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Capítulo Único

02/06/1951
– Preciso que a rainha beba isso como se fosse um chá. – Falou para o outro.
– Claro. – Concordou.
– Ninguém irá desconfiar de você. – Riu
– Pode deixar, tenho tudo planejado. – Respondeu retribuindo o sorriso.
X

– Vossa Majestade, não há mais nada que possa ser feito, a rainha está morta. – O Sacerdote avisou ao Rei.
– Não, não pode ser. – Entrou correndo para o quarto. – Victória não pode ter morrido. – Abraçava o corpo da esposa. Sua pequena filha Anne com seus doze anos assistia toda aquela cena, enquanto todos naquele castelo corriam de um lado para o outro. Mais tarde o corpo da rainha foi velado na sala do trono, seu corpo todo coberto por rosas brancas, sua preferida. O reino passou por longos dez anos sem uma figura feminina ao lado de seu monarca, o rei se tornara um homem triste vivendo apenas para governar seu povo. Ao seu lado sua filha agora com vinte anos, seu amigo e fiel general Phillipe.

15/03/1962
Por

Por todas aquelas noites a insônia me seguia, a verdade era que desde quando minha mãe morrera eu sonhava várias e várias vezes com ela rolando pela escada. Saí de meu quarto sem que ninguém visse e fui em direção aos jardins. Tinha alguém nos túmulos, sem querer pisei em um galho.
– Quem está aí? – Pude notar ser o rei.
– Desculpe, Alteza. – Pedi. – Não sabia que estava aqui. – Fiz menção de sair.
– Fique. – Mandou. – Pode ficar, se quiser. – Consertou. – Quando perco o sono, costumo vir aqui para conversar com ela. – Olhou para o túmulo da amada. – E você, do que foges? – Perguntou.
– Noites sem dormir, saudade de minha mãe. – Falei.
– É uma pena que ela tenha ido tão jovem. – Lamentou.
– Como foi o acidente dela? – Perguntei.
– Ninguém sabe dizer o que aconteceu naquele dia. – Olhou para o túmulo de minha mãe. – Encontraram-na caída no final da escada e um cálice de vinho jogado ao chão. – Respirou fundo. – O provável que tenha se embebedado e caiu da escada. – Meus olhos estavam marejados.
– Tenho tão poucas lembranças dela. – Choraminguei.
– Ela era uma mulher incrível. – Me olhou. – Corajosa, todos a adoravam. – Lamentou.
– Meu pai nunca quis tocar no assunto.
– Talvez a dor o impeça. – Deduziu. – Quando Victória foi tirada de mim, foi como se abrisse um buraco em meu peito. – Explicou. – Eu tentei mantê-la viva em mim, mas as noites me mostraram o quanto era impossível. – No seu olhar tinha dor.
– Ela era tão linda.
– Ela tinha a vida em seu olhar, sempre generosa. – Suspirou. – Minha Rainha era exatamente igual, tinha um coração enorme. – Fechou os olhos. – Não consigo imaginar como consegui suportar todos esses anos sem ela. – Soltou o ar. – Toda vez que eu tinha algum assunto para tratar longe da província, contava as horas para encontrá-la novamente. – Colocou a mão no rumo de seu coração. – Eu sinto aqui dentro, que o amor está vivo, que aquela chama da primeira vez que a vi não se apagou. Ela sempre será a mulher de minha vida.
– O senhor deve seguir em frente, reencontrar a vida em seu olhar. – Me olhou confuso. – Eu, é... Me desculpe. ¬ – Pedi.
– Tudo bem. – Deu meio sorriso. – Eu me tornei um homem amargo, preso dentro desse castelo aos lamentos. – Concluiu. – Victória foi o meu primeiro amor, ela chamava atenção de príncipes de todos os reinos. – Sorriu. – Eu lutei por ela, seu pai organizou uma batalha por sua mão. – Revirou os olhos. – Quando fiquei sabendo eu não queria participar, queria cortejá-la. Que ela se apaixonasse por mim e não fosse meu troféu.
– Ninguém nunca se casa por amor, quando se tem poder. – Conclui.
– Mas ela me amava, então isso fez com que eu tivesse força para vencer todos aqueles oponentes.
– Como você sabia que era correspondido? – Perguntei.
– Dias antes do duelo, saí escondido e fui até sua casa pela noite. – Começou. – Joguei pedras em sua janela e então ela apareceu. Conversamos por um longo tempo, cheguei a pedir que fugisse comigo, mas seria arriscado, e como o príncipe da Bélgica ia manter-se escondido? – Riu. – Eu treinei dia e noite para ganhar.
– Você não sentiu medo de perdê-la?
– Claro, mais não podia deixar o medo me dominar. – Falou. – Seu pai também entrou na disputa, era um ótimo cavaleiro, mas não era o seu dia.
– Então por que ele se casou com minha mãe?
– O duque tinha um grande apresso por ele, então acabou aceitando se casar. – Diferente de como meu pai agia, ele não havia se casado por amor e sim por que havia perdido uma disputa e como era querido pelo pai da garota disputada, ganhou a mão da prima como prêmio de consolação.
– Tenho que voltar, antes que deem por minha falta. – Levantei-me do chão, limpando minha camisola.
– Vou ficar mais um pouco. – Suspirou. – Tenha bons sonhos. – Desejou. – Caminhei de volta ao meu quarto.



21/03/1962
Uma das ajudantes da cozinha real tinha me chamado para ajudá-la a fazer compras, porém eu estava alheia de tudo que ela me perguntava, só conseguia pensar em todas as mentiras que poderiam ter me enganado pela vida toda.
. – Me chamou. – Poderia comprar algumas ervas para mim? – Pediu.
– Claro. – Saí em direção à barraca.
– Ei, você trabalha aqui? – Perguntei surpresa o vendo ali.
– Essa barraca é de minha esposa. – Respondeu. – Vi na noite passada você e o rei.
– Eu perdi o sono e parece que ele também não consegue dormir, queria te contar algo depois. – Falei.
– Filha. – Meu pai me chamou. – O rei quer falar com você. – Olhei confusa.
– Já estou indo. – Respondi. – Até mais, . – Me despedi encontrando a serva pelo caminho e seguindo para o castelo em encontro ao rei.
– Mandou me chamar, majestade? – Perguntei.
– Queria companhia para um passeio no jardim.
– Seria uma honra acompanhá-lo.
– Esse jardim me traz tantas lembranças. – Disse.
– Ele é lindo. – Elogiei.
– E você, como está? – Perguntou.
– Estou bem.
– Frequentando as aulas de Madame Nora?
– Sim.
– Que bom. – Houve um silêncio enquanto andávamos por todo jardim. Então o rei parou em frente ao lago fazendo com que eu trombasse nele.
– Desculpe-me senhor. – Pedi.
– Tudo bem. – Balançou os ombros. – Pode me chamar de Edmund, toda essa formalidade não faz sentido entre nós. – Falou. – Somos amigos, não somos? – Perguntou.
– Claro.
– Perdi a conta de quantas vezes tirei Anne de dentro deste lago nadando. – Riu. – Ela adorava nadar com os patos. – Sentou-se ao banco. – Não me lembro muito de você na infância. – Disse.
– Meu pai desde cedo quis que eu aprendesse a fazer algumas coisas com as ajudantes do reino. – Rolei os olhos. – Eu tinha pouco tempo para as brincadeiras e artes de crianças. Mas me lembro do dia que ela fez com que todos os patos saíssem voando desesperados. – Acompanhou minha risada.
– Seu pai fez o bem para você. – Comentou. – Se tornou uma grande mulher. – – Tão linda. – Passou a mão em meu rosto.
– Obrigada. – Corei.
– Deve ter muitos rapazes querendo desposar. – Insinuou.
– Não que eu saiba.
– Que homens frouxos. – Falou indignado. – Você é a moça mais bonita deste reino.
– Não é para tanto.
– Se você fosse do meu tempo, certamente lutaria por ti. – Levantou. – Seria uma bela rainha. – Estendeu o braço. – Vamos voltar, já está ficando tarde. – Olhou para o céu.
– Sim. – Concordei.
– Foi um prazer ter a sua companhia esta tarde. – Agradeceu. – Se não se importar, irei querê-la mais vezes.
– Sempre que desejar, Edmund. – Respondi recebendo um beijo em minha testa, seguindo seu caminho em seguida.
– Também acho que seria uma bela rainha. – Assustei com aquela voz.
– Que susto, meu pai. – Falei com a mão em meu peito. – Estava a nos vigiar?
– Apenas cuidando de minha filha. – Respondeu. – Que bom que o rei gosta de você. – Sorriu.
– Se me der licença, irei para meu quarto. – Pedi.
– Como queira. – Mostrou o caminho.



28/03/1962
– Obrigado por deixar eu fazer companhia durante essa tarde. – Agradeceu pela segunda vez no dia.
– Não precisa agradecer, majestade. – Respondi. – Eu que agradeço pela ajuda com as crianças.
– Adorei brincar com elas. – Falou.
– Elas também adoraram, ficaram surpresas por ver o rei ali.
– Muito tempo que não saía do castelo para ver meu povo, brincar com as crianças. – Falou. – Você está fazendo uma mudança em mim.
– Não estou te mudando. – Continuei caminhando. – Apenas te trazendo de volta.
– Você me faz tão bem. – Comentou. – Me acalma, me traz paz.
– Fico feliz.
– Você está tão linda hoje. – Gaguejou. – Não que não seja nos outros dias.
– Tudo bem, eu entendi o que o senhor quis dizer. – Parei de andar o olhando. – Que tal trazer de volta os patos? – Apontei para o lago.
– Uma boa ideia.
– Eu preciso fazer algo mas estou sem coragem. – Disse se aproximando.
– O que, majestade? – Perguntei vendo seu rosto de aproximar do meu e então seus lábios se juntaram aos meus. Quando o rei fez menção em começar o beijo o empurrei apavorada para longe de mim.
– Me desculpe pelo atrevimento, eu não deveria ter feito isso. – Concluiu.
– O senhor está confundindo as coisas por aqui. – Comecei. – Durante todo esse tempo, todos esses passeios, eu não fiz nada para que chamasse a sua atenção, apenas fui sua amiga.
– Me desculpe.
– Não podemos ser amigos se o agires assim. – Falei. – Eu sou quase da idade de sua filha.
– Peço novamente desculpas pelo meu equívoco. Eu poderia ser seu pai, apesar se apenas nós fossemos lúcidos o suficiente para enxergar isso.
– Não quero ser grossa, mas não podes ir saindo beijando pessoas. – Saí apressada o deixando ali.

– O rei te beijou? – falou.
– Shiu! Fale baixo. – Ralei. – O que eu faço? – Perguntei.
– Ele apenas se enganou, pobre coitado. – Lamentou. – Embora pudesse ser perigoso, você agiu corretamente.
– E se ele for rancoroso? Querer sei lá, descontar.
– Descontar o quê? – Perguntou. – Por mais que ele seja bonito e que os costumes de casamentos da realeza não se importem com a diferença de idade das pessoas, todos nós sabemos que o rei é diferente.
– Eu sei. Ele nunca prometeu e nem aceitou os cortejos para a mão de sua filha. – Falei. – Acredita no amor verdadeiro.
– Talvez por que você o fez ver que apesar da morte de sua amada ele ainda possa ser feliz, ele deve ter confundido tudo.
– Vou esperar algum tempo, quem sabe ele não me procure para conversar novamente e esclarecemos todo esse mal-entendido. – Suspirei.

07/04/1962
Narrador.

– A caçada de hoje foi cansativa. – Falou.
– Eu que o diga majestade. – O general respondeu.
– E ... – Começou.
– O que tem minha filha?
– Ela se tornou uma moça muito linda. – Elogiou.
– Obrigado pelo elogio.
– Qual a idade que ela tem? – Perguntou.
– Dezoito.
– Mais velha que minha filha um ano.
– Ela sabe fazer muitas coisas, desde cedo quis que ela aprendesse trabalhos manuais e aprender a cozinhar. – Enumerou. – Embora não precisasse.
– Você foi um bom pai, meu amigo. – Colocou a mão do ombro do outro.
– Tentei ser. – Falou.
– Nos meus últimos passeios pelos jardins ela foi uma ótima companhia.
– Ela não me disse nada. – Falou confuso. – Me lembro apenas de um dia que o senhor me pediu para chamá-la.
– Ela me acalma. – Desabafou. – Sabe o que dizer para consolar as pessoas
– Realmente, é encantadora.
– Eu fiquei tanto tempo sem olhar para as outras mulheres deste reino, que confundi a amizade de sua filha. – Atraiu a atenção do amigo. – Eu sinto que toda desculpas que pedir seriam poucas.
– O que o senhor quer dizer?
– Eu não passo de um velho que não sabe interpretar as coisas. – Ficou nervoso. – No nosso último passeio com nossas proximidades eu a beijei.
– Majestade que me desculpe, mas exijo respeito com minha filha. – Falou incrédulo. – Isso é inadmissível.
– Não é para exagero, Philippe. – Retrucou. – Ela me esclareceu as coisas. – Explicou. – Foi apenas um impulso.
– Alguém viu? – Perguntou.
– Apenas os servos podem ter visto algo. – Respondeu.
– Já pensou se eles comentam isso? Ninguém irá se casar com minha filha. – Começou a andar de um lado para o outro. – Vão dizer que ela era meretriz do rei.
– Não é assim. – Tentou concertar.
– Exijo que o senhor se retrate depois desse episódio. – Exigiu.
– Já lhe pedi desculpa e peço para você também. – Falou.
– Desculpas não vai fazer apagar o que aconteceu. – Rosnou. – Imagine minha filha ficando falada por todo reino.
– O que quer que eu faça?
– O mínimo. – Olhou para o rei. – Que honre um compromisso. – Edmund arregalou os olhos.
– Não posso fazer isso. – Respondeu.
– NÃO PODE FAZER ISSO? – Começou a gritar. – POR QUE NÃO?
– Me respeite! Ainda sou seu rei. – Lembrou
– Lhe devo respeito, mas não é por que é o rei que deva fazer o que bem entender com a minha filha.
– Foi apenas um beijo.
– Ela não seria uma bela rainha? – Perguntou.
– Sim, mas isso tem outras coisas envolvidas. – Começou. – Ela me disse que somos apenas amigos e tem minha idade nisso, sou vinte anos mais velho.
– Idade nunca foi barreira para os acordos entre os grandes.
– Você sabe o que penso sobre tudo isso.
– Não importa mais. – Ralou. – O que os seus súditos e todos os outros reinos irão pensar disso? – Não esperou resposta. – Que seu rei tem um caso com a filha do general, indo contra os princípios das leis e ainda vão pensar que minha filha é uma desonrosa.
– Eu assumo esse compromisso. – Afirmou.
– Seus súditos irão aprovar, há tempos eles pediam uma nova rainha. – Falou. – Se me der licença tenho que conversar com minha filha. – Virou as costas.
– Philippe. – Chamou. – Quero fazer o pedido pessoalmente em um jantar na noite de amanhã. – Exigiu.
– Com queira, meu rei. – Saiu em direção ao corredor.

Em algum lugar do Castelo, perto do corredor.
– Tudo está correndo como planejamos. – Falou. – O rei acabou nos ajudando.
– Ele sempre foi impulsivo, porém sempre teve medo do que seus súditos iriam achar, foi uma tacada de gênio. – Se gabou.
– Está cada vez mais perto o fim do reinado de Edmund. – Sorriu malicioso.

Por
Após mais um passeio pelo vilarejo, comprei alguns sais para meu tomar um banho relaxante. Meu pai tinha saído para uma caçada com o rei, o que não demoraria para chegar já que estava ficando muito escuro. Saí da banheira indo em direção as minhas roupas
– Temos que conversar. ¬– Entrou de repente.
– O senhor tem que pedir para entrar, estou quase nua. – Briguei tentando me cobrir.
– Tenho algo de importante para lhe dizer.
– Não poderia esperar? – Perguntei.
– O rei me chamou para uma conversa em seu aposento na noite passada depois da caçada. – Explicou. – Falamos a seu respeito.
– Sobre mim. – Falei surpresa.
– Ele me contou sobre os passeios de vocês. – Olhou todo cômodo. – Sobre o beijo. – Fechou a cara.
– Somos amigos. – Adverti. – Não foi um beijo, meu pai, ele encostou os lábios e eu o empurrei. Conversamos sobre isso e ele me pediu desculpas.
– Acontece que para ele, vocês não são apenas amigos. – O olhei confusa. – Ele pensa que você quer algo a mais com ele. – Arregalei os olhos.
– Ele está confundindo as coisas. – Falei. – Tenho que falar com ele. – Ameacei sair do lugar.
– Se você sair assim, ele vai entender outra coisa. – Disse apontando para minhas roupas. – Eu tentei argumentar, disse que ele estava enganado. – Virou de costas para mim.
– Mas ele não entendeu. – Suspirou. – Disse que quer que você seja a sua rainha. – Aquilo me atingiu como um soco no estômago.
– Eu não posso me casar com ele. – Falei.
– Você não tem escolhas. – Disse.
– Não pode me obrigar. – Argumentei.
– Aí que você se engana, ele é o rei, pode tudo. – Me encarou.
– Ele não parecia ser assim quando conversávamos.
– As pessoas enganam... bem, ele sempre foi assim. – Balançou a cabeça. – Foi assim com sua primeira esposa e será assim com todos. – Então toda aquela história de lutar pelo amor dos dois não passava de uma história criada pela mente doentia dele, para me impressionar?!
– O que vamos fazer, meu pai? – Perguntei-lhe
– Não temos o que fazer, , apenas aceitar. ¬– Abaixou a cabeça. – Eu disse que daria a sua mão para um nobre que conquistasse seu coração, mas ele não quis saber. – Seus olhos estavam diferentes. – Me ameaçou caso não fizesse o que queria.
– Pai, me diga que há uma solução para isso. – Meus olhos estavam marejados e o desespero era evidente.
– Não tem outra solução, fugir seria burrice. – Seu olhar estava vago. – Se você não se casar com ele, seremos enforcados em praça pública como traidores do reino. – Eu estava em choque. – Ele virá pela tarde conversar com você. – Foi até a porta. – Sinto muito. – Eu estava presa em mais um de meus pesadelos, o quarto girava e minha visão estava turva eu precisava me deitar.

08/04/1962
Elizabeth tinha vindo até meu quarto como ajuda para se vestir para o jantar, confesso que eu não estava nem um pouco empolgada para sentar na mesma mesa que ele, depois de algum tempo ela tentando me convencer a não usar aquele vestido preto, eu estava caminhando ao lado de meu pai até o banquete do rei.
– Está linda, . – Anne Falou.
– Obrigada. – Sorri sincera. – Você também. – Nos sentamos.
, Philippe. – Edmund cumprimentou. – Eu pedi que fizessem esse jantar apenas para nós quatro, por que eu queria ouvir sua opinião. – Fitou-me. – Conversei com minha filha e ela concordou com tudo isso. – Segurou minha mão. – Charlotte, concorda em ser minha rainha? – Perguntou, fazendo todo aquele teatro de como se eu tivesse escolha, os três olhares se voltaram para mim, senti meu pai apertando meu braço como um aviso.
– Eu aceito. – Desviei o olhar.
– Fico feliz. – Sorriu. – Podemos comer agora. – O jantar ocorreu silencioso, sem trocar uma única palavra com ninguém os únicos ali que conversavam eram meu pai e Edmund que começaram a falar sobre o exército e os treinos de seus soldados.
– Está tudo bem com a senhorita? – Apenas balancei a cabeça em aprovação. – Não falou nada durante o jantar.
– Ela apenas está cansada, majestade. – Meu pai interviu.
– Parece não gostar de toda essa situação. – Disse o óbvio. – O que lhe contraria? – Perguntou.
– Nada senhor, apenas como meu pai disse. – Limpei meus lábios. – Se me der licença, eu queria repousar. – Pedi.
– Caso precise de alguma coisa, mande me chamar. – Falou parecendo preocupado. Levantei indo em direção ao corredor.
– Majestade, se não se importar, irei com minha filha. – Escutei passos atrás de mim. Caminhamos em silencio até perto de nossos quartos. – O que foi aquilo? – Perguntou.
– Aquilo o quê? – Devolvi a pergunta.
– Não se faça de desentendida.
– Com licença. – Lhe dei as costas.
– Escute aqui. – Puxou meu braço. – Não faça nada que nos prejudique. – Rosnou. – Tenho que ir agora, pense nisso. – Saiu.

13/04/1962

Após aquele jantar eu evitei encontrar o rei por todo caminho que fazia durante os dias, o que não foi uma tarefa muito fácil. Toda aquela pressão me dava enjoo, quanto mais o tempo se passava mais desconcertada eu ficava, e então, como um brilho de ouro no final de toda lama suja, me veio um desejo de sair correndo dali enquanto tinha tempo.
Cansada destas pessoas falando, cansada do barulho
Cansada de todas as câmeras piscando, de manter a pose
E agora meu pescoço está exposto


– Onde pensas que vai? – A voz de meu pai soou. – Volte imediatamente para dentro deste quarto. – Ordenou.
– Não quero me casar com aquele velho sentado ao trono. – Respondi.
– Não cometa esta loucura, você não tem que querer nada. – Ralou. – Estou fazendo o que é o melhor para nós dois. – Disse.
– O melhor para mim é ter a minha opinião ouvida e respeitada. Será que o seu jeito de fazer as coisas é o melhor para nós ou é o melhor só para você? – Rosnei.
– Cale-se. – Caminhou até mim. – Tens alguns minutos para se arrumar. – Envolveu sua mão em meu pescoço apertando-o. – Quando eu voltar, quero vê-la pronta. – Me jogou na cama. – Não me desafie. – Limpei minhas lágrimas.
X

– Está pronta, ? – Perguntou
– Quase, meu pai. – Respondi. – Elizabeth foi pegar uma joia. – Expliquei
– Vamos logo, não quer que o rei se irrite, não é mesmo? – Alertou-me.
– Ela já chegou. – Avisei. – Vamos, Elizabeth, não posso me atrasar. – Disse.
Fui rumo ao salão, sua porta ainda fechada, apenas pude escutar o som de burburinhos.
– Podem abrir as portas. – Ordenou aos guardas. Assim que foram abertas houve um silêncio no local e os olhares foram voltados a mim. – Sorria querida. – Falou entre dentes apertando meu braço, me guiando até o trono real.
– Você está linda. – Edmund elogiou-me.
– Obrigada, majestade. – Me curvei.
– Peço a atenção de todos. – Levantou a mão. – Esta é , a futura rainha da Bélgica. – Apresentou-me aos olhares de todos.
– Viva o rei Edmund e sua futura rainha . – O mensageiro gritou.
– Pode ir para a mesa das mulheres, enquanto tratarei de alguns assuntos importantes. – Saiu me deixando ali.
– Você irá mesmo se casar com meu pai? – Anne se aproximou.
– Sim. – Afirmei.
– É tão estranho. – Riu. – Brincávamos juntas. – Fez careta. – Vem, vamos nos sentar. – Puxou-me.
A noite foi regada a bebida para os homens, dançarinas pelo salão entretendo os convidados. Tinha perdido a conta de quantas vezes concordei com alguma coisa que aquelas mulheres diziam, meus olhares estavam voltados à procura do rei, ausente.
– Eu adorava cavalgar, mas Nathan não gostava, então parei. – A mulher do príncipe de Mônaco falou.
– Já eu, gostava de ajudar a cuidar das crianças do vilarejo, mas Desmond disse que elas poderiam nos transmitir doença, achei melhor me afastar. – Deu de ombros. Elas falavam como se aquilo fosse uma disputa de qual monarca aprisionava sua esposa. – E você, o que o rei ordenou que parasse de fazer? – Perguntou.
– Nada. – Respondi. – Vou continuar a fazer as mesmas coisas que faço, irei me casar com o rei, e não ser presa. – Afirmei. – Vocês não deveriam parar a vida por que alguém não gosta. – Terminei.
– Belas damas. – Assustei ao ouvir a voz do rei. – Posso falar com você? – Perguntou.
– Sim. – Respondi. – Com licença. – Pedi.
– Não quero que fique dando ideias para essas mulheres, já tenho problemas demais. – Alertou-me. – Você será minha rainha, me deve obediência. – Me encarou com fúria. – Se não tens o que falar, provavelmente deveria calar sua boca. – Franziu o cenho.
– Sim, meu rei. – Concordei.
– Vamos. – Segurou minha mão. – Irei lhe apresentar aos meus súditos. – Me puxou pelo salão.



20/04/1962
Já estou me engasgando em meu orgulho
Então não há por que chorar por isto


– Como vai, senhorita ? – Me assustei com a pergunta do jardineiro.
– Não vi que estava aqui. – Falei.
– Não queria assustá-la. – Se desculpou.
– Tudo bem. – Sorri.
– E então, vai mesmo se tornar a rainha? – Abanou as mãos.
– Sim. – Suspirei.
– Não é algo que você queira, não é mesmo? – Concluiu.
– Não é como se tivesse escolha. – Sentou-se ao meu lado.
– A vida de vocês da realeza é tão estranha. – Virou os olhos.
– Sou apenas a filha da prima da rainha, não faço parte desta família. – Falei. – E sua família, como vão todos? – Perguntei.
– As crianças estão bem, apenas alguns problemas com minha esposa. – Desabafou.
– Vão se resolver logo.
– Interrompo algo? – Perguntou Edmund
– Não, vossa majestade. – gaguejou se levantando. – Vou me retirar.
– Sobre o que conversavam? – Se sentou ao meu lado.
– Sobre a família dele.
– Estão com algum problema? – Perguntou curioso.
– Não.
– Muito tempo que não tenho a sua companhia.
– Tive ocupada. – Dei desculpa.
– Vejo que não está usado o anel que lhe dei. – Escondi minha mão.
– Tirei para tomar banho e esqueci de colocar.
– Eu estava mexendo no cofre e achei o colar que passam de rainha para rainha, cada geração, e queria lhe dar. – Me mostrou. – Ficaria lindo em você.
– Obrigada pelo presente. – Agradeci.
– Posso colocar em você? – Perguntou.
– Sim. – Colocou em meu pescoço.
– Realmente está lindo.
– Eu tenho alguns afazeres, se não se importar. – Falei tentando me livrar dele.
– Pode ir. – Falou. Caminhei por todo jardim apressada.
– Está fugindo de alguém? – Levei um susto.
– Que susto, . – tinha a mesma idade que eu, seu pai era o antigo jardineiro e o trazia de vez enquanto para o castelo e quando eu conseguia me livrar de meu pai, brincávamos pelos jardins reais.
– Não vai mesmo me dizer o que está acontecendo com você?
– Meu mundo está girando completamente, não estou entendendo mais nada. Quem está falando a verdade para mim e quem está mentindo. Me tornei amiga do rei, conversávamos sobre tudo passeávamos quase todos os dias, até que um dia voltando de um passeio pelo vilarejo ele me beijou. – abriu a boca. – Não foi bem um beijo, ele encostou seus lábios no meu e eu o empurrei. – Apesar de ficar com medo de sua reação. – Deixei bem claro que ele estava confundindo nossa amizade com algo que não existia, ele me pediu desculpa e tudo, me evitou. – Falei me lembrando. – E então meu pai entra quase arrombando a porta me dizendo que eu ia me casar com o rei. Ele disse que o rei tinha confundido as coisas e que mesmo ele dizendo isso a ele, o rei não aceitou e disse que se eu não me casasse com ele, mataria nós dois.
– Eu não poderia imaginar isso. – Estava surpreso. – Vocês não pensaram em fugir?
– Meu pai disse que ele nos acharia.
– Eu vou ajudar vocês, só tenho que pensar em um jeito. – Me consolou.
– Obrigada por ser um amigo para mim. – Sorri.

Estou caminhando em direção ao castelo
Eles querem me fazer sua rainha
E há um velho homem sentado no trono
Dizendo que eu provavelmente não deveria ser tão má


28/04/1962
O meu quarto estava um entra e sai de todas aquelas ajudantes, até que ouço bater na porta.
– Pode entrar, Elizabeth, ou qualquer uma que seja. – Falei
– Não é nenhuma delas, sou eu, . – Falou entrando no quarto.
– Ei. – Falei confusa. – O que faz aqui?
– Tem certeza de que quer se casar? – Perguntou não esperando minha resposta. – Conversei com Maria, minha esposa, podemos abrigá-la por um tempo até arrumarmos um jeito de sair daqui.
– Eu não sei, isso pode ser perigoso, meu pai não iria querer fugir. – Suspirei. – E não conseguiríamos nos esconder por muito tempo.
– Estão tendo algum problema? – Meu pai abriu a porta. – O que o jardineiro está fazendo aqui? – Perguntou.
– Nada, pai.
– Como assim, nada? Pensa que não vejo ele andando atrás de você por todos os lados?
– Eu tenho família, senhor. – Falou.
– Não quero você perto de minha filha e creio que o rei também não. – Foi até os corredores. – Guardas. – Chamou. – Quero que levem esse homem para fora do castelo. – Ordenou.
– O que é tudo isso? – Questionou. – Toda essa demora e invasão no seu quarto?
– Eu estou me sentindo sufocada, não posso fazer isso. – Comecei. – Eu quero sair correndo para longe.
– Olhe aquela aglomeração de pessoas se formando por toda extensão do castelo. – Segurou meu rosto. – Eles querem que você seja a rainha deles. – Disse. – Você não pode desistir, escutou? – Travou o maxilar.
– Sim, pai.
– Quer parar em uma forca? Pois é isso que acontecerá, caso desista. – Neguei. – Meu pescoço também estará nisso, lembre-se. – Rosnou. – Agora termine de se arrumar. – Abriu a porta. – Guardas. – Gritou. – Quero todas as janelas e esta porta vigiadas. – Virou em minha direção. – Você será a rainha da Bélgica, custe o que custar. – Saiu rapidamente, me deixando terminar de arrumar.


Estou caminhando em direção ao castelo
Eles aprisionaram este reino



Em algum lugar do castelo.

Por .

– Que demora, general. – Reclamou. – Não posso chegar atrasado para realizar a cerimônia.
queria desistir. – Bufou. – Tive que lembrar tudo aquilo que inventei sobre o rei.
– Ela não pode fazer isso. – Falou nervoso.
– Ela está amedrontada, não tem para onde correr.
– Depois que ela for coroada, o destino se encarregará de tudo.
– Espero que ela não coloque tudo a perder esta noite. – Riu – A morte de Victória foi um grande passo e ninguém desconfiou.
– Quando eles forem sair do reino, serão atacados e o rei morrerá tentando defender bravamente sua rainha. Já está combinado com meu guarda de confiança. – Eu não estava acreditando no que estava ouvindo, não podia me mexer para não denunciar minha presença ali.
– E sua filha vulnerável com tantas desgraças na família, se matará. – Completou o sacerdote.
– Tenho que ir. – Avisou. – Preciso estar perto do rei esperando a noiva chegar sem que gere desconfiança. – O Sacerdote saiu.
– Você será o próximo Kadmus, aguarde e verá. – Disse olhando o sacerdote pelas costas e saindo sem seguida. Então tudo aquilo se passava de um plano doentio entre os dois para tomar o reino, ele estava usando a própria filha manipulando sua cabeça para pensar que o rei era cruel. Eu precisava parar aquele casamento e contar toda a verdade, antes tinha que sair dali sem que nenhum guarda me pegasse.

E há um velho homem sentado no trono
Dizendo que eu provavelmente deveria calar minha boca
Em direção ao castelo

Alguns minutos depois
Por .


Enquanto caminhava por todos aqueles corredores arrastando meu vestido, de braço dado ao meu pai, era como se a cada passo minha vida se escapasse se mim. Meu pai parecia tão forte, como se aquilo tudo não atingia. Parecia que toda aquela situação era cômoda para ele. E então paramos em frente àquela tão temida porta que desta vez já estava aberta. Edmund abriu um sorriso me olhando fazendo com que todos entendessem o motivo daquele sorriso. Todos aqueles olhares aquele barulho do lado de fora, me desconcertavam. Eu queria correr, porém minhas pernas estavam travadas. Tudo ao meu redor começou a ficar lento, a caminhada até o encontro do rei e do sacerdote era como facas sendo lançadas em meu corpo. Então meu pai beijou minha testa e soltou mais de um de seus avisos e a cerimônia pôde começar.
– Já que é por livre e espontânea vontade de ambos aqui presentes se unirem através deste casamento. – O sacerdote dizia rapidamente.
– PAREM ESSE CASAMENTO. – Gritou , chamando a atenção de todos.
– Guardas. – Gritou o meu pai.
– Vocês não podem se casar, isso tudo é uma armação. – Falava desesperado.
– Levem-no daqui. – Começaram a arrastá-lo.
– Esperem. – A filha do rei levantou sua mão. – Deixem ele falar.
– Ele não quer dizer nada, princesa. ¬ – Meu pai sorriu. – Apenas um rapaz apaixonado por que não se conforma.
– Por favor, vossa majestade, me ouça. – Pediu tentando se livrar dos guardas que o seguravam. – Eu não sou apaixonado por ela, já sou casado.
– Solte o rapaz. – Edmund ordenou. – Fale.
– Hoje pela manhã consegui entrar no palácio, como trabalho de jardineiro, e fui ao quarto de sua futura esposa. – Começou falando.
– Está claro majestade o que ele quer, impedir esse casamento pensando que a filha do chefe da guarda daria chances a ele. – Meu pai interrompia.
– Deixe-o falar, Philippe. – Eu estava confusa sem saber o que se passava ali.
– Fui conversar com ela, para desistir desse casamento mais uma vez. – Começou a dizer. – Até que ele entrou no quarto e fez com que os guardas me tirassem de lá. Eles me jogaram na porta de saída do castelo e foram embora. Eu me escondi atrás das colunas do santuário, logo após o general e o sacerdote entraram ali.
– Ele só está querendo atrapalhar, majestade. – O Sacerdote nervoso tentou acabar com aquilo.
– Cale a boca, Kadmus. – Gritou. – Continue.
– Eles falaram sobre o plano de fazer sua rainha, que logo após o casamento, vocês sofreriam um atentado. – Me olhou. – E que apenas a rainha sairia viva. – Eu sabia que meu pai era manipulador quando queria me fazer aceitar algo, porém aquele casamento era para salvar nossas cabeças.
– Não acredite nele majestade, um simples plebeu querendo ganhar vantagens com o senhor. – Debochou um dos guardas que o segurava.
– Eu não estou entendendo onde você quer chegar. – Edmund olhou para todos seus convidados confusos. – Philippe é o chefe da guarda há anos, meu amigo que sempre esteve ao meu lado. – Olhou para meu pai. – Levem-no daqui antes que tenha sua cabeça cortada. – Ordenou e pude ver meu pai sorria para Kadmus.
– ISSO TUDO É UMA TRAMA, ELE MATOU SUA RAINHA PARA QUE O CAMINHO FICASSE LIVRE. – Então a atenção de todo palácio se voltou novamente aos gritos de pelo corredor, fazendo um coral em surpresa.
– Tragam-no de volta. – A princesa interferiu.
– Anne. – O rei começou a falar sendo interrompido.
– Eu quero saber o que aconteceu com minha mãe, é meu direito. –Argumentou.
– Que assim seja. – Acenou para os guardas. – Diga tudo de uma vez.
– Depois de planejarem sua morte, eles comentaram sobre como a morte da rainha foi um tiro certo. – Me olhou. – O general preparou uma bebida com erva Actaea pachypoda, Kadmus ficou de levar para ela, quem iria desconfiar de uma visita de um sacerdote a sua rainha. – Os olhos do rei passavam um misto de raiva e dor.
– Majestade como senhor irá acreditar nele, somos seus fiéis amigos há anos. – Kadmus falou.
– Quem me garante que tudo isso que me falou é verdade? – Se sentou em seu trono.
– Vossa alteza, se me permite a palavra. – Elizabeth a antiga serva da rainha falou. – No dia em questão, lembro-me de o sacerdote ter me perguntado se o rei estava com a rainha, fui para meu quarto e quando notei que ainda estava com a pulseira que segurei enquanto ela tomava banho, corri para entrega-la. – Falou apavorada. – Foi quando vi Kadmus saindo dos aposentos reais, me escondi até ele sumir no corredor. – Falou toda encolhida de medo. – Quando entrei no quarto, ela estava dormindo, achei estranho, ele tinha acabado de sair, guardei a pulseira e me retirei.
– Onde estavam os guardas que ficam em minha porta? – Elizabeth olhou para princesa que chorava.
– Eduard estava nos aposentos da princesa. – Contou.
– Onde estava o outro? – Olhou procurando respostas.
– Ele faz parte do plano, alteza, ele seria o novo chefe da guarda quando tudo estivesse resolvido. – Dessa vez que respondeu.
– Como você pode pensar em tudo isso, tramar contra sua rainha? – Questionou a meu pai. – E você se fingindo de boa moça para mim. – Se virou para mim. – Viveu junto de minha filha, foi a favorita de minha esposa. – Como se um soco tivesse atingido meu estomago quase caí sendo amparada por um dos convidados.
– Ela não sabia de nada. – O jardineiro me defendeu. – Ela era obrigada a se casar, iria fugir no dia que foi prometida, porém o general impediu. E hoje pela manhã tentei convencê-la de fugir, ela temia que seu pai não quisesse ir com ela e que o senhor os encontrasse logo depois. – Explicou
– Eu não sabia de nada, me desculpe, majestade, por favor. – Ajoelhei em seus pés. – Misericórdia. – Pedi.
– Levante-se daí logo. – Meu pai me puxou pelo braço. – Como ousa me acusar de algo? – Falou para .
– Por que, Philippe? – Perguntou o rei.
– Estava farto de receber ordens, você se casou com o amor da minha vida, me forçando a me casar com a prima dela, que graça a Deus caiu daquela bendita escada. – Ele dizia como se tudo aquilo fosse normal. – Nada mais justo de que me livrar das duas.
– Victória nunca te amou. – Afirmou Edmund
– Esse foi o erro dela. – Riu. – Ela pagou o preço de me desprezar, e então, você todo frágil, uma vítima fácil para minha pequena boneca de porcelana. – Passou o dedo em minha bochecha. – Foi fácil convencê-la. ¬– apertou meu braço. – Se não se cassasse com o rei boboca que confundiu os sentimentos e a amizade, o senhor nos condenaria a morte por traição. – Gargalhou. – Não tinha saída.
– Você está louco. – Edmund gritou.
– Com a rainha morta, o rei e sua adorável nova esposa mortos em um acidente da carruagem junto com a princesa, eu seria o rei. – Disse óbvio.
– Você iria me matar? – Perguntei não acreditando no que ouvi.
– Que serventia você teria a mim? – Não esperou que eu respondesse. –Nenhuma. – Minhas lágrimas ensopavam aquele vestido. – Como a sua mãe, você não passou de um estorvo em minha vida.
– Guardas. – Gritou o rei. – Prenda o general e todos os seus comparsas. – Ordenou.
– Eu não darei esse gosto a você, Edmund. – Sacou sua espada a colocando em meu pescoço em seguida. – Já que não me serviu para nada, que volte para o colo de sua mãe.
– Não faça nada do que se arrependerá, general. – Argumentei.
– Você não passou de uma moeda de troca para mim, uma moeda sem valor. – Me arrastou até a saída do castelo. – Nada mais justo que se sacrifique por mim, querida.
– Por favor, pai, não faça isso. – Supliquei.
– Cale a boca, garota. – Apertou mais meu pescoço. – Saiam do meu caminho. – Gritava para as pessoas. – Não se aproximem. – Tudo aconteceu rapidamente, ouvi apenas um grito de meu pai e minha visão foi ficando turva, senti apenas meu corpo rolando pelas escadas abaixo.
, . – Edmund gritava. – Fale comigo. – Então todas as lembranças de minha mãe me vieram à cabeça, assim como sua queda de os meus pesadelos.
Todos os minutos passando
Estou cansada de me sentir usada
Se você quiser derrubar estas paredes
Você vai se machucar




Fim



Nota da autora: Espero que gostem de Castle.
O medo é a maior arma, nas mãos das pessoas sem caráter usada para manipular outras pessoas, não importa qual seja a instituição.


– Cello Vieira



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