Postada: 20/12/2017

Capítulo Único

- Vamos lá, bonitão, não me diga que já vai desmaiar?

respirava com dificuldade. Suas pálpebras oscilavam enquanto ele fazia o que podia para se manter consciente. Sabia que sucumbir seria uma péssima escolha, não só porque demonstraria uma fraqueza que ele lutava diariamente para esconder, mas porque no fundo ele temia o que aconteceria a si mesmo e à sua matilha se ele se entregasse de vez. Aquelas pessoas que o cercavam não deveriam ser subestimadas. Ele sabia perfeitamente com quem estava lidando e, por mais que se julgasse ser capaz de derrubar cada um deles, ele havia aprendido a ser paciente e estudar seus inimigos com a devida atenção antes de tomar qualquer atitude. E aqueles ali não estavam para brincadeira, poderiam não parecer uma ameaça à primeira vista, mas nunca se deve julgar um oponente apenas por uma análise preliminar, e isso se aplicava principalmente à morena parada à sua frente.
era o tipo de mulher que atraía olhares por onde passava. Dona de uma silhueta sinuosa e curvas avantajadas, seus longos cabelos negros e ondulados batiam na altura de sua cintura. Sua pele clara combinava perfeitamente com os olhos azuis, delineados apenas para serem ressaltados ainda mais. À primeira vista, não era o tipo de garota que seria considerada intimidante, devido à sua estatura mediana e seu porte não tão atlético, porém a fúria e a determinação em seus olhos eram o suficiente para comprovar que não deveria ser subestimada.
não conseguiu evitar lhe lançar um olhar atento e analítico quando ela adentrou o cômodo, ele não poderia e nem quis evitar. era atraente e imponente. A reação de seu corpo foi automática e ele não conteve os pensamentos impuros que lhe surgiram ao bater seus olhos nela.
A voz da garota era firme e sedutora, o que fez com que ele se pegasse imaginando o quão excitante seria ela gemendo o seu nome. Porém poucos segundos na presença dela bastaram para que um sentimento de fúria lhe tomasse. Ele rasgaria aquele belo rosto se tivesse a oportunidade.

Seus pensamentos foram interrompidos mais uma vez, quando ele sentiu mais uma corrente elétrica atravessando por toda a extensão de seu corpo. Ele sentia seus órgãos internos queimando em agonia e se debateu conforme pôde. As correntes em seus pulsos pareceram diminuir de tamanho e ele sentia que perderia suas mãos se seus braços continuassem a agir daquela maneira descontrolada, mas não era como se ele pudesse mudar aquilo, não é? Seu corpo estava fraco e sua mente a ponto de sucumbir.
- Eu lhe fiz uma pergunta, . E quando eu faço uma pergunta... – quando a lâmina perfurou a pele de seu abdômen definido, fazendo um corte que ardeu como o inferno, que ele percebeu a proximidade de . A jovem mantinha seu rosto a poucos centímetros do rosto de e sua respiração batia contra a pele dele. O cheiro que emanava dela era evidente e diferente. Não era doce como seria esperado de uma garota como ela. Era forte como aquela garota se portava. Era marcante. Do tipo que seria dificilmente esquecido.
Mas o que mais chamou atenção dele não foi o cheiro de , muito menos o corpo bem dotado de curvas que ela possuía. Foi o fogo em seus olhos. Um tipo de determinação que ele via em si mesmo quando encarava o espelho todos os dias. E por maior que fosse o fogo nos olhos dela, se portava com uma frieza que assustaria muitos ao seu redor, mas a não.
- Quando eu faço uma pergunta, . Eu exijo uma resposta. Nem que para isso eu tenha que arrancá-la de você. – prosseguiu sua fala após um olhar atento nele, também analisando o homem acorrentado à sua frente. Seu tom saiu dotado de sarcasmo e então a lâmina foi cravada com mais força no abdômen de . O sangue dele passou a escorrer com maior intensidade e a exclamação de dor dele fez sorrir sádica.
respirou fundo pela milésima vez naquela noite, por um momento tentando controlar seu instinto assassino porque, afinal, ele estava lidando com uma mulher, mas o ar arrogante dela atiçou algo dentro dele. Algo que estava muito longe do desejo que havia sentido quando seus olhos bateram nela pela primeira vez. Ele focou seus olhos nos dela, exprimindo toda a fúria que sentia, desejando mentalmente o momento em que faria seus miolos explodirem para todos os lados, e então soltou uma gargalhada baixa e ofegante.
- Vai ter que me matar, caçadora. Eu não vou te entregar .
O tom de voz dele havia soado com uma fúria dotada de sarcasmo e lutou com toda a determinação que pôde para não demonstrar o quanto ouvi-lo havia lhe afetado.
Ela lutava contra seus instintos desde o primeiro momento em que havia surgido em seu campo de visão, antes mesmo de ser capturado. Por mais que estivesse determinada a esquecer, ela lembrava perfeitamente de passear seus olhos por toda a extensão do corpo dele, analisando meticulosamente cada músculo de seu corpo e mesmo quando o torturava com os choques ou com sua bela adaga ela sentia uma vontade quase incontrolável de tocar cada um deles, que era deliciosamente esculpido. possuía um porte atlético e uma postura de alfa que lhe aguçavam os sentidos e lhe causavam arrepios apenas de imaginar os braços fortes dele ao seu redor.
Um calor se acendeu nela ao ouvir a resposta dele, algo incômodo que a fez se sentir inquieta e desesperada para tocá-lo. Ela acreditou que não demonstrava isso quando segurou no pescoço de com a mão livre e apertou com força. Seus olhos queimavam na direção do rapaz, se fixando na íris dele com o que acreditava ser fúria.
- Talvez eu não tenha sido clara o suficiente para você, . Você é um maldito lobisomem e se cura rápido. Eu posso passar a noite inteira aqui arrancando cada nervo do seu corpo e esperando você se curar para começar tudo outra vez e apreciar sua agonia. E enquanto você luta para continuar resistindo, seu precioso não irá aceitar seu sumiço. Uma hora ou outra ele virá atrás de você. E aí, bonitão, eu farei o mesmo com ele antes de matá-lo na sua frente. O que acha disso? – a cada palavra que saía da boca dela, seu aperto aumentava no pescoço dele, lhe tirando o ar. se engasgou, buscando oxigênio e quando o soltou, ele suspirou pesado, surpreso com a força que aquela garota tinha. Ele sabia muito bem que ela devia ter sido treinada desde muito nova, mas ela tinha uma força quase sobre-humana e ele se perguntou por alguns segundos se ela não seria algum tipo de criatura sobrenatural.
Ela não lhe deu tempo para recuperar totalmente o oxigênio que seus pulmões precisavam, desferiu um golpe no abdomen dele, seu joelho acertou seu estômago com força, exatamente onde antes havia o buraco que ela havia feito com a adaga. O ferimento estava se curando, mas voltou a se abrir e ele ofegou, sentindo a dor lancinante e fechando os olhos com força. se afastou do rapaz novamente, se sentindo furiosa e encarando seus dois cúmplices, que se mantiveram parados, um de cada lado de uma porta de ferro. Ela abriu a boca para dar as ordens necessárias, mas sua fala foi interrompida quando , reunindo os mínimos vestígios de força que ainda lhe restavam, lhe respondeu, com o melhor tom de ódio que lhe foi permitido.
- Acho que você pode ir para o inferno, .
virou seu rosto para encará-lo com um sorriso satisfeito nos lábios.
- Ou você me entrega e permanece vivo. Ou assistirá a morte dele antes que eu tire seu sofrimento. Essas são as minhas regras. Cabe a você decidir se será um bom cãozinho. – lançou um beijo no ar, na direção de e então olhou vitoriosa para seus colegas. – Coloquem ele pra dormir. É o bastante por hoje. – ordenou, antes de caminhar lentamente até a saída, com um sorriso vitorioso nos lábios.
manteve seus olhos na garota, descendo devagar pelo corpo dela, reprovando a si mesmo novamente por apreciar seu rebolado enquanto caminhava. A desgraçada havia lhe torturado e ameaçado fazer pior com uma das únicas pessoas que lhe importava, qual era o problema dele?
Ele não teve chances de responder seus próprios questionamentos. Dessa vez ele não sentiu seus órgãos queimarem por muito tempo. Bastou que lhe eletrocutassem por poucos segundos para ele se render à inconsciência.

Alguns dias depois

soltou um longo suspiro quando adentrou o box do banheiro. A água quente tocou suas costas e ela mergulhou a cabeça no chuveiro, permanecendo por alguns segundos parada embaixo deste, apoiando uma das mãos na parede. Ela bufou alto, se virando e deixando seu corpo se encostar e deslizar devagar, até que se sentasse, sem se importar com a temperatura gelada que contrastava com a quente do seu corpo, lhe causando arrepios.
Por semanas ela havia planejado o sequestro dele. Dias e mais dias analisando todas as possibilidades, todas as margens de erro. Ela não se permitiria errar. Uma mínima falha seria sua ruína completa e ela não queria nem pensar no que seria dela se aquilo acontecesse.
Sim, ela receberia uma quantidade exorbitante de dinheiro se cumprisse aquela missão até o fim. Quantidade o suficiente para que ela pudesse fugir para bem longe daquele lugar. Para que pudesse ter o recomeço que tanto havia sonhado. E era a possibilidade daquele recomeço que lhe permitia continuar lutando, que lhe fazia persistir e esquecer brevemente o temor que lhe assolava diariamente.
A mais nova nasceu com um legado em suas costas. Desde o berço carregava o emblema de sua família e era sua obrigação honrá-lo, assim como seu irmão, Rowan. Desde o misterioso sumiço de seus pais, eles se preocupavam com apenas um propósito: cumprir a missão a qual foram encarregados e levar adiante os negócios da família. E os não eram uma família qualquer. Eram caçadores. Suas vidas tinham um propósito e eles viviam sobre um código de honra. seguia esse código e cumpria sua missão com furor. Ela levava aquilo muito a sério, mas então ela viu o seu mundo desmoronar quando descobriu a verdade sobre seus pais. E aquela verdade havia criado dentro de si uma revolta tão grande que ela não queria mais ser uma caçadora. Ela queria ser uma garota normal.
Então por meses ela se afastou da caçada. Por meses ela excluiu de sua vida todas as feridas que aquele legado lhe causava e isso fez com que se afastasse de seu irmão.
Ela levou as mãos aos cabelos, sentindo seu peito sacudir e lágrimas grossas desceram por sua bochecha. Um soluço esganiçado ecoou de sua garganta e ela agradeceria mentalmente por estar completamente sozinha, se aquela dor não fosse tão grande a ponto de sufocá-la.
Era culpa dela o que havia acontecido a seu irmão. Era culpa dela porque ela havia sido fraca, havia deixado para trás o que nasceu para fazer por pura covardia. Agiu como uma adolescente rebelde e agora era Rowan que pagaria por isso.
- Não.
Sua própria voz ecoou, suplicante. Então ela respirou fundo, se recompondo porque não podia deixar a fraqueza lhe dominar. Rowan não pagaria pelos erros dela. Aquele jogo iria virar a seu favor e depois disso eles teriam o recomeço que a família precisava.
Levantou com forças renovadas e um olhar determinado dominava suas feições. Não poderia perder mais nenhum segundo choramingando por um passado que não podia ser alterado. Ela precisava agir, e rápido. Precisava fazer o maldito abrir a boca. Ela não podia se dar ao luxo de esperar que viesse atrás dele. Haviam lhe dado um prazo para a execução daquele serviço e se ela não cumprisse, as consequências seriam terríveis. Por mais que suas ameaças fossem extremas e ela notasse um traço de preocupação nos olhos de , ela sabia muito bem que não bastaria. Ele sofreria toda a tortura no mundo e morreria em meio aquilo, mas não revelaria o paradeiro de . A lealdade dele lhe irritava, mas ao mesmo tempo lhe dava um estranho sentimento de admiração. No fundo, ela estava encontrando mais semelhanças do que gostaria entre ela e o rapaz. Ela precisava ter uma carta na manga.
bufou mais uma vez e saiu do chuveiro. Se secou rapidamente e não se preocupou em enrolar a toalha ao redor de seu corpo, caminhando devagar até o quarto, seguindo em direção ao closet, porém algo deteve sua atenção. Ela voltou alguns passos, parou e encarou seu corpo nu no reflexo do espelho. Analisou suas curvas com repentino interesse. Ela não fazia o tipo de mulher que se sentia insegura consigo mesma, sabia seu efeito sobre os homens, assim como sabia o quão atraente ela era. Foi a beleza das curvas dela que fez um novo plano se arquitetar em sua mente e então um sorriso malicioso brotou em seus lábios. Se não ia lhe contar por mal, que lhe contasse por bem, se é que me entende.

- Vocês dois, podem sair. – a voz da garota ecoou pelo cômodo, fazendo despertar num sobressalto. Seus batimentos se aceleraram devido ao susto e ele abriu os olhos, sentindo sua boca seca. A silhueta da garota vinha em sua direção e ela lhe lançava um olhar duro, que combinava perfeitamente com o tom de frieza na voz dela.
- Tem certeza, ... – um dos rapazes começou, mas foi interrompido por ela.
- Que vou esmagar suas bolas se você me questionar mais uma vez? Sim, querido, eu vou. Agora cale a boca e saia daqui. – ela disse seca. Não se importava com o que pensariam com o jeito que ela havia lhes tratado, afinal, eles estavam ali pelo dinheiro que receberiam, não por lealdade a ela ou ao que quer que fosse. Tinha certeza de que se lhes oferecesse uma quantia maior, eles o soltariam e lhe ajudariam a matá-la.
Ela não confiava naqueles dois rapazes, mas não tinha escolha. Eles haviam sido enviados até ela, o que ela suspeitava que fosse uma maneira de vigiá-la.
Os rapazes saíram do local a contragosto e quando ouviu o barulho da porta se fechando, completou o caminho que faltava até chegar próximo de , que lhe olhava com certa curiosidade. A garota deixou que ele lhe encarasse sem dizer uma só palavra, o que lhe deixou ainda mais intrigado porque esperava que ela voltasse a lhe torturar.
Inevitavelmente, o olhar dele decaiu sobre o corpo dela e a roupa preta completamente colada lhe causou uma série de pensamentos impuros. Ele tratou de espantá-los o mais rápido que pôde e então voltou a encará-la com sarcasmo.
- E então, caçadora. Mandou seus empregados embora para ficar me encarando? – soltou, debochado. passeou os olhos pelo corpo dele sem disfarçar e quando encontrou novamente os olhos dele, ela lhe respondeu, tão debochada quanto ele.
- Não, . Eu mandei meus empregados embora para que eu pudesse lamber cada pedaço de seu peitoral delicioso. – então mordeu o canto dos lábios, analisando-o mais uma vez.
A resposta dela lhe causou reações imediatas. sentiu seu pau dar sinal de vida e ele imaginou de imediato a garota passando a língua por toda a sua extensão. Ele soltou uma risada rouca, não demonstrando suas verdadeiras reações e mexeu as mãos acorrentadas, debatendo o corpo para se soltar.
- Por mais interessante que sua ideia pareça, você continua sendo a caçadora desgraçada e vadia. Não vou comer você, . Esqueça. – ele retrucou, sentindo algo protestar contra suas palavras. se aproximou mais dele, fazendo menção de tocá-lo, mas não o fazendo e abrindo mais um sorriso debochado quando percebeu os músculos dele se retesarem.
- Não, amor, eu não disse que você vai me comer. Eu disse que eu vou lamber você todinho. E não é como se você tivesse escolha, meu bem. Você está acorrentado e totalmente vulnerável pra mim. Posso fazer tudo o que eu quiser com esse seu belo corpo. Inclusive chupar seu pau até você ficar desesperado pra gozar na minha boca. – os lábios dela se aproximaram dos dele, roçando enquanto ela sussurrava a última parte.
“Oh, meu bem, eu já estou louco pra gozar na sua boca desde quando você entrou por aquela porta”, pensou , engolindo em seco ao sentir seu pau pulsar mais uma vez. A filha da puta sabia exatamente como provocá-lo e isso estava lhe deixando maluco e puto consigo mesmo. A fúria tomou seus olhos então ele sentiu suas feições se transformarem. Ele rosnou e se projetou para frente, batendo suas presas uma na outra ao tentar morder , que se afastou no mesmo instante.
- Olha só, estou irritando você, bonitão? Minhas intenções são as melhores. – ela riu, sarcástica. – Você está muito tenso, apenas estou lhe mostrando como isso pode ser resolvido. Já que você não vai me contar onde o está, nós podemos ao menos nos divertir enquanto isso, não é? – sorriu maliciosa. Sua mão então tocou o peitoral dele, sem se importar que ele estivesse transformado e aparentemente pronto para mordê-la na primeira oportunidade.
- Vai ser muito divertido estraçalhar você, , pode ter certeza – ele respondeu, com ódio, mas não tentou mordê-la novamente porque seu toque havia causado exatamente a reação que ela esperava. Ele engoliu em seco mais uma vez, sentindo ela descer a mão devagar por seu abdômen, tocando a região do baixo ventre dele, passando de leve por sua ereção por cima da calça e voltando a subir.
- Estou vendo o quanto você quer me estraçalhar, – ela disse, risonha, e soltou o ar fortemente, bufando e movendo o corpo numa tentativa de se esquivar da garota. O resultado disso foi que ele conseguiu sentir ainda mais os toques da mão dela, que não hesitou em intensificar o aperto.
- Sua... sua... – ele tentou murmurar, raivoso, mas sua fala morreu quando os dedos dela roçaram a cabeça de seu pau por cima da calça.
- Gostosa? Eu sei, querido. Imagine só o quanto vai ser gostoso também quando eu passar a minha língua no seu pau – a voz dela ecoava deliciosamente sedutora e antes que percebesse ou sequer pensasse em tentar morder a caçadora novamente, ele sentiu os dentes dela prenderem o lóbulo de sua orelha. A respiração quente e pesada da garota lhe atingiu em cheio e ele prendeu suas mãos em punho, odiando a si mesmo por desejar tão desesperadamente que ela lhe soltasse para que pudesse tocá-la.
- Vadia – ele conseguiu finalmente completar sua frase, embora não tenha soado de maneira ofensiva para porque a voz do rapaz havia saído entrecortada e desejosa.
- O que mais, lobinho? –os lábios dela foram percorrendo a lateral de seu queixo e as unhas dela passearam pela virilha do lobisomen, que sentiu seu abdômen contorcer em excitação.
- Desgraçada... Maldita... Gostosa do caralho – o desespero havia escapado vergonhosamente de seus lábios e naquele momento percebeu que não possuía mais todas as armas que tinha no início daquele sequestro. Admitir que estava lhe tirando a sanidade era admitir muito mais do que isso... Porque ele nunca havia fraquejado daquela maneira. Ele nunca havia se deixado levar por nenhuma carícia, mas naquele momento ele se sentia rendido a ela. Havia esquecido em meio à raiva e ao desejo de toda merda que havia lhe trazido até ali. Quem era naquele momento?
- Nós dois podemos nos dar muito bem, . Não precisamos nos engalfinhar feito cão e gata – riu de seu trocadilho e ouviu gemer em concordância, o que lhe fez alargar ainda mais o sorriso enquanto seus lábios se direcionaram aos dele e roçaram provocativamente. – Tudo o que você precisa fazer é me beijar.
E ele a beijou.
Não hesitou em tomar os lábios dela para si e se contorcer de vontade de tocá-la e puxá-la em sua direção. E como se ela lesse seus pensamentos, seu corpo se colou ao dele, fazendo com que ele sentisse cada centímetro de suas curvas. passou as unhas compridas por seu abdômen definido, deixando um rastro vermelho e arrancando um grunhido do rapaz, que puxou os lábios dela com os dentes e ofegou novamente, sentindo ela voltar a provocá-lo ao aproximar a mão de seu pau.
- Me solta, caçadora – a voz dele soou incrivelmente sedutora, mas não poderia se deixar levar. Não era o tipo de garota que se rendia facilmente e não acreditava em toda aquela baboseira de romance. Ela sabia que não podia confiar nele e sabia que se o soltasse poderia acabar morta antes que pudesse até mesmo piscar.
- Não – ela disse, simplesmente, voltando a colar os lábios nos de e sentindo ele retribuir com intensidade, já esperando aquele tipo de resposta vindo dela.
O problema era que todo aquele desejo desesperador havia se acumulado por todos aqueles dias em que havia se acostumado à presença dela. Onde as provocações ácidas e maliciosas faziam com que ele tivesse sonhos perturbadores com ela. Sonhos em que ela cavalgava com intensidade em seu colo, murmurando seu nome naquela voz manhosa e sexy. Os mesmos sonhos que se modificavam de maneira estranha, fazendo com que ele se pegasse idealizando uma realidade diferente entre os dois.
Que porra aquela garota havia feito?
Havia lhe hipnotizado, lhe deixado maluco, fora de si. Ele mal reconhecia a si mesmo.
- ... – sua voz implorou mais uma vez e a garota levou um dedo aos lábios dele, para que ele se calasse.
- Onde está ? – ela murmurou, no mesmo tom manhoso e provocativo dos sonhos dele. Como se pudesse ouvir seus pensamentos.
- É tudo que eu tenho, – ele respondeu, inconscientemente, completamente envolvido pela garota, que agora subia uma de suas coxas pela cintura dele e roçava em sua ereção.
Mas a frase dele a afetou.
sabia o que era ter apenas uma pessoa com quem pudesse contar, sabia o que era arriscar sua vida para salvar alguém que era mais importante do que tudo.
Ela paralisou quando a imagem de seu irmão ocupou seus pensamentos, então se afastou.
percebeu a perturbação nos olhos dela, percebeu as lágrimas preenchendo seus olhos e a forma como os passos dela oscilaram quando ela começou a caminhar até a porta. Era a primeira vez que ele via ela vacilar daquela forma em sua forma de andar. Era a primeira vez que ele via o desespero genuíno em seus olhos.
E isso fez com que ele próprio se sentisse mais desesperado por ela.
- Não posso fazer isso, . Você... você está livre. – e acionou o botão que soltava as amarras dele, fazendo com que despencasse ao chão, atordoado e sem entender a mudança tão repentina.
- Mas...
- Vá embora, . Vá embora antes que os outros percebam o que está acontecendo aqui.
E pela primeira vez ele não quis partir.
- Não. – sua resposta soou firme e ela o olhou com irritação.
- Se manda daqui, idiota! O que pensa que está fazendo?
- Não vou embora, . – ele repetiu, enfático.
parecia ainda mais fora de si, bufou furiosa e então desviou seu olhar do dele, respirando fundo e pensando que precisava agir rápido. Ela precisava encontrar uma forma alternativa de resgatar seu irmão e de repente tudo pareceu muito claro em sua mente.
Ela trocaria sua vida pela de Rowan.
Não sabia se seria o suficiente, mas ela precisava tentar. E sem olhar para trás, ela simplesmente deu de ombros e seguiu para a porta, parando de costas para o rapaz e deixando escapar, num tom de voz determinado.
- Vá defender sua matilha, . Eu preciso defender a minha. – então saiu da sala, não deixando que lhe respondesse, mas lhe deixando tão desesperado que ele não viu outra alternativa que não fosse a de seguir seus instintos.
Foi quando saiu decidido em direção ao rastro da caçadora que ele entendeu o quão fodido ele estava.
Havia se apaixonado por ela e faria o que fosse preciso, iria onde fosse preciso para que a tivesse somente para ele.



FIM



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Nota da beta: Ahhhhh adorei, adorei!!! É a famosa Síndrome de Estocolmo, só que entre um lobo e uma caçadora. Adorei hahaha Parabéns pela fic, Ste!
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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