Última atualização: Fanfic Finalizada

Prólogo - I missed you more.

I missed you more.


e eram um casal incomum.
e eram melhores amigos.
e eram um só.

Quem via os dois andando de mãos dadas para onde iam, imaginavam e gostariam de ter um relacionamento que nem o deles. A alegria estampada no rosto da menina que conheceu o amor. O amor estampado no rosto do menino que conheceu a alegria. Os dois se completavam e se amavam mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ele era a vida dela. Ela era a vida dele, mas diferente de toda história de amor, essa não teve um final feliz.

Por enquanto.



(Não se preocupe caso você fique confuso em algumas partes, tudo terá uma resposta no final.)


A história a seguir terá a visão e a dor de .

Você está pronto para conhecê-lo?


1. Feeling Hurt.

9 anos atrás.

Eu simplesmente não conseguia mais andar. A dor em meus pés estavam tão fortes que eu provavelmente estava com várias feridas, mas não me importava. Tudo o que eu queria e precisava fazer, era continuar procurando. Ela tem que estar aqui. Ela precisa ainda estar por aqui.
Hoje completou 1 ano em que me deixou e todos esses meses não me serviram de nada, tudo o que fiz foi crescer a dor e o ódio dentro de mim. Por que ela tinha me deixado? Por que ela teve que mentir todos esses anos dizendo que eu era tudo o que ela tinha? Eu até entenderia se ela dissesse que não estava apaixonada por mim do jeito que eu estava por ela, afinal somos jovens, ela tinha apenas 14 e eu 15 na época. Eu entenderia se ela dissesse que apenas queria continuar sendo minha melhor amiga. Eu entenderia se ela me dissesse que me amava apenas como amigo, afinal, a amizade dela continuava sendo uma das coisas mais preciosas que o desprezível do meu tio me deu. Eu entenderia se ela me falasse até que estava gostando do Lucca.
Eu entenderia tudo, menos o abandono.

A relação com os nossos pais sempre foi de mal a pior. Eu, sem ter nenhum dos meus pais biológicos por perto por motivo da morte deles, e por ter sido criado pelo meu tio, que agora é meu pai adotivo -nada compreensível ou amoroso-, e ela, por ter perdido seu pai também e ter sido criada pela mãe que era simplesmente uma filha da puta com ela.
Desde que o meu tio e a mãe dela começaram a namorar e tivemos que morar na mesma casa, sempre contamos um com o outro. Desde o primeiro momento em que eu a encontrei, descendo aquelas escadas, algo dentro de mim soube que aquela garota iria se tornar uma das pessoas mais importantes da minha vida.
Dito e feito.


2. Feeling Empty.

13 anos atrás.

— Por que vamos nos mudar? — Perguntei enquanto terminava de por minhas malas no banco de trás do carro. De uma hora para outra, meu tio decidiu que estava na hora de se mudar, e eu não fazia ideia do motivo ou para onde, afinal nossa relação nunca foi tão boa.

Meus pais morreram em um acidente de carro e Smith era a única pessoa viva da minha família, o que o fez automaticamente ficar com minha guarda. Nunca nos demos bem, já que meu pai o odiava pois dizia que ele sempre estava querendo dar um jeito de colocar a mão na herança que meus avós tinham deixado especificamente para mim. Podia se dizer que ele realmente foi odiado por todos e tinham motivos para isso.
— Não faz pergunta e só entra nesse carro. — Respondeu bravo.
— Mas essa casa é dos meus pais. — Digo enquanto bato o pé. — Não quero me mudar.
O lugar era uma das únicas lembranças que eu tinha dos meus pais, já que até fotos e quadros, meu tio fez questão de jogar tudo fora.
— Não se preocupe. Eu venderei tudo e quem sabe não dou uma parte do dinheiro, huh? — Riu de lado enquanto entrava no carro.
— Você não pode fazer isso, a casa é minha. — Gritei.
Smith revirou os olhos e saiu do carro indo até onde eu estava. Eu me recusava a entrar naquele veículo. Ele não tinha direito nenhum de fazer isso. A casa era minha! Meus pais deixaram para mim.
— Escuta aqui, seu moleque insolente. — Pegou forte em meu braço. — A sua guarda está no meu nome, então até você completar maior idade, suas coisas estão sobre minha responsabilidade e eu faço o que bem entender com elas, ouviu bem? — Fiquei calado enquanto segurava as lágrimas de ódio que estavam querendo sair. — Muito bem, agora vamos entrar nessa porcaria de carro porque já estão nos esperando.


3. Feeling New Feelings.

9 anos atrás.

O que eu achei que seria um pesadelo, se tornou a luz no fim do túnel. A minha luz no fim do túnel.
Naquela casa onde eu passei os piores e melhores momentos da minha vida foi onde eu a conheci.

Era engraçado pensar que, o que estava se tornando um pesadelo, depois se tornou o sonho mais belo que tive em toda a minha vida, para apenas voltar a ser a dor mais horrível em que já senti depois da perda de meus pais.
Eu e éramos iguais porém completamente diferentes ao mesmo tempo. No começo, foi muito difícil lidar com ela, pois a garota era totalmente fechada, triste e infeliz. Eu realmente achava que minha vida era difícil, mas após conhecê-la, tudo o que eu queria era tirar todas as dores que ela sentia, e passá-las para mim. Uma pessoa tão preciosa como ela, não tinha por que sofrer tanto nas mãos de alguém que deveria lhe dar o maior amor do mundo: Sua mãe.
Smith era uma pessoa muito difícil de conviver e nunca me dera o melhor tratamento, mas ao conhecer Amélie, mãe de , no início ele me pareceu um anjo. apanhava da mãe quase todos os dias, apenas pela garota não querer comer ou não gostar de algo que a mãe, drogada e alcoolizada, queria. A garota, fechada como era, nunca falara nada, muito menos gritava pedindo ajuda, depois de quase ver com meus próprios olhos, foi que eu entendi e senti a necessidade de protegê-la.



4. Feeling You.

12 anos e 1 mês atrás.

Depois de chegar do colégio totalmente triste por ter que voltar para aquela casa, quis passar um tempo onde tinha sido o único lugar em que tinha me sentido bem ali, - fora o meu quarto com tranca -, o quintal da casa.
Do meu quarto, eu tinha uma visão ampla do quintal e sempre via a filha da namorada nova do meu tio, sentada ali. Nunca tivemos contato nenhum desde que cheguei naquela casa e isso me intrigava pois nunca tinha conhecido alguém tão fechado como essa garota, algo que me surpreendeu por termos quase a mesma idade.
Eu tinha minhas dúvidas se ela tinha voz já que ela nunca falava perto de mim, e eu sempre a via no quintal, desenhando em alguns papéis, ou deitada na grama escutando música. Às vezes, apenas a via olhando para o céu enquanto derrubava algumas lágrimas. Sempre quis ir até ela tentar conversar, mas o medo de ser rejeitado era grande. Nem nas refeições que fazíamos juntos, ela sequer me olhava. Talvez ela não goste de mim por ter vindo morar em sua casa, mas eu não tenho culpa, se fosse por mim, não estaria morando aqui também.
Depois de algum tempo morando naquela casa e vendo sua rotina, passei a observá-la e a admirá-la. Nunca alguém tinha me cativado tanto como ela. Não tínhamos trocado nenhuma palavra e eu já acordava pensando se ela iria ter um bom dia.



5. Feeling Love For You.

12 anos e 5 meses atrás.

Você tem certeza que está bem? — Perguntei assim que vi olhando as marcas roxas em seu corpo. A garota levou um susto ao notar minha presença e se cobriu inteira.
Eu estava tão bravo por ter descoberto que, quem tinha feito aquelas marcas na garota, foram sua própria mãe, que eu não tinha me importado por ela estar apenas de roupão na minha frente pela primeira vez.
, sai daqui, por favor. — Pediu temerosa.
— Eu só vou sair daqui quando você me contar o que aconteceu. — Cruzei os braços e me encostei no batente da porta.
— Eu já te disse que eu tropecei na escada, foi só isso. — Desviou o olhar do meu.
Mal ela imaginava que eu já sabia a verdade, pois vi Smith e a mãe dela conversando lá embaixo sobre o ocorrido como se não tivesse sido nada. No momento, eu fiquei bravo demais e quis falar várias coisas para eles, mas tudo o que eu queria era saber como minha garota estava e se tinha ficado muito machucada, o que infelizmente acabei confirmando ao notar seu estado.
Não mente para mim, por favor. — Me aproximei e fechei a porta do banheiro, encostando-me nela. — Eu já sei o que aconteceu mas eu quero ouvir de você.
suspirou e sentou em um dos banquinhos que tinham em seu banheiro.
— Foi minha mãe. — Neguei com a cabeça ao ouvir sua voz embargada e baixinha. — Ela me viu desenhando, e quando foi tirar os papéis de mim, eu acabei gritando que ela não podia fazer
isso, então ela quis me “ensinar uma lição”. — Fez aspas enquanto deixava lágrimas caírem em seu rosto. — Satisfeito?
Arqueei minha sobrancelha ao ouvir sua última fala e me aproximei da garota enquanto me ajoelhava no chão, ficando de sua altura.
— Como você acha que eu vou ficar satisfeito ao saber que sua mãe bateu em você de novo? Você sabe que nós podemos resolver isso indo na delegacia, eu já lhe falei sobre isso.
Deixa de ser bobo, . — Levantou e começou a andar pelo banheiro. — Não temos nem 15 anos, pelo menos temos uma casa e eu não quero morar em um lar de adoção.
— Você prefere continuar apanhando então? — apenas me olhou e escondeu o rosto em suas mãos enquanto deixou vários soluços escaparem. Respirei fundo e a puxei para um abraço apertado.
Não era a primeira vez que sua mãe fazia isso e eu tinha prometido para mim e para ela que cuidaria para que isso nunca mais acontecesse, mas eu falhei pois aconteceu de novo.
— Me desculpe, eu deveria ter impedido isso.— negou com a cabeça e me abraçou mais forte.
Você não tem culpa de nada. — Ela se afastou alguns centímetros e enxuguei seu rosto com o coração dolorido de vê-la tão mal. — Ter você ao meu lado no final de tudo isso já basta para mim.
Meu coração deu um solavanco com sua última fala. Eu sorri abertamente e beijei seus cabelos.
estava virando a minha vida, e dessa vez, eu vou manter minha promessa e vou protegê-la a todo e qualquer custo.




6. Feeling Lost.

9 anos atrás.

Depois de ter me feito conhecer o amor mais puro e sincero, mesmo tão novo, ela me deixou sem nada. Mesmo depois de ter me entregado o céu, ela me deu o inferno.

Hoje completa um ano em que ela foi embora, e até hoje eu não sei o por quê.



7. Feeling Hurt.

10 anos atrás.

Onde ela está? — Perguntei nervoso ao chegar na sala.
Depois de uma partida de futebol com os amigos da escola, cheguei em casa e prontamente fui procurar como sempre fazia, mas não a achei em seu quarto. Hoje foi um dos dias em que não queria ter deixado-a sozinha, mas ela insistiu para que eu aceitasse o convite dos meus amigos.
Onde ela tinha se metido?
— Foi embora. — Meu tio respondeu ao mesmo tempo em que nem se movia do sofá, onde estava sentado com a mãe de .
Parei meu andar no último degrau da escada ao ouvir a fala de Smith e respirei fundo. Embora? Como assim embora? Tínhamos combinado de fugir, mas ainda faltavam alguns meses. Ela tinha apenas 15 anos, eu estava com 16, mas ainda estava aprendendo a dirigir, o combinado era tirar minha carteira de habilitação e fugirmos juntos! Onde ela tinha se enfiado?
Como assim embora, do que você está falando? — Perguntei alto enquanto chegava perto dos dois que não reagiam a nada, como se tudo estivesse tranquilo.
— Embora, garoto, embora! Ela fugiu, foi embora! Entendeu agora? — Rebateu Smith enquanto tampava o olho que parecia estar ferido mas nem me importei.
Senti minhas mãos tremerem e corri novamente para o quarto dela. Ao chegar lá, comecei a revirar seus armários e estantes, percebendo que tinha muitas coisas faltando.
Não, não, não, não e não. — Tentei ligar em seu telefone, mas se encontrava fora de área.
O desespero começou a crescer dentro de mim e o choro apareceu entalado em minha garganta.
Ela não pode ter feito isso.
Ela não pode ter me deixado.

Sentei em sua cama enquanto enxugava as inúmeras lágrimas que caiam em meu rosto e tentei achar alguma calma em mim. Eu tentava puxar em todas as nossas últimas conversas, alguma coisa que demonstrasse algo de diferente ou fora do normal. Era de fato que eu estava extremamente preocupado com ela, pelo fato dela estar se fechando para mim em alguns momentos, mas eu achava que era por conta de nossos responsáveis estarem mais presentes na casa, o medo dela por fazerem algo contra nós dois, estava sendo maior e por isso ela estava se afastando, mas pelo visto era mais, bem mais que isso.
Passei a mão no rosto tentando respirar fundo e notei um papel ao lado de sua cama. Peguei rapidamente e identifiquei que era uma carta impressa.


,
Eu não tenho nada a dizer, apenas gostaria que você não me procurasse e nem me ligasse. Eu não quero mais saber de você.
Por favor, esqueça de mim e não me procure.
Eu serei bem melhor sem você.

Espero não te ver nunca mais,
.

O tamanho da dor em que estava em meu peito, era simplesmente surreal. Sem nem perceber, eu já me encontrava no chão enquanto chorava copiosamente.
Não queria mais saber de mim?
Será bem melhor sem mim?
Não queria mais me ver?
Isso não parecia nada como minha garota, tem que ser pegadinha, precisa ser.

Desci as escadas rapidamente querendo tirar satisfações ou tentar encontrá-la em algum lugar, talvez ela não esteja tão longe.

Onde você pensa que vai? — Smith segurou meu braço antes que eu passasse pela porta.
— Vou atrás dela. — Disse com a voz trêmula, tentando não deixar transparecer o choro de segundos atrás.
— Aquela vadia foi embora! Você acha que esse amorzinho de vocês iria pra frente? — A força em meu braço estava grande, quase beirando ao insuportável. — Acorda, moleque! Ela nunca gostou de você, tudo o que fez foi te usar esses anos todos para tentar fugir dessa casa!
Gritou. — Ela te largou, , e ela não vai voltar. — Sorriu de lado enquanto me soltava.
Eu não conseguia acreditar, nada parecia certo para mim. Olhei para Amélie e ela estava sem expressão, como se não fizesse diferença a filha estando ali ou não.
Eu acho bom você não querer fazer o mesmo que ela, com essa vadiazinha eu não estou nem aí, mas você, eu vou te caçar até o fim do mundo. — Apontou o dedo no meu rosto. Tentei não demonstrar o medo que estava dentro de mim. — Enquanto você ainda estiver sobre minha responsabilidade, você está sob meu comando. — Smith chegou perto de mim e me mediu de baixo para cima. — Estamos entendidos, pequeno ?
Eu queria poder dizer que não, queria poder fugir e seguir os passos de , mas eu sabia do que o meu tio era capaz e que ele realmente não brincava em serviço.
— Sim, tio. — Respondi e virei para poder subir as escadas e ficar longe deles.
Parei novamente na frente do quarto de e não consegui segurar as lágrimas.

“Eu serei bem melhor sem você.”

Entrei novamente em seu quarto e deitei em sua cama onde ainda continha seu cheiro. Suspirei e deixei todas as memórias me invadirem enquanto lágrimas e lágrimas escorriam pelo meu rosto.
A dor estava insuportável. Quando eu achei que a única pessoa que eu iria amar na vida, sempre estaria ali comigo, isso acontece.

Ela realmente era o meu céu, só que agora, eu só consigo ver a escuridão.

Saw your picture on accident
(Vi sua foto por acidente)
Your face has changed
(Seu rosto mudou)
The lines are sinking in
(As rugas estão mais fundas)
I pressed play, should haven’t
(Eu apertei o play, não deveria)
Congratulations
(Parabéns)
But do you ever wonder what we could have been?
(Mas você já se perguntou o que nós poderíamos ter sido?)
But your mind plays tricks with distance
(Mas sua mente prega peças com a distância)
Sempre faz as coisas parecerem tão inacabadas)
Always makes things feel so unfinished



8. Trying Not to Feel.

4 anos atrás.

A vista do meu apartamento era simplesmente incrível. Ser considerado um dos melhores detetives de toda a Londres, mesmo com apenas 1 ano de carreira, já era surreal. Eu tinha acabado de chegar de uma premiação anual que sempre acontecia, patrocinada pelo governo, e esse ano eu tive a honra de ser convidado e ser homenageado. Em 1 ano de Scotland Yard, eu já consegui resolver mais de 50 casos, de níveis fáceis e difíceis. Consegui ter muita sorte de ter um chefe que conseguia ver do que eu era realmente capaz, mesmo com tão pouco tempo de trabalho.
Ao chegar na Yard ano passado, Ethan Lewis, meu chefe, me recebeu muito bem e me deu todos os conselhos que eu precisava desde o início. Querendo ou não, conseguia espelhar nele o pai que eu tinha e que sentia muita falta. A cada dia que passava, nós dois ficávamos mais próximos e ele me tratava como o filho que nunca teve, e isso para mim, foi essencial.

No mesmo dia em que completei 18 anos e fiquei legalmente responsável pelos meus atos, a primeira coisa que eu fiz foi fugir daquela casa e deixar aqueles dois infelizes para trás. Tudo o que eles faziam era atrasar minha vida e lembrar o prisioneiro que eu era. Minha saída não foi muito bem aceita pelo meu pai adotivo, já que o dinheiro com que ele se drogava e gastava com bebidas, era meu, mas eu cuidei de tudo antes e consegui transferir cada centavo para meu nome sem ele saber. Espero que ele queime no fogo do inferno por tudo o que já me fez passar durante todos os anos em que fiquei em sua guarda.

Minha vida mudou completamente desde que fui morar sozinho aos 18 anos. Apenas com essa idade que comecei a ver a vida de um modo completamente diferente e não senti e nem sinto falta daquele que foi meu pai pela lei.
Sentei em uma das enormes poltronas que tinham no meu quarto e continuei apreciando a vista do meu apartamento. Uma chuva torrencial caía no lado de fora e eu continuava neste enorme lugar sozinho, mais uma vez.

Nada depois da partida de foi normal, até hoje ainda sinto resquícios da dor e do rancor que ficaram em mim pelo seu abandono. Tentei procurá-la ainda por um bom tempo, fiz investigações pela vizinhança, fui em nossos lugares favoritos pela cidade, fui até aeroportos e rodoviárias e ninguém sabia de absolutamente nada. Eu sei que na carta estava especificamente um grande “Por favor, esqueça de mim e não me procure”, mas eu não conseguia aceitar sua ida, e durante muito tempo, eu chorei todas as noites que nem um otário com saudades. Eu ia ao seu quarto todos os dias tentando suprir a dor que estava dentro de mim. Todos os dias eu ia na janela do meu quarto ver se eu não a achava sentada no quintal desenhando algo.
Foram anos muito complicados e depressivos. A cada minuto que passava, a saudades crescia, porém a raiva vinha junto e tudo o que tenho hoje, é ódio e rancor dentro do meu peito. Eu sinto que estou bem mais vazio do que eu era antes de conhecê-la. Até hoje não faço ideia do que aconteceu, mas no fundo eu sei que tem dedo de Smith nisso. Não era algo que eu gostava de ficar lembrando e nem fazia ideia do motivo que isso vinha na minha cabeça quando eu estava reflexivo. Eu simplesmente odiava pensar em alguém que me deixou igual um babaca para trás.
Aquela vadia não quis assim?
Pois é assim que vai ser.

Olhei as horas em meu telefone e me assustei ao ver que já se passavam das 2 horas da manhã. Eu tinha recebido folga da delegacia por ter concluído mais um caso recentemente, mas todos sabiam que eu iria aparecer por lá daqui algumas horas, afinal, mente vazia é oficina do Diabo. Tudo o que mantinha minha mente no lugar, eram os meus casos e a Scotland Yard, então não tinha nem como ficar em casa sem fazer absolutamente nada.
Suspirei e deitei na minha cama enquanto mexia no meu tablet. Me atualizei rapidamente das notícias do dia e estranhei ao ver que tinha algo sobre a NYPD, a melhor delegacia de Nova Iorque, nos destaque de uma das colunas no jornal mais famoso de Londres.
Curioso com a matéria, cliquei para ler e me arrependi.

“NYPD 1st recebe novos policiais treinados para se juntarem à equipe de docentes da delegacia.
Alguns deles são britânicos.


A New York Precint Distric 1st recebeu novos policiais muito bem treinados na data de hoje, (25/02). Infelizmente, ano passado, a cidade de New York teve um alto índice de criminalidade, fazendo assim, vários casos ficaram inacabados, tendo que receber ajuda de cidades vizinhas. Mas o que mais chamou a atenção, foi a nova equipe de docentes escolhidos a dedo pelos diretores da NYPD, e entre os 10 novos profissionais, as que mais se destacaram, foram duas policiais que são do Reino Unido.
A primeira britânica a ser aceita foi Mariah Elizabeth Villin, de 24 anos, nascida em Manchester e criada em Londres, e a segunda britânica é a jovem , de apenas 20 anos de idade, nascida e criada na grande Londres.
A que mais chamou atenção de nossa equipe, foi a pequena , que surpreendeu a todos pela sua idade, mas ao falar com um dos responsáveis pela aceitação da nova policial, Roger Miller, contou ao London Times, que “foi uma grande surpresa e orgulho de ter uma pessoa tão jovem porém tão determinada igual em sua equipe.”
Confira a foto das mais novas policiais da NYPD:”

Minhas mãos estavam trêmulas.
Ao clicar na foto, o rosto de apareceu em meu tablet fazendo-me largá-lo instantaneamente. Depois de 6 anos sem ver seu rosto, eu finalmente tinha uma foto recente da garota que tanto mexeu comigo. Eu finalmente sabia onde ela estava, como ela estava e o que estava fazendo. Essas informações tiraram meu sono por tanto tempo e agora eu tenho a resposta. Por anos, eu imaginei encontrá-la e ir até ela tirar satisfações apenas para perguntar o que tinha acontecido. Eu podia fazer isso, mas será que valia a pena? Já se passaram 6 anos, será que ela lembrava de mim? Obviamente não, afinal, se eu fosse importante para ela de algum modo, ela não teria fugido daquele jeito.

I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
I do
(Eu sinto)
I miss you more than I love you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
(I wonder what we could have been)
(Eu me pergunto o que nós poderíamos ter sido)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
I do
(Eu sinto)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
(I wonder what we could have been)
Eu me pergunto o que nós poderíamos ter sido

Em um momento de fúria e desespero, joguei meu tablet na parede, fazendo-o quebrar em várias partes. A dor voltou ao meu peito de uma forma avassaladora, me deixando surpreso. Fechei os olhos tentando acalmar minha respiração que estava totalmente descompassada. Engoli em seco enquanto grunhia de raiva por estar com uma vontade patética de chorar.
Lembrar de sempre me fazia mal, e ter algo da garota depois de 6 anos, estava sendo doloroso demais. Todos os sentimentos que guardei no fundo de mim, estavam voltando à tona e eu não poderia deixar isso acontecer. Ela não merecia e não teria nada de mim novamente, muito menos a minha dor.

Troquei de roupa rapidamente e saí do quarto levando apenas minhas chaves e meu celular. Segui para meu carro e comecei a dirigir nas ruas totalmente sem rumo. Eu não fazia ideia para onde iria e também não me importava. Eu só queria ocupar novamente a minha mente e meu coração com algo que não fosse ela.

“— Você acha que ficaremos assim, sempre juntos? — disse baixinho enquanto me abraçava.
— Se depender de mim, sim. — Beijei seus cabelos.”

Grunhi segurando um grito de raiva que estava entalado em minha garganta.
Merda de memórias.
Merda de notícia.
Merda de mulher.

“— Eu tenho tanto medo de perder você, princesa.
— Não se preocupe, eu não vou a lugar nenhum sem você.
— Promete?
— E eu alguma vez menti para você?”

“— Você sabe que eu te amo e que faria qualquer coisa por você, não sabe?
— Qual o motivo disso do nada, ?
— Eu só queria te mostrar em que eu vou estar aqui para o que precisar.”
“— Eu te amo muito, .
— Eu te amo mais, .”

Fechei os olhos e freei bruscamente o carro ao mesmo tempo em que gritava fortemente, fazendo meu corpo tremer de alívio. Lágrimas presas por tantos anos em mim, estavam expelindo-se e eu não conseguia mais controlá-las. Eu não estava mais conseguindo controlar nada, pois a dor, a mágoa, a saudades e a raiva estavam presentes no momento, acabando com meu coração e com minha mente e era tudo culpa dela.
Enquanto ela deveria estar tranquila em sua casa, eu estava aqui, que nem um adolescente, chorando por alguém que só fodeu com meu coração.

Saw a balloon floating away
(Vi um balão flutuando para longe)
I thought: Did someone let go, or did they lose it?
(Eu pensei: Será que alguém o soltou ou o perdeu?)
So strange, you know all my secrets
(Tão estranho, você sabe todos os meus segredos)
Please keep them safe
(Por favor, guarde-os com cuidado)
And darling, you know I'll do the same
(E querido, você sabe que farei o mesmo)
(You know I'll do the same)
(Você sabe que farei o mesmo)


Desci do meu carro e fui andando sem rumo até encontrar uma praça pequena no lado da estrada, e prontamente reconheci que eu estava no bairro onde morava antigamente. As lembranças foram tantas que acabei voltando neste lugar em que prometi a mim mesmo que nunca pisaria o pé.
As memórias daquele lugar estão voltando em minha mente em uma velocidade recorde. Tantas risadas, tantos sorrisos e tantas palavras bonitas foram ditas e tiradas naquele local
onde eu estou sentado no momento. Tantas incertezas, segredos e medos foram compartilhados naquele mesmo local.

The window, no longer in existence
(A janela, já não existe mais)
Baby, you'll always be in my orbit
(Querido, você sempre estará em minha órbita)

E tudo foi em vão.

Será que tinha sido tudo um fingimento?

I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
I do
(Eu sinto)
I miss you more than I loved you
Eu sinto sua falta mais do que eu te amei
(I wonder what we could have been)
(Eu me pergunto o que nós poderíamos ter sido)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
Oh, I do
(Oh, eu sinto)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)

Determinado em deixar literalmente tudo para trás, andei decidido até meu carro apenas para seguir poucas casas a frente até parar no lugar onde foi a minha prisão pessoal por tantos anos. Olhar para aquela casa depois de tanto tempo, me deixava desconcertado. Memórias e mais memórias ruins que passei naquele lugar voltavam a minha mente tirando as boas que estavam repassando por ali, minutos antes. Tudo o que eu conseguia visualizar no momento eram as noites mal dormidas, o choro silencioso à noite e o medo de não conseguir superar tudo aquilo.

Andei rapidamente até a porta e bati na mesma apenas para ter a certeza que não tinha ninguém por ali.
Quando eu completei 19 anos, eu fiz questão de tirar aqueles dois trastes daquela casa e a comprei para mim. Tudo o que eles queriam era algum dinheiro para beber e fumar drogas, então comprei o imóvel a um preço ridículo, mas sem mostrar que era eu, tudo através de um advogado.
Eu queria que os dois sofressem do mesmo jeito que eu estava sofrendo, mas nem isso me importava mais. Desde que eu saí daquele inferno, Smith, que era sustentado pelo meu dinheiro deixado pelos meus pais, ficou sem absolutamente nada. Soube por algumas línguas, depois de meses que fui embora, que os dois estavam do mesmo jeito de quando eu estava lá, só que agora sem dinheiro, e como eu tinha o suficiente, tive a ideia de comprar a casa e não me surpreendi ao saber que eles gastaram cada centavo com drogas.

Entrei na casa e tudo estava um chiqueiro completo. Passei rapidamente pela sala e subi as escadas, indo para o meu quarto.
Não estava nada do jeito que deixei, pois o que eu tinha deixado para trás, não estava mais ali já que eles venderam tudo para comprar drogas, e a única coisa que era meu e que estava no meu quarto intacto, era a minha estante repleta de desenhos em que tinha feito para mim.
Mesmo com sua partida, não tive coragem de mexer em todos os desenhos incríveis que a garota fizera especialmente para mim, e por incrível que pareça, todos estavam em perfeito estado no lugar onde deixei. Peguei um por um e os dobrei colocando-os no bolso da minha jaqueta.
Saí rapidamente do meu quarto e fechei os olhos ao parar em frente ao de que estava com a porta entreaberta. Engoli em seco e respirei fundo ao entrar.

Talvez possa ser coisa da minha cabeça, porém parecia que eu conseguia sentir seu cheiro ali, mesmo depois de tantos anos.
Seu quarto estava pior do que o meu, muitos móveis estavam faltando, mas a maioria encontravam-se completamente destruídos.
Andei até a varanda que tinha no local, onde era um dos nossos melhores pontos de encontro, e puxei o papel de parede até achar o que estava procurando.
Por ser muito reservada, ela desenhava e escrevia escondido, então guardava tudo atrás deste papel de parede na varanda onde ninguém poderia achar. Sua mãe não aprovava e o único que a apoiava era o seu pai antes de morrer. Quando eu descobri o talento da garota, fiquei completamente abismado pois o mundo precisava conhecer isso.

— Você é talentosa demais, . Por que nunca tinha me mostrado nada seu?
— Você sabe que eu tenho vergonha, . Não são tão bons assim. — Puxou os papéis de minhas mãos.
— Olha para mim. — Segurei seu rosto com minhas duas mãos. — Você é incrível e talentosa. — Sorri. — Não tenha medo de me mostrar nada, tudo bem? Eu vou apoiar toda e qualquer decisão sua.
Antes que pudesse perceber, se jogou em meus braços, abraçando-me forte. Mesmo pegando-me de surpresa, não deixei de sorrir e retribuir o abraço na mesma intensidade.
— Obrigada por tudo. — Ela disse baixinho.
— Obrigada por existir.”

We were a match, but not a fit
(Nós éramos uma combinação, mas não um encaixe)
We were a dream, unrealistic
(Nós fomos um sonho, irrealista)
We didn't lose, we didn't win
Nós não perdemos, nós não ganhamos
(Sometimes I wonder what we could have been)
(Às vezes eu me pergunto o que nós poderíamos ter sido)

Saí do quarto e fui até a cozinha tentando achar algo que me fizesse esquecer de tudo o que estava acontecendo. Eu precisava esquecer, céus, eu precisava esquecer.
Respirar ficava cada vez mais difícil e eu não estava mais aguentando a dor dentro de mim. Eram lembranças demais para uma só noite. Tudo o que eu estava reprimindo dentro de mim, voltou de uma maneira tão rápida que eu não estava mais aguentando.
Não estava mais suportando.

Em um dos armários, achei algumas garrafas de vodka abertas e comecei a fazer o meu trabalho. Era algo totalmente por impulso, mas eu precisava disso. Tinham casas por perto, mas não seriam afetadas com meu pequeno ato impensado. Eu apenas precisava daquilo. Precisava fazer todas as lembranças sumirem. Precisava fazer todas elas queimarem.

I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta
mais do que eu te amei você)
Oh, I do
(Oh, eu sinto)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
(I wonder what we could have been)
(Eu me pergunto o que nós poderíamos ter sido)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei
(The window, no longer in existence)
(A janela, já não existe mais)
Oh, I do
(Oh, eu sinto)
I miss you more than I loved you
(Eu sinto sua falta mais do que eu te amei)
(Você sempre estará em minha órbita)
(You'll always be in my orbit)

Joguei todo o líquido presente nas garrafas que achei por ali em vários pontos específicos da casa, principalmente no quarto dela e em alguns desenhos deixados por ali. Se ela precisasse disso, não teria deixado para trás, não é mesmo?
Parei no último degrau da escada e joguei o meu isqueiro no chão vendo o fogo se alastrar rapidamente. Em questão de segundos, a casa estava quase completa em chamas.

Eu estava completamente inerte ali enquanto apenas sentia aquele calor que se misturava com a dor das lembranças. Respirei fundo e fechei os meus olhos deixando aquilo entrar mais em mim enquanto o choro fluía novamente. Eu precisava apagar aquelas memórias e a cada cômodo da casa que tinham várias delas, elas eram consumidas pelo fogo e pelo ódio que se alastraram dentro de mim durante esses anos.
Sorri satisfeito ao ver o quarto inteiro dela sendo consumido pelo fogo e senti que a minha missão ali estava feita. Fui até a porta e dei uma última olhada para trás, vendo 99% da casa em chamas enquanto várias madeiras caiam ao meu redor, mas sem me deixar com medo. Eu não tinha o que temer, afinal, aquilo ali era só o começo do que aconteceria, pois eu vou deixar tudo queimar.
Queimar as memórias.
Queimar os sentimentos.
Queimar o amor.
E o melhor de tudo é que com isso, tudo o que crescia agora dentro de mim eram o ódio, a mágoa e a raiva.
Esses três sentimentos me consumiam de uma forma inexplicável, e no momento, eu estava deixando.
Eu iria deixar.
Eu queria deixar.
Não tem espaço para dor ou explicações agora.
Tudo o que tinha espaço agora era para a raiva, e essa eu aprendi a conhecer muito bem.

Oh-oh-oh-oh (you'll always be in my orbit)
(Você sempre estará em minha órbita)
No-oh-oh (you'll always be in my orbit)
(Você sempre estará em minha órbita)
Oh-oh-oh-oh (you'll always be in my orbit)
(Você sempre estará em minha órbita)

Não se preocupe, isto não acabou por aqui, você me conhecerá mais ainda em Angel of Death.

Are you ready for it?


Fim



Nota da autora: Olá!
Essa foi a minha primeira ficstape e espero que tenham gostado. Sinto muito se pareceu um pouco confuso em algumas partes, mas eu prometo que tudo terá explicação assim que ‘Angel Of Death’ for lançada. Ficou curiosx para saber mais sobre a essa estória? Entre no meu grupo do Facebook para saber mais. E ah, não deixe de comentar abaixo o que você achou e o que você espera sobre esses dois, eles irão dar muito trabalho ainda! Beijinhos e beijinhos. TPWK. — July.



Outras Fanfics:
Time Of Their Lives


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