Parte 1
FLASHBACK ON
Todo ano antes das aulas voltarem tem a ressaca das férias onde universitários ficam mais bêbados do que em todos os dias que estiveram livres e vão para a aula com a maior ressaca de todas. Comigo deveria ter sido um pouco diferente já que eu tinha uma reputação a zelar e a formatura estava chegando e eu não estava me referindo a toda essa bebedeira, eu tinha feito algo um tanto mais impulsivo. Eu estava sentada em um dos sofás da sala esperando o meu namorado voltar da cozinha e parecia que ele estava demorando anos, o que não era nada lógico se a cozinha estiver dois cômodos de distância. Estávamos namorando desde meu primeiro ano na faculdade e no dele. Todos ao nosso redor tinham em mente um futuro casamento, mas eu não sabia bem se era isso que eu queria.
Eu levantei do sofá depois de esperar por mais algum tempo e segui até a cozinha. Passei por algumas líderes de torcida que eu conhecia de algumas aulas em comum e por outras que faziam questão de me ignorar. Chegando perto da cozinha notei um grupo que sempre acompanhava pela faculdade. O grupo de amigos do meu namorado estavam parados logo na entrada da cozinha e sem nenhum sinal do mesmo. Eu dei passadas rápidas para surpreendê-los sem interromper sua conversa, mas já era um pouco tarde, eu cheguei perto dos garotos e eles arregalaram os olhos parando de falar logo que de imediato. Não que isso fosse de todo muito estranho, eles eram amigos do e tinham direito de não gostar de mim, o que ao contrário também valia.
- Vocês viram o ?
Eu não falava muito com eles na faculdade, eram mais alguns cumprimentos pelos corredores e acenos de cabeça em lugares aleatórios, então eu podia ser direta sem me sentir mal. Josh um dos mais altos tomou a frente dos dois ali e me respondeu.
- Oi, ! Como você está ? Curtindo a festa?
Okay! Aquilo era muito estranho. Ele nunca falou uma frase inteira comigo antes.
- Sim, eu estou curtindo.Obrigada! Então, você o viu?
- Ele estava por aqui agora mesmo, acho que deve ter voltado para te encontrar ou esbarrou em um dos caras no caminho.
Eu agradeci sem querer render assunto, já que aquela conversa tinha ficado um pouco estranha e saí a procuro do meu namorado perdido. A casa enchia a cada momento e estava ficando pequena mesmo tendo um número quase que exagerado de cômodos. Tinha tanta gente que eu não conhecia que eu poderia jurar que não estava mais na mesma festa. Acabei entrando numas salas onde algumas pessoas pulavam como loucas e outras fumavam alguma droga e elas quase me atacaram, sinal de que estavam muito doidas. Rodando mais um pouco pela casa eu encontrei meu primo Matt e o mesmo me deu algumas bebidas que eu nunca tinha visto, fazendo meu corpo todo esquentar assim que eu ingeri a mesma, senti tudo ao meu redor começar a girar e segui para a parte de trás da casa, na qual não tinha quase ninguém. Me encostei em um canto e terminei a bebida que eu ainda segurava sem nem me dar conta. Fechei os olhos para absorver a sensação boa de liberdade que tinha me causado e abri os olhos instantes depois, dando de cara com o lugar um pouco mais vazio, se é que era possível.
Olhei ao redor e notei uma mulher quase do mesmo jeito que eu. Ela estava alguns metros à frente, estava sozinha e mexia no celular como se fosse a coisa mais importante do mundo. Eu continuei encarando a mesma, enquanto ela nem fazia ideia de que estava sendo observada. E aquilo era tão natural que eu comecei a divagar sobre como seria tê-la mais perto. Eu nunca a tinha visto antes em nenhuma das minhas turmas, muito menos pelos corredores. Ela tinha os cabelos escuros, mas parecia que estavam tingidos nas pontas de alguma cor entre o rosa e o vermelho. A então desconhecida colocou alguns fios do seu cabelo atrás da orelha e olhou na direção em que eu estava, como se soubesse que eu a estava observando sem nem ao menos piscar e sorriu para mim. Eu já não estava tão sã para ditar cada passo do que eu iria fazer, então eu retribuí o seu sorriso e a chamei para onde eu estava, ela não demorou muito para levantar e vir na minha direção, me deixando momentaneamente nervosa. A tal mulher sentou ao meu lado e me encarou, como se estivesse esperando uma iniciativa minha. O seu perfume exalava no ar e eu não pude deixar de notar, era doce, mas não ao ponto de ser enjoativo e cítrico ao mesmo tempo, me fazendo querer colocar o nariz no pescoço dela e fazer uma série de coisas que eu mal podia acreditar que um dia se passaria pela minha cabeça.
- Sou a !
Estendi a mão para que ela pegasse.
- Prazer em conhecê- la!
Ela estendeu a sua mão também e apertamos. Eu segurei a mão dela com delicadeza e encarei o seu rosto , agora mais de perto gravando cada detalhe delicado e genuinamente encantador. Ela continuou o contato visual comigo ao passo que também segurava a minha mão. A mesma sorriu um pouco tímida e recuou com a sua mão me obrigando a fazer o mesmo. Ficamos em silêncio, mas nada que fosse desconfortável, mas eu sabia que tinha que puxar algum assunto.
- Você é da nossa faculdade ou de alguma que eu não faço a mínima ideia, mas que tem alguma ligação com a Debbie também?
- Eu meio que sou convidada do convidado que possivelmente foi convidado por alguém.
Ela riu da sua própria fala me fazendo acompanhá-la espontaneamente.Continuamos a conversar sobre alguns assuntos descontraídos, mesmo que um pouco travadas e com alguns intervalos no qual ríamos uma da outra e o silêncio nos pegava outra vez. Até que chegamos em um assunto em que a mulher ao meu lado não parou de falar, o que não era muito diferente de mim. Quando o assunto era livros, eu não calava mais a boca e naquele momento em que tudo que importava era decidir qual dos livros que compartilhamos nossa paixão era o melhor, eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse ela e o seu riso fácil. Estávamos mais próximas em todos os sentidos e eu podia sentir a sua pele um tanto quente devido a temperatura amena, mesmo que ao ar livre. Sua pele era macia e cheirosa, me fazendo quase que perder de uma vez os meus sentidos que já não estavam tão no lugar. Aquela mulher me atraía e deixava a cada segundo que eu passava na sua companhia com o interesse vivo, algo que estava sendo difícil de manter ultimamente. Ela me puxava e me afastava na mesma intensidade como um mar raivoso e acolhedor.
Ela sorriu para mim do mesmo jeito em que vinha fazendo desde o nosso primeiro contato visual e eu tomei impulso em sua direção. Um sinal de alerta foi ligado na minha mente me dizendo para ser prudente, parecia tão certo estar ali com ela e ao mesmo tão errado.
Acariciei o seu braço que estava próximo e segui com os carinhos para o seu ombro, e por fim o seu pescoço. A mulher se arrepiou ao meu toque final e desviou o olhar do meu rosto.
Eu segui caminho do seu pescoço para o seu rosto e o virei para mim, ao que acariciava o seu queixo. Ela colocou a sua mão por cima da minha e eu me inclinei em sua direção encostando os nossos lábios de leve. A princípio me senti corajosa por estar tomando a iniciativa, mas depois me dei conta que estávamos expostas e eu tinha acabado de perder um pouco da minha discrição. Senti o gosto de cereja que o seu brilho labial tinha deixado em sua boca e eu acabei me entregando ao momento. Era como sentir as nuvens me fazendo flutuar enquanto eu tocava os lábios macios dela. Aprofundamos o beijo como uma necessidade e com a outra mão ela apertou a minha cintura, me incentivando a intensificar os nossos toques. Eu nunca tinha beijado uma mulher antes, mas eu tinha gostado com todas as minhas forças.
FLASHBACK OFF
Eu tinha prometido a mim mesma que não iria beber a ponto de ficar morta com a ressaca do dia seguinte, mas eu bebi. Eu tinha a impressão que tinha sido atropelada por dois caminhões de tão pesado que eu sentia meu corpo. Abri meus olhos com dificuldade e notei que tinha deixado a cortina aberta quase ficando cega com a luz que entrava. Alcancei meu celular ao lado da cama e desbloqueei dando de cara com várias mensagens do meu primo e do meu namorado.
: Onde você foi?- 2:15 a.m
: Estou no sofá com as nossas bebidas. - 2:21 a.m
: O Josh me disse que você foi para casa com o Matt, me liga quando puder.- 2:44 a.m
Matt: Quando acordar me avisa. Deixei remédio em cima da mesinha. - 3:16 a.m
Eles mandaram mais algumas mensagens perguntando se eu já tinha acordado, o que me fez notar o relógio e constatar que já era muito tarde. Respondi ao que eu estava bem e que iria preparar algo para almoçar, e ele não me respondeu mais nada. O Matt eu demorei mais um pouco, as suas mensagens chegavam aos montes me contando da festa e me chamando para sair com ele e alguns amigos, mas eu comecei a ficar preocupada quando ele disse que eu estava alterada e doida, bebendo todos os drinks que encontrava na minha frente e que ele queria conversar comigo, sobre algo que eu disse quando ele ainda estava tentando me tirar do meio de todos e me levar embora da festa. A súbita lembrança do que pudesse ser me fez gelar e no mesmo segundo eu lembrei da festa e do beijo. Eu tinha beijado outra pessoa que não era o meu namorado e essa pessoa era uma mulher, e eu nem sabia o nome dela e nem me lembrava se ela tinha me dito de fato. Minha cabeça começou a doer mais e eu me levantei para pegar o remédio na mesinha, tentando organizar meus pensamentos. Peguei o copo com água e bebi o comprimido num só gole, então fechei os olhos e respirei fundo, o que não foi uma boa ideia já que lembranças da mulher e do beijo invadiam a minha mente outra vez. Ela tinha sido tão atenciosa, tão divertida e única, que me fazia esquecer do . O que não era algo positivo. Deixei o copo em cima da mesinha e respondi a Matt dizendo que iria encontrá-lo mais tarde e chamei o meu namorado para me acompanhar e me ajudar a tirar essa mulher da minha cabeça. Entrei no banheiro, fiz a minha higiene, saindo alguns minutos depois e então eu coloquei o primeiro conjunto de roupa íntima que eu vi e fui preparar o meu almoço.
Parte 2
Algumas horas depois de quase desistir de socializar com o Matt e os seus amigos nada convencionais, eu decidi confirmar com o o nosso encontro e o mesmo foi me buscar em casa um pouco atrasado, a sua roupa estava amassada e seus cabelos bagunçados. Ele sorriu para mim e tentou puxar assunto como se tudo estivesse tranquilo e ele não estivesse muito estranho. Eu tentei ao máximo não pensar nisso para que assim não puxasse assunto, mas ficou meio impossível quando entrei no seu carro e um perfume muito forte e desconhecido por mim, tomava conta do lugar. percebeu o meu questionamento interno e disse:
- A Chloe derramou o frasco de perfume no banco e eu n tive tempo de levar para lavagem ainda.
Algo não estava certo e eu não conseguia pensar no que pudesse ser. Então lembrei de ver uma publicação da minha cunhada com a localização bem longe dali.
- A sua irmã voltou de San Francisco?
- Pois é, eu também não entendi muito. Deve ter sido alguma bobeira, ela não explicou.
Eu continuei achando muito estranho, já que a publicação era muito recente e o contato que eu tinha tido com a mesma sobre San Francisco também e então a ficha de que estava mentindo para mim caiu.
- Certo, querido.
Seguimos rumo ao pub em silêncio e ele ligou o rádio. Minha cabeça estava uma bagunça e eu não sabia o que pensar direito, o que resolver primeiro, então me veio uma ideia em mente. Eu poderia beber até cair, tentar questionar o e esquecer a mulher da festa. Alguns minutos e muitos devaneios depois paramos na frente do lugar combinado com Matt. Eu desci e fui direto para entrada, enquanto meu namorado estacionava. Avistei o meu primo de longe e ele estava acompanhado por um casal, e assim que eu entrei ele veio na minha direção e me abraçou. Andamos até a mesa que eles estavam e ele me apresentou aos dois que possivelmente eu já tinha visto por aí. Ele disse que iríamos dar uma volta para que eu conhecesse o lugar e então paramos no bar um tempo depois, distante da mesa.
- !! Eu não acredito que você está viva.
Matt iniciou a nossa conversa com a frase que ele já tinha dito umas três vezes desde que eu o encontrei e isso era meio preocupante.
- Você não lembra de nada da festa?
- Está tudo bem confuso na minha cabeça, então me conta o que você sabe e sem enrolação.
O meu primo gargalhou com a última parte da minha frase, o que nem foi tão engraçado, já que eu estava meio desesperada pra saber o que eu tinha feito, já que nada poderia ser mais bombástico do que o beijo.
- Antes de qualquer coisa, eu te amo e te apoio, sei que não era assim que você queria ter me contado.
- Desembucha, Matt!
- Tu assumiu a sua bissexualidade e cá entre nós, eu estou super orgulhoso pela sua coragem, o pessoal super te apoiou também.
- O quê?
Eu paralisei com a sua fala e senti o sangue sumir do meu corpo. Como assim eu era bissexual? Como assim eu tinha me assumido e nem lembrava disso?
- Matt! Você tem certeza disso?
Chamei a sua atenção, um pouco mais séria do que antes.
- Tenho. Você estava um pouco alterada, mas fez até discurso.
- Como assim? Alguém gravou? Quantas pessoas estavam presentes?
- Calma, . Só a galera da minha turma, alguns jogadores e uns maconheiros .
Matt riu ao citar o último grupo e eu o acompanhei, perdendo um pouco o foco.
- Mas os maconheiros não são o seu grupo?
- Muito engraçado, bobinha. Voltando ao assunto polêmico da vez. Por que está tão espantada? Você se arrependeu?
Matt mudou de uma expressão animada para uma bem preocupada e eu tentei tranquilizá-lo da maneira que eu conseguia.
- Bem, é mais complicado do que parece.
- Se quiser eu posso ajudar a descomplicar.
Meu primo me abraçou de lado enquanto afagava meus cabelos de modo brincalhão.
- Promete que essa conversa não vai sair daqui? E isso vale pra quando estiver chapado.
O olhei apreensiva e o mesmo concordou.
- Eu beijei uma garota.
- Sério? Mas você está namorando o . Isso foi antes dele? Antes de se assumir ontem?
- Digamos que antes de me assumir, como você disse que eu fiz, sim. Agora o meu namorado, eu espero que ele nem desconfie disso, porque não vai se repetir.
Falei aquelas palavras para Matt querendo acreditar que isso realmente iria acontecer e que a partir daquele dia eu iria deixar cada traço da noite passada, no passado. Mas como as coisas estavam num curso de desandar, o primeiro feito da noite aconteceu. Um pouco ao longe, entrando no pub estava o meu namorado e a mulher que tinha beijado. Me apoiei em Matt e o mesmo me encarou sem entender.
- Está tudo bem, ?
Eu demorei um pouco para responder, não sei se por drama ou se eu realmente estava passando mal.
- Acho que preciso de uma bebida.
- Claro que precisa, acha que eu te chamei hoje pra ficar de papinho? Por sinal ele já acabou.
Matt me guiou até a mesa onde os donos dos meus surtos recentes, também chegavam. Eles conversam descontraídos e o nem disfarçava a baba escorrendo pelo seu queixo, mas eu não poderia condená-lo, até eu estava quase babando pela mulher a alguns metros de mim. Ela me olhou nada surpresa e sorriu como se me convidasse para um desafio sobre me deixar mais pirada do que toda aquela situação estava deixando. Ela deixou o falando sozinho e o mesmo foi parando quando percebeu que a mesma já não estava do seu lado. A mulher veio na minha direção e eu gelei mais uma vez, o que andava acontecendo com frequência desde as descobertas que o Matt tinha me apresentado, o que é bem lembrado, o Matt. Ela o abraçou com carinho e eu senti uma imensa vontade de ser abraçada da mesma forma.
- , essa é a , a pessoa mais inteligente que eu tenho como amiga.
Ela voltou a sua atenção para mim e num impulso me puxou para um abraço, um pouco mais demorado do que o esperado. Assim que nos abraçamos, coloquei o meu rosto na curva do seu pescoço e pude sentir o mesmo perfume inebriante de ontem. me apertou uma última vez nos seus braços e se afastou, sorrindo para mim. Eu não fiquei tão derretida como o meu primo, mas tentei me esforçar, para não perder o foco. Andamos um pouco até a mesa onde o restante do pessoal e o meu namorado estavam e ela se sentou em uma extremidade. Assim que eu sentei do lado de , o mesmo passou o braço para trás dos meus ombros numa espécie de marcar o território. Eu revirei os olhos ao sentir o braço do mesmo e respirei fundo, porque eu odiava o jeito com qual ele fazia isso e se achava o melhor namorado do mundo. Algumas bebidas depois, todos estavam alterados e alegres demais para falar algo com sentido, menos . Ela mantinha um olhar questionador em minha direção e às vezes expressava irritação, mas ela de longe era a pessoa mais sóbria naquela mesa. Depois de mais alguns minutos sem sentido naquela mesa, levantou e saiu. Eu a segui com o olhar enquanto ela ia em direção ao banheiro feminino. Eu levantei no impulso de acompanhar a mulher, e o me segurou.
- Vai sair? Pega uma bebida pra mim. A minha acabou.
Eu respirei fundo para não revirar os olhos bem na frente dele, e acenei com a cabeça, concordando. Fui em direção ao banheiro, e ao entrar no mesmo, alguém o trancou, me deixando desnorteada. Foquei na pessoa agora atrás de mim encontrando a pessoa que eu queria.
- Por que fez isso?
Perguntei me referindo a porta.
- Para você não fugir.
- Alguém vai querer entrar. É melhor abrir, conversamos em outro lugar.
- Está interditado.
- Está?
Perguntei um pouco confusa, possivelmente por causa da bebida.
- Claro que não, bobinha, só estou arrumando uma desculpa.
Ela andou em direção a outra extremidade do banheiro, um pouco distante de mim e me encarou, como se me analisar fosse a coisa mais importante que pudesse fazer naquele momento.
- Não vai usar o banheiro?
me perguntou ainda sem tirar os olhos de mim.
- Estou aqui para falar com você.
Tentei soar o mais normal possível, mas acho que até ela deve ter percebido o meu nervosismo.
- Você não cansa de enganar os outros?
- O que quer dizer com isso?
Perguntei numa tentativa de entender o que eu tinha perdido da nossa conversa.
- Estou falando do seu joguinho para me usar como um experimento. Sei que aquele seu show sobre se assumir não passou de um plano para me enganar.
Eu tentei assimilar cada palavra que ela dizia com algumas poucas cenas da noite anterior, mas a única que continuava nítida na minha mente, era a do nosso beijo.
- , não é verdade. Eu só sei que isso aconteceu, porque o Matt me disse.
Ela se aproximou de mim com passos lentos e parou alguns metros à minha frente.
- Então do que você lembra?
- Que eu beijei você.
Percebi que ela tentava ficar séria, mas a minha declaração tinha a afetado.
- Algo a mais ?
- E que eu gostei muito disso.
Eu olhei dentro dos seus olhos tentando identificar qualquer reação que me fizesse sair correndo dali e não encontrei. tomou impulso e acabou de uma vez com o espaço que nos separava colando nossos lábios logo em seguida. Eu a apertei contra meu corpo com a minha mão que estava em sua cintura e a incentivei a aprofundar o beijo quando entrelacei os dedos nos fios de cabelo do seu pescoço. suspirou quando me sentiu deslizar a mão e apertar a sua bunda, levando-a a fazer a mesma com a minha. Eu sorri sobre os lábios dela e depositei um selinho neles. retribuiu o selinho, mas aprofundou para mais um beijo, me deixando extasiada e louca por mais. Alguns minutos de puro amassos, alguém bateu na porta. Parecia algum funcionário, mas eu tinha certeza que a fila deveria estar enorme lá fora.
Parte 3
Tinham se passado duas semanas desde a desastrosa social do meu primo Matt e eu só conseguia pensar em como eu era azarada em ter beijado alguém do seu círculo de amigos e ter me assumido bissexual para metade de seus amigos também, e eu não sabia como o meu namorado, , ainda não tinha escutado nada ao respeito, porque eu tinha sido a pessoa mais descuidada de todas e eu não era assim. Depois que saí do banheiro com , a fila não estava tão grande como eu imaginava, mas algumas pessoas nos olhavam com bastante impaciência. A justificativa mais plausível que encontrei foi dizer que minha "amiga", a mulher que era responsável por ter nos trancado no banheiro, tinha passado mal e eu queria lhe dar privacidade. Se colou ou não, é difícil saber, porque eu fui para o bar logo depois e para o lado oposto. Tomei vários drinks de uma bebida azul que descia queimando, até que a encontrei dançando com uma mulher na pista de dança, numa espécie de dança sensual no qual ambas exploravam algumas partes de seus corpos deixando a plateia ao redor bem agitada. olhou em minha direção e beijou o pescoço da tal mulher. Cada parte do meu corpo gelou um pouco com aquele momento. Pedi uma bebida mais forte e a bebi de vez, assim como outras duas doses. E então mais uma vez eu não lembro de muita coisa, além do rosto de suado e gritando em minha direção como brigasse sobre algo e de me levando para casa. E então tudo virou um borrão e eu já estava acordando de manhã com mais de cem mensagens do meu primo e uma ligação do .
Meu primo Matt me ligou alguns minutos depois e eu o chamei para assistir um filme em minha casa aquela noite. Ele me confirmou mega feliz, o que me fez imaginar se ele traria alguém, já que eu o conhecia o suficiente para saber que estava muito empolgado e cheio de planos só de escutar a sua voz. Algumas horas depois eu abri a porta para o meu primo e ele realmente estava acompanhado e pela . Ela entrou na minha casa logo depois que meu primo passou pela porta e a puxou. Tomamos as cervejas que Matt tinha trazido da rua sem nos comunicar diretamente e então depois de um tempo, eu encarei a mulher que tanto atormentava meus pensamentos e ela sorriu para mim, fazendo o meu coração aquecer. Matt bebeu uma boa quantidade de bebidas e se arrependeu logo em seguida, quando precisava de ajuda até para se manter em pé e então o que seria uma noite de filmes virou uma noite do pijama, já que e eu arrumamos o quarto de hóspedes e o colocamos lá, incapaz de se manter acordado. Depois de me ajudar a colocá-lo em cima da cama, eu segui com ela para a sala, onde arrumamos nossa bagunça de algumas horas atrás e sentamos lado a lado no meu sofá para recuperar o fôlego da nossa arrumação. Olhei para ela depois de um tempo em que estávamos em silêncio e disse:
- Me desculpe por não ter te procurado depois do nosso encontro no bar.
me olhou com uma expressão que eu não sabia identificar direito, algo como tristeza e raiva.
- Não precisa se desculpar, , eu vou superar que só sou parte de uma diversão para você quando está bêbada.
Naquele momento eu só queria abraçá-la e tirar qualquer vestígio de tristeza do seu rosto.
- Você não é isso para mim, eu só não sei como agir. Isso é tão novo para mim.
- Você sente algo por mim?
- Sim!
- Algo muito mais que experimental?
- Muito mais que experimental.
- Promete?
- Sim!
- Acho que agora eu posso te beijar sem medo.
apertou a minha mão que estava apoiada ao lado do meu corpo no sofá e sorriu para mim enquanto me encarava. Agora o seu olhar em minha direção era calmo e carinhoso.
- Tem certeza?
Perguntei enquanto sustentava um sorriso igualmente relaxado.
- Sim! Você não está bêbada.
tomou impulso em minha direção e me beijou com mais vontade do que em todos os beijos que tínhamos trocado e eu só conseguia pensar o quão tocá-la era bom e eletrizante, algo como beber água da fonte da juventude e se tornar imbatível. Senti mais uma vez o gosto acentuado do seu brilho labial e me rendi a cada parte e forma daquele momento. Éramos como ímãs, totalmente difíceis de resistir uma a outra. Por um breve segundo, eu me lembrei do meu namorado, mas como eu vinha dizendo, espero que ele não se importe. Eu não sabia como seria dali por diante, mas estava comigo e eu só conseguia pensar que tudo ficaria bem.
Fim?
Nota da autora: Eu gostei muito de escrever essa música, ela sempre foi muito especial para mim , então espero eu espero que tenham gostado. Queria agradecer a Taí por ser uma ótima amiga e sempre me incentivar e destravar as minhas ideias.
18. Scripted
07. True Romance
10. King Of My Heart
14. I Dream About You
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
07. True Romance
10. King Of My Heart
14. I Dream About You