Amor de Interior

Última atualização: 28/02/2020

Capítulo Único





Estava indo para Minas Gerais, partindo para fazenda da minha avó, por parte de pai, porque precisava tirar um tempo só para mim, então resolvi passar uma temporada com ela antes de decidir realmente o que queria fazer da minha vida, com a chegada dos 19 anos, a minha mãe se tornou cada vez mais exigente por querer saber qual faculdade irei cursar. Cursei dois semestres de medicina (que é a profissão do meu pai), mas não era para mim. Dinheiro nunca foi o pior problema da minha família, nasci num berço de ouro na cidade do Rio de Janeiro. Por ser filha única, os meus pais nunca me negaram nada.
Finalmente a última parada do ônibus ao descer encontrei a minha tia Beatriz me esperando de braços abertos, ela sempre foi desse jeito, sorridente, amorosa, a minha mãe morre de ciúmes da nossa amizade por não ter isso comigo, ela foi a primeira a saber quando perdi o meu bv, quando tive a minha primeira vez.
Partimos em direção da fazenda, contei como estava a situação na cidade grande, ela contou como estava a situação na fazenda, como a minha avó ficou quando falei que ia passar uma temporada com ela, que a ‘veia estava fazendo a minha comida favorita fazendo Bruno, o meu primo, morrer de ciúmes.

! — Vovó abraçou-me fortemente assim que entrei em casa. — Você está muito magra menina! A sua mãe não lhe está dando comida não? Ainda bem que fiz bastante comida hoje — disse-me analisando de corpo inteiro. — Bruno, leve as coisas da sua prima para o quarto dela e depois venha comer.
— Tudo sou eu nessa casa — resmungou saindo de trás da vovó fazendo-me notar ele pela primeira vez no dia. — Carvalho , trouxe a cidade grande toda?
— Só um pouco — dou um beijo na sua bochecha. — Vozinha vou tomar um banho e já venho almoçar.
— Vai mesmo, está precisando — Bruno tampou o nariz.
— Vai fazer o que a sua avó mandou, menino — o meu tio deu um, tapa na sua cabeça.

Subi as escadas correndo encontrando a porta lilás que indicava o meu quarto, separo uma roupa confortável, tomo um banho relaxante até sentir todos os meus músculos relaxarem, acordo do meu momento quanto escuto alguém batendo na porta.

, vovó já está servindo o almoço.
— Já estou indo, Bruno!

Coloco a minha roupa, mal desci as escadas já sou levada pelo cheiro de feijão tropeiro.

— Esse cheiro — entro na cozinha me deparando com a minha família. — Deu-me mais fome do que já estava.
— Esfomeada — resmungou Bruno. — Cadê o ?
? Ele voltou? — perguntei sentando-me na cadeira.
— Sim, filha — Vovó entregou-me um prato cheio. — Ele voltou a morar com o pai.
— Ah sim!? — resmunguei baixo.

Não acredito que depois de tudo que esse menino fez para mim, teve a cara de pau de voltar a morar aqui na fazenda.
Logo depois do almoço me retiro da mesa avisando que irei visitar , o meu cavalo, pego a bota que ficava na caixa dos sapatos da parte de trás da casa, então finalmente fui na direção do estábulo. Encontrei o , com os seus cabelos negros brilhosos parecendo que havia acabado de sair do banho. Logo ele reconheceu-me fazendo festa para mim, fazendo-me aproximar cada vez mais.

— Oi, pequeno — faço carinho na sua cabeça. — Você cresceu demais desde a última vez que nos vimos. Desculpe-me por não ser uma dona presente, prometo que irei ser a partir de hoje.

Fiquei conversando com ele, contando-o de como é a vida na cidade grande, o real motivo de estar aqui, na fazenda. Devo ter ficado bastante tempo batendo esse papo com ele.

— Ele realmente gostou de você — uma voz rouca despertou-me do meu bate-papo. — Ele não é de falar com ninguém.
— Eu sei — suspirei-me virando para o indivíduo.
— Sabe? — ergueu as sobrancelhas.
— Sei, ele é meu cavalo — sorrio fraco beijando o seu focinho.
? — perguntou assustado. — E você?
— Sim? E você é?
— Poxa, mudei tanto assim para não reconhecer o seu primeiro namorado, ?

Está bem, esse Deus grego parado na minha frente é o ? Quanto tempo dormi? Quantos meses fiquei sem vir para a fazenda? Não era possível.
ter mudado tanto desde a última vez que nos vimos.
Está bem, assumo que da última vez tínhamos quinze para dezesseis, agora estamos com dezenove. , não caia no joguinho desse menino novamente.

— Finalmente achei você, o seu telefone não para de tocar — saímos do transe com a voz de Bruno. — Ah! vejo que já se reencontraram — sorriu malicioso fazendo-me sair correndo para atender a ligação.



Não estava acreditando que a minha finalmente estava de volta para perto de mim, depois de tudo que fiz a passar, finalmente a minha oportunidade de desculpar-me com a minha morena.

— Pelo visto o amor ainda não passou — zombou Bruno
— Calado Bruno! — rimos juntos. — Ela está gata.
— A minha prima sempre foi sempre irá ser gata! Que pena que é prima!
— O garoto! — taco uma das correntes que estava segurando nele. — Vamos voltar ao trabalho, vai.

No dia seguinte peguei o meu celular, ainda sonolento para saber se já estava na hora de tirar o leite da vaca, mas eram apenas cinco horas da manhã, como bom filho de Deus, me virei novamente e voltei a dormir, mas logo lembrei que quem fazia isso quando estava na fazenda era a mesma, ou seja, levantei-me correndo quase tropeçando indo em direção ao banheiro.

— Bom dia — falei fazendo-a levar um susto. — Desculpa não foi minha intenção.
— Tudo bem — disse com voz rouca, provavelmente de sono. — Bom dia, mas o que está fazendo aqui?
— Indo tirar o leite da vaca? — Ffalei confuso.
— Mas quem faz esse trabalho quando estou aqui… — a interrompo.
— E você, eu sei — dou ombros. — Pensei que, poderíamos relembrar a nossa época.
— Para depois você me deixar sozinha na cama e sumir? — balançou a cabeça. — Não obrigada.
— Eu sei que errei, fui um escroto… eu sei — suspiro pegando no seu braço. — Mas…
— Mas nada, , mas nada… — soltou-se das minhas mãos. — Eu entendi o que você quis dizer na hora que me deixou.

“Por mais que as pessoas, até o padre da cidade, falassem que a gente combinava e estávamos misturados igual feijão com arroz. Nossas diferenças foram o que atrapalhou, na verdade, quem atrapalhou foi você, porque eu estava disposta em todas as vezes que a saudade bateu, comprar a primeira passagem e vim para cá. Mas infelizmente você não pensou nisso, então por favor deixe-me em paz igual estava antes. Já sofri muito por conta dessa história, não quero sofrer novamente.”

Uma semana depois

— Vamos , por favor — a menina estava sendo implorada pelo seu primo, para ir a um evento de música da cidade. — A cidade toda está comentando sobre esse evento.
— Não vou, Bruno — bufou pegando o seu livro.
— Você não pode ficar enfornada nesse quarto Oliva!

— Não acredito que você conseguiu convencê-la, Bruno.
— Qual é mãe, eu sou eu, né — se gabou.
— Vou pegar uma cerveja, quer?
— Sim — a menina disse olhando para o local. — Faz tempo que não venho aqui. A última vez foi com ele.
— É Ficaram se escondendo da família achando que ninguém ia ver vocês dois — a minha tia comentou rindo.
— Nem me lembre disso, tia — escondeu o seu rosto com as mãos. — Como pude ser tão burra?
— Vocês amavam-se, .
— Nem vem com essa de vocês amavam-se. EU amava, ele não — revirou os olhos. — Ele só queria uma noite e pronto, não é à toa que, foi embora enquanto eu dormia.

O assunto entra as duas mulheres foi interrompido por um som vindo do palco, lá estava o primo da menina e o seu ex-namorado, então já desconfiou que algo estava para acontecer, perguntou para a sua tia se ela sabia, mas ficou sem resposta.

— Boa tarde a todos — a voz do seu primo fez todos prestarem atenção no palco. — Primeiramente, queria agradecer em nome dos organizadores a presença de todos. E segunda mente, o meu amigo quer falar algumas palavrinhas antes de cantar.
— Boa tarde — falou olhando para o público. — Queria falar apenas algumas coisas — suspirou. — Como muitos sabem, há três anos recebi uma proposta que poderia mudar a minha vida, uma faculdade no exterior. O que podia levar só coisas boas na minha vida, fez-me deixar uma pessoa que era totalmente especial para mim, eu sei que você está me escutando, então saiba que me arrependo totalmente do que fiz com a gente, e que estou disposto a lutar pelo nosso amor — todos a olharam esperando alguma reação. — Bom, Bruno ajudou-me com essa canção — apontou para o menino. Que disse no microfone “desculpa prima por ter mexido nas suas coisas!” — Eu espero que vocês e você goste!

O que é que eu fui fazer?
Te deixar tão longe, eu com vontade de te ver
'To juntando grana pra voltar no mês que vem
Agora mesmo eu tava olhando o preço da passagem


A menina travou do lado da sua tia ao reconhecer a melodia que estava sendo tocada, travou mais ainda ao escutar as mesmas palavras que tinha dito ao uma semana atrás.

Princípio de amor
E o padre da cidade diz que a gente combinou
Tamo misturado igual feijão com arroz
'Tá vendo só? Eu te falei que iam ver nós dois


O padre da cidade ainda era o mesmo daquela época, então gritou “Disse mesmo!” fazendo todos presentes rirem. A menina era empurrada pela tia para se aproximar do palco.

Amor de interior
No interior do peito já bateu saudade
E seja onde for
Por você eu mudo pra qualquer cidade


Ele viu-a se aproximando do palco junto com a sua tia, quando a multidão abria espaço para ela passar. Então desceu do palco indo na sua direção.

Já 'to com vontade
Do teu beijo escondido pra sua mãe não ver
Bateu mó saudade
Do teu jeito envergonhado de me conhecer
Não foi por acaso
Que a gente se escolheu em meio à multidão


Os meninos lembram-se do quanto a mãe da menina implicava com o “caso” deles, na época, também lembram de quando se conheceram. Era a primeira vez depois que a sua avó comprou a fazenda que a menina ia, então não conhecia ninguém e era totalmente tímida.

São sotaques diferentes
Mas é um só coração



Ele era mineiro e ela carioca, então a mistura de sotaques chegava ser engraçado naquela época. Então a letra acabou, só continuou a melodia que era comandada por seu primo.

?
— Como você pode? Agora estou sentindo vontade de meter-te a porrada — perguntou e disse com os olhos cheios de lágrimas. — Mas tem o outro lado que, quer te encher de beijos.
— Você me perdoa? — ela faz “sim” com a cabeça. — Quer namorar comigo?
— SIM! — se jogou no colo do menino que girou-a escutando os gritos.




Fim.



Nota da autora: Eu juro que pensei que não iria conseguir entregar a tempo essa história para a Beta, mas graças a Deus consegui ❤ escrever “amor de interior” deu-me uma calmaria, quando escrevi “fim” tive a sensação de dever cumprido. Essa música também, é a minha favorita do álbum 1977 ❤ Espero de coração que vocês gostem, igual gostei de escrever.



Outras Fanfics:
Childhood Friend – Tom Holland
Nuestra Memoria – Niall Horan

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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