Capítulo Único
Relacionamentos são cansativos. Não que todos sejam ruins, mas alguns conseguem alcançar esse patamar. Sempre vão existir aqueles que te sugam toda a energia como a bateria viciada de um celular, onde não dura nem o dia inteiro por mais que carregue durante horas. Não é fácil chegar à conclusão de que separado é melhor do que junto. Se uma pessoa fora dos holofotes de Hollywood sofre com as dificuldades, imagina a atriz de uma série teen de sucesso e que está sendo admirada por milhares de pessoas diariamente. Sofre pressões do companheiro, fãs e da mídia, além das próprias.
E por ter vivido uma história assim com seu namorado por dois anos, ela chegou à triste conclusão de que seria melhor, cada um seguir seu próprio rumo. Desde então, tem passado longe dos relacionamentos ou qualquer envolvimento mais profundo. E parece que seu aparente desapego tem atraído os homens como mariposas que não resistem a uma lâmpada.
Obviamente, não iria deixar de aproveitar.
You all in your feelings, baby, all into me
Você está tão sentimental, querido, todo na minha
I'm one in a billion, baby, don't you agree?
Eu sou uma em um bilhão, querido, você não concorda?
- Parece que o Lucas ficou apaixonado por você. - folheou o roteiro em suas mãos com uma expressão de desinteresse, mas os olhos não escondiam a curiosidade.
bocejou enquanto rejeitava mais uma ligação no celular.
- Bobeira. - Encarou o amigo e voltou o olhar para o estúdio de gravação.
Aquele dia iriam gravar a cena que Joshua descobre que Aime é uma alienígena enviada para exterminar a raça humana e, de quebra, Ziggy - o parceiro dela - tentaria matar o humano. A série fazia muito sucesso e já estava na segunda temporada, o triângulo amoroso paranormal estampava muitas capas de revistas ao redor do mundo. Uma febre total. Muitos amavam o casal Aime e Joshua e outros, preferiam ela com Ziggy. Os fãs também torciam pelos atores na vida real, ela tentava se manter o mais neutra possível. Queria evitar problemas futuros com os colegas de cena.
interpretava o humano Joshua e era muito talentoso, conseguia ir de lágrimas às risadas em nanosegundos. Os olhos e cabelos castanhos, o rosto bonito e o sorriso carismático arrasava corações por onde passava. Pena que a carinha bonita escondia o homem impaciente e preguiçoso.
- está atrasado. - Pontuou o homem enquanto fechava o roteiro e cruzava as pernas, balançando-a impaciente. Bufou enquanto enrolava os papéis e começava a batucar na coxa, o barulho começando a irritar a atriz.
- Não, estou não. - Uma voz sedutora soou próxima a ela.
- Finalmente! - Ela exclamou aliviada enquanto recusava mais uma ligação e encarava o recém-chegado com uma expressão de gratidão.
- Nossa, também estou feliz de te ver. - Ele soou surpreso enquanto abria um grande sorriso, os olhos azuis divertidos enquanto estendia um copo de papel marrom.
Pegou agradecida e deu um gole no líquido quente.
- Estava ansiosa pelo meu café e agoniada com a impaciência do bonito. - Apontou para que revirou os olhos.
- Ei. - Reclamou enquanto se erguia da cadeira e se afastava dos colegas com uma expressão irritada.
Ambos viram o homem partir e tinham uma expressão de divertimento, começaram a rir.
ocupou a cadeira vazia que tinha o seu nome, deixando-a no meio com a de vazia ao seu lado.
- Essa impaciência dele me tira do sério. - O homem confessou tomando o café calmamente enquanto folheava o roteiro.
- Toda dia penso que estou acostumada, mas também consegue me tirar do sério.
- Ele não aceita um minuto de atraso. - Revirou os olhos, o sorriso mal intencionado brotando em seu rosto charmoso. - Falando em atrasos… - Inclinou-se na direção da cadeira da atriz.
Ela afastou o olhar do roteiro e o encarou com a testa franzida, não tinha entendido o que o homem pretendia. Sabia que aquele sorriso estonteante era o anúncio de uma tempestade. Enquanto um era o rei da impaciência, o outro era um poço de curiosidade e ironia.
se considerava a única sensata naquele trio. Ainda bem, ou o estúdio estaria de cabeça para baixo.
- Como foi o encontro? - Perguntou, os olhos atentos, mas o sorriso ainda estampado no rosto. O corpo masculino inclinado em sua direção, próximo o suficiente para sentir o perfume gostoso. Como adorava aquele cheiro! Sempre lhe dava vontade de encostar o nariz no pescoço e se deliciar com o aroma, além dos braços quentes.
- Ah, foi legal. - Deu de ombros e voltou a atenção para o roteiro.
O celular vibrou novamente com o nome Lucas no visor, ela xingou baixinho e desligou o celular, desistindo de ser paciente.
- Parece que a bola da vez ficou encaçapada. - Soltou irônico enquanto olhava-a desligar o celular.
Ela revirou os olhos.
- Pior de todas! - Bufou e se ergueu, seguindo o mesmo caminho que .
Ouviu passos atrás de si, seguindo-a até a mesa de lanches.
- O que foi? Estou mentindo? - Perguntou risonho enquanto pegava um pãozinho e enchia a boca.
- Qual foi a da vez? - perguntou rindo enquanto mastigava o pão.
revirou os olhos enquanto escolhia um cookie de chocolate e encarava os homens.
- Parece que a bola da vez ficou encaçapada. - Imitou uma voz grosseira com cara de deboche enquanto repetia a baboseira dita pelo ator.
O ator riu quase se engasgando, mas esforçou-se para ficar sério ao ver a expressão indignada da mulher.
- Péssimo, . A pior de todas até agora. - Soltou outra gargalhada.
- Desisto de vocês. - Rendeu-se e se afastou.
Os atores observaram a mulher se afastar, o que impediu que ela visse a expressão de admiração que compartilhavam.
- é tão… - tentou dizer, mas ficou sem ideia do que definiria os seus sentimentos.
- . - Completou com um sorriso de canto bobo.
Depois que o feitiço da distração foi afastado, ambos pareceram se dar conta do momento e se encararam, uma expressão que evidenciava a competição silenciosa que existia. Tinham ciência dos sentimentos que nutriam pela mulher e que pareciam deixá-los sempre no mesmo patamar, uma pena que ela fosse tão resistente em lhes dar uma oportunidade e por isso, continuavam à espreita sempre esperando a tão abençoada hora em que ela cederia.
Obviously, you know, I'm aware of that
Obviamente, você sabe, estou ciente disso
I'm breakin' hearts like a heart attack
Estou destruindo corações como um infarto
Got him right where the carat's at
Deixei ele exatamente onde está o quilate
Wrapped 'round my finger like a ring, ring, ring
Envolto no meu dedo como um anel, um anel, um anel
leu a mensagem de Noah Centineo e abriu um sorriso empolgado. Tinham se conhecido em um evento de uma marca em comum e foi match instantâneo. Depois de meses de conversa, finalmente as agendas tinham batido e iriam se encontrar no dia seguinte.
Depois de um longo dia de gravações, ela só queria ir para casa e dormir. Agarrou sua mochila e abriu a porta do trailer, mas parou no batente ao ver dois rostos ansiosos à sua espera.
- Não me digam que surgiu alguma cena extra? - Perguntou lamentosamente, a mão na maçaneta e o corpo preparado para se virar, voltar para o figurino.
- Não, não. - e começaram a negar ao mesmo tempo.
- Queria saber se… - ia dizer.
- Se quer uma carona. - finalizou rapidamente.
O rosto da atriz se iluminou e fechou a porta atrás de si, desceu os três degraus rapidamente animada.
- Claro, ! - Olhou-o agradecida.
O rapaz sorriu maravilhado.
Enquanto o outro ator soltou um suspiro derrotado, mas a expressão se tornou maliciosa e colocou as mãos nos bolsos.
- Foi só dessa vez. - Sussurrou ameaçadoramente para o rapaz.
A mulher não ouviu enquanto estava distraída com as mensagens do celular.
- É o que veremos. - Abriu um sorriso convencido, o que irritou o outro.
- Bom… - forçou uma expressão divertida enquanto encarava os colegas de elenco, a mulher olhou-o. - Nos vemos amanhã, meus amores.
riu.
- Também te amo, . - Sorriu achando graça.
Ele sorriu sem graça e coçou a nuca. Afastando-se com os ânimos agitados e o coração aos pulos. Poderia dançar até em casa enquanto uma tempestade caía do céu. A felicidade era tanto que se visse uma horda de paparazzi o aguardando na rua, ele pararia e acenaria com um sorriso enorme no rosto. O que era raro, claro.
Enquanto o ator partia, os colegas de elenco estavam alheios a felicidade dele.
- Quer que eu leve para você? - ofereceu enquanto apontava para a mochila.
- Ah, não precisa… - Ela digitou algo no celular e o encarou sorrindo sem graça.
- Sério.
- Okay. - Deu de ombros e sorriu agradecida, entregando. - Você é um doce, sério.
Ele sorriu timidamente enquanto pendurava a mochila em um dos ombros e passava as mãos no cabelo.
amava o cabelo do ator, principalmente, que ele usava na altura dos ombros e o deixava com uma aparência de hipster estiloso. Além dos fios terem um brilho e uma maciez que os dela não conseguia alcançar nem com uma hidratação semanal. Perdeu as contas de quantas vezes questionou sobre o que ele fazia, mas apenas dava de ombros e dizia que lavava com shampoo e água gelada. O que a irritava profundamente. Não era justo com as mulheres. E nos momentos que não estava tentando descobrir, ela só queria passar os dedos entre os fios e se deleitar com a maciez enquanto mergulhava nos olhos castanhos.
Como conseguia manter a sanidade enquanto trabalhava com colegas de elenco tão bonitos e que tinham personalidades tão diferentes? E sem cair de amores? Claro, as outras mariposas que não causavam nenhum risco para si mesma.
- Bom, chegamos. - Ele anunciou parecendo chateado.
- Minha música favorita. - Ela falou animada enquanto aumentava o som do carro e ouvia Ring da Selena Gomez, tentando acompanhar a cantoria.
a encarou com uma expressão de divertimento.
Ela encarou-o confusa enquanto abaixava o som, segurava a mochila e o celular.
- Por que essa cara?
- Nada. - Continuou com a mesma expressão, desviou o olhar para a frente do carro.
- Okay. - Ela riu e deu de ombros. Abriu a porta e colocou uma perna para fora, mas parou quando ouviu a voz do ator.
- Posso te perguntar uma coisa?
Sorriu simpática.
- Claro.
- Que tal sairmos uma hora dessas? - Viu bem ali, a expectativa no olhar e tornou-se receosa, compreendendo a situação e a importância daquela pergunta. Não sabia como negar, mas se fosse como amigos não seria ruim. Só que sabia muito bem que tipo de intenção e não conseguia lidar, mas não queria negar.
Abriu o melhor sorriso que pôde.
- Uma hora dessas. - Afirmou e piscou.
Fechou a porta atrás de si e acenou para ele. A expressão se tornou fechada ao ver um paparazzi fotografando o momento, revirou os olhos e entrou em casa. Daria uma hora para os fãs estarem surtando com as fotos de uma simples carona e as mil teorias sobre o suposto relacionamento que não existia. O lado da fama que detestava, mas sabia que estava incluso no pacote de ser uma estrela.
Assim que teve certeza que não podia ver sua expressão, comemorou com um soco no ar, o rosto estampando a vitória.
- Quero ver a cara do quando souber.
Um flash o assustou e viu o paparazzi próximo ao veículo, fotografando-o sem parar e perguntando repetidas vezes.
- Vocês estão juntos? Quando vão assumir?
- Somos amigos. - Respondeu com a expressão séria enquanto ligava o carro e dava a partida.
Felicidade deixando-o nas nuvens enquanto dirigia pelas avenidas até sua casa. As palavras da mulher rondando sua mente e algo começou a incomodar, mas não sabia bem o quê. Entretanto, preferiu ignorar a sensação e focar na alegria. Ligou novamente o rádio e deixou tocar a música favorita da atriz e a cada verso, começou a entender as palavras da mulher.
- Ah, … - Suspirou o nome num tom de divertimento.
They just like puppets on a string, string, string
Eles são como marionetes em uma corda, uma corda, uma corda
I put it down, they call me up
Eu pulo fora, eles me ligam
They doin' way too much
Eles estão demais
So I'll just let it ring, ring, ring (oh-oh)
Então eu vou deixar tocar, tocar, tocar (oh-oh)
- E aí… - cumprimentou com uma expressão de falso desinteresse, mas o outro sabia que o amigo estava se roendo de curiosidade. Viu-o ocupar a cadeira de ao invés da própria e folhear com tédio o roteiro.
Segurou a vontade de rir enquanto fingia ignorar o ator. Em algum momento, seria vencido por sua curiosidade e perguntaria o que o ator estava com a língua coçando para contar.
- Cadê a ? - Os olhos presos ao roteiro, a postura falsamente relaxada. Até cruzou as pernas.
Levantou o olhar e avistou a mulher com seu figurino, metros de distância, conversando empolgada com o diretor da série e outros colegas de elenco. Não conseguiu evitar sorrir em apreciação e como se numa conexão, ela se virou e flagrou-o, um sorriso divertido se abriu e durou poucos segundos, até que voltou a conversa com o diretor.
- Está conversando com o Greg.
O ator deu de ombros e encarou , a expressão ameaçadora. Jogou o peso do corpo todo na direção do ator e os olhos azuis estavam gélidos.
- Desembucha. - Foi direto ao ponto, o que agradou ao outro.
Forçou um suspiro de desinteresse e continuou com os olhos no roteiro.
- Não tem o que dizer, .
Ouviu-o resmungar irritado.
- Está estampado na sua cara que tem algo para se vangloriar.
O ator, finalmente, resolveu encará-lo. Fechou o roteiro, soltou mais um suspiro dramático e abriu o sorriso mais convencido do mundo. Encarou diretamente aqueles olhos azuis ameaçadores e deu alguns segundos para o rapaz entender o recado. Logo, a expressão tornou-se temerosa.
- Ela aceitou sair comigo uma hora dessas. - Revelou, a postura de triunfo, mas que foi se desfazendo conforme ouvia o outro gargalhar divertido. - Não entendi a piada.
- Ai, cara! Achei que ia me dizer que tinha se declarado com todo tipo de melação e promessas de amor eterno… - Riu novamente, o rosto vermelho. Respirou fundo algumas vezes tentando se acalmar. - E você me diz que ela aceitou sair com você uma hora dessas. - Voltou a gargalhar, irritando o amigo.
- E qual o problema? - Perguntou ofendido.
debochou.
- O problema que ela não te disse quando.
deu de ombros.
- Ela me disse que aconteceria e o quando não importa. Saber que tenho chance já me satisfaz. - Sorriu tranquilo e deu de ombros.
O que irritou o outro profundamente.
- Eu não sou esse tipo de cara. Gosto de tudo muito claro, preto no branco, oito ou 80…
O outro encarou-o com uma expressão que misturava deboche e diversão.
- Nossa! Quanta determinação uma hora dessas… - ironizou repentinamente ao se aproximar dos atores, a expressão divertida, mas os olhos atentos. Suspeitava sobre o assunto da conversa e o desejo de saber que estava certa fez com que se aproximasse, mesmo que os seus instintos gritassem para que mantivesse distância.
Ignorou o fato de o ator ocupar sua cadeira e sentou na dele, ficando com ambos sentados no seu lado direito. Virou, encarando-os curiosamente, o queixo descansando na mão, as pernas cruzadas.
- Posso saber qual o motivo desse discurso?
Enquanto segurou a risada, o outro abriu e fechou a boca feito um peixe - sem sair qualquer som -, a expressão de desespero.
- Não vão me contar? - Fez um biquinho decepcionado. - Vocês estão começando com essa palhaçada de me excluírem das conversas? Tudo isso por não aceitarem o fato de eu carregar essa série nas costas. - Fingiu a expressão triste.
coçou a nuca sem graça.
O outro, riu divertido.
- Eu conto ou você conta?
- , me disse que você aceitou sair com ele uma hora dessas…
- E? - Ela perguntou com um olhar astuto. - Ah, o discurso sobre ser preto no branco, oito ou 80… - Começou a enumerar com os dedos, diversão estampada em seu rosto.
- Quando isso vai acontecer?
Ela deu de ombros e repetiu: - Uma hora dessas. - Sorriu para que retribuiu.
- Isso é muito amplo…
- , quem tem que estar… - Foi interrompido.
- Não, esse não é o problema…
soltou um suspiro cansado enquanto pegava o celular e recusava a ligação de Malcom. Voltou a encarar os atores, a expressão séria.
- O problema é que você não quer aceitar o fato de que eu estou aberta a possibilidade de sair com o .
- Não… - Tentou se defender, mas foi interrompido pela atriz.
- Se tranquiliza o seu coração e se encerra esse assunto, eu também sairia com você uma hora dessas. - Soltou com um sorriso esperto, ergueu-se da cadeira e viu a expressão de espanto de .
Decidiu que o melhor seria deixá-lo digerir aquela realidade, mesmo que a possibilidade sair com ambos estivesse muito longe de acontecer. Quem sabe no dia em que a série acabasse? A verdade é que seria incapaz de escolher entre os dois e o dia que se envolvesse com um deles, talvez não estivesse pronta para seguir por um caminho mais sério.
- Não vai perguntar quando? - provocou enquanto ria.
revirou os olhos.
- Cadê o seu discurso sobre ser preto no branco? - Provocou.
- Se você pode se contentar com a possibilidade, eu também posso.
sorriu divertida enquanto se afastava.
They just like puppets on a string, string, string
Eles são como marionetes em uma corda, uma corda, uma corda
I put it down, they call me up
Eu pulo fora, eles me ligam
They doin' way too much
Eles estão demais
So I'll just let it ring, ring, ring (oh-oh)
Então eu vou deixar tocar, tocar, tocar (oh-oh)
E por ter vivido uma história assim com seu namorado por dois anos, ela chegou à triste conclusão de que seria melhor, cada um seguir seu próprio rumo. Desde então, tem passado longe dos relacionamentos ou qualquer envolvimento mais profundo. E parece que seu aparente desapego tem atraído os homens como mariposas que não resistem a uma lâmpada.
Obviamente, não iria deixar de aproveitar.
Você está tão sentimental, querido, todo na minha
I'm one in a billion, baby, don't you agree?
Eu sou uma em um bilhão, querido, você não concorda?
- Parece que o Lucas ficou apaixonado por você. - folheou o roteiro em suas mãos com uma expressão de desinteresse, mas os olhos não escondiam a curiosidade.
bocejou enquanto rejeitava mais uma ligação no celular.
- Bobeira. - Encarou o amigo e voltou o olhar para o estúdio de gravação.
Aquele dia iriam gravar a cena que Joshua descobre que Aime é uma alienígena enviada para exterminar a raça humana e, de quebra, Ziggy - o parceiro dela - tentaria matar o humano. A série fazia muito sucesso e já estava na segunda temporada, o triângulo amoroso paranormal estampava muitas capas de revistas ao redor do mundo. Uma febre total. Muitos amavam o casal Aime e Joshua e outros, preferiam ela com Ziggy. Os fãs também torciam pelos atores na vida real, ela tentava se manter o mais neutra possível. Queria evitar problemas futuros com os colegas de cena.
interpretava o humano Joshua e era muito talentoso, conseguia ir de lágrimas às risadas em nanosegundos. Os olhos e cabelos castanhos, o rosto bonito e o sorriso carismático arrasava corações por onde passava. Pena que a carinha bonita escondia o homem impaciente e preguiçoso.
- está atrasado. - Pontuou o homem enquanto fechava o roteiro e cruzava as pernas, balançando-a impaciente. Bufou enquanto enrolava os papéis e começava a batucar na coxa, o barulho começando a irritar a atriz.
- Não, estou não. - Uma voz sedutora soou próxima a ela.
- Finalmente! - Ela exclamou aliviada enquanto recusava mais uma ligação e encarava o recém-chegado com uma expressão de gratidão.
- Nossa, também estou feliz de te ver. - Ele soou surpreso enquanto abria um grande sorriso, os olhos azuis divertidos enquanto estendia um copo de papel marrom.
Pegou agradecida e deu um gole no líquido quente.
- Estava ansiosa pelo meu café e agoniada com a impaciência do bonito. - Apontou para que revirou os olhos.
- Ei. - Reclamou enquanto se erguia da cadeira e se afastava dos colegas com uma expressão irritada.
Ambos viram o homem partir e tinham uma expressão de divertimento, começaram a rir.
ocupou a cadeira vazia que tinha o seu nome, deixando-a no meio com a de vazia ao seu lado.
- Essa impaciência dele me tira do sério. - O homem confessou tomando o café calmamente enquanto folheava o roteiro.
- Toda dia penso que estou acostumada, mas também consegue me tirar do sério.
- Ele não aceita um minuto de atraso. - Revirou os olhos, o sorriso mal intencionado brotando em seu rosto charmoso. - Falando em atrasos… - Inclinou-se na direção da cadeira da atriz.
Ela afastou o olhar do roteiro e o encarou com a testa franzida, não tinha entendido o que o homem pretendia. Sabia que aquele sorriso estonteante era o anúncio de uma tempestade. Enquanto um era o rei da impaciência, o outro era um poço de curiosidade e ironia.
se considerava a única sensata naquele trio. Ainda bem, ou o estúdio estaria de cabeça para baixo.
- Como foi o encontro? - Perguntou, os olhos atentos, mas o sorriso ainda estampado no rosto. O corpo masculino inclinado em sua direção, próximo o suficiente para sentir o perfume gostoso. Como adorava aquele cheiro! Sempre lhe dava vontade de encostar o nariz no pescoço e se deliciar com o aroma, além dos braços quentes.
- Ah, foi legal. - Deu de ombros e voltou a atenção para o roteiro.
O celular vibrou novamente com o nome Lucas no visor, ela xingou baixinho e desligou o celular, desistindo de ser paciente.
- Parece que a bola da vez ficou encaçapada. - Soltou irônico enquanto olhava-a desligar o celular.
Ela revirou os olhos.
- Pior de todas! - Bufou e se ergueu, seguindo o mesmo caminho que .
Ouviu passos atrás de si, seguindo-a até a mesa de lanches.
- O que foi? Estou mentindo? - Perguntou risonho enquanto pegava um pãozinho e enchia a boca.
- Qual foi a da vez? - perguntou rindo enquanto mastigava o pão.
revirou os olhos enquanto escolhia um cookie de chocolate e encarava os homens.
- Parece que a bola da vez ficou encaçapada. - Imitou uma voz grosseira com cara de deboche enquanto repetia a baboseira dita pelo ator.
O ator riu quase se engasgando, mas esforçou-se para ficar sério ao ver a expressão indignada da mulher.
- Péssimo, . A pior de todas até agora. - Soltou outra gargalhada.
- Desisto de vocês. - Rendeu-se e se afastou.
Os atores observaram a mulher se afastar, o que impediu que ela visse a expressão de admiração que compartilhavam.
- é tão… - tentou dizer, mas ficou sem ideia do que definiria os seus sentimentos.
- . - Completou com um sorriso de canto bobo.
Depois que o feitiço da distração foi afastado, ambos pareceram se dar conta do momento e se encararam, uma expressão que evidenciava a competição silenciosa que existia. Tinham ciência dos sentimentos que nutriam pela mulher e que pareciam deixá-los sempre no mesmo patamar, uma pena que ela fosse tão resistente em lhes dar uma oportunidade e por isso, continuavam à espreita sempre esperando a tão abençoada hora em que ela cederia.
Obviamente, você sabe, estou ciente disso
I'm breakin' hearts like a heart attack
Estou destruindo corações como um infarto
Got him right where the carat's at
Deixei ele exatamente onde está o quilate
Wrapped 'round my finger like a ring, ring, ring
Envolto no meu dedo como um anel, um anel, um anel
leu a mensagem de Noah Centineo e abriu um sorriso empolgado. Tinham se conhecido em um evento de uma marca em comum e foi match instantâneo. Depois de meses de conversa, finalmente as agendas tinham batido e iriam se encontrar no dia seguinte.
Depois de um longo dia de gravações, ela só queria ir para casa e dormir. Agarrou sua mochila e abriu a porta do trailer, mas parou no batente ao ver dois rostos ansiosos à sua espera.
- Não me digam que surgiu alguma cena extra? - Perguntou lamentosamente, a mão na maçaneta e o corpo preparado para se virar, voltar para o figurino.
- Não, não. - e começaram a negar ao mesmo tempo.
- Queria saber se… - ia dizer.
- Se quer uma carona. - finalizou rapidamente.
O rosto da atriz se iluminou e fechou a porta atrás de si, desceu os três degraus rapidamente animada.
- Claro, ! - Olhou-o agradecida.
O rapaz sorriu maravilhado.
Enquanto o outro ator soltou um suspiro derrotado, mas a expressão se tornou maliciosa e colocou as mãos nos bolsos.
- Foi só dessa vez. - Sussurrou ameaçadoramente para o rapaz.
A mulher não ouviu enquanto estava distraída com as mensagens do celular.
- É o que veremos. - Abriu um sorriso convencido, o que irritou o outro.
- Bom… - forçou uma expressão divertida enquanto encarava os colegas de elenco, a mulher olhou-o. - Nos vemos amanhã, meus amores.
riu.
- Também te amo, . - Sorriu achando graça.
Ele sorriu sem graça e coçou a nuca. Afastando-se com os ânimos agitados e o coração aos pulos. Poderia dançar até em casa enquanto uma tempestade caía do céu. A felicidade era tanto que se visse uma horda de paparazzi o aguardando na rua, ele pararia e acenaria com um sorriso enorme no rosto. O que era raro, claro.
Enquanto o ator partia, os colegas de elenco estavam alheios a felicidade dele.
- Quer que eu leve para você? - ofereceu enquanto apontava para a mochila.
- Ah, não precisa… - Ela digitou algo no celular e o encarou sorrindo sem graça.
- Sério.
- Okay. - Deu de ombros e sorriu agradecida, entregando. - Você é um doce, sério.
Ele sorriu timidamente enquanto pendurava a mochila em um dos ombros e passava as mãos no cabelo.
amava o cabelo do ator, principalmente, que ele usava na altura dos ombros e o deixava com uma aparência de hipster estiloso. Além dos fios terem um brilho e uma maciez que os dela não conseguia alcançar nem com uma hidratação semanal. Perdeu as contas de quantas vezes questionou sobre o que ele fazia, mas apenas dava de ombros e dizia que lavava com shampoo e água gelada. O que a irritava profundamente. Não era justo com as mulheres. E nos momentos que não estava tentando descobrir, ela só queria passar os dedos entre os fios e se deleitar com a maciez enquanto mergulhava nos olhos castanhos.
Como conseguia manter a sanidade enquanto trabalhava com colegas de elenco tão bonitos e que tinham personalidades tão diferentes? E sem cair de amores? Claro, as outras mariposas que não causavam nenhum risco para si mesma.
- Bom, chegamos. - Ele anunciou parecendo chateado.
- Minha música favorita. - Ela falou animada enquanto aumentava o som do carro e ouvia Ring da Selena Gomez, tentando acompanhar a cantoria.
a encarou com uma expressão de divertimento.
Ela encarou-o confusa enquanto abaixava o som, segurava a mochila e o celular.
- Por que essa cara?
- Nada. - Continuou com a mesma expressão, desviou o olhar para a frente do carro.
- Okay. - Ela riu e deu de ombros. Abriu a porta e colocou uma perna para fora, mas parou quando ouviu a voz do ator.
- Posso te perguntar uma coisa?
Sorriu simpática.
- Claro.
- Que tal sairmos uma hora dessas? - Viu bem ali, a expectativa no olhar e tornou-se receosa, compreendendo a situação e a importância daquela pergunta. Não sabia como negar, mas se fosse como amigos não seria ruim. Só que sabia muito bem que tipo de intenção e não conseguia lidar, mas não queria negar.
Abriu o melhor sorriso que pôde.
- Uma hora dessas. - Afirmou e piscou.
Fechou a porta atrás de si e acenou para ele. A expressão se tornou fechada ao ver um paparazzi fotografando o momento, revirou os olhos e entrou em casa. Daria uma hora para os fãs estarem surtando com as fotos de uma simples carona e as mil teorias sobre o suposto relacionamento que não existia. O lado da fama que detestava, mas sabia que estava incluso no pacote de ser uma estrela.
Assim que teve certeza que não podia ver sua expressão, comemorou com um soco no ar, o rosto estampando a vitória.
- Quero ver a cara do quando souber.
Um flash o assustou e viu o paparazzi próximo ao veículo, fotografando-o sem parar e perguntando repetidas vezes.
- Vocês estão juntos? Quando vão assumir?
- Somos amigos. - Respondeu com a expressão séria enquanto ligava o carro e dava a partida.
Felicidade deixando-o nas nuvens enquanto dirigia pelas avenidas até sua casa. As palavras da mulher rondando sua mente e algo começou a incomodar, mas não sabia bem o quê. Entretanto, preferiu ignorar a sensação e focar na alegria. Ligou novamente o rádio e deixou tocar a música favorita da atriz e a cada verso, começou a entender as palavras da mulher.
- Ah, … - Suspirou o nome num tom de divertimento.
Eles são como marionetes em uma corda, uma corda, uma corda
I put it down, they call me up
Eu pulo fora, eles me ligam
They doin' way too much
Eles estão demais
So I'll just let it ring, ring, ring (oh-oh)
Então eu vou deixar tocar, tocar, tocar (oh-oh)
- E aí… - cumprimentou com uma expressão de falso desinteresse, mas o outro sabia que o amigo estava se roendo de curiosidade. Viu-o ocupar a cadeira de ao invés da própria e folhear com tédio o roteiro.
Segurou a vontade de rir enquanto fingia ignorar o ator. Em algum momento, seria vencido por sua curiosidade e perguntaria o que o ator estava com a língua coçando para contar.
- Cadê a ? - Os olhos presos ao roteiro, a postura falsamente relaxada. Até cruzou as pernas.
Levantou o olhar e avistou a mulher com seu figurino, metros de distância, conversando empolgada com o diretor da série e outros colegas de elenco. Não conseguiu evitar sorrir em apreciação e como se numa conexão, ela se virou e flagrou-o, um sorriso divertido se abriu e durou poucos segundos, até que voltou a conversa com o diretor.
- Está conversando com o Greg.
O ator deu de ombros e encarou , a expressão ameaçadora. Jogou o peso do corpo todo na direção do ator e os olhos azuis estavam gélidos.
- Desembucha. - Foi direto ao ponto, o que agradou ao outro.
Forçou um suspiro de desinteresse e continuou com os olhos no roteiro.
- Não tem o que dizer, .
Ouviu-o resmungar irritado.
- Está estampado na sua cara que tem algo para se vangloriar.
O ator, finalmente, resolveu encará-lo. Fechou o roteiro, soltou mais um suspiro dramático e abriu o sorriso mais convencido do mundo. Encarou diretamente aqueles olhos azuis ameaçadores e deu alguns segundos para o rapaz entender o recado. Logo, a expressão tornou-se temerosa.
- Ela aceitou sair comigo uma hora dessas. - Revelou, a postura de triunfo, mas que foi se desfazendo conforme ouvia o outro gargalhar divertido. - Não entendi a piada.
- Ai, cara! Achei que ia me dizer que tinha se declarado com todo tipo de melação e promessas de amor eterno… - Riu novamente, o rosto vermelho. Respirou fundo algumas vezes tentando se acalmar. - E você me diz que ela aceitou sair com você uma hora dessas. - Voltou a gargalhar, irritando o amigo.
- E qual o problema? - Perguntou ofendido.
debochou.
- O problema que ela não te disse quando.
deu de ombros.
- Ela me disse que aconteceria e o quando não importa. Saber que tenho chance já me satisfaz. - Sorriu tranquilo e deu de ombros.
O que irritou o outro profundamente.
- Eu não sou esse tipo de cara. Gosto de tudo muito claro, preto no branco, oito ou 80…
O outro encarou-o com uma expressão que misturava deboche e diversão.
- Nossa! Quanta determinação uma hora dessas… - ironizou repentinamente ao se aproximar dos atores, a expressão divertida, mas os olhos atentos. Suspeitava sobre o assunto da conversa e o desejo de saber que estava certa fez com que se aproximasse, mesmo que os seus instintos gritassem para que mantivesse distância.
Ignorou o fato de o ator ocupar sua cadeira e sentou na dele, ficando com ambos sentados no seu lado direito. Virou, encarando-os curiosamente, o queixo descansando na mão, as pernas cruzadas.
- Posso saber qual o motivo desse discurso?
Enquanto segurou a risada, o outro abriu e fechou a boca feito um peixe - sem sair qualquer som -, a expressão de desespero.
- Não vão me contar? - Fez um biquinho decepcionado. - Vocês estão começando com essa palhaçada de me excluírem das conversas? Tudo isso por não aceitarem o fato de eu carregar essa série nas costas. - Fingiu a expressão triste.
coçou a nuca sem graça.
O outro, riu divertido.
- Eu conto ou você conta?
- , me disse que você aceitou sair com ele uma hora dessas…
- E? - Ela perguntou com um olhar astuto. - Ah, o discurso sobre ser preto no branco, oito ou 80… - Começou a enumerar com os dedos, diversão estampada em seu rosto.
- Quando isso vai acontecer?
Ela deu de ombros e repetiu: - Uma hora dessas. - Sorriu para que retribuiu.
- Isso é muito amplo…
- , quem tem que estar… - Foi interrompido.
- Não, esse não é o problema…
soltou um suspiro cansado enquanto pegava o celular e recusava a ligação de Malcom. Voltou a encarar os atores, a expressão séria.
- O problema é que você não quer aceitar o fato de que eu estou aberta a possibilidade de sair com o .
- Não… - Tentou se defender, mas foi interrompido pela atriz.
- Se tranquiliza o seu coração e se encerra esse assunto, eu também sairia com você uma hora dessas. - Soltou com um sorriso esperto, ergueu-se da cadeira e viu a expressão de espanto de .
Decidiu que o melhor seria deixá-lo digerir aquela realidade, mesmo que a possibilidade sair com ambos estivesse muito longe de acontecer. Quem sabe no dia em que a série acabasse? A verdade é que seria incapaz de escolher entre os dois e o dia que se envolvesse com um deles, talvez não estivesse pronta para seguir por um caminho mais sério.
- Não vai perguntar quando? - provocou enquanto ria.
revirou os olhos.
- Cadê o seu discurso sobre ser preto no branco? - Provocou.
- Se você pode se contentar com a possibilidade, eu também posso.
sorriu divertida enquanto se afastava.
Eles são como marionetes em uma corda, uma corda, uma corda
I put it down, they call me up
Eu pulo fora, eles me ligam
They doin' way too much
Eles estão demais
So I'll just let it ring, ring, ring (oh-oh)
Então eu vou deixar tocar, tocar, tocar (oh-oh)
Fim.
Nota da autora: Quase que essa fic não sai! Haha Espero que tenham gostado desse trio que me divertiu muito!
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