"Eu estava a caminho da minha décima terceira casa nova. No interior. Como uma garota criada na cidade grande, aquilo parecia a morte. Mas foi lá que descobri como viver de verdade. Com vontade, com diferença, com amigos. Fazendo coisas por querer, sem ao menos precisar de motivos ou razões para isso. Simplesmente porque soa certo, bonito, divertido."
"Seu sorriso era lindo e quando nossos rostos ficaram na mesma altura, com ele ainda me segurando, olhei dentro dos seus olhos. Servia como uma espécie de agradecimento. Por tudo, por todos e, principalmente, por ele ter me dado a oportunidade de viver aquilo. Eu não havia bebido ainda, mas o sentimentalismo estava à flor da pele.
Sacudi a cabeça assim que ele me colocou com os pés no chão, ainda próximo.
— Pensei que ia ser uma festa.
— Mas é uma festa. – ele soltou minha cintura — Você nunca fez isso também?
— Deixa de ser babaca. É que só tem a gente.
Dei um passo para trás, tentando respirar sem a dificuldade da aproximação repentina.
— E quem mais a gente convidaria no mesmo nível de maluquice? Você já completa o time.
Então, com palavras simples assim, era oficial. Eu me sentia parte de alguma coisa mais do que nunca."
“Não sabia de onde vinha aquele sentimento, mas tudo nele me fazia sentir bem, bonita e decidida. O seu sorriso sincero, seu interesse em mim e até mesmo o jeito diretão, sem joguinhos. Tinha tempos que não me relacionava com alguém sem precisar pisar em ovos e, em pouco tempo, via que ele era esse tipo raro de gente que apenas “é”. Sem preocupações desnecessárias, sem pegadinhas. Ele estava ali comigo, me beijando ou jogando conversa fora, porque simplesmente queria.
E, nossa, era exatamente o que eu precisava.”