Capítulo Único
- Ei, você. – Encontrei na saída da aula de sexta-feira, na cantina.
- Oi. – Seu lado tímido respondeu, enquanto eu ainda discutia mentalmente como cumprimentá-la. Nós estávamos saindo fazia dois meses, mas a insegurança por não saber como nos definir me tornava receoso. Acabei optando por um beijo em sua bochecha. Sentei ao seu lado, retirando seus vários livros de cálculo da cadeira, e os juntando com os meus vários de literatura. cursava Engenharia da Computação, enquanto eu fazia Literatura e Cultura Europeia com Filosofia.
Alguns dizem que somos completos opostos, ou que deveríamos trocar de cursos entre nós para ficar tudo certo. Preconceito idiota.
- Parece que terá um final de semana bastante cheio. – Disse, apontando para os seus livros. Ela sorriu de lado.
- Você não está assim tão diferente de mim. – Ela retrucou, aproximando-se mais de mim. A temperatura de -7 graus não estava muito convidativa para se isolar. Passei meu braço sobre seus ombros, trazendo-a ainda mais para perto. Era como se nossos corpos tivessem uma ligação, como se meu corpo fosse feito para proteger o dela. – ... – Ela começou, meio sem saber como continuar. – Será que você pode me beijar agora? – Olhou-me de lado, com um sorriso nos lábios.
I was made to keep your body warm
But I'm cold as the wind blows, so hold me in your arms...
Sem pensar, ou hesitar – de novo -, meus lábios já estavam sobre os seus. Era como se o mundo parasse apenas para que eu pudesse apreciar seus lábios suaves, seu hálito refrescante e com gosto de cappuccino. Quando separamos nossas bocas, encarei seus olhos brilhantes, olhos que me faziam apaixonar mais a cada dia, olhos que transmitiam toda paz, segurança e aqueciam meu peito.
Eu sorri.
- Você não precisa pedir.
- Você que hesitou quando chegou. – Rimos juntos, aproximando nossos lábios novamente. A química que nos envolvia era palpável. Era difícil manter minhas mãos longe dela, era tanta atração, que tinha que fazer um esforço imenso para não sermos presos por atentado ao pudor.
Apenas a abracei mais forte, deslizando minha mão por seu braço, querendo mantê-la aquecida.
- A gente podia sair hoje, ou amanhã... Ou só ficarmos em casa, assistindo qualquer coisa. – Perguntei, meio inseguro. Eu parecia um completo adolescente perto dela. olhou para os livros, depois para mim. Voltou seu olhar para os livros, suspirou e se aconchegou mais em meus braços.
- Não sei, .
- Você é muito nerd, sabia? – Sorri, enquanto beijava seus cabelos. se virou para me dar um tapa no braço.
- Ei, nada a ver! Eu só preciso colocar a matéria em dia.
- Então quer dizer que nem prova a senhorita tem? Estou sendo trocado por números, o quão humilhante isso pode ser? – Fiz meu drama básico, juro que as vezes me achava a mulher da relação, claro que apenas na parte sentimental da coisa. Em outras, eu sei ser bem macho, se me permite dizer.
- , preciso falar com você! – Uma amiga da surgiu do nada, parecia agitada, nervosa.
- Oi, Dayene, você está bem? – Ela perguntou, preocupada.
- Sim, sim! As meninas irão se encontrar lá em casa, vamos!
Suspirei e a soltei. Ela me deu um breve beijo.
- Te mando uma mensagem.
- Vou ficar te esperando. Vamos ser bem justos nessa divisão. Sexta é noite das garotas, sábado a noite é minha. Não quero desculpas, nem adianta. – Passei meus braços por sua cintura, trazendo-a mais para perto de mim. Dayene parecia incomodada. Ignorei sua atitude e apenas selei meus lábios lentamente nos de . – Estarei esperando, não esquece. – Ela apenas sorriu e saiu com a amiga.
~*~
Sexta não tive sinal da , como já imaginava. Aproveitei para colocar algumas leituras em dia e dar uma ajeitada na casa. Sábado, quando acordei, às 13h, fui ao mercado. Ainda estava sem notícias dela.
Tentei não pensar em todo esse sumiço.
Falhei vergonhosamente.
Fiquei revirando os canais na tv. Só porcaria.
Deitei, querendo dormir. Nada.
O que, raios, tinha acontecido?
Quando eu já estava perdendo todas as minhas esperanças de esperá-la dar sinal e ir realmente dormir... Mentira, e dar um jeito de ligar para ela, ou bater na porta do seu apartamento, a minha campainha tocou. Fui correndo, só não abri a porta imediatamente por estar com cara de idiota e cansado pelo pique. Eu sou um completo imbecil.
Abri a porta calmamente, dando de cara com uma com os olhos bastante vermelhos. OH-OH.
- ? O que aconteceu? – Falei, já estendendo meus braços em sua direção, para abraçá-la e fazer toda aquela dor em seus olhos ir embora. Mas como eu disse, só tentei. Porque assim que meus braços se levantaram, deu um passo para trás, para longe de mim. Isso não era um bom sinal.
Ao notar meu olhar confuso, espantado, preocupado, desesperado, agoniado e mais um milhão de emoções que estavam transbordando dentro de mim, ela falou:
- Posso entrar? Acho que a gente precisa conversar.
Dei passagem para que ela entrasse. Tranquei a porta e encostei minha testa a ela. Respirei fundo, tentando lembrar de todas as possíveis merdas que eu tinha feito, acredite, o desespero estava tão grande, que comecei a pensar em vidas passadas. Mas, enfim.
- , por que você tá chorando? – Fui em sua direção novamente, que, mais uma vez, se afastou. Fiquei apenas a observando. Ela estava de frente para mim, eu podia ver uma luta interna em seus olhos. Raiva, dor, decepção... Eu já tinha chegado à conclusão que tinha feito nada de errado, o que só piorava meu estado. Esperar era tudo que me restava.
Mais alguns bons minutos se passaram, bons mesmo. Quando encarei seus olhos mais uma vez, meu desespero piorou. A raiva venceu. Em questão de segundos, estava vindo para cima de mim. Estava surpreso, mas já acostumado com mulheres correndo na minha direção, e nem sempre para fins sexuais, eu logo saí da frente, indo para trás do sofá.
- Olha, , eu vim aqui achando que seria forte o bastante, mas não sou, ok? – Ela falava, enquanto andava atrás de mim. Estávamos, literalmente, andando em círculos pela sala do meu apartamento. Preferi me manter calado, tinham muitos objetos que poderiam ser lançados em minha direção e eu estava muito feliz com a minha cabeça sobre meu pescoço, onde ela deve estar. – Eu passei o dia inteiro debatendo internamente se deveria ou não vir. Acredite, pesei muitos prós e contras até chegar aqui e bater à sua porta. Eu fiz uma lista, ! Tem noção do quão agoniada eu fiquei? – disparou a falar e eu apenas a encarava, confuso. Em algum momento, ela parou de vir em minha direção e ficou apenas cruzando a sala de um lado para o outro, como se continuasse sua luta interna. – Como você sabe, ontem foi noite das garotas, como você chamou. – se jogou no sofá, mas não ousei me mexer de onde estava, escondido e seguro atrás de uma mesa. – Eu sei que você reparou que Dayene estava nervosa, qualquer um podia ver. – Nesse momento, ela já estava falando mais para si mesma do que para mim. Até que ela levantou do nada e continuou andando. – Ela me contou uma coisa... – fez uma pausa e me olhou nos olhos pela primeira vez, mas logo desviou para a janela. Isso não estava tomando um rumo legal. - Eu sei que nós não estamos em um relacionamento sério, tudo bem? EU SEI! Mas, droga, , por quê? Eu sei que não conversamos sobre exclusividade, mas nós... Nós... – começou a chorar e por pouco eu não comecei junto... Se antes eu já estava confuso, agora que eu não sabia mesmo o que estava acontecendo. Claro que eu não a tinha traído!
- Mas é claro que somos exclusivos! De onde tirou que não éramos?
- COMO NÓS SOMOS EXCLUSIVOS SE A DAYENE TE VIU COM OUTRA?
OH-OH. Pelo menos isso explica todo aquele jeito nervoso perto de mim ontem.
- , eu não te traí. – Nesse momento, ela já tinha parado de andar pela sala. Estávamos um de frente para o outro. Nossos olhos em chamas.
- E seus sumiços, ? – Ela falou bem baixinho. A raiva tinha passado e algo muito pior tinha tomado conta dela, uma angústia que estava me enlouquecendo.
Respirei fundo. Esse era um assunto que não gostaria de falar.
- Eu não te traí, . Nunca faria isso com você. – Disse novamente. Ela percebeu que mudei de assunto. Um sorriso triste surgiu em seus lábios.
- Acho melhor eu ir embora.
- NÃO! Digo, não. Você não pode ir embora assim! Você precisa acreditar em mim! Eu não sei o que sua amiga viu, ou onde, mas é tudo um mal entendido.
- Não dá pra começar nada sem confiança, . – Suspirei pesadamente, ou eu falava, ou eu perdia a garota. A minha garota.
esperou pacientemente minha batalha interna.
- Essa garota que Dayene falou, por acaso, tinha cabelo preto, olhos verdes e uma marca no pescoço? – apenas assentiu. Eu continuei. – Era minha irmã. Espera aqui. - Soltei o ar e saí da sala, mas bem a tempo de vê-la arregalar os olhos e me olhar surpresa.
Fui em direção ao meu quarto. Abri meu guarda-roupa e peguei o álbum de fotos da família, bem no fundo dele. Ainda não acreditava que nem éramos namorados e toda essa bagagem já estava sendo exposta. O medo estava tomando conta de cada poro do meu corpo.
Voltei para a sala e encontrei parada em frente à janela, com o olhar vago. Sentei no sofá e indiquei com a cabeça que ela fizesse o mesmo. Procurei pela foto que queria, uma mais recente com a minha mãe e minha irmã.
- Essa deve ter sido a garota que ela viu. – assentiu. – Ela tirou foto, certo? – Outro balançar positivo de cabeça. – Bom, eu tenho uma irmã. E uma mãe que está internada em um lugar para pessoas com transtornos mentais, um Hospital Psiquiátrico. É só um nome mais bonito para hospício, manicômio. – Ri, sem humor algum. Seus olhos me repreendiam. – Bom, isso já faz cinco anos. Meu pai bebia muito. Uma noite, quando chegou em casa bem alterado, ele pegou uma garrafa quebrada e passou pelo pescoço da minha irmã. Não sei no que ele estava pensando. Eu desci correndo do meu quarto quando ouvi os gritos dela. Minha mãe desceu logo em seguida e entrou em choque com todo aquele sangue. Meu pai logo caiu em si e saiu da casa. Soube que foi encontrado morto uns dois dias depois, acidente de carro. Minha mãe acabou ficando com um trauma e hoje vive em lembranças de tempos melhores, digamos assim. Eu sumo porque vou visitá-la sempre que dá. Em resumo, é isso. Não gosto de lembrar dessa época, ou falar sobre ela.
A raiva de seus olhos já tinha sido completamente eliminada, dando lugar a um amor que nunca tinha conseguido enxergar neles. me olhava não como se eu estivesse quebrado por tudo o que tinha acontecido, mas como se eu fosse um herói por ter sobrevivido a tudo aquilo e ainda estar aqui, sendo capaz de contar para ela a parte mais feia da minha vida. Era difícil ainda para eu acreditar que em algum momento tive medo de perdê-la por compartilhar a minha história.
- Me desculpa, . – As lágrimas que a vi prender por certo tempo, já escorriam pelo seu rosto. – Eu não deveria chegar aqui e jogar tudo em cima de você sem ao menos perguntar. Eu...
- Eu sei. – Foi tudo o que consegui dizer, ainda tinha medo de me aproximar e acabar sendo rejeitado novamente. Não sei se depois disso tudo eu aguentaria.
- Eu sinto muito. Dayene é minha amiga, ela nunca teria motivo pra mentir pra mim, e ainda tinha a foto! – deu um salto do sofá e voltou a andar de um lado para o outro. – Eu não sei o que me deu! Eu nunca agi assim, eu não sou assim! Sempre tive minha vida nos eixos, sempre agi de maneira racional em situações que tinham sentimentos envolvidos, mas aí você apareceu na minha vida e tudo tá de cabeça pra baixo! Não que eu esteja te culpando ou reclamando, porque você foi a melhor bagunça que já apareceu na minha vida, . – suspirou e sentou novamente. Eu estava tentando assimilar cada palavra que saía de sua boca. – Quando eu vi a foto, eu... Eu tive tanto medo. – Ela apoiou a cabeça no sofá, já desistindo de conter o choro. – Eu sinto muito por toda essa cena, muito mesmo.
- Você não precisa se sentir assim. Acho que faria pior se fosse o contrário.
Alguma coisa mudou em seu olhar. Uma nova chama surgiu neles, algo que ainda não tinha conseguido decifrar.
A vida é engraçada. Tudo bem que essa é uma palavra que não se espera ser dita nesse momento, mas é a mais pura verdade. Em um dia está tudo maravilhoso, mas no outro está caindo aos pedaços. E é aí que você me pergunta: onde isso é engraçado, seu maluco? E eu te respondo: não sei, colega, apenas é. Esse é muitas vezes o problema com as pessoas. Elas ficam tão presas nas desgraças que acontecem, que esquecem de olhar para o simples, para as pequenas coisas da vida que são muito maiores que essas desgraças passageiras.
Comumente dizemos a frase “tudo passa”. Claro que a forma como é dita é apenas no sentido de que se algo está ruim, irá passar. Só nos esquecemos que as coisas boas também chegam ao fim, infelizmente. Mas essa garota na minha frente só me faz perceber que essa felicidade não vai embora da minha vida, porque eu não vou deixar.
I'm falling for your eyes
But they don't know me yet...
Seus olhos suaves estavam nos meus receosos. Receio que se esvaía a cada outro minuto que passava, perdendo-me em toda aquela imensidão de sentimentos entre nós. Depois de tudo dito, esperava ver a pena, não o amor. Me apaixonei por aqueles olhos, mesmo sem ela conhecer toda a verdade, por puro medo de assustá-la e perdê-la.
E esse medo parecia tão idiota agora. levou sua mão de encontro a minha, depois do que parecia a eternidade sem tocá-la, senti-la. Ela entrelaçou nossos dedos. O silêncio continuava entre nós, mas não aquele constrangedor e, sim, aquele onde as palavras não cabiam. Nossos olhares se conectaram, retomando nossa sintonia e também toda a tensão existente entre nós.
Levei meus lábios de encontro aos dela, que não negou ou se afastou dessa vez.
I've been feeling everything
From hate to love from love to lust
From lust to truth I guess that's how I know you
So I hold you close to help you give it up…
Minhas mãos seguiram para a sua cintura. Uma descendo lentamente pelas suas pernas, em direção ao seu joelho. A outra subiu, buscando apoio para levantá-la em meus braços.
Seguimos em direção ao meu quarto, sem separar nossas bocas.
Deitei-a suavemente sobre a cama, tomando todo o cuidado, como se ela pudesse quebrar com qualquer movimento mais brusco. Deitei sobre ela, encaixando minha coxa no meio de suas pernas. Senti sua respiração falhar, enquanto minhas mãos passeavam pelo seu corpo. Minha mente absorvia cada pequeno detalhe que minhas mãos conseguiam captar, mesmo que sobre as roupas que ela usava. Era como se minha mente estivesse em um plano paralelo, onde só nós dois existíamos, como se nada, nem ninguém mais no mundo importasse. A sensação de sua pele sob meus dedos era inebriante, minha mente tentava antecipar o que estava prestes a acontecer, mas não há como antecipar alguma coisa claramente quando as emoções dentro de mim estão completamente fora de si, perdidas e sedentas por mais.
levou suas mãos para as minhas costas, arranhando-as sobre a blusa que eu usava. Desceu suas mãos perigosamente, até colocar ambas sobre minha pele quente. Seu toque me fez arfar em seu pescoço, que arrepiou, causando-me um formigamento no peito. Eu tentava dizer para mim mesmo para ir com calma, mas meu corpo parecia não obedecer. Ele tinha fome, necessidade por descobrir cada pedacinho escondido dela.
Suas mãos levantaram minha camisa, forçando-nos a nos separarmos para que a peça saísse do nosso caminho. explanou suas mãos sobre meu peito, encarando meus olhos, passando toda a certeza que eu precisava para prosseguir.
Desci meu nariz por seu rosto e pescoço. Passando por entre os seus seios e chegando à sua barriga. Minhas mãos logo tiraram sua blusa, deixando-a apenas com o sutiã. Notei suas bochechas corando, o que me fez rir involuntariamente.
- Para de rir! – Ela deu um leve empurrão em meu peito.
- Você é tão linda. – Falei, simplesmente, perdendo-me na imensidão do seu olhar. Deus, ela estava me enlouquecendo! Fui descendo em direção aos seus pés e tirei suas botas e meias logo em seguida. Subi minhas mãos com calma pelo seu corpo, colocando-me novamente sobre ela. Nossos beijos se tornavam mais urgentes e necessitados a cada momento que passava. Minhas mãos foram em direção ao botão da sua calça, mas parei para ter a confirmação de que era mesmo isso que ela queria. Seria a nossa primeira vez e eu já estava me sentindo o cara mais sortudo de todo o mundo. Respirei fundo, tentando inutilmente acalmar meu coração, que batia freneticamente a cada momento que passava e a sensação de ter completamente para mim se aproximava.
Tirei sua calça, subindo novamente pelo seu corpo, mas parando para apenas apreciar pelo caminho. Seus braços instintivamente tentaram cobrir seu corpo, o que eu prontamente impedi.
- Você não precisa ter vergonha de mim. Nunca. – Disse, olhando profundamente em seus olhos, queria que toda a sua insegurança fosse para longe. Queria mais que tudo que ela confiasse em mim, não para se entregar para mim, mas para que nos entregássemos um ao outro.
So kiss me like you wanna be loved
You wanna be loved...
Meus lábios cobriram os seus novamente. A necessidade por unir nossos corpos estava ficando insuportável. Senti as mãos dela descendo pelo meu peito e parando perigosamente na minha barriga. Seus dedos seguiram para a minha calça, abrindo seu botão e dando um jeito de jogá-la longe. Apenas nossas roupas íntimas nos separavam, mas elas logo não estariam mais em nosso caminho.
Quando senti sua pele nua na minha, foi como se choques estivessem percorrendo por todo o meu corpo, como um frenesi que dominava cada parte de mim. Levei minhas mãos ao criado mudo ao lado da minha cama, em busca de uma camisinha. Com ela já colocada, uni nossas mãos ao lado de sua cabeça, juntando nossos corpos e nos tornando um. Seus gemidos em meu ouvido quase me fizeram perder o controle. Nossas respirações estavam falhas e descompassadas. A cada minuto que passava, eu podia sentir seu corpo se aproximando do limite, assim como o meu, que implorava por uma liberação. Eu nunca tinha me sentido dessa forma, tão ligado intimamente com alguém. Talvez isso seja o que mamãe me disse quando levei uma garota para sair pela primeira vez, ela disse para eu tratá-la com todo o respeito, com todo o cuidado, porque mulheres são seres frágeis, mas para eu nunca confundir isso com fraqueza. Eu apenas balancei a cabeça, querendo sair logo dali e parar de perder tempo com uma conversa completamente sem sentido. Antes de me virar, mamãe sorriu e disse que um dia eu entenderia o que ela estava falando. Eu sempre tentei agir dessa forma, mas agora eu entendia. A fragilidade tem muito mais a ver comigo, com o meu medo de fazer algo errado e deixar a garota dos meus sonhos ir embora. Encarei no instante que ela chegou ao seu máximo, sentindo todo o vazio dentro de mim ser preenchido por tudo relacionado a ela.
Assim que relaxou embaixo de mim, também fui em direção ao meu clímax, me jogando para o lado, para que meu peso não ficasse sobre ela. apoiou sua cabeça sobre meu peito e assim nós dormimos, com um sentimento de que aquele era apenas nosso começo.
And your heart's against my chest
Your lips pressed in my neck…
- Bom dia. – Disse assim que senti se mexer sobre mim e levantar seus olhos para me encararem.
- Bom dia. – Ela disse e logo cobriu sua boca, virando-se para o lado.
- Pode ir parando, que quero meu beijo matinal.
- Nem pensar! – falou e rapidamente sumiu para o meu banheiro, ainda nua. Eu definitivamente poderia me acostumar com isso. Peguei uma pastilha sobre a cômoda perto da cama e fiquei apenas esperando meu pequeno paraíso retornar para a cama, onde eu queria que ela ficasse para sempre.
retornou e voltou para nossa posição anterior.
- Posso ganhar meu beijo agora? – Perguntei com um sorriso no rosto, sorriso que não deve me deixar por um longo tempo. apenas uniu nossos lábios, fazendo-me duvidar se toda a noite passada havia realmente acontecido, porque tudo parecia um sonho.
Settle down with me
And I'll be your safety
You'll be my lady...
- Eu estava aqui pensando, enquanto te admirava dormindo.
- Você não fez isso! – Ela estava completamente envergonhada.
- Você é a coisinha mais linda enquanto dorme. Parece um anjinho, não aquele furacão todo da noite passada. – colocou as mãos sobre os seus olhos, querendo se esconder de mim. Gargalhei e descobri seu rosto, fazendo-a me encarar. – Já disse que não precisa ficar com vergonha de mim. – Ela sorriu docemente. Ah, como eu estava apaixonado por aquela mulher!
- No que estava pensando então?
- No que você disse quando chegou ontem. Sobre não estarmos em um relacionamento sério. Eu...
- Você não precisa fazer isso, .
- Mas eu quero isso mais que tudo, . Eu estava tão preocupado todo esse tempo de toda essa bagagem da minha família te afastar de mim, que eu acabei não assumindo um relacionamento mais sério por medo de te perder quando eu te contasse, porque eu ia te contar. Eu só estava esperando o momento certo. Eu sei que a base de um relacionamento é a confiança e eu quero que saiba cada detalhe de mim. Assim como quero saber cada coisinha sobre você. – Pude ver seus olhos marejados. – Eu só não vou me levantar e ajoelhar porque eu estou pelado e, você sabe, enfim, a cena ficaria meio... Enfim. – Ela riu, secando uma lágrima que escorreu. – , você quer namorar comigo? – Falei de uma vez, não aguentando esperar pela sua resposta.
- Claro que sim, ! É claro que sim! – se jogou sobre mim e soltei a respiração que eu não sabia que estava prendendo. Nossas gargalhadas foram parando e a intensidade dos nossos beijos aumentando. Acho que nosso domingo seria bastante interessante.
~*~
- Ei, você. – estava na cantina, com as amigas. Fui em sua direção e selei nossos lábios, ouvindo os suspiros ao nosso redor. Sentei ao lado da minha garota, passando meu braço sobre seus ombros.
- Sem hesitação dessa vez? – Ela perguntou, com os olhos brilhando de diversão.
- Pra te beijar? Jamais, namorada.
- Eu posso me acostumar com isso, namorado.
This feels like falling in love
We're falling in love…
- Oi. – Seu lado tímido respondeu, enquanto eu ainda discutia mentalmente como cumprimentá-la. Nós estávamos saindo fazia dois meses, mas a insegurança por não saber como nos definir me tornava receoso. Acabei optando por um beijo em sua bochecha. Sentei ao seu lado, retirando seus vários livros de cálculo da cadeira, e os juntando com os meus vários de literatura. cursava Engenharia da Computação, enquanto eu fazia Literatura e Cultura Europeia com Filosofia.
Alguns dizem que somos completos opostos, ou que deveríamos trocar de cursos entre nós para ficar tudo certo. Preconceito idiota.
- Parece que terá um final de semana bastante cheio. – Disse, apontando para os seus livros. Ela sorriu de lado.
- Você não está assim tão diferente de mim. – Ela retrucou, aproximando-se mais de mim. A temperatura de -7 graus não estava muito convidativa para se isolar. Passei meu braço sobre seus ombros, trazendo-a ainda mais para perto. Era como se nossos corpos tivessem uma ligação, como se meu corpo fosse feito para proteger o dela. – ... – Ela começou, meio sem saber como continuar. – Será que você pode me beijar agora? – Olhou-me de lado, com um sorriso nos lábios.
I was made to keep your body warm
But I'm cold as the wind blows, so hold me in your arms...
Sem pensar, ou hesitar – de novo -, meus lábios já estavam sobre os seus. Era como se o mundo parasse apenas para que eu pudesse apreciar seus lábios suaves, seu hálito refrescante e com gosto de cappuccino. Quando separamos nossas bocas, encarei seus olhos brilhantes, olhos que me faziam apaixonar mais a cada dia, olhos que transmitiam toda paz, segurança e aqueciam meu peito.
Eu sorri.
- Você não precisa pedir.
- Você que hesitou quando chegou. – Rimos juntos, aproximando nossos lábios novamente. A química que nos envolvia era palpável. Era difícil manter minhas mãos longe dela, era tanta atração, que tinha que fazer um esforço imenso para não sermos presos por atentado ao pudor.
Apenas a abracei mais forte, deslizando minha mão por seu braço, querendo mantê-la aquecida.
- A gente podia sair hoje, ou amanhã... Ou só ficarmos em casa, assistindo qualquer coisa. – Perguntei, meio inseguro. Eu parecia um completo adolescente perto dela. olhou para os livros, depois para mim. Voltou seu olhar para os livros, suspirou e se aconchegou mais em meus braços.
- Não sei, .
- Você é muito nerd, sabia? – Sorri, enquanto beijava seus cabelos. se virou para me dar um tapa no braço.
- Ei, nada a ver! Eu só preciso colocar a matéria em dia.
- Então quer dizer que nem prova a senhorita tem? Estou sendo trocado por números, o quão humilhante isso pode ser? – Fiz meu drama básico, juro que as vezes me achava a mulher da relação, claro que apenas na parte sentimental da coisa. Em outras, eu sei ser bem macho, se me permite dizer.
- , preciso falar com você! – Uma amiga da surgiu do nada, parecia agitada, nervosa.
- Oi, Dayene, você está bem? – Ela perguntou, preocupada.
- Sim, sim! As meninas irão se encontrar lá em casa, vamos!
Suspirei e a soltei. Ela me deu um breve beijo.
- Te mando uma mensagem.
- Vou ficar te esperando. Vamos ser bem justos nessa divisão. Sexta é noite das garotas, sábado a noite é minha. Não quero desculpas, nem adianta. – Passei meus braços por sua cintura, trazendo-a mais para perto de mim. Dayene parecia incomodada. Ignorei sua atitude e apenas selei meus lábios lentamente nos de . – Estarei esperando, não esquece. – Ela apenas sorriu e saiu com a amiga.
Sexta não tive sinal da , como já imaginava. Aproveitei para colocar algumas leituras em dia e dar uma ajeitada na casa. Sábado, quando acordei, às 13h, fui ao mercado. Ainda estava sem notícias dela.
Tentei não pensar em todo esse sumiço.
Falhei vergonhosamente.
Fiquei revirando os canais na tv. Só porcaria.
Deitei, querendo dormir. Nada.
O que, raios, tinha acontecido?
Quando eu já estava perdendo todas as minhas esperanças de esperá-la dar sinal e ir realmente dormir... Mentira, e dar um jeito de ligar para ela, ou bater na porta do seu apartamento, a minha campainha tocou. Fui correndo, só não abri a porta imediatamente por estar com cara de idiota e cansado pelo pique. Eu sou um completo imbecil.
Abri a porta calmamente, dando de cara com uma com os olhos bastante vermelhos. OH-OH.
- ? O que aconteceu? – Falei, já estendendo meus braços em sua direção, para abraçá-la e fazer toda aquela dor em seus olhos ir embora. Mas como eu disse, só tentei. Porque assim que meus braços se levantaram, deu um passo para trás, para longe de mim. Isso não era um bom sinal.
Ao notar meu olhar confuso, espantado, preocupado, desesperado, agoniado e mais um milhão de emoções que estavam transbordando dentro de mim, ela falou:
- Posso entrar? Acho que a gente precisa conversar.
Dei passagem para que ela entrasse. Tranquei a porta e encostei minha testa a ela. Respirei fundo, tentando lembrar de todas as possíveis merdas que eu tinha feito, acredite, o desespero estava tão grande, que comecei a pensar em vidas passadas. Mas, enfim.
- , por que você tá chorando? – Fui em sua direção novamente, que, mais uma vez, se afastou. Fiquei apenas a observando. Ela estava de frente para mim, eu podia ver uma luta interna em seus olhos. Raiva, dor, decepção... Eu já tinha chegado à conclusão que tinha feito nada de errado, o que só piorava meu estado. Esperar era tudo que me restava.
Mais alguns bons minutos se passaram, bons mesmo. Quando encarei seus olhos mais uma vez, meu desespero piorou. A raiva venceu. Em questão de segundos, estava vindo para cima de mim. Estava surpreso, mas já acostumado com mulheres correndo na minha direção, e nem sempre para fins sexuais, eu logo saí da frente, indo para trás do sofá.
- Olha, , eu vim aqui achando que seria forte o bastante, mas não sou, ok? – Ela falava, enquanto andava atrás de mim. Estávamos, literalmente, andando em círculos pela sala do meu apartamento. Preferi me manter calado, tinham muitos objetos que poderiam ser lançados em minha direção e eu estava muito feliz com a minha cabeça sobre meu pescoço, onde ela deve estar. – Eu passei o dia inteiro debatendo internamente se deveria ou não vir. Acredite, pesei muitos prós e contras até chegar aqui e bater à sua porta. Eu fiz uma lista, ! Tem noção do quão agoniada eu fiquei? – disparou a falar e eu apenas a encarava, confuso. Em algum momento, ela parou de vir em minha direção e ficou apenas cruzando a sala de um lado para o outro, como se continuasse sua luta interna. – Como você sabe, ontem foi noite das garotas, como você chamou. – se jogou no sofá, mas não ousei me mexer de onde estava, escondido e seguro atrás de uma mesa. – Eu sei que você reparou que Dayene estava nervosa, qualquer um podia ver. – Nesse momento, ela já estava falando mais para si mesma do que para mim. Até que ela levantou do nada e continuou andando. – Ela me contou uma coisa... – fez uma pausa e me olhou nos olhos pela primeira vez, mas logo desviou para a janela. Isso não estava tomando um rumo legal. - Eu sei que nós não estamos em um relacionamento sério, tudo bem? EU SEI! Mas, droga, , por quê? Eu sei que não conversamos sobre exclusividade, mas nós... Nós... – começou a chorar e por pouco eu não comecei junto... Se antes eu já estava confuso, agora que eu não sabia mesmo o que estava acontecendo. Claro que eu não a tinha traído!
- Mas é claro que somos exclusivos! De onde tirou que não éramos?
- COMO NÓS SOMOS EXCLUSIVOS SE A DAYENE TE VIU COM OUTRA?
OH-OH. Pelo menos isso explica todo aquele jeito nervoso perto de mim ontem.
- , eu não te traí. – Nesse momento, ela já tinha parado de andar pela sala. Estávamos um de frente para o outro. Nossos olhos em chamas.
- E seus sumiços, ? – Ela falou bem baixinho. A raiva tinha passado e algo muito pior tinha tomado conta dela, uma angústia que estava me enlouquecendo.
Respirei fundo. Esse era um assunto que não gostaria de falar.
- Eu não te traí, . Nunca faria isso com você. – Disse novamente. Ela percebeu que mudei de assunto. Um sorriso triste surgiu em seus lábios.
- Acho melhor eu ir embora.
- NÃO! Digo, não. Você não pode ir embora assim! Você precisa acreditar em mim! Eu não sei o que sua amiga viu, ou onde, mas é tudo um mal entendido.
- Não dá pra começar nada sem confiança, . – Suspirei pesadamente, ou eu falava, ou eu perdia a garota. A minha garota.
esperou pacientemente minha batalha interna.
- Essa garota que Dayene falou, por acaso, tinha cabelo preto, olhos verdes e uma marca no pescoço? – apenas assentiu. Eu continuei. – Era minha irmã. Espera aqui. - Soltei o ar e saí da sala, mas bem a tempo de vê-la arregalar os olhos e me olhar surpresa.
Fui em direção ao meu quarto. Abri meu guarda-roupa e peguei o álbum de fotos da família, bem no fundo dele. Ainda não acreditava que nem éramos namorados e toda essa bagagem já estava sendo exposta. O medo estava tomando conta de cada poro do meu corpo.
Voltei para a sala e encontrei parada em frente à janela, com o olhar vago. Sentei no sofá e indiquei com a cabeça que ela fizesse o mesmo. Procurei pela foto que queria, uma mais recente com a minha mãe e minha irmã.
- Essa deve ter sido a garota que ela viu. – assentiu. – Ela tirou foto, certo? – Outro balançar positivo de cabeça. – Bom, eu tenho uma irmã. E uma mãe que está internada em um lugar para pessoas com transtornos mentais, um Hospital Psiquiátrico. É só um nome mais bonito para hospício, manicômio. – Ri, sem humor algum. Seus olhos me repreendiam. – Bom, isso já faz cinco anos. Meu pai bebia muito. Uma noite, quando chegou em casa bem alterado, ele pegou uma garrafa quebrada e passou pelo pescoço da minha irmã. Não sei no que ele estava pensando. Eu desci correndo do meu quarto quando ouvi os gritos dela. Minha mãe desceu logo em seguida e entrou em choque com todo aquele sangue. Meu pai logo caiu em si e saiu da casa. Soube que foi encontrado morto uns dois dias depois, acidente de carro. Minha mãe acabou ficando com um trauma e hoje vive em lembranças de tempos melhores, digamos assim. Eu sumo porque vou visitá-la sempre que dá. Em resumo, é isso. Não gosto de lembrar dessa época, ou falar sobre ela.
A raiva de seus olhos já tinha sido completamente eliminada, dando lugar a um amor que nunca tinha conseguido enxergar neles. me olhava não como se eu estivesse quebrado por tudo o que tinha acontecido, mas como se eu fosse um herói por ter sobrevivido a tudo aquilo e ainda estar aqui, sendo capaz de contar para ela a parte mais feia da minha vida. Era difícil ainda para eu acreditar que em algum momento tive medo de perdê-la por compartilhar a minha história.
- Me desculpa, . – As lágrimas que a vi prender por certo tempo, já escorriam pelo seu rosto. – Eu não deveria chegar aqui e jogar tudo em cima de você sem ao menos perguntar. Eu...
- Eu sei. – Foi tudo o que consegui dizer, ainda tinha medo de me aproximar e acabar sendo rejeitado novamente. Não sei se depois disso tudo eu aguentaria.
- Eu sinto muito. Dayene é minha amiga, ela nunca teria motivo pra mentir pra mim, e ainda tinha a foto! – deu um salto do sofá e voltou a andar de um lado para o outro. – Eu não sei o que me deu! Eu nunca agi assim, eu não sou assim! Sempre tive minha vida nos eixos, sempre agi de maneira racional em situações que tinham sentimentos envolvidos, mas aí você apareceu na minha vida e tudo tá de cabeça pra baixo! Não que eu esteja te culpando ou reclamando, porque você foi a melhor bagunça que já apareceu na minha vida, . – suspirou e sentou novamente. Eu estava tentando assimilar cada palavra que saía de sua boca. – Quando eu vi a foto, eu... Eu tive tanto medo. – Ela apoiou a cabeça no sofá, já desistindo de conter o choro. – Eu sinto muito por toda essa cena, muito mesmo.
- Você não precisa se sentir assim. Acho que faria pior se fosse o contrário.
Alguma coisa mudou em seu olhar. Uma nova chama surgiu neles, algo que ainda não tinha conseguido decifrar.
A vida é engraçada. Tudo bem que essa é uma palavra que não se espera ser dita nesse momento, mas é a mais pura verdade. Em um dia está tudo maravilhoso, mas no outro está caindo aos pedaços. E é aí que você me pergunta: onde isso é engraçado, seu maluco? E eu te respondo: não sei, colega, apenas é. Esse é muitas vezes o problema com as pessoas. Elas ficam tão presas nas desgraças que acontecem, que esquecem de olhar para o simples, para as pequenas coisas da vida que são muito maiores que essas desgraças passageiras.
Comumente dizemos a frase “tudo passa”. Claro que a forma como é dita é apenas no sentido de que se algo está ruim, irá passar. Só nos esquecemos que as coisas boas também chegam ao fim, infelizmente. Mas essa garota na minha frente só me faz perceber que essa felicidade não vai embora da minha vida, porque eu não vou deixar.
I'm falling for your eyes
But they don't know me yet...
Seus olhos suaves estavam nos meus receosos. Receio que se esvaía a cada outro minuto que passava, perdendo-me em toda aquela imensidão de sentimentos entre nós. Depois de tudo dito, esperava ver a pena, não o amor. Me apaixonei por aqueles olhos, mesmo sem ela conhecer toda a verdade, por puro medo de assustá-la e perdê-la.
E esse medo parecia tão idiota agora. levou sua mão de encontro a minha, depois do que parecia a eternidade sem tocá-la, senti-la. Ela entrelaçou nossos dedos. O silêncio continuava entre nós, mas não aquele constrangedor e, sim, aquele onde as palavras não cabiam. Nossos olhares se conectaram, retomando nossa sintonia e também toda a tensão existente entre nós.
Levei meus lábios de encontro aos dela, que não negou ou se afastou dessa vez.
I've been feeling everything
From hate to love from love to lust
From lust to truth I guess that's how I know you
So I hold you close to help you give it up…
Minhas mãos seguiram para a sua cintura. Uma descendo lentamente pelas suas pernas, em direção ao seu joelho. A outra subiu, buscando apoio para levantá-la em meus braços.
Seguimos em direção ao meu quarto, sem separar nossas bocas.
Deitei-a suavemente sobre a cama, tomando todo o cuidado, como se ela pudesse quebrar com qualquer movimento mais brusco. Deitei sobre ela, encaixando minha coxa no meio de suas pernas. Senti sua respiração falhar, enquanto minhas mãos passeavam pelo seu corpo. Minha mente absorvia cada pequeno detalhe que minhas mãos conseguiam captar, mesmo que sobre as roupas que ela usava. Era como se minha mente estivesse em um plano paralelo, onde só nós dois existíamos, como se nada, nem ninguém mais no mundo importasse. A sensação de sua pele sob meus dedos era inebriante, minha mente tentava antecipar o que estava prestes a acontecer, mas não há como antecipar alguma coisa claramente quando as emoções dentro de mim estão completamente fora de si, perdidas e sedentas por mais.
levou suas mãos para as minhas costas, arranhando-as sobre a blusa que eu usava. Desceu suas mãos perigosamente, até colocar ambas sobre minha pele quente. Seu toque me fez arfar em seu pescoço, que arrepiou, causando-me um formigamento no peito. Eu tentava dizer para mim mesmo para ir com calma, mas meu corpo parecia não obedecer. Ele tinha fome, necessidade por descobrir cada pedacinho escondido dela.
Suas mãos levantaram minha camisa, forçando-nos a nos separarmos para que a peça saísse do nosso caminho. explanou suas mãos sobre meu peito, encarando meus olhos, passando toda a certeza que eu precisava para prosseguir.
Desci meu nariz por seu rosto e pescoço. Passando por entre os seus seios e chegando à sua barriga. Minhas mãos logo tiraram sua blusa, deixando-a apenas com o sutiã. Notei suas bochechas corando, o que me fez rir involuntariamente.
- Para de rir! – Ela deu um leve empurrão em meu peito.
- Você é tão linda. – Falei, simplesmente, perdendo-me na imensidão do seu olhar. Deus, ela estava me enlouquecendo! Fui descendo em direção aos seus pés e tirei suas botas e meias logo em seguida. Subi minhas mãos com calma pelo seu corpo, colocando-me novamente sobre ela. Nossos beijos se tornavam mais urgentes e necessitados a cada momento que passava. Minhas mãos foram em direção ao botão da sua calça, mas parei para ter a confirmação de que era mesmo isso que ela queria. Seria a nossa primeira vez e eu já estava me sentindo o cara mais sortudo de todo o mundo. Respirei fundo, tentando inutilmente acalmar meu coração, que batia freneticamente a cada momento que passava e a sensação de ter completamente para mim se aproximava.
Tirei sua calça, subindo novamente pelo seu corpo, mas parando para apenas apreciar pelo caminho. Seus braços instintivamente tentaram cobrir seu corpo, o que eu prontamente impedi.
- Você não precisa ter vergonha de mim. Nunca. – Disse, olhando profundamente em seus olhos, queria que toda a sua insegurança fosse para longe. Queria mais que tudo que ela confiasse em mim, não para se entregar para mim, mas para que nos entregássemos um ao outro.
So kiss me like you wanna be loved
You wanna be loved...
Meus lábios cobriram os seus novamente. A necessidade por unir nossos corpos estava ficando insuportável. Senti as mãos dela descendo pelo meu peito e parando perigosamente na minha barriga. Seus dedos seguiram para a minha calça, abrindo seu botão e dando um jeito de jogá-la longe. Apenas nossas roupas íntimas nos separavam, mas elas logo não estariam mais em nosso caminho.
Quando senti sua pele nua na minha, foi como se choques estivessem percorrendo por todo o meu corpo, como um frenesi que dominava cada parte de mim. Levei minhas mãos ao criado mudo ao lado da minha cama, em busca de uma camisinha. Com ela já colocada, uni nossas mãos ao lado de sua cabeça, juntando nossos corpos e nos tornando um. Seus gemidos em meu ouvido quase me fizeram perder o controle. Nossas respirações estavam falhas e descompassadas. A cada minuto que passava, eu podia sentir seu corpo se aproximando do limite, assim como o meu, que implorava por uma liberação. Eu nunca tinha me sentido dessa forma, tão ligado intimamente com alguém. Talvez isso seja o que mamãe me disse quando levei uma garota para sair pela primeira vez, ela disse para eu tratá-la com todo o respeito, com todo o cuidado, porque mulheres são seres frágeis, mas para eu nunca confundir isso com fraqueza. Eu apenas balancei a cabeça, querendo sair logo dali e parar de perder tempo com uma conversa completamente sem sentido. Antes de me virar, mamãe sorriu e disse que um dia eu entenderia o que ela estava falando. Eu sempre tentei agir dessa forma, mas agora eu entendia. A fragilidade tem muito mais a ver comigo, com o meu medo de fazer algo errado e deixar a garota dos meus sonhos ir embora. Encarei no instante que ela chegou ao seu máximo, sentindo todo o vazio dentro de mim ser preenchido por tudo relacionado a ela.
Assim que relaxou embaixo de mim, também fui em direção ao meu clímax, me jogando para o lado, para que meu peso não ficasse sobre ela. apoiou sua cabeça sobre meu peito e assim nós dormimos, com um sentimento de que aquele era apenas nosso começo.
And your heart's against my chest
Your lips pressed in my neck…
- Bom dia. – Disse assim que senti se mexer sobre mim e levantar seus olhos para me encararem.
- Bom dia. – Ela disse e logo cobriu sua boca, virando-se para o lado.
- Pode ir parando, que quero meu beijo matinal.
- Nem pensar! – falou e rapidamente sumiu para o meu banheiro, ainda nua. Eu definitivamente poderia me acostumar com isso. Peguei uma pastilha sobre a cômoda perto da cama e fiquei apenas esperando meu pequeno paraíso retornar para a cama, onde eu queria que ela ficasse para sempre.
retornou e voltou para nossa posição anterior.
- Posso ganhar meu beijo agora? – Perguntei com um sorriso no rosto, sorriso que não deve me deixar por um longo tempo. apenas uniu nossos lábios, fazendo-me duvidar se toda a noite passada havia realmente acontecido, porque tudo parecia um sonho.
Settle down with me
And I'll be your safety
You'll be my lady...
- Eu estava aqui pensando, enquanto te admirava dormindo.
- Você não fez isso! – Ela estava completamente envergonhada.
- Você é a coisinha mais linda enquanto dorme. Parece um anjinho, não aquele furacão todo da noite passada. – colocou as mãos sobre os seus olhos, querendo se esconder de mim. Gargalhei e descobri seu rosto, fazendo-a me encarar. – Já disse que não precisa ficar com vergonha de mim. – Ela sorriu docemente. Ah, como eu estava apaixonado por aquela mulher!
- No que estava pensando então?
- No que você disse quando chegou ontem. Sobre não estarmos em um relacionamento sério. Eu...
- Você não precisa fazer isso, .
- Mas eu quero isso mais que tudo, . Eu estava tão preocupado todo esse tempo de toda essa bagagem da minha família te afastar de mim, que eu acabei não assumindo um relacionamento mais sério por medo de te perder quando eu te contasse, porque eu ia te contar. Eu só estava esperando o momento certo. Eu sei que a base de um relacionamento é a confiança e eu quero que saiba cada detalhe de mim. Assim como quero saber cada coisinha sobre você. – Pude ver seus olhos marejados. – Eu só não vou me levantar e ajoelhar porque eu estou pelado e, você sabe, enfim, a cena ficaria meio... Enfim. – Ela riu, secando uma lágrima que escorreu. – , você quer namorar comigo? – Falei de uma vez, não aguentando esperar pela sua resposta.
- Claro que sim, ! É claro que sim! – se jogou sobre mim e soltei a respiração que eu não sabia que estava prendendo. Nossas gargalhadas foram parando e a intensidade dos nossos beijos aumentando. Acho que nosso domingo seria bastante interessante.
- Ei, você. – estava na cantina, com as amigas. Fui em sua direção e selei nossos lábios, ouvindo os suspiros ao nosso redor. Sentei ao lado da minha garota, passando meu braço sobre seus ombros.
- Sem hesitação dessa vez? – Ela perguntou, com os olhos brilhando de diversão.
- Pra te beijar? Jamais, namorada.
- Eu posso me acostumar com isso, namorado.
This feels like falling in love
We're falling in love…
Fim.
Nota da autora: Oi, pessoas! Tudo certo? ^^
Kiss Me é uma das minhas músicas preferidas e dei meu melhor para tentar chegar a uma décima parte da perfeição dela! hahahahaha Espero que tenham gostado, a fiz com muito carinho! Edinho merece né? Tenho que agradecer a That e Carol (Zizi), essas duas lindas que me aguentaram mandando a fic e pedindo opinião <3 E a linda da Van que betou para mim! Amo cêis tudo, gatas <33
É isso, muito obrigada a todo mundo que leu! Vocês são uns amores! Espero não ter decepcionado!
Larys
xx
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➺ 07. I Wish You Would
➺ 08. The Heart Never Lies
➺ 05. Lightweight
➺ 11. Never Been Hurt
➺ É Só Você Sorrir
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Kiss Me é uma das minhas músicas preferidas e dei meu melhor para tentar chegar a uma décima parte da perfeição dela! hahahahaha Espero que tenham gostado, a fiz com muito carinho! Edinho merece né? Tenho que agradecer a That e Carol (Zizi), essas duas lindas que me aguentaram mandando a fic e pedindo opinião <3 E a linda da Van que betou para mim! Amo cêis tudo, gatas <33
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