Capítulo Único
Harry acordou feliz naquela manhã. Não tinha uma razão específica, ele apenas tinha a sensação de que seria um bom dia, afinal, estava em casa com Anne, sua mãe, e Gemma, sua irmã. Já fazia pelo menos um mês e meio que Harry havia “sumido” do mundo. Vivia abrindo o Twitter e o Instagram para ver seus fãs reclamarem do chá de sumiço que ele tomava quando não estava envolvido em nenhum projeto, mas essa era sua forma de estar em paz com si mesmo. Uma forma de preservar sua privacidade, mesmo tendo uma vida tão pública. Ele começou com esse costume de “se esconder” em seus recessos quando sua banda, One Direction, começou com o hiatus. Ele tinha passado muito tempo de sua vida sendo o centro das atenções de milhares de pessoas ao redor do mundo e sentia a necessidade de ter um tempo para si mesmo, para poder se encontrar. Styles nunca foi aquela celebridade que está constantemente atualizando suas redes sociais, e isso é o que mais aborrece seus fãs... Mais especificamente suas fãs. As garotas que são loucas por ele e que ele sempre será mais do que grato, pois foi por causa delas que ele conquistou o prestígio de ser quem é. Contudo, nem tudo na vida são flores. Por conta de sua carreira e da posição de exposição em que se encontra, já que é uma figura completamente publica, Harry precisou abrir mão de algumas coisas importantes em sua vida, como ver o pôr do sol em Dane Meadow, quando está visitando sua família, ou passear pelas ruas de Londres apenas para admirar a vista, quando está em sua própria casa. Mas nada no mundo doeu mais do que abrir mão da garota pela qual ele se apaixonou nos seus velhos dias de One Direction...
Marie acordou com uma sensação esquisita, um tanto quanto nostálgica, do outro lado da pequena Holmes Chapel. Não entendia o motivo. Talvez fosse pelo fato de ter vindo de Manchester para passar as férias na casa de seus pais, ou por ter em mente que precisava visitar sua avó. Leu as últimas mensagens do seu grupo de amigas no WhatsApp e se sentiu solitária. Não que não gostasse de ser solteira, mas o convite para ser madrinha de casamento da sua melhor amiga a deixou um pouco abalada. Ela era a última solteira de um grupo de quatro amigas e, pelo que sua vida vinha mostrando, ela não arranjaria alguém legal tão cedo. Espantou os pensamentos e foi direto tomar um banho. Não era tarde, então ela se iria se arrumar com calma e passaria no mercado para comprar alguns ingredientes e cozinhar o almoço para sua avó, como combinado no dia anterior. Se despediu de seus pais, caminhou até o mercado mais próximo e comprou tudo o que precisava para cozinhar a tradicional Shepherd’s Pie. Fazia Sol, com poucas nuvens e uma brisa leve. O outono acabara de começar, então, por mais incomum que fosse, era um clima agradável para ir a pé até a casa de Elizabeth, ao invés de pegar o carro.
andava pela calçada observando as crianças brincando na rua, quando ouviu a voz de Gemma Styles. Gemma era uma das melhores pessoas que conhecia e, além de ser sua amiga, era quem ajudava a senhora Elizabeth sempre que estava em Holmes Chapel. Sorriu ao ver a morena correndo de uma garotinha loira no gramado em frente de sua casa e nem sequer reparou no homem que estava lavando o carro naquele mesmo lugar.
— Oi, oi, Styles! — disse rindo ao ver a morena quase cair e parar extremamente ofegante.
— ! — Gemma exclamou ao vê-la. — Quando chegou de Manchester? — Caminhou até a amiga e a abraçou.
— Faz uns dois dias, mas estava descansando. — deu de ombros. — Quem é essa garotinha linda? — Perguntou ao ver a criança se esconder atrás de Gemma.
— É Lux, a afilhada de Harry. — Gem explicou. — Ela vai passar o dia aqui com a gente. — Lux se aproximou e a cumprimentou.
— Olha só, quem sabe eu não venho brincar com vocês mais tarde? — Os olhos da pequena brilharam. — Agora eu preciso ir, a Dona Elisabeth almoça cedo e eu que vou cozinhar hoje. — Deu outro abraço em Gemma e seguiu sua caminhada.
A avó de morava duas casas a frente dos Styles/Twist, então logo chegou ao seu destino. Encontrou sua avó sentada numa cadeira de balanço enquanto assistia a Love Island. Não entendia como uma senhora de 83 anos conseguia gostar de um reality show tão ruim e tão mentiroso, mas respeitava quando ela dizia assistir pois lembrava de sua juventude. Deu um beijo em sua bochecha e logo se direcionou à cozinha, pois teria muito trabalho para preparar a tradicional torta.
Enquanto isso, Harry entrou em casa e foi surpreendido por sua irmã deitada na cama de seu quarto. Não era comum isso acontecer, então já sabia que podia ser algo sério. Afinal, a última vez que isso aconteceu foi quando ela foi chorar com ele a morte de Robin Twist, seu padrasto. Sentou-se apreensivo na cama, já esperando o pior.
— Você não fala mais com ? — Suspirou em alívio, mas logo sentiu seus músculos contraírem. Ele não havia superado a garota, e Gemma sabia disso. Ele tinha medo do que a irmã pudesse estar planejando.
— Como? — fingiu desentendimento.
— Ela passou aqui na frente mais cedo, enquanto você lavava seu carro, e você sequer virou para dizer oi. — Ela semicerrou os olhos. — O que deu em você, afinal?
— Eu nem percebi que era ela. — Mentira! Na verdade, ele tinha reconhecido a voz da garota, e poderia reconhecer mesmo no meio de uma multidão. Ele havia congelado, não a via desde o dia que ela levou Jacob para conhecer Elizabeth... E isso já faziam três anos.
— Você é um péssimo mentiroso, sabia? — A irmã mais velha rolou os olhos. — Eu sei que foi porque ainda não a superou, mas não precisa agir assim... — Gemma colocou a mão no ombro de Harry, fazendo um carinho. Ela sabia o quão doloroso tinha sido para Harry colocar um fim em seu romance de inverno com . — Aliás, ela está solteira há dois anos... — Soltou no ar, levantou da cama, deu uma piscadela e saiu do quarto.
estava com sua avó jogando scrabble. Gostava de passar tempo com ela pois era uma excelente ouvinte. Seus pais também eram, mas eles levavam mais a sério e a julgavam muito, dependendo do que ela dissesse. Sua vó, por outro lado, ria e contava como tinha passado por uma situação similar quando era jovem. Quando terminou com Jacob, sua avó foi a primeira a saber e foi quem cedeu o ombro para ela chorar. Ela dirigiu de Manchester até Holmes Chapel só para ver a avó e desabar. não tinha muitos amigos, mas os que tinha eram os melhores. Em Manchester, não tinha muito tempo para sair e conhecer pessoas, porque seu trabalho não permitia, então só via seus queridos amigos quando estava de volta à sua cidade natal.
se lembrou do último acontecimento: o futuro casamento de Ava. Contou para sua avó como estava se sentindo um lixo e solitária, que queria construir uma família, mas não conseguia arrumar ninguém decente. Contudo, omitiu a parte de que a única pessoa decente que ela conhecia tinha olhos verdes e era inalcançável. Embora sua avó fosse sua confidente, ela não havia contado sobre seu passado com o Styles mais novo, pois sabia que poderia causar algum tipo de falsa esperança e ela não queria desapontá-la. Sua avó ouviu, pediu calma. Disse que tudo acontece quando tem de acontecer, e se ela não achou um amor é porque ainda não estava na hora certa para isso... Pediu que não tivesse pressa, afinal, a pressa é inimiga da perfeição, e quanto mais pressa ela tivesse, mais chance de achar alguém que não atendesse às suas expectativas. ouviu tudo, tentando absorver cada palavra. Sentiu seu celular vibrar.
Gems
, mamãe quer te ver... Preparou até um café...
despediu-se de sua avó e prometeu voltar mais vezes, enquanto estivesse de férias. Calçou seus tênis e fez parte do caminho de volta, parando na frente da casa de Anne. Tocou a campainha e pôde ouvir um riso infantil escandaloso. Ficou assustada com como a pequena Lux tinha energia. Gemma abriu a porta com a garotinha em suas costas, que sorriu ao ver parada ali.
— Você voltou! — Ela exclamou. — A tia Gemma disse que você voltaria, mas não acreditei... — Desceu da morena e pegou a mão de , puxando-a para dentro de casa.
— Boa sorte. — Gemma disse ao ver que Lux tinha feito uma nova vítima.
— ! Quanto tempo! — Anne me abraçou. — Lux, a vai conversar comigo um pouco e depois ela pode brincar com você, ok? — A pequena concordou e foi para a sala brincar com Gemma outra vez. — Então, como você está?
— Estou bem. E a senhora? — devolveu a pergunta.
— Já conversamos sobre esse “senhora”... — Anne corrigiu a garota. — Estou bem... Como está o emprego em Manchester?
— Ah, o normal de sempre... Não tenho tempo de fazer outra coisa que não trabalhar. Se eu soubesse que o pobre do engenheiro civil trabalhava tanto, teria escolhido algo mais tranquilo. — Elas riram.
— Mãe, onde você colocou a minha blusa amarela do merchan? — Harry entrou na cozinha vestindo uma bermuda, sem camisa e secando o cabelo com uma toalha, enquanto Anne bufou e disse que ia buscar na lavanderia. Arregalou os olhos quando percebeu quem estava ali em sua casa e congelou. corou e olhou para o chão. Ela não sabia que ele estava em casa, afinal, ele nunca está. — ... — Disse desconfortável.
— Harry... — Era difícil dizer quem estava mais tímido. — Não sabia que estava em casa. Como você está? — disse de uma vez, com medo de não conseguir terminar a frase.
— Eu vim passar minhas férias aqui. — Seu rosto também começava a adquirir um tom rosado.
— Aqui, filho. — Anne voltou, quebrando o clima constrangedor. — E os namorados? — Harry deu as costas, saindo lentamente do cômodo.
— Ah, Anne, ando na mesma... Acho que já perdi a esperança de achar alguém. — Suspirou fundo. Harry, ao ouvir isso, sentiu um calor em aumentar em seu peito. Seria essa a brecha que ele precisava?
O fim da tarde passou rápido. A mãe de Lux a buscou para que voltassem a Manchester, pois estavam visitando os seus familiares. e Gemma passaram a tarde contando as novidades uma para a outra e assistindo série, Anne precisou ir ao mercado e Harry estava trancado dentro do quarto. decidiu que precisava ir embora, porque já passava de oito da noite, e levantou para se despedir da amiga.
— Já está tarde, por que Harry não te leva? — Gemma sugeriu e uma expressão engraçada apareceu na face de .
— Não tem necessidade. — A garota tentou recusar.
— Para de graça, Marie. — A morena rolou os olhos. — HARRY, DESCE E TRAZ A CHAVE DO SEU CARRO, RÁPIDO!! — A morena gritou e Harry apareceu desesperado na sala.
— O que aconteceu, Gemma? — Ela segurou o riso.
— Nada, eu só precisava de você aqui e rápido. — Ele a encarou com uma cara feia. — Preciso que você leve em casa.
— Não precis... — tentou falar.
— Claro, levo sim... — Ele sorriu de maneira irresistível, deixando a garota sem palavras. — Você está pronta? — Ela só assentiu e se despediu de Gemma, enquanto a mesma movia os lábios dizendo “leva ela para fazer alguma coisa, agora!”.
tinha vontade de se enfiar no porta-malas e só sair de lá quando estivesse em frente à sua casa. Sentou-se no banco e colocou o cinto. Tinha a sensação de que estaria na capa de alguma revista no dia seguinte e isso a incomodava. Harry não estava bem ao seu lado também. Estava inquieto, pensando em como a chamaria para sair tão em cima da hora. Mas ele precisava pensar em algo rápido, já que a garota morava a poucos minutos de sua casa.
— cantando baixinho uma de suas músicas. Sorriu involuntariamente e fechou a porta. A garota percebeu que ele estava ali, mas não se importou com isso. Ele ligou o carro e começou a dirigir em direção a um lugar conhecido.
— Hm, Harry, Dane Meadow não tem iluminação... — comentou ao ver o carro parar na entrada do ponto turístico da cidade.
— Eu sei, mas não quer dizer que seja um lugar escuro. — Ele saiu do carro e abriu a porta para ela. — Vem. — Segurou a mão dela. — Eu sei como você se sente em relação a mim. — A garota congelou. — Você não gosta da vida pública... Então Dane Meadow a noite é um lugar que posso te garantir que ninguém saberá que somos nós que estamos ali.
— Você não existe. — Ela disse sorrindo pro chão. Eles ainda não haviam soltado as mãos.
— Como estão seus pais? — Ele tentou puxar conversa assim que sentaram na grama do parque.
— Eles estão bem, só dizem sentir muita saudade de mim. Eu queria que eles fossem para Manchester comigo, mas eu não posso pedir que eles o façam, por conta da minha avó. — Ela disse e colocou uma batata na boca.
— Eu os entendo, sinto sua falta também. — Harry parou de respirar ao perceber que seus pensamentos haviam se tornado palavras reais.
— Haz... — Ela começou.
— Não, , você sabe que... — Ele pensou e pensou em como confessar para a garota. — Que eu nunca superei você, ou a gente.
— Ah tá. Vou fingir que não sei de todas as modelos e cantoras que você namorou. — Ela rolou os olhos, pegando, desta vez, um pedacinho do peixe.
— É sério. Por que você acha que nunca foi algo que durou por muito tempo? — A garota engoliu seco.
— Você sabe que não daria certo. — Ela suspirou triste.
— Sabe o que eu acho? — Ele colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. — Eu acho que você tem medo... Medo porque eu sou aberto demais, público demais. Tem medo de ver algo em alguma revista e acabar se machucando. Mas você me conhece, sabe que tudo aquilo é um monte de mentira.
— Harry, eu não sei. — Ela abaixou o olhar e Harry sentiu seu coração se partir mais uma vez. A luz da lua refletia sobre a pele dela, a deixando com um brilho dourado por conta do bronzeado recente.
— Por favor, ... — Ele pediu com dor. Ela olhou em seus olhos e finalmente acabou com o espaço que antes existia entre os dois.
Passaram parte da noite assim, trocando beijos e deitados sob a luz da Lua. E ali ela sentiu que ele sempre foi e sempre seria o único para ela, assim como ele soube que ela era a única para ele.
Marie acordou com uma sensação esquisita, um tanto quanto nostálgica, do outro lado da pequena Holmes Chapel. Não entendia o motivo. Talvez fosse pelo fato de ter vindo de Manchester para passar as férias na casa de seus pais, ou por ter em mente que precisava visitar sua avó. Leu as últimas mensagens do seu grupo de amigas no WhatsApp e se sentiu solitária. Não que não gostasse de ser solteira, mas o convite para ser madrinha de casamento da sua melhor amiga a deixou um pouco abalada. Ela era a última solteira de um grupo de quatro amigas e, pelo que sua vida vinha mostrando, ela não arranjaria alguém legal tão cedo. Espantou os pensamentos e foi direto tomar um banho. Não era tarde, então ela se iria se arrumar com calma e passaria no mercado para comprar alguns ingredientes e cozinhar o almoço para sua avó, como combinado no dia anterior. Se despediu de seus pais, caminhou até o mercado mais próximo e comprou tudo o que precisava para cozinhar a tradicional Shepherd’s Pie. Fazia Sol, com poucas nuvens e uma brisa leve. O outono acabara de começar, então, por mais incomum que fosse, era um clima agradável para ir a pé até a casa de Elizabeth, ao invés de pegar o carro.
andava pela calçada observando as crianças brincando na rua, quando ouviu a voz de Gemma Styles. Gemma era uma das melhores pessoas que conhecia e, além de ser sua amiga, era quem ajudava a senhora Elizabeth sempre que estava em Holmes Chapel. Sorriu ao ver a morena correndo de uma garotinha loira no gramado em frente de sua casa e nem sequer reparou no homem que estava lavando o carro naquele mesmo lugar.
— Oi, oi, Styles! — disse rindo ao ver a morena quase cair e parar extremamente ofegante.
— ! — Gemma exclamou ao vê-la. — Quando chegou de Manchester? — Caminhou até a amiga e a abraçou.
— Faz uns dois dias, mas estava descansando. — deu de ombros. — Quem é essa garotinha linda? — Perguntou ao ver a criança se esconder atrás de Gemma.
— É Lux, a afilhada de Harry. — Gem explicou. — Ela vai passar o dia aqui com a gente. — Lux se aproximou e a cumprimentou.
— Olha só, quem sabe eu não venho brincar com vocês mais tarde? — Os olhos da pequena brilharam. — Agora eu preciso ir, a Dona Elisabeth almoça cedo e eu que vou cozinhar hoje. — Deu outro abraço em Gemma e seguiu sua caminhada.
A avó de morava duas casas a frente dos Styles/Twist, então logo chegou ao seu destino. Encontrou sua avó sentada numa cadeira de balanço enquanto assistia a Love Island. Não entendia como uma senhora de 83 anos conseguia gostar de um reality show tão ruim e tão mentiroso, mas respeitava quando ela dizia assistir pois lembrava de sua juventude. Deu um beijo em sua bochecha e logo se direcionou à cozinha, pois teria muito trabalho para preparar a tradicional torta.
Enquanto isso, Harry entrou em casa e foi surpreendido por sua irmã deitada na cama de seu quarto. Não era comum isso acontecer, então já sabia que podia ser algo sério. Afinal, a última vez que isso aconteceu foi quando ela foi chorar com ele a morte de Robin Twist, seu padrasto. Sentou-se apreensivo na cama, já esperando o pior.
— Você não fala mais com ? — Suspirou em alívio, mas logo sentiu seus músculos contraírem. Ele não havia superado a garota, e Gemma sabia disso. Ele tinha medo do que a irmã pudesse estar planejando.
— Como? — fingiu desentendimento.
— Ela passou aqui na frente mais cedo, enquanto você lavava seu carro, e você sequer virou para dizer oi. — Ela semicerrou os olhos. — O que deu em você, afinal?
— Eu nem percebi que era ela. — Mentira! Na verdade, ele tinha reconhecido a voz da garota, e poderia reconhecer mesmo no meio de uma multidão. Ele havia congelado, não a via desde o dia que ela levou Jacob para conhecer Elizabeth... E isso já faziam três anos.
— Você é um péssimo mentiroso, sabia? — A irmã mais velha rolou os olhos. — Eu sei que foi porque ainda não a superou, mas não precisa agir assim... — Gemma colocou a mão no ombro de Harry, fazendo um carinho. Ela sabia o quão doloroso tinha sido para Harry colocar um fim em seu romance de inverno com . — Aliás, ela está solteira há dois anos... — Soltou no ar, levantou da cama, deu uma piscadela e saiu do quarto.
estava com sua avó jogando scrabble. Gostava de passar tempo com ela pois era uma excelente ouvinte. Seus pais também eram, mas eles levavam mais a sério e a julgavam muito, dependendo do que ela dissesse. Sua vó, por outro lado, ria e contava como tinha passado por uma situação similar quando era jovem. Quando terminou com Jacob, sua avó foi a primeira a saber e foi quem cedeu o ombro para ela chorar. Ela dirigiu de Manchester até Holmes Chapel só para ver a avó e desabar. não tinha muitos amigos, mas os que tinha eram os melhores. Em Manchester, não tinha muito tempo para sair e conhecer pessoas, porque seu trabalho não permitia, então só via seus queridos amigos quando estava de volta à sua cidade natal.
se lembrou do último acontecimento: o futuro casamento de Ava. Contou para sua avó como estava se sentindo um lixo e solitária, que queria construir uma família, mas não conseguia arrumar ninguém decente. Contudo, omitiu a parte de que a única pessoa decente que ela conhecia tinha olhos verdes e era inalcançável. Embora sua avó fosse sua confidente, ela não havia contado sobre seu passado com o Styles mais novo, pois sabia que poderia causar algum tipo de falsa esperança e ela não queria desapontá-la. Sua avó ouviu, pediu calma. Disse que tudo acontece quando tem de acontecer, e se ela não achou um amor é porque ainda não estava na hora certa para isso... Pediu que não tivesse pressa, afinal, a pressa é inimiga da perfeição, e quanto mais pressa ela tivesse, mais chance de achar alguém que não atendesse às suas expectativas. ouviu tudo, tentando absorver cada palavra. Sentiu seu celular vibrar.
Gems
, mamãe quer te ver... Preparou até um café...
Ok, eu passo aí... Vou me despedir da vovó...
despediu-se de sua avó e prometeu voltar mais vezes, enquanto estivesse de férias. Calçou seus tênis e fez parte do caminho de volta, parando na frente da casa de Anne. Tocou a campainha e pôde ouvir um riso infantil escandaloso. Ficou assustada com como a pequena Lux tinha energia. Gemma abriu a porta com a garotinha em suas costas, que sorriu ao ver parada ali.
— Você voltou! — Ela exclamou. — A tia Gemma disse que você voltaria, mas não acreditei... — Desceu da morena e pegou a mão de , puxando-a para dentro de casa.
— Boa sorte. — Gemma disse ao ver que Lux tinha feito uma nova vítima.
— ! Quanto tempo! — Anne me abraçou. — Lux, a vai conversar comigo um pouco e depois ela pode brincar com você, ok? — A pequena concordou e foi para a sala brincar com Gemma outra vez. — Então, como você está?
— Estou bem. E a senhora? — devolveu a pergunta.
— Já conversamos sobre esse “senhora”... — Anne corrigiu a garota. — Estou bem... Como está o emprego em Manchester?
— Ah, o normal de sempre... Não tenho tempo de fazer outra coisa que não trabalhar. Se eu soubesse que o pobre do engenheiro civil trabalhava tanto, teria escolhido algo mais tranquilo. — Elas riram.
— Mãe, onde você colocou a minha blusa amarela do merchan? — Harry entrou na cozinha vestindo uma bermuda, sem camisa e secando o cabelo com uma toalha, enquanto Anne bufou e disse que ia buscar na lavanderia. Arregalou os olhos quando percebeu quem estava ali em sua casa e congelou. corou e olhou para o chão. Ela não sabia que ele estava em casa, afinal, ele nunca está. — ... — Disse desconfortável.
— Harry... — Era difícil dizer quem estava mais tímido. — Não sabia que estava em casa. Como você está? — disse de uma vez, com medo de não conseguir terminar a frase.
— Eu vim passar minhas férias aqui. — Seu rosto também começava a adquirir um tom rosado.
— Aqui, filho. — Anne voltou, quebrando o clima constrangedor. — E os namorados? — Harry deu as costas, saindo lentamente do cômodo.
— Ah, Anne, ando na mesma... Acho que já perdi a esperança de achar alguém. — Suspirou fundo. Harry, ao ouvir isso, sentiu um calor em aumentar em seu peito. Seria essa a brecha que ele precisava?
O fim da tarde passou rápido. A mãe de Lux a buscou para que voltassem a Manchester, pois estavam visitando os seus familiares. e Gemma passaram a tarde contando as novidades uma para a outra e assistindo série, Anne precisou ir ao mercado e Harry estava trancado dentro do quarto. decidiu que precisava ir embora, porque já passava de oito da noite, e levantou para se despedir da amiga.
— Já está tarde, por que Harry não te leva? — Gemma sugeriu e uma expressão engraçada apareceu na face de .
— Não tem necessidade. — A garota tentou recusar.
— Para de graça, Marie. — A morena rolou os olhos. — HARRY, DESCE E TRAZ A CHAVE DO SEU CARRO, RÁPIDO!! — A morena gritou e Harry apareceu desesperado na sala.
— O que aconteceu, Gemma? — Ela segurou o riso.
— Nada, eu só precisava de você aqui e rápido. — Ele a encarou com uma cara feia. — Preciso que você leve em casa.
— Não precis... — tentou falar.
— Claro, levo sim... — Ele sorriu de maneira irresistível, deixando a garota sem palavras. — Você está pronta? — Ela só assentiu e se despediu de Gemma, enquanto a mesma movia os lábios dizendo “leva ela para fazer alguma coisa, agora!”.
tinha vontade de se enfiar no porta-malas e só sair de lá quando estivesse em frente à sua casa. Sentou-se no banco e colocou o cinto. Tinha a sensação de que estaria na capa de alguma revista no dia seguinte e isso a incomodava. Harry não estava bem ao seu lado também. Estava inquieto, pensando em como a chamaria para sair tão em cima da hora. Mas ele precisava pensar em algo rápido, já que a garota morava a poucos minutos de sua casa.
— cantando baixinho uma de suas músicas. Sorriu involuntariamente e fechou a porta. A garota percebeu que ele estava ali, mas não se importou com isso. Ele ligou o carro e começou a dirigir em direção a um lugar conhecido.
— Hm, Harry, Dane Meadow não tem iluminação... — comentou ao ver o carro parar na entrada do ponto turístico da cidade.
— Eu sei, mas não quer dizer que seja um lugar escuro. — Ele saiu do carro e abriu a porta para ela. — Vem. — Segurou a mão dela. — Eu sei como você se sente em relação a mim. — A garota congelou. — Você não gosta da vida pública... Então Dane Meadow a noite é um lugar que posso te garantir que ninguém saberá que somos nós que estamos ali.
— Você não existe. — Ela disse sorrindo pro chão. Eles ainda não haviam soltado as mãos.
— Como estão seus pais? — Ele tentou puxar conversa assim que sentaram na grama do parque.
— Eles estão bem, só dizem sentir muita saudade de mim. Eu queria que eles fossem para Manchester comigo, mas eu não posso pedir que eles o façam, por conta da minha avó. — Ela disse e colocou uma batata na boca.
— Eu os entendo, sinto sua falta também. — Harry parou de respirar ao perceber que seus pensamentos haviam se tornado palavras reais.
— Haz... — Ela começou.
— Não, , você sabe que... — Ele pensou e pensou em como confessar para a garota. — Que eu nunca superei você, ou a gente.
— Ah tá. Vou fingir que não sei de todas as modelos e cantoras que você namorou. — Ela rolou os olhos, pegando, desta vez, um pedacinho do peixe.
— É sério. Por que você acha que nunca foi algo que durou por muito tempo? — A garota engoliu seco.
— Você sabe que não daria certo. — Ela suspirou triste.
— Sabe o que eu acho? — Ele colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. — Eu acho que você tem medo... Medo porque eu sou aberto demais, público demais. Tem medo de ver algo em alguma revista e acabar se machucando. Mas você me conhece, sabe que tudo aquilo é um monte de mentira.
— Harry, eu não sei. — Ela abaixou o olhar e Harry sentiu seu coração se partir mais uma vez. A luz da lua refletia sobre a pele dela, a deixando com um brilho dourado por conta do bronzeado recente.
— Por favor, ... — Ele pediu com dor. Ela olhou em seus olhos e finalmente acabou com o espaço que antes existia entre os dois.
Passaram parte da noite assim, trocando beijos e deitados sob a luz da Lua. E ali ela sentiu que ele sempre foi e sempre seria o único para ela, assim como ele soube que ela era a única para ele.
Fim
Nota da autora: O dia que escrevi essa short, achei ela horrível. Mas hoje, relendo e revisando antes de enviar para a beta, senti meu coração ficar quentinho. Juro que nem parece que foi escrita por mim, por conta da tamanha delicadeza, e nem sei de onde veio esse plot, mas aprendi a amar ele. Espero que tenham gostado e fique à vontade para me seguir no Instagram de autora, ou entrar no grupo do Whatsapp para ter um contato mais próximo.
Outras Fanfics:
Oxford University [Bandas, One Direction, Em andamento]
07. Particular Taste [Ficstape, Shawn Mendes]
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Outras Fanfics:
Oxford University [Bandas, One Direction, Em andamento]
07. Particular Taste [Ficstape, Shawn Mendes]