Finalizada em: 04/06/2021

Parte 1

Eu nunca acreditei nos dizeres "os opostos se atraem" e por mais certo que ele possa ser, eu queimei todas as minhas cartas de aposta, por simplesmente duvidar até o final. Fred Weasley seria a última pessoa na face da terra que eu aceitaria sair um dia, mas eu aceitei e por mais louca que essa história aparente ser, ela é genuinamente verdade. Tudo começou quando eu aceitei ir com a minha amiga Joalyn comprar uma roupa a rigor para o baile de inverno.
– O que acha desse vestido, ? - Jo perguntou depois de sair da cabine com o centésimo vestido rosa.
– Eu acho que ele está lindo. - eu disse sem realmente prestar atenção.
– Você disse isso para  todos os vestidos.
– Porque todos eles estavam lindos. - desviei o olhar do livro finalmente e encarei a expressão de puro drama que a minha amiga fazia pelo reflexo do espelho.
, eu te trouxe para me ajudar a decidir, não para me dizer o quanto eu fico bem em cada um deles e não me deixar levar pelo menos um com medo do outro ficar melhor.
– Mas eu estou te ajudando e digo, se melhorar mais estraga. Todos os vestidos gritam o quão maravilhosa você é. - coloquei o livro dentro da minha bolsa e levantei indo em direção a loira.
– Acho que vou levar o anterior a esse então, me imaginei com ele mais vezes do que com os outros. - Joalyn disse depois de analisar metricamente o vestido.
– Faça isso querida! Agora tenho que ir. - eu a abracei e beijei a sua bochecha, recebendo uma careta da mesma em troca.
– Obrigada por ser uma amiga tão atenciosa. - ela retribuiu me dando leves batidinhas nas costas.
– O que acha de escolher um sapato bem bonito por minha conta? - o sorriso dela aumentou umas dez vezes e eu saí antes de escutar os próximos protestos e perguntas sobre o meu destino.
O tempo estava um pouco frio, mas isso não impedia que Hogwarts quase toda estivesse ali fazendo as suas compras. Andei mais um pouco até chegar na Dedos de Mel, local marcado com Fred para o nosso encontro. Claro que poderíamos ir na casa de Chá da Madame Puddifoot's ou no Três Vassouras, mas eu não queria de forma alguma que alguém me visse dessa com Fred e pensasse num encontro, mesmo sendo realmente isso. Pelo menos por hora. Entrei na loja e fui direto para o fundo dela, onde ficavam as prateleiras mais altas com sapos de chocolate e sapos de creme de menta. Me distraí um pouco olhando cada embalagem e não notei quando alguém parou atrás de mim.
– Pensei que não viria mais. - uma voz disse perto demais e eu senti os pelos da minha nuca arrepiarem.
– Fred! - virei-me para ele de modo energético ao passo que tentava me situar no momento.
! - ele repetiu o modo com que falei seu nome e sorriu. – Você parece animada. - ele disse. Aquela afirmação não parecia ser uma brincadeira ou pegadinha, mas no fundo eu sabia que só estava muito nervosa.
– Estou! Estou muito. - concordei rapidamente. – Onde está a sua prima e o Cedrico?
– Digamos que eles acharam mais interessante ir para a casa dos gritos. - Fred disse negando com a cabeça.
–Ela me prometeu que estaria aqui. - eu disse mais para mim mesma, do que para ele, mas o ruivo escutou de toda forma.
– Está com medo de ficar sozinha comigo? - ele perguntou com o sorriso mais travesso feito por ele.
– Digamos que eu tenho medo da sua falta de senso.
– Está me chamando de mal educado? - Fred me encarou com seriedade. Eu o observava como alguém que está assistindo um filme interessante demais e a cada expressão e mudança de humor e brincadeira, era como um balde de água fria em cima de mim. Eu estava gostando de estar ali.
– Sim, estou. Tenho pena da sua mãe por ter dois de você. - disse me referindo a George, o outro gêmeo. Nos encaramos por alguns segundos até que rompemos em gargalhadas.
– Ninguém nunca me insultou assim antes. - ele disse depois de recuperar o fôlego.
– Costumo inovar muito nesse setor. - eu disse sorrindo mais naturalmente desde que cheguei.
Continuamos a conversar e nos provocar sobre várias coisas e Fred comprou todos os doces que eu quis, mesmo eu insistindo para que me deixasse pagar.
– Quando eu estiver sem nenhum "tustão" conversamos sobre você bancar a nossa saída. - ele disse pagando cada doce e me dando a sacolinha como se fosse a coisa mais importante de todas.
– Você não existe Weasley.
O caminho de volta para Hogwarts foi a parte mais engraçada de todas e por mais que eu tivesse pensado que iria detestar passar um tempo com Fred, eu me senti triste por ter que me afastar quando cruzamos o portão da escola.
– Eu me diverti muito. Espero que você não finja que eu não existo pelos corredores. - Fred disse quando paramos para nos despedir.
– Só farei isso às vezes, vocês são péssima influência. - eu disse me aproximando dele um pouco sem jeito.
– Acho justo, senhorita certinha.
– Não acredito que você vai adotar o pior apelido de todos. - não contive as risadas e o estapiei no braço.
– Ai! Você tem uma direita muito forte. - ele disse massageando o local.
– Obrigada por esse passeio surpreendentemente nada mal. - eu sorri para ele.
– Não vou render mais assunto sobre as suas suposições errôneas, mas devo alertá- la que não deve esperar menos do que coisas surpreendentes. - o impacto que suas últimas palavras causaram foram menores em grau somente comparadas ao que se seguiu. Fred Weasley depositou um beijo demorado na minha bochecha.



Parte 2

Dezembro tinha passado e com ele o baile de inverno. Depois que eu aceitei ir ao baile com Fred, os rumores começaram. Joalyn não acreditava que eu estava saindo com um baderneiro e primo da traidora, já que ela ainda estava chateada com a ruiva mais velha sobre um mal entendido que na minha opinião, não fazia sentido.
– Eu não acredito que mais uma amiga minha, me trocou pelos ruivos. - o seu drama era real, e por mais que ela estivesse feliz com outra pessoa, não conseguia esquecer o fato que a deixava chateada com a Weasley.
– E lá vamos nós! - respirei fundo e lhe entreguei uma taça com água. – Jo, só aproveita o baile, acho que não seria justo quem te convidou ficar escutando essas coisas num dia de diversão.
Assim que o seu acompanhante chegou, eu a deixei. Tinha combinado com Fred que o encontraria longe de toda aquela descida dramática pela escadaria que dava para o salão principal. Tentei ao máximo ser a pessoa mais discreta de todas e entendi que ele queria ser também, mas estava enganada. Um som agudo, como se uma marcha estivesse sendo iniciada soou alto demais e tambores completavam a sua melodia. O caminho à minha frente, pelo qual eu tinha vindo, estava sendo aberto pelos estudantes, que se afastaram e seguiam para um dos lados, como uma grande onda de "Abrit de sésamo". Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, ou de onde vinha aquele som, mas tinha quase certeza de que era culpa de Fred Weasley.
! - ele disse enquanto andava em minha direção. – Olhem todos para ela, está mais bonita do que qualquer criatura mágica e não mágica. - ele continuou e eu me contive para não cobrir meu rosto com as minhas mãos.
– Fred, pare! - eu balbuciei
– Continuem olhando, ela odeia atenção. - ele apontou na minha direção e me mostrou um ramo arrumadinho de flores que segurava.
– Mas o que está acontecendo! - a professora Minerva chegou e todos se espalharam. – Senhor Weasley, se contenha. - ela deu uma olhada de cima a baixo em Fred e o mesmo segurou o riso.
Sem demora, eu o abracei e escondi finalmente meu rosto, na curva do seu pescoço. Eu realmente odiava atenção. Alguns minutos depois e tudo organizado para a entrada dos campeões e a tão aguardada primeira dança, eu me contentei em ficar bem escondida com Fred. Ele estava radiante, e sustentava um sorriso tranquilo no rosto, fazendo com que eu me sentisse ainda melhor na sua companhia. Enquanto toda a burocracia acontecia, Fred fez o que sabia fazer de melhor: arrepiou os curtos cabelos da minha nuca. Eu tinha como um ritual para todas as vezes que ele falava perto demais ou muito manhoso.
– Não tive a chance de desejar feliz natal, então feliz natal . - Fred disse e beijou a minha orelha. Eu continuei de costas para ele e o mesmo apoiou o seu queixo na minha cabeça, me entregando o ramo de flores.
– Feliz natal Fred.
Tivemos a nossa primeira dança ali mesmo, abraçados, no fundo do salão, no qual o ritmo que Fred se balançava não era nem perto do ritmo da música que tocava. Então todas as coisas que se seguiram foram as mais puras e verdadeiras, porque eu realmente estava caidinha por Fred Weasley.



Parte 3

Nada mais Weasley do que oficializar algo num dia clichê, com direito a coisas mais que exageradas e que gritem por atenção e mais uma vez fomos repreendidos pela professora Minerva em conjunto com o professor Snape.
– Fred, só precisava me pedir como alguém normal.
– Mas eu não sou normal. - ele disse enquanto me puxava pelo braço.
– Onde vamos? - perguntei desconfiada.
– Dá uma volta, acha que a escultura com as flores foi tudo?
– Acho. Não é todo dia que saímos para o pátio e encontramos uma cópia nossa dez vezes maior.
– Eu estava pensando que ficaria mais bonita se fosse maior, mas George disse que você ficaria com dor no pescoço de tanto olhar para cima.
– George em partes é mais sensato, mas ainda assim…
– Chegamos! - Fred parou em frente a uma cesta de piquenique em cima de uma toalha que pareceu ser bordada a mão.
– Minha mãe me ajudou com alguns detalhes e as meninas deram a ideia principal. - ele disse com um sorriso nervoso nos lábios, e uma expressão de expectativa sobre o que eu iria dizer sobre a sua ideia. Perfeita. Esse era o adjetivo. Não conseguia imaginar um cenário mais legal, que Fred pedindo conselho para a irmã e a prima.
– Eu adorei! - disse com toda empolgação que estava guardada em mim.
– Se você não gostasse, eu tinha combinado de te jogar no lago negro, mas estou satisfeito. - Fred disse sorrindo e lá estava seu sorriso travesso outra vez.
– Por Merlim! Não tenho um minuto de paz. - eu ri da sua cara e nos abraçamos de lado. Era mais uma das milhares de brincadeiras em forma de implicância que tínhamos um com o outro. Depois que nos acomodamos e enfim começamos a comer, Fred pegou uma colher e bateu na taça para chamar a minha atenção. Achei a coisa mais engraçada de todas e o sentimento de pertencimento só crescia no meu coração.
– Eu tentei pensar em milhares de coisas e milhares de maneiras, para que pudesse de certa forma te mostrar como me sinto quando estou com você. - Fred começou a falar e o seu olhar me fitava com intensidade. Seu rosto estava sério e falava como se fosse a coisa mais certa de todas e eu concordava que fosse. – É verdade que é meio incomum um casal como você e eu ter chegado até o presente momento, mas o mais incomum seria se eu demorasse mais um pouco para lhe dizer o quanto quero quebrar regras por aí com você e curtir detenções. Eu sei que essa última parte é só um sonho. - ele disse e eu ri abertamente.
– Ainda bem que você sabe disso. - eu concordei.
– O que quero dizer é: seja a minha garota. Seja a minha namorada. - ele disse finalmente e eu senti como se fosse transbordar e explodir. Meu corpo estava em terna combustão. – Eu prometo que sempre terei uma piada de mal gosto para fazê-la rir e  desculpar todas as tombadas e derrubadas de café nos meus sueters. - ele disse fazendo uma referência ao nosso primeiro contato, no qual deu início a tudo aquilo.
– Eu aceito ser sua namorada. - eu disse depois de alguns segundos o encarando e enlacei as nossas mãos. – Quebrar algumas regras às vezes pode ser também, mas nada que perca pontos. - eu disse a última parte e não poderia faltar uma careta vinda dele.
– Tinha que ser a senhorita certinha.



FIM.



Nota da autora: Sem nota.

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