Finalizada em: Set/2022

tema único: surpresa!

— Isso não vai dar certo!
Larguei a massa na bancada. Aquilo já estava ridículo. Aquela coisa tinha grudado em cada quadrado do granito, e massas eram pra ser brancas, não é? Não amarelas.... Ou meio verdes. Aquilo definitivamente não estava nem perto de ser comestível!
As coisas não andavam nada bem.
Felicity deve ter bufado pela quinta vez em um intervalo de 2 minutos.
— Como você vai saber se não continuar tentando? — perguntou.
— Tentativas também são limitadas, Felicity! Já ouviu dizer que nunca é tarde pra desistir?
— Não é essa a frase certa.
— Pois essa vai ser a minha frase! Isso não vai funcionar — trinquei os dentes, batendo as mãos na pia enquanto tentava passar os pulsos na bochecha, igualmente sujas de farinha. O estado daquela cozinha estava mais do que caótico. Era uma perfeita zona de guerra entre pó e manteiga, com nenhum vencedor. — Por que não posso simplesmente pedir comida naquele restaurante em Itaewon? Garanto que Jaehyun não vai perceber.
— Você acha mesmo que aquele lá não vai notar a diferença de uma comida caseira para a de um restaurante?
É verdade. Droga.
— Tá legal, entendi. Mas esse não é o intuito da noite — suspirei, pegando um pano pra secar as mãos devagar. Meu cabelo era um coque desequilibrado acima da cabeça, e os fios estavam tão embolados que meu próximo pavor era me olhar no espelho. — Você lembra? A verdadeira intenção desse encontro tá bem ali no quarto, dentro do pacote vermelho daquela loja nova de lingeries perto do seu trabalho. A comida é o de menos.
— O jantar não precisa ser o de menos só porque você vai ser o jantar!
— Por que não?! — Gemi, afundando o rosto entre as mãos — Escuta, Hamilton: faz 1 mês que eu tenho um namorado e 1 mês que não tivemos um encontro de verdade porque, adivinha só? Decidi namorar um idol. E sabe o que mais? Um idol que tá se preparando para um comeback! Então, quando eu digo que a comida é o que menos importa, você entende o que eu digo.
— Você diz isso só porque não consegue misturar azeite e farinha sem transformar em massinha de modelar. Se soubesse o poder de uma comida bem feita, não diria uma coisa dessas — minha amiga se aproximou com aquele olhar entediado de quando eu reclamava demais. Demais e sem sentido. — E devo te lembrar que você está usando a desculpa do jantar porque é a primeira vez de vocês?
— Ah, Deus! — Eu não gostava de lembrar disso. Na verdade, me sentia estranha com isso: o fato de ainda não ter transado com meu namorado.
Para elucidar: fazia 1 mês que eu vivia um sonho. Não só pelo fato de que Jeong Jaehyun era meu namorado, mas sim, porque ele era simplesmente o melhor namorado do mundo! Na primeira semana, quando me enfiei em um resfriado de outro mundo, que me obrigou a ficar parada e acamada, fui tão bem cuidada quanto não era nem pelos meus pais. Depois disso, ele entrou numa jornada frenética de trabalho com ensaios e gravações, mas sempre dava um jeito de estacionar por 30 minutos na calçada e subir até aqui para... Bem, pra gente dar uns amassos. Era a verdade. Mas não tinha tempo pra nada além disso.
Nesse período, recebi cafés, cartões e convites de encontros oficiais, mas algo sempre surgia. É sério, quando digo que as leis trabalhistas da Coreia não existem, é porque uma empresa pode te tirar de casa a hora que bem entender, sem nem ponderar a existência de namoradas que querem urgentemente passar um tempo com seus namorados.
Mas isso é o que tornava Jaehyun tão diferente. Podia estar sendo puxado, podia estar sendo bem diferente de tudo que imaginamos que seria, mas ele estava dando o melhor pra que eu não me sentisse abandonada. Mais abandonada do que já estava me sentindo, ainda desempregada e enviando dezenas de currículos por dia, sem certeza nenhuma se servia pro posto de empreendedora e cheia de ideias que não saíam do papel, mas sim. Nunca deixei de receber uma mensagem de apoio. Nunca deixei de receber um bom dia, boa tarde e boa noite. E nunca deixei de receber uma ligação.
E era exatamente por isso que eu não queria mais esperar.
A ideia era fazer um jantar romântico e aproveitar as compras de última hora que fiz com Felicity naquela loja estreita pra fazer algo mais... Intenso. Não que eu já tenha experimentado esse tipo de coisa, mas creio que vá deixá-lo sem palavras e, assim, o bote vem antes de qualquer conversa.
Eu não aguentava mais conversar. Puta merda, tudo que eu queria era aquele homem.
E o melhor de tudo isso: ele queria a mesma coisa.
— O que acha de biscoitos de gengibre? — perguntei enquanto encarava o pacote de farinha com raiva. Felicity riu, ainda encostada no balcão, agora comendo o resto das bolinhas de chocolate.
— Não quer fazer um lámen logo? Já que tá tão apressada e quer fazer tudo de qualquer jeito — ela levantou uma sobrancelha pela ironia.
— Meu Deus, não é nada disso! Eu só... Acho que estou mais nervosa do que pensei.
— Nervosa porque não consegue fazer algo comestível ou porque vai transar com seu namorado?
— As duas coisas, eu acho — admiti com um muxoxo. — Sei lá, eu... Só tenho medo de estragar tudo, tropeçar, quebrar alguma coisa, sentir cãibra, não sei. Não sou boa nessa parte romântica.
— Você é uma romântica incurável, se lembra?
— Mas imaginar essas coisas é muito diferente de fazer. E sei que Jaehyun não vai se importar, mas ainda assim quero fazer algo legal. Agora vai me ajudar a preparar essa coisa ou não?
— Como quiser, baby — ela larga o pacote de chocolate, se aproximando de mim na ilha — Mas não vou limpar essa bagunça. Vamos começar tudo de novo.

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Namorar escondido tinha suas vantagens.
A maior delas era não responder perguntas desnecessárias. Quero dizer, tirando as de Felicity e Jungkook, que eram as duas únicas pessoas que sabiam por enquanto e que me enchiam a paciência por motivos diferentes. Felicity porque, vira e mexe, se sentia com vontade de me dar conselhos sobre namorar idols e suas várias complicações. Jungkook só queria me adiantar os gostos de Jaehyun que eu ainda não sabia e, de quebra, dizer pra eu não ser grudenta demais. Mal sabia ele que seu amigo não me dava nem tempo de tentar isso porque estava muito ocupado com a língua na minha boca.
E não tínhamos passado disso. Era uma coisa tão desesperadora às vezes que só quem namora Jeong Jaehyun vai entender.
Mas hoje era o dia. Jaehyun finalmente teria um fim de semana inteiro livre antes de voltar às gravações e nada tiraria esse homem daqui pelas próximas 48 horas.
Quando a campainha tocou, eu já tinha tudo pronto. Felicity com certeza me chamaria da pessoa mais brega e despreparada do universo, mas não havia nada de errado na minha mesa posta de quinta categoria, com o espaguete melhorado das primeiras 30 versões, as velas ao redor da mesa e o R&B melancólico saindo da Alexa mais próxima da sala. Sério, estava tudo nos eixos, não tinha como nada dar errado.
Abro a porta com um sorriso de orelha a outra. Ele faz a mesma coisa quando me vê. Às vezes eu me esquecia do quanto esse homem era lindo de um jeito que me desestabilizava. Tanto que eu levava um tempo pra raciocinar.
— Oi — falo com meu melhor tom sedutor. Se eu me ouvisse de fora, com certeza me acharia ridícula, mas ele nem pareceu notar direito. Seus olhos estavam muito ocupados me olhando de cima a baixo, com uma expressão totalmente abobada.
— Oi… — ele disse, ainda no batente — Você tá… Nossa. Eu não me vesti pra isso.
Bom, era verdade. Jaehyun vestia jeans habituais, seus tênis de sempre e um moletom da Prada, que eram tantos que ele deve ter puxado o primeiro da gaveta. Mimos de embaixador. Ele parecia um estudante rico de universidade, e não exatamente um namorado indo jantar com a namorada – que usava um vestido muito lindo e solto com um detalhe de faixa na parte frontal e que escondia um lindo conjunto em branco e vermelho por baixo daquele tecido.
Para sua defesa, ele não tinha como saber o que eu estava fazendo. Era uma surpresa. E quando vi sua cara quando entrou na cozinha, vi que tinha conseguido realmente surpreendê-lo.
Quero dizer, olhando de longe também acho que não teria nada demais. Acho que foram as velas. Velas faziam toda a diferença.
— Uau — ele arfa e ergue as sobrancelhas. Olhou de mim para a mesa umas 3 vezes antes de falar de novo — Eu não esperava isso, . Planejei te levar pra jantar amanhã, hoje eu…
— Acabou de sair do trabalho. Eu sei. Por isso tomei a liberdade de fazer uma coisinha, já que é a primeira vez que vou respirar o mesmo ar que você por mais de 2 horas nesse mês.
Eu brinquei, mas ele pareceu dar um suspiro de derrota, mesmo que abrisse um singelo sorrisinho. Andou até minha direção e colocou os braços em volta do meu quadril, me puxando pra mais perto pra um beijo rápido, porém muito satisfatório – foi aquele beijo que tinha começado tudo e eu não me atrevia a deixar nenhum deles passar.
— Me desculpa por isso. Espero que não esteja arrependida.
— Arrependida por namorar um cara incrível? Acha que eu sou maluca?
— Até quando um cara pode ser incrível quando não dá a atenção que você merece? — ele disse de encontro ao meu nariz. Afastei a cabeça, estreitando os olhos.
— Você vai aparecer sem camisa no MV?
— O quê? — Jaehyun franziu o cenho. Continuei esperando a resposta — Ah… Não sei. Talvez sim, se o Taeyong…
— Então tudo bem. Tome o tempo que precisar — levantei os pés e beijei seu queixo — Agora vamos jantar.
Ele pareceu totalmente confuso, mas logo deixou que eu puxasse sua mão até a mesa redonda, onde admirou um pouco mais o macarrão no melhor estilo… Felicity? Não sei dizer. Aquilo não parecia ter passado nem no oceano próximo da Itália.
— Essa é a surpresa mais legal que já vi — disse com um sorriso no rosto.
E tem mais por vir, meu bem, pensei, sufocando o meu próprio riso. Como era possível que eu já quisesse pular o jantar?
A comida já estava servida. Inclinei o corpo para encher as taças de vinho, abaixando mais do que o necessário porque não estava usando um decote à toa e voltei para a cadeira, fazendo um sinal com a mão para que ele comesse.
Apoiei os cotovelos na mesa e comecei a encará-lo com expectativa. Tinha certeza que a comida estava mais comestível dessa vez. Arrisco dizer que podia estar até mesmo gostosa. E se ele gostasse pra caramba, era um ótimo sinal de que talvez nem precisaríamos terminar de comer tudo…
Uma tosse avassaladora fez Jaehyun largar o talher involuntariamente em cima da mesa. Ele fechou os punhos na frente da boca, virando o rosto para o outro lado.
— O que foi?! — arfei, levantando para pegar o corpo d' água mais próximo. Ele aceitou a gentileza imediatamente, entornando todo o líquido.
Ainda com uma careta, ele balançou as mãos em negação, engolindo várias vezes antes de falar.
— Nada. Nada, eu só engasguei, tá tudo bem — ele tentou dar um sorriso, mas tossiu de novo.
— Tudo bem mesmo? — Repeti, desconfiada de sua educação excessiva, mas ele balançou a cabeça que sim, que estava bem. Molhei os lábios e voltei a me sentar. Só quando fiz isso, foi que eu percebi o que realmente tinha acontecido.
Porque eu comi aquele macarrão.
E puta merda, ele estava horrível.
— Minha nossa — fiz um gesto escandalizado de horror, engolindo aquela coisa com dificuldade — Isso tá… Não, não come isso! — gritei quando vi que ele se preparava pra comer de novo.
— Não, não tem problema, — ele balançou os ombros, mas ainda parecia meio… Pálido? — Só tem um pouco mais de sal, mas nada que…
— Um pouco mais de sal? Fala sério, Jeong, parece que eu mergulhei essa coisa em água do mar. Ah, que pesadelo — grunhi, retirando meu prato e o dele na mesma hora.
Com o rosto vermelho, joguei as sobras na pia de qualquer jeito, xingando toda a minha geração junto com a de Felicity por não sermos capazes de fazer alguma coisa sem estragar tudo.
Jaehyun se aproximou ao meu lado, puxando minhas mãos calmamente antes que eu começasse a lavar a louça.
— Ei. Tá tudo bem — disse, me puxando pra perto — Não precisava…
Não tá tudo bem. Acha legal que sua namorada não saiba te fazer um jantar decente? — bufei, recomeçando a tarefa de tirar aquela coisa da minha frente.
Eu provavelmente estava sendo infantil, mas fala sério. Tinha sido o trabalho de uma tarde inteira. Um planejamento de duas semanas. E, no fim, eu estava realmente certa: era só ter pedido comida no Domino’s ou qualquer restaurante da cidade!
— Meu bem, olha pra mim — ele disse de novo, dessa vez puxando meus ombros pra me encarar de frente — O jantar é o menor dos problemas. Eu vim por você, pra gente passar um tempo junto… Não precisa ficar chateada.
Como eu poderia responder que estava chateada porque aquela noite não se tratava apenas do jantar e que, se a primeira coisa pra impressioná-lo já tinha dado errado, que dirá das outras?
Acho que eu deveria respirar fundo e aceitar o fracasso desse plano.
Mas isso até eu me lembrar de mais uma cartada.
— Espera. Fiz sobremesa — lembrei de repente, andando até a geladeira — Quer dizer, essa eu tenho certeza que deu certo, já fiz ela antes, e tinha dado uma olhada antes de montar o macarrão, só preciso…
Eu não devia ter cantado vitória antes do tempo.
Como eu disse: já poderia levantar a bandeira da derrota porque tudo estava fadado a dar errado.
O banoffee, a receita que eu tinha pego de vários sites da internet que insistiram que era uma boa ideia para um jantar romântico, estava simplesmente… Estranho. Parecia não ter mudado em nada de quando o coloquei ali mais cedo. Tipo bem mais cedo. Há pelo menos 7 horas atrás. E a montagem não parecia nada organizada.
Me aproximei para enxergá-lo mais de perto, torcendo para que não fosse aquilo que eu estava pensando.
— Não prefere que eu pegue? — Jaehyun perguntou quando toquei na travessa. Dei uma risada fraca.
— Claro que não, isso vai ser bem rápido…
Puxei a louça para perto. E, quando fiz isso, o fundo removível de alumínio simplesmente se soltou, derramando toda a pasta líquida em cima de mim.
Sim, líquida. Gosmenta e mole. Aquela coisa estava boiando desde a hora em que eu tinha colocado ali. E não sei expressar como fiquei puta com isso.
Puta e literalmente sem palavras.
Abalada, vi o momento em que Jaehyun piscou os olhos com espanto, se aproximando de mim enquanto pisava com cuidado nos restos de banana e chantilly pelo chão.
— Caramba… — ele murmurou, juntando as sobrancelhas — Isso era pra ser banoffee?
Não respondi, ainda atônita. E então, o desgraçado simplesmente riu.
Riu.
Olhei pra ele, mais espantada do que estava por ter tomado um banho de doce. Como assim ele ousava rir de mim? Estava tudo dando errado por aqui, cacete! Ele não estava vendo isso?
— Você está rindo?! — trinquei os dentes com raiva. Ele sufocou a risada, pegando um pano no balcão e se aproximando de mim.
— Desculpa, amor, é que… Não se coloca banoffee nessas formas. Elas retém muito calor.
Fiquei chocada. Ele estava querendo dar uma de aluno número 1 pra cima de mim? Num momento desse?!
O infeliz repuxou os lábios, agora sorrindo sem mostrar os dentes porque deve ter percebido que eu soltaria laser pelos olhos a qualquer momento e começou a limpar a parte suja e grudenta do meu antebraço.
— Acho melhor irmos ao banheiro, você…
Não sei porque fiz o que fiz em seguida. Acho que eu estava com raiva. Pior: estava muito chateada. Comigo mesma, com Felicity, com ele, com as receitas idiotas, com a SM que não o liberava, com meu nervosismo que estragou tudo…
Então, simplesmente passei uma mão pelo vestido arruinado e sujei sua bochecha direita.
Jaehyun arregalou os olhos. Eu levantei as sobrancelhas.
— O que acha disso agora, Jeong Jaehyun? Engraçado?
Ele pareceu impactado no primeiro momento. Sem sorrir, ergueu um dos dedos e passou pela bochecha, colocando um pouco de chantilly na boca.
— Não está tão ruim assim — e deu de ombros.
Ri, perplexa. E comecei a ficar nervosa de novo.
— Ah, seu… — e me preparei para sujá-lo outra vez mas, quando vi, meus pés saíram do chão na hora em que tive o corpo alavancado para cima, direto para o seu colo. — O que tá fazendo?!
Ele não me respondeu na hora. Simplesmente, começou a caminhar para o corredor, na direção do banheiro.
— Vamos limpar essa bagunça em um minuto — foi só o que ele disse, enquanto me carregava no colo como se eu fosse uma encomenda da Amazon. Me debati em seu peito, pateticamente fraca como uma perfeita garotinha.
— Não preciso da sua ajuda pra isso! Eu consigo…
Antes que eu reclamasse mais – e eu pretendia reclamar muito, muito mais – Jaehyun pisou no banheiro e, depois disso, o que ele fez foi tão absurdo e tão indigno que não acreditei como não o expulsei daquele apartamento na mesma hora.
Porque ele simplesmente nos colocou na banheira. E ligou o chuveiro.
Soltei um grito de susto quando senti a água cair em cima de mim, e o encarei abismada enquanto o filho da puta ria. Ria pra caramba, mesmo que estivesse se molhando também. Qual era o problema desse cara?!
Mesmo que o sorriso dele fosse a coisa mais linda e apaixonante que já vi na vida, eu estava muito brava pra me concentrar nisso agora.
Grunhindo, puxei a ducha móvel presa ao lado do chuveiro, lançando o jato de água bem no seu rosto. Ele fez uma careta e levantou as mãos para se defender na mesma hora, o que me fez soltar uma gargalhada.
— O que achou disso, Jeong? Feliz? — ri de novo e ouvi sua voz confusa e distante dizer:
— Você vai se desculpar por isso.
Quando ele veio pra cima de mim pra roubar a ducha, o caos teve início.
Defender aquele pedaço de metal exigiu que eu inundasse grande parte do meu banheiro, já que eu não tinha controle pra qual lado o virava, e a luta para que Jaehyun não pudesse tocá-lo lançou água em todas as direções possíveis.
Com alguns minutos dessa maluquice, eu já estava encharcada, mas totalmente limpa, e rindo mais do que pensei enquanto perdia o chuveiro pra ele e tentava pegar de volta. Em uma dessas tentativas, meu pé escorregou no acrílico molhado e instável, que já formava uma grande poça pela quantidade de água jorrando, pegando até o início dos meus tornozelos, e deslizei para dentro da banheira – mas não sem levar Jaehyun junto, que caiu na minha frente, rindo como um idiota. Nós dois éramos como perfeitos idiotas.
— Não acredito que você fez isso — minha risada saiu em um ronco, o que me obrigou a colocar a mão na boca e rir ainda mais. Minha barriga já estava doendo como não acontecia há anos.
Você fez isso. Eu só queria ajudar — ele balançou o cabelo molhado, tendo a última vantagem com o chuveirinho e agarrando-o da minha mão, desligando a água. Eu não tinha mais forças para batalhar por aquele negócio.
Rir de mim e me dar um banho forçado não é ajudar! Olha onde eu acabei, tudo deu errado… — choraminguei, agora literalmente rindo da própria desgraça. Jaehyun estalou a língua, recostando-se para trás com os braços abertos em cada borda da banheira.
— Não deu errado, . Estamos aqui. Molhados, famintos e provavelmente com uma contusão, mas quantos jantares você teve que terminaram assim?
Olhei pra ele com os olhos arregalados. E então, comecei a rir de novo. Explodi de rir, pra ser sincera. Ele me acompanhou porque, bem, o que faríamos? Chorar? Reclamar? Não adiantava de nada. E Jaehyun estava certo: estávamos aqui. Juntos…
Mas eu não queria que a noite terminasse agora.
As risadas foram diminuindo à medida que o encarei com mais afinco. O olhar de Jaehyun parecia penetrar cada poro meu, cada mísero pedaço de pele, como se eu estivesse sendo genuinamente analisada a nível de raio-X. Um calor de outro mundo era capaz de evaporar cada gotícula de água do meu cabelo, dos meus ombros, daquela banheira inteira.
Minha mente entrou em pane. Ele respirava serenamente, olhando nos meus olhos como se eu fosse a coisa mais linda que ele já tinha visto na vida.
Ah, pelo amor de Deus. Ninguém era capaz de resistir a uma coisa dessas.
Como se meus braços tivessem vida própria, de repente, arqueei as costas para me sentar numa postura reta. Jaehyun não se mexeu. E então, com uma mão, simplesmente desamarrei o nó lateral do vestido, deixando que ele caísse para a minha cintura, revelando a lingerie que agora era um pedaço de tecido molhado.
E sem esperar qualquer reação sua, desfiz o gancho do sutiã, arrancando-o até que caísse para o outro lado.
Ouvi a respiração dele se tornar ruidosa. Jaehyun moveu os olhos depressa e continuou sem se mexer por nenhum milímetro, como se esperasse minha permissão. Seus olhos soltavam fogo. A garganta estava presa, travando uma expiração. Se a cabeça dele estava tão zonza quanto a minha, não sei como nós dois nos manteríamos de pé.
Então, vendo que eu não disse nada, ele finalmente ergueu as costas pra cima, se aproximando de mim lentamente enquanto meu fôlego ia ficando mais denso, mais puxado. Os olhos dele passeavam pelo meu corpo com um desejo absurdo, assim como o que eu sentia, e quando seus dedos tocaram no meu queixo, senti a pele pegar fogo, de um jeito anormal, maluco e totalmente desequilibrado.
— Você é linda — ele roçou os lábios nos meus e viajei até outra galáxia. O sopro de sua voz me causou mais arrepios do que posso descrever — Linda…
— Me beija — pedi, ou gemi. Quando ele tomou minha boca ao mesmo tempo que passou a mão em minha nuca com força, senti algo se apertar entre minhas pernas. Apertando, gritando, implorando. Eu precisava dele. E Jaehyun logicamente estava se controlando, mas quando me beijou, pude sentir a respiração espalhafatosa e alta escapar de seu nariz, os lábios puxando os meus com voracidade, a língua querendo quebrar os limites e conhecer outros lugares do meu corpo, e por favor, que ele fizesse isso!
Os beijos foram parar no meu pescoço enquanto uma de suas mãos descia pela lateral da minha costela, dedilhando a pele até chegar nos seios expostos, roçando a ponta de um deles no meu mamilo, que vibrou em alegria por causa desse mísero toque. Como eu poderia pedir gentilmente para que ele colocasse a boca ali em vez da região da minha traquéia?
Em vez disso, Jaehyun afastou o rosto para me encarar; os olhos caídos, o suspiro saindo pela boca, o coração batendo tão rápido quanto o meu.
— Tem certeza? — perguntou, porque precisava perguntar. Mas fala sério, olha só pra mim!
— Com você eu só tenho certezas — e ele me beijou antes que eu dissesse a última letra, agora agarrando o meu seio inteiro com a mão e, logo em seguida, abocanhando um deles com ferocidade.
Senti minha perna tremer e algo quente inundar minha calcinha, e nada tinha a ver com a água restante da banheira.
Ótimo. Perfeito. Esse homem finalmente pararia de me tratar como uma porcelana e me deixaria ver o seu lado mais transgressor.
Não sei quanto tempo se passou. Não sei o que houve. A partir do momento em que ele me apertou e mordeu, beijou e lambeu meu mamilo, eu poderia muito bem ter tido a alma arrancada e só ter voltado depois, quando ele levantou a cabeça e me beijou outra vez, tendo que segurar meu tronco com mais força porque eu já estava mole demais pra reagir. E também não me lembro do momento exato em que levantamos daquela água, nem da hora em que nos beijamos pelo corredor até chegar no meu quarto, onde tive as costas impulsionadas contra a parede, puxando aquele maldito tecido grosso do moletom molhado da Prada, jogando-o no chão com pressa.
Fui puxada pela cintura até a cama, onde nós nos sentamos juntos sem parar com os beijos por um minuto sequer. Jurei ter ouvido um celular vibrando, e depois um alarme insuportável soar ali perto, mas Jaehyun não pareceu interessado. Pressionou meu quadril, minha bunda, minhas costelas, roçou os dedos pelos meus seios como se não soubesse onde tocar primeiro ou quisesse tocar tudo ao mesmo tempo.
— Acho que seu telefone tá tocando — arfei entre os beijos, incapaz de abrir os olhos. O corpo dele era tão quente contra o meu.
— Não importa — seu hálito na minha bochecha fez minha cabeça girar como nunca. Uma nova queimação surgia no meu ventre, um pedido de socorro.
Sorri quando ele espalhou meu dorso no colchão, enfiando-se por entre as minhas pernas, mas logo voltei a fechar os olhos no momento em que sua boca passeou pelo meu pescoço, descendo pelo colo novamente, me deixando ainda mais acesa. Com sofrimento, segurei seu cabelo entre meus dedos, erguendo o quadril o suficiente para senti-lo mais perto, mordendo os lábios enquanto murmurava um lamento, um clamor para que esse homem se enterrasse dentro de mim o mais rápido possível ou eu enlouqueceria.
Mas Jaehyun era mais paciente do que eu imaginava.
Voltando ao meu rosto, ele agarrou meu cabelo com delicadeza, me beijando de uma forma totalmente alucinógena, passando a língua pelos meus lábios e roçando o pau já duro em cima da minha pelve, como se quisesse me provocar a essa altura do campeonato.
— Você é maravilhosa — ele soltou no meu nariz, enroscando nossas línguas de novo.
— Me prova primeiro antes de dizer qualquer outra coisa — gemi, apertando minhas unhas em suas costas. Minha voz era abafada e rouca pelo tesão, e ele riu, beijando minha bochecha.
— Você que manda.
Então, ele levantou um pouco e passou os dedos pela barra da minha calcinha para puxá-la para baixo. Eu automaticamente ergui o quadril pra ajudar. E a adrenalina do momento não me deixou sentir nem um pingo de constrangimento por estar nua na frente do meu namorado pela primeira vez.
Jaehyun fez aquela coisa de prender a respiração de novo, como se estivesse se controlando pra não agir como um desvairado. Era bonitinho, apesar de tudo. Eu queria loucamente cavalgar nesse homem, e ele agindo com tanta cautela me fazia ter mais vontade ainda, como isso era possível?
Ele pareceu soltar um palavrão quando se abaixou para beijar minha barriga, e continuou beijando até descer e chegar no lugar que esperava ansiosamente sua atenção: minha boceta totalmente molhada.
Jaehyun colocou a língua tão rápido lá dentro que não me deu tempo de processar. Com um gemido alto, agarrei seu cabelo, olhando para baixo a tempo de ver que ele também me encarava enquanto destruía toda a integridade do meu clitóris. Comecei a ver pontos pretos e brancos, como se minha visão começasse a falhar. Minha mente rodopiava, demonstrando meu desespero, e se meu corpo antes estava pegando fogo, agora meus ossos estavam sendo incinerados, aquele tipo de coisa que logo perderia o controle e explodiria tudo ao redor. Eu era a própria bomba atômica, cacete. O que Jaehyun estava fazendo?
Não sei. Não fazia ideia do que ele estava fazendo, mas sei que queria que ele continuasse, precisava que continuasse, porque tive que encarar o teto para manter o corpo sob controle, e prendi seus fios com mais força enquanto ele passou uma das mãos para prensar meus seios e fazer um carinho no meu mamilo sensível, tornando tudo mais louco, giratório, de uma forma tosca e prazerosa. Eu genuinamente não me lembro de ter sentido tanto prazer na vida.
Aquele homem estava devorando minha boceta como ninguém nunca tinha feito antes. Na verdade, estava devorando de um jeito que eu nem sabia que era possível.
— Jae... — não sei como minha voz saiu, mas eu precisava avisá-lo que se ele continuasse, eu entraria em combustão. Precisava avisar pro meu coração não seguir o mesmo caminho porque era jovem demais pra morrer, mas a euforia não deixava meu corpo quieto. Tudo que eu fazia era mover a cintura para que sua língua pegasse em todas as partes, puxar seu cabelo sem controle e tentar proferir palavras que saíam na forma de chiados. Era o nome dele que nunca chegava ao fim. Eu estava sem poder total sobre mim mesma.
Antes que o clímax acontecesse, de repente ele estava passando os lábios pela minha barriga até chegar ao meu pescoço, mordiscando a zona perto da minha clavícula e voltando a me beijar na boca, movendo a língua com ritmo até que eu mesma sentisse meu próprio gosto e, preciso dizer: nunca me senti tão excitada em toda a minha vida.
— Agora posso dizer... — ele murmurou perto da minha orelha quando me beijava. Eu ouvia, mas ainda estava tão mole, tão frustrada, tão impaciente por ele que parecia estar falando da Califórnia — Você é deliciosa, .
— E você é um sacana — respondi para o vento, gemendo de desespero. Ouvi sua risada baixinha, e automaticamente levei as mãos até a barra de sua calça ainda molhada, começando a desfazer os botões.
Por um momento, pensei que ele me impediria, mas Jaehyun ajudou com a tarefa de descer os jeans, os dois com respirações abafadas e irregulares, e enquanto ele se ocupava com a peça maior, fiz o mesmo com a boxer antes que ele demorasse ainda mais.
Quando aquela coisa saltou na minha cara, tive certeza absoluta que meu critério para pênis agora passaria a ser altíssimo.
Respirei fundo, colocando a mão automaticamente como se estivesse me chamando. Jaehyun estremeceu quando passei a ponta do dedo em sua glande, me estimulando da mesma maneira. Antes que ele terminasse de passar a calça pelos tornozelos, deitei de bruços e engoli seu pau.
Ele arquejou em surpresa. Puxou meu cabelo de forma delicada para que saísse do rosto, mas eu só conseguia pensar em sugá-lo por inteiro enquanto movia os olhos para observá-lo. Jaehyun repreendia um gemido, até que passasse uma mão pelas minhas costas, apertando uma de minhas nádegas empinadas, rosnando palavras que eu não conseguia compreender, e duvido muito que ele também conseguia.
Ele respirava com dificuldade quando voltou a alçar o tronco, segurando meu cabelo com um pouco mais de força no tempo em que aumentei os movimentos da cabeça. Ouvi ele dizer meu nome, depois soltar mais uns três palavrões muito degenerados, o que me deixou ainda mais enérgica porque esse homem xingando era simplesmente algo que eu precisava ouvir de novo.
À medida que eu continuava, o líquido pré gozo dele invadia ainda mais a minha boca, e quando ele se ergueu de novo para alcançar as minhas costas, a palma de sua mão desceu até minha bunda, e Jaehyun passou a língua em seu dedo do meio para simplesmente colocá-lo na minha boceta até, finalmente, voltar a brincar com meu clitóris.
Eu só queria um minuto de paz.
Guinchei, consumindo o pau ainda mais pela garganta, de um jeito totalmente entusiasmado. Mas quando ele começou a movimentar os dedos com velocidade, tive que soltá-lo pra expressar um gemido sofrido, masturbando-o enquanto sentia aquele mesmo desespero entre as pernas. Queria chamá-lo de canalha, de covarde ou de qualquer outra coisa, mas não consegui. Só dizer palavras incoerentes enquanto tentava voltar ao que estava fazendo, o que consegui quando ele finalmente deixou minha boceta livre e voltou a pegar em meu cabelo, caído no rosto de novo.
Aproveitei o momento para sorver a glande, fazendo movimentos ritmados com as mãos ao mesmo tempo, incitando-o cada vez mais enquanto o ouvia soltar o ar com força. Ele agarrou meu cabelo com mais potência também, e eu sabia o que as vibrações de sua perna significavam, e posso garantir que eu estava pronta e muito empolgada por aquilo.
Mas, de novo, não tive a chance de ver acontecer porque ele puxou meu queixo pra cima, beijando a minha boca com impetuosidade. Não senti nenhuma frustração dessa vez, porque no momento seguinte, Jaehyun puxou meu corpo para que eu passasse as pernas por sua cintura, e me ergueu para cima para que ele, finalmente, pudesse entrar dentro de mim.
Quando seu pau raspou pelas minhas paredes, foi como se eu finalmente estivesse sendo preenchida por uma vida inteira.
— Porra, ... — ele disse em voz rouca, e o gelo que passou pela minha espinha com aquela voz foi tipo coisa de outro mundo. O que ela me causava era no mínimo bizarro. Sem esperar dele, coloquei as mãos em seus ombros e comecei a me mover, pra cima e pra baixo, deixando a boca entreaberta para expulsar todo aquele oxigênio preso. Jaehyun tomou meus lábios, meu queixo, meu pescoço, minha bochecha enquanto apertava minha cintura, guiando meus movimentos como se aproveitasse cada instante.
Rapidamente, ele grunhiu na curva do meu pescoço e voltou a me deitar na cama, ficando por cima sem sair de dentro de mim. Travei as pernas ao redor de sua cintura rapidamente, e ele encostou a testa na minha, ficando mais sério do que nunca.
— Como você gosta? — perguntou em voz baixa, abafada, enquanto começava lentamente, muito lentamente, a se agitar dentro de mim, causando ondas e mais ondas de calor por todo o meu corpo; ondas espaçadas e terríveis.
— Como você gostaria de me foder? — questionei com lamúria, apertando ainda mais minhas pernas, subindo o quadril para que ele entendesse a urgência da situação.
Jaehyun mordeu o lábio inferior, agarrando meu cabelo na lateral como se estivesse se segurando de novo.
— Não me pergunta isso...
— Não precisa responder, pode só me mostrar. Agora — trinquei os dentes, impaciente, choramingando. Ele deu um leve risinho, ainda com os dentes naqueles lábios e, simplesmente, deu uma forte estocada pra dentro de mim.
Gritei. E continuei gritando à medida que ele investia com mais força e mais rapidez. Estava tão duro que não me lembrava de ter colocado aquela coisa na boca há 5 minutos atrás. Minhas pernas estavam sendo tão castigadas que tive de soltá-las de seu quadril, o que fez com que ele as abrisse um pouco mais e se colocasse ainda mais por cima, metendo como um deus do sexo, usando a outra mão pra segurar em meu queixo e estababilizar minha boca para que ele passasse a língua pra dentro dela. Era uma loucura. Se não fosse por isso, eu com certeza receberia uma multa dos vizinhos porque era impossível abafar meu surto quando se tratava daquele homem.
Em algum momento, Jaehyun ergueu as costas para cima de novo, me observando com luxúria, abrindo ainda mais minhas pernas enquanto se enterrava pavorosamente para dentro enquanto respirava fundo. Agarrei em sua coxa com as unhas, declarando coisas incompreensíveis, avisando que o que estava vindo viria a qualquer momento.
E quando veio, senti como se aquela cama tivesse ido parar no teto e todas as outras coisas do mundo inteiro tivessem virado de cabeça pra baixo. Um grito seco escapou da minha garganta. Alguns fios grudavam nos meus ombros e Jaehyun diminuiu os movimentos gradativamente, tão ofegante quanto eu, com o peito igualmente suado. Sem sair de dentro de mim, ele se abaixou até tomar minha boca com ímpeto, me beijando sem parar até que voltasse a se mexer, a me penetrar com astúcia, com vontade, com tudo que ele tinha direito porque meu corpo não era mais meu.
Não me lembro por quanto tempo ficamos assim: beijando enquanto ele se movia pelo meu interior antes que tomasse impulso o suficiente para que me desse estocadas firmes e potentes enquanto nossas bocas ainda estavam juntas. Era uma loucura sem tamanho. Ali dentro, no meio de nossos corpos, nenhum fio de ar passava. Era um enlace íntimo, caloroso, perfeito, onde eu poderia facilmente passar horas e mais horas perdida dentro daqueles braços, sendo de Jaehyun pela noite inteira.
Era isso. Naquela hora, eu era tão dele que nem acreditei que algum dia cogitei ser de outra pessoa.
— Eu amo você... — pareceu um delírio, mas acho que falei isso mesmo. Não sei dizer. De olhos fechados e com a boca dele me beijando pacientemente, eu não sabia nem onde estava. Toda a minha sanidade tinha ido pelo ralo. Tudo que eu queria era acabar com os focos de incêndio que ele espalhava pelo meu corpo o tempo todo.
Empurrei-o para o lado, me afastando o suficiente para inclinar a cabeça novamente em seu pau, afastando o cabelo para sugar a cabeça totalmente molhada de mim mesma.
Jaehyun soltou um gemido, mas não me demorei muito assim. Em um instante, já me coloquei de joelhos de novo, passando uma língua pelos lábios enquanto ia para cima dele, sentando voluntariamente com todo o empenho.
Ele não esperava por isso. Com mais um palavrão, ele apoiou o tronco nos cotovelos, apertando minha cintura com a respiração irregular. Talvez eu estivesse agindo como uma perfeita pervertida que não sabia que era, mas aquele olhar dele me deixava maluca. Eu queria esse homem como nunca quis ninguém. E, o melhor de tudo isso, era que me sentia totalmente segura e confiante para demonstrar isso da forma como bem entendia.
, caralho... — ele disse com dificuldade, apertando ainda mais o meu quadril, e quase pedi pra que ele me desse um tapa porque parecia que estava se segurando muito pra não fazer isso — Como você é gostosa...
Ele disse a palavra gostosa com tanto sofrimento que definitivamente me deixou ainda mais louca.
— Sou toda sua — de novo, falei sem perceber, tão absorta em sentar naquele homem que as palavras simplesmente saíam — Toda sua...
Ele rosnou de novo, segurando na minha cintura com mais força e, dessa vez, não se conteve em investir por baixo, se desfazendo de qualquer trava e simplesmente acabando comigo da forma mais gostosa possível, se é que eu podia descrever assim.
Meu corpo balançou por inteiro ali em cima, e ofeguei em cima de sua boca sem beijá-la porque meus gritos não deixariam. Jaehyun estava sério, concentrado em minhas expressões que eu nem sabia como estavam sendo. Só sabia que as coisas estavam se desencaminhando de novo, ardendo de novo e que eu iria explodir logo logo, não demoraria nada, não demoraria...
— Vou gozar — ele murmurou perto do nariz, a voz totalmente estrangulada, sôfrega. Agarrei em seus cabelos na nuca, movendo-me para frente e trás, dando um leve sorriso quando o beijei com vontade, desejando sentir o que ele tinha pra oferecer, todo o seu prazer sendo expelido e muito reprimido até aquele momento. Era tudo que eu queria.
Em um instante, ele desatou um gemido, enrijecendo as pernas enquanto eu sentia o líquido quente me invadir em um estouro nítido. Fechei os olhos, respirando muito fundo pela boca enquanto Jaehyun respirava pesado, explodindo-se cada vez mais pra dentro de mim.
Era como se eu tivesse alcançado o paraíso. Eu não precisava de mais nada. Como pude ficar tão preocupada em agradá-lo?
Grogue, me deixei cair ao seu lado, totalmente desorientada. As costas estavam colando com o suor. Jaehyun buscou minhas mãos em cima da cama, entrelaçando nossos dedos. Ele se concentrou em respirar fundo antes de se virar na minha direção, apoiando o tronco em cima de um cotovelo.
— Isso foi...
— Incrível — completei, ainda ofegante. Ele sorriu e se abaixou pra me dar um beijo simples, mas que era totalmente apaixonado.
Com um gesto delicado, ele tinha meu rosto nas mãos, acariciando um dos dedos na minha bochecha, fazendo aquele olhar de novo: como se eu fosse a próxima Monalisa do Louvre, mas agora com uma pontinha extra de sacanagem.
— Acho que você vai precisar me lembrar depois que não tô sonhando.
— É assim que você faz as garotas se apaixonarem depois de uma transa? Parabéns, Jaehyun, tá funcionando.
Ele riu pelo nariz, afastando alguns fios molhados da testa.
— Sou um cara simples. Só uma pessoa precisa se apaixonar — ele disse em um sussurro divertido, passando um dos braços pela minha cintura até me virar de frente para ele, que roçou o nariz na minha bochecha e já deixou minha pele formigando.
— Não me iluda, Jeong Jaehyun — falei entre os dentes e ele riu na curva do meu pescoço, lembrando-se da mesma coisa que eu. Quando afastei o rosto o suficiente para olhá-lo, murmurei: — Obrigada por não ter ido embora depois do meu desastre.
Ele revirou os olhos de ironia, ainda sorrindo.
— Nada com você é um desastre. Mas amo seu jeitinho de pensar que é assim — ele me beijou rápido outra vez, e continuou com os dedos em meu rosto quando continuou, em voz baixa: — Amo o jeito como você é disposta e cheia de surpresas. Amo seu entusiasmo, seu jeito desastrado, suas tentativas e erros, suas piadas… Eu amo você, .
Parei de repente. As engrenagens do meu cérebro congelaram com a informação. As borboletas vivendo em harmonia no meu estômago ficaram completamente loucas.
— Jae…
— Sei que você já sabe disso, mas ainda assim… Quero que entenda que eu sempre quis estar exatamente onde eu estou — ele se aproximou de novo da minha boca, mas sem me beijar.
Mordi os lábios, tentando apaziguar a situação do meu peito do melhor jeito que conhecia:
— E quero que entenda que eu sempre quis fingir um vexame só pra poder ter um cara lindo e gostoso na minha cama.
Exatamente. Quem pensou em piadas ruins acertou em cheio.
Jaehyun soltou uma risada alta, e senti meu quadril ser ainda mais pressionado contra o seu corpo. Se o cansaço de pós-foda fosse menos duradouro, eu com certeza já estaria subindo em cima dele de novo.
— Pensei em tentar depois, mas fico feliz que você tenha encurtado o caminho.
— Você tentaria mesmo ou eu teria que ganhar uma aliança de compromisso antes disso? — debochei, e ele revirou os olhos.
— Eu queria ir devagar. Quis que a gente se conectasse o máximo possível, que você se sentisse confortável, essas coisas — ele deu de ombros levemente, tirando uma mecha solta no meu rosto — Mas posso te dar uma aliança também, caso você queira.
Soltei uma risada desacreditada. E pior: senti uma euforia fora do comum com aquela coisa.
Então de repente, Jaehyun estava me beijando. E me beijou devagarzinho, com as duas mãos no meu rosto, girando a cabeça lentamente como se beija alguém pela primeira vez. E como era louco essa coisa de tesão! Ele simplesmente entrava em chamas com as coisas mais simples, e pronto, eu já não queria mais descansar.
Mas antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele se afastou para me olhar, e parecia mais sério do que antes.
— Eu te amo, . Amo de verdade. Você é a melhor coisa que me aconteceu nos últimos dois anos. E se quer saber, tenho certeza que vai continuar sendo pelos próximos.
Parei de novo. Não pensei que momentos de pós-sexo fossem apropriados pra declarações apaixonadas, mas a junção do meu coração escapulindo pela boca e da devassidão de querer continuar um próximo round, me fizeram sorrir apenas pelo fato de todos aqueles sentimentos estarem direcionados apenas para aquele cara.
— Eu também te amo — repeti, pegando em seu rosto, e juro que o brilho nos olhos dele era capaz de me matar. Jurei que poderia morrer ali mesmo de arritmia cardíaca.
Jaehyun abriu um sorriso enorme e pegou em meu queixo, me beijando de novo muito intensamente, recheado de coisas além de desejo carnal; era com amor, amor de verdade, dessas coisas que não importa quantos livros a gente leia sobre, só sabemos de verdade experimentando pele a pele.
E estar ali, aninhada com ele em um estado totalmente puro e vulnerável, fez eu ter certeza de que o amor existe, e ele cabia exatamente entre eu e Jaehyun.
Se ele estivesse tão feliz como eu estava, tinha medo do mundo não aguentar e simplesmente explodir.
Mas eu certamente poderia explodir primeiro se não fosse aquela vibração incômoda no estômago que me adiantava da primeira parte do plano que não deu certo. Merda de fome.
— Ainda vamos jantar? — perguntei com frustração, me afastando dele enquanto recuperava a respiração.
Ele riu, e deu um beijo no topo da minha cabeça.
— Eu cozinho.
— Sem objeções.
Ele sorriu. Claro.
Eu que não ia arriscar que meu azar depredasse tudo de novo.
Mas Jaehyun estava aqui, então tudo ficaria bem. Era uma certeza adquirida há pouco tempo, mas cheia de evidências fatídicas. Ele é, definitivamente, a kryptonita da minha síndrome de Murphy – e fazia jus à todas as bênçãos escondidas da intimação “o que tiver de ser, será.
E eu com certeza amava como estava sendo.


FIM!


N/A FIXA 📌: Oiê! É com MUITA satisfação que eu revivo um dos meus casais favoritos 💜
Desde a viagem do Jaehyun pra Itália, eu não consegui parar de pensar nesse homem por nenhum minuto. E, diga-se de passagem, foi o gatilho perfeito pra eu enfiar uma shortzinha dessas, já que Murphy não combinava muito com esse clima. Espero ter mantido a vibe desse casalzão mesmo nesse antro de sacanagem e que vocês tenham matado a saudade tanto quanto eu.
No mais: obrigada por tirar um tempo pra ler e, claro, se você caiu aqui de pára-quedas, não se esquece de me seguir lá no insta e de ler o início de Liza e Jaehyun lá em “Murphy” ✨
A gente se vê nas próximas!

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