Última atualização: 04/02/2025

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Capitolo otantadue

Lei
30 de janeiro de 2017
- Uau! Você está incrível! – Pavel disse assim que abri a porta.
- Não venha com essa! Você não vai me ganhar. – Puxei a porta do quarto e ajeitei a barra do vestido longo para trás.
- Desculpa? – Ele deu um sorriso e eu revirei os olhos, me aproximando dele e ele trocamos dois rápidos beijos.
- Não é você quem eu quero matar, é o Agnelli! Cadê ele para ir nesses eventos? – Bufei, andando com ele pelo corredor do andar.
- Olha, eu prefiro andar ao seu lado do que dele e sua companhia também é mais legal que a dele! – Ele apertou o botão do elevador e eu suspirei.
- Agradeço muito, mas esses eventos, o Gigi... – Falei baixo, dando uma olhada em volta para ver se o campo não estava minado.
- Relaxa, eles estão em outro andar. – Suspirei, colocando o cabelo atrás da orelha.
- Eu não aguento precisar engolir a Ilaria ao lado dele a noite toda. – Bufei. – Nem ele parece aguentar e eu preciso? – Suspirei. – Além de que ela tem um problema com espaço pessoal que eu nunca vi.
- Como assim? – Ele riu fracamente e ficamos em silêncio rapidamente quando o elevador se abriu vazio.
- Não sei se é só comigo, mas ela chega na maior intimidade, achando que eu sou a melhor amiga dela.
- E não é, não?! – Dei uma cotovelada em seu peito que reclamou.
- Ai! – Ele disse.
- Não me provoca, Pavel! Eu não queria ter vindo. – Suspirei.
- Achei que estava tudo bem contigo e com ele após o jogo no sábado. – Ele disse risonho. – Foram de Turim a Reggio Emilia de carícias e depois sei que dormiram no mesmo quarto...
- É o que me irrita. – Bufei, me olhando no espelho e toquei os lábios avermelhados devagar. – Estamos bem, e dois dias depois eu preciso encarar ela querendo ser simpática demais...
- Ela não suspeita nada? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Não faço a mínima ideia, mas ela é imprensa, Pavel. Tenho amizade há tempo suficiente com a Angela para saber que jornalistas não têm amigos, eles têm fontes. E minha vida é calma o suficiente para eu esquentar minha cabeça com picuinhas... – O elevador se abriu e suspiramos. – Além de que eu não gosto dela, ela sempre foi duas caras. Ainda não me conformo como ele foi se envolver com ela. – Falei mais baixo, saindo do elevador e ele saiu atrás de mim gargalhado. – Vai dizer que eu estou mentindo?
- Não, não vou, porque eu sei que você tem razão. – Ele disse no mesmo tom, apesar do lobby do hotel estar vazio, fazendo meus saltos serem um dos poucos barulhos ali. – E já fui entrevistado muitas vezes como jogador para saber que você tem razão.
- Pois então... – Suspirei. – E ainda ter que enfrentar uma premiação com ela, ele, ela tentando criar uma intimidade que... Grazie! – Acenei para o segurança, vendo alguns torcedores na porta gritarem por mim ou por ele. – Que nunca vai acontecer! Nem em sonhos.
- Sua maior intimidade com ela vai ser você como madrasta do filho dela! – Ele disse gargalhando e empurrei-o pelo ombro.
- Nem brinca com isso! – Falei e o segurança abriu a porta do carro para nós e entrei de um lado, vendo Pavel dar a volta e ajeitei a barra do vestido para dentro do carro antes de puxar a porta.
- Ah, vai dizer que você não quer? – Ele entrou, continuando o assunto. – Se vocês ficarem juntos como querem e prometem um ao outro, você vai ser madrasta dele. Não passou isso pela sua cabeça? – Soltei um longo suspiro.
- Confesso que não, minha cabeça acaba naturalmente ignorando o Leopoldo por causa de toda a dor de cabeça que isso me cansou. – Neguei com a cabeça, levando a mão até a cabeça.
- É, null! Pensa nisso! Vai ter que se relacionar com ela pelo resto da vida por causa do menino... – Ri fracamente.
- Se eu estiver feliz com o Gigi, me relaciono até com um dinossauro e acho que ela é pior do que isso. – Ele gargalhou.
- Isso aí! – Demos um toquinho com os punhos e sorri. – Mas não se preocupe, Beppe e Paratici também estarão lá, então teremos duas mesas. Coloquei-os com Gigi, Barza, Leo e Allegri, além da senhora dinossauro e a Martina. E nos coloquei com Chiello, Dybala, Higuaín, Pjanic e Carolina na outra.
- Ah, amém, Senhor! – Suspirei, relaxando os ombros.
- Só que você insiste em vir arrasando corações, null. Se ele ficar te olhando e ela desconfiar, a culpa é toda sua... – Ri fracamente.
- O Gigi me olha sempre, Pavel, e eu uso longo pouquíssimas vezes. – Ele ponderou com a cabeça.
- Justo! – Ele disse, me fazendo rir.
- Mas notei o tom julgador, você não concorda com o que fazemos? – Perguntei mais baixo e ele suspirou.
- Na verdade, eu concordo demais, acho que vocês são incríveis juntos. Tantos anos e parece que as coisas podem realmente dar certo...
- Mas...? – Suspirei.
- Tenho medo de que alguém se machuque. – Ele suspirou. – E atualmente seria você. – Engoli em seco.
- Eu sei! Não se preocupe, apesar de algumas coisas, minha cabeça ainda está no lugar certo, mas se ele não se importa com isso, por que eu deveria? Acaba me satisfazendo e me relaxando... – Ele riu fracamente.
- Ele não se incomoda porque ele não gosta dela, null. E eu realmente acredito que um dia as coisas darão certo entre vocês, mas normalmente quando as coisas estão bem, elas passam por um longo período ruim para se ajeitaram em definitivo...
- Você está me parecendo a Manu... – Bufei, jogando os cabelos para trás.
- Por quê? – Ele virou para mim.
- Depois do gol do Barza, pedi para ela dar uma espiada na bola de cristal para mim... – Ele riu fracamente. – E ela disse que ficaríamos juntos, mas que sofreríamos até tudo se resolver...
- Beh, eu não acredito em visão, mas é como as coisas acabam funcionando... – Ele deu de ombros. – É carma, sorte ou o que for. Sempre quando tudo está mais ou menos, as coisas tendem a ficar muito pior antes de melhorar...
- Acho que depois de tudo o que passamos, podemos pular para a felicidade, pois já sofremos demais...
- Não é assim que funciona... – Ele riu fracamente. – O universo precisa de contrapontos, de opostos para funcionar.
- Achei que não acreditasse nessas coisas. – Falei.
- Não acredito em visão, mas acredito no balanceamento do universo. – Ele disse e suspirei. – E eu tenho medo de que isso possa te quebrar mais uma vez...
- Beh, se isso acontecer, agradeço se não jogar na minha cara. – Pressionei os lábios um no outro.
- Nunca, somos uma parceria, lembra? – Ele segurou minha mão e sorri, entrelaçando os dedos.
- Não comece com esse papinho, pois você vai ficar me devendo muito por hoje!
- Ah, vamos. Aproveitar uma noite diferente, comer e beber bem, esse vestido pode, não? – Ri fracamente.
- Sim, esse pode. – Rimos juntos.
Chegamos ao Teatro Vetra, onde seria a premiação aqui em Milão e Pavel saiu antes, abrindo a porta para mim e me estendendo a mão. Não era a primeira vez e nem seria a última que nos acompanharíamos em um evento, então já era de praxe. Ele deu o braço para mim e seguimos até a entrada. Vários flashes me cegaram por alguns segundos até entrar no tapete vermelho.
Tiramos algumas fotos juntos e nos separamos. Segurei a bolsa com as duas mãos e uma perna na frente do outro, mostrando a fenda do Eleonora. – Falei para a menina.
- Ciao, senhora null. – Ela abriu um sorriso.
- Já conversamos sobre esse “senhora”, Eleonora, por favor. – Ela riu fracamente, pressionando os lábios.
- Scusa! – Ela sorriu. – A senhora vai ficar aqui no hotel? Posso pedir para arrumarem seu quarto...
- Não, não! Grazie. – Apoiei minha mão na sua. – Só vim almoçar, acho que você já tem trabalho demais com os meninos... – Ela riu fracamente.
- Não é trabalho nenhum, senhora... – Olhei para ela. - ...null. – Ri fracamente.
- E como está seu menino, tudo certo? – Perguntei sobre seu filho.
- Ah, ele está ótimo, fez seis meses dia 17, me surpreendo como ele fica cada vez maior e cada vez mais a cara do pai... – Ela fez uma careta.
- História difícil? – Perguntei e ela ponderou.
- Não é das melhores... – Ela riu fracamente.
- Beh, se precisar de alguma ajuda, somos uma família. – Ela assentiu com a cabeça. – E traga seu menino para um jogo, ele é lindo demais. – Ela abriu um largo sorriso.
- Pode deixar! Só quero que ele fique um pouco maiorzinho para entender, mas ele é bianconero já! – Sorri.
- É o mínimo que eu espero com a mãe torcedora que tem! – Ela sorriu. – Beh, deixa eu ir comer, estou atrasada.
- Tenha um bom dia, senh... null! – Ela disse e sorri, piscando para ela.
- Ciao, ciao! – Falei. – Ciao, Mario.
- Ciao, chefa! – Ele disse com seu sotaque forte e segui para o fundo do lobby, empurrando uma porta e entrando na área privativa mesmo do time. Atravessei o corredor e logo entrei no restaurante, ouvindo diversas vozes altas.
- Ciao, ragazzi! – Falei mais alto quando entrei, ouvindo as vozes cessarem.
- Ei, chefa! – Algumas vozes falaram.
- Que surpresa te encontrar aqui! – Allegri disse.
- Preciso de comida! – Falei, olhando para o pessoal e atravessei o restaurante.
- Fala aí, chefa! – Virei para Barza.
- Ei, como está? – Falei para ele. – Firme e forte? – Apertei seus ombros.
- Firme e forte! – Ele disse e ri fracamente.
- Ótimo! Precisamos de você! – Falei e acenei para Claudio, Leo e Ruga na mesa. – Ragazzi...
Acenei para Khedira, Pjaca, Lemina e Lich que estavam em uma mesa, Dybala, Audero, Neto, Rincón e Alex em outra e Gigi com Chiello em outra, os outros deveriam estar descansando. Todos estavam com sorrisos no rosto.
- Ciao, ragazzi! – Acenei para Gigi e Chiello.
- Ei, null! – Gigi sorriu, me puxando pela cintura e sorri.
- Qual é a piada? – Perguntei, deixando minha bolsa na mesa do lado e acariciei os cabelos de Gigi.
- Ah, não pergunta isso! – Gigi revirou os olhos.
- O quê? – Virei para o pessoal, ouvindo Paulo gargalhar.
- Acabou de aparecer o novo comercial do Gigi. – Lich disse animado, fingindo que mostrava um letreiro e ri fracamente.
- É RIDÍCULO! – Paulo gritou antes de gargalhar.
- Ah, não está tão mal. – Passei as mãos nos cabelos de Gigi. – É meio sexy... – Falei baixo e ele piscou para mim.
- Ok, você não vale! – Khedira disso e ri fracamente, vendo algumas bolinhas de papéis voarem em minha direção.
- Posso garantir que o cabelo fica macio com Head and Shoulders, ok?! – Falei e eles gargalharam.
- Você não está me ajudando, null! – Gigi disse e ri fracamente.
- Beh, eu não vim ficar de papo, tenho várias reuniões hoje... – Me afastei de Gigi, seguindo em direção ao buffet. – Preparados? – Perguntei.
- Super! – Gigi disse e revirei os olhos.
- Ok, vou reformular a pergunta... – O pessoal ri e comecei a me servir com um pouco de salada, massa e proteína. – Neto, você está pronto para hoje?
- Sempre, chefa! – Ele disse e sorri.
- Assim que eu gosto. Destruir o Napoli em casa. – Falei a última parte mais baixo, suspirando.
Hoje teria jogo de ida das semifinais da Coppa Italia contra o Napoli as 20:45, eu ainda não tinha certeza se ia, com tantas reuniões, capaz de eu ficar moída até o fim do dia, mas o jogo de volta era em Nápoles e garanto que eu não iria. Terminei de me servir e segui para a mesa novamente, me sentando ao lado de Chiello e em frente à Gigi que conversavam baixo.
- Posso saber o segredo? – Perguntei, começando a comer devagar.
- Falando sobre a Champions. – Gigi disse, batendo de leve o saleiro na mesa.
- Estamos com uma boa vantagem, não?! – Falei, desviando para eles rapidamente enquanto comia.
- Sim, dois gols de vantagem é ótimo, mas eles estavam em 10. – Chiello disse. – Não vamos ter essa mesma sorte no jogo de volta.
- Mas vocês terão a energia do nosso estádio e isso conta bastante. – Falei.
- É, realmente. Isso dá uma bela diferença. – Chiello disse.
- Só o Allegri fazer as mesmas substituições decisivas que vai dar tudo certo. – Rimos juntos.
- É, aquilo foi surpreendente. Quanto tempo foi? – Gigi perguntou.
- Pjaca entrou e fez gol em cerca de cinco minutos, depois Dani entrou um minuto após o gol dele e já fez gol também. Resolvemos o jogo em dois minutos. – Falei, rindo em seguida.
- Isso foi fantástico! Além das várias tentativas de Pipita e Paulo. – Assenti com a Gigi.
- Precisa continuar no jogo de volta. – Chiello disse.
- Com toda certeza. – Falei baixo e notei o olhar sugestivo de Gigi sobre mim. – O quê?
- Empolgada com a Champions, null null? – Ri fracamente.
- Estou empolgada com as suas vitórias, Gigi. Não confunda! – Falei e ele riu fracamente.
- Claro, claro! – Sorri.
- Mas da última vez que eu chequei, o jogo de volta é em duas semanas, temos vários compromissos antes disso.
- Milan e Udinese. – Chiello disse.
- É com o Milan que estou mais preocupada, perdemos em Milão, precisamos ganhar aqui. – Falei.
- Você veio almoçar ou veio dar uma forçada na barra? – Chiello perguntou e ri fracamente.
- Ok, não está mais aqui quem falou! – Falei, ouvindo-os rirem e sorri, voltando o olhar para o prato novamente.

Lui
10 de março de 2017
- Eu estou sentindo que tem alguma coisa de errado aí. – Segui ao lado de Barza.
- Isso não está cheirando bem, cara! Você não tem uma consultoria ou algo assim? – Ele perguntou e acenei rapidamente para a torcida, entrando de volta no vestiário.
- Tenho, mas é deles mesmo que eu estou suspeitando, eu sou uma porta, Barza, não terminei nem o ensino médio, mas o negócio não está batendo.
- Você mexe com investimentos há uns 10, 15 anos, Gigi, você não pode ser tão burro assim! – Rimos juntos fracamente e entramos no vestiário.
- Ok, obrigado! – Neguei com a cabeça, batendo a luva em minha coxa. – Mas algo está estranho. – Ele parou em seu assento e eu segui em frente até chegar no meu.
- Por que você não contrata uma auditoria externa? – Virei para o lado, vendo Marchisio. – Desculpa me intrometer, mas acabei ouvindo um pouco.
- Nah, sem problemas! – Falei, tirando a blusa de treino e sentei em meu lugar. – Você disse uma auditoria? – Perguntei.
- Sim, eles investigam todos os livros, contas, recibos e parte monetária da sua empresa e identificam se tem algum problema e, se tiver, qual é ele. – Ele disse e ponderei com a cabeça.
- Não é uma má ideia...
- O problema é só que ficaria óbvio, não?! – Chiello se intrometeu também.
- Como assim? – Perguntei.
- Se realmente tiver alguém dando desfalque de dentro da empresa, com essa auditoria externa, ficaria um tanto óbvio e a pessoa tentaria encobrir. – Ele disse e comecei a me trocar. – Você precisaria de alguém de confiança. – Suspirei.
- Alguém de confiança? – Pressionei os lábios.
- É, alguém que possa vasculhar todas as informações sem deixar óbvio que está fazendo isso. – Ele disse. – Você tem acesso a tudo?
- Sim, tenho. Papel e online. – Falei, colocando a segunda pele.
- Pois então... – Chiello deu de ombros.
- O problema é quem, não?! – Marchisio disse e tirei a calça de treino e troquei pelos shorts amarelo neon. – Precisa ser alguém de confiança extrema e que não tenha contato nenhum com isso. – Coloquei a segunda pele por cima da cueca antes de subir os shorts.
- É óbvio, não? – Outra voz entrou na conversa e ergui o olhar para Lich. – Você precisa de alguém que pode confiar sua vida para isso, certo?
- Sim... – Falei, franzindo a testa.
- Quem é a melhor contadora que você conhece na sua vida? – Ele indicou o rosto para o lado e olhei para a porta, vendo null com Agnelli e Pavel, e revirei os olhos por não ter pensado nela antes.
- É óbvio. – Falei baixo, me sentindo burro.
- Eu falei. – Ele disse e ri, pegando a camisa do uniforme e a vesti.
- Buona sera, ragazzi! – A voz de Pavel ficou mais alta.
- Sera! – Respondemos juntos, vendo eles pararem na porta como sempre.
- Ciao, ragazzi!null disse mais animada.
- Fala, chefa! – Algumas vozes disseram e ela sorriu, acenando para todos e passando o olhar um por um, piscando em minha direção quando parou em mim.
- Vem cá! – Pedi e ela apontou para si antes de andar em minha direção enquanto eu confirmava com a cabeça.
- Ei! – Ela disse.
- Ei, null! – Falei, dando um beijo em sua bochecha e ela sorriu.
- Tudo bem? – Ela passou a mão em meus ombros, alisando o uniforme. – Eu realmente gostei desse uniforme, mas o preto é o melhor... – Sorri.
- Tudo bem e contigo? – Perguntei baixo e ela assentiu com a cabeça.
- Tudo bem. – Ela mordeu o lábio inferior.
- Eu preciso da sua ajuda. – Falei e ela franziu o rosto.
- Por quê? O que está acontecendo? – Ela perguntou, pegando a braçadeira de capitão em meu armário e pediu meu braço com a mão.
- Eu preciso de uma auditoria. – Falei, esticando-a e ela subiu o elástico pelo meu braço. – E preciso ser discreto.
- Hum, problemas no paraíso? – Ela esticou meu braço, girando a braçadeira e colando-a no final.
- Um pouco, problemas de investimentos ou retorno não esperado... – Ela assentiu com a cabeça.
- Você sabe que essa não é a minha área, certo? – Ela disse, erguendo o olhar.
- Eu sei, mas você é a pessoa que mais sabe mexer com contas que eu conheço na vida. – Ela levou a mão até seu peito, erguendo os olhos para o ar e ri fracamente. – Para de se achar!
- Só tirando onda! – Ela piscou e rimos juntos.
- Você pode dar uma olhada para mim? Tem um investimento que não está tendo o retorno planejado e eu queria entender por quê. – Falei e ela suspirou.
- Tem certeza? Meu negócio costuma ser quanto vocês desvalorizaram em um ano, além de um pouco de ações...
- Eu confio em você, null. – Olhei em seus olhos. – Por favor? – Ela suspirou, rindo fracamente.
- Ok, eu posso dar uma olhada e tentar identificar o problema. – Ela deixou os ombros caírem e sorri.
- Você é incrível! – Dei um beijo em sua testa e ela abanou a mão.
- Me fala quando você quiser fazer isso... – Ela disse.
- Eu vou ficar com as crianças esse fim de semana, no outro? – Perguntei.
- Acho que dá! Te aviso. – Ela falou e assenti com a cabeça.
- Andiamo, ragazzi! – Me distraí com a organizadora do time chamando.
- A gente se fala, eu vou subir. – Ela falou e assenti com a cabeça. – Bom jogo!
- Grazie! – Falei e ela passou a mão em meu peito, encontrando a corrente que ela havia me dado e me deu um sorrido, virando as costas.
- In bocca al lupo, ragazzi! – Ela disse, atravessando o vestiário e seguiu para fora dele.
- Ciao, chefa! – Eles disseram e suspirei.
- Você, null, um fim de semana... – Barza disse. – É, tem tudo para dar errado. – Revirei os olhos.
- Está bem engraçadinho, né?! Somos profissionais.
- Ah, sim, claro! Claro! Misturar trabalho com prazer é bem a cara de vocês, vai! – Ele disse rindo. – Ou devo lembrar de Trieste em 2012?
- Barza... – O repreendi, ouvindo algumas risadas e peguei minhas luvas.
- O que aconteceu em Trieste em 2012? – Dybala perguntou.
- NADA! – Falei alto, ouvindo os que sabiam da história gargalharem.
- Nem te conto! – Barza disse rindo e neguei com a cabeça.
- Andiamo, ragazzi! Precisamos ganhar deles, garantir os três pontos, compensar que perdemos no começo da temporada e mostrar quem manda!
- É! – Eles gritaram comigo.
- Andiamo! Andiamo! – Falei, batendo as mãos e eles começaram a sair do vestiário.
Terminei de me arrumar, jogando os cabelos para o lado e segui para o túnel. Os jogadores do Milan já estavam lá, cumprimentei alguns deles, dando um abraço em Gigio Donnarumma, goleiro deles, e segui para meu lugar de capitão. Não demorou muito para entramos e o Juventus Stadium estava lotado como todo derby deveria ser.
Como todo Juve e Milan, já esperava um jogo pesado, só não achei que seria tanto. Com a posse de bola quase equilibrada, nós conseguíamos chegar mais no gol deles do que eles no nosso. Abrimos o placar aos 30 minutos com o primeiro gol de Benatia como bianconero, mas eles empataram aos 43. Sabíamos que teríamos mais 45 minutos do segundo tempo para focar essa mudança, não poderíamos ficar no empate, mas estava bem difícil. Apesar do nosso ataque estar melhor, Gigio estava indo muito bem também e não deixava nada entrar.
Em um momento do jogo, achava que um ponto seria o suficiente baseado no cansaço de meus colegas, mas quando faltava um minuto para o apito final, um toque de mão dentro da área deles. Apesar da reclamação deles, o árbitro deu o pênalti e Dybala o converteu, fechando o jogo em 2x1.
Foi loucura, mas foi bom terminar um jogo assim, principalmente após o empate contra a Udinese na semana passada em que eu completei 612 presenças no campeonato entre Parma e Juve e igualei o Totti. Levando em conta que ele provavelmente se aposentaria no final da temporada e jogava cada vez menos, hoje eu o passei e estava em terceiro.
Finalmente a comemoração veio e não podia ser melhor do que aqui em casa, com a nossa torcida.


Capitolo otantatre

Lei
14 de março de 2017
- Respira fundo... – Falei baixo, passando as mãos nas têmporas de Gigi.
- Achei que não gostasse de Champions... – Ele disse e ri fracamente.
- Fecha os olhos! – Falei e ele me obedeceu. – Eu odeio, mas você gosta... – Massageei suas têmporas devagar. – Então, se você gosta... – Deixei a frase no ar. – Vou te dar forças...
- Grazie. – Ele sorriu, me encarando com seus olhos azuis de novo e suspirei.
- Mantenha a cabeça fria, ok?! – Ele assentiu com a cabeça.
- Pode deixar. – Ele disse e abaixei as mãos de seu rosto, apoiando em seus ombros.
- A gente se fala. – Ele confirmou com a cabeça e deu um beijo em minha testa, me fazendo sorrir. – Até mais. – Ele assentiu com a cabeça e me afastei alguns passos, deixando minhas mãos caírem de seu corpo e pressionei meus lábios em um sorriso antes de virar o corpo novamente. – Bom jogo, ragazzi! – Falei mais alto, batendo na mão de Barza enquanto andava e fiz o mesmo na mão de Chiello.
Olhei rapidamente pelo vestiário, sentindo a falta de alguém, mas não identifiquei e dei de ombros, saindo dele. Encontrei o restante do top cinco saindo também e subimos em direção ao elevador. É jogo de volta de oitavas da Champions League. Nós conseguimos uma vantagem de dois gols lá em Portugal, agora esperava que eles continuassem assim e passássemos para as quartas.
Não, não estou sendo hipócrita, eu odeio a Champions pelo nervosismo que dá em Gigi, mas sei como isso o faz feliz, então, se vai deixá-lo feliz passar para as quartas, também ficarei feliz. O problema é quando acontecesse alguma eliminação, mas não vamos pensar nisso agora, vamos pensar no jogo que estava para começar.
Nos dividimos quando chegamos ao camarote e segui para fazer os clássicos cumprimentos para a família Agnelli e Elkann. Após algumas clássicas bajulações e trocas de carinho para Allegra, John, Lapo e Deniz, segui para meu lugar no primeiro degrau no topo do camarote e foi aí que percebi quem finalmente estava faltando no camarote.
- Leo? – Perguntei, franzindo a testa.
- Ei, chefa! – Ele disse, dando um sorriso.
- O que está fazendo aqui? Se lesionou e eu não fiquei sabendo? – Perguntei e ele indicou a poltrona ao lado dele e me sentei, trocando dois rápidos beijos com ele.
- Não, não! Só uns probleminhas... – Ele abanou a mão e revirei os olhos.
- Quais problemas, Leonardo? – Suspirei fundo.
- Eu e o mister tivemos algumas discussões... – Ele coçou a nuca.
- Você e o Allegri tiveram umas discussões ou ele ordenou algo e você não aceitou? – Ele bufou, fazendo.
- Eu não acho que estou errado e nem ele, então foi uma discussão. – Ele disse e neguei com a cabeça.
- E aí ele optou por não te convocar hoje... – Disse e ele deu um sorriso sarcástico e suspirei. – Aposto que você aprontou muito mais do que só uma discussãozinha para ele te desconvocar de um jogo decisivo de Champions, Leo. – Virei de frente, vendo os times entrarem e ele soltou um suspiro.
- Eu só tenho andado irritado. – Ele disse, bufando e virei para ele.
- Quer conversar? Você tem pouco mais de 90 minutos... – Ele riu fracamente. – Prometo que não cobro hora extra.
- São só problemas em casa... – Ele coçou a nuca de novo. – Eu e a Martina não estamos muito bem, sabe?
- Mesmo? – Franzi a testa. – Há quanto tempo.
- Tem tempo já...
- Mas vocês estavam bem na festa do time e na premiação...
- É, mais ou menos... – Ele suspirou. – Ela foi porque eu pedi, mas as coisas não estão nada bem.
- Mas o que está acontecendo, Leo? Você e a Martina se conhecem há o quê? 10 anos? Estão casados há poucos menos que isso?
- Ah, qual é, null. Você não é casada, mas você sabe que o casamento não é algo certo e justo...
- O que você quer dizer com isso? – Perguntei.
- Que nem tudo é preto no branco, as coisas ficam nebulosas um tempo...
- E você está achando que algumas coisas estão ficando nebulosas? – Perguntei, me assustando com o hino da Champions e ele ficou em silêncio enquanto a ópera estourava pelos autofalantes do estádio.
- Sim... – Ele disse quando acabou. – Desde que o Matteo ficou doente ano passado, as coisas se complicaram um pouco, achei que isso nos aproximaria como família, mas as coisas estão complicadas.
- E você tentou conversar com ela e entender o que está acontecendo? – Ele suspirou.
- Diversas vezes, mas com o trabalho, eu acabo um pouco ausente mesmo... – Pressionei os lábios.
- Eu acho que tem mais do que você está me contando, mas não acho que isso seja problema meu, se você quiser se abrir, eu estou aqui, mas também não sou a pessoa mais certa para te dar conselhos amorosos... – Ele riu fracamente. – Mas você é novo! Vai fazer 30 anos ainda e já tem muita coisa nas suas costas. Um relacionamento de 10 anos, dois filhos, as coisas começaram a se acumular cedo demais, mas você não tinha nem maturidade para encarar isso ainda... – Ele suspirou. – Só tente não fazer nada afobado. Não vale à pena.
- Tem sua cota de decepções? – Ele perguntou e rimos juntos.
- Mais do que eu gostaria. – Fui honesta e ele pressionou os lábios. – Não adianta você ter problemas em casa, vir para o time relaxar se você vai trazer os problemas para o time e criar mais ainda aqui. Allegri não leva desaforo, você sabe disso. Ele vai te proteger para o que for necessário, mas ele vai colocar o dedo na sua cara e falar o que você errou também... – Ele suspirou.
- Eu sei...
- E seja honesto com a Martina. – Falei. – Apesar do que diz o casamento, você não é obrigado a ficar em um casamento para o resto da vida se não estiver feliz, mas o mínimo que você precisa fazer antes de decidir dar qualquer passo é tentar e ser honesto com ela. – Ele assentiu com a cabeça.
- Valeu, chefa. – Ele sorriu.
- Viu a vantagem de ter uma mulher no time? – Rimos juntos.
- Beh, a gente se conhece há uns sete anos, chefa. Acho que eu nem tenho direito de te chamar de chefa... – Rimos juntos.
- Vou pensar no seu caso. Se você se comportar... – Ele sorriu, assentindo com a cabeça.
O jogo já rolava há alguns minutos lá embaixo e, apesar de Gigi ser usado vez ou outra, Cuadrado, Mario, Benatia e Higuaín estavam dando trabalho para Casillas, mas eles estavam mais errando do que Casillas defendendo.
Aos 40 minutos, após uma cobrança de escanteio de Dani Alves, uma confusão dentro da área do Porto, fez com que um toque de mão fosse dado e o jogador Maxi Pereira foi expulso, nos deixando com 10 homens, da mesma forma que no jogo de ida. Dybala bateu o pênalti e aumentamos nossa vantagem para 3x0 e faltava um tempo inteiro ainda.
A vantagem continuou sendo nossa, mas Gigi até apareceu em alguns momentos para defender o gol, fazendo algumas defesas um pouco perigosas demais para o meu gosto, mas conseguimos manter o placar zerado do nosso lado. Durante o segundo tempo, Pjanca e Rincón tentaram compensar as substituições, mas o jogo acabou da mesma forma após o pênalti. 3x0 e estávamos nas quartas de final.
Apesar dos problemas do emburradinho ao meu lado, hoje é um dia de comemoração, felicidades e que eu não dormiria tão cedo, porque eu sabia que o vestiário seria inundado de champanhe antes mesmo de eu chegar lá embaixo. Mas quem importa em terminar a terça-feira tomando um bom champanhe, não é mesmo?

Lui
17 de março de 2017
Ouvi a campainha e sorri, dando uma última olhada no espelho e passei a mão nos cabelos, jogando-o para o lado antes de sair do banheiro. Desci a passos rápidos pela escada, ouvindo o barulho de meus chinelos ecoarem nos degraus. Cheguei no térreo e soltei o hálito em minha boca, sentindo o cheiro do chiclete de menta que estava em minha boca e respirei fundo, espiando pelo olho mágico e vi null ali. Soltei a respiração pela boca e abri a porta.
- Ei, null! – Ela sorriu.
- Oi, Gigi! – A vi com uma mochila nas costas.
- Entra! – Pedi e ela entrou em casa, apoiando a mão em meu peito e inclinando o corpo para dar um beijo em minha bochecha.
- Como você está? – Ela perguntou e fechei a porta, me virando para ela.
- Tudo bem e contigo? – Perguntei, observando-a com um vestido solto e tênis baixos nos pés, me fazendo sorrir.
- Sem grandes novidades. – Falei.
- Está sozinho? – Ela perguntou.
- Sim, estou. – Falei. – Achei melhor não ter nenhuma criança para te distrair. – Ela riu fracamente.
- Ia gostar de ver seus meninos. – Ela disse e sorri.
- Vem cá! – Indiquei a cabeça para ela e segui em frente, em direção à cozinha.
- Desculpa a demora, precisei passar em casa para tomar um banho, não ia aguentar com aquela roupa por mais um minuto. – Ela disse e ri fracamente.
- Sem problemas, mas acho que está cedo para ti, não? – Falei, entrando na cozinha.
- Oito horas? – Ela ponderou com a cabeça. – Mais ou menos. – Ela deixou sua mochila na ponta da mesa. – É sexta, ninguém acaba querendo ficar muito tempo, mas normalmente eu acabo jantando com a Gio ou saio com o Pavel ou o David...
- Vocês saem sem mim? – Perguntei surpreso e ela riu fracamente.
- Acabo jantando mais na Gio, mas às vezes a gente se encontra no meio do caminho e... – Ela deu de ombros.
- Vocês me cortaram do grupo, mancada! – Falei e ela abriu um largo sorriso rindo.
- Nenhum de nós temos filhos pequenos, Gigi. – Ela deu de ombros e eu suspirei.
- Mesmo assim, Leo adora uma cerveja e jogar conversa fora, sabia? – Ela negou com a cabeça.
- Uhum, está bem! – Ela sorriu, abrindo a mochila. – Mas é difícil acontecer, só se nos encontramos no meio do caminho e não temos compromissos mesmo. – Ela tirou seu notebook da mesma, um fichário, um estojo e uma calculadora científica. – Eu evito ter compromissos, um filme e o silêncio me agrada mais.
- E eu te pedindo para trabalhar? – Falei e ela riu fracamente.
- Beh, não é culpa minha se você precisa da minha ajuda. – Ela piscou.
- Vou te pagar, antes de mais nada.
- Deixa disso, Gigi. Vai! O que você precisa? – Ela perguntou.
- Beh, vamos lá! – Indiquei a cadeira e ela se sentou. – Você sabe que a maioria dos meus investimentos são imobiliários, certo?
- Sim, claro... – Ela disse, apoiando os cotovelos na mesa. – Além de outras coisas, é claro...
- Você sabe? – Ela riu fracamente.
- Gigi, tem seu nome, eu leio! – Ela deu de ombros. – Empresas, times de futebol, hotéis, restaurantes, além de todas as propagandas que você fez que tem um toque do seu dinheiro nisso. – Ela pressionou os lábios, apoiando o queixo nas mãos. – Você nunca é o garoto propaganda, só um sócio silencioso. – Ela deu uma piscadela e ri fracamente.
- Enfim... – Ela riu fracamente. – Ano passado eu entrei como investidor de uma empresa têxtil, mas os números simplesmente não batem. O que entra e o que sai é totalmente aleatório, além de uma parte de alguns investimentos imobiliários em construção que estão custando mais que o planejado...
- Quantos imobiliários? – Ela perguntou e suspirei. – Se você precisa da minha ajuda, você não pode me esconder nada.
- Não é isso, são muitos... – Suspirei, abrindo a pasta e pegando uma folha. – Aqui tem. Os apartamentos, as cidades, o andamento e o valor investido e o arrecadado depois de pronto.
- Já vai me ajudar. – Ela disse. – Então são dois casos isolados?
- Não sei. – Passei a mão em meus cabelos. – Eu tenho um gerente que cuida de tudo, além do contador, então talvez estejam interligados, não tenho certeza.
- Ok, eu vou dar uma olhada. Talvez demore um pouco...
- O tempo que precisar, se não terminar hoje e quiser terminar amanhã, outro dia...
- Depende dos números... – Ela deu de ombros. – Preciso achar o ponto de erro, mas eu costumava ser boa nisso... – Ela riu fracamente.
- Eu vou te deixar trabalhar, então. Todos os livros estão aqui e informações desde que eu entrei nessas sociedades, comprei tais investimentos e tudo mais...
- Ok, vou dar uma olhada. Não são tão grossos, não devo demorar tanto. – Ela pegou as duas pastas empilhadas, puxando para si.
- Grazie, null. Mesmo. – Ela sorriu.
- Relaxa, Gigi. Um dia você me paga com algumas embaixadinhas, que tal? – Ri fracamente, me levantando.
- Você está com fome? Já jantou? – Perguntei.
- Não, não comi nada, mas não precisa se preocupar.
- Eu sei fazer meu macarrão ou... – Cocei minha nuca. – Deixa quieto, quer pedir uma pizza?
- Seu macarrão com atum e molho de tomate? – Ela perguntou.
- Sim, é... – Ri fracamente.
- Ah, você faz para gente? – Ela fez uma careta, sorrindo. – Acho que faz uns 10 anos que eu não como isso e eu lembro que era tão gostoso... – Sorri.
- Você gosta? – Perguntei surpreso.
- Mas é claro! – Ela disse rindo. – Lembro quando você fez no ano novo de 2006. – Ela pressionou os lábios. – Eu comi umas três vezes...
- Você limpou a panela. – Falei e ela sorriu. – Eu faço para gente... – Ela assentiu com a cabeça.
- Ok, eu vou começar aqui... – Dei um sorriso bobo e me afastei devagar.
- Eu vou... – Ela assentiu com a cabeça e virei de frente para bancada com um largo sorriso no rosto.
ELA GOSTA DO MEU MACARRÃO! Dio mio! A null gosta do meu macarrão! Eu só queria gritar a plenos pulmões isso, mas acho que não era surpresa, essa mulher é incrível mesmo! Soltei um suspiro e a observei tirar algumas folhas do seu fichário, pegar uma lapiseira e abrir minha pasta do lado e sorri.
Ela é incrível. De todas as formas que essa palavra podia designar. Ela é incrível! Linda, gostosa, sexy, nosso sexo é perfeito, nossa ligação é sensacional, mas além disso, ela é a pessoa mais inteligente que eu já conheci na vida. Era incrível como nos damos bem, pois eu não sei fazer muita coisa além do básico na parte dos livros e ela sabe pegar todos aqueles números e explicar para mim. Ela é demais! null null é demais.
Não que seja alguma novidade, na verdade.
Segui na bancada pegando o macarrão, o atum entalado e os tomates e comecei a fazer minha parte, então ouvia seus dedos baterem na calculadora frequentemente e eles só paravam para escrever no caderno ou checar alguma coisa no notebook.
- O cheiro está gostoso. – Ela disse e virei o rosto para ela, vendo-a virar para trás e sorri.
- Está quase pronto. – Falei.
- Me avisa, a gente para e come. – Ela disse.
- Combinado. – Falei.
Não demorava mais do que 30 minutos para eu fazer esse macarrão, era praticamente fazer o molho e juntar o macarrão cozido e o atum entalado. Podia dizer que eu fazia algo muito mais incrível, mas era só isso mesmo, mas por causa de null, eu acabei enrolando um pouco mais para não cortar seu trabalho tão rápido assim. Quando estava ok, distribuí o macarrão em dois pratos e coloquei um próximo a ela.
- Hum, delícia. Deixa eu só finalizar essa parte aqui... – Ela disse, anotando diversos números seguidos no papel que já estava completamente rabiscado.
Peguei o queijo ralado e os talheres e trouxe para a mesa, além de pegar um suco de laranja que tinha na geladeira, imaginei que ela não fosse querer beber enquanto fazia isso. Sentei na ponta da mesa, colocando queijo em minha comida e comecei a comer devagar.
- Ok, vamos lá! – Ela disse, empurrando seus materiais para o lado e puxando seu prato para si.
- Já dá para saber alguma coisa? – Perguntei vendo-a mexer a comida no prato.
- Dá para notar um padrão de falha durante todos os meses na questão da Zucchi, quase como um erro de registro. – Ela disse. – Como se alguém tivesse esquecido de colocar no caixa uma quantia.
- Mesmo? – Perguntei surpreso e ela colocou um pouco de comida na boca.
- Hu-u-u-um! – Ela suspirou, tombando a cabeça para trás. – Ai, Gigi! – Ela disse rindo. – Que delícia. – Sorri. – Isso está bom demais!
- Acho que você gostou... – Falei e ela riu fracamente.
- E tem como não gostar, Gigi? Isso está demais... – Ela suspirou, levando a mão até a bochecha, fazendo símbolo que havia gostado e sorri. – Me deixa no meu mundinho um pouco. – Ela disse e rimos juntos.
Ela continuou comendo enquanto soltava suspiros e eu só conseguia sorrir para ela. Isso era mais um dos mil motivos que me provavam que ela era a mulher da minha vida. Ela estava se deliciando com minha comida tonta de jovem de 17 anos morando sozinho em outra cidade da mesma forma de quando ela tinha 25 anos. Era incrível.
- Isso estava uma delícia! – Ela suspirou, descansando os talheres e ri fracamente.
- Aposto que exagerou um pouco no efeito. – Falei e ela riu fracamente.
- Não, Gigi. Estava ótimo, mesmo! – Ela sorriu, apoiando a mão na minha. – Adoro essas comidas simples, eu sou simples... – Sorri.
- Eu sei... – Ela assentiu com a cabeça. – Você é incrível. – Falei. – Quer mais?
- Não, chega! – Ela disse rindo. – Estou satisfeitíssima, mas estava muito bom! – Sorri.
- Sobremesa? – Perguntei. – Deve ter gelatto. – Ela riu fracamente.
- Deixa eu terminar aqui antes que bate a leseira. – Ela disse. – Se quiser deixar a louça para mim...
- De jeito nenhum, null, por favor. – Me levantei, juntando os pratos. – Pode trabalhar à vontade. Se quiser parar, eu...
- Não, vou terminar hoje, amanhã vocês vão para Genova, qualquer coisa eu uso para descansar. – Ela ergueu suas mãos para o alto, se espreguiçando.
- Não vai conosco? – Perguntei, levando tudo até a mesa e ela se serviu de um copo de suco.
- Não tenho certeza ainda. – Ela disse. – Só se for para ver o Quagliarella... – Ri fracamente.
- Domingo eu passo o Boniperti de minutos jogados pela Juve ao todo... – Falei e ela virou o rosto para mim. – Se quiser ir para comemorar...
- Parece que ultimamente toda semana eu estou comemorando algo seu. Recordes em cima de recordes... – Rimos juntos.
- É, parece mesmo. – Ri fracamente e ela sorriu.
- Eu vou pensar, ok?! – Ela disse e assenti com a cabeça.
- Ok. – Ela sorriu.
- Vou continuar aqui. – Ela disse.
- Tudo bem... – Falei, voltando para a pia.
Tirei todas as coisas da mesa, deixando o suco e acrescentei uma garrafa de água para ela, caso ela sentisse sede. Lavei a louça rapidamente, guardando as coisas de volta aos seus lugares e virei para null que já tinha continuado os trabalhos.
- Eu vou estar lá na sala, tudo bem? – Apoiei a mão em seu ombro.
- Claro. Te aviso quando terminar. – Ela disse.
- Se precisar de banheiro é ali... – Indiquei a porta.
- Nossas casas são parecidas, Gigi, não se esqueça disso. – Ri fracamente.
- E eu estou na sala aqui de baixo... – Ela confirmou com a cabeça.
- Ok, pode deixar! – Falei e ela sorriu antes de abaixar a cabeça de novo.

Lei
17 de março de 2017
Passei as mãos nos cabelos, apertando a presilha que tirava a franja dos olhos e estiquei as mãos, ouvindo os dedos estalarem e forcei o som oco em todos os dedos, sentindo um relaxamento repentino e voltei aos documentos.
Apesar de ser documentos de somente 15 meses, Gigi tinha muita coisa. Muito do que saía nas notícias de economia quando ele era citado. Ele realmente tinha muita coisa no mercado imobiliário, um verdadeiro império. Tem uma vila na Côte d’Azur, um condomínio de 20 apartamentos em Turim, cinco condomínios perto da estação ciclística de Limone Piemonte, cinco apartamentos em Parma, um condomínio em Forte dei Marmi, duas casas em Rivoli, o hotel da família dele, sem contar o que não entrava nessa conta confusa dele como um restaurante em Pistoia e o balneário dele lá em Forte também.
A questão de alguns empreendimentos imobiliários dele era simples de resolver: alguns estavam vazios, então não tinha inquilino para dar o retorno do investimento, além de que a construtora claramente quebrou, então eles não tinham como construir e pegavam o dinheiro disponível em conta para fazer as coisas, ou seja, o dinheiro dos investidores.
Agora essa questão da empresa têxtil Zucchi era o pior negócio que eu já vi na vida. Eu já tinha feito e refeito as contas e os números continuavam o mesmo, ele investiu 25 milhões de euros em uma empresa destinada a falência e com um péssimo administrativo para ao menos tentar reerguer ela novamente. Gigi estava literalmente jogando 25 milhões no lixo. Ele precisava vender suas ações o mais rápido possível.
Bati os números novamente na calculadora, sentindo meus dedos doerem e fui ticando cada um deles com a caneta até que cheguei no número mágico de 24.784.382, e ele se repetiu das últimas 13 vezes que eu bati esse número.
Agora, o que eu não sabia, era o que estava acontecendo com esse dinheiro. Se a empresa realmente estava com péssima administração ou se tinha alguém passando a mão nos valores mensalmente. E todos os documentos aqui estavam assinados pela mesma pessoa.
Suspirei, guardando as folhas dentro do fichário, ouvindo o barulho oco fechando e me levantei, esticando meus braços para cima, ficando levemente me ponta dos pés e estiquei meus braços e pernas, voltando os pés já descalços ao chão gelado novamente. Enchi mais um copo de água, virando-o completamente para boca e fucei na bolsa, pegando meu celular e checando que faltava poucos minutos para meia-noite.
Peguei o fichário e deslizei meus pés pelo chão, andando até a sala de TV de Gigi, seguindo o barulho da televisão e coloquei a cabeça para dentro da sala. Gigi estava sentado na ponta do sofá com os pés para cima do pufe à frente e o controle na barriga, dormindo calmamente.
Ri fracamente, entrando no cômodo e dei a volta no pufe, me sentando ao seu lado, deixando meu fichário ao lado. Sorri, vendo-o dormir calmamente com os lábios entreabertos e suspirei, levando minha mão até seu ombro. Ele estava tão calmo, incrivelmente torto, mas calmo e sereno. Passei minha mão em sua barba cheia e grisalha e suspirei.
Apoiei a mão em seu peito, depois a cabeça em seu ombro e me encolhi ao seu lado. Deslizei minha mão em seu peito, em cima da camiseta que ele usava, fazendo um leve carinho pelo local. Colei meus lábios em seu queixo, deixando um curto beijo ali e ele levou a mão até a minha, apertando-a com força.
- Está acordado? – Perguntei baixo, vendo-o virar o rosto para mim, abaixando-o levemente.
- Eu tenho sono leve. – Ele disse, suspirando e sorriu para mim ao abrir os olhos. – Você é linda. – Ri fracamente.
- Você também. – Falei e ele colou nossos lábios por alguns segundos em um leve selinho e sorri.
- Se fosse eu, você precisaria de muito mais para me acordar... – Ele riu fracamente.
- Bem sei! – Ele se esticou, coçando os olhos. – Que horas são?
- Quase meia-noite.
- Hoje foi cansativo. – Ele suspirou.
- Quer descansar? Conversamos sobre isso amanhã ou depois...
- Você terminou? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça.
- Sim, terminei. – Ele suspirou, levantando o corpo e me afastei dele, subindo minhas pernas para o sofá.
- Você tem boas notícias para mim? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Você realmente acha que eu tenho notícias boas depois que eu precisei vir aqui organizar suas coisas? – Ele suspirou, se erguendo no sofá e se sentando direito.
- A bomba é grande? – Ele perguntou.
- Beh, se você achar que 25 milhões é dinheiro, sim... – Ri fracamente e ele riu fracamente.
- Ok, já vi que é mal! – Ele disse. – Joga a bomba.
- Beh, sobre a parte de investimento, é fácil. – Peguei o fichário. – Tem duas situações, temos alguns imóveis que estão vazios, então você não tem inquilino, consequentemente você não vai ter retorno desse investimento com o próprio investimento... Não sei se ficou claro.
- Sim, entendi. – Ele disse.
- Agora, tem a questão dos outros investimentos que estão em construção ainda que a construtora está quebrada. – Ele arregalou os olhos.
- Como assim? – Suspirei.
- Toda empresa possui fundos. Tem o fundo dos investidores, mas o fundo da própria empresa, que normalmente acaba sendo o usado para investimentos e o dos investidores fica como segundo plano, pois vocês estão lá para lucrar também...
- Ok... – Ele disse.
- Mas nos papéis que você me mostrou, o fundo primário, vamos chamar assim, está parado há meses. Não tem uma retirada desde março do ano passado. – Falei, mordendo os lábios. – Em compensação, o extrato dos investimentos seu e das outras pessoas, reduz a cada mês. Então eles estão usando o fundo secundário para subir o prédio, provavelmente porque a empresa está quebrando. – Dei de ombros.
- Cazzo! – Ele disse baixo e pressionei os lábios. – E como eu resolvo isso?
- Tirando seus investimentos, o problema é o andamento da obra e se eles vão ter dinheiro para te devolver... – Fiz uma careta. – É uma situação difícil. Indico você a procurar um advogado, porque se você tirar o dinheiro, a empresa quebra de vez e não termina a obra, mas dependendo do valor do investimento, precisa ver como você vai receber isso, aí imagino que tenha um contrato nisso... – Ele suspirou.
- Ok, eu vou falar com o marido da Guendy sobre isso... – Ele apertou as mãos no rosto. – E sobre a Zucchi?
- Beh... – Suspirei e ele ergueu o lugar para mim.
- Bomba também? – Ele perguntou.
- A maior. – Suspirei. – Simplificando: você fez um péssimo investimento. – Falei. – Até agora você perdeu quase 25 milhões de euros...
- Mas isso foi...
- O que você investiu. – Falei e ele arregalou os olhos, me fazendo suspirar.
- Mas tem algo estranho nos números, não dá para saber se é somente uma péssima administração ou se tem alguém retirando dinheiro dos fundos da empresa... – Ele suspirou. – Tem a opção de ser uma empresa fantasma também, mas...
- Como assim? – Ele franziu a testa.
- Empresa fantasma, sabe? Uma empresa que não existe para lavagem de dinheiro, normalmente para coisas escusas. – Pressionei os lábios. – Mas se for isso, imagino que não saiba...
- Não, claro que não! – Ele disse mais alto. – Você realmente acha que, depois de tudo o que passamos, eu jogaria na sua cara uma empresa fantasma para isso, null?
- Você esconderia de mim se tivesse? – Perguntei.
- Eu não teria, null! Por favor. – Ele disse e pressionei os lábios.
- Ok, vou te dar o benefício da dúvida. – Suspirei. – Mas é isso. Meu trabalho para aí, mas os contratos dos dois casos são assinados pela mesma pessoa, tanto da empresa quanto dos imóveis... Pode também ser algum problema interno. – Dei de ombros. – Talvez você precise de um novo contador.
- Aceita o emprego? – Ri fracamente.
- Ah, eu não acho que tenho saco para essas coisas, Gigi. – Passei um braço pelo seu corpo, me ajeitando ao seu lado e ela passou um braço atrás de minha cabeça. – Mesmo se um dia eu sair da Juve e quiser trabalhar um pouco mais, acho que não iria para esse tipo de contabilidade...
- Pensa de sair da Juve um dia? – Soltei um longo suspiro.
- Agora não, mas pode acontecer, né?! – Ele me apertou para perto de si e subi uma perna para cima de seu corpo. – Um dia vai ser inevitável. Depende da minha idade, da minha vida... talvez sossegar um pouco é uma boa opção, ter alguns filhos, encher essa casa...
- Podemos fazer isso... – Sorri, acariciando seu corpo.
- Mas é cedo para eu pensar em parar ainda, tenho só 35 anos, vamos pensar na hora que chegar lá... Além de que eu não preciso da parte monetária, eu tenho investimentos mais concretos do que você e não pretendo me livrar deles quando sair do time... – Ele riu contra minha orelha.
- Você só investe em ações? – Ele perguntou.
- Sim, só! O melhor tipo de investimento de todos, principalmente quando eu mesma comando uma parte deles por causa do time.
- Além do time, onde mais você tem ações? – Ele perguntou.
- Algumas empresas da Exor dos Elkann... FIAT, CNH, Ferrari... – Ponderei com a cabeça. – Mas só na Juve que eu tenho ações mais expressivas e faço parte do conselho...
- Oh, isso é bom! – Ele disse.
- É, além disso tenho na Adidas, na Allianz, na Versace... – Suspirei. – Algumas outras grifes italianas...
- Isso é incrível, null. – Ele riu fracamente.
- Isso em seis anos. – Falei, suspirando.
- É melhor? – Ele perguntou.
- O quê?
- Investir em ações?
- Acho mais simples. Quando a empresa lucra, você tira uma parte e investe mais. Quando dá prejuízo, você deixa lá e espera dar lucro de novo. Não precisa comandar muitas coisas, é só esperar pelos relatórios praticamente. Eu costumo comprar mais quando está em baixa. A Juve é no começo da temporada, as grifes é em meio de estação, as empresas automobilísticas quando algum carro sai de linha e a Adidas é em fim de temporada.
- É quase uma dança...
- É, praticamente... – Rimos juntos e ele beijou minha testa. – Beh, acho que está na hora de eu ir. – Ergui meu corpo.
- Fica... – Ele pediu, acariciando meu rosto.
- Eu não vim aqui para isso, Gigi...
- Só fica comigo. – Ele acariciou minha bochecha. – Quando mais vamos aproveitar um momento só nosso?
- No trem indo para Genoa? – Perguntei e ele sorriu.
- Você vai? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Talvez... Não sei ainda, provavelmente sim, depois entra data FIFA e são 10 dias sem você. – Suspirei e ele sorriu. – Mas agora estou cansada para decidir, confesso.
- Você pode dormir comigo... – Ele beijou minha cabeça, me fazendo sorrir. – Você, eu... – Sorri, sentindo sua mão descer pela lateral de meu corpo, me fazendo cócegas e ri fracamente.
- Está carente, Gigi? – Rimos juntos.
- Sempre. – Sorri. – Só quero ficar contigo, linda. Aproveitar você aqui comigo. – Suspirei.
- Ok, então. – Falei, erguendo o corpo e vendo seu olhar surpreso. – Mas você vai ter que me emprestar uma roupa bem confortável para dormir. – Ele sorriu.
- Tem algo mais confortável do que sem nada? – Ele segurou meu rosto, acariciando a lateral de meu rosto devagar e ri fracamente.
- Talvez não... – Mordi meu lábio inferior e ele aproximou o rosto do meu, colando nossos lábios levemente.
- Vamos subir? – Ele sussurrou, roçando os lábios nos meus.
- Só vou organizar minhas coisas lá na mesa. – Falei baixo e ele assentiu com a cabeça.
- Vamos, eu te ajudo... – Ele disse e puxei-o pela gola da blusa, colando nossos lábios fortemente. Ele levou as mãos para minha cintura, apertando meu vestido e nos separei segundos depois, me fazendo suspirar.
- Ok, eu fico. – Falei rindo e ele sorriu.
- Então, vamos... – Ele passou as mãos pelo meu corpo e apertei as mãos em seus ombros. – Vamos sair daqui... – Ele deslizou para ponta do sofá, apertando minhas pernas e se levantou.
- Ah! – Falei baixo, apertando minhas mãos.
- E ir para um lugar mais confortável? – Ele perguntou e passei a mão em seu rosto, acariciando-o devagar.
- Você não vai parar de ser assim quando for todo meu, vai? – Perguntei, fazendo um pequeno bico e ele riu fracamente.
- Não, vou fazer questão de te fazer sorrir todos os dias de todos os jeitos. – Mordi meu lábio inferior, abrindo um sorriso em seguida.
- Ótimo. – Disse e ele começou a andar. – Meu fichário! – Falei e ele riu fracamente, voltando e estiquei uma mão, pegando-o e apoiando em meu braço. – Ok, pronto.
- Certeza? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Sim! Vamos lá!

Lei
18 de março de 2017
- Sabe...
- Hum... – Ela disse.
- Eu poderia ficar assim para sempre. – null ergueu o rosto de meu peito, focando seu olhar no meu. – Sem falar nada... Só abraçado a você. – Ela deu um curto sorriso e colou os lábios nos meus por alguns segundos.
- Eu sei... – Ela suspirou, passando os braços pelos meus ombros, segurando minha cabeça. – A gente se entende, Gigi. Sempre nos entendemos. – Sorri, segurando seu braço, inclinando meu corpo para frente rapidamente para colar nossos lábios antes de abaixar a cabeça nos travesseiros de novo.
- Eu errei para caramba, né?! – Falei e ela suspirou.
- Gigi... – Ela negou com a cabeça.
- Não, null, por favor.
- Não vamos falar disso... – Ela se mexeu em cima de mim, se levantando.
- É uma pergunta retórica, null. – Ela se sentou em meu quadril, deixando as pernas nas laterais de meu corpo.
- Se é retórica, o que quer que eu fale? – Segurei seus braços e ela deixou as mãos caírem em meu peito.
- Quero que você concorde comigo... – Ela riu fracamente.
- Eu não sou o tipo de pessoa que dança em cima de caixão fechado, Gigi. – Ela suspirou. – Apesar de amar ficar revivendo as imagens do passado, precisamos olhar para frente. – Ela pressionou os lábios, puxando a respiração com força. – Sim, você errou muito... – Rimos juntos. – Mas eu também tenho minha parcela de culpa nisso tudo... – Ergui meu corpo na cama e ela deslizou o corpo para trás. – Agora, eu quero saber o que você vai fazer daqui para frente... – Assenti com a cabeça, levando minhas mãos para seu rosto. – O que nós vamos fazer...
- Nós vamos fazer isso, null. – Joguei seus cabelos para trás, acariciando seus lábios com o polegar.
- Do jeito certo! – Ela disse. – Não quero deixar pendências para trás, parece que algo sempre fica sobrando... – Assenti com a cabeça.
- As únicas pendências vão ser meus filhos, ok?! – Ela riu fracamente.
- Eles não são pendências, Gigi. Eles são parte de você. – Ela passou os braços em meus ombros. – E, apesar de tudo, não vejo minha vida sem eles... – Ela acariciou meu peito e subiu os olhos para mim. – Os três... – Sorri.
- Mesmo? – Ela assentiu com a cabeça.
- É claro! – Ela subiu os braços pela minha nuca, acariciando devagar. – Ele não tem culpa de nada. Você tem! – Ri fracamente. – Mas não tem como voltar no tempo e eu nem gostaria de voltar, se for para não ter eles.
- Você gosta dos meus meninos...
- Sim. – Ela abriu um largo sorriso. – E o Lou está grande demais... – Ri fracamente. – O tempo está passando rápido demais.
- Isso me desespera um pouco. – Suspirei, descendo as mãos pela sua cintura. – Mas você está aqui comigo e esteve esse tempo todo. – Ela acariciou meu queixo. – Me desacelera, faz eu achar que ainda tenho 25 anos... – Rimos juntos e ela colou os lábios nos meus.
- Vamos certificar que isso seja para sempre, ok?! Já estamos com cabelos brancos, algumas rugas... – Ela deslizou o indicador em meu rosto, acariciando minha testa, meu nariz e desceu em minha bochecha.
- Você não tem cabelos brancos, null. – Falei e ela riu fracamente.
- Eu pinto, ok?! Ou você realmente acha que eu tive o dom dos cabelos naturais com 35 anos? – Ri fracamente.
- É, mas seus cabelos não são naturais há anos que eu sei, null. – Falei e ela riu fracamente. – Você começou a clarear eles logo que a gente terminou em 2006... – Ela ponderou com a cabeça.
- É, mais ou menos isso... – Ela sorriu. – Mas eu quero até o fim, ok?! Até todos os seus cabelos estiverem brancos e essa barba também. – Ela acariciou meu rosto, colando nossos lábios e sorri.
- Você não?
- Acho que eu sou vaidosa demais para deixar meus cabelos ficarem naturalmente brancos... – Sorri. – Mas também não sou a pessoa que vai encher a cara de preenchimento para esconder rugas, então deixe elas virem.
- Você é linda, null. Sempre foi e sempre vai ser. – Apertei minhas mãos em sua cintura. – E eu aceito o que vier. – Ela roçou nossos narizes devagar, fazendo nossas respirações se misturarem.
- Até quando tudo estiver caindo? – Ela perguntou baixo e ri fracamente.
- Tudo. – Falei baixo e afastei nossos rostos para olhar melhor para ela. – Nada vai afetar nossa vida sexual, amore... – Ela riu fracamente.
- Eu gosto dela... – Ela mordeu o lábio inferior. – Sempre gostei, na verdade. É diferente...
- Você me entende... – Falei baixo. – Você sabe do que eu gosto... Sabe como me agradar... – Ela riu fracamente.
- Somos perfeitos, Gigi. – Ela deu de ombros. – Em vários sentidos. – Ela passou os braços em meu pescoço, aproximando os corpos.
- Você é a mulher da minha vida, null... E eu tenho sorte de ter te encontrado... – Ela pressionou os lábios em um sorriso.
- Eu também... – Colei meus lábios nos seus. – A gente vai conseguir fazer isso, ok?!
- Sim! – Falei firme. – Se eu vou precisar envelhecer e me aposentar, que eu seja feliz em casa. – Ela sorriu, assentindo com a cabeça.
- Aposentado sim, mas não longe do futebol. – Ri fracamente.
- Ah, isso nunca. Acho que nem consigo, na verdade. – Sorri.
- Você é hiperativo, Gigi, você não aguenta um jogo no banco sem ficar andando de lá para cá... – Sorri. – Você vai precisar extravasar essa energia de alguma forma, e acho que só no sexo, eu não aguento. – Rimos juntos.
- Você tem o mesmo apetite do que eu, null, nem vem! – Passei os lábios pelo seu pescoço. – Ou devo te lembrar que estava presente em todas as realizações sexuais? – Ela tombou a cabeça para trás, rindo fracamente.
- Todas? – Ela perguntou baixo.
- Sim! – Falei rindo fracamente contra seu pescoço. – Ou você realmente acha que eu tenho uma vida sexual gostosa com outra pessoa além de você?
- Espero honestamente que não... – Ela ergueu o olhar para mim, séria. – Honestamente... – Sorri, acariciando seu rosto.
- Não tenho. – Suspirei. – E eu só penso em você também. Todo dia, toda hora... – Ela abriu um sorriso fofo.
- Me beija... – Ela pediu baixo, sua voz saindo quase em um sussurro e sorri antes de colar nossos lábios.
Levei uma mão até seu pescoço, segurando-o firme e intercalando leves carícias em seu rosto e ela entreabriu os lábios, me permitindo entrar com a minha língua em seus lábios e ela a sugou. Suas mãos abaixaram para meu peito novamente, espalmando-as. Nossos lábios começaram a se movimentar com mais rapidez, fazendo nossos narizes se roçarem diversas vezes.
Desci minhas mãos pelas suas costas, apertando os espaços abertos de seu vestido, colando seu corpo mais ao meu. Sua língua rodava em minha boca com agilidade, fazendo nossos lábios se chocarem errado diversas vezes, tirando sorrisos de nossos rostos. Ela movimentou o corpo no meu, pressionando seu quadril com mais força no meu, me fazendo arfar, soltando a respiração para cima.
Ela aproveitou a deixa e levou os lábios para minha bochecha, distribuindo alguns beijos pelo local e deslizou os lábios até meu pescoço, deixando um beijo a cada centímetro que descia. Minhas mãos foram para suas coxas, subindo por dentro de seu vestido e mordi meu lábio inferior quando ela sugou mais forte a pele, passando a língua pelo local.
Ela inclinou seu corpo para frente, roçando o quadril mais no meu e soltei um suspiro forte. Minhas mãos subiram pela sua bunda, adentrando a calcinha e apertei suas nádegas, vendo-a desviar o olhar de seu trabalho e encarar meus olhos novamente. Ela roçou nossos lábios devagar, passando as mãos em meus cabelos e deslizava seu corpo levemente no meu.
- Ah, null... – Suspirei, ouvindo sua risada e ela desceu os lábios pela minha bochecha, chegando em minha orelha, mordiscando-a levemente.
- Foi rápido assim? – Ela perguntou baixo e suspirei, sentindo-a pressionar o quadril na minha ereção que crescia e suspirei, soltando a respiração forte.
- Depois de todo esse tempo você ainda se surpreende? – Falei no mesmo tom e ela riu fracamente.
- Bom ver que eu ainda causo esse efeito em você. – Ela estalou um beijo em minha bochecha e se afastou lentamente.
- O que vai fazer? – Abaixei a cabeça, olhando para ela.
- Calma... – Ela disse rindo fracamente e se afastou de meu colo, ficando em pé na frente da cama. – Camisinha?
- Ali... – Apontei para mesa de cabeceira do lado direito e ela seguiu até a mesma, abrindo a gaveta e suspirei, vendo a ereção marcar em cima da bermuda de nylon que eu usava.
- Você diz que eu estive presente em todas as suas fantasias, não? – Ela disse baixo, voltando em minha direção e deixou a embalagem na beirada da cama.
- Sim! Temos bons anos aí... – Falei e ela riu fracamente, levando as mãos para a barra da bermuda.
- Vamos tentar algo diferente hoje... – Ela disse e apoiei meu corpo nos braços um pouco para ela puxar minha bermuda para baixo.
- O que tem em mente? – Perguntei baixo e ela puxou minha cueca logo em seguida, me fazendo apoiar a bunda de volta no colchão.
- Vem mais para beirada. – Ela disse e deslizei o corpo em sua direção, colocando as pernas para fora da cama.
Fiz o que ela mandou e levei a mão ao meu pênis, estimulando-o enquanto ela abria o pacote. Ela se ajoelhou em minha frente, apoiando as mãos em meus joelhos e passou a língua nos lábios, mordiscando-os em seguida enquanto me observava e fiz o mesmo.
- Vai ficar só olhando? – Perguntei e ela sorriu.
- É tentador, mas não consigo ficar sem tocar... – Ela disse, apertando as mãos em minhas pernas e chegou em minha virilha.
- Vai... Faça! – Falei baixo, apoiando as mãos atrás do corpo, tombando-o para trás.
Suas mãos foram até meu pênis, acariciando-o devagar e seus lábios tocaram a cabeça. Soltei um suspiro quando ela começou a sugar e senti meu corpo relaxando quase que automaticamente. Soltei um suspiro alto, sentindo-a intercalar entre sugadas mais fortes e profundas, com a mão deslizando pelo meu pênis.
Ela sabia me relaxar e sabia me chupar bem demais. Meu corpo ia para outra realidade com ela, mas seus lábios em meu pênis tiravam todo estresse e me dava um rápido vislumbre de como seria minha vida com ela: calma e muito mais divertida.
Ela segurou meu pênis, tirando-o da boca e passou a língua na cabeça diversas vezes, sugando somente a cabeça, me fazendo soltar a respiração fortemente. Ela afastou os lábios devagar, me fazendo abaixar o rosto para olhá-la enquanto ela colocava a camisinha e apoiou as mãos em minhas coxas antes de ficar em pé novamente.
- Você sempre acaba com a minha diversão, não é?! – Falei e ela riu fracamente, levantando sua saia.
- Eu quero participar também. – Ela apoiou uma mão em meus ombros, ficando entre minhas pernas.
- Vai ficar assim? – Perguntei e ela deu de ombros.
- Segura... – Ela me esticou seu vestido e segurei-o.
Observei o que ela ia fazer e ela afastou sua calcinha para o lado e segurei meu pênis com a outra mão. Ela olhou em meus olhos e abaixou seu corpo devagar. Meu pênis entrou devagar dentro dela que suspirou, mordendo o lábio inferior. Ela se sentou em meu pênis, soltando um suspiro devagar e soltei seu vestido. Ela levou as mãos para meus ombros, segurando atrás de minha cabeça.
- Está ok? – Perguntei baixo e ela assentiu com a cabeça.
- Sempre bem. – Ela suspirou, colando seus lábios nos meus por alguns segundos. – Vai um pouquinho para trás. – Ela pediu e segurei em sua bunda, obedecendo-a.
Ela colocou os joelhos na lateral de meu corpo, ficando com o corpo um pouco mais alto que o meu, fazendo meu pênis deslizar dentro de si. Ela apertou suas mãos, puxando alguns fios de meus cabelos e apertei minhas mãos em suas coxas por baixo de sua coxa, apertando com firmeza.
Ela começou a movimentar seu corpo devagar sobre o meu, rebolando em meu pênis, suspirando conforme se mexia. Sua calcinha justa roçava em mim conforme o movimento, me estimulando a apertar minhas mãos em seu corpo cada vez mais. Ela colou minha testa na sua, roçando nossos lábios devagar e mordisquei seu lábio inferior, puxando-o para mim.
- Vai para trás... – Ela pediu baixo.
- Quer que eu me deite? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Não consigo me movimentar assim. – Ela disse baixo e assenti com a cabeça.
Apertei minhas mãos sem suas nádegas, inclinando o corpo devagar para trás e ela inclinou em cima de mim, apoiando as mãos em meu peito. Com a nova posição, consegui começar a me movimentar devagar, fazendo movimentos de vai e vem e ela começou a rebolar mais em meu corpo, suspirando.
Ela inclinou o corpo para frente, fazendo meu pênis deslizar dentro dela e comecei a agilizar os movimentos cada vez mais rápido dentro de si, apertando minhas mãos fortemente em suas coxas. Conforme agilizei os movimentos, sentindo meu quadril se afastar da cama diversas vezes, os gemidos de null começaram a ficar mais altos, causando mais excitação em meu corpo.
Senti o suor começar a deslizar pelas minhas têmporas, fazendo a respiração começar a sair com força pelos lábios e null respondia conforme meus estímulos, deixando os gemidos escaparem cada vez mais altos.
- Gigi, eu vou... – Ela suspirou, jogando a cabeça para frente, fazendo seus cabelos caírem em seu rosto. – Ah... – Ela gemeu mais alto, apertando uma mão em meu ombro e a outra jogou os cabelos para trás.
Agilizei os movimentos cada vez mais, sentindo a excitação crescer em meu corpo e null soltou um longo suspiro, esticando as mãos em meu peito antes de relaxar segundos depois. Movimentei meu quadril mais algumas vezes, vendo o rosto de null se contorcer de prazer, mordiscando os lábios e gozei, soltando um forte suspiro.
Meu corpo relaxou sobre o colchão, afrouxando as mãos no corpo de null e ela suspirou, puxando a respiração fortemente. Ela jogou seus cabelos para trás, erguendo os olhos sobre o meu e nossas respirações fortes tomaram lugar de nossos gemidos. Ela tinha um sorriso discreto nos lábios e ela inclinou o corpo em minha direção, colando nossos lábios em um longo beijo.
Ela deixou mais alguns beijos em meus lábios, me fazendo sorrir no intervalo de cada um deles e girou seu corpo para o lado, fazendo meu pênis sair de sua vagina e ela se deitou ao meu lado, ficando de barriga para cima.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, deixando somente que nossas respirações falassem por nós e depois ela levou a mão para meu peito, inclinando o corpo para eu visualizar seu rosto e ela colou os lábios nos meus por alguns segundos, me fazendo sorrir.
- Minha linda. – Falei e ela sorriu.
- Eu tenho que ir...
- Não! – Falei rapidamente e ela riu.
- São quatro da manhã, Gigi. Eu tenho que arrumar minha mochila para ir amanhã. – Ela disse e sorri.
- Você vai? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Já que faz questão... – Ela disse rindo, se levantando e fiz o mesmo.
- Fica mais um pouco, não vou te deixar voltar para casa a essa hora. – Ela riu fracamente.
- Gigi, eu moro há sete casas daqui. É só subir ladeira. – Rimos juntos.
- Não vou deixar! – Falei firme e ela riu fracamente.
- E se alguém chegar aqui, Gigi? Sério! Já pensou nisso? – Ela perguntou e eu suspirei. – Viu? Pode chegar! – Ela suspirou.
- Pelo menos fica até amanhecer. – Falei. – Eu checo se alguém vai vir.
- E eu vou virar a madrugada? – Ela perguntou.
- Não... – Falei, pensando. – A gente pode ficar lá embaixo, devidamente vestidos, se alguém aparecer, estávamos trabalhando.
- Você não presta, Gianluigi! – Ela se levantou rindo, ajeitando sua calcinha por cima do vestido.
- Não quero que vá embora. – Falei, puxando sua mão e ela ficou de frente para mim. – Seis, seis e pouco já amanhece. – Ela suspirou. – Podemos ver o nascer do sol juntos...
- Tentando ser romântico? – Ela perguntou e eu ri fracamente.
- Está funcionando? – Perguntei e ela se sentou em meu colo sorrindo. – Eu coloco despertador...
- Ok, mas só até amanhecer! – Ela disse, apoiando as mãos em meus ombros. – E vamos ficar lá embaixo. – Ela disse firme, apontando para mim e ri fracamente. – E você vai ficar acordado, eu vou tirar uma soneca.
- Ok, mamãe. – Dei um beijo em seus lábios, vendo-a dar um sorriso tímido e acariciei seu rosto. – Agora, posso me livrar da camisinha?
- Sim, você pode! – Ela disse, me fazendo rir. – Eu preciso fazer xixi também.
- Pode ir antes. – Falei e ela deu um curto beijo em meus lábios antes de se levantar.
Dei um tapinha em sua bunda quando ela se virou de costas, fazendo-a levar as mãos para o local e ri junto dela. Ela virou o corpo para trás e pisquei para ela, antes de vê-la entrar no banheiro e fechar a porta.


Capitolo otantaquattro

Lei
24 de março de 2017
- Buona sera. – Falei para a mulher da entrada, vendo-a checar meu ingresso.
- Benvenuta! – Ela disse e assenti com a cabeça.
- Grazie. – Ela me entregou o ingresso de volta e guardei no bolso de trás da calça, passando pela entrada.
Entrei no Renzo Barbera, estádio daqui de Palermo, da mesma forma que eu entrei quando eu era criança, como torcedora. Claro que eu não lembrava quando havia entrado aqui como torcedora, mas duvido que tivesse sido algum assento especial. Apesar dos ingressos disponibilizados pela Federazione, tirei alguns dias de folga para vir a Palermo e assistir a esse jogo das eliminatórias da Copa da Itália.
Na verdade, levando em conta que eu precisava assistir aos jogos para decidir novas contratações, posso falar que era um jogo de estudo. Mas não. Optei por vir como um torcedor normal e evitar toda a bajulação que ser uma top três da Juventus incluía. Mesmo em jogo da Nazionale, ter um posto de respeito no maior time da Itália, colocava alguns holofotes em mim e hoje não era para mim, todos os holofotes precisavam estar em Gigi.
Mil jogos. No jogo de hoje, Gigi completava mil jogos ao todo, seja pelo Parma, pela Juventus ou pela Nazionale. Desde que fez sua estreia na Serie A naquele 1995, ele havia jogado mil jogos. Beh, 999, o milésimo seria em alguns minutos. Mesmo assim, era loucura pensar em mil jogos. Uns 60 jogos por temporada, apesar de ele não jogar todos, vezes 20 anos, mais jogos na Nazionale, competições, amistosos... Não sei se contam amistosos, mas ainda assim, era incrível e assustador pensar em como o tempo passa.
Mas isso é algo importante para ele, então coloquei minha camisa da Itália com seu nome e número, troquei os saltos pelos tênis, escondi os cabelos dentro de um boné e vim. Talvez estivesse um pouco despojada demais para o que eu estava acostumada, mas às vezes uma mulher precisa de conforto nos pés e, quanto menos atenção eu tivesse, melhor.
Segui para dentro do estádio, andando em direção ao local que eu havia comprado e preciso assumir que era realmente muito melhor ficar aqui, na linha do campo do que no alto camarote dos estádios. Tinha mais conforto, é claro, mas ficar aqui me deu saudade dos meus primeiros anos de Juventus quando eu e Giulia nos enfiávamos nos assentos do Delle Alpi.
Lá vou eu pensar no passado novamente.
Enquanto esperava pela chegada de Olga e Ricky ou até o começo do jogo, o que viesse primeiro, fiquei mexendo no celular e aproveitando para tirar algumas fotos e postar nos stories. Eu não tinha muito costume de postar tanto, mas Manu vivia enchendo o meu saco e de todas as outras pessoas para postar algo, pois assim ela podia acompanhar o que estivesse acontecendo aqui.
Coitada! Ela precisava voltar urgentemente, estava enlouquecendo lá no Brasil com mãe, pai, avó e sei lá mais o que...
- Ciao, null! – Ergui o olhar, vendo Olga e Ricky.
- Ei, vocês chegaram! – Falei animada, abraçando um por um e cumprimentando-os com dois rápidos beijos nas bochechas.
- Desculpe o atraso, eu fiquei presa no escritório. – Olga disse e abri espaço para ambos sentarem ao meu lado.
- Não se preocupe, ainda não começou. – Falei, vendo meus padrinhos se acomodarem.
- Você conseguiu se acomodar lá no apartamento? - Ricky perguntou.
- Sim, consegui. Eu só tomei um banho, na verdade. Vir de Turim para Palermo não é um trabalho muito fácil... – Eles riram.
- Vai ficar conosco até domingo, pelo menos? – Olga perguntou.
- Claro que sim! – Sorri. – Não seria tão cara de pau assim. – Eles riram.
- A gente pode sair para almoçar na praia amanhã, o que acha? Matar um pouco as saudades...
- Ah, eu vou adorar, ter um fim de semana de relaxamento um pouco. – Eles riram.
- Não está na correria? – Ricky perguntou.
- Parcialmente... – Ponderei com a cabeça. – Agora é fim de temporada e as coisas ficam mais corridas, temos quartas de Champions chegando e fim de campeonato, aí começam as conversas de transferências, mas essa semana é data FIFA, nossos jogadores são bastante visados para suas Nazionali, então sobram só os jogadores mais novos no CT...
- Mas aposto que o administrativo continua uma loucura.
- Claramente! – Falei, ouvindo eles riram. – Acaba sendo mais calmo, mas fico triste que minha sala dá para o campo de treino, e ele está vazio, tem dias que dá para ouvir as risadas e gritos lá de cima.
- Ah, é gostoso. – Olga disse e assenti com a cabeça.
- Vocês querem alguma coisa para comer ou beber? – Ricky perguntou.
- Ah, se você for, eu aceito algo... – Falei e ele riu.
- Um refrigerante e pipoca? – Ele perguntou.
- Perfeito! – Falei, ouvindo-o rir.
- Amor? – Ele falou com Olga.
- Aceito também. – Ela disse e rimos, vendo Ricky seguir para cima.
- Então, você veio até aqui para ver um jogo da Itália? – Olga me abraçou pelos ombros e ri fracamente. – Não tinha um mais perto de você? – Neguei com a cabeça.
- Eu tenho um motivo especial para estar aqui, sou óbvia, já sei. – Ela riu fracamente.
- É sobre os mil jogos dele? – Ela perguntou.
- É sim, prometemos estar junto do outro em todos os momentos, então eu estou. – Dei um curto sorriso e ela sorriu.
- E como vocês estão? Bem? – Ela perguntou, dando um beijo em minha cabeça.
- Sim, estamos. – Sorri. – Melhorando a cada dia, existem mais esperanças que tudo vai realmente dar certo. – Ela assentiu com a cabeça.
- Seja feliz, ok?! Você merece toda felicidade do mundo. – Assenti com a cabeça, sorrindo.
- Eu sei, eu sei. – Sorri. – Vou ficar bem, prometo. E, quando tudo acontecer, vocês saberão... – Ela riu fracamente.
Não demorou muito e fomos distraídas pela entrada dos times. Itália jogaria hoje contra a Albania. Não sabia ao certo como estava a tabela do grupo da Itália para as eliminatórias, mas imagino que bem, tivemos poucos jogos até agora, quatro ou cinco. Além de Gigi, entramos com Zappacosta, Barza, Leo, De Sciglio, Candreva, de Rossi, Verrati, Insigne, Belotti e Immobile, nomes bem conhecidos para mim.
O hino da Albania foi cantado e juntei ao restante do estádio para cantar nosso hino nacional. Eu sempre gostava de ver os jogadores cantando empolgados e parecia que dava um maior ânimo para todos nós. Ricky acabou voltando pouco depois do hino e me distraí com minha pipoca enquanto assistia.
O primeiro lance do jogo foi da Albania, fazendo Gigi precisar sair do gol, mas não chegou a tocar na bola, restado em tiro do meta. Aos três minutos, eles novamente, mas, tirando o nervoso, sem perigo real. Aos 10 minutos, finalmente aparecemos no jogo. Belotti tentou um ataque, mas acabou sendo empurrado dentro da área e o juiz marcou pênalti. Gigi se virou antes de bater, mas De Rossi bateu bem e a bola entrou.
Aos 22 minutos, Gigi finalmente apareceu, Barza tentou impedir a bola de chegar nele, mas Gigi precisou sair para defender, mantendo o placar. Aos 37, nós tivemos um escanteio, e o goleiro defendeu, fazendo a bola sair por cima. Aos 43, a mesma coisa, mas eles defenderam mais a queima roupa. Após isso, se seguiu para o último escanteio, mas foi para fora.
Na volta do intervalo, nenhum lance importante, mas logo no começo do jogo, a torcida da Albania começou a jogar sinalizadores e bombas, me fazendo assustar e, como é esperado, a fumaça desceu para o campo, me forçando a cobrir o nariz e a boca com a minha camiseta. Obviamente o jogo preciso ser parado, pois o lado em que Gigi estava, ficou completamente encoberto pela fumaça, não era possível ver nada.
Após quase 10 minutos, o jogo foi retormado. Dessa vez, nós começamos a comandar o ataque. Candreva tentou aos 60 minutos, depois ele novamente minutos depois, até os 70 minutos que, após uma cobrança de escanteio, Immobile conseguiu cabecear e aumentamos para 2x0. O jogo seguiu conosco liderando o ataque, mas com um minuto de acréscimos, o juiz apitou o fim de jogo.
Eles se cumprimentaram e, quando estavam saindo do campo, Gigi começou a pular no ritmo da música que tocava, Occidentali's Karma de Francesco Gabbani. Ele tinha acabado de ganhar o festival de Sanremo, então só tocava isso na Itália agora.
- Beh, foi divertido! – Ricky disse, bocejando em seguida e eu e Olga rimos juntas.
- Não é acostumado a dormir tarde, tio Ricky? – Brinquei e ele riu fracamente.
- Ih, null, esse daí dorme cedo. – Olga disse rindo.
- Ah, eu estou acostumada a dormir tarde, é bem frequente. – Falei.
- Você vai embora com a gente? – Ricky perguntou.
- Não, vai ter um pequeno coquetel em comemoração ao Gigi, eu vou dar uma passada lá, falar com ele, depois vou para o apartamento. Não devo demorar, o dia foi longo.
- Você pode ficar com a minha chave. – Ricky disse.
- Você tem como ir? – Olga perguntou.
- Podemos te levar. – Ricky disse apressadamente.
- Se vocês não se importarem... – Dei de ombros. – Vou aceitar, depois volto de Uber.
- Combinado, vamos lá, então. – Olga disse e peguei meu lixo, começando a subir as escadas do estádio.

Lui
24 de março de 2017
- Ah, Gigi! – Sorri quando o presidente da FIGC veio em minha direção.
- Senhor Tavecchio! – O cumprimentei.
- Que isso, Gigi, sem formalidades! – Ele disse, dando uns tapinhas em minhas costas. – Complimenti pela conquista! – Assenti com a cabeça. – É incrível ter um jogador como você aqui na Itália, conquistando prêmios e nos ajudando com a nossa Nazionale. – Assenti com a cabeça.
- Grazie, Carlo. Fico feliz por ainda poder contribuir pelo meu país. – Ele sorriu.
- Se depender da noção, ele joga por muito tempo ainda! – De Rossi apareceu ao meu lado e revirei os olhos, ouvindo Carlo e Barza rirem com ele.
- Ele continua mostrando resultado apesar da idade, deixe-o. – Carlo disse rindo. – É sempre bem-vindo e, quando finalizar sua carreira, sempre teremos um espaço para você...
- Nos museus! – De Rossi disse e empurrei-o pelo ombro, ouvindo as risadas de Barza aumentarem.
- Aproveitem, sim?! – Carlo disse e o cumprimentei mais uma vez, vendo-o se afastar e esperei-o estar há uns dez metros antes de virar para Daniele.
- Cara! É o presidente da Federazione! – Empurrei e ele gargalhou, me fazendo rir junto. – Não queima meu filme! – Rimos juntos.
- Scusi, Gigi, foi inevitável! – Ele disse gargalhando.
- Você está me provocando, Lele! – Falei, puxando-o pelos ombros. – Se cuida!
- Ah, precisa ter alguma vantagem nessa vida, não? – Ele afastou meu braço de si, me fazendo rir.
- Seu histórico de lesões é maior do que o meu e do Barza juntos... – Falei.
- Ah, o seu pode até ser, agora do Barza... – Ele deu dois tapinhas em Andrea, me fazendo rir.
- Só não é tão ruim quando do Chiello. – Barza esticou o dedo para falar e rimos juntos.
- È vero! – Falamos juntos.
- Que nem está aqui, por sinal. – Falei e eles confirmaram.
- Beh, acho que vou pegar uma bebida e ficar de boa. – Barza disse.
- Sim, eu logo vou subir... – Mexi o pescoço, ouvindo-o estalar.
- A festa é sua, cara. E você vai subir? – Barza perguntou e rimos juntos.
- Eu aceitava só a blusa comemorativa, você me conhece, não ligo muito desse tipo de holofote, ainda mais sem meus amigos, minha família... – Ri fracamente.
- null? – Barza perguntou sugestivamente.
- Uh, aquela mulher ainda? – Daniele perguntou.
- Isso não sai daqui! – Eu e Barza falamos juntos.
- Mas vocês ainda estão de rolo? – Ele perguntou e assenti com a cabeça discretamente. – Oh, isso é legal! E isso vai acontecer um dia ou só ficar nos planos?
- Estou ensaiando terminar tudo com a Ilaria, estou conversando com meu advogado para ver se tem algum perigo de ela me afastar do meu filho ou algo assim...
- Então é por isso que você ainda está com ela? – Ele perguntou e cocei a nuca.
- É sim. – Puxei a respiração forte. – Não é o certo com a null, mas ela me acalma tanto...
- Vai na fé, Gigi. Seja um velhote apaixonado! – Ele apertou meu ombro e Barza riu, me fazendo revirar os olhos.
- Melhor do que um velhote amargurado igual você! – Falei e ele revirou os olhos.
- Com licença? Eu e a Sarah estamos muito felizes juntos! – Rimos juntos.
- Isso é ótimo, Lele! Sério! – Suspirei.
- Ao menos alguém precisa estar feliz no casamento, não? – Barza disse.
- Ih, ah lá! Outro amargurado? – De Rossi brincou e rimos juntos.
- Está difícil! – Ele suspirou e Daniele olhou para mim.
- Nem olhe para mim, não sou a melhor pessoa para dar conselhos de relacionamen...
- Gigi? – Desviei o olhar, vendo Leo e Rugani se aproximarem.
- Ei, gente! – Falei, cruzando os braços.
- Surpresinha para você. – Ele disse, se afastando para o lado e me assustei ao ver null atrás dele, escondida embaixo de um boné.
- null? – Eu e Barza falamos juntos.
- Hum, null... – De Rossi disse e bati a mão em seu peito, vendo-a sorrir para mim.
- O que está fazendo aqui? – Me aproximei dela e me inclinei um pouco para abraçá-la, sentindo-a me apertar pela cintura fortemente.
- Ei, você está na minha cidade! – Ela disse, rindo em meu ouvido e me afastei, vendo-a mais despojada do que eu estava acostumada, com uma blusa da Nazionale, jeans e tênis nos pés, além do boné que escondia seus olhos.
- Eu sei, mas você não deveria estar aqui. – Falei e ela sorriu.
- É um dia importante para você. Não seria eu se não viesse aqui te prestigiar. – Ela deu um curto sorriso.
- Você veio aqui por mim? – Perguntei e ela levou uma mão até meu rosto, acariciando devagar.
- Da última vez que eu chequei, nossa promessa não tinha acabado e... – Sua voz foi abaixando e ela olhava para atrás de mim, me obrigando a virar também. – Ciao!
- Ciao! – De Rossi falou sorrindo e Barza ria ao seu lado.
- Dá licença? – Pedi e eles, além de Leo e Ruga gargalharam.
- null, lembra de mim? Daniele! – Ele estendeu a mão para ela que riu fracamente, apertando-a levemente.
- Sim, lembro. Muito bem, por sinal. – Ela disse com os lábios pressionados. – Segundo lugar na tabela, né?!
- Chegando em vocês! – Ele falou e ela riu fracamente.
- Vai precisar tentar com mais empenho. Quem sabe no próximo ano? – null deu de ombros.
- Uh! – Os meninos falaram, me fazendo rir.
- Tropeça para vocês verem! – Daniele disse e rimos juntos.
- Ok, ok, chega desse papo! – Pedi, virando para null de novo. – Quer conversar em um lugar mais privado?
- Uh... Ai! – Virei para Daniele que massageava o peito. – Oh!
- Deixa eles! – Barza pediu rindo. – Oi, null.
- Oi, Barza! – null disse piscando. – Vamos lá...
- Scusa, ragazzi! – Falei e passei as mãos nas costas de null com meu nome e número e andamos um pouco pelo fundo do restaurante do hotel onde estava sendo a pequena festa e abri a porta, saindo para um jardim de inverno que tinha ali, fazendo o tempo mais fresco de Palermo. – O que está fazendo aqui? – Perguntei após fechar a porta e ela riu fracamente, se sentando em um banco.
- É o que eu disse, Gigi! – Ela sorriu, tirando o boné e sacudindo os cabelos. – É um dia importante para você, vim te apoiar.
- Você está do outro lado do país, null. Não acredito que fez isso por mim... – Ela riu fracamente me sentei ao seu lado.
- Mesmo? É tão improvável assim? – Ela arqueou as sobrancelhas.
- Ok, nem tanto... – Rimos juntos. – Mas você não precisava.
- É data FIFA, Gigi, o time está mais calmo, além de que eu estava precisando visitar a Olga e o Ricky mesmo, não os via desde o Natal. – Ela subiu uma perna para o banco e eu sorri.
- Você estava no jogo? – Perguntei.
- É claro! – Ela sorriu, apoiando sua mão na minha. – Não te vi muito, na verdade, mas estava. – Rimos juntos.
- Você é incrível, já falei isso? – Ela deu de ombros.
- Talvez já, mas você pode falar de novo. – Inclinei meu corpo para o dela, acariciando seu rosto.
- Você é incrível! – Repeti e colei meus lábios nos seus rapidamente.
- Não faz isso! – Ela se afastou. – Não aqui. – Ela segurou minha mão, abaixando-a, mas manteve sua mão em cima da minha quando ela apoiou em meu colo.
- O que muda? – Perguntei, acariciando sua mão devagar.
- Estamos em área da FIGC, não da Juve. – Ela suspirou. – Não é minha jurisdição. – Assenti com a cabeça.
- Ok. Você manda. – Ergui sua mão, dando um beijo nela, fazendo-a sorrir. – Isso foi uma bela surpresa... – Ela riu fracamente. – E você disse que só nos veríamos quando eu voltasse agora.
- Não é?! – Ela negou com a cabeça. – Eu não viria, mas acabei ocasionalmente assistindo a sua coletiva ontem e eu me lembrei dos mil jogos...
- Você não se lembrava? – Ele perguntou.
- Eu nem sabia! – Ela disse rindo. – Eu não sou tão ligada nessas coisas, Gigi, só sei por que as pessoas falam, nessa temporada parece que você está batendo um recorde novo a cada jogo, fica difícil de acompanhar, né?! – Sorri. – Mas estou feliz por você.
- É só um jogo a mais, null...
- “Só o jogo que segue ao 999”. – Ela afinou a voz para imitar o que eu falei na coletiva. – Não é, Gigi. É uma conquista. – Ela apoiou a outra mão em meu ombro. – E você precisa aproveitar. – Ela sorriu. – Como você mesmo disse, não haverá mais mil, então precisa aproveitar.
- Você viu mesmo a coletiva, não é?! – Ela abriu um largo sorriso.
- Vi tudo, Gigi! – Ela suspirou. – Não gostei de te ouvir falar em aposentadoria para o ano que vem de novo, mas se é o que você quer...
- Eu não penso nisso, null, ainda não. – Falei, vendo-a focar em meus olhos. – Mas as pessoas perguntam, ano que vem faço 40 anos e jogadores não chegam a essa idade...
- Mas você precisa fazer o que as pessoas querem? Faça o que você quiser, Gigi. Depois de tudo o que você deu e sacrificou pelo futebol, você ainda acha que “as pessoas” precisam falar algo? Ditar sua vida? – Sorri.
- Não... – Falei fraco e ela apertou minha mão.
- Faça o que você quiser, quando você quiser. Eu vou te apoiar até se decidir ser professor de educação física. – Sorri.
- Eu sei, você é demais. – Apertei sua mão e ela sorri.
- Saiba que a Juve sempre vai te apoiar... – Ela suspirou. – Apesar de alguns erros do passado, a Velha Senhora sempre apoia quem deu tudo para ela. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei. Vou pensar com carinho, prometo. Ainda precisamos finalizar a temporada atual e tem muitos jogos das eliminatórias pela frente. – Ela sorriu.
- Assim que se fala! – Ela disse.
- Você precisa ir embora logo? – Perguntei.
- Precisar não, mas logo vai bater o sono, eu vim para cá hoje, só parei para tomar um banho na casa da Olga e do Ricky e fui para o jogo...
- E esse estilo? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Eu neguei o convite da Federazione e vim como eu mesma, comprei ingressos, coloquei um tênis, usei sua blusa... Me dei folga de bajulação esportiva. – Sorri.
- Você está linda. – Falei e ela agradeceu com um aceno de cabeça. – Fica mais um pouco, então. Come algo, bebe algo...
- Acho que eu vou aceitar! – Ela disse rindo. – Não deve ser tão mal uma festa em sua homenagem.
- Ah não, mas talvez aguentar as brincadeirinhas do Daniele seja um pouco mais difícil...
- Ele é ótimo, sério! – Ela abriu um sorriso.
- Não dá liberdade, até hoje ele fala de você, da gente... – Ela riu, movimentando os ombros.
- Vamos lá, prometo me comportar. – Ela se levantou e me puxou para eu me levantar com ela.
- Vai ficar aqui até quando? – Perguntei.
- Segunda, depois eu vou para Florença acompanhar o Beppe e o Allegri no prêmio Panchine D'Oro e D'Argento.
- Vai para Florença, é?! – Perguntei, ficando de frente para ela. – Será que nos encontramos?
- Vocês têm jogo, não? – Ela perguntou, entrelaçando nossos dedos.
- Só na terça. – Falei e ela ponderou com a cabeça.
- Quem sabe? – Ela deu de ombros e rimos juntos.
- Vamos lá, aproveito que estou aqui e dou uma sondada nos jogadores... – Ela disse, me fazendo rir.
- Não tem um dia que você relaxe? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Ok, ok! – Ela ergueu as mãos. – Vou só socializar e me divertir. – Ela disse e sorri, erguendo uma mão para seu rosto. – Gigi, não...
- Tem uma coisinha aqui, null, deixa eu... – Me aproximei dela, fazendo-a rir.
- Não tem nada sujo, Gigi. Para! – Ela deu um tapinha em meu ombro e colei os lábios nos dela rapidamente, fazendo sua risada ecoar pelo local. – Louco! – Ela me empurrou com o quadril e seguiu até a porta.
- Ah, goleiro é assim mesmo, tem que ser um pouco louco mesmo. – Dei de ombros e ela negou com a cabeça, levando a mão até os lábios, deixando um sorriso aparecer em seus lábios pressionados.

Lei
11 de abril de 2017
Olhei para os dois times no túnel e respirei fundo, fazendo um sinal da cruz discreto. Chegamos às quartas de final e não poderíamos ter pego a pior opção: Barcelona. Na verdade, levando em conta que chegamos aqui, todos os oito times eram fortes e merecedores, talvez preferíssemos Leicester City, Monaco ou Borussia nessa altura, mas caímos em um desafio e era a hora de encarar eles.
Depois de dois jogos fora contra o Napoli, que eu não havia ido, um da classificação para a final da Coppa Italia e outro do campeonato, um deles onde Gigi bateu outro recorde, por igualar Javier Zanetti no segundo jogador com maiores presenças na Serie A, e contra o Chievo também pelo campeonato, onde ele se tornou o segundo maior em presenças, chegamos ao jogo de ida das quartas da Champions.
Gigi parecia calmo quando os sorteios haviam sido feitos há quase um mês, teve a comemoração dos mil jogos dele e tudo mais, mas conforme foi chegando perto, ele foi se transformando em alguém que eu não desde 2015 quando chegamos a final. Ele se transformou no cara que é meu motivo para odiar essa competição. Ele já era hiperativo e não tinha paciência para ficar no banco, então no jogo da Coppa Italia, que eu acompanhei pela TV, só via Gigi praticamente comendo a mão de nervoso com os diversos erros de Neto.
Neto é um goleiro jovem, 12 anos mais novo que Gigi, então é normal ele ter bem menos experiência, mas Gigi ficava tão nervoso que era capaz de ele entrar no campo para resolver as coisas e Neto havia errado duas vezes no jogo de volta da semifinal da Coppa Italia. Não sei o que aconteceu no vestiário, mas fiquei sabendo por Pavel que as coisas esquentaram um pouco.
Outra situação aconteceu no jogo contra o Chievo, dessa vez com ele em campo, após outro erro de principiante de Rugani, que é 17 anos mais novo que Gigi, ele esbravejou um pouco exagerado em direção ao defensor jovem. Nessa segunda vez eu estava com ele e tentei acalmar um pouco a fera. Ele é o capitão, ele não pode ter esses excessos exagerados de fúria.
Mas eu sei que ele precisava extravasar e nem consegui tirar um tempo com ele para tentar da forma sexual, apesar de que imagino que sua cabeça estaria em outro lugar, Gigi se desliga muito rápido. Apesar de tudo, chegamos ao jogo de hoje e eu só sabia pedir para que desse tudo certo. Odeio a competição sim, mas ver Gigi triste e frustrado é a pior coisa que eu posso ver e sei há quantos anos ele batalha por isso. É um desejo dele, uma obsessão.
Gigi olhou para trás, me enxergando e soltei um suspiro, vendo-o passar as mãos nos lábios e na barba e senti alguém me puxando pelo braço. Virei o rosto e vi Paratici me chamando e agilizei os passos para dentro do elevador, vendo os outros quatro lá dentro. Não sei nem porquê desci para o vestiário hoje, todos estavam mais nervosos que o normal, até Allegri que sempre costumava quebrar o gelo. Esperava que ao menos me vendo, Gigi pudesse relaxar um pouco. Ele até deu um sorriso, mas não passou disso e eu deixei-o fazer seu ritual de longe.
Chegamos no andar dos camarotes e os corredores estavam mais vazios dessa vez, ninguém queria perder um segundo sequer desse jogo. Até rolou alguns cumprimentos, mas sem se alongar muito, pois os jogadores já estavam entrando. Nós cinco nos sentamos próximos e fiquei entre Agnelli e o corredor, com os outros três na fileira de baixo. Acenei rapidamente para John e Allegra, mas prendi a respiração quando os times entraram.
Nossa escalação era a clássica dos últimos jogos, Gigi in porta; Dani Alves, Bonucci, Chiellini e Alex Sandro na defesa a quatro; Cuadrado, Pjanic, Dybala, Khedira e Mandzukic; e Higuaín. Neto, Marchisio, Barza, Lemina, Asa, Lich e Rincón no banco. Já o Barcelona era um time famoso demais para não saber quem jogava. Além de Ter Stegen in porta; Mathleu, Umtiti, Piqué e Sergi Roberto estavam na defesa; Iniesta, Mascherano e Raktic no meio; e o famoso MSN, Messi, Suárez e Neymar no ataque. A gente sabia a batalha que estávamos vindo, mas eles não davam medo em meus meninos.
Enquanto os jogadores entravam, a torcida inteira fechou o estádio com um lindo mosaico em branco e preto com as palavras “It’s Time” e, durante o hino, não decepcionaram e gritaram, fazendo os pelos de meus braços arrepiarem. Quando o juiz apitou, fiz um rápido sinal da cruz, apertando a pulseira em meu braço com a medalhinha que eu dei igual a Gigi. Era hora mesmo.
O primeiro lance foi nosso e tive a esperança de que pudesse ser assim o jogo inteiro, na verdade, dominamos o começo do jogo inteiro, a defesa dele realmente estava perdida e logo mais o próprio goleiro poderia dar um gol de brinde para nós, principalmente com Mario tão atento, mas não foi agora. O melhor de tudo é que nossa torcida é muito apoiadora, então eles os aplaudiam a cada coisa, mesmo uma saída de bola errada ou perda de bola. A torcida os queria motivados.
O nosso domínio foi tanto no começo do jogo que o primeiro gol saiu aos sete minutos. Gigi devolveu a bola para Khedira que passou para Mario, ele se viu preso em Mascherano e passou para Higuaín. Gonzalo fez a transferência para Cuadrado que dominou e entrou na grande área. Ele passou para Dybala que estava à centímetros dele e, meu menino que não era fraco, virou e chutou para o gol.
- GOL! – Pulei animada, me levantando animada junto da torcida, ouvindo o estádio ecoar muito alto.
- Paulino...
- DYBALA!
- Paulino...
- DYBALA! – A torcida gritava junto com o narrador.
Após essa primeira adrenalina forte, o jogo deu uma acalmada por uns 15 minutos. Messi frequentemente pedia falta, mas ele realmente queria encarar Mario? Amigo, você pode ser um ótimo jogador, mas não se encara o Mario, principalmente sendo 20 centímetros mais baixo do que ele.
Aos 21 minutos, Gigi apareceu e de forma muito rápida, pois ninguém estava esperando. Messi, de quase do meio do campo, chutou a bola para dentro da área e Iniesta, há centímetros de Gigi, deu um toquinho na bola. Gigi defendeu à queima-roupa. Meu sorriso se alargou muito quando ele comemorou e gritou. É por esses jogos que a gente trabalha com futebol, eu sei.
Após a cobrança de falta que resultou em uma cabeceada para fora de Mascherano, Gigi começou nosso contra-ataque para Bonucci. Leo para Pjanic, Pjanic para Mario e Mario para quem? Paulino! Ele não pensou e chutou DE NOVO! ACERTANDO DE NOVO!
- GOL! – Gritei mais animada ainda, surpresa junto de meus amigos e Andrea, Pavel, Beppe e John se abraçaram, me colocando no meio e só consegui gritar junto deles, com um largo sorriso no rosto.
Quando nos afastamos, meu time ainda comemorava e Mario e Paulo se abraçavam próximo à torcida, e Gigi gritava próximo à Curva Nord. 2x0 em 22 minutos. Era muito bom.
Aos 28 minutos, Dani Alves deu um carrinho em Iniesta e levou o primeiro gol do jogo. Segundos depois, Mario levou uma falta mais dura de Serji Roberto, mas dessa vez não deu em nada para nenhum lado. Assim que a bola saiu da falta, Mario a cobrou mesmo e mandou para Khedira, Messi foi em cima dele e acabou fazendo uma falta, Messi não parou a bola, chegando a fazer o gol, mas o juiz já tinha apitado antes disso. A falta foi antes disso tudo. Foi só um simples caso de péssimo fair play.
O melhor momento da noite, tirando os dois gols, é claro, foi aos 33 minutos com Mario e Messi. Parecia nome perfeito para shipp de casal, pois só davam eles essa noite. Iniesta fez um tiro mais longo e Mario chegou antes na bola, e segurou Messi, literalmente, esperando a bola sair pela linha de fundo e dar o tiro de meta para Gigi. Mas nisso, Messi acabou literalmente preso embaixo dos braços de Mario. Claro que Mario fingiu um falso pedido de desculpas, principalmente que o assistente estava do lado, vendo tudo, mas quando Messi, aparentemente, não aceitou as desculpas dele, Mario o empurrou e eu não contive a risada. Mario saiu rindo! Só apronta e eu adoro ele!
No resultado ninguém levou cartão, mas foi hilário! Messi estava nervoso o suficiente pelo resultado, mas não era culpa nossa que o time dele estava completamente perdido. Aos 44 eles até tentaram de novo com Suárez, mas meu Giorgione salvou antes de chegar em Gigi. O primeiro tempo acabou com dois lances nossos. Tentativa de Higuaín, mas acabou indo para fora e de Khedira, após uma cobrança de falta, mas Leo não conseguiu chegar a tempo.
- Essa foi boa! – Andrea falou ao meu lado e eu suspirei.
- Foi boa demais! – Passei a mão no pescoço, respirando fundo.
- Eu preciso de álcool! – Pavel disse, se levantando e rimos juntos.
Os 15 minutos se passaram e voltamos ao segundo tempo, também dominando jogo, mas logo eles tiveram uma chance de Messi, mas Leo tirou. Leo estava pegando fogo hoje também. A bola deu um rebote, Gigi se esticou para defender, mas não foi preciso fazer a defesa.
Aos 49 minutos, foi a vez de Suárez tentar abrir o placar para o lado deles, mas Gigi defendeu, segurando a bola perto de seu corpo. Aos 51, Mario fez teve outro momento engraçado, dessa vez ele ficou pendurado em Raktic, seu compatriota, não sei como ele fez isso, mas deu tudo certo e sem faltas. O lance que se seguia deu uma chance para Iniesta, mas passou por cima do gol de Gigi, indo para a torcida.
Em nosso contra-ataque aos 52, Higuaín tentou faz seu gol, mas o goleiro deles pegou a bola. Na saída de bola, Suárez acabou dando um carrinho em Dani e levou um amarelo. Chumbo cruzado não dói, não é mesmo? Após a cobrança de volta, Higuaín tentou uma vez, o goleiro defendendo e depois Khedira, chegando nos blaugranos de novo, até Leo tentou, mas eles tiraram e deu em escanteio para nós.
Pjanic foi para marca de cobrança e nosso time inteiro praticamente foi para dentro de área. Ele fez a cobrança perfeita e Chiello, que competia com alguém bem mais baixo do que ele, pulou e deu uma linda cabeceada para dentro do campo.
- GOL! – Gritamos animados novamente junto de todo o estádio.
Era loucura pensar que estávamos com 3x0. Levemente desesperador também, pois seria muito difícil para eles recuperarem esse placar, mas já vi milagres acontecendo em Champions, então não seria difícil, precisávamos nos manter humildes. Aos 60 minutos, ele tentaram chegar, mas Chiello tirou em um cabeceio.
Aos 63 minutos, Mario protagonizou outra situação hilária. Ele e Serji Roberto lutaram pela bola e ambos acabaram rolando para fora. O juiz deu cartão para ambos, mas Mario precisou de atendimento médico. Esperava só que isso não piorasse, precisávamos do Mario em uma possível próxima fase.
Aos 68, Neymar tentou fazer o dele, mas Chiello e Cuadrado formaram um lindo X em frente à Gigi que a bola nem passou da grande área. Juan precisou ser atendido pelo médico, mas voltou ao jogo após minutos. Aos 71, Mario e Serji Roberto de novo! Eles se trombaram por causa da bola, mas o juiz mandou seguir. A bola passou ao lado de Mario e ele não parou, enquanto ambos estavam no chão. Quando Higuaín finalmente conseguiu tirar a bola, causando outra falta nele, o juiz parou e é aí que começou o problema.
Beh, em partes, Leo foi em cima do juiz e do outro time, irritado porque não pararam com a bola, como bom fair play faria, mas o juiz conseguiu apaziguar a situação, apesar da raiva crescente. A gente ainda tem um pouco mais de calma quando estamos perdendo. Isso eu não posso negar. Ao lance seguido a esse, Khedira tentou o contra-ataque, mas estava impedido, então a bola seguiu para o goleiro deles.
Nossa primeira substituição foi a saída de Juan e a entrada de Lemina.
Aos 77, Neymar tentou fazer seu gol, ou do Barcelona no geral, Chiello defendeu, dando para escanteio. Na cobrança de escanteio, Piqué tentou cabecear e Gigi se ergueu literalmente como o Superman. Ele levantou, socando a bola, mas Chiello e Piqué estavam juntos, então foram os três para o chão. E sem gol.
Aos 81 minutos, quando Dybala saiu para entrar Rincón, Paulo foi completamente ovacionado e merecidamente. Que gols lindos que ele havia feito, merecia tudo isso e mais um pouco. Foi incrível!
Faltava menos de 10 minutos, mas parece que ainda tinha um jogo inteiro para acontecer. Aos 87, em uma cobrança de falta para eles, pouco atrás da grande área, a bola de Messi estoura na barreira, mas Suárez conseguiu pegar, mas Chiello tirou. Na cobrança de falta, Raktic tentou, mas Piqué puxou Chiello e a bola foi para fora, apesar do bandeira estar com ela levantada.
Aos 89, Raktic e Mario estavam no chão de novo, mas já não era novidade. Após isso, faltando um minuto para o tempo corrido, Pjanic saiu e Barza entrou. Eram quatro ou cinco minutos, mas dava para ver que todos estavam cansados, eles estavam sensacionais.
Já nos acréscimos, alguns lances um tanto polêmicos. Umtiti puxou Lemina, ambos foram para o chão, mas ambos levaram cartão também. Dani tentou chegar próximo da pequena área para chutar, mas a bola estourou neles. Segundos depois, uma cãibra em Mario só provou como esse jogo precisava acabar logo. Faltavam segundos, mas eles haviam dado duro. O mais interessante foi ver Raktic o ajudando antes de nossos médico se aproximarem.
O último lance foi incrível e decisivo. Eles tentaram o contra-ataque, Barza segurou Neymar até ele precisar passar a bola e recuar o ataque deles. Depois de passar por vários jogadores, Serji Roberto cabeceou, mas as bolas ficaram nas mãos de Gigi. E o juiz apitou.
- AH! GANHAMOS! – Beppe nos abraçou pelos ombros, nos fazendo gargalhar.
- Dai! Dai! – Falei, vendo Beppe ser o primeiro a sair e seguimos apressados para cima do camarote.
Algumas pessoas tentaram nos parar, mas rápidos toques de mão nos levaram apressados para dentro do nosso elevador. Nossas gargalhadas dentro do elevador ficaram mais altas e havia sido realmente o jogo perfeito.
- Eu ainda estou chocada. – Falei, levando as mãos ao rosto.
- Foi perfeito! – Pavel disse rindo.
- Adorei ver a raiva deles, a frustração por não conseguir chegar no nosso gol. – Falei rindo.
- A gente manteve a cabeça fria, tanto que tivemos menos chances, mas fizemos gols. – Paratici disse.
- É, mas eles cansaram! Hoje vai todo mundo para fisioterapia. – Falei.
- Eles merecem uns três dias de descanso. – Andrea disse rindo.
- Ainda bem que temos o Pescara no fim de semana! – Falei rindo.
- Caiu perfeitamente. – Beppe disse e o elevador se abriu.
Eles saíram animados pelo vestiário e olhei para o túnel para ver se todo mundo havia entrado. Certeza que eles estavam comemorando com a torcida ainda, descemos muito rápido. Quando Barza, Chiello e Leo entraram, sabia que eles não tinham saído ainda.
- CHEFA! – Leo disse animado e ele correu em minha direção, me abraçando pelas pernas e me tirando do chão.
- QUE JOGO! – Falei gargalhando, estalando um beijo em sua bochecha quando ele me colocou no chão. – Esse é meu Leo! – Ele riu.
- Grazie, chefa! – Ele disse.
- Foi perfeito, gente! – Falei, abraçando Chiello que estalou um beijo em minha bochecha. – Vocês estavam pegando fogo hoje! – Eles riram.
- Parece que eu corri uma maratona! – Chiello disse.
- E correu, Giorgio! Foi demais! – Falei e Barza me abraçou fortemente.
- Foi lindo! – Ele disse sorrindo.
- Foi demais! Estou toda arrepiada! – Falei rindo.
- CHEFA! – Vi Paulo entrando correndo no túnel com Mario e Khedira e o mais novo pulou em meus ombros e segurei-o pela cintura.
- A GENTE VAI CAIR! – Gritei, vendo-o ir para o chão, tombando para o lado.
- Opa! – Ele disse rindo.
- FOI PERFEITO! VOCÊ FOI INCRÍVEL! – Falei, segurando seu rosto e estalando um beijo em sua chefe.
- Ah, obrigado. – Ele disse rindo.
- Sem falsa modéstia, Paulo, você foi demais! – Falei rindo e ele me deu um beijo em minha bochecha.
- Grazie! – Ele sorriu.
- Marione! – Virei para ele.
- No good? – Ele disse, me fazendo rir e o abracei pelos ombros.
- VOCÊ FOI DEMAIS! – Falei mais alto, ouvindo sua risada em minha orelha. – Você foi... – Afastei nossos corpos e segurei-o pelos ombros. – Eu não tenho palavras para descrever como foi! – Ele disse rindo.
- Obrigado, chefa! – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Achei que ia sair briga, mas nada que Mandzukic não soubesse resolver, né?! – Ele deu de ombros, abrindo um sorriso sacana e gargalhei alto, empurrando-o pelos ombros.
- Vai se cuidar, cara! – Sami disse.
- Vocês devem estar cansados hoje. – Abracei Sami, ouvindo-o rir.
- Foi forte, mas conseguimos. – Ele disse.
- Foi incrível! Sério! Fazia muito tempo que eu não me empolgava assim. – Disse rindo e vi Alex, Cuadrado, Pjanic e Higuain entrando.
- Chefa! – Eles vieram me abraçar um a um e apertei todos eles bem forte, não querendo soltar mais nenhum deles.
- Você foi incrível! – Falei para Higuain. – Não era para ser, mas você foi incrível.
- Grazie. – Ele disse sorrindo.
E, por último, Gigi e Dani Alves entraram abraçados lado a lado. Beh, Gigi o abraçava pelos ombros e Dani o acompanhava lado a lado. Assim que Gigi me viu, ele afastou-o e esticou as mãos para mim. Ri alto, correndo em sua direção e abracei-o fortemente, passando os braços pelos seus ombros e as pernas pela sua cintura.
- AH, GIGI! – Dei um gritinho fino animado, sentindo-o me abraçar pela cintura e andar comigo. – Foi incrível, perfeito, demais! Você estava sensacional.
- Grazie, null! – Ele me disse baixo. – Estava entalado. – Ele disse e coloquei os pés no chão, vendo-o sorrindo e passei as mãos em seus cabelos úmidos, descendo pelo seu rosto suado.
- Foi perfeito! – Suspirei. – Você... Vocês... – Relaxei os ombros. – Foi demais. Sério. – Sorri. – Você também, Dani! Que jogo!
- Foi ótimo! – Ele disse rindo e soltei de Gigi rapidamente, abraçando o mais baixo, fazendo-o ficar na ponta dos pés quando me abraçou.
- Agora mantenham assim, ok?! – Apoiei as mãos nos ombros de novo.
- Está empolgada com a Champions agora, amore? - Gigi me provocou e empurrei-o pelo ombro, entrando em sua frente no vestiário.
- Esses jogos me empolgam, Gigi! – Falei, vendo-o rir. – Foi lindo, foi perfeito, a torcida, vocês dando tudo de si... – Suspirei, deslizando a mão pela parede do largo corredor que antecedia o vestiário.
- Agora eu consigo relaxar um pouco. – Ele disse, soltando a respiração fortemente.
- É, por favor! – Falei, empurrando-o de leve pelos ombros para dentro do vestiário.
- Não, sério! Eu preciso relaxar. – Ele disse.
- Eu sei! – Falei firme, atravessando o vestiário com ele até seu armário no final. – Você estava insuportável. – Falei e ele riu fracamente.
- Não, sério! – Ele disse, levando a mão até minha nuca e a outra até minha cintura.
- O que você está faz...
Não consegui terminar a frase, pois ele inclinou seu corpo no meu, me sustentando igual aquele beijo de filmes e colou nossos lábios. Fiquei surpresa pelos primeiros segundos, mas depois firmei minhas mãos em sua roupa, me certificando que eu não fosse cair e senti meu corpo aliviar a tensão rapidamente, enquanto ele pressionou os lábios fortemente nos meus.
- OH!
- UHUL!
- DAI, GIGI! – Me assustei com os gritos e abri meus olhos surpresa, vendo Gigi nos afastar levemente e voltar meu corpo na posição normal.
- Você está louco? – Falei baixo, ouvindo os gritos e aplausos do pessoal, além de meias que voavam em nossa direção e olhei rapidamente em volta, checando se não tinha nenhuma câmera.
- Você disse que eu precisava relaxar, agora estou. – Levei as costas das mãos à boca.
- Você é louco, Gianluigi! – Dei um tapinha em seus ombros e ele gargalhou, apertando minha cintura mais uma vez antes de deixar um beijo em minha bochecha.
- Eu sei! – Ele disse rindo, se afastando e se sentando em seu espaço.
- Dai, Gigione! – Eles gritaram e ri fracamente.
- Parem de olhar, isso não é novidade para ninguém! – Ele disse, me fazendo rir.
- A parte de ser discreto já foi para o inferno, né?! – Pavel disse rindo e estiquei o dedo do meio, ouvindo-o gargalhar.
- Acho que a ideia de ser discreta morreu lá em Trieste. – Chiello disse, até me fazendo gargalhar.
- Ok, ok, não fiquem com ciúmes! – Falei, erguendo os braços. – Tem beijo do Gigi para todo mundo. – Brinquei.
- Ah! – Eles reclamaram e me defendi de mais meias em minha direção.
- Vocês não vão tirar minha felicidade desse jogo nunca! – Falei rindo e vi Trezeguet do outro lado do vestiário.
- Aí, null, hein?! Gostei de ver. – Ele esticou o polegar para mim e mostrei a língua para ele. – Para quem acha isso estranho, relaxa que isso rola há uns 16 anos! – Revirei os olhos.
- As fofocas espalham, cara. – Pjanic falou e dei de ombros.
- Viu?! Depois falam que as mulheres fofocam. – Apoiei o ombro no armário de Gigi.
- O jogo foi sensacional mesmo e essa after-party, então? – Allegri disse, aplaudindo em nossa direção e revirei os olhos. – Mas agora descansem, façam o relaxamento de vocês, vão para fisioterapia que hoje vocês mostraram a garra que eu sei que tem! Foi incrível, gente! Sério! Estou apaixonado! – Todos aplaudimos empolgados. – Nossa! Acho que eu vou beber um uísque hoje! – Ele disse e sorri.
- Eu não sei você, mas eu vou dormir feliz. – Suspirei.
- Aceita companhia? – Gigi perguntou, erguendo o olhar para mim.
- Você sabe que depois que essa adrenalina baixar, eu vou desmaiar, não sabe? – Perguntei.
- Eu sei, mas podemos só dormir, eu gosto também, contanto que eu esteja contigo. – Dei um curto sorriso e assenti com a cabeça.
- É, ok... – Falei sorrindo.
- Aí, null! – Virei para Lich. – Rasgou. – Ele indicou minhas pernas e olhei para a lateral da minha saia lápis que havia aberto a costura da barra até quase o meio da coxa.
- Dio mio! – Falei surpresa, passando a mão no tecido. – O que será que foi isso?
- Você pulou no meu colo, não? – Gigi disse.
- É, definitivamente essas saiam não servem para pular igual canguru. – Falei rindo.
- E nem para sexo... – Gigi disse baixo, fazendo alguns jogadores em volta dele rirem e empurrei-o pelo ombro, fazendo-o sorrir.

Lui
19 de abril de 2017
- Testa fredda, ok?! – null disse baixo, dando um beijo em minha testa e abri os olhos, encarando-a em minha frente. – Come a Torino.
- Ok... – Falei baixo e ela soltou minha mão.
- In bocca al lupo. – Sua voz saiu quase em um sussurro e meu aceno de cabeça delicado demais.
Ela atravessou o vestiário quase flutuando, abraçando Chiello rapidamente e, quando seus cabelos claros sumiram de minha visão, foi como se o tempo tivesse voltado ao normal. Levei o indicador e o polegar até meus olhos, apertando-os enquanto estava fechado e relaxei os ombros logo em seguida.
- ANDIAMO! ANDIAMO! – Bati as mãos fortemente, chamando a atenção do pessoal. – Vamos conseguir isso, ragazzi! – Falei alto.
- ANDIAMO! – O pessoal aplaudiu comigo.
- Forza, ragazzi! – Allegri disse forte e foi o primeiro a sair e os reservas foram atrás dele.
- Vamos, gente! – Falei, estufando o peito de ar. – Vamos conseguir essa classificação, ok?! Como fizemos em Turim!
- Vamos! – Eles gritavam e começaram a sair um a um.
Fiz um sinal da cruz e segui logo atrás. Nossa escalação era a mesma do jogo de ida. Allegri poupou ao máximo quem jogou contra o Pescara no fim de semana para poder usar a mesma escalação que deu certo e meteu 3x0 em Turim. Mas aposto que eles não estariam o mesmo depois do resultado.
Cheguei ao túnel, ouvindo a torcida acima da minha cabeça fazer com que as paredes tremerem e passei as palavras de null minha cabeça de novo “cabeça fria, cabeça fria”. Era só o que a gente precisava para conseguir esse jogo.
Cumprimentei o goleiro Ter Stegen além do capitão Iniesta e me coloquei ao lado da criança. Baguncei os cabelos dele, vendo-o sorrir e segurei sua mão. Estalei o pescoço de um lado para o outro, puxando a respiração fortemente. Cumprimentei os árbitros quando eles chegaram e não demorou mais do que um minuto para entrarmos em campo.
Segui pelo caminho, vendo o Camp Nou se abrir em minha frente e a torcida deles de quase cem mil pessoas deixava quase impossível ouvir a música de entrada. Me coloquei ao lado dos árbitros, vendo meu time se formar lado e eu respirei fundo. Jogo perfeito! Precisávamos fazer o jogo perfeito. Tínhamos três gols de vantagem, para ficar com mais vantagem ainda, precisamos de um gol fora de casa para carimbar nossa ida para a semifinal e eu não podia piscar, eles não podiam fazer gol.
Estar aqui hoje me lembrou da última final que enfrentamos. Foi contra eles. Eu não nos achava mais fortes ou mais fracos do que ele, acho que tínhamos qualidades iguais, nossa defesa melhor que a deles. O ataque deles melhor que o nosso, não sei, mas se o jogo passado fosse a final, teríamos ganhado. Mas o futebol é assim, não? Dois times se enfrentam em dois dias diferentes com a mesma escalação e os resultados são diferentes. E eles tinham que ser diferentes hoje de novo.
Escolhi o campo junto de Iniesta e nos separamos. Passei cumprimentando um a um meus companheiros de time e segui para meu lado do gol. Tinha poucos juventinos no estádio hoje, mas cumprimentei a torcida como era de praxe, colocando as luvas logo em seguida. Puxei a respiração, fazendo uma reza silenciosa e ouvi o apito soar, fazendo a torcida gritar mais alto ainda.
Durante esses quase 22 anos jogando no profissional, eu já vi literalmente todo tipo de jogo. Jogos lentos, rápidos, tediosos, aqueles em que tudo é resolvido no começo, outros que só se resolvem no final, mas acho que nunca tinha visto um jogo com lances tão equilibrados quanto hoje. E o jogo acontecia rápido demais. Parecia que havia passado 45 minutos em cinco.
O começo do jogo foi um tanto pesado, a torcida cantava alto e vaiava, então nossa atenção precisava ser redobrada, mas acho que ninguém realmente se importou com o que acontecia fora das quatro linhas.
Neymar fez uma falta logo nos primeiros segundos, depois a corrida começou. Paulo sofreu uma falta de Raktic aos três minutos e, na cobrança, foi nas mãos do goleiro. Neymar tentou no contra-ataque, mas ele caiu. A torcida até pediu pênalti, mas não tinha o que dar. Cuadrado tentou o contra-ataque, mas Piqué o derrubou, na cobrança de falta foi para fora.
Aos oito minutos Neymar conseguiu se aproximar, mas Leo tirou. Aos 11, novamente, mas Suarez tirou de cabeça. Higuain tentou um minuto depois, mas a bola passou por cima do gol. Aos 14, Cuadrado tentou, Piqué tirou, no contra-ataque, Neymar fez o cruzamento para Raktic, mas a bola subiu demais. Aos 15, Mario tentou pela esquerda, cruzando para Paulo que dominou e passou para Cuadrado. O colombiano tentou uma bicicleta, que seria linda, mas foi para fora.
Eles tiveram uma chance, mas Cuadrado e Dani tiraram. Na hora do rebote, foi a vez de Leo tirar, com o rebote novamente, Jordi Alba, que não havia jogado na ida, chutou a queima roupa, mas eu não cheguei nem a tocar para a bola ir para lateral. Aos 18 minutos, após uma tirada de Cuadrado, Messi finalmente apareceu em jogo. Estava praticamente só eu e ele dentro da área, mas ele mandou alto demais, me fazendo respirar aliviado.
Aos 20 minutos, Messi chegou passando para Busquets que passou para Jordi e depois para Neymar que acabou mandando para fora. Aos 24, Iniesta chegou chegar, driblando Chiello, mas acabou mandando alto demais. Aos 30, minha primeira verdadeira defesa. Messi chegou pelo meio, mas eu defendi para frente, o rebote era esperado, mas foi para cima demais.
Aos 34, em cobrança de escanteio, Neymar fez o cruzamento, Piqué pegou, mas acabou mandando para fora. Aos 37, foi a vez de Higuain ter uma chance a queima-roupa, me dando esperança para o nosso gol fora de casa, mas Ter Stegen pegou. Aos 39, Serji Roberto fez o cruzamento, mas Leo tirou.
Aos 40, a primeira falta de fair play do jogo. Mario Sentiu após encontro com Serji Roberto, ficando no chão e o jogo seguiu como se nada tivesse acontecido. Quando Paulo pegou a bola, ele mandou para longe, indo para cima da briga, Suarez e Piqué reclamaram, mas Leo foi em cima e finalmente parou o jogo.
Aos 42, Suarez tentou também, Chiello tirou e eles reclamaram. Segundos depois, um lance preocupante, mas levemente engraçado, se me permite. Messi foi derrubado por Pjanic literalmente de cara no chão, o juiz poderia dar um vermelho aí, mas não deu, só que segundos depois, Neymar veio com más intenções e derrubou Pjanic, aí foi dado o cartão.
Passados os primeiros 45 minutos, o juiz acabou o primeiro tempo e eu segui de volta para o vestiário. Eu me sentia feliz, mas cansado. Parecia que tinha sido um tempo inteiro já, mas não, faltavam mais 45. Ao menos conseguimos segurar esse primeiro tempo muito bem e com um ataque tão equilibrado quanto o deles.
Voltei do intervalo com um pouco mais de pique, fiz um pouco de massagem e me hidratei, seguindo para o outro lado do campo, no outro gol. Fiz o mesmo ritual do primeiro tempo e pedi mais calma, mais paciência e mais controle para esses outros 45 minutos até que o juiz apitou novamente, me fazendo suspirar.
Neymar fez o primeiro ataque novamente, mas a bola foi longe demais e Chiello encobriu-a para deixar que saísse para mim como tiro de meta. Aos 49, Cuadrado teve uma chance incrível, igual de Higuaín no primeiro tempo, mas a bola saiu de cantinho, lambendo a baliza lateral. No contra-ataque deles, Neymar tentou, mas foi para fora. No minuto seguinte, Messi veio, mas mandou por cima.
Aos 52, fiz outra defesa, Suarez se aproximou, mas eu saí com antecedência, segurando-a. Cuadrado foi no contra-ataque, mas a bola acabou saindo antes. Aos 53, Messi tentou, mas a bola adiantou demais e foi para fora. A torcida deles até se empolgou com isso, mas não deu. Aos 58, Suarez tentou, mas Chiello acabou tirando um pouco forte demais e ganhou um cartão. Na cobrança, que era bem próximo de mim, dei uma rápida olhada para cima, pedindo, mas a bola foi por cima. Aos 61, Neymar tentou, mas a bola subiu demais.
Aos 63, outro lance perigoso, igual do Pjanic e Messi no primeiro tempo. Suarez fez falta em Alex, então Khedira veio e fez falta em Suarez, o alemão ganhou vermelho e estaria fora do primeiro jogo das semis, se tudo terminasse bem.
Aos 66, em uma cobrança de escanteio, não era para ser. A bola veio em minha direção e eu defendi para o lado esquerdo. Neymar estava lá e passou para Messi, o gol estava vazio nessa hora e não deu tempo de eu voltar, apesar da minha defesa, acabou que Messi chutou alto demais. Logo em seguida, outro lance de Messi, mas o campo acabou antes de ele conseguir chutar.
Aos 68, Neymar tentou, mas Leo tirou. null tinha razão, Leo foi incrível no jogo de ida e estava incrível hoje também. Aos 69, outro perigo real para gente, Serji Roberto tentou, mas a bola saiu lambendo a baliza lateral, sem que eu a tocasse.
Aos 71, Dybala tentou o contra-ataque, mas saiu alto demais. Depois ele e Higuain tentaram uma jogada ensaiada, mas a bola foi muito para o fundo. Aos 74, Dybala fez uma falta em Messi, mas sem perigo.
Aos 75, quando aquela esperança começava a crescer em meu peito, sabendo que seria difícil eles fazerem quatro gols para irmos direto, Allegri fez a primeira substituição. Tirou Paulo e colocou Barza para reforçar a defesa. Apesar dos diversos ataques, não conseguiríamos fazer gol.
Aos 79, em um lance queima-roupa de Mascherano, eu defendi para frente, causando o contra-ataque de Khedira, mas foi nas mãos de Ter Stegen. Aos 80, Neymar faz um cruzamento longe demais. Ele tentou novamente, mas Leo tirou. Cuadrado tentou o contra-ataque, estando praticamente sozinho, mas Ter Stegen saiu quase no meio do campo para defender a bola.
Quando o relógio chegou aos 80 minutos, finalmente consegui ouvir os gritos da minha torcida calando as blaugranas. Era isso. Estava perto demais que dava até para sentir.
Aos 84, outra substituição, Cuadrado sai e entra Lemina que conseguiu uma chance de gol após segundos. A bola lambeu a lateral, mas não entrou. Aos 88, Higuain saiu e Asamoah entrou. Em um lance errado, Alex Sandro tirou uma bola de Messi quase com os braços, o que poderia ser pênalti, mas o juiz não deu.
A bandeira de três minutos de acréscimos subiu e eu sabia que estava para acabar. Sem nenhum lance importante ou perigoso, o juiz finalizou o jogo, me fazendo suspirar em alívio. Estamos nas semis. Conseguimos subir mais um degrau. Agora faltavam mais dois! E dependíamos do outo resultado de hoje para saber. Atlético de Madri e Real Madrid jogaram ontem e passaram, faltava o resultado de Borussia Dortmund e Monaco.
A bola acabou comigo e o juiz estava alguns passos de mim, entreguei-a a ele antes de começar a cumprimentar o pessoal. Abracei Piqué, dando uns tapinhas em suas costas e depois segui para Chiello que tinha um largo sorriso no rosto.
- Conseguimos, Gigi! – Ele disse e ri fracamente.
- Conseguimos! – Falei sorrindo.
Segui para Alex Sandro, abraçando-o e comecei a passar por todos os meus companheiros de time que já tinham invado o campo e pulavam em nossas costas conforme nos encontrávamos e eu só conseguia sorrir e dar fortes abraços. Às vezes alguns mais contidos em Messi, Suárez, Neymar, Iniesta e outros, mas era impossível se conter com o largo sorriso no rosto.
Nos juntamos para formar nosso cordão de sempre e cumprimentamos a pouca torcida que veio nos prestigiar hoje, gritando e os aplaudimos. Apesar de termos vencido e o dia ser nosso para comemorar, ainda estávamos em campo deles, então não demoramos para sair. Deixava os gritos de comemoração para o nosso vestiário.
Cumprimentei alguns jogadores do Barcelona enquanto saía e abri um sorriso ao ver null sendo erguida por Paulo, se segurando em Mario para não cair e ela os empurrou quando o mais novo a colocou no chão.
- No dia que eu cair, eu te mato! – Ela disse para ele, fazendo-os rirem.
- Ah, chefa! – Ele estalou um beijo em sua bochecha antes de seguir pelo vestiário.
Acompanhei-a abraçar o resto do pessoal que entrava e aproveitei para abraçar Pavel, Agnelli, Beppe e Paratici que estavam ao seu redor e ela abriu um sorriso em minha direção. Ela empurrou Lemina para o lado, fazendo o mais novo rir e finalmente consegui chegar nela.
- Gigi! – Ela sorriu.
- Ah, null! – Falei baixo, abraçando-a pelos ombros e senti suas mãos deslizarem em minhas costas quando eu apoiei o queixo em seus ombros.
- Você conseguiu! Foi incrível! – Abri um sorriso.
- Eu estou cansado. – Falei, suspirando, me afastando devagar e ela assentiu com a cabeça.
- Imagino. – Ela nos afastou devagar e indicou o vestiário para eu entrar à frente. – Acho que foi mais pesado do que semana passada.
- Per forza! – Falei, suspirando, andando à frente para entrar no vestiário.
- Descansem, sério. Vocês vão precisar. – Ela disse, vindo logo atrás de mim.
- Sorteio é quando mesmo? – Perguntei, ouvindo seus saltos baterem contra o piso.
- Sexta-feira. – Ela disse, suspirando, apoiando em meus ombros e virei para trás. – Está deslizando.
- Tira! – Falei e ela apertou meu ombro mais forte para tirar um pé de cada vez e voltou a andar ao meu lado e alguns gritos de comemoração já eram ouvidos. – Como acabou o outro jogo?
- Monaco passou. – Ela disse. – Agora ficamos entre eles, Real Madrid ou Atlético. – Respirei fundo.
- Vai dar certo, null! – Falei, abraçando-a de lado e ela deu um curto sorriso, suspirando.
- Eu não vou falar nada, ok?! – Ela me empurrou pelos ombros. – Vamos aproveitar o hoje!
- Isso! – Estalei um beijo em sua testa. – Vamos aproveitar o hoje... – Fiz cócegas em sua barriga, fazendo-a rir. – PERCHÉ SIAMO IN SEMIFINALE! – Gritei em seu ouvido, sentindo-a me dar fortes tapas nos ombros enquanto pulava em direção a meus companheiros que pulavam e jogavam champanhe para cima, fazendo-a negar com a cabeça com um largo sorriso no rosto.
Lei
24 de março de 2017
- Buona sera. – Falei para a mulher da entrada, vendo-a checar meu ingresso.
- Benvenuta! – Ela disse e assenti com a cabeça.
- Grazie. – Ela me entregou o ingresso de volta e guardei no bolso de trás da calça, passando pela entrada.
Entrei no Renzo Barbera, estádio daqui de Palermo, da mesma forma que eu entrei quando eu era criança, como torcedora. Claro que eu não lembrava quando havia entrado aqui como torcedora, mas duvido que tivesse sido algum assento especial. Apesar dos ingressos disponibilizados pela Federazione, tirei alguns dias de folga para vir a Palermo e assistir a esse jogo das eliminatórias da Copa da Itália.
Na verdade, levando em conta que eu precisava assistir aos jogos para decidir novas contratações, posso falar que era um jogo de estudo. Mas não. Optei por vir como um torcedor normal e evitar toda a bajulação que ser uma top três da Juventus incluía. Mesmo em jogo da Nazionale, ter um posto de respeito no maior time da Itália, colocava alguns holofotes em mim e hoje não era para mim, todos os holofotes precisavam estar em Gigi.
Mil jogos. No jogo de hoje, Gigi completava mil jogos ao todo, seja pelo Parma, pela Juventus ou pela Nazionale. Desde que fez sua estreia na Serie A naquele 1995, ele havia jogado mil jogos. Beh, 999, o milésimo seria em alguns minutos. Mesmo assim, era loucura pensar em mil jogos. Uns 60 jogos por temporada, apesar de ele não jogar todos, vezes 20 anos, mais jogos na Nazionale, competições, amistosos... Não sei se contam amistosos, mas ainda assim, era incrível e assustador pensar em como o tempo passa.
Mas isso é algo importante para ele, então coloquei minha camisa da Itália com seu nome e número, troquei os saltos pelos tênis, escondi os cabelos dentro de um boné e vim. Talvez estivesse um pouco despojada demais para o que eu estava acostumada, mas às vezes uma mulher precisa de conforto nos pés e, quanto menos atenção eu tivesse, melhor.
Segui para dentro do estádio, andando em direção ao local que eu havia comprado e preciso assumir que era realmente muito melhor ficar aqui, na linha do campo do que no alto camarote dos estádios. Tinha mais conforto, é claro, mas ficar aqui me deu saudade dos meus primeiros anos de Juventus quando eu e Giulia nos enfiávamos nos assentos do Delle Alpi.
Lá vou eu pensar no passado novamente.
Enquanto esperava pela chegada de Olga e Ricky ou até o começo do jogo, o que viesse primeiro, fiquei mexendo no celular e aproveitando para tirar algumas fotos e postar nos stories. Eu não tinha muito costume de postar tanto, mas Manu vivia enchendo o meu saco e de todas as outras pessoas para postar algo, pois assim ela podia acompanhar o que estivesse acontecendo aqui.
Coitada! Ela precisava voltar urgentemente, estava enlouquecendo lá no Brasil com mãe, pai, avó e sei lá mais o que...
- Ciao, null! – Ergui o olhar, vendo Olga e Ricky.
- Ei, vocês chegaram! – Falei animada, abraçando um por um e cumprimentando-os com dois rápidos beijos nas bochechas.
- Desculpe o atraso, eu fiquei presa no escritório. – Olga disse e abri espaço para ambos sentarem ao meu lado.
- Não se preocupe, ainda não começou. – Falei, vendo meus padrinhos se acomodarem.
- Você conseguiu se acomodar lá no apartamento? - Ricky perguntou.
- Sim, consegui. Eu só tomei um banho, na verdade. Vir de Turim para Palermo não é um trabalho muito fácil... – Eles riram.
- Vai ficar conosco até domingo, pelo menos? – Olga perguntou.
- Claro que sim! – Sorri. – Não seria tão cara de pau assim. – Eles riram.
- A gente pode sair para almoçar na praia amanhã, o que acha? Matar um pouco as saudades...
- Ah, eu vou adorar, ter um fim de semana de relaxamento um pouco. – Eles riram.
- Não está na correria? – Ricky perguntou.
- Parcialmente... – Ponderei com a cabeça. – Agora é fim de temporada e as coisas ficam mais corridas, temos quartas de Champions chegando e fim de campeonato, aí começam as conversas de transferências, mas essa semana é data FIFA, nossos jogadores são bastante visados para suas Nazionali, então sobram só os jogadores mais novos no CT...
- Mas aposto que o administrativo continua uma loucura.
- Claramente! – Falei, ouvindo eles riram. – Acaba sendo mais calmo, mas fico triste que minha sala dá para o campo de treino, e ele está vazio, tem dias que dá para ouvir as risadas e gritos lá de cima.
- Ah, é gostoso. – Olga disse e assenti com a cabeça.
- Vocês querem alguma coisa para comer ou beber? – Ricky perguntou.
- Ah, se você for, eu aceito algo... – Falei e ele riu.
- Um refrigerante e pipoca? – Ele perguntou.
- Perfeito! – Falei, ouvindo-o rir.
- Amor? – Ele falou com Olga.
- Aceito também. – Ela disse e rimos, vendo Ricky seguir para cima.
- Então, você veio até aqui para ver um jogo da Itália? – Olga me abraçou pelos ombros e ri fracamente. – Não tinha um mais perto de você? – Neguei com a cabeça.
- Eu tenho um motivo especial para estar aqui, sou óbvia, já sei. – Ela riu fracamente.
- É sobre os mil jogos dele? – Ela perguntou.
- É sim, prometemos estar junto do outro em todos os momentos, então eu estou. – Dei um curto sorriso e ela sorriu.
- E como vocês estão? Bem? – Ela perguntou, dando um beijo em minha cabeça.
- Sim, estamos. – Sorri. – Melhorando a cada dia, existem mais esperanças que tudo vai realmente dar certo. – Ela assentiu com a cabeça.
- Seja feliz, ok?! Você merece toda felicidade do mundo. – Assenti com a cabeça, sorrindo.
- Eu sei, eu sei. – Sorri. – Vou ficar bem, prometo. E, quando tudo acontecer, vocês saberão... – Ela riu fracamente.
Não demorou muito e fomos distraídas pela entrada dos times. Itália jogaria hoje contra a Albania. Não sabia ao certo como estava a tabela do grupo da Itália para as eliminatórias, mas imagino que bem, tivemos poucos jogos até agora, quatro ou cinco. Além de Gigi, entramos com Zappacosta, Barza, Leo, De Sciglio, Candreva, de Rossi, Verrati, Insigne, Belotti e Immobile, nomes bem conhecidos para mim.
O hino da Albania foi cantado e juntei ao restante do estádio para cantar nosso hino nacional. Eu sempre gostava de ver os jogadores cantando empolgados e parecia que dava um maior ânimo para todos nós. Ricky acabou voltando pouco depois do hino e me distraí com minha pipoca enquanto assistia.
O primeiro lance do jogo foi da Albania, fazendo Gigi precisar sair do gol, mas não chegou a tocar na bola, restado em tiro do meta. Aos três minutos, eles novamente, mas, tirando o nervoso, sem perigo real. Aos 10 minutos, finalmente aparecemos no jogo. Belotti tentou um ataque, mas acabou sendo empurrado dentro da área e o juiz marcou pênalti. Gigi se virou antes de bater, mas De Rossi bateu bem e a bola entrou.
Aos 22 minutos, Gigi finalmente apareceu, Barza tentou impedir a bola de chegar nele, mas Gigi precisou sair para defender, mantendo o placar. Aos 37, nós tivemos um escanteio, e o goleiro defendeu, fazendo a bola sair por cima. Aos 43, a mesma coisa, mas eles defenderam mais a queima roupa. Após isso, se seguiu para o último escanteio, mas foi para fora.
Na volta do intervalo, nenhum lance importante, mas logo no começo do jogo, a torcida da Albania começou a jogar sinalizadores e bombas, me fazendo assustar e, como é esperado, a fumaça desceu para o campo, me forçando a cobrir o nariz e a boca com a minha camiseta. Obviamente o jogo preciso ser parado, pois o lado em que Gigi estava, ficou completamente encoberto pela fumaça, não era possível ver nada.
Após quase 10 minutos, o jogo foi retormado. Dessa vez, nós começamos a comandar o ataque. Candreva tentou aos 60 minutos, depois ele novamente minutos depois, até os 70 minutos que, após uma cobrança de escanteio, Immobile conseguiu cabecear e aumentamos para 2x0. O jogo seguiu conosco liderando o ataque, mas com um minuto de acréscimos, o juiz apitou o fim de jogo.
Eles se cumprimentaram e, quando estavam saindo do campo, Gigi começou a pular no ritmo da música que tocava, Occidentali's Karma de Francesco Gabbani. Ele tinha acabado de ganhar o festival de Sanremo, então só tocava isso na Itália agora.
- Beh, foi divertido! – Ricky disse, bocejando em seguida e eu e Olga rimos juntas.
- Não é acostumado a dormir tarde, tio Ricky? – Brinquei e ele riu fracamente.
- Ih, null, esse daí dorme cedo. – Olga disse rindo.
- Ah, eu estou acostumada a dormir tarde, é bem frequente. – Falei.
- Você vai embora com a gente? – Ricky perguntou.
- Não, vai ter um pequeno coquetel em comemoração ao Gigi, eu vou dar uma passada lá, falar com ele, depois vou para o apartamento. Não devo demorar, o dia foi longo.
- Você pode ficar com a minha chave. – Ricky disse.
- Você tem como ir? – Olga perguntou.
- Podemos te levar. – Ricky disse apressadamente.
- Se vocês não se importarem... – Dei de ombros. – Vou aceitar, depois volto de Uber.
- Combinado, vamos lá, então. – Olga disse e peguei meu lixo, começando a subir as escadas do estádio.

Lui
24 de março de 2017
- Ah, Gigi! – Sorri quando o presidente da FIGC veio em minha direção.
- Senhor Tavecchio! – O cumprimentei.
- Que isso, Gigi, sem formalidades! – Ele disse, dando uns tapinhas em minhas costas. – Complimenti pela conquista! – Assenti com a cabeça. – É incrível ter um jogador como você aqui na Itália, conquistando prêmios e nos ajudando com a nossa Nazionale. – Assenti com a cabeça.
- Grazie, Carlo. Fico feliz por ainda poder contribuir pelo meu país. – Ele sorriu.
- Se depender da noção, ele joga por muito tempo ainda! – De Rossi apareceu ao meu lado e revirei os olhos, ouvindo Carlo e Barza rirem com ele.
- Ele continua mostrando resultado apesar da idade, deixe-o. – Carlo disse rindo. – É sempre bem-vindo e, quando finalizar sua carreira, sempre teremos um espaço para você...
- Nos museus! – De Rossi disse e empurrei-o pelo ombro, ouvindo as risadas de Barza aumentarem.
- Aproveitem, sim?! – Carlo disse e o cumprimentei mais uma vez, vendo-o se afastar e esperei-o estar há uns dez metros antes de virar para Daniele.
- Cara! É o presidente da Federazione! – Empurrei e ele gargalhou, me fazendo rir junto. – Não queima meu filme! – Rimos juntos.
- Scusi, Gigi, foi inevitável! – Ele disse gargalhando.
- Você está me provocando, Lele! – Falei, puxando-o pelos ombros. – Se cuida!
- Ah, precisa ter alguma vantagem nessa vida, não? – Ele afastou meu braço de si, me fazendo rir.
- Seu histórico de lesões é maior do que o meu e do Barza juntos... – Falei.
- Ah, o seu pode até ser, agora do Barza... – Ele deu dois tapinhas em Andrea, me fazendo rir.
- Só não é tão ruim quando do Chiello. – Barza esticou o dedo para falar e rimos juntos.
- È vero! – Falamos juntos.
- Que nem está aqui, por sinal. – Falei e eles confirmaram.
- Beh, acho que vou pegar uma bebida e ficar de boa. – Barza disse.
- Sim, eu logo vou subir... – Mexi o pescoço, ouvindo-o estalar.
- A festa é sua, cara. E você vai subir? – Barza perguntou e rimos juntos.
- Eu aceitava só a blusa comemorativa, você me conhece, não ligo muito desse tipo de holofote, ainda mais sem meus amigos, minha família... – Ri fracamente.
- null? – Barza perguntou sugestivamente.
- Uh, aquela mulher ainda? – Daniele perguntou.
- Isso não sai daqui! – Eu e Barza falamos juntos.
- Mas vocês ainda estão de rolo? – Ele perguntou e assenti com a cabeça discretamente. – Oh, isso é legal! E isso vai acontecer um dia ou só ficar nos planos?
- Estou ensaiando terminar tudo com a Ilaria, estou conversando com meu advogado para ver se tem algum perigo de ela me afastar do meu filho ou algo assim...
- Então é por isso que você ainda está com ela? – Ele perguntou e cocei a nuca.
- É sim. – Puxei a respiração forte. – Não é o certo com a null, mas ela me acalma tanto...
- Vai na fé, Gigi. Seja um velhote apaixonado! – Ele apertou meu ombro e Barza riu, me fazendo revirar os olhos.
- Melhor do que um velhote amargurado igual você! – Falei e ele revirou os olhos.
- Com licença? Eu e a Sarah estamos muito felizes juntos! – Rimos juntos.
- Isso é ótimo, Lele! Sério! – Suspirei.
- Ao menos alguém precisa estar feliz no casamento, não? – Barza disse.
- Ih, ah lá! Outro amargurado? – De Rossi brincou e rimos juntos.
- Está difícil! – Ele suspirou e Daniele olhou para mim.
- Nem olhe para mim, não sou a melhor pessoa para dar conselhos de relacionamen...
- Gigi? – Desviei o olhar, vendo Leo e Rugani se aproximarem.
- Ei, gente! – Falei, cruzando os braços.
- Surpresinha para você. – Ele disse, se afastando para o lado e me assustei ao ver null atrás dele, escondida embaixo de um boné.
- null? – Eu e Barza falamos juntos.
- Hum, null... – De Rossi disse e bati a mão em seu peito, vendo-a sorrir para mim.
- O que está fazendo aqui? – Me aproximei dela e me inclinei um pouco para abraçá-la, sentindo-a me apertar pela cintura fortemente.
- Ei, você está na minha cidade! – Ela disse, rindo em meu ouvido e me afastei, vendo-a mais despojada do que eu estava acostumada, com uma blusa da Nazionale, jeans e tênis nos pés, além do boné que escondia seus olhos.
- Eu sei, mas você não deveria estar aqui. – Falei e ela sorriu.
- É um dia importante para você. Não seria eu se não viesse aqui te prestigiar. – Ela deu um curto sorriso.
- Você veio aqui por mim? – Perguntei e ela levou uma mão até meu rosto, acariciando devagar.
- Da última vez que eu chequei, nossa promessa não tinha acabado e... – Sua voz foi abaixando e ela olhava para atrás de mim, me obrigando a virar também. – Ciao!
- Ciao! – De Rossi falou sorrindo e Barza ria ao seu lado.
- Dá licença? – Pedi e eles, além de Leo e Ruga gargalharam.
- null, lembra de mim? Daniele! – Ele estendeu a mão para ela que riu fracamente, apertando-a levemente.
- Sim, lembro. Muito bem, por sinal. – Ela disse com os lábios pressionados. – Segundo lugar na tabela, né?!
- Chegando em vocês! – Ele falou e ela riu fracamente.
- Vai precisar tentar com mais empenho. Quem sabe no próximo ano? – null deu de ombros.
- Uh! – Os meninos falaram, me fazendo rir.
- Tropeça para vocês verem! – Daniele disse e rimos juntos.
- Ok, ok, chega desse papo! – Pedi, virando para null de novo. – Quer conversar em um lugar mais privado?
- Uh... Ai! – Virei para Daniele que massageava o peito. – Oh!
- Deixa eles! – Barza pediu rindo. – Oi, null.
- Oi, Barza! – null disse piscando. – Vamos lá...
- Scusa, ragazzi! – Falei e passei as mãos nas costas de null com meu nome e número e andamos um pouco pelo fundo do restaurante do hotel onde estava sendo a pequena festa e abri a porta, saindo para um jardim de inverno que tinha ali, fazendo o tempo mais fresco de Palermo. – O que está fazendo aqui? – Perguntei após fechar a porta e ela riu fracamente, se sentando em um banco.
- É o que eu disse, Gigi! – Ela sorriu, tirando o boné e sacudindo os cabelos. – É um dia importante para você, vim te apoiar.
- Você está do outro lado do país, null. Não acredito que fez isso por mim... – Ela riu fracamente me sentei ao seu lado.
- Mesmo? É tão improvável assim? – Ela arqueou as sobrancelhas.
- Ok, nem tanto... – Rimos juntos. – Mas você não precisava.
- É data FIFA, Gigi, o time está mais calmo, além de que eu estava precisando visitar a Olga e o Ricky mesmo, não os via desde o Natal. – Ela subiu uma perna para o banco e eu sorri.
- Você estava no jogo? – Perguntei.
- É claro! – Ela sorriu, apoiando sua mão na minha. – Não te vi muito, na verdade, mas estava. – Rimos juntos.
- Você é incrível, já falei isso? – Ela deu de ombros.
- Talvez já, mas você pode falar de novo. – Inclinei meu corpo para o dela, acariciando seu rosto.
- Você é incrível! – Repeti e colei meus lábios nos seus rapidamente.
- Não faz isso! – Ela se afastou. – Não aqui. – Ela segurou minha mão, abaixando-a, mas manteve sua mão em cima da minha quando ela apoiou em meu colo.
- O que muda? – Perguntei, acariciando sua mão devagar.
- Estamos em área da FIGC, não da Juve. – Ela suspirou. – Não é minha jurisdição. – Assenti com a cabeça.
- Ok. Você manda. – Ergui sua mão, dando um beijo nela, fazendo-a sorrir. – Isso foi uma bela surpresa... – Ela riu fracamente. – E você disse que só nos veríamos quando eu voltasse agora.
- Não é?! – Ela negou com a cabeça. – Eu não viria, mas acabei ocasionalmente assistindo a sua coletiva ontem e eu me lembrei dos mil jogos...
- Você não se lembrava? – Ele perguntou.
- Eu nem sabia! – Ela disse rindo. – Eu não sou tão ligada nessas coisas, Gigi, só sei por que as pessoas falam, nessa temporada parece que você está batendo um recorde novo a cada jogo, fica difícil de acompanhar, né?! – Sorri. – Mas estou feliz por você.
- É só um jogo a mais, null...
- “Só o jogo que segue ao 999”. – Ela afinou a voz para imitar o que eu falei na coletiva. – Não é, Gigi. É uma conquista. – Ela apoiou a outra mão em meu ombro. – E você precisa aproveitar. – Ela sorriu. – Como você mesmo disse, não haverá mais mil, então precisa aproveitar.
- Você viu mesmo a coletiva, não é?! – Ela abriu um largo sorriso.
- Vi tudo, Gigi! – Ela suspirou. – Não gostei de te ouvir falar em aposentadoria para o ano que vem de novo, mas se é o que você quer...
- Eu não penso nisso, null, ainda não. – Falei, vendo-a focar em meus olhos. – Mas as pessoas perguntam, ano que vem faço 40 anos e jogadores não chegam a essa idade...
- Mas você precisa fazer o que as pessoas querem? Faça o que você quiser, Gigi. Depois de tudo o que você deu e sacrificou pelo futebol, você ainda acha que “as pessoas” precisam falar algo? Ditar sua vida? – Sorri.
- Não... – Falei fraco e ela apertou minha mão.
- Faça o que você quiser, quando você quiser. Eu vou te apoiar até se decidir ser professor de educação física. – Sorri.
- Eu sei, você é demais. – Apertei sua mão e ela sorri.
- Saiba que a Juve sempre vai te apoiar... – Ela suspirou. – Apesar de alguns erros do passado, a Velha Senhora sempre apoia quem deu tudo para ela. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei. Vou pensar com carinho, prometo. Ainda precisamos finalizar a temporada atual e tem muitos jogos das eliminatórias pela frente. – Ela sorriu.
- Assim que se fala! – Ela disse.
- Você precisa ir embora logo? – Perguntei.
- Precisar não, mas logo vai bater o sono, eu vim para cá hoje, só parei para tomar um banho na casa da Olga e do Ricky e fui para o jogo...
- E esse estilo? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Eu neguei o convite da Federazione e vim como eu mesma, comprei ingressos, coloquei um tênis, usei sua blusa... Me dei folga de bajulação esportiva. – Sorri.
- Você está linda. – Falei e ela agradeceu com um aceno de cabeça. – Fica mais um pouco, então. Come algo, bebe algo...
- Acho que eu vou aceitar! – Ela disse rindo. – Não deve ser tão mal uma festa em sua homenagem.
- Ah não, mas talvez aguentar as brincadeirinhas do Daniele seja um pouco mais difícil...
- Ele é ótimo, sério! – Ela abriu um sorriso.
- Não dá liberdade, até hoje ele fala de você, da gente... – Ela riu, movimentando os ombros.
- Vamos lá, prometo me comportar. – Ela se levantou e me puxou para eu me levantar com ela.
- Vai ficar aqui até quando? – Perguntei.
- Segunda, depois eu vou para Florença acompanhar o Beppe e o Allegri no prêmio Panchine D'Oro e D'Argento.
- Vai para Florença, é?! – Perguntei, ficando de frente para ela. – Será que nos encontramos?
- Vocês têm jogo, não? – Ela perguntou, entrelaçando nossos dedos.
- Só na terça. – Falei e ela ponderou com a cabeça.
- Quem sabe? – Ela deu de ombros e rimos juntos.
- Vamos lá, aproveito que estou aqui e dou uma sondada nos jogadores... – Ela disse, me fazendo rir.
- Não tem um dia que você relaxe? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Ok, ok! – Ela ergueu as mãos. – Vou só socializar e me divertir. – Ela disse e sorri, erguendo uma mão para seu rosto. – Gigi, não...
- Tem uma coisinha aqui, null, deixa eu... – Me aproximei dela, fazendo-a rir.
- Não tem nada sujo, Gigi. Para! – Ela deu um tapinha em meu ombro e colei os lábios nos dela rapidamente, fazendo sua risada ecoar pelo local. – Louco! – Ela me empurrou com o quadril e seguiu até a porta.
- Ah, goleiro é assim mesmo, tem que ser um pouco louco mesmo. – Dei de ombros e ela negou com a cabeça, levando a mão até os lábios, deixando um sorriso aparecer em seus lábios pressionados.

Lei
11 de abril de 2017
Olhei para os dois times no túnel e respirei fundo, fazendo um sinal da cruz discreto. Chegamos às quartas de final e não poderíamos ter pego a pior opção: Barcelona. Na verdade, levando em conta que chegamos aqui, todos os oito times eram fortes e merecedores, talvez preferíssemos Leicester City, Monaco ou Borussia nessa altura, mas caímos em um desafio e era a hora de encarar eles.
Depois de dois jogos fora contra o Napoli, que eu não havia ido, um da classificação para a final da Coppa Italia e outro do campeonato, um deles onde Gigi bateu outro recorde, por igualar Javier Zanetti no segundo jogador com maiores presenças na Serie A, e contra o Chievo também pelo campeonato, onde ele se tornou o segundo maior em presenças, chegamos ao jogo de ida das quartas da Champions.
Gigi parecia calmo quando os sorteios haviam sido feitos há quase um mês, teve a comemoração dos mil jogos dele e tudo mais, mas conforme foi chegando perto, ele foi se transformando em alguém que eu não desde 2015 quando chegamos a final. Ele se transformou no cara que é meu motivo para odiar essa competição. Ele já era hiperativo e não tinha paciência para ficar no banco, então no jogo da Coppa Italia, que eu acompanhei pela TV, só via Gigi praticamente comendo a mão de nervoso com os diversos erros de Neto.
Neto é um goleiro jovem, 12 anos mais novo que Gigi, então é normal ele ter bem menos experiência, mas Gigi ficava tão nervoso que era capaz de ele entrar no campo para resolver as coisas e Neto havia errado duas vezes no jogo de volta da semifinal da Coppa Italia. Não sei o que aconteceu no vestiário, mas fiquei sabendo por Pavel que as coisas esquentaram um pouco.
Outra situação aconteceu no jogo contra o Chievo, dessa vez com ele em campo, após outro erro de principiante de Rugani, que é 17 anos mais novo que Gigi, ele esbravejou um pouco exagerado em direção ao defensor jovem. Nessa segunda vez eu estava com ele e tentei acalmar um pouco a fera. Ele é o capitão, ele não pode ter esses excessos exagerados de fúria.
Mas eu sei que ele precisava extravasar e nem consegui tirar um tempo com ele para tentar da forma sexual, apesar de que imagino que sua cabeça estaria em outro lugar, Gigi se desliga muito rápido. Apesar de tudo, chegamos ao jogo de hoje e eu só sabia pedir para que desse tudo certo. Odeio a competição sim, mas ver Gigi triste e frustrado é a pior coisa que eu posso ver e sei há quantos anos ele batalha por isso. É um desejo dele, uma obsessão.
Gigi olhou para trás, me enxergando e soltei um suspiro, vendo-o passar as mãos nos lábios e na barba e senti alguém me puxando pelo braço. Virei o rosto e vi Paratici me chamando e agilizei os passos para dentro do elevador, vendo os outros quatro lá dentro. Não sei nem porquê desci para o vestiário hoje, todos estavam mais nervosos que o normal, até Allegri que sempre costumava quebrar o gelo. Esperava que ao menos me vendo, Gigi pudesse relaxar um pouco. Ele até deu um sorriso, mas não passou disso e eu deixei-o fazer seu ritual de longe.
Chegamos no andar dos camarotes e os corredores estavam mais vazios dessa vez, ninguém queria perder um segundo sequer desse jogo. Até rolou alguns cumprimentos, mas sem se alongar muito, pois os jogadores já estavam entrando. Nós cinco nos sentamos próximos e fiquei entre Agnelli e o corredor, com os outros três na fileira de baixo. Acenei rapidamente para John e Allegra, mas prendi a respiração quando os times entraram.
Nossa escalação era a clássica dos últimos jogos, Gigi in porta; Dani Alves, Bonucci, Chiellini e Alex Sandro na defesa a quatro; Cuadrado, Pjanic, Dybala, Khedira e Mandzukic; e Higuaín. Neto, Marchisio, Barza, Lemina, Asa, Lich e Rincón no banco. Já o Barcelona era um time famoso demais para não saber quem jogava. Além de Ter Stegen in porta; Mathleu, Umtiti, Piqué e Sergi Roberto estavam na defesa; Iniesta, Mascherano e Raktic no meio; e o famoso MSN, Messi, Suárez e Neymar no ataque. A gente sabia a batalha que estávamos vindo, mas eles não davam medo em meus meninos.
Enquanto os jogadores entravam, a torcida inteira fechou o estádio com um lindo mosaico em branco e preto com as palavras “It’s Time” e, durante o hino, não decepcionaram e gritaram, fazendo os pelos de meus braços arrepiarem. Quando o juiz apitou, fiz um rápido sinal da cruz, apertando a pulseira em meu braço com a medalhinha que eu dei igual a Gigi. Era hora mesmo.
O primeiro lance foi nosso e tive a esperança de que pudesse ser assim o jogo inteiro, na verdade, dominamos o começo do jogo inteiro, a defesa dele realmente estava perdida e logo mais o próprio goleiro poderia dar um gol de brinde para nós, principalmente com Mario tão atento, mas não foi agora. O melhor de tudo é que nossa torcida é muito apoiadora, então eles os aplaudiam a cada coisa, mesmo uma saída de bola errada ou perda de bola. A torcida os queria motivados.
O nosso domínio foi tanto no começo do jogo que o primeiro gol saiu aos sete minutos. Gigi devolveu a bola para Khedira que passou para Mario, ele se viu preso em Mascherano e passou para Higuaín. Gonzalo fez a transferência para Cuadrado que dominou e entrou na grande área. Ele passou para Dybala que estava à centímetros dele e, meu menino que não era fraco, virou e chutou para o gol.
- GOL! – Pulei animada, me levantando animada junto da torcida, ouvindo o estádio ecoar muito alto.
- Paulino...
- DYBALA!
- Paulino...
- DYBALA! – A torcida gritava junto com o narrador.
Após essa primeira adrenalina forte, o jogo deu uma acalmada por uns 15 minutos. Messi frequentemente pedia falta, mas ele realmente queria encarar Mario? Amigo, você pode ser um ótimo jogador, mas não se encara o Mario, principalmente sendo 20 centímetros mais baixo do que ele.
Aos 21 minutos, Gigi apareceu e de forma muito rápida, pois ninguém estava esperando. Messi, de quase do meio do campo, chutou a bola para dentro da área e Iniesta, há centímetros de Gigi, deu um toquinho na bola. Gigi defendeu à queima-roupa. Meu sorriso se alargou muito quando ele comemorou e gritou. É por esses jogos que a gente trabalha com futebol, eu sei.
Após a cobrança de falta que resultou em uma cabeceada para fora de Mascherano, Gigi começou nosso contra-ataque para Bonucci. Leo para Pjanic, Pjanic para Mario e Mario para quem? Paulino! Ele não pensou e chutou DE NOVO! ACERTANDO DE NOVO!
- GOL! – Gritei mais animada ainda, surpresa junto de meus amigos e Andrea, Pavel, Beppe e John se abraçaram, me colocando no meio e só consegui gritar junto deles, com um largo sorriso no rosto.
Quando nos afastamos, meu time ainda comemorava e Mario e Paulo se abraçavam próximo à torcida, e Gigi gritava próximo à Curva Nord. 2x0 em 22 minutos. Era muito bom.
Aos 28 minutos, Dani Alves deu um carrinho em Iniesta e levou o primeiro gol do jogo. Segundos depois, Mario levou uma falta mais dura de Serji Roberto, mas dessa vez não deu em nada para nenhum lado. Assim que a bola saiu da falta, Mario a cobrou mesmo e mandou para Khedira, Messi foi em cima dele e acabou fazendo uma falta, Messi não parou a bola, chegando a fazer o gol, mas o juiz já tinha apitado antes disso. A falta foi antes disso tudo. Foi só um simples caso de péssimo fair play.
O melhor momento da noite, tirando os dois gols, é claro, foi aos 33 minutos com Mario e Messi. Parecia nome perfeito para shipp de casal, pois só davam eles essa noite. Iniesta fez um tiro mais longo e Mario chegou antes na bola, e segurou Messi, literalmente, esperando a bola sair pela linha de fundo e dar o tiro de meta para Gigi. Mas nisso, Messi acabou literalmente preso embaixo dos braços de Mario. Claro que Mario fingiu um falso pedido de desculpas, principalmente que o assistente estava do lado, vendo tudo, mas quando Messi, aparentemente, não aceitou as desculpas dele, Mario o empurrou e eu não contive a risada. Mario saiu rindo! Só apronta e eu adoro ele!
No resultado ninguém levou cartão, mas foi hilário! Messi estava nervoso o suficiente pelo resultado, mas não era culpa nossa que o time dele estava completamente perdido. Aos 44 eles até tentaram de novo com Suárez, mas meu Giorgione salvou antes de chegar em Gigi. O primeiro tempo acabou com dois lances nossos. Tentativa de Higuaín, mas acabou indo para fora e de Khedira, após uma cobrança de falta, mas Leo não conseguiu chegar a tempo.
- Essa foi boa! – Andrea falou ao meu lado e eu suspirei.
- Foi boa demais! – Passei a mão no pescoço, respirando fundo.
- Eu preciso de álcool! – Pavel disse, se levantando e rimos juntos.
Os 15 minutos se passaram e voltamos ao segundo tempo, também dominando jogo, mas logo eles tiveram uma chance de Messi, mas Leo tirou. Leo estava pegando fogo hoje também. A bola deu um rebote, Gigi se esticou para defender, mas não foi preciso fazer a defesa.
Aos 49 minutos, foi a vez de Suárez tentar abrir o placar para o lado deles, mas Gigi defendeu, segurando a bola perto de seu corpo. Aos 51, Mario fez teve outro momento engraçado, dessa vez ele ficou pendurado em Raktic, seu compatriota, não sei como ele fez isso, mas deu tudo certo e sem faltas. O lance que se seguia deu uma chance para Iniesta, mas passou por cima do gol de Gigi, indo para a torcida.
Em nosso contra-ataque aos 52, Higuaín tentou faz seu gol, mas o goleiro deles pegou a bola. Na saída de bola, Suárez acabou dando um carrinho em Dani e levou um amarelo. Chumbo cruzado não dói, não é mesmo? Após a cobrança de volta, Higuaín tentou uma vez, o goleiro defendendo e depois Khedira, chegando nos blaugranos de novo, até Leo tentou, mas eles tiraram e deu em escanteio para nós.
Pjanic foi para marca de cobrança e nosso time inteiro praticamente foi para dentro de área. Ele fez a cobrança perfeita e Chiello, que competia com alguém bem mais baixo do que ele, pulou e deu uma linda cabeceada para dentro do campo.
- GOL! – Gritamos animados novamente junto de todo o estádio.
Era loucura pensar que estávamos com 3x0. Levemente desesperador também, pois seria muito difícil para eles recuperarem esse placar, mas já vi milagres acontecendo em Champions, então não seria difícil, precisávamos nos manter humildes. Aos 60 minutos, ele tentaram chegar, mas Chiello tirou em um cabeceio.
Aos 63 minutos, Mario protagonizou outra situação hilária. Ele e Serji Roberto lutaram pela bola e ambos acabaram rolando para fora. O juiz deu cartão para ambos, mas Mario precisou de atendimento médico. Esperava só que isso não piorasse, precisávamos do Mario em uma possível próxima fase.
Aos 68, Neymar tentou fazer o dele, mas Chiello e Cuadrado formaram um lindo X em frente à Gigi que a bola nem passou da grande área. Juan precisou ser atendido pelo médico, mas voltou ao jogo após minutos. Aos 71, Mario e Serji Roberto de novo! Eles se trombaram por causa da bola, mas o juiz mandou seguir. A bola passou ao lado de Mario e ele não parou, enquanto ambos estavam no chão. Quando Higuaín finalmente conseguiu tirar a bola, causando outra falta nele, o juiz parou e é aí que começou o problema.
Beh, em partes, Leo foi em cima do juiz e do outro time, irritado porque não pararam com a bola, como bom fair play faria, mas o juiz conseguiu apaziguar a situação, apesar da raiva crescente. A gente ainda tem um pouco mais de calma quando estamos perdendo. Isso eu não posso negar. Ao lance seguido a esse, Khedira tentou o contra-ataque, mas estava impedido, então a bola seguiu para o goleiro deles.
Nossa primeira substituição foi a saída de Juan e a entrada de Lemina.
Aos 77, Neymar tentou fazer seu gol, ou do Barcelona no geral, Chiello defendeu, dando para escanteio. Na cobrança de escanteio, Piqué tentou cabecear e Gigi se ergueu literalmente como o Superman. Ele levantou, socando a bola, mas Chiello e Piqué estavam juntos, então foram os três para o chão. E sem gol.
Aos 81 minutos, quando Dybala saiu para entrar Rincón, Paulo foi completamente ovacionado e merecidamente. Que gols lindos que ele havia feito, merecia tudo isso e mais um pouco. Foi incrível!
Faltava menos de 10 minutos, mas parece que ainda tinha um jogo inteiro para acontecer. Aos 87, em uma cobrança de falta para eles, pouco atrás da grande área, a bola de Messi estoura na barreira, mas Suárez conseguiu pegar, mas Chiello tirou. Na cobrança de falta, Raktic tentou, mas Piqué puxou Chiello e a bola foi para fora, apesar do bandeira estar com ela levantada.
Aos 89, Raktic e Mario estavam no chão de novo, mas já não era novidade. Após isso, faltando um minuto para o tempo corrido, Pjanic saiu e Barza entrou. Eram quatro ou cinco minutos, mas dava para ver que todos estavam cansados, eles estavam sensacionais.
Já nos acréscimos, alguns lances um tanto polêmicos. Umtiti puxou Lemina, ambos foram para o chão, mas ambos levaram cartão também. Dani tentou chegar próximo da pequena área para chutar, mas a bola estourou neles. Segundos depois, uma cãibra em Mario só provou como esse jogo precisava acabar logo. Faltavam segundos, mas eles haviam dado duro. O mais interessante foi ver Raktic o ajudando antes de nossos médico se aproximarem.
O último lance foi incrível e decisivo. Eles tentaram o contra-ataque, Barza segurou Neymar até ele precisar passar a bola e recuar o ataque deles. Depois de passar por vários jogadores, Serji Roberto cabeceou, mas as bolas ficaram nas mãos de Gigi. E o juiz apitou.
- AH! GANHAMOS! – Beppe nos abraçou pelos ombros, nos fazendo gargalhar.
- Dai! Dai! – Falei, vendo Beppe ser o primeiro a sair e seguimos apressados para cima do camarote.
Algumas pessoas tentaram nos parar, mas rápidos toques de mão nos levaram apressados para dentro do nosso elevador. Nossas gargalhadas dentro do elevador ficaram mais altas e havia sido realmente o jogo perfeito.
- Eu ainda estou chocada. – Falei, levando as mãos ao rosto.
- Foi perfeito! – Pavel disse rindo.
- Adorei ver a raiva deles, a frustração por não conseguir chegar no nosso gol. – Falei rindo.
- A gente manteve a cabeça fria, tanto que tivemos menos chances, mas fizemos gols. – Paratici disse.
- É, mas eles cansaram! Hoje vai todo mundo para fisioterapia. – Falei.
- Eles merecem uns três dias de descanso. – Andrea disse rindo.
- Ainda bem que temos o Pescara no fim de semana! – Falei rindo.
- Caiu perfeitamente. – Beppe disse e o elevador se abriu.
Eles saíram animados pelo vestiário e olhei para o túnel para ver se todo mundo havia entrado. Certeza que eles estavam comemorando com a torcida ainda, descemos muito rápido. Quando Barza, Chiello e Leo entraram, sabia que eles não tinham saído ainda.
- CHEFA! – Leo disse animado e ele correu em minha direção, me abraçando pelas pernas e me tirando do chão.
- QUE JOGO! – Falei gargalhando, estalando um beijo em sua bochecha quando ele me colocou no chão. – Esse é meu Leo! – Ele riu.
- Grazie, chefa! – Ele disse.
- Foi perfeito, gente! – Falei, abraçando Chiello que estalou um beijo em minha bochecha. – Vocês estavam pegando fogo hoje! – Eles riram.
- Parece que eu corri uma maratona! – Chiello disse.
- E correu, Giorgio! Foi demais! – Falei e Barza me abraçou fortemente.
- Foi lindo! – Ele disse sorrindo.
- Foi demais! Estou toda arrepiada! – Falei rindo.
- CHEFA! – Vi Paulo entrando correndo no túnel com Mario e Khedira e o mais novo pulou em meus ombros e segurei-o pela cintura.
- A GENTE VAI CAIR! – Gritei, vendo-o ir para o chão, tombando para o lado.
- Opa! – Ele disse rindo.
- FOI PERFEITO! VOCÊ FOI INCRÍVEL! – Falei, segurando seu rosto e estalando um beijo em sua chefe.
- Ah, obrigado. – Ele disse rindo.
- Sem falsa modéstia, Paulo, você foi demais! – Falei rindo e ele me deu um beijo em minha bochecha.
- Grazie! – Ele sorriu.
- Marione! – Virei para ele.
- No good? – Ele disse, me fazendo rir e o abracei pelos ombros.
- VOCÊ FOI DEMAIS! – Falei mais alto, ouvindo sua risada em minha orelha. – Você foi... – Afastei nossos corpos e segurei-o pelos ombros. – Eu não tenho palavras para descrever como foi! – Ele disse rindo.
- Obrigado, chefa! – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Achei que ia sair briga, mas nada que Mandzukic não soubesse resolver, né?! – Ele deu de ombros, abrindo um sorriso sacana e gargalhei alto, empurrando-o pelos ombros.
- Vai se cuidar, cara! – Sami disse.
- Vocês devem estar cansados hoje. – Abracei Sami, ouvindo-o rir.
- Foi forte, mas conseguimos. – Ele disse.
- Foi incrível! Sério! Fazia muito tempo que eu não me empolgava assim. – Disse rindo e vi Alex, Cuadrado, Pjanic e Higuain entrando.
- Chefa! – Eles vieram me abraçar um a um e apertei todos eles bem forte, não querendo soltar mais nenhum deles.
- Você foi incrível! – Falei para Higuain. – Não era para ser, mas você foi incrível.
- Grazie. – Ele disse sorrindo.
E, por último, Gigi e Dani Alves entraram abraçados lado a lado. Beh, Gigi o abraçava pelos ombros e Dani o acompanhava lado a lado. Assim que Gigi me viu, ele afastou-o e esticou as mãos para mim. Ri alto, correndo em sua direção e abracei-o fortemente, passando os braços pelos seus ombros e as pernas pela sua cintura.
- AH, GIGI! – Dei um gritinho fino animado, sentindo-o me abraçar pela cintura e andar comigo. – Foi incrível, perfeito, demais! Você estava sensacional.
- Grazie, null! – Ele me disse baixo. – Estava entalado. – Ele disse e coloquei os pés no chão, vendo-o sorrindo e passei as mãos em seus cabelos úmidos, descendo pelo seu rosto suado.
- Foi perfeito! – Suspirei. – Você... Vocês... – Relaxei os ombros. – Foi demais. Sério. – Sorri. – Você também, Dani! Que jogo!
- Foi ótimo! – Ele disse rindo e soltei de Gigi rapidamente, abraçando o mais baixo, fazendo-o ficar na ponta dos pés quando me abraçou.
- Agora mantenham assim, ok?! – Apoiei as mãos nos ombros de novo.
- Está empolgada com a Champions agora, amore? - Gigi me provocou e empurrei-o pelo ombro, entrando em sua frente no vestiário.
- Esses jogos me empolgam, Gigi! – Falei, vendo-o rir. – Foi lindo, foi perfeito, a torcida, vocês dando tudo de si... – Suspirei, deslizando a mão pela parede do largo corredor que antecedia o vestiário.
- Agora eu consigo relaxar um pouco. – Ele disse, soltando a respiração fortemente.
- É, por favor! – Falei, empurrando-o de leve pelos ombros para dentro do vestiário.
- Não, sério! Eu preciso relaxar. – Ele disse.
- Eu sei! – Falei firme, atravessando o vestiário com ele até seu armário no final. – Você estava insuportável. – Falei e ele riu fracamente.
- Não, sério! – Ele disse, levando a mão até minha nuca e a outra até minha cintura.
- O que você está faz...
Não consegui terminar a frase, pois ele inclinou seu corpo no meu, me sustentando igual aquele beijo de filmes e colou nossos lábios. Fiquei surpresa pelos primeiros segundos, mas depois firmei minhas mãos em sua roupa, me certificando que eu não fosse cair e senti meu corpo aliviar a tensão rapidamente, enquanto ele pressionou os lábios fortemente nos meus.
- OH!
- UHUL!
- DAI, GIGI! – Me assustei com os gritos e abri meus olhos surpresa, vendo Gigi nos afastar levemente e voltar meu corpo na posição normal.
- Você está louco? – Falei baixo, ouvindo os gritos e aplausos do pessoal, além de meias que voavam em nossa direção e olhei rapidamente em volta, checando se não tinha nenhuma câmera.
- Você disse que eu precisava relaxar, agora estou. – Levei as costas das mãos à boca.
- Você é louco, Gianluigi! – Dei um tapinha em seus ombros e ele gargalhou, apertando minha cintura mais uma vez antes de deixar um beijo em minha bochecha.
- Eu sei! – Ele disse rindo, se afastando e se sentando em seu espaço.
- Dai, Gigione! – Eles gritaram e ri fracamente.
- Parem de olhar, isso não é novidade para ninguém! – Ele disse, me fazendo rir.
- A parte de ser discreto já foi para o inferno, né?! – Pavel disse rindo e estiquei o dedo do meio, ouvindo-o gargalhar.
- Acho que a ideia de ser discreta morreu lá em Trieste. – Chiello disse, até me fazendo gargalhar.
- Ok, ok, não fiquem com ciúmes! – Falei, erguendo os braços. – Tem beijo do Gigi para todo mundo. – Brinquei.
- Ah! – Eles reclamaram e me defendi de mais meias em minha direção.
- Vocês não vão tirar minha felicidade desse jogo nunca! – Falei rindo e vi Trezeguet do outro lado do vestiário.
- Aí, null, hein?! Gostei de ver. – Ele esticou o polegar para mim e mostrei a língua para ele. – Para quem acha isso estranho, relaxa que isso rola há uns 16 anos! – Revirei os olhos.
- As fofocas espalham, cara. – Pjanic falou e dei de ombros.
- Viu?! Depois falam que as mulheres fofocam. – Apoiei o ombro no armário de Gigi.
- O jogo foi sensacional mesmo e essa after-party, então? – Allegri disse, aplaudindo em nossa direção e revirei os olhos. – Mas agora descansem, façam o relaxamento de vocês, vão para fisioterapia que hoje vocês mostraram a garra que eu sei que tem! Foi incrível, gente! Sério! Estou apaixonado! – Todos aplaudimos empolgados. – Nossa! Acho que eu vou beber um uísque hoje! – Ele disse e sorri.
- Eu não sei você, mas eu vou dormir feliz. – Suspirei.
- Aceita companhia? – Gigi perguntou, erguendo o olhar para mim.
- Você sabe que depois que essa adrenalina baixar, eu vou desmaiar, não sabe? – Perguntei.
- Eu sei, mas podemos só dormir, eu gosto também, contanto que eu esteja contigo. – Dei um curto sorriso e assenti com a cabeça.
- É, ok... – Falei sorrindo.
- Aí, null! – Virei para Lich. – Rasgou. – Ele indicou minhas pernas e olhei para a lateral da minha saia lápis que havia aberto a costura da barra até quase o meio da coxa.
- Dio mio! – Falei surpresa, passando a mão no tecido. – O que será que foi isso?
- Você pulou no meu colo, não? – Gigi disse.
- É, definitivamente essas saiam não servem para pular igual canguru. – Falei rindo.
- E nem para sexo... – Gigi disse baixo, fazendo alguns jogadores em volta dele rirem e empurrei-o pelo ombro, fazendo-o sorrir.

Lui
19 de abril de 2017
- Testa fredda, ok?! – null disse baixo, dando um beijo em minha testa e abri os olhos, encarando-a em minha frente. – Come a Torino.
- Ok... – Falei baixo e ela soltou minha mão.
- In bocca al lupo. – Sua voz saiu quase em um sussurro e meu aceno de cabeça delicado demais.
Ela atravessou o vestiário quase flutuando, abraçando Chiello rapidamente e, quando seus cabelos claros sumiram de minha visão, foi como se o tempo tivesse voltado ao normal. Levei o indicador e o polegar até meus olhos, apertando-os enquanto estava fechado e relaxei os ombros logo em seguida.
- ANDIAMO! ANDIAMO! – Bati as mãos fortemente, chamando a atenção do pessoal. – Vamos conseguir isso, ragazzi! – Falei alto.
- ANDIAMO! – O pessoal aplaudiu comigo.
- Forza, ragazzi! – Allegri disse forte e foi o primeiro a sair e os reservas foram atrás dele.
- Vamos, gente! – Falei, estufando o peito de ar. – Vamos conseguir essa classificação, ok?! Como fizemos em Turim!
- Vamos! – Eles gritavam e começaram a sair um a um.
Fiz um sinal da cruz e segui logo atrás. Nossa escalação era a mesma do jogo de ida. Allegri poupou ao máximo quem jogou contra o Pescara no fim de semana para poder usar a mesma escalação que deu certo e meteu 3x0 em Turim. Mas aposto que eles não estariam o mesmo depois do resultado.
Cheguei ao túnel, ouvindo a torcida acima da minha cabeça fazer com que as paredes tremerem e passei as palavras de null minha cabeça de novo “cabeça fria, cabeça fria”. Era só o que a gente precisava para conseguir esse jogo.
Cumprimentei o goleiro Ter Stegen além do capitão Iniesta e me coloquei ao lado da criança. Baguncei os cabelos dele, vendo-o sorrir e segurei sua mão. Estalei o pescoço de um lado para o outro, puxando a respiração fortemente. Cumprimentei os árbitros quando eles chegaram e não demorou mais do que um minuto para entrarmos em campo.
Segui pelo caminho, vendo o Camp Nou se abrir em minha frente e a torcida deles de quase cem mil pessoas deixava quase impossível ouvir a música de entrada. Me coloquei ao lado dos árbitros, vendo meu time se formar lado e eu respirei fundo. Jogo perfeito! Precisávamos fazer o jogo perfeito. Tínhamos três gols de vantagem, para ficar com mais vantagem ainda, precisamos de um gol fora de casa para carimbar nossa ida para a semifinal e eu não podia piscar, eles não podiam fazer gol.
Estar aqui hoje me lembrou da última final que enfrentamos. Foi contra eles. Eu não nos achava mais fortes ou mais fracos do que ele, acho que tínhamos qualidades iguais, nossa defesa melhor que a deles. O ataque deles melhor que o nosso, não sei, mas se o jogo passado fosse a final, teríamos ganhado. Mas o futebol é assim, não? Dois times se enfrentam em dois dias diferentes com a mesma escalação e os resultados são diferentes. E eles tinham que ser diferentes hoje de novo.
Escolhi o campo junto de Iniesta e nos separamos. Passei cumprimentando um a um meus companheiros de time e segui para meu lado do gol. Tinha poucos juventinos no estádio hoje, mas cumprimentei a torcida como era de praxe, colocando as luvas logo em seguida. Puxei a respiração, fazendo uma reza silenciosa e ouvi o apito soar, fazendo a torcida gritar mais alto ainda.
Durante esses quase 22 anos jogando no profissional, eu já vi literalmente todo tipo de jogo. Jogos lentos, rápidos, tediosos, aqueles em que tudo é resolvido no começo, outros que só se resolvem no final, mas acho que nunca tinha visto um jogo com lances tão equilibrados quanto hoje. E o jogo acontecia rápido demais. Parecia que havia passado 45 minutos em cinco.
O começo do jogo foi um tanto pesado, a torcida cantava alto e vaiava, então nossa atenção precisava ser redobrada, mas acho que ninguém realmente se importou com o que acontecia fora das quatro linhas.
Neymar fez uma falta logo nos primeiros segundos, depois a corrida começou. Paulo sofreu uma falta de Raktic aos três minutos e, na cobrança, foi nas mãos do goleiro. Neymar tentou no contra-ataque, mas ele caiu. A torcida até pediu pênalti, mas não tinha o que dar. Cuadrado tentou o contra-ataque, mas Piqué o derrubou, na cobrança de falta foi para fora.
Aos oito minutos Neymar conseguiu se aproximar, mas Leo tirou. Aos 11, novamente, mas Suarez tirou de cabeça. Higuain tentou um minuto depois, mas a bola passou por cima do gol. Aos 14, Cuadrado tentou, Piqué tirou, no contra-ataque, Neymar fez o cruzamento para Raktic, mas a bola subiu demais. Aos 15, Mario tentou pela esquerda, cruzando para Paulo que dominou e passou para Cuadrado. O colombiano tentou uma bicicleta, que seria linda, mas foi para fora.
Eles tiveram uma chance, mas Cuadrado e Dani tiraram. Na hora do rebote, foi a vez de Leo tirar, com o rebote novamente, Jordi Alba, que não havia jogado na ida, chutou a queima roupa, mas eu não cheguei nem a tocar para a bola ir para lateral. Aos 18 minutos, após uma tirada de Cuadrado, Messi finalmente apareceu em jogo. Estava praticamente só eu e ele dentro da área, mas ele mandou alto demais, me fazendo respirar aliviado.
Aos 20 minutos, Messi chegou passando para Busquets que passou para Jordi e depois para Neymar que acabou mandando para fora. Aos 24, Iniesta chegou chegar, driblando Chiello, mas acabou mandando alto demais. Aos 30, minha primeira verdadeira defesa. Messi chegou pelo meio, mas eu defendi para frente, o rebote era esperado, mas foi para cima demais.
Aos 34, em cobrança de escanteio, Neymar fez o cruzamento, Piqué pegou, mas acabou mandando para fora. Aos 37, foi a vez de Higuain ter uma chance a queima-roupa, me dando esperança para o nosso gol fora de casa, mas Ter Stegen pegou. Aos 39, Serji Roberto fez o cruzamento, mas Leo tirou.
Aos 40, a primeira falta de fair play do jogo. Mario Sentiu após encontro com Serji Roberto, ficando no chão e o jogo seguiu como se nada tivesse acontecido. Quando Paulo pegou a bola, ele mandou para longe, indo para cima da briga, Suarez e Piqué reclamaram, mas Leo foi em cima e finalmente parou o jogo.
Aos 42, Suarez tentou também, Chiello tirou e eles reclamaram. Segundos depois, um lance preocupante, mas levemente engraçado, se me permite. Messi foi derrubado por Pjanic literalmente de cara no chão, o juiz poderia dar um vermelho aí, mas não deu, só que segundos depois, Neymar veio com más intenções e derrubou Pjanic, aí foi dado o cartão.
Passados os primeiros 45 minutos, o juiz acabou o primeiro tempo e eu segui de volta para o vestiário. Eu me sentia feliz, mas cansado. Parecia que tinha sido um tempo inteiro já, mas não, faltavam mais 45. Ao menos conseguimos segurar esse primeiro tempo muito bem e com um ataque tão equilibrado quanto o deles.
Voltei do intervalo com um pouco mais de pique, fiz um pouco de massagem e me hidratei, seguindo para o outro lado do campo, no outro gol. Fiz o mesmo ritual do primeiro tempo e pedi mais calma, mais paciência e mais controle para esses outros 45 minutos até que o juiz apitou novamente, me fazendo suspirar.
Neymar fez o primeiro ataque novamente, mas a bola foi longe demais e Chiello encobriu-a para deixar que saísse para mim como tiro de meta. Aos 49, Cuadrado teve uma chance incrível, igual de Higuaín no primeiro tempo, mas a bola saiu de cantinho, lambendo a baliza lateral. No contra-ataque deles, Neymar tentou, mas foi para fora. No minuto seguinte, Messi veio, mas mandou por cima.
Aos 52, fiz outra defesa, Suarez se aproximou, mas eu saí com antecedência, segurando-a. Cuadrado foi no contra-ataque, mas a bola acabou saindo antes. Aos 53, Messi tentou, mas a bola adiantou demais e foi para fora. A torcida deles até se empolgou com isso, mas não deu. Aos 58, Suarez tentou, mas Chiello acabou tirando um pouco forte demais e ganhou um cartão. Na cobrança, que era bem próximo de mim, dei uma rápida olhada para cima, pedindo, mas a bola foi por cima. Aos 61, Neymar tentou, mas a bola subiu demais.
Aos 63, outro lance perigoso, igual do Pjanic e Messi no primeiro tempo. Suarez fez falta em Alex, então Khedira veio e fez falta em Suarez, o alemão ganhou vermelho e estaria fora do primeiro jogo das semis, se tudo terminasse bem.
Aos 66, em uma cobrança de escanteio, não era para ser. A bola veio em minha direção e eu defendi para o lado esquerdo. Neymar estava lá e passou para Messi, o gol estava vazio nessa hora e não deu tempo de eu voltar, apesar da minha defesa, acabou que Messi chutou alto demais. Logo em seguida, outro lance de Messi, mas o campo acabou antes de ele conseguir chutar.
Aos 68, Neymar tentou, mas Leo tirou. null tinha razão, Leo foi incrível no jogo de ida e estava incrível hoje também. Aos 69, outro perigo real para gente, Serji Roberto tentou, mas a bola saiu lambendo a baliza lateral, sem que eu a tocasse.
Aos 71, Dybala tentou o contra-ataque, mas saiu alto demais. Depois ele e Higuain tentaram uma jogada ensaiada, mas a bola foi muito para o fundo. Aos 74, Dybala fez uma falta em Messi, mas sem perigo.
Aos 75, quando aquela esperança começava a crescer em meu peito, sabendo que seria difícil eles fazerem quatro gols para irmos direto, Allegri fez a primeira substituição. Tirou Paulo e colocou Barza para reforçar a defesa. Apesar dos diversos ataques, não conseguiríamos fazer gol.
Aos 79, em um lance queima-roupa de Mascherano, eu defendi para frente, causando o contra-ataque de Khedira, mas foi nas mãos de Ter Stegen. Aos 80, Neymar faz um cruzamento longe demais. Ele tentou novamente, mas Leo tirou. Cuadrado tentou o contra-ataque, estando praticamente sozinho, mas Ter Stegen saiu quase no meio do campo para defender a bola.
Quando o relógio chegou aos 80 minutos, finalmente consegui ouvir os gritos da minha torcida calando as blaugranas. Era isso. Estava perto demais que dava até para sentir.
Aos 84, outra substituição, Cuadrado sai e entra Lemina que conseguiu uma chance de gol após segundos. A bola lambeu a lateral, mas não entrou. Aos 88, Higuain saiu e Asamoah entrou. Em um lance errado, Alex Sandro tirou uma bola de Messi quase com os braços, o que poderia ser pênalti, mas o juiz não deu.
A bandeira de três minutos de acréscimos subiu e eu sabia que estava para acabar. Sem nenhum lance importante ou perigoso, o juiz finalizou o jogo, me fazendo suspirar em alívio. Estamos nas semis. Conseguimos subir mais um degrau. Agora faltavam mais dois! E dependíamos do outo resultado de hoje para saber. Atlético de Madri e Real Madrid jogaram ontem e passaram, faltava o resultado de Borussia Dortmund e Monaco.
A bola acabou comigo e o juiz estava alguns passos de mim, entreguei-a a ele antes de começar a cumprimentar o pessoal. Abracei Piqué, dando uns tapinhas em suas costas e depois segui para Chiello que tinha um largo sorriso no rosto.
- Conseguimos, Gigi! – Ele disse e ri fracamente.
- Conseguimos! – Falei sorrindo.
Segui para Alex Sandro, abraçando-o e comecei a passar por todos os meus companheiros de time que já tinham invado o campo e pulavam em nossas costas conforme nos encontrávamos e eu só conseguia sorrir e dar fortes abraços. Às vezes alguns mais contidos em Messi, Suárez, Neymar, Iniesta e outros, mas era impossível se conter com o largo sorriso no rosto.
Nos juntamos para formar nosso cordão de sempre e cumprimentamos a pouca torcida que veio nos prestigiar hoje, gritando e os aplaudimos. Apesar de termos vencido e o dia ser nosso para comemorar, ainda estávamos em campo deles, então não demoramos para sair. Deixava os gritos de comemoração para o nosso vestiário.
Cumprimentei alguns jogadores do Barcelona enquanto saía e abri um sorriso ao ver null sendo erguida por Paulo, se segurando em Mario para não cair e ela os empurrou quando o mais novo a colocou no chão.
- No dia que eu cair, eu te mato! – Ela disse para ele, fazendo-os rirem.
- Ah, chefa! – Ele estalou um beijo em sua bochecha antes de seguir pelo vestiário.
Acompanhei-a abraçar o resto do pessoal que entrava e aproveitei para abraçar Pavel, Agnelli, Beppe e Paratici que estavam ao seu redor e ela abriu um sorriso em minha direção. Ela empurrou Lemina para o lado, fazendo o mais novo rir e finalmente consegui chegar nela.
- Gigi! – Ela sorriu.
- Ah, null! – Falei baixo, abraçando-a pelos ombros e senti suas mãos deslizarem em minhas costas quando eu apoiei o queixo em seus ombros.
- Você conseguiu! Foi incrível! – Abri um sorriso.
- Eu estou cansado. – Falei, suspirando, me afastando devagar e ela assentiu com a cabeça.
- Imagino. – Ela nos afastou devagar e indicou o vestiário para eu entrar à frente. – Acho que foi mais pesado do que semana passada.
- Per forza! – Falei, suspirando, andando à frente para entrar no vestiário.
- Descansem, sério. Vocês vão precisar. – Ela disse, vindo logo atrás de mim.
- Sorteio é quando mesmo? – Perguntei, ouvindo seus saltos baterem contra o piso.
- Sexta-feira. – Ela disse, suspirando, apoiando em meus ombros e virei para trás. – Está deslizando.
- Tira! – Falei e ela apertou meu ombro mais forte para tirar um pé de cada vez e voltou a andar ao meu lado e alguns gritos de comemoração já eram ouvidos. – Como acabou o outro jogo?
- Monaco passou. – Ela disse. – Agora ficamos entre eles, Real Madrid ou Atlético. – Respirei fundo.
- Vai dar certo, null! – Falei, abraçando-a de lado e ela deu um curto sorriso, suspirando.
- Eu não vou falar nada, ok?! – Ela me empurrou pelos ombros. – Vamos aproveitar o hoje!
- Isso! – Estalei um beijo em sua testa. – Vamos aproveitar o hoje... – Fiz cócegas em sua barriga, fazendo-a rir. – PERCHÉ SIAMO IN SEMIFINALE! – Gritei em seu ouvido, sentindo-a me dar fortes tapas nos ombros enquanto pulava em direção a meus companheiros que pulavam e jogavam champanhe para cima, fazendo-a negar com a cabeça com um largo sorriso no rosto


Capitolo otantacinque

Lei
Três de maio de 2017
Soltei um suspiro quando cheguei o camarote, sentindo meus pés latejarem dentro dos saltos e fazia somente uma hora que eu estava com eles, talvez menos, não sei, mas depois do jogo em Barcelona, achei que a vida daria uma pequena acalmada, mas fiquei no achismo mesmo. Tive diversas festas que eu não teria normalmente.
Para começar que Gigi lançou um rótulo de vinhos, então fez uma pequena degustação na trattoria Fratelli Bravo, apesar de eu ter que encarar sua querida namorada, eu calcei a cara, juntei Trezeguet e Pavel e fomos, ao menos os vinhos são bons.
No dia seguinte, eu fiz uma contratação que não estava nos planos. Trouxe Rodrigo Bentancour do Boca Juniors a pedido de Paratici. No fim de semana, na parte da manhã, eu representei o time na Danone Cup, um campeonato feminino da sub-12. Estava discutindo a criação de um time feminino principal, então vesti a camisa da situação. À noite, fui ao jogo contra o Genoa e acabou sendo mais calmo, vencemos de lavada por 4x0. Um gol contra e outros de Dybala, Mario e Leo.
No meio da semana, tivemos jogo contra o Atalanta, o que eu optei por ficar em casa para descansar, na Gio, na verdade, isso de viagens acaba cansando demais e com a Champions, eu acabo viajando mais. Não fui, mas era um jogo importante para garantir o scudetto. O que aconteceu? Empatamos. Estávamos ganhando de 2x1, mas um erro na defesa fez um empate aos 90 minutos.
Leo e Barza vieram bem bravos, pelo que falaram alguns dias depois em um jantar que fizemos com a turminha antiga: o BBBC e eu, além de algumas pessoas mais próximas de Chiello. Ele finalizou seu mestrado em administração com honras e nos chamou para o happy hour. Eu sou uma mulher da educação, né?! Então fiquei muito orgulhosa do meu vice-capitano fazer isso paralelamente.
Agora chegamos ao jogo de ida da grande semifinal! Viemos para Monaco, o que era ótimo, porque é bem perto de Turim, mas eu já estava moída por osmose. Sabe quando você esperava as férias loucamente? Eu estava começando a ficar aqui, mas tínhamos muita coisa pela frente. Os dois jogos da semi, garantir o scudetto e a final da Coppa Italia, isso sem pensar em uma possível final, que nos dava mais empolgação.
- Alô? null! – Virei para o lado, piscando os olhos, visualizando Trezeguet ao meu lado. – Oi!
- Ah, oi, Treze. – Encostei a cabeça em seu ombro, suspirando.
- Hum, está tudo bem? Parece que está cansada.
- Ah, um pouco. – Relaxei os ombros.
- Quer conversar? – Ele perguntou.
- Não tem o que conversar, Treze, só cansaço mesmo. – Suspirei, olhando para o campo.
- O jogo já começou? – Perguntei.
- Já passou 10 minutos. – Ele disse e pressionei os lábios, deixando um bico se formar.
- E como estamos?
- Tivemos duas chances de gol, mas as duas saíram. – Suspirei.
- E eles? – Perguntei.
- Nada chegou no Gigi ainda. – Assenti com a cabeça.
- Alguém está desligada aí? – Pavel perguntou, se virando para trás, me fazendo suspirar, vendo uma chance do Monaco.
- É, acho que acabaram de tentar. – Falei, vendo Kylian Mbappe cobrar escanteio. A bola foi para o fundo e Gigi a defendeu, segurando-a.
- Eu só estou cansada, gente. – Suspirei. – Preciso dormir, preciso de uma massagem, precis...
- Pensa bem, acabando aqui, vamos para casa hoje. – Pavel disse e ri fracamente.
- Chegar com o dia amanhecendo não é exatamente uma vantagem. – Falei e os homens ao meu lado riram.
- Ela está certa. – Beppe disse. – Minha idade não me permite mais, gente. – Sorri.
- Vamos manter a empolgação, por favor. O príncipe está ali do lado. – Andrea disse e rimos juntos, pressionando os lábios em um riso.
- Eu cuido de você! – David disse, pressionando os lábios em minha cabeça e me abraçando pelos ombros.
- Grazie. – Sorri e ele assentiu com a cabeça, mantendo a cabeça apoiada na minha.
- Ok, agora fala, o que acontece? – Ele perguntou baixo e soltei um suspiro, mantendo os olhos no jogo contra o Monaco.
- Só cansaço mesmo, Treze. Prometo. – Virei para ele que deu um curto sorriso.
- Eu te conheço há anos, null. Você não me engana, algo está acontecendo... – O lance foi se formando e relaxei quando Gigi defendeu o lance de Mbappe aos 16 minutos, me fazendo suspirar.
- Uh! – Todos falamos juntos.
- Ainda bem... – Suspirei, vendo Leo pegar o rebote e sair com a bola.
- Vai, fala comigo... – Treze disse, apertando minha mão na poltrona.
- É a Champions, David. – Sua respiração saiu alto ao meu lado.
- Qual é o problema? – Ele perguntou. – Estamos indo bem, não?
- Sim, estamos. Esse é o problema. O Gigi fica tão... AH! – Me levantei apressada quando o número nove do Monaco deu uma cabeçada, mas Gigi defendeu aos 18. – Ah, cazzo! – Me sentei novamente.
- O Gigi fica tão...? – David continuou.
- Empolgado, nervoso, surtado... – Suspirei alto, vendo o árbitro levantar um amarelo para Leo por algum motivo que não deu para eu ver. – E eu tenho medo do que isso pode causar.
- Se... – Ele deu uma olhava em volta. – Perder? – Ele falou baixo e eu assenti com a cabeça.
- Se chegar ao fim e... Isso. – Segurei minhas mãos, sentindo-as geladas apesar do tempo não estar da mesma forma.
- Por que você fica assim, null? Ele está feliz...
- Ele ainda está feliz. – Falei baixo, suspirando. – Vai! Vai! – Falei ao ver a cobrança de escanteio aos 25 e... Não chegou. – Suspirei, relaxando os olhos. – O Gigi é uma pessoa totalmente diferente no privativo, David. Ele pode estar sofrendo demais, mas ele não mostra. Em nenhum momento. – Pressionei os lábios, sentindo minha respiração pesada. – E quando eu vejo... – Suspirei, negando com a cabeça. – Se fica ruim para mim...
- OLHA O GOL! – Pavel gritou e Higuain passou para Dani Alves que passou para Higuain de novo e mandou no fundo do gol.
- GOL! – Gritamos juntos, nos levantando para comemorar e Higuaín foi em direção à nossa torcida.
- Finalmente saiu o gol do Pipita. – Falei rindo fracamente, voltando a me sentar.
- Foca, null! – Ele disse.
- Ei, você que mandou eu focar no jogo! – Brinquei e ele sorriu. – Scusi, é que não tem o que fazer, entende? – Dei de ombros. – Gigi fica bem, vai criando aquela energia dentro dele, criando a esperança até em mim também, mas se dá errado, a primeira coisa que eu penso é ele. Ainda mais com a idade dele, logo ele para e... E se ele não conseguir conquistar isso? – Engoli em seco. – É uma obsessão para ele, David. Desde 2003, e olha quantas chances ele abriu mão nos anos que seguiram a relegação? E quando chega e perde? – Engoli em seco. – Dói em mim, pois dói nele. – Suspirei. – E ele não fala, mas eu vejo.
- É uma situação doce-amarga, né?! – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Eu quero muito que ele ganhe isso, Treze! Demais! Mas os tombos no caminho doem demais... – Suspirei.
- Eu entendo o que você sente, null. Realmente. Eu sei dessa obsessão do Gigi, eu estava lá quando ele perdeu em 2003, lembra? – Ri fracamente, assentindo com a cabeça. – Mas ele só vai ter a chance de ganhar, se chegar na final. E vocês merecem ficar felizes por essas pequenas conquistas, pois sabem a luta que foi para chegar aqui...
- Confesso que em alguns momentos, internamente, eu já pedi para gente perder para não doer, sabe? Fica na fase de grupos, ou nas oitavas... – Neguei com a cabeça. – E quando chega mais perto, vai subindo e eu nem consigo aproveitar mais. Ainda mais em jogos assim mais calmos... Eu vou para outra realidade. – Suspirei, vendo os jogadores do Monaco reclamarem de um possível toque de mão de alguém do nosso lado, mas o juiz mandou seguir, finalizando o primeiro tempo segundos depois. – Eu esqueço que uma vitória é boa para o dinheiro que entra e só me preocupo com ele. – Neguei com a cabeça. – E é algo do momento, pois eu estava calma nas quartas, felicíssima com as vitórias...
- Vai ficando mais real para você, não? – Ele perguntou e suspirei.
- Talvez... Deve ser...
- Talvez você perca isso quando ganharmos, vocês percam isso... – Engoli em seco. – E só tem um jeito de ganhar... – Ele indicou o campo vazio e eu suspirei.
- Eu sei. Só agradeço por vocês não me largarem sozinha aqui.
- A gente deveria fazer isso um dia, né?! – Pavel falou. – Colocar a null assistindo a um jogo de decisão da Champions sozinha...
- Vocês vão me encontrar desmaiada na volta. – Falei, fazendo-os rirem. – Dá licença, eu vou ao toalete, gente! – Me levantei.
- Preciso ir atrás? – David perguntou.
- Não! – Falei, rindo fracamente.
Demorei um pouco para voltar do banheiro mais pela fila do que por realmente pensar se eu deveria voltar para o jogo, e cheguei com os jogadores voltando para o campo também. Me sentei em meu lugar novamente, recebendo uma taça de vinho branco de Trezeguet e agradeci.
O segundo tempo começou mais agitado. Eles tiveram um ataque logo no início, fazendo Gigi defender. Depois em outro ataque de Falcão, Chiello tirou um pouco mais forte e quase acabou caindo da proteção em volta do campo. Mais um entrando nessa pequena estatística.
Aos 49 minutos, Mbappe chegou e Gigi saiu antes da bola se aproximar e pegou. Aos 51 minutos, Bernardo Silva chegou e Gigi segurou sem preocupações. Depois disso o jogo deu uma desacelerada natural até os 58 minutos onde Claudio levou um amarelo
Um minuto depois, Dybala chegou com o contra-ataque, fazendo o passe para Dani Alves que fez um cruzamento para Higuain. A defesa do Monaco chegou na direita, o goleiro tentou sair, mas Gonzalo mandou embaixo das pernas do goleiro, fazendo um 2x0.
Após vários lances de ataque e contra-ataque, aos 69, Chiello levou um amarelo ao bater o cotovelo na cabeça de Falcão. Os jogadores foram em cima do juiz pedindo mais do que isso, mas ficou somente no amarelo, por minha sorte. Ele só não podia levar outro aqui e nem no jogo de volta.
Aos 74, Fabinho se aproximou, mas depois de bagunça dentro da grande área, Pjanic tirou. Se seguindo ao jogo, faltando 10 minutos para o fim do jogo, Allegri começou a fazer substituições. Ele tirou Higuain e colocou Cuadrado e depois tirou Marchisio e coocou Rincón. Logo após a volta do lance, Falcão tentou chegar de novo no que seria um lance bonito de calcanhar, mas Leo chegou.
Aos 88 minutos, em uma cobrança de falta deles, a bola foi certinha para o gol, mas após uma bela bagunça de Chiello, Barza, Mario e os jogadores do Monaco, ele acabou defendendo para fora. Na pausa, Lemina entrou e Pjanic saiu. Em outra falta logo em seguida, a bola seguiu certinho no meio do campo e Gigi precisou tocar com as pontas dos dedos defender. No escanteio, Gigi pegou a bola.
O relógio deu os 90 minutos e o juiz deu mais três. Tivemos mais uma chance de ataque, eles de contra-ataque e nós tivemos um último ataque. Eles até tiraram, mas a bola voltou para gente novamente, fazendo o juiz finalizar alguns segundos antes de completar o tempo. 2x0, dois gols de vantagem fora de casa.
- Ganhamos! – Eles falaram animados, se levantando e fiz o mesmo, seguindo em direção ao fundo do camarote para descer para o vestiário.
Dois gols de vantagem fora de casa eram ótimos. Não perfeito, é claro, mas eles precisavam fazer três gols em nós lá em Turim para passar sem pênaltis, o que eu sei que seria muito difícil levando em conta que Allegri voltou a usar meu BBC completo atrás e Dani Alves estava sendo um ótimo elo. Eu quase não sentia falta de Pogba... Quase.
Mas estávamos indo muito bem, até agora só tínhamos levado dois gols durante toda a competição e eles foram em novembro nos jogos contra o Lyon em casa e o Sevilla na Espanha. Depois disso, nada mais. Nem com Porto, nem com Barcelona e ainda nada contra o Monaco. Isso era muito bom! Éramos a melhor defesa do campeonato. Beh, somos a melhor defesa sempre.
Hoje ainda era um dia em que Gigi batia mais um recorde, 100 aparições na Champions pela Juve, excluindo fases classificatórias. Eu falo que ele bate um recorde novo por semana, é difícil acompanhar, de verdade.
Quando chegamos no vestiário, os jogadores já estavam entrando e eu abracei um por um que estava lá. Eles estavam animados e eu tentava mostrar isso com um largo e falso sorriso, mas eu estava feliz, meu nervosismo só falava mais alto. Mas falava mais alto por mim, não pelo homem sorridente de 1.92 metros que chegava em minha direção lindo com aquele uniforme preto. Muito melhor que as outras opções. Ele fica ótimo em preto, eu sei.
- Complimenti. – Falei quando ele se aproximou e ele passou as mãos em minha cintura, apoiando o queixo em meu ombro e passei os braços pelos seus ombros.
- Grazie, null. – Ele disse sorrindo e passei as mãos em seus cabelos.
- Você está bonito. – Falei baixo e ele sorriu, me puxando pela cintura até a entrada do vestiário. – Eu gosto de você de preto.
- Beh, se você gosta, quem sou eu para contradizer, né?! – Ele brincou e ri fracamente, abaixando minha mão pelas suas costas, até cair ao lado de meu corpo.
Entramos no vestiário, ele cumprimentando ainda algumas pessoas e eu encontrei Filippi ali no meio e abracei o treinador de goleiros de Gigi, vendo-o sorrir e estalar um beijo em minha bochecha. Depois cumprimentei mais alguns membros do staff antes de entrar no largo vestiário. Cumprimentei alguns outros jogadores, abraçando Barza e Chiello apertado e subi em uma maca vazia, deixando os sapatos não.
- Ei... – Gigi se aproximou, já sem blusa.
- Ei... – Falei, imitando-o e ele sorriu.
- Podemos conversar? – Ele perguntou, ficando entre minhas pernas.
- O que houve? – Perguntei.
- Em que planeta você está para eu te encontrar? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Está tão na cara assim? – Perguntei suspirando.
- Você está para baixo... – Ele disse, tirando meu cabelo do rosto e jogando para trás. – Não tem motivo, null.
- Você conhece meus motivos... – Falei baixo, apoiando minha mão em seu peito e virei a medalha em sua correntinha.
- Estamos perto... – Ele disse suspirando. – Fica com a gente, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Eu estou bem, Gigi, prometo. É só a expectativa, mas vocês fizeram um jogo incrível. – Falei baixo. – Eles chegaram pouquíssimas vezes em vocês e você foi pouco visado, nem está suando... – Ele riu fracamente.
- Fica feliz por mim, então... – Ele pediu e eu assenti com a cabeça.
- Minha preocupação é só com você mesmo. – Falei baixo e ele ergueu meu rosto, colando nossos lábios e relaxei, fechando os olhos. Ele sustentou o beijo por poucos segundos antes de se afastar, me obrigando a abrir os olhos demais.
- Eu estou bem se você estiver bem. – Ele disse.
- E eu se você estiver bem. – Falei, fazendo-o rir fracamente.
- Vamos ficar bem, então? – Ele fez um carinho em meu rosto e suspirei, assentindo com a cabeça.
- Ok. – Falei simplesmente e ele colou os lábios nos meus novamente, mais rápido que a primeira vez.
- Eu vou me trocar, ok?! – Assenti com a cabeça. – E você vai sentar comigo no avião hoje... – Ri fracamente, assentindo com a cabeça.
- Eu estou bem, já falei!
- Eu sei, e eu quero ficar contigo! – Ele disse e ri fracamente, empurrando-o pelo peito. Ele afastou alguns passos antes de virar de costas, me fazendo suspirar.

Lui
Nove de maio de 2017
Faltam só dois jogos, Gianluigi. Vamos lá! Respira fundo, mantenha a cabeça fria. Só faltam dois jogos para você ter conquistado tudo na sua vida...
Ok, na sua vida profissional, sua vida pessoal ainda tem a capacidade de ser mais difícil, mas vamos resolver primeiro o que eu consigo pelas próximas duas horas, mas são as duas coisas mais importantes para eu conquistar agora... Em níveis diferentes para minha vida.
Agora vamos cuidar de uma coisa de cada vez. Classificar para a final, fechar o scudetto, que deveria ter alargado os pontos na tabela no jogo contra o Torino no fim de semana, mas ficamos com um resultado de 1x1 bem amargo. Eu não estava em campo, mas a decepção é a mesma, ainda mais em Derby. Depois disso Coppa Italia e, então, null... O mais difícil para eu resolver... Droga!
Ah, cala a boca, Gigi. Não vamos pensar nisso agora! Foca! null é o amor da sua vida, te dá forças, mas infelizmente não pode jogar por você... Será que não? Capaz de ir melhor do que eu.
Sacudi a cabeça e respirei fundo, fazendo um sinal da cruz discreto e olhei para o centro do campo, vendo os dois times em suas posições. Bati uma mão na outra, assoprando as mãos cobertas com as luvas e ouvi o apito.
O jogo começou com ataque deles. Logo aos cinco minutos, Mbappe chegou em mim, conseguindo me driblar, a bola chegou a bater na trave esquerda, mas já estava impedido. Quando eles voltaram, dois minutos depois, Falcão chutou forte, mas foi por cima do gol.
Nossas substituições começaram cedo demais, aos 10 minutos Khedira sentiu o posterior de coxa e foi substituído por Marchisio. O jogo não alterava tanto, mas mudava algumas táticas. Esperava que nada grave demais.
O jogo estava um pouco mais rápido do que em Mônaco, os lances aconteciam mais rápido, seja a favor de nós ou contra. Aos 15 minutos, Paulo conseguiu chegar na defesa deles, mas chutou torto e foi para fora.
Eles ficaram com o contra-ataque aos 19 e precisei sair para defender, mas Chiello tirou antes, quando a bola foi para o outro campo, Higuain tentou de cobertura, mas a defesa deles tirou antes de chegar em Subasic.
Aos 24 minutos, o estádio começou a cantar alto “olé, olé! Juve! Juve!”, fazendo o estádio começar a ferver. Nesse clima, Mario teve uma chance, mas Subasic tirou, no rebote, o defensor tirou.
Aos 27, Dani fez o cruzamento para tentar chegar em Mario, mas vai alta. Depois Pjanic tenta chegar novamente, mas eles tiram. Aos 30, eles tiveram uma cobrança de falta, bateu na barreira, no rebote voltou para mim e eu a segurei, mas o impedimento já estava marcado.
No rebote, eu mandei para Alex Sandro à minha esquerda. Ele passou para Dybala e Paulo precisou recuar para Pjanic. Pjanic passou para Dani do lado direito que cruzou para Mario do outro lado e chutou. O goleiro deu rebote, mas Mario estava lá e a bola foi bonito para dentro do gol. Mario saiu desesperado para a torcida. Pulou a proteção do campo e foi para galera.
Isso não durou mais do que 30 segundos e ele foi comemorar junto com o pessoal, mas foi ótimo! Foi um gol incrível! Bem estilo do Marione mesmo!
Na saída de bola da Juve de novo, Higuain tentou fazer o dele hoje, mas estava impedido. No contra-ataque para gente aos 42 minutos, a bola veio à queima-roupa, mas consegui segurar. Dois minutos depois, Dybala ficou com o contra-ataque e chutou, Subasic deu o rebote e a bola ficou com Dani. A bola chegou e ele chutou, mandando fundo no gol. Um belo chute!
Dois gols, cara! Estávamos com quatro de vantagem! Era incrível! Dani veio correndo para comemorar do lado de cá, acho que sua esposa ou namorada estava aqui pelo coração que ele fez em direção à torcida e corri até ele junto de Marchisio, abraçando-o rapidamente e bagunçando seus cabelos, logo voltando à minha posição.
O primeiro tempo finalizou logo em seguida e fomos para dentro do vestiário. Allegri nem tinha muito o que falar, o que se fala com essa vantagem? Só falou para continuar fechando a defesa, pois eles mal conseguiam chegar em nós e já tínhamos tido diversas chances.
Voltando para o segundo tempo, o primeiro lance foi a saída de Dybala e a entrada da Cuadrado. Agora era hora de começar a poupar o pessoal para o fim da temporada, além de uma possível final se o jogo não virasse de repente.
O jogo se seguiu bem por uns 10 minutos, até que Mbappe chegou com um lance quase à queima-roupa, mas consegui defender com a perna, mandando a bola para fora.
Aos 69 minutos, o jogo virou de figura. Enquanto a torcida começava a cantar, eles cobraram um escanteio curto. Nosso time inteiro veio para dentro da área, Moutinho deu um tapa Mbappe e, naquela bagunça, eles abriram o placar deles.
Ainda tínhamos três gols de vantagem e não queria nem pensar de levar três gols em 20 minutos e perder essa classificação para final, mas foi clara demais a mudança no clima do estádio, o Monaco criou uma esperança e isso fez com que eles jogassem com mais garra, fazendo os lances decisivos serem mais fortes.
Eles chegaram logo em seguida, mas Chiello tirou. Logo em seguida, Higuaín caiu ao ser pisado, mas o jogo não foi parado. Logo após isso, Fabinho do Monaco caiu porque Mario deu uma cotovelada nele e o negócio virou do avesso. O Monaco queria pênalti pela falta, mas o lance do Higuain tinha sido antes e o estádio realmente começou a pegar fogo, pois nossa torcida começou a vaiar, a deles tentava animar os jogadores. Estava difícil ouvir os próprios pensamentos. Acabou que Leo e Falcão começaram a brigar e Leo levou um cartão.
Aos 77, Mbappe tentou se aproximar, mas a bola saiu longe. Aos 83, eles tiveram uma falta a favor, mas conseguimos tirar antes de se aproximar de mim. Faltando um minuto para o tempo acabar, Barza caiu em cãibra e Mbappe, que tinha sido contido por Barza o jogo inteiro, o ajudou. Allegri aproveitou sua última substituição para tirá-lo e colocar Benatia nos minutos finais.
Os três minutos de acréscimos pegaram fogo entre Mario e o jogador que havia pisado em Higuain, começaram a ter problemas seguidamente até que Mario foi em cima para provocar e levou outro cartão. Iríamos para final com diversos jogadores pendurados, mas iríamos para final.
O “CE NE ANDIAMO A CARDIFF” começou a ser cantado alto no estádio e o sorriso em meu rosto não parava de alargar. Com 39 anos, eu tinha outra chance. Mais uma ou duas, talvez. Uma chance limpa e concreta após essa tirada de Pjanic.
Era isso, andremmo a Cardiff.
Meu corpo relaxou de uma forma anormal ao ouvir aquele apito soar três vezes. Depois de dois anos, iríamos novamente. Era um tanto louco pensar no que nos levou a ir novamente depois de dois anos. Conseguimos esse feito somente nos anos 90 quando o time estava em completo auge. Era incrível, louco, estranho e demais!
Saí um tanto desnorteado andando pelo campo, sentindo Leo me abraçar forte e eu não conseguia falar nada, eu estava um tanto abismado com tudo isso. Iríamos para o País de Gales jogar essa final que precisava ser a final da minha vida. Dependíamos só do resultado amanhã para saber quem seria nosso adversário, mas Real Madrid ganhou de 3x0 no jogo de ida, dificultando para o Atlético da mesma forma que dificultamos para o Monaco hoje.
Meus companheiros pularam em minhas costas, o staff me cumprimentava, passei pelos jogadores de outro time, mas eu sabia que estava em outra realidade, eu queria gritar, mas não ouvia os gritos, só sentia a vibração deles e da torcida que comemorava conosco.
Cumprimentamos cada quadrante do estádio como fazíamos em todo jogo, mas hoje era especial, conseguimos nossa classificação em casa, junto de nossa torcida, não como a última vez que estávamos em Madrid, aqui podíamos aproveitar com a torcida e aproveitamos cada segundo possível até as arquibancadas começarem a esvaziar.
O coro de “CE NE ANDIAMO A CARDIFF” era o mais cantado, além de nosso hino e “Olé, olé! Juve! Juve”. Isso era para nossos torcedores que nos apoiavam em todos os momentos, agora precisávamos fazer isso para eles, só para eles.
Obviamente fui parado para dar entrevistas, mas quem disse que eu tinha algo para falar? Era óbvio, não? Lutamos tanto e agora queríamos ganhar. Sim, eu quero uma Champions League para acabar com esse tabu nosso e talvez minha temporada fosse sim a próxima, mas vamos voltar para o hoje, repórter, hoje conseguimos carimbar nossa passagem para Cardiff. E eu estava mais que pronto para isso.
Voltei para o túnel e foi como se o som finalmente voltasse aos meus ouvidos quando vi null parada ali entre os dois vestiários, exatamente onde Manu caiu, conversando com Barza. A risada dela escoou e eu soltei um suspiro. Ela olhou para mim e meu sorriso ficou mais largo ainda. Estava tudo bem.
- Você vai! – Ela empurrou Barza, fazendo-o gargalhar e me aproximei correndo dela, segurando-a pelas pernas e erguendo-a no ar, fazendo-a apoiar as mãos em meus ombros. – AH, GIGI! ME COLOCA NO CHÃO! – Ela pediu e olhei para cima, vendo seus cabelos voarem conforme eu a girava. – GIGI!
- Você não vai brigar comigo hoje, vai? – Abaixei-a devagar, inclinando meu corpo para baixo por alguns segundos e ergui o rosto, próximo de si.
- Vou sim! – Ela disse, apertando as mãos em meus ombros. – Eu posso vomitar. – Ela disse rindo. – E perdi um sapato. – Ela disse e virei para o lado, vendo seu sapato perto da porta do nosso vestiário.
- Ah, a gente resolve isso depois! – Falei, olhando em seus olhos. – Estamos na final, null! – Ela pressionou os lábios, assentindo com a cabeça.
- Você conseguiu, Gigi. – Ela disse, apertando fortemente os braços em meus ombros em um forte abraço. – Vocês foram incríveis, mesmo. A torcida ajudou tanto que até eu me animei. – Ri fracamente, vendo-a afastar o rosto em seguida.
- Está empolgada? – Perguntei e ela suspirou.
- Uma coisa de cada vez. – Ela disse, soltando os braços de mim e indicou a cabeça para o vestiário. – Agora vamos esquecer Champions por 25 dias. – Ela se abaixou para pegar seu sapato, colocando-o no pé novamente, enquanto apoiava a mão em mim. – Vamos relaxar, aproveitar essa vitória, essa classificação, usar desculpa para beber bastante...
- Ah, você não vai beber, não. – Falei, entrando no vestiário, abraçando-a pela cintura enquanto entrava com ela.
- Ah, até parece! – Ela disse rindo e os ouvidos dos jogadores começaram a ficar altos.
- CE NE ANDIAMO A CARDIFF! CE NE ANDIAMO A CARDIFF! CE NE ANDIAMO A CARDIFF! – Ri quando apareci na porta, vendo eles estourarem as garrafas de água e isotônicos e jogar para cima enquanto pulavam pelo vestiário.
- Vai comemorar! – Ela disse, afastando minhas mãos de seu corpo. – Porque foi merecido, Gigi! A escalada de vocês até aqui foi sensacional. – Ela suspirou. – Você levou só três gols, estamos invictos desde o primeiro jogo na fase de grupos, é perfeito. Sério! – Me afastei, ficando de frente para ela.
- Só se você prometer que vai me dar um sorriso. – Ela riu fracamente, abrindo um sorriso com a risada e me empurrou pelos ombros de novo.
- VA-A-AH! – Ela gritou quando alguém jogou água em cima de nós e vi Higuain e Dybala. – Ainda bem que é só água. – Ela disse, me fazendo rir. – Agora vai! – Ela me empurrou. – Aproveita! Sem pensar no amanhã. – Ela piscou e sorrimos juntos. – Eu estou feliz por vocês. Preocupada, mas feliz. – Ri fracamente, puxando-a para outro abraço e ela apertou as mãos fortemente em minhas costas e obriguei-a a inclinar o corpo levemente para trás. – Você está sendo bobo, Gigi, vai comemorar!
- Você ainda não entendeu, né?! – Me afastei devagar, olhando em seus olhos. – Isso não é nada sem você. – Acariciei seu rosto e ela deu um sorriso tímido.
- Vai lá, e ce ne andiamo a Cardiff. – Ela disse, me empurrando, e sorri, estalando um beijo em sua bochecha antes de seguir para dentro do vestiário, gritando com o resto do pessoal.
- CE NE ANDIAMO A CARDIFF! CE NE ANDIAMO A CARDIFF!

Lei
15 de maio de 2017
- Vocês perderam! – Falei quando Gigi abriu a porta do quarto.
- Ah, decidiu aparecer? – Ele falou.
- Não muda de assunto! – Ele revirou os olhos, abrindo a porta e indicando com a mão para que eu entrasse. – No confronto direto com o segundo lugar e a chance de vocês realmente fecharem o scudetto, vocês perderam! – Deixei minha bolsa em cima da pequena mesa em seu quarto.
- Não perdemos porque queríamos, null! – Ele disse, vindo em minha direção e abri o blazer.
- Eu sei! – Suspirei. – Me desculpa, falei sem pensar. – Tirei a peça de roupa, pendurando-a na poltrona. – Mas o que aconteceu? Acabou energia depois da Champions? – Ele riu fracamente, coçando a nuca e se aproximando de nós.
- Beh, o que aconteceu? Aconteceu que eles foram superiores a nós e tiveram mais chances de gol, não sei! – Ele se sentou na cama, esticando as pernas para frente. – Allegri já comeu nosso couro o suficiente, eu queria te ver para relaxar, não para manter a dor de cabeça. – Ele disse e suspirei.
- Imagino! Me desculpe... – Tirei a camisa que eu usava de dentro da saia e a abri botão por botão. – Mas eu acho que vou ter que lembrar mais uma vez o que acontece se vocês perderem o jogo da semana que vem?
- A gente não perde o scudetto, null. – Ele disse e tirei a camisa também, colocando-a junto do blazer.
- Não ainda, você quer dizer. Mas se a Roma ganhar, e vocês perderem, eles ficarão a um ponto de distância e dependeremos da última rodada que vem a ser com Bologna, fora de casa... – Tirei a segunda pele de dentro da saia também e notei que ele arqueou as sobrancelhas.
- Strip tease? – Ele perguntou e revirei os olhos.
- Você não está merecendo. – Falei e ele riu fracamente.
- Hum, gostei de saber. E quando eu merecer? – Ele tombou a cabeça para o lado, apoiando os braços atrás da cabeça.
- A gente conversa quando esse momento chegar. – Deixei os saltos no chão e apoiei o quadril na mesa. – A gente não pode perder o scudetto, Gianluigi.
- A gente não vai perder o scudetto, null! – Ele disse firme. – Sempre dizem que o melhor fica para o final, então achamos que seria le... – Revirei os olhos. – Scherzo! – Ele disse e ri fracamente.
- Buffone! – Falei e ele sorriu.
- Vai! Tira essa carinha emburrada aí! – Ele disse. – Pelo menos temos a final da Coppa Italia na quarta-feira, isso dá um pique para fechar o scudetto no domingo... E com a nossa torcida. – Ele disse e cruzei os braços.
- É, mas se vocês tivessem fechado hoje, depois da Coppa Italia seria praticamente cumprir tabela e os titulares podiam descansar para vocês ganharem seu precioso troféu. – Falei o final com a voz mais afinada.
- Vai dar certo, null. Confia em mim. – Ele disse.
- E qual é a fonte? – Brinquei, vendo-o fazer uma careta.
- Por isso pedi para você confiar... – Ele me chamou com a mão e eu ri fracamente.
- Eu sou uma mulher de exatas, Gigi. Isso não funciona para mim. – Falei, me aproximando dele e ele levou as mãos em minha cintura.
- Perdemos o jogo, null, eu levei três gols só hoje, um ridículo...
- Você levou isso a Champions inteira. – Falei, apoiando as mãos em seus ombros.
- Não estou no clima para falar disso ou tentar achar motivos para isso, mas já falamos com o Max, vamos com os titulares contra o Crotone em casa. – Ele disse. – E prometo que não vamos bobear em nenhum segundo.
- Por favor! Aquele troféu é para ficar em casa! – Falei firme. – Sei que um dia vamos perder essa fila que conseguimos, mas não tão perto de tocar.
- Calma! – Ele disse devagar. – Vai dar tudo certo. Vamos passar esses dois dias em Roma, jogar a final da Coppa, voltamos para casa e focamos no scudetto.
- Tem o jantar ainda, não se esquece. – Falei, passando as mãos nos cabelos, jogando para trás.
- Ah, porque estou muito empolgado em jantar com o presidente Mattarella. – Rimos juntos.
- É o mais chato, odeio essa puxação de saco. – Suspirei.
- Onde você estava, falando nisso? – Ele perguntou, levando a boca em minha barriga, deixando alguns beijos.
- Eu fiquei conversando com o Del Piero, depois eu me encontrei com o agente do Szczęsny. – Falei, sentindo-o subir minha blusa.
- O goleiro da Roma? – Ele me olhou e assenti com a cabeça, dando um pequeno sorriso. – Por quê?
- O Neto está recebendo algumas ofertas, então ele provavelmente vai embora ano que vem, então precisaremos de algum goleiro para ficar no lugar dele. – Passei a mão em seus cabelos bagunçados.
- E por que ele sairia da Roma onde é titular para vir ser o segundo goleiro nosso? – Ele perguntou.
- Investimento. – Falei.
- Como assim? – Ele perguntou.
- É um pouco óbvio, não? Ele vem jogar com o maior goleiro do mundo, é treinado por ele e se torna o primeiro goleiro quando você se aposentar...
- Me enterrando já, null? – Ele brincou e sorri.
- Nunca, mas você que está falando disso em cada entrevista possível. – Ele desceu as mãos pela lateral do meu corpo. – A gente não pode ter você por 16, 17, 18 anos e depois colocar um goleiro cru em campo, por favor.
- Mas foi o que aconteceu comigo, não? – Ele disse. – Quando o Van der Sar saiu e eu entrei?
- É, mas nem Van der Sar se tornou um Buffon. – Ele sorriu. – Jogue o quanto você quiser, Gigi, só me mantenha informada, ok?! Não quero ser pega desprevenida, ainda mais quando o quesito é você.
- Não se preocupe, amore. Você vai ser a primeira a saber. – Assenti com a cabeça e inclinei meu corpo em direção ao dele, colando nossos lábios por alguns segundos quando ele ergueu o rosto.
- Além de que a gente paga mais que a Roma. – Falei, voltando ao assunto Szczęsny. – E temos mais visibilidade... E melhores recursos. – Sorri. – E Turim é uma cidade bem mais calma para se viver do que Roma.
- É, eu entendi! – Rimos juntos. – Você quer tomar banho ou tirar essa roupa? Ficar mais fresquinha?
- Você quer que eu fique mais fresquinha? – Perguntei e ele sorriu.
- Sempre. – Suas mãos apertaram atrás de minhas coxas, me fazendo sorrir.
- Eu tenho que pegar o computador lá no meu quarto e ver se tive alguma resposta da extensão do contrato do Benatia.
- Ah, deixa o Medhi de lado... – Ele abanou a mão e ri fracamente. – Fica comigo.
- Estamos ficando muito juntos. – Falei.
- E isso é ruim?
- É, um pouquinho. – Ele riu fracamente.
- Eu não me importo, fazia muito tempo que eu não me sentia cem por cento bem. – Sorri, acariciando seu rosto.
- Mesmo depois de levar três gols? – Ele revirou os olhos.
- Você deveria me empolgar, null, não fazer com que eu fique mal. – Ri fracamente.
- Eu sou sua chefe, Gigi. E uma das suas amigas mais antigas, quer alguém para te empolgar, encontre uma prostituta.
- Ai, null! Que horror! – Ele se levantou, me apertando pela cintura. – Eu só quero ficar contigo... – Ele disse baixo, dando um beijo em meu pescoço. – Relaxar contigo, dormir contigo... – Ele foi dando beijos pelo local.
- Ok, posso ter sido um pouco exagerada com a prostituta, mas vai dizer que você nunca contratou uma? – Perguntei e ele fez uma careta. – Vai, Gigi. Sou eu! Você pode me contar! – Ele riu fracamente.
- Em Parma. – Ele disse, me fazendo rir. – Quando eu era menos conhecido. – Passei meus braços pelos seus ombros.
- E você precisava contratar uma prostituta? Ir para a balada como toda pessoa normal não era mais fácil? Você não era tão lindo quanto hoje, mas era lindo! – Ele riu, colando os lábios nos meus.
- Não era assim, null... – Ele disse rindo. – Tinha as festas do time e... – Gargalhei.
- Ah, não acredito! – Neguei com a cabeça. – Se eu fico sabendo que vocês fizeram alguma assim, eu juro que, além de dar uma bela multa para cada um de vocês, eu mato um por um. – Ele sorriu.
- Os mais novos eu não sei, mas eu já passei da fase de fazer isso. Quero ficar com meus filhos, essa mulher incrível aqui na minha frente... – Passei a mão em sua nuca, acariciando devagar. – Eu não preciso de mais mulheres...
- Ah, não mesmo! – Falei rindo. – Já teve a dor de cabeça o suficiente, não acha? – Ele riu.
- Beh, é um tanto interessante saber que você foi a primeira mulher da minha vida e que continua sendo até hoje...
- Não teve ninguém antes de mim? – Acariciei seu rosto.
- Até teve, mas não foi assim, amore. – Ele beijou minha mão ao virar o rosto. – Pegava, passava uns meses juntos, mas não ficava na minha cabeça por 16 anos... – Rimos juntos.
- Ainda bem, ao menos sei que na sua cabeça eu sou exclusiva. – Falei, ouvindo-o rir.
- É sim. Compete com três meninos, mas acho que com eles tudo bem... – Sorri.
- Sim, com eles sim. – Aproximei nossos rostos, colando nossos lábios por alguns minutos. – Eu vou para o meu quarto, pego minhas coisas e volto, pode ser?
- O que vai pegar lá? – Ele perguntou.
- Uma troca de roupa... – Respondi como se fosse óbvio. – Eu sei que você quer ficar juntinho, mas são quase três da manhã e amanhã vocês têm treino... – Ele riu fracamente. – E eu tenho reunião com os patrocinadores... – Fiz uma careta.
- Você pode ficar aqui... Comigo... – Ele levou a mão até a barra da minha blusa. – Podemos aproveitar o ar-condicionado... – Ele puxou-a para cima, jogando-a para o lado. – Dormir sem nada... – Ri fracamente, sentindo suas mãos em meus seios por cima do sutiã. – Só de boa... – Neguei com a cabeça.
- Já falei que você não vale nada? – Falei baixo, sentindo-o deslizar as mãos pelas minhas costas, encontrando o fecho e abriu meu sutiã, deixando a peça de roupa frouxa no corpo.
- Somos farinha do mesmo saco, null. – Ele disse, soltando as alças de meu corpo.
- O que quer dizer? Que eu também não valho nada? – Ri fracamente e ele ergueu o rosto para o meu.
- Falando com toda fofura do meu coração. – Rimos juntos.
- Eu entendi o que você quis dizer. – Deixei minhas mãos caírem em seus braços. – E eu preciso concordar, já que nos damos muito bem... – Ele riu fracamente.
- Posso continuar, então? – Ele perguntou baixo, levando a boca até minha orelha, mordiscando a mesma.
- Não sei o que vai continuar, mas eu sou sua... – Falei baixo.
Ele desceu os lábios pela lateral de meu rosto, dando curtos beijos em minha bochecha e desceu para meu pescoço. Uma mão segurou na lateral esquerda do meu corpo, pouco abaixo dos seios e me empurrou um pouco, me fazendo dar dois passos para trás. Ele continuou descendo os beijos pelos meus ombros, depois que pelo meu peito, até encontrar meus seios.
Ele deu curtos beijos pelo mesmo até chegar no mamilo, dando uma leve mordiscada antes de sugar, me fazendo suspirar e apertar uma mão em seus cabelos. Ele começou a rodar a língua no local, apertando meu corpo com uma mão e o seio livre com a outra. Passei as mãos em suas costas nuas, deixando curtos suspiros escaparem de meus lábios.
Ele deu algumas leves mordiscadas, apertando o outro bico entre os dedos, fazendo meu corpo dar alguns espasmos de leve. Ele mordiscou o seio antes de soltar e passou a língua em volta dele. Suas mãos desceram pelo meu corpo, chegando aos joelhos no final da saia e puxou-a para cima com pressa.
- Você estava dormindo antes de eu chegar? – Perguntei baixo, vendo-o erguer o rosto em direção ao meu.
- Não... – Ele disse rindo, dando um beijo rápido em meus lábios.
- Hum, seu safado! – Falei rindo, segurando seu rosto com as mãos e ele deu de ombros.
- Você não acha que eu mereço uma sessão de relaxamento depois de hoje? – Ele disse baixo, levando as mãos até minha cintura, encontrando minha calcinha.
- Sim, eu acho... – Falei rindo fracamente. – Mas quem ficou em reunião até agora fui eu... – Falei baixo, sentindo-o tirar a peça de roupa, fazendo-a descer pelas minhas pernas.
- Eu me delicio com você e te deixo relaxada... – Ele disse, apertando minhas pernas e eu ri fracamente.
- Sabe que com outros caras eu me mataria de dar risada, não? – Falei, vendo-o se abaixar devagar e se ajoelhar no chão.
- E não vai? – Ele perguntou, subindo a saia para minha barriga.
- Vou, mas com você eu consigo me recuperar rapidamente. – Falei, rindo fracamente.
- Isso é bom... – Senti sua respiração perto da minha virilha, me fazendo morder meu lábio inferior. – Só não me chuta... – Ri fracamente, sentindo-o puxar uma perna e a ergui até a cama.
- Nunca... – Minha voz saiu fraca, sentindo sua mão apertar minha coxa e seus lábios deixou um beijo em minha vagina, me fazendo suspirar.
As duas mãos de Gigi apertaram minhas pernas e firmei o pé que no colchão. Ele passou a língua pela extensão da minha vagina, começando a dar beijos fortes na mesma, sugando-a espaçadamente. Ele me puxou para mais perto de mim pelo quadril, apertando as mãos em minhas nádegas e começou a lamber meu clitóris, fazendo minhas pernas começarem a amolecer com o feito.
Suas lambidas se tornaram sugadas e apertei uma mão em meu seio, e a outra foi para seus cabelos, fechando os dedos entre os fios. Ele continuava me estimulando cada vez mais forte e mais rápido, afastando somente os lábios para fazer seu suspiro escapar em minha virilha. Sua barba também roçava em minha intimidade, dando um efeito mais incrível ainda.
Gigi afastou os lábios devagar, me fazendo suspirar e acariciou minha intimidade com o polegar, estimulando meu clitóris devagar em movimentos circulares, fazendo meu corpo arrepiar e se contrair com os movimentos. Sem me informar, senti os dedos de Gigi me penetrarem, me fazendo suspirar.
- Ah, Gigi... – Mordi meu lábio inferior e apertei meu seio, suspirando em seguida.
Com os dedos dentro de mim, Gigi começou a agilizar os movimentos em vai e vem, tentando chegar o mais fundo que conseguia. Seus lábios voltaram para meu clitóris, me fazendo conter um gemido alto ao morder os lábios. A perna que estava no chão e a que estava na cama começaram a se contrair e dar leves cãibras, fazendo meu corpo tremer conforme ele forçava os lábios em meu clitóris.
- Ai, Gigi! Gigi! – Gemi, sentindo a voz afinar até sumir e só o gemido escapar de minha garganta.
Meu corpo foi apertando cada vez mais, me obrigando a mudar a perna de cima de posição e Gigi segurou-a firme, acariciando minha panturrilha. Uma última sugada em meu clitóris me faz gozar, me fazendo inclinar o corpo para frente e apertar a mão na cabeça de Gigi.
- Ah...
Meu corpo se contraiu por mais alguns segundos quando Gigi tirou os dedos e deixou mais alguns beijos pelo local antes de ele se afastar. Meu corpo parecia travado no lugar o pé no chão tinha criado um buraco no carpete, me fazendo suspirar. A mão na cabeça de Gigi deu lugar à sua mão que apertou meus dedos e consegui destravar o pescoço para olhar para baixo.
- Está tudo bem? – Ele perguntou e assenti com a cabeça, sentindo meu pescoço doer com o feito.
- Si-i-im... – Falei mais alongado, suspirando.
- Cansada? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Acho que minhas pernas travaram. – Falei fracamente e ele riu.
- Eu te ajudo nisso... – Ele se levantou do chão onde já estava sentado e senti suas mãos me apertarem pelas pernas e ele me erguer.
- Ai, Gigi! – Falei, rindo fracamente e ele riu fracamente, virando o corpo.
- Relaxa, amore… - Ele disse, me colocando na cama e eu suspirei ao sentir meu corpo na superfície macia. – Deixa eu te deixar mais confortável. – Senti o colchão afundar ao meu lado e logo sua mão foi para a lateral da minha saia, abrindo-a. – Levanta um pouquinho.
- Deixa que eu... – Falei, abaixando a saia e erguendo o quadril rapidamente para tirar.
Ele puxou-a, tirando-a de minhas pernas e sumiu por alguns segundos. Enquanto isso, eu deixava meu corpo afundar no colchão, fazendo a contração de meu corpo sumir aos poucos. Senti o colchão afundar de novo e Gigi apareceu em minha visão novamente, apoiando uma mão em minha barriga.
- Ei... – Falei baixo, apertando minha mão em cima da sua.
- Você está bem? – Ele perguntou e levantei a mão livre para seu rosto, acariciando sua bochecha, sentindo sua barba.
- Eu adoro como você sempre pergunta como eu estou depois de qualquer coisa... – Ele sorriu, inclinando o rosto para o meu, colando nossos lábios, me fazendo suspirar.
- É o mínimo que eu posso fazer. – Ele disse e passei os braços em seus ombros.
- Fica comigo? – Ela perguntou baixo.
- Acho bom, essa é minha cama. – Ele disse colando o corpo no meu e sorri, sentindo-o roçar os lábios nos meus.
- Eu acho que vou dormir... – Suspirei. – Eu preciso acordar as sete amanhã. – Falei fracamente.
- Eu vou acordar 6:30, te acordo. – Ele disse e abracei-o pelos ombros, girando o corpo e ficando de lado na cama.
- Meia hora é demais... – Ele riu fracamente.
- Mas dá para gente aproveitar um pouco. – Ele deu um beijo em meu pescoço.
- Hum, pensando por esse lado... – Falei, fazendo-o rir e ele me abraçou pela cintura.
- Vem cá... – Ele me puxou para cima dele e passei uma perna pela sua, enquanto a outra encostou a cabeça em seu peito.
- Você não se importa se eu dormir? – Perguntei baixo.
- Não, minha linda... – Ele acariciou minhas costas. – Eu estarei aqui.
- E se precisar fazer xixi? – Perguntei baixo, fazendo-o rir.
- Amore, você tem sono pesado. Eu saio daqui, volto para mesma posição e você ainda vai estar dormindo. – Rimos juntos e ergui o rosto, vendo seus olhos azuis.
- Ok... – Rimos juntos e ele colou os lábios nos meus delicadamente por alguns segundos.
- Descansa, minha linda. Essa semana vai ser corrida. – Soltei um longo suspiro.
- Nem fala. – Suspirei, fechando os olhos.

Lui
17 de maio de 2017
Eu tenho que admitir que fico bastante nervoso quando assisto aos jogos da Coppa Italia. Como é considerada um campeonato paralelo e que não é nosso foco durante o ano, o mister coloca o segundo goleiro para jogar, no caso é o Neto, raras exceções eu jogo a Coppa Italia.
A questão é que o Neto é novo ainda, então ele falha bastante, algumas coisas básicas, então é inevitável que eu não queira entrar em campo para jogar por ele, então acabo me tornando um pouco hiperativo no banco e eu sou italiano, é impossível eu não fazer nenhuma feição com algum erro ou algo assim.
Então eu acabo ficando naturalmente apreensivo por não fazer nada, ainda junta o nervosismo de passar pelas etapas até chegar aqui na final. Mas hoje foi diferente demais! Foi o típico jogo perfeito, sem nervosismos excessivos e sem deixar tudo para o final.
Nós dominamos a partida quase inteira, todas as primeiras chances de Pipita e Mario ficavam com o goleiro ou eram tiradas pela defesa, mas estavam chegando lá. Aos 12 minutos abrimos o placar com Dani Alves. Alex fez o cruzamento e Dani fez um gol estilo o jogo do Monaco, nem ajeitou e só mandou. Isso levou todos do banco até ele, inclusive eu. Eu já não consigo ficar muito sentado, então não é novidade.
O jogo se seguiu conosco dominando o ataque e, aos 18, Dybala tentou, mas teve o rebote, Dani fez o cruzamento e Higuain chutou, mas Strakosha, goleiro deles, defendeu. Tudo bem, aos 24 teve um escanteio, a defesa deles se bagunçou toda e Leo deu um toquinho para dar o 2x0 para nós. Leo pulou os LEDs em volta do campo e foi comemorar com a torcida.
Quando a bola finalmente apareceu do nosso lado, Allegri começou a gritar aqui conosco que a defesa estava bastante aberta, e estava mesmo, mas o que chegava em Neto, ele tirava, segurava, enfim, e ainda fazia uma recolocação de bola rápida. Quando não era ele, Chiello, Barza e Leo faziam o trabalho.
No finzinho do primeiro tempo, algo que nos fez preocupar por poucos segundos, Mario deu de cabeça em outro jogador aí que eu não lembro quem é, e abriu o supercílio dele. De início, eu e Lich achamos piada. Mario estava se tornando um ótimo ator, se ajoelhava, fazia um pequeno drama e dava uma enrolada, levantando como se nada tivesse acontecido, mas dessa fez foi sério. A quantidade de sangue que escorria, me fez repensar sobre a pequena piada. Sorte que estava no fim do primeiro tempo, então o médico conseguiu fazer um curativo firme, já que ele não sairia do campo nem morto.
No segundo tempo, continuamos o domínio. Aos 51, Mario tentou, sendo tirado, depois Marchisio tentou e caiu, mas enquanto o árbitro pensava no que fazia, Higuain ficou com a sobra da bola e tentou o chute, para fora. Para ajudar, conforme ele errava, ele ficava mais bravo ainda. Enfim...
Aos 54 e 57, Neto se mostrou muito bem, fazendo duas defesas incríveis, confesso que começava a pensar sobre a saída dele que null havia me falado. Parece que quando conseguíamos moldar um segundo goleiro bem, ele saía, mas null estava resolvendo isso e eu confio em suas escolhas, mais do que nas de Paratici.
Claro que a pressão da aposentadoria começava a falar mais alto, mas ela fala que não é para eu agilizar por isso, é só que precisamos de um segundo goleiro, mas sabe como a cabeça funciona, né?! A gente fica nervoso... Ah, deixa quieto! Seguindo para o jogo.
Com quase 20 minutos sem lances preocupantes nem para gente ou para eles, chegamos aos 73 com Higuain tentando um passe perfeito, mas não tinha ninguém para receber. No contra-ataque aos 77, Immbile tenta e Neto pegou de novo. Estava gostando disso!
Nossa última chance de verdade foi aos 88, vindo de Higuain, mas aí já estávamos na beirada do campo esperando o apito final. A torcida começou a cantar “Ce ne andiamo a Cardiff” de novo e eu só pensava que o jogo do dia três podia ser assim também, calmo e sem grandes estresses, mas sabia que não.
Assim que o apito foi soado, invadimos o campo e fui direto abraçar o pessoal da defesa, Leo, Barza, Chiello, todos estavam ali e depois corri para Neto, abraçando-o e parabenizando por esse jogo incrível. O resto do time veio em volta de nós, pulando em nossos ombros e, sim, Neto havia sido incrível nesse jogo. Pulamos as proteções do Stadio Olimpico de Roma e nos aproximamos da nossa torcida, comemorando com eles.
Para a entrega das medalhas, nós fizemos o corredor de honra para os jogadores da Lazio e aguardamos nossa vez. Quando chegou, como acontecia nos últimos três anos, puxei a fila para meus companheiros, recebi algumas palavras do presidente, depois do presidente da Lega Serie A e esperei todos os jogadores se aproximarem de mim no palco para erguer o troféu.
Deixei Chiello erguer a taça novamente, ele é o capitão oficial da Coppa Italia, já que eu não jogo essa competição, nada mais justo do que ele receber essa honra pelo time. Fizemos dois minutos de gracinha com o troféu e os papéis picados, depois corremos de volta ao campo para tirar fotos na frente da placa de campeões da Coppa Italia 2016/17.
E era isso, agora tínhamos mais dois grandes compromissos, inclusive o mais importante da minha vida. Havia conseguido outra oportunidade e eu não podia perder. Eliminamos o Real Madrid em 2015 para chegar à final, talvez consigamos, não sei...
- Pensando alto? – Senti uma mão em meus ombros e virei rapidamente, vendo null ao meu lado.
- Vai adiantar eu mentir? – Ela me abraçou e apertei-a fortemente, fazendo-a inclinar o corpo para trás um pouco.
- Não para mim. – Ela sorriu. – Auguri!
- Grazie. – Nos afastamos devagar.
- Agora está pronto para os próximos desafios? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Sim, com certeza. – Ela passou a mão em meus cabelos, tirando um papel prata.
- É bom mesmo. – Ela sorriu.
- Chefa-a-a! – Mario abraçou-a pela barriga, fazendo-a arquear o corpo para trás.
- Ah, Dio mio, Mario! – Ela virou para ele quando a colocou no chão. – Como está? – Ela levou a mão para o curativo em seu rosto.
- Ei, relaxa! – Ele disse rindo. – Eu estou bem.
- Ela entrou em desespero lá com a gente. – Paratici se aproximou rindo.
- Eu nunca vi tanto sangue em um jogo de futebol, pelo menos achei que fosse, não UFC. – Ela disse, nos fazendo rir.
- É só o supercílio, não é a primeira vez e nem vai ser a última...
- Vindo de você, não mesmo. – Barza se aproximou, me fazendo rir.
- Ah, com certeza não. Capaz de se mutilar e ainda não parar. – null disse.
- Oh! – Mario disse, nos fazendo rir. – Fui contratado para fazer um trabalho, eu estou fazendo...
- Ih, relaxa aí, criança! – null disse rindo. – Você pode se divertir enquanto faz isso, até eu me divirto.
- Ah, você se diverte bem, null! – Mario disse.
- Ei! – Ela disse, empurrando-o pelo ombro e ele gargalhou, ajeitando a bandeira da Croácia em seus ombros.
- Eu estou no quarto do lado do Gigi, ok?! – Ele disse.
- Somos discretos, nem vem! – Falei, cruzando os braços.
- É... – Ele movimentou a mão. – Mais ou menos. – null revirou os olhos.
- Olha o papo, gente! Está cheio de câmeras aqui. – Ela disse e rimos juntos.
- É, vamos ser mais discretos... – Paratici disse.
- Só vou dizer que não adianta ser discreto no negócio se as risadas não são. – Mario disse e pressionei os lábios, ponderando com a cabeça.
- Ele não está errado. – Falei e ela null imitou meus movimentos com a cabeça.
- A gente se diverte, vai. – Ela deu de ombros e sorri.
- Não vou me desculpar por isso. – Falei, abraçando-a pelos ombros e colei meus lábios em sua cabeça rapidamente.
- Então, três Copa Italia seguidas, acho que estamos ficando craques nisso, não? – Ela disse, se afastando um pouco e cruzando os braços. – Vai rolar o sexto scudetto? – Ela me provocou.
- Vai! – Falei firme, ouvindo-a rir.
- Oh, null, perdendo a esperança? – Barza perguntando.
- Ih, cara. Nem queira saber, levei um sermão depois daquele jogo. – Falei e ele riu.
- Era para ter compartilhado com eles, ok?! – null disse, começando a andar pelo campo e seguimos com ela.
- Que horas? Não te vi depois do jogo. – Barza disse.
- Tive que resolver alguns problemas. – Ela disse, piscando para Barza. – Voltei quase três para o hotel...
- E foi direto para o quarto? – Barza disse, indicando para mim.
- Exato! – Falei, rindo fracamente. – E levei esporro.
- Não exagera, Gigi. Eu só dei uma pressionada... – Ela deu de ombros.
- Vai dar certo, null. – Barza disse. – Não íamos conquistar tudo para dar errado no final.
- Espero mesmo. – Ela disse.
- No Barza você confia? – Perguntei incrédulo.
- É o Barza, Gigi. Qual é! – Ela disse e eu revirei os olhos, vendo o sorriso de Barza.
- Eu te conheço há 16 anos e você confia mais nele do que em mim? – Perguntei no mesmo tom de antes.
- Acho melhor a gente não entrar nesse papo agora, né, cara? – Barza deu dois toques em meus ombros, me fazendo rir fracamente.
- Concordo. – null disse. – Vão comemorar, o Leo está lá no meio da galera lá! – Ela empurrou nossos ombros. – Hoje eu deixo um descanso para vocês de Serie A, nos falamos quando passar da meia-noite.
- Há, há, há! Engraçadinha! – Falei e ela riu fracamente, empurrando nossos ombros para frente e se virou para o outro lado e acompanhei-a se aproximar do administrativo.


Capitolo otantasei

Lei
21 de maio de 2017
Chegar em nosso estádio em dia de entrega de troféu era como chegar no primeiro jogo em que teve nesse estádio em 2011. Beh, esperava estar chegando para uma entrega de troféus e que os meninos não decepcionassem a mim e nem toda torcida bianconera que lotava o estádio para ver meninos levantarem o sexto scudetto consecutivo, mais um recorde para gente.
O jogo de hoje era três da tarde, então, apesar dos cabelos presos em um pequeno rabinho de cavalo e os óculos de sol na cara, não deu para tirar a saia lápis tradicional de sempre e colocar um short, apesar da minha grande vontade, mas ao invés de usar uma blusa no time – o que eu queria e muito, já que usaríamos o novo logo na próxima temporada e sempre usávamos o kit novo no último jogo em casa da temporada – optei por uma blusa regata de seda, na esperança de que eu sentisse menos calor. E, ao invés dos tradicionais saltos, coloquei uma sandália preta aberta. É, Turim estava de parabéns hoje!
Acenei com a mão para o recepcionista na entrada privativa e ele liberou facilmente minha entrada, me fazendo tirar os óculos de sol dos olhos e erguer à cabeça. A diferença na climatização era gigantesca e fez meu corpo relaxar. Dei uma rápida olhada em volta, encontrando alguns conhecidos, mas segui meu caminho normalmente, parando ao ouvir um resmungo de bebê.
- Você fica aqui com a mamãe! – Ouvi uma voz conhecida e desviei o olhar, encontrando Eleonora, que trabalha no hotel com um bebê grandinho no colo.
- Eleonora? – Perguntei e ela desviou o olhar junto das outras pessoas.
- null! – Ela disse surpresa e ajeitou o bebê loirinho em seu colo.
- Quem é esse lindo? – Me aproximei dela, trocando rápidos beijos e olhei para o garotão de cabelos loiros em seu colo.
- Esse é meu filho! – Ela disse.
- Dio mio! Ele está enorme já! – Falei, passando a mão nos cabelos dele.
- Fez nove meses dia 17. – Ela disse.
- Dio, Eleonora! Como o tempo passa! Ele é lindo! – Fiz uma careta, vendo os olhos escuros do menino me encararem com curiosidade.
- Grazie! Pena que puxou o pai. – Ela fez uma careta e ri com ela.
- E esses? Seus pais? – Olhei para o casal um pouco mais velho à sua volta.
- Sim, são! – Ela disse sorrindo. – Minha mãe Franca e meu pai Mauro. – Ela disse, indicando ambos.
- Olá, tudo bem? – Cumprimentei cada um.
- A null é...
- Gerente de contabilidade da Juventus, sei bem. – Seu pai disse. – Tudo bem e com a senhora? – Seu pai falou.
- Que isso, gente! “Você” está ótimo. – Sorri. – O senhor é responsável pelo nosso catering, não?
- Sim, sou! – Ele sorriu.
- É um prazer vê-los. – Eles sorriram. – Vieram ver o jogo? – Perguntei.
- Sim, não podemos deixar de prestigiar... – Ele disse rindo e sorri.
- Que bom, espero só que os meninos estejam empolgados.
- Por favor! – Eleonora disse.
- Se me dão licença, preciso subir. Bom jogo, viu?! E ele é lindo, Eleonora, parabéns! – Abracei-a novamente que sorriu.
- Grazie, null!
- Se precisar de alguma coisa...
- Eu sei! – Ela assentiu com a cabeça. – Obrigada! – Assenti com a cabeça para os três e continuei seguindo meu caminho.
Ao invés de seguir para baixo, hoje fui direto para cima. Podia não ser nenhuma final, mas era um jogo decisivo e aposto que Allegri estava fervendo a cabeça dos meninos. Eu amo o Max, acho que ele conseguiu moldar o time perfeito de Conte e torná-lo melhor ainda, mas eu realmente não gostava de encarar ele irritado. Apesar de ser bem engraçado.
Passei pelo corredor e o auditório que antecediam o grande camarote e fui parada diversas vezes para cumprimentar os tradicionais acionistas e conselheiros, além dos familiares e crianças dos jogadores que já lotavam ali. Como não fechamos o scudetto ainda, precisávamos seguir os protocolos, então os meninos entrariam em campo com as crianças selecionadas pela Lega, não por nós. Ao menos sabia que os RPs hoje não estariam tão surtados do que com umas 30 crianças.
Quando consegui entrar no camarote, o estádio se abriu para mim e a visão cegou meus olhos por alguns segundos, me fazendo ficar parada até ela clarear novamente. O camarote estava apinhado de gente, como sempre, mas me aproximei do meu lugar de sempre, vendo meu quarteto de sempre.
- null! – Pavel disse e sorri, abraçando-o de lado.
- Ei, já subiram? – Dei um beijo nele rapidamente.
- Max expulsou todo mundo de lá! – Beppe disse e ri fracamente.
- Por isso mesmo eu vim direto para cá hoje! – Cumprimentei-o e depois segui para Agnelli e Paratici.
- Mas vai dar certo, escalação tradicional. – Paratici disse.
- Eu sei, acompanhei enquanto estava vindo para cá, ao menos teremos um belo show hoje. – Dei de ombros, deixando minha bolsa na poltrona do corredor.
- Speriamo. – Agnelli disse e ri fracamente.
- A que pensa de forma pessimista sou eu, Andrea, não roube meu lugar. – Eles riram juntos.
- null! – Virei para o lado, vendo Lapo Elkann.
- Lapo! – Sorri, me aproximando e ele me abraçou apertado.
- Que bom te ver! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Bom te ver também, como estão as coisas? – Sorri.
- Tudo ótimo, graças a Deus. – Ele disse. – E contigo?
- Tudo ótimo também! – Falei e ele assentiu com a cabeça, apertando meu ombro levemente.
- null! – Sorri para o outro irmão.
- Olá, John! – Ele me cumprimentou um pouco mais contido com dois rápidos beijos.
- Como está? – Ele sorriu. – Faz tempo que não te vejo.
- Ah, sabe como é, correria de fim de temporada. – Sorri e ele riu fracamente.
- Mas se está corrido, vejo que nosso time está bem. – Ele sorriu.
- Muito bem. – Sorri. – Outra final de Champions...
- Esperamos ganhar dessa vez. – Ele disse.
- Posso garantir que eles farão o impossível para isso. – Sorri e ele assentiu com a cabeça.
- Pare de amolar a moça, John, ela não joga! – Allegra, mãe de Andrea, disse e olhei para a senhora sempre muito elegante.
- Senhora Agnelli. – Falei, sentindo-a me abraçar e trocamos dois beijos rápidos. – Não jogo, mas se eu pudesse... – Eles riram.
- Agora com nosso time feminino, quem sabe? – Lapo disse.
- Ah, não. Antes da Juventus, meu sonho era ser jogadora de vôlei. Prefiro deixar o Braghin encontrar profissionais que sejam melhores em cima de chuteiras. – Eles riram.
- Enquanto você está sempre deslumbrante de qualquer jeito. – Sorri para Allegra.
- Grazie. – Ela me abraçou de lado.
- Aproveitem o jogo, nos veremos mais em breve. – Falei e eles assentiram com a cabeça.
Dei mais uma rápida volta pelo camarote, cumprimentando as esposas de Agnelli, Pavel, Paratici, Beppe, Lapo e John, além de algumas crianças deles e outros membros da família Agnelli menos relevantes para a Juventus em si, mas eu era protegida deles, não tinha nada para reclamar, então precisamos fazer esse circuito mais extenso nesses dias.
- Ok, agora eu posso sentar! – Peguei minha bolsa, me sentando ao lado de Pavel.
- Pronta para sofrer? – Ele perguntou rindo.
- Nem brinca! – Falei séria, fazendo um sinal da cruz.
- Vai dar certo.
- A fonte é você? – Perguntei e ele e Ivana riram.
- Tem dado certo há cinco anos. – Sorri.
- Ok, vamos sair de Hi5tory e virarmos Le6end, por favor. Marketing fez um trabalho lindo e não quero desperdiçar. – Ele riu fracamente.
- Vamos lá, null! – Ele esticou a mão para mim e bati.
Apesar do meu nervosismo e acredito que de todo administrativo com a possibilidade de realmente não conseguirmos fechar o scudetto hoje, visto que a Roma já tinha ganhado ontem, acabou sendo mais fácil que o esperado.
Crotone não é um grande time, estava lutando contra o rebaixamento, na verdade, mas sempre podia dar uma zebra, não? Mas qual é nosso mascote? Exatamente uma zebra, então isso realmente era uma piada pronta.
Com sorte eles conseguiram resolver muito bem. Mario – aniversariante do dia – abriu o placar com um lindo gol aos 12 minutos, depois Dybala bateu uma falta aos 39 sensacional, criando uma parábola perfeita para dentro do gol e, para fechar, Alex fez um gol aos 83, que causou certa dúvida de início se havia entrado, mas foi validado segundos depois.
Tivemos um cartão amarelo de cada lado, mas nada grave e Gigi até foi necessário em algumas batidas de faltas, mas nada que causasse realmente perigo. Quando o juiz apitou o fim do jogo aos 90+3, só conseguimos realmente relaxar e comemorar. Não era o ideal, mas ainda faltava um jogo na semana que vem, mas agora poderíamos focar inteiramente na tão esperada final de Champions.
Dessa vez, ao invés de sair correndo lá para baixo, ficamos aproveitando a comemoração dos jogadores e da torcida. Gigi abraçava todo mundo que via e só conseguia ficar feliz por ele. Oficialmente, era o oitavo título da Serie A, ele igualava alguns jogadores importantes nesse feito, mas honestamente, e que a gente conta, esse era o décimo scudetto, pois todos foram vencidos em campo, apesar do que causou a retirada deles.
De uma forma ou outra, é dia de festa.

Lui
21 de maio de 2017
- Parece que o legado de Manu se mantém até hoje. – Virei de costas, vendo null ali e sorri.
- Ei! – Falei e ela passou uma mão em meus cabelos, tirando a espuma de creme de barbear, passando a mão na manga de minha blusa.
- Você vai trocar! – Ela explicou e sorri.
- Cuadrado. – Falei, suspirando. – Jogou creme de barbear em todo mundo hoje. – Ela sorriu.
- Beh, isso me lembrou a Manu ano passado. – Ela cruzou os braços, se apoiando em meu armário.
- Foi inspirado nela. – Juan disse de seu lugar e ela sorriu.
- Ah, nem fala! Pensar que já faz um ano. – Ela suspirou e me sentei, começando a tirar as chuteiras.
- Tem falado com ela?
- Esporadicamente. – Ponderei com a cabeça. – Hoje ela postou no Instagram um vídeo com a blusa, um balde de pipoca e a coberta pronta para ver o jogo. – Sorri.
- Está frio lá? – Perguntei, me levantando e tirando a blusa.
- Não sei quanto, mas eles estão entrando no outono. – Ela deu de ombros. – E a Manu sempre foi um pouco friorenta, você sabe.
- Ah, sei bem! – Falei rindo e peguei minha toalha, passando em meu tronco.
- Mas ela está bem, na medida do possível. – Ela suspirou.
- Eu te falei que conseguiríamos, não? – Deixei minha toalha no assento e peguei a outra camisa igual no cabide, vestindo-a.
- Eu sei! Eu sei! – Ela disse, revirando os olhos e sorri. – Mas não fizeram mais que a obrigação. Depois de 33 rodadas em primeiro lugar, era o mínimo. – Revirei os olhos.
- Depois de todos esses anos, ainda não confia em mim? – Perguntei e ela olhou sugestivamente para mim.
- Nunca disse que não confiava em você, mas eu sou pessimista, Gigi. – Ela disse rindo fracamente. – Se algo puder dar errado, eu vou me apegar a isso.
- Por isso que nos damos tão bem juntos. – Sorri, inclinando a cabeça para dar um beijo em sua testa e ela me empurrou de volta.
- Aqui não, Gigi. – Ela disse e virei para trás, vendo todo mundo se arrumando.
- Não tem câmeras aqui, null. – Falei.
- É, mas podem entrar. – Ela disse, se desencostando e sorri.
- Ragazzi. Prestem atenção! – Virei para trás, vendo Virginia. – Tudo já está pronto lá fora, quero vocês prontos em dois minutos! Chiellini, começa contigo!
- Estou pronto! – Ele disse, amarrando os sapatos.
- Ótimo! – Ela disse, antes de sair do vestiário.
- Preparado para levantar outra taça? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Sim, pronto! – Ela assentiu com a cabeça.
- Vamos aproveitar um dia calmo, sim? Depois vai tudo virar do avesso... – Ela disse dramática, movimentando as mãos e rimos juntos.
- Vamos adiar um pouco nossas férias. – Falei e ela deu de ombros.
- Eu vou ficar por aqui, a Giulia volta em breve! – Ela disse animada.
- Sério? – Falei surpreso.
- Sim! – Ela sorriu. – Está completando três anos finalmente... – Ela levou a mão ao peito. – Eu não a vejo há dois. Quero saber tanta coisa, tenho tanto para contar...
- As férias serão animadas, então...
- Espero que sim! – Ela abriu um largo sorriso. – Eu, ela e dive-e-ersas garrafas de vinho.
- Fazia tempo que eu não te via com esse sorrisão aí. – Ela riu fracamente.
- Chiellini, vamos! – Me desviei para a porta, vendo Chiello sair.
- Vai lá, Chiello! Uhul! – Pessoal começou a gritar e ele saiu rindo.
- Isso é uma grande mentira, Gigi, e você sabe disso. – Ela disse.
- Não, não é! São dois tipos diferentes de felicidade. – Falei, calçando os tênis de corrida. – Você está animada como uma criança. – Ela sorriu, fazendo suas bochechas enrugarem.
- É minha irmã, né?! – Ela deu de ombros.
- Quem sabe ela não faz uma surpresa na final como a última vez? – Perguntei.
- Ah, difícil, ela mandou e-mail para Gio esses dias, falando da volta e tudo mais, ela disse que tem muita coisa para trazer, nem daria...
- Beh, foram três anos, não? – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- É, imagino que ela tenha feito uma vida lá... – Ela disse. – Só espero que ela não traga um namorado, o Treze ficaria incrivelmente decepcionado... – Gargalhamos juntos.
- Imagina? – Falei. – Ele não olha mais na sua cara.
- Ei, não é como se eu tivesse muito contato com ela. – Sorri. – Acho que foram cinco contatos nos últimos três anos. – Ela sorriu e me levantei.
- Espero que tenha valido a pena. – Peguei o gel no armário.
- Aposto que sim. Ela teria voltado antes se não tivesse. – Ela disse e espirrei um pouco nas mãos, ajeitando os cabelos.
- DAI, BARZAGLIONE! – O pessoal gritou, me assustando e virem o rosto para ele que saía.
- Andiamo, ragazzi! – Ele disse.
- É melhor eu sair também. – null disse. – Nos falamos depois? – Ela perguntou.
- Claro, aposto que meus filhos querem te ver.
- Eles estão aqui? – Ela perguntou sorrindo.
- Sim, todo mundo está. – Falei.
- Todo mundo? – Ela fez uma careta.
- Quase todo mundo. – Falei e ela deu um curto sorriso, assentindo com a cabeça.
- Bom! – Ela sorriu. – Se cuida, capitano! - Ela inclinou o corpo, dando um beijo em minha bochecha.
- Grazie, null. – Falei e ela sorriu, seguindo pelo vestiário, saindo junto de Paulo. Já estávamos no Paulo, então logo chegava minha vez.
Passei as mãos na toalha, secando-as e peguei as luvas novamente, colocando-as. Depois de Paulo, saiu na ordem Asa, Dani, Ruga, Neto, Lich, Sturaro, Rincón, Audero, Kean e finalmente chegou no staff.
- Pronto, Gigi? – Max me abraçou de lado.
- Vamos lá! – Falei rindo. – Mais um scudetto, mister! – Ele riu fracamente.
- E vamos conseguir aquela Champions, sim? – Ele se virou para mim e dei um aceno com a cabeça.
- Você e eu. – Falei e ele confirmou com a cabeça antes de sair do vestiário.
Fiquei alguns minutos sozinho quando ele saiu e Virginia apareceu na porta novamente, indicando o caminho. Soltei a respiração fortemente e saí do vestiário, vendo o túnel com poucas pessoas e segui para o campo novamente, ouvindo a chamada alta do narrador do estádio.
- GIANLUIGI!
- BUFFON! – Eles responderam e sorri.
Passei pelas crianças enfileiradas no tapete, batendo na mão de cada um deles e fui pelo lado, vendo Lou e Dado correndo em minha direção e abracei os dois, dando um rápido beijo neles e Guendy veio em minha direção com Leo e peguei-o no colo, mudando de braço. Segui para o palco junto dos três, vendo meus companheiros de time gritarem por mim.
- Coloca nele! – Falei para o presidente da Lega colocar a medalha em Dado e ele o fez. – Agora você segura o Leo?
- Seguro! – Lou disse e entreguei Leo, que tinha a mão na boca, no colo do meu mais velho.
- Toma cuidado... – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- E a copa campione será levantada por... – O presidente da Lega me entregou o troféu conforme o narrador falava. – Gianluigi Buffon! – Ergui junto do narrador, gritando junto de meus companheiros, vendo fogos e papéis picados estourarem no céu de Turim.
- CAMPIONE! CAMPIONE! CAMPIONE! – Começamos a gritar animados, pulando junto com os fogos.
Mais um campeonato, mais um scudetto, mais uma conquista! Agora só espero conseguir alcançar a máxima daqui duas semanas.

Lei
17 de maio de 2017
- E qual é seu nome? – Perguntei em francês para o pequeno.
- Edin! – Ele disse sorrindo.
- Você é lindo, Edin! – Falei e ele ficou envergonhado e estalei um beijo em sua bochecha, fazendo-o rir fracamente. – Parabéns, Mira.
- Grazie, chefa. – Pjanic falou e me levantei, ajeitando a saia nos joelhos.
- null! – Dybala me abraçou pelos ombros, tropeçando nos pés.
- Ei, devagar, criança! – Falei e ele gargalhou.
- Tira uma foto comigo! – Ele disse, me estendendo o troféu e ri fracamente, vendo-o ficar na ponta dos pés ao meu lado e gargalhei, vendo o fotógrafo do time tirar algumas fotos nossas, me fazendo sorrir. – Grazie!
- Grazie! – Dei um beijo em sua cabeça, vendo-o sorrir.
- Agora eu vou ligar para Manu! – Ele disse e ri neguei com a cabeça, vendo-o sair.
Suspirei com o troféu em minhas mãos e suspirei enquanto andava pelo campo. Sexto scudetto di fila, 10 se contar todos em que estive na Juventus, oito que realmente contam. Minha vida pessoal pode ser um pouco bagunçada, mas minha vida na Juve é incrível e eu só tenho que agradecer para meu top quatro que confia em mim cegamente para poder contratar esses jogadores incríveis e conquistar tudo isso.
- Tia null! – Senti alguém abraçar minhas pernas e vi a pequena de Chiello abraçando minhas pernas.
- Ah, meu Deus! – Me abaixei para tentar ficar um pouco mais baixa e ela me abraçou.
- Filha, não corre assim! – Carolina apareceu com Chiello.
- Não se preocupe, ela está comigo. – Passei a mão nas Marias Chiquinha dela.
- Pêmio! – Ela falou, apontando para o troféu.
- É! Você viu o troféu que o papai ganhou? – Estiquei-o para Chiello e pude sentar sobre as pernas para conversar melhor com a pequena.
- Uhum. – Ela disse animada e ergui o olhar para Carolina.
- Ela está linda, Carol. – Ela sorriu.
- E quanto poderei falar o quanto sua filha vai estar linda? – Ela pegou sua filha no colo e eu me levantei, suspirando. – Se ela for um por cento do que você é, vai ser maravilhosa... – Rimos juntas.
- Agradeço o elogio. – Suspirei. – Mas você sabe a história...
- Sim, muito bem, por sinal. – Ela disse. – Algum dia veremos isso finalmente acontecer?
- Não acho que você deva me perguntar. – Ela suspirou.
- Sei sim, não se preocupe. Deixa eles aproveitarem. – Ela disse, abanando a mão e virei para o lado, vendo Gigi, Chiello, Barza, Lich, Leo e Claudio tirando fotos juntos com o troféu. Os únicos jogadores que ganharam os seis troféus consecutivos e eles mostravam isso com os dedos.
- Licença, null. – Carolina disse e desviei o rosto.
- Divirta-se! – Falei e ela se afastou.
Vi quando o sexteto se afastou e Gigi se aproximou da torcida organizada, começando a cantar animadamente perto da Curva Sud a música “Grande Juve (La Bella Signora)” completamente empolgado com eles, quase como se a regesse.
Forza la Juve, la Juve, la Juve, alè!
È bianconera la bella signora!
Ale la Juve, la Juve, la Juve, alè!
Solo la Juve è, magica Juve, alè!
Era difícil pensar que um dia Gigi se aposentaria, os anos se passaram e eu nunca me toquei que em algum momento isso teria que acabar, só esperava que a essa altura do campeonato já estivéssemos juntos de verdade. Apesar de tudo, ver que um dia ele não seria mais capitano da Juventus, que ele talvez nem estaria no staff, era um tanto desesperador, pois Juve e Gigi combinam tanto quanto 2+2 = 4 e pensar que esse dia estava chegando era levemente desesperador em vários sentidos.
- Ele só está feliz, sabe? – Me assustei com a fala e virei o rosto para o lado, vendo a mãe dele me olhando.
- Maria Stella! – Sorri, me aproximando dela e abraçando-a fortemente. – Que saudades de você!
- Eu também, querida! – Ela disse, passando a mão em minhas costas. – Como você está?
- Bem, graças a Deus. – Sorri, abraçando-a de lado, ela é tão alta quanto eu.
- Mais uma conquista... – Ela disse.
- Mais uma e outra daqui alguns dias. – Soltei um longo suspiro.
- Vai dar certo. – Ela passou a mão em meu rosto, tirando algum papel picado.
- Meu medo é se não der... – Senti aquilo doer quando falei.
- Vocês seguem em frente e continuam tentando... – Ela disse calma.
- Fazemos isso há 16 anos, mas seu filho já tem uma obsessão e tenho medo dele ter um ataque cardíaco um dia... – Suspirei.
- É esse seu único medo? – Ela perguntou.
- Agora, ironicamente sim, mas da mesma forma que antes, eu ainda me preocupo com ele. – Ela sorriu.
- Você é boa demais para ele. – Sorri, pressionando os lábios.
- Eu sei. – Rimos juntas. – Mas acho que meu nível de esperança ainda não zerou completamente.
- Você sabe que eu não sou totalmente a favor com o que vocês fazem, mas entendo, certo? – Assenti com a cabeça.
- Nem eu concordo muito, dona Maria, mas acaba sendo inevitável, como dois ímãs próximos demais... – Ela assentiu com a cabeça.
- Mas eu rezo muito para que alguém coloque mais juízo na cabeça dele e que realmente tudo acabe bem, pois vocês dois são perfeitos um para o outro. – Sorri, apertando-a em meus braços dei um beijo em sua cabeça. – Sei disso desde aquela primeira festa de Natal.
- Ele fez umas escolhas erradas pelo meio do caminho, mas acredito que o que temos é real, só queria realmente acabar com esse segredo todo e poder ser completamente dele.
- Na cabeça você já é. – Suspirei.
- Na cabeça não é o suficiente. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu sei e te entendo. – Ela suspirou. – Mas pensa, ela não está aqui! – Ri fracamente.
- Ela nunca está. – Dei de ombros, vendo-a sorrir.
- Ei! Olha o que temos aqui! – Virei para o lado, vendo Gigi se aproximar sorrindo e soltei sua mãe.
- Ei! – Sorri.
- Feliz? – Ele me perguntou.
- Impossível não estar, não? – Rimos juntos. – E você?
- Também. – Ele disse.
- Estava vendo seu pequeno show! – Falei e ele riu encabulado, coçando a nuca.
- Ah, eu gosto deles.
- O espírito Ultras dele aflora nesse momento! – Sua mãe disse e rimos juntos.
- Deixa ele aproveitar. Ganhamos outro scudetto, em cima da hora dessa vez.
- Beh... – Ele disse. – Conseguimos pelo menos, não? –
- Sim, conseguimos! – Abracei-o, sentindo-o me apertar pela cintura e eu suspirei, sentindo meu corpo relaxar, e ele deu um beijo em minha testa.
- E vamos conseguir daqui duas semanas. – Me afastei dele.
- Isso é contigo! – Falei, empurrando-o levemente pelo peito.
- Não começa, null! – Ele disse e ergui as mãos.
- Você sabe que eu não gosto de Champions, Gigi. Não vai mudar agora!
- Eu vou conseguir, null! Nós vamos conseguir! – Ele disse, falando firme.
- Eu acredito, Gigi, mas a que custo? – Perguntei, olhando fundo em seus olhos. – Mas hoje é um dia de festa, aproveite.
- Eu vou fazer você perder esse receio, você vai ver. – Revirei os olhos rindo.
- Não começa!
- Não começa você! – Ele disse rindo e neguei com a cabeça, abraçando-o pelos ombros de novo.
- Auguri, capitano. – Ele sorriu.
- Auguri, null. – Ele sorriu
- ! – Me assustei ao ver seus meninos correrem em minha direção e me abraçarem pela cintura.
- Ah, meus meninos! – Passei as mãos em seus cabelos, inclinando o corpo para dar um beijo na cabeça de cada um. – Olha como vocês estão crescidos e lindos! – Fiz um bico, me abaixando um pouco. – O que vocês tomaram para espichar tanto assim? – Perguntei rindo.
- Eu já faço 10 anos em dezembro, null. – Lou disse rindo.
- E eu oito! – Dado disse.
- E eu 36... – Falei dramática, fazendo-os rirem. – Perceberam isso? – Perguntei. – Dado é de outubro, eu de novembro e Lou de dezembro. – Falei
- E Leo e papai de janeiro! – Dado disse animado.
- E Leo e papai de janeiro, isso mesmo! – Falei sorrindo.
- Qual o dia do seu aniversário, null? – Lou perguntou.
- Dia primeiro de novembro. – Falei.
- Um dia depois do meu! – Dado disse animado.
- É! – Apertei-o forte. – Você é meu bruxinho! E o Lou é meu Papai Noel! – Falei, ouvindo suas gargalhadas.
- Eu não quero ser o Papai Noel. – Lou fez um bico e fiz cócegas em sua barriga.
- Pode ser a rena dele! – Dado o zoou e neguei com a cabeça.
- O Olaf é legal e fofo, que tal? – Falei. – Igual você! – Estalei um beijo na bochecha de Lou que gargalhou.
- O Olaf eu gosto! – Sorrimos juntos.
- Aqui, Gigi! – Ergui o olhar, vendo Guendy se aproximar e entregar Leo, o mais novo, para Gigi. – Olha quem está aqui! – Ela disse animada e sorri. – Ah, me dá um abraço! – Ela falou, me apertando e rimos juntas, nos abraçando com força. – Adoro você no modo executiva formal. – Rimos juntos.
- Ah, boba. Por mim estava de short jeans, está muito quente hoje. – Falei, fazendo-as rirem.
- Ah, não ia me importar. – Gigi cantarolou e virei para ele, repreendendo-o com o olhar.
- Você é a chefe, aposto que tem alguma regalia. – Veronica disse, me abraçando em seguida, me fazendo rir.
- Ah, hoje todos os meus chefes estão aqui, não tenho como! – Brinquei, ouvindo suas risadas. – E como está tudo? Não as vejo há um ano.
- Ah, tudo bem, graças a Deus! E você?
- Tudo bem também! – Rimos juntas e acenei para os maridos das duas. – Família em peso hoje, hein, Gigi? – Virei para ele, vendo-o virar Leo de braço.
- Ter família grande dá nisso... – Ri fracamente.
- Hoje eu vim sozinha. – Dei de ombros, vendo-o segurar Leo como se fosse um boneco.
- Ninguém veio? – Ele perguntou.
- Gianni disse que viria com os amigos, ele joga na sub-19. – Expliquei para suas famílias. – Mas não sei e não sei nem onde está a minha bolsa com meu celular. – Eles riram.
- Isso é um milagre. – Gigi disse, trocando a criança de lado de novo.
- Gigi, o que você está fazendo? – Perguntei irritada.
- O quê? – Ele perguntou.
- Ele é uma criança, não um boneco! – Falei, apontando para Leo que tinha a mão na boca. – Segura ele direito!
- Ih, null, desde mim, papai nunca soube segurar bebês! – Lou disse e ri fracamente.
- Ah, Gigi, tenha dó, né?! – Me aproximei dele. – Apoia as mãos nas costas dele e no bumbum. – O menino me olhou curioso com os olhos escuros.
- E você lá tem experiência com bebês, null? – Ele disse.
- Alô? Gianni e Pietro? Além de todas as crianças nos últimos 16 anos! – Falei e ele riu fracamente.
- Esqueço desse detalhe. – Ele disse.
- Ah... – Dei um tapa em sua mão. – Dá ele aqui... – Ouvi sua família gargalhar e estiquei as mãos para Leo.
- Você quer segurar o Leo? – Ele perguntou.
- Ele é um Buffon, não? – Falei, segurando embaixo das axilas do menino e peguei-o no colo, apoiando-o em meu peito e apoiei minha mão em seu bumbum e ele apoiou os bracinhos em meu peito, deixando o corpo reto. – Viu? É fácil! – Falei, fazendo carinho em suas costas.
- Você é uma mãe nata, null, sempre foi. – Ele disse e ri fracamente, sentindo o cheirinho gostoso de bebê, me fazendo apoiar a cabeça na de Lou, suspirando. – O quê?
- Ele está cheirando bebê! – Falei rindo fracamente e ele sorriu.
Leo foi se aconchegando em meus braços mais rápido do que eu esperava e ele logo estava com os braços apertados em meu pescoço e a cabeça em meus ombros, me fazendo olhá-lo de esguio, me fazendo sorrir. Ele podia ser filho da pior pessoa do mundo, mas ele era lindo. Os cabelos escuros cheios, olhos escuros, tinha poucos traços de Gigi, mas era possível vê-los, além das bochechas gordas iguais de Lou. Gigi me olhava com um sorriso no rosto e seus olhos azuis pareciam brilhar com a cena, confesso que meu útero coçou levemente com aquela cena completa.
- Viu? – Falei para Gigi. – Ele é um Buffon, eles tendem a gostar de mim. – Ele riu fracamente.
- Eu sei. – Ele sorriu. – Quatro de quatro. – Comecei a ninar Leo, abraçando-o mais firme.
- Não se esqueçam das mulheres. – Guendy disse, me fazendo rir.
- Adoro muito vocês, você sabe disso, não? – Falei e elas sorriram.
- Eu sei, você é quase nossa irmãzinha! Só depende desse idiota aí! – Veronica disse, me abraçando pela cintura e ri fracamente, vendo Gigi fazer uma careta.
- Nem vem fazer essa cara! – Falei. – Eles gostam de mim antes de tudo. – Falei e ele riu fracamente.
- Exato! – Guendy disse rindo.
- Pai, podemos jogar? – Dado perguntou.
- Claro! Mas fiquem perto! – Gigi disse e os meninos saíram correndo.
- Fico cada vez mais chocada em como eles estão crescendo, parece que foi ontem que eu estava assim com o Lou. – Suspirei e Gigi se aproximou.
- Nem fala... – Ele suspirou. – A gente poderia ter um, não? – Ele disse e ergui o olhar para ele.
- O que está dizendo, Gigi? – Ri fracamente.
- Um bebê. – Ele disse e suspirei.
- É o que eu mais quero nesse mundo. – Apertei Leo em meu braço.
- O que acha? – Ele perguntou.
- Apesar de ser uma ideia incrível, acho que tem muita coisa antes para resolver. – Falei, empurrando-o com uma mão pelo peito e ele sorriu. – Mas se você aguenta ser pai depois dos 40, eu não vou me importar. – Dei um curto sorriso.
- Com você até depois dos 50... – Ele disse, me fazendo rir.
- Gigi! – Me assustei com Barza.
- Ah, Barza... – Tentei chutá-lo. – Eu estou com um bebê. – Acariciei os cabelos lisos de Leo.
- Opa, desculpa, null! – Ele disse. – As crianças precisam de um goleiro, topa? – Ele disse sorrindo e contive uma gargalhada.
- Vai lá, Gigi! – Falei rindo.
- Vou! Claro que vou! – Ele disse, me fazendo rir. – Deixa eu levar o Leo para...
- Ei, nem vem! – Apertei Leo contra meu corpo, virando de costas para Gigi. – Ele acabou de se aconchegar aqui. Vai se divertir, depois você pega ele.
- Você não se importa? – Gigi perguntou e revirei os olhos.
- Alguma vez me importei de ficar com um Buffon no colo? – Perguntei e ele sorriu.
- Nenhum dos quatro. – Rimos juntos e o chutei de leve, fazendo careta.
- Vai lá, vou dar uma volta e procurar meu celular para filmar o grande Gianluigi Buffon sendo goleiro de crianças. – Ele gargalhou.
- Não fode, null! – Sorri.
- Vai! Sua mãe está aqui! – Empurrei-o e ele sorriu.
- Ok, eu vou... – Ele disse e empurrei-o pelas costas quando ele se virou e ele andou pelo campo, virando um pouco para trás.
- Se apaixonou aí? – Maria Stella perguntou.
- É estranho? Pensando em quem é a mãe dele? – Perguntei, espiando se ele já tinha dormido, mas ainda não.
- Nenhum pouco, querida. – Ela disse. – Só me prova o óbvio, apesar de tudo, quando vocês ficarem juntos, esses garotos terão outra mãe incrível. – Ela disse. – Esse daí uma mãe até melhor que a original... – Suspirei.
- A senhora não tem noção o quanto eu sonho em ser mãe, dona Maria...
- Eu sei sim, querida, não se esqueça que soube tudo da sua cirurgia e de... Ei, o Gigi me contou que você pode ter filhos naturais, é mesmo? – Ri fracamente.
- Ai, o Gigi é um tonto! Ele não presta atenção nas coisas e ficou sete anos sem saber essa informação. – Ela riu fracamente. – Eu só tirei um ovário, torna tudo um pouco mais difícil, mas é possível sim.
- Ah, isso é incrível! É Deus dando o Seu jeito. – Sorri.
- Espero que seja sim e que eu não perca essa oportunidade, já tenho 35 anos, né?! – Suspirei.
- Não sei da sua religião, mas Deus sempre dá um jeito... – Assenti com a cabeça.
- Católica também. – Suspirei.
- Ele vai querer que uma mulher incrível como você e tão carinhosa com as crianças tenha um filho. – Ela apertou minha mão. – De um jeito ou de outro... – Ela disse sugestivamente e assenti com a cabeça, sorrindo.
- Espero que sim, honestamente. – Suspirei. – É meu maior sonho. – Ela sorriu.
- E tenho certeza de que Gigi não se importaria em te ajudar a realizar esse sonho. – Pressionei os lábios.
- Espero mesmo. De verdade. – Suspirei, acariciando as cosas de Leo.

Lui
25 de maio de 2017
Entrei no estádio, acenando com a mão para o recepcionista e sabia que estava atrasado. Não sei de quem foi a ideia de fazer um workshop hoje sobre atualização de treinamento da Juventus e o jantar em comemoração aos nossos dois títulos. Só tive tempo de chegar em casa, tomar um rápido banho, colocar um terno e sair novamente.
E, entrando no Club Legends, que beirada a área interna do estádio, vi que alguns que moravam mais perto do estádio já estavam lá. Suspirei, entrando devagar e fiquei aliviado por saber que realmente era um jantar para time, staff, administração e acionistas. Foi difícil insistir com Ilaria que ela não era convidada. A verdade é que eu não queria ficar preso a ela enquanto null estava comigo. E ela estaria aqui... Eu acho!
Olhando rapidamente em volta, não encontrei seus cabelos claros que são facilmente identificáveis no meio da multidão por causa de sua altura. Será que ela não viria? Não, impossível. Talvez estivesse atrasada quanto eu. Suspirei, pensando na comemoração do scudetto alguns dias atrás e só conseguia sorrir ao lembrar dela com Leo no colo, além de Lou e Dado em volta dela e eu só conseguia sorrir. Ela é incrível mesmo! Mesmo depois de tudo, ela cuida de Leo como se fosse seu filho e, como um Buffon nato, ele se aconchega em seu colo querendo carinho.
- Gigi! – Desviei o olhar, vendo Pavel.
- Ei, cara! – Dei um tapinha em seus ombros.
- Perdido? – Ele riu fracamente.
- Ah, só procurando pelo pessoal.
- Eles estão beirando a porta. – Ele disse. – Pegaram os melhores lugares.
- Eu vou lá.
- Gigi... – Ele me segurou. – Se quiser dar uma volta e cumprimentar nossos acionistas majoritários, o conselho... – Ele disse sugestivamente.
- Ok, já entendi! – Falei rindo e ele fez uma careta.
- Grazie! – Ele deu dois tapas em meus ombros e suspirei antes de seguir pelo salão.
Esse tipo de jantar era basicamente uma promoção. Eles juntavam todos os acionistas e conselheiros e falavam “olha o que conquistamos esse ano” e com o recorde de seis scudetti di fila, tinha mais um motivo ainda para eles juntarem nós e eles. E como capitano do time, eu era o rosto do time, então tinha que representar, a única parte chata é que todo mundo parecia muito empolgado em falar comigo, então tinha que parecer realmente empolgado também.
Depois de passar pelo top quatro, procurando o quinto – e mais importante membro – desse grupo, dei uma volta pelo salão, passando por entre as mesas, cumprimentando cada um dos acionistas majoritários do clube, além dos conselheiros. Os Elkann estavam lá, então parece um pouco para conversar com Lapo antes de finalmente me livrar e me aproximar de meus amigos.
- Ei, resolveu aparecer! – Barza disse quando cheguei à mesa dele e de Chiello, Leo e Claudio.
- Ah, precisei dar um giro por aí. – Falei, apoiando as mãos nos ombros de Leo.
- Não foi prioridade sua. – Chiello disse rindo.
- Você também? – Perguntei.
- Todo mundo. – Claudio disse, me fazendo suspirar.
- Me sinto menos mal! – Disse e eles riram.
- Senta aí. – Leo puxou a cadeira ao seu lado.
- Vou dar uma volta, logo apareço. null não veio? – Eles riram.
- Falei que ele ia perguntar sobre ela. – Claudio disse rindo.
- Quando não? – Falei e eles riram.
- Depois do workshop, o Mario disse que tinha uma reunião com ela ainda, tanto que nenhum dos dois chegou ainda. – Barza disse.
- Renovação de contrato? – Perguntei.
- Extensão acho. – Leo disse e ponderei com a cabeça.
- Beh, já volto. – Falei e eles assentiram com a cabeça.
Passei pelas outras mesas, cumprimentando meus colegas de time espalhados nas mesas aqui dentro e outros que estavam na parte de fora com outros convidados. Ao parar com Dani e Paulo próximo à mesa de Mira, Sami e Pjaca, todos eles confirmaram o atraso de Mario também. Menos mal... Eu acho. Nhá, não! null gosta de caras mais velhos e Mario tinha feito 31 esses dias. Era só uma reunião de trabalho.
- Ciao, ragazzi! – Virei para o lado, vendo Mario se aproximar.
- Ei, cara! – Falamos juntos.
- Demorou, hein?! – Sami disse.
- A culpa não foi minha, foi dela. – Ele apontou para trás e vi null.
- Ei! EI! – Ela disse, aparecendo na roda e sorri ao vê-la. – A minha reunião de antes só demorou um pouco.
- Muito! – Mario disse e ela empurrou com o braço.
- Ingrato! – Ela disse rindo. – Ciao, ragazzi.
- Ciao, chefa! – Eles falaram e ela passou cumprimentando um a um, parando em mim para dar dois rápidos beijos na bochecha e deslizei meus olhos pelo seu corpo quando ela abraçou Paulo.
Ah, null, para que judiar de mim assim? O vestido de paetê de alças finas e um decote até que chamativo deixava seu corpo perfeito, além de dar atenção ao seu quadril. É pleonasmo eu falar isso, mas ela está linda e muito sexy.
- Eu vou cumprimentar o pessoal, logo apareço. – Ela disse próximo de mim.
- Ok, vai lá. – Falei, sentindo-a deslizar a mão pelas minhas costas antes de seguir pelo meio do salão, parando logo mais em Agnelli e Pavel.
Suspirei, cumprimentando o pessoal e segui de volta para a mesa de meus amigos e me sentei na poltrona livre ao lado de Leo. Peguei o guardanapo e coloquei no colo, vendo null andar pelo salão cumprimentando as pessoas.
- Veio esconder a ereção, Gigi? – Marchisio perguntou.
- Cala a boca, cara! – Chiello e Barza o repreendeu e eu ri fracamente.
- Não seria difícil e nem a primeira vez. – Suspirei, virando de frente para eles novamente. – Ela está incrível.
- Isso não é exatamente alguma novidade, né?! – Leo disse, me fazendo rir.
- Então, descobriu o motivo do atraso? – Chiello perguntou.
- Na verdade, não. Mario disse que ela só estava presa em outra reunião. – Dei de ombros.
- Agora null começa a enlouquecer com transferências. – Leo disse.
- Nem fala! Fica tão aloprada quanto todos nós. – Barza suspirou.
- Gigi, você vai para Roma depois do nosso jogo no sábado? – Chiello perguntou.
- Cara, eu precisava ir, honestamente. – Falei. – É o Totti, sou amigo dele há anos.
- Por que a gente não conversa com o Allegri e vemos de ir logo após o jogo contra o Bologna? A gente assiste ao jogo, prestigia sua aposentadoria e volta? Acho que vamos para Cardiff só dia dois. – Ele deu de ombros.
- É, claro! Vamos checar com Allegri no próximo treino. – Falei.
- Posso ir com vocês? – Barza perguntou. – Não somos muito próximos, mas ele me ajudou muito no Mondiale 2006.
- Claro! A gente pode pegar um trem de madrugada de volta. – Chiello disse.
- É, vai dar certo. – Falei, assentindo com a cabeça.
- Buona sera, vocês gostariam de pedir a entrada? – O garçom apareceu.
- Claro... – Falamos juntos e todos pegaram os cardápios no meio da mesa e dei uma rápida olhada no cardápio.
- Eu fico com a tábua de frios. – Falei, deixando meu cardápio na mesa. – E um vinho branco, se possível.
- Claro! – Ele disse. O resto do pessoal acabou seguindo na tábua como eu ou na bruschetta.
- Eu vou querer uma salada caprese com burrata. – null disse, apoiando sua bolsa ao meu lado na mesa. – E um vinho branco também.
- Sim, senhora. – O garçom disse. – Scusa.
- Grazie. – Ela disse, antes de se sentar ao meu lado.
- Apareceu na hora, hein?! – Chiello disse e ela riu fracamente.
- Eu estou morrendo de fome. – Ela disse suspirando, esticando a mão para pegar um pedaço de pão e colocar na boca. – Eu não como nada desde as 10 da manhã.
- Dio mio, null, para que tudo isso? – Claudio disse.
- Caber no vestido. – Ela disse e franzi a testa antes de ela rir. – É brincadeira! – Ela disse séria. – Eu tive umas 12 reuniões, eu acho. – Ela suspirou, tirando pequenos pedaços do pão e colocando na boca seguidamente. – Ainda tive extensão de contrato do Mario, que eu confesso que tinha esquecido. – Ela fez uma careta.
- Para que tudo isso? – Perguntei.
- Estamos montando um time feminino! – Ela disse sorridente.
- Vai acontecer? – Barza perguntou.
- Mas é claro! – Ela riu fracamente. – Eu já tive essa ideia durante o Gran Gala de janeiro, joguei no conselho, todas as mulheres adoraram e amo dizer que somos maioria. Aí passou para os acionistas e eles concordaram com um pequeno investimento, agora com a UEFA insistindo que todos os times europeus nas ligas principais precisam ter um time feminino, caiu como uma luva. – Ela deu de ombros sorrindo.
- Isso é demais! – Falei e ela assentiu com a cabeça animada.
- É, mas queremos esse time para próxima temporada, então estou com várias reuniões com o Paratici para contratar jogadoras, o que é um pouco mais difícil, pois infelizmente o futebol feminino não tem uma mídia apropriada, então precisamos realmente caçar time por time, jogo por jogo, além de uma treinadora, que faço questão de ser uma mulher, e espaço para incluir mais um time completo. – Ela passou as mãos no guardanapo, suspirando.
- É bastante coisa. – Falei.
- Cansei só de ouvir. – Leo disse e ela riu fracamente.
- Imagina fazer tudo isso. – Ela suspirou. – Mas se tudo der certo, o aperto vai ser só por uma temporada, depois o masculino vai para Continassa e o feminino fica em Vinovo. – Ela disse animada, suspirando.
- Como vão as obras? – Perguntei e ela ponderou com a cabeça.
- O administrativo ficou pronto, nos mudamos na próxima temporada. – Ela suspirou. – Agora entra a parte do time e é um pouco mais complexo por causa de campo, regras da FIFA, etc... – Ela relaxou os ombros.
- Então, quer dizer que você vai nos abandonar na próxima temporada? – Perguntei, virando para ela que sorriu.
- Não totalmente. – Ela riu fracamente. – Terei minha sala no último andar lá de Continassa, dessa vez fizemos um andar para o administrativo ficar mais próximo, então contabilidade vai ficar lá, marketing vai ficar lá, etc, mas meu trabalho ainda é com vocês, então provavelmente devo ir para Continassa com o time inteiro. – Ela suspirou. – É uma mudança processual...
- Onde é exatamente? – Chiello perguntou e null parou para pensar um pouco antes de suspirar, nos fazendo rir.
- Sabe quando vocês entram pela rampa no estádio? – Ela perguntou.
- Sim! – Falamos juntos.
- Na frente disso. – Ela disse. – Logo colado ao estádio tem o administrativo e à frente do administrativo vai ser o novo complexo de treinamento e o hotel. – Ela disse, abrindo a bolsa. – Eu tenho o projeto aqui... – Ela pegou seu celular, desbloqueando o mesmo. – Minha sala dá para o estádio, mas a sala da contabilidade já dá para o CT, então ficarei de olho em tudo... – Ela disse, nos fazendo rir e passou o celular para mim. – Aqui é o estádio, administrativo, CT e hotel... – Ela mostrou um por um.
- Uau! – Falei surpreso e Leo colocou em mim.
- Onde? – Ele perguntou.
- Isso é gigante, null! – Falei
- Um leve complexo de superioridade, mas grandes investimentos esperam grandes retornos. – Ela disse.
- Ah! – Reclamamos e ela riu fracamente.
- Vocês vão realmente nos dar isso? – Claudio perguntou e ela riu fracamente.
- Não vamos dar nada, posso garantir que está sendo muito bem pago! – Ela riu fracamente.
- Por onde entra? – Barza perguntou.
- Pega na direção do hotel, tem uma pequena guarita, aí vai para o lado direito, vê? – Ela disse, indicando o caminho. – Entre o hotel e o prédio do CT. – Ela disse. – E para o administrativo tem como ir em volta do CT inteiro, mas tem um estacionamento lá no fundo também.
- Isso é louco e incrível! – Chiello disse.
- Vai valer à pena. – Ela sorriu.
- Você parece bem orgulhosa com seu filho, null! – Claudio disse e ela riu fracamente.
- E eu estou. – Ela sorriu. – É uma construção tão grande quanto o estádio e, dessa vez, eu sou a responsável completa! – Ela deu de ombros. – Da última vez eu peguei seis meses e era nova na posição, estava desesperada de dar algo errado... – Ela disse, nos fazendo rir.
- Vai dar certo, confia! – Falei.
- Ah, para com esse “confia”, Gigi. – Ela disse rindo, apoiando a mão em minha coxa e sorri.
- Estamos falando de você, null. Alguma vez você já fez algo errado para esse time? – Perguntei, apoiando a mão em cima da sua e ela entrelaçou os dedos.
- Beh, dessa mesa, eu só contratei um de vocês e é meu jogador mais rentável. – Ela disse fazendo Barza gargalhar.
- Ah, sem graça! – Falei junto dos outros, fazendo-a rir fracamente.
- Scusa... – O garçom voltou, deixando uma taça para mim e para null.
- Grazie. – Ela disse e ele serviu as entradas rapidamente antes de sair.
- Acho que devemos brindar. – Falei e ela virou para mim.
- Por que exatamente você quer brindar, Gigi? – Ela disse.
- A nós já não é o suficiente? – Falei. – Eu te conheço há 16 anos, Chiello e Claudio há 12, Barza há 11, Leo há nove... – Falei, indicando cada um. – E somos amigos até hoje.
- Alguns mais amigos do que outros. – Barza disse e null riu fracamente.
- Eu vou te bater. – Ela disse, indicando para ele.
- Ele não mentiu. – Apertei sua mão por baixo da mesa, inclinando meu corpo para deixar um beijo em sua cabeça.
- Ok, vamos brindar. – Ela sorriu, estendendo sua mão para o centro da mesa com a taça.
- A nossa amizade e nossas conquistas. – Falei.
- Que venha sempre muito mais. – Ela disse e trocamos um sorriso cúmplice antes de nossas taças tocarem.


Capitolo otantasette

Lei
29 de maio de 2017
- Ah, finalmente, hein?! – Falei ao desligar a tela do celular.
- Oi, chefa! – Manu disse rindo. – Perdoa meu italiano, não pratico faz tempo. – Peguei o celular do apoio, saindo do carro.
- Tonta! Não vou oferecer para falar em português porque você precisa estar craque quando voltar. – Fechei o carro e ativei o alarme, colocando a chave dentro da saia.
- Por favor! – Ela riu fracamente. – Desculpa a demora para atender, estou trabalhando agora... – Ela fez uma careta ao falar e afinou a voz.
- Pela sua cara, imagino que seja um desastre. – Falei e ela riu fracamente.
- Horrível! – Ela disse e segui rampa abaixo, andando pelo estacionamento do estádio. – Mas não vale a pena falar isso, é bom para sair de casa e só... – Rimos juntas.
- Você que sabe, então. – Falei e ela sorriu. – Pode falar?
- Sim! – Ela disse animada. – Tenho mais uma hora de almoço. – Ela disse.
- Estou chegando no estádio agora. – Falei.
- Ah, filma para eu sentir saudades! – Abri o plano.
- Estou no estacionamento, amor! – Ela riu fracamente. – Entrando na área do vestiário dos meninos.
- Ah, vocês não têm noção como eu queria estar aí agora! Estou sentindo tantas saudades de dois anos atrás...
- Por isso mesmo que eu liguei, hoje é o Media Day da Champions. Os meninos estão treinando aqui no estádio, coletivas, etc... – Falei, descendo as escadas.
- Ah, que saudades. – Ela abaixou o rosto na mesa, fazendo careta.
- Só me lembro de você brincando de “o chão é lava” com os meninos. – Ela riu.
- Ah, eu era muito tonta! – Ri fracamente. – Ganhei uma bela grana esse dia. – Sorri.
- Confesso que estou sentindo muito a sua falta, parece que eu estou com um peso muito maior nas costas... – Suspirei.
- E está, né, null? – Ela disse. – Time feminino, prédio novo, eu acompanho tudo! – Ela riu fracamente. – Só não vejo muito os jogos de dia de semana porque comecei a trabalhar e meu chefe é um porre, mas eu vejo o Instagram do pessoal com frequência. – Ela disse e me vi no túnel.
- Fala com o pessoal?
- Com o Paulo... – Ela ponderou com a cabeça. – Quando dá também, acaba afastando naturalmente, né?! – Ela riu fracamente.
- Mas está tudo bem? – Segui pelo túnel, vendo-o vazio e ouvi alguns sons abafados.
- Ah, está sim, na paz. Eu estou trabalhando, ele tem o treino, a gente nunca dá “ciao e arrivederci” a gente só não se despede durante as conversas, mas flui bem, só os horários que bagunça um pouco. – Ela disse rindo.
- Ah, normal, então. – Suspirei.
- E vocês? Como estão? – Ela perguntou.
- Se você está perguntando do Gigi, ainda não tem nada de novo, mas estou começando a ver uma esperança no fim do túnel. – Falei e ela sorriu.
- Ah, isso é ótimo, eu quero ser madrinha do casamento! – Rimos juntos.
- Você está mais para a menina da flor. – Sorrimos. – Mas calma!
- Ok, estou calma, mas bem vi na festa do scudetto você com os filhos dele, os três. – Sorri. – O que houve?
- Não houve nada, o menino não tem culpa de nada, só isso. – Saí para o estádio, sentindo meus saltos afundarem um pouco no gramado.
- Mesmo? – Ela perguntou.
- Ele é um Buffon, Manu! O que espera? – Perguntei e ela ponderou com a cabeça.
- Verdade, né?!
- Ô, null! – Virei para o lado, vendo Allegri e sorri.
- Scusi. – Virei para a câmera. – Espera um pouquinho. – Avisei Manu e estendi o celular para cima com a tela para frente. – DÊEM CIAO PARA A MANU!
- CIAO, MANU! – O pessoal gritou alto.
- AH, MANU! – Paulo saiu correndo de sua posição, vendo em minha direção.
- Paulo! – Allegri o repreendeu e ri fracamente, vendo-o tirar o telefone da minha mão.
- Dá cinco minutos para eles, Allegri, relaxa. – Me aproximei dele, cumprimentando-o rapidamente e ele revirou os olhos.
- Por você, null! – Ele disse.
- Não, pela Manu! – Falei e ele riu fracamente.
- Ciao, Manu! – Ele gritou, revirando os olhos e sorri.
- Ei, como você está? Saudades! – Paulo disse rapidamente e abanei a mão, me aproximando da beirada do campo, vendo os jogadores começarem a se aproximar dele.
- MARCHISIO! – Gritei, vendo-o se assustar.
- O QUE FOI?! – Ele gritou no mesmo tom.
- SE VOCÊ DER UMA FESTA DE NOVO E NÃO ME CHAMAR, EU CHAMO A POLÍCIA! – Gritei e ele arregalou os olhos.
- Você ouviu? – Ele perguntou mais baixo, se aproximando e os outros gargalharam.
- Eu moro na sua frente, Claudio! – Falei e ele franziu os lábios em uma careta. – Fiquei ouvindo Sexy Back 200 vezes, depois foi só abrir o Instagram para ver de onde vinha, né?!
- Desculpa? – Ele disse fazendo uma careta e eu ri fracamente.
- Estou zoando com você! – Falei e ele revirou os olhos.
- Porra, null! – Ri fracamente, me aproximando do meu top favorito.
- Noite turbulenta? – Pavel perguntou e cumprimentei um por um.
- Ele realmente ouviu Sexy Back do Justin Timberlake umas 200 vezes. – Falei, ouvindo eles rirem. – Lich, Leo e Chiello estavam juntos.
- Nada de novo! – Pavel disse e ri fracamente. – Pelo menos não tem ninguém bêbado.
- Allegri mataria um por um se eles aparecerem bêbados em preparação de Champions. – Paratici ria.
- E eu também, garanto! – Falei.
- Demorou para aparecer. – Beppe disse.
- Estava aqui do lado dando uma checada no prédio. – Disse.
- Tudo pronto para nos receber? – Andrea disse.
- Sim, vocês só precisam ver as observações das salas de vocês. Está tudo pronto, falta somente os eletrônicos. – Falei.
- Eu vou esperar essa bagunça passar, não consigo pensar em mais nada. – Pavel disse.
- Eu preciso pensar em outra coisa ou vou enlouquecer. – Suspirei. – Passei o fim de semana com a minha mãe, meus irmãos, fazendo tudo menos pensar nisso... Parabéns pelo jogo, na verdade. Quem diria que o Kean faria um gol.
- Foi incrível! – Beppe disse. – Aquele garoto tem potencial.
- Podem esperar ofertas por ele. Um ano fora, tem melhor experiência, depois o colocamos de volta no time principal. – Paratici disse.
- Se o Allegri quiser. – Dei de ombros.
- Vai dar certo. – Pavel disse e assenti com a cabeça.
- null... – Virei para o lado, vendo Gigi.
- Ei! – Falei e ele indicou com a cabeça para se afastar do pessoal e andei alguns passos com ele, ouvindo com mais clareza os gritos dos jogadores que pareciam querer falar ao mesmo tempo com a Manu.
- Como você está? – Ele perguntou.
- Tudo bem. – Sorri. – E você?
- Tudo bem... – Ele disse, suspirando e franzi a testa.
- O que não está me contando? – Perguntei séria.
- Nada, só... – Ele abanou a cabeça.
- Vem cá. – Segurei sua mão acolchoada pela luva e o puxei para dentro do túnel.
Entramos no túnel, fazendo a iluminação mudar um pouco e segui em direção ao vestiário com ele, me certificando que não tivesse nenhum câmera perdido por ali, eles acabavam aparecendo onde não deviam e eu ainda gosto da minha privacidade. Quando entramos no vestiário em si, eu virei de frente para ele e vi seu rosto avermelhado, uma mistura de choro e nervosismo.
- Ei, o que está acontecendo? – Segurei seu rosto com as mãos, apertando meu corpo no seu.
- Acho que é um pouco de ansiedade. – Ele disse e passei os braços pelos seus ombros, apertando-o fortemente contra meu corpo e suas mãos foram para minhas costas, me apertando na altura da cintura.
- Está tudo bem, Gigi, não tem motivo para ficar assim. – Falei baixo próximo de seu ouvido, apoiando a cabeça na dele.
- Eu só penso que essa talvez seja minha última chance... – Ele falou baixo e me afastei devagar dele, só a ponto de conseguir focar em seus olhos.
- Eu sou uma idiota, não sou? Falo sobre não gostar disso e te deixei assim...
- Não, nada disso... – Ele disse rindo. – Mas é um pensamento inevitável, null. – Passei as mãos em seu rosto próximo aos olhos, vendo as lágrimas acumuladas nele caírem. – Eu faço 40 no ano que vem... Não vou conseguir tentar para o resto da vida.
- Mas agora não é hora para você pensar nisso. – Puxei sua mão para os armários do lado direito, me sentando e ele fez o mesmo. – Você tem uma oportunidade perfeita, Gigi! – Apertei suas mãos, sentindo as luvas. – Não pode desperdiçar ela. – Soltei o velcro de uma de suas mãos, puxando a luva pelos dedos.
- E se não der certo? – Ele perguntou sério, suspirando em seguida.
- Eu vou estar lá com você. – Falei séria, fazendo o mesmo com a outra luva antes de finalmente entrelaçar nossos dedos. – Vamos passar por isso e, na próxima temporada, começar tudo de novo.
- E se não der certo de novo? – Ri fracamente, entrelaçando nossas mãos.
- Aí é você quem vai ter que me dizer. – Sorri. – Mas ia adorar ver Gianluigi Buffon jogar mais alguns anos, sempre gostei. – Ele sorriu.
- Já falei que você é boa demais para mim? – Ele disse e eu neguei com a cabeça.
- Não tem nada disso. – Falei, suspirando. – Eu sempre estive lá por você, não vai ser agora que isso vai mudar. – Ele sorriu e inclinou o corpo para me abraçar e inclinei meu corpo no seu para abraçá-lo com força. – Eu sei que os meninos falam da gente, nos zoam e tal, mas eu e você temos algo que ninguém ali vai entender, me ouviu? – Falei firme e ele assentiu com a cabeça.
- Você é incrível. – Ele disse e sorri, me afastando devagar.
- E você vai conseguir! – Falei firme. – Cabeça fria, se esqueceu? – Ele suspirou, assentindo com a cabeça.
- Eu sei... – Ele apertou minhas mãos.
- Eu estarei contigo em todo momento, menos no campo, acho que eles não deixam... – Ele riu fracamente.
- Só de saber que você está comigo já basta. – Ele segurou meu rosto com as mãos e sorri, inclinando meu corpo em direção ao dele e deixei nossos lábios tocarem em um curto selinho. – Minha linda. – Sorri, passando a mão na lateral de seu rosto.
- Agora vai treinar! – Falei baixo. – Ou eu não respondo pelos meus atos... – Ele riu fracamente.
- A gente nunca transou aqui nesse estádio... – Rimos juntos.
- Isso só aconteceu uma vez, Gigi. – Me afastei devagar e ele riu.
- Podia acontecer mais... – Ri fracamente.
- Agora não! – Sorri, virando o corpo novamente e abaixando as pernas novamente e ele riu fracamente, me abraçando pelos ombros e dando um beijo em minha testa. – Você está bem para voltar a treinar?
- Sim, eu estou! – Ele se levantou e fiz o mesmo, pegando suas luvas em meu colo antes de fazê-lo.
- Só se lembre que eu vou estar aqui contigo para o que precisar, ok?! – Apoiei as mãos com as luvas em seu peito e ele colocou a mão em cima da minha.
- Eu sei! – Ele levou a outra mão até meu queixo e olhei em seus olhos. – Talvez eu já tivesse surtado sem você... – Ri fracamente e apoiei minha testa na dele.
- Poderia levar na brincadeira e falar que sim, mas eu sei o que aconteceu da última vez e não consigo fazer graça com isso. – Falei baixo e sua mão acariciou minha nuca. – Só saiba que eu estou aqui.
- Eu sei. – Ele colou nossos lábios, me fazendo suspirar.
- null, seu celul... – Eu e Gigi nos afastamos e levei a mão até a boca, tentando esconder o beijo e virei o rosto, vendo Dybala entrando. – Estou atrapalhando? – Ele perguntou levando a língua para a lateral da boca e ri fracamente.
- Sempre! – Gigi falou.
- Vocês são tipo nossa mãe e nosso pai, né?! – Paulo disse e revirei os olhos.
- O que você quer? – Perguntei, vendo Gigi recolocar as luvas.
- A gente derrubou seu celular. – Ele fez uma careta. – E quebrou a tela.
- Ah, Paulo! – Reclamei e ele me entregou o aparelho.
- Desculpa, foi sem querer, eles puxaram de minha mão e caiu. – Ele fez uma carinha que até deu dó. – Eu te compro outro. – Apertei o botão lateral, vendo o celular acender e denunciar o cristal líquido todo quebrado onde deveria ter uma foto minha de Giulia e os gêmeos antes de Giulia ir embora em 2014. – Pior que a ligação acabou caindo. – Ri fracamente.
- Está tudo bem, Paulo. – Suspirei. – Essas coisas acontecem. – Neguei com a cabeça.
- Eu vou te dar algo bem incrível para o seu aniversário, então, pode ser? – Ele disse, me fazendo rir.
- É o mínimo que você pode fazer. – Brinquei e ele riu fracamente antes de sair do vestiário.
- Mais essa agora? – Gigi perguntou.
- Ah, nada está tão ruim que não possa piorar. – Suspirei. – Vou aproveitar que estou aqui e vou ali no shopping comprar outro. Não dá para eu ir para Cardiff sem celular.
- Não tem conserto? – Ele perguntou.
- Não sei, mas talvez nem compense. – Suspirei. – Você pode enviar uma mensagem para Manu que o amiguinho dela derrubou meu celular? – Ele riu fracamente.
- Envio sim! – Ele disse e sorri, inclinando o corpo para dar mais um rápido beijo nele.
- Eu estou por aqui se você precisar de qualquer coisa, ok?! – Falei baixo e ele assentiu com a cabeça.
- Eu sei, minha linda! – Ele disse baixo. – Sempre soube.

Lui
Dois de junho de 2017
Assenti para a comissária de bordo quando entrei no avião, sendo um dos primeiros e segui pelo corredor. Quando estava quase em uma das últimas fileiras, entrei na mesma e fiz questão de deixar minha mochila na primeira poltrona e me sentei na janela, tinha três poltronas por fileira, esperava que me deixassem sozinho.
Tirei o celular do bolso, desbloqueando o mesmo. Apesar dos fones no ouvido, a música estava pausada desde a saída do ônibus, o aeroporto estava um pouco lotado de fãs gritando por nós e, apesar do nervosismo e apreensão, precisava dar atenção para eles, porque isso tudo só estava acontecendo por causa deles, mas eu tinha muito interesse pessoal na situação.
Apertei play em minha playlist pouco variada de sempre e aproveitei para colocar o telefone em modo avião antes de colocá-lo dentro do bolso da calça novamente. Tombei a cabeça para trás, tentando parar de pensar sobre o jogo de amanhã, a final e todos os protocolos que tínhamos para completar ainda hoje e o jogo que aconteceria em menos de 34 horas.
Esperava que o corpo cansado do rápido treino dessa manhã fizesse com que eu dormisse nessas duas horas de voo, ao menos só era uma hora de fuso horário e não bagunçaria tanto assim meus horários. Berlin há dois anos foi a mesma coisa, mas uma hora para frente.
A voz de Celentano era baixa em meus ouvidos, mas alta o suficiente para eu ignorar os barulhos do pessoal se organizando nas outras poltronas do avião. Ouvi um som abafado e abri os olhos, vendo null em pé na poltrona ao lado da minha e ela esticou os braços, colocando sua mochila no bagageiro e fez o mesmo com a minha antes de se sentar na poltrona do meio ao meu lado.
Acompanhei seus movimentos, vendo-a pegar seu celular dentro da calça e enviar rapidamente uma mensagem para Giovanna e depois colocá-lo no modo avião também, devolvendo-o ao bolso. Ela mexeu na bolsa na poltrona da frente, puxando uma revista e abriu-a em seu colo, passando as folhas uma por uma. Tirei um fone da orelha, deixando-o cair em meu colo e virei para ela.
- Não vai dizer nada? – Perguntei e ela desviou o olhar da revista para me olhar.
- Gostei do corte de cabelo. – Ela disse, dando um sorriso antes de voltar a olhar para a revista novamente e ri fracamente.
- Sério? – Perguntei e ela virou para mim.
- Sim, eu gostei. Parece mais jovem. – Ela piscou e rimos juntos.
- Não falei sobre isso. – Falei e ela fechou a revista em seu colo.
- Você claramente não quer conversar, então não vou te atrapalhar, mas você queira ou não, eu vou me sentar aqui.
- Eu sempre quero conversar com você, null. – Falei, tirando o outro fone da orelha e ela riu fracamente.
- Como você está? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Vamos lá, né?! – Falei e ela riu fracamente.
- Até eu tive dificuldades para dormir essas últimas noites. – Ela suspirou e puxei o aparelho do bolso, pausando a música.
- Achei que te veria antes de hoje... – Falei e ela guardou a revista na bolsa de novo.
- Era para eu ter ido no treino na quarta-feira ver vocês, mas eu fui na Partita del Cuore no dia anterior, acabei ficando mais que o esperado e precisava dormir direito. – Ela suspirou.
- Eu queria ter ido, mas não estava com cabeça, os meninos ainda queriam me ver antes do jogo e... – Dei de ombros e ela assentiu com a cabeça.
- Não se preocupe. – Ela disse. – Foi um pouco engraçado, na verdade. – Ela riu sozinha. – Na verdade, ver Pavel jogar futebol depois de quase 10 anos é realmente engraçado. – Ela disse baixo, me fazendo rir. – Mas foi bom, vi o Del Piero, a Sonia estava lá também, então conversamos bastante... – Ela ponderou com a cabeça. – Conheci o Sebastian Vettel e...
- O corredor? – Perguntei.
- Kimi Räikkönen também. – Ela disse rindo.
- Quem mais estava lá? – Perguntei.
- De conhecidos tinha o John Elkann, Edgar Davids, Pavel e Andrea, Allegri... – Ela disse rindo fracamente. – Gianni Infantino... – Ela revirou os olhos. – Do outro time só conhecia o Alex mesmo.
- Deve ter sido legal. – Falei.
- Deu para distrair por algumas horas. – Ela suspirou. – Além de pegar informações o suficiente para zoar o Pavel por mais um ano. – Sorri, pegando sua mão em cima do braço da poltrona.
- Ao menos alguém está relaxada. – Disse e ela colou os lábios em minha testa, deixando um beijo.
- Você que não é. – Ela passou o polegar no local em seguida.
- Não limpa... – Falei e ela riu fracamente.
- Quer chegar em Cardiff com uma marca de batom no seu rosto? – Ela brincou e ri fracamente.
- Não seria tão mal, talvez tiraria o foco da competição, mas quem se importa? – Ela sorriu, tombando a cabeça para meu ombro e sorri, suspirando.
- Eu me preocupo. – Ela disse baixo, entrelaçando nossos dedos.
- Bom dia, senhores passageiros, bem-vindos ao voo fretado da Juventus de Turim para Cardiff. – Ouvi o rádio e franzi a testa ao encontrar uma voz conhecida e null ergueu o rosto também. – São 10 horas e 34 minutos e o voo tem duração média de duas horas... – Ergui o corpo, vendo Dybala ao lado da aeromoça com o telefone na mão e começamos a rir. – Devido ao fuso-horário, nosso horário de chegada previsto é para 11 horas e 45 minutos, horário local... – Ele desafinou sua voz, voltando ao normal. – A gente vai voltar no tempo, ragazzi... – Rimos juntos. – O tempo em Cardiff é de não faço a mínima ideia, mas é um tempo perfeito para GANHARMOS UMA CHAMPIONS LEAGUE! – Franzi os olhos quando o microfone ecoou, mas começamos a gritar e aplaudir animadamente, fazendo as risadas ecoarem avião. – Obrigado e uma boa viagem! – Ele voltou a afinar sua voz e devolveu o telefone para a aeromoça.
- UHUL! – O pessoal gritou animado e null ergueu as mãos para cima, aplaudindo-o e eu só conseguia gargalhar.
- Grazie, grazie! – Ele andou pelo corredor, voltando ao seu lugar e rimos juntos.
- É assim que eu quero ver vocês. – null disse, virando o rosto para mim de novo. – Rindo como se fosse um jogo qualquer. Porque é um jogo qualquer. – Ela sorriu e ergueu o apoio de braço, apoiando a mão em minha perna. – Já eliminamos eles antes, Gigi. Vai dar certo. – Assenti com a cabeça passando meu braço em seus ombros e apoiei a cabeça na sua.
A aeromoça de verdade começou a anunciar as informações de voo e boa parte, do que Paulo falou, era verdade. Chegaríamos perto do meio-dia em Cardiff, no País de Gales, e iríamos direto para o hotel. Na parte da tarde teria treino e coletiva com a imprensa. Por volta das sete horas já estaríamos de volta no hotel, esperando pelo dia de amanhã.
- Sabe o que podemos fazer? – null disse baixo após a decolagem.
- O quê? – Perguntei baixo.
- Podemos jogar alguma coisa. – Ela disse e ri fracamente.
- Achei que não gostasse de jogar cartas. – Falei e ela ergueu o rosto.
- Eu não gosto de jogos de apostas, Gigi. – Ela disse, soltando o cinto, se levantando e abrindo o bagageiro, pegando sua bolsa e tirou algo de lá de dentro, pegando seu iPad. – Mas eu não falei cartas, eu falei alguma coisa. – Ela me entregou o aparelho e eu peguei-o.
- E o que você joga? – Perguntei e ela riu fracamente, fechando o compartimento novamente e se sentou ao meu lado.
- Xadrez, damas, aquele ludo dos brasileiros... – Ela falou, abaixando a mesinha em minha frente e apoiei o aparelho na mesa, ela tocou na lateral do mesmo, fazendo-o acender e colocou a senha, fazendo-o se abrir. – Joga algum deles?
- Eu não sou um completo inútil. – Falei e ela riu fracamente.
- Não falei nada disso. – Ela disse rindo. – Damas?
- Xadrez. – Falei e ela pressionou os lábios.
- Ok, Gianluigi, vamos ver se você é bom no xadrez também. – Ela disse, abrindo um aplicativo e rimos juntos.
Nos distraímos no xadrez durante quase todo o voo, intercalando com algumas conversas sem importância ou risadas toda vez que ela me vencia, o que aconteceu muitas vezes, terminando o placar em 7x2. Quando eu finalmente cansei de reclamar de ela me vencer, encerramos o jogo que já tinha feito Neto e Cuadrado se envolverem também do tanto que eu reclamava.
Enquanto o avião não chegava, ele apoiou a cabeça em meu ombro novamente e seguiu jogando Sudoku, me fazendo rir fracamente. null era uma completa nerd, mas eu nunca realmente me ligava a esse fato, pois ela sai totalmente daqueles estereótipos ridículos que vemos em filmes. Ela é gata, sexy, nosso sexo é incrível, gosta de experiências novas tanto quanto eu e, de quebra, é incrivelmente inteligente na parte acadêmica, meu verdadeiro oposto, levando em conta que eu não tinha terminado a escola.
Chegamos em Cardiff no horário programado e o dia estava bem sol, mas isso não afetaria tanto, pois o estádio era coberto, mas talvez a temperatura pudesse afetar outras partes, mas descobriríamos em breve, antes passaríamos no hotel e daríamos um tempo antes de irmos ao estádio.
- Gigi... – null apoiou a mão em meu ombro quando nos levantamos.
- O quê? – Perguntei.
- Eu estou aqui, ok?! – Ela passou a mão em meu rosto e assenti com a cabeça.
- Eu sei! – Beijei sua mão e ela sorriu.
Seguimos para fora do avião e entramos no ônibus que nos esperava. Andar por Cardiff foi estranho, já tínhamos feito a reunião pré-jogo com o staff, mas a cidade era incrivelmente pequena, não era como Berlim ou Londres, onde havia jogado as outras finais, mas é muito bonita. Agora o logotipo da final fazia sentido, a cidade tinha um toque viking com dragões e afins, e um castelo bem no centro da cidade! Talvez fosse um lugar realmente interessante para algo diferente acontecer, para variar.

Lei
Dois de junho de 2017
Era estranho demais estar aqui. Durante a pouco mais de uma hora de treino no próprio estádio de jogo, se não fosse os obturadores das câmeras dos jornalistas e vários repórteres na beirada do campo acompanhando tudo o que eles treinavam dentro das quatro linhas, eu podia quase dizer que era um treino fechado em nosso estádio.
Eu sei que esse treino era mais realmente para a imprensa do que realmente um treino de táticas e técnicas para o jogo, mas os meninos estavam se divertindo demais! Eles riram, brincavam, cantavam, gargalhavam... Quase como se a gente fosse enfrentar algum time da segunda ou terceira divisão amanhã! Era loucura, mas pelo menos foi bom para eles relaxarem um pouco, estava precisando. Até Gigi conseguiu relaxar um pouco, pelo menos demonstrou isso ao dar largos sorrisos com os mais novos e com Neto durante o treino de faltas.
Enquanto eles treinavam, eu fiquei nas arquibancadas com o restante do top. Eu estava completamente apaixonada por essa cidade e por esse estádio, sua localização, sua cultura, tudo. A cidade é pequena, cerca de 400 mil pessoas, duas vezes menos do que Turim, e tem uma ligação em sua história com Vikings então eles abraçam isso como parte de sua cultura, além do galês que é um idioma fascinante, me fazendo confundir até o inglês devido ao sotaque.
O estádio é situado na parte central da cidade e fica levemente “apertado”, se eu puder usar essa expressão, do lado do Rio Taff. Além disso, a cidade tinha três castelos como pontos turísticos, um inclusive no meio da cidade, a baía e diversos museus. A cidade era incrivelmente aconchegante, mas estava lotada por causa da final. Talvez não tivesse tanta capacidade para receber um evento desse porte, mas eu estava apaixonada.
Chegamos no hotel por volta das sete e meia com vários torcedores no lobby – devido a capacidade da cidade, não tivemos como fechar o hotel somente por nós, nem o Real Madrid – então os meninos deram atenção por um momento. Devido ao horário, todos seguimos direto para o restaurante. Beh, quase todo mundo. Observei Gigi seguir direto para o elevador e suspirei.
- Vem... – Barza me puxou pela mão e suspirei, caminhando com ele.
- Isso corta meu coração, Barza. – Apertei seu braço e ele me puxou para si.
- Ele é assim, null. – Ele suspirou. – Ele sofre sozinho, mas ele sabe que ele não está sozinho. – Suspirei, olhando para trás rapidamente, vendo que ele já havia sumido e andei para dentro do restaurante com Barza.
Lá dentro, o pessoal começou a ocupar as duas longas mesas e a seguir para o buffet, eu pensei por alguns segundos e caminhei também em direção ao buffet. Gigi podia ser cabeça dura e querer ficar pensando e repensando sozinho, mas ele se esquece que eu também sou.
Peguei uma bandeja e coloquei dois pratos e comecei a servir os dois como se fosse meu prato, mas tentei exagerar um pouco mais no dele. Optei por bastante macarrão a carbonara que eu sei que ele adora e bife a milanesa.
- Nossa! Que fome! – Vi Mario ao meu lado e rimos juntos.
- Não é só para mim. – Falei, pegando uma garrafa de suco, talheres, guardanapos, abrindo um em cima de cada prato, e um potinho do que parecia ser um mousse de chocolate para mim.
- Eu sei, eu sei! – Ele disse e ri fracamente.
- null, o que está fazendo? – Vi Barza do outro lado.
- Se tem uma pessoa que sabe lidar com ele, sou eu. – Falei, pegando a bandeja, esperando que ela não tivesse ficado tão pesada. – A gente se fala depois. – Ele revirou os olhos, erguendo as mãos em rendição e segui para fora do restaurante.
Fiquei feliz por ter um segurança que pode abrir a porta do restaurante para mim, outro para chamar o elevador para mim e apertar o botão do andar e eu só precisei rezar para que Gigi não tivesse ido dormir tão rápido assim. Cheguei em frente ao seu quarto e dei dois chutes leves na porta, esperando.
O retorno demorou mais que o esperado e eu precisei apoiar a bandeja em uma mesa de decoração que tinha ali para descansar os braços e bater com mais força com os nós dos dedos até começar a bater com a lateral do punho.
- Já vai! Já vai! – Finalmente ouvi sua voz abafada e peguei a bandeja de novo enquanto ouvia o barulho da trava. – O que foi?
- Ciao! – Falei, vendo-o abrir a porta só com a toalha enrolada na cintura e o corpo molhado. – Hum, gostei da recepção... – Ele riu fracamente.
- O que está fazendo, null? – Ele perguntou.
- Te trouxe janta. – Estendi a bandeja. – Você pode fugir de todo mundo, menos de mim... – Ele suspirou e abriu mais a porta e eu passei por baixo de seus braços ao entrar e segui até a mesa que tinha ali e coloquei a bandeja ali. – Ah, deu cãibra, você demorou para abrir. – Ele fechou a porta.
- Eu estava no banho, null. – Ele disse, sumindo para dentro do banheiro.
- E não acabou? – Perguntei.
- Não, tenho que tirar o xampu da cabeça. – Ele disse e ri fracamente.
- Eu trouxe carbonara e bife à milanesa para gente. – Segui até o banheiro, vendo-o entrar no box e abrir o chuveiro novamente.
- Grazie, mas você não precisava fazer isso. – Apoiei o ombro no batente da porta.
- Eu sei, mas eu quero! – Falei. – Você está arisco nesses últimos dias, Gigi, eu sei que é sobre o jogo de amanhã, então vou tentar te distrair de todas as formas possíveis. – Ele riu fracamente, antes de entrar embaixo do chuveiro de novo.
- Eu estou bem, null. – Ele disse.
- Ah, mesmo? – Falei rindo fracamente. – Vou fingir que acredito. – Falei, revirando os olhos. – Nem eu estou bem, Gigi, mas gostei de ver que vocês estavam se divertindo no treino hoje.
- Ah, sabe como é! – Ele suspirou, passando o sabonete pelo corpo e mordi o lábio inferior ao acompanhar sua mão descendo pelo peitoral cabeludo, descer pelos braços e pernas. – A gente precisa se distrair um pouco.
- E por que você não ficou lá com o pessoal? Veio se isolar de novo aqui no quarto? – Perguntei.
- Só queria ficar sozinho, null. Não tem nada mais... – Suspirei, vendo-o entrar embaixo do chuveiro de novo.
- Você realmente quer ficar sozinho? – Perguntei e ele virou o rosto, passando o braço pelo vidro embaçado e sorriu.
- Sozinho de outros homens com praticamente metade da minha idade falando besteiras. – Ele disse, me fazendo rir.
- Ah, o Barza está lá! – Abanei a mão e ele riu, fechando o chuveiro.
- Acho que até do Barza eu preciso de um tempo. – Ele riu fracamente, puxando a toalha de cima do box novamente.
- Ah, mas vocês já dividiram tanta coisa... – Falei, mordendo meu lábio inferior e ele abriu a porta, olhando em meus olhos.
- Aquela experiência... – Ele apontou para mim com o indicador.
- O que vai dizer daquela experiência? – Perguntei e ele riu fracamente, passando a toalha no rosto e depois rapidamente nos cabelos, fazendo alguns respingos chegarem em mim.
- Eu vou dizer... – Ele disse, enrolando a toalha na cintura. – Que eu preferia duas mulheres...
- Ah, mas é claro! – Revirei os olhos. – Mas saiba que você nunca vai ter isso comigo.
- Nunca? – Ele se aproximou, passando as mãos em seus cabelos.
- Nunca! – Puxei-o pela toalha, fazendo-o se aproximar mais de mim. – Cansei de te dividir. – Ele apoiou as mãos no batente da porta. – E aquela situação com o Barza foi completamente culpa sua... – Ele riu.
- Nem vem, você que quis. – Ele aproximou o rosto do meu. – E aceitou rápido demais...
- Na hora foi um tanto desesperador, confesso. – Disse rindo. – Eu queria você, mas estava com ele, estava bravo contigo também... – Mordi meu lábio inferior. – Mas nunca achei que ele fosse aceitar algo assim... – Ele riu fracamente.
- Você vê o Barza como um santo, né?! – Ele disse, levando a mão até minha nuca, acariciando-a lentamente.
- Não mais... – Disse rindo fracamente. – Mas não é como a gente! – Passei a outra mão pelo seu peito, acariciando-o levemente, sentindo-o molhado.
- Você faria de novo? – Ele perguntou e ponderei com a cabeça.
- Não sei... – Ri fracamente. – Confesso que não sei como ainda somos amigos... – Ele levou as mãos até meu quadril. – Acho que a raiva ajudou muito naquele dia...
- Acho que ele não aceitaria normalmente. – Ele disse e senti sua respiração bater em minha bochecha.
- Por que não? – Ergui o olhar para ele.
- Acho que ele viu que você estava em dúvidas e não quis brigar, porque aquilo daria uma pela briga de casal... – Rimos juntos.
- Estava e muito! – Suspirei. – Mas foi bom, melhor ainda que foi contigo... – Ele sorriu, deslizando a mão pelo meu corpo e apertou minhas nádegas. – Beh, ele percebeu, né?! – Rimos juntos.
- Sim, ficou um pouco na cara, amore. – Ele segurou meu queixo e roçou os lábios nos meus e ri fracamente. – Beh, não acho que teremos outra oportunidade dessa. – Ri fracamente.
- Ah não? – Passei os braços pelos seus ombros, não me importando que ia me molhar.
- Você não quer me dividir com mais ninguém, eu também não. – Ele inclinou o corpo para baixo um pouco, deslizando as mãos pela lateral da minha perna, erguendo um pouco minha saia. – Apesar de que Barza ficou totalmente em segundo plano... – Rimos juntos e ele deslizou as mãos mais para baixo, me pegando no colo e passei as mãos em seus ombros, apertando-o para mais perto e as pernas pela sua cintura, ficando levemente mais alta do que ele.
- Não precisamos de mais ninguém, Gigi. – Dei um beijo em sua bochecha e ele andou para fora do banheiro. – Nossa história nos diz isso... – Ele andou comigo pelo quarto. – Nem na cama, nem em um relacionamento, nada... – Ele inclinou seu corpo comigo e me deitou devagar na cama, me fazendo suspirar.
- Eu sei, e eu vou passar o restante da minha vida te pedindo perdão por não ter enxergado isso antes. – Sorri, vendo-o jogar a toalha na poltrona e seguiu até sua mochila.
- Você não vai passar o resto da sua vida fazendo isso, porque eu não vou deixar. – Arqueei o corpo com os antebraços e passei um pé no outro, fazendo os sapatos caírem no chão.
- Por que não? – Ele voltou, vestindo uma cueca.
- A gente precisa seguir em frente, Gigi. – Suspirei. – É muita dor, muita mágoa... – Neguei com a cabeça, vendo-o colocar um short de nylon. – Eu adoraria esquecer tudo e começar algo novo. – Ele se aproximou de mim. – Toda nossa história, mas algo do zero. – Ele inclinou o corpo sobre o meu, procurando o zíper da minha saia e abriu-a. – Só nós...
- Eu consigo fazer isso... – Ele disse, puxando minha saia para baixo e ajudei-o, erguendo um pouco o quadril. – E vamos fazer isso em breve... – Suspirei.
- Não me dê esperanças, ok?! – Ele colocou minha saia ao lado da cama e se levantou. – Eu não quero saber sobre esse outro lado da sua vida. – Ele assentiu com a cabeça. – Somos só eu e você, ok?!
- Sempre, minha linda. – Ele inclinou o corpo sobre o meu novamente.
- Ir em viagens e não precisar pegar dois quartos, porque todo mundo vai saber que estamos juntos de verdade. – Ele riu fracamente, acariciando meu rosto.
- O time vai economizar... – Ele brincou e sorri. – Mas acho que todo mundo já sabe... – Ri fracamente.
- Imagino que nossa história seja lenda dentro desse time. – Neguei com a cabeça.
- Um pouco... – Ele ponderou com a cabeça. – Leo e Chiello fazem questão de passar nossa história adiante e, com o Paulo, não é muito difícil.
- Vocês são muito fofoqueiros... – Falei e ele riu fracamente.
- Eu fico quieto, amore, até você chegar no vestiário. – Sorri.
- Quem me beijou na frente de todo mundo foi você. – Falei.
- É, beijo mesmo acho que foi a primeira vez, mas você vem falar comigo, aí você se aproxima assim... – Senti seu nariz roçar no meu, me fazendo rir fracamente. – E a gente fica conversando baixinho, e eu passo a mão na sua cintura... – Ele fez, fazendo meu corpo se arrepiar. – Não tem muito como esconder... – Ri fracamente, passando a mão na lateral de seu rosto e ele pressionou nossos lábios por alguns segundos.
- Ok, minha culpa também. – Empurrei-o levemente pelo peito para ver seus olhos.
- E nem pense em mudar isso, todos já estão acostumados e os novos que se virem... – Ele disse, dando um beijo em meu ombro e se levantou, me fazendo rir.
- Dybala não está à venda, ele ainda vai nos pentelhar por alguns anos. – Falei, ouvindo-o rir.
- Antes o Barza do que nós... – Sorri, vendo-o seguir até a bandeja e ergui meu corpo, me sentando na cama.
- Coitado! – Falei rindo, puxando um travesseiro para meu colo. – Paulo pegou todo o poder da Manu para ele...
- Ao menos ele é aloprado por um, não por dois... – Ele disse, colocando a bandeja na mesa.
- É, talvez, mas o Barza é garganta, ele fala que enche o saco, implica, mas adora... Esse é o meu. – Indiquei o com menos comida.
- Tem dias que eu não estou no pique, os compromissos de capitano me ocupam um pouco mais e boa parte do treino de goleiros é afastado, mas é bom ter esse pessoal jovem, sabe? A gente consegue relaxar um pouco. – Ele se sentou, cruzando as pernas também.
- Vocês possuem uma mentalidade diferente. – Falei. – E eu gosto como a gente consegue combinar tudo. – Peguei o prato, apoiando em cima do travesseiro e ele dividiu os talheres.
- Você pegou um mousse? – Ele perguntou e puxei a caixinha de sua mão, me fazendo rir.
- Você não pode comer isso, senhor jogador de futebol profissional! – Ele riu fracamente.
- Ah, mas o Allegri não vai nem saber! – Neguei com a cabeça, sorrindo.
- Uma colher. – Falei, colocando de volta na bandeja.
- Ok, uma colher. – Ele disse e enrolei um pouco de macarrão no garfo e coloquei na boca.
- Já gelou. – Falei, fazendo uma careta.
- Ah, está ótimo, amore, sério! – Ele disse, fazendo o mesmo.
- Com a fome que eu estou, nem me importo. – Falei e ele sorriu.
- O treino nem foi pesado, mas também estou. – Ele disse, sugando o fio linguine para dentro de sua boca.
- Se a gente ia comer, por que você tirou minha saia, Gigi? – Perguntei, cortando a carne.
- Você sempre reclama dela, achei que fosse ficar mais confortável com essa calcinha de florzinha... – Mostrei a língua para ele que aproximou o rosto de mim, me fazendo esquivar o rosto.
- Para! – Falei, ouvindo-o rir.
- Vou morder essa língua! – Ele disse e sorri, aproximando o rosto do dele e trocamos um rápido selinho.
- Não vai. – Falei e ele sorriu, voltando a sua posição normal. – Mas fico muito mais confortável mesmo, se não for completamente em pé, ela aperta a barriga, não consigo dobrar a perna...
- Viu? Te fiz um favor... – Sorri, colocando outra garfada na boca.
- E você me faz outro estando nesses trajes e eu realmente consigo me acostumar com esse cabelo... – Ele sorriu com os lábios pressionados.
- Acertei no cabelo finalmente? – Ele perguntou e rimos juntos.
- Sim, dessa vez acertou. – Falei, colocando um pedaço de carne na boca e ele riu fracamente antes de desviar o olhar para o prato, sorri e fiz o mesmo.

Lui
Três de junho de 2017
Me assustei com um barulho alto e meu corpo acabou pulando na cama. Passei as mãos nos olhos, sentindo meu braço um pouco dormente e me vi sozinho na cama. Olhei para o lado, vendo o espaço vazio, mas o cheiro do perfume de null estava no ar e imaginei que ela tivesse acabado de sair daqui.
Meu olhar se acostumou com a pouca claridade que entrava na janela e suspirei. Era dia três de junho, dia de final de Champions League. Engoli em seco, tentando tirar essa lembrança da cabeça por poucos segundos e abaixei o olhar, vendo o lençol até a altura da minha cintura e o outro lado jogado para baixo, passei meus olhos rapidamente pelo local e encontrei as roupas de null dobradas da mesma forma que na noite passada.
Ouvi o barulho da descarga vindo do banheiro e dei um sorriso, percebendo que ela ainda estava aqui. Inclinei o corpo para o lado, pegando meu celular e apertei o mesmo, vendo que estava desligado e pensei que tinha deixado descarregar, não era difícil.
- Eu desliguei. – Virei para o lado, vendo null aparecer em minha visão com uma camiseta que eu tinha emprestado para ela e a calcinha preta com flores rosa que me faziam sorrir. – Achei que você quisesse dormir mais... – Ela deu um sorriso, se sentando na beirada da cama antes de virar as pernas para baixo do lençol novamente. – Mas eu deixei a porta do banheiro bater e te acordei...
- Acho que foi. – Suspirei, deixando o celular de lado e passei a mão em meu rosto, sentindo-a puxar o lençol para cima de mim.
- Buongiorno. – Ela falou, inclinando o corpo sobre o meu e ergui minha mão para sua nuca, acariciando-a devagar.
- Buongiorno. – Sorri, sentindo-a colar nossos lábios em um curto beijo.
- Hai dormito bene? – Assenti com a cabeça e a vi sorrindo.
- Sim, dormi. – Ela apoiou as mãos em meu peito. – Acho que dormi a noite toda, na verdade.
- Você estava cansado, ficamos conversando até tarde. – Ela disse e mantive o carinho lento em sua nuca e bochecha.
- Não, faz tempo que eu não durmo bem, foi você... – Ela riu fracamente. – Você me acalma. – Ela sorriu e senti sua perna subir pelas minhas.
- Bobo. – Ela disse, rolando os lábios nos meus e mordisquei seu lábio inferior.
- E você? Dormiu bem? – Perguntei, virando meu corpo um pouco, levando minha mão para sua cintura.
- Até babei. – Ela franziu os olhos e riu fracamente. – Eu já não tenho problemas para dormir, contigo, então... – Ela virou o corpo de barriga para cima e apertei minha mão em sua cintura, mantendo seu corpo colado ao meu.
- Que horas são? – Suspirei, acariciando seu corpo devagar.
- Pouco mais de nove. – Ela suspirou. – Por isso desliguei seu celular, dá para dormir mais um pouco.
- Não sei se consigo, faltam menos de 12 horas para o jogo. – Ela pressionou os lábios, acariciando meu rosto.
- Não faça isso... – Ela segurou meu rosto com as mãos. – Vai ter muito tempo para você surtar.
- Já era para eu estar surtando desde ontem, mas você adiou isso... – Falei, inclinando meu corpo para cima do seu e ela riu, colando os lábios nos meus.
- E eu nem precisei te chantagear com sexo para isso...
- Ontem não! – Falei e ela passou os braços pelos meus ombros.
- E nem hoje, pelo menos não agora. – Ela disse e deixei um bico formar em meus lábios. – Nem vem! – Ela disse rindo. – Você precisa manter toda energia.
- Até lá eu já recuperei. – Falei manhoso e ela colou os lábios nos meus devagar.
Entreabri minha boca, sentindo-a acompanhar meus movimentos e ela apertou os braços em volta de meus ombros. Levei uma mão para sua barriga, acariciando-a por baixo da blusa e ela a contraiu. Minha língua alcançou a sua e ela a sugou para sua boca, dando mais velocidade ao beijo.
Arqueei meu corpo devagar, somente para passar uma perna entre as suas e ela fez o mesmo para acompanhar os beijos. Passei minhas mãos nas laterais de seu corpo, afundando o colchão para abraça-la por trás e afastei nossos lábios aos poucos para respirar por alguns segundos. Encontrei seus olhos quando os abri e ela mordiscou meu lábio inferior, me fazendo sorrir.
- Vem cá... – Puxei-a para cima, ajoelhando no colchão e ela apertou as mãos em minha nuca para fazer o mesmo e roçar seu corpo no meu.
Acompanhei seus olhos em mim por alguns segundos depois desci para seu nariz, sua boca entreaberta saindo um hálito de menta e levei meus lábios para sua bochecha. Ela apertou a mão em minha nuca e fiz uma trilha de beijos até seu pescoço, ouvindo seu suspiro próximo ao meu ouvido.
Deslizei uma mão pelo seu corpo, passando pela lateral e cheguei sua bunda, apertando-a levemente e adentrei a calcinha, passando a ponta dos dedos devagar, até apertar sua nádega com firmeza.
- Hum... – Ela suspirou, passando as mãos em meu peito e sorri.
Deslizei minha mão pela sua bunda, deixando-a entrar por entre suas nádegas e subir em uma carícia leve. null soltou um suspiro mais alto e refiz o movimento mais uma vez, sentindo-a contrair o bumbum e sorri. Afastei meus lábios de seu pescoço, deslizando-os em seu rosto novamente e mordisquei seus lábios antes de encarar seus olhos escuros novamente.
- O que está fazendo? – Ela perguntou baixo, passando as mãos em meu peito e sorri, dando um curto beijo em seus lábios.
- Só lembrando... – Falei baixo, mordiscando seu lábio inferior. – Do Rio de Janeiro... – Colei nossos lábios, sentindo-a apertar os braços em meu pescoço.
- Você gostou de me foder por trás, não? – Ela disse baixo, deslizando os lábios nos meus.
- Amo te foder olhando nos seus olhos... – Falei baixo, apertando sua bunda. – Mas foi uma experiência incrível... – Ela arqueou os lábios em um sorriso.
- Com saudades? – Ela perguntou e assenti com a cabeça.
- Sim... – Ela pressionou os lábios nos beijos, colando seu corpo em meu peitoral e deslizou o corpo no meu.
- Da próxima vez que a gente fizer isso... – Ela se afastou. – Você vai ter que usar algo melhor do que gel para lesão... – Ri fracamente. – Aquilo ajudou a me deixar assada.
- Hum... – Passei a língua pelos seus lábios, sentindo-a sugar para dentro da sua boca. – Então vai ter uma próxima vez? – Senti minha ereção começar a pressionar dentro da cueca.
- Por que não? – Ela disse baixo, afastando seu rosto para me olhar. – Mas só quando você for completamente meu. Quando eu ter certeza que você só enfia seu brinquedinho em mim. – Sorri, assentindo com a cabeça.
- Combinado... – Falei em um sopro. – Mas “brinquedinho”? Sério? – Ela riu fracamente.
- O quê? Fiz pouco caso do seu pênis? – Ela sorriu.
- Ah, podia fazer mais jus a ele, né?! – Apertei meu quadril mais no seu, ouvindo-a suspirar. – Não acha?
- Talvez... – Ela sorriu. – Não tenho reclamações, ele me satisfaz toda vez. – Ela desceu as mãos pelas minhas costas, fazendo meu corpo arrepiar e desceu para minha bunda, apertando-a com força.
- Você podia ser mais legal com ele, então.... – Ela riu fracamente.
- Eu sou... – Ela roubou um rápido beijo de meus lábios e deslizou as mãos para frente de meu quadril. – Até demais. – Ela disse, passando a mão pelo cós de meu short, descendo-o devagar.
- Você não vai brincar comigo e me largar de mãos abanando, vai? – Perguntei, olhando em seus olhos e suspirei quando senti sua mão em meu pênis, me fazendo conter um suspiro.
- Alguma vez eu fui já fui má a esse ponto? – Ela olhava em meus olhos e seus lábios roçavam levemente nos meus conforme falava.
- Não lembro, mas sempre tem uma primeira vez... – Ela negou com a cabeça, deslizando a mão pelo meu pênis devagar.
- Eu não sou má assim, amore... – Ela disse baixo. – Você sabe como sexo é importante para mim.
- Você me entende... – Falei em um sopro, sentindo-a abaixar mais o short com a outra mão e ajudei-a abaixando-o até meus joelhos pressionados na cama.
- Demais... – Ela disse baixo e roçou o corpo no meu para colar nossos lábios. – Agora espera um pouco...
- Ah lá! Vai me abandonar. – Falei e ela riu fracamente.
- Não vou, mas eu também quero brincar. – Ela mordiscou meu lábio inferior. – E acho que vi alguns pacotes de camisinha na sua nécessaire. – Sorri.
- Achei que eu precisasse economizar energias. – Ela riu fracamente.
- A gente desce para comer logo mais. – Ela disse, apertando meu pênis e suspirei, vendo-a rolar para fora do colchão rapidamente, me fazendo suspirar.
Inclinei meu corpo para cama, ficando de barriga para cima e tirei os shorts e a cueca completamente. Levei o braço para atrás da minha cabeça e a mão direita para meu pênis, começando a me masturbar devagar. Ela voltou logo em seguida, me fazendo suspirar e a vi com o pacote de camisinha mordiscado em sua boca.
- Até hoje eu fico surpresa como a Juve tem até cuecas. – Ela falou abafado enquanto pegava a cueca com a ponta dos dedos.
- As ideias de vocês... – Falei e ela soltou a peça de roupa no chão e voltou focar na embalagem enquanto movimentava a mão cada vez mais rápido.
- Vocês ficam ótimos nela. – Ela disse, inclinando o corpo na cama e levou as mãos para meu pênis, colocando a camisinha e suspirei.
- Se você gosta... – Falei baixo e ela riu fracamente, se afastando e ficando em minha direção. – Onde vai?
- Se acalma... Relaxa, amore. – Ela disse baixo e a vi segurar a barra da minha camiseta que ficava grande nela e a tirou. – Você merece uma imagem boa também, não acha?
- A melhor... – Falei, me estimulando e ela sorriu.
- Relaxa... – Ela inclinou o corpo para frente, abaixando sua calcinha e sorri ao vê-la nua para mim.
- Vem cá... – Pedi e ela passou uma mão em seus cabelos, jogando-os para trás e a outra subiu para seu seio, apertando com força.
- Você gosta? – Ela perguntou, mordendo seu lábio inferior e suspirei.
- Demais... – Falei em um sussurro e ela desceu a mão pela sua barriga, adentrando-a entre suas pernas.
- Você quer me tocar? – Ela perguntou baixo, deslizando a mão pela sua virilha e mordi meu lábio inferior.
- Você está me torturando assim, null. – Falei, sentindo meu membro pulsar em minha mão.
- Você quer me foder? – Ela pressionou os olhos com força quando começou a se estimular e suspirei.
- Eu quero foder você. – Falei, sentindo a respiração sair pesada e ela ergueu uma perna até a cama, me dando uma melhor visão de sua vagina.
- Você gosta disso? – Ela passou dois dedos entre seus lábios vaginas e levou-os até a boca, sugando-os e sentia meu pênis cada vez mais firme, me fazendo ter leves espasmos.
- Ah, null... – Falei baixo e ela levou os lábios novamente à sua vagina, se estimulando.
- Eu estou bem molhada... – Ela apertou os seios com a mão livre.
- Eu não aguento por muito mais tempo. – Falei baixo, suspirando e ela mordeu seu lábio inferior, rolando os olhos de prazer. – Ah, null... Você vai me enlouquecer assim.
- Eu nunca disse que você não podia tocar. – Ela deu um sorriso safado e fiz o mesmo.
- Então vem cá. – Ergui meu corpo com pressa na cama, passando as mãos atrás de seus joelhos e a puxei para cima da mim, ouvindo-a rir quando caiu sobre meu corpo.
Puxei-a para perto de mim, querendo lamber sua vagina inteirinha e ela entendeu o recado, ficando com as pernas em volta de meu rosto e passei a língua fortemente pela sua vagina, ouvindo-a gemer e senti seu suco já inundando sua vagina.
Apertei minhas mãos em sua bunda, lambendo e sugando sua vagina cada vez mais forte e passei a língua em seu clitóris, começando a sugar fortemente sua intimidade, ouvindo seus gemidos ficarem altos com o feito e seu quadril começar a deslizar em cima de meu corpo, me ajudando a agilizar os movimentos.
- Ah, Gigi... – Ela soltou um suspiro alto e sentia meu pênis apertar cada vez mais. – A-ah! – Seus gritinhos ficaram abafados conforme minha língua a lambia e penetrava com força e aquilo só me estimulava cada vez mais. – Oh, Dio!
Minhas mãos apertaram suas nádegas com força, mantendo sua vagina em cima de minha boca e eu não cansava de lamber e sentir seu gosto em meus lábios. Acima de mim, ela apertava seus seios com as mãos e seus olhos reviravam de prazer.
- Gigi, para! – Ela suspirou alto. – Para! Para! – Ela pediu com a voz falha. – Me fode! Agora! – ela disse pausadamente e suspirei.
- Senta em mim. – Falei baixo e ela olhou para mim, com um sorriso no meio de sua feição cansada.
Ela inclinou seu corpo para frente, afastando seu corpo e se sentou em minha barriga para ajeitar as pernas. Ela levantou os joelhos novamente, se posicionando na altura do meu quadril e segurei meu pênis novamente, dando algumas estimuladas antes de sentir sua mão no mesmo. Ela guiou meu pênis até sua entrada e agachou com agilidade, me fazendo deslizar dentro dela com força e rapidez, fazendo seu gemido ecoar pelo quarto.
- Oh, Dio...
Ela apertou o seio com uma mão e a outra apoiou em meu peito, me fazendo suspirar com seus olhos pressionados. Ela começou a rebolar em cima de meu pênis e soltei um suspiro quando meu corpo começou a se contrair. Ajeitei os pés no colchão e comecei a movimentar meu quadril rapidamente dentro de si, fazendo nossos movimentos contrários causarem um choque que se misturava com nossas respirações.
- Olha para mim, amore... – Pedi, apertando minhas mãos em sua barriga e ela entreabriu os olhos, focando seus olhos escuros nos meus.
Ela me deu um sorriso safado e fiz o mesmo. Ela levou as duas mãos em meu peito, fazendo seus cabelos curtos caírem para frente e aperei sua cintura, agilizando os movimentos. Seu corpo quicava em cima do meu e eu deslizava cada vez mais fundo, hipnotizado pelo seu olhar. Sua respiração falhada se misturara com seu gemido fino e minhas mãos apertavam suas coxas com força, conforme agilizava os movimentos.
- Vai, Gigi... Ah! Estou quase... – Ela disse entre um gemido e outro, apertando as mãos em meu peito e isso me estimulou a ir mais rápido, se era possível. – Ah, Dio mio. Ah, Gigi... – Ela soltava gritinhos e seu peito estava contraído.
Seus gemidos foram me estimulando cada vez mais também e não demorou para eu gozar. Quando eu o fiz, seu corpo se inclinou para frente com força, deixando meu pênis afundar em sua bunda e ela soltou um gemido mais relaxado, ajeitando seu corpo. Nossas respirações estavam igualmente aceleradas e agora ecoavam sozinhas.
Aliviei minhas mãos em suas pernas, preocupado se eu havia marcado ela, mas tirando a área com um tom diferente devido a pressão, estava tudo bem. Ela acariciou seu seio devagar, deixando sua mão cair ao lado de seu corpo e segurei suas mãos, levando-as até meu peito e ela sorriu ao olhar para mim.
- Dio... – Ela disse em um suspiro e sorri.
- Isso foi incrível. – Ela disse e rimos juntos.
- Eu estou inteira extasiada... – Ela disse baixo.
- Está tudo bem? – Ergui minha mão para seu rosto, acariciando sua nuca e ela assentiu com a cabeça, dando um beijo em meus dedos.
- Cansada, mas bem...
- Dio! Isso foi incrível. – Falei e ela riu fracamente.
- Delícia começar o dia assim... – Ela disse e sorrimos juntos.
- Agora acho que estou pronto de verdade para noite. – Ela riu fracamente.
- É melhor a gente sair daqui. – Ela disse, inclinando o corpo para frente. – Você precisa se alimentar direito, fazer o alongamento, fisioterapia...
- Eu sei. – Falei baixo, levando minha mão até seu rosto. – Você também, o dia é longo.
- Vamos lá. – Ela suspirou, jogando o corpo para lá e soltou um gemido quando meu pênis deslizou para fora dela. – Ai, isso foi gostoso.
- Bom para um brinquedinho? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Amo seu brinquedinho, Gigi. – Ela inclinou o corpo na cama, colando os lábios nos meus lentamente. – É perfeito. – Sorri. – Agora vamos...
- Ah, espera, deixa eu respirar um pouco... – Disse, fazendo-a rir fracamente.
- Eu falei que não queria te cansar... – Ela disse.
- Mas a culpa é toda sua. – Falei, ouvindo-a rir. – Mas eu estou feliz. – Ergui o corpo apoiando os antebraços na cama. – Foi delicioso. – Ela riu fracamente.
- Acho que eu vou tomar banho, depois só me troco. – Arqueei as sobrancelhas, mordendo meu lábio inferior.
- Aceita companhia? – Perguntei e ela deu de ombros.
- E eu sou de negar? – Ela sorriu e sentei rapidamente na cama, deslizando meu corpo para fora dele e fui em sua direção, abraçando-a pela cintura. – Hum, alguém está empolgado. – Ela disse, apoiando as mãos em meu peito.
- Você me deixou extasiado, null. – Falei e ela riu. – Não deu para resistir.
- Somos nós, amore... – Ela subiu os braços pelos meus ombros. – Por isso que é perfeito assim. – Ela colou nossos lábios e pressionei meu corpo no seu por alguns segundos. – Agora vamos para o banho.
- Com prazer... – Segurei-a pelas pernas e ergui seu corpo, fazendo-a passar as pernas pela minha cintura e dar um beijo em minha testa.


Capitolo otantotto

Lei
Três de junho de 2017
- Está na hora!
A voz de Virginia saiu alta demais, levando em conta o silêncio do vestiário. Cada jogador estava em seu espaço fazendo sua preparação pessoal e eu e o restante do top estávamos encostados na parede próximo à porta. Os barulhos das travas das chuteiras no piso foram ouvidos denunciando que eles se levantavam e eu suspirei, descruzando os braços, sentindo uma leve cãibra pelo momento.
- Andiamo, ragazzi! – A voz de Allegri ficou em evidência e o olhar da Angelli passou por cada um do top, indicando que estava na hora de tomarmos nosso lugar. – Estamos prontos!
- In bocca al lupo! – A voz de Pavel saiu mais alta também e eu só procurei Gigi com o olhar, vendo seus olhos azuis me encararem e dei um curto sorriso, vendo-o se movimentar em minha direção.
- Está tudo bem. – Falei baixo, passando as mãos nas laterais do moletom que ele usava. – Eu estarei contigo a todo tempo.
- Eu sei. – Ele disse fracamente e passei pelos braços pela sua cintura, apertando-o fortemente em um abraço e ele apoiou o queixo em meu ombro por alguns segundos.
Nos afastamos após alguns segundos e ele segurou meu queixo e colou nossos lábios por alguns segundos, me fazendo prender a respiração durante o tempo. O time sabia de nós, mas não era para ser assim, só que eu não podia negar um beijo antes do jogo mais importante da vida dele.
- Eu precisava disso... – Ele disse ao se afastar e eu assenti com a cabeça.
- Está tudo bem. – Dei um curto sorriso e ele me soltou devagar, deslizando a mão pela minha cintura antes de seguir pela porta do vestiário.
Uma mão tocou meu ombro e vi Pavel com o rosto sério para mim, ele indicou a cabeça para fora e suspirei, assentindo com a cabeça antes de sair com ele. Vi a fila com os titulares se formar e passei um por um, abraçando-os fortemente, incapaz de falar alguma coisa. Barza, Leo, Chiello, Pjanic, Dani, Sami, Alex, Pipita, Paulino e Mario, terminando em Gigi. Ele me apertou mais uma vez e foi minha vez de soltá-lo devagar, deixando um curto beijo em sua bochecha.
Ele retribuiu e sorri, me obrigando a virar de costas. Segui em silêncio pelas escadas rolantes que levava ao camarote e, enquanto subia, só conseguia fazer diversos sinais da cruz, apesar de que eu não conseguia pensar em nada, só queria que tudo desse certo. Minha cabeça estava em parafuso e eu não sabia o que pensar, mas estava na hora de encarar.
Durante nosso caminho não teve ninguém para nos interromper e eu agradeci muito por isso, não estava no clima para ser bajulada hoje e meu nervosismo era capaz de me fazer explodir com o primeiro que aparecesse. Nosso camarote estava lotado, além do pessoal tradicional, vários familiares estavam lá e, por um momento, eu só pensava onde eu iria me sentar, apesar que as pernas não paravam de sacudir, então não sabia se conseguiria me manter sentado pelos próximos 90 minutos.
Vi uma mão levantada e encontrei Trezeguet ali e ele me chamou quando percebeu que eu finalmente o enxerguei. Passei por algumas pessoas, descendo alguns degraus neles e algo me puxando me parou, me obrigando a virar para trás.
- Ciao! – Alena falou sorrindo.
- Alena! – Abracei-a fortemente e ela me apertou com força. – Ah, alguém conhecido, graças a Deus.
- Eles queriam te ver. – Vi Louis e David ali do lado e sorri.
- Ah, meus lindos! – Abracei Lou apertado, já não precisando me abaixar tanto para fazer isso e depois segui para Dado.
- A gente veio te desejar boa sorte, tia null. – Lou disse e sorri, acariciando seu rosto.
- Eu agradeço muito, meus amores. – Sorri e os dois me abraçaram apertados novamente.
- Como estão os ânimos? – Alena perguntou e me levantei, mantendo seus meninos próximo de mim.
- Se uma agulha cair, era possível ouvir. – Falei, suspirando. – Eu estou uma pilha de nervos.
- Vai dar certo, null. – Ela apoiou a mão em meu ombro. – Ele quer muito isso...
- Eu sei. – Suspirei. – Mas tenho medo... – Dei de ombros.
- Vai dar certo, null. – Ela disse, segurando meu rosto firme com as mãos e confirmei com a cabeça. – Ele morreria por isso...
- Esse é o problema. – Suspirei, ouvindo a música alta estourar em meu ouvido. – Não precisa chegar a esse ponto... – Ela assentiu com a cabeça.
- Nos falamos depois? – Ela perguntou.
- Sim, depende do que rolar aqui. – Falei.
- Eu estou para lá se precisar de algo. A família dele está um pouco abaixo com a... – Ela revirou os olhos.
- Ah, ela está aqui? – Perguntei.
- Está, junto dos Elkan... – Revirei os olhos.
- Já falei que eles me amam? – Falei e ela riu fracamente.
- Você deveria dar um oi para eles. – Neguei com a cabeça.
- Apesar da pressão, hoje está sendo um ótimo dia. – Sorri e ela me abraçou novamente.
- Se cuida, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Vocês também, meus lindos! – Dei mais um beijo na cabeça de cada um e eles sorriram.
- Ciao, null! – Eles disseram e passei as mãos nos cabelos de Lou antes de verem eles seguirem para cima do camarote.
Dei meia volta, olhando para o campo e vendo o show de abertura com o Black Eyed Peas acontecendo. Desci algumas escadas novamente, entrando na fileira de Trezeguet e vi Pavel ao seu lado enquanto o restante do top estava na fileira de baixo.
- Como está? – David deu um beijo em minha bochecha e suspirei, assentindo com a cabeça.
- Por enquanto, estou bem. – Falei e ele apertou minha mão no braço da poltrona.
- Está gelada. – Ri fracamente.
- É só nervosismo. – Falei baixo.
- Vai ficar tudo bem. – Ele passou o braço em meus ombros e me puxou para si, me fazendo suspirar, e colou a boca em minha cabeça. – E se não ficar, estou aqui contigo. – Sorri.
- Eu sei. – Falei, suspirando.
A apresentação do Black Eyed Peas não demorou para finalizar, mas eu realmente não prestei atenção, só conseguia rezar silenciosamente enquanto apertava a mão de Treze. Foi quando anunciaram os times que eu voltei a focar os olhos para o campo, apertando a mão em meu peito e a outra em Treze.
Os times se colocaram lá embaixo para o canto do hino e Gigi parecia hiperativo como em todo jogo, mas sua feição séria denunciava seu nervosismo. Uma época em que pouco consegui ouvir entrou e a tão desejada taça entrou em campo. Isso era ridículo, ela nem é tão bonita assim. Real Madrid cumprimentou a Juve e aproveitei o momento para fazer mais alguns sinais da cruz. Khedira e Higuain já haviam jogado no Real Madrid, então cumprimentaram o outro time com mais ânimo e, apesar de Morata ter jogado em nosso time, ele estava no banco. Além disso, Mario cumprimentou Luka Mocric mais animadamente por ser um amigo de sua Nazionale.
Gigi encontrou com Sergio Ramos no campo e escolheram entre campo e bola. Eu tinha uma raiva desse tal de Ramos que não era de hoje, Manu me dizia que isso é ranço, mas só sei que os queijos ficam rançosos ao ficar velho, mas acho que a definição era perfeita. Eles escolheram o lado esquerdo do campo e nós começaríamos com a bola.
Observei cada jogador se preparar e Gigi correu até seu campo, cumprimentando a torcida que estava bem mais misturada do que na final em Berlim. Não tinha os mosaicos bonitos como da outra vez, ao menos assim podia trazer outro resultado, certo? Fiz mais um sinal da cruz e, dessa vez, eu pedi pelo o que fosse melhor para Gigi. Se é do desejo dele ganhar isso, que a gente ganhe. Minha pequena reza talvez até egoísta demais foi interrompida pelo apito e soltei a respiração devagar, olhando para o campo.
A dominância de bola começou conosco, até que Modric foi derrubado por Khedira ou Alex e o juiz deu a primeira falta de jogo. Além da primeira falta, o primeiro ataque também foi nosso com uma cabeçada de Higuain aos três minutos, mas Navas, goleiro deles, pegou. Segundos depois, novamente, mas Navas mais uma vez pegou. Durante minhas pesquisas, eu só olhava que Real Madrid tinha Cristiano Ronaldo, Casemiro, Marcelo, Ramos, Morata e outros, mas eu me esqueci que eles tinham Navas no gol. O costa-riquenho era tão incrível quanto Gigi, mas tinha um pouco menos de mídia em suas costas.
Aos seis minutos, nós chegamos novamente, após um cruzamento longo demais de Dani, Mario conseguiu correr para recuperar a bola e mandou para Higuain, ele não conseguiu mandar e passou para Pjanic que chutou, mas Navas defendeu. Mario a pegou novamente e fez o cruzamento mais uma vez, Dani tentou, mas Navas pegou novamente.
Aos nove minutos, eles tentaram se aproximar, mas a bola chegou em Chiello e ele já tirou, não causando nenhum real perigo para nós. A primeira reação dele dois minutos depois veio de Cristiano Ronaldo, mas não posso dizer que foi uma grande tentativa, pois Chiello novamente tirou e acabou mandando-a para o fundo do gol.
Havia passado pouco mais de 10 minutos de jogo e eu sentia meu corpo relaxar um pouco, nós estávamos dominando o começo e, sempre que eles pegavam a bola, nós conseguíamos desarmá-los rapidamente.
Aos 12 minutos, o primeiro amarelo do jogo. Dybala impediu Kroos e ambos foram para o chão. De longe não deu para ver muito, mas estava cedo para começar os lances. Aos 16, Alex Sandro tentou uma aproximação, mas foi tirada antes de chegar ao gol. Aos 17, Marcelo tentou para eles, mas Chiello tirou.
Aos 18, eles fizeram uma falta, Casemiro colocou o pé na frente de Pjanic, fazendo-o cair, mas o brasiliano não ganhou cartão. Segundos depois, Ronaldo tentou uma aproximação, mas Dani Alves o derrubou na entrada da grande área, mas o árbitro não deu. Aos 19, Pjanic fez o cruzamento para Mario que estava dentro da grande área, ele e Carvajal acabaram se derrubando e Ramos chegou igual um bicho em cima dele, mas conhecendo Mario, não deixou barato e ambos tiveram um pequeno bate boca.
Após esse lance, eles tiveram um contra-ataque, Kroos passou para alguém que passou para Ronaldo e esse passou para Carvajal. Nossa defesa se montou e ele mandou para Ronaldo que mandou para o gol, não dando tempo de Leo chegar na bola e nem de Gigi. 1x0 para eles. E estávamos dominando o jogo. Apertei minhas mãos, finalmente deixando a mão de Treze e respirei fundo. Ainda temos 70 minutos.
Após recuo de bolo, aos 27, eles começaram outro lance com Pjanic que passou par Khedira, que passou para Leo. Bonny fez um longo cruzamento, chegando em Alex do lado esquerdo que passou para Higuain. Pipita, sem espaço para fazer o giro, mandou para Mario que ajeitou no peito e ergueu o corpo dando uma bicicleta! E A BOLA ENTROU.
- GOL! – O estádio gritou alto e eu só consegui sentir certo um alívio passar em meu corpo.
As pessoas à minha volta se levantaram em comemoração e eu só conseguia sorrir e agradecer. Tinha sido lindo e tinha que ser o Mario! Pela posição de todo mundo, ninguém esperava que realmente fosse entrar, mas entrou. Ver Gigi correndo animado em direção à torcida deixou um quentinho em meu coração.
Forza, mio capitano.
Aos 30 minutos, Ramos deu uma entrada dura em Paulo, depois Carvajal em Mario e eu estava começando a entender porque algumas pessoas não gostavam de times espanhóis, mas acho que não era o time. Aos 31 minutos, Ronaldo tentou dar uma bicicleta também, mas Alex Sandro estava na frente e não deixou a bola chegar em Gigi.
Aos 31 minutos, finalmente um cartão em Ramos, já estava demorando. Ele colocou o braço e impediu um contra-ataque de Dani. Aos 33, após uma aproximação deles, Ronaldo até conseguiu cabecear, mas Alex tirou novamente. Ele estava demais hoje, em comparação a Barza que havia aparecido pouco.
Aos 35, Carvajal e Pjanic tiveram uma dividida de bola e Mira acabou levando uma cotovelada na cara, mas a cobrança de falta não teve nenhum perigo real, a começar pela distância, depois pelos madridistas a tirarem. Em um escanteio aos 37, Chiello deu uma bela cabeçada na bola, mas acabou mandando por cima do gol.
Aos 38, Carvajal deu uma entrada um tanto forte demais em Mario e ele precisou fazer um rápido atendimento. Depois disso, aos 42, Carvajal deu mais uma entrada em Mario, mas agora o madridista finalmente levou um amarelo. Demorou, se quer saber. Aos 44, Casemiro tentou um chute de fora da grande área, mas passou do lado direito do gol de Gigi. Após dois minutos de acréscimos, o juiz apitou o intervalo.
- Não foi mal. – Pavel falou e assenti com a cabeça.
- Sim. – Suspirei. – Estamos indo bem. – Falei baixo, vendo os jogadores saindo de campo e mordi meu lábio inferior.
- Vocês aceitam beber alguma coisa? – David perguntou.
- Eu estou bem, obrigada. – Falei e ele assentiu com a cabeça
Ele foi, não demorando para voltar, mas acabou trazendo uma garrafa d’água para mim também o que eu acabei agradecendo com um curto sorriso. Os 15 minutos de intervalo acabou rápido demais. Na verdade, nós voltamos para o campo antes do esperado. Quando o Real Madrid voltou, não demorou muito para o juiz apitar o segundo tempo.
Nos primeiros minutos, Ronaldo tentou uma aproximação, mas Barza apareceu fazendo a retirada, deixando a bola para Gigi. Aos 48, ele apareceu novamente para tirar a bola de Isco, mas acabou em um escanteio. Varane conseguiu cabecear, mas Leo conseguiu fazer a retirada. Leo sentiu a cabeça por um momento e os médicos entraram para fazer um rápido atendimento.
Aos 52, Dani acabou sofrendo um pisão no pé de Marcelo e ficou reclamando de dor no chão, não foi necessário atendimento, mas deu para notar que as coisas não estavam cem por cento boas. Logo após esse lance, foi a vez de Sami sofrer uma falta de Kroos que levou um amarelo. Aos 53, foi a vez de Alex dar uma em Modric, literalmente subindo nas costas do croata. As coisas estavam começando a ficar pesadas e eu não estava gostando nada disso. Não ia começar com violência à toa, né?!
Aos 54, Modric tentou um lance de fora do gol, mas Gigi pegou certeiramente. Isco se aproximou aos 55 minutos e, como Barza o fechou, ele tentou cruzar, mas encontrou Chiello, recuando a bola, Marcelo a encontrou e mandou para fora. Aos 58 minutos, Marcelo fez um cruzamento de fora da grande área para Ronaldo, mas ele não conseguiu chegar lá, Alex chegou antes.
Aos 61, ao tentar um contra-ataque, Casemiro derrubou Dani, mas o juiz não parou o lance, apesar dos gritos da torcida. Isco se aproximou, mas recuou para Kroos, ele tentou, mas Chiello tirou. Quando a bola recuou para fora da para área, Casemiro, que havia derrubado Dani, chutou para dentro do gol.
Eu não sabia se eu ficava brava, inconformada ou se olhava para Gigi sentado no gramado. Se a falta lá atrás tivesse sido marcada, esse gol nunca teria saído. Era injusto e causou muitas vaias à minha volta. Eu mesma não conseguia reagir. Era injusto. Os gritos ficaram ensurdecedores, mas eu não conseguia ter nenhuma reação.
O jogo se seguiu mesmo com os gritos da torcida e aquilo já estava começando a embrulhar meu estômago, queria ter uma filmagem de perto de Gigi para tentar ler o que se passava sem sua cabeça, mas graças a Deus os telões do estádio não mostravam isso.
Aos 64, o jogo seguiu, Modric passou para Ramos que passou para Carvajal e, quando eu vi, a bola já estava dentro de nossa área novamente. Apertei meus braços na poltrona quando Modric roubou a bola, fez o cruzamento para Ronaldo e a bola estava dentro do gol e Gigi no chão.
De repente, todos os motivos de eu não gostar da Champions vieram à tona. É exatamente por isso que eu não gosto da Champions, porque tudo está indo muito bem até que não está mais e eu só conseguia pensar em como Gigi estava se sentindo com isso. Isso cortava meu coração de uma forma indescritível, ele não merece isso.
Aos 66, Pjanic derrubou Kroos e ganhou um amarelo por isso. No mesmo minuto, Allegri fez sua primeira substituição e tirou Barza, colocando Cuadrado para auxiliar o meio de campo. Espero que Panita consiga ajudar a reverter esse resultado. Por favor, Senhor, nos ajude. Aos 70, Allegri tirou Pjanic e colocou Marchisio. Logo após a entrada de Marchisio, Alex levou um amarelo por uma falta, algo que já havia sido atrasado um pouco.
Aos 72, Cuadrado fez uma falta leve em Ronaldo, que ficou reclamando como uma criança de dois anos após tropeçar, e levou um amarelo. Meu nível de raiva já estava altíssimo e eu estava quase pulando daqui de cima para bater em cada um desses jogadores vestidos de roxo e até os árbitros de azul. Aos 78, Allegri fez nossa última substituição, tirou Paulo e colocou Lemina. Talvez seja a hora de começar a nos defender.
Aos 80, Ronaldo tentou se aproximar para mais um lance, mas Leo tirou antes de chegar em Bale que tinha entrado no lugar de Benzema. Aos 82, em uma cobrança de falta nossa, Dani cobrou e Alex deu uma cabeçada que me deu esperança por dois segundos, mas foi para fora.
Aos 82, se eu já estava com raiva, eu fiquei mais ainda. Em uma dividida de bola, Cuadrado e Ramos foram para o chão. Fora do campo e longe da visão do juiz, Ramos começou a fazer o maior show que eu já vi na minha vida. Foi um show digno de um Oscar. O juiz levantou um amarelo que, somado ao outro, deu um vermelho para Cuadrado.
- Isso não está acontecendo... – Levei a mão até o rosto, respirando fundo. – ISSO É SIMULAÇÃO! – Gritei, me levantando.
- Ei, calma! – Trezeguet me puxou, me fazendo sentar novamente e puxei minha mão de seu braço.
- Eu vou matar alguém. – Falei pressionando os lábios e ele me abraçou de lado.
- Se acalma, respira.
Engoli em seco, vendo Cuadrado até tentar se explicar, mas totalmente calmo, como ele era, e Marcelo foi em cima dele e só restou para Leo tirá-lo do jogo, pois ainda tinha alguns minutos para o fim do jogo.
Aos 89, faltando segundos para os acréscimos, Kroos saiu do campo – como se tivesse desfilando – para dar lugar a Morata. Era difícil ver Alvaro do outro lado do campo, mas só esperava que ele fosse valorizado lá, porque nunca foi antes de ir para Turim.
Aos 90, Dani e Modric acabaram dando um encontrão, culpa de Dani, e deu uma falta para eles. Eu já checava o relógio diversas vezes, esperando o fim, mas depois disso, não tinha mais dúvidas. A bola rebateu na defesa e espanou. Marcelo a pegou, driblando Lemina e fez o cruzamento. Só tinha Asensio, Gigi e Leo ali, e foi o madridista que recebeu a bola. 4x0. Gigi não teve nem chance.
O jogo aconteceu por mais alguns minutos, não sei dizer quantos, mas a torcida madridista começou a cantar mais alto, enquanto a nossa murchou fortemente. Já nos acréscimos, Morata ainda tentou um lance, mas Gigi poderia estar acabado, mas ainda não morto, então defendeu a bola.
Quando o juiz finalmente apitou, eu me sentia um lixo e nem estava em campo. Mais uma vez não tinha dado certo e mais uma vez eu via o sorriso triste de Gigi. Ele merece tanto, por que ele não pode ganhar isso? Por que é tão difícil para ele ganhar isso? Já ganhou tanta coisa, um Mondiale, mas esse cazzo ele simplesmente não ganhava.
Os madridistas comemoravam lá embaixo e eu só acompanhava o ponto amarelo, me fazendo suspirar. Gigi conversava com Medhi e eles, junto de Leo, Chiello, Pipita, Asa e Dybala foram para perto da nossa torcida agradecer o apoio. O apoio era eterno, eu sei, mas eles mereciam isso. Gigi merecia isso depois de tudo o que ele deu para esse time. Era horrível eu ao menos precisar pedir isso, era horrível eu acreditar que realmente tinha uma maldição a nossa volta.
Observei Gigi apoiado em Neto e aquilo fazia meu coração doer tanto que eu estava entre chorar, segurar o choro ou vomitar, pois meu estômago estava revisando de uma forma horrível. Meu olhar passou por Barza, Paulo, Mario e todos estavam completamente perdidos, eu só queria abraçar um por um e...
O que eu estou fazendo aqui? Eu preciso descer.
- Eu vou... – Me levantei, sentindo minhas pernas amolecidas. – Eu vou descer.
- Vamos lá! – Agnelli disse e virei de costas, subindo a passos rápidos pelo camarote, sem me importar em esperar o resto do top.

Lui
Três de junho de 2017
- Não sei, talvez se a gente tivesse...
- Não pensa nisso. – Barza disse. – Não vale à pena.
- Mas, por um momento, eu realmente achei que fôssemos conseguir. – Suspirei.
- Eu também... – Ele disse e apertei a mão em minha boca. – Mas o time se desestabilizou totalmente depois daquele rolo no intervalo.
- Eu não consigo acreditar que isso aconteceu de novo. – Puxei a respiração fortemente.
- Você vai ficar bem? – Ele apertou meu ombro e assenti com a cabeça.
- Sim, eu... – Engoli em seco e assenti com a cabeça.
Minha vontade era de chorar. Eu não sentia raiva, eu não estava inconformado, eu só me sentia triste. Eu tinha mais um ano do meu contrato e esperava cumprí-lo até o final, mas talvez eu tenha feito minha última final de Champions. Já era irreal pensar que estávamos aqui pela segunda vez em três anos, agora três em quatro anos era muito difícil.
A feição de todo mundo dizia a mesma coisa e o silêncio entre nós também. Cada um estava em um canto do nosso campo esperando a montagem do palco para eu poder finalmente sentar e respirar fundo. Eu realmente só queria sair daqui. Queria que os câmeras parassem de me seguir e queria que meus companheiros de time parassem de vir me abraçar com aquele olhar de: eu tenho 39 anos e talvez tenha perdido a chance de ganhar o prêmio que falta na minha prateleira.
- Gigi. – Virei para Barza.
- O quê? – Perguntei e ele virou meu rosto para outro lado e vi null ali no campo abraçando Chiello fortemente.
Ela apertou seu rosto, dando um beijo em cada bochecha dele antes de seguir em nossa direção. Ela pressionou os lábios, negando com a cabeça e deixei as mãos caírem ao lado do corpo quando ela se aproximou de mim. Seus braços me apertaram pelos ombros e levei os meus para sua cintura, sentindo meu corpo relaxar.
Sua mão foi para minha nuca, acariciando meu cabelo em um carinho leve e apoiei minha cabeça em seu ombro, apertando minhas mãos em seu corpo, puxando o tecido do vestido que ela usava.
- Respira fundo... – Ela falou baixo. – Eu estou aqui... – Suspirei, erguendo meu rosto e olhando em seus olhos. – Por um momento eu achei que vocês fossem conseguir. – Ela disse e eu assenti com a cabeça, suspirando.
- Eu também. – Engoli em seco. – Mas estávamos exaustos, null. – Falei e ela passou a mão em meu rosto, limpando alguma coisa. – Mario e Mira mal conseguiam andar, eles foram tratados no intervalo. – Ela pressionou os lábios. – Outros também voltando de lesão não podia desgastar. – Engoli em seco. – Aquela expulsão injusta do Cuadrado, dois toques de mão que não deram para nós, inúmeros lances duvidosos...
- Xi, xi, eu sei... – Ela disse baixo, assentindo com a cabeça. – Esquece, já passou. Vamos embora, ok?! – Puxei a respiração fortemente, sentindo meus olhos arderem.
- Eles brigaram... – Minha voz saiu falha e ela franziu a testa.
- Como assim? Quem? – Ela perguntou com a voz fraca, abaixando as mãos de meus ombros.
- Leo... – Falei baixo e ela virou o rosto para meu lado.
- Eu, ele e Paulo. – Barza disse.
- O que aconteceu? – Ela perguntou fracamente e me afastou devagar para abraçar Barza.
- Ele estava muito bravo. – Barza disse. – Sobrou até para mim.
- Ele não... – null negou com a cabeça.
- Teremos tempo para falar disso. Longe da imprensa e em um ambiente mais seguro. – Ela ergueu a mão para meu rosto e assenti com a cabeça. – Aguenta firme, ok?!
Não consegui responder, mas assenti com a cabeça. Ela passou a mão em meu ombro, pressionando os lábios e a vi se afastar para cumprimentar o restante do pessoal. Soltei minha respiração com força para o alto e levei a mão para a boca novamente.
- Vai jogar Leo no fogo? – Barza perguntou e eu suspirei.
- Ele avançou para cima de vocês, Barza. Eu sei que não foi fácil, mas todo mundo estava dando o máximo, não teve como. – Bufei, soltando a respiração devagar. – Ele está com problemas há algum tempo já e hoje foi o ápice. Tudo o que a gente não precisava, ele fez.
- Espero que tudo se ajeite. – Ele disse e confirmei com a cabeça.
- Eu também. – Suspirei.
- Gigi... – Vi Angela me chamar. – Vai começar a premiação.
Suspirei, passando a mão nos olhos e segui para mais próximo do palco, vendo Leo ir na minha frente e entrei no túnel que os jogadores do Real fizeram para gente. Cumprimentei Zidane primeiro, atual técnico deles, e toquei as mãos com os outros rapidamente até chegar em Morata que ocupava o primeiro lugar e ele me abraçou fortemente.
Cumprimentei as quatro autoridades em cima do palco, inclusive Allegri, recebi minha terceira medalha de segundo lugar e dei uma olhada para a taça ali do lado, me fazendo suspirar. Desci com Barza do outro lado e voltamos para onde estávamos antes por trás do palco.
- Você viu ele? – Ele disse, tirando sua medalha.
- Vi! – Falei, rindo fracamente.
- Leo perdeu a noção. – Ele disse e ri fracamente.
- Ele tem reclamado algum tempo com problemas com a Martina, vai ver é isso... Sei lá. – Dei de ombros.
- Ele sabe que pode falar conosco. – Ele disse e suspirei.
- Vamos falar com a torcida... – Falei, dando uma rápida olhada em volta. – Ragazzi... – Chamei baixo.
Alguns se aproximaram conosco e demos uma volta para cumprimentar a torcida, aplaudindo-os pelo apoio de sempre como já era tradição. Nossos torcedores gritaram conosco, mas a torcida do Real Madrid gritava mais alto pela entrega de medalhas e de prêmio para eles. Dei meia volta para finalmente entrar, mas Angela me encontrou.
- Eu odeio fazer isso, mas... – Ela suspirou.
- Eu vou. – Falei baixo e ela apoiou a mão em minhas costas e me guiou até o microfone da Sky Sports e olhei para o repórter.
- Estamos aqui com Gigi Buffon. Gigi você confirma que essa é a maior desilusão da sua carreira? – Suspirei, sentindo minha cabeça travar por alguns segundos.
- É uma grande desilusão, porque... – Cocei a cabeça. – Pensávamos que havíamos feito tudo o que foi necessário para poder chegar essa final, poder vencê-la. Penso também que fizemos um grandíssimo primeiro tempo, onde tomamos um gol do Real, depois te deixa um pouco de boca aberta esses episódios onde as coisas não vão como esperamos. – Suspirei. – Isso não me agrada, mas para vencer essa copa, provavelmente, em algum momento, precisávamos ter sido mais fortes.
- Como explica esse segundo tempo? A Juve tinha toda possibilidade de virar, mas não conseguiu...
- Segundo eu, fizemos um incrível primeiro tempo, grande aproximação, mas deixamos eles terem vantagem sobre nós, conseguimos também recuperar, mas sem conseguir concretizar a vantagem, esse foi o único problema. Depois, com a classe deles, a força deles, a atitude a vencer essa partida, foi mérito deles. – Abaixei a mão. – Mas é normal que não possa existir qualquer mágoa, qualquer arrependimento, porque no episódio deu tudo errado. – Ele disse.
- Grazie, Gigi, Buffon, vamos liberá-lo para o vestiário.
Pressionei os lábios e senti a mão de Angela me empurrar um pouco para frente. Segui um pouco mais rápido para o túnel e acenei para alguns torcedores que estavam na entrada antes de entrar no mesmo. Segui para nosso lado e ouvi algumas vozes mais altas quando me aproximei da porta até entrar.
- E ISSO VAI SER JOGADO NAS MINHAS COSTAS? MESMO? – Ouvi a voz de Leo e Chiello o segurava pelos ombros.
- Você precisa se acalmar, Leo. – Barza disse.
- EU ME ACALMAR? ESSE JOGO FOI UMA PIADA E VOCÊS FICAM AGINDO COMO SE ESTAVA TUDO NORMAL. – Sua voz era alta.
- Cara, você tem noção do que está falando? – Mario disse. – Fala sério. Não é porque você estava bem que todo mundo estava.
- A GENTE VEIO AQUI PARA JOGAR, NÃO PARA...
- CALA A BOCA, LEONARDO! – A voz de null sobressaiu a dele e me surpreendi a vê-la aparecer em meu campo de visão. – Cala a sua boca. – Ela disse firme.
- Mas, null, eu...
- FICA QUIETO! – Ela falou mais alto. – Acabou! Você não vê? – Ela bufou. – Não adianta nada ficar jogando na cara um do outro o que deu ou não deu certo. ACABOU! – Ela gritou. – Desse jeito você só vai perder seus amigos e o respeito que temos com você. – Ela passou as mãos em seus cabelos, juntando com força e prendendo-os em um lacinho. – Acabou... – Ela disse baixo, suspirando.
- Ela está certa! – Allegri disse. – Isso não vai fazer o tempo voltar. Nós não estávamos preparados para esse tipo de jogo e, mesmo assim, vocês deram tudo de si e eu só posso ser grato a isso. – Ele suspirou, abanando a mão. – Arrumem suas coisas, aposto que todo mundo só quer ir para o hotel descansar.
- Voltamos para Turim amanhã ao meio-dia. – Angela disse. – Conversamos com o mister e é melhor não recebermos visitas no hotel hoje, ele está lotado de torcedores. – Assenti com a cabeça e finalmente passei da porta do vestiário.
Segui até meu espaço e joguei as luvas ali dentro. Tirei as chuteiras ao pressionar a ponta dos dedos na parte de trás e puxei minha blusa com força junto da segunda pele, sentindo a respiração até entrar mais certo em minhas narinas. Soltei um suspiro, pegando minha nécessaire e segui em direção ao banheiro. Segui para a área dos reservados e tranquei-a, me sentando no vaso sanitário.
Senti a adrenalina baixar aos poucos, fazendo minha respiração ficar acelerada novamente e finalmente senti as lágrimas deslizarem pela minha bochecha. Apertei meus olhos, entreabri os lábios e deixei que todo esse sentimento ruim que se passava em minha cabeça fosse embora. Por quanto tempo mais eu poderia insistir até que desse certo? Por mais quanto tempo eu aguentaria lutar e terminar nesse tipo de resultado? Eu não aguento mais. As coisas poderiam ser mais fáceis, podiam ser positivas uma vez para variar. Já não bastava minha vida pessoal, agora isso também? Não era certo...
- Gigi? – Ouvi dois toques na porta e suspirei, passando as mãos em meus olhos. – Gigi, está aí? – Reconheci a voz da null e suspirei. – Gigi, sou eu... – Ela falou baixo e levei a mão para a trava da porta e a abri, vendo a porta se abrir rapidamente e ela entrar no banheiro enquanto eu endireitava as costas para trás. – Ah, Gigi... – Ela tinha um bico em seus lábios e travou a porta novamente antes de segurar meu rosto com as mãos.
- Eu estou bem...
- Não, você não está bem. – Ela se sentou em minha perna direita, segurando meu rosto com as mãos e segurei-a pela cintura. – Você não precisa se fingir de forte sempre, amore... – Ela deu um beijo em minha bochecha. – Pelo menos não para mim...
- Eu vou ficar bem, eu só preciso de um tempo...
- Eu sei... – Ela disse baixo, acariciando meu rosto. – E eu vou ficar aqui pelo tempo que você precisar. – Assenti com a cabeça e senti seus polegares embaixo de meus olhos, secando as lágrimas. – Posso? – Ergui o olhar para ela.
- Claro que pode. – Apertei-a em meus braços e ela fez o mesmo em meus ombros e apoiei a cabeça em seu peito, sentindo-a beijar minha cabeça e fazer carinho atrás de minha nuca e ombro devagar.
Eu não sei quanto tempo ficamos naquela posição, talvez bastante pela forma que minha perna e meus braços ficavam com cãibras com o passar dos minutos, mas pareceu que, com ela ali, a dor foi sumindo um pouco mais rápido e ela só precisou me abraçar. Mas isso é só uma das diversas coisas que ela faz muito bem.

Lei
Quatro de junho de 2017
- null... – Virei para Angela que correu para me alcançar.
- Diga. – Falei, desviando o olhar para ver onde Gigi ia.
- Está tendo demonstrações do Napoli, Fiorentina, Milan, Inter e Roma sobre a perda da Champions, zoando por termos perdidos, pensei que poderíamos dar alguma declaração. – Ela falou e eu ri fracamente, negando com a cabeça.
- É fácil, Angela, fala assim: a gente chegou na final, e onde eles estavam? – Ela riu fracamente. – Napoli foi escorraçado pelo Real nas oitavas e os outros nem estavam... – Dei de ombros, vendo Gigi entrar no elevador com algumas pessoas. – Tenho que ir...
- Posso liberar isso? – Ela perguntou e dei de ombros.
- Se eles querem fogo, eles que tenham! – Disse sorrindo e me espremi junto de Paulo para entrar no elevador antes que ele fechasse.
Gigi, Barza, Chiello, Paulo e Mario estavam quietos ali dentro e ficaram enquanto o elevador subia devagar. Paulo sorriu para mim e abracei-o de lado, suspirando, apoiando minha cabeça na dele e deixando um beijo.
- Fala com a Manu. – Falei baixo e ele assentiu com a cabeça.
- Que horas são no Brasil? – Chequei o relógio, vendo que era quase uma da madrugada.
- Por volta das nove. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Vou ligar para ela. – Confirmei e o elevador se abriu novamente. Eu fui a primeira a sair e Paulo saiu junto para abrir espaço para Gigi, Chiello e Barza saírem.
- Buona notte, ragazzi. – Falei para Paulo e Mario que assentiram com a cabeça.
- Buona notte, chefa. – Eles disseram e sorri, vendo o elevador se fechando.
- Para vocês também, gente! – Falei para Chiello e Barza, dando um rápido beijo em cada um deles.
- Vai ficar bem? – Barza perguntou baixo e eu assenti com a cabeça.
- Não se preocupe. – Respondi baixo e eles assentiram com a cabeça.
- Buona notte, Gigi. – Chiello disse.
- Buona notte! – Ele respondeu, dando um curto sorriso e entrou no quarto.
Segui em sua direção, vendo a porta aberta e entrei, vendo-o deixar sua mochila na mesa. Fechei a porta, travando-a com o pino e virei para Gigi novamente. Ele abria a camisa azul escura que usava e deixei minha bolsa na mesa.
Era difícil para eu dizer qualquer coisa. Ficamos uns 40 minutos abraçados no reservado do banheiro enquanto ele chorava. Eu nunca consegui aguentar esse homem chorando, e não era agora que eu conseguiria. Era muito difícil aguentar isso, ele era um homem incrível, um jogador perfeito e parece que até com esse tipo de pessoa, as coisas tendiam a não acontecer. Eu gostaria de poder dar uma Champions para ele, tirar essa dor no coração, mas eu não podia fazer mais nada.
Ele deixou a camisa em cima da poltrona e tirou os tênis antes de abaixar a calça preta. Eu estava um pouco travada do que fazer, só acompanhava seus movimentos. Deixei meus sapatos no canto da cama, sentindo meu calcanhar relaxar e tirei meu relógio, pulseiras e joias que eu usava, deixando-o ao lado da bolsa.
Gigi seguiu até a cama, tirando as cobertas dela e se deitou em seu canto. Um déjà vu passou pela minha cabeça e lembranças da sua eliminação na Champions de 2006 vieram à tona quando encontrei-o chorando no banheiro somente de cueca branca. Ele colocou a mão embaixo do travesseiro, virou o rosto para o lado contrário e ficou.
Suspirei, puxando o vestido que eu usava para cima, sentindo-o já apertar meu corpo e me deitei ao seu lado. Puxei a coberta para cima de nós, ajeitando-a do lado contrário dele e passei minha mão pela sua barriga. Ele segurou minha mão, entrelaçando os dedos e apoiou em seu peito. Dei um pequeno sorriso, passando uma perna por cima da sua e entrelacei nossas pernas.
Deixei alguns beijos em suas costas, trilhando um curto caminho entre seus ombros e sua nuca, vendo-o se mexer de arrepio e inclinei meu corpo mais perto do dele, acariciando seus cabelos com a outra mão.
- Na final de 2003... – Ele começou.
- Sim... – Falei baixo, perdendo meus dedos em seus cabelos mais curtos.
- Depois que eu perdi o último pênalti... Eu sentei e chorei... – Ele puxou a respiração forte. – Del Piero se aproximou e disse para eu não chorar e me recompor... – Ele levou minha mão até sua boca, dando um beijo nela. – Mas quando eu voltei para o vestiário, ele estava chorando como um bebê... – Pressionei os lábios. – Aquele foi o primeiro dia que eu vi alguém apaixonado de verdade por um time de futebol. – Apoiei minha testa em suas costas. – Aquilo mudou minha vida para sempre... – Ele suspirou. – Não é só sobre mim, null. É pelos torcedores... – Ele suspirou. – Já faz mais de 20 anos da última Champions, não é possível que não tenha alguma maldição aí. – Sorri. – Talvez até em cima de mim.
- Não fale besteiras, Gigi. – Falei baixo. – É difícil entender, mas nem tudo acontece como gostaríamos. – Suspirei. – E só Deus sabe o quanto eu queria isso para você...
- Mesmo? – Ele perguntou com o tom de surpresa.
- Mesmo, amore. – Suspirei. – Meu medo da Champions é esse, não conseguirmos, mas se a gente ganhar, vai ser um dos dias mais felizes da minha vida... Por você. – Pressionei os lábios, apertando meu braço e pernas em seu corpo.
- Você vai me segurar assim? – Ouvi sua voz e ri fracamente.
- Sim! – Falei fracamente. – Queria te embrulhar igual um burrito, mas não tem como. – Vi seu rosto tensionar com o sorriso e retribuí, dando um beijo em sua bochecha. – Está desconfortável?
- Você sabe que eu saio daqui fácil, não sabe? – Sorri, ouvindo-o rir fracamente.
- Eu sei, mas vai ser engraçado. – Disse.
Ele tentou se mexer, me fazendo apertá-lo com mais força e minha mão acabou soltando de seu braço ao deslizar, me fazendo tombar para trás e eu só consegui gargalhar. Sua risada encontrou com a minha e ele virou para mim, sorrindo.
- Viu? Eu disse que seria engraçado. – Falei baixo e ele se colocou em cima de mim, entrelaçando nossas pernas e apoiou os braços ao lado de meu rosto.
- Você é incrível, já disse isso? – Ele disse e eu sorri, passando a mão em seu rosto e acariciando sua barba rala.
- Só quero que você saiba que eu estou aqui por você. – Disse baixo, subindo a mão para seus cabelos. – Sei que você não vai ficar magicamente bem, mas eu estarei aqui por você, ok?! – Ele suspirou, deixando um curto sorriso.
- É por isso que eu te amo... – Arregalei os olhos. – Beh, por isso e muito mais, eu já manquei tanto com você e você insiste em não me deixar. – Engoli em seco.
- O que você disse? – Perguntei baixo, sentindo meu coração começar a bater mais forte.
- Que mesmo eu mancando tantas vezes com você, você ainda fica ao meu lado...
- Antes, Gigi. Antes disso... – Prendi a respiração.
- Que eu te amo. – Ele sorriu, acariciando meu rosto. – O quê? Eu disse algo de errado?
- É que... – Suspirei. – Nós nunca falamos isso um para o outro. – Pressionei os lábios, sentindo meu coração bater mais forte.
- Eu sei, mas é o que eu sinto, null. – Suspirei. – O que eu sempre senti, na verdade.
- Isso é... – Minha respiração saía com força. – Incrível... – Falei baixo, tentando entender a bagunça que havia acontecido em meu cérebro e ele riu fracamente.
- Exagerei? – Ele perguntou e eu mordi meu lábio inferior, negando com a cabeça.
- Não... – Falei baixo, olhando em seus olhos azuis.
- Parece que você viu um fantasma, null... – Ri fracamente.
- Eu só estou perdida... Feliz. – Sorri. – Vem cá. – Puxei sua nuca com as duas mãos e colei meus lábios nos dele, sentindo meu corpo relaxar.
O beijo começou devagar e delicado, com curtos selares de lábios. As mãos de Gigi me apertaram pelos ombros e ele pressionou seu peito contra meus seios. Minhas mãos desceram pelas suas costas, apertando seu corpo torneado, enquanto a boca entreabriu para deixar que o ar saísse.
Entreabri os lábios, sentindo sua língua pedir passagem e suas mãos me apertaram com mais firmeza, me descolando do colchão. Entrelacei minhas pernas nas suas e deslizei minhas mãos em seus bíceps, apertando-o mais perto de mim. Seus lábios começaram a se movimentar com mais rapidez sobre os meus e nossos narizes roçavam a todo momento.
Gigi mordeu meu lábio inferior, me fazendo abrir os olhos novamente e eu via seus olhos brilharem, só esperava que a confusão que passava em minha cabeça não ficasse clara em meus olhos, porque eu não conseguia lidar com aquele assunto ainda, pelo menos não agora. Só queria aproveitar esse momento.
Acariciei seu rosto com a mão, sentindo-o dar um beijo nela e fechei meus olhos novamente, suspirando. Gigi se ajeitou em cima de mim, colocando uma perna de cada lado de meu corpo e inclinou seu corpo em cima do meu novamente. Suas mãos me apertaram pela cintura, puxando a calcinha que eu usava e seus lábios colaram nos meus.
Passei minha língua sobre os seus, sentindo-o sugar para dentro de sua boca e soltei um suspiro, sentindo minha respiração ficar falhada conforme o beijo ganhava velocidade. Seus lábios deixaram os meus após alguns segundos, deixando curtos beijos em meu pescoço e suspirei, sentindo seus lábios trilharem um caminho até meu seio, me fazendo suspirar.
Subi uma mão para seus cabelos, puxando levemente os fios e deslizei pelas suas costas, sentindo-as contraídas com os seus movimentos. Seus lábios chegaram em meu sutiã e sua mão puxou a peça de roupa para baixo, deixando um seio à mostra e suspirei quando sua língua rodeou os lábios antes de começar a sugar o mamilo.
Deixei um suspiro escapar de meus lábios e apertei minha mão em suas costas, sentindo-o intercalar entre sugadas e mordiscadas no mamilo e beijos pelo seio. Seus beijos desceram pela minha barriga, me fazendo contraí-la. Ele chegou na região da minha virilha e deu alguns beijos em cima da minha cicatriz e ergueu o corpo.
Ele sorriu para mim e minha respiração já estava falha o suficiente para eu conseguir dar um sorriso bonito, mas só assenti com a cabeça. Suas mãos foram para a barra da minha calcinha, puxando-a devagar e ergui meu quadril para ajudá-lo a tirar. Ele jogou a peça de roupa para o lado e inclinou o rosto em minha direção novamente.
Suas pernas apertaram minha coxa, entreabrindo-as um pouco mais e apoiei os pés na cama para dobrar as pernas e poder abri-las um pouco mais. Senti seus lábios em minha virilha, deixando curtos beijos pelo local e mordi meu lábio inferior, contendo um gemido, mas que logo escapou quando sua língua tocou meu clitóris. Levei uma mão para meus cabelos, puxando-os levemente para fora do lacinho.
Gigi lambeu a extensão de minha vagina enquanto pressionava as mãos em minhas pernas e eu sentia um arrepio passar pelo meu corpo, me forçando a contrair o corpo para trás. Ele subiu uma mão pela minha barriga, levando até meu seio e me irritei com a peça de roupa no caminho e inclinei para trás para abrir o fecho e tirei as alças, jogando-o para o chão.
Os olhos de Gigi encontraram o meu e ele sorriu. Apertei minha mão em cima da sua e ele apertou meu seio novamente. Seus olhos desceram novamente para minha vagina e ele lambeu a extensão antes de voltar a sugar meu clitóris, me fazendo suspirar.
- Ah, Gigi... – Minha voz saiu fraca. – Devagar... – Suspirei. Ele ergueu os olhos para mim e mordeu o lábio inferior. – Eu não quero gozar assim...
- Eu vou pegar uma camisinha. – Ele disse e eu suspirei.
Antes de sair da cama, ele deslizou os lábios pela parte interna da minha coxa, fazendo meu corpo contrair e deslizou os lábios pela minha perna até chegar em minha panturrilha e, por fim, eu meu pé. Ele se levantou sorrindo e neguei com a cabeça.
- Querendo me torturar? – Perguntei, descendo o olhar pelo seu corpo, vendo sua ereção dentro da cueca.
- Você que faz isso comigo. – Ele disse, seguindo até o banheiro e ri fracamente.
Subi o indicador e o polegar para minha boca e lambi os dedos antes de descer para minha vagina. A senti úmida devido aos estímulos de Gigi e continuei a deslizar os dedos levemente em meu clitóris. Gigi voltou com a camisinha na mão e suspirei. Ele jogou a embalagem em minha direção e me sentei na cama, abrindo-a.
- Vem cá... – Chamei-o, virando o corpo na cama e ele abaixou a cueca, revelando seu pênis e mordisquei meu lábio inferior.
Levei a mão até seu pênis, acariciando-o levemente e Gigi suspirou. Sorri, aproximando meu rosto e lambi a extensão completa dele, acariciando suas bolas e ele suspirou. Lambi a cabeça de seu pênis, rodando a língua por ele e sugando levemente, ouvindo meus lábios estalarem pelo local.
Deslizei meus lábios mais fundo, sentindo-o penetrar meus lábios devagar e ele apoiou as mãos em minha cabeça. Comecei a sugar seu pênis com mais firmeza enquanto mantinha as mãos firmes em suas coxas, puxando-o para perto de mim. Ele penetrava meus lábios cada vez mais rápido, me fazendo engolir cada vez mais fundo.
Os suspiros e gemidos de Gigi ficaram cada vez mais frequentes e eu sabia que também não demoraria para ele gozar. Segurei a base de seu pênis, impedindo-o de penetrar mais fundo e deu mais uma forte sugava em seu pênis e afastei os lábios. Ergui os olhos, vendo-o com os lábios entreabertos e sorri.
Peguei a camisinha novamente, colocando-a em seu pênis e deslizei-a devagar, olhando fundo em seus olhos com o feito. Ele sorriu e eu retribuí. Deslizei meu corpo para trás, me colocando mais para o meu da cama e ele ajoelhou entre minhas pernas. Puxei um travesseiro, colocando atrás da minha cabeça e ele inclinou seu corpo sobre o meu.
Ele se colocou em cima de mim e segurou meu queixo antes de colar nossos lábios. Ele deixou um longo beijo em meus lábios, nos afastando segundos depois e mordiscou meu lábio inferior, sorrindo para mim.
- Vai, amore... – Pedi fracamente, sentindo minha voz sair como um sussurro e ele segurou seu pênis, estimulando-o algumas vezes.
Ele se colocou em cima de mim e eu ergui uma perna para sua cintura, sentindo-o encaixar seu pênis em minha entrada, antes de segurar em minha cintura. Seus olhos focaram nos meus e ele deslizou seu pênis devagar para dentro de mim, me fazendo suspirar. Ele encaixou inteiro, colando nossos sexos e ergui minha mão para seu rosto, acariciando-o lentamente, sentindo seus olhos nos meus.
Gigi começou a movimentar seu pênis devagar dentro de mim, mantendo os olhos nos meus a todo momento e, conforme meu corpo era estimulado, e sentia meus olhos rolando de prazer, deixando minha visão turva. Ergui minha mão para seu peito, sentindo a corrente que eu havia dado para ele pressionada em minha mão e ele colou os lábios no meu, deixando o corpo colar no meu.
- Mais rápido, amore... – Pedi em um sussurro.
Gigi começou a movimentar seu corpo mais rápido em cima do meu, fazendo seu pênis deslizar cada vez mais rápido dentro de mim, me fazendo deixar alguns suspiros escaparem conforme minha respiração ficava acelerada.
As mãos de Gigi apertaram em minha cintura e ele apoiou a cabeça em meu ombro, forçando seu quadril cada vez mais rápido no meu, fazendo meu corpo se contrair cada vez mais. Conforme seus estímulos aumentavam, meus gemidos começaram a sair mais altos e mais finos devido a falta de ar.
Ele passou a mão em meu rosto, secando o suor que deslizava pela minha testa e puxei seu rosto para o meu, colando nossos lábios novamente, passando a língua pelos seus lábios, sendo incapaz de manter um beijo constante.
Apertei meus braços em seu corpo, mantendo seu corpo colado ao meu a fechei as mãos contra sua pele ao sentir meu corpo contrair cada vez mais. Gigi deu mais algumas estocadas fortes dentro de mim, fazendo meu corpo se contrair cada vez mais, até que meu corpo deu um curto solavanco para frente, soltando um longo gemido quando o orgasmo me atingiu.
- Ah, Gigi... – Falei assoprado, tombando meu corpo mais para trás novamente e ele sorriu.
Ele levou a mão em minha cintura, passando o polegar em minha barriga contraída e pressionei os olhos com força quando ele deu mais algumas estocadas antes de suspirar, relaxando seus movimentos. Ele ergueu meu rosto com a outra mão, encarando meus olhos soltei um suspiro, sentindo meu peito subir com pressa diversas vezes.
Ele inclinou o corpo no meu e puxei-o pela nuca para colar nossos lábios mais uma vez e colei nossos lábios em um beijo calmo. Ele me apertou pela cintura, colando o corpo no meu novamente e suspirou.
- Eu já volto... – Ele disse baixo e eu assenti com a cabeça.
- Devagar... – Pedi baixo, sentindo-o sair de dentro de mim causando mais um arrepio e suspirei.
Ele se levantou da cama e foi até o banheiro, me fazendo suspirar. Levei a mão até a cabeça, jogando os cabelos bagunçados para trás e senti meu corpo relaxando conforme os segundos passavam. Gigi voltou para o quarto com um sorriso e se deitou ao meu lado novamente.
Virei meu corpo para o lado contrário dele, puxando sua mão para me abraçar e ele colou as costas em meu corpo, encaixando seu quadril no meu e deslizou a mão em minha perna antes de deixá-la cair em minha barriga. Ele deu um beijo em meu ombro e senti sua respiração em minha nuca quando ele se deitou no espaço livre do meu travesseiro.
- Eu te amo, null. – Ele disse baixo e senti meu coração pular mais uma vez, me forçando a mordeu meu lábio inferior para repetir aquilo que estava guardado em meu coração há anos.
Ele me ama, ok... Mas o que isso significa para gente?

Lui
Quatro de junho de 2017
Ouvi um barulho incômodo me despertar e suspirei quando ele começou a ficar cada vez mais alto. Ah, meu despertador. Levei a mão até a cabeça, sentindo-a um pouco pesada por tudo o que havia acontecido na noite passada e apertei null contra mim, mas abri os olhos com pressa ao notar que havia apertado algo macio.
Vi o travesseiro em minha mão e o local onde deveria estar null, estava vazio. Me sentei na cama com pressa, respirando fundo e tentei me localizar no espaço e tempo. Cardiff, pós final de Champions, perdemos de novo. Bufei quando o barulho do despertador ficou mais alto e fui até a mesa, pegando o aparelho e deslizei o botão, ouvindo-o finalmente silenciar.
Olhei o relógio, vendo que marcava 10 horas e me perguntei se eu havia programado isso ontem. Na verdade, me perguntei se eu havia tirado o celular da mochila em algum momento depois que eu voltei. Eu fiquei com null, conversamos, eu disse que a amo, transamos e dormimos...
OH, CAZZO! Eu disse que a amo.
Não deveria me preocupar com isso, né?! Não é como se fosse alguma novidade, é a realidade. Faz tantos anos que eu quero ficar com ela, sonho com o dia que vamos ser oficialmente um casal, acho que o amor era o principal, não? Falar ou não falar não mudaria nada em minha vida.
Beh, apesar de que eu falei, ela não. Ela olhou realmente assustada em minha direção, mas depois ficou anestesiada com tudo. Ela estava tão feliz, tão entregue, deve ter ficado extasiada com tudo isso.
- null? Está no banheiro? – Perguntei mais alto.
Fui até o cômodo, empurrando a porta devagar e vi o local vazio, me fazendo franzir a testa. Isso está ficando cada vez mais estranho. Procurei por sua roupa no chão e não tinha nem sinal de que ela esteve ali, com exceção de seu perfume. Ok, o que tinha acabado de acontecer aqui?
Suspirei, dando uma rápida olhava pelo quarto e encontrei o cardápio do hotel do seu lado do travesseiro e peguei o mesmo, encontrando sua letra cursiva ali “Scusi, tive que ir”. Não tinha assinatura, mas era óbvio que ela de null. Ninguém esteve mais aqui.
- Que merda...
Peguei meu celular, vendo que tinha algumas mensagens de minha família e de Ilaria, mas fui direto para a conversa de null e não tinha nada, nenhuma mensagem, nenhuma explicação. Suspirei e escrevi para ela.
null, acordei e vi seu recado, aconteceu alguma coisa? Está tudo bem?”
Esperei a mensagem enviar, mas não tive retorno após alguns minutos, nem seu status mudou para online. Tinha alguma coisa muito errada. Eu precisava descer, precisava falar com ela e entender o que estava acontecendo, mas sairíamos daqui meio-dia, então já aproveitaria para descer com todas as minhas coisas.
Chequei se a roupa de viagens não estava completamente amarrotada e fui direto para o banho. Deixei a água cair em minha cabeça, tentando mandar embora todas as possíveis conjeturas de o que tinha acontecido, mas só conseguia pensar se eu realmente deveria ter falado o que eu falei, mas não era segredo para ninguém. Ela me acordaria se tivesse acontecido alguma coisa, não? Ou será que ela só deixou eu dormir pelo cansaço? Ao menos ela conseguiu me fazer relaxar após o desastre de ontem à noite.
Saí do banho enrolado na toalha e aproveitei para escovar os dentes, já pegando a necessaire e deixando em cima da minha mochila. Passei desodorante, perfume e coloquei uma cueca limpa. Ajeitei um pouco o quarto, esticando a cama e dei uma olhada se tinha alguma coisa jogada pelo quarto.
Vesti a calça preta e a camisa azul, e me sentei na beirada da cama para calçar meus tênis. Abri a mala, jogando tudo dentro dali, não me preocupando em arrumar e fechei-a novamente. Ajeitei a mochila também e voltei para o banheiro para checar se não tinha nada ali. Dei uma ajeitada nos cabelos e peguei tudo, saindo do quarto.
O corredor estava vazio quando eu saí, mas encontrei Benatia e Rugani no corredor, também com suas malas. Eles cumprimentaram como eu estava e só consegui assentir com a cabeça. Estava tudo bem, a imprensa deveria estar fazendo minha caveira mesmo, mas eu precisava me manter calmo e longe de tudo isso. Quando voltasse para Turim eu precisava ir para igreja, não havíamos ganhado, mas precisava ver o lado meio cheio do copo e havíamos feito uma grande competição, apesar do fim.
Cheguei no lobby, vendo o responsável pela viagem ali e entreguei para ele minha mala, ficando somente com o celular no bolso, à espera de alguma mensagem de null e segui pelo restaurante, vendo os seguranças abrirem a porta para mim e os meninos.
- Buongiorno. – Falei baixo e ele assentiu com a cabeça.
Dentro do restaurante tinha uma certa normalidade, boa parte do time já estava ali, Pavel e Beppe, além da equipe de marketing, RP e staff técnico. Passei pela mesa de Barza e Chiello e cumprimentei-os.
- Buongiorno.
- Ciao, Gigi. – Eles disseram.
- Já volto, vou pegar algo para comer.
- Vai lá! – Eles disseram e deixei meu celular no lugar ao lado de Chiello e fui até o buffet.
Peguei café preto, suco, uma fruta e pão com embutido! Eu precisava de carboidrato e proteína para passar por esse dia. Cumprimentei outros colegas quando passei pelas mesas e dei um aceno para Pavel e Beppe. Faltava o restante do top. Voltei para a mesa, sentando no meu lugar e virei o café quase como se fosse um shot de tequila.
- Buongiorno! – Barza disse em minha frente e suspirei.
- Buongiorno. – Apoiei a xícara na mesa novamente.
- Está tudo bem? – Chiello perguntou.
- Sim, eu estou melhor. – Suspirei.
- Tem certeza? – Barza perguntou e eu ergui o olhar para ele.
- Vocês viram a null? – Perguntei, suspirando.
- Ela estava contigo, não? – Chiello perguntou e mordi meu pão, suspirando com o gosto.
- Estava, mas ela não estava quando eu acordei. – Matutei os dedos na mesa. – Vocês não a viram?
- Não, nada. – Barza disse. – Mas eu cheguei faz pouco tempo.
- Eu desci umas oito e meia e ela não apareceu aqui, não. – Chiello disse e eu suspirei.
- Será que ela não foi para o quarto arrumar as coisas para ir embora? – Barza perguntou.
- É, talvez... – Suspirei. – Ela deixou um bilhete “scusi, tive que ir”.
- Ir? – Chiello franziu a testa. – Será que ela já foi embora? – Vi Mario passando e puxei-o pelo braço.
- Oh! – Ele puxou o braço.
- Você viu a null? – Perguntei.
- Não. – Ele disse com a voz de sono.
- Nem acordou direito ainda, né?!
- Não! – Ele disse e ri fracamente.
- Vê com o Juan, ele estava dizendo que não conseguiu dormir a noite toda. – Ele disse, seguindo em frente
- Panita! – Chamei mais alto, vendo-o conversar com Dybala.
- Mio capitano! – Ele veio animado em minha direção. – Buongiorno.
- Buongiorno, Juan. – Sorri.
- Está bem? – Ele perguntou sorridente e assenti com a cabeça.
- Sim, e você? – Ele ponderou com a cabeça.
- Gosto de acreditar que se aconteceu é porque tinha que acontecer... – Ele deu de ombros.
- Queria pensar igual você, Panita. – Ele sorriu. – Deixa eu te perguntar, você desceu cedo hoje?
- Desci umas sete, não consegui dormir... Mas não foi pelo jogo, não, estranho cama... – Ri fracamente.
- Você viu a null? – Perguntei.
- Ela desceu cedo, tomou café, mas depois saiu e eu não a vi mais. – Ele disse.
- Mais alguém estava aqui? – Perguntei, sentindo minha cabeça começar a ferver.
- Pavel e Paratici estavam com ela, mas o Fabio sumiu também... – Ele olhou em volta. – PAVEL! – Ele gritou, me assustando e o loiro desapoiou da mesa em que estava com Claudio e Lich e veio em nossa direção.
- Não precisa gritar, eu agradeço. – Ele disse e Juan riu antes de se afastar. – Diga!
- Cadê a null? – Perguntei, me sentindo um rápido por repetir essa pergunta diversas vezes em poucos minutos.
- Ih, cara, ela foi embora. Tivemos alguns problemas e ela e o Paratici voltaram antes. Saíram daqui as oito.
- Como assim? O que aconteceu? – Perguntei, surpreso.
- Putz, cara... – Ele se sentou na cadeira na ponta da mesa, olhando rapidamente em volta. – Ontem, na hora do jogo, a gente tinha montado uma fan festa na Piazza San Carlo e teve um estouro, acabou causando corre-corre e teve pessoas pisoteadas e...
- O quê? – Perguntamos surpresos.
- É! – Ele suspirou. – Estamos contabilizando ainda quantos feridos, mas foram mais de 1500... – Ele respirou fundo. – Uma pessoa morreu.
- O quê? – Perguntei mais firme e ele assentiu com a cabeça.
- É. – Ele suspirou. – Estamos desolados ainda. Agnelli, null e Paratici foram cuidar disso e...
- E? Tem mais? – Perguntei, engolindo em seco e ele soltou a respiração fortemente.
- Desembucha, Pavel! – Chiello falou e ele abaixou o rosto na mesa.
- O Leo foi também. – Ele suspirou. – Ele quer sair do time.
- Ah, não! – Ergui meu corpo. – Você está zoando, não? Isso só pode ser piada.
- Queria muito. – Ele disse, esticando o corpo e cruzando os braços. – Ele desceu, encontrou a null e disse que estava indo embora. A gente já tinha mandado o Agnelli para ver sobre o acidente, mas quando o Leo chegou, a null e o Fabio foram correndo atrás dele.
- Que merda, cara! – Passei a mão na testa e virei para os outros. – O Leo endoidou de vez.
- Endoidou e não sei o que aconteceu, mas ele estava bem perturbado...
- Eu vou tentar falar com ele. – Chiello disse, pegando o celular e se levantou.
- Ele deve estar no avião a essa hora, Chiello, nem adianta. – Pavel disse. – Mas tenta colocar algum juízo na cabeça dele. Está todo mundo de boca aberta.
- Eu estou em choque... – Suspirei. – Menos mal, achei que ela tivesse... Enfim...
- Como assim? Aconteceu alguma coisa? – Pavel perguntou e Barza apoiou as mãos na mesa.
- Achei que ela tivesse fugido de mim depois de noite passada. – Falei, coçando a testa.
- Por quê? O que aconteceu? – Barza perguntou e eu suspirei.
- Eu disse que a amo...
- O QUÊ?! – Eles gritaram, fazendo outros nos olharem.
- Oh, discretos sempre! – Revirei os olhos. – É, eu disse! Qual o problema?
- Não teria nenhum, se você não namorasse outra pessoa... – Barza disse.
- Isso não é para ser grande coisa, é?! – Chiello disse. – Vocês estão nesse lenga-lenga há tantos anos que...
- Foi a primeira vez, Giorgio. – Disse e arregalou os olhos.
- Foi a primeira vez? Nesses anos todos? – Barza perguntou surpreso.
- Foi. – Suspirei. – E tivemos uma noite incrível, mas ela não disse de volta, então achei que...
- Ela tivesse fugido de você? – Chiello perguntou.
- Cara, vou te falar, ela não parecia triste em ter que resolver problema do Leo, não. – Pavel disse. – Ela aceitou muito rápido, na verdade.
- Ela disse algo?
- Não sobre isso, mas estava com o olho fundo demais, parecia que não tinha dormido não, mas achei que fosse da Champions e tal, mas até você que é você está com essa pele boa... – Respirei fundo, jogando a cabeça para trás.
- VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO! – Gritei, batendo a mão na mesa, vendo o copo de suco quase tombar.
- Talvez não tenha sido uma boa ideia você falar isso para ela, cara. – Chiello disse.
- Mas saiu, cara, e que mal tem? É como eu me sinto... – Suspirei, apoiando o rosto nas mãos.
- Não sei, Gigi, mas talvez seja só coincidência, né, Pavel? – Barza disse.
- É... Isso, pode ser! – Ele deu de ombros. – Vai ver foi só correria de ontem, aposto que a noite de vocês foi boa. – Suspirei.
- Bela tentativa. – Peguei o telefone, procurando pela nossa conversa. – Que horas ela pegou o avião?
- Eles iam tentar pegar as nove, mas não sei o que aconteceu depois disso... – Ele disse.
- Eu preciso falar com ela. – Suspirei, me levantando apressado e discando seu telefone.
Segui para fora do restaurante, ouvindo a ligação nem chegar a tocar e já cair e suspirei, o telefone estava desligado. Droga! Droga! Droga! Isso não podia estar acontecendo, não agora em que tudo estava começando a ficar bem.


Capitolo otantanove

Estate 2017
Lei
10 de junho de 2017
- null, acorda! – Pulei da cadeira quando senti uma batida e foquei nos olhos de Pietro que me encaravam.
- A Giulia chegou? – Perguntei, estendendo o corpo.
- Não! – Gianni disse. – Mas você está perdida de novo.
- Ai, desculpa, gente! Eu não consigo pensar em outra coisa. – Me levantei apressada da cadeira, sentindo meus pés suados deslizarem pelo piso de mármore e Fabrizio me segurou para eu firmar. – Grazie.
- null, pelo amor de Deus. Você precisa se recompor. – Ele disse. – Ele disse que te ama, e daí?
- É, null, eu não entendi. Vocês gostam um do outro há 17 anos. Era se esperar, não? – Gianni disse.
- Era, não era? – Pietro arregalou os olhos. – Você sente o mesmo, não?
- SIM, EU SINTO O MESMO! – Gritei, suspirando alto. – EU AMO O GIANLUIGI BUFFON COM TODAS AS MINHAS FORÇAS E COM TODAS AS PARTES DO MEU CORPO... – Abaixei o tom quando a nonna arregalou os olhos. – Scusi... – Ela riu fracamente e eu respirei fundo. – Mas ele dizendo isso só prova tudo o que eu sempre soube: somos perfeitos um para o outro, MAS ELE NÃO FAZ NADA PARA FICAR COMIGO. EU CANSEI!
- Ok, vamos nos acalmar, por favor. – Giovanna disse, movimentando as mãos para abaixarmos o tom. – Você precisa se acalmar, querida.
- Scusi... – Levei as mãos até a testa, me sentando na cadeira novamente. – Mas eu não sei o que fazer. Eu não quero ficar assim mais, eu quero ficar com ele, parar de me esconder em vestiários e quartos de hotel, parar de me preocupar se alguma câmera vai entrar, mas eu consegui viver nessa realidade privativa nossa muito bem, até isso...
- Mas isso é algo bom, não é? – Pietro repetiu a pergunta. – Se ele te ama, vocês devem ficar juntos.
- O problema é ele terminar com a nojenta de namoradinha dele. Eu entendo as razões dele, mas se ele realmente me ama, como ele disse, e devo dizer que foi em um momento bem íntimo, ele não deveria repensar terminar com ela. Ele também merece ser feliz.
- Sim, ele...
- Mas... – Interrompi Gianni. – E se ele a ama também? E se o que ele fala para mim é mentira? Eu não sirvo para isso, gente! Já faz 16 anos, É MUITO TEMPO.
- VITALE, FICA CALMA! – Fabrizio gritou e eu arregalei os olhos. – SE ACALMA!
- Você me chamou de Vitale? – Sorri e ele riu fracamente.
- Chamei! – Ele disse. – Você precisa da Giulia!
- Cadê ela, falando nisso? – Virei de costas.
- Quando ela chegou em Roma, ela disse que viria de táxi, para não se preocupar com ela. – Giovanna disse.
- Coitada, a menina mal chegou e eu vou encher a orelha dela de bagunça... – Suspirei.
- Beh, querida, vocês não se veem há dois anos. Aposto que ela tem tanta coisa para falar também... – Giovanna disse e suspirei.
- Aposto que não tanto quanto eu... – Apoiei a mão na bochecha.
- Ah, com toda certeza. – Gio disse rindo.
- Você viu o jogo da Nazionale? – Gianni perguntou.
- Nem vi, que eu não queria vê-lo, mas fiquei sabendo que ele não jogou, né?! – Virei para ele.
- Não, foi o Donnaruma, mas talvez ele jogue amanhã...
- Ele que vá para o quinto dos infernos. – Bufei.
- Ele fala “eu te amo”, ela fala “vá para o quinto dos infernos”... – Fabrizio disse, me fazendo rir. – Essa galera de hoje em dia...
- Você não vê, pai? Isso é amor reprimido. – Pietro disse.
- Eu vou puxar esse piercing do seu nariz e pintar aquele mural de preto. – O provoquei.
- Ai, null! – Ele disse e sorri.
- Querida, tudo dá certo no final. – Virei para nonna.
- Como a senhora sabe disso? – Fiz um bico com os lábios.
- Eu e o Antonio demoramos muito para ficar juntos, ele também tinha uma noiva, e deu certo no final. – Ela disse.
- É, mas demorou três anos, mamãe, não 16. – Gio falou e rimos juntos.
- Meus pais tiveram suas dificuldades para ficar juntos também, mas tanto tempo assim já é piada. Parece que eu nado, nado, nado e não saio da praia. Cansa, sabe? – Nonna sorriu.
- Vai dar certo. O que é para ser, vai acontecer. – Ela disse e não tive como não retribuir.
- FA-MÍ-LIA! – Ouvi a voz de Giulia e a campainha tocando diversas vezes.
- AH, ELA CHEGOU! – Os gêmeos correram na minha frente e eu me levantei apressada também, ouvindo alguma cadeira cair e deslizei os pés pela cozinha e sala dos Vitale, vendo Pietro pular no colo de Giulia assim que abriu a porta.
- AH! – Gritei animada.
- CALMA! CALMA! – Ela disse rindo, esticando as mãos, fazendo Pietro pisar no chão novamente. – Saudade de vocês, mas eu preciso liberar o motorista.
- Ah, eu quero um abraço, eu preciso de um abraço! – Ignorei o que ela disse e passei os braços em meus ombros, apertando-a e Gianni e Pietro entravam no abraço grupal.
- Ah, meus irmãos. – Ela suspirou. – Vocês estão tão diferentes. Pietro, o que você fez na sua cara e no seu cabelo e na sua pele? – Rimos juntas.
- Temos tanta coisa para te contar, mana! – Pietro disse.
- EU PRIMEIRO! – Gritei.
- NÃO, EU!
- EU! – Gianni entrou junto.
- EI! – Fabrizio gritou e ficamos em silêncio. – Deixa ela passar da porta.
- Acho melhor eu começar a contar antes. – Giulia disse, deixando sua mala e mochila na porta e seguiu.
- Ah, o que você vai nos contar? Como você está bronzeada? Como tem alguns cabelos brancos? – Brinquei.
- Ou como você emagreceu pacas? – Gianni disse e ela riu fracamente.
- Não! – Ela disse rindo. – É alguém que eu quero apresentar para vocês. – Ela se afastou, voltando para o táxi.
- Ih, Trezeguet vai ficar decepcionado. – Virei de costas, olhando para Fabrizio que riu. – Era de se esperar, não? Três anos.
- Família, esse é o Kawan. – Ela disse e virei o rosto.
- O QUÊ? – Os gêmeos falaram e arregalei os olhos ao ver um bebê conforto com um bebê lindo dentro dele.
- É um bebê? – Perguntei surpresa.
- É meu filho. – Eu travei por alguns segundos, olhando dela para o bebê de pele morena e olhos verdes olhar perdido para os cantos.
- VOCÊ TEVE UM FILHO? – Fabrizio gritou, me destravando. – QUEM É O PAI DESSA CRIANÇA? CADÊ ELE? VEIO JUNTO TAMBÉM?
- FABRIZIO! – Giovanna o repreendeu e se aproximou. – Filha, eu estou tão feliz em te ver. – Gianni segurou o bebê conforto quando Gio a abraçou e nos olhamos surpresos.
- O que eu faço com ele? – Ele perguntou baixo e peguei o bebê conforto, seguindo de volta para a cozinha, apoiando-o na mesa.
- A história é um pouco complicada. – Giulia disse. – Oi, pai! Não faça essa cara, é um bebê, não uma bomba e nem um namorado. – Ela disse.
- É o filho dela? – Nonna perguntou e eu assenti com a cabeça, olhando para o menino que me olhava curioso.
- Giulia, você vai precisar explicar essa história muito bem. – Fabrizio disse.
- Tem certeza de que você não o roubou, né?! – Pietro disse e o menino riu, me fazendo sorrir.
- Eu tenho, tenho todos os documentos para provar que ele é meu filho. – Sua voz foi ficando mais próxima.
- Ele é adotado? – Giovanna disse.
- Claro, mãe! – Giulia disse.
- Oi, lindinho. – Falei para o bebê, acariciando sua barriga. – Eu sou sua tia null... – Senti meus olhos se encherem de lágrimas e o bebê esticou as mãos em minha direção, segurando meus cabelos. – Você gosta?
- Oi, nonna! – Giulia foi até a senhora. – Ai, que saudades de você! – Ela a apertou fortemente.
- É um bebê! – Fabrizio apareceu ao meu lado.
- Um bebê lindo. – Suspirei, sentindo algumas lembranças recentes voltarem para minha mente e limpei os olhos rapidamente.
- Já está emotiva, mana? – Giulia me abraçou de lado e eu ri fracamente, virando para ela de novo e puxei a respiração antes de abraçá-la fortemente e ela retribuiu.
- Senti tanta sua falta, Giu. – Ela me apertou pela cintura, apoiando o queixo em meus ombros.
- Eu também, null. Todos os dias. – Ela falou próximo ao meu ouvido e suspirei.
- Você nunca mais vai nos deixar, ok?! – Falei e ela riu fracamente.
- Pode deixar, foi uma ótima experiência, mas chega. – Nos afastamos e ela também passou as mãos nos olhos, limpando as lágrimas. – Como você está?
- Ah, eu tenho tanta coisa para te contar! – Rimos juntas. – Aconteceu tanta coisa, minha vida está igual ou mais bagunçada do que antes. – Ela riu fracamente. – Mas você trouxe um bebê para Itália, Giulia. – Ela gargalhou. – Você tem muito o que explicar. – Ela sorriu.
- Eu vou contar tudo, só preciso ir ao banheiro. – Ela disse.
- Vai lá. – Falei. – Ele estranha gente nova? – Perguntei.
- Pode pegar seu sobrinho, null! Ele não vai chorar! – Ela disse, passando a mão em meus ombros.
- Eu tenho um neto? – Giovanna perguntou.
- Tem, Gio! – Falei rindo, abaixando a alça do bebê-conforto e tirando o cinto dele.
- Ela passou na sua frente, null! – Gianni disse e ri fracamente.
- Não me importo, ela se sentiu confortável o suficiente para ter um filho, isso é demais. – Sorri para Kawan. – Oi, lindo. Vem com a tia! – Segurei-o pelas laterais do corpo, tirando-o do bebê-conforto e ele balbuciou alguma coisa. – Ó, vem cá... – Ajeitei-o em meus braços, deixando-o na lateral do meu corpo. – Ele é grande. Quanto tempo ele tem? – Olhei para Gio que negou com a cabeça, com os olhos avermelhados. – Alguém está chorando.
- Você! – Ela disse e rimos juntas. – Deixa eu ver ele melhor. – Ela disse e virei-o para Gio. – Oi, amor. Eu sou sua nonna. – Ela disse rindo. – Eu sou uma nonna, null. – Rimos juntas.
- Você é! – Falei dando um beijo em sua bochecha.
- E eu sou bisnonna, deixa eu ver esse lindo! – Nonna disse e entreguei-o para Gio.
- Segura ele. – Falei, entregando-o e ela suspirou, pegando-o no colo.
- Ele é lindo demais. – Ela disse e sorri.
- Tira essa cara feia, pai. – Giulia voltou. – Já tenho 35 anos, por favor. Não preciso permitir permissão para nada. – Ela disse séria.
- Eu não estou bravo, Giulia, eu estou em choque. Eu não te vejo há dois anos e você volta com um bebê? – Ri fracamente, vendo Kawan se aconchegar no colo da nonna.
- Eu vou explicar, eu vou explicar. – Ela disse, abraçando Gianni de lado.
- Pode começar a falar. – Gianni disse.
- Eu sabia que vocês surtariam, mas não achava que seria tanto. – Rimos juntos.
- A gente esperava um namorado, Giulia, não um bebê. Você nunca teve esse feeling materno, e do nada aparece com uma criança? – Perguntei rápido. – Quantos anos ele tem? Ele é grande.
- Oito meses. – Ela disse e arregalei os olhos. – É melhor eu explicar, né?!
- É! – Fabrizio falou antes de mim.
- Eu vou fazer um café.
- Ok, vamos lá. – Ela puxou uma cadeira, se sentando e eu fiz o mesmo. – Lá em Serra Leoa meu trabalho era visitar as cidades e aldeias mais humildes levando materiais de estudo, tecnologia, energia, professores, enfim, todo o necessário para que as meninas, os meninos junto, pudessem estudar. Esse era o principal. – Assenti com a cabeça. – Mas não é algo que eu ficava tipo, um, dois dias. – Ela disse. – Tinha lugares que ficávamos um mês, dois, até seis, dependendo do lugar. Tinha lugares que nem o prédio para montar a escola, existia, então a gente construía também...
- Ok, entendi, e gostei muito, mas segue em frente. – Pietro disse.
- Enfim, isso foi nos primeiros dois anos, o último ano ficou para gente retornar aos lugares para ver se estava tudo bem, para eu poder encerrar o processo e repassar para o próximo embaixador... – Assenti com a cabeça. – O programa cresceu, mais pessoas ficaram envolvidas... – Ela abanou a mão.
- Depois você explica! – Fabrizio disse firme e ri fracamente.
- Enfim, isso não ficou tão claro, porque acabou sobrando só seis meses para fazer essa volta, não importa. Mas, em um dos lugares que a gente passou, eu conheci uma jovem de 16 anos que estava grávida. – Ela disse. – Ela havia fugido de casa, porque o pai tinha expulsado ela por ela ser menor de idade, transar antes do casamento... – Ela abanou a mão. – Enfim, choque de cultura. – Ela abanou a mão. – Aí ela estava nessa aldeia, querendo estudar e tal, ser alguém melhor na vida, para cuidar do filho dela e nos aproximamos. Eu fiquei quatro meses nessa cidade. – Ela explicou. – Eu acompanhei a gravidez dela até ele nascer, devido a precariedade, várias pessoas ajudaram no parto... – Ela não se alongou.
- Ok, e o que aconteceu? – Pietro perguntou.
- Beh, o bebê nasceu, estava tudo certo, e ele era o último lugar que a gente foi, então nós seguimos pelos outros lugares, até que a gente chegou de novo nessa aldeia, eu fui atrás dela, atrás do Kawan, mas eu não achei... – Ela pressionou os lábios.
- O que aconteceu com ela? – Engoli em seco.
- Ela morreu. – Ela disse, respirando fundo. – Ela tentou encontrar os pais novamente, mas acabou sendo morta pelo pai. – Ela pressionou os lábios.
- Isso é horrível. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Essa foi uma das coisas que eu mais odiei naquele país, se um homem engravida uma mulher fora do casamento, está tudo bem, a mulher que engravida é um nada, um lixo... – Engoli em seco.
- E o Kawan? – Perguntei baixo, vendo-o balbuciar para nonna como se estivessem conversando.
- Ele havia ficado com as mulheres que cuidavam da escola. – Ela passou as mãos nos cabelos cacheados dele. – Eu me afeiçoei nele, perguntei o que fariam com ele e estavam esperando a assistente social. – Ela pressionou os lábios. – Lá eles têm muito de estadunidenses adotarem crianças africanas, sabe? Coisa que vemos em filme... – Assenti com a cabeça. – Aí eu fiquei duas semanas com ele, me apaixonei e, quando a assistente social chegou, perguntei se podia ficar com ele. – Ela sorriu. – Eu abandonei a turnê, deixando o restante da equipe terminar e fiquei com ele enquanto esperava a saída dos documentos. – Ela pegou sua bolsa, tirando uma pasta. – Ele é meu. – Ela estendeu para mim e abri a mesma, encontrando uma certidão.
- Kawan Vitale. – Li as letras, me fazendo sorrir. – Você escolheu o nome?
- Não, a mãe. – Ela sorriu. – Ela se chamava Dalji e eu quero que ela saiba quem sua mãe foi de verdade. – Sorri, sentindo uma lágrima deslizar pela minha bochecha.
- Você não tem noção como eu estou orgulhosa por você, Giu. – Falei e ela sorriu. – Sempre que eu dizia para gente ter filhos, você falava “antes você do que eu”. – Ela sorriu. – E você trouxe um bebê. – Rimos juntas.
- Eu só queria cuidar dele, mana. – Ela sorriu, apertando minha mão. – Achei que ele merecesse carinho e amor... E isso a gente tem de sobra. – Assenti com a cabeça.
- Ele vai ter, Giu, de montão. – Ela sorriu.
- E vocês? Me contem! – Ela disse rindo. – Esse daí virou uma obra de arte. – Apontou para o Pietro. – Ele virou gatinho... – Ela apontou para Gianni. – E você parece que não dorme há dias... – Rimos juntas.
- Há uma semana para ser mais exata. – Falei e ela suspirou.
- Eu vi a final de lá. Sinto muito. – Ela disse e eu assenti com a cabeça.
- Está tudo bem, fico mais triste pelo Gigi do que por mim, o dinheiro seria bom para investir no time, mas sobrevivo há seis anos sem ele, não é agora que vou precisar. – Pressionei os lábios.
- Ao menos vocês chegaram lá. – Ela disse.
- Sim, já dá um belo retorno em direitos de transmissão. – Sorri.
- E como estão as coisas entre vocês, bem? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Bem ou mais bagunçadas de quando te vi da última vez, mas isso pode esperar, você trouxe um sobrinho e eu quero saber tudo sobre ele. Sobre seu projeto... – Ela riu fracamente.
- Ok, mas eu vou precisar café, meu sono está totalmente desregulado, estava muito empolgada por esse reencontro. – Rimos juntas.
- Eu faço! – Gianni se levantou animado.

Lui
10 de junho de 2017
- Gigi, aqui. – O jornalista esticou a mão e assenti com a cabeça. – Saindo um pouco da Nazionale e falando de Juventus, você tem um ano de contrato com o time ainda, você já sabe o que vai fazer após? – Suspirei.
- Beh, tem 99,9 por cento de chances de eu me aposentar ao final do meu contrato com a Juve. – Falei, movimentando a língua dentro da boca. – Eu tenho vontade de jogar meu sexto Mondiale, então provavelmente será após isso. – Ponderei com a cabeça. – Eu conversei com a equipe administrativa e, se ganharmos uma Champions, eu ficarei mais uma temporada para jogar o Mundial de Clubes, caso não, é quase certo que eu penduro as chuteiras no ano que vem. – Falei.
- Aqui! – Outra ergueu a mão e sabia que agora o assunto seria esse. – Teria alguma razão para você não se aposentar?
- Beh... – Franzi os olhos. – Eu vou fazer 40 anos em janeiro e preciso avaliar meu corpo. É uma profissão que requer muito do físico e eu preciso avaliar diariamente. Meu foco agora é ajudar a Itália a classificar para o Mondiale na Rússia e ajudar a Juventus a vencer mais um scudetto, mais uma Coppa Italia, mais uma Supercoppa e a Champions League. Nos falamos de novo em 12 meses. – Brinquei e eles riram.
- E você já tem planos sobre o futuro? Se vai ser no futebol? Técnico ou administrativo? – Outro perguntou.
- Não pensei nisso ainda, vou avaliar quando eu parar e puder pensar em todas as hipóteses, mas eu gosto do mundo do futebol e ser técnico me agrada, acho que me dou melhor em campo do que atrás de uma mesa.
- Grazie! – A assessora da Nazionale falou, encerrando a minha coletiva e sorri. – Vamos deixar Gigi voltar e continuamos com o mister Ventura. – Ela disse e sorri, me levantando e acenei para os jornalistas, seguindo para fora da sala, vendo-a seguir comigo. – Pode voltar para o campo.
- Grazie. – Sorri e acenei, andando por dentro do Stadio Friuli em Udine, estádio onde seria o jogo contra Liechtenstein amanhã.
Estávamos fazendo o reconhecimento do estádio, então todo mundo estava andando em volta do campo, conversando e... Beh, tudo o que já estávamos acostumados sempre. Suspirei, me aproximando de Barza e Lele.
- Quindi, como foi? – Barza perguntou.
- Ah, o mesmo de sempre. Precisamos ganhar, e a Juve? Vai se aposentar? – Eles riram.
- E vai? – Daniele perguntou e eles riram.
- Há, há, há, engraçadinho! – Abracei-o pelos ombros, puxando-o para perto de mim.
- É uma pergunta honesta, Gigi. – Ele disse rindo.
- Eu sei, eu só não sei essa resposta ainda e não penso nela, então eu falo o que eles querem. – Dei de ombros. – Mas assim, eu vou fazer 40 anos, né?! A pressão é mais deles do que mim.
- Levando em conta seu histórico de lesão, você está muito bem. – Barza disse. – Eu sou três anos mais novo e tenho muito mais.
- É, eu penso nisso também. – Suspirei. – Confesso que só penso em cogitar ano que vem com uma condição...
- Mondiale? Ganhando a Champions? – Barza perguntou.
- Nem penso sobre isso, honestamente. – Soltei uma risada fraca. – Se eu conseguir me livrar da Ilaria e viver feliz com a null de uma vez por todas.
- I-I-IH! – Lele disse, rindo em seguida.
- Ela que me mantém firme, cara, sério. – Falei.
- Eu sei, mas também sei que vocês estão tão perto de ficar juntos quanto estava em 2000 e... Quatro? Seis? Oito? 10? Doz...
- É, eu entendi. – Empurrei-o de lado, fazendo-o rir.
- E você sabe a melhor? – Barza disse rindo.
- Ah, você vai me esculachar mesmo? – Falei e ele riu fracamente.
- O quê? – Daniele perguntou.
- Uma semana atrás, final de Champions, perdemos... – Barza disse.
- Ele ainda dá o contexto, fala sério... – Barza riu.
- Esse daí estava triste, ela consolando-o, nada de novo até aí... – Ri fracamente, negando com a cabeça. – Ele disse a amava.
- NÃ-Ã-Ã-Ã-ÃO! – Lele disse dramático, colocando a mão na boca.
- Sim! – Barza disse rindo e eu revirei os olhos. – Não teria problema nenhum, baseado no histórico dos dois.
- É, eles estão juntos desde 1980, já passou da hora, na verdade. – Revirei os olhos.
- 81, ela é do meu ano. – Barza disse, fazendo-o rir. – Só que ela deu perdido nele no dia seguinte, foi embora de Cardiff antes do time alegando um problema...
- A torcedora morreu, cara. E o Leo endoidou, mas ela teve um motivo... – Falei mais baixo, procurando Leo com o olhar.
- Depois vamos falar disso! – Daniele disse e assenti com a cabeça, fingindo selar a boca com uma chave.
- E aí ela não atende as ligações e não responde as mensagens. – Barza terminou.
- Oh, então o negócio foi feio! – Lele disse e assenti com a cabeça.
- E talvez ela tenha me bloqueado, não sei, não fica mais azul quando ela leu. – Falei.
- Ou ela só tirou para todo mundo para você não saber disso. – Barza disse rindo.
- Eu só não entendo, cara. – Falei, afundando as mãos no bolso do casaco. – Normalmente é o que a mulher mais quer ouvir, e eu não menti, isso está entalado desde 2006, eu acho. – Suspirei. – Eu não entendo.
- É, cara, real não faz sentido. – Barza ponderou com a cabeça. – Depois de tantos anos, era para ser o momento perfeito...
- Foi! – Falei. – Ela ficou atordoada por um tempo, eu repeti e tivemos um sexo incrível...
- Sem detalhes, cara. – Barza disse e ri fracamente. – Eu e ela somos passado, mas eu tenho algumas lembranças ainda. – Seu rosto avermelhou e eu gargalhei alto, jogando a cabeça para trás.
- Cara, vocês são muito burros mesmo! – Lele disse e eu e Barza viramos para ele.
- Por quê? – Perguntamos juntos.
- Como vai seu casamento, Barza? – Ele perguntou.
- Numa escala de zero a 10, 10 sendo a melhor, perto do dois. – Ele disse sorrindo e ri fracamente.
- E como vai seu relacionamento com a Ilaria, Gigi? – Ele virou para mim.
- 95 por cento dele eu penso na null e os outros cinco por cento eu dou atenção a ela para manter mim e a null em segredo. – Ponderei com a cabeça.
- É, isso explica tudo. – Ele sorriu.
- O que está falando, cara? – Perguntei.
- Você fala que ama a null enquanto está em um relacionamento com a Ilaria? Sério? – Ele disse. – Não sei o que você fala para ela para ela te esperar ainda, mas você falou e a ama, estando em um relacionamento com a outra, cara. – Ele disse rindo.
- Escapou, cara! E foi honesto, melhor do que falar forçado. – Falei. – E ela não disse de volta! O que eu achei estranho.
- Você... Tem... Outra... MULHER! – Ele gritou a última palavra em minha orelha. – Ela deve estar bastante confusa.
- Não! – Falei firme. – Ela sabe o que eu sinto por ela, ela sabe os motivos de eu pedir para ela esperar, ela...
- Não é porque ela aceitou isso uma vez, que ela precisa aceitar para sempre. – Ele disse e eu suspirei. – Afinal, por quanto tempo você vai levar isso adiante? – Ele perguntou. – Até chegar nos 50?
- Não, minha ideia era até o Leopoldo poder entender mais. – Falei.
- Qual a idade dele? – Ele perguntou.
- Um e meio. – Falei.
- É, exatamente meu ponto. – Ele disse rindo fracamente e puxei-o pela manga de volta.
- Fala com todas as palavras, Lele. Por favor. – Ele suspirou.
- Você já passou por uma separação conturbada, Gigi, quantos anos seu mais novo tinha? – Ele perguntou.
- Cinco. – Falei.
- E ele entendeu naquela época? – Ele perguntou.
- Não muito, não entramos em muitos detalhes, na verdade. Só o tradicional, papai vai morar em outro lugar, papai tem outra namorada, o de sempre...
- Exato. – Ele pressionou os lábios. – Ele tinha cinco e não entendeu, da idade do Leo para os cinco anos, são três e meio. – Ele suspirou. – Pensando baixo, a null merece esperar mais três anos e meio? – Engoli em seco. – Você merece viver em um relacionamento infeliz por mais tudo isso? Pensa bem...
- Mas eu penso só até o Leo poder escolher que quer me visitar, lembrar do pai dele, a Ilaria é meio exagerada em alguns níveis, cara. – Falei. – Não somos casados, ela pode simplesmente sumir.
- Será? – Ele deu de ombros. – Conhecendo a Ilaria como jornalista, cara, eu digo isso com o maior respeito que eu posso, ela é interesseira e aparecida. Você realmente acha que ela não ia tentar ao menos uma pensão bem gorda para o Leo? – Virei para Barza.
- Ele tem um ponto, cara. – Meu companheiro de time disse.
- Eu tenho que falar com ela. – Suspirei.
- Vocês são praticamente vizinhos, volta para Turim e vai falar com ela. Porque te atender, ela não vai mesmo. – Lele disse.
- Eu vou para Forte ainda depois daqui. Encontrar a Ilaria... – Suspirei e ambos fizeram uma careta.
- É, boa sorte. – Lele disse, dando dois toques em meu braço antes de se afastar.
- Eu estou ferrado? – Virei para Barza.
- Não. – Ele negou com a cabeça. – Beh, ainda não. – Ele gargalhando e eu revirei os olhos, seguindo atrás dele.

Lei
29 de junho de 2017
- Michael, right?
- Isso, senhora null. – Ele disse e ri fracamente.
- Senhorita, por favor... – Mexi a caneta em minha mão. – Você que é o produtor?
- Sim, e idealizador do projeto. – Ele disse.
- Eu analisei o contrato de vocês e é muito interessante, tanto para vocês, quanto para nós, a única questão é que não poderemos adiantar nenhuma informação. – Bati a caneta na mesa. – Entrada e saída dos jogadores são tratados com muita discrição, normalmente somente quatro pessoas sabem sobre isso, até que o próprio jogador venha a falar...
- Não, sem problemas, a ideia é cobrir o dia a dia. Após a perda da final da Champions, os boatos da aposentadoria do Buffon... – Revirei os olhos. – Serão elementos interessantes a se abordar, queremos saber como o time vai seguir daí...
- Tudo bem, eu analisei a proposta de vocês e é realmente incrível, mas a parte de conteúdo, horários de gravação, você vai ter que conversar com o Allegri, nosso treinador. E para entrevistas com os jogadores em seus momentos de lazer, com famílias e tudo mais, será um acordo individual, nós já temos o contrato de imagem pela Juventus, mas entrar na casa deles, filmar esposas, filhos e família, você vai ter que pedir para cada um...
- Tudo bem, sem problemas. – Ele disse. – Acho que, nesse caso, seria interessante eu falar com o Allegri antes, então...
- Sim, é o que eu pensei. – Falei, movimentando a língua na boca.
- Você pode adiantar a conversa? – Ele perguntou.
- Sim, eu já enviei a proposta para ele e, ele retornando, eu já te retorno. – Falei.
- Tudo bem, obrigado.
- Eu só tenho mais uma dúvida, Michael...
- Sim! – Ele disse.
- Quando vocês gostariam de começar as gravações? – Perguntei.
- O mais cedo possível. – Ele disse e eu suspirei.
- Beh, eles possuem pré-temporada e nós fazemos grande caso com essa temporada, então tem uma aproximação maior, muitos eventos, muitos patrocinadores, depois teremos a Supercoppa, que também tem outros patrocinadores em volta, imagino que o ideal seja começar no nosso tradicional jogo de Villar Perosa, o que acha? A janela de transferência já vai estar fechando, nosso squad estará pronto...
- É uma ótima ideia, vou aguardar seu retorno para fecharmos isso. – Assenti com a cabeça.
- Perfeito. – Falei. – Você precisa que algo mais seja adiantado?
- Hum, seria interessante ter o aval para entrevistar todos do administrativo...
- Isso é fácil, todos concordamos. – Falei.
- E algumas lendas do time, não sei quem poderíamos ter acesso...
- Hum, temos o Club Legends do time, mas Del Piero tem uma ótima relação conosco. – Falei.
- Seria ótimo... – Ele disse rindo.
- Vou pedir para a comunicação providenciar, então. – Falei. – Nos falamos em breve, Michael.
- Obrigado, senhorita null, estou empolgado em trabalhar com vocês. – Sorri.
- Nós também estamos empolgados de trabalhar com a Netflix. – Falei rindo fracamente. – Grazie.
- Boa noite para você.
- Bom dia para vocês. – Respondi, desligando o telefone e sorri.
Nós vamos para a Netflix!
Isso é sensacional! Um documentário inteirinho nosso sobre nossa temporada seria incrível, só não gostei de ele falar sobre a aposentadoria do Gigi. Eu estou brava com ele sobre o que ele falou, mas não estou pronta para ver sua aposentadoria ainda.
Beh, eu não estou brava pelo eu te amo, eu estou brava pela situação! Ele tem uma namorada! E ele não vai terminar com ela para ficar comigo? Mesmo depois disso? O que isso quer dizer? Eu também não sei, por isso meu surto. Mas ok, null, relaxa! Você fechou com a Netflix e isso é sensacional! Seria uma divulgação nunca antes vista, a pesquisa de público da Netflix é fenomenal, além da ótima produção.
Me levantei, pegando minha bolsa e segui para fora da minha sala. Eu ainda estou de férias e esperava aproveitar pelo menos até o começo de julho. Desliguei tudo, vendo a sala da minha equipe totalmente bagunçada por causa da mudança e das férias, e segui pelo corredor.
- Chefa? – Olhei Dani Alves saindo do elevador.
- Ei, Dani! – Sorri. – Achei que não te veria antes de ir para o PSG. – Ele riu fracamente.
- Apesar de a minha história com o time não ter acabado como gostaríamos, eu não pude deixar de vir me despedir. – Sorri, abraçando-o.
- Obrigada por vir, Dani. – O mais baixo me apertou pela cintura. – Eu tinha uma opinião fechada sobre você e você a mudou. – Ele sorriu ao se afastar.
- Nos vemos por aí?
- Claro, Paris é aqui do lado. – Rimos juntos.
- Está saindo? – Ele perguntou.
- Sim, ainda estou de férias. – Falei e ele riu fracamente.
- Te acompanho até lá embaixo. – Ele sorriu e apertou o botão do elevador novamente. – Me falaram que, o jogador que sai do time, precisa te entregar uma camisa autografa, é isso? – Ele disse e ri fracamente.
- Sim! Falei que quando eu estiver velha, vou vender tudo no Ebay. – Ele gargalhou.
- Beh, não sei o que vai fazer depois disso, mas... – Ele puxou uma caixa fina do seu paletó. – Fiz minha parte. – Peguei o mesmo, suspirando.
- Grazie.
- Prego! – Ele sorriu e entramos no elevador.
Seguimos juntos para fora do prédio e ele seguiu ainda para o prédio do CT, eu fui para meu carro e dirigi de volta até a casa de Giulia, onde eu estava passando boa parte dos meus dias depois da chegada de Kawan... E para fugir de Gigi, sendo bem honesta, mas eu precisava parar de pensar nisso e focar em outra coisa.
- Família, voltei! – Empurrei a porta da casa de Giulia.
- Oi, filha! – Fabrizio disse, coçando os olhos.
- Te acordei? – Perguntei rindo.
- Mais ou menos... – Ele suspirou.
- Cadê o pessoal? – Deixei minha bolsa no canto do sofá junto com os sapatos.
- Lá no fundo. Colocaram o Kawan na piscina.
- O QUÊ? – Perguntei animada. – AH, EU QUERO VER! – Falei, saindo correndo para o fundo, passando pelos cômodos até chegar no quintal, vendo Giulia e Gio na beirada da piscina, Gianni e Pietro dentro dela com Kawan naquelas boias de sentar, além das de braço. – Oi, gente!
- ! – Giulia gritou, entregando uma revista para Gio.
- Cadê meu peixinho? – Me aproximei delas, puxando a saia um pouco para cima para poder me sentar no chão com elas.
- Ele começou a se acostumar agora só. – Ela disse. – Chorou bastante quando o colocamos.
- Agora ele está curtindo com o tio mais legal. – Gianni disse.
- Ainda bem que tia só tem uma! – Falei, ouvindo eles rirem.
- Então, fechou com a Netflix? – Pietro perguntou.
- Sim! – Falei rindo. – Eles vão acompanhar essa próxima temporada.
- Hum, vai ser interessante, hein? – Giulia disse. – Acho que vou dar umas aparecidas lá... – Sorri.
- Falando nisso, você precisa decidir o que vai fazer. – Falei, desviando o olhar para Kawan que batia as mãozinhas na piscina, espirrando água na gente, me fazendo sorrir. – Vai voltar para o mundo da TV? Focar exclusivamente no seu projeto? – Ela suspirou.
- Honestamente? – Ela falou e eu assenti com a cabeça. – Agora com o Kawan, eu só quero uma vida calma, sabe? – Sorri.
- Fico feliz por você, mana. Principalmente porque eu acho que faria a mesma coisa. – Pressionei os lábios.
- Beh, eu falei com o papai e eu vou ajudá-lo na loja. – Olhei para Giovanna.
- Isso é sério? – Falei surpresa.
- Sim! – Giovanna disse rindo.
- Você sempre odiou trabalhar na loja. – Falei e ela gargalhou.
- Eu sei, mas eles estão ficando velhos...
- EI! – Giovanna disse e rimos juntos.
- E eu tenho minha faculdade de administração, né?! – Ela deu de ombros. – Acho que vai ser o ideal. – Ela sorriu.
- Isso é ótimo, Giu. Sério! – Abracei-a de lado e ela passou os braços em minha cintura, me apertando.
- Esses três anos longe de vocês só me fez ter certeza de que eu quero ficar com vocês. – Sorri.
- Que bom, porque eu senti muito sua falta! Aconteceu coisa demais para eu ficar sem você! – Ela disse rindo.
- Eu sei! Quem diria que sem mim você faria um estrago? – Sorri.
- Nem vem, com você eu já fazia muito estrago, ok?!
- É, mas a taxa piorou drasticamente nos últimos três anos. – Ela disse rindo. – A começar pelas primeiras semanas que eu fui embora...
- É... – Neguei com a cabeça. – Deixa quieto! – Ela riu.
- Beh, eu vou entrar, quer entrar? – Ela disse, puxando na piscina.
- Eu não sei se eu tenho roupa... – Fiz uma careta.
- Ah, tem tudo seu aqui, null. – Giovanna disse. – Eu vou lá pegar.
- Me dá a revista para eu dar uma olhada, enquanto isso. – Estiquei a mão.
- NÃO! – Giulia disse e olhei para ela com os olhos franzidos. – Você não pode ver essa revista.
- Por que não, Giulia? – Suspirei.
- Porque tem o Gigi. – Ela disse.
- Que revista italiana não tem o Gigi, Giulia? Principalmente após aquela final horrível e as declarações dele de aposentadoria? – Suspirei.
- Não veja, null, sério. – Ela disse, pressionando os lábios. – Ele está em Forte com os filhos...
- E com ela? – Perguntei, mordendo meu lábio inferior e ela assentiu com a cabeça. – VIU?! É por isso que eu estou confusa! Ele me ama e não larga dela! Que inferno! – Me levantei apressada.
- Filha, fica aqui! – Giovanna me puxou. – Fica com a gente. – Ela beijou meu rosto. – Em família, está bem? O dia está gostoso, a água está uma delícia, o Kawan está louco para um colinho da tia favorita dele... – Ri fracamente, me sentindo amolecer ao falar do Kawan, eu sempre amolecia com crianças.
- É, null, fica com a gente. – Pietro disse e eu suspirei.
- Eu vou colocar um biquini e já volto.
- ISSO! – Os gêmeos falaram e eu sorri.
- E eu vou com ela para checar que ela vá realmente fazer isso. – Gio disse e rimos juntas.

Lui
Oito de julho de 2017
- Buongiorno, Enzo. – Falei, entrando no meu hotel em Forte.
- Buongiorno, Gigi. – Ele disse, dando a volta no balcão e entreguei minha mochila para ele. – Como foi o jogo?
- Foi divertido. – Falei rindo. – Distraí de alguma forma.
- Que bom! – Ele sorriu.
- Onde está o pessoal? – Perguntei, tirando os óculos escuros do rosto.
- Suas irmãs estão no bar lá fora, sua mãe e seu pai saírem para dar uma volta e as crianças ainda não apareceram. – Ele disse.
- E Ilaria? – Perguntei.
- Também não apareceu por aqui. – Ele disse e chequei o relógio, faltava pouco para as oito ainda.
- Eu vou lá fora com as minhas irmãs, se eles aparecerem...
- Eu aviso que o senhor chegou. – Ele disse.
- Grazie, Enzo. Bom trabalho. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
Passei por dentro do hotel, vendo que ele estava um pouco mais vazio. Algumas pessoas estavam no restaurante tomando café e dei rápidos acenos ao passar. Saí para a área externa, vendo-a um pouco mais vazia também, mas algumas pessoas já aproveitavam o sol quente e a água gelada. Me aproximei do bar e encontrei minhas irmãs folgadas.
- Ciao, ragazze! – Falei.
- Ei, Gigi! – Elas disseram.
- Chegou cedo! – Guendy disse e me aproximei para dar um beijo e depois outro em Veronica.
- Lá é a residência do Infantino, não um hotel. – Falei, me sentando em um banco.
- E foi legal? – Vero perguntou.
- Foi bom para dar uma relaxada na cabeça. – Suspirei.
- Quer algo para beber? – Guendy perguntou, secando um copo e colocando-o em minha frente.
- Muito cedo para uísque? – Perguntei rindo.
- Demais! – Veronica falou séria.
- É uma brincadeira, irmãzinha. Relaxa! – Falei e ela revirou os olhos.
- Pode ser uma brincadeirinha, mas aposto que tem um fundo de verdade nisso. – Ela disse e eu suspirei. – Você tem estado avoado, Gigi.
- Eu sei, não consigo parar de pensar no que eu falei. – Engoli em seco.
- Para null? – Guendy perguntou mais baixo e assenti com a cabeça.
- Eu não me sinto mal em ter falado o que eu falei, mas ela está me ignorando. – Suspirei. – Não somos de conversar muito nas férias, principalmente porque eu fico com as crianças e a Ilaria, mas a gente sempre acaba trocando alguma mensagem boba. – Guendy encheu o copo de suco. – Agora ela não respondeu nada. Nem a questão do Leo que eu estou curioso...
- Talvez ela esteja brava contigo, Gigi. – Guendy disse.
- Mas por quê? Eu falo que a amo e ela age assim? – Senti meu tom de voz aumentar e eu suspirei, olhando em volta.
- É estranho mesmo. – Veronica disse.
- E o pior é que ela não disse de volta. – Engoli em seco.
- Como assim? – Guendy perguntou.
- Quando eu disse, ela me pareceu surpresa, feliz, tivemos um sexo incrível depois, mas... – Puxei a respiração, mantendo o olhar na porta. – Ela não disse que me ama de volta. – Bufei baixo. – Depois de 16 anos, quando finalmente falo, esperava ao menos que ela dissesse de volta.
- Mas é realmente necessário que ela diga, maninho? – Veronica perguntou e ergui o olhar para ela.
- Como assim? – Engoli em seco.
- Depois de todos esses anos, todos os altos e baixos, aceitar todos os seus erros, suas bagunças, seus filhos... – Veronica suspirou. – Você realmente acha que ela não sente o mesmo?
- Honestamente eu acho que ela te ama até mais do que você. – Guendy disse.
- Não diga isso. Por que você diz isso? – Virei para ela.
- Eu não preciso esfregar na cara a sua situação, preciso? – Ela disse e virei para Veronica de novo.
- Talvez eu precise saber também, Vero. – Falei, suspirando. – Mesmo depois de anos, de sempre voltar para ela, ela ficou surpresa quando eu disse. – Neguei com a cabeça. – Honestamente, eu gostaria também. – Pressionei os lábios. – E ela não disse...
- Talvez tenha uma boa explicação para isso, maninho. – Guendy disse.
- De Rossi disse que podia ser porque eu estou com a Ilaria. Que seria uma afronta assumir isso enquanto estou com outra, mas não sei...
- Faz sentido. – Guendy disse suspirando e virei para ela. – Eu não gostaria de saber que um homem me ama, mas não faz o mínimo para ficar comigo. – Suspirei.
- Não está ajudando...
- Mas você já parou para pensar nisso, Gigi? – Veronica disse mais baixo. – Você não gosta da Ilaria, você não é feliz com ela, por que insistir nisso?
- Por causa do Leo. – Falei firme, suspirando em seguida. – Eu não sei explicar isso, mas ela não é uma ótima pessoa. – Suspirei.
- Mamãe contou seu receio um dia, e confesso que eu não entendi. – Guendy disse. – Ela não tem a mesma simpatia que a null, mas não é tão má...
- Ela não é bem-vista no mundo do futebol, por nenhum jogador... – Suspirei. – Eu não vou falar disso agora, mas eu tenho medo de que ela possa fazer algo que me afaste do Leo. Apesar de tudo, ele é meu filho, o amo e quero ficar perto dele.
- Isso é realmente complicado de entender, mas se for realmente isso, Gigi, você precisa se resolver. Principalmente para viver feliz. – Veronica disse. – Onde já viu, você ficou três dias lá na Suíça e não foi louco no quarto vê-la?
- Eu nem queria que ela estivesse aqui, honestamente. – Engoli em seco.
- Eu tenho que perguntar... – Vero disse. – Como você consegue?
- O quê? – Perguntei.
- Fingir que está tudo bem? – Ela perguntou. – Porque ela está sempre feliz ao seu lado, você sorri como se estivesse adorando estar aqui nas férias com ela, passeando no iate, andando pela praia, brincando com os meninos... – Suspirei. – É falso demais até para você.
- É simples, mana. – Puxei a respiração. – Eu penso na null o tempo inteiro e sei que a temporada logo começa para eu vê-la de novo. – Bebi um gole do suco. – É como uma bateria, eu e a null estamos sempre animados no fim da temporada, então é 100 por cento, aí eu vou perdendo o pique ao longo dos dias com a Ilaria, até voltar a temporada e eu vê-la de novo. – Dei de ombros. – Mesmo que seja só vê-la ou abraça-la, já me conforta.
- Você é corajoso, irmão. – Vero disse e suspirei.
- Louco, na verdade. – Falei baixo. – Mas eu preciso ver uma forma de resolver isso, gente, provavelmente me aposento no próximo ano, vou ter todo o tempo do mundo para ficar com ela, e eu quero que seja a null. – Suspirei, virando para porta de novo. – Também quero realizar o sonho dela de ser mãe e... – Neguei com a cabeça. – Eu estou perdendo tempo.
- Por que não se informa com o seu advogado? – Guendy disse. – Pede alguma ajuda na parte de direito familiarista ou sei lá como chama...
- É, talvez seja a melhor coisa a se fazer. – Suspirei. – Deveria ter falado com o Trezeguet durante o jogo, mas nem lembrei, tentei esquecer um pouco.
- Você precisa parar de falar isso para todo mundo, Gigi. – Veronica disse. – Não adianta querer esconder da imprensa que é a sua namorada e contar para outras 200 pessoas. – Suspirei, rindo fracamente.
- Eu sei, mas as fofocas correm rápido e eu ainda tenho esperança de que só o circuito interno de jogadores saiba. – Passei as mãos nas têmporas.
- Beh, eu já dei minha opinião sobre isso. – Vero disse. – Mas acho que você precisa ser honesta com as duas. – Ela suspirou. – Amamos a null, mas você colocou a Ilaria para viver com a sua família, teve um filho com ela, você ao menos deve respeito.
- Às duas! – Guendy disse. – Depois de 16 anos, ainda te apoiando? É o mínimo, não?
- É, talvez seja... – Olhei para porta novamente, engolindo em seco ao ver Ilaria saindo pela porta do restaurante com Leo de mão dada a ela. – Mas acabou o assunto agora. – Falei, me levantando.
- Pronta para colocar sua máscara de atuação, Guendy?
- Sim, Veronica. – Revirei os olhos.
- Vocês são ridículas, já falei isso?
- Olha quem fala! – Guendy disse e ri fracamente.




Continua...



Nota da autora: Oi, gente! Demorei para aparecer aqui de novo!
Bastantes capítulos para vocês, enquanto eu vou revisando o restante!
Espero que estejam gostando!
Beijos e boa leitura!




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