Capítulo I
Era impossível encontrar um táxi disponível pelas manhãs de Nova York, principalmente quando se tem uma nave espacial pairando sobre suas ruas, parando todo o trânsito.
Esse mero detalhe, eu ficaria contente em ignorar, mas, assim que recebi a mensagem de Wong, meu estômago embrulhou. Wong me treina desde minha infância, quando eu assistia os heróis na TV e replicava seus movimentos, sem esforço algum, como se o dom refletido fosse meu desde sempre.
Não faz muito tempo que tive contato com meu mestre e sempre é problema, nunca é para tomar um chá ou assistir uma peça da Broadway. Ele me liga, eu largo tudo e vou ao seu socorro. Dessa vez, não seria diferente. Respirei fundo e corri, ignorando as dores em meus pés massacrados pelo sapato de salto alto e o suor que escorria em minha nuca. Eu precisava chegar até ele e rápido.
Minha cabeça girava com a ideia de voltar à ação, mas não tinha tempo para pensar mais sobre isso. A cidade estava em apuros.
— Você demorou. - Mestre Wong disse, abraçando-me rápido e jogando um anel para mim que coloquei de imediato.
— Desculpe, Mestre. A cidade está um caos. - Justifiquei.
— Ah, ! Minha querida! Não sabia que você estava na cidade! -Tony veio em minha direção e deu palmadinhas em meu ombro. -Wong disse que viria, mas eu confesso que desconfiei. - Ele gira seu corpo e aponta para um homem que está completamente desconfortável com alguma coisa. -Você já conhece Bruce Banner, nosso grandalhão verde de noite, e de dia doutor?
— Tony… - Censurou Dr. Bruce.
— Muito prazer, Dr. Banner, sou a . .
— Sim, sim. Ouvi muito sobre você e seus dons. Muito interessante. - O homem me analisou com cautela, ele parecia genuinamente impressionado. Ele sabia quem eu era e esticou a mão com um sorriso no rosto. Apertei-a com entusiasmo, sempre fico muito contente quando me reconhecem como uma pessoa poderosa.
— Claramente, pontualidade não é seu forte. - Dr. Strange se aproximou de nós com um sorriso. - Nada muda, incrível. - Mesmo fazendo uma cara de contragosto, Dr. Strange apertou minhas mãos. A capa dele vibrava, tentando se conter, até que em um comando silencioso, ele liberou para que ela voasse até mim.
- Senti sua falta também. - A capa girava em minha volta e se enroscava em meu corpo como uma cobra.
Sem dúvidas, a Capa era meu item mágico favorito. Foram incontáveis vezes que ela me acordava durante a noite para sobrevoarmos a cidade, somente para sentir o vento na gente.
Dr. Strange pigarreou e apontou para o espaço entre ele e Wong, indicando onde eu deveria ficar, endireitei minhas costas e acenei com a cabeça. Infelizmente, não tivemos tempo para trocar qualquer tipo de informação, pois, assim que abri a boca, uma luz azulada surgiu da nave e duas figuras começaram a caminhar em nossa direção, ajeitei meu vestido e segui o grupo.
O primeiro era magro e velho, já o segundo, grande, com uma pele que parecia pedra e usava armaduras.
— Ouçam-me e alegrem-se. - Disse o ser mais magro. - Estão prestes a morrer pelas mãos dos Filhos de Thanos.
— Que simpático. - Comentei baixinho, recebendo um sorriso discreto de Stark.
— Agradeçam por suas vidas insignificantes contribuírem…
— Desculpe, mas a Terra está fechada hoje. - Tony o interrompeu e não pude evitar de sorrir. - Então, juntem suas coisas e deem o fora daqui.
— Guardião da Joia. - A criatura se referia ao Dr. Strange e, discretamente, me posicionei melhor, chegando mais próximo dele. Caso alguém fosse atacá-lo, eu estaria preparada. Olhei para o lado e Wong imitava meu posicionamento, ele também estava pronto. - Este animal tagarela fala por você?
— Não mesmo. Eu falo por mim. - Na mesma hora, círculos luminosos surgiram das mãos dele. - Vocês estão invadindo esta cidade e este planeta.
Wong e eu o imitamos. O anel que meu mestre havia me jogado queimava de leve meus dedos, mas me proporcionava criar os portais. Anel que depois de anos fui considerada digna para usar.
— Cai fora, Lula Molusco. - Mesmo tentando manter o rosto sério, uma risada me escapuliu, o que deixou o invasor visivelmente irritado.
— Está achando engraçado, garotinha? - Ergui meu queixo. - Vocês estão me cansando. Pegue a joia. - Ordenou para o grandalhão.
— Banner, quer ajudar? - Stark cochichou para Bruce.
— Na verdade, não. Mas adianta eu não querer? - Bruce começou a ficar verde, mas o Hulk não vinha.
— ? -Wong me incentivou.
— Não sinto nada. Eu preciso de mais. - Eu disse chateada. Sempre quis ver o Hulk em ação e sentir um pouco de seu poder.
— Vamos lá, já faz tempo. - Tony dizia, mas nada de Bruce conseguir fazer com que o Hulk aparecesse. - Onde ele está?
— ? - Wong me chamava com uma súplica disfarçada.
— Não estou conseguindo. Precisa ser completo. - Respondi, começando a ficar irritada.
— Ele não quer aparecer. - Bruce disse quase sem fôlego de tanto forçar a transformação.
— Está tudo bem. Fica de olho nele, obrigado. - Stark disse empurrando Banner na minha direção e de Wong, que assentiu.
Com alguns toques, Tony Stark ativou sua armadura com nanotecnologia, deixando-me boquiaberta e, sem esforço, ele conseguiu bloquear um golpe da criatura, fazendo com que ela ricocheteasse para longe. Em seguida, ela golpeou Stark sem sair do lugar, apenas levantando dois dedos e meu corpo sentiu seu poder. Troquei um breve olhar com Wong que entendeu o recado.
Precisávamos provocar o invasor para que eu conseguisse entrar em cena. Juntei-me ao mestre para criar uma barreira de proteção, enquanto Dr. Strange enviava o Sr. Banner por um portal, já que ele não era de muita ajuda.
Assim que nosso escudo caiu, olhei para um carro que estava parado no meio fio e desejei que ele fosse leve, com movimentos sutis de minhas mãos e dedos, consegui imitar o poder da criatura e fiz com que o carro levitasse e fosse atirado em sua direção. Mesmo com os olhos brilhando de surpresa, ele foi rápido e cortou o carro ao meio, com um mero movimento de mão.
— Precisamos tirar a joia daqui. - Tony declarou.
— Não, ela fica comigo. - Dr. Strange revidou.
— Pessoal, os ETs! - Chamei a atenção dos dois, mesmo assim, Tony saiu voando com a criatura de armadura em seu encalço. - Para onde você vai? - Berrei em vão.
— Se concentre aqui, . - Wong me cutucou. - Se concentre no poder dele, ok?
Meus olhos focaram no invasor que sorria enquanto transformava pedaços de tijolos em lanças pontiagudas. Como se tivéssemos planejado, nós três abrimos um portal ao mesmo tempo, fazendo com que seu ataque se voltasse contra ele, pegando-o totalmente desprevenido.
A criatura atingiu Wong e prendeu o Dr. Strange contra a parede. Era incrível como os poucos movimentos que ele fazia, podiam ser tão fortes. Eu podia sentir, dentro de mim, a vibração de seu poder.
— Sua vez, garotinha. - A criatura flutuou depressa em minha direção, mas, como se fôssemos reflexo um do outro, meu corpo repetia seus movimentos e, por isso, seus ataques eram inúteis. - É uma pena você ter que viver copiando os outros.
— É uma pena você ter tanto poder e continuar horroroso. - Chutei seu estômago. Eu poderia depender de outros poderes, mas eu era treinada para não precisar de nenhum, muito menos de alguém para conseguir me defender.
Consegui chegar mais perto e o empurrei contra o chão. Usei o peso de meu corpo para mantê-lo no lugar, principalmente suas mãos. Comecei a dar uma sequência de socos em seu rosto, a cada impacto, eu torcia para que Wong e Dr. Strange se recuperassem para me ajudar. Os nós dos meus dedos já começando a se abrirem, sujando o rosto dele com meu sangue.
Senti um movimento rápido de seus dedos embaixo de minhas pernas nuas, mas foi tarde demais. Uma pedra atingiu minha cabeça e depois disso, foi tudo escuridão.
*
flashback on
— Precisamos conversar. - se sentou na ponta da cama e indicou com a cabeça para que Peter a acompanhasse.
— Conversar? Temos tão pouco tempo juntos e você quer conversar? - Peter empurrou os cabelos de para o lado oposto, deixando sua nuca exposta para ele. - Pensei em aproveitarmos esse momento para… você sabe…
Automaticamente, as pernas de se apertaram. O que ela mais gostava em Parker era a habilidade dele ser um garoto extremamente fofo ao tentar falar sacanagem para ela.
— Você está linda com essa saia, já te disse isso? - Ele perguntou enquanto lentamente passava a mão na perna da garota, torturando-a. - Meu dia foi tão longo, achei que nunca iria conseguir chegar aqui.
Peter dava leves beijos na nuca de , traçando círculos ameaçadoramente próximos da peça íntima da garota.
— Precisamos conversar… - Ela tentou começar, mas seus pensamentos foram evaporados quando Peter a tocou por cima da peça, fazendo-a arfar e virar seu rosto, colando os lábios com os dele.
O beijo era urgente, ela era dele e ele era dela. Fazia muito tempo que os dois estavam nesse pseudo namoro, mas nunca colocaram para o mundo, afinal, Peter tinha a identidade do Homem Aranha para manter, e se relacionar com seria expor que estava namorando uma mutante.
Mutante. Era isso que era? Uma anomalia? Não para Peter, para ele, era perfeita, da cabeça aos pés. Todo dia que eles se viam, ele achava que não teria como a garota ficar mais perfeita, e lá estava ela, se superando a cada dia que passava.
era uma garota com dons impressionantes, ela conseguia refletir os poderes e dons dos outros, podia ser apenas tirar uma nota boa em biologia graças à algum aluno prodígio, até voar vendo algum super-herói na TV. Mas esses dons nunca ficaram com ela de fato, eles são passageiros, como a energia de uma bateria, ela pode durar bastante tempo, mas uma hora ela acaba.
Wong viu o quanto a garota era valiosa para aqueles que poderiam instrui-la corretamente e viu o quão perigosa ela seria se caísse em mãos erradas, então ele fez uma proposta para os pais de , ele queria ser o novo guardião dela. Iria treiná-la e educá-la. Foi exatamente isso que ele fez.
Assim que Wong viu que ela estaria pronta para se tornar independente, foi quando conheceu Peter, na verdade, o Homem Aranha.
estava sentada em seu quarto e viu imagens do herói na TV, pulando de um lado para o outro entre os prédios e a garota desejou ter uma fração do poder dele para que ela pudesse sentir a brisa em seus cabelos. Uma onda de energia passou por entre os braços da garota e ela se sentiu pronta para experimentar os dotes dele. Engatinhou pela parede e subiu no telhado. Respirou fundo e pulou até o próximo prédio.
“O que você está fazendo, garota?” - O rapaz disse segurando-a pelo braço impedindo que desse outro passo.
“Sendo livre.” - Depois desse dia, os dois não conseguiram mais se desgrudar.
— Eu estou apaixonado por você. - A voz grave de Peter a tirou de seu devaneio. Ela também estava apaixonada por ele, mas tinha que ir.
— Peter… - Com um sinal de permissão, Peter a puxou para seu colo e ergueu um pouco de sua saia, para poder apertar suas nádegas com firmeza e a puxar para mais perto dele.
tirou sua blusa junto com seu sutiã e abaixou seu corpo para voltar a sentir a língua de Peter lutando com a sua. Ela se esfregava nele, sentindo a ereção dele contra sua intimidade encharcada.
Com um habilidoso movimento, Peter inverteu as posições, tirou sua própria camisa e desabotoou sua calça, jogando-a em alguma parte do quarto. Ele se abaixou e abocanhou um dos seios de , fazendo-a soltar um gritinho de excitação.
Os dedos da garota passearam até sua cueca e a abaixou, deixando a ereção de Peter livre.
— Eu quero você. - Ela sussurrou olhando nos olhos do garoto que assentiu e se posicionou entre as pernas de .
— Eu quero você com essa saia. - Deu um sorrisinho enquanto tirava a calcinha dela. Assim que ficou livre da peça, Peter se protegeu e levou os próprios dedos na boca, lubrificando-os, deixando a garota cada vez mais inquieta de desejo.
Ele levou sua mão úmida entre as pernas da garota e girou os dedos, fazendo ela arquear as costas, totalmente entregue a ele.
— Eu sei, eu sei. - Ele dizia baixo.
Ainda movimentando seus dedos, ele tocou-a com seu pau lentamente, até que colocou toda sua extensão dentro da garota. estava impaciente, querendo mais, querendo o que sabia que Peter era capaz de dar, então elevou suas pernas, para que ele fosse mais fundo, do jeito que ela gosta.
Ele segurou suas pernas e se entregou ao movimento de vai e vem, ele não parou quando gemeu seu nome, ou quando os olhos da garota viraram para cima, ele diminuiu a velocidade, apenas para girar a garota e colocar um travesseiro embaixo da barriga dela, para ter uma posição melhor ao penetrá-la de quatro.
O colchão abafou a maioria dos gemidos altos da garota, mas não foram o suficiente para esconder o segundo orgasmo que ela teve, seguido do gemido que Peter soltou quando gozou em suas costas.
— Venha, vou te limpar. - Peter a pegou no colo e a levou até o chuveiro. A garota estava mole em seus braços e ele não reclamou por dar banho nela sem nenhuma ajuda.
— Peter, vou ter que ir embora. - A garota disse quando ele a enrolou em uma toalha branca e fofa do hotel.
— Agora? O check-out é só 12:00 amanhã…
— Não, eu preciso ir embora. Estou quase finalizando meu treinamento, depois de quinze anos… Logo eu vou estar livre, livre de verdade.
— Quando? Por que você não me disse antes? - O rosto de Peter estava vermelho.
— Ele já deve estar chegando. - A essa altura, a garota já estava quase pronta. - Eu tentei te contar diversas vezes essa semana, mas…
— ESSA SEMANA? , a quanto tempo você sabe que vai embora?
— Você estava tão ocupado com os problemas na cidade, na escola… Seus amigos da escola acabaram de descobrir que você é o Homem Aranha, eu não queria que você se preocupasse com mais isso.
— Eu me preocupo com você. - Puxando as mãos dela. - Não vá. Fique comigo, daremos um jeito.
— Não tem como. Se você, Peter, for visto comigo, saberão que há algo errado e que você não deve ser apenas o Peter Parker. Mas se me virem com o Homem Aranha… Já pensou quantas especulações vão fazer? Seríamos perseguidos dia e noite, sem parar. Não tem como isso dar certo.
— Espera, você além de ir embora, está terminando comigo? - Seus olhos brilhavam com tristeza. - , eu não quero isso. Eu quero você, aqui. Comigo, com Peter, com o Homem Aranha.
Um círculo de luz surgiu no quarto e Wong apareceu no centro dele.
— , está na hora.
Depositando um beijo em sua bochecha, partiu. Com o coração quebrado e os olhos cheios de lágrimas.
flashback off
*
Acordei desnorteada. Minha cabeça estava pesada e sentia algo quente escorrer na lateral da minha cabeça.
— , acorde! Vá atrás dele! - Wong apoiava sua mão na cabeça que sangrava.
— Você está bem? - Gritei de volta. Levantei-me com dificuldade.
— Sim, vá atrás de Strange.
Assenti e utilizei o restante de poder da criatura que ainda corria em minhas veias para sobrevoar as ruas em busca do doutor.
— Onde você está? - Resmunguei para mim mesma.
— Ei, espere! - Olhei para o lado e vi um rapaz de vermelho, usando teias para se locomover. - Volte aqui! - Ele gritava para alguém.
Decidi que iria segui-lo e foi a melhor escolha que eu fiz, pois eu havia ficado muito tempo longe da criatura e logo, meu corpo identificou o dom do garoto. Consegui pousar em cima do terraço de um dos prédios e dele eu pude localizar o Dr. Strange sendo arrastado por sua capa.
Confiando em meus não tão novos instintos, tomei distância da beirada do prédio e comecei a correr, sem medo algum, pulei para o terraço do prédio ao lado. Com uma velocidade impressionante consegui alcançar os três a tempo de evitar que uma placa de metal atingisse o rapaz.
— Obrigado! - Ele gritou para mim e nossos olhares se encontraram, meu coração deu um salto e tudo pareceu perder a velocidade. Peter Parker estava ali, vivo e saltitante, literalmente. Nesse meio tempo, a criatura conseguiu arrancar a capa do Sr. Strange.
— Não! - Corri mais, sentindo minhas pernas queimarem. - Não perca ele de vista!
O garoto lançou sua teia para trazer o doutor para perto, mas uma luz azulada voltou a aparecer no céu, puxando o Sr. Strange para cima e arrastando o garoto junto.
A capa de Dr. Strange balançava de um lado para o outro, suplicando por nossa ajuda e então, não pensei duas vezes quando pulei e agarrei a perna de Peter enquanto ele comunicava pelo seu traje o Sr. Stark.
— Sr. Stark precisa de você aqui. - Ele gritou me olhando. - Está tudo bem. Solte.
Olhei para baixo a tempo de ver meus sapatos caindo no chão. Merda.
— Não está tudo bem. Não sabemos para onde isso vai dar. - Berrei, apertando mais meus braços em sua perna, tentando forçá-lo para baixo.
— Você não acredita em mim? - O garoto me perguntou com uma calma inacreditável e meu coração se apertou. Claro que eu acreditava nele.
— Eu… Sim. Eu acredito. - Respondi mesmo não entendendo nada.
— Está vendo? Eu confio em você, você precisa confiar em mim, .
— Não, por favor. - Choraminguei. - Eu vou com você. Eu não vou te deixar, não desta vez. - Parei de fazer força para baixo e como se o raio de luz reconhecesse minha desistência, nos puxou rapidamente.
Um pequeno detalhe, nós dois estávamos sem qualquer tipo de proteção e por isso, respirar começou a ficar difícil. Ouvi Peter falar alguma coisa, mas fui perdendo a consciência e soltei sua perna, comecei a cair de imediato.
Meu grito de pavor ficou preso em minha garganta, eu não conseguia emitir nenhum som, estiquei meus braços em uma tentativa de me segurar novamente. Peter tirou a máscara e ele estava igual, tão jovem e bonito, como se meu cérebro esquecesse que eu estava prestes a morrer, eu sorri. Sentia a falta dele.
Ele lutava intensamente para não ficar inconsciente, isso era nítido. Ele queria me salvar e por isso, pulou em minha direção. Quando sua mão encostou na minha, algo nos atingiu.
—Um presente para vocês. - Uma voz sussurrou em minha cabeça. - Abra os olhos, .
Eu não estava mais caindo, o baque fez com que nossos corpos nos chocassem e eu abracei Peter, puxando o ar com toda minha força. Olhei para meu corpo, me certificando que tudo estava no lugar e não pude acreditar.
— Uma armadura. - Comentei chocada. Diferente da de Peter ou de Stark, minha armadura era preta com detalhes vermelhos. Criando forças, me equilibrei fora da nave. Nem parecia que eu estava descalça no traje.
— Tem cheiro de carro novo aqui! - Peter comemorou, me soltando devagar e olhando para o próprio corpo. - Você está bem? - Ele me analisava por inteiro, procurando algum machucado ou algo do tipo.
— Está tudo bem, obrigada.
— Ótimo, agora que vocês já se reencontraram, voltem para casa. – disse Stark acionando um paraquedas em nossos trajes. O que não deu muito certo, pois nos seguramos e conseguimos entrar na nave, sem que ninguém percebesse.
— Eu devia ter ficado no ônibus. - Resmungou Peter.
Esse mero detalhe, eu ficaria contente em ignorar, mas, assim que recebi a mensagem de Wong, meu estômago embrulhou. Wong me treina desde minha infância, quando eu assistia os heróis na TV e replicava seus movimentos, sem esforço algum, como se o dom refletido fosse meu desde sempre.
Não faz muito tempo que tive contato com meu mestre e sempre é problema, nunca é para tomar um chá ou assistir uma peça da Broadway. Ele me liga, eu largo tudo e vou ao seu socorro. Dessa vez, não seria diferente. Respirei fundo e corri, ignorando as dores em meus pés massacrados pelo sapato de salto alto e o suor que escorria em minha nuca. Eu precisava chegar até ele e rápido.
Minha cabeça girava com a ideia de voltar à ação, mas não tinha tempo para pensar mais sobre isso. A cidade estava em apuros.
— Você demorou. - Mestre Wong disse, abraçando-me rápido e jogando um anel para mim que coloquei de imediato.
— Desculpe, Mestre. A cidade está um caos. - Justifiquei.
— Ah, ! Minha querida! Não sabia que você estava na cidade! -Tony veio em minha direção e deu palmadinhas em meu ombro. -Wong disse que viria, mas eu confesso que desconfiei. - Ele gira seu corpo e aponta para um homem que está completamente desconfortável com alguma coisa. -Você já conhece Bruce Banner, nosso grandalhão verde de noite, e de dia doutor?
— Tony… - Censurou Dr. Bruce.
— Muito prazer, Dr. Banner, sou a . .
— Sim, sim. Ouvi muito sobre você e seus dons. Muito interessante. - O homem me analisou com cautela, ele parecia genuinamente impressionado. Ele sabia quem eu era e esticou a mão com um sorriso no rosto. Apertei-a com entusiasmo, sempre fico muito contente quando me reconhecem como uma pessoa poderosa.
— Claramente, pontualidade não é seu forte. - Dr. Strange se aproximou de nós com um sorriso. - Nada muda, incrível. - Mesmo fazendo uma cara de contragosto, Dr. Strange apertou minhas mãos. A capa dele vibrava, tentando se conter, até que em um comando silencioso, ele liberou para que ela voasse até mim.
- Senti sua falta também. - A capa girava em minha volta e se enroscava em meu corpo como uma cobra.
Sem dúvidas, a Capa era meu item mágico favorito. Foram incontáveis vezes que ela me acordava durante a noite para sobrevoarmos a cidade, somente para sentir o vento na gente.
Dr. Strange pigarreou e apontou para o espaço entre ele e Wong, indicando onde eu deveria ficar, endireitei minhas costas e acenei com a cabeça. Infelizmente, não tivemos tempo para trocar qualquer tipo de informação, pois, assim que abri a boca, uma luz azulada surgiu da nave e duas figuras começaram a caminhar em nossa direção, ajeitei meu vestido e segui o grupo.
O primeiro era magro e velho, já o segundo, grande, com uma pele que parecia pedra e usava armaduras.
— Ouçam-me e alegrem-se. - Disse o ser mais magro. - Estão prestes a morrer pelas mãos dos Filhos de Thanos.
— Que simpático. - Comentei baixinho, recebendo um sorriso discreto de Stark.
— Agradeçam por suas vidas insignificantes contribuírem…
— Desculpe, mas a Terra está fechada hoje. - Tony o interrompeu e não pude evitar de sorrir. - Então, juntem suas coisas e deem o fora daqui.
— Guardião da Joia. - A criatura se referia ao Dr. Strange e, discretamente, me posicionei melhor, chegando mais próximo dele. Caso alguém fosse atacá-lo, eu estaria preparada. Olhei para o lado e Wong imitava meu posicionamento, ele também estava pronto. - Este animal tagarela fala por você?
— Não mesmo. Eu falo por mim. - Na mesma hora, círculos luminosos surgiram das mãos dele. - Vocês estão invadindo esta cidade e este planeta.
Wong e eu o imitamos. O anel que meu mestre havia me jogado queimava de leve meus dedos, mas me proporcionava criar os portais. Anel que depois de anos fui considerada digna para usar.
— Cai fora, Lula Molusco. - Mesmo tentando manter o rosto sério, uma risada me escapuliu, o que deixou o invasor visivelmente irritado.
— Está achando engraçado, garotinha? - Ergui meu queixo. - Vocês estão me cansando. Pegue a joia. - Ordenou para o grandalhão.
— Banner, quer ajudar? - Stark cochichou para Bruce.
— Na verdade, não. Mas adianta eu não querer? - Bruce começou a ficar verde, mas o Hulk não vinha.
— ? -Wong me incentivou.
— Não sinto nada. Eu preciso de mais. - Eu disse chateada. Sempre quis ver o Hulk em ação e sentir um pouco de seu poder.
— Vamos lá, já faz tempo. - Tony dizia, mas nada de Bruce conseguir fazer com que o Hulk aparecesse. - Onde ele está?
— ? - Wong me chamava com uma súplica disfarçada.
— Não estou conseguindo. Precisa ser completo. - Respondi, começando a ficar irritada.
— Ele não quer aparecer. - Bruce disse quase sem fôlego de tanto forçar a transformação.
— Está tudo bem. Fica de olho nele, obrigado. - Stark disse empurrando Banner na minha direção e de Wong, que assentiu.
Com alguns toques, Tony Stark ativou sua armadura com nanotecnologia, deixando-me boquiaberta e, sem esforço, ele conseguiu bloquear um golpe da criatura, fazendo com que ela ricocheteasse para longe. Em seguida, ela golpeou Stark sem sair do lugar, apenas levantando dois dedos e meu corpo sentiu seu poder. Troquei um breve olhar com Wong que entendeu o recado.
Precisávamos provocar o invasor para que eu conseguisse entrar em cena. Juntei-me ao mestre para criar uma barreira de proteção, enquanto Dr. Strange enviava o Sr. Banner por um portal, já que ele não era de muita ajuda.
Assim que nosso escudo caiu, olhei para um carro que estava parado no meio fio e desejei que ele fosse leve, com movimentos sutis de minhas mãos e dedos, consegui imitar o poder da criatura e fiz com que o carro levitasse e fosse atirado em sua direção. Mesmo com os olhos brilhando de surpresa, ele foi rápido e cortou o carro ao meio, com um mero movimento de mão.
— Precisamos tirar a joia daqui. - Tony declarou.
— Não, ela fica comigo. - Dr. Strange revidou.
— Pessoal, os ETs! - Chamei a atenção dos dois, mesmo assim, Tony saiu voando com a criatura de armadura em seu encalço. - Para onde você vai? - Berrei em vão.
— Se concentre aqui, . - Wong me cutucou. - Se concentre no poder dele, ok?
Meus olhos focaram no invasor que sorria enquanto transformava pedaços de tijolos em lanças pontiagudas. Como se tivéssemos planejado, nós três abrimos um portal ao mesmo tempo, fazendo com que seu ataque se voltasse contra ele, pegando-o totalmente desprevenido.
A criatura atingiu Wong e prendeu o Dr. Strange contra a parede. Era incrível como os poucos movimentos que ele fazia, podiam ser tão fortes. Eu podia sentir, dentro de mim, a vibração de seu poder.
— Sua vez, garotinha. - A criatura flutuou depressa em minha direção, mas, como se fôssemos reflexo um do outro, meu corpo repetia seus movimentos e, por isso, seus ataques eram inúteis. - É uma pena você ter que viver copiando os outros.
— É uma pena você ter tanto poder e continuar horroroso. - Chutei seu estômago. Eu poderia depender de outros poderes, mas eu era treinada para não precisar de nenhum, muito menos de alguém para conseguir me defender.
Consegui chegar mais perto e o empurrei contra o chão. Usei o peso de meu corpo para mantê-lo no lugar, principalmente suas mãos. Comecei a dar uma sequência de socos em seu rosto, a cada impacto, eu torcia para que Wong e Dr. Strange se recuperassem para me ajudar. Os nós dos meus dedos já começando a se abrirem, sujando o rosto dele com meu sangue.
Senti um movimento rápido de seus dedos embaixo de minhas pernas nuas, mas foi tarde demais. Uma pedra atingiu minha cabeça e depois disso, foi tudo escuridão.
flashback on
— Precisamos conversar. - se sentou na ponta da cama e indicou com a cabeça para que Peter a acompanhasse.
— Conversar? Temos tão pouco tempo juntos e você quer conversar? - Peter empurrou os cabelos de para o lado oposto, deixando sua nuca exposta para ele. - Pensei em aproveitarmos esse momento para… você sabe…
Automaticamente, as pernas de se apertaram. O que ela mais gostava em Parker era a habilidade dele ser um garoto extremamente fofo ao tentar falar sacanagem para ela.
— Você está linda com essa saia, já te disse isso? - Ele perguntou enquanto lentamente passava a mão na perna da garota, torturando-a. - Meu dia foi tão longo, achei que nunca iria conseguir chegar aqui.
Peter dava leves beijos na nuca de , traçando círculos ameaçadoramente próximos da peça íntima da garota.
— Precisamos conversar… - Ela tentou começar, mas seus pensamentos foram evaporados quando Peter a tocou por cima da peça, fazendo-a arfar e virar seu rosto, colando os lábios com os dele.
O beijo era urgente, ela era dele e ele era dela. Fazia muito tempo que os dois estavam nesse pseudo namoro, mas nunca colocaram para o mundo, afinal, Peter tinha a identidade do Homem Aranha para manter, e se relacionar com seria expor que estava namorando uma mutante.
Mutante. Era isso que era? Uma anomalia? Não para Peter, para ele, era perfeita, da cabeça aos pés. Todo dia que eles se viam, ele achava que não teria como a garota ficar mais perfeita, e lá estava ela, se superando a cada dia que passava.
era uma garota com dons impressionantes, ela conseguia refletir os poderes e dons dos outros, podia ser apenas tirar uma nota boa em biologia graças à algum aluno prodígio, até voar vendo algum super-herói na TV. Mas esses dons nunca ficaram com ela de fato, eles são passageiros, como a energia de uma bateria, ela pode durar bastante tempo, mas uma hora ela acaba.
Wong viu o quanto a garota era valiosa para aqueles que poderiam instrui-la corretamente e viu o quão perigosa ela seria se caísse em mãos erradas, então ele fez uma proposta para os pais de , ele queria ser o novo guardião dela. Iria treiná-la e educá-la. Foi exatamente isso que ele fez.
Assim que Wong viu que ela estaria pronta para se tornar independente, foi quando conheceu Peter, na verdade, o Homem Aranha.
estava sentada em seu quarto e viu imagens do herói na TV, pulando de um lado para o outro entre os prédios e a garota desejou ter uma fração do poder dele para que ela pudesse sentir a brisa em seus cabelos. Uma onda de energia passou por entre os braços da garota e ela se sentiu pronta para experimentar os dotes dele. Engatinhou pela parede e subiu no telhado. Respirou fundo e pulou até o próximo prédio.
“O que você está fazendo, garota?” - O rapaz disse segurando-a pelo braço impedindo que desse outro passo.
“Sendo livre.” - Depois desse dia, os dois não conseguiram mais se desgrudar.
— Eu estou apaixonado por você. - A voz grave de Peter a tirou de seu devaneio. Ela também estava apaixonada por ele, mas tinha que ir.
— Peter… - Com um sinal de permissão, Peter a puxou para seu colo e ergueu um pouco de sua saia, para poder apertar suas nádegas com firmeza e a puxar para mais perto dele.
tirou sua blusa junto com seu sutiã e abaixou seu corpo para voltar a sentir a língua de Peter lutando com a sua. Ela se esfregava nele, sentindo a ereção dele contra sua intimidade encharcada.
Com um habilidoso movimento, Peter inverteu as posições, tirou sua própria camisa e desabotoou sua calça, jogando-a em alguma parte do quarto. Ele se abaixou e abocanhou um dos seios de , fazendo-a soltar um gritinho de excitação.
Os dedos da garota passearam até sua cueca e a abaixou, deixando a ereção de Peter livre.
— Eu quero você. - Ela sussurrou olhando nos olhos do garoto que assentiu e se posicionou entre as pernas de .
— Eu quero você com essa saia. - Deu um sorrisinho enquanto tirava a calcinha dela. Assim que ficou livre da peça, Peter se protegeu e levou os próprios dedos na boca, lubrificando-os, deixando a garota cada vez mais inquieta de desejo.
Ele levou sua mão úmida entre as pernas da garota e girou os dedos, fazendo ela arquear as costas, totalmente entregue a ele.
— Eu sei, eu sei. - Ele dizia baixo.
Ainda movimentando seus dedos, ele tocou-a com seu pau lentamente, até que colocou toda sua extensão dentro da garota. estava impaciente, querendo mais, querendo o que sabia que Peter era capaz de dar, então elevou suas pernas, para que ele fosse mais fundo, do jeito que ela gosta.
Ele segurou suas pernas e se entregou ao movimento de vai e vem, ele não parou quando gemeu seu nome, ou quando os olhos da garota viraram para cima, ele diminuiu a velocidade, apenas para girar a garota e colocar um travesseiro embaixo da barriga dela, para ter uma posição melhor ao penetrá-la de quatro.
O colchão abafou a maioria dos gemidos altos da garota, mas não foram o suficiente para esconder o segundo orgasmo que ela teve, seguido do gemido que Peter soltou quando gozou em suas costas.
— Venha, vou te limpar. - Peter a pegou no colo e a levou até o chuveiro. A garota estava mole em seus braços e ele não reclamou por dar banho nela sem nenhuma ajuda.
— Peter, vou ter que ir embora. - A garota disse quando ele a enrolou em uma toalha branca e fofa do hotel.
— Agora? O check-out é só 12:00 amanhã…
— Não, eu preciso ir embora. Estou quase finalizando meu treinamento, depois de quinze anos… Logo eu vou estar livre, livre de verdade.
— Quando? Por que você não me disse antes? - O rosto de Peter estava vermelho.
— Ele já deve estar chegando. - A essa altura, a garota já estava quase pronta. - Eu tentei te contar diversas vezes essa semana, mas…
— ESSA SEMANA? , a quanto tempo você sabe que vai embora?
— Você estava tão ocupado com os problemas na cidade, na escola… Seus amigos da escola acabaram de descobrir que você é o Homem Aranha, eu não queria que você se preocupasse com mais isso.
— Eu me preocupo com você. - Puxando as mãos dela. - Não vá. Fique comigo, daremos um jeito.
— Não tem como. Se você, Peter, for visto comigo, saberão que há algo errado e que você não deve ser apenas o Peter Parker. Mas se me virem com o Homem Aranha… Já pensou quantas especulações vão fazer? Seríamos perseguidos dia e noite, sem parar. Não tem como isso dar certo.
— Espera, você além de ir embora, está terminando comigo? - Seus olhos brilhavam com tristeza. - , eu não quero isso. Eu quero você, aqui. Comigo, com Peter, com o Homem Aranha.
Um círculo de luz surgiu no quarto e Wong apareceu no centro dele.
— , está na hora.
Depositando um beijo em sua bochecha, partiu. Com o coração quebrado e os olhos cheios de lágrimas.
flashback off
Acordei desnorteada. Minha cabeça estava pesada e sentia algo quente escorrer na lateral da minha cabeça.
— , acorde! Vá atrás dele! - Wong apoiava sua mão na cabeça que sangrava.
— Você está bem? - Gritei de volta. Levantei-me com dificuldade.
— Sim, vá atrás de Strange.
Assenti e utilizei o restante de poder da criatura que ainda corria em minhas veias para sobrevoar as ruas em busca do doutor.
— Onde você está? - Resmunguei para mim mesma.
— Ei, espere! - Olhei para o lado e vi um rapaz de vermelho, usando teias para se locomover. - Volte aqui! - Ele gritava para alguém.
Decidi que iria segui-lo e foi a melhor escolha que eu fiz, pois eu havia ficado muito tempo longe da criatura e logo, meu corpo identificou o dom do garoto. Consegui pousar em cima do terraço de um dos prédios e dele eu pude localizar o Dr. Strange sendo arrastado por sua capa.
Confiando em meus não tão novos instintos, tomei distância da beirada do prédio e comecei a correr, sem medo algum, pulei para o terraço do prédio ao lado. Com uma velocidade impressionante consegui alcançar os três a tempo de evitar que uma placa de metal atingisse o rapaz.
— Obrigado! - Ele gritou para mim e nossos olhares se encontraram, meu coração deu um salto e tudo pareceu perder a velocidade. Peter Parker estava ali, vivo e saltitante, literalmente. Nesse meio tempo, a criatura conseguiu arrancar a capa do Sr. Strange.
— Não! - Corri mais, sentindo minhas pernas queimarem. - Não perca ele de vista!
O garoto lançou sua teia para trazer o doutor para perto, mas uma luz azulada voltou a aparecer no céu, puxando o Sr. Strange para cima e arrastando o garoto junto.
A capa de Dr. Strange balançava de um lado para o outro, suplicando por nossa ajuda e então, não pensei duas vezes quando pulei e agarrei a perna de Peter enquanto ele comunicava pelo seu traje o Sr. Stark.
— Sr. Stark precisa de você aqui. - Ele gritou me olhando. - Está tudo bem. Solte.
Olhei para baixo a tempo de ver meus sapatos caindo no chão. Merda.
— Não está tudo bem. Não sabemos para onde isso vai dar. - Berrei, apertando mais meus braços em sua perna, tentando forçá-lo para baixo.
— Você não acredita em mim? - O garoto me perguntou com uma calma inacreditável e meu coração se apertou. Claro que eu acreditava nele.
— Eu… Sim. Eu acredito. - Respondi mesmo não entendendo nada.
— Está vendo? Eu confio em você, você precisa confiar em mim, .
— Não, por favor. - Choraminguei. - Eu vou com você. Eu não vou te deixar, não desta vez. - Parei de fazer força para baixo e como se o raio de luz reconhecesse minha desistência, nos puxou rapidamente.
Um pequeno detalhe, nós dois estávamos sem qualquer tipo de proteção e por isso, respirar começou a ficar difícil. Ouvi Peter falar alguma coisa, mas fui perdendo a consciência e soltei sua perna, comecei a cair de imediato.
Meu grito de pavor ficou preso em minha garganta, eu não conseguia emitir nenhum som, estiquei meus braços em uma tentativa de me segurar novamente. Peter tirou a máscara e ele estava igual, tão jovem e bonito, como se meu cérebro esquecesse que eu estava prestes a morrer, eu sorri. Sentia a falta dele.
Ele lutava intensamente para não ficar inconsciente, isso era nítido. Ele queria me salvar e por isso, pulou em minha direção. Quando sua mão encostou na minha, algo nos atingiu.
—Um presente para vocês. - Uma voz sussurrou em minha cabeça. - Abra os olhos, .
Eu não estava mais caindo, o baque fez com que nossos corpos nos chocassem e eu abracei Peter, puxando o ar com toda minha força. Olhei para meu corpo, me certificando que tudo estava no lugar e não pude acreditar.
— Uma armadura. - Comentei chocada. Diferente da de Peter ou de Stark, minha armadura era preta com detalhes vermelhos. Criando forças, me equilibrei fora da nave. Nem parecia que eu estava descalça no traje.
— Tem cheiro de carro novo aqui! - Peter comemorou, me soltando devagar e olhando para o próprio corpo. - Você está bem? - Ele me analisava por inteiro, procurando algum machucado ou algo do tipo.
— Está tudo bem, obrigada.
— Ótimo, agora que vocês já se reencontraram, voltem para casa. – disse Stark acionando um paraquedas em nossos trajes. O que não deu muito certo, pois nos seguramos e conseguimos entrar na nave, sem que ninguém percebesse.
— Eu devia ter ficado no ônibus. - Resmungou Peter.
Capítulo II
Peter segurava em minha mão enquanto caminhávamos pela nave, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Seu toque era tão familiar que fazia meu coração bater forte.
Como se nosso traje entendesse que precisávamos conversar, conseguimos falar sem que nossas vozes escapassem da armadura, indo diretamente para os ouvidos um do outro.
— Você estava indo em uma excursão para o MoMA? - Perguntei, criando uma distração.
— Sim, mas no caminho vi a nave e não pensei duas vezes para saltar do ônibus e ir ajudar. - Ouvimos um ruído e nos escondemos em um dos corredores. — E você?
— Eu estava em uma entrevista de emprego. Abriu uma vaga para assistente em uma editora de revista local e fui tentar. - Suspirei. — Mas recebi a mensagem de Wong antes mesmo de entrar no prédio. Dei meia volta e comecei a correr.
— Ser super-herói é um trabalho integral. - Seu tom de voz indicava um leve sorriso. — Cansa, mas é recompensador, você não acha?
— Não me considero uma super-heroína, você sabe. No fim, eu não tenho um poder que seja realmente meu. - Fiz um muxoxo.
— Como assim? Você é incrível, eu já vi você em ação antes, você é uma heroína, sim. - Ele colocou sua mão livre em meu ombro. — Você pode não ter um poder só seu, mas você pode ter todos os poderes, não é?
Graças ao Sr. Stark por ter dado essa armadura com capacete, desse jeito, Peter não podia ver meu rosto ficando vermelho.
— Obrigada. - Foi tudo o que consegui dizer, antes de seguir o caminho, puxando-o levemente pela mão. Faz menos de uma semana que fui liberada do meu treinamento e estava quase tendo uma vida “normal” quando isso tudo aconteceu.
— Como está sua cabeça?
— Doendo, mas, segundo meu traje, está tudo sob controle. - Acalmei o garoto. — Vamos andando…
— Cuidado! - O garoto me empurrou contra o chão me protegendo de algo que passava voando por nós. Em um segundo estávamos lado a lado e, no outro, Peter estava em cima de mim.
— Desculpe. - Ele disse, envergonhado, mas não fez menção de se levantar.
— Tudo bem. - Coloquei minhas mãos nos quadris dele. Meu corpo estava dolorido com tudo o que acontecera e eu ainda me sentia um pouco zonza.
Uma pequena luz se acendeu dentro do meu capacete e uma voz robótica ecoou em meus ouvidos.
— Níveis de oxigênio regulados, capacetes desativados. - Imediatamente nossos capacetes foram desativados e ficamos mais próximos, sua respiração irregular tocava meu rosto e eu não pude evitar de sorrir. Peter era um garoto lindo, com seus olhos gentis e seu jeito carinhoso.
Naquele momento, nada importava. Estar deitada no chão, com Peter em cima de mim, era uma ótima distração e me trazia lembranças de nós dois. Acabei mexendo um pouco para aliviar a dor que eu sentia em minha perna e nossas intimidades se tocaram, arregalei os olhos para Peter, mas tudo o que ele fez foi pressionar mais seu quadril do meu.
Arfei surpresa com o movimento e subi minhas mãos até seu rosto.
— , eu posso… - Não deixei que ele terminasse a frase e avancei contra seus lábios frios por conta da altitude.
Ele me beijava com cautela, como se eu fosse desaparecer em um estalar de dedos. Eu precisava dele, dei passagem para sua língua e separei minhas pernas para aumentar nosso contato.
Desgrudamos nossas bocas apenas para arfar com o prazer imediato que estávamos sentindo e logo voltamos a nos beijar com mais intensidade. Eu me remexia embaixo do Peter, buscando mais fricção, já não mais conseguindo esconder minha excitação e de imediato, ele aumentou seus movimentos contra mim, eu sentia sua ereção lutando contra seu traje.
Céus, como eu senti falta de Peter. Tudo me fazia pensar nele, mas depois de nosso desentendimento, achei que não iríamos ter uma nova oportunidade. E aqui, estamos nós, em uma nave espacial nos beijando.
— Você fez tanta falta, . - Confessou enquanto beijava meu pescoço. — Por que você teve que ir embora? - Sua mão percorria um caminho até minha intimidade.
Minha cabeça girava, não sei se tinha a ver com o sensor de aranha dele, mas ele sempre soube onde e como me tocar. Quando seus dedos chegaram em um ponto específico, gemi um pouco mais alto do que deveria e Peter retirou sua mão rapidamente e tapou minha boca.
— Acho melhor deixarmos para depois. - Disse próximo de minha orelha, seu hálito tocando meus cabelos esparramados no chão.
Relutante e um pouco frustrada, aceitei sua mão e me levantei.
— Se arrependeu de não ter ficado no ônibus? - Provoquei.
*
Estávamos andando em círculos, subíamos e descíamos, mas nada de encontrar o Dr. Strange.
— Já passamos por aqui, Peter. - Resmunguei.
— Não, tenho certeza que não. - Ele continuava me puxando pela mão. — Espere, aquela ali não é a…
— Capa! Onde ele está? - A Capa me dava uma espécie de abraço e balançava como se pedisse para segui-la. — Vamos.
Dessa vez, Peter não poupou seus poderes de aranha e andou pelas paredes diversas vezes, até que eu fosse capaz de imitar seus movimentos.
Estávamos agachados de ponta cabeça quando vimos o Sr. Stark se escondendo atrás de um pilar, analisando a criatura que estava apontando adagas para o Dr. Strange. Assim que a Capa o viu, desceu em sua direção com muita animação.
— Você é uma roupinha bem leal, não é? - Tony disse.
— É, e falando em lealdade… - Peter teceu uma teia e ainda de ponta cabeça se fez visível para o mais velho.
— Mas que mer…-Tony começou, mas quando me viu, passou os dedos no cabelo buscando ficar calmo.
— Nem comece, já sabemos o que vai dizer. - Ergui minha mão.
— Não deviam estar aqui. - Ele dizia bravo.
— A gente ia para casa, mas… - Peter tentava dizer. — Mas a descida era longa e não projeta teia e eu pensei em você e parei ao lado da nave.
— Vou ter que ouvir…
— E os trajes, eles são bem… Intuitivos, eu diria. Muito obrigada. - Interrompi os dois.
— É, então, é meio que culpa sua estarmos aqui. - Peter disse apontando para Stark que arregalou os olhos, assim como eu.
— O que você disse? -Tony perguntou.
— Ele não disse nada, está variando por causa da gravidade. – Coloquei-me na frente de Peter. — E que doideira, hein? Conseguimos ficar sem os capacetes aqui. -Balancei meu corpo para frente e para trás.
— E, bom, agora estamos no espaço… - Peter fez um muxoxo.
— É, bem onde eu não queria que estivessem. -Tony disse sério. — Isso não é uma excursão ou um simples treino. - Ele se aproximou de nós, fazendo com que eu me sentisse minúscula. — É uma viagem só de ida, vocês entenderam? Não finjam que não pensaram nisso.
— Eu pensei. - Dissemos juntos.
— É que, bem, não dá para ser o amigo da vizinhança, se não houver vizinhança.
— Nem a garota que pode ter todos os poderes. - Encarei Tony. — É, não fez sentido, mas você entendeu.
Sr. Stark respirou fundo e pediu para que o seguíssemos até a borda da plataforma. E lá estavam os dois, Dr. Strange amarrado e a criatura em sua frente.
— Viram ali? Ele está encrencado. O que propõem? Falem!
— A Capa embrulha o velhinho e nós dois damos uma surra nele, enquanto Peter tira o Dr. Strange dali. - Falei orgulhosa.
— Não... Já viram aquele filme velhão, “Aliens, o resgate"? - Peter nos olhava com expectativa.
— Quero ver até onde você vai com essa frase… - Provoquei, me sentando no chão para ouvir.
*
Não posso negar, era um bom plano. Aproximamo-nos dos dois silenciosamente, Sr. Stark se posicionou atrás da criatura, enquanto eu e Peter nos escondíamos.
— Vai dar tudo certo. Seu poder está “cheio”, é só seguir meus passos. - Peter abaixou a cabeça e me beijou. - Vem.
Passei as mãos nervosamente no traje e assenti.
Tony se fez presente com seu traje de Homem de Ferro.
— Olha, tenho que dizer que ele não é meu amigo. - A voz de Tony estava longe. -Salvar a vida dele é uma cortesia profissional.
A criatura moveu os dedos e meu corpo tremeu. O dom de Peter e da criatura se misturavam em minhas veias. Será que eu poderia usar os dois ao mesmo tempo? Eu não teria como descobrir antes de colocar em prática.
— Seus poderes são insignificantes se comparados ao meu. - Blocos de metal flutuavam ao redor da criatura. — Se você estivesse com a garota, talvez, eu me preocuparia um pouco. - Peter apertou minha mão.
— Mas o garoto viu mais filmes… - Ali estava, era claro que Tony se preocupava com Peter e confiava nele, mais do que gostaria.
Tony atirou na parede da nave, fazendo com que fôssemos sugados para o buraco. Meu segurei com força em uma viga e assim que a criatura foi puxada para fora, eu soltei um braço e fiz movimentos com os dedos, colocando um dos blocos restantes na frente do rombo feito, impedindo que mais coisas fossem levadas.
A capa agarrou Dr. Strange com toda sua força, mas não foi suficiente, o pouco espaço aberto na nave ainda era grande demais e Peter pulou na direção de Dr. Strange, lançando uma teia para puxá-lo para cima, mas o bloco não aguentou e foi levado para o espaço.
— Peter! - Gritei, inutilmente tentando lançar uma teia, o movimento como um reflexo de seu poder.
A viga se partiu e os dois caíram em direção à deriva, mas foi quando pares de pernas de aranha metálicas saíram do traje de Peter, mantendo-o ainda dentro da nave. — Isso! - Peter estava eufórico.
Mexi meus dedos novamente empurrando um bloco um pouco maior e dessa vez, Sr. Stark conseguiu fechar a fenda e colocamos nossos pés no chão. Uma gota de suor escorria de minha têmpora.
— Não fomos devidamente apresentados. - Peter esticou a mão para a Capa que o ignorou. — Legal.
— Ela é temperamental, logo, logo ela vai estar deixando você usá-la. - Apertei o ombro de Peter em conforto.
— Temos que virar a nave. - Dr. Strange disse atraindo nossa atenção.
— Agora ele quer fugir. - Resmungou Sr. Stark. — Ótimo plano.
— Não, eu quero proteger a joia. - Respondeu.
— E eu quero que me agradeça. Vai, pode agradecer. -Tony ajeitou as roupas e esticou os braços, como se estivesse em uma peça de teatro.
— Pelo quê? Por quase me mandar para o espaço?
— Quem salvou sua bunda mágica? Eu. - Tony apontava para si próprio. Estiquei minha mão até a de Peter, cochichando um “foi você” em seu ouvido.
— Não sei como sua cabeça entra no capacete. - Dr. Strange dizia.
— Admita, devia ter pulado fora quando mandei. Tentei dispensá-lo, você não quis.
— Diferente de todos na sua vida, eu não trabalho para você.
— E por isso, estamos em um donut voador…
— Há! Donut, é isso o que parece. Eu te disse. - Peter comemorou baixinho para mim.
— A bilhões de quilômetros da Terra, sem apoio. - Continuou Tony.
— Ei, somos o apoio. - Eu disse com raiva. — Estamos aqui para ajudar.
— Não, vocês são dois clandestinos. Não apoio. Os adultos estão conversando.
— Desculpe, não entendi qual é a relação… - Dr. Strange disse.
— e eu, bom, costumávamos sair e estava indo tudo muito bem, mas ela me deixou para treinar para ser uma heroína e tentar ser uma pessoa normal ao mesmo tempo. E agora nós somos… - Eu não podia acreditar no que saía da boca de Peter. — Bom, é complicado. - Ele coçou a nuca e eu queria que outro buraco fosse feito na nave para que eu pudesse congelar e morrer flutuando no universo.
— O quê? Não, eu quero dizer, o que eles são para você, Tony? Aprendizes? Até onde eu sei, é aprendiz de Wong, não sua.
— Não. Eu sou Peter. - O menino disse.
— Doutor Strange. - O mais velho respondeu.
— Ah, é para usar nossos nomes de heróis. Eu sou o Homem Aranha. - Dr. Strange virou as costas e se dirigiu ao Tony novamente.
— Preciso pensar em um para mim… - Comentei.
— Tem que ser algo bonito, igual você, e também algo que tenha várias cores e partes…
— Arco-íris, Peter? - Perguntei. -Acho que não combina muito comigo. Talvez Unicórnio? Lápis de cor?
— Não! Esses são péssimos, mas seus olhos ficam coloridos quando você está poderosa.
— Eles ficam? Nunca parei para olhar…
— São lindos… PRISMA. - Peter comemorou. — Pronto, Prisma. É um nome bonito, colorido e reflete luz! Você reflete poder! Sou muito inteligente.
— Hum, Prisma… Podemos tentar.
— A nave está corrigindo a rota. Piloto automático. - A voz de Tony estourou nossa bolha particular.
— Tem como alterar e nos levar para casa? - Dr. Strange perguntou, mas Tony não respondeu. — Stark, pode nos levar para casa?
— Não tenho certeza se deveríamos…
— Em hipótese alguma, podemos levar a Joia do Tempo para Thanos. Acho que não entende o que está em jogo.
— O quê? Não. É você quem não entende que Thanos está na minha cabeça há 6 anos. Desde que enviou um exército a Nova York e agora ele voltou. E eu não sei o que fazer. Não sei se é melhor enfrentá-lo no nosso território ou no dele, mas você viu o que eles fizeram e do que são capazes.
— Se for no dele, ele vai ficar surpreso. - Falei, fazia sentido o que o Sr. Stark dizia, mesmo eu sentindo a obrigação de ficar do lado do doutor, independente da escolha.
— Sim, então eu acho que devemos levar a luta até ele, doutor. Você concorda?
— Tudo bem, Stark. Vamos até ele. Mas precisa entender que se tiver que optar entre salvar você, o garoto, a garota ou a Joia do Tempo, não hesitarei em deixar um de vocês morrer. - Engoli seco e ignorei o embrulho em meu estômago. - Não posso, porque o universo depende disso.
— Legal. Bússola moral. Estamos combinados.
— Muito bem, garoto, … Vocês são Vingadores agora. - Ergui o queixo, todos os anos de luta, seriam compensados. Sinto que estou onde deveria estar.
Como se nosso traje entendesse que precisávamos conversar, conseguimos falar sem que nossas vozes escapassem da armadura, indo diretamente para os ouvidos um do outro.
— Você estava indo em uma excursão para o MoMA? - Perguntei, criando uma distração.
— Sim, mas no caminho vi a nave e não pensei duas vezes para saltar do ônibus e ir ajudar. - Ouvimos um ruído e nos escondemos em um dos corredores. — E você?
— Eu estava em uma entrevista de emprego. Abriu uma vaga para assistente em uma editora de revista local e fui tentar. - Suspirei. — Mas recebi a mensagem de Wong antes mesmo de entrar no prédio. Dei meia volta e comecei a correr.
— Ser super-herói é um trabalho integral. - Seu tom de voz indicava um leve sorriso. — Cansa, mas é recompensador, você não acha?
— Não me considero uma super-heroína, você sabe. No fim, eu não tenho um poder que seja realmente meu. - Fiz um muxoxo.
— Como assim? Você é incrível, eu já vi você em ação antes, você é uma heroína, sim. - Ele colocou sua mão livre em meu ombro. — Você pode não ter um poder só seu, mas você pode ter todos os poderes, não é?
Graças ao Sr. Stark por ter dado essa armadura com capacete, desse jeito, Peter não podia ver meu rosto ficando vermelho.
— Obrigada. - Foi tudo o que consegui dizer, antes de seguir o caminho, puxando-o levemente pela mão. Faz menos de uma semana que fui liberada do meu treinamento e estava quase tendo uma vida “normal” quando isso tudo aconteceu.
— Como está sua cabeça?
— Doendo, mas, segundo meu traje, está tudo sob controle. - Acalmei o garoto. — Vamos andando…
— Cuidado! - O garoto me empurrou contra o chão me protegendo de algo que passava voando por nós. Em um segundo estávamos lado a lado e, no outro, Peter estava em cima de mim.
— Desculpe. - Ele disse, envergonhado, mas não fez menção de se levantar.
— Tudo bem. - Coloquei minhas mãos nos quadris dele. Meu corpo estava dolorido com tudo o que acontecera e eu ainda me sentia um pouco zonza.
Uma pequena luz se acendeu dentro do meu capacete e uma voz robótica ecoou em meus ouvidos.
— Níveis de oxigênio regulados, capacetes desativados. - Imediatamente nossos capacetes foram desativados e ficamos mais próximos, sua respiração irregular tocava meu rosto e eu não pude evitar de sorrir. Peter era um garoto lindo, com seus olhos gentis e seu jeito carinhoso.
Naquele momento, nada importava. Estar deitada no chão, com Peter em cima de mim, era uma ótima distração e me trazia lembranças de nós dois. Acabei mexendo um pouco para aliviar a dor que eu sentia em minha perna e nossas intimidades se tocaram, arregalei os olhos para Peter, mas tudo o que ele fez foi pressionar mais seu quadril do meu.
Arfei surpresa com o movimento e subi minhas mãos até seu rosto.
— , eu posso… - Não deixei que ele terminasse a frase e avancei contra seus lábios frios por conta da altitude.
Ele me beijava com cautela, como se eu fosse desaparecer em um estalar de dedos. Eu precisava dele, dei passagem para sua língua e separei minhas pernas para aumentar nosso contato.
Desgrudamos nossas bocas apenas para arfar com o prazer imediato que estávamos sentindo e logo voltamos a nos beijar com mais intensidade. Eu me remexia embaixo do Peter, buscando mais fricção, já não mais conseguindo esconder minha excitação e de imediato, ele aumentou seus movimentos contra mim, eu sentia sua ereção lutando contra seu traje.
Céus, como eu senti falta de Peter. Tudo me fazia pensar nele, mas depois de nosso desentendimento, achei que não iríamos ter uma nova oportunidade. E aqui, estamos nós, em uma nave espacial nos beijando.
— Você fez tanta falta, . - Confessou enquanto beijava meu pescoço. — Por que você teve que ir embora? - Sua mão percorria um caminho até minha intimidade.
Minha cabeça girava, não sei se tinha a ver com o sensor de aranha dele, mas ele sempre soube onde e como me tocar. Quando seus dedos chegaram em um ponto específico, gemi um pouco mais alto do que deveria e Peter retirou sua mão rapidamente e tapou minha boca.
— Acho melhor deixarmos para depois. - Disse próximo de minha orelha, seu hálito tocando meus cabelos esparramados no chão.
Relutante e um pouco frustrada, aceitei sua mão e me levantei.
— Se arrependeu de não ter ficado no ônibus? - Provoquei.
Estávamos andando em círculos, subíamos e descíamos, mas nada de encontrar o Dr. Strange.
— Já passamos por aqui, Peter. - Resmunguei.
— Não, tenho certeza que não. - Ele continuava me puxando pela mão. — Espere, aquela ali não é a…
— Capa! Onde ele está? - A Capa me dava uma espécie de abraço e balançava como se pedisse para segui-la. — Vamos.
Dessa vez, Peter não poupou seus poderes de aranha e andou pelas paredes diversas vezes, até que eu fosse capaz de imitar seus movimentos.
Estávamos agachados de ponta cabeça quando vimos o Sr. Stark se escondendo atrás de um pilar, analisando a criatura que estava apontando adagas para o Dr. Strange. Assim que a Capa o viu, desceu em sua direção com muita animação.
— Você é uma roupinha bem leal, não é? - Tony disse.
— É, e falando em lealdade… - Peter teceu uma teia e ainda de ponta cabeça se fez visível para o mais velho.
— Mas que mer…-Tony começou, mas quando me viu, passou os dedos no cabelo buscando ficar calmo.
— Nem comece, já sabemos o que vai dizer. - Ergui minha mão.
— Não deviam estar aqui. - Ele dizia bravo.
— A gente ia para casa, mas… - Peter tentava dizer. — Mas a descida era longa e não projeta teia e eu pensei em você e parei ao lado da nave.
— Vou ter que ouvir…
— E os trajes, eles são bem… Intuitivos, eu diria. Muito obrigada. - Interrompi os dois.
— É, então, é meio que culpa sua estarmos aqui. - Peter disse apontando para Stark que arregalou os olhos, assim como eu.
— O que você disse? -Tony perguntou.
— Ele não disse nada, está variando por causa da gravidade. – Coloquei-me na frente de Peter. — E que doideira, hein? Conseguimos ficar sem os capacetes aqui. -Balancei meu corpo para frente e para trás.
— E, bom, agora estamos no espaço… - Peter fez um muxoxo.
— É, bem onde eu não queria que estivessem. -Tony disse sério. — Isso não é uma excursão ou um simples treino. - Ele se aproximou de nós, fazendo com que eu me sentisse minúscula. — É uma viagem só de ida, vocês entenderam? Não finjam que não pensaram nisso.
— Eu pensei. - Dissemos juntos.
— É que, bem, não dá para ser o amigo da vizinhança, se não houver vizinhança.
— Nem a garota que pode ter todos os poderes. - Encarei Tony. — É, não fez sentido, mas você entendeu.
Sr. Stark respirou fundo e pediu para que o seguíssemos até a borda da plataforma. E lá estavam os dois, Dr. Strange amarrado e a criatura em sua frente.
— Viram ali? Ele está encrencado. O que propõem? Falem!
— A Capa embrulha o velhinho e nós dois damos uma surra nele, enquanto Peter tira o Dr. Strange dali. - Falei orgulhosa.
— Não... Já viram aquele filme velhão, “Aliens, o resgate"? - Peter nos olhava com expectativa.
— Quero ver até onde você vai com essa frase… - Provoquei, me sentando no chão para ouvir.
Não posso negar, era um bom plano. Aproximamo-nos dos dois silenciosamente, Sr. Stark se posicionou atrás da criatura, enquanto eu e Peter nos escondíamos.
— Vai dar tudo certo. Seu poder está “cheio”, é só seguir meus passos. - Peter abaixou a cabeça e me beijou. - Vem.
Passei as mãos nervosamente no traje e assenti.
Tony se fez presente com seu traje de Homem de Ferro.
— Olha, tenho que dizer que ele não é meu amigo. - A voz de Tony estava longe. -Salvar a vida dele é uma cortesia profissional.
A criatura moveu os dedos e meu corpo tremeu. O dom de Peter e da criatura se misturavam em minhas veias. Será que eu poderia usar os dois ao mesmo tempo? Eu não teria como descobrir antes de colocar em prática.
— Seus poderes são insignificantes se comparados ao meu. - Blocos de metal flutuavam ao redor da criatura. — Se você estivesse com a garota, talvez, eu me preocuparia um pouco. - Peter apertou minha mão.
— Mas o garoto viu mais filmes… - Ali estava, era claro que Tony se preocupava com Peter e confiava nele, mais do que gostaria.
Tony atirou na parede da nave, fazendo com que fôssemos sugados para o buraco. Meu segurei com força em uma viga e assim que a criatura foi puxada para fora, eu soltei um braço e fiz movimentos com os dedos, colocando um dos blocos restantes na frente do rombo feito, impedindo que mais coisas fossem levadas.
A capa agarrou Dr. Strange com toda sua força, mas não foi suficiente, o pouco espaço aberto na nave ainda era grande demais e Peter pulou na direção de Dr. Strange, lançando uma teia para puxá-lo para cima, mas o bloco não aguentou e foi levado para o espaço.
— Peter! - Gritei, inutilmente tentando lançar uma teia, o movimento como um reflexo de seu poder.
A viga se partiu e os dois caíram em direção à deriva, mas foi quando pares de pernas de aranha metálicas saíram do traje de Peter, mantendo-o ainda dentro da nave. — Isso! - Peter estava eufórico.
Mexi meus dedos novamente empurrando um bloco um pouco maior e dessa vez, Sr. Stark conseguiu fechar a fenda e colocamos nossos pés no chão. Uma gota de suor escorria de minha têmpora.
— Não fomos devidamente apresentados. - Peter esticou a mão para a Capa que o ignorou. — Legal.
— Ela é temperamental, logo, logo ela vai estar deixando você usá-la. - Apertei o ombro de Peter em conforto.
— Temos que virar a nave. - Dr. Strange disse atraindo nossa atenção.
— Agora ele quer fugir. - Resmungou Sr. Stark. — Ótimo plano.
— Não, eu quero proteger a joia. - Respondeu.
— E eu quero que me agradeça. Vai, pode agradecer. -Tony ajeitou as roupas e esticou os braços, como se estivesse em uma peça de teatro.
— Pelo quê? Por quase me mandar para o espaço?
— Quem salvou sua bunda mágica? Eu. - Tony apontava para si próprio. Estiquei minha mão até a de Peter, cochichando um “foi você” em seu ouvido.
— Não sei como sua cabeça entra no capacete. - Dr. Strange dizia.
— Admita, devia ter pulado fora quando mandei. Tentei dispensá-lo, você não quis.
— Diferente de todos na sua vida, eu não trabalho para você.
— E por isso, estamos em um donut voador…
— Há! Donut, é isso o que parece. Eu te disse. - Peter comemorou baixinho para mim.
— A bilhões de quilômetros da Terra, sem apoio. - Continuou Tony.
— Ei, somos o apoio. - Eu disse com raiva. — Estamos aqui para ajudar.
— Não, vocês são dois clandestinos. Não apoio. Os adultos estão conversando.
— Desculpe, não entendi qual é a relação… - Dr. Strange disse.
— e eu, bom, costumávamos sair e estava indo tudo muito bem, mas ela me deixou para treinar para ser uma heroína e tentar ser uma pessoa normal ao mesmo tempo. E agora nós somos… - Eu não podia acreditar no que saía da boca de Peter. — Bom, é complicado. - Ele coçou a nuca e eu queria que outro buraco fosse feito na nave para que eu pudesse congelar e morrer flutuando no universo.
— O quê? Não, eu quero dizer, o que eles são para você, Tony? Aprendizes? Até onde eu sei, é aprendiz de Wong, não sua.
— Não. Eu sou Peter. - O menino disse.
— Doutor Strange. - O mais velho respondeu.
— Ah, é para usar nossos nomes de heróis. Eu sou o Homem Aranha. - Dr. Strange virou as costas e se dirigiu ao Tony novamente.
— Preciso pensar em um para mim… - Comentei.
— Tem que ser algo bonito, igual você, e também algo que tenha várias cores e partes…
— Arco-íris, Peter? - Perguntei. -Acho que não combina muito comigo. Talvez Unicórnio? Lápis de cor?
— Não! Esses são péssimos, mas seus olhos ficam coloridos quando você está poderosa.
— Eles ficam? Nunca parei para olhar…
— São lindos… PRISMA. - Peter comemorou. — Pronto, Prisma. É um nome bonito, colorido e reflete luz! Você reflete poder! Sou muito inteligente.
— Hum, Prisma… Podemos tentar.
— A nave está corrigindo a rota. Piloto automático. - A voz de Tony estourou nossa bolha particular.
— Tem como alterar e nos levar para casa? - Dr. Strange perguntou, mas Tony não respondeu. — Stark, pode nos levar para casa?
— Não tenho certeza se deveríamos…
— Em hipótese alguma, podemos levar a Joia do Tempo para Thanos. Acho que não entende o que está em jogo.
— O quê? Não. É você quem não entende que Thanos está na minha cabeça há 6 anos. Desde que enviou um exército a Nova York e agora ele voltou. E eu não sei o que fazer. Não sei se é melhor enfrentá-lo no nosso território ou no dele, mas você viu o que eles fizeram e do que são capazes.
— Se for no dele, ele vai ficar surpreso. - Falei, fazia sentido o que o Sr. Stark dizia, mesmo eu sentindo a obrigação de ficar do lado do doutor, independente da escolha.
— Sim, então eu acho que devemos levar a luta até ele, doutor. Você concorda?
— Tudo bem, Stark. Vamos até ele. Mas precisa entender que se tiver que optar entre salvar você, o garoto, a garota ou a Joia do Tempo, não hesitarei em deixar um de vocês morrer. - Engoli seco e ignorei o embrulho em meu estômago. - Não posso, porque o universo depende disso.
— Legal. Bússola moral. Estamos combinados.
— Muito bem, garoto, … Vocês são Vingadores agora. - Ergui o queixo, todos os anos de luta, seriam compensados. Sinto que estou onde deveria estar.
Capítulo III
— Acho que chegamos… -Dr. Strange disse pensativo.
— Estou desconfiado que essa nave não vai estacionar sozinha. -Tony se aproximou de Peter e indicou com a cabeça para ele se posicionar ao lado. - Segure por dentro do volante do giroscópio, bem firme. Entendeu?
Cada um deles estava com um braço dentro de uma peça que seria para posicionar para uma pessoa muito grande.
— Precisa ser sincronizado, estamos fazendo em dois o que esse gigante faria sozinho.
— Ok, estou pronto.
Agarrei-me a um pedaço de metal, a nave estava indo muito rápido em direção a pedaços de naves que pareciam terem sido destruídas por algo. Meus dentes rangiam de tanta força que eu fazia para me manter no lugar.
— Temos que virar. - Peter percebeu quando íamos de encontro a um destroço. - Vire!
A nave não foi tão rápida e bateu com tudo, amassando e soltando peças. Com o impacto, os capacetes foram ativados automaticamente, nos protegendo de uma iminente colisão.
— ? Uma ajudinha, sim? - Dr. Strange me chamou e me levantei de prontidão. Ficando do lado oposto dele, utilizei do poder do anel que eu ainda tinha em mãos para criar uma barreira numa tentativa de minimizar os danos.
A nave batia e quicava no solo de Titã, enquanto eu pedia para que minha barreira fosse forte o suficiente para aguentar.
Assim que a nave parou de se movimentar, abri os olhos. Não tinha percebido que eles estavam fechados até ouvir o Dr. Strange perguntando se eu estava bem.
— Sim, obrigada.
— Quero dizer que se os alienígenas implantarem ovos no meu peito e eu comer um de vocês, sinto muito. - Peter de cabeça para baixo disse, mas os dois ignoraram o comentário dele e seguiram para a saída da nave.
— Você pode me comer, se quiser. - Me aproximei provocando e beijei seus lábios, ainda com ele de ponta-cabeça.
Virei as costas, deixando um garoto confuso e excitado.
— Sinto que tem algo chegando. - Comentei quando alcancei os mais velhos.
— Sentido de aranha? - Assenti quando o Dr. Strange perguntou realmente interessado. Talvez eu estivesse desenvolvendo um pouco mais do poder de Peter, mas antes de conseguirmos pensar em qualquer teoria, uma pequena bola rolou em nossa direção e explodiu.
Fui jogada com tudo contra a parede da nave e caí no chão. Meu corpo gritava de dor, mesmo com a sensação de que algo estava para acontecer, eu não esperava uma explosão e muito menos que pessoas invadissem a nave gritando “Thanos”.
Ainda confusa, levantei-me depressa e copiei os movimentos do Dr. Strange, criando uma barreira enquanto os outros ainda se recuperavam da explosão. Era um alívio minha armadura ser tão resistente.
Um homem sem camisa começou a berrar e correr em nossa direção, mas a Capa foi mais rápida e se jogou no rosto dele, levando-o ao chão. Um segundo homem voou e começou a atirar em nossa direção, mas foi seguido pelo Sr. Stark e quando percebi, ele estava grudado em uma das vigas da nave, enquanto o estranho dava risada.
— , você está… AH! - Peter gritou e virei em sua direção. Ele estava deitado com uma garota que tinha anteninhas brilhantes de caracol em cima dele. — Não, não bote seus ovos em mim.
Meu rosto estava pegando fogo, olhei ao redor e movimentei meus dedos, utilizando do anel que ainda estava comigo para jogar um grande bloco na garota. Atingi ela em cheio e comecei a me aproximar.
Peter levantou e lançou teias na garota para ela ficar no lugar, mas o homem com a máscara começou a atirar em sua direção e o traje de Peter reagiu, abrindo as pernas de aranha, mas foi pego de surpresa ao ficar preso a uma espécie de corda metalizada.
— O que está acontecendo? - Perguntei assustada para ninguém específico enquanto escalava em direção de Tony para desgrudá-lo da viga. — Que ímã forte, Sr. Stark. -Comentei, empurrando-o com força e, sem ao menos um “obrigado”, ele voou em direção ao homem sem camisa que ainda lutava contra a Capa.
— Ninguém se mexe. Quero todo mundo calminho. - O homem desativou sua máscara enquanto segurava Peter ameaçadoramente em sua frente. — Só vou perguntar uma vez. Onde está a Gamora?
— Tenho uma pergunta melhor. - Tony disse, também desativando seu capacete. — Quem é Gamora?
— Tenho uma melhor ainda. - Dessa vez foi o homem sem camisa que falou. — Por que Gamora?
— Diga onde ela está ou eu juro que frito essa aberração. - O homem atrás de Peter apertou a arma contra a cabeça dele.
— Vamos nessa. Atira no meu e eu detono o seu. Manda ver! -Tony gritou e apontou a arma para o homem sem camisa. Meu coração batia tão forte que eu o sentia nos ouvidos.
— Vai, Quill! Eu aguento. - Esse cara era louco, com toda certeza.
— Ele não aguenta! - A moça caracol protestou, ainda com as teias em seu corpo.
— Ela tem razão. Você não aguenta. - Dr. Strange finalmente se pronunciou.
— Ah, é? Não querem me dizer? Tudo bem, vou matar vocês todos e acabar com Thanos sozinho. - Quill respondeu.
— Ei, espera um pouco. - Ousei a me aproximar dele. — Você disse Thanos? - Olhei para o Dr. Strange.
— Agora é a minha vez de perguntar. - O doutor começou. — A que mestre você serve?
— A que mestre eu sirvo? O que devo responder, “Jesus”? - Soltei o ar pelo nariz tentando segurar uma risada e acabei recebendo olhares de reprovação dos outros.
— Você é da Terra? Ou Jesus está em outros planetas também? - Perguntei confusa.
— Que pergunta filosófica… Não, eu sou de Missouri. - Quill respondeu.
— Ué, e Missouri fica onde? Em Saturno? - Caçoei.
— Fica na Terra, gênio. - Tony estava já sem paciência. — Então não está com o Thanos?
— Claro que não, eu vim aqui para matar Thanos. Ele pegou minha garota. Espere, quem são vocês?
— Somos os Vingadores, cara. - Peter desativou a máscara e Quill o soltou. Não perdi tempo e puxei ele pela mão para ficar próximo de mim.
— Foi de vocês que o Thor falou. - A moça disse.
— Conhece o Thor? - O Sr. Stark perguntou.
— Sim. Um cara alto, meio feio, precisa ser salvo. - Quill assentiu.
— Onde ele está agora? - Dr. Strange indagou.
*
Saímos da nave e encontramos um lugar desolado. Algo terrível deve ter acontecido nesse planeta, tudo estava destruído ou faltando partes. Nenhuma vida se fazia presente.
— Está com um desvio de 8 graus. A força gravitacional pirou. - Quill comentou enquanto erguia um aparelho medidor. O que fazia muito sentido, já que nossos capacetes foram desativados e continuamos a respirar normalmente.
— Venham comigo. - A moça chamou Peter e eu. — Olhem que legal!
Ela começou a pular e parecia estar em um pula-pula. Troquei olhares com Peter e começamos a imitá-la. Automaticamente, já comecei a gostar dela.
— Ok, tenho um plano. - Tony chamou nossa atenção e paramos de pular para nos aproximarmos. Cheguei mais perto de Peter e o abracei de lado. Ele colocou um braço a minha volta e aproveitou para me dar um beijo na têmpora. - Pelo menos um começo. É bem simples, vamos atraí-lo e pegar o que queremos. A ideia não é dançar com ele. Só queremos a manopla.
Um som alto de bocejo cortou o que quer que o Sr. Stark estava dizendo.
— VOCÊ ESTÁ BOCEJANDO? NO MEIO DA MINHA EXPLICAÇÃO? -Tony esbravejou com Drax. — Ouviu o que eu disse?
— Parei depois de: “Precisamos de um plano.” - Disse baixinho.
— Ok, o Mr. Músculo entrou em alfa. - Tony bufou.
— Bom, “não improvisar” não é bem o que eles sabem fazer. - Sr. das Estrelas justificou.
— O que eles sabem fazer? - Peter perguntou.
— Chegar com tudo e arrasar. - Mantis ergueu a mão e bateu na minha um cumprimento.
Tony Stark respirou fundo. Ele ia ter uma síncope ali no meio de um planeta deserto, eu tinha certeza.
— , venha aqui. Preciso de sua ajuda. - Dr. Strange me chamou e deixei os outros para trás. - Wong treinou você muito bem, eu sei o quanto você pode ser poderosa e útil para o que quer que esteja por vir. - Meu coração batia forte. - Não vai dar certo.
Arregalei os olhos. Como assim não vai dar certo? Precisa dar certo. Minha respiração acelerou.
— Nós dois precisamos analisar todas as possibilidades de uma vitória na qual a maioria dos seres viva. - Ele colocou a mão em meu ombro. -Precisamos pensar na melhor possibilidade para a Terra. Agora sente-se e esqueça o presente, foque no futuro.
Sentei-me de frente para ele, cruzei as pernas e fechei os olhos. Precisamos de uma alternativa, por favor.
— As joias possuem poderes, acredito que você possa canalizar um pouco, assim como você faz com as pessoas. Sinta o poder da Joia do Tempo, …
As vozes à minha volta estavam cada vez mais baixas até eu não conseguir ouvir nada. Apenas o silêncio de minha mente.
Imagens de lutas passavam diante de meus olhos ainda que fechados. Todas as opções pareciam inviáveis. Morte e poeira, era tudo o que eu via. Thanos ganhava sempre.
— Strange, … Vocês estão bem? - A voz de Tony reverberou em minha cabeça e me trouxe de volta. Percebi que estava flutuando quando caí de bunda no chão no mesmo tempo que o Dr. Strange.
— , tudo bem? - Peter acariciava meu rosto. Eu sentia meus olhos indo de um lado para outro, sem conseguir focar em nada, minha respiração estava entrecortada. O ar lutava para entrar em meus pulmões.
— Vocês voltaram. Está tudo bem. - Tony nos tranquilizava.
— O que foi isso? - Peter perguntou. Coloquei minha mão sobre a dele.
— Avançamos no tempo para ver futuros alternativos. - Dr. Strange olhou triste para mim e retribuí o olhar. - Possíveis resultados para o conflito que enfrentaremos.
— Quantos vocês viram? - Quill perguntou.
— 14.000.605 - Respondi melancólica.
— Quantas nós vencemos? - Tony me perguntou.
— Uma. - Eu disse, sentindo meus olhos queimando com as lágrimas que lutavam para cair.
— Estou desconfiado que essa nave não vai estacionar sozinha. -Tony se aproximou de Peter e indicou com a cabeça para ele se posicionar ao lado. - Segure por dentro do volante do giroscópio, bem firme. Entendeu?
Cada um deles estava com um braço dentro de uma peça que seria para posicionar para uma pessoa muito grande.
— Precisa ser sincronizado, estamos fazendo em dois o que esse gigante faria sozinho.
— Ok, estou pronto.
Agarrei-me a um pedaço de metal, a nave estava indo muito rápido em direção a pedaços de naves que pareciam terem sido destruídas por algo. Meus dentes rangiam de tanta força que eu fazia para me manter no lugar.
— Temos que virar. - Peter percebeu quando íamos de encontro a um destroço. - Vire!
A nave não foi tão rápida e bateu com tudo, amassando e soltando peças. Com o impacto, os capacetes foram ativados automaticamente, nos protegendo de uma iminente colisão.
— ? Uma ajudinha, sim? - Dr. Strange me chamou e me levantei de prontidão. Ficando do lado oposto dele, utilizei do poder do anel que eu ainda tinha em mãos para criar uma barreira numa tentativa de minimizar os danos.
A nave batia e quicava no solo de Titã, enquanto eu pedia para que minha barreira fosse forte o suficiente para aguentar.
Assim que a nave parou de se movimentar, abri os olhos. Não tinha percebido que eles estavam fechados até ouvir o Dr. Strange perguntando se eu estava bem.
— Sim, obrigada.
— Quero dizer que se os alienígenas implantarem ovos no meu peito e eu comer um de vocês, sinto muito. - Peter de cabeça para baixo disse, mas os dois ignoraram o comentário dele e seguiram para a saída da nave.
— Você pode me comer, se quiser. - Me aproximei provocando e beijei seus lábios, ainda com ele de ponta-cabeça.
Virei as costas, deixando um garoto confuso e excitado.
— Sinto que tem algo chegando. - Comentei quando alcancei os mais velhos.
— Sentido de aranha? - Assenti quando o Dr. Strange perguntou realmente interessado. Talvez eu estivesse desenvolvendo um pouco mais do poder de Peter, mas antes de conseguirmos pensar em qualquer teoria, uma pequena bola rolou em nossa direção e explodiu.
Fui jogada com tudo contra a parede da nave e caí no chão. Meu corpo gritava de dor, mesmo com a sensação de que algo estava para acontecer, eu não esperava uma explosão e muito menos que pessoas invadissem a nave gritando “Thanos”.
Ainda confusa, levantei-me depressa e copiei os movimentos do Dr. Strange, criando uma barreira enquanto os outros ainda se recuperavam da explosão. Era um alívio minha armadura ser tão resistente.
Um homem sem camisa começou a berrar e correr em nossa direção, mas a Capa foi mais rápida e se jogou no rosto dele, levando-o ao chão. Um segundo homem voou e começou a atirar em nossa direção, mas foi seguido pelo Sr. Stark e quando percebi, ele estava grudado em uma das vigas da nave, enquanto o estranho dava risada.
— , você está… AH! - Peter gritou e virei em sua direção. Ele estava deitado com uma garota que tinha anteninhas brilhantes de caracol em cima dele. — Não, não bote seus ovos em mim.
Meu rosto estava pegando fogo, olhei ao redor e movimentei meus dedos, utilizando do anel que ainda estava comigo para jogar um grande bloco na garota. Atingi ela em cheio e comecei a me aproximar.
Peter levantou e lançou teias na garota para ela ficar no lugar, mas o homem com a máscara começou a atirar em sua direção e o traje de Peter reagiu, abrindo as pernas de aranha, mas foi pego de surpresa ao ficar preso a uma espécie de corda metalizada.
— O que está acontecendo? - Perguntei assustada para ninguém específico enquanto escalava em direção de Tony para desgrudá-lo da viga. — Que ímã forte, Sr. Stark. -Comentei, empurrando-o com força e, sem ao menos um “obrigado”, ele voou em direção ao homem sem camisa que ainda lutava contra a Capa.
— Ninguém se mexe. Quero todo mundo calminho. - O homem desativou sua máscara enquanto segurava Peter ameaçadoramente em sua frente. — Só vou perguntar uma vez. Onde está a Gamora?
— Tenho uma pergunta melhor. - Tony disse, também desativando seu capacete. — Quem é Gamora?
— Tenho uma melhor ainda. - Dessa vez foi o homem sem camisa que falou. — Por que Gamora?
— Diga onde ela está ou eu juro que frito essa aberração. - O homem atrás de Peter apertou a arma contra a cabeça dele.
— Vamos nessa. Atira no meu e eu detono o seu. Manda ver! -Tony gritou e apontou a arma para o homem sem camisa. Meu coração batia tão forte que eu o sentia nos ouvidos.
— Vai, Quill! Eu aguento. - Esse cara era louco, com toda certeza.
— Ele não aguenta! - A moça caracol protestou, ainda com as teias em seu corpo.
— Ela tem razão. Você não aguenta. - Dr. Strange finalmente se pronunciou.
— Ah, é? Não querem me dizer? Tudo bem, vou matar vocês todos e acabar com Thanos sozinho. - Quill respondeu.
— Ei, espera um pouco. - Ousei a me aproximar dele. — Você disse Thanos? - Olhei para o Dr. Strange.
— Agora é a minha vez de perguntar. - O doutor começou. — A que mestre você serve?
— A que mestre eu sirvo? O que devo responder, “Jesus”? - Soltei o ar pelo nariz tentando segurar uma risada e acabei recebendo olhares de reprovação dos outros.
— Você é da Terra? Ou Jesus está em outros planetas também? - Perguntei confusa.
— Que pergunta filosófica… Não, eu sou de Missouri. - Quill respondeu.
— Ué, e Missouri fica onde? Em Saturno? - Caçoei.
— Fica na Terra, gênio. - Tony estava já sem paciência. — Então não está com o Thanos?
— Claro que não, eu vim aqui para matar Thanos. Ele pegou minha garota. Espere, quem são vocês?
— Somos os Vingadores, cara. - Peter desativou a máscara e Quill o soltou. Não perdi tempo e puxei ele pela mão para ficar próximo de mim.
— Foi de vocês que o Thor falou. - A moça disse.
— Conhece o Thor? - O Sr. Stark perguntou.
— Sim. Um cara alto, meio feio, precisa ser salvo. - Quill assentiu.
— Onde ele está agora? - Dr. Strange indagou.
Saímos da nave e encontramos um lugar desolado. Algo terrível deve ter acontecido nesse planeta, tudo estava destruído ou faltando partes. Nenhuma vida se fazia presente.
— Está com um desvio de 8 graus. A força gravitacional pirou. - Quill comentou enquanto erguia um aparelho medidor. O que fazia muito sentido, já que nossos capacetes foram desativados e continuamos a respirar normalmente.
— Venham comigo. - A moça chamou Peter e eu. — Olhem que legal!
Ela começou a pular e parecia estar em um pula-pula. Troquei olhares com Peter e começamos a imitá-la. Automaticamente, já comecei a gostar dela.
— Ok, tenho um plano. - Tony chamou nossa atenção e paramos de pular para nos aproximarmos. Cheguei mais perto de Peter e o abracei de lado. Ele colocou um braço a minha volta e aproveitou para me dar um beijo na têmpora. - Pelo menos um começo. É bem simples, vamos atraí-lo e pegar o que queremos. A ideia não é dançar com ele. Só queremos a manopla.
Um som alto de bocejo cortou o que quer que o Sr. Stark estava dizendo.
— VOCÊ ESTÁ BOCEJANDO? NO MEIO DA MINHA EXPLICAÇÃO? -Tony esbravejou com Drax. — Ouviu o que eu disse?
— Parei depois de: “Precisamos de um plano.” - Disse baixinho.
— Ok, o Mr. Músculo entrou em alfa. - Tony bufou.
— Bom, “não improvisar” não é bem o que eles sabem fazer. - Sr. das Estrelas justificou.
— O que eles sabem fazer? - Peter perguntou.
— Chegar com tudo e arrasar. - Mantis ergueu a mão e bateu na minha um cumprimento.
Tony Stark respirou fundo. Ele ia ter uma síncope ali no meio de um planeta deserto, eu tinha certeza.
— , venha aqui. Preciso de sua ajuda. - Dr. Strange me chamou e deixei os outros para trás. - Wong treinou você muito bem, eu sei o quanto você pode ser poderosa e útil para o que quer que esteja por vir. - Meu coração batia forte. - Não vai dar certo.
Arregalei os olhos. Como assim não vai dar certo? Precisa dar certo. Minha respiração acelerou.
— Nós dois precisamos analisar todas as possibilidades de uma vitória na qual a maioria dos seres viva. - Ele colocou a mão em meu ombro. -Precisamos pensar na melhor possibilidade para a Terra. Agora sente-se e esqueça o presente, foque no futuro.
Sentei-me de frente para ele, cruzei as pernas e fechei os olhos. Precisamos de uma alternativa, por favor.
— As joias possuem poderes, acredito que você possa canalizar um pouco, assim como você faz com as pessoas. Sinta o poder da Joia do Tempo, …
As vozes à minha volta estavam cada vez mais baixas até eu não conseguir ouvir nada. Apenas o silêncio de minha mente.
Imagens de lutas passavam diante de meus olhos ainda que fechados. Todas as opções pareciam inviáveis. Morte e poeira, era tudo o que eu via. Thanos ganhava sempre.
— Strange, … Vocês estão bem? - A voz de Tony reverberou em minha cabeça e me trouxe de volta. Percebi que estava flutuando quando caí de bunda no chão no mesmo tempo que o Dr. Strange.
— , tudo bem? - Peter acariciava meu rosto. Eu sentia meus olhos indo de um lado para outro, sem conseguir focar em nada, minha respiração estava entrecortada. O ar lutava para entrar em meus pulmões.
— Vocês voltaram. Está tudo bem. - Tony nos tranquilizava.
— O que foi isso? - Peter perguntou. Coloquei minha mão sobre a dele.
— Avançamos no tempo para ver futuros alternativos. - Dr. Strange olhou triste para mim e retribuí o olhar. - Possíveis resultados para o conflito que enfrentaremos.
— Quantos vocês viram? - Quill perguntou.
— 14.000.605 - Respondi melancólica.
— Quantas nós vencemos? - Tony me perguntou.
— Uma. - Eu disse, sentindo meus olhos queimando com as lágrimas que lutavam para cair.
Capítulo IV
Todos nós estávamos preparados, esperando Thanos chegar para entrarmos em ação. Meu estômago estava embrulhado, Dr. Strange e eu tínhamos visto o que estava prestes a acontecer, mesmo sendo a melhor e nossa única alternativa, eu torcia para que uma outra possibilidade surgisse e que nela tudo ficasse bem.
— Ei, vai ficar tudo bem. - Peter dizia enquanto entrávamos de novo na nave, nos afastando dos outros.
— Você não sabe disso. - Murmurei, limpando o sangue seco em meu rosto. — Queria muito que tudo isso fosse diferente, Peter. Queria que tivéssemos uma nova oportunidade, você e eu, sabe?
— Nós estamos tendo uma nova oportunidade, . Sabe, eu fiquei muito triste quando você virou as costas e entrou naquele portal, me deixando sozinho no hotel.
— Eu sei, eu…
— Não, me escuta. - Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Fiquei triste, não porque você tinha ido embora, mas por medo de nunca mais poder te ver. Me doía não ter uma notícia sua e ninguém falava se você estava bem ou não. - Ele suspirou. — Teve um dia que eu ouvi seu nome sendo dito pelo Dr. Strange em uma conversa com o Dr. Banner, sobre a evolução de seus poderes e isso me bastou por dias, você estava viva.
Estiquei minha mão e toquei sua face, limpando uma lágrima que escorria por seu rosto.
— Eu entendo que você precisava ir embora, você precisava de um tempo para se autoconhecer, mas eu queria tanto você. Todos os dias, eu pedia para os céus para te trazer de volta para mim, bem egoísta da minha parte, mas eu precisava de você. - Ele pegou minha mão e depositou um beijo na palma. — Eu amo tanto você, . Quero fazer todo segundo que passamos juntos valer a pena.
Sem mais delongas, eu o beijei. Deus, como eu era apaixonada por esse garoto e, mesmo com tanto tempo longe um do outro, meu sentimento não mudou. Ainda tinha o mesmo brilho nos olhos, o frio na barriga e o arrepio gostoso. Independentemente do que estava prestes a acontecer, nós nos completávamos.
Andei de costas até esbarrar em uma espécie de mesa, ele colou nossos corpos e me beijou com ferocidade. Automaticamente, nossos trajes foram desativados e me vi com meu vestido e pés descalços no chão frio da nave, contrastando com nossos corpos quentes.
Suas mãos passeavam pelo meu corpo livremente, me causando arrepios. Ele se abaixou o suficiente para me pegar por trás das coxas e me sentar sob a mesa. Puxei ele para o mais perto que consegui com as pernas deixando sua calça roçar em minha intimidade, mesmo que por cima de minha calcinha.
Sem muita paciência, desabotoei sua camisa enquanto ele se livrava de suas calças. Seu corpo estava repleto de hematomas e cicatrizes, muito mais do que eu me lembrava.
Lentamente ele agachou, colocou suas mãos por baixo de meu vestido e tirou minha calcinha, sem quebrar o contato visual. Minha boca estava entreaberta e eu sentia seu olhar me comendo viva.
Abaixei as alças de meu vestido e o enrolei em minha cintura, deixando meus seios livres.
— Segure eles para mim, . – Apoiei-me com os cotovelos e obedeci, coloquei minhas mãos em concha e apertei. - Mostre para mim.
Segurei meus mamilos entre o dedo médio e o polegar e belisquei com força, do jeito que eu gosto e um gemido rouco saiu de minha garganta. Quis fechar minhas pernas em busca de algum contato, mas Peter me impediu. Seus olhos estavam escuros de desejo quando ele abaixou a cabeça e depositou beijos na parte interna de minha coxa, seguindo para minha intimidade.
Mais um gemido escapou de meus lábios quando ele me beijou ali. Sua língua se movimentava sem pressa, experimentando minhas reações quando me sugava ou me estimulava com força. Foi quando ele me penetrou com dois dedos que soltei um de meus seios e segurei com força os cabelos de Peter. Eu sentia meu interior se fechando em torno dos dedos dele e não lutei quando uma onda de prazer me atingiu.
— É bom saber que seu corpo ainda reage rápido ao meu toque. - Eu não conseguia formular frases, parecia que meu cérebro tinha virado gelatina com o orgasmo que eu tinha sentido.
— Peter… - Choraminguei.
Ele se levantou sugando os dedos que estavam dentro de mim e eu estava hipnotizada pelos seus movimentos. Meus olhos não queriam perder ele de vista nem por um segundo, minha respiração estava entrecortada e tudo o que eu precisava era dele dentro de mim.
— Peter, por favor… - Chamei de novo, ele não entendia minha necessidade dele.
Apoiei minhas costas na mesa fria enquanto ele se posicionava entre minhas pernas, a mesa era da altura perfeita e ele continuou em pé quando me penetrou com delicadeza. Deixando meu corpo, mais uma vez, se acostumar com o dele.
Estiquei meu braço em direção ao rosto de Peter, ele pegou minha mão e beijou a ponta dos meus dedos. Cada gesto, cada toque, entrega o quanto nos queremos. Devagar ele empurrou para dentro de mim, depois mais uma vez, só que mais fundo e ganhando velocidade e confiança.
Fechei meus olhos, sentindo-o em mim, atingindo meu ponto sensível.
— Olhe para mim. - Ele ordenou, abaixando minha mão e a apoiando em seu peitoral. Abri meus olhos e ali estava ele, suado, machucado e me amando da melhor forma possível. Meu interior se contraiu mais uma vez e Peter arfou com a sensação.
Senti um vazio imediato quando ele saiu de dentro de mim e me puxou mais para cima da mesa, eu estava prestes a protestar, mas seu beijo me calou. Nossos corpos estavam colados novamente e ele me penetrou novamente. Dessa vez sem se segurar, Peter estocava fortemente, fazendo a mesa se mexer. Mesmo que a mesa caísse, nós não pararíamos por nada.
Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes me contorci de prazer quando Peter gemeu rouco e deixou seu peso cair sobre mim com a cabeça apoiada em meu peito. Acariciei seus fios de cabelo e desejei aos céus que tudo desse certo para podermos ter uma chance de termos nosso “felizes para sempre”.
*
— Desculpe interromper os pombinhos, mas precisamos de vocês lá fora. - Quill nos chamou com delicadeza. Ainda bem que já estávamos com nossa armadura ativa novamente.
— Claro, já vamos. - Peter me deu um beijo demorado e ativou sua máscara antes de sair da nave, me deixando com o coração apertado.
Passei a mão em minha armadura, me certificando que tudo estava no lugar e caminhei até o destino que nos aguardava.
Dr. Strange me indicou novamente onde eu deveria ficar e me agachei atrás de uma grande rocha, esperando o tal Thanos aparecer. Essa parte era a pior. Esperar.
— Você tem cara de Thanos. - A voz do Dr. Strange ecoou pelo lugar. Arrisquei olhar por cima da rocha e vi uma criatura enorme roxa, caminhando em sua direção. -Imagino que o Fauce esteja morto. - Thanos refletiu, provavelmente se referindo ao monstrengo que jogamos para fora da nave. - Este dia está exigindo um alto preço, mas ele cumpriu a missão dele. - Apontou para o colar no peito de Dr. Strange, que carregava a Joia do Tempo.
— Pode se arrepender disso. Ele o trouxe para enfrentar o Mestre das Artes Místicas.
— E onde acha que ele trouxe você?
— Deixe-me adivinhar. Seu lar?
— Já foi. - Thanos apertou sua mão que estava com a manopla e uma luz vermelha brilhou. - E era lindo.
Todo nosso redor mudou, mostrando como costumava ser aquele lugar e Thanos tinha razão, era lindo. Construções tecnológicas, áreas verdes e um céu azul. A voz de Thanos ecoava em minha mente e não pude ignorar a melancolia em sua fala.
— Titã era como a maioria dos planetas. Bocas sobrando, comida faltando e quando nos deparamos com a extinção, eu ofereci uma solução.
— Genocídio. - Concluiu o Dr. Strange.
— Mas aleatório, imparcial, sem privilegiar pobres ou ricos. Eles me chamaram de louco e o que eu previ, acabou acontecendo.
— Parabéns, você é um profeta. - Ridicularizou.
— Sou um sobrevivente.
— Que quer matar trilhões.
— Com as seis joias, bastaria eu estalar os dedos. - Demonstrou com a mão livre. -Todos eles deixariam de existir. Chamo isso de misericórdia.
— E depois disso?
— Finalmente eu descansaria e observaria o sol nascer em um universo agradecido. As escolhas mais difíceis exigem forte determinação.
— Acho que vai descobrir que a nossa se iguala à sua. - Dr. Strange bateu as mãos e círculos vermelhos surgiram, essa era nossa deixa.
— Nossa? - Thanos perguntou.
Imediatamente, o Sr. Stark apareceu empurrando um pedaço de nave em cima de Thanos, e, sabendo que isso não seria suficiente, corri para ficar ao lado do doutor e fiz os círculos surgirem em minhas mãos.
Thanos se reergueu usando o poder das joias para explodir o pedaço de metal.
— O poder das joias…- Murmurei sentindo meu corpo vibrar. - Dr. Strange, elas são muito fortes.
Thanos usou a Joia da Realidade para transformar os pedaços de metal em morcegos e atacar o Sr. Stark que foi empurrado com força.
— Não. - Mentalizei que fossem borboletas e assim aconteceu. Linda e coloridas borboletas surgiram e deixaram o Sr. Stark em paz.
— Garota, você não sabe com quem está se metendo. - Thanos se irritou.
— Você também não. - Ativei minha máscara e quando ele começou a vir em minha direção, Peter lançou teias em seu rosto, impedindo sua visão e facilitando para que Drax o atacasse com lâminas em conjunto de Dr. Strange.
Olhei para o solo e desejei que fosse areia movediça e o solo obedeceu, puxando Thanos para baixo e quando chegou à altura do joelho, mentalizei que se tornasse concreto e mais uma vez o poder da Joia da Realidade funcionou, mas eu sentia que ele estava fraco dentro de mim.
Ele era incansável, conseguiu atingir Drax que voou em minha direção, parando em meus pés.
— Você está bem? - Estiquei a mão para ele, oferecendo ajuda.
— Estou ótimo. Obrigado. - Pegou minha mão e se levantou, um pouco desnorteado.
Nesse meio tempo, Thanos conseguiu se livrar das teias de aranha e bloqueou o ataque de Dr. Strange.
— Belo truque. - Resmungou quando viu que estava preso ao solo. Como se sentisse que o poder não iria suportar, ele forçou seu corpo para cima e conseguiu se libertar, fazendo que seu movimento anulasse o poder da joia.
Livre, ele avançou contra o doutor que tentava se proteger com seus escudos, mas não esperava que Quill estava a caminho. Percebi os movimentos do Senhor das Estrelas e atirei minidiscos sob seus pés para ele poder pular na direção de Thanos e implantar uma bomba em suas costas, em seguida, acompanhando a ação, Dr. Strange abriu um portal por onde Quill pulou em segurança.
Na sequência, a Capa flutuou até a manopla e se enroscou, impedindo que Thanos fechasse o punho e estalasse seus dedos.
Dessa vez, eu abri vários portais para Peter poder atingi-lo repetidamente, sem que ele previsse o próximo ataque, mas não fomos rápidos e Thanos o pegou pelo pescoço, prendendo-o no chão.
— Não! - Berrei, lançando discos em sua direção.
Ignorando meu ataque, Thanos pegou Peter como se fosse um peso morto e o jogou na direção de Dr. Strange, que foi atingido com tudo. Irritado, ele rasgou a Capa e a jogou para longe.
Uma explosão atrás dele aconteceu, nos pegando de surpresa. Fui jogada contra uma rocha e bati minha cabeça no chão.
“Atenção, equipamento danificado na região superior.”
A voz robótica do meu traje avisou, senti o lado direito do meu rosto molhado, com certeza eu estava sangrando, novamente. Tentei me reerguer, mas meu corpo parecia pesar uma tonelada.
Consegui, com muito esforço, abrir os olhos a tempo de ver Thanos utilizando o poder das joias novamente, canalizando o fogo da explosão e lançando-o contra Tony. Mesmo de barriga para baixo e me sentindo fraca, estiquei um braço e desviei uma parte da corrente de fogo de volta para Thanos, o suficiente para que Tony não fosse queimado vivo.
Assim que consegui me levantar, graças ao poder que ainda corria em minhas veias, Peter apareceu em meu campo de visão lançando teias na manopla e enquanto Thanos se distraía com isso, um enorme pedaço de metal voou em sua direção, derrubando-o. Uma moça azul apareceu e lutava sem medo algum de Thanos.
— Onde está Gamora? - Ela gritou, mas ele a acertou e antes que ela caísse sobre umas peças afiadas, abri um portal e a trouxe perto de mim. - Obrigada.
Ela se levantou e voltou a ir de encontro com Thanos, assim como todos os presentes.
Consegui usar o anel para amarrar a mão de Thanos que agora estava ajoelhado devido ao golpe que recebera de Drax. Quill prendeu sua outra mão, Peter o segurava com a teia pelas costas e o Sr. Stark tentava tirar a manopla com toda sua força, mas estava muito bem presa.
Mantis surgiu por um portal do Dr. Strange e ficou sobre os ombros de Thanos mexendo com sua mente e foi quando ele parou de lutar.
— Seja rápido ele é muito forte. - Mantis disse entre dentes.
— Assuma aqui. - Falei para o Dr. Strange que compreendeu e veio de imediato.
Escalei o corpo de Thanos e fiquei cara a cara com ele, mas desta vez, seus olhos estavam leitosos, perdidos em sua própria mente.
Coloquei minhas mãos ao lado das de Mantis e reforcei o poder que ela estava usando sob Thanos. Não era tão forte quanto o poder das joias, mas manipular as emoções era um dos maiores poderes que eu já havia experimentado. Percebi que seu intuito era fazer com que Thanos relaxasse e até dormisse, então foi exatamente isso que fiz.
— Parker, venha aqui. Elas não vão aguentar muito mais. Puxe!
— Achei que seria difícil pegá-lo. Para constar, o plano é meu. - Quill se gabou e se aproximou das minhas costas para ficar frente a frente de Thanos. - Perdeu a força agora? Onde está a Gamora?
— Quill… - Adverti. Assim que Thanos ouviu o nome “Gamora” algo despertou dentro dele.
— Minha Gamora. - Thanos conseguiu dizer.
— Quill…Pare com isso. - Censurei novamente, estava difícil manter sua mente parada.
— Não fale besteira. Onde ela está? - Ele ignorou.
— Ele está agoniado. Ele está sofrendo. - Mantis dizia com lágrimas nos olhos, assim como eu estava.
— Por que este monstro está sofrendo? - Quill perguntou.
— Gamora… Ele a levou até Vormir e voltou com a Joia da Alma… Mas sem ela. -Nebula, a moça azul, disse quase sussurrando.
— Ok, Quill, precisa ter calma agora. - Tony entendeu o que estava acontecendo e interferiu. - Não entra nessa. Estamos quase conseguindo.
— Fala que está mentindo. - Quill gritava próximo sob meu ombro. - Cuzão, fala que você não fez isso!
— Eu tinha que fazer. - Thanos se esforçava para responder.
— Não, não tinha! - Quill estava irado quando me puxou pela cintura e me empurrando para trás para que pudesse atingir o rosto de Thanos com todo o seu ódio.
Isso fez com que Mantis se desequilibrasse e também tirasse as mãos de suas têmporas.
— Quill, pare com isso! - Tony tentava segurar o Sr. das Estrelas, mas era impossível. — Está saindo! - Peter gritava eufórico, mas assim que a manopla passou os dedos de Thanos, ele acordou do transe e a puxou de volta.
Com um movimento, ele tirou Mantis de seus ombros e a jogou para longe. Peter foi mais rápido e conseguiu pegá-la em seus braços antes que se machucasse.
Em seguida, Thanos atacou todos nós, sem piedade. Eu tentava amarrá-lo de todos os jeitos, mas ele parecia mais forte do que antes. Quando lancei mais uma em direção a manopla, ele enrolou a corda com as mãos e me lançou sobre a cabeça. Fechei os olhos, esperando mais uma queda, mas Drax amorteceu minha queda.
— Obrigada. - Agradeci quando levantei de cima dele.
— Estamos quites agora. - Piscou e voltou a atacar.
Uma onda de moleza me atingiu, oficialmente eu não tinha mais nenhum poder para retirar a energia e somente a do Dr. Strange não seria o suficiente e quando Thanos usou a Joia de Poder contra Quill, Nebula e Drax, quase o agradeci.
Para mim, esta era a joia mais poderosa de sua manopla. Com o pouco que ele havia usado, eu já me sentia completa.
Endireitei as costas, mas parei no lugar. Meu corpo começou a tremer violentamente e pensei que iria entrar em combustão. Ele estava puxando diversos corpos celestes de fora do planeta para atacar.
— Muito poder… - Ajoelhei-me, arfando. A carga era muito forte, meu corpo iria sucumbir, mas mesmo assim, eu sorria. Nunca me senti tão poderosa em minha vida. Parecia que nunca mais esse poder iria sair de mim e eu pedia aos céus que eu ficasse com uma fração de toda essa força.
Como se minhas preces fossem atendidas, me levantei. Olhei para a maior das rochas que desciam em uma velocidade absurda, estiquei a mão e fechei o punho. Com um estrondo, a rocha se partiu em milhares de pedacinhos, fiz o mesmo com várias que estavam prestes a se chocar. Porém, uma rocha do tamanho de uma lua passou despercebida e só tive tempo de gritar quando o Sr. Stark tentou segurá-la, mas ela estava vindo rápido demais e colidiu em cima dele, fazendo com que o solo ao seu redor se levantasse com o impacto.
*
Cheguei o mais próximo possível de onde Tony estava sendo esmagado e estiquei meus braços, torcendo para que o tanto de poder que eu sentia dentro de mim fosse capaz de retirar a rocha de cima dele a tempo.
— Vamos, por favor. - Eu dizia entredentes exigindo para que a energia saísse de dentro de mim e envolvesse a pedra. - Mais um pouquinho. - Ergui meus braços devagar, eles tremiam com o esforço.
A pedra se moveu milimetricamente. Mantive meus braços esticados…
— Onde estão os outros? - Perguntei a mim mesma e, como se tivesse me escutado, Peter pulou sobre minha cabeça com Mantis pendurada em sua teia, buscando um lugar seguro para colocá-la.
Mais uma onda de poder vibrou em meu corpo. Uma joia foi utilizada, aproveitei para elevar um pouco mais a pedra que, dessa vez, não parecia tão pesada.
— ! - Dr. Strange gritou por mim e meu estômago embrulhou. - NÃO!
— Vamos… - Eu estava esgotada. - PETER! Rápido! - Em segundos ele estava ali do meu lado. - Eu vou erguer, você o puxa.
Assentindo com a cabeça, Peter se posicionou para lançar a teia na cratera que havia sido aberta. Concentrei até a última gota do poder que corria em minhas veias como adrenalina e o liberei, conseguindo erguer a rocha por míseros segundos, tempo suficiente para que Peter conseguisse puxar Tony em nossa direção.
Meus joelhos foram ao chão. Minha cabeça girava. Eu vi Peter ajudando o Sr. Stark e eu não conseguia me mover. Ele falava algo para mim e apontava para o mais velho, mas eu não ouvia nada, só via seus lábios se mexendo.
Senti duas mãos ao redor de minhas têmporas. Mantis. Sem forças para lutar contra a intromissão em minha mente, deixei que ela viajasse dentro de mim.
Ela era cuidadosa com o que procurava, ela não queria de fato modificar minha mente, ela queria despertar.
Senti quando ela tocou em cada vestígio de poder que estava dormente em minha memória, todas as pessoas com quem tive contato, todos os dons que reproduzi, ela estava trazendo à tona, de um jeito que não se esgotasse, um jeito que fizesse meu cérebro registrar e manter ativo. Uma maneira de ter todos os dons para mim.
— Use com sabedoria. - Ela me disse com ternura, retirando suas mãos.
Meu corpo tremeu violentamente, minha pele cintilava e toda minha exaustão foi restaurada. Levantei-me devagar, tentando me acostumar com todos os poderes que eram meus agora. Meus. Olhei para meus braços e mãos, eles pareciam iguais por fora, mas por dentro, tinham mudado completamente.
— . - Tony me chamou com a voz fraca. -Precisamos continuar…
Apertei sua mão com força.
— Uma vez…- Comecei a dizer. - Eu tinha me machucado bem feio e estava muito longe de qualquer tipo de ajuda. Consegui chegar a um restaurante de estrada e uma senhora se aproximou de mim. Foi nesse dia que encontrei pela primeira vez um imortal. - Olhei para o rosto ensanguentado de Tony. - Ela colocou suas mãos em volta dos ferimentos e como mágica, eles sumiram.
Assim que soltei a mão de Tony, ele estava quase todo curado, bem o suficiente para se levantar.
— Diga a ela que lhe agradeço. - Stark colocou a mão em meu ombro e apertou de leve. - Vamos, temos uma guerra para vencer.
— Ei, vai ficar tudo bem. - Peter dizia enquanto entrávamos de novo na nave, nos afastando dos outros.
— Você não sabe disso. - Murmurei, limpando o sangue seco em meu rosto. — Queria muito que tudo isso fosse diferente, Peter. Queria que tivéssemos uma nova oportunidade, você e eu, sabe?
— Nós estamos tendo uma nova oportunidade, . Sabe, eu fiquei muito triste quando você virou as costas e entrou naquele portal, me deixando sozinho no hotel.
— Eu sei, eu…
— Não, me escuta. - Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Fiquei triste, não porque você tinha ido embora, mas por medo de nunca mais poder te ver. Me doía não ter uma notícia sua e ninguém falava se você estava bem ou não. - Ele suspirou. — Teve um dia que eu ouvi seu nome sendo dito pelo Dr. Strange em uma conversa com o Dr. Banner, sobre a evolução de seus poderes e isso me bastou por dias, você estava viva.
Estiquei minha mão e toquei sua face, limpando uma lágrima que escorria por seu rosto.
— Eu entendo que você precisava ir embora, você precisava de um tempo para se autoconhecer, mas eu queria tanto você. Todos os dias, eu pedia para os céus para te trazer de volta para mim, bem egoísta da minha parte, mas eu precisava de você. - Ele pegou minha mão e depositou um beijo na palma. — Eu amo tanto você, . Quero fazer todo segundo que passamos juntos valer a pena.
Sem mais delongas, eu o beijei. Deus, como eu era apaixonada por esse garoto e, mesmo com tanto tempo longe um do outro, meu sentimento não mudou. Ainda tinha o mesmo brilho nos olhos, o frio na barriga e o arrepio gostoso. Independentemente do que estava prestes a acontecer, nós nos completávamos.
Andei de costas até esbarrar em uma espécie de mesa, ele colou nossos corpos e me beijou com ferocidade. Automaticamente, nossos trajes foram desativados e me vi com meu vestido e pés descalços no chão frio da nave, contrastando com nossos corpos quentes.
Suas mãos passeavam pelo meu corpo livremente, me causando arrepios. Ele se abaixou o suficiente para me pegar por trás das coxas e me sentar sob a mesa. Puxei ele para o mais perto que consegui com as pernas deixando sua calça roçar em minha intimidade, mesmo que por cima de minha calcinha.
Sem muita paciência, desabotoei sua camisa enquanto ele se livrava de suas calças. Seu corpo estava repleto de hematomas e cicatrizes, muito mais do que eu me lembrava.
Lentamente ele agachou, colocou suas mãos por baixo de meu vestido e tirou minha calcinha, sem quebrar o contato visual. Minha boca estava entreaberta e eu sentia seu olhar me comendo viva.
Abaixei as alças de meu vestido e o enrolei em minha cintura, deixando meus seios livres.
— Segure eles para mim, . – Apoiei-me com os cotovelos e obedeci, coloquei minhas mãos em concha e apertei. - Mostre para mim.
Segurei meus mamilos entre o dedo médio e o polegar e belisquei com força, do jeito que eu gosto e um gemido rouco saiu de minha garganta. Quis fechar minhas pernas em busca de algum contato, mas Peter me impediu. Seus olhos estavam escuros de desejo quando ele abaixou a cabeça e depositou beijos na parte interna de minha coxa, seguindo para minha intimidade.
Mais um gemido escapou de meus lábios quando ele me beijou ali. Sua língua se movimentava sem pressa, experimentando minhas reações quando me sugava ou me estimulava com força. Foi quando ele me penetrou com dois dedos que soltei um de meus seios e segurei com força os cabelos de Peter. Eu sentia meu interior se fechando em torno dos dedos dele e não lutei quando uma onda de prazer me atingiu.
— É bom saber que seu corpo ainda reage rápido ao meu toque. - Eu não conseguia formular frases, parecia que meu cérebro tinha virado gelatina com o orgasmo que eu tinha sentido.
— Peter… - Choraminguei.
Ele se levantou sugando os dedos que estavam dentro de mim e eu estava hipnotizada pelos seus movimentos. Meus olhos não queriam perder ele de vista nem por um segundo, minha respiração estava entrecortada e tudo o que eu precisava era dele dentro de mim.
— Peter, por favor… - Chamei de novo, ele não entendia minha necessidade dele.
Apoiei minhas costas na mesa fria enquanto ele se posicionava entre minhas pernas, a mesa era da altura perfeita e ele continuou em pé quando me penetrou com delicadeza. Deixando meu corpo, mais uma vez, se acostumar com o dele.
Estiquei meu braço em direção ao rosto de Peter, ele pegou minha mão e beijou a ponta dos meus dedos. Cada gesto, cada toque, entrega o quanto nos queremos. Devagar ele empurrou para dentro de mim, depois mais uma vez, só que mais fundo e ganhando velocidade e confiança.
Fechei meus olhos, sentindo-o em mim, atingindo meu ponto sensível.
— Olhe para mim. - Ele ordenou, abaixando minha mão e a apoiando em seu peitoral. Abri meus olhos e ali estava ele, suado, machucado e me amando da melhor forma possível. Meu interior se contraiu mais uma vez e Peter arfou com a sensação.
Senti um vazio imediato quando ele saiu de dentro de mim e me puxou mais para cima da mesa, eu estava prestes a protestar, mas seu beijo me calou. Nossos corpos estavam colados novamente e ele me penetrou novamente. Dessa vez sem se segurar, Peter estocava fortemente, fazendo a mesa se mexer. Mesmo que a mesa caísse, nós não pararíamos por nada.
Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes me contorci de prazer quando Peter gemeu rouco e deixou seu peso cair sobre mim com a cabeça apoiada em meu peito. Acariciei seus fios de cabelo e desejei aos céus que tudo desse certo para podermos ter uma chance de termos nosso “felizes para sempre”.
— Desculpe interromper os pombinhos, mas precisamos de vocês lá fora. - Quill nos chamou com delicadeza. Ainda bem que já estávamos com nossa armadura ativa novamente.
— Claro, já vamos. - Peter me deu um beijo demorado e ativou sua máscara antes de sair da nave, me deixando com o coração apertado.
Passei a mão em minha armadura, me certificando que tudo estava no lugar e caminhei até o destino que nos aguardava.
Dr. Strange me indicou novamente onde eu deveria ficar e me agachei atrás de uma grande rocha, esperando o tal Thanos aparecer. Essa parte era a pior. Esperar.
— Você tem cara de Thanos. - A voz do Dr. Strange ecoou pelo lugar. Arrisquei olhar por cima da rocha e vi uma criatura enorme roxa, caminhando em sua direção. -Imagino que o Fauce esteja morto. - Thanos refletiu, provavelmente se referindo ao monstrengo que jogamos para fora da nave. - Este dia está exigindo um alto preço, mas ele cumpriu a missão dele. - Apontou para o colar no peito de Dr. Strange, que carregava a Joia do Tempo.
— Pode se arrepender disso. Ele o trouxe para enfrentar o Mestre das Artes Místicas.
— E onde acha que ele trouxe você?
— Deixe-me adivinhar. Seu lar?
— Já foi. - Thanos apertou sua mão que estava com a manopla e uma luz vermelha brilhou. - E era lindo.
Todo nosso redor mudou, mostrando como costumava ser aquele lugar e Thanos tinha razão, era lindo. Construções tecnológicas, áreas verdes e um céu azul. A voz de Thanos ecoava em minha mente e não pude ignorar a melancolia em sua fala.
— Titã era como a maioria dos planetas. Bocas sobrando, comida faltando e quando nos deparamos com a extinção, eu ofereci uma solução.
— Genocídio. - Concluiu o Dr. Strange.
— Mas aleatório, imparcial, sem privilegiar pobres ou ricos. Eles me chamaram de louco e o que eu previ, acabou acontecendo.
— Parabéns, você é um profeta. - Ridicularizou.
— Sou um sobrevivente.
— Que quer matar trilhões.
— Com as seis joias, bastaria eu estalar os dedos. - Demonstrou com a mão livre. -Todos eles deixariam de existir. Chamo isso de misericórdia.
— E depois disso?
— Finalmente eu descansaria e observaria o sol nascer em um universo agradecido. As escolhas mais difíceis exigem forte determinação.
— Acho que vai descobrir que a nossa se iguala à sua. - Dr. Strange bateu as mãos e círculos vermelhos surgiram, essa era nossa deixa.
— Nossa? - Thanos perguntou.
Imediatamente, o Sr. Stark apareceu empurrando um pedaço de nave em cima de Thanos, e, sabendo que isso não seria suficiente, corri para ficar ao lado do doutor e fiz os círculos surgirem em minhas mãos.
Thanos se reergueu usando o poder das joias para explodir o pedaço de metal.
— O poder das joias…- Murmurei sentindo meu corpo vibrar. - Dr. Strange, elas são muito fortes.
Thanos usou a Joia da Realidade para transformar os pedaços de metal em morcegos e atacar o Sr. Stark que foi empurrado com força.
— Não. - Mentalizei que fossem borboletas e assim aconteceu. Linda e coloridas borboletas surgiram e deixaram o Sr. Stark em paz.
— Garota, você não sabe com quem está se metendo. - Thanos se irritou.
— Você também não. - Ativei minha máscara e quando ele começou a vir em minha direção, Peter lançou teias em seu rosto, impedindo sua visão e facilitando para que Drax o atacasse com lâminas em conjunto de Dr. Strange.
Olhei para o solo e desejei que fosse areia movediça e o solo obedeceu, puxando Thanos para baixo e quando chegou à altura do joelho, mentalizei que se tornasse concreto e mais uma vez o poder da Joia da Realidade funcionou, mas eu sentia que ele estava fraco dentro de mim.
Ele era incansável, conseguiu atingir Drax que voou em minha direção, parando em meus pés.
— Você está bem? - Estiquei a mão para ele, oferecendo ajuda.
— Estou ótimo. Obrigado. - Pegou minha mão e se levantou, um pouco desnorteado.
Nesse meio tempo, Thanos conseguiu se livrar das teias de aranha e bloqueou o ataque de Dr. Strange.
— Belo truque. - Resmungou quando viu que estava preso ao solo. Como se sentisse que o poder não iria suportar, ele forçou seu corpo para cima e conseguiu se libertar, fazendo que seu movimento anulasse o poder da joia.
Livre, ele avançou contra o doutor que tentava se proteger com seus escudos, mas não esperava que Quill estava a caminho. Percebi os movimentos do Senhor das Estrelas e atirei minidiscos sob seus pés para ele poder pular na direção de Thanos e implantar uma bomba em suas costas, em seguida, acompanhando a ação, Dr. Strange abriu um portal por onde Quill pulou em segurança.
Na sequência, a Capa flutuou até a manopla e se enroscou, impedindo que Thanos fechasse o punho e estalasse seus dedos.
Dessa vez, eu abri vários portais para Peter poder atingi-lo repetidamente, sem que ele previsse o próximo ataque, mas não fomos rápidos e Thanos o pegou pelo pescoço, prendendo-o no chão.
— Não! - Berrei, lançando discos em sua direção.
Ignorando meu ataque, Thanos pegou Peter como se fosse um peso morto e o jogou na direção de Dr. Strange, que foi atingido com tudo. Irritado, ele rasgou a Capa e a jogou para longe.
Uma explosão atrás dele aconteceu, nos pegando de surpresa. Fui jogada contra uma rocha e bati minha cabeça no chão.
“Atenção, equipamento danificado na região superior.”
A voz robótica do meu traje avisou, senti o lado direito do meu rosto molhado, com certeza eu estava sangrando, novamente. Tentei me reerguer, mas meu corpo parecia pesar uma tonelada.
Consegui, com muito esforço, abrir os olhos a tempo de ver Thanos utilizando o poder das joias novamente, canalizando o fogo da explosão e lançando-o contra Tony. Mesmo de barriga para baixo e me sentindo fraca, estiquei um braço e desviei uma parte da corrente de fogo de volta para Thanos, o suficiente para que Tony não fosse queimado vivo.
Assim que consegui me levantar, graças ao poder que ainda corria em minhas veias, Peter apareceu em meu campo de visão lançando teias na manopla e enquanto Thanos se distraía com isso, um enorme pedaço de metal voou em sua direção, derrubando-o. Uma moça azul apareceu e lutava sem medo algum de Thanos.
— Onde está Gamora? - Ela gritou, mas ele a acertou e antes que ela caísse sobre umas peças afiadas, abri um portal e a trouxe perto de mim. - Obrigada.
Ela se levantou e voltou a ir de encontro com Thanos, assim como todos os presentes.
Consegui usar o anel para amarrar a mão de Thanos que agora estava ajoelhado devido ao golpe que recebera de Drax. Quill prendeu sua outra mão, Peter o segurava com a teia pelas costas e o Sr. Stark tentava tirar a manopla com toda sua força, mas estava muito bem presa.
Mantis surgiu por um portal do Dr. Strange e ficou sobre os ombros de Thanos mexendo com sua mente e foi quando ele parou de lutar.
— Seja rápido ele é muito forte. - Mantis disse entre dentes.
— Assuma aqui. - Falei para o Dr. Strange que compreendeu e veio de imediato.
Escalei o corpo de Thanos e fiquei cara a cara com ele, mas desta vez, seus olhos estavam leitosos, perdidos em sua própria mente.
Coloquei minhas mãos ao lado das de Mantis e reforcei o poder que ela estava usando sob Thanos. Não era tão forte quanto o poder das joias, mas manipular as emoções era um dos maiores poderes que eu já havia experimentado. Percebi que seu intuito era fazer com que Thanos relaxasse e até dormisse, então foi exatamente isso que fiz.
— Parker, venha aqui. Elas não vão aguentar muito mais. Puxe!
— Achei que seria difícil pegá-lo. Para constar, o plano é meu. - Quill se gabou e se aproximou das minhas costas para ficar frente a frente de Thanos. - Perdeu a força agora? Onde está a Gamora?
— Quill… - Adverti. Assim que Thanos ouviu o nome “Gamora” algo despertou dentro dele.
— Minha Gamora. - Thanos conseguiu dizer.
— Quill…Pare com isso. - Censurei novamente, estava difícil manter sua mente parada.
— Não fale besteira. Onde ela está? - Ele ignorou.
— Ele está agoniado. Ele está sofrendo. - Mantis dizia com lágrimas nos olhos, assim como eu estava.
— Por que este monstro está sofrendo? - Quill perguntou.
— Gamora… Ele a levou até Vormir e voltou com a Joia da Alma… Mas sem ela. -Nebula, a moça azul, disse quase sussurrando.
— Ok, Quill, precisa ter calma agora. - Tony entendeu o que estava acontecendo e interferiu. - Não entra nessa. Estamos quase conseguindo.
— Fala que está mentindo. - Quill gritava próximo sob meu ombro. - Cuzão, fala que você não fez isso!
— Eu tinha que fazer. - Thanos se esforçava para responder.
— Não, não tinha! - Quill estava irado quando me puxou pela cintura e me empurrando para trás para que pudesse atingir o rosto de Thanos com todo o seu ódio.
Isso fez com que Mantis se desequilibrasse e também tirasse as mãos de suas têmporas.
— Quill, pare com isso! - Tony tentava segurar o Sr. das Estrelas, mas era impossível. — Está saindo! - Peter gritava eufórico, mas assim que a manopla passou os dedos de Thanos, ele acordou do transe e a puxou de volta.
Com um movimento, ele tirou Mantis de seus ombros e a jogou para longe. Peter foi mais rápido e conseguiu pegá-la em seus braços antes que se machucasse.
Em seguida, Thanos atacou todos nós, sem piedade. Eu tentava amarrá-lo de todos os jeitos, mas ele parecia mais forte do que antes. Quando lancei mais uma em direção a manopla, ele enrolou a corda com as mãos e me lançou sobre a cabeça. Fechei os olhos, esperando mais uma queda, mas Drax amorteceu minha queda.
— Obrigada. - Agradeci quando levantei de cima dele.
— Estamos quites agora. - Piscou e voltou a atacar.
Uma onda de moleza me atingiu, oficialmente eu não tinha mais nenhum poder para retirar a energia e somente a do Dr. Strange não seria o suficiente e quando Thanos usou a Joia de Poder contra Quill, Nebula e Drax, quase o agradeci.
Para mim, esta era a joia mais poderosa de sua manopla. Com o pouco que ele havia usado, eu já me sentia completa.
Endireitei as costas, mas parei no lugar. Meu corpo começou a tremer violentamente e pensei que iria entrar em combustão. Ele estava puxando diversos corpos celestes de fora do planeta para atacar.
— Muito poder… - Ajoelhei-me, arfando. A carga era muito forte, meu corpo iria sucumbir, mas mesmo assim, eu sorria. Nunca me senti tão poderosa em minha vida. Parecia que nunca mais esse poder iria sair de mim e eu pedia aos céus que eu ficasse com uma fração de toda essa força.
Como se minhas preces fossem atendidas, me levantei. Olhei para a maior das rochas que desciam em uma velocidade absurda, estiquei a mão e fechei o punho. Com um estrondo, a rocha se partiu em milhares de pedacinhos, fiz o mesmo com várias que estavam prestes a se chocar. Porém, uma rocha do tamanho de uma lua passou despercebida e só tive tempo de gritar quando o Sr. Stark tentou segurá-la, mas ela estava vindo rápido demais e colidiu em cima dele, fazendo com que o solo ao seu redor se levantasse com o impacto.
Cheguei o mais próximo possível de onde Tony estava sendo esmagado e estiquei meus braços, torcendo para que o tanto de poder que eu sentia dentro de mim fosse capaz de retirar a rocha de cima dele a tempo.
— Vamos, por favor. - Eu dizia entredentes exigindo para que a energia saísse de dentro de mim e envolvesse a pedra. - Mais um pouquinho. - Ergui meus braços devagar, eles tremiam com o esforço.
A pedra se moveu milimetricamente. Mantive meus braços esticados…
— Onde estão os outros? - Perguntei a mim mesma e, como se tivesse me escutado, Peter pulou sobre minha cabeça com Mantis pendurada em sua teia, buscando um lugar seguro para colocá-la.
Mais uma onda de poder vibrou em meu corpo. Uma joia foi utilizada, aproveitei para elevar um pouco mais a pedra que, dessa vez, não parecia tão pesada.
— ! - Dr. Strange gritou por mim e meu estômago embrulhou. - NÃO!
— Vamos… - Eu estava esgotada. - PETER! Rápido! - Em segundos ele estava ali do meu lado. - Eu vou erguer, você o puxa.
Assentindo com a cabeça, Peter se posicionou para lançar a teia na cratera que havia sido aberta. Concentrei até a última gota do poder que corria em minhas veias como adrenalina e o liberei, conseguindo erguer a rocha por míseros segundos, tempo suficiente para que Peter conseguisse puxar Tony em nossa direção.
Meus joelhos foram ao chão. Minha cabeça girava. Eu vi Peter ajudando o Sr. Stark e eu não conseguia me mover. Ele falava algo para mim e apontava para o mais velho, mas eu não ouvia nada, só via seus lábios se mexendo.
Senti duas mãos ao redor de minhas têmporas. Mantis. Sem forças para lutar contra a intromissão em minha mente, deixei que ela viajasse dentro de mim.
Ela era cuidadosa com o que procurava, ela não queria de fato modificar minha mente, ela queria despertar.
Senti quando ela tocou em cada vestígio de poder que estava dormente em minha memória, todas as pessoas com quem tive contato, todos os dons que reproduzi, ela estava trazendo à tona, de um jeito que não se esgotasse, um jeito que fizesse meu cérebro registrar e manter ativo. Uma maneira de ter todos os dons para mim.
— Use com sabedoria. - Ela me disse com ternura, retirando suas mãos.
Meu corpo tremeu violentamente, minha pele cintilava e toda minha exaustão foi restaurada. Levantei-me devagar, tentando me acostumar com todos os poderes que eram meus agora. Meus. Olhei para meus braços e mãos, eles pareciam iguais por fora, mas por dentro, tinham mudado completamente.
— . - Tony me chamou com a voz fraca. -Precisamos continuar…
Apertei sua mão com força.
— Uma vez…- Comecei a dizer. - Eu tinha me machucado bem feio e estava muito longe de qualquer tipo de ajuda. Consegui chegar a um restaurante de estrada e uma senhora se aproximou de mim. Foi nesse dia que encontrei pela primeira vez um imortal. - Olhei para o rosto ensanguentado de Tony. - Ela colocou suas mãos em volta dos ferimentos e como mágica, eles sumiram.
Assim que soltei a mão de Tony, ele estava quase todo curado, bem o suficiente para se levantar.
— Diga a ela que lhe agradeço. - Stark colocou a mão em meu ombro e apertou de leve. - Vamos, temos uma guerra para vencer.
Capítulo V
Não tardou para encontrarmos Thanos destruindo o colar de Dr. Strange e logo em seguida jogando-o no chão.
— Não! - Gritei ao ver o doutor batendo sua cabeça com força no chão e não se mexendo em seguida.
Meu grito atraiu a atenção de Thanos, mas Stark foi mais rápido, jogando algo diretamente em sua manopla, dando sequência no plano.
— Se jogar outra lua em mim, eu vou perder a paciência. - Tony disse sério.
— Stark.
— Você me conhece?
— Conheço. Não é o único que foi amaldiçoado com o conhecimento.
— Minha única maldição é você. - Imediatamente, minifoguetes saíram da armadura de Tony e atacaram sem parar Thanos. Lembrei do poder da criatura que enfrentamos em Nova York e me concentrei em erguer diversos pedregulhos e lançar com toda força no grandão roxo. Com o desbloqueio em minha mente, graças à Mantis, pude recuperar essa energia.
Utilizando uma de suas joias, ele lançou um raio em nossa direção, mas graças aos meus novos sentidos de aranha, consegui reagir muito mais rápido e erguer um escudo como o de Dr. Strange que ainda estava no chão. Era uma luta difícil de acompanhar.
Tony disparava uma sequência de chutes e socos, mas estava perdendo a força, mesmo conseguindo imobilizar uma das mãos de Thanos. Tentei ajudar levitando mais pedras e as transformando em lanças e tudo o que eu consegui, foi um pequeno arranhão em seu rosto.
— Tudo isso para uma gotinha de sangue. - Apesar de sua fala ser direcionada a mim, quem recebeu o impacto dos socos foi Tony. Sua armadura começou a despedaçar e toda vez que eu dava um passo, Thanos lançava um raio em minha direção, me mantendo no lugar, inútil, sem conseguir contra-atacar.
Enquanto ele estava focado em destruir Tony, fechei os olhos. Canalizando a energia que ele tinha acabado de usar para atingi-lo e distraí-lo tempo suficiente para que Tony se reerguer e recuperar parte de sua armadura, mas o poder que estava dentro de mim parecia relutante em atacar seus semelhantes. Apesar de tudo, meu esforço foi em vão.
Quando abri os olhos, Tony estava no chão. Thanos havia conseguido quebrar uma parte da armadura e enfiá-la sem cerimônias no estômago de Stark. Minha garganta se apertou e um grito ficou entalado.
— Tem meu respeito, Stark. - Thanos disse baixinho. — Quando eu terminar, metade da humanidade ainda existirá. Tomara que se lembrem de você.
Olhei para o lado e vi o Dr. Strange se levantando lentamente. Ele levantou o dedo indicador para mim em aviso me obrigando a ficar no lugar.
— Pare. - Dr. Strange resmungou. - Poupe a vida dele e eu lhe darei a joia.
— Sem truques.
— Não. - Tony juntou forças para dizer, mas era tarde demais. O Dr. Strange já havia convocado a joia em suas mãos e entregou para Thanos. Como um imã, ela se juntou na manopla.
— Só falta uma. - Thanos refletiu.
Quill se juntou a nós atirando em Thanos, mas assim que foi atingido, ele abriu um portal e fugiu.
— Onde ele está? - Quill gritava.
— Foi atrás da última joia. - Falei quase roboticamente. - Não se mova. - Apontei para Stark e me aproximei, torcendo para que Ajak continuasse do meu lado para curá-lo.
— Nós perdemos? - Quill perguntou.
— , não perca tempo e vá atrás dele. - Dr. Strange ordenou.
— Por que você fez isso? - Tony ignorou-o e perguntou para o Dr. Strange.
— O jogo está prestes a acabar. - Uma lágrima escorreu em meu rosto, chamando a atenção de Tony que apertou minha mão com força. - Ela precisa ir, Tony.
— Por quê?
— Se ela ficar, não teremos nossa única chance. Ela não pode nos ajudar aqui. - Dr. Strange disse sem tirar os olhos dos meus.
— ! - Peter correu até mim e se agachou ao meu lado. - Você está bem, Sr. Stark?
— Estou, garoto. Agora me ajude a levantar. - Ele fazia caretas de dor.
Respirei fundo e senti os braços de Peter em minha volta. Com carinho, ele me puxou para que eu me levantasse.
— Algo bem ruim está prestes a acontecer, né? - Ele me perguntou, colando nossas testas.
— Sim. - Falei o mais baixo que consegui. - Mas vamos dar um jeito. Sempre damos. Só…Esperem por mim, ok?
Tomei distância o suficiente para ver aqueles olhos escuros brilhando para mim e o beijei. Não importava quem estava olhando para nós, eu precisava dele, principalmente porque eu sabia o que aconteceria.
— Apenas uma chance. - Sussurrei em seus lábios e me virei. A Capa veio até mim e rodopiou em um abraço e voltou a sua posição de fiel escudeira de Dr. Strange. Ergui meus braços e abri um portal, do outro lado estavam os outros Vingadores.
Forcei meu corpo para frente e fechei o portal sem olhar para trás. Mais uma vez, abandonando Peter por um bem maior.
— Ele está chegando, chame os outros. - Falei para Steve, como se eu o conhecesse bem o suficiente para dar algum tipo de ordem. Se ele notou meu tom, ele ignorou e sem hesitar, colocou sua mão no pequeno aparelho em seu ouvido.
— Pessoal, venham todos para cá. Ele está se aproximando. - Steve olhou para mim com pesar. - Onde estão os outros?
— Ficaram em Titã. Vamos fazer dar certo, mas precisa ser desse jeito. - Olhei para Wanda que assentiu para mim, dando permissão para me aproximar. A joia brilhava na testa de Visão.
Ele não estava nada bem. Agachei e toquei seu rosto, o poder correu preguiçosamente dos meus braços até as pontas de meus dedos, fechando rapidamente as pequenas feridas e trabalhando nas feridas maiores.
— Ele está aqui. - Visão disse.
— Fiquem de olho. Atenção. - Steve complementou.
Uma nuvem cinza surgiu no meio da clareira, não muito longe de onde estávamos, e dela saiu Thanos.
— Mais rápida que eu, impressionante. - Ele disse para mim. Eu o ignorei, precisava tentar do meu jeito, Visão não merecia seu destino final.
Sem perder tempo, os Vingadores atacaram em uma luta injusta. Thanos estava intocável com a manopla quase completa.
— Você está gastando seu poder à toa. - Visão disse. - Você já sabe o que vai acontecer, não sabe? - Meus olhos ficaram embaçados com as lágrimas que estavam se juntando ali. - Está tudo bem, não é sua culpa. Agora, nos dê licença, por favor.
Assenti e deixei Wanda e Visão sozinhos. Meu peito doía, mas corri. Tentei ao máximo deixar qualquer sentimento de lado e me concentrei, em todo o poder que ondulava no ar, novos ou já conhecidos, ignorando o tremor de meu corpo, acionei o capacete de minha armadura. Acabaria logo.
Comecei a mexer meus dedos, atraindo tudo o que eu poderia para atacar Thanos, e assim fiz. Senti meu corpo absorvendo poderes que eu não conseguia enxergar, como se a fração da joia do Poder que já estava em mim, tivesse aberto mais espaço para novos dons. Eu não sabia mais de quem eu refletia o poder e isso era incrivelmente assustador, ou seja, eu não precisava me esforçar para pegar um pouco de poder para mim, ele vinha sem eu pedir, obedecendo cegamente a joia.
Apontei, automaticamente, para o chão e raízes saíram do chão para tentar, inutilmente, segurar as pernas de Thanos. Foi quando eu vi uma criaturinha que lembrava uma plantinha e percebi que era dele o dom, mas não parei.
De repente, senti uma onda de calor muito forte e parei, algo estava errado. Meus olhos estavam perdendo o foco e minha cabeça girava, um poder diferente do de Thanos estava sendo absorvido por mim. As veias de meus braços estavam sobressalentes, brilhando vermelhas.
Wanda.
Não procurei por ela, eu sabia exatamente onde ela estava. Eu precisava atrasar Thanos. Deixei que a energia fosse canalizada e a lancei na direção de Thanos, mas ele ainda era muito forte. O raio lançado fazia força contra a manopla e me empurrava para trás. Meus pés escorregaram pela terra e meus dentes rangiam com toda a força que eu fazia para me manter em pé.
— Está tudo bem. - Escutei Visão falar quando cheguei próximo deles, me recusando a assistir um momento tão íntimo dos dois. - Eu te amo.
Tudo fazia sentido. Ele pediu para que Wanda destruísse sua joia para que Thanos não conseguisse pegar. Era uma ótima ideia, mas algo continuava errado... Não era bem isso que eu tinha visto.
Uma explosão aconteceu atrás de mim, a joia foi quebrada e fui lançada contra o chão, ao lado de Wanda. O baque foi tão grande que minha armadura foi desativada completamente e lá estava eu, com meus pés descalços e meu vestido simples novamente.
— Eu entendo, minha criança. - Thanos falava manso. - Melhor do que qualquer um.
— Você nunca seria capaz. -Wanda respondeu.
— Não escute ele. - Falei erguendo minha cabeça, agora desprotegida de armadura. — Hoje, eu perdi mais do que possa imaginar. - Ele acariciou minha cabeça, bagunçando de leve meus cabelos. - Mas, agora, não há tempo para lamentar.
Ele andou em direção ao lugar que Visão estava há segundos, antes de explodir junto à joia.
— Agora, não há mais tempo mesmo. - Com isso, ele ativou a Joia do Tempo e fez com que todas as partes de Visão se juntassem novamente e ele voltasse à vida.
— Não! - Wanda gritou e tentou se aproximar, mas com um golpe, foi lançada para trás de mim, desacordada.
— Wanda! - Corri na direção de Thanos, mas ele foi mais rápido e conseguiu me pegar pelo pescoço.
— Criança, você deveria parar de se intrometer. Imagine, você tem a manopla dentro de você e não sabe como usar, venha comigo e você entenderá como tudo pode ser melhor.
— Nunca. - A palavra saiu distorcida de meus lábios, o aperto em meu pescoço estava muito forte, quase fazendo com que eu perdesse meus sentidos, mas, antes que isso acontecesse, Visão emitiu um ruído atraindo sua atenção e me jogou no chão. Devo ter caído sobre alguma coisa afiada, pois tinha um grande corte que sangrava sem parar, grunhi de dor e apertei os olhos. Tudo aconteceu muito rápido, eu ainda estava deitada no chão quando algo caiu do meu lado, fazendo um baque seco. Abri os olhos assustada e não consegui segurar o grito. Visão estava morto.
— Thanos, não! - Gritei, conseguindo me sentar enquanto segurava meu braço ensanguentado. - Não precisava ser assim…
Thor surgiu vindo dos céus com um raio e atacou Thanos com toda sua força, jogando-o para longe de nosso campo de vista.
— Wanda, por favor, acorde. – Arrastei-me para seu lado. - Wanda… - Eu sacudia seu corpo inerte.
— NÃO! - Thor berrou e um clarão nos atingiu. Um estalo foi dado. - O QUE VOCÊ FEZ? - Thanos não respondeu.
— … - Wanda tinha acordado, consegui levantar junto a ela. - Onde ele…
— Eu sinto muito… - Abracei ela de lado com o braço bom e a guiei até Visão. Assim que ela o viu, caiu de joelhos e o abraçou por segundos. - Vamos dar um jeito, Wanda.
Ela sorriu pequeno e seu corpo se transformou em cinzas, exatamente como eu tinha visto. Não só a Wanda, mas também diversas pessoas que estavam presentes viraram pó com o estalar de dedos de Thanos. Tornando realidade a nossa única oportunidade.
— Venha. - Thor me chamou com o braço esticado e percebi que estava paralisada, olhando para um montinho de poeira. - Você está machucada?
Assenti aérea. Ele me guiou até um grande tronco, ainda próximo do corpo de Visão e me fez sentar ali.
— Não se mexa, ok? - Um guaxinim, exato, um guaxinim se sentou do meu lado e enfaixou meu braço. - Sou Rocket.
—… Obrigada. - Olhei para ele e, se fosse em outro momento, com certeza eu tentaria fazer carinho. - Sinto muito pelo seu amigo. - Ele assentiu triste.
— Consegue ajudar? - Dr. Banner me perguntou.
Levantei-me e, um por um, deixei o poder de Ajak curar o máximo que eu conseguia, com cuidado para deixar um pouco ainda comigo.
Steve foi o único que recusou meu poder, mas não se afastou quando fiquei ao seu lado, encarando a paisagem.
— Sabe… Ele não ganhou ainda. Temos uma chance.
*
— A cavalaria chegou! - Anunciei sorridente assim que saí com Steve do portal que eu tinha aberto em Titã.
Tinha se passado apenas um dia do último estalar de dedos de Thanos e ainda estávamos tentando assimilar o que tinha acontecido, mas eu não podia perder mais tempo. Eu precisava tirar eles daquele planeta abandonado e por isso, dei um ultimato para Steve. Ele não havia me deixado voltar para Titã de imediato por causa do grande corte em meu braço que ainda estava aberto.
Eu ainda me pergunto por que não consegui usar o poder de Ajak em mim mesma, talvez tenha alguma lição de moral por trás disso, mas confesso que me senti frustrada por não me auto curar.
— Pessoal? -Chamei um pouco mais aflita. Não havia ninguém. - Peter? - Dessa vez meu grito ecoou e não tive respostas.
Meu coração se apertou e se não sobrou ninguém? Peter… Não. Eles tinham que estar vivos e bem.
— Eles devem ter encontrado outro meio, vamos pensar. - Steve colocou as mãos em meus ombros, me forçando a encará-lo.
— Não, eles tinham que ter me esperado. Era só esperar… - Subi o olhar até seu rosto. - O que vamos fazer?
— Eles devem ter usado nossa nave. - Rocket concluiu. - Ali tem marcas na areia, devem ter saído ontem à noite ou hoje pela manhã.
— Vamos voltar. Agora é nossa vez de esperar por eles. - Steve me deu um leve aperto e caminhou em direção ao portal que continuava aberto. Respirei fundo e o segui, torcendo para que todos estivessem a caminho de casa.
— Não! - Gritei ao ver o doutor batendo sua cabeça com força no chão e não se mexendo em seguida.
Meu grito atraiu a atenção de Thanos, mas Stark foi mais rápido, jogando algo diretamente em sua manopla, dando sequência no plano.
— Se jogar outra lua em mim, eu vou perder a paciência. - Tony disse sério.
— Stark.
— Você me conhece?
— Conheço. Não é o único que foi amaldiçoado com o conhecimento.
— Minha única maldição é você. - Imediatamente, minifoguetes saíram da armadura de Tony e atacaram sem parar Thanos. Lembrei do poder da criatura que enfrentamos em Nova York e me concentrei em erguer diversos pedregulhos e lançar com toda força no grandão roxo. Com o desbloqueio em minha mente, graças à Mantis, pude recuperar essa energia.
Utilizando uma de suas joias, ele lançou um raio em nossa direção, mas graças aos meus novos sentidos de aranha, consegui reagir muito mais rápido e erguer um escudo como o de Dr. Strange que ainda estava no chão. Era uma luta difícil de acompanhar.
Tony disparava uma sequência de chutes e socos, mas estava perdendo a força, mesmo conseguindo imobilizar uma das mãos de Thanos. Tentei ajudar levitando mais pedras e as transformando em lanças e tudo o que eu consegui, foi um pequeno arranhão em seu rosto.
— Tudo isso para uma gotinha de sangue. - Apesar de sua fala ser direcionada a mim, quem recebeu o impacto dos socos foi Tony. Sua armadura começou a despedaçar e toda vez que eu dava um passo, Thanos lançava um raio em minha direção, me mantendo no lugar, inútil, sem conseguir contra-atacar.
Enquanto ele estava focado em destruir Tony, fechei os olhos. Canalizando a energia que ele tinha acabado de usar para atingi-lo e distraí-lo tempo suficiente para que Tony se reerguer e recuperar parte de sua armadura, mas o poder que estava dentro de mim parecia relutante em atacar seus semelhantes. Apesar de tudo, meu esforço foi em vão.
Quando abri os olhos, Tony estava no chão. Thanos havia conseguido quebrar uma parte da armadura e enfiá-la sem cerimônias no estômago de Stark. Minha garganta se apertou e um grito ficou entalado.
— Tem meu respeito, Stark. - Thanos disse baixinho. — Quando eu terminar, metade da humanidade ainda existirá. Tomara que se lembrem de você.
Olhei para o lado e vi o Dr. Strange se levantando lentamente. Ele levantou o dedo indicador para mim em aviso me obrigando a ficar no lugar.
— Pare. - Dr. Strange resmungou. - Poupe a vida dele e eu lhe darei a joia.
— Sem truques.
— Não. - Tony juntou forças para dizer, mas era tarde demais. O Dr. Strange já havia convocado a joia em suas mãos e entregou para Thanos. Como um imã, ela se juntou na manopla.
— Só falta uma. - Thanos refletiu.
Quill se juntou a nós atirando em Thanos, mas assim que foi atingido, ele abriu um portal e fugiu.
— Onde ele está? - Quill gritava.
— Foi atrás da última joia. - Falei quase roboticamente. - Não se mova. - Apontei para Stark e me aproximei, torcendo para que Ajak continuasse do meu lado para curá-lo.
— Nós perdemos? - Quill perguntou.
— , não perca tempo e vá atrás dele. - Dr. Strange ordenou.
— Por que você fez isso? - Tony ignorou-o e perguntou para o Dr. Strange.
— O jogo está prestes a acabar. - Uma lágrima escorreu em meu rosto, chamando a atenção de Tony que apertou minha mão com força. - Ela precisa ir, Tony.
— Por quê?
— Se ela ficar, não teremos nossa única chance. Ela não pode nos ajudar aqui. - Dr. Strange disse sem tirar os olhos dos meus.
— ! - Peter correu até mim e se agachou ao meu lado. - Você está bem, Sr. Stark?
— Estou, garoto. Agora me ajude a levantar. - Ele fazia caretas de dor.
Respirei fundo e senti os braços de Peter em minha volta. Com carinho, ele me puxou para que eu me levantasse.
— Algo bem ruim está prestes a acontecer, né? - Ele me perguntou, colando nossas testas.
— Sim. - Falei o mais baixo que consegui. - Mas vamos dar um jeito. Sempre damos. Só…Esperem por mim, ok?
Tomei distância o suficiente para ver aqueles olhos escuros brilhando para mim e o beijei. Não importava quem estava olhando para nós, eu precisava dele, principalmente porque eu sabia o que aconteceria.
— Apenas uma chance. - Sussurrei em seus lábios e me virei. A Capa veio até mim e rodopiou em um abraço e voltou a sua posição de fiel escudeira de Dr. Strange. Ergui meus braços e abri um portal, do outro lado estavam os outros Vingadores.
Forcei meu corpo para frente e fechei o portal sem olhar para trás. Mais uma vez, abandonando Peter por um bem maior.
— Ele está chegando, chame os outros. - Falei para Steve, como se eu o conhecesse bem o suficiente para dar algum tipo de ordem. Se ele notou meu tom, ele ignorou e sem hesitar, colocou sua mão no pequeno aparelho em seu ouvido.
— Pessoal, venham todos para cá. Ele está se aproximando. - Steve olhou para mim com pesar. - Onde estão os outros?
— Ficaram em Titã. Vamos fazer dar certo, mas precisa ser desse jeito. - Olhei para Wanda que assentiu para mim, dando permissão para me aproximar. A joia brilhava na testa de Visão.
Ele não estava nada bem. Agachei e toquei seu rosto, o poder correu preguiçosamente dos meus braços até as pontas de meus dedos, fechando rapidamente as pequenas feridas e trabalhando nas feridas maiores.
— Ele está aqui. - Visão disse.
— Fiquem de olho. Atenção. - Steve complementou.
Uma nuvem cinza surgiu no meio da clareira, não muito longe de onde estávamos, e dela saiu Thanos.
— Mais rápida que eu, impressionante. - Ele disse para mim. Eu o ignorei, precisava tentar do meu jeito, Visão não merecia seu destino final.
Sem perder tempo, os Vingadores atacaram em uma luta injusta. Thanos estava intocável com a manopla quase completa.
— Você está gastando seu poder à toa. - Visão disse. - Você já sabe o que vai acontecer, não sabe? - Meus olhos ficaram embaçados com as lágrimas que estavam se juntando ali. - Está tudo bem, não é sua culpa. Agora, nos dê licença, por favor.
Assenti e deixei Wanda e Visão sozinhos. Meu peito doía, mas corri. Tentei ao máximo deixar qualquer sentimento de lado e me concentrei, em todo o poder que ondulava no ar, novos ou já conhecidos, ignorando o tremor de meu corpo, acionei o capacete de minha armadura. Acabaria logo.
Comecei a mexer meus dedos, atraindo tudo o que eu poderia para atacar Thanos, e assim fiz. Senti meu corpo absorvendo poderes que eu não conseguia enxergar, como se a fração da joia do Poder que já estava em mim, tivesse aberto mais espaço para novos dons. Eu não sabia mais de quem eu refletia o poder e isso era incrivelmente assustador, ou seja, eu não precisava me esforçar para pegar um pouco de poder para mim, ele vinha sem eu pedir, obedecendo cegamente a joia.
Apontei, automaticamente, para o chão e raízes saíram do chão para tentar, inutilmente, segurar as pernas de Thanos. Foi quando eu vi uma criaturinha que lembrava uma plantinha e percebi que era dele o dom, mas não parei.
De repente, senti uma onda de calor muito forte e parei, algo estava errado. Meus olhos estavam perdendo o foco e minha cabeça girava, um poder diferente do de Thanos estava sendo absorvido por mim. As veias de meus braços estavam sobressalentes, brilhando vermelhas.
Wanda.
Não procurei por ela, eu sabia exatamente onde ela estava. Eu precisava atrasar Thanos. Deixei que a energia fosse canalizada e a lancei na direção de Thanos, mas ele ainda era muito forte. O raio lançado fazia força contra a manopla e me empurrava para trás. Meus pés escorregaram pela terra e meus dentes rangiam com toda a força que eu fazia para me manter em pé.
— Está tudo bem. - Escutei Visão falar quando cheguei próximo deles, me recusando a assistir um momento tão íntimo dos dois. - Eu te amo.
Tudo fazia sentido. Ele pediu para que Wanda destruísse sua joia para que Thanos não conseguisse pegar. Era uma ótima ideia, mas algo continuava errado... Não era bem isso que eu tinha visto.
Uma explosão aconteceu atrás de mim, a joia foi quebrada e fui lançada contra o chão, ao lado de Wanda. O baque foi tão grande que minha armadura foi desativada completamente e lá estava eu, com meus pés descalços e meu vestido simples novamente.
— Eu entendo, minha criança. - Thanos falava manso. - Melhor do que qualquer um.
— Você nunca seria capaz. -Wanda respondeu.
— Não escute ele. - Falei erguendo minha cabeça, agora desprotegida de armadura. — Hoje, eu perdi mais do que possa imaginar. - Ele acariciou minha cabeça, bagunçando de leve meus cabelos. - Mas, agora, não há tempo para lamentar.
Ele andou em direção ao lugar que Visão estava há segundos, antes de explodir junto à joia.
— Agora, não há mais tempo mesmo. - Com isso, ele ativou a Joia do Tempo e fez com que todas as partes de Visão se juntassem novamente e ele voltasse à vida.
— Não! - Wanda gritou e tentou se aproximar, mas com um golpe, foi lançada para trás de mim, desacordada.
— Wanda! - Corri na direção de Thanos, mas ele foi mais rápido e conseguiu me pegar pelo pescoço.
— Criança, você deveria parar de se intrometer. Imagine, você tem a manopla dentro de você e não sabe como usar, venha comigo e você entenderá como tudo pode ser melhor.
— Nunca. - A palavra saiu distorcida de meus lábios, o aperto em meu pescoço estava muito forte, quase fazendo com que eu perdesse meus sentidos, mas, antes que isso acontecesse, Visão emitiu um ruído atraindo sua atenção e me jogou no chão. Devo ter caído sobre alguma coisa afiada, pois tinha um grande corte que sangrava sem parar, grunhi de dor e apertei os olhos. Tudo aconteceu muito rápido, eu ainda estava deitada no chão quando algo caiu do meu lado, fazendo um baque seco. Abri os olhos assustada e não consegui segurar o grito. Visão estava morto.
— Thanos, não! - Gritei, conseguindo me sentar enquanto segurava meu braço ensanguentado. - Não precisava ser assim…
Thor surgiu vindo dos céus com um raio e atacou Thanos com toda sua força, jogando-o para longe de nosso campo de vista.
— Wanda, por favor, acorde. – Arrastei-me para seu lado. - Wanda… - Eu sacudia seu corpo inerte.
— NÃO! - Thor berrou e um clarão nos atingiu. Um estalo foi dado. - O QUE VOCÊ FEZ? - Thanos não respondeu.
— … - Wanda tinha acordado, consegui levantar junto a ela. - Onde ele…
— Eu sinto muito… - Abracei ela de lado com o braço bom e a guiei até Visão. Assim que ela o viu, caiu de joelhos e o abraçou por segundos. - Vamos dar um jeito, Wanda.
Ela sorriu pequeno e seu corpo se transformou em cinzas, exatamente como eu tinha visto. Não só a Wanda, mas também diversas pessoas que estavam presentes viraram pó com o estalar de dedos de Thanos. Tornando realidade a nossa única oportunidade.
— Venha. - Thor me chamou com o braço esticado e percebi que estava paralisada, olhando para um montinho de poeira. - Você está machucada?
Assenti aérea. Ele me guiou até um grande tronco, ainda próximo do corpo de Visão e me fez sentar ali.
— Não se mexa, ok? - Um guaxinim, exato, um guaxinim se sentou do meu lado e enfaixou meu braço. - Sou Rocket.
—… Obrigada. - Olhei para ele e, se fosse em outro momento, com certeza eu tentaria fazer carinho. - Sinto muito pelo seu amigo. - Ele assentiu triste.
— Consegue ajudar? - Dr. Banner me perguntou.
Levantei-me e, um por um, deixei o poder de Ajak curar o máximo que eu conseguia, com cuidado para deixar um pouco ainda comigo.
Steve foi o único que recusou meu poder, mas não se afastou quando fiquei ao seu lado, encarando a paisagem.
— Sabe… Ele não ganhou ainda. Temos uma chance.
— A cavalaria chegou! - Anunciei sorridente assim que saí com Steve do portal que eu tinha aberto em Titã.
Tinha se passado apenas um dia do último estalar de dedos de Thanos e ainda estávamos tentando assimilar o que tinha acontecido, mas eu não podia perder mais tempo. Eu precisava tirar eles daquele planeta abandonado e por isso, dei um ultimato para Steve. Ele não havia me deixado voltar para Titã de imediato por causa do grande corte em meu braço que ainda estava aberto.
Eu ainda me pergunto por que não consegui usar o poder de Ajak em mim mesma, talvez tenha alguma lição de moral por trás disso, mas confesso que me senti frustrada por não me auto curar.
— Pessoal? -Chamei um pouco mais aflita. Não havia ninguém. - Peter? - Dessa vez meu grito ecoou e não tive respostas.
Meu coração se apertou e se não sobrou ninguém? Peter… Não. Eles tinham que estar vivos e bem.
— Eles devem ter encontrado outro meio, vamos pensar. - Steve colocou as mãos em meus ombros, me forçando a encará-lo.
— Não, eles tinham que ter me esperado. Era só esperar… - Subi o olhar até seu rosto. - O que vamos fazer?
— Eles devem ter usado nossa nave. - Rocket concluiu. - Ali tem marcas na areia, devem ter saído ontem à noite ou hoje pela manhã.
— Vamos voltar. Agora é nossa vez de esperar por eles. - Steve me deu um leve aperto e caminhou em direção ao portal que continuava aberto. Respirei fundo e o segui, torcendo para que todos estivessem a caminho de casa.
FIM
Nota da autora: Primeiro de tudo, preciso agradecer essa equipe de Indicadoras que me acolheu muito bem desde o início e também agradecer essa oportunidade de poder participar desse projeto maravilhoso.
Bia, eu espero com todo meu coração que você tenha gostado da história, escrevi com muito amor para você.
E você, leitor? Conta para mim o que você está achando e suas ideias do que pode acontecer (posso adiantar que ainda tem muita coisa para rolar), vou amar conversar com vocês.
Me procure nas redes: @giiicoco
Beijos!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Bia, eu espero com todo meu coração que você tenha gostado da história, escrevi com muito amor para você.
E você, leitor? Conta para mim o que você está achando e suas ideias do que pode acontecer (posso adiantar que ainda tem muita coisa para rolar), vou amar conversar com vocês.
Me procure nas redes: @giiicoco
Beijos!
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