sorri e ele assentiu com a cabeça.
Ajeitei o nó do casaco na cintura e dei uma olhada rapidamente na área da piscina, sentindo o vento no rosto e suspirei. Eu precisava finalizar umas coisas ainda. Segui para dentro e suspirei quando encontrei os Buffon, incluindo Gigi, vindo em peso, provavelmente para o restaurante.
- null! – Sua mãe falou antes.
- Ciao, ragazzi... – Acenei, apoiando as mãos na lateral do corpo.
- Já jantou? – Gigi perguntou.
- Sim, já, eu tenho uns contratos para revisar... – Mexi a mão automaticamente. – Se importa se eu usar a impressora novamente, Guendy? – Perguntei para mais velha.
- Não, claro que não! Fique à vontade. – Ela disse.
- Grazie. Buona notte, ragazzi! – Falei, acenando.
- Já vai dormir, null? – Lou perguntou, com um fofo biquinho no rosto.
- Eu tenho que trabalhar um pouquinho, amore. – Me abaixei para falar na sua altura. – A gente brinca mais amanhã, pode ser?
- Tá, né?! – Ele disse e eu sorri, dando um beijo em sua testa.
- Ciao. – Acenei, vendo o olhar de Gigi sobre mim e segui em direção à recepção.
- Buona sera, Pia. – Falei, apoiando no balcão.
- Buona sera, null. – Sorri.
- A Guendy me deixou usar a impressora rapidinho...
- Claro! Pode entrar lá! – Ele disse.
- Grazie. – Sorri e segui pela lateral do balcão, empurrando a porta e encontrando a sala do administrativo vazia.
Segui até a mesa, ligando a impressora que estava desligada e chequei se tinha papel dentro. Peguei meu celular, abrindo o e-mail e procurei o e-mail que Sara havia me enviado. Procurei a conexão bluetooth da impressora e coloquei para imprimir, esperando as quatro folhas saírem. Quando terminou, peguei uma caneta no porta-lápis e rubriquei todas as folhas antes de assinar na última página ao lado da assinatura de Padoin e seu agente.
- Ciao! – Me assustei, virando para trás, vendo Gigi fechando a porta.
- Ah, cazzo! Não faz mais isso! – Falei, devolvendo o papel no scanner.
- Scusi! – Ele disse rindo. – O que está fazendo? – Procurei novamente a impressora, agora tentando encontrar o scanner e ativei quando consegui.
- Tivemos encerramento de contrato, estou adiantando, a Sara vai entrar de férias, não quero passar coisa em andamento para outra pessoa. – Troquei as folhas, repetindo o processo.
- Quem está saindo? – Ele perguntou, se sentando na cadeira em frente à mesa.
- Padoin. – Suspirei.
- Conseguiram? – Ele perguntou, erguendo o olhar para mim.
- Como assim? – Troquei as folhas.
- Ah, o Pado acabou sendo menos usado desde que o Allegri chegou. – Ele disse. – Ele queria ver de terminar contrato ou ir para outro time...
- É, o Cagliari o quis. Não é perfeito, mas é o que eu consegui fazer agora... – Suspirei.
- Mais alguém saiu? – Finalizei de scanear a última folha e salvei o arquivo no celular.
- Morata não te falou nada na Euro? – Perguntei.
- Morata saiu? – Ele se ajeitou na cadeira, visivelmente surpreso.
- Saiu... – Bufei baixo, coçando a testa. – Real Madrid o comprou de volta. Tentei segurar, mas eles ofereceram um salário muito maior, não consegui. – Neguei com a cabeça.
- Que merda! – Ele falou e eu assenti com a cabeça.
- Pois é! Não consigo nem pensar como o Dybala vai ficar com isso... – Guardei o celular no bolso novamente e juntei as folhas.
- Ele vai ficar arrasado. Primeiro Manu, agora Morata? Cazz...
- Você não está ajudando, Gigi... – Grampeei as folhas, suspirando.
- Scusi! – Ele disse e segui de volta para a porta, abrindo-a novamente. – Mais alguém saiu? – Ele perguntou, vindo atrás de mim e revirei os olhos.
- Por enquanto, Cáceres e Rubinho.
- Pô, vou sentir falta do Martin. – Ele disse.
- Eu também, mas ele quis sair, agora o Rubinho foi interesse nosso. – Segui para frente. – Grazie!
- Prego, null! – Pia acenou e segui pelo lobby.
- Achei que o time não faria grandes modificações esse ano. – Ouvi sua voz atrás de mim.
- Se dependesse de mim, só faria compras esse ano, mas os jogadores têm propostas e precisamos colocar na balança... – Dei de ombros.
- Trouxemos alguém de interessante? – Ele perguntou e comecei a subir os degraus para o andar de cima.
- Por enquanto o Pjanic da Roma por 32 milhões e o Dani Alves do Barcelona veio de graça...
- Dani Alves? Mesmo? – Ele perguntou surpreso. – Ele está no Barcelona há anos, não?
- Sim, oito anos, mas não se empolgue tanto, ele fez uma piadinha sem graça que fez com que o time quisesse se livrar dele. – Segui no andar de cima. – Além de que ele não parece nada feliz em estar conosco, então é mais meio para fim. – Dei de ombros, pegando a chave em meu bolso e coloquei na porta, abrindo-a em seguida.
- É uma adição boa. – Ele disse e nem me dei ao trabalho de fechar a porta, pois ele já estava atrás de mim.
- Não, mas ele precisa encontrar motivação, ou não vai ser bom para nenhum dos lados. – Segui até a mesa, colocando o contrato na minha pasta que estava ali.
- Temos tempo. – Ele disse.
- Sim, temos. – Suspirei, pegando o celular novamente e redigi o e-mail padrão para o agente de Padoin e anexei o arquivo, esperando enviar.
- E você? – Gigi perguntou e virei o olhar para ele que estava sentado na beirada da cama.
- Eu o quê? – Perguntei, deixando o celular na mesa e tirei o casaco da cintura, deixando-o na poltrona.
- Mesmo? – Ele perguntou e eu franzi o olhar. – Você está no meu hotel, null! – Ele disse bravo.
- Ótimo, por sinal. – Falei, seguindo até o banheiro.
- Ah, qual é, null! – Ele disse, apoiando no batente e peguei minha escova e pasta de dente, colocando um pouco e molhei por alguns segundos antes de colocar na boca. – Você poderia ter me dito, é um prazer para minha família te receber.
- Eu sei... – Falei, parando de escovar por alguns segundos, voltando logo em seguida.
- Então, o quê? Qual o problema? – Ele perguntou e suspirei. – Eu? Você não queria me encontrar.
- O problema nunca foi você. – Falei com a voz já afetada pela boca cheia de pasta. – Você sabe disso.
- Então, o quê? Porque é um tanto irreal, ótimo, mas irreal, pensar em você no hotel da minha família e eu nem saber disso. Ok, a Veronica e a Guendy gerenciam isso, mas mesmo assim. – Ele disse e suspirei.
- Eu não te confei... – Suspirei, cuspindo a pasta na pia. – Eu não te contei, porque imaginei que você não estaria aqui sozinho. – Apontei para ele com a escova, antes de colocá-la na boca de novo. – Eu encaro você, sua família e dois dos seus filhos muito bem, mas sua namoradinha... – Revirei os olhos, voltando a me encarar no espelho.
- Ela não vem aqui, null.
- Eu sei que vem, Gigi! Eu recebo notificações de vocês até nas férias. – Falei. – Eu sei muito bem quem está fazendo o que nas férias e com quem. – Bufei, cuspindo a pasta na pia novamente. – Com todo dinheiro que você tem, não tem outro lugar que você gostaria de passar as férias, não? É sempre aqui? – Franzi a testa. – É lindo e muito aconchegante, mas um tanto batido, não? Além dos passeios de iate, Dio mio, que coisa mais brega! – Falei, rindo fracamente e abaixei o rosto para bocejar com água algumas vezes.
- Eu posso te levar para andar de iate por aí e... – Ele disse e ri fracamente.
- Não, Gigi. Grazie. Não foi um pedido, foi uma constatação, você é muito clichê quando se diz em passeios com suas namoradas. – Ri fracamente, pegando a toalha e passei na boca.
- Onde você quer que eu te leve quando a gente namorar? – Ergui o olhar para ele, rindo fracamente.
- Ah, Gigi, era só o que me faltava mesmo. – Sequei a escova e coloquei-a em minha necessaire novamente e pendurei a toalha. - “Quando a gente namorar?” – Perguntei, rindo fracamente. – Você quer dizer “se a gente namorar, não?”
- Ah, null, a gente já conversou...
- E eu não vou voltar isso novamente, mas não fique fazendo conjeturas. – Passei debaixo de seu braço para sair do banheiro. – Não ajuda em nada.
- Não é você que fala para gente viver na nossa realidade alternativa? – Ele me abraçou pela cintura e eu ri fracamente.
- E é isso que você vai fazer ao invés de ficar com seus filhos? – Ele afastou uma mão, checando o relógio. – Beh, já passa das oito, eles já precisam ir para cama. – Gargalhei.
- Ah, sinto muito, acho que eu estraguei seus filhos, então. – Falei rindo.
- Por quê? – Ele perguntou, apoiando o queixo em meu pescoço.
- O horário mais cedo que eles dormiram foi dez horas. – Falei, fazendo uma careta. – E eles comeram muita besteira. Muita mesmo! – Ele riu fracamente.
- Alena vai querer te matar. – Ele disse e ri fracamente.
- Quanto tempo eles vão ficar aqui? – Perguntei.
- Até dia 15, depois a gente troca. – Ele disse.
- Ah, tem uns 10 dias ainda. – Suspirei. – Uma pena você estar na competição.
- Sim, mas é uma decisão antiga já... – Ele disse, acariciando minha barriga. – Enfim, acontece...
- Sim. – Virei o rosto para o lado, levando uma mão até a lateral de seu rosto. – Aproveita com eles, sério! Imagino que as coisas estejam meio bagunçadas...
- Um pouco, mas eu vou me ajeitando... – Assenti com a cabeça, sentindo-o beijar minha mão.
- Cada vez que eu os vejo, eles estão maiores, o tempo está passando rápido demais. – Suspirei.
- Sim, isso me assusta um pouco também. – Ele disse, afrouxando as mãos em meu corpo e virei para trás.
- O quê? – Perguntei, apoiando as mãos em seu peito.
- Essa provavelmente foi minha última Euro, null. – Ele disse. – É o fim da carreira chegando. – Dei um curto sorriso.
- É o fim da carreira, Gigi, não o fim da vida. – Segurei seu pescoço. – Eu sei que é difícil, 20 anos fazendo a mesma coisa, mas uma hora as coisas precisam mudar, a questão é: o que você vai fazer? – Perguntei e ele suspirou.
- Honestamente, eu não sei. Quando eu era pequeno, falava que se não fosse jogador, seria professor de educação física, agora eu não sei o que fazer depois...
- Treinador? Dirigente? – Perguntei, dando um beijo em seu queixo, sentindo a barba raspar meus lábios.
- Não sei. – Ele abaixou o olhar para mim. – Não gosto de pensar muito, honestamente.
- Nós temos tempo. – Disse baixo. – Você diz que acha que 2018 é o seu fim, talvez seja só outro começo. – Ele assentiu com a cabeça, colando seus lábios nos meus por alguns segundos, me fazendo sorrir.
- E você? – Ele perguntou, inclinando o corpo para frente e me segurando pelas pernas, me erguendo no ar e passei as pernas ao redor de seu corpo. – Você fala de mim, mas já são 15 anos de Juve, por sinal, ontem fez 15 anos que nos conhecemos... – Ri fracamente. – Tirando os anos que eu sei que você trabalhou em mercados... – Ele se aproximou da cama, inclinando o corpo e soltei minhas pernas, sentindo meu corpo cair no macio. – O que você quer fazer quando parar? – Suspirei.
- Acho que eu tenho mais dúvidas do que você... – Coloquei um braço atrás da cabeça, vendo-o se deitar ao meu lado. – São 15 anos de Juve, Gigi. – Suspirei. – Eu não acho que sei fazer mais nada... – Ele apoiou a cabeça no braço, ficando de lado na cama. – Mas também não tenho prazo de validade, Agnelli está indo bem, Pavel também, a equipe administrativa está sólida... – Suspirei, sentindo-o acariciar minha barriga. – Mesmo se mudar, eu sou contratada do time, só saio demitida ou se subir de cargo, mas não almejo nada disso... – Ri fracamente.
- Subir de cargo como? – Ele perguntou.
- Na minha atual posição, só virando presidente ou vice, mas para isso eu preciso ter ao menos sete por cento das ações do time, eu vou completar até o fim do ano, mas não é algo que eu almejo nenhum pouco. – Suspirei.
- Por que não? – Ele apoiou os lábios em minha bochecha.
- Ah, eu gosto da pouca atenção dada a mim, de alguns momentos ser “a mulher da Juventus”, mas viver no meu canto, sabe? Ser invisível... Além de que eu ainda quero ter uma família, quando isso acontecer, eu vou ter que escolher e a decisão é óbvia...
- A gente deveria ter uma família... – Ele disse e ergui o olhar para ele.
- Está na nossa realidade? – Perguntei baixo, erguendo a mão para seu rosto.
- Sim... – Ele disse, suspirando. – E é muito boa. – Sorri, jogando seus cabelos para trás.
- Eu acredito em nós, Gigi, só... – Suspirei. – Esquece, não tem mais o que possamos dizer sobre isso. – Ele suspirou.
- Não, null, só faltam ações mesmo. – Ele disse. – E isso é comigo. – Ele me apertou contra si. – E eu estou falando sério. – Contive uma bufada. – Você é a mulher da minha vida. Não tem nenhum “mas” com isso. É você e ponto. Eu só realmente preciso me ajeitar. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei. – Colei nossos lábios rapidamente.
- Vamos fazer o seguinte? – Ele disse, se sentando na cama. – Eu vou jantar, ficar com meus meninos, colocá-los na cama, depois eu volto aqui, pode ser? – Ri fracamente.
- Tudo bem. – Apoiei os antebraços na cama, erguendo um pouco o corpo. – Você pode trazer um lanchinho também... – Ele riu fracamente.
- Não acabou de jantar? – Ele perguntou, se levantando.
- Beh, eu mudei o horário de dormir dos seus filhos, esqueceu? – Falei e ele riu fracamente.
- È vero! – Ele sorriu. – Volto assim que der.
- Leva a chave. – Apontei para escrivaninha. – Se eu dormir...
- Ok... – Ele pegou a chave, guardando no bolso da sua calça. – Eu logo volto. – Ele disse, se inclinando e colando os lábios nos meus rapidamente. – Não durma.
- Não prometo nada, joguei vôlei e futebol, estou cansada! – Ele riu fracamente.
- Precisamos falar sobre isso depois também. – Ri fracamente. – Já volto.
- Vai lá! – Acenei com a mão e o vi sair do quarto, puxando a porta.
- Ai, null! O que está fazendo? – Perguntei baixo, tombando minha cabeça para trás, rindo sozinha.
Lui
Quatro de julho de 2016
Observei meus filhos dormindo na cama de casal e levei as mãos para os cabelos arrepiados de Lou. Desde que ele cortou o cabelo, parece que ele ficou mais velho e acho que eu estava me sentindo mais velho, o tempo estava passando rápido demais e isso me assustavam em vários aspectos da minha vida, mas acho que a parte pessoal era a pior. Eu, null, uma família...
Eu sei que esse é o sonho da vida dela e sei também que ela não vai me esperar para realizar esse sonho. Ela tem 35 anos ainda, é razoavelmente cedo, pensando na idade de Ilaria tendo o segundo filho com 42 anos, null adotaria, é um pouco mais fácil, mas eu vejo a null jogando bola com seus filhos... Nossos filhos, Ilaria não aguenta e não tem saco para nada, às vezes me pergunto se Leo realmente foi um acidente.
Ela pode não gostar, mas null gosta e ela merece adotar uma criança ou uma barriga de aluguel, não sei, e eu gostaria muito que fosse comigo. Acho que seria o ponto alto da minha vida: realizar esse sonho com ela. Namorá-la, casar com ela, dividir uma vida junto já vai me deixar feliz, mas imagina um filho nosso? Seria incrível.
Suspirei com esses pensamentos e passei a mão nos cabelos de David, dando um beijo em sua testa e inclinei o corpo para dar um beijo em Lou. Me levantei, ajeitando a coberta em cima deles e desliguei um abajur, deixando o outro aceso. Andei até o telefone e puxei-o, digitando o ramal da recepção.
- Sim? – Pia atendeu.
- Pia, Gigi aqui. – Falei baixo.
- Diga, Gigi. – Ela disse.
- Poderia enviar uma garrafa de champanhe, morangos e chocolate derretido para o quarto da null? – Pedi, coçando a nuca.
- Para null?
- É, eu perdi uma aposta. – Fingi qualquer besteira, rindo em seguida.
- Pode deixar, já vou mandar subir. – Ela disse.
- Grazie. – Falei, desligando o telefone.
Olhei meus meninos mais uma vez e sorri. Eu vou dar uma madrasta melhor para vocês, meninos, um dia eu vou! Peguei o celular, checando as mensagens e vi que Ilaria tinha respondido meu boa noite e desliguei o aparelho, guardando-o no bolso da calça. Peguei um moletom, vestindo-o e peguei a chave do meu quarto, colocando no bolso da frente, longe da chave de null.
Segui para fora do quarto e dei uma olhada em volta, ver se encontrava minhas irmãs ali e ouvi a voz de Guendy e fui seguindo até encontrá-la com Veronica na recepção, conversando com Pia.
- Ciao. – Falei, me aproximando.
- Oi, irmãozinho. – Veronica disse.
- E aí, gente? Tudo certo? – Perguntei.
- Já pedi para entregar o que o senhor pediu, Gigi. – Pia disse.
- Ah, grazie! – Sorri e minhas irmãs me olharam.
- O que você mandou enviar? – Guendy perguntou baixo, se aproximando de mim.
- Nada! Oh, espaço pessoal, por favor? – Perguntei quando elas se aproximaram bastante.
- O que está aprontando? – Veronica perguntou.
- Vocês ficam de olho nos meninos se eles acordarem? – Perguntei, dando alguns passos para trás.
- Gigi! – Guendy me repreendeu.
- Vocês não vão começar com isso agora, achei que apoiassem! – Falei, dando de ombros.
- Apoiamos em partes. O relacionamento sim, a traição não, ainda mais embaixo do nariz da sua mãe. – Veronica disse e bufei.
- Vocês me ajudam ou não? – Perguntei, suspirando. – Ao contrário do que vocês pensam, nós não temos muitos momentos juntos em Turim e eu realmente gostaria de aproveitar essa oportunidade para relaxar depois de uma competição estressante e antes de uma temporada complicada e com a Ilaria no meu pé até eu criar vergonha na cara e resolver isso... – Elas se entreolharam, suspirando.
- Ok, mas com uma condição. – Veronica se aproximou e eu revirei os olhos.
- Ah, qual? – Perguntei, afundando as mãos no bolso do casaco.
- Que quando vocês finalmente ficarem juntos, você vai ser a pessoa mais feliz do mundo, sem problemas, sem segundas opções... – Suspirei. – Porque você parece aquele jovem de 23 anos quando a viu naquela festa de Natal em 2000 e pouco. – Ri fracamente.
- É por isso que eu preciso disso, ragazze, eu fico muito mais relaxado com ela, tudo funciona, é natural, não tem pudor, não tem segredos, além de que cada momento junto é uma surpresa... – Suspirei e Guendy acariciou meu rosto.
- Ao menos isso me conforta. – Ela disse.
- O quê? – Perguntei.
- Saber que você a ama de verdade! – Ri fracamente. – Porque de todas as mulheres que eu vi contigo, é a primeira que te desconcerta assim.
- E eu errei justo com ela. – Suspirei. – Posso ir?
- Vai, estou me sentindo com 18 anos de novo, sendo coagida a não contar para mãe que fugiu de casa de novo! – Guendy disse e ri fracamente.
- Amo vocês! – Falei, dando um beijo na bochecha de cada uma delas e elas me empurraram.
- Ah, para! Chantagista! – Veronica disse e ri fracamente.
Segui em direção à escadaria e subi os degraus rapidamente, rezando para que ninguém saísse do quarto agora. Ok, era meu hotel, mas apesar de trabalharmos juntos, o mundo achava que mim e null tínhamos uma relação exclusivamente profissional. Tirei a chave do bolso, batendo no sensor e empurrei-a devagar, colocando a cabeça para dentro.
- Ciao... – Entrei devagar, vendo as coisas que eu pedi na cama e null se deliciando com um morango. – Ei, não me esperou! – Falei, fechando a porta e ela riu fracamente, escondendo a boca com a mão.
- Mesmo? Você me manda isso e acha que eu vou te esperar? – Ela disse, se sentando na cama e me aproximei dela.
- É para gente aproveitar juntos. – Tirei o moletom, jogando-o na poltrona e esvaziei os bolsos, colocando em cima do mesmo.
- Beh, eu talvez tenha comido uns quatro ou cinco... – Ela disse, sugando o polegar.
- Sobrou para mim? – Me aproximei da cama, vendo-a se aproximar da beirada.
- Alguns. – Ela disse, pegando um morango pelo cabinho e passando-o no chocolate derretido. – Vem cá... – Ela disse e inclinei meu corpo na cama, apoiando as mãos na mesma e ficando mais perto de seu rosto.
Ela trouxe o morango até meus lábios e mordi a fruta, sentindo o chocolate pingar no queixo. Ela passou o polegar em meu queixo, rindo fracamente e levou o restante da fruta até seus lábios, terminando de mordê-lo. Ela deixou o cabinho de volta na bandeja e lambeu os dedos, me deixando bastante excitado com isso.
- Gostando da vista? – Ela brincou, me puxando pela gola da blusa.
- Sempre. – Falei.
Ela passou os lábios em meu queixo, dando curtos beijos no mesmo e depois passou a língua no local e suguei sua língua para minha boca quando ela atingiu meus lábios. Debrucei meu corpo sobre o seu, deitando-a na cama e me colocando em cima dela. Ajeitei meu corpo em cima do seu, sentindo-a acariciar meu rosto e atrás da minha orelha.
- Hum... Isso é gostoso! – Ela falou, nos afastando devagar e passou a língua nos lábios, mordendo seu lábio inferior logo em seguida.
- É você! – Disse e ela riu fracamente.
- Bobo! – Ela sorriu, descendo as mãos para a lateral de meu corpo e apoiei os antebraços na cama, ao lado de seu rosto. – Mas isso está muito bom mesmo... – Rimos juntos.
- Quer mais? – Perguntei, roçando meus lábios em seu pescoço, sentindo-a arqueá-lo, jogando a cabeça para trás.
- Você atingiu meu ponto fraco. – Ela disse baixo e eu suguei a pele devagar, ouvindo-a soltar um gemido baixo.
- Morango? – Perguntei baixo e senti sua mão em meu peito.
- Doce! – Ela disse e ri, erguendo o rosto novamente.
- Manu te deixou assim, né?! – Falei e ela riu fracamente.
- E você está alimentando o monstrinho. – Ela disse, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Por que não tomamos um pouco de champanhe? – Perguntei baixo.
- Aí sim eu acabo com o morango. – Ela disse rindo.
- Posso pedir até mais se quiser. – Ela sorriu, acariciando meu rosto.
- Não faça isso ou eu só vou ficar comendo aqui. – Ela disse, me fazendo rir. – Você está confortável assim?
- Eu estou em cima de você, null, mais confortável impossível. – Ela sorriu.
- Deixa eu afastar a bandeja, aí você deita do meu lado. – Ela disse e empurrei a cama, me levantando novamente e, enquanto null ajeitava a bandeja mais para a beirada da cama, eu aproveitei para deixar meus tênis no chão.
Deitei meu corpo horizontalmente à cama, entre os travesseiros e null e segurei-a pela cintura. Ela roubou mais um morango com chocolate, dando uma mordida e deixando o cabinho na bandeja antes de girar o corpo em direção ao meu novamente.
- Eu vi isso! – Falei e ela riu, ainda mastigando o morango.
- Me deixa! – Ela falou, levando a mão à frente da boca.
- Deixo o quanto você quiser! – Dei um beijo em seu braço, sentindo-a colocar o braço em meu ombro.
- Quer mais? – Ela perguntou e levei meus lábios para seu pescoço, dando curtos beijos no mesmo e neguei com um barulho.
Ela suspirou, jogando o cabelo para trás e dei uma sugada no local quando tive mais espaço. Ela apertou meu ombro, deslizando a mão pelo meu braço e apertou meu antebraço, soltando um suspiro. Passei a língua pelo seu colo, subindo o rosto novamente e ela olhou em meus olhos, seus olhos escuros brilhando.
Ela me puxou pela gola da camiseta, colando nossos lábios novamente e passou uma perna em cima de meu corpo, pressionando seu corpo contra o meu. Apertei-a, segurando-a atrás de seu joelho, sentindo seu pé deslizar em minha perna. Ela mordeu meu lábio inferior, puxando-o levemente para si e passou a língua em meus lábios quando soltou-o.
- Ah, Gigi. – Ela suspirou, me abraçando e apoiou seu rosto em meu peito.
- Que foi, amore? – Perguntei baixo, passando um braço por baixo de sua cabeça e apertei o outro em sua cintura, espalmando suas costas.
- Eu me sinto muito bem aqui, sabe? – Ela disse baixo.
- Aqui? Em Forte? – Perguntei, colando meu corpo no seu.
- Nos seus braços... – Ela disse, se aconchegando em meu corpo e dei um beijo em sua cabeça.
- Minha linda! – Falei baixo, vendo-a sorrir.
- Amo quando me chama assim... – Ela falou baixo.
- É? – Falei baixo. – É tão bobo...
- Eu sei... – Ela riu fracamente, erguendo o olhar para mim. – Mas faz eu esquecer ao menos um pouco dos anos que o Domenico me chamava de “bella”. – Ela disse e eu fiz careta.
- Ah, aquele idiota, ele...
- Xi... – Ela pediu, colocando a mão em meus lábios. – Eu só citei, não é para trazer memórias...
- Olha! Te falar, que namorado coglione que você teve, hein?! – Rimos juntos.
- Ei, você ganha na lista de péssimas namoradas, vai! – Ela disse. – Tirando a Alena, todas que eu conheci foram ou são péssimas.
- Tendo alguém especial como você, precisa ter alguma compensação. – Falei e ela riu fracamente.
- Bobo! – Ela disse, colando os lábios nos meus novamente. – Sabe o que também me lembra o “bella”? – Ela perguntou, rindo fracamente em seguida.
- O quê? – Perguntei, acariciando atrás de sua coxa.
- “EI, BELLA”! – Ela falou mais alto, gargalhando em seguida.
- Ah, não! – Falei e ela jogou a cabeça para trás, gargalhando. – Ah, não! Isso me persegue para sempre.
- Aquela propaganda foi sensacional, Gigi! – Ela disse rindo.
- Horrível!
- Horrível, mas sen-sa-ci-o-nal! – Ela disse, gargalhando.
- Ah, Deus! – Senti meu rosto esquentar.
- De quando é aquilo? – Ela perguntou.
- 2002, 2003, sei lá! – Falei, rindo e ela passou a mão no rosto, secando as lágrimas.
- A gente tinha acabado de se conhecer, praticamente. Era da PUMA, não? – Ela perguntou.
- Era! – Neguei com a cabeça.
- Você continua usando coisas da PUMA, não? Por que parou com as propagandas? – Ela perguntou, passando a mão em meus cabelos.
- Quando a gente é novo e fecha contrato com uma empresa de material esportivo, a gente aceita os termos, né?! – Ri fracamente. – Me diga, por que vocês sempre escolhem o pessoal mais novo para fazer as propagandas dos patrocinadores?
- Porque você é um péssimo ator! – Ela disse e rimos juntos.
- Ok, doeu, mas vou aceitar! – Ela sorriu.
- Seu histórico é péssimo, Gigi. As das PUMA, então, Dio mio! – Sorri com sua risada.
- Beh, estou com eles faz bastante tempo, nem me convidam mais. – Falei rindo.
- Há quanto tempo? – Ela perguntou.
- Com a PUMA? Acho que desde 2002, foi na época da propaganda do “ei, bella”, do “my PUMAs”, a de nadar... – Ela sorriu, negando com a cabeça.
- Você tem um histórico enorme de propagandas, Subbuteo, PokerStars, FIAT...
- Kellogs, Pepsi...
- Pepsi... – Ela disse rindo. – A da água com gás, aquela eu gostava, apesar de ter a Alena, era engraçada.
- Ferrarele. – Falei.
- Isso! Tirando os documentários da RAI, Serie A, UEFA, entre outros... – Sorri.
- Mesmo com a gente separado, você acompanhou tudo. – Falei e ela abaixou o olhar para o meu novamente.
- Eu tento fugir de você, Gigi, mas eu ainda tenho televisão e você ainda é o jogador de futebol mais famoso da Itália. – Ela disse e franziu os olhos em seguida. – Dio mio, Gigi! É loucura quando eu falo isso. – Ela virou o corpo para o lado, ficando de barriga para cima.
- Por quê? – Inclinei meu corpo para o dela.
- Eu estou dormindo com o jogador de futebol mais famoso da Itália. – Ela disse e acariciei seu rosto. – Quando nos conhecemos, você não era nada disso.
- E nem você era top três do time... – Falei, suspirando.
- Muita coisa mudou, não? – Ela disse, apertando a mão em cima da minha em sua barriga.
- Bastante, mas ainda estamos aqui. – Falei baixo. – E isso é para sempre, null, não quero saber! – Ela riu fracamente.
- Ok, Gianluigi, está nas suas mãos, então... – Ela acariciou meu rosto. – Allora, sem falar disso. – Ela beijou meus lábios rapidamente.
- O que você quer falar? – Perguntei. – Você não parece estar com muito pique para ação hoje. – Ela riu fracamente.
- Eu estou cansada. – Ela suspirou. – Vôlei, piscina, depois um pouco de futebol... – Sorri.
- Fiquei interessado nisso, se quer saber. Em tudo. – Ela pressionou nossos lábios por alguns segundos.
- Eu ainda sou melhor no vôlei, ninguém me tira isso. – Sorri, apertando meu corpo contra o seu. – Mas não sou tão ruim no futebol...
- É o mínimo, pensando em tudo o que fez por esse time. – Ela negou com a cabeça.
- Assim, eu joguei com crianças de seis a 15 anos, além do Marco e do Stefano que estavam um em cada time auxiliando, mas eu acabei levando alguns gols para o Lou se divertir. – Sorri, pressionando meus lábios nos seus.
- O Lou te adora, null! Muito. – Ela sorriu, acariciando meu pescoço.
- Claro que adora, ele é um Buffon. – Ela mordeu meu lábio inferior, puxando-o para si e eu sorri.
- Não posso nem negar isso. – Falei, apertando-a pela cintura, vendo-a girar o corpo em direção ao meu. – Só espero que todos os Buffon te adorem. – Falei, roçando meus lábios nos seus.
- Está falando do Leo, não? – Ela perguntou, descendo a mão pelo meu braço.
- Sim, estou. – Procurei seus olhos. – Ei, olha para mim... – Segurei seu queixo, fazendo-a descer o olhar. – Tudo vai se ajeitar. – Ela suspirou. – Lembra com o Lou? Ele tinha seis meses, aqui nessa praia mesmo, ele foi para o seu colo e não te soltou mais. Na hora eu fiquei apavorado com tudo, mas olha como isso foi importante. – Ela suspirou.
- O problema é que ela sempre está perto, Gigi, e, apesar de tudo, ela tenta criar uma intimidade comigo que eu não quero ter, ela é imprensa, eu sou diretora do time, isso não combina. Além de que eu não gosto dela. A Alena era legal e era uma situação totalmente diferente. Você e eu estamos lutando por nós, quando era a Alena, nós éramos ex-namorados, só. – Sorri com o termo.
- Nunca fomos só ex-namorados, null, você sabe disso. – Ela riu fracamente, acariciando meu rosto.
- Eu sei. – Ela suspirou. – Mas naquela época a gente não sabia. – Sorri, assentindo com a cabeça e beijei sua mão.
- Prometo que tudo vai ficar bem. E eu falo sério, do meu coração, não é da boca para fora. – Ela assentiu com a cabeça. – Sem pressa, natural, igual foi com o Lou. – Falei.
- O Lou era mais fofo, tenho que dizer. – Ela disse e sorri, dando um beijo em sua bochecha. – Mas eu acredito no tempo, Gigi.
- É? – Perguntei.
- Uhum, porque quando eu comecei a gostar de você lá em 2001, e não sabia nada sobre você, você era só um cara com um cabelo horrível... – Ri fracamente, vendo-a se levantar na cama, passando uma perna pelo meu corpo, se sentando em meu quadril. – Aí eu fui paciente, insistente... – Ri fracamente. – Plantando, molhando sempre... – Ela inclinou o corpo sobre o meu, apoiando as mãos em meu peito. – Até chegar hoje e você está incrivelmente delicioso, Gigi. – Sorri, segurando suas pernas. – Quem espera sempre alcança...
- Preciso concordar sobre minhas péssimas escolhas de cabelo em alguns anos...
- E barba. – Ela disse.
- E barba! – Falei rindo. – Mas não posso nem falar o mesmo para ti, você era incrível desde o primeiro dia. – Disse, vendo-a jogar os cabelos para um lado. – Você tinha um jeito mais de menina, um tanto tímida, rabo de cavalo e tênis...
- Bem Manu...
- Exato! – Rimos juntos. – Mas os anos foram passando e você se transformou em uma mulher incrível. Linda, sexy, sensacional. – Ela sorriu, colando os lábios nos meus. – Além de tudo o que você é por dentro. – Falei, dando curtos beijos conforme falava. – Inteligente, poderosa, decidida...
- Às vezes até demais! – Ela brincou e sorri.
- Você é a mulher da minha vida, null. Sem tirar e nem pôr. – Ela sorriu.
- Eu tiraria um pouco do nosso drama, mas vou ficar quieta para não ficar chato. – Ela disse e gargalhei, virando o corpo para o lado, vendo-a cair nos travesseiros e almofadas e sua risada ecoou pelo quarto.
- Eu concordo nessa parte, mas aí não seria a gente, minha linda. – Falei, acariciando seu rosto.
- Estou empolgada em saber o fim disso. – Ela disse baixo.
- Não sei o caminho até lá... – Dei um beijo. – Mas sei que acaba com nós dois juntos. – Ela suspirou.
- É o que eu mais quero. – Ela disse, fechando os olhos.
- Eu também, amore. Eu também. – Dei um beijo em sua testa, abraçando-a fortemente. – null?
- Hum... – Ela fez um barulho com a boca.
- Você não me respondeu.
- O quê? – Ela perguntou baixo.
- Onde você quer que eu te leve quando ficarmos juntos? Qual vai ser nosso ponto? – Ela suspirou.
- Você vai ter que ser criativo, amore. – Ela me apertou. – Mas eu quero algo nosso. – Ela suspirou. – Só nosso.
- Escondidos em quartos de hotel. – Falei.
- Perfeito, se não fosse trágico. – Ela disse e ri fracamente.
- Amendoim? – Virei o rosto para Guendalina e peguei um punhado da vasilha.
- Grazie. – Sorri.
- Você parece calma, null! – Seu Adriano falou e eu ri fracamente.
- Eu só aprendi a evitar grandes expressões por causa das câmeras. – Falei e eles riram.
- Você deve estar muito nervosa. – Stefano, marido de Veronica, falou.
- Em quase toda competição, eles acabam em decisão por pênaltis, eu não acho justo. – Falei baixo, sentindo Lou se mexer em meu colo e virar para o outro lado.
- Mas tem vários jogadores seus aí, não? – Maria Stella perguntou.
- Sim, seis, pelo que eu contei. – Suspirei. – Gigi, Barza, Chiello, Leo, Sturaro e Zaza. Além do Obgonna e Giaccherini que já jogaram conosco. – Coloquei alguns amendoins na boca.
- E como você se sente vendo isso? – Veronica perguntou.
- Acho que sou só uma torcedora qualquer quando vejo jogos. – Ri fracamente. – Eu analiso os outros jogadores para ver se é interessante trazer alguém para o time, mas no geral eu só aproveito mesmo.
- Não cobra eles depois? – Veronica continuou.
- Não, não! Meu trabalho é na Juventus, na Nazionale eu deixo para eles. – Eles riram. – Mas eu acabo mandando mensagem de apoio para eles quando perdem ou se ganham, enfim...
- Para todos eles? – Guendalina perguntou sugestivamente e ri fracamente.
- É! Para todos eles! – Falei e ela riu fracamente. – Depende da situação...
- Scusa... – Virei o rosto para a mesa do lado, vendo um casal nos chamar.
- Sim... – Veronica falou.
- Você disse que trabalha na Juventus? – Ele perguntou para mim e sorri, assentindo com a cabeça.
- Sim, trabalho. – Falei.
- Sabia que você era familiar! É a diretora de contabilidade, não? – Ele disse.
- Sim, sou! – Assenti com a cabeça.
- Quem você vai trazer para compensar o Morata, hein?! – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Não posso adiantar negociações em andamento, scusa. – Falei e ele riu fracamente.
- Você não pode mesmo ou... – Guendalina perguntou.
- Eu não quero mesmo! – Falei baixo, ouvindo-os rirem.
- VAI COMEÇAR! – Marco, marido de Guendy gritou.
- Xi! – Pedi, vendo Lou dormindo em meu colo.
- Fala baixo, amore! – Guendy pediu e rimos juntos.
Itália e Alemanha jogavam para ir às semifinais do Campeonato Europeo. Após 90 minutos bem equilibrados, a Alemanha conseguiu fazer um gol, sem chances para Gigi defender. E depois, após um toque de mão, conseguimos um pênalti e Leo bateu muito bem. Quando o apito final foi soado, eles jogaram mais 30 minutos de prorrogação, mas nenhum dos dois times conseguiu mudar o placar e agora estávamos indo para os pênaltis.
Eu odiava pênaltis, parecia que tudo caía nas costas do Gigi no final. Ele é incrível, mas pênalti era muita sorte... Ou azar. De uma forma ou outra, não era culpa de Gigi se ele não pegasse, era mais culpa dos jogadores que acertavam ou erravam, só que a culpa sempre acaba em cima do goleiro e do capitano. Feliz ou infelizmente, Gigi era ambos hoje.
O goleiro da Alemanha era Neuer, um ótimo goleiro mais novo, mas que eu não achava que chegava aos pés de Gigi, mas ele estava fazendo um ótimo trabalho na Nazionale alemã e no Bayern, só esperava que não fizesse um grande trabalho hoje.
Eles começaram a defender e Insigne foi o primeiro a chutar. O baixinho era do Napoli, mas ele era muito bom, precisava assumir. Ele acertou o centro do gol e acertou. 1x0.
Kroos da Alemanha veio logo em seguida. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola subiu um pouco mais e entrou. 1x1.
Zaza foi o próximo a chutar. Ele fez tanta firula para chutar a bola que quando chutou, a bola subiu demais para a torcida. 1x1.
Müller da Alemanha chutou e fraco e... Gigi defendeu!
- ISSO! – Sua família comemorou e eu suspirei, deixando um sorriso se formar em meus lábios. 1x1.
Barza veio logo em seguida e pedi para que ele fizesse o mesmo que havia feito naquela semifinal da Coppa Italia. Ele chutou no centro do gol, igual em seu primeiro pênalti pela Juve e acertou. 1x2. Esse é meu Barzaglione! Manu deveria estar empolgada lá no Brasil!
Özil veio logo em seguida e por um minuto eu achei que Gigi havia defendido, mas não! Özil errou e a bola bateu na baliza. 1x2.
Pellè tomou seu lugar para enfrentar Neuer. Ele também acabou fazendo firula tanto quanto Zaza e a bola, ao invés de ser isolada, saiu devagar e ainda foi para fora. 1x2.
- Eu nunca vi batidas tão feias assim na minha vida. – Falei, suspirando.
Draxler veio contrário ao que eu tinha acabado de falar e converteu o dele quando Gigi foi para o lado errado. 2x2.
Leo, que já havia feito um pênalti no jogo, veio logo em seguida, ele tentou fazer sua paradinha e isso acabou dando tempo de Neuer pensar, fazendo ambos irem para o mesmo lado. 2x2.
Schweinsteiger, capitano da Alemanha, veio em seguida. Se ele fizesse, era deles, mas parece que até capitani estavam com o azar hoje. 2x2. A comemoração de Barza foi mais empolgante do que um gol em si.
Giaccherini, nosso ex-jogador e o Emanuele que eu confundia com a nossa Emanuelle, veio logo em seguida. Sem problemas e sem firulas, ele chutou e fez o gol. Barza continuava comemorando e surtando, isso dava empolgação para nós. 3x2.
Hummels veio logo em seguida, se ele errasse ou Gigi defendesse, fechava. Gigi foi para o mesmo lado da bola, mas ela foi mais rápida que ele, entrando. Gigi pareceu muito irritado com isso, mas não o julgo. 3x3.
- Ele está muito bravo. – Sua mãe disse e suspirei.
Parolo, pouco conhecido para mim da Lazio, veio e fez igual Emanuele, chutou e acertou! Simples e sem problemas! Um belo gol no centro do gol. 4x3.
Kimmich veio em seguida e tínhamos a mesma chance novamente, se errasse ou fosse defendido, era nosso, mas não. Ele até tentou fazer a paradinha, mas Gigi não conseguiu. 4x4.
Barza rodava o centro do campo quase como um assassino pronto para matar. Ele deveria estar muito irritado e era preciso bastante para fazer Barza estourar.
De Sciglio, o jovem do Milan que eu fiquei de olho durante a Coppa Italia, veio logo em seguida, ele chutou para cima, a bola bateu em cima, mas para dentro do gol, e entrou! Perfeito! 5x4. Estávamos a frente de novo.
Boateng veio em seguida. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola entrou. Gigi xingou até a terceira geração de Gerome, mas não tinha o que fazer agora. 5x5.
Darmian foi o próximo, ele chutou do lado direito, mas Neuer foi para o mesmo lado, defendendo. 5x5. Voltamos ao início novamente.
Era de Gigi ou de Hector. Ele e Gigi foram para o mesmo lado, mas a bola foi muito mais rápida, entrando. 6x5 e era isso. Estava acabado. Itália eliminada, Alemanha seguia para a semifinal.
O time alemão correu para comemorar, mas a imagem logo focou em Gigi. A feição desiludida, como se pudesse fazer alguma coisa para consertar isso, mas não. Provavelmente a última Euro de Gigi, talvez até de Barza, e fomos eliminados em uma amarga quartas de final. Dói e muito.
- Beh, é isso! – Seu Adriano falou, se levantando e sumiu para dentro do hotel novamente.
- É, acontece, não?! – Sua mãe falou, se levantando e suspirei.
Voltei meu olhar para a TV, vendo o foco em Gigi que saía do campo chorando e pressionei os lábios, suspirando. Ai, Gigi. Te ver chorando dói muito, não faz isso. Olhei para Lou dormindo calmamente em meu colo e ele parecia em outra realidade.
- Beh, gente! Eu vou dormir. – Falei, suspirando. – Está tarde.
- Deixa eu pegar o Louis. – Veronica disse.
- Pode deixar, eu o levo para o quarto. – Falei, levantando devagar.
- Consegue? – Marco perguntou.
- Não se preocupe! Já estou acostumada! – Falei, vendo-o assentir com a cabeça e peguei Lou, ajeitando o menino de oito anos e meio, pesado como um garoto de oito anos e meio e ele passou os braços em meu pescoço. – Buona notte, ragazzi!
- Eu vou contigo, coloco o David também! – Guendalina disse, pegando seu sobrinho que também dormia em seu colo.
- Pode ir na frente! – Indiquei e ela seguiu a frente.
Seguimos de volta para dentro do hotel. O hotel de Gigi e sua família era muito bom, quatro estrelas, confortabilíssimo, bem situado e muito bem-organizado, ele só era um tanto pequeno. Tinha cerca de 20 quartos, divididos em dois andares. Os familiares tinham mais alguns quartos nos fundos, dando cerca de 25 quartos. Lou e Dado estavam no que era reservado para família de Gigi. Mais um apartamento do que um quarto, por assim dizer.
- Eles ficam bem sozinhos? – Perguntei, dando um beijo na cabeça de Lou e puxei a coberta para cima dele.
- Minha mãe vem dormir aqui, deve estar só consolando meu pai. – Ela falou.
- Bom, eu vou subir, então. – Falei, cumprimentando-a rapidamente.
- Descansa, nos vemos amanhã! – Ela disse e me aproximei de dado para deixar um beijo em sua cabeça também.
- Vamos jogar vôlei? – Perguntei.
- Quero revanche! – Ela disse e rimos juntas.
- Buona notte.
- Buona notte, null! – Ela disse e eu suspirei.
Segui de volta para o lobby do hotel, subindo as escadas para o andar de cima e caminhei pelo corredor até o último quarto do mesmo. Fiquei grata por elas me darem um espaço mais escondido aqui. Coloquei minha chave na porta e entrei no mesmo, fechando-a logo em seguida.
Deixei meus chinelos próximo à porta e tirei o casaco fino que eu usava, deixando-o em cima da poltrona. Segui direto para o banheiro para tomar uma rápida ducha, ficar lá fora acabou trazendo um pouco de areia com o vento. Prendi o cabelo alto, evitando molhá-lo e não demorou muito para eu sair enrolada na toalha.
Coloquei meu pijama de short e regata junto de uma calcinha confortável e voltei para o banheiro somente para pendurar a toalha e escovar os dentes. Voltei para o quarto, pegando uma água no frigobar e a bebi quase inteira em um gole só. Me ajeitei na cama, encostando na cabeceira e liguei a TV, vendo que estava na hora das entrevistas na zona mista. Um Barza chorando, como eu não via há anos, falava com o jornalista que eu não conhecia.
- ...Fizemos tudo, mas só fica a derrota. De tudo o que fizemos de belo, nada vai ser lembrando porque... Scusa. – Ele disse, secando os olhos. – Daqui um tempo ninguém se lembrará de nós...
- Tem muito orgulho, Andrea?
- Sim, sim, tinha uma expectativa e... – Sua voz sumiu e pressionei os lábios, negando com a cabeça.
- Agora vamos para Giancarlo Luca que está com o capitano e portierie, Gigi Buffon. – O repórter falou, mudando a imagem para Gigi com a mesma feição de Barza.
- ...Ficará uma grande Nazionale?
- Sim, foi... – Ele suspirou, passando a mão nos cabelos e pressionei os lábios, levando a mão ao peito. – Foi um soco importante... – Sua voz sumiu. – Porque nós fizemos o máximo que podíamos fazer e... E era o suficiente... – Ele levou as mãos aos olhos. – Quando existem valores, quando tem uma organização de jogo e acaba sendo impossível... – Ele disse, fazendo sua voz sumir.
- E o que Conte disse?
- Ele nos cumprimentou, estava orgulhoso de ter treinado um grupo de homens como nós e fino alla fine, despejamos até a última gota de suor, de conseguir ânimo para tentar conquistar esse sonho...
- Grazie, Gigi! – Ele disse e engoli em seco.
- Ah, meu amor! – Suspirei, apertando a mão no peito, sentindo a blusa repuxar nos ombros e pescoço e soltei-a devagar.
Acho que Conte havia realmente saído da Nazionale. A FIGC disse no começo do ano que ele sairia logo depois, com esse resultado, imagino que agora mesmo ele seria demitido. Mas havia sido uma grande campanha. Ganharam dois de três jogos na fase de grupos, derrotaram a Espanha e seguraram a Alemanha até os pênaltis. Eles não tinham culpa de nada.
Peguei o celular jogado na cama e procurei pela conversa com Gigi. Não conversávamos desde o dia em que levamos Manu para a estação de trem. Ele me perguntava se eu estava pronta e eu respondi com um simples sim. Estralei os dedos e me coloquei a digitar.
“Nem sempre é fácil, mas eu estou aqui para sempre! Vocês fizeram um incrível trabalho. Fique bem, ok?! Dê um beijo em todo mundo. Continuarei aqui torcendo por vocês”.
Enviei e me levantei para ir ao banheiro fazer um último xixi antes de dormir. Voltei para a cama, tirando as cobertas e entrando embaixo do lençol e tirei alguns travesseiros de minha cabeça, colocando no espaço livre ao meu lado na cama de casal e peguei o celular novamente, vendo minha conversa com Gigi abrir quando desbloqueei-o e tinha uma resposta.
“Grazie, null, por tudo. Agora dói um pouco, mas tudo vai ficar bem. Logo a temporada começa e nos encontraremos de novo”. – Suspirei, escrevendo novamente.
“Aproveite suas férias, nos encontramos em agosto. Um beijo, dorme bem”. – A resposta veio logo em seguida.
“Você também, minha linda.”
Suspirei, pensando se tinha algo mais para escrever, mas deixei o celular bloquear em minha mão novamente e deixei-o na cabeceira. Bebi mais um gole da minha água e virei meu corpo na cama. Bati a mão na luz, abracei o travesseiro e suspirei, fechando os olhos, esperando que o sono viesse rápido.
- Aqui, cara, fica com o troco! – Falei, estendendo a nota para o motorista.
- Ah, grazie, signor Buffon. – Ele disse. – Sinto muito pela competição.
- Faz parte, obrigado! – Disse, pegando minha mala. – Bom trabalho.
- Grazie! – Ele disse e ajeitei a mochila nas costas e deslizei as rodas da mala até a entrada do hotel meu e das minhas irmãs, um de nossos vários empreendimentos.
- Gigi! Que surpresa.
- Ciao, Enzo, tudo bem? – Cumprimentei o recepcionista e trocamos um rápido abraço.
- Tudo bem e com o senhor? Se eu puder perguntar. – Ri fracamente.
- Beh, não dá para ficar chorando para sempre. – Falei e ele riu, assentindo com a cabeça.
- Menos mal, senhor. – Ele disse. – Vai ficar conosco ou só veio de passagem?
- Não, vou ficar uns dias, poderia levar minhas coisas para meu apartamento? – Deixei a mochila em cima do balcão.
- Claro! Vou pedir para o pessoal dar uma geral também, seus meninos fizeram uma bagunça mais cedo...
- Ah, o que eles aprontaram? – Perguntei rindo fracamente.
- Ah, teve uma chuva forte mais cedo, talvez esteja cheirando um pouco cachorro molhado. – Neguei com a cabeça.
- Ah, meninos! – Suspirei. – Onde eles estão, falando nisso?
- Eles estavam lá no fundo, no campinho. – Ele disse.
- Ok, grazie. – Dei dois toques no balcão da recepção.
Segui pelo corredor em direção ao restaurante, acenando com a cabeça quando encontrava algum hóspede e tirei os óculos de sol, colocando-o na gola da camiseta que eu usava. Passei pelas portas que dava para área da piscina. Do lado direito ficava a piscina em cima, do lado esquerdo diversas mesas e um pouco mais à esquerda tinha um campo de futebol que foi uma exigência minha, mas que as crianças também adoravam. Encontrei minhas irmãs e minha mãe em uma das mesas e me aproximei delas.
- Buona sera! – Me aproximei delas, vendo as três virarem o rosto.
- GIGI?! – Elas gritaram animadas.
- Ciao, ragazze! – Falei, sorrindo.
- O que está fazendo aqui? – Guendy perguntou, se levantando.
- Ah, a Ilaria vai ficar até o resto da competição em Milão, não estou a fim de ficar lá, precisava espairecer, aí vim para cá, tomar um sol, relaxar... – Disse, dando de ombros.
- Por que você não avisou? – Guendy me abraçou.
- Ah, nem lembrei. Cheguei em Florença, nos ajeitamos, aí eu peguei o trem para cá. – Abracei-a fortemente.
- Você deveria ter ligado, Gigi, nós... – Veronica veio logo em seguida.
- O quê? Estamos lotados? – Perguntei, abraçando-a.
- Sim, também, mas nós... – Franzi a testa.
- Era bom você ter avisado, querido! – Minha mãe disse, me cumprimentando também.
- Por quê? O que aconteceu? – Me afastei um passo para trás e as três se entreolharam.
- É que...
- Beh, nós... – Elas se entreolharam.
- Nossa, gente! Parece que alguém morreu! – Falei. – A eliminação foi um desastre, mas não é a primeira vez que eu passo por isso. – Estiquei a mão para a tábua de frios e peguei um pedaço de parmesão, colocando-o na boca.
- Vocês não vão conseguir esconder um do outro, e eu nem permito que a expulsem daqui, é melhor falar logo. – Minha mãe disse, abanando a mão e eu franzi a testa.
- O que está acontecendo? – Perguntei.
- Ah, Gigi, é só que... – Veronica disse. – Ai, conta você! – Ela disse e ouvi alguns gritos vindo do campo.
- Nós não achávamos que viesse e ela pediu umas férias calmas... – Guendy disse.
- Ela quem? De quem vocês estão falando? – Perguntei, franzindo a testa.
- Beh... – Guendy suspirou. – Ah, olha ali! – Ela indicou a mão para o campo e me aproximei do mesmo, olhando por entre as grades.
Encontrei meus dois meninos mais velhos com facilidade, depois encontrei meus sobrinhos, meus cunhados, até que eu encontrei a única mulher ali no meio. null estava no lugar do goleiro, com um largo sorriso no rosto. Ela usava um biquini azul marinho e seus cabelos claros estavam soltos e molhados. Para melhorar minha visão, ela estava com as pernas sujas de lama e alguns respingos estavam em todo seu corpo, principalmente em sua barriga e no decote de seus seios.
Eu estava surpreso com o que ela está fazendo aqui, mas a recepção não podia ser melhor. Ela ria de alguns tropeços e deslizes no gramado molhado e deslizava ou caía também quando alguém tentava fazer gol nela, mas acabava todos caindo.
- Devagar, Lou! – Ela disse rindo, se levantando e pegando a bola, deixando a visão da parte de baixo do biquini entrando em sua bunda melhor ainda.
Senti meu pênis apertar entre minhas pernas e isso não podia acontecer assim! É isso? Agora mesmo? A gente não transava fazia uns seis meses, mas não vai inventar de me deixar ereto agora, vai? A visão era perfeita! Era uma obra de arte, mas não na frente da minha mãe e das minhas irmãs.
- Scusi... – Veronica disse ao meu lado e coloquei as mãos em frente ao corpo, caso isso ficasse pior que devesse.
- O que ela está fazendo aqui? – Perguntei, suspirando.
- Quando abrimos, eu enviei convite para ela, ela nunca retornou, aí na festa do campeonato ela falou que gostaria de vir, aproveitar que você estava na competição e relaxar. Ela precisava esquecer aquela amiga de vocês que foi embora e realmente descansar, aí ela veio... – Guendy disse e suspirei.
- Há quanto tempo ela está aqui? – Perguntei.
- Uns 10 dias. – Ela respondeu.
- E por que ninguém me falou? – Perguntei firme, virando o rosto para ela. – É a null, cazzo!
- Ela não queria estresse, Gigi. E você aqui, implica em Ilaria também e... Beh, ela só quer relaxar e se divertir. – Veronica disse, suspirando. – E ela está conseguindo fazer isso, apesar que seus filhos não a largam um minuto e ela dá atenção para eles... – Suspirei.
- Cara, não custava me falar, a surpresa é ótima, mas...
- GOL! – Ouvi a voz de Dado e virei o rosto, vendo ele correndo em direção à null e ela gargalhou, abraçando-o fortemente e tirando meu mais novo do chão.
- Ela é ótima... – Suspirei.
- Se eu te pedir para ir embora, você vai? – Veronica perguntou.
- É claro que não. – Falei rindo. – Agora sim que minhas férias ficaram boas.
- Olha o que você vai fazer! – Guendy me puxou pela manga da camiseta. – Seus filhos e sua mãe estão aqui... – Repuxei a blusa.
- Vocês sempre me disseram para relaxar... – Dei de ombros. – Eu vou relaxar.
- Ah, Gigi. – Elas bufaram. – A responsabilidade é sua, ok?!
- Ok, fim de jogo! – Stefano gritou.
- Vamos de novo? – Lou perguntou.
- Ah, eu preciso respirar, amor. Quanto tempo foi? – null perguntou.
- Uma hora! – Marco disse.
- Ah, vamos jogar vôlei, acaba mais rápido. – Ela disse rindo.
- Claro! Você dá um banho na gente! – Stefano disse e null gargalhou.
- Meu saque continua o mesmo, só isso! – null disse rindo.
- Vamos dar um tempo, depois a gente arranja alguém para entrar no seu lugar! – Marco disse.
- PAPAI! – Dado falou e os olhares se viraram para mim.
- Ciao, ragazzi! – Falei e notei o olhar surpreso de null para mim.
- Sinto muito, papai! – Lou disse e me abaixei quando ambos vieram em minha direção.
- Você foi demais! – Dado disse e eles me abraçaram.
- Ah, a roupa! – Minha mãe reclamou e tinha sido tarde demais.
- Saudades, papai! – Lou disse.
- Saudades também, meus meninos! – Falei, dando um beijo em cada um. – Se divertindo?
- SIM! – Eles disseram animados.
- Estamos jogando futebol com a null! – Lou disse animado, apontando para onde null estava e a vi embaixo da ducha.
- Ela é melhor no vôlei, mas ela brinca com a gente! – Dado disse.
- Ah é?! – Tentei parecer interessado, mas null embaixo da ducha parecia a coisa mais interessante de todas.
- É!
Ela entrou de cabeça e tudo embaixo da água e a lama foi deslizando de seu corpo, deixando mais evidente seu tom de pele. Ela passou as mãos em seus longos cabelos e depois desceu pelo seu corpo. Passou as mãos em seus seios, afastando o biquini do corpo um pouco para que a água atingisse sua pele. Depois fez o mesmo com a parte de baixo de forma bem mais discreta.
Ela virou de costas para mim e equilibrou o corpo em uma perna de cada vez quando ergue-as rapidamente para passar as mãos pelas mesmas. Mordi meu lábio inferior, sentindo meu pênis insistindo em dar sinais de vida e pensei se seria tão ruim eu beijá-la aqui mesmo na frente da minha família e dos meus filhos. Para não dizer outra coisa.
- Aqui, querida! – Minha mãe esticou uma toalha para ela e ela pegou a toalha.
- Grazie. – Ela disse, ainda com os pés na parte gramada. – Gigi! – Ela disse.
- Ei, null. – Falei, ainda um tanto embasbacado, observando-a pressionar os cabelos com a toalha.
- Não sabia que você viria. – Ela disse.
- null, me desculpe, nós... – Veronica falou e null esticou a mão para ela.
- Não se preocupe! Relaxem! – null disse rindo. – Acontece. – Ela voltou o olhar para mim, passando a toalha pelo corpo, enquanto eu descia o olhar nada discreto pelo seu corpo. – Como você está, Gigi?
- Oi? – Ergui o olhar para ela de novo.
- Como você está? Com a competição? – Ela perguntou, colocando a toalha ao redor de sua cintura e ainda vi alguns pingos de água deslizarem pela sua barriga.
- Ah, tudo bem... – Suspirei. – Acontece.
- Você parecia bem mal no vídeo... – Ela disse.
- Eu estava. – Suspirei. – Mas não tem nada que possamos fazer, acontece. – Dei de ombros e ela assentiu com a cabeça.
- E os meninos? Tudo bem? Nunca tinha visto o Barza daquela forma. – Ela disse e eu suspirei.
- Nada que algumas férias não resolvam. – Falei e ela confirmou com a cabeça, calçando seus chinelos e subindo no degrau.
- Beh, você sabe que estou sempre aqui por vocês, não? – Ela disse, dando um curto beijo em meus lábios, apoiando a mão em meu braço e suspirei.
- Sim, eu sei... – Falei, apoiando a mão levemente na lateral de seu corpo.
- Beh, se me dão licença, eu vou tomar um banho! – Ela disse, apertando meu braço levemente e seguiu para dentro. Virei meu corpo em direção a ela, dando alguns passos e senti alguém me puxar pela gola da camiseta.
- Ai! – Reclamei, virando de frente.
- Ela vai para o banho e você vai brincar com seus filhos! – Minha mãe falou firme.
- Mas eu acabei de chegar! – Falei, passando a mão no pescoço.
- Se você não pode se divertir com seus filhos, você não pode se divertir com ela! – Minha mãe disse e vi Veronica e Guendy sorrindo, então revirei os olhos.
- Vamos, Gigi! Um jogo para animar as crianças! – Stefano passou de volta para o campo.
- Vai lá! – Minha mãe disse e eu suspirei.
- Ah, deixa eu ao menos trocar de roupa. – Bufei.
- Eu vou contigo, para ter certeza de que vai para o lugar certo. – Minha mãe disse.
- Mãe! Fala sério! Eu não tenho mais 10 anos. – Disse e ela apoiou a mão em minhas costas, me guiando para dentro.
- Não mesmo, mas às vezes a mentalidade parece. – Ela disse e eu suspirei ao entrar de volta no lobby e não ter sinal nenhum de null. Cazzo!
- Eu vou sentir muito sua falta, Pado. – Suspirei.
- Eu também, chefa! Agradeço por tudo, ok?! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Sinto não poder estar aí para me despedir, mas nos veremos em breve no jogo. – Ele riu fracamente pelo telefone.
- Com toda certeza! – Sorri. – Deixei uma blusa assinada na sua mesa. – Ri fracamente.
- Agradeço muito. – Falei, dando mais uma garfada na pizza em meu prato. – Vou cuidar bem dela, logo mais envio os documentos, tudo bem?
- Claro! Grazie! Um grande beijo! – Ele disse.
- Para você também, beijos. – Respondi, antes de desligar o telefone.
Deixei o celular em cima da mesa e mastiguei devagar os últimos pedaços da pizza individual. Passei o guardanapo delicadamente na boca e virei o último dedo de vinho em minha taça. Limpei a boca mais uma vez e coloquei o guardanapo de pano em cima da mesa. Me levantei, pegando meu celular, colocando-o no bolso e peguei meu prato.
- Pode deixar, signora. – O garçom chegou antes em mim e entreguei a ele.
- Grazie! Estava uma delícia! – Falei e ele sorriu, assentindo com a cabeça.
- Se tiver algo mais que possamos fazer por você...
- Muito obrigada! – Sorri e ele assentiu com a cabeça.
Ajeitei o nó do casaco na cintura e dei uma olhada rapidamente na área da piscina, sentindo o vento no rosto e suspirei. Eu precisava finalizar umas coisas ainda. Segui para dentro e suspirei quando encontrei os Buffon, incluindo Gigi, vindo em peso, provavelmente para o restaurante.
- null! – Sua mãe falou antes.
- Ciao, ragazzi... – Acenei, apoiando as mãos na lateral do corpo.
- Já jantou? – Gigi perguntou.
- Sim, já, eu tenho uns contratos para revisar... – Mexi a mão automaticamente. – Se importa se eu usar a impressora novamente, Guendy? – Perguntei para mais velha.
- Não, claro que não! Fique à vontade. – Ela disse.
- Grazie. Buona notte, ragazzi! – Falei, acenando.
- Já vai dormir, null? – Lou perguntou, com um fofo biquinho no rosto.
- Eu tenho que trabalhar um pouquinho, amore. – Me abaixei para falar na sua altura. – A gente brinca mais amanhã, pode ser?
- Tá, né?! – Ele disse e eu sorri, dando um beijo em sua testa.
- Ciao. – Acenei, vendo o olhar de Gigi sobre mim e segui em direção à recepção.
- Buona sera, Pia. – Falei, apoiando no balcão.
- Buona sera, null. – Sorri.
- A Guendy me deixou usar a impressora rapidinho...
- Claro! Pode entrar lá! – Ele disse.
- Grazie. – Sorri e segui pela lateral do balcão, empurrando a porta e encontrando a sala do administrativo vazia.
Segui até a mesa, ligando a impressora que estava desligada e chequei se tinha papel dentro. Peguei meu celular, abrindo o e-mail e procurei o e-mail que Sara havia me enviado. Procurei a conexão bluetooth da impressora e coloquei para imprimir, esperando as quatro folhas saírem. Quando terminou, peguei uma caneta no porta-lápis e rubriquei todas as folhas antes de assinar na última página ao lado da assinatura de Padoin e seu agente.
- Ciao! – Me assustei, virando para trás, vendo Gigi fechando a porta.
- Ah, cazzo! Não faz mais isso! – Falei, devolvendo o papel no scanner.
- Scusi! – Ele disse rindo. – O que está fazendo? – Procurei novamente a impressora, agora tentando encontrar o scanner e ativei quando consegui.
- Tivemos encerramento de contrato, estou adiantando, a Sara vai entrar de férias, não quero passar coisa em andamento para outra pessoa. – Troquei as folhas, repetindo o processo.
- Quem está saindo? – Ele perguntou, se sentando na cadeira em frente à mesa.
- Padoin. – Suspirei.
- Conseguiram? – Ele perguntou, erguendo o olhar para mim.
- Como assim? – Troquei as folhas.
- Ah, o Pado acabou sendo menos usado desde que o Allegri chegou. – Ele disse. – Ele queria ver de terminar contrato ou ir para outro time...
- É, o Cagliari o quis. Não é perfeito, mas é o que eu consegui fazer agora... – Suspirei.
- Mais alguém saiu? – Finalizei de scanear a última folha e salvei o arquivo no celular.
- Morata não te falou nada na Euro? – Perguntei.
- Morata saiu? – Ele se ajeitou na cadeira, visivelmente surpreso.
- Saiu... – Bufei baixo, coçando a testa. – Real Madrid o comprou de volta. Tentei segurar, mas eles ofereceram um salário muito maior, não consegui. – Neguei com a cabeça.
- Que merda! – Ele falou e eu assenti com a cabeça.
- Pois é! Não consigo nem pensar como o Dybala vai ficar com isso... – Guardei o celular no bolso novamente e juntei as folhas.
- Ele vai ficar arrasado. Primeiro Manu, agora Morata? Cazz...
- Você não está ajudando, Gigi... – Grampeei as folhas, suspirando.
- Scusi! – Ele disse e segui de volta para a porta, abrindo-a novamente. – Mais alguém saiu? – Ele perguntou, vindo atrás de mim e revirei os olhos.
- Por enquanto, Cáceres e Rubinho.
- Pô, vou sentir falta do Martin. – Ele disse.
- Eu também, mas ele quis sair, agora o Rubinho foi interesse nosso. – Segui para frente. – Grazie!
- Prego, null! – Pia acenou e segui pelo lobby.
- Achei que o time não faria grandes modificações esse ano. – Ouvi sua voz atrás de mim.
- Se dependesse de mim, só faria compras esse ano, mas os jogadores têm propostas e precisamos colocar na balança... – Dei de ombros.
- Trouxemos alguém de interessante? – Ele perguntou e comecei a subir os degraus para o andar de cima.
- Por enquanto o Pjanic da Roma por 32 milhões e o Dani Alves do Barcelona veio de graça...
- Dani Alves? Mesmo? – Ele perguntou surpreso. – Ele está no Barcelona há anos, não?
- Sim, oito anos, mas não se empolgue tanto, ele fez uma piadinha sem graça que fez com que o time quisesse se livrar dele. – Segui no andar de cima. – Além de que ele não parece nada feliz em estar conosco, então é mais meio para fim. – Dei de ombros, pegando a chave em meu bolso e coloquei na porta, abrindo-a em seguida.
- É uma adição boa. – Ele disse e nem me dei ao trabalho de fechar a porta, pois ele já estava atrás de mim.
- Não, mas ele precisa encontrar motivação, ou não vai ser bom para nenhum dos lados. – Segui até a mesa, colocando o contrato na minha pasta que estava ali.
- Temos tempo. – Ele disse.
- Sim, temos. – Suspirei, pegando o celular novamente e redigi o e-mail padrão para o agente de Padoin e anexei o arquivo, esperando enviar.
- E você? – Gigi perguntou e virei o olhar para ele que estava sentado na beirada da cama.
- Eu o quê? – Perguntei, deixando o celular na mesa e tirei o casaco da cintura, deixando-o na poltrona.
- Mesmo? – Ele perguntou e eu franzi o olhar. – Você está no meu hotel, null! – Ele disse bravo.
- Ótimo, por sinal. – Falei, seguindo até o banheiro.
- Ah, qual é, null! – Ele disse, apoiando no batente e peguei minha escova e pasta de dente, colocando um pouco e molhei por alguns segundos antes de colocar na boca. – Você poderia ter me dito, é um prazer para minha família te receber.
- Eu sei... – Falei, parando de escovar por alguns segundos, voltando logo em seguida.
- Então, o quê? Qual o problema? – Ele perguntou e suspirei. – Eu? Você não queria me encontrar.
- O problema nunca foi você. – Falei com a voz já afetada pela boca cheia de pasta. – Você sabe disso.
- Então, o quê? Porque é um tanto irreal, ótimo, mas irreal, pensar em você no hotel da minha família e eu nem saber disso. Ok, a Veronica e a Guendy gerenciam isso, mas mesmo assim. – Ele disse e suspirei.
- Eu não te confei... – Suspirei, cuspindo a pasta na pia. – Eu não te contei, porque imaginei que você não estaria aqui sozinho. – Apontei para ele com a escova, antes de colocá-la na boca de novo. – Eu encaro você, sua família e dois dos seus filhos muito bem, mas sua namoradinha... – Revirei os olhos, voltando a me encarar no espelho.
- Ela não vem aqui, null.
- Eu sei que vem, Gigi! Eu recebo notificações de vocês até nas férias. – Falei. – Eu sei muito bem quem está fazendo o que nas férias e com quem. – Bufei, cuspindo a pasta na pia novamente. – Com todo dinheiro que você tem, não tem outro lugar que você gostaria de passar as férias, não? É sempre aqui? – Franzi a testa. – É lindo e muito aconchegante, mas um tanto batido, não? Além dos passeios de iate, Dio mio, que coisa mais brega! – Falei, rindo fracamente e abaixei o rosto para bocejar com água algumas vezes.
- Eu posso te levar para andar de iate por aí e... – Ele disse e ri fracamente.
- Não, Gigi. Grazie. Não foi um pedido, foi uma constatação, você é muito clichê quando se diz em passeios com suas namoradas. – Ri fracamente, pegando a toalha e passei na boca.
- Onde você quer que eu te leve quando a gente namorar? – Ergui o olhar para ele, rindo fracamente.
- Ah, Gigi, era só o que me faltava mesmo. – Sequei a escova e coloquei-a em minha necessaire novamente e pendurei a toalha. - “Quando a gente namorar?” – Perguntei, rindo fracamente. – Você quer dizer “se a gente namorar, não?”
- Ah, null, a gente já conversou...
- E eu não vou voltar isso novamente, mas não fique fazendo conjeturas. – Passei debaixo de seu braço para sair do banheiro. – Não ajuda em nada.
- Não é você que fala para gente viver na nossa realidade alternativa? – Ele me abraçou pela cintura e eu ri fracamente.
- E é isso que você vai fazer ao invés de ficar com seus filhos? – Ele afastou uma mão, checando o relógio. – Beh, já passa das oito, eles já precisam ir para cama. – Gargalhei.
- Ah, sinto muito, acho que eu estraguei seus filhos, então. – Falei rindo.
- Por quê? – Ele perguntou, apoiando o queixo em meu pescoço.
- O horário mais cedo que eles dormiram foi dez horas. – Falei, fazendo uma careta. – E eles comeram muita besteira. Muita mesmo! – Ele riu fracamente.
- Alena vai querer te matar. – Ele disse e ri fracamente.
- Quanto tempo eles vão ficar aqui? – Perguntei.
- Até dia 15, depois a gente troca. – Ele disse.
- Ah, tem uns 10 dias ainda. – Suspirei. – Uma pena você estar na competição.
- Sim, mas é uma decisão antiga já... – Ele disse, acariciando minha barriga. – Enfim, acontece...
- Sim. – Virei o rosto para o lado, levando uma mão até a lateral de seu rosto. – Aproveita com eles, sério! Imagino que as coisas estejam meio bagunçadas...
- Um pouco, mas eu vou me ajeitando... – Assenti com a cabeça, sentindo-o beijar minha mão.
- Cada vez que eu os vejo, eles estão maiores, o tempo está passando rápido demais. – Suspirei.
- Sim, isso me assusta um pouco também. – Ele disse, afrouxando as mãos em meu corpo e virei para trás.
- O quê? – Perguntei, apoiando as mãos em seu peito.
- Essa provavelmente foi minha última Euro, null. – Ele disse. – É o fim da carreira chegando. – Dei um curto sorriso.
- É o fim da carreira, Gigi, não o fim da vida. – Segurei seu pescoço. – Eu sei que é difícil, 20 anos fazendo a mesma coisa, mas uma hora as coisas precisam mudar, a questão é: o que você vai fazer? – Perguntei e ele suspirou.
- Honestamente, eu não sei. Quando eu era pequeno, falava que se não fosse jogador, seria professor de educação física, agora eu não sei o que fazer depois...
- Treinador? Dirigente? – Perguntei, dando um beijo em seu queixo, sentindo a barba raspar meus lábios.
- Não sei. – Ele abaixou o olhar para mim. – Não gosto de pensar muito, honestamente.
- Nós temos tempo. – Disse baixo. – Você diz que acha que 2018 é o seu fim, talvez seja só outro começo. – Ele assentiu com a cabeça, colando seus lábios nos meus por alguns segundos, me fazendo sorrir.
- E você? – Ele perguntou, inclinando o corpo para frente e me segurando pelas pernas, me erguendo no ar e passei as pernas ao redor de seu corpo. – Você fala de mim, mas já são 15 anos de Juve, por sinal, ontem fez 15 anos que nos conhecemos... – Ri fracamente. – Tirando os anos que eu sei que você trabalhou em mercados... – Ele se aproximou da cama, inclinando o corpo e soltei minhas pernas, sentindo meu corpo cair no macio. – O que você quer fazer quando parar? – Suspirei.
- Acho que eu tenho mais dúvidas do que você... – Coloquei um braço atrás da cabeça, vendo-o se deitar ao meu lado. – São 15 anos de Juve, Gigi. – Suspirei. – Eu não acho que sei fazer mais nada... – Ele apoiou a cabeça no braço, ficando de lado na cama. – Mas também não tenho prazo de validade, Agnelli está indo bem, Pavel também, a equipe administrativa está sólida... – Suspirei, sentindo-o acariciar minha barriga. – Mesmo se mudar, eu sou contratada do time, só saio demitida ou se subir de cargo, mas não almejo nada disso... – Ri fracamente.
- Subir de cargo como? – Ele perguntou.
- Na minha atual posição, só virando presidente ou vice, mas para isso eu preciso ter ao menos sete por cento das ações do time, eu vou completar até o fim do ano, mas não é algo que eu almejo nenhum pouco. – Suspirei.
- Por que não? – Ele apoiou os lábios em minha bochecha.
- Ah, eu gosto da pouca atenção dada a mim, de alguns momentos ser “a mulher da Juventus”, mas viver no meu canto, sabe? Ser invisível... Além de que eu ainda quero ter uma família, quando isso acontecer, eu vou ter que escolher e a decisão é óbvia...
- A gente deveria ter uma família... – Ele disse e ergui o olhar para ele.
- Está na nossa realidade? – Perguntei baixo, erguendo a mão para seu rosto.
- Sim... – Ele disse, suspirando. – E é muito boa. – Sorri, jogando seus cabelos para trás.
- Eu acredito em nós, Gigi, só... – Suspirei. – Esquece, não tem mais o que possamos dizer sobre isso. – Ele suspirou.
- Não, null, só faltam ações mesmo. – Ele disse. – E isso é comigo. – Ele me apertou contra si. – E eu estou falando sério. – Contive uma bufada. – Você é a mulher da minha vida. Não tem nenhum “mas” com isso. É você e ponto. Eu só realmente preciso me ajeitar. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei. – Colei nossos lábios rapidamente.
- Vamos fazer o seguinte? – Ele disse, se sentando na cama. – Eu vou jantar, ficar com meus meninos, colocá-los na cama, depois eu volto aqui, pode ser? – Ri fracamente.
- Tudo bem. – Apoiei os antebraços na cama, erguendo um pouco o corpo. – Você pode trazer um lanchinho também... – Ele riu fracamente.
- Não acabou de jantar? – Ele perguntou, se levantando.
- Beh, eu mudei o horário de dormir dos seus filhos, esqueceu? – Falei e ele riu fracamente.
- È vero! – Ele sorriu. – Volto assim que der.
- Leva a chave. – Apontei para escrivaninha. – Se eu dormir...
- Ok... – Ele pegou a chave, guardando no bolso da sua calça. – Eu logo volto. – Ele disse, se inclinando e colando os lábios nos meus rapidamente. – Não durma.
- Não prometo nada, joguei vôlei e futebol, estou cansada! – Ele riu fracamente.
- Precisamos falar sobre isso depois também. – Ri fracamente. – Já volto.
- Vai lá! – Acenei com a mão e o vi sair do quarto, puxando a porta.
- Ai, null! O que está fazendo? – Perguntei baixo, tombando minha cabeça para trás, rindo sozinha.
Observei meus filhos dormindo na cama de casal e levei as mãos para os cabelos arrepiados de Lou. Desde que ele cortou o cabelo, parece que ele ficou mais velho e acho que eu estava me sentindo mais velho, o tempo estava passando rápido demais e isso me assustavam em vários aspectos da minha vida, mas acho que a parte pessoal era a pior. Eu, null, uma família...
Eu sei que esse é o sonho da vida dela e sei também que ela não vai me esperar para realizar esse sonho. Ela tem 35 anos ainda, é razoavelmente cedo, pensando na idade de Ilaria tendo o segundo filho com 42 anos, null adotaria, é um pouco mais fácil, mas eu vejo a null jogando bola com seus filhos... Nossos filhos, Ilaria não aguenta e não tem saco para nada, às vezes me pergunto se Leo realmente foi um acidente.
Ela pode não gostar, mas null gosta e ela merece adotar uma criança ou uma barriga de aluguel, não sei, e eu gostaria muito que fosse comigo. Acho que seria o ponto alto da minha vida: realizar esse sonho com ela. Namorá-la, casar com ela, dividir uma vida junto já vai me deixar feliz, mas imagina um filho nosso? Seria incrível.
Suspirei com esses pensamentos e passei a mão nos cabelos de David, dando um beijo em sua testa e inclinei o corpo para dar um beijo em Lou. Me levantei, ajeitando a coberta em cima deles e desliguei um abajur, deixando o outro aceso. Andei até o telefone e puxei-o, digitando o ramal da recepção.
- Sim? – Pia atendeu.
- Pia, Gigi aqui. – Falei baixo.
- Diga, Gigi. – Ela disse.
- Poderia enviar uma garrafa de champanhe, morangos e chocolate derretido para o quarto da null? – Pedi, coçando a nuca.
- Para null?
- É, eu perdi uma aposta. – Fingi qualquer besteira, rindo em seguida.
- Pode deixar, já vou mandar subir. – Ela disse.
- Grazie. – Falei, desligando o telefone.
Olhei meus meninos mais uma vez e sorri. Eu vou dar uma madrasta melhor para vocês, meninos, um dia eu vou! Peguei o celular, checando as mensagens e vi que Ilaria tinha respondido meu boa noite e desliguei o aparelho, guardando-o no bolso da calça. Peguei um moletom, vestindo-o e peguei a chave do meu quarto, colocando no bolso da frente, longe da chave de null.
Segui para fora do quarto e dei uma olhada em volta, ver se encontrava minhas irmãs ali e ouvi a voz de Guendy e fui seguindo até encontrá-la com Veronica na recepção, conversando com Pia.
- Ciao. – Falei, me aproximando.
- Oi, irmãozinho. – Veronica disse.
- E aí, gente? Tudo certo? – Perguntei.
- Já pedi para entregar o que o senhor pediu, Gigi. – Pia disse.
- Ah, grazie! – Sorri e minhas irmãs me olharam.
- O que você mandou enviar? – Guendy perguntou baixo, se aproximando de mim.
- Nada! Oh, espaço pessoal, por favor? – Perguntei quando elas se aproximaram bastante.
- O que está aprontando? – Veronica perguntou.
- Vocês ficam de olho nos meninos se eles acordarem? – Perguntei, dando alguns passos para trás.
- Gigi! – Guendy me repreendeu.
- Vocês não vão começar com isso agora, achei que apoiassem! – Falei, dando de ombros.
- Apoiamos em partes. O relacionamento sim, a traição não, ainda mais embaixo do nariz da sua mãe. – Veronica disse e bufei.
- Vocês me ajudam ou não? – Perguntei, suspirando. – Ao contrário do que vocês pensam, nós não temos muitos momentos juntos em Turim e eu realmente gostaria de aproveitar essa oportunidade para relaxar depois de uma competição estressante e antes de uma temporada complicada e com a Ilaria no meu pé até eu criar vergonha na cara e resolver isso... – Elas se entreolharam, suspirando.
- Ok, mas com uma condição. – Veronica se aproximou e eu revirei os olhos.
- Ah, qual? – Perguntei, afundando as mãos no bolso do casaco.
- Que quando vocês finalmente ficarem juntos, você vai ser a pessoa mais feliz do mundo, sem problemas, sem segundas opções... – Suspirei. – Porque você parece aquele jovem de 23 anos quando a viu naquela festa de Natal em 2000 e pouco. – Ri fracamente.
- É por isso que eu preciso disso, ragazze, eu fico muito mais relaxado com ela, tudo funciona, é natural, não tem pudor, não tem segredos, além de que cada momento junto é uma surpresa... – Suspirei e Guendy acariciou meu rosto.
- Ao menos isso me conforta. – Ela disse.
- O quê? – Perguntei.
- Saber que você a ama de verdade! – Ri fracamente. – Porque de todas as mulheres que eu vi contigo, é a primeira que te desconcerta assim.
- E eu errei justo com ela. – Suspirei. – Posso ir?
- Vai, estou me sentindo com 18 anos de novo, sendo coagida a não contar para mãe que fugiu de casa de novo! – Guendy disse e ri fracamente.
- Amo vocês! – Falei, dando um beijo na bochecha de cada uma delas e elas me empurraram.
- Ah, para! Chantagista! – Veronica disse e ri fracamente.
Segui em direção à escadaria e subi os degraus rapidamente, rezando para que ninguém saísse do quarto agora. Ok, era meu hotel, mas apesar de trabalharmos juntos, o mundo achava que mim e null tínhamos uma relação exclusivamente profissional. Tirei a chave do bolso, batendo no sensor e empurrei-a devagar, colocando a cabeça para dentro.
- Ciao... – Entrei devagar, vendo as coisas que eu pedi na cama e null se deliciando com um morango. – Ei, não me esperou! – Falei, fechando a porta e ela riu fracamente, escondendo a boca com a mão.
- Mesmo? Você me manda isso e acha que eu vou te esperar? – Ela disse, se sentando na cama e me aproximei dela.
- É para gente aproveitar juntos. – Tirei o moletom, jogando-o na poltrona e esvaziei os bolsos, colocando em cima do mesmo.
- Beh, eu talvez tenha comido uns quatro ou cinco... – Ela disse, sugando o polegar.
- Sobrou para mim? – Me aproximei da cama, vendo-a se aproximar da beirada.
- Alguns. – Ela disse, pegando um morango pelo cabinho e passando-o no chocolate derretido. – Vem cá... – Ela disse e inclinei meu corpo na cama, apoiando as mãos na mesma e ficando mais perto de seu rosto.
Ela trouxe o morango até meus lábios e mordi a fruta, sentindo o chocolate pingar no queixo. Ela passou o polegar em meu queixo, rindo fracamente e levou o restante da fruta até seus lábios, terminando de mordê-lo. Ela deixou o cabinho de volta na bandeja e lambeu os dedos, me deixando bastante excitado com isso.
- Gostando da vista? – Ela brincou, me puxando pela gola da blusa.
- Sempre. – Falei.
Ela passou os lábios em meu queixo, dando curtos beijos no mesmo e depois passou a língua no local e suguei sua língua para minha boca quando ela atingiu meus lábios. Debrucei meu corpo sobre o seu, deitando-a na cama e me colocando em cima dela. Ajeitei meu corpo em cima do seu, sentindo-a acariciar meu rosto e atrás da minha orelha.
- Hum... Isso é gostoso! – Ela falou, nos afastando devagar e passou a língua nos lábios, mordendo seu lábio inferior logo em seguida.
- É você! – Disse e ela riu fracamente.
- Bobo! – Ela sorriu, descendo as mãos para a lateral de meu corpo e apoiei os antebraços na cama, ao lado de seu rosto. – Mas isso está muito bom mesmo... – Rimos juntos.
- Quer mais? – Perguntei, roçando meus lábios em seu pescoço, sentindo-a arqueá-lo, jogando a cabeça para trás.
- Você atingiu meu ponto fraco. – Ela disse baixo e eu suguei a pele devagar, ouvindo-a soltar um gemido baixo.
- Morango? – Perguntei baixo e senti sua mão em meu peito.
- Doce! – Ela disse e ri, erguendo o rosto novamente.
- Manu te deixou assim, né?! – Falei e ela riu fracamente.
- E você está alimentando o monstrinho. – Ela disse, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Por que não tomamos um pouco de champanhe? – Perguntei baixo.
- Aí sim eu acabo com o morango. – Ela disse rindo.
- Posso pedir até mais se quiser. – Ela sorriu, acariciando meu rosto.
- Não faça isso ou eu só vou ficar comendo aqui. – Ela disse, me fazendo rir. – Você está confortável assim?
- Eu estou em cima de você, null, mais confortável impossível. – Ela sorriu.
- Deixa eu afastar a bandeja, aí você deita do meu lado. – Ela disse e empurrei a cama, me levantando novamente e, enquanto null ajeitava a bandeja mais para a beirada da cama, eu aproveitei para deixar meus tênis no chão.
Deitei meu corpo horizontalmente à cama, entre os travesseiros e null e segurei-a pela cintura. Ela roubou mais um morango com chocolate, dando uma mordida e deixando o cabinho na bandeja antes de girar o corpo em direção ao meu novamente.
- Eu vi isso! – Falei e ela riu, ainda mastigando o morango.
- Me deixa! – Ela falou, levando a mão à frente da boca.
- Deixo o quanto você quiser! – Dei um beijo em seu braço, sentindo-a colocar o braço em meu ombro.
- Quer mais? – Ela perguntou e levei meus lábios para seu pescoço, dando curtos beijos no mesmo e neguei com um barulho.
Ela suspirou, jogando o cabelo para trás e dei uma sugada no local quando tive mais espaço. Ela apertou meu ombro, deslizando a mão pelo meu braço e apertou meu antebraço, soltando um suspiro. Passei a língua pelo seu colo, subindo o rosto novamente e ela olhou em meus olhos, seus olhos escuros brilhando.
Ela me puxou pela gola da camiseta, colando nossos lábios novamente e passou uma perna em cima de meu corpo, pressionando seu corpo contra o meu. Apertei-a, segurando-a atrás de seu joelho, sentindo seu pé deslizar em minha perna. Ela mordeu meu lábio inferior, puxando-o levemente para si e passou a língua em meus lábios quando soltou-o.
- Ah, Gigi. – Ela suspirou, me abraçando e apoiou seu rosto em meu peito.
- Que foi, amore? – Perguntei baixo, passando um braço por baixo de sua cabeça e apertei o outro em sua cintura, espalmando suas costas.
- Eu me sinto muito bem aqui, sabe? – Ela disse baixo.
- Aqui? Em Forte? – Perguntei, colando meu corpo no seu.
- Nos seus braços... – Ela disse, se aconchegando em meu corpo e dei um beijo em sua cabeça.
- Minha linda! – Falei baixo, vendo-a sorrir.
- Amo quando me chama assim... – Ela falou baixo.
- É? – Falei baixo. – É tão bobo...
- Eu sei... – Ela riu fracamente, erguendo o olhar para mim. – Mas faz eu esquecer ao menos um pouco dos anos que o Domenico me chamava de “bella”. – Ela disse e eu fiz careta.
- Ah, aquele idiota, ele...
- Xi... – Ela pediu, colocando a mão em meus lábios. – Eu só citei, não é para trazer memórias...
- Olha! Te falar, que namorado coglione que você teve, hein?! – Rimos juntos.
- Ei, você ganha na lista de péssimas namoradas, vai! – Ela disse. – Tirando a Alena, todas que eu conheci foram ou são péssimas.
- Tendo alguém especial como você, precisa ter alguma compensação. – Falei e ela riu fracamente.
- Bobo! – Ela disse, colando os lábios nos meus novamente. – Sabe o que também me lembra o “bella”? – Ela perguntou, rindo fracamente em seguida.
- O quê? – Perguntei, acariciando atrás de sua coxa.
- “EI, BELLA”! – Ela falou mais alto, gargalhando em seguida.
- Ah, não! – Falei e ela jogou a cabeça para trás, gargalhando. – Ah, não! Isso me persegue para sempre.
- Aquela propaganda foi sensacional, Gigi! – Ela disse rindo.
- Horrível!
- Horrível, mas sen-sa-ci-o-nal! – Ela disse, gargalhando.
- Ah, Deus! – Senti meu rosto esquentar.
- De quando é aquilo? – Ela perguntou.
- 2002, 2003, sei lá! – Falei, rindo e ela passou a mão no rosto, secando as lágrimas.
- A gente tinha acabado de se conhecer, praticamente. Era da PUMA, não? – Ela perguntou.
- Era! – Neguei com a cabeça.
- Você continua usando coisas da PUMA, não? Por que parou com as propagandas? – Ela perguntou, passando a mão em meus cabelos.
- Quando a gente é novo e fecha contrato com uma empresa de material esportivo, a gente aceita os termos, né?! – Ri fracamente. – Me diga, por que vocês sempre escolhem o pessoal mais novo para fazer as propagandas dos patrocinadores?
- Porque você é um péssimo ator! – Ela disse e rimos juntos.
- Ok, doeu, mas vou aceitar! – Ela sorriu.
- Seu histórico é péssimo, Gigi. As das PUMA, então, Dio mio! – Sorri com sua risada.
- Beh, estou com eles faz bastante tempo, nem me convidam mais. – Falei rindo.
- Há quanto tempo? – Ela perguntou.
- Com a PUMA? Acho que desde 2002, foi na época da propaganda do “ei, bella”, do “my PUMAs”, a de nadar... – Ela sorriu, negando com a cabeça.
- Você tem um histórico enorme de propagandas, Subbuteo, PokerStars, FIAT...
- Kellogs, Pepsi...
- Pepsi... – Ela disse rindo. – A da água com gás, aquela eu gostava, apesar de ter a Alena, era engraçada.
- Ferrarele. – Falei.
- Isso! Tirando os documentários da RAI, Serie A, UEFA, entre outros... – Sorri.
- Mesmo com a gente separado, você acompanhou tudo. – Falei e ela abaixou o olhar para o meu novamente.
- Eu tento fugir de você, Gigi, mas eu ainda tenho televisão e você ainda é o jogador de futebol mais famoso da Itália. – Ela disse e franziu os olhos em seguida. – Dio mio, Gigi! É loucura quando eu falo isso. – Ela virou o corpo para o lado, ficando de barriga para cima.
- Por quê? – Inclinei meu corpo para o dela.
- Eu estou dormindo com o jogador de futebol mais famoso da Itália. – Ela disse e acariciei seu rosto. – Quando nos conhecemos, você não era nada disso.
- E nem você era top três do time... – Falei, suspirando.
- Muita coisa mudou, não? – Ela disse, apertando a mão em cima da minha em sua barriga.
- Bastante, mas ainda estamos aqui. – Falei baixo. – E isso é para sempre, null, não quero saber! – Ela riu fracamente.
- Ok, Gianluigi, está nas suas mãos, então... – Ela acariciou meu rosto. – Allora, sem falar disso. – Ela beijou meus lábios rapidamente.
- O que você quer falar? – Perguntei. – Você não parece estar com muito pique para ação hoje. – Ela riu fracamente.
- Eu estou cansada. – Ela suspirou. – Vôlei, piscina, depois um pouco de futebol... – Sorri.
- Fiquei interessado nisso, se quer saber. Em tudo. – Ela pressionou nossos lábios por alguns segundos.
- Eu ainda sou melhor no vôlei, ninguém me tira isso. – Sorri, apertando meu corpo contra o seu. – Mas não sou tão ruim no futebol...
- É o mínimo, pensando em tudo o que fez por esse time. – Ela negou com a cabeça.
- Assim, eu joguei com crianças de seis a 15 anos, além do Marco e do Stefano que estavam um em cada time auxiliando, mas eu acabei levando alguns gols para o Lou se divertir. – Sorri, pressionando meus lábios nos seus.
- O Lou te adora, null! Muito. – Ela sorriu, acariciando meu pescoço.
- Claro que adora, ele é um Buffon. – Ela mordeu meu lábio inferior, puxando-o para si e eu sorri.
- Não posso nem negar isso. – Falei, apertando-a pela cintura, vendo-a girar o corpo em direção ao meu. – Só espero que todos os Buffon te adorem. – Falei, roçando meus lábios nos seus.
- Está falando do Leo, não? – Ela perguntou, descendo a mão pelo meu braço.
- Sim, estou. – Procurei seus olhos. – Ei, olha para mim... – Segurei seu queixo, fazendo-a descer o olhar. – Tudo vai se ajeitar. – Ela suspirou. – Lembra com o Lou? Ele tinha seis meses, aqui nessa praia mesmo, ele foi para o seu colo e não te soltou mais. Na hora eu fiquei apavorado com tudo, mas olha como isso foi importante. – Ela suspirou.
- O problema é que ela sempre está perto, Gigi, e, apesar de tudo, ela tenta criar uma intimidade comigo que eu não quero ter, ela é imprensa, eu sou diretora do time, isso não combina. Além de que eu não gosto dela. A Alena era legal e era uma situação totalmente diferente. Você e eu estamos lutando por nós, quando era a Alena, nós éramos ex-namorados, só. – Sorri com o termo.
- Nunca fomos só ex-namorados, null, você sabe disso. – Ela riu fracamente, acariciando meu rosto.
- Eu sei. – Ela suspirou. – Mas naquela época a gente não sabia. – Sorri, assentindo com a cabeça e beijei sua mão.
- Prometo que tudo vai ficar bem. E eu falo sério, do meu coração, não é da boca para fora. – Ela assentiu com a cabeça. – Sem pressa, natural, igual foi com o Lou. – Falei.
- O Lou era mais fofo, tenho que dizer. – Ela disse e sorri, dando um beijo em sua bochecha. – Mas eu acredito no tempo, Gigi.
- É? – Perguntei.
- Uhum, porque quando eu comecei a gostar de você lá em 2001, e não sabia nada sobre você, você era só um cara com um cabelo horrível... – Ri fracamente, vendo-a se levantar na cama, passando uma perna pelo meu corpo, se sentando em meu quadril. – Aí eu fui paciente, insistente... – Ri fracamente. – Plantando, molhando sempre... – Ela inclinou o corpo sobre o meu, apoiando as mãos em meu peito. – Até chegar hoje e você está incrivelmente delicioso, Gigi. – Sorri, segurando suas pernas. – Quem espera sempre alcança...
- Preciso concordar sobre minhas péssimas escolhas de cabelo em alguns anos...
- E barba. – Ela disse.
- E barba! – Falei rindo. – Mas não posso nem falar o mesmo para ti, você era incrível desde o primeiro dia. – Disse, vendo-a jogar os cabelos para um lado. – Você tinha um jeito mais de menina, um tanto tímida, rabo de cavalo e tênis...
- Bem Manu...
- Exato! – Rimos juntos. – Mas os anos foram passando e você se transformou em uma mulher incrível. Linda, sexy, sensacional. – Ela sorriu, colando os lábios nos meus. – Além de tudo o que você é por dentro. – Falei, dando curtos beijos conforme falava. – Inteligente, poderosa, decidida...
- Às vezes até demais! – Ela brincou e sorri.
- Você é a mulher da minha vida, null. Sem tirar e nem pôr. – Ela sorriu.
- Eu tiraria um pouco do nosso drama, mas vou ficar quieta para não ficar chato. – Ela disse e gargalhei, virando o corpo para o lado, vendo-a cair nos travesseiros e almofadas e sua risada ecoou pelo quarto.
- Eu concordo nessa parte, mas aí não seria a gente, minha linda. – Falei, acariciando seu rosto.
- Estou empolgada em saber o fim disso. – Ela disse baixo.
- Não sei o caminho até lá... – Dei um beijo. – Mas sei que acaba com nós dois juntos. – Ela suspirou.
- É o que eu mais quero. – Ela disse, fechando os olhos.
- Eu também, amore. Eu também. – Dei um beijo em sua testa, abraçando-a fortemente. – null?
- Hum... – Ela fez um barulho com a boca.
- Você não me respondeu.
- O quê? – Ela perguntou baixo.
- Onde você quer que eu te leve quando ficarmos juntos? Qual vai ser nosso ponto? – Ela suspirou.
- Você vai ter que ser criativo, amore. – Ela me apertou. – Mas eu quero algo nosso. – Ela suspirou. – Só nosso.
- Escondidos em quartos de hotel. – Falei.
- Perfeito, se não fosse trágico. – Ela disse e ri fracamente.
Capitolo setantacinque
Movimentei o pescoço ao senti-lo arrepiar e continuei sentindo os arrepios em meu pescoço e descendo pela lateral do meu corpo, causando cócegas e mexi meu corpo, virando na cama, ficando de barriga para cima.
- Ei, vamos acordar. – Ri fracamente, ouvindo a voz de Gigi e ele beijou minha bochecha.
- Ain, Gigi! – Falei manhosa, procurando a coberta com a mão e ele passou a mão em minha barriga.
- Vamos, null. Acorde. Já passa das 10. – Ele disse, distribuindo beijos em meu pescoço e pressionei os olhos, abrindo-os devagar em seguida, vendo a imagem ainda um tanto embaçada de Gigi aparecer em meu olhar. – Buongiorno.
- Buongiorno. – Falei com a voz ainda mais fina e ele colou os lábios nos meus. – Não! Eu ainda não escovei os dentes. – Reclamei, subindo a coberta até a boca e ele riu fracamente, se mexendo e fazendo o colchão se mexer um pouco.
- Relaxa, eu sei muito bem onde essa boca estava antes de dormir. – Ele disse, me fazendo rir e estiquei o corpo, me espreguiçando.
- Você não deveria ficar aqui sempre. – Falei, estalando os dedos das mãos e ouvindo os pés e joelhos estalarem também. – Seus filhos vão começar a suspeitar. – Virei para ele, vendo-o sentado ao meu lado somente de calção de banho. – Já está pronto para piscina de novo?
- Já! – Ele disse rindo. – Você que está dormindo demais. – Ele deslizou o corpo na cama, apoiando a cabeça na mão. – Eu acordei umas cinco horas, desci para o meu quarto, esperei os meninos me acordarem, arrumei-os, desci, tomei café com eles, deixei-os na piscina e decidi vir atrás de você, comecei a achar que tinha entrado em coma.
- Ah, a gente dormiu tarde ontem, amore. – Falei rindo, abraçando a ponta do travesseiro. – Uma hora eu canso, ok?! – Ele riu fracamente e senti um beijo em meu rosto.
- Eu sei! Não dormia bem assim faz... – Ele parou para pensar. – Quando foi a última vez que transamos?
- Antes de ontem. – Falei, sentindo-o acariciar minha barriga.
- Antes de antes de ontem? – Ele perguntou e ri fracamente, abrindo os olhos novamente, vendo seus olhos azuis próximo dos meus.
- Não lembro. – Falei, levando a mão para seu rosto, acariciando sua barba. – Natal?
- Ah, não, aquele dia eu fiquei com um belo de um torcicolo! – Rimos juntos.
- Nós não somos pequenos, amore. Um metro e 92, e um metro e 80... Feliz é quando meus pés não caem para fora nos quartos de hotel. – Falei.
- Investimento especial, né?! – Ele disse rindo. – Para ajudar, você ainda dorme super lá baixo. – Ele disse e eu sorri, passando as mãos em seus cabelos.
- E você muito lá em cima. – Disse.
- Amore, eu sempre fico com os pés para fora. – Ele disse e rimos juntos.
- Ah, eu preciso levantar, tomar um banho, acho que eu já perdi o café... – Apoiei os antebraços na cama.
- Quer que eu peça alguma coisa para ti? – Ele perguntou e virei as pernas para fora da cama, esticando as mãos novamente.
- Não precisamos esfregar tão na cara do seu staff o seu caso, não acha? – Falei, dando a volta na cama e seguindo para o banheiro.
- Eles são bem discretos, mas acho que alguma suspeita existe, null! – Segui para o banheiro. – Mesmo fora do quarto, nós sempre estamos juntos e você está sempre com a minha família.
- Eu sou sua chefe, Gigi! E te conheço há 15 anos. Acho até natural! – Fechei a porta, sentando no vaso sanitário.
- Beh, nunca meu agente veio discutir sobre nosso nome na imprensa. – Ouvi sua voz mais próxima à porta. – Acho que tivemos a capacidade de esconder isso muito bem.
- Confesso que nunca me interessei muito nisso, a Angela sempre me informa se meu nome está na mídia, mas nunca linkado a você. – Falei, terminando de fazer xixi e me limpei, me levantando novamente.
- Isso é bom, não?! – Ele disse e dei a descarga.
- Eu acho ótimo, me mantenho em silêncio e fora da opinião pública. – Peguei a escova de dente, colocando pasta e colocando na boca. – Você viu o que aconteceu contigo e com a Alena, não? Imagina o que aconteceria conosco? Comigo principalmente. – Comecei a escovar os dentes.
- A gente vai precisar fazer algo quando tudo se ajeitar. – Suspirei.
- Se isso se ajeitar. – Falei.
- Quando tudo se ajeitar, null! – Ele disse firme e sorri, olhando meu reflexo no espelho.
- Ok, quando isso se ajeitar, a gente pensa. Sei que não vai acontecer da noite para o dia. – Falei a última parte baixo, sentindo minha voz afetar pela escova na boca.
Terminei de escovar os dentes, guardando a escova e a pasta de volta no lugar e joguei água no rosto. Passei as mãos nos cabelos, jogando-os para trás e virei para o chuveiro, ligando as manoplas, equilibrando a temperatura da água.
- null? – Ouvi a voz de Gigi.
- O quê? – Perguntei.
- Você não vai para o banho sozinha, vai? – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Por quê? – Perguntei e ele abriu a porta.
- Você não teria coragem de fazer isso comigo aqui... – Ri fracamente.
- Sexo matinal? – Perguntei, entrando no box.
- Ah, precisamos nos alongar um pouco, né?! – Ele tirou os shorts, mostrando a sunga por baixo e neguei com a cabeça, entrando embaixo da água. – Duas crianças querendo jogar futebol, vôlei e sei lá mais o que... – Ele disse rindo.
- Ah, claro! Com toda certeza. – Ele tirou a cueca, deixando ambos na cama e entrou no box, fechando-o logo em seguida. – E você vai aparecer com os cabelos molhados de novo? – Ele se aproximou de mim.
- Está calor, não acha? – Ele passou os braços pela minha cintura, entrando embaixo da água comigo.
- Agora vai ficar... – Falei baixo, desviando meu rosto da água e ele colou os lábios nos meus.
Levei uma mão para seus cabelos e outra para seu peito, ele apertou minha bunda, me puxando contra si. Entreabri os lábios, sentindo a água me afogar um pouco e ele subiu uma mão para meu queixo, me puxando um pouco para frente, fugindo do jato de cima.
Sua língua encontrou a minha, tornando o beijo cada vez mais intenso e rápido. Passei a mão pelo seu peitoral, sentindo os pelos no local e mordi seu lábio inferior, separando nossas bocas rapidamente. Podia não gostar de Ilaria, mas adorava ver Gigi mais ao natural do que aquele peito sem pelo da época de Alena.
Afastei nossas bocas devagar, deslizando os beijos pelo seu pescoço, passando a ponta dos dedos por uma trilha invisível a seguir em seu peito e desci os lábios até lá. Passei as mãos pela sua cintura, encontrando suas costas e apertei sua bunda, sentindo-o me puxar contra mim e deixar beijos em meu rosto.
Subi meu rosto para o seu, vendo-o segurar meu rosto com a mão e colei nossos lábios novamente, sentindo-o sugar minha língua para si. Soltei um curto gemido ao sentir seu pênis pressionando em meu corpo e afastei nossos rostos devagar, olhando entre nós. Gigi soltou uma risada fraca e subi minhas mãos para seu pênis, ouvindo-o arfar com o toque. Deslizei a mão pela sua extensão inteira, começando a estimulá-lo e levei meu olhar ao seu, vendo-o com os lábios mordicados.
Colei nossos lábios por alguns segundos e desci meu corpo, ficando de cócoras. Sua mão foi direto para minha cabeça, segurando meus cabelos molhados e passei a língua na cabeça de seu pênis, ouvindo curtos gemidos escaparem de seus lábios, enquanto a mão continuava trabalhando na extensão e em suas bolas.
Ele tombou o corpo para trás, escorando na parede e uma mão segurou meus cabelos em um rabo de cavalo enquanto a outra foi para o box, fazendo o vidro sacudir no suporte. Abocanhei seu pênis, sentindo seu corpo relaxar com o feito e sua respiração sobressaiu à queda da água. Comecei sugando somente a cabeça, até deslizar mais fundo, abocanhando o máximo que eu conseguia.
- Ah, null...
Sua voz me fazia ter vontade de seguir mais fundo, mas só queria estimulá-lo, não fazê-lo gozar. Soltei seu pênis, levando as mãos para suas coxas e apertei-as fortemente. Ele começou a movimentar o quadril em direção aos meus lábios, penetrando minha boca devagar e entreabri a boca, sentindo seu pênis deslizar pela minha língua.
- Ah, isso é incrível. – Ele arfou, relaxando o corpo.
Segurei seu pênis novamente, silenciosamente pedindo para ele desacelerar os movimentos e afastei meus lábios, erguendo os olhos para ele, vendo-o mordendo os lábios fortemente. Segurei a base de seu pênis, dando uma lambida na extensão e suguei a ponta, ouvindo-o gemer entre uma arfada e outra.
Estiquei meu corpo novamente, empinando meu bumbum, sentindo a água deslizar pelo meu corpo e me levantei, sentindo Gigi passar a mão em minhas costas. Ele segurou meu queixo, colando os lábios nos meus e apertei seus ombros, colando meu corpo no dele, roçando seu pênis devagar.
- Onde você guarda as camisinhas mesmo? – Ele perguntou baixo e me afastei dele devagar.
Abri o box, fuçando em minha necessaire e tirei um pacote, abrindo-a e joguei a embalagem na pia, antes de voltar para dentro do box. Aproximei meu corpo do dele, sentindo-o sugar meus lábios em um beijo e trocamos curtos selinhos antes de eu prestar atenção no que estava fazendo. Deslizei a camisinha pelo seu pênis devagar, ouvindo-o suspirar, dando beijos em meu rosto e ergui meu olhar para o dele quando finalizei.
- Vem cá... – Puxei-o pelos ombros, sentindo-o passar as mãos em minhas costas, deslizando pelas minhas nádegas e entrei embaixo do chuveiro novamente.
Deixei a água ainda morna cair um pouco em minhas costas e colei meus lábios nos dele. Ele levou a mão para o meu pescoço, acariciando-o devagar e manteve o beijo intenso e calmo ao mesmo tempo. Ele deslizou as mãos pelo meu corpo e segurou uma perna, erguendo-a até sua cintura. Inclinei meu corpo para o lado, fugindo da parede com as manoplas e ele apoiou o antebraço na parede acima da minha cabeça.
Ergui o olhar para ele, vendo seus olhos brilharem e sorrimos juntos, não sendo necessário dizer mais nada. Ele se desencostou da parede, descendo para minha mão e entrelaçou nossos dedos. Ele levou minha mão aos seus lábios, dando um beijo na mesma e levou para seu ombro. Segurei firme em seu ombro, subindo a outra mão também.
Ele segurou em seu pênis, guiando em minha entrada e passei meus lábios pelos seus quando ele me olhou firme, esperando algum tipo de confirmação. Dei uma leve mordida em seus lábios, vendo-o sorrir e gemi quando ele me penetrou rapidamente, me forçando contra a parede, fazendo meu corpo ficar um pouco mais alto.
- Muito rápido? – Ele perguntou e neguei com a cabeça.
- Não... – Falei baixo, sentindo-o me apertar pela cintura. – É gostoso... – Sussurrei, apertando meus braços em seu pescoço.
Segurei seu rosto, subindo as mãos para seus cabelos, apertando-o fortemente e colei nossos lábios por alguns segundos. Ele deslizou as mãos pelo meu corpo, me segurando firme pela cintura e pressionou os lábios em meu pescoço, sugando a pele entre meus seios e meu pescoço, me obrigando a erguer a cabeça.
Apertei as pernas ao redor de sua cintura, sentindo-o começar a deslizar o pênis dentro de mim em movimentos vai e vem e apertei minhas mãos em seus ombros, suspirando. Seus lábios desceram aos poucos até meus seios, mordiscando um deles e começando a sugar enquanto agilizava os movimentos dentro de mim.
Mordi meus lábios fortemente, soltando gemidos baixos conforme ele me estimulava e apoiei minha cabeça na sua, deixando meus lábios próximo de sua orelha, soltando alguns gemidos conforme ele atingia cada vez mais fundo e mais rápido.
- Ah, Gigi... – Gemi quando ele mordiscou meu seio e logo ergueu o olhar para mim.
Ele sorriu e tentei imitar, mas já deveria estar com o sorriso bêbado. Ele colou a testa na minha, fazendo eu encostar a cabeça na parede e apertei minhas mãos em seu pescoço, acariciando com o polegar.
- Mais rápido, amore...
Ele apertou as mãos em minhas pernas, abrindo-a um pouco mais, me deixando escorada na parede e começou a agilizar os movimentos, fazendo o som de nossos sexos chocando misturarem com o barulho da água e meus gemidos cada vez mais altos.
- Vai, amore... – Ele disse baixo, dando um rápido beijo em meus lábios.
Meu corpo começou a se contrair com o orgasmo iminente e meus gemidos começaram a se tornar em gritinhos mais finos conforme ele acelerava os movimentos. Apertei minhas mãos em seus ombros, sentindo minhas unhas arranharem o local e ele colou os lábios em minha pele novamente e senti sua respiração bater forte contra meu peito.
- Ah, Gigi, vai... Mais rápido... – Suspirei, sentindo seu pênis deslizando cada vez mais forte dentro de mim e minha respiração começou a falhar, saindo somente arfadas.
Apertei minhas mãos em seu corpo, fazendo o gemido sair falhado quando atingi o orgasmo, fazendo meu corpo relaxar aos poucos, soltando sua pele cada vez mais devagar. Gigi deslizou seu pênis dentro de mim mais algumas vezes, soltando um gemido mais alto quando gozou e pausou os movimentos em seguida.
Meu peito subia e descia enquanto minha respiração acalmava e suas mãos afrouxaram em minha pele, fazendo um carinho no local em que ele pressionava minutos antes. Meu corpo também relaxava cada vez mais e a pressão dos músculos, quase como uma cãibra, fazia meu corpo ficar mais mole.
- Está tudo bem, amore? – Ele perguntou baixo e abaixei meu olhar para o dele, olhando em seus olhos azuis e assenti com a cabeça.
- Está tudo bem. – Dei um curto beijo em seus lábios. – Está sempre bem contigo. – Ele sorriu, acariciando meu rosto.
- Eu vou tirar...
- Sai devagar... – Pedi fracamente, sentindo-o apertar minhas pernas e deslizar o pênis para fora, me fazendo suspirar. – Acho que ainda estou tendo uns orgasmos... – Sentia meu corpo se contrair e abracei-o pelos ombros, apoiando minha cabeça no braço e ele deu um beijo em minha cabeça.
- Vamos... – Ele me descolou da parede, fazendo um vácuo e me levou para baixo do chuveiro, fazendo a água morna cair em minhas costas.
Suspirei, sentindo as costas geladas começarem a relaxar com o contato da água quente e Gigi dava curtos beijos em meu ombro. Ficamos alguns minutos assim, somente sentindo a água em nosso corpo e Gigi me movimentava devagar, quase como ninar um bebê e confesso que estava amando cada segundo disso.
Aos poucos meu corpo foi relaxando e eu soltei as pernas de sua cintura, colocando os pés no chão de novo e afrouxei os braços, vendo-o focar em meus olhos. Sorrimos juntos e colei nossos lábios em um curto beijo.
- Minha linda! – Ele disse sorrindo e desviei o olhar do dele, sorrindo. – Espera aí, eu vou tirar a camisinha. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Enquanto ele saía do box, eu entrei de cabeça e tudo no box novamente, sentindo a água forte em meus cabelos. Peguei o xampu, colocando um pouco na mão e levei aos cabelos, começando a massagear a cabeça. Gigi se livrou da camisinha e logo voltou para dentro. Enquanto lavava os cabelos, ele pegou o sabonete e começou a ensaboar seu corpo. Vez ou outra trocávamos um sorriso e um selinho rápido, rindo igual dois tontos.
Me livrei do xampu e troquei pelo condicionador, fazendo um coque em minha cabeça. Estendi a mão, e ele me entregou o sabonete, dando alguns beijos em meu rosto e ri fracamente, empurrando-o levemente.
Trocamos de lugar no box para ele tirar o sabonete de seu corpo e enquanto isso, eu me ensaboei, deslizando a mão pelo corpo e os olhos dele as acompanhavam por onde eu passava. Lavei minha vagina e meu bumbum e ele mordeu o lábio inferior, me fazendo rir fracamente.
- Para, Gigi! – Pedi e ele riu fracamente, passando xampu em seus cabelos.
- O quê? Não é minha culpa que você é linda demais. – Ele disse e neguei com a cabeça, virando de costas para ele. – Não vai me fazer desviar. – Ele disse e senti suas mãos em minha cintura, me puxando para si e rimos juntos. Ele passou as mãos em minha barriga, deslizando-as devido ao sabonete e deu um beijo em meu pescoço.
- Para! Precisamos ir! – Falei rindo e me afastei dele.
- Ah, um minuto a mais, um a menos, não vai mudar nada. – Ele disse e ri fracamente.
- Lava minhas costas. – Pedi, entregando o sabonete para ele e ele me obedeceu.
Enquanto isso, aproveitei para lavar meu rosto com meu sabonete especial e depois minha vagina e bumbum novamente, mas com o sabonete íntimo. Quando ele já tinha tomado banho completo, trocamos de lugar novamente.
Entrei embaixo do chuveiro novamente, deixando a água levar o condicionador e os sabonetes em meu corpo e terminei de esfregar algumas partes para ajudar o sabonete a sair mais fácil. Dei uma atenção maior aos meus cabelos, tirando todo resquício que sobrou. Ouvi o box se abrir e Gigi saiu do mesmo, puxando uma toalha para si, começando a se secar.
Desliguei o chuveiro alguns minutos depois, pegando outra toalha e sequei meu rosto antes mesmo de sair do mesmo. Ele pegou sua roupa no chão e saiu do banheiro. Me sequei também, prendendo a toalha em meus cabelos e voltei para o quarto também.
- Acho que agora estou com fome. – Falei e ele riu fracamente, se sentando na poltrona.
- Acho que dá para fazer uma exceção para top três da Juventus. – Ele disse e ri fracamente, seguindo até o armário e peguei um biquini seco, shorts e uma regata.
- É ridículo esse tipo de vantagem. – Falei e ele riu fracamente.
- Por que diz isso? Você é, null. – Ele disse e deixei tudo na cama.
- Eu não sinto isso, sabe? – Neguei com a cabeça, começando a colocar o biquini. – Eu sou só alguém normal, Gigi.
- Não, null! Realmente não. Você tem pouca atenção, mas todo mundo sabe quem é você. Eu vejo nas festas e nos camarotes, o pessoal olha para você com orgulho ou inveja... – Ri fracamente, ajeitando a calcinha.
- Ou raiva, se for o caso da Madda Mata. – Falei, rindo em seguida.
- Quem? – Ele perguntou e coloquei o biquini no pescoço.
- A esposa do Barza. Manu veio com esse apelido depois que eu me relacionei com ele. – Virei de costas para ele. – Amarra, por favor? – Pedi e ele se levantou. – Ela acha que a Maddalena ficou extremamente ciumenta depois disso e que o Barza deveria terminar com ela. – Ele riu fracamente, amarrando o biquini, enquanto ajeitava-os em meus seios.
- Beh, posso te garantir que ela está mais grudenta depois que vocês terminaram. – Ele disse rindo. – Mas o apelido combina... – Rimos juntos e virei para trás.
- Enfim, Barza é um grande amigo, mas acho que não cabe a mim falar algo...
- A Manu deve ter falado, aposto. – Ele disse, passando as mãos em meus ombros e deu um beijo neles, me fazendo virar o corpo novamente.
- Chega, Gigi! – Disse e ele riu.
- Só foi um beijo! – Ele disse, me fazendo rir.
- Enfim, acho que eu já tenho problemas o suficiente, se eu vê-lo infeliz, eu falo, mas, por enquanto, a decisão foi dele. Ele podia ter aproveitado a solteirice e ficado com outra pessoa ou... Sei lá. – Segui até a cama, colocando os shorts.
- O Barza não é desse tipo, null. – Ele disse.
- Assim como? – Segui para o banheiro.
- Namorar, se aventurar em outras mulheres, procurar outros amores. O Barza não lutaria por outro amor, acho que ele prefere viver com alguém de forma estável do que ficar sozinho, sei lá... – Ouvi sua voz sair abafada.
- Não adianta estar em um relacionamento e ser infeliz. – Tirei a toalha dos cabelos, pendurando-a no box e comecei a penteá-los.
- Eu que o diga. – Ele disse e sorri.
- Enfim, a Manu tinha umas opiniões fortes sobre a vida dos outros, espero que ela esteja certa, porque não aguento ver a Maddalena em cima do Barza como uma águia. – Falei e vi Gigi aparecer na porta.
- O que quer dizer? – Ele pendurou a toalha ao lado da minha.
- É possessão, Gigi, não amor. – Falei, ajeitando os cabelos para trás e jogando os cabelos presos no pente no lixo. – A Manu acha que o Barza ainda vai encontrar o amor de verdade dele e, pensando que ela previu um gol dele, começo a acreditar... – Mexi na minha necessaire, pegando um batom cor de boca e passei-o
- Barza em um relacionamento novo? Parece loucura, ele está com a Maddalena há 12 anos... Eles se conheceram em Palermo, ou sei lá onde ele estava antes disso... – Rimos juntos.
- A gente não diz que o tempo vai fazer a gente ficar juntos? – Virei para ele.
- Sim... – Ele disse e passei desodorante e um perfume.
- Pois então... – Empurrei-o pelo peito, fazendo-o sair do banheiro para eu sair atrás. – Só o tempo dirá, Gigi. Mas eu honestamente prefiro ser solteira que infeliz. – Peguei a regata, colocando-a em cima do biquini. – Mas homens pensam um pouco diferente...
- O que quer dizer com isso? – Ele veio atrás de mim e ri fracamente, passando os braços ao redor de seu ombro.
- Exatamente o que eu disse. – Colei meus lábios nos seus em um curto selinho e ele passou as mãos em minha cintura, apertando minha bunda. – Você não sabe ficar sozinho, Gigi. – Me afastei devagar. – Se soubesse, vamos ser honestas, você não estaria nessa cama de gato.
- Não posso nem negar... – Ele suspirou, dando de ombros.
- Eu sei! – Segurei seu rosto, apertando suas bochechas, forçando-o a fazer um bico e dei um selinho, piscando para ele em seguida. – Beh, pronto para ficar 10 horas sem me abraçar, beijar e afins? – Ele riu fracamente.
- Ih, null, já ficamos seis anos separados, eu consigo! – Ele disse e ri fracamente.
- Mah, claro. Há milhares de metros de distância, se evitando a qualquer custo. Não em um hotel, brincando e conversando com as mesmas pessoas. – Peguei meu celular, guardando no bolso e a chave no outro e ele colocou a camisa de mangas curtas de botões, fechando-os um por um.
- É, eu não estou com uma vantagem boa. – Ele disse e eu ri fracamente, abrindo a porta.
- Vai na fren... – Ele empurrou a porta, fazendo-a fechar de novo. – Gigi!
- Só mais um. – Ele me puxou pela cintura, me apertando contra a porta e ri fracamente quando ele colou os lábios nos meus.
Apertei minhas mãos em sua cintura, dando um longo e firme beijo em meus lábios e afastou nossos lábios logo em seguida, me deixando com um sorriso bobo no rosto. Levei meu polegar até seus lábios, passando por eles, vendo o brilho do meu batom em seus lábios e rimos juntos.
- Você não borrou meu batom, borrou? – Perguntei.
- Não! – Ele deu mais um selinho e abriu a boca, saindo em seguida.
Ri fracamente, negando com a cabeça e segui até o banheiro, chegando meus lábios e neguei com a cabeça. Voltei para o quarto, calçando os chinelos e esperei um minuto para sair do mesmo. O corredor estava vazio, então agradeci, seguindo até as escadas. Tirei meu celular do bolso, vendo se tinha alguma mensagem e tinha de Giovanna.
“Oi, querida, se divertindo? Estamos com saudades. Dê notícias, beijos”. – Sorri, respondendo-a.
“Está tudo bem, Gio. Saudades de vocês também, não sei quando volto ainda, mas estou aproveitando mu-u-u-uito! Beijos”.
Eu não tinha falado para elas que Gigi tinha chegado aqui, muito menos que estávamos nos divertindo um pouco, mas não podia negar que estava ótimo aqui com os meninos. Cheguei no lobby e segui para os fundos, cumprimentando alguns hóspedes que eu encontrava. Lá fora encontrei a família inteira de Gigi nas mesas e Lou, Dado e Marco na piscina.
- Buongiorno! – Falei e vi o olhar de Guendalina e Veronica virarem para Gigi que fingia real interesse no jornal matinal.
- Boa tarde, né?! – Ele disse e revirei os olhos, negando com a cabeça.
- Buongiorno, querida! – Sua mãe falou e sorri. – Demorou para descer.
- Ah, dormi mal à noite. – Suspirei.
- Ah é?! – Guendy falou, movimentando a língua na boca e levei a mão discretamente na boca, ouvindo-a rir.
- ! VEM CÁ! – Ouvi a voz de Lou e me aproximei da piscina. – Olha nossa boia! – Ele falou, tentando subir na boia em formato de jacaré.
- Que linda, meu amor! – Me abaixei na beirada da piscina.
- Vem nadar com a gente! – Dado, com boias de bracinhos, falou.
- Eu vou logo mais, ok?! Preciso comer alguma coisa. – Falei, acenando para Marco que equilibrava sua filha nos ombros.
- Está bastante sol, vocês precisam renovar o protetor. – Seu Adriano falou.
- Ah, vô! – Eles reclamaram e eu ri fracamente.
- Obedeçam seu avô! – Gigi disse e segui até a mesa, me sentando na cadeira à sua frente.
- Aceita alguma coisa, null? Pode pegar algo do bar. – Veronica me estendeu um cardápio e dei uma olhada nas opções dele.
- Ah, vou querer sim. Estou faminta! – Suspirei.
- Ah, o Gigi também! – Ela disse sarcasticamente. – Que estranho, não?! – Ela disse.
- Tem nada de estranho aqui, Veronica! – Sua mãe brigou. – Seja mais discreta. – Ri fracamente, dando uma olhada no cardápio. – E você também, Gianluigi! Você pode ter 100 anos, eu ainda vou tentar colocar juízo na sua cabeça. – Sorri.
- Eu vou querer esse lanche com copa e provolone. E um copo de suco, por favor. – Falei para o garçom. – Grazie.
- Signorina! – Ele disse, se retirando.
- Scusa, senhora Maria Stella... – Falei baixo.
- Ah, não estou falando de você, querida. – Ela disse, abaixando o tom de voz. – Adoro você, adoro vocês juntos, mas não concordo com várias decisões do meu filho, essa é uma delas. No momento certo, tudo vai se ajeitar. – Ela disse. – Mas acho que vocês precisam de mais discrição, com os meninos, os hóspedes... Porque poderia pedir para isso não acontecer, mas ele é caidinho por você, prefiro não tentar. – Sorri, erguendo os olhos para Gigi que fingia que não era com ele.
- Eu já tentei, Maria Stella, até que eu desisti de tentar. – Falei baixo e ele ergueu o olhar para mim, piscando em seguida.
- Beh, ao menos vocês podem aproveitar o dia. – Ela disse, se levantando. – Vou deixar vocês comerem...
- Pode deixar! – Gigi disse, claramente com segundas intenções e ri fracamente.
- Um dia você vai apanhar da sua mãe. – Falei baixo.
- Já apanho de você, o que vai mudar? – Ele abaixou o jornal, colocando-o dobrado na mesa.
- Aposto que os dela doem mais no ego. – Falei e ele riu fracamente.
- É, talvez! – Sorrimos cúmplices e desviei meu olhar para a piscina, onde Lou tinha acabado de pular de bomba.
- Ei, vai dormir? – Cutuquei ) com o pé e ela ergueu a toalha que cobria seu rosto, olhando para mim.
- Logo mais! – Ela disse, abaixando-a novamente e ri fracamente.
- Vamos, null! Vamos fazer alguma coisa enquanto as crianças descansam. – Veronica disse e ri fracamente.
- O que querem fazer? – Ela tirou a toalha do rosto, erguendo o corpo da espreguiçadeira, virando de frente para nós.
- O que acha? – Guendy jogou a bola de vôlei para ela que pegou-a firme.
- Você quer terminar de detonar meus joelhos, Guendalina? – null disse rindo, se levantando.
- Não é culpa minha se esses joelhos não viam um salto digno há anos! – Minha irmã disse e null bateu a bola no chão.
- Não jogos completos, mas eu tenho uma quadra em casa. – Ela disse rindo.
- Por que não fazemos homens contra mulheres? – Stefano sugeriu.
- ESTÁ LOUCO? – Falei alto demais. – São três ex-jogadoras profissionais contra mim, você, o Marco...
- Eu nunca cheguei ao profissional! – null deu de ombros.
- Mas foi por um tombo que não! – Falei e ela sorriu.
- O papai pode entrar também! – Guendy disse.
- Ah, claro! Obrigado, agora estou muito mais confiante! – Elas riram.
- Ei! – Meu pai disse.
- Eu te enfrentei no seu jogo, Gigi. E fiz um gol! – null disse.
- Eu deixei você fazer um gol! – Falei e ela revirou os olhos.
- Não pense que eu vou fazer o mesmo contigo. – Ela disse, piscando em seguida.
- Reciprocidade para quê?! – Brinquei rindo.
- E então, mãe, aceita? – Veronica perguntou.
- Ah, não mesmo. – Ela disse. – Chamem a Pia, o Enzo... – Ela falou dos staffs. – Eles vão se divertir mais.
- Nós? – Pia disse surpresa! – Elas são supermulheres, signora! – Pia disse surpresa.
- Beh, eu agradeço o elogio! – null sorriu. – Eu topo. Aproveitar o que resta da luz do sol ainda. – null disse.
- Eu acho que estamos ferrados! – Stefano disse.
- Provavelmente! – Falei, me levantando.
- Eu preciso me alongar um pouco. – Marco disse, seguindo para o lado.
- Eu preciso da minha blusa! – null disse, dando a volta na espreguiçadeira até sua bolsa em cima da mesa.
- Por quê? – Perguntei e ela virou o olhar para mim. – Não pensei besteira! – Falei e ela riu fracamente.
- Se por acaso eu precisar me empolgar, não quero ralar o peito. – Ela disse, pegando uma camiseta e vestiu-a, poderei com a cabeça.
- Acho que nem eu gostaria disso. – Falei e ela chutou a bola em minha direção.
- Ok, então, eu, Guendy, null e Pia de um lado. Papai, Gigi, Marco, Stefano e Enzo do outro. – Veronica disse.
- Vão jogar com quatro? – Marco perguntou.
- Elas vão detonar a gente com quatro, cara! Não começa! – Falei e eles riram.
- Ok, vamos, meninas! – Guendy disse animada, se levantando de sua poltrona e as quatro seguiram para o campo, onde a rede estava montado que mim e Lou jogamos frescobol mais cedo.
- Pai e Marco, vocês vão para o bloqueio. – Stefano disse. – Enzo fica no meio. Eu e Gigi cuidamos de trás.
- Não é melhor eu ficar no meio? – Perguntei.
- Não, a melhor do saque ali é a null, ela vai jogar em você, se você tiver atrás e ela errar...
- Eu nunca erro, Stefano! – null disse, seguindo para o outro lado do campo e pressionei os lábios, virando para ele.
- Você estava dizendo? – Perguntei e ele riu fracamente.
- Só não deixa a bola cair! – Ele disse.
- Ok, nós começamos porque estamos com um a menos! – Veronica disse.
- Bola! – Marco jogou para o canto e vi null pegá-la no ar.
- Quem chegar em 25 ganha! – Guendy gritou.
- Querem fazer alguma aposta? – null perguntou.
- NÃO, NÃO QUEREM! – Gritei, ouvindo-a gargalhar.
- Não é você que adora apostar? – Ela me provocou.
- JOGA, ! – Falei, me colocando em meu lugar e ela riu fracamente.
- Ok... – Ela disse, batendo a bola no gramado.
Fazia uns 12 ou 13 anos que null tinha encerrado sua carreira de jogadora de vôlei após um belo tombo que a fez torcer joelhos e tornozelos. Eu nunca tinha visto-a jogar em seu tempo mais novo. Vi alguns vídeos e fotos em sua casa quando namoramos, mas só. Apesar do tempo e de tudo que tinha acontecido com ela, tinha coisas que não mudava e ela mostrou isso somente no salto e no saque que ela deu. Não deu tempo de ninguém pensar. A bola veio com uma velocidade e caiu do meu lado, centímetros do meu pé.
- 1x0? – Ela perguntou, olhando diretamente para mim.
- GIGI! – Meu cunhado gritou.
- NÃO DEU TEMPO DE SE MEXER! – Gritei de volta e rimos juntos. – DE NOVO! – Joguei a bola de volta.
- Presta atenção, viu?! – Ela fez o mesmo sinal de atenção que eu fazia nos jogos e revirei os olhos.
- Engraçadinha! – Falei. – De novo! – Falei e ela riu fracamente.
null fez oito pontos direto. OITO PONTOS! Isso era o quão bom seu saque era. E não, ela não errava mesmo. Os primeiros quatro foram diretos, três deles em minha direção. Depois de ela provar seu ponto, o jogo realmente começou. Não a ponto de conseguirmos fazer algum ponto, mas começamos ao menos nos mexer. Enzo era mais novo e mais ágil, então ele corria atrás da bola mais do que nós.
Quando null errou, ficando em 8x1, aí a bola voltou para nós. Ah, mas ela errou porque queimou ao tocar na rede, mas caiu ao lado de Stefano. Ele sacou e começamos a seguir o jogo. Logo a bola voltou para Veronica. Ela era boa igual null, então foram mais seis pontos assim. Parecíamos caçadores de borboletas, vendo por onde a bola seguiria. Não demorou mais do que 30 minutos para o jogo acabar em 25x6. É, seis. Essa foi a quantidade de pontos que conseguimos fazer. Foi um baile.
- Quer mais? – Veronica disse.
- Podemos mesclar um pouco os times? – Enzo perguntou, erguendo a mão.
- AH! – Reclamamos e ele riu em seguida.
- Tem mais gente querendo entrar, vamos sortear e deixar mais equilibrado. – Guendy disse, apontando para os cantos.
- Podemos jogar? – Uma hóspede perguntou.
- Claro, vamos lá! – null disse.
Dividimos em dois times e dessa vez fiquei no time de null. Ao menos perder eu já não ia. Pelo menos não de lavada. Enzo ficou conosco, Marco e uma hóspede. Dessa forma, o jogo demorou muito mais para acabar e as pontuações ficaram mais equilibradas. Depois de uma final incrível, fazendo o jogo chegar à 32 pontos, null conseguiu fechar ao sacar tão forte que não deu tempo de elas pensarem, fechando o jogo em 32x30.
- COMO VOCÊ FEZ ISSO? – Marco gritou surpreso.
- Minha amiga chamava de “o especial” quando eu jogava. – Ela disse rindo.
- ISSO FOI DEMAIS! – Enzo disse alegre.
- Eu achei que fosse fora. – Veronica disse.
- Todo mundo acha. – null disse rindo.
- Beh, parabéns! – Veronica disse rindo. – Acho que foi bem.
- Foi legal! – Disse rindo. – Eu ganhe-e-ei! – Cutuquei Stefano que me empurrou de lado.
- Terminaram? – Minha mãe gritou.
- Sim! – Meu pai gritou.
- Venham jantar! – Ela disse.
- Eu vou tomar um banho antes, não tenho coragem de entrar no restaurante assim. – null esticou sua blusa e realmente estava manchada de verde a área dos seios.
- É, vamos dar um tempo para se recompor. – Guendy disse.
- Eu vou pegar os meninos. A gente se encontra logo mais. – Falei.
- Combinado! – Minha mãe disse.
- Vamos! – Indiquei a saída do campo e seguimos por ele.
Observei null seguir até sua bolsa, guardar suas coisas dentro dela e amarrar sua toalha na cintura, onde ela só estava com a parte de baixo do biquini. Vi meus familiares sumindo para dentro do hotel e me aproximei de null.
- Agora eu entendo um pouco. – Falei para ela, vendo-a colocar a bolsa no ombro.
- Como assim? – Ela perguntou, rindo fracamente.
- Porque você ficou triste quando teve seu acidente que te fez parar de jogar. – Falei e ela riu fracamente, seguindo para dentro do hotel. – Você é boa, null. Até hoje! – Ela riu fracamente.
- Grazie! Mas é um sonho antigo. – Ela disse.
- Mesmo assim, algumas coisas ficam na pele. – Falei e ela sorriu.
- Você mesmo, Gianluigi. Você faz algumas coisas nos jogos que parece seus 25 anos de novo. – Ela disse, seguindo pela escada.
- É, mas eu nunca tinha te visto realmente. Da última vez jogamos três cortes... Sei lá o nome daquilo. – Ela riu fracamente.
- Algumas coisas nunca mudam, Gigi. – Ela sorriu. – Mas é bom brincar um pouco. – Assenti com a cabeça.
- É bom destruir os outros, você diz. – Falei e ela riu fracamente.
- Vamos dizer que eu sou uns bons anos mais nova que suas irmãs, apesar dos joelhos, eu ainda tenho mais pique do que elas... – Assenti com a cabeça.
- É, elas pararam em 2001, 2003, por aí... – Falei.
- Beh, eu também... – Ela disse rindo, batendo a chave na porta de seu quarto. – Você está me seguindo? – Ela virou o rosto para mim.
- Ah... – Falei e ela riu fracamente.
- Achei que você fosse chamar os meninos. – Ela disse.
- Eu vou, só... – Dei de ombros.
- Você é impossível! – Ela disse, entrando no quarto e entrei logo atrás dela, fechando a porta.
- Ei, não dormimos junto essa noite! – Falei.
- Isso acontece com frequência. Não é porque estamos no mesmo lugar que isso precisa acontecer. – Ela disse, deixando a bolsa na mesa.
- Na verdade, deveria sim! – Falei e ela revirou os olhos.
- Eu te ajudo a colocar os meninos na cama e fico lá contigo. Que tal? – Ela disse, puxando a blusa para cima, revelando seu biquini mais torto.
- A ideia não é ruim, mas eu não vou poder te beijar. – Passei as mãos em seu corpo, puxando-a para perto de mim. – E nem te abraçar... – Passei os lábios em seu ombro. – E nem outras coisas. – Falei e ela riu fracamente, apoiando as mãos em meus braços.
- Mas você também precisa aproveitar com os meninos, Gigi. Eles vão embora em breve! – Ela falou, tombando o cabelo para o lado contrário para eu continuar meu trabalho.
- Eu sei, mas eles dormem aquele horário mesmo! – Falei, subindo meus beijos para sua orelha. – A gente pode aproveitar um pouco mais. – Ela riu fracamente, me segurando pelo pescoço e erguendo meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos null.
- Talvez. Um filme, que tal? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Combinado! – Falei e colei nossos lábios por alguns segundos, sentindo-a me empurrar logo em seguida.
- Agora vai! – Ela disse.
- Mas, null...
- Vai! – Ela me empurrou, me forçando a andar de costas. – Eu preciso tomar banho.
- Eu também e...
- Você vai tomar sozinho! – Ela disse rindo.
- Mas eu não sei! – Falei rindo.
- Até o Lou sabe, Gigi. Pede para ele te lembrar! – Ela disse, me fazendo rir e senti minhas costas baterem na porta.
- Ai! – Reclamei e ela riu.
- A gente se vê em 20, 30 minutos. – Ela disse e puxei-a pela cintura.
- É muito tempo... – Falei, fazendo um bico dramático e ela riu fracamente, colando nossos lábios fortemente. – É muito pouco.
- Isso vai causar dependência, Gigi. – Ela disse rindo, procurando pela maçaneta da porta e fazia questão de evitar que ela chegasse nela.
- Melhor tipo impossível! – Falei rindo.
- Gianluigi Buffon! Deixa eu abrir essa porta! – Ela disse firme e encarei-o.
- Uh, fiquei excitado agora. – Falei e ela revirou os olhos.
- Vai, Gigi! – Ela disse e ri fracamente.
- Ok, ok! Eu paro! – Falei, vendo-a rir. – Ao menos ganho mais um beijo?
- Não, você não está merecendo. – Ela disse.
- Ah, não? – Comecei a subir minha mão pelo lado esquerdo do seu corpo, vendo-a começar a rir.
- Ah, Gigi! Para! – Ela disse entre risadas e agilizei os movimentos. – PARA! AH! – Ela gargalhou, se contorcendo e parei com as cócegas. – Ah, vai dar soluço! – Ela disse rindo.
- Mereço mais um beijo? – Perguntei e ela negou com a cabeça, ficando levemente na ponta dos pés e colou nossas bocas.
Segurei firme em sua cintura, inclinando um pouco o corpo e ela passou os braços pelos meus ombros, encontrando as mãos em minhas costas. Ela entreabriu os lábios e deixei que nossas línguas se encontrassem e apertei minhas mãos em sua pele, guiando aquele beijo lento e quente, que acabou em curtos selinhos da parte dela.
- Agora você pode ir? – Ela perguntou e abri os olhos devagar, sentindo o tonto sorriso em meu rosto.
- Agora sim! – Disse sorrindo. – Até mais.
- Até! – Ela disse mordendo seu lábio inferior.
Abri a porta, dando uma espiada no corredor e saí do mesmo, seguindo rapidamente em direção à escada, rindo fracamente sozinho enquanto seguia até meu quarto.
- Ah, podia ser pior... – Gigi falou ao meu lado quando o jogo finalizou e ri fracamente.
- Ah, é o primeiro título deles, é legal! – Falei, vendo a Nazionale de Portugal comemorar a final do Europeo após vencer de 1x0, na prorrogação, a Nazionale francesa.
Confesso que estava torcendo para a França por causa de Pogba e Evra, além do treinador ser Deschamps, antigo treinador e jogador da Juve, mas não havia sido possível. Depois de um jogo e prorrogação acirradíssimos, Portugal fez um gol e conseguiu manter isso até o final.
- Que horas são? – Perguntei, vendo que havia sobrado somente eu, Gigi e seus dois meninos na sala do hotel, além de Enzo que estava assistindo apoiado no balcão ao nosso lado, dividindo o olhar entre o jogo, a recepção e o telefone.
- Falta 10 para meia-noite. – Ele disse, checando em seu relógio.
- É melhor a gente colocar eles na cama, a Alena chega que horas? – Perguntei, passando a mão nos cabelos de Lou.
- Por volta das 10. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Vamos lá, eu te ajudo. – Disse, procurando o controle da TV. – Enzo, pode desligar? – Perguntei ao mesmo.
- Sim, claro! Grazie. – Ele assentiu com a cabeça e desliguei a TV.
- Parece que só nós dois gostamos realmente de futebol... – Gigi disse rindo.
- Seu pai estava animado, mas ele estava cansado, o Lou o fez de pirâmide hoje... – Ele riu fracamente.
- É, vou sentir falta dessa bagunça. – Ele suspirou e troquei meu colo por uma almofada na cabeça de Lou para eu poder levantar.
- Logo a temporada volta, você fica mais próximo deles de novo. – Falei, me alongando quando levantei, misturando um pouco de preguiça junto.
- Quando volta mesmo? – Ele perguntou.
- Você e o pessoal da Nazionale voltam dia três, se eu não me engano. Eu volto na semana que vem. – Suspirei, vendo-o se levantar também. – Agora que acabou o Europeo, vai chover ofertas. – Ele riu fracamente.
- Você sabe quando vai embora? – Ele perguntou.
- Não sei ainda, vou precisar de uns dias de descanso, talvez na sexta...
- Dá para aproveitar mais alguns dias. – Ele disse e eu sorri.
- Dá sim... – Assenti com a cabeça, fazendo um carinho nos cabelos de Lou.
- Leva o Dado, o Lou está mais pesado. – Ele disse e ri fracamente.
- Já me acostumei com ele, Gigi. – Rimos juntos. – Depois de tanto que ele pulou em mim... – Ele sorriu.
- Justo, mesmo assim! – Ele disse e dei um aceno com a cabeça e trocamos de lado. Peguei Dado, apoiando a cabeça dele em meu ombro e ele me abraçou. Gigi fez o mesmo com Lou. – Você vai na pré-temporada? – Ele perguntou.
- Na Austrália e na China não. Agora estamos vendo alguns na Inglaterra, alguns na Itália... Quem sabe. – Dei de ombros. – Depende do time, dos jogadores...
- A Supercoppa vai ser no começo da temporada?
- Não, dezembro de novo. Vamos passar dia 24 viajando. – Falei, inclinando o corpo para frente e peguei o celular, colocando no bolso.
- Se preparar para começar de novo. – Ele disse, suspirando, seguindo um pouco à frente e segui com ele.
- Nova temporada, novas oportunidades. – Falei, andando ao seu lado.
- Novos problemas... – Ri fracamente.
- Não comece a temporada sendo pessimista, Gigi. Temporada passada foi ótima!
- É, mais ou menos. A Champions foi um desastre. – Ele disse, bufando.
- Ah, você e essa Champions! – Falei, negando com a cabeça.
- Você não se importa em não ganhar isso? – Ele perguntou.
- Em níveis pessoais, eu não tenho ambição, Gigi. Eu torço para qualquer jogo! – Ri fracamente. – Mas claro que o prêmio em dinheiro ajudaria muito aos futuros investimentos, principalmente a construção do J-Village lá em Continassa, começa agora em setembro. – Falei, andando ao seu lado.
- Sei lá, é algo dentro de mim que...
- Você quer ganhar isso, Gigi. – Falei, suspirando. – Eu sei isso há anos, não te julgo por querer conquistar isso...
- Pega aqui, por favor. – Ele indicou seu bolso e desviei o corpo, pegando a chave no bolso da frente de sua calça e coloquei na porta, ouvindo o barulho e ele a empurrou.
- Mas eu não gosto como isso te deixa. – Fui honesta. – Você se torna outra pessoa, Gigi. – Entrei logo atrás dele, fechando a porta devagar com o pé. – E não adianta mentir. Não para mim.
- É diferente, null, é...
- É uma obsessão, Gigi. – Falei, seguindo até a cama de David e deitei-o na mesma. – Que talvez acabe quando você ganhar.
- Por que você diz talvez? – Ele perguntou e ergui o corpo, virando-o para ele.
- Não quero brigar...
- Só estamos conversando, null. – Ele disse e eu suspirei, abaixando o corpo novamente e puxei a coberta até os braços de Dado, deixando seu bicho de pelúcia próximo a ele.
- Sabe quando você tem um sonho incrível e, às vezes, quando ele se realiza, é decepcionante? – Me sentei na beirada da cama, virada para ele.
- Sim, sei sim. – Ele disse.
- Pode acontecer isso. – Suspirei, acariciando os cabelos do mais novo. – Às vezes você pede tanto por uma coisa e... É como escolher a comida errada entre tantas opções.
- Eu não sei, null, mas eu acho que só vou descobrir quando conseguir. – Ele disse, fazendo o mesmo ao lado de Lou e suspirei. – Eu já perdi tanto com algumas escolhas, deveria ter alguma compensação.
- Do que está falando? Nós? – Perguntei baixo.
- Não dessa vez, mas entra na lista. – Ele riu e dei um curto sorriso. – Mas... – Ele suspirou. – Por exemplo, eu tinha grandes chances de ganhar o Ballon D’or em 2006, mas eu optei por ficar na Juve, na Serie B...
- Mas isso não tem nada a ver, Gigi. – Falei.
- Não mesmo, null? – Seu tom de voz aumentou e ele suspirou. – Não mesmo? – Ele abaixou-o novamente.
- E você se arrepende de ter ficado? – Perguntei.
- Não, em nenhum momento. – Ele disse. – Posso não ter jogado em times maiores, mas fui e sou muito feliz na Juve. – Sorri. – Por vários motivos.
- Você joga no maior da Itália. – Ele riu fracamente.
- Hoje! – Ele disse firme. – Em 2009, 2010, foi difícil não ter uma ponta de arrependimento. – Ele se levantou e fiz o mesmo.
- Aqueles anos foram difíceis, mas passamos por eles. Atropelamos! – Ele sorriu.
- Isso que me conforta, o contraponto, a compensação... – Ele disse, segurando minha mão. – Não ligo muito para prêmios pessoais, mas imagina o quanto as coisas mudariam. – Ele disse.
- Acho que não mudariam nada. – Falei. – Talvez você só fosse mais egocêntrico... – Ele riu fracamente. – Mas você se transformou em uma lenda, Gigi. – Falei baixo e ele indicou sua cama, me fazendo sentar em uma beirada. – E ainda consegue se manter humilde. Acho incrível como você sempre está sorrindo, abraçando todo mundo, mesmo quando perdemos o jogo. Você não sai irritado, bravo com a vida... – Ele suspirou, deslizando o corpo para trás e se encostou na cabeceira.
- Eu surto sozinho, null. – Ele disse.
- Eu sei... – Fiz o mesmo que ele, encostando ao seu lado e olhei rapidamente para as duas camas. – Mas mesmo assim... – Ele suspirou e segurei sua mão em seu colo. – Nós podemos fazer vários planos, lutar, brigar, isso em vários âmbitos, até pessoais, mas se não estiver no destino, não adianta brigar...
- Isso é frustrante. – Ele disse, passando um braço em meus ombros e inclinei o corpo para baixo, apoiando o pescoço nele.
- Um pouco, mas o que for para ser, será, Gigi. – Segurei sua mão caída em meu ombro e entrelacei os dedos na outra. – Em tudo...
- Eu tenho que tentar, null. – Ele suspirou.
- Não estou falando para você não tentar, Gigi. – Disse, virando meu corpo para o dele. – Só digo para não se frustrar se as coisas derem errado. – Falei e ele suspirou. – Às vezes realmente não tem o que fazer.
- Tem sim, null. – Ele também virou o rosto para mim. – Sempre tem, mas às vezes estamos cansados demais para isso. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei. – Suspirei. – Eu sempre estou lá, se esqueceu? – Ele suspirou, soltando minha mão e levou até meu rosto.
- É por isso mesmo que eu não enlouqueci até agora. Por causa de você. – Ele desenhou meus lábios com o polegar. – Se lembra quando você estava com Barza?
- Sim! – Falei, confusa em aonde ele queria chegar.
- Eu enlouqueci, null. – Ri fracamente. – Eu não sabia quem eu era, o que fazer, porque você me afastou. – Dei um pequeno sorriso.
- Foi aí que você fez merda! – Falei e ele riu fracamente.
- Exatamente. – Ele suspirou e dei uma olhada em volta, checando se seus meninos realmente dormiam antes de colocar uma perna em cima da sua.
- Você quer sair daqui? – Ele perguntou, descendo a mão pelos meus ombros, braços, até minha perna.
- Não... – Neguei com a cabeça. – Só quero ficar assim, quietinha com você. – Falei baixo. – Só tenho medo de eles acordarem.
- É difícil. – Ele disse e ri fracamente. – Dado tem o sono mais leve, mas o Lou virou uma pedra de uns tempos para cá. – Sorri.
- Logo mais ele entra na pré-adolescência, aí você vai enlouquecer! – Passei a mão em seu rosto, acariciando-o delicadamente.
- Já está dando alguns sinais, a prepotência começou.
- Não notei. – Falei e ele riu fracamente.
- Claro que não, você é a “tia null”... – Ele afinou a voz para dizer e rimos juntos. – Eles te amam.
- Não é nem por isso, porque eles também te amam, mas eu não convivo com eles sempre. – Falei.
- Quem sabe quando você começar a conviver, você perca a coroa? – Ri fracamente.
- O que você está dizendo? – Inclinei o corpo para frente, pegando o lençol e puxando em cima de meu corpo.
- Ah, no meu futuro, que eu estou lutando para acontecer... – Passei o lençol por ele. – Você está me cobrindo?
- Sim, estou! – Falei, ajeitando e ele deslizou o corpo na cama, me fazendo rir. – Mas o que pensa no seu futuro? – Perguntei, vendo-o se ajeitar, colocando mais um travesseiro em sua cabeça.
- Não é só meu, é nosso... – Ele disse e fiquei de bruços, apoiando as mãos em seu peito. – Vamos morar juntos...
- Hum... – Falei, apoiando o queixo em meus dedos.
- E tem meus meninos, o Lou vai ficar mais velho, vai virar adolescente... – Ri fracamente. – Aí ele vai te enlouquecer e seu trono vai acabar.
- Caso você não saiba, eu sou muito boa com crianças e adolescentes. – Ele riu fracamente. – Cuido de crianças de até 38 anos.
- Ah, 38 anos? – Ele brincou e rimos juntos. – Eu estou incluso? – Ele passou as mãos em minha cintura.
- É claro! – Disse. – Você pode ser mais velho, mas é só juntar com Pogba, Dybala e Morata que se tornam crianças iguais. – Rimos juntos.
- É, eu acho que não posso negar. – Ele disse rindo.
- Não mesmo. E eu estou contigo há quase uma semana, você é um paizão, Gigi. – Falei. – Não sei se é natural, não sei se é a praia, o pouco contato diariamente, mas eles te amam muito, Gigi.
- Eu tento aproveitar todo tempo possível com eles. – Ele disse sorrindo.
- Mais ou menos...
- Menos quando você está aqui. – Ele disse, me fazendo rir fracamente. – Agora imagina nós dois morando juntos... Os meninos vêm nos visitar, a gente aproveita o dia juntos, eles vão no jogo contigo... – Sorri.
- É um sonho mesmo. – Suspirei. – Um bom demais para ser verdade. – Ele acariciou meu rosto.
- Talvez, mas eu não deixo o destino fazer as coisas por mim, eu vou atrás. – Ele disse e ri fracamente.
- Ok, Gianluigi, faça isso. Por nós! – Forcei meu corpo para frente e ele colou os lábios nos meus delicadamente.
- É por nós, amore. E pela minha sanidade... – Rimos juntos.
- Minha psicóloga teria menos dor de cabeça, posso garantir. – Ele riu fracamente.
- A minha também. – Ele sorriu.
- Ainda vai nela? Depois da depressão? – Perguntei apoiando minha cabeça nas mãos novamente.
- Com menos frequência, mas uma vez por mês, a cada dois meses, depende do que estiver acontecendo...
- Eu também. – Falei baixo. – O trabalho me enlouquece mais do que você. – Suspirei.
- Você fala sobre mim? – Ele perguntou e sorri. – Não precisa responder.
- Eu falo, Gigi. – Suspirei. – Agradeço a confidencialidade psicólogo-paciente, porque ela sabe que o meu Gianluigi é o Gigi Buffon.
- Seu Gianluigi? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Bobo! – Falei e ele riu fracamente.
- Tudo bem, você é a minha null. – Sorri, sentindo-o acariciar minha cabeça. – E, também, agradeço a confidencialidade.
- Talvez devêssemos passar os contatos uma para outra, para elas se tratarem. – Brinquei e ele riu fracamente.
- Ah, com certeza, elas devem estar loucas. Eu estou com a minha desde 99. – Falei e ele riu fracamente.
- Eu estou desde 2004. – Ele disse e neguei com a cabeça.
- Ao menos essa parte está controlada nas nossas vidas. – Falei, suspirando.
- Sim, mas ficar contigo ainda vai ser melhor. – Ele disse e sorri, dando mais um curto beijo em seus lábios.
- Enquanto nossa sanidade está boa, vamos manter a sanidade dos seus meninos? – Falei, tombando o corpo para o lado, deitando de barriga para cima, segurando sua mão e coloquei atrás da minha cabeça. – Podemos ficar conversando, mas vai que eles acordam...
- Por isso eu perguntei se você quer sair daqui... – Ele disse, colando a boca em minha bochecha e rimos juntos.
- Para quê? Para conversamos em outro lugar? – Ele riu fracamente.
- Talvez... – Sorri, virando meu corpo para o lado contrário e ele colou o peito em minhas costas.
- Acho que eu prefiro aproveitar de manhã, tenho mais pique e meu corpo está mais aliviado das queimaduras. – Seu quadril colou em minha bunda e ele apoiou o queixo em meu braço.
- Você está linda demais. – Sorri, segurando a mão que estava esticada no sofá embaixo de meu corpo.
- E agora eu entendi como você sempre está super bronzeado na volta da temporada. – Falei, ouvindo-o rir.
- Minha família é praieira, e eu pego cor fácil.
- Bem vi! – Sorri. – Mas você fica lindo demais também, não falo como uma reclamação. – Ele deu um beijo em meu braço, segurando minha mão ao lado do corpo. – Na verdade, a única reclamação física que eu tinha sua, não tenho mais.
- Qual era? – Ele perguntou.
- Tirar os pelos do peito. – Ele riu fracamente.
- Você gosta com, né? – Ele perguntou.
- Sim, natural. – Suspirei.
- E eu gosto de você de qualquer jeito. – Ri fracamente.
- Eu prefiro sem nada de pelo em mim. – Falei, sentindo-o deixar curtos beijos. – Eu sem, você com. Combinado?
- Combinado. – Ele disse baixo e eu sorri. – Mas eu realmente não me importo. – Virei o rosto para ele.
- Eu me importo. – Rimos juntos. – Especialmente a gente que gosta de brincar lá embaixo com a boca... – Falei mais baixo e ele riu fracamente.
- É a minha única preocupação com pelos. – Ele disse, me fazendo abrir um sorriso.
- E a sobrancelha... – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Pelos que ninguém mais vê. – Rimos juntos.
- Ah, esse papo está muito estranho. – Falei, virando o rosto novamente.
- Beh, nós somos assim, amore. Falamos de tudo e de nada, o que vier está bom. – Sorri.
- È vero. – Suspirei.
- Só mais um dos milhares de motivos que somos um do outro. – Ele disse e pressionei meus lábios em mais um sorriso.
- É... É sim. – Suspirei, apertando sua mão, entrelaçando os dedos.
- Acorda, pai! – Acordei em um pulo quando senti algo me atingir na barriga.
- AI! – Gemi e abri os olhos, vendo Lou em cima de mim. – Oi, filho.
- Vamos, null! Acorda! Acorda! – Virei apressado, vendo null dormindo calmamente ao meu lado e notei que nossas mãos estavam entrelaçadas embaixo do lençol. Dado estava em cima de null, da mesma forma que Lou, mas com sorte ela não havia sido chutada na barriga.
- Vamos, pai! Levanta! Levanta! – Lou disse e eu respirei fundo.
- Ah, o que está acontecendo? – Ouvi o resmungo de null.
- Me dá um minutinho, filho! – Pedi e ele rolou para o lado, ficando entre nós dois.
Tentei fazer meu cérebro trabalhar mais rápido que a situação e só me lembrava de que eu e null ficamos conversando aqui no quarto e deveríamos ter adormecido. Chequei embaixo do lençol e estávamos vestidos, me fazendo respirar aliviado.
- Acorda! Acorda! – Dado dizia, dando beijos em null.
- Ah, gente! O que houve? Gigi, é você? – Ela se virou e abriu os olhos devagar. – Dado? – Ela perguntou confusa. – Dio mio! Dado? – Ela se levantou apressada.
- Opa! – Ele rolou para o centro da cama também.
- Ai! – Lou reclamou.
- Dio mio! Meninos? Gigi? – Ela virou para mim.
- Calma! – Falei mais baixo e ela checou embaixo do lençol também.
- Você acorda sempre agitada assim? – Lou perguntou, se debruçando em null.
- Às vezes! – Ela disse, tombando a cabeça no travesseiro de novo e virou o rosto para mim. – O que aconteceu? – Ela perguntou baixo.
- Meninos, vamos para o banheiro? Fazer pipi, escovar os dentes? – Me sentei na cama, puxando Dado que gargalhou e coloquei-o no chão.
- Ah, pai! Deixa a gente brincar! A null tá aqui! – Lou disse manhoso.
- Depois que vocês forem no banheiro e escovar os dentinhos, estou sentindo o bafinho daqui! – Falei, fingindo careta.
- Ah, pai! – Eles falaram juntos.
- Vamos, Lou! Eu fico contigo mais um pouco antes de você ir embora. – null falou, abraçando-o.
- Dio mio, que horas são? – Perguntei, procurando meu relógio e ergui o pulso. – 9:13. Ok, não estou tão ferrado ainda.
- Uh, papai falou palavra feia! – Dado disse.
- Para o banheiro já! – Indiquei a porta e ele saiu correndo. – Você também, Lou! Não adianta o usar a null como passe livre.
- Só mais um pouquinho! – Ele fez um bico e null deu um beijo em sua cabeça.
- Faz o que seu pai pediu, eu fico com vocês enquanto sua mãe não chegar. – Ela disse.
- Ah, ok... – Ele fez um beiço gigantesco, mas pulou no chão novamente e seguiu para o banheiro.
- Dio, Gigi! O que fizemos? – Ela perguntou, se sentando também e passando as mãos nos olhos.
- Nós só caímos no sono, null. Está tudo bem. – Falei baixo, suspirando. – Não vamos criar caso por isso. Nós ficamos juntos na sala, tudo bem ficar aqui também.
- Ah, mas não é certo, Gigi. Eles podem se confundir. – Ela disse e movimentei a mão pedindo calma.
- Uma coisa de cada vez. – Pedi baixo.
- E se eles contarem para sua namorada? Acho que já temos problemas o suficiente, não acha? – Ela disse no mesmo tom.
- Capaz de eles esfregarem na cara dela o quão legal foram as férias com a tia null, mas eles não entendem ainda. – Disse. – Eu acho.
- Ah, ótimo... – Ela bufou baixo.
- Depois de hoje, eu só vou encontrá-los em 15 dias, eu peço para Alena me dar um toque se eles falarem algo, mas até lá eles já esqueceram. – Falei.
- Sou eu, Gigi. – Ela se levantou, esticando a camiseta e o shorts que usava. – Eles não esquecem.
- Essa carta está ficando pesada demais, sabia? Sua metida! – Brinquei, jogando o travesseiro nela que riu, jogando-o de volta.
- Cuida deles, ok?! Eu vou subir, tomar um banho e encontro vocês antes da Alena chegar, pode ser? – Ela falou, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo com as mãos e fez um coque, soltando-os logo em seguida.
- Tudo bem, a Alena chega as 10, pouco antes, pouco depois, minha mãe insiste para ela comer ainda, acaba tendo um tempo.
- Tudo bem, eu vou lá, ent... – O telefone nos distraiu e dei um pulo.
- Cazzo! – Falei irritado, pegando o mesmo. – Alô?
- Gigi? – Ouvi a voz de Guendy.
- Fala! – Pedi.
- A null está contigo? – Ela perguntou.
- Sim, longa história! – Ela disse.
- Ok, tira ela daí agora! A Ilaria está entrando no hotel. – Ela disse e arregalei os olhos.
- O QUÊ? – A voz de null saiu mais alta e acho que o bocal e nada era a mesma coisa. – Eu estou indo! Nos falamos depois.
- null, calma! – Pedi, desligando o telefone.
- Não! Até mais! – Ela disse e em três passos, ela saiu do quarto, fazendo a porta bater. Respirei fundo por alguns segundos, olhando para o telefone em minha mão.
- Gigi? – Ouvi a voz de Guendy e coloquei-o na orelha.
- Sim? – Falei com o tom mais irritado.
- O que está acontecendo? – Ela perguntou. – Vocês não fizeram nada com os meninos aí, fizeram? – Ela perguntou firme.
- Não, Guendy, nos só adormecemos. – Suspirei. – O que ela está fazendo aqui?
- E eu sei? – Ela disse. – A null não queria problemas, Gigi. Isso é totalmente o contrário de problemas. – Sua voz saía baixa, mas forte, como se ela gritasse no sussurro.
- Eu sei, ok?! Não estava nos meus planos fazer com as três se encontrassem aqui. – Bati a mão na testa. – Ah, cazzo, a Alena está chegando. – Guendy gargalhou.
- Ah, vai ser ótimo! – Ela disse.
- Não tem graça. – Falei baixo. – null vai querer me matar, a Alena vai querer me matar...
- Se vira, ela deve estar chegando aí em breve. Ela...
- Gigi? – Me assustei com a batida na porta. – Carino, sou eu! – Ouvi a voz dela e respirei fundo, soltando levemente.
- Eu tenho que ir! – Desliguei o telefone e suspirei.
Me levantei da cama, vendo a calça jeans e a camiseta de ontem completamente amarrotadas, mas daria para enganar. Olhei para o lado de null na cama, vendo-o bagunçado e joguei as almofadas em cima, tentando mexer de alguma forma. Ilaria era perceptiva demais para algumas coisas. Fui até a porta, ouvindo-a me chamar algumas vezes e abri devagar.
- Oi, carino! – Vi Ilaria com Leo no canguru e ela abriu um largo sorriso.
- Oi, Ilaria! – Falei, vendo-a me dar um beijo nos lábios e entrar no quarto. – Não sabia que viria.
- Não recebeu minha mensagem? – Ela disse, deixando sua mala e a de Leo na cama e começou a se espalhar pelo local.
- Não, os meninos dormiram cedo. Acabei vindo junto. – Falei, pegando o celular ainda no bolso e vi duas mensagens não lidas dela, além de outras de Alena e alguns e-mails do time.
- Enfim, a competição acabou, como imaginei que você fosse ficar aqui, aproveitei e vim junto! Podemos curtir alguns dias sozinhos. – Ela se sentou na cama sorrindo.
- Ah, claro! É ótimo.
- Em que realidade você está, Gigi? Parece que viu um fantasma. – Ela disse.
- Eu só acordei agora. – Suspirei.
- Está dormindo demais. Quero ver quando a temporada voltar novamente. – Arregalei os olhos.
- PAI, VEM AJUDAR A GENTE! – Ouvi o grito de Dado e eles abriram a porta.
- Oi, meninos! – Ela disse sorrindo.
- O que você tá fazendo aqui? – Lou perguntou.
- Vim passar as férias com vocês! – Ela disse na sua falsa animação.
- A null é mais legal! – Ele disse, fechando a porta e arregalei os olhos, colocando as mãos nos olhos.
- Falando em null, eu a vi no lobby, ela está aqui? – Ela perguntou.
- Sim, está! Ela e minhas irmãs são amigas, acabaram convidando-a para passar as férias. Ela chegou tem poucos dias.
- Uh, deve ser estranho passar as férias com sua chefe! – Ela disse, tirando o Leo do canguru.
- Podia ser pior. – Falei, abanando com a mão e peguei o Leo de seu colo que dormia.
- Oi, meu amor! – Dei um beijo em sua bochecha, roçando meu nariz no dele.
- Enfim, eu estava em Milão, completamente entediada, sozinho e a competição acabou, aí pensei: Gigi está em Forte dei Marmi, vou passar com eles. Vai ser uma boa!
- É, claro! – Falei, ninando meu mais novo de um lado para o outro. – Você pode segurá-lo? Eu vou tomar um banho, cuidar dos meninos que eles vão embora, se quiser ir tomando café.
- Ah, pode ser! – Ela disse animada. – Vou encontrar seus pais! – Ela deu um curto beijo em meus lábios, ajeitou Leo no bebê conforto que estava entre suas várias bolsas e saiu após alguns minutos.
Soltei um longo suspiro, sentando na cama. Meu coração havia acelerado rapidamente e parecia não querer voltar ao normal tão rápido. Peguei o telefone novamente, ignorando as mensagens de Ilaria e Alena, e encontrei a conversa com null que não via nada há muito tempo.
“Me desculpa por isso, eu não esperava. Podemos conversar depois?” – Enviei e esperei um pouco.
- PAI! – Lou abriu a porta de novo. – A gente precisa de você! – Ele disse irritado e suspirei.
- Claro, meu amor! – Olhei o celular mais uma vez, esperando uma mensagem, mas nada. Bufei e segui até o banheiro.
- O que ela veio fazer aqui, pai? – Dado, que estava no vaso sanitário, perguntou.
- Ficar com a gente. – Falei, realmente não achando outra forma de dizer.
- Queria ficar pela null, mas ela é chata, papai. – Lou disse.
- Eu sei, amor! – Suspirei. – A gente aproveita em casa de novo, pode ser? Eu, vocês, talvez chamar a null?
- Você sempre fala isso, mas nunca chama ela! – Lou disse, cruzando os braços.
- Eu prometo! – Estendi o dedinho e ele pensou um pouco antes de entrelaçar nossos dedos. – Ótimo, agora vamos nos arrumar? Sua mãe logo está aqui.
- Vamos! – Lou falou entediado.
- Vai ficar aí para sempre? – Brinquei com o Dado.
- Eu quero fazer o número dois. – Ele disse.
- Se não sair, é porque você não está com vontade! Não enrola! – Falei e ele riu.
- Só mais um pouco...
Depois do pequeno show de Dado, que acabou que não conseguiu fazer nada, coloquei os dois dentro do box e dei um banho rápido neles, enquanto tomava o meu também. Ao terminar, enrolei ambos na toalha e levei para o quarto. Fucei nas roupas deles e troquei cada um com uma cuequinha bem folgada e calça de moletom e camiseta.
Me troquei também, um tanto desnorteado por qual roupa colocar e acabou optando por uma bermuda e uma camiseta. Depois que os meninos fossem, eu pensaria o que fazer para me tirar dessa enrascada. Porque eu realmente não sabia como me livrar dessa. Eu tinha o amor da minha vida, minha ex-mulher e a mulher que nenhuma das duas gostava no mesmo teto. Eu poderia me jogar na piscina e ficar embaixo da água por uns cinco minutos. Deve ser o suficiente.
- Papai! – Dado disse quando o telefone tocou e ele se inclinou na minha cama para pegar o mesmo. – Alô? – Ele disse. – Oi, titia! Uhum, tá! – Ele estendeu o telefone para mim. – É a tia Guendy! – Ele disse e eu peguei o telefone novamente.
- Fala, Guendy. – Falei, suspirando.
- Só avisar que a Alena chegou. – Ela disse.
- Cadê a Ilaria?
- No restaurante. – Ela disse.
- E a null?
- Subiu depois que saiu daí. – Ela disse.
- Ok, mantenha cada uma no seu canto, por favor. – Pedi e ela bufou.
- Ah, Gigi.
- Eu não tenho culpa de nada dessa vez. – Falei.
- É, talvez. – Ela disse, desligando o telefone.
- Era a mamãe? – Dado perguntou.
- É sim! – Falei. – Vamos terminar de se arrumar? – Perguntei.
- Vamos... – Eles falaram não tão animados.
Ajeitei as mochilas dos dois, colocando as roupas deles e feliz pelas sungas terem secado já e deixei ambas na minha cama. Peguei a necessaire de cada um deles e penteei os cabelos, vendo Lou desfazer todo meu trabalho arrepiando-os com gel e guardei também na terceira mochila que tinha ali com os sapatos. Aproveitei para terminar de me arrumar também e todos estavam prontos.
- Prontos? – Perguntei.
- A gente vai sentir saudade, papai! – Dado disse, me abraçando pela cintura e dei um beijo em cada um deles.
- Também vou, meus amores. Mas aproveitem com a mãe e com o Alessandro, eu chego rapidinho. Tudo bem? – Falei baixo.
- Tudo bem. – Eles disseram, fazendo um bico.
- Manda um beijo para null? – Lou perguntou. – Ela saiu sem falar com a gente.
- Ela teve uma emergência do trabalho, mas eu mando sim. – Toquei seu nariz levemente, vendo-o franzir a mesma. – Vamos? Mamãe está esperando.
- Vamos!
Cada um pegou uma mochila, parecendo tartarugas pelo tamanho, e eu peguei a terceira. Abri a porta do quarto e saímos. Eles correram apressado até o lobby e olhei em volta procurando algum sinal de null. Quando cheguei, eles já a abraçavam, além de Alessandro, namorado de Alena, que estava com eles.
- Oi, Gigi! – Ela disse.
- Ciao, Lena. – Cumprimentei-a rapidamente e estendi a mão para seu namorado. – Tudo bem?
- Tudo bem, Gigi! – Ele deu um aceno de cabeça.
- Então, eles deram muito trabalho? – Alena perguntou.
- Ah, eles se divertiram. – Passei as mãos nos cabelos de Lou e ele desviou, ajeitando-os novamente, me fazendo rir.
- Vocês vão para Turim? – Perguntei.
- Sim, vamos. Aproveitamos alguns dias em Sardenha, agora Alessandro tem algumas reuniões, vamos ficar com os meninos lá perto mesmo até as férias acabarem. – Ela disse, acariciando os cabelos de Dado. – E vocês? Aproveitaram?
- Sim, bastante! – Sorri.
- A null tá aqui, mamãe! A gente brincou, jogou bola, nadou... – Lou começou a falar animado.
- Ah, null está aqui? Conseguiram aproveitar um pouco? – Ela me perguntou.
- Sim, o suficiente... – Ponderei com a cabeça. – Até que a Ilaria chegou hoje.
- Oh, se deu mal! – Ela disse, rindo em seguida e revirei os olhos.
- Enfim...
- É melhor irmos, amor. O caminho é longo. – Alessandro disse.
- Não querem ficar para almoçar? Descansar um pouco? – Minha mãe perguntou e Alena riu fracamente.
- Agradeço, Maria, mas já descansamos bastante, precisamos voltar. Comemos no meio do caminho. – Ela disse.
- Eles não tomaram café, tá? Não tive tempo, as coisas ficaram bagunçadas. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Tudo bem, paramos em algum McDonald’s para eles almoçarem, não se preocupem, é melhor a gente não demorar mesmo.
- ! – Lou gritou, saindo correndo.
- Ah, aqui está ela! – Alena disse e virei o rosto, vendo null descendo com suas malas, além de sua roupa claramente de quem viajaria: jeans, camiseta e tênis nos pés.
- Aonde está indo? – Perguntei surpreso demais.
- Você veio se despedir da gente? – Lou perguntou, fazendo um biquinho.
- Claro, meus amores! – null disse, acariciando os cabelos dele, e ele não reclamou disso. – Alena, você chegou!
- Oi, null, como está? – Elas se abraçaram e suspirei. – Você conhece meu namorado, não? – Ela indicou Alessandro.
- Sim, ele é acionista do time. – Eles se cumprimentaram sorrindo.
- Fiquei surpresa que está aqui! – Alena disse.
- Longa história! – null disse rindo. – Vou ser muito inconveniente de perguntar se estão indo para Turim?
- O quê? – Perguntei surpreso.
- Estamos sim, quer uma carona? – Alena perguntou.
- Não vai atrapalhar? Duas crianças, vocês dois...
- Não, que isso! – Alena disse. – Só tem duas cadeirinhas atrás, se não se importar em ir ao meio... – Elas riram juntas.
- Não, não. – null disse rindo.
- Você já vai? – Perguntei surpreso. – A gente nem...
- Você vai com a gente? – Lou perguntou animado.
- Aconteceu uma emergência no time, Lou, vou ter que voltar. Me dá uma carona? – null perguntou rindo.
- EBA! – Ele e Dado disseram animados.
- null, por favor. – Segurei sua mão. – Nós pode...
- Me dá um minuto? – null pediu e senti sua mão me puxando pelo braço, apertando levemente minha pele para me afastar do pessoal.
- Você não pode fugir, null. Por favor! Você vai ficar chateada comigo e...
- Gigi, para! – Ela disse firme e em tom baixo. – Você realmente espere que eu fique aqui com a Ilaria? Vai dar muito certo mesmo. – Ela revirou os olhos. – Foi ótimo, Gigi, uma delícia passar essa semana contigo, mas a gente precisa voltar para realidade, não dá mais para brincar de casinha. – Ela pediu, pressionando os lábios.
- Mas fica mais um pouco, você ia ficar até o fim da semana...
- Não dá! – Ela disse. – Não vamos estragar algo bom, ok?! – Ela acariciou meu rosto, dando um beijo em minha bochecha. – Queria ficar mais contigo, queria que essa fosse nossa realidade, mas ainda não... – Ela suspirou. – Nos vemos em Turim, está bem?
- Vamos conversar direito, null. Você não pode fugir assim... – Segurei sua mão.
- Por favor, Gigi, somos discretos, lembra? – Ela forçou meus dedos para fora de seu braço. – Fica bem! – Ela suspirou e seguiu de volta para o pessoal, me fazendo suspirar. – Me dão só alguns minutos para fechar minha conta?
- Já falei que você não vai pagar nada, null! – Guendy disse.
- Eu esvaziei o frigobar de vocês umas seis vezes, gente! – null disse rindo. – Ao menos isso, as refeições...
- Não! – Falei firme. – É por conta da casa. – Ela ergueu o olhar para mim, suspirando e dando um leve aceno de cabeça.
- É o que ele disse. – Minha mãe disse.
- Beh, foi um prazer passar esse tempo com vocês. – Ela disse.
- Foi ótimo te ter conosco, pena que tenha que ir embora correndo. – Minha mãe a abraçou sorrindo.
- Acontece. – Ela suspirou. – É melhor assim.
- Sim, com certeza! – Minha mãe confirmou.
- Te amo, papai! – Lou veio em minha direção enquanto null se despedia a abracei os dois bem apertado.
- Eu amo muito vocês! – Falei, estalando vários beijos nos dois. – Nos vemos em duas semanas.
- Tá bom. – Eles disseram sorrindo.
Quando me levantei com eles, null já havia se despedido de todo mundo e Alessandro a ajudava com as malas. Dei as mãos para meus meninos e segui para a rua com eles. Alessandro e null colocaram as malas dela no porta-malas e depois as mochilas dos meninos nos espaços vazios, precisando espremer tudo um pouco. Por último, ela ajeitou Dado na cadeirinha mais alta.
- Bom, é isso! Aviso quando chegar. – Alena disse.
- Grazie. – Falei, abraçando-a apertado.
- Não sei o que aconteceu, mas não preciso repetir para você não estragar tudo, não? Não com ela! – Ela pediu.
- Eu sei! Depois a gente se fala! – Me afastei devagar. – Alessandro.
- Gigi! – Trocamos um rápido aceno de mão.
- null... – Falei, vendo-a se virar.
- Está tudo bem, Gigi. Prometo. – Ela disse, me abraçando e apertei-a pela cintura.
- Por que parece que não? – Perguntei.
- Porque o que fazemos não é certo. – Ela disse em minha orelha se afastou devagar. – Se cuida, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Me avisa quando chegar. – Ela assentiu com a cabeça.
- Tudo bem. – Ela se afastou devagar. – Vamos, Lou. – Ela entrou no carro, ajudando Lou a subir e se escondeu no meio dos bancos.
Meus filhos ainda acenaram pelo vidro quando a porta fechou, mas não tive mais um sorriso e nem um olhar de null. Alena e Alessandro terminaram de cumprimentar meus pais e seguiram para o carro. Poucos segundos depois o motor ligou e o carro começou a andar devagar.
- Ciao, papá! Ciao! – Meus meninos gritaram e acenei, mandando beijos para eles, antes do carro ganhar velocidade. Sem tempo de eu agir, senti um tapa em meu peito.
- Ai! – Virei para Veronica.
- Se essa menina nunca mais voltar aqui, eu te mato! – Ela disse, se virando para dentro.
- Mas eu não fiz nada! – Falei, puxando-a de volta. – Ela apareceu sem eu saber, ok?! Com a null aqui, eu não fiquei de olho no celular. – Bufei.
- É, mas espere que a Ilaria continue achando que nada está acontecendo, porque você já tem um problema ali! – Ela indicou para rua.
- null? – Perguntei.
- Ela saiu correndo daqui, Gigi. Por favor! Vamos ser um pouco menos cabeça dura! – Ela falou, seguindo para dentro e eu suspirei.
- É, filho! Você mancou. – Minha mãe disse e eu suspirei, vendo que estava na rua sozinho, sentindo o sol queimar meu rosto. Respirei fundo, chutando um arbusto e tentei manter minha respiração calma antes de entrar.
- Tudo bem, senhor Gigi? – Enzo me perguntou e eu relaxei os ombros.
- Não, Enzo! Não está! – Falei, entrando novamente, tentando colocar um sorriso na minha cara para enfrentar Ilaria. Ao menos agora eu tinha Leo, pena que nunca os três ao menos tempo. Ou os quatro, se contar com null.
Capitolo setantasei
Stagione 2016/2017
Lei
Oito de agosto de 2016
- Você é incrível! – Pogba disse, abrindo a porta da minha sala animadamente.
- Essa é a sua forma de agradecimento? – Perguntei, me levantando e ele me abraçou pouco antes de eu conseguir fazer isso, praticamente me colocando em pé forçadamente.
- Talvez... – Ele disse rindo. – Mas agradeço tudo o que você fez. – Ele disse e eu sorri, passando a mão em seus cabelos sempre diferentes.
- Eu agradeço tudo o que você fez por esse time, sei que os valores são incríveis, mas é difícil te deixar ir. Parece que estou deixando uma parte de mim para trás. – Ele pressionou os lábios em um sorriso.
- Mas você já arranjou alguém para usar o dinheiro. – Ele disse e rimos juntos.
- É só uma pena, não? – Falei. – Eles terem demorado tanto para enxergar seu valor...
- Talvez, mas vocês enxergaram, chefa! – Ele sorriu. – E eu serei eternamente grato, esse time estará sempre em meu coração. Você, o pessoal...
- Não suma, ok?! Vamos manter contato. – Falei e ele assentiu com a cabeça. – Se não gostar de Manchester, você pode sempre voltar.
- Pode deixar! – Ele sorriu, suspirando. – Promete que vai ficar bem?
- Por que diz isso? – Cruzei os braços.
- Manu, Álvaro, eu... – Ri fracamente.
- Eu sempre fico, minha preocupação maior é com o Paulo. – Ele suspirou. – Mas vocês ficam se achando demais... – Disse, cutucando sua barriga e ele riu em cócegas.
- Fica bem, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Você também. – Ele se aproximou, dando dois beijos em minha bochecha antes de me abraçar novamente. Suspirei, sentindo algumas lágrimas encherem meus olhos, mas passei as mãos nos olhos quando ele se afastou.
- Isso é para você! – Ele disse, me entregando duas caixas.
- Duas? – Perguntei.
- Uma com o número seis, outra com o 10! – Ele disse.
- Você sempre vai ser meu número seis, não adianta. – Ele assentiu com a cabeça, sorrindo.
- Addio, chefe! – Ele disse dramático.
- Não, Paul, até logo! – Ele sorriu, assentindo a cabeça antes de se afastar e sair pela porta.
Suspirei, vendo as duas caixas em minha mão e deixei-as em minha mesa. Observei as fotos que eu havia revelado com Pogba e levei duas delas até meu mural de fotos lotado. Manu, Morata, Cáceres, Rubinho e Padoin haviam sido os últimos a terem fotos aqui e agora Pogba. Na minha carreira, essas despedidas eram necessárias, mas não quer dizer que elas eram boas. Eu só precisava rezar muito para que nos encontrássemos no mundo do futebol. Pogba voltaria para o Manchester United – de onde o compramos por um por cento pelo que eu o vendi agora – então precisava pedir para encontrá-lo em alguma competição europeia eventualmente.
Uma das fotos era no prêmio FIFA The Best do ano passado, eu havia ido acompanhá-lo junto de Allegri, e ele fez questão de tirar várias fotos engraçadas comigo e essa era uma delas. A outra era do dia a dia, algum dos vários abraços apertados que ele dava. Me lembrava outros dois franceses.
Suspirei, prendendo a foto entre outras e peguei o contrato de Pogba finalizado em minha mesa. 105 milhões de euros, mais cinco milhões de bônus, a maior venda da minha carreira. Além disso, a maior venda de um jogador de futebol na vida! Eu, null null, havia batido o segundo recorde da minha vida.
Segundo, porque há duas semanas, eu havia trazido Gonzalo Higuaín do Napoli, e ele se tornou a terceira maior transferência da história, agora quarta, com a transferência de Pogba, e a maior transferência de um time italiano e da Juventus. A última pessoa a ter esses números foi Gigi em 2001. E eu bati, pagando 90 milhões de euros. Claro que a situação era totalmente diferente. Na época em que Gigi foi comprado, a transferência foi em lira, antiga moeda da Itália que ficou em circulação até 2002, mais ou menos. Mas depois dele, ninguém mais bateu esse valor... Até agora.
Só me sentia mal em pagar tudo isso ao Napoli, mas Higuaín era muito bom e seus números eram incríveis, além de ele ser uma ótima pessoa, valeria à pena. E eu havia colocado meu nome mais uma vez na história da Juventus, só esperava que as transferências valessem à pena, para nós e para o United. Sei que as transferências altas eram boas para os bolsos deles, mas não adianta estar com o bolso cheio e ser infeliz.
- Fala aí, chefa! – Miguel disse quando entrei na sala deles.
- Pogba passou aqui? – Perguntei, sacudindo o contrato como um leque, me abanando.
- Sim, passou! – Eles disseram rindo.
- Parabéns, chefa! – Sara disse e eu sorri.
- Grazie! – Suspirei. – Ai, estou feliz! – Rimos juntos. – Sem contar das outras contratações e das que vem ainda! – Estendi a pasta para Sara.
- Tem tudo para ser uma ótima temporada! – Ela disse.
- Que Deus te ouça! – Falei, suspirando.
- Aí está a minha garota! – Virei para trás, vendo Pavel na porta da sala.
- Fala aí, Pa... – Antes de eu terminar, ele já tinha me abraçado fortemente.
- Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! – Ele falou apressadamente e rimos juntos.
- Já contou para Ivana? – Perguntei e ele riu.
- Ah, ela já sabe! – Neguei com a cabeça. – Você foi incrível, null, sério! – Ele disse animado.
- Ei, não se anime. Esse valor vai para pagar a transferência do Higuaín, vai sobrar pouco... – Ele riu fracamente.
- Eu sei, mas você nos colocou nas manchetes duas vezes em duas semanas! E os jogos nem começaram. – Rimos juntos.
- Agradeço meu bônus! – Pisquei para ele que assentiu com a cabeça. – Como foi em Londres ontem? – Perguntei, sentindo-o me puxar pelos ombros.
- Foi bom, até! – Ele disse e seguimos pelo corredor. – Você viu?
- Mais ou menos, estava com meus irmãos na piscina. – Abanei a mão.
- 3x2, gols de Dybala, Mario e Zaza. Chegamos a ficar com 2x0, eles igualaram, mas finalizamos depois. – Assenti com a cabeça.
- Gigi in porta? – Perguntei.
- Sim! – Ele disse e ponderei com a cabeça.
- Ele deve estar travado depois das férias... – Suspirei.
- Ogbonna te mandou um beijo. – Ele disse e entramos no elevador.
- Ah, agradeço! Eu gosto dele! – Suspirei. – Onde estamos indo?
- Lá embaixo, o time está completo agora. – Ele disse.
- Ah, Pavel! Para quê? – Suspirei. – Já falei com todos.
- Você está arisca com a ideia de encontrar o time. – Ele disse, franzindo os olhos em minha direção. – O que aconteceu nas férias?
- O que acha? – Dei uma resposta atravessada.
- Ah, vocês dois! – Ele disse, suspirando. – Tentem se comportar, ok?!
- Sempre! – Dei um sorriso sarcástico, ouvindo algumas risadas altas quando saímos no elevador. – E suas férias? Como foram?
- Ah, tudo bem. Minha filha está morando nos Estados Unidos...
- Ah, Nina está nos Estados Unidos? Estudando?
- Sim, marketing esportivo. – Ele disse.
- Ah, Nina. – Rimos juntos.
- Enfim, fomos visitá-la. Foi legal! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Pelo menos se divertiu. Eu também, antes de ser forçadamente jogada na realidade. – Disse.
- Honestamente, não sei por que se dispõe a isso. – Ele disse, segurando meu braço. – Você não precisa disso, null.
- Eu sei, eu só não resisto... – Dei de ombros, seguindo pelo lado das risadas com ele. – Você não precisa pisar nas minhas mãos, principalmente porque eu já estou na beirada, mas é bom, Pavel. É uma realidade boa demais para deixar para lá...
- E você acredita que isso algum dia seja sua realidade de verdade? – Ele perguntou e eu suspirei, soltando a respiração devagar.
- Honestamente? Não. – Suspirei. – Acho que é por isso que eu faço, para aproveitar antes de estourar.
- A CULPA É DELA! – Virei o rosto para o lado, vendo Pogba apontando para mim, abraçando Paulo.
- Não, amor. A culpa é sua mesmo! – Falei, ouvindo-o rir. – Mas, se quiser, posso desfazer a venda, não homologuei o contrato ainda. – Pogba riu fracamente.
- Deixa quieto! – Neguei com a cabeça, rindo fracamente.
- Ciao, ragazzi! – Falei para os jogadores em pé e sentados na sala ao fundo do prédio.
- Ciao, chefa!
Encontrei o pessoal de sempre, facilmente encontrando Gigi com o olhar e percebi a presença de Miralem Pjanic, Dani Alves, Medhi Benatia, – que havia sido comprado do Bayern por três milhões – Marko Pjaca – comprado do Dinamo Zagreb por 26 milhões – e Higuaín, nossas compras da temporada. Faltava somente Morata, Cáceres, Rubinho e Padoin. Além do encerramento de algumas vendas, mas iriam até o final do mês.
- Paulo, posso falar contigo rapidinho? – Pedi para o mais novo.
- Claro! – Ele disse, pulando da bancada que ele estava sentado e andamos um pouco pelo corredor, parando alguns passos depois.
- Só queria checar se você está bem, eu judiei de você essa temporada. – Ele puxou a respiração fortemente.
- A Manu foi o destino, e o Álvaro... É a vida do jogador de futebol, não? – Ele disse com a voz fina. – O Paul também... – Passei a mão em seu rosto, abraçando o mais baixo.
- Se precisar de alguma coisa, Paulo. Qualquer coisa, pode contar comigo, ok? Eu entendo esse sentimento de falta. – Suspirei e ele assentiu com a cabeça, com o rosto apoiado em meu ombro.
- Eu falei com ela nas férias... – Ele disse, sorrindo. – Mas é difícil não vê-la aqui, tropeçando, fazendo a gente rir. – Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Foi difícil tirar a mesa dela da minha sala. – Ele pressionou os lábios.
- Vamos ficar bem, chefa! - Ele me abraçou novamente e rimos juntos.
- Vai sim. – Nos afastamos devagar. – E vamos fazer uma boa temporada.
- Sempre! – Ele disse rindo e seguimos pelo corredor de novo. Antes de chegarmos ao final, Gigi apareceu no mesmo.
- Podemos conversar? – Ele perguntou e suspirei, assentindo com a cabeça, voltando a andar pelo corredor alguns passos.
- Não temos o que falar, Gigi. – Falei, sentindo-o apoiar a mão em minhas costas.
- Temos sim, null. Você saiu literalmente correndo do hotel. – Ele disse suspirando.
- Mas você entende o motivo, não entende? – Perguntei, me encostando na parede e ele suspirou. – Eu não consigo ficar no mesmo lugar que ela, Gigi. Principalmente depois daquela semana que tivemos... – Ergui uma mão para seu rosto, acariciando a barba mais rala de quando nos encontramos, mas o rosto bronzeado. – Foi ótimo, foi perfeito, mas eu não podia. – Suspirei. – Eu consigo ficar bem no nosso mundo quando estamos só nós dois... Ela lá... – Neguei com a cabeça. – Foi melhor eu vir. – Suspirei.
- Mas eu fiquei tão perdido, tão desconcertado que...
- Eu aproveitei a oportunidade. – Falei. – Alena estava lá, vinha para Turim, era perfeito. Desculpa ter saído daquele jeito, mas você realmente esperava que eu ficasse lá depois que ela chegou? – Ri fracamente. – Tomando café da manhã, almoçando, jogando bola com vocês? – Ele suspirou. – Eu já não tenho paciência com as ações dela, seria pior ainda!
- Mas você podia te esperado e...
- Gigi! – Segurei seu rosto. – Isso não tem nada a ver contigo. – Falei calmamente. – Em partes tem, ok... Mas não foi algo que você fez que me afastou, só... – Dei de ombros. – Eu não queria ficar lá com ela. E com vocês juntos, como casal e com o Leo... – Suspirei. – Dói...
- Não é nada como você, null. – Ele disse e pressionei os lábios. – Só acredite em mim quando eu digo isso.
- Me contento em saber que você é feliz quando está comigo. – Suspirei. – Agora me pergunto se é feliz quando está com ela.
- Não. – Ele suspirou. – Porque eu só penso em você e em tudo o que eu fiz contigo. – Assenti com a cabeça.
- Não vamos nos alongar, por favor. – Pedi baixo. – Não é a hora e nem o local... – Indiquei a cabeça para a direita, vendo-o virar o rosto e Barza, Chiello, Leo e Pavel estavam bisbilhotando nossa conversa e tentaram distrair quando viramos. – Vocês não sabem ser discretos. – Falei e eles sorriram.
- Scusi, chefa! – Eles falaram e ri fracamente.
- Então, você não está brava comigo? – Gigi perguntou e voltei a olhar com ele.
- Contigo não. Só com a nossa situação... – Ele assentiu com a cabeça, dando um beijo em minha testa.
- Que eu vou mudar! – Ele frisou, como se precisasse prestar contas comigo e somente assenti com a cabeça.
- Eu soube sobre o prêmio Scirea. – Mudei de assunto. – Parabéns.
- Grazie! – Ele sorriu. – Achei que fosse na retirada...
- Ah, não, isso é de cunho mais pessoal do que profissional. – Suspirei. – Mas fico feliz que tenha ganhado.
- Eu também... – Ele sorriu. – É bom ser valorizado... – Confirmei com a cabeça. – Você vai em algum amistoso? Achei que iria para Londres conosco.
- Precisei cuidar dos últimos detalhes da transferência do Pogba, me enrolei, mas eu vou na próxima, será em Modena. – Disse e ele assentiu com a cabeça. – Não perderia por nada, na verdade.
- Por quê? O que tem em Modena? – Ele perguntou.
- Vamos jogar contra o Espanyol, já ouviu falar? – Olhei para ele que franziu a testa.
- La Liga, não? – Assenti com a cabeça.
- Sim, e você sabe quem é o treinador de goleiros deles? – Perguntei, dando um curto sorriso.
- Não, mas você me olhando assim, sinto que deveria saber.
- Thomas N’Kono. – Ele arregalou os olhos.
- Espera... – Assenti com a cabeça. – O Thomas N’Kono?
- É! – Sorri e ele riu de nervoso.
- Você está brincando?!
- Não, não estou! – Sorri com ele.
- Eu tive a chance de encontrá-lo uma vez quando eu jogava no Parma, mas faz anos... – Ele disse rindo.
- Aproveite sua oportunidade. – Ele sorriu.
- Foi você, não foi? – Ri fracamente.
- Não foi proposital, Gigi. Só apareceu na lista e eu achei uma ótima ideia... – Ele riu fracamente.
- Uau! Isso é demais, null, sério! – Sorri.
- Agora aproveite sua oportunidade e mostre o que aquele garoto do Parma se tornou. – Ele sorriu. – Apesar que você tem a mesma cara até hoje! – Ele riu fracamente.
- Você diz que eu pareço novo ou que...
- Você sempre pareceu mais velho! – Rimos juntos e estalei um beijo em sua bochecha. – Aproveite, ok?!
- Pode deixar! Vou tirar aquela blusa que você deu do quadro e levar.
- Agora autografa e guarda de novo. – Disse e ele assentiu.
- Com toda certeza! – Ele disse, me abraçando fortemente.
Lui
13 de agosto de 2016
- E como o Matteo está? – null perguntou mais rápido que nós.
- Ele está bem agora, recuperando bem, aproveitando qualquer oportunidade para folgar... – Rimos juntos. – Mas agora ele está bem.
- Eu não soube, cara! – Falei.
- Ninguém soube. – Barza disse. – Você deveria ter nos contado, cara.
- Foi só uma hérnia, gente! Foi mais um susto do que preocupação mesmo. – Leo disse.
- Mesmo assim, Leo, isso é sério! – null disse.
- Eu já tive uma e não gostaria de ter outra. – Falei.
- Além de que o Matteo só tem dois anos. Deve ter dado um belo de um susto. – null disse.
- Um pouco, mas está tudo bem, prometo. Desculpa não ter falado, só não queria preocupar ninguém. – Ele disse e null riu fracamente.
- Somos uma família, se esqueceu? – Ela disse e sorri, assentindo com a cabeça.
- Grazie, ragazzi! – Ele disse sorrindo. – Allora, vamos mudar de assunto e virar para esse cara aqui, vamos fazer alguma coisa amanhã? 30 e quanto? – Ele se virou para Chiello.
- 32! – Ele disse rindo e null desviou o olhar para seu celular. – Beh, podemos sair para tomar um vinho, sei lá! – Ele disse. – Só não prometo amanhã, minha mãe está vindo de Pisa, a Carol vai fazer um jantar.
- Podemos fazer durante a semana, depois de hoje temos o que? – Barza perguntou.
- Villar Perosa na quarta-feira. – null disse sem desviar o olhar de seu celular e ergueu logo em seguida.
- Quarta-feira? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Sim, sábado já tem o primeiro jogo do campeonato. – Senti o ônibus parar. – Calendário ficou um tanto bagunçado.
- Segunda? – Chiello disse. – Vamos direto do treino.
- Por mim fechado! – Leo disse e todo mundo se entreolhou, assentindo com a cabeça, menos null.
- null! – Chiello chamou-a que virou novamente.
- Oi?!
- Segunda à noite? Happy hour? – Ele perguntou.
- Não prometo. – Ela disse.
- Ah, null! – Nós reclamamos juntos.
- Tenho que finalizar mais uma venda até o começo dos jogos, gente! – Ela disse, se levantando.
- A gente jura que não faz gemidos no fundo se alguém te ligar. – Marchisio disse.
- Ah, muito maduro da parte de vocês, me sinto bem melhor agora! – Ela disse, nos fazendo rir. – Andiamo! Leva a Carol e sua menina que eu penso. Aguentar uma noite inteira só com vocês? Acho que já tenho cabelos brancos demais, não acha? – Ela falou rindo, seguindo pelo corredor e sorrimos cúmplices.
- Ela não está errada. – Lich disse, se levantando do banco de trás e rimos fracamente.
Nos levantamos também, pegando nossas bolsas e descemos do ônibus no Stadio Alberto Braglia em Modena. Cabia pouquíssimas pessoas nesse estádio, então alguns torcedores ficaram do lado de fora e gritaram por nós enquanto seguíamos para o vestiário.
Vi null um pouco à frente conversando com Benatia, um dos jogadores novos e ele, junto de Allegri, foram os primeiros a entrar no vestiário. Segui juntos deles, dando uma rápida olhada no vestiário, tentando me lembrar se algum dia eu já tinha vindo aqui, e acho que sim. Na verdade, acho que não tinha um estádio na Itália que eu não tinha vindo em todos esses anos.
Segui no meu espaço, me livrando da minha mochila e olhei rapidamente em volta, vendo null sair a passos rápidos do vestiário, fazendo seus saltos baterem contra o piso. Tirei meus tênis, trocando pelos chinelos e comecei a trocar a roupa que eu estava pela roupa de treino pré-jogo enquanto ouvia as conversas paralelas do pessoal novo.
- Gigi? – Ergui o rosto, terminando de colocar minha blusa e vi null na porta do vestiário, me chamando com a mão.
- Ah, Gigi! – Dybala começou a zoar e outros foram com ele e só vi null revirando os olhos.
- Vem logo! – Ela disse e segui com ela para fora do mesmo.
- O que foi? – Perguntei, saindo com ela pelo corredor.
- Eu só vim com um motivo. – Ela falou enquanto seguíamos para fora do vestiário. – E ele está ali. – Ela apoiou a mão em meu ombro, indicando um pouco mais a frente.
Ri fracamente antes mesmo de seguir seu dedo. Meu ídolo desde que eu tinha 12 anos, o motivo de eu ter trocado de centrocampista para goleiro, estava ali. Eu tinha encontrado-o uma vez durante o Parma, mas já 15 anos que eu saí do Parma, e provavelmente tinha encontrado-o bem antes de quiçá pensar em ir para Juventus.
- Gianluigi Buffon. – Ele disse sorrindo.
- Vai lá! – null cochichou, me empurrando pelo ombro.
- Thomas. – Estiquei a mão, cumprimentando-o, sabendo que teria que colocar meu péssimo inglês em jogo.
- Ah, não precisa disso! – Ele disse, me abraçando, dando alguns tapinhas em minhas costas e ri fracamente.
- É um prazer vê-lo. – Falei.
- O prazer é meu! Muito mudou da última vez que nos encontramos. – Ele disse.
- Ah, bastante! Já faz uns 18 anos? – Perguntei e ele ponderou com a cabeça.
- Copa de 98? – Ele perguntou.
- Realmente não me lembro, mas só na Juventus essa é a minha décima sexta temporada, se for mesmo, faz quase 20. – Rimos juntos.
- E como estão as coisas? – Ele perguntou.
- Tudo bem. – Assenti com a cabeça. – Envelhecendo... – Ele riu fracamente.
- Ah, esse momento sempre chega, mas ignora o que as pessoas e a imprensa falam, ouça seu corpo. Eu fui até os 42, até 39 com a minha Seleção... Só você sabe quando parar. – Ele disse.
- Eu me sinto muito bem, estou com 38, mas a pressão começa de todos os lados. – Falei.
- Todos?
- Ah, tenho alguns aliados. – Falei e ele riu fracamente.
- Claro que eu jogava em um time menor e uma Seleção bem menos relevante, mas vai no seu tempo. E depois você consegue alongar em uma carreira de técnico.
- Há quantos anos está aqui? – Cruzei os braços.
- Vai fazer seis anos. – Ele disse. – Não é perfeito, claro, mas é... – Ele ponderou com a cabeça. – Confortável.
- Ah, imagino! Pelo menos se sente bem.
- Sim, sim, claro! Acho que o principal na nossa profissão é conforto. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Sim, sim, claro! – Sorri. – Eu tenho que terminar de me arrumar, se importa se eu tirar uma foto? – Perguntei.
- Não, claro! Preciso ir também. – Ele disse e tateei meus bolsos, já tinha mudado de calça.
- null! – Virei para o lado, vendo-a no mesmo lugar, observando a cena.
- Oi! – Ela disse, destravando e notei seus olhos avermelhados.
- Seu celular está aí? – Perguntei.
- Claro! – Ela disse, desbloqueando-o e me estendeu.
- Essa é null null, ela é gerente de contabilidade do time e uma das minhas aliadas. – Falei e ele estendeu a mão para ela.
- É um prazer te conhecer. – N’Kono disse e ela tinha seu lindo sorriso nos lábios.
- O prazer é meu em conhecer um dos responsáveis por esse talento aqui! – Ela apertou meus ombros e eu não poderia estar mais encabulado.
- Grazie, grazie! – Ele disse.
- Fiquem à vontade. – Ela disse e peguei seu celular.
- Bloqueou de novo. – Falei e ela colocou a senha com o celular ainda em minhas mãos e se afastou um pouco.
- Aqui! – Estiquei a mão para frente e ele me abraçou pelos ombros. Ergui o celular, vendo nossos rostos na câmera frontal e tirei duas fotos. – Grazie!
- Eu que agradeço! – Ele disse, dando mais alguns tapinhas em minhas costas. – Bom jogo!
- Para vocês também. – Apertei sua mão mais uma vez e segui de volta a null que tinha a mesma feição de antes. – Vamos?
- Sim... – Ela disse e seguimos para dentro do vestiário, no corredor que o antecedia.
- Você está chorando? – Perguntei baixo e ela suspirou, passando as mãos nos olhos.
- Eu só fiquei emotiva, ok?! – Ela disse rindo. – Estamos juntos para o outro, se esqueceu? – Sorri, passando um braço pela sua cintura e abracei-a fortemente.
- Grazie per questo. – Falei e ela tinha um sorriso no rosto quando nos afastamos.
- Sempre que precisar! – Ela disse e sorri, me contendo em dar um beijo em sua testa. – Eu tenho uma pergunta. – Ela disse e afastei meu rosto do dela.
- Fala. – Franzi os olhos.
- Você fala inglês? – null disse e ri fracamente, revirando os olhos.
- Alguma coisa sai. – Disse.
- É, alguma coisa. – Ela disse rindo e empurrei-a, passando meu braço em seus ombros. – Eu me senti burra por alguns segundos até perceber o que você estava falando. – Neguei com a cabeça.
- Ai! Essa doeu! Não tem graça! – Falei e ela riu.
- Beh... – Ela deu de ombros e revirei os olhos.
- Gigi, andiamo! – Allegri disse, aparecendo no corredor.
- É, andiamo, Gigi! Melhor você jogar do que tentar ser bilíngue. – null disse e eu ri fracamente, seguindo atrás dela.
- Ei, nem todos somos gênios que falamos 200 línguas e temos milhares de especializações. – Falei e ela gargalhou.
Lei
17 de agosto de 2016
- Onde você está? – Ouvi a voz sussurrada de Pavel quando apertei o verde do botão.
- Eu estou chegando, Pavel. Calma! – Falei irritada.
- O Andrea já fez o discurso e o Elkann não para de perguntar de você. – Suspirei.
- Vocês sabem que é quarta-feira, né?! Eu não podia largar tudo e ir... – Ouvi o barulho da ligação dele abafar. – Ao menos consegui finalizar o contrato do Pereyra, ok?! Seu ingrato! – Falei e ele riu fracamente.
- Ah, se não é a mulher mais incrível do mundo! – Ele disse animado e revirei os olhos, embicando na mansão de Agnelli.
- Eu acho que preciso contar algo para Ivana, esse amor todo está me assustando! – Falei, abaixando o vidro, acenando para o porteiro.
- Ah, signora null, seja bem-vinda! – Sorri, feliz por ao menos minha cara de cansaço servir para alguma coisa.
- Está no portão? – Ele perguntou.
- Não, só parei no shopping para pegar um frappé. – Falei revirando os olhos.
- Ah, buffone! – Ele disse e ri fracamente.
- Fechou a venda dele por quanto? – Notei que ele perguntou mais baixo e o som ambiente foi ficando mais longo.
- 13 milhões e dois em variáveis, pago em quatro anos. – Suspirei. – Foi o que deu para fazer. Ao menos ele começa em outro time já na próxima temporada. – Guiei o carro para dentro da propriedade dos Agnelli.
- Você fez um milagre, null. Está ótimo! E não foi empréstimo. – Suspirei.
- Agradeço por isso. Agora o Zaza... – Franzi os olhos.
- Uma coisa de cada vez, vem logo! – Ele desligou antes que eu pudesse responder e suspirei.
Todo o caminho que eu normalmente fazia em pé, eu consegui fazer com o carro. O ônibus não conseguia entrar, mas meu carro sim. Dei a volta na casa, chegando no quintal em que costumávamos tomar um café e relaxar antes do jogo no fim do dia e encontrei os jogadores, top e Elkann. Os olhares se viraram para mim e suspirei quando deslizei o carro.
Dei uma olhada em meu rosto pelo espelho e renovei o batom, passando os lábios um no outro para tirar o excesso. Abri a porta do motorista e virei os pés para fora. Tirei meus tênis brancos da Adidas e coloquei meu Scarpin preto e branco de sempre. Puxei meu celular do carregador portátil e a chave do carro, fechando a porta logo em seguida.
- Finalmente! – Pulei de susto, vendo Pavel.
- Ah, cazzo, Pavel! – Falei, vendo-o rir e travei o carro.
- Não dá para aguentar Villar Perosa sem seguir você igual um robô. – Trocamos dois rápidos beijos na bochecha.
- Ah, claro e seria por quê? – Ele me deu o braço e segui ao lado dele pelo local, sentindo meus pés afundarem no gramado e precisei manter o equilíbrio na ponta dos pés para não afundar.
- Você sabe lidar muito bem com eles. – Ele disse mais baixo, evitando mexer muito os lábios.
- Não é só por isso, gracinha! – Falei, suspirando. – Minha bunda e meus seios ajudam, tenho certeza. – Falei baixo.
- É, talvez, mas não se empolgue tanto! – Ele disse e vi os jogadores sentados nos bancos e sofás dispostos pelo largo gramado e distribuí rápidos acenos para alguns jogadores, principalmente o grupinho de sempre, que pareciam confusos em me ver ali.
- null! – John foi o primeiro a sorrir ao me ver e soltei de Pavel, me aproximando dele e trocando dois rápidos beijos, sentindo sua mão em minha cintura. – Achei que não viesse!
- Ah, não perderia Villar Perosa por nada! – Sorri. – Só não conseguimos fazer no sábado e eu precisei da atenção à minha equipe. – Sorri.
- Ah, claro! Se fosse diferente, não seria você! – Sorri em agradecimento. – Mas está tudo bem?
- Sim, muito bem! - Sorri e desviei o olhar para meus colegas do administrativo.
- null! – Agnelli sorriu e me aproximei dele, dando dois curtos beijos em suas bochechas e fiz o mesmo com Paratici e Beppe.
- Tudo bem? – O último falou sorrindo.
- Tudo ótimo. – Assenti com a cabeça. – Fabio, um minuto, por favor? – Ele assentiu com a cabeça e afastamos um pouco do pessoal e vi Allegri e Filippi embaixo do coberto.
- null! – Fillippi me deu seu clássico abraço de urso e sorri, apoiando a cabeça em seu ombro por alguns segundos.
- Como estão? – Sorri, cumprimentando o técnico em seguida.
- Muito bom! Feliz em te ter aqui. – Allegri disse e pisquei para ele, seguindo um pouco mais longe com Paratici.
- Pavel me adiantou. – Ele disse. – É uma boa oferta. – Ele disse e eu ponderei com a cabeça.
- Não é perfeita, mas é o que deu. Do contrário ficaríamos mais seis meses e o valor de mercado podia despencar. – Suspirei. – Podia aumentar também, mas...
- É, mas ele só teve 16 presenças na temporada inteira e só nove vinda do campo. – Pavel disse e assenti com a cabeça.
- Não, muito bom, null! Mesmo. – Ele disse e sorri, assentindo com a cabeça. – Você sempre nos salva... – Ri fracamente.
- Me deem um desafio mais difícil, pode ser? – Brinquei e eles riram.
- Um dia vai vir e aí eu quero ver! – Pavel disse rindo. – Fica à vontade, null! Descansa um pouco antes do jogo.
- Volta dirigindo? – Perguntei para Pavel e ele ponderou com a cabeça.
- Vou pensar no seu caso. – Ele disse e ri fracamente, seguindo de volta para o gramado, me equilibrando na ponta dos pés novamente e segui até a mesa vendo Dani, Neto e Alex Sandro.
- Buongiorno. – Falei para os brasileiros, pegando um copo de suco e uma baguete.
- Buongiorno, chefa! – Neto e Alex disseram, completando a frase.
- Chefa? – Dani perguntou.
- É, uma forma carinhosa. – Barza apareceu e sorri.
- Ciao, Barza.
- Ciao, null! – Ele disse e passei a mão em suas costas, dando curtos beijos em seu rosto. – Eu chamo de null porque a amizade é mais longa! – Ri fracamente.
- Scusa. – Pedi, saindo da mesa junto de Barza.
- Achamos que não viesse. – Ele disse.
- Ah, mas é claro! Já ficaram preocupado? Já não basta segunda-feira? – Ele riu fracamente. – Queria aproveitar meu Ferragosto, mas...
- Nem você e nem nós! – Marchisio disse quando me aproximei dos italianos.
- Ficaram treinando? – Perguntei.
- É claro, ou você acha que Allegri quer perder hoje? – Chiello disse e segui pela fila, cumprimentando um por um, terminando em Gigi que estava apoiado no braço do sofá.
- Agora vocês se dividem por nacionalidades? – Perguntei. – Encontrei os brasileiros à mesa, agora vocês aqui...
- Senta aqui... – Gigi disse e apoiei a mão em seu ombro antes que ele se mexesse.
- Fica! – Falei, passando as mãos em seus ombros, me aproximando dele e ele passou a mão pelo meu corpo, deslizando pelo meu quadril. – O que está acontecendo?
- Só costume mesmo! – Marchisio disse.
- Ei, estamos aqui! – Lich disse, abraçando Asa de lado e neguei com a cabeça com um sorriso no rosto.
- Os mais velhos de time, então? – Perguntei, colocando a mão na cintura, esbarrando nas mãos de Gigi. – Com exceção de Rugani. – O mais novo deu um sorriso.
- Não me conforta, null! – Gigi disse e ri fracamente.
- Beh, eu tenho vários poderes, voltar no tempo ainda não é um deles. – Ele pressionou os lábios, me puxando mais para perto de si.
- Achamos que não viesse, desistiu da gente? – Leo perguntou.
- Ah, dramáticos! – Falei, ouvindo eles rirem. – Eu só tive alguns compromissos, ok?! – Falei rindo. – Isso ser hoje acabou bagunçando umas coisas.
- É um pouco estranho, mas...
- Para vocês não muda nada! – Falei, cortando Chiello. – Mas todos os ingressos foram vendidos, acaba só me complicando um pouco. – Bebi um gole do meu suco.
- E você acaba parando o que precisa fazer para vir ficar algumas horas conosco e...
- Ver vocês jogando 60, 70 minutos, várias substituições, analisar o setor juvenil e ver quem mais eu vou roubar do Luca Toni. – Falei, dando de ombros, ouvindo-os rirem. – Ah, e sem contar no strip tease anual liberado pela FIGC. – Pressionei os lábios, fazendo uma careta e eles riram.
- Você gosta, hum? – Gigi disse, apertando minha perna e ri fracamente.
- Se eu for depender do jogo de hoje para te ver sem roupa, eu estou ferrada. – Virei para ele. – Você joga 15 minutos e some... – Notei o silêncio que se formou e as bochechas bronzeadas de Gigi coraram. Levei meu polegar e indicador ao seu queixo, segurando seu rosto, obrigando seus olhos azuis a me encararem e ele riu fracamente. – Exagerei? – Perguntei e ele riu fracamente.
- Tudo bem, eu mereci! – Ele disse e virei o rosto para o pessoal que nos encarava com os lábios pressionados, escondendo uma risada entre eles.
- Até que foi sutil! – Barza disse e pisquei para eles.
- Não é novidade para ninguém aqui isso, é? – Disse.
- Para o Ruga talvez... – O mesmo cortou Leo.
- Ah, eu já sabia. – Ele assentiu com a cabeça e rimos juntos.
- Beh, se não se importam, eu vou dar uma volta para cumprimentar os outros jogadores. – Apoiei minha mão em cima da de Gigi, afastando-a levemente de meu ombro.
- Fala aí, chefia! – Dybala apoiou a mão em meus ombros e pressionei os lábios, rindo fracamente.
- Aposto que se as fofocas do time correm, é por causa de você. – Falei para ele que arregalou os olhos.
- Sobre o quê? – Ele disse surpreso e indiquei eu e Gigi com o dedo.
- Ah, mas isso todo mundo já sabe! – Ela abanou a mão livre e baguncei seus cabelos penteados de gel.
- Nem todo mundo. – Gigi disse.
- E gostaria que ficasse assim. – Falei sugestivamente, indicando a cabeça para o lado e ele fez o mesmo, espero que vendo John Elkan...
- Oh, está bem! – Ele disse, assentindo com a cabeça. – Pode deixar! Manu sabia ser discreta.
- Isso, aprende com ela! – Afastei sua mão de meus ombros também. – Scusi, ragazzi!
- Isso não sai daqui, esqueceu? – Ouvi a voz de Gigi e me afastei antes de ouvir a resposta de Paulo. John e Lapo Elkann tinham um amor exagerado por mim, esperava que se mantivesse ao trabalho, mas também não queria ser a pessoa a destruir o coração dos meus chefes, não é mesmo? Talvez quando formos um casal... Um dia...
Lui
20 de agosto de 2016
- Ah, garoto! – Abracei Higuaín, estalando um beijo em sua bochecha, sentindo-o dar tapas em meu quadril. – Que golaço!
- Grazie, Gigi! – Ele disse rindo. – Grazie! Grazie! É bom começar assim.
- Com toda certeza! Vencemos o primeiro jogo, você fez gol no seu primeiro gol. Te garanto que tem muitas pessoas felizes! – Ele gargalhou e empurrei-o de leve.
- Espero que sim! – Ele disse rindo.
- Aproveita a torcida! – Falei e segui para Dybala que estava há alguns passos para o lado.
- Gigi! – Ele me deu um beijo na bochecha e dei dois tapinhas em seu corpo.
Segui cumprimentando o restante dos jogadores, sejam nossos ou da Fiorentina, o qual acabamos de ganhar de 2x1 e procurei por Federico Chiesa com o olhar. Foi uma surpresa para eu ver o filho de um grande amigo do Parma no line-up de hoje. Enrico Chiesa ficou durante três anos no Parma, todos os que eu estive lá, depois seguiu para a Fiorentina e havíamos nos encontrado em outros times após isso. Pelo jeito ele havia deixado alguma inspiração e, agora, seu menino havia jogado contra mim. E eu havia conhecido-o quando bebê em alguma festa do Parma, Enrico era bem mais velho do que eu, coisa de 10 anos, mas ainda era surpreendente.
- Chiesa! – Encontrei o menino de uns 17, 18 anos seguindo para dentro do vestiário.
- Gigi Buffon! – Ele sorriu, esticando a mão e segurei-o puxando para um abraço, ouvindo-o rir fracamente.
- Você provavelmente não sabe quem eu sou... – Afastei-o e ele riu fracamente.
- Sim, é claro que sei! – Ele disse rindo e franzi a testa. – Eu entendi o que você falou! – Rimos juntos. – Você jogou com meu pai.
- É, exato! – Assenti com a cabeça. – Como ele está?
- Bem! Muito bem! Ele mandou um beijo! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Manda outro para ele, não o vejo há anos. – Falei.
- Beh, ele se aposentou em 2010 em um time da Serie B, mas ele disse que foi contra a Lazio ou o Siena. – Assenti com a cabeça.
- Fala que sinto saudades dele. – Disse e ele sorriu.
- Pode deixar!
- Se importa em trocar? – Apontei para camisa.
- Você quer trocar de camisa comigo? – Ele perguntou surpreso.
- Beh, eu tenho a camisa do seu pai, nada mais justo de eu ter a sua também. – Falei e ele riu fracamente, com um largo sorriso no rosto.
- Claro! Claro! – Ele disse animado e puxei a camisa, tomando cuidado para não puxar a segunda pele junto e a estendi para ele. – Grazie. – Ele me entregou a dele.
- Eu que agradeço. – Trocamos as blusas. – Manda um beijo para o seu pai, sua mãe... – Ele assentiu com a cabeça.
- Pode deixar! Vou falar para ele. – Ele sorriu. – Ciao.
- Ciao, ciao! – Acenei, vendo-o sorrir e ele seguiu rindo para dentro do vestiário.
Segui de volta para meu time ainda no meio do campo e cumprimentei os árbitros que ocupavam o centro do campo e coloquei a camisa de Federico nos ombros, vendo meus companheiros de time começarem a criar o cordão.
- ANDIAMO! – Chamei o pessoal e dei as mãos para Evra e Lemina, ouvindo a torcida gritar junto.
- O-O-O-O-O-OH! – Gritamos junto, pulando em sua direção.
Os aplaudi, agradecimento pelo apoio nessa vitória, principalmente depois de eu ter levado um gol que empatou, mas Pipita – apelido que veio junto com Higuaín de Dybala, talvez da Nazionale argentina – entrou em campo e nos distanciou em 10 minutos.
Segui em direção ao vestiário, dando um tapa na cabeça de Higuaín quando passei por ele, vendo-o parado com Angela para a entrevista e segui com eles. Cumprimentei Astori no túnel, dando um forte abraço nele.
- E aí, Gigi! – Ele disse.
- E aí, Davide? Tudo certo? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Acabamos de perder de vocês, mas... – Rimos juntos.
- Ei, não é a primeira vez! – Brinquei, dando um toque em seu ombro e rimos juntos.
Segui pelo túnel, vendo outro Federico, dessa vez Bernardeschi, exatamente no mesmo ponto em que tinha recebido a queda de Manu há seis meses. Ri fracamente da ironia, mas ele movimentando o pescoço para todos os lados me fazia pensar que ele estava procurando por ela.
- Gigi! – Virei para o lado, vendo Pavel seguido do resto do top cinco e sorri ao ver null saindo com eles. Tínhamos nos visto há poucos dias, mas era sempre bom revê-la.
- Bom jogo! – Agnelli disse, me cumprimentando e fiz o mesmo com todos os outros quatro.
- Ele diz “bom jogo” e eu te pergunto se você estava no jogo. – Ela brincou e eu ri fracamente.
- Aposto que quando se lembrou de mim, eu levei o gol. – Falei, dando um beijo em sua cabeça.
- Mais ou menos! - Rimos juntos.
- Olha aquilo! – Indiquei Bernardeschi com a cabeça e ela virou o rosto. – Será que ele está procurando por ela? – Cochichei e ela sorriu, pressionando os lábios.
- Vamos descobrir. – Ela disse e me empurrou em direção à Bernardeschi, me assustando e olhei para ela, vendo-a dar de ombros, mas suspirei.
- Ei, Berna! – Falei, cumprimentando meu companheiro no campeonato Europeo.
- Ei, Gigi! – Trocamos um rápido abraço.
- Você parece um tanto perdido. – Falei, abraçando-o pelos ombros.
- Ah, é que... – Ele riu fracamente. – Você vai rir.
- Não, pode falar! – Disse, bagunçando seus cabelos loiros.
- Aquela garota da última vez. De cabelo azul! – Ele disse, rindo e suas bochechas já avermelhadas, ficaram mais ainda. – Ela está aqui?
- Ela mexeu contigo, né?! – Falei rindo fracamente e ele suspirou.
- Foi difícil não pensar nela. – Ele coçou a nuca. – Fiquei feliz pelo primeiro jogo ser aqui para eu vê-la. Eu olhei no banco de vocês, mas não a vi. Aí não sei se ela pintou os cabelos ou...
- Então, cara... – Suspirei. – É meio difícil falar isso para ti, sabendo que você ficou bem balançado por ela, mas ela não trabalha mais aqui.
- Não? – Ele arregalou os olhos.
- Não, ela era assistente do time, mas ela era de fora, um parente dela faleceu e ela precisou voltar. – Falei, mordendo o lábio inferior.
- Cazzo! – Ele falou baixo, suspirando. – Eu não esperava por essa. Ela pretende voltar ou...
- Não sei te dizer, ela foi no meio do ano. Foi literalmente a última coisa que eu fiz antes de ir para o Europeo, levei-a na estação de trem.
- Cara! – Ele se encostou na parede. – Não esperava por essa. – Ele mexeu nos cabelos, suspirando. – Beh, grazie per la informazione. – Ele suspirou. – Não posso negar que fiquei surpreso.
- Se ela aparecer de novo, eu te aviso. A gente sempre se encontra por aí. – Falei e ele riu fracamente.
- Valeu. – Ele negou com a cabeça, suspirando. – Até mais! – Ele disse rindo.
- Até! – Falei, dando um tapinha em seus ombros e segui até a entrada do meu vestiário.
- E então? – null, que me esperava na porta, se desencostou do batente.
- Ele está procurando por ela. – Falei, entrando com ela no vestiário e ela riu fracamente.
- Eu não consigo acreditar! – Ela disse rindo. – Foi amor à primeira vista.
- E por que esse tom de surpresa? – Perguntei, prendendo as luvas embaixo do braço e ajeitando a blusa no mesmo também.
- Ah, ela caiu, Gigi! Não foi exatamente um clichê que a mulher derruba os livros, tem aquela troca de olhares e afins... – Rimos juntos.
- Beh, às vezes isso acontece de outras formas, com eles foi um tombo... – Dei de ombros. – Conosco foi uma reunião. – Pisquei e ela ficou desconcertada, me empurrando pelos ombros.
- Bobo!
- Imagina se acontece de novo? Vou me certificar de estar em várias reuniões de contratação! – Falei e ela mostrou a língua para mim, me empurrando para dentro do vestiário.
- Que horas são? – Ela puxou o telefone do bolso da saia. – Quase 11... – Ela suspirou e fez algumas contas nos dedos. – 10, nove, oito, sete, seis... – Ela ponderou com a cabeça e apertou algumas coisas no telefone e, no segundo seguinte, um som alto de toque pode ser ouvido.
- O que está fazendo? – Perguntei surpreso, vendo a ligação do outro lado ser atendida.
- Ciao, ragazzi! – Manu atendeu animada e gargalhei, entrando no vestiário.
- Ciao, Manu! – null disse, afastando o celular do rosto e entrando no vestiário. – Estou atrapalhando?
- Ah, claro! Eu tenho muito o que fazer! – Ouvi sua voz irônica.
- O que está acontecendo? – Chiello grudou em null.
- Ciao, Chielo-o-o! – A voz de Manu ecoou alta pelo vestiário e ri fracamente.
- Ei, Manu! – Ele disse animado.
- É a Manu? – Paulo e Barza se juntaram animados à null.
- MANU! – Paulo disse animado.
- Ciao, ragazzi! – Ela disse rindo.
- Espera aí! Depois eu passo o telefone. – null disse, se afastando deles e vindo em minha direção. – Gigi quer te falar algo.
- Ah, o que? – Ouvi sua voz e null parou ao meu lado e vi Manu ainda com os mesmos cabelos azuis de antes.
- Oi, linda! – Falei e ela acenou com a mão, parecia que ela estava de bruços na cama.
- Ciao, Gigi! – Ela sorriu.
- Estamos atrapalhando? – Perguntei.
- Claro que não! Eu estou desempregada e sem o que fazer, gente! – Ela disse rindo.
- Viu o jogo? – Perguntei.
- Claro! – Ela suspirou. – Dá parabéns ao Sami e ao novato por mim! – Ela disse sorrindo.
- Viu seu namorado? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Ele não é meu namorado! – Ela suspirou. – Aposto que nem se lembra mais de mim.
- Aí que você se engana! – null disse rindo.
- Ele perguntou de você! – Falei, compartilhando o mesmo sorriso largo de null.
- Non’è vero! – Ela disse surpresa. – No! No! – Ela falava repetidamente.
- NÃO ACREDITO! – Paulo veio saltitante em nossa direção.
- Perguntou, Manu! – null disse sorrindo. – Acho que está na hora de preparar sua volta!
- Só faz dois meses, chefa! – Ela disse rindo. – Queria muito, mas não dá. – Ela suspirou. – As coisas estão bagunçadas um pouco ainda. – Notei que seu tom de voz abaixou.
- Xi! Xi! – Pedi, movimentando a mão para o pessoal diminuir o tom.
- Está tudo bem? – null perguntou.
- Sim, um tanto bagunçadas ainda, mas bem. Minha avó está morando conosco, estou tentando passar bastante tempo com ela. – Ela disse, suspirando.
- Isso é bom, Manu! Pode parecer que não, mas vai valer à pena. – null disse, suspirando. – Daria tudo para passar um tempo mais com meus pais. – Manu assentiu com a cabeça.
- Sim! – Ela suspirou. – Mas está tudo bem, fico feliz que ele se lembre. Agora disseram que eu fui embora? – Ela perguntou.
- Agora sim! – Falei, rindo fracamente. – Mas volte, ok?! E não por ele, porque Dio mio, que cabelo é aquele? – Ela abaixou o rosto envergonhada. – Volte por nós.
- Para! Ele é bonitinho! – Rimos juntos. – Posso falar com o Paulo? Quero saber como ele está depois de você ter vendido o Álvaro e o Paul! – Ela fez um bico e null riu.
- Não foi interesse meu, meu amor. – null disse e rimos juntos.
- Ok, dá aqui! Telefone para o melhor amigo! – Paulo estendeu o telefone.
- Espera! – null deu um tapa em sua mão. – Me liga sempre que quiser, ok?! Você sabe que eu não durmo cedo mesmo. – Rimos juntas.
- Pode deixar, chefe. Amo vocês! – Ela acenou com a mão.
- Também te amamos. – Falei junto de null.
- Só na ligação, me ouviu? – null falou firme para Paulo, entregando o telefone para ele.
- Ah, relaxa, não quero ler os sextings seu e do Gigi. – Ele disse, se afastando.
- O quê? – Perguntei e null abanou a mão.
- Deixa quieto. – Ela revirou os olhos.
- null! – Pavel se aproximou de nós.
- Fala! – Ela disse, se apoiando em meu armário e me sentei para começar a trocar de roupa.
- Amanhã rola fazer algumas imagens no J-Medical? – Ele perguntou e ela soltou um longo suspiro.
- Claro, né?! Vai abrir para o público na segunda, ok?! – Ela disse firme.
- Por isso mesmo! Depois que abre para o público, funcionários, fica mais difícil! – Ele disse e ela assentiu com a cabeça.
- Ok, combinado. – Ela suspirou e ele assentiu com a cabeça.
- Alguém vai trabalhar de domingo. – Falei e ela riu fracamente.
- Ah, trabalhar, eu trabalho sempre. Agora normalmente é de casa mesmo. – Ela deu de ombros e sorri, vendo-a andar em direção a Paulo.
- Não, não! Por enquanto está ótimo, mas foi só um jogo! – Ouvi a voz de Paulo e vi Barza e null pendurados nos ombros do mesmo, observando a conversa dos dois e sorri quando a gargalhada dela ecoou pelo vestiário de novo e senti falta dessa gargalhada após um tombo.
- Você é incrível! – Pogba disse, abrindo a porta da minha sala animadamente.
- Essa é a sua forma de agradecimento? – Perguntei, me levantando e ele me abraçou pouco antes de eu conseguir fazer isso, praticamente me colocando em pé forçadamente.
- Talvez... – Ele disse rindo. – Mas agradeço tudo o que você fez. – Ele disse e eu sorri, passando a mão em seus cabelos sempre diferentes.
- Eu agradeço tudo o que você fez por esse time, sei que os valores são incríveis, mas é difícil te deixar ir. Parece que estou deixando uma parte de mim para trás. – Ele pressionou os lábios em um sorriso.
- Mas você já arranjou alguém para usar o dinheiro. – Ele disse e rimos juntos.
- É só uma pena, não? – Falei. – Eles terem demorado tanto para enxergar seu valor...
- Talvez, mas vocês enxergaram, chefa! – Ele sorriu. – E eu serei eternamente grato, esse time estará sempre em meu coração. Você, o pessoal...
- Não suma, ok?! Vamos manter contato. – Falei e ele assentiu com a cabeça. – Se não gostar de Manchester, você pode sempre voltar.
- Pode deixar! – Ele sorriu, suspirando. – Promete que vai ficar bem?
- Por que diz isso? – Cruzei os braços.
- Manu, Álvaro, eu... – Ri fracamente.
- Eu sempre fico, minha preocupação maior é com o Paulo. – Ele suspirou. – Mas vocês ficam se achando demais... – Disse, cutucando sua barriga e ele riu em cócegas.
- Fica bem, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Você também. – Ele se aproximou, dando dois beijos em minha bochecha antes de me abraçar novamente. Suspirei, sentindo algumas lágrimas encherem meus olhos, mas passei as mãos nos olhos quando ele se afastou.
- Isso é para você! – Ele disse, me entregando duas caixas.
- Duas? – Perguntei.
- Uma com o número seis, outra com o 10! – Ele disse.
- Você sempre vai ser meu número seis, não adianta. – Ele assentiu com a cabeça, sorrindo.
- Addio, chefe! – Ele disse dramático.
- Não, Paul, até logo! – Ele sorriu, assentindo a cabeça antes de se afastar e sair pela porta.
Suspirei, vendo as duas caixas em minha mão e deixei-as em minha mesa. Observei as fotos que eu havia revelado com Pogba e levei duas delas até meu mural de fotos lotado. Manu, Morata, Cáceres, Rubinho e Padoin haviam sido os últimos a terem fotos aqui e agora Pogba. Na minha carreira, essas despedidas eram necessárias, mas não quer dizer que elas eram boas. Eu só precisava rezar muito para que nos encontrássemos no mundo do futebol. Pogba voltaria para o Manchester United – de onde o compramos por um por cento pelo que eu o vendi agora – então precisava pedir para encontrá-lo em alguma competição europeia eventualmente.
Uma das fotos era no prêmio FIFA The Best do ano passado, eu havia ido acompanhá-lo junto de Allegri, e ele fez questão de tirar várias fotos engraçadas comigo e essa era uma delas. A outra era do dia a dia, algum dos vários abraços apertados que ele dava. Me lembrava outros dois franceses.
Suspirei, prendendo a foto entre outras e peguei o contrato de Pogba finalizado em minha mesa. 105 milhões de euros, mais cinco milhões de bônus, a maior venda da minha carreira. Além disso, a maior venda de um jogador de futebol na vida! Eu, null null, havia batido o segundo recorde da minha vida.
Segundo, porque há duas semanas, eu havia trazido Gonzalo Higuaín do Napoli, e ele se tornou a terceira maior transferência da história, agora quarta, com a transferência de Pogba, e a maior transferência de um time italiano e da Juventus. A última pessoa a ter esses números foi Gigi em 2001. E eu bati, pagando 90 milhões de euros. Claro que a situação era totalmente diferente. Na época em que Gigi foi comprado, a transferência foi em lira, antiga moeda da Itália que ficou em circulação até 2002, mais ou menos. Mas depois dele, ninguém mais bateu esse valor... Até agora.
Só me sentia mal em pagar tudo isso ao Napoli, mas Higuaín era muito bom e seus números eram incríveis, além de ele ser uma ótima pessoa, valeria à pena. E eu havia colocado meu nome mais uma vez na história da Juventus, só esperava que as transferências valessem à pena, para nós e para o United. Sei que as transferências altas eram boas para os bolsos deles, mas não adianta estar com o bolso cheio e ser infeliz.
- Fala aí, chefa! – Miguel disse quando entrei na sala deles.
- Pogba passou aqui? – Perguntei, sacudindo o contrato como um leque, me abanando.
- Sim, passou! – Eles disseram rindo.
- Parabéns, chefa! – Sara disse e eu sorri.
- Grazie! – Suspirei. – Ai, estou feliz! – Rimos juntos. – Sem contar das outras contratações e das que vem ainda! – Estendi a pasta para Sara.
- Tem tudo para ser uma ótima temporada! – Ela disse.
- Que Deus te ouça! – Falei, suspirando.
- Aí está a minha garota! – Virei para trás, vendo Pavel na porta da sala.
- Fala aí, Pa... – Antes de eu terminar, ele já tinha me abraçado fortemente.
- Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! – Ele falou apressadamente e rimos juntos.
- Já contou para Ivana? – Perguntei e ele riu.
- Ah, ela já sabe! – Neguei com a cabeça. – Você foi incrível, null, sério! – Ele disse animado.
- Ei, não se anime. Esse valor vai para pagar a transferência do Higuaín, vai sobrar pouco... – Ele riu fracamente.
- Eu sei, mas você nos colocou nas manchetes duas vezes em duas semanas! E os jogos nem começaram. – Rimos juntos.
- Agradeço meu bônus! – Pisquei para ele que assentiu com a cabeça. – Como foi em Londres ontem? – Perguntei, sentindo-o me puxar pelos ombros.
- Foi bom, até! – Ele disse e seguimos pelo corredor. – Você viu?
- Mais ou menos, estava com meus irmãos na piscina. – Abanei a mão.
- 3x2, gols de Dybala, Mario e Zaza. Chegamos a ficar com 2x0, eles igualaram, mas finalizamos depois. – Assenti com a cabeça.
- Gigi in porta? – Perguntei.
- Sim! – Ele disse e ponderei com a cabeça.
- Ele deve estar travado depois das férias... – Suspirei.
- Ogbonna te mandou um beijo. – Ele disse e entramos no elevador.
- Ah, agradeço! Eu gosto dele! – Suspirei. – Onde estamos indo?
- Lá embaixo, o time está completo agora. – Ele disse.
- Ah, Pavel! Para quê? – Suspirei. – Já falei com todos.
- Você está arisca com a ideia de encontrar o time. – Ele disse, franzindo os olhos em minha direção. – O que aconteceu nas férias?
- O que acha? – Dei uma resposta atravessada.
- Ah, vocês dois! – Ele disse, suspirando. – Tentem se comportar, ok?!
- Sempre! – Dei um sorriso sarcástico, ouvindo algumas risadas altas quando saímos no elevador. – E suas férias? Como foram?
- Ah, tudo bem. Minha filha está morando nos Estados Unidos...
- Ah, Nina está nos Estados Unidos? Estudando?
- Sim, marketing esportivo. – Ele disse.
- Ah, Nina. – Rimos juntos.
- Enfim, fomos visitá-la. Foi legal! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Pelo menos se divertiu. Eu também, antes de ser forçadamente jogada na realidade. – Disse.
- Honestamente, não sei por que se dispõe a isso. – Ele disse, segurando meu braço. – Você não precisa disso, null.
- Eu sei, eu só não resisto... – Dei de ombros, seguindo pelo lado das risadas com ele. – Você não precisa pisar nas minhas mãos, principalmente porque eu já estou na beirada, mas é bom, Pavel. É uma realidade boa demais para deixar para lá...
- E você acredita que isso algum dia seja sua realidade de verdade? – Ele perguntou e eu suspirei, soltando a respiração devagar.
- Honestamente? Não. – Suspirei. – Acho que é por isso que eu faço, para aproveitar antes de estourar.
- A CULPA É DELA! – Virei o rosto para o lado, vendo Pogba apontando para mim, abraçando Paulo.
- Não, amor. A culpa é sua mesmo! – Falei, ouvindo-o rir. – Mas, se quiser, posso desfazer a venda, não homologuei o contrato ainda. – Pogba riu fracamente.
- Deixa quieto! – Neguei com a cabeça, rindo fracamente.
- Ciao, ragazzi! – Falei para os jogadores em pé e sentados na sala ao fundo do prédio.
- Ciao, chefa!
Encontrei o pessoal de sempre, facilmente encontrando Gigi com o olhar e percebi a presença de Miralem Pjanic, Dani Alves, Medhi Benatia, – que havia sido comprado do Bayern por três milhões – Marko Pjaca – comprado do Dinamo Zagreb por 26 milhões – e Higuaín, nossas compras da temporada. Faltava somente Morata, Cáceres, Rubinho e Padoin. Além do encerramento de algumas vendas, mas iriam até o final do mês.
- Paulo, posso falar contigo rapidinho? – Pedi para o mais novo.
- Claro! – Ele disse, pulando da bancada que ele estava sentado e andamos um pouco pelo corredor, parando alguns passos depois.
- Só queria checar se você está bem, eu judiei de você essa temporada. – Ele puxou a respiração fortemente.
- A Manu foi o destino, e o Álvaro... É a vida do jogador de futebol, não? – Ele disse com a voz fina. – O Paul também... – Passei a mão em seu rosto, abraçando o mais baixo.
- Se precisar de alguma coisa, Paulo. Qualquer coisa, pode contar comigo, ok? Eu entendo esse sentimento de falta. – Suspirei e ele assentiu com a cabeça, com o rosto apoiado em meu ombro.
- Eu falei com ela nas férias... – Ele disse, sorrindo. – Mas é difícil não vê-la aqui, tropeçando, fazendo a gente rir. – Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Foi difícil tirar a mesa dela da minha sala. – Ele pressionou os lábios.
- Vamos ficar bem, chefa! - Ele me abraçou novamente e rimos juntos.
- Vai sim. – Nos afastamos devagar. – E vamos fazer uma boa temporada.
- Sempre! – Ele disse rindo e seguimos pelo corredor de novo. Antes de chegarmos ao final, Gigi apareceu no mesmo.
- Podemos conversar? – Ele perguntou e suspirei, assentindo com a cabeça, voltando a andar pelo corredor alguns passos.
- Não temos o que falar, Gigi. – Falei, sentindo-o apoiar a mão em minhas costas.
- Temos sim, null. Você saiu literalmente correndo do hotel. – Ele disse suspirando.
- Mas você entende o motivo, não entende? – Perguntei, me encostando na parede e ele suspirou. – Eu não consigo ficar no mesmo lugar que ela, Gigi. Principalmente depois daquela semana que tivemos... – Ergui uma mão para seu rosto, acariciando a barba mais rala de quando nos encontramos, mas o rosto bronzeado. – Foi ótimo, foi perfeito, mas eu não podia. – Suspirei. – Eu consigo ficar bem no nosso mundo quando estamos só nós dois... Ela lá... – Neguei com a cabeça. – Foi melhor eu vir. – Suspirei.
- Mas eu fiquei tão perdido, tão desconcertado que...
- Eu aproveitei a oportunidade. – Falei. – Alena estava lá, vinha para Turim, era perfeito. Desculpa ter saído daquele jeito, mas você realmente esperava que eu ficasse lá depois que ela chegou? – Ri fracamente. – Tomando café da manhã, almoçando, jogando bola com vocês? – Ele suspirou. – Eu já não tenho paciência com as ações dela, seria pior ainda!
- Mas você podia te esperado e...
- Gigi! – Segurei seu rosto. – Isso não tem nada a ver contigo. – Falei calmamente. – Em partes tem, ok... Mas não foi algo que você fez que me afastou, só... – Dei de ombros. – Eu não queria ficar lá com ela. E com vocês juntos, como casal e com o Leo... – Suspirei. – Dói...
- Não é nada como você, null. – Ele disse e pressionei os lábios. – Só acredite em mim quando eu digo isso.
- Me contento em saber que você é feliz quando está comigo. – Suspirei. – Agora me pergunto se é feliz quando está com ela.
- Não. – Ele suspirou. – Porque eu só penso em você e em tudo o que eu fiz contigo. – Assenti com a cabeça.
- Não vamos nos alongar, por favor. – Pedi baixo. – Não é a hora e nem o local... – Indiquei a cabeça para a direita, vendo-o virar o rosto e Barza, Chiello, Leo e Pavel estavam bisbilhotando nossa conversa e tentaram distrair quando viramos. – Vocês não sabem ser discretos. – Falei e eles sorriram.
- Scusi, chefa! – Eles falaram e ri fracamente.
- Então, você não está brava comigo? – Gigi perguntou e voltei a olhar com ele.
- Contigo não. Só com a nossa situação... – Ele assentiu com a cabeça, dando um beijo em minha testa.
- Que eu vou mudar! – Ele frisou, como se precisasse prestar contas comigo e somente assenti com a cabeça.
- Eu soube sobre o prêmio Scirea. – Mudei de assunto. – Parabéns.
- Grazie! – Ele sorriu. – Achei que fosse na retirada...
- Ah, não, isso é de cunho mais pessoal do que profissional. – Suspirei. – Mas fico feliz que tenha ganhado.
- Eu também... – Ele sorriu. – É bom ser valorizado... – Confirmei com a cabeça. – Você vai em algum amistoso? Achei que iria para Londres conosco.
- Precisei cuidar dos últimos detalhes da transferência do Pogba, me enrolei, mas eu vou na próxima, será em Modena. – Disse e ele assentiu com a cabeça. – Não perderia por nada, na verdade.
- Por quê? O que tem em Modena? – Ele perguntou.
- Vamos jogar contra o Espanyol, já ouviu falar? – Olhei para ele que franziu a testa.
- La Liga, não? – Assenti com a cabeça.
- Sim, e você sabe quem é o treinador de goleiros deles? – Perguntei, dando um curto sorriso.
- Não, mas você me olhando assim, sinto que deveria saber.
- Thomas N’Kono. – Ele arregalou os olhos.
- Espera... – Assenti com a cabeça. – O Thomas N’Kono?
- É! – Sorri e ele riu de nervoso.
- Você está brincando?!
- Não, não estou! – Sorri com ele.
- Eu tive a chance de encontrá-lo uma vez quando eu jogava no Parma, mas faz anos... – Ele disse rindo.
- Aproveite sua oportunidade. – Ele sorriu.
- Foi você, não foi? – Ri fracamente.
- Não foi proposital, Gigi. Só apareceu na lista e eu achei uma ótima ideia... – Ele riu fracamente.
- Uau! Isso é demais, null, sério! – Sorri.
- Agora aproveite sua oportunidade e mostre o que aquele garoto do Parma se tornou. – Ele sorriu. – Apesar que você tem a mesma cara até hoje! – Ele riu fracamente.
- Você diz que eu pareço novo ou que...
- Você sempre pareceu mais velho! – Rimos juntos e estalei um beijo em sua bochecha. – Aproveite, ok?!
- Pode deixar! Vou tirar aquela blusa que você deu do quadro e levar.
- Agora autografa e guarda de novo. – Disse e ele assentiu.
- Com toda certeza! – Ele disse, me abraçando fortemente.
- E como o Matteo está? – null perguntou mais rápido que nós.
- Ele está bem agora, recuperando bem, aproveitando qualquer oportunidade para folgar... – Rimos juntos. – Mas agora ele está bem.
- Eu não soube, cara! – Falei.
- Ninguém soube. – Barza disse. – Você deveria ter nos contado, cara.
- Foi só uma hérnia, gente! Foi mais um susto do que preocupação mesmo. – Leo disse.
- Mesmo assim, Leo, isso é sério! – null disse.
- Eu já tive uma e não gostaria de ter outra. – Falei.
- Além de que o Matteo só tem dois anos. Deve ter dado um belo de um susto. – null disse.
- Um pouco, mas está tudo bem, prometo. Desculpa não ter falado, só não queria preocupar ninguém. – Ele disse e null riu fracamente.
- Somos uma família, se esqueceu? – Ela disse e sorri, assentindo com a cabeça.
- Grazie, ragazzi! – Ele disse sorrindo. – Allora, vamos mudar de assunto e virar para esse cara aqui, vamos fazer alguma coisa amanhã? 30 e quanto? – Ele se virou para Chiello.
- 32! – Ele disse rindo e null desviou o olhar para seu celular. – Beh, podemos sair para tomar um vinho, sei lá! – Ele disse. – Só não prometo amanhã, minha mãe está vindo de Pisa, a Carol vai fazer um jantar.
- Podemos fazer durante a semana, depois de hoje temos o que? – Barza perguntou.
- Villar Perosa na quarta-feira. – null disse sem desviar o olhar de seu celular e ergueu logo em seguida.
- Quarta-feira? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Sim, sábado já tem o primeiro jogo do campeonato. – Senti o ônibus parar. – Calendário ficou um tanto bagunçado.
- Segunda? – Chiello disse. – Vamos direto do treino.
- Por mim fechado! – Leo disse e todo mundo se entreolhou, assentindo com a cabeça, menos null.
- null! – Chiello chamou-a que virou novamente.
- Oi?!
- Segunda à noite? Happy hour? – Ele perguntou.
- Não prometo. – Ela disse.
- Ah, null! – Nós reclamamos juntos.
- Tenho que finalizar mais uma venda até o começo dos jogos, gente! – Ela disse, se levantando.
- A gente jura que não faz gemidos no fundo se alguém te ligar. – Marchisio disse.
- Ah, muito maduro da parte de vocês, me sinto bem melhor agora! – Ela disse, nos fazendo rir. – Andiamo! Leva a Carol e sua menina que eu penso. Aguentar uma noite inteira só com vocês? Acho que já tenho cabelos brancos demais, não acha? – Ela falou rindo, seguindo pelo corredor e sorrimos cúmplices.
- Ela não está errada. – Lich disse, se levantando do banco de trás e rimos fracamente.
Nos levantamos também, pegando nossas bolsas e descemos do ônibus no Stadio Alberto Braglia em Modena. Cabia pouquíssimas pessoas nesse estádio, então alguns torcedores ficaram do lado de fora e gritaram por nós enquanto seguíamos para o vestiário.
Vi null um pouco à frente conversando com Benatia, um dos jogadores novos e ele, junto de Allegri, foram os primeiros a entrar no vestiário. Segui juntos deles, dando uma rápida olhada no vestiário, tentando me lembrar se algum dia eu já tinha vindo aqui, e acho que sim. Na verdade, acho que não tinha um estádio na Itália que eu não tinha vindo em todos esses anos.
Segui no meu espaço, me livrando da minha mochila e olhei rapidamente em volta, vendo null sair a passos rápidos do vestiário, fazendo seus saltos baterem contra o piso. Tirei meus tênis, trocando pelos chinelos e comecei a trocar a roupa que eu estava pela roupa de treino pré-jogo enquanto ouvia as conversas paralelas do pessoal novo.
- Gigi? – Ergui o rosto, terminando de colocar minha blusa e vi null na porta do vestiário, me chamando com a mão.
- Ah, Gigi! – Dybala começou a zoar e outros foram com ele e só vi null revirando os olhos.
- Vem logo! – Ela disse e segui com ela para fora do mesmo.
- O que foi? – Perguntei, saindo com ela pelo corredor.
- Eu só vim com um motivo. – Ela falou enquanto seguíamos para fora do vestiário. – E ele está ali. – Ela apoiou a mão em meu ombro, indicando um pouco mais a frente.
Ri fracamente antes mesmo de seguir seu dedo. Meu ídolo desde que eu tinha 12 anos, o motivo de eu ter trocado de centrocampista para goleiro, estava ali. Eu tinha encontrado-o uma vez durante o Parma, mas já 15 anos que eu saí do Parma, e provavelmente tinha encontrado-o bem antes de quiçá pensar em ir para Juventus.
- Gianluigi Buffon. – Ele disse sorrindo.
- Vai lá! – null cochichou, me empurrando pelo ombro.
- Thomas. – Estiquei a mão, cumprimentando-o, sabendo que teria que colocar meu péssimo inglês em jogo.
- Ah, não precisa disso! – Ele disse, me abraçando, dando alguns tapinhas em minhas costas e ri fracamente.
- É um prazer vê-lo. – Falei.
- O prazer é meu! Muito mudou da última vez que nos encontramos. – Ele disse.
- Ah, bastante! Já faz uns 18 anos? – Perguntei e ele ponderou com a cabeça.
- Copa de 98? – Ele perguntou.
- Realmente não me lembro, mas só na Juventus essa é a minha décima sexta temporada, se for mesmo, faz quase 20. – Rimos juntos.
- E como estão as coisas? – Ele perguntou.
- Tudo bem. – Assenti com a cabeça. – Envelhecendo... – Ele riu fracamente.
- Ah, esse momento sempre chega, mas ignora o que as pessoas e a imprensa falam, ouça seu corpo. Eu fui até os 42, até 39 com a minha Seleção... Só você sabe quando parar. – Ele disse.
- Eu me sinto muito bem, estou com 38, mas a pressão começa de todos os lados. – Falei.
- Todos?
- Ah, tenho alguns aliados. – Falei e ele riu fracamente.
- Claro que eu jogava em um time menor e uma Seleção bem menos relevante, mas vai no seu tempo. E depois você consegue alongar em uma carreira de técnico.
- Há quantos anos está aqui? – Cruzei os braços.
- Vai fazer seis anos. – Ele disse. – Não é perfeito, claro, mas é... – Ele ponderou com a cabeça. – Confortável.
- Ah, imagino! Pelo menos se sente bem.
- Sim, sim, claro! Acho que o principal na nossa profissão é conforto. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Sim, sim, claro! – Sorri. – Eu tenho que terminar de me arrumar, se importa se eu tirar uma foto? – Perguntei.
- Não, claro! Preciso ir também. – Ele disse e tateei meus bolsos, já tinha mudado de calça.
- null! – Virei para o lado, vendo-a no mesmo lugar, observando a cena.
- Oi! – Ela disse, destravando e notei seus olhos avermelhados.
- Seu celular está aí? – Perguntei.
- Claro! – Ela disse, desbloqueando-o e me estendeu.
- Essa é null null, ela é gerente de contabilidade do time e uma das minhas aliadas. – Falei e ele estendeu a mão para ela.
- É um prazer te conhecer. – N’Kono disse e ela tinha seu lindo sorriso nos lábios.
- O prazer é meu em conhecer um dos responsáveis por esse talento aqui! – Ela apertou meus ombros e eu não poderia estar mais encabulado.
- Grazie, grazie! – Ele disse.
- Fiquem à vontade. – Ela disse e peguei seu celular.
- Bloqueou de novo. – Falei e ela colocou a senha com o celular ainda em minhas mãos e se afastou um pouco.
- Aqui! – Estiquei a mão para frente e ele me abraçou pelos ombros. Ergui o celular, vendo nossos rostos na câmera frontal e tirei duas fotos. – Grazie!
- Eu que agradeço! – Ele disse, dando mais alguns tapinhas em minhas costas. – Bom jogo!
- Para vocês também. – Apertei sua mão mais uma vez e segui de volta a null que tinha a mesma feição de antes. – Vamos?
- Sim... – Ela disse e seguimos para dentro do vestiário, no corredor que o antecedia.
- Você está chorando? – Perguntei baixo e ela suspirou, passando as mãos nos olhos.
- Eu só fiquei emotiva, ok?! – Ela disse rindo. – Estamos juntos para o outro, se esqueceu? – Sorri, passando um braço pela sua cintura e abracei-a fortemente.
- Grazie per questo. – Falei e ela tinha um sorriso no rosto quando nos afastamos.
- Sempre que precisar! – Ela disse e sorri, me contendo em dar um beijo em sua testa. – Eu tenho uma pergunta. – Ela disse e afastei meu rosto do dela.
- Fala. – Franzi os olhos.
- Você fala inglês? – null disse e ri fracamente, revirando os olhos.
- Alguma coisa sai. – Disse.
- É, alguma coisa. – Ela disse rindo e empurrei-a, passando meu braço em seus ombros. – Eu me senti burra por alguns segundos até perceber o que você estava falando. – Neguei com a cabeça.
- Ai! Essa doeu! Não tem graça! – Falei e ela riu.
- Beh... – Ela deu de ombros e revirei os olhos.
- Gigi, andiamo! – Allegri disse, aparecendo no corredor.
- É, andiamo, Gigi! Melhor você jogar do que tentar ser bilíngue. – null disse e eu ri fracamente, seguindo atrás dela.
- Ei, nem todos somos gênios que falamos 200 línguas e temos milhares de especializações. – Falei e ela gargalhou.
- Onde você está? – Ouvi a voz sussurrada de Pavel quando apertei o verde do botão.
- Eu estou chegando, Pavel. Calma! – Falei irritada.
- O Andrea já fez o discurso e o Elkann não para de perguntar de você. – Suspirei.
- Vocês sabem que é quarta-feira, né?! Eu não podia largar tudo e ir... – Ouvi o barulho da ligação dele abafar. – Ao menos consegui finalizar o contrato do Pereyra, ok?! Seu ingrato! – Falei e ele riu fracamente.
- Ah, se não é a mulher mais incrível do mundo! – Ele disse animado e revirei os olhos, embicando na mansão de Agnelli.
- Eu acho que preciso contar algo para Ivana, esse amor todo está me assustando! – Falei, abaixando o vidro, acenando para o porteiro.
- Ah, signora null, seja bem-vinda! – Sorri, feliz por ao menos minha cara de cansaço servir para alguma coisa.
- Está no portão? – Ele perguntou.
- Não, só parei no shopping para pegar um frappé. – Falei revirando os olhos.
- Ah, buffone! – Ele disse e ri fracamente.
- Fechou a venda dele por quanto? – Notei que ele perguntou mais baixo e o som ambiente foi ficando mais longo.
- 13 milhões e dois em variáveis, pago em quatro anos. – Suspirei. – Foi o que deu para fazer. Ao menos ele começa em outro time já na próxima temporada. – Guiei o carro para dentro da propriedade dos Agnelli.
- Você fez um milagre, null. Está ótimo! E não foi empréstimo. – Suspirei.
- Agradeço por isso. Agora o Zaza... – Franzi os olhos.
- Uma coisa de cada vez, vem logo! – Ele desligou antes que eu pudesse responder e suspirei.
Todo o caminho que eu normalmente fazia em pé, eu consegui fazer com o carro. O ônibus não conseguia entrar, mas meu carro sim. Dei a volta na casa, chegando no quintal em que costumávamos tomar um café e relaxar antes do jogo no fim do dia e encontrei os jogadores, top e Elkann. Os olhares se viraram para mim e suspirei quando deslizei o carro.
Dei uma olhada em meu rosto pelo espelho e renovei o batom, passando os lábios um no outro para tirar o excesso. Abri a porta do motorista e virei os pés para fora. Tirei meus tênis brancos da Adidas e coloquei meu Scarpin preto e branco de sempre. Puxei meu celular do carregador portátil e a chave do carro, fechando a porta logo em seguida.
- Finalmente! – Pulei de susto, vendo Pavel.
- Ah, cazzo, Pavel! – Falei, vendo-o rir e travei o carro.
- Não dá para aguentar Villar Perosa sem seguir você igual um robô. – Trocamos dois rápidos beijos na bochecha.
- Ah, claro e seria por quê? – Ele me deu o braço e segui ao lado dele pelo local, sentindo meus pés afundarem no gramado e precisei manter o equilíbrio na ponta dos pés para não afundar.
- Você sabe lidar muito bem com eles. – Ele disse mais baixo, evitando mexer muito os lábios.
- Não é só por isso, gracinha! – Falei, suspirando. – Minha bunda e meus seios ajudam, tenho certeza. – Falei baixo.
- É, talvez, mas não se empolgue tanto! – Ele disse e vi os jogadores sentados nos bancos e sofás dispostos pelo largo gramado e distribuí rápidos acenos para alguns jogadores, principalmente o grupinho de sempre, que pareciam confusos em me ver ali.
- null! – John foi o primeiro a sorrir ao me ver e soltei de Pavel, me aproximando dele e trocando dois rápidos beijos, sentindo sua mão em minha cintura. – Achei que não viesse!
- Ah, não perderia Villar Perosa por nada! – Sorri. – Só não conseguimos fazer no sábado e eu precisei da atenção à minha equipe. – Sorri.
- Ah, claro! Se fosse diferente, não seria você! – Sorri em agradecimento. – Mas está tudo bem?
- Sim, muito bem! - Sorri e desviei o olhar para meus colegas do administrativo.
- null! – Agnelli sorriu e me aproximei dele, dando dois curtos beijos em suas bochechas e fiz o mesmo com Paratici e Beppe.
- Tudo bem? – O último falou sorrindo.
- Tudo ótimo. – Assenti com a cabeça. – Fabio, um minuto, por favor? – Ele assentiu com a cabeça e afastamos um pouco do pessoal e vi Allegri e Filippi embaixo do coberto.
- null! – Fillippi me deu seu clássico abraço de urso e sorri, apoiando a cabeça em seu ombro por alguns segundos.
- Como estão? – Sorri, cumprimentando o técnico em seguida.
- Muito bom! Feliz em te ter aqui. – Allegri disse e pisquei para ele, seguindo um pouco mais longe com Paratici.
- Pavel me adiantou. – Ele disse. – É uma boa oferta. – Ele disse e eu ponderei com a cabeça.
- Não é perfeita, mas é o que deu. Do contrário ficaríamos mais seis meses e o valor de mercado podia despencar. – Suspirei. – Podia aumentar também, mas...
- É, mas ele só teve 16 presenças na temporada inteira e só nove vinda do campo. – Pavel disse e assenti com a cabeça.
- Não, muito bom, null! Mesmo. – Ele disse e sorri, assentindo com a cabeça. – Você sempre nos salva... – Ri fracamente.
- Me deem um desafio mais difícil, pode ser? – Brinquei e eles riram.
- Um dia vai vir e aí eu quero ver! – Pavel disse rindo. – Fica à vontade, null! Descansa um pouco antes do jogo.
- Volta dirigindo? – Perguntei para Pavel e ele ponderou com a cabeça.
- Vou pensar no seu caso. – Ele disse e ri fracamente, seguindo de volta para o gramado, me equilibrando na ponta dos pés novamente e segui até a mesa vendo Dani, Neto e Alex Sandro.
- Buongiorno. – Falei para os brasileiros, pegando um copo de suco e uma baguete.
- Buongiorno, chefa! – Neto e Alex disseram, completando a frase.
- Chefa? – Dani perguntou.
- É, uma forma carinhosa. – Barza apareceu e sorri.
- Ciao, Barza.
- Ciao, null! – Ele disse e passei a mão em suas costas, dando curtos beijos em seu rosto. – Eu chamo de null porque a amizade é mais longa! – Ri fracamente.
- Scusa. – Pedi, saindo da mesa junto de Barza.
- Achamos que não viesse. – Ele disse.
- Ah, mas é claro! Já ficaram preocupado? Já não basta segunda-feira? – Ele riu fracamente. – Queria aproveitar meu Ferragosto, mas...
- Nem você e nem nós! – Marchisio disse quando me aproximei dos italianos.
- Ficaram treinando? – Perguntei.
- É claro, ou você acha que Allegri quer perder hoje? – Chiello disse e segui pela fila, cumprimentando um por um, terminando em Gigi que estava apoiado no braço do sofá.
- Agora vocês se dividem por nacionalidades? – Perguntei. – Encontrei os brasileiros à mesa, agora vocês aqui...
- Senta aqui... – Gigi disse e apoiei a mão em seu ombro antes que ele se mexesse.
- Fica! – Falei, passando as mãos em seus ombros, me aproximando dele e ele passou a mão pelo meu corpo, deslizando pelo meu quadril. – O que está acontecendo?
- Só costume mesmo! – Marchisio disse.
- Ei, estamos aqui! – Lich disse, abraçando Asa de lado e neguei com a cabeça com um sorriso no rosto.
- Os mais velhos de time, então? – Perguntei, colocando a mão na cintura, esbarrando nas mãos de Gigi. – Com exceção de Rugani. – O mais novo deu um sorriso.
- Não me conforta, null! – Gigi disse e ri fracamente.
- Beh, eu tenho vários poderes, voltar no tempo ainda não é um deles. – Ele pressionou os lábios, me puxando mais para perto de si.
- Achamos que não viesse, desistiu da gente? – Leo perguntou.
- Ah, dramáticos! – Falei, ouvindo eles rirem. – Eu só tive alguns compromissos, ok?! – Falei rindo. – Isso ser hoje acabou bagunçando umas coisas.
- É um pouco estranho, mas...
- Para vocês não muda nada! – Falei, cortando Chiello. – Mas todos os ingressos foram vendidos, acaba só me complicando um pouco. – Bebi um gole do meu suco.
- E você acaba parando o que precisa fazer para vir ficar algumas horas conosco e...
- Ver vocês jogando 60, 70 minutos, várias substituições, analisar o setor juvenil e ver quem mais eu vou roubar do Luca Toni. – Falei, dando de ombros, ouvindo-os rirem. – Ah, e sem contar no strip tease anual liberado pela FIGC. – Pressionei os lábios, fazendo uma careta e eles riram.
- Você gosta, hum? – Gigi disse, apertando minha perna e ri fracamente.
- Se eu for depender do jogo de hoje para te ver sem roupa, eu estou ferrada. – Virei para ele. – Você joga 15 minutos e some... – Notei o silêncio que se formou e as bochechas bronzeadas de Gigi coraram. Levei meu polegar e indicador ao seu queixo, segurando seu rosto, obrigando seus olhos azuis a me encararem e ele riu fracamente. – Exagerei? – Perguntei e ele riu fracamente.
- Tudo bem, eu mereci! – Ele disse e virei o rosto para o pessoal que nos encarava com os lábios pressionados, escondendo uma risada entre eles.
- Até que foi sutil! – Barza disse e pisquei para eles.
- Não é novidade para ninguém aqui isso, é? – Disse.
- Para o Ruga talvez... – O mesmo cortou Leo.
- Ah, eu já sabia. – Ele assentiu com a cabeça e rimos juntos.
- Beh, se não se importam, eu vou dar uma volta para cumprimentar os outros jogadores. – Apoiei minha mão em cima da de Gigi, afastando-a levemente de meu ombro.
- Fala aí, chefia! – Dybala apoiou a mão em meus ombros e pressionei os lábios, rindo fracamente.
- Aposto que se as fofocas do time correm, é por causa de você. – Falei para ele que arregalou os olhos.
- Sobre o quê? – Ele disse surpreso e indiquei eu e Gigi com o dedo.
- Ah, mas isso todo mundo já sabe! – Ela abanou a mão livre e baguncei seus cabelos penteados de gel.
- Nem todo mundo. – Gigi disse.
- E gostaria que ficasse assim. – Falei sugestivamente, indicando a cabeça para o lado e ele fez o mesmo, espero que vendo John Elkan...
- Oh, está bem! – Ele disse, assentindo com a cabeça. – Pode deixar! Manu sabia ser discreta.
- Isso, aprende com ela! – Afastei sua mão de meus ombros também. – Scusi, ragazzi!
- Isso não sai daqui, esqueceu? – Ouvi a voz de Gigi e me afastei antes de ouvir a resposta de Paulo. John e Lapo Elkann tinham um amor exagerado por mim, esperava que se mantivesse ao trabalho, mas também não queria ser a pessoa a destruir o coração dos meus chefes, não é mesmo? Talvez quando formos um casal... Um dia...
- Ah, garoto! – Abracei Higuaín, estalando um beijo em sua bochecha, sentindo-o dar tapas em meu quadril. – Que golaço!
- Grazie, Gigi! – Ele disse rindo. – Grazie! Grazie! É bom começar assim.
- Com toda certeza! Vencemos o primeiro jogo, você fez gol no seu primeiro gol. Te garanto que tem muitas pessoas felizes! – Ele gargalhou e empurrei-o de leve.
- Espero que sim! – Ele disse rindo.
- Aproveita a torcida! – Falei e segui para Dybala que estava há alguns passos para o lado.
- Gigi! – Ele me deu um beijo na bochecha e dei dois tapinhas em seu corpo.
Segui cumprimentando o restante dos jogadores, sejam nossos ou da Fiorentina, o qual acabamos de ganhar de 2x1 e procurei por Federico Chiesa com o olhar. Foi uma surpresa para eu ver o filho de um grande amigo do Parma no line-up de hoje. Enrico Chiesa ficou durante três anos no Parma, todos os que eu estive lá, depois seguiu para a Fiorentina e havíamos nos encontrado em outros times após isso. Pelo jeito ele havia deixado alguma inspiração e, agora, seu menino havia jogado contra mim. E eu havia conhecido-o quando bebê em alguma festa do Parma, Enrico era bem mais velho do que eu, coisa de 10 anos, mas ainda era surpreendente.
- Chiesa! – Encontrei o menino de uns 17, 18 anos seguindo para dentro do vestiário.
- Gigi Buffon! – Ele sorriu, esticando a mão e segurei-o puxando para um abraço, ouvindo-o rir fracamente.
- Você provavelmente não sabe quem eu sou... – Afastei-o e ele riu fracamente.
- Sim, é claro que sei! – Ele disse rindo e franzi a testa. – Eu entendi o que você falou! – Rimos juntos. – Você jogou com meu pai.
- É, exato! – Assenti com a cabeça. – Como ele está?
- Bem! Muito bem! Ele mandou um beijo! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Manda outro para ele, não o vejo há anos. – Falei.
- Beh, ele se aposentou em 2010 em um time da Serie B, mas ele disse que foi contra a Lazio ou o Siena. – Assenti com a cabeça.
- Fala que sinto saudades dele. – Disse e ele sorriu.
- Pode deixar!
- Se importa em trocar? – Apontei para camisa.
- Você quer trocar de camisa comigo? – Ele perguntou surpreso.
- Beh, eu tenho a camisa do seu pai, nada mais justo de eu ter a sua também. – Falei e ele riu fracamente, com um largo sorriso no rosto.
- Claro! Claro! – Ele disse animado e puxei a camisa, tomando cuidado para não puxar a segunda pele junto e a estendi para ele. – Grazie. – Ele me entregou a dele.
- Eu que agradeço. – Trocamos as blusas. – Manda um beijo para o seu pai, sua mãe... – Ele assentiu com a cabeça.
- Pode deixar! Vou falar para ele. – Ele sorriu. – Ciao.
- Ciao, ciao! – Acenei, vendo-o sorrir e ele seguiu rindo para dentro do vestiário.
Segui de volta para meu time ainda no meio do campo e cumprimentei os árbitros que ocupavam o centro do campo e coloquei a camisa de Federico nos ombros, vendo meus companheiros de time começarem a criar o cordão.
- ANDIAMO! – Chamei o pessoal e dei as mãos para Evra e Lemina, ouvindo a torcida gritar junto.
- O-O-O-O-O-OH! – Gritamos junto, pulando em sua direção.
Os aplaudi, agradecimento pelo apoio nessa vitória, principalmente depois de eu ter levado um gol que empatou, mas Pipita – apelido que veio junto com Higuaín de Dybala, talvez da Nazionale argentina – entrou em campo e nos distanciou em 10 minutos.
Segui em direção ao vestiário, dando um tapa na cabeça de Higuaín quando passei por ele, vendo-o parado com Angela para a entrevista e segui com eles. Cumprimentei Astori no túnel, dando um forte abraço nele.
- E aí, Gigi! – Ele disse.
- E aí, Davide? Tudo certo? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Acabamos de perder de vocês, mas... – Rimos juntos.
- Ei, não é a primeira vez! – Brinquei, dando um toque em seu ombro e rimos juntos.
Segui pelo túnel, vendo outro Federico, dessa vez Bernardeschi, exatamente no mesmo ponto em que tinha recebido a queda de Manu há seis meses. Ri fracamente da ironia, mas ele movimentando o pescoço para todos os lados me fazia pensar que ele estava procurando por ela.
- Gigi! – Virei para o lado, vendo Pavel seguido do resto do top cinco e sorri ao ver null saindo com eles. Tínhamos nos visto há poucos dias, mas era sempre bom revê-la.
- Bom jogo! – Agnelli disse, me cumprimentando e fiz o mesmo com todos os outros quatro.
- Ele diz “bom jogo” e eu te pergunto se você estava no jogo. – Ela brincou e eu ri fracamente.
- Aposto que quando se lembrou de mim, eu levei o gol. – Falei, dando um beijo em sua cabeça.
- Mais ou menos! - Rimos juntos.
- Olha aquilo! – Indiquei Bernardeschi com a cabeça e ela virou o rosto. – Será que ele está procurando por ela? – Cochichei e ela sorriu, pressionando os lábios.
- Vamos descobrir. – Ela disse e me empurrou em direção à Bernardeschi, me assustando e olhei para ela, vendo-a dar de ombros, mas suspirei.
- Ei, Berna! – Falei, cumprimentando meu companheiro no campeonato Europeo.
- Ei, Gigi! – Trocamos um rápido abraço.
- Você parece um tanto perdido. – Falei, abraçando-o pelos ombros.
- Ah, é que... – Ele riu fracamente. – Você vai rir.
- Não, pode falar! – Disse, bagunçando seus cabelos loiros.
- Aquela garota da última vez. De cabelo azul! – Ele disse, rindo e suas bochechas já avermelhadas, ficaram mais ainda. – Ela está aqui?
- Ela mexeu contigo, né?! – Falei rindo fracamente e ele suspirou.
- Foi difícil não pensar nela. – Ele coçou a nuca. – Fiquei feliz pelo primeiro jogo ser aqui para eu vê-la. Eu olhei no banco de vocês, mas não a vi. Aí não sei se ela pintou os cabelos ou...
- Então, cara... – Suspirei. – É meio difícil falar isso para ti, sabendo que você ficou bem balançado por ela, mas ela não trabalha mais aqui.
- Não? – Ele arregalou os olhos.
- Não, ela era assistente do time, mas ela era de fora, um parente dela faleceu e ela precisou voltar. – Falei, mordendo o lábio inferior.
- Cazzo! – Ele falou baixo, suspirando. – Eu não esperava por essa. Ela pretende voltar ou...
- Não sei te dizer, ela foi no meio do ano. Foi literalmente a última coisa que eu fiz antes de ir para o Europeo, levei-a na estação de trem.
- Cara! – Ele se encostou na parede. – Não esperava por essa. – Ele mexeu nos cabelos, suspirando. – Beh, grazie per la informazione. – Ele suspirou. – Não posso negar que fiquei surpreso.
- Se ela aparecer de novo, eu te aviso. A gente sempre se encontra por aí. – Falei e ele riu fracamente.
- Valeu. – Ele negou com a cabeça, suspirando. – Até mais! – Ele disse rindo.
- Até! – Falei, dando um tapinha em seus ombros e segui até a entrada do meu vestiário.
- E então? – null, que me esperava na porta, se desencostou do batente.
- Ele está procurando por ela. – Falei, entrando com ela no vestiário e ela riu fracamente.
- Eu não consigo acreditar! – Ela disse rindo. – Foi amor à primeira vista.
- E por que esse tom de surpresa? – Perguntei, prendendo as luvas embaixo do braço e ajeitando a blusa no mesmo também.
- Ah, ela caiu, Gigi! Não foi exatamente um clichê que a mulher derruba os livros, tem aquela troca de olhares e afins... – Rimos juntos.
- Beh, às vezes isso acontece de outras formas, com eles foi um tombo... – Dei de ombros. – Conosco foi uma reunião. – Pisquei e ela ficou desconcertada, me empurrando pelos ombros.
- Bobo!
- Imagina se acontece de novo? Vou me certificar de estar em várias reuniões de contratação! – Falei e ela mostrou a língua para mim, me empurrando para dentro do vestiário.
- Que horas são? – Ela puxou o telefone do bolso da saia. – Quase 11... – Ela suspirou e fez algumas contas nos dedos. – 10, nove, oito, sete, seis... – Ela ponderou com a cabeça e apertou algumas coisas no telefone e, no segundo seguinte, um som alto de toque pode ser ouvido.
- O que está fazendo? – Perguntei surpreso, vendo a ligação do outro lado ser atendida.
- Ciao, ragazzi! – Manu atendeu animada e gargalhei, entrando no vestiário.
- Ciao, Manu! – null disse, afastando o celular do rosto e entrando no vestiário. – Estou atrapalhando?
- Ah, claro! Eu tenho muito o que fazer! – Ouvi sua voz irônica.
- O que está acontecendo? – Chiello grudou em null.
- Ciao, Chielo-o-o! – A voz de Manu ecoou alta pelo vestiário e ri fracamente.
- Ei, Manu! – Ele disse animado.
- É a Manu? – Paulo e Barza se juntaram animados à null.
- MANU! – Paulo disse animado.
- Ciao, ragazzi! – Ela disse rindo.
- Espera aí! Depois eu passo o telefone. – null disse, se afastando deles e vindo em minha direção. – Gigi quer te falar algo.
- Ah, o que? – Ouvi sua voz e null parou ao meu lado e vi Manu ainda com os mesmos cabelos azuis de antes.
- Oi, linda! – Falei e ela acenou com a mão, parecia que ela estava de bruços na cama.
- Ciao, Gigi! – Ela sorriu.
- Estamos atrapalhando? – Perguntei.
- Claro que não! Eu estou desempregada e sem o que fazer, gente! – Ela disse rindo.
- Viu o jogo? – Perguntei.
- Claro! – Ela suspirou. – Dá parabéns ao Sami e ao novato por mim! – Ela disse sorrindo.
- Viu seu namorado? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Ele não é meu namorado! – Ela suspirou. – Aposto que nem se lembra mais de mim.
- Aí que você se engana! – null disse rindo.
- Ele perguntou de você! – Falei, compartilhando o mesmo sorriso largo de null.
- Non’è vero! – Ela disse surpresa. – No! No! – Ela falava repetidamente.
- NÃO ACREDITO! – Paulo veio saltitante em nossa direção.
- Perguntou, Manu! – null disse sorrindo. – Acho que está na hora de preparar sua volta!
- Só faz dois meses, chefa! – Ela disse rindo. – Queria muito, mas não dá. – Ela suspirou. – As coisas estão bagunçadas um pouco ainda. – Notei que seu tom de voz abaixou.
- Xi! Xi! – Pedi, movimentando a mão para o pessoal diminuir o tom.
- Está tudo bem? – null perguntou.
- Sim, um tanto bagunçadas ainda, mas bem. Minha avó está morando conosco, estou tentando passar bastante tempo com ela. – Ela disse, suspirando.
- Isso é bom, Manu! Pode parecer que não, mas vai valer à pena. – null disse, suspirando. – Daria tudo para passar um tempo mais com meus pais. – Manu assentiu com a cabeça.
- Sim! – Ela suspirou. – Mas está tudo bem, fico feliz que ele se lembre. Agora disseram que eu fui embora? – Ela perguntou.
- Agora sim! – Falei, rindo fracamente. – Mas volte, ok?! E não por ele, porque Dio mio, que cabelo é aquele? – Ela abaixou o rosto envergonhada. – Volte por nós.
- Para! Ele é bonitinho! – Rimos juntos. – Posso falar com o Paulo? Quero saber como ele está depois de você ter vendido o Álvaro e o Paul! – Ela fez um bico e null riu.
- Não foi interesse meu, meu amor. – null disse e rimos juntos.
- Ok, dá aqui! Telefone para o melhor amigo! – Paulo estendeu o telefone.
- Espera! – null deu um tapa em sua mão. – Me liga sempre que quiser, ok?! Você sabe que eu não durmo cedo mesmo. – Rimos juntas.
- Pode deixar, chefe. Amo vocês! – Ela acenou com a mão.
- Também te amamos. – Falei junto de null.
- Só na ligação, me ouviu? – null falou firme para Paulo, entregando o telefone para ele.
- Ah, relaxa, não quero ler os sextings seu e do Gigi. – Ele disse, se afastando.
- O quê? – Perguntei e null abanou a mão.
- Deixa quieto. – Ela revirou os olhos.
- null! – Pavel se aproximou de nós.
- Fala! – Ela disse, se apoiando em meu armário e me sentei para começar a trocar de roupa.
- Amanhã rola fazer algumas imagens no J-Medical? – Ele perguntou e ela soltou um longo suspiro.
- Claro, né?! Vai abrir para o público na segunda, ok?! – Ela disse firme.
- Por isso mesmo! Depois que abre para o público, funcionários, fica mais difícil! – Ele disse e ela assentiu com a cabeça.
- Ok, combinado. – Ela suspirou e ele assentiu com a cabeça.
- Alguém vai trabalhar de domingo. – Falei e ela riu fracamente.
- Ah, trabalhar, eu trabalho sempre. Agora normalmente é de casa mesmo. – Ela deu de ombros e sorri, vendo-a andar em direção a Paulo.
- Não, não! Por enquanto está ótimo, mas foi só um jogo! – Ouvi a voz de Paulo e vi Barza e null pendurados nos ombros do mesmo, observando a conversa dos dois e sorri quando a gargalhada dela ecoou pelo vestiário de novo e senti falta dessa gargalhada após um tombo.
Capitolo setantasette
- null, querida! – Allegra sorriu, esticando a mão para mim e segurei-a.
- Signora Agnelli, que bom revê-la. – Sorri e ela segurou minha mão com as duas, assentindo com a cabeça.
- Ah, com a pausa internacional, fica difícil, não?! E o último jogo foi em Roma, não tive o prazer em te encontrar. – Falei e ela sorriu.
- Mas estamos aqui novamente! – Ela disse e assenti com a cabeça. – Andrea me mostrou o projeto de nova identidade para o time.
- Mesmo? E o que a senhora achou? – Perguntei com um curto sorriso nos lábios. – Muito inovador?
- Eu achei incrível! – Ela disse animada e eu arregalei os olhos.
- Mesmo? – Fui pega desprevenida.
- Sim, é novo, jovial, representa nossas cores, nossa paixão, achei incrível. Talvez seja bastante inovador, mas as pessoas sempre vão falar, eu achei sensacional. – Ela sorriu.
- Ficamos felizes, estamos estudando, mas acho que o ideal vai ser fechar assim. – Falei, apertando sua mão.
- Andrea disse que foi aquela assistente sua que fez o desenho... – Ela disse e ri fracamente.
- Sim, a ideia inicial foi ela. Pena que ela não está aqui nas reuniões...
- Mas ela terá os créditos, não? – Ela disse.
- Claro! Com toda certeza. Estamos esperando as últimas reuniões para o pessoal do marketing fechar a prévia para enviar ao conselho. Se fecharmos nisso, ela vai ganhar direitos autorais pelo resto da vida. – Ela sorriu.
- Incrível! Quem sabe ela não volta para nós? Adorava aquela menina! – Sorri.
- Eu também. – Suspirei, sentindo a mão de Andrea em minhas costas.
- Vamos nos preparar para o jogo, mamãe? – Ele disse.
- Sim, vamos! – Ela disse e nos cumprimentamos com dois beijos.
- Logo vou. – Andrea disse e assenti com a cabeça.
Desci os poucos degraus, cumprimentando o pessoal de sempre e entrei na fileira de sempre, me sentando ao lado de Pavel que estava com seu menino, Ivan. Tirei o celular do bolso da saia e apoiei-o no colo, suspirando.
- Allegra pareceu empolgada com a ideia do rebranding. – Pavel disse e suspirei.
- A ideia é ótima, vai. Só me preocupo se não é uma mudança um pouco brusca. – Cocei o queixo, vendo nosso line-up de hoje contra o Sassuolo.
- Você não gostou? – Ele perguntou.
- Eu adorei, na verdade. – Falei rindo fracamente. – Mas porque eu acredito no que eu apresentei com Angela no projeto, não precisa ser o escudo, são as cores, o J, a família, a representação... – Pressionei os lábios. – Tudo, basicamente. – Mas os torcedores mais tradicionais...
- Beh, não foram vocês mesmos que disseram que quem não muda não evolui? – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Exatamente. – Suspirei.
- Então... – Ele disse, segurando minha mão no braço da poltrona. – Vamos em frente. – Suspirei fundo, os olhos fixos no campo.
- Sim, em frente. – Assenti com a cabeça.
- Já falou com a Manu sobre isso? – Ele perguntou. – Da ideia ser dela?
- Ainda não, tenho uma reunião essa semana contigo incluso, além do Andrea, Angela e Danielle, para falar isso. Andrea não acha justo ela ser paga em um valor fixo, sabe? E eu concordo com ele. – Falei baixo.
- Como assim? – Pavel perguntou.
- Se eu te dar cem euros agora, ele vai valer isso até você decidir gastá-lo. Quando você usar, ele pode valer mais do que isso ou menos... – Ele assentiu com a cabeça. – O último escudo é de 2004, supondo que ele fique mais 13 anos em circulação, o mercado, impostos, valor do dólar, tudo isso altera, concorda? - Ele concordou com a cabeça. – E não vamos esquecer que, por ela ser brasileira, ela vai precisar converter o que vamos dar para ela, então ela vai ter que enfrentar impostos duas vezes, italianos e brasileiros...
- Sim, certo. – Ele assentiu com a cabeça.
- Por isso! – Falei. – Precisamos ver alguma forma de, o que pagarmos por essa ideia, não ser desvalorizado por impostos, dólar ou mudanças de moeda.
- Alguma ideia? – Ele perguntou.
- Até tenho, mas me parece um tanto irreal... – Suspirei.
- Qual? – Ele perguntou e virei o rosto para ele.
- Dar um por cento das ações do time para ela. – Ele arregalou os olhos.
- Uau! – Ele disse surpreso.
- Eu falei que era irreal. – Suspirei.
- Talvez, mas faz completo sentido até. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Vou colocar em pauta, se quiser endossar comigo... – Falei.
- Vou pensar melhor e nos falamos... – Assenti com a cabeça.
O jogo já tinha começado quando comecei a prestar atenção, quase três minutos, segundo o relógio. Não demorou muito mais para que nosso primeiro gol saísse, vindo de Higuaín, meu contratado por 90 milhões. Cinco minutos depois, ele fez uma doppieta, começando a me deixar com dó de Matri que agora joga no Sassuolo.
Aos 27 minutos, Pjanic, que eu havia comprado da Roma, aumentou para 3x0, fazendo seu primeiro gol com a nossa camisa e eu estava surpresa. Não sei se pelo ânimo nosso ou pela completa desatenção da defesa deles. Para tentar dar um princípio de equilíbrio, eles fizeram gol após um escanteio aos 33, parecia impedido, mas ninguém realmente se preocupou em checar com o bandeirinha e eles pareciam apressados para recomeçar o jogo e tentar recuperar o placar.
Infelizmente, para eles, o restante dos minutos só serviu para que pressionássemos mais. Leo, Chiello, Paulo e Khedira queriam fazer seus gols, mas não foi possível e estava ótimo. Gigi já havia feito uma clean sheet contra a Lazio na segunda rodada, mas não havia conseguido segurar nessa terceira. Foi só o apito final ser soado que já seguimos lá para baixo.
- Bom, acho que concordamos que a saída de Zaza foi suprida rapidamente, não? – Agnelli disse quando entramos no elevador.
- Esperamos que mim. – Suspirei. – Os investimentos foram bons e decisivos. – Dei de ombros. – Só ao longo do ano dá para confirmar se foram para melhor ou pior.
- Melhor, com toda certeza. – Paratici disse e dei um curto aceno com a cabeça ficando em silêncio durante o restante do tempo dentro do elevador, vendo-o abrir logo em seguida.
Segui pelo túnel, vendo alguns jogadores ainda saindo do campo e outros já entrando no vestiário. Sorri ao ver Barza e Matri entrando abraçados e ri fracamente. Barza apontou para mim e Matri ergueu o olhar.
- Ah, chefa! – Sua voz ecoou pelo túnel e ri fracamente, sentindo-o me abraçar fortemente.
- Matri, que saudades de você! – Falei, sentindo-o me erguer alguns centímetros do chão.
- Saudades de você também! – Rimos juntos.
- Ok, me coloca no chão. – Pedi, sentindo-o me soltar, deslizando o corpo pela lateral e estalou um beijo em minha bochecha.
- Tudo bem? – Ele perguntou.
- Tudo ótimo. – Sorri, acariciando seu rosto. – Você estava mais bonito com a gente. – Falei e ele riu fracamente.
- É a idade, chefa. – Ele disse e revirei os olhos.
- Ih, se você está falando de idade, eu e o Barza aqui estamos ferrados. – Falei, ouvindo ele e Barza rirem.
- Aí a culpa não é minha! – Ele ergueu as mãos e dei outro rápido abraço nele.
- Se cuida, ok?! – Ele assentiu com a cabeça.
- A gente se fala! – Barza disse, dando dois toques em seus ombros e ele confirmou antes de seguir para seu vestiário. – E aí, chefa?
- E aí, Barzaglino? – Brinquei, dando um beijo em sua bochecha e ele me abraçou pela cintura.
- Ah, tudo na mesma. – Rimos juntos.
- Como foi com a Nazionale? – Entramos juntos no vestiário.
- Beh! – Ele riu em seguida. – Podia ser pior. – Sorri ao encontrar Fillippi e o abracei, sentindo-o beijar minha bochecha rapidamente.
- Vocês ganharam um... – Falei rindo.
- É, mas ganhamos contra Israel, em compensação, perdemos contra a França.
- Pogba cansou você? – Brinquei e ele riu fracamente.
- Esse garoto vai fazer uma falta-a-a. – Sorri, empurrando-o levemente quando entramos no vestiário.
- Nem fala! Mas temos uma bela compensação. – Dei um toquinho no ombro no Higuaín.
- null! – Ele disse animado e abracei-o fortemente.
- Auguri! – Ele sorriu.
- Grazie! Grazie! – Ele disse rindo.
- Anche tu, Pjanic. – Falei para o bósnio que sorriu. – Primeiro gol bianconero! Começou bem!
- Grazie! – Ele sorriu mais contido do que Gonzalo e dei um tapinha de leve em seus ombros. Atravessei o vestiário, sorrindo e acenando para outros jogadores e cheguei em Lich, abraçando-o pelas costas.
- O quê? – Ele me olhou assustado.
- Aquela defesa valia um gol! – Falei e ele riu fracamente.
- Valeu, chefa! – Ele esticou a mão para minha e apertei-a sorrindo.
Desviei o olhar do pessoal, vendo Dybala com um largo sorriso em minha direção e revirei os olhos, ouvindo-o rir fracamente. Vi Gigi sentado em seu espaço, se livrando de suas chuteiras e meias e me aproximei dele, apoiando a mão em seu ombro, antes de virar novamente para ele, apoiando o ombro em seu armário.
- Quando você chega assim... – Ele disse e eu ri fracamente.
- Você gosta quando eu chego assim... – Falei baixo e ele virou o rosto para mim e mordi meu lábio inferior, ouvindo-o rir em seguida.
- Em uma situação bem diferente. – Ele disse e sorri.
- Gostei dessa barba grisalha aí! – Falei e ele riu fracamente, se levantando.
- O quê? – Ele disse e ri fracamente.
- Só brincando contigo... – Ergui a mão para seu rosto, passando o polegar em seu queixo. – Mas gostei da barba.
- Você vai ter que ir para casa comigo. – Ele falou baixo e neguei com a cabeça.
- Não mesmo. – Falei rindo, empurrando-o levemente pelo ombro. – Só queria saber o que você achou do novo técnico da Nazionale.
- Beh... – Ele suspirou.
- Barza teve a mesma reação. – Cruzei os braços. – Muito ruim?
- Só foram dois jogos, alguns jogadores mudaram... É um tanto cedo para falar. – Ele disse.
- Fica de olho, ok?! – Suspirei. – Isso está me cheirando mal.
- O que? Ele? – Ele perguntou.
- O histórico dele não é exatamente bom, né?! – Dei de ombros. – Treinou diversos times pequenos, o maior foi o Napoli. Estava no Torino na temporada passada e ficou em décimo segundo lugar no campeonato, além de que os únicos troféus que ganhou na Serie D e C. – Ele assentiu com a cabeça, suspirando.
- É, sei bem! – Ele disse, suspirando. – Vamos ver, ganhamos o primeiro jogo, mas tem outros 19.
- Dois anos pela frente. – Falei e ele suspirou, assentindo com a cabeça.
- E eu vou estar lá! – Ele disse e sorri.
- E eu vou te assistir. – Ele inclinou o corpo, dando um beijo em minha bochecha.
- Tem certeza de que não quer ir lá em casa? – Ele perguntou baixo.
- Sim, absoluta! – Falei rindo e empurrei seu peito. – Eu tenho um compromisso.
- Ainda hoje? – Ele perguntou surpresa.
- São oito horas de um sábado, Gigi. A noite é uma criança! – Pisquei para ele. – Boa noite. – Disse e passei para a parte de trás do vestiário, me encontrando com Pavel e Agnelli.
Eu não tinha nada para fazer além de jantar na casa de Gio e Fabrizio, mas só de ver seu olhar surpreso sobre o que eu fazia ou com quem eu faria, já havia ganhado a minha noite e várias ideias começaram a rondar a minha cabeça.
- Você vai nos próximos jogos? – Pavel perguntou.
- Claro! Inter na semana que vem, Cagliari em casa e Palermo depois. Vou aproveitar para visitar meus padrinhos. – Falei. – Por quê? – Cruzei os braços.
- Ah, uns problemas em casa, se você for, facilitaria para mim. – Agnelli disse.
- Claro, o que quiser. Se precisar de algo mais... – Dei de ombros. – Somos uma equipe.
- Sim, eu sei! – Ele sorriu, assentindo com a cabeça.
Enquanto eu dirigia em direção ao estádio, eu só conseguia pensar em uma coisa: que null estaria lá. É óbvio que ela vai estar lá, esse era o evento de lançamento do filme da Juventus que eu havia dado entrevista ano passado ou no anterior, nem me lembrava mais. Ela também havia dado entrevistas e, mesmo se não tivesse, ela era a top três do time, se tinha o nome Juventus, null estava lá.
Seria um evento legal, calmo, assistir a um filme, se não fosse pela mão de Ilaria em cima da minha durante todo o caminho. Quando recebi os convites, ela estava comigo e eu nem tinha como esconder dela. Ela aceitou, se convidou e havia chego bem cedo para se arrumar. Eu estava me afundando cada vez mais e não sabia como sair dessa. Leo não tinha nem um ano, não achava que ela seria legal como Alena para me deixar tem momentos com ele. Além de que nossa relação era um simples namoro, não envolveria justiça como foi com Alena. Ela podia simplesmente sumir e eu nunca mais o veria.
Em compensação, eu não conseguia exigir mais nada de null. Não conseguia olhar em seus olhos e falar que tudo ficaria bem, sendo que eu não tinha um prazo real de quando teria coragem em acabar com tudo. Em compensação, não consigo resistir ao seu toque quando ela chega perto, quando ela passa a mão em meus ombros ou quando ela se aproxima e sinto seu perfume em meu nariz.
Ela é perfeita e faz com que eu me sinta o cara mais incrível do mundo. Nosso sexo é perfeito, nossas conversas são desde incríveis e significativas até tontas e idiotas. Eu não ligo de dormir a noite toda de conchinha com ela e adoro ver ela babando no travesseiro pela manhã. Amo como ela é sempre muito ativa e agitada e desmaia na hora de dormir, mas também acorda rapidamente com algumas carícias. Ela é minha mulher e eu preciso viver minha vida com ela. Do contrário, por que eu estou aqui vivendo?
Estacionei o carro como quando eu vinha como convidado para o estádio e vários carros já estavam ali. O sol não estava mais no céu, mas o dia estava claro, logo mais escureceria. Desci do carro, abotoando o paletó e ouvi a porta bater do outro lado, me fazendo apertar o alarme. Guardei tudo nos bolsos e dei a volta no carro.
- Está quieto, carino! – Ilaria disse, segurando minha mão.
- Ah, sem motivo. – Falei, sentindo-a tentar entrelaçar os dedos, mas fingi que não senti e mantive nossas mãos somente levemente apertadas. – Vamos lá.
Segui em direção à entrada, subindo as escadas e encontrei uma recepcionista na porta. Mostrei os convites para ela que recolheu-os e nos deixou entrar. O caminho estava todo decorado com o pôster do filme e algumas imagens promocionais de antigamente e de hoje, me fazendo encontrar algumas minhas pelo caminho.
O caminho nos levava para o auditório Umberto e Gianni Agnelli, o principal, que dava para o camarote dos tops. Ao chegar lá, o espaço estava decorado com as cores e mais pôsteres. Alguns dos meus companheiros de equipe já tinham chego e socializavam junto dos acionistas, administrativo e alguns convidados.
Barza estava tirando fotos logo na entrada junto de Marco e Mauro La Villa, diretores do filme, e parei próximo a eles para tirar também. Gigi tirou fotos com eles e outras sozinhos. Os diretores se viraram para mim.
- Gigi! – Um deles disse. Eles eram parecidos, eu sempre confundia.
- Buona sera, ragazzi! – Falei.
- Gigi, obrigado por vir! – Cumprimentei ambos.
- E essa é?
- Ilaria D’amico, jornalista. – Ela se apresentou e fiquei aliviado por não ter se apresentado como minha namorada.
- Que prazer! – Eles disseram. – Vamos tirar umas fotos?
- Claro, claro! – Falei, me aproximando deles.
Tirei algumas fotos com eles e Ilaria, depois somente com eles e nos afastamos com rápidos cumprimentos. Segui pelo local, caminhando entre o administrativo, cumprimentando Agnelli, Pavel, Beppe, Lapo e John Elkann, algumas lendas do time como Roberto Bettega, Moreno Torricelli, Gianluca Pessotto, além da equipe técnica e outros. null não estava lá... Ainda, pelo menos. De membros do time mesmo, poucos estavam lá, Barza, Leo, Chiello e Marchisio. E só Claudio estava acompanhado, além de mim.
- Eu vou falar com o pessoal, a gente se encontra na hora do filme? – Falei com Ilaria.
- Claro! Vou falar com a Roberta. – Ela indicou a esposa de Claudio e assenti com a cabeça, seguindo em direção a meus amigos.
- Ciao, ragazzi! – Falei.
- Ei, Gigi! – Eles falaram e cumprimentem os quatro.
- Veio de coleira hoje? – Claudio brincou e dei um tapa em seu ombro.
- Cara, não brinca com isso! – Suspirei. – Mal vejo a hora disso acabar e ir embora. – Suspirei e eles riram.
- Por quê? Nem começou. – Chiello disse rindo e bufei, cruzando os braços.
- Provavelmente por causa de quem acabou de chegar. – Barza disse e virei o olhar para a entrada.
null chegava linda como sempre. Ela estava com um vestido preto de alças simples. O corpo tinha um tecido mais brilhante que a saia que era menor na frente e encostava no chão atrás. Ela usava um sapato alto e tinha os cabelos soltos jogados em seus ombros. Tudo estava bem, até bem, até um cara entrar atrás dela.
- Quem é ele? – Perguntei apressado, vendo-a procurar pela mão dele ao entrar.
- Vish!
- Quem é esse cara? – Ele tinha um estilo empresarial. Um terno azul escuro completo, olhos escuros, cabelos pretos e um sorriso alegre.
null cumprimentou Mauro e Marco, abraçando ambos fortemente e consegui ouvir sua risada ecoando pelo local ou foi só em minha mente. Ela apoiou a mão nos ombros dele, aproximando-o de si e apresentou-o para ambos. Engoli em seco e a vi se colocar para tirar algumas fotos.
- Quem é ele? – Falei firme, virando de frente para meus amigos e cada um olhava para outro, tentando achar uma resposta. – Hein?!
- Por que está perguntando para gente? Sabemos menos que você! – Leo disse firme.
- Ela deve ter falado com alguém! – Falei firme, virando novamente para ela, vendo-a tirar foto com ele e os La Villa também. – Barza?
- O quê? Eu não sei! – Ele disse, erguendo as mãos.
- Vocês são próximos, quem é ele? – Perguntei.
- Não sei, mas é alguém muito bonito e que está fazendo ela sorrir. – Ele disse, me provocando e revirei os olhos.
- Não está ajudando! – Falei firme. – Ela me falaria, não?
- Ah, claro, com toda certeza! – Chiello falou irônico. – Se você está agindo enciumado assim sem nem saber, imagina sabendo. – Bufei, vendo ambos andarem pelo salão e ela entrelaçou os dedos deles, seguindo em direção aos Elkann.
- Gigi, relaxa. Você está ficando vermelho. – Marchisio disse e bufei, soltando a respiração fortemente. – Aqui, toma um gole, é uísque. – Ele me entregou o copo.
- É, cara. Você precisa se acalmar. – Peguei o copo e virei em minha boca, sentindo-a descer queimando.
- Era um gole, não a bebida inteira. – Claudio disse.
- Eu preciso saber quem é ele e o que ele está fazendo com a null. – Falei firme.
- Beh, é só pensar o que a Ilaria está fazendo contigo que você tem sua resposta. – Barza disse e virei o rosto para ele, fuzilando-o com o olhar. – Não adianta me olhar assim, é bom vê-la seguir em frente finalmente.
- Ela poderia me dizer, não? Estávamos tão bem em Zagreb, Palermo... – Falei e Barza riu ao meu lado, dando dois tapinhas em meus ombros.
- Hum, parece que alguém vai explodir. – Vi Trezeguet e Pavel vindo em minha direção. – Eu falei que ele ia surtar. – Ele disse para Pavel.
- Vocês conhecem? – Perguntei, indicando null que conversava com Agnelli e Lapo Elkann.
- Conhecer, estamos conhecendo hoje, mas ela comentou sobre ele há algumas semanas. – Pavel disse.
- Falou que ia trazer hoje. – David disse.
- E quem é ele? – Perguntei firme.
- Chama Ignazio, é engenheiro civil. – O francês disse. – Pelo jeito o pai dela os apresentou. – Ele falou.
- Ah, ótimo! Achei que o Fabrizio gostasse de mim. – Bufei, soltando a respiração fortemente em seguida.
- Ah, claro! Ele pode te gostar como pessoa, não vai gostar da montanha-russa que vocês vivem juntos. – Pavel disse, rindo em seguida.
- Vocês todos estão achando ótimo, não?! – Falei, revirando os olhos.
- Cara, não gosto de te ver triste, mas que essa foi boa para você acordar. Ah foi! – Trezeguet deu dois toques em meus ombros e suspirei, vendo-o seguir.
- Se cuida! – Pavel disse, saindo rindo e vi ambos parando em null.
- Eu não deveria ter saído da cama hoje. – Engoli em seco.
- Ah, pensa bem, temos um jogo no domingo, o que ela provavelmente não vai, e depois 10 dias com a Nazionale, mais alguns dias...
- O jogo vai ser aqui! – Falei firme, interrompendo Chiello. – Contra a Espanha.
- Opa! – Ele disse, me fazendo suspirar.
- Eu estou ferrado. – Suspirei. – Não posso perder ela de novo.
- Você realmente achou que ela ia ficar parada te esperando? – Barza perguntou, rindo fracamente e fechou o rosto poucos segundos depois.
- Ciao, ragazzi. – Ouvi a voz de null e respirei fundo antes de virar o rosto para ela e o engomadinho do seu namorado. Estilo Domenico mesmo. Outro puttano que vai acabar com seu coração.
- Oi, null! – Eles falaram e ela cumprimentou um por um, dando um curto beijo na bochecha e finalizou em mim.
- Quem é seu amigo? – Chiello perguntou.
- Esse é o Ignazio. Ignazio, não acho que preciso apresentar. – Ela disse rindo.
- Tudo bem, cara? – Barza esticou a mão, cumprimentando-o, seguido de Leo, Chiello, Claudio e me senti na obrigação de fazer o mesmo.
- É um prazer conhecê-los. – Ele disse, dando um sorriso.
- Então, Ignazio, o que você faz? – Barza perguntou. – É do mundo do futebol?
- Não, bem que queria! – Ele riu fracamente. – Sou engenheiro civil. Tenho uma empresa na cidade.
- Ah, sim! – Barza confirmou. – Queria ser jogador?
- Ah, acho que é o sonho de todo garoto, né?! – Ele riu, fazendo null e os outros rirem.
- É, nem todo mundo consegue, não é mesmo? – Falei e senti um beliscão em minhas costas, me contendo em xingar Chiello ou Leo.
- É, acontece, mas dei certo em outra área. – Ele sorriu, bem relaxado e aposto que ele não sabia sobre mim e null.
- Carino, vamos? Eles vão entrar. – Ilaria se aproximou. – Ah, null!
- Senhora D’amico. – null esticou a mão para ela em um curto sorriso e Ilaria se conteve em só apertar sua mão.
- Como está? – Ilaria sorriu. – Quem é esse bonitão ao seu lado?
- Ignazio, ele é meu... – Eles se olharam, rindo juntos. – Enfim, um amigo. – null disse.
- Por enquanto. – Ele cochichou, dando um beijo em sua orelha e apertei o braço de Barza em minhas costas.
- Beh, estão entrando, nos falamos depois? – null disse.
- Claro! Claro! – Barza disse. – Vai ao jogo domingo?
- Não, mas encontro vocês aqui na semana que vem para o jogo da Nazionale. – null disse, se afastando.
- Combinado! – Barza acenou e null deu o braço para ele, seguindo junto de todos.
- Você está ferrado. – Barza cochichou para mim e seguiu logo atrás deles.
- Andiamo, carino? – Ilaria perguntou.
- Claro! – Estendi a mão para ela e fomos atrás.
Eles haviam montado um telão beirando o campo e nossos assentos eram nas poltronas do estádio mesmo, abaixo da sessão do camarote da presidência. Me sentei um pouco abaixo dom Ilaria e, antes do filme começar, Mauro, Marco e Lapo falaram algumas palavras rápidas que confesso não ter prestado atenção.
null estava lá na frente junto do tal do Ignazio e eles cochicharam o filme inteiro. O FILME INTEIRO! Ela não seria capaz de começar a se envolver com alguém sem falar para mim, né?! Sem ao menos falar “estou conhecendo alguém”? Sei que não estava merecendo, mas ela não podia me deixar no escuro. Ou podia?
Não sei, eu só não via a hora desse jogo acabar antes que eu vomitasse em Chiello ao meu lado. Ou em cima dele. É, talvez fosse uma melhor opção. Nunca tive paciência para engomadinhos, perfeitinhos demais. E null gostava de mim, ela não podia gostar dele. Não podia, né?!
- Ciao, Ignazio! – Falei ao entrar no carro e me inclinei para dar dois rápidos beijos em sua bochecha.
- Ciao, null! – Ele sorriu e coloquei a bolsa no chão antes de colocar o cinto de segurança.
- Para o estádio? – Ele perguntou.
- Sim, mais um dia. – Suspirei, apoiando o braço no vidro e a mão no mesmo.
- Ah, você não pode estar péssima por isso, deu super certo na semana passada. – Ele disse e ri fracamente.
- É complicado, Nazio. É... – Bufei a respiração fortemente, mordendo o lábio inferior.
- Complicado? – Ele perguntou.
- É! – Falei, virando o rosto para ele que sorria.
- Andiamo, null! Eu topei participar disso contigo, acho que eu mereço saber mais, não acha? – Ele disse e eu engoli em seco.
- Não tem nada de novo, eu só não entendo. – Relaxei meu corpo na poltrona. – Ele estava se remoendo de ciúmes...
- Eu achei que ele fosse explodir, foi difícil não rir! – Rimos juntos.
- Então! Ficou óbvio para ti que ele gosta de mim, não foi? – Perguntei, suspirando.
- Sim! Para qualquer um que saiba o mínimo da relação de vocês dois.
- Então! – Falei mais alto, suspirando. – Por que ele não termina com ela e fica comigo? Por que é tão difícil? – Pressionei os lábios.
- Eu não sei também, null. – Ele disse, suspirando. – Mas acho que se você precisa fazer ciúmes nele para ver se ele acorda, a questão é mais complicada do que parece. – Ele disse.
- Ele tem um filho de nem um ano, mas se ele for levar nessa história, ele sempre vai ter alguma pendência. Da última vez que eu chequei, filho era para sempre. – Ele disse e pressionei os lábios.
- É isso que me preocupa. – Suspirei. – E antes que você diga, não dá para eu me esquecer dele, são pelo menos 15 anos nisso tudo... Eu namorei outro cara, mas não posso dizer que o esqueci... – Suspirei.
- Beh, como a gente combinou, eu topei te ajudar nisso, porque eu também tenho interesse. – Ele segurou minha mão em meu colo. – Vai dar certo! Ao menos você teve a prova que ele te ama.
- Eu só não entendo...
- O quê? – Ele perguntou.
- Por que você tem que se esconder? Você é gay, e daí? – Perguntei, suspirando. – Você é um incrível profissional.
- É... – Ele disse baixo.
- Complicado? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Sim! – Ele falou baixo. – Minha mãe é muito beata, ela nunca vai aceitar meu relacionamento com o Vito. – Ele suspirou.
- Mas você vai viver assim para sempre? – Perguntei. – Em teoria, somos primos, Nazio... – Ele riu fracamente.
- Somos primos, null! – Ele falou firme. – Não é porque você não nasceu da tia Giovanna que não é...
- Sua mãe só não considera. – Falei.
- Minha mãe é um saco. Por isso que o tio Fabrizio é o tio legal da família. – Sorri. – Mas você é a minha prima. Assim como a Giulia, Gianni e o Pietro. – Sorri, apoiando minha cabeça em seu ombro.
- Grazie! – Sorri e rimos juntos. – Mas, mesmo assim, o que você vai fazer?
- Beh, não faço a mínima ideia. – Ele coçou a testa. – Não pensei nessa parte ainda. – Rimos juntos.
- Você merece ser feliz.
- Você deveria falar isso para si. – Ele disse.
- Mas você e o Vito estão solteiros. Deveriam namorar, ser felizes, se casar! Não dá para viver nessa realidade para sempre. Eu sei, acredite! Ou você acha que eu não estava tremendo da cabeça aos pés em só imaginar em mentir para o Gigi?
- Olha, tenho que dizer que não sei como eu nunca soube que isso acontece há anos. – Ele disse, rindo fracamente. – Ele é Gianluigi Buffon, null. – Ri fracamente.
- Muita coisa aconteceu, Nazio. – Suspirei. – É como te contei, foram inconstâncias durante todos esses anos. Só que não sinto que algum dia vá acabar... – Pressionei os lábios.
- Ao menos acho que você pode ter certeza de que ele te ama. – Ele disse e pressionei os lábios.
- É difícil quando ele não demonstra. – Falei baixo.
- Em nenhum momento? – Ele perguntou.
- Ah, quando estamos só nós dois sim, mas toda amante deve se sentir assim, não? – Virei para ele que soltou um longo suspiro, olhando para a rua.
- É, mas ele tem uma linguagem corporal óbvia quando está contigo. – Ele falou. – Pelo menos teve aquele dia. Não sei como eu não morri ali! – Rimos juntos.
- Isso me conforta um pouco, mas também não quero viver o resto da minha vida assim sabe? Eu conheço caras incríveis e sensacionais todos os dias no meu trabalho, mas ele ainda é o único que faz meu coração bater forte. – Virei para ele. – Por isso estou tentando usar o ciúme como plano.
- Eu estou contigo, prima! – Ele esticou a mão e bati na dele.
- Se você não fosse gay, Nazio, talvez a gente até desse certo! – Brinquei e ele riu junto.
- Beh, eu não ia reclamar! Ir a jogos da Juventus e da Nazionale de graça e ainda no camarote? Por favor, que ele não mude de ideia tão logo! – Gargalhei junto dele.
- Depois de tudo o que você está fazendo por mim, sempre que você quiser ir a algum jogo no nosso estádio, pode me mandar mensagem, real! Não tenho nem como te agradecer por fazer isso por mim. – Suspirei. – Inclusive, quando eu quiser qualquer tipo de reforma, eu vou te chamar!
- Você não precisa fazer isso, null! – Ele disse.
- Ei, nem vem! Eu acompanho seu trabalho há anos, não se esqueça, conheço os Vitale há 17 anos. – Ele riu fracamente. – Se eu precisar reformar um quarto, vai ser você! – Ele sorriu. – E o Vito como design de interiores, eu sou péssima com decoração.
- Fechado! – Ele disse rindo. – Só estou em dúvidas de uma coisa.
- Diga.
- Quem sabe sobre nós? Assim, da nossa farsa! – Ele disse.
- Como assim?
- Do seu trabalho. Porque foi muito irreal, null! Eu fui apresentado para o presidente do time, para a mãe dele, para os Elkann... – Ri fracamente.
- Só o top cinco, sabe. – Suspirei. – E o Trezeguet. Ele me ajuda a fazer ciúmes no Gigi há uns 12 anos, senão mais. – Ele riu fracamente. – Ninguém mais sabe.
- E por que não continuaram? – Ele perguntou.
- Se tivesse acontecido algo com o David já teria acontecido há anos, não acha? – Virei para ele.
- Bom ponto. – Rimos juntos.
- E o David está caidinho pela Giulia, e acho que o Gigi sabe. – Falei e Ignazio arregalou os olhos.
- O quê? O Trezeguet a fim da Giu? – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Longa história! – Falei rindo. – No aguardo de ela voltar e eles viverem um grande amor. – Disse e ele riu fracamente.
- Isso é sensacional! – Ele disse gargalhando.
- Também te escolhi porque o Gigi não te conhece, é mais fácil manter a distância. Ele não vai chegar em ti e te confrontar. Ele sabe que ele está em desvantagem.
- E o que você vai fazer quando eu sair de cena? – Ele perguntou.
- O Gigi vai saber a verdade um dia, não consigo esconder isso por muito tempo, principalmente pela reação que ele tem sobre mim. Eu sou um marshmallow perto dele. – Suspirei. – Agora para meus chefes, você vai ser um ex-namorado que não deu certo. – Ele riu fracamente. – Acredite, eles esquecem rápido. Especialmente os Elkann que me amam de um jeito que nem eu entendo. – Ele riu fracamente.
- Acho que entendi o olhar do John para você. – Sorri.
- Agradeço todos os dias por ele e Lapo serem casados. – Ele riu fracamente.
- Amém? – Ele brincou e sorri.
- Beh, vamos para mais um fingimento? – Falei, vendo o estádio se abrir a nossa frente.
- Quem vou encontrar aqui? – Ele perguntou.
- Beh, top cinco, Trezeguet, a prefeita de Turim estará aqui também, mas não tenho relação... – Suspirei. – Algum jogador que não estiver relacionado. – Mas sem a família Agnelli inteira. Só viemos ver um jogo.
- Vamos lá! Vim a caráter! – Ele disse e vi a blusa azul da Nazionale por baixo da sua.
- Eu vou descer para o vestiário para cumprimentar o pessoal e subir de volta. Aguenta alguns minutos sozinho? – Perguntei, soltando o cinto de segurança.
- Se ninguém vier falar comigo... – Ele disse e rimos juntos.
- Não prometo, mas siga nossa história. Você conhece o Fabrizio, ele nos apresentou e estamos nos conhecendo. – Empurrei a porta do carro.
- E eu estou perdidamente apaixonado. – Ele disse rindo.
- É, não exagera. – Peguei a bolsa, saindo logo atrás. – Eles não vão acreditar que eu esqueci do Gigi tão rápido. – Fechei a porta e ele riu fracamente. – Só estamos conhecendo mesmo.
- Vou falar que você é difícil! – Ele disse e rimos juntos.
- Olha! Em situações normais, isso não queria anormal. – Ele riu fracamente.
- Vamos lá! – Ele disse.
Seguimos pelo estádio e demos as mãos, entrelaçando os dedos. Se eu for pensar na teoria, esse plano era horrível. Usar Ignazio, o primo mais bonito de Giulia, para fazer ciúmes em Gigi e, quem sabe, fazê-lo finalmente ficar comigo ou desistir – que podia acontecer – parecia loucura. Acabou dando certo, de alguma forma, o ciúme de Gigi era tanto que ele nem usava a razão, mas, além de tudo, eu havia ganhado uma companhia para falar de futebol e besteiras, devido à ausência de Giulia.
Ignazio era um cara legal, regulava comigo e com Giulia de idade, fizemos faculdades juntos e vivíamos pegando o mesmo ônibus para ir e voltar, além de algumas festas de aniversário, mas a vida acabou nos levando para lados contrários. Devido à uma coincidência do destino, fui levar Fabrizio na loja já que eles estavam sem carro, e Ignazio estava lá. Fabrizio comentou que eu também tinha problemas com relacionamento e uma luz acendeu em minha cabeça. Ele é torcedor da Juventus, era uma troca ótima. Infantil? Talvez, mas ótima.
- Pode seguindo para o camarote, eu logo chego lá! Serão 10 minutos, no máximo. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Manda um abraço para o Gigi por mim! – Ele brincou e gargalhei com ele.
- Ciao, amore! – Falei para o segurança ao lado de elevador de sempre.
- Buona sera, signora. – Ele disse e sorri, vendo-o abrir o elevador. – Namorado novo, senhora?
- Quem sabe? – Dei de ombros e ele riu fracamente.
Entrei sozinha no elevador, apertando o botão do térreo e desci rapidamente, como já estava acostumada. Ao descer lá embaixo, a decoração das eliminatórias do Mondiale 2018 ocupava todos os pontos previamente preto e branco. Pelos corredores, jogadores e staff da Nazionale nossa e da Espanha já estavam por ali e dei uma rápida olhada em volta, vendo se encontrava o pessoal conhecido. Chequei o relógio e faltava 15 minutos para o jogo começar.
- Ah, chefa! – Virei para a entrada, vendo Morata, com seu uniforme da Nazionale, voltando do treino.
- Ah, meu menino! – Sorri, abraçando-o fortemente. – Que saudades te ver! Como estão as coisas?
- Tudo bem! Com saudades de vocês! – Ele se afastou. – Saudades da minha família.
- Estaremos sempre aqui. – Falei e ele assentiu com a cabeça, acariciando meu rosto. – Volte sempre que quiser, ok?!
- Eu sei! E agradeço muito por isso. – Ele disse. – E como estão as coisas aqui?
- Ah, na mesma. – Falei e ele riu fracamente. – Sentindo sua falta.
- Falei com a Manu esses dias, a gente vê as coisas e comenta.
- No aguardo de ter vocês dois aqui de volta um dia. – Ele assentiu com a cabeça.
- Pode deixar.
- Ih, olha quem está aqui! – Virei para o lado, vendo Barza entrando com a Leo e Gigi, além do resto da Nazionale que passaram para dentro.
- Ragazzi. – Falei e senti um rápido beijo de Barza e Leo, mas faltou de Gigi. – Não vai dizer oi? – Perguntei para ele.
- Oi! – Ele disse, claramente desanimado.
- Uau! Me senti bem recebida agora. – Brinquei e ele revirou os olhos.
- Oi, null! – Ele disse, dando um beijo em minha testa e sorri.
- Oi, Gigi.
- Hum, problemas no paraíso? – Morata perguntou e ri fracamente.
- Ih, cara! Nem te conto! – Leo disse, rindo em seguida. – null está com um namorado novo.
- Mesmo? – O espanhol falou surpreso.
- Ainda não. Estamos só nos conhecendo. – Falei.
- Agora entendi a reação do grandão aqui! – Ele bateu a mão nos ombros de Gigi e ri fracamente.
- Onde ele está, falando nisso? – Gigi perguntou. – Não veio contigo?
- Veio sim, está lá em cima. – Falei e ele revirou os olhos. – Falando nisso, só vim dar um oi para vocês. – Suspirei. – Bom jogo, ok?! – Abracei Barza de lado.
- Valeu, chefa! – Eles disseram e abracei Morata mais uma vez.
- Se cuida! – Disse baixo.
- Você também! – Ele disse e sorri, seguindo pelo túnel novamente.
- Chefa? – Virei o rosto, encontrando Ogbonna.
- Ah, Angelo! – Sorri, abraçando-o. – Como você está?
- Muito bem! Estou lá na Inglaterra. – Ele disse.
- Eu sei, te acompanho ainda. – Ele sorriu, assentindo com a cabeça. – Feliz que esteja feliz.
- Com certeza! – Ele sorriu. – Você está bem? – Ele perguntou.
- Sim, tudo certo. – Falei e ele sorriu.
- Deixa eu ir! Preciso subir! – Falei e ele assentiu com a cabeça, me dando mais um rápido beijo.
- Se cuida! – Ele disse.
- Você também! – Disse rapidamente e seguimos para lados diferentes. Dei uma rápida olhada para trás, vendo Gigi e os meninos ainda me acompanhando com o olhar, além de Bernardeschi, o príncipe não encantado da Manu e dei um rápido aceno para ele. Precisava acompanhá-lo melhor. Ele tinha um ótimo estilo de jogo.
Cheguei no camarote e era bem mais relaxante não precisar cumprimentar diversas pessoas até chegar no camarote, muito menos outras antes quando chegava nele. Procurei Ignazio com o olhar e achei-o rapidamente ao lado de Marchisio, Pavel e Trezeguet, me fazendo suspirar.
- Ciao, ragazzi. – Falei.
- Oi, chefa! – Eles disseram e cumprimentei os outros três.
- Você é um perigo, null! – Marchisio disse.
- O quê? Por quê? – Perguntei, rindo fracamente.
- Ele contou! – Ignazio disse, indicando Trezeguet e olhei para meu francês que sorria.
- Ah, David, sério? – Revirei os olhos.
- Relaxa, chefa! Eu acho a ideia demais! – Claudio disse rindo. – Gigi está merecendo um encontro com a realidade. Largar aquela louca e finalmente declarar o amor dele por você. – Ri fracamente.
- Você não vai contar nada? – Perguntei.
- Não se preocupe. Minha boca é um túmulo. – Ele disse, fingindo fechar os lábios e abracei-o de lado. – E o Ignazio aqui é legal! Quem sabe não se torne real? – Ele disse e ri fracamente.
- Eu sou gay! – Nazio disse, pressionando os lábios.
- Ou não... – Marchisio disse, rindo fracamente. – Beh, não podia deixar de tentar. – Sorri.
- Agradeço seu apoio. – Suspirei. – Mas você precisa calar a boca, Treze! – Falei e ele me abraçou pelos ombros.
- Ah, null, o dia que você e o... – Ele olhou em volta. – Ficarem juntos vai ser o dia que eu vou soltar fogos. Estou preparando para encarnar a Manu nesse dia. – Ri fracamente.
- Beh, temos tempo, não? Ou eu não precisaria recorrer a esses métodos. – Disse e eles riram.
- Alguma vantagem sempre tem nisso tudo, null. – Pavel disse.
- Ir a jogos da Juventus em assentos sensacionais. – Ignazio disse.
- Viu?! – Falei e eles riram.
- Andiamo, vai começar o jogo! – Marchisio disse e rimos juntos.
Eu e Pavel nos sentamos nos mesmos assentos de sempre e Ignazio ocupou meu lado e Trezeguet o de Pavel. Antes do jogo, De Rossi recebeu uma honraria por cumprir cem jogos pela Nazional. Depois disso, o jogo começou. Lento para nós, diga-se de passagem. Parecia que os espanhóis dominavam a partida. Gigi precisava fazer várias defesas seguidas e Barza e Leo o ajudavam muito nisso.
O placar foi aberto aos 55 minutos após uma falha de Gigi. Conhecendo até os buracos desse campo, ele falhou em um chute fora da área, chutando o nada e deixando o gol aberto. Conseguimos um empate só aos 82 após devido a uma derrubada na área. De Rossi bateu muito bem e a bola entrou. 1x1, não o resultado desejado, mas melhor do que se perdesse em casa.
Minhas mãos suavam como nunca haviam suado antes. Nem em jogos quente, dentro das luvas, elas suavam tanto assim. De tantos anos repensado sobre minha decisão de ir a Serie B e, de certa forma, negar o meu Ballon D’or, agora eu estava aqui, em Mônaco, esperando para receber meu Golden Foot.
Era loucura pensar nisso, honestamente. Totti, Del Piero e Pavel já tinham ganhado. Além de outros amigos, conhecidos ou grandes jogadores da Juventus já foram homenageados como lendas nesse mesmo prêmio como Zoff, Platini, Weah, Zidane e Trezeguet. Era uma situação estranha para mim, aquela situação doce-amarga, sabe? Era uma votação aberta ao público que premia jogadores acima de 29 anos, eu já tinha sido indicado outras vezes, mas eu tinha 38, achei que já tivesse passado de hora.
Mas eu estava aqui. Prestes a receber uma placa e deixar minhas mãos marcadas na calçada da fama de Mônaco. Eu só esperava realmente merecer o prêmio. Eu sabia que estava jogando em bom nível, baseado nos últimos resultados, mas alguém sempre fala, não é mesmo? Eu costumava não me preocupar com curiosos, mas era inevitável tendo Ilaria em minha orelha. Aposto que se null soubesse, ela teria me apoiado e falado palavras incríveis para mim, mas depois do susto dela com um namorado – se é que eu podia chamar ele daquilo – eu acabei não contando para ela.
Nem sei se eu fiz certo, na verdade. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas eu estava bravo com ela e irritado comigo mesmo. Primeiro por ela não ter me contado, ela ao menos podia me preparar para isso, falar que estava conhecendo alguém novo, mas não me falou. Segundo que o cara era realmente bonito, não tenho medo de assumir isso. Não tinha o que reclamar da minha aparência, mas eu obviamente destoava perto dela, agora esse cara... Parece a combinação perfeita. Terceira porque fazia eu me lembrar de que não podia perdê-la, a dor em meu coração foi tão grande que eu surtei. Foi o susto, o medo de perdê-la, tudo um pouco. E isso não podia acontecer. E quarto, para piorar tudo, ela parecia genuinamente feliz com ele. Seu sorriso era aberto, bonito, sincero... Como os que ela dá para mim. Ela se sente confortável com ele. Como quem já tinha transado e estava feliz por isso.
Ah, eu preciso tirar essa imagem da minha cabeça. Não consigo imaginar null deitada na cama sorrindo para outro cara que não seja eu. Eu era um bosta, eu sei, não precisa dizer, mas eu continuava andando em corda bamba. Independente disso, só queria poder conversar com ela e compartilhar essa vitória. Era como se eu necessitasse disso.
- Senhor Buffon?
- Sim! – Virei o rosto para o assistente que estava comigo.
- Eles vão te anunciar. – Ele disse e assenti com a cabeça, esfregando uma mão da outra e me aproximando da porta, esperando alguns segundos.
- Signore e Signori, o Golden Foot Award 2016 vai para Gigi Buffon! – A apresentadora gritou, fazendo sua voz ecoar pelo autofalante e saí da sala que eu estava escondido e caminhei pelo corredor central, acenando rapidamente para as pessoas que estavam ali.
- Grazie, grazie! – Falei rapidamente, subindo no pequeno palco. Cumprimentei o Príncipe Albert, além do apresentador e da apresentadora e me coloquei entre ela e o príncipe.
- Complimenti, Gigi! – Ela disse e sorri, assentindo com a cabeça.
- Gigi! O que esse prêmio significa para você? – O outro perguntou. – O que essa calçada aqui em Monte Carlo representa para você sobre o futebol passado e futuro? – A apresentadora me entregou o microfone.
- É algo que dá muito orgulho. – Falei, segurando o microfone mais firme quando o senti escorregar. – É de muito orgulho porque já recebi vários prêmios aqui em Monte Carlo. – Disse. – Em 2003, vim aqui, e recebi do príncipe o prêmio de melhor jogador da Champions League, hoje retiro o Golden Foot, então longa vida a Monte Carlo e aos prêmios dados em Monte Carlo. – Brinquei. – Espero poder ser chamado no futuro, mas estou muito orgulhoso e espero de ser merecedor. – Falei e ouvi os aplausos, me fazendo assentir com a cabeça, devolvendo o microfone a apresentadora.
- Além do seu prêmio, temos um prêmio oferecido pelo nosso patrocinador, a Hublot. Para você, um maravilhoso relógio. – Uma assistente me entregou e agradeci com um aceno de cabeça.
- Para não chegar atrasado. – Brinquei. Eu fazia isso demais quando estava nervoso.
- Para você continuar sempre pontualíssimo. – O outro apresentador falou, me fazendo rir. – Agora, o prêmio mais importante, que poderemos te entregar oficialmente, o Golden Foot 2016, a Gigi Buffon.
A mesma assistente deixou o prêmio para o príncipe e deixei o relógio de lado, ouvindo as pessoas aplaudirem. O príncipe abriu o mesmo e eu segurei-o sorrindo e o cumprimentei. Já havia encontrado-o nos bastidores, não sabia se eu deveria me curvar novamente, mas acabei seguindo no aperto de mão. Fazia anos que não vinha aqui e esqueci de checar a etiqueta local.
- Parabéns, Gigi. Você o mereceu sim! É uma honra de ter mais uma vez aqui conosco. – Ele disse e sorri, agradecendo.
Virei para as fotos, sentindo alguns flashes em meu rosto e os fotógrafos gritaram para eu virar para eles e tirarem fotos.
- Agora, vamos fazer a impressão. Você quer fazer das mãos ou dos pés? Normalmente fazemos dos pés, mas como é goleiro... – O apresentador disse e ri fracamente, me aproximando dele.
- Como normalmente as meias têm buracos, eu prefiro fazer as mãos. – Brinquei, ouvindo a apresentadora rir.
Eles trouxeram a placa e quem a trouxe explicou como faria a impressão. Um pouco acima, as mãos e embaixo eu escreveria meu nome. Ajoelhei no chão e calculei mais ou menos a distância das mãos e pressionei-a devagar. O auxiliar me ajudou a pressionar elas mais fundo devido à argila firme e ele se afastou.
- Gigi! Gigi! – Os fotógrafos começaram a gritar.
Virei o rosto para o lado em que eles estavam, vendo os diversos flashes em meu rosto e sorri, desviando o olhar devagar de cada um. Meu sorriso sumiu quando encontrei null na direção deles. Ela pressionou os lábios em um sorriso como sempre fazia e deu um leve aceno com a mão para mim. Ela estava com um vestido preto normal como sempre, segurava um casaco da mesma cor em frente ao corpo e estava em pé, não exatamente em um lugar, um pouco para fora, escondida.
Meu sorriso se alargou imediatamente e até um riso saiu de meus lábios. Ela está aqui! Ela está aqui! Por mim.
Fui obrigado a desviar o olhar quando o auxiliar me esticou a caneta, ou quase uma caneta, para escrever e descolei minhas mãos, sentindo o vácuo se formar entre elas e o material. Calculei mais uma vez o tamanho e escrevi meu nome, sentindo dificuldade em fazer a argila se mover, espero só que fique ok. Imagina se eu erro?
Finalizei, me levantando novamente e uma mulher me deu uma toalha para eu secar as mãos, apesar do plástico que cobria a argila durante a pressão. Virei o olhar novamente para o lado, me certificando que null estava lá e suspirei ao descobrir que não foi ilusão.
- Vamos chamar agora todos para tirarem fotos aqui. – O apresentador disse.
As lendas escolhidas para esse prêmio foram Frank de Boer, antigo técnico da Internazionale e grande lenda do Barcelona. Claudio Ranieri que havia conseguido fazer o Leicester City ganhar a Premier League, além disso, ele foi meu técnico durante dois anos na Juventus. Carles Puyol, grande lenda do Barcelona também e Deco que jogou em diversos times durante sua carreira, se aposentando em um time brasileiro, de onde ele é, apesar de ser naturalizado português.
- Agora, Gigi, uma entrevista rápida, pode ser? – A apresentadora indicou e assenti com a cabeça.
- Claro, claro! – Falei e me auxiliaram com o prêmio e, a mais aplausos do pessoal, encerramos a premiação.
Fui levado pelo corredor que entrei e me sentei em um sofá que tinha na frente do toldo com propagandas e me sentei no mesmo. A primeira coisa que apareceu em meu colo foi uma blusa da Juve com o patrocínio da Tamoil. Fazia anos que eu não via esse símbolo em minhas camisas. Assinei, sorrindo e devolvi para ele.
- Gigi, como você se sente ganhando esse prêmio hoje? – O primeiro me perguntou.
- Para mim é um orgulho ter ganhado. Como disse antes, espero ter merecido, e acredito que esse prêmio vai para todas as pessoas que me acompanham, que me querem bem, que tem confiança em mim, é um reconhecimento muito importante. – Respondi.
- O que fala da Juve dessa temporada, Gigi?
- A Juve, beh, a Juve, penso que é um time com uma potencialidade enorme, é um time que está encontrando uma solidez e uma estrutura de um time que melhorará ainda um pouco. E se tornará sólida e concreta para fazer um percurso longo na Europa. – Respondi.
- E sobre a Nazionale, Gigi? Vocês venceram contra Israel e Macedonia, que são consideradas pequenas e empataram com a Espanha depois de vencer na Eurocopa. – Outro perguntou.
- A Itália é um time que mudou tanto, estamos reconstruindo. Não fizemos jogos excepcionais, mas fizemos sete pontos e sete pontos não são poucos, e acredito que tem todo o tempo para se organizar até as próximas situações e poder melhorar.
- Ok, grazie! Grazie! – Um assistente finalizou a entrevista e me levantei.
- Grazie! Grazie! – Sorri, acenando para eles e olhei rapidamente em volta, sendo empurrado para dentro e suspirei, indo para dentro.
- Complimenti, carino! – Ilaria disse assim que entrei e me abraçou e desviei o rosto, tentando olhar em volta.
- Grazie! Grazie! – Disse.
- Você parece perdido, Gigi. – Ela disse.
- Você viu a null por aí? – Perguntei um tanto na cara de pau demais.
- Ah, não a vi. null está aí? – Ela perguntou, olhando em volta. – Beh, não era surpresa eles mandarem alguém do time para você receber esse prêmio superimportante. – Ela disse sorrindo e um assistente me entregou os dois prêmios.
- Grazie! – Sorri com um aceno de cabeça.
- Eu vou... – Pensei por um momento. – Agradecer. – Falei, entregando os prêmios para ela.
- Ok, não demore, preciso me arrumar para o jantar ainda. – Ela disse e suspirei.
- Tudo bem, é só agradecer mesmo. – Falei, abanando com a cabeça e me aproximei da porta novamente, encontrando uma pessoa na porta. – Scusi. – Falei para ela.
- Sim?
- Você viu uma mulher de cabelos claros, um pouco mais baixa do que eu, com um vestido preto... – Indiquei. – Ela é da Juventus.
- Talvez seja aquela? – Ela indicou uma mulher do lado de fora e vi null conversando com Ranieri e bebendo um gole de champanhe e dei um sorriso.
- É ela sim, grazie. – Falei, não me importando com a imprensa e atravessei o salão até a porta de vidro do outro lado e abriram a porta para mim.
Antes que eu me aproximasse, ela e Ranieri se cumprimentaram e ele se afastou. Ela se aproximou da calçada e observava a mesma calmamente. Ela estava linda com aquele vestido. Na verdade, null ficava linda de qualquer jeito, mas o preto e o branco combinavam com ela de uma forma incrível. Assenti com a cabeça para um segurança, sentindo alguns flashes em meu rosto, mas ninguém se aproximou e fui até ela, apoiando a mão na base de suas costas, vendo-a virar o rosto para mim.
- Ciao. – Falei sorrindo.
- Ciao. – Ela disse sorrindo e me abraçou fortemente pelos ombros. – Auguri, Gigi! – Ela falou próximo à minha orelha e se afastou devagar, fui obrigado a deslizar minha mão para fora de suas costas.
- Você veio! – Falei surpreso e ela sorriu.
- Apesar da falta de convite, vim sim. – Ela disse e eu ri fracamente, sentindo minha bochecha esquentar. – Por sorte sua, eu recebo convites para esses tipos de eventos. – Ela brincou e sorri.
- Não sabia que queria vir. – Falei e ela riu fracamente.
- Eu sempre vou estar aqui por você, se esqueceu? – Ela sorriu. – Da primeira vez que eu disse isso, era metafórico, agora eu realmente posso estar aqui por você. Além de que Monte Carlo é menos de quatro horas de distância de Turim. – Ela disse rindo. – Não foi exatamente nenhum esforço.
- Veio de carro? – Perguntei.
- Não, não, Agnelli me deixou usar o jatinho da empresa. – Sorri.
- Não achei que você quisesse ir por causa da situação. – Ela franziu os olhos.
- Que situação, Gigi?
- Ah, o seu novo... Amigo? – Ela riu fracamente, negando com a cabeça.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra, Gigi. – Ela disse, apertando minha mão delicadamente. – A promessa que eu fiz para você foi antes de tudo. E ela vai se manter acima de tudo. – Assenti com a cabeça.
- Grazie, então. – Ela confirmou com cabeça. – Falando sobre ele...
- Você está falando sobre ele. – Ela disse.
- Você gosta dele? – Perguntei mesmo assim e ela riu fracamente, negando com a cabeça.
- Eu não vim aqui para isso, Gigi. – Ela disse. – Só vim te parabenizar mesmo.
- Você poderia me responder... – Me perguntei e ela suspirei.
- É muito cedo para dizer ainda. Estamos nos conhecendo por enquanto...
- Você parece bem com ele... – Falei.
- É confortável. – Ela deu de ombros. – Não fico entediada. – Ela respondeu e tentei analisar pelo seu olhar o sentido dessa frase.
- Você e ele já...
- Não acho que seja da sua conta. – Ela disse.
- Você já me respondeu, então. – Falei, puxando a respiração e ela revirou os olhos.
- Se não tivesse diversos fotógrafos à nossa volta e eu pudesse realmente mexer minha boca para falar, essa conversa já tinha ido para outro rumo. – Ela disse.
- Por que diz isso?
- Você está realmente me fazendo prestar contas por algo que você não faz? – Ela perguntou firme e suspirei.
- Eu tenho direito, não? Depois de tudo. – Perguntei.
- Não sei do quê. – Ela deu de ombros. – A mulher em seus braços não sou eu. – Ela disse séria. – Seria um peso e duas medidas, não acha? – Ela disse calmamente.
- Eu e você temos mais história do que você e ele...
- E você e ela. – Ela disse rapidamente, tentando manter a calma e eu sabia que estava entrando em um ambiente perigoso.
- Eu só quero saber se eu desisto de nós...
- Mas já não desistiu? – Ela disse, rindo fracamente. – Até quando realmente acha que eu vou te esperar? – Ela perguntou, suspirando.
- Só mais um pouco. – Falei e ela pressionou os lábios.
- Eu não tenho a vida inteira, Gigi. Tenho sonhos e vontades. Infelizmente, para nós mulheres, algumas coisas têm prazo de validade. – Ela disse e franzi o olhar, tentando entender o que ela quis dizer com isso.
- O que você...
- Não vamos nos alongar, sim? – Ela disse, me abraçando novamente. – Complimenti, Gigi. Isso é importante. – Ela disse e suspirei, assentindo com a cabeça, apertando-a levemente pela cintura.
- Não vai ficar para o jantar? – Perguntei quando ela se afastou.
- Não, vou voltar para Turim agora mesmo. – Ela suspirou. – Hoje é terça-feira ainda. – Ela disse rindo e assenti com a cabeça.
- Te vejo no jogo sábado? – Perguntei.
- Provavelmente não, mas eu vou para Lyon. Temos que continuar ganhando se quisermos passar para outra fase. – Ela disse sorrindo.
- Claro. Te vejo. – Falei, suspirando e ela assentiu com a cabeça.
- Até mais. – Ela sorriu, se afastando, acenando para os fotógrafos quando foi em direção a eles e suspirei, tentando relaxar o rosto.
Soltei um suspiro, sabendo que eu tinha apertado a fera, e tentei entender o que se passava em minha cabeça com todas as suas palavras. Soltei um suspiro, sentindo mais flashes em meu rosto e sabia que não era hora para eu analisar isso. Hora e nem lugar.
Capitolo setantotto
- Alô? – Puxei o telefone.
- Happy hour após o trabalho? – Franzi a testa.
- Pavel? – Perguntei.
- AUGURI, ! – Ele disse animado e ri fracamente. – Muitas felicidades, minha amiga! Que Deus sempre te abençoe e que todos os seus sonhos se realizem. – Sorri.
- Grazie, Pavel. Tudo de bom para você também. – Neguei com a cabeça. – Mas você podia vir me dar um abraço, não acha? Trabalhamos tão longe...
- Eu sei, eu sei, é só que eu não sei se você está ocupada.
- Só resolvendo algumas coisas da volta de lesão do Chiello e analisando alguns resultados, nada demais.
- Ah, se é assim então... – Me assustei com minha porta abrindo com força e ele abaixou o celular.
- Ah, ridículo! – Falei, ouvindo-o rir e coloquei o telefone de volta no gancho.
- Auguri, null! – Ele disse rindo e dei a volta na mesa, sentindo-o me abraçar.
- Ah, grazie, Pavel! – Suspirei, sentindo-o me apertar pelos ombros. – Tudo de bom para você também. Obrigada mesmo. – Ele sorriu.
- Eu te liguei antes só para fazer uma gracinha. – Ele disse e eu ri fracamente.
- Bobo! Agradeço muito! – Ele sorriu.
- Então, happy hour mais tarde? – Ele perguntou e eu fiz uma careta. – Ah, qual é, você precisa comemorar! Está fazendo o quê? 30? – Ele brincou e ri fracamente.
- 35, mas meu ego agradece! – Ele riu fracamente. – Eu não sei, na verdade. Tem jogo de Champions amanhã...
- Ah, mas o jogo é só a noite. – Ele disse, prometo te deixar em casa antes da meia-noite! – Ele disse, me fazendo rir fracamente. – Podemos chamar David, Gigi...
- Ah, acho melhor não. – Virei de costas, seguindo até a cadeira.
- Por quê? As coisas estão dando certo, não? – Ele disse e olhei para porta.
- Se for falar disso, é melhor fechar a porta. – Falei e ele seguiu até a mesma, fechando-a. – Eu sou péssima com esse tipo de coisa, Pavel.
- Por quê? Eu adoro ver o Gigi com ciúmes desde sempre, agora está sensacional. – Ele disse, se aproximando da minha mesa e se sentando em uma das cadeiras.
- O problema é que eu sou péssima em mentir para ele. – Suspirei. – Além de que ele fica exigindo para mim cosias que ele não faz. E é impossível eu ter me apaixonado por alguém depois de anos, não acha?
- Difícil, não impossível. – Ele deu de ombros. – Mas a ideia é essa, não? – Ele disse.
- É, vamos ver... – Neguei com a cabeça. – Eu invento as coisas, depois me vejo presa na minha própria teia. – Juntei algumas folhas, colocando de lado. – Ao menos o Gigi não é invasivo, porque se ele se aproximar de mim... – Suspirei.
- Ah, vocês dois! Vou entrar no clube que vai soltar fogos quando isso se tornar real! – Ele disse e ri fracamente.
- Enfim, vamos deixar para depois? – Suspirei. – Acho que prefiro jantar com meus pais mesmo, algo mais de leve. Minha amiga combinou de ligar também, eu preciso de um tempo para mim.
- Não é depressão pela idade, é?! – Ele perguntou e eu suspirei.
- Beh, meu sonho sempre foi ser mãe, Pavel. Eu já tenho meus problemas hormonais por causa do câncer e ainda a idade, logo mais eu devo conseguir só adotando... – Suspirei. – E o Gigi parece não perceber isso. Queria muito ter um filho com ele, mas, se algum dia isso acontecer, só adotando.
- Depois de tudo o que você passou, null. Você precisa realizar seu sonho, de verdade. – Ele disse e suspirei.
- Nunca pensei em in vitro, sabia? Acho que não funcionaria comigo. – Pressionei os lábios.
- Eu dou todo apoio que você quiser. – Ele disse. – Adotar, in vitro, escolher um qualquer e transar sem camisinha... – Rimos juntos.
- Vamos ver, ok?! Vamos pensar no jogo de amanhã. Gigi foi incrível no jogo em Lyon, espero que consiga ser em casa agora.
- Qual é! É o Gigi. – Ele disse, me fazendo sorrir. – Não deixa ele enciumado.
- Ah, por que agora minha vida pessoal depende do resultado dele de jogo? – Ele se levantou.
- Quem sabe? Pode deixá-lo estressado. – Ele disse e neguei com a cabeça.
- Era só o que me faltava.
- Ei, aproveitando, você já tem o relatório da reunião de acionistas? – Ele perguntou.
- De acionistas não, mas tenho os resultados das ações. – Procurei entre os papéis e estiquei para ele. – Cheguei em cinco por cento.
- Agora ficou bom, hein?! – Ele disse rindo.
- Assim que eu terminar o relatório, eu mando para vocês. Preciso enviar o contrato do rebranding para Manu também.
- Ela topou? – Ele perguntou animado.
- Quem em sã consciência nega qualquer porcentagem de ações pelo tempo em que o isotipo for usado, Pavel? – Falei honestamente.
- É, mas não dá nem um por cento. – Ele disse.
- Não, mas se continuarmos lucrando assim, ela tira alguns mil euros por ano. Acho que está ótimo, não? – Falei.
- É, realmente.
- Além da conversão da moeda. – Falei, suspirando. – Ela está bem, não se preocupe. – Ri fracamente. – Ela ficou até surpresa quando eu falei que queríamos comprar, disse que era só brincadeira.
- O que é certo, é certo, certo? – Ele disse, me fazendo rir. – Agora só esperar a recepção pública...
- Essa vai doer! Já avisando, mas toda mudança causa críticas, depois que for para o dia a dia, as coisas melhoram. – Falei, suspirando.
- Estamos prontos para isso, não? – Ele disse. – Pelo menos não estamos gastando pouco com isso. – Ele disse.
- Relaxa, vai dar... – Parei minha voz quando ouvi duas batidas na minha porta. – Viene! – Disse e vi a porta abrir devagar e a cabeça de Gigi aparecer na fresta. – Gigi! – Falei surpresa.
- Estou atrapalhando?
- Não! Eu já estou indo. – Pavel disse. – A gente vai comemorar ainda, ok?!
- Leva um bolo amanhã para o vestiário que a gente comemora. – Falei. – E o time completa 120 anos no ano que vem, é hora de pensar em fazer algo legal.
- Temos um ano para pensar! – Pavel disse, seguindo para fora da porta. – Gigi!
- Pavel! – Eles se cumprimentaram e Pavel saiu e Gigi entrou.
- Vim te desejar feliz aniversário. – Ele disse e vi um buquê em suas mãos.
- Você poderia ter me mandado uma mensagem. – Falei.
- Beh, um emoji não teria o mesmo efeito. – Ele se aproximou da mesa e sorri, me levantando. – Auguri, null. – Ele me estendeu as flores e sorri.
- Ah, Gigi. Grazie. – Peguei as flores e suspirei, vendo o buquê de dálias com vários tons de rosa e roxo. – Elas são lindas. – Passei a mão levemente pelas flores.
- Eu já percebi que você sempre leva dálias para os seus pais. – Ele disse e passei para frente da mesa.
- Era a flor favorita da minha mãe. – Sorri, deixando o buquê em minha mesa. – Não ganho um abraço? – Olhei para ele, tocando levemente em sua barba grisalha com o polegar.
- Sempre. – Ele sorriu e passou os braços pela minha cintura, me puxando para seu corpo.
Eu estava com roupas de frio, devido ao tempo que virava, mas passei meus braços pelos seus ombros e deixei que ele me apertasse contra si, deixando meu corpo esquentar cada vez mais. Fechei os olhos, apoiando a cabeça em seu ombro e senti suas mãos passearem em minhas costas devagar.
- Desejo tudo de bom na sua vida, null. – Ele falou baixo, dando um beijo em minha cabeça. – Você merece tudo o que é de melhor na sua vida... – Dei um pequeno sorriso. – Mesmo se não for eu. – Afastei meu rosto devagar, segurando-o pelo pescoço.
- Você está sendo um pouco dramático demais, não acho? – Falei, forçando-o a olhar para mim.
- Estou agindo conforme a situação. – Ele disse, dando um beijo em minha testa logo em seguida.
- Está sendo dramático, então... – Falei, dando um curto sorriso. – Por que você está agindo assim? – Perguntei baixo.
- Porque eu ainda quero ficar contigo. – Ele disse. – Você é meu final feliz. – Ri fracamente. – Espero que eu ainda seja o seu também.
- Faz 15 anos que você é, Gigi. – Falei, suspirando. – Mas uma mulher também tem suas necessidades. Ou você realmente acha que me engana? Eu sei que você transa com ela! – Dei de ombros. – Para representar? Para enganar? Pela sua necessidade? Eu não sei e não quero saber, mas eu também tenho as minhas. – Apertei seus braços. – Isso é ótimo. Ficar contigo, sentir você, seus braços ao redor do meu corpo, mas acaba aqui. E eu preciso mais do que isso. – Deslizei as mãos para baixo devagar.
- Eu quero te dar mais do que isso... – Levei o polegar para seus lábios.
- Não. – Falei firme. – É meu aniversário, não vamos falar sobre isso, ok?! – Falei baixo, abraçando-o novamente. – Envelhecer já está sendo uma ótima preocupação. – Brinquei, apoiando a cabeça em seu ombro novamente e ele riu fracamente.
- Você está mais incrível a cada dia, null. – Ele disse baixo, dando um curto beijo em meu pescoço, me fazendo arrepiar. – E espero poder te dar o mundo.
- Eu não preciso do mundo, só preciso de um homem presente. – Apertei meus braços, suspirando. – Que me valorize acima de tudo. – Afastei meu rosto devagar. – Infelizmente, ainda não é você! E eu preciso de mais coisa... – Acariciei seu rosto. – Mas ainda nada é como nós, Gigi... – Dei alguns passos para trás. – O que é um tanto frustrante. – Ele deu um curto sorriso.
- Me deixa feliz. – Ele disse e ri fracamente, negando com a cabeça.
- Mas ele é um cara legal, mesmo. – Falei, vendo-o revirar os olhos. – Se você não falar desse assunto, eu não vou falar, Gigi. Você que entrou nisso. Você que sempre entra nisso. – Ele riu fracamente.
- Beh, só vim te desejar feliz aniversário, então. Sem festa esse ano? – Ele perguntou.
- Acho que vou jantar com a Gio mesmo, a Giulia quer me ligar... – Ponderei com a cabeça. – Comemoramos com um bolo amanhã, pode ser?
- Ah, pode, mas é o dia que você nasceu, null, é um dia importante. – Ele disse e sorri. – Você deveria fazer mais coisas.
- Estou cheia de trabalho por causa do rebranding, Champions, campeonato, aceitava um fim de semana em um SPA. – Falei e ele riu fracamente.
- Posso arrumar isso para você... – Sorri.
- Quem sabe nas férias de fim de ano? Esse ano vai ser pesado. – Suspirei.
- Sim, vai. – Ele suspirou. – Nada tão diferente dos outros, não é mesmo? – Ri fracamente.
- É verdade! – Ele disse. – Pelo menos estaremos juntos... – Ele sorriu e eu revirei os olhos.
- Tem tempo até lá. Vamos ganhar o jogo de amanhã e classificar para as oitavas com dois jogos de antecedência? – Perguntei, dando a volta na mesa novamente e sentei em minha poltrona.
- Sim, chefa! – Ele bateu uma rápida continência. – Pessoal mandou parabéns também! Disseram que falam contigo amanhã. – Ele disse e peguei o buquê novamente, colocando-o em meu colo.
- Você poderia falar comigo amanhã também. – Falei e ele sorriu.
- Acho que depois de tantos anos, o mínimo que eu posso fazer é vir te abraçar pelo seu aniversário, null. – Ele se afastou, seguindo em direção à porta. – Acho que já passamos da fase das mensagens. – Ri fracamente.
- Grazie, Gigi. – Sorri e ele assentiu com a cabeça.
- Sempre que precisar, null. – Ele sorriu e suspirei, vendo-o sair pela porta, me fazendo suspirar na cadeira.
Observei o buquê em minhas mãos e encontrei um envelope ali no mesmo. Peguei-o, vendo meu nome pela caligrafia de Gigi e abri o mesmo, vendo uma foto nossa tirada em algum ônibus ou avião. Alguém apontou para nós e pegou ele na frente e eu na poltrona do lado, fazendo sinal de paz e amor com os dedos e mostrando a língua de forma bem infantil. Ri fracamente e virei a mesma, encontrando algumas palavras.
“Auguri, null! Te conhecer por 15 anos ainda é pouco para mim. Espero te conhecer a ponto de diferenciar até seus suspiros. Gigi (01/11/16)”
Ri fracamente, negando com a cabeça e me levantei, levando a foto até meu quadro, encontrando um lugar para ele perto de outras aleatórias e sorri ao vê-la escondida em meio a tantas. Mal ele sabe que ele já sabe diferenciar meus suspiros. Além de muito mais. Mordi meu lábio inferior e pressionei os lábios, deixando um sorriso se formar entre eles.
Me assustei quando meu rosto deslizou da mão, me fazendo tombar o rosto para fora e quase encontrar o braço do sofá. Estiquei meu corpo devagar e me levantei. Vi Claudio desviar o olhar da televisão para mim e estiquei os braços para cima, me esticando e olhei para o relógio, vendo que passava da meia noite.
Hoje era para ser um dia bom para mim. Na quarta-feira eu completei cem jogos na Champions League e hoje eu completei 600 presenças pelo campeonato. Seria um bom dia para comemorações. Tínhamos aproveitado o último jogo para cantar parabéns para null e comer bolo, mesmo sem ter garantido a passagem direto para a Champions devido ao 1x1. Isso foi feio por ter sido um dia depois do aniversário do time, mas ainda tínhamos dois jogos após a pausa internacional.
Enfim, apesar de tudo isso, no jogo de hoje contra o Verona, Barza acabou se lesionando. Não vi exatamente o que aconteceu, mas em um momento ele estava jogando e depois estava no chão, literalmente se contorcendo de dor. Alguma coisa com o ombro dele. Ele foi prontamente atendido e levado para o hospital e Leo entrou. Mario conseguiu fazer um para nós, eles empataram em um pênalti, mas Pjanic conseguiu alargar a distância.
A questão é que isso tinha acontecido logo no começo do jogo, as três da tarde, o plano era ir embora logo após o jogo, mas voltamos para o hotel e não tivemos notícias dele ainda. null estava lá com ele, além de Angela, Allegri e o médico do time, mas estávamos cegos de respostas. Além de mim e Claudio, Lich, Benatia, Mario, Sami, Leo e Ruga ficaram aqui no lobby, esperando qualquer tipo de notícias. Lich e Ruga não aguentaram e foram dormir. Sami e Mario jogavam xadrez, mas algum dos dois também estavam dormindo em cima da mesa, agora o resto de nós estávamos nos distraindo no celular ou na televisão.
Pela demora, começava a pensar se fosse algo grave. Barza já tinha ficado mais de seis meses fora entre 2014, 2015 pela cirurgia que ele fez no pé. Ele, junto de mim, era o mais velho do time. Apesar de ser três anos mais novo do que eu, ele era jogador de linha e acabava mais desgastado.
- Gigi! – Virei o rosto para Claudio e ele indicou a cabeça para a porta e virei o rosto.
Do outro lado da porta de vidro, null tinha acabado de sair de um táxi e enrolava o cachecol no pescoço enquanto passava pela porta giratória e Angela vinha logo atrás. Claudio se levantou apressado, fazendo com que Medhi pulasse de susto e isso chamou atenção dos outros três.
- Uau, vocês ainda estão aqui! – null comentou, se aproximando de nós e dava para ver o cansaço em seus olhos.
- Como ele está? – Claudio perguntou mais rápido do que eu e ela suspirou.
- Ele está bem. – Ela passou a mão no pescoço, como se estivesse incomodada. – Ele deslocou o ombro esquerdo, vai usar uma tala durante quatro semanas e depois vai ser avaliado, mas não foi nada sério.
- Graças a Deus! – Claudio disse, suspirando. – Ele não vai voltar?
- Hoje não. Ele vai ficar em observação no hospital, ele tomou alguns medicamentos e acharam melhor ficar lá, volta amanhã e voltamos para Turim. – Ela disse, pressionando os lábios.
- Se é só um deslocamento, menos pior, a feição dele... – Leo disse.
- Nem fala, doeu em mim! – Ela suspirou. – Precisaram sedar ele para colocar no lugar, dava para ouvir os gritos dele da sala de espera. – Ela arrepiou, como quem se lembrasse.
- Ele está bem agora. – Mario disse, apoiando a mão em seu ombro e ela assentiu com a cabeça, suspirando.
- Ao menos tem a pausa internacional, ele não perde tantos jogos. – Ela disse, pressionando os lábios. – Enfim, vão descansar, gente, a maioria de vocês vai viajar amanhã ainda. – Ela disse, apoiando a mão em meu braço. – Eu ainda tenho que oficializar o atestado para FIGC.
- Eu vou preparar o release para divulgar amanhã. – Angela disse.
- Precisa ser agora? Você parece muito cansada, null. – Falei e ela riu fracamente.
- É rápido. – Ela disse, pressionando os lábios. – Beh, vamos? Se eu não me engano, todos vocês foram convocados pelas suas Nazionali.
- É, vamos, gente! – Leo disse.
- Buona notte. – null olhou rapidamente para cada um de nós e seguiu em direção ao elevador junto de Angela, fazendo seus saltos ecoarem pelo local silencioso.
Elas aguardaram pelo elevador e nos juntamos a ela antes que o mesmo chegasse. Entramos juntos e apertamos o botão para os dois andares que estávamos divididos. Quando chegou no primeiro, eu, ela e Claudio saímos do mesmo.
- Buona notte, ragazzi. – Falei.
- Ciao, ciao! – Eles responderam e o elevador se fechou novamente para o marroquino, alemão e croata. Os quatro italianos seguiram pelo corredor.
- Complica muito para gente a falta do Barza? – Claudio perguntou e não sabia exatamente para quem era, mas null se prontificou a responder.
- O Barza dá muita segurança para defesa no geral. – Ela suspirou, pressionando os lábios. – Mas acho que Benatia consegue suprir bem, estou gostando de vê-lo jogar.
- Ele é bom! – Falei. – Acho que o time está muito bom, evoluindo, claro, mas estamos indo para o lado certo.
- E eu gosto da interação de vocês. Mesmo mudando jogadores, parece que vocês se mantêm receptivos com os novos. – Angela disse.
- Ah, cada um tem sempre uma ligação com outro, fica fácil. – Claudio disse, parando em uma porta. – Beh, ragazzi, buona notte.
- Ciao, Claudio! – null disse.
- Ciao, ragazzi. – Angela disse, também parando em sua porta.
- Ciao! – Eu e null falamos juntos, seguindo lado a lado para o fim do corredor.
- Nem te parabenizei pelo jogo. – Ela disse, puxando sua chave da bolsa.
- Ah, grazie. – Falei, rindo fracamente. – Acho que perdeu totalmente o clima.
- Um pouco. – Ela se virou de frente para mim. – Mas ainda é uma conquista sua. – Ela disse, apoiando uma mão em meu ombro e sorri.
- É estranho, não? – Falei, deixando meu corpo encostar na parede atrás de mim. – 600 jogos.
- Pelo o que eu vi na imprensa, você logo chega em mil em toda sua carreira. – Ela sorriu. – Isso sim é incrível.
- Sim, faltam alguns, depende do andamento... – Ela assentiu com a cabeça, levando a mão à boca quando começou a bocejar.
- Beh, deixa eu ir, quero fazer isso antes do dormir e tomar banho...
- Quer companhia? – Perguntei vendo-a franzir os lábios. – Não para o banho... Apesar de que eu adoraria, mas enquanto você faz o que tem que fazer. – Ela riu fracamente.
- Claro... – Ela deu um curto sorriso. – Vai ser bom uma companhia para eu não dormir em cima do computador. – Ela disse e eu ri fracamente.
- Não garanto te manter acordada, mas... – Falei e ela abriu a porta de seu quarto.
- Eu preciso comer alguma coisa também...
- Não jantou lá? – Perguntei, seguindo atrás dela e fechando a porta atrás de mim.
- Não, eu fiquei todo esse tempo esperando por notícias na sala de espera... – Ela deixou a bolsa, cachecol e casaco na cama e seguiu até a poltrona que tinha sua mochila. – Mas não sei se estou com mais sono ou fome.
- Você deveria comer algo. – Falei e ela tirou seu notebook da bolsa, apoiando na pequena mesa ali.
- Eu sei... – Ela se sentou na cadeira próxima a mesa e soltou um longo suspiro. – Eu estou um desastre... – Ela riu fracamente sozinha.
- Você nunca está um desastre, null. – Falei e ela virou o rosto para mim, dando um curto sorriso.
- Senta, Gigi. – Ela indicou e me sentei na ponta da cama.
- Eu peço algo para você, que tal? – Falei, inclinando meu corpo e peguei o cardápio na mesa de cabeceira.
- Você sabe do que eu gosto. – Ela disse e assenti com a cabeça. – Só pede algo mais leve, já passa da meia-noite.
- Claro, claro. – Falei, dando uma rápida olhada pelo cardápio enquanto ouvia seus dedos baterem agitados pelo teclado.
Apesar de não ser tão leve, pedi um lanche de pastrami para ela. Sei que ela ama qualquer tipo de embutido e, se ela não comia nada desde a hora do almoço, ela deveria estar com muita fome e eu conheço a null quando ela está com fome.
- Achei que tivesse pedido algo leve. – Ela disse, passando a mão no pescoço e ri fracamente.
- Aposto que você come inteiro. – Falei e ela riu fracamente, movimentando o pescoço.
- Está com o pescoço doendo? – Me levantei.
- Sim, acho que fiquei muito tempo na mesma posição. – Ela disse e fiquei de costas para ela.
- Se importa? – Perguntei e ela olhou para cima.
- Não, não... – Ela disse, suspirando.
Levei as mãos para os cabelos que caíam em seus ombros e joguei-os para o lado. Passei os polegares devagar por ele devagar, deslizando a mão delicadamente por ela, até que ela soltou um gemido quando eu encontrei o ponto.
- Aqui? – Passei o indicador e o médio pelo local.
- É! – Ela suspirou.
- Ok, devagar... – Falei, fechando minhas mãos em seu pescoço e movimentei-o devagar, ouvindo-a dar alguns gemidos abafados conforme atingia o ponto de dor e mexi o mesmo um pouco mais brusco, ouvindo o estalo.
- Oh! – Ela disse surpresa.
- Está melhor? – Perguntei, soltando seu pescoço devagar, deslizando pelos seus cabelos.
- Sim! Uau! – Ela disse rindo fracamente.
- Você está muito tensionada. Fazer algumas massagens seria bom. – Falei, me sentando na cama, ao lado de sua cadeira.
- Quando eu não estou tensionada? – Ela virou o rosto para mim. – Ainda mais no fim do ano... – Ela suspirou.
- Muitas ofertas? – Perguntei.
- Nem tanto, acho que dois ou três, mas estamos mudando a identidade do time, são muitos detalhes, direitos envolvidos... É complicado. – Ela suspirou.
- Vai dar certo, null. Sempre dá. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu sei, mas me enlouquece até passar... – Ela disse rindo. – Mas dá certo.
- Pavel estava me falando sobre isso, é uma mudança ousada, mas legal. – Falei e ela suspirou, apertando o rosto com as mãos.
- Sim, estamos nos preparando para as críticas, mas não é a preocupação agora. – Ela disse, suspirando. – Tem muita coisa para fazer, inclusive você provavelmente será chamado para ser garoto propaganda disso.
- Eu? – Perguntei e ela riu fracamente.
- É claro! A última vez que o escudo mudou, foi em 2004, você é o único jogador que estava naquela época. – Assenti com a cabeça.
- Agora entendi! – Ela sorriu.
- Beh, deixa eu terminar aqui. – Ela disse e assenti coma cabeça, apoiando meu corpo na cabeceira da cama e ela se virou para o computador.
Ela digitou mais alguns minutos, mas em pouco tempo a digitação rápida terminou. Nesse meio tempo, alguns toques foram dados na porta e eu me levantei para atender. Um jovem estava na porta e agradeci, pegando somente a bandeja com o prato e dei uma pequena gorjeta para ele, vendo-o assentir com a cabeça e sair. Voltei para o quarto e null fechava o notebook.
- Bem a tempo! – Falei, esticando o prato para ela que sorriu.
- Isso está com uma cara ótima. – Ela disse e rimos juntos.
- Come que seu mal é fome. – Estiquei para ela que apoiou o prato no colo e pegou uma das metades com guardanapo.
- Quer um pedaço? – Ela perguntou.
- Não, pode comer! – Me sentei novamente na cama e ela esticou os pés sobre o mesmo e eles também tinham marcas de uso frequente do seu sapato e os mexia constantemente.
- Ah, isso está muito bom! – Ela disse, fazendo uma cara de prazer ao dar uma primeira mordida e os cantos de seus lábios tinham um pouco de mostarda.
- Dá para ver pela sua cara... – Falei rindo.
- Aqui, experimenta! – Ela aproximou o prato e o lanche de mim e fui chamado pelo cheiro gostoso. Dei uma boa mordida no mesmo e suspirei logo em seguida.
- Hum, está gostoso mesmo. – Falei, levando as mãos nas laterais dos lábios para limpar.
- Quer mais? – Ela perguntou.
- Não, pode comer. – Falei, passando a ponta dos dedos na calça.
- Agora que eu percebo a fome que eu estava. – Ela disse rindo fracamente.
- Coloca os pés no meu colo. – Falei.
- Por quê? – Ela olhou para mim, com a boca cheia.
- Você está com dor nos pés, não? – Perguntei.
- Ah, nada de mais, só o salto mesmo. – Ela disse e puxei um de seus pés para meu colo. – Você não precisa fazer isso, Gigi! Eu estou com os saltos o dia inteiro. É normal doe... – Ela disse rindo e passei o polegar pelo centro de seus pés. – Ah! – Ela suspirou, relaxando o corpo na poltrona.
- Está bom? – Perguntei, continuando a massagear seus pés devagar e não sabia se a revirada de olhos era pelo lanche ou pela massagem.
- Ah, Gigi! – Ela suspirou. – Você está fazendo milagres... – Rimos juntos.
- Você só sente dor porque quer, null. – Falei, massageando-os devagar enquanto ela comia. – E você usa esses saltos todos os dias, o dia inteiro, precisa compensar. Aposto que suas costas estão cheias de nós também...
- Eu confesso que não cuido muito dessa parte... – Ela disse rindo, levando a mão até a boca cheia.
- Você deveria. – Falei firme, vendo a ponte de seus dedos pintados de branco se movimentarem conforme eu os massageava.
- Vou marcar um massagista.
- Aposto que no time eles fazem para você sem problemas. – Falei e ela suspirou. – E você ainda tem seus problemas nos joelhos e tornozelos, não? – Perguntei.
- Um pouco. – Ela disse, suspirando. – Algumas dores esporádicas, mais quando subo muitas escadas, nada grave.
- Seria bom fazer uma nova avaliação, null. Faz anos. – Falei e ela suspirou, mastigando o lanche.
- Eu vou sobreviver. – Ela olhou para mim com os lábios fechados pelo lanche e rimos juntos.
Continuei massageando seus pés enquanto ela se deliciava com o lanche e lambia os dedos quando terminou, soltando suspiros deliciosos enquanto eu continuava as carícias, pois a massagem tinha parado há alguns minutos, eu só não queria perder a oportunidade de ficar ali com ela. Ela já tinha tombado a cabeça para trás e inclinado o corpo para baixo, suspirando.
- Eu deveria ir tomar banho. – Ela disse, suspirando.
- Tem certeza? – Brinquei e ela ergueu os olhos para mim.
- Sim, eu tenho! – Ela disse rindo e abaixando os pés de meu colo. – E eu devo ir logo, antes que eu fique na preguiça aqui. – Ela deixou o prato na mesa e se levantou.
- Não precisa de ajuda nessa parte, né?! – Perguntei me levantando e ela me empurrou pelos ombros.
- Não! – Ela disse rindo. – Nessa parte eu sei me cuidar.
- Ah, vai que você precisa de alguma ajuda e... – Ela gargalhou.
- Para, Gigi! – Ela disse rindo. – Agradeço a companhia e o lanche. – Apoiei as mãos na porta.
- Sempre que precisar. – Virei meu corpo e ela sorriu, rindo fracamente.
- Até amanhã. – Falei e ela sorri.
- Até amanhã. – Ela suspirou, mordendo o lábio inferior.
- Ganho um beijo? – Perguntei, vendo-a arregalar os olhos.
- Não! – Ela disse rindo, abrindo a porta do quarto. – Vai embora! – Ela me empurrou pelos ombros e saí do quarto. – Boa noite, Gigi.
- Boa noite, null! – Falei antes de ela bater a porta, me fazendo sorrir e segui em direção ao meu quarto. – Não te perdi, null. Ainda não. – Suspirei, seguindo em direção ao meu quarto.
- E eu? – Mario perguntou e Jay entregou uma caixa dourada para ele.
Ele abriu de forma bem dramática a caixa, revelando o suéter da Juventus desse ano e cumprimentou Jay, nosso mascote. Ele deixou a caixa de lado e vestiu o suéter branco. Ele cruzou os braços e olhou para a câmera.
- Merry Christmas! – Mario falou com sua feição séria de sempre e revirei os olhos.
- Ah, faz de novo, vai. – Angela disse.
- DE NOVO? – Ele gritou e gargalhei.
- Meu Deus, Marione, dá um sorriso. – Falei, rindo em seguida. – Você é um homem tão bonito e fica com essa cara de merda.
- O Mario? Bonito? – Barza perguntou e ele gargalhou junto de Khedira.
- Ah, ele é bonito! – Falei. – Tem uma cara de psicopata, mas bonito. – Falei e a feição de Mario que estava começando a mostrar um sorriso, se apagou e eu ri junto de Barza.
- Só vejo o Mario sorrir quando ele apronta. – Barza disse.
- Ah, ele sorriu no jogo que ele assistiu comigo na temporada passada. – Falei.
- Viu?! Eu sei sorrir! – Ele disse rindo.
- Mas com aquele gol, até eu, né?! – Falei e ele riu fracamente.
- Só mais uma vez, vai, Mario. – Angela disse e neguei com a cabeça
- É Natal, Mario! Sorria ou coloco carvão na sua chuteira. – Brinquei, seguindo para porta e ele riu fracamente.
- Pô, chefa! Vai dar uma de Manu? – Ele disse e ri fracamente.
- Não me tente, Mario! – Falei e ele revirou os olhos. – Eu vou lá checar a outra gravação. – Saí da sala do prédio do time principal.
- Você não vai lá no recebimento do prêmio? – Barza perguntou, saindo comigo.
- Vou sim, mas preciso pegar o Leo e o Paulo. – Falei e ele riu fracamente.
- Te vejo lá? – Ele perguntou.
- Claro! Fique bonito para as fotos! – Brinquei e ele riu fracamente, seguindo para o prédio administrativo.
Eu entrei pela porta principal para entrar no prédio do time principal e atravessei pelo mesmo até chegar do outro lado e saí em direção aos campos de treinamento. Ouvi a cantoria assim que saí do mesmo e encontrei alguns jogadores, junto de alguns sócios-torcedores convidados para participar dessa piada toda.
- We wish you a marry christmas! We wish you a merry christmas! We wish you a merry christmas and a winning new year! Guerrieri bianconeri, campione con grande stile, vincenti fino alla fine e auguri anche a voi! Insieme fino alla fine! Insieme sono bianconeri, insieme a tutto il mondo e insieme anche a voi! We wish you a marry christmas! We wish you a merry christmas! We wish you a merry christmas and a black and white year! And a black and white year!
Leo puxava o coro na frente de todo mundo e Marchisio, Dybala, Audero, Rugani, Alex Sandro, Benatia e Sturaro cantavam no meio dos poucos torcedores. Tirando Leo e Marchisio que estavam bem empolgados, os outros pareciam pedir para aquilo acabar logo. Benatia ao menos sorria genuinamente. Alex e Rugani parecia que não tinham decorado a música ainda.
- Ok! Acho que finalizamos. – Um dos assistentes de Angela disse.
Não precisei me aproximar muito, Leo e Paulo logo indicaram em minha direção e apontei levemente para o relógio, vendo o assistente olhar para mim e entender o que eu dizia. Os outros fizeram a mesma coisa, mas eu só precisava dos dois, pelo menos agora.
- Ciao! Grazie! Ciao, ciao! – Ouvi eles disserem e suspirei, dando alguns passos para trás antes de virar o rosto de volta para o prédio.
Hoje, tínhamos cinco jogadores ganhando o prêmio de 50 melhores jogadores do ano de 2016 segundo o site GOAL. Leo e Paulo eram um desses, além de Gigi, Barza e Higuain. Mas hoje também era dia de gravação de propaganda de Natal do time, então as coisas estavam bem bagunçadas. Eu normalmente ficava só rindo da bagunça da propaganda, mas hoje eu e Pavel estamos dando uma ajuda para Angela.
- Fala, chefa! – Eles disseram, se aproximando.
- Tira esse suéter, coloca o casaco amarelo e vamos para área de imprensa lá no time. – Falei.
- Ok, é para já! – Paulo disse.
- O que achou da cantoria? – Leo perguntou.
- Ainda bem que vocês são jogadores de futebol! – Brinquei e ele riu fracamente.
- Ah, foi divertido, vai! – Ele disse.
- Foi ótimo! – Sorri. – Mas parecia que só você e o Claudio estavam realmente no espírito natalino.
- Jogaram a música na minha mão hoje! – Paulo disse. – Tive 10 minutos para decorar.
- Eu decorei em duas lidas, Paulo, não é exatamente uma peça de Shakespeare. – Brinquei e ele ponderou com a cabeça, revirando os olhos.
- Sem graça! – Ele disse e ri fracamente.
- Vamos que ainda tem coisa para fazer. – Falei, suspirando.
- Dois minutos. – Leo disse e eles seguiram para dentro do vestiário.
Não demorou muito para eles saírem com os casacos amarelos e seguimos juntos de volta para o prédio do administrativo. O tempo frio de Turim já começava a judiar do corpo, então já usava um casaco pesado além do corta-vento do time para sair pelos lugares, além das botas de cano alto.
Assim que entramos no prédio, seguimos em direção até a sala de coletiva onde o pessoal estava recebendo os prêmios. Não era exatamente uma premiação, um representante do site vinha entregar para eles. Apertei minhas bochechas devido a mudança de temperatura e empurrei a porta da sala de imprensa.
Gigi, Barza e Higuain estavam lá junto de Angela, pelo jeito havia conseguido finalizar com o Mario, nosso Grinch, além de um representante seu e o homem do site. E pareciam que todos eles esperavam pelos dois que estavam entrando comigo.
- Ciao, ragazzi! – Falei, acenando para eles.
- Ciao, chefa! – Eles falaram juntos e me afastei para o lado, vendo Leo e Dybala seguirem em direção ao homem.
- Auguri, ragazzi! – Me aproximei deles.
- Grazie, chefa! – Higuain disse e abracei o nosso segundo argentino favorito.
- Grazie, null! – Gigi disse e senti sua mão pela apertar pela cintura, me fazendo suspirar quando o abracei.
- E você eu já vi! – Brinquei com Barza, mas abracei-o novamente, fazendo-o rir.
- Barza disse que estavam gravando a propaganda de Natal. – Gigi disse e ri fracamente.
- Ah, Gigi! – Suspirei, negando com a cabeça. – A gente chama o Mario propositalmente, pela questão...
- Estranha? – Barza disse.
- É, um tanto estranha dele, desse personagem que ele tem do Mr. No Good, mas é irritante como ele não dá um sorriso. – Falei, negando com a cabeça.
- É engraçado! – Barza disse, me fazendo rir.
- Mah, alguém tem que fazer ele sorrir. – Gigi disse. – Ele namora, não? – Franzi os lábios, dando de ombros.
- Não tenho a mínima ideia, honestamente. – Ponderei com a cabeça. – Mas é uma situação interessante...
- Por quê? – Barza perguntou.
- Imagina? Ter somente uma pessoa que te faz sorrir na vida? Que te acalma? – Dei de ombros. – É incrível. – Pisquei para eles e vi os olhos de Gigi arregalarem por alguns milésimos de segundo.
- Tem pessoas como o Gigi que sorriem até para sombra. – Barza disse e Gigi deu um tapa em seu ombro, me fazendo sorrir.
- Ah, Gigi, esqueci de te parabenizar por ser MVP do mês também. – Falei e ele relaxou seus ombros.
- Grazie, null! – Ele sorriu.
- Eu digo que a idade não quer dizer nada. – Dei de ombros e ele assentiu com a cabeça.
- E eu sempre confio em você. – Sorri.
- Beh, ragazzi, eu vou trabalhar, ok? Porque estamos nas oitavas da Champions, tem jogo no domingo, a Supercoppa está chegando... – Falei cantarolando. – E eu estou com muito frio! – Disse e eles riram.
- Nos vemos amanhã para ir para Genova? – Gigi perguntou.
- Não, não. Encontro vocês na segunda de novo. – Sorri.
- Ok, ci vediamo. – Falei, acenando para eles.
- Ciao, chefa! – Eles disseram e acenei para Angela.
- Precisa de alguma coisa? – Perguntei para ela.
- Não, null! Grazie! – Ela sorriu.
- De nada, beijos! – Falei e ela acenou. Sorri mais uma vez para os meninos e segui para fora da sala de imprensa, indo em direção ao elevador para voltar para meu andar.
Cheguei em Vinovo com o aquecedor do carro fazendo os vidros do carro embaçarem e ainda não era o suficiente para me manter aquecido. Já sabia que o frio de Turim seria forte e esperava neve antes das férias. Viajar para Carrara seria difícil... Ou para Roma, se Ilaria fizesse questão. Ah, ma che cazzo! Passar as férias de fim de ano com Ilaria era tudo o que eu não queria. Será que conseguia convencer Alena de passar o fim do ano com os meninos? Ao menos seria uma distração melhor do que comparecer aos carinhos de Ilaria.
- Buongiorno! – Falei ao sair do carro, encontrando Asa e Juan saindo de seus carros.
- Buongiorno, capitano! – Eles responderam.
Peguei minha bolsa e as chuteiras e fechei o carro, acionando o alarme e segui junto de meus companheiros em direção ao prédio do CT. Era mais de 8:30, eu tentei vir mais cedo para fazer um pouco de treino físico na academia, mas não tive coragem de sair da cama.
- Buongiorno, buongiorno! – Falei para o pessoal que ficava na entrada e segui pelos fundos do prédio, empurrando a porta que dividia nossa área exclusiva. – Buongiorno! Buongiorno! – Falei rapidamente. – Buon... – Parei a frase no meio do caminho quando passei pela sala de reuniões e vi os jogadores reunidos ali junto de null, Pavel e Angela.
- Buongiorno, ragazzi! – Juan falou ao meu lado animado e parou também. Olhei as feições baixas do pessoal e não parecia algo bom.
- O que houve? – Perguntei, entrando na sala.
- Ciao, Gigi. – null falou e reparei que Alex, Neto e Dani estavam com os rostos avermelhados ou chorando.
- O que eu perdi? – Deixei minha bolsa na cadeira mais próxima e vi que até os olhos de null estavam avermelhados.
- Você não ligou a TV hoje? – Angela perguntou e null apoiou a mão nos braços dela.
- Eu falo...
- O que aconteceu? – Juan perguntou também.
- Você não viu nada, Juan? – null disse.
- Sem contornar a situação, null. – Pedi. – O que aconteceu?
- Teve um acidente. – Ela disse, abraçando o corpo. – Um acidente de avião com um time brasileiro.
- Como assim? – Minha boca entreabriu automaticamente.
- O time Chapecoense... Me corrija se eu disse errado, meninos.... – Ela disse.
- Chapecoense. – Alex a corrigiu. – A Chape.
- Eles estavam indo para Colômbia para a final de uma competição, Copa Sul-Americana, e caiu poucos minutos antes do pouso. – Ela engoliu em seco, levando a mão à boca. – O acidente aconteceu as cinco horas da manhã, no horário daqui da Itália, pouco menos de quatro horas. – Ela suspirou. – Não se sabe ainda se tem sobreviventes, mas tinha 77 pessoas a bordo incluindo o time, staff, jornalistas e tripulantes. – Ela suspirou.
- Dio, ragazzi! – Juan disse. – Como vocês estão? – Ele se aproximou dos nossos amigos brasileiros e eu sentia meus pés travados no chão.
Juan, colombiano, e sempre amoroso com todos, logo se prontificou em abraçar cada um dos três. Ergui o olhar para null e ela tinha os lábios pressionados além de algumas lágrimas deslizando de sua bochecha.
- Vamos... – A voz de Angela saiu fraca. – Aqui na Itália somos majoritariamente católicos, mas acredito que todos os deuses são um só, então... – Ela suspirou. – Vamos rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria pelas vítimas do acidente, para que tenha sobreviventes e que as famílias que sofrerem com isso possam ter todo amor, carinho e encontrarem a paz de novo. – Ela disse.
Demos as mãos e Angela puxou as rezas. Abaixei minha cabeça, fechei os olhos e pedi por tudo o que ela havia falado, mas principalmente para as buscas serem rápidas. Mal conseguia imaginar na dor que essas pessoas estavam sentindo. Eu estava com um buraco no peito ao pensar em perder companheiros de futebol, pessoas que se divertiam enquanto trabalhavam e, principalmente, nas famílias que estavam esperando por notícias.
- Se vocês três ou qualquer um, precisar de algum aconselhamento psicológico, uma folga, enfim, o que for, vamos providenciar, ok?! – null disse, seguindo em direção a Alex e o abraçou fortemente.
- Grazie, chefa! – Ele disse e ela seguiu para abraçar Neto e, por último, Dani.
- Grazie, null! – Dani disse.
- Eu vou tentar me informar mais sobre isso. – Angela disse. – Qualquer novidade, eu aviso vocês, tudo bem?
- Sim, grazie! – Alex disse e, dos três, ele parecia mais abatido. Não me lembrava se ele tinha alguma relação com o time, mas pessoalmente nunca tinha ouvido falar e agora não era exatamente a hora de fazer pesquisas.
- Fiquem bem, vamos deixar contigo, Allegri. – Pavel disse e ele assentiu com a cabeça.
Vi Pavel seguir para fora da sala, Angela foi atrás dele e null seguiu logo atrás. Ela apoiou a mão em meus braços cruzados e colou sua bochecha na minha em um rápido beijo e dei um sorriso, seguindo logo atrás dela quando ela passou por mim e segurei seu braço.
- Você está bem? – Perguntei baixo e ela pressionou os lábios, assentindo com a cabeça.
- Não é fácil, mas estou. – Ela suspirou e passei o polegar em suas bochechas, limpando as lágrimas acumuladas. – O susto é o pior. – Ela falou, puxando a respiração forte e apertou os braços em minhas costas, me abraçando e deixei minhas mãos caírem em suas costas, apertando-a fortemente contra meu peito.
Abaixei minha cabeça até a sua, dando um curto beijo em sua cabeça e deixei que ela me apertasse pelo tempo que ela quisesse. Ela demorou alguns segundos, até que ergueu o rosto novamente, passando as mãos levemente no canto de seus olhos, onde a maquiagem preta tinha alguns borrados.
- Grazie. – Ela disse e neguei com a cabeça.
- Sempre que precisar. – Falei, dando um beijo em sua testa e ela sorriu.
- Vocês perderam o jogo do fim de semana. – Ela disse e ri fracamente.
- Não é o momento para isso, null! – Brinquei e ela sorriu.
- Tirando o Napoli, vocês perderam para todos os times grandes. – Ela disse, passando a mão em meu queixo.
- Ainda em primeiro, chefa! – Falei.
- Espero que continue! – Ela sorriu, dando alguns passos para trás. – Eu vou lá, tenho umas coisas para fazer. Bom treino. – Assenti com a cabeça.
- Bom trabalho. – Falei e a vi virar de costas e fiz o mesmo, voltando para a sala.
- Beh, vamos fazer um trabalho leve hoje, acho que ninguém está no clima. – Allegri disse. – Vamos para academia e fisioterapia, divididos em dois grupos. Amanhã retornamos com força total. – Ele falou e o pessoal começou a dispersar.
- Ragazzi... – Chamei os brasileiros. – Contem com a gente para o que precisar, ok?! – Falei, abraçando um por um e eles assentiram.
- Grazie, capitano! – Alex disse e dei alguns tapinhas em suas costas.
- Andiamo, sì? – Eles assentiram com a cabeça.
- Andiamo! – Eles falaram e eu suspirei.
Seria realmente um longo dia.
Capitolo setantanove
Apertei o casaco contra o corpo quando saí do carro e segui em direção a entrada do estádio a passos rápidos, tentando fugir do frio que fazia. Estávamos em dezembro, gente! Podíamos começar a fazer os jogos às três da tarde, que tal? Quase nove da noite era para matar. O cheiro de gelo em meu nariz não negava que começaria a nevar em breve. Um Natal com neve, talvez? Ao menos estaria bem protegida em Palermo com Olga e Ricky esse ano.
Entrei no estádio cumprimentando o pessoal de sempre e segui em direção à entrada do mesmo. Sorri para o pessoal de relações públicas que organizavam os eventos e segui em direção ao elevador, cumprimentando o mesmo segurança que estava ao lado do mesmo e ele sorriu. Entrei no mesmo sozinha, apertando o botão para baixo e o elevador desceu devagar. Assim que cheguei lá embaixo, segui em direção ao vestiário, encontrando o pessoal de RP fazendo seus trabalhos de sempre.
- Buona sera, ragazzi! – Falei para Virgínia e Cesare quando passei por eles.
- Buona sera, null! – Eles responderam e sorri, entrando no vestiário.
- null! – Sorri ao ver Filippi no corredor e trocamos um rápido cumprimento e segui pelo corredor, ouvindo a voz de Allegri e vi o restante dos meus colegas do administrativo, com exceção de Beppe, na antessala.
- Buona sera. – Falei.
- Buona sera, null! – Eles falaram baixo e afundei as mãos dentro do bolso do casaco.
- Não só fazer um ótimo jogo, vamos fazer um jogo bonito, em homenagem às vítimas, ok?! Seus familiares, aos brasileiros no estádio hoje... – Ouvi Allegri falar. – E vencer, é claro!
- Andiamo! Andiamo! – Ouvi Gigi gritar e bater as mãos, fazendo o resto do pessoal agir dessa forma e suspirei.
Dei alguns passos para longe da porta, vendo o time começar a sair do vestiário. Barza, Dybala e Bonucci, lesionados ou pendurados foram os primeiros a passar por mim e dei um beijo em cada um deles.
- Como está? – Perguntei para Barza.
- Melhorando, logo estou de volta. – Ele disse.
- Ótimo! – Brinquei e ele riu fracamente, seguindo pelo corredor.
Neto, Audero, Benatia, Cuadrado, Hernanes, Lemina, Asa, Evra e Kean, jogador da base que havia sido convocado, saíram um por um, seguindo pelo corredor com os coletes de reserva por cima das roupas quentes e depois a escalação do dia começou a sair. Alex Sandro saiu antes e sorri para ele. Pjanic, Mario, Sami e Lich saíram logo atrás e recebi rápidos cumprimentos deles.
- Ei, MVP! – Brinquei com Mario que abriu um sorriso caricato que misturava seu pouco lado tímido e orgulho por isso.
- Thank you, chefa! – Ele disse e sorri, dando um abraço rápido nele.
Depois Ruga, Marchisio e Sturaro saíram também e ri fracamente. Era incrível como as nacionalidades se aproximavam. E, por fim, saíram Higuain, Chiello e Gigi, todos com uma braçadeira preta em homenagem às vítimas do acidente da Chapecoense. Os dois primeiros me deram rápidos abraços e Gigi veio logo atrás.
- null! – Ele disse e deixei-o esquentar minha bochecha com um beijo.
- Agora do outro lado. – Falei e ele riu fracamente.
- Por quê? – Ele perguntou, mas deixou outro beijo em minha bochecha.
- Está frio. Seu beijo é quentinho. – Falei e ele riu fracamente. – Faz um bom jogo, ok?!
- Pode deixar! – Ele assentiu com a cabeça e passei a mão na braçadeira preta em seu braço esquerdo. – Você está bem?
- Sim, tudo bem. – Dei um sorriso e passei os lábios um no outro, sentindo-os secos pelo frio.
- Andiamo, Gigi! – Cesare o chamou.
- A gente se fala? – Ele perguntou e assenti com a cabeça, dando um curto beijo em sua bochecha barbuda e ele sorriu, antes de seguir pelo túnel.
Eu e o resto do top presente seguimos com ele e encontrei Beppe ali, cumprimentando-o rapidamente. Os dois times se encontraram no túnel e olhei rapidamente os jogadores da Atalanta. Tinha alguns nomes na minha mesa, mas nada para trazer para o time ainda.
Vi os organizadores arrumando a entrada e, nesse mesmo momento, eu e o resto do top seguimos para o elevador. Subimos da mesma forma de sempre e cumprimentamos o pessoal que nos encontramos no meio do caminho.
O estádio estava apinhado de gente e bonito. Apesar de tudo, o jogo à noite tinha outra visão. Os torcedores cantavam animados e sacudiam os mosaicos que eles criavam enquanto cantavam nosso hino. As luzes se acenderam quando o time entrou no campo e segui até meu lugar de sempre, cumprimentando os Agnelli.
Assim que o hino da Seria A foi tocado, os times se separaram e sabia que estava na hora da nossa homenagem às vítimas do acidente da Chapecoense que aconteceu no último dia 28, causando um impacto em mim como eu nunca imaginei que algo desse tamanho impactaria. Beh, eu sei o que é perder pessoas próximas a mim, mas um acidente desse tamanho não era fácil de engolir. Se esse for o jeito de dizer.
Um time pequeno do estado de Santa Catarina no Sul do Brasil estava indo para a Colômbia para a final da Copa Sul-Americano, é como a nossa Europa League. Pelo que eu pesquisei, a Chapecoense é um time pequeno, tinha pouco mais que 40 anos de existência e eles conseguiram participar de um torneio pela primeira vez no ano passado, sendo eliminado nas quartas de final. Esse ano eles conseguiram chegar na final e estavam viajando para a final.
Uma pane seca, um erro primário e imperdoável de acontecer, tirou a vida de 71 pessoas. 68 passageiros e nove tripulantes. Seis dos 77 passageiros sobreviveram. Seis pessoas foram resgatadas com vida. Três jogadores, um jornalista e dois tripulantes. Dos três jogadores, um deles perdeu uma perna, outro teve uma lesão na coluna, mas já foi descartado a paraplegia e outro teve um traumatismo craniano e, até então, está em coma. O jornalista, teve sete costelas quebradas e lesão no pé e ainda está na UTI. Agora os tripulantes tiveram menos lesões, mas ainda estão internados.
Após isso, obviamente a final foi cancelada e as homenagens começaram. Aqui no time, fizemos a mesma coisa de quando Alessio e Ricky morreram, juntamos toda a equipe para rezar por eles e fizemos um minuto de silêncio. Mas a mais bonita veio de Medellin, na Colômbia. Eles se reuniram no estádio que seria o jogo, no horário que seria o jogo e fizeram uma linda homenagem. Só de rever as imagens em minha cabeça, sinto meus braços arrepiarem e não é de frio. Como nossa rodada já tinha sido, nossa homenagem vai ser hoje, alguns dias depois.
Assim que Gigi e o capitão da Atalanta escolheram entre bola e campo, os times se dividiram no centro do campo e eu abracei meu corpo quando eles se abraçaram. As luzes do estádio se apagaram os LEDs ficaram verde, a cor do time. Em nossos telões, o escudo deles e a frase “Forza Chape”.
Foi inevitável as lágrimas não deslizarem pelas minhas bochechas. Nosso lar em silêncio, as pessoas em seus respectivos momentos e o corpo arrepiado. Eu já tinha rezado tanto, pedido tanto por eles, pelas suas famílias, por todos afetados direta ou indiretamente por esse acidente que não conseguia nem medir em palavras. A dor era grande! Ler a história desse time, dos jogadores e um acidente assim acontece? Não tinha como falar além de pedir paz para todos eles.
Não conseguimos fazer um minuto completo, pois os torcedores já começaram a aplaudir por eles. Bandeiras do time e do Brasil estavam perdidas entre a torcida e finalizei com um sinal da cruz, vendo os jogadores se separarem.
Depois da homenagem o jogo poderia ficar totalmente em segundo plano, mas os meninos estavam prontos para fazer um jogo à altura e eu agradeci muito por isso, principalmente pelo gol de Alex Sandro aos 15 minutos. Ele era o brasileiro mais afetado pelo time, então acho que isso acabou vindo como uma forma de compensação para ele.
Alex cortou todo o centro-campo e a defesa da Atalanta e chutou de fora da grande área, chutando no centro do gol. Foi lindo de se ver! Todo mundo correu em direção a ele, mas ele correu em direção ao banco, como quem quisesse fazer alguma coisa. E ele queria. Ele pegou uma camiseta e a ergueu, não consegui ver o que era, mas certeza que era alguma homenagem, já que eles sempre faziam homenagens nas blusas.
Aos 19 minutos, nosso segundo gol, em uma cobrança de escanteio de Pjanic, Ruga sumiu mais alto que meus atacantes e mandou uma para o fundo do gol. Se eu não me engano, era o segundo gol dele pela Juve.
Para o jogo continuar animado, meus meninos continuaram forçando, mas eles começaram a acordar também e, aos 23, lembrei da presença de Gigi no jogo. Não foi uma grande defesa, mas evitou manchar esse placar bonito.
Aos 44, Gigi precisou ser utilizado novamente, mas Mario o salvou. Após uma cobrança de escanteio, a bola ficou viva dentro da área e entrava e saía diversas vezes, na defesa de Alex, a bola foi para o fundo e um jogador da Atalanta o pegou, ele chegou e Mario a pegou no peito. Não proposital, é claro, mas a defendeu. A bola continuou viva e tentaram chutar de novo e ele deu uma cabeçada na bola, caindo junto dela. O melhor foi ver ele para um lado e Gigi para o outro que esperava defender a bola. Ele foi aplaudido pelo estádio como se tivesse feito um gol!
Mas vindo de Mario, não duvidava que ele continuasse fazendo gol com essa presença dele no jogo. Bom, no jogo, na temporada, no time. Quem diria que esse croata irritado com cabelos espetados vindo de grandes times como Dinamo Zagreb, Bayern de Munique e Atlético de Madrid seria uma boa contratação? Seu jeito era um tanto diferente, quieto, um tanto antissocial, essa irritabilidade constante que acabava um tom cômico para ele, mas ele era legal! Pelo menos comigo!
O segundo tempo começou com mais ataque da Atalanta. Gigi foi necessário aos 48 minutos, mas foi uma bola lenta. Aos 55, Mario fez uma tirada de volta incrível, fazendo o estádio aplaudi-lo de novo, e Sturaro fez uma logo em seguida, no mesmo minuto. Aos 63, Marchisio teve uma chance incrível, uma de suas tradicionais bombas de fora da grande de área. Ele ajeitou e chutou, mas o goleiro defendeu. Ao menos conseguimos um escanteio.
Nesse, não deu em nada, mas no escanteio segundos depois, Pjanic chutou na grande área e Mario encontrou finalmente a bola de cabeça e mandou dentro do gol. E como ele comemora? Irritado! Era sempre engraçado de ver.
Aos 70 minutos, ele de novo foi tirar uma bola da Atalanta, ajudando nosso outro Mario, mas o Lemina, e acabou recebendo um chute inesperado na canela. Manduzkic sempre estava no chão, mas quando ele demorava mais tempo para levantar, é que as coisas estavam mais. E estavam. Gigi, Chiello e Claudio se aproximaram para ver o que ouve e ele não levantava com a mão na perna. Após a entrada do médico, ele saiu de campo para atendimento, mas voltou menos de um minuto depois. Esse era guerreiro. Louco, mas guerreiro.
O guerreiro durou poucos minutos, depois ele acabou sentindo de novo e foi substituído forçadamente por Cuadrado, mas agora ele estava sangrando também, era necessário. Allegri aproveitou para fazer modificações e tirou Pjanic, colocando Evra.
Aos 80 minutos, próximo do fim, foi a vez de Cuadrado tentar o seu, metendo uma de suas tradicionais bombas, mas o goleiro pegou. No contra-ataque deles, eu realmente lembrei de Gigi novamente, pois ele apareceu no jogo. A bola voltou muito para trás para eles e Cuadrado não conseguiu pegar. Eles chutaram e a bola foi mais rápida do que Gigi. 3x1.
No final do jogo, Cuadrado e Lemina queriam fazer alguma coisa, mas eles não conseguiam acertar ou o goleiro deles estavam cansado de levar mais gols. Com quatro minutos de acréscimos, o juiz finalizou o jogo. Apesar de toda emoção em volta deste jogo, ainda consegui encontrar ótimos motivos para sorrir e a culpa era inteiramente dos meus meninos.
O local da festa estava incrível, o time havia se superado mais uma vez! Ao invés de fazer a festa tradicional no OGR ou até no próprio time, eles alugaram a Reggia di Venaria Reale, um palácio na comuna de Venaria Reale, há cerca de 30 minutos do centro de Turim. O local era incrível, mas a decoração de Natal tornava tudo mais incrível do que antes.
Depois de uma vitória de virada contra o Torino e a festa de Natal do setor juvenil, estava na hora de nós pararmos um pouco para descansar antes do jogo contra a Roma no sábado em casa, último compromisso antes das comemorações de fim de ano.
Tudo estava bem, eu cheguei, cumprimentei meus companheiros de time, dei uma volta pelo local, cumprimentei meus chefes, a família Agnelli, os Elkann, os acionistas, conselheiro, Trezeguet e fiquei obviamente procurando por null. Quando ela apareceu, devo dizer que não fiquei tão feliz com sua aparição
- Gigi? – Barza me cutucou de lado.
- O quê? – Perguntei.
- Promete que não vai surtar? – Ele perguntou e eu bufei.
- O quê? Por quê? – Perguntei.
- null acabou de chegar. – Ele disse e virei o rosto rapidamente para a porta.
Eu prendi a respiração no mesmo minuto e levei minha mão à boca, tentando conter algum grito ou qualquer tipo de reação. Ela estava linda, como sempre é claro, mas dessa vez ela estava especial. O vestido tradicionalmente preto era incrível e justo, deixando seus seios em evidência. A parte de cima parecia renda, de mangas compridas, e a de baixo era preto sólido, mas parecia leve. Além de que deixava sua perna esquerda um pouco à mostra devido a fenda.
Tudo estava bem, até eu ver quem estava embaixo de seu braço como uma bolsa. O tal do Ignazio. E na minha cabeça está mais enojado do que minha cara. O cara ficava bem em um terno, devo dizer, mas não sei o que ele estava fazendo aqui! Ninguém trouxa esposas e namorados, mas ela pode trazer ele? Se fosse para fazer ciúmes, eu teria trazido Ilaria e posso garantir que ela ficaria com uma cara pior do que a minha.
Ciúmes? Eu falei ciúmes? Não, não, eu não estou com ciúmes! Ela só... Não estou.
- Tira essa cara. – Barza deu um toquinho em minha barriga e contraí a mesma, ajeitando o paletó.
- Eu estou bem! Estou bem! – Falei seguidamente e virei o restante do champanhe em minha boca.
- Vem, vamos sentar! – Barza disse e suspirei.
Sentei em uma mesa junto com o pessoal italiano de sempre e a vi flutuar pelo salão com o maior sorriso no rosto. Para ajudar tudo, ela ainda estava com um batom bonito, discreto, mas bonito, que deixava seus lábios mais incríveis ainda.
- Aceitam mais bebidas? – A garçonete passou com a bandeja.
- Tem uísque? – Perguntei.
- Sim, claro! – Ela colocou o copo em minha frente. – Com gelo?
- Não, puro. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Não exagera na bebida, Gigi, a gente ainda tem que voltar para Turim. – Chiello disse e eu suspirei.
- Eu só preciso... – Respirei fundo. – Relaxar.
- É, está bem! – Barza disse ironicamente. – Mas eu vou te controlar agora! – Ele disse firme. – Melhor fazer esse copo durar uma hora.
- Até parece! – Falei, rindo fracamente.
Tentei ignorar a presença de null, ela andava pelo salão de braço dado com ele e eu só queria que aquela festa acabasse logo. Para ajudar, John Elkann parecia realmente animado com o novo namoradinho dela. Sempre achei que ele tivesse uma queda pela null, mas pelo visto não era assim e, para ajudar, ele ainda gosta do cara? Ah, porra!
- Buona sera, ragazzi! – Engoli em seco quando ela parou à frente de mim na mesa, apoiando uma mão no ombro de Sturaro.
- Ciao, chefa! – O pessoal falou animado.
- Tudo bem? – Ela passou o olhar por todos nós, dando uma risadinha ao olhar para mim e virou o rosto.
- Muito bem e contigo? – Leo falou sorrindo.
- Tudo bem.
- Está bonita, chefa! – Marchisio disse.
- Grazie. – Ela deu um aceno com a cabeça. – Vocês se lembram do Ignazio, não? – Ela o apresentou.
- E aí, cara? – Leo o cumprimentou que estava mais perto e Chiello fez o mesmo, fazendo-o dar rápidos acenos para os outros e forcei um sorriso.
Ela acenou para nós e virou, seguindo pelas outras mesas, me fazendo suspirar e jogar a cabeça para trás. Peguei o corpo e Barza abaixou-o novamente. Puxei-o de volta para mim e ele fez o mesmo.
- Para! – Barza falou, puxando o copo para si.
- Deixa eu beb... – Tentei puxar o copo.
- Não! – Ele disse e eu suspirei. – Você é melhor do que isso.
- É, Gigi, relaxa! Não é porque o cara é mais bonito do que você que precisa agir assim. – Sturaro disse, fazendo a mesa rir e franzi os lábios.
- Eu vou descontar em você! – Falei e ele riu fracamente. – Ninguém mais viu o risinho que ela deu para mim?
- Você está com esse bigode horrível, Gigi! Qual é! – Marchisio disse e passei a mão no bigode. – É impossível não rir.
- Só não está pior que o Leo naquela época! – Chiello disse e Leo dei um cutucão nele, me fazendo rir rapidamente.
- Engraçadinho! – Leo disse e suspirei.
Fiquei feliz quando eles se sentaram em uma mesa na nossa diagonal com todo o administrativo e tentei relaxar. Ok, mais ou menos, eu não queria desviar o olhar. Ela está tão linda! Os cabelos soltos, o sorriso nos lábios, o vestido, o sapato. Era tudo lindo.
Não demorou muito para que Agnelli desse seu discurso e nos chamasse para o palco. Não que eu tivesse prestado atenção em algum discurso nos últimos 15 natais, mas dessa vez eu realmente não prestei atenção. Só olhei para null na mesa exatamente na frente do palco. Ao menos depois do discurso, sabia que não demoraria tanto tempo para eu ir embora.
Ao voltar para mesa, o jantar foi servido e a conversa se tornou a mesma de sempre: futebol. Realmente não tinha muito mais do que falar naquele ambiente com aquelas pessoas. Todo mundo estava com folga das namoradas, esposas e filhos que ninguém queria falar disso.
A festa se seguiu por mais duas horas, quando o pessoal realmente começou a ir embora. Allegri abriu as portas e todo o time pareceu fazer a mesma coisa. Não deu nem para enganar. Dei uma rápida andada pelo salão, cumprimentando as mesmas pessoas da entrada, demorando um pouco mais para sair. Quando cheguei à mesa principal do top cinco, null e nem Pavel estavam mais lá.
- Ela já foi? – Perguntei para Trezeguet.
- É, ela saiu agora pouco. Estava com sono. – Ele disse.
- Mesmo? A noite não vai ser boa para o casal? – Perguntei e ele riu fracamente.
- Pelo tanto que ela bebeu, aposto que não. – Ele negou com a cabeça.
- null bebeu bastante?
- Sim! – Ele disse rindo.
- Ela não é de beber! – Falei e ele ponderou com a cabeça.
- Foi o que eu pensei. – Ele deu de ombros.
- Bom, eu estou indo. Até mais! – O cumprimentei.
- Ciao, Gigi, buona notte! – Ele disse e assenti com a cabeça.
Segui pelos corredores do palácio até a saída do evento e peguei meu casaco na rouparia, agradecendo para a mulher da porta. O vento lá fora estava gelado e fumaça branca saída pelos meus lábios e narinas. Andei pelo estacionamento, apertando as mãos dentro do casaco e me distraí ao ouvir umas risadas.
- Não, calma! – Vi null andando abraçada a Ignazio e os sapatos na mão.
- Vem, null! – Ele disse, segurando-a pela mão e ela tropeçou, caindo de joelhos e gargalhou alto.
- Ok, acabou a brincadeira, vem cá! – Ele esticou as mãos.
- Não, espera! – Ela disse, apoiando uma mão nela e andei mais rápido em sua direção.
- Vem, levanta! – Ele disse.
- Precisando de uma mão, null? – Perguntei, me aproximando e ela olhou para cima.
- Gigi! – Ela disse, rindo fracamente. – Você está ridículo com esse bigode! – Ela abriu um sorriso bêbado, mas até eu ri com seu sorriso.
- O que está fazendo, null? – Não esperei que ela respondesse e empurrei levemente seu namorado para o lado, inclinando meu corpo para baixo e a puxei para cima pela cintura.
- Ai! – Ela reclamou, tropeçando e segurei-a firme.
- Está tudo bem? – Perguntei firme.
- Sim! Eu estou bem! – Ela disse no mesmo tom, me empurrando pelo peito, mas mantive as mãos firme em seu corpo.
- Por que está assim, null? Está frio! – Levei as costas das mãos em seu rosto, sentindo as bochechas geladas.
- Você pode me dar licença? É minha namorada!
- É, não! – Falei para Ignazio e tirei o casaco do meu corpo, tirando uma mão de cada vez da sua cintura para tirar o casaco de meu corpo.
- Cara... – Ele me empurrou de leve e virei o rosto para ele.
- Tem algum problema comigo? – Perguntei.
- Vários, na verdade. – Ele disse firme. – Com licença? – Ele disse e revirei os olhos.
- Você está bem, null? – Voltei a olhar para ela, ajeitando o casaco em suas costas.
- Tudo está girando... – Ela disse, rindo logo em seguida. – Você está muito feio! – Ela falou em seguida.
- Cara, você pode...
- Cala a boca! – Virei para Ignazio. – Deixa eu conversar com ela? Para mim você é um estranho, eu a conheço há 15 anos. – Falei firme e ele bufou. – E pode se afastar uns cinco metros. – Empurrei seu peito para trás e ele bufou, revirando os olhos e seguindo para trás.
- O que está fazendo, null? – Ajeitei o casaco em seu corpo, fechando-o na frente.
- Como assim? – Ela perguntou, soluçando logo em seguida e suspirei.
- Bebendo demais, saindo com esse cara! Não é possível que você esteja fazendo o mesmo erro de anos atrás!
- Olha quem fala! – Ela disse, tentando me empurrar, mas segurei-a mais firme. – Você sabe que sua namorada é tão nojenta quando a Alena sai com seus amigos. Quando eu saio com eles! – Ela disse firme, confundindo algumas palavras.
- Mas por que isso? Você não precisa disso! – Tentava falar baixo para o engomadinho não ouvir.
- Não vejo problema! Eu sou jovem, solteira e bonita! Preciso aproveitar a vida, não? Nem todos temos filhos para cuidar! – Ela falava sarcasticamente. – Queria um, mas não tenho.
- Mas não assim, null! Não dessa forma! – Falei baixo.
- Ah, por que você pode transar com qualquer uma e ficar desfilando por aí e eu não posso? – Ela disse, rindo em seguida. – O pior é que você sempre se casa com as mulheres, não é?! Pega as piores ainda. E tem filho com elas! – Ela riu sarcasticamente. – Isso é tudo culpa sua! – Ela disse firme. – Sua! Sua! Sua! Ah, eu te odeio e toda nossa confusão!
- Ah, esse papo de novo, null? – Revirei os olhos. – Nos já tivemos essa conversa antes, não vou brigar contigo bêbada.
- Eu não estou bêbada! – Por um segundo pensei que ela tivesse um lapso de lucidez, mas durou segundos. – A gente só conversa, blá, blá, blá! – Ela movimentou as mãos. – Fique aí com suas conversas que tem um cara esperando por mim e eu vou... – Ela tentou sair de meus braços e só conseguiu tropeçar dois passos para o lado. – Opa! – Revirei os olhos.
- Terminou? – Perguntou e ela se levantou, passando as mãos no vestido.
- Terminei! – Ela bufou. – Não que eu deva dar satisfações a você! Eu não dou a mínima para você. – Ri fracamente.
- Ok, princesa! – Falei e virei para Ignazio. – Eu levo-a para casa, ok?
- Ei, o que você vai... – Deixei-o falando sozinho e passei as mãos em seu corpo, pegando-a no colo. – Você não pode fazer isso, cara!
- GIGI! – Ela soltou um gritinho!
- Já fiz! Não vou deixá-la ir contigo, não sei o que vai fazer com ela.
- Eu também não sei o que você vai fazer! – Ouvi sua voz próximo de mim e ignorei, seguindo em direção ao meu carro.
- Gigi, me coloca no chão! – null disse, batendo em meu peito.
- Não! – Falei firme.
- Está tudo bem aqui? – Vi Chiello aparecer ao meu lado.
- Me ajuda a abrir aqui, por favor? – Pedi a ele.
- O que está fazendo, cara? – Chiello perguntou baixo, procurando as chaves do carro em meu bolso.
- Vou levá-la para casa. Eu não bebi, se esqueceu? – Bufei, ouvindo o alarme tocar e ele abriu a porta do passageiro.
- É, mas o cara ali não parece feliz por isso. – Ele sussurrou.
- Não dou a mínima para ele. – Falei mais alto, fazendo questão que ele ouvisse.
- Gigi, me deixa ir. – Sentei-a no banco do motorista. – Gigi! – Ela disse mais alto e puxei o cinto, colocando em seu corpo. – Gianluigi Buffon!
- Você está bêbada, null.
- Eu sei muito bem o que estou fazendo! – Ela disse firme.
- Então olha nos meus olhos e diz que prefere ir com ele. – Aproximei o rosto do dela, colocando a cabeça dentro do carro. – Fala! – Forcei-a e ela entreabriu os olhos. – Seu tempo acabou.
Dessa vez não esperei resposta e empurrei suas pernas para dentro e coloquei todo o pano da sua saia em seguida e bati a porta. A ouvi bater contra o vidro, mas ignorei, pegando a chave da mão de Chiello e tranquei o carro.
- Você não pode fazer isso, cara! – Ignazio falou.
- Não se preocupe! Ela já me odeia o suficiente, vai me odiar mais ainda por hoje. – Falei firme. – Vai para casa, espera 24 horas para ir atrás dela de novo, quando ela estiver bem lúcida, aí você vai atrás dela. – Falei firme.
- O que você vai fazer?
- Levar ela para casa?! – Falei como se fosse óbvio. – Ela está bêbada, cara! Não sei o que você pensa que ia acontecer, mas...
- Eu não penso nada, você que está supondo! – Ele disse firme.
- Eu não te conheço e ela não está em melhor forma para responder isso agora, então eu vou levá-la para casa! – Dei a volta no carro. – E é melhor não me seguir.
- Você pode ser um psicopata, sabia? – Ele disse firme.
- Você também! Mas tem mais pessoas nessa festa que confiam em mim do que você, quer perguntar para algumas delas? – Ele bufou e acho que a conversa tinha terminado. – Valeu, Chiello.
- De nada! Se cuida! – Ele disse ainda perdido com tudo e entrei o carro.
- Gianluigi Buffon, se você não... – Afastei null com os braços, já que ela tentava me estapear com eles e entrei no carro.
- PARA! – Falei alto, fazendo-a se afastar em direção à porta do seu lado. – Se você ficar quieta, vai ser mais fácil! – Bufei. – Você não está bem, eu não vou deixar você ir embora com ele! E se ele te machucar? – Soquei o volante. – Que merda, null! Não vê que eu só estou preocupado contigo?
Ela ficou em silêncio e virei o olhar para ele, vendo que ela tinha pressionado os lábios quando era contrariada e cruzou os braços. Soltei um suspiro alto, negando com a cabeça e coloquei a chave na ignição.
- Eu vou te levar para casa. – Falei baixo, guiando o carro para a saída da vaga.
Ela ficou quieta durante os 30 minutos de volta para Turim. Por um momento pensei que ela estava de birra ainda pelo que eu tinha feito, mas não me importei. Ela realmente acha que eu vou deixá-la ir embora com um cara bêbada desse jeito? Eles estavam juntos há o quê? Três meses? Ele parece ser uma boa pessoa, mas sabe quem também parecia uma boa pessoa? Domenico. Não, não! Ela podia me odiar mais um pouco, mas não ia permitir.
Quando parei em frente à sua casa, ela dormia do meu lado com a cabeça tombada para frente e eu suspirei. Procurei rapidamente pelas suas chaves, mas não achei nem sua bolsa e fiz uma careta. Acho que tinha ficado com o engomadinho ou caído durante uma de suas quedas. Bufei, jogando a cabeça para trás e respirei fundo.
Saí com o carro novamente e guiei algumas casas para baixo até entrar na minha garagem. Fechei tudo e dei a volta no carro, seguindo até a porta dos fundos e abri, desativando o alarme. Ainda teria isso na casa da null, não faço a mínima ideia qual era a senha do alarme e não queria estourá-lo à meia-noite. Falar que eu era um amigo não ia ajudar, aposto.
Voltei para o carro, tirando o cinto de segurança e peguei-a no colo. Ela resmungou, mas não falou nada. Da última vez que a encontrei bêbada, ela dormiu muito rápido depois que a adrenalina baixou. Entrei em casa, levando-a até o andar de cima, tomando cuidado para não tropeçar e deixei-a na minha cama.
Voltei para o andar de baixo para fechar o carro e as portas e subi logo em seguida. Ela continuava na mesma posição de antes e eu suspirei. Segui em direção ao meu closet, tirei o terno que eu usava e coloquei uma calça de moletom e uma blusa de manga comprida. Peguei outro conjunto quase igual e levei de volta para o quarto, encontrando null da mesma forma.
- Você vai me matar quando descobrir isso, mas não vou te deixar dormir assim. – Falei como se ela me entendesse.
Procurei o zíper de seu vestido, abrindo-o atrás até pouco abaixo da cintura e virei seu corpo de barriga para cima, puxando as mangas levemente. Notei que ela estava sem sutiã e engoli em seco, tentando ser respeitoso em não olhar, e agilizei em colocar a blusa por cima de sua cabeça, e depois em seus braços. Devo dizer que era pior que arrumar uma criança. Bem pior.
Quando coloquei a blusa, puxei a saia de seu vestido, rezando para ele sair por baixo e relaxei quando consegui. Estiquei-o na poltrona do lado e voltei para colocar a calça nela, tendo muito mais facilidade em fazer isso. Puxei um lado da coberta, ajeitando-a embaixo da mesma e puxei a coberta em cima dela novamente.
Ela ficou na mesma posição e aproximei meu rosto do dela, aliviado quando senti sua respiração. Acariciei seu rosto devagar, suspirando e dei um beijo em sua testa, suspirando logo em seguida.
- Dorme bem, minha linda! – Falei baixo e me levantei.
Observei-a por mais alguns minutos e segui para me cuidar no banheiro. Fazer as necessidades, escovar os dentes para ir direto para cama. Antes de sair, peguei o travesseiro do outro lado da cama. Saí para o quarto e apaguei a luz, puxando a porta. Segui pelo corredor e entrei no quarto de Lou. Joguei meu travesseiro em cima do seu e deitei na cama. Puxei o cobertor pelas minhas pernas e bati a mão no interruptor atrás da cama e suspirei.
Talvez eu devesse ter trancado a porta. Ela vai me matar quando eu acordar.
Senti minha cabeça pesar e foi quando eu percebi que estava acordada. Dio mio! O que aconteceu ontem para eu beber tanto? Levei a mão até a cabeça, apertando-a um pouco e suspirei. Abri os olhos devagar, demorando para me acostumar com a claridade que entrava no quarto e franzi os olhos.
- Onde eu estou? – Falei baixo e virei o corpo devagar pela cama. O quarto era bem parecido com o meu, as decorações sóbrias iguais, mas não era o meu quarto.
Franzi a testa ao encontrar um porta-retrato na beirada da cama e inclinei meu corpo para a mesa de cabeceira e arregalei os olhos ao ver Gigi, Lou, Dado e Leo na foto e me sentei rapidamente. Eu estou na casa do Gigi. Na cama dele! Passei a mão em meu corpo, me encontrando vestida e o local ao meu lado estava vazio, inclusive não tinha nem sinal de que ele estivesse ali.
Soltei um suspiro, tentando lembrar do que houve na noite passada e encontrei meu vestido na poltrona e as imagens vieram rapidamente. Não todas e nem tão rápido, é claro, mas consegui lembrar da festa de Natal do time, na minha tentativa de levar Ignazio e fazer ciúmes em Gigi, mas o tiro tinha saído pela culatra e alguma coisa aconteceu...
Me levantei devagar, dando uma espiada no closet e no banheiro e estava realmente sozinha ali, me fazendo suspirar. Aproveitei que estava no banheiro e fiz xixi, sentindo que estava bastante apertada e segui para a pia. A maquiagem ainda estava em meu rosto, os olhos levemente borrados e o pouco do batom parecia formar a marca do Coringa em minha bochecha. Debrucei meu rosto na pia, lavando o rosto com bastante sabonete, vendo a água sair da cor da base e um pouco preta.
Sequei com o rosto com papel higiênico, me certificando que não sujaria nenhuma das toalhas brancas do banheiro e finalizei lavando bem as mãos. Voltei para o quarto, vendo meus saltos ali e olhei o conjunto que eu usava. Dava para eu fugir para minha casa assim, não? É aqui do lado, só precisava achar minha bolsa... CADÊ MINHA BOLSA?
Olhei rapidamente em volta e nem sinal, somente o vestido e as sandálias mesmo. Bufei, suspirando e virei o rosto para o relógio, vendo que passava das 10 horas. SENHOR! Eu preciso trabalhar! Era fim de ano, eu queria folga e... Ah! Que raiva! E se Gigi tivesse ido treinar? Eles tinham jogo amanhã... É, dá para eu sair de fininho, Martha já deve estar em casa, depois eu vejo onde está meu celular.
Entrei no closet de Gigi e encontrei um chinelo. Gigi calça 44, isso ficaria gigante em mim, mas melhor isso do que nada. Coloquei-os e voltei para minhas coisas, juntei o vestido e vi que tinha um sobretudo preto ali no meio, deveria ser de Gigi. O vesti por cima do moletom e fechei-o até em cima. É, eu estava horrível, mas são só sete casas, espero que não encontre nenhum vizinho pelo meio do caminho.
Peguei meus sapatos e o vestido e abri a porta devagar. A casa estava em silêncio, esperava que ninguém estivesse ali, nem os meninos, muito menos a mulher que ele chama de namorada. Desci a passos lentos, checando em cada porta se tinha alguém e não tinha nada. Desci pelas escadas e só precisava chegar até a porta e sair correndo o mais rápido possível.
- Onde o Batman pensa que vai?
- AH! – As coisas caíram de minha mão e dei um pulo quando um dos sapatos bateu em meu pé.
- Tentando fugir? – Virei o rosto, vendo Gigi sentado na mesa da cozinha e suspirei.
- Você não tem treino, não?
- Só à tarde. – Ele disse, bebendo alguma coisa e o cheiro denunciou que era café. – Esses são meus chinelos? – Olhei para as coisas a meus pés e peguei tudo, deixando no sofá mais próximo e aproveitei para tirar aquele sobretudo largo de meus ombros e andei em sua direção. – Você até que está bonitinha assim. Faz “eu sou a noite”. – Ele disse, esticando o braço na frente do rosto como uma capa e eu revirei os olhos. – Não vai dizer que não conhece os filmes?
- Prefiro a Marvel, que temos contrato, por sinal, mas conheço. – Segui em sua direção, entrando na cozinha.
- Quer café? – Ele indicou a cafeteira e suspirei. – Senta aí, eu pego para você. – Ele se levantou e suspirei, me sentando na ponta da mesa.
Ele colocou a mesa para mim, me servindo um pedaço de pão caseiro, que provavelmente não havia sido feito por ele e colocou uma xícara com café. Ele mesmo adoçou o café com as duas colheres que eu gostava e depois seguiu para se sentar novamente.
- Não vai falar nada? – Ele perguntou.
- Você está horrível com esse bigode. – Falei e ele riu fracamente.
- Você disse isso no jogo contra o Dinamo, depois contra o Torino e hoje... – Ri fracamente.
- E você ainda não tirou! – Dei de ombros, dando um gole em meu café.
- Eu go...
- Não me fale que goste! Pelo amor de Deus! – Falei e ele riu fracamente.
- Você quer falar sobre noite passada? – Ele perguntou e dei uma mordida no pão.
- Você vai ter que refrescar minha memória, porque eu não faço a mínima ideia o que estou fazendo aqui. – Falei com a boca cheia, colocando a mão à frente.
- Você bebeu um pouco demais. – Ele disse. – Você caiu algumas vezes, estava brigando comigo...
- Eu não dei vexame na festa do time, não? – Perguntei rapidamente.
- Não, sua imagem está intacta ainda. – Ele disse, abaixando o jornal. – Talvez a minha com o seu namorado não, mas confesso que não ligo. – Suspirei.
- O que aconteceu? O que eu estou fazendo aqui e não com ele? – Olhei para ele.
- Eu não sabia o que ele ia fazer contigo bêbada, então te levei para casa, mas acho que sua bolsa ficou no carro dele ou caiu no estacionamento, aí te trouxe para cá. – Arregalei os olhos.
- O que você tinha medo de ele fazer comigo, Gigi? – Ele bufou, apoiando os antebraços na mesa.
- Eu não confio nele, ok?! – Ele disse. – Você não tem um bom senso para namorados.
- A começar por você? – Ergui o olhar para ele.
- Talvez... – Ele suspirou. – Você pode fazer o que quiser com ele, mas não perto de mim, não se alguma coisa estiver me cheirando mal.
- Ele não vai fazer mal nenhum a mim, Gigi. – Falei, dando um gole no café.
- Eu não sei, null! E naquela situação, você não tinha...
- Ele não vai fazer nada comigo, Gigi. Ele me traria para casa, talvez para casa da Gio. – Falei, erguendo o olhar para ele.
- Como você pode ter tanta certeza? – Ele perguntou e eu ri fracamente, negando com a cabeça.
- Você é burro assim mesmo ou se faz? – Joguei a cabeça para trás, gargalhando. – Você é tão cego de ciúmes que não vê o que está na sua frente! – Bati a mão aberta na mesa, ouvindo alguns toques de talheres.
- Eu não estou com ciúmes, null! Eu estou preocupado cont...
- O Ignazio é meu primo! – Falei firme. – Primo da Giulia, na verdade, mas como eu sou praticamente irmã da Giulia, ele se torna meu primo. – Seus olhos se arregalaram.
- Você está namorando seu primo?
- Ah, Gigi! – Empurrei a cadeira com pressa, me levantando. – O Nazio é gay, pelo amor de Deus! – Ri fracamente. – Eu não acredito que você caiu nessa! – Bufei. – Você é tão cego de ciúmes que não percebe que isso foi um plano para demonstrar esse lado seu mesmo. Esse lado ciumento, ridículo que não se toca que a gente precisa parar de brincar um com o outro dessa forma. – Passei as mãos nos cabelos. – A gente precisa se afastar, você não entende?
- O que você está dizendo, null? – Ele perguntou.
- Que a gente precisa se afastar! – Falei firme e mais lentamente. – A gente tem tudo para ter uma linda história de amor, Gigi, mas você não termina com a Ilaria e eu cansei de ser a amante que fica esperando o marido terminar com a esposa. Eu quero viver! Eu quero ser amada! Eu quero tudo! – Falei entre risos. – E pensar que a Alena me disse isso quando vocês se separaram e eu achei que a pessoa que você fosse viver tudo isso contigo fosse eu, mas não é!
- É, null! – Ele disse firme e eu bufei. – Por mais que você não acredite, você é a mulher da minha vida, mas você não vê como a situação é complicada para mim.
- Ah, lá vai você começar com as mesmas desculpas! – Neguei com a cabeça. – Você está com a Ilaria por causa do Leo, ok, eu entendo isso, mas você não entende que isso nunca vai passar. Você vai esperar o quê? Ele nascer? Ok, nasceu! Fazer um ano? Isso acontece em menos de um mês. Dois? Três? Quantos anos você acha que uma criança para de depender dos pais? – Neguei com a cabeça. – Legalmente, 18. Fraternalmente, nunca! – Falei firme e suspirei, abaixando o tom de voz. – Desculpa, Gigi, mas eu não tenho a vida toda. E gostaria muito de você ao menos ter coragem de olhar na minha cara e falar que a gente não vai acontecer do que ficar mordendo os lábios e bufando de ciúmes enquanto eu tento viver minha vida. – Neguei com a cabeça. – E eu digo tentar, porque é uma tarefa impossível te esquecer, mas se eu tiver alguém ao menos para passar a noite, já me faz te esquecer ao menos por um dia... – Senti minha voz afinar pelas lágrimas que se formaram e soltei a respiração forte. – Que droga! – Falei baixo, virando em direção à sala e ele me puxou pela cintura, me forçando a apoiar os braços em cima dos seus. – Me solta...
- Não! – Ele respondeu firme. – E você olha para mim quando eu digo isso. – Ele pediu, mas neguei com a cabeça. – O único motivo de eu não gostar de te ver com outros caras, é que eu penso se você me esqueceu. – Ele falava baixo. – E eu não quero que você me esqueça, porque eu não imagino minha vida sem você. – Engoli em seco. – Eu quero namorar você, casar com você, ter filhos com você, viver uma vida incrível com você onde eu só pense na sua felicidade o tempo inteiro. – Senti minha respiração ficar mais pesada. – Que minha única preocupação seja como eu vou te fazer sorrir naquele dia. – Engoli em seco. – Mas eu errei! – Ele disse forte. – Errei com a mulher mais incrível do mundo, com a mulher que estava comigo em todos os momentos da minha vida sejam bons ou maus, com ela ou sem ela... E eu me afundei muito baixo e eu preciso me reerguer, preciso me acertar com muitas pessoas antes de simplesmente ser só seu.
- Mas você fala isso há um ano, Gigi! – Empurrei-o e ele brigou com meus braços. – Por que é tão difícil resolver isso? – Senti minhas narinas entupidas. – Me parece que você tem medo dela.
- Porque eu tenho! – Ele disse firme e ergui meu olhar para ele. – Eu não sou corajoso o suficiente para assumir isso, null, mas eu tenho medo do que ela pode fazer. – Engoli em seco.
- Por quê? – Suspirei, entreabrindo os lábios visivelmente surpresa.
- Eu tenho medo de que ela não me deixe ver meu filho, null. – Ele disse, engolindo em seco. – Não é igual a Alena que um divórcio nos colocaria em frente a um juiz e ele decidiria o destino dos meninos, não temos nada, foi só uma ficada que acabou se tornando algo mais... – Engoli em seco. – Eu não resolvo mais rápido por isso. Que eu espero o Leo crescer e passar mais tempo comigo, com o Lou, com o Dado e possa ter voz na situação se algo pior acontecer...
- Mas o Leo não tem um ano... – Falei baixo e ele suspirou, deixando o corpo ir um pouco para trás e apoiar o quadril na mesa.
- Eu sei. – Ele disse baixo. – E é isso que me frusta cada vez mais. – Ele apoiou as mãos ao lado de seu corpo. – Mas ficar contigo, ter esses momentos contigo... – Ele suspirou. – Você não tem noção como me acalma e me dá esperanças.
- Eu não sabia que se sentia assim, Gigi. – Falei baixo, engolindo em seco.
- Não gosto de assumir essas coisas... – Ele suspirou. – Não me ajuda...
- Mas não te faz fraco por isso. – Levei as mãos em seu rosto. – Não pensa nisso. Nunca pense nisso. Eu não permito... – Ele ergueu o rosto para mim, rindo fracamente. – Sou eu, ok?! – Suspirei, acariciando seu rosto. – Mesmo com esse bigode ridículo, eu sempre estou aqui...
- Sempre? – Ele perguntou.
- E não é? – Dei de ombros. – Depois de 15 anos e meio, depois do surgimento de cabelos brancos, problemas, doenças, relegações, manipulações e problemas familiares? – Ele riu fracamente.
- Espero que sim. – Ele suspirou.
- Nós voltamos à estaca zero, mas pelo menos cada um sabe como o outro está se sentindo agora. – Suspirei e ele assentiu com a cabeça.
- Me desculpe... – Ele disse baixo, me abraçando pela cintura e passei meus braços em seu pescoço. – Por não fazer isso acontecer mais rápido.
- Me desculpe também... – Falei baixo, suspirando.
- Beh, você literalmente arranjou um namorado falso para me fazer ciúmes, então... – Rimos juntos e afastei meu rosto do dele.
- Pelo menos encontrei um amigo, ele é ótimo. – Sorri. – Ele adora futebol, tem os problemas dele também, acabou que deu certo e nos aproximamos...
- Prometo tentar não arrancar a cara dele na reunião Vitale-null-Buffon. – Ele disse e rimos juntos.
- Ele é bonito, coitado! – Falei e ele sorriu.
- Está explicado por que ele não saiu nos tapas comigo. – Ele disse e rimos juntos.
- Ele provavelmente deve estar pulando de felicidades pelo que é que pudesse acontecer depois que me trouxe para casa. – Falei rindo.
- E o que pode acontecer depois que eu te trouxe para cá? – Ele afundou o rosto em meu pescoço, me fazendo rir de cócegas com o beijo deixado ali e suspirei.
- Eu não sei, o que pode acontecer? – Retornei a pergunta e ele ergueu o rosto para o meu.
- Um beijo, talvez? – Ele ergueu uma mão para meu rosto e sorri.
Passei minha mão levemente pela sua bochecha com poucos pelos, além do bigode exagerado, e colei nossos lábios levemente, me fazendo suspirar. Ele apertou a mão em minha cintura e fiz o mesmo em seu pescoço ao grudar nossos lábios em um longo selar. Afastei nossos lábios, deixando um fraco riso sair por entre eles.
- O quê? – Ele perguntou e sorri.
- Faz cócegas! – Disse e ele colou os lábios em minha bochecha, me fazendo rir. – Promete que vai tirar isso antes do jogo de amanhã?
- Não! – Ele negou com a cabeça, roçando o nariz no meu e ri fracamente.
- Antes da Supercoppa? – Tentei novamente.
- Também não, mas posso deixar o restante da barba crescer... – Sorri.
- Ok, já melhora. – Falei rindo fracamente.
- Apesar que te ver sorrindo sempre para mim me faz querer manter... – Ele brincou, apoiando a testa em meu ombro e acariciei atrás de sua cabeça.
- Não! – Rimos juntos. – Tem outros modos para me fazer sorrir e você sabe disso.
- Ah é? Quais? – Ele beijou meu pescoço e depois subiu pela minha bochecha.
- Hum, tem uma forma que me deixa be-e-em relaxada. – Brinquei e virei o rosto para ele, vendo-o sorrir. – E esse bigode está me dando algumas ideias...
- Ah é?! – Ele brincou novamente e sorri.
- Preciso sempre ver o copo meio cheio, não?! – Ele ergueu o rosto, colando as testas.
- Eu concordo totalmente. – Ele deu curtos beijos em meus lábios.
- Seus meninos vêm te visitar? – Perguntei baixo, descendo as mãos pela gola de sua blusa e espalmando as mãos em seu peito.
- Não hoje. – Ele disse relando os lábios nos meus delicadamente. – Não estou esperando ninguém...
- Ninguém? – Desci as mãos pelo seu corpo, encontrando a barra de sua blusa.
- Ninguém. – Ele desviou os lábios dos meus e começou a beijar minha bochecha. – Por quê? – Ele riu fracamente, fazendo sua respiração coçar minha bochecha.
- Eu estou com saudades de você... – Falei baixo, procurando seus olhos ele mordeu meu lábio inferior.
- Eu também! – Ele disse baixo.
- Acho que posso atrasar um pouco para ir para o trabalho... – Ele abriu um sorriso.
- Você não trabalha sem seu celular e vai ter que achar ele antes... – Rimos juntos e afastei o rosto dele.
- Beh, você tem um ponto. Alguém sabe que eu estou aqui?
- Aqui, não, mas o Chiello me viu te colocando no carro. – Ele disse e eu assenti com a cabeça.
- Beh, as conversas andam rápido em Vinovo. – Brinquei e ele riu fracamente.
- Quer sair da cozinha? – Ele perguntou e olhei em volta, mordendo o lábio inferior.
- Sim, mas não quero ir na sua cama, não. – Falei e empurrei-o de leve pelo ombro. – Eu não acredito que eu dormi na sua cama!
- Ah, mas você reclama demais, não é?! – Ele se abaixou, me pegando pelas pernas e me colocou no colo, me fazendo passar as pernas em sua cintura e os braços em seu pescoço.
- Não gosto de pensar o que você faz com ela lá. – Falei baixo e senti ele começar a andar.
- Não é nem perto o que eu faço contigo. – Ele colou os lábios em meu pescoço. – E nem o que você faz comigo... – Ri fracamente.
- Está tentando me cantar, Gigi? – Abracei-o fortemente.
- Está funcionando? – Ele perguntou.
- E você ainda acha que precisa me cantar para conseguir alguma coisa comigo? – Ele entrou em outra sala, parecia uma sala de TV e me sentou no braço do sofá.
- Não, mas gosto de te agradar. – Ele passou as mãos em meu rosto. – Falar o quão linda você é, o quão incrível você é, inteligente, gostosa... – Ri fracamente.
- Então pode falar. – Sorri e tombei meu corpo para trás, deixando-o cair no sofá.
- Meus planos é te fazer se sentir perfeita todos os dias da sua vida. – Sorri, sentindo-o passar a mão na minha cintura e puxar a calça para baixo.
- Te garanto que quando ficarmos juntos, eu já vou me sentir assim. – Ele jogou-a para trás e deu um sorriso para mim.
- Darei um esforço a mais. – Ele disse e suspirei.
- Você me trocou? – Perguntei, sentindo suas mãos seguirem para a barra da calcinha.
- Espero que não se importe, não achei que fosse dormir confortável naquele vestido...
- Fez bem, ele era bem justo... – Falei rindo, sentindo a peça deslizar pelo meu corpo. – Ou eu rasgaria, ou eu acordaria sem ar. – Senti suas em minhas pernas e puxei uma almofada, colocando-a atrás da cabeça.
- Você estava linda ontem... – Ele disse baixo, começando a dar beijos em minha panturrilha e subindo aos poucos. – Pena que aquele cara te ofuscou... – Mordi os lábios quando ele beijou a parte interna da minha coxa. – Você é incrível sozinha. Especial... – Senti seus lábios tocaram minha virilha, me fazendo suspirar. – Perfeita...
Joguei a cabeça para trás quando ele lambeu a extensão da minha vagina e mordi meu lábio inferior fortemente, me fazendo soltar um leve gemido. Suas mãos foram para trás das minhas coxas, apertando minhas nádegas com força, me puxando mais para si. Fechei os olhos, sentindo seus lábios e seus pelos faciais deslizarem pela minha vagina, causando arrepios em meu corpo.
Soltei um gemido, suspirando alto e isso parece que estimulou Gigi a continuar passando a língua pela extensão novamente, fazendo-a adentrar os pequenos lábios e começar a sugar, me fazendo apertar as mãos no macio do sofá. Deslizei uma mão para minha barriga, adentrando a camiseta que eu usava e encontrei meu seio, apertando-o com firmeza.
Gigi começou a intercalar os lábios com os dedos, me fazendo pressionar os seios e forçar as pernas mais e os gemidos já não conseguiam escapar mais de meus lábios, ecoando na sala vazia. Soltei um suspiro quando ele me penetrou com um dedo e sugou meu clitóris ao mesmo tempo e mordi meu lábio inferior.
- Ah, Gigi! Cazzo! – Suspirei, sentindo minha respiração falhar com isso e entreabri os lábios, sentindo a respiração escapar rapidamente por eles.
Ele continuou os movimentos, fazendo seus lábios estalarem contra meu clitóris a cada chupada que dava e comecei a sentir meu corpo se contrair com o orgasmo iminente e apertei a mão em meu seio, sentindo a respiração falhar e curtos gemidos finos escaparem dos lábios. Não demorou mais que alguns segundos para meu corpo ser inundado de orgasmo e um longo suspiro escapo de seus lábios, me fazendo relaxar as pernas.
- Ah, Dio! – Suspirei alto, relaxando a mão em meu seio e deixei o braço cair ao lado do corpo novamente e deixei que a respiração desacelerasse aos poucos, me fazendo suspirar.
- Está tudo bem, amore? – Ouvi a voz de Gigi e ele entrou no meu campo de visão, subindo em cima de mim, colocando uma perna sua entre as minhas.
- Está muito bem! – Falei sorrindo e ergui uma mão para seu rosto, passando a mão em sua barba. – Muito bem. – Suspirei e ele riu fracamente. – Agora vou ficar leve igual uma pena. – Ele colou a barriga na minha.
- Quer dormir mais um pouco? – Ele perguntou baixo, colando os lábios em meu rosto.
- Não, mas vai acabar sendo inevitável. – Suspirei.
- Fica mais um pouco...
- Eu preciso achar meu celular e ir trabalhar... – Ele riu fracamente.
- Eu deixo você ligar para o Ignazio, mas depois... – Ele deslizou os lábios nele.
- É?! Você é bonzinho... – Brinquei e ele riu fracamente. – Em vários sentidos... – Suspirei.
- Nós somos bons um para o outro, amore. E as coisas vão se ajeitar. – Sorri, acariciando atrás de sua cabeça.
- Espero, amore. Espero. – Falei baixo, fechando os olhos, sentindo sua barba deslizar pelo meu rosto.
- Amore... – Acariciei de leve sua bochecha.
- Hum... – null respondeu em um curto gemido.
- Você dormiu de novo, eu preciso me arrumar e ir para o time. – Falei e ela suspirou.
- Ah, eu estou cansada. – Ela disse e ri fracamente, dando um beijo em seus lábios.
- Você sempre está cansada, amore. – Falei, rindo fracamente. – Minha dorminhoca. – Ela sorriu com os olhos fechados e deixei um curto beijo neles.
- Eu só estou relaxada, Gigi. – Ela disse manhosa, virando seu corpo no sofá e eu ri fracamente.
- Andiamo, amore. É sexta-feira, vamos lá!
- Ah, mas eu já perdi mais de meio dia, vou ter que ir amanhã cedo... – Suspirou.
- Ainda temos a Supercoppa, amore. Tem tempo. – Ela bufou baixo.
- Eu tenho bastante coisa antes disso. – Ela disse e me levantei do sofá, ajeitando o cós da calça que estava enrolado.
- Muito mesmo? – Perguntei, pegando suas roupas no chão e coloquei em cima dela.
- Ah, o suficiente. – Ela virou a barriga para cima de novo. – Tem o jogo amanhã, depois acho que vocês vão ficar no hotel para discutir as coisas da Supercoppa, aproveitar. – Ela inclinou o quadril para cama colocando sua calcinha.
- Eba, domigão com um bando de homem. – Ele disse e ri fracamente.
- É, eu não estarei presente. – Ela virou o corpo para fora do sofá, se sentando e pegou meu moletom e vestiu-o, se levantando para terminar de subí-lo – Segunda eu vou estender o contrato do Leo, falando nisso, preciso ver com a Angela se ela ou o pessoal de RP vai me acompanhar. – Suspirei.
- Quem tiver presente, não? – Falei, esticando a mão para ela e ela a segurou, entrelaçando os dedos.
- Talvez... – Suspirei. – Fim de ano è un casino.
- Eu tenho um compromisso em Roma na segunda-feira. Vou ter que dar um pulinho lá ainda antes de viajar. – Falei.
- Pode falar o quê? – Ela perguntou e seguimos andando lado a lado em direção às escadas e ela parou em suas roupas.
- Vou receber o Collari di Oro. – Falei, vendo-a pegar meu casaco e descolar nossas mãos enquanto o vazio.
- Uau! Isso é importante, não? – Peguei a roupa de sua mão e entrelacei nossas mãos novamente para seguir em direção às escadas.
- Sim, são os feitos pela Nazionale Olimpica. – Falei, subindo devagar ao seu lado.
- Você tem participação nas Olimpíadas? – Ela perguntou surpresa e eu ri fracamente.
- Tenho! – Falei rindo. – Não igual o Barza que ficou em terceiro lugar com a Nazionale Olímpica, mas tenho. – Ela sorriu e inclinou para meu lado, estalando um beijo em minha bochecha.
- Acho que não sabia disso. – Ela disse rindo e ficou um pouco à minha frente, começando a andar de costas pelo corredor.
- Eu participei das Olímpiadas de 96, mas fomos eliminados na fase de grupos em último na tabela. – Rimos juntos e ela abriu um largo sorriso. – Na verdade, sou convocado desde os 16 anos.
- Ah, eu já vi as fotos... – Ela se virou de novo e passei o braço em seus ombros, sentindo-a entrelaçar nossos dedos.
- Então! E fui até o superior. – Disse. – Tive bons feitos, em 93 chegamos na semifinal no campeonato de sub-16, eu defendi cinco pênaltis em dois jogos...
- Uau! – Ela fingiu surpresa, rindo em seguida.
- E bati dois!
- Mentira! – Ela disse rindo. – Gigi batendo pênaltis, essa eu queria ver.
- Com sorte tem alguma filmagem antiga na cara da minha mãe, mas não prometo. – Deixei-a entrar na minha frente no quarto e dei um tapinha em sua bunda.
- O que mais? – Ela seguiu em direção à minha cama, sentando-se na beirada e exatamente no meio dela.
- Com a sub-17 eu fui para o campeonato no Japão, mas também fomos eliminados na fase de grupos em último na tabela, empatamos um jogo em 0x0. – Ela riu fracamente e segui em direção ao closet. – Com a sub-19, em 95, fomos até a final, mas perdemos. – Pendurei o casaco no armário. Com a sub-21 no ano seguinte, fomos até a final e ganhamos. Nos pênaltis.
- Hum, Gigi coletando prêmios desde pequeno. – Ouvi sua voz e peguei minha bolsa de treino e uma calça jeans, camisa de manga comprida e um moletom grosso para colocar por cima.
- Em 97 eu também ganhei a medalha de ouro nos Jogos Mediterrâneos que foi em Bari. – Falei, voltando para o quarto, encontrando-a da mesma forma.
- Estava pensando que as suas idades não batem muito, né?! – Ela disse, virando o rosto para mim. – Em 1995, você estava na sub-19...
- Eu tinha 17 anos. – Falei e ela riu fracamente.
- Sempre à frente do seu tempo... – Ela negou com a cabeça e deixei as roupas ao seu lado na cama e me coloquei entre suas pernas.
- Eu estreei no profissional com 17 anos, null. – Segurei seu rosto com as mãos. – Eu deveria estar na sub-17. Com 19 eu já estava na principal...
- Nem me surpreendo você ser tudo o que é hoje. A pessoa que apostou em você, é um anjo. – Ela disse e ri fracamente.
- Meu agente é o mesmo desde que eu comecei, temos uma ótima parceria. – Falei e puxei minha blusa, jogando-a para o lado. – As coisas vão acontecendo, null. Não esperava que fosse acontecer tudo isso quando eu tinha 15 anos. – Senti suas mãos na barra da minha calça.
- A vida só vai para frente mesmo. – Ela disse e abaixei o olhar para ela, sentindo-a passar as mãos na cordinha da calça de moletom e tirar de dentro da calça, desfazendo o nó. – Isso é bom, mas levemente apavorante, se for pensar.
- Por quê? – Mordi meu lábio inferior, interessada no que ela estava fazendo.
- Ah... – Ela passou a mão em minha cintura, fazendo meu moletom deslizar pelas pernas. – A gente vai envelhecendo e nosso tempo vai acabando, é um tanto frustrante. – Ela disse.
- Você diz sobre nós? – Perguntei e senti suas mãos em minha cueca, acariciando meu pênis por cima e descendo para minhas bolas.
- Sobre tudo, na verdade. – Ela disse. – Sobre nós, o time, seus filhos... – Ela suspirou. – É um tempo que não volta e um dia tudo isso vai acabar. – Levei minhas mãos em sua cabeça.
- Mas nós ainda estaremos aqui, null. Eu e você. – Falei sorrindo e ela ergueu o olhar para mim.
- O quê? – Ela perguntou, mordendo o lábio inferior.
- Nada, só vendo o que vai fazer aí... – Ela riu fracamente.
- Você parou na minha frente e começou a se despir... – Ela disse e ri fracamente.
- Eu só ia me trocar! – Falei e ela piscou para mim. – Mas pode continuar... – Rimos juntos.
- Temos tempo? – Ela perguntou.
- Não muito, mas se me derem multa por atraso, você pode tirar ela para mim... – Falei e ela riu fracamente.
- Acho justo, afinal, eu sou a responsável. – Ela passou as mãos pelo cós da minha cueca, abaixando-a devagar.
- Você podia me atrasar sempre, sabia? – Passei a mão em seus cabelos e a cueca caiu em meus pés também.
- Não se esqueça que eu também estou atrasada. – Ela segurou meu pênis, me fazendo suspirar, e começou a movimentar sua mão devagar.
- Você é chefe, null. Você manda em mim...
- Isso é um fetiche interessante. – Ela disse, deslizando a mão devagar e soltei curtos suspiros.
- Adoro a mesa da sua sala... – Falei e ela riu fracamente.
- Minha sala não tem câmeras, sabia? – Ela disse e levou os lábios até meu pênis, deslizando-o levemente em seus lábios e entreabri os lábios, suspirando.
- Não me provoca, null! - Passei as mãos em seus cabelos.
Ela ignorou minhas palavras e continuou trabalhando em meu pênis, me fazendo suspirar. Sua mão livre começou a deslizar de minha cintura para minha virilha e deslizou para minhas bolas, apertando-as. Ela passou uma mão nos cabelos que caíam no rosto e passei as mãos neles, formando um rabo de cavalo atrás de sua cabeça e, em agradecimento, ela começou a deslizar seus lábios mais rápidos pelo meu pênis.
Minha ereção já tinha aparecido e ela fazia questão de deslizar os lábios conforme ela endurecia cada vez mais. Ela tirou-o da boca e passou a língua pela sua extensão, me fazendo suspirar, e abocanhou-o novamente.
Ela passou as mãos pela minha cintura, apertando minha bunda e aproximei meu corpo mais perto do dela, começando a penetrar seus lábios de forma devagar. Ela fechou um pouco mais os lábios e deslizei meu pênis mais justo entre eles, soltando suspiros com o feito e joguei a cabeça para trás.
O movimento frequente fazia com que meu corpo começasse a se contrair com o gozo que se aproximava, enquanto isso ela engolia meu pênis cada vez mais fundo, me fazendo morder os lábios com a visão já turva e os olhos que reviraram de prazer.
- Ah, null, eu vou... – Suspirei e ela deslizou os lábios em meu pênis mais uma vez, focando na cabecinha.
Senti meu corpo relaxar com o gozo e ela não tirou os lábios de meu pênis, sugando-o mais firme e relaxei devagar, vendo-a engolir tudo, me fazendo abrir um sorriso. Sua mão deslizou levemente em meu pênis e ela tirou os lábios devagar e eu sorri. Suas mãos foram para as laterais de seus lábios, limpando-o e sugou-os lentamente.
- Ah, você é incrível! – Falei e ela riu fracamente, inclinando o corpo para trás e se deitando na cama.
- Me dá uma carona para minha casa? – Ela perguntou e eu ri fracamente.
- Vou te prender aqui! – Falei e ela sorriu.
- Queria muito, mas melhor não. – Suspirei.
- Levo sim, quer carona para o time também? – Perguntei, andando até o banheiro.
- Melhor não. – Ela suspirou. – Não sei que horas vou sair de lá hoje. – Ouvi sua voz abafada.
- Quer se encontrar mais tarde? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Não é porque eu entendo seu lado e você entende o meu que é bom ficarmos nos encontrando assim... – Entrei no box, ligando o chuveirinho.
- Mas podemos aproveitar, não? – Falei enquanto lavava meu pênis, sentindo a água deslizar pelas pernas. Já tinha tomado banho mais cedo, não tomaria outro agora.
- Vamos para o Catar na quarta, Gigi. Podemos aproveitar um pouco lá, é melhor. Longe dos holofotes e da pressão.
- Pensei que tivesse alguma vantagem em morar perto de você. – Ela riu fracamente.
- A vantagem é você me dar carona. – Ela disse e eu sorri, desligando tudo.
- Ah, droga! Assim não quero! – Brinquei, saindo do box e peguei a toalha.
- Tudo bem, eu tenho o Marchisio de vizinho, os olhos dele também são azuis, está bem?! – Ri fracamente, me secando rapidamente e enrolei a toalha na cintura antes de voltar para o quarto.
- Você não prefere ele a mim, prefere? – Ela ergueu o rosto quando eu parei na porta.
- Ele é novo demais para mim, amore. – Ela se sentou na cama e ri fracamente, andando em direção a ela novamente. – Além de que eu gosto de caras mais altos do que eu e tenho um perfeito... – Ela se levantou, ficando na ponta dos pés e deu um curto selinho em meus lábios, me fazendo sorrir.
- Melhor escolha, vai! – Brinquei e ela riu fracamente, desviando e mim e indo até o banheiro.
- Beh, tirando você, as opções da minha faixa etária são o Barza, o que eu já experimentei, mas não deu certo... – Revirei os olhos. – E o Dani, mas eu não curto o estilo dele, além de ele bater no meu ombro. – Sua voz abafou e ri fracamente. – Sobrou você, amore.
- Depois de 15 anos e meio, ai se não tivesse escolhido. – Peguei outra cueca no closet e voltei para finalmente me vestir.
- Já passamos por muita coisa para escolhermos outras pessoas agora. – Tirei a toalha e vesti a cueca e a calça logo em seguida.
- Nem me fala, null. Isso ainda me dá pesadelos. – Ouvi sua risada ficar mais próxima e suas mãos passaram pela minha cintura.
- Vamos resolver isso juntos, Gigi. – Ela deu um beijo em minha espinha, me fazendo arrepiar pelos lábios gelados. – E com calma! – Ela se afastou, deslizando levemente a mão para fora. – Não quero que você perca a única coisa boa que criou com ela... Foi a única, né?! – Ela me olhou de esguio.
- É claro, null! – Falei firme. – Ele não merece nada disso... – Suspirei, negando com a cabeça. – E é meu filho, cazzo! – Peguei a camiseta de manga comprida e coloquei-a.
- Ei, ei, ei! Sem ficar na defensiva. – Ela apoiou as mãos em meu ombro, forçando os lábios em minha bochecha. – Você vai se resolver e eu estarei por aqui quando as coisas ficarem difíceis.
- Sem falsos namorados? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Não, falsos, não. – Ela riu fracamente. – Talvez alguns encontros, mas... – Virei a cabeça para ela. – O quê? Uma mulher também tem suas necessidades. – Ela deu de ombros, dobrando seu vestido e neguei com a cabeça.
- Eu estou aqui do lado, muitas das vezes sozinho, pode me chamar. – Falei, ouvindo-a rir. – Eu conheço suas necessidades, não se preocupe. – Falei e ela riu fracamente, vindo em minha direção.
- E eu conheço a sua. – Ela deu de ombros.
- E sabe como resolver. – Falei, segurando suas mãos e dei um curto beijo em seus lábios, vendo-a sorrir.
- Posso usar o telefone enquanto termina aí? Preciso ligar para o Ignazio.
- Claro, pode usar meu celular... – Olhei em volta. – Que ficou lá embaixo. Ou ir no escritório, saindo aqui do quarto à esquerda...
- Eu sei! – Ela disse rindo. – Nossas casas são praticamente iguais, Gigi. Até a disposição dos cômodos. – Sorri.
- Fica à vontade. – Falei e ela assentiu com a cabeça, seguindo para fora do mesmo e suspirei, imaginando como seria acordar com ela todos os dias.
Capitolo otanta
Senti um cheiro forte incomodar meu nariz e automaticamente levei as costas da mão até o nariz, coçando-o devagar. Virei o corpo para o outro lado da cama, esticando a mão na mesma e me assustei quando a mão encontrou o colchão. Abri os olhos devagar, tendo dificuldade em abri-los quando notei a pouca iluminação do quarto.
Abri os olhos devagar novamente, passando as mãos nos olhos para me acostumar e me sentei na cama devagar, sentindo a coberta cair em meu colo. Olhei em volta, procurando Gigi e acompanhei a luz, vendo a sacada do quarto de hotel acesa, denunciando a iluminação. Gigi havia puxado a poltrona para fora e tragava um cigarro que estava pela metade. Isso explicava o cheiro de fumaça.
Soltei um suspiro e neguei com a cabeça. Eu conhecia Gigi há tantos anos e ainda não sabia como ele agiria em algumas situações. Já o peguei bebendo, chorando, fingindo como se nada tivesse acontecido, agora assim! Ele tinha uma feição totalmente diferente para cada situação, mas ele sabia enganar muito bem na frente dos outros e das câmeras. Pena que parece que eu sabia quando ele estava precisando de mim.
O jogo da Supercoppa havia sido um desastre. Em todos os níveis possíveis! Começamos bem, Chiello abriu o placar de cabeça após uma cobrança de escanteio de Pjanic aos 18 minutos. 20 minutos depois, foi a vez de eles aproveitarem uma subida de bola para empatar. Ficamos com esse placar durante o restante dos 90 minutos e foi para prorrogação.
Foi aí que as coisas complicaram um pouco mais. Com os jogadores cansados, ficou cada vez mais difícil, parecia que eles se arrastavam no gramado e com um estádio com capacidade para 15 mil pessoas, não tínhamos tanta força do nosso lado. Evra fez um gol no segundo tempo e foi dado como impedido, justamente. Higuaín foi derrubado dentro da área deles e o juiz ignorou o pênalti. E durante os cinco minutos que se seguiram para o final, Dybala e Higuaín davam shows de contra-ataques, pena que ia para fora ou Donnaruma pegava.
E não pense que Gigi estava folgado durante todo esse tempo, não. Ele trabalhou e muito para evitar que o placar para o Milan ficasse maior e perdêssemos a pouca vantagem que estávamos tentando manter. Mas aí veio o epílogo. Faltando segundos para a prorrogação acabar, De Sciglio, defensor que eu estava de olho há um tempo, deu um toque de mão dentro da grande área.
Achamos que seria nossa esperança para finalmente acabar o jogo, mas o juiz não achou da mesma forma, quando o toque era óbvio e claro, e mandou o jogo para pênalti. Eu confio muito nos meus meninos e no meu time, mas ali eu perdi a esperança. O jogo estava comprado e não era para nós.
Mesmo assim, seguimos o protocolo. Marchisio fez o primeiro pênalti e Gigi defendeu o primeiro, o que nos deu uma leve esperança de que isso pudesse fazer com que eles se desestabilizassem um pouco. Logo em seguida foi Mario e acabou batendo no travessão. Foi uma pena, pois dava para notar que Mario estava cansado os últimos 30 minutos inteiros, mas com as três substituições feitas, não tinha o que fazer.
Da parte deles, Bonaventura veio em seguida e acertou. Deixando tudo empatado novamente. Logo após ele, veio Higuaín que acertou, junto de Kucka, Khedira, Suso, até que chegou a vez da nossa joya, Dybala. Ele foi o último a bater e eu não achava certo colocar essa pressão nas costas de um garoto de 23 anos. Podia falar que ele errou, mas não. Donnaruma defendeu mesmo, mas eu sabia que isso afetaria de diversas formas possíveis.
A última batida seria de Pasalic. Se eles errassem, seguíamos para as batidas alternadas, agora se acertasse, isso os tornava campeões e a pressão nas costas de Dybala, mudou para a de Gigi. Pasalic acertou e o resto foi história para eles. Anos sem ganhar um troféu e voltavam a ganhar contra nós. Era difícil engolir.
Para mim estava tudo bem, a Supercoppa tinha uma renda gigantesca para ambos os competidores por ser uma competição de um jogo só, além de ser no Catar e possuir diversos patrocinadores interessantes, mas o sentimento que ficava não ajudava. Barza consolava Paulo, Mario tentava demonstrar aquela casca grossa e eu só tentava encontrar Gigi com o olhar. Ele enganou a todos durante a entrega das medalhas, não demonstrou nada além de conformidade quando subimos para seu quarto após voltar para o hotel. Não transamos e fiquei ao seu lado até cair no sono. E foi aí que ele aproveitou para desabafar. Sozinho.
Para ajudar, hoje era para ser um dia feliz para o dia, ele completou 600 presenças em jogos competitivos, mas parece que estava virando costume termos um péssimo dia quando ele completava alguma data importante, mas com a defesa do pênalti, ele ainda mostrava que estava em forma e que podia fazer muito por muito tempo.
Joguei as pernas para o lado, deixando o lençol aos pés da cama e caminhei a passos lentos em direção à fresta aberta da porta e a abri devagar, vendo o barulho baixo distrair Gigi. Ele desviou o olhar rapidamente e passei para fora, sentindo o cheiro do cigarro mais forte e a falta de ventilação no tempo seco de Doha.
- O que está fazendo acordada? – Ele perguntou baixo.
- Eu que pergunto. – Passei as mãos em seus ombros, deslizando os braços pelo seu peito e dei um beijo em sua cabeça. Ele apertou meu braço com a mão livre e levantei meu corpo novamente.
- Você pode falar comigo, você sabe disso... – Dei a volta na poltrona, vendo-o desapoiar as mãos das coxas e espiei lá embaixo para ver se tinha alguém, mas estava vazio.
- Eu não queria falar... – Ele disse e entrei no meio de suas pernas e me sentei em sua coxa direita.
- Podia fazer algo diferente disso... – Segurei sua mão direita, tirando o cigarro do meio de dedo indicador e médio e afundei-o no cinzeiro na mesma.
- Você sempre faz isso... – Ele disse, soltando a fumaça para o outro lado.
- Eu não gosto que você fume. – Passei as duas mãos pelo seu pescoço, prendendo-as atrás dele.
- Eu não fumo muito. – Sua mão que antes segurava o cigarro, pousou minhas costas, na divisão do short e da blusa.
- Deveria fumar nada. – Inclinei meu corpo, dando um beijo em sua testa e ele me apertou com a outra mão.
- Eu estou bem, null... – Ele suspirou. – Eu só...
- Está se remoendo por dentro por algo que não pode controlar. – Falei baixo.
- Tivemos tantos momentos que... – Assenti com a cabeça, inclinando meu corpo em direção do seu, apoiando a cabeça em seu ombro e ele subiu minhas pernas para sua outra perna.
- Foi horrível, eu sei. – Suspirei. – Pensei sobre isso durante o jogo inteiro, mas não tem o que fazer... – Ele me apertou contra si. – Prefiro que você não fique repassando isso...
- Você me conhece... – Ele disse e ergui o rosto, dando um curto beijo em seu queixo.
- Mas nunca sei como você vai reagir com isso...
- Está tudo bem, null. Eu prometo. – Suspirei, passando a mão levemente no santinho pendurado em seu peito.
- Vamos para dentro, então. Está mais fresco. – Pedi baixo.
- Eu só estou... Esfriando a cabeça. – Dei um curto sorriso e mordi meu lábio inferior.
- Vem! – Coloquei minhas pernas no chão e me levantei, esticando a mão para ele.
- Onde? – Ele perguntou e segurei sua mão por mim mesma, puxando-o para cima.
- Esfriar a cabeça. – Falei baixo, indicando para dentro do quarto com a cabeça e ele riu fracamente, se dando por vencido e finalmente se levantando.
- Você não desiste, não é?! – Ele disse e entrei no quarto.
- Nunca! – Falei e andei um pouco mais rápido, deixando nossas mãos soltarem por um momento e entrei no banheiro.
No banheiro do hotel tinha uma larga banheira e foi em direção a ela que eu fui. Fechei o ralo e liguei as duas manoplas, ouvindo a queda de água atrapalhar o silêncio da madrugada e me sentei na beirada da mesma. Tinha alguns sais ali e abri um por um, para ver qual cheiro eu gostava mais e encontrei um de pimenta e espalhei na banheira, vendo a queda d’água ajudar a formar a espuma.
- Uma banheira? Sério? – Gigi parou na porta, apoiando as mãos no batente e ri fracamente.
- É! – Dei de ombros. – Quer jeito melhor de relaxar? – Ele riu fracamente.
- Você vai ficar comigo? – Ele perguntou e mordi meu lábio inferior em um sorriso.
- Talvez... – Dei de ombros.
- Vai sim. – Ele entrou no banheiro, seguindo em minha direção e parou ao meu lado.
Levei a mão na água, sentindo-a mais quente e comecei a equilibrar com a gelada, até ela estar equilibrada e completa cerca de um palmo antes da borda, me fazendo desligar as manoplas novamente. Virei o rosto para ele que ainda tinha as mãos apoiadas em meu ombro.
- Seu banho está pronto. – Falei e ele riu fracamente.
- Você vem comigo! – Ele disse, dando um beijo em minha cabeça e ri fracamente.
Ele tirou a calça e a cueca uma vez só e entrou na banheira, soltando um suspiro de relaxamento, e se sentou em um dos cantos da banheira retangular. Ele apoiou as mãos nas laterais da banheira e indicou para que eu entrasse com ele.
- Vem... – Ele perguntou e eu ri fracamente.
- Nós saímos às oito. – Falei.
- Dá para dormir no avião. – Ele disse e suspirei.
- Dormir bastante no avião, vou chegar e vou direto para a ceia de Natal. – Me levantei, inclinando meu corpo na pia e peguei um lacinho de cabelo.
- Vai passar aonde? – Juntei meus cabelos, fazendo um rabo de cavalo e depois juntei em um coque, prendendo com o lacinho.
- Na Gio! – Falei. – Depois vou para Palermo passar a virada com Olga e Ricky. – Puxei minha blusa, tirando-a e inclinei meu corpo para abaixar a calça e a calcinha juntos.
- Vai viajar ainda?
- A ideia era ir hoje, mas não vou ter pique para viajar hoje ainda, vou amanhã ou na segunda-feira. – Entrei uma perna na cama, sentindo-a morna e suspirei.
- Não viaja no dia de Natal, fica com sua família. – Ele disse, esticando a mão para mim e segurei-a para entrar a outra perna.
- Vamos ver... – Suspirei, abaixando meu corpo na água, suspirando. – Eu encomendei uma comida para levar, preciso resolver isso. Deveríamos ter ido embora hoje! – Falei, me aproximando dele e me coloquei entre suas pernas.
- Foi o tempo de jogo? – Ele perguntou.
- Sim, nós deveríamos ter saído até meia-noite, mas só o pós-jogo demora duas horas, não teve como. – Ele passou as mãos em minhas costas e inclinei o corpo para trás, apoiando as costas em seu peito, assoprando as bolhas que ficavam perto de meu rosto. – E você? Onde vai passar o Natal? – Ele suspirou.
- Milão, eu acho... – Ele soltou um logo suspiro e sabia que era com ela. – Alena vai ficar com os meninos no Natal, eu vou ficar no ano novo, talvez vamos para Carrara...
- Aproveita para descansar... – Suspirei, sentindo-o dar um beijo em minha bochecha. – Janeiro vai ser corrido...
- Muita coisa? – Ele perguntou.
- Tem a festa de rebranding, resolver as últimas coisas. Sempre acaba aparecendo alguma coisa de última hora... – Suspirei. – Eu vou para Zurique no FIFA The Best com o Trezeguet, Dani Alves está nos indicados para melhor defensor...
- David te chamou? – Ele perguntou.
- Sim! – Ri fracamente. – Vai ser interessante!
- Eu deveria ficar enciumado?
- Você sempre fica enciumado! – Virei o rosto para o lado e ele riu fracamente, dando um beijo em minha bochecha.
- Já estou acostumado em te ver perto do Treze. – Sorri.
- Pavel talvez fique enciumado por me perder como sua acompanhante oficial, mas ele supera. – Ele riu fracamente.
- É bom eles tirarem os olhos, você é minha. – Ele deu um beijo em meu ombro e apertou as mãos em minha barriga, me fazendo rir.
- Ainda não, amore. Tem muita coisa para eu ser totalmente sua... – Ele suspirou.
- Meu coração é seu, então acho que você é minha... – Ri fracamente.
- O que você quiser, amore... – Falei baixo, suspirando.
- Você está com sono, não está? – Ele perguntou e suspirei.
- Vamos dizer que vir para o Catar não é exatamente meu momento de maior felicidade. Odeio como tratam as mulheres e a falsa bajulação dos sheiks só porque eles precisam, não porque eu mereço. – Soltei um longo suspiro. – Isso cansa minha beleza. – Ele riu próximo à minha orelha.
- Eu já acho que você fica mais linda ainda irritada. – Sorri.
- Menos quando é contigo! – Ele riu fracamente.
- Nem assim! Fico perdida em seu rosto quando você está brigando comigo. – Mordi meu lábio inferior. – Você é perfeita, amore...
- Não sei o quão certo é essa afirmação, mas gosto como você faz eu me sentir...
- Leve? – Ele beijou atrás da minha orelha.
- Dema-a-ais! – Suspirei e ele riu.
- Vamos aproveitar aqui um pouco mais... – Virei o rosto para ele. – Depois te coloco na cama...
- Não é porque não estou na cama que isso vai me impedir de dormir... – Ele virou o rosto também, colando nossos lábios rapidamente.
- Pode dormir... – Seus lábios colavam nos meus enquanto ele falava. – Eu te tiro daqui, te seco, te coloco na cama... – Sorri.
- Eu tenho sono pesado, amore, mas nem tanto... – Ele riu fracamente.
- Você pode estar acordada, mas eu faço tudo... – Sorri.
- Isso é muito bom. – Suspirei e ele riu fracamente, dando outro beijo em meus lábios.
- Eu sei. Com você é sempre bom. – Ele disse e ergui minha mão esquerda, tocando a lateral de sua cabeça e virei o rosto para trás para ele colar nossos lábios mais uma vez.
Entrei no CT, acenando para o porteiro ali e soltei um suspiro. Nossa! Dessa vez minhas férias acabaram ficando mais longas, com diversas premiações e gravações que eu precisei fazer, acabei perdendo os dois primeiros jogos da temporada. O do campeonato contra o Bologna aqui em casa, que ganhamos de 3x0, e da Coppa Italia também aqui que ganhamos do Atalanta em um jogo difícil que acabou em 3x2, mas passamos para as quartas de final.
Eu estava chegando fora de hora, o treino seria mais tarde, mas o pessoal do marketing precisava de mim para gravar algumas coisas para finalizar as coisas para a festa de rebranding do time que, pelo que diziam os boatos entre o time, seria a maior festa que no futebol italiano. Por isso, acabei estacionando perto da área administrativa.
Saí do carro, trancando-o e coloquei a chave do carro e o celular dentro dos bolsos do paletó antes de seguir para dentro do prédio. Assim que entrei, o bafo quente relaxou meu corpo e suspirei aliviado. Ao menos o tempo estava começando a esquentar depois de nevar durante 10 dias seguidos antes e depois do Natal. Ao menos alguns desses dias estávamos no Catar e o calor era um pouco exagerado demais.
- Buongiorno! Buongiorno! – Falei, passando pelas salas do térreo.
- Gigi! Gigi! – Voltei alguns passos, colocando a cabeça na sala do administrativo.
- Ciao, ragazzi!
- Ei, Gigi! – Danielle falou. – Pessoal está te esperando lá no estúdio.
- Ah, obrigado! Já ia na sala de coletiva. – Fiz um positivo com a mão e acenei antes de voltar a seguir pelo corredor.
Andei mais alguns passos, passando pela sala da coletiva e comecei a ouvir algumas falas e desacelerei os passos. Uma das vozes era de null, a outra não era conhecida. Cheguei ao final do corredor, vendo a sala de descanso que ficávamos algumas vezes e vi null e uma das RPs do time ali.
- Só precisamos encontrar um jeito de fazer isso. – null disse. – Por mim, saía de Florença e ia direto para Milão, eles se viravam com esposas e namoradas depois, mas acho que vale conversar com Allegri antes.
- Ok, combinado! – A mulher falou. – E sobre você? – Ela perguntou.
- Eu vou só no dia! – Ela suspirou. – Tem muitos detalhes que eu preciso resolver aqui ainda...
- Como você quer fazer? – null apoiou a mão na dela.
- Não se preocupe, Virginia. Eu vou encerrar o expediente a uma da tarde, pego meu carro e vou para Milão. Eu te encontro no hotel! – Elas riram juntos.
- Contigo, falta só decidir sobre seu acompanhante, vai levar alguém? – Arregalei os olhos.
- E eu sou mulher que preciso ir acompanhada de alguém? – null falou rindo, virando o corpo e finalmente me encontrando. – Gigi... – Ela disse, uma mistura de surpresa e confusão.
- Buongiorno! – Falei.
- Gigi, se lembra da Virginia? – null indicou.
- Claro que sim! Nos encontramos ao menos duas vezes por semana. – Brinquei e Virginia sorriu, ela cuidava das organizações dos jogos, tinha entrado há pouco tempo.
- Se me dão licença, vou finalizar isso. – Virginia disse.
- Ciao, ciao! – Eu e null falamos juntos e Virginia seguiu de volta pelo corredor.
- Alguém resolveu aparecer! – Ela disse e ri fracamente, me aproximando dela. – Queria eu ter minhas férias estendidas assim! – Sorri e dei um beijo em cada bochecha sua, sorrindo.
- Como você está? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Tudo bem, graças a Deus! Na correria só, é claro! – Ela sorriu.
- Recebi o convite, estou achando tudo incrível! – Falei.
- O que achou do novo escudo? – Ela perguntou e eu ri fracamente.
- Acho que é propício! – Falei e ela franziu os olhos.
- Como assim?
- O time está em mudança, null. O pessoal mais jovem está vindo. – Dei de ombros. – Você mesmo disse esses dias que os mais velhos eram eu e Barza, um dia vamos embora. E o squad mais jovem vai sobrar... São mudanças necessárias. – Suspirei.
- Não estamos fazendo esse rebranding todo para você me fazer chorar antes da hora, Gigi. – Ela disse e sorri.
- É a vida, não?! Tudo tem um fim. – Ela suspirou.
- É, mas não hoje. – Vi seu curto sorriso e assenti com a cabeça. – Mas e aí! Me fala! Ganhou o Pallone D’Azzurro de novo! Está no time do ano da UEFA pela quarta vez, jogador mais velho a ser nomeado... – Ri fracamente.
- Não preciso te contar nada que você já sabe. – Disse e ela sorriu.
- Fiquei muito feliz por você, mesmo.
- Você sempre fica muito feliz por mim, null. – Abracei-a de lado e ela apoiou a mão levemente em meu peito.
- É porque é verdade! – Ela disse e assenti com a cabeça. – Você ainda tem muitos recordes para bater. – Ri fracamente.
- Uma hora não terei mais. – Falei.
- Aí você começa a bater os seus próprios. – Ela deu dois toques em meu peito, se afastando e ri fracamente.
- E por aqui? O que eu perdi? – Abri o botão do paletó e tirei-o, sentindo-o pesar pelas coisas de dentro.
- Ah, nada, na verdade. Somente um jogador novo. – Ela disse. – Tomás Rincón, veio do Genoa, meia. Compra do Paratici.
- O que isso quer dizer? – Perguntei rindo.
- Vamos dizer que minhas compras são muito boas, as do Paratici são duvidosas, mas eu libero. – Sorri, abraçando-a de lado.
- Ninguém vai sair nesse meio de ano? – Perguntei.
- Tenho algumas ofertas, mas ainda não. – Ela suspirou.
- “Ainda”. – Repassei a palavra em minha boca.
- Você ficou doente, não? – Ela perguntou e virei o rosto para ela.
- Uma gripe, como sabe? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Você avisou ao staff, seu nome entrou no sistema e fui ver o que tinha acontecido. Você raramente se machuca. – Rimos juntos.
- Só uma gripe, uma do-o-or de cabeça. – Falei e ela sorriu.
- Tudo bem agora? – Ela perguntou.
- Sim, tudo pronto para a sua superfesta. – Ela abriu um largo sorriso.
- Eu estou empolgada. A última grande festa que tivemos aqui foi na inauguração do estádio, precisávamos de uma nova. – Ri fracamente.
- Já sei que vou precisar trabalhar muito nessa sua festa, senhorita null. – Ela sorriu, piscando para mim.
- Ah, Gigi! Você está aqui! – Virei para o lado, vendo Angela saindo do estúdio.
- Ei, Angela! Acabei parando aqui, scusi! – Falei.
- Já acabamos com o Pavel, falta você. – Ela disse.
- Vai lá! – null tocou meu braço. – Nos vemos na segunda.
- Não vai no jogo? – Perguntei.
- Não! Vou ficar finalizando algumas coisas de última hora. – Ela disse e assenti com a cabeça. – Ganhem, ok?! – Rimos juntos.
- Ok! – Sorri, seguindo com Angela.
- Ah, e eu vi a sua propaganda nova! – Ela disse rindo.
- A do colchão? – Perguntei, andando de costas.
- Sim! Você estava bonito. – Ela sorriu e deu de costas, seguindo pelo corredor e neguei com a cabeça.
- Andiamo, Gigi! Eu literalmente não tenho o dia todo! – Angela disse.
- Seu marido dormiu de calça jeans essa noite, foi?! – Falei e ela riu fracamente, dando um soquinho em meu braço. – Já vou! Já vou!
- Ah, vocês dois... – Ela revirou os olhos, seguindo à frente no estúdio e arregalei os olhos.
Ela sabe de alguma coisa?
- Buongiorno! – Falei, entrando no estúdio, vendo outras duas pessoas que eram da equipe de marketing e que eu encontrava com muita frequência.
- Ciao, Gigi! – Eles responderam.
- Então, o que eu tenho que fazer? – Deixei o casaco na mesa ali do lado.
- Coloca isso por dentro, por favor. – Um dos meninos perguntou, me indicando um microfone e fiz o que ele pediu, prendendo o microfone de lapela na gola da camisa social branca.
- Agora você pode se sentar aqui. – Angela indicou o banco em frente ao fundo preto com somente o logo escudo do time em branco. – Só vou te fazer algumas perguntas básicas, ok?
- Tudo bem, vamos lá. – Falei, me ajeitando.
- Pode começar a gravar. – Angela disse para o terceiro que confirmou.
- Como você pensava na Juventus quando era criança? – Ela perguntou e eu suspirei.
- A Juventus era o time da Itália, o time em que todos se baseavam. – Dei de ombros.
- E como você vê a Juve no futuro?
- Beh, no futuro, daqui 20, 30, 40, 50 anos, penso que a Juventus vai se tornar uma marca mundial. Sempre à frente dos outros times, sempre melhorando, sempre crescendo... A Juventus tem tudo para dominar a Europa e o mundo. – Dei de ombros.
- E o que você achou do novo logo? – Ela perguntou.
- A mudança do logo mostra que é um brand a nível universal. – Falei. – Que pode acompanhar vários aspectos da nossa vida, não só esportivo. É algo que vai ficar na cabeça das pessoas para sempre e que vai ligar imediatamente ao time, à equipe, à essa família. – Ela assentiu com a cabeça.
- É isso! – Ela disse rindo.
- Só? – Perguntei.
- Só! – Ela sorriu. – Você está livre!
- Preciso compensar o tempo perdido. – Falei, me levantando e puxando o microfone da minha blusa.
- Você deveria estar aqui, sabia? – Falei, ouvindo Manu gargalhar do outro lado da linha. – É sério! É o seu símbolo, a sua ideia!
- Queria muito, chefa! Você sabe disso. – Ela suspirou. – Mas as coisas não têm estado tão fáceis desde que eu cheguei, sabe? – Olhei para frente.
- Por que diz isso? Seu pai de novo? – Perguntei.
- Ah, mais ou menos. – Ela bufou. – Agora minha avó está ruinzinha, meu pai pressiona de um lado, minha mãe pressiona do outro, eu acabo conseguindo um pouco de tempo para mim quando faço o curso e vou nadar.
- Já decidiu o que vai fazer da sua vida? Ou vai curtir as ações que te demos? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Olha, por mais que eu adore muito essa grana fácil que vocês deram para mim, não! Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de ficar parada! – Ela riu. – Eu comecei a tirar algumas fotos aleatórias aqui na minha cidade e tem aparecido gente interessada.
- Como assim?
- Ah, eu vou a parques, eventos aqui na cidade e peço para tirar foto das pessoas e estou montando um portfólio.
- Ah, eu vejo no seu Instagram, achei que fossem conhecidos... – Ela riu.
- Não, não! Eles me dão a imagem e eu dou as fotos... – Sorri, parando no semáforo. – Acho que eu vou aceitar fazer uma sessão de fotos para casamento ou cobrir algum evento...
- Isso é ótimo, Manu! Se é o que você quer...
- É... Então! – Ela riu fracamente.
- O quê? – Continuei guiando o carro.
- Meu pai não está muito feliz com isso, na verdade, meu pai é do tipo que gosta de um emprego fixo com carteira de trabalho assinada, estilo o que eu tinha aí. Horário de entrada, de saída, senão um concurso... – Ela riu fracamente. – Ele não para de falar na minha orelha que eu deveria fazer alguma faculdade...
- E você quer fazer alguma coisa?
- Não me vejo presa por quatro ou cinco anos em um curso, chefa. Sem ofensa, é claro...
- Nenhum pouco... – Ri fracamente. – Acredito que as pessoas são diferentes, se você acha que isso não é para você, então não é. – Olhei pela avenida, procurando o hotel.
- É, mas meu pai não para de encher o saco, ele fala que já conversou com um amigo dele, que vai conseguir um emprego para mim, que eu não sou moça para trabalhar à noite...
- Você vai tirar fotos em eventos, não ganhar para transar com os outros! – Falei e ela riu. – Devo dizer que nem vejo problema caso você queira ser...
- NÃO, CHEFA! – Ela falou mais alto, me fazendo gargalhar. – Meu Deus! Não! – Encontrei o hotel e dei seta, entrando no recuo, vendo a entrada cheia de torcedores e fãs. – A ideia de trabalhar oito horas fora de casa não é tão má, sabe? E ainda me ocupar à noite e de fins de semana, posso garantir que vou me estressar menos...
- Está tão ruim assim, querida? – Esperei o carro à minha frente sair e puxei o freio de mão.
- Meus pais estão muito estressados um com o outro. Minha mãe precisa de ajuda, meu pai fica focado nos projetos paralelos que ele pegou com a empresa daí... – Ela bufou. – Ficar no meu canto está sendo meu prazer...
- Espera um minuto, Manu, vou sair do carro... – Falei, tirando o telefone do suporte, cobrindo sua imagem por um momento e vi o valet abrir a porta.
- Buon pomeriggio, signorina.
- Buon pomeriggio! – Sorri, pegando minha bolsa, apoiando-a no braço e saí do mesmo.
- A senhora tem malas? – Ele perguntou.
- Não, não, poucas coisas, não se preocupe que eu levo. – Abri a porta de trás e peguei minha mochila, colocando-a nas costas, soltando a mochila e o celular por um momento e segurei-os novamente, pegando o vestido preso no suporte. – Grazie!
- Signorina... – Ele me entregou o ticket e sorri.
- Grazie! Un buonggiorno! – Ele assentiu com a cabeça. – Aguenta mais um pouco, Manu. Vou passar por alguns torcedores...
- Ah, como ela é importante! – Ouvi sua voz.
- null! null! – Ouvi alguns chamados e senti alguns flashes em meu rosto e dois seguranças apoiaram as mãos em minhas costas para me ajudarem a entrar com mais facilidade e senti a diferença de temperatura de lá de fora e dentro.
- Grazie! – Falei rapidamente e eles assentiram com a cabeça. – Ok, estou dentro. – Ergui o celular, vendo o rosto de Manu da mesma forma.
- O negócio está fervendo, não?! – Ela disse rindo.
- Nem fala, são quatro da tarde, eu tenho quatro horas para tentar relaxar, me arrumar e sair...
- Como é seu vestido? Preto e fabuloso, imagino! – Rimos juntos.
- Quase! Ele é branco e fabuloso! – Falei, ouvindo-a rir e me aproximei da recepção.
- Branco? Meu Deus! Quero ver uma foto dele agora! – Sorri.
- Te envio uma foto quando ficar pronta...
- Ou posso acompanhar o evento pela live no site de vocês... – Ela disse e suspirei.
- Queria você aqui, honestamente.
- Vocês terão motivos o suficiente para fazer grandes festas quando eu voltar. – Gargalhei, vendo a recepcionista acenar para mim.
- Metida! – Brinquei, me aproximando da recepção. – Buon pomeriggio. Sono null null. – Falei para ela.
- Ah, um segundo, por favor. – A mulher disse.
- Que chique ser null null e ser anunciada só pelo nome. – Rimos juntos.
- Posso te garantir que se eu falar seu nome no time, todos vão saber também... – Rimos juntos.
- Menos o pessoal novo. Falando nisso, como estão as coisas? Tudo bem? – Ela perguntou.
- Ah, tudo bem. Você gostaria de um pessoal novo. – Falei, rindo em seguida. – Benatia, Pjanic, Higuaín, eles são ótimos. Pjaca é bonito... Da sua idade.
- Ah, chefa! – Rimos juntos.
- É compatriota do Mario.
- E como ele está? Menos irritado? – Sorri e a mulher voltou.
- Aqui, senhorita! – A mulher me entregou a chave. – Último andar, quarto 75.
- Não precisa de mais nada? – Perguntei.
- Não, tudo certo. – Ela sorriu e assenti com a cabeça. – Quer que alguém leve suas coisas?
- Não se preocupe! – Falei e me afastei, acenando com os dedos livre que seguravam o celular. – Mario continua como Mario, Paulo grudou nele e no Barza agora. – Ela riu fracamente.
- Mario e Paulo? – Ela perguntou incrédula.
- Para você ver... – Atravessei o lobby, vendo um dos seguranças apertarem o botão do elevador quando me aproximei. – Mas está tudo bem, todos estão bem, na verdade...
- E você e o Gigi? – Ela perguntou e eu suspirei. – Na mesma?
- Mais ou menos... – Suspirei. – Estamos mais honestos um com o outro, se puder dizer assim. Eu entendi o lado dele e ele parece que entendeu o meu, mas estamos no 0x0 ainda...
- Ah! – Ela fez uma careta e vi o elevador se abrir. Acenei para o segurança e entrei, apertando o botão do último andar.
- Hoje é um dia feliz, Manu! Vou colocar um vestido incrível, sensacional, deixá-lo de queixo caído e ainda ser paparicada por todas as pessoas possíveis... – Ela riu fracamente.
- Como se você gost... – Suspirei, vendo a ligação parar e esperei o elevador terminar de subir para abrir as portas de novo. – Chefa? Você travou.
- Estou no elevador. – Falei, saindo do mesmo, vendo vários jogadores no corredor do hotel. – Ah, olha quem está aqui!
- Ah, ela chegou! – Ouvi a voz de Chiello mais alta e vi meu BBBC junto de suas namoradas e esposas, me fazendo bufar levemente.
- Vou te tirar do fone, ok?! – Anunciei para Manu.
- Claro! Quem está aqui? – Ela perguntou e puxei o fone do celular.
- Fala aí, chefa! – Barza disse.
- Pega! – Joguei meu celular em direção ao mesmo que pegou.
- MANU! – Ele disse animado e passei por eles. – Como você está, mulher? – Ele perguntou animada.
- Signore! – Falei para Carolina, Martina, Maddalena e, eca, Ilaria.
- null! – Algumas falaram mais animadas do que outras, mas só Carolina e Martina vieram me cumprimentar.
- Como vocês estão? – Perguntei.
- Tudo bem e contigo? – Carolina perguntou sorrindo.
- Sempre bem! – Sorrimos. – Maddalena, senhora D’Amico. – Cumprimentei ambas com um aceno e desviei para o quarto quando reparei os outros quatro com os rostos em meu celular, além dos gritos.
Bati a chave no sensor e abri a porta do quarto, suspirando ao ver o grande quarto que eu estava. Pendurei o protetor de vestido no armário e andei pelo quarto, deixando minha bolsa e mochila em cima da cama e voltei para fora, ouvindo as risadas dos meninos.
- Eles realmente gostam dela, não? – Ouvi a voz de Ilaria.
- É... Até demais! – Maddalena respondeu.
- É isso que acontece quando se é simpática e agrega pessoas por onde passa, não acham? – Provoquei-as, passando por elas. – Pena que nem todo mundo é assim. – Dei um curto sorriso.
- É, então... – Maddalena respondeu e ri fracamente, me aproximando dos meninos.
- Ei! Ei! Ei! Acho que acabou a graça, não?! – Entrei na roda dos meninos. – Eu preciso do meu telefone. Todos vocês têm o contato dela e podem falar com ela sempre que quiser.
- Isso aí, chefa! Briga com eles! – Manu falou e ri fracamente.
- Eu te ligo depois, ok?! – Barza disse.
- Sim! Mas depois, vocês precisam ficar bonitos também! – Ela disse rindo. – Mas não tão lindos para ofuscar a null.
- Há! Impossível, não acha? – Gigi disse e arregalei os olhos, contendo uma risada, já que sua namorada está atrás de nós.
- Sempre! – Manu gargalhou. – Bom ver vocês, gente! Manda um beijo para o pessoal! – Ela acenou, mandando beijos.
- Pode deixar, linda! – Barza disse. – Se cuida! – Ele disse.
- Ciao, Manu!
- Ciao, ciao! – Os meninos gritaram um mais alto que o outro.
- Chata! – Barza disse, me entregando o celular.
- Você pode falar com ela quando você quiser! Só não se esqueça que ela está quatro ou cinco horas para trás. – Disse, pegando o aparelho. – Nos vemos mais tarde, ragazzi.
- Até mais, chefa! – Eles disseram e passei por eles, dando um aceno de cabeça para as quatro namoradas e esposas e segui para dentro do quarto de novo, batendo a porta quando entrei.
- Ok, estamos seguras! – Falei, apontando para meu rosto de novo e andei até a cama.
- CHEFA! VOCÊ OUVIU AQUILO? – Manu gritou, gargalhando. – A mala estava junto, não estava? – Ri fracamente.
- Sim, estava! – Suspirei. – O Gigi é louco. – Deitei de bruços na cama.
- Eu não estou nem aí! Essa louca podia descobrir logo e cair fora, igual a Alena... – Ri fracamente.
- Confesso que nem acho essa ideia tão louca...
- Ela é! – Ela disse e ri fracamente.
- Enfim, não vamos falar disso. Fala sobre você! Onde seu pai quer que você trabalhe?
- Ah, então... – Ela suspirou.
16 de janeiro de 2017
- Vamos, Ilaria! Já estamos atrasados! – Falei, checando mais uma vez o relógio.
- Só mais um minuto! – Ela gritou de volta e bufei, ajeitando o casaco nos ombros.
- Eu preciso ir logo! – Respondi novamente.
- JÁ VAI! – Ela gritou.
Meus pés deram quase 10 toques lentos até que ela finalmente saísse do banheiro. Poderia falar como ela estava bonita com a roupa completamente preta. Blusa, um casaco de pele por cima, saia e meia calça, mas era praticamente o mínimo a fazer em uma festa da Juventus. Era praticamente um dress code não anunciado. null usava isso nos últimos 15 anos, mas hoje era um tanto obrigatório.
- Vamos! – Falei, pegando a chave do quarto na mesa de cabeceira e entreguei a ela.
- Você está muito irritado, carino! – Ela disse, passando a mão em meu rosto.
- Estamos atrasados! Eu preciso apresentar o negócio! Caso não se lembre! – Falei firme e segui até a porta, abrindo-a.
- Ok, estamos indo! – Ela disse, bufando.
Assim que ela saiu pela porta, saí logo atrás e bati a mesma. Ninguém mais saiu das portas enquanto esperávamos pelo elevador e dei uma espiada na última porta do corredor, pensando se null estava lá ou se já tinha ido. Ah, hoje seria uma noite difícil! Ter null ali à noite toda e não poder ficar nem perto dela.
Na porta do hotel, alguns fãs ainda estavam acumulados, dei rápidos acenos e entrei no carro que já nos esperava. O evento seria no Museo Nazionale della Scienza e della Tecnologia Leonardo Da Vinci daqui de Milão, e estamos em um hotel há uns 15, 20 minutos do museu. Era segunda-feira e a cidade costumava estar mais vazia, mas era Milão, afinal.
Quando chegamos, apresentamos nossos convites e entramos no museu. Na verdade, não entramos no museu em si, entramos no complexo do museu. As cores preto e branca nos guiaram para o fundo do museu, fugindo das mais diversas salas que homenageiam Leonardo Da Vinci.
Quando passamos por uma das partes cobertas e saímos no relento novamente, foi que a exposição realmente começou. Dois homens e dois cavalos, preto e branco, obviamente, estavam no centro do holofote.
- Uau! – Ilaria disse, indicando.
Andamos pelo tapete preto ao longo do museu e vi o largo submarino praticamente guiando a entrada. Antes de virar à esquerda para o começo, a placa “Black and White and More” nos recepcionava e a fachada da entrada estava da mesma forma com o mesmo escrito, além do nome do time, a data e luzes neons brancas que circundavam as portas e janelas.
- O que acha, Gigi? – Virei para trás, vendo Agnelli e sua esposa e ri fracamente.
- Vocês ousaram! – Falei e ele riu fracamente.
- A culpa dessa noite é das mulheres! – Ele disse.
- É óbvio que é das mulheres! – Deniz disse, me fazendo rir. – Não dê para um homem o trabalho de uma mulher, querido! – Eu e Andrea rimos juntos.
- Concordo com ela! – Ilaria disse e ri fracamente. Será que ela concordaria quando soubesse quem era uma das mulheres que ele disse?
Passamos pelas portas de vidro e senti a mudança de temperatura. Logo na entrada, tinha a rouparia e algumas pessoas acumuladas ali. Os trajes eram diversos, a maioria das pessoas em gala formal como eu, mas tinha algumas mais despojadas e outras mais despojadas ainda.
Tirei meu casaco, entregando o de Ilaria junto e coloquei o recibo dentro do bolso da calça. Um pouco a frente, tinha um fotógrafo para tirar as fotos oficiais e parei com Ilaria para tirar uma foto rapidamente, vendo o escrito “2be Juventus” no banner.
- Vamos! – Falei para Ilaria e ela segurou minha mão.
Dali, seguindo pelo corredor, começava a festa, mas não era simplesmente uma festa, era uma exposição. O corredor central guiava a exposição e, dali, várias pequenas salas continham uma interatividade diferente, seja com dança, luzes, música e afins.
Cumprimentei alguns conhecidos, alguns colegas jogadores que estavam ali, mas Ilaria sempre acabava me segurando para algum conhecido dela, jornalista ou o que fosse. Era um dia de festa, já seria o garoto propaganda do evento junto de Agnelli, não precisava de mais atenção do que eu já teria.
Após atravessar todo o corredor, no final, tinha o bar com um palco, o DJ e mais salas com mais exposições. Tudo dedicado a Juventus. Eu nunca tinha visto algo tão incrível quanto aquilo. Sei que o choque da torcida seria grande, mas estava tudo impecável.
- Gigi, deixa eu... – Ilaria disse e a freei.
- Ilaria, eu vou checar com a organização sobre o momento que eu vou precisar aparecer, tudo bem? – Dei um beijo em sua cabeça.
- Ah, claro! Claro! – Ela disse. – Eu te encontro depois. – Ela sorriu e assenti com a cabeça.
- Prazer em conhecê-los! – Cumprimentei as duas pessoas que Ilaria havia me apresentado, não me lembrando exatamente os nomes, mas segui a andar pelo corredor.
Dei uma olhada rapidamente pelas salas, não sabendo se eu procurava o pessoal de eventos, se eu procurava por Angela ou se eu deveria falar com qualquer outra pessoa. O pessoal do time deveria estar comemorando, não?!
- Oh, vai devagar! – Neto me parou e ri fracamente, encontrando-o com Barza, Leo e Alex Sandro.
- Correndo? Aqui? – Barza perguntou e ri fracamente, sentindo-o dar um tapinha em minhas costas.
- Ah, sempre! – Ri fracamente. – Eu preciso falar com alguém. Agnelli quer que eu apresente a exposição com ele, só não tenho a mínima ideia de que momento isso vai acontecer. – Eles riram.
- Eles te acham, cara! Aproveita! Relaxa! – Sandro me esticou uma taça de champanhe e peguei.
- Grazie! – Estendi a taça para eles. – Saúde. – E dei um gole na mesma.
- Saúde! – Eles disseram rindo.
- Estressado? – Barza perguntou e eu bufei.
- Em um evento do time com a Ilaria? O que você acha? – Falei mais baixo e ele riu fracamente.
- Pensa bem antes de fazer qualquer coisa, ela faz mais ciúmes em você com um namorado falso do que o contrário. – Revirei os olhos.
- Eu não tenho intenção de fazer ciúmes e ela não cai na minha. – Suspirei. – E vocês? Vieram sozinhos?
- A Maddy está com a Martina. – Leo disse.
- Solteiro! – Neto esticou a taça.
- Natália está com a Erica, esposa de Hernanes. – Alex Sandro disse.
- Então, o que acharam de tudo? – Neto perguntou.
- Eu estou surpreso. – Leo disse rapidamente.
- Eu já tinha visto para gravar umas coisas, é loucura! – Suspirei.
- O conceito é ótimo. – Barza disse. – Eles querem tornar o time uma marca e vão conseguir facilmente. – Ele olhou em volta.
- Achei legal as exposições, olha isso! – Alex Sandro disse animado. – Nunca fui de museus, mas eu visitaria um museu desses... – Rimos juntos, nos aproximando de uma exposição com luzes a qual Dani Alves estava no meio.
- Eu concordo... – A voz de Barza abafou dentro da taça.
- Eles têm tudo para conquistar o mundo. – Ri fracamente, sentindo uma cutucada no peito. – Ai!
- Gigi... – Barza me chamou e virei para ele.
- O quê? – Perguntei e seu olhar não estava em mim, estava em outro lugar.
- Olha aqui-ilo! – Ele disse travado e virei o rosto para onde ele olhava e minha respiração simplesmente parou, talvez meu coração tenha parado junto.
Um pouco mais à frente, tirando fotos em frente ao banner, estava null. Na verdade, acho que posso dizer que estava a versão muito mais incrível de null! Não me interprete mal, null fica linda até de pijama de elefantinhos, mas ela sabia se vestir para um evento desse e CAZZO! Como ela estava gostosa!
Ela estava com um vestido longo branco. Sim, branco! null, tradicionalíssima com seu armário preto, optou pelo branco na noite de hoje. O vestido era tomara que caia, mas o decote era respeitável, mas ele era incrível e chamava todas as atenções para si. Ele ia até o chão e tinha uma pequena cauda que deslizava no chão. Além de tudo, ele tinha uma fenda que deixava parte de sua perna esquerda para fora, mostrando a sandália que ela usava, com cordões subindo em suas pernas.
Para deixá-la mais incrível ainda, ela estava com os cabelos curtos e lisos. Não me lembro de ela estar assim quando a encontrei mais cedo, mas não lembro estar assim na semana passada. No pescoço uma corrente discreta e pulseira e anel combinado, além de uma pequena bolsa de mão. Fora o branco do vestido, somente duas listras pretas nas laterais do vestido, além dos lábios vermelho escuro.
- Gigi? Você está bem?
Soltei um suspiro, levando minha mão na boca, mas talvez eu devesse conter minha excitação dentro da calça ou teria que ir atrás de um banheiro com urgência. CAZZO! Ela está incrível! Linda, sexy, contida, e eu só pensava em enfiar meus lábios dentro de seus seios e fazê-la esquecer seu nome.
Saí do transe quando ela abriu um largo sorriso, rindo com alguma outra pessoa e um homem deu a mão para ela descer do pequeno degrau. Sacudi a cabeça, virando o rosto para esse homem, mas senti meu peito aliviar quando era Dybala. O mais novo esticou o braço para ela e ela aceitou, me fazendo rir com a diferença de altura de ambos.
- Gigi! – Senti um empurrão no ombro e desviei o olhar para Barza.
- O quê? – Falei irritado.
- Você entrou em um pequeno coma! – Ele disse e suspirei, virando o rosto para null novamente.
- Ela está incrível! – Falei baixo, pressionando os lábios um no outro, sentindo minha boca salivar. – Ela já é incrível, mas isso...
- Eu entendi! – Ele disse rindo. – Senti que meu coração foi arrancado aqui. – Ele suspirou.
- O meu foi! De verdade! – Passei a mão dentro do paletó, sentindo meu coração acelerado e suspirei.
- Não vai se excitar ai! – Barza falou e acabei automaticamente olhando para baixo.
- Não é difícil! – Suspirei, prendendo a respiração quando null se aproximou de nós.
- Ragazzi! – Ela abriu um largo sorriso, fazendo seus lábios pressionarem um nos outros e soltei um suspiro.
- Ciao, chefa! – Eles falaram e ela passou o olhar por todos antes de parar em mim.
- Você está incrível! – Falei em um suspiro e ela riu fracamente.
- Grazie! – Ela se aproximou, apoiando a mão em meu peito e deu dois curtos beijos leves demais em meus lábios e se afastou. – Você não está nada mal também. – Ela disse, pressionando os lábios. – Barza, Leo, Neto, Alex... – Ela disse, cumprimentando um a um e Dybala sorria para mim.
- O quê? – Perguntei baixo e ele deu de ombros, cutucando minha barriga e dei um tapa em sua mão.
- Vai ficar com eles, Paulo? – Ela perguntou.
- E você acha que eu vou perder a oportunidade de te acompanhar? – Ele disse rindo. – Nunca!
- Vamos lá, então! – Ele esticou o braço para ela novamente e ela pegou.
- A gente se vê! – Ela deu um sorriso, deslizando a mão pelo meu braço e seguiu à frente com Dybala.
Eu e o resto dos meninos nos viramos e vi a parte de trás de seu vestido. A linha do vestido fechava na altura dos seios mesmo, e os cabelos curtos deixavam aquela parte em evidência conforme a luz batia no tecido branco e brilhava, fazendo as pessoas olharem.
- Ele está se achando, né?! – Pavel parou ao meu lado e ri fracamente.
- Perdeu sua acompanhante? – Barza perguntou rindo.
- E ela precisa de um acompanhante com esse vestido? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Não, mas eu faria qualquer coisa que ela me pedisse vestida assim... – Suspirei.
- Você já faz qualquer coisa que ela te pede, Gigi! – Barza disse e eu suspirei.
- É! Sempre! – Neto disse e suspirei.
- Estou fodido! – Mordi meu lábio inferior.
- Quando não?! – Pavel deu dois toques em meu ombro, antes de seguir para frente.
- O que eu faço, cara? – Falei, virando o restante da bebida em meus lábios.
- Isso é uma pergunta retórica ou... – Virei para Barza.
- Retórica! Retórica! – Suspirei, negando com a cabeça.
- Ah, Gigi! Te encontrei. – Cesare, um dos RPs, apareceu. – Vamos lá?
- Quê? Onde? – Perguntei, sacudindo a cabeça.
- Exposição, Gigi! Vamos! – Ele me puxou.
- Dá dois minutos para ele, Cesare. Ele levou um tiro agora! – Barza disse rindo e vi o franzir dos olhos do RP e revirei os olhos.
Capitolo otantuno
Prendi a respiração quando o carro parou em frente ao famoso Museu de Leonardo Da Vinci e o valet abriu a porta para mim. Peguei a bolsa que estava caída no banco com a mão esquerda e dei a mão para o homem me ajudar a sair do carro. A baixa temperatura de Milão fez minha pele se arrepiar, mas apertei a echarpe de pelo falso em meus ombros e assenti com a cabeça em agradecimento.
As recepcionistas sorriram para mim quando passei e fiz um leve movimento com a cabeça ao passar por elas com facilidade. Comecei a guiar pelo tapete dentro do museu, seguindo em direção ao local do nosso evento.
Eu estava um pouco atrasada, de certa forma, mas acho que sendo uma das autoras desse projeto, eu poderia chegar a hora que eu quisesse. Ainda mais com esse vestido! De primeira instância eu achei um tanto ousado demais, pela cor, obviamente. O preto era icônico e eu sempre usava looks incríveis, mas usar no branco? Eu sabia que isso chamaria a atenção de todos. Apesar que eu só queria os olhos de uma pessoa sobre mim.
Mesmo assim, eu topei e achei que esse fosse o momento especial para eu usar. Inclusive me daria um pouco mais de confiança depois de tudo o que eu e Gigi conversamos no fim do ano passado.
- UAU! ESPERA! – Desviei os olhos dos meus pés e vi Paulo em minha frente. – Chefa, você está linda! Mais linda! – Ri fracamente, abraçando-o de lado e ele precisou ficar na ponta dos pés para dar um beijo em minha bochecha.
- Obrigada, Paulo! Você também está incrível. – Ele sorriu.
- Não quanto você! – Ele riu fracamente. – Você está um arraso, mesmo! Uau! – Ele disse rindo. – Uau!
- Vamos, Paulo! – Toquei levemente seus ombros, rindo fracamente.
- Aceita companhia? – Ele perguntou, estendendo o braço e ri fracamente.
- Claro! – Sorri, segurando no braço do mais novo e mais baixo e seguimos até a entrada.
Ele abriu a porta para mim e entrei na frente dele, sentindo a mudança de temperatura ali dentro. Caminhei até a rouparia, mas encontrei Sandra, assistente de Agnelli, vindo em minha direção.
- null. Posso cuidar disso para você. – Ela estendeu a mão e tirei a echarpe, entregando a ela.
- Grazie, você está linda. – Falei e a mais nova sorriu.
- Olha quem fala! – Ri fracamente, vendo-a deslizar os olhos pela minha roupa e sorri.
- Grazie! – Falei e dei dois rápidos beijos nela.
Dei uma rápida olhava em volta, vendo vários conhecidos e desconhecidos olhavam para mim e suspirei, satisfeita. Só falta eu passar pelo restante do evento agora.
- null? – Virei o rosto, vendo Pavel boquiaberto e sorri. – Uau! Uau! Uau! – Ele disse rindo.
- Não seja tão óbvio, Pavel, a Ivana está ao seu lado! – Ela riu fracamente.
- Não vou brigar por isso agora, uau mesmo! – Ela disse sorrindo, me abraçando pela cintura e dei dois rápidos beijos nela.
- Grazie. Você também! – Passei a mão em seus ombros.
- Nos encontramos mais tarde? – Pavel disse.
- Claro! Claro! Eu te resgato de todos os solteiros mais cobiçados, majestade! – Pavel brincou e eu ri fracamente.
- Bobo! – Dei um toque em seu ombro e ele riu fracamente.
Segui pelo salão e me aproximei da área de fotos, vendo Paulo sair da mesma e o fotógrafo sorriu para mim, estendendo a mão e subi o degrau para me colocar no centro do espaço. Deixei a mão direita cair ao lado de meu corpo e olhei para o fotógrafo, mantei meu rosto sério e depois passei a mão em meus cabelos curtos, colocando-o levemente atrás da orelha.
Percebi que estava sendo observada e desviei o olhar para atrás do fotógrafo. A saliva desceu mais forte quando meus olhares encontraram os de Gigi e tentei manter a seriedade ao descer os olhos levemente pelo seu corpo. O terno escuro, talvez cinza, combinava com a camisa social branca e sem gravata que ele usava e só deixava-o mais lindo ainda.
- Isso! Tira mais fotos! Ela está incrível! – Paulo gritou e gargalhei, virando o olhar para ele., empurrando-o levemente.
- Está incrível mesmo! – O fotógrafo falou e deu um aceno em agradecimento.
Paulo esticou a mão para mim e segurei-a para descer, ajeitando a barra do meu vestido e acenei para as outras pessoas, me aproximando de Gigi. Na verdade, não só dele, Barza, Neto, Leo e Alex Sandro estavam com ele também e todos tinham a mesma cara de surpresa. Os lábios entreabertos e falando pouco.
- Ragazzi! – Sorri, pressionando levemente os lábios, não forçando-os para não tirar o batom.
- Ciao, chefa! – Eles falaram quase automaticamente e ri fracamente para cada um, parando o olhar em Gigi.
- Você está incrível! – Ele disse um tanto embasbacado e sorri.
- Grazie! – Me aproximei dele levemente, apoiando a mão para dentro de seu paletó e inclinei o corpo, tocando levemente os lábios em suas bochechas, sentindo sua mão tocar minha cintura e me afastei devagar. – Você não está nada mal também. – Falei, sorrindo. – Barza... Leo... Neto... Alex... – Passei um por um, fazendo o mesmo, mas nenhum deles estava tão travado como Gigi.
- Linda, null! – Barza sorriu e pisquei para ele.
- Beh, eu preciso ir! Vai ficar com eles, Paulo? – Perguntei, tocando os ombros do mais novo.
- E você acha que eu vou perder a oportunidade de te acompanhar? – Ele disse rindo. – Nunca!
- Vamos lá, então! – Segurei seu braço quando ele ofereceu. – A gente se vê! – Sorri, tocando levemente os ombros de Gigi e passei por eles, andando em frente.
- Todo mundo está babando por você, chefa! – Paulo disse rindo. – O Gigi não sabe nem o nome dele mais. – Rimos juntos.
- Ah, agradeço. – Sorri, rindo fracamente. – Se quiser realmente ir à frente, eu vou ser parada a cada dois segundos.
- Eu te aviso quando enjoar, não se preocupe! – Paulo disse rindo.
- Tudo bem, agradeço a companhia, então! – Ele assentiu com a cabeça.
Como era óbvio, eu fui realmente parada a poucos segundos, seja por conselheiros, acionistas ou outros jogadores. Mas isso era comum nos jogos ou em qualquer lugar do time, mas hoje estava um pouco a mais, desconhecidos vinham até mim e eu realmente não sabia quem elas eram e acabei conhecendo muita gente nova.
Durante meu caminho pelo corredor central, eu parei em toda seção da exposição, realmente vendo todos os desenhos saírem do papel depois de seis meses de conversas. Era realmente incrível ver todos os planos, conversas e mudanças ali! E fazer parte disso era igualmente incrível.
Nossa intenção com a estratégia de rebranding, era desvincular o status de “time de futebol” da Juventus e tornar uma marca global. Uma marca, onde a renda principal é o futebol, mas uma marca. Por isso, junto com essa reestruturação, muitas coisas seriam criadas, como uma marca de roupas, joias, patrocínio para outros esportes, além do rejuvenescimento da marca de forma geral! E acho que conseguimos fazer isso. Nós, nossa equipe de marketing, a agência de Nova York e Manu que conseguiu, despretensiosamente, dar vida à uma ideia de dois anos.
- null! – Agnelli sorriu ao me ver e nos abraçamos rapidamente.
- Andrea! – Ele deu rápidos beijos em minha bochecha.
- Você está linda!
- Grazie. – Pressionei os lábios.
- Lindíssima, null! – Deniz disse sorrindo e nos abraçamos rapidamente.
- Você também. – Falei sorrindo e ela abanou a mão.
- Ah, nem brinque! – Rimos juntos.
- Logo mais será a apresentação, fica lá comigo? – Agnelli perguntou.
- É claro! Não coloquei esse vestido à toa. – Brinquei e eles riram.
- Logo te chamo. – Ele disse e assenti com a cabeça. – Aceita beber alguma coisa? – Ele indicou o garçom.
- Não, obrigada! Esse vestido não permite! – Falei, rindo fracamente, mas era verdade. Além de ele ser muto justo, tinha medo de derrubar algo nele. – Vou dar uma volta e logo os encontro aqui, ok?!
- Sim, claro! Fique à vontade em entrar lá! – Agnelli indicou o local da exposição privada e assenti com a cabeça.
Me afastei do casal e acabei parando em Paratici e Beppe pouco depois e os cumprimentei, recebendo largos sorrisos e elogios deles, me fazendo sorrir. Quando estava andando perto da área que seria aberta só depois da apresentação, vi o grupo de esposas e namoradas. Várias sorriram para mim, mas duas em especial tinham os lábios franzidos.
- null null! – Roby veio em minha direção abismada. – Dá uma voltinha! – Ela disse, segurando minha mão e ri fracamente, dando uma volta ao redor do corpo, sentindo-a me girar. – Você está in-crí-vel! – A esposa de Marchisio falou pausadamente, me abraçando em seguida.
- Grazie, Roby! Você também. – Falei do seu vestido grafite.
- Um arraso! – Carolina falou, me fazendo rir e abracei a esposa de Chiello.
- Grazie! – Rimos juntas.
- Nem me surpreendo por ela estar esse arraso! – Martina disse, me fazendo rir fracamente.
- null! Uau! Está linda! – Ilaria disse com um falso sorriso no rosto e dei um aceno com a cabeça.
- Senhora D’Amico. – Falei, deixando meu falso sorriso aparecer em meus lábios e virei para sua acompanhante. – Maddalena. – Assenti com a cabeça.
- null... – Ela disse. – Bonito vestido.
- Grazie! – Assenti com a cabeça.
- Está sozinha hoje? – Ilaria perguntou. – Seu namorado não veio junto? – Ri fracamente.
- Existem eventos que precisamos ser nossos próprios holofotes. Sem ninguém ao nosso lado. – Sorri, sustentando o olhar por um tempo e ela pressionou os olhos, assentindo com a cabeça.
- null, te encontrei! – Virei para Virginia. – Uau! Não me surpreendo todo mundo estar olhando para você! – Ri fracamente, abraçando-a. – Você está linda!
- Grazie, Gini! – Rimos juntos.
- Agnelli te quer para acompanhar na exposição, pode ser? – Ela perguntou.
- Sim, claro! Mas achei que seria só o Gigi.
- Quem mandou vir linda assim? – Ela disse e passei o braço em suas costas. – Vamos lá?
- Sim, claro! – Rimos juntas e virei rapidamente para as mulheres. – Se me dão licença, senhoras. Bom evento.
- Grazie, null! – Algumas falaram sorrindo e acenei, seguindo com Virginia para perto do palco, me aproximando de Andrea.
- Conseguiu ver tudo?
- Nada, na verdade. – Ri fracamente. – Fiquei presa com algumas pessoas.
- Depois você vê, apesar que já o conhece tudo. – Rimos juntos.
- Beh, foi menos pesado que a inauguração do estádio, mas já sei seu discurso de cor. – Disse e ele riu fracamente.
- Cheguei a tempo? – Senti uma mão em minhas costas e virei o rosto, vendo Gigi e dei um curto sorriso.
- Sim, vou começar agora. – Andrea disse e segurei a mão de Gigi e abaixei-a, colocando entre nossos corpos e Gigi me olhou e nossos olhos estavam quase na mesma linha.
- É branco, suja. – Falei e ele riu fracamente. – Boa sorte, Andrea. – Ele assentiu com a cabeça e seguiu para a lateral do palco.
- Buona sera a tutti! Meu nome é Melanie Winiger e serei sua apresentadora essa noite. – A modelo, atriz e apresentadora sueca começou a falar.
Ela fez uma rápida apresentação sobre ela, sobre a grande mudança que acontecendo no time, apresentou o DJ dessa noite, ele se apresentou e depois estava na hora de Andrea subir no palco e finalmente apresentar nosso novo conceito para todo mundo que estava aqui hoje, além da transmissão em nosso site e divulgação simultânea em todas as redes sociais.
- Agora, vamos fazer um joguinho aqui. Quando você pensa na Juventus, que coisa vem na sua mente? – Ela disse e senti o ombro de Gigi tocar no meu levemente e virei o olhar para ele devagar, vendo-o olhar para o palco e suspirei. Aqui não, Gigi. Aqui não! – Provavelmente outro nome vai aparecer em sua cabeça. O nome da família Agnelli, obviamente, porque a Juventus é da família Agnelli há quase 100 anos. Isso é um recorde na história do esporte mundial. – Ela disse. – E agora, uma pessoa que não precisa de apresentação, mas agora, uma salva de aplausos para o presidente da Juventus, Andrea Agnelli. – Ela disse e acompanhei o pessoal para aplaudir Andrea que subiu ao palco.
- Signore e signore, buona sera a tutti. È un grandissimo piacere poder recebê-los aqui essa noite nesse Museo Nazionale della Scienza e della Tecnologia aqui em Milão. – Agnelli começou. – É um local não habitual para nós, é um lugar de cultura, é uma cidade diferente, mas é importante que seja assim, pois todos vocês estão aqui por causa de um nome, de uma marca, graças a Juventus. – Ele disse.
“E isso me faz pensar que a primeira coisa que te trouxe aqui hoje foi seu apoio pela Juventus. Foi a paixão por esse time, o sentimento de pertencimento, mas não só isso. Hoje, aqui conosco, existe um público vasto, um público da arte, da moda, da economia, de finanças, existem diferentes mundos conosco aqui hoje, mas não vamos esquecer do mundo do futebol.”
O discurso de Agnelli durou mais 10 minutos. Ele fez um agradecimento à equipe responsável por essa mudança e começou a fazer a apresentação do novo conceito brand. Todos em volta tinham os olhos virados nele e na curiosidade que nosso J daria ao mundo do futebol.
- Nós queremos atingir diversas faixas etárias em diversas partes o mundo com um discurso acessível que precisa ser focado no entretenimento em 360 graus. A Juventus faz isso pelo futebol, o maior esporte do mundo, com essa essência. A Juventus atravessa isso no campo, com a sua vontade de quebrar barreiras e de continuar a vencer, quer se tornar mais acessível a todos. – Agnelli disse. – E como podemos nos tornar isso? – Ele indicou para o lado. – Esse vídeo vai mostrar para vocês. – Dei um curto sorriso.
O vídeo de apresentação da marca completo começou a passar no telão e os pelos de meu braço se arrepiaram automaticamente. Ele havia ficado perfeito em diversas formas possíveis. As diversas cenas como se fosse um trailer de cinema, e com poucas imagens de futebol, sendo Gigi, Pavel, Zidane, Platini e Del Piero os únicos jogadores a aparecer, deixou o local em silêncio completo. De surpresa ou de impacto, e o logo apareceu na tela no final, tirando aplausos da plateia.
- Esse vídeo foi muito poderoso. – Melanie voltou ao palco. – Agora, nos diga o que ele quer dizer ao mundo. O que estamos fazendo aqui?
- Foi um exercício longo, de mais de um ano, e tentamos entender qual o nosso novo foco. O que nossos torcedores querem? O que o mercado quer? A Juventus tentou entender não só o que a Juventus quer hoje, mas o que representa esse novo logo? Esse logo não é só um senso de pertencimento, mas para definir um stilo Juventus que toca o outro. Que possa se comunicar com o que acontece em campo e fora dele. Que são o mundo das crianças, o mundo das mulheres, o mundo de todos. Fazer com que eles se aproximem de nós, não só do futebol que continua nossa essência, mas um modo de ser e de existir. – Ele disse. – É uma forma de mostrar que é o futebol, que está na nossa essência, mas também comunicar um sistema de valores que vai ao outro, e que, dentro do futebol, englobe vários mundos. – Ele disse.
- A filosofia Juventus. Belíssimo! – Melanie disse e assenti com a cabeça.
Melanie e Andrea conversaram mais um pouco sobre o histórico de escudos da Juventus, falou sobre Pavel, sobre mim, sobre Beppe e Paratici e que o foco sempre foi o futuro da marca, da Juventus, dessa família e desse stilo.
- Olhando para essas imagens, você está pronto para o futuro? – Melanie perguntou.
- Sim, estamos prontos para o futuro! – Ele disse. – Agora, vamos para o futuro? – Ele perguntou. – Agora, convido todos a darem um passo para o futuro da Juventus. – Ele disse, chamando o pessoal para a entrada da exposição principal e eu e Gigi esperamos que ele descesse as escadas.
- Pronto para isso? – Gigi perguntou e ri fracamente.
- Muito! – Dei um curto sorriso.
Agnelli desceu os degraus e foi o primeiro a entrar na exposição junto de sua esposa, Deniz, e Gigi indicou o espaço com a mão e fui à frente dele, mantendo as mãos segurando a bolsa ao meu lado.
- Venha, me faça companhia! – Deniz disse e abracei-a de lado, rindo fracamente.
A exposição interna era mais literal, mostrava como a Juventus se comunicaria entre todos esses públicos. Então inicialmente focamos no mundo da arte usando o nosso novo logotipo. Depois ao vestuário, depois ao mercado de vinhos, café, joias e grandes marcas de vestuário. Era um planejamento completo. Fazia com que todos esses mundos finalmente se comunicassem por meio do futebol.
- A null está quieta! – Agnelli disse e ri fracamente, vendo ele e Gigi virarem para mim.
- É incrível ver isso finalmente pronto. – Sorri.
- Conseguimos, null! – Ele esticou a mão e bati o punho na dele.
- Conseguimos. – Suspirei, aproximando o rosto dos três. – Esperem a crítica da imprensa amanhã! – Eles riram juntos.
- É inovador, mas é incrível. – Gigi disse. – Complimenti!
- Grazie. – Sorri.
- “A vida é uma questão de branco e preto”. – Gigi disse, lendo um dos vários pôsteres.
- Nossas cores, nossa filosofia, nosso estilo de vida. – Falei sorrindo e ele assentiu com a cabeça.
- Não vamos esquecer dos comes e bebes! – Deniz disse.
- Sim, claro! – Falei rindo fracamente. – Tem um drink especial do lançamento.
- Vocês realmente pensaram em tudo. – Gigi disse e desviei das pessoas que começavam a entrar.
- Por acaso fazemos algum serviço pelo meio do caminho? – Falei, virando o olhar para ele que deu um curto sorriso, assentindo com a cabeça.
- Ah, Gigi! Carino! Te encontrei. – Ilaria apareceu e suspirei, arregalando levemente os olhos.
- null, por favor! – Agnelli disse sugestivamente, estendendo a mão para mim e segurei-a, seguindo com ele. – Venha! Quero te mostrar uma coisa. – Ri fracamente, sendo puxada para mais longe do pessoal.
- Não é nada, certo?
- Obviamente! – Ele disse e rimos juntos.
- Grazie! – Sorri.
- Aproveite a festa, null! Aproveite o dia. Você e a Angela foram responsáveis por isso. – Ri fracamente.
- Você sabe que isso não é completamente verdade, Andrea. Todos somos responsáveis por isso, mas eu liberei o dinheiro e ela o operacional. – Falei, dando de ombros e ele riu fracamente.
- Que nossa parceria continue forte assim! – Ele disse sorrindo.
- E vamos para mais um scudetto e ver o que as outras competições nos aguardam. – Ele sorriu.
- Que Deus nos ouça! – Ele falou e rimos juntos.
- Foi uma ótima festa, não acha? – Ilaria me disse após alguns minutos de silêncio no carro.
- Sim! Foi ótimo! – Suspirei. – O time fez uma ótima remodelação.
- Está feliz com o resultado? – Ela perguntou.
- Sim, bastante, achei realmente genial...
- Um tanto genial demais, não acha? – Ela disse e virei o olhar para ela.
- O que quer dizer com isso? – Perguntei.
- Ah, eles tiraram completamente a cara do futebol, não tem mais um símbolo, é só um J.
- Eu achei ótimo! – Disse firme. – Dialoga com todos os públicos, mostra que somos mais do que só um time, reafirma o stilo Juve, e eu nem sou da área... – Ela bufou, revirando os olhos.
- Mesmo assim! Perderam completamente a essência. Vai ser execrado na imprensa amanhã, pode esperar.
- Você vai execrar amanhã? – Perguntei, olhando fixo para ela e esperei que ela virasse o rosto para me encarar.
- Não seja dramático, carino! – Ela passou a mão em meu ombro. – Não xinguei seus amiguinhos...
- Por que me pareceu que sim, então? – Suspirei. – Você sempre gosta de inovações, achei que gostaria.
- Não, não gostei! – Ela disse, virando o rosto para outro lado.
- Você está com uma implicância... – Falei, tentando calcular o tom que isso saía.
- Ah, eu estou com implicância? Você ficou a festa inteira olhando para alguém que não era eu e eu estou implicante? – Ela perguntou e suspirei, sabia que chegaria a isso.
- Ah, então isso é sobre a null... – Ri fracamente. – Inacreditável.
- Então você acha que eu estou exagerando? – Ela soltou uma risada sarcástica.
- É claro! A festa inteira estava olhando para ela, caso não percebeu. E ela é uma das autoras do projeto, ela mereceu todos os holofotes.
- Não acredito que está defendendo ela. – Ela disse.
- Estou me defendendo, na verdade! – Falei rindo fracamente. – Ela estava muito bonita e todo mundo olhou para ela.
- Parecia querer chamar atenção... – Ela bufou.
- Como se precisasse... – Ri fracamente.
- E aquele vestido era muito vulgar, ela ofuscou todo mundo.
- Acho que só você não gostou dela, só ouvi elogios para ela. – Falei, rindo fracamente.
- A Maddalena do Barzagli também não gostou. – Pressionei os lábios.
- Nem me surpreendo... – Cantarolei baixo.
- O que disse?
- Nada! – Bufei. – Você tem suas opiniões, Ilaria. Só não confunda suas opiniões pessoais com o trabalho do time. Essa equipe administrativa faz muito bem ao time há seis anos e eles só têm elevado o patamar cada vez mais, eu vou protegê-los.
- Uh, está bem, irritadinho! – Ela disse, revirando os olhos e suspirei, relaxando meu corpo atrás. – Não importa! Eu quero chegar e tomar uma pílula enorme para dormir, estou com dor de cabeça. – Ela disse e eu suspirei.
Não era nem surpresa para mim que Ilaria não tinha gostado do evento, do rebranding, da roupa de null e ainda reclamava de dor de cabeça, ela não tinha sido o foco e nem seria, em nenhuma situação, mas null chegar com aquele vestido matador, ah, foi a cereja no bolo. Confesso que foi muito difícil não ficar duro ali mesmo e não agarrá-la e beijar na frente de todo mundo. null causava esses efeitos um tanto animalescos em mim.
No geral, a festa foi incrível. A exposição estava maravilhosa, a apresentação de Andrea foi sensacional, o time estava feliz, as namoradas – em sua maioria – estavam felizes, mas eu realmente entendia o que Ilaria falou. Era uma mudança gigantesca, teria uma forma de retaliação por parte da imprensa, eu tinha certeza, mas o que importa é que o time havia literalmente dado um passo adiante. Ousado e inovador.
O carro saiu do hotel e agradeci por não ter mais fãs, afinal, era mais de três da manhã, me surpreenderia se estivessem. Ilaria saiu do lado da calçada e eu dei a volta para encontrá-la. Ela segurou minha mão e caminhamos juntos até a entrada. Cumprimentei o segurança na porta e entramos no mesmo.
Alguns de meus companheiros de time estavam lá e conversaram no lobby e acenei a mão para eles, seguindo em direção ao elevador. Procurei null rapidamente com o olhar, mas seria mais óbvio perceber sua presença. Ao chegar no meu andar, pude ouvir algumas vozes e risadas. Quando saí, encontrei Chiello, Leo, Barza e Claudio mais confortáveis sem os paletós e as camisas para fora da calça.
- Ei, Gigi! – Eles disseram juntos
- Ciao, ragazzi! – Me aproximei. – E aí, aproveitando um pouco?
- Só falando da festa! – Claudio disse. – Estava incrível!
- Acho que eu nunca comi tanto na minha vida! – Chiello disse e rimos juntos.
- Carino, eu vou indo para o quarto, ok?! – Ilaria disse, dando um curto beijo em minha bochecha.
- Tudo bem, vou ficar aqui com os meninos! – Falei.
- Tem a chave? Eu vou dormir muito rápido! – Ela perguntou e passei as mãos nos bolsos do paletó, tirando uma chave do mesmo. – Ok, buona notte, ragazzi!
- Buona notte! – Falei junto de meus amigos e acompanhei-a entrar no quarto com o olhar e a porta bater.
- Ah, finalmente! – Suspirei, soltando o botão do paletó.
- Ih, está com cara de quem não gostou! – Leo disse rindo.
- Ela veio reclamando de lá até aqui da festa, do time, da ideia, da null...
- Ah, é claro que ela ia reclamar da null! Maddy reclamou também. – Barza disse, revirando os olhos.
- Ela estava linda demais, cara! – Chiello disse.
- Nem fala, quase precisei dar uma corrida no banheiro e... – Fiz um movimento com a mão de masturbação e eles riram.
- Já faz quase três anos do que aconteceu comigo e com ela, mas algo estranho aconteceu também, cara! – Barza disse e gargalhamos.
- Beh, eu não tenho nenhum tipo de interesse amoroso com null e balancei também. – Claudio disse.
- Ela estava extraordinária. – Suspirei, negando com a cabeça.
- O Gigi eu até entendo, Barza, mas você é um tanto estranho, não? – Chiello disse e ele riu fracamente.
- Não precisa jogar nas minhas costas que meu casamento é um desastre, Giorgio, não agora... – Rimos fracamente.
- Foi um ótimo dia, pena que perdemos o jogo ontem... Antes de ontem, ou seria melhor ainda. – Eles concordaram.
- É, não tem como negar isso... – Um apito nos distraiu e viramos para o elevador, vendo null sair dali da mesma forma de antes, mas os sapatos nas mãos.
- null! – Todos falamos surpresos.
- Uau! Que recepção! – Ela disse, rindo fracamente e se aproximou de nós.
- Eu posso só repetir como você está linda? – Claudio disse, estendendo a mão e ela riu fracamente.
- Vocês são muito tontos! – Ela girou conforme Claudio movimentou sua mão e ela riu fracamente.
- Não, null. Você está um arraso. – Falei e ela riu fracamente, se debruçando em meu ombro e dando um beijo em minha bochecha.
- Agradeço, mesmo. – Ela deu um curto sorriso. – Mas eu preciso comer! – Ela disse e eu e o pessoal nos entreolhamos.
- Comer? – Barza perguntou.
- É, comer! Você realmente acha que dá para eu comer com esse vestido? – Ela seguiu até o fim do corredor e automaticamente nos aproximamos dela. – Estou com sede também.
- Você não comeu ou bebeu nada? – Chiello perguntou e ela abriu a porta de seu quarto, entrando no mesmo e franzi a testa, seguindo logo atrás dela. – null? – Ele repetiu.
- Não, não comi! – Ela apareceu na porta do quarto com uma garrafa e o cardápio do hotel.
- A festa começou as oito, são mais de três, você ficou sete horas sem comer? – Claudio fez as contas na mão enquanto null virava a garrafa de água inteira, suspirando assim que acabou.
- É, foi isso mesmo! – Ela passou as costas da mão nos lábios. – Os sacrifícios que fazemos pela beleza.
- Compensou totalmente. – Falei e ela deu um sorriso, olhando para o cardápio.
- Uh, vou querer isso! – Ela mordeu a ponta do dedo, rindo sozinha. – Beh, ragazzi! Eu preciso comer antes que eu desmaie, boa noite para vocês! – Ela disse, olhando para mim e dando uma piscadela antes de fechar a porta.
- Boa noite, null! – Quatro falaram e mordi meu lábio inferior.
- Se me dão licença, ragazzi! – Falei e eles riram.
- Vai, Gigi! – Barza deu uns tapinhas em meu ombro. – O único a se dar bem hoje. – Ri fracamente.
- Alguma vantagem eu preciso ter, não?! – Dei de ombros.
- Vai lá, capitano! – Chiello disse e ri fracamente, seguindo até a porta do quarto de null e deu dois toques na porta, não esperando mais do que cinco segundos para uma fresta se abrir.
- null? – Empurrei a porta devagar, vendo null andar pelo quarto.
- Entra! – Ela disse, se sentando na mesa e discando no telefone. – Por que não me surpreendo de você vir atrás de mim? – Ela perguntou e bati a porta, passando o trinco.
- Porque eu estou querendo te agarrar e arrancar esse vestido de você desde a hora que eu te vi. – Ela riu, negando com a cabeça e ergueu o indicador.
- Oi, tudo bem? Aqui é null null, a cozinha está funcionando? – Ela perguntou e eu tirei o paletó, deixando-o na poltrona junto do sobretudo em meu braço. – Ah, que ótimo. Sei que é tarde, mas será que dá para fazer um desse american burger para mim? Sim? – Ela disse animada! – Ah, obrigada! Quero também batatas fritas com bastante queijo. Isso! – Ri fracamente, vendo-a morder a ponta do polegar. – Ah, pode trazer uma Coca-Cola também, de 700... Isso! – Ela riu. – Ah, pode colocar na conta do quarto. Isso! Ok, eu espero! Obrigada! Ciao, ciao! – Ela disse, desligando o telefone.
- Você está realmente com fome! – Falei rindo e ela se levantou.
- Ah, nem fala! A última vez que eu comi foi seis horas, antes de eu começar minha maquiagem! – Ela se levantou, rindo fracamente. – Ainda com tanta comida gostosa, não tinha como. – Ela se aproximou de mim.
- Não bebeu nada também? – Perguntei.
- Estava com medo de derrubar algo no vestido. – Levei uma mão para seus cabelos curtos.
- Você está incrível! – Ela sorriu. – E adorei o cabelo curto. – Ela riu fracamente. – Ok, isso é pleonasmo, eu adoro tudo em você. – Ela sorriu.
- Você também estava bonito. – Ela disse, inclinando o corpo em minha direção e toquei seu queixo, dando um curto selinho em meus lábios, me fazendo sorrir. – Agora, me ajuda aqui! – Ela virou de costas para mim. – Abre aí!
- Fácil assim? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Eu vou explodir se eu ficar mais um minuto com esse vestido! E eu não quero rasgar!
- Só mais um pouco! – Falei baixo e passei as mãos em sua cintura, sentindo o tecido liso e ela se virou de frente para mim, mordendo o lábio inferior.
- Você quis fazer isso a noite toda, não?! – Ela perguntou, passando as mãos em meus ombros.
- Desde o primeiro momento em que eu te vi! – Falei, levando meus lábios pelo seu pescoço, desviando do colar que ela usava para deixar um curto beijo. – Você judiou de mim, null! – Ela riu fracamente, apoiando uma mão em meu peito.
- Você realmente vai querer fazer isso com a sua namorada no quarto do lado, praticamente? – Ela perguntou e subi os lábios para sua orelha, mordendo o lóbulo devagar.
- Vou gostar mais ainda se você não falar dela. – Pedi e ela riu fracamente.
- Só checando se sua cabeça ainda está no lugar correto. – Ela disse.
- Ela está! – Ergui meu rosto para ela. – Está contigo. – Ela sorriu e pressionei nossos lábios apressadamente, ouvindo-a suspirar logo em seguida.
Apertei minhas mãos ao redor de seu corpo, sentindo dificuldade em segurar firme alguma parte de seu corpo devido ao vestido justo em seu corpo, mas os lábios se movimentaram com força sobre os seus. Uma mão segurava meu rosto e a outra apertava meus cabelos enquanto acariciava minha cabeça devagar.
Uma de suas pernas entrelaçou entre as minhas e suas mãos desceram pelas minhas costas devagar. Afastei nossos lábios devagar e deslizei-os pelo seu pescoço, dando fortes chupões, ouvindo seus suspiros se misturarem com os estalos em seus lábios. Cheguei em seus seios, começando a beijar o excesso que saía pelo decote e suas mãos passaram em meus cabelos.
Deixei vários beijos no local, passando a língua no vão deles e apertava seu corpo conforme eu conseguia, deslizando as mãos pelas suas costas e sua bunda. Seus suspiros escapavam sem dó de seus lábios juntos de alguns curtos gemidos, fazendo meu pênis começar a apertar em minha calça. Sua mão apertou em meus cabelos e ela puxou-os com força, me afastando do local.
- Ok, tira! Tira! – Ela pediu com pressa, girando o corpo e ficando de costas para mim.
Segurei seu vestido na parte de cima e puxei o zíper inteiramente, sentindo-a apertar os seios por cima do vestido enquanto eu via suas costas completamente nuas. Ela soltou um suspiro assim que eu o abri inteiro, até relaxando os ombros com o feito.
- Ah, alívio! – Ela disse rindo fracamente e passei as mãos em sua cintura e levei os lábios até seu ombro. – Grazie.
- Se vale de alguma coisa, você fica mais linda ainda sem ele! – Falei e ela riu fracamente, apoiando uma mão em cima da sua.
- De você sempre vale! – Ela virou o rosto para o lado e fiz o mesmo colando os lábios nos dela novamente em um curto selinho. – Agora, me ajuda a tirar inteiro. – Ela disse e assenti com a cabeça.
Soltei-a devagar e ela ficou de frente de mim, dando uma piscadela. Ela passou as mãos na lateral do vestido, tirando-o de seus seios nus e puxou-o para cima, segurando na área da fenda. Quando ela tirou o vestido completo, fiquei surpreso por encontrar null nua em pelo, se não fossem as joias em seu corpo e aquilo fez minha ereção apertar mais forte dentro da calça social.
- Você estava sem calcinha esse tempo todo? – Perguntei e ela abriu um largo sorriso antes de escondê-los com uma mordida no lábio inferior.
- Não cabia uma calcinha nesse vestido. – Ela jogou o vestido esticado em sua cama e soltei um suspiro.
- Se eu soubesse disso antes... – Falei, puxando-a para mim novamente e colando meu corpo no seu.
- O quê? Você ia me pegar no meio da festa? – Ela provocou, colando os lábios em meu pescoço, dando curtos beijos.
- Antes disso eu já quis, agora, então... – Falei e ela riu fracamente.
- Um dia você já vai poder fazer isso. – Ela disse, subindo os lábios para os meus, dando um curto beijo neles. – Mas ainda não é hoje! – Ela deu um curto selinho.
- Ah! Isso é frustrante! – Falei e ela riu fracamente, segurando meu rosto com as duas mãos.
- Eu estou pelada na sua frente e isso é frustrante? – Ela mordeu meu lábio inferior, puxando-o para si e ri fracamente.
- Não! – Disse rindo. – Isso nunca é frustrante. – Passei as mãos em sua cintura. – Isso... – Dei um curo beijo. – É... – Outro. – Fan... – Outro beijo... – Tás... – Mais um. – Ti... – Outro. – Ok, cansei! – Falei rindo e ela pressionou os lábios nos meu fortemente, colando sua testa na minha.
- Estou me achando sem vantagem nenhuma... – Ela disse, passando as mãos em meu peito.
- Tira! – Falei baixo e ela mordeu o lábio inferior, passando as mãos nos botões da minha camisa, abrindo-o um por um.
Enquanto ela fazia isso, levei minhas mãos para sua cintura, acariciando-a levemente, sentindo seu corpo gelado e não era de se surpreender, baseado nos ombros de fora. Ela passou as mãos por dentro da minha calça e puxou a camisa. Ela subiu as mãos pelos meus ombros, empurrando a blusa e eu tirei-a, jogando-a na poltrona do lado, junto de minhas outras coisas.
null passou a ponta das unhas pretas em meu peito delicadamente, passando a mão na minha corrente e descendo pela minha barriga, sorrindo com os lábios pressionados. Suas mãos chegaram na minha ereção e pressionei os lábios. Ela se abaixou no chão, ficando de joelhos e abriu meu cinto, puxando-o com pressa do passador e passou as mãos no cós da minha calça, puxando-o para baixo, deixando-a cair até meus joelhos.
Ela passou a mão em cima da ereção evidente em minha cueca e suspirei quando ela adentrou a mão em minha cueca, segurando meu pênis e o puxou para fora. Uma mão foi para minha coxa e ela me puxou para mais perto de si. A outra mão começou a deslizar meu pênis devagar, em uma leve carícia e joguei a cabeça para trás, suspirando.
- Ah, null!
Ela soltou um risinho antes de tocar meu pênis com meus lábios e mordi meu lábio inferior. Ela começou a sugar a cabeça, estalando os lábios com o feito e segurou com mais firmeza, começando a sugar mais fortemente. Engoli em seco, soltando um suspiro logo em seguida e levei uma mão até sua cabeça, acariciando-a devagar, sentindo-a acelerar os movimentos.
Quando ela começou a ir mais fundo, ela espalmou as duas mãos em minha bunda e comecei a forçar meu quadril para frente, penetrando seus lábios devagar, aumentando a velocidade conforme a excitação crescia cada vez mais em meu peito.
null entreabriu a boca, deixando que eu chegasse cada vez mais fundo. Ela segurou meu pênis novamente, me forçando a ir mais devagar e passou a língua na cabecinha, me deixando suspirar e seus lábios estalaram em meu pênis com força, me fazendo suspirar.
- Não goza ainda... – Ela pediu baixo, lambendo toda a extensão do meu pênis.
- Está um pouco difícil... – Suspirei, sentindo minha voz sair em um sopro.
- Beh, se é assim... – Ela apertou as mãos em minhas pernas, dando mais um beijo na cabecinha, antes de se levantar novamente. – Não vamos perder tempo. – Ela disse, passando as mãos em meu pescoço e ficou na ponta dos pés para dar um longo beijo em meus lábios.
Passei as mãos pela sua cintura, erguendo-a no ar, ouvindo um curto gritinho, que a fez conter com um beijo em meu pescoço e passei as mãos atrás de seu corpo. Andei até a cama, jogando-a no meio da mesma, ouvindo-a rir surpresa e ela se ajeitou no centro do colchão, jogando os cabelos para trás antes de me chamar com o dedo.
Me aproximei dela de frente para cama, segurando suas pernas pelas panturrilhas, puxando-a, deixando-a mais na beirada da cama e ela mordeu o lábio inferior. Fiquei entre suas pernas, inclinando meu corpo para o seu e deixei um beijo em seus lábios, antes de ficar em pé novamente, deslizando as mãos pelas suas coxas.
- Camisinha? – Perguntei e ela suspirou.
- Onde eu deixei? – Ela ergueu o corpo, apoiando os antebraços no colchão. – Minha bolsa! – Ela olhou em volta, apontando para a bolsa dela na mesa. – No bolso interno. – Ela disse apressada.
Segui até sua bolsa, abrindo-a e passei as mãos nos diversos bolsos internos, até achar três pacotes de camisinha e puxei os três, jogando-os na mesa. Abri um pacote, voltando até ela e joguei o embrulho no chão, me colocando entre suas pernas antes de vestir a camisinha. Ela relaxou seu corpo na cama novamente quando eu finalizei e apertei suas coxas novamente.
- Vai, rápido! – Ela pediu, suspirando e puxei-a para mim novamente, vendo-a abrir mais suas pernas, apoiando os pés no colchão e soltei uma perna, guiando meu pênis em sua entrada.
- Está com pressa? – Perguntei, encaixando a cabecinha em sua entrada e ela suspirou.
- Estou esperando minha comida, esqueceu? – Ela perguntou e ri fracamente.
- E você vai me abandonar quando chegar? – Penetrei-a com força e ela gemeu alto, cobrindo a boca com a mão rapidamente.
- Talvez... – Ri fracamente e ela esticou uma perna em meu peito e passei a mão em sua canela, apertando-a com força.
- Vamos agilizar isso, então... – Falei e ela suspirou, jogando a cabeça para trás.
Comecei a movimentar meu pênis em vai e vem, sentindo-o deslizar com facilidade dentro dela e a outra mão levou para sua barriga, apertando sua cintura quando inclinei meu corpo para frente. Ela levou uma mão para meu rosto, segurando em meu queixo e colou nossos lábios delicadamente por alguns segundos.
Deixei meu membro deslizar dentro dela cada vez mais fundo, ouvindo alguns gemidos ficarem presos em sua garganta e ela apertou uma mão em volta de meu corpo, pressionando os músculos de minhas costas. Deixei que meu corpo tombasse para frente, apoiando os braços na lateral de sua cabeça e suas mãos acariciaram-nos.
- Vai, rápido! – Ela pediu em um sussurro e apoiei minha testa na dela, acelerando o movimento do quadril, forçando meu pênis cada vez mais fundo. – Isso! Ah, Gigi! Vai! – Ela segurou meus braços com firmeza.
Apertei minhas mãos em punhos na cama, puxando um pouco da coberta com os dedos e comecei a sentir o suor deslizando pelo meu peito e meu rosto. Os suspiros de null ficaram cada vez mais fortes e curtos e suas pernas passaram ao redor do meu corpo, me apertando mais perto de si.
Desacelerei os movimentos, sentindo meu corpo se contrair cada vez mais, me fazendo soltar alguns suspiros mais altos e null apertou meus braços e deu um gemido mais alto, mordendo fortemente seu lábio inferior segundos antes de meu corpo se contrair e eu gozar, fazendo minha respiração sair com fora.
Soltei um suspiro alto, sentindo suas pernas soltarem de meu corpo e suas mãos relaxarem, caindo no colchão e foquei em seus olhos novamente, ouvindo sua respiração forte próximo a meu rosto. Deixei um sorriso se forçar em meus lábios e ela riu fracamente, acariciando minha bochecha levemente.
Ela tirou a cabeça do colchão por alguns segundos e colou nossos lábios delicadamente, me fazendo suspirar e jogou a cabeça para trás novamente. Esperando normalizar a respiração e deixei meu corpo cair levemente em cima do dela.
- Então... – Ela falou baixo, soltando a respiração pela boca. – Era isso que queria fazer comigo? – Ela perguntou baixo e ri fracamente.
- É um começo. – Falei e ela ergueu o olhar, colando nossos lábios novamente e duas batidas na porta nos distraíam.
- Bem na hora. – Ela disse e ri fracamente.
- Eu vou... – Falei, levantando meu corpo e ela ergueu o corpo quando tirei meu pênis, ouvindo-a suspirar mais uma vez.
- Fica comigo enquanto eu como? – Ela perguntou, se levantando e seguindo até a porta, pegando o roupão pendurado ali. – Acho que podemos aproveitar um pouco mais e você pode finalizar o que estava planejando. – Ela vestiu o mesmo, amarrando-o na cintura e mordi meu lábio inferior, dando um sorriso.
- É, eu só vou... – Apontei para o pênis e ela riu fracamente, assentindo com a cabeça.
- E eu vou... – Ela indicou a porta e sorri, me escondendo dentro do banheiro e encostei a porta devagar. – Oi! Ah, obrigada! – Ouvi sua voz animada e ri fracamente, me encostando na beirada do móvel, sentindo minha respiração acelerada.
- Ah, isso foi ótimo! – Falei com a boca cheia quando coloquei o último pedaço do lanche na boca.
- Satisfeita? – Gigi perguntou e ri fracamente, pegando o guardanapo e limpando as mãos, enquanto terminava de mastigar.
- Mais que satisfeita... – Suspirei, relaxando o corpo na poltrona e o vi pegar algumas batatas. – Você também estava com fome, pelo jeito.
- Cansei demais hoje. – Ele me esticou o grande copo de refrigerante que agora estava menos da metade e o pequei, sugando mais um pouco de bebida pelo canudo.
- Ah, você cansou demais? – Falei rindo, pegando uma batata e colocando-a na boca. – Eu estou feliz, hoje deu tudo certo.
- Tudo? – Ele perguntou mordendo os lábios.
- Falei da apresentação, Gigi. – Chutei-o levemente que riu, pegando minha perna e apoiando em seu colo. – Mas é, podemos dizer que tudo deu certo. – Pisquei e ele riu fracamente, começando a acariciar meu pé. – Eu preciso tirar a maquiagem, tomar um longo banho... – Suspirei. – Não posso esquecer que ainda é segunda-feira.
- Vai trabalhar hoje? – Ele perguntou, dobrando minha perna e apoiei-a em sua coxa, sentindo-o apertar abaixo do joelho.
- Talvez... – Suspirei. – Tenho que finalizar a vinda do Rincón, ele está conosco faz uns 10 dias e ainda não voltou do administrativo, depois tem a saída do Evra...
- Evra vai sair? – Ele perguntou surpreso e assenti com a cabeça.
- Vai... – Suspirei. – Mais um falso francês que eu vou perder. – Ele levou os lábios para meu joelho, dando um beijo no mesmo e bebi mais um pouco do refrigerante.
- Achei que ele estava feliz aqui... – Ele disse, afastando os lábios devagar e abaixou minha perna, me fazendo apoiar no braço da poltrona.
- Ele está, mas já tem 35 anos, está tendo cada vez menos espaço... – Suspirei. – E ele quer voltar para França, então cancelei o contrato de extensão e vou ajudar nessa...
- É uma pena, ele ama muito a Juventus. – Vi Gigi ficar na beirada da sua poltrona e deslizar os lábios pela parte interna da minha perna, acariciando a parte de cima com os dedos.
- Vamos perder o seu bordão... – Apoiei o copo na mesa de novo, sentindo meu corpo arrepiar e mordi o lábio inferior.
- “I love this game!” – Ele ergueu os olhos para falar e sorri, assentindo com a cabeça.
- Enfim, vai ser uma perda difícil, mas a única. – Suspirei, sentindo-o subir os lábios internamente, deixando curtos beijos na minha perna.
- Eu estou aqui! – Ele disse, ajoelhando no chão e mordi meu lábio inferior.
- É... Ainda está! – Suspirei quando suas mãos subiram para minhas coxas por dentro do roupão.
- Para sempre... – Ele disse em um tom mais baixo e levou as mãos para o cordão que fechava meu roupão e puxou-o, soltando e pressionei os lábios no outro, sentindo a respiração falhar.
Meu roupão abriu e ele desceu as mãos para minhas coxas novamente, acariciando-as levemente. Seus lábios voltaram para minhas pernas, entreabrindo mais as pernas, o que facilitou pela forma relaxada que eu estava na cadeira e só acompanhei seus movimentos. Ele segurou atrás dos meus joelhos, me puxando mais para frente e deixei a cabeça tombar para trás, apoiando o pescoço no encosto da poltrona.
- Ainda com fome? – Perguntei baixo, sentindo minha voz sair falha.
- De você? Sempre! – Ele respondeu, fazendo sua respiração quente bater contra minha pele e seus beijos foram subindo por dentro de minha perna, fazendo meu corpo arrepiar.
Seus lábios chegaram em minha virilha, dando um beijo nela e entreabri mais as pernas quando ele desceu pela minha vagina. Ele lambeu a extensão da mesma, me fazendo contrair o corpo e levei a mão até seus cabelos, acariciando-o devagar. Mordi meu lábio inferior quando ele começou a sugar meu clitóris com força e apertei uma mão em seus cabelos e a outra no braço da poltrona.
- Gigi...
Minha voz saiu falhada e ele puxou minhas pernas mais para si, sugando meu clitóris com força e continuadamente, fazendo minha respiração sair falhada e mais forte. Ele afastou os lábios de meu clitóris e desceu para minha entrada, lambendo a extensão inteira, antes de adentrar os lábios com a língua, deslizando pela minha entrada.
Meu corpo já estava em estado de alerta e o suor começava a acumular em meu peito e minha barriga. Todo meu corpo estava arrepiado e começava a se contrair conforme o orgasmo se aproximava. Gigi apertou minhas coxas mais uma vez, afundando os lábios em meu clitóris novamente e deu algumas lambidas antes de começar a sugar o lugar novamente.
- Ah... Ah! – Senti meu corpo começar a tremer de excitação e apertei a mão em seus cabelos, puxando alguns fios quando meu corpo explodiu em excitação. – Ah! – Suspirei.
Minhas mãos afrouxaram os cabelos de Gigi aos poucos assim como suas sugadas. Ele deu um curto beijo no local, me fazendo suspirar e se afastou um pouco, erguendo o corpo. Meus lábios estavam pressionados e levemente mordidos e tentei relaxar. Ele lambeu os lábios, abrindo um sorriso em seguida e inclinou o corpo em direção ao meu e acariciou meu queixo antes de colar nossos lábios.
- Está ficando cada vez melhor, amore... – Falei baixo e ele se afastou, se sentando na cadeira à frente e notei seu pênis ereto.
- Você me torna muito melhor. – Ele disse e sorri. Desviei o olhar de seu pênis e passei os olhos pela mesa, vendo duas camisinhas jogadas ali e peguei uma.
- Aguenta mais um pouco? – Sacudi a mesma rapidamente e ele sorriu.
- Pode vir! – Ele disse, relaxando seu corpo na poltrona e segurando a cabeça com as mãos.
Abri o pacote, deixando o embrulho no chão inclinei meu corpo para perto do dele. Segurei a ponta da camisinha e deslizei-a pelo seu corpo, ouvindo-o suspirar. Me levantei da poltrona, sentindo minhas pernas bambas ainda e apoiei uma mão em sua coxa antes de ajoelhar na poltrona, afundando os joelhos ao seu lado.
Ele passou as mãos em meu braço, segurando o queixo com uma dela e ergueu o rosto antes de colar os lábios nos meus. Apoiei minhas mãos em seus ombros, sentindo-o deixar um beijo profundo, mas que não passou de um tocar de lábios e afastei o rosto novamente, jogando meus cabelos para trás.
- Vem... – Ele disse baixo e olhei para baixo, vendo-o segurar seu pênis.
Abaixei o corpo devagar, sentindo seu pênis pincelar minha entrada e soltei um suspiro quando seu membro encaixou no meu, me fazendo deslizar para baixo. Seu rosto também se contorceu de prazer e minha respiração saiu pesada. Apertei-o pelos ombros, colando meus lábios nos dele em um curto beijo e suas mãos desceram pela minha cintura, acariciando minha bunda com a ponta dos dedos.
Esperei alguns segundos para meu corpo se acostumar e deslizei minhas mãos pelos seus braços, apertando-os com firmeza. Ergui meu corpo novamente, começando a sentir seu pênis deslizar dentro de mim. Suas mãos apertaram minhas nádegas e ergui meus olhos aos seus, focando-os firmemente.
- Vai! – Ele disse baixo e apertei meus braços nele, começando a subir meu corpo para cima e para baixo.
Meu corpo já estava extasiado, então seu pênis deslizava mais justo dentro de mim e aquilo fazia meu corpo explodir em orgasmo. Ele começou a auxiliar os movimentos forçando meu quadril para baixo e comecei a movimentar meu quadril cada vez mais, fazendo seu pênis deslizar cada vez mais rápido dentro de mim.
Minhas mãos apertaram em seus ombros, tomando cuidado para não fincar as unhas em suas costas e as respirações começaram a ficar aceleradas. Soltei um gemido baixo quando sua mão apertou meu seio e afundei o rosto em seu pescoço para conter os gemidos enquanto o som de nossos sexos ecoava abafado.
A respiração de Gigi saía forte em meu ouvido, misturada com alguns gemidos e isso só fazia meu corpo explodir em êxtase cada vez mais. Senti meu corpo começar a se contrair com o orgasmo iminente e apertei meu corpo mais no de Gigi, prendendo a respiração fortemente, soltando suspiros.
- Ah, amore... – Relaxei meu corpo quando o orgasmo me atingiu e soltei a respiração devagar.
Gigi movimentou o quadril algumas vezes mais e freou os movimentos, também gozando. Ele me abraçou pela cintura, soltando a respiração fortemente e deixou curtos beijos em meu ombro. Minha respiração estava acelerada e o peito subia e descia com pressa e ficamos nesse movimento até que elas se normalizassem.
- Minha linda... – Gigi disse baixo, me fazendo sorrir e afastei meu rosto de seu ombro, encarando seus olhos azuis.
- Amore... – Falei baixo, segurando seu queixo e colei nossos lábios devagar.
- Mio amore. – Ele disse e suspirei, apoiando as mãos em seus ombros e nos afastando um pouco.
- É melhor você ir...
- Me expulsando? – Ele perguntou e sorri.
- Queria não... – Passei as mãos em seus cabelos. – Mas é melhor, acho que já faz umas duas horas que você está aqui, ela vai estranhar.
- Duas horas é pouco contigo. – Ele disse e ergui meu corpo, sentindo seu pênis deslizar no meu e segurei sua base, tirando-o de dentro de mim.
- Eu sei... – Ergui o olhar para ele. – Mas é melhor. Você nem deveria ter vindo... É muito arriscado.
- Foi impossível não vir... – Ele disse e me levantei, colocando os pés no chão, sentindo as pernas bambearem.
- E eu agradeço por ter vindo. Foi ótimo! – Apertei seu ombro. – Nem posso te chamar para um banho...
- Eu seco os cabelos. – Ele disse e ri fracamente, virando meu corpo e ele me puxou, me fazendo sentar em seu colo e sorri, sentindo minha bunda apertar seu pênis e ele suspirou. – Só mais um pouquinho. – Ele beijou minhas costas e suspirei.
- Você precisa ir, amore... – Apertei minhas mãos em cima das duas. – E eu preciso tomar banho e dormir...
- Só mais um pouquinho... – Ri fracamente, suspirando, deixando-o beijar meus ombros devagar.
- Vamos, Gigi... – Falei rindo fracamente. – Até parece que isso nunca aconteceu.
- Ah, como hoje, acho que não! – Ele disse rindo, dando um beijo em minha bochecha.
- Vamos, Gigi, é sério! – Falei, forçando a me levantar e ele soltou meu corpo.
- Ok, ok! – Ele disse rindo e ajeitei o roupão que caía dos ombros. – Posso usar o banheiro, pelo menos?
- Melhor, não acha? Ou vai sair de camisinha? – Provoquei, fechando o roupão. – Seria bom para evitar de ter outro bebê indesejado.
- Eu gostaria de ter um bebê contigo, sabia? – Ele disse e eu ri fracamente.
- Quem sabe no futuro? – Falei, me sentando na poltrona novamente.
- Não, amore... – Ele disse baixo. – Eu digo nosso mesmo. – Ele falou e franzi a testa. – Metade meu, metade seu... – Ele segurou minha mão e sentei em seu colo, passando os braços pelos seus ombros.
- Eu sei! – Falei, rindo fracamente. – Quem sabe no futuro?
- Você não está entendendo o que eu estou dizendo, não está? – Ele disse e tombei a cabeça para o lado, franzindo a testa.
- Acho que você não está entendendo o que eu estou dizendo. – Ri fracamente.
- O que você está dizendo? – Ele perguntou, apoiando a mão em minha testa.
- Quando ficarmos juntos, a gente pode ter um filho. Por que não? – Ele pareceu ter uma pequena pane e sua cabeça bagunçou muito antes de seus olhos focarem nos meus novamente.
- Você não... – Ele suspirou. – Odeio dizer isso, mas você não pode ter filhos, amore... – Franzi a testa. – Pelo menos não seus... – Ri fracamente, acariciando seu rosto. – Você tirou seu sistema reprodutor com o câncer, não? – Neguei com a cabeça.
- Amore, em que mundo você está? – Perguntei, acariciando seu rosto levemente.
- Eu não estou entendendo, amore. – Ele disse e ri fracamente.
- Eu só tirei um ovário, Gigi. – Acariciei seu rosto, passando o polegar em seus lábios. – Eu ainda tenho outro. – Ele arregalou os olhos. – Você não sabia?
- Você tem um ovário?! – Ele perguntou surpreso, afastando o rosto do meu.
- Sim! – Falei rindo fracamente. – É mais difícil, mas tem como... – Ri fracamente. – Não acredito que você não sabia, amore...
- Eu... Quando? – Ele riu nervoso.
- Desde que eu descobri. Quando eu fiz os exames, eles descobriram que eu tinha um tipo mais raro de câncer, aí eu tirei só um ovário. – Falei, rindo fracamente.
- É por isso que você... – Ele riu fracamente.
- O quê? – Perguntei.
- Sempre usou camisinha. – Ele disse e ri fracamente.
- Isso! – Rimos juntos. – Imagina mais um mini Buffon perdido por aí? – Ele negou com a cabeça. – Também não quero que você me passe para mim qualquer coisa que aquela mulher possa ter. – Ele riu fracamente.
- Isso é incrível, null! – Ele disse rindo. – Meu Deus! – Ele me apertou fortemente em um abraço, me fazendo rir. – Podemos ter um filho! – Sorri.
- É, podemos... – Segurei seu rosto. – Mas mulheres têm certo prazo de validade, então não dá para demorar tanto... – Ele sorriu.
- Eu sei, mas só de saber isso... – Ele riu fracamente. – Como eu não soube disso?
- Não sei também! Você acompanhou tudo de perto. – Rimos juntos.
- Acho que eu estava tão nervoso que... – Ele suspirou. – Esquece! Aqueles dias foram muito difíceis para mim, e agora uma felicidade...
- Sete anos de felicidade, Gigi! – Segurei seu pescoço, colando meus lábios nos dele levemente.
- Uau! Eu sou muito desligado! – Ele disse e ri fracamente.
- Agora vai ficar com mais medo de transar comigo? – Perguntei baixo e ele pressionou os lábios nos meus.
- Nunca! – Ele sorriu. – Só me dá vontade de resolver mais essa bagunça toda.
- Em breve, amore. – Falei e ele suspirou. – Agora você precisa ir! – Me levantei rapidamente.
- Não, não! Espera aí! Eu acabei de descobrir a coisa mais incrível da sua vida e você vai me mandar embora! – Ri fracamente.
- Eu posso ter filhos, Gigi, não quer dizer que eu estou grávida. – Falei e ele riu fracamente.
- Mas você pode! – Ele se levantou, me puxando pela cintura. – Ah, null! Eu não acredito que eu nunca soube disso. – Ele disse, me fazendo rir.
- Isso explica algumas declarações suas, principalmente bêbado. – Acariciei seu rosto.
- Eu já falei sobre isso? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Já! – Colei meus lábios nos seus. – Acho que foi quando chegamos à final da Champions em 2015, estávamos um tanto estremecidos, você começou a falar algumas besteiras bêbados que nos deveríamos ficar juntos e tal...
- Ah, Dio mio! – Ele disse, me fazendo rir fracamente.
- Eu não deveria dizer isso, mas o Barza te provocou para falar... – Ele riu fracamente. – E hoje tudo isso ficou explicado.
- Eu sou muito idiota! – Ele disse rindo.
- Talvez... – Passei a mão em seu rosto, acariciando um pouco de seus cabelos. – Mas é meu idiota! – Dei um curto selinho em seus lábios. – Beh, parcialmente meu. – Ele riu fracamente.
- Eu vou te fazer feliz, null. Nem que eu morra fazendo isso. – Ele disse e ri fracamente.
- Sem histórias dramáticas, amore. Só quero um cara que me faça feliz. – Ele sorriu. – Agora vai! É melhor. – Ele suspirou.
- Vamos falar melhor sobre isso depois, ok?! – Ele disse, seguindo até o banheiro e ri fracamente.
- Sobre o quê? – Perguntei, roubando mais uma batata e colocando na boca.
- Você poder ter filhos, null! Isso é sensacional! – Ele disse e neguei com a cabeça.
- Eu sei e é algo que eu ainda quero ter. – Suspirei. – Espero que contigo... – Falei mais baixo, soltando um suspiro e o vi sair pela porta novamente.
- E você vai! – Ele disse firme. – A gente vai conseguir fazer isso, null! – Ele foi em direção à sua cueca, pegando-a e a vestiu. – E eu vou ser dramático e falar “nem que seja a última coisa que eu faça”. – Me sentei na poltrona novamente.
- Um dia de cada vez, amore. Só não se esqueça que eu já tenho 35 anos. – Suspirei, rindo fracamente.
- Eu sei! – Ele suspirou. – Eu sei! – Ele repetiu, colocando a calça social novamente.
Enquanto Gigi terminava de se vestir, eu acabei com as batatas fritas, pensando sobre isso e preferindo manter alguns pensamentos só para mim. Eu queria muito ter um filho com Gigi. Na verdade, quero ter um filho com o homem da minha vida e vem a ser ele, mas nas atuais circunstâncias, me parece loucura pensar que isso um dia vai acontecer. Eu já tinha minhas dificuldades e problemas hormonais, e a idade já não ajudava muito.
E algo que eu nunca abrirei a mão é ser mãe, mas cada vez mais eu penso que gerar um filho não vai ser para mim e ter mantido meu órgão reprodutor não ajuda muito. Às vezes penso que se eu tivesse tirado tudo, seria menos frustrante. Não me entenda mal, eu só acho que ter um filho com Gigi seria um tanto impossível. Só espero que eu esteja errada.
- Ok, eu vou lá! – Ele disse, ajeitando o paletó.
- Deixa eu ver se o corredor está livre! – Me levantei novamente, pulando da poltrona e segui em direção à porta. Abri o trinco e abri a porta devagar, vendo o corredor vazio e escuro devido ao sensor de movimento. – Está livre.
- Ok, a gente se fala amanhã? – Ele perguntou e encostei a porta novamente.
- Talvez, senão só no próximo jogo. – Falei baixo e ele segurou meu queixo, colando os lábios nos meus e segurei seu braço.
- É em casa? – Ele perguntou.
- Sim, contra a Lazio! – Falei, sentindo-o colar os lábios novamente, me apertando pela cintura.
- Isso é bom! – Suspirei. – Pena que tem que ir... – Ele assentiu com a cabeça.
- Sinto muito. – Dei um curto sorriso, colando os lábios novamente nos dele e suspirei.
- Vai lá! – Disse, me afastando dele e espiei novamente pela porta, vendo o corredor da mesma forma.
Ele deu mais um beijo em meus lábios, antes de sair pela porta. Não esperei vê-lo entrar no seu quarto e fechei a porta evitando fazer barulho e suspirei, sentindo meus ombros relaxarem. Eu estava com os sentimentos misturados dentro de mim, mas o que prevalecia era alegria. Gigi não sabia que eu não tirei meus órgãos inteiros? Dio mio! Isso explicava tanta coisa. Apesar de tudo, espero que ao menos isso o agilize de resolver seus problemas.
Apesar de eu achar muito improvável.
- Eu devo chegar no fim do dia amanhã, aí posso pegar eles. Se estiver bem para você. – Falei, trocando o telefone de orelha e peguei mais um macarrão, levando-o à boca.
- Claro! Pode ser sim! Pena que você tem que viajar. – Alena disse.
- É, os meninos estavam empolgados, mas não vai ter como. O jogo é cedo! – Suspirei.
- Não, eles entendem! É seu trabalho. – Alena disse rindo fracamente. – Mas eu te espero, então. Umas oito?
- Acho que sim! – Ponderei com a cabeça, espetando um pedaço de atum e coloquei-o na boca. – Eu te mando mensagem quando chegar, pode ser?
- Claro! Combinado! – Ela disse. – Auguri, Gigi! Tudo de bom para você, mesmo. – Sorri.
- Grazie, Lena! Se cuida e manda um beijo para os meninos.
- Uhum, pode deixar! – Ela disse.
- Ciao, ciao! – Falei antes de desligar o telefone.
Deixei o celular deslizar pela mesa de mármore e voltei a focar no meu macarrão com penne e pomodoro. Meu clássico de sempre. Eu tinha uns 15 minutos para terminar e ir para o time. Terminei de comer, levando o prato até a pia e lavei rapidamente os utensílios, deixando-os no escorredor. Fechei a panela que ainda havia sobrado um pouco e coloquei dentro da geladeira. Depois resolveria isso.
Peguei o celular novamente e segui de volta para as escadas, indo para meu quarto. Troquei minha camisa pela de viagem do time e escovei os dentes, passando as mãos nos cabelos antes de colocar a boina. Voltei para o quarto e peguei a mochila e saí do mesmo, puxando a porta. Ouvi alguns barulhos e andei pelo corredor, vendo a porta da frente abrir e Ilaria entrar com Leo.
- Ei! O que está fazendo aqui? – Perguntei.
- Oi para você também! – Ela disse, rindo fracamente. – Vim passar o dia contigo, é seu aniversário.
- Mas eu estou indo para o time agora. – Falei, dando um beijo em Leo.
- Papá! – Ele esticou as mãos para mim e deixei a mochila no chão antes de pegá-lo no colo.
- Oi, mio amore! – Dei um beijo em sua testa, sentindo-o apertar meu rosto.
- Você vai viajar hoje? Não pegou alguma folga ou... – Ri fracamente.
- Não funciona assim, Ilaria! – Falei. – Não vou pegar folga só porque é meu aniversário!
- Você é o capitão do time, deveria ter alguma vantagem. – Ri fracamente.
- Não tem como! – Dei um rápido beijo em sua testa. – E eu tenho que ir agora!
- Mas não são nem uma da tarde! – Ela disse e entreguei Leo para ela novamente.
- Eu não faço as regras, só obedeço. – Peguei a mochila novamente.
- Posso te dar um abraço de aniversário, pelo menos? – Ela perguntou e ri fracamente, deixando-a que me abraçasse com um braço só e passei meus braços em volta de seu corpo por alguns segundos. Afastei logo em seguida e ela segurou meu rosto, deixando um curto beijo em meus lábios. – Auguri, Gigi.
- Grazie. – Dei um curto sorriso e acariciei a cabeça de Leo. – Agora eu realmente tenho que ir!
- Vai! Vai! – Ela disse irritada. – Podemos fazer alguma comemoração amanhã, pelo menos? – Ela perguntou.
- Meus meninos vão estar aqui! Talvez seja melhor fazermos algo outro dia. – Ela bufou.
- Já faz mais de dois anos, eles precisam começar a gostar de mim. – Ela disse e ri fracamente.
- Eu não posso fazer nada quanto a isso. – Segui pela sala, andando até a cozinha. – Tem macarrão na geladeira, se estiver com fome. – Falei.
- Macarrão de que? – Ela perguntou e sua voz veio atrás de mim.
- Meu tradicional! – Falei, pegando a chave do carro.
- Ah, atum e tomate de novo, Gigi? – Ela fez uma careta. – Ah, você precisa aprender a fazer outra coisa, isso é horrível! – Revirei os olhos.
- Então não coma! Estou atrasado, ciao, ciao! – Falei, dando um rápido beijo em sua cabeça e segui para os fundos de casa.
- Ok, ciao! – Ela disse antes de eu bater a porta.
Entrei no carro, saindo pela porta e dirigi em direção ao CT, não demorando mais do que cinco minutos para fazer isso. Era sábado, horário de almoço, então Vinovo estava mais calmo do que normalmente. Cheguei no CT e o ônibus já estava lá. Estacionei em uma vaga próximo ao ônibus e saí do mesmo, puxando minha mochila.
- TANTI AUGURI DA TE! – Ri fracamente quando ouvi os gritos mesmo de longe e o time começou a cantar parabéns para mim. – TANTI AUGURI DA TE! TANTI AUGURI DA TE! TANTI AUGURI DA TE! – Me aproximei, rindo fracamente.
- AUGURI, GIGI! – Cuadrado e Dybala foram os primeiros a pular em meus ombros e gargalhei, abraçando-os um por um.
- Grazie, ragazzi! – Falei rindo e deixei minha mochila no chão.
- Auguri, Gigione! – Chiello me abraçou e sorri.
- Grazie, Giorgione! – Falei e Barza logo estava atrás, assim como o time inteiro convocado para o jogo de amanhã.
O pessoal do time se misturou com o staff e o administrativo e, quando eu vi, já tinha literalmente abraçado todo mundo, com exceção de uma pessoa, mas ela não estava aqui. Allegri deu dois tapinhas em meus ombros.
- Andiamo, ragazzi! – Ele gritou e ri fracamente.
Peguei minha mochila novamente e entrei no ônibus, me jogando em um dos primeiros bancos. Coloquei os fones na orelha e liguei na música italiana que havia ficado no meio do caminho desde a última vez que eu a ouvi. Iríamos de trem para Reggio Emilia, onde enfrentaríamos o Sassuolo, time do Matri, mas a estação principal era no centro da cidade, então demoramos pouco menos de meia hora para chegar lá.
Assim que o ônibus estacionou, saímos rápidos, pegando nossas bagagens e entramos na estação. Alguns repórteres e fotógrafos estavam ali, mas seguimos em frente como toda vez. Um dos meninos do marketing guiavam nosso caminho e foi só seguí-lo. Dois fãs me pararam para tirar fotos e sorri rapidamente, recebendo alguns “auguri” de aniversário. Ao chegar na estação, o trem já estava lá e um homem nos recepcionava.
Entramos um a um e reparei que algumas pessoas nos olhavam ou gritavam, e ri fracamente, era algo normal do dia a dia. Estações, aeroportos, menos rodoviárias, pois saíamos direto do time. Quando entrei no time, ouvi algumas risadas e atravessei pelo corredor do nosso vagão privativo e vi Leo abraçar alguém de cabelos claros. Franzi o rosto por um momento, mas sorri quando notei que era null.
- Ei! – Falei surpreso e Leo abriu espaço junto de Mario do outro lado para ela ficar frente a frente a mim.
- Ciao, Gigi! – Ela sorriu, pressionando os lábios. Fazia uma semana que eu não a via, mas ela estava linda com os cabelos enfiados dentro da touca da cor dos cabelos, fazendo os fios sumirem.
- Você veio! – Falei surpreso.
- Ah, parece um tonto! – Senti alguém me cutucar e empurrei Asa pelo pescoço.
- Não ia perder uma das poucas chances que eu tenho de passar o aniversário contigo, não é?! – Ri fracamente.
- Fico feliz que não! – Sorri e ela passou os braços pelos meus ombros, me abraçando fortemente.
- Auguri, Gigi! – Ela falou baixo, próximo ao meu ouvido. – Te desejo sempre as melhores coisas. Muita felicidades, muito sucesso, muito amor, muitos recordes, muito tudo na sua vida. – Apertei-a pela cintura, sorrindo.
- Obrigado por fazer parte da minha vida. – Falei baixo, dando um beijo em seu pescoço e ela movimentou-o em minha direção, rindo fracamente.
- Eu que agradeço por deixar! – Ela disse baixo e eu sorri.
- Ok, pombinhos, vamos sair do meio do corredor? – Cuadrado falou e null riu fracamente, se afastando devagar.
- Senta aqui! – Ela disse, seguindo até uma fileira e se sentou próximo a janela e tirei a mochila das costas, colocando-a no bagageiro acima e me sentei ao seu lado.
- null! – Pavel disse sorrindo, passando por nós e ela acenou com a ponta dos dedos, apoiando o braço na mesa à nossa frente.
- Não achei que viria. – Falei e ela relaxou o corpo na poltrona. – Você costuma ir com o time.
- Eu sei, mas acabei ficando enrolada lá na Gio, quando mandei mensagem para o Pavel, ele disse que vocês estavam quase saindo. Era mais fácil eu vir do Colle della Maddalena para cá do que para Vinovo para depois vir para cá. – Ela disse, mexendo em sua bolsa.
- Está certo, mas fico feliz que pode vir! – Apoiei minha mão em cima da sua e ela sorriu, dando um curto beijo em minha bochecha.
- Eu tenho algo para você! – Ela disse.
- O quê? – Perguntei curioso e ela puxou uma caixinha retangular fina de sua bolsa.
- É só uma lembrança. – Ela me entregou. – Auguri! – Sorri.
- Ah, null, você não precisava! – Falei e ela riu fracamente.
- Acredite, você vai gostar. – Ela disse e abri a caixa, encontrando uma corrente de ouro com uma medalha ali. – É de São José... – Ela falou próximo ao meu ouvido, apoiando o queixo em meu ombro. – Falam que ele realiza desejos... – Ela suspirou. – Talvez possa nos ajudar, depois do que conversamos no dia da festa. Se for um pedido justo, ele vai nos ajudar. – Virei o rosto para ela, vendo-a se afastar um pouco e assenti com a cabeça.
- É perfeito! – Falei, roubando um curto selinho de seus lábios e ela sorriu.
- Eu comprei uma para mim também. – Ela levantou o braço esquerdo com uma pulseira com diversos pingentes e segurou-o com a outra mão. – Penso que é justo...
- É perfeito mesmo. – Falei e ela sorriu.
- E que seu dia seja incrível. – Sorri.
- Você está aqui, já será incrível. – Ela sorriu, roçando o nariz no meu levemente antes de se afastar e puxar a boina de meus cabelos.
- Ok, isso está fora de cogitação. – Ela disse, colocando-a na mesa e se afastou, me fazendo rir.
- Ah, null, qual é!
- Da última vez que eu chequei, você estava fazendo 39 anos, não 69. – Ri fracamente, negando com a cabeça.
- Eu gosto...
- Incrível como tudo o que você gosta, eu não gosto! – Ela riu fracamente. – Você é lindo, Gigi, não se estrague. – Ri fracamente.
- Ok, mas só hoje... – Ela passou o braço no meu e se encostou na poltrona.
- Não, sempre que você estiver comigo! – Ela disse e ri fracamente, segurando sua mão.
- Ok, null. Ok! – Falei e ela apoiou a cabeça em meu braço e sorri, entrelaçando nossos dedos.
Continua...





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