Capítulo Único
A noite cai e ela sabe cada passo que vai acontecer. Ele vai colocar sua camisa polo de sempre, com a mesma calça e sapato. Depois vai passar aquele perfume irresistível. Chamar um carro pelo aplicativo. Colocar o celular no bolso. E andar calado no banco de trás de um carro por cerca de 20 minutos até o mesmo bar de todo fim de semana. E ela estaria por lá, sentada no mesmo canto do bar, bebendo o mesmo drink de sempre.
Nas palavras do mundo moderno, ela seria uma stalker. Nas palavras dela, apenas uma mulher em busca de (re)conquistar um antigo amor.
xxx
era fã de duas coisas: música e bebida boa. Não era à toa que ele ia todo fim de semana no mesmo bar em Bournemouth, sul da Inglaterra, onde ele podia passar a noite se divertindo com os amigos enquanto ouvia músicas de seu gosto e bebia as melhores pints que podia encontrar na cidade. Vez ou outra ele tinha a sorte de sair de lá com alguma garota.
Apesar de ser um homem muito bonito, era bastante tímido. Dificilmente ele se dava bem com as garotas, mesmo elas, em alguns momentos, se jogando aos pés dele. Mas o que importava a ele, era se divertir.
- Eu vou pegar mais uma cerveja – ele disse ao grupo de amigos.
Se afastando de onde estava anteriormente, ele caminhou até o bar e fez sinal para o barman que prontamente entendeu o que o rapaz queria. Enquanto esperava, observava o que acontecia à sua volta. Um casal se pegando na parede mais próxima, um grupo de amigas virando algumas tequilas, alguns rapazes já bêbados rindo mais alto que o normal...
E no canto, sozinha, interessada na própria bebida, uma garota bonita com olhar penetrante e fascinante. O pouco tempo que ficou esperando sua cerveja, ele não conseguia desviar o olhar da mulher do outro lado do balcão.
Seu cérebro pregava algumas peças nele, dizia que eles se conheciam de algum lugar, mas por mais que buscasse na mente, ele não sabia dizer de onde se conheciam. Era uma espécie de déjà-vu. Ele tinha a sensação de conhece-la profunda e intrinsicamente, mas sabia que não passava de uma intuição.
xxx
O veleiro estava há alguns metros da baía de Bournemouth, em direção ao canal da Mancha. Em pé, olhando a água escura e assustadora iluminada apenas com a luz da lua, um jovem herdeiro de um condado esperava as águas se mexerem. Parecia hipnotizado, como se algo muito valioso estivesse naquelas águas e ele quisesse de volta.
E estava.
Um barulho de mergulho desviou a atenção do rapaz que se apoiou em um dos joelhos, para ficar mais próximo da água. O ruído ficava cada vez mais alto e por dentro, seu corpo tremia. Era apenas uma despedida, ele sabia que logo ia voltar a vê-la.
Graciosamente, uma cabeça saiu das águas, seguida de tronco e braços e se apoiou no veleiro. Com a mão direita, tirou o cabelo molhado do rosto e sorriu para o jovem que estava apoiado no próprio joelho.
- Você tem que ir? – ela perguntou. A voz baixa, como se não quisesse perturbar o que (mais) vivia no mar.
Ele fechou os olhos e respirou fundo. Não imaginava que a resposta para aquela pergunta tão simples, seria tão difícil de falar em voz alta.
- Preciso, meu amor. – ele suspirou – Eu realmente preciso ir, minha família espera que eu assuma os negócios, me torne legitimamente o herdeiro do meu pai. Mas eu volto para te buscar, ... – ele falou – Eu volto para te buscar.
Ela balançou a cabeça em negação, descrente das palavras que estava ouvindo. Eles sabiam que aquilo não era possível.
- Meu lugar é o mar, . Eu não posso simplesmente viver na terra como um humano. Minha casa é o oceano... É aqui onde eu devo viver.
- Nos livros mitológicos, as sereias ganham pernas para viver na terra com seus amados – ele sorriu.
- Não acredite em tudo o que está nos livros, . – ele fez menção de falar algo, mas ela o cortou – E você é um humano, não existe a menor possibilidade de você viver no mar comigo. Sua habilidade para respiração embaixo da água não é como a minha.
- Droga... – ele riu para ela –Você sempre será o meu primeiro amor. Eu volto para vê-la, .
- Não faça isso com você mesmo, , se poupe e poupe o seu coração.
- Eu sempre cumpro as minhas palavras, . – ele então estendeu a mão – Me dê a mão, você vai sentir que eu estou disposto a cumprir o que estou falando.
- Se eu te tocar, tudo o que nós vivemos será apagado da sua memória.
Ele deu de ombros ao ouvir aquilo.
- Besteira... Isso também está nos livros de mitologia... Você mesma disse que não é para eu acreditar em tudo o que leio.
- ... – a sereia suspirou.
- ...
E sabia que no momento que seus dedos tocassem suavemente os de , ela iria se reduzir a nada na mente dele.
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não percebeu quando o barman lhe devolveu sua pint cheia novamente. Só retomou seus sentidos quando os dedos do homem estrelaram à sua frente, e ele entregou o cartão para que fosse cobrada a bebida.
Desnorteado, ele voltou até os amigos, mas ficou avoado na conversa. Era um ato irracional. Ele não conseguia desviar os olhos da garota sentada sozinha no bar. Seus amigos lhe faziam perguntas, e ele não respondia.
tinha certeza que a conhecia de algum lugar, e queria conseguir lembrar, apesar de todos os esforços.
- Cara! – um dos amigos o balançou – O que está acontecendo com você?
- Nada – levou a mão na testa e deu um longo gole na sua cerveja – Não aconteceu nada eu só... Estou um pouco avoado.
- Um pouco? – um segundo amigo comentou – Você ficou 15 minutos para pegar uma bebida, volta aqui e simplesmente desliga? Cara, você está bêbado?
- Eu bem que gostaria. – murmurou. Talvez se estivesse, poderia alegar que era o álcool fazendo efeito em seu cérebro – Tem uma garota no bar e...
não conseguiu acabar a frase que logo recebeu uma enxurrada de zoeira dos amigos. Ele rolou os olhos e virou a bebida enquanto recebia tapas nos ombros e zombeiras.
- Para, é sério. – ele então se recompôs – É sério, merda. Eu acho que eu a conheço, só não consigo lembrar de onde – suspirou – Eu vou falar com ela!
E antes que os amigos pudessem dizer alguma coisa, simplesmente saiu, deixando a pint em cima de uma mesa pelo seu caminho. Falar com garotas nunca foi seu forte, muito pelo contrário, era uma de suas maiores fraquezas, mas ele sabia que não iria conseguir dormir à noite se pelo menos não descobrisse de onde ele conhecia aquela garota desconhecida, mas não forte em suas lembranças.
Como se fosse algum tipo de destino agindo a seu favor, o banco ao lado dela ficou vago no momento que ele se aproximou. Prontamente ele sentou e virou para ela.
- Eu juro que isso não é uma cantada, mas eu tenho uma impressão de que te conheço de algum lugar.
- Oi? – a garota então virou para ele, e pôde notar de mais perto o sorriso e olhar hipnotizante que ela tinha. Mesmo se não a conhecesse, seria um tolo se não falasse com aquela garota – E de onde você acha que a gente se conhece?
abaixou a cabeça, como se tivesse sigo pego no flagra enquanto fazia algo errado, e sorriu.
- Eu não faço a menor ideia – confessou – Mas eu te via do outro lado do balcão e meu cérebro me dizia que eu conhecia. – ele então estendeu a mão – Prazer, !
A garota olhou com receio para a mão estendida até ela. Uma sensação de déjà-vu percorreu seu corpo e ela sentiu-se elétrica. Não era déjà-vu, não para ela.
- Estranho, eu também tenho a impressão de que te conheço de algum lugar... Seria de outra vida? – os dois riram e ela então aceitou a mão dele – Prazer, ! – eles então se cumprimentaram – O que você faz por aqui essa noite, ?
Must be from a different life
Been here before and it just feels right
No, this ain't the first time for you and I, we ain't strangers
Strangers tonight
Nas palavras do mundo moderno, ela seria uma stalker. Nas palavras dela, apenas uma mulher em busca de (re)conquistar um antigo amor.
era fã de duas coisas: música e bebida boa. Não era à toa que ele ia todo fim de semana no mesmo bar em Bournemouth, sul da Inglaterra, onde ele podia passar a noite se divertindo com os amigos enquanto ouvia músicas de seu gosto e bebia as melhores pints que podia encontrar na cidade. Vez ou outra ele tinha a sorte de sair de lá com alguma garota.
Apesar de ser um homem muito bonito, era bastante tímido. Dificilmente ele se dava bem com as garotas, mesmo elas, em alguns momentos, se jogando aos pés dele. Mas o que importava a ele, era se divertir.
- Eu vou pegar mais uma cerveja – ele disse ao grupo de amigos.
Se afastando de onde estava anteriormente, ele caminhou até o bar e fez sinal para o barman que prontamente entendeu o que o rapaz queria. Enquanto esperava, observava o que acontecia à sua volta. Um casal se pegando na parede mais próxima, um grupo de amigas virando algumas tequilas, alguns rapazes já bêbados rindo mais alto que o normal...
E no canto, sozinha, interessada na própria bebida, uma garota bonita com olhar penetrante e fascinante. O pouco tempo que ficou esperando sua cerveja, ele não conseguia desviar o olhar da mulher do outro lado do balcão.
Seu cérebro pregava algumas peças nele, dizia que eles se conheciam de algum lugar, mas por mais que buscasse na mente, ele não sabia dizer de onde se conheciam. Era uma espécie de déjà-vu. Ele tinha a sensação de conhece-la profunda e intrinsicamente, mas sabia que não passava de uma intuição.
O veleiro estava há alguns metros da baía de Bournemouth, em direção ao canal da Mancha. Em pé, olhando a água escura e assustadora iluminada apenas com a luz da lua, um jovem herdeiro de um condado esperava as águas se mexerem. Parecia hipnotizado, como se algo muito valioso estivesse naquelas águas e ele quisesse de volta.
E estava.
Um barulho de mergulho desviou a atenção do rapaz que se apoiou em um dos joelhos, para ficar mais próximo da água. O ruído ficava cada vez mais alto e por dentro, seu corpo tremia. Era apenas uma despedida, ele sabia que logo ia voltar a vê-la.
Graciosamente, uma cabeça saiu das águas, seguida de tronco e braços e se apoiou no veleiro. Com a mão direita, tirou o cabelo molhado do rosto e sorriu para o jovem que estava apoiado no próprio joelho.
- Você tem que ir? – ela perguntou. A voz baixa, como se não quisesse perturbar o que (mais) vivia no mar.
Ele fechou os olhos e respirou fundo. Não imaginava que a resposta para aquela pergunta tão simples, seria tão difícil de falar em voz alta.
- Preciso, meu amor. – ele suspirou – Eu realmente preciso ir, minha família espera que eu assuma os negócios, me torne legitimamente o herdeiro do meu pai. Mas eu volto para te buscar, ... – ele falou – Eu volto para te buscar.
Ela balançou a cabeça em negação, descrente das palavras que estava ouvindo. Eles sabiam que aquilo não era possível.
- Meu lugar é o mar, . Eu não posso simplesmente viver na terra como um humano. Minha casa é o oceano... É aqui onde eu devo viver.
- Nos livros mitológicos, as sereias ganham pernas para viver na terra com seus amados – ele sorriu.
- Não acredite em tudo o que está nos livros, . – ele fez menção de falar algo, mas ela o cortou – E você é um humano, não existe a menor possibilidade de você viver no mar comigo. Sua habilidade para respiração embaixo da água não é como a minha.
- Droga... – ele riu para ela –Você sempre será o meu primeiro amor. Eu volto para vê-la, .
- Não faça isso com você mesmo, , se poupe e poupe o seu coração.
- Eu sempre cumpro as minhas palavras, . – ele então estendeu a mão – Me dê a mão, você vai sentir que eu estou disposto a cumprir o que estou falando.
- Se eu te tocar, tudo o que nós vivemos será apagado da sua memória.
Ele deu de ombros ao ouvir aquilo.
- Besteira... Isso também está nos livros de mitologia... Você mesma disse que não é para eu acreditar em tudo o que leio.
- ... – a sereia suspirou.
- ...
E sabia que no momento que seus dedos tocassem suavemente os de , ela iria se reduzir a nada na mente dele.
não percebeu quando o barman lhe devolveu sua pint cheia novamente. Só retomou seus sentidos quando os dedos do homem estrelaram à sua frente, e ele entregou o cartão para que fosse cobrada a bebida.
Desnorteado, ele voltou até os amigos, mas ficou avoado na conversa. Era um ato irracional. Ele não conseguia desviar os olhos da garota sentada sozinha no bar. Seus amigos lhe faziam perguntas, e ele não respondia.
tinha certeza que a conhecia de algum lugar, e queria conseguir lembrar, apesar de todos os esforços.
- Cara! – um dos amigos o balançou – O que está acontecendo com você?
- Nada – levou a mão na testa e deu um longo gole na sua cerveja – Não aconteceu nada eu só... Estou um pouco avoado.
- Um pouco? – um segundo amigo comentou – Você ficou 15 minutos para pegar uma bebida, volta aqui e simplesmente desliga? Cara, você está bêbado?
- Eu bem que gostaria. – murmurou. Talvez se estivesse, poderia alegar que era o álcool fazendo efeito em seu cérebro – Tem uma garota no bar e...
não conseguiu acabar a frase que logo recebeu uma enxurrada de zoeira dos amigos. Ele rolou os olhos e virou a bebida enquanto recebia tapas nos ombros e zombeiras.
- Para, é sério. – ele então se recompôs – É sério, merda. Eu acho que eu a conheço, só não consigo lembrar de onde – suspirou – Eu vou falar com ela!
E antes que os amigos pudessem dizer alguma coisa, simplesmente saiu, deixando a pint em cima de uma mesa pelo seu caminho. Falar com garotas nunca foi seu forte, muito pelo contrário, era uma de suas maiores fraquezas, mas ele sabia que não iria conseguir dormir à noite se pelo menos não descobrisse de onde ele conhecia aquela garota desconhecida, mas não forte em suas lembranças.
Como se fosse algum tipo de destino agindo a seu favor, o banco ao lado dela ficou vago no momento que ele se aproximou. Prontamente ele sentou e virou para ela.
- Eu juro que isso não é uma cantada, mas eu tenho uma impressão de que te conheço de algum lugar.
- Oi? – a garota então virou para ele, e pôde notar de mais perto o sorriso e olhar hipnotizante que ela tinha. Mesmo se não a conhecesse, seria um tolo se não falasse com aquela garota – E de onde você acha que a gente se conhece?
abaixou a cabeça, como se tivesse sigo pego no flagra enquanto fazia algo errado, e sorriu.
- Eu não faço a menor ideia – confessou – Mas eu te via do outro lado do balcão e meu cérebro me dizia que eu conhecia. – ele então estendeu a mão – Prazer, !
A garota olhou com receio para a mão estendida até ela. Uma sensação de déjà-vu percorreu seu corpo e ela sentiu-se elétrica. Não era déjà-vu, não para ela.
- Estranho, eu também tenho a impressão de que te conheço de algum lugar... Seria de outra vida? – os dois riram e ela então aceitou a mão dele – Prazer, ! – eles então se cumprimentaram – O que você faz por aqui essa noite, ?
Been here before and it just feels right
No, this ain't the first time for you and I, we ain't strangers
Strangers tonight
Fim.
Nota da autora: Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Que felicidade fazer parte do primeiro ficstape do ano, com essa equipe maravilhosa. Lá atrás, no meio do ano, quando saiu a tracklist e nós da equipe resolvemos organizar esse ficstape, eu fui a doida que deu a ideia de sortear as músicas para as autoras, como um desafio. Apenas Sucker e Cool e tinham sido lançadas, então eu acabei sendo sorteada com uma música que eu só tinha nome e não fazia ideia do que esperar.
Enfim, como todos os ficstapes que eu assumi esse ano, acabei deixando para a última hora (hoje já é 23 de Dezembro de 2019!) e saiu essa história. De última hora, eu só tinha como escrever uma oneshot mesmo, e acabei me inspirando no drama coreano “Legend of the Blue Sea”.
Bom, já falei demais por aqui. Se vocês gostaram, podem deixar seu feedback nos comentários e, se tiver interesse, falar comigo nas redes sociais abaixo! Até a próxima! Um beijo, Liih!
Outras Fanfics:
Fanfics mais recentes:
→ Me & U | KPOP > Super Junior (em andamento)
→ Treat You Better | Esportes > Futebol > André Schürrle (finalizada)
→ 13. The Last Song | Ficstape > McFly - Radio:ACTIVE (finalizada)
Acesse minha página de autora para encontrar todas as minhas histórias
Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Enfim, como todos os ficstapes que eu assumi esse ano, acabei deixando para a última hora (hoje já é 23 de Dezembro de 2019!) e saiu essa história. De última hora, eu só tinha como escrever uma oneshot mesmo, e acabei me inspirando no drama coreano “Legend of the Blue Sea”.
Bom, já falei demais por aqui. Se vocês gostaram, podem deixar seu feedback nos comentários e, se tiver interesse, falar comigo nas redes sociais abaixo! Até a próxima! Um beijo, Liih!
Outras Fanfics:
Fanfics mais recentes:
→ Me & U | KPOP > Super Junior (em andamento)
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