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Última atualização: Maio/2024

Capítulo 09 — Ethereal

“Extremamente delicado, fora desse mundo”.

Apesar da interrupção de Italia Whitman, o restante do espetáculo foi bastante agradável, sem qualquer clima estranho entre os dois, porém sem nenhuma menção ao que quase havia acontecido. pediu mais champanhe para os dois e soltava alguns comentários animados sobre o que acontecia no palco. Eles se entretinham em pequenas conversas e era cada vez mais difícil não trocarem olhares. Era como se as íris de um fossem ímãs para o outro e vários segundos passavam antes de desviarem.
temia que a candidata ao senado estivesse os vendo de alguma forma, embora não conseguisse localizar o camarote de Italia. Não sabia dizer bem o porquê, mas algo na forma como a mulher os encarou insinuava aquilo e ela detestava a ideia de Whitman usar aquilo contra .
Talvez estivesse apenas sendo paranoica, mas não havia gostado das perguntas dela, muito menos de como fazia questão de ficar a medindo o tempo todo. Quem ela pensava que era?
E se Italia usasse algo daquele breve encontro para sabotar , não sabia o que faria. Provavelmente lhe daria o soco que ficou segurando por mera educação.

Mesmo sabendo que dificilmente Whitman estaria em seu caminho outra vez, os dois resolveram ficar naquele camarote até o final do último ato. A adrenalina da “fuga” havia se dissipado e quem sabe aquilo não era obra do destino, afinal aquela não era a primeira vez que algo os atrapalhava. Por mais que se desejassem e fizessem bem um ao outro, talvez simplesmente não fosse para ser.
Porém aquela ideia incomodava e, coincidentemente, havia pensado o mesmo e se sentido da mesma forma enquanto, em silêncio, os dois foram seguindo pelo corredor até a saída do teatro.
Ao menos não voltaram a encontrar Italia e só aquilo já foi o suficiente para que ficassem mais aliviados.
Um pequeno sorriso moldou os lábios de quando o homem abriu a porta do carro para ela e, enquanto se sentava no banco do carona, a mulher tentava esconder a expressão de quem não queria que aquela noite acabasse ainda. Parecia que estava vivendo um sonho e não desejava despertar porque sentia que não havia aproveitado o suficiente.
deu a volta para ocupar seu lugar no banco do motorista e, ao checar o espelho retrovisor, percebeu que disfarçava uma careta.
— Tudo bem? — Talvez não devesse soar tão preocupado, porém descobria a cada dia que se segurar quando estava com aquela mulher era uma tarefa árdua.
Por alguns segundos, ponderou o que deveria responder e, por fim, acabou soltando uma risada baixa, quase envergonhada, olhando para o homem em seguida.
— Eu só estava pensando que ainda não quero que essa noite acabe. — Mordeu a boca de maneira inconsciente ao dizer aquilo e o olhar de oscilou por alguns segundos ali antes de ele processar as palavras dela.
Quando voltou a encarar os olhos de , um sorriso enorme surgiu nos lábios dele e suas íris brilhavam tanto que ela se sentiu meio tonta.
— Então vamos fazer com que não acabe, senhorita .
Foi inevitável para a mulher não sorrir de volta, totalmente encantada por ele, questionando pela milésima vez se era mesmo real.
Relutante em quebrar o contato visual, o homem se voltou para a direção do carro e o ligou para que saíssem dali de uma vez.
Novamente um silêncio se fez presente entre eles e se inclinou para ligar o rádio, não se preocupando em pedir permissão porque já sabia que a teria. Ao reconhecer One for the Road do Arctic Monkeys, ela olhou rapidamente para , surpresa e animada ao ver que ele estava ouvindo sua banda favorita.
— Soube que vai ter um concerto deles por aqui. — dividiu sua atenção entre e a direção.
— Esse é o tipo de evento que com certeza deve ser épico. Acho que depois de ver O Fantasma da Ópera, ir a um show do Arctic Monkeys é meu maior sonho. — A mulher ficava cada vez mais empolgada apenas com aquela ideia.
— Se minha companhia não foi tão ruim assim, podemos ir juntos. — Ele sequer hesitou em fazer aquele convite. De certa forma, já estava um tanto ansioso por outro encontro com ela, mesmo sabendo que mais tarde sua consciência o tiraria do sério ao berrar as consequências daquilo tudo.
levou alguns segundos para se dar conta de que estava mesmo a chamando para sair outra vez e prendeu o lábio entre os dentes, olhando-o de cima a baixo e percebendo que nem fazia questão de disfarçar que ela o deixaria levá-la para onde quisesse.
— Vou adorar ir com você, . — E, mais uma vez, ele sorriu abertamente.
No entanto, depois de alguns segundos, se deu conta de uma coisa.
— Você não discordou e nem concordou com o que eu disse. — Estava apenas brincando, seu tom leve deixava isso bem claro, e franziu o cenho, sem entender.
— Sobre o quê? — Sentiu vontade de rir antes mesmo de descobrir.
— Sobre minha companhia ser ruim. — Desviou seu olhar dela apenas para prestar atenção em uma curva que fazia.
Em vez de continuar rindo, a mulher sorriu enviesado.
— A noite não acabou ainda, sabe? — E deixou a resposta no ar, embora fosse bem óbvio, ao menos para ela, que a companhia dele de ruim não tinha nada.
ergueu uma sobrancelha, apertando um pouco o volante, descontando ali o quanto o afetava. Ela não fazia ideia, mas cada gesto seu era percebido por ele, e assisti-la morder os lábios ou sorrir daquele jeito o deixava maluco.
E se simplesmente jogasse tudo para o alto, estacionasse aquele carro e puxasse a mulher para si?
Ele então avistou o local para onde a levava e foi diminuindo a velocidade do veículo.
— Outro fast food, uh? — não achava nada ruim. Gostava de manter uma alimentação mais saudável, porém se sentia de volta à adolescência escapando assim para comer porcarias.
Pela forma como ficava animado, ele sentia o mesmo.
— Uma vez me falaram que os tacos desse lugar são coisa de outro mundo e eu sempre quis provar — confessou, dando de ombros.
— Ah, então vai me fazer de cobaia junto com você? — ergueu uma sobrancelha, o fazendo rir com gosto.
não conseguiu deixar de pensar que até mesmo a risada daquele homem era gostosa.
— Pense na adrenalina, vai — insistiu, ainda rindo.
Como se ele realmente precisasse convencê-la de algo.
Honestamente, ela estava até se sentindo um tanto idiota com o quanto estava rendida, porém aquele homem a havia surpreendido de tantas maneiras que conseguia mesmo entender o porquê.
— É, você me ganhou com a adrenalina. Vai ser no mínimo interessante entrar ali com essas roupas também. — deu uma olhada rápida para o próprio vestido, então apontou para o terno dele.
— Bom, sobre isso, pensei em pegarmos algo para viagem.
Pelo jeito, sempre encontrava alguma forma de surpreendê-la ainda mais.
— Pensou, é? — Estreitou os olhos, fingindo desconfiança. — O que você está aprontando, ?
— Só te levar para casa quando o dia nascer. — Nem ele mesmo acreditou que aquelas palavras haviam escapado de seus lábios, no entanto adorou o brilho que viu nos olhos dela quando as ouviu.
— Assim o Todd vai pegar ranço de mim, hein? — brincou, vendo que estacionava o carro.
— É mais fácil encontrar alguém de quem ele não tenha — rebateu, fazendo-a arregalar os olhos e rir alto, acompanhando-a completamente contagiado.
— Sabe, essa história de ser sua assessora tinha até me interessado, mas depois dessa… — Negou com a cabeça.
a encarou por alguns segundos, tentando conter pensamentos totalmente inapropriados ao imaginá-la com ele em seu escritório. Com certeza a ideia seria muito interessante se não fosse enlouquecê-lo de vez.
— Se você quiser, a vaga é sua… — Piscou para ela, fazendo-a morder o lábio pela milésima vez naquela noite.
Droga, por que ele tinha que ser absurdamente gostoso e charmoso daquele jeito? precisava encontrar os defeitos dele, e rápido.
então se virou para abrir a porta do carro e aquilo fez erguer uma sobrancelha em confusão.
— Nós não íamos pegar para viagem? — Na verdade, ela já queria indagá-lo sobre aquilo quando percebeu que não pegaram a direção do drive-thru.
— Íamos, mas você falou em entrar ali com essas roupas e eu também adoro uma adrenalina. — Sorriu como se realmente tivesse voltado à sua adolescência.
A expressão de se iluminou e ela sequer esperou que desse a volta e abrisse a porta, fez questão de sair logo do carro e seguir com ele para o estabelecimento.
tentava controlar a vontade de segurar na mão dela toda vez que andavam lado a lado daquele jeito e se concentrou no quanto estava animada. O sorriso não saía de seus lábios e era insano o quanto aquela mulher era bonita.
Estava hipnotizado e na verdade estava adorando aquilo.
Se adiantando para abrir a porta, logo deu passagem para entrar na sua frente e assim que os dois adentraram o restaurante sentiram olhares sobre si.
Não havia muitas pessoas lá, afinal já passava das onze da noite, porém os que estavam presentes não deixaram de reparar nas duas pessoas vestidas impecavelmente dentro de um lugar que estava cheirando a frituras.
— Boa noite, cavalheiro. Pode me dar o cardápio? — se aproximou do balcão e viu o atendente assentir e imediatamente estender um papel plastificado a ele e outro a .
— Cavalheiro? Quem é você, o príncipe da Inglaterra? — brincou, fazendo o homem arregalar os olhos e abrir a boca em indignação.
— Não te ouvi reclamando do “senhorita ” — rebateu, a encarando como quem diz “quero ver você sair dessa agora”.
— É porque soa sexy. Mas relaxa, só estou implicando com você. — Ela não o olhava ao dizer aquilo, na verdade tinha voltado sua atenção para o cardápio, tentando escolher o que desejava comer.
se sentiu pego de surpresa pela naturalidade dela e mais uma vez se imaginou sozinho em outro ambiente com , onde poderia ouvi-la sussurrar aquela primeira frase em seu ouvido.
Porra, ele precisava se controlar.
— Bom saber disso. Posso repetir quantas vezes quiser, senhorita . talvez não fizesse ideia, mas a mulher estava tão afetada por ele quanto e ficava cada vez mais difícil não jogar qualquer prudência para o alto.
Naquele momento, a única coisa que a impedia de agarrá-lo era o fato de os dois estarem no meio de um restaurante.
Pressionando os lábios, por fim escolheu o que iria comer e esperou para que fizessem os pedidos juntos. O atendente pediu o nome de e avisou que eles o chamariam quando tudo estivesse pronto.
Imaginando que demoraria alguns minutos, caminhou até uma mesa e puxou uma cadeira para se sentar, vendo o homem imitar seu gesto de frente para ela.
— Estou surpresa que ele tenha perguntado o seu nome, não vou negar — confessou em um tom mais baixo, ao que respondeu com um arquear de sobrancelha.
— Falou aquela que também não sabia quem eu era quando me conheceu. — Então riu baixo ao vê-la abrir a boca em indignação só para depois fechar e bufar.
— Nada a ver. Lá em Ohio você ainda não aparecia direto na televisão. — arqueou ainda mais a sobrancelha e fez uma careta. — A desculpa não colou, né?
— Nem um pouco. — riu, negando com a cabeça. — Só que pelo menos você sabia quem é e juro que quando essas coisas acontecem fico um tanto preocupado.
— Eu também fico. Quer dizer, como ele vai votar em alguém se nem sabe quem são os candidatos?
E a partir disso os dois começaram uma conversa breve sobre as eleições que estavam cada vez mais próximas. tinha muitos ideais em comum com e ela imaginou que, mesmo se não tivesse o conhecido, ganharia o seu voto.
No entanto, apenas a ideia de nunca tê-lo conhecido ou de de repente não estar mais presente em sua vida a deixou agoniada.
Àquela altura, já deveria estar acostumada a ver pessoas sumirem de sua vida abruptamente, porém ali estava ela, temendo mais uma vez.
Isso fez com que um alerta vermelho piscasse em sua mente.
era maravilhoso, mas era mesmo seguro se entregar a tudo que o envolvia daquele jeito?
? — A voz dele a despertou de seus pensamentos e só então ela percebeu que fazia uma careta para um ponto fixo qualquer.
— Desculpe, me distraí. O que disse?
— Está tudo bem? — O olhar dele passeou por todo o rosto dela e aquele cuidado que ele tinha a fez sorrir.
— Está. Eu só me perdi pensando em umas coisas idiotas. — Riu baixinho.
— Coisas idiotas? — manteve o olhar nela, interessado. Sabia que ele mesmo não era diferente, vivia pensando em “coisas idiotas” e de repente se perguntou se seriam indagações semelhantes às dele.
— Sim, mas não se preocupe. Às vezes as coisas pelas quais eu passei têm esse efeito sobre mim. — Dessa vez ela achou que seria melhor não dizer tudo a ele. Tinha medo de como poderia reagir.
— Entendo. Isso também acontece comigo — suspirou.
— Acontece, é? — Era incrível que, embora existissem diferenças entre eles, em várias coisas eram bem parecidos.
— Mais do que você imagina.
Qualquer resposta que pudesse dar se perdeu quando o nome do homem foi chamado. Eles logo se levantaram para pegar seus pedidos e voltaram rapidamente para o carro, onde repetiu o mesmo gesto de abrir a porta para , dando a volta, entrando em seu lugar e dando partida.
— Então, vai me contar o que está aprontando? — a mulher indagou, olhando curiosa para .
— Você por algum acaso tem medo de altura? — respondeu com outra pergunta e estreitou um pouco os olhos.
— Não? — Seu tom fez soar como uma pergunta, embora fosse uma afirmação, e aquilo fez sorrir.
— Nesse caso, é surpresa então.


💋


Outra vez se distraiu em conversas aleatórias com e com cada vez mais frequência se pegava o observando enquanto ele falava. A forma como fazia questão de olhar para ela ao menos uma vez, as risadas que vez ou outra ele soltava, as brincadeiras que fazia apenas para fazê-la rir também, e como até a forma de falar soava um tanto mais leve.
Não queria se iludir a ponto de achar que aquilo acontecia quando ele estava com ela. Por mais que Carter tivesse lhe dito aquilo, alguma parte sua ainda relutava e insistia em reforçar que não devia criar expectativas sobre nada. Todas as vezes em que havia o feito, as decepções a atingiram em cheio e a jogaram em um vazio profundo.
Tinha que parar aquilo. Parar de desejá-lo tanto porque seus mundos eram diferentes demais. Mas por que era tão difícil?
Aceitar aquele segundo convite para sair com ele não era o caminho, porém voltar atrás não lhe agradava nem um pouco.
A mulher precisou conter um suspiro que quase escapou de seus lábios, voltou a focar sua atenção no que dizia e se sentiu até culpada porque o homem parecia empolgado contando sobre uma vez em que ele e Carter resolveram sair de uma sala de cinema porque o filme ao lado parecia bem mais interessante do que aquele que eles escolheram. Como se não bastasse aquilo, conseguiram trocar de ambiente novamente e assistiram a um terceiro filme.
Os dois realmente gostavam de fazer maratonas.
— Tá aí mais uma vez o seu lado rebelde que eu adoraria conhecer, . — sorriu enviesada, percebendo-o imitar seu gesto de um jeito tão charmoso que ela quase suspirou novamente.
— Você me fez entrar de roupa social em um fast food para comprar tacos. Sem falar que por muito pouco a gente não fugiu no meio de um espetáculo. Acho que a senhorita está me ajudando a despertar esse lado, viu?
Pela primeira vez, um dos dois mencionou o que quase havia acontecido e já sabia o que responderia, no entanto, parou o carro mais uma vez e ela se deu conta do lugar para onde ele a havia levado.
— É aqui que pretende me matar, senhor ? — brincou, percebendo estarem no alto de um dos pontos mais altos de Baltimore, de onde era possível ver toda a cidade, mesmo dentro do veículo.
— Droga, você descobriu meus planos. — Ele riu baixo, prestando atenção nas reações dela.
As milhares de luzes provenientes das residências davam a impressão de estarem diante de estrelas que vinham por todos os lados, e a mulher não conseguiu disfarçar a expressão maravilhada que tomou conta de suas feições.
abriu um sorriso com aquilo. Adorava o quanto era genuína em tudo, no quanto sabia que podia confiar nela simplesmente porque ela não conseguiria fingir. Poucas pessoas em sua vida eram daquela forma, ele vivia cercado por falsidade e interesses devido ao seu status, então se sentia em paz ao lado dela.
Sem falar que a forma como os olhos de brilhavam o deixavam até embasbacado.
havia questionado mais de uma vez se ele era mesmo real, porém não fazia ideia de que se sentia da mesma forma. Ela era perfeita demais para ser de verdade.
Era irônico como tudo que lhe soava perfeito era inalcançável ou simplesmente arrancado dele.
— É lindo. — A voz dela soou emocionada.
— Muito — concordou, sem tirar os olhos da mulher.
conseguia sentir aquilo, e por isso virou o rosto lentamente na direção dele, abrindo um sorriso esperto.
— Você também, senhor — respondeu, deixando claro que havia entendido a quem o homem se referia.
se perdeu nos olhos dela, precisando de toda a sua força de vontade para se manter onde estava.
Queria, sim, beijá-la. Céus, ele desejava sentir os lábios de nos seus desde o dia em que a viu pela primeira vez. No entanto, por algum motivo, sentiu que aquele não era o momento certo. Por mais que toda uma atmosfera sempre surgisse, ainda não era a hora.
Quando finalmente a beijasse, não queria que se arrependesse ou esquecesse no dia seguinte.
Naquela noite, entendeu que não adiantava lutar contra o que sentia e decidiu não fugir mais. Ele se jogaria naquele precipício sem saber o que o aguardava. No entanto, antes disso, queria ter certeza de que estava verdadeiramente disposta a fazer o mesmo. A ideia de perdê-la estava completamente fora de cogitação.
Como ele, também hesitava, com medo de agir e afastá-lo por algum motivo. Sabia que não era certo se culpar pelo que havia acontecido entre ela e Pietro, porém não conseguia não pensar que, de alguma forma, poderia haver, sim, algo de errado com ela. E tinha a amizade de . O que faria se o perdesse?
Foi a mulher quem quebrou o contato visual, encarando os pacotes com a comida que haviam comprado.
— Tenho quase certeza de que isso está gelado. — Entregou a parte dele.
— Com toda essa embalagem nada ecológica, espero que não. — fez uma careta, então acompanhou com o olhar os gestos dela de tirar um dos tacos do pacote e o levar até a boca.
Alguns segundos se passaram enquanto só se ouvia a música ao fundo e esperou até terminar de mastigar.
— Então?
— Ah não, não vou te dar spoiler, mocinho. Pode comer também!
A forma mandona como ela disse aquilo o fez rir, negando com a cabeça.
— Vai ser malvada assim comigo mesmo? — Ele ergueu uma sobrancelha, a vendo fazer o mesmo.
— Posso ser mais.
sorriu novamente, afetado com aquilo porque sua imaginação mais uma vez foi bem longe e tratou logo de também tirar da embalagem um dos tacos, mordendo-o em seguida e tentando ao máximo disfarçar a careta que começou a se formar.
Além de gelado, aquilo era puro sal e pimenta.
— É horrível, não é? — riu da tentativa dele de se controlar e cedeu, tossindo e imediatamente abrindo a garrafinha de suco que havia comprado para beber alguns goles.
— Droga, fui enganado! — resmungou, enquanto a ouvia rir ainda mais. — O pior é que eu realmente estou com fome.
— Isso aí é praga da Julieta. Ela deve ter pressentido que comeríamos porcaria. — Foi a vez de negar com a cabeça.
— Já valeu a experiência de não acreditar em quem falou desses tacos.
— Quem foi que falou deles?
— Todd.
olhou séria para por cerca de três segundos, então os dois caíram na risada novamente.
A parte do jantar havia sido um desastre, porém ainda tinham música boa de fundo, uma vista maravilhosa e a companhia um do outro.


🏛


Nos dias que se seguiram, as mensagens de texto acabaram sendo o contato mais próximo que tiveram. Os professores de davam cada vez mais trabalhos e as provas que marcavam o meio do semestre se aproximavam, então ela dividia seu tempo entre estar na universidade e estudar em casa. Às vezes, os amigos vinham até a mansão e em outras preferiam se reunir em outros lugares.
Carter realmente havia se juntado ao grupo e continuava presente praticamente em todas as ocasiões. desconfiava de que algo estava mesmo rolando entre ela e Madison, porém nenhuma das duas tocou no assunto, então ela preferiu deixar que decidissem quando o fariam.
Quanto a , ele poderia dizer que estava enlouquecendo por conta de seu assessor. Sua campanha eleitoral estava a todo vapor, então sua agenda estava cada vez mais lotada de compromissos e Todd fazia questão de sempre mostrar quando Italia ganhava mais intenções de voto. entendia as motivações do homem, queria que o candidato reagisse e mantivesse cada vez mais o foco em seu objetivo.
Em alguns momentos, cogitou realmente propor a uma espécie de estágio na assessoria, assim definitivamente as coisas seriam mais leves como sempre eram quando estava com ela, fora que aquilo ajudaria bastante no currículo da mulher. No entanto, logo em seguida ele acabava deixando aquilo de lado porque certamente trabalhar ao lado de seria um erro. Por mais que a companhia dela lhe fizesse bem, havia também aquele desejo absurdo corroendo seu corpo inteiro e tornando quase impossível manter o controle.
Não demorou muito para que aceitasse, enfim, que, no final das contas, o que predominava era o fato de estar com saudades de . Trocar mensagens não era o mesmo que falar com ela pessoalmente, sentir o cheiro gostoso de seu perfume ou calor de sua pele, mesmo sem tocá-la. Sentia falta de ouvir a risada da mulher e até de se perder encarando a profundidade de seus olhos.
Parecia que quanto mais repetia que não podia ter nada com , mais ficava rendido por ela.
Não havia outra definição, estava rendido e uma parte sua soube daquilo desde o início.
— Senhor ? — O homem sentiu algo dentro de si se agitar, porém a voz que o chamou não era a de e logo ele suspirou, encarando Julieta e abrindo um pequeno sorriso para disfarçar.
— Sim? — Sabia que a mulher perceberia sua postura hesitante, porém, para sua surpresa, ela nada disse a respeito.
— Todd está te esperando no escritório. Disse que o senhor precisa ir até lá agora mesmo. — Lhe lançou um olhar significativo e entendeu que precisaria se preparar para o que viria.
— Certo. Obrigado, Julieta. — O tom cordial do homem foi recebido com uma careta da mais velha.
— Se precisar de alguma coisa, é só gritar. Saiba que tenho uma frigideira grossa preparada pra derrubar qualquer um. — olhou surpreso para a mulher e, notando que realmente ela falava sério, não resistiu e caiu na gargalhada.
— Por favor, não derrube ninguém.
O que tornava tudo ainda mais cômico era a diferença física entre os dois, porém não duvidava da capacidade de Julieta de nocautear alguém.
— Vai logo, meu filho. Com certeza daqui a pouco ele vem atrás de você.
E ela não estava errada. Quando o candidato estava há apenas alguns passos da porta do escritório, essa se abriu e de lá saiu seu assessor impaciente, dando de cara com logo em seguida.
— Ah, aí está você, . Achei que Julieta tivesse esquecido de passar o meu recado.
— Ih, aquela ali não esquece nada. É por isso que preciso tomar cuidado com os álbuns de quando eu era menino. — Acabou soltando uma risadinha, porém Phillips não o acompanhou, apenas continuou sério, dando meia volta até o escritório.
não gostou daquilo, porém nada disse, apenas acompanhou o assessor e o esperou fechar a porta para tornar a dizer qualquer coisa.
— E então? — Depois daqueles poucos minutos de silêncio, se sentiu incomodado, principalmente pela forma como Todd o olhava.
— Precisamos conversar sobre a sua estratégia. Seu debate com a Italia será daqui a poucos dias e, não sei se você já a viu argumentando qualquer coisa, mas a mulher é imbatível.
— Sabe, Todd, às vezes tenho a impressão de que você tem uma queda por ela. — não conseguiu deixar o comentário de lado. Sabia que o momento requeria uma seriedade, porém confiava em si mesmo e, mesmo com uma adversária forte, nada temia.
— Não seja idiota, ! — Phillips revirou os olhos, sentindo-se incapaz de se sentar, como o candidato fazia naquele exato momento. Estava agitado demais para ficar parado, então começou a andar de um lado para o outro na sala sem nem perceber.
— Não estou sendo, pode ter certeza disso. — estava diferente, o assessor vinha percebendo aquilo há algumas semanas, porém o comportamento mais descontraído não era visto há meses, mais especificamente desde a partida de Amélia.
— Seja lá o que esteja te deixando assim, fico feliz por você, mas precisamos de foco agora, . Nós já vimos que Whitman joga sujo, então qualquer deslize seu que ela encontrar será usado contra você.
ia retrucar a primeira fala de Todd, porém acabou franzindo o cenho com a segunda parte.
Por que o assessor estava lhe dizendo aquilo como se soubesse de alguma coisa?
— O que quer dizer com isso? — O candidato resolveu se fazer de bobo.
— Quero dizer que sair para buscar sua irmã de madrugada e carregar as amigas bêbadas dela é exatamente o tipo de coisa que Italia vai usar como argumento contra você.
não soube dizer o que mais ele odiou nas palavras de Todd. Se foi o tom acusatório, se foi aquela ideia ridícula de proibi-lo de ir buscar a própria irmã no momento em que ela precisava dele, ou se foi o assessor ter chamado de bêbada.
— Achei que essa história não tivesse ido à público. — precisou de muita força de vontade para não xingá-lo.
— Graças a mim, não foi. Mas isso não pode acontecer de novo. Já pensou no quanto isso prejudica a sua imagem?
A maior parte de seu ser desejava simplesmente mandar Phillips ir se foder, porém ele acabou respirando fundo e assentindo.
— Se for distorcido, realmente prejudica — concordou, a contragosto.
— E é exatamente o que ela faz. Distorce e passa a imagem de que você é apenas o rosto bonito, que não entende nada sobre nada e não vai conseguir cumprir metade do que promete.
não costumava ficar tão irritado com as coisas, porém não conseguiu se conter. E o pior de tudo era saber que Todd estava certo. O breve contato entre os dois na ópera já havia revelado várias coisas.
— Me preocupa saber que alguém que joga sujo desse jeito tem chances reais de conseguir se eleger.
— É por isso que estamos aqui. Não vamos deixar isso acontecer. — O tom de Phillips era confiante, porém suas expressões estavam neutras. — Agora, me diga, tem mais algo que eu preciso saber?
precisou se conter para não estreitar os olhos em completa desconfiança, não pela indagação, mas pelo tom insinuado da voz dele.
O candidato ponderou por alguns segundos se deveria falar que esbarrou em Italia Whitman justamente quando saiu com “a amiga bêbada de Carter” — e ele odiou mais uma vez aquela maneira de se referir a —, ou se o melhor era não tocar no assunto.
Whitman, pelo que viu até então, usaria, sim, aquilo contra ele, porém não era exatamente aquilo que o incomodava. queria uma campanha limpa e estava cansado daquela obsessão em manter máscaras só para evitar comentários negativos.
Além de seus próprios princípios, o candidato temia o que uma exposição poderia fazer na vida de .
Odiava a ideia de algo fazê-la mal e ele ser o responsável por aquilo.
— Não. Não tem nada. — percebeu que já estava calado por tempo demais, então respondeu rapidamente.
— Tem certeza? — E ali estava a insinuação de novo.
— Até parece que você tá sabendo de alguma coisa, Todd. — Sem conseguir resistir, soltou.
— Eu só estou me certificando de que tudo está certo e não teremos surpresas nesse debate. A última pesquisa apontou um aumento de 5% nas intenções de voto para ela. Entregar sua mensagem e suas propostas nesse debate é crucial.
suspirou, concordando com a cabeça porque não tinha mais nada a dizer, então se manteve atento a cada ideia de respostas que Todd lhe dava.
Mais uma vez, questionou se estava mesmo no lugar certo, se era aquilo mesmo que queria para os próximos anos de sua vida.
Toda vez que aquilo acontecia, a imagem de Amy vinha aos seus pensamentos, numa espécie de incentivo. A mesma imagem foi tomando uma forma diferente e, numa lembrança bem nítida, se recordou de tudo o que havia dito, mais especificamente em um áudio enviado pelo WhatsApp.
— Se tem alguém capaz de dar tudo de si nesse debate é você, . Não importa o quanto ela tente jogar sujo, sabe? Continue focando nas pessoas que você ama e tudo vai dar certo.
tinha razão. Ele não deixaria nenhuma insegurança vencê-lo. Não aceitaria menos do que o sucesso naquele debate.


🏛


O candidato perdeu as contas de quantas entrevistas precisou dar naquela semana. Parecia que quanto mais compromissos cumpria, mais surgiam em sua agenda, o que significava mais tempo com Todd Phillips e suas estratégias de campanha e menos tempo para ficar em casa.
Ele não reclamava, sabia que era necessário, mas, ainda assim, aquilo o incomodava. Não via a hora daquilo tudo acabar para que finalmente conseguisse descansar sem ser acordado na manhã seguinte por ligações de seu assessor.
Continuava mal vendo e trocando mensagens com ela, e sabia que não era o suficiente.
Ao menos teria o show do Arctic Monkeys, onde poderia vê-la e fugir daquilo tudo, e tinha se certificado de que Todd não marcaria nenhum compromisso para ele naquele dia em especial.
estava tão envolvido com os eventos de sua campanha que ao menos viu que teria mais um compromisso na Universidade de Baltimore. Se tratava de um ciclo de palestras sobre carreiras, onde ele aproveitaria para falar um pouco sobre sua candidatura ao senado.
A sensação de nostalgia mais uma vez tomou conta de si ao adentrar o local, porém outro sentimento ganhou espaço: a ansiedade.
E foi com ela que permaneceu até conseguir finalmente avistar de longe.
Mais uma vez, não seria o suficiente, um certo incômodo na boca de seu estômago deixava aquilo bem claro, assim como o desapontamento ao descobrir, momentos depois, que a mulher não estava entre os alunos que assistiam sua palestra.
Esperou que os dois se esbarrassem nos corredores outra vez, porém aquilo também não aconteceu. Na verdade, o destino trouxe outra pessoa ao seu encontro.
— Ótima palestra, meu amigo! — A voz de Vincent Berkshire chamou a atenção de , que imediatamente olhou em sua direção. Não conteve o sorriso que se formou, era bom encontrar alguém que certamente não iria ficar o tempo todo falando em sua campanha.
— Obrigado, Berkshire. É bom te ver de novo. — Ao mesmo tempo, estava surpreso pelo fato de simplesmente não ter visto o amigo na plateia durante a palestra.
Provavelmente porque estava distraído demais procurando um outro rosto em meio à multidão.
— Digo o mesmo, cara. Como vão as coisas?
— Malucas — foi sincero e ambos riram.
— Imagino que sim. Quem diria que um dia você estaria em todo o lugar. — Vincent estava genuinamente feliz por .
— Confesso que se me falassem disso lá naqueles tempos, eu teria dado risada. — E era verdade. O pai de também havia seguido a carreira política, claro, mas ele não se imaginava naquela posição, algo que apenas mudou quando entrou para a universidade.
— Nós íamos formar uma banda, não é? Só faltava sabermos tocar alguma coisa. — E, mais uma vez, eles riram. — Tá ocupado demais para tomar uma cerveja lá no Ruffus? — Vincent emendou, se referindo a um bar que ficava a poucas quadras do prédio onde estavam.
— Na verdade, não. — lançou um olhar rápido na direção de Todd, que o aguardava um pouco mais à frente com uma expressão de impaciência. — Phillips, pode ir. Não temos mais nada por hoje, certo? — Se tivesse, o assessor teria que remarcar.
percebeu o homem hesitar, porque provavelmente já estava escalando algum jantar de última hora para o candidato comparecer, porém apenas negou com a cabeça, contrariado.
— Certo. Então podemos ir. — O candidato voltou a prestar atenção no amigo e logo os dois seguiram até o bar.
Era realmente bom conversar sobre outras coisas com um amigo e, apesar de as lembranças lhe trazerem uma certa tristeza, ao mesmo tempo aqueciam seu coração, principalmente porque naquela época, embora não fosse cercado de pessoas, as que estavam ao seu lado eram verdadeiras.
não se lembrava da última vez em que tomou uma cerveja em um bar. Normalmente, preferia um uísque ou algum vinho em casa e nos vários jantares que frequentava, e saber que Vincent ainda costumava beber a mesma marca fez um pequeno sorriso brotar em seu rosto enquanto ouvia o que o amigo dizia.
Berkshire atualizava sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Como havia embarcado no mestrado logo depois de se formar e que o mesmo aconteceu no doutorado. Quando Vincent estava prestes a concluir aquela formação, recebeu uma proposta da Universidade de Baltimore para se tornar professor assistente. Atualmente, ele era responsável por três disciplinas e, embora nunca tenha se vangloriado por aquilo, um dos professores mais queridos pelos alunos — a última informação o candidato soube através do coordenador da Escola de Direito da universidade.
estava realmente feliz pelo amigo e um tanto culpado por terem se distanciado tanto ao longo dos anos. Sabia que viviam realidades completamente diferentes, porém Vincent sempre foi seu melhor amigo, e passar aquele tempo com ele só reforçou como sentia falta daquela amizade.
— Fala sério. Você tá mesmo me dizendo que o cara que me fazia inventar desculpas só pra dispensar a mulher da noite anterior realmente tá… Como é que você dizia? “Voando sozinho por aí”? — soltou uma risada, bebendo mais alguns goles de sua cerveja logo em seguida. A sensação do líquido gelado passando por sua garganta era tão boa que ele precisou conter a vontade de fechar os olhos.
— O que eu posso fazer? Não conheci a pessoa certa. — Berkshire deu de ombros. — Mas isso não quer dizer que eu não me divirta mais, cara, só não tenho mesmo pique dos vinte anos.
O comentário fez os dois rirem e negou com a cabeça.
Tentou fingir para si mesmo que não sabia o motivo de pensar em ao ouvir aquilo, mas não havia mesmo como mentir.
— E você, ?
O candidato levou a garrafa à boca mais uma vez e olhou para o amigo.
— O que tem eu? — indagou, apenas para ganhar algum tempo.
— Você sabe do que estou falando, . — Berkshire ainda o conhecia bem até demais.
O homem desviou seu olhar, focando na garrafa posta sobre o balcão do bar e soltou um riso sem graça.
— Acho que estou ferrado, Berkshire. — Nunca havia conseguido refrear sua sinceridade quando estava com o amigo. Era fácil justamente por ele conhecê-lo tão bem.
Vincent se aproximou um pouco de , analisando-o antes de também beber um pouco de cerveja.
— Estou ouvindo — disse apenas, já sabendo que, depois da deixa, se sentiria mais inclinado a desabafar.
No entanto, o candidato permaneceu em silêncio por alguns minutos, preso pelo dilema da diferença de idade entre ele e e questionando o quanto o amigo o julgaria por aquilo. Por Deus, era aluna de Vince!
. — Berkshire tornou a chamar sua atenção e o homem focou suas íris nele. — Seja lá o que for, ainda sou seu amigo e jamais te julgaria.
O tom calmo fez o candidato soltar um suspiro baixo, finalizando a cerveja como se estivesse tomando mais uma dose de coragem.
— Depois que a Amy… — suspirou mais uma vez, desviando o olhar novamente. — Depois que a Amy se foi, eu me fechei pra tudo. Só saía de casa por conta de meus compromissos, interagia pouco com meus funcionários e até mesmo com minha irmã, e mergulhei de cabeça na minha campanha. Era o que Amy queria e o trabalho se tornou uma válvula de escape. Acredito que, ao mesmo tempo, o luto acabou me fazendo erguer uma barreira e eu prometi a mim mesmo que não me envolveria com mais ninguém. Que Amélia sempre seria a única para mim.
Os lábios do homem tremeram conforme a emoção foi tomando conta de si. A ausência de sua esposa ainda doía, sempre doeria.
Vincent foi escutando tudo com atenção, respeitando o momento de silêncio e sinalizando ao barman que trouxesse mais duas cervejas.
— Até que um dia eu cheguei em casa e encontrei admirando o piano de uma das salas.
Berkshire conhecia alguém com aquele nome, porém deixou para refletir sobre aquilo depois. Precisava se atentar às palavras de .
— Não sei explicar como, mas, desde o momento em que meus olhos bateram nela, eu soube que com aquela mulher as barreiras não funcionariam. — Negando com a cabeça, o candidato soltou mais uma risada baixa. — Eu tentei mantê-las ali. Tentei me manter são principalmente porque ela tinha um namorado, porém nós nos aproximamos, recentemente eles terminaram e, por Deus, toda vez que estou com ela, só consigo pensar no quanto eu a quero.
— Ela te dá algum sinal de que quer o mesmo?
— De certa forma, ela chegou a me dizer isso, porém foi em uma noite em que ela estava bêbada e eu fui buscá-la em uma festa.
Vincent franziu levemente o cenho, curioso em saber mais sobre aquilo também, porém seu foco era outro no momento.
— Meu amigo, se vocês dois querem, o que está te impedindo? Você não precisa passar o resto da vida sozinho. — A expressão amigável de Berkshire encorajou a responder, mesmo esperando a pior das reações.
— Porque é a filha do Charles, Vincent.
Ele demorou alguns segundos para ligar as coisas.
— Espera… ? — Sua expressão de surpresa foi interpretada erroneamente por .
— Sim. Acredito que ela seja sua aluna também.
Vincent piscou os olhos lentamente enquanto observava o amigo, intrigado com o tom derrotado em sua voz.
Sim, como desconfiou de início, falava de . Era uma aluna muito esforçada e, embora não pudesse dizer que estava entre as melhores da turma, tinha boas notas.
— Sim, ela é minha aluna. Mas por que esse tom de quem realmente está ferrado?
ergueu uma sobrancelha, surpreso.
— E não estou?
, eu realmente não vejo problema algum. É porque ela é filha do Charles? — Vincent estava realmente confuso e ficou ainda mais quando o amigo soltou mais uma risada fraca.
— Isso e o fato de ela ser quase onze anos mais nova do que eu e uma das melhores amigas da Carter.
Mais uma vez, Berkshire precisou de alguns segundos para processar as palavras de , e seu silêncio foi interpretado erroneamente pelo candidato.
— Eu sei. Com certeza estou ficando maluco, mas ela… Não sei explicar, Vince. Eu preciso dar um jeito de tirar essa mulher da minha cabeça.
desviou seu olhar para qualquer ponto que não fosse seu melhor amigo e pegou a garrafa de cerveja esquecida ao contar todo o seu dilema. Bebeu longos goles, ignorando o fato de a bebida estar quente, quase esvaziando todo o conteúdo e, enquanto largava o objeto de volta ao balcão, ouviu a risada de Vincent ecoar.
Sem acreditar naquilo, tornou a encarar Berkshire e franziu o cenho, num gesto mudo que pedia uma explicação.
— Você não mudou nada mesmo, . — Vince negou com a cabeça, bebendo da própria cerveja logo em seguida.
— Como assim, Berkshire? — O candidato sentiu uma pontada de irritação. Ele estava totalmente ferrado e o amigo simplesmente ria da sua cara.
— Você pensa demais, . Sempre foi assim e pelo jeito sempre vai ser.
Droga, obviamente não era a primeira vez que Vincent lhe dizia aquilo, porém outra pessoa havia falado a mesma coisa dias atrás, o que fez uma careta se formar no rosto de .
— Eu não…
— Não me vem com essa de dizer que não pensa, porque você sabe que é assim! — Berkshire o interrompeu, antes mesmo que o candidato continuasse sua frase.
soltou uma risada rouca.
— Não era isso que eu ia dizer. — Encarou o amigo, que apenas lhe fez sinal para que prosseguisse. — Eu não sei o que fazer, Vince. Estou ficando realmente louco.
Berkshire suspirou baixo, então levou uma mão até o ombro de .
— Vou te dar duas opções: a primeira é que você pode deixá-la ir e cortar tudo que te impeça de esquecê-la. — sentiu um aperto em seu peito ao ouvir aquilo e mal pôde disfarçar uma careta. — E a segunda é fazer o que você quer. Qual é o problema de ela ser mais nova? Vocês dois são adultos, cara. Não é como se você estivesse cometendo algum crime.
se sentiu idiota. Era a segunda pessoa que lhe falava aquilo e por algum motivo ele ainda estava cismando com a mesma coisa.
Talvez sua maior preocupação fosse se dar conta de como ele era mais velho e aquilo afastá-la de alguma forma.
— Para de pensar demais, caralho! — O candidato se assustou ao ouvir o amigo quase gritar, despertando-o. — Tá muito óbvio a opção que mais te agrada, . Você está de quatro por essa mulher. Aproveite antes que você acabe a perdendo.
— Perdendo?
— Ninguém consegue esperar pra sempre. E se você já ouviu isso de alguém, com certeza essa pessoa estava mentindo.
não havia pensado naquilo. Imaginou, sim, se afastar por conta da diferença de idade, mas não lhe ocorreu que também poderia desistir de esperar por alguma atitude dele. Ou, quem sabe, poderia conhecer outra pessoa enquanto ele estava ali, sempre pensando demais.
— Porra, por que você sempre está certo? — resmungou, fazendo Vincent rir.
— Não sei, mas é bom saber que ainda consigo te fazer parar de surtar com as coisas.
— É, consegue mesmo. Obrigado por isso.
— Agora me fala mais sobre essa história toda. Era por isso que você tava todo inquieto durante a palestra? Tava procurando por ela?
— Se eu disser que não, você vai acreditar? — ergueu uma sobrancelha.
— Não.
— Eu fiquei frustrado quando vi que ela não estava na plateia, confesso. — Aquilo arrancou um sorrisinho de Berkshire.
— Imagino que não estejam se vendo tanto por causa da campanha, não é?
— Quando eu estou em casa, ela não está e vice-versa. Nós trocamos mensagens, mas não é a mesma coisa… — A expressão um tanto torturada de deixava ainda mais claro o que era óbvio.
— Não imaginava que te veria assim de novo. Por isso que tô insistindo, para de ficar…
— Surtando, eu sei. Vou tentar.
— Talvez te alegre saber que ela costuma vir aqui com os amigos. — A expressão de rapidamente se iluminou ao ouvir aquilo e Vincent quase riu da reação do amigo, era como ver a versão adolescente do candidato mais uma vez.
— Ela vem?
— Eu já os vi algumas vezes e a sua irmã também, inclusive.
— Carter? — O homem ergueu uma sobrancelha, em dúvida. A irmã não havia demonstrado nenhum interesse em fazer faculdade, ao menos ele não se lembrava disso.
— Ela está sempre com , as Vandervoot e Kyle Beltane.
se lembrava de cada um deles, até porque já haviam ido até sua casa algumas vezes.
Berkshire tornou a questionar sobre a história toda entre e e enquanto bebiam mais algumas garrafas de cerveja, o candidato foi contando tudo. As cenas passavam em sua cabeça como num filme e fazer aquilo só o fez perceber o quanto realmente estava sendo idiota por pensar demais.
Tinha esperanças de encontrar ali naquele bar, quem sabe poderia aproveitar o impulso de coragem que sentia naquele momento, porém nem ela e nem seus amigos apareceram, mas não importava.
Ele tomaria, sim, uma atitude.

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O debate com Italia Whitman enfim havia chegado. não via a hora de acontecer, assim poderia finalmente descansar um pouco sua mente.
Embora estivesse apenas fazendo seu trabalho, Todd Phillips estava o enlouquecendo e se sentiu na obrigação de ter uma conversa com o assessor assim que aquilo passasse. Talvez Todd estivesse sobrecarregado demais e a ideia de alguém ajudá-lo realmente não poderia ser descartada. Aquela seria a oportunidade perfeita para ter mais perto dele, caso a mulher aceitasse.
Ele não havia conseguido parar de pensar em nos dias que se seguiram e realmente estava determinado a fazer alguma coisa em relação ao que sentia. No entanto, de repente a mulher parecia um tanto distante, respondia as mensagens com uma frequência menor e sempre que adentrava algum cômodo em que estava, dava logo um jeito de sair dele.
Será que ele a havia magoado de alguma forma? Ou quem sabe era tarde demais, como Vincent alertou que poderia acontecer?
De qualquer forma, não podia pensar naquilo, não naquele momento. O debate começaria dali a alguns minutos e sua concentração não podia estar abalada.
— Lembre-se do que praticamos, . Ela vai soltar alfinetadas, principalmente com o lance do rosto bonito e as coisas que já noticiaram sobre a sua irmã. Mas se mantenha firme, você consegue. — Todd não estava tão insuportável quanto costumava ser e apenas foi assentindo para cada palavra.
Sentiu que alguém os encarava e notou que era Whitman.
A mulher ergueu uma mão, acenando para e passeando com o olhar ao redor do candidato, como se procurasse por algo.
Não demorou muito para que Italia se aproximasse, lançando aquele típico sorrisinho.
— E aqui está meu rival. Como vai, ? — O excesso de cordialidade estava explícito em sua voz, porém assentiu educado e retribuiu o sorriso.
— Muito bem, Whitman. Espero que também esteja. — Então estendeu uma mão, apertando a dela assim que a mulher segurou.
— Ah, eu estou ótima. Confesso pra você que os debates me deixam animada. Sempre gostei, desde menina. — Algo nos olhos dela deixou intrigado.
— Eu corria deles na escola porque odiava falar em público, mas aqui estamos nós. E é um prazer dividir esse momento com alguém como você. — Não era mentira, ele realmente pensava aquilo. Havia pesquisado a respeito de sua trajetória e era de fato admirável. Whitman lutava com unhas e dentes pelo que acreditava. Seu grande problema era tentar puxar o tapete das outras pessoas, fazendo jogo sujo.
— Com certeza é um prazer. — Ela sorriu ainda mais. — E, falando nisso, onde está a sua belíssima assessora? — Mais uma vez, olhou em volta, como se esperasse brotar do chão.
No mesmo instante, se sentiu congelar e o olhar de Todd se voltou para o candidato.
Droga, devia imaginar que a mulher usaria aquilo contra ele.
— Eu já estou enlouquecendo o suficiente tendo um aqui, Whitman. Imagine dois! — Tentando soar o mais descontraído possível, soltou uma risada, vendo Italia retribuir de uma forma tão falsa que o melhor era não o ter feito.
— Daí optou pelo que menos conseguiria te distrair. Muito inteligente. — Piscou para o candidato e ali, mais uma vez, estava a expressão de quem adoraria usar aquilo para destruí-lo. — Mas vou parar de atrapalhar sua preparação. Nos vemos ali no palco, querido.
— Nos vemos no palco, Italia. — Usando novamente o tom cordial, voltou seu olhar para Todd, que com certeza tinha milhares de perguntas prestes a serem feitas.
— Apenas me diga o que ela pode usar contra você a respeito disso. — Phillips foi direto, eles não tinham muito tempo.
— Whitman me viu acompanhado na Ópera. Para evitar especulações, eu disse a ela que era minha assessora. — resolveu também ser direto, evitando muitas explicações.
? — Todd tinha a impressão de ter ouvido aquele nome, porém não se lembrava onde. apenas assentiu e Phillips logo pensou que a melhor estratégia era manter aquela história da assessora.
Precisava saber mais sobre a tal e deixaria para investigar mais tarde.
agradeceu mentalmente por não precisar ficar se justificando e quando o debate começou, embora ele estivesse confiante, a ideia da mulher falar de ou de sua própria irmã para atingi-lo o deixou um tanto nervoso.
Respirando fundo, procurou se concentrar e foi naquele momento que se lembrou mais uma vez das palavras de .

Se tem alguém capaz de dar tudo de si nesse debate é você, . Não importa o quanto ela tente jogar sujo, sabe? Continue focando nas pessoas que você ama e tudo vai dar certo.

Quando a primeira pergunta foi direcionada a ele, respondeu da mesma forma tranquila de sempre, não se importando com os comentários irônicos de Whitman em sua réplica.
A mulher era de fato implacável, cada uma de suas respostas era extremamente eloquente e provavelmente ele mesmo votaria nela se não jogasse sujo e fosse sua maior rival.
Italia ao menos não citou e tampouco insinuou algo a respeito do encontro deles na Ópera de Baltimore, porém não foi tão agradável quanto a Carter e até mesmo à morte de Amy.
Infelizmente, para ela, não se deixou abalar e rebateu tudo à altura, tornando ainda mais acirrada a disputa entre os dois.
No fim das contas, saiu satisfeito daquele palco, percebendo no olhar de seu assessor que de fato havia feito um excelente trabalho.
Pensar em quem amava realmente funcionava. talvez não fizesse ideia, no entanto, de que durante todo aquele debate pensava nela.
pensava nela.
Era loucura demais dizer que a amava?


Capítulo 10 — Epiphany

“Entendimento repentino a respeito de alguma coisa”.

Depois daquele encontro com , entendeu que, mesmo se tentasse voltar atrás, não seria capaz, e tampouco conseguiria negar alguma coisa. Era óbvio que estava completamente perdida. Aquele sentimento pelo homem foi implantado em seu coração desde a primeira vez em que o viu, se espalhando a cada conversa, a cada olhar, e a preenchendo a ponto de a mulher mal conseguir respirar.
Não se importava se não conseguisse. Se continuasse ao seu lado, nada mais importava.
No entanto, alguns detalhes daquela noite trouxeram jatos de água fria em seu coração aquecido. Um deles surgiu logo na manhã seguinte, quando a jovem foi até a cozinha a tempo de ver se retirar conversando ao telefone e murmurando algo a respeito de Italia Whitman.
Algo dentro de si insistia que a mulher ainda usaria o fato de tê-los visto juntos para prejudicar seu maior oponente. Aquilo era totalmente baixo e injusto, e jamais se perdoaria se acabasse detonando a carreira política de . Por isso, embora detestasse aquela ideia, imaginou que o melhor seria se manter distante dele por alguns dias.
Não era uma tarefa fácil. Toda vez que alguma mensagem dele chegava, seus dedos se coçavam para digitar a resposta imediatamente. Se por um acaso os dois de repente se encontravam no mesmo cômodo, os pés de protestavam, insistindo que ela permanecesse ali e custando a se darem por vencidos.
Sentir o olhar dele queimar em sua nuca quando conseguia se afastar também não ajudava em nada.
Seus amigos certamente a chamariam de idiota por estar agindo daquela maneira. Carter mesmo gargalharia de sua cara e não duvidava que a mais nova fosse capaz de alguma artimanha para prender os dois em algum lugar.
Estava sendo boba. , embora surpreso pelo encontro com Italia, não parecia tão preocupado assim, mas continuava hesitando.
Sua insistência toda em evitar o homem, no entanto, era constantemente testada. Isso porque quando não o via por acaso, pessoalmente ou através de notícias e do rastro gostoso do perfume dele pelos corredores, simplesmente invadia seus sonhos.
Em alguns deles, os dois passavam mais momentos juntos, assistindo espetáculos ou filmes até ela adormecer no peitoral dele. então sentia que a observava enquanto dormia, mas quando abria seus olhos pela manhã, se frustrava ao não encontrá-lo ali.
Porém, na maior parte deles, as coisas tomavam um rumo bem diferente.
Não havia mais ninguém para interrompê-los naquele maldito corredor. Qualquer resquício de hesitação tinha ido embora e tudo que existia ali era apenas e , a respiração quente dele arrepiando a pele dela e as batidas aceleradas do coração da mulher.
Naquela realidade paralela, jogava qualquer prudência para o alto ao vê-la morder o lábio inferior em um convite explícito. O homem então imitava o gesto e ofegava ao, de repente, sentir suas costas se chocarem contra uma parede.
… — O sussurrar talvez ainda seria uma tentativa nula de resistência, mas ela não facilitaria dessa vez.
As unhas da mulher rapidamente arranhariam a nuca de e, sem dar chance a qualquer outro gesto dele, ela mesma o puxaria para junto de si, unindo as bocas em um beijo intenso, apenas interrompido pelo ofegar de .
Tudo era tão vívido que acordava com a pele pegando fogo e a sensação das mãos dele tocando cada centímetro de sua pele.
Por Hades, ela não se lembrava de desejar tanto que alguém a tocasse antes.
Já havia experimentado algum contato com , mas não era o suficiente e talvez nunca fosse. A sensação que a mulher tinha era a de que tudo nele fosse capaz de viciá-la.
Era frustrante acordar para a realidade. Se descobrir sozinha em seu quarto, suada e pingando de tesão. Caramba, só a voz daquele homem já a deixava totalmente molhada e aqueles sonhos cada vez mais frequentes estavam a enlouquecendo.
Não havia sido diferente naquela manhã, dias depois do debate entre ele e Italia Whitman.
simplesmente não conseguia tirar de seus pensamentos a imagem de com aquele terno azul marinho, com uma camisa branca e uma gravata rosada. Era como se ele ficasse cada vez mais gostoso e ela precisou de um pouco de esforço para prestar atenção em tudo que era dito.
Em seus sonhos, no entanto, aquilo não importava. Não quando a deixava desfazer o nó da gravata e estourar todos os botões daquela camisa enquanto as pernas de se apertavam ao redor da cintura dele.
Ela se odiou por acordar justamente no momento em que sentia a ereção evidente roçar contra a calcinha fina dela.
— Droga… — O protesto ecoou em forma de gemido e mordeu a boca, fechando os olhos com força e pressionando uma coxa na outra.
Daria tudo para que estivesse passando por seu corredor naquele exato momento, assim como nos primeiros dias dela naquela casa. Queria que ele a ouvisse gemer de forma incontida quando, cedendo ao calor absurdo que sentia, a mulher desceu uma mão por sua barriga, chegando até a calcinha e esfregando por cima do tecido.
A ideia de aquilo acontecer a atiçou a continuar, intensificando um pouco mais e iniciando movimentos circulares, que ficavam cada vez mais fáceis conforme sua umidade aumentava.
Se contorcendo na cama, usou a mão livre para subir a camiseta, expondo seus seios e os tocando, se empinando e mordendo a boca com força ao, mais uma vez, imaginar a observando. Não ia mentir, gostava daquilo. De ser assistida enquanto dava prazer a si mesma, mas com tudo sempre parecia se intensificar mais.
O calor em seu corpo alcançou proporções ainda maiores, passou a ofegar, gemendo e se excitando ao visualizar perfeitamente a imagem do homem engolindo em seco devido aos sons. O tecido da calcinha de repente era incômodo demais e, sem se conter, ela o puxou para o lado, explorando sua intimidade com dois dedos, subindo até o clitóris inchado e aproveitando a lubrificação para esfregá-lo num vai e vem tão gostoso que ela mordeu a boca com força para se controlar.
Em seus pensamentos, a incentivava a continuar se tocando para ele, enquanto suas próprias mãos desciam até a ereção evidente na maldita calça social, a apertando e soltando um grunhido rouco.
— Puta que pariu… — Num rompante, palavras foram ecoando de sua boca e tinha certeza de que acabou gemendo o nome dele em algum momento, porém não conseguia e nem queria parar.
Sem hesitar, a mulher escorregou dois dedos para dentro de sua intimidade e estava tão molhada que rapidamente os sentiu tocar bem fundo. As carícias em seus seios aumentaram e ela pressionou o biquinho do esquerdo com os dedos, gemendo e rebolando com vontade para tocar cada centímetro dentro de si.
Por Hades, como queria que a puxasse para si! Como queria se empinar para ele! Chegou a se virar de bruços ao imaginar aquilo e voltou a socar os dois dedos intensamente, como se não fosse mais ela ali e sim , gemendo rouco de excitação bem perto de seu ouvido. então foi rebolando com mais vontade, deixando o calor tomar cada vez mais conta de seu corpo até o momento em que espasmos foram se espalhando. Um gemido mais agudo escapou de sua boca e seu corpo tremeu tanto que ela acabou rindo segundos depois.
Ofegante, a mulher relaxou na cama, puxando o travesseiro e afundando o rosto ali.
Achava que se afastar de faria aqueles sonhos diminuírem, mas o efeito era totalmente o contrário. A cada dia, seu corpo implorava mais pelo dele, então por que ainda estava sendo tão teimosa?
Virando mais uma vez de barriga para cima, bufou alto e encarou o teto do quarto, em mais uma tentativa em vão de ordenar seus pensamentos.
Tanta coisa havia acontecido em poucos meses em que estava ali. Sua vida tinha virado completamente de ponta cabeça, pessoas novas surgiram enquanto outras partiram e… Era isso! A teimosia era nada mais, nada menos, do que o medo de tudo se esvair mais uma vez, escorregar por seus dedos, desfazendo mais máscaras, e ela não sabia se estava preparada para passar por tudo aquilo outra vez.
Pietro e Brooke destruíram a confiança que tinha não só em outras pessoas como em si mesma.
Espera!
Não, aquilo não estava certo. Não podia estar!
— Mas que monte de besteiras! — a mulher bufou mais uma vez, se levantando da cama em um rompante e caminhando até o banheiro.
E enquanto estava sentada no vaso sanitário, encarando os azulejos do lugar, repetiu para si mesma pela milésima vez que reagiria, que daria um fim a toda aquela hesitação e só mediria as consequências depois.
Mesmo com vários traços opostos entre suas personalidades, a jovem não fazia ideia de que , assim como ela, andava pensando demais.
As palavras de incentivo de Carter voltaram a cruzar a mente da mulher enquanto se arrumava e finalmente saía de seu quarto.
sabia que aquele papo todo de distância estava fadado ao fracasso.
A certeza daquilo veio logo depois, quando adentrou a cozinha e encontrou apenas ali.
— Bom dia, . — Devia ser proibido abrir um sorriso daqueles, ou olhá-la como se tudo o que estivesse esperando fosse a resposta dela.
— Bom dia, senhor — ela respondeu de forma mecânica, caminhando rapidamente até o armário e ponderando antes de pegar uma xícara.
Aquele mesmo instinto de medo sussurrava que o melhor era deixar o café para lá e sair logo dali. Ficar sozinha com o homem não era nada bom para seu coração ou sua sanidade.
Os pensamentos dela se dispersaram quando pigarreou, atraindo o olhar de , que o notou arqueando uma sobrancelha.
Apenas aquele gesto já era capaz de desarmar qualquer defesa sua e por isso mesmo era tão perigoso ficar a sós com ele.
, desculpe. — cedeu, recebendo uma risada baixa dele como resposta.
— Quer se juntar a mim? — Indicou um lugar ao seu lado na mesa, já que o homem havia se acomodado na ponta.
— Ahn… Até queria, mas tenho que resolver umas coisas e… — Uma parte sua trabalhava em uma boa desculpa enquanto a outra a xingava por mais uma vez ceder à covardia.
— Sabe, senhorita , estou começando a achar que está fugindo de mim — a interrompeu, desviando seu olhar dela para se servir de uma torrada. Sentiu a expressão incrédula de se direcionar para si, porém permaneceu como estava enquanto aguardava uma resposta.
— Eu… — A mulher riu um pouco mais alto do que gostaria, então pegou uma xícara do armário e negou com a cabeça antes de se servir um pouco de café e depois se aproximar. — Não seja bobo, . Lógico que não! — Com um pouco mais de firmeza na voz, bebeu um gole da bebida quente e permaneceu ali, parada diante do lugar que deveria ocupar, mas sem fazer menção de fazê-lo.
estreitou os olhos.
— Ah, não? Porque eu pude jurar que te vi correndo para o seu quarto um dia desses.
Certo, não era para tanto. Ele apenas havia dito aquilo para descontrair um pouco a situação. Não tinha intenção alguma de cobrar algo dela, muito pelo contrário, mas precisava entender o porquê de de repente a mulher parecer tão distante, ou tirar aquilo da cabeça caso fosse apenas impressão sua.
— Ei! Eu não fiz isso, não. — O toque no ombro dele foi impensado, e quando se deu conta de seu próprio gesto, se viu tomada por uma vontade de apertar o lugar só para saber se era tão firme quanto em seus sonhos.
Balançando a cabeça em negação, ela logo retirou a mão dali e bebeu mais alguns goles de café.
Aquilo não passou despercebido por , que desejou que a mulher não tivesse o soltado. Muito pelo contrário, se viu imaginando algo totalmente inapropriado para o momento.
Isso vinha acontecendo com cada vez mais frequência e não a ver como ele gostaria só atiçava seus pensamentos ainda mais.
— Tá bom, não fez. Mas nós temos nos falado tão pouco que cheguei a pensar que te fiz algo ruim. — Resolveu ser sincero. Não havia motivos para não ser.
— Não! Claro que não, … Eu. — se calou, tentando organizar os pensamentos. A sua maior vontade era a de confessar que estava o evitando porque tinha medo de não conseguir mais se controlar ao lado dele e simplesmente arriscar tudo o que construíram. Em vez disso, ela respirou fundo e optou por uma meia verdade. — É que sei o quanto o Todd anda pegando no seu pé com a campanha. Não quero acabar atrapalhando, incomodando, ou algo assim… Aquele lance de encontrarmos a Italia Whitman foi complicado e eu não sei se foi bom ou ruim ela não ter mencionado nada no debate, que, aliás, foi incrível. Você arrasou bem como eu disse que faria, não é?
Ter desandado a falar era um sinal bem claro do nervosismo da e o homem apenas foi escutando enquanto terminava de comer mais uma torrada, até encontrar uma brecha para responder.
— Primeiro, ela mencionou, sim, mas foi nos bastidores. Tenho certeza de que logo logo Todd vai chegar até você. — revirou os olhos, então bebeu alguns goles de seu café.
— Desculpe, . Não queria causar problemas para você.
estava odiando a forma como agia. Desde quando demonstrava sua insegurança daquele jeito? Era ele, só podia ser. a desarmava.
— Ei, você não me atrapalha, nem incomoda, muito pelo contrário. E não ligo pra nada disso. Estou preparado pra qualquer problema que você possa me causar.
Então fez algo pelo qual a mulher não esperava. Na verdade, ela chegou até mesmo a cogitar se estava sonhando quando levou sua mão até a dela, que descansava sobre a mesa, e a pousou ali.
não soube dizer o que mais a afetou naquele momento. Se foi o toque da pele dele na sua, se foram as palavras que ela podia jurar terem sido sugestivas, ou se foi o olhar intenso que o homem lhe lançou.
Por Hades, se fosse um sonho, que ele a puxasse para cima da mesa de uma vez! Com certeza ela acordaria toda molhada de novo.
No entanto, o toque dele era real demais, o calor da mão dele não podia ser coisa de seu subconsciente, muito menos o cheiro gostoso que vinha daquele homem mais gostoso ainda.
Por que ela tinha ficado insegura mesmo? Os olhos dele gritavam que também a queria, então o que estava esperando? Por que se importar com consequências, com o que poderia acontecer no futuro?
Decidida, a mulher passou a língua pelos lábios lentamente, então moveu os dedos embaixo dos dele, fazendo menção de que logo ela viraria a palma para cima.
— Tem certeza de que consegue mesmo? — arqueou levemente uma sobrancelha, insinuando algo que o homem imediatamente captou.
Por que ele ficava se segurando mesmo? Estava bem claro que resistir àquela mulher era impossível.
— Pelo jeito, vou ter que te mostrar que sim, senhorita .
Céus, lá estava mais uma vez aquele tom sugestivo trazendo arrepios por todo o corpo de .
— Uhum. É isso mesmo que eu quero, senhor — ela provocou, adorando vê-lo estreitar os olhos.
No instante em que fez menção de virar a palma da mão para cima e entrelaçar os dedos nos dele, o universo resolveu testá-los mais uma vez.
— Ah, aí está você, senhor ! Achei que já tinha saído. — Julieta adentrou a cozinha, fazendo os dois soltarem as mãos instantaneamente. — Desculpe, atrapalhei alguma coisa?
A mulher não era boba, havia, sim, percebido sinais entre os dois, mas não interferiria na vida de seu patrão daquela forma. Na verdade, estava até feliz por vê-lo se abrir novamente para alguém.
— Não, lógico que não, Julieta! Eu já estava de saída, eu… Estava aqui insistindo pra tirar a louça dele, mas esse homem é mais teimoso do que você. — soltou uma risada e aquela conversa toda até seria convincente para qualquer outra pessoa que não fosse a governanta.
— Ele é mesmo, mas você não fica muito atrás, não, dona . — A vontade da mulher era de falar logo que havia notado um clima entre os dois, mas temia atrasar ainda mais qualquer coisa que estivesse acontecendo.
Julieta não fazia ideia do quanto estava certa, mas agoniada seria pouco para defini-la. Carter a entendia muito bem, estava de fato a ponto de prender os dois em algum cômodo a qualquer momento. Assisti-los se decidirem e recuarem repetidamente estava lhe dando nos nervos.
— E o que a senhora queria comigo, dona Julieta? — se intrometeu, ainda risonho, devido ao comentário da mais velha.
— Ah, é… — A governanta se agitou, como se um estalo houvesse a despertado. — A senhorita ainda está dormindo, mas imagino que vá até a universidade com a . O senhor vai fazer o mesmo de sempre?
— O mesmo? Como assim? — questionou, sem entender.
— Hoje é aniversário da Carter, . — O homem se virou para ela, que arregalou os olhos.
— Aquela piranha não me disse nada! — A exclamação escapou antes mesmo que a mulher pudesse pensar, o que fez rir.
— É, ultimamente ela não tem gostado muito de comemorar aqui, entende? Então nós fazemos só um jantar e a Carter acaba indo para alguma boate depois.
Pela expressão de enquanto falava, aquilo não o agradava muito, porém ele o fazia por não ter alternativa.
— E se… — começou a falar, porém se calou, temendo ser intrometida demais.
— Se? — insistiu, se mostrando disposto a ouvi-la.
— Não imagino você indo até uma dessas boates, mas tenho certeza de que ela sente sua falta, observou, o encarando nos olhos. Julieta fez menção de dizer algo, mas a mulher prosseguiu. — Por que não fazemos algo diferente dessa vez? Fiquei sabendo que costumava rolar umas festas na mansão, então que tal trazermos a boate pra cá?
, não acho que o senhor vai gostar disso. Quer dizer, ele não gosta muito de barulho, não é? — A governanta olhou da mulher para o patrão, meio sem jeito porque ficava cada vez mais empolgada enquanto falava.
Fala sério, uma festa naquela mansão seria incrível, ainda mais se fosse uma surpresa para sua melhor amiga.
Era a primeira vez que pensava em Carter daquela forma, mas era a mais pura verdade.
A então voltou seu olhar, cheio de expectativas, para , que momentaneamente foi transportado para a última vez em que houve uma festa naquela casa. Uma festa onde sua falecida esposa tocou piano pela última vez.
O homem suspirou antes de se pronunciar.
— Acho que uma festa aqui seria ótimo. Tenho certeza de que a Carter vai gostar e, quanto ao barulho, vou arriscar dessa vez, Julieta.
O largo sorriso que se abriu nos lábios de compensaria qualquer dor de cabeça que poderia sentir.
Julieta olhou de um para o outro mais uma vez, notando o quanto os olhos de brilhavam ao admirar o sorriso da jovem .
Dando de ombros, a governanta se deu por vencida.
— Pois então nada de universidade hoje e trate de tirar a senhorita daqui. Temos muito trabalho pela frente. — Olhou significativamente para .
— Pode deixar. Já sei exatamente quem vai conseguir distraí-la o dia todo. — A foi até a pia para lavar o que tinha usado, então puxou o celular do bolso, procurando sua conversa com Madison.
A governanta se retirou da cozinha apressada, sem ao menos se despedir ou dizer qualquer outra coisa.
— Obrigado por isso. — chamou a atenção de , que o olhou por alguns segundos, então abriu um sorriso travesso.
— Você me retribui quando continuarmos o que começamos naquela Ópera.
E, lançando uma piscadela, seguiu o mesmo caminho de Julieta, deixando um surpreso e, mais uma vez, com a imaginação à flor da pele.


💋


Não havia como não ficar animada e ansiosa com os preparativos da festa. Mesmo desejando voltar até aquela cozinha ao sentir o olhar de queimar atrás de si, a ideia de fazer uma surpresa para Carter rapidamente ocupou a mente de e ela sabia que teria que fazer o impossível para organizar tudo de última hora.
Ao menos Julieta já foi instruindo os empregados e, logo após conversar com Madison, a mulher rapidamente conseguiu tirar a jovem da mansão.
estava curiosa para saber o que de fato rolava entre as duas e talvez aquela festa trouxesse a oportunidade perfeita.
Isso se ela não aproveitasse para um outro propósito.
— Tô vendo que acordou de bom humor hoje, filha. — se assustou, mal se dando conta de que o pai cruzava a entrada da mansão, onde a mulher esperava por Kyle e Daria.
Mesmo sob protestos de Julieta, os três se prontificaram a ajudar na organização, decoração, música e tudo o que fosse necessário além disso.
— Não é que acordei? Sabe como gosto de festas. — Não era de todo mentira, porém duvidava que Charles fosse reagir bem caso ela revelasse que o real motivo de todo o bom humor era ter atiçado mais uma vez.
Era divertido assistir as reações do candidato ao senado e a jovem se questionava quanto tempo mais conseguiria permanecer parado, sem tomar nenhuma atitude, afinal, estava claro como ficava afetado.
— Te conheço o suficiente pra saber que não é só isso, mas vou deixar você me contar apenas quando quiser. — Charlie a surpreendeu com suas palavras e sorriu contida.
— Tá certo, pai. Uma hora eu te conto se tem mesmo outra coisa. — Piscou para o mais velho e soltou uma risadinha, sentindo o alívio tomar conta de si segundos depois, quando ela avistou os dois amigos descerem de um Uber.
— Bom dia, senhor . O senhor está ótimo, uh? — Foi Daria quem se adiantou quando se aproximaram, sorrindo abertamente e passando o olhar rapidamente pelo homem.
— Garota! — ralhou com a amiga, sem acreditar que ela estava mesmo fazendo aquilo.
— O quê? — Vandervoot riu, sendo acompanhada por Charles, que negou com a cabeça.
— Obrigado, criança. Vou deixar vocês à vontade antes que a me expulse. Bom te ver, Kyle!
— Até parece que eu faria uma coisa dessas — a jovem murmurou baixinho.
— Digo o mesmo, Charlie! — Beltane respondeu quase no mesmo instante.
— Madison já carregou ela pra longe daqui? — Daria olhou em volta, como se temesse encontrar Carter brotando de um canto a qualquer momento.
— Já. Tem mais ou menos uma hora que as duas saíram e a Maddie garantiu que vai mantê-la o dia todo fora. — indicou para os dois a acompanharem e seguiu até o salão, onde já haviam alguns empregados montando a decoração. — Kyle, conseguiu falar com aquele DJ que ela gosta?
— Ainda não, o telefone do cara só dá ocupado. — Beltane revirou os olhos.
— Não tem problema. Eu vou tentar de novo. Enquanto isso, podemos começar arrumando essas mesas.
Julieta queria espalhar várias pelo salão, mas ressaltou que o melhor seria dispor algumas em volta do ambiente para que o espaço no meio fosse usado como uma pista de dança.
Outros cômodos da mansão certamente seriam usados também, porém a ideia era concentrar tudo no térreo, assim o risco de algum desconhecido entrar no quarto de , por exemplo, seria bem menor.
Depois de cinco tentativas, , por fim, conseguiu contato com o DJ, que aceitou tocar durante a festa depois de cobrar praticamente o triplo do preço. Em outras circunstâncias, ela teria mandado o tal DJ enfiar aquele preço em um certo lugar, porém, já que deixou claro que poderiam gastar o que fosse necessário, a mulher apenas concordou e instruiu ao músico que chegasse com pelo menos duas horas de antecedência para montar todo o equipamento.
O tempo, honestamente, parecia estar contra todos. As horas avançavam com rapidez, porém estava certa de que conseguiriam terminar tudo a tempo.
Depois do breve encontro na cozinha, ela não viu mais , porém sabia que o homem estava ocupado com os próprios compromissos, ou quem sabe os desmarcando, para desgosto de Todd Phillips.
A cada dia que passava, inclusive, tinha mais certeza de que Todd dispararia um raio na cabeça dela quando a conhecesse, já que, aparentemente, ela era a maior responsável por cada compromisso que ordenava que fosse remanejado.
Os dois voltaram a trocar mensagens com um pouco mais de frequência e, no fim das contas, se sentiu uma imbecil com toda aquela história de distância.
Mal via a hora de encontrá-lo novamente. Ainda mais depois de sentir a mão dele tocar a sua daquela forma.
Antes, porém, que fosse transportada para mais uma onda de lembranças que espalhariam aquele calor já conhecido por todo seu corpo, Daria entrou em seu campo de visão.
— O DJ acabou de chegar, amiga — anunciou ofegante.
rapidamente checou o horário em seu celular, então assentiu.
— Ótimo, quatro horas de antecedência. Com a fortuna que ele vai receber, eu não esperava menos, né?
— Juro que você e o Kyle são dois chatos com esse negócio de dinheiro, viu? Nunca vi duas pessoas mais mãos-de-vacas. — Vandervoot negou com a cabeça, fazendo estreitar os olhos em sua direção.
— Aprendi com o meu pai, sabe? Tem certeza de que vai continuar jogando charme nele depois de ouvir essa? — brincou, sabendo que a amiga, na verdade, não estava de fato dando em cima de seu pai, era apenas para implicar com a jovem .
— Vou correr o risco. Já que o Kyle não me quer, preciso tentar, né? — Ergueu o tom de voz enquanto falava e não precisou muito para entender que Beltane se aproximava. — Vou lá ver se o DJ precisa de algo.
— Vai lá com ela, Kyle. Eu jurava que ela tinha superado, mas aproveita e acaba logo com essa lengalenga! — revirou os olhos, como se realmente não aguentasse mais aquilo, o que fez o amigo rir.
— Achei que queria que eu te ajudasse a pendurar a faixa. — Kyle ergueu uma sobrancelha para a amiga.
— Ah! Sim, verdade!
Carter provavelmente zoaria por querer pendurar uma faixa de Feliz Aniversário, mas a mulher não se importava. Se fizesse a amiga rir com aquilo, já estava completamente satisfeita.
Os dois conseguiram escadas e, após várias risadas, já que nem Kyle, nem , conseguiam ficar perto um do outro sem soltarem piadas e comentários idiotas, finalmente conseguiram pendurar a tal faixa.
descia os degraus da escada, quando sentiu o celular vibrar em seu bolso.
Num gesto automático, a jovem parou na metade do caminho e puxou o aparelho, encarando o visor e franzindo o cenho ao perceber um número que não conhecia.
Poderia ser qualquer um, até mesmo um dos lugares para onde ela havia enviado alguns currículos, então não podia deixar de atender. E, enquanto o fazia, Kyle se aproximou, curioso.
— Alô? — se pronunciou, depois de dois segundos de silêncio.
A voz que ecoou do outro lado, no entanto, era uma das últimas que ela desejava ouvir novamente.
?
Rapidamente, sentiu como se seu coração parasse de bater e todo o seu sangue fosse para baixo, lhe causando uma tontura que fez Beltane se adiantar para segurá-la.
— Ei, o que foi? — ele questionou preocupado. — Quer que eu atenda?
, por favor. A gente precisa conversar. Precisamos acertar as coisas e…
— Não temos nada pra acertar. Suas escolhas deixaram tudo muito claro. — Assim que recuperou a voz, o tom de soou frio e ríspido.
Por favor… É só uma chance que eu te peço. Você não sabe o quanto eu me arrependo por tudo. O quanto eu sinto falta de você… Da gente!
Quem caía naquela? As palavras chorosas deixaram irritada.
— Se você voltar a me encher o saco, o que vou acertar vai ser a porrada que merecia na sua cara, Mitchell. Volte para o seu namoradinho e me deixe em paz! — O rosto de esquentou tanto que parecia a ponto de explodir.

— Vai se ferrar, Brooke! E me deixe em paz! Eu já falei que você e o traste do Pietro morreram pra mim.
Sem dar chance para a garota continuar insistindo com aquela voz chorosa e irritante, encerrou a ligação.
Apertando o celular, a mulher precisou de toda a força de vontade para não o atirar longe e ficou ali parada, encarando um ponto qualquer da parede enquanto tentava se acalmar.
? — Não soube quanto tempo permaneceu daquela forma, mas imaginou que fosse o suficiente para deixar Kyle ainda mais preocupado.
Lentamente, ela virou para o amigo, que estendeu uma mão, a ajudando a descer da escada.
Beltane nada perguntou, apenas ficou esperando que a amiga se pronunciasse assim que sentisse vontade. No entanto, acabou se surpreendendo quando os lábios de tremeram e ela desabou no choro.
— Ei, ei, ei! — Rapidamente, o amigo a amparou em um abraço, sentindo ela o apertando contra si quase imediatamente.
— Eu não tô acreditando nisso, Kyle! Justo hoje essa filha da puta tinha que me ligar? Ficar choramingando depois de me apunhalar pelas costas? O que ela pensou que fosse acontecer? Que eu fosse perdoar e ir jantar com o casalzinho? — Beltane deixou que ela falasse tudo o que tinha vontade.
— Você devia ter me deixado atender. Eu diria pra ela que estava ocupada com o senador gostosão — Kyle brincou, segundos depois, para tentar acalmá-la, e acabou a fazendo rir e soluçar ao mesmo tempo.
— Quem vê é simples assim! — sabia o que ouviria em resposta e acabou soluçando de novo quando o amigo rapidamente se afastou para olhá-la.
— O cara deixou o aniversário da irmã nas tuas mãos, mulher. Se isso não é estar de quatro, não sei o que é.
— Kyle! — negou com a cabeça, sentindo que começava a se acalmar e espantando de seus pensamentos o quanto era idiota por ficar tão abalada com uma ligação de Brooke Mitchell.
A desgraçada provavelmente estava rindo da cara dela naquele momento.
— É a real. Vou dar uma de Daria e dizer que se você não aproveitar hoje e agarrar o homem, eu vou fazer isso! — Beltane sorriu malicioso, fazendo retribuí-lo.
— Para! Agora você me fez imaginar isso! Dois gostosos se agarrando é golpe baixo. — Então ela mordeu o lábio, fazendo Kyle rir.
— Sabe o que é golpe baixo? Ficar aí se remoendo em vez de aproveitar o que a vida tá te trazendo.
— Olha quem fala! E você que não agarra a Daria de uma vez? Tá mais do que na cara que ainda tem um lance entre vocês dois. — tentou desviar o assunto, algo que até funcionou, porque Kyle suspirou.
— Daí é complicado, . Bem complicado.
— O que tem de complicado? Você quer, ela quer. Fim de história. — A mulher o olhou atentamente, então franziu o cenho. — Ou tem mais algo aí que eu não sei?
Alguns segundos de silêncio se passaram.
— Não algo… — Finalmente, Kyle se pronunciou. — Alguém.
— Kyle Beltane! Como assim alguém? — queria enchê-lo de tapas por esconder algo como aquilo.
— Antes que você me bata, como está pensando em fazer, eu conto, tá? — Beltane riu, nervoso. — Eu conheci essa garota. Na verdade, conhecer não é bem a palavra. Eu comecei a trocar mensagens com ela e, porra, eu gosto da Daria, mas acho que tô curtindo ela também.
— Espera aí… Você tá me dizendo que tá dividido entre a Daria e uma crush da internet? Kyle! — não sabia se ria ou se dava na cara do amigo.
— Não ri! Eu to falando sério, caralho! — Porém ele mesmo acabou dando risada. — É uma doideira, eu sei. Mas essa garota é diferente e nós temos uma porrada de coisas em comum. E aí eu me pego pensando direto em como seria conhecê-la pessoalmente.
— E se for um tarado do outro lado da tela, Kyle? Já pensou nisso?
— Não tem como ser…
— Já fez chamada com ela? — arregalou os olhos. — Qual o nome dessa mulher? Me conta tudo!
— Ah, no tempo certo eu vou te falar todo o resto. Ou ao menos quando eu resolver esse lance com a Daria também.
queria socar aquele rosto perfeito por deixá-la curiosa daquela forma, mas acabou respeitando o espaço do amigo. Sabia que ele realmente cumpriria com a palavra e contaria o restante eventualmente.
— Não acredito que você tá nesse chove e não molha com a Daria por conta de uma crush da internet. Juro! Ainda tá caindo a ficha. — negou com a cabeça, o encarando como se estivesse o julgando.
— Ei! Até um tempo atrás, você tava dividida entre o senador gostosão e o ex-namorado babaca, que também tava lá do outro lado de uma tela. — Kyle estreitou os olhos e suspirou.
— Realmente, não dá pra te julgar. Mas, se quer minha opinião, segue o seu próprio conselho. Você me disse pra aproveitar a oportunidade, não é? E a Daria tá bem aqui.
Obviamente, ela ficaria do lado da amiga. Não sabia quem era a desconhecida da internet, de qualquer forma.
— O que tem eu? — Vandervoot apareceu sem que eles tivessem a visto se aproximar.
— Tô dizendo pro Kyle te agarrar hoje, meu amor. — piscou para a amiga, que gargalhou.
— Se depender dele, eu morro virgem.
Mesmo sem estar bebendo nada, Beltane se engasgou.
— O quê? — De fato, ele não esperava por aquela informação.
— Não acredito que caiu nessa, Beltane! Sua carinha foi a melhor — quase não conseguiu terminar a frase, porque, segundos depois, ela e Daria caíram na gargalhada.
— Continua rindo, . Quem sabe eu não dê o troco mandando você agarrar o senador bem na frente dele também. — Kyle abriu um sorriso atrevido, o aumentando ao ver arregalar os olhos.
— Você não faria isso!
— Faço pior. Vou adotar o plano da Carter e prender vocês dois numa sala. Me aguarde, .
Aquilo fez a mulher gargalhar mais, porém ela não conseguia negar para si mesma que, especialmente naquela noite, ficar presa sozinha com era exatamente o que ela queria.


😈


Carter não podia dizer que estava empolgada naquele dia, no entanto, também não declararia o contrário. Aquilo se repetia desde a partida de Amy, Carter não tinha motivos para negar, até porque era muito óbvio.
Antes, a jovem ficava tão animada que procurava a cunhada para planejar a comemoração com semanas de antecedência e Amélia nunca a decepcionava naquele quesito.
Para falar bem verdade, a mulher não decepcionava em quesito nenhum e Carter adorava implicar, dizendo que odiava aquilo em Amy.
De novo, não enganava ninguém. Era óbvio que ela gostava, assim como era óbvia a ligação que as duas tinham. Vez ou outra, reclamava sobre Carter roubar sua esposa, ou soube Amélia roubar sua irmã, usando aquele tom de voz brincalhão do qual sentia muita falta.
Embora situações ruins acontecessem, sempre acabava deixando tudo de lado e mantinha aquela leveza que fazia qualquer um querer ficar perto dele. Era triste demais que tudo aquilo tivesse partido com Amélia.
Também era triste que, em vez de ficar empolgada com o próprio aniversário, Carter apenas desejasse que aquele dia passasse mais rápido, assim ela iria logo para uma boate e encheria a cara até esquecer do próprio nome.
A ligação logo cedo teria lhe irritado em diversas proporções se ela não tivesse visto o nome de Madison no visor.
Mesmo sonolenta, foi inevitável que um sorriso enorme surgisse em seus lábios.
não costumava fazer rodeios quando se tratava de alguém que estava afim e ela definitivamente não havia feito aquilo assim que seus olhos pousaram em Maddie. No entanto, manter uma provocação entre as duas e ainda despertar várias especulações dos amigos era divertido e por isso as duas haviam embarcado naquilo desde então.
Com toda a certeza, Carter não permaneceria naquilo por muito mais tempo. A cada dia, ela sentia que seu controle se dissipava ao mesmo tempo em que o desejo de ter Madison por perto aumentava.
— Eu não acredito que você não me contou que hoje é seu aniversário! — Foi a primeira coisa que a mulher disse, assim que abriu a porta de seu apartamento e entrou em seu campo de visão.
— Vocês dão muito crédito a esse tipo de data, Maddie. É só um dia como qualquer outro. — Carter riu, dando de ombros, se aproximando para deixar um beijo na bochecha de Madison e entrando no apartamento logo depois.
— Sabe de uma coisa? Eu não acredito em você! — Vandervoot demorou um pouco mais para trancar a porta, assim conseguiria fazer com que seu rosto ficasse menos ruborizado.
Não tinha nada a ver com vergonha ou insegurança. Na verdade, toda vez que Carter se aproximava dela, ou a tocava de alguma forma, Madison sentia seu corpo esquentar e era como se fosse entrar em combustão a qualquer momento.
Pela forma como suspirava fundo, estava claro que a mulher se sentia da mesma forma.
Então por que motivo Maddie não tomava nenhuma atitude? Porque era divertido trocar provocações com Carter . Ela era simplesmente deliciosa.
— Ah, não acredita, é? — Carter esperou Vandervoot se virar de frente para ela mais uma vez para questioná-la, erguendo a sobrancelha de forma provocativa.
Nop! — Madison negou com a cabeça e mordeu um sorriso, que foi imediatamente retribuído por .
— E por que não? — Era momentos simples como aquele que faziam Carter ter certeza de que não conseguiria aguentar aquilo tudo por muito mais tempo. Aquela mulher à sua frente era linda demais para o seu bem.
— Porque é você, Carter! A garota que usa qualquer desculpa pra fazer festa ou ir a alguma boate. — Madison foi sincera, observando a mulher caminhar até o sofá de sua sala e se jogar sentada nele segundos depois.
— Ah, mas boate vai ter, meu bem. Eu queria mesmo era ir até um cabaré que tenho certeza de que vocês vão gostar, só que teríamos que arrumar passagens pra hoje e eu não vi a em lugar nenhum!
— Espera aí… Cabaré? — Maddie riu, curiosa.
— Uhum. O melhor lugar de New Orleans. — Sorriu nostálgica e Vandervoot não sabia se ficava surpresa com o fato de querer sair do estado ou um tanto empolgada com a ideia de conhecer um lugar como aquele.
— Só vou perdoar a porque nós vamos até esse Cabaré de qualquer jeito.
— É por isso que gosto de você, garota. — Carter sorriu ainda mais para Madison, que ficou um tanto agitada ao ouvir aquilo.
Não era bem segredo que mexia com ela.
— E não irmos até lá não quer dizer que não dá pra trazer o Cabaré até a gente, certo? — Maddie piscou, ladina, o que fez Carter erguer uma sobrancelha, intrigada.
— E vai fazer isso como, meu bem? — provocou, deixando um tom de voz mais sussurrado escapar.
— Você vai ver. — Vandervoot usou o mesmo tom. — Mas primeiro vamos ter um dia só nosso, o que acha? Podemos ver filmes ou sair pra fazer compras. O que você quer fazer?
Carter olhou para Madison por alguns segundos, controlando a resposta que surgiu na ponta de sua língua. Guardaria aquilo para um outro momento. Por ora, sabia bem de algo que acalmaria a sensação dolorosa de nostalgia que permanecia ali.
— Vamos fazer compras. Você sabe que me ganha quando sugere isso.
Madison concordou com um sorriso, também controlando uma resposta.
As duas viviam falando para ir direto ao ponto com , porém não seguiam os próprios conselhos.
Mas, deixando a hipocrisia de lado, o dia acabou sendo muito melhor do que Carter imaginou quando acordou. Maddie tinha um dom de fazê-la esquecer de qualquer outra coisa apenas para apreciar sua companhia e se sentiu grata por aquilo.
As duas passaram horas passeando por um outlet, onde aproveitaram o mundo de promoções do lugar, comeram besteiras e depois foram fazer unhas, cabelos e maquiagem, já que a noite prometia.
Carter ainda achava que comemoraria seu aniversário em uma boate quando as duas embarcaram no Uber, totalmente produzidas. Madison disse que o restante do pessoal estava esperando na mansão para que o grupo saísse junto.
Vandervoot imaginou que a mulher desconfiaria de algo e que mataria a charada assim que chegassem diante da mansão, onde haviam vários carros estacionados. No entanto, se foi o caso, não demonstrou.
Era excitante fazer aquele tipo de coisa. Maddie simplesmente amava festas surpresas e sentiu várias vezes que a qualquer momento estragaria tudo, porém, até o instante em que Carter colocou a mão na maçaneta da porta principal e a abriu, o segredo foi bem preservado.
SURPRESA! — diversas vozes se pronunciaram animadas.
ficou paralisada por alguns segundos, sem conseguir conter a surpresa e depois a onda de emoção ao perceber vários conhecidos seus ali, apenas esperando por ela para que uma festa começasse.
Olhou para Daria e Kyle lhe encarando sorridentes, depois para , que pela expressão havia sido a mentora daquilo tudo, e seguiu para seu irmão.
Então estava ali algo que ela chegou a duvidar que veria novamente. A expressão de leveza, com um toque de travessura e um sorriso fácil.
Como ela sentia falta daquele !
Carter tornou a olhar para a jovem , sorrindo abertamente e tentando transmitir em seus olhos o quanto estava grata, então, por fim, encarou Madison.
— E não é que o cabaré veio mesmo até mim?
Risadas ecoaram por ali, porém sua atenção continuou na mulher ao seu lado.
— E você tá esperando o que, meu anjo? Aproveita! — Indicou o ambiente, o que fez Carter sorrir de novo.
— Todos nós vamos, meu bem. Cadê a música?
E aquela foi a deixa para que a festa iniciasse.


💋


Era difícil de acreditar que uma festa como aquela tivesse sido organizada de última hora e em menos de um dia. Claro que vários estresses foram necessários, mas todos eles acabaram compensando só pelo olhar de choque, seguido pela reação radiante de Carter.
Quem não conhecia a jovem a julgava como uma patricinha mimada, que gastava seu tempo apenas fazendo compras ou indo a festas.
não via problema algum naquelas duas coisas, mas poucos dias de convivência com Carter já haviam lhe mostrado que ela era muito mais do que rótulos.
Carter era o tipo de pessoa que roubava a cena em qualquer lugar até quando não tinha intenção alguma, era uma amiga leal e sempre disposta a falar a verdade, doesse ou não, e era tão dedicada às pessoas que amava que mesmo aquele momento sendo apenas sobre ela, a percebeu observando o irmão diversas vezes, como se estivesse se certificando de que ele estava feliz.
E, falando em , o brilho nos olhos dele ao ver a animação da irmã mais nova era difícil de não ser admirado. já tinha constatado que era impossível encontrar um cenário onde aquele homem não fosse absurdamente bonito, porém adorava todas as situações em que aquilo era reforçado.
Por Hades, ela só queria que fosse mais fácil não ficar olhando para ele a todo momento. mal conseguia disfarçar, o que foi comprovado minutos depois.
— Se você não for lá falar com o , daqui a pouco eu trago ele aqui ou arrasto você até ele pelos cabelos. — Carter abriu um sorrisinho, enquanto puxava a amiga para um abraço.
Desde o momento em que todos anunciaram a surpresa, a jovem se dividia entre cumprimentar as pessoas que vinham lhe dar os parabéns e esperou pacientemente, junto a Kyle e Daria, até chegar sua vez.
arregalou os olhos com a fala da amiga e os outros dois soltaram risadas porque Carter não tinha feito questão alguma de ser discreta.
— Garota, se você tocar nos meus cabelos, eu te arrasto no asfalto, isso sim! — se soltou do abraço para a encarar com indignação, tentando disfarçar o rubor que tomou conta de seu rosto.
— Eu adoro quando você é bruta, meu bem. — Carter lambeu os lábios, fazendo gargalhar. — Mas tô falando sério. Vocês dois estão dando nos nervos. — Então olhou em direção ao irmão, que desviou o olhar, se entretendo em uma conversa, ao perceber ter sido pego em flagrante.
— Cuidado, hein. Maddie vai ficar com ciúmes de você! E não vou atrás de ninguém, para com isso. — Deu um empurrão de leve na amiga.
— A Maddie? Vou querer saber mais sobre isso depois. Agora tenho um negócio pra planejar com o Kyle.
E sem dar chance de resposta para a outra, saiu em direção ao amigo, o puxando para cochichar algo.
riu mais uma vez, negando com a cabeça, então resolveu ir buscar alguma bebida e aproveitar para dar uma circulada pela festa.
Ela não conhecia quase ninguém ali. Na verdade, podia contar nos dedos as pessoas com quem tinha contato, porém isso de fato não era um problema.
Seu olhar pousou sobre pela milésima vez e agradeceu mentalmente por não estar perto dos amigos, assim não precisaria disfarçar suas reações ou o fato de que não queria mesmo desviar o olhar dele.
Não sabia como aquilo era possível, porém estava ainda mais gostoso do que o habitual. A roupa mais despojada ressaltava aquele peitoral que ela já havia tocado, porém não da maneira que realmente desejava e, apesar de não ter se aproximado o suficiente ainda naquela noite, tinha certeza de que ele usava aquele mesmo perfume que a perseguia até mesmo em seus sonhos.
Mais uma vez, a mulher se pegou lembrando de momentos como sua primeira e única lição de piano com ele, a visita à Ópera, a voz dele murmurando que ela devia deixar a porta do quarto fechada e o toque de sua mão grande sobre a dela, na mesa da cozinha.
O calor já conhecido foi subindo por seu corpo e ela não precisou se olhar em nenhum lugar para ter certeza de que havia ruborizado. não era de usar vestidos e naquele momento se lembrou do porquê.
Se alguém a percebesse escorrendo pelas pernas, não fazia ideia de qual desculpa daria.
Nervosa, a mulher riu consigo mesma, então desviou os olhos de e procurou algo para beber. Odiava gin com tônica, mas acabou escolhendo aquela opção porque o choque talvez a trouxesse de volta à realidade.
Não soube se aquela ideia havia sido boa ou ruim, principalmente porque a careta que surgiu em suas feições só saiu quando ela virou o restante daquela bebida e pegou uma cerveja, bebendo longos goles até seus olhos quase revirarem de satisfação.
A risada estrondosa de Daria chamou a atenção de , que percebeu a amiga sendo puxada por Madison e Kyle, algo que fez a mulher franzir o cenho e procurar Carter com o olhar.
O que é que aqueles quatro estavam aprontando? A amiga não estava mesmo colocando em prática a ideia de prendê-la com em algum lugar, estava?
Mordendo o lábio, se segurou para não olhar mais na direção onde havia visto o homem pela última vez e estava prestes a sair dali para caminhar até a mesa de comida, quando uma voz ao seu lado atraiu sua atenção.
— Esse tipo de festa quase me faz querer voltar a ir a essas boates. — franziu o cenho ao não reconhecer o dono dela, então se virou para encarar o homem, franzindo levemente o cenho porque não tinha certeza se ele havia mesmo falado com ela.
— Voltar? E por que deixou de ir? — Arriscou responder mesmo assim. Se não fosse com ela, se faria de sonsa e daria o fora dali o mais rápido possível.
— A idade. — O homem sorriu e aquele comentário fez a mulher avaliá-lo de cima a baixo não tão discretamente.
Era um pouco mais alto que ela, sua pele clara denunciava que quase nunca tomava sol, porém seus cabelos castanhos eram curtos, em um corte impecável como o terno que vestia.
Ele estava extremamente formal para uma festa como aquela, o que comprovava o relato de não frequentar mais aquele tipo de evento, e quando subiu o olhar do corpo dele, que não era nem gordo, nem magro, percebeu um par de olhos verdes fixos nela. Um pequeno sorriso era contido e não era boba. Entendeu que estava jogando um certo charme para cima dela.
— Se você diz. — Ela acabou rindo. — Mas duvido que seja velho assim, sabe? Você tá mais com cara de ser daqueles caras que vivem pelo trabalho.
Ele nem conseguiu disfarçar a surpresa com o que ouviu.
— É, tem isso também. — Riu junto dela, então bebericou um pouco de seu copo.
não soube bem o que dizer depois, então tornou a observar as outras pessoas da festa, sentindo que o olhar dele permaneceu sobre si.
— Sabe, eu tenho a impressão de que te conheço de algum lugar. — De repente, ele tornou a se pronunciar e ela o encarou de canto.
— Sério? Eu conheço poucas pessoas daqui, na verdade. Carter é minha melhor amiga.
não entendeu bem o porquê, mas pôde jurar ter visto o cenho dele se franzir.
— Ah, é? Então você que é a mentora dessa festa, não é? Ao menos foi isso que o me disse.
Ouvir aquele homem falar em fez o observar rapidamente mais uma vez.
Um cara aparentemente viciado em trabalho, se sentindo deslocado e falando de de uma forma displicente, sugerindo que os dois eram próximos.
Será que… Mas ele não tinha sido convidado? Tinha? Ela não o convidou.
— Quem foi que te chamou aqui? — Carter não fez rodeios quando se aproximou e parou na frente dos dois, erguendo uma sobrancelha para o homem. — Porque eu duvido que tenha sido o meu irmão.
— Calma aí, lindinha. Eu só vim te dar os parabéns. Não pode? — O fato de ele ter mudado de repente para um tom disfarçado de deboche não agradou a em nada. E assim que a mulher oscilou seu olhar entre ele e Carter, percebeu mais uma pessoa vir até eles.
Uma pessoa que, por mais que ela tentasse, não conseguia tirar da cabeça,
— Não. Você não pode. Afinal, o que Todd Phillips quer em uma festa promíscua? — a jovem retrucou cínica. Cansou de ouvir o homem falar daquela forma ao dar sermões nela sem que sequer tivesse pedido a opinião dele.
— Ei, tudo certo por aqui? — rapidamente se intrometeu, então ergueu uma sobrancelha para o assessor. — Realmente é uma surpresa ver você por aqui, Todd.
precisou conter uma risada ao constatar que sua dedução estava certa. Pelo jeito, Phillips não fazia ideia de quem ela era e, sinceramente, estava esperando que alguém dissesse seu nome só para ver de perto a reação do assessor.
— Aposto que foi pra te monitorar, maninho. Boa sorte com isso. Vem, ! — Carter entrelaçou os dedos aos da amiga, sem querer estender a conversa, e deixando de lado seu plano de fazer e se acertarem de uma vez, mas só por alguns minutos.
olhou de uma para a outra, reprimindo o pensamento de que queria estar no lugar da irmã naquele momento, só para que fosse ele a puxar a jovem dali.
As duas rapidamente se afastaram e não conseguiu evitar olhar umas duas vezes para trás, percebendo que a acompanhou até eles se perderem de vista.


🏛


Enquanto observava se distanciar com sua irmã, só ficava mais claro para que afastar ou continuar negando as coisas que sentia perto da mulher estava totalmente fora de cogitação.
Carter estava certa. Vincent estava certo. E além de parar de pensar demais, ele precisava ser menos teimoso também.
Precisava se livrar de seu assessor e tomar alguma atitude. Não podia mais esperar a oportunidade ou o lugar perfeito. Não podia mais contar com a sorte de ninguém interrompê-los.
— Então essa é a famosa . — O comentário de Todd despertou de seu transe momentâneo e ele se virou para o assessor, erguendo uma sobrancelha.
— Vocês pareciam estar se dando muito bem — alfinetou, vendo uma careta se formar nas feições de Phillips.
— Ei, eu não sabia que era ela — prontamente, se defendeu, interpretando a reação de de uma maneira totalmente errada.
— Isso é bom. Vai tirar qualquer impressão que a Italia tenha te dado. — deu de ombros.
— Qual? A de que você quer me substituir? — Se fez de bobo. — Depois dessa, não vou julgá-lo, . Porém tome cuidado. Isso aí pode arruinar a sua carreira.
O candidato detestou aquele tom que misturava a ironia e falsidade típicos de sua oponente. Era como se, de repente, a própria Whitman estivesse ali à sua frente.
— Relaxa, Todd. Não vamos falar de carreira ou campanha hoje. É aniversário da minha irmã, cara. Já que veio, se divirta um pouco. — Deu dois tapas no ombro do assessor e então se afastou.
estava determinado a não deixar mais nada ficar em seu caminho e não ficaria. Todd e suas insinuações que fossem para a puta que o pariu.
O homem então seguiu na mesma direção em que viu a irmã se afastar com e mal disfarçou que procurava por alguém.
De repente, parecia que havia evaporado daquele lugar. chegou a encontrar os amigos dela e a própria irmã, que riu maliciosa e apontou uma direção quando foi questionada por ele.
Tentando não soar mal educado toda vez que alguém o parava para cumprimentá-lo e alugá-lo com algum assunto sobre sua campanha, disfarçava a impaciência, conversando rapidamente e lançando olhadas discretas à sua volta até encontrar uma brecha perfeita para interromper tudo discretamente e retornar à sua busca.
perdeu a noção de quanto tempo permaneceu daquela forma, circulando todos os cômodos do primeiro andar, os quais conhecia muito bem, e tentando não ficar nervoso com aquilo.
Céus, onde havia se metido?
Suspirando alto, riu de si mesmo. Era incrível a capacidade daquela mulher de fazê-lo se sentir um adolescente. Quando se imaginaria percorrendo uma festa inteira atrás de uma mulher novamente?
No entanto, não se arrependia. valia a pena e a certeza disso talvez estivesse ali desde a primeira vez em que a havia visto.
Em meio ao salão, onde pessoas dançavam em uma pista de dança improvisada, o candidato avistou um dos amigos de e reconheceu Kyle, que, assim como Carter, não conteve um sorrisinho de malícia e indicou o lance de escadas que levariam ao primeiro andar.
Será?
Pensando bem, talvez a mulher só tivesse buscado um pouco de sossego, já que a festa toda ocorria no térreo.
Sua busca, no entanto, foi frustrada mais uma vez. Ele percorreu o primeiro andar inteiro, abriu e fechou portas e nada de ou qualquer sinal daquele vestido azul escuro que a mulher vestia e a deixava ainda mais linda do que já era.
Honestamente, era linda de todos os jeitos, com todos os tipos de roupas e todas as suas caras e bocas.
De repente, a voz de Vincent dizendo que estava de quatro por aquela mulher voltou a ecoar em seus pensamentos.
ainda não estava se dando por vencido, porém seguiu até o banheiro que imaginou estar menos movimentado para passar uma água no rosto.
Então pensou no óbvio. Ele poderia ligar para ela. Não sabia se a mulher ouviria o celular, mas poderia, certo?
O fato era que, de qualquer forma, ele a encontraria. Destino nenhum ditaria o contrário daquela vez.
só não imaginava que, em uma completa ironia, no momento em que levasse a mão até a maçaneta da porta do banheiro, essa se abriria e revelaria uma saindo de lá.
Os olhos da mulher imediatamente se arregalaram ao dar de cara com ele e o rubor que sentia aumentou ainda mais quando ela os passou rapidamente pelo homem para depois se fixar nos olhos dele.
Ambos permaneceram daquela forma por alguns segundos, processando que estavam mais uma vez diante um do outro, sem ninguém conhecido que pudesse atrapalhá-los.
— Todd te encheu muito o saco quando soube quem eu era? — resolveu quebrar o gelo, precisando controlar a vontade de simplesmente puxá-lo para dentro do banheiro.
— Bem que ele tentou. — riu baixo.
— Você dispensou ele, foi? — Ela levou uma mão à boca, negando com a cabeça como se aquilo fosse algo muito ruim.
— Ele nem devia estar aqui. Carter não o suporta. — Deu de ombros.
— Foi isso mesmo que ela disse! — riu. — Fico admirada por você não ter socado a cara dele quando soube que andava dando em cima da sua irmã.
— A Carter sabe se defender muito bem, senhorita Mikkelsen. Mas se eu precisasse interferir, pode ter certeza que eu teria feito com prazer. — Piscou para ela.
Droga, gesto errado. Jogo de palavras errado. E por que, por Hades, ele a chamava de senhorita , a olhando daquele jeito e usando aquele maldito tom?
Como reagiria se ela simplesmente o agarrasse ali, naquele momento?
No entanto, ao contrário do que desejava, a mulher simplesmente mordeu o canto da boca e se sentiu covarde por sua atitude seguinte.
— Bom, eu tô te atrapalhando, né? Você querendo usar o banheiro e eu aqui plantada. Desculpa!
ficou um tanto confuso e só entendeu que se afastaria quando ela tentou passar do lado dele.
Não havia espaço, obviamente, e quando sentiu a mulher tocar seu braço, num pedido mudo de licença, ele simplesmente jogou qualquer hesitação ou prudência para o alto.
Num movimento rápido, o homem usou uma mão para passar ao redor da cintura da mulher e subiu a outra até aquele rosto que ele jamais cansaria de observar.
o encarou um tanto surpresa e cheia de expectativas, e quando entendeu o que estava prestes a acontecer, usou as duas mãos para agarrar os ombros de .
Os olhares permaneceram conectados por alguns segundos, então o homem umedeceu a boca.
— Estou cansado de fugir, senhorita .
— Então não fuja, .
E aquilo era tudo o que precisava ouvir.
O homem então aproximou seu rosto do dela e sorriu minimamente antes de finalmente unir seus lábios aos de .
A sensação era a de que uma corrente elétrica passava de um para o outro, os unindo e fazendo com que os corpos se puxassem um na direção do outro. apertou a cintura de com firmeza, saboreando a textura dos lábios dela antes de aprofundar o beijo.
não conseguiu conter um gemido baixo de satisfação assim que as línguas se encontraram e não hesitou em retribuir a dança deliciosa que iniciou dentro da boca dela. Era muito melhor do que qualquer sonho ou devaneio. O cheiro dele adentrava suas narinas de um jeito intoxicante, os toques dele espalhavam fogo por onde passavam e nada ali permaneceu calmo.
Com ambos pegando apenas alguns segundos para tomar fôlego, o beijo foi ganhando intensidade, principalmente quando as unhas de pressionaram os ombros de com mais força e o corpo dela se insinuou contra o dele. Se era algo planejado ou não, não importava. só sabia que precisava daquela mulher de todas as maneiras possíveis.
As mãos dele desceram por sua cintura, delineando os quadris e, num rompante, de repente, estava imprensada contra a parede do banheiro, erguendo uma das pernas ao redor da cintura de enquanto ele ofegava entre o beijo.
Qualquer um que passasse por ali poderia vê-los e, no entanto, não era o que importava para ele. Pela primeira vez, não ligava para o fato de ser mais velho que ela, por ser chefe do pai de , ou por estar arriscando sua campanha e sua carreira ao estar com ela. Ele só queria e não queria que ninguém mais os interrompessem, muito menos que tudo que acontecesse dali para frente fosse dentro de um banheiro apertado.
Com uma relutância gritante, afastou os lábios dos dela, usando o dedo indicador para silenciá-la com delicadeza quando a mulher fez menção de protestar e encostando suas testas só para sentir a respiração ofegante de contra seu rosto.
— Não aqui — sussurrou, rouco.
Então, após aquelas duas palavras, entrelaçou seus dedos aos de e, como vinha desejando fazer a noite toda, ou quem sabe uma vida toda, guiou a mulher para outro andar.


Capítulo 11 — Aflame

“Em chamas”.

O coração de batia mais acelerado do que nunca. Ela custava a acreditar que tudo aquilo era real, principalmente por já ter sido enganada por seus sonhos tantas vezes.
No entanto, não podia ser uma ilusão de sua mente. O gosto daquele beijo ainda preenchia sua boca, a sensação dos lábios de nos seus estava marcada nela e a pele dele queimava contra a sua enquanto os dedos do homem a guiavam sem soltar de sua mão e os olhos faziam questão de oscilar entre ela e o caminho que percorriam.
Um meio sorriso se formou nos lábios da mulher, mas a vontade que tinha era de gargalhar de tão feliz que estava.
Depois de tanto tempo desejando , finalmente ela o tinha, nem que fosse por aquela noite, e teria mais dele assim que chegassem ao seu destino.
Só de pensar naquilo, seus batimentos aceleraram mais.
nunca havia entrado no quarto de . Também já tinha sonhado com o ambiente e só imaginava como era, mas estava prestes a descobrir e a expectativa tanto daquilo quanto do que aconteceria assim que adentrassem o cômodo fez seu corpo tremer enquanto ela prendia ligeiramente a respiração.
No mesmo instante, os dedos de se apertaram contra os dela, os entrelaçando ainda mais, num gesto que deixou claro que ele havia percebido aquilo, e a expressão um tanto travessa demonstrou que estava gostando. De fato, cada uma das reações de era atentamente captada e apreciada por ele, principalmente porque suas expectativas eram tão ardentes quanto as dela.
mordeu o canto da boca, contendo mais um sorriso. Era como se seus lábios criassem vida própria naquele momento e ela não se importava em parecer boba daquele jeito, porém sabia que, se retribuísse, não se aguentaria e voltaria a agarrá-lo ali, no meio da casa mesmo. Havia esperado por aquilo por tempo demais para se manter afastada dele por muito tempo, o desejo gritava em cada centímetro de sua pele.
Conforme os segundos passavam, ficava mais difícil prestar atenção em qualquer outra coisa além do homem à sua frente. Ela estava ardendo por ele. No entanto, ao seguirem para o segundo andar, percebeu algo no mínimo interessante.
Se a porta do quarto de fosse a que ela imaginava, quase no final do corredor, aquilo significava que o seu era logo abaixo do dele. E era por isso que o homem quase a havia flagrado durante seu telefonema.
passava pelo quarto dela todos os dias e a mulher se sentiu idiota por não ter constatado algo tão óbvio antes.
No entanto, o fato de que aquilo a agradava até demais vencia qualquer coisa.
— Um beijo pelos seus pensamentos. — Ela ouviu o homem dizer, enquanto foram diminuindo o ritmo dos passos.
Não demorou muito para os dois se aproximarem exatamente do local esperado por .
— Acabei de descobrir um bom motivo para deixar a porta do quarto aberta mais vezes. — A resposta ecoou sem qualquer hesitação dos lábios dela, tomada por um desejo súbito de ser flagrada por ele outra vez, porém de uma maneira muito mais interessante.
suspirou fundo, sem esconder o quanto aquelas palavras o afetaram, e o olhar que lançou a fez estremecer mais uma vez.
— Faça por sua conta e risco. — O tom rouco escapou logo em seguida e a deixou mais arrepiada. precisou umedecer os lábios, apertando os dedos contra os do homem com um pouco mais de intensidade e sentindo seu corpo ir em direção ao dele involuntariamente, como se um ímã a puxasse.
— Ah, é? Por que, senhor ? Quais serão as minhas consequências? — provocou, notando o olhar de se fixar em seus lábios.
— Isso vai depender do que você estiver fazendo com a porta aberta, senhorita — ele replicou, com um sorriso torto ameaçando brotar em suas feições. Estava adorando aquele pequeno jogo entre eles, deixava tudo ainda mais interessante.
, completamente rendida ao momento, só se deu conta de que os dois haviam parado de caminhar quando seu corpo esbarrou em um dos braços de , no entanto, aquilo não a parou, muito pelo contrário.
— Hmmm… — ela emitiu um som suave de seus lábios, deixando evidente o quanto aquela situação a agradava, então inclinou o rosto em direção ao dele, quase o tocando com seus lábios. — E se eu estiver gemendo bem gostoso?
Sabia que depois daquelas palavras não haveria volta e era exatamente o que queria.
deixou enfim o sorriso escapar, encarando os olhos de com tanta intensidade que a mulher se sentiu incendiar inteira e, num rompante, imprensou o corpo dela contra a porta do quarto, subindo suas mãos entrelaçadas até a altura da cabeça de , sentindo imediatamente o quanto aquela proximidade contribuía para deixá-lo louco.
Definitivamente, ele estava ferrado, mas não se importava mais. Apenas e sua pele quente importavam.
— Se você estiver gemendo bem gostoso, , eu me verei obrigado a entrar para assistir ao espetáculo. — O tom de voz seguia rouco e lambeu os lábios, como se naquele momento estivesse de fato a assistindo.
Mordendo a boca com força, se remexeu, sentindo o meio de suas pernas se contrair, e o movimento fez com que seu corpo se roçasse ao do candidato.
— Vai entrar no meu quarto assim, sem mais nem menos? — Não sabia de onde estava tirando forças para manter as provocações, porém o fez.
O risco de qualquer pessoa resolver passear no segundo andar era iminente e tornava tudo ainda mais delicioso.
— Sem mais nem menos — afirmou, aproximando seu rosto do dela e desviando para o pescoço de , soltando uma lufada de ar quente que a deixou ainda mais louca.
— Sem nenhum… Sem nenhum convite? — Ela precisou de muita concentração e ainda assim quase vacilou em meio à frase.
— Ainda quer que eu espere por um? — A outra mão dele passou pela coxa da mulher e subiu até a cintura, apertando devagar e lhe arrancando um suspiro.
— Uhum… E vai ser o seu nome que eu vou dizer. — Ela sorriu travessa e riu baixo.
— Ah, . — Ele deixou escapar, como se estivesse gemendo o nome dela em resposta, e precisou engolir em seco antes de se pronunciar.
— Que foi? — Manteve aquela expressão de quem estava aprontando algo e adorava cada segundo.
— Entra no quarto, vai. — O pedido soou em um tom quase suplicante, mas as feições do homem demonstraram que dentro daquele cômodo as coisas tomariam outras proporções.
— Só se você me disser que não vai só me assistir. Eu quero você, . E te quero tocando o meu corpo inteiro.
O olhar de escureceu ao ouvir aquelas palavras. Era tudo o que ele precisava para mandar qualquer resquício de controle definitivamente para a puta que pariu.
Sem se conter ou emitir qualquer resposta, o homem voltou a tomar os lábios de com intensidade, explorando cada canto da boca dela assim que a mulher lhe concedeu passagem.
Um gemido escapou dele e sua mão aumentou a pressão na cintura dela, que pausou o beijo por alguns segundos para rir baixo enquanto processava mais uma onda de arrepios que se espalhava por todo o seu corpo.
fez questão de se remexer contra ele mais uma vez, esfregando seu quadril contra o de e puxando seu lábio inferior, pressionando entre os dentes e retomando o beijo com vontade.
Completamente afetado com aquilo, o homem trouxe a mão dela, que ainda estava entrelaçada à sua, para baixo, fazendo menção de que iria guiá-la até o volume que se formava dentro de sua calças, então desviou o caminho e tornou a subir até o peitoral dele.
Em resposta, a mulher se remexeu mais, então espalmou o peito dele, pressionando e raspando as unhas ali, traçando um caminho lento para depois pressionar o ombro de com intensidade.
Mais um pouco e o candidato esqueceria completamente o fato de que ainda estavam no corredor e o pequeno lapso em seus pensamentos o fez envolver a maçaneta da porta com a mão livre e a abrir para guiar para dentro de seu quarto.
Ao ser empurrada com gentileza, embora a urgência se fizesse presente, não resistiu ao impulso de interromper o beijo mais uma vez, se virando de costas e caminhando ansiosa para o lugar onde dormia.
Não era como ela havia imaginado, mas era tão a cara dele que a mulher acabou sorrindo.
A cama de casal, tão espaçosa quanto a dela, estava perfeitamente arrumada, com lençóis azuis escuros e alguns travesseiros, porém nada muito exagerado. O lugar tinha um closet e um banheiro, assim como no quarto dela, porém, em vez de uma escrivaninha, tinha uma estante repleta de dvds.
O sorriso se alargou em seus lábios e sequer se deu conta de que, enquanto caminhava fascinada, observando cada canto do quarto de , ele a encarava atentamente, acompanhando cada um de seus gestos.
Foi apenas após alguns segundos, quando ouviu o clique da porta, que despertou e então voltou seu olhar para .
— O seu quarto é muito mais legal do que o meu — soltou, indicando a estante.
— Agora que você sabe onde fica, pode vir visitá-lo mais vezes. — O homem mal pôde acreditar no que havia acabado de dizer e, pela expressão dela, era recíproco, mas, ainda assim, umedeceu os lábios.
— Mesmo? — Deu um pequeno passo em direção a ele e parou novamente, oscilando o olhar até a cama de e mordendo o canto da boca.
— Acho difícil algo ser tão atraente quanto a sua presença nele. — foi se aproximando devagar e deixou que o fizesse, ansiando mais uma vez por seus toques.
— Cuidado, senhor . Assim vou ficar mal acostumada.
O candidato ergueu uma sobrancelha.
— E isso é ruim? — A mão dele tocou a bochecha direita dela, acariciou devagar, então desceu pelo pescoço, dedilhando até a alça do vestido.
Os olhos de um se prenderam aos do outro, mais arrepios foram espalhados.
— Me diz que vai tirar logo esse vestido — soltou em um impulso, sentindo seu corpo queimar de desejo só com aqueles toques.
teria rido com a mudança brusca de assunto, mas ficou afetado demais pela ideia de vê-la sem aquela peça.
— Tem certeza de que é isso que você quer?
achou adorável que o homem ainda se preocupasse com aquilo mesmo depois de ela deixar claro que o desejava.
— Sim. Eu quero, . Quero que você tire a minha roupa e me foda do jeito que se imaginou fazendo quando me ouviu no meu quarto.
não sabia do que gostava mais. Se era de ouvi-la ofegar, de ver sua pele se arrepiando, ou a voz e a expressão carregados de desejo enquanto ela falava.
Ele sentiu mais um impulso de puxá-la para si e se fundir a ela como tanto pedia, porém dessa vez se conteve. Em vez disso, abriu outro sorriso torto e foi puxando a alça do vestido dela devagar até a ver despencar, deixando parte dos ombros de à mostra.
A mulher inspirou profundamente, sentindo todo o seu corpo a ponto de se contorcer, ainda mais quando percebeu que estava longe de acabar com as provocações.
Por mais ardente que fosse seu desejo por ela, o havia reprimido por tanto tempo que queria aproveitar cada segundo que tinham. Naquela noite, eram inteiramente um do outro e não havia motivos para apressar qualquer coisa.
Os dedos do homem percorreram a pele desnuda dela e seguiram até a outra alça, repetindo todo o processo. O vestido só não despencou por conta do fecho nas costas, mas ter parte do colo de exposto daquela forma o fez latejar ainda mais. Aquela mulher mexia tanto com ele que suas calças o incomodavam e pareciam a ponto de se romperem a qualquer momento.
Ainda assim, queria descobrir tudo sobre . Tudo o que ela gostava e o que a levava ao limite.
Os lábios dele roçaram os dela e quando a mulher se inclinou em direção a ele, numa demonstração clara de que precisava beijá-lo, apenas soltou o ar contra a boca dela e seguiu para a lateral de seu rosto.
Um beijo singelo em sua bochecha deu seguimento a outro, e mais outro, até um caminho ser trilhado para o pescoço. O homem parecia desfrutar de seu gosto como se tivesse todo o tempo do mundo e cada vez que sua boca tocava a pele de , ela sentia o calor se espalhar, deixando-a mais ofegante a cada segundo.
… — gemeu baixinho, manhosa, e suas pernas se apertaram uma na outra. O calor entre elas estava cada vez mais insuportável e podia se sentir escorrer pelas coxas.
Ele adorou aquilo. Adorou saber o poder que seus toques tinham sobre ela e se permitiu rir em um tom baixo e rouco contra o pescoço de para logo em seguida descer até o ombro direito. Totalmente entregue, a mulher chegou a tombar a cabeça para o lado oposto, pressionando o lábio inferior entre os dentes e se remexendo mais uma vez.
A excitação que sentia era tanta que não conseguia se conter e passou a usar uma das mãos para brincar com a barra do próprio vestido. O calor no meio de suas pernas era gritante e ela se sentia pulsar, implorando por contato.
Uma das mãos de a envolveu com firmeza, apoiando suas costas para que não caísse, enquanto a outra vinha para a parte da frente da roupa de , alisando o decote e a levando ao delírio quando a boca dele desceu, beijando o lugar de leve para logo em seguida lamber sua pele devagar.
— Ah, … — não teve certeza se havia dito ou pensado aquilo, porém também não resistiu ao impulso de guiar sua mão por dentro do vestido, raspando as unhas por sua própria virilha e se tocando por cima do tecido da calcinha.
Como já imaginava, ela estava ensopada, e, já no primeiro toque, suas pernas tremeram mais.
percebeu o movimento dela e aquilo o deixou louco. Mais um pouco, e seu pau estouraria o zíper da calça.
Suspirando alto, o candidato envolveu um dos seios de com a mão, apertando com vontade e trazendo seus lábios para tão próximo dos dela que um podia sentir a respiração bater no rosto do outro.
— É assim que você faz? — De repente, ele sussurrou, sentindo o restante de seu controle ir para bem longe.
Totalmente afetada pelo tesão que sentia ao se masturbar com um homem daqueles a tocando daquela forma, fez movimentos circulares, ainda por cima do tecido.
— O quê? — a mulher respondeu afetada e confusa.
— É assim que faz quando está sozinha no seu quarto?
já imaginava que ele conseguia ver o que ela fazia, por isso não fazia questão alguma de se refrear.
Um gemido manhoso ecoou em resposta e respirou pesado, fazendo seu hálito quente bater contra o rosto dela, cheirando a uísque e menta, o complemento perfeito ao perfume amadeirado do homem.
Ele então se afastou levemente dela, ameaçando parar de tocá-la e encarando seu rosto. Era simplesmente delicioso vê-la entregue daquela forma.
— Me diga, senhorita . — O tom de voz ecoou mais firme, o que fez um certo rubor se espalhar pelo rosto de , uma resposta automática ao calor triplicando em cada centímetro de seu corpo.
— Dizer… — ela gemeu mais uma vez, aumentando a pressão que seus dedos faziam ao se esfregar. — Dizer o quê?
— É assim que você se esfrega enquanto pensa em mim a fodendo? — não precisava e nem queria se refrear. Estava tão entregue quanto ela.
O ar fugiu aos pulmões da mulher e suas pernas estremeceram. moveu o quadril devagar, rebolando para acompanhar o ritmo usado para se tocar.
— Uhum… Mas nos meus sonhos, você segura a minha mão pra socar seus dedos dentro de mim você mesmo, senhor . — A resposta soou sussurrada e um tanto falha porque simplesmente não conseguia mais se conter.
Mais um pouco e de fato puxaria a calcinha para o lado para guiar ela mesma os dedos grossos de para dentro de si.
— Caralho, … — apertou seu seio com mais intensidade, massageando e aproveitando que ela não usava sutiã para brincar com o mamilo endurecido por cima do tecido fino do vestido.
— Uhum. Eu acordo tão molhada que não consigo me controlar, mas não é a mesma coisa, sabe? — Era incrível como cada provocação dele era devolvida com a mesma intensidade.
— Ah, não? — mordeu o lábio inferior e esfregou dois dedos naquela protuberância deliciosa com a boca salivando de vontade de fazer aquilo com a língua.
rebolou ainda mais, inclinando seu tronco em direção ao do homem, o instigando a continuar com as carícias, o tentando de todas as formas possíveis.
— Não — respondeu simplesmente, incapaz de formular qualquer outra coisa.
Ela queria tocá-lo, mas ao mesmo tempo estava se deliciando com cada reação dele ao vê-la se masturbando daquela forma.
trouxe a outra mão, que ainda apoiava as costas dela, para o outro seio, o tomando por inteiro, massageando e repetindo o gesto de brincar com o biquinho.
Quase não soube o que dizer, estava distraído demais a assistindo se arrepiar e rebolar com vontade, esfregando a intimidade daquele jeito.
Quando ele prendeu o mamilo dela entre os dedos, puxando devagar, gemeu um pouco mais alto e perdeu o controle, procurando os lábios de e voltando a beijá-lo com urgência, sem dar chance para que ele provocasse e “fugisse” outra vez.
Um sorriso se formou nos lábios dele antes de retribuir, saboreando cada canto da boca dela e interrompendo mais uma única vez para sussurrar.
— Então nós temos que dar um jeito nisso, . Porque acordar duro por sua causa todos os dias está me matando também.
ofegou, um tanto incrédula pelas palavras dele, mas sentindo a excitação crescer em níveis absurdos.
As línguas voltaram a se tocar com intensidade, as mãos dele foram explorando os seios dela com maestria e a mulher friccionava os dedos contra sua calcinha ensopada, sentindo seu clítoris tão inchado que tinha certeza de que ficaria louca a qualquer segundo.
— Você duro e eu pulsando pra sentar bem gostoso em você, senhor .
Porra, falar daquele jeito era sacanagem demais.
Aproveitando o beijo interrompido outra vez, desceu as mãos até as de , fazendo ela parar de se tocar para virá-la de costas para si num movimento brusco. Um gritinho de surpresa escapou dos lábios dela, mas logo foi calado quando o quadril dele se encaixou na bunda dela, fazendo a ereção evidente pulsar contra as nádegas da mulher.
abriu a boca para gemer, mas acabou prendendo a respiração quando as duas mãos de tocaram suas coxas, subindo, adentrando o vestido e tocando a virilha, passando os dedos na lateral da calcinha.
— Para de brincar assim comigo, … Soca logo esses dedos na minha bocetinha. — A mulher perdeu o controle, não medindo palavras e o atiçando por isso.
mantinha sempre uma postura séria por conta da profissão, mas a verdade era que adorava se render aos seus instintos e o libertava das amarras.
Sorrindo de canto, finalmente puxou o tecido para o lado, pulsando ao notar o quanto estava encharcado e grunhiu de satisfação ao finalmente tocar a boceta quente da mulher.
estava tão melada, tão pronta para ele que foi difícil não jogar para o alto qualquer preliminar. No entanto, queria mais. Ele precisava de mais.
Deslizou os dedos de cima para baixo, explorando, tocando os grandes lábios e prestando atenção nas reações dela, descobrindo o que gostava.
Movimentos circulares a fizeram estremecer e foi aumentando a intensidade aos poucos, esfregando a ereção contra a bunda de , aproveitando a lubrificação para deslizar um dos dedos para dentro da boceta dela.
Era ainda melhor do que havia imaginado. Mais quente, mais alucinante. A forma como ela se contraiu, o engolindo com vontade, deixava evidente o estado em que estava.
— Ai, caralho. — O gemido manhoso escapou e mordeu os lábios com força logo em seguida, sentindo movimentar o dedo dentro dela, socando com vontade e usando o polegar para esfregar o clitóris inchado.
inclinou seu tronco para trás, rebolando, aumentando a fricção de sua bunda na ereção dele, completamente entregue.
Quando o segundo dedo a penetrou, a mulher sentiu que estava muito perto do céu. Revirou os olhos nas órbitas, movimentou o quadril com vontade e deixou a respiração escapar ofegante, gemendo baixinho toda vez que tocava bem fundo.
Com uma expressão travessa, o homem aumentou a intensidade, movimentando os dedos dentro dela com afinco, fazendo o quadril de se mover no mesmo ritmo e os gemidos dela aumentarem.
Porra, ela estava alucinando de prazer e o homem nem havia tirado suas roupas ainda.
As mãos de foram até seus seios e ela mesma os acariciou, brincando com os bicos do mesmo jeito que havia feito minutos antes.
A cada segundo, seus gemidos aumentavam, seu corpo estremecia mais e ela queria retribuir o prazer que sentia, mas estava completamente imersa no tesão que o homem a proporcionava.
Imitando a expressão ladina de , movimentou o quadril de forma que a ereção dele praticamente a penetrasse de roupas, arrancando grunhidos contra o seu ouvido que lhe deixaram ainda mais louca.
O tecido estava incomodando desde o início, mas, naquele momento, se tornou insuportável. Seu corpo inteiro ardia em chamas e ela deu um jeito de subir a mão até o rosto de , o puxando para si e o beijando enquanto se colocava de frente para ele.
não parou seus movimentos em nenhum momento, apenas foi alternando a intensidade, diminuindo para fazer a mulher se contorcer, implorando por mais, depois aumentando até ouvir os gemidos sôfregos que soltava.
Espasmos se espalhavam pelo corpo de , as coisas giravam ao seu redor e ela sentia cada vez menos controle sobre suas pernas. A qualquer momento, sabia que o perderia completamente e amoleceria nos braços de .
A sensação do ápice ficava cada vez mais próxima, a fazendo rebolar com mais afinco, ofegando entre o beijo, praticamente quicando nos dedos de . Ele, embora estivesse apenas dando prazer a ela, sentia que poderia gozar junto só de assistir as reações da mulher.
E foi quando a boceta dela se contraiu contra seus dedos que tornou a movimentá-los com afinco, notando que ela gostava daquilo.
gemeu mais alto e segurou nos ombros dele, fincando suas unhas ali, deixando um rastro de dor delicioso ao descê-las até as costas de .
Então o mundo girou, estrelas piscaram ao redor dela e seu corpo se contraiu por inteiro. se derramou nos dedos dele, tremendo por inteira, tentando encontrar fôlego e falhando miseravelmente.
Caralho, ela não se lembrava de ter um orgasmo tão intenso antes e aquilo a fez rir, totalmente descontrolada.
Afastando os lábios dos da mulher, foi diminuindo seus movimentos até pará-los, odiando ter que sair de dentro dela e ao mesmo tempo sentindo seu pau pulsar dolorosamente, já sabendo que tudo estava prestes a ficar ainda melhor.
Sem quebrar o contato visual, o homem levou os dedos até a boca, fazendo questão de lamber todo o prazer derramado neles, deixando ainda mais tonta de tesão com aquela cena. A expressão dele era de deleite, saboreando o líquido dela com tanto gosto que, mais uma vez, se sentiu a ponto de explodir dentro das calças.
Ela não conseguia desviar o olhar. Estava até embasbacada e louca para sentir o seu próprio gosto na boca dele.
Um meio sorriso se formou enquanto ele observava , descobrindo mais uma face dela que o deixava completamente fora de si: a expressão de prazer estampada em cada centímetro.
— Caralho, você é linda demais.
Como era bom poder dizer aquilo. Como era bom poder expressar o quanto a desejava.
não quis perder tempo. Ainda recuperando o fôlego, levou as mãos até a camisa social do homem, desabotoando com uma vontade absurda de simplesmente estourar todos aqueles botões.
— Pode rasgar — murmurou, a encarando intensamente, parecendo conseguir ouvir os pensamentos dela.
Se não fosse pela forma como o olhar de queimava sobre si, talvez parasse para pensar na fortuna que aquela camisa deveria custar. Dinheiro certamente não era problema para , mas, para ela, era sim.
No entanto, quem em sã consciência ficaria refletindo sobre preços de camisas com um gostoso daqueles dando toda a liberdade? Ela que não.
não hesitou. Na verdade, mal o homem terminou a frase e as mãos dela se fecharam no tecido, uma de cada lado da abertura, e o barulho dos botões caindo no chão soou tão prazeroso quanto o grunhido de satisfação que soltou.
O corpo daquele homem era o verdadeiro significado de perdição e já sabia daquilo, porém daquela vez era diferente. Daquela vez, ela o encarava sabendo que, pelo menos naquela noite, cada pedacinho dele lhe pertencia.
Atirando a camisa em um canto qualquer, mordeu os lábios ao tocar o peitoral perfeito com as duas mãos, fazendo questão de traçar um caminho lento, pressionando com sua unhas, acariciando o abdômen e adorando vê-lo se contorcer ao atingir o cós da calça.
O volume gritante trouxe mais arrepios pelo corpo dela. Ao mesmo tempo que o queria dentro de si, também ansiava se ajoelhar na frente de e o chupar até ouvir aquela voz grave e deliciosa gemendo seu nome, segurando seus cabelos e fodendo sua boca como ela já havia sonhado várias vezes.
— Vá em frente, senhorita — incentivou, sentindo seu pau latejar de novo dentro das calças. O tecido o incomodava mais do que nunca e ele não via a hora de sentir a pele dela tocando a sua.
sorriu travessa e passou as unhas pelo cós da calça, descendo pela frente, tocando a ereção pulsante e esfregando os dedos ainda por cima do tecido, assistindo com atenção quando os olhos de vacilaram, sua boca se abriu e mais um grunhido escapou por ela.
— Você falou de mim, mas, porra, olha só pra você, . — Não sentiu receio ou vergonha alguma em dizer, nada seria capaz de detê-la naquele momento. — Um tremendo gostoso e…
Então mordeu a boca outra vez, saboreando suas próximas palavras.
— E? — Ele incentivou, interpretando erroneamente a pausa.
— E todo meu. — Os olhos dele pareciam queimar ainda mais ao ouvir aquilo e sorriu, concordando.
— Inteiramente seu, pontinho de luz.
Os olhos dela também se iluminaram com aquilo, o desejo dando lugar a outro sentimento tão ardente quanto.
— Não sonhei com isso então. — Ela sabia que não, mas tinha sido mais fácil fugir dele se enganando e fingindo que era tudo um surto de sua cabeça.
— Você sabe que não. — Mais uma vez, parecia que conseguia ouvir seus pensamentos.
— É. Eu sei mesmo. — Ela riu baixinho e voltou a acariciá-lo por cima da calça.
Os dois se olharam por mais alguns segundos, suspirou, sentindo que mais um pouco e iria enlouquecer com as carícias dela.
— Você não sai da minha cabeça, . Desde o dia em que chegou aqui. Eu não consigo te tirar dela e nem quero.
— Nem você da minha.
Ele não acreditou quando a ouviu dizer aquilo, e mesmo louco de expectativas de que o tocasse de fato, os lábios de se uniram novamente aos dela com urgência, selando algo que já estava ali e eles só foram teimosos demais para admitirem que não havia como não se renderem.
O beijo foi retribuído com entusiasmo e tudo simplesmente parecia certo. Era o que bastava.
As mãos dele foram para o rosto dela, segurando com uma certa delicadeza, acariciando antes de se direcionarem para o fecho do vestido da mulher. não hesitou em desatá-lo e, abrindo um sorriso sapeca, fez o mesmo com o botão da calça dele.
Trocando olhares cúmplices, ela se livrou do vestido e ele se libertou finalmente das calças.
Os lábios dela foram pressionados novamente pelos dentes enquanto o olhar ficou preso na cueca boxer preta que o homem usava, guardando ali o objeto de desejo que imediatamente fez sua boca salivar.
não estava diferente. não usava sutiã por baixo do vestido, apenas a calcinha de renda azul clara, tão pequena que deixava sua bunda ainda maior.
Ele não disfarçou ao lamber os lábios, indeciso entre envolver os seios perfeitos da mulher com a boca ou se afundar no meio das pernas dela.
Caramba, não dava nem pra acreditar que estava ali, o olhando desejosa, ansiando pelos próximos toques.
— Puta que pariu — os dois soltaram, em uníssono, e acabaram rindo por isso, então voltaram a se beijar com vontade.
As mãos de criaram vida própria, explorando cada lugar alcançável de seu corpo, acariciando, descobrindo onde ela gostava mais e se atentando a cada reação.
apertava as pernas quando ele descia pela barriga dela, e perto do umbigo um suspiro sôfrego escapou, o que o fez anotar mentalmente o desejo de experimentar lamber aquela região.
Ela também desfrutava de cada pedacinho daquele homem, cravando as unhas em suas costas, arranhando toda a sua extensão, seguindo até a bunda dele e apertando, arrancando mais uma risada rouca.
Os lábios de desceram pela lateral do rosto de , beijando lentamente, aproveitando o cheiro gostoso do pescoço dele, seguindo para o peitoral, onde ela passou a língua devagar até chegar ao abdômen.
até parou o que fazia para soltar um gemido baixo, observando atentamente quando a mulher continuou o lambendo. Seu quadril até se moveu involuntariamente e seu pau latejou ainda mais.
Puta que pariu, ela o deixaria mesmo completamente louco.
E como se, dessa vez, fosse ouvindo seus pensamentos, os dentes dela rasparam o cós da cueca, o envolvendo e puxando para logo em seguida soltar, num estalo delicioso contra sua pele.
… — gemeu torturado, não sabendo se conseguiria ficar se aguentando por muito tempo.
— Me diz o que você quer, senhor . — Os olhos dela brilharam em sua direção, a expressão marota presente em suas feições.
— O que eu quero, ? — A excitação falava por ele e seu olhar pegava fogo. — Eu quero foder você inteira.
As pernas dela vacilaram ao ouvir aquilo. Então se inclinou para levar uma mão até o pescoço da mulher, num sinal mudo para que ela se levantasse.
Dessa vez, os dois mantiveram os olhares cheios de desejo fixos um no outro e seguiu de bom grado até a cama, rindo numa mistura de nervosismo e excitação quando ele a deixou nela.
Seria muito difícil esquecer a visão daquela mulher deitada em seus lençóis, com os seios livres e os bicos eriçados, as pernas se apertando uma na outra e a expressão travessa sempre ali.
Se posicionando em cima dela, mas sem deixar que seu peso a pressionasse, aproximou seu rosto do colo de e foi a vez dele de passar a língua devagar em sua pele, degustando do vão entre os seios, descendo até a barriga e subindo de novo.
gemeu alto quando ele sugou seu seio esquerdo com vontade, lambendo a auréola, chupando, raspando os dentes, lhe levando completamente à loucura.
Arranhou as costas dele com força, guiando novamente as mãos até a boxer e não hesitando dessa vez em puxar a peça para baixo. Fazer com que ele se livrasse dela de uma vez era uma prioridade.
Se afastando para passar a cueca pelas pernas e atirar em um canto qualquer, aproveitou para provocar a mulher mais uma vez, dando um beijo singelo no baixo ventre e sorrindo torto quando se contorceu.
Suas duas mãos seguraram o elástico da calcinha dela, uma de cada lado, e o olhar de dizia claramente que ele poderia rasgá-la se quisesse, assim ficariam quites quanto a peças de roupas destruídas. No entanto, decidiu passar a peça pelas pernas dela numa lentidão torturante, roçando os dedos em sua pele, suspirando com a capacidade que ela tinha de fazê-lo queimar mesmo quando as provocações partiam dele.
Mais uma vez, o homem parou para observar a mulher, agora inteiramente exposta, em sua frente. reprimiu um desejo primitivo de cruzar as pernas para esconder sua intimidade. O olhar de já tinha a capacidade de devorá-la e seu corpo inteiro estava arrepiado, latejando, implorando por mais toques dele.
— Gosta do que vê, senhor ? — A resposta estava estampada nas feições dele, mas, ainda assim, queria ouvir.
— Desde a primeira vez, .
Ela não sabia se conseguiria continuar o ouvindo falar daquela forma e tentava ignorar a adolescente dentro de si que queria sair gritando e rindo feito idiota.
Continuou deixando o desejo falar mais alto, sem pensar no dia seguinte e nas consequências de tudo o que acontecia naquele momento.
— É tudo seu. — Num rompante, as palavras foram ditas e sorriu, enquanto seus olhos passeavam pelo corpo todo de .
Usando a mão direita, ele por fim tocou o tornozelo da mulher, o trazendo para perto de seu tronco e fazendo se inclinar um pouco para ver o que aconteceria.
Os olhos dela se reviraram nas órbitas quando depositou um beijo no peito de seu pé, passando os lábios até o tornozelo, beijando de novo e repetindo os gestos enquanto traçava um caminho até o joelho.
… — não sabia se queria mais provocações como aquela. A cada segundo, sua boceta implorava mais para tê-lo dentro de si e ela não conseguiria se segurar por muito mais tempo.
Ela praticamente viu estrelas quando os beijos chegaram à parte interna de sua coxa e abriu as pernas quase involuntariamente, se expondo toda para ele, sentindo que estava tão excitada que chegava a escorrer lubrificação até sua bunda.
, por favor… — implorou, gemendo baixinho quando a língua dele tocou sua virilha e a respiração quente do homem atingiu seu clítoris inchado.
tentava parecer firme, mas também estava a ponto de enlouquecer. A visão dela deitada, toda entregue e pingando de tesão era muito melhor do que qualquer sonho ou ilusão que ele já havia tido.
Não perguntou pelo que implorava ou deu qualquer sinal do que faria a seguir. Ele tomou a boceta de com os lábios, passando a língua por toda a sua extensão, como havia feito com seus dedos momentos antes, e sugou o clítoris devagar, atento a cada sinal que o corpo da mulher dava.
— Puta que pariu. — A exclamação escapou sussurrada e o incentivou a chupar com mais gosto, sentindo sua boca salivar mais com o sabor daquela mulher.
Não era doce, na verdade, mas era delicioso e o fez querer mais.
Segurando nas coxas dela com as duas mãos e apertando, sentiu as unhas dela tocarem sua nuca e puxarem seus cabelos com afinco, empurrando a cabeça dele. O homem aproveitou para deslizar a língua com mais vontade, lambendo o clítoris com movimentos circulares e alternando com chupadas, descendo até a entrada da mulher e ameaçando socar a língua ali.
O corpo dela estremecia cada vez mais, espasmos se espalhavam e sentia que não seria mais a mesma depois de estar daquele jeito com aquele homem. a chupava tão gostoso que ela mal conseguia conter os gemidos de prazer, que ficavam cada vez mais altos.
queria socar a língua bem fundo na boceta dela, porém seu pau latejava tanto que a excitação dele melou sua cueca e ele sabia que precisava estar dentro daquela mulher.
… — Outra vez o tom suplicante estava presente, porém não quis mais nenhuma resposta. — Me fode de uma vez, vai.
Como ele recusaria aquilo?
Só se fosse louco.
Afastando seu rosto do meio das pernas dela, lambeu os lábios e se levantou para finalmente tirar sua cueca e pegar um preservativo.
Honestamente, o homem não imaginava que faria aquilo outra vez, ainda mais com uma mulher como .
A ereção pulou pra fora assim que se viu livre da cueca e percebeu umedecer a boca, apreciando até demais aquela visão.
vestiu o preservativo e deslizou a mão por todo o comprimento de seu pau, repetindo o gesto de novo, e de novo, fazendo um vai e vem tão delicioso que estremeceu em espasmos assistindo.
Sem conseguir esperar mais, ela se ajoelhou na cama, venceu a distância que havia entre os dois e puxou o homem, o fazendo cair deitado na cama para que montasse em cima segundos depois.
Surpreso e ainda mais excitado, riu de forma rouca, mas aprovou o gesto e deixou que a mulher guiasse suas mãos até a cintura dela, apertando sua pele com vontade assim que teve chance.
Mordendo a boca, louca de expectativa, segurou o pau do homem pela base, estremecendo com o quanto ele era quente e o vendo ter uma reação similar. Ela então o direcionou até sua boceta e pincelou algumas vezes, esfregando a cabecinha em seu clítoris, ameaçando chegar até a entrada e rebolando devagar.
Quando abriu a boca para protestar, sorriu ladina e então o colocou novamente em sua entrada, descendo devagar e revirando os olhos de prazer ao senti-lo a abrindo todinha.
Era diferente de tudo o que ela já tinha provado antes. A forma como seus corpos foram se encaixando, a respiração forte dele batendo contra sua pele, o cheiro gostoso que ele exalava.
Ao senti-lo por inteiro dentro dela, gemeu alto, precisando de alguns segundos para se recuperar e aproveitando para juntar seus lábios aos dele, iniciando um beijo que logo precisou ser interrompido porque apertou a cintura dela com vontade, trazendo o quadril da mulher para cima e depois para baixo, se atolando dentro dela com mais intensidade.
Caramba, se aquela era a definição de loucura ou pecado, ele não se importava em incendiar no inferno.
Repetiu o movimento, sentindo que as unhas delas se cravaram em seus ombros e foi guiando as cavalgadas da mulher em cima de si.
foi rebolando com intensidade, adorando sentir o pau dele tocando cada centímetro de sua boceta, descobrindo aos poucos o ritmo perfeito para os dois.
Estavam abraçados, os lábios unidos, o suor escorrendo e os corações batendo acelerados.
Os movimentos ganharam mais intensidade, foi quicando com mais velocidade e seus peitos pulavam de um jeito delicioso, o que atraiu a atenção de e o fez cair de boca neles segundos depois.
Sugando o mamilo direito dela com intensidade, ele movimentou o quadril de forma tão intensa que dava para ouvir o som da bunda dela batendo contra seu quadril.
— Ai, caralho, que pau gostoso — se viu dizendo, completamente descontrolada, e o grunhido alto que soltou deixou claro que havia adorado ouvi-la falar daquele jeito. — Isso, soca assim.
subiu a boca até o ouvido dela e usou uma mão para segurar sua nuca , então colocou mais intensidade, metendo com força, arrancando gemidos deliciosos da boca da mulher.
— Assim? — A pergunta ecoou, seguida de mais um grunhido rouco contra o ouvido dela.
— Assim mesmo — soltou, manhosa.
— Então rebola mais pra mim, senhorita . Faz o meu pau sentir cada pedacinho dessa boceta deliciosa.
Prontamente, ela atendeu, rebolando enquanto o sentia tocar bem fundo, a levando cada vez mais à loucura conforme os segundos passavam.
O quarto inteiro parecia pegar fogo. O calor era simplesmente infernal, mas aquilo não tinha a menor importância para eles naquele momento.
Em um movimento rápido, segurou as pernas de com firmeza e inverteu as posições. Então aproveitou para fazer a mulher se entrelaçar ainda mais nele e foi metendo com mais força, adorando ouvir o barulho que seu pau fazia ao tocar bem fundo na boceta dela.
estava tão encharcada que conseguia se sentir escorrer até os lençóis e não parou de rebolar, o que só deixava a penetração ainda mais gostosa.
Seus corpos exibiam sinais de fadiga, porém os movimentos só se intensificaram.
lambeu o pescoço de , sugando a pele dela e afundando o rosto ali pra continuar gemendo rouco a cada estocada.
As pernas dela estavam enroscadas na cintura dele e a mulher se movia de encontro, fazendo seu clítoris se esfregar nele e aumentando o prazer que sentia.
Contrações foram se espalhando pelo corpo de e ela soube que estava muito perto. Suas unhas se cravaram nos ombros de e seus quadris se moveram mais intensamente.
— Eu vou gozar, … — avisou, sentindo que o homem aumentou ainda mais a intensidade das estocadas, fazendo até mesmo a cama se mexer junto aos seus corpos.
A boceta de se contraía cada vez mais, trazendo uma sensação de tesão tão grande que o homem soube que não conseguiria aguentar quando ela gozasse.
— Então goza pra mim, .
Aquilo foi a deixa para que a mulher se entregasse por fim.
Revirando os olhos nas órbitas, estremeceu com ainda mais intensidade, seu tronco se curvou para cima e ela soltou gemidos mais altos e totalmente satisfeitos.
O mundo tinha parado ao seu redor, pontos de luz brilharam diante de seus olhos e, outra vez, a vontade de gargalhar surgiu, porém ainda não tinha gozado, e, por isso, ela continuou se movendo.
Direcionou a boca para um dos ombros dele, então mordeu forte, mas não o suficiente para machucá-lo, e pediu bem manhosa.
— Goza pra mim também, senhor .
Voltando a socar com força dentro dela, a sentiu se contrair de novo, dessa vez propositalmente, e grunhiu alto, também tremendo feito um pouco e explodindo num ápice intenso. Seu líquido preencheu a camisinha rapidamente e o homem chegou a ficar um tanto tonto devido à intensidade de tudo aquilo.
Totalmente ofegante ele desabou sobre ela, sem depositar o peso ou sair de dentro de . Era como se, depois daquilo, nunca mais fosse se sentir o mesmo.
Afastando apenas o rosto para encará-la, percebeu que prendia o riso, algo que lhe fez sorrir e não se aguentar segundos depois.
As gargalhadas dos dois preencheram o ambiente, os olhos jamais se desgrudaram e milhares de frases não ditas pairaram no ar, mas cada uma delas teria a sua oportunidade.
Nos andares de baixo, algumas pessoas deram falta de e , mas aquele momento não era sobre elas. Era sobre um candidato a senador quebrado pela perda e uma estudante de direito marcada por traições. Era sobre como o caos de um ardia em chamas na presença do outro. Era sobre a luz trazida em meio às trevas e sentimentos que a partir daquele momento seriam vividos como mereciam ser.


Capítulo 12 — Forelsket

“A euforia sentida ao se apaixonar pela primeira vez”.

O perfume amadeirado misturado a algumas notas de uísque foi a primeira coisa que sentiu quando sua consciência foi retomada aos poucos. Não fazia ideia de quando havia adormecido e, por alguns segundos, chegou a se questionar onde estava, porém rapidamente sua pergunta foi respondida quando seus dedos se fecharam na textura macia dos lençóis.
Um turbilhão de lembranças tomou conta de si. Lembranças onde existiam toques desesperados, respirações falhas e seu nome em meio a gemidos intensos que não havia como não serem reais.
Sentiu o rosto esquentar num misto de um certo constrangimento por não saber o que aconteceria dali pra frente e a excitação causada por todas as lembranças.
Era clichê demais dizer aquilo, porém, de fato, ninguém havia a feito se sentir daquela forma. Não como era capaz de fazer. Suspeitava de que se um dia o tivesse, não conseguiria apagá-lo de sua pele e depois daquela noite a certeza veio.
A sombra de um sorriso se formou em seus lábios e, antes mesmo que pudesse se conter, suas mãos tatearam devagar e percorreram o lençol até o lado direito da cama, ansiosas para sentirem a presença de . Ao mesmo tempo, seus olhos não aguentaram esperar pelo mistério ser desvendado e se abriram. A claridade lhe incomodou, porém aquilo deixou de ser importante quando se deparou com as íris azuis a encarando intensamente.
Não havia como aquilo tudo não ser real, mas, ainda assim, seu coração disparou dentro do peito, deixando ainda mais clara a sua consciência.
Um sorriso se formou nos lábios do homem e, por um momento, se questionou se os seus batimentos não estavam altos o suficiente para que ele pudesse ouvir. No entanto, se aquilo não entregasse seu estado, o rubor em seu rosto entregaria. Ou quem sabe a forma abobada como ela sorriu de volta para .
— Bom dia. — A voz dele estava um tanto mais rouca que o normal e a constatação trouxe arrepios por todo o corpo de .
— Bom dia, senhor . — Ela continuou o encarando. Seus olhos passearam por cada traço do rosto de e a mulher se perguntou mentalmente o que ele pensaria se ela o acariciasse como, de repente, desejou fazer. — Há quanto tempo você está aí me olhando? — Franziu um pouco o cenho numa tentativa frustrada de fingir que aquilo a incomodava quando na verdade era o completo oposto.
conteve uma careta de quem havia sido pego em flagrante.
— Acabei de acordar também. — Porém a forma como continha outro sorriso fez estreitar os olhos ainda mais.
— Não acabou, não. — Ela riu e o ouviu acompanhá-la segundos depois. — Tudo bem, me pegou. Já faz algum tempo, mas você estava dormindo tão bem que não quis incomodá-la.
Foi impossível controlar a expressão derretida de ao ouvir aquilo.
— Você nunca me incomoda, . Não consigo imaginar um jeito melhor de acordar do que aqui com você. — A sinceridade em suas palavras fez com que um rubor se espalhasse por seu rosto.
ainda temia se expor demais depois de tudo o que havia lhe acontecido. No entanto, quando se tratava de , toda a sua prudência simplesmente escorregava por seus dedos. Não importava o quanto tivesse tentado se controlar durante todo aquele tempo, no fim das contas, sabia que acabaria se entregando a todos os sentimentos causados pelo homem.
Não havia como resistir. As palavras simplesmente escorregavam de seus lábios. Seu corpo denunciava cada uma de suas reações a ele e naquele momento não poderia ser diferente. Não com tão próximo a ponto de fazê-la sentir o calor do corpo dele. E só de pensar no quanto era gostoso o contato da pele de na sua, ruborizou ainda mais.
não tinha ideia do quanto o senador estava sedento em observar cada uma de suas reações. Desde o momento em que havia acordado e se dado conta de realmente estar ao lado dela e de todos os acontecimentos da noite anterior, sentiu que não poderia mais perder nenhum segundo. Já havia desperdiçado tempo demais lutando contra seus sentimentos.
Quem poderia imaginar que a jovem admirando seu piano poderia trazê-lo de volta à vida? Era como se, de repente, tudo ganhasse cor novamente e, no fundo, sabia desde o começo que não haveria mais volta.
Como havia feito um tempo atrás, o homem pensou em se levantar para preparar um café da manhã para , no entanto, se viu completamente preso na serenidade dela enquanto dormia. Não havia um cenário sequer em que a jovem não prendesse sua atenção. Ela era tão linda que lhe faltavam palavras.
O candidato se perdeu em pensamentos ao observá-la dormir. Teve vontade de sentir mais uma vez a maciez de sua pele, no entanto, não o fez. Não poderia invadir o espaço dela durante seu sono, mesmo com tudo o que havia acontecido na noite passada.
E, mais uma vez, acabou se perdendo nos olhos dela e no som delicioso de suas palavras ao dizer que ele jamais a incomodava. A voz de estava afetada pelo sono e seu rosto um tanto borrado pela maquiagem, e ainda assim ela estava linda.
Talvez realmente aquela mulher o tivesse enfeitiçado.
? — A ouviu chamá-lo e, sem fazer ideia de quanto tempo ficou imerso nos próprios pensamentos, ele acabou sorrindo mais uma vez.
— Desculpe. Você é tão linda que acabei me perdendo aqui a observando — acabou confessando.
— Olha só quem fala. Ainda tá difícil de acreditar que acordei aqui ao seu lado. — E mais uma vez a vontade de tocá-lo a atingiu.
Sem nem mesmo se dar conta, se moveu um pouco na direção dele. Os dois haviam se virado de frente um para o outro para que pudessem se encarar devidamente e não faltava muito para que seus corpos se tocassem mais uma vez.
franziu o cenho e fingiu estar indignado.
— Tá difícil, é? Posso mostrar de novo o quanto tudo isso é real, . — O comentário foi seguido de um pequeno sorriso de canto, o suficiente para fazer o coração de acelerar mais uma vez, enquanto arrepios percorreram por seu corpo.
Novamente, a mulher se moveu para mais perto dele.
— Desse jeito, eu vou querer que me mostre a todo o momento, . — Mordeu o lábio devagar, o que atraiu o olhar do homem diretamente para sua boca.
— Bom saber que queremos as mesmas coisas. — venceu o restante da distância entre eles e a trouxe para ainda mais perto de si.
Um suspiro de surpresa e ao mesmo tempo alívio escapou dos lábios dela quando seus corpos se tocaram. Era uma verdadeira tortura estar tão perto do homem sem tocá-lo e, sinceramente, não sabia o motivo de sua hesitação minutos atrás. estava mesmo ali, todos os acontecimentos da noite anterior eram reais e ele lhe dava todos os sinais de que era apenas o início.
Os pensamentos de se nublaram completamente quando tocou seu rosto com uma das mãos e a guiou para que enfim seus lábios se unissem em um beijo que iniciou calmo e tão gostoso que a mulher acabou suspirando mais uma vez.
Era absurdo como aquele homem conseguia fazer seu corpo se esquentar ainda mais ao abraçá-la daquele jeito. Não precisava de muito para causar aquela reação em , no entanto, o contato entre suas peles lhe dava a impressão de que a qualquer momento entraria em combustão.
Os dedos dela o tocaram no braço e subiram pelos músculos evidentes. Sem se conter, raspou as unhas por ali e se deliciou ao receber uma reação imediata dele. grunhiu baixo contra os lábios dela e aprofundou o beijo, a apertou ainda mais contra si e devorou sua boca como se não tivesse intenção alguma de se afastar.
Ele estava inundado por ela e ainda assim sedento. O cheiro bom dos cabelos de poderia permanecer para sempre em suas narinas, assim como aquela sensação gostosa de suas unhas arranhando devagar sua pele, subindo até seus ombros para então se fincarem na região.
Mais um grunhido escapou e, mesmo não querendo separar seus lábios dela, ele o fez para encará-la com uma intensidade tão grande que sentiu o ar falhar.
Como era possível aqueles olhos ficarem brilhantes daquele jeito?
Não importava. Encará-los poderia facilmente entrar para uma das coisas que a mulher mais gostava de fazer.
Depois de beijá-lo, é claro.
E ela o teria feito se não tivesse tocado em seu rosto mais uma vez, para logo em seguida acariciar a bochecha direita da mulher.
Prestando atenção em cada detalhe, desceu até o queixo de , dedilhando sua pele macia. Subiu para a lateral e voltou pela maçã do rosto, então traçou um caminho para a boca dela, a fim de sentir a textura macia de seus lábios.
Caralho, ela era perfeita.
Não importava que abaixo de seus olhos houvessem sardas pequenas, visíveis apenas quando se encarava a mulher de muito perto.
Não importava que tivesse uma cicatriz no canto do lábio superior, ou que houvesse uma pinta dentro do olho direito dela.
Ela era perfeita.
jamais imaginou que seria sortudo a ponto de encontrar a mulher perfeita duas vezes em sua vida, mas aconteceu.
O pensamento fez um sorriso bobo brotar em seus lábios.
— O que foi? — perguntou, curiosa ao notar a expressão.
— Só pensei na sorte que eu tive quando você apareceu na minha vida.
se sentiu derretida por dentro. O fôlego escapou por alguns segundos e ela riu baixo quando um rubor atingiu seu rosto.
— Você não pode me dizer essas coisas, . Eu acredito.
— Mas é claro que eu posso. A ideia é você acreditar mesmo. — Ele continuou a encarando sem disfarçar nem um pouco o encantamento e, porra, era tão bom não precisar mais se controlar.
… — Um suspiro escapou dos lábios dela e mais uma vez um rubor se formou em suas bochechas.
Sem conseguir conter outro sorriso maravilhado, riu baixinho e escondeu o rosto na curva do pescoço dele, em um gesto que achou simplesmente encantador.
— O que foi? — Riu junto a ela e deslizou suas mãos pelas costas de , ameaçando adentrar a parte coberta pelo lençol.
— Achei que não era possível me apaixonar mais por você, mas já vi que estava enganada — murmurou contra o pescoço dele, o que tornou sua voz um tanto abafada.
Ainda assim, o candidato entendeu cada uma das palavras e foi sua vez de sorrir abobado.
Num gesto delicado, tocou o queixo de , a fazendo encará-lo mais uma vez.
— Eu me sinto assim a cada vez que olho pra você, senhorita . E é bom pra caralho poder dizer isso.
Os dois riram de forma cúmplice e ao mesmo tempo aliviada por aquela constatação.
Sem conseguir pensar em uma resposta, até porque não era mesmo necessária, embrenhou uma das mãos nos cabelos de , sentindo a maciez dos fios por entre seus dedos, e se inclinou para beijá-lo mais uma vez.
já ansiava por aquele contato e não hesitou em retribuir, grunhindo baixo quando sua língua tocou a dela. Iniciou uma carícia gostosa enquanto a mão dele seguia até a cintura dela e a apertou devagar.
De imediato, o calor emergiu do local onde o homem a tocava e se espalhou por todo o seu corpo, a fazendo ofegar entre o beijo e puxar de leve os cabelos dele. Seu corpo se moveu na direção de , buscando mais contato e a pressão dos dedos dele aumentou, até que começou a seguir para o quadril dela.
Um sorriso travesso se formou nos lábios de e ela ergueu a perna, enlaçando a cintura de , que não fez cerimônia em segurar na coxa dela, subiu até sua bunda, acariciando e voltou a descer pela coxa.
queria mais. Era impossível não querer mais quando se tratava daquele homem. E foi por isso que, sem pensar duas vezes, ela subiu em cima de , se encaixando perfeitamente no quadril dele e se esfregou devagar na ereção que já havia se formado.
Adorava saber que o afetava daquela forma.
quebrou o beijo para encará-la de forma intensa. Segurou nos quadris da mulher e grunhiu mais uma vez ao senti-la se esfregar de novo.
— Porra, assim você vai acabar comigo, senhorita . — Os olhos dele queimaram de excitação e, mais uma vez, sorriu travessa.
— Ah, vou? Mas eu nem comecei ainda, senhor . — Mordeu a boca e rebolou com mais intensidade sobre ele. Com o gesto, ela precisou se controlar para não gemer. Sua intenção era deixá-lo louco, mas também acabava afetada.
soltou uma risada rouca e segurou nos quadris dela com mais firmeza com uma mão, enquanto que com a outra tomava impulso para se sentar sem que a mulher saísse de seu colo.
A nova posição aumentou ainda mais a fricção entre seus corpos e o fato de que os dois não vestiam absolutamente nada tornava aquilo tudo ainda mais torturante e gostoso.
Ela voltou a se esfregar contra ele, rebolando com mais vontade e subiu a mão que estava no quadril dela por suas costas até chegar à nuca de para logo em seguida enlaçar os cabelos dela e puxá-los, expondo o pescoço da mulher para que pudesse beijar sua pele com vontade.
— Assim é você quem vai me deixar louca. Mas não estou reclamando, não. — deixou escapar um gemido baixo e continuou rebolando contra dele, tendo certeza de que o homem conseguia senti-la ficar cada vez mais molhada e pronta para ele.
Os lábios de exploraram o pescoço dela com mais vontade, sua língua deslizou na pele quente e ele sugou devagar bem próximo à orelha dela, a fazendo arrepiar. O homem então fez um caminho lento até o queixo e passou a língua até os lábios da mulher, que fez questão de passar as unhas por toda a extensão das costas dele e pressioná-las em seus ombros.
— Eu preciso de você, . — O pedido não precisava ser dito, mas ela fez questão daquilo porque queria ver a expressão do homem, ainda mais quando rebolou mais uma vez e fez pressão contra a ereção dele.
— Caralho, … — A voz dele ecoou rouca em meio a um gemido e buscou os lábios da mulher com os seus, a beijando com intensidade enquanto sua mão deixou de tocá-la para tatear a cômoda ao lado, buscando um preservativo.
Antes que ele pudesse fazer qualquer movimento para colocá-lo, rompeu o beijo para tirá-lo de sua mão.
— Deixa que eu faço isso, senhor . — E mais uma vez a expressão ladina estava ali.
se encostou na cabeceira da cama e fez questão de se livrar completamente dos lençóis em volta deles para logo em seguida encarar a mulher cheio de expectativa.
adorou a forma como o homem foi acompanhando cada um de seus movimentos, desde o instante em que ela se colocou de joelhos até sua mão esquerda tocar a coxa dele.
Mais um gemido rouco escapou dos lábios de quando as unhas dela arranharam a pele do homem e ele se remexeu quando subiram até a virilha, ameaçando seguir até a ereção pulsante. Só de ver o quanto ele estava duro aumentava ainda mais sua vontade de tocá-lo.
Em vez de fazê-lo, no entanto, subiu as unhas pelo abdômen dele, tendo a certeza de que não cansaria jamais de sentir o quanto o candidato era gostoso.
então se inclinou, de forma que sua bunda ficou bem empinada. A visão fez o homem pulsar ainda mais e precisar se controlar para não tocá-la, pelo menos não naquele momento, porque ele queria ver o que ela pretendia.
Qualquer raciocínio que tenha se formado dissipou quando sentiu os lábios de tocarem a parte interna de sua coxa.
— Puta que pariu. — Não soube se realmente soltou aquelas palavras ou se foi um eco em seus pensamentos, e também não teve chance de tentar descobrir porque logo em seguida foi a vez da língua dela lhe tocar e subir num caminho lento e torturante até sua virilha. — … — Seu tom soou como uma advertência.
— Que foi? — Ela provocou, soltando uma risadinha baixa que espalhou arrepios nele.
— Você sabe muito bem o que foi. — Tentou rir de volta, mas seu estado de excitação quase o fazia implorar.
— Me fala o que quer, senhor .
A vontade dele foi fazê-la virar aquela bunda empinada deliciosa na direção dele para mostrar o que queria, mas era ela que mandava e ele a deixaria dominá-lo quantas vezes desejasse.
— Quero sentir essa boca gostosa me chupando por inteiro, . — Não hesitou em responder e mais arrepios percorreram o corpo dela.
Só de ouvir o homem falando daquele jeito ela sentia o tesão aumentar mais.
— E eu quero te ouvir gemendo o meu nome enquanto eu te chupo, — retrucou, arrancando outro grunhido dele, que ficou mais alto quando os dedos dela envolveram a ereção de , acariciando de cima a baixo.
o encarou fixamente ao se aproximar e sua língua passou devagar pela cabecinha, deslizou por toda sua volta, desceu pela extensão e subiu logo depois para que seus lábios sugassem a glande e fizessem uma pressão gostosa. Em resposta ao ato, se contorceu e moveu o quadril na direção dos lábios da mulher, que sorriu travessa e voltou a sugá-lo de uma forma lenta e torturante.
… — o homem ofegou, tendo a certeza de que o intuito dela era justamente aquele, fazê-lo grunhir o nome dela de todas as formas possíveis.
Obedientemente, ele atenderia a todos os desejos dela.
Satisfeita e precisando de todo o seu autocontrole para conter a excitação ao ouvi-lo dizer seu nome daquela forma, por fim o envolveu em sua boca, colocando-o até onde conseguia e apertou um pouco as bochechas para aumentar a pressão. não conteve outro grunhido e ela o tirou por inteiro para logo em seguida voltar a chupar toda a sua extensão.
O ritmo continuava lento e aquilo deixava cada vez mais fora de si. Ele repetiu o nome dela outra vez, e outra, até não resistir mais e levar uma das mãos até os cabelos de para empurrar a cabeça dela de encontro ao seu quadril gentilmente, num pedido mudo para que a mulher acabasse com aquela tortura.
Sem querer provocá-lo demais a ponto de terminar com a diversão antes da hora, cedeu e colocou mais intensidade em seus movimentos, iniciando um vai e vem gostoso e ditado pela própria mão dele em seus cabelos.
Uma das mãos da mulher o segurou pela base para auxiliar nas sugadas enquanto a outra pousou na coxa de . Suas unhas vez ou outra se fincavam na pele dele, arrancando gemidos roucos.
não podia dizer que não havia sonhado em acordar e receber um boquete daqueles logo pela manhã, ainda mais se tratando de , no entanto, como na noite anterior, tudo era ainda melhor, mais intenso, mais viciante.
— Porra, … — Sua voz ecoou outro gemido quando, mais uma vez, a mulher apertou suas bochechas, o que fez seu pau pulsar com mais intensidade.
sabia que se a mulher continuasse com aquela brincadeira, ele acabaria explodindo na boca dela, e naquele momento não era o que desejava, então aumentou o aperto nos cabelos dela, em outro sinal mudo para que parasse o que fazia. Imediatamente, entendeu do que se tratava e o tirou lentamente de sua boca em uma última sugada lenta.
Seus olhos haviam ficado fixos no homem o tempo inteiro, até mesmo quando ele espremia os seus e se contorcia de prazer e ela não sabia dizer o que era mais irresistível, se era aquela cena ou a forma como o olhar de faiscou em sua direção quando mordeu os lábios inchados.
Com mais um sorriso ladino, a mulher se inclinou, alcançando a boca dele com a sua e iniciou um beijo intenso e voraz. não hesitou em corresponder, devorando os lábios dela e estava prestes a puxá-la para seu colo, quando soltou uma risada baixa e o afastou.
só entendeu do que se tratava quando ouviu o barulho do pacote da camisinha se rompendo e acabou rindo por de repente nem ter se tocado de um detalhe como aquele. Não estava surpreso, no entanto, era o efeito daquela mulher sobre si.
Sem fazer mais cerimônias, o vestiu e, ao constatar que estava devidamente protegido, retomou ao gesto interrompido.
Outra risada da mulher ecoou pelo quarto quando se viu sendo puxada para o colo dele e se deixou levar. Encaixou seu quadril no dele e mordeu os lábios quando posicionou seu pau na entrada dela.
A expectativa a fez gemer de frustração quando, em vez de penetrá-la com força, o homem simplesmente a pincelou devagar, esfregou o clitóris dela e fez o caminho até a entrada só para repetir tudo logo em seguida.
sabia que ele estava devolvendo suas provocações e soltou um gemido manhoso porque já havia visto como aquilo o afetava.
, eu preciso de você — repetiu no mesmo tom manhoso e segurou os ombros dele com as duas mãos.
As de estavam em seus quadris e ele os apertou com força para finalmente empurrá-la contra si e entrar todo de uma vez dentro dela.
Grunhidos escaparam em uníssono, alguns segundos foram necessários para que ambos se acostumassem com as sensações, então fez com que ela subisse para sair quase por inteiro e voltar com intensidade.
O gesto se repetiu, as unhas de se fincaram nos ombros do homem e ela passou a rebolar com vontade, quicando no colo dele. Os gemidos ficaram mais frequentes, as respirações cada vez mais falhas.
sentiu o suor escorrer por suas costas, porém não deu importância àquilo, principalmente quando sentiu, mais uma vez, os lábios de em seu pescoço. O homem explorou sua pele com vontade, aproximou sua boca do ouvido dela e continuou a soltar grunhidos e gemidos roucos intercalados com o nome dela e uma porção de palavras desconexas.
O corpo dela parecia prestes a entrar em combustão a qualquer momento, o calor era tanto que seus cabelos ficaram molhados e tudo o que queria era sentir os puxando mais uma vez.
— Puxa o meu cabelo, . — Não havia vergonha alguma ao soltar o pedido, apenas a excitação que tomava conta de si.
riu baixo com aquilo, havia adorado saber o quanto ela gostava e atendeu prontamente.
O puxão nos cabelos era o suficiente para que causasse uma dor prazerosa à mulher e o tesão aumentou, a fazendo rebolar com mais vontade. Os movimentos faziam com que ela esfregasse o clitóris nele enquanto quicava e ouvir continuar gemendo rouco daquela forma a deixava completamente fora de si.
sentiu que não faltava muito para atingir o ápice e isso a fez intensificar ainda mais as reboladas. , percebendo, passou a se mover de encontro ao quadril dela. O barulho de seus quadris se chocando foi ampliado e os estimulou ainda mais.
O puxão nos cabelos dela ganhou mais força, apertou as pernas ao redor dele e quando tudo explodiu em milhares de estrelas, a pressão que fazia no pau dele aumentou ao mesmo tempo em que um gemido prolongado e satisfeito ecoou dos lábios dela.
Poucas estocadas depois, o homem também se entregou ao ápice e gozou intensamente. Seu corpo tremeu em espasmos deliciosos e ele poderia sentir aquilo pelo resto da vida.
Porra, aquela mulher era viciante. Ele não queria mais se afastar do calor dela.
Uma das mãos dele subiu até o rosto de e afastou uma mecha de seus cabelos, então o candidato a puxou para um beijo calmo, apenas para apreciar a sensação da boca dela na sua.
Quando o beijo se encerrou, ele levou os lábios até a lateral do rosto dela, dando selinhos ali e seguindo até a curva do pescoço da mulher.
Mal tinha acabado e já queria começar tudo outra vez. No entanto, o som de seu celular tocando despertou os dois para a realidade.
Por alguns segundos, se recusou a voltar para ela e ignorou o toque irritante. Já tinha até uma ideia de quem era.
— Não vai atender? — A voz de ecoou ainda ofegante e afetada.
— Não quero. — A resposta dele a fez rir.
— Mas você precisa. E eu preciso ir pra faculdade.
— Serei uma pessoa ruim se disser que não quero que você vá? — brincou ao se afastar o suficiente para encará-la.
— Não porque eu também não quero. — riu mais uma vez. — Mas eu realmente preciso. Estamos perto das provas. — Fez uma careta, que retribuiu em seguida.
— Ok. Contra isso não dá pra argumentar. — Foi a vez dele rir.
— Bobo. — negou com a cabeça e lhe roubou mais um beijo. — Agora me deixe ir.
A forma como sorriu em direção a ela comprovou o quanto realmente ele estava bobo pela mulher.
Sem contestar mais, a deixou levantar da cama e a observou vestir as roupas da noite anterior.
— Até mais, senhor . — piscou em sua direção antes de se esgueirar para fora do quarto.
— Até mais, senhorita . — Ele retribuiu.
Por alguns segundos, continuou encarando a porta do quarto, com a mesma cara de bobo, enquanto recordava de todos os acontecimentos.
Era como se estivesse em um sonho bom desde que ela havia entrado em sua vida.
E ele definitivamente não queria acordar.


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ainda ouviu seu celular tocar pelo menos três vezes depois que deixou o seu quarto, no entanto, ele não estava com a menor vontade de atender. Naquele momento, o homem se sentia em paz demais para ouvir o que Todd queria e sabia muito bem que não se tratava de nenhum compromisso, pois havia deixado bem claro ao seu assessor que devia deixar sua agenda liberada durante a manhã. Era sempre assim quando tinha algum evento indo até tarde da noite.
Tinha vontade de passar o restante do dia deitado em sua cama, porém, depois que havia saído, não haveria muita graça em ficar ali sozinho.
O pensamento fez negar com a cabeça, enquanto soltava uma risada baixa de si mesmo.
Quem diria que voltaria a se sentir daquela maneira? Quem diria que mesmo tendo o cheiro daquela mulher impregnado em seus lençóis ele ainda ansiaria vê-la atirada neles mais uma vez?
Soava como um idiota apaixonado ao pensar que era a melhor coisa que havia lhe acontecido, porém era a mais pura verdade e, no fundo, ele não se importava.
Deixando o sorriso bobo estampado em seus lábios, resolveu se levantar e ir até a cozinha tomar café para depois, quem sabe, sair para correr um pouco.
Tomou um banho rápido, se sentindo energizado ao sair e vestiu algo leve e confortável.
Enquanto cruzava os corredores, o candidato cumprimentou alguns funcionários que faziam a limpeza da mansão e se perguntou como a festa teria se encerrado. Carter teria ficado por ali ou seguido para algum outro lugar?
Era até engraçado não saber aquele tipo de coisa. Normalmente, tinha pleno controle de tudo por ali, mas finalmente conseguiu relaxar ao ponto de também não se importar por não saber de nada.
— Bom dia, Julieta. — O excelente humor de estava evidente em sua voz e o homem riu baixinho quando a senhora, que estava virada de costas para ele, saltou de susto ao olhar em sua direção.
— Senhor , quase me matou do coração! — Ela levou uma mão ao peito, porém acabou rindo junto a ele. — Vejo que acordou de bom humor hoje. — O observou curiosa, tentando decifrar o motivo sem precisar questioná-lo.
Em noventa por cento das vezes, Julieta conseguia.
— Excelente humor. — Piscou para a senhora, que sorriu contente e seguiu até o armário para buscar as coisas que levaria até a sala de jantar. — Não precisa, vou tomar café aqui mesmo. — puxou uma cadeira ali na mesa da cozinha.
— Já falei mil vezes que levar as coisas até lá não é trabalho nenhum, querido. — Julieta negou com a cabeça;
— E eu já falei que comer sozinho naquela mesa grande não é legal. Vou ficar aqui — repetiu e a mulher suspirou, se dando por vencida.
Enquanto ajeitava tudo para , Julieta o observava de canto de olho e se segurava para simplesmente não soltar a pergunta que tanto queria fazer.
— Quer me perguntar alguma coisa, dona Julieta?
No entanto, ela havia esquecido que o homem também a conhecia como ninguém.
— Eu? Não é nada, não, senhor . — Fez um gesto de pouco caso, numa tentativa de disfarçar.
— Julieta… — Ele estreitou os olhos em sua direção, deixando claro que a mulher havia falhado miseravelmente.
Ela suspirou.
— Só estava pensando que não o via de tão excelente humor há um bom tempo. Algum motivo em especial? — Mesmo o conhecendo por todos aqueles anos, a senhora só se atrevia a questioná-lo daquela forma quando lhe dava abertura.
Julieta captou o exato momento em que um sorriso bobo surgiu nos lábios dele mesmo que tenha se disfarçado segundos depois.
Ela não insistiria em saber o motivo, mesmo tendo um palpite sobre qual era.
— Estou sentindo que as coisas estão melhorando, só isso.
sabia que Julieta não era de sair espalhando fofocas, no entanto, por hora, não sairia falando sobre seu envolvimento com , afinal, ainda precisava pensar em como falar sobre aquilo para o pai dela.
Caramba.
Ele não fazia ideia de como Charles reagiria e aquilo o assustava um pouco.
E se o homem quisesse socá-lo? Ou pior, levar para longe?
Não.
Não podia pensar naquilo. Precisava aproveitar o paraíso em que se encontrava e não deixaria mais que sua mania de pensar demais nas coisas o atrapalhasse.
— Senhor ? — Se assustou com a voz de Julieta e pela expressão intrigada da mulher aquela não era a primeira vez que o chamava.
— Desculpe, Julieta. Me perdi em meus pensamentos. — Pegou uma xícara de café cheia e bebeu alguns goles.
— Eu disse que Todd está louco à sua procura. Já ligou duas vezes para o fixo e disse que chegaria daqui a pouco aqui.
suspirou.
— Não me lembro de ter nenhum compromisso marcado para essa manhã, justamente o contrário. Por que o desespero todo?
Só esperava que não fosse nada de última hora, como o assessor tinha costume de fazer vez ou outra.
— Não faço ideia. Mas ele parecia mais nervoso que o normal.
Ouvir aquilo fez o homem franzir o cenho.
— E eu pensando que teria uma manhã de paz. — Riu, negando com a cabeça e se concentrou em tomar seu café. Não queria ser interrompido por Phillips justo durante a refeição.
— Bom, se o senhor precisar de mais alguma coisa, já sabe. — A mulher secou as mãos em seu avental e se retirou assim que viu o candidato assentir em concordância.
se deixou levar por seus pensamentos mais uma vez e puxou seu celular ao lembrar de algo que precisava fazer antes que Todd chegasse o enchendo de compromissos.
Não resistiu ao impulso de enviar uma mensagem para e voltou a se concentrar em seu café.
Assim que pousou a xícara vazia no pires, escutou os passos apressados de Julieta.
— Todd acabou de chegar.
— Ele está no escritório? — A senhora assentiu. — Ótimo, vou logo até lá ver o motivo do desespero.
O candidato então se levantou e, como de costume, levou a louça que tinha usado até a pia para lavá-la.
— Deixa isso aí, homem. Vai logo antes que seu assessor tenha um infarto.
— É sério assim? — arqueou uma sobrancelha.
— Ele está vermelho feito um pimentão.
Conhecendo Phillips como conhecia, com toda a certeza era alguma tempestade em copo d’água, porém, mesmo assim, acatou o pedido da governanta, deixou a louça com ela e finalmente seguiu até seu escritório.
Como já imaginava, ao chegar ao lugar, encontrou um Todd agitado, andando de um lado para o outro.
Aquela cena já era rotineira. Se surpreenderia se o assessor não fizesse aquilo.
— Qual o problema, Todd? — Não fez cerimônias em questionar.
Ao ouvir a voz do candidato, Phillips ergueu a cabeça para encará-lo, no entanto, teve a impressão de que o assessor o olhava sem realmente vê-lo e suas desconfianças se confirmaram quando ele resmungou algo para si mesmo e tornou a andar de um lado para o outro.
— Todd! — usou um tom mais urgente para chamá-lo.
Em resposta, Phillips deu um pulo de susto.
, até que enfim. Achei que seria obrigado a bater na porta do seu quarto.
O candidato ergueu uma sobrancelha com aquele comentário e de repente se sentiu um tanto alarmado com toda aquela urgência do assessor.
— Aconteceu alguma coisa?
Todd tornou a encará-lo e engoliu a seco, num gesto de quem tomava coragem para o que estava prestes a dizer.
Isso deixou ainda mais desconfiado.
— Eu estou demitido?
esperava tudo, menos aquela pergunta.
— O quê?
— Eu estou demitido? — O tom de voz de Phillips se tornou mais alarmado quando repetiu a pergunta.
— De onde foi que você tirou isso? — quase riu, porém se conteve ao notar a expressão séria do assessor.
— Fala sério, ! Primeiro Italia Whitman insinua que você contratou uma nova assessora. Depois, sua suposta nova funcionária está na festa da sua irmã…
O candidato não conseguiu se aguentar ao perceber que Todd ficava mais vermelho conforme as palavras escapavam de seus lábios. Ele de fato estava surtando por causa daquilo.
— Não me diga que está com ciúmes, Phillips. — Acabou rindo, porque toda aquela tempestade não fazia o menor sentido. O comportamento do homem na noite anterior havia sido bem diferente.
— Ciúmes? — Todd franziu o cenho, lívido. — Não tem nada a ver com isso, . Preciso saber se vou mesmo perder o emprego depois de todo o esforço para alavancar a sua campanha e…
— Todd, caralho, será que você pode parar um minuto para se ouvir?
Foi inevitável. Ao ouvir o palavrão da boca de , o homem se interrompeu e ficou o encarando de boca aberta.
— Vou repetir. De onde você tirou essa loucura? Achei que tinha ficado bem claro que a história da nova assessora foi uma desculpa para enrolar a Italia, ou você queria que eu dissesse a verdade? — Arqueou uma sobrancelha.
Todd levou três segundos para se dar conta do que o candidato queria dizer. Sua reação, no entanto, não foi de alívio porque outras preocupações tomaram conta de sua mente.
— Você e a filha do Charles? Melhor amiga da sua irmã? Que tem idade para ser tua filha? Ficou louco, ?
ficou calado e desviou o olhar do assessor.
— Isso não pode continuar, não importa o que seja. — Foi categórico.
— Nada disso pareceu um problema para você ontem, Todd. Quando estava atrás dela e da minha irmã. — O comentário de foi ácido.
— É diferente. Eu não estou concorrendo ao senado, estou? Você tem uma imagem a zelar, . Imagine o que as pessoas vão dizer? O que Amélia diria?
— Não coloque a Amélia no meio disso, Phillips.
— Só estou preocupado. Não quero que todo o nosso esforço seja em vão. Whitman não é burra, ela provavelmente fingiu acreditar na sua desculpa, mas qualquer deslize, aquela mulher é o demônio e vai usar isso contra você.
— Agradeço a preocupação, Todd. Mas sei muito bem o que estou fazendo. Da minha vida pessoal, cuido eu. — O tom sério de encerrava a discussão e o assessor suspirou, por ora se dando por vencido.
— Como quiser.
— Isso era tudo?
— Sim. Quero dizer, não. Posso manter seus compromissos desta tarde?
— Pode.
— Ótimo. Você tem uma visita ao museu de tecnologia às três.
— Perfeito. Avise ao Charles.
— Pode deixar.
então se retirou sem dizer mais nada. Todd não podia assumir que ele não havia pensado em tudo aquilo antes e não deixaria que o assessor se metesse em sua vida daquela forma. Já bastava a época em que Amélia era viva.


💋


tinha consciência de que mal dava para disfarçar o sorriso querendo se formar em seus lábios a todo instante. Isso porque sua mente não parava de trazer lembranças da noite anterior e daquela manhã.
Poderia parecer dramático da parte dela, mas de fato não tinha imaginado se sentir tão feliz outra vez, principalmente quando todo o seu chão desabou.
Sendo honesta consigo mesma, havia desejado desde a primeira vez em que o viu. E mesmo querendo tudo aquilo desesperadamente, não imaginava que as coisas realmente iriam se concretizar, tampouco que tudo seria tão bom.
Caramba, nunca havia se sentido tão completa! Nem mesmo com Pietro.
Estar com era melhor do que qualquer fanfic de romance que ela já leu.
Era intenso, era mágico, era surreal. Seu fôlego ia embora, suas pernas ficavam bambas e sua pele ansiava pelo toque dele, pelos beijos dele.
Arrepios percorreram o corpo da mulher e ela balançou a cabeça em negação, não podia se deixar levar por aquele tipo de pensamento. Não no meio da faculdade.
escutava burburinhos vindos dos amigos, porém não fazia ideia do que conversavam. Sua mente estava avoada demais para prestar atenção.
Mais um sorriso brotou nos lábios dela. A voz de repetindo naquele tom encantado o quanto ela era bonita tornou a surgir em seus pensamentos.
podia ficar eternamente deitada naquela cama com o homem ao seu lado lhe encarando daquela forma. Ele nem precisava ter dito nada, seus olhos deixavam clara sua devoção e não queria o olhar de mais ninguém, apenas o dele.
Então aquela era a sensação de realmente se apaixonar por alguém e ser retribuída.
Seu sorriso se alargou.
, ainda está entre nós? — Se a voz de Daria não a despertasse de seus pensamentos, sua mão se agitando diante do rosto da mulher o faria.
piscou rapidamente, segurando a mão da amiga. Os rostos curiosos dos outros três tomaram forma diante dela e se surpreendeu ao se dar conta de que estavam sentados em uma das mesas do refeitório.
Ela não lembrava sequer de ter saído da sala de aula.
— Tá aí uma boa hora pra você desembuchar e contar logo pra gente o que aconteceu ontem. — Carter continha um sorrisinho.
Uma parte de queria contar absolutamente tudo, porém não sabia se devia e muito menos o quão estranho tudo soaria para a irmã de . não tinha irmãos, mas ela imaginava que era, principalmente devido à proximidade dos dois.
— Não tem nada pra ser contado, gente. — Percebeu as expressões dos amigos murcharem instantaneamente. No entanto, a jovem estreitou seu olhar, desconfiada.
— Veja se eu tenho cara de idiota. Sabemos que não.
— É sério, Carter. Eu procurei pelo seu irmão, não o encontrei, então me cansei e fui para o meu quarto dormir. Não fui me despedir de você porque sabia que não me deixaria fazer isso.
, eu não acredito! — Foi Madison quem exclamou, sem conter sua indignação.
— Amiga, é sério!
— Posso bater a cabeça dela contra a mesa? — Daria pediu e até ergueu a mão como se estivesse prestes a fazê-lo.
— Se você não fizer, eu faço — Kyle concordou, negando com a cabeça, o que fez rir.
— Vocês são uns idiotas!
Por dentro, ela se sentia culpada por mentir para os amigos na cara dura, mas o que poderia fazer? Não sabia se gostaria que ela saísse por aí contando tudo.
— Então pelo jeito você e o meu irmão tiveram a mesma ideia de ir embora da festa mais cedo, né? — Carter continuava com a expressão desconfiada.
engoliu a seco.
— Como assim?
— Ele sumiu depois de ter saído procurando por você.
— Não acredito mesmo que você foi dormir sendo que um homem gostoso daqueles estava te procurando, ! — Maddie completou, indignada.
— Depois dessa, vamos todos concordar que é a minha vez de dar em cima do senador gostosão.
— Vai em frente, Daria. Tem ninguém impedindo. — ergueu as duas mãos como se se rendesse, mas no fundo queria mandá-la parar com a palhaçada de dar em cima do seu homem.
Seu homem.
Mas o que estava pensando?
, eu não nasci ontem, garota! Julieta me contou que o tá com a maior cara de bobo e você não tá nada diferente. Já falei, desembucha logo o que aconteceu ontem!
Ela devia imaginar que Carter não se enganaria fácil, era perspicaz demais para aquilo.
Era por isso que não caía na lábia de pessoas como Todd Phillips.
não precisou dizer nada. Simplesmente deixou um suspiro escapar de seus lábios, que mais uma vez se abriram em um largo sorriso.
— Eu sabia! — Carter gritou e bateu palmas animadas.
— Sua cachorra, eu não acredito que estava enganando a gente! — Madison apontou para a amiga e todos riram.
— É óbvio que ela estava mentindo. O homem parecia desesperado atrás dela ontem — Kyle acrescentou.
— Nem vem que você tava acreditando, Beltane. — Daria fez um gesto de pouco caso. — Conta tudo, amiga.
mordeu a boca, incerta sobre como começar ou o que deveria dizer.
De novo, a irmã de estava ali. Dar detalhes não seria estranho?
— Já sei o que está pensando. Pode dispensar detalhes sórdidos mesmo. — parecia ouvir seus pensamentos.
— Ah, poxa. — Daria deixou escapar e causou mais risadinhas.
— Tudo bem. — suspirou. — Eu realmente cansei de procurar por ele, então subi pra ir até algum banheiro sem ter que esperar em filas. teve a mesma ideia que eu e nós nos encontramos.
— Tipo coisa do destino! — Maddie interrompeu e deu pulinhos de empolgação.
Em resposta, recebeu olhares de desaprovação porque os outros queriam continuar ouvindo a história.
— É bizarro como você e meu irmão pensam parecido — Carter aproveitou para comentar. — Continua.
— Bom, a gente trocou algumas palavras e eu achei que de novo não ia rolar nada, só que aí… — Mordeu os lábios de novo, sentindo seu coração acelerar pela lembrança.
— E aí? — Kyle incentivou e não só ele como as três garotas se inclinaram na direção de , ansiosos.
— Aí ele me puxou e me beijou. — Soltou uma risadinha.
Mais uma vez, Madison deu pulos empolgados, mas foi acompanhada por Daria e Carter.
— Depois disso tudo aconteceu meio rápido e meio lento ao mesmo tempo. Eu não sei nem se isso é possível, mas enfim.
— Espera… Vocês transaram no banheiro? — Carter foi direta, nem parecia que falava do próprio irmão.
— Carter! — Foi Daria quem exclamou, surpresa.
— O quê? Tá na cara que os dois transaram.
— Não, não transamos no banheiro — respondeu, trazendo as atenções para ela novamente. — Ele me levou para o quarto dele.
— Ai que delícia! Aposto que você ficou dando pra ele a noite toda né, sua safada! — Maddie estava tão feliz que parecia ter sido com ela.
As bochechas de esquentaram.
— Não vou responder. A Carter tá aqui.
— E daí? Falei pra não dar detalhes sórdidos, mas isso aí tá de boa.
— Você é meio estranha, amiga. — Daria deu risada e se esquivou de um tapa.
— Mas e aí, por que não tava querendo contar pra gente? — Kyle olhou com atenção. — Não é como se ninguém aqui soubesse que vocês estavam loucos pra se pegar.
suspirou e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Sei lá. É tudo muito recente, entende? Não sei o que ele pode pensar sobre eu sair contando as coisas e…
— E? — O rapaz incentivou enquanto as três garotas prestavam atenção.
— E não sei como vai ser daqui pra frente. Quer dizer, a manhã foi maravilhosa, mas e se o encanto todo tiver ido embora?
sabia que era uma boa dose de insegurança falando por ela, porém não podia evitar. Não depois de tudo que já havia passado.
— Te garanto que não passou. Meu irmão tava até cantando pelos corredores, tem noção disso? — Carter atraiu a atenção da mulher e lhe lançou um meio sorriso.
— Ele tava?
— E fazia anos que ninguém o via fazendo isso. Acredite, meu irmão tá realmente louco por você.
sorriu abertamente e suas bochechas esquentaram mais.
— Olha que bonitinha, ela tá louca por ele também. — Kyle fez menção de apertar as bochechas dela, que se esquivou e riu.
— Eu ia dizer que você perdeu o bolo da Carter, que tava uma delícia, mas aposto que provou um negócio bem melhor, não foi? — Daria a encarou maliciosa.
— Tá, isso aí já é detalhe sórdido. — fez uma careta.
— Tampa os ouvidos porque eu também quero saber. — Madison riu e jogou um beijo na direção da garota, que estreitou o olhar para ela.
não sabia se devia ou não responder aquilo, mas foi salva no instante em que sentiu o celular vibrar em seu bolso.
De imediato, seu coração acelerou, como se adivinhasse quem lhe mandava mensagem e quando viu o nome de no visor, suspirou nervosa.
— E ela achou que o encanto passou, né? Abre logo. — Kyle tinha se inclinado para espiar e atendeu o pedido.

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Tem planos para amanhã à noite, senhorita ?

Por enquanto, não. Algo em mente, senhor ?



Mordendo a boca, a mulher esperou ansiosa pela resposta dele, que chegou em forma de imagem.
Uma foto de um par de ingressos para o show do Arctic Monkeys.
Ele tinha lembrado.
sorriu largamente.

💙🔥
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Não acredito que lembrou.

Quando se trata de você, é impossível esquecer qualquer coisa.

Vou ficar realmente mal acostumada.

A intenção é essa. Temos um encontro, senhorita ?

Achei que a resposta já estivesse no ar. Claro que temos.

Mal posso esperar.

Eu que o diga.



— Quero ser madrinha, tá? Só pra deixar claro — Madison comentou, e só então percebeu que todos os amigos estavam ao seu redor, espiando a conversa.
— Nem vem, eu sou irmã do noivo. Tenho que ser a madrinha por direito. — Carter a empurrou com os ombros.
— Vocês são péssimos, já falei isso alguma vez?
— Quem te escuta até acredita. Agora vamos, gente. A aula vai começar daqui a dois minutos. — Daria deu uma olhada para o relógio em seu pulso.
— Nos vemos depois? — Madison disse para Carter.
— Lógico, vamos ajudar a mocinha ali a escolher um look. Quero meu irmão babando mais ainda por ela nesse show.


Capítulo 13 — Concupiscence

“Desejo”.

Os pensamentos de naquela tarde estavam somente em e em tudo o que havia acontecido na noite anterior e na manhã que se seguiu. Mesmo a conversa desconfortável com Todd não foi o suficiente para apagar o sorriso bobo em seu rosto, muito menos as lembranças aparecendo em flashes.
Era bom poder se sentir daquela forma mais uma vez, como se uma chama permanecesse acesa em seu peito e recebesse combustível toda vez que o rosto daquela mulher aparecia em sua mente.
Não conseguiria apagar a imagem dela em seus braços, muito menos o perfume gostoso que emanava de sua pele quente, ou a sensação de tocá-la em todos os lugares possíveis.
era sua perdição, aquilo estava claro desde o início.
E ele estava adorando se afogar por inteiro nela.
O duplo sentido dos próprios pensamentos fez rir enquanto encarava o horizonte através da janela de seu carro, sem de fato observar a estrada passando. O som ecoou rouco e melodioso, e aquilo não passou despercebido pelo homem no volante.
Na verdade, o humor mais agradável que o normal era visível a qualquer um que se aproximasse do candidato a senador e, embora devesse, ele não fazia a menor questão de disfarçar.
— Fazia tempo que eu não o via tão sorridente, senhor . — A voz de Charles surgiu como um balde de água fria prestes a ser derramado em sua cabeça.
Ah, se ele soubesse o motivo! Acabaria com a raça de com certeza.
— O dia está propício, não é? Olha o sol que está fazendo ali fora! — não era de mentir assim, então uma parte sua sentiu culpa por aquilo.
— Isso é verdade. Em dias assim, eu e a mãe de costumávamos levá-la para fazer um piquenique no parque. — O tom nostálgico tomou conta de .
— É mesmo? E ela gostava? — tentou não parecer mais interessado que o normal naquela informação.
— Ela adorava. Levava um caderno de desenhos e ficava rascunhando as paisagens. Achávamos que seria uma artista no futuro, mas ela acabou escolhendo outra carreira. — Deu de ombros.
assentiu, tomado, de repente, por uma imagem dela na idade atual, deitada na grama de um parque, enquanto desenhava a paisagem ao seu redor.
Linda.
Excepcionalmente linda.
— Você não me parece muito contente com a escolha dela — o candidato observou, atento às expressões de Charles, que deixou uma careta se formar em seu rosto.
— Não é bem isso. — Suspirou e encarou pelo canto do olho, já que não podia desviar a atenção do trânsito.
apenas o fitou encorajador e esperou prosseguir.
— Eu quero que minha filha seja feliz, independente das escolhas dela. Mas, como pai, é impossível não me preocupar, sabe? Ainda mais depois dessa história toda com aquele moleque.
precisou conter a vontade de bufar só de ouvir falar no rapaz. No entanto, Charles havia o definido com perfeição: Pietro era um moleque e nada além daquilo.
As palavras do homem ao mesmo tempo trouxeram um certo acalento para . Talvez, só talvez, não o socasse quando soubesse de seu envolvimento com .
Ainda assim, o candidato se viu incapaz de mencionar o assunto. Como poderia? Nem sabia se aquilo era de fato o que a mulher queria.
Precisava se controlar.
— Fico feliz que pense dessa forma, Charles. E que não seja o tipo de pai que tenta interferir quando não concorda. — fez uma careta ao lembrar do mais velho. Sabia que se não seguisse a carreira designada pelo pai, a relação entre os dois teria sido muito diferente.
— Seu pai o amava, . E tinha as mesmas preocupações que eu.
— Eu sei. Só me pergunto como teria sido se eu não tivesse seguido o rumo que ele queria. — Deu de ombros e suspirou sincero.
— Provavelmente a ovelha negra seria você e não a Carter — Charles brincou, o que fez ambos darem risada.
— Odeio o fato de que ele sempre estava ocupado demais para ela. — A forma como arrancava a sinceridade de era até perigosa.
— É por isso que tenta compensar, não é? Mas ela está em boas mãos agora. E digo o mesmo da minha filha na companhia dela.
— É sério que está confiando assim na minha irmã? Não tem medo de ela fazer a virar uma ovelha negra também? — brincou e soltou uma risada.
— É mais fácil a mudar a Carter. Nunca vi mulher mais teimosa que a minha filha. E olha que vivi com a mãe dela. — Riu um pouco mais.
suspirou.
É. Ele sabia bem.
Alguns minutos de silêncio tomaram conta do ambiente e voltou a se perder entre lembranças e pensamentos. Todos eles com a filha de seu chefe de segurança.
— Quem é ela? — Mais uma vez, a voz de Charles o pegou de surpresa.
— O quê? — tornou a encará-lo, confuso.
— A mulher que anda ocupando seus pensamentos. — abriu um sorriso esperto. se sentiu gelar.
— Não tem mulher nenhuma, Charles. De onde tirou isso? — A resposta fez seu amigo arquear uma sobrancelha.
— Você esquece que eu te conheço desde sempre, . Deixe eu lhe contar um segredo: o senhor não consegue disfarçar tão bem assim.
O que aquilo queria dizer?
Ele havia notado seu interesse em , ou…
— Seja quem for, está te fazendo bem. Se me permite dizer, eu só o via alegre assim quando Amy estava aqui.
Diferente das outras vezes em que ouviu o nome da falecida esposa, sentiu seu coração aquecer e acabou deixando um sorriso se formar.
— Não posso revelar ainda quem é. Na hora certa, todos irão saber. — Foi sincero, porque simplesmente não tinha nem como mentir. E, de fato, o candidato tinha convicção de que muito em breve chegaria o momento de expor o segredo, afinal, ficar com somente às escondidas não passava nem perto de seus planos.
— Poxa, não vai me contar nem o primeiro nome? Uma letra?
riu.
— Parece que estou ouvindo a sua filha agora.
Droga. Era perigoso citar a mulher no meio daquele assunto. Charles era esperto o suficiente para ligar os pontos, então o candidato tentou fingir naturalidade após o comentário.
Alguns segundos de tortura se passaram dentro do carro, até que mesmo resolveu desviar a conversa.
— E você, Charles? Não se envolveu com ninguém depois da mãe de ? Como é o nome dela mesmo, aliás? — Franziu o cenho por não se lembrar.
— Judith. — suspirou. — Não. Tive alguns lances aqui e outros lá, mas não consegui me envolver com ninguém depois dela.
não sabia mais se era uma boa ideia prosseguir, porém se o chefe de segurança estava desconfortável, fingia muito bem o contrário.
— Porque não quis, ou…
— Porque nunca foi uma escolha minha ela ter ido embora. Veja bem, nós nunca nos casamos, . E isso matou nosso relacionamento. Eu não me via pronto, mas era louco por Judith. Então ela desistiu de esperar por mim, foi embora e logo depois descobrimos a gravidez.
— Caramba… — deixou escapar, impressionado.
— Aquela conversa sobre apenas darmos valor quando perdemos as coisas faz um completo sentido, não é?
— Nem me fala.
E era por aquele motivo que odiava a ideia de manter seu envolvimento com em segredo. Não estava ligando para as consequências que viriam, ele queria apenas estar com ela.
— Charles, eu… — iniciou, em um impulso de coragem, mas, antes que pudesse continuar, o carro parou.
— Primeira parada, senhor. — O homem indicou o local onde estavam e desviou o olhar, um tanto atordoado.
— Ah… certo. Primeira parada — repetiu e, rapidamente, ajeitou a gravata para, em seguida, sair do veículo.
! — Charles o chamou, o fazendo pensar que o questionaria sobre a frase interrompida. — Seu celular, senhor. — Então estendeu o aparelho para que a mão trêmula do candidato o pegasse.
deu alguns passos enquanto olhava o visor e se sentiu gelar de novo quando percebeu o nome de ali.
Pela expressão de Charles , o homem não havia visto nada, porém precisava resolver aquela situação. Não suportaria a ideia de continuar mentindo para um amigo tão próximo.


💋


— Tá bom, a demora daquelas duas vai servir para alguma coisa. — Madison fechou a porta do quarto de e seguiu até a cama da amiga, se sentando ali sem fazer cerimônia.
— Ah, vai? — riu ao encarar Maddie com curiosidade.
— Quero todos os detalhes. Não me poupe de nenhum! — Um sorrisinho malicioso se formou nos lábios dela e acabou rindo.
— Você não presta nem um pouco, Vandervoort. — Negou com a cabeça. — Qual é a demora de Daria e Carter? Não me diga que aquelas duas estão aprontando alguma coisa?
— Ah, elas devem mesmo, mas não juntas. A Daria foi chamada para fazer uma entrevista de estágio e descobriu que não tinha nenhuma roupa adequada. Já a Carter… Bem, eu não sei onde ela está. — Deu de ombros.
podia jurar que Maddie escondia alguma coisa, porém talvez fosse o trauma de ter sido enganada por sua ex-melhor amiga.
Acenou positivamente com a cabeça.
— Caramba, a Daria não me falou nada. É recente isso? — parou diante do closet e passou a analisar as peças de roupa penduradas ali, em busca de algo que pudesse vestir naquela noite.
— É, sim. Ligaram para ela um pouco antes de eu vir para cá. Surgiu uma vaga e disseram assim de supetão, tadinha. Ela estava super nervosa. — Fez uma careta e acabou a imitando.
— Mas Daria vai arrasar, tenho certeza. Onde é esse estágio?
— Ih, não me faça pergunta difícil, amiga. Não prestei atenção.
As duas acabaram rindo e um breve silêncio reinou.
— Olha aqui. Nem pense que vai me enrolar, mocinha. Eu quero os detalhes sórdidos. — Madison trouxe o assunto novamente e rolou os olhos. Realmente esperava que a mudança brusca de assunto funcionasse.
— Maddie…
— Anda, desembucha! Você sabe que eu amo ouvir essas coisas. — Vandervoot estava empolgada.
— Tenho cara de locutora pornô por um acaso, garota? — E, antes que Madison pudesse responder, apontou para a amiga. — Não responde!
— Vou te dar uma ajuda. Pela sua cara hoje de manhã, você tinha acabado de dar uma sentada violenta.
— Madison! — gargalhou.
— Tô mentindo? — A amiga ergueu uma sobrancelha.
mordeu a boca.
— Não, não está.
— Ai, que delícia! Eu sempre disse que aquela classe toda dele era fachada e ele deve ser um gostoso na cama. — Vandervoot lambeu os lábios, como se estivesse imaginando as cenas.
— Olha aqui… — começou, porém desistiu de desencorajar a amiga quanto àquele papo. — Ele é mesmo. Nunca pensei que daquela boca pudesse sair tanta putaria e umas outras coisas também.
Madison deu um gritinho e bateu palmas animadas, enquanto a amiga tirava o roupão, ficando só de calcinha para provar um vestido vermelho.
— O senador puxa os cabelos também? Porque você, com um cabelão desses, eu com certeza ia querer puxar.
ergueu uma sobrancelha.
— Eu imagino que seja um tantinho ciumento, mas posso deixar você dar uma puxada sem compromisso. — E sorriu maliciosa.
Vandervoot arregalou os olhos e jogou um travesseiro na amiga.
— Ridícula! Vou puxar minha mão na sua cara!
— Mas eu gosto de uns tapinhas também, amiga. — piscou.
— É por isso que sua bunda está toda vermelha, então. — Maddie retribuiu o gesto.
A primeira reação da jovem foi se virar de lado para o espelho e conferir se aquilo era verdade.
E, bem… era.
— Não só a minha bunda, já que você quer tanto saber.
Madison imediatamente entendeu do que a amiga falava e levou uma das mãos aos lábios antes de soltar uma risada escandalosa.
— Te deixou toda esfolada? Caralho, que delícia! — Fez uma cara de quem sentia uma pontinha de inveja.
— Agora vem cá. Você não me engana, Maddie. Também tá escondendo algo. — Estreitou o olhar, desconfiada, e percebeu as feições de Vandervoot ganharem um tom avermelhado.
— Esse daí, não, amiga. — Madison apontou então para um vestido curto, liso e verde-musgo. — Tenta aquele. — Aquela era uma tentativa descarada de desviar o assunto, e, por alguns minutos, a deixou acreditar ter conseguido.
Ponderou, franzindo o cenho enquanto olhava para o vestido. Fazia tanto tempo que não usava a peça. Chegou a quase doá-lo uma vez, mas, por algum motivo, o manteve em suas coisas e o carregou consigo até Baltimore.
— Certo. — Pegou-o nas mãos, ainda incerta. Talvez aquilo nem servisse mais, porém não custava nada tentar.
Colocou-o primeiro diante do corpo e deu de ombros.
As duas não faziam muita cerimônia para se trocarem uma na frente da outra e logo Madison se levantou para ajudar a amiga a puxar o vestido e o ajustar.
Ficando um pouco mais atrás de , ambas olharam para o espelho.
— Olha para isso! Você ficou uma grande gostosa. — Vandervoot aprovou imediatamente.
mordeu a boca e virou de lado, se analisando. A peça ficou toda colada em seu corpo, ressaltando as curvas da mulher e combinando perfeitamente com as tatuagens espalhadas por sua pele.
É. Madison tinha razão.
— Fiquei mesmo, né? — Riu empolgada.
— Não sei, não, se vocês vão chegar mesmo até esse show. — Abriu um sorriso repleto de malícia, que foi prontamente retribuído.
— Então é esse mesmo. Agora o calçado. — Se voltou para os sapatos e percebeu que Maddie já estava adiantada e foi pegar um par de coturnos pretos.
— Você me conhece tão bem assim? — Ficou espantada com a eficiência da amiga. Era como se ela pudesse ouvir seus pensamentos.
— Eu sou maravilhosa, sei disso. — Vandervoot riu e entregou as botas para , então voltou para o closet, a fim de pegar a peça que complementaria o look com chave de ouro. — Com essa jaqueta de couro aqui e aquela sua bolsinha tiracolo vai ficar perfeito.
não protestou. Preferia confiar nas dicas da amiga e, de fato, surtiram efeito. Simplesmente amou o resultado que viu no espelho.
— Caramba, você devia trabalhar com isso, sabia? Está no curso errado! — deu uma voltinha, ainda apreciando a visão.
— Até parece que você também não sabe se vestir, garota. Eu só ajudei um pouquinho. — Maddie soltou uma risadinha.
— Não desmereça o seu trabalho. Vou dar na sua cara! — ralhou, o que fez a amiga rir mais.
— É sério, . Esse negócio de moda na verdade é com a Carter. Ela tem me ensinado algumas coisas.
A forma como a garota sorriu ao falar da jovem deixou levemente intrigada e, como estavam sozinhas, o momento era perfeito para tentar descobrir se sua intuição era verdadeira.
— Tô achando que não é só isso que vocês duas andam fazendo, hein.
Madison, que havia aproveitado para dar uma verificada em seu celular, quase derrubou o aparelho.
— O quê? — A forma espantada como olhou para a entregou.
— Tem alguma coisa rolando entre vocês, não tem? Não sei por que estão mantendo em segredo, mas…
— Ei, ei! Não tem nada acontecendo, — Maddie a interrompeu, subitamente nervosa. — Não sei de onde você tirou isso, mas eu e a Carter somos amigas. Só isso.
Suas bochechas mais uma vez ganharam um tom avermelhado e ela não conseguiu manter contato visual com a amiga.
— Deixa de besteira, Maddie. Eu acho que vocês duas combinam e se não rolou nada ainda, vai acontecer. A Carter não disfarça o interesse por você nem um pouco.
Madison desviou o olhar rapidamente para , porém balançou a cabeça em negação e riu.
— Você tá maluca, amiga. A única rendida por um aqui é você.
abriu a boca para retrucá-la, porém decidiu não insistir. Se Vandervoot estava dizendo que não havia nada entre as duas, ela aceitaria.
Um silêncio desconfortável reinou durante alguns minutos e foi quebrado por batidas na porta.
conferiu mais uma vez seu visual e desviou o olhar para a porta.
— Pode entrar.
— Se você demorar mais um minuto aqui dentro, o meu irmão vai furar o chão da entrada de serviço. — Era Carter.
arregalou os olhos.
— Achei que tínhamos marcado às 19 horas.
— Droga, estava tentando te assustar. — Fez uma careta, arrancando risadas das amigas.
— Besta.
— Bom trabalho. Esse vestido aí é fácil de subir. — A analisou de cima a baixo.
arqueou uma sobrancelha.
— Foi sua aluna ali que escolheu. Você ensinou ela direitinho. — Indicou Maddie com um aceno de cabeça.
Mais uma vez, a amiga enrubesceu. No entanto, Carter manteve sua expressão inalterada, porém demorou seu olhar em Madison por alguns segundos, o que fez acreditar mais uma vez num possível envolvimento entre as duas.
— Ela é muito dedicada. — Sorriu de canto, então se aproximou de . — Agora me diz o que vai fazer nos seus cabelos.


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não gostava daquela ideia de encontrar às escondidas, como se um envolvimento entre os dois fosse algum tipo de crime. No entanto, entendia que a situação era um tanto delicada, havia várias coisas em jogo e se precipitar não era nada inteligente. Sem falar que jamais exporia a jovem daquela maneira sem seu consentimento prévio.
Carter não estava enganada, o mais velho poderia muito bem abrir um buraco no chão da área de serviço ao andar de um lado para o outro. Havia se adiantado um pouco e chegou cerca de dez minutos antes do horário combinado, porém aquele era apenas mais um dos efeitos da mulher sobre si. Uma ansiedade sem explicação.
Rindo de si mesmo, o candidato encarou seu próprio reflexo em uma janela e sorriu. Fazia tantos anos que não vestia algo simples como uma calça jeans e uma camiseta de banda. Era como se, de repente, voltasse à sua adolescência.
Amy, Vincent e ele costumavam ir ao mesmo pub todos os fins de semana só para apreciar as bandas locais. Uma vez até cogitaram montar a própria, porém, dos três, a única pessoa com verdadeiro talento musical era Amélia. Sem falar que o pai de entraria em colapso se soubesse daqueles planos.
Quentin já tinha todo o futuro de e Carter traçado. Uma vírgula fora daquilo era o suficiente para fazê-lo até mesmo falar em deserção.
— Exagerado. — Uma careta se formou nas feições de .
— Ah, com certeza não. Eu achei perfeito. — Foi surpreendido pela voz de e a encontrou a poucos passos de si, o encarando com um sorriso de canto em seus lábios.
Não poupou observá-la de cima a baixo e seu corpo automaticamente reagiu à visão.
Porra.
Como aquela mulher conseguia ficar ainda mais linda do que era?
Suas pernas expostas eram uma verdadeira perdição.
não conseguiu dizer nada. Em vez disso, venceu o resto da distância entre os dois e continuou andando até ter encurralada em uma parede. Suas mãos a seguraram pela cintura e seus olhos se fixaram aos dela.
— Olha só quem fala. — Então tomou os lábios da jovem em um beijo.
Deveria ser algo breve, quem sabe apenas um encostar de lábios, assim não se atrasariam para o show, porém, uma vez que suas línguas entraram em contato, foi impossível encontrar algum controle.
o apertou pelos ombros, retribuindo com fervor, e suspirou baixinho quando o sentiu pressionar o corpo contra ela.
Seus dedos subiram até o pescoço de , o arranhando de leve e, como resposta, o homem a segurou pela cintura com mais força.
Sem sequer pensar em resistir, desceu as mãos até a bunda da mulher e a pressão que fez permitiu uma fricção gostosa entre seus quadris.
Algumas vozes distantes os trouxeram de volta à realidade e, com as bocas vermelhas, ambos interromperam o beijo, se encararam e arregalaram os olhos.
— Eu… Eu acho melhor a gente ir. O show vai começar em… — segurou um dos pulsos de e o trouxe para cima para poder olhar o relógio. — Vinte e três minutos.
— Por mim, nunca sairíamos daqui — confessou e se aproximou para lhe roubar mais um beijo.
— Por mim, também. Mas pode entrar alguém aqui a qualquer momento, sem falar que o Alex Turner está me esperando.
franziu o cenho, confuso.
— Quem?
Ele sabia quem era, mas ouvi-la dizer aquilo o deixou um tanto atordoado e… enciumado? Não. não era do tipo que sentia ciúmes, mas a ideia lhe trouxe um certo desconforto.
— O Alex Turner. — sorriu de canto. Tinha plena consciência da provocação.
— Ora, vamos logo então. Longe de mim me colocar entre vocês. — Piscou para , antes de entrelaçar seus dedos aos dela e a puxar para que partissem.
O breve caminho até o carro de foi feito em silêncio e somente após dar partida o homem voltou a se pronunciar.
— Ele sabe que você vai acompanhada? — Manteve seu olhar na estrada ao dizer aquilo, porém viu de soslaio quando sorriu maliciosa.
— Ele quem? — Se fez de desentendida.
— Seu ídolo. — A mulher precisou de muita força de vontade para não cair na risada. Percebeu que ainda tentava fingir naturalidade, porém falhava miseravelmente.
— Meu ídolo? Infelizmente, eu não conheço o Matt Shadows ainda. — Fez um bico.
— Ah, tem outro? — O homem ergueu uma sobrancelha e finalmente olhou para ela, que não resistiu e caiu na risada.
— O senhor fica adorável com essa careta de ciúmes, — provocou, com ar de riso.
— Não estou com ciúmes, senhorita . — Ele a encarou sério e riu mais.
— Acha mesmo que eu marquei alguma coisa com Alex Turner? — A mulher ficou um tanto incrédula por ter levado a brincadeira à sério.
O candidato nada disse, permaneceu intercalando seu olhar de para a estrada.
! — A seriedade se juntou à fala dela.
Então foi a vez de rir.
A expressão quase aflita de mudou para a de indignação e sua boca se abriu em um perfeito “o”. Sem se conter, ela desferiu um tapa na coxa do homem, que riu ainda mais.
— Idiota! Não acredito que fez isso!
— Precisava ver a sua cara. Eu poderia tirar uma foto e mandar fazer um chaveiro para carregar no meu bolso.
revirou os olhos.
— Chaveiro? Que coisa de velho! — implicou, embora no fundo achasse fofa a ideia de ele carregar uma foto dela daquele jeito.
Outch! Essa doeu, hein? — Ela gargalhou ao vê-lo fazer uma careta.


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duvidava que alguém o fotografaria em um show do Arctic Monkeys. Embora gostasse da banda, sua agenda apertada pela campanha eleitoral levava os paparazzi a irem atrás dele em outros tipos de eventos e, de qualquer forma, duvidava que o reconheceriam vestido tão casualmente.
nunca havia assistido a um show no camarote. Era sempre de longe, nos assentos mais baratos, e seu coração bateu forte ao descobrir que teria uma visão privilegiada da banda e ainda ficaria em um lugar confortável, sem aquele empurra-empurra, sozinha com .
Graças a um velho amigo de , logo ambos estavam no camarote escolhido e ninguém o havia reconhecido. Eles pediram algo para beber e o homem achou graça de como estava inquieta, sentada ao seu lado.
— Eu sei que você estava brincando sobre o Alex Turner, mas… Se você quiser mesmo conhecer a banda, consigo dar um jeito. — chamou a atenção dela com a proposta e a mulher quase pulou em seu colo ao ouvir aquilo.
— É sério? — Seus olhos brilharam e sorriu. — Você faria isso mesmo?
— Para te ver feliz desse jeito, eu faço qualquer coisa, senhorita .
Droga de homem perfeito.
Quando achou que encontraria um defeito em , era pura brincadeira dele.
— Por que você é assim? — Deixou seus pensamentos escaparem.
— Assim como? — O homem ergueu uma sobrancelha.
— Tão perfeito? Não é possível isso. Você tem que ter algum defeito, . — O tom de indignação dela o fez rir.
— Se te deixar mais tranquila para dormir à noite, eu realmente fiquei com ciúmes dessa história do Alex. — A confissão arrancou uma careta dele. — Um pouquinho só, mas fiquei. E aí exagerei um pouco para descontrair.
Mais uma vez, o encarou sem acreditar.
— Sabe o que você está merecendo, senhor ? — Estreitou os olhos.
— O quê?
— Uma surra daquelas.
Imediatamente, um sorriso de canto se formou nos lábios dele.
— Fique à vontade. Estou à sua disposição. — E piscou para ela.
Filho da puta.
suspirou e precisou lembrar a si mesma que estavam em um local público, prestes a assistir uma de suas bandas favoritas. De repente, o palco se iluminou e o som de uma guitarra anunciou a entrada da banda.
Parcialmente recomposta, se inclinou para sussurrar no ouvido de .
— Quando eu der, não vai adiantar você pedir misericórdia. — Então se levantou porque Arctic Monkeys não era o tipo de banda para curtir sentada.


🏛


Poderia-se dizer que assistia um show à parte. Era simplesmente hipnotizante a entrega de . A cada música tocada, a mulher exibia reações de êxtase e não deixava de cantar, dançar e gritar. Ele chegou a acompanhá-la nas músicas que conhecia, porém era bastante satisfatório assisti-la.
Quando imaginaria que teria ao seu lado uma mulher como ela? Linda, divertida, inteligente… Pela milésima vez, refletiu no quão sortudo era por ter se apaixonado pela jovem e ser retribuído.
Sua vontade naquele momento era de jogar tudo para o alto, ignorar as opiniões alheias, enfrentar o que fosse preciso e simplesmente gritar para todas aquelas pessoas ouvirem o quanto o fazia feliz. O quanto a amava.
Só alguém como ela poderia despertar o amor dentro dele novamente. Apenas seria capaz de trazê-lo de volta à vida.

I wanna be your vacuum cleaner
Breathing in your dust
I wanna be your Ford Cortina
I will never rust


Reconheceu imediatamente a próxima música iniciada e sorriu quando virou o rosto para encará-lo.
— Essa música me faz pensar em você — a mulher confessou, retribuindo o sorriso dele e sentiu seus batimentos acelerarem em resposta.
Como era possível que ela também o amasse? Não era perfeito como dizia. Ele era lotado de defeitos e o maior deles com toda certeza era não ter coragem o suficiente para, de fato, jogar tudo para o alto.

If you like your coffee hot
Let me be your coffee pot
You call the shots, babe
I just wanna be yours

Secrets I have held in my heart
Are harder to hide than I thought
Maybe I just wanna be yours
I wanna be yours, I wanna be yours


A mulher estendeu a mão para , que a segurou e permitiu ser puxado para mais perto. Seus braços envolveram , a abraçando por trás e a sentindo encostar a cabeça em seu peito. Permaneceram daquela forma, curtindo a música e cantando baixinho.
não era afinado, mas era gostoso ouvir a voz dele tão próxima do ouvido dela. não conseguiu evitar fechar seus olhos para apreciar aquele momento e guardar o máximo dele em sua memória.
Nunca havia sido tão feliz. Não porque estava no show de Arctic Monkeys, sendo embalada pela música que a fazia pensar no homem que amava, mas, sim porque eram os braços de que a envolviam. Ela conseguia sentir que seus sentimentos por ele eram recíprocos e não queria que aquele momento chegasse ao fim.
Ainda assim, a música terminou. No entanto, eles permaneceram ali, curtindo um ao outro.
O perfume de era único e atraía de uma forma absurda.
Sem se conter, ignorando a possibilidade de serem vistos, se curvou para deixar um beijo suave em seu ombro esquerdo. Ela sorriu com o gesto e acariciou as mãos dele, que pousavam sobre a barriga dela.
Embriagado, repetiu o gesto e foi subindo devagar, seguindo até a curva do pescoço de . Um suspiro escapou dos lábios dela quando a barba recém feita dele roçou sua pele e sua língua fez o mesmo caminho. Arrepios percorreram o corpo de e, sem se dar conta, a mulher se moveu contra o quadril dele.
reagiu por puro instinto e se impulsionou na direção dela, aumentando a fricção de seus corpos. Como resposta, sorriu enviesado e prosseguiu com a provocação, encaixando sua bunda no volume que começava a se formar para rebolar lentamente.
Os lábios dele sugaram o pescoço dela com mais urgência, então subiram até a lateral de seu rosto. o virou para encará-lo e gemeu ao perceber a forma como os olhos de faiscavam para ela. Não resistiu e iniciou um beijo intenso.
Seu quadril parecia ganhar vida própria e ela o moveu com mais afinco, tentando ser discreta e falhando miseravelmente. desceu as mãos para a cintura da mulher e aumentou ainda mais a pressão, até que seus dedos resolveram traçar um caminho perigoso, alcançando a coxa de e ameaçando subir para dentro do vestido.
… — advertiu, embora não ligasse tanto assim. Ele poderia fodê-la ali mesmo se quisesse.
— Nós precisamos sair daqui, não é? — ofegou entre o beijo e, incapaz de formular uma resposta, ela apenas concordou com a cabeça. — Mas prometi que você conheceria a banda, lembra?
— Que se dane a banda, . Eu preciso de você.
Num movimento que a pegou de surpresa, fez se virar de frente para si.
— Repita isso.
— Eu preciso de você, . Me tire daqui e me faça sua mais uma vez.
— Porra, … — As palavras ecoaram como um rosnado e não hesitou em segurar a mão dela e a puxar para fora do camarote.
Com toda a certeza, as pessoas por quem passavam poderiam notar a ereção guardada nas calças dele, mas o homem não ligava. Tudo o que importava era puxado por seus dedos.
O estacionamento não estava exatamente vazio, porém a vaga ocupada pelo carro de era um pouco mais afastada.
Eles adentraram o veículo com pressa e, antes de dar partida, olhou para o volante, em seguida para , que depositou uma das mãos em sua coxa e a apertou.
Os cabelos dela estavam um tanto bagunçados e seus lábios vermelhos e inchados.
Linda. Excepcionalmente linda.
não aguentaria até chegar em casa e pela forma como o encarava, ele soube que compartilhavam o pensamento.
Em uma fração de segundos, os lábios voltaram a se unir com intensidade e grunhidos ecoaram quando as línguas se tocaram.
Porra, beijá-la era a melhor sensação do mundo.
A boca de era macia, seu gosto era doce e seu perfume o embriagava. Cada um de seus poros implorava por ela.
A sensação era a de ter chamas lambendo o corpo da jovem . Ela nunca cansaria daquilo. Nunca cansaria de ser desejada daquela forma e não queria parar de sentir o toque dele em cada centímetro seu.
Sem hesitar, passou por cima do cambio da marcha para sentar no colo de . Ele grunhiu, satisfeito e suas mãos imediatamente a seguraram pela cintura, apertando com vontade.
sugou o lábio inferior dele devagar e o puxou com os dentes.
Ao afastarem suas bocas, ambos se olharam enquanto ofegavam e deixavam que o desejo falasse por eles.
Uma das mãos de subiu até o rosto de e, ao senti-la acariciá-lo, o homem sorriu, fascinado.
Não importava se a partir daquele dia ela descobrisse todos os defeitos ocultos de . Sabia que amaria cada um deles.
— Eu sou completamente sua, .
A intensidade das palavras o fez ofegar e a puxar para outro beijo desesperado.
As mãos do homem desceram até a bunda de , puxando o vestido até sua cintura para, então, a tocar com urgência. Notou o tamanho minúsculo da calcinha que usava e, ao dar uma espiada breve, grunhiu alto.
Queria poder rasgar aquela peça com os dentes, mas teria que deixar o ato para um outro momento.
A mulher riu maliciosa com a reação dele, então desceu os beijos pelo pescoço de , usando suas unhas para percorrer seu abdômen por cima da camiseta até chegar à barra da calça. Ele ofegou levemente frustrado quando a mulher tornou a subir, agora por dentro da blusa, e apertou a bunda de com força ao senti-la arranhá-lo.
O espaço limitado incomodou e, por isso, o homem deu um jeito de ajustar o banco para que os dois ficassem mais confortáveis, antes de beijar novamente e retomar o que fazia. Uma de suas mãos seguiu para a calcinha da mulher, segurando pelo fio dental, e puxou com intensidade até o tecido fazer pressão contra o clitóris dela. Surpresa, gemeu baixo e continuou com aquilo, fazendo questão de esfregar a peça contra ela o máximo que podia.
Afetada, rebolou, se esfolando contra a calcinha e a ereção de embaixo de si. Seu corpo inteiro estava arrepiado e a sensação prazerosa aumentava, porém a mulher queria mais. Ela queria o toque dele sem nenhum tecido atrapalhando.
— Quero sentir você, senhor . Quero que se enterre todinho em mim.
Só vê-la se contorcendo daquela forma fazia o pau de latejar. Sua excitação era tanta que melava suas calças e ouvir as palavras de piorou ainda mais seu estado. Ele queria atiçá-la mais, a deixar pingando e implorando, porém as janelas embaçadas do carro não lhe davam a menor privacidade.
Outra vez suas mãos apertaram a bunda da mulher com força e então ele deu um jeito de descer suas calças o máximo que conseguiu, levando a cueca junto para colocar o preservativo.
ameaçou tirar a calcinha, porém não deixou. Aquela peça tão pequena estava o atiçando ainda mais.
— Não tira, senhorita . Quero te foder vestida com ela — pediu, rouco, então guiou uma de suas mãos até o meio das pernas da mulher.
A umidade de ensopava o tecido, que não hesitou em puxar para o lado. Seus dedos grossos deslizaram e acariciaram os grandes lábios, seguiram para o clitóris e fizeram movimentos circulares.
revirou os olhos nas órbitas e ofegou, desesperada.
, por favor. — Não queria preliminares, a adrenalina já era o bastante para a deixar louca.
sorriu e usou dois dedos para penetrá-la de uma vez. Um gemido manhoso escapou da boca da mulher, e ele iniciou os movimentos com intensidade.
— Não me tortura, soca logo esse pau gostoso em mim. — não conseguia parar de gemer e rebolou só para que o homem a imaginasse assim em sua ereção.
— Assim você acaba comigo… — ele rosnou, mas a obedeceu.
Seu olhar queimou em direção ao dela quando posicionou seu pau na entrada da boceta de . Ele o encaixou ali e fez a mulher descer devagar.
Senti-la se abrindo daquele jeito era o paraíso.
Quando se viu todo atolado dentro dela, grunhiu alto, quase sem chão.
Segurou com firmeza os cabelos de e a fez beijá-lo ao mesmo tempo em que a mulher começava a rebolar em seu colo.
foi quicando com intensidade e se movia de encontro a ela, metendo com força, ignorando o calor absurdo que fazia seus corpos suarem.
Tudo o que importava era . Estar dentro dela era a melhor sensação de todas.
Quando o beijo cessou, os dois continuaram se encarando com intensidade. quicava gostoso, gemendo sem pudor quando o pau de a tocava bem fundo.
se sentia pulsar mais a cada minuto. Era deliciosa a sensação de ter cada centímetro dela o apertando e proporcionando um prazer indescritível, e tudo era intensificado pelo risco que corriam de serem vistos.
Com uma das mãos, ele puxou a alça do vestido de , expondo um de seus seios e o envolvendo com a boca. Chupou com vontade, lambeu a auréola e sugou como se provasse de um manjar.
— Caralho, , assim você vai me fazer gozar.
interrompeu brevemente o que fazia para encará-la com desejo.
— Eu só vou parar quando você me melar todo.
gemeu em resposta e rebolou com mais intensidade. O pau de entrava e saía com facilidade, pulsando, marcando cada centímetro dela e a fazendo delirar.
Os olhos da mulher reviraram nas órbitas, colocou ainda mais intensidade e o som de seus quadris se chocando era a única coisa que se ouvia junto aos gemidos.
Seu abdômen se contraiu e sabia que estava muito próximo. Pela forma como passou a se mover, ela também atingiria seu ápice a qualquer momento.
Os lábios se tocaram, mas não prolongaram o beijo. Em vez disso, as testas de ambos se uniram e foi quicando com gosto, contraindo a boceta para apertar ainda mais.
— Goza para mim, senhorita . — O pedido dele foi tão gostoso de ouvir que a mulher não resistiu.
Seu corpo inteiro estremeceu e se perdeu em espasmos. Um gemido prolongado ecoou dos lábios de e seus olhos se fecharam com força.
Ela continuou tremendo por alguns segundos e aquela gozada deliciosa foi o suficiente para que também atingisse seu ápice. O homem abraçou e se contorceu enquanto gozava intensamente. Era como uma explosão de estrelas.
Foram diminuindo a intensidade dos movimentos até desfalecer sob o peito de , procurando recuperar sua respiração.
Um silêncio confortável reinou e foi quebrado por uma risadinha culpada vinda da jovem .
— O que foi? — indagou, curioso em decifrar os pensamentos dela.
— Será que alguém nos viu?
Ele não queria pensar naquilo. Queria aproveitar o momento.
— Não faço ideia. E quer saber de uma coisa? Eu não me importo.
sorriu, cúmplice.
— Ótimo, porque eu também não.


Continua...

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Nota da autora: Se eu disser pra vocês que tive um bloqueio criativo colossal, vocês me perdoam?
Juro. Eu pensei nessa fic todos os dias e tô muito feliz em ter conseguido finalmente atualizar pra vocês.
Me contem o que acharam. Eu tô AMANDO o fogo desses dois hehehehe.

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Ste ♥.



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