Finalizada em: 07/03/2021

Capítulo Único

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— Ei, cara, você acha que eu poderia colocar quinze marshmallows na minha boca?
— O que há de errado com você, Pat? — Disse Greg, batendo o copo na alta mesa que ambos dividiam e olhou para o amigo, segurando um saco de marshmallows que achou na cozinha.
— Você é um perigo para si mesmo — completou Adam.
— E um covarde. Faça vinte — falou , ele sacou o celular quando o sentiu vibrar no bolso. Era uma mensagem da sua garota, ou pelo menos ele gostava de pensar assim.

: estou aqui na frente com Santini.
Estava tocando My House do cantor Flo Rida, e, apesar de não morar ali, ele se sentia em casa. A república em que Pat e Garreth moravam nunca ficava vazia às sextas, nem aos sábados, nem mesmo aos domingos. Eles gostavam de festejar, mas1 mais que isso, eles gostavam de beber. As pessoas iam lá com aquele único objetivo e os donos da casa ainda ganhavam uma bela grana cobrando entradas, tudo para que pudessem abastecer cada vez mais o seu estoque de álcool. Era um pacto por ali, e o que começava na sexta à noite, só terminava segunda de manhã. Se você tinha um fígado forte para enfrentar aquilo, então era bem-vindo ao clube.
abriu a porta com um copo de Lite na mão. e Santini estavam uma ao lado da outra, a segunda com um espartilho de pele de cobra, calças de couro preto, sandálias e brincos de argola. Santini era muito bonita mesmo, mas para ninguém se comparava a . Diferente da amiga, estava mais simples, usava uma camisa dos Bears, time de futebol americano da Brown, por dentro de uma saia jeans de botões e o cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo com alguns fios soltos.
— Olá, moças! — Ele sorriu convidativo e sorriu de volta, se aproximando para lhe dar um beijo que foi muito bem recebido pelo rapaz. Ela não fazia ideia para onde toda aquela coisa que estava vivendo com iria parar, mas estava adorando.
Fazia duas semanas desde que fez a última prova do período e entregou o último trabalho, e naquelas férias de verão tinha decidido não voltar para casa: aquele severo, conservador e ultrapassado antro no Texas que ela costumava chamar de lar e onde os seus pais moravam. Os mais velhos que a desculpassem, mas com certeza não tinha nascido para ser republicana e seguir os costumes deles. E tomada aquela decisão, Santini, sua melhor amiga, e , o seu pseudo namorado, passaram uma semana no seu pé, tentando lhe convencer a mergulhar no obscuro mundo da vida de um universitário: o que envolvia festas, sexo, drogas e muito álcool.
estava para iniciar o terceiro ano na Med School da Universidade da Brown e até lá ela tinha aproveitado o máximo possível do aprendizado, das amizades, do estudo que a instituição pudesse oferecer. E como uma jovem de 24 anos, ela tinha sexo como uma de suas necessidades e não abria mão, mas parecia não ter tempo para as três outras coisas do lado obscuro. Santini dizia que ela estava ficando tão careta quanto os próprios pais toda vez que se negava a ir a uma festa com ela para continuar estudando no alojamento. As duas cursavam medicina, e a amiga sabia o quão difícil era o curso, mas também achava crucial tirar um tempo para se divertir. Quando e começaram a ficar, Santini achou incrível, pois na cama da colega não parava um cara e ela viu em um grande aliado para convencer a amiga a curtir um pouco.
E não tinha jeito melhor de começar do que com uma festa na república em que os amigos de moravam.
— Eu achei que vocês não vinham mais — disse , segurando a mão de e a guiando pelo interior da casa com Santini os seguindo.
— Eu bem que tentei sair antes do jogo acabar, mas a queria ficar até o final do quarto quarto — falou Santini, lembrando-se de como foi desconfortável ficar na arquibancada do jogo dos Bears com todos vestindo a caráter e ela pronta para uma festa. — Os minutos finais são os mais emocionantes S.
, estava 35 a 7 pros Bears. Nem se os Crimsons fizessem dois touchdowns eles conseguiriam virar. Sem falar que era apenas um jogo beneficente.
deu de ombros, ela nunca perdia a oportunidade de ver os Bears ganharem do time de Harvard. Ela olhou ao redor conforme se moviam se sentindo estranha. A música estava alta, eram tantas pessoas, mas elas não estavam dispersas como em toda festa. Elas estavam juntas, separadas em diversos grupos jogando algum jogo que envolvesse álcool. E aos poucos ela foi percebendo o que era aquele “clube” que e os seus amigos tinham fundado. Eles davam festas, mas não festas normais. Todos ali jogavam para ficar bêbados e bebiam para jogar.
Em um momento, a música parou e alguém gritou, levantando o copo para o alto:
— FELICIDADES AO GOVERNADOR!
Logo em seguida, todos ao redor de , até mesmo e Santini, ergueram seus copos, garrafas ou latas, qualquer coisa que tivesse conteúdo alcoólico, para cima e gritaram juntos antes de beber demorados goles. Ela olhou para todos os lados, desnorteada, não fazendo ideia do que estava acontecendo. Ali, se sentiu como quando tinha 12 anos e via seus tios jogando poker, eufóricos, porque todos ali entendiam o jogo, menos ela.
— Porra , você não bebeu! — Exclamou Santini, amassando a lata da cerveja já vazia. a olhou confusa.
— O que foi isso? — Ela sussurrou para , que roubou um copo de plástico azul e despejou um pouco da sua cerveja ali.
— Regra número um, gatinha: tenha sempre um copo de bebida na mão se você quiser fazer parte do clube dos bêbados! — Ele sorriu e ela deu o primeiro gole no copo que ele encheu. — “Um brinde ao governador” é uma brincadeira. Você reúne todo mundo em um círculo e uma pessoa começa a contar com 1. A próxima pessoa continua e diz 2. Isso continua até que uma pessoa atinja 21. Acho que aquele grupo estava jogando.
— Quando alguém chega lá, todo mundo grita “Felicidades ao governador” e bebem — complementou Santini, assentiu concordando e balançou a cabeça como se tudo naquele momento começasse a fazer sentido.
— Estou me sentindo uma puta num congresso de freiras — falou e e Santini riram.
— Relaxa, , aos poucos você vai aprendendo. — Ele beijou a bochecha dela e abriu a porta de vidro que levava ao quintal. — Venham, os caras estão aqui fora.
— Patrick e Garrett moram aqui sozinhos? — Perguntou .
— Não. Eles vivem com a Anarbor — negou e ela o olhou confusa. — É o nome da banda de Adam, Greg, Slade e Mike. Eles dividem a casa.
Um deck coberto resguardava quase metade do espaço onde ficavam o balcão e a churrasqueira, o centro estava cheio de mesinhas bistrô altas rodeadas de jovens. O gramado preenchia o restante do espaço e rodeava uma bela piscina. as guiou até uma mesa, onde logo pôde identificar Garrett e Pat, os dois melhores amigos de e seus companheiros de banda. Do lado deles, estavam outros três caras que ela não conhecia, e ponderou que fossem aqueles que tinha citado enquanto eles caminhavam pelo quintal.
— Droga, cara, coloque mais vodka nisso aí — falou Mike, depois de Greg despejar metade de uma caixa de suco de laranja numa coqueteleira, jamais poderia deixar que em uma batida tivesse mais suco do que vodka Grey Goose.
— Puta merda, estamos só no início da noite e você já quer entrar em coma alcoólico, Kitlas? Vamos com calma, caralho, se amanhã não quisermos acordar em uma cama de hospital — respondeu Adam.
— Batize, cara. Não se preocupe com o amanhã.
Mike Kitlas e Adam Juwig eram parecidos demais. Os cabelos eram pretos e um pouco compridos, lisos e extremamente bagunçados, com a diferença de que Mike tinha uma barba por fazer. Já Greg, tinha cabelos curtos castanhos claros, que davam continuidade a uma barba de verdade e o lóbulo das suas orelhas eram lotados de piercings no hélix e transversais. Todos ali tinham um enorme apelo por tatuagens e cores escuras.
— Ei, seus idiotas — falou , se aproximando com e Santini. Ele quase riu quando viu que o seu amigo Pat realmente tinha tentando colocar vinte marshmallows na boca e ainda não os tinha tirado. Garrett comia os que restavam no saco com um copo de whiskey na mesa, como se aquela fosse a combinação perfeita.
voltou finalmente e trouxe gatas! — Disse Pat, abraçando as meninas como se já fossem muito íntimos, deixando cair marshmallows no chão enquanto falava. e Santini riram, elas achavam Pat muito divertido.
— E uma delas é minha, obrigado por lembrar, Patrick. — puxou do abraço de Pat, que cutucou a sua barriga. — e Santini, esses são Mike, Greg e o Adam. Os outros dois idiotas vocês já conhecem.
Em vez de acenarem, eles levantaram os seus copos e achou inteligente fazer o mesmo.
— Cadê o Slade? — Perguntou , sentindo falta do amigo. — Vamos começar isso não?
— Está lá em cima enfiando a língua em alguém — falou Garrett e lhe empurrou uma dose. — E já começamos. Você, inclusive, já pode beber.
— O quê? Por quê? — Perguntou tão confuso quanto e Santini, que tinham chegado naquele momento.
— Falou a palavra ene-a-ó-itú — soletrou Greg, e lembrou da clássica brincadeira “Quem falar ‘não’, toma!”, eles já estavam jogando e os covardes não tiveram nem a decência de lhe avisar. Virou a dose, que desceu queimando na sua garganta, sem pensar muito.
— Vocês vão precisar se esforçar para me explicar as coisas aqui, porque estou confusa — falou .
— Relaxa, amor, tudo que você precisa se preocupar é em não negar perguntas com a palavra não — respondeu e, querendo ou não, tinha se apegado ao jeito que ele lhe chamou de amor. Eles não eram namorados, havia sim uma exclusividade, mas nada tão sério.
— Isso mesmo. Inclusive aqui acabou de conseguir mais duas doses depois dessa frase. — Riu Pat, enchendo mais duas doses e empurrando ao parceiro de banda.
— Cacete! — Exclamou , percebido que tinha dito “não” duas vezes. Às vezes ele esquecia as próprias regras dos jogos e se fodia duas vezes mais. — Eu estava explicando a ela, porra.
— Sem desculpas, amigo — falou Adam e acabou virando as duas doses em sequência.
— Normalmente, costumamos fazer perguntas comprometedoras para induzir a palavra proibida. Por exemplo… Santini. — Mike, que estava do outro lado da mesa, se aproximou da garota disposto a derramar todo o seu charme. Ela levantou os olhos para ele, atenta ao que estava por vir. — Posso fazer um bodyshot nos seus peitos?
— Vamos ver se você tem mais sorte mais tarde. — Ela piscou, pois a pergunta não lhe chocou. Mike sorriu, considerando aquilo um flerte. — Merda, Pat, deixa que eu faço isso direito!
Santini caminhou até o músico, roubando a coqueteleira que estava nas suas mãos.
— A Santini é pinguça? — Perguntou ele.
— Jim, Jack, Johnnie Red, Johnnie Black e Jose, meus homens favoritos! — Ela sorriu, segurando a garrafa e agitando bem a mistura de suco e vodka, listando todas as bebidas com nomes de homem que ela conseguia lembrar.
— Caralho, me apaixonei!
— Pat, você não gosta de mulher! — Garrett revirou os olhos e serviu a si mesmo uma dose, após quebrar a regra da brincadeira.
— Ah, é verdade.
— Mas eu gosto! — Disse uma voz feminina surgindo entre eles e perdendo todos os olhares. Ela tirou a garrafa das mãos de Santini e abriu a tampa, dando um longo e delicioso gole. Era possível não notar o clima que surgiu entre as duas garotas naquele momento após Santini lhe dar um olhar curioso.
Ninguém ali estava bêbado nem tão cedo ficariam. logo pediu perdão ao seu fígado e à sua flora intestinal porque naquela noite ela pretendia testar os seus limites.

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Farrah era uma velha amiga dos garotos. Sua pele era incrivelmente bronzeada e ela tinha um aspecto de surfista, com o cabelo descolorido e tatuagens nos braços. Ela usava uma saia branca e um cropped de amarrar no pescoço, curto o suficiente para deixar visível o piercing que tinha no umbigo. Farrah gostava de conversar tanto quanto gostava de beber e a missão dela ali era incrementar aquela brincadeira.
olhava para as diversas coisas que a garota tirava de um saco de mercado e colocava em cima da mesa: embalagem de molho shoyo, leite, pimenta, chá gelado e uma garrafa de leite de coco.
— Não, não vamos fazer isso! — Exclamou Adam, enquanto Farrah enfileirava nove copos de shot e em cada um ela despejava alguma bebida pura ou alguma das coisas que tirou do saco.
— Por que, Adam? Você vai fraquejar agora? — Respondeu ela, rindo.
— É outra brincadeira? — Perguntou Santini levemente interessada.
— É Não Deixe a Música Parar — fisse Farrah. — Minha brincadeira favorita.
— Claro, você nunca fica com os copos de pimenta. — Adam revirou os olhos e os amigos riram relembrando episódios anteriores. Infelizmente, Adam Juwig sempre ficava com os piores copos quando decidiam jogar aquele jogo.
— Deixa de frescura, Juwig — disse Mike.
— Pros novos, eu vou explicar — disse Farrah, entregando a cada um, um copo de shot. olhou bem para o dela, percebendo que tinha recebido um shot de leite integral. — Todos os copos estão cheios, alguns com bebida, alguns com água, outros com as coisinhas que eu trouxe na sacola. Agora está tocando I Gotta Feeling e enquanto essa música tocar vamos passar os copos um para o outro no sentido horário. Quando a música parar, você bebe o copo que parou na sua mão. Todos entenderam? Ótimo.
Ela finalizou com um sorriso e antes que sequer pudesse falar algo, os copos começaram a girar. Cada vez que um novo copo parava na sua mão, ela o analisava bem, tentando prender o máximo possível um copo que tinha água e se livrar dos outros.
— Odeio esse jogo. Nós deveríamos banir esse jogo. Na verdade, deveríamos banir a Farrah — falou Adam, quando recebeu o copo de pimenta.
— Nós deveríamos banir você — disse Greg, ele ainda não estava bêbado o suficiente para aturar o amigo.
— Ela vem sempre querendo nos matar.
— Adam, você precisa urgentemente superar aquele fora — falou , eles riram quando a música finalmente parou e cada um olhou para o copo que ficou na sua mão. olhou para o dela, não era pimenta, muito menos água, aquilo era uísque puro da garrafa de Fireball e ainda não sabia se tinha ficado feliz ou não com aquilo. Ela olhou para o lado para bisbilhotar o copo de , vendo o líquido incolor.
— Você pegou água, que injusto! — Ele riu e deu de ombros. — Vamos trocar.
— Não! — Protestou Farrah com seu shot de leite. — Trocas não são permitidas.
— Porra — xingou Pat infeliz com o seu shot de pimenta, já Adam, parecia plenamente satisfeito com o shot de chá gelado.
— Boa sorte, mano — disse Garrett, abraçando o amigo.
— Vamos virar! — Anunciou Mike e juntos todos levantaram os seus copos e viraram. sentiu o whiskey descer queimando, ela nunca foi de beber muito, mas sempre odiou whiskey desde que se lembrava. A careta logo depois de virar foi inevitável e nunca desejou tanto o copo de cerveja que tinha ficado com Santini.

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A hora passou voando quando eles decidiram entrar na casa para usufruir da mesa de tênis em um emocionante jogo de ”Flip Cup”. dividiu o grupo em dois e vários copos de gin foram enchidos até a metade. Ele, Farrah, Greg e Mike formavam um grupo e , Santini, Garrett e Adam formavam outro depois de Pat se recusar a jogar, ainda tentando se recuperar do shot de pimenta. Os grupos formaram uma fila de cada lado da mesa e a brincadeira começou. com certeza estava ficando cada vez mais alegrinha à medida que o álcool subia para sua cabeça e ela parava de se preocupar tanto.
Flip Cup era emocionante e uma brincadeira de movimento porque elevava todos os seus níveis de competitividade. Basicamente, o objetivo era beber todo o conteúdo e, assim que terminar, colocar o copo de cabeça para baixo, na beirada da mesa, de modo que ele caia de cabeça para cima, usando somente o dedo para bater no topo do copo. foi a primeira da fila do seu grupo. Ela tinha conseguido de primeira, dando a vez para Greg, que estava atrás, sendo estimulada pelo grito das torcidas que o jogo convocou. Diversos estudantes estavam se aglomerando ao redor para acompanhar a partida. O grupo de Farrah acabou ganhando, eles bebiam muito e conseguiram virar o copo rapidamente, aquilo devia ser questão de prática.
Mas naquela altura, não se importava de ter perdido, estava se divertindo muito para lidar com a derrota. Após a euforia da comemoração, Greg limpou a mesa, trazendo consigo duas colheres e enchendo só a metade dos copos com cerveja.
— O que é isso? — Perguntou Santini.
“Troca de Copo” — respondeu ele. — Vamos aproveitar os grupos.
— Porra, cara, achei que íamos jogar “Flip, Sip or Strip” — reclamou Pat, com um sorriso sacana nos lábios.
— Deixa o melhor pro final, cara. — Greg sorriu, se aproximando e lhe dando um tapa no peito.
— Homens… — Farrah revirou os olhos.
— Então, quem vai começar? — Perguntou Adam e Mike e Garrett se voluntariaram. Eles sentaram nas cadeiras um de frente para o outro, com dois copos para cada, um cheio e um vazio. O objetivo deles era transferir o máximo de bebida possível até o tempo de um minuto acabar e em seguida beber o que sobrou do copo original, era uma brincadeira simples, que só melhorava quando se decidia envolver competitividade. se aproximou de enquanto os amigos começavam. Ele a abraçou pelos ombros enquanto ela tinha os braços cruzados, segurando o próprio copo.
— Você tá curtindo? — Ele perguntou.
— Por incrível que pareça, sim! — sorriu, achando que aquela coisa de sorrir involuntariamente era por causa da bebida. — Tô te vendo tanto tempo sem fumar, tô até estranhando.
— Um vício de cada vez, ! Essa é a regra número dois do clube.
— Quantas regras vocês têm?
— Ao todo, cinco. A terceira, você ouviu o Adam dizer: batize e não se preocupe com o amanhã. A quarta é: priorize todo o fim de semana com seus amigos e todo dia da semana quando termina.
— E a quinta regra?
— Você ainda vai descobrir. — piscou.
— Estou ansiosa por isso.
— Ainda temos mais dois dias.
— Eu não sei se tenho estômago para esse pique, , mas posso falar? — Ela riu, olhando para ele, lembrando que estaria em casa, entediada e ouvindo seus pais reclamarem se não estivesse ali. — Não me arrependi de não ter ido pra casa nessas férias.
— O que os seus pais disseram?
— Xingaram bastante. — Ela riu, lembrando-se do telefonema. — Mas eles iam xingar de qualquer jeito, então eu não liguei muito.
— Eu nem posso imaginar.
— Sabe, eu tô gostando de passar o verão aqui, com você — ela disse, descruzando os braços para que pudesse abraçá-lo pelo pescoço.
— E eu tô gostando de ter aqui. — olhou para os lábios dela, antes de aproximar seus rostos para beijá-la, segurando sua cintura com um dos braços. Quando fez o convite, ele tinha achado um pouco precipitado, mas não se arrependeu nenhum pouco.
— Ei, casal, é a vez de vocês!

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Depois do “Flip Cup” e de algumas rodadas de “Ping, Pong e Pang”, tinha ido ao banheiro uma vez e o nível de idiotice ia subindo entre o grupo conforme eles iam bebendo. Mike havia saído e voltado com um rolo de barbante, quando Pat sugeriu que eles brincassem de “Anexando o Quadril”, alegando que eles deveriam ficar mais próximos — literalmente. escreveu várias partes do corpo (cotovelos, orelhas, bundas, dedos mindinhos) em pedaços de papel e os colocou em uma pilha. Ela sorteou os nomes e todos foram divididos em dupla. Foi acusada por Garrett e Adam de manipulação após a sua dupla sorteada ter sido , mas todos estavam bêbados demais para protestar e sustentar seus argumentos.
Cada um tirou um papel indicando o lugar do corpo que deveria ser amarrado, o objetivo era se manter “preso” ao seu parceiro o maior tempo possível, quem desfizesse o barbante bebia.
sorriu quando viu que ficaria presa com pelo quadril, Farrah passou o barbante pela ao redor dos dois e amarrou. Aquilo seria tão fácil para ele. abraçou , que de automático levou as mãos até o pescoço dele, o puxando para um beijo nada discreto.
— Vou ter que mijar contigo do meu lado? — Garrett reclamou, enquanto Mike amarrava o cotovelo dele com o de Pat.
— Você já fez coisas piores comigo do lado, G. — Riu Pat e Garrett lhe deu uma pedalada.
— Farrah, saiba que você está partindo o meu coração — falou Adam à garota, amarrando o barbante em volta do pescoço dela e do Santini, nada apertado, afinal, a ideia ali não era matar ninguém.
— Santini é muito mais gostosa que você, Juwig.
— Olha essa putaria aí — disse Greg, olhando para e , que se separaram rindo. Ele estava amarrando o próprio tornozelo com o de Mike e Adam, a sorte era que ambos estavam sentados. Seria engraçado ver três bêbados andando daquele jeito.
— Por que vocês dois não sobem e se juntam ao Slade? — Perguntou Mike.
— Por Deus, , não faça isso com a — falou Adam.
— Eu jamais comprometeria meu relacionamento em um encontro com o Slade. — riu.
— Ele é tão ruim assim? — Perguntou curiosa.
— É o pior — responderam os garotos juntos.
— Ele tem uma história inusitada — disse Garrett.
— História inusitada? — Falou Santini, olhando para amiga agarrada em . — A é a rainha das histórias inusitadas. Uma vez um cara roubou a calcinha dela.
— Ah, não, S, deixa isso quieto. — Riu .
— Ah, não, agora você vai falar — protestaram os garotos, sentindo que aquela história seria divertida.
— Espera aí, tive uma ideia — interrompeu Greg antes que ela pudesse continuar. Ele destampou a Fireball e entregou para . — Quem contar a pior história, vai secar o que sobrou da garrafa. — Todos sorriram, concordando com a ideia.
— Ok — decidiu começar a falar. — Uma vez eu fui pra um motel com um cara que eu tava saindo, tudo rolou numa boa e quando acabou estávamos na cama conversando, ele falou que minha calcinha era bonita e perguntou se eu podia dar pra ele. — Ela segurou o riso, aquela história era engraçada e normalmente ficaria meio envergonhada, mas estava bêbada demais para se importar naquele momento. — Falei que não, claro, porque eu gostava muito daquela e disse que outro dia eu dava outra, o que era mentira, né, eu não ia dar nada. Aí saímos novamente e quando eu tava me arrumando pra ir embora, fui pegar a minha calcinha e quando percebi ele tinha pegado! Mandei ele me devolver e ele não quis, ainda teve coragem de dizer que ia botar na pomba gira dele! — Naquele momento, todos gargalharam e Santini mais ainda, pois era a segunda vez que ouvia aquela história e nunca perdia a graça.— Eu fiquei tipo "ISSO NÃO TÁ ACONTECENDO!", mas infelizmente aconteceu. Depois de um tempo, eu ainda fiquei com medo dele fazer alguma amarração pra mim, mas se fez, não deu certo, porque eu nunca mais saí com ele. Moral da história, garotos: não roubem as calcinhas das meninas com quem vocês saem.
— Cara, que bizarro — disse Mike.
— É uma boa história — falou Adam. — Próximo, . Vamos na ordem.
pegou a garrafa da mão de que estava ao seu lado como se fosse um microfone.
— Com 7 anos, eu fui atropelado pela minha professora. Eu quebrei o braço e toda vez que ela me via na escola, ela chorava.
— É essa a sua história? — Perguntou Santini, ela estava esperando algo inusitado e cheio de reviravoltas. assentiu.
— Cara que merda, história ruim da porra — falou Greg. — , você tá safe, contou uma melhor que a do .
Ela sorriu aliviada.
— Não acontece nada muito interessante na minha vida. — deu de ombros, passando a garrafa para Pat.
— Um cara me chamou pra transar e na hora ele disse que não ia rolar nada porque ele ainda gostava do ex e perguntou se tudo bem se a gente gravasse uns stories no Instagram só pra fazer ciúmes.
— E você gravou? — Perguntou Farrah.
— Gravei e depois ele me mamou como agradecimento. — Pat sorriu, lembrando do momento, aquela tinha sido uma ótima mamada mesmo que ele tivesse sido usado. — Eles voltaram depois. Ajudei.
— Me ganhou por causa da mamada! — Pontuou Santini.
— Com certeza, mamada de gratidão e calcinha roubada ganhando do atropelamento da professora — disse Garrett, pegando a garrafa das mãos de Pat. — , você tem a pior história.
— Então vamos lá, gênio, nos conte a sua.
— A avó da minha ex tem Alzheimer. Uma vez ela entrou no quarto para oferecer água pra gente e pegou a gente transando, tadinha — lamentou ele. — O bom foi que depois de cinco minutos, ela esqueceu porque ela esquecia tudo muito rápido, mas a carinha que ela fez quando entrou e viu aquela cena eu nunca vou esquecer.
— Cara, devia ser proibido transar com as avós dentro de casa — falou Pat, negando com a cabeça.
— Essa é a sua grande história? — Perguntou .
— Com certeza foi melhor do que ser atropelado por uma professora — rebateu Garrett.
— Ai as duas foram horríveis — disse sem paciência. — Mike, sua vez, pega logo a garrafa.
— Ei, , você devia estar me apoiando — reclamou e riu.
— Sinto muito, baby, mas eu preciso ser sincera com você.
Mike pegou a garrafa das mãos de Garrett e começou a falar.
— Quando eu tava na sétima série, eu ia a pé para a escola. Era um pouco longe e eu preferia cortar caminho por um beco do lado de uma casa que o dono cuidava de alguns animais. Em um desses dias, no caminho, eu caí num pedação de bosta que o meu braço ficou todo marrom, eu achei que era terra e quando fui cheirar, meu Deus, eu quase desmaiei — ele finalizou e todos começaram a rir, com exceção de , não era possível que tinham achado aquela história melhor que a dele.
— Ah, fala sério — ele disse.
— O que foi, ? — Perguntou Adam.
— A história do Mike é literalmente uma merda.
— Mas uma merda engraçada — disse Farrah, ainda rindo. — Sério, eu to aqui imaginando. O que você fez depois?
— Voltei para casa, né. Nem fodendo que eu ia daquele jeito para a escola. — Mike passou a garrafa para Adam e todos olharam para ele esperando que começasse.
— Bem, eu tava saindo com uma garota, nesse dia a gente tinha ido a uma cervejaria. Fazia pouco tempo que a gente tinha chegado lá e do nada ela recebe uma ligação da mãe dela, dizendo que era algo urgente. Ela que estava de carro e saímos de lá correndo, eu sem entender absolutamente nada. Quando chegamos à casa, que era da avó, estava todo mundo chorando e se abraçando e eu lá totalmente perdido, mal sabia o nome do ser… O que aconteceu foi que a avó da menina tinha acabado de falecer. O corpo estava na sala e eu lá no meio da correria da família. Queria ir embora, mas todas as minhas coisas estavam no carro dela.
— Ai, Adam, que insensível — falou Santini.
— Insensível? Eu mal conhecia a menina e a família dela.
— Essa festa virou um enterro. Literalmente. — Riu Pat.
e Garrett ainda estão na briga de pior história — Greg disse, pegando a Fireball das mãos de Adam e os outros dois amigos reviraram os olhos. — Eu tenho uns tios que moram em Nova Iorque e às vezes eu ia lá nas férias para sair com os meus primos. Nesse dia, eles não estavam muito afim de sair, mas um amigo deles acabou topando e nós decidimos ir a uma balada. Chegando lá, a gente bebeu horrores antes de entrar e bebeu mais ainda lá dentro. Talvez um dos dias que mais bebi na vida.
— Uma vez pé de cana, sempre pé de cana — assobiou Adam e Greg continuou.
— Enfim, tava tudo incrível e maravilhoso, a gente dançou pra caralho, pegou um monte de mulher e fomos uns dos últimos a ir embora. Saímos da boate às 7h30 da manhã do domingo e o lugar era muito longe da casa dos meus tios. Tinha que pegar 1 trem, 2 metrôs e 1 ônibus, mas até aí tudo bem.
— Eu amo o conceito de falar “até aí tudo bem” no meio de uma história, sendo que não estava nada bem até ali, mas claramente vai piorar — falou .
— E piora, . Nós pegamos o trem, eu desci na estação certa e o amigo do meu primo seguiu viagem, aí que começou minha saga. — Greg girou a garrafa e o resto do seu conteúdo tendo a certeza de que não seria ele a tomar aquilo. Os amigos pareciam bem interessados no que viria a seguir. — Cara, eu tava em Manhattan, precisava ir até o Queens. Peguei o metrô na linha 7, a roxa, eu teria que descer na Main Street, só que eu tava mega bêbado ainda, então eu fiz o que qualquer bêbado faria: eu sentei no banco do vagão e APAGUEI. Literalmente, isso umas oito horas da manhã.
— Você dormiu no metrô? — Perguntou Garrett. — É isso?
— Sim, mas vocês não estão entendendo. Eu simplesmente fiquei andando na linha 7 de uma ponta para outra 4 vezes, indo da zona leste para a oeste e vice-versa. Acordei com meu celular vibrando muito, eram 12h50 já e eu tava na St-Corona Plaza. No meu celular tinha 35 ligações perdidas. Eu meio bêbado, sem saber direito onde estava, me concentrei e tentei entender o que estava acontecendo. As ligações no meu celular eram todas da minha família, principalmente da minha tia, que já estava quase indo à polícia reportar o meu desaparecimento porque já ia dar 13h e eu costumava chegar em casa 9h30 no máximo quando saía assim.
— Puta merda, Greg, não acredito — disse Mike, todos ali estavam, de fato, surpresos.
— Enfim... Depois de eu sair do metrô, entender o que tava rolando e vomitar umas 4 vezes na rua, eu consegui chegar em casa às 14h50 do domingo. Eu tomei banho, ouvi um monte dos meus tios e fui dormir. Acordei no dia seguinte com o meu primo dizendo que a minha mãe tava indo para lá me buscar.
— Que doideira, quantos anos você tinha? — Questionou Santini.
— Uns 17 por aí.
— Se isso acontecesse comigo com 17 anos, o meu pai me trancava em casa até o fim dos tempos e eu nunca mais veria a luz do dia — disse Farrah e concordou, lembrando dos pais que tinha.
— Idem.
— Fiquei 4 meses sem sair depois desse rolê. — Greg riu e deu de ombros. Ele entregou a garrafa para Santini, que ainda estava amarrada com Farrah. De todos ali, só faltavam as histórias delas. — Santini Pinguça, conte-nos a sua história.
— Com muito prazer. — Ela pegou a garrafa, sabendo exatamente o que contaria. — Eu tinha uns remembers com meu ex, mas pegava outro cara de vez em quando. Um dia enrolei o ex, dizendo que ia ficar em casa pra estudar e fui me encontrar com o outro. Tava eu lá no beco e do nada o ex passou de carro, parou e veio querer tirar satisfação comigo, o cara que eu tava agarrando foi me defender e eles saíram no soco. Eu, que não sou boba, meti o pé de lá e fui embora pra minha casa, vai que dava polícia e eu tendo que ser testemunha, né. — Santini deu de ombros, ela não se arrependia nem um pouco daquela atitude. — Quando cheguei em casa, o que eu tava pegando me ligou e perguntou: “S, você ainda fica com seu ex? O que tá rolando?”. Aí eu falei: Imagina, menino, ele é doido. Não sei o que deu.” Aí ele: “Então, é que parei aqui no posto e ele tá me mostrando a conversa de vocês”. Rimos muito e no final os dois me bloquearam.
— Desmascarada! — Gritou , indo na direção dela e consequentemente puxando pelo barbante que os ligava.
— Santini Jackson, isso não se faz! — Repreendeu Pat.
— Eu sei.
— Por que você não escolheu um? — Perguntou Mike.
— Não consegui, os dois fodiam bem — lamentou ela, entregando a garrafa para Farrah.
— Certo, Farrah, acabe logo com isso pra gente devolver a garrafa pro e ele acabar com essa Fireball — falou Garrett.
— Ei! — Protestou o outro indignado com a certeza que os amigos tinham de que a história de Farrah seria melhor que a dele. Contudo, tinha que admitir que a amiga Farrah era uma garota vivida e o que não faltava na vida dela eram boas histórias.
— Quando eu tinha 16 anos, eu era MUITO fã de uma pessoa famosa, transei com ela e passei a odiar porque fodia muito mal — ela falou, olhando para dentro da Fireball e os amigos enrugaram a testa na sua direção, esperando por muito mais.
— É isso? — Perguntou Greg.
— Sim.
— Você não vai nem nos dizer quem era o famoso, pelo menos? — Questionou Pat.
— Não.
— Parabéns, , se livrou — disse Adam. — Farrah, pode beber. Superou a de todas nós.
A garota deu de ombros e começou a virar a garrafa enquanto todos incentivavam.
— Vocês todos deveriam tomar um shot por ficarem pegando no meu pé.
— Não viaja, . Quem mandou contar uma história ruim — disse Greg.
— O que vamos jogar agora? — Perguntou Santini.
— A gente não pode dar uma pausa, não? — Murmurou Garrett.
— Pausa? Vocês são fracos demais — disse Farrah, batendo a Fireball já vazia na mesa. — Eu, a e a Santini. por exemplo, ainda estamos firmes e fortes.
— Eu consigo ver vocês desistindo rapidinho se decidirmos jogar Flip, Sip or Strip — provocou Mike.
— Ou sueca, quero ver uma das três implorando para ir ao banheiro. — Riu Adam.
— Então são vocês que vão perder. As mulheres conseguem segurar o xixi por mais tempo — falou , lembrando perfeitamente das suas aulas de anatomia.
— Vocês querem beber? Então vamos acabar com o estoque de cerveja desse lugar — falou Pat. — Mike, Greg, Adam, vão lá pegar os engradados pro Cerveja Bomba.
— Sério, cara? Nós? — Disse Greg, olhando para os barbantes que amarravam os três tornozelos. Pat sorriu e confirmou.
— Vão, podem ir. Essa é a graça.
Os três resmungaram para cederem e levantaram em direção à cozinha, tentando andar de um jeito que não arrebentasse as cordas. Pat e Garrett entraram em uma pequena discussão com o segundo resmungando que Pat deveria manter a bunda colada naquele sofá em vez de sair para dar em cima de algum cara enquanto os amigos não voltavam, já que os dois ainda tinham as coxas ligadas pela corda. Farrah e Santini entraram em um papo interessante e tinha certeza de que estavam flertando uma com a outra. Com isso, decidiu puxá-la para um canto e lhe fazer uma proposta.
— Ei, .
— O que foi? — Ela perguntou mais alto do que gostaria.
— Tá afim de quebrar a quinta regra?

───────────────────────|🍻|───────────────────────

Depois de renovar seus copos com uma dose de Smirnoff, começou a puxar por dentro da casa. Ela bebia e observava as pessoas da casa. Ninguém ali parecia realmente cansado, mesmo que bêbado, ninguém estava passando mal. Eles compartilhavam os copos sem preocupação, como se fazer aquilo fosse a única coisa que importava. As bocas nunca ficavam secas e a sede era sempre de um delicioso bourbon ou algo parecido. Eles bebiam porque a noite era jovem e ali podiam procurar por algum sentimento ou grande diversão.
— Qual era a regra? — Ela perguntou, enquanto andavam. parou e virou na direção dela, já que ele ia na frente.
— Nunca saia da festa antes que ela acabe, mas eu estou com muita vontade de quebrar essa regra hoje. — Ele levou uma mão até o seu rosto, colocando uma mecha atrás da orelha dela e sorriu.
— Mas eu queria ver quem ia perder o “Anexando o quadril”.
— Com certeza, não vai ser a gente, porque eu não pretendo desgrudar de você tão cedo. — aproximou seus rostos, encostando seus lábios e ambos iniciaram um beijo misturado com as bebidas que estavam tomando. Tudo girava um pouco na cabeça de , mas, Deus, aquilo era tão bom. também não estava sóbrio, mas eles queriam ficar cada vez mais perto um do outro. Estavam no meio da sala dividida entre os grupos e a música não era mais alta que os gritos de euforia.
— Sabe o que me deixou curioso? — perguntou, encarando o rosto dela e arqueou as sobrancelhas. Ele ainda estava perto demais e tudo que ela queria era continuar aquele beijo. — Bears. Desde quando?
Ele olhou para a sua camisa.
— Desde sempre. Eu amo futebol americano, apesar do meu pai, né, você sabe, ser um escroto e quase não me dar paz para assistir os jogos.
— Ele não gosta?
— Na verdade, ele adora e torce pro Texas. É que ele acha que futebol não é pra mulher. — rolou os olhos com a lembrança. Ela sempre adorou os dias em que o pai fazia hora extra no trabalho, nesses dias ela até conseguia assistir a algumas partidas inteiras. — E ainda critica a minha escolha, já que torço pro Chiefs.
— Ele é um idiota.
— Eu sei, mas e você? Pra quem você torce?
— Eu não gosto muito de esporte. No máximo, vejo alguns jogos da NHL.
— Então é verdade que atletas e músicos não se misturam?
— Quase isso.
— Besteira, vou fazer você gostar e começar a torcer pro Chiefs. — beijou a bochecha dele, ainda agarrada na sua nuca. Ela segurava o copo com Smirnoff, fazendo quase um malabarismo para não a derramar. Se não a estivesse segurando com um dos braços pela cintura, com certeza os seus pés estariam virando para os lados e ela mal teria equilíbrio para andar sozinha.
— Para isso, você vai ter que ir lá em casa de novo. Podemos ver juntinhos no meu sofá. — fechou a boca e sentiu o rosto esquentar, lembrando da última vez que pisou os pés no loft em que morava e das quentes memórias do que tinha feito naquele sofá com ele. — Quando você vai lá de novo?
— Quando eu parar de morrer de vergonha toda vez que vejo o Quentin. — Ela escondeu o rosto na curva do pescoço dele.
— Que isso, , ele já está até acostumado.
— Ah, é? — A estudante abriu a boca, dando um tapa no seu ombro. — Seu garanhão, quantas meninas você já levou pra lá?
— Você tá com ciúmes!
— Jamais. — Ela cruzou os braços, o largando, mas não se afastou. Ao invés disso, ele depositou um beijo no seu pescoço que causou arrepios por todo o seu corpo. Ela poderia arrastá-lo para dentro de um quarto em questão de segundos.
— BEIJO ESTRANHO DA MAGGIE E DO GLENN!
Ambos viraram a cabeça. Um cara alto gritou de algum lugar da sala e disse rápido para :
— Beba, !
pensou que deveria ser uma situação parecida com “Um Brinde ao Governador” e dessa vez ela tinha um copo de bebida na mão.
Ela apenas obedeceu no automático, levantando o copo com a bebida e gritando como todos ali antes de virar todo o conteúdo. Algumas gotas de bebida voaram conforme algumas pessoas mais alteradas jogavam seus copos para cima e soltavam sua euforia.
— O que foi isso?
— Bingo de bebida. — Ele apontou para uma tabela na parede. Era uma espécie de bingo, mas em vez de números, a tabela tinha alguns acontecimentos da série The Walking Dead. — Ligaram The Walking Dead na TV, agora toda vez que acontecer alguma dessas coisas, você tem que virar um, dois ou até três shots. Semana passada, fizemos com o Clube da Luta. Toda vez que falassem “fuck” no filme, a gente bebia.
— Então imagino que beberam demais.
— Sim, mas sabe o que eu pretendo fazer mais do que beber agora?
— O quê?
— Te beijar. — amassou o seu copo já vazio e o jogou longe para que pudesse abraçar pela cintura com as mãos. Ela o beijou de volta, sentindo a língua dele preencher toda a sua boca e as mãos percorrerem seu corpo. queria sair dali, não queria toda aquela gente assistindo o que ela estava prestes a fazer com as roupas de , porém antes que pudesse dar um passo, ele congelou como uma estátua, mas sem se afastar dela. Seus lábios pararam sobre os dela e ele apenas abriu os olhos.
?
— Hm?
— Por que você tá parado assim?
— Mr. Freeze. — Ele tentou dizer sem mexer os lábios.
— É outro jogo?
— Uhum.
— Você vai precisar me dar um manual dessas coisas. — riu. — Quanto tempo isso vai durar? — deu de ombros, ainda se recusando a se mexer ou responder direito. — Ah, sinto muito, não to a fim de esperar.
pegou na sua mão e o puxou o mais forte que conseguiu, trilhando um caminho pela sala e subindo as escadas, indo em direção ao último quarto do corredor. Para felicidade dela, vazio. Ela empurrou na direção da porta com certa brutalidade, a jaqueta dele estava aberta e ela passou as mãos por todo o seu peitoral por cima da camiseta preta. só usava preto. o beijou com certa necessidade, se livrando da jaqueta dele antes de começar a se mover e ir tropeçando até a cama. segurava bem os seus quadris, apertava suas coxas e subia aos poucos, enquanto mantinha os lábios pressionados nos dela.
Quando alcançaram o pé da cama, jogou no colchão. Ele colocou as mãos atrás da cabeça enquanto a observava se livrar dos tênis e da camiseta dos Bears, ficando só de sutiã. Ela montou em cima do seu colo, logo em seguida apoiando os joelhos no colchão. subiu as mãos da sua bunda, desenhando um caminho pelas suas costas. se aproximou o suficiente para voltar a beijá-lo, mas naquela altura o quarto todo girava e a sua visão estava meio embaçada. Então ela apoiou a testa na clavícula dele e começou a rir enquanto fazia um carinho nas suas costas com uma mão e com a outra um cafuné na cabeça.
— Vamos transar? Porque acho que estou com disfunção erétil, o meu pau não quer subir por porra nenhuma.
— Estou com muito tesão pra dormir e com muito sono pra transar — ela disse, soltando o resto do peso em cima dele enquanto a abraçava mais. — E você não tem disfunção erétil. A bebida às vezes inibe a ereção. O álcool pode causar um efeito placebo no desempenho dos homens, o uso abusivo diminui a excitação e a capacidade de ereção.
— Como é didático estar transando com uma futura médica.
— É, e como estudante estou lembrando que essa porcaria toda pode arruinar o meu fígado e me fazer morrer de cirrose hepática aos 40 anos.
— A média de mortes por cirrose é de 50 anos.
— Nossa, que sabidinho.
— O risco é todo meu, tenho que procurar saber, não concorda? — Ela levantou a cabeça para olhá-lo.
— Concordo. — lhe deu um selinho e ficou um tempo o encarando. A cabeça ainda rodava e ela sabia que dali viria uma forte dor de cabeça. Ela se viu apegada à frase dele de que a relação deles era baseada em sexo e há algum tempo já vinha querendo entender o que eles de fato tinham. Eram ficantes? Amigos com benefícios? Ou um rolo mais sério? Ela não saiu com mais ninguém desde que começou a ficar com , mas também não estava nos planos dela arrumar um namorado, já que queria ter o seu foco 100% centrado na sua faculdade e na sua carreira, mas naquele momento queria tanto que eles não fossem só o carnal do sexo.
— Então, a gente tá só transando? Ou a gente tá saindo?
— Os dois? — juntou as sobrancelhas e riu pelo nariz. lembrou de um pequeno detalhe no início da noite e sorriu involuntariamente, sem pensar demais antes de comentar.
— Você me chamou de amor hoje mais cedo. — A palavra ficava ecoando na sua cabeça, lhe trazendo a melhor sensação do mundo e ela não conseguia parar de sorrir com a cabeça colada no peito dele.
— Chamei?
— Sim.
— Droga, achei que você ia beber o suficiente para esquecer. — riu constrangido e virou de novo para olhar para ele. A luz do quarto estava apagada, mas as frestas de luzes vinham de todo lugar e era possível ver o rosto dele na penumbra. Ela gostava muito de ficar ali admirando os seus lindos olhos, a sua cicatriz no supercílio, os cabelos curtos, o seu maxilar travado, tudo ali combinava e era lindo.
— Não, eu gostei.
— Sério?
— Uhum. — pulou para o lado dele na cama e os dois ficaram de barriga para cima, encarando o teto. — É melhor do que você ficar me chamando de ‘gatinha’.
— Ah, fala sério, .
— Ia falar pra você ser mais original, mas, na verdade, você é o único que me chama de .
— Agora eu me senti especial. — Ele sorriu sedutor e ela quis ter um travesseiro para bater na cara dele, mas apenas pegou sua mão e começou a brincar com ela. tinha mãos grandes e dedos compridos e ela gostava disso. As mãos eram a única parte superior em que ele não tinha tatuagens.
— Como você tá se sentindo? — perguntou, enquanto brincava com a palma da sua mão, fazendo desenhos imaginários ali.
— Muito bêbada, eu não sei explicar. É muita coisa misturada.
— Misturada como se você estivesse procurando por um novo ponto alto, tão alto como o sol, ficando desconfortavelmente entorpecida? Como se estivesse dançando com os demônios? Porque é assim que você se sente quando se torna um dos bêbados.
— É, é exatamente como eu estou me sentindo — ela murmurou a última coisa, sentindo os olhos pesados, decidindo que seria ali mesmo, deitada ao lado de , que dormiria torcendo para que a ressaca do dia seguinte não fosse tão cruel com os iniciantes daquele clube.
— Bem-vinda ao clube, .


FIM



Nota da autora: Espero que tenham gostado. Quando eu vi a letra, achei uma boa continuação para 08. Running Over. Entrem no grupo do facebook pra acompanhar minhas outras fanfics e quem sabe uma continuação para esse casal!



Outras Fanfics:
Best Mistake (Outros/ Em Andamento)
24. Insomnia (Shortfic/Finalizada – Ficstape Icarus Falls)
07. Make Up (Shortfic/Finalizada – Ficstape Thank U Next)
12. Break Up With Your Girlfriend, I’m Bored (Shortfic/Finalizada – Ficstape Thank U Next)
04. Love You To Love Me (Shortfic/Finalizada – Ficstape Rare)

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