Capítulo Único
— Le Bain não tem erro, né? Qualquer fim de semana é sempre cheio. — Kyle diz assim que fecha as portas do carro, acionando o alarme em seguida.
Melissa e Hannah foram à frente, enquanto eu ia atrás com o Kyle, que me contava o ocorrido do seu dia de trabalho.
— Você não vai acreditar, . Eles realmente estão cogitando me darem um aumento. — ele fala, me fazendo sorrir verdadeiramente, embora minha mente estivesse em outro lugar.
Eu sou enfermeira do Lower Manhattan Hospital, um dos melhores de NY. Tinha uma vida boa, mas, de alguns dias para cá, levantei um questionamento.
Enquanto eu passeava pelo Central Park com o meu cachorro, Tom, eu encontrei um casal. Fazíamos faculdade juntos e ela era minha colega de República, enquanto ele era amigo de um antigo namorado. Conversamos por um longo tempo, até que me perguntaram: “Você já se apaixonou desde aquela época?”. Aquilo martelou em minha mente, e eu não soube responder. Eu não soube responder se já me apaixonei, ou se eu estava verdadeiramente apaixonada naquela época.
Conheci algumas pessoas ao longo desses anos, mas nenhuma que me fizesse querer algo a mais. Nenhuma que me despertasse a curiosidade de entrar num relacionamento sério.
Eu realmente me apaixonei alguma vez? Naquela época da faculdade, eu apenas ficava com o Jordan, mas não era nada mais. Eu não sentia vontade de assumi-lo como meu, e era recíproco. Eu sei que é triste pensar desse modo, mas vivíamos bem daquela maneira.
Quando entramos na fila, tiramos algumas selfies. Quando paramos no segurança, Hannah deu nossos nomes e disse que iríamos para a área VIP, que era um mezanino apenas e com alguns seguranças, nada demais.
Quando subimos as escadinhas que davam para a área superior, vi uma enorme mesa montada. Tinha um bolo e enormes balões, além de diversas poltronas e um bar ali, para que não pudessem descer dali. Era o verdadeiro paraíso, se eu estivesse tão animada para tal.
Cumprimentei o aniversariante, que era um amigo de Hannah. Ele estava querendo dar outro passo para um relacionamento sério e tentava a todo custo conseguir ao menos conquistar alguma torcida, mas era quase sem sucesso.
Hannah era totalmente liberal, não gostava de assumir relacionamentos e, desde que nos encontramos no café perto do meu trabalho e começamos nossa amizade, ela nunca falou de ser apaixonada por alguém.
Kyle foi para junto de sua namorada, que era irmã do aniversariante. Melissa foi para o bar, enquanto eu ficava parada, desconcertada.
— Você não conhece ninguém aqui? — ouço alguém indagar em meu ouvido e eu pulo com o susto, me afastando. — Desculpe, não quis te assustar.
— Tudo bem. E eu não conheço ninguém aqui mesmo. — falo, dando de ombros. — Qual o seu nome?
— Lily, e o seu? — a mulher indaga, esticando uma de suas mãos para mim.
— . — falo, apertando sua mão em seguida. — Meus amigos estão espalhados por aí. Eu acho que acabei sobrando.
— Ah, então você pode ficar comigo. — ela diz, segurando minha mão e me puxando para outro lado do mezanino. — Eu estou tão sozinha quanto você, se quiser saber.
Começamos a conversar e eu senti que poderia ficar ali por horas, até mesmo dias, com Lily. Descobri que ela era fotógrafa e que trabalhava a poucas quadras do Lower, o que possibilitou que pudéssemos nos encontrar diversas vezes durante meus plantões. Compartilhávamos o amor por cachorros, e descobri que ela tinha três Golden Retrievers em seu apartamento.
— Não acredito que você conhece o Mark! — exclamo, terminando meu Bloody Mary, enquanto ela pedia mais uma dose de uísque. — Ele é chefe dos residentes de Medicina, mas somos bons amigos.
— É, nós namoramos, mas ele infelizmente está de plantão hoje. — ela diz, soltando um muxoxo em seguida. — Que mundo pequeno, não acha?
Concordei, colocando o copo em cima da bancada, fitando Lily.
— Vamos para o andar de baixo? — ela indaga, sorrindo em seguida. — Acho que nem vão sentir nossa falta.
Pensei por poucos segundos, logo concordando e saindo dali com ela. Subornamos o segurança, que nos liberou e disse que poderíamos voltar assim que tivéssemos vontade.
Enquanto eu caminhava com minha nova amiga, eu sentia um aperto no meu coração. Não era por estar em uma multidão, nem por medo de acabar acontecendo alguma coisa. Eu não sabia o que era aquilo, e estava me incomodando muito.
— O que houve? — ela indaga assim que chegamos numa mesa. Nego com a cabeça, dando um sorriso de lado. — Você está se sentindo bem?
— Estou bem, obrigada. — falo, levantando. — Podemos ir beber algo, ou você vai ficar aí?
Ela gargalhou, me acompanhando em direção ao bar.
Foi enquanto eu caminhava que eu o vi. Foi quando meu coração acelerou e eu precisei de alguns milésimos de segundos para recobrar minha consciência.
Ele estava no bar. Estava com seus amigos, e jurava que estavam fazendo batalha de shots, já que ele segurava um pequeno copo. Segurei com força a mão de Lily, que parou de caminhar.
— O que houve? Você está realmente bem? — ela indaga e eu concordo com a cabeça, desviando meu olhar da direção daquele rapaz. — Vamos para o bar, lá você pode se sentar.
E logo retornamos a caminhar, me fazendo perdê-lo de vista. Suspirei e logo chegamos à bancada, onde nós duas pedimos Cosmopolitan. Comecei a beber, tentando tirar aquele rapaz de minha mente, o que foi quase impossível.
A música tocava alto o suficiente para ensurdecer alguém, mas as pessoas só queriam dançar e aproveitar a noite. E eu também, se eu não estivesse tão incomodada.
Quem era aquele cara?
Fomos para o meio da pista e logo começamos a dançar a música conforme o ritmo. Tiramos algumas selfies e logo voltamos para o bar para pedirmos mais um drinque.
Quando estávamos na quarta música, eu o vi novamente. Ele me encarava, e eu senti meu coração acelerar mais uma vez. Soltei o ar pesadamente, voltando a dançar com Lily.
— Quem é aquele cara? — ela indaga, assim que a música acaba, e eu arqueio uma sobrancelha. — Vocês trocaram olhares. E ele não para de te encarar.
— Não sei quem é, e nem quero saber. — falo, dando de ombros em seguida.
— Ah, ok, então. Vamos para outro lugar. — ela diz, segurando minha mão e me puxando em direção ao bar. Ela pediu mais uma dose de seu uísque e logo fomos para o banheiro. — Você tem que saber quem é aquele cara.
— Não, Lily. Você está ficando louca? — indago, ajeitando meus cabelos em frente ao enorme espelho que estava na parede. — Tá, eu achei ele bonitinho, mas não é nada mais que isso.
— E se ele for o amor da sua vida? — ela indaga repentinamente, me fazendo arregalar os olhos. — Você só vai saber se chegar nele.
Aquilo me fez pensar por alguns segundos, antes de suspirar, sair do banheiro e caminhar para o bar rapidamente.
— Eu posso participar? — indago quando me aproximo dele e de seus amigos.
— Oi? — Lily indaga, me fazendo bufar.
— Eu posso participar dessa competição com vocês? — indago novamente e um deles concorda.
— As regras você já deve saber. Mas cada um paga pela sua própria dose. — o loiro diz, me fazendo assentir.
Começamos a nossa competição e eu estava empatada com o rapaz. A cada vez que ele me olhava ou sorria de lado, eu sentia meu coração disparado, à beira de um ataque cardíaco.
— Só sobraram vocês dois. — Lily diz em meu ouvido, me fazendo assentir. — Ganhe a competição e peça o telefone desse cara.
Gargalhei, negando com a cabeça em seguida.
Viramos o primeiro copo juntos. Já estava me acostumando com o gosto forte do limão e da tequila, mas eu também sabia que amanhã estaria numa boa ressaca.
Conforme virávamos, ficávamos nos encarando. Ele era tão mais bonito de perto quanto de longe, o que me fez ficar mais tempo do que o necessário o encarando, o que fez com que eu perdesse por demorar demais para virar a última dose.
— Temos um vencedor! — algum dos amigos dele exclama, levantando a mão dele. Sorrio, abrindo a minha carteira e pegando meu dinheiro nela.
Coloquei as notas por cima do balcão e logo me virei para caminhar junto de Lily para irmos até a área VIP, quando sinto alguém segurando meu braço.
— Eu não sei quem você é, mas eu estou me sentindo estranho. — ele diz quando me viro para fitar seu rosto. Dou um sorriso, olhando diretamente em seus olhos. — Por favor, me diz que isso também está acontecendo com você.
— Acho que está. — falo, sorrindo em seguida. Ele sorri, se aproximando em seguida.
— Sei que é cedo demais, nos conhecemos há trinta minutos, mas eu não quero perder você. — ele diz e logo sua testa toca na minha.
Suas mãos foram parar em minha cintura, enquanto eu acariciava seu peito coberto pela camisa preta social. Pelo meu reflexo, vejo que Lily sorria abertamente, enquanto seus amigos estavam ocupados com outras garotas.
— Eu também não quero?! — falo confusa e ele gargalha baixo.
— Você pode, por favor, me dizer o seu nome? — ele indaga.
Nossa proximidade deixava óbvio que eu estava afetada. Meu coração estava disparado e eu cogitava que o dele também estivesse. Pelo menos era o que eu queria.
— . — falo, sorrindo em seguida. — E o seu?
Ele deu um sorriso, beijando minha testa em seguida.
— Meu nome é . É um prazer finalmente conhecer você.
Fim
Nota da autora: Sem nota.
Outras Fanfics:
Ficstape Flicker, Niall Horan: 03. Seeing Blind
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