Prólogo
Here's the thing
(Eis a questão)
We started out friends
(Nós começamos como amigos)
It was cool, but it was all pretend...
(Era legal, mas era tudo fingimento)
Eu mal conseguia encará-lo, meu mundo tinha acabado de simplesmente desabar, bem na minha cabeça.
Recostei-me na parede, mal conseguindo conter as lágrimas — que caiam descontroladamente — sobre as minhas bochechas, que a essa altura já deviam estar vermelhas. Enquanto deixei que meu corpo se arrastasse até o chão, pensei em todos os planos que fiz, com o cara desajeitado que se encontrava sentado, na poltrona bem a minha frente.
Viagens, festas, promessas que foram despedaçadas por uma escolha que ELE tomou sozinho. No fundo, bem lá no fundo, eu sabia que este dia chegaria, só não quis enxergar.
— , fala alguma coisa...por favor! — Escutei implorar.
Ignorei totalmente o que ele acabou de pedir. Meu corpo, tinha acabado de se chocar com o chão, dobrei meus joelhos e envolvi meus braços nele, apoiando minha cabeça sobre eles, ela parecia que vai explodir.
A casa estava em silencio, o único barulho que eu conseguia ouvir era da chuva que caia arduamente lá fora. A essa hora eu deveria estar na última prova do meu vestido de noiva, meu casamento seria daqui há dez dias. Ou melhor, era.
Depois de mais algum tempo sentada, decidi que era melhor me levantar.
Já de pé, sequei meu rosto. Hunt — como eu gostava de chamá-lo — ainda se encontrava sentado, ele estava com as pernas abertas, cotovelos apoiados sobre elas e suas mãos estavam na frente de seu rosto. Enquanto observava senti meus olhos marejarem, mas passei a mão sobre meu rosto antes que eu começasse a chorar de novo. Eu estava cansada, não queria mais sofrer assim por alguém que nunca iria me amar de verdade.
— Quero que arrume suas coisas e vá embora — falei finalmente, reunindo o máximo de confiança que consegui.
olhou para mim, não sabia decifrar ao certo o que se passava na cabeça dele, mas pela sua expressão eu poderia dizer que ele não esperava ouvir o que tinha acabado de sair da minha boca. Mantive minha postura, encarando-o.
— Você me ouviu? — perguntei.
— Sim — ele respondeu de forma calma. — Só não acho, que essa seja a melhor maneira de resolver isso. Vamos conversar, por favor — ele implorou, pela segunda vez.
Agora ele estava de pé, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e seu cabelo todo bagunçado.
Soltei uma risada de leve e ele me encarou intrigado.
Ver o rosto dele vermelho fez meu sangue subir. Depois do que ele fez, como poderia achar que tinha o direito de chorar? Eu fui traída nas vésperas do meu casamento, quem deveria estar chorando loucamente a cada minuto sou eu, não ele.
— Fala alguma coisa ... — deu dois passos na minha direção, mas parou ao ver eu me afastar.
— O que você quer que eu diga, ? — gritei. — Você me traiu, com a minha melhor amiga. Nas vésperas do NOSSO casamento e tem coragem de me perguntar o que foi? — Eu estava pulsando por dentro, ele finalmente conseguiu esgotar todos os níveis da minha paciência.
— , eu sinto muito... — Lágrimas falsas caiam dos seus olhos.
Eu tinha vontade de ir até lá consolá-lo, mas me controlei, lembrando que há algumas horas o peguei na cama com a minha EX melhor amiga.
Meu estômago embrulhava só de lembrar quando cheguei em casa e ouvi risadas vindo do nosso quarto, nossa cama...eu queria vomitar. Não respondi o que ele acabou de dizer e andei até a cozinha. Torci para que ele não me seguisse, porque não sabia do que seria capaz naquele momento.
Apesar de eu saber que ele sempre teve algum tipo de sentimento por ela, eu nunca pensei que ele conseguiria ir tão baixo. Me pedir em casamento e depois me trair com uma das pessoas mais importantes da minha vida, na nossa própria casa...cama.
Antes de tudo, de sermos namorados, noivos eu achei que fossemos amigos, afinal nos conhecemos praticamente a vida toda, esperei consideração e só recebi traição.
— Nós, podemos consertar isso. Podemos casar ainda, eu vou ligar para a Samantha e dizer para ela não aparecer nunca mais na nossa vida. Tudo bem? — estava me encarando, enquanto eu bebia um copo de água encostada na bancada atrás de mim.
Solto uma risada alta. Ele não deve ouvir o que fala, porque se ouve, é muito cara de pau.
— Nós podemos fingir, é isso? — perguntei indignada.
— Não, eu nunca disse isso. — me encarou, eu sabia que ele está esperando que eu fraquejasse, mas hoje isso não iria acontecer. O olhar dele sobre Hughes, não funcionava mais.
— Claro, você nunca diz nada de errado — respondi ironicamente.
— Nosso jantar é daqui três dias, não podemos cancelar o casamento. — Seus olhos me encaravam, ele queria dizer mais alguma coisa, mas estava pensando antes de falar. — Eu te amo, . Eu cometi um erro! — socou a bancada.
— Chega! — gritei e antes que eu percebesse, o copo que se encontrava na minha mão tinha acabado de se estilhaçar na parede bem atrás dele.
me encarava, sem acreditar.
Eu também estava surpresa com a minha atitude.
— Eu sei que eu errei... —A voz dele saiu como um sussurro. — Mas, somos amigos, antes de tudo.
Ri fracamente.
— Eis a questão — comecei a dizer, enquanto tentava controlar minha respiração. — Antes de tudo nós começamos como amigos, era legal, mas era tudo fingimento.
As palavras saiam frias da minha boca, eu estava despedaçada.
— Por favor. — fiz sinal para que ele se calasse.
Caminhei até e me aproximei o bastante para conseguir sentir seu hálito de menta.
— Cancele o casamento, o jantar...Tudo, pelo menos uma vez na vida, não seja covarde, — falei praticamente como um sussurro e sai da cozinha, antes que eu fizesse mais do que quase jogar um copo na cara dele.
Capítulo 1
Era estranho estar de volta. Ter passado um ano longe de Nova Iorque tinha sido bom para mim e me trazido muito crescimento, apesar de parecer pouco, em doze meses eu me descobri de uma forma que não tinha me descoberto em vinte e cinco anos, além de que, estar longe da família, amigos e pessoas que eu realmente conhecia e sabiam tudo sobre mim — além de estar fora da minha zona de conforto — me ensinou muito mais do que eu poderia expressar em palavras.
Eu estava feliz por estar de volta, mas também queria ter ficado na Alemanha, porém, minha família precisava de mim e eu não poderia deixá-los na mão depois de todo o suporte que eu recebi em um dos piores momentos da minha vida. Agora eu tinha decisões a tomar, pessoas a reencontrar e fantasmas do passado voltariam para me assombrar, mas antes de tudo, eu tinha algo importante para fazer, me tornar a nova direto da empresa da minha família.
Quando cheguei na sala de estar, meu pai e minha mãe já estavam tomando o café da manhã e falando sobre negócios como sempre. Eu quase tinha me esquecido como era ver os dois logo cedo discutindo coisas da H&P Entertainer e sobre como seria meu futuro dentro da empresa que eles passaram metade da vida deles se dedicando.
O um ano que eu tinha passado na Alemanha foi para relaxar, mas também foi de muito estudo e aprendizado para que eu pudesse tomar a diretoria quando voltasse. Aconteceu muito mais rápido do que eu esperava, mas eu estava preparada, já tinha adiado demais por motivos que nem gosto de lembrar e eu só queria iniciar essa nova fase da minha vida logo.
E no meio de tudo isso, só existia um problema, eu me tornaria chefe do meu ex-noivo. Que me traiu e me magoou de todas as formas, mas eu tinha me convencido de que deixaria esse problema de lado, eu era uma pessoa diferente agora, mais forte, mais decidida e que graças a ele sabia exatamente o que queria.
— Querida, está me ouvindo? — A voz da minha mãe me despertou dos meus pensamentos mais profundos, fazendo com que eu virasse para encará-la.
Ri fracamente.
— Desculpa, eu me distrai. — Afirmei enquanto colocava um pouco de café para mim.
— , você está preocupada, filha? — Meu pai perguntou de forma carinhosa, eu sabia exatamente ao que ele estava se referindo.
Levei a xícara até meus lábios e deu um gole, antes de responder.
— Por que eu estaria? — perguntei de forma calma.
Eu de fato, estava calma, reencontrar meu ex-noivo não me preocupada, não mais.
— Você sabe, filha. — Meu pai disse me encarando com compaixão, eu sabia que ele não queria dizer o nome e, de certa forma, isso me incomodava um pouco.
— Pai, eu já disse que está tudo bem. — Me levantei da mesa, não pretendia mesmo comer nada, um café preto estava ótimo. — Eu vou mais cedo para a empresa, o Sr. Price pediu para falar comigo.
Dei um beijo nos dois e peguei minha bolsa que estava presa a cadeira.
— Você tem certeza disso? — John, como chamava meu pai, continuou insistindo.
— Sim, estou ótima — afirmei enquanto jogava a alça da bolsa nos ombros. — Vejo vocês na reunião.
O caminho até a empresa foi tranquilo apesar de eu estar nervosa. Meu pai insistiu para que eu usasse o motorista, mas decidi dirigir para ficar um pouco sozinha e clarear minhas ideias antes de chegar, eu sabia que o Sr. Price — pai do , meu ex-noivo — queria falar comigo sobre o filho e como isso poderia impactar a partir do momento que eu assumisse a empresa e precisava estar preparada para isso. No fundo, ele não me preocupava muito, tanto ele quanto a esposa dele sempre foram muito bons comigo, inclusive quando o filho deles fez o que fez e eu nunca misturei as coisas.
Eles não tinham culpa pelas escolhas do filho.
Atravessei o hall percebendo os olhares sobre mim, muitas das pessoas ali sabiam da minha história com um dos filhos do dono e eu sabia que era por isso que me encaravam, mas ignorei, cumprimentando todos educadamente e fingindo que nem tinha notado e segui em direção ao elevador.
Assim que cheguei ao meu andar percebi que o prédio realmente não tinha mudado muito, tinham sido feitos apenas algumas modificações nas cores das salas e na decoração, que ficou muito mais sofisticado do que antes. Cumprimentei mais algumas pessoas enquanto me atentava aos detalhes e segui em direção a sala de reunião, ela ficava no final do imenso corredor que tinha no andar e era a maior do lugar.
Respirei fundo e levei minha mão a maçaneta que estava fria, e a virei na intenção de abrir, mas parei com a porta entre aberta ao ouvir vozes que vinham lá de dentro.
— Pai, você só pode estar de brincadeira... — Era a voz de , fazia tempo que eu não escutava, mas eu a reconhecia facilmente, tinha certeza de que pertencia a ele.
Escutei Peter, o pai de , bufar.
— Não vou discutir isso com você. — Peter disse com firmeza.
— Pai, a não pode ser a diretora da empresa. — Ele disse com firmeza.
Se fosse antes, eu ficaria completamente incrédula pelas palavras dele, mas já era de se esperar uma atitude como essa. Aparentemente, ele não tinha mudado nada nesse um ano.
— Por que, não? — Peter perguntou visivelmente irritado.
— Porque ela vai ser minha chefe, pai! — esbravejou e o vi levar a mão aos cabelos.
Eu queria entrar lá e mandar ele se foder, mas preferi continuar escutando, para saber até onde ele iria.
— Por ela ser uma mulher? — Peter perguntou incrédulo.
riu fracamente.
— Claro que não! — O meu ex-noivo respondeu com sinceridade. — Porque ela é minha ex-noiva, e acho que nunca vou superar isso, pai.
Peter encarou o filho enquanto eu observava tudo, obviamente sem acreditar em nenhuma palavra de .
— Você devia ter pensando nisso, antes de ir para cama com a melhor amiga dela as vésperas do casamento. — Peter disse com sinceridade e não pude deixar de sorrir.
— Pai...
— , fim de papo — pediu. — Hughes será a nova diretora da H&P Entertainer.
Era hora de eu acabar com aquilo e entrar na sala, então respirei fundo e entrei de uma só vez, como quem tinha acabado de chegar ali.
Os olhos de pararam em mim de imediato, e era bem nítido em seus olhos que apesar de ele saber que eu chegaria em algum momento, ele estava completamente surpreso por me ver. Eu não podia negar que também ficaria assim, principalmente devido as minhas mudanças, eu me sentia mais confiante agora e sabia que conseguia passar isso para as pessoas também, meu cabelo estava um pouco mais curto e a minha forma de se portar e vestir também tinham mudado.
Caminhei em direção a eles e dei um forte abraço em Peter, eu realmente tinha sentido muita falta dele e da mãe de que sempre foram tão bons comigo. Depois disso, me virei para que ainda me encarava completamente estático. Estava quase cômica aquela cena.
— Oi, . — Falei de forma calma, mas sem abraçá-lo ou ter qualquer contato.
Ele ainda me encarava.
— ? — Peter chamou pelo filho.
— Desculpa. — disse pela primeira vez, desde que eu tinha entrado na sala. — Oi, .
Ri fracamente.
— Eu vim porque você disse que queria falar comigo antes da reunião, Peter. — Afirmei desviando o olhar para o pai dele.
— Claro — Peter disse assentindo com a cabeça. — Você nos da licença, ?
apenas afirmou com a cabeça e seguiu em direção a saída da sala.
Me sentei em uma das cadeiras da enorme mesa e de lá eu conseguia ver a porta da sala, o que me dei a visão de um que parou ali para nos encarar —ou melhor, me encarar — por um instante, mas eu não sustentei aquele olhar e me concentrei em Peter que já tinha começado a falar comigo e depois disso, escutei a porta bater.
Ao contrário do que eu esperava, a conversa de Peter não tinha relação nenhuma com o filho dele. Ele apenas queria me dar as boas-vindas antes de fazer a reunião de posse e me dizer o quanto estava feliz por eu ter aceitado a proposta e que tinha certeza de que eu ia fazer um excelente trabalho como diretora. E devo dizer, que isso me deixou muito aliviada e satisfeita.
A reunião já tinha começado e eu estava levemente tensa. Havia passado metade da minha infância e minha adolescência inteira correndo por aqueles corredores, com pessoas me dizendo o tempo todo que um dia a responsabilidade de fazer o negócio da minha família crescer cada vez mais, e lá estava eu, a um passo de ver isso se tornar realidade.
Meu pai estava discursando sobre diversas coisas, mas eu não conseguia me concentrar em nada do que ele falava. Minha cabeça estava tomada pelas lembranças e por todas as vezes que eu pensei que esse dia demoraria tanto para chegar, sem falar que não parava de me encarar nem por um minuto e isso estava começando a me deixar desconfortável, eu teria que ter uma conversa madura com ele, para colocarmos uma pedra em tudo que aconteceu.
Precisávamos ser profissionais.
— Então, eu apresento a vocês, a minha filha. — Meu pai disse apontando para mim e me levantei de onde estava sentada. — Hughes, que será a nova diretora da H&P Entertainer.
Caminhei até ele e respirei fundo, todo mundo que estava ali na sala — que devia ser ao menos umas vinte pessoas — me encarava com uma grande expectativa.
— Bom, primeiro de tudo eu quero dizer que é um prazer estar aqui. — Fazer parte dessa empresa sempre foi meu maior sonho e queria agradecer, por todas as pessoas que estão me dando essa oportunidade.
Todos me encaravam com atenção.
— Eu estou muito feliz em assumir a diretoria e tenho certeza de que iremos fazer um ótimo trabalho juntos. — Dessa vez, meus olhos pararam em e ele tinha um meio sorriso no rosto. — Bom, muito obrigada por confiarem em mim.
Todas as pessoas que estavam sentadas se levantaram e me aplaudiram.
Pouco a pouco as pessoas caminharam na minha direção para me cumprimentar e em seguida foram saindo, de forma que a sala foi se esvaziando. E quanto todas as pessoas já tinham saído — exceto meus pais — da sala, eu aproveitei para me sentar um pouco e olhar ao redor, já que agora eu era oficialmente a nova diretora da H&P e essa sala passaria a ser um dos lugares em que eu ficaria a maior parte dos meus dias, fazendo projetos, reuniões e recebendo clientes.
Meus pais saíram logo em seguida depois de me desejarem parabéns e dizerem o quanto estavam felizes. Fechei meus olhos e respirei fundo, pensando em como minha vida estava há um ano e como ela estava agora e como seriam as coisas daqui para frente, tanto na minha vida pessoal, quanto na minha carreira profissional. Pela primeira vez eu me sentia inteiramente feliz e completa em todas as minhas decisões e nada, nem ninguém, poderia estragar isso.
Quase pulei de susto, quando abri meus olhos e dei de cara com em pé, me encarando.
Até este momento, eu não tinha me dado conta de como ele estava diferente. Seus cabelos estavam um pouco maiores, ele também tinha mudado a forma de se vestir e sua feição parecia um pouco mais séria do que antes, ou talvez, a última observação fosse consequência da minha presença. A julgar pela forma que ele reagiu ao saber que eu seria a nova diretora.
— Desculpa, eu não quis te assustar. — disse depois de um tempo, cortando meus pensamentos.
Apenas assenti e me levantei, na intenção de já sair da sala.
— Será que posso falar com você? — Escutei ele pedir e me virei para encará-lo.
Eu sabia que tínhamos que ter essa conversa e eu planejava fazer isso, mas primeiro queria aproveitar um pouco, antes de entrar de cabeça e começar a lidar com as consequências de me tornar chefe dele.
— Claro. — Afirmei, era melhor acabar com aquilo de uma vez.
Caminhei de volta para onde eu estava e me sentei.
— Legal — afirmou e se sentou em uma cadeira um pouco afastado de onde eu estava.
O olhar dele sobre mim era diferente de quando estávamos juntos. Ele parecia estar o tempo todo tentando entender o que se passava na minha cabeça e se demonstrava um pouco tenso com a minha presença.
— Então, sobre o que você quer falar comigo? — Perguntei, porque sabia que ele não iria iniciar a conversa e eu queria acabar com isso logo.
— Você está diferente — ele disse e permaneci encarando-o.
Eu não tinha nada para falar sobre isso.
— Esse um ano te fez bem. — continuou e respirei fundo.
— É sobre isso que queria falar comigo? — perguntei com sinceridade e sem raiva alguma. — Porque eu marquei de encontrar uma amiga e depois tenho que me arrumar para a festa de hoje à noite.
Teríamos uma festa de comemoração para minha nomeação.
— Só queria entender, como foi esse um ano.
Ri fracamente.
— Desculpa, , mas a minha vida deixou de te dizer respeito há muito tempo. — Afirmei com sinceridade e me levantei para sair dali.
Caminhei em direção a porta, mas parei e me virei para olhá-lo.
— Eu não quero que minha nomeação seja um problema, muito menos eu ser sua chefe. — Disse com sinceridade. — Não estou dizendo isso porque você merece alguma explicação, mas porque isso é o meu sonho e não vou permitir que você estrague meus planos de novo.
Minhas palavras eram firmes e eu senti como se tivesse passado desde a hora que o vi, com isso entalado na garganta.
— eu...
— Me deixa terminar. — Pedi com calma. — Sabe, eu sofri muito, mas desde quando você se foi. Eu posso respirar de novo.
Ele me encarava perplexo com as minhas palavras.
— Graças a vocês, agora eu tenho o que eu quero. — Afirmei. — Então, obrigada, .
— , só me deixa dizer... — começou a dizer, mas parou, como se não soubesse como se explicar
A verdade, é que eu não queria nenhuma explicação, então apenas assenti e caminhei em direção a porta.
— Nos vemos na festa! — falei e saí da sala.
Eu saí daquela sala me sentindo extremamente leve, eu não tinha mais nada para dizer a ele, todas as minhas palavras foram sinceras, eu realmente não queria que ele estragasse meus planos e muito menos que eu me tornar chefe dele fosse algum tipo de problema.
Sai da empresa e segui direto para o Blues Coffe, onde eu encontraria minha melhor amiga que não via há um ano. Eu estava realmente empolgada para reencontrá-las e saber sobre as novidades que eu tinha perdido nesses dozes meses, nós tínhamos mantido contato, mas falar pelo celular, e-mail, ligação, ou vídeo chamada nunca é a mesma coisa. Tudo é muito diferente quando conversamos pessoalmente, olho no olho.
Cheguei em exatos quinze minutos lá e minhas amigas já estavam sentadas em uma mesa um pouco afastada da entrada.
— Você está ótima! — Lisa, uma das minhas amigas, disse já me abraçando. — Eu senti tanto sua falta.
Sorri de forma simpática.
— Eu também! — Afirmei apertando-a no abraço e depois me soltei dela, para poder me sentar.
— me disse que você estava ótima mesmo, palavras do . — Lisa disse sorrindo. — Bem feito, para aquele babaca.
Ri fracamente.
— ? — perguntei curiosa.
e eu tivemos um leve envolvimento depois do meu término com , ele tinha amigos em comum com , mas os dois nunca foram exatamente amigos.
— É, ele chegou na cidade tem umas duas semanas. — Lisa disse de forma descontraída enquanto fazia sinal para um dos garçons. — Luke, o primo dele, disse que ligou para ele e como ele é bastante amigo do , acabou comentando a reação do babaca ao te ver.
Ri mais uma vez, Lisa nunca gostou de e agora eu achava até engraçado a forma como ela o chamava de babaca.
De fato, é o que ele era.
— Ai, Lisa, você continua a mesma. —Afirmei rindo.
— As senhoritas vão querer o quê? — O garçom que tinha acabado de se aproximar, perguntou de forma educada.
— Eu quero um café latte e um bolo branco. — Afirmei educadamente.
— Eu quero o mesmo. — Minha amiga disse e ele saiu rapidamente. — Então, como foi a nomeação da nova diretora da H&P Entertainer?
— Foi tudo calmo. — Falei com sinceridade.
Lisa revirou os olhos, ela queria detalhes.
— O que você quer saber, exatamente?
— ficou puto? — Lisa perguntou empolgada. — Adoraria ter visto a cara de otário dele.
Dessa vez, eu gargalhei.
— Lisa, você não presta — afirmei rindo. — Porém, sim, ele não gostou muito.
— Fala sério, depois de tudo que ele fez, ele ainda acha que tem o direito de reagir assim?
Ri fracamente.
— Acho que ele ainda me enxerga aquela garotinha apaixonada perdidamente por ele. — Comentei com sinceridade. — Eu até caí sabe, com aquela estúpida canção de amor.
Lisa me olhou com cumplicidade e colocou a mão sobre a minha.
— , isso não é verdade. — Afirmou Lisa. — Você o amava, se alguém caiu em algo, foi ele.
Sorri em agradecimento.
— Então, como estão as coisas aqui? — perguntei para mudar de assunto.
— Ah, bem chatas sem você.
O garçom chegou nessa hora trazendo nossas coisas e agradecemos.
— Também senti falta — afirmei. — Agora vou ficar de vez, prometo.
— Estamos torcendo por isso.
— Estão? — perguntei curiosa, por ela estar falando no plural.
— Eu estou grávida, ! — Minha amiga revelou e fiquei boquiaberta.
Sai de onde estava e me levantei para abraçá-la.
— Isso é incrível, Lisa. — Afirmei feliz e a soltei, voltando a me sentar e ela fez o mesmo.
— Eu sei. — Ela sorria de ponta a ponta. — Porém, eu estava falando de também.
Claro que ela estava.
Dei de ombros e tomei um pouco do meu café late.
— É sério, , ele ficou todo empolgado quando soube que você voltaria — Lisa afirmou.
Ri fracamente.
— Você deveria se dar uma chance.
— Como é? — perguntei rindo.
— Não estou falando para o amor. — Lisa disse de forma descontraída. — Só para umas fodas, mesmo.
— Lisa! — A repreendi — é seu irmão! — Ri.
— Isso não quer dizer, que ele não possa te proporcionar uma boa foda. — Lisa disse com toda sinceridade e ambas caímos na risada.
Passar o horário do almoço até o meio da tarde com Lisa tinha sido incrível. E por culpa dela, eu não conseguia tirar da minha cabeça nem por um minuto, eu estava parecendo uma adolescente deitada na minha cama lembrando de todos os momentos que passei com ele antes de decidir passar um ano na Alemanha.
Ele poderia ter sido alguém muito especial na minha vida, mas naquela época eu estava machucada demais para assumir qualquer relação com alguém. O que eu tive com foi muito forte e tudo foi tirado de mim de uma forma muito dolorosa, porque eu havia perdido não só o amor da minha vida, mas também a pessoa que eu achei que era uma das minhas melhores amigas.
Dei um pulo na cama, assim que escutei minha campainha tocar. Eu só queria descansar um pouco, mas pelo visto, isso não seria possível. Achei estranho que tivesse alguém me visitando no meu novo apartamento, afinal, eu não tinha passado o endereço para ninguém, apenas para Lisa, mas eu sabia que não era ela, pois ela disse que iria na casa do Jordan — marido dela — e que nos encontraríamos só na festa de hoje à noite.
Cogitei que poderia ser e senti uma leve irritação, mas fui pega se surpresa, assim que abri a porta.
— ? — Perguntei completamente surpresa.
Ele era a última pessoa que eu esperava receber no meu apartamento hoje.
— Oi, . — Ele disse calmamente com um sorriso no rosto. — Atrapalho?
Ri fracamente e dei passagem para ele.
— Não — afirmei, enquanto fechava a porta atrás de mim. — Eu só não esperava te receber aqui.
passou os olhos pela sala de estar e depois seu olhar caiu sobre mim. Ele tinha mudado um pouco, seu cabelo estava um pouco mais longo e seu corpo parecia mais malhado em comparação há um ano e não pude deixar de secá-lo.
— Você está bem? — perguntou, quebrando o silêncio e desviei meu olhar.
— Sim, só estou surpresa de te ver aqui — afirmei soltando um leve riso em seguida. — Aconteceu algo com a Lisa?
riu fracamente.
— Não, ela está bem, eu vim te ver mesmo. — Ele disse com sinceridade.
Senti meu coração disparar e engoli em seco.
— Vem, vamos nos sentar — falei apontando para o enorme sofá e me sentei, fazendo sinal para que ele se sentasse também.
— Você está linda. — afirmou enquanto se sentava ao meu lado, me pegando de surpresa.
A verdade, é que eu estava na minha forma mais natural possível. Sem maquiagem nenhuma e usando apenas um vestidinho solto.
— Obrigada — agradeci. — Você está ótimo.
abriu um sorriso largo sorriso.
— Eu realmente não quero ser indelicada — falei um pouco sem jeito. — Mas, o que você veio fazer aqui, ?
Ele se aproximou.
— Bom — começou a dizer e percebi que seus olhos estavam fixos em meus lábios — Você não respondeu mais as minhas mensagens, então tive que vir falar com você pessoalmente.
— Falar?
Os olhos dele passaram para os meus e permaneci encarando-o. Ele se aproximou ainda mais de mim e senti cada parte do meu corpo se arrepiar.
Os lábios dele encostaram o meu de forma rápida e logo ele pediu passagem para um beijo, que eu cedi sem pensar duas vezes. Não demorou muito para que suas mãos estivessem na parte nua da minha coxa e que eu levasse minhas mãos até o caço dele, cravando meus dedos ali e o puxando mais para perto na intenção de aprofundar o beijo entre nós.
aperto minha coxa com força e me puxou na direção dela se encostando no sofá e envolvi uma perna de cada lado dele, ficando montada em seu colo. Ele parou o beijo repentinamente entre nós e abriu um sorriso ao me encarar, mas logo voltou a atacar meus lábios com voracidade enquanto apertava minha coxa com força.
Levei minhas mãos até a barra da blusa dele e interrompi nosso beijo, puxando-a por entre os braços dele, que facilitou tudo ao levantá-los para que eu tirasse, dando a visão de seu troco e abdômen definido. Ele era gostoso. me encarava a todo momento, como se estivesse estudando cada atitude minha e aquilo estava me deixando ainda mais excitada.
Colei meus lábios ao dele mais uma vez, mas ele me afastou com delicadeza e o encarei intrigada.
— Algum problema? — perguntei um pouco ofegante.
levou uma das mãos até meu cabelo e colocou uma mexa atrás da minha orelha.
— Eu não quero que pense, que eu vim até aqui para isso — disse olhando nos meus olhos.
Ri fracamente.
— Cala boca, — falei em tom de brincadeira. — Por favor, depois falamos tudo isso, ta bom?
Ele riu e me jogou no sofá, caindo sobre mim. Ri com a atitude dele senti cada parte do meu corpo de acender quando vi ele levantar meu vestido e começar a distribuir beijos na minha barriga, até chegar nos meus seios já expostos, pois eu estava sem sutiã. Ele abriu um sorriso e levou os lábios até meus seios, começou passando a língua no bico fazendo com que eu me arrepiasse por completo e depois os abocanhou enquanto apertava minha coxa, me fazendo soltar leves gemidos.
As sensações que ele estava me proporcionando eram incríveis e eu não queria parar aquilo nunca, na verdade, eu queria ir mais além. Ele continuou abocanhando meus seios e logo desceu sua mão da minha coxa até a minha virilha e afastou minha calcinha, me penetrando de uma só vez com um dedo, me arrancando um gemido abafado enquanto eu puxava seus cabelos com força.
aumentou a intensidade dos dedos e os tirou, me penetrando em seguida com dois dedos. Ele tirou os lábios dos meus seios e seu olhar parou em mim, era fácil perceber que ele estava se deliciando ao me ver gemer e me contorcer com seus dedos dentro de mim me causando tamanho prazer, mas eu queria mais, eu precisava dele dentro de mim.
Ele pareceu perceber e tirou os dedos de dentro de mim.
se levantou e tirou as calças tão rápido que sua cueca saiu junto, fazendo com que seu membro já extremamente duro pulasse para fora e fiz sinal para que ele se sentasse no sofá novamente. Levantei do sofá e me ajoelhei bem de frente para ele e seu membro extremamente duro já pegando-o em minhas mãos e comecei a masturbá-lo, fazendo que soltasse um gemido abafado e jogasse a cabeça para trás.
Sorri com a reação dele e levei meus lábios até seu membro. Passei a língua primeiro por sua glande e logo senti ele estremecer, fiquei ali por um tempo, mas logo ele levou as mãos aos meus cabelos e entendi o que ele queria. Comecei colocando seu membro na minha boca devagar até tê-lo todo na minha boca e comecei a chupá-lo, aumentando a intensidade nas chupadas enquanto segurava minha cabeça pelos cabelos.
Enfiei todo seu membro na minha boca e o tirei dela, dando uma última chupada e passando a língua na sua cabeça, o que o fez gemer e me puxar para o colo dele. Ambos estávamos suados e ofegantes, mas nenhum de nós queria parar até que estivéssemos completamente saciados, então logo ele levou as mãos até o lado dele onde estava sua calça e pegou sua carteira, retirando uma camisinha dali.
Me levantei para que ele pudesse colocar a camisinha e assim que terminou, ele me segurou pela cintura e me posicionou em seu membro. Apoiei minhas mãos nos ombros dele e fui descendo em seu membro devagar, de um jeito que fez com que nós dois gemêssemos de prazer com a sensação. Era delicioso estar sendo preenchida por ele e logo comecei a rebolar com vontade em seu colo.
— Você é muito gostosa — disse enquanto me encarava.
Levei meus lábios ao dele e intensifiquei minhas reboladas enquanto ele apertava minha coxa e gemia entre os beijos. Nós éramos puro tesão e a única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era em como isso nem tinha acabado ainda e eu só queria poder repetir, muito mais vezes.
Não demorou muito, para que eu sentisse minha intimidade contrair no membro dele. Eu estava quase lá e ele pareceu perceber, pois levou as mãos até a minha bunda apertando-a e começou a se mover embaixo de mim de forma que me fez afastar meus lábios e soltar gemidos intensos em seu ouvido.
— Goza para mim, linda — sussurrou de uma forma rouca.
Senti cada parte do meu corpo estremecer logo em seguida, eu tinha chegado ao meu ápice, mas eu sabia que ele também estava quase lá e continuou me movimentando e aproveitando o prazer de ainda tê-lo dentro de mim. Logo ele também chegou ao prazer máximo dele e a sala do meu apartamento foi tomado por gemidos de prazer e espasmos, fazendo com que ambos caíssemos cansados sobre o sofá.
Eu estava extremamente ofegante e suada, mas satisfeita, como nunca tinha me sentido com ninguém, em muito tempo.
— ... — me chamou de forma calma.
Eu não queria que ele estragasse aquele momento, com mais um de seus discursos sobre eu não ser qualquer uma para ele. Eu sabia que não era, mas isso não tinha importância agora, então me levantei e estendi minha mão para ele, que me olhou confuso.
— Vamos tomar um banho — falei sorrindo.
Eu estava um pouco atrasada para a festa e meus pais já tinham me ligado algumas vezes, mas eu ainda precisava terminar de me arrumar. tinha ficado para tomar banho e decidimos que ele iria para festa junto comigo.
Depois de uma hora, finalmente eu estava pronta e satisfeita com a minha aparência. Eu tinha escolhido usar um vestido preto colado com mangas longas, onde tinham alguns strass e um salto alto preto, tudo bem básico, mas que ao mesmo tempo chamava atenção na medida certa. E o meu cabelo, eu escolhi apenas fazer alguns cachos e ir com ele solto e a maquiagem fiz apenas um delineado e passei um batom vermelho.
Eu estava preparada para avisar que já estava pronta, quando a campainha tocou.
— ? — perguntei confusa, ao abrir a porta.
— Oi, . — disse de forma calma. — Posso entrar?
— Eu estou indo para festa — afirmei já saindo, mas ele ficou parado na minha frente impedindo minha passagem. — Onde você já deveria estar.
— Eu queria conversar com você antes.
— , nós já falamos sobre isso — falei um pouco irritada.
Eu não queria perder a paciência com ele, mas parecia que ele estava disposto a testar ela.
— Por favor, eu juro que não vai tomar seu tempo — pediu de forma calma.
Bufei irritada e dei passagem para que ele entrasse, eu sabia que ele não ia desistir e eu queria acabar logo com isso.
— Preciso que seja rápido, já estou muito atrasada — afirmei.
passou por mim e levou a mão até os bolsos, enquanto me encarava.
— esteve aqui? — perguntou olhando para o chão e vi que tinha um chaveiro caído ali.
— Como sabe que esse chaveiro é dele? — perguntei por achar estranho.
— Bom, ele é irmão da minha cunhada, nos vemos bastante.
Eu quase tinha em esquecido que o marido de Lisa é irmão dele.
— Claro — afirmei. — Bom, sobre o que você quer falar?
se sentou no sofá em seguida, mas eu preferi ficar em pé.
— Eu queria dizer que sinto muito pelo que aconteceu. — disse me encarando, não era exatamente o que estava esperando ouvir.
— Só isso? — perguntei de forma seca.
Eu realmente não queria falar mais sobre isso, era passado, se ele estava arrependido ótimo. Que usasse isso no próximo relacionamento dele, ficar me pedindo desculpas e me fazer relembrar tudo que aconteceu não ia ajudar em nada.
— Eu só não consigo entender, eu achei que depois de conversarmos, você tinha decidido que poderíamos seguir em frente... — disse parecendo realmente incomodado com aquilo.
— , eu não quero trazer isso de volta.
— Eu achei que você tinha me perdoado — ele afirmou.
Respirei fundo.
— Bom, como eu posso dizer isso? — Perguntei de forma retórica. — Você me entusiasmou.
— Como assim?
— Escrevendo uma música para mim, no meu momento mais frágil. — Afirmei. — Eu até cai por aquela estúpida canção de amor.
— Não foi estúpida — ele disse baixo, como se fosse uma afirmação para si mesmo.
— Eu sempre quis você.
— É, mas desde que você se foi, eu nunca te ouvir dizer — comecei a dizer e desviei meu olhar dele. — Eu só quero estar com você.
Respirei fundo e caminhei até a porta, dando a entender que a conversa tinha acabado.
— Porém, não faz diferença, porque acho que você nunca se sentiu dessa maneira.
Ele caminhou até a porta, mas parou assim que viu descer as escadas.
— É por isso, que está me tratando assim? Vocês estão juntos? — perguntou visivelmente irritando.
Chega, aquilo já tinha passado dos limites.
— , você não tem direito de vir aqui e me questionar sobre a minha vida. — Falei irritada.
permaneceu em silêncio e eu agradeci por isso.
— Não acredito nisso. — Ele esbravejou.
— Você teve a sua chance e estragou isso. — Afirmei. — Transando com a minha melhor amiga.
deu um passo na minha direção.
— Por favor, ! — Pediu.
— Cala sua boca, eu já não posso aguentar. — Os olhos dele estavam arregalados com as minhas palavras, até eu estava surpresa, mas precisava ser firme. — Mais e mais uma vez, estou cansada das suas mentiras.
Ele deu um passo para trás e eu me virei para abrir a porta, não ia mais aturar aquilo.
— Vamos, ? — perguntei e o vi caminhar na minha direção.
passou pela porta e eu parei para encarar mais uma vez, agora ele estava sentado no meu sofá, parecia atordoado depois do que eu disse.
— Você pode ficar aí para se acalmar — falei firme. — Só não esquece de apagar a luz quando sair.
Bati a porta com força e segui para minha festa, agora definitivamente, eu poderia respirar pela primeira vez.
Eu estava feliz por estar de volta, mas também queria ter ficado na Alemanha, porém, minha família precisava de mim e eu não poderia deixá-los na mão depois de todo o suporte que eu recebi em um dos piores momentos da minha vida. Agora eu tinha decisões a tomar, pessoas a reencontrar e fantasmas do passado voltariam para me assombrar, mas antes de tudo, eu tinha algo importante para fazer, me tornar a nova direto da empresa da minha família.
Quando cheguei na sala de estar, meu pai e minha mãe já estavam tomando o café da manhã e falando sobre negócios como sempre. Eu quase tinha me esquecido como era ver os dois logo cedo discutindo coisas da H&P Entertainer e sobre como seria meu futuro dentro da empresa que eles passaram metade da vida deles se dedicando.
O um ano que eu tinha passado na Alemanha foi para relaxar, mas também foi de muito estudo e aprendizado para que eu pudesse tomar a diretoria quando voltasse. Aconteceu muito mais rápido do que eu esperava, mas eu estava preparada, já tinha adiado demais por motivos que nem gosto de lembrar e eu só queria iniciar essa nova fase da minha vida logo.
E no meio de tudo isso, só existia um problema, eu me tornaria chefe do meu ex-noivo. Que me traiu e me magoou de todas as formas, mas eu tinha me convencido de que deixaria esse problema de lado, eu era uma pessoa diferente agora, mais forte, mais decidida e que graças a ele sabia exatamente o que queria.
— Querida, está me ouvindo? — A voz da minha mãe me despertou dos meus pensamentos mais profundos, fazendo com que eu virasse para encará-la.
Ri fracamente.
— Desculpa, eu me distrai. — Afirmei enquanto colocava um pouco de café para mim.
— , você está preocupada, filha? — Meu pai perguntou de forma carinhosa, eu sabia exatamente ao que ele estava se referindo.
Levei a xícara até meus lábios e deu um gole, antes de responder.
— Por que eu estaria? — perguntei de forma calma.
Eu de fato, estava calma, reencontrar meu ex-noivo não me preocupada, não mais.
— Você sabe, filha. — Meu pai disse me encarando com compaixão, eu sabia que ele não queria dizer o nome e, de certa forma, isso me incomodava um pouco.
— Pai, eu já disse que está tudo bem. — Me levantei da mesa, não pretendia mesmo comer nada, um café preto estava ótimo. — Eu vou mais cedo para a empresa, o Sr. Price pediu para falar comigo.
Dei um beijo nos dois e peguei minha bolsa que estava presa a cadeira.
— Você tem certeza disso? — John, como chamava meu pai, continuou insistindo.
— Sim, estou ótima — afirmei enquanto jogava a alça da bolsa nos ombros. — Vejo vocês na reunião.
O caminho até a empresa foi tranquilo apesar de eu estar nervosa. Meu pai insistiu para que eu usasse o motorista, mas decidi dirigir para ficar um pouco sozinha e clarear minhas ideias antes de chegar, eu sabia que o Sr. Price — pai do , meu ex-noivo — queria falar comigo sobre o filho e como isso poderia impactar a partir do momento que eu assumisse a empresa e precisava estar preparada para isso. No fundo, ele não me preocupava muito, tanto ele quanto a esposa dele sempre foram muito bons comigo, inclusive quando o filho deles fez o que fez e eu nunca misturei as coisas.
Eles não tinham culpa pelas escolhas do filho.
Atravessei o hall percebendo os olhares sobre mim, muitas das pessoas ali sabiam da minha história com um dos filhos do dono e eu sabia que era por isso que me encaravam, mas ignorei, cumprimentando todos educadamente e fingindo que nem tinha notado e segui em direção ao elevador.
Assim que cheguei ao meu andar percebi que o prédio realmente não tinha mudado muito, tinham sido feitos apenas algumas modificações nas cores das salas e na decoração, que ficou muito mais sofisticado do que antes. Cumprimentei mais algumas pessoas enquanto me atentava aos detalhes e segui em direção a sala de reunião, ela ficava no final do imenso corredor que tinha no andar e era a maior do lugar.
Respirei fundo e levei minha mão a maçaneta que estava fria, e a virei na intenção de abrir, mas parei com a porta entre aberta ao ouvir vozes que vinham lá de dentro.
— Pai, você só pode estar de brincadeira... — Era a voz de , fazia tempo que eu não escutava, mas eu a reconhecia facilmente, tinha certeza de que pertencia a ele.
Escutei Peter, o pai de , bufar.
— Não vou discutir isso com você. — Peter disse com firmeza.
— Pai, a não pode ser a diretora da empresa. — Ele disse com firmeza.
Se fosse antes, eu ficaria completamente incrédula pelas palavras dele, mas já era de se esperar uma atitude como essa. Aparentemente, ele não tinha mudado nada nesse um ano.
— Por que, não? — Peter perguntou visivelmente irritado.
— Porque ela vai ser minha chefe, pai! — esbravejou e o vi levar a mão aos cabelos.
Eu queria entrar lá e mandar ele se foder, mas preferi continuar escutando, para saber até onde ele iria.
— Por ela ser uma mulher? — Peter perguntou incrédulo.
riu fracamente.
— Claro que não! — O meu ex-noivo respondeu com sinceridade. — Porque ela é minha ex-noiva, e acho que nunca vou superar isso, pai.
Peter encarou o filho enquanto eu observava tudo, obviamente sem acreditar em nenhuma palavra de .
— Você devia ter pensando nisso, antes de ir para cama com a melhor amiga dela as vésperas do casamento. — Peter disse com sinceridade e não pude deixar de sorrir.
— Pai...
— , fim de papo — pediu. — Hughes será a nova diretora da H&P Entertainer.
Era hora de eu acabar com aquilo e entrar na sala, então respirei fundo e entrei de uma só vez, como quem tinha acabado de chegar ali.
Os olhos de pararam em mim de imediato, e era bem nítido em seus olhos que apesar de ele saber que eu chegaria em algum momento, ele estava completamente surpreso por me ver. Eu não podia negar que também ficaria assim, principalmente devido as minhas mudanças, eu me sentia mais confiante agora e sabia que conseguia passar isso para as pessoas também, meu cabelo estava um pouco mais curto e a minha forma de se portar e vestir também tinham mudado.
Caminhei em direção a eles e dei um forte abraço em Peter, eu realmente tinha sentido muita falta dele e da mãe de que sempre foram tão bons comigo. Depois disso, me virei para que ainda me encarava completamente estático. Estava quase cômica aquela cena.
— Oi, . — Falei de forma calma, mas sem abraçá-lo ou ter qualquer contato.
Ele ainda me encarava.
— ? — Peter chamou pelo filho.
— Desculpa. — disse pela primeira vez, desde que eu tinha entrado na sala. — Oi, .
Ri fracamente.
— Eu vim porque você disse que queria falar comigo antes da reunião, Peter. — Afirmei desviando o olhar para o pai dele.
— Claro — Peter disse assentindo com a cabeça. — Você nos da licença, ?
apenas afirmou com a cabeça e seguiu em direção a saída da sala.
Me sentei em uma das cadeiras da enorme mesa e de lá eu conseguia ver a porta da sala, o que me dei a visão de um que parou ali para nos encarar —ou melhor, me encarar — por um instante, mas eu não sustentei aquele olhar e me concentrei em Peter que já tinha começado a falar comigo e depois disso, escutei a porta bater.
Ao contrário do que eu esperava, a conversa de Peter não tinha relação nenhuma com o filho dele. Ele apenas queria me dar as boas-vindas antes de fazer a reunião de posse e me dizer o quanto estava feliz por eu ter aceitado a proposta e que tinha certeza de que eu ia fazer um excelente trabalho como diretora. E devo dizer, que isso me deixou muito aliviada e satisfeita.
A reunião já tinha começado e eu estava levemente tensa. Havia passado metade da minha infância e minha adolescência inteira correndo por aqueles corredores, com pessoas me dizendo o tempo todo que um dia a responsabilidade de fazer o negócio da minha família crescer cada vez mais, e lá estava eu, a um passo de ver isso se tornar realidade.
Meu pai estava discursando sobre diversas coisas, mas eu não conseguia me concentrar em nada do que ele falava. Minha cabeça estava tomada pelas lembranças e por todas as vezes que eu pensei que esse dia demoraria tanto para chegar, sem falar que não parava de me encarar nem por um minuto e isso estava começando a me deixar desconfortável, eu teria que ter uma conversa madura com ele, para colocarmos uma pedra em tudo que aconteceu.
Precisávamos ser profissionais.
— Então, eu apresento a vocês, a minha filha. — Meu pai disse apontando para mim e me levantei de onde estava sentada. — Hughes, que será a nova diretora da H&P Entertainer.
Caminhei até ele e respirei fundo, todo mundo que estava ali na sala — que devia ser ao menos umas vinte pessoas — me encarava com uma grande expectativa.
— Bom, primeiro de tudo eu quero dizer que é um prazer estar aqui. — Fazer parte dessa empresa sempre foi meu maior sonho e queria agradecer, por todas as pessoas que estão me dando essa oportunidade.
Todos me encaravam com atenção.
— Eu estou muito feliz em assumir a diretoria e tenho certeza de que iremos fazer um ótimo trabalho juntos. — Dessa vez, meus olhos pararam em e ele tinha um meio sorriso no rosto. — Bom, muito obrigada por confiarem em mim.
Todas as pessoas que estavam sentadas se levantaram e me aplaudiram.
Pouco a pouco as pessoas caminharam na minha direção para me cumprimentar e em seguida foram saindo, de forma que a sala foi se esvaziando. E quanto todas as pessoas já tinham saído — exceto meus pais — da sala, eu aproveitei para me sentar um pouco e olhar ao redor, já que agora eu era oficialmente a nova diretora da H&P e essa sala passaria a ser um dos lugares em que eu ficaria a maior parte dos meus dias, fazendo projetos, reuniões e recebendo clientes.
Meus pais saíram logo em seguida depois de me desejarem parabéns e dizerem o quanto estavam felizes. Fechei meus olhos e respirei fundo, pensando em como minha vida estava há um ano e como ela estava agora e como seriam as coisas daqui para frente, tanto na minha vida pessoal, quanto na minha carreira profissional. Pela primeira vez eu me sentia inteiramente feliz e completa em todas as minhas decisões e nada, nem ninguém, poderia estragar isso.
Quase pulei de susto, quando abri meus olhos e dei de cara com em pé, me encarando.
Até este momento, eu não tinha me dado conta de como ele estava diferente. Seus cabelos estavam um pouco maiores, ele também tinha mudado a forma de se vestir e sua feição parecia um pouco mais séria do que antes, ou talvez, a última observação fosse consequência da minha presença. A julgar pela forma que ele reagiu ao saber que eu seria a nova diretora.
— Desculpa, eu não quis te assustar. — disse depois de um tempo, cortando meus pensamentos.
Apenas assenti e me levantei, na intenção de já sair da sala.
— Será que posso falar com você? — Escutei ele pedir e me virei para encará-lo.
Eu sabia que tínhamos que ter essa conversa e eu planejava fazer isso, mas primeiro queria aproveitar um pouco, antes de entrar de cabeça e começar a lidar com as consequências de me tornar chefe dele.
— Claro. — Afirmei, era melhor acabar com aquilo de uma vez.
Caminhei de volta para onde eu estava e me sentei.
— Legal — afirmou e se sentou em uma cadeira um pouco afastado de onde eu estava.
O olhar dele sobre mim era diferente de quando estávamos juntos. Ele parecia estar o tempo todo tentando entender o que se passava na minha cabeça e se demonstrava um pouco tenso com a minha presença.
— Então, sobre o que você quer falar comigo? — Perguntei, porque sabia que ele não iria iniciar a conversa e eu queria acabar com isso logo.
— Você está diferente — ele disse e permaneci encarando-o.
Eu não tinha nada para falar sobre isso.
— Esse um ano te fez bem. — continuou e respirei fundo.
— É sobre isso que queria falar comigo? — perguntei com sinceridade e sem raiva alguma. — Porque eu marquei de encontrar uma amiga e depois tenho que me arrumar para a festa de hoje à noite.
Teríamos uma festa de comemoração para minha nomeação.
— Só queria entender, como foi esse um ano.
Ri fracamente.
— Desculpa, , mas a minha vida deixou de te dizer respeito há muito tempo. — Afirmei com sinceridade e me levantei para sair dali.
Caminhei em direção a porta, mas parei e me virei para olhá-lo.
— Eu não quero que minha nomeação seja um problema, muito menos eu ser sua chefe. — Disse com sinceridade. — Não estou dizendo isso porque você merece alguma explicação, mas porque isso é o meu sonho e não vou permitir que você estrague meus planos de novo.
Minhas palavras eram firmes e eu senti como se tivesse passado desde a hora que o vi, com isso entalado na garganta.
— eu...
— Me deixa terminar. — Pedi com calma. — Sabe, eu sofri muito, mas desde quando você se foi. Eu posso respirar de novo.
Ele me encarava perplexo com as minhas palavras.
— Graças a vocês, agora eu tenho o que eu quero. — Afirmei. — Então, obrigada, .
— , só me deixa dizer... — começou a dizer, mas parou, como se não soubesse como se explicar
A verdade, é que eu não queria nenhuma explicação, então apenas assenti e caminhei em direção a porta.
— Nos vemos na festa! — falei e saí da sala.
Eu saí daquela sala me sentindo extremamente leve, eu não tinha mais nada para dizer a ele, todas as minhas palavras foram sinceras, eu realmente não queria que ele estragasse meus planos e muito menos que eu me tornar chefe dele fosse algum tipo de problema.
Sai da empresa e segui direto para o Blues Coffe, onde eu encontraria minha melhor amiga que não via há um ano. Eu estava realmente empolgada para reencontrá-las e saber sobre as novidades que eu tinha perdido nesses dozes meses, nós tínhamos mantido contato, mas falar pelo celular, e-mail, ligação, ou vídeo chamada nunca é a mesma coisa. Tudo é muito diferente quando conversamos pessoalmente, olho no olho.
Cheguei em exatos quinze minutos lá e minhas amigas já estavam sentadas em uma mesa um pouco afastada da entrada.
— Você está ótima! — Lisa, uma das minhas amigas, disse já me abraçando. — Eu senti tanto sua falta.
Sorri de forma simpática.
— Eu também! — Afirmei apertando-a no abraço e depois me soltei dela, para poder me sentar.
— me disse que você estava ótima mesmo, palavras do . — Lisa disse sorrindo. — Bem feito, para aquele babaca.
Ri fracamente.
— ? — perguntei curiosa.
e eu tivemos um leve envolvimento depois do meu término com , ele tinha amigos em comum com , mas os dois nunca foram exatamente amigos.
— É, ele chegou na cidade tem umas duas semanas. — Lisa disse de forma descontraída enquanto fazia sinal para um dos garçons. — Luke, o primo dele, disse que ligou para ele e como ele é bastante amigo do , acabou comentando a reação do babaca ao te ver.
Ri mais uma vez, Lisa nunca gostou de e agora eu achava até engraçado a forma como ela o chamava de babaca.
De fato, é o que ele era.
— Ai, Lisa, você continua a mesma. —Afirmei rindo.
— As senhoritas vão querer o quê? — O garçom que tinha acabado de se aproximar, perguntou de forma educada.
— Eu quero um café latte e um bolo branco. — Afirmei educadamente.
— Eu quero o mesmo. — Minha amiga disse e ele saiu rapidamente. — Então, como foi a nomeação da nova diretora da H&P Entertainer?
— Foi tudo calmo. — Falei com sinceridade.
Lisa revirou os olhos, ela queria detalhes.
— O que você quer saber, exatamente?
— ficou puto? — Lisa perguntou empolgada. — Adoraria ter visto a cara de otário dele.
Dessa vez, eu gargalhei.
— Lisa, você não presta — afirmei rindo. — Porém, sim, ele não gostou muito.
— Fala sério, depois de tudo que ele fez, ele ainda acha que tem o direito de reagir assim?
Ri fracamente.
— Acho que ele ainda me enxerga aquela garotinha apaixonada perdidamente por ele. — Comentei com sinceridade. — Eu até caí sabe, com aquela estúpida canção de amor.
Lisa me olhou com cumplicidade e colocou a mão sobre a minha.
— , isso não é verdade. — Afirmou Lisa. — Você o amava, se alguém caiu em algo, foi ele.
Sorri em agradecimento.
— Então, como estão as coisas aqui? — perguntei para mudar de assunto.
— Ah, bem chatas sem você.
O garçom chegou nessa hora trazendo nossas coisas e agradecemos.
— Também senti falta — afirmei. — Agora vou ficar de vez, prometo.
— Estamos torcendo por isso.
— Estão? — perguntei curiosa, por ela estar falando no plural.
— Eu estou grávida, ! — Minha amiga revelou e fiquei boquiaberta.
Sai de onde estava e me levantei para abraçá-la.
— Isso é incrível, Lisa. — Afirmei feliz e a soltei, voltando a me sentar e ela fez o mesmo.
— Eu sei. — Ela sorria de ponta a ponta. — Porém, eu estava falando de também.
Claro que ela estava.
Dei de ombros e tomei um pouco do meu café late.
— É sério, , ele ficou todo empolgado quando soube que você voltaria — Lisa afirmou.
Ri fracamente.
— Você deveria se dar uma chance.
— Como é? — perguntei rindo.
— Não estou falando para o amor. — Lisa disse de forma descontraída. — Só para umas fodas, mesmo.
— Lisa! — A repreendi — é seu irmão! — Ri.
— Isso não quer dizer, que ele não possa te proporcionar uma boa foda. — Lisa disse com toda sinceridade e ambas caímos na risada.
Passar o horário do almoço até o meio da tarde com Lisa tinha sido incrível. E por culpa dela, eu não conseguia tirar da minha cabeça nem por um minuto, eu estava parecendo uma adolescente deitada na minha cama lembrando de todos os momentos que passei com ele antes de decidir passar um ano na Alemanha.
Ele poderia ter sido alguém muito especial na minha vida, mas naquela época eu estava machucada demais para assumir qualquer relação com alguém. O que eu tive com foi muito forte e tudo foi tirado de mim de uma forma muito dolorosa, porque eu havia perdido não só o amor da minha vida, mas também a pessoa que eu achei que era uma das minhas melhores amigas.
Dei um pulo na cama, assim que escutei minha campainha tocar. Eu só queria descansar um pouco, mas pelo visto, isso não seria possível. Achei estranho que tivesse alguém me visitando no meu novo apartamento, afinal, eu não tinha passado o endereço para ninguém, apenas para Lisa, mas eu sabia que não era ela, pois ela disse que iria na casa do Jordan — marido dela — e que nos encontraríamos só na festa de hoje à noite.
Cogitei que poderia ser e senti uma leve irritação, mas fui pega se surpresa, assim que abri a porta.
— ? — Perguntei completamente surpresa.
Ele era a última pessoa que eu esperava receber no meu apartamento hoje.
— Oi, . — Ele disse calmamente com um sorriso no rosto. — Atrapalho?
Ri fracamente e dei passagem para ele.
— Não — afirmei, enquanto fechava a porta atrás de mim. — Eu só não esperava te receber aqui.
passou os olhos pela sala de estar e depois seu olhar caiu sobre mim. Ele tinha mudado um pouco, seu cabelo estava um pouco mais longo e seu corpo parecia mais malhado em comparação há um ano e não pude deixar de secá-lo.
— Você está bem? — perguntou, quebrando o silêncio e desviei meu olhar.
— Sim, só estou surpresa de te ver aqui — afirmei soltando um leve riso em seguida. — Aconteceu algo com a Lisa?
riu fracamente.
— Não, ela está bem, eu vim te ver mesmo. — Ele disse com sinceridade.
Senti meu coração disparar e engoli em seco.
— Vem, vamos nos sentar — falei apontando para o enorme sofá e me sentei, fazendo sinal para que ele se sentasse também.
— Você está linda. — afirmou enquanto se sentava ao meu lado, me pegando de surpresa.
A verdade, é que eu estava na minha forma mais natural possível. Sem maquiagem nenhuma e usando apenas um vestidinho solto.
— Obrigada — agradeci. — Você está ótimo.
abriu um sorriso largo sorriso.
— Eu realmente não quero ser indelicada — falei um pouco sem jeito. — Mas, o que você veio fazer aqui, ?
Ele se aproximou.
— Bom — começou a dizer e percebi que seus olhos estavam fixos em meus lábios — Você não respondeu mais as minhas mensagens, então tive que vir falar com você pessoalmente.
— Falar?
Os olhos dele passaram para os meus e permaneci encarando-o. Ele se aproximou ainda mais de mim e senti cada parte do meu corpo se arrepiar.
Os lábios dele encostaram o meu de forma rápida e logo ele pediu passagem para um beijo, que eu cedi sem pensar duas vezes. Não demorou muito para que suas mãos estivessem na parte nua da minha coxa e que eu levasse minhas mãos até o caço dele, cravando meus dedos ali e o puxando mais para perto na intenção de aprofundar o beijo entre nós.
aperto minha coxa com força e me puxou na direção dela se encostando no sofá e envolvi uma perna de cada lado dele, ficando montada em seu colo. Ele parou o beijo repentinamente entre nós e abriu um sorriso ao me encarar, mas logo voltou a atacar meus lábios com voracidade enquanto apertava minha coxa com força.
Levei minhas mãos até a barra da blusa dele e interrompi nosso beijo, puxando-a por entre os braços dele, que facilitou tudo ao levantá-los para que eu tirasse, dando a visão de seu troco e abdômen definido. Ele era gostoso. me encarava a todo momento, como se estivesse estudando cada atitude minha e aquilo estava me deixando ainda mais excitada.
Colei meus lábios ao dele mais uma vez, mas ele me afastou com delicadeza e o encarei intrigada.
— Algum problema? — perguntei um pouco ofegante.
levou uma das mãos até meu cabelo e colocou uma mexa atrás da minha orelha.
— Eu não quero que pense, que eu vim até aqui para isso — disse olhando nos meus olhos.
Ri fracamente.
— Cala boca, — falei em tom de brincadeira. — Por favor, depois falamos tudo isso, ta bom?
Ele riu e me jogou no sofá, caindo sobre mim. Ri com a atitude dele senti cada parte do meu corpo de acender quando vi ele levantar meu vestido e começar a distribuir beijos na minha barriga, até chegar nos meus seios já expostos, pois eu estava sem sutiã. Ele abriu um sorriso e levou os lábios até meus seios, começou passando a língua no bico fazendo com que eu me arrepiasse por completo e depois os abocanhou enquanto apertava minha coxa, me fazendo soltar leves gemidos.
As sensações que ele estava me proporcionando eram incríveis e eu não queria parar aquilo nunca, na verdade, eu queria ir mais além. Ele continuou abocanhando meus seios e logo desceu sua mão da minha coxa até a minha virilha e afastou minha calcinha, me penetrando de uma só vez com um dedo, me arrancando um gemido abafado enquanto eu puxava seus cabelos com força.
aumentou a intensidade dos dedos e os tirou, me penetrando em seguida com dois dedos. Ele tirou os lábios dos meus seios e seu olhar parou em mim, era fácil perceber que ele estava se deliciando ao me ver gemer e me contorcer com seus dedos dentro de mim me causando tamanho prazer, mas eu queria mais, eu precisava dele dentro de mim.
Ele pareceu perceber e tirou os dedos de dentro de mim.
se levantou e tirou as calças tão rápido que sua cueca saiu junto, fazendo com que seu membro já extremamente duro pulasse para fora e fiz sinal para que ele se sentasse no sofá novamente. Levantei do sofá e me ajoelhei bem de frente para ele e seu membro extremamente duro já pegando-o em minhas mãos e comecei a masturbá-lo, fazendo que soltasse um gemido abafado e jogasse a cabeça para trás.
Sorri com a reação dele e levei meus lábios até seu membro. Passei a língua primeiro por sua glande e logo senti ele estremecer, fiquei ali por um tempo, mas logo ele levou as mãos aos meus cabelos e entendi o que ele queria. Comecei colocando seu membro na minha boca devagar até tê-lo todo na minha boca e comecei a chupá-lo, aumentando a intensidade nas chupadas enquanto segurava minha cabeça pelos cabelos.
Enfiei todo seu membro na minha boca e o tirei dela, dando uma última chupada e passando a língua na sua cabeça, o que o fez gemer e me puxar para o colo dele. Ambos estávamos suados e ofegantes, mas nenhum de nós queria parar até que estivéssemos completamente saciados, então logo ele levou as mãos até o lado dele onde estava sua calça e pegou sua carteira, retirando uma camisinha dali.
Me levantei para que ele pudesse colocar a camisinha e assim que terminou, ele me segurou pela cintura e me posicionou em seu membro. Apoiei minhas mãos nos ombros dele e fui descendo em seu membro devagar, de um jeito que fez com que nós dois gemêssemos de prazer com a sensação. Era delicioso estar sendo preenchida por ele e logo comecei a rebolar com vontade em seu colo.
— Você é muito gostosa — disse enquanto me encarava.
Levei meus lábios ao dele e intensifiquei minhas reboladas enquanto ele apertava minha coxa e gemia entre os beijos. Nós éramos puro tesão e a única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era em como isso nem tinha acabado ainda e eu só queria poder repetir, muito mais vezes.
Não demorou muito, para que eu sentisse minha intimidade contrair no membro dele. Eu estava quase lá e ele pareceu perceber, pois levou as mãos até a minha bunda apertando-a e começou a se mover embaixo de mim de forma que me fez afastar meus lábios e soltar gemidos intensos em seu ouvido.
— Goza para mim, linda — sussurrou de uma forma rouca.
Senti cada parte do meu corpo estremecer logo em seguida, eu tinha chegado ao meu ápice, mas eu sabia que ele também estava quase lá e continuou me movimentando e aproveitando o prazer de ainda tê-lo dentro de mim. Logo ele também chegou ao prazer máximo dele e a sala do meu apartamento foi tomado por gemidos de prazer e espasmos, fazendo com que ambos caíssemos cansados sobre o sofá.
Eu estava extremamente ofegante e suada, mas satisfeita, como nunca tinha me sentido com ninguém, em muito tempo.
— ... — me chamou de forma calma.
Eu não queria que ele estragasse aquele momento, com mais um de seus discursos sobre eu não ser qualquer uma para ele. Eu sabia que não era, mas isso não tinha importância agora, então me levantei e estendi minha mão para ele, que me olhou confuso.
— Vamos tomar um banho — falei sorrindo.
Eu estava um pouco atrasada para a festa e meus pais já tinham me ligado algumas vezes, mas eu ainda precisava terminar de me arrumar. tinha ficado para tomar banho e decidimos que ele iria para festa junto comigo.
Depois de uma hora, finalmente eu estava pronta e satisfeita com a minha aparência. Eu tinha escolhido usar um vestido preto colado com mangas longas, onde tinham alguns strass e um salto alto preto, tudo bem básico, mas que ao mesmo tempo chamava atenção na medida certa. E o meu cabelo, eu escolhi apenas fazer alguns cachos e ir com ele solto e a maquiagem fiz apenas um delineado e passei um batom vermelho.
Eu estava preparada para avisar que já estava pronta, quando a campainha tocou.
— ? — perguntei confusa, ao abrir a porta.
— Oi, . — disse de forma calma. — Posso entrar?
— Eu estou indo para festa — afirmei já saindo, mas ele ficou parado na minha frente impedindo minha passagem. — Onde você já deveria estar.
— Eu queria conversar com você antes.
— , nós já falamos sobre isso — falei um pouco irritada.
Eu não queria perder a paciência com ele, mas parecia que ele estava disposto a testar ela.
— Por favor, eu juro que não vai tomar seu tempo — pediu de forma calma.
Bufei irritada e dei passagem para que ele entrasse, eu sabia que ele não ia desistir e eu queria acabar logo com isso.
— Preciso que seja rápido, já estou muito atrasada — afirmei.
passou por mim e levou a mão até os bolsos, enquanto me encarava.
— esteve aqui? — perguntou olhando para o chão e vi que tinha um chaveiro caído ali.
— Como sabe que esse chaveiro é dele? — perguntei por achar estranho.
— Bom, ele é irmão da minha cunhada, nos vemos bastante.
Eu quase tinha em esquecido que o marido de Lisa é irmão dele.
— Claro — afirmei. — Bom, sobre o que você quer falar?
se sentou no sofá em seguida, mas eu preferi ficar em pé.
— Eu queria dizer que sinto muito pelo que aconteceu. — disse me encarando, não era exatamente o que estava esperando ouvir.
— Só isso? — perguntei de forma seca.
Eu realmente não queria falar mais sobre isso, era passado, se ele estava arrependido ótimo. Que usasse isso no próximo relacionamento dele, ficar me pedindo desculpas e me fazer relembrar tudo que aconteceu não ia ajudar em nada.
— Eu só não consigo entender, eu achei que depois de conversarmos, você tinha decidido que poderíamos seguir em frente... — disse parecendo realmente incomodado com aquilo.
— , eu não quero trazer isso de volta.
— Eu achei que você tinha me perdoado — ele afirmou.
Respirei fundo.
— Bom, como eu posso dizer isso? — Perguntei de forma retórica. — Você me entusiasmou.
— Como assim?
— Escrevendo uma música para mim, no meu momento mais frágil. — Afirmei. — Eu até cai por aquela estúpida canção de amor.
— Não foi estúpida — ele disse baixo, como se fosse uma afirmação para si mesmo.
— Eu sempre quis você.
— É, mas desde que você se foi, eu nunca te ouvir dizer — comecei a dizer e desviei meu olhar dele. — Eu só quero estar com você.
Respirei fundo e caminhei até a porta, dando a entender que a conversa tinha acabado.
— Porém, não faz diferença, porque acho que você nunca se sentiu dessa maneira.
Ele caminhou até a porta, mas parou assim que viu descer as escadas.
— É por isso, que está me tratando assim? Vocês estão juntos? — perguntou visivelmente irritando.
Chega, aquilo já tinha passado dos limites.
— , você não tem direito de vir aqui e me questionar sobre a minha vida. — Falei irritada.
permaneceu em silêncio e eu agradeci por isso.
— Não acredito nisso. — Ele esbravejou.
— Você teve a sua chance e estragou isso. — Afirmei. — Transando com a minha melhor amiga.
deu um passo na minha direção.
— Por favor, ! — Pediu.
— Cala sua boca, eu já não posso aguentar. — Os olhos dele estavam arregalados com as minhas palavras, até eu estava surpresa, mas precisava ser firme. — Mais e mais uma vez, estou cansada das suas mentiras.
Ele deu um passo para trás e eu me virei para abrir a porta, não ia mais aturar aquilo.
— Vamos, ? — perguntei e o vi caminhar na minha direção.
passou pela porta e eu parei para encarar mais uma vez, agora ele estava sentado no meu sofá, parecia atordoado depois do que eu disse.
— Você pode ficar aí para se acalmar — falei firme. — Só não esquece de apagar a luz quando sair.
Bati a porta com força e segui para minha festa, agora definitivamente, eu poderia respirar pela primeira vez.
Fim
Nota da autora: Oi Lovers!
Estou muito feliz de ter participado desse ficstape e queria agradecer desde já. Eu criei muito carinho por essa short, ficou bem curtinho, mas acho que deu para aproveitar bastante a essência da música. Espero que gostem!
Kisses,
Vane
Outras Fanfics:
Oblivium (One direction - Em andamento - Restrita)
Euphoria (Originais - Em andamento - Restritas)
Road so far (Supernatural - Em andamento - Restritas)
Se tem uma coisa que eu amo nas histórias, é ver mulher foda saindo por cima e dando um pau em qualquer macho babaca e sem noção! Arrasou, Vanessa. Parabéns pela história!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Estou muito feliz de ter participado desse ficstape e queria agradecer desde já. Eu criei muito carinho por essa short, ficou bem curtinho, mas acho que deu para aproveitar bastante a essência da música. Espero que gostem!
Kisses,
Vane
Outras Fanfics:
Oblivium (One direction - Em andamento - Restrita)
Euphoria (Originais - Em andamento - Restritas)
Road so far (Supernatural - Em andamento - Restritas)
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