Finalizada em: 21/07/2018

Parte I

- Você sabe que eu amo você, né, princesa? – acarinhou o rosto da namorada.
Os dois caminhavam juntos até o refeitório da faculdade para comerem algo no intervalo das aulas. No percurso eles discutiam a relação mais uma vez naquela semana. Hoje era terça feira, e no próximo sábado eles fariam um ano de namoro.
- Sim, eu sei – ela deu um selinho no rapaz - Mas sua avó foi pedir para que você a visitasse justamente nesse sábado que a gente completa um ano? , eu queria passar essa data com você!
- Eu também queria, mas você precisa compreender que é imprescindível minha visita, ela é idosa, e pode morrer a qualquer momento. – ela suspirou fundo, cansada daquela conversa.
- ! Por que eu sinto que está me enrolando? – ela mordia os lábios, nervosa – também acha isso.
- Lá vem você meter esse seu amigo escroto no meio das nossas conversas! – ele revirou os olhos.
- Ele não é escroto, , ele é meu amigo, não gosto que fale dele assim! – ela alterou a voz.
- Esse cara é apaixonado por você e eu ainda tenho que tolerar! Ah, , só você não enxerga isso.
- , desde quando a conversa passou do nosso aniversário de namoro, para você achar – ela fez aspas com os dedos – Que o meu amigo é apaixonado por mim? Você enxerga coisas aonde não existe!
- Que seja! Ou é sexta feira ou é nada, você escolhe, ! – ela arregalou os olhos.
- Você é um tremendo otário mesmo – ela deu um empurrão nele, e saiu pisando forte do refeitório.
Ele passou a mão nos cabelos bravo. era muito irritante quando queria. Aquele namoro estava lhe custando muito, se arrependimento matasse...
- Fogo no parquinho, ? – Josh chegou de repente a mesa, e surpreendeu o rapaz. Fizeram um toque de mãos.
- Tá ligado na festa da Kim? – Josh assentiu – É no mesmo dia em que e eu comemoramos um ano de namoro – Josh soltou uma gargalhada alta.
- Então melou, né? Você não vai? – sorriu ladino, balançando a cabeça negativamente - Mas como você vai fazer? Duvido muito que sua garota queira passar essa data longe de você.
- Ah vá, até parece que você não me conhece, Josh! – ele sorriu, dando um soco no ombro do amigo – Minha avó tá entre a vida e a morte, e como eu sou um ótimo neto vou passar o fim de semana com ela.
- Com esse tipo de coisa a gente não mente... E se tua avó morre mesmo? – deu um tapa na cabeça de Josh.
- Cala a porra da boca, Josh. Minha vó tá vendendo saúde! – ele revirou os olhos com a lerdice de seu amigo – Eu vou comer lindamente a Kim e foda-se a .
- Você fica bobeando com sua namorada, tem gente bem interessada nela – Josh apontou para que passava distraído em frente a eles.
- Esse ai é um trouxa, nasceu pra ficar na friendzone – eles riram alto – Fora que a come na minha mão. Só eu chegar com um buquê de rosas e chocolates e ela me perdoa. Quer apostar quanto?
- Eu não vou apostar é nada, porque eu vou perder, a coitada da menina é mesmo de quatro por você.
- Você precisa aprender com o mestre, Josh – eles se levantaram e juntos foram até as salas para assistirem ao próximo período de aulas.

***

andava depressa para a estação mais próxima de metrô para chegar até o estágio. A garota estava bem chateada, além de ser um otário e querer antecipar a comemoração de namoro ele ainda tinha sumido ao término da aula. Ela havia mandado inúmeras mensagens pra ele, sem nenhum retorno.
Suspirou, estava cada vez mais difícil os diálogos com o rapaz. Eles estavam tão bem até um tempo atrás... Agora ele sempre a evitava, inventando desculpas. Ela desconfiava que a história da avó era mentira. Tudo o que ela queria era estar errada, mas raramente sua intuição falhava.
Teve os pensamentos interrompidos com um carro que andava no ritmo dela, apertou o passo e novamente o carro lhe acompanhou, ela olhou para dentro do veículo e pode avistar . Acabou revirando os olhos para o amigo.
- ! – ele sorriu, acenando para a moça – Fiquei te procurando na saída, mas não te achei.
- Oi, – ela abriu um mínimo sorriso para o amigo. Rapidamente abrindo a porta do carro para que pudessem ir juntos ao trabalho. Como sempre o carro estava impecável, também pudera tinha excelentes condições financeiras – Me desculpe, estou com a cabeça longe...
- O que há, ? – ele perguntou preocupado. Voltando a dirigir na velocidade normal.
- sempre é tudo sobre ele – ela suspirou fundo, seus olhos se encheram de lágrimas.
- O que houve dessa vez? – ele apertou as mãos no volante. Ver o quão aquele idiota fazia mal a o quebrava no meio.
- Ele me disse que a vó dele está doente, e por isso terá que passar o dia do nosso aniversário de namoro com ela. – ela piscou rapidamente os olhos, segurando as lágrimas - Eu te juro que eu quero acreditar nele, mas está tão diferente... – ela respirou fundo - De uns tempos pra cá ele me evita, quase não conversamos, só discutimos, é horrível... Tudo o que eu queria era ter o velho e doce ao meu lado – respirou fundo, absorvendo o impacto daquelas palavras.
- Esse cara é um babaca. Eu já te disse um milhão de vezes isso, e você insiste em um relacionamento em que só você vê futuro, ! – ele ralhou com ela.
calou-se, estava confusa, e ver falando aquelas coisas para ela não ajudava em nada. Durante o trajeto um silêncio desconfortável se instaurou ali. se arrependeu por ter dito aquilo a ela, mas tinha hora que o sangue subia e ele não conseguia medir as palavras. Estacionou em frente a empresa no qual ela estagiava e soltou o cinto se virando completamente para ela.
– Me desculpe, fui muito duro com você – ele bagunçou os cabelos – É que ver você sofrendo me deixa muito puto, você não merece isso, .
- Ok, , não é como se eu não estivesse acostumada com isso – ela fez uma caretinha, abaixando a cabeça. Ele levantou o rosto dela pelo queixo.
- Se eu fosse seu namorado... – ele a encarou profundamente.
- ... – ela não conseguia desviar dos olhos de seu amigo, aquele olhar era tão intenso, parecia que lia sua alma.
- Eu jamais te faria derramar uma lágrima se quer, eu poderia ser seu Buzz Lightyear, voar pelo mundo – ela riu e fechou os olhos, aquilo era tão doce, mas ela não podia imaginar esse tipo de coisa, bem ou mal ela tinha um namorado.
- Nos falamos depois – ela desceu do veículo atordoada.
- Eu estava brincando, – ele gritou rapidamente para suavizar o clima que havia se instaurado ali.
Toda vez que rolava um clima entre eles, justificava dizendo que era brincadeira, ele estava na friendzone há um tempo e sabia que jamais olharia para ele, mesmo com tudo o que ele poderia oferecer a ela. A garota era apaixonada pelo namorado.
Ela estava habituada a esse tipo de fala, mas tinha suas dúvidas quanto ao teor dessas brincadeiras.
- Eu sei... – ela sussurrou, finalmente adentrando a empresa.
recuou um grunhido e acabou dando um soco no volante, externalizando sua frustração. Por que ela não conseguia enxergá-lo com outros olhos? ... Se não tivesse aparecido aquela garota era para ser sua namorada, ele a tinha conhecido primeiro, ele gostava dela primeiro. era um idiota, mesquinho, imaturo sempre querendo se provar o melhor em tudo.
Respirou fundo, um pouco mais calmo e começou a dirigir em direção a empresa de seu pai, no qual estagiava. Deus sabia de tudo que ele fora capaz de tentar fazer para tirar aquela mulher de seu coração, mas todas as tentativas foram frustradas.

***

arrumou mais uma vez o cabelo, enquanto esperava no andar debaixo da república. Tinha feito sua lição de casa, havia passado em uma loja de doces para comprar o chocolate Milka Cherry o preferido dela, ido a floricultura e comprado as rosas preferidas dela. Era extremamente brega, mas era a moda antiga, era diferente de todas as outras que conhecia.
Ela desceu desconfiada, e o viu com os embrulhos e suspirou cansada daquilo tudo. Aquilo estava virando rotina...
- Oi, – ela finalmente terminou de descer as escadas e encarou o namorado. Ele se assustou com a chegada discreta dela.
- Oi, nossa! Não vi você descer – ele deu um sorriso torto – Enfim, toma. – ele entregou o ramalhete e a barra de chocolate pra ela.
- Obrigada – ela cheirou as flores – Agora você pode ir embora. – ela se aproximou empurrando-o até a porta – Você não vai comprar meu perdão com isso.
- Mas minha intenção não é essa, princesa – ela arqueou a sobrancelha – Talvez seja um pouco, mas eu estou arrependido. Fui grosso com você, acabei perdendo a cabeça, mas eu não estou mentindo, minha vó está mesmo doente.
- – ela apertou os olhos. Ele parecia tão sincero, não poderia mentir com tamanho descaramento assim, não era? – Você está falando mesmo a verdade?
- Sim, olha, está aqui o telefone da minha mãe, se você quiser ligar para ela e perguntar... – ela negou.
- Não precisa, vá ficar com a sua avó, eu vou ficar bem – ela forçou um sorriso.
- Sexta feira a gente comemora, hun? O que acha?
- Não tem jeito mesmo, não é? – ele negou - Por mim tudo bem, o importante é ficarmos juntos – ele a abraçou fortemente, lhe dando vários selinhos.
- É por isso que eu amo você – lhe deu um beijo sugado – Você é a coisa mais maravilhosa da minha vida.
- Eu também te amo – ela acabou cedendo e o abraçando apertado. Ele a pegou no colo e subiu com ela correndo até que pudessem chegar ao quarto da garota.

***

terminava a elaboração daquela planilha para que pudesse encerrar aquela quinta-feira cansativa. Odiava aquele excel mais do que tudo. Sentiu o celular vibrar e viu que era uma mensagem de . Não a tinha visto hoje, pois pelo o que pôde perceber ela havia perdoado o namorado. Mais uma vez ele havia dado mancada com ela, e ela o perdoou. Era frustrante amar, e não ser correspondido, e ainda ver que a garota que gostava se afundava a cada dia mais em um relacionamento ruim.

diz: Oi, lindo da minha vida! 💜
diz: Muito ocupado? Precisava de um favor...

Ele revirou os olhos, tudo o que ele queria era ficar longe de . Acabou bloqueando o celular novamente.

diz: Eu vi que você visualizou, mas não responde... você tá bravo?
diz: ! 💔 💔
diz: Me responde... Pfv
diz: Vácuo puro 💔

Ele respirou fundo, começando a digitar, sempre o vencia pelo cansaço.

diz: O que você quer?
diz: Nossa, que seco!
diz: 🙄 🙄
diz: Fala logo, meu
diz: Vamos no shopping comigo agora? Preciso comprar uma coisa.
diz: Ok. Daqui uns quinze minutos eu saio daqui e te encontro lá.
diz: Obrigadaaa 😘 😘

Ele bloqueou a tela do celular, e começou a ajeitar as coisas para encontrar a amiga.

***

- O que você acha desse? – mostrou um dos relógios que queria presentear o namorado.
- Bonito... – respondeu desinteressado. Qualquer coisa era melhor do que aquilo, se ele soubesse que ela havia o chamado para comprar presente para , ele teria inventado uma desculpa e não ido.
- Você falou isso para todos... – ela revirou os olhos - Mas esse é muito bonito mesmo. – ela o avaliou mais uma vez – Pode embrulhar, moça. – ela entregou o objeto nas mãos da vendedora. A moça fez o embrulho, ela pagou e eles se foram dali.
- Olha, , - ele suspirou – por que você não chamou a Julie, Carol ou sei lá mais quem para comprar o relógio? Eu não estava muito afim hoje, estou uma péssima companhia.
- Eu percebi isso, – ela bateu os cílios – mas mesmo que você esteja mau humorado, chato, e tudo mais, eu amo sua companhia e jamais a trocaria pelas meninas ou até por . – ela conseguiu arrancar um mínimo sorriso do rosto dele.
- Eu amo você – ele não se conteve e acabou confidenciando.
- Eu também te amo – ela entrelaçou o braço ao dele. Não do mesmo jeito, ele acabou completando mentalmente – E para te recompensar por ter aguentado a chatice do presente vamos ao burguer king, eu pago tudo – ela bateu palminhas animada.
- Poxa, se eu soubesse tinha ficado sem comer desde cedo – ela lhe deu um soquinho no ombro.
- Seu ridículo - eles riram enquanto caminhavam até a fila. Ele a agarrou pelo braço, fazendo com que ela batesse em seu peito – Além de ridículo, é doido – ela ria alto, enquanto ele tentava lamber a bochecha dela.
- Você é apaixonante, quem me dera me desse bola – ele parou de repente e segurou ambas as mãos dela.
- Bobo – ela arqueou a sobrancelha – Vem, escolhe logo seu lanche, criança. – ele piscou pra ela e logo olharam o cardápio.
Essas brincadeiras de tiravam o sono de , será que tinha mesmo razão?



Parte II

entrou no dormitório, colocou a mochila em qualquer canto e se jogou na cama. Viu quando Douglas entrou logo atrás dele, apenas com um samba canção e a toalha nas costas.
- Hey, dude – assentiu com a cabeça cumprimentando brevemente o colega de quarto. – Nem te vi essa semana direito...
- Pois é, muita correria no estágio, meu pai tá arrancando meu coro, inclusive estava entrando um pouco mais cedo e saindo mais tarde. Hoje ainda pra ajudar tive que passar no shopping com a . – ele bagunçou os cabelos desajeitadamente.
- Você não cansa de se torturar não? – Douglas passava a toalha no cabelo, enquanto aguardava a resposta do amigo. Ele sabia do amor não correspondido de .
- Talvez, nem eu mesmo sei – enrugou o nariz.
- Bom, agora eu acho que você tem chances com ela, né? – Douglas balançou as duas sobrancelhas – terminou com ela.
- O quê? Você está louco? Hoje justamente fomos ao shopping comprar o presente dele – se sentou rapidamente na cama. Douglas balançou a cabeça em negativa
– Esse cara é mais escroto do que eu imaginava. Sábado ele vai na festa da Kim, escutei essa semana da boca do Josh.
- Filho da puta! - arregalou os olhos, com as mãos em punho - É justamente o dia que eles comemoram um ano de namoro. Ela gastou para caramba lá na relojoaria pro cara dar de presente um par de chifres nela.
- A gente não sabe se ele vai trair mesmo ela, as vezes ele só vai se divertir e...
- Que seja, Douglas, ele mentiu pra ela. Ela me contou que ele tá com a avó doente e que iria passar esse fim de semana com ela, com medo que ela morresse. – estava com as veias do pescoço saltadas – Minha vontade é de acabar com a raça dele.
- Hei, hei, hei paz – o rapaz tentava acalmá-lo – Agora é a sua chance.
- Como assim? – ele respirava fundo tentando se acalmar.
- Você tem que levar a nessa festa! Raciocina, dude – Douglas tinha um sorriso grande na face.
- Sim, claro! – se levantou da cama e começou a andar pelo quarto – Mas, tem um porém, jamais iria a uma festa sabendo que o namorado esta em casa com a avó doente.
- Se vira. – o amigo revirou os olhos – Essa é a chance da sua vida, ! Não a desperdice. – Douglas pendurou a toalha de qualquer jeito, e deitou-se na cama.
- Eu não vou desperdiçar – pela primeira vez depois daquela conversa tinha um sorriso confiante. estava cada vez mais próxima de ser a sua garota.

***

- Eu deveria estar em casa, curtindo uma bad, enquanto meu namorado está com a avó doente, mas não, eu estou indo pra festa da Kim porque você não tem companhia – ele revirou os olhos discretamente.
- Dramática demais, - ela fez uma careta – Só não acho que seria legal que você ficasse sozinha.
- Eu sei, meu amor e tenho um apreço imenso por esse gesto – ela abriu um pequeno sorriso – Só que sei lá, me sinto mal fazendo esse tipo de coisa.
- Não se sinta, a gente vai ficar só um pouco, e depois vamos embora, eu prometo. Você nem vai sentir – ele piscou para ela. acabou abrindo um sorriso nostálgico.
- Que foi? – ela perguntou enquanto o encarava.
– Você se lembra que a gente se conheceu em uma festa? Para falar a verdade, foi sua primeira festa na universidade, né...
- Claro que eu me lembro – ela abriu um lindo sorriso – Foi uma noite e tanto...
- Sinônimos que festas não são tão ruins assim, vai? Olha ai, me ganhou de presente.
- Bobo – ela riu o empurrando levemente.

Um ano e meio antes...

Douglas e andavam lado a lado para a festa de boas-vindas aos calouros daquele ano. Além de serem melhores amigos, dividiam o quarto na fraternidade da faculdade.
- Eu não via hora dessa festa dos calouros – comentou animado – Assim, talvez eu consiga vê-la – ele olhava para todos os lados, procurando a moça.
A garota que ele havia mencionado era uma caloura no qual ele havia visto andando pelos corredores naquela semana. O jeito como ela andava, a forma como sorria, sua face, seus trejeitos... Desde então o rapaz não há tirava da cabeça.
- Eu ainda não entendo o porquê você foi tão mole e não chegou nela naquele dia. – Douglas debochou do amigo.
- Eu não sei, eu fiquei travado – o amigo revirou os olhos – É muita doideira – ele cocou a nuca, sem graça.
- Você e essa garota... – Douglas comentou, enquanto via um sorriso imenso surgir no rosto do amigo.
- Dude, ela é muito bonita - ele comentou, animado – Você não tem noção, ela tem um sorriso...
- Iiii lá vem você com esse papinho de bobo apaixonado. Vou circular por aí – cada um foi para um canto da festa, ambos tinham objetivos diferentes ali.

*

resolveu dar o braço a torcer, as meninas da fraternidade lhe encheram tanto o saco para que ela fosse a aquela bendita festa e lá estava ela. O problema é que não via nenhum rosto amigo por ali. Sentia-se deslocada, nunca foi de muitas festas e nem de bebidas.
Olhou mais uma vez em volta, não encontrou ninguém conhecido. Decidida, já estava pronta para sair daquele lugar e voltar aos seus livros e fanfics interativas quando alguém segurou o seu braço.
- Já está indo? A festa nem começou, moça! - ela se virou bruscamente se deparando com um rapaz muito bonito a sua frente. Ela acabou sorrindo sem graça.
- É, pois é. Eu não conheço ninguém por aqui. - ela sorriu, tímida.
- Pois agora conhece. Meu nome é - ele se aproximou dela e lhe deu um beijo na bochecha. Ele era tão cheiroso.
- Prazer, . Meu nome é - ela colocou o cabelo atrás da orelha - Qual curso?
- Engenharia e você? Espera, deixa eu tentar adivinhar… - ele fingiu uma cara pensativa - Fisioterapia? - ela lhe olhou espantada.
- Como sabe? - ele sorriu enigmático.
- Eu só sei - riu. Ele havia chutado o palpite porque a viu entrando no prédio da área da saúde. Poderia ser psicologia, fisioterapia, enfermagem... Ele deu sorte.
- Muito intuitivo você - ela acabou abrindo um enorme sorriso pra ele.
- Você não viu nada - ele piscou – Quer beber alguma coisa?
- Claro - ela concordou - Só não quero nada alcoólico.
- Uma coca? - ele arqueou a sobrancelha.
- Isso.
- Certo, não sai daí, eu já venho.
- Eu não vou sair - ela sorriu agradecida e ele rapidamente se direcionou ao bar improvisado.
Foi só ele sair para buscar os drinks que dois rapazes começaram a se empurrar ao lado dela, e a confusão se instaurou ali. Ela se afastou rapidamente do lugar, temendo ser agredida. A festa se tornou uma desordem, todos os garotos começaram a se agredir e ela sem pensar muito deixou o local.
Ela chateou-se de sair sem se despedir de que lhe pareceu uma pessoa legal, divertida e ainda era um gato. Ela o encontraria de novo, estudavam na mesma universidade, oportunidades não faltariam. Ledo engano o dela, naquela noite havia sido ferido por uma garrafa e ficou afastado por duas semanas da universidade. Naquele período ela conheceu , e se apaixonou.

Atualmente...

- Nunca pensei que fôssemos nos esbarrar nos corredores e nos tornaríamos grandes amigos. – ela comentou de repente.
- Sim, mas se não tivesse dado toda aquela confusão, talvez você tivesse comigo e não com o ... – ele tinha os olhos cravados no rosto dela.
- Será? Eu nunca pensei nisso, – ela concluiu pensativa. Os dois agora estavam parados em frente a casa da moça, era possível ouvir o barulho de música alta – Vamos entrar, criança – ela o puxou, não querendo dar vasão a esses tipos de pensamentos.
Os dois adentraram a festa, torcia muito para que já tivesse ali, tinha armado tudo aquilo, tinha que dar tudo certo. o procurava, mas não havia o encontrado ainda. revirou os olhos para tudo aquilo, de um lado via jovens usando drogas lícitas, ou ilícitas, gente jogada no chão, pessoas dançando sem pudor, gente vomitando... Um casal quase a derrubou no chão enquanto se atracavam bêbados sem qualquer senso de direção, ela piscou os olhos, raivosa, era por isso que odiava festas e opa... Ela conhecia aquele boné. Para falar a verdade ninguém tinha um igual. Ela sentiu a boca secar.
- , eu já venho – ela gritou no ouvido do melhor amigo com pressa, enquanto seguia aquele casal com o olhar.
- Onde você vai? – ele questionou, não queria perdê-la de vista.
- Eu vou ao banheiro – ela inventou e rapidamente seguiu os mesmos passos daquelas pessoas, deixando o rapaz falando sozinho.
Ela foi até a cozinha e pode ver o garoto com o mesmo boné beijando de uma forma bem intensa a dona da festa. Ela suspirou fundo, não podia ser... Quanto mais ela se aproximava, mas ficava nítido que era ele. Ela engoliu o bolo que se formou em sua garganta, respirando fundo. Pedia ajuda a Deus para que pudesse ter forças naquela situação. Por fim, se aproximou até conseguir cutucar o rapaz.
- Então é aqui que sua avó mora né, ... – ele ficou pálido quando reconheceu de quem era a voz.
- ... – ele empurrou rapidamente Kim – Eu posso explicar.
- Não tem o que ser explicado, amor – ela respondeu com a voz trêmula. Sentia uma raiva imensa dentro de si – Feliz um ano de namoro! Toma seu presente – ela o esbofeteou com toda a força que tinha. Ele sentiu a face arder com tamanha força que aquela frágil garota havia depositado naquele golpe. Kim estava encolhida assistindo toda a cena. – Faça bom aproveito, pois é meu presente de aniversário pra você – ela direcionou o olhar para a garota, que engoliu em seco. saiu do cômodo correndo, queria sumir.
- , espera – vinha atrás da moça. Ela olhou para trás e o viu, revirou os olhos. Continuou andando, e logo deu de cara com . Ela estava com a cabeça fervendo, então sem muito medir as consequências ela se aproximou perigosamente.
- , onde você... – ele parou de falar quando sentiu o choque da boca dela com a sua. Ele já havia imaginado como era o beijo da menina, mas jamais pensou que fosse algo assim, aquilo era bom demais. Não sabia o que tinha dado nela, mas ele retribuía aquele beijo como se sua vida dependesse disso.
encarava a cena perplexo, como ela pôde? Acabou engolindo seco, e indo embora daquela festa.

- Esse cara é apaixonado por você e eu ainda tenho que tolerar! Ah, , só você não enxerga isso. - Se eu fosse seu namorado... – ele a encarou profundamente.
- Você é apaixonante, quem me dera me desse bola – ele parou de tentar lambê-la e segurou ambas as mãos dela.
- Sim, mas se não tivesse dado toda aquela confusão, talvez você tivesse comigo e não com o ... – ele tinha os olhos cravados no rosto dela.

Sentia como se toneladas tivessem sido jogadas em sua cabeça com a enxurrada de lembranças. Ele sempre a amou... empurrou para que rompessem o beijo... O que ela estava fazendo com o ser humano mais amoroso que já conheceu na vida? Pobre ... ela se sentia um monstro. Ela não podia usá-lo para atingir o ex-namorado, era doentio.
Ela ofegava, enquanto tinha os olhos de sobre si. A julgar o jeito como ela se portava, entendeu que o plano havia dado certo.
- , eu... – ela colocou os dedos na boca do rapaz, o calando.
- Xiu... Me desculpa, , eu não deveria fazer isso – ela sentiu quando lágrimas desciam por sua face.
- Não, , tudo bem, eu gostei. – ele abriu um sorriso tímido. – Era tudo o que eu mais queria – ele sussurrou o fim da frase.
- Não é certo brincar com os seus sentimentos, . – ele arregalou os olhos, sentindo as bochechas ferverem.
- Você sabe que eu sou apaixonado por você? – ela mordeu os lábios temerosa.
- Eu acho que no fundo eu sempre soube de tudo, mas não era algo que eu quisesse confrontar. Estava confortável pra mim – ela suspirou fundo – Eu preciso ir embora... – ela secava as lágrimas com brutalidade.
- Espera, o que houve? – ele passou a mão nos braços dela, aquecendo-a – A gente precisa conversar.
- me traiu com a Kim – ela sentia os olhos mais marejados – E sim, a gente precisa, mas não hoje. Eu não tenho cabeça pra nada, não quero pensar sobre relações e afins, quero tirar um tempo pra mim.
- Eu vou com você... – ele segurou o braço dela.
- Não, , eu preciso ficar sozinha – ela negou – Eu não tinha o direito de te beijar desse jeito, sabendo de tudo o que sente por mim, me perdoe. – ela saiu a passos largos do lugar.
- , espera – ele a gritou, mas ela correu dali o mais rápido que conseguiu, ela precisava ficar sozinha, precisava colocar as ideias no lugar... Ele suspirou fundo, e seguiu o mesmo caminho que ela indo embora daquele lugar.





Fim!?



Nota da autora: Boyfriend é uma música que fala de um cara muito apaixonado pela garota, mas em nenhum momento cita se ele é correspondido ou não, então a dúvida pairou na minha cabeça referente a qual destino eu daria a esse casal, acabei optando por um final aberto, rsrs. Quem sabe não vem uma continuação por ai? Beijos <3



Outras Fanfics:
Longs:

I Won't Forget You
Outros/Em Andamento
Good Enough
Cantores/Em Andamento
Our Love
Atores/Em Andamento

Ficstapes:

02. Os Anjos Cantam
Ficstape #090 - Jorge e Mateus/Finalizada
03. Sk8er Boi
Ficstape #069 - Avril Lavigne/Finalizada
05. She Moves In Her Own Way
Ficstape #094 - The Kooks/Finalizada
06. Don't Forget
Ficstape #099 - Demi Lovato/Finalizada
08. Rock Wiyh You
Ficstape #100 - Michael Jackson/Finalizada



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