Capítulo Único
- Como estou, amiga? – Perguntei a enquanto me olhava no espelho, insegura. Eu sentia que estava bonita, mas a insegurança sempre gritava em mim.
- Está linda, amiga, fica tranquila! – ela fez um positivo com os dedos – Será que agora ele te pede em casamento? – Revirei meus olhos com o comentário dela.
- Ai, , ele tem me enrolado há onze anos, é muito tempo! – me sentei no sofá - Eu toco no assunto, e ele diz que é muito cedo... Me diga, como onze anos é cedo na vida de alguém? – franziu o cenho, espantada.
- , você tem toda a razão! Onze anos não é cedo de jeito nenhum – assenti com a cabeça - Seu namorado é um idiota, eu não me canso de dizer isso! – Acabei sorrindo com ela. era um idiota mesmo, ele nunca havia colocado sequer uma aliança de compromisso em meu dedo.
- Eu sei, , eu sei. Ele sempre alega que não atingiu a estabilidade financeira adequada para nos manter juntos! Mas acredito que agora ele vá me pedir em casamento, ele fez uma reserva no Varanda Ribeye! – falei animada, enquanto verificava, mais uma vez, minha vestimenta no espelho – Você sabe que ele não gastaria tão caro se não fosse uma ocasião especial.
- Ai, meu Deus! Esse restaurante é um dos mais caros da cidade! Pode apostar, você volta com um anel no dedo – começou a pular e me abraçou, eu só ria do jeito doido dela. O interfone tocou, tomamos um susto com o barulho. Atendi e autorizei a entrada de ao meu apartamento. Eu o dividia com , minha melhor amiga desde o colegial.
! Meu carma? Meu amor? Eu não saberia distinguir isso. Há uns bons anos, meu sonho era entrar em uma faculdade pública para cursar engenharia. O dele cursar administração, então o destino nos uniu em um cursinho pré vestibular. Começamos amigos com benefícios, mas não se passou nem dois meses e já estávamos namorando.
É, hoje eu já estou com 28 anos e tudo o que eu quero é construir uma família, casar e ter filhos. Quando eu toco nesse assunto, desconversa, diz que é muito cedo, que precisa alavancar nos negócios. Poxa, evoluímos muito em nossas vidas profissionais, já tem uma empresa que a cada dia cresce mais, eu sou engenheira química e sou bem sucedida em minha profissão, sinto que estamos prontos para o segundo passo em nosso relacionamento.
No começo da semana ele me ligou dizendo que tinha feito uma reserva no Varanda e que tinha algo muito importante para me falar, e que inclusive era para eu vestir minha melhor roupa! Eu tinha que pensar positivo, eu voltaria mesmo noiva pra casa!
- Ai, estou tão nervosa, ! – eu roía as poucas unhas que eu tinha – Ai! - Minha amiga bateu em minha mão.
- Comer sua mão não vai adiantar! Para com isso, vai dar tudo certo... – foi interrompida pelo som da campainha.
- É ele. – Suspirei enquanto ajeitava meus cachos para abrir a porta para meu namorado. estava extremamente lindo!
- Nossa, , você está linda! – Ele me olhava da cabeça aos pés, enquanto eu tinha um sorriso que rasgava minha face.
- Você também não está nada mal, querido! – continuei sorrindo. Nos demos um selinho demorado.
- Vamos? – ele acenou positivamente para a minha amiga e entrelaçou nossas mãos. Suspirei fundo e sorri.
- Vamos, - encostei a porta e pude ver minha amiga com um sorriso enorme e com o polegar esticado pra mim. Balancei a cabeça, rindo. Descemos as escadas e logo estávamos em frente ao carro dele.
Conversamos sobre coisas banais durante o trajeto, enquanto escutávamos uma música ambiente. Eu não via a hora de chegarmos a aquele restaurante e ele falar as três palavrinhas mágicas: quer casar comigo? Eu já tinha um mantra dentro de mim que aquelas palavras seriam proferidas naquela noite.
Chegamos ao local, como o cavalheiro que era, abriu a porta para mim, descemos do carro e ele deixou a chave com o manobrista. Entramos e fomos conduzidos até a mesa pela recepcionista. Pedimos o que gostaríamos de comer e sem muita demora o garçom nos trouxe.
- Amor, por que me trouxe aqui? Está todo misterioso – lancei a ele um olhar curioso, enquanto bebericava o vinho.
- Você não suspeita de nada? – ele riu, enquanto mastigava um pouco a sua comida.
- Eu suspeito sim, mas quero escutar da sua boca. – achei que meu rosto iria rasgar a qualquer momento com o tamanho do meu sorriso.
- Hum... Vou te deixar mais um pouco curiosa então – me lançou um olhar divertido, enquanto terminava seu prato.
Esse mistério todo estava me matando, sabia bem como me deixar completamente curiosa.
Terminamos de jantar, degustávamos a sobremesa, e então começou a dialogar.
- Gostou do lugar? – ele me olhava com um breve sorriso na face.
- Eu amei, você caprichou na escolha do lugar – eu segurei sua mão direita, ele fez um carinho ali, e apertou minha mão entre as suas.
- Amor, – meu coração disparou – eu amo você – eu lhe dei um breve selinho – Estou tão feliz por esse momento! - ele tinha um sorriso jovial - Há muito tempo eu tinha essa vontade, inclusive inúmeras vezes discutimos sobre o assunto, e você sempre me apoiou para tal – ele respirou fundo, retomando as palavras - Então eu reservei esse lugar para comemoramos essa decisão tão importante para mim, e que consequentemente será para você também – Céus, é agora que ele tira a caixinha do bolso e diz as três palavrinhas. Minha boca secou – ... Vou abrir uma nova filial da empresa em outra cidade! – minha cara foi ao chão. Decepção, acho que era essa a palavra que me definiria naquele momento – O que foi, amor? Não gostou da notícia?
Eu não sabia o que responder, meus olhos estavam marejados. Eu não conseguia esconder minha decepção.
- Eu... Eu preciso ir ao toilet. – Levantei sem olhar para trás e corri para o banheiro. Lágrimas escorriam pela minha face.
Eu estava tão decepcionada, criei expectativas demais para esse momento. Como ele podia ser tão idiota assim? Marcar um jantar, me levar para um dos restaurantes mais caros da cidade para me falar que ia abrir uma nova filial da empresa? Agora eu estava em um misto de sentimentos, eu chorava de raiva, decepção, tristeza como eu pude ser tão burra? Ele nunca deu indícios que queria me pedir em casamento, eu interpretei os sinais errados.
Respirei fundo tentando me recompor, tarefa extremamente difícil, acabei voltando a chorar alto. Joguei água no meu rosto para ver se melhorava, mas só piorava o choro. Sequei meu rosto com papel, me olhei no espelho e minha maquiagem estava parcialmente borrada e meu rosto bem inchado.
- Vamos, , respira fundo, conta até dez e volta para aquela mesa. Para de ser tonta e confronta aquele imbecil. Peça você ele em casamento –Sequei as lágrimas e voltei a mesa a passos decididos. Estava disposta a tudo. Vi o idiota mexendo no celular como se nada tivesse acontecido. Sentei-me, ele logo percebeu minha presença e largou o celular.
- , o que houve? – ele me olhava preocupado.
- O que houve, ? O que houve? – comecei a alterar minha voz, ele me olhava espantado. – Você me trás a um restaurante super caro para me falar que vai abrir uma nova filial da porcaria da sua empresa?! Não vai falar mais nada? – ele me olhava desentendido – Meu Deus, eu não acredito nisso!
- , eu não estou entendendo sua reação. Eu te trouxe aqui para comemorarmos, poxa é uma boa notícia, não? – ele bebericou um pouco de seu vinho.
- Como eu sou idiota... Eu jurei que você fosse me pedir em casamento! Colocar uma aliança dourada no meu dedo, dizer as três palavrinhas... – a esse ponto eu já chorava de novo.
- Eu... Eu... – acabou o resto de paciência que eu tinha com ele.
- Você o quê, ? Que droga, namoramos há onze anos! ONZE ANOS! Todas as vezes que eu toco no assunto de casamento você desconversa... – eu respirava fundo, o choro dificultando minha fala. – , casa comigo?
- , as pessoas estão olhando. Controle-se!
- Você é inacreditável, eu não me importo com as pessoas, só quero a sua resposta. Sua última chance, . Casa comigo? – falei pausadamente ao mesmo tempo em que meus olhos imploravam por uma resposta positiva.
- ... Não faz assim... Olha, está muito cedo para casarmos, somos jovens ainda. Está ótima a forma como estamos vivendo, eu na minha casa, você na sua. Em time que está ganhando não se mexe, ! – ele desenhava círculos imaginários na mesa, para não me encarar. Não pode ser, não pode. Pra mim já chega!
- Eu devia ter escutado meu pai, minha mãe, a , todo mundo que me dizia que você só estava me enrolando... – ele me interrompeu.
- Eu não estou te enrolando, eu quero casar contigo, mas não agora. Não é o momento! – ele ralhou comigo.
- E quando vai ser o momento? Quando completarmos vinte anos de relacionamento? Chega, pra mim já deu essa porcaria toda. Acabou, ! – peguei meu celular e chamei um uber pelo aplicativo. Levantei-me da mesa pronta para ir embora.
- , espera, por favor, eu te amo! – respirei fundo enquanto ele me olhava, já não era a primeira vez que isso acontecia, eu já estava cansada. Nem com essa carinha de cachorrinho que ele fazia eu voltaria atrás em minha palavra. Meu celular vibrou, era provável que o veículo tivesse chegado.
- Eu já esperei por onze anos, . Você já fez sua escolha – disse num murmúrio, enquanto lágrimas escorriam por minha face. Todos nos encaravam no local, apreciando o espetáculo que nós os proporcionávamos.
Dei uma última olhada para ele e fui embora. Como o esperado o motorista já estava me esperando. Entrei no carro e chorei mais ainda. Como a vida era, eu nunca presumi que meu dia terminaria assim, achei que voltaria para casa com uma aliança de ouro em meu dedo e com um sorriso rasgando meu rosto. Agora eu estava chorando feito uma louca, maquiagem borrada, sem a maldita aliança, solteira e de quebra com o olhar de pena do motorista do aplicativo. O rapaz estacionou em frente ao prédio em que eu morava, o agradeci, lhe paguei e desci. Entrei correndo em meu prédio, tudo o que queria era sumir. Cheguei em casa e me esperava com um sorriso lindo que se desmanchou no momento em que me viu.
- O que houve, ? – ela me abraçava preocupada, enquanto eu chorava.
- Acabou, ! Acabou! – a apertei mais em meus braços, eu chorava forte. Ela me levou até minha cama, me deitou lá, e me fez carinho até que eu pegasse no sono. Nenhuma palavra foi dita, sabia do que eu precisava.
***
Já havia se passado três longas semanas depois de meu término com o , ele tentou inúmeras vezes me ligar, mas eu não o atendi e o bloqueei no whatsapp e facebook. Eu não podia e não queria ficar num relacionamento que no fundo era uma perda de tempo! Eu o amo, mas não posso mais.
Estava jogada no sofá assistindo as minhas séries no netflix, porque era assim que eu me comportava nos meus dias de folga pós término , ou eu dormia ou assistia algo no site. Era difícil, eu não me lembrava mais o que era ser solteira.
- , chega! – parou em frente à televisão – Amiga, pelo amor de Deus, para de vegetar! O palerma do não merece que você fique assim. Hoje é sábado e a gente vai sair, conhecer pessoas novas, e nos divertirmos.
- Ai, , não me leve a mal, mas eu não quero – estava bem cabisbaixa, só queria ficar em casa e me enterrar em muito chocolate.
- , já faz três semanas, você precisa viver! – ela me olhava com certo desespero, seu tom era de súplica. – , você precisa seguir em frente!
- Amiga, eu sei, mas é que... – ela me interrompeu, sentando na minha barriga – Sai, sua gorda! – ela começou a fazer cócegas em mim – Para!
- Só paro se a gente sair hoje – eu ria descontroladamente.
- Tá bom, tá bom – eu estava mole de tanto rir – Golpe baixo, !
- Cada um usa a arma que tem – a belisquei – Sua ogra! Vai tomar banho, porque você tá fedida. – ela ria da minha cara, fiz um bico enorme, tentei avançar nela, mas ela se esquivou.
Fui tomar meu banho, passei apenas rímel e gloss, deixei meus cachinhos soltos, escolhi um short que eu gostava, o coloquei, mas ele não fechou. Eu não acredito que eu tinha engordado! Também nessas últimas três semanas só comia besteira. Filho de uma mãe, que raiva do ! Decidi escolher outro short jeans que estava mais larguinho na época que eu comprei, o vesti e ele coube perfeitamente. Coloquei uma regatinha básica, e uma melissa dourada. Seja lá pra onde íamos era o máximo que eu me arrumaria hoje. Sentei-me no sofá enquanto esperava se arrumar.
- Que produção básica é essa? – me olhava com reprovação.
- Estou ótima, não me força a mais nada.
- Tá certo, tá certo! Vamos dançar hoje e você vai arrumar um boy magia para você esquecer o !
- Pode apostar que sim – a respondi só para ela ficar contente, mas eu não acreditava na teoria de que um amor se cura com outro amor. Esquecer o não seria uma tarefa tão fácil assim, não depois de onze anos de relacionamento.
***
Aquele dia sai com , ficamos em uma baladinha open bar, minha amiga se jogou na pista de dança, ficou com alguns carinhas por lá, enquanto eu conheci um cara legal. Conversamos e mesmo com a música alta, ele tentou ficar comigo, mas eu não o quis. Seu nome era , tinha 25 anos, ele era um cara divertido, sabia dançar muito bem, e ainda por cima era um gato. Conversávamos todos os dias pelo whatsapp e de tanto ele insistir acabei topando encontrá-lo. Para não ir sozinha encontrar com ele, dessa vez fui eu que convidei minha amiga baladeira de plantão para me acompanhar nesse barzinho/balada que eu tinha marcado com ele.
, não havia desistido tentava me contatar de todas as formas, mas eu sempre o evitava.
- ! Já tô pronta – esperava sentada minha amiga no sofá. Eu sempre me arrumava antes dela todas as vezes que saíamos, parecia uma noiva.
- Tô pronta! – estava linda, como sempre.
Chegamos ao local, e logo localizei e um rapaz ao seu lado, pedi para que ele levasse alguém para que se distraísse. Cumprimentamo-nos, seu amigo se chamava Luís e com olhar de águia já definiu que ele era uma presa em potencial.
- Fico feliz que tenha aceitado encontrar-se comigo – sorria, enquanto tomava sua Heineken.
- Pois é, né? Você é um cara bacana, por que não? – Lhe sorri. Logo após peguei o cardápio do local para escolher o que beberia.
O local tinha dois ambientes, bar embaixo e balada em cima. Estávamos localizados na parte debaixo. Escolhi a bebida e me dirigi ao caixa, me acompanhava. A fila estava um pouquinho grande então aproveitamos para conversar.
- Então você está solteira há muito tempo? – acenei a cabeça negativamente. Nós já tínhamos conversado sobre isso por mensagens, mas vi o esforço dele em puxar conversa.
- Pois é – a fila de espera andou um pouco – Eu não queria tocar nesse assunto, ainda é novo. – abaixei meu olhar.
- Claro, claro, me desculpe. Eu não queria te trazer algum desconforto, me desculpe, eu...
- , calma! Relaxa – sorri brevemente – Você não tinha como adivinhar, não é? – pisquei para ele, e ele sorriu. Chegou minha vez de ser atendida.
- Uma Skol Beats, por favor? – retirei a ficha e me caminhei até o bar, o barman logo me deu a garrafinha.
- Qual sua pretensão daqui a dois anos? – perguntei, de repente. Prontamente ele me respondeu. Encaminhávamo-nos para mesa, que estava vazia, com certeza deveria ter ido para a pista de dança.
- Bom, eu quero ter terminado minha pós-graduação e se estiver com alguém me dedicar inteiramente a esse relacionamento – me fitou intensamente, seus olhos tinham algo que me deixavam curiosa – E você?
- Bom, profissionalmente me sinto realizada, gosto do que faço. Amorosamente, eu quero ter encontrado alguém que compartilha e almeja as mesmas coisas que eu – sorri e beberiquei minha beats.
- E o que você almeja? – ele me fitava de forma intensa.
- Eu desejo construir uma família. – o encarei, ele sorriu abertamente.
- Hum... Interessante! – ele me fitou em expectativa - Vamos dançar? – maneei a cabeça positivamente, subimos as escadas em direção à pista de dança.
Encontrei aos beijos com Luís em uma dança meio estranha, minha amiga não perdia tempo mesmo.
Se tinha uma coisa que eu me odiava era ser fraca com bebidas, metade de uma Skol Beats e eu já estava alegre. Puxei para uma dança enquanto as caixas de som estouravam em uma música conhecida.
Dançava com como se não houvesse amanhã. Ainda tinha em minha mão a garrafa de cerveja e confesso que estava enrolando para bebê-la.
Ou eu estava muito bêbada ou o destino gostava mesmo de me pregar peças, eu não acreditava que ele estava aqui e ainda tinha um olhar irritadiço direcionado a mim. Qual era a dele? Ele não tinha o direito de estar bravo comigo.
Puxei para mais próximo de mim, me virei de costas para ele, coloquei suas mãos em minha cintura e rebolei. Parecia que o explodiria, ele estava muito vermelho! Céus, não, não pode ser, ele estava vindo em minha direção, parece que eu o irritei mesmo.
Foi tudo muito rápido, quando percebi estava sendo puxada para fora do local por , a cada segundo ficava cada vez mais distante, ele me olhava apavorado, ele tentou se aproximar, acenei negativamente com a cabeça.
- Ai, , me larga, você está me machucando – ele me largou rapidamente.
- Me desculpa, não foi minha intenção te machucar, só queria conversar com você.
- Não temos nada para conversar, e você sabe disso! A c a b o u! – parafraseei para que ele pudesse entender. - Não acabou, não, . Parece que esse amor todo que você sentia por mim sumiu, já que nós acabamos de terminar e você está com outro – ele me encarava indignado. Quem ele pensava que era?
- Estou fazendo do meu próprio jeito. Você decidiu sair fora quando eu te confrontei e agora quer surtar por que outro cara reparou em mim? Eu estou na dele, ele está na minha porque chorei as minhas lágrimas por onze bons anos, você não pode ficar bravo comigo – esbravejei, ele não tinha o direito de simplesmente chegar ao bar e fazer esse tipo de ceninha.
- Você está se comportando como uma...
- Uma o quê? Anda, termina de falar, !
- Nada, me desculpa. Eu te amo, , eu sei que você não me esqueceu ainda.
- Cala a sua boca, ! Eu não sou uma qualquer, que é o que você insinuou, eu nunca fui. Eu estou solteira, eu faço o que eu quiser! Porque se você gostasse de mim então devia ter me dado uma aliança! Aposto com você que o em um piscar de olhos, faria isso, já que você é um babaca! – o provoquei, sabia que se eu falasse isso ele ficaria bem nervoso.
- Você está me dizendo que esse idiota quer algo sério contigo? Era só o que me faltava, . – respirei fundo, ele não tinha o direito.
- Eu não sei, , quem sabe? Eu estou seguindo minha vida, conhecendo pessoas novas. Enfim, você teve a sua vez, mas agora você vai aprender o que é sentir falta de verdade.
- , por favor, olha eu... – o interrompi, não aguentava mais escutá-lo se desculpar.
- Diga que eu sou a única que você quer, diga que quer casar comigo, compartilhar uma vida juntos, diga, ! – eu arquei a sobrancelha, nervosa.
- Eu... Não posso me casar agora, me desculpa! – eu balancei a cabeça negativamente.
- Então não me procura mais! - sai de lá, eu estava cansada do e suas enrolações. Ele tentou pegar meu braço, mas logo me desvencilhei dele e voltei à boate.
Respirei fundo e em passos rápidos fui em direção à boate, dei uma rápida olhada para trás e vi meu ex namorado com os olhos cabisbaixos. Suspirei, doeu vê-lo assim, mas não dava mais pra mim, não estávamos mais na mesma página. Se voltaríamos a ter algo um dia? Só o tempo poderia responder, mas agora eu estava solteira e eu aproveitaria minha vida como se não tivesse tempo ruim. Eu tinha um cara e muitas beats me esperando ali dentro, passei um gloss nos lábios, respirei fundo e entrei naquela boate. Levante as mãos, garotas solteiras!
- Está linda, amiga, fica tranquila! – ela fez um positivo com os dedos – Será que agora ele te pede em casamento? – Revirei meus olhos com o comentário dela.
- Ai, , ele tem me enrolado há onze anos, é muito tempo! – me sentei no sofá - Eu toco no assunto, e ele diz que é muito cedo... Me diga, como onze anos é cedo na vida de alguém? – franziu o cenho, espantada.
- , você tem toda a razão! Onze anos não é cedo de jeito nenhum – assenti com a cabeça - Seu namorado é um idiota, eu não me canso de dizer isso! – Acabei sorrindo com ela. era um idiota mesmo, ele nunca havia colocado sequer uma aliança de compromisso em meu dedo.
- Eu sei, , eu sei. Ele sempre alega que não atingiu a estabilidade financeira adequada para nos manter juntos! Mas acredito que agora ele vá me pedir em casamento, ele fez uma reserva no Varanda Ribeye! – falei animada, enquanto verificava, mais uma vez, minha vestimenta no espelho – Você sabe que ele não gastaria tão caro se não fosse uma ocasião especial.
- Ai, meu Deus! Esse restaurante é um dos mais caros da cidade! Pode apostar, você volta com um anel no dedo – começou a pular e me abraçou, eu só ria do jeito doido dela. O interfone tocou, tomamos um susto com o barulho. Atendi e autorizei a entrada de ao meu apartamento. Eu o dividia com , minha melhor amiga desde o colegial.
! Meu carma? Meu amor? Eu não saberia distinguir isso. Há uns bons anos, meu sonho era entrar em uma faculdade pública para cursar engenharia. O dele cursar administração, então o destino nos uniu em um cursinho pré vestibular. Começamos amigos com benefícios, mas não se passou nem dois meses e já estávamos namorando.
É, hoje eu já estou com 28 anos e tudo o que eu quero é construir uma família, casar e ter filhos. Quando eu toco nesse assunto, desconversa, diz que é muito cedo, que precisa alavancar nos negócios. Poxa, evoluímos muito em nossas vidas profissionais, já tem uma empresa que a cada dia cresce mais, eu sou engenheira química e sou bem sucedida em minha profissão, sinto que estamos prontos para o segundo passo em nosso relacionamento.
No começo da semana ele me ligou dizendo que tinha feito uma reserva no Varanda e que tinha algo muito importante para me falar, e que inclusive era para eu vestir minha melhor roupa! Eu tinha que pensar positivo, eu voltaria mesmo noiva pra casa!
- Ai, estou tão nervosa, ! – eu roía as poucas unhas que eu tinha – Ai! - Minha amiga bateu em minha mão.
- Comer sua mão não vai adiantar! Para com isso, vai dar tudo certo... – foi interrompida pelo som da campainha.
- É ele. – Suspirei enquanto ajeitava meus cachos para abrir a porta para meu namorado. estava extremamente lindo!
- Nossa, , você está linda! – Ele me olhava da cabeça aos pés, enquanto eu tinha um sorriso que rasgava minha face.
- Você também não está nada mal, querido! – continuei sorrindo. Nos demos um selinho demorado.
- Vamos? – ele acenou positivamente para a minha amiga e entrelaçou nossas mãos. Suspirei fundo e sorri.
- Vamos, - encostei a porta e pude ver minha amiga com um sorriso enorme e com o polegar esticado pra mim. Balancei a cabeça, rindo. Descemos as escadas e logo estávamos em frente ao carro dele.
Conversamos sobre coisas banais durante o trajeto, enquanto escutávamos uma música ambiente. Eu não via a hora de chegarmos a aquele restaurante e ele falar as três palavrinhas mágicas: quer casar comigo? Eu já tinha um mantra dentro de mim que aquelas palavras seriam proferidas naquela noite.
Chegamos ao local, como o cavalheiro que era, abriu a porta para mim, descemos do carro e ele deixou a chave com o manobrista. Entramos e fomos conduzidos até a mesa pela recepcionista. Pedimos o que gostaríamos de comer e sem muita demora o garçom nos trouxe.
- Amor, por que me trouxe aqui? Está todo misterioso – lancei a ele um olhar curioso, enquanto bebericava o vinho.
- Você não suspeita de nada? – ele riu, enquanto mastigava um pouco a sua comida.
- Eu suspeito sim, mas quero escutar da sua boca. – achei que meu rosto iria rasgar a qualquer momento com o tamanho do meu sorriso.
- Hum... Vou te deixar mais um pouco curiosa então – me lançou um olhar divertido, enquanto terminava seu prato.
Esse mistério todo estava me matando, sabia bem como me deixar completamente curiosa.
Terminamos de jantar, degustávamos a sobremesa, e então começou a dialogar.
- Gostou do lugar? – ele me olhava com um breve sorriso na face.
- Eu amei, você caprichou na escolha do lugar – eu segurei sua mão direita, ele fez um carinho ali, e apertou minha mão entre as suas.
- Amor, – meu coração disparou – eu amo você – eu lhe dei um breve selinho – Estou tão feliz por esse momento! - ele tinha um sorriso jovial - Há muito tempo eu tinha essa vontade, inclusive inúmeras vezes discutimos sobre o assunto, e você sempre me apoiou para tal – ele respirou fundo, retomando as palavras - Então eu reservei esse lugar para comemoramos essa decisão tão importante para mim, e que consequentemente será para você também – Céus, é agora que ele tira a caixinha do bolso e diz as três palavrinhas. Minha boca secou – ... Vou abrir uma nova filial da empresa em outra cidade! – minha cara foi ao chão. Decepção, acho que era essa a palavra que me definiria naquele momento – O que foi, amor? Não gostou da notícia?
Eu não sabia o que responder, meus olhos estavam marejados. Eu não conseguia esconder minha decepção.
- Eu... Eu preciso ir ao toilet. – Levantei sem olhar para trás e corri para o banheiro. Lágrimas escorriam pela minha face.
Eu estava tão decepcionada, criei expectativas demais para esse momento. Como ele podia ser tão idiota assim? Marcar um jantar, me levar para um dos restaurantes mais caros da cidade para me falar que ia abrir uma nova filial da empresa? Agora eu estava em um misto de sentimentos, eu chorava de raiva, decepção, tristeza como eu pude ser tão burra? Ele nunca deu indícios que queria me pedir em casamento, eu interpretei os sinais errados.
Respirei fundo tentando me recompor, tarefa extremamente difícil, acabei voltando a chorar alto. Joguei água no meu rosto para ver se melhorava, mas só piorava o choro. Sequei meu rosto com papel, me olhei no espelho e minha maquiagem estava parcialmente borrada e meu rosto bem inchado.
- Vamos, , respira fundo, conta até dez e volta para aquela mesa. Para de ser tonta e confronta aquele imbecil. Peça você ele em casamento –Sequei as lágrimas e voltei a mesa a passos decididos. Estava disposta a tudo. Vi o idiota mexendo no celular como se nada tivesse acontecido. Sentei-me, ele logo percebeu minha presença e largou o celular.
- , o que houve? – ele me olhava preocupado.
- O que houve, ? O que houve? – comecei a alterar minha voz, ele me olhava espantado. – Você me trás a um restaurante super caro para me falar que vai abrir uma nova filial da porcaria da sua empresa?! Não vai falar mais nada? – ele me olhava desentendido – Meu Deus, eu não acredito nisso!
- , eu não estou entendendo sua reação. Eu te trouxe aqui para comemorarmos, poxa é uma boa notícia, não? – ele bebericou um pouco de seu vinho.
- Como eu sou idiota... Eu jurei que você fosse me pedir em casamento! Colocar uma aliança dourada no meu dedo, dizer as três palavrinhas... – a esse ponto eu já chorava de novo.
- Eu... Eu... – acabou o resto de paciência que eu tinha com ele.
- Você o quê, ? Que droga, namoramos há onze anos! ONZE ANOS! Todas as vezes que eu toco no assunto de casamento você desconversa... – eu respirava fundo, o choro dificultando minha fala. – , casa comigo?
- , as pessoas estão olhando. Controle-se!
- Você é inacreditável, eu não me importo com as pessoas, só quero a sua resposta. Sua última chance, . Casa comigo? – falei pausadamente ao mesmo tempo em que meus olhos imploravam por uma resposta positiva.
- ... Não faz assim... Olha, está muito cedo para casarmos, somos jovens ainda. Está ótima a forma como estamos vivendo, eu na minha casa, você na sua. Em time que está ganhando não se mexe, ! – ele desenhava círculos imaginários na mesa, para não me encarar. Não pode ser, não pode. Pra mim já chega!
- Eu devia ter escutado meu pai, minha mãe, a , todo mundo que me dizia que você só estava me enrolando... – ele me interrompeu.
- Eu não estou te enrolando, eu quero casar contigo, mas não agora. Não é o momento! – ele ralhou comigo.
- E quando vai ser o momento? Quando completarmos vinte anos de relacionamento? Chega, pra mim já deu essa porcaria toda. Acabou, ! – peguei meu celular e chamei um uber pelo aplicativo. Levantei-me da mesa pronta para ir embora.
- , espera, por favor, eu te amo! – respirei fundo enquanto ele me olhava, já não era a primeira vez que isso acontecia, eu já estava cansada. Nem com essa carinha de cachorrinho que ele fazia eu voltaria atrás em minha palavra. Meu celular vibrou, era provável que o veículo tivesse chegado.
- Eu já esperei por onze anos, . Você já fez sua escolha – disse num murmúrio, enquanto lágrimas escorriam por minha face. Todos nos encaravam no local, apreciando o espetáculo que nós os proporcionávamos.
Dei uma última olhada para ele e fui embora. Como o esperado o motorista já estava me esperando. Entrei no carro e chorei mais ainda. Como a vida era, eu nunca presumi que meu dia terminaria assim, achei que voltaria para casa com uma aliança de ouro em meu dedo e com um sorriso rasgando meu rosto. Agora eu estava chorando feito uma louca, maquiagem borrada, sem a maldita aliança, solteira e de quebra com o olhar de pena do motorista do aplicativo. O rapaz estacionou em frente ao prédio em que eu morava, o agradeci, lhe paguei e desci. Entrei correndo em meu prédio, tudo o que queria era sumir. Cheguei em casa e me esperava com um sorriso lindo que se desmanchou no momento em que me viu.
- O que houve, ? – ela me abraçava preocupada, enquanto eu chorava.
- Acabou, ! Acabou! – a apertei mais em meus braços, eu chorava forte. Ela me levou até minha cama, me deitou lá, e me fez carinho até que eu pegasse no sono. Nenhuma palavra foi dita, sabia do que eu precisava.
Já havia se passado três longas semanas depois de meu término com o , ele tentou inúmeras vezes me ligar, mas eu não o atendi e o bloqueei no whatsapp e facebook. Eu não podia e não queria ficar num relacionamento que no fundo era uma perda de tempo! Eu o amo, mas não posso mais.
Estava jogada no sofá assistindo as minhas séries no netflix, porque era assim que eu me comportava nos meus dias de folga pós término , ou eu dormia ou assistia algo no site. Era difícil, eu não me lembrava mais o que era ser solteira.
- , chega! – parou em frente à televisão – Amiga, pelo amor de Deus, para de vegetar! O palerma do não merece que você fique assim. Hoje é sábado e a gente vai sair, conhecer pessoas novas, e nos divertirmos.
- Ai, , não me leve a mal, mas eu não quero – estava bem cabisbaixa, só queria ficar em casa e me enterrar em muito chocolate.
- , já faz três semanas, você precisa viver! – ela me olhava com certo desespero, seu tom era de súplica. – , você precisa seguir em frente!
- Amiga, eu sei, mas é que... – ela me interrompeu, sentando na minha barriga – Sai, sua gorda! – ela começou a fazer cócegas em mim – Para!
- Só paro se a gente sair hoje – eu ria descontroladamente.
- Tá bom, tá bom – eu estava mole de tanto rir – Golpe baixo, !
- Cada um usa a arma que tem – a belisquei – Sua ogra! Vai tomar banho, porque você tá fedida. – ela ria da minha cara, fiz um bico enorme, tentei avançar nela, mas ela se esquivou.
Fui tomar meu banho, passei apenas rímel e gloss, deixei meus cachinhos soltos, escolhi um short que eu gostava, o coloquei, mas ele não fechou. Eu não acredito que eu tinha engordado! Também nessas últimas três semanas só comia besteira. Filho de uma mãe, que raiva do ! Decidi escolher outro short jeans que estava mais larguinho na época que eu comprei, o vesti e ele coube perfeitamente. Coloquei uma regatinha básica, e uma melissa dourada. Seja lá pra onde íamos era o máximo que eu me arrumaria hoje. Sentei-me no sofá enquanto esperava se arrumar.
- Que produção básica é essa? – me olhava com reprovação.
- Estou ótima, não me força a mais nada.
- Tá certo, tá certo! Vamos dançar hoje e você vai arrumar um boy magia para você esquecer o !
- Pode apostar que sim – a respondi só para ela ficar contente, mas eu não acreditava na teoria de que um amor se cura com outro amor. Esquecer o não seria uma tarefa tão fácil assim, não depois de onze anos de relacionamento.
Aquele dia sai com , ficamos em uma baladinha open bar, minha amiga se jogou na pista de dança, ficou com alguns carinhas por lá, enquanto eu conheci um cara legal. Conversamos e mesmo com a música alta, ele tentou ficar comigo, mas eu não o quis. Seu nome era , tinha 25 anos, ele era um cara divertido, sabia dançar muito bem, e ainda por cima era um gato. Conversávamos todos os dias pelo whatsapp e de tanto ele insistir acabei topando encontrá-lo. Para não ir sozinha encontrar com ele, dessa vez fui eu que convidei minha amiga baladeira de plantão para me acompanhar nesse barzinho/balada que eu tinha marcado com ele.
, não havia desistido tentava me contatar de todas as formas, mas eu sempre o evitava.
- ! Já tô pronta – esperava sentada minha amiga no sofá. Eu sempre me arrumava antes dela todas as vezes que saíamos, parecia uma noiva.
- Tô pronta! – estava linda, como sempre.
Chegamos ao local, e logo localizei e um rapaz ao seu lado, pedi para que ele levasse alguém para que se distraísse. Cumprimentamo-nos, seu amigo se chamava Luís e com olhar de águia já definiu que ele era uma presa em potencial.
- Fico feliz que tenha aceitado encontrar-se comigo – sorria, enquanto tomava sua Heineken.
- Pois é, né? Você é um cara bacana, por que não? – Lhe sorri. Logo após peguei o cardápio do local para escolher o que beberia.
O local tinha dois ambientes, bar embaixo e balada em cima. Estávamos localizados na parte debaixo. Escolhi a bebida e me dirigi ao caixa, me acompanhava. A fila estava um pouquinho grande então aproveitamos para conversar.
- Então você está solteira há muito tempo? – acenei a cabeça negativamente. Nós já tínhamos conversado sobre isso por mensagens, mas vi o esforço dele em puxar conversa.
- Pois é – a fila de espera andou um pouco – Eu não queria tocar nesse assunto, ainda é novo. – abaixei meu olhar.
- Claro, claro, me desculpe. Eu não queria te trazer algum desconforto, me desculpe, eu...
- , calma! Relaxa – sorri brevemente – Você não tinha como adivinhar, não é? – pisquei para ele, e ele sorriu. Chegou minha vez de ser atendida.
- Uma Skol Beats, por favor? – retirei a ficha e me caminhei até o bar, o barman logo me deu a garrafinha.
- Qual sua pretensão daqui a dois anos? – perguntei, de repente. Prontamente ele me respondeu. Encaminhávamo-nos para mesa, que estava vazia, com certeza deveria ter ido para a pista de dança.
- Bom, eu quero ter terminado minha pós-graduação e se estiver com alguém me dedicar inteiramente a esse relacionamento – me fitou intensamente, seus olhos tinham algo que me deixavam curiosa – E você?
- Bom, profissionalmente me sinto realizada, gosto do que faço. Amorosamente, eu quero ter encontrado alguém que compartilha e almeja as mesmas coisas que eu – sorri e beberiquei minha beats.
- E o que você almeja? – ele me fitava de forma intensa.
- Eu desejo construir uma família. – o encarei, ele sorriu abertamente.
- Hum... Interessante! – ele me fitou em expectativa - Vamos dançar? – maneei a cabeça positivamente, subimos as escadas em direção à pista de dança.
Encontrei aos beijos com Luís em uma dança meio estranha, minha amiga não perdia tempo mesmo.
Se tinha uma coisa que eu me odiava era ser fraca com bebidas, metade de uma Skol Beats e eu já estava alegre. Puxei para uma dança enquanto as caixas de som estouravam em uma música conhecida.
Dançava com como se não houvesse amanhã. Ainda tinha em minha mão a garrafa de cerveja e confesso que estava enrolando para bebê-la.
Ou eu estava muito bêbada ou o destino gostava mesmo de me pregar peças, eu não acreditava que ele estava aqui e ainda tinha um olhar irritadiço direcionado a mim. Qual era a dele? Ele não tinha o direito de estar bravo comigo.
Puxei para mais próximo de mim, me virei de costas para ele, coloquei suas mãos em minha cintura e rebolei. Parecia que o explodiria, ele estava muito vermelho! Céus, não, não pode ser, ele estava vindo em minha direção, parece que eu o irritei mesmo.
Foi tudo muito rápido, quando percebi estava sendo puxada para fora do local por , a cada segundo ficava cada vez mais distante, ele me olhava apavorado, ele tentou se aproximar, acenei negativamente com a cabeça.
- Ai, , me larga, você está me machucando – ele me largou rapidamente.
- Me desculpa, não foi minha intenção te machucar, só queria conversar com você.
- Não temos nada para conversar, e você sabe disso! A c a b o u! – parafraseei para que ele pudesse entender. - Não acabou, não, . Parece que esse amor todo que você sentia por mim sumiu, já que nós acabamos de terminar e você está com outro – ele me encarava indignado. Quem ele pensava que era?
- Estou fazendo do meu próprio jeito. Você decidiu sair fora quando eu te confrontei e agora quer surtar por que outro cara reparou em mim? Eu estou na dele, ele está na minha porque chorei as minhas lágrimas por onze bons anos, você não pode ficar bravo comigo – esbravejei, ele não tinha o direito de simplesmente chegar ao bar e fazer esse tipo de ceninha.
- Você está se comportando como uma...
- Uma o quê? Anda, termina de falar, !
- Nada, me desculpa. Eu te amo, , eu sei que você não me esqueceu ainda.
- Cala a sua boca, ! Eu não sou uma qualquer, que é o que você insinuou, eu nunca fui. Eu estou solteira, eu faço o que eu quiser! Porque se você gostasse de mim então devia ter me dado uma aliança! Aposto com você que o em um piscar de olhos, faria isso, já que você é um babaca! – o provoquei, sabia que se eu falasse isso ele ficaria bem nervoso.
- Você está me dizendo que esse idiota quer algo sério contigo? Era só o que me faltava, . – respirei fundo, ele não tinha o direito.
- Eu não sei, , quem sabe? Eu estou seguindo minha vida, conhecendo pessoas novas. Enfim, você teve a sua vez, mas agora você vai aprender o que é sentir falta de verdade.
- , por favor, olha eu... – o interrompi, não aguentava mais escutá-lo se desculpar.
- Diga que eu sou a única que você quer, diga que quer casar comigo, compartilhar uma vida juntos, diga, ! – eu arquei a sobrancelha, nervosa.
- Eu... Não posso me casar agora, me desculpa! – eu balancei a cabeça negativamente.
- Então não me procura mais! - sai de lá, eu estava cansada do e suas enrolações. Ele tentou pegar meu braço, mas logo me desvencilhei dele e voltei à boate.
Respirei fundo e em passos rápidos fui em direção à boate, dei uma rápida olhada para trás e vi meu ex namorado com os olhos cabisbaixos. Suspirei, doeu vê-lo assim, mas não dava mais pra mim, não estávamos mais na mesma página. Se voltaríamos a ter algo um dia? Só o tempo poderia responder, mas agora eu estava solteira e eu aproveitaria minha vida como se não tivesse tempo ruim. Eu tinha um cara e muitas beats me esperando ali dentro, passei um gloss nos lábios, respirei fundo e entrei naquela boate. Levante as mãos, garotas solteiras!
Fim!
Nota da autora: E é isso, meninas, essa foi oficialmente minha primeira fic já que ela estava engavetada nos confins do meu PC hahahaah! Beijooos <3
Outras Fanfics:
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08. Rock with you
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