Capítulo Único
apagou a luz do quarto assim que as duas crianças adormeceram. Deu uma última olhada para saber se eles estavam realmente dormindo e saiu do quarto. A sala estava uma bagunça, mas a culpa era dela quando não pediu para que Kit e Lola juntassem os brinquedos, resolveu dar uma folga para as crianças naquele dia. Então acabou ficando responsável pela tarefa.
O relógio marcava quase dez da noite, era estranho Harry não ter chegado ainda, mas ela sabia que os últimos dias de ensaios tinham sido mais intensos por causa do show marcado para novembro. Era o show de retorno do McFly, e tinha se oferecido para ficar com as crianças o tempo que fosse necessário. Ela só não contava com a parte de que queria ir muito nesse show.
Assim que escutou o molho de chaves sendo jogado na mesa de centro, ela largou a última caixa de brinquedos na sala de recreação da casa e foi para o outro cômodo. Harry estava sentado no sofá, a cabeça jogada para trás demonstrava o sinal de cansaço.
— Boa noite, Harry. — Dois anos trabalhando para o Judd e ele fez questão de que ela parasse de chamá-lo de Senhor Judd. Fazendo-a esquecer as formalidades que ela insistia em usar vez ou outra.
— Ei, , ainda está aqui? Desculpe a demora hoje. — Ela deu um sorriso terno, como se dissesse que não tinha problema.
— Tudo bem, as crianças já estão dormindo. Você quer uma xícara de chá? Parece um pouco cansado.
— Que tal eu fazer o chá dessa vez?
●
— Então, você conseguiu a folga? — Jessie, minha melhor amiga que dividia o apartamento comigo, perguntou assim que botei meus pés em casa. Mas o desânimo no meu rosto era bem visível para ela saber qual a resposta.
— Eu ainda não pedi. — Me joguei no sofá. —Ele chegou tarde, parecia errado, sabe?
— Pelo jeito ele tem chegado tarde todos os dias, um desses você vai ter que pedir. Não sei se percebeu, mas do jeito que anda, ele está contando com você para ficar com as crianças no dia do show.
— Eu sei, mas é diferente. — A tentativa de ir para o meu quarto e fugir daquela discussão tinha ido por água abaixo, escutei os passos de Jess e ela não parou de falar.
— É diferente por quê? Aí, caramba, você está apegada demais a essa família.
— Boa noite, Jess, eu preciso dormir. — Fechei a porta do quarto, dando fim àquela discussão que não nos levaria a lugar algum.
Quando deitei na minha cama, meu corpo estava cansado, mas minha mente ainda trabalhava a todo vapor. Eu odiava ter essas discussões com a minha melhor amiga, principalmente quando ela falava coisas que eu não queria ouvir. Eu sabia que era teimosia e negaria até a morte que estava apegada aos Judd. As lembranças da época que consegui o emprego foram as primeiras a aparecer, eu não sabia que era para o Harry que eu trabalharia, na época apenas precisava de grana e levava jeito com crianças, então tudo veio a calhar. Mas assim que bati em sua porta e um dos meus maiores ídolos apareceu, eu tive que juntar todo o restinho de bom senso e autocontrole para não surtar e conseguir o emprego.
No começo, até achei que não ficaria tanto tempo, mas agora já haviam se passado dois anos. Minha rotina era voltada para Lola e Kit durante a semana toda, e até arriscava dizer que aos fins de semana, eu sentia saudade quando não os via. No fundo, sabia que o que Jess havia dito era verdade: eu estava apegada demais àquela família.
●
Harry
Faltava um pouco menos de um mês para o show, e ainda que a banda estivesse ensaiando a todo vapor, naquela sexta decidi que ficaria em casa e aproveitaria todo o fim de semana com os meus filhos.
— Tia ! — Kit foi o primeiro a sair correndo em direção à porta, seguido por Lola. Eles amavam e não tinha nada que eu pudesse fazer sobre isso.
— Oi, meus amores. Ai, que delícia esse beijo. — Acho que ela não percebeu que eu ainda estava em casa, mas achei engraçado o jeito que falava com as crianças.
— Papai não sabe fazer meu café. — Ouvi Lola cochichar com , mas ela apenas riu.
— Ei, bom dia. — Ela apareceu na cozinha com Kit no colo. — Não sabia que estava em casa.
— Consegui uma folga. Nós vamos tomar café, mas acho que a Lola não gostou do que eu fiz.
— O que você fez? — Me virei para o fogão, tirando o prato de panquecas dali de cima. — Ela não quer comer frutas.
— Então vou te ensinar um truque.
pegou um cortador em formato de flor e outro de urso na gaveta, eu nem sabia que tinha aquilo em casa. As panquecas ela usou o de flor e nos pedaços de frutas foram usados de urso, deixando o prato um pouco mais atrativo para Lola.
— E agora você só precisa deixá-la assistir Frozen depois do almoço e ela come todas as frutas. — Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e era. Junto com o prato, ainda serviu uma xícara de leite para Kit e Lola.
— É só isso? Porque quando estou sozinho é uma guerra fazer esses dois comerem qualquer fruta.
— Sim, é só isso. Com o tempo você pega o jeito. — Ela riu. — Você pretende fazer alguma atividade especial com eles hoje?
— Na verdade, pretendo arrumar a casa antes de não ter tempo por causa do show. Tem problema se ficar um pouco com as crianças, mesmo eu estando em casa?
— Claro que não, nunca é um problema ficar com eles.
— Eu ia dizer que é porque você não passa tanto tempo com eles, mas estaria mentindo. — Vi um sorriso sincero surgir em seu rosto, agora entendia porquê meus filhos gostavam tanto de .
— Bom, vou começar o meu trabalho então.
Depois que Izzy e eu nos separamos, as coisas ficaram um pouco complicadas, ainda mais quando ela decidiu ir embora e eu fiquei sozinho com os dois. No começo foi até um pouco assustador, mas com a ajuda da minha família e amigos, consegui dar conta de tudo. Não me arrependo de nada, todo o esforço que fiz foi sempre para dar tudo que posso para Kit e Lola, nesse momento, foi fundamental quando percebi que era qualificada para cuidar das crianças e, principalmente, quando ela aceitou o emprego. Além da minha mãe, é a figura mais próxima de uma relação materna que eles têm, então não os culpo por gostarem tanto dela.
●
— Hora do banho, porque tá todo mundo fedorentinho.
Peguei Kit no colo primeiro, pois sabia que ele era espertinho o suficiente para se esconder dentro do armário de novo. Lola era uma verdadeira princesa, apesar de um pouquinho manhosa, o banho era a única coisa que não precisava me virar nos trinta pra convencê-la a ir.
— , eu posso pegar um brinquedo? — Kit fez sua típica cara de gato do Shrek e eu não tive como resistir.
— Apenas um. — Falei firme e ele correu para a sala de brinquedos para buscar um de borracha.
— Deixa que eu fico com o Kit! — Harry gritou do outro cômodo, apenas respondi um ok de volta. Eu amava aquelas crianças, mas no fim do dia, eu estava mortinha e elas ainda tinham energia o suficiente para correr mais um pouco pela casa.
— Vamos, princesa. — Chamei Lola, e como o esperado, o banho foi rápido. Separei um pijama da Minnie para ela e fiz uma trança em seu cabelo para que não fosse dormir com o cabelo solto e emaranhado.
— , quer jantar com a gente? — Harry estava no banheiro dando banho em Kit, a porta aberta facilitava a nossa conversa.
— Obrigada, Harry, mas hoje eu passo.
— Fica, tia , por favor. — Lola me olhou com os olhinhos azuis brilhantes. Era uma tentação e tanto aceitar o convite, mas não queria misturar as coisas e passar mais tempo do que deveria. Ainda mais depois de perceber que já não conseguia imaginar minha vida sem eles, e só de pensar, aquilo doía.
— Por favorzinho. — Kit juntou as mãozinhas em frente ao rosto e sorriu, automaticamente seus olhos se fechavam quando ele fazia isso. Era impossível dizer não.
— Tudo bem, não tem como resistir com esses dois sorrisos mais lindos do mundo.
●
Harry
Eu podia estar maluco, mas Lola e Kit se comportavam maravilhosamente bem na presença de , não tiveram nem as típicas birras na hora do jantar. Eu sabia que muitas das coisas que eles aprontavam eram coisas de crianças, mas quando estava junto, era como se eles fossem outras crianças.
— Acho que a bateria deles acabou. — Ela disse, apontando com a cabeça para o sofá da sala, onde os dois acabaram pegando no sono.
— Eu os amo mais que tudo, mas juro que às vezes eu queria que tivesse um botãozinho de desligar, sabe?
— Eu sei, minha sobrinha passou um tempo comigo e eu tinha certeza de que ela era ligada no 220. Eu nunca amei tanto o silêncio quando meu irmão a buscou. — Acho que fui pego de surpresa, pois era a primeira vez que escutava falar de sua família, o que era estranho já que ela conhecia tudo do meu dia a dia.
— Já está tarde, eu preciso ir. — Ela deu uma última olhada no relógio. — Harry, eu queria te pedir uma coisa antes.
— Se eu puder ajudar. — Dei de ombros, confesso que até um pouco surpreso, aliás, nesses dois anos com trabalhando na minha casa, ela nunca pediu nada.
— Eu queria saber se tem como eu folgar… No dia do show. — Ok, não era o que eu estava esperando. Comecei a listar mentalmente com quem eu poderia deixar as crianças nesse dia, ou até mesmo levá-los comigo também se tornava uma possibilidade.
— Eu acho que sim, mas teria que confirmar com a minha mãe se ela consegue ficar com as crianças. Desculpa a pergunta, mas por que nesse dia?
— Porque pretendo ir no show da sua banda. — Meus olhos se arregalaram na mesma hora. Droga, isso não era um bom sinal e ficou claro pela cara que fez. — Digo, eu e uma amiga estamos combinando desde que vocês anunciaram o show, eu só não tive coragem de pedir antes.
— Isso quer dizer que você é uma fã? — Ela balançou a cabeça devagar, concordando, mas parecia indecisa. — Droga.
— Se não der, eu vou entender. Afinal, eu me ofereci para ficar com eles nesse dia, então não vai ter problema. — Tratei de falar, mas acho que as coisas só pioraram. Harry desviava o olhar o tempo todo e passava a mão no rosto de nervosismo. Eu sentia que tinha estragado tudo, e agora meu emprego corria perigo.
— Esse não é o problema, sinceramente. — Ele disse, respirando fundo. — Quando pensei em contratar alguém para ficar com as crianças, a última coisa que eu queria era que fosse uma fã. Eu não precisava de ninguém sabendo o que estava acontecendo dentro da minha casa.
Ele soltou aquela frase como se me contratar tivesse sido a pior escolha de sua vida, e isso doeu. Doeu mais do que eu imaginei.
— Antes de fazer a entrevista, eu não sabia para quem era. Gio me ligou e disse que era para um amigo, mas não especificou quem. Então, quando eu percebi que era você, disse a mim mesma que separaria as coisas e foi o que eu fiz.
Eu sei que estava na defensiva, mas precisava deixar bem claro que eu sabia ser profissional. Harry me olhava em silêncio, o que fazia minha vontade de sair correndo dali aumentava cada vez mais.
— Você nunca me contou nada.
— Eu precisava muito do emprego. Você teria me contratado se soubesse? — Ele ficou em silêncio e aquilo foi o suficiente para mim. — É, eu imaginei que essa fosse a resposta. Boa noite, Harry.
— Não precisa voltar na segunda. — Ótimo, agora eu tinha todo o tempo do mundo livre, mas também não tinha mais vontade nenhuma de ir nesse show.
●
As últimas semanas pareciam que estavam se arrastando, enquanto e Harry lidavam com suas escolhas, as memórias faziam questão de voltar para atormentá-los. Ele teve que explicar para Lola e Kit que tia não voltaria mais, e em breve teria que começar um novo processo seletivo para conseguir outra pessoa, ou seja, mais uma dor de cabeça. Já, , tentava ocupar sua mente com as tarefas do apartamento e enviando cada vez mais currículos. Porém, às vezes se pegava rindo sozinha ao lembrar das travessuras que aquelas duas criaturinhas faziam, trazendo uma nova onda de tristeza ao perceber que nunca mais os veria novamente.
— Você tem certeza de que não vai? Beber um pouquinho não faz mal. — Jessie entrou no quarto, certificando de que sua amiga estava bem.
— Não estou no clima, mas aproveite a noite.
— Tudo bem, deixei chocolate para você na geladeira. — Jess deu um beijo no rosto de e logo saiu de casa.
Alguns minutos após Jessie sair de casa, a campainha tocou e teve certeza de que a amiga tinha voltado por ter esquecido as chaves. Mas quando abriu a porta, não foi exatamente Jessie quem encontrou no outro lado da porta.
— O que está fazendo aqui? — Ela foi um pouco ríspida, mas não se importou com o tom de voz.
— Podemos conversar? — Harry disse, calmo. Um pouco relutante, deixou que ele entrasse.
Harry sentou no sofá de dois lugares e preferiu ficar na poltrona, mantendo certa distância do baterista. Ele fechou os olhos e respirou fundo antes de começar a falar, mas, por fim, despejou tudo de uma vez.
— Eu quero pedir para você voltar, mas antes de qualquer coisa, quero pedir desculpa por não ter separado as coisas. Você foi incrível o tempo todo em que esteve na minha casa, as crianças te adoram e nós sentimos muito a sua falta, eu me incluo nesse nós. Eu fui um babaca e errei com você por um pensamento idiota que eu tive, por favor, me desculpe.
estava magoada devido aos últimos acontecimentos, mas ela não tinha dúvida sobre a sua resposta. Entretanto, deveria ser honesta dessa vez e esclarecer algumas coisas. Enquanto pensava sobre o que dizer, Harry conseguiu admirar o quanto era bonita, os olhos cor de mel, os cabelos ruivos e as pequenas sardas espalhadas pelo rosto não deixavam dúvidas sobre sua beleza. Os lábios preenchidos também faziam parte do conjunto, e ele não podia negar que essa última parte estava o atraindo mais do que deveria.
— Harry, eu vou voltar, mas quero que saiba que as palavras que você usou, me magoaram muito. Eu amo a Lola e o Kit e nunca cuidei deles por interesse, para tentar descobrir uma fofoca ou outra sobre a sua vida, já que foi isso que insinuou na última conversa. Eu cuidava deles porque era o meu trabalho, era para isso que você tinha me contratado. E vai ser por esse motivo que eu vou voltar.
— Eu sei, espero que você me perdoe, porque quero você de volta.
— Você já tem minha resposta, acho que está na hora de ir. — Ela caminhou até a porta, segurando a mesma para que ele saísse.
— ...
— Harry… — Ambos sabiam que aquilo não se tratava mais sobre trabalho.
A noite estava sendo perfeita para , e ela não podia negar que já tinha imaginado aquele momento várias vezes durante a sua adolescência, mas agora a vida adulta era bem diferente e a realidade fazia questão de bater na sua porta. Os meses trabalhando com Harry a fizeram enxergar uma outra pessoa, no seu dia a dia, ele não era mais o Harry Judd, baterista do McFly, ele era apenas Harry, pai da Lola e do Kit. E seu chefe.
E essa última palavrinha ficou estampada bem na sua cara com luzes neon gritando que aquilo estava errado. Antes que uma pontinha de esperança começasse a nascer em seu peito, ela precisava acabar com aquilo, separar a sua vida pessoal e a do trabalho, ou poderia sair machucada.
— Foi uma noite agradável. — Ela começou, sem saber exatamente como encerrar aquilo, assim que Harry estacionou em frente ao prédio de .
— A noite ainda não acabou.
Harry subiu a mão esquerda até o rosto da mulher e fez um carinho na bochecha, vendo-a fechar os olhos ao sentir o toque, e sorriu com a reação dela. Logo em seguida, colando seus lábios nos dela, deixando todas as borboletas existentes fazerem a festa no seu estômago, mas ele não podia perder aquela chance, nem que ela o dispensasse no final da noite. Os segundos seguintes pareceram infinitos para Harry, até relaxar e permitir que suas línguas se encontrassem aprofundando o beijo. Uma corrente elétrica dominou o corpo dos dois naquele momento, ambos estavam esperando por aquele momento por muito tempo. Harry não tinha se relacionado com mais ninguém depois de Izzy, agora estava dando o primeiro passo, e estava beijando o seu ídolo, mas mais do que isso, ela estava beijando o cara doce e engraçado que conhecera nos últimos meses.
O beijo foi chegando ao fim com selinhos curtos depositados nos lábios de , o toque da mão de Harry em sua nuca a fazia sentir arrepios por toda região. Ficaram mais alguns minutos com as testas encostadas e de olhos fechados no meio dentro do carro. Se separar era um esforço que eles não estavam dispostos a fazer e sabiam que, quando isso acontecesse, o encanto todo acabaria.
— Não posso fazer isso, desculpe. Não quero misturar as coisas. Na segunda-feira, você ainda vai ser meu chefe. — juntou toda coragem que tinha para dizer aquilo, mesmo que doesse.
— Tudo bem, eu entendo. — Harry parecia desanimado, mas foi uma decisão de e ele respeitaria. — Foi uma noite agradável.
— Boa noite, Harry.
— Boa noite, .
— Eu sei que você não quer misturar as coisas, mas não consigo tirar você da minha cabeça.
Assim como estava sendo sincera mais cedo, Harry também estava agora. A verdade é que ela nunca conseguiu tirá-lo da sua cabeça, apenas se acostumou com a presença dele para não misturar as coisas do trabalho.
— Você nunca saiu da minha cabeça, Harry, sei que isso parece louc…
Harry acabou com qualquer distância entre os dois. O choque quando suas bocas se encostaram foi instantâneo em ambos, o sabor de suas línguas se chocando uma contra a outra, aproveitando para explorar tudo que tinham direito era melhor do que imaginavam. desistiu de mandá-lo embora, fechando a porta um pouco mais forte que o necessário, se entregando de vez aquele beijo.
— Não é loucura quando eu também sinto o mesmo. — Ele disse, quebrando o beijo, dando uma atenção especial ao pescoço de , tempo o suficiente para recuperar o fôlego. — Não quero que isso acabe aqui.
— Não vai.
A respiração ofegante era apenas um detalhe, porque eles queriam e teriam muito mais naquela noite.
Because the night is young
The line is out the door
Today was crazy, but tonight the city's ours
Live it up until the morning comes
Today was crazy, but tonight
The city is ours
O relógio marcava quase dez da noite, era estranho Harry não ter chegado ainda, mas ela sabia que os últimos dias de ensaios tinham sido mais intensos por causa do show marcado para novembro. Era o show de retorno do McFly, e tinha se oferecido para ficar com as crianças o tempo que fosse necessário. Ela só não contava com a parte de que queria ir muito nesse show.
Assim que escutou o molho de chaves sendo jogado na mesa de centro, ela largou a última caixa de brinquedos na sala de recreação da casa e foi para o outro cômodo. Harry estava sentado no sofá, a cabeça jogada para trás demonstrava o sinal de cansaço.
— Boa noite, Harry. — Dois anos trabalhando para o Judd e ele fez questão de que ela parasse de chamá-lo de Senhor Judd. Fazendo-a esquecer as formalidades que ela insistia em usar vez ou outra.
— Ei, , ainda está aqui? Desculpe a demora hoje. — Ela deu um sorriso terno, como se dissesse que não tinha problema.
— Tudo bem, as crianças já estão dormindo. Você quer uma xícara de chá? Parece um pouco cansado.
— Que tal eu fazer o chá dessa vez?
— Então, você conseguiu a folga? — Jessie, minha melhor amiga que dividia o apartamento comigo, perguntou assim que botei meus pés em casa. Mas o desânimo no meu rosto era bem visível para ela saber qual a resposta.
— Eu ainda não pedi. — Me joguei no sofá. —Ele chegou tarde, parecia errado, sabe?
— Pelo jeito ele tem chegado tarde todos os dias, um desses você vai ter que pedir. Não sei se percebeu, mas do jeito que anda, ele está contando com você para ficar com as crianças no dia do show.
— Eu sei, mas é diferente. — A tentativa de ir para o meu quarto e fugir daquela discussão tinha ido por água abaixo, escutei os passos de Jess e ela não parou de falar.
— É diferente por quê? Aí, caramba, você está apegada demais a essa família.
— Boa noite, Jess, eu preciso dormir. — Fechei a porta do quarto, dando fim àquela discussão que não nos levaria a lugar algum.
Quando deitei na minha cama, meu corpo estava cansado, mas minha mente ainda trabalhava a todo vapor. Eu odiava ter essas discussões com a minha melhor amiga, principalmente quando ela falava coisas que eu não queria ouvir. Eu sabia que era teimosia e negaria até a morte que estava apegada aos Judd. As lembranças da época que consegui o emprego foram as primeiras a aparecer, eu não sabia que era para o Harry que eu trabalharia, na época apenas precisava de grana e levava jeito com crianças, então tudo veio a calhar. Mas assim que bati em sua porta e um dos meus maiores ídolos apareceu, eu tive que juntar todo o restinho de bom senso e autocontrole para não surtar e conseguir o emprego.
No começo, até achei que não ficaria tanto tempo, mas agora já haviam se passado dois anos. Minha rotina era voltada para Lola e Kit durante a semana toda, e até arriscava dizer que aos fins de semana, eu sentia saudade quando não os via. No fundo, sabia que o que Jess havia dito era verdade: eu estava apegada demais àquela família.
Harry
Faltava um pouco menos de um mês para o show, e ainda que a banda estivesse ensaiando a todo vapor, naquela sexta decidi que ficaria em casa e aproveitaria todo o fim de semana com os meus filhos.
— Tia ! — Kit foi o primeiro a sair correndo em direção à porta, seguido por Lola. Eles amavam e não tinha nada que eu pudesse fazer sobre isso.
— Oi, meus amores. Ai, que delícia esse beijo. — Acho que ela não percebeu que eu ainda estava em casa, mas achei engraçado o jeito que falava com as crianças.
— Papai não sabe fazer meu café. — Ouvi Lola cochichar com , mas ela apenas riu.
— Ei, bom dia. — Ela apareceu na cozinha com Kit no colo. — Não sabia que estava em casa.
— Consegui uma folga. Nós vamos tomar café, mas acho que a Lola não gostou do que eu fiz.
— O que você fez? — Me virei para o fogão, tirando o prato de panquecas dali de cima. — Ela não quer comer frutas.
— Então vou te ensinar um truque.
pegou um cortador em formato de flor e outro de urso na gaveta, eu nem sabia que tinha aquilo em casa. As panquecas ela usou o de flor e nos pedaços de frutas foram usados de urso, deixando o prato um pouco mais atrativo para Lola.
— E agora você só precisa deixá-la assistir Frozen depois do almoço e ela come todas as frutas. — Ela disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e era. Junto com o prato, ainda serviu uma xícara de leite para Kit e Lola.
— É só isso? Porque quando estou sozinho é uma guerra fazer esses dois comerem qualquer fruta.
— Sim, é só isso. Com o tempo você pega o jeito. — Ela riu. — Você pretende fazer alguma atividade especial com eles hoje?
— Na verdade, pretendo arrumar a casa antes de não ter tempo por causa do show. Tem problema se ficar um pouco com as crianças, mesmo eu estando em casa?
— Claro que não, nunca é um problema ficar com eles.
— Eu ia dizer que é porque você não passa tanto tempo com eles, mas estaria mentindo. — Vi um sorriso sincero surgir em seu rosto, agora entendia porquê meus filhos gostavam tanto de .
— Bom, vou começar o meu trabalho então.
Depois que Izzy e eu nos separamos, as coisas ficaram um pouco complicadas, ainda mais quando ela decidiu ir embora e eu fiquei sozinho com os dois. No começo foi até um pouco assustador, mas com a ajuda da minha família e amigos, consegui dar conta de tudo. Não me arrependo de nada, todo o esforço que fiz foi sempre para dar tudo que posso para Kit e Lola, nesse momento, foi fundamental quando percebi que era qualificada para cuidar das crianças e, principalmente, quando ela aceitou o emprego. Além da minha mãe, é a figura mais próxima de uma relação materna que eles têm, então não os culpo por gostarem tanto dela.
— Hora do banho, porque tá todo mundo fedorentinho.
Peguei Kit no colo primeiro, pois sabia que ele era espertinho o suficiente para se esconder dentro do armário de novo. Lola era uma verdadeira princesa, apesar de um pouquinho manhosa, o banho era a única coisa que não precisava me virar nos trinta pra convencê-la a ir.
— , eu posso pegar um brinquedo? — Kit fez sua típica cara de gato do Shrek e eu não tive como resistir.
— Apenas um. — Falei firme e ele correu para a sala de brinquedos para buscar um de borracha.
— Deixa que eu fico com o Kit! — Harry gritou do outro cômodo, apenas respondi um ok de volta. Eu amava aquelas crianças, mas no fim do dia, eu estava mortinha e elas ainda tinham energia o suficiente para correr mais um pouco pela casa.
— Vamos, princesa. — Chamei Lola, e como o esperado, o banho foi rápido. Separei um pijama da Minnie para ela e fiz uma trança em seu cabelo para que não fosse dormir com o cabelo solto e emaranhado.
— , quer jantar com a gente? — Harry estava no banheiro dando banho em Kit, a porta aberta facilitava a nossa conversa.
— Obrigada, Harry, mas hoje eu passo.
— Fica, tia , por favor. — Lola me olhou com os olhinhos azuis brilhantes. Era uma tentação e tanto aceitar o convite, mas não queria misturar as coisas e passar mais tempo do que deveria. Ainda mais depois de perceber que já não conseguia imaginar minha vida sem eles, e só de pensar, aquilo doía.
— Por favorzinho. — Kit juntou as mãozinhas em frente ao rosto e sorriu, automaticamente seus olhos se fechavam quando ele fazia isso. Era impossível dizer não.
— Tudo bem, não tem como resistir com esses dois sorrisos mais lindos do mundo.
Harry
Eu podia estar maluco, mas Lola e Kit se comportavam maravilhosamente bem na presença de , não tiveram nem as típicas birras na hora do jantar. Eu sabia que muitas das coisas que eles aprontavam eram coisas de crianças, mas quando estava junto, era como se eles fossem outras crianças.
— Acho que a bateria deles acabou. — Ela disse, apontando com a cabeça para o sofá da sala, onde os dois acabaram pegando no sono.
— Eu os amo mais que tudo, mas juro que às vezes eu queria que tivesse um botãozinho de desligar, sabe?
— Eu sei, minha sobrinha passou um tempo comigo e eu tinha certeza de que ela era ligada no 220. Eu nunca amei tanto o silêncio quando meu irmão a buscou. — Acho que fui pego de surpresa, pois era a primeira vez que escutava falar de sua família, o que era estranho já que ela conhecia tudo do meu dia a dia.
— Já está tarde, eu preciso ir. — Ela deu uma última olhada no relógio. — Harry, eu queria te pedir uma coisa antes.
— Se eu puder ajudar. — Dei de ombros, confesso que até um pouco surpreso, aliás, nesses dois anos com trabalhando na minha casa, ela nunca pediu nada.
— Eu queria saber se tem como eu folgar… No dia do show. — Ok, não era o que eu estava esperando. Comecei a listar mentalmente com quem eu poderia deixar as crianças nesse dia, ou até mesmo levá-los comigo também se tornava uma possibilidade.
— Eu acho que sim, mas teria que confirmar com a minha mãe se ela consegue ficar com as crianças. Desculpa a pergunta, mas por que nesse dia?
— Porque pretendo ir no show da sua banda. — Meus olhos se arregalaram na mesma hora. Droga, isso não era um bom sinal e ficou claro pela cara que fez. — Digo, eu e uma amiga estamos combinando desde que vocês anunciaram o show, eu só não tive coragem de pedir antes.
— Isso quer dizer que você é uma fã? — Ela balançou a cabeça devagar, concordando, mas parecia indecisa. — Droga.
— Se não der, eu vou entender. Afinal, eu me ofereci para ficar com eles nesse dia, então não vai ter problema. — Tratei de falar, mas acho que as coisas só pioraram. Harry desviava o olhar o tempo todo e passava a mão no rosto de nervosismo. Eu sentia que tinha estragado tudo, e agora meu emprego corria perigo.
— Esse não é o problema, sinceramente. — Ele disse, respirando fundo. — Quando pensei em contratar alguém para ficar com as crianças, a última coisa que eu queria era que fosse uma fã. Eu não precisava de ninguém sabendo o que estava acontecendo dentro da minha casa.
Ele soltou aquela frase como se me contratar tivesse sido a pior escolha de sua vida, e isso doeu. Doeu mais do que eu imaginei.
— Antes de fazer a entrevista, eu não sabia para quem era. Gio me ligou e disse que era para um amigo, mas não especificou quem. Então, quando eu percebi que era você, disse a mim mesma que separaria as coisas e foi o que eu fiz.
Eu sei que estava na defensiva, mas precisava deixar bem claro que eu sabia ser profissional. Harry me olhava em silêncio, o que fazia minha vontade de sair correndo dali aumentava cada vez mais.
— Você nunca me contou nada.
— Eu precisava muito do emprego. Você teria me contratado se soubesse? — Ele ficou em silêncio e aquilo foi o suficiente para mim. — É, eu imaginei que essa fosse a resposta. Boa noite, Harry.
— Não precisa voltar na segunda. — Ótimo, agora eu tinha todo o tempo do mundo livre, mas também não tinha mais vontade nenhuma de ir nesse show.
As últimas semanas pareciam que estavam se arrastando, enquanto e Harry lidavam com suas escolhas, as memórias faziam questão de voltar para atormentá-los. Ele teve que explicar para Lola e Kit que tia não voltaria mais, e em breve teria que começar um novo processo seletivo para conseguir outra pessoa, ou seja, mais uma dor de cabeça. Já, , tentava ocupar sua mente com as tarefas do apartamento e enviando cada vez mais currículos. Porém, às vezes se pegava rindo sozinha ao lembrar das travessuras que aquelas duas criaturinhas faziam, trazendo uma nova onda de tristeza ao perceber que nunca mais os veria novamente.
— Você tem certeza de que não vai? Beber um pouquinho não faz mal. — Jessie entrou no quarto, certificando de que sua amiga estava bem.
— Não estou no clima, mas aproveite a noite.
— Tudo bem, deixei chocolate para você na geladeira. — Jess deu um beijo no rosto de e logo saiu de casa.
Alguns minutos após Jessie sair de casa, a campainha tocou e teve certeza de que a amiga tinha voltado por ter esquecido as chaves. Mas quando abriu a porta, não foi exatamente Jessie quem encontrou no outro lado da porta.
— O que está fazendo aqui? — Ela foi um pouco ríspida, mas não se importou com o tom de voz.
— Podemos conversar? — Harry disse, calmo. Um pouco relutante, deixou que ele entrasse.
Harry sentou no sofá de dois lugares e preferiu ficar na poltrona, mantendo certa distância do baterista. Ele fechou os olhos e respirou fundo antes de começar a falar, mas, por fim, despejou tudo de uma vez.
— Eu quero pedir para você voltar, mas antes de qualquer coisa, quero pedir desculpa por não ter separado as coisas. Você foi incrível o tempo todo em que esteve na minha casa, as crianças te adoram e nós sentimos muito a sua falta, eu me incluo nesse nós. Eu fui um babaca e errei com você por um pensamento idiota que eu tive, por favor, me desculpe.
estava magoada devido aos últimos acontecimentos, mas ela não tinha dúvida sobre a sua resposta. Entretanto, deveria ser honesta dessa vez e esclarecer algumas coisas. Enquanto pensava sobre o que dizer, Harry conseguiu admirar o quanto era bonita, os olhos cor de mel, os cabelos ruivos e as pequenas sardas espalhadas pelo rosto não deixavam dúvidas sobre sua beleza. Os lábios preenchidos também faziam parte do conjunto, e ele não podia negar que essa última parte estava o atraindo mais do que deveria.
— Harry, eu vou voltar, mas quero que saiba que as palavras que você usou, me magoaram muito. Eu amo a Lola e o Kit e nunca cuidei deles por interesse, para tentar descobrir uma fofoca ou outra sobre a sua vida, já que foi isso que insinuou na última conversa. Eu cuidava deles porque era o meu trabalho, era para isso que você tinha me contratado. E vai ser por esse motivo que eu vou voltar.
— Eu sei, espero que você me perdoe, porque quero você de volta.
— Você já tem minha resposta, acho que está na hora de ir. — Ela caminhou até a porta, segurando a mesma para que ele saísse.
— ...
— Harry… — Ambos sabiam que aquilo não se tratava mais sobre trabalho.
A noite estava sendo perfeita para , e ela não podia negar que já tinha imaginado aquele momento várias vezes durante a sua adolescência, mas agora a vida adulta era bem diferente e a realidade fazia questão de bater na sua porta. Os meses trabalhando com Harry a fizeram enxergar uma outra pessoa, no seu dia a dia, ele não era mais o Harry Judd, baterista do McFly, ele era apenas Harry, pai da Lola e do Kit. E seu chefe.
E essa última palavrinha ficou estampada bem na sua cara com luzes neon gritando que aquilo estava errado. Antes que uma pontinha de esperança começasse a nascer em seu peito, ela precisava acabar com aquilo, separar a sua vida pessoal e a do trabalho, ou poderia sair machucada.
— Foi uma noite agradável. — Ela começou, sem saber exatamente como encerrar aquilo, assim que Harry estacionou em frente ao prédio de .
— A noite ainda não acabou.
Harry subiu a mão esquerda até o rosto da mulher e fez um carinho na bochecha, vendo-a fechar os olhos ao sentir o toque, e sorriu com a reação dela. Logo em seguida, colando seus lábios nos dela, deixando todas as borboletas existentes fazerem a festa no seu estômago, mas ele não podia perder aquela chance, nem que ela o dispensasse no final da noite. Os segundos seguintes pareceram infinitos para Harry, até relaxar e permitir que suas línguas se encontrassem aprofundando o beijo. Uma corrente elétrica dominou o corpo dos dois naquele momento, ambos estavam esperando por aquele momento por muito tempo. Harry não tinha se relacionado com mais ninguém depois de Izzy, agora estava dando o primeiro passo, e estava beijando o seu ídolo, mas mais do que isso, ela estava beijando o cara doce e engraçado que conhecera nos últimos meses.
O beijo foi chegando ao fim com selinhos curtos depositados nos lábios de , o toque da mão de Harry em sua nuca a fazia sentir arrepios por toda região. Ficaram mais alguns minutos com as testas encostadas e de olhos fechados no meio dentro do carro. Se separar era um esforço que eles não estavam dispostos a fazer e sabiam que, quando isso acontecesse, o encanto todo acabaria.
— Não posso fazer isso, desculpe. Não quero misturar as coisas. Na segunda-feira, você ainda vai ser meu chefe. — juntou toda coragem que tinha para dizer aquilo, mesmo que doesse.
— Tudo bem, eu entendo. — Harry parecia desanimado, mas foi uma decisão de e ele respeitaria. — Foi uma noite agradável.
— Boa noite, Harry.
— Boa noite, .
— Eu sei que você não quer misturar as coisas, mas não consigo tirar você da minha cabeça.
Assim como estava sendo sincera mais cedo, Harry também estava agora. A verdade é que ela nunca conseguiu tirá-lo da sua cabeça, apenas se acostumou com a presença dele para não misturar as coisas do trabalho.
— Você nunca saiu da minha cabeça, Harry, sei que isso parece louc…
Harry acabou com qualquer distância entre os dois. O choque quando suas bocas se encostaram foi instantâneo em ambos, o sabor de suas línguas se chocando uma contra a outra, aproveitando para explorar tudo que tinham direito era melhor do que imaginavam. desistiu de mandá-lo embora, fechando a porta um pouco mais forte que o necessário, se entregando de vez aquele beijo.
— Não é loucura quando eu também sinto o mesmo. — Ele disse, quebrando o beijo, dando uma atenção especial ao pescoço de , tempo o suficiente para recuperar o fôlego. — Não quero que isso acabe aqui.
— Não vai.
A respiração ofegante era apenas um detalhe, porque eles queriam e teriam muito mais naquela noite.
The line is out the door
Today was crazy, but tonight the city's ours
Live it up until the morning comes
Today was crazy, but tonight
The city is ours
Fim!
Nota da autora: Ei, mais uma fic minha aqui nesse site. Espero que vocês tenham gostado, a ideia é mostrar que não existe idade para ser fã, não é mesmo? Meu cristalzinho precioso chamado Harry Judd serviu muito bem nessa história.
Aqui embaixo vai ficar o link do meu grupo também, onde você pode conhecer minhas outras histórias.
Até a próxima ❤
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Outras Fanfics:
➺ Last Mistake | Longfic - Restritas - Em andamento [Originais]
➺ We'll All Be | Shortfic - Bandas - McFly
Nota da beta: Ai, Fer, eu já falei que amo suas histórias? Você é maravilhosa, virei muito sua fã hahahah Eu amei esse plot, amei esse Harry, e sofri MUITO com aquela fala dele, confesso! Mas sabia que ele ia fazer merda hahahaha eu amei demais! 💙
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