Capítulo Único
estava bebendo há uma semana sem descanso. Ele não achava que conseguiria encarar a realidade se estivesse sóbrio. Ao menos, ainda não conseguia. Tentava ao máximo não pensar na mulher que o traíra covardemente, mas aquele rosto passava em seus olhos constantemente e isso o deixava ainda mais enfurecido. O homem não sabia como reagiria se a visse, naquele momento, em sua frente. Com certeza a mataria sem pensar duas vezes. Mas, o mafioso não podia agir impulsivamente diante daquela situação. Tinha que se manter frio e calculista, porque precisava saber todas as intenções e descobrir ao fundo o que a mulher queria se aproximando dele.
Sua cabeça rodava e sentia que pesava uma tonelada, mas não conseguia parar de ingerir álcool. Sabia que ainda não dava conta de encarar o que lhe esperava, só restava entregar-se ainda mais as garrafas do seu bar.
Era bem verdade que tinha um certo fraco por mulheres, mas não passava de prazer e não saía com a mesma mulher mais de três vezes, porque elas sempre se iludiam e queriam continuar e queriam mais do que sexo casual.
Havia uma característica comum nas mulheres que ele conhecia: ele achava interessante, mas perdia o interesse logo após, pois sempre eram elas que tomavam a iniciativa de procurá-lo e sempre tentavam chamar sua atenção.
Era exatamente esse detalhe que fazia com que tudo se tornasse entediante e ele partisse para um próximo alvo que pudesse instigá-lo. O homem gostava de dificuldades, de joguinho, mistérios e quanto mais difícil e misterioso fosse, mais ouriçado e estimulado ele ficava.
E conseguiu tudo isso. Lembrava-se do dia após seu primeiro contato com ela e de como ele achara que receberia mensagem logo no início da manhã seguinte. Relembrou seus atos naquele dia: tinha tomado café da manhã com tranquilidade e após isso, foi resolver alguns assuntos durante a manhã inteira e até havia esquecido da mulher que conhecera na noite anterior. Mas, esse esquecimento durou pouco quando a tarde começou a se aproximar e, com curiosidade, puxou o celular do bolso e verificou se estava no silencioso ou algo do tipo, contudo, ao perceber que estava da maneira costumeira que deixava, isso despertou curiosidade e interesse.
Normalmente, elas ligavam pela manhã, bem no horário de seu café. Algumas até tentavam permanecer com a pose de difícil, mas não durava muito e mandavam mensagem ou ligavam, porém sempre antes do meio-dia.
O homem deixara o celular de lado novamente e voltou aos seus afazeres, mas diferente da primeira vez, pegou-se pensando em algumas vezes durante o período vespertino.
No cair da noite, pegara o celular mais uma vez e checou suas mensagens e ligações. Não havia nada de diferente. Ele lembrou que havia suspirado alto no momento. Estava impaciente e queria saber o motivo que a levou a não entrar em contato no dia seguinte.
Ele achava impossível ela ter achado o sexo ruim. Não queria se gabar, mas sabia o que estava fazendo e não brincava em serviço. Queria saber o porquê. Ele precisava saber.
- Chefe, o senhor não acha melhor dar uma pausa? - Os pensamentos do mafioso foram interrompidos por um de seus homens, que havia se aproximado sem que ele percebesse. Levantou os olhos e apenas fez um gesto com a mão como quem diz “cai fora” e o outro curvou-se antes de sair. Ninguém ousaria se opor a qualquer ordem de , mesmo que fosse apenas com um gesto de uma mão.
Voltou seus pensamentos para a traidora e relembrou a ligação que fez à ela.
- Não sou de me arrepender das minhas ações, mas me arrependo amargamente de ter feito contato com essa desgraçada. - A voz do homem saiu bastante grave e rouca, pois era a primeira vez em dias que saía algum som de sua garganta.
Mas, ele ligou e ela atendeu com um tom levemente entediante - que havia deixado-o um pouco mal-humorado - e questionou a ligação. Ele lembrou de ter dito que queria vê-la novamente e também do riso leve que ela soltou ao receber a pergunta.
A mulher realmente sabia o que estava fazendo e o homem percebera que caiu direitinho.
Lembranças do seu segundo encontro com ela vieram à mente e que, diferente do primeiro, foi em um local extremamente tranquilo, em um dos melhores restaurantes do país.
Ela estava deslumbrante. Não tinha como não chamar atenção a cada passo que dava e parecia até que estava dançando, ao deslizar suavemente e com determinação, os passos sincronizados com as jogadas que seu quadril fazia a cada passo dado. A postura elegante que a mulher tinha. Seus cabelos estavam totalmente alinhados e a maquiagem combinando com a roupa que vestia. Realmente, era uma mulher de parar o trânsito. Nem ele e nem ninguém poderia negar isso e ter consciência disso o deixava ainda mais enfurecido.
Como havia sido tolo de cair no papo dela e como ele estava se odiando no momento por isso.
Tornou a encher o copo mais uma vez de uma bebida qualquer e, sem pensar duas vezes, virou o conteúdo em sua boca, fazendo sua garganta arder, mas não se importou. Pelo contrário, aquilo o deixava um pouco calmo e deixava sua mente em branco por alguns segundos, fazendo com que ele respirasse levemente.
sabia que precisava planejar sua vingança e tinha que aproveitar que a mulher estava viajando para elaborar tudo. Entretanto, naquele momento, não conseguia pensar em estratégias, porque sua cabeça ficava sempre voltando, revivendo momentos que tivera com ela e com isso, não conseguia pensar em muita coisa. Toda vez que seus pensamentos reviviam uma lembrança, o homem tornava mais um copo de bebida em sua boca e já havia se tornado um ciclo há uma semana.
O único momento em que não estava com um copo na mão era quando seu corpo ficava extremamente exausto de tanta bebida e acabava apagando, só acordando depois de várias horas de descanso.
Talvez era o corpo do homem lutando para evitar sua morte e não havia outra solução senão deixá-lo tão cansado que não conseguia ter forças para manter os olhos abertos.
E assim, o homem continuava nesse ciclo, que havia se tornado vicioso, por vários e longos dias.
precisava disso e também se controlava para não deixar que uma lágrima sequer caísse. Não, ele não iria chorar por ela. Não lembrava nem a última vez que havia chorado por algo, não seria pela mulher que amava, e que o traíra, que iria.
Porém, sabia que iria dar a volta por cima, iria se reerguer, ressurgir como uma fênix, ainda mais forte e mais impiedoso.
E com certeza faria se arrepender de ter cruzado seu caminho.
FIM...
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