Capítulo 42
Seu olhar estava baixo, diferente de Joe que olhava diversas vezes para as portas de vidro da entrada, esperando que Daniel magicamente aparecesse pela porta. Na televisão, imagens do Speed Fest que aconteceu mais cedo no centro da cidade, passava em repetição.
O olhar de se ergueu para a porta do centro cirúrgico, mas nada. Nenhuma notícia de Michelle, Jason ou Grace. Ela suspirou, sentindo os ombros doerem de tensão. Já tinha perdido a contagem de quantos minutos estava ali.
- Cheguei! Cheguei! – e Joe viraram o rosto para a porta, vendo Daniel entrar com o macacão da Red Bull Racing, um capacete na mão, além dos cabelos baixos e o suor escorrendo pela testa.
- Daniel! – disse em um tom aliviado, já Joe disse em tom de surpresa, por ele chegar naquele estado.
pulou nos braços do amigo, ignorando o corpo suado do amigo e respirou aliviada. Daniel apertou-a com o braço livre, dando um beijo nos cabelos da amiga. Eles trocaram um olhar, deixando sorrisos no rosto.
- Senti saudades! – As vozes falaram juntas e eles riram, se abraçando mais uma vez.
- Você está nojento! – disse.
- Desculpe, acabou atrasando, eu pedi para me trazerem aqui o mais rápido que consegui. – Daniel colocou o capacete e o headrest em uma das poltronas da sala de espera e foi até o pai.
- Oi, filhão! Está um arraso! – Joe falou sarcasticamente enquanto abraçava o filho.
- Desculpe, sei que não é a melhor forma, mas... – Ele suspirou, sendo apertado pelos braços do filho.
- A gente perdoa dessa vez. – Eles riram. – Parabéns pelo campeonato, filho!
- Ah, cara! Obrigado! – Danny disse, rindo nervoso. – Terceiro lugar. O pessoal tá muito feliz.
- Nós estamos muito felizes por você! – Joe deu uns tapinhas em seus ombros.
- Parabéns, Danny! – sorriu, suspirando. Tirando a vitória no Canadá, não viu muitas coisas, mas soube que ele competiu de igual para igual com Vettel em várias corridas, o ultrapassou e ainda conseguiu ficar em terceiro lugar no campeonato geral, somente atrás de Hamilton e Rosberg.
- Valeu, gente! Foi um bom ano! – Ele suspirou aliviado.
- Como está Jules? – perguntou, pegando o garoto desprevenido. – Eu vi...
- Ah! – Ele deixou os ombros caírem. podia não lembrar das suas conquistas, mas guardava muito bem as tragédias.
- Daniel...
- ... – Ele disse no mesmo tom. – Não começa.
- Eu não fiz nada! Isso é culpa interna! – Daniel jogou a cabeça para trás. Demorou o quê? Cinco minutos?
- Você não pode pegar leve, não?
- Não! – Ela disse séria e o tom de voz começou a aumentar. – Seu amigo sofreu um acidente, 254G, está em coma! Você acha que eu vou “pegar leve”? – Ela passou as mãos na cabeça. – É loucura!
- Foi um acidente, ! Como você mesma disse! Não é algo que acontece com frequência.
- Não, mas podia ser você! Imagina se fosse você? Como você acha que eu ficaria? – A voz de aumentava.
- Gente! Gente! Não é hora para isso! – Joe apoiou a mão nos braços dos dois.
- Nunca é hora para isso. – Daniel disse.
- Ah, então eu não deveria me preocupar? – falou. – Deveria ficar confortável por ele arriscar a vida dele toda semana?
- Ah, meu Deus! – Daniel jogou a cabeça para trás, se sentando na primeira poltrona que viu.
- Depois vocês conversam sobre isso, pode ser? – Joe disse e andou até a outra poltrona, cruzando os braços.
O silêncio reinou na sala de espera de novo, os dois mais novos se sentaram rabugentos e foi a vez de Joe voltar a andar pela sala de espera. Devido a diabetes de Mi, sabiam que a gravidez teria um risco no final, mas parecia que eles estavam esperando há uma semana.
Daniel apoiou o braço no apoio da poltrona e pegou a mão de , fazendo-a virar o rosto para ele. Eles trocaram um curto sorriso e apoiou a cabeça em seu ombro.
- Senti saudades! – Ela disse e Danny sorriu.
- Eu também, Wandinha. – Ele disse suspirando.
- Parabéns pelo campeonato.
- Obrigado! – Ele sorriu.
Do lado de dentro do centro cirúrgico, Grace andava pelo local com lágrimas nos olhos e um largo sorriso nos lábios. Era avó! Seu netinho nasceu e era um meninão saudável! Ela passou pelas portas de vidro e se levantou em um pulo.
- Nasceu! – Grace disse.
- A-a-a-ah! – correu abraçá-la, fazendo Daniel e Joe terem a mesma reação.
- Como ele é?
- Ele está bem?
- E a Mi?
- É saudável? – Os três desembestaram a perguntar coisas para ela, fazendo a mais velha rir, limpando as lágrimas.
- Ele é lindo, perfeito, três quilos e 600, 52 centímetros... É um meninão! – Ela suspirou.
- Ah, mãe! Graças a Deus! – Daniel suspirou. – E a Mi como está?
- Ela está bem, cansada... Ele fez sua irmã cansar, viu?! – Eles riram. – O que você está fazendo de macacão?
- Longa história! – Daniel abanou a mão.
- A gente pode ver eles?
- Claro! Claro! – Grace disse. – Venham! – Ela disse e a abraçou de lado quando os quatro passaram pela porta. – Silêncio...
Eles caminharam cerca de 20 passos até chegarem na porta. Uma plaquinha azul com um ursinho e o nome Isaac a decorava. fez um bico antes mesmo da porta se abrir. A primeira coisa que viram foi Jason sentado ao lado da maca e o mesmo pediu silêncio com o indicador na boca. Michelle dormia.
- O-o-oi! – entrou animada, dando um abraço no cunhado, apertando-o fortemente. – Parabéns!
Daniel foi rapidamente em direção ao berço aos pés da cama da mãe. Estava calor em Perth, mas o bebê estava enrolado em uma manta branca, com uma touquinha azul e dormia calmamente. As lágrimas imediatamente foram aos olhos de Daniel, e ele fez uma careta para tentar sugá-las de volta para dentro.
- Pode chorar! – Jason disse e Daniel riu, abraçando o verdadeiro cunhado.
- Parabéns! – Daniel disse e foi a vez de Joe e seguirem até o bebê.
- E aí, vovô? – Jason disse, fazendo Joe rir e negar com a cabeça.
O bico e cara de choro de era o mesmo que Daniel. Ela se inclinou para o bebê, tocando com as costas do indicador a bochecha gorda do menino e sentiu as lágrimas deslizarem pela sua bochecha.
- Oi, meu lindo! É a madrinha! – Ela disse fracamente, a voz quase faltando pelo tom baixo.
- Ele é lindo! – Daniel disse, passando as mãos nos olhos.
- É parte de vocês! – Jason disse, dando um tapinha nas costas do cunhado.
- A gente vai cuidar muito bem dele. – disse, dando espaço para Joe babar no neto.
- Eu sei! – Jason disse.
- A gente sabe! – Eles viraram para Michelle que havia falado, se espreguiçando um pouco após a rápida soneca.
- Ah, Mi! Ele é lindo! – foi até ela, abraçando-a com mais cuidado, devido aos aparelhos que estavam conectados a ela.
- Ah, mana! – Daniel foi em seguida e Joe deu um beijo na testa da filha.
- Como você está, meu anjo? – Joe perguntou.
- Cansada! – Ela disse rindo, alargando o sorriso de outros.
- Imagino! – acariciou o cabelo suado dela. – Mas valeu à pena...
- Cada minuto! – Michelle sorriu. – Ele é perfeito!
- Ele é lindo demais! – suspirou.
- Presente de Natal veio mais cedo, hein?! – Jason brincou.
- É o melhor presente de todos. – Daniel riu. – Eu estou feliz por vocês!
- Obrigado, mano! – Jason sorriu e um choro fino distraiu os cinco.
- Agora o trabalho de verdade começa, hein?! – Foi a vez de Joe brincar.
- Agora vai! – Mi riu. – Quer pegá-lo? – Ela ofereceu.
- Sim! – falou prontamente, seguindo para perto do berço.
- Deixa que eu te ajudo. – Jason disse, tirando Isaac do berço devagar e ajeitou-o em seu colo antes de segurá-lo com todo cuidado do mundo.
- Oi, meu lindão! Aqui é a madrinha! – disse, quase tocando seu nariz no do bebê.
- E eu sou o padrinho mais lindão ainda! – Daniel disse atrás de , fazendo-a revirar os olhos.
- Vamos cuidar de você, meu amor. – suspirou. – Para sempre.
Los Angeles, Estados Unidos – 2016
- Já imaginou ver algo assim? – Tom perguntou, me fazendo rir.
- Nem a pau! – Falei rindo, colocando a mão acima dos olhos. – Ele sempre foi medroso.
- Existem tubarões em Los Angeles? – Tom perguntou e somente arqueei os ombros.
- Não sei, mas não sou eu quem vou falar para ele. – Tom riu alto ao meu lado.
Me ajeitei em cima da toalha e puxei minha bolsa para checar o horário no celular e já estava perto das cinco da tarde. Ele não iria aguentar o som do Chance the Reaper mais tarde. Confesso que nem eu estava com muito saco para esse show, mas o que a gente não faz para agradar ao Daniel, né?!
Eu estou me sentindo igual quando fazia minhas revisões na Michelin, exausta. Parece que uma chave é ligada no fim do ano e o cansaço simplesmente aparece. Ao menos só faltavam duas corridas, a premiação da FIA e depois poderia desmaiar na minha cama em Perth novamente. Mais um mês. Era tudo que eu precisava.
Talvez eu possa dizer que a temporada da Fórmula Um é mais pesada que a minha era. A mudança extrema de fuso-horário desgastava muito. Quando eles planejavam meu calendário, eles tentavam manter próximo, evitando mudanças bruscas de fuso-horário, agora aqui? Não tem condições.
Ao menos estávamos vindo de uma leva mais calma. Estados Unidos, México e o próximo vai ser Brasil. Depois temos uns 10 dias até Abu Dhabi, mas aí já estaremos mais perto de Perth. Apesar que a premiação é na Áustria, se eu não me engano. Com Maria como assistente, eu não precisava me preocupar com mais nada. Eu só seguia!
- Ei, baby! Não vai entrar mesmo? – Ergui o rosto quando Danny apareceu cobrindo o Sol.
- Não dá, baby! – Falei rindo.
- Ah, verdade! O mar vermelho. – Ele disse e revirei os olhos, esticando a toalha ao meu lado para ele.
- Como estava a água?
- Bom, bem quentinha! – Ele disse, esfregando a toalha em seu rosto e cabelos.
- Não lembrou dos tubarões? – Brinquei e ele abaixou a toalha só para mostrar a língua.
- Tonta! – Ele disse, me fazendo sorrir. – Preparada para o show hoje? – Suspirei.
- Ah, baby... – Tombei a cabeça para trás.
- Não começa! – Ele disse, se jogando ao meu lado, fazendo alguns respingos de água caírem em mim. – Você vai!
- Ah, baby! – Suspirei. – Você tem os caras! Vocês podem beber, ficar doidos, sem que eu encha o saco de vocês!
- Mas você lá... É a diversão...
- Caham! – Blake falou e Danny lhe deu um tapão na nuca, fazendo estalar alto.
- É sério, baby! Não fique chateado. Só tentem maneirar na bebida. – Pedi e ele ponderou com a cabeça.
- E você vai estar pronta para o Brasil? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Claro! Calor, coxinhas, caipirinhas... – Falei sorrindo. – Pronta para renovar minha marquinha de biquini.
- Acho que o hotel tem piscina... – Ele disse e ri, virando o rosto para o pôr-do-sol e suspirei.
- Eu quero ir para casa, baby... – Virei para ele novamente.
- Só mais alguns dias, meu amor. – Ele disse e assenti com a cabeça
- Só mais alguns dias... – Suspirei, sentindo-o beijar meu ombro.
Daniel
- Imagina que o clima não está muito bom, né?! – Ele disse e ponderei com a cabeça.
- Eu não sei, cara. Você deu tudo que podia dar por esse esporte, você teve sua cota de injustiças... Mas o que prefere? Ficar em casa ou queimar mais um pouco de pneu e ganhar mais dinheiro? – Perguntei, ponderando com a cabeça.
- Pensando nesse caso, sim, mas... – Ele indicou com a cabeça o longe e virei o rosto, vendo sentada em uma mureta, comendo pipoca de um saquinho, claramente me esperando. – Ir para casa e ficar com quem se ama? – Ri fracamente.
- Amo isso, mas voltar para casa ainda é minha coisa favorita. – sorriu para gente, se levantando da mureta.
- Aproveite, cara. – Ele deu dois tapinhas em meus ombros e ri fracamente.
- Oi, .
- Oi, Felipe! – Ela acenou para ele quando ele foi para o outro lado com a assessora da Williams.
- Ei, baby! – Falei e ela sorriu, se inclinando em minha direção e trocamos um rápido beijo.
- Oi, baby! – Ela sorriu risonha.
- Você parece feliz. – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu realmente gosto desse país! – Ela disse rindo. – Mas estamos cada vez mais perto de irmos para casa. – Ela me esticou a pipoca e eu ri.
- Só mais duas, baby. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Vamos sair daqui? – Indiquei os fotógrafos à nossa volta e ela seguiu ao meu lado, caminhando pelo paddock.
- Sabe, eu gostei desse paddock... – Ela disse. – É fechado, os fãs parecem ter mais acesso a vocês, o que é bom para eles... Mas esse corredor de vento! – Rimos juntos.
- A desvantagem de Interlagos é essa. Quase sempre está nublado... A ideia do paddock fechado em cima é boa, mas essa corrente que forma...
- Vamos te encontrar um casaco mais quente, que tal? – Falei, passando o braço em seus ombros.
- Eu aceito um café também. – Ela disse.
- Pipoca com café? – Peguei o saquinho de sua mão, fazendo-a rir. – O que aconteceu com Addams?
- Está se tornando mais leve, mor... – Ela sorriu para mim.
- Não dá para correr sempre, né?! – Falei e ela riu.
- Nem ser chata sempre. – Dei um beijo em sua testa, sorrindo.
- Você não é chata, baby....
- Quando falamos de comida, eu sou sim... – Deixei-a entrar na minha frente quando entramos no motorhome da Red Bull e tudo estava mais quente ali dentro.
- Ainda bem que é você quem está dizendo. – Dei de ombros, amassando o saco de pipoca e ela caminhou até o balcão.
- E aí, cara? – Virei para o lado, vendo Michael.
- Ei, perdido aqui? – Ele riu.
- Fugindo do frio como quase todo mundo. – Ri com ele.
- É, diz isso para friorenta ali! – Indiquei na ponta dos pés apoiada no balcão e ele riu.
- Ela está contando os dias para ir embora. – Ele disse.
- Nem fala! Até eu já estou contando os dias... – Estralei o pescoço.
- Vamos manter firme, cara. Ainda temos duas corridas. – Ele disse e ri fracamente.
- Vamos lá! – Suspirei e vi se juntar à roda com um copinho de café fumegante.
- Café? – Rimos.
- Eu vou pegar um também. – Falei.
- Por que estão rindo? – Ela perguntou e dei um beijo em sua testa.
- Só feliz por você, baby. – Falei e ela franziu a testa, rindo sozinha.
- Podia ser pior... – Michael disse ao meu lado, dando de ombros.
- Ele nunca vai bem no Brasil, eu chequei! – Falei, andando para perto do bar e peguei meu copo com suco de laranja, terminando com um gole.
- Bom, ainda dá para fazer algo... Que tal suas tranças para amanhã? – Nigel falou, passando por nós e ri fracamente.
- Que tal não? – Brinquei, vendo-o rir.
- parou de apoiar a causa! – Christian falou ao passar por dentro e ri.
- Não parei de apoiar a causa, aceito mais vitórias... – Falei, indicando com a mão. – Mas também sei que todos já estão cansados.
- Nem fala! – Adrian passou suspirando e ponderei com a cabeça.
- Viu?! Mais gente quer ir para casa... – Dei de ombros.
- Eu quero voltar para Déborah! – Michael disse, pegando a garrafa de água de Danny e seguiu Christian e Adrian.
- Bom... Eu vou também! – O segui, andando a passos mais lentos, saindo no paddock.
O caos pós-classificatória estava instaurado, pilotos andavam para todos os lados com seus assessores e os fotógrafos e repórteres andando muito rápido atrás dele. Eu já estava acostumada com essa atenção desnecessária perto de mim, eles eram invasivos, mas não inconvenientes. Eu dava um sorriso e costumava manter a boca ocupada para não terem eles lendo meus lábios.
Me aproximei da área da imprensa, vendo Daniel falando todo animado com alguém e dei um sorriso para alguns repórteres ali em volta e fingi ter algo muito importante para ver no meu celular. Acabou que tinha uma mensagem de Grace falando que estava sem sono e que acabou vendo o treino completo. Era quatro horas em Perth, tia Grace precisava de horários melhores.
“Vá dormir! É uma ordem!” – Enviei, rindo fracamente.
- Quem dormir? – Dei um pulo, virando rapidamente.
- Ai, Daniel! – Bati em seu ombro com o celular, ouvindo-o rir. – Idiota! – Falei.
- Sempre! – Ele disse, me segurando pela cintura e apoiei uma mão em seu ombro enquanto a outra guardava o celular no bolso. – Quem era?
- Sua mãe! Ela está acordada agora. – Falei.
- Ah, dona Grace! – Ele disse e senti alguns flashes em meu rosto.
- Precisamos voltar! Eu preciso voltar a cuidar da dieta da sua mãe. – Falei e ele riu.
- Ela vai adorar isso. Você torna fácil fazer dieta. – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Mas, ei, como está? – Empurrei-o de leve.
- Bem, a diferença é de menos de um segundo, o pessoal atrás está mais lento... Vamos ver o que vai acontecer... – Ele deu de ombros.
- Vamos ver o que vai acontecer, baby. – Falei e ele deu um beijo em minha bochecha.
- Vamos para a reunião da engenharia? – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Vamos! Cadê o Max?
- Evitando vomitar... – Me assustei, vendo Max do nosso lado.
- Quanto tempo está aí? – Perguntei.
- Desde vocês falaram da mãe do Daniel. – Ele disse, colocando o canudo na boca e neguei com a cabeça.
- Deus! Hoje vocês tiraram o dia para me assustar! – Ergui as mãos, seguindo para o motorhome da Red Bull e ouvi os dois virem rindo atrás de mim.
Daniel
O dia amanheceu feio e entre rápidas paradas, a chuva se manteve firme o dia todo. O paddock é fechado, então formava um corredor de vento que deixava tudo mais frio, inclusive a friorenta da que ficou trancada no motorhome o dia inteiro, só saiu quando Massa deu uma passada lá com Felipinho.
Outro também que estava um caco. A incerteza da Williams em mantê-lo ou não falava alto, então hoje era como uma despedida para ele. Uma despedida no seu país, e talvez uma na Fórmula Um em Abu Dhabi na próxima corrida.
Eu não deveria me preocupar com isso, mas fico projetando isso em mim, imaginando no fim da minha carreira, ou em uma possível baixa, ou talvez até demissão.
Estou em um ótimo momento agora, mas pode ser diferente amanhã. São poucos pilotos que conseguiram se manter firmes por diversos anos, ou anos sequenciais. Tinha sempre uma quebra. Eu não sou tão egocêntrico em achar que não vou ter o mesmo problema.
Espero que não, mas não sabemos o dia de amanhã!
- Bora, ! – Falei em um tom mais alto ao abrir a porta, fazendo-a pular.
- Ai, Danny!
- Dormiu de novo?
- Para, eu estou cansada! – Ela se sentou desanimada, puxando os tênis para perto.
- Eu tenho ouvido essa frase com frequência. – Falei, entrando na minha sala e fechei a porta.
- Porque eu ainda estou cansada. – Ela disse rindo, calçando um pé de cada vez.
- Precisamos planejar nossas férias. – Falei e ela franziu a testa. – O quê? Que cara é essa!
- Que férias, baby! Eu quero dormir por seis meses inteiros, depois eu penso no que eu vou fazer! – Ela negou a cabeça, tirando o lacinho bagunçado de seus cabelos.
- Bem, eu não tenho essa liberdade, mas deveríamos fazer algo juntos...
- Vamos, a mesma coisa que fazemos todos os anos...
- Tentar conquistar o mundo? – A interrompi e ela revirou os olhos.
- Idiota! – Sorri, fazendo-a rir comigo.
- Não! Ficar em Perth, na fazenda, cuidando dos animais, colhendo frutas e vendo você fazer qualquer idiotice como quebrar a mão, torcer o joelho e...
- Ei, estou ficando velho. Não dá para pagar para ver.
- Ainda bem que só você está ficando velho! – Ela refez o rabo de cavalo, me fazendo rir. – Eu estou novinha.
- Relaxa, logo as costas começam a doer. – Ela ponderou com a cabeça.
- Já doem!
- Viu?! – Rimos juntos.
- Pronto para vencer mais uma? – Ela perguntou, apoiando os braços em meus ombros.
- Eu ia gostar muito, mas eu não tenho tanta sorte no Brasil...
- Às vezes consegue mudar...
- Às vezes... Mas não sei se te informaram, mas eu vou largar em sexto e está chovendo canivete lá fora... – Falei e ela fez um bico com uma careta.
- Você toma cuidado, ok?! – Ela fechou o velcro do meu macacão.
- Tenho certeza de que você não vai precisar se preocupar, baby. Se não cancelarem, vai ser uma corrida atrás do Safety Car... – Ela suspirou, ponderando com a cabeça.
- Não sei o que é pior...
- Isso! Isso definitivamente é pior. – Rimos e ela aproximou os braços, me abraçando fortemente.
- Vamos acabar o dia logo e dormir em uma cama quentinha.
- De preferência com você pelada. – Falei e ela deu um beliscão nas minhas contas. – Ai!
- Chato! – Ela disse, me fazendo rir.
- Vamos! – Indiquei e ela pegou o casaco, colocando-o e fechando até em cima.
Ela veio ao meu lado e abri a porta, ouvindo a chuva forte bater na cobertura do paddock, além de várias pessoas correndo, pois mesmo assim a água entrava, formando pequenas cachoeiras e poças. Passei o braço pelos ombros de e seguimos a passos rápidos para o paddock, entrando apressados na garagem da Red Bull por trás. Ela passou as mãos nos braços e eu sacudi o cabelo para tirar o molhado.
- Boa sorte, ok?! – Ela disse novamente e assenti com a cabeça.
- Pode deixar, baby. – Trocamos um rápido beijo e segui para minhas preparações, enquanto ela foi para perto de Michael e Maria.
A corrida foi um tremendo tédio! Com todas as letras!
A chuva realmente não dava folga, nem parecia as vezes que eu vim para o Brasil, um sol de rachar e tudo que eu mais queria era uma bebida bem gelada e sombra. Agora eu queria um banho quente e a cama do hotel com um edredom bem grosso em cima.
Mas apesar do tédio, meus nervos ficaram ligados o tempo inteiro. Era o tipo de corrida que podia dar tudo errado, e eu não estava com vontade de passar a noite no hospital por causa de um tornozelo quebrado, muito menos algo pior.
Interlagos não costuma ter muitas voltas, pois o circuito é extenso, mas nunca vi uma corrida durar tanto, acho que foram umas três horas, sem exageros.
Quando conseguiram largar, depois de uma longa espera para ver se a chuva daria alguma trégua, o restante foi daquele jeito.
Logo no começo, na volta 11, Seb derrapou. Isso foi ótimo para que Danny o ultrapassasse, mas isso não durou muito. Logo na volta 14, Ericson rodou perto da entrada do pit stop, causando uma pequena batida e isso trouxe o Safety Car para a pista.
Isso ficou rolando por um bom tempo, umas seis voltas. Nesse meio tempo, Danny foi investigado por ter entrado no pit quando estava fechado, mas acabou não dando nada.
Tivemos uma nova largada, mas só serviu para que Kimi batesse na reta do grid ao completar uma volta. A bandeira vermelha foi sacudida e tudo parou. Os pilotos pararam, desceram, entraram, relaxaram, e foi aquela lentidão para voltar. Acho que cerca de 15 minutos.
Eles insistiram em largar novamente, mas atrás do Safety Car, da vigésima volta, eles ficaram até a trigésima segunda. Brincar com o fliperama de Danny quando criança era mais legal.
O Safety Car saiu na pista e deu para eles finalmente correrem, a água esguichava muito forte, então as ultrapassagens eram escassas. Confesso que fico com muita dó dos fãs lá fora, mesmo com as arquibancadas cobertas, a chuva de vento molhava qualquer um.
Na volta 44, Danny fez a volta mais rápido, já na 46, ele e Hulkenberg começaram a brigar por posição. Danny ultrapassava, Hulkemberg o ultrapassava e por aí vai.
Quando tudo estava se encaminhando para o fim, a pior coisa que poderia acontecer: Massa bateu.
Danny tinha me contado sobre os boatos dele continuar na Williams, mas até agora nada da equipe, então ele estava se preparando para se aposentar. Em teoria, hoje era sua última corrida em casa, e acaba desse jeito. Realmente não era para ser.
O acidente não foi grave, ele saiu rapidamente do carro, e, enquanto o Safety Car avançava, Massa seguiu a pé de volta para o grid, sendo ovacionado pelos fãs brasileiros. Foi bonito de ver e emocionante. No final ele encontrou Raffa e Felipinho, deixando-o mais emotivo assim.
Só me distraí quatro voltas depois quando Daniel fez um pit no final, mas a corrida já estava decidida e o Safety Car ainda estava na pista.
Foram liberar só na volta 56, quase que por pouco tempo, porque Alonso deu uma rodada feia, mas conseguiu recuperar. A corrida e a chuva finalizaram com Hamilton em primeiro, Rosberg em segundo, mantendo a briga pelo campeonato aberta entre os pilotos da Mercedes, e Max em terceiro. Danny finalizou em oitavo, dois abaixo do que tinha largado.
Não era perfeito, sua posição em terceiro estava garantida, e eu só conseguia pensar em uma coisa: agora falta só uma corrida!
Aleluia!
- De novo?! – Ele perguntou animado, fazendo-a rir, tombando a cabeça no banco do sofá, já que estava sentada no tapete branco.
- Pensando, Daniel? – Me distraí com Massa, pegando a taça na mesa e dando um gole do vinho branco.
- Sempre, Felipe! – Falei rindo.
- Muito mudou desde o começo do ano, não?! – Suspirei.
- Muito! – Dei um sorriso. – Nunca imaginei que eu e fôssemos estar desse jeito, muito menos pensando no futuro.
- E quais são os planos? – Ele perguntou.
- Nas férias ou...
- Tudo! – Ele disse rindo.
- que abrir o restaurante dela... – Me distraí com a risada de Felipinho. – Ela disse que vai estudar esse próximo ano, começar a planejar... – Falei. – Muitos cursos são na França e Itália, ela quer manter o padrão Le Cordon Bleu, então vai ser fácil combinar de ela vir em alguma corrida, eu ir encontrá-la em alguma folga... E sempre temos Mônaco. – Falei.
- E sua família?
- Ah, eles vão adorar! Ela vai ficar mais com eles, tenho certeza. Tem o nosso sobrinho também... – Ponderei com a cabeça.
- Vai ser fácil. – Felipe disse. – E quando vem um mini Daniel? – Rimos juntos.
- Ah, cara! Espera um pouco. – Rimos juntos. – Ela quer... – Falei. – E eu pretendo realizar os sonhos dela, mas... Acho que temos que conquistar algumas coisas ainda. Ela quer o restaurante dela, ela merece isso.
- E tenho certeza de que vai ser incrível, aquela comida no GP do Japão... Cara! – Rimos juntos. – Estava muito bom!
- Ela é boa! – Falei rindo. – Na minha aposentadoria, sabemos que eu não vou manter a boa forma! – Rimos.
- Até parece! Vai precisar nos manter em forma. – falou, me fazendo rir. – Eu já engordo só de olhar, você precisa se manter em forma, para me manter em forma. – Sorri.
- Ah, olha onde eu fui me meter! – Brinquei, vendo-a sorrir.
- Quem quer banana caramelizada com sorvete? – Raffa voltou da cozinha.
- EU! – Felipinho pulou do sofá, depois pulou , correndo para mesa novamente.
- Eu ainda me atrevo a servir coisas com a aqui! – Raffa disse e fui até , esticando as mãos para ela.
- Coisas caseiras sempre serão as melhores, Raffa, confie em mim! – Puxei-a para cima, fazendo rir.
- AH, não! Não vou concordar com essa. – Raffa disse e me aproximei com da mesa. – Eu não suspiro com minha comida do dia a dia, ok?! – riu.
- Eu concordo com isso! – Felipe disse, nos fazendo rir.
- Ok, ok, ok! – ergueu as mãos. – Mas eu tenho uma boa explicação para isso.
- Ok, diga! – Raffa disse, servindo os pratos e Felipe a ajudava colocando uma bola de sorvete.
- Comer sua própria comida é enjoativa. – Ela disse.
- Disse a mulher que ficou cinco anos só comendo fora nas três principais refeições do dia. – Falei e ela me deu uma cotovelada.
- É diferente, ok?! Eu cozinho bem, tenho minhas técnicas e tudo mais, mas eu não como pasta caseira com ragu de costela todos os dias. – Ela disse.
- A gente não vai comer isso todo dia? Droga! Fui tapeado! – Brinquei e ela riu, tombando a cabeça no meu ombro.
- Não, baby. Não! – Sorrimos e dei um beijo em sua cabeça. – Às vezes você só quer um miojo ou misto quente e é isso aí. – Ela disse sorrindo.
- Aposto que o seu miojo é melhor do que o meu. – Raffa entregou nossos pratos e colheres.
- Talvez... – Ela brincou. – Mas o trivial se torna chato, isso é fato. É que quando eu realmente cozinho, estou em Perth, com minha família, ou algum momento especial... Então acaba sendo tudo diferente. – Ela deu de ombros.
- E com o restaurante? Vai ser todo dia.
- Eu penso muito sobre isso. – Ela falou. – Vai chegar um momento em que eu provavelmente vou odiar cozinhar, mas vai ser um trabalho que eu vou ter que fazer. – Ela disse, colocando uma colherada na boca e foquei no meu antes que o sorvete derretesse. – Por isso eu pretendo montar uma equipe muito boa, em que se eu precisar dar uma folga, não afete a qualidade do restaurante em si.
- Senão você surta. – Felipe disse.
- Basicamente. – Ela disse rindo – Ainda não decidi detalhes, mas gostaria que ficasse aberto a partir do almoço até o jantar, são umas 12, 14 horas de serviço, isso sem contar toda preparação prévia, então é algo como 18 horas de trabalho.
- Uau...
- É impossível trabalhar sete dias da semana, 18 horas por dia. Não quero ter meu primeiro burnout antes dos 30. – Rimos juntos. – Então uma equipe boa, é primordial. E pessoas com vontade de aprender. O melhor é trazer jovens com vontade de aprender e trabalhar...
- Depois tudo flui sozinho. – Felipe falou.
- Exatamente! – disse.
- Eu disse que ela está preparada! – Falei com Felipe, ouvindo-o rir.
- Ter um restaurante para é como muitas meninas planejam o casamento. – riu.
- Provavelmente é! – Ela disse rindo. – Eu nunca pensei muito no meu casamento.
- Ainda bem que não precisa pensar por um tempo. – Falei.
- Idiota! – Ela disse rindo, me dando um tapinha no peito.
- Vamos chegar lá! Daqui uns 20 anos. – Falei e negou com a cabeça, fazendo Raffa e Felipe rirem.
- Pior de tudo, é que eu estou acostumada com isso há 24 anos! – Ela disse rindo. – E ele ainda me tira do sério. – Enchi a boca de sorvete, fazendo-a rir.
- E não vou mudar pelos próximos 50 anos! – Falei.
- Bem, ainda há esperança, se estivermos vivos aos 77 anos, podemos ter uma maturidade tardia. – Ela disse. – A esperança é a última que morre.
- E você realmente tem? – Perguntei.
- Nunca! – Ela disse rindo.
- Bom! – Sorrimos e dei um beijo gelado em sua bochecha.
- Ah, Danny! – Ela disse rindo.
Capítulo 43
- Vai, Isaac, dorme... – Jason quase dormia ao lado de Michelle, tentando fazer o bebê recém-nascido dormir.
- Lesgo, baby! – A voz de Danny se sobressaiu lá de fora e ambos bufaram quando os gritos de Isaac ficaram mais altos.
- Eu vou matá-lo. – Michelle bufou, suspirando, tentando ninar Isaac.
- Ei, ei, precisam de ajuda? – apareceu pelo corredor secando as mãos na calça. – Gente, vai dormir! Meu Deus!
- Ele não dorme... – Michelle falou quase em um suspiro.
- E o seu amigo... – Jason indicou lá fora e virou o rosto para onde uma faísca era vista do lado de fora.
- Dá ele aqui. – esticou as mãos, praticamente tirando Isaac das mãos de Michelle. – Para cama, os dois!
- Você cozinhou o dia inteiro, você também está cansada. – Michelle falou.
- Não quanto vocês, a costela demorou 8 horas para assar, gente, por favor. Eu dormi em boa parte.
- Ai, , eu não vou negar, porque eu estou cansada, mas sabemos que não. Você deve estar cansada de picar tanto. – Michelle falou.
- Cama! Os dois! Eu coloco Isaac na cama. – disse, tentando ninar o bebê chorão.
- Vamos, amor. Ele está com . – Jason empurrou sua esposa para o corredor e ficou sozinha no centro da sala, vendo as sobras de coisas da noite de Natal.
Grace e Joe já haviam dormido faz tempo, Daniel decidiu fazer uma balada com os amigos e a música não parava em nenhum momento, até que tinha ido tomar banho e colocar pijama para dormir, mas isso não aconteceria com o bebê chorando em seu colo. Milagre Grace e Joe estarem dormindo ainda.
tentou ninar o bebê de menos de 10 dias por algum tempo, mas até ela pulava com os fogos ou queimada de palha de aço que Danny fazia lá fora. Ela tinha paciência, mas não quando um bebê precisava dormir.
Em um impulso bem no estilo , ela abriu a porta de correr, sentindo o calor de Perth na noite de Natal e atravessou o gramado com o bebê chorando em seu colo.
- EI! EI! EI! – gritou para eles. – DANIEL!
- EI! – Ele virou assustado.
- CALA A BOCA! – Ela gritou, puxando o fio da caixa de som.
- Pô, ... – Tom começou a falar.
- NÃO! – Ela gritou. – SÃO TRÊS DA MANHÃ, TEM PESSOAS E UM BEBÊ TENTANDO DORMIR, ACABOU! – Parece que até Isaac ficou quieto com seus gritos – que talvez não fossem indicados para um bebê tão jovem.
- Relaxa, gatinha. – Bruce falou. – Que tal a gente ir lá para dentro e você grita comigo de outro jeito?
- Ah, nojento! – disse.
- O que você disse? – Daniel disse, como se em um estalo ele não estivesse mais bêbado. – O que você disse?
- Danny! Danny! Deixa para lá! – disse.
- DEIXA NADA! Isso é forma de falar com a ? – Daniel se aproximou de Bruce, empurrando-o e pareceu que todos despertaram.
- Epa! Epa! – Michael se colocou no meio dos dois. – Tá tudo certo.
- Ei, cara! Está tudo bem, é ! Ela sabe que é brincadeira.
- Com licença? – Foi a vez de ela falar.
- Fora! – Daniel disse.
- O quê? – Bruce disse.
- Danny, deixa quieto! – disse.
- FORA! – Danny disse novamente.
- Danny, larga disso, são três da manhã. – Alex falou, tentando colocar senso na cabeça do amigo.
- É, Danny, é brincadeira! – Bruce disse.
- Fora! – Daniel disse novamente, em um tom mais calmo. – Fora! – Ele se afastou alguns passos, se aproximando de com Isaac. – Vamos para dentro. – Ele puxou para dentro e dessa vez a menina não quis discutir, só entrou com Daniel, feliz que o choro havia parado...
E a festa também!
- Será que vai? – Perguntei, tomando um gole do drink exótico que tinha aparecido em minha mão há alguns minutos.
- Temos mais cinco voltas. – Ele riu, se aproximando de mim. – Cansada?
- Não, na verdade. – Ri com ele. – É a primeira vez em muito tempo que eu estou relaxada no meio do caos.
- Ah, seu medo de carros melhorou, baby.
- Sim, sim! Isso sim! Mas câmeras, imprensa, é como se a gente precisasse ficar em alerta o tempo inteiro... – Suspirei.
- É, desculpe, baby, infelizmente não consigo fazer nada quanto a isso.
- Não se preocupe, baby. – Falei. – Ossos do ofício... – Vi os karts passando mais uma vez. – Mas as vezes é bom ficar escondida.
- Ainda contando os dias? - Ele apoiou do meu lado, me fazendo rir.
- Os minutos! – Rimos juntos.
- Uma semana para a próxima, baby. – Ele se colocou na minha frente.
- Uma semana para a última! – Apoiei o drink na beirada do muro e ele me abraçou pela cintura.
- Nunca pensei que alguém pudesse odiar Fórmula Um, amar e depois odiar novamente. – Sorri.
- Eu não odeio, eu só estou cansada. – Sorrimos. – Na LCB acontecia a mesma coisa. Começava a ficar depressiva nessa época.
- Saudades de mim? – Ele abriu um sorriso largo e fiz um carinho em seu rosto.
- Não só se você! De casa! – Ele beijou minha bochecha, me fazendo sorrir.
- Estaremos lá antes que você perceba. – Sorri.
- Espera um pouco... – Fechei os olhos, fingindo que esperava me transportar e abri novamente, olhando em volta. O local, as pessoas, todos eram os mesmos. – Ainda aqui.
- Boba! – Ele disse rindo. – Você vai estar em breve, só não tão correndo assim.
- Achei que fosse um piloto de Fórmula Um, Daniel. O que aconteceu? – Rimos.
- Ei! Só você tem direito de cansar? – Dei um beijo em sua bochecha, rindo com ele.
- Só! E você vai me mimar! – Abracei-o fortemente, ouvindo os karts passando novamente.
- Lesgo, baby! Lesgo!
- Acho que alguém já exagerou! – cochichou ao meu lado.
- Não! Para! – Tom falou novamente, nos fazendo rir. – Deixa eu falar.
- “Ao melhor cara de todos...” – Alex começou a imitar Tom em voz baixa ao meu lado.
- Ao melhor cara de todos! – Tom falou um pouco mais alto, nos fazendo rir e escondeu o rosto em meu ombro. – Que ele tenha um ótimo ano e um ótimo dia! – Ele ergueu a taça, nos fazendo rir e imitamos seu movimento.
- Ao Michael! – Falamos juntos, rindo.
- Há quanto tempo isso acontece? – Déborah perguntou, também escondendo a risada.
- Bem... – disse rindo.
- Desde que conseguimos comprar bebidas de modo legal? – Falei.
- Baby! – me cutucou, me fazendo rir.
- O quê? Eu posso dirigir um carro com 16 anos e não posso beber? – Falei.
- Não?! – disse como se fosse óbvio.
- Com supervisão parental... – Mike disse e eu ergui a taça para ele.
- Ah tá que a tia Grace sabia disso. – disse, nos fazendo rir.
- Nem você sabia disso! – Mordi seu ombro, fazendo-a rir.
- Ai, baby! – Ela me empurrou. – Foi no nosso momento de distância.
- Ah, podemos não voltar àquilo? – Déborah disse.
- O quê?! – Metade da mesa perguntou juntos.
- Vocês provavelmente não lembram disso, mas aquela tarde na praia foi o pior dia de todos. Eu não sabia se eu ficava desesperado pelo Danny, pela ou pelo Michael. – Ela disse rapidamente.
- Eu estava desmaiado... – Falei.
- Meio-morto! – Michael disse.
- Mike! – e Déborah o repreenderam juntas.
- Ei, nem vem! Estava mesmo! – Alex disse enquanto Tom beliscava os pedaços restantes de carne. – Foi a coisa mais assustadora que eu já presenciei.
- Eu sou piloto, já tive acidentes.... – Falei.
- FOI PIOR! – Alex gritou. – Você morreu, Daniel! Por... Sei lá, uns três minutos?
- Uns 45 segundos, mas ainda... – Michael falou. – Foi o que o paramédico disso. – Ele disse.
- Até hoje eu tenho pesadelos daquele dia... – Déborah sacudiu a cabeça.
- Se você tem, imagina a que meteu uma agulha nele... – Alex disse e viramos para ela.
- Não! – disse. – Honestamente, eu não tenho nenhuma lembrança. Depois que aconteceu eu fiquei um tempo tentando compreender o que tinha acabado de acontecer e nada...
- Sua adrenalina deve ter ido às alturas. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu só lembro de minhas mãos tremerem e eu ficar uns 10 minutos chorando na areia depois que você foi. – Ela disse.
- Depois que eu saí do meu surto, eu fui acolher ela... – Déborah disse.
- Sim! Eu levei vocês para casa. – Alex disse.
- Sim! – e Déborah confirmaram.
- Que loucura, cara. – Mike disse. – Parece outra realidade.
- Parece... – Deborah suspirou. – Quase 10 anos.
- Ainda bem que o tempo passa. – me abraçou de lado e sorri, dando um rápido selinho.
- Ainda bem que a sabia salvar o Danny. – Tom disse e nos entreolhamos. O restaurante, o lugar, o clima, tudo pelas minhas conquistas e as risadas ecoaram pelo restaurante.
- Você já falou isso umas mil vezes, desde que saímos do avião! – Ri, me ajeitando no carro e tirando a cara do vidro.
- Desculpe! Eu nunca vim para cá! – Ele segurou minha mão. – Tudo é incrível!
- É mesmo! – Ele disse rindo. – Mas clima...
- Horrível! – Falei, ouvindo-o rir. – Aqui é meio Mônaco ou...
- Mais! – Ele disse rindo. – Mais gente...
- Ah, eu estou empolgada! – Suspirei, encostando a cabeça em seu ombro.
- Por que é a última corrida da temporada?
- Sim! – Falei rindo, ouvindo-o rir.
- Só mais cinco dias, baby! – Suspirei.
- E mais alguns de premiações e afins...
- Ok, e mais alguns dias disso... – Ele disse e rimos juntos.
Chegamos no hotel e minha surpresa continuou a mesma. Além do tamanho do negócio, tudo era muito lindo, muito chique e muito rico. O ouro e o diamante predominavam na decoração. Ah, e ar-condicionado! E olha que eu já fui em alguns lugares bem diferentes nesse mundo.
- Olá, meu casal favorito! – Maria falou quando nos aproximamos da recepção.
- Oi, Mary! – Danny disse e abracei-a rapidamente.
- Fizeram boa viagem?
- Sim, tudo certo! – Danny disse.
- Eu estou adorando aqui! – disse.
- Bom, porque temos muitas coisas para fazer e gravar! – Fiz uma careta.
- Estava bom demais para ser verdade! – Falei e Dany me sacudiu.
- Vamos, baby! Última corrida da temporada! – Ele beijou minha bochecha, me fazendo rir. – O que vamos fazer?
- Vamos encontrar a equipe de motociclismo da Red Bull no deserto e, depois, vamos jantar lá. – Maria disse.
- No deserto? Areia? Sol? – Falei rapidamente.
- Já falei que ela é uma patricinha? – Danny disse e empurrei-o levemente.
- Chato! – Eles riram juntos.
- Não se preocupe! – Maria disse. – Vamos no fim do dia, tem tendas arejadas e você pode comer coisas diferentes. Que tal?
- Até a Maria já sabe como te agradar! – Danny me irritou, dando um beijo em minha bochecha.
- Para! – Falei, ouvindo-o rir.
- Bem, como saber, depois, amanhã temos o media day, e começa o fim de semana. – Ela disse. – Lembrando que a corrida é um pouco mais tarde, então tentem entrar no fuso-horário.
- Não vai acontecer, próximo conselho? – disse e ri fracamente.
- Se você é assim mal-humorada, imagina grávida. – Maria disse e sorri.
- Ainda bem que não vamos descobrir isso por um bom tempo. – Danny sorriu. – Né?!
- Espero que não! – ergueu as mãos se defendendo.
- Bom, galera, penúltimo andar, quarto 577. Divirtam-se. – Ela disse. – Seus pais e amigos chegam nos próximos dias.
- Combinado! – Danny disse.
- Descansem, qualquer coisa, só me falar. – Ela disse, entregando o cartão chave e assentimos com a cabeça.
- Vamos! – Danny me esticou o braço e seguimos juntos até o elevador, cumprimentando alguns conhecidos, já que parecia que todas as equipes de F1 estavam no mesmo hotel que dá nome ao circuito.
Entramos no quarto e era mais maravilhoso ainda. Ele era maior do que o apartamento inteiro de Mônaco. Como boa adulta de 27 anos, eu corri e pulei na cama, fazendo Danny rir comigo.
- Ah, eu gostei da ideia! – Danny disse, correndo atrás de mim, fazendo eu me encolher de um lado da cama para ele não pular em mim.
- Doido! – Falei rindo e ele me abraçou.
- Sim! E vou ser para sempre! – Ele disse e sorri, colando meus lábios nos dele.
- O quê? – Ela perguntou, ajeitando o tecido em sua cabeça.
- O que você está fazendo? – Franzi a testa.
- Eu estou nos Emirados Árabes, vamos para o deserto, jantaremos com pessoas importantes... – Ela indicou o véu em sua cabeça.
- Mas aqui não precisa de véu, não é tão extremo quanto em outros países... – Falei.
- Eu sei que não, mas não custa nada ser educada e agir com respeito. – Ela deu de ombros, checando novamente o véu azul marinho em sua cabeça. – E isso é um hijab...
- A-a-a-ah! – Assenti com a cabeça, olhando para Michael que só deu de ombros. – Ok. – Dei de ombros.
- Fico feliz por alguém ter um pouco de respeito sobre a cultura. – Maria disse ao entrar na sala e dei um sorriso sem graça. – Prontos?
- Sim! – disse e assenti com a cabeça também.
- Bom passeio! – Michael acenou sem tirar o olho da televisão e assenti, estendendo a mão para .
Embaixo do hijab, usava jeans, uma camiseta de mangas longas e tênis, nada muito diferente do que eu estava acostumado. Quando chegamos lá embaixo, encontramos Max, Henrique e Horner, além de alguns mecânicos. Horner ficou surpreso com o hijab de , mas deu um aceno em agradecimento.
Não sabia exatamente onde íamos, só nos informaram que íamos para o deserto, mas estando em Abu Dhabi, só precisava sair da cidade. Andamos cerca de 40 minutos pelas estradas até oficialmente entrar novamente na areia. A van andou por cerca de mais 15 minutos até algumas luzes aparecerem e seguimos para elas. parecida deslumbrada por tudo, especialmente por ser sua primeira vez aqui.
Saímos em um lugar montada inteiramente no deserto. Tinha algumas tendas montadas, vários guarda-sóis espalhados, além de sofás e mesas. Junto disso, a equipe de Motocross da Red Bull erguendo areia.
- Legal! – Falei ao sair da van, sentindo o calor do deserto. – Uh! Você vai passar calor.
- Vou nada! – disse. – E ainda vou me proteger do sol. – Ela colocou os óculos escuros no rosto. – Se você ficar dolorido à noite, não peça meu creme de aloe vera.
- “Não peça meu creme de aloe vera...” – A imitei, fazendo uma careta e ela me mostrou a língua, me fazendo rir.
- Bem, são cinco da tarde, o sol logo começa a baixar, creio que não teremos problemas. – Henrique disse.
- Droga! – disse, me fazendo rir e foi minha vez de mostrar a língua.
- Ei, bem-vindos, caras! – Sam Sunderland, piloto de rali, e Heinz Kinigadner, piloto de motocross, se aproximaram.
- Ei, caras! – Cumprimentei ambos. – Vamos trocar de lugares hoje?
- Não, nós não! – Heinz já ergueu as mãos. – Agora vamos deixar vocês se divertirem um pouco. – Eles riram.
- Ah, eu gosto disso! – Falei animado.
- Tentem não se matar. – Maria disse.
- Ei, vocês que estão nos dando oportunidades. – Max disse.
- Não se vocês se matarem. – Maria disse, nos fazendo rir.
- Até eu estou animado com isso. – Christian disse.
- Vai correr, Christian? – Max disse rindo em zoação.
- EI! – Christian riu. – Não são só vocês que podem se divertir. – Rimos juntos.
- Por que vocês acham que a gente veio? – Raymond disse. – Não entendemos de moto. – Rimos juntos.
- Ah, essa eu quero ver! – disse rindo.
- Você vem junto, mulher! – Christian disse.
- O quê? – disse rindo. – Nã-nã-não, não contem comigo! – Ela ergueu as mãos. – Eu não faço nada radical! – Ela deu de ombros.
- Vamos, baby! Vai ser legal! – Falei.
- Não, eu só vim para o jantar, não contem comigo. – Todo mundo riu.
- Você pode ir no bugue, . É mais seguro. – Christian disse.
- Eu prefiro não. – Ela disse rindo. – Tive uma experiência no Brasil e não... Não mesmo! – Eles riram.
- Você pode ficar aqui, tem comida, bebida, na tenda tem ar-condicionado...
- Olha que opção mais agradável, Maria! – disse, nos fazendo rir. – Rola um drink?
- Sem álcool, o que quiser. – Ela disse.
- Há! Se fosse para mim seria péssimo, para é a melhor coisa possível. – Falei e ela sorriu.
- Cada um se diverte como pode! – Ela deu de ombros.
- Vamos lá, então? – Christian disse e rimos, seguindo com eles.
- Limpo? – Perguntei, me levantando.
- Limpo! – Ele disse dando uma volta ao redor do corpo e sorri.
- Ok, agora sim! – Falei e ele me abraçou, dando um selinho em nossos lábios.
- Fresca! – Ele disse, me fazendo rir.
- Você literalmente rolou na areia, baby! Não dá para deixar isso passar. – Ele riu.
- Ok, ok! Tivemos um pequeno acidente, mas não quer dizer que tinha areia até no c...
- Daniel! – Bati nele, fazendo-o rir. – E sim, aposto que tinha! – Ele riu.
- Ei, casal! Vem comer! – Max gritou da entrada da tenda principal e suspirei.
- Ah, hora de sair do fresquinho. – Suspirei.
- O sol já se pôs, agora fica bom! – Danny estendeu a mão para mim e suspirei. – Vamos, último pré-corrida.
- Vamos lá! – Segurei sua mão e ele me puxou para fora.
À noite tudo ficava mais bonito ainda, as luzes, tochas fincadas na areia, tapetes, almofadas, tudo deixava o ambiente como uma verdadeira noite árabe. Agora estávamos começando a falar minha língua.
Nos ajoelhamos em uma das várias mesas baixas e sorri com as opções de comida. Os mecânicos já se matavam de comer, eu fiz uma rápida prece em agradecimento e me servi de um pouco de cada coisa. Algumas coisas eu comia diretamente com a mão, já outras eu usava o garfo como apoio.
Tudo estava incrivelmente delicioso. Essa carne molhadinha no limão, com os temperos misturados... Eu era uma pessoa muito feliz. Meu lado Michelin parece que deu até uma palpitada.
Quando estávamos já beliscando o fim da comida, uma apresentação de dança do ventre iniciou, causando comoção entre os homens. Poderia dizer que era sobre a mulher bonita que movimentava seus quadris com uma sensualidade incrível, mas foi o fato de não ter demorado para Daniel subir ao palco.
- Ai, Deus! – Escondi o rosto entre as mãos. – Ele está...
- Rebolando? Sim! – Henrique disse ao meu lado, fazendo minhas bochechas esquentarem.
- Ai, eu vou matá-lo! – Observei-o entre os dedos, vendo-o tentar acompanhar os movimentos da dançarina, mas nem ela estava conseguindo manter a seriedade. – Ele me faz passar vergonha há 23 anos.
- E você ainda não está acostumada? – Maria disse e neguei com a cabeça.
- Somos água e óleo nessas situações. Ele todo aparecido, e eu querendo ser o mais invisível possível. – Falei e eles riram.
- Ai, só podia ser ele! – Christian e Max apareceram atrás de nós e continuei negando com a cabeça.
- Alguém tira ele de lá! – Pedi rindo.
- É seu namorado, ! – Virei o rosto assustada para Max. – O quê? Vocês são namorados, não? – Ele disse e por um momento foi como se meu corpo travasse.
- Espero que sim, faz uns sete meses que vocês estão juntos, não? – Christian falou e sacudi a cabeça.
- Sim, sim... É só que é estranho... A gente raramente se identifica assim. – Neguei com a cabeça. – Só... Enfim... Nada! – Sacudi a cabeça, voltando a atenção para a dança, mas agora tudo estava embaçado.
Sexta-feira
- Ok... – Ela resmungou e Maria saiu da van antes de mim e eu ajudei a dorminhoca a sair do mesmo.
- Boa noite! – Maria disse para o motorista e nós três entramos de volta no hotel.
Era quase onze da noite, mas alguns funcionários das equipes conversavam no lobby. Abu Dhabi é uma verdadeira festa. Alguns familiares vêm, convidados, então fica mais caótico do que normalmente é.
- Eu vou finalizar algumas coisas, subo depois. – Maria disse.
- Ok, Mary! Boa noite. – Falei e ela acenou.
- Boa noite, Maria! – disse sonolenta e ri, indo com ela até o elevador.
- Você vai capotar, baby! – Falei e ela suspirou.
- Desculpe, baby, foi muito entediante hoje. – Ela suspirou.
- O cansaço está literalmente te comendo por dentro, baby.
- Talvez... – Ela coçou os olhos, suspirando. – Mas prefiro quando o Max vai contigo nesses eventos na Tag Heur, assim dá para você ficar um pouco comigo.
- Hoje foi só o gostosão da equipe. – Falei e ela riu, negando com a cabeça.
- Você tem sorte, estou cansada demais para zoar você. – Ela disse rindo e a porta do elevador abriu novamente.
- Vamos, dorminhoca, vamos dormir que amanhã começa o último fim de semana do ano. – Falei, abraçando-a pela cintura e obrigando-a a sair do elevador.
- Eba! Vamos comemorar o Natal? – Ela perguntou rindo.
- É... Ainda não. – Falei rindo e ela entrou no lobby de nosso quarto.
- Ei, casal! – disse para Michael e Déborah olharam por trás do sofá.
- Ei! – Eles disseram com as bocas cheias de pipoca.
- Como foi lá?
- Cansativo! – respondeu, derrubando os ombros.
- Eu fiquei ocupado quase o evento todo. Vocês deveriam ter ido. – Falei e Déborah enfiou outra mão de pipoca na boca.
- Não se pode perder uma maratona de Premonição. – Ela disse com a boca cheia e ri.
- Ah, eu odeio esse filme, me deixou com trauma de andar em montanha-russa! – disse. – Eu vou dormir, boa noite para vocês! – Ela acenou e ambos riram.
- Só para deixar registrado, ela já odiava montanha-russa antes desse filme. – Falei.
- Ela sempre foi medrosa. – Ambos falaram juntos e rimos.
- Mas eu vou com ela, boa noite, galera. – Falei.
- Boa noite! – Eles disseram e segui com que já escovava os dentes no banheiro de nosso quarto.
Fui até as janelas inteiriças de vidro e observei a cidade iluminada lá embaixo. Loucura onde a vida me trouxe e o que pude prover para minha família. Suspirei e fechei o blecaute antes de tirar a roupa da Red Bull e colocar uma bermuda. Liguei o ar-condicionado e tirei as grossas cobertas da cama. Calor de 50 graus lá fora, ar congelando de 10 e grossas cobertas. Loucura!
saiu alguns minutos com os cabelos soltos armados, rosto limpo e seu pijama do ursinho Pooh, aquilo me fez suspirar. O ano foi incrível, mas não foi tão incrível quanto nós. Quem diria que o amor da minha vida estava literalmente ao meu lado.
- O quê? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Só pensando como sou sortudo. – Me sentei na cama e ela riu.
- Somos sortudos, baby. – Ela disse fazendo o mesmo movimento e nossas mãos se encontraram no meio do caminho.
- Eu te amo, . – Ela sorriu.
- Também amo você, baby. Para sempre. – Sorri, colando nossos lábios.
- Que ano. – Falei rindo.
- Que ano, baby! – Ela suspirou, se deitando na cama e puxei as cobertas antes de fazer o mesmo.
- Pronta para o próximo? – Brinquei e ela riu.
- Não, eu quero ir para casa antes. – Falei rindo. – Dormir na minha cama, abraçar o Isaac até ele não aguentar mais, ficar com seus pais...
- Cozinhar para gente! – Falei e ele riu.
- É, pode ser isso também! – Ela virou para o meu lado, me fazendo rir.
- Descansa, baby, amanhã começa!
- Pela última vez. – Ela disse em um suspiro, se aninhando em meus braços.
- É... Esse ano. – Falei, sentindo-a me beliscar na barriga. – Ai!
- Não estrega minha felicidade! – Ela disse, me fazendo rir.
Capítulo 44
– Oi, meu lindinho! – brincava com o bebê de dois meses em seu colo, ajeitando os poucos fios de cabelos louros em sua cabeça. – Quem tá lindo de macacão?
– Esse macacão ficou enorme nele – disse Grace.
– Desculpe – disse Jason, fazendo-os rirem por ser o macacão de quando ele foi batizado.
– Não é culpa sua, amor – Mi riu.
– É minha e do Danny – disse , ninando o menino.
– Vocês precisam voltar para o trabalho, e nós queremos vocês como padrinhos, não custa nada adiantar o batizado algumas semanas...
– Três meses, querida – a sogra de Michelle falou, e apenas assentiu com a cabeça. A senhora Harrisson não estava nada feliz em ter que mudar sua viagem para sei lá onde, porque os padrinhos teriam que viajar no final de fevereiro. – Ele nem vai aproveitar a festa...
– E que bebê aproveita o próprio batizado? – Mi cochichou para , que apenas sorriu.
– Bom, se começássemos no horário, talvez ela ficasse mais feliz – disse Jason.
– Bom, só está faltando uma pessoa – disse , virando-se novamente para a porta da pequena capela onde estavam.
– Esse homem não pode se casar, ele vai se atrasar mais do que a noiva – disse Jason.
– O Danny costuma ser pontual, o problema é a nova namoradinha dele... – disse .
– Ainda não superou? – perguntou Michelle.
– Não e nem vou. Já falei – disse . – Tem coisas que não dá para perdoar.
– Eu estou com ela! – disse Jason, e ambos trocaram um toquinho de punhos.
– Obrigada! – sorriu .
– Desculpe, eu estou aqui! – apareceu Daniel pelo corredor da igreja com Jemma em seu encalço, e o pessoal no altar e os poucos convidados nos assentos respiraram aliviados.
– Finalmente! – Senhora Harrisson falou, e pensou, mas não disse nada.
– Desculpe! Cheguei! Cheguei! – disse ele, ajeitando a blusa para dentro da calça social.
– Que demora! – disse .
– Desculpe, peguei trânsito – respondeu ele.
– Uhum, sei! – disse , e ele olhou sugestivamente para ela.
– Não começa... – sussurrou ele.
– Nunca! – respondeu ela.
– Você pode esperar lá – indicou Joe os assentos para Jemma, que se retirou sem comentários.
– E aí, carinha? Pronto para ser batizado? – brincou Danny, fazendo carinho na barriga de Isaac, mas ele estava dormente demais.
– Podemos começar? – disse o padre.
– Sim, por favor – Grace e Senhora Harrisson falaram juntas.
– Senhoras e senhores, sejam bem-vindos. Estamos aqui reunidos para celebrar o batizado de Isaac... – começou a falar o padre.
– Você está bonita, – comentou Danny, empurrando-a levemente pelo ombro.
– Você também – respondeu ela com um sorriso, enquanto o padre estendia uma vela para Daniel, que assentiu com a cabeça.
– Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
– Obrigada! – falei em um suspiro quando as mulheres terminaram de enrolar o lenço em meu rosto e voltei para perto de Danny. – Olha que lindo! – mostrei para ele.
– Sempre linda, meu amor! – disse ele, e sorri, sentindo minhas bochechas enrugarem.
– Eu ainda estou chocada quão bonito é aqui! – suspirei, entrelaçando nossas mãos e seguimos pelo paddock.
– Eu gosto que ainda consigo te surpreender – sorri, encostando meu rosto no dele.
– Sempre, baby! – trocamos um rápido beijo.
– Ah, o casal do ano aí! – viramos rindo quando Massa e um menino apareceram em nosso caminho.
– Ei, Felipe! Tudo bem? – cumprimentou Danny com um abraço, e fiz o mesmo logo em seguida.
– Bom ver vocês, gente! – disse Massa, e sorri. – Ah, desculpe. Gente, esse é Lance, meu companheiro de equipe para o ano que vem.
– Oi! – falei rapidamente, cumprimentando o garoto que não deveria ter mais do que 18 anos.
– Ei, Lance! Tudo bem? Você ganhou a F4, não?
– Sim, a italiana! – disse ele.
– Parabéns, cara! Cria da Ferrari, né?!
– Sim! – sorriu Lance. O menino de cabelos escuros tinha grossas sobrancelhas e algumas espinhas no rosto, mas tinha uma beleza.
– Boa sorte no ano que vem, vai ser babá do velhote aqui? – Danny deu um tapinha nos ombros de Massa, e Felipe riu.
– É! Um pouco! – disse Lance rindo, claramente sem intimidade com Massa ainda.
– Estou apresentando o paddock para ele, como funcionam as coisas – Ele disse Massa.
– Que isso, cara, estamos chegando. Aproveitem! E bem-vindo, Lance! – disse Daniel.
– Obrigada, prazer conhecer vocês! – disse ele.
– Ah, e ela é ! – disse Daniel, e ri.
– Boa sorte ano que vem, Lance! – falei simpática, e eles assentiram, seguindo por onde tínhamos passado.
– Ele parece simpático – falei, e Danny assentiu.
– Sim! – disse ele. – Acho que todos os ricos são. – rimos juntos.
– Mais do que nós, aposto! – brinquei e eles riram.
– Ah, eu não, com toda certeza – mas você é patricinha! – mostrei-lhe a língua.
– Idiota! – falei rindo.
– Vamos! – ele seguiu correndo, e ri, correndo atrás dele, desviando das pessoas.
Daniel
– Quem é o lindo do tio? – ouvi Isaac gargalhar. – Hein, hein?! – assoprei sua barriga, ouvindo-o rir.
– Pala! – inclinei-o novamente, ouvindo-o rir.
– Vai cair, hein! Vai cair! – continuou ele rindo.
– Prontos? – o ergui, vendo Maria entrar na sala em que meus amigos e familiares estavam.
– Falta a ! – falei, sentando o Isaac em meu colo.
– Tô chegando! Tô chegando! – apareceu no lobby entre os quartos, fazendo minha boca cair no chão.
– UAU, VOCÊ TÁ UM ARRASO! – Mi foi escandalosa como sempre, e ri tonto.
usava um vestido/casaco curto xadrez, as botas que eu lhe dei em nossa ida para Los Angeles e tinha os cabelos alisados com um pequeno penteado entre eles. Tinha uma leve maquiagem que só destacava os olhos.
– Mulher, que arraso! Onde estavam essas pernas? – brincou Maria, me deixando abobado.
– O que acha? – perguntou , e ri tonto.
– Ih, bobão! – falaram juntos Jason e Michael, me fazendo rir.
– Você está incrível, baby! – falei rindo, deixando Michelle pegar Isaac de mim e me aproximei dela, segurando suas mãos.
– Achei que devesse estar à altura de um piloto em terceiro lugar no campeonato de Fórmula Um – disse ela, sorrindo.
– Como se eu precisasse disso – abracei-a pela cintura, fazendo-a rir. – Mas você está incrível! – aproximei nossos rostos. – E sexy! – falei a última parte baixo, fazendo-a rir, e trocamos um rápido beijo.
– Ela com toda certeza sabe fazer uma entrada triunfal! – disse Maria. – O ano inteiro com as roupas da Red Bull e agora... Mamma mia! – piscou para ela. – Vai ser o casal mais lindo do paddock.
– Sempre foram! – disse minha mãe, nos fazendo rir.
– Bom, vamos? – disse Maria.
– Lesgo! – falei, vendo Tom, Alex, Bruce, Michael, Débora, minha mãe, meu pai, Mi, Jason, Isaac e minha melhor amiga prontos para me acompanhar em minha última corrida.
Fomos divididos em vários carros até o paddock e, quando chegamos lá, realmente foi o centro das atenções. Fotógrafos ficaram em peso em cima da gente, pilotos a elogiaram e convidados não pararam de olhar para ela. Me senti até alguém importante ao meu lado.
Agora só falta terminar bem o ano.
Um lugar tão magnífico como esse só podia vir junto de muito caos. E, meu Deus, que caos esse em Abu Dhabi.
Assim que chegamos no paddock, eu me separei de Danny. Ele tinha vários compromissos pré- corrida, incluindo gravações já para o ano que vem. Sorte que eu tinha Isaac, que estava encantado com seus próprios pés e com todas as cores do paddock, para me distrair. Parte de mim agradecia, mas essas botas de salto fino não são as mais indicadas para caminhar com uma criança que tem menos da metade do meu tamanho por diversos tipos de piso.
A vantagem é que o look escolhido para hoje acabou chamando mais atenção do que o esperado. Vários pilotos mais próximos de Daniel fizeram comentários, incluindo algumas namoradas. Falando nisso, tive o prazer de conhecer as esposas de Rosberg e de Vettel, duas fofas. Acho que, depois de muito tempo nesse mundo, a vida te deixa mais aliviada.
Esperava que me deixasse, pelo menos.
Era fácil me excluir do mundo da Fórmula Um e fingir que não tinha relação nenhuma com isso. Sabia das notícias ocasionalmente, e Danny não tinha tantas batidas. Agora com a nossa relação, minha proximidade seria total. Queria saber de tudo!
Era inevitável pensar em como seria 2017. Parte de mim estava louca para voltar para casa e relaxar, mas sei que ano que vem seria algo diferente de tudo, inclusive deste ano. Eu tinha uma meta, Danny continuaria sendo piloto, e nos encontraríamos no meio do caminho.
Só não tenho a mínima ideia como.
Quando estava perto da corrida, seguimos com Maria para a garagem e tomamos nossas posições. Danny apareceu com um largo sorriso no rosto, e estávamos prontos para encarar isso.
– Eu te amo – disse ele em meu ouvido enquanto me abraçava pela cintura.
– Eu te amo! – falei, sorrindo com o beijo em minha bochecha. – Boa corrida.
– Obrigada, baby! – respondeu ele, sorrindo.
Enquanto Danny cumprimentava seus familiares e se preparava para o começo, só se falava da final do campeonato de pilotos. Rosberg e Hamilton estavam muito próximos. Nico com 367 pontos e Lewis com 355. Quem ganhasse, ou se Lewis acabasse a corrida com uma bela distância à frente, levaria o título. As condições eram as seguintes:
Hamilton pode levar seu quarto troféu, o terceiro consecutivo, se ganhar e Rosberg terminar em quarto ou abaixo; se terminar em segundo e Rosberg em oitavo ou abaixo; se ficar em terceiro e Rosberg em nono ou abaixo; ou se terminar em quarto e Rosberg em décimo primeiro ou abaixo.
Agora Nico tinha mais vantagens. Ele levaria seu primeiro troféu se terminar no pódio; terminar em sexto ou acima e Hamilton não ganhar; terminar em oitavo e Hamilton em terceiro ou abaixo; ele terminar em novo ou abaixo e Hamilton não chegar ao pódio; Hamilton terminar em quinto ou abaixo.
Era muita coisa na minha cabeça, mas o pessoal queria ver briga, menos os torcedores da Mercedes, imagino!
Hamilton tinha a vantagem da pole, mas tudo pode acontecer em 55 voltas. Danny vinha logo atrás das Mercedes e já tinha o terceiro lugar no campeonato garantido. Ele só estava cumprindo tabela.
Depois das fotos em grupo do fim de ano e muita agitação, pela última vez: light out and away we go.
– Obrigada! Parabéns! – a repórter falou, e assenti com a cabeça, sendo puxado por Maria.
– Acabou? – cochichei.
– Não. Tem mais quatro... – disse ela.
– Ah, Maria, eu estou cansado – falei em um suspiro. – Vou precisar dormir antes de ir para festa – riu ela.
– Eu sei, Danny, logo te libero. Pelo menos a coletiva já foi – assenti com a cabeça, soltando um suspiro.
Fui colocado na frente de outro repórter, intercalando entre inglês e italiano, depois fui para o próximo, e assim por adiante.
A corrida não foi lá das melhores para mim, perdi posição logo na largada, ficando atrás da Ferrari de Raikkonen, e uma bandeira amarela por algo com Magnussen atrasou a aceleração inicial, mas ok. Eu estava garantido em terceiro, não tinha nenhuma opção de alguém ficar à minha frente, e nem de eu chegar em Hamilton e Rosberg. Era confortável.
A corrida acabou sendo calma, precisei batalhar muito contra as Ferrari para manter o quinto lugar, e o restante foi normal. A única pena foi que, pelo visto, Jenson precisou abandonar a corrida, essa foi a última da sua carreira, já que ele estava se aposentando. Hamilton ficou em primeiro lugar, mas o campeonato foi de Rosberg.
– Pronto, cara! – disse Maria e eu quase soltei um suspiro aliviado.
A corrida acabou por volta das sete da noite, mas já fazia outras duas horas que eu estava entre coletivas e entrevistas...
– Quase dez – comentou Maria ao checar seu relógio.
Corrigindo, quase três horas.
– Vai para festa? – perguntei, e ela riu.
– Nem a pau! – ela gargalhou. – Eu vou tomar um banho quentinho, aproveitar aquela banheira, pedir uma tábua de frios e um vinho e relaxar.
– Uh! – falei rindo. – Não fala para Harper, ela vai preferir fazer isso também.
– Vão para festa? – perguntou ela, rindo.
– Claro! A última festa desenfreada do ano – parei para assinar um boné e tirar uma selfie, logo acompanhando-a pelo paddock.
– Não apronta! Não quero ter que trabalhar amanhã porque alguém entrou em coma alcoólico ou sei lá... – disse ela, rindo.
– Relaxa, tem o teste da Pirelli ainda. E nem tem álcool nas festas.
– Se você beber em hotéis, tem! – deu ela um sorriso, se aproveitando que ela iria beber e eu não.
– Regra meio idiota, né?! – falei e ela riu.
– Ah, eu adoro isso – disse ela, subindo a rampa do motorhome, e eu parei com outros fãs para fotos e autógrafos.
– Ei! Ele chegou! – disse Mike, puxando os aplausos, e a equipe, amigos e familiares, começaram a me aplaudir.
– Parabéns, Daniel! – eles gritaram animados.
– Vai, cara! – eles aplaudiam, e Maria apareceu com um bolo nas mãos.
– Ah, cara! – ri envergonhado. – Obrigado, vocês são demais.
Third is better, dizia o escrito no bolo, me fazendo rir.
– Ah, obrigado, galera! – apoiei a mão no peito, inclinando a cabeça em agradecimento. – Vocês são demais!
– Discurso! Discurso! Discurso! – o pessoal falou e vi sorrindo alguns degraus acima.
– Ah, cara! Só tenho que agradecer todas as oportunidades – suspirei. – Esse ano foi bom! Tivemos alguns problemas pelo caminho, mas foi bom! Acho que um ano perfeito é impossível, precisamos sacudir um pouco para nos sentir vivos – suspirei. – Obrigado à equipe, minha família, minha garota...
– U-U-UH! – os mecânicos começaram a provocar, me fazendo rir.
– Vocês são incríveis! – foi minha vez de puxar os aplausos.
– Parabéns, meu filho! – minha mãe me abraçou apertado e suspirei, era muito bom tê-los aqui. Passei pelo meu pai logo em seguida, e Mi deixou que me abraçasse em seguida.
– Parabéns, baby! – disse ela sorrindo e peguei-a no colo, tirando seus pés do degrau.
– Obrigado, meu amor! – falei, colando nossos lábios rapidamente. – Obrigado por tudo.
– Hoje e sempre, baby – disse ela, e trocamos mais um beijo antes de colocá-la no chão novamente.
Segui cumprimentar minha irmã, meus amigos e o restante da equipe antes de cortar o bolo e deixar o pessoal aproveitar um pouco mais. já tinha pego seu pedaço e tentava dar pedaços pequenos para um Isaac animado no colo de Mi.
– Milagre ele estar acordado ainda. – Indiquei-o, me sentando ao lado de e colocando a mão em sua coxa, que apareceu pela minissaia.
– Ele dormiu o tempo todo que você deu entrevistas. – disse , desviando o olhar para ele enquanto Jason o segurava.
– Não só ele, viu?! – Jason a entregou, e ela revirou os olhos.
– Eu só descansei os olhos um pouco! – disse ela.
– Sei, sei! – ela riu.
– Titi-i-i-i-i-i! – Isaac chamou sua atenção de novo, e ela lhe deu mais um pedaço de bolo.
– Pelo menos temos a festa ainda – falei, e ela suspirou.
– Eu sei, zero pique para ir...
– Baby...
– Ma-a-a-as... – ela me interrompeu. – Eu falei que iria contigo, e vou.
– Então vamos? Temos que passar no hotel antes.
– Aproveita com sua equipe mais um pouco – minha mãe me cutucou.
– É, baby! Temos muito o que agradecer a eles por esse ano – disse , e assenti com a cabeça, dando um rápido beijo em seus lábios.
– Titi-i-i-i!
– Não faz isso... – falou Jason antes de olharmos Isaac meter os dedos no bolo.
– Tarde demais – disse , me entregando o bolo. – Eu vou morder, hein?! Eu vou morder! – ameaçou lamber a mão de Isaac.
– Não-ão! – disse Isaac, rindo.
Aproveitei o prato em minha mão e o fim da temporada e acabei com o bolo.
– Não, não, não! – falei antes de sentir algo queimando em minha garganta, me fazendo inclinar o corpo em seguida quando acabei babando um pouco.
– É! – disse Danny rindo ao meu lado, e passei a mão na boca.
E eu achava que não tinha álcool nesse país... Pelo menos não em lugares públicos. Mas com certeza os ricos da Fórmula Um tinham algumas vantagens, pois já tinha passado por mim vinho, vodca e agora tequila. Espero que ninguém tenha pressa de ir embora amanhã, porque eu pretendo morrer na cama.
Ah, e que tia Grace esteja com pique para cuidar de Isaac, porque Mi estava pior do que eu. Bem que o Danny disse em Mônaco: ela aproveitava as oportunidades para curtir. E estávamos aproveitando muito.
Acho que já era quase manhã, e a balada soava alta. A maioria dos pilotos estava na festa, mas o foco principal era em Nico, que ganhou o campeonato ao terminar a corrida em segundo lugar, e Jenson, que estava oficialmente se aposentando. Hoje era sua temporada final com a McLaren e, talvez, no mundo da Fórmula Um.
A festa iniciou calma, fomos aproveitando o espaço, fui para pista do Danny, aproveitamos para nos curtir um pouco... Até a primeira bebida aparecer. Não seria estraga-prazeres hoje, a festa é de Danny e eu prometi que estaria ao seu lado.
Sempre achei que não tivesse bebida nenhuma nos Emirados Árabes, mas não é bem assim. Ela é permitida para maiores de 21 anos e estrangeiros, então nada nos impedia de beber aqui. Mas também era só permitida em lugares privados como bares, hotéis e restaurantes. Na balada, na teoria, não deveria vender, mas talvez não estivesse vendendo, e sim fornecendo para a festa.
Eu sabia que tinha passado dos limites quando aminha cabeça parecia estar tensionando, mas eles não pareciam dispostos a ir embora. E Danny gosta de uma festa.
Inclusive, ele já tinha perdido um dos sapatos.
Depois que o nível de álcool no sangue já estava altíssimo, Danny ofereceu um shoey para Nico, que aceitou. O sapatênis de Danny virou copo, e Rosberg mandou algo para dentro. Ao invés de devolver, ele ficou rodando até o sapato escapar de suas mãos. Só espero que não tenha acertado alguém. Eu também agradeço por ter trocado os sapatos. As botas são lindas e eu estava me sentindo muito sexy com elas, mas não ia aguentar mais sete horas com ela. Na verdade, nem duas, não esperava ficar aqui até o dia amanhecer.
– I'm blue, da ba dee da ba di, da ba dee da ba di, da ba dee da ba di… – cantou Danny em meus ouvidos, me apertando pela cintura, e eu só consegui rir.
– Ah, baby, já falei que te amo? – perguntei, e ele riu.
– Hoje não! – disse ele, rindo.
– Eu te amo! Muito! – ele sorriu meio bêbado, me apertando forte.
Meu homem.
Ele que ia me levar para casa hoje.
E escovar os dentes.
E tirar minha roupa.
E me colocar para dormir.
E que a gente possa fazer isso para sempre.
– Fica quieto – falei, colocando o dedo na boca.
– Xiu! – ouvi o pessoal falando atrás do outro.
– EI, CALEM A BOCA! – gritou Michelle.
– XI-I-I-I! – todo mundo falou para ela, fazendo-a colocar a mão na boca.
abriu a porta do nosso quarto e deu uma olhada em volta antes de entrar.
– AH, caramba! – disse ela, ao se assustar.
– O quê? – perguntei.
– Eles já estão acordados – ela escancarou a porta, e entrei logo atrás, vendo meus pais na mesa do café da manhã com o sol nascendo na janela, me forçando a franzir os olhos.
– Bom dia! – disse minha mãe sarcasticamente, e rimos juntos.
– Bom dia – todos falaram quase ao mesmo tempo.
– Droga! – disse Mi.
– Não se preocupe, a gente cuida do Isaac – disse meu pai. – Vocês merecem uma folga.
– Obrigada, mãe! – disse Mi, e minha mãe tomou um gole de café.
– Eu não tenho filhos, nem afilhados, então boa noite para vocês! – disse Déborah com Michael, nos fazendo rir.
– Adeus! – disseram Michael e Tom, Alex e Bruce seguiram os dois.
– Eu vou checar o Isaac – disse Mi.
– Fica quieta que ele ainda não acordou – respondeu meu pai, e ela assentiu com a cabeça.
– Boa noite para vocês – disse ela, acenando.
– Boa noite, minha filha – acenou Jason junto, e ambos foram para dentro.
– Danny, chegou para você – disse minha mãe indicando, uma caixa com o número 3.
– Red Bull – falei, me aproximando da mesma.
– O que é isso? – perguntou .
– O troféu mesmo eles só dão na premiação da FIA, mas eles costumam mandar um presente de patrocinadores e algumas coisas – expliquei, abrindo o largo baú e vendo diversos brindes.
– Uh, chocolate! – ela levou a mão direto para a trufa, me fazendo rir.
– Sim! – respondi, vendo relógio, eletrônicos, comida, alguns cupons, além do cheque de meio milhão de dólares pelo terceiro lugar. Eu precisaria ir ao banco aceitar esse depósito, mas depois eu penso nisso... Agora eu preciso dormir.
– Vão dormir, depois vocês aproveitam isso. – sugeriu minha mãe.
– Ah, eu preciso – disse suspirando, enquanto mastigava a trufa. – Come uma, glicose é bom.
– Eu vou! Vou te colocar na cama antes – falei, e ela assentiu com a cabeça.
– Boa noite, gente!
– Boa noite, querida! – disse minha mãe, e empurrei levemente para o quarto.
– Ah, eu estou cansada – disse ao se jogar na cama, soltando um largo suspiro.
– Eu sei, baby. Pode dormir o quanto que precisar, temos alguns dias aqui ainda – falei entrando no banheiro. – Ainda tem os treinos da Pirelli começando amanhã, mas acho que eu preciso fazer alguma coisa hoje... a Maria deve passar aqui mais tarde. – continuei falando enquanto mijava. – Dá para pegar uma praia também, eu sei que você gosta. A praia daqui é bem calma, o sol queima, mas nada muito diferente de Perth, né?! – lavei as mãos. – O que acha, baby? – voltei para o quarto, vendo-a capotada. – É... Acho melhor ver isso outro dia.
Fui para perto dela, tirando os tênis, soltei o cinto de seu vestido e a ergui um pouco mais na cama. Cobri-a e liguei o ar-condicionado. Acariciei seus cabelos, sabendo que ela não dormiria muito, mas precisava aproveitar enquanto podia.
– Obrigado por tudo, meu amor. Ter você aqui foi especial – sorri, dando um beijo em seus lábios. – Meu amor... Minha melhor amiga – suspirei.
Capítulo 45
– Ah, não se preocupe, vai dar tudo certo! – disse Mi, repetindo para diversas vezes. – Você merece isso.
– Você sabe que não estou preocupada com isso – disse , suspirando.
– Relaxa, querida, você vai adorar depois de algumas corridas – disse Grace, e deu um longo suspiro.
– Se eu conseguir assistir a alguma corrida, né?! – Harper disse, abraçando Jason em seguida.
– Você vai! – disse Danny, insistindo novamente.
– Cala a boca! – disse .
– Minhas regras, não esquece – revirou os olhos.
– Vai dar certo, cunhada! – disse Jason, e revirou os olhos.
– Obrigada! – ele riu.
– Vou sentir saudades, seu lindo! – falou, mexendo com o bebê de 14 meses no colo de Jason. – Titia ama você!
– Dá tchau, filho – disse Jason. – Assim! – ele indicou.
– Tau! – Isaac mexeu a mãozinha.
– Ó, meu amor! – disse , pressionando um beijo nas bochechas dele. – Tchau! Madrinha ama você!
– Tau! – disse Isaac, animado.
– Façam boa viagem e me avisem quando chegar em Londres! – disse Grace.
– Pode deixar, mãe – Daniel a abraçou apertado.
– Tomem cuidado, hein?! – Grace falou novamente.
– Pode deixar! – acenou com a mão.
– E tente se divertir! – disse Joe, e riu um pouco.
– Vou tentar – respondeu , rindo.
– Tchau! – Danny acenou.
– Tchau, gente! – disseram todos, e Danny puxou pelo braço para entrarem na fila do embarque internacional do aeroporto.
– Vamos encarar? – perguntou Danny, e suspirou.
– Sim! É louco estar indo contigo – riu.
– É legal, vai! A gente sempre vem aqui todo ano para se despedir, mas é a primeira vez que viajamos juntos – disse Danny, rindo junto.
– Sim! Essa é uma parte boa – ela suspirou. – A gente não aproveitou a profissão do outro, vai ser legal.
– Sim! Vai ser legal! – Danny a abraçou pelos ombros.
– Espero que sim... Se for para ficar desanimada, eu ficava no meu emprego – disse , rindo.
– É que você está fazendo tanto drama como se estivesse indo para morte – riu, levemente.
– Para morte não, mas vindo de você, tudo pode acontecer – mostrou seu passaporte e passagem para a oficial antes de ser liberada, e Danny fez o mesmo, recebendo olhares surpresos das pessoas ao redor.
– Ah, qual é, ! Somos melhores amigos há anos, você é praticamente minha irmã. O que pode dar errado? – disse ele, rindo, entrando na fila do raio-X, enquanto suspirava.
É, afinal, o que pode dar errado?
Dei uma última olhad pelo quarto, procurando se não tinha esquecido nada ou se nenhum dos nossos amigos que foram embora hoje cedo esqueceram de algo.
Parei na janela do hotel, observando a linda piscina lá embaixo, e suspirei. O lugar é literalmente de tirar o fôlego, mas meu coração sentia muita falta da fazenda, dos gramados amarelados e dos poucos animais correndo por ali. Era calmo, quieto e nada glamoroso, mas era o lugar que eu mais me sentia em casa. Mesmo depois de literalmente viajado pelo mundo todo, especialmente durante este ano com Danny.
– Pode levar – disse ao carregador de malas, entregando algumas notas para ele.
Ele saiu com minhas malas e as de Danny, e dei mais uma volta pelo quarto para pegar minha bolsa antes de oficialmente sair do último quarto de hotel da temporada. Penúltimo, na verdade.
Segui sozinha no elevador e fui para o lobby. O hotel já estava mais vazio. Era sexta-feira após a última corrida, e agora só havia sobrado poucos pilotos com compromissos finais e alguns turistas que já começavam a chegar.
– Pode aguardar um minuto? – perguntei para o pessoal da recepção.
– Claro, senhorita – disse a recepcionista, e segui para fora do hotel, sentindo a diferença de temperatura realmente fritar na minha pele. Fomos na praia na segunda-feira, e eu realmente fritei no sol. Foi a ida mais rápida à praia, e eu moro na Austrália, perto do deserto.
Segui pelas piscinas, vendo Maria parada embaixo de um guarda-sol enquanto Danny dava uma entrevista para um cara. Ah, que saudades que eu estava dos shorts minúsculos e camisetas de banda. Chega de uniforme da Red Bull por um tempo.
– Ei, – disse Maria ao me ver.
– Ei! – respondi. – Já fiz check-out, está tudo certo.
– Perfeito – disse Maria. – Assim que ele acabar, vamos para entrevista da Esquire, e vocês são livres.
– Ai, Esquire – suspirei. – As fotos são boas. – ela riu.
– É, aproveite as férias, . Três meses passam rápido – disse ela, rindo.
– Temos Isaac para cuidar. A Michelle aproveita todo e qualquer momento, e acho que estou pensando mais em dormir do que transar o dia todo – ela riu.
– Eu também! E pizza, muita pizza – rimos juntas.
– Ah, preciso ir à pizzaria do seu marido um dia. Saudades de uma pizza italiana – ela sorriu.
– Não posso negar – Maria riu e vi Danny se levantando.
– Vocês são sempre convidados para ir lá – disse Maria.
– Não prometo nas férias, mas quem sabe no ano que vem? Itália fica do lado da França – Maria riu.
– Vai seguir com essa ideia mesmo? – perguntou Maria. – Estudar para abrir um restaurante?
– Sim – suspirou. – Não estou com pressa, mas quero me programar.
– Alguma meta em mente?
– Uns três anos? – perguntei em dúvida. – É tudo novidade para mim, quero aproveitar.
– Vai ser ótimo, sua comida é deliciosa – sorri.
– Obrigada, Mary!
– De nada! – Maria suspirou.
– E você não gostava de mim, hein?! – falei, e ela riu, me abraçando de lado.
– Hoje agradeço por ter alguém com bom senso perto do Danny – sorri.
– E você não gostava de mim porque achava que eu tinha algo com ele... – falei.
– Hoje você tem, e eu adoro você! – sorri.
– Eu adoro você também, Mary! – Danny a abraçou de lado, fazendo a mais baixo revirar os olhos, e rimos.
– Não você, engraçadinho! – ela o empurrou, e rimos.
– Oi, baby – disse ele, e sorri.
– Oi! – trocamos um rápido selinho.
– Pronta para ir?
– SIM! – falei, animada demais, fazendo-o rir.
– Temos mais uma reunião, baby... E sessão de fotos – disse Danny.
– Eu sei, temos mais algumas horas aqui ainda, mas está tudo bem – respondi.
– Eu te amo! – disse ele, e eu ri.
– Eu sei, eu sei! – abanei a mão.
– Você viu o vídeo de Natal? – perguntou ele, e comecei a rir automaticamente.
– Ah, com toda certeza! – falei gargalhando. – Ficou muito bom!
– Ai, ficou demais! – até Mary riu.
– Você precisa se vestir de Papal Noel para Isaac. Ele já está na idade certa! – falei.
– Ah, não. Ele tem pai para isso – disse Danny.
– Não! – ri. – Precisa ser o tio legal! – falei rindo.
– Eu concordo com nessa – disse Maria. – Se eu puder palpitar, é claro.
– Você sempre pode! – falei rindo.
– Ai, essa amizade! – Danny revirou os olhos.
Áustria, Viena
Daniel
– Ei, baby... – ouvi me chamar.
– Já vou! Estou terminando de me arrumar! – gritei de volta, terminando de passar o pós-barba.
– Eu sei! Mas você vai querer saber disso – sua voz foi se aproximando, e a vi aparecer pelo espelho.
– O que houve? – perguntei, virando de frente para ela.
– Nico se aposentou – franzi a testa.
– Que Nico? – perguntei.
– Rosberg!
– O QUÊ? – me aproximei dela, que me entregou seu celular. – What the f...?!
– Ele comentou algo na comemoração?
– Não! – falei, rindo, incrédulo.
– Então, isso veio do nada? – perguntou ela.
– Não sei se é do nada, mas é estranho. O cara acabou de se tornar campeão mundial, cara! – tentei passar os olhos pela notícia, mas nada que indicava a aposentadoria dele.
– Bom, você fala que ele e o Hamilton só faltam se matar... Talvez seja um motivo...
– Estresse? – perguntei.
– Ninguém gosta de trabalhar num ambiente hostil – disse ela, e assenti com a cabeça.
– Talvez tenha algo que não sabemos – falei.
– No mundo da Fórmula Um, não é difícil – comentou ela, e dei um curto sorriso. – Pois é!
– Bom, vou ver se eu consigo descobrir alguma coisa lá na coletiva – falei. – Você quer ir comigo?
– E ficar duas horas assistindo você fazer um apanhado da temporada? Não! Eu estava lá – ri.
– Ok, baby. A gente se vê mais tarde?
– Sim! Devo pedir algo para comer...
– Que tal sair para almoçar? Espero estar de volta até a uma – falei.
– Pode ser também, mas se você demorar mais do que isso, eu vou sair sozinha e comer vários schnitzels...
– Você não faria isso...
– Me desafie! – disseela séria, caindo na risada logo depois.
– Não desafio, porque sei que você vai mesmo – abracei-a pela cintura, e rimos juntos.
– E eu estou com fome – revirei os olhos.
– Você não acabou de tomar café, não? – ela deu de ombros.
– Danie-e-e-el! – ouvi Maria.
– Já vai! – respondi. – Nos vemos mais tarde?
– Sim! Te espero aqui! – dei um beijo em sua bochecha, recebendo outro em meus lábios. – Divirta-se! – abanei a mão, encontrando Maria no lobby entre os quartos, e seguimos para a sala de coletiva do hotel que antecedia o prêmio da FIA mais tarde.
Passei o batom vermelho nos lábios antes de soltar os bobs nas pontas dos cabelos, batendo-os rapidamente, vendo os cabelos fazerem um pouco de volume. Sorri ao me olhar no espelho. O vestido vermelho tinha sido uma ótima escolha. Bem que minha mãe sempre disse que vermelho caía bem em mim.
Apertei a mão no peito, sentindo aquela saudade de sempre bater e suspirei. Dei uma última olhada antes de sair do quarto, encontrando Danny se encarando no espelho do quarto com o terno preto, gravata borboleta e sapato social.
– Você está bonito! – falei, e ele virou para mim.
– Uau, ! – ele tropeçou nos pés, me fazendo rir. – Você está incrível! – senti minhas bochechas esquentarem. – Uau! – ri fracamente.
– Para!
– Eu não estou mentindo, você está gostosa! – ele segurou minha mão, me rodando, me fazendo tropeçar nos saltos.
– Eu vou cair! – falei, rindo.
– Ah, cara, eu sou muito sortudo – disse ele em um suspiro. – Quem diria que eu ia encontrar o amor da minha vida em você?!
– Quem diria, baby? – o abracei pelos ombros, sentindo-o me segurar pela cintura. – Mas acho que você está sendo dramático – ele riu.
– Não é novidade, vai! – disse ele.
– Não mesmo! – falei, rindo. – Vamos? Estou pronta.
– Claro! Só falta uma coisa... – disse ele, virando-se pelo quarto e procurando alguma coisa em sua mochila. – Eu tenho algo para você.
– Por quê? – franzi a testa.
– Eu falei com Max recentemente – ele abriu a caixa e vi um anel com uma pedra verde.
– Danny, o que é isso?
– Não é um pedido de casamento – ele se adiantou. – Mas é um anel de comprometimento – ergui meu rosto para ele. – Max disse que você ficou confusa com a palavra “namorado”, e talvez eu tenha demorado para oficializar as coisas entre nós... E eu não cometo o mesmo erro duas vezes – disse ele, tirando uma corrente da parte de baixo da caixinha. – Eu quero ser seu namorado, – disse ele, me fazendo sorrir. – E quero passar minha vida contigo.
– Você sabe o que isso significa, certo? – perguntei.
– O quê? – ele colocou o anel na corrente.
– Que eu quero tudo – falei em um suspiro. – Namoro, casamento, filhos, uma vida calma no futuro, romance, tudo que eu tiver direito e mais um pouco – ele assentiu com a cabeça, colocando minha franja atrás da orelha.
– Eu vou te dar tudo, baby. E no futuro esse anel vai para o seu dedo – dei um curto sorriso. – Mas agora, quero que seja minha namorada. O que me diz?
– Baby, eu já considero nosso relacionamento desde Mônaco – falei, rindo. – A palavra “namorado” e “namorada” é estranha sim, mas acho que estamos juntos esse tempo todo. – ele riu.
– Sim, penso o mesmo, mas não custa nada oficializar – sorri. – Aceita?
– Sim! É lindo! – virei de costas para ele, deixando-o colocar o colar com o anel em meu pescoço, me fazendo tocá-lo levemente. – Eu te amo.
– Eu te amo, . Para sempre – sorri.
– Para sempre! – repeti, dando um rápido beijo em seus lábios.
– Pronta para a premiação? – perguntou ele.
– Pronta para o jantar depois da premiação – falei, rindo, vendo-o sorrir.
– É claro! – rimos juntos.
– Mas sim, estou feliz em poder te acompanhar nessa – falei. – É grande, baby!
– Agradeço todos os dias por estar aqui comigo – sorri.
– Para sempre agora, baby – falei.
– Já era, agora eu só me divirto – disse ele, rindo, e revirou os olhos.
– Crianças, estão prontas? – Maria apareceu em um vestido preto.
– Uh, Mary! Como você está gata! – disse Danny, me fazendo rir.
– Para! – ela revirou os olhos.
– Você está linda, Maria! – falei.
– Vocês também estão – ela suspirou. – Que orgulho que eu estou! – suspirou novamente. – Um terceiro lugar e um casal, estamos ficando cada vez melhores – rimos juntos.
– Prontos para mais, Mary! – disse Danny, e ela sorriu.
– Vamos nessa, gente! – disse ela, rindo, e Danny me esticou o braço.
– Vamos!
Daniel
– Você deu um susto na gente – rimos juntos com Christian
– Desculpe, galera! Não foi intencional – disse ao meu lado.
– É um anel, mas um anel de compromisso, não de noivado – falei.
– Mesmo assim. Foi difícil fazer isso passar pela imprensa – ri, apertando do meu lado.
– Pior que eu estava com eles, eu os peguei antes de ir para o evento. Como não percebi? – disse Maria, e tocou o anel.
– Bem, não teria problema nenhum, mas confundir gato com lebre é muito fácil nesse mundo – disse Christian.
– Quero ver só quando esse anel vai virar um anel de noivado – disse Maria.
– Ei, não se apresse a arte, Mary! Vamos com calma! – falei, e revirou os olhos.
– Nunca vi um homem com tanto medo de casar – disse .
– Bom, comprometido contigo ele já está, e pelo resto da vida – disse Christian dando de ombros. – Enrola muito que ele perde você.
– Obrigada, Christian, você é muito gentil – disse sugestivamente, olhando para mim, e suspirei.
– Ai, vocês dois. Por que ninguém enche o saco do Max? – apontei para o mesmo que entrava na fábrica.
– Quando Max tiver um relacionamento sério com alguém que ele conhece há 23 anos, a gente conversa – disse Christian.
– Eu tenho 19 – disse Max incrédulo, nos fazendo rir. – E não tenho uma amiga de infância, você espera que isso aconteça como, Christian?
– Um milagre da natureza? – disse Christian, rindo, me fazendo sorrir.
– Só se for – Henrique falou baixo, nos fazendo rir.
– Há, obrigado, Henrique! – disse Max.
– Bom, o papo está bom, mas precisamos gravar isso – Barry do marketing apareceu da sala de troféus.
– Ei, Barry! Como está? – falei.
– Parabéns pelo campeonato, Daniel! – ele me cumprimentou e trocamos um rápido abraço. – Parabéns, Max!
– Décimo, cara! – disse Max, rindo.
– Mas é reclamão! – baguncei seus cabelos. – Grupo de cima, cara!
– Seu primeiro ano da Red Bull você ficou em que posição mesmo? – Max o zoou.
– Ei, cara, tem gente que tem talento bruto – o zoei, e revirou os olhos.
– Ai, eu não mereço isso – disse Maria.
– Nós duas, Maria! – disse .
– Vamos! – Barry nos apressou, e seguimos para dentro da sala dos troféus da Red Bull.
– Uau, Barry! Legal! – falei, entrando e vi todos os prêmios meus e de Max, incluso o prêmio que eu ganhei em Viena.
– Bem-vindo, garotos! – disse Barry.
– Que demais, gente! – suspirou.
– Ah, lá vai ela ficar emotiva! – abracei de lado.
– Ah, baby, foi nosso ano, poxa – ela me bateu, e ri, estalando um beijo em sua bochecha.
– Ao menos alguém aproveita as coisas boas – disse Henrique, nos fazendo rir.
– Bom, galera, vocês vão fazer uma conversa sobre os momentos. Preparamos algumas fichas para vocês seguirem, mas a ideia é uma conversa – disse Barry.
– Já estou acostumado com isso – falei.
– Não para o Max – disse Christian.
– Eu vou ser café com leite, vou aprendendo – disse Max.
– Let’s go, boys! – Danny bateu palmas.
– Você pode ficar aqui, ! – Maria indicou um sofá no canto para ela.
– Bom trabalho, meninos! – assentiu, enquanto os outros assistentes começavam a nos enganchar para fazer meu terceiro On the Sofa with Red Bull.
– Aceita um café? – Christian ofereceu a ela.
– Não vou negar! – disse , rindo.
Me encarei no espelho, vendo a cara de quem acabou de acordar, e fiz minha higiene matinal com a velocidade de uma tartaruga. Terminei escovando os dentes e passando protetor solar. Ouvi a porta se mexer novamente e Danny voltando para o quarto com uma bermuda e a blusa da Red Bull que ele colocou na pressa.
– Mais um, baby! – disse Danny, e saí do banheiro com a toalha no ombro.
– Prêmio? – perguntei, secando as mãos.
– Sim! – ele me indicou a revista da AutoSport com uma foto dele e a chamada “O melhor piloto do mundo”.
– Uh, o melhor piloto do mundo! – o provoquei, colando a boca em sua bochecha. – Meu namorado é o melhor piloto do mundo.
– Tonta! – disse ele, envergonhado, me fazendo rir.
– Engraçado que você é todo metido, mas quando eu te zoo você fica envergonhado – voltei para o banheiro, pendurando a toalha.
– É porque é você! – disse ele, rindo. – Não posso fingir com você.
– É bom mesmo! – falei, rindo, me jogando na cama de novo.
– Ah, cara! Esse ano foi bom – disse ele, suspirando.
– Terceiro lugar no campeonato, melhor piloto do mundo pela revista AutoSport... – comecei a contar nos dedos.
– O prêmio Bruce McLaren – disse ele.
– Esse foi importante! – falei.
– Nem fala! Que honra! – suspirei.
– E da Motorsport, certo? – falei.
– É... Acho que foi só? – ele se sentou na cama.
– Só, baby? – falei, rindo. – Foi um ano incrível! Olha o quanto você fez!
– Melhor de tudo foi ter você do meu lado – ele se jogou ao meu lado, me fazendo rir.
– Agora mais do que nunca, baby! – trocamos um rápido beijo.
– E agora? Quais os planos? – perguntei, me largando na cama e ele se ajeitou ao meu lado. – O que falta?
– Bom, acho que a única coisa que falta é arrumar mala para ir para casa – disse ele.
– Mesmo? – falei animada.
– Sim... Chegou a hora, baby – soltei um suspiro, desmontando na cama.
– Ai, que delícia! – suspirei. – Eu vou poder ir para casa, dormir na minha cama, tomar banho no meu chuveiro! – enrolei na cama, trazendo a coberta junto e Danny riu ao meu lado.
– Espero que estejamos falando da fazenda – disse Danny.
– Sim! – falei rindo. – Mas preciso dar uma geral no meu apartamento também! – ele riu.
– Ah, meros detalhes, vai! – abanei a mão. – Minha mãe tem ido lá.
– Eu sei, mas ainda preciso dar uma volta lá! – ele riu.
– Vamos, baby! – ele suspirou. – Vamos aproveitar esses meses juntos, tá?
– Vamos – suspirei. – Dormindo, dormindo mais um pouco...
– Cozinhando para gente! – ele falou e me encarou. – O quê? Não como seu mousse desde o Japão! – disse ele, incrédulo, me fazendo rir.
– Eu faço todo mousse que você quiser, baby! Só vou precisar dormir por alguns dias para recuperar o fuso – ele riu.
– É... Aí a gente dorme por três horas e perde o sono – disse ele, e ponderei com a cabeça.
– Não mentiu, mas faz parte – falei, e ele riu.
– Então, vamos começar? – disse ele, e suspirei.
– Posso tomar café antes? – perguntei e ele riu.
– Pode! – sorrimos juntos. – Pelo menos esse hotel não obriga fazer check-out antes das 10h – sorri.
– Não abusa muito que a Mary vem expulsar a gente da fábrica – falei, e ele riu.
– Não é difícil, ela está louca para se ver livre da gente! – disse ele, rindo.
– Vamos tornar o trabalho dela fácil, então! – me levantei. – Vou me trocar!
– Vamos lá! – ele se levantou, me puxando em seguida.
Daniel
– Finalmente! – disse , baixo, quando o avião pousou e ela fez um sinal da cruz discreto.
– Em casa, baby! – falei, apertando sua mão.
– Em casa – ela suspirou.
Esperamos o avião seguir até o finger e liberar para se levantar. Peguei nossas mochilas e fomos um dos primeiros a sair do avião. Depois de quase 21 horas em movimento, com uma parada em Singapura, finalmente chegamos em casa. Pelo menos a última parte do voo durou somente cinco horas.
Seguimos pelo aeroporto, vendo alguns outros voos chegarem também, e fui cumprimentado por alguns fãs que gritavam meu nome e “campeão” e outros pediram autógrafos e fotos. Eu estava muito cansado, mas não podia deixar de agradecer pelo carinho. Tinha sido um bom ano.
Durante a restituição de bagagem, fui parado mais algumas vezes, e demoramos um tempo para colocar todas a malas no carrinho. Isso porque minha família havia trazido algumas malas já para nós, mas tinha muita coisa em Milton Keynes que a gente nem se lembrava. Foi lá que começamos o ano e lá que terminamos.
Seguimos para fora do aeroporto, e um transfer nos esperava. Coloquei tudo no carro e entrei no banco de trás com . O motorista seguiu direto pela estrada e pude relaxar no banco de trás. Tinha uma média de mais uma hora para chegar na fazenda.
– Mal vejo a hora de chegar em casa – suspirou. – Estamos quase lá, baby! – falei, e ela assentiu com a cabeça, apoiando a cabeça em meu ombro.
– Ei, sabe o que eu lembrei? – ela falou rapidamente.
– O quê?
– E nossos cadernos? – franzi a testa.
– Que caderno?
– Nossos diários, que a gente costuma escrever contando como foi o ano – falei.
– Ah, esses cadernos! – disse ela, rindo. – Estávamos juntos, baby. Não tinha lá muito que escrever – ela fez um bico.
– Ah, mas eu gostava de manter nossas anotações – acariciei seu rosto.
– Está tudo bem, meu amor. Não é como se fosse substituir tudo que a gente passou – ela sorriu, apoiando a cabeça novamente em meu ombro. – Apesar que... – franzi a testa, abrindo a mochila que estava em meu colo.
– O quê? – ela ergueu a cabeça de novo, e tirei meu caderno da mochila, abrindo a página que estava marcada com a caneta.
– Eu escrevi em Mônaco – indiquei para ela. – Depois... Tudo – falei sugestivamente, e ela riu.
– Posso ler? – assenti com a cabeça, e ela pegou o caderno para si, ficando em silêncio por um tempo.
Eu não me lembrava exatamente do que tinha escrito, mas lembro que naquele dia minhas emoções estava a mil por tudo que tinha acontecido. O que foi aquele fim de semana e tudo que aconteceu conosco. Ela passou uma das mãos na bochecha, limpando pequenas lágrimas e fechou o caderno virando para mim novamente.
– Não passou tudo de receio bobo, baby! – disse ela, provavelmente mencionando algo do texto, e sorri. – Está tudo bem agora.
– Eu sei que está! – trocamos um rápido beijo. – Para sempre.
– Para sempre – sorrimos.
Ela apoiou a cabeça em meu ombro novamente, e seguimos em silêncio pelo restante do caminho. O carro pegou estrada de terra, fazendo o carro sacudir um pouco, e pouco depois conseguimos ver a casa da fazenda.
– Chegamos – comentei, e ela sorriu.
– Finalmente! – rimos juntos, saindo do carro.
Pegamos as malas, agradecendo ao motorista e logo vi Isaac sair correndo para fora.
– Titi Daniel! Titi ! – ele falou animado, e meus pais, Jason e Michelle saíram juntos.
– Espera! – Jason o segurou, e ajudei a levar as malas até a entrada da casa.
– Oi, meu amor! – esticou as mãos para Isaac, pegando-o no colo.
– Titi ! – ele falou animado, e ela o encheu de beijos.
– Senti saudades! – disse ela, e foi minha vez de estalar um beijo em sua bochecha.
– Também sinti! – disse ele, brincando com o colar/anel de .
– Oi, gente! – disse .
– Oi, gente! Finalmente chegaram! – minha mãe falou animada, e logo fui abraçá-la. – Fizeram boa viagem?
– Sim, tudo certo, graças a Deus! – falei, dando um beijo no restante do pessoal.
– Venham, entrem! Estamos fazendo churrasco! – disse Jason.
– É, titi! Papai tá tentando fazer igual você – disse Isaac.
– Ah, tentando? – disse Jason, nos fazendo rir.
– Uma criança de dois anos te esculachou, hein?! – falei, e eles riram.
– Venham, o restante do pessoal tá aqui – minha mãe falou.
– Os meninos já chegaram? – disse .
– Não, não, outros convidados – meu pai falou.
– Ei, pai! – o abracei apertado, e deu um beijo em sua bochecha.
– Feliz que chegaram! – sorrimos.
– Quem chamaram? – perguntou , passando pela sala.
– Surpresa! – vi os avôs de ali.
– Vó! – disse animada, devolvendo Isaac para Jason, e correu para dona Virginia.
– Fala aí, vô! – me aproximei de seu Ernest, esticando as mãos para eles.
– Fala aí, meu menino! Parabéns pelo campeonato! – sorri, abraçando-o.
– Ah, obrigado! Feliz por estarem aqui – falei sorrindo, e deixei abraçar seu avô em seguida, enquanto eu dava um abraço em urso em dona Virginia.
– Que saudades das minhas crianças! – Vó Virginia falou, nos fazendo sorrir. – Fiquei sabendo que andou aprontando com minha neta.
– Ah, fala se não é algo que a senhora já esperava desde sempre? – Dona Virginia riu.
– É, desde que vocês tinham 12 anos – disse ela com um sorrido.
– Ai, eu senti falta de vocês. Esse ano foi longo! – disse , e joguei minha mochila no chão, fazendo o mesmo com a de .
– Foi sim, mas você está aqui e, melhor, mais feliz, certo? – seu Ernest falou.
– Sim, vô. Esse ano foi incrível! – ela olhou para mim, me fazendo rir.
– Que anel é esse? – Michelle apontou para o peito de e rimos.
– Não é um anel de noivado. – disse rapidamente, me fazendo rir.
– Ainda! – falei firme. – Um dia vai ser.
– Espero que a não tenha pressa – disse Mi, nos fazendo rir.
– Para de graça! – falei, vendo-a rir. – Vem cá, baby! – chamei-a com a mão, e ela se aproximou.
– O quê? – ela riu.
– Eu quero te apresentar – ela franziu a testa.
– O que está fazendo, Daniel? – disse ela, rindo.
– Xi! Entra na brincadeira! – falei rindo. – Gente, tem alguém muito importante que eu quero que conheçam... – falei, vendo todos os olhares para mim. – Essa é , minha namorada! – falei, ouvindo os gritos e risadas dos meus amigos, e vi um lindo sorriso se formar nos lábios de . – Minha namorada! – ergui sua mão, dando um beijo.
– Sim, só sua! – disse ela, rindo, e me abraçou.
Epílogo
Suspirei com o aroma e fui até a panela que borbulhava, vendo o creme vermelho. Peguei uma colher na bacia e tirei um pouco do creme da panela, assoprando um pouco antes de colocar na boca. Saboreei o molho em minha boca um momento e suspirei, estava perfeito.
Peguei um prato fundo do outro lado, coloquei um pouco do molho no fundo e segui para a água fervente, escorrendo o macarrão penne e joguei-o no prato. Coloquei mais uma concha do molho vermelho com pedaços de tomate e finalizei com uma folha de basílico em cima e salpicando parmesão ralado.
Peguei uma colher, me sentando na bancada e peguei um pouco dele, colocando na boca, me arrependendo logo em seguida pela combinação de molho e queijo quente.
– Idiota! – murmurando, rindo para mim mesma, e ergui os olhos para a televisão, suspirando.
O acidente de Danny e Max passava pela milésima vez no jornal da noite. Sou namorada e estou totalmente a favor de Danny, mas ele fez isso de propósito, mas com razão. Max não queria devolver a posição para ele. Parece que, depois de dois anos, o ego estava começando a falar mais alto.
– Fala aí, chefia! – virei para o lado, vendo Guga aparecer pelos fundos.
– Ei, fechou tudo? – perguntei.
– Sim, tudo certo, estoque carregado tanto de carvão quanto de lenha. Pronto para a inauguração – sorri.
– Que bom, Guga! Você sabe que sem você eu não sobreviveria, né?! – o homem alto e rechonchudo riu.
– Ah, dramática, pequena , sempre dramática – sorri.
– Aceita jantar? Acabei de fazer.
– Hoje não, vou almoçar com as crianças – assenti com a cabeça.
– Então aproveita, são quase onze – comentei.
– Você não vai? Achei que tinha parado com os testes hoje – disse ele.
– Eu estou esperando uma ligação de Danny – respondi.
– Ainda nada? – soltei um longo suspiro.
– A corrida acabou tem só alguns minutos, eles ainda devem estar levando xingo da equipe – ele riu, assentindo com a cabeça.
– Nem imagino – ele negou com a cabeça. – Bom, eu tenho que ir. Até amanhã, .
– Até, Guga! Obrigada! – acenei para ele, vendo-o acenar de volta, e voltei a ficar sozinha do lado de trás do balcão com somente as luzes amarelas acesas.
Terminei de comer em silêncio, louca para deitar na minha cama, mas ainda precisava organizar toda a bagunça que fiz aqui. Ouvi o vibrar contra a mesa, e vi uma foto de Danny aparecer na tela do celular e peguei o mesmo, ajeitando-me em um dos sofás na parte da frente do restaurante, antes de atender.
– Ei, baby! – falei, vendo seu rosto desanimado, ainda com o macacão de corrida e os cabelos bagunçados.
– Oi... – ele suspirou.
– Como está se sentindo? – perguntei.
– Fisicamente ou mentalmente?
– Fisicamente primeiro
– Bem, sem nenhum arranhão
– Bom! – falei séria. – E mentalmente?
– Ah, foi um desastre! – ele tombou a cabeça para trás.
– O que aconteceu?
– Vamos ter que ir até Milton Keynes para pedir desculpas a todos da fábrica, do marketing, dos mecânicos... – ele suspirou. – E vão nos fazer pagar a multa – assenti com a cabeça.
– Esperado! – falei. – Você fez de propósito, não fez?
– Sim! – disse ele sério. – Eu estava tão puto que...
– Eu imaginei, eu também estava... – falei. – E como estão os nervos entre vocês?
– Posso matá-lo? – perguntou ele.
– O restaurante acabou de ficar pronto, não dá para falir ele antes de inauguração – falei, ouvindo-o rir.
– O seguro é bom, seria uma oportunidade! – Rimos. – Sinto sua falta.
– Também, baby! – falei. – Só mais um pouquinho.
– Não tem como você vir para Espanha? – perguntou ele.
– Não dá, baby. Tenho reunião com alguns fornecedores essa semana, quero deixar tudo certo, porque a inauguração é logo nas férias, e vamos voltar em cima – expliquei, e ele fez um pequeno bico.
– Droga, um colo me ajudaria agora – sorri.
– Pede para o Michael! – ele riu.
– Não conte comigo! – ouvi uma terceira voz, me fazendo sorrir.
– Ok... – falei, ouvindo-o suspirar.
– Por quê? Algo diferente aconteceu? – ele jogou a cabeça para trás, ponderando por vários segundos antes de responder.
– Talvez... – ele ponderou novamente. – Eu recebi algumas ligações... – suspirou. – Estou pensando em sair da Red Bull.
Fim
Nota da autora: Obrigada a todos que leram! Demorei um pouquinho, mas gostei muito do resultado!
Espero que tenham gostado e, se Deus quiser, teremos mais Harper e Daniel por muito mais tempo!
Obrigada a todos e a Tata por finalizar de betar essa história por mim, talvez não finalizaria nunca! x)
Beijos,
Obrigada!Assista ao trailer da fic aqui!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Espero que tenham gostado e, se Deus quiser, teremos mais Harper e Daniel por muito mais tempo!
Obrigada a todos e a Tata por finalizar de betar essa história por mim, talvez não finalizaria nunca! x)
Beijos,
Obrigada!
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.