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Última atualização: 30/04/2023

Capítulo 1: Saisho

Minato caminhava pela aldeia depois de um longo dia de treino com Jiraya-sensei, não podia esperar o momento de chegar em casa e descansar, pensando em como seria quando se tornasse sensei dali uns anos, fitando as estrelas, pensando em o que Kushina estaria fazendo naquele momento e o quanto ele queria vê-la após treinar tanto, quando ele tropeça em algo no meio do caminho, não era uma pedra, era um cesto com lençóis e algo estava se mexendo. Se aproximou calmamente para observar e tirou os lençóis com cuidado e pôde perceber que era um bebê, que aparentava ter poucos meses de vida.

— Huh? Quem é você? — Procurou algum bilhete no cesto, mas não havia nada. — Quem deixaria um bebêzinho no meio da rua? E uma linda menininha. — Disse vendo que se tratava de uma menina e fazendo cócegas em sua barriga, pegou a criança no colo. — Eu a levarei para o Terceiro Hokage. Enquanto caminhava até a mansão, pensava em que tipo de monstro abandonaria uma criança no meio da rua numa noite fria, olhava seus olhos azuis, e se sentia triste por ela. Quando finalmente chegou até a mansão e bateu à porta, o Terceiro Hokage atendeu, o que ele achou estranho pois nunca tivera sido atendido de imediato pelo Terceiro Hokage.
— Minato Namikaze, o que te traz aqui?
— Desculpe o incômodo Senhor, mas eu encontrei essa bebê em um cesto no caminho para casa e não havia nenhum bilhete. — Respondeu, olhando para a criança em seu colo com um olhar triste.
— Isso é deveras intrigante, ela pode ficar aqui por essa noite e amanhã pensaremos no que fazer. — Respondeu o mais velho.
— Eu estava pensando...
— Se pode ficar com ela? — Minato foi interrompido por Hiruzen.
— Sim, eu a adotaria como minha irmã mais nova e daria meu sobrenome a ela.
— Entendo, não é uma ideia ruim, mas seria melhor que ela não soubesse que foi adotada. Se realmente quer fazer isso, precisa ter certeza que será capaz, e terá que fazê-la pensar que é sua irmã de sangue. — Hiruzen pensava se isso era uma boa ideia, eles não sabiam de onde vinha àquela criança, mas era só um bebê e Minato já tinha idade o suficiente para cuidar de uma criança.
— Sim, Senhor! Farei isso.
— Ninguém pode saber que ela foi adotada. — Minato ficou pensativo. — Sim, você pode contar para Kushina Uzumaki, mas apenas para ela.
— Obrigada, Terceiro Hokage!
— E então, tem um nome para ela?
— Que tal “ Namikaze”?
— É um bom nome, bom, tenha uma boa noite, Minato!
— O senhor também! — Minato deu as costas para Hiruzen e encarou a criança no seu colo, seria ele capaz de cuidar de uma criança?


7 anos depois.

Caminhando pela vila a caminho da academia, Minato vê 2 shinobis correndo atrás de uma criança, de cabelos pretos e ele sabia que aquela criança era a sua irmã, , que quando enxergou o irmão tentou correr para o lado oposto, mas foi impedida pelo mesmo.

?
— Minato Namikaze, a sua irmã... — Disse o ninja ofegante — Fugiu da academia de novo.
, posso saber o motivo? — Disse Minato de agachando na frente da irmã.
— Eu sou muito boa para continuar na academia, Minato-chan. Eu já deveria ter me formado. — Respondeu, fazendo biquinho.
— Se continuar fugindo não irá se formar nunca. — Minato suspirou — Vamos . — Acompanhou a menina emburrada até a porta da academia e a entregou ao Sensei responsável pelo jardim de infância.

Minato se voltou para encontrar seus alunos e como havia se atrasado pelo imprevisto causado pela irmã, ele usou o Hiraishin para chegar na hora. pelo contrário estava muito contente de estar atrasada, mas isso mudou quando o Sensei disse que hoje seriam as provas finais, ela fugiu tanto da academia que se esqueceu das provas e hoje ela nem sabia se estava preparada, irritada consigo mesma, cruzou os braços e se calou.

Namikaze. Já que estava tão ansiosa para se formar, por que não vem primeiro? — deu de ombros, estava em apuros de todo modo. Apesar de suas notas altas, a garota era apta a se meter em confusão, e pensava se tudo que fizera poderia influenciar no resultado de hoje. Entrando na sala, ela sabia que todos haviam colocado altas expectativas em cima dela, já que com essa mesma idade seu irmão se formou na academia, e ela não queria decepcionar ninguém.
— E então? Vai ficar aí parada? Mostre o que você sabe! Jutsu clone das sombras. — fechou os olhos escutando aquilo, fez o sinal de mãos.
— Jutsu clone das sombras. — Fez 5 perfeitos clones.
— Não esperava menos de uma Namikaze. — Disse o examinador fazendo anotações.
Ao final do dia, seu irmão foi busca-la na Academia para que pudessem conversar sobre suas atitudes, quando a vê de pé com uma bandana no pescoço, Minato se desesperou.
não me diga que você... — Foi interrompido pela empolgação da menina.
— Ei, irmãozinho! Eu consegui, me formei na academia com a mesma idade que você! — Os olhos de Minato se encheram de alegria, só de pensar que por um segundo ele achou que ela havia tomado a bandana de alguém que ela teria brigado, era a hora de dar um voto de confiança a ela.


5 anos depois.

, Kanji e Iori partiriam para uma missão com Akira-sensei, após se tornar Chunnin, estava contente com a promoção. Enquanto o restante do time se sentia mal por não ter conseguido. A missão era acompanhar uma família de visitante de volta à sua vila, Kanji e Iori estavam empolgados, já estava pensando sobre o jutsu que seu irmão havia lhe ensinado. Não via a hora de conseguir dominar o Rasengan, e havia pedido à Minato para ensina-la o Hiraishin, ela queria ser tão incrível quanto o irmão, era seu exemplo de vida. Durante a viagem ela se mantinha calada, seus colegas de time estavam chateados por não terem se tornado Chunnin e estavam disfarçando para que ela não percebesse, e achasse que eles estavam com inveja, mas ela entendia e preferiu dar espaço a eles. A missão foi tranquila, nenhum inimigo tentou atacar, já estavam retornando à Kohona. estava ansiosa para encontrar seu irmão, e voltar a treinar, mas quando chegou a casa quem ela encontrou foi Jiraya.

— Jiraya-sama? O que aconteceu? — Perguntou a menina preocupada.
, você chegou! Seu irmão me pediu para garantir que você recebesse a notícia do jeito certo, por que não se senta?
— Me sentar? O que aconteceu? Fala logo velhote, eu não tenho o dia todo. — Disse a menina nervosa.
— Minato está no hospital...
— O QUÊ??? Como isso aconteceu? Ele é o ninja mais rápido da aldeia.
— Ele se arriscou para salvar um aluno. — não podia acreditar, que tipo de missão seu irmão estava recebendo? Saiu apressadamente e Jiraya a seguiu.
— Onde vai? — Perguntou o mais velho.
— Onde você acha que eu vou? Você é burro? — A garota correu em direção ao hospital, mais que depressa achou o quarto de seu irmão e entrou.
! — Exclamou Minato sorrindo.
— AH, SEU IDIOTA! — Ela deu um soco na cabeça do irmão que ficou sem entender o motivo daquilo. — Você não pode sair por aí tentando se matar! Você é tudo que tenho, Minato. — Após dizer isso, ela percebeu que havia mais 3 pessoas na sala, além das enfermeiras e Jiraya. Os alunos do seu irmão.
— Obito estava em perigo, e eu tive que salva-lo, me perdoa irmãzinha! — Ele colocou a mão em sua cabeça e bagunçou seu cabelo, como sempre fazia, pra ficar tudo bem.
— Qual de vocês é Obito? — Perguntou ela irritada, o menino de cabelo preto e óculos no olho levantou a mão lentamente.
— Sou eu, me desculpe, Minato-sensei.
— Está tudo bem, Obito. — Respondeu Minato, sorrindo.
— Não está nada bem, da próxima vez seja mais responsável e tenha mais cuidado. — Ela percebeu que o menino de cabelo cinza a encarava. — Algum problema?
— Nenhum. — Ele respondeu, ela o encarou de volta com a cara mais brava que ela podia fazer, todos sentiram o clima ficar tenso.
— Oi! — Disse a menina entre eles — Eu me chamo Rin! Esse é o Kakashi, e Obito já foi apresentado. Somos o time 7.
— Oi, Rin. Me desculpe, mas eu não dou a mínima pra quem são vocês, Minato, tome mais cuidado! — Rin se encolheu, a enfermeira pediu que saíssem pois ele precisava descansar.
— Irei tomar cuidado, irmãzinha! Agora vá pra casa e coma um ramen com Jiraya-sensei. — Respondeu Minato, a companhia do Jiraya não era a pior do mundo, ele era como um pai para os dois irmãos, mas ela não estava muito afim de companhia, quando saía do hospital sentiu seu braço sendo segurado por alguém, era o menino de máscara.
— Minato-sensei nos falou bastante de você, mas não imaginava o quanto você era arrogante. — A garota suspirou, ele estava certo, ela havia sido arrogante com a Rin.
— Olha, Kakashi, né? Me desculpe, e me desculpe Rin e Obito. — Ela abaixou a cabeça. — Minato é a minha única família, eu não sei se vocês entendem o que é crescer com apenas uma pessoa pra chamar de família, então ele é tudo que eu tenho. Jiraya-sama é um amigo, mas se algo acontecer ao meu irmão, eu não sei o que seria de mim. Desculpem-me pela arrogância.
— Está tudo bem, ! Nós entendemos. — Respondeu a outra menina sorrindo, e Obito também lançou um sorriso e acenou com a cabeça fazendo sinal de sim, já Kakashi não esboçou reação, apenas soltou a mão da garota.


4 anos depois.

estava ansiosa para o primeiro dia como ANBU, à caminho para a vigilância da vila, quando Minato surge na sua frente.
— O que foi, irmão? — Indagou a garota.
— Eu e Kushina queremos falar com você, faz um tempo que não conversamos, desde que me tornei Hokage você se afastou de mim. — E era verdade, não era por inveja e nem nada, sempre se esforçou para superar o irmão e agora ela não poderia fazer isso, e não queria viver à sombra do irmão.
— Me desculpe, tenho andado ocupada e não quero atrapalhar suas ocupações.
— Promovida a ANBU, finalmente, eu tenho certeza que fiz uma ótima escolha. — sorriu respondendo o irmão, ela realmente se encaixava como ANBU, era rápida, domina o Rasengan e o Hiraishin, e é uma ninja sensorial.
— O que querem falar comigo? — Indagou.
— Por que não vem para o jantar? Jiraya-sensei estará lá.
— Claro. — Ambos sorriram, a mais nova continuou seu caminho para a torre de vigilância, não imaginava que logo no seu primeiro dia encontraria Kakashi Hatake, os dois não se viam desde a morte de Rin. Sentou-se ao lado do rapaz, e com sua máscara no rosto, começou a olhar pelo binóculo.
— E então, se tornou ANBU? — Perguntou Kakashi, à fim de puxar assunto.
— Se eu estou aqui, né? — Respondeu ela virando os olhos.
— Arrogante como sempre. — Desdenhou Kakashi, se virando.
— Você me perguntou o óbvio.
— Só queria puxar assunto.
— Por que puxaria assunto comigo? — Se virou para ele.
— Talvez porque agora somos companheiros de trabalho.
— Na verdade, você está acima.
— Isso é verdade, mas ambos somos da ANBU agora, e apesar de não simpatizar com você, não precisamos ser inimigos. — Ela riu ironicamente e voltou seu olhar para seu binóculo. — Qual a graça?
— É que eu achei que só eu não simpatizava com você, mas agora vejo que o sentimento é recíproco. — Kakashi riu, depois parou pra pensar em como aquela criança brava e escandalosa se tornou uma pessoa forte, e não seria errado dizer que a irmã do seu sensei está bonita, aqueles olhos azuis sempre o olharam como se fosse desvendar sua alma e aquilo dava arrepios. Ao fim do turno, acenou como “tchau” e ele acenou com a cabeça, ambos deveriam se apressar para o jantar na casa do Minato.
bateu à porta da nova casa do seu irmão e foi atendida por Kushina com uma enorme barriga, aquele bebê já estava pra nascer.
— Oi, meu neném! Como está grande. — Kushina parecia que ia se emocionar.
— Ei, não é pra tanto! Nos vimos esses dia. — A mais velha assentiu, estava realmente exagerando.
— Que bom que chegou antes dos outros! — Disse Minato.
— Hiraishin. — Minato riu.
— É claro! — Abraçou Kushina por trás e deu um sorriso caloroso.
— Queríamos te pedir algo. — Disse Kushina.
— Claro, qualquer coisa! — Respondeu a mais nova sorrindo.
— Naruto está pra nascer, e queríamos pedir para que fosse madrinha dele... Sabe? Pra cuidar dele se não estivermos aqui.
— Tá brincando? Claro! — Os três sorriram e se abraçaram. Bateram à porta e era Jiraya e... Kakashi? pensava “por que diabos Minato havia chamado ele?”
— Vamos, vou pôr a mesa. — Disse Kushina, todos caminharam até a mesa, Kakashi sentou de frente para que o encarou, ele pode sentir um arrepio na espinha, aqueles olhos azuis escuros eram penetrantes, parecia que ela estava desvendando cada segredo dele só com o olhar.
— Então, irmãzinha, como anda o seu desafio? — fez cara de confusa enquanto mastigava.
— Huh? — Desviou o olhar de Kakashi para Minato. — Ah, já estou quase te superando! Roubarei seu posto de Hokage, senta e espera. — Ambos riram, conversas e risadas durante a noite, até Kakashi riu, ela sentia falta daquilo... mas não podia se prender ao irmão para sempre, sua expressão mudou, e se levantou da mesa.
— O que foi? — Perguntou Jiraya.
— O jantar estava ótimo, Kushina, mas preciso ir! Ando bastante ocupada, e não posso me atrasar para o trabalho.
— Claro, entendemos! — Respondeu Minato sorrindo.
— Volte mais vezes, querida. — Todos sorriram, e ela saiu, quando chegou em casa percebeu o vazio que estava naquela enorme casa. Ela não teria seu irmão para sempre, mas Naruto viria para trazer alegria àquele lugar.


Alguns meses depois...

Partindo em missão na calada da noite, algo aconteceu, podia sentir um enorme chakra. Seu chefe da ANBU correu até ela.
— Namikaze, leve as mulheres e as crianças para um lugar seguro junto com os shinobis, e volte o mais rápido que puder! Estamos sendo atacados, a raposa de nove caldas foi libertada. — não entendia como aquilo havia acontecido, estava triste por ter que partir e não poder ver seu sobrinho nascer, mas agora era diferente, todos poderiam morrer e ela sentia que seu irmão e Kushina estavam em apuros, por mais que ela quisesse correr até eles, ela obedeceu suas ordens. Depois de garantir a segurança de todos, ela correu o máximo que podia até o campo de batalha onde viu Kushina e Minato abraçados, com um bebê no colo. Correu para eles, viu Kushina entregando o bebê para o Terceiro Hokage, mas foi segurada por alguns de seus companheiros e pôde observar seu irmão morrer na sua frente, sem poder fazer nada. Seu grito agonizante podia ser escutado por toda a aldeia.
— ONII-CHAN! NÃO! — A cada vez que gritava isso, ela se desesperava mais, pois não conseguia chorar. Foi tirada dali, e levada até o hospital.
Namikaze. — Disse o Terceiro Hokage, se aproximando dela com o bebê no colo, e ela sabia que aquele bebê era o Naruto. — O desejo do seu irmão era...
— Tire essa criança daqui! — Hiruzen se assustou com a reação da mais nova.
— O quê disse?
— EU DISSE PARA TIRAR ESSA CRIANÇA DAQUI! — Gritou ela.
— Eu não entendo.
— Meu irmão está morto, por causa dele e do monstro que está preso dentro dele. Eu não quero vê-lo! Sarutobi, tire essa criança daqui! — O Terceiro Hokage saiu do quarto com o bebê no colo. fugiu do hospital, correu para casa e fez uma mala malfeita, não aguentaria viver sozinha naquela aldeia. Enquanto corria para longe pode escutar a voz de Kakashi.
— Então você vai embora?
— Kakashi, tome conta da sua vida!
— Ele me disse que você prometeu que cuidaria da criança!
— CUIDE DELA VOCÊ, JÁ QUE TEM TANTA PENA! — Após escutar isso, Kakashi ficou sem reação e só conseguia enxergar a menina se afastando, ele acabara de perder seu sensei, e perdeu outra pessoa que ele nunca achou que perderia, a fedelha arrogante, Namikaze havia deixado Konoha.


Capítulo 2: Konoha ni modoru

Alguns anos depois...

corria em direção à aldeia, como ela pôde deixar isso acontecer? “Não se preocupe, Minato! Chegarei a tempo.” pensava ela, encontrar dois criminosos nas proximidades da aldeia e descobrir suas intenções foi o suficiente para que ela voltasse o mais depressa possível para Konoha. Ela havia quebrado a promessa que fizera ao seu irmão, mas não sabia ainda se estava preparada para cumpri-la. E aquela criança... Se sentia mal por ter depositado a culpa de tudo em uma criancinha, mas não conseguia esquecer a besta de 9 caldas que estava dentro dele. Nada disso importa mais, ela já estava lá, não tinha como voltar. As coisas estavam diferentes na aldeia, algo havia acontecido ali, teria sido o Uchiha e o Kisame Hoshigaki? Teria ela chegado tarde demais? Acelerou seus passos, sem prestar muita atenção no que estava fazendo e esbarrou em um Shinobi da aldeia.
— Ei, moça! — O homem parecia bravo, mas sua expressão mudou quando bateu o olho nela. — Está tudo bem?
— Não, preciso falar com o Hokage. — Ela suspirou fundo — Hiruzen, onde posso achá-lo? — O homem parecia chocado.
— Hiruzen Sarutobi, meu pai, está morto. — A expressão de a ouvir aquilo foi de puro choque.
— M-morto? Como? — Perguntou ela, ao homem cabisbaixo na sua frente, com um cigarro na boca, que logo lançou um sorriso de lado.
— Deu sua vida pela aldeia, após o ataque de Orochimaru. — Ela não conseguia disfarçar a expressão de espanto, Orochimaru um dos sannin lendários matou Hiruzen Sarutobi, o Terceiro Hokage e seu sensei. O que aconteceu nessa aldeia? Após o choque passar, o homem colocou a mão em seu ombro.
— Desculpe, sinto muito por Hiruzen, mas preciso falar com o Hokage. — Disse ela, o homem sorriu fraco.
— Poderá encontra-la no hospital, cuidando dos feridos.
— Feridos? Há quanto tempo isso aconteceu?
— Já faz um tempinho, mas não são feridos do ataque do Orochimaru, dois bandidos...
— Itachi Uchiha e Kisame Hoshigaki. — Pensou alto.
— Isso, como sabia?
— Eles são o motivo de eu ter retornado. — Disse ela, olhando para o monte Hokage.
— Então, você é mesmo Namikaze? — Ela se virou para ele sem esboçar reação, apenas assentiu.
— Ouvimos falar bastante sobre você.
— Você disse que era filho do Hiruzen, certo? — Ele assentiu — Qual o seu nome?
— Asuma Sarutobi. — Ela sorriu fraco.
— Não sabe se por acaso aquele velhote deixou algum recado para mim? Caso um dia eu voltasse e ele não estivesse mais aqui. — Perguntou, colocando as mãos atrás da cabeça.
— Acredito que sim, talvez esteja em mãos do Quinto Hokage.
— Obrigada. — Ela se virou para caminhar até o hospital, mas hesitou. — A criança... A criança da raposa, como ele é?
— Naruto Uzumaki? Uma criança normal, determinado e cabeça oca. — Ela riu após ouvir aquilo. — Kakashi Hatake é o sensei dele.
— Kakashi? — Ela ficou surpresa, ou nem tanto, pela admiração que Kakashi tinha por Minato, ele não deixaria de cuidar do filho dele. Minato foi como um pai para ele...
— Sim, ele está no hospital também, encontrará todos lá. — Seus pensamentos foram interrompidos.
— Obrigada, Asuma. — Ambos sorriram. Ela se voltou para a direção do hospital e começou a caminhar, teria Kakashi se ferido tentando proteger Naruto? Era difícil pra ela retornar à aldeia e se lembrar de tudo que aconteceu naquele fatídico dia. Seu irmão e Kushina abraçados, com a garra da raposa atravessada entre os dois enquanto ele selava aquele monstro no seu sobrinho, e ela não podia fazer nada. Parada vendo seu irmão cometer tamanho ato heróico, e morrendo junto ao seu grande amor, acho que ele não poderia querer um jeito diferente de morrer. Morrendo para salvar a aldeia, seu filho e ao lado de Kushina. Ela só queria ter tido esse pensamento anos atrás, antes de fugir e deixar seu sobrinho para trás. Chegando ao hospital, ela perguntou sobre Kakashi Hatake e deram o número de um quarto, ela caminhou em passos calmos, não sabia como seria recebida. Finalmente, aquela era a hora, bateu à porta onde uma enfermeira abriu.
— Procuro o Hokage. — Disse, calmamente. A enfermeira abriu a porta, após olhar sua bandana amarrada na sua barriga. Jiraya se manifestou na frente dela após escutar aquilo, ele sabia que conhecia aquela voz.
— Eu sabia que era você. — Disse ele, quando pôs os olhos nela.
— Jiraya-sama. — Disse a moça, esboçando um leve sorriso.
— Sabe, eu nunca entendi o porquê você se referir a mim como “sama” se você nunca teve respeito por mim. — Ambos riram.
— Eu acho que te chamo assim por admiração... — Ele se impressionou com a resposta — E porque você é um velho babão. — A cara de desapontamento do mais velho foi notável, todos presentes na sala riram, em especial a criança de cabelo amarelo espetado e olhos azuis.
— A-ha Sábio tarado, você caiu direitinho! — Disse o menino rindo, será ele? É impossível não ser.
— Sábio tarado? — Indagou ela entre risos.
— NARUTO EU JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM! — Gritou Jiraya irritado.
— Ah, vamos velhote! Eu acho uma ótima descrição. —Todos riram, menos o Jiraya, então aquele era realmente o Naruto, pensava ela.
— Estava procurando o Hokage? — Perguntou Tsunade.
— Sim, Tsunade-sama. Acredito que seja você agora, já que Asuma me disse que “ela estava cuidando dos feridos”. — A loira sorriu escutando aquilo.
— Sim, eu sou o Quinto Hokage. — As duas se encararam sorrindo. — Podemos conversar assim que eu olhar todos os feridos.
— Senhora Tsunade? Por favor! Rock Lee! — Disse um homem com sobrancelhas grossas e roupas verdes que parecia estar muito ansioso e loira assentiu, e saiu atrás dele, acompanhada por Shizune e Naruto. Kakashi Hatake a encarava esperando que ela falasse com ele, e ela pôde perceber isso, virou seu olhar para ele que sentiu um frio na espinha após encarar aqueles olhos azuis penetrantes, ele sentia falta daquela sensação, apesar dela ser extremamente irritante. Sentir aqueles olhos azuis tentando desvendar sua alma.
— E então, Hatake. — Ela se jogou na cama, como se estivesse em casa — Parece que você enferrujou, em?
— Ainda te ganharia em uma luta. — Ela não pôde segurar a risada após escutar aquilo.
— Vai precisar de mais que um Sharingan e Chidori para me derrotar. — Ambos riram fraco. — E então, o que aconteceu aqui?
— Kakashi ficou preso em um genjutsu do Itachi Uchiha, e depois disso ficou desacordado, igualmente seu irmão, Sasuke Uchiha que tentou lutar com irmão para se vingar e proteger Naruto. — Disse Jiraya.
— Uchiha, huh? — Ambos assentiram após ela resmungar isso.
— O que te trouxe de volta? — Perguntou Kakashi.
— Uchiha e Hoshigaki. — Disse ela, movendo seu olhar para a janela no quarto.
— Então, você sabe? — Indagou Jiraya.
— Acho que sei tanto quanto vocês. — Ela suspirou — Eles querem o Naruto porque ele é um Jinchuuriki, mas não sei qual é o plano deles, cruzei com os dois na rota para Konoha enquanto eu estava procurando uma planta específica para um remédio.
— Vocês lutaram? — Perguntou Kakashi.
— Nem se eu quisesse, eles não estavam muito afim de lutas.
— E você não teria chances contra o genjutsu do Itachi.
— Primeiro, eu nunca olharia para os olhos dele, então isso não funcionaria comigo, mas de qualquer forma o garoto Uchiha tem grande poder e isso é inegável, e o Hoshigaki, ele é como uma bijuu sem calda. Sou forte, mas assumo que não o suficiente para enfrentá-los sozinha.
— Ele ateou fogo na minha prisão da boca do sapo, um tipo de fogo negro. — Disse Jiraya.
— Amaterasu.
— Você conhece esse tipo de jutsu? — Perguntou o mesmo.
— É algo típico do clã Uchiha, envolve o Sharingan.
— Eu usei um jutsu de selamento de fogo.
— Ótimo, se não fizesse isso, não se apagaria nunca. Tenho estudado mais os Uchiha desde que conheci o Obito, é curioso o poder do Sharingan. Queria saber se você consegue fazer algumas coisas Kakashi.
— Você não é a única que quer saber sobre o meu Sharingan, o Itachi queria testar o quanto alguém que não nasceu com o Sharingan podia aguentar esse genjutsu que ele me colocou. — Todos ficaram sérios.
— Preciso ir, tenho coisas a fazer, vou aproveitar que o Naruto irá sair com o Iruka para descansar um pouco a minha vigilância. — Disse Jiraya, caminhando para a porta.
— Ei, velhote! — Ele se virou — Vá me fazer companhia no jantar, certo? — Ele sorriu e assentiu, seguindo seu caminho pela porta.
— E então, está de volta?
— Sim, não está vendo? — Respondeu virando os olhos — Por que sempre que você quer puxar assunto comigo, você pergunta o óbvio? — Kakashi riu fraco, com vergonha. — Desembucha, Hatake.
— Queria saber por quanto tempo pretende ficar...
— Mal cheguei e já está pensando na minha partida? — Kakashi riu constrangido.
— Não é isso! Te ver me deu esperança.
— Esperança de quê?
— De podermos compartilhar nossas dores, você é literalmente a única pessoa aqui que sabe o que eu passei, e sentiu pelo menos uma parcela de dor pelas pessoas que eu perdi, e com certeza sentiu muito pela morte do seu irmão. — Ela suspirou escutando aquilo — Pensei que poderíamos finalmente nos suportar e nos dar força quando ele morreu, mas você partiu, e eu perdi até quem eu não achei que sentiria a partida como uma perda. Nunca achei que veria a sua partida como mais uma perda na minha vida, porque convenhamos, você era extremamente chata e arrogante. — Ela o empurrou de leve.
— Não é porque está me dizendo coisas legais que pode falar de mim assim, não se esqueça que você era chato e mal-humorado. — Ele riu escutando aquilo.
— O importante é, seria bom ter alguém com quem eu posso implicar de novo. — Ambos riram — E também, alguém com quem eu possa conversar, sem julgamentos. — Ela entendia o que ele queria dizer, apesar de nunca terem sido amigos e nunca terem se falado muito, ela e Kakashi compartilhavam alguns sentimentos. Ela perdeu seu irmão, o que também foi uma grande perda para ele, e ele perdeu seus amigos, Obito e Rin, que também foi algo que a deixou triste quando ocorreu. E ela sabia as condições em que ambos morreram, de longe ela era a pessoa que mais o conhecia, mesmo sem nunca terem compartilhado de uma conversa agradável até aquele dia. Os dois cresceram, ela não tem mais motivos para ter ciúmes do seu irmão, ou para evitar o Kakashi. De algum modo, ela também não achava uma má ideia levantar uma bandeira de paz.
— Eu nunca gostei muito de você, sabe disso, né Hatake? — Ele riu e assentiu — Mas eu concordo, acho que é a hora de darmos as mãos em um acordo de paz.
— Bom, não totalmente! — Eles riram, sabiam que ainda se estranhariam, deram as mãos assim mesmo e sorriram. Fazia muito tempo em que ela não dava um sorriso sincero, seus olhos se encheram d’água, mas era bobeira chorar.
— Bom, devo ir... — Ele a interrompeu.
— Você não respondeu a minha pergunta. — Ela entendeu o que ele quis dizer com aquela pergunta.
— Voltei para proteger meu sobrinho, nem que isso me custe a vida, então não posso te garantir que estarei aqui para a sempre, viverei enquanto puder. — Ele assentiu, aquilo era o suficiente, sabia que ele não estaria nas listas de motivos dela, e estava tudo bem. sempre foi uma pessoa difícil de decifrar, mas ele entendeu naquele momento, que ela viera cumprir sua promessa. Ela se levantou e acenou. — Estimo melhoras, e espero essa luta em que eu irei acabar com você. — Riram juntos, ela se retirou do quarto fechando a porta. Tinha que encontrar Tsunade. Caminhando pela vila, vendo todos trabalhando e se empenhando para consertar todos os estragos, sentia uma sensação boa, essa sempre foi a Aldeia da folha! E ela sentia orgulho por ser uma ninja da folha, olhou para o monte Hokage e pôde enxergar Tsunade de longe, caminhou até lá.
Namikaze. — Disse Tsunade, ouvindo os passos da garota se aproximando atrás dela.
— Tsunade-sama.
— O que deseja?
— Eu queria saber o que o Terceiro Hokage ia me contar naquele dia, o dia que parti, e perguntar se tudo bem eu estar de volta.
— Por que voltou? — A mulher se virou para encara-la.
— Vim cumprir a promessa que fiz ao meu irmão e proteger meu sobrinho, mesmo que custe a minha vida, e lutar pela aldeia que ele morreu para proteger. — Disse ela, se virando para encarar o rosto dos Hokages.
— Entendo. — Disse ela lançando um sorriso — Eu já imaginava que iria querer isso. — Disse, tirando um pergaminho do bolso. — Foi a primeira coisa que notei quando entrei na minha sala, um pergaminho com o sobrenome Namikaze, isso foi o que o Terceiro Hokage deixou para você. Junto com as chaves da sua casa. — Estendeu a mão me entregando as chaves. — Naruto não sabe que é um Namikaze... — Foi interrompida.
— Eu já imaginei, logo quando me disseram que se chama Naruto Uzumaki. — Ela assentiu — Obrigada, Tsunade-sama. — As duas sorriram, simplesmente desapareceu da visão de Tsunade e apareceu de pé em frente à sua casa. — Devo ler isso antes de entrar, não terei cabeça para ler quando estiver lá dentro.

Namikaze, deixo por escrito aqui o desejo de seu irmão, ele queria que você fosse sensei do Naruto e tomasse conta dele, ele disse que saberia que você não hesitaria em aceitar. Mas sabia também que você levaria um tempo para processar tudo, Naruto não carregará o sobrenome Namikaze, não podem saber que ele é filho do Quarto Hokage! É para o bem dele, para sua proteção, caso retorne à Aldeia, se aproxime dele como amiga e não como tia. Era o desejo de seu irmão, anseio por sua volta, cuidaremos dele enquanto isso.
— Saturobi Hiruzen.”


Ela se sentia arrependida por ter levado tanto tempo para retornar, sentia que havia falhado com seu irmão, que cuidou dela a vida inteira.
— Minato, me desculpe por ter demorado tanto, por ter deixado seu filho crescer sozinho, me desculpe por ter falhado com você. Eu deixei a dor falar mais alto que o amor que eu sentia por você, e não me permiti amar seu filho, mas eu estou aqui agora para conhecê-lo melhor e protegê-lo, eu prometo irmãozinho, cuidarei do nosso menino! — Seus olhos se encheram de água, mas ela despertou quando escutou a voz de Jiraya no fundo.
— Finalmente! — Ele a empurrou de leve. — Senti falta do meu quarto. — Disse ele empolgado, mas a empolgação passou quando viu uma parada com a chave apontada para a porta, sem se mexer. — Vamos, abra! Se tiver de doer, é melhor que doa de uma vez, adiar o sofrimento não vai fazer com que ele não aconteça. — Ela sabia que o velho estava certo, encaixou a chave na fechadura da casa e virou para o lado, finalmente abrindo a porta.
— Essa casa tem tantas lembranças, eu cresci aqui, treinei naquele campo de treinamento nos fundos, caí dessa escada, chorei com medo do escuro e de solidão, quebrei vasos jogando shurikens… — Ela abaixou a cabeça e riu fraco — Ele sempre estava aqui, para acalmar meu choro, para me fazer companhia, para me ajudar a treinar e me ensinar jutsus incríveis, para me ajudar a curar as feridas. — Jiraya colocou a mão em seu ombro. — Por que? Por que esse mundo é tão injusto? Eu sonhava com o dia que meu sobrinho ia nascer e ia trazer alegria para essa casa, sonhava com o dia que nós 5 ensinaríamos jutsus à ele. — Com os olhos cheios, parecendo que iriam explodir em lágrimas, ela abaixou a cabeça.
— Chore, não irei te julgar, entendo a sua dor. — Ela levantou a cabeça após escutar aquilo.
— Não irei chorar, todos esses anos, desde aquele dia eu nunca derramei uma lágrima sequer. — Ela deu passos para dentro da casa, olhou as fotografias na sala. — Jiraya, vai mesmo ficar?
— Sim, é claro.
— Obrigada! — Ela suspirou — Eu não iria conseguir passar por isso tudo sozinha.
— Esse velho aqui, ainda é uma ótima companhia. — Disse ele, sorrindo.
— Não se ache muito, mas você é tudo que eu tenho. — Ela suspirou — E o Naruto e o Kakashi.
— Kakashi? — A expressão no rosto do homem era de espanto.
— Sim, tivemos uma conversa hoje… — Ela começou a lembrar do que conversaram, e sorriu ao saber que pode contar com mais alguém — Nós não somos exatamente amigos, mas eu sei tudo que ele viu, ele sabe tudo que eu vi, pode ser o começo de uma amizade. — O homem parado em sua frente nem sequer reconhecia a que estava ali dizendo aquilo, ela morria de ciúmes do jeito que o Minato tratava os alunos e apesar de se dar relativamente bem com Obito e Rin, ela e Kakashi nunca foram muito fãs um do outro.
— Isso é bom, ele é sensei do Naruto. — Ela voltou de seus pensamentos após escutar aquilo.
— Naruto… Como vou fazer pra me aproximar dele?
— Não se preocupe, eu ensinei o Rasengan a ele. — Ela ficou confusa com a resposta.
— E o que isso tem a ver?
— Depois do Minato e de mim, o seu Rasengan é o mais perfeito, terá a desculpa de ficar de olho nele até achar que ele está apto para aperfeiçoar o jutsu, e também… — Ele deu uma pausa — Podemos contar a verdade para ele.
— Não podemos, ficou louco? — O homem riu, sabia que a resposta seria essa.
— Uma parte dela, a parte que você foi designada pelo Terceiro e pelo Quarto Hokage para ser responsável pelo treinamento dele. Ele é meu pupilo, mas posso dividi-lo com você. — Ele sorriu, esperando-a retribuir o sorriso, mas ela abaixou a cabeça.
— Você e Kakashi… — Ela suspirou — Vocês cumpriram a minha promessa por mim, obrigada. — Ela o abraçou, mas soltou assim que escutou uma voz no fundo.
— Sábio tarado aí está você! — Olhou para a mulher parada ao lado dele, saindo de um abraço. — Sabe tia, se eu fosse você tomaria cuidado, porque esse velhote é um taradinho. — Disse o menino de cabelo loiro se pondo na porta, ela riu, até que se tocou que ele a chamou de tia, provavelmente algum apelido que ele inventou, já que havia escutado ele chamando a Tsunade de vovó. Mas ela não conseguia se mover, Jiraya entendeu a situação.
— NARUTO JÁ DISSE PARA PARAR COM ISSO, E NÃO SAIA POR AÍ COLOCANDO APELIDO NAS PESSOAS! — Gritou ele levantando a mão para apontar o dedo para o garoto, mas encontrou outra mão no caminho, a garota havia empurrado sua mão como um sinal de que estava tudo bem.
— Não se preocupe! — Ela lançou um sorriso, o menino estava sem entender. — Entre, Naruto! Podem ter sua conversa na sala, eu irei tomar um banho, estou cansada da viagem. E não se preocupe com o apelido, eu até que gostei. — Ela sorriu e virou as costas, subindo as escadas para um banho.
— Viu, Sábio tarado! Você e a Vovó Tsunade são os únicos que não gostam dos meus apelidos. — O garoto adentrou aquele recinto, olhando para os lados, Jiraya estava com uma cara de bravo misturada com confuso.
— O que você quer, Naruto?
— Dar continuidade ao meu treinamento, tenho certeza que a Tia poderia emprestar o campo de treinamento dela… — Jiraya o interrompeu.
— Como sabe do campo de treinamento?
— A Sakura me disse que o campo de treinamento do clã Namikaze era exclusivo atrás da casa deles, então se eu treinar ali, ninguém vai poder ver meus jutsus novos! — Ele estava convencido de que era uma ótima ideia e tinha um sorriso no rosto.
— Não pode treinar ali. — Jiraya se virou e a cara de desapontamento do garoto foi visível. — Você não teve o mínimo de respeito por essa casa, para começo de conversa, chegou aqui gritando e nem bateu à porta, deu um apelido para a dona da casa, que por sinal é a única que restou, e acha uma boa ideia usar o campo de treinamento que pertenceu ao clã dela durante toda a vida? — Jiraya suspirou — Essa casa é onde o Quarto Hokage, que deu sua vida pela aldeia, cresceu. Para nenhum de nós que o conheceu, essa casa é vista apenas como uma casa… — Jiraya foi interrompido por que descia as escadas com um kimono amarelo.
— Mas é apenas uma casa, não é um santuário, é uma casa que carrega memórias. — Naruto escutava tudo calado, o que Jiraya achava estranho. — Não só um Hokage cresceu aqui, como ninjas incríveis moraram aqui antes dele, mas é apenas uma casa. — Ela deu ênfase nas últimas palavras.
— Me desculpe, eu só achei que seria uma boa ideia treinar em um lugar onde outros não podem me ver treinando, para surpreender eles no campo de batalha. — Disse Naruto, abaixando a cabeça.
— Mas é uma ótima ideia! — Disse — Não escute o Jiraya, se quiser treinar aqui, pode treinar.
— Sério?! — Perguntou o garoto exalando empolgação.
— Claro, quem sabe um dia você não cria jutsus aqui como o Quarto Hokage fez. — Naruto sorriu ao escutar aquilo.
— Eu vou! — Ele fechou um olho e fez sinal de positivo com a mão. — Eu preciso treinar bastante para me tornar Hokage, e provar para todo mundo da aldeia que eu tenho valor, eles sempre me julgaram, me olharam com ódio e me excluíram! Eu não tinha uma família, alguém para enxugar minhas lágrimas. — Ele se virou para a fotografia na sala onde via um homem colocando as mãos sobre a cabeça de uma criança que chorava. — Todos me viam como um fracasso, por isso eu tenho que me esforçar em dobro, eu vou provar para todos que eu sou um ninja de verdade, Naruto Uzumaki vai ser Hokage! — Ele disse, cerrando os punhos.
— Você não teve ninguém? — Perguntou ela, se sentindo culpada.
— O Iruka-sensei cuidou de mim! Ele enxergou que eu era mais que um demônio raposa. — Ela entrou em choque, ele sabia da Kyuubi, e um estranho conseguiu enxergar nele o que a própria tia não conseguiu, ela ficou sem chão. — Eles não vão nunca mais duvidar de mim, to certo! — Ela sorriu ao escutar aquilo.
— Te desejo boa sorte para a realização do seu sonho, pode treinar o quanto quiser, e quando Kakashi e Jiraya-sama não puderem acompanhar seu treinamento, eu acompanharei!
— Obrigado, tia! — Ele sorriu, fazendo-a sorrir de volta, ele era exatamente como os pais e ela não sabia como pôde ter ido embora e não te-lo visto crescer. — Vamos, Sábio tarado!
— Antes do almoço? — Perguntou ela, os dois a encararam. — Não é como se eu fosse uma ótima cozinheira para fazer um almoço para nós, mas podemos ir comer um ramen.
— É ISSO AÍ! — Gritou Naruto, o que a fez rir. Durante o caminho Naruto foi mais a frente pois parecia contar os segundos para o almoço, Jiraya observava a garota calada observando o menino de cabelo loiro espetado na sua frente, ela pensava no quanto ele era parecido com seu irmão, mas como ele falava igual à Kushina. Lembrava o quanto ela tinha certeza de que era um menino, e se sentia triste por estado distante antes deles partirem, mal via seu irmão nos seus últimos dias de vida, agora ela tinha a chance de ter um pouco dele por perto, e um pouco da Kushina, que sempre foi como uma irmã para ela.
— E então, quando pretende parar de se culpar pelo tempo perdido e deixar de ser tão mole com ele? — Perguntou o mais velho, a garota engoliu seco.
— Não estou sendo mole, me deixe ser boa para ele um pouco. — Ela suspirou, talvez ela estivesse mesmo sendo mole.
— Preciso da durona que colocaria todas as crianças dessa aldeia na linha, o Naruto é cabeça oca, não tem muita inteligência, mas é determinado.
— Cuidarei disso depois de ver todos, sabe onde posso achar Akira-sensei? — Perguntou a menina, e o mais velho esboçou uma expressão triste.
— Você não soube? Akira morreu no dia do ataque da raposa. — Ela esboçou uma expressão estranha, uma mistura de choque, com tristeza e uma pitada de orgulho.
— C-como?
— Eu não sei ao certo, Kanji e Iori podem te explicar melhor, eu sei que ele morreu para defender aqueles que ele amava. — Ele colocou a mão no ombro da garota após dizer aquilo, e ela sorriu.
— Akira-sensei sempre nos ensinou que deveríamos defender a aldeia com a nossa vida, mas principalmente, as pessoas que amamos. — Ela olhou para Naruto — Vou protegê-lo com a minha vida, não me importo se vier a Akatsuki inteira tentar capturá-lo, darei minha vida por ele, assim como eu teria dado pelo meu irmão naquele dia. — Jiraya sorriu, mas recobrou os pensamentos.
— Como sabe da Akatsuki?
— Huh? Eles achavam que eu era um ninja renegado, me chamaram para fazer parte uma vez. — Jiraya ficou espantado, e ela riu. — É brincadeira, eu só tenho mantido meu olho neles.
— É, eu também tenho feito isso… — A conversa foi interrompida.
— CHEGAMOS! — Gritou Naruto apontando para a barraca de Ramen, todos entraram na barraca — Ei velhote! Eu quero o de sempre! — Disse ele, entregando um ticket ao homem que estava atrás do balcão.
— Naruto, não gaste seus tickets, hoje vai ser por conta da… — Dizia Jiraya quando foi interrompido.
— Bom, eu ia me oferecer para pagar, mas já que você está sendo tão gentil, Jiraya-sama, deixarei que pague. — Ela riu fraco após dizer aquilo, Naruto levantou a mão em comemoração, o mais velho fez uma cara feia, sempre perdia pra ela. Todos fizeram seus pedidos, e durante o almoço pôde conhecer mais sobre Naruto, finalmente ela estava se sentindo em casa, queria seu irmão e Kushina ali para verem o quanto aquele menino se parecia com eles, queria que eles tivessem visto o filho crescer, teria dado sua vida pela deles se fosse possível, já que sua vida importaria bem menos. Sua expressão mudou com esses pensamentos, e quando estavam indo embora, Jiraya segurou-a pelo braço.
— Não pense nisso, todos nós temos a nossa missão e a sua é ficar viva para cuidar do Naruto. — ficou surpresa, Jiraya a conhecia tão bem, que ela realmente ficava em choque.
— Eu não estava pensando em nada, vamos. — Ela disse, dando às costas para ele, que tinha plena certeza de que sabia que ela estava pensando que a vida deveria ter levado ela, e não seu irmão. O caminho de volta foi silencioso, até eles avistarem um rosto conhecido parado em frente à casa, com mais 2 crianças.
— Ei, Sakura, Sasuke! Kakashi-sensei!
— Oi, Naruto! — Respondeu Kakashi.
— Já está melhor, Hatake? — Perguntou a menina, tentando entender o motivo do homem estar parado na frente de sua casa.
— Me sinto melhor, mas ainda não posso fazer muito esforço.
— Que pena, achei que hoje iríamos descobrir como seria meu Rasengan contra o seu Chidori. — Ambos riram fraco — Quem são esses?
— Ah, esses são meus alunos, o restante do time 7! Essa é Sakura Haruno. — Disse, apontando para a menina de cabelo rosa. — E esse é… — Kakashi foi interrompido.
— Uchiha, e pelo que o Naruto me falou, Sasuke Uchiha. — Ela encarou o menino — Kakashi, o que você tem ensinado aos seus alunos? Para uma criança desse tamanho querer lutar com Itachi Uchiha, não fique dando falsas esperanças para eles. — O garoto agora a encarava com uma cara que era uma mistura de espanto e raiva.
— Isso não é da sua conta! — Respondeu o garoto — Eu tenho problemas pessoais com ele, e eu vou me vingar dele! — Disse ele, com convicção. no entanto, estava impressionada com a audácia daquele garoto.
— Eu não dou a mínima para a sua vingança, você vai poder se vingar de alguém se estiver morto? — Respondeu ela, o garoto se espantou com a resposta — Não me importo com você, pois nem sequer te conheço, mas não sou burra o suficiente para achar que uma criança derrotaria sozinha Itachi Uchiha, quer se vingar? Então pelo menos tenha força o suficiente para fazer isso, e não envergonhe a aldeia e seu sensei. — O garoto abaixou a cabeça após ouvir aquilo.
— Bom, não foi para discutir que viemos aqui. — Disse Kakashi, mudando o rumo da conversa. — Imagino que se encarregará do treinamento do Naruto. — Ela assentiu após escutar aquilo.
— Ele continuará sendo seu aluno e do Jiraya-sama, só o acompanherei, afinal foi a missão dada pelos antigos Hokages. — Kakashi assentiu após escutar aquilo.
— Isso é ótimo, como tenho me encarregado do treinamento do Sasuke e você é uma excelente Kunoichi, queria pedir… — A mulher o interrompeu.
— Se eu treinaria a Sakura? — Ele assentiu. — Não acho que eu seja a pessoa mais adequada para isso… — Naruto a olhou com uma cara de quem queria muito aquilo. — Mas ela pode nos acompanhar, se quiser.
— Ótimo. — Respondeu Kakashi — Mas isso terá que esperar, a Hokage quer ver os 3 para mandá-los em missão, andem logo! — Os 3 se viraram para seguir, e Naruto virou e acenou, fazendo todos acenarem de volta.
— Adoraria sair em missão também… — Pensou alto.
, por que tinha que ser tão dura? — Perguntou Kakashi, após escutar a voz da garota.
— Ele precisa entender como realmente é a vida, não é só aprender uns jutsus e despertar o Sharingan que vai torná-lo um ninja super poderoso, você conheceu Itachi Uchiha, eu não o conheci e tenho noção da força dele, ele te derrubou, Kakashi. — O homem assentiu, entendendo o pensamento.
— Bom, mas se realmente quiser sair em missão, acredito que possa vir comigo.
— Sério?
— Sim, eu e os garotos fomos designados para diferentes missões, só irei comunicar à Hokage.
— Seria ótimo sair em missão de novo.


Capítulo 3: Kakashi to shimei

Enquanto Kakashi estava comunicando à Godaime que levaria companhia, estava pronta para partir em missão, só precisava falar com Iori e Kanji antes de partir. E ela os encontrou onde pensava que iria encontrar; tomando saquê na taberna da aldeia.
— Inoue e Kobayashi. — Disse, entrando no local.
— Namikaze? — Indagou Iori, o rapaz parecia feliz em vê-la, já Kanji não esboçou muita reação.
— Iori Kobayashi, é tão bom vê-lo! — Ela sorriu.
— Você está vendo apenas Iori aqui, Namikaze?
— Não sinta ciúmes, Kanji. — O rapaz se virou para observá-la.
— Por que está aqui?
— Ora, Kanji. — Ela fez uma cara confusa — Essa é a minha casa.
— Não parecia ser a sua casa quando você foi embora anos atrás, nem sequer participou do funeral do seu sensei.
— Do meu sensei, do meu irmão e da minha irmã de coração. E não é como se eu me orgulhasse disso, eu não sabia do acontecido com Akira-sensei, mas eu ainda era uma criança que fugia da dor.
— Tudo bem, Namikaze! — Disse Iori — Nós entendemos.
— Eu não queria ter essa conversa desse jeito, mas estou partindo em missão com o Kakashi… — Ela foi interrompida.
— Quem é você e onde está Namikaze? — Perguntou Kanji se levantando.
— Perdão?
— Você não é a mesma, chegou aqui e nem sequer nos ofendeu, e agora me diz que vai sair em missão com uma das pessoas que você menos suportava no mundo?
— Ah, Kanji! — Ela sorriu — Eu e Kakashi agora somos meio que… Amigos. — Os dois rapazes ficaram surpresos após escutar aquilo.
— Bom, gosto de como as coisas estão indo, parece que você não é mais a mesma de verdade! — Disse Kakashi chegando ao fundo — Imaginaria você dizendo que agora você me suporta um pouco mais, mas “meio que amigos” — Fez aspas com as mãos — É um ótimo começo. — Suas bochechas coraram, ele não deveria ter escutado aquilo, ela lhe lançou um olhar intimidador e ele se encolheu um pouco.
— Cale a boca, Hatake! — Retrucou. — Rapazes, temos muito que conversar, podemos conversar quando eu retornar? — Ambos assentiram. — Ah, e Kanji…
— Sim?
— Da próxima vez trate de baixar a guarda comigo, não se esqueça quem era a líder do time 5! — O rapaz de olhos verdes engoliu seco, enquanto Iori gargalhava. A garota se virou e acenou para os antigos companheiros, caminhou ao lado de Kakashi.
— O que aconteceu ali?
— Ah, apenas um encontro de antigos companheiros! — Ela sorriu.
— Entendo… Bom, conversei com a Godaime e ela concordou em irmos juntos, no começo ela hesitou, mas lembrei-a se sua habilidade de espionagem e de todas as suas missões bem sucedidas.
— Sério? — Ela perguntou, feliz por ele ter lembrado disso.
— Não, apenas lembrei das habilidades de espionagem. — Ela fez um cara de decepção — Não me lembro de você em missões bem sucedidas. — Ela pensou em uma resposta, mas era muito dura, ela queria que as coisas ficassem bem.
— Tanto faz. — Ela disse, dando de ombros, o rapaz estranhou a falta de resposta.
— Enfim, ela achou válido irmos juntos, já que ambos fomos treinados por Minato-sensei, e por termos tido missões bem sucedidas separados.
— Pelo menos ela reconhece meu valor, Tsunade-sama só não foi responsável por todo meu treinamento, pois ela partiu da aldeia. E eu tinha o Minato. — Ela sorriu.
— Eu também reconheço o seu valor, ambos fomos considerados prodígios… — Ela o interrompeu.
— Eu não era um prodígio, na verdade nem queria me tornar ninja, sempre fugia da academia usando a desculpa de ser boa demais para estar ali, mas eu me formei cedo e fui uma ótima aluna por pura pressão, todos achavam que eu seria como meu irmão, então me esforcei o suficiente para chegar perto da grandeza dele.
— Sempre pensei que era algo da linhagem Namikaze, que estava no sangue de vocês se tornarem ninjas.
— Mas está, eu só não queria… — Ela suspirou — Então, qual é a missão?
— É uma missão nível S, precisamos levar esse documento até a Vila oculta da Grama.
— E ela te mandaria nessa missão sozinho?
— Não me parece tão perigosa assim.
— Se é uma missão nível S, fácil não será. — Ele assentiu
— E então, podemos conversar um pouco sobre sua volta à Aldeia?
— Huh? Sobre o quê quer falar?
— Você disse que o motivo da sua vinda foram Itachi e Kisame, sabe algo a mais sobre eles e a Akatsuki?
—Nunca perdi muito tempo procurando informações sobre eles, sei que são uma organização de ninjas renegados, todos são criminosos procurados em suas respectivas aldeias.
— E Itachi e Orochimaru fazem parte disso.
— Não sei muito sobre o Orochimaru. — Respondeu ela.
— Queria entender a obsessão deles com o Naruto.
— Bom, sabemos que é por causa da Kyuubi, mas se eles querem o Jinchuuriki da Nove caudas, talvez seja um plano grande.
— Existem outros, certo?
— Como o Naruto? Existem, mas não cheguei a conhecer nenhum, a Kushina me explicou sobre os Jinchuurikis uma vez, por isso eu sei um pouco.
— Entendi, bom, vamos ficar espertos e focar na missão — Ela assentiu após ouvir aquilo, e em um salto, ambos começaram a andar sobre os galhos das árvores, como sendo dois ninjas sensoriais e especialistas em missões secretas, os dois estavam disfarçando seu chakra, depois de uma longa distância da aldeia, eles pararam para descansar debaixo de uma árvore, quando sentiu que havia pessoas se aproximando deles.
— Shh, tem alguém vindo. — Ambos ficaram de prontidão, quando um ninja patife da Aldeia da nuvem surgiu.
— Veja se não são ninjas da folha! — Disse ele, mais 5 ninjas surgiram atrás dele. pegou sua espada e colocou nas costas e começou a andar na direção oposta à eles, Kakashi sem entender direito, apenas a seguiu, até que lançaram shurikens neles. Ela puxou sua espada e evitou o ataque, continuou seguindo sem desviar o olhar. — NÃO NOS IGNORE! — Gritou o ninja, que rapidamente puxou sua espada e foi para cima dos dois, jogou duas Kunai que passaram por ele e ficaram na árvore atrás dele. — Errou! — Disse ele rindo.
— Acho que não. — Respondeu Kakashi, após ver a garota desaparecendo, e surgindo atrás do ninja patife, cortando-o com sua espada.
— Não queremos lutar contra vocês! — Disse ela, prostrando-se de pé.
— Mas nós queremos! — Respondeu outro ninja — Aqui temos o ninja copiador, e um brinde para o nosso mestre, ele adoraria ter vocês na coleção de corpos, ninjas da folha.
— Já eu detestaria ter que matá-los, sendo que esse não é meu propósito aqui.
— Técnica da liberação do trovão: BOLA DO TROVÃO! — Gritou o ninja de pé na frente deles.
— É inútil. — Disse antes de desaparecer da frente do ataque. — É só isso que vocês tem? Jutsus do elemento raio? — Ela sorriu de lado. — Kakashi, acho que essa luta será divertida. — Ele assentiu — Deixe comigo, por enquanto. — Ela deu uma piscadela para ele que não podia acreditar no que ela estava falando, a sua velocidade era quase igual a do Minato, Kakashi estava impressionado, percebia que ela colocava selos na maioria dos lugares que tocava.
— Pare de desviar, venha lutar. — Os 6 ninjas fizeram um círculo entre ela, que colocou a espada nas costas e uma mão no chão, e girou acertando alguns chutes, até que a puxaram pelo pé. Kakashi não poderia ficar parado ali olhando, por mais que a garota tivesse dito para ficar fora daquilo, ele não podia, e parte dela sabia disso e ficou feliz em vê-lo à desobedecendo. Ela saltou no chão, de costas para Kakashi com uma espada na mão, fazendo um grande trovão soar e um raio cair, com a sua espada. Kakashi abaixou sua máscara mostrando seu Sharingan. Mais uma bola de trovão foi lançada até eles, que desviaram, Kakashi com jutsu de substituição e com hiraishin.
— Vocês não podem nos atingir tão facilmente. — Disse ela, fazendo um clone das sombras, e concentrando seu chakra na palma, tanto na dela quanto na do clone, enquanto Kakashi lançava kunais carregadas com chakra relâmpago, e se preparava para lançar seu chidori, mas a garota segurou sua mão em sinal de que ele não devia ainda. Ele entendeu, era arriscado desperdiçar chakra e não acertar. — Vou usar um genjustu de paralisia, que aprendi com a Tsunade-sama, assim que meu clone usar o Rasengan, então nós combinamos os ataques de Chidori e Rasengan.
— Não prefere que eu faça um jutsu de invocação para prendê-los?
— Na verdade, seria bom, eu acho que consigo prender no máximo uns 3 deles, não aperfeiçoei esse jutsu ainda. Quantos você consegue prender?
— Se você conseguir 3, eu posso conseguir uns 2.
— Então o ataque do meu clone será para o ninja que irá sobrar, o da ponta á sua esquerda, certo? — Ele assentiu. — Ganharei tempo para seu jutsu de invocação. — E então Kakashi se movimentou de modo que pudesse fazer todas as etapas para seu jutsu de invocação e voltou para a posição inicial, enquanto jogava shurikens e kunais que eram desviadas. Kakashi pegou um pergaminho, cortou seu dedo com uma mordida, manchando o pergaminho com sangue, fez os selos de mão e bateu o pergaminho no chão, ela sabia que era a hora, lançou o Rasengan do seu clone no ninja que eles haviam combinado, que tentou desviar e não conseguiu.
— Chega de enrolar! — Disse um dos ninjas patifes, que pretendiam atacar.
— Justu de invocação: Estilo Terra: Jutsu Perseguição de Garras. — Ambos interromperam o ataque dos ninjas, pois lançou o seu genjutsu de paralisia, essa era a hora que ambos mais haviam esperado, a combinação de ataques.
— Chidori: mil pássaros!
— RASENGAN! — E a luta terminava ali, percebendo que haviam perdido bastante chakra e tempo naquela luta, principalmente o Kakashi usando o sharingan para prever os ataque dos inimigos, sabiam que deviam descansar, mas precisavam continuar a missão.
— V-vamos! — Disse ele com a respiração ofegante.
— Venha! — Ela pegou o braço dele e colocou em volta de seu pescoço e o segurou com o braço.
— Você também não está muito forte.
— Estou mais que você, precisamos andar até um lugar seguro para descansar. — Ele sorriu, por um segundo agradeceu por ela estar ali. Montaram acampamento durante a noite, ele simplesmente apagou, ela pelo contrário, apenas fechou os olhos por alguns segundos, mas não dormiu. Quando acordou, a garota não estava ali, ele se levantou e foi até um rio próximo dali, e pôde vê-la vestindo seu kimono.
— Bom dia! — Disse ele, sorrindo com uma mão atrás da cabeça.
— Bom di… — Ela percebeu que ele a viu quase nua — Não sabe respeitar o espaço das pessoas? Se você chegasse 10 segundos antes, teria me visto nua! E só de pensar que eu não dormi pra ficar de guarda para você, Hatake… — Ela passou por ele resmungando palavras que ele sequer entendia. Ele segurou-a pelo braço.
— Obrigado! — Ele disse, sorrindo, ela retribuiu o sorriso.
— Não precisa disso, somos companheiros de missão, você comeu o que eu deixei ao lado da sua bolsa?
— Não… — Ela saiu correndo, ele a seguiu.
— Você deu sorte de nenhum pássaro ou animal da floresta carregar. — Estendeu as mãos com a tigela, e ele pegou, sorrindo em agradecimento. — Coma no caminho, vamos andando. — Ela carregava um livro nas mãos.
— Você também lê durante as missões?
— Huh? Ah, leio. Mas isso não é um livro, é um caderno para anotações.
— Anotações? Sobre as missões?
— É mais uma coisa pessoal, mas eu monto estratégias aqui também.
— Interessante…
— Temos que tomar cuidado, algo me diz que podemos ser surpreendidos de novo.
— Então, quer parar em algum lugar para comermos algo de verdade e seguirmos viagem?
— Vamos, mas precisamos ser discretos! — Ela parou para observar onde estavam — Eu conheço um lugar com um ramen delicioso.
— Não é à toa que você é tia dele. — Kakashi riu.
— Pode apostar, o garoto é meu clone. — Eles riram juntos. — Precisamos focar na missão, Kakashi.
— Sim, eu estou atento e focado. — Ela sorriu, caminharam até uma barraca de ramen em uma cidadezinha.
— Não esperava te ver por aqui tão cedo. — Disse um velho sentado na barraca.
— Okamoto. — Disse ela se sentando e fazendo um sinal para Kakashi sentar também. — Devemos comer rápido.
— Quem é esse com você, Namikaze? Seu namorado? — Ela podia matá-lo com o olhar.
— Cala a boca, velhote! — Respondeu ela apontando para o cardápio mostrando o que queria.
— Você é uma… — Ela o interrompeu.
— Pense bem antes de falar, eu sou uma dama, acompanhada por um cavalheiro, não gostaria que eu arrancasse sua garganta e ele me ajudasse a enterrar seu corpo, ou gostaria? — O homem engoliu seco e saiu das sombras.
— Delicada, como sempre. — Ela sorriu escutando aquilo — Não vai me apresentar o seu amigo? — Kakashi fez menção a falar.
— Que amigo? — Ela não era muito conhecida por ter amigos, apesar de ser bastante conhecida por ali.
— Bom, se esse homem que está ao seu lado não é seu amigo, então você está em missão da Aldeia da folha.
— Ele é meu namorado. — Disse ela, levando seu hashi à boca. Ela não podia levantar suspeitas, o velho engoliu seco e Kakashi ficou sem reação. — Estamos indo visitar parentes dele, para me apresentar ao restante da família e convidá-los para o nosso casamento.
— Então foi por isso que voltou para a Aldeia, deixou alguém lá?
— Ah, sim! Deixei! — Ela olhou para ele e sorriu, ele retribuiu o sorriso, por um instante ele gostou daquela sensação, mesmo não sendo real. Queria que ele tivesse sido um dos motivos para o retorno dela.
— Devemos ir. — Disse ele, ela assentiu, pagaram a conta e com um aceno saíram da barraca. — Casamento, huh? — Sussurrou Kakashi.
— Bom, bem que você queria! — Brincou ela, ele ficou sem resposta para isso e ela gargalhou. Ambos se viraram para seguir de volta para a aldeia. Kakashi tinha muitas perguntas para fazer, mas deixaria para depois. Durante a viagem parecia muito atenta, Kakashi também estava atento, mas ela parecia preocupada. Mas eles não estavam atentos o suficiente, Kakashi foi atingido por alguma agulha com um veneno de paralisia, fazendo-o ficar congelado.
— O que foi, Hatake? — Perguntou ela — O que está acontecendo? — Ele sentia as palavras na garganta, mas não conseguia falar, queria gritar para ela tomar cuidado, até que ela percebeu o corte no braço dele. Pegou uma kunai na mão, e jogou na direção em que ela acreditava estar sentindo um chakra, e aparentemente acertou alguém, o ninja se prostrou na frente deles e mais um apareceu, quando ela percebeu outra agulha indo em direção a ela, que conseguiu desviar. Os dois ninjas foram pra cima dela enquanto o que parecia estar de longe pulou de frente para Kakashi, ela desviou dos ataques dos dois ninjas, e pulou na frente de Kakashi empurrando o ninja que ia atacá-lo, ela não queria arriscar, mas ela não tinha muito o que fazer.
— Arte Ninja do Elemento Trovão: Golpe do Trovão! — Disse ela lançando pequenos raios de sua mão e eletrocutando os dois ninjas que vinham nas suas costas. Após um ataque surpresa tê-la jogado para o lado, percebeu que Kakashi seria atacado, jogou uma kunai com selos na frente dele e impediu o ataque com sua espada e seu corpo. Sentindo o gosto de sangue na boca, se ela morresse ali, ela morreria feliz. Finalmente ela conseguiu salvá-lo.


Alguns anos atrás…

estava ansiosa com a missão, todas as missões do seu time eram calmas, e aquele era o momento dela de provar o seu valor e salvar os seus amigos. Foram surpreendidos por ninjas patifes da névoa, e estavam cercados. Kanji com sua especialidade em armas ninjas lançou suas kunais carregadas de chakra em direção aos inimigos e fizeram a formação.
— Não saiam da formação! — Disse Akira. Estavam em uma emboscada, Akira se arrependia naquele momento de não ter aceitado a ajuda que o Sandaime havia oferecido. Iori fez clones para cercarem a formação, não tinha muita escolha a não ser usar os jutsus que havia aprendido. Akira estava pensando no ataque ideal.
— Akira-sensei, o que faremos? — Perguntou .
— Faça o que treinamos. — Respondeu, a garota assentiu.
— Formação, MaKaIo! — Gritou ela, os dois meninos se posicionaram, Kanji lançou shurikens e Iori usou os clones para atacarem os ninjas.
— ESTILO VENTO: POEIRA DE VENTO! — Gritou Akira lançando um jutsu do elemento vento.
— Estilo fogo: jutsu bola de fogo! — Disse lançando uma imensa bola de fogo nos inimigos, tanto ela como Akira conseguiram atingir alguns, Kanji e Iori também conseguiram ferir alguns deles, mas havia outros deles que pularam na frente de . Ela não empunharia sua espada e tentaria um jutsu que ela ainda não dominava, mas se usasse o rasengan, seria seu golpe final. Ainda não dominava perfeitamente aquele jutsu e ele gastava muito seu chakra por isso, mas ela tinha que salvar seus amigos. Uma bola de chakra se formou em sua mão. — Rasengan! — Disse, atingindo um dos inimigos, e sendo atingida por outro. Já derrubada e sem forças para levantar, via que seus amigos estavam em apuros e ela não podia fazer nada, além de ter gastado tanto chakra para usar o rasengan, ela havia sido gravemente ferida, mas conseguia sentir mais ninjas se aproximando rapidamente, e um daqueles chakras ela conhecia. Se sentiu aliviada e por um segundo ela esqueceu do inimigo à sua frente, quando ela sentiu que seria atacada, ela sentiu que aquele seria seu fim, encarou seus amigos lutando bravamente, tentando ir salvá-la.
— NAMIKAZE! — Gritou Kanji, ele estava lutando com dois ninjas. Akira empurrou seus adversários para trás, e correu até a sua aluna caída no chão, mas o golpe do inimigo foi impedido por outra pessoa, um menino com uma máscara no rosto, bloqueou o ataque com a sua espada, preferia ter sido atingida do que ter sido salva por Kakashi, na verdade, ela estava grata, mas nunca admitiria isso. Seu irmão tivera chegado com seu time.
— Time Minato! — Disse Akira — Obrigada pela ajuda! — Minato apontou para o braço.
— Eu senti que ela estava em perigo, e vim o mais rápido possível! — olhou para o seu braço onde estava a pulseira que eles haviam ganhado anos atrás, e sorriu. Rin a tirou do campo de batalha, e tentou curar seus ferimentos, mas ela não parava de se mexer.
, por favor, deixe-me ajudar você!
— Eu preciso ajudar os meus amigos. — Ela tentava ficar de pé, Minato observando aquilo sentiu seus olhos encherem de lágrimas.
, não se preocupe! Assumimos daqui! — Disse ele, ela fazia tanto esforço, que acabou caindo, e Rin conseguiu ajudá-la.
Após a batalha, no caminho de volta para casa, sendo carregada por Minato, ela encarava Kakashi, que a olhava meio de lado.
— Ei, ! — Disse Obito.
— Não me enche! — Respondeu ela.
— Ah, vai! — Insistiu ele — Quando você estiver melhor, eu vou comprar o sorvete para dividirmos e comemorar. — Ele lançou um sorriso para ela, que sorriu de lado e deitou sua cabeça nas costas do seu irmão. Obito era o único além de Kanji, Iori, Minato e Akira que a suportava, na verdade Kushina, Jiraya e Tsunade também a suportavam, e gostavam dela. Mas da idade dela, ela não tinha muitos amigos, apenas Kanji, Iori, Obito e Shisui, ela não podia esquecer de todas as vezes que o garoto a ajudou na academia para que ela concluísse com a mesma idade do seu irmão. Rin era uma boa pessoa, mas elas não eram próximas, às vezes ela pensava que seria bom ter uma amiga da mesma idade, uma que não fosse Kushina. Mas ela não sabia como fazer amigos, não tinha nem ideia de como Obito havia conseguido se tornar seu melhor amigo, e sem exageros. Nem mesmo Kanji e Iori haviam conseguido ser tão próximos, e Kanji tentava disfarçar o ciúmes, mas não conseguia. Após escutar o que Obito disse, Akira e Iori puderam perceber que ele havia ficado com ciúmes, e Iori respirou fundo, pois já sabia o que estava por vir.
— Ei, Iori! — Sussurrou Kanji.
— Huh?
— Onde eu consigo comprar um óculos legal desse?
— Igual o do Obito? — Kanji assentiu Iori perguntar isso.
— Não sei, por que não pergunta a ele? — Disse Iori — Obito… — O menino foi interrompido pelo companheiro, que colocou as mãos na sua boca.
— Foi uma grande luta, né? Eu e Iori estávamos falando disso. — Disse Kanji, e Obito sorriu e fez sinal de positivo com as mãos. virou os olhos.
— Você está bem? — Perguntou Kakashi, se colocando ao lado de Minato, a garota não respondeu.
, ele está falando com você. — Disse Minato, ela mudou a expressão para uma expressão de espanto.
— Comigo? Achei que era com você… — Ela suspirou — Sim, estou. — Sua educação dizia que ela devia agradecer, mas seu orgulho não permitia, ela engoliu seco e deitou sua cabeça de novo sobre as costas de Minato.
— Obrigado, Kakashi. — Disse Minato — Por salvá-la, você se saiu muito bem, e tenho certeza que ela mesma te diria isso, se não fosse tão cabeça oca. — Kakashi assentiu após escutar aquilo.
— Não precisa agradecer, Minato-sensei, sempre que ela precisar ser salva, e eu puder salvá-la, eu irei! — Kakashi via aquilo como uma forma de retribuir tudo que Minato fazia por ele, já via como puro deboche e como se ele estivesse se auto-engrandecendo. Ela iria treinar e iria retribuir aquilo, um dia, ele que precisaria ser salvo e ela iria salvá-lo.



Agora…

— Dessa vez, eu que te salvei. — Kakashi podia sentir o efeito da paralisia indo embora.
— Por que fez isso? Por que se arriscaria por mim? — Perguntou ele.
— Porque você se arriscou por mim, uma vez, e eu não vou ficar por baixo. — Disse ela, com seus olhos pesados e sangue escorrendo de sua boca, quando finalmente o efeito da paralisia passou, Kakashi a segurou em seus braços, ele sabia do que ela estava falando e se lembrava do que havia dito à Minato, que ele sempre a salvaria.
— Aguenta firme. — Disse ele, com ela em seus braços, ele não podia deixá-la morrer por ele, então tinha que ser rápido. — Chidori: mil pássaros! — Com um único golpe, ele derrubou o ninja que restava, ele não se lembrava que usar um Chidori tão forte na sua vida inteira. Correu até ela e a segurou nos braços. — Devemos voltar à aldeia.
— Não, nós temos uma missão, conclua a missão e me deixe aqui.
— Você está louca? Eu nunca a deixaria aqui.
— Vamos, Kakashi! Eu seria um peso morto. — Após dizer isso, ela tossiu e cuspiu muito sangue. — Eu vou recuperar meu chakra e estancar o sangramento, estarei bem aqui quando você voltar.
— Eu não vou te deixar aqui. — Rasgou um pedaço da calça que ela estava usando e arrancou folhas do chão, colocou as folhas em cima do corte, que era profundo, e amarrou bem forte com o pedaço de pano que ele tinha. — Isso deve retardar um pouco o sangramento, até você ter chakra para estancar. — Ela tinha chakra, mas sabia que não era o suficiente para fechar aquele ferimento, ele a colocou nas costas e correu em direção à Vila oculta da Grama, que não estava muito longe dali, enquanto corria pedia mentalmente que ela aguentasse até chegarem no hospital de lá, eles estavam quase chegando. — Aguenta firme, .
— Kakashi, pare! — Ele parou — Me coloca no chão, eu consigo estancar o sangramento agora. — Ele assentiu e assim o fez, ele a observava colocando a mão sobre o ferimento e com chakra, fechando-o. — Pronto, mas vou precisar que me carregue mais um pouco. — Ele sorriu e assentiu. Carregou-a até a Aldeia da Grama, e concluíram sua missão. No caminho de volta, ele parou para descansar, pois estava andando por dois.
— Hatake… — Disse ela — Você não me deixa ficar por cima, em? — Ela sorriu.
— Vou entender isso como um “obrigada”, mas devo te agradecer também, se não fosse por sua tentativa de me salvar, você estaria bem agora.
— Eu estou ótima! — Ela se levantou. — Veja, consigo ficar de pé! — Logo após dizer isso ela desmaiou, e Kakashi viu que o sangue tinha voltado a escorrer do ferimento em sua barriga, improvisou outro curativo para retardar o sangramento, e mesmo cansado a colocou nas costas e correu.
, aguenta firme! — Ele disse, mas ela não respondia, e ele podia sentir sua respiração ficando mais lenta, mas ela havia estancado o sangramento, ele não entendia. Apenas corria, corria até a aldeia e mesmo achando que não daria tempo, corria o mais rápido possível, ele não podia deixá-la morrer, não morrer por ele. Ele sentia aquela angústia e não gostava daquele sentimento, não queria perdê-la de novo, mas aquele sentimento era pior do que quando ela foi embora, se ela morresse, nunca mais escutaria desaforos, e nunca mais poderia se sentir inseguro diante daqueles olhos que penetravam à alma dele, e ele não podia deixar o Naruto perder a última Namikaze viva, e o Jiraya perderia uma filha, o que ele estava pensando? Pensava nos outros para camuflar o que ele realmente pensava e sentia, ele não podia perdê-la, por mais cabeça oca e arrogante que ela fosse, ele sabia que dentro dela estava uma menina doce e ainda queria conhecer essa parte dela. Ele sentiu algo molhar seu corpo, e a respiração dela diminuir, isso não podia estar acontecendo! Não com ela! Ele lembrava do sorriso de Minato e Obito ao vê-la, daquela criança sabe-tudo que não simpatizava com ele, da dificuldade que ele tinha em se aproximar para dizer que a achava incrível, ele não podia deixar ela morrer achando que eles se odiavam a vida inteira, sendo que ele nunca a odiou. — Por favor, não vá! — Foi a última coisa que ela escutou dele, e sorriu, por saber que ele se importava, e pôde descansar.


Capítulo 4: Tomodachi no shurui

abriu os olhos e podia enxergar, Minato, Akira, Kushina e Rin de frente para ela.
— E-eu morri?
— Bom, ainda não, você está quase… — Disse Minato se aproximando — Mas ele não deixará que você morra.
— Onde está o Obito?
— De todas as perguntas que pensamos que você faria, você pergunta pelo Obito? Vocês realmente criaram laços fortes. — Disse Minato.
— Onii-chan, me desculpe, eu quebrei minha promessa.
— Shh, está tudo bem! Você voltou, não voltou? — Ele sorriu, Kushina se aproximou.
— Ainda não é a sua hora, meu amor. — Disse Kushina.
— Estamos todos olhando por vocês. — Disse Akira.
— Na verdade, eu queria fazer um pedido. — Disse Rin — Sei que nunca fomos próximas, mas sempre tive afeto por você, e hoje um dos meus melhores amigos está lutando para te salvar, acredito que ele se importe muito com você, eu sei que é pedir muito, pedir pra você cuidar dele, mas…
— Não se preocupe, que desse Hatake eu tomo conta. — Elas sorriram, ela começou a perdê-los de vista.
— Quando for a sua hora, estaremos aqui para te receber. — Disse Minato, desaparecendo, quando finalmente abriu os olhos, ela pôde enxergar Tsunade, Shizune, Kakashi e Jiraya.
— Você conseguiu, Hatake. — Disse ela fraca e sorrindo.
— Eu tinha que conseguir. — Ele sorriu.
— Bom, agora que ela acordou, você pode voltar aos seus afazeres, seu time retornou de missão e Sasuke está aqui no hospital. — Disse Tsunade.
— Obito… — Sussurrou .
— O que disse? — Perguntou Tsunade.
— Nada, o Naruto está bem?
— Está sim, ele foi fundamental para o sucesso da missão. — Ela sorriu após escutar a mais velha dizer aquilo — Mas Kakashi deve ir vê-los, ele está aqui desde que vocês chegaram no hospital. — Kakashi assentiu após escutar a Tsunade.
— Eu vou em um minuto… — Ele podia jurar que havia escutado ela chamando o Obito, todos saíram para deixá-los a sós. — Eu ouvi você falando o nome do Obito? — Ela abaixou a cabeça após escutar isso, respirou fundo e logo pensou em uma resposta.
— Sentiu ciúmes? — Kakashi virou os olhos após escutar aquilo.
— Estou falando sério, sei que ele era seu melhor amigo. — Ela fez um bico e virou a cabeça para o lado, ele realmente era, e depois da morte dele, ela se fechou mais do que já era fechada. Até para seu irmão, e seus companheiros de equipe, não queria substituir aquele garoto irritante que ela se importava tanto. — Nós somos meio que amigos, lembra? Pode conversar comigo, ele era meu melhor amigo também, e eu também o perdi naquele dia.
— Não é isso, eu sempre sonhava ou via ele, Minato, Kushina e Rin. — Ela suspirou — Agora eu vi todos eles, até o Akira-sensei, e ele não estava lá… E eu me sinto culpada, porque parece que estou esquecendo dele, talvez ele esteja achando isso.
— Ei, você perdeu tudo! Seu irmão, sua irmã de coração, não viu seu sobrinho crescer, perdeu seu melhor amigo, e pessoas que você tinha carinho, ele entenderá se você não se lembrar dele às vezes.
— Eu sei, mas… — Ela sentiu seus olhos encherem d’água, mas não conseguia chorar — Eu não posso me esquecer dele.
— Pare com isso! — Ele se sentou ao lado dela — Nós dois sabemos que você nunca esquecerá de nenhum deles, e nem eu esquecerei, mas você não pode se sentir culpada por se sentir feliz sem eles aqui, e nem adianta dizer que não, pois eu consigo enxergar que você não se permite ser feliz por se sentir culpada. — Ele a encarou, ela estava pensativa olhando para o nada. — Olha, eu tenho que ir ver o Sasuke, mas eu volto para terminarmos essa conversa.
— Me diga se estão todos bem quanto voltar. — Ele assentiu após ela dizer isso, se levantou e saiu do quarto. Ela se sentia péssima por Obito não ter aparecido naquela ilusão, sonho, ou sabe-se lá o que foi aquilo, e ela sabia que Kakashi estava certo, mas a única coisa que ela queria era dividir um sorvete com ele.


Anos atrás…

Minato se aproximava da Aldeia e podia observar , Iori e Kanji de longe que pareciam estar discutindo.
— EI, PESSOAL! — Gritou Obito, acenando de longe, os meninos acenaram de volta, mas correu em direção à eles. — Oi, ! — Disse Obito feliz pela recepção.
— Oi Obito. — Disse ela rápido, e correu para os braços do irmão. — Onii-chan! — O garoto riu, era tolo mesmo em achar que aquela recepção seria para ele, Rin sorriu ao ver aquela cena e Kakashi manteve, como sempre, a mesma expressão. Com nos braços, Minato caminhou até Iori e Kanji.
— E então crianças, o que vocês estão fazendo? — Perguntou ele.
— Nós a chamamos para tomar sorvete. — Disse Iori.
— Mas ela se recusa, é teimosa e irritante. — Completou Kanji, que logo após dizer isso levou um soco na cabeça, de que já estava de pé diante deles.
— Eu iria se vocês me chamassem para treinar, mas não tenho tempo para tomar sorvete. — Respondeu ela, fazendo um bico e virando o rosto para o lado, Rin e Minato riram daquela situação.
— Sorvete? Eu poderia ir tomar sorvete! — Disse Obito.
— É, eu também! — Disse Minato, Rin assentiu em sinal de que ela também iria.
— Ótimo, por que não vão todos? E assim Kanji e Iori param de me perturbar com isso. — Disse ela, vendo Shisui de longe. — E eu posso ir treinar. — Kanji olhou para Shisui e virou os olhos.
— Ótimo. — Disse ele, dando de ombros. — Vamos, Iori.
— Até depois, ! — Disse Iori acenando, todos acenaram de volta, menos Kanji que seguiu reto, com uma cara feia. A garota correu em direção à Shisui.
— Oi, desculpe o atraso. — Disse ele.
— Não se preocupe, Shisui! — Ela sorriu — Seu clã deve me odiar por corromper o prodígio deles. — Ambos riram.
— Não se preocupe, eu cumpro minhas obrigações com meu clã e com você. — Ela se virou para ele com as mãos na cintura e um bico.
— Você não tem obrigações comigo, se não quiser me ajudar a treinar, é só dizer. — Ele gargalhou após ouvir aquilo.
— Não precisa agir desse jeito comigo. — Disse ele, ainda rindo e voltando a caminhar, sendo seguido por ela. — Somos amigos, eu digo obrigações porque eu prometi que te ajudaria, não porque estou fazendo isso obrigado.
— Tá, entendi! Eu preciso treinar o Hiraishin!
— Pensei que treinaríamos o rasengan.
— Não, o rasengan eu estou treinando com o meu irmão e o vovô.
— Vovô?
— É, o velhote Jiraya.
— Ele é seu avô?
— Não, tonto! Ele só é velho. — Shisui riu após escutar aquilo. — Mas eu preciso treinar o Hiraishin para combinar com um jutsu que eu vou criar.
— Você vai mesmo focar no elemento raio?
— Sim, meu chakra é o elemento raio, mas do mesmo jeito que eu consegui dominar o seu jutsu bola de fogo, eu acho que consigo dominar outros elementos.
— É claro que consegue, está no seu sangue ser uma grande ninja! — Ambos sorriram, Shisui e ela construíram uma amizade com grandes laços, ele era imprescindível no treinamento dela, seu sharingan era necessário demais, eles passaram o dia todo treinando e obtiveram progresso no Hiraishin. A garota estava cansada, mas não se dava por vencida, continuava tentando, e Shisui achava impressionante a quantidade de chakra que ela tinha. Foi chegando a hora do almoço e eles fizeram uma pausa.
— Obrigada pela ajuda, Shisui. — Ambos sorriram — Eu vou ir comer na barraca do Ichiraku, você vem?
— Eu adoraria, mas preciso voltar para casa, meus pais têm reclamado da minha ausência nas refeições.
— Bom, não posso negar minha culpa nisso. — Ela abaixou a cabeça envergonhada.
— Não se preocupe, se eu voltar a comparecer nas refeições, depois poderei sumir delas. — Ambos riram — Te vejo mais tarde. — Os dois acenaram. A garota foi em direção à barraca de ramen, onde encontrou Obito.
— Ei, está vindo almoçar? — Perguntou ele.
— Sim. — Respondeu ela, com um sorriso.
— Está de bom humor?
— Na verdade, estou cansada.
— Parece que está de bom humor, passar um tempo com o Shisui causa isso? Você gosta dele? — Ela, que estava se preparando para pedir o de sempre, respondeu com um soco na cabeça do garoto.
— Vocês com suas vidas perfeitas tem tempo para essas coisas, eu não! Shisui é um amigo, você acha mesmo que eu, que nem conheci meus pais, só tenho uma pessoa no mundo para chamar de família, que aliás vive saindo em missões arriscadas com vocês, que tenho que me esforçar para superá-lo mesmo sendo fraca e não querendo me tornar uma ninja, teria tempo para pensar em gostar de alguém? Me desculpe, eu não sou uma criança como vocês.
— Uau.
— O que foi, garoto?
— É que eu acho que você nunca falou tantas coisas assim, principalmente pra mim.
— Olha, eu nunca disse isso pra ninguém, principalmente pro Minato, então gostaria que ficasse em segredo.
— Tudo bem! Sabe, a sua história se parece com a do Kakashi Hatake, do meu time. Vocês poderiam até ser amigos.
— Jamais! — Ele riu após ela dizer isso.
— Tudo bem, eu entendo. — Ela riu fraco e pediu o de sempre, almoçou em silêncio, o que era um milagre pois aquele garoto não ficava em silêncio, deixou o dinheiro sobre a mesa e saiu de fininho para que ele não percebesse. Voltou para o campo de treinamento nos fundos de sua casa.
— Eu não acredito. — Disse ela, após ver Obito se aproximando.
— Oi, eu trouxe um sorvete pra você!
— E quem disse que eu queria sorvete?
— Você acabou de almoçar e achei que um sorvete seria bom, mas se for muito para você… — Ele partiu ao meio. — Eu fico com um e você com outro. — Ela virou os olhos e pegou o sorvete.
— Me dá isso aqui! — Ela se sentou no cercado, e Obito sentou-se ao seu lado, Shisui vinha se aproximando quando observou aquela cena e ficou sem acreditar, nunca deu abertura para alguém assim, a não ser ele, ele se sentia feliz por ver que ela ainda era capaz de fazer novos amigos.
— O que te fez sentar e tomar um sorvete com o Obito? — Perguntou ele.
— Ele é insistente. — Respondeu a garota e Obito sorriu. Minato olhou pela janela para ver o que eles estavam fazendo e sorriu com aquela cena, Obito seria uma ótima companhia para sua irmã.



Agora…

se via pensativa, não podia deixar-se esquecer dele, e não aguentaria ficar parada naquele hospital. Aliás, o que diabos se passou na cabeça dela? Bloquear um ataque com o corpo foi a maior estupidez que ela poderia ter feito, se houvessem mais inimigos ela iria estragar tudo, ela estava sendo irracional, estava colocando seus sentimentos acima da missão. Mas pelo menos ela conseguiu, retribuiu o dia que ele a salvou, e agora não devia mais nada a ele. Ela ia sair daquele hospital de qualquer jeito, se livrou de todos os fios, e escapou pela janela. Ajeitando seu kimono na rua, olhou ao redor enquanto caminhava procurando uma floricultura, e achou uma, entrou e lá dentro havia uma menina loira.
— Olá, em que posso ajudar? — Perguntou a menina se aproximando.
— Eu quero 5 rosas, 4 brancas e 1 vermelha. — A menina se abaixou e colheu as rosas, como ela havia pedido. Ela estendeu a mão e entregou o dinheiro. — Pode ficar com o troco.
— A Senhora está bem? Você é Namikaze, certo? — Ela assentiu — Eu soube que estava no hospital, já está melhor?
— Você se surpreenderia com a minha habilidade para melhorar, estou bem, obrigada! Agora preciso visitar velhos amigos. — Sorriram, a mais velha saiu da floricultura e mancou até o memorial de pedra, ficou parada ali em um longo período, apertando forte as rosas na sua mão, lendo o nome de Obito Uchiha gravado ali.
— Ah, você está aí! — Disse Kakashi, se aproximando pelas costas — Veio fazer uma visita?
— Na verdade, estou de passagem. — Ela se abaixou a colocou as rosas, uma a uma. — Akira-sensei, Rin, Obito, Minato… — E sobrara apenas a rosa vermelha — Kushina. — Disse, colocando a rosa vermelha sobre as outras.
— Bom, então podemos conversar. — Ela virou os olhos, respirou fundo.
— Não estou afim de continuar a conversa. — Respondeu, se levantando.
— Não era disso que eu ia falar, ia falar sobre o Naruto.
— Naruto?
— Ele e o Sasuke estavam prestes a se matar quando eu cheguei e interrompi.
— Como?
— O Jiraya ensinou o Rasengan para o Naruto…
— Ele não usaria o Rasengan no Sasuke se não fosse necessário.
— Sim, eu ensinei o Chidori ao Sasuke… — Ela o interrompeu.
— Não é o tipo de coisa que se deva ensinar a um Uchiha revoltado, é irresponsável ensinar isso a ele, Kakashi.
— Foi necessário.
— E como o Naruto está se saindo com o Rasengan?
— Isso você deve perguntar ao Jiraya, mas foi um excelente Rasengan.
— Aquele velhote… — Ela foi interrompida.
— Me chamou? — Disse Jiraya, surgindo na sua frente.
— Velhote… — Ela parou e fez uma cara feia e colocou a mão sobre o ferimento. — Ai! — Sussurrou ela.
— Kakashi, me dá um minuto? Já deixo vocês terminarem a conversa. — Kakashi assentiu após o mais velho dizer aquilo e se afastou.
— O que foi?
— Olha, garota, você sabe que nós todos temos missões importantes na aldeia, certo?
— Sei, mas?
— Eu me comprometi com a Hokage em buscar informações sobre a Akatsuki… — Ela o interrompeu.
— É muita irresponsabilidade deixar um velhote fazer isso.
— Ora, eu ainda sou um dos Sannin Lendários, eu não quero demorar muito nessa conversa, eu ainda não vou estar correndo riscos assim, mas já vou logo adiantando, se um dia essa missão me matar, eu quero que me perdoe por partir.
— Você tá maluco? Eu nunca vou te perdoar se te perder também.
, eu sei que sou o mais perto que você tem de uma família, mas agora você tem outras responsabilidades e tem pessoas para cuidar de você. — Ele olhou para Kakashi — Tenho certeza que se você se permitir, terá muitas pessoas importantes para cuidar e proteger, só me prometa que se eu partir, você irá me perdoar.
— Ah, velhote! Se eu conseguisse, estaria chorando tanto agora… — Ela colocou as mãos no rosto. — Olha, eu te perdoarei, mas eu não quero que você vá então me prometa que vai lutar para não ir.
— Eu prometo. — Ele sorriu — Lembra quando você cismou em me chamar de vovô e segundo você era porque eu era um velhote? — Ela assentiu e riu — O Naruto é como você, na verdade, vocês dois são como a Kushina. — Ele sorriu, e ela retribuiu o sorriso. Mesmo preocupada, ela sabia que aquilo ainda não era uma despedida, mas sabia que esse momento iria chegar uma hora ou outra e não sabia se estava preparada, Jiraya desapareceu e ela pôde sentir o toque de uma mão em seu ombro.
— Você está bem? — Perguntou Kakashi, de modo involuntário, ela o abraçou forte.
— Kakashi, me sinto fraca. — Ela suspirou.
— Calma, você não é fraca… — Ela o interrompeu.
— Eu sou! Eu não pude salvar meu irmão, não pude cuidar do Naruto e agora se algo acontecer ao velhote eu não vou poder fazer nada de novo? Eu sou fraca.
— Você é literalmente uma das pessoas mais fortes que eu conheço, tanto em força física quanto emocional. , você voltou pra aldeia.
— Mas eu fugi, quando tudo ficou ruim.
— Você era muito jovem, e não acho que você tenha fugido da dor, porque mesmo não estando aqui, eu sei que ela te acompanhou. — Ele suspirou — Olha, eu sei que as coisas nunca foram fáceis para você, mas você sobreviveu a tudo! Mesmo não querendo ser ninja, se tornou uma Kunoichi que quase supera quem te ensinou, e sabe-se lá se superaria Minato-sensei se ele ainda estivesse vivo, você voltou e mesmo com todos os fantasmas te atormentando, você ainda está de pé. — Ela sorriu.
— Obrigada, Kakashi. — Ela passou a mão sobre o rosto e saiu do abraço. — Devo voltar para casa. — Ela se pôs a andar, mancando e com dor, ela não sabia se conseguia chegar até sua casa naquele estado, mas ele já tinha a visto vulnerável o suficiente e tudo culpa daquele velhote.
— Eu posso te levar, se quiser. — Sugeriu ele.
— Huh? Me levar? — Ela riu fraco — Eu estou ótima! — Logo após dizer isso, ela tropeçou no próprio pé enquanto caminhava e quase caiu, se não fosse por Kakashi segurando-a, ela estaria no chão.
— Você é teimosa, você é realmente tia dele! — Ele a pegou nos braços. — Eu te levo num instante. — Ela não lutou contra aquilo, fugir do hospital não teria sido sua ideia mais inteligente, ela estava tão esgotada que adormeceu à caminho de casa. Quando acordou no meio da noite, pôde ver Kakashi dormindo em uma cadeira do lado de sua cama, ela não entendia. Se ele queria ficar por perto, tudo bem, mas com tantos quartos na casa ele dormiria em uma cadeira desconfortável só por preocupação?
— Ei, Hatake! — Ele despertou após escutar a garota chamando-o.
— Oi, você acordou!
— Obrigada por me trazer aqui, mas se quer ficar por perto, pode dormir em outro quarto da casa, não se preocupe tanto.
— Tudo bem, só queria garantir que estava tudo bem. — Ela sorriu e congelou por vê-lo sorrir.
— S-sem máscara, em? — Em anos de vida ela nunca havia o visto sem máscara.
— O que foi? Você está com febre?
— O que? Por que pergunta isso?
— Seu rosto está muito vermelho. — Ela podia sentir seu rosto queimando, mas não imaginava que estaria tão a mostra. — Acho melhor eu ficar por aqui para verificar.
— Está tudo bem, Kakashi! Aqui do lado era o quarto do velhote, você pode dormir lá, qualquer coisa eu te chamarei.
— Bom, de qualquer forma virei verificar de hora em hora se está tudo bem.
— Eu estou bem! Não preciso de babá.
— Não diga isso, se você não tivesse fugido do hospital eu não precisaria “estar de babá...” — Fez aspas com a mão. — Então aceite minha preocupação, porque aliás, eu estou te acobertando. — Ela levantou as mãos se dando por rendida.
— Podemos ir para o quarto no final do corredor, lá tem duas camas, era o quarto que eu e Minato dormíamos quando eu tinha medo de dormir sozinha.
— Não precisa disso, eu ficarei bem nessa cadeira.
— Ah Kakashi! — Ela chegou para o lado. — Não quero que amanheça todo quebrado, Tsunade me mataria, se não quer trocar de quarto deite aqui logo e sem reclamar, eu estou com sono. — Ele obedeceu, sem reclamar, até porque não tinha motivos para reclamar, estava até gostando da situação. Ele esperava que ela reclamasse, mas aparentemente ela estava realmente com sono e apagou em segundos.

— Sabe, se você e o Kakashi se permitirem conversar, eu tenho certeza que você me trocará por ele.
— Ora, Obito, não diga besteira! Você é meu melhor amigo, o Kakashi é um insuportável.
— Sei, ele te admira e eu sei que você quer provar algo à ele.
— A única coisa que eu quero, é mostrar que eu não preciso ser salva por ele.
— Eu sinto que vocês foram destinados à ficar juntos, de algum modo, seja como amigo ou outra coisa. — Ela fez bico após ouvir isso.
— Para de pensar essas coisas sem sentido, Obito! Você sabe que não dou espaço para ninguém na minha vida.
— Porque você tem à mim!
— Lógico, eu não preciso de mais pessoas irritantes na minha vida se já tenho você, e não posso esquecer de Iori e Kanji. — Ambos riram.


despertou daquele sonho, que na verdade era mais uma lembrança do que sonho, olhou para o lado e percebeu que ela estava literalmente jogada em cima de Kakashi, e virou rapidamente para o outro lado.
— Bom dia! — Disse ele.
— O-oi! Bom dia!
— Parece que essa cama era pequena para nós dois.
— Por que diz isso? A cama é enorme.
— Você dormiu praticamente a noite toda em cima de mim. — Ela não conseguia disfarçar sua vergonha, se lembrou do sonho que teve, em que Obito dizia que ela o trocaria por Kakashi.
— Me desculpe, estava em sono pesado. — Disse, se virando e sentando na cama.
— Não tem problema. — Disse ele se levantando. — Acho que agora podemos mudar o meio que amigos, para enfim amigos.
— Kakashi, é melhor você ir. — Respondeu ela, agora já de pé e com a cabeça baixa, o homem não entendeu, apenas se levantou.
— Tudo bem, eu estou indo. — Ele colocou seu colete e sua máscara, e ela o acompanhou até a porta, quando abriu se deparou com Tsunade e Shizune.
— Ora, você está aí! — Ela olhou para Kakashi. — Então você faz parte dessa fuga idiota, Hatake? Francamente, ela não está em condições de… — Ela foi interrompida por Kakashi.
— Oi?
— Tsunade-sensei, nada aconteceu aqui, na verdade o Kakashi já estava de saída. — Disse a garota, Tsunade entrou na casa.
— Shizune e Kakashi, esperem aqui na sala.
— Sim, senhora! — Responderam em coro, a loira caminhou até um dos quartos, seguida por .
— Qual é o problema, Tsunade-sensei?
— Primeiro, você não me chama de sensei desde que era criança, segundo, você fugiu do hospital e terceiro, você está colocando para fora um homem que cuidou de você e arriscou ser punido por compactuar com a sua fuga, qual é o seu problema?
— Obito me disse uma vez que quando eu conhecesse Kakashi bem, eu o trocaria por ele, e não quero que ele se sinta assim.
! Pare de se prender às pessoas mortas, é lindo que você queira honrar as memórias das pessoas que ama, mas o Obito se foi, e eu não sei se você enxerga, mas o Kakashi se importa com você e talvez de um modo que ninguém nunca se importou.
— Não diga besteira, sensei. Ninguém se importava mais comigo no mundo que o meu irmão.
— Eu não estou me referindo à isso, mas vou deixar que descubra sozinha! Ele passou a noite aqui para garantir que você estivesse bem, então pare de se prender aos mortos e comece a viver com os vivos! — A mulher saiu do cômodo, e deixou uma pensativa, ela estava certa e além de tudo, ela tinha prometido que tomaria conta dele. Não podia simplesmente afastá-lo assim, ela acompanhou a mais velha até a sala. — O comportamento dos dois é inaceitável, francamente, o Naruto tem a quem puxar! A sua punição, Kakashi, será tomar conta dela até que ela esteja bem!
— E a minha punição?
— Será ficar na Aldeia até que esteja bem, consequentemente o Kakashi terá que ficar também.


Capítulo 5: O pedido de Sakura e a confusão de Kakashi

Tsunade podia ser traiçoeira às vezes, era o que ambos pensavam naquele momento, sentados lado a lado.
— Me desculpe, eu queria poder ir embora, mas recebi essas ordens agora.
— Não se preocupe, eu que devo pedir desculpas por tentar te afastar, sabe que esse tipo de coisa é meio difícil pra mim. Criar laços… — Ela suspirou — Porque criar laços acarreta na dor da perda algum dia, mas talvez eu realmente precise olhar as coisas por outras perspectiva.
— Eu acho, na verdade tenho certeza, que quando você conviver mais com o Naruto, você vai mudar a sua perspectiva das coisas.
— Ele é realmente contagiante, né? Ele me lembra a mãe. Kakashi, eu não quero errar de novo com ele, talvez a Senhora Hokage esteja certa.
— Em quê?
— Eu tenho que começar a viver com os vivos, e manter no meu peito a lembrança dos que se foram, não agir como se eu estivesse morta com eles. Eu tenho dificuldade em socializar com as pessoas… — Ele a interrompeu.
— Você pode contar comigo, em relação ao Naruto, claro.
— Só em relação ao Naruto? — Ela o olhou nos olhos, ele engoliu seco.
— Você pode contar comigo para qualquer coisa.
— Então isso faz de nós dois amigos, certo? — Ele sorriu após escutar aquilo.
— Certo.
— Eu te libero dessa punição, pois estou bem. — Disse, se levantando e andando mancando até a porta.
— Eu não me importo de te ajudar, aliás, você salvou minha vida.
— Que nada, eu te devia uma!
— Você ainda lembra daquilo, em?
— Você não lembra o quanto aquilo me irritou? Eu não queria ser a pessoa que era salva, eu queria salvar as outras pessoas, mas nunca tive a oportunidade de salvar você. O Obito eu salvei diversas vezes, como também o coloquei em apuros diversas vezes. — Ambos riram.
— Nós dois não somos exatamente as pessoas mais fáceis de lidar… — Ele sorriu.
— Kakashi?
— Sim? — Ela se virou para ele, colocou a mão sobre a sua máscara.
— Será que… — Ela fez menção a abaixar a máscara. — Posso?
— P-pode. — Ela abaixou sua máscara, podendo observar bem o rosto dele.
— Bem melhor. — Ela colocou a mão sobre seu rosto, fazendo um carinho de leve, e se perguntou o que ela estava fazendo, ele, com o olho fechado, parecia estar apreciando aquele momento. Ela só podia estar maluca. — Não acha? Desculpe, eu nunca tinha o visto sem a máscara até hoje cedo, e gostaria de ver melhor.
— E o que achou? — Ela engoliu seco. — Digo, atendi às expectativas?
— Na verdade, eu sempre achei que escondia algo horrível debaixo dessa máscara, pelo menos esconde algo bom de se ver.
— Vou entender isso como um elogio, obrigado. — Alguém bateu à porta e ela se sentia grata por isso, não entendia o que estava acontecendo ali e nem sabia se queria entender. Kakashi colocou sua máscara de novo, levantou-se e abriu a porta.
— Até que enfim, Namikaze! — Disse Iori entrando na casa, se assustando com a presença do homem ali.
— Então é verdade, vocês estão de castigo, em? — Perguntou Kanji.
— Ora, mas que ótimo castigo então, Kakashi e eu temos nos divertido muito, até dormirmos juntos essa noite. — Provocou ela.
— O QUE?! — Gritou Kanji, ela sabia que ele sentia ciúmes dela desde que eram crianças e ele implicava com Shisui e Obito. Ela gargalhou após ele reagir desse jeito.
— Calma, eu estou brincando. — Disse ela, ainda rindo.
— Mas dormirmos na mesma cama. — Disse Kakashi, Kanji não conseguia disfarçar a cara de ciúmes e raiva naquele momento, parecia que ele iria chamar Kakashi para uma luta na primeira oportunidade.
— Suponho que estava de olho nessa fugitiva, certo? — Indagou Iori.
— Sim, ela não conseguia voltar para casa, e apagou ainda nos meus braços enquanto eu a trazia, depois seu rosto ficou vermelho, como um tomate e eu achei que podia ser febre, quis ficar por perto e ela me forçou a dormir na cama, pois não queria que eu amanhecesse quebrado após passar a noite em uma cadeira.
— Entendo. — Disse Iori se sentando ao lado dela. — Como ela é boazinha, né? — Ela sorriu em deboche à provocação do amigo.
— O que fazem aqui? — Questionou ela.
— Viemos ver se era verdade que vocês estavam de castigo, a Godaime proibiu todos da aldeia de contarem algo sobre o time do Kakashi a vocês.
— Então algo aconteceu?
— Não, ! É caso aconteça. — Ela sabia que Iori estava mentindo, mas não seria fácil descobrir o que aconteceu.
— E viemos ver se está tudo bem, como estão lidando com a companhia um do outro. — Disse Kanji.
— Estamos bem. — Respondeu Kakashi, pensando que poderiam estar melhor se eles não tivessem interrompido. — Na verdade, estava indo levá-la para um passeio.
— Bom, então voltaremos depois. — Disse Iori, levantando-se e puxando Kanji pelo braço.
— Mas… — Kanji foi interrompido.
— Estimamos melhoras, ! — Disse Iori, saindo pela porta.
— Obrigada, rapazes. — Respondeu, confusa. — E então, que passeio é esse? Sabe que não estou bem o suficiente para sair andando por aí.
— Não se preocupe, você não irá fazer esforços, vamos. — Ele virou de costas e se abaixou.
— Tá brincando?
— Não, sobe logo. — Ela engoliu seco e obedeceu. Ele andava calmamente por Konoha com ela nas costas.
— Olha aqui, se for me carregar nas costas que seja rápido para que os outros não vejam.
— Kakashi meu rival! Aí está você, pronto para mais um desafio? — Disse um homem com uma roupa verde e sobrancelhas grossas que surgiu na frente deles, Kakashi colocou de pé no chão.
— Gai, agora não. — Disse Kakashi, sabendo que a garota estava pensativa pela cara que ela estava fazendo.
— Você é a irmã do Yondaime, certo? — Perguntou ele, encarando a garota de pé em sua frente.
— Sim, eu… — Ele a interrompeu, se curvando no chão.
— Me perdoe, senhora!
— Levante-se, não tem motivo para se curvar ou pedir perdão.
— Como não?! Estava tão empolgado com o desafio, que nem sequer me apresentei e desrespeitei a sua presença… — Ela o interrompeu.
— Você é Maito Gai, certo?
— Sim! — Ele começou a chorar — A senhora sabe quem sou?
— Olha, se acalme, e pare de me chamar de senhora! Não sou mais que você, aliás, eu deveria mostrar respeito, já que você é um professor aqui na aldeia. — Ele se curvou de novo.
— Tão nobre atitude! A senhora é incrível.
— Levante-se, Gai! Não precisa disso. — Disse Kakashi.
— Por que o meu rival, Kakashi estava a carregando nas costas?
— Porque eu estou me recuperando de um ferimento e ele estava me levando para dar um passeio, afinal, somos amigos.
— O QUE?! MEU RIVAL KAKASHI É AMIGO DA IRMÃ DO YONDAIME E EU NÃO? EU PODERIA CARREGÁ-LA NAS COSTAS MAIS RÁPIDO QUE ELE! — Ele ficou cabisbaixo.
— Ora, eu não sou uma pessoa muito fácil de fazer amigos, o Kakashi vem tentando faz anos… — Ele virou os olhos escutando aquilo. — Ainda não conheço muitas pessoas direito aqui, pelo tempo que estive longe, então temos tempo para nos conhecer. — Gai sorria e lágrimas escorriam de seus olhos.
— Chega, agora estamos com pressa, por que não deixam isso para depois? — Perguntou Kakashi.
— Foi uma honra, senhora. — Disse Gai se curvando novamente, retribuiu o ato, ela sempre odiou ser tratada como alguém importante por estar à sombra de seu irmão, mas após a morte dele, ela se sentia honrada em ser associada à ele. Kakashi a pegou no colo e com um salto, começou a correr em direção ao Monte Hokage.
— Uma graça, aquele Gai.
— Sério? Você achou isso?
— Sim, achei engraçado e fofo, e ele me fez lembrar o Obito te chamando para um desafio.
— Bom, esse é o Gai. — Kakashi se calou por um longo período.
— Não está com ciúmes, está?
— Ciúmes?
— Sim, eu conheço essas atitudes, convivo com Kanji obcecado por mim desde que éramos crianças, está com ciúmes porque elogiei o Gai?
— Não estou com ciúmes. — Ele chegou ao Monte e a colocou no chão, e ela gargalhou.
— Se você diz, por que me trouxe aqui?
— Daqui de cima podemos ver toda a aldeia, quero que veja, todas essas pessoas aqui, só estão aqui graças ao seu irmão. O Sandaime nunca colocou seu nome no livro de procurados ou te considerou um Nukenin, pois entendia sua dor e tinha esperança que você voltasse e entendesse, a mesma esperança que eu tinha.
— Entendesse o que? — Disse ela, se virando para olhar a aldeia.
— Entendesse que todos aqui são sua família, a família que Minato-sensei deixou para cuidar de você e do Naruto, aqui existem pessoas que dariam a vida por você, assim como seu irmão deu a vida por elas. — Ela respirou fundo, não entendia porque ele estava lhe dizendo aquilo, mas talvez ela realmente precisava escutar isso. — E eu sou uma dessas pessoas.
— Kakashi… — Ela o abraçou.
— Posso até começar a gostar se esses abraços se tornarem frequentes. — Ela o empurrou e riu após ele dizer isso.
— Quando me tornei ANBU a única coisa que eu queria era servir a aldeia de algum jeito, mas eu nunca quis viver à sombra do meu irmão, meus motivos sempre foram os motivos errados, superar alguém, provar que eu não era só a irmã do Yondaime, salvar você… — Ela suspirou e se virou para a aldeia de novo — Eu sou mais forte quando luto por alguém que amo, sempre lutei para proteger os meus amigos, ao invés de lutar para cumprir as missões. “Um ninja que quebra as regras é como lixo…”
— “Mas quem abandona seus amigos, é pior que lixo.” — Completou Kakashi.
— Eles se foram, e um vazio maior ainda cresceu no meu coração.
— O vazio que está em seu coração, se preenche com quem está do seu lado.
— A Tsunade-sensei me disse algo parecido hoje cedo, ela me disse para parar de me prender aos mortos e começar a viver com os vivos.
— Por isso você falou aquilo hoje cedo? — Ela assentiu, apesar de estranhar sentir aquilo, ela sentia que Kakashi era uma boa companhia para ela.
— Obrigada por tanto.
— Eu não fiz nada, só estou te dando um empurrãozinho, cabe a você entender e decidir se vai seguir.
— Eu voltei e quero fazer o que é certo desta vez, protegerei a aldeia e as pessoas que amo com a minha vida, e vou lutar para que jamais se esqueçam da memória de quem se foi.
— Mas vai deixá-los apenas na memória?
— Irei tentar… Sabe, eu nem sempre fui assim. Estar na aldeia sem eles mexe comigo, mas acredito que se você estiver ao meu lado, você, Naruto e o velhote, será mais fácil de conseguir.
— Eu provavelmente estou louco, mas… — Ele abaixou a máscara e chegou perto do rosto dela, ela sentia seu rosto queimar, ele não ia fazer isso, ia? Ele se aproximou, e a puxou pela cintura, então finalmente encostou seus lábios nos dela com um beijo calmo e tranquilo, era a primeira vez que ela fazia aquilo, mas o beijo não durou muito tempo, pois ela o empurrou.
— Você está louco? Não é porque está cuidando de mim que tem o direito de me beijar do nada!
— M-me desculpe.
— Vai embora, Kakashi! Foi um erro sermos amigos.
— Por que acha isso?
— Porque você está confundindo as coisas, idiota! Por que tinha que estragar tudo? Vá embora!
— Calma, .
— Vai embora!!! — Ordenou ela, ele saiu dali, ela se sentou no chão, não tinha noção do que estava fazendo. Se levantou e saiu dali, mancando como estava, passando pela rua mancando e sentindo uma dor extrema, ela não iria desistir de voltar para casa. Conseguia enxergar sua casa nas proximidades.
— Senhora Tsunade, aquela ali é Namikaze? — Perguntou Shizune apontando para uma garota mancando com a mão na barriga, a loira se virou para olhar.
— Oh, não! O que essa garota tem na cabeça e cadê o Kakashi? — Tsunade correu em direção à garota, que começou a ficar tonta, andando sem sair do lugar, sentia que ia cair e caíria sozinha, até que alguém a segurou.
— Kakashi… — Ela apagou, nos braços dele.
— O que aconteceu? Te disse para cuidar dela. — Indagou Tsunade, furiosa.
— Eu a beijei. — Respondeu ele.
— Você o quê?! — Ela respirou fundo — E o que aconteceu?
— Ela me mandou embora.
— Eu deveria saber que isso ia acontecer, tudo bem Kakashi, você está liberado do castigo. Me ajude a levá-la ao hospital.
— Ficarei lá essa noite.
— Kakashi…
— Prometo ir embora quando ela acordar, mas ficarei lá essa noite.
— Tudo bem, vamos Shizune, precisamos levá-la. — Kakashi a pegou no colo e correu em direção ao hospital, e ficou lá durante toda a noite, não podia descrever o tanto que se sentia culpado por ela estar ali, e segurava sua mão com força como um pedido de desculpas, ela abriu um pouco os olhos durante a noite e pôde vê-lo debruçado sobre sua cama e segurando sua mão, sorriu por ter acertado quando caiu, mesmo sem ver quem havia segurado-a, ela tinha certeza de que era ele. Se sentia segura ali, teve medo quando o mandou ir embora e ele foi, por que todos a obedeciam quando ela os mandava ir? Por que as pessoas não podiam ser como o Obito era? Será que alguém vai insistir nela como ele insistia em sua amizade? Olhando para Kakashi ali, ela tinha a resposta para essa última pergunta. Nunca em toda sua vida, ela pensou em se aproximar dele, ela não tinha muita certeza das sensações que aquele beijo causara nela, ela, que era uma confusão, estava completamente perdida.
Fechou seus olhos e descansou tranquila, estava no hospital quando despertou por completo e escutava seus amigos discutindo.
— Você a beijou? — Indagou Iori.
— EU VOU MATÁ-LO!!! — Gritava Kanji — VÁ EMBORA, ELA NÃO TE MANDOU IR EMBORA?
— Eu vou… — Ele respirou fundo. — Passei a noite aqui para assegurar que ela ficasse bem, mas prometi à Tsunade que iria embora antes que ela acordasse.
— Então vá, ela não vai querer olhar na sua cara, e ela não precisa de você!
— Kanji! Não diga isso. — Iori o repreendeu.
— Kakashi… — Sussurrou ela, despertando.
— Estou indo embora. — Respondeu ele.
— Não vá… — Ela abriu os olhos — Fique, você prometeu que eu poderia contar com você para tudo.
, eu… — Ela o interrompeu.
— Você passou a noite inteira aqui, mesmo após eu ter mandado você ir embora, e ainda me segurou quando eu ia cair, minutos depois de eu ter te expulsado. — Ela se sentou, e olhou para ele, que sentiu um arrepio após olhar dentro daqueles olhos. — Você é alguém que eu quero por perto, porque você não desiste da minha confusão. — Ele sorriu após escutar aquilo.
— Você está louca ou são os remédios? Ele te beijou a força e você diz que quer que ele fique por perto? — Questionou Kanji.
— Como se alguém pudesse forçá-la a algo. — Respondeu Iori, sentando-se à cama. — Você está melhor, menina rebelde? — riu fraco escutando aquilo.
— Parece algo que o Akira-sensei diria, mas estou sim, me sinto ótima!
— Sim, porque tivemos que achar algo de efeito imediato, já que você não respeita regras. — Disse a Hokage entrando no quarto. — Kakashi, temo que as notícias não sejam as melhores, Sasuke fugiu da aldeia para encontrar Orochimaru e eu montei uma equipe de busca com Shikamaru Nara como líder, Naruto está nela, é uma equipe de Genin.
— Você mandou Genin atrás dele? — Questionou .
— Todos os Jounin e Chunnin estão ocupados em missões importantes.
— Bom, Orochimaru não seria uma missão rank S?
— Agora eles já estão em missão, faz 2 dias.
— 2 dias que o Sasuke fugiu da aldeia e eu não estou ciente? — Perguntou Kakashi.
— Você teria que ser enviado em missões importantes, e será, só que você estava ocupado e eu quis resolver por conta própria.
— Eu já volto. — Disse ele.
— Kakashi? — Ele se virou para a garota — Traga o Naruto de volta, por favor!
— Trarei! — Eles sorriram.
Namikaze, gostaria de fazer-lhe uma proposta.
— Hogake-sama, estou à ouvidos.
— Como retornou à aldeia, gostaria que retornasse ao seu posto de ANBU.
— É sempre uma honra servi-los. — Ela abaixou a cabeça, curvando-se em respeito.
— Ótimo, como de costume trabalhará sozinha, em algumas missões poderemos designar Iori e Kanji para te acompanhar, mas na maior parte do tempo, será só você. Todas as suas missões serão ultra-secretas, e eu espero que as cumpra com honra, como sempre cumpriu.
— Claro, senhora!
— Darei tempo para que se recupere e resolva sua vida, mas seja rápida, precisamos de você.
— Sim, senhora! — Tsunade saiu do quarto que a garota estava, deixando apenas Kanji e Iori lá.
— Kakashi, em? — Disse Iori.
— Iori, não há nada entre eu e o Kakashi. — Kanji não conseguiu disfarçar o suspiro de alívio quando escutou aquilo.
— Vocês se beijaram… — Iori foi interrompido por Kanji.
— Ele a beijou!
— Nós nos beijamos… — Disse ela, respirando fundo. — O que vocês querem que eu diga? Eu não sei o que ele sente por mim para simplesmente me beijar e tenho medo dos meus sentimentos não atenderem às expectativas dele.
— Você sente algo por ele? — Perguntou Kanji.
— Ele é uma pessoa boa, perdemos pessoas em comum, então achei que podíamos nos apoiar, mas…
— As coisas ficaram intensas?
— Um pouco, Kanji. — Ela suspirou. — Nós dormimos na mesma cama, como sabem, mas foi algo sem maldade, eu só não queria que ele dormisse em uma cadeira por preocupação.
— Então ele está confundindo as coisas? — Questionou Iori.
— Na verdade, quando vocês apareceram na minha casa ontem de manhã, eu havia tirado a máscara dele e acariciado seu rosto. — Ela fechou os olhos após dizer isso.
— Você não entende o que está sentindo agora por nunca ter sentido isso antes, e é completamente normal. — Disse Kanji — Eu nunca pensei que te daria esse tipo de conselho, mas quero te ver feliz. Talvez Kakashi seja uma boa pessoa para ter por perto, mas vocês podem dar pequenos passos, se você estiver insegura.
— Pequenos passos?
— Sim, eu entendo o que o Kanji quer dizer, tudo tem o seu tempo, então não se preocupe, viva um dia de cada vez e no seu tempo.
— Obrigada meninos. — Ela se mexeu para se levantar.
— Onde vai? — Questionou Kanji.
— Preciso resolver a minha vida para retornar à ANBU.
— Me promete uma coisa? — Disse ele, se pondo de pé na frente dela e estendendo a mão para ajudá-la a levantar. — Não nos deixe outra vez. — Ela segurou sua mão.
— Kanji, eu prometo.
— A propósito, o que você fez durante todo esse tempo longe? — Indagou Iori.
— Eu recebia missões secretas diretas do Hokage, eu ficava em uma cidade, e ele me enviava as missões pelos carteiros ninja.
— Quando isso começou a acontecer?
— Alguns meses depois que parti, eu enviei uma carta requisitando missões, não queria me desligar da aldeia por completo, mas eram ultra-secretas, e não posso falar mais sobre elas.
— Você sempre foi a queridinha dos Hokages. — Brincou ele.
— Não diga isso, Iori! Ela sempre conquistou tudo que ela se tornou.
— Obrigada, Kanji! Mas isso não me ofende mais, eles também eram pessoas queridas para mim.
— E onde você pretende ir agora? — Perguntou Kanji, ajudando-a a se levantar.
— Vou esperar Kakashi retornar com o Naruto, eu voltei por ele, quero poder cuidar dele e ser como uma família para ele.
— Eu não sei porque essa obsessão com esse menino, só pela raposa?
— Eu tenho meus motivos. — se sentia culpada por não poder contar aos amigos sua ligação com o Naruto, mas ela só podia voltar para a aldeia se mantivesse segredo, foi isso que o Sandaime disse na primeira carta que ele enviou à ela.
Ela aproveitou o dia para conversar com algumas pessoas na aldeia, só convivia com Kakashi, Iori e Kanji e achava que isso não era lá a melhor rotina que alguém poderia ter. Ela caminhava pela aldeia, até que escutou uma voz familiar.
— Namikaze?
— Ora, se não é o mais inteligente de Konoha.
— Ouvi boatos sobre a sua volta, é bom te ter de volta aqui.
— Obrigada, Shikaku. — Disse ela, se virando para ele. Eles não eram amigos, apenas tiveram que trabalhar juntos algumas vezes.
— Quando voltará à ativa?
— Bom… — Ela colocou a mão atrás da cabeça — Eu ainda estou me recuperando de uma estupidez que cometi, mas em breve voltarei a fazer parte da força militar da aldeia.
— Que bom… — Ele foi interrompido.
— Estupidez? Salvar minha vida foi uma estupidez, hein?
— Hatake, não foi uma estupidez salvar sua vida e sim o jeito que fiz isso.
— Vocês como sempre, brigando como um casal, um dia vocês ficarão juntos! Pode escrever. — Disse Shikaku, rindo.
— Nem pensar!
— Bom, ela não me quer. — Os dois responderam ao mesmo tempo.
— É… Não foi isso que eu quis dizer! E o Naruto, como ele está?
— Bom, eu vim te encontrar e encontrar Shikaku para dizer que eles retornaram e alguns estão gravemente feridos.
— E o Naruto e o pirralho Uchiha? — Perguntou ela.
— Shikamaru?
— O Naruto e Shikamaru estão bem, Naruto sofreu alguns ferimentos profundos, mas vai ficar bem. — Ela não esperou que ele terminasse de falar, e correu em direção ao hospital onde encontrou um Naruto todo enfaixado na cama, conversando com alguns amigos e Tsunade.
— Naruto? — Todos se viraram para ver a mulher parada na porta.
— Ei! É a tia ! — Disse ele.
— Tia? — Perguntou Tsunade.
— Foi um apelido que eu inventei para ela. — Respondeu ele. — Por que está aqui?
— Vim saber se você está bem! — Respondeu, entrando depressa em direção à ele.
— Eu estou bem! E assim que eu sair desse hospital eu vou procurar o Sasuke, eu fiz uma promessa e eu vou cumprir! — Ela sorriu após escutar aquilo.
— Sabe, você me lembra alguém. — Ela respirou fundo.
— Quem? — Perguntou Sakura, que estava no quarto.
— Um amigo que eu tive, o meu melhor amigo, ele era um cabeça oca, considerado a ovelha negra do seu clã! Mas ele era um shinobi incrível, ele nunca desistia e nunca, em hipótese alguma, abandonaria seus amigos! Ele disse uma vez, para me ensinar, algo que ele disse quando queria salvar uma amiga, foi o seu maior ensinamento para mim.
— O que ele disse? — Perguntou Naruto.
— “Aqueles que quebram as regras são como lixo, mas quem abandona seus amigos são piores que lixo!”
— E o que aconteceu com ele? — Perguntou Shikamaru.
— Ele morreu, e acho que ele não teria morrido de outra maneira, para proteger os seus amigos. — Todos sorriram.
— Foi por isso que você foi embora da aldeia? — Perguntou Naruto.
— Não, Naruto. — Disse Tsunade.
— As histórias que eu ouvi é de que você foi embora porque a raposa de nove caudas matou a sua família e você não queria viver no mesmo lugar onde aquilo tudo aconteceu. — Disse Shikamaru.
— E você ouviu certo, eu fui covarde e achei que trabalhar pela aldeia de longe seria melhor do que viver aqui, mas sabem de uma coisa? Não dá para fugir da dor, quando você perde uma pessoa que você ama, você tem que aprender a lidar com isso e não tentar fugir da dor ou acabar com a sua vida também. As pessoas que se foram nunca gostariam de te ver sofrendo, mas quando elas partem, elas esperam que você possa superar e continuar de onde vocês pararam, carregar a memória de alguém no peito não é um problema, desde que você não se mate aos poucos junto com eles. Temos que aprender a lidar com a dor.
— Você sente falta dele? Do seu amigo? — Perguntou Sakura.
— Sinto, e me arrependo de nunca ter dito a ele o quanto ele era necessário e importante para mim, mas eu não posso mudar o passado. — Ela respirou fundo. — Não se preocupem, crianças! Tudo vai dar certo! — Ela sorriu, e se retirou da sala.
— Foi um lindo discurso. — Disse Kakashi que a esperava do lado de fora.
— Hatake… — Ela respirou fundo.
— Eu sei, eu vou me afastar.
— Eu não ia dizer isso, se lembra do dia que o Obito morreu? — Ele assentiu — Eu pensei em falar com você de algum jeito, mas eu não sabia como, então só parei de frente para você e te encarei.
— Eu me lembro.
— E quando a Rin morreu, eu me senti egoísta por me sentir aliviada por não ter sido o Minato a baixa do time 7, e quando eu te vi, eu não sabia o que falar de novo, então simplesmente te abracei.
— Sim, mas o que… — Ela o interrompeu, com um abraço, e ele entendeu o que ela quis dizer.
— Eu sinto muito por te afastar, eu não faço ideia do que fazer ou do que você esteja pensando para me beijar, mas eu não quero que você se afaste de mim.

— Só quero que saiba que eu vou voltar para a unidade ANBU, e talvez isso possa nos afastar um pouco, mas eu não quero que você fique longe. Iori e Kanji disseram algo sobre pequenos passos e…
— Pequenos passos são uma ótima ideia. — Ela sorriu após ouvir aquilo — Me desculpe pelo beijo, isso não vai mais acontecer, os momentos que tivemos naquele dia pela manhã…
— Eu sei. — Disse ela, o interrompendo. — Eu não entendo direito algumas coisas, eu sou uma confusão completa e eu só voltei para acertar as coisas com o Naruto, eu não pensei que… — Ela suspirou — Que alguém bagunçaria minha cabeça assim, e muito menos que esse alguém fosse você. Eu voltei para arrumar minha vida e… — Ele a interrompeu.
— Me desculpe por bagunçar a sua vida.
— Pare de me interromper! Eu deixei o Obito partir e nunca disse à ele o quanto eu o queria por perto, e o quanto ele era incrível mesmo sendo insuportável e eu não vou cometer esse erro com você também! Kakashi, se tê-lo por perto irá bagunçar a minha vida, então eu devo começar a me adaptar à bagunça, pois eu não te quero longe.
— Você acha que vale a pena?
— Eu sempre gostei de correr riscos, mas como eu disse, pequenos passos. — Ambos sorriram e se abraçaram, Tsunade que estava escutando tudo, sorriu. Sabia que aqueles dois dariam nisso, desde crianças eles sentiam algo um pelo outro, mas eram muito teimosos para perceber.
-sama! — Disse Sakura correndo na direção deles.
— O que foi, Sakura? — Perguntou a mulher assustada.
— Eu queria… — Disse ela ofegante. — Queria que me ajudasse a treinar.
— Como?
— Você disse que eu poderia acompanhar vocês no treinamento… — A mulher a interrompeu.
— Sim, mas nem treinamos ainda.
— Eu preciso me sentir útil! — Os olhos da menina estavam cheios de lágrimas e a mais velha sentiu pena.
— Como eu disse, eu não sou a pessoa certa para o seu treinamento e você irá descobrir isso, mas posso te ajudar.


Capítulo 6: Novos alunos e uma nova companhia

levou a garota até o campo de treinamento atrás de sua casa e quando chegaram lá, ela se sentou na grama.
— Por que você quer treinar comigo? — Perguntou ela.
— Eu quero salvar o Sasuke. — A mais velha suspirou ouvindo aquilo.
— Sabe, Sakura? Eu não sou a melhor pessoa para falar de sentimentos, mas se hoje eu me tornei uma excelente kunoichi é porque eu me preocupei mais em treinar do que com garotos. — As duas suspiraram. — Mas, as minhas perdas me tornaram mais forte, e treinar para ajudar aqueles que amo me fez ser quem sou. — Sakura então sorriu escutando aquilo. — Pelo que eu sei, você tem um soco bastante forte, né?
— Sim, pelo menos quando eu acerto o Naruto. — As duas riram.
— Bom, meu treinamento é dividido em 3 etapas: controle de chakra, equipamentos ninja, e ninjutsu, genjutsu ou taijutsu, dependendo da especialidade de cada pessoa. — A garota assentiu. — Mas como você já controla bem o seu chakra, vamos começar pelo treinamento de shurikens, certo?
— Certo! — A mais velha tirou shurikens da sua bolsa de equipamentos, em um salto, lançou-as e depois lançou mais uma, acertando todos os alvos.
— Agora é sua vez, encontre seu jeito de acertar, estarei te observando. — Ela se afastou e observou a garota, acertou alguns alvos, então em outro salto, ela lançou mais shurikens, e a mais velha lançou uma que acertou as dela.
— Eu ia conseguir!
— Não, não ia! E se você não consegue acertar shurikens, não podemos continuar o treinamento! — Ela se virou, deixando Sakura para trás, a garota em um salto lançou mais shurikens, acertando quase todos os alvos. se virou e viu aquilo, em 3 tentativas ela já tinha conseguido acertar quase todos os alvos, ela mesma havia levado um dia inteiro para conseguir aquilo.
— Sensei, espera! Eu vou conseguir! — caminhou até perto dela.
— Eu sei que vai, e nunca deixe ninguém te convencer do contrário! Vamos continuar! Encontre seu próprio estilo, Sakura, não tente imitar o meu. — A mais nova assentiu. se sentou para observá-la, levaram mais umas duas horas ali, até que deram um passo enorme, ela acertou todos, menos um.
— Droga! — Exclamou ela.
— Podemos continuar outra hora, Sakura! Você foi bem, lembra quando eu lancei uma outra após lançar as primeiras? Então, eu vou te explicar melhor como isso funciona no próximo treinamento, agora eu tenho que ir! Se quiser continuar aí tentando, fique à vontade!
— Obrigada, sensei!

Após a conversa que teve com Kakashi e o treino com a Sakura, retornou à sua casa e se preparou para o longo dia que teria quando acordasse, e assim que despertou soube que Naruto havia fugido do hospital, não havia dúvidas de que aquele garoto era sobrinho dela! Ela ainda não conseguia esquecer o apelido “Sábio tarado” e gargalhava só de lembrar. Ela teria um longo dia de reunião com a Hokage e aquilo seria doloroso.
— Hokage-sama! — Disse ela, entrando no escritório de Tsunade.
Namikaze! Que bom que chegou, eu não preciso te explicar muita coisa, até porque você já passou por tudo isso antes, teremos uma longa reunião com o conselho e o chefe da ANBU, eles querem ouvir da sua boca o relatório de todas as missões que você esteve nesse tempo que estava fora da aldeia, querem ter certeza se podem confiar em você. — assentiu, sabia que aquilo iria acontecer, graças à Sarutobi ela não se tornou um ninja renegado, mas suas missões eram tão secretas que nem mesmo Jiraya ou Kakashi poderiam saber delas. Contar aos conselheiros e ao chefe da ANBU sobre elas não seria problema, aliás ela se lembrava de cada missão fria que ela teve que cumprir, e todas concluídas com êxito. Como era de se esperar, o dia fora longo o suficiente para que ela saísse de lá ao anoitecer, aquela reunião tivera sido extremamente chata, ela se pôs a caminhar pela aldeia e pôde observar a Sakura indo em direção à saída da aldeia, então resolveu segui-la. Até que quando a garota parou na saída da aldeia, ela sentiu outra presença e dessa vez era a de Naruto, mas havia uma outra presença ali que ela também conhecia. Ela observava os dois conversando e a ideia maluca de ir atrás de Sasuke que o Naruto concordou e ainda disse que iria junto, estava pronta para impedi-los, mas alguém fez isso antes.
— Ei vocês! — Disse Jiraya, saltando na frente dos dois
— Sábio tarado! — Exclamou Naruto.
— Se abandonarem a aldeia sem permissão sabem que serão presos como ninjas patifes, certo?
— Não adianta tentar nos impedir!
— Não vou impedi-los. — Naruto fez uma cara confusa após ouvir isso — A Hokage deu uma missão a vocês: investigar o País dos Campos de Arroz e informar onde fica a Aldeia do Som para onde Sasuke foi levado. A missão foi passada para três pessoas, portanto vocês seguirão as minhas ordens. Entendido? — Disse ele, não sabia se ficava preocupada ou aliviada por Jiraya ter aparecido ali. — , espiando pelas árvores? — A garota saltou entre eles.
— Velhote.
— Ei, Tia! — Disse Naruto. — Vai com a gente?
— Eu gostaria. — Naruto sorriu após ouvir aquilo. — Mas não posso, porém tenho plena confiança que Jiraya irá ser um ótimo líder nessa missão.
— Serei!
— É claro que será, não vai querer ter umas costelas quebradas se não for, ou vai? — Ele engoliu seco e acenou com a cabeça em sinal negativo — Foi o que pensei. Naruto, eu tenho um presente para você. — Jiraya arregalou os olhos quando viu o que ela estava prestes a entregar para o garoto, aquela pulseira, era como ela e Minato sabiam quando o outro estava em perigo, mas ele não usava, apenas quando ela saía em missões perigosas. Deve ser por isso que ela ainda tem a pulseira. — Era algo que pertencia ao Yondaime, meu irmão, acho que seria um bom presente.
— Nossa! Tem certeza? — Perguntou ele.
— Sim, é seu!
— Obrigado, Tia! — Disse ele, colocando a pulseira em seu braço.
— Boa sorte em sua missão. — Todos sorriram.
— Obrigada! — Disse Sakura, eles acenaram e se foram. Desde que bateu os olhos naquele pirralho Uchiha ela tinha certeza de que ele traria problemas, mas tentava entendê-lo, afinal, as mágoas a fizeram crescer. Ela caminhou até sua casa onde se deparou com Kakashi de pé, aparentemente havia batido na porta, e estava esperando resposta.
— Não tem ninguém em casa. — Disse ela, se aproximando da escadinha que em frente à porta.
— Ora, mas eu estou ouvindo a sua voz.
— Sim, porque eu estou atrás de você. — Ele se virou e gargalhou.
— Eu havia te visto chegar! — Disse ele, com uma mão atrás da cabeça.
— Sei. — Ele abriu espaço para que ela passasse. — Vem cá, você não tem casa não? — Disse ela, destrancando a porta.
— Tenho, mas…
— A minha casa parece mais legal para você? Entendi! Entre, homem, e diga o que quer. — Disse ela, tirando os sapatos e o kimono, ficando apenas de blusa e calça.
— Queria te chamar para jantar! — Ela sorriu após escutar aquilo.
— Ótimo!!! — Exclamou ela em um salto — Você vai cozinhar? Por favor, eu estou exausta e… — Ele levantou umas sacolas. — RAMEN DO ICHIRAKU? Ah Kakashi, eu poderia te dar um beijo agora. — Disse ela, sem se dar conta do que havia dito, sua fome falava mais alto, correu em direção à sacola e correu para a mesa de jantar.
— Você percebeu o que disse? — Perguntou ele, se aproximando.
— Sim! — Disse ela, pegando o hashi e levando o ramen à boca. — Mas estou com muita fome para me explicar ou tentar arrumar. — Disse, com a boca cheia, Kakashi riu, ela e o Naruto se pareciam bastante.
— Posso me juntar? — Ela fez um sinal com as mãos para que ele se sentasse, e continuou a comer, sem parar. — O que vai fazer amanhã?
— Não sei, algum tipo de missão com alguns gennin.
— Por que vai em missão com gennins?
— Eu deveria voltar para a unidade ANBU, mas o capitão pediu que eu fosse avaliada em algumas missões antes, na verdade, eu não sei quando serei enviada em missão. Eu espero muito que seja amanhã.
— Mas você já saiu em uma missão comigo.
— Sim, mas eu falhei, a missão foi um sucesso, eu sei. Mas eu agi sem pensar, poderia ter pensado em outro jeito de bloquear o ataque e fiquei dias hospitalizada, não posso sair em missões sozinha se eu não usar a minha mente e poder concluir missões sem voltar quase morta.
— Sozinha? De novo? — Ela suspirou ao escutar essa pergunta.
— Aparentemente as únicas pessoas que eu já me dei bem em missão, sem ser Iori e Kanji, estão mortos! Ah, e tem você, mas eles não têm muito interesse de te incluir nas minhas missões, aparentemente dois Jounin com o nosso nível de habilidade em uma mesma missão, seria desperdício.
— Que pena, trabalhamos bem juntos! — Disse ele, de boca cheia e ela ao perceber que estava comendo, olhou seu rosto sem máscara novamente, por que ele tinha que tirar a máscara? Ela respirou fundo.
— É uma pena mesmo. — Respondeu ela, Kakashi via que não estavam indo à lugar algum, então se lembrou dos conselhos que Jiraya deu.
— Apesar de que… — A garota arqueou uma sobrancelha enquanto comia. — Acho que é melhor assim. — Ela deu de ombros escutando aquilo.
— Por mim, tanto faz! Tenho que conviver com você de qualquer maneira, estando em missões juntos ou não, você é… Como era que eu te chamava mesmo?
— Karma que seu irmão deixou grudado no seu pé. — Respondeu ele, virando os olhos, e ela gargalhou.
— Exatamente. — Ela voltou a comer, ainda rindo.
— Você não deveria ver por este ângulo.
— Ah, não deveria? Deveria ver por qual, então?
— Que eu sou um presente que seu irmão deixou para cuidar de você. — Ela gargalhou alto.
— Você é um piadista, Hatake! — Ela era muito melhor naquilo do que ele, e estava na hora dele colocar os conselhos do Jiraya em prática. Ele se levantou.
— Nos vemos amanhã. — Ela fez uma cara confusa.
— Ficou chateado? — Ele se virou e acenou, saindo pela porta, ela ficou confusa. Ela já havia dito coisas piores e ele não havia se chateado, não entendia o porquê dele estar tão sensível. De qualquer forma, sobrou mais comida para ela, aquele homem era um anjo enviado dos céus para salvar a sua noite, mas ela nunca diria isso à ele. Após comer todo aquele ramen sozinha, ela subiu para o quarto onde se deitou e logo apagou. Kakashi estava em cima de um telhado lendo Jardim dos Amassos e se lembrava mais uma vez dos conselhos do velho Jiraya, e tinha tudo arquitetado.
No dia seguinte, quando acordou e saiu de casa, a primeira pessoa que vou foi Gai.
— Ei, ! — Disse ele, com um aceno e um sorriso.
— Oi, Gai! — Ela sorriu.
— Estava pensando se podia me ajudar com uma coisa.
— Bom, se estiver ao meu alcance, certamente ajudarei! — Ele ficou empolgado após escutar aquilo.
— Preciso dos seus conselhos, uma bela dama, pois o meu rival Kakashi está namorando… — Ela o interrompeu.
— Não, eu e o Kakashi não temos nada, eu já disse.
— Bom, eu pensei que… — Ela o interrompeu novamente.
— Pensou errado, aliás, você viu algum sinal daquele idiota do Hatake por aí?
— Não, o que aconteceu?
— Ele saiu estranho da minha casa ontem à noite, parecia que tinha ficado chateado, mas eu não entendi porque ele estava tão sensível.
— O Kakashi? Meu rival? — Ela assentiu. — Sensível?
— Acredite se quiser. — Ela deu de ombros. — Bom, a Godaime está me chamando, preciso ir antes que ela se enfureça.
— Ela não dá medo quando fica assim? — riu do homem.
— Eu não acho, bom te ver Gai, agora devo me apressar. — Ela e o homem acenaram um para o outro, correu até o escritório de Tsunade.
— Está atrasada! — Exclamou a mais velha.
— Ainda não inventei um teleporte bom o suficiente para atender às suas expectativas. — Respondeu ela.
— Tanto faz! — Tsunade deu de ombros. — Você vai ficar com 2 gennin, Hinata e Kiba, e irão esperar meu contato. Preciso que se apresentem e que você conheça a habilidade de cada para criar uma formação, assim que aparecer uma missão que se enquadre com a sua equipe, eu mandarei avisar. — apenas assentiu. — Por que está com essa cara esquisita?
— Ah… — Ela suspirou.
— Algum problema com o Kakashi? — apenas abaixou a cabeça. — Desembucha.
— Na verdade, eu ainda não sei, mas a gente estava fazendo as mesmas coisas de sempre, implicando um com o outro e ele saiu da minha casa ontem como se tivesse se ofendido.
— Que estranho, vocês vivem em pé de guerra desde que se conheceram e nunca vi ele demonstrar que estava se sentindo ofendido.
— Exatamente. — A mais nova suspirou, olhou para os papéis em sua mão. — Vou procurar os Gennin. — Ela se retirou da sala deixando Tsunade preocupada.

No caminho para o lugar do encontro, ela pôde enxergar Kakashi sentado lendo um dos livros do Jiraya, correu até ele.
— Ei, por onde andou? Você está bem? — Ele continuou lendo, ela abaixou o livro com a mão. — Estou falando com você, Hatake.
— Ah, oi! — Respondeu ele.
— Você sumiu, saiu estranho da minha casa ontem à noite, o que aconteceu?
— Bom, isso não é da sua conta. — A garota engoliu seco e fez uma cara de espanto.
— Você está tirando uma com a minha cara, Hatake? — Ele voltou o olhar para o livro, ignorando a presença da garota. — Kakashi! Não me ignore! — Ela tirou o livro da mão dele.
, o que você quer?
— Eu quero entender porque você saiu daquele jeito ontem, e me des… — Ele a interrompeu.
— Eu já disse que isso não é da sua conta, eu tenho que ir. — Ele desapareceu, ela não entendia todo aquele desprezo do nada, e se sentia do tamanho de uma formiga. Do mesmo jeito que se sentiu anos atrás, todas as vezes que tentou se aproximar dele. Ela bufou.
— Idiota. — Disse, em um grunhido. Saiu caminhando até o lugar que Tsunade marcou para que ela encontrasse os Gennin. Quando chegou, ela viu uma menina de cabelo preto e um garoto com um cachorrinho.
— Você é -sensei, certo? — Perguntou o garoto.
— Eu mesma, vocês devem ser Hinata e Kiba! — Eles assentiram. — Eu não serei sensei de vocês por muito tempo, vocês foram os escolhidos porque Tsunade-sama acredita que possamos nos ajudar, então eu vou confiar em vocês. Como acabamos de nos conhecer, quero manter a boa impressão, então tirem o dia de folga! Amanhã, bem cedo, quero os dois aqui! Estão dispensados.
— Certo! — Disseram os dois em coro, e ali eles se separaram, caminhou para o memorial da pedra, queria conversar com Obito e mesmo sabendo que não teria resposta, seria reconfortante para ela. Era incrivelmente estranho o quanto ele se tornou seu confidente, e não ter ele ali, naquele momento… Era difícil, ela odiava se apegar nas pessoas e de algum modo se tornar dependente delas, mas ela sempre acabava fazendo isso, se sentou em frente àquela pedra e respirou fundo.
— É estranho estar aqui e ler o nome de vocês, Akira-sensei, Obito. Mas hoje eu só vim para conversar com o Obito, talvez eu esteja louca. — Ela riu fraco. — Eu tive algum tipo de momento com o Kakashi, ele me beijou e agora ele está me evitando, ou melhor, desprezando e eu fiquei com tanta raiva… Mas parando pra pensar, isso não tem sentido nenhum, eu pensei que o conhecia o suficiente para prever alguma estupidez, mas desde que retornei, eu não consigo prever nada que ele vá fazer. Eu não sei como agir e só queria um de vocês aqui, o velhote saiu em missão, e só me restou a Tsunade-sensei, confesso que é estranho chamá-la por “sama” “Godaime” ou “Hokage”, mas em breve me acostumarei e irei parar de chamá-la de sensei, voltando ao nosso assunto… — Ela suspirou. — Não posso falar disso com Iori e Kanji, eu sei que eles são meus amigos, mas Kanji me crucificaria e me chamaria de idiota na primeira oportunidade, eu não quero me fechar de novo. Kakashi e Jiraya-sama continuaram o que você começou, a me despertar e me fazer desabrochar, com os pequenos passos que o Kanji me falou. — Ela se deitou. — Odeio a vida. — Suspirou.
— E posso saber o motivo? — Perguntou uma voz masculina se aproximando.
— A vida é injusta e complicada, as pessoas são estranhas e confusas, enfim, quando você pensa que tudo está se arrumando, no final você percebe que está enganado. — Ela riu fraco — E eu que disse que poderia viver na bagunça.
— Mas a vida também tem muitas coisas boas para nos oferecer, e são essas coisas que criam um equilíbrio na balança de coisas ruins e boas. — O homem se sentou ao lado dela. — Cabe a você decidir onde vai colocar o peso da importância, ou decidir qual será a quantidade do peso da importância que você vai dar àquela coisa. — Ela se virou para o homem parado ao seu lado, com uma marca no rosto.
— Obrigada, estranho. — Ela sorriu.
— Me chamo Iruka, Umino Iruka. — Ele sorriu de volta para ela, que já havia escutado seu nome.
— O sensei do Naruto? — Ele assentiu. — Me chamo , Namikaze . — Ele arregalou os olhos.
— Como o Yondaime?
— Exatamente como o Yondaime. — Ela sorriu.
— Então você é a irmã que partiu anos atrás? O Sandaime sempre nos lembrava de suas habilidades incríveis, e torcia para que você concordasse em nos ajudar de dentro.
— Hiruzen era um bom homem, me procurou para que eu não me tornasse um ninja patife, e me enviava em missões para que eu continuasse colaborando com a aldeia, eu lamento muito por sua morte, talvez se eu estivesse aqui… — Ele a interrompeu.
— Não pense assim, ele deu sua vida pela aldeia como um verdadeiro Hokage, como seu irmão fez. — Ele colocou uma mão sobre o ombro da garota que sorriu.
— E como eu faria, e farei se for necessário. — Ela sorriu. — Então… me conte mais sobre o Naruto.
— O Naruto? Não acho que vou te contar coisas que já não tenha escutado de Jiraya-sama e Kakashi.
— Como ele era na academia?
— Um péssimo aluno, não conseguia fazer um simples jutsu clone das sombras, mas ele superou isso e hoje esse é o jutsu registrado dele.
— Que bom! — Ela sorriu. — Não seria o chakra da Kyuubi que o impedia de fazer isso?
— Como?
— Naruto é do clã Uzumaki, e eles tem uma imensidade de chakra surreal, se ele não tinha chakra para fazer isso… estou certa de que a Kyuubi o impedia.
— Eu não havia parado para pensar nisso. — Ele ficou pensativo.
— De qualquer forma, agora ele consegue! E está sendo treinado por um dos Sannin Lendários! Ele vai ficar bem. — Eles sorriram.
— Com certeza. — Ele se deitou um pouco, apoiando as mãos para trás, e observando as nuvens. — E então, o que fazia aqui?
— Estava batendo um papo com os mortos. — Brincou ela.
— Como assim? — Ele a encarou confuso.
— Essa pedra, para mim, representa os que se foram… até quem não está com o nome gravado aqui, no meu coração, é como se estivesse. Então ficar aqui, faz com que eu me sinta mais perto deles. É loucura, eu sei.
— Não é loucura, se te conforta e te faz se sentir de algum modo perto deles, então não tem nada de errado nisso. — Ela sorriu escutando aquilo, e teve certeza que Naruto esteve em boas mãos durante esse tempo.
— Bom, não tenho dúvidas que você foi um ótimo sensei para o Naruto, adoraria vê-lo mais vezes, Iruka. — Ela sorriu, ele corou após ouvir aquilo, e talvez tenha corado mais ainda quando ela se levantou e olhou em seus olhos, o que eram aqueles olhos azuis? Eram frios, e profundos, talvez ele tenha sentido um frio na espinha e um arrepio correr pelo seu corpo. — Iruka? — Ele despertou do transe em que entrara.
— Sim? Me desculpe, obrigado, você é muito gentil! Espero revê-la mesmo! — Disse ele, meio sem jeito e sorrindo. Ela riu fraco, e caminhou à caminho de casa. Aquela conversa que teve com Iruka fez tão bem à ela, que sentia que estava desabrochando cada vez mais, estaria ela amolecendo? Ela riu sozinha só de pensar nisso. Enquanto caminhava pensava no quanto se abrir à conhecer novas pessoas e viver novas experiências parecia ser legal para ela, e Iruka parecia ser alguém que seria bom manter por perto.


Capítulo 7: Criando laços

No dia seguinte, havia se esquecido totalmente que marcara com Hinata e Kiba e estava atrasada, se Tsunade soubesse disso, ela estaria frita.
— Droga! — Resmungou ela, correndo em direção ao local de encontro.
— Está atrasada! — Disse Kiba, apontando para ela, e seu cachorro latiu.
— Desculpem, prometo que pago o almoço para compensar!
— Quem você acha que nós somos? O Choji ou o Naruto? — Ela ficou com cara de boba, após a resposta do garoto.
— Bom, era só uma maneira de me desculpar! — Respondeu, dando de ombros.
— Nós aceitamos, mas só dessa vez. — Disse o garoto e ela sorriu.
— Bom, eu preciso conhecer as habilidades de vocês para montar uma formação que dê certo, eu conheço sobre o byakugan e sei do seu olfato aguçado, Kiba. Então, vamos fazer uma brincadeira.
— Brincadeira? — Perguntou Hinata.
— Não somos mais crianças para brincadeiras! — Resmungou Kiba.
— Certo, chamem de desafio então! Geralmente isso funciona como um teste quando vocês saem da academia, mas vocês já são Gennin, então vai servir apenas para que eu conheça as habilidades de vocês. Seria melhor se estivéssemos em 4, não que eu não esteja contando o cachorro, é… Qual o nome dele mesmo?
— Akamaru. — Respondeu Kiba.
— Isso, não é que eu não esteja contando com o Akamaru, mas seria melhor se fossem 3 Gennin. — Ela colocou a mão no bolso. — De qualquer forma, vocês precisam tirar esses guizos de mim. — Os dois se espantaram, e assentiram. — Lembrem-se! Trabalho em equipe! — Ela sabia que aquilo não seria difícil para eles, já que são do mesmo time. Mas pegar os guizos era impossível, até mesmo para Naruto, ela era a ninja mais rápida da Aldeia, e ainda usava o hiraishin. Ela gostou de ver o desempenho de Kiba e Akamaru, e o esforço que Hinata, que com certeza estava se tornando uma excelente kunoichi, mas como o esperado, os guizos continuaram intactos. Ela fez um sinal com a mão para que parassem.
— Vocês foram muito bem! — Disse ela.
— Mas não pegamos os guizos! — Retrucou Kiba e Hinata assentiu.
— Vocês têm mais um integrante no seu time, certo?
— Sim, temos o Shino! — Respondeu Hinata.
— Bom, para quem está acostumado com uma formação em trio, acredito que se saíram muito bem! E não se preocupem com os guizos, vocês não iriam conseguir tirá-los de mim mesmo. — Os dois abaixaram a cabeça. — Por que estão cabisbaixos? Eu disse que se saíram bem, vocês estão no nível Gennin, podemos repetir isso quando se tornarem ao menos Chunnin, certo? Eu sou Jounin, e já fui até mesmo da ANBU. — Os dois se espantaram.
— Como o Kakashi-sensei? — Perguntou Hinata.
— Exatamente como o Hatake, temos a mesma trajetória de vida, o que nos difere é que eu parti, enquanto ele ficou aqui. — Ela sorriu. — Vocês vêm almoçar comigo?
— Na verdade, sensei, eu tenho que ir para casa! Mas podemos jantar todos juntos! — Respondeu Hinata.
— Ótimo, então jantamos juntos! — Disse Kiba e Akamaru latiu.
— Certo, mas aguardem contato, poderemos ser mandados em alguma missão em breve!
— Certo, tchau sensei! — Disse Kiba acenando e saindo de sua visão.
— Até mais! — Hinata acenou e correu em direção à sua casa.
— Então agora você é chamada de sensei? — Disse uma voz masculina conhecida soando atrás dela.
— Não é um sonho, Hatake? O que faz aqui?
— Só estava de passagem. — Disse ele.
— Bom, eu adoraria ficar e conversar, mas irei procurar o Iruka para me fazer companhia no almoço. — Ele sentiu uma pontada no peito.
— Está de bom humor, não estava assim da última vez que a vi.
— Sim, é verdade. — Ela suspirou. — Mas tive uma excelente conversa com Iruka, e passar o dia com esses dois, melhorou tudo!
— Entendo… — Ele ficou pensativo, de cabeça baixa, e respirou fundo. — Pensei em te convidar para almoçar e conversarmos um pouco… Mas vejo que fez novas amizades e fico feliz por você, o Iruka é uma boa companhia.
— Ele é, não é? É alguém que te faz querer ficar perto dele. — Ela sorriu fraco, mas se sentiu culpada, pois entendia a solidão do homem. — Eu adoraria conversar, mas decidi te dar o mesmo tratamento que você vem me dado durante todos esses anos.
— Entendo. — Ele sorriu forçado e desapareceu.
— Sensei! — Gritou Kiba de longe. — Não se atrase da próxima vez! — Ela gargalhou.
— Ai, essas crianças são ótimas. — Ela pensou alto.
— Eu ouvi errado ou o Kiba te chamou de sensei? — Perguntou Iruka.
— Iruka! Era você quem eu estava procurando! — Eles sorriram. — Sim, eles inventaram isso hoje. — Ela riu.
— São crianças de ouro, não são?
— Com certeza. — Eles sorriram.
— E então, por que me procurava?
— Queria uma companhia para almoçar comigo no Ichiraku.
— Bom, eu estava indo para lá! — Ela sorriu empolgada após ouvir isso.
— Ótimo! A conversa que tivemos ontem me fez querer revê-lo o mais rápido possível. — Ambos sorriram e caminharam conversando até o Ichiraku.
— Então, o plano deu errado e ela ainda encontrou outra companhia. — Disse Kakashi, pensando alto e observando Iruka e de cima de uma árvore. Ela parecia feliz, o jeito que ela sorria a cada frase que Iruka dizia o preocupava, será que ele havia a perdido? Ele não teria como competir com outra pessoa, não saberia como lutar por ela, mas deveria. Ele vem sentindo isso faz tanto tempo e agora ela finalmente está aqui, e ele a deixou escapar pelos seus dedos, mas vê-la ao lado de Iruka… talvez ele só estivesse imaginando coisas, ela tem o direito de fazer novos amigos, aliás, faria bem para ela.

— E foi assim que eu comecei a me sentir uma super egoísta, e o Obito me explicou que era completamente normal me sentir daquele jeito… Devo tudo à ele, sabe, eu tive uma família... — fez uma pausa dramática e suspirou. — Não foi a mais perfeita, composta por um pai, uma mãe, mas foi a melhor de todas. Eu tinha 3 irmãos e um velhote, que eu costumava a chamar de vovô e eu devo tudo à eles! Ah, e teve o Shisui, que pra mim era como se fosse a minha metade, sinto falta dele…
— É uma pena eles terem partido, mas todos ainda vivem dentro de você, com as lembranças boas e os aprendizados que eles te deixaram. — Disse Iruka, ela sorriu.
— Você é um homem sábio.
— Eu? — Ele riu. — Se você diz, mas mudando de assunto, já decidiu o que vai fazer em relação ao Kakashi?
— Ah, sim! Eu decidi tratá-lo do mesmo jeito que ele me trata, estou cansada.
— E o que seria essa relação de vocês?
— Kakashi e eu nunca fomos exatamente amigos, apesar de sempre termos compartilhado missões, eu tentava me aproximar, mas eu era muito fechada, sabe? Não que hoje eu não seja. — Ela riu fraco fazendo-o rir. — Mas eu não era o tipo de pessoa que chegaria aqui no Ichiraku e conversaria esse tipo de coisa com alguém que conheci hoje. As únicas pessoas com quem eu conseguia me abrir, tirando meus irmãos e o Jiraya, foram Obito e Shisui. O Obito foi muito mais que um amigo para mim, foi como um irmão, mas o Shisui era como se fosse a minha metade… Enfim, voltando ao assunto, eu tentava me aproximar, tentei entendê-lo por diversas vezes, mas ele era um idiota. Só que compartilhamos as mesmas dores. — Kakashi se aproxima do Ichiraku após perceber que ele era o assunto da conversa. — Eu o conheço bem, confesso que tinha ciúmes do meu irmão com eles, mas hoje é diferente… Quando eu voltei e escutei ele dizer que sentiu a dor da perda quando eu fui embora e que nunca achou que teria esse sentimento de perda comigo, eu pude entender o porquê de eu pensar nele quando vinha pra cá, e então desde esse dia as coisas ficaram intensas, mas no fim, somos apenas duas pessoas tentando ser amigos.— Ela suspirou, Iruka colocou a mão sobre seu ombro e sorriu. Ela percebeu a presença de alguém ali. Era ele. — Hatake.
— Namikaze, Iruka! — Disse ele entrando no Ichiraku e se sentando. — Desculpe atrapalhar, não sabia que ainda estavam aqui.
— Tudo bem, Kakashi. — Disse Iruka sorrindo e ela deu de ombros.
— Agora voltando ao que eu estava dizendo antes, Iori e Kanji são meus companheiros de academia, éramos o time 3. O Iori é ótimo com jutsus de água e domina os elementos terra e fogo também, e Kanji tem um jutsu único, domina o elemento raio como eu, éramos um bom time e Akira-sensei era um excelente mestre
— Mas é só isso? — Perguntou Iruka, comendo.
— Não, eles são minha família também. O Iori é doce, acata ordens e é um amigo carinhoso, já o Kanji é ciumento, teimoso e cabeça oca, mas é um bom amigo. — Iruka gargalhou da descrição que a garota fez e Kakashi riu baixinho. — Quer se juntar à nós, Hatake?
— Não, obrigado! Eu não quero atrapalhar, pedi para viagem.
— Ah vamos! Estamos falando dos velhos tempos, ninguém melhor que você para essa conversa. — Disse ela, ele sorriu.
— Tudo bem então. — Iruka e sorriram.
— Enfim, de todos os males que aconteceu eu carrego boas lembranças. — Disse ela.
— Lembra de quando nossos times foram juntos naquela missão na guerra? — Perguntou Kakashi.
— Sim, eu me lembro.
— Vocês foram em missões na guerra? — Perguntou Iruka, os dois assentiram.
— Fomos em muitas juntos, mas sei de qual Kakashi está falando.
— Da primeira. — Disseram juntos.


Durante a guerra…

— É impossível que esse garoto não consiga chegar no horário. — Disse , se referindo à Obito, seus companheiros e até mesmo Kakashi assentiram.
— Ele já vai chegar. — Disse Rin. — Veja, ele está vindo.
— Finalmente, Obito. — Disse Minato, levantou os braços em comemoração.
— Onde estava? — Perguntou ela.
— Me desculpem, estava ajudando uma senhora. — Por um momento a raiva de passou.
— Obito, estamos indo para uma missão que poderá nos ajudar a vencer a guerra, sei que deve ter tido um bom motivo, mas por favor, tenha mais responsabilidade. — Obito assentiu, Minato sorriu em ver sua irmã falando com cuidado ao invés de ofender e resmungar.
? Posso te fazer uma pergunta? — Disse Kakashi.
— Já está fazendo uma, mas vá em frente.
— Por que não nos damos bem? — Ela riu fraco.
— Eu sei lá. — Gargalhou ela.
— Porque duas mentes brilhantes e parecidas não se adaptam tão facilmente, e vocês dois são duas pessoas fechadas, será difícil criar uma amizade. — Disse Minato.
— Tudo bem, crianças. Chega de conversa! — Disse Akira os interrompendo. — O lugar que estamos nos aproximando agora é extremamente perigoso e exige tudo de vocês, espero que cada um de vocês cumpra fortemente sua missão e o mais importante: que não haja nenhuma baixa. — Completou ele, abaixando a cabeça.
— Certo, Akira-sensei. — O time 3 respondeu em coro.
— Esse é a nossa missão principal: sem baixas. — Disse , e todos assentiram. Se eles conseguissem eliminar uma boa parte daquele pelotão que estava ali acampado, mudaria o rumo de toda a guerra, mas a missão era: eliminar os ninjas médicos. Sem os médicos, os feridos não teriam muita chance de sobreviver, e eles tinham uma carta na manga: os outros ninjas não levavam ninjas médicos em batalhas, já Konoha tinha um número de ninjas médicos significativo em campo de batalha, não eram muitos, mas já era uma vantagem. Eles se dividiram para a formação de ataque, sendo uma ninja sensorial conseguia sentir o chakra dos inimigos, e mesmo que sentisse que havia um número próximo à sua posição, se ela saísse da formação, prejudicaria toda a missão. Eles atacariam de longe e em silêncio, por ser rápida e habilidosa, lançou shurikens acertando alguns ninjas, arrastou seus corpos para longe da vista e prosseguiu, ela estava a um passo à frente dos outros, mas ali seria a parte mais difíceis. O grande número de shinobis que ela havia sentido, estavam reunidos de guarda naquela ponta, em frente ao acampamento médico. Ela subiu em uma árvore para observar de longe, seus ataques deviam ser rápidos e silenciosos, e assim, encontraria os outros. Ela tinha que pensar e rápido, mas não podia atraí-los para outro lugar, pois prejudicaria seus colegas. Ela tinha que agir. Em movimentos rápidos ela derrubou 3, cortando o pescoço, os ninjas ficaram assustados pois não conseguiam identificar de onde vinham os ataques, com clones das sombras era difícil de acertá-la e quando eles iriam gritar por socorro, ela os pegou em uma linha e puxou para longe da vista, apagando-os. Até então, atacando pelas sombras tinha sido fácil, agora seria a parte difícil. Já conseguia ver os outros. Era hora do ataque direto! Com sua espada ela entrou no acampamento e travou uma luta com os médicos que ali estavam, seu parceiro era Kakashi, ele chegou e entrou na luta junto a ela, a missão mais difícil não era apagar os médicos, e sim sair dali com vida. Rapidamente eles concluíram sua parte e voltaram para o ponto de encontro, Akira e Rin, Minato e Iori retornaram também, mas faltava Obito e Kanji.
— Não podemos esperar mais! — Disse Akira — Será impossível sair daqui.
— Vamos, Obito! Não se atrase dessa vez. — Disse roendo as unhas e tremendo. Kakashi segurou a sua mão.
— Ele virá. — Disse o garoto de máscara. — E trará Kanji em segurança!
— Sim! — Exclamou Rin, mas eles haviam caído em uma emboscada tentando chegar ao ponto de encontro, após perceberem isso, Akira insistiu para irem embora.
— Precisamos ir! — Disse ele.
— Vão!!! Eu resgatarei os dois. — Disse .
— Você está louca? — Perguntou Minato.
— Eu disse que a missão é não termos baixas, esse é o meu objetivo. — Ela saiu correndo em direção aos amigos, não seria uma luta contra médicos e sim contra ninjas altamente treinados para a guerra, ela pôde sentir mais uma presença com ela.
— Sem baixas, certo? — Disse Rin, e depois ela sentiu mais duas presenças, eram Kakashi e Minato.
— Não vou deixar você se suicidar! — Disse Minato, Kakashi apenas assentiu. Eles chegaram pelas árvores.
— Ora, então aqui está o restante. — Disse um dos ninjas inimigos, Obito estava de pé na frente de Kanji que estava no chão.
— Vocês não têm médicos, vão mesmo arriscar se ferir? — Questionou Minato.
— Mataremos vocês a todo custo.
— Jutsu bola de fogo! — Disse , acertando-os com uma chama ardente enquanto Minato tirava Obito e Kanji dali.
— Rin, leve-o até Akira! — Disse Minato, ela assentiu e carregou Kanji nos braços o mais rápido que pôde, os 4 restantes formaram um círculo e foi ali que Minato percebeu o quanto e Kakashi fariam uma excelente dupla se fossem do mesmo time, os dois ficaram de costas um pro outro e ambos empunharam suas espadas, em uma luta incansável, o jeito que os dois lutavam pareciam que se completavam nos ataques, eles quatro conseguiram ganhar tempo para Rin fugir, e então Minato os tirou dali com um jutsu de substituição, criou clones e os lançou para ganharem tempo enquanto fugiam e correram sem cessar para alcançar seus amigos.



Agora…

— Foi uma luta grandiosa. — Disse ela, com orgulho.
— Não foi? E o jeito que lutamos? Parecia que tínhamos treinado juntos a vida toda. — Os dois riram.
— Sinto falta deles… — Sussurrou ela. Iruka mais uma vez colocou a mão em seu ombro em forma de conforto.
— Também sinto. — Respondeu Kakashi, ela sorriu fraco, naquele momento ela se esqueceu do que ele havia feito.
— Como eu disse, eles ainda vivem em você e em suas memórias, quando partiram, o que os confortou foi saber que os que sobreviveram cuidariam um do outro, e que nós da aldeia cuidaríamos de você. Tenho certeza que o sacrifício do seu irmão para salvar a todos, tinha você como um dos principais motivos. — Os olhos da garota se encheram de água após as palavras de Iruka.
— Obrigada, Iruka. Você tem sido tão gentil comigo, não sei como retribuir.
— A sua companhia já é uma retribuição. — Ambos sorriram, Kakashi não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo, não poderia mais ficar ali.
— Hatake Kakashi, seu pedido para viagem. — Ele pegou as sacolas e deixou um dinheiro sobre o balcão e saiu sem dizer nada.
— Tchau, mal educado. — Disse , ele parou, fez menção à se virar, mas seguiu reto. Ele tinha certeza de que ela seria mais feliz com Iruka, ela mal havia o conhecido e já tinha sorrido tanto naquele dia. Ele a perdeu e sabia disso! A garota ficou confusa com a reação dele, mas Iruka a despertou de seus e começou a contar sobre sua vida, disse que seus pais haviam morrido como heróis e ela o escutou atentamente, mas ainda pensava nas atitudes de Kakashi.
Alguns dias haviam se passado e não tinha notícia alguma de Kakashi e seus encontros com Iruka haviam se tornado frequentes, enquanto não aparecia nenhuma missão, eles não queriam mandá-la em missões sozinha, então ela só ficava fazendo nada na aldeia. Naruto e os outros retornaram à aldeia e assim que soube disso, correu para encontrá-los.
— Naruto! — Disse ela correndo em direção ao garoto. — Onde estão os outros?
— Ei, Tia! O sábio tarado foi falar com a Vovó Tsunade e a Sakura foi fazer alguma coisa que não me lembro.
— Entendi, e como foi a missão?
— Não conseguimos achar Orochimaru na Aldeia do Som, ele não estava lá.
— Sinto muito.
— Tudo bem, encontraremos o Sasuke em breve! — Eles sorriram. — E você? O que tem feito?
— Nada demais, se quiser eu te conto as novidades. — Ele assentiu, e ela começou a contar enquanto caminhavam pela Aldeia.
— O que?! O Kakashi-sensei e você brigaram?
— É, mas não é novidade! Só que depois dele ter se juntado à mim e ao Iruka no Ichiraku, eu nunca mais o vi.
— O QUE?! VOCÊ E O IRUKA-SENSEI…
— Naruto…
— COMERAM RAMEN SEM MIM??? — Ela suspirou aliviada e gargalhou ouvindo aquilo.
— Não se preocupe, compensaremos isso! — Ela bagunçou o cabelo do garoto. — Mas agora eu preciso encontrar aquele velhote do Jiraya. — Disse ela indo em direção à Mansão, onde encontrou Jiraya parado lá em frente.
— Logo quem eu queria encontrar, estava ansiosa por seu retorno.
— Sério? Que saudade... — Ele foi interrompido por um soco. — É essa? — Concluiu ele, meio tonto. — Por que você me bateu? Eu posso saber?
— Sim, por não ter estado aqui quando precisei.
— Ei! Eu não tenho culpa, estava em missão.
— Não importa mais agora, eu e o Hatake discutimos e agora não tenho notícias dele… — Ela suspirou. — Mesmo estando magoada e brava, eu não queria perder ele também.
— Não se preocupe! Vocês vão se resolver!
— Já fazem dias… Eu não sei, talvez ele tenha se sentido incomodado por eu estar próxima ao Iruka.
— Iruka? Tá aí uma coisa que eu queria ver.
— Velhote, não começa! Aliás, a Tsunade-sensei sabe que você estava a espionando?
— Só estava vendo a Sakura pedindo à ela para treiná-la!
— Ela fez o que? — sorriu ao ouvir o que o mais velho falou. — Eu fico feliz com isso, tenho certeza que ela se tornará uma excelente ninja médica.
— Sim, essa missão foi muito importante para ela! Mas voltando à você e o Iruka…
— Não há nada entre nós dois, ele é só um amigo.
— IRUKA-SENSEI O QUE ESTÁ FAZENDO COM A MINHA TIA?
— Sua tia??? — Perguntava o homem espantado.
— Sim, a Tia ! Ela me deixou chamá-la assim, é porque ela é mais velha que eu, mas não velha o suficiente para ser chamada de Vovó, igual à Vovó Tsunade, então eu resolvi chamar ela de Tia! AGORA RESPONDA A MINHA PERGUNTA!!!
— NARUTO SEU CABEÇA OCA! NÃO É NADA… — Iruka foi interrompido por que se aproximou para checar a gritaria.
— Calma, rapazes! — Disse ela rindo.
-sensei! — Disse Kiba se aproximando correndo. — E então, conseguiu se resolver com o Kakashi-sensei?
— Kiba! Eu ainda não tive a oportunidade de falar com ele, mas irei! — Ela sorriu.
— Espero que tudo se resolva! — Disse ele e Akamaru deu um latido.
— Obrigada e tomem cuidado vocês dois! — Disse ela acenando para os dois.
— Sensei? Eu fico fora um dia e todos querem roubar a minha tia? — riu e bagunçou o cabelo do garoto.
— Pode me chamar de sensei se quiser também.
— Tá brincando? Eu te conheci primeiro e vou te chamar de tia! O Iruka-sensei não respondeu minha pergunta, mas se você magoar a tia , eu não vou ficar feliz!
— Bom, então você deveria estar infeliz com o Kakashi. — Disse Jiraya se aproximando, Naruto ficou confuso e meio tonto.
— Kakashi-sensei? Então ele te deixou triste? Eu vou encontrar ele e… — Ela o interrompeu.
— Naruto, tenho certeza que você tem questões importantes para lidar, deixe que nós adultos lidamos com nossos conflitos, certo?
— Tudo bem, mas se precisar de mim, me avise!
— Pode deixar! E então, vamos ao Ichiraku por minha conta?
— Eba! Vamos!!! — Disse Naruto, os três se viraram e foram rindo em direção ao Ichiraku, Jiraya olhava aquela cena de longe e gostava do que via.
— Então ela está melhor sem mim? Como eu previ. — Disse Kakashi surgindo atrás de Jiraya.
— Ela está preocupada com você, não quer perdê-lo! Onde estava?
— Em missão, vim reportar a missão à Hokage e partirei em outra.
— Devia procurá-la!
— O Iruka será melhor para ela do que eu, eu não guardo rancores ou estou chateado, quero que ela seja feliz.
— Tem certeza que não está chateado? — Foi a última coisa que Kakashi ouviu antes de entrar para a mansão da Hokage, ele estava se sentindo de um jeito que nunca tivera se sentido antes, e não era pra menos. Ter uma pessoa importante em seus braços, depois deixá-la escapar e vê-la feliz sem ele, era doloroso. Antes de partir passou pelo Ichiraku, e observou os três almoçando, pareciam dois pais com seu filho. Ela teria ganhado a amizade e o carinho de Naruto, como ela queria, e ainda ganhou de brinde o
Iruka. Ele foi ao memorial da pedra para conversar com Obito.
— Você estava certo quando me disse que encaixaríamos bem, mas eu estraguei tudo e agora tenho que vê-la sendo feliz com outro, ainda bem que tenho tantas missões e não passo muito tempo na aldeia… — Ele abaixou a cabeça e ficou em silêncio por um tempo, até sentir que alguém se aproximava e se escondeu. corria depressa até a Pedra, mas quando chegou, não havia mais ninguém ali, então ela se sentou.
— Eu tinha certeza que ele estava aqui, assim que o vi passando pelo Ichiraku… — Ela suspirou. — Eu não sei o que ele pensa que está fazendo, que jogo idiota é esse, mas está me machucando. — Seus olhos se encheram de água. — Primeiro ele me promete amizade, depois bagunça a minha mente e nem sequer aparece para conversar comigo? Obito… Irmão, Kushina… Eu não queria passar por isso sem vocês aqui, eu não mereço perder mais alguém assim, passar o tempo com Iruka tem me ajudado bastante, mas eu não posso colocá-lo nesse lugar que está vazio dentro de mim… Eu só não sei o que fazer. Eu odeio aquele Hatake! — A vontade de Kakashi de chorar vendo a garota ali, sentada de cabeça baixa, dizendo aquelas palavras, era enorme. Mas ele só saiu dali, ela o perdoaria assim que percebesse que o Iruka era quem ela precisava. Mas ele não se perdoaria nunca por tê-la deixado daquele jeito. — Bom, não adianta ficar aqui lastimando! — Ela se levantou e sacudiu a poeira do corpo, correu o máximo que pôde até a sala de Tsunade, e abriu a porta com pressa.
— Seu irmão realmente não te deu educação!
— Eu aceito.
— O que você aceita?
— As condições para ir naquela missão, só me diga o que eu devo fazer.
— O que a fez mudar de ideia assim tão repentinamente?
— Não importa! Eu vou!
— Tudo bem, você partirá em breve.
— Certo! — A garota saiu da sala, procurando Naruto pela aldeia.
— Ei, tia! — Disse ele, acenando.
— Naruto, será que pode me acompanhar? — Ele assentiu e a seguiu em silêncio, ela parecia tensa, eles caminharam até o Monte Hokage.
— O que foi, tia?
— Promete guardar segredo? — Disse ela, fitando o horizonte.
— Uhum.
— Eu partirei em uma missão e não sei quando voltarei.
— Partirá? Mas você não acabou de chegar? Vai demorar muito?
— Talvez demore meses ou até mesmo anos, eu não sei quanto tempo terei de ficar longe, mas assim que eu assumir o controle das coisas, Jiraya terá tempo para se dedicar ao seu treinamento, e com isso, você irá saber que meu retorno se aproxima!
— É perigosa?
— Talvez, mas é secreta, não posso dizer muito sobre. — O garoto abaixou a cabeça. — Partirei em breve, mas prometo voltar para vê-lo se tornar Hokage. — Eles sorriram, ela se virou para ele e bagunçou seu cabelo.
— Promete?
— Claro, eu não perderia isso por nada! — Ela o abraçou, estava segurando as lágrimas, mas ela tinha de fazer aquilo para protegê-lo.


Capítulo 8: Dia dos namorados

Anos atrás…

— Eu não gosto que você seja meu parceiro. — Reclamou , e Kakashi ficou em silêncio. — Por que você?
— Pergunte ao seu irmão, jamais questionaria uma decisão de Minato-sensei, mas não consigo entender o porquê dele mandar uma pessoa tão fraca e irresponsável como minha parceira. — Ele virou de costas para a garota. — Não é como se eu tivesse tempo de cumprir a missão e cuidar de você ao mesmo tempo. — Ela parou e ficou em silêncio, cerrou os punhos e Kakashi se virou. — O que foi? Você vai me ba… — Antes que ele pudesse terminar de fazer a pergunta, ele foi acertado com o soco tão forte que ele foi arremessado em árvores que foram sendo derrubadas com o impacto.
— BAKA!!! — Gritou ela, marchando até ele, puxando a manga de seu kimono para acertar outro golpe. — Eu não preciso que você cuide de mim, e se me chamar de fraca de novo, você vai ver do que eu sou capaz. — Era nítido a expressão de desprezo em seu rosto, o rapaz se levantou, e a seguiu, em silêncio. — Não é como se você fosse mais que eu, todas as missões que fomos juntos, você me desprezou e disse que eu era irresponsável e fraca, sendo que todas as vezes eu estava tentando salvar meus amigos e principalmente VOCÊ! — Ela aumentou o tom de voz, dando ênfase no “você” e ele engoliu seco. — De qualquer forma, Minato-chan confiou em nós nessa missão, e não podemos fracassar. — Ele deu de ombros e assentiu.
— Desde que você não fique me batendo.
— Desde que você não fique me irritando, Hatake!

Aquele era o momento em que eles não podiam vacilar e deveriam deixar as diferenças de lado, cercados, um de costas para o outro! Os dois empunharam suas espadas, se Minato estivesse ali, com certeza ele diria que sabia que havia feito uma ótima escolha. Com um ataque combinado, saltou apoiando-se em Kakashi, que a impulsionou, fazendo-a sair da visão dos inimigos. Quando estava caindo, seus clones da sombra tinham um Rasengan cada. Os inimigos desviando dos clones das sombras, foram atingidos pelo Chidori de Kakashi, pelo Rasengan da original que atacou por cima. Assim que se pôs de pé no chão, serviu de apoio para Kakashi.
— Somos uma boa dupla. — Disse ele, recuperando o fôlego.
— É, mas você ainda me irrita.


Agora…

— Não é como se eu quisesse sair em missão com você também, Hatake. — Disse , para quebrar o clima. Ele riu. — Qual é a graça?
— Nós dois. — Ele continuou rindo. — Sempre nos vemos nessa situação, mas pelo menos você não é mais uma criança irresponsável!
— Baka! — Murmurou ela e ele gargalhou.
— Faz tempo que você não me chama assim.
— Bom, agora eu sou mais forte que você. — Ele se espantou com a resposta da garota.
— Como?
— Você fica sem chakra facilmente por causa do Sharingan, enquanto eu, sou praticamente uma Uzumaki. — Ela riu. — Na verdade, não chego aos pés deles, mas tenho bastante chakra.
— E aquilo? — Ele deu ênfase no “aquilo”.
— Aquilo o quê?
— Você não se lembra?
— Eu não sei do que você está falando, Hatake, aproveita e para de falar. — Respondeu ela. Então Minato havia de alguma forma bloqueado as memórias dela, pensou ele.
— Bom, aqui é o local onde devemos encontrar os bandidos. — Disse ele, eles olharam por cima do morro, estavam no horário certo e não havia ninguém passando ali. Sorte que ela era uma ninja sensorial.
— Atrás! — Disse ela, Kakashi desviou e ela bloqueou outro ataque com a espada. — Embaixo! — Eles saltaram, e então uma mão saiu debaixo da terra.
— Vocês são bons. — Disse o inimigo. — Mas nós somos melhores. — Ele fechou as mãos e a terra se moveu, tentando prendê-los. lançou uma kunai atrás do homem que estava realizando o Jutsu, apareceu lá, dando uma chave de braço em seu pescoço e o imobilizando, enquanto Kakashi corria em direção à ele para usar o Chidori.
— Um já foi. — Disse ela. — Kakashi, atrás de mim! — Ele assentiu e parou atrás dela. — Raiton: Jibashi! — Disse, causando uma onda de choque, que foi liberada pelas suas mãos quando entraram em contato com o chão, fazendo o inimigo aparecer. Eram dois.
— Eu cuido desse da direita! — Disse Kakashi e assentiu. Eles já haviam percebido que os inimigos usavam Doton, e contra seu Raiton, eles estavam em desvantagem. lançou kunais presas em linhas de chakra que o inimigo desviou, e ela puxou de volta, cravando em suas costas. Eram kunais carregadas de raios, e ligadas àquela linha de chakra, tinham uma descarga elétrica bem mais forte.
Kakashi também não teve dificuldade com o outro oponente, bastou um clone das sombras e um chidori, para acabar com ele.
— Como caras tão tontos roubaram um documento tão importante? — Perguntou , procurando o pergaminho nas coisas dos inimigos derrotados.
— Não faço ideia! — Respondeu Kakashi, fazendo o mesmo. — Achei! — Disse ele.
— Ótimo, vamos voltar para Konoha.

Chegando em Konoha, os dois estavam rindo, lembrando do inimigo dizendo que eles eram mais fortes e sendo derrotados com tanta facilidade.
— Eles se parecem com você… — Disse ela, provocando-o — Baka!
… — Ele foi interrompido por Iruka, que correu na direção deles quando os viu.
! Você voltou! — Disse ele, sorrindo.
— Sim, a missão foi fácil! — Ela riu olhando para Kakashi, que riu fraco, mas ficou sério quando viu um buquê de flores nas mãos do homem.
— Que bom! — Ele sorriu. — Eu trouxe isso… para você! — Disse, estendendo a mão e entregando o buquê para a garota.
— Para mim? — Respondeu ela, corada.
— Sim, espero que possa me acompanhar em um jantar hoje! — Respondeu Iruka, Kakashi apenas observava a cena, em silêncio. Mas por dentro, ele estava com raiva. Depois da missão de hoje, ele acreditava que poderia consertar as coisas e tê-la de volta, mas agora, estava sem esperanças.
— Jantar? Claro! — Respondeu a garota, sorrindo.
— Ótimo, te vejo mais tarde! — Disse ele, depositando um beijo em sua bochecha e saindo andando, a garota estava vermelha como um tomate.
— Você está bem? — Perguntou Kakashi, Naruto que via tudo de longe, veio correndo.
— AH! O IRUKA-SENSEI TE DEU FLORES NO DIA DOS NAMORADOS! — A gritaria atraiu Sakura.
— Naruto!!! Por que está gritando? — Perguntou a garota, furiosa, e Kakashi permaneciam imóveis.
— O Iruka-sensei deu flores à Tia no dia dos namorados. — Respondeu ele.
— O que? Isso é tão romântico!!! — Respondeu Sakura.
— É… — Disse , com a mão na cabeça e meio envergonhada. — Devo reportar a missão à Tsunade-sensei e… — Ela parecia confusa. — Entregar o pergaminho! — Disse, recordando o que iria fazer. — Vejo vocês depois! — Ela saiu correndo até a Mansão, com o buquê e o pergaminho em mãos. Enquanto Kakashi permaneceu imóvel, apenas abaixou a cabeça.
— O que foi, Kakashi-sensei? — Perguntou Sakura.
— Não foi nada. — Respondeu ele.
— Oh, Kakashi-sensei… — Disse Naruto, esfregando o queixo. — Eu sei que você gosta da Tia , mas acho que ela está feliz com o Iruka-sensei. — Sakura assentiu.
— Naruto, isso não é da sua conta! — O garoto engoliu seco. — Deixe que os adultos resolvam seus problemas sozinhos! — Sakura puxou Naruto em uma chave de braço, e deu um cascudo nele. Quando se virou para Kakashi, ele tinha ido embora.
— Eu prefiro que a Tia fique mesmo com o Iruka-sensei!
— Naruto, você não deve se meter nas coisas dos adultos! — Disse Sakura e ele deu de ombros, Iruka era como um pai para ele, mesmo que o Kakahi fosse tão importante, ele queria ver aqueles dois juntos e apoiaria Iruka.

Era de noite, e estava tensa, aquilo seria tipo um encontro? Alguém bateu à porta de sua casa e ela foi atender, e era Iruka.
— O-oi! — Disse ele. — Você está linda. — Ela sorriu. — Digo, você sempre está! — Ela riu do jeito desajeitado do homem.
— Então, vamos? — Perguntou ela e ele assentiu, foram à um restaurante, ela esperava que eles fossem ao Ichiraku, mas era realmente diferente.
— Como foi a missão? — Perguntou ele.
— Ah, foi fácil! — Ela sorriu. — Kakashi e eu temos bastante entrosamento como parceiros, e os adversários não eram muito de se preocupar.
— Você é extremamente forte, então acho que seja difícil um adversário que você se preocupe. — Ela sorriu ao ouvir aquilo.
— Obrigada, Iruka! — Ele sorriu em resposta. — É sério, nos conhecemos faz pouco tempo, mas eu já sou bastante grata à você! Eu gosto da sua companhia… — Ela sorriu. — E você me faz bem! Eu realmente estava precisando de alguém assim por perto.
— Fico feliz que se sinta do mesmo jeito que eu, apesar de que, eu acho que compartilhamos diferentes sentimentos.
— D-diferentes sentimentos?
— Sim, mas eu pretendo respeitar o seu tempo, e estar sempre aqui para você! Eu sei que você e Kakashi têm uma história, e que talvez não seja fácil de esquecer, mas quero que saiba que eu sempre vou estar aqui, disposto a te fazer feliz. — Ela sorriu ao escutar aquilo, ela nunca tivera recebido tal tratamento, ela estava tão acostumada a ser desprezada que num ato de impulso, ela se aproximou dele e deu um leve beijo em seus lábios, naquele momento ele ficou instantaneamente vermelho. Foram interrompidos por Shizune, que entrou no restaurante seguida por Kakashi, eles não chegaram a presenciar o beijo, mas eles estavam em uma proximidade suspeita.
— Desculpe atrapalhar, mas Tsunade-sama quer ver você e o Kakashi! — Disse Shizune.
— Eu volto logo! — Disse , se levantando e correndo em direção à saída. Enquanto caminhavam até a mansão, Kakashi diminuiu os passos para ficar lado a lado com a garota.
— Você e o Iruka estão tendo algo? — Perguntou ele.
— Isso não é da sua conta, Hatake! — Ele engoliu seco, os dois se mantiveram em silêncio até entrarem na sala de Tsunade.
— Kakashi, pode ir! Vou precisar apenas da ! — Disse a mulher ao vê-los entrar. E assim ele fez, e mais uma vez seguindo os conselhos de Jiraya, ele foi procurar Anko, que estava indo comer na churrascaria.
— Anko! — Disse ele, chamando-a.
— Kakashi? — Respondeu ela, confusa.
— Me faria companhia no jantar? — A mulher estava confusa com a proposta dele.
— Se você pagar, sim. — Eles riram, ele então a levou para o mesmo restaurante que Iruka estava esperando voltar, pediram uma mesa e fizeram seus pedidos. — Posso saber o motivo desse convite repentino? — Ele olhou para a mesa que Iruka estava, observando chegar e se sentar, Anko se virou e entendeu o que estava acontecendo. — Ah, entendi! Mas eu esperaria que você convidasse a Shizune, e não eu.
— Bom, a Shizune tem medo da … — Anko o interrompeu.
— E eu sou a única pessoa durona o suficiente que pode lidar com isso? — Ele assentiu e ela riu. — Certo, eu te ajudo, contanto que você continue me levando para comer. — Na outra mesa, e Iruka riam, conversavam sobre todas as coisas possíveis e ela se sentia tão leve, até que por um segundo ela desviou seu olhar e pôs os olhos em Kakashi e Anko, que riam juntos.


Capítulo 9: O selo rompido

Era de manhã bem cedo e estava com dor de cabeça pelo tanto de saquê que tomou enquanto jantava com Iruka, ainda estava confusa por ter visto Anko e Kakashi jantando juntos, seria esse o motivo dele tê-la tratado com tanta indiferença nos últimos dias? Bom, ela sabia que Anko era a única mulher na Vila que se envolveria com Kakashi desde que ela chegou, ela era a única que era durona o suficiente para fazer isso. Não que se importasse, ela só achava engraçado. Ela estava de péssimo humor pois além da dor de cabeça, Tsunade havia mandado acordá-la logo cedo para uma missão, ela marchava até a sala da Hokage, e abriu a porta com tanta força que Shizune e Tonton se assustaram, Tsunade apenas fechou os olhos, por causa do barulho.
— Sem educação, como sempre. — Disse a mais velha, ela pôde observar Anko, Kakashi e Iruka na sala.
— O que é isso? Reunião de casais? — Perguntou ela, entrando e sentando-se na mesa.
— Casais? Como assi… — A mais velha notou a garota sentada na mesa. — NAMIKAZE TENHA MAIS RESPEITO!
— Dá um tempo, Tsunade-sensei, e diz logo o que você quer. — O jeito da garota irritava a mais velha em um nível inexplicável, mas ela apenas fez uma cara feia.
— Um pergaminho com um jutsu oculto foi roubado de um dos templos do País do Fogo, a missão de vocês é rastreá-lo e se possível, resgatá-lo! Achamos que Orochimaru possa estar envolvido, por isso selecionei esse time. Iruka poderá guiá-los, ele tem todas as informações completas.
— Se existem tantos pergaminhos importantes, as pessoas deveriam saber protegê-los melhor. — Disse se levantando.
— Conto com vocês! — Completou Tsunade, e os quatro assentiram. Saindo dali, todos permaneceram em silêncio, Anko, Kakashi, e Iruka, que andavam nessa ordem.
— Será que podemos… — Kakashi ia dizendo, mas apenas trocou de lugar com Iruka, ele abaixou a cabeça e suspirou.
— Bom, como capitã da equipe… — Ela começou a dizer e todos se viraram para ela. — Sim, eu sou a capitã, mas Tsunade-sensei deve ter dito isso à vocês, enfim, a formação será a seguinte: Iruka irá na frente, pois tem as informações completas da missão, eu irei atrás, para rapidamente conseguir bloquear qualquer ataque como Hiraishin, Kakashi virá atrás de mim, para caso necessário, utilizarmos um ataque conjunto, e Anko se posicionará atrás de Kakashi. Iruka cuidará de nos guiar, eu de protegê-lo, Kakashi e eu podemos sentir a presença de inimigos, e Anko cuida da retaguarda. Certo? — Todos assentiram, e eles começaram a andar em formação. As informações que tinham do inimigo eram limitadas, Iruka sabia mais pois estava presente quando os mensageiros chegaram. se perguntava por quê as pessoas acordavam tão cedo, mas aquilo não importava. Chegando ao templo, eles foram seguindo minimamente as pistas deixadas no chão, até um riacho onde tinha uma caverna.
— Eles estão ali? — Perguntou Iruka, estava de olhos fechados tentando sentir o chakra do inimigo, mas algo estava errado, não havia ninguém naquela caverna.
— É uma emboscada! — Disse ela saltando. — Atrás de vocês! — Todos saltaram para direções diferentes, o inimigo podia se camuflar, sentiu que seria atacada, mas não conseguia entender por onde, apenas sentiu seu corpo ser arremessado longe.
, fique atrás de mim! — Disse Kakashi, a garota fez uma cara feia.
— Ela não precisa da sua proteção… — Ela sorriu ao ouvir Iruka dizer aquilo. — Eu posso protegê-la! — Ela virou os olhos.
— Iruka, não me leve à mal, mas eu a protejo desde sempre! — Retrucou Kakashi.
— Pessoal, o pergaminho! — Gritou Anko vendo o pergaminho e se levantou.
— Certo, Anko é com você! — lançou kunais em direção ao inimigo, com papéis bomba, na intenção de distraí-los e Anko lançou serpentes que se enrolaram no pergaminho e ela o puxou.
— Mas não é como se você tivesse cumprido bem isso. — Respondeu Iruka.
— Bom, você não pode chegar na vida de uma pessoa ontem e achar que a conhece mais do que quem a conhece a vida toda, eu sei tudo que eu fiz por ela, e não é você que vai me impedir de fazer! — Disse Kakashi.
— Mas você a perdeu.
— Como se eu fosse perdê-la para você! — Naquele momento o vento mudou.
— CHEGA!!! — Ela gritou, até mesmo os inimigos se assustaram, todos tiveram medo. Dava para sentir no ar o chakra pesado que estava emanando de seu corpo. — EU NÃO PRECISO SER PROTEGIDA E MUITO MENOS SOU OBJETO DE DISPUTA DE NINGUÉM!!! — Gritou ela, de novo. O tempo mudou, nuvens escuras se aproximaram e ela começou a brilhar, era nítido as luzes azuis que estavam sobre a sua pele, pareciam pequenas agulhas. Kakashi correu até ela, ele já tinha visto isso antes. Iruka o seguiu.
— NAMIKAZE! SE CONTROLA! — Kakashi gritou, mas era tarde demais, o selo foi rompido.

Anos atrás…

— O que aconteceu? — Perguntou Minato, vendo a irmã desmaiada nos braços de Kakashi.
— Nós brigamos, ela se descontrolou… — O garoto estava acabado, como se tivesse sofrido um ataque forte. — Agulhas de chakra começaram a sair de seu corpo, pareciam pequenos raios que atingiram todos que estavam ao seu redor, com uma voltagem enorme.
— O que será isso? — Perguntou Kushina.
— É um kekkei genkai… — Minato suspirou. — Ela deu sinais que tinha um enorme poder guardado dentro dela, treinando comigo e Jiraya-sensei, não sabíamos que ela o despertaria tão depressa.
— E tem mais, ela gritou de dor quando o efeito passou e desmaiou, acho que isso a machuca. — Completou Kakashi.
— Vamos levá-la para Tsunade! — Minato pegou a garota nos braços e levou até o hospital, onde encontrou Tsunade. Ficaram na sala de espera por um bom tempo, e quando a mulher voltou, ela estava cabisbaixa.
— E então? — Perguntou Kushina.
— É um poder enorme que com certeza fará dela uma ninja forte… — Todos sorriram e Tsunade suspirou, então Minato percebeu que tinha algo errado. — Mas ele enfraquece os ossos dela, na verdade, já está tomando uma proporção enorme. E eu sinceramente, não vejo outra alternativa, em pouco tempo ela irá perder seus movimentos e seu tempo de vida irá diminuir. — Todos abaixaram a cabeça, tristes, menos Minato que se levantou.
— Obrigado, Tsunade-sama! Eu assumo daqui! — Ele pegou a irmã nos braços, na sala de exame, e a levou para fora dali. Ele não poderia deixar que sua irmã morresse por causa desse poder, seu corpo não aguentava ainda, e quanto mais ela usasse, mas fracos os seus ossos ficariam. Ele preparou um jutsu de selamento, e selou aquele poder, junto com as memórias daquele dia, que de alguma forma, desapareceram.



Agora…

Kakashi observava aquela cena de novo, seu corpo com tantas agulhas de chakra prontas para sair, ele tinha certeza que o selo havia se rompido e ele se sentia culpado, como na primeira vez que aquilo aconteceu, mas ele prometeu à Minato que a protegeria. Ele pegou Anko e Iruka e os levou para trás de uma pedra.
— Vocês ficarão seguros contanto que não saiam daqui! — Disse ele, voltando para perto da garota, que num instante liberou todos aqueles raios do seu corpo, eletrocutando os inimigos e Kakashi que tentava se aproximar dela, mas ele não desistia, mesmo com dor! Porque ele sabia o tanto que aquilo estava sendo doloroso para ela também, ele lutou contra os raios e contra a dor, e a abraçou. Naquele momento , que estava sentindo tanta dor, se rendeu ao abraço, e desmaiou ali mesmo. Iruka e Anko correram em direção à eles.
— Ela está bem? — Perguntou Anko.
— Precisamos voltar para Konoha, ela precisa da Hokage-sama urgente! — Eles assentiram, Kakashi olhava aquela cena, da garota desmaiada em seus braços e se sentia culpado. O melhor a fazer era se afastar. abriu os olhos, e percebeu que estava nos braços de Kakashi.
— Hatake… — Disse, ele abaixou a cabeça para vê-la. — Eu te odeio, baka… — Depois de dizer isso, ela apagou por completo.
— E eu te amo. — Sussurrou ele.


Capítulo 10: Minato-chan!

Como sempre costumava fazer quando acordava, colocava a mesa do café e se sentava, esperando seu irmão para comer com ela, era um péssimo hábito, afinal ele havia se mudado dali fazia um tempo, mas hoje era diferente, era seu aniversário. Ela não esperava que ninguém se lembrasse, afinal, seu irmão era Hokage e não teria tempo de se preocupar com nada disso. Sentada, tomando café da manhã, ela se lembrava de todos os aniversários felizes que tiveram juntos e do dia que ela decidiu que não seria mais dependente do seu irmão, até que ela escuta a porta se sua casa de abrindo e passos em direção à cozinha.
— Adivinhou que eu vinha? — Disse Minato, se aproximando com uma sacola na mão.
— Na verdade, é um costume, mas por que não se junta à mim?
— Claro, essa era a minha intenção. Trouxe essas coisas para tomarmos café da manhã.
— A que devo a honra da visita do Yondaime?
— Pare com isso, não sou apenas o Yondaime, sou seu irmão! Por que está sendo tão ríspida comigo? — A garota suspirou ao ouvir aquilo.
— Desculpe, só não esperava a sua visita.
— Por que não? Hoje é seu aniversário e eu sou seu irmão mais velho, estamos afastados desde que me tornei Hokage, você simplesmente desapareceu e fugiu de todos os jantares, eu sei que você quer me dar espaço e quer ser independente, mas você não precisa se afastar do seu irmão por isso.
— Minato…
— Está vendo? Você não me chama mais de Minato-chan ou Onii-chan, as últimas vezes que nos falamos você só se referiu à mim como “Minato-sama, Hokage-sama e Yondaime” — Ele fez sinal de aspas com as mãos enquanto falava. — Ainda somos nós dois, e Minato Namikaze, ainda sou o irmão que te dava a mão e colo quando você tinha medo do escuro ou da solidão, ainda sou o irmão que arriscaria a vida para te salvar, ainda sou o irmão que cozinhava para você, posso ser Hokage agora, mas ainda sou o seu irmão. — Eles sorriram.
— Onii-chan, me desculpe, eu sou uma péssima irmã, que sempre te deu problemas e dores de cabeça.
— Você não é uma péssima irmã, a parte das dores de cabeça é até verdade, mas você me proporcionou momentos incríveis, e eu sei que serei um bom pai para o meu filho pois olho para você e vejo uma pessoa incrível, uma pessoa incrível que eu criei, nossos pais ficariam orgulhosos de nós dois hoje.
— Ah, Minato! — Ela enxugou uma lágrima que escorria. — Não vale me fazer chorar tão cedo.
— Tudo bem. — Ele riu. — E então, como anda o coração? — Ela o encarou confusa. — Soube por alto, que o Kakashi tem uma quedinha por você… — Ela o interrompeu, cuspindo tudo que estava em sua boca.
— Minato? — Ele riu ao ver a reação da garota. — Não seja louco, eu e o Kakashi nunca nos demos bem, ele provavelmente me odeia.
— Kakashi não te odeia, ele sempre a admirou, acho que em seu coração ele ainda guarda a esperança de um dia vocês serem amigos.
— Não seja doido!
— É verdade, você se tornou melhor amiga do Obito e era amiga da Rin, apesar de não serem tão próximas, mas com ele não teve nada, talvez isso o incomode até hoje.
— Minato, não venha estragar meu aniversário falando em Kakashi. — Ele riu. — Não estou rindo, aliás, falando nele… — Ela olhou as horas. — Eu tenho que ir, como não temos missões hoje, fomos designados para ficar na vigilância.
— Vocês são da mesma equipe?
— Trabalhamos em algumas missões juntos, mas não é sempre.
— Entendi, eu pedi para que não os mandasse em missões hoje, jantar na minha casa, certo? Sem fugir, Kushina está doida para te ver.
— Tudo bem. — Ela se levantou e deu um abraço caloroso no irmão.
— Feliz aniversário, minha garotinha! — Sussurrou ele, ela sorriu, aquele era o único lugar que ela gostaria de estar naquele momento e estava feliz por seu irmão ter ido visitá-la. Se apressou para chegar a tempo, e conseguiu, mas Kakashi estava atrasado. De qualquer forma, ela continuou fazendo seu trabalho.
— Ei! Chegou cedo! — Disse Kakashi se aproximando.
— Na verdade, eu cheguei na hora, você que estava atrasado! Quando adquiriu os hábitos do Obito?
— Que mau humor! Eu me perdi no caminho! — Ela virou os olhos.
— Eu já ouvi muito isso! — Ela bufou e ele riu.
— Esse mau humor é porque está ficando mais velha hoje? — Ela se virou rapidamente e colocou a mão sobre a sua boca.
— Cale a boca, Hatake! — Após a garota tirar a mão de sua boca, ele riu.
— Feliz aniversário! — Sussurrou ele, e ela sorriu.
— Namikaze? — Disse um dos seus colegas.
— Sim?
— Sua presença está sendo solicitada pelo Hokage. — Ela se levantou e caminhou em direção à sala do seu irmão, intrigada tentando saber qual seria o motivo daquilo.
— Com licença, Hokage-sama! — Disse ela, entrando na sala.
— Ah, ! Você chegou! — Disse ele, sorrindo. — Desculpe se atrapalhei algo.
— Me chamou aqui como Hokage ou como meu irmão?
— Como seu irmão… — Ela o interrompeu com um soco na cabeça. — Posso saber porque me bateu?
— Claro, isso é por ter contado ao Kakashi que é meu aniversário.
— Me desculpe, mas eu não contei, ele simplesmente sabia! Mas voltando ao que estava falando… — Ele colocou a mão sobre sua cabeça e fez uma cara feia de dor. — Jiraya-sensei está na Aldeia e pensei que podíamos te dar um presente.
— Um presente?
— Sim, vamos… — Ele se virou e caminhou em direção à porta e ela o seguiu, caminharam até o campo de treinamento atrás de sua casa.
— O que está tramando, Minato?
— Não se preocupe, você já vai saber.
— Aha, olha quem está ficando velha!!! — Exclamou Jiraya a pegando no colo. — Em breve irão te chamar de vovó e você vai ver o que é bom.
— Jiraya, me põe no chão, eu não sou mais uma criança! — Bufou ela.
— Tudo bem, tudo bem. — Ele a colocou no chão. — Feliz aniversário, !
— Obrigada, vovô! — Ele fez uma cara feia após a garota dizer isso e Minato riu. — E então, porque mandaram me chamar no meio do meu turno?
— Queremos te ensinar algo… — Disse Jiraya.
— Vamos te instruir a criar um jutsu, conhecemos você e sabemos que o seu chakra é o elemento raio, e você luta com uma espada, esse irá ser nosso presente de aniversário. — se espantou ao ouvir aquilo, mas ficou feliz com presente.

Passaram o dia todo treinando, até que pararam, para ir jantar.
— Vejo vocês lá em casa! — Disse Minato, acenando. tomou um banho rápido e se trocou, não queria se atrasar, então correu o mais depressa possível, mas Jiraya aparentemente já havia ido. Então ela caminhou lentamente até a casa de seu irmão e quando chegou lá encontrou Kakashi na porta.
— Então ele te convidou. — Disse ela.
— Sim, também não entendi o motivo, já que você não gosta de mim. — Respondeu ele.
— Kakashi eu…
— Olha quem chegou! Minha garotinha linda! — Disse Kushina, a garota entrou na casa acompanhada de Kakashi e todo gritaram.
— SURPRESA!!! — Disseram, em coro.
— Minato-chan, Kuchina-chan… Estão todos aqui, SHISUI! — Ela gritou o nome do garoto e seus amigos Iori e Kanji viraram os olhos. — Até o Shisui, meu Deus os Uchiha vão me odiar mais ainda! — Ela colocou a mão na cabeça. Todos riram, ela estava totalmente sem jeito.
— Isso é um presente. — Disse Kakashi, entregando uma caixa a garota, que sorriu.
— Obrigada, Hatake. — Ele retribuiu o sorriso.
— Bom, já que estão todos aqui, pode trazer o bolo, Minato! — Disse Kushina, Minato trouxe o bolo até a mesa onde cantaram.
— Faça um pedido. — Disse Minato, antes que assoprasse as velas, quando soprou, ela desejou que aquilo sempre se repetisse. Era bom ver seus amigos reunidos outra vez, mesmo que faltassem Obito e Rin, ela não podia deixar de ficar feliz. E a presença de Shisui ali melhorava tudo, ela não conseguia explicar o quanto eles eram ligados, ele era definitivamente como um irmão. A sua família estava ali, incompleta, mas ali. E tudo graças ao seu irmão, que mesmo com ela o afastando e com todas as ocupações, nunca a deixou de lado ou esqueceu dela. Parada olhando pela janela, ela pensava em como queria que aquele momento fosse eterno.
— Ei, irmãzinha! — Disse Minato se aproximando.
— Minato, obrigada por este dia e por todas as coisas que você vem fazendo por mim desde que nasci, eu não sei o que seria da minha vida sem você! — Disse ela, entre lágrimas, fazendo seu irmão se emocionar e abraçá-la forte.
— Eu sempre vou cuidar de você, e tentar ser melhor pra você, afinal de contas você é minha irmãzinha, eu prometo que nunca vou deixar nada mudar isso.


Capítulo 11: Despedidas

despertou daquele sonho, aquele dia em que seu irmão a fez tão feliz, como fez durante toda a sua vida. Ela olhou pela janela e já era noite, olhou o relógio ao seu lado e na verdade já era madrugada. Se espantou ao ver Naruto deitado dormindo em uma cadeira à sua frente, e sorriu, ela sabia o quanto Minato desejaria vê-lo, o quanto Kushina estaria orgulhosa da pessoa que ele é, se sentia grata por ter sobrevivido para conhecer aquela criança, e se arrependia fortemente por ter partido e deixado-o para trás. O tanto que Minato se esforçava para vê-la feliz, para que ela não afundasse em solidão e não tivesse medo, e quando ela simplesmente deveria ter garantido uma boa infância ao filho dele, ela foi embora. Ela não merecia que ele estivesse ali naquela cadeira!
— Ei, tia… — Disse ele despertando, com uma voz rouca. — Como você está? Eu entrei aqui escondido, se a Vovó Tsunade me ver, eu estou frito. — Ela riu fraco.
— Estou bem, Naruto! Obrigada! — Eles sorriram.
— Você é como eu, né? — Disse ele, com uma cara triste.
— Como assim?
— O Kakashi-sensei disse que você não conheceu os seus pais também, e depois que seu irmão morreu, você foi embora sozinha… — Ela o interrompeu.
— Eu não sou como você, eu tive alguém durante toda a minha vida ao meu lado, ele teve que partir para proteger quem ele amava… — Ela suspirou. — Me desculpe por ter crescido sozinho.
— Como assim, tia? Você não ia poder fazer nada.
— Na verdade, ia sim. Eu não ia conseguir ver uma criança sozinha, iria cuidar de você, do mesmo jeito que meu irmão cuidou de mim. Se eu não o tivesse em minha vida provavelmente teria sucumbido à escuridão, teria me afundando em solidão, e seria totalmente diferente hoje. Eu me sinto feliz em vê-lo, Naruto! Você me ensina muito, você é definitivamente um exemplo. — Ela sorriu após dizer isso, e o garoto sentiu seus olhos encherem de lágrimas.
— Sabe, tia… — Ele se aproximou dela. — Eu tenho um sonho, que é ser Hokage e provar à todos que duvidaram de mim, que eu sou capaz.
— Naruto… — Pela primeira vez em tanto tempo, ela derramava lágrimas atrás de lágrimas.
— Por que está chorando?
— Porque você é uma criança incrível, mesmo tendo mil motivos para desistir, você continua tentando e acreditando em si mesmo e isso é lindo, isso me motiva. — Ela estava completamente certa que iria naquela missão. — O que eu puder fazer para te ajudar, eu farei! Continue assim, garoto! — Ambos sorriram. — Me dá um abraço aqui. — Os dois se abraçaram.
— Se importa se eu passar a noite aqui? Eu combinei com o Iruka-sensei de revezarmos aqui no hospital.
— Fique à vontade! — Ela sorriu, e se virou para tentar dormir de novo. Ela não tinha ideia do quanto sua vida mudaria quando chegasse a Aldeia, e se odiava por ter achado que aquela criança era apenas um monstro. Cega pela dor esqueceu-se que o que guardava o monstro era uma criança, que não tinha culpa daquele destino, do mesmo jeito que Kushina não teve culpa em ser um Jinchuuriki! Ela queria mudar, e a sua motivação estava ali, cuidando dela no hospital. Ela, que nunca cuidou dele, estava sendo cuidada por ele! Adormeceu em meio aos seus pensamentos e foi acordada por Tsunade brigando com Naruto.
— Ei, Tsunade-sensei. — Disse ela despertando. — Eu estava tentando dormir, qual é o problema?
— Esse garoto não sabe seguir ordens! Eu disse para te deixarem descansar em paz! — Respondeu ela.
— Ele não me atrapalhou a descansar, só quis cuidar de mim! Deixe-o em paz!
— Eu não sei qual dos dois é pior. — Resmungou a mais velha.
— Tsunade-sensei, eu acho que a senhora está ficando velha e rabugenta!
— OLHA AQUI SUA FEDELHA! — gargalhou da reação da mais velha, que riu da situação, lembrando de quando a garota era uma criança. — Você sempre foi mal educada.
— O que eu posso fazer? As pessoas que chamei de sensei na vida não eram as mais educadas também…
— Ora, não venha jogar a culpa em mim! Se for culpar alguém, culpe o Jiraya!
— Me culpar? O que eu fiz? — Perguntou o velho, confuso, chegando no local.
— Você deixou essa menina mal educada, e está deixando o Naruto pior ainda, a responsabilidade de tudo isso é sua. — Disse Tsunade.
— Ora, você a mimava! Eu não tenho culpa nisso, culpe o Minato! — Após ele dizer isso, um silêncio reinou no local.
— Bom, se ele estivesse vivo, ele diria que a culpa realmente foi dele que me mimou demais. — Respondeu a garota, quebrando o gelo e todos riram.
— Bom, descanse! — Disse Tsunade se retirando da sala e arrastando Naruto, deixando apenas Jiraya lá.
— E então, quando você parte?
— Hoje. — Respondeu ela.
— E ele? O Kakashi?
— Se ele não tiver voltado, eu deixarei uma carta.
— Na verdade, ele voltou, esteve aqui e Tsunade o mandou em outra missão.
— Essa mulher não dá sossego à ninguém. — Brincou ela. — Então será do jeito mais fácil.
— Fale por si mesma, tenho certeza que vai despedaçar o coraçãozinho dele.
— Eu sei, mas eu tenho que ir! O garoto ficou aqui a noite inteira para garantir que eu estivesse bem e segura e eu nunca fiz nada por ele, esse vai ser o meu sacrifício, para que você consiga se dedicar à ele, Jiraya-sama, eu farei isso por Konoha e principalmente pelo Naruto! Ah, e por você, claro!
— Por mim?
— Sei que será algo provisório, mas pelo menos eu tomarei essa missão perigosa para mim e você poderá correr menos riscos.
— Por que se preocupa tanto com isso?
— Porque eu não suportaria perder você também, metade de mim foi esmagada com as perdas que eu tive em minha vida, se eu perder você também, outra parte de mim será esmagada.
… — Ela o interrompeu.
— Velhote, cuide dele, certo? E se cuide também, e se puder, deixa alguém cuidando do Kakashi. — O mais velho assentiu e ela sorriu. — Me ajude com as coisas?
— Vamos lá! — A garota se levantou, com a ajuda de Jiraya, caminharam até sua casa, onde começaram a arrumar suas coisas e a conversar sobre a missão, que antes era de Jiraya, e havia sido passada para ela. Quando subiu até seu quarto, ela se lembrou de algo, que estava naquele sonho! Abriu uma gaveta, e encontrou uma caixinha empoeirada e lacrada, ela nunca abriu os presentes daquele dia. E aquele era o presente de Kakashi. Ela deixou em cima da cama e foi olhando os outros presentes, o de Jiraya foi um livro, que ela pegou para ler durante a missão. O de Shisui estava em uma caixa comprida que mal cabia na gaveta de grande que era, era uma espada linda, com o símbolo do clã Uchiha bem pequeno nela, ela se lembrava de ter aberto todos e deixado alguns para ver em outra hora e se esqueceu completamente. Pegou a espada e a colocou em sua cintura, enquanto a outra estava em suas costas e se sentou na cama, abriu aquela caixinha e viu um lindo colar com fases da lua, que ela decidiu que usaria, para se lembrar dele.

Após se despedir de todos, ela partiu em sua missão. Kakashi corria o máximo que podia para ainda encontrá-la na Aldeia, mas era tarde, ela já estava longe dali. Assim que chegou na entrada da Aldeia, ele encontrou Jiraya.
— Então, ela se foi? — Perguntou ele.
— Sim, mas deixou isso para você. — O mais velho estendeu a mão com um pergaminho, e Kakashi pegou. Caminhou em silêncio e sentou-se em um lugar onde não seria incomodado enquanto lia.

“Kakashi Hatake, se você estiver lendo isso é porque parti, e não consegui me despedir. É necessário, eu preciso cumprir a minha promessa e cuidar do Naruto! Eu voltarei em breve, sempre que enviar um reporte à Godaime, enviarei notícias. Cuide dele para mim, como sempre cuidou, e se cuide. Sinto muito ter que partir agora sem nos resolvermos, eu espero poder compensar o tempo perdido algum dia! Obrigada por tudo, Hatake. Não quero que encare isso como se estivesse me perdendo de novo, pois dessa vez eu irei voltar, eu fiz uma promessa que voltaria para ver o Naruto sendo Hokage, e te prometi que tentaria ficar viva! É por vocês, Jiraya, Naruto, Iruka, Tsunade, e você Hatake. É por vocês.

Espero que não se torne um fracote, com carinho, Namikaze.”

Kakashi suspirou após ler aquilo, sentia seu coração quente e esperançoso.
— Namikaze. — Ele sorriu.
Dias, meses se passaram, saindo em missão atrás de missão e agora era a hora de outra pessoa partir. Naruto partiria com Jiraya, já era hora.
— Ei, Kakashi-sensei! — Disse o garoto. — Eu vou ir treinar com o Sábio tarado, então isso quer dizer que ela está perto de voltar! — O garoto fez sinal de positivo com o dedo.
— Certo! — Apertaram as mãos e o garoto saiu correndo em direção à Jiraya, todos iriam se despedir dele. Aquela aldeia ficaria tão vazia sem eles, mas ele continuava esperançoso, e havia decidido que agora as coisas seriam diferentes e que ele diria à ela como se sente.


Capítulo 12: De volta ao lar

2 anos depois

odiava viajar com pressa, mas a carta da Godaime havia chegado atrasada até ela, e ela estava atrasada. Corria o mais rápido possível em direção à Aldeia. Por que toda vez que ela retorna à Aldeia, ela tem que ir correndo? Ela estava absurdamente atrasada e não queria nem ver a bronca que Tsunade iria dar nela, como ela sabia da programação deles, correu até onde ela imaginava que estaria sendo realizado o teste dos sinos de novo, e encontrou Tsunade, Jiraya e Shizune.
— Você está atrasada. — Disse Tsunade.
— Me desculpe, eu me perdi no caminho. — Respondeu ela. — Como eles estão indo?
— Muito bem, o Naruto amadureceu muito. — Respondeu Shizune.
— Tsunade-sensei… — Ela estendeu um livro. — Aqui estão os relatórios de toda a missão, tem certeza que não precisa que eu volte?
— Não, ! — Respondeu Jiraya. — Voltarei a trabalhar nisso.
— Sem querer ofender, Hokage-sama, mas não acha arriscado demais deixar um velho como o Jiraya encarregado disso? — O homem fez uma cara feia ouvindo aquilo.
— Não se preocupe, para isso temos você. — Respondeu ela, voltando sua atenção para o teste dos sinos que Kakashi estava fazendo com Naruto e Sakura.
— O que tem de errado com você? — Perguntou Jiraya.
— Eu não sei. — Respondeu ela, confusa.
— Algo em você está diferente… — Ele a analisava.
— Ah… — Ela tirou o cabelo que estava sobre a testa. — Essa marca?
— Acho que é isso, o que é isso?
— Eu tive que dar um jeito de controlar o kekkei genkai.
— Você o selou? — Perguntou Shizune.
— Sim, mas não é como o que Minato fez antes, eu tive que selar uma parte do meu chakra com ele, mas vai servir.
— Parece que o tempo com Kushina te ensinou muitas coisas. — Disse Jiraya.
— Olhem, eles vão dar o primeiro passo agora! — Todos observaram em silêncio, sem entender muito bem o que estava acontecendo, até que perceberam o que Naruto estava fazendo.
— O Kakashi não… Eles pegaram? — Disse .
— Pegaram! — Respondeu Shizune e bufou.
— Ele está brincando, não está? Não consigo acreditar nisso! KAKASHI! — Gritou ela, que foi praticamente marchando até ele.
! Você vol… — Ela o interrompeu com um soco na cabeça.
— VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO QUE PERDEU POR CAUSA DESSE LIVRO IDIOTA? — Ela bufou.
— Ei, mais respeito com meu livro! — Disse Jiraya.
— Me desculpe, velhote! MAS SE DEIXAR VENCER POR CAUSA DE “TÁTICAS DE AMASSO”? — Ela estava furiosa, Naruto podia ver a Sakura nela, e Jiraya enxergava a Tsunade nela.
— Chega de gritaria, se resolvam depois! Parece que vocês dois cresceram mesmo. — Disse Tsunade. — Kakashi, gostaria de dizer alguma coisa?
— Eles fizeram um ótimo trabalho pegando aqueles sinos de mim. — Respondeu ele.
— Por quê? Do que vocês estão falando? — Perguntou Naruto.
— Nós estamos discutindo o que faremos com vocês no futuro, Naruto. — Respondeu Shizune.
— O que vocês vão fazer com a gente?
— Naruto Uzumaki! — Disse Tsunade, ele murmurou assustado. — Fale mais alto!
— Sim, senhora!
— Sakura Haruno!
— Sim, senhora! — Respondeu ela.
— Vocês dois são uma equipe de novo. — Disse a mais velha. — Junto com seu antigo sensei, à partir de hoje serão a equipe Kakashi.
— Equipe Kakashi? — Indagou Sakura, empolgada.
— Achei o nome muito legal, e qual é o lance? — Perguntou Naruto, igualmente empolgado.
— Nós seremos uma equipe em futuras missões, vocês e eu seremos iguais agora. — Disse Kakashi, os dois se viraram para eles chocados. — Isso é tudo em poucas palavras. Os dias de professor e aluno de acabaram! Nós vamos trabalhar juntos como shinobi da Folha, entenderam?
— Sim, 110%! — Respondeu Naruto.
— Ótimo, que tal comemorarmos? Estou morrendo de fome, podíamos ir comer algo! — Disse Sakura.
— Que tal o ramen do Ichiraku? — Sugeriu Naruto. — E por conta do Kakashi-sensei.
— Acredito que ele adoraria, Naruto!! — Disse .
— Ei, tia! Quase me esqueci de você aí! Terminou sua missão?
— Na verdade, não… — Ela suspirou. — Apenas serei substituída. — Ela sorriu.
— Bom, pelo menos certas pessoas param de choramingar pelos cantos! — Disse Tsunade virando os olhos.
— É bom te ter de volta, tia!
— Obrigada, Naruto! É ótimo ver o progresso de vocês, espero que possamos treinar.
— Claro!
— Agora devo ir, acabei de chegar e tenho coisas para resolver, até amanhã, Naruto, Sakura!
— Até, tchau! — Disse Naruto e todos acenaram para eles, que acenaram de volta, Kakashi seguiu de cabeça baixa e em silêncio até a porta de sua casa.
— Sabe, Hatake… — Ela começou a falar e ele sabia que lá viria bronca. — Eu não acredito que você foi derrotado por causa daquele livro imbecil, Kakashi, eu estou decepcionada.
— Sinto muito! — Ele disse, cabisbaixo e ela gargalhou.
— Aquele velhote realmente é bom, né? — Disse, se virando para abrir a porta.
— O-o que? Você também gosta de “táticas de amasso”?
— Não, eu acho um livro imbecil. Já li livros melhores escritos pelo velhote. — Ela deu de ombros, entrando em casa, sendo seguida por Kakashi. — Mas não posso negar que ele é bom, aliás, eu já até li esse livro idiota.
— Leu?
— Sim, desde que o Minato morreu, eu leio todos os livros do velhote antes dele publicar. — Ela sorriu. — Não se preocupe, não vou dizer o que acontece. — Ele suspirou aliviado.
— Senti sua falta. — Disse ele, a abraçando.
— Ora, Hatake! Não seja tão sentimental… — Ela foi interrompida por Iruka que se aproximava.
! Então você realmente voltou?
— Iruka! Sim, acabei de chegar. — Ele se aproximou, sorrindo e a abraçou forte.
— Bom, estou de saída. — Disse Kakashi.
— Hatake… — Quando ela olhou, ele já tinha ido embora, ela suspirou. — Eu também senti. — Ela abaixou a cabeça, e Iruka se aproximou.
— Eu estou indo jantar no Ichiraku, me faz companhia?
— Na verdade, eu estou exausta, podemos nos ver amanhã?
— Claro, eu entendo! — Ele sorriu e partiu, ela entrou na casa, encostou na porta e sentou no chão, onde permaneceu sentada.

— Eu não entendo porque ele me chama de arrogante, quando o arrogante é ele! — Resmungava .
— Irmãzinha, o Kakashi também sofreu muito na vida, vocês são parecidos, mas há algo que difere vocês, você não conheceu seus pais e ele conheceu o pai, que se suicidou.
— O quê?! — Exclamou a garota chocada.
— Sakumo Hatake, não se lembra desse nome? — Ela acenou com a cabeça em sinal negativo. — Sakumo morreu lentamente por dentro, ele era um herói para Kakashi, assim como eu sou pra você. Imagina como deve ter sido doloroso ver seu próprio pai se afundando sem poder fazer nada! E ter que lidar com a morte dele, tão novo… — Minato suspirou. — Por isso, eu tento fazer com que sejam amigos, porque o Kakashi perdeu tudo e eu como sensei dele, tento ajudá-lo e ensiná-lo e gostaria muito de tê-lo por perto mais vezes. É extremamente importante para mim que vocês se deem bem. — Minato bagunçou o cabelo da irmã mais nova, e enquanto caminhava de volta para casa, a garota abaixou a cabeça e começou a andar mais devagar.
— Minato-chan? — Ele se virou para ela, que havia ficado para trás. — Eu já volto. — A garota saiu correndo e Minato sorriu, pois imaginava onde ela estava indo.
corria, onde ela achava que Kakashi estaria e acertou, aparentemente ele gostava daquele lugar tanto quanto ela. Era uma vista linda, do sol se pondo no riacho.
— Kakashi! — Disse ela, ofegante pela corrida.
? O que faz aqui? — Perguntou o garoto, se virando para ela.
— Eu não esperava vê-lo aqui, eu gosto de passar o tempo aqui. — Ela se sentou. — É uma linda vista. — Ele assentiu.
— Já vou indo, então! — Ele se virou para ir embora.
— Por que? — Ele virou-se para ela confuso.
— Porque pelo que eu conheço de você, você não vai querer a minha companhia.
— Você me conhece muito mal! — Ela riu. — Senta aí! — Ele estava confuso com aquela situação, mas se sentou.
— Você está bem? — Perguntou ele e ela assentiu.
— E você? — Ele não respondeu, apenas fitou o horizonte. — Minato me disse que somos bem parecidos… — Ele a interrompeu.
— No que? Eu sou mais forte que você, melhor, mais rápido…
— Ah, Hatake! Cale a boca! Não estou falando sobre habilidades, e sim sobre a vida.
— E o que temos de parecido na vida? Quem você perdeu para saber o que eu senti?
— Kakashi, eu tô tentando ser legal! Eu não perdi ninguém, porque eu não tive a chance de ter! E pode ser que o Minato seja para você quase a mesma coisa que é para mim, só que como somos irmãos, é diferente. — Ela suspirou. — Eu sei que você sofre muito por ter perdido seu pai, do mesmo jeito que eu sofro por querer ter tido um pai, ou uma mãe. Enfim… — Ela secou uma lágrima. — Eu não sou assim, sabe? De conversar, principalmente com você, mas quero dizer que eu te entendo, e se você precisar de ajuda… — Ele a interrompeu.
— Obrigado pela intenção, mas se eu precisar de ajuda, não será a sua. — Ela engoliu seco aquelas palavras, não entendia o porquê daquilo, mas se levantou em silêncio e correu para casa. Por isso ela era fechada, foi burrice achar que poderiam se acertar.
— Ei, ! — Gritou Obito correndo até ela. — Eu te vi com o Kakashi, mas não quis interromper.
— Obito, eu não quero falar sobre ele! Ele é um arrogante, grosso, que merece ficar sozinho para sempre!!! Não sei como você e a Rin o suportam, me desculpe, eu deveria ter ido para casa. — Ela correu para casa. Obito correu atrás dela, até a porta de sua casa. — O que foi, Obito?
— Eu queria te dizer algo.
— Então diz.
— Eu posso estar errado, mas acho que você e o Kakashi tem aquele fio vermelho que as pessoas falam.
— Obito, tira essas ideias da sua cabeça! Tchau! — Ela entrou em casa e bateu a porta, e se sentou atrás da porta, abraçando suas pernas.


E ela se via exatamente como naquele dia, se ele pelo menos insistisse nela como o Obito insistiu para se tornar seu amigo. Ela estava tão confusa, ele sempre foi tão desagradável com ela, e se essa história de fio vermelho fosse real? E se ela estivesse envolvendo o Iruka em uma história que já está traçada? Ela abraçou suas pernas e abaixou a cabeça, estava totalmente confusa. Só tinha certeza de que afastaria Iruka, até porque, ela sabia que estava ligada ao Kakashi de alguma forma. Ela queria fazer as coisas do jeito certo dessa vez, mesmo que demorasse, ela não iria desistir dele. Se ele não insiste nela, ela teria de insistir nele, não dá para esperar as coisas caírem do céu.


Capítulo 13: Uma nova formação

— Ei, Kakashi! — Gritou Obito.
— O que foi?
passou aqui bem irritada com você, aconteceu algo? — O menino parecia preocupado.
— Sim. — Kakashi deu de ombros e continuou andando. — Estou indo me desculpar com Minato-sensei.
— Não acha que deveria se desculpar com ela? — Perguntou o menino, e Kakashi engoliu seco. — Eu estava falando com ela, vocês dois tem o Akai ito, eu tenho certeza disso.
— O que é isso? — Perguntou Kakashi, se virando.
— É um fio vermelho que liga duas pessoas, que estão destinadas a ficarem juntas, ele pode se embolar, mas nunca se rasga.
— Obito, eu não sei quem te contou essa história, mas isso não existe!
— A minha avó me disse que existe, e eu acredito mais nela do que em você. — Ele cruzou os braços emburrado. — De qualquer forma, você deve se desculpar com ela, e não com Minato-sensei! E obrigado por ter sido rude com ela, agora eu preciso falar com ela, e ela não vai sair de casa porque está brava com você! — Obito bufou. — Talvez você tenha razão, o que eu disse é besteira, eu tinha certeza que estava certo… — Ele suspirou. — Mas você nem sequer a respeita a ponto de se desculpar com ela, ela merece algo melhor, como talvez o Shisui e o Kanji, espero que um deles esteja destinado a ela. — Ele caminhou, irritado e em silêncio, para longe dali.


Kakashi se lembrava da conversa que tivera com o amigo, e talvez Obito estivesse certo, ela merecia estar destinada a alguém melhor e ele não era essa pessoa, Obito havia se enganado! Ele pensou em voltar e insistir nela, mas do que adiantaria? Ele estava sempre cometendo burradas e se contradizendo, ela não merecia que brincassem mais com seu coração.

Era de manhã, e acordou irritada com alguém batendo à porta sem parar.
— Já vai! — Disse ela, vestindo um kimono. Caminhou até a porta ajeitando sua roupa e as batidas ficavam mais forte. — Quem diabos… — Ela abriu a porta. — Ah, é você, Hinata!
— Desculpe, -sensei! Não quis acordá-la! — Dizia a garota, de cabelos pretos longos.
— Tudo bem, entre e fique à vontade, irei me trocar! — A mulher se virou e caminhou até seu quarto, onde trocou a roupa, desceu as escadas encontrando Hinata parada no meio da sala. — Vamos, tomamos café outra hora! — A mulher saiu da casa, sendo acompanhada pela menina. Havia perdido a noção da hora, provavelmente o time Kakashi já deveria ter saído em alguma missão, e ela mal havia despertado.

— COMO ASSIM O KAZEKAGE FOI RAPTADO PELA AKATSUKI??? POR QUE VOCÊ NÃO ME MANDOU NESSA MISSÃO? — Shizune e Hinata escutavam os gritos do lado de fora da sala.
— Porque não cabia à você estar lá.
— ESSA FOI A MISSÃO QUE VOCÊ DESIGNOU PARA MIM, E AGORA VOCÊ MANDA O NARUTO ATÉ LÁ?
— ESCUTE AQUI, NAMIKAZE! EU DIGO EM QUAL MISSÃO VOCÊS VÃO, E ESSA NÃO CABIA À VOCÊ!
— Pois eu vou! — Disse ela, se virando e dando de ombros.
— Você não vai à lugar nenhum, ! — A mulher se levantou. — NAMIKAZE! NÃO VIRE AS COSTAS PARA MIM! — Mesmo não tendo um pingo de respeito pelas pessoas, ela respeitava a sua Sensei.
— Desculpe, Tsunade-sensei. — Ela suspirou.
— Por enquanto você deve ficar na Aldeia, Iori e Kanji ficarão por perto, serão um time de novo e agora com Hinata e Kiba você irá parar de onde começou, talvez eu deva acrescentar o Shino nessa equipe.
— Sim, Hokage-sama!
— Shizune, pode entrar com a garota. — As duas entraram na sala.
— Acha que o time Kakashi será suficiente?
— Não se preocupe! — A mais velha sorriu, tentando tranquilizá-la. — De último caso, enviarei o time Gai para ajudá-los.
— Certo!
— Você deve encontrar Iori e Kanji, o time 3 voltará a entrar em ação e você será a capitã! — Ela assentiu. — Eu pensei em chamar de time , mas acho que time Namikaze fica melhor. — Ela sorriu. — Podem sair!
— Sabe, Hinata… — Disse ela, saindo da sala. — Esse será o meu maior ensinamento para você então escute com atenção, nunca desrespeite a Tsunade-sensei, e caso me veja fazendo isso, corra.
— S-sim, -sensei!

Uma semana se passou desde o dia em que partiram e aguardava ansiosamente o retorno do time Kakashi, de pé, em frente à entrada da Aldeia.
— O que faz aí, Namikaze? — Perguntou Iori, se aproximando com Kanji.
— Esperando
— Quando vamos treinar com seus aprendizes? Desde aquele dia, só te vimos uma vez, precisamos voltar a treinar juntos e… — Ela interrompeu o amigo.
— Eu sei, resolveremos isso hoje, certo? — Disse ela, sorrindo.
— Está esperando aquele idiota chegar com o Naruto e a Sakura? — Perguntou Kanji.
— O único idiota que eu conheço aqui em Konoha, é você, Kanji!
— Ui, não pode falar do namoradinho dela que ela fica toda estressa… — Ele foi interrompido com uma Kunai passando do lado do seu rosto, de raspão.
— Eu errei de propósito, da próxima vez, eu vou acertar. O Kakashi não é meu namorado. — A garota parecia séria, nem sequer olhou para ele, apenas lançou a kunai e mesmo errando de propósito, quase o acertou.
— Você parece preocupada. — Disse Iori.
— E estou… — Ela encarou a pulseira. — Aparentemente está tudo bem, eu espero. — Com os olhos fixados no horizonte, pôde perceber algo rápido correndo em direção à Aldeia e a única reação que teve foi sair da frente.
— Primeiro lugar! — Gritou Gai, carregando Kakashi nas costas, os 3 ali antes parados, ficaram estatelados.
— Eu cheguei em segundo, maravilha! — Exclamou Lee.
— Na verdade, você precisa de um pouco mais de treinamento. — Disse Gai.
— Tem razão, da próxima vez eu vou treinar mais e chegar em primeiro! — Respondeu Lee.
— Olha, Lee, eu odeio dizer isso, mas eu não tenho boas notícias. — Disse o mais velho.
— O que? E quais notícias seriam, Gai-sensei?
— Lee, você não chegou em segundo lugar. Você chegou na verdade, em terceiro lugar, você esqueceu? — O garoto fez uma cara de espanto. — Estou com Kakashi nas costas, então, tecnicamente ele chegou em segundo. — Enquanto ele dizia isso, observava Kakashi que parecia desacordado nas costas de Gai. O mesmo Gai começou a rir. — Você ouviu, Kakashi? Você é um cara de sorte, mas não precisa me agradecer. — Lee após ouvir isso, anotava algo em seu caderno e lágrimas escorriam de seu rosto.
— O senhor me ensinou outra valiosíssima lição, Gai-sensei! — Exclamou ele. — Eu ainda tenho muito que aprender, eu… — desviou sua atenção dele para os outros que chegaram e estavam falando entre si, pôde ver que Naruto estava bem. Correu e o abraçou.
— Naruto-chan! — Ela o abraçou forte. — Você está bem! — Ele sorriu ao vê-la.
— Beleza, está todo mundo por aqui, não é? — Disse Gai se virando. — Vamos nos apresentar imediatamente para a Tsunade-sama.
— Gai-sensei? — Disse Sakura. Todos olhavam para Kakashi com a mesma expressão, de preocupados.
— Huh?
— O Kakashi-sensei está parecendo um pouco… — Gai se virou e pôde ver o homem praticamente desacordado em suas costas.
— Ele precisa ir para o hospital. — Disse e todos assentiram.
— Bom, vamos passar no hospital antes e depois a gente se apresenta. — Disse ele, Kakashi murmurou algo que foi impossível de decifrar, e todos correram até o hospital. Pelo visto foi uma batalha e tanto, e não se conformava em ficar parada ali enquanto tudo acontecia. Quando chegaram ao hospital, todos ficaram esperando ansiosamente que Kakashi acordasse, por um tempo, até que ele despertou.
— Olha só, ele acordou! — Disse Naruto, espiando. se aproximou para olhar de perto.
— Então eu estou aqui de novo, não é? — Disse ele e riu fraco, antes que pudesse soltar algum tipo de provocação, Tsunade e Shizune entraram na sala.
— Bom trabalho, Kakashi! Bom mesmo. — Disse a loira.
— Senhora. — Disse Sakura.
— Tsunade-sama. — Disse Kakashi se mexendo na cama, tentando levantar e não sendo capaz, a coberta cedeu um pouco e deu para observar um pouco de seu rosto, enquanto Tsunade falava, estava com a sua atenção focada em Naruto que tentava espiar para ver se via o rosto do mais velho, mas parou quando Sakura percebeu o que ele estava fazendo e o repreendeu com o olhar, ela riu em pensamento, aquela garota se parecia com Kushina.
— Parece que você precisa treinar mais um pouco para dominar seu novo Sharingan. — Continuou Tsunade, não havia prestado muita atenção, mas lembrou-se de ter escutado que ele teria que ficar de cama por pelo menos uma semana.
— Parece que sim. — Respondeu ele.
— Enfim, descanse por algum tempo, ficará responsável por sua recuperação. — A garota que sorria mudou a expressão quando escutou aquilo e engoliu seco.
— E-eu?
— Sim! Vocês voltarão a ativa juntos, já que por esse tempo você vai estar pela Aldeia e é uma excelente médica nin… — A garota a interrompeu.
— Eu nem terminei o meu treinamento! Existem médicos mais capazes que eu para cuidarem dele, eu posso ficar aqui por hoje, mas durante uma semana?
— Isso é uma ordem, Namikaze. — A garota engoliu seco.
— Tsunade-sensei, se considere com sorte de ser Hokage, ter sido minha sensei e ser alguém que eu respeito muito, se não fosse por isso, essas crianças iriam escutar palavras que tenho certeza que elas nunca ouviram antes. — Ela bufou após dizer isso, a mais velha amarrou a cara, mas soltou uma risadinha.
— A equipe Gai deveria descansar também, pode apresentar seu relatório depois.
— Sim, Senhora! — Disse Gai, estava de cara feia.
— Vamos, Shizune! — Disse ela saindo do local.
— Senhora Tsunade, espere! — Disse Sakura saindo atrás dela.
— Bom, você vai estar em boas mãos, Kakashi! — Disse Gai, sorrindo. — Vamos, não vamos atrapalhar seu descanso. — Todos assentiram e saíram em silêncio, menos Naruto.
— Vocês dois… — Disse ele. — O que está rolando?
— Perdão? — Disse .
— Quero dizer, vocês estão tendo algo? E o Iruka-sensei? — Os dois engoliram seco.
— Bom… — Disse Kakashi.
— Não estamos tendo nada, Naruto! E eu e o Iruka continuamos na mesma, também não temos nada. — Disse .
— Entendo… — Naruto sorriu. — Bom, vejo vocês depois. — O garoto acenou e suspirou.
— Achei que tínhamos passado dessa fase de não querer a companhia do outro. — Disse Kakashi.
— Ah, me desculpe, não é nada com você! — Ela suspirou. — Essa mulher malvada não me deixa ajudar em nada. — Ela cruzou os braços e fez uma cara feia, que fez o homem rir, mas logo parar. — Desculpe, não deve fazer esforço.
— Então a Hokage está sendo má com você?
— Ela sempre foi, desde o meu treinamento, o que me faz acreditar que talvez ela esteja fazendo isso para o meu bem.
— Com certeza está, não se preocupe.
— Mas eu também quero ser útil. — Ela abaixou a cabeça. — Quero proteger o Naruto! Antes eu tivesse continuado fora da Aldeia…
— Ei!
— Me desculpa, eu só tô cansada de ficar aqui enquanto todos trabalham lá fora. — Ela se sentou na cama dele. — Ficar parada me deixa aflita. — Ela suspirou.
— Eu te entendo.
— Mas me diz, que história é essa de novo Sharingan?
— Mangekyo… — Ele suspirou. — Eu tenho um novo jutsu, eu consigo mandar coisas para uma outra dimensão.
— Uau.
— Mas isso me esgotou, eu ainda não dominei direito.
— Eu queria poder te ajudar, mas pesquisas são diferentes de experiência, não sei se conseguiria fazer algo que te ajudasse.
— Não se preocupe, cuidarei disso! Me preocupo com você e essa questão do seu kekkei genkai.
— Bom, não se preocupe com isso! O velhote e eu estamos cuidando disso!
— C-claro! — Disse ele.
— Agora descanse, estarei sentada bem aqui. — Ela apontou para a cadeira ao lado da cama do homem, e se sentou lá, além dessa missão dada pela Hokage, ela tinha outros assuntos para resolver. Enquanto ela pensava nas coisas que ela teria que fazer, ela não percebeu o tempo passando. Jiraya entrou no quarto pela janela, e ela se assustou.
— AH! — Jogou uma kunai e o mais velho desviou. — Que susto, velhote! Aprenda a usar a porta! — O grito fez com que Kakashi despertasse.
— Mas que cara de bobo. — Disse Jiraya, se referindo à Kakashi.
— Jiraya-sama. — Disse Kakashi.
— Bom, é, você sempre teve essa cara mesmo.
— O que quer aqui, velhote? E por que não usa a porta como uma pessoa normal?
— Desculpe, não queria assustar a princesa, que pelo grau de distração deveria estar imaginando coisas obscenas. — Respondeu Jiraya.
— Eu não preciso imaginar isso. — Jiraya fez uma cara de espanto.
— Não sabiam que você estava assim. — Ele riu. — Eu fiquei sabendo que você vai ficar uma semana de cama, é?
— Bom, parece que sim. — Disse , dando de ombros. Kakashi se sentou, grunhindo de dor.
— Meu amigo, devagar aí, não se esforce! — Disse Jiraya, ajudando-o. — Você que está cuidando dele? — Perguntou ele, confuso.
— Sim. — Respondeu a garota. — Mesmo sem ter completado meu treinamento como médica ninja, aquela velha rabugenta acha que é a melhor missão para mim. — Jiraya riu pela forma que a garota se referiu à Tsunade. — Gostaria que essa frase ficasse entre nós. — Completou ela, fazendo o mais velho rir mais ainda.
— Você não voltou à Aldeia só para me visitar no hospital, né? — Perguntou Kakashi.
— Bom, vamos esperar a Tsunade e aquele homem chegarem. Mas não se preocupe, manterei vocês informados.
— Que homem? — Perguntou .
— Acho que nessa missão ele se chamará Yamato, mas vocês irão reconhecê-lo logo. — virou os olhos após Jiraya dizer aquilo, ela queria ir em missão com eles, e Tsunade achou alguém para substituir o Kakashi na equipe e nem sequer pensou nela, aquela velha! Eles aguardaram em silêncio até que Tsunade, Shizune e um homem, que ela conhecia, entrassem no quarto após baterem à porta perguntando se podiam entrar.
— Há quanto tempo não nos vemos, senpai! — Disse o homem se referindo à Kakashi. — -senpai. — Completou ele ao ver a garota sentada de cara amarrada.
— Você? — Disse Kakashi.
— Ainda não entendo o motivo de não terem me pedido para substituir Kakashi nessa missão, também fui da ANBU e sou tia do Naruto.
— Ora, Namikaze! Você já tem uma missão! — Disse Tsunade, bufando.
— Então era sobre esse Yamato que estava falando? Vai entender. — Disse Kakashi.
— Isso mesmo, enquanto eu estiver como capitão interino do time Kakashi, usarei o codinome Yamato, senhor. — Disse o homem, virou os olhos, não teve muito contato com aquele homem, mas ambos eram da unidade ANBU.
— O motivo de tê-lo trazido aqui, é que, se ele vai comandar a sua equipe, Kakashi, quero que ele saiba exatamente com o que vai ter que lidar.
— Como assim? — Perguntou .
— O que podemos dizer é o motivo principal de você ter sido escolhido como substituto do Kakashi.
— Por acaso é sobre o Naruto, senhor?
— Sobre o Naruto? — estava confusa.
— Exatamente. — Respondeu Kakashi. — Você já sabe que o Naruto tem o espírito da Kyuubi selado dentro dele, não sabe?
— Sei, sim. — Yamato respondeu.
— Haverá vezes que o chakra da Kyuubi começará a vazar do corpo do Naruto… — interrompeu Jiraya.
— O quê?!
— Me deixe terminar, ! O chakra assumirá a forma da raposa. Nós temos nos referido à isso como o “Manto das nove caudas”.
— Nós quem? Vocês não me contaram nada, eu devia dar-lhes uma surra. — Disse , furiosa. Tsunade colocou a mão em seu ombro para que ela se acalmasse.
— Manto da Nove caudas? Como assim? — Perguntou Yamato, tão chocado quanto a garota.
— Com que frequência isso acontece? — Indagou .
— Aconteceu recentemente, na nossa última missão. Quando ele é dominado pelas suas emoções, o chakra do espírito da Kyuubi começa a vir à tona, cobrindo seu corpo inteiro e revelando o manto da Nove caudas. — Respondeu Kakashi. — E antes que a segunda cauda se formasse, eu consegui repelir o chakra com o selo que o Jiraya-sama me deu! Se eu não tivesse interferido, quem sabe o que poderia ter acontecido.
— Eu entendo, então é como eu temia. — Disse Jiraya.
— Como? — Perguntou .
— A julgar pela forma que o chakra está tomando, logo o número de caudas aumentará e serão nove. — Após Jiraya dizer isso, a expressão de medo tomou conta do rosto de todos presentes naquele quarto. — Parece que isso resume tudo.
— Jiraya-sama, quantas caudas você viu? — Perguntou Kakashi. E jiraya começou a tirar as blusas que vestia.
— Em todos meus anos de vida, eu cheguei perto da morte duas vezes. A primeira vez quebrei seis costelas, ambos os braços e rompi um punhado de órgãos internos. — Ele levantou a blusa, mostrando cicatrizes. — Isso foi quando fui pego fazendo pesquisa em uma pousada termal e Tsunade me bateu feito um tambor. — riu fraco e Tsunade fez uma careta. — A segunda vez… — Ele tirou a camisa mostrando uma cicatriz horrível. — A segunda vez foi quando Naruto e eu estávamos fora treinando juntos e a quarta cauda apareceu.
— Então ele consegue se transformar em quatro caudas, e vocês não pensaram em me contar antes? Droga! Ele é meu sobrinho! — Reclamou .
— Não devemos discutir isso agora! Quando o manto aparece, parece que ele está protegendo o Naruto, mas na verdade causa ferimentos horríveis. Até a terceira cauda, ele ainda tem consciência, mas quando a quarta aparece, ele parece uma miniatura da Kyuubi. E quando se dissipa, seu corpo fica coberto de ferimentos e sangue, mas o poder curativo da Kyuubi logo o cura, mas se continuar desse jeito, Naruto não terá muito tempo de vida. — Concluiu Jiraya, que agora estava de pé, sentia que ia cair de tanto que as suas pernas tremiam.
— Isso é tudo? — Perguntou Yamato.
— Sim, esperamos que com o seu DNA do primeiro Hokage, você consiga controlá-lo. — Disse Tsunade.
— Sim, e também o Naruto tem o colar do primeiro Hokage, que deve ajudar. — Completou Jiraya, Yamato assentiu.
— Bom, se isso é tudo, devo ir. — Ele se curvou e saiu do quarto. mais que depressa acertou um soco na cara de Jiraya.
— Eu só não acerto vocês dois também porque você está de cama e eu tenho muito respeito por ela. — Disse ela se referindo à Tsunade e Kakashi.
— Eu entendo que esteja chateada, mas por que me bater?
— Porque você merece, ELE É MEU SOBRINHO! — Ela gritou, Tsunade apenas se virou e saiu do quarto.
— Vou deixar que vocês lidem com isso. — Disse ela, antes de sair, Jiraya foi acertado por outro golpe, dessa vez na barriga.
— E só não bato mais por você ser mais velho e eu ainda ter um pouco de respeito por você, esse soco era pra ser do Kakashi, mas como ele não pode apanhar… — Jiraya a encarava sério.
— Eu tive preguiça de ficar toda hora contando a história a um por um, esperei que estivéssemos todos juntos, para contar. — Ela bufou ao escutar aquilo.
— Só não te dou outra porque preciso te perguntar, quem mais irá nessa missão?
— Um garoto chamado Sai, ele foi designado por Danzō.
— Essa mulher perdeu a cabeça??? — Perguntou ela, que parecia estar entrando em surto.
— Foi insistência dos conselheiros. — Respondeu Jiraya.
— Estamos falando do Danzō, você sabe quem esse velho é, Jiraya!
— Eu sei, mas não se preocupe, Yamato estará de olho nele! Tudo irá correr bem!
— Eu não sei, essa história do Naruto se transformar numa miniatura da Kyuubi não me deixa sentir segura de que tudo vai ficar bem. — Jiraya puxou o braço da garota e apontou para a pulseira.
— Você não pode sentir?
— Já faz um tempo que não sinto, tem certeza que ele está usando? — Jiraya assentiu. — Talvez eu só não esteja sabendo identificar.
— Ou ele não correu perigo o suficiente. — Disse Kakashi. — Minato-sensei sempre tirava a pulseira quando íamos sair em missões muito perigosas, mas às vezes quando saíamos em missões perigosas, mas nem tanto, ele a colocava para saber como você estava. — Ela sorriu ao escutar aquilo.
— Então continuarei confiando na pulseira.
— Sim, você deve confiar! — Disse Jiraya.
— Mas como vou ficar parada aqui mesmo, vou buscar uns livros que são herança da Kushina e trazer para fazer pesquisa, pesquisa de verdade, sabe o que é isso, velhote?
— Não ouse falar da minha pesquisa, aliás, se não fosse pelos meus conselhos, você ainda não teria dado um beijo sequer.
— Que conselhos, velhote? Você está ficando velho e doido! — Ela brincou. — Aliás, pode me ajudar com aquilo que pedi?
— Ah, sim! Eu estou pesquisando sobre.


Capítulo 14: Antigos laços

Kakashi havia adormecido após as emoções de ontem, como batendo em Jiraya, ameaçando-o, rindo dele e outras coisas do tipo. Quando abriu os olhos pôde observar a garota sentada na cadeira com uns livros com o mesmo símbolo que havia em suas roupas.
— Bom dia. — Disse ele.
— Ah, você acordou, dorminhoco? — Ela sorriu. — Boa tarde, na verdade! — Riu ela.
— Eu dormi tanto assim? — Ela continuava rindo dele.
— Sim, mas não se preocupe! Aproveite enquanto pode.
— E você ficou aqui esse tempo todo? Sabe, não precisa ficar aqui 24 horas por dia… — Ela o interrompeu.
— Eu sei, eu só passei a noite aqui, mas acabei de chegar. — Ela sorriu. — Eu fui em casa, procurei esses livros, tomei um banho, coisas que pessoas que podem sair andando fazem. — Brincou ela.
— O que é esse símbolo? Nos livros?
— É o símbolo da Aldeia da Kushina, procurei algo sobre a Kyuubi aqui, porque ela era a Jinchuuriki anterior. — Ela suspirou. — Mas não tive sucesso, aqui tem alguns jutsus de selamento, similares ao que meu irmão usou no Naruto, talvez eu descubra um jeito de fortalecer o selo dele… — Ela suspirou de novo, folheando o livro.
— Você vai acabar pirando desse jeito, deveria se distrair um pouco. — Disse ele, sorrindo.
— Ah, mas eu vou! Eu treinei um pouco com Hinata, Kiba e Shino hoje, e encontrei Asuma, a primeira pessoa que eu vi quando cheguei na Aldeia, que me chamou para sair… — Ele a interrompeu.
— Sarutobi Asuma?
— Sim, para sair com ele, Kurenai e mais alguém que não me lembro.
— Gai?
— Não, do Gai eu lembro, era um cara esquisito que insistiu para ir também, ele usa um óculos preto.
— Ah, Ebisu?
— Isso! Enfim, eu resolvi aceitar, já que Tsunade-sensei me obrigou. — Kakashi riu da resposta da menina.
— Sabia que você não estava indo por livre e espontânea vontade. — Ambos riram.
— Ela me disse que eu preciso criar boas lembranças com as pessoas que estão vivas, pois a maioria das minhas boas lembranças da Aldeia são com pessoas que morreram.
— Bom, ela está certa.
— Eu não discordo dela. — Ela suspirou. — Mas ela me mandou fazer isso pois eu pedi para dar uma olhada nos arquivos da morte do Shisui.
— Você o quê? — Disse ele se sentando, sem acreditar.
— Pedi os arquivos da morte do Shisui, ela vai preparar para mim, mas quer que eu “viva” um pouco. — Ela fez sinal de aspas com a mão.
— E por que você quer ver esses arquivos?
— Existem muitas pontas soltas.
— Como assim?
— Coisas sem explicação, mas de qualquer forma, com os arquivos vou conseguir entender melhor o que aconteceu.
, na época, antes de confirmarem que havia sido Itachi, levantou-se uma dúvida que Danzou poderia estar envolvido, mas foi confirmado que Itachi empurrou Shisui do precipício. — Kakashi suspirou. — Ele pode achar que você está desconfiando dele, e sabe se lá o que ele faria.
— Eu não tenho medo daquele velho! Se ele estiver envolvido realmente, ele que terá que ter medo de mim. Mas se não conseguiram provar nada, duvido que eu consiga. — Ela levantou irritada. — Mas eu ainda acho que existem muitas pontas soltas.
— Tome cuidado. — Disse ele e ela sorriu.
— Não precisa se preocupar comigo, como você está se sentindo?
— Ainda me sinto péssimo.
— Quer comida de verdade, certo? — Ele assentiu e ela riu. — Vou ver o que eu posso arrumar que não vá te matar.
— Sério?
— Sim, mas vai ser nosso segredo, certo? — Ele assentiu, ela arrumou os livros em uma mochila. — Bom, eu preciso ir.
— Divirta-se! — Respondeu ele, sorrindo com os olhos.
— Obrigada, qualquer coisa mande me chamar! — Disse ela antes de sair do quarto. Caminhou até sua casa e guardou todos os livros em seu devido lugar, após certificar-se que estavam em segurança, saiu para encontrar seus colegas. Chegou um pouco atrasada, mas chegou a tempo.
— Ei, você veio! — Disse Asuma ao ver a moça.
— Me desculpem pelo atraso, estava cuidando do Kakashi. — Respondeu
ela.
— Ah, e como ele está? — Perguntou Gai.
— Está se recuperando bem, em breve poderá se juntar à vocês.
— A nós, eu espero. — Disse Kurenai, incluindo a mulher no grupo, fazendo-a sorrir.
— E então, Namikaze… — Disse Ebisu, desviando o olhar da mulher de Kurenai para ele. — Como você fugiu da Aldeia e não se tornou um ninja renegado?
— Ebisu! — Asuma o repreendeu.
— Não tem problema, Asuma! Graças ao Sandaime, que me procurou e me fez uma proposta.
— Qual proposta? — Perguntou Kurenai.
— De trabalhar para a Aldeia em missões fora dela. — Disse ela sorrindo e tomando um gole do Shochu que estava em sua frente.
— Hiruzen Sarutobi foi um grande homem! — Disse Gai. — E o Yondaime também foi um herói.
— Ele foi, não foi? — Disse ela sorrindo. — Ele realizou seus sonhos, pena que não pôde desfrutar deles por muito tempo.
— É realmente uma pena. — Disse Iruka. — Que tal conversarmos sobre algo mais descontraído?
— Seria bom. — Disse Asuma, que estava começando a ficar incomodado com o assunto. — Como vai seu namoro com o Iruka? — Perguntou, fazendo a garota engasgar, Gai cuspir todo Shochu e todos os outros ficarem chocados.
— Bom… — Ela sorriu envergonhada. — Nós não… — Ela corou, e Iruka riu.
— Não estamos namorando! — Ele respondeu.
— Eu queria saber mais sobre a sua vida. — Disse Ebisu.
— Da minha vida miserável, certo? — O homem engoliu seco e ficou um clima pesado. — O que eu posso te dizer, Ebisu… — Ela suspirou. — Eu perdi tudo, fui embora da Aldeia, agora eu voltei.
— E está feliz?
— Sim, mas é algo passageiro, alguns momentos me deixam feliz, mas eu não posso dizer que minha vida é feliz. — Ela tomou mais um gole. — Mas as minhas perdas não me impedem de viver, eu sofro a minha dor em silêncio, mas me permito sentir outros sentimentos. — Todos sorriam.
— Você é extremamente forte! — Disse Kurenai e os outros assentiram.
— Se você acha, obrigada. — Ela sorriu. — Eu adoraria ficar mais, mas eu tenho que resolver algo. Foi um prazer revê-los! — Ela se levantou, sorriu e saiu.
— Ebisu, eu não te convido mais! — Disse Asuma. Ela riu escutando aquilo de longe, mas ela precisava encontrar Shizune com os arquivos o mais rápido possível. Correu até a mansão, caminhando até o escritório de Tsunade, quando bateu à porta e escutou a mulher dando permissão para entrar, ela entrou e se deparou com Danzō.
! — Exclamou a loira.
— Tsunade-sama, vim buscar aqueles arquivos que pedi.
— Ah sim, Shizune… — Ela se levantou de sua cadeira. — Leve-a até os arquivos para que ela possa vê-los.
— Sim, senhora! — Disse Shizune, que saiu pela porta acompanhada por que lançava um olhar mortal para o velho lá dentro, Tsunade parecia irritada.
— O que aquele velho quer?
— Dar conselhos à Tsunade-sama, parte disso é minha culpa por ter chamado os conselheiros, mas Tsunade-sama não confia nele. — Respondeu Shizune.
— Bom, eu também não confio. — Disse ela, dando de ombros, entraram em uma sala que estava trancada.
— Aqui estão os arquivos que pediu. — Disse Shizune, empurrando uma caixa que estava acima de uma mesa para a direção da outra mulher.
— Obrigada Shizune. — Respondeu ela, se sentando e pegando um dos papéis em suas mãos e lendo, e como ela havia pensado, haviam muitas pontas soltas.
— E então? — Perguntou Tsunade entrando na sala.
— Isso tudo é muito confuso. — Respondeu ela.
— O que, por exemplo?
— Se no começo acreditavam que ele havia se suicidado, então por qual motivo pensaram que o Danzō poderia estar envolvido?
— Acredito que alguma atitude dele nos dias anteriores tenha desencadeado isso, mas foi apenas uma desconfiança boba, já que não foram mais a fundo na investigação. — Disse ela.
— Eu não acredito que ele o tenha matado, como não acredito que Itachi o empurrou. — Retrucou a garota.
— Como assim? — Perguntou Shizune.
— Shisui era o melhor do clã Uchiha, melhor até mesmo que Itachi, e tinha um Sharingan super poderoso desde criança, quem realmente acreditou que ele poderia ter sido empurrado? De qualquer forma, Itachi pode carregar muitas mortes nas suas costas, mas essa, eu me recuso a acreditar. Se não se importarem, gostaria que isso não saísse daqui, até mesmo se Kakashi perguntar algo, digam que eu não achei nada.
— Certo, mas você vai insistir nisso? — Perguntou Tsunade.
— Não, porque acredito que meu amigo tenha realmente se suicidado! Mas procurarei saber o que Danzō tinha a ver com isso. Por enquanto, só criarei uma estratégia e investigarei em silêncio.
— Mesmo que eu queira, eu não posso te ajudar com isso. — Disse a loira suspirando.
— Não se preocupe, Tsunade-sensei. Eu vou dar um jeito nisso. — A garota sorriu para a mais velha. — Eu tenho esse pressentimento, sabe? Ele era como um irmão e eu preciso descobrir o que aconteceu.
— Mas por que só agora?
— Eu não sei, Tsunade-sensei. — Ela suspirou. — É um sentimento de que algo nisso não está certo, eu… Eu não sei. — Ela se virou para os papéis na mesa. — Será que posso ficar com isso?
— Sim, mas devolva-os intactos. — A garota assentiu, pegou os arquivos e foi à caminho do hospital, tentou entrar sem fazer barulho, acreditando que Kakashi estava dormindo, mas ele estava lendo.
— E então? Como foi com o pessoal? — Perguntou ele notando sua presença.
— Ah, foi bom! Nos divertimos bastante. — Disse ela se sentando na sua cadeira.
— O que são esses papéis? — Perguntou ele após tirar os olhos de seu livro.
— Pesquisa. — Ela suspirou e abriu o arquivo. — Pode voltar a ler seu livro, conversamos quando eu acabar essa pesquisa, certo?
— Tudo bem, senhorita mistério. — Disse ele rindo, ela fez uma careta e voltou a ler. Ela tinha certeza que Shisui havia se suicidado, mas qual seria o motivo de Itachi ter assumido a culpa? Se ela tivesse o conhecido, poderia entender. Cada página lida, era um suspiro longo, o que deixava Kakashi preocupado, pois era nítido que ela estava tensa. Após a garota suspirar mais uma vez, Kakashi fechou seu livro e se virou para ela e a encarou, e ela percebeu isso.
— O que foi?
— Eu que te pergunto, o que você está lendo? São os arquivos do Shisui? — Ela suspirou de novo, não queria contar a ele, mas ele era da ANBU na época e poderia ter algumas respostas.
— Eu não vou investigar, mas queria algumas respostas.
— Se eu puder te ajudar, eu ajudarei! Desde que você não se meta com Danzō.
— Tá. — Mentiu. — Por que pensaram que ele estava envolvido?
— Porque uma testemunha havia visto ele conversando com Shisui no mesmo dia de sua morte, mas os Uchiha sempre desconfiaram do Itachi, apesar de nós da ANBU desconfiarmos de vários fatores, mas no fim, descobrimos que eles estavam certo. Shisui havia sido designado para investigar e vigiar Itachi, talvez ele tenha descoberto algo, e Itachi se livrou dele. — Respondeu ele, abaixando a cabeça e a garota suspirou, aquilo poderia mesmo ser um motivo. — Esquece isso, não vale à pena se meter com o Danzō, ! Se você quiser insistir nisso, então espera eu sair dessa cama que eu mesmo investigo isso com você, mas por favor, não se arrisque tanto. — Ela deu de ombros e virou os olhos.
— Tanto faz. — Kakashi suspirou ao escutar aquilo, aquilo para ele era suficiente para ficar tranquilo, ela se sentou na cadeira ao lado dele e começou a ler um livro, até que adormeceu, e ele sorriu ao vê-la finalmente descansar, decidiu deixá-la dormir ali mesmo, já que ela não parava um segundo.

A garota despertou segundos antes de Jiraya entrar no quarto para avisar que Naruto e os outros haviam retornado.
— Trago notícias. — Disse ele, e que antes estava ignorando sua presença, se virou para ele atenta. — Eles lutaram com o Sasuke. — Ela suspirou após escutar isso.
— Já era de se imaginar, Sasuke saiu daqui com as próprias pernas, ele não precisa de resgate. — Disse ela, virando os olhos.
— E como foi? — Perguntou Kakashi.
— O Sasuke estava muito mais forte e Naruto não conseguiu derrotá-lo para trazê-lo de volta. — Respondeu Jiraya, fazendo com que Kakashi suspirasse também.
— Mas a missão inicial era… — Disse , sendo interrompida por Jiraya.
— Sim, a missão deles era capturar o espião preso no jutsu de Sasori, mas o espião, Kabuto já havia sido liberado do jutsu por Orochimaru que quis se aproveitar da situação e matar Sasori, sem saber que ele estava morto. E Naruto enfurecido, liberou a quarta cauda. Orochimaru lutou contra o Naruto de nove caudas e ele mesmo chegou ao limite. — A expressão de foi de espanto, mas ela sempre soube do que aquele poder era capaz. Jiraya continuava contando tudo que havia acontecido quando ela se levantou e saiu em silêncio daquele quarto, os dois chamavam seu nome e ela apenas ignorou. — Depois eu converso com ela. — Disse Jiraya.
— Talvez isso tudo seja demais para ela. — Disse Kakashi, olhando para a porta e Jiraya assentiu. Enquanto isso caminhava, à procura de Naruto. Quando ela o encontrou, acenou com a mão para que ele fosse até ela. Sentou-se em um banco, observando a paisagem, enquanto o garoto caminhava até ela.
— Tia … — Disse ele, se sentando. — Está tudo bem?
— Naruto, eu que te pergunto isso, como você está?
— Um pouco desapontado, mas eu não vou desistir de salvar o Sasuke. — Ela sorriu após escutar aquilo.
— Eu soube dos acontecimentos… — Ele a interrompeu.
— Soube que eu me descontrolei, certo? — Ela assentiu. — E isso te assusta? Digo, eu tinha medo de falar sobre isso com você e você deixar de gostar de mim. — Ele suspirou e ela o olhou com apreço. — Porque eu sei como você perdeu sua família, na verdade, eu escutei isso a minha infância toda. Então, você perdeu tudo por minha causa? — Ela estava prestes a chorar.
— Não, Naruto… — Uma lágrima escorreu e ela enxugou. — Eu não perdi nada por sua causa, eu perdi por causa da Kyuubi, na verdade, por sua causa eu ganhei tudo que eu tenho hoje. Você me deu isso. — Ela sorriu, e o abraçou forte. — Você é um garoto incrível, e será um bom homem, me desculpe pela solidão e por todo esse fardo que você carregou sozinho, eu me arrependo de não ter estado aqui.
— Tia, você não precisa… — Ela o interrompeu.
— Naruto, eu preciso! Eu quero que saiba que não teve um dia desde que eu parti que eu não pensei em você, mas eu não conseguia voltar pra cá, até eu saber que você estava em perigo, aí eu simplesmente deixei a dor de lado e vim até aqui para te proteger, mas agora eu não consigo achar meios de te ajudar, então eu me sinto mais culpada ainda, por ser eu aqui com você e não… — Ela suspirou. — E não alguém que realmente soubesse como cuidar de você, e como te ajudar.
— Ei, tia! Tá tudo bem, tá? Sei que isso é difícil pra você, mas vamos passar por isso. — Ela sorriu.
— Eu deveria te dizer isso, desculpe surtar, eu só queria fazer mais por você.
— Que tal me pagar um ramen do Ichiraku? — Brincou ele.
— Na verdade, eu acho uma ótima ideia! — Disse ela, sorrindo, e eles se abraçaram. Era sobre isso que Tsunade deveria estar falando, estar com os vivos, e pela primeira vez em muito tempo, conseguia sentir amor em seu coração, por alguém que ela podia abraçar e proteger, e ela o protegeria custe o que custar.

Dias se passaram e ela já não era mais a enfermeira particular de Kakashi, estava concentrada em treinar seus alunos. Apresentou todos a Iori e Kanji, eles formariam uma equip. Tivera pouco contato com Naruto e os outros nos últimos dias, se manteve ocupada desde que foi liberada de sua missão. Enquanto ela passava o dia treinando Cho, Naruto foi até Tsunade antes de começar seu treinamento.
— Vovó Tsunade, você precisa mandar a tia em missões!
— E por que eu faria isso?
— Eu não acho que ela esteja muito bem, acho que ela vai acabar surtando por não poder ajudar, a última vez que a vi, ela estava chorando e me pedindo desculpas por não poder fazer mais por mim e que preferia que no lugar dela, tivesse outra pessoa que poderia me ajudar. — Disse ele, suspirando. O que fez a mulher suspirar também.
— Certo, verei o que posso fazer!
— Obrigado! Agora vou voltar ao meu treinamento! — Ele saiu correndo da sala da Hokage, sua missão estava cumprida.
— Ele tem razão, Senhora Tsunade! — Disse Shizune. — Não adianta protegê-la eternamente.
— Como se eu pudesse protegê-la de algo, aquela mulher é mais teimosa que uma mula! — Disse. — Tenho uma missão secreta para a equipe dela. Mande chamá-los! — Shizune assentiu. Enquanto descansava, recebeu o recado da Hokage e reuniu sua equipe.
— Iori, Kanji, Hinata! Temos uma missão, rank S! — A garota se espantou ao escutar aquilo. — Vamos até lá saber as informações. — Todos assentiram e foram até lá.
— O que? Mas levaremos bastante tempo só para chegar lá e para voltar, sem contar o tempo que durará a missão! — Exclamou Kanji, ao ouvir do que se tratava.
— Eu calculo cerca de 1 à 2 semanas! — Disse Tsunade. — Se passar de 2 semanas e não tivermos informações sobre vocês, consideraremos a missão um fracasso e serão dados como mortos. — Todos assentiram, Hinata estava um pouco assustada.
— Tem certeza que quer nos manter longe com a Akatsuki se aproximando? — Perguntou .
— O sucesso dessa missão nos trará importantes informações sobre a Akatsuki, então vocês devem ir já! — A equipe se entreolhou, assentiram e saíram da sala. Eles estavam juntos de novo.


Capítulo 15: A morte de um companheiro

Após 1 semana em missão, a equipe retorna à Aldeia, onde se deparam com uma Aldeia danificada e pessoas trabalhando, correram o mais rápido possível até a mansão Hokage.
— Tsunade-sensei! O que aconteceu aqui? — Perguntou .
— É uma longa história, mas agora que vocês chegaram, quero que vão atrás da equipe Asuma, eles estão atrás de dois membros da Akatsuki! — Respondeu Tsunade.
— Hinata, fique e descanse, nós assumimos daqui! — Disse , antes de partir. Todos saíram correndo sem questionar e sem informações, Iori invocou uns pássaros que levariam a informação de onde a equipe Asuma estava, eles seguiram a trilha até o Templo do Fogo. Eles iam o mais depressa que podiam, só queria colocar as mãos naqueles bandidos! Assim que chegaram ao Templo, conseguiu a pista dos rastros até o local que estavam, um dos pássaros retornou para guiá-los! Aquela era a chance deles, a Akatsuki estava bem à frente, e aquela era a oportunidade de arrancar as informações que eles precisavam. Kanji conseguia sentir como estava tensa, e percebia o quanto aquilo incomodava Iori, é sempre calma em qualquer situação, e vê-la tensa daquele jeito influenciava em toda a equipe. Ela sentia que finalmente ela poderia fazer algo por seus companheiros e por Naruto, então ela corria mais rápido, que seus companheiros quase não conseguiam alcançá-la! Ela sentia um aperto estranho no peito, seus companheiros estavam tentando alcançá-la quando ela sentiu que uma luta estava acontecendo e percebeu que estava perto, lançando uma kunai com selo o mais longe que podia, ela pôde presenciar a Akatsuki recuando, Shikamaru e os outros em cima do prédio. A única coisa que ela viu foram as palavras finais dos Akatsuki.
— Nós voltaremos, estejam prontos! — E eles desapareceram.
— Droga! — Exclamou ela. — Chegamos tarde! — Subiu até o prédio que os outros estavam, seguida por seus companheiros que chegaram um pouco depois dela. Chegando lá, pôde ver o Asuma no chão. — Asuma??? — Ela correu até ele, viu sua aluna tentando curá-lo.
— Agora eu acho que finalmente entendi… porque o Terceiro... fez o que fez. Eu sempre demorei demais... — Murmurou Asuma, ela sentiu seu corpo inteiro paralisar, aquilo não podia estar acontecendo àquele homem. — Quero dizer minhas últimas palavras… Eu gostaria de dizer… para Ino, Choji e Shikamaru…
— Sensei, não deveria mais falar! — Disse Choji.
— Choji! — Exclamou Shikamaru. — Ino, você também. — Disse para que a companheira parasse de tentar curar o homem que estava ao chão. — Essas são as últimas palavras do Asuma-sensei… Ouçam com atenção.
— Ino… — Murmurou Asuma.
— Sim… — Respondeu a garota.
— Você é teimosa, mas é confiável… Tanto Choji quanto Shikamaru são atrapalhados, então, cuide deles por favor. — A garota assentiu. — E não deixe Sakura vencê-la, nem no ninjutsu e nem no amor.
— Sim! — Respondeu a garota, entre lágrimas.
— Choji… Você é um homem bondoso, que gosta de seus companheiros… É por isso, que você irá virar um shinobi mais forte do que qualquer outra pessoa. — não conseguia segurar a lágrima que escorria pelo seu rosto naquele momento. — Tenha mais confiança… em si mesmo.
— Certo… — Respondeu o garoto, enxugando uma lágrima.
— E talvez precise de uma dieta. — Completou Asuma.
— Talvez seja impossível, mas vou tentar! — Respondeu, enxugando as lágrimas, abraçou Iori de lado e continuou observando a cena, aquilo doía nela profundamente, fazia tanto tempo que não perdia um companheiro. Asuma sorriu.
— E… Shikamaru...você é muito perspicaz... e tem grandes instintos como shinobi… você pode virar Hokage, com certeza. Bom… você é preguiçoso… Então provavelmente iria odiar isso. Eu nunca… ganhei de você… no shogi. Ah, é, e o lance do “rei”... vou te dizer quem é o rei, venha aqui. — Shikamaru se aproximou e Asuma sussurrou algo em seu ouvido, e abraçou Iori mais forte ainda. Kanji colocou a mão em seu ombro por trás e puxou os dois em um abraço, eles perderam seu sensei e sabiam como isso doía.
— Asuma… você! É por isso! — Disse Shikamaru, após ouvir o que o homem disse só para ele.
— Estou contando com você, Shikamaru… — Disse Asuma. — Não importa agora, né? Embora eu tenha parado de fumar… — Ele tentava mexer a sua mão. — O maço está no meu bolso… Eu quero um último cigarro… — Shikamaru atendeu ao pedido do homem, que estava no fim da sua vida, todos choravam, pareciam que se lembravam de cada momento que tiveram com ele, e lembrava do quão amigável ele foi, de como ele sempre a convidava para sair e espairecer, de como ele e Kurenai pareciam se gostar. Era difícil demais ver um companheiro morrer, sem ter feito nada para ajudar, ela sentia novamente aquela sensação de impotência. Após o cigarro cair no chão, ela concluiu que a vida daquele homem havia chegado ao fim.
— SENSEI! — Gritou Ino, em um grito estridente que doeu seu coração, foi como se tivesse recebido milhares de agulhadas em seu peito. Então ela caiu ao chão, ao lado dos companheiros.
— Asuma… — Susurrou ela. — Me desculpe, se eu tivesse chegado um pouco antes… — Ela colocou a mão sobre o rosto tentando esconder as lágrimas, todos estavam nitidamente tristes, Asuma era uma excelente pessoa.

Após chegarem na Aldeia, as equipes se dividiram, uns foram até a Hokage levar a notícia, outros foram levar o corpo para preparar o funeral, e outros foram se preparar para o funeral. se lembrava o quanto ela odiava funerais, vestir aquela roupa preta e enterrar um companheiro trazia de volta todas as lembranças da guerra, e aquilo machucava tanto. Asuma foi gentil com ela desde o dia que ela voltou para a aldeia, ela se arrependia de não ter aceitado os convites para se juntar à eles mais vezes, de não ter conhecido mais daquele homem corajoso e gentil. Ela suspirava em curtos períodos, alguém bateu à porta, ela se sentia estranha. O último enterro que ela presenciou, foi há tanto tempo. Bateram de novo, ela suspirou e foi atender.
— Kakashi. — Disse ela, após abrir a porta.
— Posso? — Ela apenas assentiu e virou de costas. — Como está se sentindo?
— Triste, na verdade. Gostaria de ter chegado antes. — Ela se sentou e suspirou. — Infelizmente não tinha como eu ajudar, mas isso tudo me traz tantas lembranças.
— Eu entendo, que bom que você não está se culpando por não ter conseguido chegar à tempo.
— Aquelas crianças… — Ela abaixou a cabeça. — Se eu pudesse ajudá-los…
— Faremos o possível para aliviar a dor deles, eu prometo. — Ela sorriu, e Kakashi colocou a mão no seu ombro, se levantou e estendeu a mão. — Vamos? — Ela criou coragem e se levantou, segurando a mão do homem.
— É hora de dizer adeus, né? — Disse e Kakashi assentiu. Como ela previa, aquela era uma cena triste, Kurenai colocava flores em sua sepultura e todos estavam com caras tristes, Asuma era querido, e aquilo a confortava, pois ele tinha vivido uma boa vida e morreu honrosamente. Uma criança abraçada com Naruto chorava, e ela se viu naquela criança, era realmente horrível perder alguém próximo, se ela que o conheceu pouco estava triste, não podia imaginar como os outros estavam se sentindo. Na verdade, ela imaginava, e aquilo era triste demais.

Depois do acontecimento com Asuma, decidiu se dedicar ao treinamento de Naruto, já que Tsunade estava preocupada com ela em missões. E ela via seu progresso, ele tinha conseguido mais que ela durante anos com o Rasengan, ela nunca parou para desenvolver um jutsu próprio à partir dele. Até porque, ela acreditava que a única pessoa capaz de superar seu irmão, seria Naruto.
— Tia… — Disse Naruto, se aproximando. — Você acha que eu consigo?
— Claro que sim! O que é isso? Vai desistir?
— Nunca! Eu preciso criar um jutsu forte para derrotar o Sasuke e ser capaz de trazê-lo de volta!
— Então, descanse por hora e continue tentando. — Ela sorriu, e o garoto retribuiu o sorriso. Não conseguia dormir, se sentia impotente, e aquele sentimento não acabava nunca. A última vez que se sentiu assim, foi vendo seu irmão morrer na sua frente sem poder ajudar. Ela se levantou, foi fazer uma caminhada, quando encontrou Tsunade discutindo com Shikamaru, Ino e Choji. Ela se aproximou e ficou observando a conversa, estava prestes à se oferecer para acompanhá-los, quando Kakashi o fez, mas mesmo assim ela se aproximou.
? Vai dizer que quer acompanhá-los também? — Perguntou Tsunade.
— Na verdade, ficarei na equipe de apoio, que será enviada depois. — Ela encarou Kakashi. — Tenho certeza que vocês vão estar bem com o Kakashi, irei preparar o reforço.
— Certo, podem ir, nós vamos cuidar de tudo aqui! — Disse Tsunade, caminhou e parou ao lado de Kakashi.
— Volte vivo. — Sussurrou ela. Ele sentiu o impacto que aquelas palavras causaram em seu coração, e sorriu.
— Não precisa se preocupar, você vai chegar para me salvar. — Sussurrou ele, em resposta e a garota sorriu. Ela tinha algo guardado no peito e queria tanto colocar pra fora, mas ainda não era a hora. Na verdade, ela nem sabia como dizer aquilo, apenas se virou e caminhou em direção ao lugar onde Naruto estava. Passou o dia deitada em um banco de madeira, que Yamato tinha feito, esperando contato de Tsunade. E não demorou muito para que Sakura viesse, e desse as condições de Tsunade. apenas observava, Yamato estava indo bem, eles nem precisavam da presença dela naquele treinamento. Na verdade, Naruto estava dando um passo maior que ela deu, ela nunca conseguiu aplicar a mudança de elemento do chakra no Rasengan, e ela o domina desde criança. Aquele menino a superaria, superaria Kakashi e até mesmo Minato, ela tinha tanto orgulho dele, ele se tornou um homem, melhor que a mulher que ela foi a vida inteira e nada disso foi por causa dela.
— Acho que podemos ir. — Disse Yamato.
— Vocês terminaram? — Perguntou ela.
— Está 50% concluído.
— Então, vamos! Quando retornamos podemos aperfeiçoar! — Eles assentiram e partiram, sentia uma sensação de angústia tomar conta de seu peito naquele momento, mas ela não podia simplesmente ficar lá parada enquanto seus amigos lutavam contra a Akatsuki. Enquanto Naruto lutava contra a Akatsuki, ela precisava estar lá, pois ela havia prometido. E ela não deixaria o fracote do Kakashi morrer sozinho, ela não perderia mais ninguém! Estavam se aproximando, ela podia sentir uma luta acontecendo e Yamato e Naruto se adiantaram, ela, Sakura e Sai ficaram na retaguarda e eles chegaram na hora certa. Kakashi estava enfrentando um deles e a situação estava complicada, Naruto e Yamato usaram um jutsu de colaboração, impedindo que o inimigo o matasse. Ela correu para curá-lo.
— Qual é a estratégia? — Perguntou ela.
— Shikamaru está enfrentando um deles na floresta, um médico e alguém com ataque de longa distância deve ir ajudá-lo, um médico para caso ele esteja ferido.
— Certo! Sakura, Sai, vão! — Disse ela, e eles foram. Ela segurava Kakashi entre os braços, apoiando-o, enquanto Naruto usava seu novo jutsu no inimigo. Ela encarou o homem que estava sendo curado e riu.
— Qual é a graça? — Perguntou ele.
— Nada, você só está sexy assim, sem a bandana e com a máscara rasgada… — Ele sorriu de lado, e os dois se viraram para ver o jutsu de Naruto.
— Já está pronto?
— 50%, mas vai bastar. — Ele se preparava para atacar e a sincronia dele com os clones das sombras havia melhorado e era notável. Mas o jutsu falhou, não durava tanto tempo. Preso, Kakashi corria em sua direção e Yamato usou seu Estilo Madeira, para distraí-lo enquanto Kakashi cortava as linhas que prenderam Naruto com um Chidori. Enquanto Yamato atacava com seu estilo madeira, Naruto pedia mais uma chance e queria correr e ela mesma fazer aquilo. Mas Kakashi permitiu que Naruto tentasse mais uma vez, Usando os clones para distraí-lo, Naruto usou seu novo jutsu, Rasen Shuriken e acertou o inimigo por cima, causando uma tempestade de vento, parecia que eles estavam em meio à um furacão. concentrava o chakra nos pés para não ser arrastada, assim como os outros, e mesmo assim seu corpo se movia um pouco. Após a ventania passar, todos puderam ver o inimigo derrotado e Naruto no chão. correu até ele, mas Sakura chegou, e foi ajudá-lo. Enquanto Kakashi finalizava a luta acertando um chidori no inimigo ao chão.
— E o outro? — Perguntou ela à Shikamaru.
— Eu cuidei dele. — Respondeu o garoto.
— Ótimo, então podemos ir para casa. — Ela abraçou Sakura de lado e ajudou Naruto a se levantar. Enquanto todos estavam se recompondo para voltar, Kakashi se aproximou dela.
— E aquela história de eu estar sexy? De onde você tirou isso? — Perguntou ele e ela riu.
— É proibido achar isso agora?
— Desde que você esteja namorando com o Iruka, sim.
— Eu nunca estive namorando com o Iruka, Kakashi. — Ela sorriu de lado. — Você é quem desiste muito fácil, e é um completo idiota.


Capítulo 16: O passado vem à tona

voltou para a Aldeia com os outros, mas soube que eles já haviam partido em missão já havia uns dias. Ela também havia sido convocada, e desta vez, sozinha.
Namikaze! — Disse Tsunade ao vê-la.
— Hokage-sama. — Respondeu ela, séria.
— Esse sapo chegou há pouco, com um pergaminho de Jiraya para você.
— Finalmente! — Exclamou ela. — O velhote conseguiu?
— Eu não sei se você vai gostar muito, mas ele enviou alguém para te explicar sobre isso. — Disse Tsunade, a porta se abriu e uma mulher de cabelos longos e olhos azuis apareceu. — Essa é Murakami Yuna. — Tsunade se levantou. — , eu espero que você seja compreensiva.
— Me chamo Namikaze , você pode me ajudar com esse poder? — Os olhos da mulher se encheram de água e fez uma cara estranha para Tsunade.
— Desculpe. — Disse, enxugando uma lágrima que escorria pelo seu rosto. — Sim, esse kekkei genkai é autodestrutivo.
— Por isso eu senti tanta dor quando liberei ele?
— Sim. — A mulher se aproximou. — É um poder oculto, não é como se você não pudesse usá-lo, mas há um limite. — A garota tirou o cabelo da testa.
— Isso é um selo. — Ela colocou o dedo sobre a marca redonda na sua testa. — Eu possuía um, onde eu não podia usar sequer 1% desse poder, e agora eu selei uma parte do meu chakra junto com esse poder. — Ela riu fraco. — Eu claramente não tenho as mesmas habilidades que meu irmão.
— Irmão? — Perguntou a mulher.
— Sim, ele que selou o poder quando eu era criança, talvez estivesse me fazendo mal na época.
— E estava. — Respondeu Tsunade. — Eu que te tratei, não sabíamos por quando tempo você poderia se mexer, se não fosse por Minato, você estaria numa cadeira de rodas.
— Então é mais intenso do que pensei. — Disse a mulher. — Você provavelmente tem o kekkei genkai mais forte, os líderes do meu clã, fizeram um jutsu de selamento, como você. Mas o poder era liberado sempre que eles pretendiam usá-lo, mas somente como um último recurso. — Ela assentiu, e escutava atentamente, Tsunade se surpreendia por ela não estar cheia de perguntas. — Mas você não pode usá-lo avulsamente, deve-se criar um jutsu, com um objeto que você possa concentrar o poder, para que ele não se espalhe pelo seu corpo e contraia seus ossos.
— Bom… — Ela suspirou. — Existe um jutsu, que Minato-chan e Jiraya-sensei me deram de presente de aniversário, mas após a morte do Minato-chan eu nunca mais quis prosseguir. Ele é basicamente assim, eu concentro meu chakra raiton na minha espada, fazendo com que saiam raios dela e eu possa atacar os inimigos. — Ela riu. — Não que eu não faça isso, mas é um jutsu imperfeito.
— Quantos elementos você domina? — Perguntou a mulher.
— Os 5, desde os doze anos de idade. — A mulher ficou em choque, ela esperava que fosse talentosa, mas não esperava tanto. — Sempre soube que se tornaria uma ninja talentosa… — fez uma cara confusa, e Tsunade interrompeu a mulher. — Yuna, gostaria que nos ajudasse, antes de qualquer coisa! É de extrema importância que deixe isso para depois. — A mulher assentiu. — Seus ossos se contraem e enfraquecem, pois seu corpo não aguenta tanto poder, entende? Se você tiver conhecimento de selos, recomendo que faça um que possa você possa… Liberar e depois selar de novo. Como uma porta, consegue me entender? — A garota, que ouvia atentamente, assentiu. — Você vai precisar treinar, mas é como concentrar o chakra em algo, e usar o poder daquilo. Não deixe que as agulhas saiam do seu corpo, aja antes delas. — Acredito que o velhote possa me ajudar com isso, então. — Ela sorriu. — Obrigada, Yuna-san! — A mulher retribuiu o sorriso, e olhou para Tsunade, que assentiu. — Você cresceu tanto! — Disse Yuna, olhando para a menina com os olhos cheios de lágrimas. arqueou uma sobrancelha. — E você me conhece de onde mesmo? — Perguntou, franzindo o cenho. — Eu te conheço antes mesmo de você nascer, quando você ainda era parte de mim, eu sou sua mã… — interrompeu a mulher. — Olha, Yuna, eu sou muito grata pela sua ajuda, mas apenas isso! Os meus pais morreram quando eu era bem pequena, e meu irmão mais velho cuidou de mim, junto com Kushina. Eu não me importo com a origem desse poder, e muito menos se isso é verdade ou não, mas eu sei o que eu vivi e sei quem me amou e cuidou de mim! Se você fosse mesmo minha mãe, deveria ter vergonha de vir aqui e me encarar depois de todos esse anos! Família é quem cria e dá amor, e não importa o que digam, meu nome é Namikaze, e eu sou irmã de Minato Namikaze, agora, se puder se retirar, sua missão aqui já se encerrou. — Tsunade sorriu de lado, sabia que não aceitaria a mulher como mãe, apesar de ter ficado com pena, após vê-la saindo triste e cabisbaixa pela porta. — É cada coisa que me aparece. Onde estão Naruto e os outros? — Perguntou , desfazendo a expressão de séria. — Foram em uma missão em busca do Sasuke. — Respondeu Tsunade, séria. — Sei, por causa do Orochimaru-sensei? — Tsunade deu um pulo na cadeira. — Então você soube da morte dele… — Ela colocou os cotovelos sobre a mesa. — Não te designei para essa missão por isso, com Orochimaru morto, eles podem enfrentar Sasuke sem sua ajuda. — assentiu. — Mas tenho outra missão para você, um pouco mais importante. — Diga, sensei. — olhava atentamente para Tsunade. — Eu coloquei os ANBU para investigarem Danzou, mas eles não conseguiram nada.— a interrompeu. — Foi a época em que os ANBU eram bons. — Disse, rindo fraco, e Tsunade virou os olhos. — , atenção! — A menina mudou a expressão. — Preciso que você, Iori e Kanji cuidem disso. Confio nas suas técnicas de espionagem. — assentiu. — Deixe isso com a gente, sensei. — caminhou para fora da mansão, indo encontrar os companheiros, que já estavam do lado de fora, a esperando. — Então vocês já sabiam? — Perguntou ela. — Sim, nós acordamos cedo, diferente de você. — Disse Kanji.


Capítulo 17: Sacrifícios

— Então, o que faremos? — Pergunta Iori, suspira por um longo período.
— Faremos o que os ANBU não conseguiram, espionamos Danzō, e tentamos trazer alguma informação para Tsunade-sensei. — Respondeu ela, tirando a bandana de sua cintura, e amarrando na cabeça, prendendo seus cabelos longos. Kanji riu fraco, e eles começaram a caminhar.
— Lembra quando você entrou para a ANBU e todos achávamos que eles eram os melhores da Aldeia? — Brincou Kanji.
— Mas nós éramos. — respondeu, séria. — A unidade ANBU tem um treinamento diferente e somos especialistas em missões diferentes, eu não os critico, na Aldeia existem Jounins mais fortes que os ANBU, mas que apenas não quiseram esse caminho, o Hatake, por exemplo. — Ela parou de caminhar, e sorriu de lado, fazendo Kanji virar os olhos.
— Você ainda gosta dele, não gosta? — Perguntou Iori, e ela suspirou.
— É tão complicado, mas sim. — Kanji fez uma careta e Iori sorriu.
, eu quero que você seja feliz, e mesmo com todas as complicações, acredito que Kakashi seja destinado à você. — Ele deu um sorriso largo, e sorriu.
— Acho que tudo isso é pura palhaçada, do nada o Kakashi ficou bonzinho? Ele era um idiota, e você não o suportava. — Disse Kanji, com uma cara feia e riu.
— Ele não ficou bonzinho do nada, o Kakashi teve um processo de evolução desde a morte do Obito e isso sempre foi nítido, não só ele, como todos. Todas as pessoas que ele amou se foram, e ainda assim, ele é um excelente sensei e amigo, e nunca sucumbiu ao ódio. — Ela e Iori sorriram. — Eu o admiro.
— Eu também! — Respondeu Iori, fazendo sinal de positivo com o dedo, o que a fez rir. Kanji apenas engoliu seco.
— Certo, estamos chegando. — Disse ela, se abaixando e fechando os olhos. — Danzō está no quarto do meio, mas receio que de algum modo, ele percebeu nossa presença. — Os rapazes ficaram confusos. — A densidade do seu chakra mudou, como se estivesse se preparando para lutar.
— O que faremos? — Perguntou Iori.
— Buscamos um ponto cego. — Ela se levantou, e começou a andar para trás, seguida dos amigos. Olhava ao redor cuidadosamente, se ele sabia da presença deles, ela tinha que achar uma estratégia. Até que ela encontrou uma montanha. — Argh, se tivéssemos um byakugan aqui. — Ela resmungou, e começou a andar em direção à montanha. — Aquele ponto. — Ela apontou para o local. — Vamos para lá. — Os rapazes assentiram.

Aquele ponto poderia fazer com que eles tivessem uma estratégia melhor, e estava na hora de explorar os jutsus de seus amigos.
— Iori… — Disse, se virando para ele.
— Kuchiyose no jutsu! — Disse ele, invocando um pássaro.
— Olá! — Disse o pássaro.
— Katsuo-sama, sobrevoe a fundação e me traga informações de pontos cegos. — Disse, o pássaro fez um barulho, e voou. Kanji mandou um clone para outro ponto, e continuava sentindo os chakras ao redor.

— Danzō-sama… — Disse um ANBU, que entrava onde o homem estava.
— Eu sei. — Respondeu Danzō. — Aquela maldita Tsunade! — Exclamou ele. — O senhor sabe quem são?
— Namikaze e seu timinho. — Ele fez uma cara de nojo. — Eu não posso deixar que eles percebam que eu sei, essa Namikaze é esperta, e um conflito direto com ela atrapalharia meus planos. — Ele tomou um gole do chá que estava em sua caneca.
— Então deixamos que nos espionem?
— Não… — Ele tomou outro gole. — Contate nossos amigos e digam onde eles estão, permitam que eles entrem em Konoha, e se possível, que matem um deles para aterrorizá-los
— Qual deles senhor? — Ele rangeu os dentes.
— Gostaria que fosse a garota, mas se não for possível, qualquer um deles serve. — Sim, senhor. — Respondeu, antes de sair do local.

— Só nos resta esperar. — Disse Kanji, se sentando. , que estava abaixada, sentou-se também. Apenas Iori estava de pé e de prontidão.
— Você acha que ele esconde algo? — Perguntou Iori, e assentiu.
— Acho, e minha intuição diz que ele tem alguma ligação com os Uchiha.
— Puff, ?! — Exclamou Kanji, virando os olhos. — Itachi matou todo mundo e acabou, pare de procurar coisas onde não tem. — Eu não estou procurando nada. — Ela torceu o nariz. — Mas eu sei que existem muitas pontas soltas nessa história, de qualquer forma, ainda não tive tempo de investigar.
— Você nunca vai superar, né? — Kanji a encarou, e ela fitou o nada.
— Superar o que?
— Não ter estado lá quando ele morreu. — engoliu seco, aquelas palavras pesaram em seu coração. — Como você soube? Quem te deu a notícia?
— Sandaime Hokage, ele me enviou uma nota de falecimento e uma cópia da carta que ele deixou. — Ela abraçou suas pernas, e sentiu o chakra de Iori distante. — Cadê o Iori? — Perguntou, olhando ao redor, e Kanji se levantou.
— Iori? — Perguntou Kanji, procurando.
— Estou sentindo mais chakra. — Ela se levantou. — Um… Três… Seis… Oito ninjas! — Ela pegou sua espada, e Kanji chamou o clone que estava afastado. Iori foi arremessado na direção deles, batendo em uma pedra. — IORI???
— E-eu… estou bem! — Murmurou ele, se levantando, e ela suspirou aliviada. Um dos ninjas pulou na frente deles, enquanto outro apareceu atrás de Kanji, lhe acertando um golpe. Eles estavam cercados. Ela empunhou sua espada.
— Kanji! — Disse, e o garoto assentiu.
— SUITON: HARAN BANSHOU! — Disse, causando uma pequena enxurrada. Fazendo com que Iori e subissem em uma pedra.
— Raiton: Bakuhatsu kōsen! — Disse ela, colocando sua espada na água, fazendo com que todos que tivessem contato com a água fossem eletrocutados. — Katon: Goukakyuu no jutsu! — Ela soltou uma bola de fogo.
— Fuuton: daitoppa! — Iori soltou um vento forte, que aumentou a intensidade do fogo. Eles eram um time desde crianças, estavam treinados com ataques combinados.
— Acho que agora é nossa hora de contra-atacar. — Disse um dos inimigos, o que estava mais próximo de Kanji travou uma luta com ele, 5 ainda estavam de pé, aqueles ataques só derrubaram três deles. O homem que havia falado, era o maior, e tinha uma espada diferente. Uma luz verde envolveu a espada, então, a de foi envolvida com uma luz azul, que era seu chakra, a daquele homem era diferente. Seu chakra era diferente, ela foi pra cima dele, e o máximo que ela conseguia fazer era desviar, então ela apontou sua espada para o céu, mas não teve tempo de conseguir fazer o jutsu. Foi atingida com o chute, pois quando percebeu o ataque da espada, ela desviou. Ela foi lançada na direção das árvores, derrubando duas delas, e o inimigo sorriu malicioso. Mas ela se levantou, e ele arregalou os olhos, ela limpou o sangue que escorria de sua boca, e seu corpo inteiro estava envolto de chakra.
— O alvo é a garota. — Disse o inimigo, para os outros que iam para cima de Iori e Kanji. Então eles fizeram uma equipe de três. Iori escutou aquilo, e começou a lutar com mais determinação.
— Vai precisar de mais que isso para me derrotar! — Disse ela, lançando kunais com selos em várias direções, e se teleportando para derrubar um dos três que lutavam contra ela. Ele não pôde prever de onde viria o ataque, teve sua cabeça cortada rapidamente. Os outros ficaram confusos, e ela subiu em uma pedra afastada, levantando a espada e fechando os olhos, causando uma nuvem escura no céu. E um trovão estridente soou, seus amigos sorriram, e os inimigos estavam incrédulos.
— V-você é o Trovão de Konoha? — Perguntou o mais baixo.
— Trovão de Konoha? A pirralha que derrotou vários shinobis na guerra? — O grandão riu. — Quantos amigos você perdeu mesmo? E seu irmão? — Ele ria. — Eu não serei capaz de matá-la. — Ele apontou a espada para Kanji, fazendo-a teleportar para frente dele. Quando achou que seria atingida pelo ataque, ouviu um grito de dor, e viu Iori caindo na sua frente.
— IORI!!! — Kanji gritou, ela não teve reação, seu amigo caiu em seus pés, sorrindo.
— Você tem que encontrar a felicidade, não posso deixá-la morrer. — Disse Iori, sorrindo para a amiga.
— Não, não, não!!! — Ela se abaixou e tentou curá-lo.
— É inútil! Eu atingi os pontos vitais! — O homem riu, e faíscas de raios começaram a sair do corpo da menina, e sua espada começou a brilhar.
— Kanji, tire Iori daqui e se esconda! — O homem que lutava contra Kanji, já estava do lado do cara da espada, junto com o que lutava contra Iori. Kanji correu e pegou o amigo nos braços, se escondendo atrás de uma pedra. O vento ficou mais forte e o clima ficou mais denso, o céu, que antes tinha uma nuvem escura, escureceu totalmente. A espada dela saía faíscas azuis, seu corpo brilhava mais azul que antes, a marca em sua testa desapareceu. Ela segurou forte a espada, deixando uma lágrima escorrer, e apontou para a direção deles. Lançando um raio tão forte de sua espada, que ela nunca achou que seria capaz de lançar antes. Sua espada se tornou mais pesada. Todo o cenário que havia ali estava sendo destruído pela voltagem e potência daquele ataque. O único que conseguiu permanecer de pé, foi o cara da espada, todos os outros haviam sido fritados por aquele raio. Ela pulou na direção dele, e os trovões que soavam no céu eram de arrepiar, o ódio que ela estava sentindo fazia com que ela não sentisse dor. O homem continuava rindo malicioso, e empunhou a espada. O choque entre as espadas fez uma pressão enorme no ar, mas ela tinha um truque na manga: ela segurou o braço dele, e trouxe para seu corpo uma parte do poder que estava indo para a espada, fazendo com que a corrente elétrica fosse para o corpo do homem, que caiu no chão, e ela atravessou a espada no seu peito. Ela matou o homem que feriu seu amigo, e caiu no chão, seu peito estava doendo.
! — Kanji a chamou, e ela correu na direção deles. — Ele quer dizer as últimas palavras. — Kanji tinha os olhos cheios de água, e sentia as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
— Por que, Iori? — Perguntou, colocando a mão no rosto do amigo.
— Do mesmo jeito que você estava disposta a entrar na frente do ataque do Kanji, eu estava. — Ele tossiu, cuspindo sangue. — Nós sempre fomos um time, e vocês sempre foram meus melhores amigos, eu sempre estive disposto a me sacrificar por vocês. — Ela segurou a mão dele, e trouxe para seu rosto. — Você… Você merece… Merece ser feliz, ! — Kanji enxugava as lágrimas e soluçava. — Vocês vão estar sempre no meu coração. — Ele sorriu. — Kanji… Você vai… encontrar alguém que… que se sinta como você, mas cuide da .
— Eu vou! — Ele tentava enxugar as lágrimas, mas elas não paravam de cair.
— E … não desista da felicidade… Kakashi… Naruto… você pode ser feliz de novo… você merece. — Ela chorava, e segurava a mão dele, ele sorriu e seu olho se fechou.
— IORI!!! — Ela gritou e deitou sobre seu peito chorando, Kanji colocou a mão em seu ombro, soluçando. Ela o abraçou forte. — Kanji… É minha culpa!
— Não! Não é sua culpa, qualquer um de nós três faria o mesmo um pelo outro! Não se culpe. — Ele segurou a mão do amigo.

— Time 3: Namikaze , Kobayashi Iori, Inoue Kanji. — Kanji vibrava, pois ficaria no mesmo time da menina que ele gostava. Iori sorria, ele sentia que eles seriam grandes amigos. sorriu, feliz por estar se formando e por fazer novas amizades.
— Akira-sensei, esse é meu jeito ninja, nunca deixar um companheiro para trás! — Disse , e os olhos de Iori brilharam. O jeito ninja dela se tornaria o dele, ele nunca tinha parado para pensar nisso, mas aquilo parecia ser algo nobre.
— Nós vamos ser amigos para sempre? — Perguntou Iori.
— É claro que sim! — Respondeu .
— Mas e se um de nós morrer na guerra? — Perguntou Kanji.
— Não fale besteira! Qual é a nossa missão principal?
— Sem baixas! — Os três disseram em coro.


Vários flashs passavam na cabeça deles, que carregavam o corpo do amigo de volta. As pessoas olhavam os dois, e arregalavam os olhos. não conseguia parar de chorar, e Kanji sentia os lábios tremerem.
— Você leva ele para Shizune, eu vou reportar a missão à Tsunade-sensei. — Disse . Kanji assentiu, caminhou até a mansão Hokage e entrou na sala dela. Sem bater na porta e chorando.
— Namikaze? O que aconteceu? — A mulher se levantou, e a expressão de preocupação tomava conta de seu rosto.
— Nós não conseguimos descobrir nada, sensei, desculpe.— Ela abaixou a cabeça e chorou mais ainda.
— E por isso você está chorando? Eu ouvi os trovões, vocês lutaram?
— Sim, e… Iori… Iori se sacrificou para nos salvar! — Ela soluçava, e Tsunade começou a tremer os lábios, e seus olhos se encheram de água. — Fomos surpreendidos por oito ninjas na montanha, que atrapalharam nossa missão, não descobrimos nada sobre Danzō. — Ela caiu no chão. — Ele… Ele morreu nos meus braços, sorrindo, dizendo que eu merecia ser feliz. — Tsunade se aproximou da garota, colocando a mão em seu ombro. — Como eu posso ser feliz se todas as pessoas que eu amo acabam morrendo?


Capítulo 18: Felicidade

Após o enterro de Iori, todos estavam devastados com o que havia acontecido, mas também estavam preocupados. Não havia sinal de desde o enterro, ela simplesmente havia se trancado em sua casa e ninguém conseguia falar com ela. Jiraiya estava na Aldeia, ele partiria em uma missão arriscada em breve, retornou antes para conversar com antes de partir. Chegando na porta da casa dela, ele encontra Iruka.
— Iruka? Não é como se eu ficasse surpreso em vê-lo aqui, mas… — Iruka o interrompeu.
— Ela não abre a porta. — Jiraiya viu a tristeza no olhar do homem, e colocou a mão em seu ombro.
— Eu esperava dizer isso para outra pessoa, não quero que me entenda mal, mas como não posso… — O mais velho suspirou. — Conto com você para segurar as pontas, meu amigo, sei que seus sentimentos por ela e pelo Naruto são puros, e que você fará o que tiver de ser feito para o bem dela. — Jiraiya sorriu de lado. — Eu vou entrar, que tal voltar mais tarde? — Iruka assentiu.
— Se não me encontrar, pode deixar um bilhete com notícias dela no Ichiraku? — Jiraiya riu fraco e assentiu.

Jiraiya tinha a chave da casa, então ele abriu a porta e entrou. Ela não havia se dado o trabalho de subir para o quarto, estava jogada ao chão da sala, com um kimono preto e o cabelo solto sobre seu rosto, se misturando com suas lágrimas. Jiraiya suspirou.
— V-você também, né? — Perguntou ela, soluçando.
— Então você sabe? — Ele se abaixou ao lado dela.
— Tsunade-sensei veio aqui. — Ela se ajeitou e se sentou. — O que você veio me dizer? Que eu vou perder outra pessoa? Velhote… — Ela não conteve as lágrimas. — Olhe para mim, eu estou acabada, não sei de onde tirar forças… — Ele a interrompeu.
— Do mesmo lugar que você tirou forças para retornar. — O homem sorriu. — Você é Namikaze, o Trovão de Konoha! Você não pôde enterrar Obito, Rin, Minato, Kushina, e nem viu Shisui em seus últimos dias de vida, mas você se manteve de pé! Existe uma razão para tudo isso, nós fizemos uma promessa, ! Nem sempre você consegue evitar as baixas, você sabe disso.
— Mas se você não for…
— Não existe essa opção. — Ela abraçou o mais velho com força.
— Eu sei que prometi que iria te perdoar se você partisse, mas eu não sei se consigo aguentar perder mais alguém.
— Ora, eu sou apenas um velho! — Ele riu. — Mas não duvide da minha capacidade, eu ainda sou um dos Sannin Lendários. — A garota sorriu de lado.
— Sempre estamos nos sacrificando…
— Pela paz. — Justificou Jiraiya. — Eu tenho fé que um dia esse mundo vai viver em paz, é o meu dever inspirar a nova geração, e cuidar para que isso aconteça. — escutava atentamente as palavras de Jiraiya e pensava em Naruto.
— Algum dia, existirá um mundo sem guerras? Sem dor e sofrimento? — Perguntou ela.
— Seria ótimo, não é? — Ele sorriu. — É isso que eu busco, a paz. — Ele a abraçou forte. — Você era apenas uma pirralha, quando começou a me chamar de vovô e puxava meu cabelo. — Eles riram fraco, abraçados. — Você sabe, eu não vou aceitar que chore por mim, caso eu não volte vivo.
— Eu não posso prometer isso.
— Eu sei. — Ele se levantou. — , não importa como, a paz vai chegar. — Ele sorriu. — Mas existe algo que quero que entenda, somente conseguimos curar a dor, com o amor. — Ele cruzou a porta, e a garota caiu no chão, chorando de novo.

Alguns dias se passaram e Tsunade não aguentava mais essa angústia, não era vista na rua, ninguém conseguia falar com ela e agora nem ela mesma conseguia.
— Mandou me chamar, Tsunade-sama? — Perguntou Kakashi, entrando no lugar.
— Sim, você está ciente dos últimos acontecimentos? — Ela estava de olhos fechados, com uma aparência séria e preocupada. Kakashi fez uma cara confusa.
— Não, senhora!
— Iori… , Kanji e Iori foram em uma missão, numa montanha próxima à Aldeia, e houve uma baixa. — Kakashi sentiu uma pontada no peito. — Iori se sacrificou por , que ia se sacrificar por Kanji. — O homem não conseguia disfarçar a expressão de espanto, e suas pernas pareciam tremer, visto de onde Tsunade estava.

Alguns anos atrás…

Kakashi estava sentado, observando as crianças brincarem, e se lembrava de Obito e Rin. De longe, ele observava e seus amigos, ela tinha sorte de ainda ter amigos, enquanto ele estava sozinho. Já havia se passado tanto tempo e ele se sentia tão solitário. Ele notou que a garota caminhava em sua direção com os dois amigos, um deles, Kanji, parecia não estar gostando muito da ideia. Iori parecia empolgado, e estava um pouco séria.
— Oi! — Disse ela, Iori acenou e Kanji virou o rosto. — Podemos nos sentar aqui?
— Oi, podem, claro! — Respondeu Kakashi, e Iori se sentaram, enquanto Kanji permaneceu de pé.
— Como está se sentindo hoje? — Perguntou a mulher.
— Bom, você sabe… — Ele abaixou a cabeça.
— Viemos dizer que você não está sozinho. — Disse Iori, e sorriu.
— Kanji é um cabeça oca e Iori é meio atrapalhado, mas se eu não tivesse eles dois, eu duvido que estaria aguentando. — Disse ela. — O que eu to querendo dizer, Hatake, é que mesmo com seus defeitos, eu entendo a sua dor e nós somos seus amigos também, você pode contar com a gente. — Era difícil para ela dizer todas essas coisas, mas a conversa que tivera com Iori fez com que ela quisesse isso.
— Eu não sei o que dizer, pessoal… Obrigado! — Ele sorriu, se espantou por não ter saído nenhuma grosseria de sua boca, mas sorriu de volta.
— Não ligue para Kanji. — Disse Iori, sorrindo. — Ela fala isso por todos nós, só que ele é orgulhoso demais para admitir.

Agora…

— E-ela deve estar devastada… — Kakashi pensou alto.
— Por isso eu mandei te chamar, Iruka bate na porta dela todos os dias, a última pessoa que entrou lá foi Jiraiya e eu não sei o que eles conversaram. Estamos perdendo pessoas em curtos espaços de tempo, eu não sei o que fazer em relação a isso, mas acredito que você possa me ajudar. — Kakashi recobrou a consciência.
— C-claro, qualquer coisa por ela! — Respondeu, fazendo Tsunade sorrir de lado.
— Era o que eu queria ouvir, por favor, tente tudo! — Kakashi assentiu e correu o mais rápido que pôde até a casa dela. Iruka estava lá, cabisbaixo e com uma sacola com comida.
— Kakashi… — Disse ele, ao ver o homem se aproximar.
— Iruka.
— E-eu tentei! — Uma lágrima escorreu de seu rosto. — Já fazem alguns dias, Jiraiya-sama disse que eu faria o que é certo, por isso sugeri à Godaime que te chamasse, eu acredito que ela vá abrir para você! — Doía dizer aquilo, porque mesmo sem querer, Iruka tinha sentimentos por , mas ele sabia que a única pessoa que ela deixaria adentrar na intimidade dela, seria Kakashi. Não tinha o que fazer, a vida dos dois estava ligada e se ele continuasse tentando conquistá-la, só iria adiar o inevitável. Ele pretendia pelo menos dar um ombro amigo, mas ela sequer falava um “oi” com a porta fechada.
— Não se preocupe — Kakashi colocou a mão no ombro de Iruka, que se espantou, e enxugou as lágrimas. — Trarei a nossa de volta!

Ele caminhou até a porta e bateu, ninguém respondeu, então ele bateu de novo.
— Namikaze, abra a porta! — Disse, a garota reconheceu a voz de Kakashi e caminhou devagar até a porta, onde encostou e se sentou. — Sei que está aí e caminhou até a porta! Não sou o Iruka, não irei sair daqui até que abra a porta!!! — Ele aumentou o tom de voz, fazendo a garota se assustar. Kakashi fechou os olhos, tentando imaginar como ela estava se sentindo ali, e escutou a porta se abrindo devagar. Suspirou ao ver a garota sentada no chão, e a ajudou a se levantar, entrando na casa. Assim que ele entrou, a porta se fechou, mas Iruka pôde vê-la por um segundo. Lá dentro, tentava se manter de pé, nos braços de Kakashi. Ela só sabia chorar, e não conseguia dizer uma palavra.
— Eu sei. — Disse Kakashi, sentando-se, ela colocou a cabeça em seu colo e ficou ali, deitada, soluçando. — O que você veio fazer aqui? Pensei que estava em missão… — Ele a interrompeu. — Tsunade-sama mandou me chamar, estão todos preocupados com você, ! Você não pode ficar assim para sempre. — Ela se apoiou nele e se levantou, sentando-se direito. — Eu sei… — Ela fechou os olhos e suspirou. — Mas tá doendo tanto… — Ela apertou sua roupa na direção do peito com uma das mãos. — Como você conseguiu? Digo, ver o Obito morrendo para salvá-los e continuar. — Um shinobi deve ver através da decepção. — Kakashi encarou o nada. — Você deveria saber disso. — Ela abaixou a cabeça e suspirou. — Como Kanji está? — Ela se espantou com a pergunta e arregalou os olhos, encarando o nada, com os lábios tremendo. — E-eu não sei… — Ela continuou tremendo os lábios. — Você se isolou completamente para sentir a sua dor e esqueceu do mundo lá fora, essa não é a que eu conheço desde criança. — Ela se virou para ele, com a mesma expressão de choque. — A que eu conheci quando criança, enfrentou a perda do melhor amigo e ainda assim, confortou as pessoas ao redor! Até mesmo eu, !!! — Ele segurou em sua mão. — Eu te admiro desde sempre, você foi um pilar importante para me manter de pé até hoje, você retornou para proteger o Naruto mesmo carregando tanta dor em seu peito, você é mais que a dor que você está sentindo agora! — Ela mantinha a mesma expressão de choque, abaixou a cabeça e fechou os olhos, deixando que as lágrimas escorressem.
— Iori… Ele morreu para que eu não morresse por Kanji, porque ele queria que eu fosse feliz! — Disse, enquanto enxugava as lágrimas.
— E você vai desperdiçar o motivo da morte dele? — Perguntou ele, abaixando a cabeça para observá-la.
— Não, não quero que a morte dele tenha sido em vão! — Ela levantou a cabeça.
— Então se levante, vá até Kanji, levantem-se juntos!
— No começo… Eu não entendi o que ele queria dizer… — Ela virou o olhar para Kakashi. — O Iori, sabe? Mas aí eu lembrei… — Ela sorriu de lado. — Ele se referia à você e ao Naruto.
— Como assim? — Ele estava confuso.
— O Naruto é como o Minato, é o sol que ilumina os meus dias escuros, e você é o brilho que me guia na escuridão! — Ela segurou a mão dele. — Eu sei, Kakashi! Eu escutei o que você disse, naquele dia que eu estava desmaiada. — Ele se assustou com o que ela disse e ela sorriu.
— S-sabe? — Perguntou ele, ela assentiu.
— Obrigada, Kakashi! — Ela o puxou para perto, em um abraço apertado.
… — Ele sorriu. — Eu preciso me desculpar com você… — Ele saiu do abraço. — O Jiraiya-sama me disse que quando você despreza uma mulher, ela vai atrás de você. — arqueou uma sobrancelha escutando aquilo. — Mas eu só te afastei mais… — Era nítido a expressão de raiva no rosto dela, ela cerrou o
punho e deu um soco forte na barriga do rapaz.
— VOCÊ TÁ DIZENDO QUE EU SOFRI TANTO PORQUE VOCÊ ESTAVA LOUCO O SUFICIENTE PARA ACHAR QUE OS CONSELHOS DO VELHOTE FUNCIONARIAM COMIGO??? — Naquele momento ela estava exatamente igual a Kushina, seus olhos, que antes estavam triste, transmitiam raiva, e Kakashi arregalou os olhos.
— Me desculpe. — Ele abaixou a cabeça, fazendo-a suspirar e abaixar o punho.
— Tudo bem, eu estou triste o bastante para te poupar.
, eu não quis te afastar e acabei te jogando nos braços do Iruka.
— Você não me jogou nos braços de ninguém, idiota! — Ele se assustou. — Eu tentei gostar do Iruka porque ele me dava valor, mas eu sou idiota o suficiente para gostar de você! — O que você disse? — Kakashi tentava disfarçar a felicidade. — Eu estou tentando te dizer, Hatake, que eu também te amo. — Ela fechou os olhos, e abriu devagar, Kakashi sorria com os olhos. — Bom, eu não esperava que você dissesse isso.
— Eu não queria que isso acontecesse assim. — Ela se encolheu no canto. — Não posso arriscar deixar de te dizer isso, todas as pessoas que eu amo se vão. — Ele se aproximou dela, puxando-a em um abraço.
— Shh, eu não vou a lugar nenhum. — Ela se aconchegou no abraço.
— Obrigada por tanto, Kakashi. — Eles sorriram. — Eu preciso ir até Kanji. — Ela se desvencilhou do abraço e Kakashi assentiu. Foi até seu quarto mudar de roupa, e encontrou uma foto de seu aniversário, com todos que se foram reunidos. Sentiu seu coração apertar, Iori morreu como sempre desejou: por seus amigos. Assim como Obito, eles nunca deixariam um companheiro para trás e sempre iriam preferir sacrificar suas vidas para que seus amigos pudessem viver uma vida feliz. Ela desceu as escadas e caminhou até Kakashi, que a aguardava na porta, e por incrível que pareça, Iruka ainda estava do lado de fora.
?! — Exclamou quando a viu saindo de casa, lágrimas começaram a escorrer de seu rosto. — E-eu sabia que você conseguiria, Kakashi! — Iruka sorriu, fazendo com que os outros dois sorrissem.
— Preciso ir até Kanji, ainda somos um time! — Ela sorriu, Iruka assentiu e sorriu ao vê-la daquele jeito. Ela caminhou até a casa de Kanji, ao lado de Kakashi, ela não sabia como iria encarar o amigo após tê-lo deixado sozinho por esse tempo, era a mesma sensação que ela sentia quando retornou à Vila, por um momento ela se esqueceu que não dava para fugir da dor, e que companheiros se vão no campo de batalha, e ainda assim um ninja deve se manter de pé. Ela hesitou em bater na porta, mas bateu. O olhar de Kanji não estava muito diferente do dela.
— Finalmente! — Ele a abraçou forte, ela não teve reação.
— Podemos entrar? — Perguntou Kakashi e ele assentiu, abrindo a porta por completo.
— M-me desculpe! — Disse de uma só vez, Kanji riu fraco.
— Tudo bem, ! — Ele sorriu. — Você sempre teve que lidar com mais dores do que eu, eu sabia o quanto isso te atormentaria agora que quase todos se foram. — Ele se sentou, Kakashi e o acompanharam.
— Sinto muito pela sua perda, Kanji! — Disse Kakashi.
— Obrigado, Kakashi! Agora eu entendo como você se sentiu… — estava cabisbaixa. — ! — Ela se assustou e levantou a cabeça.
— Oi?
— Levante essa cabeça! Iori queria que você tivesse a oportunidade de ser feliz de verdade, que você vivesse uma vida feliz e por isso ele se foi! — Kanji fechou os olhos. — Eu prometo parar de implicar com tudo, eu vou cuidar de você como ele cuidava!
— Você não precisa cuidar de mim! — Disse ela. — Nós somos amigos, quase como irmãos, mas você tem uma vida, Kanji! Precisa vivê-la!
— Mas eu não quero que a morte dele tenha sido em vão… — Ela o interrompeu.
— E não será, nós ainda temos a oportunidade de ser feliz, graças a ele! Mas eu nunca ficaria feliz vendo um amigo deixar de viver a própria vida para cuidar de mim, está na hora de dar os seus próprios passos, continuamos sendo irmãos e honraremos nosso amigo que se foi! — As lágrimas escorriam pelo rosto dos dois.
— Você está certa! — Disse Kanji, secando as lágrimas. — Obrigado, . — Eles sorriram.
— Vocês podem contar comigo, para o que precisarem. — Disse Kakashi.
— Obrigado! — Respondeu Kanji. — Espero que vocês dois se acertem, e espero encontrar alguém que sinta por mim o mesmo que vocês sentem um pelo outro! Me desculpem por tentar atrapalhar vocês todos esses anos.
— Esquece isso, Kanji! — riu. — Eu e o Hatake estamos bem, vamos ficar bem, nós somos ligados pelo fio vermelho do destino. — Eles sorriram. — O fio pode se enrolar várias vezes, mas nunca se rasgar.
— E o que sentimos não é frágil, afinal, ainda estamos tentando depois de todos esses anos. — Completou Kakashi.
— Torço para que dessa vez dê certo! — Kanji sorriu. — Esse era o desejo de Iori para você, !


Capítulo 19: Laços Inquebráveis

Antes…

A coisa mais difícil do mundo é ver alguém que você ama partir, para , aquilo já havia se tornado hábito. Era tão estranho que a única pessoa, tirando seu irmão, que entendia como ela se sentia, era Kakashi. Ela vestia um casaco azul, como sempre eram as suas roupas, tinha seu cabelo amarrado em um rabo de cavalo e estava nos fundos de sua casa. O tempo passou e ela achava que incomodava Minato, afinal de contas, ele era casado e ela já era bem grandinha. Ela atirava kunais em alvos, pensativa, Rin partiu sem que ela ao menos se desculpasse pelas palavras duras que havia dito, Obito havia prometido a Kushina que iria voltar sem nenhum arranhão, e não voltou. Kakashi estava traumatizado demais, e havia entrado para a ANBU. Não era como se ela o invejasse, ela sabia que era mais forte que ele e merecia mais, e que ela era ideal para a ANBU. Não conseguia entender porque Minato e todos os outros depositavam tanta confiança em Kakashi e em nela não. Mas ela não podia contestar, tinha que estar feliz por ele, afinal, só sobrou ela para dar apoio. Na verdade, a maior parte do sentimento que ela tinha naquele momento era preocupação.

No outro lado da Aldeia, Shisui arriscava conversar com o Yondaime. Tinha medo de parecer desrespeitoso, mas ele precisava. Encontrou Minato conversando com Hiruzen próximo ao Monte Hokage.
— Yondaime-sama, Sandaime-sama! — Disse, anunciando que se aproximava.
— Uchiha Shisui! — Respondeu Hiruzen e Minato sorriu.
— Yondaime-sama, se importaria de me ouvir um segundo?
— Claro que não, Shisui! Vá em frente! — Minato exalava simpatia.
— É sobre a … — Ele fez uma pausa.
— Algum problema com ela?
— Na verdade, ainda não! É nítido que o senhor queira protegê-la, mas acho que o senhor não enxerga o que há entre ela e o Kakashi. — Minato fez uma cara confusa. — Ela sempre treinou para provar que é tão forte quanto ele, eu entendo que ele teve várias conquistas desde criança, mas ela é tão forte e inteligente quanto ele, mas parece que o senhor só reconhece isso nele. — Shisui abaixou a cabeça. — Me desculpe se estiver sendo desrespeitoso, mas eu acredito que a se daria muito bem na ANBU, esse é exatamente o perfil dela. Ela não é menos capaz que ninguém, e o senhor como irmão dela, deve saber que é exatamente assim que ela vai se sentir. — Minato fez um biquinho e suspirou.
— Qual é o problema, Minato? — Hiruzen questionou.
— Ele está certo. — Respondeu o loiro. — Não é a primeira vez que eu faço isso, mas eu sempre quis que a minha irmã se tornasse jounin, sensei e depois Hokage.
— Mas não é isso que ela quer. — Disse Shisui.
— Eu sei, e talvez seja melhor que ela e o Kakashi estejam juntos na ANBU, não consigo imaginar alguém melhor para cuidar dele e muito menos alguém melhor para cuidar dela. — Minato sorriu de lado.
— Mas separá-la de Iori e Kanji? — Hiruzen perguntou.
— Shisui, eu achei muito válido o que me disse, e com certeza irei pensar muito sobre isso, existem algumas questões que eu quero sentar e conversar com algumas outras pessoas antes, mas eu concordo com você! — Ambos sorriram.

! — Exclamou Kakashi, indo em direção a garota que estava nos fundos de sua casa.
— Hatake? — Ela fez uma expressão confusa.
— Você está ocupada? Tem um minuto?
— Tenho um compromisso super importante, atirar kunais em alvos, mas posso ouvi-lo. — Ironizou.
— Ontem eu achei ter te visto conversando sozinha na Pedra Memorial… — Ela o interrompeu.
— Estava conversando com o Obito. — Respondeu tranquilamente.
— É exatamente sobre isso que queria falar… — Ele coçou a cabeça fazendo a garota arquear uma sobrancelha. — Laços. — A garota virou o olhar para os alvos que estavam na sua frente.
— Achei que você estava pensando que isso tudo me deixou doida. — Brincou. — O que você quer falar sobre laços?
— Eu tenho medo que meus laços com a Rin e o Obito se rompam, pode parecer estupidez… — Ela o interrompeu.
— Não, não é! Mas Kakashi, isso que construímos, desde criança é impossível de quebrar. — Ela sorriu.
— Bem… — Ele ficou sem palavras pelo “nós” dito pela garota, ele sabia que os laços que uniam ela e Obito jamais se romperiam, só não sabia que estava incluso nisso.
— Não se preocupe, Hatake! — Ela sorriu. — Mesmo de longe, nós nunca vamos estar separados, todos nós. — Ela dizia isso enquanto tentava se convencer do mesmo.
— Obrigado, ! — Ele continuou parado ali. — O Shisui me disse algo… — Ela arqueou a sobrancelha ouvindo isso.
— Posso saber o que foi?
— Que você se preocupa comigo e tem medo que no fim das contas reste só eu e você.
— Isso não é um segredo. — Ela sorriu de lado. — É difícil explicar como eu me sin… — Ela foi interrompida por Kushina.
— Ei! — Exclamou a ruiva se aproximando, com uma cesta. — Trouxe comida! — Ela levantou a cesta e sorriu.
— Que bom! — Respondeu .
— Eu imaginei que estivesse acompanhada, mas não esperava vê-lo, Kakashi. — Disse Kushina, sorrindo para ele.
— As pessoas ainda não se acostumaram com nossa amizade. — Explicou e Kakashi sorriu com os olhos.
— Amizade, é? — Murmurou Kushina, pigarreou, fazendo a mais velha rir e deixando um Kakashi confuso.


Agora…

Kakashi e caminhavam em direção à casa da garota, enquanto ela se mantinha pensativa, era nítido para qualquer pessoa que olhasse de fora, o quanto ele estava apaixonado, só pelo olhar bobinho que ele tinha sobre ela, enquanto ela estava com a mente longe dali. Naquele momento era uma quantidade de flashback absurda que se passava em sua cabeça, ela só queria se lembrar do momento em que começou a gostar do Kakashi. Aqueles laços com Kushina, Minato, Obito, Rin, Shisui, Iori e Akira eram diferentes desse laço com o Kakashi. Ela chegou a conclusão que sabia a diferença, na verdade, sempre soube! De todos os laços que jamais se romperiam, aquele era especial, pois foi construído e fortalecido mesmo de longe. Ela entendia que Kakashi era o único que apreciava e acalmava seu barulho, na verdade, o único que sobreviveu. Mas ela sabia que mesmo se todos os outros tivessem sobrevivido, de alguma forma, seria ele. Ela se sentia tão idiota, ela cometeu tantos erros na sua vida e ainda assim tinha a capacidade de amar e ser amada, que sensação esquisita, assumir o que sentia parecia tão louco, talvez seja esse o motivo que a fez lutar contra seus sentimentos por tanto tempo, não saber lidar com eles.

Chegando em frente à sua casa, Kakashi colocou a mão nos bolsos e a encarou.
— Sabe, eu estava me lembrando daquele dia… — Disse ela, ele fez uma cara confusa. — O dia que você entrou para a ANBU e foi conversar comigo, se a Kushina-neesan não tivesse chegado com a comida, eu teria te dito como me sentia em relação a você. — Ela sorriu. — Talvez isso tivesse mudado um pouco as coisas, e me doeria mais ainda partir.
— Ainda assim você partiria?
— Você foi um dos principais pilares para eu me manter de pé, e você sabe disso, mas eu não conseguiria ficar aqui. Me doeria mais partir e te deixar aqui, acredite, já doeu pensar que você poderia me esquecer.
— Nunca, ! Você sempre falou sobre laços que eram fortes para não se romper mesmo após a morte, com a gente sempre foi assim, mesmo brigando, nós construímos isso, esse laço inquebrável, eu jamais poderia te esquecer ou até mesmo seguir sem você, sem nossas brigas ou sem a sua marra, quando você voltou eu tive que me conter, mas eu tive tanta vontade de te abraçar e te agradecer por ter voltado! Eu sei que você não voltou por mim, mas mesmo assim, você ter voltado me basta. — Os olhos dela estavam cheios de água, o que era isso que ela estava sentindo?
— Eu não consigo acreditar que você foi tão burro a ponto de nos fazer sofrer tanto depois de todos esses anos já sofrendo, eu deveria te bater como se você fosse um tambor. — Ela colocou a mão na cabeça e ele riu.
— Talvez isso te faça mudar de ideia. — Ele havia abaixado a máscara, droga! Ele era tão lindo. Ele puxou-a pela cintura, e tirou os fios de cabelo que estavam em seu rosto, encontrando seus lábios com os dele. Esse deveria ter sido o primeiro beijo dos dois, um beijo onde houve entrega das duas partes, não foi um beijo apressado, foi um beijo calmo e carregado de sentimentos. Que foi interrompido por Naruto, que retornou de missão e soube da morte de Iori, e foi correndo procurá-la.
— TIA?! KAKASHI-SENSEI?! — Sakura acertou o garoto na cabeça, fazendo Yamato rir. O beijo cessou, com um sorriso. Naruto tentava enxergar Kakashi sem máscara, mas falhou, pois Sakura o acertou de novo e entrou na frente dele.
— Naruto! — Respondeu , indo até ele, com um sorriso.
— Eu vim ver se você estava bem, soube do que aconteceu com seu amigo… — Naruto tinha uma sobrancelha arqueada e encarava Kakashi.
— Eu estou melhor, ainda de luto, mas consegui sair do estado que estava.
— Sinto muito, -sama! — Disse Sakura.
— Sim, sinto muito senpai. — Disse Yamato, Sakura cutucou Sai, que ficou confuso.
— Sai!!! — Naruto sussurrou.
— Ah, sinto muito senpai! — Disse ele, entendendo os sinais depois de um tempo.
— Obrigada, Sakura-chan, Yamato e Sai! — Ela sorriu. — E obrigada, Naruto! Senti sua falta, como foi a missão?
— Ah… — Eles saíram caminhando, sem nem precisar conversar sobre para onde iam, em direção ao Ichiraku. Sakura virou os olhos, e sorriu, os outros também sorriram. Kakashi entendia o que ela quis dizer com laços inquebráveis, era exatamente o que ela estava construindo ali novamente, e que ele já tinha.


Capítulo 20 — Ensinamentos de um ninja destemido.

Após comer ramen com no Ichiraku, Naruto foi para casa, e acabou adormecendo, pois estava muito cansado. Acordou com Kakashi na janela do quarto. Confuso, seguiu o sensei até o escritório da Hokage, passando por Gamabunta e Gamakichi no caminho. Quando entrou na sala, estavam todos lá, e tinha um sapo velhinho. estava olhando pela janela, atrás de Tsunade. Naruto estava confuso.
— Ele é o pupilo do Jiraiya-chan? — Perguntou o sapo mais velho.
— Sim… Esse é Uzumaki Naruto. A “criança da profecia” que você mencionou.
— Um sapo velhote? Mas o quê…? — Naruto cerrou os olhos.
— Ei, olha a boca, Naruto! Esse é o Fukasaku-sama, um dos Dois Grandes Sábios do Monte Myoboku, ele viajou até aqui para falar com você. — Disse Tsunade. não sabia do que se tratava, mas diferente de Naruto, já tinha uma ideia.
— Bom, para ser mais específico, eu sou um Grande Sapo Sábio, mas não importa. Você é, sem dúvidas, pupilo do Jiraiya-chan.
— Jiraiya-chan? chan?! Você fala como se o sábio tarado fosse uma criança! Quem esse velhote pensa que é?! — Naruto apontou para o sapo.
— Já disse, olha a boca! — Tsunade se irritou e virou os olhos.
— Esse grande homem é quem ensinou ao Jiraiya-sama o modo sennin. — Explicou Shizune. Naruto arregalou os olhos e o sapo gargalhou.
— Sábio tarado, hein? — Disse o sapo. — Que ótimo apelido para o Jiraiya-chan!
— Então… O que esse velhote quer comigo? — Perguntou Naruto, já estava ficando tensa, todo aquele enrolo para anunciar uma morte, estava sufocando-a.
— Não sei por onde começar… — O velho sapo abaixou a cabeça. — Mas vejamos, acho que o mais importante é… Jiraiya-chan morreu em batalha. — A pontada que Naruto sentiu no peito, era a mesma que sentiu, ela sabia que iria receber essa notícia cedo ou tarde, mas ainda não estava preparada.
— Ahn? Do que… você está falando? — Todos estavam calados olhando para Naruto, exceto , que tentava segurar suas lágrimas. Aquele velho idiota!
— Eu sei que é repentino, não o culpo se não acreditar. Por algum tempo, houveram rumores que o líder da Akatsuki estava na Vila da Chuva. Jiraiya-chan foi em pessoa para verificar esses rumores.
— O líder da Akatsuki estava na Vila da Chuva? — Perguntou Sakura.
— Que eu me lembre, é uma vila difícil de se infiltrar. Uma vila fechada para o mundo exterior.
— Sim, porém Jiraiya-sama era especialista em infiltração e táticas de espionagem. — Disse Kakashi.
— Exatamente… — Disse o sapo. —Pain era um ex-pupilo do Jiraiya-chan.
— Pupilo? O que você quer dizer? — Perguntou Sakura.
— Jiraiya-chan o chamava de Nagato. — Completou o sapo.
—Isso nos leva ao passado, durante o caos da Grande Guerra Ninja, Jiraiya cuidou de orfãos na Vila da Chuva, que se tornou um campo de batalha. Quem imaginaria que aquelas crianças… — Disse Tsunade, fechando os olhos.
— No entanto… Para pressionar um ninja como Jiraiya-sama, como esse Pain…? — Perguntou Kakashi.
—Ele possui o Rinnegan. — se espantou, como todos os outros da sala, e se virou para a conversa.
— Rinnegan? — Perguntou Sakura.
— O Rinnegan é um jutsu ocular que dizem ter sido possuído pelo pai de todos os ninjas, o Sábio dos Seis Caminhos. — Disse Shizune.
— Eu achava que isso era apenas uma lenda. — Disse .
— O lendário Jutsu ocular… O Rinnegan. Seu poder está além da imaginação, não apenas isso.
— Haviam seis? — Perguntou Kakashi.
— E todos tinham o Rinnegan? — concluiu a pergunta. — Como algo assim é possível?
— Talvez seja um truque.
— Que provavelmente o Jiraiya-sensei descobriu, mas foi morto, certo? — Perguntou e o sapo assentiu.
— Mesmo depois de ter sua garganta destruída por Pain, Jiraiya-chan deixou uma mensagem, antes de cair. — O sapo tirou sua capa e virou de costas, mostrando vários números. — Esta é a mensagem.
— É um código… — Disse Shizune.
— Estou certo de que ele fez isso para que Pain não descobrisse. Eu lhes disse tudo sobre Jiraiya-chan.
— Me pergunto o que Jiraiya quis dizer. — Disse Tsunade. — Se pudermos decodificar isso, nós descobriremos, né?
— Você… deixou ele ir, vovó? — Perguntou Naruto, todos viraram seu olhar para ele.Tsunade fechou os olhos e abriu devagar.
— Sim.
— Por que você deixaria algo assim? Você conhecia o sábio tarado melhor do que ninguém! Como você pôde mandá-lo para um lugar tão perigoso, sozinho?! — Naruto aumentou o tom de voz.
— Já basta, Naruto! — Disse Kakashi, deu um soco de leve na mesa, ela tinha entalado na garganta uma bronca para o sobrinho, mas não saía. — Você de todas as pessoas deveria saber e entender os motivos da Hokage-sama. — Tsunade mantinha uma expressão triste e a cabeça inclinada. Naruto cerrtou os punhos.
— Merda! — Disse enquanto caminhava em direção à porta.
— Naruto?! Onde está indo?— Perguntou Sakura.
— Se o Sábio Tarado fosse o Quinto Hokage, ele jamais deixaria a Vovó Tsunade se arriscar assim. Nunca! — Ele saiu pela porta, enquanto se perdeu em pensamentos de novo, ela era tão péssima tia que não conseguia ter pulso com ele nessas horas? Até a Sakura tinha mais pulso com ele do que ela, ela realmente perdeu muito tempo. E aquele velho idiota, por que ele tinha de se arriscar tanto? Agora cabia à ela, carregar aquela missão. Ainda bem que os sonhos de Minato e Jiraiya viviam em Naruto, porque ela não seria capaz de conquistá-los sozinha.
!!! — Tsunade a despertou de seus pensamentos. — Preste atenção! Estamos falando sobre a mensagem que Jiraiya deixou.
— Não posso ajudar nisso, mas acho que devemos reforçar a segurança da Aldeia nos próximos dias. — Respondeu .
— Por que? — Perguntou Sakura.
— Pela lógica, acho que eles irão querer retribuir a visita. — Explicou e Tsunade assentiu.
— Mas precisamos descobrir o que está escrito nesta mensagem. — Disse Tsunade.
— Tsunade-sensei, me desculpe, mas eu preciso de um tempo. — Tsunade fechou os olhos, aquilo era tão doloroso para , quanto para ela. A mais velha assentiu, simplesmente desapareceu da sala. caminhava pela Aldeia, olhando as crianças brincando, famílias unidas. Sentia falta daquilo, de ser uma criança, com uma família. De subir nas costas de Jiraiya e chamá-lo de vovô, enquanto puxava seu cabelo, de ter a família que a fez ser quem é. Enquanto caminhava, se lembrava dos maiores presentes que aquele velho deu para ela, conselhos, ensinamentos, abraços, força… De qualquer forma, ela tinha que conversar com o Naruto. Minato saberia o que fazer, mesmo que estivesse sofrendo muito.

Ela precisava cumprir a promessa que fez a Jiraiya, mas era difícil, até mesmo para ela que havia perdido tantas pessoas. nunca foi muito boa em sentir pouco, ela sempre sentia muito, qualquer coisa, ela era intensa. Parecia que todos os seus sentimentos triplicavam, então, por que ela não conseguia colocar para fora? Ela engoliu seco, não era como se ela não estivesse sentindo uma dor profunda, mas ela se sentia diferente.
— Jiraiya-jiichan… — Ela debruçou em uma barra de ferro, encarando horizonte, no meio da Aldeia. — Acho que isso significa que eu te perdoei por partir, não é? — Ela sorriu de lado. — Bom, seja lá o que você descobriu, obrigada pela ajuda! Nós assumimos daqui, certo? — Ela encarou o céu. — Espero que você saiba que cumpriu o seu dever, os seus ensinamentos foram passados para a nova geração, Jii-chan… — Ela suspirou. — Obrigada, Jiraiya-sensei. — Naquele momento, ela colocou a mão sobre seu coração, que parecia estar mais leve. Mas ela ainda tinha que falar com Naruto, era importante que ele soubesse que podia contar com ela. Ela estava ali por ele, então, ela fechou os olhos, se concentrando e buscando o chakra dele pela Aldeia. Ela o encontrou, e encontrou Iruka ao lado dele. Ela iria até lá mesmo assim, ainda precisava conversar com ele, e bom, a conversa com Iruka uma hora teria de acontecer.

Ela caminhou até lá, e viu que Iruka e Naruto dividiam um sorvete. Se aproximou, em silêncio, Iruka se espantou ao vê-la, mas sorriu.
— Iruka, Naruto. — Disse ela, se aproximando. — Será que eu poderia falar com o Naruto um minuto? Prometo não tomar muito do seu tempo.
— Claro, , eu espero ali. — Disse Iruka, se levantando, assentiu, era uma forma de agradecimento e eles entendiam.
— Tia
— Naruto! — Ela sorriu. — Está doendo, né? — Naruto assentiu. — Aquele velhote era importante para nós, quem diria que a única coisa que temos dele agora, seria o seu maior presente.
— Presente?
— Sim, seus ensinamentos, Naruto! Esse foi o maior presente deixado pelo Jiraiya-sensei, para nós. — Naruto sorriu fraco. — De qualquer forma, acho que as palavras de Iruka foram melhores do que qualquer coisa que eu poderia te dizer aqui, e eu nem as escutei, mas eu quero que saiba que nós somos como uma família, Naruto! E Jiraiya-sensei fazia parte da base dessa família, eu perdi meu melhor amigo e agora meu pai/avô. — Ela riu fraco. — As pessoas estão sempre se sacrificando, porque confiam em nós, o Jiraiya-sensei confiava em você, Naruto! Assim como eu. — Ela sorriu. — Tenho certeza que de onde ele estiver, ele vai estar com você, em todos os ensinamentos que ele deixou de presente para você. Sinto muito por sua perda… — Naruto a abraçou.
— Obrigado, tia ! — Ele a abraçou forte, ela retribuiu o abraço e sorriu. “Jiraiya, de onde estiver, eu te vingarei!” esses eram os pensamentos de , que eram os mesmos de Naruto, vingar seu mestre era algo que eles desejavam.

Depois da conversa que tivera com Naruto, foi para casa. Onde encontrou Kakashi a esperando com o jantar pronto.
— Vou acabar me acostumando se você fizer isso sempre. — Brincou ela, tirando o kimono e estalando as costas.
— Não custa nada te mimar quando sei que você está triste. — Ele sorriu com os olhos e ela fez um biquinho. — Como está se sentindo sobre o Jiraiya-sama?
— Estou bem, na medida do possível. — Ela se sentou e fez uma cara feia. — Que saco.
— Você fez exatamente como o Shikamaru agora. — Kakashi brincou.
— Eu estou um pouco confusa. — Ela torceu os lábios. — Não sei se sou capaz de continuar o que o Jiraiya-sensei começou.
— Bom, se você se acha incapaz disso, pelo menos cuide para que o Naruto continue, afinal, nem você e nem ele precisam carregar tudo sozinhos agora. — Kakashi a cobriu com uma manta, ela estava com a cabeça inclinada sobre a mão e uma cara triste. — Vamos jantar, amanhã pensamos no que fazer, certo? — Ele estendeu a mão para ela, que sorriu.
— Certo. — Respondeu, segurando sua mão.

Antes…

— Jiraiya-jiichan! — A garota de cabelos negros e olhos azuis corria na direção do mais velho, que a levantou.
-chan, trouxe algo para você! — Ele a entregou um livro e uma caneta.
— Por que está me dando isso, Jii-chan? — Ela virou a cabeça para o lado, confusa.
— Soube que estava fazendo uma pesquisa, sobre o que era amor. — Ela assentiu. — Bom, você pode escrever sobre a sua pesquisa aí, para não esquecer. — Que legal!!! — Ela sorriu. — Ainda não tive muita sorte, mas vou perguntar a Kushina-neechan e ao Onii-chan.
— Você pode me perguntar também.
— E o que você sabe sobre o amor, Jii-chan?
— Ora, eu sei muitas coisas. — Ele gargalhou. — Quer que eu te conte?
— Sim!!! — Ele a colocou nas costas e foi caminhando pela Aldeia, enquanto contava o que sabia sobre o amor.


Capítulo 21: Uma faísca de felicidade

Sentir a dor da perda de um ente querido é importante, mas quando você tem trabalho a fazer, isso acaba ficando fora de cogitação. Esse era o caso de , desde que acordou, a primeira coisa, e uma das mais difíceis para ela, era voltar para a ANBU com um cargo alto. Não era tão fácil ser aceita como capitã novamente, mas ela era uma das melhores e todos sabiam disso. Ela tinha tantas coisas para fazer naquele dia, que quase não conseguiu se despedir de Naruto, que estava indo treinar no monte Myoboku.
— Naruto! — Ela gritou de longe, correndo em direção ao garoto, que sorriu e acenou. Ela o abraçou forte, como se tivesse a necessidade daquele abraço. — Treine direitinho, certo?
— Pode deixar, tia! — Ela sorriu, ela passou a mão em seu cabelo, queria falar mais coisas, que se sentia orgulhosa e que confiava nele, mas não conseguiu.
— Vá, eu cuido das coisas por aqui! — Ela fez sinal de positivo com o dedo, e Naruto sorriu, desaparecendo com os sapos.
— Hã? Desapareceu? — Perguntou Sakura.
— É uma invocação reversa. — Explicou Tsunade, se virando, e enxergando correndo. — Ei, Namikaze! — A garota parou de correr e se virou.
— Sim? — Ela sorriu fraco.
— Sei que não é hora disso, mas tire um tempo. — A garota arregalou os olhos, confusa. — O Naruto está se dedicando, devemos confiar nele. — Tsunade sorriu, fazendo abaixar a cabeça. A mais nova apenas assentiu, e sumiu da visão deles.
— Não entendi, Tsunade-sama! — Disse Sakura.
— Ela não precisa carregar o fardo de tudo sozinha, assim como o Naruto, eles podem dividir isso. — Explicou Tsunade.
— Acredito que a -sama seja muito mais poderosa, se ela carregar um propósito. — Disse Shikamaru.
— Todos nós somos. — Tsunade fitou o horizonte.

naquele momento, deveria confiar em Naruto, mas deveria fazer a sua parte também. Era a primeira vez que ela não sentia aquela impotência quando se tratava de Naruto. O lugar que ela foi após falar com Tsunade, seria o lugar que Jiraiya a procuraria se estivesse ali, conversando com quem já se foi, com quem ainda estava em seu coração.
— Onii-chan… — Ela se abaixou, segurando a máscara da ANBU na mão. — Eu não posso tirar um tempo, com a Tsunade-sensei disse, porque o Naruto está se esforçando e eu tenho que me esforçar também! — Ela sorriu. — Mas queria pedir para que me ajudasse a ter sabedoria, meu sábio conselheiro se foi, eu não sei se consigo conversar com o Jiraiya-sensei ainda, por isso, eu vim aqui. Minato-niichan, muito foi me dito sobre A Vontade do Fogo do Shodaime Hokage, e a maior parte disso foi dita por você, é quase tudo sobre isso, né? A força para continuar lutando, o legado das gerações anteriores. Acho que você se orgulharia de nós, na verdade, acho que está orgulhoso. O que eu construí aqui, na sua ausência, você não acreditaria. — Ela riu fraco. — Agora eu chego em casa com comida pronta e tenho um colo, acho que você e a Kushina-neechan deixaram o melhor presente aqui, porque se não fosse pelo Naruto, eu não teria conseguido construir metade das coisas que construí. Então me ajudem, a manter isso, a cuidar de todos e trazer orgulho para vocês. Nii-chan, a vontade do fogo vive em mim.
— Conversando com os mortos de novo? — escutou a voz de Kanji.
— Me preparando para o que está por vir.
— Então você também está sentindo, não está? O clima está mais pesado, o ar mudou, a morte do Jiraiya-sama nos assusta, mudou muito as coisas.
— Kanji, acho que nós dois temos muito em comum, ambos estamos com medo do que está por vir, mas eu não tenho medo de lutar para defender quem amo. — se levantou e encarou o amigo.
— Muito menos eu. — Os olhos de Kanji brilhavam. — A morte de Iori mudou muito as coisas para mim, . — Ele abaixou a cabeça.
— Para mim também.
— Mas você não entende, Iori era meu irmão, todos esses anos nós vivemos juntos, você estava longe e só tínhamos um ao outro. Mas agora, eu consigo enxergar melhor o que acontece ao nosso redor, nem mesmo a guerra conseguiu me fazer sentir tal sensação, agora eu sei… — Ele correu e abraçou a garota, que se espantou. — Eu vou lutar ao seu lado, ! Não importa o que esteja por vir, não importa quem teremos que defender, se eu morrer por Konoha, pelos meus amigos, vou morrer feliz. — Ele soltou e enxugou uma lágrima.
— Ainda não sabemos o que nos aguarda no futuro, mas sabemos que teremos que enfrentar a Akatsuki. — segurou a mão do companheiro. — É bom ter a certeza de que posso contar com você, Kanji!
— O seu jeito ninja, se lembra que sempre falava dele quando éramos crianças? — assentiu. — Iori e eu decidimos que íamos te seguir ali, quando ouvimos você falar sobre isso. Eu vejo muito de você no Naruto, sempre vi, então imagino que esse seja o motivo de você ser tão apegada a ele.
— Kanji, o Naruto é filho do Minato. — despejou as palavras rapidamente e diretamente no amigo. — Até mesmo Iori sabia disso.
— E-eu não sabia.
— Porque é um segredo. — suspirou. — Eu fui uma covarde que o deixou para trás, desde que cheguei aqui, eu tento consertar isso. E todos os meus pilares se foram. — Ela riu fraco.
— Por isso você se aproximou do Kakashi?
— Não, com o Kakashi foi diferente. — Ela mordeu o lábio inferior em um sorrisinho. — Acho que eu acabei me aproximando do Iruka por isso. — Ela sorriu.
— Ah, o seu rolo com o Iruka. — Kanji virou os olhos e o empurrou de leve.
— Não tive rolos com ninguém. — Eles riram. — Eu tenho que ir, amigo! O dia vai ser longo. — Ela segurou sua mão e desapareceu da frente dele.
— Sempre quis saber como ela faz isso. — Sussurrou Kanji.

conversou bastante com Shikamaru durante o dia, ele contou da conversa que teve com o Naruto, e isso fez com que ela se sentisse grata pelos amigos que o garoto fez ali. Shikamaru estava empenhado em descobrir o que Jiraiya havia tentado dizer, ajudou como pôde, e voltou ao trabalho. Ao fim do dia ela estava extremamente exausta, só queria chegar em casa. Quando cruzou a porta da frente sentiu um ótimo cheiro vindo da cozinha, sorriu e se sentiu grata por ter dado uma cópia da chave para Kakashi.
— O cheiro está ótimo. — Disse, enquanto pendurava suas coisas.
— Venha experimentar! — Ela seguiu a voz do homem que vinha da cozinha. Caminhou até ele e deu um abraço pelas costas, se sentando na cadeira atrás dele. Ele começou a servir. — Sabe, … — Ele desamarrou o avental que vestia.
— Huh?
— Eu estava pensando em uma coisa. — Ele se sentou ao lado dela.
— Diga-me o que se passa nessa cabecinha. — Ela sorriu.
— Eu praticamente estou morando aqui…
— Isso é verdade, mas não me incomoda, eu gosto de chegar em casa e vê-lo.
— Por isso eu estava pensando, bom, nós estamos quase vivendo uma vida de casados e… — Ela arregalou os olhos e engasgou.
— E? — Perguntou, bebendo um gole do saquê que estava na sua frente.
— Pensei que seria uma boa ideia se realmente casássemos… — Agora ela havia engasgado com o saquê.
— K-Kakashi. — Ela tossia engasgada e ele tentava fazê-la desengasgar, mas ela se lembrava que teria de dar uma resposta, então engasgava mais. Quando finalmente se desengasgou, ela não tinha palavras.
— Sei que pode parecer um pouco precipitado, mas já estamos praticamente vivendo uma vida de casados. — Ele sorriu.
— Bom, em partes. — Ela pensou em algo que eles não faziam e riu mentalmente.
— De qualquer forma, não precisa me responder agora, responda quando quiser. — Ele acariciou seu cabelo e ela se aconchegou, sorrindo. Não era como se ela não quisesse casar com o Kakashi, mas casar? Eles não podiam ficar ali, juntos como estavam, e só? A palavra casar era assustadora para ela, apesar de Minato e Kushina terem tido um excelente casamento, ser Jiraiya estivesse ali, com certeza daria um bom conselho. Ela fechou os olhos e mentalizou Jiraiya dizendo “Case-se com ele, vocês se amam! Eu gostaria de poder casar com a mulher que amo.”

Mas casar era complicado, ela não estava pronta para ser mãe ou algo do tipo, isso costuma acontecer quando as pessoas se casam, não é mesmo? Ela tentava parecer calma, enquanto sua cabeça borbulhava em pensamentos, por que ele tinha que falar de casamento? Eles começaram a namorar praticamente ontem! Por mais louca que essa ideia pareça, ela decidiu esperar Naruto voltar para conversar com ele sobre isso. Ela ria mentalmente, mas se recompôs para terminar o jantar. Era verdade que a vida que ela e o Kakashi estavam vivendo era como se eles já fossem casados, dormindo na mesma cama, vivendo na mesma casa. Ela só queria saber o que Naruto achava.

No dia seguinte, foi direto para a unidade ANBU, e logo após, foi encontrar com Tsunade.
— Sensei. — Disse ela, entrando no escritório da Hokage.
— Ah, , entre! — Tsunade estava tensa.
— Sei que temos assuntos importantes para resolver, Shizune está examinando o Pain que Jiraiya-sensei deixou, Shikamaru e Sakura cuidando da mensagem deixada por ele, Inoichi tentando extrair informações do homem de Amegakure… — Tsunade a interrompeu.
— Desembucha, Namikaze!
— Kakashi me pediu em casamento, eu acho. — Tsunade se espantou e riu.
— E por que você não se casaria com ele? Desde que se acertaram, estão vivendo juntos. Não vejo isso como um problema.
— Queria saber o que o Naruto acha. — Respondeu ela, torcendo o lábio.
— Ah, por causa do seu rolo com o Iruka? — A garota virou os olhos após escutar isso.
— Não tive rolo com ninguém. — Bufou. Podia-se escutar uma grande explosão, de repente começou a sentir uma enorme quantidade de chakra pela Aldeia. — Tsunade-sensei!
— O que está acontecendo?! — Tsunade ficou séria e empunhou sua espada. Não demorou muito para que as informações mais precisas chegassem.
— Corporação de análise reportando! A força do inimigo é estimada em três batalhões em tamanho!
— Três batalhões?! — Exclamou .
— Reportando! Eu presenciei a ação de um dos intrusos! — Disse outro homem. — Ele estava de preto com detalhes de nuvens vermelhas. — ficou sem reação, Tsunade estava pensativa.
— Eu vou até lá, sensei. — Disse .
-senpai, você precisa ficar com a Hokage!
— Soem o alarme de estado de emergência! E chamem o Naruto de volta!


Capítulo 22 - Ataque a Konoha: A Criança da Profecia.

— Tsunade-sensei, o que eu faço? — Perguntou .
— Vá até lá e tente salvar o máximo de vidas que conseguir, depois volte, vou precisar de você. — assentiu e saiu dali. As pessoas corriam desesperadas pela cidade, tinham vários animais de invocação espalhados por lá, ia ser acertada por um, quando o fatiou no meio. Correu para ajudar as pessoas e encontrou Sakura no meio do caminho.
— Você está bem? — Perguntou.
— Sim, estou indo para o hospital! — Respondeu Sakura.
— Vou tentar cuidar do máximo de feridos que eu conseguir por aqui, e tentar salvar o máximo de pessoas que eu conseguir.
-sensei, isso não é demais para você? — Perguntou Sakura, apreensiva.
— Não se preocupe, vá! — A mais nova assentiu e correu para a direção do hospital. se deparou com mais um dos animais de invocação, mas ela não deveria focar neles, e sim em quem estava invocando. Pegou impulso no enorme rinoceronte e saltou, espalhando clones. Enquanto o inimigo tentava fugir, havia colocado um selo no animal que ele estava usando para sobrevoar o local.
— Rasenraiton. — Disse, deixando o inimigo confuso, pois ela estava preparando um ataque em uma distância enorme. Quando ele menos esperava, a mulher apareceu e o acertou com seu ataque, fazendo com que ele caísse. Ela pulou em um dos prédios, e respirou fundo. Os animais desapareceram, ela enxergou algumas pessoas feridas e foi até lá. Conseguiu sentir um chakra diferente se aproximando do chakra Tsunade, então apenas levou os feridos para o hospital.

Ela voltou para perto de Tsunade o mais rápido possível, tinha levado um tempo no hospital ajudando Sakura, afinal, ela ainda era uma ninja médica. Tsunade estava mantendo a invocação da Katsuyu, entrou no círculo dos ANBU que ali estavam. Quando de repente, Tsunade se levanta e dá um soco em um dos pilares da mansão Hokage.
— Que diabos, sua velha maluca?! — Disse , após se assustar com a atitude de Tsunade.
— Desculpa, vamos continuar. — Disse, fechou os olhos e fez uma cara feia. Chouji saltou gritando Tsunade.
— Nós descobrimos a habilidade de um dos inimigos. — Disse o mais novo, Tsunade fez uma cara feia e tirou o cabelo que estava caindo no rosto.
— Diga-me.
— Ele é um homem entre 25 e 30 anos. Seus traços marcantes são piercings… — torceu o lábio. — Seis em seu nariz e sete em suas orelhas. Seu jutsu simula atração e repulsão magnética, ele pode atrair alvos para si, e consegue repelir qualquer ninjutsu.
— Repelir?! Qualquer um? — Perguntou um dos ANBU.
— Você está surdo? — se irritou. — Continue Chouji.
— No entanto, ao usar qualquer um dos dois jutsus, tem um intervalo de cinco segundos.
— Só cinco segundos? — murmurou, colocando a mão no queixo.
— Você fez bem em nos reportar isso, nossos sacrifícios diminuirão consideravelmente! Passem a informação pela Katsuyu! — Ordenou Tsunade.
— Sim, senhora! — Enquanto faziam isso, procurava o chakra de Kakashi e não conseguia encontrar.
— O Time Chouza atuou como reforço para o Kakashi-sensei! — Disse Chouji, fazendo pular. — Contra dois dos inimigos, acredita-se que todos, exceto eu, morreram. — sentiu um frio na espinha, não, não, não, aquilo não poderia estar acontecendo! Sua faísca de felicidade havia sido apagada naquele instante.
— Volte para o Chouza, leve-o para o hospital imediatamente, ele ainda pode ser salvo. — Disse Tsunade, e o Kakashi? Aquilo não estava acontecendo de verdade, não podia estar. Chouji chorou e começou a comemorar o pai estar vivo.
— E enquanto ao Kakashi-sensei? — Perguntou.
— Anda logo, Chouji! — Respondeu Tsunade, olhando para o outro lado, fazendo com que a dor no peito de aumentasse. Tsunade caminhou de volta ao círculo, e tocou no ombro de . — Vá, se quiser. — Uma lágrima escorreu pelo rosto da garota, por que aquilo estava acontecendo? Por que de novo?
— Vamos continuar. — Ela enxugou as lágrimas. — Vou depois. — Tsunade assentiu, não esperava menos de , se ela não podia salvar quem ela amava, então, ela salvaria as pessoas que foram motivo do seu sacrifício. O Pain que pensou ter derrotado naquela hora, ainda estava vivo, ela sentia os animais de invocação andando pela Aldeia. Um homem com um manto preto e nuvens vermelhas, apareceu onde ela e Tsunade estavam, ele batia com a descrição de Chouji. Tsunade se virou para ele e se levantou.
— Seis piercings no nariz, sete na orelha, é ele! — Disse um dos ANBU, todo estavam segurando suas espadas.
— Você é…
— Já faz muito tempo, Tsunade-sama. — Disse o homem. — Você é a última sobrevivente dos Sannins, eu gostaria de falar um pouco com você.
— Você é aquela criança… de tempos atrás.
— Parece que você se lembrou de mim.
— A senhora o conhece? — Perguntou um dos ANBU.
— De certa forma, sim.
— Quem é ele? — Perguntou outro, apenas deu uns passos para frente.
— Um deus que restaura a ordem. — Respondeu o homem.
— Parece que ele está alucinando. — Murmurou .
— Onde está Uzumaki Naruto… A Kyuubi? — Perguntou o homem, aquilo machucou ainda mais a mulher, ela não perderia tudo ali.
— Vai saber. — Respondeu Tsunade.
— A busca pelos Jinchuurikis já está quase no fim, os bijuus já não servem mais para manter a paz e equilíbrio entre as Aldeias. — Os olhos de eram puro ódio com as palavras do inimigo. — Não existe propósito em proteger a Kyuubi.
— Então o Naruto é mesmo o seu alvo? — Perguntou Tsunade.
— A guerra começará em breve, as sementes da guerra já foram plantadas em todo lugar, esperando para serem detonadas, e nós iremos controlar tais guerras. — Aquilo era um verdadeiro pesadelo, não se via lutando outra guerra, ainda mais sem Minato, Kakashi, Obito, Rin, Akira e Iori. — Se cooperarem conosco, nós não teríamos problemas em ajudar, pelo estado desta vila, você pode deduzir do que somos capazes.
— Não subestime os Cinco Kages! — Tsunade esbravejou. — Vocês buscam acabar com a paz que nossos antecessores lutaram para obter e manter! Suas palavras são vazias! — Completou, o homem abriu os olhos.
— Quanta arrogância! — Um chakra enorme pôde ser sentido, fazendo um vento forte. estava com um mau pressentimento. — Sua paz nos trouxe apenas violência.
— Eu admito que Konohagakure tomou decisões erradas no passado, no entanto, suas ações aqui são imperdoáveis!
— Tenha cuidado com o que fala, esse é o último aviso de um deus. — riu fraco, quem diabos esse homem pensa que é? — Diga-me onde está o Naruto! Fale!
— Nós usaremos todo o poder dessa vila para derrotá-lo! Isso é tudo o que tenho para dizer! Mais uma coisa… Você cometeu um grande erro, você jamais obterá o que deseja.
— Se você acha que os ninjas de Konoha são fortes o bastante para proteger o Naruto, então…
— Errado! — Tsunade sorriu. — Naruto… é forte! — Pain fechou os olhos.
— Parece que Naruto não está aqui… Myobokuzan… — Disse ele, fazendo com que Tsunade e se espantassem. De repente, todos os Pain espalhados pela vila recuaram. — Myobokuzan, esta é a Vila Oculta dos Sapos… Bem, então é inútil demorarmos mais por aqui.
— Como você sabia? Ora, seu…
— Tsunade-sama, é melhor deixá-los recuar e enquanto isso, fortalecer a vila.
— Cale a boca. — Murmurou .
— Permita-me fazer mais uma pergunta, aquele chakra nas suas pernas, era para neutralizar meu jutsu? Parece que você desvendou minha técnica, no entanto, qualquer esforço é inútil diante de um grande poder. Vocês, das grandes nações, provaram isso ao longo dos anos. — levantou uma sobrancelha e tirou a espada das costas, a segurando com força. — Vocês consideram que exercem os papéis mais importantes neste mundo e não pensam duas vezes antes de matar. Amaciados por um longo período de paz, vocês se tornaram superficiais, se vocês matarem, morrerão em troca. O ódio traz consigo essa relação de causa e efeito.
— Você só está falando besteiras! — Disse Tsunade, franzindo o cenho.
— Na guerra, ambos os lados sofrem mortes, feridas e dor. — Completou ele.
— E nós das Grandes Nações já sofremos o bastante! — Tsunade apontou para ele. — Pare de tentar encontrar desculpas para suas ações! — Esbravejou ela, ele a encarou de lado.
— Isso é ridiculo! Sinta a dor, contemple a dor, aceite a dor, conheça a dor! — O homem começou a flutuar.
— Espere, Pain! — Gritou Tsunade.
— Aceite a dor, conheça a dor! Aquele que não conhece a dor, não pode compreender a verdadeira paz. — Ele flutuava cada vez mais alto, que tinham que cobrir seus olhos para enxergá-lo próximo ao sol, todos estavam achando estranho que ele estivesse recuando. Tsunade cerrou os olhos.
— Eles estão planejando alguma coisa, não sei o quê, mas é alguma coisa grande.
— Deixe que venham, se ele fala tanto de conhecer a dor, talvez seja disso que ele precisa. — Disse , entredentes. Pain abriu os braços, enquanto Tsunade e os outros corriam para tentar alcançá-lo.
— Pain! O que você pretende fazer? — Perguntou Tsunade.
— Nunca vou me esquecer da dor do Yahiko. E agora, o mundo vai conhecer a dor. — Uma luz branca tomou conta do céu. — Shinra Tensei. — De repente, uma onda de destruição tomou conta de Konoha, era uma força tão grande, que só se lembrava de ter abraçado Tsunade para protegê-la. Ela se lembrou de quando era uma criança, a última vez que havia abraçado Tsunade foi para se proteger, e agora, ela estava protegendo a mulher. Sentiu muitas coisas caindo em cima de si, pelo sua dor e seus cálculos, a pancada forte a fez quebrar pelo menos três costelas, sentiu que tinha sido sugada para dentro de algo, e continuava abraçada com Tsunade. Quando tudo parou de girar, seu corpo saiu de dentro do corpo de Katsuyu.
— Obrigada, Katsuyu-sama. — Murmurou, quando levantou seu olhar.
, vá até o Kakashi! — Ordenou Tsunade.
— Eu não posso proteger ninguém estando lá. — A menina gemeu de dor.
— Você não pode proteger ninguém nesse estado, você já fez muito me protegendo, tenha a chance de se despedir dele, enquanto não destroem o corpo dele! — Tsunade sabia que não se afastaria da luta tão fácil.
— Não posso me despedir de qualquer jeito, ele já está morto. — Resmungou , por um instante, sentiu o chakra de Naruto, e dos sapos do monte Myouboku. Empurrou a pedra que estava na sua frente, e ela e Tsunade puderam dar uma boa olhada em Konoha, ambas ficaram em choque.
— O… o que é isso? — Perguntou Tsunade, franzido o cenho. — Você vai pagar por isso Pain. — A marca em sua testa havia desaparecido, ela estava se desgastando demais para proteger todos em Konoha, não aguentaria por muito tempo. pegou sua espada e ficou em posição de ataque. Pain estava de frente para Naruto e os sapos, Tsunade entrou na frente, seguida por .
— Eu sou a Godaime Hokage! — Disse.
— Tsunade-sensei, você não pode! — Exclamou .
— Você pisou nos sonhos e nos tesouros dos nossos ancestrais! Não vou perdoá-lo, como Hokage, vou acabar com isso agora! — Esbravejou Tsunade, se preparou para entrar na frente a atacar com sua espada.
— Parece que agora você entende um pouco sobre a dor, no entanto, não me importo mais com você, meu interesse é… — Um Pain foi em direção à Tsunade, quando ia evitar o ataque, ele foi evitado por Naruto.
— Em mim!!! — Exclamou ele, puxou Tsunade para trás.
— Tsunade-sensei, deixe isso comigo. — Disse, quando as duas viraram o olhar para Naruto, ambas puderam enxergar Minato e Jiraiya nele.
— Não tem porque a Hokage de Konoha se preocupar em lutar com lixos como vocês, vá descansar e tomar um chá, Vovó. — assentiu, ajudando Tsunade a se levantar.
— Naruto! — Disse Tsunade.
— Uzumaki Naruto. — Disse Pain.
— Vamos resolver isso logo! — Esbravejou Naruto. — Gamakichi, leve a Vovó Tsunade e a Tia para um lugar seguro!
— O quê?! — perguntou.
— Eu assumo à partir daqui, diga as pessoas de Konoha para não interferirem, ficará difícil lutar tendo que protegê-los ao mesmo tempo.
— Eu não vou te deixar lutar sozinho, Naruto! Não posso… — “Não posso perder você também” era o que pensava.
— Tia, por favor, peço que confie em mim. — , com os olhos cheios de lágrimas, mais do que nunca enxergava Minato no seu sobrinho, talvez ele fosse atrapalhar mais do que ajudar, afinal de contas, tinha três costelas e um braço quebrados.
— Entendido. — Disse Tsunade, apenas abaixou a cabeça e deu um passo para trás. — Mas leve a Katsuyu com você, ela será útil. — Tsunade entregou a lesma para Naruto. — Ela tem algumas informações. — Um sapo saltou e pegou a lesma, colocando no bolso de Naruto.
— Talvez não seja a melhor hora para perguntar isso… Mas agora que controlo a energia da natureza… Posso sentir o chakra de todo mundo. — Tsunade e estavam na mão de Gamakichi, com uma expressão triste. — Kakashi-sensei está em alguma missão fora da vila? — Nenhuma das duas teve coragem de responder. — Entendo… Vá, Gamakichi! — O sapo saltou para longe e deixou que as lágrimas rolassem.
— Nii-chan, por favor, proteja o Naruto. — Sussurrou ela.

Após irem para um lugar seguro, estava determinada em encontrar o corpo de Kakashi, mesmo machucada, ela ainda tinha muita resistência enquanto tivesse chakra para se curar sozinha. Seguindo o chakra de Chouji, ela os encontrou, achou que seria mais forte, mas achou errado. Ela caiu no chão, de joelhos, ao lado dele.
— Me desculpa… — As lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Eu te deixei partir sem que você soubesse o quanto eu gostaria de me casar com você, o tanto que eu te amo e daria qualquer coisa para ter uma vida ao seu lado. Eu só queria que você pudesse me escutar dizendo isso, volta pra mim, por favor. — Ela deitou a cabeça em seu peito. — Volta pra mim, a gente casa, compra uma casa, eu mudo até meu sobrenome para Hatake. — Ela riu fraco. — Não é pra tanto, mas, por favor. — Ela segurou sua mão com força, seu corpo ainda estava quente, Chouji colocou a mão em seu ombro e isso foi a última sensação que ela teve antes de desmaiar. O que ela mais temia aconteceu, seu chakra acabou, ela teria que descansar. Com os olhos entreabertos, ela sentia que Katsuyu estava tentando curá-la.
— Katsuyu-sama, guarde sua energia para ajudar os moradores e o Naruto, e cuide da Tsunade-sensei. — sorriu. — Eu aguento.
— S-sim, -chan! — Exclamou a lesma.

O tempo foi passando e não conseguia se mover, estava pensando em um jutsu que tinha ouvido falar, mas sequer tinha chakra para tentar trazer o Kakashi de volta com ele. As informações eram de que Naruto já havia derrotado todos os Pain, menos um. estava um pouco mais aliviada, e orgulhosa, do quanto aquele garoto havia crescido.
— Ah, não! — Exclamou Katsuyu.
— O que foi? — Perguntou Chouji.
— A Hinata-chan entrou na batalha para ajudar o Naruto, que estava perdendo, e declarou seu amor por ele. — sorriu. — Mas agora ela está jogada ao chão, e o Naruto está descontrolado, ele já liberou seis caudas. — Disse Katsuyu.
— Seis caudas? — se concentrou um pouco, estava tão fraca que sequer conseguia sentir qualquer coisa sem se concentrar, e ela sentiu, o chakra da Kyuubi. O Naruto estava fora de controle e ela não poderia fazer exatamente nada. Ela monitorou tudo através de Katsuyu, sete caudas, oito caudas e… nove caudas. O que ela mais temia havia acontecido, Naruto foi tomado pela Kyuubi e Minato não estava mais ali para derrotá-la. Mas Katsuyu disse que a transformação parou, por um tempo, a transformação parou sozinha e o Naruto foi voltando ao normal. Como? Foi o Yamato? O Naruto teve forças para parar sozinho a transformação da Kyuubi? Ela realmente deveria confiar mais nele. A informação sobre a verdadeira identidade de Pain chegou, eles teriam que procurar por ele.
— Chouji, pode ir, eu fico com o Chouza e o Kakashi! — Disse .
— Tem certeza, sensei? — assentiu e o garoto saiu dali para ajudar os outros. abraçou o corpo de Kakashi com força, imaginando o que será que estava acontecendo, e apagou mais uma vez.

— Minato-niichan! — A garota estava irritada com o irmão mais velho.
— Desculpe, , mas você não pode ir sozinha nessa missão!
— E você fala isso como meu irmão ou como Yondaime? — Ela arqueou uma sobrancelha.
— Como ambos, se quiser mesmo ir, eu deixo se o Kakashi for junto, mas sozinha você não vai. — A garota cruzou os braços. — Aliás, o Naruto nasce amanhã!
— E é exatamente por isso que eu quero ir, não vou poder ver o nascimento, então preciso me distrair. — Ela fez biquinho.
— Mas é perigoso!
— O Kakashi lá apenas me atrapalharia, pois eu teria que defendê-lo, e não teria vantagem na luta. — Ela virou a cabeça para o lado e Minato riu.
— Você sabe que não seria assim, mas se você quer tanto ir, vá!

Na noite seguinte, Minato e estavam parados lado a lado, ela vestia sua roupa de ANBU, enquanto ele pegava o casaco que estava pendurado, para ir até Kushina.
— Boa sorte na missão. — Disse ele, virando de costas.
— Boa sorte com o bebê, traga meu lindo sobrinho para mim! — Eles acenaram e sorriram.

? — Alguém chamou seu nome e a cutucou.
— Hã, por quanto tempo eu dormi? — Perguntou ela, abrindo os olhos.
— Eu gostaria de perguntar isso. — Ela reconheceu a voz de Kakashi e pulou no seu pescoço.
— Ainda estou sonhando? — Perguntou, ele a abraçou forte e ela sentiu uma enorme dor. — Ai! Não estou não. — Eles riram fraco, ela olhou ao redor e todos estavam despertando, algo havia acontecido.
— Naruto derrotou todos os Pain, a luta acabou. — Disse Katsuyu, suspirou aliviada e seus olhos se encheram de lágrimas.
— Achei que perderia vocês dois. — Ela afundou a cabeça no peito de Kakashi, enquanto as lágrimas rolavam.
— Vamos ao encontro dele. — Disse Kakashi e ela assentiu. Levantaram-se e foram caminhando até onde ele estaria indo, segundo Katsuyu.
— Eu aceito, Kakashi. — Disse ela, quando chegaram.
— Hã? — Ele virou seu olhar para ela.
— Aceito me casar com você. — Disse, Kakashi sorriu, Naruto ia caindo, quando Kakashi se virou de costas, para carregá-lo. passou a mão em seu cabelo, e eles foram até a multidão de gente que o esperava. Depois de levar um soco de Sakura, ela o abraçou forte, e todos começaram a jogá-lo para cima. Naruto agora era o herói da vila e o maior orgulho da vida de , ele estava mais perto de se tornar Hokage, e com certeza ele havia a superado e superado seus antecessores, afinal, ele era a criança da profecia.


Capítulo 23: Família

estava deitada, em uma das cabanas de atendimento médico, ela havia fraturado exatamente o que ela havia pensado, 3 costelas e o braço, como ela gastou muito chakra pra se manter viva durante o ataque, os ferimentos do seu corpo estavam demorando um pouco mais para curar, mas era apenas exaustão. Ela teria de liberar o selo do kekkei genkai, aquilo estava prendendo uma boa parte do seu chakra, que poderia ser melhor utilizada. E agora, sem Jiraiya ali, isso se tornaria mais difícil. era teimosa, e enquanto Shizune disse que ela deveria descansar e não se mexer, ela estava tentando levantar, quando Naruto e Kakashi entraram na cabana.
— Ei, não pode levantar! — Gritou Naruto, apontando para ela.
— Você poderia não gritar? Eu rolei muitas vezes no meio de várias pedras e entulhos, sobrevivi à destruição em massa e ainda segurei a Tsunade-sensei, gostaria de silêncio. — Ela fez cara feia, e Naruto também.
— É exatamente por isso que não pode se levantar! — O loiro cruzou os braços, bufou e virou os olhos, enquanto Kakashi riu.
— Bom, também acho que não vai querer falar sobre o que eu vim falar. — Disse Kakashi, levou um tempo para entender sobre o que ele estava falando, e deu um pulinho, sentada, quando entendeu.
— Naruto, tem algo que eu preciso conversar com você. — Disse, séria, segurando o riso.
— Eu também preciso falar algo com você, tia! — Ele sorriu. — Mas pode falar primeiro, eu quero falar à sós. — assentiu.
— Eu quero saber… o que você acharia… se eu te dissesse que eu e o Kakashi vamos nos casar? — Naruto se assustou com a pergunta da mais velha, e levou um tempo para raciocinar.
— Espera aí, vocês vão casar? — Perguntou, arqueando uma sobrancelha, assentiu empolgada.
— Mas, antes quero saber o que você acha. — Ela cerrou os olhos, enquanto Naruto deu um salto e começou a gargalhar.
— Eu acho ótimo! Uma festa de casamento, com muito ramen, um primo e… — o interrompeu.
— Calma, Naruto! — Ela e Kakashi riram. — Não vou ser mãe nem tão cedo, mas tem mais uma coisa… — Kakashi se abaixou ao lado dela, segurando sua mão. — Gostaria que você me levasse até o altar. — O garoto fez um biquinho, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas, fazendo com que os de se enchessem de lágrimas também.
— E-eu? — Perguntou Naruto, contendo o choro, assentiu. Ele pulou nos seus ombros, em um abraço, fazendo ela dar um leve gemido de dor.
— Naruto, devagar! — Ela riu fraco.
— Desculpe… — Ele continuou no abraço por um tempo, depois soltou, enxugando as lágrimas. — É claro que eu aceito, tia! — Ela puxou o garoto para perto de novo, dessa vez, foi a vez dela de chorar.
— Obrigada. — Kakashi soltou a mão dela e saiu de fininho, ele amou participar daquele momento, mas achava que deveria ser um momento dos dois à partir de agora, ele podia enxergar bem o tanto que os dois amadureceram, comparando a que saiu da Aldeia dizendo aquelas coisas, e vendo a de agora abraçando o Naruto e tendo um momento como aquele, ele, como ninguém, sabia o quanto ela havia amadurecido. Encontrou com Kanji caminhando até a cabana, e o segurou pelo braço.
— Não entre lá agora. — Pediu, Kanji arqueou uma sobrancelha.
— Por que? — Perguntou, um pouco rude.
— Ela está tendo um momento com o Naruto. — Explicou Kakashi, fazendo Kanji desmanchar a cara feia.

Lá dentro, os dois ainda estavam abraçados. Aquela criança, era tudo para ela, ele era o Minato, Kushina, Obito, Shisui… Todos em um só, não, ele era Uzumaki Naruto, e ele era único. Ela finalmente o soltou, enxugando as lágrimas, ambos estavam muito emocionados.
— Tia, eu preciso te contar algo. — Disse ele, enquanto limpava as lágrimas que escorriam.
— Claro, pode dizer. — sorriu, ambos olhos azuis olhavam profundamente uns para os outros.
— Eu vi o meu pai, o Yondaime. — Murmurou Naruto, passou um tempo com os olhos arregalados e em silêncio, para processar a informação.
— Ele selou um pouco do chakra dele em você? É isso? — Perguntou ela, Naruto assentiu.
— Você sabia? Que ele era meu pai? — assentiu em resposta.
— Você foi muito esperado, principalmente por mim, eu dizia todos os dias ao seu pai e à sua mãe, que eu iria mimá-lo e iria ensiná-lo a ser um shinobi esplêndido, Kakashi e eu discutíamos sobre como você seria, foram os dias mais coloridos da minha vida. — abaixou a cabeça. — E de repente, tudo ficou cinza, uma tristeza enorme se instalou dentro de mim, e eu fui incapaz de te dar o amor que eu te dava, quando você ainda estava na barriga da sua mãe. Eu fui incapaz de pensar na sua dor, porque a minha estava sendo tão grande, e eu fui incapaz de ficar aqui, eu preferi fugir da dor, do que lidar com ela. — Naruto tinha os olhos focados,em , enquanto escutava o que ela dizia, a mulher suspirou por um longo período. — Mas, não foi como se tivesse dado certo. — Ela riu fraco.
— Então, você é minha tia, que esperou tanto por mim e me amou antes mesmo de me conhecer? — Perguntou ele, assentiu. — Eu sabia. — O garoto sussurrou. — Sabia que você era família, porque eu sentia isso perto de você, e porque eu te amei, mesmo sem te conhecer direito! Eu não sabia explicar o porquê desses sentimentos por você, porque eu me sentia tão à vontade, tão confortável e seguro perto de você, mas agora eu sei, você é mesmo a tia . — Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, o admirou naquele momento, já que ela se afogava em lágrimas.
— Me desculpe, Naruto! — Ela enxugava as lágrimas, mas logo em seguida outras rolavam. — Me desculpe por ter ido embora, por não ter sido nada do que planejei ser para você, por ter sido péssima tia.
— Eu não te culpo, tia. — Ele sorriu. — Você estava tão machucada, eu entendo.
— Isso não é desculpa, você era um bebêzinho inocente, não merecia ter passado por tudo que passou, por isso, desde que voltei, eu tento compensar tudo que eu não fiz por você. — Ela tentou se levantar, limpando o rosto, e Naruto a ajudou. — Eu prometi te proteger, e eu vou fazer isso, porque você é quem trouxe toda cor e luz de volta para a minha vida. — Ambos sorriram, ainda olhando um para o outro.
— E o Kakashi-sensei? — Perguntou, fazendo rir fraco.
— O Kakashi sempre foi um pilar importante na minha vida e eu na dele, mas eu sempre disse, que nós dois precisávamos de algo para nos tirar da escuridão, não éramos capazes de fazer isso um pelo outro. — Ela colocou a mão na cabeça de Naruto e bagunçou seu cabelo. — E o que o Minato te disse? — Ela sorriu, fazendo Naruto sorrir também.
— Ele me disse que havia um homem mascarado naquela noite, e que ele estava manipulando a Kyuubi e o Pain. — colocou a mão no queixo. — Ele disse que era Uchiha Madara. — paralisou ao escutar aquele nome.
— U-uchiha Madara? — Naruto assentiu em resposta, ela podia sentir o frio na espinha.
— Ele também me disse que acredita em mim, e eu disse que você estava cuidando de mim. — Naruto tinha um sorriso no rosto, gostava do jeito que ele misturava coisas extremamente sérias, com essas coisas que aquecem o coração, tornava tudo mais leve de digerir.
— E o que ele disse? — Perguntou, sorrindo.
— Ele disse… — Naruto fez aspas com as mãos. — “?! Sempre soube que seria difícil para ela, estou orgulhoso por saber que ela conseguiu.” — caiu de joelhos sobre o colchão que ela estava deitada antes, encostando a cabeça nas suas coxas, soluçando.
— Tia ?! — Exclamou Naruto, se abaixando. Nesse momento, Kakashi e Kanji entraram no lugar, e se assustaram com a cena. puxou Naruto em um abraço.
— Nii-chan… — Sussurrou. — Obrigada, Naruto! — Ela o abraçou forte. — Obrigada, de verdade, você não sabe o quanto isso foi importante para mim. — Ela voltou a soluçar, parecia que ela estava tirando um peso enorme das costas, escutar que Minato sentia orgulho dela, e que agora ela estava fazendo as coisas certas, aquilo era importante demais. Naruto estava naquele abraço, e não era a primeira vez dentro daquela hora, mas ele estava feliz, assim como ela, aquela era a família deles. Eles não estavam mais sozinhos, e ele deu uma família ainda maior para ela.


Capítulo 24: Mudanças.

Alguns dias depois…

Muita coisa aconteceu desde o ataque de Pain à Konoha. Tsunade ainda estava desacordada, e precisavam de alguém para substituí-la, dormiu durante muita parte desses dias, mas estava recuperada. Pronta para apoiar Kakashi, que ela sabia que seria escolhido como Hokage. Mas a escolha foi outra, como dizia Iori, uma bomba de cada vez, não existe em Konoha. Danzou havia sido escolhido para ser o Hokage, Sasuke sequestrou o irmão do Raikage, e haviam mensageiros em Konoha. Os 5 Kages iriam ter uma reunião, ou algo assim. Yamato procurava , a pedido de Kakashi, mas ela havia sido chamada por Danzou. Ela já sabia do que se tratava, mas foi assim mesmo.
— Me chamou, velho? — Perguntou, entrando na sala do Hokage, Danzou assentiu. — Achei que evitariam colocar outro Hokage velho, baseado nos dois últimos, mas acho que a Tsunade-sensei aguenta bem mais o tranco que você. — Danzou apenas a observava falar, enquanto ela resmungava. — Um velho que mal se aguenta em pé, o que diabos estavam pensando?! — O homem começou a gargalhar.
— Sabe, Namikaze, isso é algo que eu gosto em você. — Ele se levantou, e a garota, que tinha os braços cruzados, arqueou uma sobrancelha.
— Você gosta de algo em mim? — Após a pergunta, ela cerrou os olhos.
— Primeiro, eu tinha pensado em expulsá-la de Konoha, mas não é bom ter alguém como você, como inimiga. — Ele sorriu malicioso. — Gosto que mesmo com Kakashi, Naruto e os outros, você não amolece! Continua sendo a mesma Namikaze que me ameaçou anos atrás, mas, você também não me quer como inimigo, não foi bom o que aconteceu da última vez. — A garota inclinou a cabeça.
— Que última vez?
— O seu amigo, ele morreu, não é mesmo? — Um choque percorreu o corpo inteiro da mulher, ela queria voar no pescoço dele, mas respirou fundo. — Não quero inimigos dentro da Vila, agora que sou o Hokage, então você vai receber ordens diretas minhas, certo? — A mulher começou a rir.
— Você matou meu amigo! — Ela bateu as mãos na mesa. — Você pode ser o Hokage e me dar ordens agora, mas não vai ser para sempre. — Ela tinha os olhos enfurecidos e Danzou sorriu.
— Era esse olhar que eu queria ver, o mesmo olhar que me ameaçou, anos atrás. — Ele parecia feliz. — A Namikaze que ganhou o apelido de Trovão de Konoha, é esta na minha frente! Uma assassina, quero que se lembre que você é uma assassina, está dispensada! — pensou em responder, mas apenas bateu os pés, se arrastando para fora do lugar.
— Até que enfim te encontrei! — Disse Yamato, chocando de frente com ela no corredor.
— O que é? — Perguntou, com uma grande ignorância, Yamato nunca tinha visto aquele olhar nela.
— O Naruto está bem machucado. — Respondeu, engolindo seco.
— Machucado? Como? — Perguntou, correndo para encontrá-lo. Ela entrou na cabana, como um furacão, foi direto olhar como Naruto estava. Kakashi percebeu a expressão de preocupado no rosto de Yamato, e colocou a mão no ombro da mulher, para acalmá-la.
— O que Danzou queria? — Perguntou Kakashi, se virou lentamente e o olhou nos olhos, ele conhecia aquele olhar, mas ele mudou, não era o mesmo de antes e nem o mesmo que quando ela se virou para ele.
— Me irritar, mas o que aconteceu, Naruto? — Ela acariciava o rosto do sobrinho, que tinha medo de levar uma bronca.
— Nós vamos até o Raikage, na reunião dos Kages. — Disse Kakashi, arqueou uma sobrancelha e Yamato abaixou a cabeça.
— Eu tenho mais o que fazer da vida, sabe? Pessoas para tratar, agora um novo Hokage, vocês deveriam ter me perguntado, antes de decidirem isso. — Ela cruzou os braços.
— Você não precisa ir. — Disse Kakashi.
— Você acha mesmo que vou deixar vocês irem atrás do Raikage sozinhos? Me poupe, Kakashi! — Ela virou os olhos e Kakashi segurou sua mão, levando-a para o canto.
— Você está bem? Está se parecendo tanto com… — Ela o interrompeu.
— Comigo, quando éramos mais novos? — suspirou e Kakashi acariciou sua bochecha.
— Não é ruim, essa é a sua essência, mas eu conheço esse olhar, o que o Danzou te disse? — Kakashi tinha o olhar preocupado.
— Que eu devo me lembrar que sou uma assassina, e que agora vou receber ordens dele.
— Eu sin… — Ela o interrompeu.
— Realmente acredita que o Naruto deve ir tão longe pelo Sasuke? — Agora, ela tinha o olhar preocupado.
— Você iria tão longe pelo Obito, ou pelo Shisui? — Ele olhou em seus olhos, e eles se encararam sérios.
— Você sabe a resposta, não só por eles, mesmo naquela época, eu iria tão longe por qualquer um de vocês. Mas, sei que qualquer um de vocês me impediria, se eu fosse longe demais. Caso eu não consiga, promete que impede o Naruto? — A última vez que ele havia visto os olhos dela, brilharem daquele jeito, foi quando ela o fez prometer que não iria morrer também.
— Prometo. — Ele apertou forte a sua mão, e ela suspirou aliviada.
— Você ao menos tem um plano? — perguntou ao Naruto.
— Eu vou conversar com o Raikage, preciso tentar. — suspirou ao escutar aquilo, ela o apoiaria de qualquer forma, mas não achava que mudaria muita coisa. Kakashi parecia confiante, talvez porque ele não conheça o Raikage, e talvez sua presença dificultasse mais as coisas, o Raikage com certeza seria duro com o Naruto, e ela ainda levaria uma bronca por não ter feito seu trabalho, ela imaginava em sua mente, todas as coisas que ele diria. Em partes, Danzou estava certo, ela era uma assassina e foi treinada para isso, mas não era isso que Minato queria para ela, até o dia que ele reconsiderou suas próprias escolhas e a colocou na ANBU. Shisui era a única pessoa que considerava o que ela desejava para si mesma, e ele foi o responsável por abrir os olhos de Minato. Mas agora, era sobre o que ela queria para si mesma, ela queria mesmo casar e viver feliz ao lado de Kakashi, cuidando de Naruto e quem sabe se tornando sensei, ela não achava que teria que ser diferente só porque ela era uma assassina, ela nunca mudou por isso, nem mesmo quando era criança.

Foi uma longa estrada, já estava cansada, alguns de seus ferimentos demorariam mais tempo para curar totalmente, porque foram profundas demais, ela gastava muito chakra para manter o selo que segurava seu kekkei genkai. Shizune achou um meio para que ela se curasse sem gastar chakra, então, ela ainda estava um pouco desgastada. Mas protegeria Naruto de todo mal, inclusive, estava pronta para aguentar um soco do Raikage se preciso. Só achava que Naruto estava se arriscando demais, existe um limite que as pessoas devem estipular para salvar as outras, existem pessoas que não querem ser salvas, e aquele era o caso de Sasuke. Mas, o que acontecesse ali, seria decisivo para o crescimento de Naruto, e talvez para o dela também.


Capítulo 25: Declaração de Guerra

A pior parte daquela viagem, era saber que seria pouco provável fazer o Raikage mudar de ideia, conhecia aquele homem e sabia o quanto ele era cabeça dura. E se ele batesse em Naruto, eles não poderiam reagir, pois poderia causar tensão entre as vilas. Talvez uma tensão já fosse criada no momento em que o Raikage a visse, então, ela ficaria observando de longe. Provavelmente, ela seria enviada para rastrear Sasuke uma hora ou outra, e ela não queria se envolver mais nisso. Kakashi encorajava Naruto, mas ela sabia que ele se sentia culpado, por não ter evitado tudo, ele se sentia culpado por muitas coisas que não pôde impedir, e ela também. Em partes, ir com Naruto até lá, era uma forma de sentir menos culpa por Shisui e Obito, e por Minato também. Lutar por Naruto e ajudá-lo a lutar por Sasuke, por mais que ela acreditasse que fosse muito por alguém que não queira ser salvo, significava algo. Eles podiam enxergar o Raikage de longe, então se afastou do grupo. De cima de uma árvore, ela observava a conversa. Kakashi disse algo, fazendo o Raikage prestar atenção no que Naruto tinha para dizer, mas não foi como se adiantasse muito. sabia, aquele homem era difícil de agradar, então, ele começou a andar normalmente, ignorando a presença de Naruto, até que, para espanto de , Naruto implorou no chão. Ela se aproximou para escutar o discurso do Raikage, onde ele dizia que o mundo inteiro caçaria Sasuke, e que mesmo, Naruto inclinava a cabeça para salvar Sasuke, um criminoso, não era como se discordasse.
— Garoto de Konoha, pense bem no que deve fazer! O mundo Shinobi não perdoa os tolos. Vamos! — Completou o homem, que voltou a caminhar, no entanto, apareceu em sua frente, para a surpresa do mesmo. — Você. — Disse ele.
— Deixe isso comigo. — Pediu .
— Por que eu faria isso? — Perguntou o homem.
— Porque eu sou a melhor, eu cuido do garoto Uchiha. — Insistiu, o homem fez uma cara feia.
— Namikaze, em respeito ao último favor que me fez, eu irei apenas ignorar o seu pedido, não sei se escutou o que eu disse para o garoto… — Ela segurou o braço do homem.
— E eu não sei se escutou o que o garoto disse, não permita que uma criança com sede de vingança seja um motivo para guerras entre as Vilas, lembre-se que já perdoamos vocês pelo incidente com os Hyuuga, que custou a vida de um dos nosso. — O homem se soltou, e rosnou.
— Vamos. — Ele a ignorou e voltou a caminhar em direção à reunião, Naruto ainda estava no chão, se abaixou ao seu lado e colocou a mão em suas costas, acariciando.
— Eu sinto muito, Naruto. — suspirou. — Ele realmente é um homem difícil, eu já esperava que ele hesitaria. — Ela cerrou o pulso, Kakashi colocou a mão nas costas de Naruto.
— Naruto, é o suficiente, levanta sua cabeça. — Naruto deu um soco no chão, e soluçou, aquilo partia o coração de . Será que algum dia, ser amigo de um Uchiha seria fácil? Ela se levantou, junto com Naruto, e eles caminharam para longe dali.
— Eu posso fazer isso, Kakashi. — Sussurrou ela. — Consigo achar o Sasuke e evitar uma guerra, mas eu teria de entregá-lo ao novo Hokage.
— Vamos pensar em algo. — Disse Kakashi, ela assentiu. Não poderia deixar aquilo ir longe demais, de qualquer forma, Konoha deveria capturar o Sasuke antes de qualquer Aldeia.

Eles foram para a cidade, se hospedaram em um local, Kakashi e Yamato ficaram cuidando de Naruto, enquanto foi buscar o ramen favorito do garoto, não era como se ele fosse melhorar do nada, mas iria ajudar. Ela não tinha se afastado muito ainda, quando sentiu um chakra sombrio, ela se lembrava de ter sentido aquele mesmo chakra uma única vez, na noite em que Minato e Kushina morreram. Ela voltou depressa, e viu um homem de máscara, provavelmente o mesmo que Minato falou com Naruto.
— Você chegou bem na melhor parte da história. — Disse o homem.
— Bom, então conte logo, para que eu possa te matar e acabar com isso. — Respondeu , o mascarado gargalhou.
— Eu não duvido disso, mas permita-me continuar. Uchiha Sasuke deseja vingar-se de Konoha pelo mal que a Vila fez ao seu estimado irmão, causando a morte de todo Clã Uchiha. — Kakashi mantinha um Raikiri na mão, e o homem estava preso por Yamato.
— Como? — Perguntou .
— O Clã Uchiha planejava uma rebelião, e para impedir uma guerra, a Vila deu a missão para que Itachi matasse todos do Clã, fazendo com que Sasuke desejasse vingança, e matasse o próprio irmão. — arregalou os olhos e começou a tremer.
— Está mentindo! — Disse Naruto.
— Não pode ser. — Disse Yamato, incrédulo.
— Pare de brincar. Como alguém iria acreditar em uma história dessas? — Perguntou Kakashi.
— Ele morreu pelo bem do Sasuke e da Folha. — Disse Madara, , que estava de pé ao lado de Yamato, sentou-se no chão. Naruto cerrou o punho.
— Mesmo se isso fosse verdade e se o Sasuke soubesse disso, por que ele ajudaria a Akatsuki? — Perguntou Kakashi, estava imóvel, uma série de coisas passava pela sua cabeça, as cartas de Shisui, não podia ser.
— Ele é um verdadeiro vingador, e não está para brincadeiras. — Respondeu o homem de máscara.
— Você transformou o Sasuke nisso?! — Perguntou Naruto, despertou de seus pensamentos quando escutou a voz do sobrinho, ela queria responder que ninguém se transforma nisso, mas queria pedir desculpas por ter sido tão incompreensiva com o Sasuke.
— Sasuke escolheu por si mesmo. — Respondeu Madara.
— É mentira! — Retrucou Naruto.
— Será que Sasuke vai continuar a missão de Itachi, ou será que ele vai se vingar da Folha? — apertou o cabo da sua espada com força. — Ele escolheu a vingança. — Completou Madara.
— Como ele pôde virar esse vingador? — Perguntou Naruto, de cabeça baixa.
— Era inevitável, é o destino de ódio manchado de sangue dos Uchiha. — Disse Madara, se lembrou de Shisui dizendo que iria escapar do ódio da maldição Uchiha. — O Sábio de Seis Caminhos decidiu deixar seu poder e o desejo do Ninshu para suas duas crianças, no fim, o Sábio foi obrigado a escolher seu sucessor em seu leito de morte. Em vez do filho mais velho, que queria poder, o Sábio sentiu que o filho mais novo, que queria amor, era a melhor escolha, e fez dele seu sucessor. Cheio de ódio, ele desafiou seu irmão mais novo. Os descendentes do irmão mais velho ficaram conhecidos como Uchiha, e os do irmão mais novo foram chamados de Senju. Mas eu vejo o desejo do fogo dos Senju em você, eu vejo o Shodaime Hokage em você. Os Senju e Uchiha, o Desejo do Fogo e o Ódio, Naruto e Sasuke. — era a única ali que parecia saber sobre o que o homem estava falando, os outros estavam dando seu melhor para não acreditar. — Vocês dois provavelmente serão os próximos escolhidos pelo destino. É a arma mais poderosa, é seu amigo e fonte de poder, essa coisa chamada ódio. É o jeito ninja do Sasuke! Naruto, você provavelmente vai acabar lutando contra Sasuke um dia.
— Sasuke não é seu brinquedo! — Rebateu Naruto. — Pare com esses seus planos egoístas!
— Você acha que consegue mudar Sasuke assim
como fez com Nagato? — Perguntou o homem. — Você é tão egoísta quanto eu, Naruto!
— Qual é seu objetivo? O que você quer conseguir? — Perguntou Kakashi.
— É inútil falar com vocês, depois eu explico melhor em um lugar mais apropriado, tchau. — Respondeu ele, desaparecendo.
— Sasuke… — Sussurrou Naruto, se recompôs e se levantou.
— Ele é o vilão, é o papel dele querer nos manipular, não se deixe levar pela conversa dele, Naruto! — Disse ela, fazendo sinal para Kakashi, que queria conversar em outro lugar. Kakashi a seguiu. — Eu acho que é verdade. — Sussurrou ela.
— Qual parte da história? — Perguntou Kakashi.
— Tudo. — e Kakashi suspiraram juntos. — Vou ver se consigo pegar algum rastro, talvez encontrar um esconderijo, segurem as pontas aqui. — Kakashi segurou em seu braço, antes que ela saísse pela porta.
— Eu ia dizer para não ir sozinha, mas sei que não vai adiantar, então, tome cuidado. — Ele beijou sua testa, fazendo-a sorrir.
— Eu vou. — Disse, antes de sair pela porta.

Não havia um rastro sequer daquele homem, mas ela achou um rastro interessante, podia sentir, mesmo de longe, o chakra do Sasuke. Não se parecia tanto com o chakra dele, mas ela ainda assim o reconheceu. O que Sasuke estaria fazendo por ali? Ela se aproximou até onde pôde, mas tudo indicava que Sasuke estava na reunião dos Kages, e aquilo a deixou tensa. Ela não podia avançar, por causa dos Samurai que vigiavam ao redor. Mas sendo uma ninja sensorial, ela se esforçou para entender o que estava acontecendo ali, como ela queria ter um sharingan ou um byakugan uma hora dessas! Ela se escondeu, e enquanto se concentrava, percebeu que estava acontecendo uma luta, e Sasuke estava lutando. Ela não podia ir até lá, aquilo seria complicado de explicar, principalmente pelo fato de Danzou ser o Hokage agora, ele não iria defendê-la sem que ela oferecesse algo em troca. Ela continuou apenas sentindo o que estava acontecendo lá dentro, a luta de Sasuke durou bastante tempo, ela estava se preparando para ter que contar ao Naruto que Sasuke era oficialmente um criminoso, não que antes ele já não fosse considerado um, mas atacar a reunião dos Kages acabaria de vez com qualquer chance de redenção, se Konoha ficasse ao lado dele, teriam que enfrentar uma guerra com as outras Vilas. Mil coisas passavam em sua mente, infelizmente ela não poderia mais apoiar Naruto, e se fosse preciso ela mesma livraria Konoha e o Naruto de um futuro ruim. Enquanto pensava nisso, perdeu um pouco o foco e pensou que a luta havia acabado, depois que se concentrou novamente, sentiu o chakra de Madara e parece que eles não estavam mais lutando. Ela não tinha ideia do que estava acontecendo, mas não conseguia mais sentir a presença de Sasuke, Danzou também não estava mais presente no local. Ela suspirou e se encostou na coluna em que estava escondida, como ela contaria que não conseguiu impedir que Sasuke os colocasse em uma situação como aquela? Sua mente a ofendia de todas as formas existentes, ultimamente ela só estava fracassando, logo ela que nunca fracassou em nenhuma missão, mas ela tinha que aceitar que aquilo tinha acontecido, então apenas se preparou para seguir o caminho de volta para o local que os outros estavam. Assim que colocou os pés na estrada coberta de neve, ela escutou uma voz.
— Namikaze ? — Uma voz serena, vindo logo atrás dela, fez com que ela virasse para observar quem era a pessoa.
— Kazekage?! — Ela se espantou ao ver Gaara e seus irmãos.
— Que bom encontrá-la, estamos indo procurar Hatake Kakashi, queremos que ele seja o novo Hokage. — Disse ele, arregalou os olhos e deu um passo para trás.
— Mas, Danzou é o novo Hokage! — Exclamou ela.
— Não mais, ele nos traiu no meio da reunião, usando o olho de Uchiha Shisui para manipular as decisões a favor de e… — o interrompeu, uma sensação de ódio percorreu por todo o seu corpo.
— O olho de Uchiha Shisui? — Perguntou ela, ainda em choque.
— Sim, embaixo daquela faixa no olho dele, tem um sharingan, quem descobriu isso foi Ao, de Kirigakure… — Disse Kankurou.
— Aparentemente ele tem um Byakugan, do Clã Hyuuga. — Completou Temari.
— Vocês podem me explicar o resto no caminho, mas talvez prefiram contar a história toda de uma vez para todos nós, eu levo vocês até o Kakashi.


Capítulo 26: Declaração de Guerra - Parte 2

Assim que chegou no local, acompanhada do Kazekage e os outros, ela se espantou pois Sakura e alguns outros estavam lá.
— O que aconteceu? — Perguntou Kakashi.
— O Kazekage estava te procurando. — Respondeu , cruzando os braços. Gaara e os outros começaram a contar para ele o que havia acontecido, desde a invasão de Sasuke até a Declaração de Guerra de Madara. O que deixou todos chocados, pra quem já presenciou uma Guerra Ninja, aquilo era um pesadelo vindo à tona. Naruto caiu no chão, parecia estar tendo um ataque de pânico, entendia, estava quase acontecendo o mesmo com ela. Kakashi e Yamato foram socorrer Naruto, enquanto virou para o lado contrário. Kakashi percebendo isso, a segurou pelo braço.
— Onde você vai? — Perguntou ele.
— Matar o Danzou. — A resposta de espantou Kakashi, ele não via aquele olhar nela fazia muitos anos.
, vingança não é a solução. — Disse ele, tentando convencê-la.
— Você deveria ensinar isso aos seus alunos, não à mim. — Kakashi engoliu seco, e ela se soltou, assim que respondeu.
— Você não pode matá-lo, isso causaria… — A mulher o interrompeu.
— Ele é um traidor, e está andando por aí com o olho do Shisui! Eu sabia que tinha algo estranho, eu quis investigar, você lembra? — Kakashi percebeu que sua mão estava trêmula e a abraçou.
— Eu lembro, ! Eu não quero brigar, eu quero que você entenda que o ódio não vai te levar a lugar nenhum! — se soltou do abraço e olhou Kakashi nos olhos.
— Eu jurei que não ia deixar ninguém machucar nenhum de vocês, eu não sei o que ele fez para conseguir esse olho, mas ele tem que pagar! — Esbravejou ela.
— E ele vai pagar! Mas você está esquecendo do que realmente importa, você quer mesmo que isso aconteça antes de uma guerra? — suspirou, e cruzou os braços.
— Ele tem que pagar, Kakashi. — Murmurou ela.
— E ele vai, eu prometo. — Assim que voltaram à realidade, Kakashi se deparou com Sai, que o fez lembrar de tudo que Gaara havia dito e do que ele havia perguntado ao Naruto. — Vá ver como o Naruto está, eu preciso resolver uma coisa. — Disse ele.
— Sozinho? — Perguntou .
— Eu prometo que não vou demorar, e você é a tia, então vai. — Kakashi parecia estar decidido a fazer algo, sentia seu corpo inteiro queimar, então ela concordou com Kakashi. Yamato estava com Naruto no quarto, e ela estava sentada no chão, encostada na parede. Aquela sensação tomava conta do seu corpo, como se sua pele estivesse sendo rasgada por uma queimadura, mas era pelo corpo inteiro. Aquele poder estava saindo de controle de novo, e talvez aquela fosse a hora certa, ela iria precisar de todo seu poder na guerra. Mas não parecia nada com a última vez, ela suava frio e tremia, sentia que estava ardendo em febre, tão subitamente aquela sensação tomou conta do seu corpo e ela não tinha forças para chamar alguém, seu corpo e chakra estavam trabalhando tentando curar o que estivesse errado. Mas ela sentia que se não colocasse para fora, só iria piorar.
— Yamato, eu vou dar uma saída! — Disse, usando o pouco de força que tinha para ir para longe dali. Quando ela se afastou o suficiente, um grito quase libertador saiu de sua garganta e raios saíram de todo o seu corpo, o selo que guardava aquele poder havia se rompido, e ela estava de joelhos. Seus olhos estavam mais azuis do que nunca e todo seu cabelo brilhava, ela não entendia se aquilo era ódio, ou outra coisa. Até que Rin e Obito vieram na sua cabeça, e um flashback com cenas da guerra, a primeira pessoa que ela matou, quando ainda era criança, a guerra fez dela a assassina que ela era. A guerra levou muitas pessoas e agora uma nova guerra havia começado, isso era maior que ela, que o Danzou, os sacrifícios das pessoas que ela amava para evitar uma nova guerra foram em vão, porque iria acontecer. E então, ela percebeu que o sentimento que a fez despertar aquele poder de novo era um que ela não sentia fazia tanto tempo, era medo. O medo de passar por tudo que havia passado de novo, o medo de perder tudo que ela havia levado tanto tempo para conseguir ter de volta e principalmente perder as pessoas que ela ama, não conseguir salvá-los, porque ela não conseguiu da primeira vez. Todas as vilas iriam se unir contra um inimigo em comum, mas guerra é guerra, ela sabe a sensação de ter que matar pessoas e não queria aquilo para aquelas crianças, ela estava sufocando porque fazia anos que ela não sentia medo, ela não conseguia acreditar nela mesma e não conseguia achar forças para se levantar daquele chão, com neve, onde apenas caiu. A dor da perda de seus companheiros e das pessoas que ela amava, tirou muitas coisas dela, ela não queria viver aquilo de novo, de novo não, ela repetia na mente dela “de novo não”, até que sentiu duas mãos a tirando do chão, e percebeu que era Naruto, Kakashi estava ao seu lado com uma mulher ruiva nas costas e Sakura do outro lado. Naruto sorriu, e aquilo aqueceu o seu coração e ela sentiu que havia parado de sufocar.
— O que faz aqui, tia ? — Perguntou ele.
— O que você faz aqui? Achei que o Yamato estivesse te vigiando! — Ela se surpreendeu consigo mesma após dizer essas palavras, segundos atrás ela não conseguia nem respirar. Naruto deu uma risada sapeca, ela sentiu que ele havia amadurecido e talvez estivesse mais preparado que ela para o que estava por vir. E então, apoiada nos ombros do garoto, ela reencontrou sua força e se lembrou dos motivos que ela tinha para lutar e não sentir medo, dessa vez era diferente, pois ela já não era mais uma criança e nem mesmo o Naruto. Kakashi havia entendido o que aconteceu, ele a conhecia como ninguém, mas decidiu conversar uma outra hora. Ela e Naruto precisavam um do outro, era nítido o quanto ele iluminava a vida dela, e o quanto ela significava para ele, e naquele momento era tudo que ela precisava, pois Kakashi sabia a sensação que estava em seu peito, ele tinha a mesma sensação, e precisava dela para passar por isso de novo, e ela dele.


Capítulo 27: O momento antes da guerra

Todos voltaram para Konoha e Kakashi estava com o conselho e o Senhor Feudal para se tornar Hokage, não conseguia acreditar que pela primeira vez ele seria algo que ela não seria, ela também não queria ser Hokage, o que era mais impressionante ainda. Mas ela não tinha muito tempo para pensar nisso, estava ajudando na organização das coisas para a guerra, e tinha a visita de um clã importante, Murakami, ela tinha certeza que já havia escutado aquele nome antes, mas não fazia diferença. Depois de ajudar com os suprimentos, ela foi até a tenda que usaria para recebê-los, a construção de Konoha estava indo bem com a ajuda de Yamato, mas ainda faltava muita coisa. Surpreendeu-se quando entrou na tenda e viu que já estavam lá.
— Me desculpe pelo atraso, eu estava ajudando com os suprimentos. — Disse, entrando na tenda seguida de Shikamaru, apesar de ter certeza que havia chegado na hora.
— Não se desculpe, nós que nos adiantamos. — Respondeu o homem, vestindo um kimono azul, o outro homem que estava sentado em uma cadeira, se levantou.
— É uma honra finalmente conhecê-la, Namikaze , me chamo Murakami Ichiro, esses são Yuri e Susumo, Yuri é do clã, mas somos parentes distantes, apesar dele ser irmão da minha mulher, e Susumo é meu irmão, eu sou o líder do Clã, e eles são vices. — A mulher assentiu, se curvando rapidamente.
— E a que devo sua visita? — Perguntou.
— Somos de Kumogakure, e soubemos do seu poder. — Disse o homem, que havia falado com ela antes, Yuri, segundo o que o outro disse.
— Que poder? — Ela cruzou os braços.
— Seu kekkei genkai. — Susumo interrompeu Yuri, que iria dizer algo. — Queremos saber como isso é possível, alguém de Konoha ter nosso poder. — E foi nesse momento que ela se lembrou de onde conhecia o sobrenome Murakami e colocou a mão na cabeça.
— O que vocês querem dizer com isso? — Perguntou Shikamaru.
— Não se preocupe, Shikamaru. — Disse ela, acalmando-o. — Até porque acredito que eles saibam que esse não é um kekkei genkai que pode ser roubado, e tenham noção de que ninguém escolheria um poder autodestrutivo. — Ela arqueou uma sobrancelha para os três. — Se vocês querem saber, eu fui adotada como irmã de Namikaze Minato, fui abandonada aqui na Vila, e alguém chamada Yuna veio aqui um dia e disse ser minha mãe. — Explicou ela, para espanto dos três.
— Murakami Yuna? — Perguntou Yuri, ela assentiu. — A minha irmã… — Murmurou ele, Ichiro encarou a mulher.
— Então foi isso que ela fez, você não morreu, mas foi abandonada. — Ele parecia aliviado e com raiva.
— Se Yuna fez isso foi apenas para protegê-la dos planos loucos do seu pai! — Yuri defendeu a irmã, fazendo rolar os olhos.
— Se não se importam, eu preciso voltar ao trabalho, não é como se eu ligasse para isso. — Os homens se surpreenderam com a reação dela, e Shikamaru sorriu de lado.
— Bom, nós não terminamos, soubemos que você despertou o kekkei genkai mais forte e por isso viemos até você, achamos que poderia ser útil na guerra se você soubesse controlar totalmente e… — Ichiro interrompeu Yuri.
— E se o seu realmente for o mais forte, você vai liderar o clã na linha de frente. — bufou.
— Não tenho interesse algum em comandar seu clã, não faço parte disso, mas se controlar esse poder vai me fazer mais forte, eu posso ouvi-los, mas é bom que fique claro que não sou filha de ninguém desse clã e não faço parte dele, meus pais morreram quando eu ainda era bebê e eu fui criada por Minato e Kushina, nada mais importa! — Ichiro deu um passo para trás, ficando ao lado do irmão e Yuri se aproximou dela.
— Certo, se me permite, você canaliza seu poder para sua espada? — Perguntou ele, segurando a espada na bainha da mulher.
— Sim, eu tento, mas não posso liberar totalmente o poder. — Explicou ela.
— Você fez um selo e acabou selando parte do chakra? — Perguntou, ela apontou para a marca na testa e assentiu. — Libere o selo, use a espada como canalizador, mas não coloque todo o poder nela, libere para fora do seu corpo. — Explicou ele.
— É tipo “bam” e “bum”! — Exclamou Susumo, e para ela fez mais sentido do que o que Yuri havia dito. Ela liberou o selo e empunhou sua espada, fazendo Shikamaru se espantar, nunca havia visto a mulher liberar esse poder todo. No instante em que empunhou a espada, uma luz azul cercou a mesma, e ela se lembrou da luta que tirou a vida de Iori, fechou os olhos e seu corpo foi tomado por uma luz azul como a da espada, e as faíscas saíam da luz, ao invés de sair de seu corpo.
— Isso, uma parte vai para a espada, para não sobrecarregar seu corpo, mas isso te torna mais rápida e mais forte. — Disse Yuri, ela selou o poder de novo.
— Irei praticar durante a semana, preciso ir ver o novo Hokage, Shikamaru vai terminar aqui com vocês. — Respondeu, saindo da tenda, ela sentia que tinha muito mais que aquilo para liberar, mas ainda não estava confortável para isso.
— Vai ser um problema se ela não assumir todo poder que tem. — Disse Yuri.
— O que você quer dizer com isso? — Perguntou Shikamaru.
— Ela não foi criada pelo nosso clã, então não sabe como controlar desde sempre, e é provável que ela acabe liberando tudo de uma vez durante a guerra, e aí ela vai sentir, ela precisa se acostumar a usar todo o poder, antes que ela seja obrigada a usar e sofra por isso. — Explicou ele.
— Eu vou conversar com ela, afinal, sou o pai dela. — Disse Ichiro, andando em direção à saída, e sendo impedido por Shikamaru.
— Não acho que seja uma boa ideia, se a Tsunade-sama ou o Kakashi-sensei estiverem por perto, você pode tentar, mas ainda vai ser difícil. — Shikamaru a conhecia o suficiente para saber que as únicas pessoas que poderiam tornar aquela situação mais fácil, eram os dois.
— E quem é esse Kakashi? — Perguntou Ichiro.
— O noivo dela. — Respondeu Shikamaru, fazendo os homens se entreolharem.

estava frustrada, uma frustração que não iria se resolver facilmente, era desesperador pensar que todos os sacrifícios feitos pela paz foram inúteis, que Uchiha Madara, que lutou contra o Shodaime Hokage, estava de volta para uma guerra. E Tsunade ainda não havia acordado, Kakashi seria o Hokage e eles teriam que dar conta sem alguém mais velho.
-san! — Shizune estava correndo, vinha da direção da reunião de posse do Hokage.
— O que foi, Shizune? — Perguntou, confusa.
— Tsunade-sama acordou! O Kakashi não vai mais precisar ser o Hokage! — foi invadida por um mix de emoções, mas a única coisa que fez foi correr até Tsunade como uma criança querendo colo, assim que entrou na tenda, abraçou a mulher com força.
— Ainda bem. — Sussurrou, deixando as lágrimas rolarem. Antes que Tsunade pudesse reclamar, a mesma se deu conta do significado daquele abraço.
— Tudo bem, criança, eu estou aqui. — Disse a mais velha, acariciando o cabelo de , que suspirou aliviada.
— Obrigada, Tsunade-sensei. — Respondeu, soltando-se do abraço.
— Você não vai perder mais ninguém nessa guerra, você é forte o suficiente para salvá-los, não esqueça do seu jeito ninja. — Tsunade sorriu, fazendo a expressão de melhorar um pouco, era verdade que ela estava surtando aos poucos por causa da guerra. — Mas você vai precisar dar tudo de si. — Completou Tsunade, antes de sair do local. Era exatamente por isso que precisava dela, todos haviam partido, e ela era o mais próximo que tinha de uma figura materna, após a morte de Kushina e Akira. Seria quase impossível passar por aquilo sem a presença de Tsunade, que sempre a fazia lembrar de quem ela era.

Após respirar um pouco, ela foi procurar Kakashi pela Aldeia, e o encontrou perto da tenda de onde estava antes com Shikamaru.
— Ei. — Disse ela, Kakashi virou para sua direção, ele parecia aliviado.
— Ei, a Tsunade-sama…
— Sim, eu a vi. — a interrompeu. — O que faz aqui?
— Shikamaru me chamou, parece que o líder do clã Murakami quer falar comigo, mas agora ele está falando com a Tsunade-sama. — Explicou ele.
— Entendi, o que vamos fazer agora, Kakashi? Somos uns dos poucos sobreviventes de um grupo que perdeu muito na guerra, não vejo como isso pode ser favorável para nós. — Ela fitou os próprios pés, não conseguia de jeito nenhum ficar confiante com aquela situação, Kakashi suspirou e se aproximou dela.
— Ao menos temos um ao outro, sempre tivemos, mesmo quando não queríamos, e a parte favorável é que temos mais experiência em guerra que os jovens, e podemos ajudá-los a não perder tanto quanto nós. — Disse, segurando sua mão, era em momentos como esses que ela se lembrava o porquê de ter aceitado se casar com ele.
— Deveríamos nos casar logo. — Sugeriu, para espanto de Kakashi.
— Você quer ou está apenas com medo da guerra? — Perguntou, ela negou com a cabeça, e ele não entendeu a resposta.
— A verdade é que eu não sei o que vai acontecer nessa guerra, mas eu não quero morrer sem ter sido a sua esposa um dia. — Kakashi corou, acostumado com uma que se expressava quebrando tudo e gritando com todos, a adulta e apaixonada (assumida) ainda era uma novidade, apesar de sempre terem se sentido dessa forma, eles realmente não eram mais crianças e iriam mesmo se casar, a sensação de pensar em perder um ao outro depois de tanto tempo lutando contra isso talvez fosse a causa desse aperto no peito que ambos sentiam, porque eles já estiveram lá e sabem dor que a guerra traz, então, ele concordava com ela.
— Bom, eu não quero morrer sem nunca ter te chamado de minha esposa, e dizer que finalmente estamos em pé de igualdade em algo. — Disse ele, fazendo-a sorrir.
— Podemos adiantar, então? Para antes da preparação oficial para a guerra, algo pequeno, e depois faremos algo maior! — Ela estava empolgada com a ideia e Kakashi não imaginava que ela iria tomar partido, achou que ela deixaria para os amigos organizarem tudo, e ela não imaginava o quanto aquilo o deixava feliz.
— Sim, você organiza tudo e eu vou arrumar um padre, tudo bem? — riu do que o homem disse, como se arrumar um padre fosse tão fácil assim, mas assentiu. Ichiro saiu da tenda acompanhado de Tsunade, que tinha uma cara feia.
— Ah, você também está aqui! — Disse o homem, ao vê-la, apenas cruzou os braços em resposta. — Que bom, assim posso adiantar o assunto, eu soube que vocês vão se casar, e geralmente nós nos casamos com outras pessoas do clã por causa do kekkei genkai… — o interrompeu.
— Já disse que não sou do seu clã. — Bufou.
— Sim, eu já entendi, mas você não gostaria de criar alguém com o dobro do seu poder? Eu não vou te forçar, mas se você casasse e tivesse filhos com alguém do clã… — Ele foi interrompido de novo.
— Olha, Ichiro-san, eu não te conheço e você não me conhece para opinar com quem devo ou não me casar, não que seja da sua conta, mas eu simplesmente não decidi isso de uma hora para a outra, ninguém chegou sem me conhecer e tentou me colocar em uma situação que eu nunca quis. Se eu não servia para vocês quando nasci, certamente não irei servir agora, e não quero ouvir suas desculpas, peço para que me deixe em paz antes que tenhamos problemas maiores. — Tsunade parecia orgulhosa do discurso da mulher. — E claro, se você pretendia trazer o Kakashi aqui para intimidá-lo, irei deixá-los a sós, pois tenho um casamento para organizar. — Completou, saindo e sendo seguida por Tsunade.
— Que história é essa de casamento para organizar? — Perguntou.
— Umas flores, um vestido, lámen, o Naruto, você e algumas pessoas, acha que conseguimos isso em algumas horas? Queremos adiantar o casamento para antes da guerra, não sabemos o que pode acontecer e não queremos perder a chance de nos casar. — Tsunade a abraçou com força, com os olhos marejados.
— Você cresceu, minha menina, eles ficariam tão felizes de ver esse casamento. — Murmurou, apertando-a com força, deu um leve sorriso e esboçou uma expressão de gratidão pelo abraço. — Cuide das suas coisas, vou designar os Chunnins para cuidar do lugar, comida e flores, e vou pedir para a Sakura arrumar o Naruto, vocês já tem um padre? — Perguntou, parecia estar mais animada que , ela entendia bem a sensação de querer viver um amor em meio à guerra, e queria que desfrutasse dos momentos que ela não pôde desfrutar ao lado do homem que amava, mesmo que fossem poucos momentos, não queria que ela perdesse Kakashi sem realizar os sonhos dos dois juntos, então faria o possível para que isso acontecesse, ela sentia a necessidade dos dois de ficarem juntos, e isso a comovia.
— Kakashi ficou encarregado disso. — Respondeu , Tsunade negou com a cabeça.
— Eu cuido disso, vou pedir ao Yamato para construir algo bonito e mandar o Kakashi cuidar das coisas dele, vocês merecem viver esse momento direito. Sua casa já está de pé? — Indagou.
— Sim, está. — suspirou. — Fiquei aliviada de não ter perdido nada da nee-san e do nii-san.
— Ótimo, procure algo de Kushina para vestir, cuidaremos do resto. — Tsunade empurrou a menina até a frente da sua casa e saiu gritando Shizune, eles tinham que se preparar para a guerra, mas isso poderia esperar um pouco, o casamento não ia demandar tanto tempo.

Algumas horas depois…

se olhava no espelho, com o vestido de noiva que Kushina havia usado no dia de seu casamento, a mulher guardava com carinho para o dia que quisesse se casar, e apesar de dizer que esse dia nunca iria chegar, ele chegou. Era uma mistura de felicidade com tristeza, Minato e Kushina adorariam vê-la vestida de noiva, e na ausência deles, Jiraiya adoraria levá-la até o altar, e Iori certamente seria um dos padrinhos com Kanji, o que ainda era engraçado para , saber que Kanji seria um dos padrinhos de Kakashi e estava o ajudando. Ela quase conseguia enxergar todos que perdeu ao seu lado no espelho, Obito certamente iria comemorar e Rin seria doce como sempre, e a ajudaria a se arrumar, Akira-sensei a encorajaria e daria um daqueles presentes bregas e supersticiosos, ela nunca imaginou o dia de seu casamento, mas a última coisa que ela queria era estar tão sozinha em um dia tão especial. Kushina diria que sempre esteve certa sobre eles, e Minato não iria conseguir esconder nem por um segundo a felicidade que sentiria, Shisui iria sorrir como nunca, pela felicidade da amiga. Não importa. Todos eles vão estar presentes, não do jeito que ela queria, mas a conforta saber que o fato de levá-los em seu coração, faz com que eles estejam presentes ali. Prendeu a flor em seu cabelo, que estava preso em um coque, e desceu as escadas. Encontrou Naruto de terno, meio nervoso, esperando por ela.
— E então, como estou? — Perguntou, fazendo o loiro se virar para ela, o brilho nos olhos e o sorriso estampado em seu rosto, ela via Kushina e Minato nele, porque o brilho e o sorriso seriam os mesmos.
— Tia, você está linda! — Exclamou, sorriu e terminou de descer as escadas, parando ao lado dele. — Está nervosa? — Perguntou ele.
— Não, e você?
— Estou feliz por vocês. — Respondeu, sorrindo e dando o braço para ela segurar.
— Naruto… Obrigada. — De algum modo, Naruto entendia todos os significados daquele obrigada, e se sentia feliz por estar ali por ela. Ele respondeu com um sorriso, e a porta da casa se abriu. Como aquele lugar era um dos poucos que havia sido reconstruído totalmente, Tsunade pediu para que Yamato construísse um altar e que Ino e Hinata, comandando os meninos, enfeitassem e preparassem a comida, lámen como havia sugerido, e o Ichiraku que forneceu. Foi bom que aumentou o astral da Vila, além de aumentar o dos noivos. Kakashi nunca havia visto vestida daquele jeito, e ela havia conseguido ficar mais linda do que nunca, ele nem sabia que aquilo era possível. apertou o braço de Naruto, que acenou com a cabeça, a tranquilizando. Ela estava prestes a dar o passo mais importante da sua vida e se casar com o homem que ela amava, aquilo nem parecia ser verdade, não estava sendo nada como ela pensou que seria, mas não importava, ela estava mesmo indo se casar com o homem da sua vida e sequer conseguia acreditar nisso.

Kakashi, você não tem o direito de me dizer o que fazer!
Mas o Minato-sensei tem, e estou apenas cumprindo ordens.
É mentira, meu irmão nem na Aldeia está! Por que está tão incomodado? Eu e Obito vamos encontrar um amigo. Kakashi a segurou pelo braço.
Porque é perigoso e… não quero que se machuque.”

Que diabos, ?
Eu disse que era mais forte, agora você não consegue se levantar porque duvidou de mim. Respondeu, estendendo a mão para o garoto se levantar.”

Um trilhão de flashbacks passou pela mente dos dois, enquanto caminhava até o altar com Naruto, de rivais para amigos e de amigos para namorados, noivos e agora quase marido e mulher, se dissessem para eles quando eram crianças que isso aconteceria, eles não acreditariam, inclusive agora parecia mentira, o jeito que tudo foi organizado tão depressa, era inacreditável que todos os outros estavam fazendo aquilo por eles. Um momento antes da guerra, um momento precioso antes da guerra que todos ficaram felizes em dar a eles, que já haviam perdido tanto, e Kakashi jamais se esqueceriam disso, não importa se alguém jogasse um meteoro em cima deles na guerra, eles estavam tendo a chance de viver aquele momento, morreriam em paz sabendo que tudo estava completo. Naruto deixou ao lado de Kakashi, que estava claramente corado, mesmo de máscara.
— Você está linda. — Sussurrou ele, fazendo-a sorrir. Aquele momento em meio a todos os momentos que viveram juntos, era o único que não tinha um limite de romance, se eles não colocassem seus sentimentos para fora no dia do próprio casamento, viveriam a vida toda com aquelas demonstrações de amor através de provocações. Os dois se viraram para o padre ao mesmo tempo, o mesmo parecia estar com pressa, e um pouco assustado, não duvidava que talvez Tsunade tenha intimidado do coitado do padre. Enquanto ele recitava as palavras da cerimônia, deu uma olhada ao redor, Gai estava chorando, Iruka estava presente, mas não parecia estar triste, parecia orgulhoso. Kanji parecia lutar contra as lágrimas, mas a encarava como se dissesse “força”, Naruto não conseguia disfarçar a felicidade e sequer estava tentando fazer isso, ele e Tsunade pareciam as pessoas mais felizes ali, e todas aquelas crianças reunidas tinham lágrimas no canto dos olhos, como se eles soubessem que o motivo de terem adiantado a cerimônia era o medo de morrer na guerra, como se aqueles sentimentos estivessem sido transmitidos para eles, e eles entendessem o significado e importância de estarem vivendo aquilo um momento antes da guerra.
— Hatake Kakashi, você aceita Namikaze como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, até que a morte os separe? — Perguntou o Padre, até que a morte os separe, essa era justamente a frase que resumia aquela cerimônia, e sentiu o peso daquelas palavras, foi o único momento que ela sentiu medo da morte.
— Sim, aceito. — Respondeu Kakashi, apertando forte a mão da noiva, que relaxou após isso.
— Namikaze , você aceita Hatake Kakashi como seu esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, até que a morte os separe? — Agora a pergunta era direcionada à ela, que olhou para Kakashi alguns segundos antes de responder.
— Sim. — Respondeu, com um sorriso, Tsunade parecia aliviada, pois por aqueles segundos, acreditou que a mulher sairia correndo e desistiria de tudo, mas ela havia mesmo crescido, e estava mesmo disposta a ser uma esposa, então depois do “sim”, foi o momento que Tsunade deixou suas lágrimas de felicidade rolarem.
— Pelo poder em mim investido, eu os declaro marido e mulher. — Disse o Padre, que saiu correndo dali desesperado e nem disse que os noivos podiam se beijar, com certeza Tsunade o intimidou. As árvores de cerejeira não estavam ali para tornar aquela cena mais bonita, mas os chunnins tinham pétalas de flores, que jogaram durante a saída do casal, que nem se atentou com a parte do beijo, nem sabiam como funcionava um casamento. Enquanto caminhavam de braços dados, e olhavam para cada uma das pessoas que estava ali, ambos enxergaram seus companheiros e família no meio deles, era como se de onde eles estivessem, deixassem claro que estavam ali por eles e que estavam felizes. Quando entraram na casa de , a mesma tirou depressa os enfeites do cabelo e respirou fundo, fazendo Kakashi rir.
— Eu sei, não é?! Que loucura, a gente realmente casou, sem anel, sem be… sem beijo? — Kakashi estava um pouco confuso com a última parte.— Geralmente o padre diz “pode beijar a noiva”, não é? — Perguntou, coçou o queixo.
— Eu acho que sim. — Deu de ombros. — A gente pode beijar ainda. — Sugeriu, fazendo Kakashi sorrir, ele abaixou a máscara e a pegou no colo, e seus lábios se tocaram, era incrível como todas as vezes pareciam ser a primeira vez, e eles não sabiam como descrever isso. Mas esse beijo, diferente dos outros, teve uma mistura de tranquilidade com paixão, mas uma tranquilidade que eles nunca tiveram até aquele momento, porque agora não tinha como voltar atrás, eles se pertenciam.
— Isso foi bom. — Disse ele, assentiu.
— Sabe, ali no final, parecia que todos… — Kakashi a interrompeu.
— Que todos vieram só para nos ver? Todos que se foram. — se espantou, ele se sentia do mesmo jeito.
— É, será que eles ficaram felizes? — Ela fez um biquinho e encostou a cabeça no peito que Kakashi, que a abraçou.
— Duvido que não ficariam felizes pela nossa felicidade.

Capítulo 28 — Por Um Único Objetivo.

Casar com Kakashi foi uma das coisas que nunca imaginou que aconteceria em toda sua vida, casar com alguém sempre esteve longe de seus planos, ela podia sentir que estava fazendo a coisa certa e sentir um tipo de felicidade que ela não sentia fazia muito tempo. Mas ainda havia aquele frio na espinha, a única coisa que ela pensava era em como havia perdido Obito na guerra, e em tudo que a guerra tirou da sua infância. Olhar para Naruto sorrindo, sem imaginar o que estaria por vir, Tsunade e os outros decidiram enviá-lo para longe da guerra, já que a exigência feita por Madara era de entregar todos os Jinchuurikis. Ele e Killer Bee iriam se afastar para sua proteção, com Yamato, Gai e os outros.
— Tem certeza que vai ficar tudo bem? — Perguntou Naruto, fazendo dispersar-se de seus pensamentos.
— Acredite em mim, foque em seu treinamento e volte para nos ajudar. — A última coisa que queria era que Naruto lutasse na guerra, mas ela sabia que provavelmente não iria conseguir impedir isso. Após se despedirem, sentiu seu coração apertar, o que não durou muito tempo, pois já haviam pessoas a esperando.
. — A voz firme e ao mesmo tempo suave de Kakashi tomou sua atenção. — O líder do clã Murakami está esperando por nós. — resmungou algo inaudível e Kakashi apenas ignorou. Caminharam até Tsunade e Ichiro.
— Ah, vocês chegaram! — Exclamou Tsunade. — Preciso me reunir com os outros Kages, , quando essa reunião acabar venha ao meu encontro. — Tsunade andou até a saída, mas parou ao lado de . — Faça o que achar melhor. — Murmurou, antes de sair.
— Certo. — soltou um longo suspiro. — O que você quer? — A mulher cruzou os braços e Ichiro, que tinha o dobro do seu tamanho, sorriu.
— Me disseram que seria mais fácil de conversar com você se a Hokage-sama ou Hatake Kakashi estivessem por perto, mas pelo visto, a informação estava errada. — Ele ainda tinha um sorriso no rosto, o que incomodava , Kakashi riu fraco.
— Não é como se minha presença aqui fosse mudar muita coisa. — Respondeu ele.
— Desembucha logo, temos uma guerra pra lutar e essa enrolação já está me dando nos nervos. — Kakashi sorriu por debaixo da máscara, eram bons esses momentos em que agia como ela mesma, Ichiro também sorriu.
— Sabe, o pouco que te conheci pude perceber que você tem bastante da personalidade do seu tio, Susumo. — Disse o homem, bufou.
— Eu gostaria que não se referisse a mim como parte da sua família. — Respondeu, com a expressão fechada, Ichiro suspirou.
— Entendo que talvez tenha raiva guardada em seu peito, ser abandonada ainda criança, mas saiba que todos nós achávamos que você tinha morrido, menos Yuna. — O homem se sentou e sua expressão era triste.
— Eu não me importo. — deu de ombros e Kakashi segurou sua mão.
— Seria bom se você pelo menos escutasse o que ele tem pra dizer, conhecer suas origens deve fazer algum bem. — Disse, gentilmente, o que fez assentir e se sentar.
— Diga, então. — Ela cruzou os braços e Ichiro suspirou novamente.
— Meu pai era o líder do Clã antes de mim, e há muito tempo duas pessoas que tinham uma linhagem… Como eu posso dizer? Pura, talvez, duas pessoas que eram totalmente do Clã, não consigo usar outras palavras, enfim. Havia muito tempo em que pessoas assim do nosso Clã não se casavam, e eu me casei com Yuna, porque nossos pais arranjaram nosso casamento. Não posso chegar aqui e te dizer que você foi fruto de um grande amor, porque seria mentira, Yuna engravidou porque tinha que engravidar, na maior parte do nosso casamento nós queríamos matar um ao outro. — riu fraco, isso explica o porquê dela ser assim. — Acho que Yuna entendeu que meu pai usaria você como uma arma, porque provavelmente você herdaria o kekkei genkai mais forte do clã, e por isso ela foi para longe quando você estava para nascer, e voltou apenas com cinzas. Eu fui um marido terrível, eu confesso, mas eu esperei muito por você, saber que você iria nascer me fez ser uma pessoa melhor, e por isso nosso Clã mudou muito desde que assumi como líder, após a morte de meu pai. Acredito que a pessoa que mais te amou foi Yuna, pois ela te deixou para trás, para que tivesse uma vida melhor. — cerrou o punho e bateu na própria perna.
— Viu? É por isso que eu não queria ouvir. As pessoas que mais amaram… A primeira pessoa que me amou, ainda era jovem demais quando me achou em um cesto na rua, as figuras paternas que eu tive me amaram com todo o coração deles, e me ensinaram tudo que eu sei. Eu não seria ninguém sem Minato e Jiraiya, guarde esses nomes, meu pai e meu avô foram meu irmão e o sensei dele. Minhas figuras maternas foram as mulheres mais fortes que já conheci, e que bom que ainda tenho uma delas comigo, mas elas foram essenciais para me ensinar que mulheres podem ser tão fortes quanto homens. Escutar isso me faz pensar em como teria sido se eu tivesse ficado com vocês, e eu não quero imaginar isso, porque a melhor coisa da minha vida é aquele garoto de cabelo amarelo… — Lágrimas começaram a escorrer pelos olhos de e sua voz ficou embargada, Kakashi segurou seu ombro à fim de confortá-la. — E pensar que poderia ter sido diferente se eu ficasse com minha família biológica, me lembra que não sou tia de verdade dele, e ele é tudo pra mim, é o melhor dos pais dele… Eu só… Eu não posso perder a família que já perdi. — A mulher se levantou, pronta para sair pela porta, mas hesitou. — Eu… — Ichiro a interrompeu. — Não se preocupe, não vim aqui te pedir para deixar de lado sua família verdadeira, sei que somos estranhos para você, mas vim pedir uma chance. — Ele se levantou, o encarou com os olhos marejados. — Não posso chegar aqui e te pedir para me aceitar como pai e aceitar o resto de nós como uma família, tenho certeza que você teve uma família incrível, , só peço para se permitir cercar-se de pessoas que são parecidas com você e de alguma forma deixar que façamos parte da sua vida. — O último apelo de Ichiro, era isso que ele pensava do que tinha acabado de dizer, de alguma forma ele sentia que aquela era sua filha, mas que ela nunca iria ser realmente a sua filha.
— Eu vou concordar com o treinamento com o kekkei genkai, realmente é algo que me atrapalhou a vida inteira, o resto veremos após a guerra. — Era o máximo que ela conseguia dar de si mesma para aquelas pessoas, e se melhorar esse kekkei genkai fosse ajudar a proteger seus amigos e Naruto, ela faria qualquer coisa.

— Tem certeza que vai ficar com eles? — Perguntou Kakashi.
— Preciso cuidar disso, mas irei ajudar na linha de frente, estarei com a Shizune e os outros médicos. — Disse , sorrindo.
— Na verdade, preciso mais da sua habilidade de combate do que médica. — Tsunade surgiu atrás de Kakashi. Todos estavam reunidos após o discurso de Gaara, havia decidido que lutaria junto com o Murakami, para conseguir alcançar um nível maior do seu poder sem se autodestruir. — Você lidera o Clã Murakami na terceira divisão.
— Mas sensei… — Tsunade e interrompeu.
— Seria um desperdício de forças, Shizune vai liderar, Sakura e ela dão conta. Essa é minha palavra final. — Disse a mulher, se retirando atrás do Raikage. bufou, mas acatou a ordem.
— Pelo menos eu posso te proteger de perto. — Brincou Kakashi.
— Vamos, idiota. — Respondeu ela, rolando os olhos e rindo fraco. De alguma forma, a tensão que se espalhava no começo tinha se dissipado após o discurso de Gaara. O que não duraria muito tempo, é claro, sabia como aquilo funcionava e não era possível se manter daquele jeito após a primeira morte.

A terceira divisão avançou à frente do resto das Forças Aliadas, à caminho do País da Geada, avistaram um clarão vermelho simbolizando que a Divisão de Ataque Surpresa precisava de ajuda. Todos foram em sua direção, e para a surpresa de Kakashi, os edo tensei de Zabuza e Haku estavam ali. não entendia o porquê de Kakashi estar conversando com eles, e eles pareciam não querer lutar, mas estavam sendo forçados. Desde a morte do Sandaime ela se perguntava o motivo pelo qual o Nidaime Hokage inventou esse jutsu. Uma névoa tomou conta do local e não demorou muito para que os edo tensei usassem toda sua força e dizimassem boa parte da divisão. Aquela luta tinha um significado para Kakashi, pertencia a ele de alguma forma. A execução da formação Manji no meio da névoa foi eficiente, mas eles não puderam evitar as mortes, e ali estava o que sabia que iria acontecer; os mais jovens estavam sentindo o peso daquilo. Mas de alguma forma, Gai conseguiu lembrá-los do porquê estavam ali, o que fez acordar um pouco. Eles tinham um objetivo, todos eles estavam ali pelo mesmo objetivo.
— Kakashi. — Disse , se aproximando dele. — Perder a primeira batalha vai causar impacto, você é o Capitão, o que faremos? — Se fosse em outro momento, Kakashi tiraria um segundo para falar sobre estar perguntando para ele a estratégia, ao invés de agir por impulso, e olhando em seus olhos ali naquele momento, podendo observar o quanto ele mudou, ele sabia o quanto a amava.
— Vamos iniciar uma contra-ofensiva. — Antes mesmo que Kakashi pudesse inciar o plano que havia preparado, mais edo tensei chegaram. A antiga geração dos Sete Espadachins da Névoa.
— Isso vai ser moleza. — Ironizou Kanji, que também estava na Divisão.
— Nem me fale. — suspirou e se aproximou de Sakura e Lee. — Vocês estão bem? — Os dois assentiram. — Conto com vocês. — Ela se preocupava com quem nunca presenciou uma guerra, e principalmente com os dela.
, vou organizar uma equipe com apoio dos Yamanaka e dos Nara, você sabe o que fazer. — Ela adorava quando Kakashi dizia algo do tipo, era a permissão para ela agir à sua maneira, e a única parte boa da guerra, é que não existiam restrições para usar seu poder. Ela e os outros focaram nos Espadachins da Névoa e o que ela queria era evitar mais tantas perdas, o que não foi fácil, eles lutaram até anoitecer e continuaram pela manhã, ela ainda tinha que conter parte do seu poder porque não teve tempo para treinar como liberar tudo, mas a vida toda ela lutou assim e já ganhou batalhas em outras guerras quando ainda era uma criança, ela repetia isso sempre em sua mente e o principal objetivo de estar ali, proteger o Naruto. Liberando raios que nenhum deles havia visto ela liberar antes pela ponta da sua espada, correndo em uma velocidade muito maior, pela manhã só haviam sobrado dois dos Espadachins da Névoa. Com a ajuda de todos, eles conseguiram selar todos os outros. Seu corpo estava demorando para se curar, talvez pela quantidade de Chakra que havia liberado durante a luta, os outros dois ela deixou para Kakashi, que agora com a espada de Zabuza e a ajuda de Sai, iria enfrentar os que sobraram. Enquanto seu corpo se recuperava ela olhou ao redor, a quantidade de pessoas que haviam perdido, o quanto isso marcaria para sempre os jovens e a vontade que ela tinha de que não houvesse mais guerras, era algo que perturbava sua mente. Eles passaram a noite inteira lutando e aquilo não era nem o começo. Quando eles acreditavam estar acabando, um grupo de Zetsus brancos apareceram como reforços, havia se curado o suficiente para usar os raios em área, os outros também já estavam prontos para a luta de novo, e um clone de Naruto chegou para dar reforços.
— Garoto! — Gritou . — O que você pensa que está fazendo?
— É só um clone, tia! Vou ajudar! — Ele tinha uma chama em volta do seu corpo, uma mistura de amarelo com laranja. Depois de derrubar um Zetsu, ele se aproximou de . — Eu vi a minha mãe! — Falou, antes de voltar a lutar. Aquilo foi um soco no seu estômago, ela queria tanto conversar com ele sobre isso, mas estavam na guerra e não podiam se dar ao luxo de parar para conversar enquanto Zetsus os atacavam. A ajuda de Naruto veio na hora certa, ele conseguia identificar

Todos receberam um recado do QG para se juntar a Naruto e Bee, assim que acabassem, e nesse momento o coração de apertou. Naruto estava na batalha.
— Kakashi…
— Vai! — Respondeu ele, antes que ela pudesse terminar de falar. — Nos encontramos no caminho, já vamos acabar aqui. — Ela assentiu. Não demorou muito para que Kakashi a alcançasse, naquele momento, seu único pensamento era lutar pela sua família que ainda estava viva, a guerra destruiria muitas coisas, mas ela faria de tudo para impedir que destruísse a família que ela conquistou depois de tanto tempo sofrendo, ela lutaria até o fim para que os momentos de felicidade se tornassem uma realidade duradoura.



Continua...



Nota da autora: oiii gente, quanto tempo, não é mesmo?! vou adiantar aqui que nesse momento da guerra eu irei me desprender mais dos eventos do anime, seguindo apenas a linha do tempo de alguns acontecimentos, apesar de já ter acontecido o casamento da pp e o do Kakashi, existem alguns eventos importantes durante e depois da guerra para conclusão da fic, algumas cenas da guerra serão resumidas e modificadas para focar nisso! estamos nos aproximando do final da fic e eu nem acredito nisso, minha primeira fic depois de anos sem escrever chegando ao fim! enfim, já estou escrevendo o próximo capitulo e jaja ta na mesa! Beijosss!


Outras Fanfics:
» Trovão de Konoha
» Spin-off de Trovão de Konoha
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» A Irmã do Relâmpago Amarelo
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» Exterminate
» Loyalty
» Nukenin
» O Legado Uzumaki



Nota da scripter: Oi!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.