Summertime

Alfa: Cah Sodré
Beta: Rafaela Julich (até o capítulo 14) e Marii-Marii



Capítulo 1: 2 weeks until Summer

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM.

- Ah, mas que merda, mas que merda!
procurou na mesinha ao lado da cama o maldito despertador que estava tocando muito, mas muito alto. Ao alcançar o aparelho, arremessou-o na maior distância que conseguiu, mas ele não parou de tocar.
- Puta que pariu!
Ela xingou novamente e saiu andando no escuro para mais um golpe naquele aparelhinho dos infernos. Respirou fundo e apertou o botão desligar. Dez horas da manhã, em pleno domingo, e ela de pé com um humor péssimo. Sua cabeça doía - certamente pela quantidade de vodkas e tequilas que havia consumido na noite anterior. Ou talvez por um certo outro motivo. Motivo esse que ela não gostava de lembrar, mas que parecia perseguir seus pensamentos de qualquer maneira.
“Não , não. Você não quer pensar nisso. Você não vai pensar nisso. A festa foi ótima, não foi? Foi, claro que foi. Não teve nada demais. Você só bebeu até cair, mas isso não é novidade. Isso! NENHUMA NOVIDADE.”
Ela pensava alto e andava de um lado para o outro do quarto, quando resolveu descer para tomar café. Não conseguiria mais dormir, precisava de alguma espécie de distração e aquilo era urgente. Sua mãe a avistou assim que desceu as longas escadas da casa.

- Bom dia meu anjo! – Ela disse com um sorriso.
- Só se for pra você! – respondeu irritada. riu.
- Nossa, mas que mau humor filha! O que aconteceu?
- Desculpe, mãe. Nem aconteceu nada. – disse sentando-se ao lado do irmão na bancada da cozinha.
- Aconteceu sim que eu sei. – Ela disse mexendo nos cabelos da filha que estavam extremamente bagunçados.
- Já disse que não aconteceu nada, mãe. – Ela mentiu.
- Filha, pode se abrir com a mamãe, somos amigas, não é?
- Somos, somos... – rolou os olhos. – Mas eu não tenho nada pra...
- ELA É CORNA! – gritou quase cuspindo os sucrilhos que estava comendo e rindo muito alto.
Em um surto, se pendurou no pescoço do irmão, estapeando o garoto. Sra. tentou separar os dois, mas ela não parava. E ria. Ria muito, ria alto, e só estava ficando mais irritada com aquilo tudo.
- VAI SE FU...
- CHEGA VOCÊS DOIS! Parem de brigar AGORA ou teremos conseqüências sérias aqui. – Sra. mudou a expressão e reprimiu o riso. – , sobe AGORA.
- Mas mãe eu tô...
- AGORA!
- Ah, tudo bem. – Ele bufou e subiu as escadas comendo uma maçã.
- Agora vamos ao o que aconteceu, filha.
- Eu não quero falar sobre isso mãe, é sério. – olhou piedosa e a senhora sorriu.
- Está bem, a escolha é sua. Mas qualquer coisa...
- ... Qualquer coisa eu falo, mãe. – A garota sorriu sem mostrar os dentes. – Vou subir.

entrou em seu quarto e foi direto para o banheiro. Tomou um banho rápido para tentar acordar daquele dia que provavelmente era um pesadelo qualquer. Colocou um short curto e uma blusa de moletom grossa e estava preparada para telefonar para alguma das amigas. Foi quando um toque suave na porta do quarto fez com que ela virasse sua atenção pra lá.
- , posso entrar? – perguntou com as mãos nos bolsos. afundou a cara no colchão ao ver o irmão ali.
- Já tá aqui mesmo. – Ela respondeu simplesmente, mas ele não se moveu.
- Desculpa. É que foi inevitável te zoar e...
- ... Tudo bem , relaxa.
- Mas é melhor assim, não é? Aquele tal de Brian é um merda, fala sério.
- Eu sei. – Ela disse em olhar pra ele, que já estava abaixado em frente a sua cama.
- Você não parece triste... – disse ao levantar o rosto da irmã com uma das mãos.
- E não estou. – sorriu breve e riu.
- Então porque todo o escândalo?
- Ah, por nada. Eu gosto de ser uma drama queen, você sabe.
sorriu e a acompanhou. Apesar das brigas, os dois tinham uma amizade incomum para dois adolescentes tão diferentes. Do modo deles, conseguiam se entender perfeitamente.
- Além do mais... – continuou – Esse fim de relacionamento doeu muito mais nele do que em mim. – Ela piscou e desatou a rir, sem que o irmão entendesse.
- O que você fez? – arregalou os olhos, interessado.
- Pensei que seu informante já tivesse te dito... – Ela torceu o nariz. – Ah, eu sumi com as roupas dele, larguei ele no quarto amarrado na cama e... bom, isso foi devidamente fotografado por metade do colégio. – gargalhou com a cara do irmão.
- Você é impossível, garota! Isso foi incrível! – riu alto, sendo interrompido pelo celular da irmã que tocava alto ao seu lado. – Argh, é a . – Ele fez cara feia dando o telefone pra irmã, que riu. – Vou pro meu quarto.
- Ok chuchu, vai lá. – Ela sorriu vendo o irmão sair do quarto falando sozinho. – Fala meu amor!

desligou o telefone feliz ao ficar sabendo que sua reputação estava em alta. Okay, ela era a mais nova vítima de Brian Portman, mas quem tinha saído por baixo nessa, era ele. Todos os presentes da festa estavam rindo da cara e da situação em que o garoto se encontrou depois da vingança de . Ela não era a coitadinha, era admirada. Isso fez com que aquele domingo ficasse um pouco melhor.
“Está vendo, bobinha. Você se saiu bem dessa, muito bem por sinal. Agora todos os garotos vão saber se comportar perto de você, ui. Isso é incrível, não é? Claro que é.”
- ... Mas isso não muda o fato de que você é CORNA. – Uma voz extremamente irritante surgiu no quarto e não precisou nem virar pra trás pra saber quem era.
- Já ouviu falar em bater na porta antes de entrar, ? – bufou virando-se para ele, que riu.
- Estava aberta meu bem. – Ele debochou.
- Meu bem. Meu bem. Vaza daqui , anda logo.
- Sabe... – disse sem mover um centímetro – Você é corna, mas pelo menos fez alguma coisa que prestasse. Fiquei chocado quando o me disse, hoje de manhã. Quem diria, me surpreendendo. Fez uma coisa boa na vida, deu uma lição naquele Portman filho da...
- Ele é um merda, mas é melhor que você, . – disse encostando na porta ao lado dele. – Agora, não me estressa lindinho, some daqui.
- E se eu não quiser? – Ele perguntou segurando o rosto dela com uma das mãos, sendo levemente empurrado para trás.
- , não brinca. Eu posso ser muito pior com você do que eu fui com o Brian.
- Ah é? – Ele disse entrando no quarto e sentando na cama da garota. – Pago pra ver.
- Vaza. – respondeu irritada e riu.
- Esse é o seu melhor? Caramba docinho, você não é péssima nisso! – disse olhando nos olhos de , que fulminaram de raiva. Ela odiava esses apelidinhos melosos e ele sabia disso.
- Eu vou contar até três. – Ela olhou para o teto quando ele riu. – Um...
- Eu não vou sair.
- Dois...
- Agora eu estou com mais medo de você, hem?- gargalhou.
- Três, tchau.
- N-Ã-O.
soletrou a palavra e não se conteve. Pegou um porta jóias de porcelana que estava na bancada e tacou na direção de , acertando-o na testa. O garoto caiu para trás na cama e o porta jóias se quebrou em mil pedaços ao tocar o chão, fazendo um barulho muito alto contra o piso. arregalou os olhos quando percebeu o que fizera.
- PUTA QUE PARIU, VOCÊ É LOUCA? – gritou segurando a testa com uma das mãos e viu que escorria sangue da sua sobrancelha.
- A CULPA É SUA! – Ela gritou mais alto e meio desesperada, correndo em direção a ele.
- Tira a mão de mim, sua louca! – disse quando ela se aproximou.
- Eu nem encostei em você, seu ridículo! – reclamou e entrou com no quarto.
- O que foi isso? – arregalou os olhos vendo a testa do amigo sangrar.
- A exterminadora de homens resolveu achar outra vítima. – debochou e fechou os pulsos, mas se conteve.
- Eu mandei você sair, . A culpa é TODA SUA. – Ela gritou.
- Minha? MINHA? Ah, que ótimo! – riu sarcástico. – Sua loucura não é culpa minha, .
- Dude, eu nunca vou entender vocês dois! Vem aqui , vamos descer! Acho que tem um kit de primeiros socorros na cozinha... – disse e levantou, seguindo-o.
- Louca... – Ele murmurou e rolou os olhos.
- Idiota. – Ela respondeu alto e ele não virou pra trás.
Então a porta se fechou num baque ensurdecedor. estava em pé ao lado da cama, com as mãos nos bolsos. se abaixou para pegar os pedaços maiores do porta jóias no chão.
- Não fale nada. – Ela disse e sorriu, ajudando-a.
- Eu não ia dizer nada. – Ele suspirou. – Mentira, eu ia. – Ele riu e ela também.
- Eu não fiz por mal, juro. – sentou-se encostada na cama e a acompanhou.
- Eu sei que não. – Ele sorriu.
- Mas eu nunca imaginei que minha mira estivesse assim tão boa... Ou que ele fosse idiota o suficiente pra ficar parado quando viu o negócio voando na direção dele. – Ela riu sozinha. – Você acha que eu sou louca, não é?
- Não. – riu. – Talvez um pouco.
- Muito, você quer dizer.
- Depende da situação.
- Ele me provocou. – bufou e riu alto.
- Vocês dois são muito idiotas.
- Eu nada, ele que é. – fez bico e o garoto a abraçou de lado.
- Você parece uma garotinha de dez anos dizendo isso. – Ele riu. – Aliás, vocês dois ficaram presos naquela época, agem como se tivessem dez anos.
- Nós nunca nos demos bem, baby. E nunca vamos nos dar. – rolou os olhos.
conhecia e desde pequenos. Eles sempre estudaram no mesmo colégio, e sempre foram amigos de seu irmão. Desde aquela época, ela e sempre brigaram. Não no início, porque eram muito novos, mas foram necessários poucos meses para que começassem a se odiar. As coisas pioraram na adolescência, onde os eles assumiram posições bem diferentes no colégio. Ela, a queridinha, a garota popular que todos conheciam. Ele, o loser meio bad boy que faz um estilo totalmente diferente dos capitães de time, mas que tem sua fama. A amizade de e , por sua vez, sempre esteve intacta. Nenhum dos dois sabia explicar exatamente o porque, mas ainda eram amigos. chegara no colégio tempos depois, e se uniu ao quarteto que algumas das melhores amigas de não suportavam. E foi assim que a distância entre os dois que já era um fato, se concretizou, e desde então e não podem ficar juntos por muito tempo no mesmo ambiente sem que alguém saia moralmente ferido – ou pelo menos bastante irritado.
- Eu vou descer pra ver como ele está, ok? – disse levantando e apenas assentiu com a cabeça.

- Outch, isso dói, tira a mão daí! – reclamava enquanto fazia um curativo na testa dele.
- Que cena mais gay! – gargalhou e deu o dedo pra ele.
- Tudo culpa da sua amiguinha, . – rolou os olhos e bufou.
- Ah, chega disso, que saco vocês dois.
- Você diz isso porque ela gosta de você e não fica te atacando com objetos voadores tentando te matar e... – ia dizendo quando a risada de ecoou na cozinha.
- Você é ótimo , devia ser comediante. – Ela ria alto e ficou vermelho de raiva. – Como você está, fracote?
- Como se você se importasse. – deu de ombros enquanto a garota pegava uma Coca na geladeira.
- É, tem razão. – Ela deu de ombros. – Eu não me importo mesmo, mas sou educada. Sei lá, fiquei com medo de ter acabado com o último neurônio que tem nessa sua cabeça, docinho. – fez biquinho pra falar enquanto apertava as bochechas de . – Tá doendo?
- Não te interessa, docinho. – tentou imitar a voz de e , que chegava por ali, teve um acesso de riso.
- Então vá à merda. – disse indo em direção à porta da cozinha, mas estava interrompendo o caminho. – Era só o que me faltava. – Ela bufou.
- Parabéns por ontem. – segurou o riso girando o celular entre os dedos. – As fotos que eu tirei ficaram ótimas.
- Bom pra você. – tentava passar. – Aliás, o que você estava fazendo lá? Resolveu dar uma de penetra nas festas agora, foi?
- Engano seu, ‘ Quebra Barraco’. – disse e riu alto. apenas levantou o dedo do meio pra ele, sem olhar pra trás. – Eu fui convidado pela Rachel.
- Wow. – riu alto. – O fim do namoro da Rachel com o Tim realmente não deve ter feito bem pra ela, está cada dia mais louca. Onde já se viu? – Ela ria passando por ele. – Aproveite essa vida de popular enquanto ainda tem tempo, . Aposto que os dois voltam logo, e aí...já era seus convites.
subiu as escadas ouvindo ao longe as risadas de e que provavelmente sacaneavam .

Blair: E o que temos, Chuck? Você me diz.
Chuck: Essa noite. Então cale a boca e dance comigo.

estava com em seu quarto assistindo Gossip Girl quando bateram na porta. Ela apenas gritou para que a pessoa entrasse, sem pensar duas vezes.
- Onde eu arrumo um Chuck mesmo? – disse e riu.
- Er, . – apontou para sendo empurrado porta a dentro e riu.
- Nossa , eu disse que podia entrar, não precisa derrubar tudo! – riu do amigo, que fez cara feia.
- Não tem graça, . – bufou e arqueou a sobrancelha – Entra aqui, porra! – Ele gritou para o lado de fora, mas a porta bateu atrás dele.
- O que foi isso? – ainda ria da cara de , sendo acompanhada por .
- O por acaso esqueceu o celular dele aqui? – disse rolando os olhos e teve um ataque de riso.
- Eu não acredito nisso. – Ela ria sarcástica. – Não sei, porque ELE MESMO não vem procurar?
- Porque ele é uma bicha. – disse simplesmente e riu alto.
- Muitíssimo bem colocado, . Também acho! – Ela gritou, quando abriu a porta – Agora vai lá avisar pro seu amiguinho que se ele quiser ver se tem algum celular aqui, que ele mesmo venha procurar!
- Eu ouvi! – rolou os olhos colocando a cabeça pra dentro do quarto. – Mas eu não quero entrar aí, então a senhorita poderia fazer o favor de deixar o procurar meu celular pra mim?
- Mas é claro... – sorriu. – QUE NÃO. Se você quer, procure você mesmo.
- Mas eu não posso entrar aí, é muito perigoso, sabe? – Ele disse em tom de deboche e rolou os olhos. – Nunca se sabe o que uma certa LOUCA pode fazer contra mim...
- Entra logo , procura essa porcaria de celular e some da minha frente! – gritou já ficando em pé ao lado da cama.
- Onde eu assino meu seguro de vida? – Ele riu sarcástico.
- Eu acho que você está merecendo uma pancada do outro lado da testa, seu idiota! – esbravejou e levantou.
- Já chega, vocês dois!
Ela disse pegando o próprio celular e discando. sorriu aliviado ao ouvir a campainha do celular de vindo de debaixo da cama. apenas deu um passo para o lado para que pegasse o aparelho, e desligou.
- Tchau. – disse olhando para .
- Duas semanas, . – Ela disse e ele se virou.
- Como? – Ele franziu a testa sem entender.
- Duas semanas para o verão. Duas semanas para eu me livrar de você.
- Mal posso esperar. – riu sarcástico e bateu a porta atrás de si, saindo do quarto.

Capítulo 2: The War

O tempo passou rápido e logo uma massa de novas fofocas fez todos esquecerem sobre a festa em que havia armado o barraco. Faltava apenas uma semana para o fim das aulas e para as tão sonhadas férias de verão. Todos já tinham planos de viagem com os amigos, muitas festas e diversão. e haviam acabado de chegar do colégio e a mãe deles os esperava na sala, o que não era muito comum. logo achou que havia feito algo de errado e buscou em sua mente se havia deixado a toalha em cima da cama ou esquecido de alimentar os cachorros. , por sua vez, achou que os boatos da sua noite de tequila no sábado já haviam chegado aos ouvidos da mãe e formulava desculpas boas para se livrar da bronca mais uma vez.
- Não fui eu. – disse levantando as mãos.
- Eu também não fiz nada! – sentou no sofá e a mãe deles riu.
- Fiquem calmos, dessa vez a culpa não é de vocês. – Sra. sorriu e dois suspiros aliviados seguiram sua voz. – Eu tenho uma notícia para vocês.
- Você não vai casar com aquele cara, vai? – arqueou a sobrancelha.
- Claro que não, . – Ela riu.
- Não tem nenhum parente vindo se hospedar aqui, tem? – franziu o nariz.
- Não, ... – Ela bufou. – Me deixem falar, seus tagarelas.
- Desculpe. – Eles responderam em uníssono.
- Sem problemas. Bom, sabe a tia de vocês, a Janice?
- Ela vem pra cá? – interrompeu e recebeu um olhar furioso da mãe. – Opa, continua... – Ele riu.
- Bem, ela é bem rica, mas isso não é novidade para vocês. – Sra. revirou os olhos. – Enfim, ela vai viajar com o novo marido nessas férias de verão para algum lugar distante... E ofereceu a mansão da Riviera Francesa para vocês passarem uns dias.
- O QUÊ? – arregalou os olhos.
- COMO É QUE É? – a acompanhou.
- É isso mesmo! Acho que ela não tem juízo, todo esse dinheiro deve ter feito com que ela perdesse o senso, mas ela disse que prefere ter algum parente na casa do que deixa-la só com os caseiros ou com empregados. Eu não posso ir, vou trabalhar, então se vocês quiserem...
- EU VOU! – Os dois gritaram rapidamente, fazendo a mãe rir.
- Tudo bem então, vou mandar que ela dê férias aos empregados.
- Posso levar minhas amigas? – perguntou rapidamente.
- Claro. A casa deve ter milhares de quartos, mesmo...
- Eu vou levar os meus então. – sorriu. – EPA! Perai... – Ele olhou rapidamente para a irmã, que entendeu o recado.
- NEM VEM , EU VOU PRA LÁ! – berrou.
- Só se for no seu sonho! Você vai pra praia com as suas amigas, eu vou pra França com os meus e...
- HÁ-HÁ-HÁ. Só porque você quer, chuchuzinho.
- Mas já começaram? – Sra. bufou. – Vejam bem, porque não vão todos logo? Tem um caseiro lá, peço pra tomarem conta de vocês para não fazerem nenhuma besteira...
- Nem que eu quisesse! – riu. – Fique tranqüila mãe, eu não quero e acredito que nenhuma das minhas amigas quer nenhum tipo de envolvimento com os amiguinhos do ! Até por isso, quem vai pra lá sou EU.
- Não inventa , eu não quero ter que bater em você. – disse e viu o olhar de reprovação da mãe.
- Você não mata nem uma mosca, chuchu! – debochou fazendo o irmão mostrar o dedo pra ela.
- Ah, cansei de vocês dois! Subam para os quartos, depois eu penso em uma maneira sensata de resolver esse problema de vocês! – A mãe deles disse e os dois obedeceram, subindo as escadas discutindo.
- Então é GUERRA que você quer, maninha? – debochou e riu alto, rolando os olhos.
- Não tenha dúvidas disso. – Ela respondeu prontamente.
- Então é isso que você vai ter! – disse antes de bater a porta do quarto. - Cara, a gente TEM QUE IR. – sorria abobalhado para a idéia de passar as férias em uma mansão na França.
- Eu sei dude, eu sei. Mas deixa estar, eu não vou deixar a ganhar nossas férias. – riu.
- Vai fazer o que? – perguntou interessado.
- Eu ainda não sei. Minha mãe tá querendo fazer alguma competição louca e idiota de perguntas e respostas para ver quem ganha. Aí tipo, o vencedor vai com os amigos. Mas eu preciso de uma carta na manga, pro caso da ganhar... – olhava para o nada, pensativo.
- Você pode contar os podres dela pra sua mãe! – riu marotamente com a idéia, e o acompanhou.
- Golpe baixo. – riu. – E infantil.
- De que lado você está, ? – falou mais alto e deu de ombros.
- Do de vocês, é com vocês que eu vou.
- Não parece. – bufou.
- A disse que eu posso ir se elas ganharem. – caiu na risada quando viu os olhares de susto dos amigos.
- Jogada dupla é mancada, ! – disse fazendo o amigo rir ainda mais.
- Eu sei... – Ele jogou uma bolinha pro teto – Eu disse pra ela que só iria com vocês, aí ela mandou eu ir a merda. Sua irmã é um amor, .
- Eu sei que é. – riu.

- Okay meninas, FOCO! A gente precisa dar um jeito de ganhar essa viagem! – dizia andando de um lado para o outro no quarto.
- Aposto que eles vão jogar sujo! – comia umas balinhas enquanto tentava pensar.
- Não podemos perder DE JEITO NENHUM! – falou mais alto e as três riram.
- Tá, respira amiga! – riu e deu o dedo.
- , você sabe como vai ser esse negócio que a sua mãe inventou? – perguntou com um olhar malicioso.
- Perguntas e respostas. Sobre o que eu não sei, whatever. – fez careta.
- E se... – riu sozinha – E se a gente roubasse as perguntas e decorasse?
- ÓTIMA IDÉIA! – concordou de imediato e virou os olhos.
- Não acho justo. – Ela disse simplesmente.
- meu amorzinho – soletrava as palavras como se falasse com um bebê – Põe uma coisinha na sua cabeça... Eles NÃO VÃO jogar limpo.
- Isso não significa que temos que ser iguais a eles! – retrucou.
- Argh! Esse negócio de ser boazinha 24h às vezes enjoa, amorzinho! – reclamou.
- Ela tá certa, eu acho. – pensou. – Ah, sei lá.
- A escolha é sua, . – disse e ia rebater, quando a porta abriu.
- Meninas, o jantar está pronto, venham comer! – Sra. disse com um sorriso doce.
- Nós já vamos, mãe. – sorriu ao ver a porta fechando. – Ok, eu não quero ter que decidir isso!
- A tia é sua, . O irmão é teu e tudo mais. Você quem sabe. Se quiser jogar limpo – revirou os olhos pra idéia – tudo bem. Mas se não... Bem, você já sabe. – Ela riu maliciosa e a acompanhou.
- Vou pensar. – disse abrindo a porta para descerem.
- Eu acho a idéia do roubo das questões super válida! – riu, parada no corredor.
- Cala a boca, menina! Vai que eles ouvem! – deu bronca na amiga que riu baixo.
- Tem razão. Acho que você está vindo pro nosso lado, não? – perguntou e negou, mas ria muito alto e todas perceberam que ela começara a apoiar a idéia da trapaça.
- Certo. – cochichou. – Eles já estão lá embaixo, não tem problema. – Ela parou e todas escutaram as risadas altas que vinham da cozinha. – Se todas estão de acordo, vai ser assim então. Vou descobrir onde estão as perguntas e roubá-las. A gente tira xérox delas e decora. – sorriu marota e riu.
- Essa é minha garota! – disse, rindo, enquanto desciam as escadas.
E então a porta do banheiro abriu vagarosamente. Uma risada maldosa e baixa tomou conta do corredor.
- Então quer dizer que é assim? – disse a si mesmo. – Deixem estar, meninas. Vocês não perdem por esperar. – riu novamente e desceu as escadas correndo em direção à cozinha.

- Hum, que delícia! Adoro macarronada! – saltitava ao redor da mesa, fazendo rir.
- Ótimo, minha dieta vai pro espaço! – reclamou e fez careta. – Tia, isso é maldade! Sua comida é a melhor, é mancada você estragar minha dieta assim!
- Eu sei que você gosta, meu bem! – Sra. deu uma piscadinha e riu.
- AI MEU DEUS. – gritou e derrubou refrigerante na mesa.
- O que foi amiga? – arregalou os olhos.
- Ah, que susto porra! – virou os olhos e estava rindo dele.
- Um, dois, três. TRÊS. Puta merda. – olhava ao redor da mesa sussurrando. Ninguém estava entendendo nada do que ela dizia.
- Fala logo, ! – chacoalhou a amiga.
- meu amor, vem cá. – Ela puxou a amiga para a outra sala. – O não está na cozinha!
- E? – não acompanhou o raciocínio de primeira. – CACETE! – Ela berrou alguns segundos depois.
- O que foi, suas loucas?- apareceu na sala com a boca suja de molho de tomate. riu, mas ainda estava inquieta.
- Nada, chuchu. Vá limpar sua boca! – Ela disse e riu.
desceu as escadas cantarolando baixo alguma música que nenhuma das garotas entendeu qual era. Os olhares fixos das duas no garoto tinham uma mistura de medo e curiosidade.
- Hey, . – deu um passo a frente.
- Hey, . – Ele entrou na brincadeira, rindo.
- Onde você estava? – perguntou com a voz falha. rolou os olhos.
- No banheiro. – fingiu não entender. Passou a mão pelos cabelos e sorriu. – Porque?
- Por nada. – abaixou os olhos.
- Que banheiro? – perguntou rapidamente e só depois percebeu a burrada que tinha feito. riu alto.
- Vocês são estranhas. MUITO estranhas. – Ele andou em direção a cozinha. – Eu estava no quarto do , se isso importa tanto pra vocês. – Ele mentiu e riu baixo. As duas suspiraram aliviadas.
- Ah, que bacana. Eu gosto do banheiro dele. – tentou disfarçar e riu alto, quando entrou na cozinha.
- Nossa, essa foi péssima! – Ela ria e a acompanhou.

- ELAS VÃO O QUE? – berrou e tacou uma almofada na cara dele.
- Para de gritar, dude! É isso mesmo que vocês ouviram, elas vão roubar o questionário. – dizia relativamente baixo, dentro do quarto.
- AHÁ, eu sabia que elas iam aprontar alguma! – disse olhando diretamente pra , que rolou os olhos.
- O que vamos fazer? – disse e riu.
- O óbvio, ué. Vamos roubar primeiro do que elas. – completou e riu.
- Mas e se... – Os olhos de brilhavam. Ele ria abobalhado e sozinho.
- E se o que, cara? – perguntou, curioso. ainda ria sozinho.
- Fala logo porra! – gritou e riu.
- , você está muito descontrolado ultimamente! – Ele disse e todos riram.
- Melhor do que roubar o questionário, seria mudar o questionário! – dizia sob olhares atentos. – Nós roubamos o questionário original e falsificamos um pra colocar no lugar. Um com as respostas erradas! – Ele ria malicioso. – Elas vão decorar tudo errado e a vitória será NOSSA! Elas não terão como provar.
- Eu nunca, NUNCA MESMO pensei que ia dizer isso mas... ÓTIMA IDÉIA ! – disse e os quatro riram.
- Perfeito, dude! Agora só precisamos descobrir aonde que sua mãe escondeu isso! – disse, andando pensativo pelo quarto.

- Eu tenho quase certeza que ela escondeu numa caixa amarela que tem no armário dela! Ela sempre coloca as coisas lá! – dizia batucando na mesa do quarto.
- Tem certeza? – perguntou enquanto fuçava em seu Myspace.
- Quase absoluta. Se não estiver lá, está no armário do banheiro. Tem uma gaveta de fundo falso e...
- Faz bastante sentido que ela coloque isso lá. – riu. – Afinal, ela deve conhecer os filhos que tem.
- E os amigos desses filhos também! – logo acrescentou, rindo.
- Então estamos esperando o que mesmo? Vamos lá! – pulou fora da cama e abriu a porta.
- Espera, ! – disse rapidamente. – É melhor não irmos todas, pode dar muito na cara. Onde os meninos estão?
- Tocando violão no jardim. – respondeu prontamente. – Estavam todos lá há cinco minutos.
- Perfeito! – sorriu. – Então vamos fazer assim: , você desce e fica de olho nos garotos. A me dá cobertura na porta do quarto. A fica aqui, pra nada dar errado! – Ela completou e riu alto.
- Sua vaca. Eu não estrago assim... todos os planos. – reclamou.
- Ela tem razão, . – disse num tom de voz adorável. – Ela estraga QUASE todos. – completou e as três riram da cara que a amiga fez.
- Agora vai logo , desce e começa sua parte. Pra não ficar de bico, ela fica olhando aí da janela e avisa quando a chegar lá embaixo, ok? – disse e as amigas concordaram.

- Eu estou dizendo, vai dar certo. O disse que deve estar na tal caixa e... – ia falando quando tomou um tapa de .
- ! – gritou numa falsa animação. A garota revirou os olhos.
- Cadê todo mundo? Vocês não estavam tocando? – disparou em perguntas e riu.
- O e o foram lá no...
- ... MERCADO! – berrou antes que terminasse a frase, mas não se deu por vencida.
- Ah, claro. – Ela bufou. – Vou subir.
- NÃO! – Os dois gritaram juntos e ela deu um pulo.
- Como não?
- Fica aqui com a gente, . – pediu do jeito mais doce que conseguiu. sentiu um leve arrepiar na nuca.
- Er... Ah... Não dá. – Ela saiu correndo e os dois foram atrás.

- Ai, mas que droga! – reclamou ao tropeçar em algum objeto não identificado. – Tem certeza que sua mãe saiu?
- Claro que tenho, monga. Ela até deu tchau. Sabe, alguém tem que trabalhar nessa casa... – riu baixo, abrindo a porta e fechando-a vagarosamente.
- AH! – e berraram ao mesmo tempo. arregalou os olhos.
- O que você tá fazendo aqui? – Ela disse rapidamente e em seguida viu abaixado ao lado da cama. – E o que ele está fazendo aqui?
- Nada! – e engoliram seco. trancou a porta atrás de si quando ouviu um estrondo do lado de fora.
, e gritavam e corriam pelo corredor. aparecera por ali sem entender porque os dois perseguiam freneticamente.
- ! ! ! – gritava do lado de fora.
- O que foi?- A amiga berrou do lado de dentro.
- Eles vão pegar, eles vão roubar o questio... – não conseguiu terminar a frase. a derrubara em um pequeno sofá que tinha em frente ao quarto de , enquanto ela se debatia. quase arrombava a porta do quarto de , e estava devidamente trancada lá dentro.
- SABIA! – gritou e subiu na cadeira em frente ao armário.
- DESCE DAÍ! – a pegou no colo tirando-a de perto de um dos possíveis locais em que as perguntas estavam. se debatia e chutava o irmão. – Outch! Pára com isso!
- Me põe no chão seu babaca! – Ela gritava e pegou o banco rapidamente, mas puxou as calças dele antes, e enquanto ele abaixava para pegá-las, xingando alto, ela subiu no banco.
- Você não vai pegar NADAAA! – deu um berro e saiu correndo com o banco ao redor do quarto. nunca alcançaria a caixa sem aquilo.
- Me dá isso AGORA ! – berrava e corria atrás dele, que estava vermelho de tanto rir.
Os dois passaram correndo em frente à , que em um impulso, pulou da cama nas costas de como se ele fosse um cavalinho, tampando os olhos do garoto, que perdeu a direção.
- SAAAAI DE CIMA SUA DOIDA! – gritava e ria enquanto ele tentava se desvencilhar da menina.
- Solta o banco, idiota!
mordia o ombro de e ele não conseguia se defender. puxava a irmã para trás, mas ela fazia força com as pernas ao redor da cintura de . teve um acesso de riso enquanto tentava puxar o banco da mão do garoto.
- CONSEGUI!
gritou e saiu correndo com o banco na mão. rapidamente soltou e foi atrás dela. A força que ele estava fazendo pra puxar a irmã era muita, e assim que ele a soltou, ela despencou no chão. sentiu o peso saindo das costas e pensou que ela tivesse apenas descido, mas quando ouviu o barulho percebeu que não se tratava daquilo.
- ! – gritou em cima do banco e não olhou para trás. Tentava a todo custo puxar as pernas da menina.
parou no meio do caminho e olhou que segurava a cabeça, deitada no chão. Olhou para que tentava a todo custo tirar da cadeira. Ficou simplesmente parado no meio do quarto por dois segundos, sem saber pra que lado ir, e então recuou.
- Você está bem? – Ele abaixou na frente de , estendendo a mão para ajudá-la a levantar.
- , me ajuda aqui! – arfava levantando uma das pernas de para o alto. riu baixo vendo aquilo. Olhou para a mão de estendida e ficou receosa em aceitar. Ele mantinha o olhar fixo nela. Então ela segurou a mão dele e a puxou para cima.
- Er. Obrigada. – Ela ainda segurava a cabeça.
- Tudo bem, mas você... – ia dizendo quando um grito alto e conjunto de e ecoou no quarto.
Os dois tinham derrubado a grande caixa amarela no chão e espalhado todos os pertences de Sra. por todos os lados. e se entreolharam rapidamente e saíram correndo na direção dos amigos, ajudando a vasculhar entre tantos papéis. Por um minuto, quase esqueceram que estavam competindo.
- Não é isso, nem isso... – jogava os papéis pra trás. – Caralho, pra que diabos a mamãe guarda tanta coisa?
- Mamãe. – chacoalhou a cabeça e riu.
- ACHEI! – berrou e em menos de dois segundos e estavam jogados em cima dela, tentando faze-la largar o papel verde que tinha em mãos. – Saiam de cima de mim, seus brutamontes! – Ela berrava e pegou o papel da mão dela, e saiu correndo.
- HÁ-HÁ-HÁ! – Ela ria sarcástica enquanto os garotos a perseguiam pelo quarto. subiu na cama e abriu a folha que estava escrito “ e ” em cima. Em menos de dois segundos, já estava puxando o papel da mão da garota.
- Me dá! – Ele gritava.
- Não é isso! – disse quando viu o conteúdo do papel. Ela olhou diretamente para a amiga com os olhos arregalados e rapidamente derrubou na cama. – CORRE !
berrou e saiu correndo em direção ao banheiro, para ver a tal gaveta do fundo falso. correu junto com ela. tentou bater a porta do banheiro, mas empurrava a porta com força.
- Vaza , vaza! – Ela tentava, quase sem forças, vencer empurrando a porta.
- Não, não! – enfiou metade do corpo pra dentro do banheiro. – Eu não vou a lugar algum!
- , SE MANDA DAQUI! – gritava, mas ele estava com o corpo quase inteiro ao seu lado, agora.
Então forçou a porta e tropeçou, sem cair. Os dois estavam dentro do banheiro quando a porta bateu com absoluta força atrás deles. Nenhum dos dois se importou. e gritavam do lado de fora. Sem pensar, correram até a gaveta e começaram a tacar tudo pra cima. tacou uma escova de cabelo em na esperança dele largá-la, mas foi em vão. a empurrava para trás enquanto a garota tentava levantar o fundo da gaveta.
- Tira a mão daí! – mordeu o braço de e ele deu um grito baixo, fazendo-a rir.
- Canibal! – Ele rolou os olhos, a puxando para trás.
- , DESTRANCA A PORTA, DEIXA A GENTE ENTRAR! – gritou do lado de fora, mas nenhum dos dois se moveu.
- Entra logo, não tá trancada! – gritou e respondeu.
- Claro que está!
e se olharam nos olhos desesperados e largaram a gaveta, indo em direção à porta. forçou a maçaneta várias vezes, mas nada acontecia. também tentou, sob risadas sarcásticas do garoto.
- Puta que pariu! – gritou se afastando da porta. – Isso NÃO ESTÁ acontecendo.
- Ninguém merece. – falou baixo e rolou os olhos. – Vocês não tem nenhuma chave extra?
- Não que eu saiba.
- Cacete.

O barulho dos amigos havia cedido ao lado de fora tinha uns cinco minutos. Todos estavam se mobilizando pra tentar achar uma cópia da chave ou pelo menos para achar o número de um chaveiro. e não haviam se falado, até então. Falaram apenas com , e através da porta. Fugir pela janela não era uma opção, era tão pequena que uma criança de cinco anos não escaparia. sentou-se ao lado da pia e ficou olhando para o teto. estava em pé. E foi só aí que ela lembrou das questões. Em um passo rápido ela se aproximou e soltou o fundo da gaveta. arqueou a sobrancelha quando viu e em segundos estava ao lado da garota.
- Ah, sai de perto ! – fez careta quando percebeu que a guerra ia recomeçar.
- Não vou a lugar algum. – Ele sorriu malicioso.
- Você é tão, tão... – fechou as mãos em punhos de raiva.
- Lindo? – Ele riu alto e a garota rolou os olhos.
- Irritante, imbecil, retardado e agora posso perceber que também é PRETENCIOSO. – sorriu vitoriosa pela cara que ele fez.
Então dois envelopes grossos foram retirados do fundo da gaveta. tomou um da mão de , que ficou furiosa, mas já não tinha mais paciência para reclamar. Cada um sentou, a uma certa distância, e abriu o envelope que tinha em mãos em silêncio.
- Er. ... – disse depois de três minutos.
- O que?
- A gente podia trocar de envelope, né? Afinal as perguntas que eu tenho que responder estão na sua mão. – Ela sorriu marota e riu.
- E porque eu faria isso?
- Porque eu tenho aqui o que você precisa.
- Faz sentido. – Ele riu e quando ia deslizar o envelope pelo chão, parou no meio do caminho.
- O que foi? – franziu a testa.
- Eu não posso entregar o que você quer tão fácil. Você supostamente tem que responder isso aqui. – Ele sorriu torto e revirou os olhos.
- Você quem sabe. Mas vocês vão zerar amanhã, queridinho. – Ela zombou. – Vocês não devem saber nem metade do que está aqui.
- Não me desafie. – sorriu e fez o mesmo, involuntariamente, tentando se controlar. – Aliás, onde sua mãe descobriu essas coisas?
- Ela deve ter ligado para as mães de vocês.
- Ah. – Ele olhou para o papel. – Com quantos anos seu irmão ganhou o primeiro violão? – perguntou do nada e riu, gostando da brincadeira.
- Com onze. Lembro disso. Vividamente. – Ela riu alto e fez uma careta estranha, que fez rir. – Qual a marca de bolsas preferida da ?
- Prada. – Ele respondeu rápido e arregalou os olhos. – Ah vai, essa era muito fácil.
- Se você diz. – riu.
- Qual o único livro que leu na vida? – riu para a pergunta.
- Orgulho e Preconceito. O disse que viu ele chorando. – rolou os olhos rindo. – Vejamos... pesquisava alguma coisa na lista. Não, não vou perguntar nada sobre mim...
- ... Porque não? – interrompeu.
- Porque você não vai saber. – riu e fez graça da cara de .
- Eu sei muito mais do que você imagina. – respondeu em um sorriso tímido e olhou para baixo.
- Duvido.
- Então manda.
- Nome do meu panda de pelúcia.
- Johnny Depp. – Ele fez sinal de vômito e riu.
- Certo. Qual meu personagem de livro preferido?
- Fácil. Edward Cullen.
- Como você sabe essas coisas? – olhava pensativa.
- É só observar.
- Você me... observa? – Ela olhou nos olhos do garoto que corou imediatamente.
- Não, não. Sei lá. Essas perguntas tão fáceis demais! – olhou para baixo tentando disfarçar.
- Tá. Porque eu tenho medo de altura? – perguntou vitoriosa. abaixou os olhos pensativo. Um minuto se passou. Depois mais dois. – Anda, .
- Er... Sei lá, porque você caiu de uma escada? – Ele riu baixo. – Isso explicaria sua loucura.
- Cala a boca. – rolou os olhos, impaciente. – E você está errado.
- Então qual é a resposta certa?
- Ai, seu cotovelo está sangrando. – disse olhando fixamente para o braço do garoto, que fez uma expressão estranha e engraçadíssima.
- Mas o que isso tem a ver com altura e... – parou e passou a mão no próprio cotovelo. – Aaaaah tá! – Ele disse e riu verdadeiramente. Ele fechou a cara nos dois primeiros segundos, mas não resistiu em acompanhá-la no riso.
- Dói? – Ela perguntou num sorriso tímido e sorriu sem olhá-la.
- Bom, tendo em vista que eu estou preso com uma garota boni... – Ele parou no meio da frase e tossiu – Com uma garota. Eu poderia dizer que sim, o que obrigaria você a cuidar de mim. Mas como eu tenho medo de você quebrar meus ossos, eu digo que não.
deu uma risada estranha, algo que misturava fúria e graça, mesmo.
- Espero sinceramente que você tenha que amputar esse braço. – Ela disse olhando para as unhas e ele riu.
- Ah, você é adorável, docinho.
riu baixo e sentiu um baque na porta atrás de si. Levantou-se, assim como , e ficaram olhando a porta.
- Aleluia, acharam a chave ou resolveram arrombar? – perguntou um pouco alto e suspirou de alívio.
- A chave estava comigo. – Sra. respondeu num olhar furioso. – Os dois, fora do meu banheiro.
- Mãe, isso pode parecer estranho, mas não é nada do que você... – estava confusa e atropelava palavras.
- Eu sei que vocês não estão postergando a existência, graças a Deus. Agora SUMAM do meu banheiro. Eu falo sério. Estou logo atrás de vocês. Teremos uma conversa definitiva. – Ela disse num tom de voz alto e um tanto assustador, para uma pessoa sempre bastante calma. As mãos de gelaram ao descer as escadas.
No andar debaixo, estavam todos os outros seis devidamente acomodados nos sofás. Todos com caras de absoluto espanto. Todos querendo fugir dali. deu um espaço para o lado e olhou para , sem dizer nada, e ela entendeu o recado, sentando-se ali. sentou no chão em frente a .
- , sente-se no sofá. – A Sra. disse num tom de voz severo. Ele obedeceu prontamente, sentando-se num pequeno sofá de dois lugares entre e .
- Er,mãe eu... – tentou dizer alguma coisa, mas seu rosto estava vermelho.
- Silêncio, . Agora eu falo, e vocês escutam. – Ela disse andando de um lado para o outro da sala, como uma policial em frente a vários delinqüentes. – Muito bem. Tentando roubar o questionário, não é mesmo? – Ela ia dizendo e percebeu que vários deles iam se manifestar ao mesmo tempo. – Quietos. Como eu estava dizendo... Eu arrumei uma maneira prática e justa de resolver o problema de vocês, mas ninguém aqui pareceu colaborar comigo, não é mesmo? Pena. – Ela chacoalhou a cabeça. – Eu confiei em vocês, mas vocês traíram minha confiança. E eu tenho algo a dizer: Eu já esperava. Sim, eu esperava que vocês trapaceassem, eu conheço muito bem meus filhos e também os amigos deles. E eu tenho um ultimato.
- Mãe, por favor nos desculpe. Não era nossa intenção e... – ia tentando usar seu poder de convencimento, mas foi interrompida.
- Nós só fizemos isso porque as meninas iam fazer! – disse e arregalou os olhos.
- O QUE? Você bebeu, ? Deixa de ser ridículo!
- É isso mesmo, o ouviu e...
- Grande coisa, como se vocês já não estivessem planejando isso. – interrompeu.
- Não estávamos não! – bateu o pé e as meninas riram alto.
- Ah sim, claro. Vocês são todos SANTINHOS agora, não é mesmo? A-D-O-R-O! – revirou os olhos impaciente e abaixou a cabeça.
- CHEGA! CANSEI DE VOCÊS. CALEM A BOCA AGORA! – A mãe de e disse e todos voltaram a sentar. – Escutem bem o que eu vou dizer agora. Eu NÃO VOU mais me preocupar com essa eterna briguinha ridícula de vocês. É o seguinte: vou dar duas alternativas pra vocês. Se me interromperem na primeira, eu faço valer a segunda e fim de papo. – Ela disse severa e ninguém se moveu. – A primeira: Todos vocês vão. Eu estou pouco me importando se vão se matar ou não. – Ela disse todos arregalaram os olhos, mas ninguém disse nada. Não era uma possibilidade a ser considerada.
- E a segunda? – perguntou timidamente e Sra. abriu um largo e malicioso sorriso.
- A segunda, minha querida é essa: Se não forem todos, ninguém vai. Repito: NINGUÉM. Lindo não é? Agora se matem, eu vou tomar um banho. – Ela disse subindo as escadas enquanto todos permaneceram em silêncio absoluto e caras de espanto. Até ouvirem o barulho da porta.
- SEM CHANCE! – gritou.
- Eu NUNCA vou viajar com vocês. NUNCA! – gritou e todos começaram a falar ao mesmo tempo.
- Eu já sou obrigada a agüentar vocês o ano todo, e nas férias também? Não mesmo!
- Isso é ridículo, eu não vou.
- Nem eu.
- Eu quero ir. – disse baixo e todos olharam pra ele. – O que foi? É verdade mesmo, eu quero ir.
- Ah, cala a boca ! – disse e a guerra continuou.
Estavam todos falando ao mesmo tempo. Não dava nem para entender uma pessoa sequer. sentou-se no sofá contrariada e ficou observando a guerra em sua frente. Ninguém iria ceder. Ninguém iria simplesmente dizer que aceitava. olhou para ela do meio da muvuca e manteve os olhos fixos. Ela desviou o olhar, sem graça, olhando para , e então levantou.
- Eu estou com o . – Disse simplesmente e arregalou os olhos.
- O que? – olhou, incrédula.
- Isso mesmo. Eu também quero ir. – Ela disse confiante e olhou para .
- Você bebeu né amor? Coitada, uma hora presa num banheiro com o foi demais pra sanidade dela... – disse e riu.
- Eu estou falando sério. Eu não vou estragar minhas férias por causa dessas briguinhas. Caramba gente, é a Riviera Francesa! Vocês tem noção disso? É um paraíso, e a gente vai ficar aqui sendo que poderíamos estar nos divertindo MUITO lá? Não faz sentido!
- Aleluia, alguém sensata! Amo você ! – disse e ela riu.
- Mas , eu também quero muito, mas eles vão e... – ia dizendo mas a amiga e interrompeu.
- E daí, ? Cara, aquilo é uma mansão, se a gente não quiser, nem precisa se ver direito! Mas eu não vou perder minhas férias por causa disso!
- Okay maninha, você me convenceu. Tô dentro! – disse e riu. E em seguida todos concordaram. Alguns mais a contragosto, outros mais convictos, e imediatamente começaram a bolar planos para que ninguém melasse as férias alheias, para que não precisassem se ver o tempo todo. Sra. sorriu vitoriosa, no topo da escada, vendo que tinha conseguido.

- Ah, que susto ! – pulou para trás na sala de estar escura, iluminada apenas pela luz da tv. Ela estava de pijama e tinha um balde de pipoca em mãos. – O que você ainda está fazendo aqui? É quase uma da madrugada!
- Fiquei jogando vídeo game com o e esqueci da hora. – Ele sorriu levemente para ela. – É, parece que a gente vai se ver muito mais do que imaginávamos nessas férias, né? Por essa eu não esperava. me surpreendeu de novo.
- Eu sou uma caixinha de surpresas, amorzinho. – Ela riu presunçosa e ele rolou os olhos.
- Acha que vamos sobreviver? – Ele perguntou com as mãos nos bolsos e ela riu baixo.
- Claro que vamos, . Só precisaremos de alguns anos de terapia depois que voltarmos, mas isso é básico. – Ela riu e ele também.
- É, acho que vamos precisar mesmo... – disse pegando um pouco da pipoca. – Boa noite, . Até daqui a pouco. – Ele sorriu verdadeiramente. sentiu um arrepio estranho na espinha, mas manteve-se inteira.
- Boa noite, .

Capítulo 3: The way I see you

- Ah garota, último dia de aula! – pulava contente e riu.
- Nem acredito! Férias, as tão esperadas férias! Isso é incrível! – Ela disse e se aproximou.
- E aí gatinhas, vamos arrasar na festa da praia? – Ela perguntou como se isso fosse muito óbvio, e todas riram. – amiga, discurso na ponta da língua?
- Sempre! – Ela sorriu animada.
não era presidente do conselho estudantil, não fazia parte do grêmio e não tinha ligação com nenhuma pessoa envolvida nesses dois quesitos. Bom, sua paixão era pela arte. Ela simplesmente figurava em todas as peças teatrais do colégio, como protagonista ou com papéis de grande destaque. Foi capitã das líderes de torcida durante quase dois anos, mas quando teve que escolher entre as artes dramáticas e os gritinhos empolgados, ficou com a primeira opção, a contragosto de muita gente. Por ser altamente popular no colégio, sempre era escolhida para discursos empolgados nas festas que antecediam as férias, ou a volta as aulas.
- Nem acredito que depois de amanhã estaremos na FRANÇA! – Os olhos de ficavam iluminados com a idéia.
- Estou contando os minutos! – O braço de pousou levemente nos ombros da garota, que torceu o nariz e se livrou dele em dois segundos.
- Bom, a parte de você estar lá não é bem a minha preferida das férias! – Ela disse jogando os cabelos e ele fez careta.
- Outch, bom dia pra você também! – Ele disse e riu.
- Bom dia meu amor! – Ela estalou um beijo na bochecha dele. – Dormiu bem?
- Uau, que bom humor ! Estou começando a achar que as horas no banheiro...
- Cala a boca antes que você e seu segundo toco do dia, bebê! – disse sorrindo e riu.
- Qual a primeira aula de vocês? – Ele perguntou.
- Bom, eu e a temos Física... – passou a mão nos cabelos teatralmente fazendo todos rirem. – A e a tem biologia.
- Biologia só se for com o Cullen. – entrou na conversa fazendo uma voz afetada que ele jurava parecer com a de . Ela rolou os olhos.
- Ai , você cansa minha beleza, sabia? – Ela reclamou e riu. – Vem , vamos nos atrasar! – Ela disse puxando a amiga.
- Nos vemos em Literatura, docinho! – deu um berro mais alto e murmurou algumas coisas que ele não entendeu, mas riu.

As aulas antecedentes ao intervalo passaram rapidamente. Os professores não tinham mais nada para passar para os alunos, apenas as notas e as tão temidas recuperações. A aula dupla de literatura vinha logo após o intervalo, e era a única em que todos os oito se encontravam, coincidentemente. A maior parte da classe gostava muito da Sra. Brown, era uma das professoras mais simpáticas daquele colégio. Ela entrou sorridente na sala e alguns baderneiros – o que incluía e – pararam com a guerra de papel.
- Bom dia queridos!
- Bom dia Sra. Brown.
- Bem, último dia de aula, não é mesmo? Vejo que estão animados para se verem livres de nós por um tempo – Ela riu sozinha da própria piada – Sr. , sente-se corretamente, não quero alunos com lordose. – Ela disse e assentiu. e riram. – Continuando. Eu sei que a maior parte dos professores não está fazendo nada nesse último dia, mas eu tenho um trabalho para vocês.
Uma onda de “Ah professora” e “Poxa, último dia!” foram ditas simultaneamente. A senhora de meia idade riu levemente e bateu a mão na mesa para que olhassem para ela.
- Posso terminar, por favor? – Ela disse todos ficaram quietos. – Assim que eu gosto! Enfim, eu acho que vocês vão gostar desse trabalho. Ele não tem nada a ver com literatura, mas com convivência. Quantos anos vocês estudam juntos? Aposto que bastante tempo. Mas aposto também que metade de vocês mal se conhecem. Deixem-me provar minha teoria. Srta. Purcino, qual é o nome desta aluna? – Ela disse apontando para uma garota de cabelos cacheados na segunda fileira da frente e sorriu.
- Er... Evan. – respondeu em dúvida e sorriu para ela.
- Certo, acertou! – A professora sorriu. – Agora me diga: Evan chegou aqui na metade do ano letivo, vinda de uma outra cidade, qual mesmo? – Ela questionou e não soube responder, fazendo a sorrir vitoriosa. – Bristol, seria a resposta correta, meu anjo. É exatamente isso que eu quero provar para vocês hoje. Vocês são uma sala de aula, mas poucos se conhecem, todos vivem em suas panelinhas sem se importarem com o restante. E hoje eu quero que vocês conheçam o restante. Então eu quero que essa metade da sala escreva rapidamente seus nomes em papéis e passem para frente. Eu vou colocar nessa caixinha. Mas só a metade!
Todos obedeceram sem entender aonde ela queria chegar. escreveu seu nome em um papel, assim como todas as suas amigas. Os garotos estavam na outra parte da sala, então não precisaram escrever.
- Ótimo, tudo aqui? – A professora perguntou retoricamente, chacoalhando a pequena caixa. – Bom, eu quero que cada um desse lado venha pegar um papel. Mas NÃO ABRAM AINDA, por favor. – Ela disse e todos obedeceram.
- Certo professora, mas o que a gente faz com isso? – Uma garota de cabelos extremamente longos e lisos perguntou imediatamente.
- Minha querida Anna, isso que eu vou explicar agora. Bem, cada um de vocês que está com o papel na mão irá vir aqui dizer qual nome encontrou aí dentro. E o nome que estiver aí será seu mais novo amigo! Bom, pelo menos pelas próximas duas horas...
- Como assim? perguntou do fundo da sala.
- Bem, eu tenho aqui uma listinha com cinco perguntas e uma pergunta surpresa para vocês. Cada dupla vai sair da sala, andar pelo colégio e fazer algo legal juntos, seguir as tarefas. Eu tenho como saber se estão fazendo tudo direitinho, ok? Não tentem trapacear!
Todos começaram a falar juntos e a preocupação da maior parte das pessoas era cair com alguém que não gostava, ou com alguém queima filme, ou coisa do tipo. Sra. Brown havia deixado claro que não permitiria que amigos ficassem em dupla, e ela sabia muito bem quem era amigo ali e quem não era. sentiu um arrepio na espinha só de pensar em algumas probabilidades. “Você teria que ser muito azarada!” Ela pensou e prestou atenção quando seu irmão foi chamado a frente para ser o primeiro a abrir o papel.
- Angela Williams! – Quem é essa? – Ele sussurrou para a professora e uma garota tímida e pequena veio em direção a ele. tinha certeza que nunca havia visto aquela garota na vida.
Assim a brincadeira prosseguiu. havia sido sorteada por um nerd e foi muito zoada pelas amigas por causa disso. passaria um tempo com uma líder de torcida extremamente gostosa, palavras dele.Várias pessoas haviam sido sorteadas. Algumas poucas haviam adorado a dupla, mas muitas estavam insatisfeitas.
- NÃO! – quase gritou ao abrir o papel.
- , isso são modos? Quem você sorteou? – Sra. Brown perguntou e ele ficou verde.
- A... a... a... – gritou um anda logo e ele parou de gaguejar. – . .
ficou mais verde que e levantou reclamando tão rápido que ninguém entendeu nada. A professora riu.
- Uau, vejo que formei uma dupla interessante! Sem reclamações, os dois. Não vou mudar coisa alguma!
Mais três duplas formadas e estava quase dormindo na carteira quando foi chamado a frente. Sentou-se corretamente e começou a tamborilar os dedos na mesa. Não, ainda tinha pelo menos cinco pessoas para serem dupla dela. Isso não ia acontecer.
- Que letra estranha! – reclamou e algumas pessoas riram. – Ah, não! – Ele sussurrou e de repente ficou corado. Aquilo não podia estar acontecendo. – . – Ele disse muito baixo.
bateu a cabeça na mesa. Algo realmente dizia que aquilo ia acontecer. Logo começou com as piadas sobre o banheiro e ria escandalosamente. Ela sabia que não adiantaria reclamar. Apenas levantou-se em passos largos e tomou o envelope da mão da professora, voltando ao seu lugar. Todos acompanharam a cena em silêncio.

- É, acho que nosso destino cisma em fazer esse tipo de coisa com a gente... – andava com as mãos nos bolsos ao lado de .
- Eu não acredito em destino. Estou começando a achar que uma pessoa com a sorte como a minha só pode passar por esse tipo de coisa. – Ela respondeu sem olhar.
- Não vai me dizer que você realmente acha que não é sortuda? – rolou os olhos e o encarou de frente pela primeira vez.
- Você não me conhece, . Pare de tentar falar do meu destino ou da minha sorte. – Ela disse num tom de voz amigável, mas as palavras eram ásperas.
- Se você diz. – Ele deu de ombros e sentou embaixo de uma árvore. – Ficamos aqui.
- E quem disse que você quem decide as coisas? – Ela retrucou prontamente.
- Puta merda, cada dia mais chata. – reclamou e levantou. – Qual árvore te agrada mais? – Disse sarcástico. – Pra mim são todas iguais.
- Ah, vê se me erra! – respondeu sentando no lugar em que estava. Ele bufou e sentou ao lado dela.
- Vamos terminar logo com isso. – Ele disse pegando o envelope.
- Acho válido. Qual a primeira pergunta?
- “Dentro dos limites do colégio, cada um deve levar o novo amigo para um lugar que realmente gosta, para fazer algo divertido” – repetiu com cara de espanto. – Essa mulher é doida!
- Sempre desconfiei! – riu. – Ela disse que eram PERGUNTAS. Mas tanto faz. Vai, me leva pra algum lugar.
- Primeiro as damas. – fez um gesto de reverência exagerado e riu.
- Você é insuportável. Anda, me leva pra algum lugar logo.
e andaram lado a lado sem dizer nada por poucos minutos. Ao redor do pátio viam vários de seus colegas se movimentando em duplas. achou graça e riu sozinho. sorriu olhando para os pés.
- Tcharan! – mostrou a cantina para , que teve um acesso de riso.
- A cantina, ? – Ela estava quase engasgando de rir.
- Nossa, não vi tanta graça assim... – Ele fez bico e tentou parar de rir, mas achou bonitinho a cara que ele estava fazendo.
- Não é que seja propriamente engraçado... É que sei lá, é típico. Aposto que metade dos garotos vai trazer as meninas aqui. Ou vão levá-las pro ginásio.
- Ou para alguma salinha escura para fazer coisas mais divertidas! – bufou e rolou os olhos.
- Pervertido.
- Realista.
- Cala a boca.
- Tá, o que você quer comer? – Ele perguntou olhando a grande placa que tinha os lanches. Normalmente todos usavam o refeitório, a cantina só funcionava em horários alternativos.
- Não sei ainda! – olhava o grande mural de cima abaixo.
- Eu vou pagar, afinal é meu programa. – sorriu e riu, incrédula.
- Meu deus, dentro de todo ogro existe um gentleman! – Ela fez piada e riu verdadeiramente, e aquela risada fazia com que risse. – Ok, eu quero um cheeseburguer sem cebola com batatinhas e uma Coca! Acho que é o número três!
abriu a boca, dessa vez completamente incrédulo. Não imaginava que o pedido dela seria esse.
- Achei que fosse pedir um sanduíche natural! – Ele fez careta e riu.
- Aquilo não mata minha fome.
- Você é estranha! – virou os olhos e pediu dois lanches para a moça.
- Porque estranha? – ainda ria da cara do menino. – Você acha que eu estou gorda, é isso? Acha que eu preciso desesperadamente de um pé de alface?
- Não, não! – arregalou os olhos. – Eu não vou cair nessa, não vou dizer que você está gorda só pra você me bater.
- Droga! – Ela riu e ele também. – Mas é sério, por quê?
- Ah... – coçou a cabeça – Porque você não me parece o tipo de garota que se dá ao luxo de comer essas coisas.
A moça colocou os pedidos no balcão e pegou a bandeja. pegou sachês de catchup e mostarda e o seguiu.
- Aonde você vai? – Ela perguntou vendo que ele se afastava das mesas.
- Eu não sou assim tão previsível, . – Ele sorriu e ela a seguiu.
- Você me chamou de . – Ela disse numa voz tímida, quase infantil.
- Desculpe. Não posso? – ficou corado no mesmo instante.
- Não, pode sim, tudo bem.
colocou a bandeja na grama embaixo a uma árvore que fazia uma sombra vasta, em frente à pequena praça que ficava em meio ao colégio. sorriu e sentou-se ao lado dele.
- Piquenique! – Ela bateu palmas, novamente parecendo uma criança. riu.
- Gostou?
- Achei... diferente. É, eu nunca fiz um piquenique no colégio! – sorriu sincera.
- É legal comer aqui. A vista é muito melhor do que todos aqueles idiotas que cercam a cantina. – disse um pouco rancoroso e sorriu.
- Também acho.
- Ah, até parece. – revirou os olhos.
- Eu estou com fome, . Será que poderíamos discutir quando eu acabar? – colocou a mão na cintura e ele riu baixo, assentindo com a cabeça.
Os dois terminaram os lanches rapidamente, estavam realmente com fome. Durante esse tempo, não falaram nada, mas tiveram dois acessos de riso. Um pelo silêncio, e o segundo por um garoto que tomou um tombo hilário bem na frente deles.
- Vamos, minha vez! – tentava puxar pela mão, mas ele não levantava. – Anda, ! – Ela disse e pisou sem querer num sache aberto de catchup. O líquido voou direto na camiseta de , e ela começou a rir muito alto.
- Ah, ÓTIMO! – Ele tentava limpar enquanto ela ria. – Preciso ir ao banheiro pra molhar isso aqui e...
- Tá louco? Só vai manchar mais! – Ela disse entendida. – Nem dá pra ver direito, deixa de ser fresco! Agora vem, vamos para o meu lugar!

Os dois andaram um pouco agora comentando do bo do garoto, e rindo. O lugar definitivamente era mais distante, já estavam andando há alguns minutos. não tinha a mínima noção de onde era, mas era algum local escondido, isso era um fato.
- , estou começando a achar que você vai me estuprar nos matos do colégio! – fingiu desespero e desatou a rir.
- Ai seu idiota! – Ela deu uma tapinha leve no ombro dele e pela primeira vez percebeu que ela realmente estava brincando ao chamá-lo de idiota. Nunca era daquela maneira.
- Aqui. – abriu um enorme sorriso e olhou ao redor de um jardim extremamente bonito, mas que ele nunca tinha visto.
- Nossa! – Ele olhava em volta, pasmo. – Você tem certeza que isso é dentro do colégio? – Ele perguntou e riu da sinceridade com que aquela pergunta foi feita.
- Aham. Bem, esse jardim pertence à família da Sra. Cruz, do refeitório, sabe? É dentro do colégio, mas não é do colégio.
- E nós podemos vir aqui?
- Claro. Eu venho aqui sempre, eles já estão acostumados. – sorriu e deitou na grama, olhando o céu limpo e com poucas nuvens.
- Uau. – disse ainda boquiaberto com o lugar que havia escolhido. – Como você descobriu isso aqui?
- Quando eu era mais nova, eu era amiga da Helena, neta da Sra. Cruz. Uma meio indiazinha, lembra? – perguntou ainda olhando pro céu e assentiu. – A gente estudava matemática juntas aqui. Era muito legal, todo dia eu comia bolo de cenoura com cobertura de chocolate. O da Sra. Cruz é o melhor que existe! – Ela sorria e parecia imersa em pensamentos, tão imersa que não viu que a olhava.
- Definitivamente seu lugar foi melhor que o meu. – sorriu e ela também.
- Mas o cheeseburguer estava ótimo!
- Talvez eu venha comer aqui um dia! – sorriu maroto e riu.
- Nesse dia eu virei com você.
Os dois sorriram e pegou o envelope, sentando-se.
- Olha, agora é realmente uma pergunta! – disse numa mistura de sarcasmo e espanto.
- Estou até com medo disso! – ainda estava deitado.
- “Como você vê a pessoa que está com você?” – leu e os dois se entreolharam rápido.
- COM OS OLHOS! – Disseram em uníssono e desataram a rir.
- Tá, acho que ela devia prever que muita gente responderia isso. – disse, sentando-se também.
- Hm... – estava pensativa. – O jeito que eu vejo você...
- Você realmente vai responder? – franziu a testa.
- E porque não? Já estou aqui mesmo.
- Ok então. – a olhava curioso.
- é um cara... Estranho! – dizia ainda pensativa. – Estranho porque vive falando mal dos jogadores populares, mas vive correndo atrás de líderes de torcida, o que é controverso...
- Ei, eu não corro atrás de líderes de torcida! – interrompeu e riu.
- Não se esqueça que eu era uma. E que garotas falam tudo! – Ela sorriu vitoriosa e riu. – Bem, eu acho que você não é tão bad boy quanto quer aparentar. Você é muito mais doce do que quer mostrar. E você é observador. E por fim, eu digo que você não me odeia.
estava boquiaberto para tantas conclusões corretas que havia feito. As palavras simplesmente não saíam para que ele respondesse alguma coisa. olhava para o céu quando, minutos depois, ele realmente resolveu falar.
- Em minha defesa, as líderes de torcida me amam – Ele sorriu presunçoso, e riu.
- Nem todas.
- Não tenha tanta certeza disso! – Ele riu malicioso e rolou os olhos. – E eu nunca disse que odiava você. A gente só briga muito.
- É, também acho.
- Isso quer dizer que você também não me odeia? – Ele perguntou curioso e os dois estavam finalmente sentados mais perto.
- É claro que não. – respondeu prontamente.
- Legal. – Foi tudo o que conseguiu dizer.
- Sua vez de falar de mim. – o olhou de rabo de olho.
- Tá. – pensou e respondeu rápido. – Você quer que todos achem que você é malvada com os homens, mas você não é. Você se preocupa com os outros, mas finge que não. Você mataria e morreria pelas suas amigas ou pelo seu irmão, embora vocês dois briguem mais do que não sei o que. A garota que todas as meninas do colégio querem imitar não é verdadeiramente você, é quem você aparenta ser. Você também é muito mais doce do que deixa transparecer, mas não necessariamente comigo – Ele riu baixo. – E você tem um estranho gosto para se apaixonar por vampiros, piratas, bruxos ou qualquer coisa que não exista.
olhava para o rosto de mais incrédula do que nunca. Chacoalhava a cabeça de um lado para o outro, sorrindo.
- Isso foi muito bom. – Ela riu. – E eu devo acrescentar que você é um espião contratado. – disse e os dois riram alto. – Uau.
- Acho que podemos pular a parte constrangedora de comentar sobre essa conversa, pulando pra próxima pergunta, não? – perguntou com um sorriso encantador nos lábios. estremeceu.
- Concordo. Pode ler você. – Ela entregou o papel para ele.
- Ah, essa é legal. Em teoria. – riu. – Eu tenho medo do que possa escutar.
- Fala logo, . – estava curiosa.
- “Faça seu parceiro escutar uma música de sua banda preferida e diga porque escolheu aquela música” – Ele leu em voz alta.
- Gostei dessa! – sorriu. – Vamos até meu armário, preciso pegar meu Ipod.
- Eu tenho aqui no celular, eu acho. – pesquisava suas listas.
- Meu celular está sem bateria. – bufou. – Vamos lá!

e andaram rapidamente até o corredor dos armários. procurava insistentemente algo no celular e os dois não estavam conversando.
- Achei! – Ele sorriu vitorioso.
- Achei! – Ela disse quase ao mesmo tempo. – Meu Ipod, agora preciso da música! – Ela riu.
- Eu realmente estou com medo. – rolou os olhos. – Eu sinto que não vou gostar de ouvir o que você quer que eu ouça.
- Não julgue um livro pela capa, . – sorriu simpática e sentiu um leve estremecer na espinha.
- Vai, vamos acabar logo com a tortura, me dê aqui o Ipod. – Ele disse fechando os olhos e fazendo cara de profundo medo. riu da expressão dele.

Here comes the sun, here comes the sun (Aqui vem o sol, aqui vem o sol)
And I say it’s all right (E eu digo que isto é o certo)
Little darling, it's been a long cold lonely winter, (Queridinha, tem sido um inverno muito frio e solitário)
Little darling, it feels like years since it's been here, (Queridinha, parece que se foram anos desde que esteve aqui)
Here comes the sun, here comes the sun, (Aqui vem o sol, aqui vem o sol)
And I say it's all right. (E eu digo que isto é o certo).

A cara de espanto de era algo que fez com que reprimisse uma risada alta. Ela tinha certeza que essa música seria um choque para ele.
- Não é possível, você só pode estar brincando! – disse de olhos arregalados.
- Qual o problema? – riu baixo.
- Here comes the Sun! Você não ouve Beatles! EU ouço Beatles! – fitava o visor do Ipod com profunda desconfiança.
- Eu não sabia que eles eram propriedade sua, amorzinho. – riu sarcástica.
- Aposto que é a única deles que você tem.
- Pode checar se quiser.
começou a passar uma série de música dos Beatles no aparelho. Não se dando por vencido, começou a fuçar as outras pastas. Rock. Rock. Rock. Aquilo não fazia sentido, era realmente muito diferente do que imaginava.
- Satisfeito? – Um sorriso vitorioso se espalhou pelo rosto da garota. – O que você imaginava ouvir?
- Britney Spears. Black music. Sei lá. – ainda estava desacreditado. – Porque escolheu essa música? Você tem várias dos Beatles aqui...
- Foi aleatório.
- Ah, sim.
- Posso ouvir a sua agora? – perguntou pegando o celular e os fones. assentiu.

All this feels strange and untrue (Tudo isto parece estranho e surreal)
And I won't waste a minute without you (E eu não quero passar um minuto sem você)
My bones ache, my skin feels cold (Meus ossos doem, minha pele está fria)
And I'm getting so tired and so old (E eu estou ficando tão cansado e tão velho)

The anger swells in my guts (A raiva me corrói por dentro)
And I won't feel these slices and cuts (E eu não vou sentir esses pedaços e cortes)
I want so much to open your eyes (Eu quero tanto abrir seus olhos)
´Cause I need you to look into mine (Por que eu preciso que você olhe nos meus)

Tell me that you'll open your eyes [x4] (Me diga que você abrirá seus olhos)

Get up, get out, get away from these liars (Levante, vá embora, saia de perto desses mentirosos)
´Cause they don't get your soul or your fire (Porque eles não entendem sua alma ou seu fogo)
Take my hand, knot your fingers through mine (Pegue minha mão, entrelaçe seus dedos entre os meus)
And we'll walk from this dark room for the last time (E nós sairemos deste quarto escuro pela última vez)

escutou a música em absoluto silêncio. olhava para os pés, e as vezes para ela. sorria algumas vezes, mas seu rosto tinha uma expressão indecifrável, o que deixou inquieto.
- Open Your Eyes do Snow Patrol. – sorriu, por fim. – Eu adoro essa música.
- Eu também. – sorriu tímido.
- Porque você escolheu essa? – estava curiosa. Curiosa, inquieta e um tanto trêmula pelo que poderia ser a resposta.
- Foi aleatório. Eu não sabia que você gostava. – sorriu levemente, mas não se convenceu.
- Achei que fizesse algum sentido.
- Talvez faça. – respondeu rapidamente, deixando a garota desconcertada, e um tanto corada. – Você está vermelha! – Ele riu.
- Claro que não! – negou imediatamente. – É o reflexo da blusa daquele menino ali. – Ela apontou.
- Sei...
- Ah, fica na sua . – Ela rolou os olhos e riu.
- Próxima pergunta?
- Por favor.
- “Pergunte algo que sempre quis perguntar para seu novo amigo” – leu em voz alta e os dois se entreolharam confusos.
- Isso vai ser estranho. – franziu a testa.
- Também acho. – concordou. – Vamos sentar ali na árvore de novo?
- Tudo bem. – disse e o seguiu até a árvore novamente. O local não estava muito cheio, poucas pessoas passavam por ali. – Pode perguntar.
- Eu primeiro? – fez cara de dúvida e assentiu. – Ah, preciso pensar, espere um pouco. – Ele disse e ela sorriu.
- Chiclete? – Ela ofereceu e ele pegou um.
- Obrigado. Acho que já sei o que vou perguntar.
- Manda a ver. – disse confiante, mas estava com um pouco de medo.
- O que realmente aconteceu pra você ter medo de altura? – Ele perguntou e ela gargalhou. – Eu fiquei curioso depois de ontem. Achei que tivesse respondido certo.
- Você respondeu o que qualquer um responderia, eu fiz todos acharem que eu tinha caído da escada. Mas pense bem, isso não me daria medo de altura. – revirou os olhos. – Esse povo acredita em cada coisa.
- Ei, eu também acreditei! – interrompeu e a garota riu.
- Ah, ... – Ela olhou para baixo timidamente. – Você vai rir de mim.
- Prometo que não vou. – Ele sorriu.
- Até parece! – ainda olhava pra baixo. – Tudo bem, eu digo. Quando eu era pequena, sei lá, tinha uns seis anos, eu estava com o na fazenda da minha avó. Ele disse que eu não conseguiria subir numa árvore, então eu subi. Só que começou a chover muito, com raios e trovões, aquele idiota saiu correndo e me largou lá por umas duas horas – tinha o olhar fixo – foram as piores horas. Eu não conseguia descer. Então desde então eu tenho medo de altura. Pode rir. – olhou pra que sorria.
- Eu prometi e não vou rir. – sorriu engraçadamente. – Mas é engraçado. Eu achei que fosse algo com montanhas russas, aviões, sei lá!
- Eu preferia que fosse. – Ela disse e os dois riram. riu um pouco demais, então presumiu que ele estava rindo da história, e deu um tapa no ombro dele, que segurou o riso.
- Foi mal! – Ele respondeu um carinha de urso e riu. – Vem, levanta!
- Pra que? – A garota franziu a testa, mas foi puxada para cima.
- Vamos subir essa árvore! – sorriu maroto e os olhos de arregalaram.
- , pare com as drogas! Eu não vou subir! – disse entre dentes, mas com vontade de rir.
- Você tem que superar seus medos, docinho! – disse num sorrisinho malicioso e rolou os olhos.
- Eu odeio quando você me chama de docinho.
- Eu sei. – Ele riu e ela fechou a cara, sentando-se. – Minha vez de perguntar alguma coisa, não?
- Ah droga! – sentou e riu.
- Olha , eu vou te perguntar uma coisa que possivelmente lhe deixará irritado comigo – Ela disse e o garoto arqueou a sobrancelhas, curioso – E você vai achar no mínimo estranho. Prometa que não vai me matar.
- Nossa, mas que pergunta é essa? – riu. – Prometo.
- Bom, é que... – mediu as palavras para continuar. – Há dois meses atrás você, meu irmão e os garotos tiveram aquela idéia estúpida de viajar para Manchester para aquele festival de rock, em plena semana de provas. – Ela dizia quando olhou para baixo. – Ah, nem vou continuar.
- Não, tá tudo bem. – Ele sorriu forçado e a olhou. – Continue.
- Eu sei que todas as mães ficaram profundamente irritadas. Eu vi com meus próprios olhos a bronca que o levou lá em casa, foi terrível, eu tive dó dele. – Ela suspirou – Mas no dia seguinte ele estava aqui no colégio, com e , mesmo que estivessem de castigo. E você simplesmente sumiu, por uma semana inteira. E quando voltou... – olhou nos olhos dele – Estava péssimo. Machucado, com o olho roxo. Mas não só pelas marcas físicas, eu digo como pessoa. Você estava realmente mal, . O que aconteceu?
abraçou os joelhos inquieto. Não esperava por aquilo e falar sobre aquela semana realmente abria feridas que ele não gostava, não era algo agradável de lembrar. Suspirou algumas vezes antes de conseguir explicar.
- Estou surpreso que você tenha reparado. – Ele disse levantando a cabeça levemente. – Tudo bem, eu vou explicar. – disse e assentiu. – Aquela semana foi terrível pra mim. Logo quando nós voltamos de Manchester, cheguei em casa e minha mãe estava desesperada. Mesmo depois que a gente ligou e disse que estava lá e tudo mais. Ela estava realmente muito brava.
- Sua mãe fez... aquilo com você? – arregalou os olhos num espanto que foi transmitido por sua voz.
- Não, claro que não! – disse e ela suspirou alto. – Bom, minha mãe namorava um cara naquela época. – Ele torceu o rosto quando lembrou. – E ele parecia um cara legal, pra ela e tal. Mas assim que eu cheguei em casa e vi que minha mãe estava machucada, eu pirei. Aquele filho de uma puta tinha batido nela. Mais de uma vez, e fazia isso sempre, mas eu nunca havia reparado! Ela estava desesperada, sabe? Doeu muito vê-la daquela forma – Os olhos de estavam vermelhos e sentiu os olhos marejarem.
- , eu...
- Deixa eu terminar, okay? – Ele pediu olhando pra baixo e concordou em silêncio. – Eu fui até a casa dele e briguei feio, bati nele e tal... Mas obviamente ele era mais forte que eu. E eu acabei apanhando. Minha mãe chamou a polícia, e ele foi preso. Eu ainda tenho uma marca nas costas por causa daquele... – parou no meio da frase e ficou quieto.
- Eu sinto muito. – estava realmente comovida com a confissão. Não era algo que ela esperava ouvir. – Desculpe ter perguntado isso, de verdade. – ainda olhava para os pés quando , num impulso desajeitado, o abraçou de lado. Os braços estavam receosos, talvez por toda aquela proximidade que nunca tiveram. Ficaram em silêncio por alguns segundos, quando ela finalmente percebeu o que estava fazendo e se afastou.
- Eu nunca disse isso pra ninguém além dos caras... – levantou os olhos e sorriu brevemente.
- Desculpe por ter perguntado.
- Está tudo bem, de verdade. – Ele piscou e ela sorriu. – Confio em você.
As palavras saíram meio atrapalhadas e quis nunca ter dito aquilo. Droga, aquilo era pra estar em pensamento, não era pra ser dito. ficou igualmente abalada, mas sorriu. Um sorriso doce, diferente dos que costumava dar. Algo que poucas vezes vira.
- Seu segredo estará a salvo comigo. – Ela piscou e sorriu mais uma vez, e involuntariamente sentiu as pernas bambearem. – Última pergunta, que tal?
- Seria ótimo, se não fosse pela pergunta surpresa! – disse e os dois riram. – Lê aí.
- “Conte ao seu novo amigo um segredo seu” – leu em voz alta e riu. – Ah, que ótimo. Acho que fizemos isso.
- Realmente – concordou, rindo. – Mas agora eu quero outro segredo, pode ir falando.
- Ah, que sem graça você! – disse com uma voz infantil e os dois riram. – Então vai você primeiro.
- Tá bom, vai. – pensou. – Eu durmo de meias.
- Ah, grande coisa. – disse e os dois estavam rindo. – Vai, um de verdade.
- Então vai você primeiro enquanto eu penso. – pediu com um olhar piedoso e sorriu, concordando.
- Bem... Eu chorei como uma criança quando terminei com o Brian. – corou e arregalou os olhos.
- Como assim?
- Quando eu descobri a traição... Eu corri para um dos quartos da casa da Miley, dona da festa, com as meninas. Eu estava chorando muito e não queria que ninguém me visse daquela forma. – Ela confessou timidamente.
- Então você... amava... ou ama o Brian? – perguntou com um olhar estranho, que chutaria ser tristeza, se não conhecesse a pessoa em sua frente.
- Claro que não! – Ela riu alto. – Eu estava chorando porque... – fitou o nada e começou a falar muito baixo. – Porque foi muito difícil aceitar outra traição. Os garotos simplesmente não me levam a sério, não entendo. Sempre tem que aprontar alguma para acabar com tudo. Eu nunca amei o Brian, na verdade. – Ela olhou para quando percebeu o olhar dele em seu rosto – Eu estava machucada, porque as coisas sempre dão errado comigo. Porque eu nunca vou encontrar alguém que realmente me entenda e que não me decepcione. Porque eu nunca aprendi a amar.
despejou em uma velocidade absurda, mas com a voz extremamente baixa, teve que se esforçar para escutar. De certa forma, a confissão tinha feito bem a ela. Ela precisava colocar aquilo pra fora, e depois do que havia dito sobre a mãe, achou justo dizer algo realmente relevante. sorriu calmamente como quem imaginava que o porque do choro tinha sido aquele. E então tocou a palma da mão da garota de leve, quase sem encostar.
- Ei, relaxa. – Ele sorriu. – Nem todos os homens do mundo vão te decepcionar. Talvez você só esteja procurando no lugar errado.
retirou sutilmente sua mão dali porque sentia que ia estremecer. Sorriu de volta.
- Espero que esteja certo.
- Acho que estou. – sorriu. – Agora é minha vez, não é? Ok, acho que já sei.
- Conte, conte! – disse curiosa e riu de si mesma.
- Bom, nessa brincadeira... a música que eu escolhi... – estava ficando vermelho de novo. – Tinha um sentido. Não era aleatória.
- Sabia. – riu baixo. – Eu entendi na hora.
- Get up, get out, get away from these liars... – cantarolou baixinho, e depois ficou tímido quando percebeu o que estava fazendo.
- Sua voz é linda! – sorriu e ele riu.
- Não acho. Mas obrigado. – Ele riu. – Nossa, primeiro elogio que você me faz em todos esses anos! Momento marcante!
- Seu besta, não tente estragar meu humor! – rolou os olhos. Era incrível que estivesse de ótimo humor ao lado dele, esperava ter uma péssima experiência dessa aula.
- Preparada para a tal pergunta surpresa? – fez voz de locutor de rádio e desatou a rir.
- Que medo de você.
- Eu tenho medo é desse envelope! – levantou e começou a ler. – “Parabéns, vocês chegaram até a pergunta surpresa!” fez uma voz afetada e quase engasgava de rir. “Agora é a hora mais importante: Escrevam um texto pequeno sobre a pessoa com quem que esteve nessa aula. Sobre o que você achava dela, sobre o que acha agora, mas com uma regra: Fale bem. Fale todas as qualidades de seu novo amigo, eu sei que ele tem muitas! E assim que terminarem, entreguem em minha sala!”
- Oh my God. – Foi tudo o que conseguiu dizer.
- Isso vai ser... interessante. – coçou a cabeça e abriu a mochila – Quer papel, caneta?
- Por favor.
rasgou uma folha de caderno e pegou uma caneta para usar. Deu o caderno para e outra caneta. Os dois se olharam por alguns segundos sem escreverem nada. Então abaixou os olhos e começou a escrever devagar no papel, concentrada. arqueou a sobrancelha, e sem dizer nada, fez o mesmo. De vez em quando, ele a olhava e via que ela sorria para algumas das partes em que escrevia. Isso o fez sorrir também. Em poucos minutos acabou o texto e dobrou o papel, esperando pacientemente por , que demorou um pouco mais do que ela.
- Acabei. – Ele sorriu.
- Eu também. Vamos entregar? – Ela perguntou já levantando, e a seguiu.
Chegaram na sala rapidamente e algumas duplas estavam entregando seus papéis para a professora. Uma pilha de envelopes estava na frente dela, então ambos presumiram que haviam demorado na brincadeira.
- , ! – A professora sorriu. – Peguem um envelope para cada um, e do lado de fora escrevam “ sobre ” ou vice versa, por favor. Depois coloquem na pilha.
- O que a senhora quer fazer com isso? – perguntou curiosa.
- Nada. Só ter certeza de que vocês cumpriram a brincadeira. – Ela sorriu ao ver que já colocava o envelope na pilha. fez o mesmo, e os dois saíram da sala.
- É... – sorriu com as mãos nos bolsos – Esse último dia de aula foi... legal.
- Também achei. – sorriu – Eu me diverti, hoje.
- Que bom. Eu também. – disse e os dois andaram lado a lado em silêncio até o estacionamento.
- Bom, acho que a gente se vê na França – fez um gesto engraçado e riu. Os meninos haviam optado por viajarem em um vôo diferente do das meninas, para evitar confusões.
- É, parece que sim. – Ele sorriu.
- A não ser que você apareça na festa da praia, hoje a noite. – olhava para os pés.
- Isso é um convite? – sorriu vitorioso.
- Erm. Não. – Ela rolou os olhos. – A festa é para todos os alunos, você já estava automaticamente convidado. – A garota disse, e murchou.
- Ah, sim. Eu não gosto dessas festas.
- Faça um esforço então... Vai ser... legal. Se você for. – definitivamente estava tímida. Falava muito baixo, coisa que não era normal para ela. sentiu um calor estranho por dentro.
- Vou tentar. – Ele sorriu.
Então chegou correndo e se envolvendo no meio da conversa. Ela estava afobada, os olhos furiosos.
- Ah, você está aqui! Vamos, me dê uma carona pra casa! – dizia rapidamente.
- O que houve amore? – via a raiva transbordar pela expressão da amiga. Até havia percebido. ia responder, quando percebeu a presença de ali.
- Nada. – Ela rolou os olhos. – Vamos, temos muitas coisas pra organizar pra festa! – disse puxando , que começava a tomar distância de .
- ! – Ela deu um grito em meio ao pátio. Ele levantou os olhos, e parou de andar.
- O que?
- Tente aparecer. Eu vou esperar.
sorriu largamente acompanhando o enorme sorriso de . Ele estava se sentindo bem, há muito tempo não sentia-se assim. De um modo ou de outro, as coisas estavam começando a parecer certas. observou atento as duas garotas até que sumissem de seu campo de visão, som um sorriso idiota no rosto.
- O que foi isso, ? – ainda não acreditava no que tinha visto.
- Nada. – sorriu ligando o carro – Porque está tão brava?
- Essa aula foi a pior de todas. Eu odeio o , odeio, odeio! – dizia quase esmurrando o banco. – A sua também deve ter sido péssima.
- Hm, eu diria que foi... – procurava alguma palavra que não fosse tão explícita para dizer que tinha gostado do último dia de aula. ligou o rádio.

Tell me that you'll open your eyes… Tell me that you’ll open your eyes…

riu baixo e sorriu para . Não conseguia mentir pra suas amigas.
- Do que está rindo? – franziu a testa, confusa.
- De nada. E minha aula foi ótima. – Ela sorriu sincera, quando um mar de perguntas tomou conta do carro.

Capítulo 4: Our new beginning

chegou em casa com um sorriso estranho no rosto – e uma sensação boa que não tinha há tempos. Tomou um banho rápido e ficou deitado em sua cama, apenas pensando na vida. Não havia conversado com nenhum dos amigos depois da aula de literatura, e não sabia se algum deles iria querer ir à festa. Mas tinha certeza de que ele queria. Era estranho como as coisas tinham saído fora do controle, e como isso tinha sido bom. Não lembrava exatamente da última vez em que tinha passado momentos tão agradáveis ao lado de . Então, interrompendo seus devaneios, o telefone tocou.
- Alô.
- Fala, dude! – disse animado. – Bora na festa hoje?
- Festa? – tentou manter um tom desentendido na voz – Do colégio?
- E qual mais seria?
- Por quê? – estava feliz por não ter que explicar nada. Aquilo estava saindo melhor que o esperado.
- Porque a Cindy, a líder de torcida gostosa que eu passei a aula de literatura – riu sozinho – Vai estar lá. Cara, se eu te contar da minha aula você nem acredita...
- AHHHH PEGADOR! – gritou e riu.
- Ela é muito gostosa, cara. A gente tem que ir.
- Tudo bem, eu vou com você.
- Sério? – parecia admirado com a resposta – Achei que teria que te subornar pra você vir comigo.
- Opa, eu aceito suborno! – gargalhou.
- Nem vem, você já aceitou de primeira! Agora eu vou ligar pro , o não quis ir... – fez um barulho estranho com a boca – Aquele bicha. Ele teve uma aula péssima com a e... Espera aí. Você tava com a ! – percebeu e caiu para trás na cama, derrotado. – Seu humor não está tão ruim.
- Nós não nos matamos. – sorriu para si mesmo.
- Ah, fala sério. Vai dizer que as duas crianças conseguiram passar duas horas sem a ambulância ser chamada? Não creio! – fez uma voz afetada e riu.
- Nós podemos ser civilizados de vez em quando. – queria parecer indiferente, mas mantinha um sorriso idiota no rosto. Ficou feliz daquela conversa estar sendo via telefone, não queria que visse sua cara.
- Esse é o tipo de coisa que eu só acredito VENDO. – estava pasmo. – Conta como foi. Anda logo.
- Deixa de ser gay, cara! – riu alto e o acompanhou. – Eu não vou te contar nada. Agora liga logo pro e para de encher meu saco. Eu quero dormir.
- Dormir pra ficar gatinho pra ? – fez uma voz feminina quase perfeita e os dois tiveram um ataque de riso.
- Vai se fuder, . Passa aqui em casa antes de ir pra festa.
- Fechado. 20h eu to aí.

desligou o telefone rindo. Não sabia o que havia acontecido, mas tinha certeza que a aula de e não havia sido normal e estava bastante curioso. Conhecia muito bem seu amigo, e ali tinha coisa. Discou rapidamente para a casa dos , e logo no segundo toque, atendeu rindo.
- Alô. – A voz dela estava fraca, mas ela ria alto.
- , é o . – Ele riu junto – Qual a piada?
- Oi amor! – disse alto e riu de novo – Eu estou assistindo The Big Bang Theory.
- Sua viciada em seriados! – riu e ela também. – Tudo bem?
- Tudo ótimo e com você amor?
- Também. – franziu a testa. – Animada pra festa? Eu vou.
- SÉRIO? Que máximo, até que enfim você resolveu dar o ar da graça nos meus discursos micados! – riu verdadeiramente, pensando em seus discursos – Aposto que tem dedo da Cindy.
- Não só o dedo como a Cindy inteira! – gargalhou.
- TARADO! – fez uma voz indignada e os dois riram em conjunto.
ia pedir para que ela chamasse quando teve um estalo. não comentaria nada, mas , essa sim, falaria tudo. A curiosidade tomou conta dele novamente. estava super animada, o que não seria normal depois de algumas horas ao lado de .
- , sabe quem vai comigo? – jogou verde, mas a garota não entendeu.
- A Cindy, lógico. – Ela disse num tom óbvio e riu.
- Além dela. – sorria para o própria pergunta.
- Hm... Er... Não sei. – levantou-se do sofá e começou a andar de um lado para o outro. “Como você é ridícula, . Fique quieta! Pare de agir assim. E daí que deve ser ele? Deixe de ser idiota.” Ela pensava, esperando resposta.
- .
- Ah. – soltou um barulho com a boca e um surto de emoções estranhas começou a tomar conta dela. Algo que ela não queria admitir que estivesse sentindo. – Legal. – Ela disse sem animação.
- Foi legal a aula de vocês hoje? – estava quase rindo.
- Epa, aonde você quer chegar ? – rolou os olhos – Você já falou com o , então devia ter perguntado pra ele e...
- ... ELE NÃO ME DISSE NADA! – gritou no alto da sua curiosidade e riu.
- Nós não nos matamos.
- Eu acabei de ouvir isso, que merda.
- Ele disse isso?
- Disse.
- Hm. – franziu a testa. Não sabia mais o que falar.
- Não vai me dizer?
- Não tem nada a ser dito.
- Chata.
riu do jeito com que falava. Os dois conversaram mais um pouco, enquanto ele tentava arrancar dela algum detalhe oculto da aula, sem sucesso. Então ela passou o aparelho para , porque já estava atrasada e tinha que chegar bem cedo para preparar algumas coisas que estavam faltando na festa.

- , o Dj já está com o equipamento montado, a fogueira já está quase pronta, eu acho que está tudo certo! – dizia animada.
- Perfeito! – sorriu – Estamos ficando cada vez melhores nisso!
- Também acho! – se intrometeu na conversa. – Eu falei com os nossos fornecedores de bebidinhas impróprias para adolescentes – A menina falou baixo e ria a cada palavra. – Tá tudo no esquema.
- Ah, nós somos ou não somos foda? – disse e as quatro riram.
- SOMOS!
As meninas foram para suas respectivas casas se arrumarem para a última festa antes do verão. foi junto com para a casa dela, onde passaria aquela noite, após a festa. As duas se arrumaram empolgadíssimas com o som alto. colocou um short curto e uma blusa comprida que deixava um ombro à mostra, assim como suas costas. colocara um vestidinho floral curto que adorava. As duas estavam lindas e matadoras, quando passaram pela sala para irem embora. Eram seis e meia da tarde.
- Já vão? – disse sem ânimo algum, pausando o videogame.
- As organizadoras chegam antes. – disse e riu.
- Wow. – olhou para as garotas – Vocês estão lindas!
- Obrigada, chuchu! – agradeceu o elogio com um beijo no rosto do irmão, e fez o mesmo. – Tem certeza que você não vai?
- Tenho sim! O vai vir aqui, a gente vai ficar jogando...
- Programinha loser, hein ? – provocou e riu alto.
- Vocês adoram me chamar de loser, meu deus... – rolou os olhos.
- Você devia aparecer, chuchu. Arraste o chatinho do com você – sorriu – Eu vou gostar de ter você lá.
- Se estiver entediante aqui, talvez eu vá. – sorriu verdadeiramente.
- Olha lá hein! – disse puxando a amiga pela mão – Vamos perua, já estamos atrasadas!
- Tchau ! – disse sendo puxada porta a fora.

e as amigas estavam maravilhadas com o sucesso da festa da praia. A maior parte da elite do colégio estava lá, o que era garantia de muitas fofocas e diversão. Além disso, uma grande parte de alunos desconhecidos também estavam presentes, deixando o local lotado. A grande fogueira ainda não estava acesa, esse era um ritual que aconteceria mais tarde. estava ansiosa e queria simplesmente se afogar por causa disso. Ela não queria, mas de fato estava esperando por ele. E entre uma risada e outra, lembrava disso. Aquilo estava ficando profundamente irritante.
- Meninas, vou pegar mais Cuba, alguém quer? – sugeriu andando por entre as pessoas.
- Eu quero amor! – estendeu o copo para a amiga, que já estava indo para o bar.
encheu os dois copos até a boca com a bebida e olhou mais uma vez em volta. Estava sentindo-se patética.
- Procurando alguém, gata? – Brian disse ao lado da garota, que deu um leve pulo.
- Que susto, cacete!
- Passou de ano? – Brian perguntava com uma voz sexy. Já estava bêbado. reconheceria aquelas atitudes em qualquer lugar.
- Graças a Deus. Ficar de recuperação junto com você seria a destruição completa da minha vida. – disse num sorriso maroto, e Brian riu.
- Você fica tão sexy brava... – Ele disse acariciando os cabelos da garota.
- Sai pra lá, Portman. Sinto informar, mas você é carta fora do meu baralho. – disse saindo do bar, quando o garoto a puxou novamente.
- Só mais uma coisinha, ... – Ele sorriu com seus dentes brancos perfeitos – Vai ter volta.
- Nossa, que medo de você Brian! – riu alto. – Me deixa em paz. – Ela disse, indo em direção as amigas.
Assim que se distanciou, deixando Brian sozinho no bar, Ian, amigo dele, chegou a seu lado, eufórico – muitos chutariam a bebida, e sim, esse era um dos motivos. Mas não o único.
- Brow, consegui! – Ian dizia sorridente e algumas garotas babavam por ele um pouco mais adiante.
- Bom garoto! – Brian brincou – Então quer dizer que estamos passados? Sem recuperação esse ano?
- Tudo no esquema, já disse! – O garoto dizia orgulhoso – Entrei na sala e mudei as notas, férias garantidas!
- Ah, mas isso merece um brinde! – Brian disse pegando duas vodkas.
- Calma, ainda tem mais...
- Mais? – Portman estava radiante. – Fala logo!
- Bom, quando eu fui mudar as nossas notas em literatura...

- É, nunca pensei que ia dizer isso... Mas essa festa tá foda hein ? – apareceu do lado da amiga, que sorriu.
- , você veio! – disse, pulando em seu pescoço – Cadê a Cindy?
- Foi ao banheiro com as amigas... Porque garotas amam ir ao banheiro juntas? – franziu a testa e riu, aproximando-se com .
- Banheiro feminino é quase como uma sociedade secreta, . – Ela sorriu.
- Por que, está procurando por quem? – se fez de boba e riu.
- A Cindy. – disse presunçoso.
- Ouvi dizer que ela deu pra metade do time. – revirou os olhos e olhou assustada pra ela.
- !
- Tudo bem... – sorriu simpático – Eu não me importo. Eu conheço garotas como a Cindy. Mas nós estamos nos divertindo, e amanhã eu vou pra França com vocês. Não tem porque eu me preocupar com a fama dela. – Ele piscou para a garota que riu, sem graça.
- Ah.
- , sabe se meu irmão vem? – perguntou enrolando os cabelos. Não era isso que queria perguntar. riu.
- Não sei, ele não me disse nada. Mas o está por aí, nós viemos juntos. – Ele sorriu malicioso e fez um careta que fez as amigas rirem.
- Obrigada pela notícia, mas eu não tinha perguntado isso, .
- Só pro caso de você ficar curiosa sobre isso, mesmo. – ria – Acho que ele foi pegar uma bebida.
- Eu não perguntei nada, ! – disse com a voz um pouco mais alta, rolando os olhos. Mas sentiu um frio estranho na espinha ao saber que ele realmente tinha vindo. – Eu vou na cabine do Dj ver algumas coisas. Já volto.
- Se quiser me trazer uma bebida... – disse e riu alto.
- Vá a merda, !

andava perdido por entre as pessoas. Algumas patricinhas o encaravam curiosas. Mas em geral, as pessoas estavam dançando, conversando e bebendo, e sua presença não fora muito percebida por lá. Já havia dado duas voltas no local e ainda não tinha encontrado , e isso o estava deixando nervoso, ainda mais agora que tinha se perdido de . Então sentiu seu celular vibrar no bolso.
- , sou eu, !
- Fala, dude! – gritou um pouco alto, devido ao som.
- Outch, meu ouvido porra! – reclamou e riu ao lado dele. – A festa tá da hora?
- Tá bem cheia – olhava para os lados – Nada de interessante. Quer dizer, tem muitas garotas aqui.
- Gostosas? – estava ficando interessado.
- Aham! – riu, olhando a saia minúscula de uma menina que passou em sua frente.
- Eu e o estamos indo pra aí, ligo quando a gente chegar! – disse rapidamente e desligou o telefone, antes que pudesse responder alguma coisa.
riu sozinho colocando o celular novamente no bolso, e alguém esbarrou com força em seu braço. Antes que virasse pra olhar, a pessoa estava em sua frente.
- ... – Brian riu rolando os olhos – Você por aqui.
- Brian Portman – riu, sem nenhum humor – Você por aqui. – ainda se perguntava porque diabos aquele cara sabia seu nome.
- É raro ver você em festas decentes – Portman riu. – Seja bem vindo. Garanto que essa festa será a melhor, especialmente pra você. – O garoto disse, e alguns amigos que estavam ali, riram.
- Como é? – franziu a testa.
- Na hora certa você vai saber. Ou não. Vai depender do meu bom humor... – Brian soltou um riso alto e saiu andando na direção de um grupo de garotas perto da fogueira.
- Fique esperto. – Ian disse rindo, antes de seguir o amigo.

estava voltado ao encontro de suas amigas quando sentiu um braço pousando em seu ombro, e ouviu aquela risada que já era muito conhecida. Pela primeira vez em anos, em vez de ter um surto de raiva, sentiu sua nuca arrepiar ao ouvi-la.
- Difícil achar você por aqui!
sorriu largamente, fazendo com que a garota em sua frente quase desmontasse. Ele estava vestindo uma bermuda xadrez e uma camiseta preta, sem muitos detalhes. Mas ainda assim estava lindo. Aquele cabelo um pouco desalinhado e o perfume de fizeram com que abrisse um sorriso enorme quando viu o garoto. E ela não teve vontade de reprimir esse sorriso.
- É difícil de encontrar qualquer um aqui – sorriu – Que bom que você veio. – Ela sorriu sincera, e riu.
- Eu disse que viria.
- Está gostando?
- Bom, está tudo muito legal – torceu o nariz – Só não é muito a minha praia. – riu do comentário.
- Entendo.
- Seu irmão está vindo!
- Sério? Que máximo, todos os losers virão! – bateu palminhas e fechou a cara. – Opa. Eu não quis te ofender, é que eu estou acostumada a...
- Desencana. – sorriu levemente – Eu também não me acostumei com essa relação civilizada ainda. – Ele disse e os dois riram.
- , até que enfim te encontrei! – chegou correndo – Tá na hora do discurso garota! E o está aí!
- Ah, meu chuchu já chegou? – disse e riu – Tudo bem, deveres são deveres. Estarei lá em um minuto.
disse e deu uma piscadinha pra ela, indo em direção à fogueira.
- Bom, está na hora do meu mico anual! – riu de si mesma, e a acompanhou. – Depois do meu discurso, a gente poderia tomar alguma coisa, sei lá... – Ela estava tímida. sentiu um calor por dentro. Sabia o quanto era difícil deixar naquela situação, e ela ficava uma graça daquela forma. Parecia mais humana, menos intocável.
- Claro – Ele deu seu melhor sorriso – Vou esperar você ali nas pedras, tá?
- Está bem! Me deseje sorte! – Ela riu, como se soubesse que não precisaria daquilo, e saiu correndo, sem esperar resposta. ficou rindo ao olhar a garota quase tropeçando seguir seu caminho.

- E aí galera, estão curtindo a festa? – O Dj perguntou e vários gritos animados responderam. – Ótimo, então é hora de dar aquela pausa na música, pra aquela gata ali em frente a fogueira dizer algumas coisas! Vai lá !
riu junto com da introdução que o garoto havia feito. Depois de tantas festas, era de se esperar que ele já fosse amigo delas. , e estavam sentados nas pedras com uma visão privilegiada do tal discurso. havia sumido com Cindy e seus amigos apostavam que os dois já estavam longe dali.
- Hey galera! – deu um grito com um copo na mão – Bem, eu acho que todo mundo aqui quer dançar, e não sei nem porque eu tenho que ficar aqui pagando mico – Ela disse e riu – mas vamos lá, né? Bom, esse ano foi difícil pra muitos de nós! Não vamos negar que aquele colégio é complicado, e sei que muitos espertinhos aqui nem devem ter passado de ano...
- Eu passei! – Ian gritou e alguns garotos riram.
- Que bom, Ian. Isso é realmente um milagre! – riu alto junto com várias pessoas. O garoto ficou sem resposta. – Mas férias de verão é tudo o que nós esperamos durante o ano todo. E só fazemos aquelas provas difíceis pensando na praia, na pegação e na diversão que teremos um tempo depois! E isso chegou! – disse em meio a aplausos, em especial das amigas. olhava para os lados, rindo. – E agora eu vou acender essa fogueira, em comemoração a esse tão esperado momento! FÉRIAS!
Ela gritou e todos aplaudiram. Pegou uma tocha acesa da mão de e acendeu, sob o som de gritos altíssimos, a enorme fogueira montada no centro da festa, com um mar de aplausos.
- É isso aí! Declaro iniciadas as nossas amadas... FÉRIAS DE VERÃO!
desceu do palco improvisado rindo do que tinha dito. Simplesmente achava aqueles discursos horríveis, e tinha ataques de riso todas as vezes que lembrava das coisas que normalmente dizia. Pegou pela mão e puxou-a em direção ao grupo de amigos do irmão.
- Wow, você realmente sabe animar esses animais! – bateu palmas e levou um tapa da irmã, que riu.
- Eu disse que era péssimo!
- Você foi ótima, . – disse sorrindo e todos pararam para olhar para ele, incluindo . Droga, havia pensado alto de novo.
- Como é dude? – perguntou incrédulo.
- ... Ótima eu digo... no nível que esses animais merecem. – “consertou” rapidamente e fez uma careta estranha.
- Tava demorando. – reclamou. – , vamos pegar alguma coisa pra beber?
- Okay! – concordou rapidamente, levantando.
- Eu também vou. – disse rapidamente.
- Eu não te chamei! – retrucou.
- Desculpe, o bar não é seu, até onde eu sei!
- Mas eu organizei e...
- Cacete, andem logo vocês dois! Parecem duas certas pessoas que eu conheço! – disse olhando pra , que riu e mostrou o dedo, quando ele se distanciava.
- Então quer dizer que meus discursos são bons para animais? – Ela disse rapidamente, virando-se para .
- Desculpe, é que o ...
- ... Tá, esquece. Acho que vai ser sempre assim, mesmo. – murchou e deu de ombros. No fundo havia imaginado que as coisas estavam dando certo. Virou-se para sair quando segurou seu braço.
- Ei, . – Ele disse com o olhar baixo, ainda a segurando – Me... desculpe.
disse incrivelmente corado e se virou para ele. Aquela cena realmente era inédita.
- Você pediu... desculpas? – A garota olhava de rabo de olho, ainda sem acreditar.
- Você não vai aceitar? – olhou nos olhos dela, que abaixou rapidamente o olhar, com um sorriso quase se formando no rosto.
- Tá. Desculpas aceitas. – Ela sorriu olhando pra baixo.
- Aquele convite pra uma bebida ainda está de pé? – perguntou com um sorriso animado no rosto, e riu baixo.
- Claro! Vem comigo!
puxou pela mão e foi correndo na direção oposta do bar. O garoto não estava entendendo muita coisa, mas estava rindo da situação. Ela pegou uma chave no bolso rapidamente e abriu uma Van branca que estava parada no estacionamento. Dentro dela havia um freezer grande. arregalou os olhos fazendo com que a garota risse mais alto.
- Cerveja, Ice, Vodka, Vinho... Whisky? – perguntava olhando com a luz do celular para dentro do freezer.
- Cerveja!
- Então duas cervejas para nós! – pegou as duas garrafinhas verdes e fechou a Van. – O fornecedor mandou eu pegar mais aqui quando precisasse. É que tem que ser por baixo dos panos, sabe? Se a polícia descobre esse bando de menores de idade bebendo... – riu marota.
- é da máfia, baby! – disse mais alto e os dois riram. – Vamos sentar ali? – Ele apontou para algumas pedras que davam visão para toda a área da festa. sorriu e o acompanhou, em silêncio.
- Quem diria... – Ela sorriu, olhando para a fogueira, que estava linda vista de cima – Eu nunca imaginaria que um dia ia tomar uma cerveja com você vendo a festa que eu organizei.
- Nem eu! – sorriu, olhando para a garota – Um brinde a isso!
Os dois bateram as garrafas e riram, bebendo. Ficaram lá por quase uma hora, conversando como velhos amigos e rindo sobre as coisas que aconteciam na festa. Ninguém parecia perceber a presença dos dois, ali em cima.
- Wow, acho que tenho que descer! – disse, olhando no visor do celular. – As meninas devem estar loucas atrás de mim!
- Ah! – resmungou e a garota olhou para ele – Fica aqui. É tão mais legal!
- Eu sei... – disse meio mole – Muito mais legal, mas...
- Não, nada de “mas”! – disse e os dois riram. – Cinco minutos! Eu ainda acho que aquele cara vai despencar da ponta do palco!
- Tadinho! – disse alto e os dois riram – Tudo bem, cinco minutos!

Os cinco minutos se tornaram mais vinte quando finalmente se deu por vencido e acompanhou de volta para a festa. Nesse meio tempo, tinham apostado sobre a queda do garoto do palco, e devia cinco libras para por causa disso.
- Nossa, essas pedrinhas escorregam! – reclamava enquanto ria.
- Vem, dá sua mão! – Ele disse sorridente e ela estendeu, sem pensar duas vezes, a mão para segurar na dele. – Cuidado, não pisa ali...
- Tá, eu não vou pi...
ia dizendo quando escorregou, puxando para baixo. Os dois caíram de bunda no chão e tiveram um ataque de riso.
- Eu disse pra você não pisar! – segurava a barriga de tanto rir.
não conseguia responder porque estava rindo muito ainda. Brian estava passando com uma garrafa de Whisky na mão quando viu e rindo feito loucos nas pedras. Uma súbita raiva tomou conta do garoto, que já estava completamente bêbado. Portman saiu em passos largos e decididos até a cabine do Dj, arrastando Ian e mais dois amigos. Esses amigos fizeram com que o Dj parasse a música rapidamente. ouviu os gritos e reclamações repentinas e saiu correndo em direção a festa. foi logo atrás.
- O que diabos está acontecendo? – quase berrou com , que deu de ombros.
- Não sei amor, eu acho que deu algum problema na cabine...
- Eu vou ver! – virou-se decidida quando ouviu uma voz conhecida vinda do palco.
- Olá, meus queridos amigos! – Brian cambaleava e vários olhares assustados o fitavam – Que tal um pouco mais de diversão essa noite?
- Yeah! – Os capangas de Brian gritaram e saiu com as mãos fechadas em direção ao palco.
- Brian, desce daí AGORA! – Ela berrou, mas ele apenas riu.
- Nossa gente, calma... Eu tenho uma surpresinha pra vocês.
, e se aproximaram de onde e estavam. Não demorou muito para que também chegasse ali. foi direto ajudar .
- O que esse idiota tá fazendo? – perguntou e franziu a testa.
- Não deve ser coisa boa.
- Portman, eu vou chamar os seguranças! – gritava ameaçadora, mas o garoto não moveu um centímetro.
- Vamos lá, antes que as pessoas se estressem comigo. Me dá aquilo lá, Ian. – Brian ordenou e rindo alto, o amigo entregou alguns envelopes em suas mãos. Os envelopes da aula de literatura.
- Puta merda. – logo reconheceu os papéis, e saiu correndo até as amigas.
- Eu vou falar com a segurança! – disse prontamente.
- Eu vou com você! – a seguiu.
- “Kelly Newman sobre Paul Prescott” – Brian começou a ler, presunçoso, e todos agora prestavam absoluta atenção, rindo sobre as coisas lidas.
- Brian, onde você arrumou isso? – gritou e Ian prontamente respondeu.
- Ah, um bom mágico nunca revela seus truques, !
- Brian, deixa de ser ridículo, os seguranças estão vindo, desce daí! – estava absolutamente nervosa.
- Mas estão gostando, não estão? – Brian perguntou e várias pessoas gritaram – Viu só? Eu também sei chamar atenção! E eu nem cheguei na melhor parte, gatinha! – Brian riu sozinho e teve um surto. – Vamos pra outro envelope... “Katie Stern sobre Jennah Roberts”
Brian começou a ler o papel e olhou para o lado. Jennah estava chorando pelas coisas que a outra garota havia escrito sobre ela. Aquilo não daria certo, não mesmo.
- Chega! Eu vou até a cabine ligar esse som eu mesma, aí esse idiota vai calar a boca! – berrou para as amigas e abriu passagem, passando por e empurrando algumas pessoas pelo caminho.
- “ sobre ” – Brian anunciou alto. parou, de costas, com as mãos fechadas em punhos. Aquilo não podia estar acontecendo. – Esse envelope é meu preferido! – Brian continuou sob olhares atentos.
olhou para trás e viu que estava paralisada, de costas para o palco. Deu dois passos a frente e juntou-se com e .
- Façam esse cara parar! – disse um tanto alterado, quando Brian começara a ler, imitando uma voz feminina. E de repente toda a festa estava prestando atenção.

é um garoto completamente diferente de mim. Diferente do que eu esperava sobre ele... é o único capaz de entender o que eu realmente penso ou sinto, e acho que é por isso que nós brigamos tanto. Eu simplesmente odeio estar desarmada em frente às pessoas. Eu gosto de ser a que todos vêem por aí. Mas essa não é a que ele vê. Quando ele olha pra mim eu tenho absoluta certeza de que ele vê através, e isso me deixa desconcertada...” – Brian parou para rir – “Agora vou confessar... Eu adoro a risada dele e aquele sorriso tímido, acho que o mundo fica mais leve com isso. O jeito que ele...”

As lágrimas escorriam pelo rosto de , que estava parada, agora olhando para Brian, que ria a cada palavra da maldita carta da aula de literatura. olhou para trás e seu olhar se encontrou com o de . Foi quando ele percebeu que ela estava chorando. Em meio segundo, deu mais alguns passos e puxou Brian para baixo do palco, dando um soco certeiro em seu rosto. O garoto caiu na areia.
- Filho da puta! – Brian gritou e acertou outro soco em , que cambaleou. - Você vai ser só mais uma vítima na mão dela!
nada respondeu, mas tinha raiva no olhar. Virou outro soco na barriga de Portman. já estava ao lado das amigas gritando por socorro quando Ian também partiu pra cima de , derrubando-o no chão. Então , , e outros garotos conseguiram apartar a briga com algum esforço.
- Eu disse que ia ter volta, vadia! – Brian gritava tentando se soltar dos braços de um desconhecido. – Me solta, porra! Eu ainda quero acertar uma no olho desse...
- Solta, deixa ele vir! – provocava, chamando-o com o dedo, enquanto também tentava se soltar de .
- , fica na sua! – segurava o amigo com mais força.
- Já chega vocês dois! – gritou com os olhos vermelhos. – Você é podre, Brian. Muito pior do que eu esperava!
O som alto de uma música do Strokes tomou conta da festa e as pessoas abriram espaço para que saísse correndo dali.

- Ela não está em lugar nenhum! – chegou correndo ao lado de . colocou a mão na cabeça, preocupado.
- A também não achou nada. O e a estão procurando ainda. – Ele colocou as mãos nos bolsos – Caralho! Eu vou quebrar esse Portman!
- Você não vai nada, . – logo advertiu – Tudo o que nós não precisamos agora é que você se machuque. E o ?
- Ainda está procurando. – disse desanimado.
- Vai ficar tudo bem, dude. – consolou o amigo, que forçou um sorriso.
- É verdade, . Eu conheço a ... Ela só deve estar por aí pensando na vida. Não vai fazer nada de errado! – sorriu e ficou mais aliviado.

estava andando ao longe na praia, já pensando em voltar, quando avistou sentada próxima ao mar. Antes que ela o visse, pegou o celular rapidamente e discou para .
- Achei, cara. Vou lá falar com ela. Mas relaxa que ela está bem. – Ele disse simplesmente, e desligou o aparelho.
andou devagar com as mãos nos bolsos até onde a garota estava. estava distraída, desenhando na areia.
- Hey. – Ele disse, sentando-se ao lado dela – Posso ficar aqui?
- Aham.
Ela respondeu olhando pra baixo e dois minutos de silêncio pairaram ali. estava olhando para o mar, quando virou-se bruscamente para ele.
- Me desculpe, você deve ter se machucado! – Ela parecia lembrar-se disso somente agora. riu.
- Está tudo bem...
- Deixa eu ver! – Ela acendeu a luz fraca do celular para iluminar melhor o rosto do garoto – Ele te bateu aqui... Ah , sinto muito...
- Ei, já disse que está tudo bem! – Ele sorriu olhando nos olhos vermelhos da garota – Deve estar doendo mais nele. – Ele riu e sorriu, rolando os olhos.
- Metido.
- Realista.
- Ah, fica quieto! – Ela riu baixo.
olhou para novamente e sentiu um arrepio na espinha. Estavam longe da orla, o local era pouquíssimo iluminado, mas ela estava incrivelmente linda ali. Era realmente estranho tudo aquilo.
- Posso falar uma coisa? – sorriu tímido e assentiu. – Eu fiquei curioso pra saber o resto da carta... Não me bate! – Ele disse rapidamente e tentou não rir.
- Você e o resto do colégio... Eu não precisava disso.
- Eu sei, desculpe.
- Não tem porque se desculpar. – Ela suspirou abraçando os braços.
- Frio? – perguntou e sorriu, quando ela afirmou com a cabeça. Então ele tirou o casaco fino que estava vestindo e colocou nas costas dela.
- Você não estava vestindo isso. – franziu a testa e ele riu.
- Peguei no carro depois da briga.
- Ah. – abaixou os olhos ao lembrar da cena – Obrigada, de qualquer forma.
- Por nada.
- , promete uma coisa pra mim? – perguntou do nada e franziu a testa, sem entender.
- O que?
- Não vá ficar se achando pelas coisas que você ouviu. Aliás, finja que não ouviu nada. – Ela pediu com um olhar suplicante e sorriu levemente.
- Eu não posso fingir que não ouvi, ... – Ele disse calmo e ela o olhou – Até porque eu gostei do que eu ouvi, de verdade.
- Mas...
- ... Mas relaxa, eu não vou ficar me achando. Eu não vou comentar mais nada sobre isso, prometo. – sorriu, fazendo com que o acompanhasse.
- Obrigada. E desculpe pelo o que Brian fez com você. Eu juro que vai ter volta! Ele não perde por esperar! – estava ficando nervosa novamente. Fechou as mãos e os olhos já estavam marejando de novo, enquanto ela olhava para o nada.
- , eu já disse que está tudo bem! – disse olhando nos olhos da garota – De verdade.
- Eu não precisava passar por isso. Muito menos você. Eu fico me perguntando porque eu fiquei com esse cara... – Uma lágrima do rosto da garota. , sem pensar duas vezes, a enxugou num toque leve, e olhou nos olhos dele, involuntariamente.
- Não pense assim. – Ele sorriu passando a mão de leve nos cabelos da garota – Ele que devia ter orgulho de... – parou para medir as palavras – Orgulho de ter namorado uma garota como você.
olhava fixamente nos olhos de , que estavam refletindo a pouca luz do lugar e o silêncio tomou conta do lugar. Só podiam ouvir o quebrar das ondas mais adiante. Ela simplesmente não sabia o que dizer, mas estava sentindo-se reconfortada. Apenas por estar ali, com , que poucos dias antes era motivo de sua fúria.
- ...
- Eu...
- Eu posso... – olhava para baixo com um sorriso quase infantil no rosto – Ah, esquece.
- Ah não! – virou de frente pra ela, curioso – Agora fala.
- Não! – riu.
- Ah, por favor! – fez cara de cão sem dono e rolou os olhos, rindo.
- Eu não sei porque eu estou pedindo isso, que fique claro – A garota voltara a olhar para os pés, visivelmente tímida – Isso é estranho.
- Você ainda não pediu nada.
- Você vai achar estranho.
- Tente.
rolou os olhos numa risada baixa e sincera. Sentou-se de frente para e sorriu.
- Posso abraçar você? – olhou para baixo e não viu o sorriso que abriu – É que não sei, fiquei com vontade. Eu preciso abraçar alguém e...
ia atropelando as palavras tentando consertar o que acabara de dizer, e tinha a sensação que não devia ter dito nada. Estava falando sem parar quando soltou uma risada muito alta.
- O que foi, tá louco? – parou do nada vendo o garoto rir. – Para de rir, ! O que aconteceu?
- Caramba, você fala demais! – Ele riu e continuou, antes que ela pudesse se manifestar – Vem cá!
a puxou para mais perto e abraçou com força. respirou fundo sentindo o perfume do pescoço do garoto. Pousou sua cabeça sobre o peito dele, o segurando com toda força que podia. mantinha os olhos fechados ao acariciar os cabelos e o rosto frio de . Ficaram ali, sem dizer nada por alguns minutos, mas sentindo-se incrivelmente bem. Com um pouco de esforço, saiu dali, contra a própria vontade. Estava com vergonha, mas sentia-se muito bem. Era como se nada tivesse acontecido. Aquele momento havia apagado todos os outros daquela noite. abriu um sorriso encantador e a garota quase teve certeza que suas pernas nunca mais obedeceriam.
- Você não precisa pedir. – disse, ainda sorrindo.
- Bom saber.
sorriu mais largamente e apoiou sua cabeça no ombro de , que envolveu sua cintura com a mão. Ficaram olhando o mar sem dizer nada, por mais um tempo, ignorando o quanto estranha era aquela situação para os dois.
- Eu acho que tenho que ir pra casa. – disse, quebrando o silêncio.
- Porque?
- Porque eu tenho casa! – Ela respondeu e os dois riram.
- Mas você não precisa ir agora!
- É, acho que não... – sorriu meio torto – Mas ainda tenho algumas coisas da bagagem pra ver e...
- Eu vou te levar pra casa. – disse levantando.
- Não, não precisa ! – continuava sentada, estendendo a mão para que ele a ajudasse – Não precisa se incomodar.
- Eu faço questão. – sorriu – Vou ficar com você até a noite terminar. Só pra ter certeza.
- Certeza de que? – já estava em pé, olhando desconfiada.
- Certeza de que isso realmente está acontecendo. – Ele riu, tímido, e sentiu as pernas bambearem de verdade.
- Já que é assim... – Ela sorriu – Aceito sua carona.
e foram conversando sobre coisas aleatórias no caminho até o carro. A festa estava sendo desmontada, devia ser tarde, mas não se preocupou em conferir. Não estava com cabeça para aquilo, mas estava feliz. Em alguns minutos pararam em frente ao carro de . sentou-se e olhou de rabo de olho para o rádio. O caminho era curto, chegariam rápido. Mas mesmo assim uma música cairia bem.
- Posso? – Ela perguntou, já ligando o aparelho. riu.
Um Cd do Beach Boys começou a tocar e sorriu.
- Sem chance de Snow Patrol ser sua banda favorita! Ela disse e riu.
- Não é. – Ele disse, batucando no volante – Mas aquela música estava pedindo pra ser ouvida.
- Faz sentido! – riu baixo – Eu adoro essa música!
fez da própria mão um microfone e começou a cantar junto com o Cd. teve um ataque de riso olhando para a garota balançando a cabeça de um lado para o outro ao seu lado.

Wouldn't it be nice if we were older? (Não seria legal se nós fossemos mais velhos?)
Then we wouldn't have to wait so long (Então nós não teríamos que esperar tanto)
And wouldn't it be nice to live together (E não seria legal se vivêssemos juntos)
In the kind of world where we belong (Em algum tipo de mundo em que nós pertencemos)

olhava para rindo junto da própria cena. Afinou a voz e continuou cantando.

You know it's gonna make it that much better (Você sabe que vai ser muito melhor)
When we can say goodnight and stay together… (Quando pudermos dizer "boa noite" e ficar juntos)

ainda ria quando voltou a batucar no volante. estendeu seu “microfone para ele, e os dois começaram a cantar juntos.

Wouldn't it be nice if we could wake up (Não seria legal se pudéssemos acordar)
In the morning when the day is new (Na manhã de um dia novinho em folha)
And after having spent the day together (E depois de termos passado o dia juntos)
Hold each other close the whole night through (Ficaríamos abraçados a noite inteira)

- Ah, eu preciso respirar! – estava em meio a um ataque de riso. gargalhava mais ao olhar para o garoto.
- Fala se eu não sou a melhor cantora que você já ouviu? – Ela abaixou um pouco o volume do rádio, arfando.
- Nossa, você deveria ganhar o Grammy! – riu sarcástico e levou um tapa no ombro – Outch! Eu não sou saco de pancadas, dona !
- Tudo bem, você já apanhou por hoje!
virou os olhos, rindo. estacionou em frente ao jardim da casa dela, devagar.
- É, eu acho que é isso. – Ele parecia desanimado com a idéia, o que fez a garota sorrir.
- Obrigada por esta noite, . – sorriu sincera e ele a acompanhou.
- Acho que todas as coisas boas tem que ter um final, não é mesmo? – sorriu desanimado. – Mas nos vemos na França! – Ele riu.
- É, a França que nos espere! – e bateram as mãos, e riram. – Vou entrar. Obrigada, de verdade. – Ela disse, estalando um beijo no rosto do garoto, que sorriu.
- Até mais tarde!
esperou entrar em casa e acelerou o carro, extremamente feliz. Voltou algumas faixas do Cd para a Wouldn’t it be Nice e foi cantando e rindo, até chegar em casa.

fechou a porta atrás de si e estava tudo escuro. Sua mãe já estava dormindo e provavelmente estava ajudando e as garotas com a arrumação da festa, coisa que ela devia estar fazendo. Mas não estava se importando. Colocou as mãos nos bolsos e subiu as escadas, sorridente. Só quando chegou ao quarto percebeu que ainda vestia a blusa vermelha que havia emprestado. Riu sozinha e não tirou a blusa, jogando-se para trás na cama. Aquele perfume estava lhe fazendo bem.

A casa de estava vazia – sua mãe havia saído com algumas amigas – Então ele se jogou no sofá ainda com um sorriso besta no rosto. Ficou olhando para o teto, sem acender a luz, quando sentiu o celular vibrar no bolso da bermuda. Pegou o aparelho rapidamente, e com um sorriso ainda maior no rosto, leu a mensagem que havia enviado.

“Todas as coisas boas têm que ter um final, mas algumas coisas nem sempre tem fim.”

estava se preparando para digitar uma resposta a altura quando uma nova mensagem chegou. Ele riu ao olhar para o texto.

“Ah, devolvo sua blusa na França... Ou não. Eu gostei dela, hahaha. xoxo, :*”

estava jogada na cama com o celular na mão quando ele vibrou. Achou que seria uma mensagem, então se assustou quando viu que era uma ligação. De . Respirou fundo e atendeu, sorridente.
- Mas já está com saudades de mim? – brincou e riu de verdade.
- Pretenciosa.
- REALISTA.
- Fica quieta. – Os dois riram juntos para a eterna piada entre eles. – Recebi seu SMS. E antes que você me zoe por ter ligado ao invés de ter respondido – disse e riu – Eu só liguei para dizer que vamos ter problemas sobre essa blusa, eu gosto muito dela. – gargalhou.
- Ah, é realmente uma pena! – enrolava os cabelos, rindo baixo – Ela fica melhor em mim do que em você.
- Isso é o que nós veremos, na França! É tão legal dizer isso! – riu empolgado fazendo a garota sorrir e rir ao mesmo tempo.
- Melhor do que dizer vai ser ESTAR lá, docinho. – fez uma voz afetada e os dois desataram a rir.
- Com certeza!
ouviu o barulho do carro de estacionando e fez uma careta estranha.
- Droga, vão descobrir que eu fugi da limpeza! – Ela murmurou e riu. – Tenho que desligar ! Vou tentar fingir que estou dormindo! – Ela disse rapidamente.
- Boa sorte com isso! – disse rindo. – Ah, só mais uma coisa!
- O que?
- Se algumas coisas não tem fim... – parou no meio da frase e soltou um longo suspiro – Essa será uma delas. É só um novo começo. O nossocomeço.
voltou a sentar na cama e teve a nítida sensação de que tinha esquecido de respirar [n/a isso é tão Bella hahahaha] ou que suas pernas iriam fazer com que ela despencasse. Fechou os olhos, sorrindo, e ficou em silêncio até conseguir pensar algo suficientemente bom, ou pelo menos aceitável, para responder.
- Eu tenho certeza disso. – Ela disse com a voz baixa, e abriu um imenso sorriso. – Não vou esquecer o que você acabou de dizer, dica. Eu vou cobrar. – Ela riu e ele também.
- Pode cobrar. – Ele sorriu.
- Boa noite, . Obrigada... De novo.
- Boa noite, . Durma bem.


Capítulo 5: Let the rain fall

- Ah eu não acredito, em algumas horas estaremos na Riviera Francesa! – pulava de um lado para o outro, enquanto e riam.
- Vai ser muito perfeito! – disse enquanto organizava algumas coisas na bolsa.
Estavam todas no quarto de , as malas estavam no andar debaixo e o pai de as levaria de carro até o aeroporto. O tempo estava feio, e isso estava deixando um pouco preocupada, mas nada que sobressaísse sobre a vontade de viajar logo e começar as férias que tinham tudo para serem as melhores.
- Quase perfeito, né? – revirou os olhos e tacou uma almofada na cara da amiga.
- Pára de frescura, ! Aceite o seguinte fato: Você verá seu amor secreto, , durante toda a viagem. Isso vale pra você também, !
- Eu não tenho problemas em ver o a viagem toda. – brincou e mostrou o dedo, rindo.
- Você entendeu!

- Boa viagem, meninas! Juízo, viu? , me ligue quando chegar lá, filha! – Sr. era só recomendações e rolava os olhos insistentemente, fazendo e rirem baixo dentro do aeroporto.
- Tá bom pai, amo você, agora tchau, tenho coisas pra fazer! – Ela disse rapidamente e se despediu, sorrindo.
- Quanto amor com o papai, ! – disse e todas riram.
As quatro garotas cortaram a extensão do aeroporto com suas quinhentas malas até o guichê onde fariam o check-in. Estava chovendo e elas já estavam preparadas para possíveis atrasos, mas nada muito preocupante, até porque estavam juntas, e acabariam se divertindo de um jeito ou outro. O vôo dos garotos sairia três horas após o delas, isso fora decidido no par ou ímpar porque queriam poupar o máximo de tempo juntos. Depois de meia hora de atraso, começou a perceber que a chuva caía muito mais forte, e que a maior parte dos vôos estavam sendo atrasados por isso.
- Puta merda, eu não agüento mais ficar aqui! – reclamou e fez careta.
- Eu também não, eu quero ir pra França!
- Ah, jura? – olhava para o aeroporto cada vez mais lotado e cheio de passageiros indignados com a demora com um olhar desanimado.
- Gente, gente! – chegou correndo – Falei com um cara da companhia aérea, ele disse que tá impossível voar com essa chuva! Vão atrasar e cancelar todos os vôos até que isso seja normalizado!
- AH NÃO! – berrou e levantou. – Nosso vôo era duas da tarde, já são quase quatro!
- Daqui a pouco os garotos estão aqui... – disse com uma voz afetada e levantou a cabeça rapidamente, percebendo o que a amiga havia dito. Incrivelmente, seu coração começou a bater descompassado quando encarou essa possibilidade.
- Não é, ? – Ela ouviu a voz de e chacoalhou a cabeça, retornando à realidade.
- Desculpa amor, eu tava viajando aqui! – Disse sincera e a amiga riu.
Então sentiu seu celular vibrando na bolsa e pegou rapidamente o aparelho. Era uma ligação de .
- Fala chuchu!
- Vocês já estão na França? – Ele perguntou e bufou, tentando rir.
- Todos os vôos estão atrasados, ou sendo cancelados, ! Ainda estamos no aeroporto!
- Sério? Acabamos de chegar aqui, e nossa! Isso tá uma loucura! – dizia olhando para os lados e esbarrando em umas pessoas. estava logo ao seu lado, prestando atenção na conversa.
- Eu sei que está! Já fizeram o check-in? – perguntou andando de um lado para o outro. Estava ficando ansiosa, de novo. Uma sensação boa estava tomando conta dela, ao lembrar da noite anterior. “É só um novo começo. O nosso começo.” A voz de parecia sussurrar aquelas palavras em seus ouvidos fazendo sua respiração falhar.
- O e o estão na fila, eu e o estamos indo para lá! – Ele respondeu simplesmente – Quando terminarmos, eu te ligo! Beijo!
desligou o telefone e deu um passo para trás quando percebeu que estava quase colado nele. chacoalhou a cabeça e riu.
- Mal, cara. – Ele levantou as mãos se desculpando, o que fez o amigo rir. – Elas conseguiram viajar?
colocou as mãos nos bolsos. Estava extremamente curioso, e mais ainda, torcendo para que não tivessem conseguido. Mal podia acreditar na aproximação que ele e tiveram na noite anterior, mas queria sentir aquilo de novo. Era estranho, surreal, mas ele queria mais.
- Não, elas estão aqui ainda. – disse calmo e saiu andando até onde e estavam. ficou paralisado, com um sorriso idiota se formando no rosto e mesmo sem entender nada, subitamente ansioso.
- Vem, dude! – gritou e ele voltou à realidade, seguindo o amigo.

e as amigas estavam sentadas no chão em um canto do aeroporto. Tinham levantado para darem uma volta pelo local, e quando voltaram não encontraram mais cadeiras disponíveis. estava quase dormindo, enquanto lia uma revista. estava com o Ipod nos ouvidos e também parecia estar longe dali. e dividiam os fones de um outro aparelho, enquanto batucava insistentemente na própria perna, deixando nervosa.
- Pára com isso, louca! – Ela segurou a mão da amiga, que riu sem graça.
- Desculpa.
- Tá ansiosa por quê? – perguntou sem nenhuma cerimônia e engoliu seco.
- Pra... Pra viajar, ué. – Mentiu e riu alto.
- Pra viajar ou para ver um certo que está aqui no mesmo aeroporto que você? – A garota tirou seu fone e sentou-se de frente para a amiga, com um olhar malicioso.
- Pirou, ? – quase berrou – Nada a ver, porque eu estaria ansiosa pra isso? Eu vejo o todo dia, não tem nem mais graça!
- Ah sim, mas agora vocês estão se dando bem e...
- Cala a boca! – a interrompeu olhando para as duas amigas. Ela não tinha conversado sobre isso com e , ainda que soubesse da aula de Literatura, por alto.
- Ah, vê se me erra ! Elas não tão ouvindo nada! – bufou e riu baixo.
- Mesmo assim!
- Mas você tá nervosa por isso que EU SEI. – afirmou cheia de certeza e bateu a mão na testa, em sinal de desaprovação.
- Ah, vá a merda, ! Dane-se, eu não tô nem ligando pro fato do estar aqui, você bebe, sabia? Tô bem tranqüila em relação a isso, inclusive!
- Ah é?
- É.
- Então beleza, ele tá quase atrás de você.
arregalou os olhos e tentou fazer sua melhor cara para olhar para trás. Inclinou suavemente o pescoço, sem levantar, e viu os quatro garotos se aproximando. Primeiramente, seu olhar bateu em , que vinha mais à frente com seu irmão. Em seguida, Viu e rindo animados e voltou seu olhar pra frente.
- Nossa amiga, que cara! – disse e deu o dedo, ambas rindo.

- As meninas tão ali, ! – disse alto e apontando, fazendo e pararem de andar atrás deles. procurou rapidamente e viu , que sorriu para ele. estava de costas, então também apontou para eles, à medida que se aproximavam, e virou o pescoço para trás. Seu olhar encontrou o de diretamente, e por mais que ela quisesse olhar para baixo, virar a cabeça, se jogar de um precipício, nada conseguia lhe fazer desviar daquele olhar. percebeu e riu sozinho, mas ninguém estava prestando atenção nele.
- Olá! – disse alto e tirou os fones de ouvido.
- Fazendo o que jogadas no canto? – perguntou e rolou os olhos, levantando e puxando pela mão.
- A gente tava esperando vocês, sabe? Não vivemos sem vocês, ! – A garota disse com uma voz afetada e riu.
virou para frente e estava a poucos centímetros de . Os dois se encararam em silêncio, enquanto , que acordou subitamente, contava a história do atraso de vôos para os garotos. abaixou o olhar, sem graça, e olhou para os pés de . Ele estava calçando um Vans quadriculado, e seu olhar foi subindo pela calça jeans e pela camiseta preta, até chegar em seus olhos novamente. abriu um sorriso encantador, e a garota não pode evitar fazer o mesmo. O que diabos estava acontecendo?
- Oi. – Ele disse com a voz baixa – Pensei que só fosse te ver na França.
- Eu também. – Ela sorriu sem jeito. Nenhum dos dois reparou o olhar curioso de sobre eles. Dois minutos de silêncio.
- Chata essa chuva, né? – disse do nada e riu, fazendo-o corar. Estava se sentindo idiota, era melhor que tivesse ficado calado.
- Também acho. – Ela respondeu com um sorriso de canto, e não soube explicar, mas sentiu sua nuca arrepiar instantaneamente.
- , eu tô com fome, vamos procurar algo pra comer? – chegou e encarou os dois, que se olhavam de forma estranha. – Eu hein. – Ela disse e riu, sem graça.
- Claro amor, vamos lá! – Ela concordou e a puxou pela mão.
as acompanhou com o olhar até que as perdeu de vista, o que não demorou muito. Ficou parado e olhando para o nada, imerso em seus pensamentos.
- O que diabos foi aquilo? – perguntou e quase deu um pulo de susto.
- Puta que pariu, vai assustar... O ! – disse e os dois gargalharam.
- Não desconversa, dude! – cutucou e coçou a cabeça, sentindo o rosto queimar.
- Não foi nada, cara. – Mentiu.
- Ah sim! “Chata essa chuva, né?”- imitou a voz do amigo, que deu o dedo - Vocês dois estavam me assustando!
- Já disse que não é nada, ! Não enche, vai! – disse e foi para onde e estavam.

- Mas que merda, a gente tá aqui tem mais de cinco horas! – falou e enterrou a cabeça nos joelhos.
Estavam os oito sentados no chão do aeroporto. , e estavam jogando Uno pela milésima vez, estava deitada na barriga de , ambos quase cochilando, estava quase quebrando o Ipod por não conseguir achar nada que agradasse, e estava com tentando ajudar uma garota japonesa a entender o que estava acontecendo com o aeroporto, mais adiante. olhou para o rosto do irmão, que agora dormia tranquilamente e sorriu. Voltou seu olhar para os amigos, mais especificamente para , que olhou de volta, sorrindo. também viu.
- Vem jogar, amiga! – Ela disse e sorriu involuntariamente, fazendo rir sozinho.
- Ah, eu tô com sono! – disse bocejando e os três riram. – Acho que vou comprar um café, alguém quer?
- Eu quero! – logo gritou e arqueou a sobrancelha, rindo.
- Eu também! – respondeu.
- Traz um pra mim também amiga? – pediu com carinha de anjo.
- Eu não sou um polvo, coleguinhas! – Ela respondeu e todos riram.
- Eu te ajudo. – respondeu sem nem pensar e ficou de pé, ao lado da garota que o encarava boquiaberta, assim com os demais. – Também quero um café.
- Tudo bem. – tentou não sorrir, mas estava feliz. Os dois seguiram lado a lado por entre as pessoas, ambos tentando ignorar os comentários que os amigos estavam fazendo disso.
- Você parece cansada. – quebrou o silêncio e sorriu.
- Estou tão acabada assim? – Ela escondeu o rosto, fazendo o garoto rir e tirar suas mãos dali.
- Eu não disse isso! – completou, rindo um pouco.
- Eu sei que não! Mas eu realmente devo estar um bagaço, eu tô com sono, com dor nas costas, com a bunda quadrada, eu não agüento mais essa chuva, esse aeroporto, nada disso! – disparou e parou de andar, deixando que ela seguisse sozinha.
- O que você tá fazendo? – Ela virou pra trás com cara de espanto e ele arqueou a sobrancelha, respondendo normalmente:
- Não há nada de errado com a tua bunda.
- ! – ficou subitamente corada e estapeou o garoto, que começou a rir alto, e ela acabou fazendo o mesmo. – Você é retardado, só pode!
- Outch, muito obrigado! – Ele fez sinal de joinha e riu.
- Posso ajudar? – A moça interrompeu e os dois olharam para a frente.
- Dois cafés fortes, dois capuccinos com creme extra, e um descafeinado! – disse e a moça sorriu, anotando os pedidos.
- 26 libras. – Ela disse e estendeu a mão para pagar. Ele e foram para o lado do balcão esperar os pedidos. – Porque diabos a precisa de um descafeinado pra ACORDAR? – Ele disse do nada e teve um acesso de riso, que o fez sorrir idiotamente.
- Não tente entender a , eu venho tentando há anos, acho que nunca vou conseguir! – Ela respondeu e riu. Os dois pegaram os copos e seguiram de volta.
- AE! – gritou indo até os dois, rindo. – Qual é o meu?
- Esse aqui! – estendeu o outro copo e começou a beber o seu. entregou os demais cafés e olhou para ela.
Estava se sentindo estranho, era como se precisasse, de alguma maneira, ficar sozinho com . Porque só quando estavam sozinhos eles podiam agir da maneira que fizeram na praia. Porque ele ainda queria ver se tudo o que fora dito era verdade. encarava o copo, desanimado, quando ouviu a voz de um pouco mais à frente.
- Ah, que merda, não foi isso que eu pedi! – Ela reclamava fazendo careta. – Vou lá trocar.
- Espera, . – Ele disse e todos o olharam.
- Eu paguei no meu cartão, vou ter que ir junto. – disse e sorriu de uma maneira estranha, que não conseguiu decifrar.

Os dois estavam andando devagar e novamente em silêncio.
- O que você tem aí? – perguntou apontando para o copo, e corou, chacoalhando a cabeça.
- Capuccino com creme extra. – Ela respondeu olhando para frente, sentindo seu coração bater mais acelerado. Não tinha a mínima noção do porque estava fazendo aquilo.
- Mas você tinha pedido isso! – parou e a encarou, bastante confuso. Ela riu um pouco nervosa.
- Eu sei. – disse andando e a seguiu.
- Não entendi.
- Lerdo.
- Que?
começou a rir e finalmente entendeu o que ela fizera, ao mesmo tempo que sentia borboletas fazendo festa em seu estômago. Então ela também pensava da mesma forma que ele, e isso era realmente bom. sorriu largamente e a garota fez o mesmo.
- Tá marota, hein? – Ele perguntou e riu alto.
- Não estou, eu sou marota!
- Bom saber! – disse com um olhar tarado e recebeu um tapa na testa.
- Cacete , acordou tarado hoje hein? – Ela disse e ele riu.
- Na verdade eu sou. – disse e os dois gargalharam.
- Vamos sentar em algum lugar, Don Juan? – perguntou sorrindo e riu.
- Pode ser ali?
apontou para um canto próximo de uma livraria e assentiu com a cabeça. Os dois seguiam lado a lado tranquilamente, quando um homem passou correndo e esbarrou em , quase a derrubando. a segurou pelo braço e a garota derramou todo o café no chão.
- Ah, esse dia vai entrar pra história, droga! – A garota reclamou com um bico enorme no rosto e sorriu.
- Relaxa, vamos comprar outro! – Ele disse e encarou a enorme fila da cafeteria.
- Ah, deixa vai. – Ela murmurou e seguiu para onde havia apontado, sentando-se no chão.
- Toma o meu então! – estendeu a mão para a garota que sorriu de canto, mas negou. – Vai, ! Ou pelo menos me ajuda, eu não vou tomar tudo isso mesmo!
- Tá, eu te ajudo! – Ela sorriu pegando o copo.
- A que devo a honra de uma conversa particular com ? – sentou na frente de , que riu mordendo o copo.
- Sabe, nós precisamos conversar muito sério. – A garota tirou o sorriso do rosto e franziu a testa, confuso e apreensivo.
- Sobre?
- Sobre quem vai ter a guarda da blusa vermelha. – disse ainda com a voz séria e gargalhou muito alto.
- Sinto informar, mas a blusa é minha e eu não abro mão disso!
- Então teremos um problema. – arqueou a sobrancelha e os dois começaram a rir em conjunto.
- Ontem foi... Divertido. – sorriu e olhou para baixo, um pouco corado. sorriu ao perceber.
- Foi mesmo. Obrigada.
- Por?
- Por ter salvado minha noite, acho que eu teria cometido um homicídio se você não estivesse comigo, o Brian merecia! – Ela disse e os dois riram.
encostou na parede ao lado da garota e a olhou de perto.
- Não precisa agradecer.
sorriu para o garoto que estava tão próximo de seu rosto que ela podia sentir sua respiração quente. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo por causa disso, olhando para frente novamente e encarando o painel de pousos e decolagens. Vi um vôo confirmado para a França e apertou o braço de com força, que não entendeu e começou a olhar o painel também.
- Ufa, não é o nosso! – largou o braço do garoto e suspirou aliviada. verificou que não se tratava do vôo dos garotos também.
- Porque o ufa? – Ele a encarou e rolou os olhos. – Putz! Você tem medo de altura! – bateu na própria testa e a garota assentiu, apreensiva.
- É tenso, mas fazer o que né? Fico tremendo só de pensar! – mostrou a mão trêmula para , que a segurou e sorriu.
- Não vai acontecer nada, fique calma! – Ele disse acariciando a palma da mão de , que olhou sorrindo.
- Eu sei que não, mas...
- Não tem mas, . Vai dar tudo certo, eu prometo pra você. – a encarou e sorriu de canto vendo o sorriso enorme que a garota abriu.
- Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas é uma pena que estamos em vôos separados. – disse e o garoto a encarou – Eu apertaria sua mão até quebrar seus ossos, isso é bem verdade. Tenho dó de quem for do meu lado! – Ela completou e deu uma risada alta, fazendo com que ela risse junto.
- Vou aconselhar as meninas a viajarem com luvas de boxe! – disse e riu alto, mordendo o ombro do garoto.
- Bobo!
- Linda!
disse e ficou corado quando viu o encarar com os olhos quase saltando do rosto. Tinha pensado alto de novo, porque diabos fazia isso? Queria enfiar a cara em um buraco. encarou as mãos que ainda estavam entrelaçadas e nenhum dos dois se lembrava disso, e sorriu, acariciando a mão de com o polegar, timidamente. teve a nítida impressão de que aquilo não estava acontecendo, era tudo muito surreal para ele. Sorriu largamente e, também sem pensar muito, levou a mão de , junto a sua, até próximo ao seu rosto, dando um beijo suave nas costas da mão dela, que não disse nada, só o encarou ainda mais sorridente.
- Isso é muito estranho. – disse e a interrompeu.
- Shhh, fica quieta! – Ele disse baixo e ela o encarou, visivelmente confusa.
- O que foi?
- Só não estrague o momento. – Ele disse sorrindo e ela não pode evitar de fazer o mesmo.

- , acorda!
sussurrou esfregando os olhos e ela o encarou. Estavam dormindo abraçados, no chão do aeroporto. Tinham passado horas conversando e comendo besteiras, enquanto riam das pessoas que passavam por ali, até que foram vencidos pelo cansaço. Não tinham dormido de qualquer jeito e acordado assim, tinham dormido abraçados porque queriam e não estavam se sentindo envergonhados por isso. Já estavam começando a aceitar o fato de que tudo era diferente quando era só os dois.
- Que horas são? – Ela murmurou soltando o abraço, mesmo que não quisesse fazer isso de fato. Sentia-se incrivelmente (e estranhamente) confortável ali.
- Dez da noite, e seu vôo acaba de ser confirmado! – Ele disse a olhando nos olhos e viu a menina tremer. – Ei, o que eu te disse? – Ele acariciou seu rosto timidamente.
- Que vai dar tudo certo. – Ela disse com um meio sorriso desconfiado e sorriu largamente, a incentivando.
- E vai dar!
- Obrigada! – sorriu de um jeito mais aliviado dessa vez – Estou muito acabada? – Ela disse esfregando a mão no rosto, e riu.
- Está um bagaço, vai precisar até de plástica! – Ele disse sarcástico e os dois gargalharam.
- Idiota!
- Eu sei que você me ama, ! – Ele disse rindo e a garota gargalhou.
- Menos, bem menos, !
- Vamos logo, temos que encontrar o pessoal ainda! – disse animado pelo fato de estarem na França em algumas horas, e mais animado ainda por estar se sentindo extremamente feliz com toda aquela situação.
Os dois se aproximaram de onde os amigos estavam, mas ninguém tinha os visto ainda. olhou para e sorriu.
- Até daqui a pouco! – Ela estalou um beijo na bochecha do garoto, que sorriu junto, e saiu andando.
- ! – Ele disse segurando o braço dela, que parou e olhou para trás.
- O que foi, ?
- Boa viagem! E tente não quebrar a mão de nenhuma das meninas, tadinhas! – Ele disse e os dois riram.
- Vou tentar!
- E só mais uma coisa! – disse antes de largar o braço da garota, que o encarou em silêncio. – Espero que tudo continue assim, digo, entre nós dois. – Ele disse incrivelmente corado e sorriu, apertando a mão do garoto.
- Eu também espero. Eu gosto da que eu sou quando estou com você, e também gosto do que você está sendo agora. - Ela disse também envergonhada.
- E eu adoro essa disse e os dois sorriram juntos – Quanto ao , ele sempre foi maravilhoso assim, sabe? – Ele completou e riu alto.
- Tava demorando! Quando você vai deixar de ser pretensioso?
- No dia que você assumir que eu sou realista! – Ele disse e a garota rolou os olhos, ainda rindo.
- Te vejo na França, docinho!

Capítulo 6: It’s easier to hate you

- , você quase furou meu ursinho de pelúcia, sua louca! – reclamava pela milésima vez enquanto ria alto.
- Antes o teu ursinho do que a tua mão, garota! – disse rapidamente e riu sozinha, lembrando do que havia dito poucas horas antes. – Luvas de boxe realmente seriam uma ótima opção. – Ela disse e a encarou, totalmente confusa.
- Que? – Disse e a garota chacoalhou a cabeça, levemente corada.
- Nada, tava pensando alto aqui. – respondeu rindo baixo e seguiu andando em direção ao táxi.

Ao descerem do carro, as quatro amigas encararam a mansão boquiabertas. Depois de quase cinco minutos de sorrisos nos rostos e silêncio, começou a dar pulinhos animados e todas gargalharam.
- Não acredito, é aqui mesmo ? – perguntou e assentiu, sorrindo mais do que o próprio rosto.
- Ok, quem acha que essas serão as melhores férias das nossas vidas? – perguntou e gritinhos animados responderam rapidamente sua pergunta.
As garotas entraram na mansão e todo o cansaço do dia no aeroporto foi literalmente pelos ares. A piscina gigantesca, a sala enorme com sofás mais do que confortáveis e tudo devidamente arrumado. Correram até o andar de cima e encararam as onze portas dos quartos e riram felizes. Apenas o que pertencia à sua tia estava trancado.
- , por favor, me diga que a sua tia está afim de adotar uma adolescente? – perguntou e gargalhou – Eu nem vou ocupar muito espaço, ah! Tia Janice me adote! – Ela continuou e as quatro caíram na risada.

Depois de escolherem seus quartos e comerem alguma coisa, a última coisa que queriam era dormir, mesmo com todo o cansaço. Colocaram seus biquínis e foram em direção à praia que tinha logo em frente ao portão. estava maravilhada, não tinha idéia de que a Riviera Francesa poderia ser tão encantadora assim. Mas ainda faltava alguma coisa, e ela sabia muito bem do que se tratava. Um meio sorriso se formou em seu rosto, e preferiu não lutar contra isso. Ele estava chegando, e por mais incrível que isso parecesse, ela estava adorando.

- Meu deus, aquele surfista era simplesmente UMA DELÍCIA! – disse e as amigas riram, ao entrarem na sala da mansão.
- Sou obrigada a concordar amiga, ele realmente era um mau caminho inteiro! – disse e as duas jogaram beijo no ar.
- Gatas, chegamos! – apareceu rindo alto e seus olhos brilhavam. riu do irmão, mas ainda assim sentiu o estômago revirar com pensamentos malucos de novo. Aquela aproximação com não tinha feito bem para sua sanidade mental.
- É, nada pode ser perfeito, não? – disse e fez careta.
- Não fala assim com o meu chuchu, ! – se jogou no colo do irmão, que riu e a rodou no ar. – , pára com isso! – Ela gritava e o estapeava, enquanto as amigas riam. E em meio a uma dessas voltas, viu parado na porta da sala de jantar, com um sorriso fofo no rosto, apenas observando a cena. Sorriu involuntariamente, e a devolveu para o chão. – BABACA! – Ela segurou a cabeça e riu.
- Hey, meninas! – aproximou-se tímido e sorriu. logo reparou e reprimiu um riso. Ele cumprimentou cada uma delas com um beijo no rosto, e estava achando aquilo absurdamente estranho. – Hey!
Ele disse baixinho e cumprimentou da mesma maneira que fez com as outras. A garota mal pode responder, ainda estava tonta com a brincadeira do irmão e despencou numa poltrona que estava atrás dela, arrancando gargalhadas de todos os presentes, e de , que chegara ali.
- Nossa , meus parabéns! Olha o que você fez com a garota! – disse fazendo rir alto, e levantou o dedo do meio para o garoto.
- Cala a boca, ! Nem que ele quisesse! – respondeu rapidamente e o sorriso de logo sumiu, mas ele não disse nada. A garota levantou no mesmo instante quando viu e deu um abraço caloroso no amigo, que sorria abobalhado. E tudo o que conseguia pensar era que queria estar no lugar de . Chacoalhou a cabeça pra evitar mais pensamentos idiotas e foi até a cozinha, seguido por .

- Aonde vocês vão? – perguntou jogada em um dos sofás e sorriu.
- Pra praia, precisamos fazer um social, sabe? – arqueou a sobrancelha e riu maroto, fazendo a amiga gargalhar. , que falava sem parar, apenas observava o garoto sem dizer nada.
- Safadão, mal chegou e já quer arrumar uma francesa? Quer dizer que já vai esquecer de mim? – disse com uma voz afetada e se jogou em cima dela no sofá, rindo alto.
- Claro que não, você é a titular, mas eu preciso povoar meu banco de reservas! – Ele piscou e a garota desatou a rir.
- Você não presta! – Ela disse e apareceu na sala junto com .
- Estamos indo, . – disse simplesmente e riu, beijando a testa de e seguindo os dois.
- Arrasa gostoso! – gritou e a encarou, confuso. – Eu tô falando com o , hein! – Ela disse e gargalhou da cara que o amigo fez. foi o último a sair da sala, sem olhar para onde e estavam, e de uma sensação estranha percorreu o corpo de por alguns segundos, até começar a falar de novo.
- , você JURA que se eu te perguntar uma coisa, você não vai ficar brava? – disse e a encarou, com o coração batendo forte. O que diabos ela queria perguntar? Sua amiga era observadora, e isso lhe dava medo.
- Claro que não vou, . Pode perguntar. – Respondeu tentando manter a indiferença e se ajeitou na poltrona.
- Você já ficou com o ?
- QUE? – arregalou os olhos que começou a gargalhar sem parar. Estava vermelha, roxa, mal podia respirar. Aquela pergunta era realmente absurda. a encarava, também rindo, mas curiosa. Aos poucos a respiração de voltou ao normal e ela encarou a amiga, um tanto aliviada da pergunta não ter sido sobre .
- Tá maluca? Seria como beijar o , ! Eu nunca fiquei e nem ficaria com o , sua maluca! – Ela respondeu e a amiga sabia que era verdade. Sorriu. – Tá sorrindo porque, baranga? – perguntou e corou, o que era muito difícil de acontecer.
- Por nada, ué. – A garota disparou e arqueou a sobrancelha, olhando maliciosa.
- ... – Disse com a voz autoritária e a amiga riu.
- Ah ! – A garota reclamou e olhou pro teto, envergonhada. – Por nada. Juro. É que...
- Que?
- Caramba, eu nunca tinha reparado que ele é tão sexy! Ele fica andando sem camisa por aí e MEU DEUS, me surpreendeu! – disse e riu alto.
- Quer pegar?
- Pegar quem? – chegou na sala e as duas gelaram. soltou um olhar piedoso para .
- O surfista gostoso! Eu disse que posso cedê-lo pra , se ela quiser! – respondeu prontamente e riu, acreditando. As duas ficaram felizes de não ser extremamente desconfiada e nem muito esperta, porque se não estariam ferradas.

- Eu quero voltar pra praia, preciso descobrir se o gostosão voltou ou não! – disse e as amigas sorriram, concordando.
- Ótimo, estou morrendo por um sex on the beach! – disse normalmente e começou a rir escandalosamente.
- Oh pai do céu, eu só tenho amiga doida! – disse rindo. – O que foi, ?
- A tá afim de um sexo na praia, olha só que tarada! – respondeu e as amigas gargalharam. deu um tapa na testa de .
- Você é muito boba, amor! – Ela disse e as quatro atravessaram a rua até o quiosque onde haviam ficado pela manhã.
tirou o vestido preto e ficou apenas com seu biquíni listrado e seus óculos escuros. Pediu sua bebida no quiosque e ficou olhando em volta, tentando convencer a si mesma que procurava o irmão, quando sabia que não era isso.
- AH, GOSTOSA! – apertou a cintura da amiga, que deu um pulo e xingou alto, fazendo a garota gargalhar.
- Tá louca, ? Me mata do coração assim! – disse e a menina ainda ria.
- Vamos dar uma volta por aí? As dondocas querem tomar sol, e eu quero ver o que tem de bom nesse lugar... – sorriu marota e balançou a cabeça, rindo baixo.
- Okay, vamos desvendar a Riviera, baby! – respondeu rapidamente e saiu com para mais perto da água.
As duas estavam andando e chamando um pouco de atenção, e como toda mulher, estavam adorando. Mas ainda procurava insistentemente por , e aquilo estava ficando irritante. Avistou e bebendo na areia e sorriu de canto.
- Olha lá, meu irmão e o ! Vamos falar com eles, ! – Ela disse puxando a amiga, que tentava a puxar para o outro lado, sem sucesso.
- Cacete , a gente vê eles todo dia, porque temos que... – ia dizendo quando a interrompeu.
- Eu só tô com sede, vou pegar um gole da cerveja do meu irmão, amor. – disse com a voz doce e sorriu, derrotada. – Fala branquelo! – disse e riu.
- Falou a from geto, hein? – disse e gargalhou, assim como . Ela geralmente não gostava de rir do que dizia, por pura implicância. Mas não conseguiu se conter.
- Me dá um gole disso, mané! – pegou a cerveja do irmão, e sorriu. – Cadê o... – Ela parou ao ver que a encarava. – ?
riu.
- Acho que ele foi no quiosque pegar mais cerveja. – disse indiferente e bateu os dedos na garrafa, inquieta. Não sabia como perguntar.
- Que cara é essa, ? – perguntou e a xingou mentalmente.
- Nada! – respondeu rapidamente devolvendo a garrafa para .
Então ela olhou rapidamente em volta e seus olhos pararam no mar. Olhou mais fixamente e viu que uma garota sorria abobalhada, e mais a frente, viu . Ele também sorria e suas mãos tocavam a cintura da menina.
- ? – a chamou para a realidade. A garota ainda encarava o mar, boquiaberta.
- É o... ? – Perguntou com a voz baixa e riu ruidosamente.
- Meu garoto não perde tempo! – respondeu e não sabia o porquê, mas seu estômago parecia dar cambalhotas dentro dela. Respirou fundo e viu chegando.
- Gatas! – Ele disse e fez careta. realmente não se dava bem com nenhum dos garotos.
- Oi. – respondeu baixo. – Vamos procurar aquele cara, ? – Ela perguntou e olhou para o mar, e voltou o olhar para amiga de um jeito piedoso. Talvez fosse o único que estava captando tudo.
- Claro! – respondeu aliviada e puxou a amiga pela mão.
- ! – a chamou e ela virou.
- O que foi?
encarou o mar e olhou para a amiga. , e encaravam os dois sem nenhum disfarce, e desistiu.
- Nada, esquece! A gente se vê mais tarde! – Ele disse e fez careta, mas não falou nada. Apenas seguiu e sumiu dali.

estava em uma das cadeiras na borda da piscina, com ao seu lado. e estavam na água, e todas conversavam animadamente naquele fim de tarde. olhava para o céu e tentava entender porque estava com tanta raiva. Sim, ela estava nervosa, mas conseguia muito bem disfarçar, isso já tinha virado normal para ela. Sorrir para quem não a conhece, disfarçar sentimentos, segurar o choro... Tudo isso era básico, simples. Nenhum esforço anormal. Ouviu um barulho no portão e risadas altas. Respirou fundo e continuou imóvel.
- Ué, pensei que ainda estariam na praia! – disse e sorriu.
- Estamos experimentando de tudo um pouco, querido! – Ela respondeu e ele sorriu. Ao contrário de , não tinha nenhum ódio fenomenal por nenhum dos garotos.
- Droga, pensei que a piscina seria nossa! – reclamou e riu, virando-se de lado. Seu olhar encontrou o de e ele sorriu brevemente. Ela desviou rapidamente e levantou. encarou boquiaberto o corpo perfeito de . Era indiscutível que ela era linda, mas vê-la ali de biquíni, tão próxima dele, era no mínimo tentador.
- Nós não iremos matar vocês, podem usar a piscina, ! – Ela disse e o irmão riu. voltou à realidade e olhou para onde os dois estavam. – Vou pegar uma Coca! – disse por fim.
- Me dá uma carona? – brincou e riu. – Vou ao banheiro.
As duas saíram e deitou na cadeira onde estava. seguiu sozinha para a cozinha gigantesca. Ficou encarando a parede, tentando pensar numa forma de agir normalmente, mas depois dos últimos dias, não sabia mais o que era normal para ela. chegou e ela sorriu.
- Ainda tá aqui? Vim pegar uma também! – A garota disse simplesmente e abriu a geladeira, pegando uma Coca. – Você tá quieta, amor!
- Não tô não. – respondeu rápido e sorriu.
- Eu te conheço, garota! O que houve?
- Nada.
- Desde aquela hora da praia... Que a gente tava com os meninos e você viu o... Espera! – parou e encarou a amiga com os olhos esbugalhados. engoliu seco e a olhou, tentando parecer o mais normal possível. – Você não gostou de ver o com outra menina? O ? O ? O garoto que você odeia e... – disparou e a beliscou, fazendo-a parar. – OUTCH!
- Cala a boca, ! Não é nada disso! – a encarou apreensiva, e tentava manter a voz calma, mas seu coração estava a mil e suas mãos gelavam.
- Então é o que? É claro que é isso! – disse ainda alto e fez sinal pra que ficasse quieta.
- Não, é que eu não tava me sentindo bem. Você bebeu, ? Eu, justo EU? sempre odiará . Essa é a lei da vida! – respondeu e seu peito doía. Não gostava de mentir para as amigas, e também não sabia por que estava agindo daquela maneira.
- Mas ...
- Não tem nada de “mas”! Eu tô falando sério, eu não gosto do , e nada mudou em relação a isso. NADA. – respondeu firme e assentiu com a cabeça, ainda desconfiada.

- Ué , cadê minha cerveja? – perguntou olhando para frente e deu de ombros.
- Esqueci de pegar. – Respondeu simplesmente, deitando na grama. abaixou a haste dos óculos escuros e encarou a expressão séria, talvez de dor que tinha no rosto. Ficou imediatamente preocupada.
- Você tá bem, ? – perguntou e continuou olhando pra cima.
- Não me enche o saco, ! – Ele respondeu seco e talvez um pouco alto demais. encarou , que tinha uma expressão confusa no rosto.
- Deixa ele... – disse baixo e deitou na cadeira, contrariada.
“Ela me odeia. ELA ME ODEIA. Porque eu fui acreditar? Então nada mudou!”
pensava e sentia que o peito ia explodir. Tinha escutado a conversa minutos antes e estava se sentindo um completo idiota. Ouviu a risada de e viu que ela chegava com . Levantou rapidamente e saiu em passos duros em direção a porta, esbarrando com força em .
- Eita, o que deu nele? – perguntou e encarou , que olhava para a porta com um olhar preocupado.
- Não faço idéia. – respondeu, e entrou na casa atrás do amigo.

- Dude, o que foi isso? – perguntou entrando no quarto e se xingou mentalmente por não ter trancado a porta.
- Nada. – Respondeu simplesmente, forçando um sorriso. – Eu tô bem.
- Ah claro, primeiro você grita com a coitada da , sinceramente eu nunca vi você fazendo isso com ela... – disse e mordeu o lábio, lembrando da cena. realmente não merecia. – E depois sai daquele jeito quase quebrando a no meio!
- Não exagera, eu mal encostei nela! – respondeu e gargalhou.
- Tá forte então hein? Ela quase caiu.
- Ah , não enche vai! Eu tô bem, vamos descer que eu quero falar com a ! – disse saindo do quarto e chacoalhou a cabeça, o seguindo.

Os oito estavam sentados no chão da sala com várias pizzas apoiadas na mesa de centro. Ninguém estava afim de cozinhar e não tinham a mínima idéia de como fariam isso. Estavam comendo antes de saírem, em grupos separados, para conhecer a noite da Riviera. estava sentada longe de , e de vez em quando se via encarando o garoto, que parecia fazer questão de olhar pra qualquer pessoa que não fosse ela.
- ... - disse e todos a encararam, inclusive .
- Hum... – respondeu com a boca cheia e fingindo indiferença. rolou os olhos.
- Me dá um copo? – Ela perguntou apontando para a pilha de copos descartáveis que estava ao lado do garoto.
encarou os copos, olhou para o rosto de cada um dos amigos e voltou seu olhar pra , engolindo seco.
- Porque eu faria isso? – respondeu e arregalou os olhos, sem entender.
- Porque os copos estão do teu lado, talvez? – Ela disse com a voz confusa e riu baixo. Todos olhavam pra ele.
- Você quer? Então você vem pegar, docinho. – Ele disse simplesmente com um tom debochado e voltou a comer seu pedaço de pizza como se nada tivesse acontecido. sentiu o rosto queimar de raiva. Não sabia por que estava agindo daquela maneira, mas realmente tinha conseguido a irritar. Odiava aquelas respostas. Odiava aquele apelidinho maldito. estendeu a mão para o copo, mas a encarou com um olhar bravo e ela parou onde estava. ainda parecia estar mais interessado na pizza do que em qualquer outra coisa. engatinhou calmamente até onde os copos estavam, e olhou discretamente. A garota ajoelhou e pegou uma garrafa de refrigerante ao lado de , colocando calmamente no copo enquanto sorria maliciosamente. Então ela o encarou e começou a entornar o refrigerante na bermuda que estava vestindo, rindo alto.
- CARALHO, VOCÊ TÁ MALUCA? – gritou e riu escandalosamente.
- Talvez se você tivesse sido gentil uma vez na sua vida, isso não teria acontecido! – disse com um sorriso encantador e voltou para onde estava, vendo que as amigas riam e que os garotos a encaravam amedrontados, mas que queriam rir. rolou os olhos e levantou, saindo dali rapidamente, sem dizer nenhuma palavra.

estava sentada sozinha no enorme sofá da sala de TV. Estava arrumada e esperava que e ficassem prontas. estava com ela até minutos antes, mas fora apressar as garotas. entrou na sala e percebeu isso, mas não tirou os olhos da televisão. Ele se jogou no sofá de uma maneira rude e pegou o controle remoto, mudando de canal como se ninguém estivesse ali. resmungou alto e virou para ele.
- , eu estava assistindo, me dá essa porcaria de controle!
- Ah, nem vi que você estava aqui, docinho! – respondeu e a garota bateu com a mão fechada no sofá, fazendo-o rir alto.
- Pára de rir seu idiota, me dá esse controle!
- Nossa, quanta revolta! Fica quieta aí e assiste futebol que é melhor... – disse calmamente e levantou, xingando baixo.
Quando estava prestes a sair da sala, e chegaram. parou no meio do caminho e voltou até onde estava sentado. Apoiou suas mãos nos joelhos do garoto, e aproximou seu rosto do dele, tão perto que podia sentir a respiração de falhar e ele desviar o olhar. Levou uma das mãos até seu rosto delicadamente e levantou seu queixo, fazendo com que olhasse em seus olhos.
- Sabe, ... Você já foi muito melhor nisso! – Ela dizia com a voz doce, e respirava com dificuldade – Nossas brigas já foram tão mais... Adultas, sabe? Ah, você perdeu o jeito! Negar pegar um copo pra mim? Mudar o canal da TV enquanto eu assisto? – parou e riu alto. – Quantos anos você tem, nove? Se for pra ser assim, eu prefiro não brigar, tá? Ignorar você me parece bem mais sensato, e sabe do que mais? – Ela perguntou acariciando o rosto do garoto, com um olhar malicioso – É isso que eu vou fazer! Volte a ser homem e depois venha falar comigo, docinho...
deu um tapinha leve no rosto de , e saiu rebolando da sala, ignorando os olhares de e . Assim que saiu pelo corredor, ouviu os dois gargalharem lá dentro e riu sozinha. Se queria voltar a agir como um idiota, problema dele. Ela sempre seria melhor.

- Já vão? – perguntou vendo as quatro garotas arrumadíssimas passarem ao lado da piscina em direção ao portão.
- Já, queremos sair cedo e voltar cedo... – disse e ele a encarou – Tipo umas sete da manhã, sabe? Cedo! – Ela completou e o amigo gargalhou.
apareceu do lado de fora e encarou a garota que ria enquanto conversava com . Ela estava com uma saia jeans curta, uma baby-look preta com uns desenhos e um scarpin. Extremamente e irritantemente linda. Sentiu raiva ao lembrar do que acontecera momentos antes, e do quanto tinha sido zoado por aquilo. Os outros garotos apareceram atrás dele, também prontos pra sair.
- Vamos à caça? – passou o braço nos ombros de , que riu.
- Com toda certeza, dude! – Ele respondeu e viu as meninas já saírem, seguindo com os amigos para o lado oposto de onde iam.

Depois de darem voltas pela Riviera, os garotos acabaram no mesmo lugar onde as meninas estavam. as avistou de longe e acenou, pegando uma mesa com os amigos. viu rindo com um garoto, e fez careta. A raiva ainda não tinha passado, e ele queria se vingar. A cada centímetro que o garoto se aproximava, ele ficava mais apreensivo, dando goles gigantescos em sua cerveja. Os garotos mal perceberam as reações do amigo, estavam mais interessados em vigiar um grupo de garotas que estava na mesa ao lado. olhou para o lado e viu as quatro garotas bonitas chegarem perto, cumprimentando-os e sentando junto com eles. Chacoalhou a cabeça e fixou o olhar no decote de uma ruiva, por mais que isso incrivelmente lhe parecesse bem menos interessante do que ficar se torturando ao assistir e o outro cara.
- Vou pegar mais cerveja, quer alguma coisa? – perguntou alto, devido a música, e a garota da qual ele não lembrava o nome sorriu, assentindo.
- Traz uma pra mim também! – Ela disse e ele sorriu, já um pouco alterado pela bebida.
Seguiu até o bar e pediu duas cervejas para a garçonete. O pub estava cheio e ele estava tendo dificuldade para conseguir voltar para onde estava sentado. No meio da multidão, avistou e .
- O que você disse ? – gritou e riu.
- Eu vou pra casa buscar a máquina! – gritou e fez careta.
- AGORA? Deixa pra depois, a gente tira foto amanhã! – disse alto e negou. ainda tentava passar, mas de alguma forma queria ficar preso ali.
- Não, eu quero registrar nossa primeira noite na França! – respondeu e a amiga riu. – Temos quatro câmeras e esquecemos todas, lerdas!
- É A EMPOLGAÇÃO DA FRANÇA, UHUL! – gritou e riu alto, saindo por entre as pessoas.
olhou a garota e teve um estalo. Riu sozinho e abriu caminho para passar, com um sorriso malicioso nos lábios.

abriu o portão da mansão e entrou calmamente. O pub em que ela estava com as amigas ficava apenas dez minutos dali, talvez menos, mas ela pegou um táxi mesmo assim. Subiu as escadas devagar, e seus ouvidos estavam zunindo, ainda desacostumados com o silêncio repentino. Entrou em seu quarto e encarou as malas, desanimada. Não tinha a menor idéia de onde havia guardado a câmera e aquilo poderia demorar mais do que ela esperava. Fez uma careta pensando nisso, quando lembrou que ela e as garotas tinham tirado fotos no avião com a câmera de , e foi para o quarto da amiga, diretamente até a bolsa da garota. Pegou a pequena câmera rosa e sorriu, virando-se para ir embora.
- AAAAAAAH! – gritou alto e desatou a rir. – ? Porra, quer me matar de susto? – ainda berrava e segurava o peito, ficando irritada ao ouvir a risada de . – O que diabos você tá fazendo aqui?
- Ué, eu também estou hospedado aqui, esqueceu? – respondeu indiferente, encostando na parede.
- Ah é, quase esqueci desse pequeno detalhe. – respondeu debochada e rolou os olhos. – Vou nessa, até depois !
disse quase passando pela porta quando a segurou pelo braço, a puxando para dentro novamente. a puxou com força e seus corpos involuntariamente se colaram. Ele respirou fundo e a encostou na parede, prendendo-a entre seus braços. sentia sua respiração falhar a medida que seu coração acelerava.
- O que... O que você tá fazendo? – Ela conseguiu dizer com a voz fraca, e sorriu malicioso, a apertando novamente contra a parede. encostou o nariz no pescoço da menina e pode perceber que ela se arrepiou com o toque. Sorriu, aproximando sua boca da orelha dela.
- Repete o que você disse. – disse com a voz baixa, e suspirou alto.
- Do que você tá falando, garoto? – respondeu quase sussurrando, enquanto brincava com seu pescoço e ela sentia sua pele arrepiar.
- Que eu não sou homem. – Ele disse simplesmente, mordendo o lóbulo da orelha da garota, que num reflexo, apertou sua cintura.
- Você tá maluco? Pára com isso, ... – tentava parecer autoritária, mas sua voz saía fraca, suas pernas estavam moles.
- Repete. – insistiu, ainda sussurrando, enquanto entrelaçava as mãos no cabelo de , próximo a nuca, e ela fechou os olhos, respirando fundo.
- , já te disse pra me largar! – Ela respondeu, em um tom de ameaça muito baixo. O garoto riu próximo ao seu ouvido.
- Engraçado. Você diz uma coisa, mas age de outro jeito... – Ele parou de falar e encostou a testa na dela. A única luz vinha da varanda, e ele suspirou alto ao encará-la tão de perto. – Se você quer tanto que eu pare, porque está apertando minha cintura com tanta força, docinho? – Ele continuou malicioso e bufou, sentindo seu rosto queimar.
- , é melhor você me largar...
- Pede por favor... –Ele respondeu malicioso e a garota riu sarcástica.
- Me erra, !
- Pede! – apertou a cintura da garota com força, roçando o nariz no da garota.
- Por favor... Por favor! – respondeu baixo e o garoto riu.
- Tudo bem, se é isso o que você quer... – soltou os braços que prendiam e riu. A garota respirou fundo e abriu os olhos, estava irritada, mas mais do que isso, estava tentada a fazer algo que sabia que iria se arrepender depois. sorriu ao olhar a garota totalmente desnorteada e saiu do quarto, fechando a porta. escorregou na parede com a respiração completamente falha, não sabia o que fazer. Respirou fundo novamente e levantou, girando a maçaneta. Mas a porta não abriu. Girou mais algumas vezes e nada aconteceu. Deu um soco na porta, com a raiva já consumindo seu corpo.
- ! – Ela gritou, mas ninguém respondeu. – Puta que pariu!
correu até a varanda e viu rindo, sentado na grama.
- O QUE DIABOS VOCÊ TÁ FAZENDO? – Ela berrou, e ele se contorcia de rir. – Me tira daqui, ! – Ela continuou gritando.
- Engraçado, não é ? – Ele levantou, andando de um lado para o outro – Achei que você fosse boa nisso, mas vejo que não! Só foi eu encostar em você – Ele riu presunçoso – Que a mulher decidida foi pelos ares, né? – riu e gritou descontrolada, fazendo com que ele gargalhasse ainda mais alto. – Novidade pra você: Sinto informar, mas você não é tão boa nisso quanto pensa, docinho. Tenha uma ótima noite presa no quarto!
riu alto e jogou um beijo no ar, caminhando em direção ao portão. gritava descontroladamente. Ele parou e olhou para trás.
- Tá gritando porque, maluca? – Ele disse e a garota bufou.
- , me tira daqui AGORA! – gritou autoritária.
- Ah, tá afim de sair? – Ele sorriu. – Pula! É baixinho! – disse cheio de si, mesmo sabendo que aquilo tinha sido uma tremenda maldade. Ele sabia que ela nunca pularia.
- , você sabe que eu tenho medo! – Ela disse com a voz chorosa e o garoto respirou fundo. Tinha prometido a si mesmo que não daria para trás.
- Bom, isso já não é problema meu! – Respondeu com a voz meio baixa e saiu dali, sem olhar pra trás, porque sabia que mudaria de idéia.

voltou andando devagar até o pub onde estavam. Por mais que aquilo fosse uma grande lição para , estava se sentindo mal por tê-lo feito. As imagens da garota frágil entre seus braços, quase cedendo a suas carícias, faziam seu coração acelerar. Não conseguia entender o como tinha sido forte o suficiente pra levar o plano até o final, e por mais que se sentisse orgulhoso disso, aquela sensação ruim não o abandonava. Avistou com e do lado de fora do pub e foi até eles.
- Onde você tava, dude? – rapidamente perguntou e colocou as mãos nos bolsos, nervoso.
- Por aí. – Respondeu simplesmente.
- Meu, eu tô preocupada com a , tô falando sério! – dizia apreensiva, andando de um lado pro outro – Eu não agüento mais esperar, já era pra ela ter chegado, ! Eu vou atrás dela!
- Eu também vou! – disse rapidamente e sentiu as mãos gelarem.
- Não! – Ele disse rapidamente e as duas o encararam, confusas.
- Como não, ? A minha amiga pode estar em perigo! – disse e ele forçou um sorriso.
- A tá bem, eu estive com ela agora a pouco. – Respondeu contra a vontade e arregalou os olhos.
- Você tava com a ? – perguntou e assentiu.
- E onde ela tá? – perguntou.
- Ela foi buscar a câmera pra tirar fotos com vocês, mas conheceu um cara no meio do caminho e ficou conversando com ele. – respondeu do nada e o encarou, sem acreditar nenhum pouco.
- Fala a verdade, . – Ela disse e o garoto sentiu o rosto queimar.
- Eu tô falando, . Foi isso mesmo. Eu juro pra vocês que a amiga de vocês tá bem segura. – disse – Até demais. – Sussurrou mais para si mesmo, sentindo-se um completo idiota. encarou .
- Tá, . Se algo acontecer com a minha amiga, a culpa é total sua! – disse autoritária. – Vem , vamos entrar. – A garota puxou pela mão de volta para o pub. Antes que perguntasse alguma coisa, começou a falar.
- É verdade, . Agora eu preciso fazer uma coisa. – disse rapidamente e saiu dali, ignorando o amigo e tudo o que ele pudesse lhe dizer.

pegou um táxi e chegou rapidamente na mansão. Sabia que iria tentar o matar, e estava preparado pra isso. Tinha pegado pesado demais dessa vez. Subiu as escadas quase correndo e respirou fundo antes de virar a chave na maçaneta. Acendeu a luz do quarto e não viu ninguém.
- ? – Perguntou, com a voz fraca. Ninguém respondeu e tremeu. Abriu a porta do banheiro, mas também não havia ninguém lá dentro. – Merda. – Sussurrou, indo até a varanda.
Ao chegar à varanda, olhou para o lado e viu sentada no parapeito que interligava as varandas de e . Ela estava sentada, de olhos fechados e com o rosto vermelho.
- , o que você tá fazendo? – perguntou com os olhos arregalados e a garota abriu os olhos, olhando para o lado. pode perceber que seus olhos estavam vermelhos e sentiu o peito apertar por isso.
- O que você acha, idiota? – Ela respondeu secamente, tentando enxugar as lágrimas.
- É perigoso, você não pode, você tem medo, você... – começou a gaguejar e a se sentir péssimo. Nunca havia se sentido daquela maneira antes.
- Cala a boca! Eu vou chegar do outro lado, sai daqui! – respondeu se movimentando muito devagar, ainda sentada e de olhos fechados.
- , deixa eu te ajudar... – disse colocando uma perna no parapeito, mas sendo interrompido por um grito.
- Fica aonde você está, . Eu não quero e eu não preciso da sua ajuda. – Ela respondeu ainda sentada, e podia ver que ela tremia. – Eu não quero nada que venha de você.
sentiu o estômago revirar quando ela disse isso. Respirou fundo, mas não estava se sentindo nada bem daquela forma. Não tinha imaginado que aquilo pudesse acontecer, sabia que tinha colocado tudo a perder. Colocou a perna pra dentro novamente, e encarou a garota, que mantinha os olhos fechados.
- Desculpa, . Eu não queria ter feito isso, eu...
- Eu disse pra você calar a boca.
sentiu os olhos queimarem e colocou as mãos nos bolsos, virando de costas.
- NÃO! – gritou e ele virou para trás rapidamente, assustado.
- O que foi? – Ele perguntou, a voz falha e tensa.
- Não vai, me ajuda! – Ela disse chorando e ficou em silêncio, subindo no parapeito sem questionar. Andou devagar e estendeu a mão para a garota.
- Vem, me dá sua mão. – Ele disse baixo e abriu os olhos, olhando pra cima.
- Eu vou cair. – Respondeu baixo e sorriu.
- Confia em mim.
- Tá meio difícil, ultimamente... – disse baixo e sentiu o coração apertar de novo, mas não disse nada, porque sabia que era verdade.
segurou a mão de e ele a puxou para cima. A garota envolveu sua cintura rapidamente e fechou os olhos. sorriu.
- Ei... – Ele disse baixo e a o olhou nos olhos – Tá na hora de vencer seu medo. Vem, anda. – disse a puxando pela mão, mas a garota continuou parada e ele riu baixo. – , vem.
- Eu te mato, eu te mato! – Ela murmurava andando pé ante pé até a varanda.
- Não olha pra baixo. – Ele disse com a voz doce e a menina sorriu, mesmo sem querer, olhando nos olhos dele, que andava de costas. – Só mais um pouco, continua olhando pra mim, só pra mim – Ele disse e pulou pra dentro, ajudando-a a voltar pra varanda.
respirou fundo e sorriu.
- Não foi tão difícil. – Ela disse e sorriu largamente, vendo a garota tremer.
- Eu disse que era fácil. – sorriu. – Você está tremendo! – Ele disse aproximando-se de e apertando seus braços ao redor da menina. Ela respirou fundo, tentando organizar os pensamentos. Rapidamente lembrou de tudo o que acontecera minutos antes, e soltou o abraço, irritada.
- Me larga, . Sai de perto de mim! – disse áspera e entrou para o quarto, pisando firme. passou as mãos nos cabelos, respirando fundo. Doce ilusão a dele. Nada era fácil com .
entrou em seguida de , andando um pouco mais rápido para alcançá-la.
- , deixa eu falar com você... Eu te pedi desculpas, eu... – Ele dizia quando fora interrompido.
- Não é suficiente, . Você pegou pesado dessa vez! – disse alto e virou-se de frente para o garoto, que ficou em silêncio.
- Eu sei, mas o que você quer que eu faça? – respondeu com a voz baixa e bufou, rolando os olhos.
- Faça o que você quiser. Nada vai mudar. – Disse rapidamente e continuou andando.
- Eu sei que não. Eu ouvi o que você disse. – falou e a garota parou de andar, em frente a porta de seu quarto.
- Eu não sei do que você tá falando, lindinho. – respondeu sarcástica e rolou os olhos.
- Então deixa eu refrescar sua memória, meu bem... – disse com a voz já alterada e chegando perto novamente. Era impressionante como aquela garota o tirava do sério. – Você disse pra que me odeia.
arregalou os olhos e não conseguiu esconder o espanto e a vergonha que sentiu. Ele não podia ter ouvido aquilo, não podia.
- , eu... – A garota ia se desculpando, quando parou de falar. – Espera aí! Você anda ouvindo minhas conversas atrás da porta? Ah, só o que faltava! – reclamou e riu debochado.
- Vocês estavam berrando, quem passasse a quilômetros daquela cozinha ouviria o que diziam. E do que adianta? Não muda de assunto, . Você me odeia e eu ouvi isso.
- Eu não te odeio, . – disse com a voz baixa e olhando para os pés, e sorriu de canto ao perceber que tinha a deixado desconsertada.
- Então porque você disse que...
- Não sei. Sinceramente eu não sei.
disse o encarando nos olhos e sorriu. Deu um passo adiante e puxou a garota, apertando-a com força contra seu corpo. sorriu largamente e envolveu a cintura de , sentindo o cheirinho bom que o garoto tinha, e sentindo-se incrivelmente bem enquanto ele acariciava seus cabelos devagar. Os dois passaram incontáveis minutos assim, e deu um longo beijo na bochecha de , e sem largar sua cintura, encostou a testa na dela.
- Eu sei. – Ele disse baixinho e arqueou a sobrancelha, sem entender absolutamente nada.
- Sabe o que, criatura? – disse engraçadamente e riu alto, fazendo com que ela risse junto. Era inevitável.
- Porque você disse que me odeia. Eu tenho uma teoria. – disse e quando percebeu que a menina ia se manifestar, silenciou seus lábios com um toque suave de seu dedo, fazendo com que ela sentisse a nuca arrepiar sem querer.
- Fala. – Ela disse com os lábios quase colados e riu de novo.
- Porque, pelo menos pra mim, é muito mais fácil odiar você, do que... – parou e sorriu, tímido. – Do que gostar de você.
sorriu largamente e sentiu borboletas fazerem festa em seu estômago. Aquilo não estava acontecendo, era tão impossível, tão surreal, tão maravilhoso. Ao ver o lindo sorriso de se formar em seu rosto, tocou o rosto do garoto devagar e levantou nas pontas dos pés, roçando o nariz no dele e o olhando de uma distância tão minúscula que parecia deixá-lo perfeito. Perfeito. Aquele momento era exatamente isso.
- Você tem razão. – disse baixo, sentindo levantá-la um pouco pela cintura até que estivessem da mesma altura. – Parece que você leu minha mente. Era exatamente isso que eu queria dizer.
a puxou pra tão perto que sentiu que a respiração ia falhar. Respirou fundo e sorriu, mordendo a bochecha do garoto.
- Não. – Ela disse, percebendo o que ele iria fazer. – Não agora.
- Por quê? – perguntou com um olhar fofo e um tanto decepcionado e a garota quase acabou ela mesma com tudo aquilo.
- Muito fácil pra você. – Ela disse e riu da cara confusa de . – Brigue por mim. Me conquiste. Mostre que você não é como nenhum outro. Eu estou cansada de me dar mal com os garotos. – sorriu de um jeito encantador. – Se você realmente quer, você vai achar um jeito de me fazer acreditar.
sorriu malicioso e riu alto. Por mais que quisesse terminar com aquilo agora, aquele desafio lhe parecia mais tentador do que qualquer outro. estalou um beijo perto da boca de , que sorriu derrotado ao vê-la saindo em direção as escadas.
- Ei! – disse e virou para trás, olhando em seus olhos.
- O que foi?
- Eu aceito o desafio. Sabe de uma coisa? – disse encostado na parede e negou, mas sorria – Você vai ser minha, docinho. Pode esperar.

Capítulo 7: The game of love

- ACORDA GAROTA! – pulava na cama de , que colocou o travesseiro na cabeça.
- Ah , vai se foder! – Ela reclamou, fazendo a amiga rir.
- Levanta daí mulher! – Dessa vez se pronunciou e abriu os olhos devagar. também estava lá.
- O que aconteceu, suas loucas? Que horas são? – perguntou com a voz arrastada e as três riram.
- Duas da tarde. – respondeu rapidamente – Agora a senhorita pode explicar onde esteve ontem a noite? Ou melhor... com quem esteve?
coçou os olhos e sentiu um nó na garganta. Dizer que estava presa num quarto por culpa de era completamente inaceitável. Abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som.
- Sabemos que você encontrou um garoto... O nos contou! – bateu palminhas e fez uma careta para a desculpa que havia dado. Bom, pelo menos ele não tinha dito a verdade.
- É, encontrei. – respondeu sem empolgação e foi andando em direção ao banheiro.
- Aonde você vai? Fala pra gente, ele era gato? Ah ! – disparou a falar e riu alto. Amava esse jeito maluco da amiga.
- Nada demais, gente. Só encontrei com ele e ficamos conversando. Ele era de Londres, também. Mas não era muito bonito. – inventou e arqueou uma sobrancelha, fazendo a menina desviar o olhar. Maldito poder que tinha de desvendar os pensamentos de . – Agora vou tomar um banho e já desço... Vocês deviam se trocar, a gente podia almoçar na praia, que tal?
- Tô super dentro! – deu um pulo e saiu correndo em direção a seu quarto. fez o mesmo e foi andando devagar.
- Mentirosa. – Ela sussurrou e rolou os olhos. – Depois quero saber a verdadeira história. – sorriu e piscou, deixando com cara de nada olhando para a porta.

demorou um tempo até assimilar os fatos do dia anterior. A bendita frase: “Você vai ser minha, docinho.” martelava em sua cabeça o tempo inteiro. tinha a capacidade de ser idiota e de fazê-la ter sensações estranhas ao mesmo tempo, e ela nunca entenderia isso, mas estava no mínimo curiosa com o que estava por vir. Será que ele dizia a verdade? Tentou se arrumar depressa e desceu as escadas rapidamente, encontrando apenas ali.
- Hey, ! – disse com a voz trêmula. Se estava em casa, os meninos provavelmente também estavam. – Viu as garotas?
- Elas estão esperando você, acho. Lá fora! – respondeu indiferente enquanto jogava as almofadas do sofá para o alto. riu baixo e confusa com a cena.
- O que você tá fazendo?
- Procurando minha carteira. – disse e riu, e ele acabou fazendo o mesmo.
- Belo lugar pra se procurar, hein? – riu. – Os meninos estão por aqui também? – Ela perguntou ansiosa e negou.
- Não, estão na praia... Eu só voltei pra buscar a carteira mesmo e... ACHEI! – gritou e gargalhou muito alto. apareceu na sala e fez uma careta absurda para a cena.
- , anda logo! A gente quer almoçar na praia, não jantar! – disse virando os olhos e riu da careta que fez.
- Tudo bem, vamos lá! – Ela pegou no braço da amiga e as duas saíram, com o garoto apenas a alguns passos de distância.
- , você anda estranha hein? De papinho com o ... Agora com o ! – disse um pouco alto demais e chegou perto delas.
- Eu ouvi isso.
- Dane-se.
- Ai senhor! – rolou os olhos teatralmente e quase riu. – Calem a boca os dois! Vamos comer que eu tô com fome!

Ao chegarem na praia, as garotas logo se direcionaram para o quiosque, onde por acaso os meninos estavam, mas ninguém ligou. Pegaram uma mesa bem distante e fizeram seus pedidos, enquanto observavam a bela paisagem e os belos surfistas. olhou para a mesa dos garotos e percebeu que a encarava. Os olhares se cruzaram e ele sorriu de canto, fazendo a menina desviar o olhar, um pouco sem graça e talvez um tanto abalada por aquele sorriso incrível.
- Eu estou vendo isso... – sussurrou e quase deu um pulo.
- Quer me matar do coração, sua maluca? – disse e a amiga riu baixo.
- O que há entre você e o ? – disse o mais baixo possível, aproveitando que e tiravam fotos um pouco mais adiante. – Eu sei que não tinha garoto nenhum ontem.
sentiu o estômago revirar e quando ia abrir a boca, voltou para a mesa mostrando suas novas fotos. O olhar de para foi bem desafiador, mas apenas as duas entenderam o recado. Poucos minutos depois, o almoço foi servido e as quatro estavam comendo e rindo de qualquer besteira quando o garçon se aproximou novamente.
- Com licença senhoritas. – O garoto simpático disse e todas sorriram. Ele estendeu a mão para e lhe entregou um guardanapo. – O senhor ali do bar pediu para que eu te entregasse. A bebida também é sua, chama-se Orgasm. – Ele finalizou e arregalou os olhos, soltando uma risada alta com as amigas.
- Abre logo esse guardanapo! – quase gritou e ainda ria.
- Calma mulher! – Ela respondeu e as quatro riram.
desdobrou o papel devagar e começou a ler a mensagem, com um sorriso se formando em seu rosto e uma vontade imensa de rir.

Espero que goste da bebida... Agora leia isso fingindo que quem te enviou foi o cara de vermelho que está do meu lado: “Você é linda, espero te proporcionar muitas bebidas dessas” Faça cara de indignada. Jogue o papel fora. Te encontro em cinco minutos atrás da sorveteria. xxx .

gargalhou muito alto e olhou para o bar. Viu que a encarava também rindo e chacoalhou a cabeça de um lado para o outro. Aquilo seria divertido.
- O que diz o papel, sua maluca? – perguntou e riu.
- Você é linda, espero te proporcionar muitas bebidas dessas. – repetiu rindo alto da cara de espanto das amigas.
- Nossa, mas que pedreiro! – dizia rindo e tomou um gole do drink, que era realmente bom.
- Quem é o cara, ? – perguntou e apontou com a cabeça.
- O loiro de vermelho ali do bar. Aquele da bebida azul. – Respondei e arqueou a sobrancelha.
- Parece bonitinho... – Ela abaixou a haste do óculos e segurava o riso. – Vai responder?
- Claro que não, tá louca? – fingiu indignação. Tinha que admitir que as instruções de eram realmente boas – Muito pervertida essa cantada! Aliás, vou dar um pulo no banheiro e já volto!
- Vou com você! – disse e gelou.
- Não! – Respondeu rapidamente e as amigas a encararam, confusas.
- Porque não? – arqueou uma sobrancelha, sempre desconfiada.
- Porque... Porque... – gaguejou e tentou não ficar corada. Odiava não ter resposta para as coisas. – Porque aquele surfista gatinho da prancha azul tá te encarando há horas, . Acho que ele tá ensaiando vir aqui! Fique, eu volto em cinco minutos! – A garota disse por fim e olhou para trás, admirada.
- Nossa, que gato! – Ela exclamou – Vou ficar por aqui mesmo! – respondeu marota e sorriu aliviada, evitando olhar para ao deixar a mesa e amassando o papel para jogá-lo no lixo mais próximo.
Caminhou lentamente até a sorveteria, mas sentia suas mãos geladas. Odiava quando isso acontecia, mas estava ansiosa. Sabia que realmente não estava brincando quando disse que iria conquistá-la, e isso a fazia sentir coisas estranhas. Deu a volta no lugar e parou atrás, olhando para os lados e vendo que ninguém estava ali. Xingou mentalmente pensando que aquilo tudo era outra brincadeira estúpida, e quando virou para ir embora, o viu parado atrás dela.
- Hey. – Ele disse abrindo um sorriso gigante que quase a fez desmontar. Aquele garoto tinha o sorriso mais bonito que ela já tinha visto, mas é claro que nunca admitiria isso. Sorriu breve.
- Pensei que não viesse. – Ela deu de ombros.
- Gostou da bebida? – gargalhou e fez o mesmo.
- Você é um pervertido, sabia? Ninguém merece! – disse rindo e respirou fundo.
A primeira parte do que ele queria estava completa: Ela estava ali, difícil era saber lidar com isso. Nenhuma garota – pelo menos para ele – era tão complicada como . E de certa forma, ele adorava isso.
- Vai dizer que a bebida não era boa? – arqueou uma sobrancelha e admitiu, sorrindo.
- Realmente tenho que concordar. – Ela sorriu – Mas o que queria comigo?
- Dar uma volta e conversar... – respondeu com um sorriso quase tímido e sentiu a nuca arrepiar. Era engraçado vê-lo sem jeito.
- Tudo bem, mas eu não posso demorar... As meninas vão desconfiar.
- Você se importa? – apoiou os braços na parede em volta de , prendendo-a ali. A garota sentiu os joelhos amolecerem. Maldita distância mínima.
- Me importo, claro. – Ela respondeu rapidamente – Se elas acharem que eu aceitei aquela cantada de pedreiro do suposto cara de vermelho, vai ficar muito ruim para a minha reputação. – terminou e gargalhou.
- Faz sentido. Agora vem! – a puxou pela mão e os dois saíram correndo para algum lugar que não tinha idéia de onde era. Ela apenas ria, sem fôlego, e ele fazia o mesmo. Nenhum dos dois sabia o que era aquela sensação.
- , eu vou morrer, você quer parar de correr por favor? – disse ofegante e o garoto riu, a encarando de frente. Ela estava simplesmente linda e ele riu.
- Você disse que precisa ser rápido, a culpa é toda sua! – Ele retrucou colocando as mãos no joelho e riu baixo.
- Não quero mais ir... Tô cansada. – Ela reclamou e fez careta.
- Ah não, agora você vai!- disse com a voz autoritária e fez uma careta, quase rindo.
- Me dê um bom motivo. – Retrucou rapidamente e coçou a cabeça, sem saber o que dizer.
- Não seja chata, só me acompanhe. – Ele disse mais baixo e gargalhou.
- Péssimo argumento.
riu.
- Sobe e não reclama. – mostrou as próprias costas e arqueou a sobrancelha.
- Você realmente tá disposto a me carregar? – Ela exclamou em total surpresa e sorriu.
- Você reclama demais, pergunta demais. Dá pra subir logo? – Ele disse sorrindo e fez o mesmo, pulando em suas costas.
- Parabéns, isso foi surpreendente . – Ela disse rindo e começou a andar, sorrindo.
- Eu sei que eu sou foda! – Ele disse e os dois gargalharam.
- Eu não te mereço, juro! – rolou os olhos e estapeou a cabeça de , que riu ainda mais.
- Outch! Eu já te disse que eu não sou saco de pancadas?
- Ah não? – interrompeu rindo. – Desculpa, confundi. – Ela disse e olhou para cima, gargalhando.
- Nem vou comentar.

Os dois chegaram em um lugar onde o mar extremamente azul se misturava com um lago. Era simplesmente deslumbrante. pulou das costas de e ele parecia igualmente estupefato.
- Wow. – Ela disse e sorriu.
- Acho que aqui tá bom... – disse olhando em volta – Que lugar lindo!
- Você não conhecia isso aqui? – virou confusa e negou com a cabeça.
- Eu só queria te trazer pra longe... – riu – Tá, eu devia ser esperto e ter dito: Sim, conhecia, pensei em você pra te trazer aqui! – estapeou a própria testa e gargalhou com isso.
- Seria romântico. E bem estranho. – rolou os olhos.
- Porque estranho? – disse sentando perto do lago e fez o mesmo.
- Porque e romantismo na mesma frase não é algo que combine muito. – Ela disse rindo e fez uma careta.
- Você não me conhece. – Ele deu uma piscadinha e a garota riu ainda mais.
- Acho que conheço o suficiente pra crer que historinhas românticas não sairão da sua boca. – retrucou e abriu a boca, mas não emitiu nenhum som. Ela sorriu vitoriosa.
- Ninguém nunca reclamou. – deu de ombros e rolou os olhos, encarando a paisagem.
- Sempre tem a primeira, fica a dica. – Foi a vez de dar uma piscadinha e gargalhou.
- Falou a super romântica agora. Quase uma Julieta buscando um Romeu! – Ele disse a encarando nos olhos e rindo alto. arqueou uma sobrancelha.
- Quem disse que eu estava me referindo a mim?
- Mesmo assim.
- Cala a boca, . – Ela disse mexendo na areia e os dois ficaram em silêncio por um minuto. – Fala logo o que você quer comigo.
disse continuou mudo, já que ela tinha o mandado calar a boca. Ele sabia exatamente como irritá-la. bufou.
- Retardado! Nem sei porque eu to aqui... – Ela disse levantando e a puxou pra baixo, rindo.
- Tô brincando, tô brincando! – Ele levantou as mãos perto do rosto e quase riu. – Você é muito alterada, docinho...
- Ai Deus do céu, dai-me paciência com essa criatura e seus docinhos... – rolou os olhos e os dois riram em conjunto. – Mas o que você queria, afinal?
- Conversar, ué. Eu sei que perto dos caras e das suas amigas é quase impossível... – disse olhando em seus olhos – E outra, quero te convidar pra sair.
Ele disse simplesmente e o encarou nos olhos, confusa.
- Eu e você? – Ela perguntou e ele riu, assentindo – Tipo um encontro?
- Se você gosta de nomear assim. – sorriu de canto e sentiu suas mãos gelarem. Estava com medo do que ela poderia responder. Mas iria conquistá-la, tinha prometido isso a si mesmo. ficou em silêncio e encarou o mar.
- Como você pretende fazer isso sem que ninguém note? , é óbvio que todo mundo vai perceber que a gente sumiu! – parou de falar e pensou melhor – Se eu aceitar, claro.
- Se você aceitar... – riu baixo da confusão da garota – Pode ficar tranqüila que eu sei exatamente como fazer. Você só precisa confiar em mim e fazer exatamente o que eu disser.
virou-se de frente pra e ela o encarou nos olhos. Sentiu um misto de medo e excitação na proposta. estava apreensivo com a demora da garota pra dizer alguma coisa, era impressionante como só ela conseguia fazer suas mãos suarem de ansiedade. Não sabia se aquilo era algo bom, mas definitivamente era constrangedor. mordeu o lábio.
- O que eu tenho que fazer? – Ela perguntou e sorriu largamente, aliviado.
- Presta muita atenção no que eu vou te falar. – Ele começou, e o escutava atentamente. Nada poderia dar errado.

andava de um lado para o outro no quarto, despejando o armário inteiro sobre a cama. Não sabia o que vestir e não poder pedir ajuda para as amigas não facilitava muito sua vida. Aliás, elas aparentemente tinham acreditado na desculpa esfarrapada que inventara para o sumiço repentino durante a tarde. Disse que tinha passado mal do estômago por causa do excesso no almoço, e que tinha ido para casa. Obviamente a única que não comprou totalmente a história foi , e já estava começando a considerar a possibilidade de contar para amiga sobre . Não duraria muito tempo esse segredo. Depois de provar o quinto vestido e não chegar a nenhuma conclusão, saiu pelo corredor decidida a falar com .
- Eu juro, é verdade ! – Ouviu a voz de no quarto de e parou, curiosa.
- Você vai sair com a ? – gargalhava – , minha amiga que você supostamente odeia? Tá bom que eu tenho reparado que vocês andam meio estranhos, mas isso já é demais.
- Eu tô falando sério! Preciso que você dê cobertura... – pediu e continuou parada, quase rindo.
- Tá, tudo bem... – riu – Mas só uma coisa, . Vê se não esquece que a não é qualquer uma. Você a conhece o suficiente pra saber que ela não vai aceitar ser só mais uma na tua lista, e eu te conheço pra saber que você corre de relacionamentos sérios. Além do mais, ela é irmã do ... Fica ligado, dude.
ouviu a última frase de e uma sensação estranha percorreu seu corpo. E se ela realmente fosse apenas uma da lista? Tinha esquecido da fama de no colégio, por alguns instantes. Hesitou em ir até o quarto de , deu meia volta e bateu sua porta.

Estavam todos jantando quando apareceu na sala de jantar. levantou o olhar e o encarou, perplexa. Ele estava indiscutivelmente lindo: o cabelo propositalmente desarrumado, a calça jeans escura com uma camisa social azul clara e um All Star branco nos pés. Quando seu olhar parou no dela, teve quase certeza de que ia sufocar. Respirar pra quê?
- Fiu fiu, pensa que vai aonde assim tesão? – fez uma voz afetada e a mesa inteira gargalhou.
- Pro meu encontro, mané! – disse e engasgou com o refrigerante, fazendo gargalhar alto.
- Nossa , calma! – disse rindo e dando um tapinha nas costas da irmã, que ficou corada.
- Vai encontrar a francesa de ontem, ? – perguntou e arqueou a sobrancelha, segurando o riso.
- Ela mesma. – Ele sorriu – Agora deixa eu ir, porque fiz a reserva pra oito e meia - frisou bem o horário e encarava , quase rindo – E não posso me atrasar. Fui!
saiu pela porta da frente e todos começaram com seus papos paralelos, enquanto ainda olhava a amiga sugestivamente.
- , você nem tocou no macarrão! – disse e sentiu o rosto queimar.
- É que eu ainda tô meio enjoada por causa do almoço, amiga! – Mentiu – Vou subir pra me arrumar, ok?

correu até o quarto e pegou o vestido preto que tinha decidido usar. O vestiu o mais rápido que conseguiu, e começou a arrumar o cabelo e a maquiagem. Ouviu um toque suave na porta.
- Entra.
- Hey, francesa! – disse e corou absurdamente.
- Cala a boca, ! Eu vou matar o por ter te contado isso! – Ela disse e gargalhou.
- Isso, pode matar, contanto que não encoste em mim! – Ele disse e riu alto – Olha, já tô saindo com os garotos! O pediu pra avisar que o restaurante é aquele vermelho lá, sabe?
- Ah claro , o vermelho lá, claro! – rolou os olhos teatralmente e gargalhou. – Le Petit Bistro, sei exatamente onde é. Agora se manda vai!
- Ui, fala isso de novo? Você ficou tão sexy falando francês! – disse e tacou uma almofada nele, gargalhando.
- Tarado! – Ela disse e se aproximou, beijando-a na bochecha.
- Sexy! – Ele disse e os dois gargalharam, enquanto fechava a porta.

já estava impaciente. Meia hora de atraso. MEIA HORA! Isso porque tinha pedido pra que ela viesse o mais rápido possível.
- Garotas... – Ele murmurou, brincando com a taça de água em sua frente.
Com o tempo correndo no relógio, começara a ficar mais preocupado. Talvez algo tivesse dado errado, ela não se atrasaria tanto assim. Quarenta e sete minutos era de fato muita coisa. Discou para o celular de rapidamente.

O celular chamado encontra-se desligado ou fora da área de cobertura.

- Merda! Porque tem celular se deixa desligado?
exclamou alto e algumas pessoas olhavam pra ele. Ótimo, agora parecia um louco que fala sozinho em restaurantes. Discou várias vezes seguidas e nada. Tinha certeza que algo tinha acontecido, que alguma das garotas tinha inventado alguma coisa e que não teria conseguido se livrar. Aquilo era humilhante, um bolo oficial. nunca tinha tomado um bolo na vida. Virou um copo de Whisky, irritado, e discou pela última vez. A mesma mensagem. Xingou até a quinta geração da mulherzinha da gravação e saiu do restaurante, ligando para , que atendeu só na terceira vez.
- Alô! – Ele deu um berro, estava em um lugar muito barulhento. sentiu o ouvido zunir.
- Vai gritar na puta que pariu, ! – Ele disse e franziu a testa. Havia algo de errado.
- Nossa, o que aconteceu? A chutou seu saco? – disse brincalhão e quase tacou o celular num poste. Estava descontrolado.
- Antes fosse! Ela não apareceu, dude! – Respondeu e sentiu o queixo cair.
- Como não apareceu? Ela tava se arrumando pra ir pra aí, cara! Eu falei com ela!
- Tá, mas ela não veio, caralho!
- Beleza, foi ela que te deu um bolo, não eu! – disse e rolou os olhos. Estava pouco se importando para o momento sentimental do amigo.
- Dane-se! Será que aconteceu alguma coisa? – perguntou, pela primeira vez dando lugar a preocupação.
- Deve ter acontecido, liga pra ela!
gargalhou muito alto.
- E você acha que eu já não fiz isso?
- Tá, faz assim... A gente tá chegando aqui no Progression, vem pra cá! Vou tentar falar com a ou com alguma das meninas, aí te aviso! Mas vem pra cá! – disse e fez uma careta. Não teria outra saída.
- Tá, tô indo.

pegou o celular e discou para . Foi a primeira que ele lembrou – sempre era, aliás – E a única que parecia saber um pouco mais daquela história. Na primeira vez, chamou até cair na caixa postal. Discou novamente, e ela atendeu na primeira chamada.
- !
- , onde vocês estão?
- QUE? – Ela berrou e ouviu Lady Gaga tocando ao fundo – EU NÃO TÔ TE OUVINDO!
- ONDE VOCÊS ESTÃO? – berrou novamente e gargalhou.
- Não to entendendo nada! A gente se fala depois! – Ela disse alto e desligou o telefone na cara do garoto.
- Ótimo! – rolou os olhos.
- Tava falando com quem, dude? – perguntou e fez uma careta.
- Com a . Ela me ligou sem querer, acho – Mentiu e riu – Vamos entrar?
- Aqui galera, camarote para nós! – chegou com as pulseiras e os três gargalharam – Vou guardar a do no bolso, quando ele chegar eu entrego!
Os três caminharam entre várias pessoas e se perdeu no caminho, parando pra conversar com uma loira que tinha lhe chamado atenção desde o lado de fora. e riram, e subiram até o camarote. Assim que entraram, ficou paralisado. Viu dançando em cima de uma mesa e ela estava deslumbrante. Mas não foi isso que o deixou paralisado.
- , o que você tá fazendo aqui? – Ele gritou e ela tremeu. Não era para eles terem aparecido. – Desce daí!
- Me erra, ! – reclamou e continuou dançando com a amiga.
- Eu preciso falar com você!
- Depois , depois... – Ela respondeu indiferente e sorriu confusa para , que rolou os olhos bastante nervoso.
- Não acredito nisso. – Ele disse baixo, mas pode ler seus lábios. Sentiu um peso enorme na consciência e uma vontade de correr até onde ele estava. Mas não o fez. Olhou para frente e continuou dançando. Se resolveria com ele depois.

- Dude, cheguei! – disse ao telefone e suspirou alto.
- Tô indo aí entregar sua pulseira! – Ele berrou de volta e desligou, indo até onde estava e pegando a pulseira com ele.
Desceu as escadas correndo e esbarrou em algumas pessoas lá embaixo. tinha passado dos limites, ele sabia que ia ter um colapso.
- Hey. – Ele disse ao avistar o amigo e estendendo a pulseira laranja.
- Hey! Alguma notícia da ? – perguntou e coçou a cabeça, depois a balançou afirmativamente. – Fala!
- Ela tá aqui, dude.
- COMO ASSIM? – berrou e algumas pessoas pararam pra olhar pra ele. fez sinal pra que falasse baixo.
- Não sei, eu cheguei aqui com os caras e ela tá aí com as meninas, dançando. Tentei falar com ela mas...
ia dizendo quando viu disparar em direção a porta do lugar.
- Fodeu. – Foi tudo o que ele conseguiu dizer, antes de correr atrás do amigo, mas perdê-lo de vista em segundos. Aquilo não daria certo.
entrou no camarote rapidamente e avistou com perto do bar. Passou como um furacão ao lado de , que não teve tempo nem de abrir a boca para cumprimentá-lo. Chegou aonde elas estavam e puxou pelo braço, porque ela estava de costas.
- Ei, o que você pensa que... ! – exclamou sentindo seu coração pular no peito e totalmente surpresa.
- Preciso falar com você. – Ele disse nervoso, e ela podia perceber isso em sua voz e no jeito que ele a olhava. chegou correndo.
- Dude, não vai fazer nada que...
- Me deixa em paz, . – reclamou – Posso ou não falar com você? – Ele perguntou olhando para , que sentiu um arrepio na espinha. Estava com medo.
- Tudo bem. – Ela assentiu e foi puxada escada a baixo, quase caindo.
- Eu tô de salto, dá pra parar de correr?
- Foda-se. – disse alto e tudo o que queria era gritar.
Saíram da danceteria e sentia seu braço doer pela força que estava aplicando. Ainda podiam ouvir a música alta lá dentro, por uma porta lateral.
- Você tá me machucando! – Ela reclamou, ficando nervosa. soltou seu braço bruscamente.
- Você acha que eu tenho cara de idiota? – Ele berrou e ia abrir a boca pra falar, mas ele não deixou – Você me deixou plantado naquela porra de restaurante por uma hora! Quem você pensa que é?
- , eu...
- Não quero saber, ! Eu pensei que você tava falando sério quando disse que era pra eu tentar, se era pra me fazer de idiota, não precisava nem ter falado. – Ele continuava gritando e sentia os olhos arderem.
- Se você não quer me ouvir, pra que você me trouxe aqui pra fora, ? – Ela gritou, e abriu a boca, mas não emitiu som algum. – Eu não disse pra você me conquistar só pra te fazer de idiota! Eu ia naquela merda de encontro!
- E porque não foi? – A voz de agora era mais baixa, quem gritava.
- Porque eu mudei de idéia. – Ela disse quase em um sussurro.
- QUE? – voltou a se alterar. Estava incrédulo. Aquilo já era um pouco demais. – Mudou de idéia? – Ele riu sarcástico. – Eu devia ter esperado isso de alguém como você. nunca muda, não é mesmo?
- Cala a boca, ! Eu ouvi sua conversa com o ! – Ela disse e ele parou, extremamente confuso.
- O que teve de errado na conversa?
- Eu não quero ser mais uma na sua lista, . Aliás, eu estou cansada de ser mais uma na lista de todo mundo! Eu não sou um troféu pra você dizer que pegou e sair contando pros seus amiguinhos! Sinto muito, docinho. – gritou por fim e ficou sem reação. Viu que a garota ia embora e a prendeu contra a parede.
- Eu não quero você como um troféu. – Ele disse baixo, quase inaudível. sentiu o coração acelerar com aquela proximidade toda. Respirou fundo.
- Prove. Me dê três bons motivos. – Ela disse e rolou os olhos, rindo.
- Você é impossível, docinho.
- Anda logo, . Três motivos. – Ela respondeu firme e deu um passo para trás, pensativo. apenas o encarava, com os braços cruzados.
- Okay, se você quer assim... – Ele disse, levantando um dedo. – Motivo número um: Se você fosse qualquer uma na minha lista, eu não estaria aqui inventando três motivos pra você acreditar em mim. Você é extremamente complicada, eu já teria desistido de você muito antes. Então ponha na sua cabeça que você não é uma garota qualquer. – Ele disse e sentiu os joelhos tremerem, tentando reprimir um sorriso.
- Continue. – Ela disse baixo e sorriu de canto, chegando perto e apoiando os braços na parede, prendendo a menina ali.
- Segundo motivo: Embora você seja irritantemente estranha, com essa mania de colocar regras em tudo e de não confiar em mim, eu sei que você quer isso tanto quanto eu. – Ele fez sinal de silêncio nos lábios da garota, que já ia se manifestar – Se não quisesse, não estaria perdendo seu tempo comigo aqui fora, e muito menos pediria pra eu te provar alguma coisa. E terceiro... – encostou a boca no pescoço da garota, que se arrepiou só com o toque.
- ...
- Cala a boca.
sussurrou no ouvido de e rapidamente colou sua boca na dela. Não pediu permissão, entrelaçou rapidamente suas mãos em seu cabelo e acabou com qualquer espaço que houvesse ali. sentiu seu corpo inteiro arrepiar quando a língua de invadiu sua boca e tocou a dela. O segurou com força pelo pescoço e intensificou o beijo. Nenhum dos dois sabia quem estava mais desesperado por aquilo – Só conseguiam prestar atenção nos corações estranhamente acelerados e no quanto aquilo era bom. E por mais que tivesse beijado milhares de garotas, nada se comparava com aquele beijo. Aquela garota sabia o enlouquecer de um jeito irreal. mordeu o lábio do garoto devagar, totalmente sem fôlego.
- Esses motivos foram bons pra você? – perguntou com a boca colada na de , que riu abafado.
- Tá pra existir um cara mais metido que você, . – murmurou e os dois abriram os olhos, rindo baixo.
- Eu não sou metido, sou realista.
- Dá pra você calar a boca? – perguntou arqueando uma sobrancelha maliciosamente e mordendo o lábio inferior de , que sentiu a nuca arrepiar.
- Só se você me der um bom motivo. – Ele sorriu maroto e sentiu borboletas fazerem festa em seu estômago. Riu baixo.
- Só um bom motivo? – Ela fez bico e riu alto. Nunca tinha se sentido daquela forma em relação a uma garota. – Vem cá...
Ela o puxou devagar e os narizes se tocaram, e na mesma velocidade, encostaram os lábios. foi calmo dessa vez. Queria sentir cada pedaço de , o fato de não saber se aquilo aconteceria novamente era ao mesmo tempo desesperador e excitante. Desenhou sua boca com a língua e a beijou devagar. suspirou alto, mas não ligou. Eram como se seu beijo fosse moldado pra encontrar o dele, por mais estranho que isso pudesse parecer. parou o beijo sem nenhuma vontade e acariciou o rosto da garota. Aproximou sua boca do ouvido dela e sussurrou:
- Finalmente, docinho. Capítulo 8: You just need to feel it

Talvez aquilo representasse mais do que duas bocas que pareciam aflitas para nunca desgrudarem, mais do que respirações ofegantes e muito mais do que vários objetos que foram derrubados no trajeto pela casa. Mas quem conseguiria explicar, quando os corações batiam mais forte que o normal e seu objeto de ódio parecia ter se tornado tudo aquilo que você necessitava pra sobreviver?
- Outch! – reclamou quando algo não identificado caiu em seu pé. Ouviu a risada baixa de em seu ouvido e acabou rindo junto.
- Desculpe!
Ele disse num sussurro enquanto beijava o pescoço de . Não sabiam exatamente há quanto tempo estavam ali, não estavam mais medindo conseqüências de absolutamente nada. sentiu sua pele arrepiar com os beijos do garoto e o puxou para mais perto, o que provavelmente seria humanamente impossível, roçando o nariz no dele. Encostou os lábios suavemente nos de , e fechou os olhos sentindo a respiração quente em sua pele. Os lábios de se curvaram em um sorriso, e a garota pode perceber sem olhar. Continuou com selinhos demorados até que não resistiu em aprofundar o beijo calmamente. Não precisavam ter pressa, o mundo não importava. Nada importava. Percebeu que começara a andar de costas e a puxar com ele, ao mesmo tempo que o beijo ficava mais rápido. Parecia que ele sabia exatamente o que fazer, e como fazer. As mãos de já passeavam descontroladamente pelas costas de , enquanto ele a deitava sutilmente no enorme sofá da sala. Colocou uma perna de cada lado do corpo da garota, sem partir o beijo, e já começara a arranhar sua barriga por baixo da camisa. começou a sentir o coração bater estranhamente de novo. Mas que porra era aquela? O que aquela garota fazia para deixá-lo daquele jeito? Não teve muito tempo pra pensar, sua respiração estava ofegante demais e suas mãos já agiam sozinhas, apertando o lado da coxa de e avançando por dentro do vestido que ela usava. desceu uma das mãos pelas costas de e parou em sua bunda, apertando consideravelmente. O garoto partira o beijo e os dois desataram a rir, completamente sem fôlego.
- Tarada! – disse com um falso tom de indignação e a garota gargalhou ainda mais.
- Eu? Olha onde sua mão está, ! – Ela respondeu rapidamente e viu sua mão apoiada em um dos seios de . Começou a rir de novo.
- Elas trabalham sozinhas... – Sussurrou presunçoso e mordeu seu ombro, ainda rindo um pouco demais. Provavelmente devido ao excesso de álcool que tinha ingerido na danceteria.
- Eu acho que eu estou bêbada! – Justificou a risada e mordiscou o lóbulo de sua orelha, fazendo-a estremecer.
- Muito bêbada? – a encarou apreensivo. Ela não podia estar bêbada, se estivesse, faria coisas de que se arrependeria. Ele não gostava de se aproveitar de garotas, ainda mais de . Ele também estava um tanto alterado, mas tinha plena noção do que estava fazendo. viu o garoto morder sutilmente o próprio lábio, e achou aquilo extremamente fofo, e bastante sexy. Sorriu.
- O suficiente para saber exatamente o que eu quero. – Respondeu arqueando uma sobrancelha e ia abrir a boca para dizer algo, mas ela o calou com um beijo rápido. – E o que eu quero é você.
Um sorriso tomou conta do rosto de e ele não disse mais nada. Não precisaria dizer, era péssimo com palavras e ela o acharia um perfeito idiota se ele tentasse dizer alguma coisa. Colou sua boca na de e a beijou de um jeito que ela nunca conseguiria explicar, mas que se estivesse em pé, seus joelhos teriam a derrubado. entrelaçou suas mãos no cabelo da garota enquanto intensificava o beijo. já desabotoava a camisa de e ele sorriu percebendo esse detalhe. Começou a subir o vestido – Adorava vestidos, eram extremamente práticos – E parou o beijo encarando a barriga descoberta da garota. Riu pervertidamente e continuou puxando a peça para cima, enquanto beijava seu pescoço.
- ... – murmurou com a boca colada na dele, sentindo os beijos que já desciam de seu pescoço para o colo.
- Hum.
- Esse barulho tá estranho. – Ela disse baixo e o garoto riu.
- Que barulho?
- Shhh. – Ela o calou com um selinho e os dois ficaram em silêncio, tentando normalizar a respiração. Então ouviu algo que se assemelhava muito a uma risada. Uma risada bastante conhecida. arregalou os olhos.
- Merda. – sussurrou. – É o .
- E o . – completou baixo e empurrou para trás, ajeitando o vestido e correndo em direção a escada.
- Aonde você vai? – fez cara de pânico e falou um pouco alto demais, mordendo o próprio lábio por isso.
- Pra cima. Fica aí, finge que tá sozinho! – Sussurrou ouvindo a chave virar na porta – Puta que pariu!
- , olha o meu estado! – Ele disse e a garota desceu o olhar para ver um certo volume sob os jeans de . Gargalhou.
- Liga no Playboy TV. – Respondeu rindo e sumiu escada acima. ficou com cara de nada, mas depois começara a rir e se jogou no sofá. Aquela garota não era normal.
- Mas dude, ela era gostosa pra caralho! – disse entrando em casa e riu alto.
- Sei lá, eu preferi a morena que eu peguei quando cheguei... Muito mais gostosa! – respondeu acendendo a luz e avistando jogado no sofá. – Puta merda, que susto!
gargalhou.
- Achou que um ladrão tinha dormido no sofá? – Respondeu com a voz tediosa embaixo de algumas almofadas. arqueou a sobrancelha.
- O que você tá fazendo aqui, ? Aliás, você saiu arrastando a pela escada totalmente revoltado e agora... Tá aqui? O que aconteceu? Cadê ela? – disparou em perguntas e segurou o riso.
- Nada, não aconteceu nada! – respondeu de imediato com a voz trêmula – Acabei de chegar, não faço a mínima de onde ela está!
- Mas vocês estavam brigando por quê? – insistiu.
- E desde quando a gente precisa de motivo pra brigar? – respondeu e quase riu, sabendo que de certa forma aquilo era verdade – Eu tava puto porque ela não me deu um recado, sabe da francesa? Ela ligou desmarcando, mas a ... A não me avisou, aí eu fui tirar satisfação! Ela não voltou pra balada? – perguntou contente por ter respostas tão rápidas. arqueou a sobrancelha.
- Nem, acho que não... – disse. – Vou subir pro meu quarto, infelizmente não é hoje que rola uma festinha lá... Mas aquela ruiva vai se ver comigo amanhã, ah vai! – Disse e os amigos gargalharam. – Beijos nas bundinhas sexys de vocês! – disse com a voz afetada, fazendo rir ainda mais.
- Sua bicha! – disse rindo.
- Eu sei que você me ama! – respondeu e subiu as escadas.
- Fugiu direitinho meu caro , passou quanto tempo bolando essa resposta? – sacaneou e deu o dedo.
- Trinta segundos. Eu sou foda!
- Quem vê pensa... – riu – Agora me conta, o que houve lá fora?
olhou para a escada, e voltou o olhar pra . Não sabia o que estava fazendo lá em cima, se estava se escondendo ou coisa do tipo. Mas queria ir lá saber, queria continuar o que tinham parado e conversar com não era muito promissor.
- Erm... Depois eu te conto, vou tomar um banho... To com dor de cabeça! – desconversou indo em direção a escada e franziu a testa.
- ...
- O que é?
- O que você tava fazendo?
- Eu tava aqui deitado, já falei! – rolou os olhos impaciente.
- Porque sua camisa está abotoada de forma estranha? – perguntou e engoliu seco – Melhor! Bela marca no seu pescoço, campeão... – gargalhou e arregalou os olhos.
- Arrumei companhia na saída... – Respondeu tentando parecer despreocupado – Tô subindo!

subiu as escadas rapidamente – dois degraus por vez – E foi praticamente correndo para o fim do corredor, em direção ao quarto de . Passou a mão nos cabelos e sentiu-se um idiota por estar se arrumando antes de encontrá-la: não tinha a menor noção do poder que essa garota exercia sobre ele.
- Dude, vem aqui! – apareceu no fim do corredor e bufou. Aquilo não estava acontecendo.
- O que é, ? – Perguntou impaciente e fez careta.
- Que mau humor! Vem aqui, deixa eu te mostrar uma parada aqui no pc!
- Eu não tô com tempo agora! – Respondeu rolando os olhos.
- Vem logo, caralho! – reclamou e rolou os olhos, seguindo-o. Nunca tinha odiado tanto seu amigo como naquele momento.

desencostou da porta xingando mentalmente. Tinha escutado toda a conversa, mas não poderia fazer nada. Já tinha colocado sua camisola e estava morrendo de sede. Sua respiração falhava só de lembrar das coisas que haviam acontecido naquela noite. Chacoalhou a cabeça para espantar os pensamentos que faziam com que saísse de si e abriu a porta, indo em direção à cozinha. A luz estava acesa, e ela não lembrava de ter visto isso. Aliás, não lembrava de ter visto nada naquela casa. Hesitou em olhar para trás e ver se tinha algum estrago mais sério na sala de sua tia, e entrou para beber alguma coisa. Foi quando deu de cara com , que preparava um sanduíche.
- ! – Exclamou um pouco surpresa. Como era idiota, tinha esquecido que também tinha chegado. O garoto nada disse, apenas desatou a rir compulsivamente. – Você bebeu, amigo?
- Ah... ah... Isso é muito bom! – disse e arqueou a sobrancelha, e depois estremeceu. Havia algo de bem estranho ali.
- Oh céus, ele enlouqueceu de vez! – Rolou os olhos teatralmente e fingiu indiferença, indo até a geladeira – O que aconteceu, seu doido?
- Comigo nada. – respondeu aproximando-se – Com você e o eu já não sei. – Disse maliciosamente e a garota bateu a cabeça no teto da geladeira, assustada.
- Porra! – Reclamou segurando a cabeça, enquanto ria ainda mais. – Você tá maluco, só pode!
- Confessa, ! Primeiro eu chego aqui e vejo o enterrado em almofadas, o que é bem suspeito – riu e segurou o riso – Depois, percebo que meu querido amigo está com a camisa muito mal abotoada e com marcas suspeitas no pescoço. Agora você tá aqui. Legal né? – riu.
- Não significa nada, amorzinho. Se o andou de pegação por aí eu não sei, porque não sei se você reparou, mas eu estou de camisola, eu estava dormindo! – respondeu com um tom quase óbvio. Adorava suas veias artísticas, quase ninguém desconfiava quando mentia. Quase ninguém.
- Engraçado, porque até onde eu sei, vocês saíram juntos da balada... Agora estão os dois aqui... Bem estranho. – sorriu pervertido e abriu a boca, mas não emitiu som algum. Então entrou na cozinha, para completar a felicidade de .
- , você tá aqui! – disse com olhar de espanto e riu novamente.
- Claro que estou, seu idiota! – respondeu rapidamente e franziu a testa – Agora vocês dois me dêem licença, porque estão estragando meu sono de beleza!
- Tem certeza que você vai dormir? – disse e respirou fundo, vendo se virar e andar em direção à . Colocou uma mão de cada lado do corpo de , prendendo-o ali, e viu o amigo arregalar os olhos.
- Por quê, está pensando em me visitar à noite? – Disse com um sorrisinho malicioso e não conseguia responder nada, fazendo-a rir. – Foi o que eu pensei. Se mudar de idéia, a porta está aberta, sexy... – Concluiu e passou ao lado de , que estava boquiaberto.

- Mas que garoto idiota, será que eu precisava desenhar pra ele entender que a minha porta ia ficar aberta? ABERTA!
murmurava rolando na cama. Eram quase cinco da manhã e ela não conseguira pregar o olho. Tinha escutado as vozes de seu irmão chegando – bêbado, por sinal – de e , mas nada de virar homem e entrar naquele quarto. Depois de xinga-lo de todos os palavrões e em todos os idiomas que ela tinha conhecimento, virou para o lado e começou a se esforçar para dormir. Demoraram mais quarenta e cinco minutos, mas muito contra sua própria vontade, o sono a venceu.

- ... Acorda.
Ouviu a voz de e achou aquilo bem estranho, então abriu os olhos devagar.
- O que foi, ? – Disse e ele riu.
- Não me chama de , é estranho... – Disse baixo – Já tá tarde, é pra você levantar.
- Quem disse?
- Eu. – respondeu e a garota riu. – Chata. Foi a quem pediu.
- Hm. - murmurou, ainda meio lerda aquela hora da manhã – Ei! A te pediu algo e você tá obedecendo? – Disse subitamente acordando e viu o irmão ficar extremamente vermelho.
- Só estou fazendo um favor e...
- Pra ? Ah, conta outra! – riu – O que aconteceu?
- Não aconteceu nada... É que ela... Me ajudou ontem. – disse tímido e já estava sentada, interessada. – Eu bebi demais, ela me ajudou.
- Meu Deus, viraram esse mundo de ponta cabeça e esqueceram de me avisar! – Sacaneou e deu o dedo, fazendo-a rir ainda mais. – Tá, desculpa chuchu! E porque ela não veio me acordar?
- Porque ela e as meninas foram pra praia, vão te esperar lá... Acho que a tá no quarto, ela amanheceu de ressaca – disse rindo e apareceu na porta.
- , anda logo! – Ele gritou – Oi, !
- Oi, !
- Bom, vou nessa! – disse beijando a testa da irmã – Até mais tarde.
- Até.
foi até o banheiro para fazer sua higiene matinal e lembrou do que tinha acontecido na noite anterior. Agora, sóbria, era mais fácil de entender as coisas, e ela mal sabia o que pensar. Sempre disseram que o amor e o ódio são sentimentos muito próximos, mas o caso dela com era surreal. Preferiu não pensar muito nisso e se prender ao fato de que ele estava na praia com os amigos, então poderia respirar normalmente naquela casa. Colocou o biquíni, um short jeans e uma regata por cima e saiu do quarto, para ver o que ocorria com . Deu alguns passos para frente no corredor e foi puxada para dentro do quarto de . No susto, quase deu um berro, e sentiu uma mão tampar sua boca e a virar de frente.
- Até que enfim! – disse baixo puxando a garota pra si em segundos. mal teve tempo de pensar, sentiu um choque percorrer seu corpo quando as línguas se tocaram. parecia aflito para aquilo, pressionava os lábios contra os dela até que conseguiu arrancar um gemido de , que bagunçava os cabelos de enquanto arranhava insistentemente a nuca do garoto.
- ... – tentou interromper o beijo, mas sua voz saía fraca. Seu corpo não correspondia mais à sua razão – ! – Disse um pouco mais alto, e ele parou o beijo, encostando a testa na dela e tentando recuperar a respiração.
- Você tá maluco? A tá aqui! – dizia ainda com os olhos fechados, sua voz era baixa.
- E daí? – Ele sorriu malicioso e a garota riu.
- Você não apareceu ontem. – ouviu sua própria voz dizer, mesmo contra sua vontade. Não queria que ele ficasse se achando, não queria ter dito aquilo. – Não que eu estivesse esperando. – Consertou e sorriu de lado, acariciando o rosto dela com o polegar e fazendo-a abrir os olhos.
- Desculpe, o seu irmão chegou bêbado e gritando pelo corredor, a pediu ajuda... Depois já eram quase seis, você devia estar dormindo.
- Estava mesmo. – Mentiu. – Pensei que você estava na praia.
- Supostamente eu estou. – riu alto e riu junto, sem entender – Eu fui antes que eles, fique esperando na outra esquina... Quando eles saíram, eu voltei... – deu uma piscadinha sexy e a garota riu.
- Voltou por quê? – provocou passando a ponta do nariz no pescoço de , que estremeceu.
- Não sei... – Ele respondeu baixo – Talvez você possa me explicar porque eu voltei... – Ele riu baixo e fechou os olhos, sentindo os beijos que ganhava no pescoço.
sorriu e desenhou a boca de com a língua, enquanto mordia de leve o lábio inferior do garoto. Qualquer garota que fizesse isso nele não conseguiria surtir um efeito tão rápido quando aquela. parecia saber disso, quando sentiu novamente o beijo que a fazia ter sensações estranhas. As coisas aconteciam rapidamente ali – Quando deu por si, já estava com as pernas na cintura de , que caminhava até a cama mais próxima. Jogaram-se ali, sem fôlego algum, enquanto puxava a regata que vestia para cima.
- Hey... Devagar, cowboy! – disse rapidamente e riu, derrotado, jogando-se ao lado dela na cama. Ela riu, tentando respirar.
- Caralho... – murmurou e a garota o olhou com a visão periférica – Você pode me explicar o que é isso?
- Isso o que? – Arqueou uma sobrancelha e fitou o teto branco do quarto. riu.
- Você me tira do sério. – disse e a garota sorriu – Porque eu não consigo me controlar?
- Porque eu sou a coisa mais sexy que você já viu na vida! – respondeu gargalhando e fez o mesmo, apoiando o cotovelo na cama e a olhando nos olhos.
- Tá se achando, docinho! – Ele riu.
- Eu não me acho, eu sou! – respondeu rapidamente e os dois riram – Hum, acho que ando convivendo demais com você, eu não era assim tão pretenciosa!
- Shhh, menos conversa e mais ação, por favor! – riu malicioso e abriu a boca, fingindo indignação.
- Quem disse que eu quero, docinho?
- Se você não quer, você vai me parar... – sorriu vitorioso a beijando rapidamente e mexendo em seu cabelo e barriga. ainda tentara, por pura birra, fingir que não, esmurrando-o no peito, mas em alguns segundos sentiu seus pulsos cederem, assim como o resto de seu corpo. Estava embriagada pelo cheiro, pelo gosto dele. E tudo o que conseguia pensar era como tinha sido estúpida o suficiente de não ter provado aquilo antes.
- , você tá aí? – Ouviu a voz de do lado de fora e partiu o beijo, desesperada.
- E agora? – Perguntou com os olhos arregalados e bufou.
- Vou pra varanda. Dá um jeito de tirar ela daqui. – Ele disse dando um selinho longo na menina, que transformou-se em um beijo rápido – Droga, melhor parar por aqui! – Disse contra vontade e correu para a varanda.
se arrumou rapidamente em frente ao espelho e abriu a porta, inventando qualquer desculpa para estar trancada no quarto de aquela hora da manhã. E acreditou.

Os dias se passaram seguindo aquele ritmo: fingia ir pra praia mais cedo, chegava sempre mais tarde, os dois se pegavam pelos quartos, banheiros e demais aposentos da casa. Na rua, sempre havia uma boa desculpa para uma fuga rápida, e a noite, sempre ia parar no quarto de , inevitavelmente. Às vezes os amigos desconfiavam de algo, mas sempre davam um jeito de disfarçar. Nenhum dos dois se permitia parar para pensar porque estavam agindo daquela forma: Pensar era perder tempo, agir era muito mais divertido.
- Ai caramba, a ainda vai acabar descobrindo isso! – reclamou assim que chegou no quarto de , de madrugada. – Ela está mais do que desconfiada!
- Eu reparei... – disse chegando mais perto – Alguém te viu entrar aqui?
- Acho que não... – respondeu rápido e sorriu.
- Então vem cá... – disse a puxando pela mão e sorriu junto – Esquece que eles estão lá fora... – Disse beijando o pescoço da menina, que já fechava os olhos – A partir de agora você é só minha, docinho... – sorriu pervertido e a beijou, fazendo a garota rir.
Depois de alguns amassos, nada muito além disso, deitou-se na cama ao lado de e ele a viu fechar os olhos, lutando contra o sono. Sorriu e a puxou para mais perto, abraçando-a.
- Pode dormir se quiser... – Ele disse baixo e sorriu.
- Eu não posso, eu tenho que ir pro meu quarto daqui a pouco. – Ela respondeu sentindo-se incrivelmente confortável ali.
- Tudo bem, eu acordo você quando amanhecer. – disse e deu um beijo na testa da garota, que sorriu, mas não respondeu nada.

- Dude, sua mãe te ligou, você deixou a porcaria do celular no meu quarto e... PUTA QUE PARIU!
deu um berro ao entrar no quarto. Olhou e que pularam com o grito, e em dois segundos estava trancando a porta.
- MAS QUE PORRA É ESSA? – continuava berrando, e deu um pulo na direção do garoto, tampando a boca dele.
- , meu amor, pára de gritar! – Ela dizia baixo, mas sua voz estava trêmula – Você disse que ia me acordar! – Reclamou um pouco mais alto, ainda tampando a boca de .
- Eu acabei dormindo! – alisou o cabelo, impaciente.
- Eu sabia que não tinha que ter vindo e...
- Hum! Hum! – murmurou com a boca tampada e quase riu, ainda nervosa.
- Se você gritar eu enfio aquele vaso na tua cabeça. Você me conhece. – Respondeu séria e o garoto assentiu.
- MAS QUE... – Ele ia falando alto, quando percebeu o que fizera – Mas... Como? Você estão? Como assim?
- Não é nada disso que você está pensando, ... A gente não tava transando, eu só dormi aqui – respondeu rapidamente e caiu na cadeira atrás dele, boquiaberto.
- Mas vocês estão... ficando?
encarou , que deu de ombros. Já não podiam mais esconder aquilo, não de .
- Estamos. – respondeu e o queixo do amigo quase abriu uma cratera no chão, fazendo com que gargalhasse – Mas ninguém sabe! Aliás, você também não sabe de nada! Você não viu nada, tá me entendendo dude?
- Mas eu preciso dizer isso pra alguém, e ! Ai meu Deus! – repetia e riu.
- Se você manter esse segredo, eu arrumo o telefone daquelas cheerleaders amigas minhas que você tinha pedido.
- A Meredith e a Amber? – viu os olhos de brilharem ao dizer os nomes e segurou o riso. era realmente boa naquilo.
- Sim, e da Molly também, se você quiser. Ela te achou um gatinho, sabia? – arqueou uma sobrancelha e estendeu a mão.
- Fechado. Passa os telefones! – Ele disse e gargalhou, aliviado.

- Nunca pensei que fosse dizer isso, mas as coisas ficaram um pouco mais fáceis com o sabendo de... De nós! – sorriu tímida brincando com a areia. Eram quase meia noite e ela e estavam numa praia mais distante, só os dois.
- O pode ser útil quando está interessado... – riu, segurando uma das mãos de . – , deixa eu te perguntar uma coisa?
- Claro! – Ela sorriu, vendo as bochechas de ganharem um tom levemente avermelhado.
- Eu estava falando com o hoje, sobre... É sobre o que nós temos, somos, sei lá... E eu... Não soube o que dizer. – disse e olhou em seus olhos – Não que eu precise saber, mas garotas geralmente sabem. – Ele riu.
- Tenho pensado nisso ultimamente – sorriu – Acho que posso nos classificar como amigos com benefícios?
- Que? – riu.
- Nunca viu One Tree Hill, cabeçudo? – deu um pedala no garoto, que riu mais ainda.
- Desculpa se eu não sou viciado em seriados. – Ele disse com a voz afetada e a garota mordeu sua bochecha. – Explique-se.
- Bom, nós somos amigos... Nos damos bem, apesar de ninguém saber disso. Mas temos o benefício de ficarmos também, entende?
- Isso é o novo jeito de dizer que temos uma amizade colorida?- gargalhou da cara de desdém que fez.
- Se você tiver oitenta anos, vovô! – Ela disse rindo e suspirou, derrotado.
- Porque você tem que ser tão chatinha?
- Pra agüentar você.
- Outch! – fez careta para a resposta, e gargalhou. – Retire o que disse!
- Não.
- É melhor retirar...
- Não vou retirar. – sorriu maliciosa e arqueou uma sobrancelha.
- Você sabe correr?
- Ah não, ! – Ela arregalou os olhos – Você não vai...
- Dois segundos de vantagem. – Ele disse a garota ficou de pé, gargalhando. – Um, dois.
deu um grito e saiu pela praia atrás dela, rindo alto, enquanto ela tentava, em vão, correr na areia fofa. Em questão de segundos, a pegou pela cintura enquanto a garota ainda se debatia.
- Por favor, não faz isso! – Ela pedia com a voz chorosa e ele riu.
- Agora você pede por favor, né? – Disse entrando na água e indo mais para o fundo. prendeu as pernas ao redor da cintura dele, tentando evitar contato com a água, fazendo-o rir ainda mais – Você tá me escalando?
- Eu vou te matar , essa água tá um gelo!
- Tarde demais, docinho!
a derrubou na água e desatou a rir, e quando saiu para a superfície, sorriu malicioso.
- Eu mandei você retirar o que disse...
- Já disse que te odeio hoje? – Ela respondeu séria, apertando as mãos contra os braços descobertos – Eu te odeio, .
- Você fica sexy nervosa.
- Cala a boca.
- Eu posso te esquentar, se você quiser... – Sorriu malicioso.
- Você é um idiota! – disse quase rindo.
- Uh, isso foi um quase sorriso? – disse segurando o rosto de com as duas mãos – Estamos melhorando aqui.
- Você que pensa. – Respondeu firme, vendo-o aproximar o rosto do seu – Eu vou te morder.
- Eu gosto de mordidas. – gargalhou.
- Não vai gostar dessa, amiguinho. – disse e quando aproximou a boca da sua, mordeu o ar, quando ele se afastou. – Viu?
- Você mordendo o ar? Vi! – gargalhou e bufou, saindo da frente de e indo para a areia.
- Volta aqui , eu tava brincando! – disse apreensivo e parou de andar, de costas pra ele. Ela suspirou ruidosamente e virou de frente.
- É melhor você honrar o que tem dentro das suas calças, . – Disse aproximando o rosto do dele – Porque se continuar me provocando assim, um dia você vai ficar sem! – Ela disse quase rindo, e quando percebeu que ia falar, o calou o com indicador. – E ouça bem o que eu vou dizer, porque provavelmente será a última vez que você vai ouvir: Você acabou de se tornar a pessoa mais sexy que eu já conheci, porque só você consegue me fazer ir do ódio ao... – parou e respirou fundo.
- Amor? – completou, segurando-a pela cintura.
- Menos do que isso.
- Tesão?
- Mais do que isso. – Ela riu, mordendo o próprio lábio. – Eu não vou conseguir explicar, mas eu posso te mostrar... – Disse baixo e ficou na ponta dos pés, encostando os lábios nos dele e o beijou, enquanto a fazia prender as pernas em sua cintura e passeava com os dedos gelados por suas costas descobertas pelo vestido. – Você... Você... Conseguiu entender?
- Eu sou burro, vou precisar de mais algumas explicações!
sorriu maroto e a garota gargalhou, fechando os olhos e sentindo-o aproximar novamente. Não precisavam de explicações. Há certas coisas que não se deve explicar, apenas sentir.

Capítulo 9: You change your mind like a girl changes clothes

- Amigos com benefícios? – riu – Isso não colaria se eu usasse com uma garota, mas com a dizendo, aposto que ficou bem fácil de acreditar...
- Tudo o que ela diz fica muito fácil de acreditar – dizia olhando para a piscina, vendo conversando com o irmão – Eu não sei o que acontece.
- Acontece que você tá virando um gay, você tá gostando dela! – gargalhou um pouco alto e fez careta.
- Eu não to gostando de ninguém, fica na sua.
- É claro que está, e é da ! – chegou e não conseguiu conter o espanto em seu rosto. sorriu amarelo.
- Se mata, dude. – respondeu sem graça e quando ia abrir a boca pra falar, veio correndo até eles.
- Meninos, prestem atenção: Sábado nós vamos dar uma festa na mansão! O concordou por vocês, só um detalhe... – Ela riu.
- Concordou por nós? – fingiu indignação – Tudo bem, pra festa eu deixo! – Ele riu.
- Vamos chamar o pessoal aqui da região e fazer uma festa inesquecível! Muita bebida, gatinhos – parou no meio da frase e se corrigiu – Francesas também, né ?
tossiu e segurou o riso.
- Adoro francesas. – Disse ainda abalado e desatou a rir.
- Eita, o que deu nele? – franziu a testa sem entender.
- Nada, ele é retardado! – disse rapidamente – Vou pra água.
se jogou na água e mergulhou até o outro lado da piscina. Voltou à superfície apoiando as mãos na borda, quando percebeu que aquilo não era borda alguma. Chacoalhou a cabeça e passou uma das mãos nos olhos, para enxergar melhor. Estava com as mãos apoiadas nas coxas de . encarava abismado e ficou sem reação. sorriu discretamente e bateu um pé na água, dando um caldo em .
- ! Tá maluco? Tira a mão daí, seu idiota! – Berrou enquanto tentava limpar os olhos com cloro. – Ai meu deus, machuquei você? – Disse ainda alto e de repente todos da piscina pararam pra olhar.
- Eu não acredito que eu ouvi isso! – repetiu boquiaberto e encarou , apreensivo.
- Ah, mas se tiver machucado, foda-se também! Ninguém mandou por a mão onde não devia! – Repetiu alto e a encarou, sem dizer nada. – Vou pegar algo pra beber.
disse por fim e passou ao lado de , fazendo sinal com a cabeça pra que ele a acompanhasse.
- Vou ao banheiro! – disse alto e entrou na casa logo em seguida. – Se controla, a que a gente conhece não ficaria preocupada em ferir o que a gente conhece! – Ele disse rolando os olhos e a garota assentiu.
- Eu sei, não sei o que houve comigo! – Disse sincera – Faz o entrar pra eu ver o olho dele!
- Só foi um pouco de cloro, ... – riu e parou – Ops! Já entendi o que você quer ver! – gargalhou e mostrou o dedo, mas também ria. – Tô indo!
- Hey, !
- O que foi?
- Obrigada. Você é um fofo. – Disse sincera e ele sorriu.
- Não tem de quê.
foi em direção a piscina e viu deitado numa cadeira ao lado de . Fez uma careta estranha, mas seguiu mesmo assim.
- , você precisa lavar teu olho... – Disse rapidamente e arqueou a sobrancelha.
- Eu to bem dude.
- Não tá não, vai arder, você tem que lavar seu olho.- disse impaciente e riu.
- Que bonitinho. Preocupado com o amigo, own. – Disse olhando para o nada e os olhos de arregalaram.
- Tá falando comigo?
- Não, com as minhas unhas... – rolou os olhos teatralmente e riu. – , vai lavar logo seu olho antes que o faça isso por você.
- É, meu olho! – um tapa na testa entendendo a mensagem e entrando em casa. – ? – Sussurrou entrando na cozinha, sem ver ninguém.
- Aqui. – Ouviu a voz da garota vindo do banheiro e sorriu. – Ah, desculpe, você está bem? – Ela disse preocupada e riu.
- Foi só um pouco de cloro, . Não é como se eu fosse ficar cego ou coisa do tipo. Mas já que você está preocupada... Eu deixo você cuidar de mim. – sorriu maroto e a garota riu.
- Não estou mais preocupada, você está bem, vou pra piscina.
- Ai, ai meu olho! Ai meu Deus, vou ficar cego! – disse segurando o olho e virou de frente, arqueando uma sobrancelha. – Cuida de mim? – Perguntou com a carinha fofa e ela não resistiu, riu baixo e passou as mãos ao redor do pescoço de , roçando o nariz no dele.
- Você não presta.
- E você adora.
- De certa forma... – Ela sorriu e gargalhou, antes de beijá-la.

- Ok, nós temos dois dias pra fazer essa festa bombar, por onde começamos? – perguntou em frente ao notebook e entrou correndo no quarto.
- Achei vocês! – Ela sorriu.
- Aonde você tava, louca? Te procurei pela casa toda! – disse e sorriu amarelo.
- Tava conversando lá fora... Mas okay, foco não é meninas? Temos uma festa pra organizar! – Disse e fez careta, mas obedeceu. Não adiantaria perguntar.
Aos poucos as idéias foram surgindo, tanto para a decoração, quanto para o buffet e não foi muito complicado encontrar um Dj. Os garotos não fizeram muita coisa, o que já era de se esperar, mas as meninas também não reclamaram. Organizar festas era um dos hobbies favoritos de , , e .
- Tivemos sorte de achar uma gráfica que imprime os convites pra gente hoje, não? Precisamos entregar isso para pessoas bonitas o quanto antes! – disse rindo e as meninas concordaram.
- Certo, então vamos chamar os meninos pra agilizar o processo! – disse – É claro que temos que supervisionar tudo o que eles fizerem.
- Ei, eu ouvi isso! – exclamou e as quatro riram.
- Era pra ouvir mesmo, ! – completou – Precisamos buscar os convites na gráfica, comprar as coisas da decoração, comprar as bebidas e coisinhas pra comer e fechar com o Dj. Estamos em oito, vamos em quatro duplas. – Ela olhou ao redor da sala – A tem que falar com o Dj, porque foi ela quem fechou com ele pelo telefone, a entende melhor de decoração, eu entendo bem de bebidas, então a pega os convites.
- Tá, mas eu posso fazer isso sozinha, não preciso que ninguém venha comigo e... – ia dizendo quando interrompeu.
- Todo mundo tem que participar, fica na sua ! – Ela disse e a amiga fez careta.
- Isso, a tá certa! – sorriu de um jeito estranho, que não conseguiu decifrar – , você vem comigo? Perguntou olhando especificamente para , que deixou o queixo cair levemente. Não precisava de mais nada, aquilo era melhor do que se formalmente tivesse dito alguma coisa.
- Eu? Comprar as bebidas? – fez careta.
- É, vamos? – sorriu e arqueou uma sobrancelha.
- Tudo bem. – disse baixo e desanimado.
- Eu vou com a . – disse e ainda estava abalada com o surto da amiga. Então ela realmente sabia, o tempo todo. Deu de ombros ao ver que se aproximava.
- Eu não entendo nada de decoração, posso ir com você pra gráfica ? – perguntou com as bochechas vermelhas e a garota sorriu.
- Claro.
- Como é? – disse alto e riu. – Ah esquece, eu desisto de entender vocês. vamos , vamos decorar as coisas... – Ele disse engraçadamente e todos da sala riram, antes de irem para seus afazeres.

- , terra chamando por favor! – disse pela quinta vez, já estava rindo da cara de nada com que encarava as prateleiras lotadas de bebidas diferentes.
- Desculpa, tava viajando...
- Aonde, exatamente? – Ela perguntou pegando algumas garrafas de vodka.
- Como assim? – franziu a testa e a garota gargalhou.
- Bom dia , como vai? – Ela disse e ele riu alto – Perguntei no que você tava pensando.
- Em nada, só tô com sono... – desconversou e segurou o riso.
- E aquela francesa, ? Ainda está com ela? – Perguntou aleatoriamente e mordeu o lábio.
- De vez em quando. – Disse rindo. era estranha, estava começando a ter medo dela – Por quê?
- Por nada. Acho que ela te faz feliz. – sorriu de um jeito encantador e sorriu junto. – Você está diferente sabe? Ela anda te fazendo bem, quem quer que seja... Aliás, ela vem pra festa?
- Não sei, eu vou chamar.
- Isso! Chama mesmo, eu quero conhecê-la! Acho que vou gostar dela!
- Provavelmente... – riu. Então tacou um engradado de cervejas no carrinho e bufou.
- Caralho , quando você vai deixar escapar que a francesa na verdade é inglesa e se chama ? – Ela quase berrou e arregalou os olhos, completamente assustado.
- Que?
- Isso mesmo, vocês pensam que eu não sei, mas eu sei de tudo! Vocês estão ficando, não estão? E outra coisa, o sabe, o desconfia e...
- , respira! – estendeu as mãos e a garota parou. – Eu não sei do que você está falando.
- Sabe sim ! Até quando vocês vão esconder isso?
- eu não...
- Ah, cala a boca ! Se é pra ficar mentindo, não precisa nem falar... Pega mais dois engradados disso e me encontra na seção de frios!
- , volta aqui!
- Ah, e outra coisa... – A garota voltou e aproximou-se de – Não que ela mereça, porque não devia esconder isso de mim... Mas se você magoar a minha amiga, você vai se ver comigo, !

- , se você continuar falando francês com esse cara eu te peço em casamento em dois minutos! – sussurrou e segurou o riso, enquanto assinava um contrato com o Dj.
- Você é um idiota, . – Ela riu - Merci, jusqu'à demain.
- O que você falou pra ele?
- Que ele é uma delícia e que eu quero ir pra cama com ele essa noite. – gargalhou. – Eu só agradeci, seu retardado!
- Ah sim, acho bom mesmo! Até porque eu conheço alguém que não ia gostar nada de saber que você anda de gracinha pro lado do Dj... – disse e assoviou, olhando para o teto. chacoalhou a cabeça e riu.
- Você nunca vai desistir.
- Nunca.
- Hum, tá calor, quero um sorvete! – riu e rolou os olhos.
- Não adianta fugir, eu sei exatamente o que está acontecendo... – disse indo em direção ao vendedor de sorvetes – Vai querer o que?
- Flocos. – sorriu – E eu sei que você sabe.
- Um de flocos e um de chocolate, por favor. – disse distraído – É claro que eu sei e... Espera, o que você acabou de dizer? – Ele arregalou os olhos e a garota riu.
- Que eu sei que você sabe, ué! – disse pegando o sorvete e andando até um banquinho.
- E você acabou de assumir isso!
- Exatamente. Pronto, , agora você oficialmente sabe. Está feliz? – Ela gargalhou e fez careta.
- Claro que não! Agora vem a melhor parte... A parte que você me explica COMO ESSA LOUCURA VEIO A ACONTECER! – berrou e desatou a rir, lambendo o sorvete.
- Credo, você e o são muito dramáticos...
Disse e começou a contar a história, que ela mesma mal sabia explicar, sob o olhar atento e as perguntas constantes de , que parecia não acreditar no que estava ouvindo. De fato, imaginar e juntos não era a coisa mais fácil do mundo para ninguém.

- Hey dude! – entrou no quarto de , que procurava uma camiseta no armário.
- Hey! Fecharam com o Dj? – perguntou despreocupado, vestindo uma camiseta verde.
- Fechamos. Cara, agora entendo o porque do francesa... A realmente fica muito sexy imitando uma. – disse rindo e arqueou uma sobrancelha, virando-se de frente. – Eu já sei de tudo.
- Ah, tá bom então... – riu.
- Não tá acreditando? Eu posso ser mais claro se você quiser, meu caro ! – arqueou uma sobrancelha de um jeito desafiador e riu – Vocês ficaram pela primeira vez naquele dia da boate. Ela te pediu motivos pra alguma coisa que eu não lembro... Depois continuaram ficando escondidos pelos cantos da casa, com desculpas esfarrapadas para nós e... – parou e gargalhou da cara de espanto de – Eu disse que sabia.
- Ela te contou isso? – franziu a testa e balançou a cabeça afirmativamente – Eu achei que não podia dizer pra , ela quase me matou hoje a tarde... – riu – Mas tudo bem, deixa quieto.
- Dude, eu nunca imaginei um negócio desses!
- Eu menos ainda. – riu – Aliás, tem hora que eu ainda nem acredito!
- Seu gay! – gargalhou – Ela gosta de você. – disse sorrindo e virou de frente, paralisando.
- O que você disse? O que ela disse?
- Ela não disse com todas as palavras, mas eu conheço a ... O jeito que ela fala de você é estranho, tenho certeza que ela gosta de você!
disse e respirou fundo. Sentiu seus lábios se curvarem num sorriso tímido, mas ainda assim estava descrente na informação. gostando de alguém? E esse alguém era ele?
- Não acho que seja verdade... – chacoalhou a cabeça e riu – Afinal, somos apenas amigos com benefícios, nada mais.
- É na amizade que se começa, dude! – riu – E eu sei que você gosta dela, o que é estranho. Eu nunca vi você tão afim de alguém...
- Ei, nem vem, eu tô normal! – levantou as mãos e gargalhou.
- Esse não é seu normal! Ah, que orgulho, meu garoto cresceu... Em breve vai dispensar as gostosonas pra ficar em casa vendo filmes mela-cueca abraçado com a namorada! – sacaneou, apertando as bochechas de .
- Sai pra lá, dude! – o empurrou, segurando o riso – Eu nunca serei esse cara! Parece que não me conhece! não é de uma só, e nunca será! – Disse firme e arqueou a sobrancelha.
- Melhor você se cuidar então, dude... Porque esse lance com a vai ficar perigoso. Se você não for o melhor cara pra ela, já sabe das conseqüências...
- Tá me ameaçando?
- Eu não. Mas o vai ficar bem puto. – fez careta – Agora vou nessa, pegador... Tô com fome, e hoje temos que entregar convites por aí, não esquece!
- Não vou esquecer. – disse realmente baixo, e assim que viu o amigo sair do quarto, se jogou pra trás na cama. O que ele estava fazendo? Quem era aquele da última semana?

- Nossa, você quer matar quem do coração com esse vestidinho vermelho dona ? – assoviou e a garota riu, tacando uma almofada na amiga.
- Ninguém específico, só tenho que estar bem convincente pra que os franceses aceitem vir pra nossa festa, sabe? – respondeu rindo e concordou.
- Os garotos estão lindos e perfumados, acabei de vir do quarto do ! Sério, isso vai bombar amanhã! – Disse animada e as três riram, indo para o quarto de .
As garotas desceram as escadas da mansão e sentiu o queixo cair quando olhou para . não pode deixar de rir, ainda que discretamente, enquanto olhava todas aquelas pernas e decotes passeando em sua frente.
- Pra que chamar mais gente, voto em festa particular! – disse e estapeou o garoto, que riu alto.
- Pervertido!
- Vocês que me levam pro mau caminho, tá? – Ele disse com carinha de bebê e as meninas riram – Vou chamar a donzela do pra gente ir!
- Eu vou pegar uma cerveja! – disse rapidamente e passou entre e , que não disseram nada.
Aproveitando que as amigas conversavam distraídas, caminhou devagar até a cozinha, mas logo percebeu que estava em seu encalço e desanimou. Viu e conversando e parou do lado de .
- Oi, tentação. – Sussurrou vendo o garoto arrumado com sua camisa branca e seu jeans surrado. Ele riu baixo.
- Que pernas. – Ele murmurou e a garota riu um pouco mais alto.
- , acabou a Sprite, serve Fanta Uva? – disse e chacoalhou a cabeça, voltando para o foco.
- Pode ser, vai... – Disse sem humor algum.
- Cheguei, vamos nessa? – disse entrando na cozinha e parou para olhar para e seu vestido azul royal curtinho. Suspirou alto. – Erm, bonito vestido! – Disse desconcertado e riu. – Ei, aonde você pensa que vai com esse pedaço de pano?
- Vá a merda, ! – Ela gargalhou.
- Eu vou ter que te proteger no caminho! Mas que diabos, odeio ter uma irmã gostosa! – Ele disse e gargalhou, saindo da cozinha.

Os oito passaram em alguns barzinhos pela orla da Riveira e pararam em uma boate que parecia estar mais badalada. Como estavam andando em um grande grupo, e não conseguiram ter nenhuma aproximação. ainda estava confuso devido a conversa que teve com , não queria ser um daqueles geeks que ficam bobos e apaixonados, queria ser o de sempre, que beija quatro garotas numa mesma noite e depois escolhe duas pra levar pra cama. Mas porque diabos todas as garotas daquele lugar não pareciam boas o suficiente comparadas a ela? Viu conversando com e perto do bar e percebeu os olhares furtivos do barman sobre ela. Talvez ele não fosse o único que achasse ela a criatura mais sexy naquele lugar, e de certa forma aquilo estava se tornando bem irritante. Resolveu ir até lá, porque já estava há mais de oito horas sem tê-la por perto de verdade , e aquilo sim era o que podia ser considerado tortura. Começou a forçar passagem entre algumas pessoas – O local estava realmente lotado – E quando finalmente saiu do outro lado, viu que e não estavam ali, apenas conversava animadamente com o barman. Ele estava tocando a mão dela com a sua. sentiu um ódio estranho o consumir rapidamente, e respirou fundo.
- Amigos com benefícios, amigos com benefícios. – Repetiu para si mesmo e olhou para o lado, encarando uma morena que realmente tinha lhe chamado atenção – A amizade continua. – Riu, dando um gole gigantesco em seu drink e indo até a garota. O verdadeiro estava de volta.

- , vamos ao banheiro? – perguntou e a garota sorriu, assentindo – Preciso retocar a maquiagem, estou parecendo uma louca!
- Que louca o que sua perua, você sabe que tá linda! – disse e riu, puxando a amiga pela mão.
- Aonde vocês vão? – gritou do lado de .
- Ao banheiro retocar a maquiagem! – respondeu e sorriu.
- Também vou!
- Tá, onde é o banheiro aqui? – disse perdida e gargalhou.
- Você tava me levando sem rumo pela balada?
- Ah, eu ia procurar, né... – olhou pras unhas e riu.
- Eu sei onde é, venham comigo! – Disse puxando a mão de , que fez o mesmo com .
andou devagar por entre as pessoas e de repente sentiu que não estava mais andando atrás dela. Virou para trás e viu que a amiga mantinha o olhar perdido em algum lugar, e tentou descobrir qual lugar era esse. Viu abraçado com uma morena em um sofá enquanto conversava animadamente com uma loira. Engoliu seco.
- Merda. – Repetiu baixo, e apertou a mão da amiga.
- , anda! – disse sem entender e chacoalhou a cabeça.
- Amigos com benefícios. – Sussurrou e sentiu os olhos arderem – Vamos para o banheiro.

não conseguia fazer a bebida descer pela garganta. Não tinha mais procurado por , e nem queria procurar. Ele era de fato um idiota, isso estava claro. Percebera que tentou falar com ela sobre o assunto diversas vezes, mas sempre tinha alguém inocente demais da história por perto. Chacoalhou a cabeça, sentindo uma sensação estranha e enervante e foi para o meio da pista, sem se preocupar com os amigos que ficavam para trás. Ficou exatamente embaixo do globo de luz e começou a mexer os braços no ritmo da música, jogando o cabelo pra lá e para cá, de olhos fechados. Queria se livrar daquele sentimento ruim, o que quer que fosse aquilo, dançando mais rápido conforme a batida. Sentiu que alguém envolveu sua cintura e abriu os olhos rapidamente, como quem saía de um transe. Piscou os olhos diversas vezes. Era ele mesmo.
- O que diabos você tá fazendo? – Gritou, tanto pela raiva quanto pela música alta. sorriu.
- Não tem ninguém aqui.
- E daí? – Disse, tirando as mãos do garoto da sua cintura – Eu não tô afim.
- Eu só estava dançando... – Ele arqueou a sobrancelha e sentiu seu hálito altamente alcoólico bater em seu rosto. Bufou.
- Então dance sozinho. – Respondeu virando de costas e a puxou de volta. Seus corpos colaram involuntariamente, e a garota teve que respirar fundo pra que seus joelhos não cedessem.
- O que eu te fiz? – perguntou, talvez em um momento mais sóbrio. riu sarcástica. Ele realmente era muito cara de pau.
- Você existe. Isso basta. – Respondeu próximo ao ouvido do garoto e saiu, sem olhar para trás.

- Ai caralho, apaga a porra dessa luz, merda!
berrou tampando os olhos e tentando esconder a cabeça embaixo do travesseiro. Não ouviu nenhum barulho, só sentiu alguém puxando seu edredon e xingou até a quinta geração daquele ser dos infernos. Coçou os olhos e deu de cara com .
- O que você quer, ? – Disse alto e sentiu a cabeça zunir ao ouvir sua própria voz. Devia lembrar-se de beber menos das próximas vezes.
- Você tá fudido. – respondeu baixo – Falo sério.
Ao ouvir o tom de voz do amigo, ficou rapidamente desesperado. Não lembrava do que tinha feito de tão errado assim, mas certamente coisa boa não era.
- O que eu fiz? – Perguntou mais baixo enquanto segurava a cabeça. fez careta.
- Você acaba de perder a .
- QUE? – gritou novamente e quase xingou a si mesmo por isso. O que tinha bebido pra dar tanta dor de cabeça? Álcool Zulu com Tang?
- Cara, ela tá muito puta com você. Não que ela tenha me dito... Na verdade ela disse pro .
- Disse o que? – estava subitamente desesperado e achando-se ridículo por aquilo. Mas a situação pedia, como ele podia ter perdido aquela garota?
- Bom, ela te xingou de todos os nomes possíveis depois de ontem... Das três garotas que você pegou na frente dela, e por você ainda achar que poderia ficar com ela depois disso. Sério, man, aquilo foi bem ridículo.
- Eu o que?
não conseguia acreditar. Ainda que lembrasse vagamente de ter ficado com outras garotas, não lembrava ter feito isso na frente de e muito menos de tentar ficar com ela depois disso. Lembrava-se apenas dela ter dito algo que o irritou profundamente no meio da pista de dança, e depois disso ele acabou pegando mais uma das amigas da morena com quem tinha ficado antes. Ouviu explicar o que tinha acontecido, e sentiu-se um perfeito idiota. Ele e sua belíssima capacidade de estragar tudo! Resolveu levantar, tomar um banho e um remédio pra ressaca e tentar resolver o problema com . Se é que ela iria o escutar.

foi até a piscina e viu que , e conversavam animados sobre alguma coisa na água. o olhou de uma forma matadora assim que o viu, se os olhos de tivessem lasers, ele estaria morto naquele momento.
- Cadê todo mundo? – Perguntou olhando especificamente pra , que fez uma careta de pena.
- Todo mundo tá na praia. – respondeu de um jeito engraçado, que fez rir.
- Nem todo mundo, o foi comprar alguma coisa no mercado... – Disse ingenuamente e quase riu.
- Verdade, tinha esquecido disso.
- Tá, valeu! – disse correndo até o portão, deixando com cara de nada, mas logo retomou um assunto.
discou para o celular de inúmeras vezes, mas sabia que ela não ia atender. Foi até o quiosque que costumavam ficar, e viu que ela não estava lá. Quando ia voltar para casa, viu a bolsa de praia e as coisas de em uma mesa. Sabia que ela estava lá, devia e estar nadando ou algo do tipo, então resolveu esperar. Pediu uma água com gás e sentou-se na sombra. Viu ao longe a garota saindo da água junto com um cara, e os dois conversavam animadamente. Forçou o olhar contra o sol e assim que estavam mais perto, pode perceber que ele era o barman da boate. Apertou a garrafa de água com um pouco mais de força do que o normal e respirou fundo, indo até onde os dois estavam.
- Oi. – Disse e o encarou, secando o cabelo despreocupadamente.
- Oi, . Esse daqui é o Richard. Richard, esse é o . – Ela disse formalmente e o barman, visivelmente mais alto e mais sarado que , estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas não repetiu o gesto. bufou.
- Eu vou buscar sua bebida, linda! – Richard disse e sorriu.
- Eu vou com você!
- Não, você fica! – segurou o braço da garota, que rolou os olhos – Eu preciso falar com você.
- Mas eu não preciso.
- Você vai me ouvir! – disse ainda segurando o braço de , que fez uma careta.
- Esse cara tá te incomodando, ? – Richard perguntou com a expressão fechada e sorriu amarelo. Também não queria que morresse, ainda que ele merecesse.
- Está tudo bem, Richard. Te encontro no bar em dois minutos.
- Qualquer coisa me chama. – Ele disse e bufou.
- Não vai ser preciso. – Respondeu, fazendo se perguntar o quanto ele prezava pela própria vida.
- Fala logo, . – disse ao ver Richard se distanciar e soltou seu braço.
- Eu vim aqui falar com você, eu sei que eu aprontei alguma noite passada, mas pelo que eu vejo isso realmente não está te preocupando, não? – riu sarcástico – Acho que você já arrumou mais um amiguinho...
- Do que você está falando, ? Eu não posso ir à praia com um amigo, agora? – rolou os olhos, estupefata. Garoto abusado, aquele!
- Aposto que essa amizade tem benefícios... – riu debochado e segurou os pulsos junto ao corpo para não estragar o rostinho perfeito daquela criatura.
- E se tiver, algum problema? – Respondeu e ia dizer alguma coisa, mas ela continuou – Você tem outras amiguinhas com benefícios também, docinho... Não reclame. – Disse por fim e quando foi sair, a puxou novamente.
- Você está com ciúme?
- Você está?
- Cala a boca! – Os dois disseram juntos, e segurou pra não rir – Vou voltar pro meu outro amigo, te vejo mais tarde...
- Ou não. Eu posso estar com minhas outras amigas, docinho.
- Como preferir.

A casa estava completamente lotada, parecia que todas as pessoas – Bonitas, diga-se de passagem – Que tinham sido convidadas para estarem lá, compareceram. A decoração era simples, mas bem colorida, o Dj tocava músicas animadas e a bebida rolava solta, exatamente da maneira que as meninas gostavam. Nunca tinham dado uma festa miada na vida, mas aquela tinha tudo pra ser a melhor dos últimos tempos. desceu as escadas devagar, vestindo um jeans escuro, um scarpin vermelho e uma blusa preta que deixava um ombro à mostra. Viu que alguns garotos a encaravam, o que era bom sinal. Procurou uma certa pessoa antes de chegar ao térreo, sentindo-se bem idiota por isso. Mas ele não estragaria essa noite, não essa. Sorriu ao ver o irmão e mais adiante e correu até onde eles estavam, empolgada.

Depois de vários tipos de bebidas diferentes, as garotas dançavam empolgadas na pista. já tinha visto algumas vezes, mas não foi falar com ele. Tinha coisas mais interessantes pra fazer do que se martirizar por um idiota. Percebeu que um garoto realmente bonito estava chegando cada vez mais perto, e sorriu.
- Bela festa! – Ele disse, abrindo um sorriso encantador – Não tão bela quanto você.
riu alto.
- Obrigada! Não lembro de ter te entregue o convite pessoalmente, mas vou agradecer a quem fez isso! – Disse encarando o garoto nos olhos, e fazendo-o rir.
- Agradeça aquela sua amiga de vestido rosa, então!
- ! Obrigada! – Ela gritou e não entendeu nada, mas riu. – Qual seu nome?
- Peter. E o seu?
- .
- Posso te oferecer uma bebida na sua própria festa? – Peter riu e fez o mesmo.
- Quantas quiser.

[n/a: coloquem hot’n’cold, da katy perry, pra carregar ;D]

fechou os olhos sentindo os beijos de uma garota em seu pescoço. Deu um longo gole em sua cerveja e abriu os olhos, e seus olhos só ganharam foco nela, que estava nos braços de outro cara. Ela, que estava no meio da pista beijando outro. Num impulso, empurrou a garota da qual não fazia idéia do nome para trás, jogou a garrafa da cerveja na primeira mesa que viu e passou como um furacão no meio da pista. Segurou o braço de , que agora ria de alguma besteira que o garoto dizia, e ela virou, olhando assustada.
- Vem aqui.
- , eu tô ocupada, não sei se você reparou! – Respondeu rindo, mas ele deu de ombros, puxando-a pro lado de fora – Ei, o que você está fazendo?
- O que você tá fazendo? – disse um pouco mais alto, já do lado de fora, e um casal parou de se beijar, olhando para os dois – Quem é aquele cara?
- Quem? O Peter? – riu da cena e respirou fundo. – Só um amigo.
- Você não pode ficar com ele!
- HÁ-HÁ-HÁ! O que aconteceu, , pensei que você teria três ou mais garotas pra se preocupar essa noite, então larga do meu pé! – respondeu sarcástica e rolou os olhos, rindo debochado.
- Eu tenho. Só não quero que você saia pegando todos os garotos da festa pra me fazer ciúme, porque não vai funcionar, docinho... – Ele riu – Ainda que você não queira assumir o que a gente tem... Ou teve, pra ninguém, temos amigos que sabem, e vai ficar meio feio pra sua imagem...
- Você é ridículo! Talvez nos seus sonhos eu estivesse beijando aquele cara pra te fazer ciúme, não é meu bem? – Ela riu – E em momento algum eu disse que não queria assumir nada pros nossos amigos! Aliás, porque estamos tendo mesmo essa conversa?
- Não sei! – disse alto.
- Você me prometeu que ia ser diferente, mas adivinhe? Já me saiu um perfeito idiota! Novidades pra você, : Figurinha repetida não completa o álbum. Volte para suas biscates, porque o Peter está me esperando! Passar bem.

respirou fundo e segurou as lágrimas que se formavam. Não iria chorar, aquilo era ridículo. Procurou Peter e inventou qualquer desculpa para ele, que acreditou prontamente. O garoto não demorou muito na festa, teve algum problema que não conseguiu prestar atenção. Viu circulando com pelo menos quatro garotas diferentes naquela noite, e tudo o que queria era gritar. O que estava acontecendo com ela? Começou a beber um pouco mais do que o recomendável, enquanto ria com pessoas desconhecidas e tomava uma ou outra bronca das amigas pelo excesso, assistindo algumas partidas de sinuca. Viu que estava sem garota alguma, ao lado de e os dois conversavam sobre algo que não parecia interessar para . Em seguida uma garota ruiva chegou por trás dele e o abraçou. Ele não se movimentou, continuou conversando com do mesmo jeito. rolou os olhos e pensou em sair dali, quando ouviu a introdução de Hot’n’Cold, da Katy Perry. Sorriu furtivamente e caminhou até a mesa de bilhar, pegando o taco da mão de um garoto e rindo abobalhada.
- Agora que a festa vai começar! – Disse mais para si mesma do que para as outras pessoas.
- Tem uma garota na mesa de bilhar! – A ruiva disse e virou de costas, assim como .
- Ah não! – murmurou, chacoalhando a cabeça.

segurou o taco como um microfone enquanto dançava enlouquecida. Olhou para e começou a cantar junto com a música.

You change your mind, (Você muda de idéia)
Like a girl changes clothes. (Como uma garota muda de roupas)
Yeah you, PMS, (Sim, você tem TPM)
Like a bitch, I would know. (Como uma vadia, eu deveria saber)

And you, over think (Você sempre pensa)
Always speak, Critticaly (Sempre fala, corretamente)
I should know, (Eu deveria saber)
That you’re no good for me. (Que você não era bom para mim)

- Ela não está fazendo isso! – disse aproximando-se da mesa e deu dois passos adiante.
descia e subia cantando empolgada enquanto várias pessoas rodeavam a mesa. Ela havia se tornado a atração principal da noite. Jogou os cabelos e sorriu, continuando a cantar:

Cause you're hot then you're cold (Porque você é quente e logo esfria)
You're yes then you're no (Você quer e depois não quer)
You're in and you're out (Você está dentro, depois está fora)
You're up and you're down (Você está feliz, depois está triste)
You're wrong when it's right (Você está errado quando está certo)
It’s black and It’s white (É preto e é branco)
We fight, we break up (Nós brigamos, nós terminamos)
We kiss, we make up. (Nós nos beijamos e voltamos)

You, You don’t really want to stay, no (Você realmente não quer ficar, não)
You, but you don’t really want to go, (Você, mas você também não quer ir)
You're hot then you're cold (Você é quente e logo esfria)
You're yes then you're no (Você quer e depois não quer)
You're in and you're out (Você está dentro e depois está fora)
You're up and you're down (Você está feliz e depois está triste)

- Faz alguma coisa, ! – disse chegando ao lado do amigo, que estava paralisado, enquanto a garota cantava olhando em seus olhos. Viu vários caras gritando empolgados enquanto ela rebolava e chegou perto da mesa rapidamente.
- , desce daí! – Disse alto, mas seu grito fora abafado pelos das pessoas. Ela riu.
- Vê se me erra, docinho.

We used to be, just like twins (Nós costumávamos ser, como gêmeos)
So in sync (Tão em sincronia)
The same energy, now’s a dead, battery (Com a mesma energia, agora a bateria acabou)
Used to laugh bout nothing (Costumávamos rir, sobre nada)
Now your plain boring (Agora você está entediante)
I should know, that you’re not gonna change. (Eu deveria saber que você não iria mudar.)

frisou bem o you’re not gonna change, e alisou os cabelos sem saber o que fazer. Ouviu a voz de logo atrás de si.
- Amiga, desce daí!
- Sobe aqui, ! – gritou rindo.
A garota dançava de um jeito que enloqueceria qualquer um ali, mas era especial. Não conseguia se conter, o jeito que ela cantava e dançava o fazia sentir culpado e feliz ao mesmo tempo. Com raiva e animado. Quente e frio, riu de si mesmo. Mas ele não queria que todas aquelas pessoas olhassem daquela forma pra ela. Ela era dele, era difícil entender?
- É impressão minha ou a minha irmã tá cantando pro ? – perguntou abismado e sorriu amarelo.
- Claro que não, !
respirou fundo e puxou pela mão.
- Desce daí. – Pediu baixo, mas ela apenas riu, soltando a mão da dele.
- Pra quê? Pra você me decepcionar de novo? – Riu alto – Estou bem, obrigada!
Disse e continuou cantando.

Someone call the doctor (Alguém chame um médico)
Got a case of a love bipolar (Tenho um caso de amor bipolar)
Stuck on a rollercoaster (Presa em uma montanha russa)
Can’t get off this ride (Da qual eu não consigo descer)

ajoelhou na mesa em um lugar que a deixou de frente para onde estava. Cara a cara, a poucos centímetros. Repetiu baixo, sentindo uma lágrima escorrer solitária em seu rosto.

- You change your mind, like a girl changes clothes.

- Chega. – disse e a puxou de cima da mesa, colocando-a nos ombros. Várias pessoas começaram a vaiar, e se debatia e xingava.
- ME LARGA, SEU IDIOTA! – Ela gritava, mas não dava ouvidos. – , me põe no chão AGORA!
- Fica quieta!
Ele a segurava com mais força e as pessoas abriam espaço para que passassem. A música continuava e todos cantavam e dançavam, mas paravam para olhar a garota que se debatia e esmurrava as costas dele. abriu a porta do banheiro da sala de estar com o pé e respirou aliviado por não ter ninguém ali. Largou rapidamente na bancada gélida da pia e ouviu o barulho de algo se quebrando atrás dela, enquanto trancava a porta.
- O que você está fa... – ia dizendo quando a puxou pelo pescoço e colou suas bocas. Parecia que o mundo ia acabar ali, parecia que era última coisa que ele precisava fazer antes que tudo explodisse. A garota conseguiu puxar o mínimo necessário de ar dos pulmões quando sentiu que ele a apertava com cada vez mais força contra si mesmo e entrelaçava os dedos em seu cabelo. Sentiu seu corpo literalmente ceder e reagir rapidamente ao de , espalmando seu peitoral largo e apertando com um pouco mais de força do que o necessário um de seus ombros. separou o beijo, sentindo seu lábio formigar e vendo a boca de completamente vermelha. A garota respirava fundo, de olhos fechados, e ele ainda mantinha as mãos nas costas e coxa da garota, enquanto ela não moveu as mãos ao redor de seu pescoço.
- Eu quero você, só você. – respirou fundo e encostou a testa na dele, abrindo os olhos – Eu posso beijar três, quatro, quarenta. Eu posso ir pra cama com todas as francesas da Riviera. E nenhuma delas vai chegar aos pés do que você consegue fazer comigo só com um olhar.
- , eu...
- Cala a boca. – disse e mordeu o lábio inferior de , que riu baixo e sentiu o corpo estremecer – Chega de amigos com benefícios. Eu não agüento mais me esconder. Eu disse que você ia ser minha, e é isso que eu quero.
- ... Eu sou sua. – respondeu e o garoto sorriu de canto, sentindo o coração acelerar muito mais do que o normal.
- Mas eu não quero que seja assim... Eu já aceitei suas regras, seu jogo... Agora se você me quiser, nós vamos ficar na frente de todo mundo.
- Como é? – arregalou os olhos.
- Exatamente isso. – suspirou alto e a beijou com mais delicadeza do que a primeira vez, mas ainda sentiu que seu coração ia sair pela boca – Pode pensar no que você quer. Apareça no meu quarto, se você concordar com o que eu te disse... – sorriu pervertido e beijou demoradamente o pescoço da garota. – Confio em você, docinho.
Disse, destrancando o banheiro e subindo as escadas. Passou despercebido pela festa e fechou a porta atrás de si, em seu quarto, respirando com dificuldade. Era ela que ele queria, e achava que era correspondido. Só faltava ela aparecer.

Capítulo 10 em diante

comments powered by Disqus