Prólogo
Os aplausos eram mais do que suficientes por toda a noite, mas ainda estava apenas na música de introdução, e isso só mostrava o quanto a situação havia mudado desde o primeiro show. Ele simplesmente sorria agradecido enquanto uma lágrima pequena e sigilosa descia por seus olhos, os fãs que lhe elogiavam e buscava manter total atenção em todas as suas ações - mesmo que muitas vezes esqueçam que ele é humano - eram agraciados com toques em suas mãos e muitas vezes alguns beijos por lá.
Aquilo era ele, os sorrisos, as lágrimas, o timbre de voz, o empenho, o amor... Foram tempos sombrios para um cantor, a pior época foi os pubs. As pessoas estavam prestando mais atenção em seus corpos e em seu próprio egoísmo para reparar em sua voz rouca e seu semblante suave. Fazendo a comparação de antes e agora, era lindo e um pouco fora da realidade encarar que aquela pessoa apenas enchia pubs e barzinhos meia boca voltou a lotar estádio multidões.
Contudo, mesmo naquela época, a essência altruísta não o deixava e ele simplesmente sorria agradecido para todos aqueles que por ventura o elogiavam e sempre, sempre mantinha a atuação do cantor bem humorado e forte, qualquer um que visse achava que aquilo fosse bom para ele... mas não, eu o conhecia, tudo isso não era nem de longe o que almeja e conquistou ao longo dos anos... Nesses tempos eu me lembrava de uma época feliz e desafiadora, uma época em que os pocket shows - que era o que ele realmente gostava - os backstages, os afters... a banda… Tudo isso fez parte da nossa história, tudo isso o mudou e o preparou.
Mas hoje era diferente, era nítido em seus olhos que se ele não precisasse tanto do cachê no momento, ele nem se daria ao trabalho de estar gastando sua voz ou estaria gastando as solas dos dedos tocando a guitarra que hoje em dia também era triste e solitária. Esse não era o grandioso .
Eu continuei o encarando com o mesmo semblante fascinado de um tempo atrás, com a mesma esperança que uma fã espera seu ídolo. Nós éramos os mesmos em etapas diferentes. abaixou a guitarra e fez um sinal desanimado para a banda acender as luzes do palco, levantou a cabeça e esperou até que todo o estádio estivesse em silêncio. Era nítido que ainda estava tentando recuperar o limite da sua própria existência, ele estava exausto, as olheiras fundas, as maçãs do rosto bem evidentes e nem mesmo assim ele ficava menos interessante. A beleza de era misteriosa, era única... Os olhos dele continuavam fechados quando foi obrigado a driblar e ignorar o próprio cansaço, a enorme frustração para enfim pegar o microfone.
Por um breve instante eu esqueci que deveria manter a descrição, esqueci que eu poderia facilmente abaixar a cabeça, poderia facilmente mudar de posição e ficar invisível... Mas era ele, era todo o magnetismo em que ele me envolvia, era toda a saudade que eu sentia, era todo o sentimento não resolvido que nós tínhamos.
- Oi, gente! Eu sei que todos vocês esperam que eu cante, mas eu não consigo fazer isso antes de pôr para fora toda dor que eu estou sentindo... Eu jurei para mim mesmo que não iria falar mais sobre esse assunto... - respirei fundo tentando me livrar da vontade de chorar que apertava meu peito e me concentrei ainda mais em suas palavras. — Não adianta falar sobre amor se eu não conseguir amar direito.
Seu olhar pairou nos meus e isso foi o bastante para acender aquela chama em meu peito que sempre acontecia quando nós nos olhávamos. As palavras falharam e nada do que eu queria dizer saiu de meus lábios, seus olhos se arregalaram no mesmo instante e curiosamente o que surgiu no canto dos lábios foi um sorriso... o meu sorriso!
Uma parte minha estava completamente paralisada, mas a outra parte tinha um instinto de sobrevivência que me fazia fugir de todas as situações onde eu não tenho nenhum controle, era esse instinto que me fez ir embora há meses atrás e esse mesmo instinto que me tirou de lá o mais rápido possível.
🌻
Aquilo era ele, os sorrisos, as lágrimas, o timbre de voz, o empenho, o amor... Foram tempos sombrios para um cantor, a pior época foi os pubs. As pessoas estavam prestando mais atenção em seus corpos e em seu próprio egoísmo para reparar em sua voz rouca e seu semblante suave. Fazendo a comparação de antes e agora, era lindo e um pouco fora da realidade encarar que aquela pessoa apenas enchia pubs e barzinhos meia boca voltou a lotar estádio multidões.
Contudo, mesmo naquela época, a essência altruísta não o deixava e ele simplesmente sorria agradecido para todos aqueles que por ventura o elogiavam e sempre, sempre mantinha a atuação do cantor bem humorado e forte, qualquer um que visse achava que aquilo fosse bom para ele... mas não, eu o conhecia, tudo isso não era nem de longe o que almeja e conquistou ao longo dos anos... Nesses tempos eu me lembrava de uma época feliz e desafiadora, uma época em que os pocket shows - que era o que ele realmente gostava - os backstages, os afters... a banda… Tudo isso fez parte da nossa história, tudo isso o mudou e o preparou.
Mas hoje era diferente, era nítido em seus olhos que se ele não precisasse tanto do cachê no momento, ele nem se daria ao trabalho de estar gastando sua voz ou estaria gastando as solas dos dedos tocando a guitarra que hoje em dia também era triste e solitária. Esse não era o grandioso .
Eu continuei o encarando com o mesmo semblante fascinado de um tempo atrás, com a mesma esperança que uma fã espera seu ídolo. Nós éramos os mesmos em etapas diferentes. abaixou a guitarra e fez um sinal desanimado para a banda acender as luzes do palco, levantou a cabeça e esperou até que todo o estádio estivesse em silêncio. Era nítido que ainda estava tentando recuperar o limite da sua própria existência, ele estava exausto, as olheiras fundas, as maçãs do rosto bem evidentes e nem mesmo assim ele ficava menos interessante. A beleza de era misteriosa, era única... Os olhos dele continuavam fechados quando foi obrigado a driblar e ignorar o próprio cansaço, a enorme frustração para enfim pegar o microfone.
Por um breve instante eu esqueci que deveria manter a descrição, esqueci que eu poderia facilmente abaixar a cabeça, poderia facilmente mudar de posição e ficar invisível... Mas era ele, era todo o magnetismo em que ele me envolvia, era toda a saudade que eu sentia, era todo o sentimento não resolvido que nós tínhamos.
- Oi, gente! Eu sei que todos vocês esperam que eu cante, mas eu não consigo fazer isso antes de pôr para fora toda dor que eu estou sentindo... Eu jurei para mim mesmo que não iria falar mais sobre esse assunto... - respirei fundo tentando me livrar da vontade de chorar que apertava meu peito e me concentrei ainda mais em suas palavras. — Não adianta falar sobre amor se eu não conseguir amar direito.
Seu olhar pairou nos meus e isso foi o bastante para acender aquela chama em meu peito que sempre acontecia quando nós nos olhávamos. As palavras falharam e nada do que eu queria dizer saiu de meus lábios, seus olhos se arregalaram no mesmo instante e curiosamente o que surgiu no canto dos lábios foi um sorriso... o meu sorriso!
Uma parte minha estava completamente paralisada, mas a outra parte tinha um instinto de sobrevivência que me fazia fugir de todas as situações onde eu não tenho nenhum controle, era esse instinto que me fez ir embora há meses atrás e esse mesmo instinto que me tirou de lá o mais rápido possível.
Capítulo Único
Um ano e meio... Hoje completava um ano e meio que e eu nos conhecemos, um ano e meio de beijos roubados, transas escondidas- onde todos já sabiam. Um ano e meio sendo feliz com a pessoa mais incrível que já conheci, mas tudo estava prestes a mudar.
Eu estava nervoso, estava uma pilha de nervos e apenas a ideia de negligência me deixava pior. Olhei para o celular e ainda não havia notícias dela. Será que ela vai gostar da surpresa? Será que ela não vem? Será que ela gosta de mim o bastante para querer ficar comigo? As perguntas começaram a rondar a minha mente e me sabotar ainda mais. Cocei a testa e limpei a garganta bebendo um grande gole do vinho após essa pergunta ter pairado na minha cabeça. Os passos de salto alto chamaram minha atenção, seus cabelos ondulados estavam presos, deixando seu ombro e seu pescoço à mostra naquele vestido de alças, vermelho que realça ainda mais a sua beleza. Ela era linda!
— ... – a cumprimentei com um beijo leve nos lábios e puxei a cadeira para ela sentar-se. — Você está lindo, baby! – sorri de canto e sentei-me ao meu lugar e abrindo o menu, na tentativa de disfarçar minha ansiedade e meu nervosismo. – Está acontecendo alguma coisa?
- Estou feliz de estar aqui com você!
Fizemos nosso pedido ao garçom e começamos a conversar. começou a contar os detalhes sobre sua vida, suas histórias de infância que eu sempre amava ouvir.. Mas a caixinha no bolso da minha jaqueta parecia estar pesando uma tonelada e meu pensamento ora estava prestando atenção a cada palavra dela ora estava pensando como faria o pedido, se assim que fossemos para o quarto ou deveria fazer aqui mesmo.
Aproveitei o silêncio que pairou quando o garçom trouxe a conta e pus a mão no bolso, segurando firme a vontade de gritar em nervosismo. me olhou ainda mais atentamente e um sorriso pequeno e nervoso surgiu em seus lábios.
— Sim? – ela continuou aguardando o que eu tinha a dizer.
— Eu tenho uma surpresa para você hoje, baby!
Ela estendeu as mãos e entrelaçou com as minhas. Depois do jantar subimos até o andar do quarto. Ouvi arfar assim que eu abri a porta, o quarto estava do jeito que eu pedi, com pétalas de flores, garrafa de champagne e uma rosa sobre o travesseiro.
— ! Você... - ela me abraçou e começou a espalhar beijos pelo meu rosto e pescoço chorando emocionada.
Busquei a caixinha no meu bolso e interrompi os beijos a observando com um pouco mais de atenção.
- O que é... Amor...
- Eu pensei em várias maniras de te fazer esse pedido, primeiro eu pensei em apenas te pedir em namoro, mas namoro não me parece adequado ou apropriado com tudo que eu sinto por você. , é meio clichê falar isso, mas desde que você apareceu em minha vida a felicidade aparece junto, você me ajudou com a saída da banda, com as entrevistas, os cancelamentos, a tristeza... com meus amigos... - fiz uma pausa e meu coração se apertou. - Você me ensina, me torna melhor e me faz a pessoa mais feliz do mundo... - um suspiro baixo escapou de seus lábios e logo em seguida as lágrimas começaram a rolar com ainda mais força... - Eu tô um pouco nervoso, então diz alguma coisa...
suspirou ainda mais e chegou ainda mais perto entrelaçando os braços em volta do meu pescoço...
- Estou esperando você terminar...
Soltei uma gargalhada e tomei um pouco mais de coragem.
- Quer casar comigo?
Os olhos dela se esbugalharam e seus lábios abriram ainda mais denunciando o quão perplexa ela estava. Foi preciso mais de um minuto para que ela enfim conseguisse pronunciar algo.
- O que... ... Você... Oi?
- Eu quero saber se você aceita ser minha esposa, não estou pedindo que aconteça amanhã, mas eu quero saber se é isso que você também quer...
- É o que eu mais quero...
A segurei firme e ainda um pouco desnorteado e ouvi a realidade divertida que só ela possuía nessas horas. Ela então fechou os olhos quando a envolvi com meus beijos e dei leves mordiscadas na ponta da sua orelha, algo que ela adorava. Em meio aos nossos beijos, carícias, eu sentia meu corpo pulsar de desejo e tesão. O corpo de correspondia aos meus toques, o calor de minha pele e o meu respondia ao jeito que ela queria. envolveu meu pescoço com seus braços e afundou seu rosto em meu peito, quando eu enfim finalizei todo o espaço entre nós, seu corpo involuntariamente tremeu e de repente um silêncio e a respiração mais forte deu início a seus gemidos. Fechei meus olhos tentando normalizar a minha respiração, apenas a sentindo quieta abraçada a mim.
Acariciando seus cabelos meu pensamento foi longe ao imaginar nossa vida juntos.
— Eu te amo... – meu peito bateu mais forte e eu abri um sorriso enorme no rosto.
— Eu te amo muito, meu amor.
Beijei o topo de sua cabeça que ainda descansava sobre o meu peito. Como era tudo tão simples, fácil e tranquilo ao lado dela.
🌻
Era uma típica e fria tarde em Londres, e como era noturna, eu jamais completava uma noite tranquila de sono, e era nesse exato momento em que a observava dormir com uma paz e uma serenidade sem igual, que eu tinha o combustível para escrever, era tudo sobre ela e para ela. Mas infelizmente hoje a minha garrafa de vodka era a minha companheira quando os primeiros trechos da música começaram a fluir…
Eu estou viajando com algum tipo de droga
Talvez seja luxúria, talvez seja amor
Eu sei que eu disse que tomaria jeito há uma semana
Eu estou sentindo como se fosse atingir meu pico, sabe
As linhas eram contornadas por lápis preto e alguns riscos marcavam o papel com uma força nada adequada, era sempre assim: a bebida me trazia a raiva que eu fingia esquecer.
Mas ainda sim no meio de toda aquela merda existia uma nostalgia reconfortante e alegre em observá-la dormir, algo que me fazia lembrar de anos antes, de cinco meninos atrás de um sonho... Eram tempos felizes apesar de tudo. Me fazia lembrar de todas as loucuras que havia feito ao tentar conquistar a menina nova na equipe, ao roubar o primeiro beijo dela, em tornar um de seus sonhos real. Eu tinha absoluta certeza que jamais esperei estar com vinte e dois anos namorando - ou quase casado... Mas absolutamente tudo valeu a pena. Por ela e com ela… E por isso eu não entendia o motivo de me olhar no espelho e não ver essa felicidade.
— Acordada, baby?
— Gosto de te ver compor sobre mim... - as linhas do rosto dela estavam calmas, mas se moldou em uma preocupação assim que viu a garrafa de vodka ao meu lado. - Aconteceu alguma coisa?
Era esse momento que eu sempre evitava. Abandonei o caderno e me virei encontrando seu olhar, ela não precisava perguntar para saber que algo estava errado, assim como não precisava perguntar para saber que o problema era minha vida…
Observei quieto enquanto ela esticava as mãos e lia a matéria que eu havia decorado de trás para frente.
"A banda se formou no dia 23 de julho de 2010 no The X-Factor a partir da decisão do mentor Simon Cowell de unir Harry Styles, Louis Tomlinson, Liam Payne, Niall Horan e em um grupo - após os cinco serem dispensados na categoria solo.
Up All Night (2011) foi o primeiro álbum dos cinco após o final do programa - no qual a banda ficou em terceiro lugar. No entanto, o sucesso deles foi tão grande que ao saírem do X-Factor conseguiram o contrato com a gravadora Sony Music. Em sequência, lançaram Take Me Home (2012), depois Midnight Memories (2013) e por fim, Four (2014).
Em março de 2015, a história do One Direction mudou. A banda anunciou a saída de e, na época, a principal questão era: seria este o fim do grupo?
Março de 2015 - deixou o One Direction
No Facebook oficial da banda, no dia 25 de março de 2015, uma semana depois que chegou às manchetes por deixar a turnê devido ao "estresse", uma publicação surpreendeu o público - estava deixando o One Direction. Nela, o grupo garantiu que continuaria com os trabalhos normalmente com os outros integrantes: Harry, Liam, Louis e Niall."
Senti os olhos de irem de encontro a mim, e eu sabia exatamente em que parte estava. Por um instante a raiva me consumiu ainda mais.
"Minha vida com o One Direction foi mais do que eu jamais poderia imaginar. Mas, depois de cinco anos, sinto que agora é o momento certo para deixar a banda. Gostaria de me desculpar com os fãs se decepcionar alguém, mas tenho que fazer o que parece certo no meu coração. Estou saindo porque quero ter uma vida normal de um garoto de 22 anos que seja capaz de relaxar com um tempo privado fora dos holofotes. Sei que tenho quatro amigos para toda a vida com Louis, Liam, Harry e Niall. Sei que eles continuarão a ser a melhor banda do mundo", escreveu . "
" deixa One Direction para começar a fazer show em bares desconhecidos pela cidade, seria o fim da carreira do astro?"
- Baby... Por que você insiste em ler todas essas coisas?
- Acho que eu gosto de saber que eu sou um filho da puta ingrato...
Isso foi o bastante para a despertar completamente. Nós já havíamos acompanhado várias dessas em um ano, em meses e em dias. Era nocivo à quantidade de merda que eu usava ou falava para tentar me esquecer de todas as palavras injustas que escutava sempre que podia.
— ... - ela disse com a voz mais firme do que esperava.
— Não! , não quero que ouse olhar para mim desse jeito. Eu nunca precisei da sua pena...
Respirei fundo para retomar minha postura e não permitir que o olhar dela me matasse mais do que eu já havia a magoado depois de tanto.
— Você bebeu?
— Como se fosse algo muito difícil de acontecer... Por que não volta a dormir?
- Toda vez é a mesma coisa... Se está te fazendo tão mal ter saído, PEÇA PARA VOLTAR! – abaixei a cabeça, incapaz de admitir que tudo aquilo o deixava ainda pior. — Conversa comigo, baby! Não está fácil para todos nós, mas faz quase dois anos... Você precisa começar a trabalhar essa raiva e essa mágoa sem te deixar tão mal. A gente consegue junto, eu sei...
A risada irônica saiu quase como um rosnado raivoso de meus lábios.
— Você não tem o direito de me mandar superar, caralho! Não é como se eu tivesse feito parte de uma banda por dois meses... Foram anos, e tudo o que fazem é falar sobre o garoto problemático e ingrato… Eu não vejo uma matéria pelo menos se importando se eu estou vivo ou morto, eu também não vejo meus amigos se importando.
Observei o corpo dela tremendo em resposta aos meus gritos e da raiva com que eu falava. Eu nunca estive tão fora da casinha como estava e odiava que ela estivesse aqui.
- Você não é o único que perdeu alguma coisa, ! Eu perdi amigos, perdi trabalhos, perdi parte de coisas que eram importantes à minha volta. Eu tento passar por isso junto com você, tento te manter são, mas você é mestre em me afastar.
— Eu não quero falar sobre isso!
Eu murmurei e comecei a me mover para sair do quarto.
- E você quer falar sobre isso quando exatamente? Quando eu chegar em casa e encontrar você embriagado ou chapado de novo? Quando você some durante horas e aparece ainda pior? Que porra de vida é essa que você quer ter?
Os olhos dela estavam vermelhos e uma dor os atingia como um tsunami, aquilo me matava por dentro. Ela não tinha que estar passando por isso, mas antes que as palavras corretas saíssem, a raiva falou por mim acabando com tudo que construímos.
— Eu nunca te pedi para ficar ou largar todo o conto de fadas que você tinha... Não preciso de mais uma pessoa fudendo minha vida!
Foi por poucos segundos, mas algo se partiu dentro do meu peito de uma forma angustiante que me deixou tonto, meu corpo tombou para o lado e eu lutei para me segurar na beirada da cama. A feição dela se tornou ainda mais abalada, seus olhos demonstravam uma tristeza e amargura profunda.
O que eu me tornei?
— Tudo bem! - foi tudo que saiu de seus lábios, eu estava tão amortecido que nada mais poderia me deixar pior. - Você pode me deixar sozinha?
Minha boca se abriu algumas vezes, mas desisti e simplesmente sai do quarto sem dizer mais nada.
Uma hora mais tarde as lágrimas em meu rosto não davam nenhum sinal de vida, mas meu corpo tremia o equivalente a uma hipotermia. Bati duas vezes na porta e entrei observando fechar a última mala de viagem. PUTA QUE PARIU.
— Baby? - entrei no quarto e meu estômago se revirou. - Você vai embora...
— Eu jamais tive a intenção de atrapalhar sua vida, e agora vou seguir a minha...
Uma buzina alta estrondou do lado de fora do apartamento e isso me deixou ainda mais atordoado. Estendi a mão para segurar a alça, mas o olhar dela me fez parar, a decepção estampada neles me deixou atônito.
— !! Você não pode ir assim, nós não podemos terminar...
— Sinto muito!
Ela fechou a porta com uma batida forte e mesmo com o coração apertado e destruído, não olhou para trás.
"Você jura me amar mesmo quando eu estiver fudido, baby?"
Olhei o anel em minha mão tentando me convencer a parar de despejar aquelas lágrimas inúteis. Não adiantava. Nada mais adiantava.
🌻
Eu levei exatamente quinze dias para entender, para digerir e aceitar tudo o que aconteceu, tudo o que eu fiz... Dentro do meu peito habitava revolta, amargura, tristeza e todas as lembranças de uma história que eu ajudei a acabar. Toda vez em que a imagem de aparecia eu sentia o estômago apertar e revirar dando espaço a uma sensação de buraco e solidão. Depois de quinze dias, eu ainda ouvia a sua voz me dizendo adeus, eu vi a sua imagem me deixando. Eu me arrependi... Deus, como eu me arrependia por cada palavra, cada merda de acusações que tinha feito com a única pessoa que ainda estava ao meu lado. sempre esteve certa, sempre lutou por nós quando eu simplesmente me afundava ainda mais. E infelizmente eu não lutei por ela.
A casa ainda tinha a presença dela, da risada, da voz, do carinho, do cuidado, do amor...
— PORRA!!!.
Não precisava de muito para que meus pensamentos voltassem a me torturar, nem mesmo chapado eu conseguia esquecer. O pânico tomava conta e me deixava sem ar. foi embora, ela saiu da minha vida da mesma forma que entrou.
Meu celular acendeu e antes que eu perdesse a coragem, digitei os números que por anos me salvam sempre que eu me metia em furada. Era minha última esperança.
— Alo? ? - a voz rouca de seu ex amigo o deixou ainda pior, era uma mistura de surpresa e amargura.
— Harry, eu preciso da sua ajuda! - houve alguns segundos de silêncio antes da voz alarmada me deixar um pouco mais calmo.
— O que aconteceu? - Harry respirou fundo e continuou. - O que aconteceu com a ?
Fechei os olhos e respirei fundo, segurando ainda maia forte na bancada da cozinha.
- Ela me deixou, Harry, ela me deixou...
Harry engasgou e a ligação ficou muda por mais alguns segundos. A única coisa que habitava o ambiente eram as minhas lágrimas.
- Estou chegando aí!
Desliguei o celular e mais uma vez olhei ao redor, minha casa demonstrava como tudo em minha vida estava perdido, como meu coração estava desolado... Como eu me sentia a pior pessoa do mundo e por mais dolorido que tudo isso fosse eu sinceramente não podia fazer nada. Eu consegui chegar a um ponto da minha vida em que nem eu consiga me aguentar, onde eu não me achava digno de estar vivo e respirando. Eu não tinha banda, não tinha amigos, não tinha família e agora não tinha ela. fez a coisa certa ao ir embora, se eu pudesse, eu também iria. Mas aquela sensação de desespero era enlouquecedora, de eu nunca mais a ver, e eu sabia que isso era muito possível. era geniosa, teimosa e orgulhosa. Nada estava ao meu favor.
A porta foi aberta em um solavanco e tudo que eu vi antes de cair de joelhos foi Harry e seu olhar preocupado. Se antes eu estava no fundo do poço, agora eu me sentia quase morto.
A última coisa que sentiu foi o aperto de Harry em meu ombro.
🌻
Aquela sensação acolhedora depois de anos me deixou ainda mais disposto. Respirei fundo e coloquei as mãos no microfone respirando cada vez mais fundo. No último ano eu fiz da minha dor a minha inspiração e isso me deu de presente a criatividade para compor um álbum. Era tudo sobre , sobre a nossa história, sobre nosso amor e sobre a minha perda. Era totalmente impossível esquecer dela, de nossos momentos, da forma que nós nos entendíamos. Minha opção de respeitar a decisão dela foi ideia de Harry e eu o devo tanto, mesmo que nossa vida tenha seguido rumos diferentes no meio desse ano, eu ainda o amo como um irmão. E ao ouvir minha equipe dizendo que ele estava aqui junto aos meninos hoje tornou tudo ainda melhor.
- Dois minutos... - Agatha disse me chamando a atenção.
Meus pensamentos se agitavam em minha cabeça quando abri o celular e meu bloqueio de tela era uma foto nossa. A felicidade que nós sempre compartilhamos. E eu tenho absoluta certeza que jamais vou ser tão feliz novamente.
O palco começou a deslizar e os gritos eufóricos de meus fãs invadiram meus ouvidos, eu precisei de muita força de vontade para conseguir me concentrar no primeiro show da minha nova turnê.
Os gritos foram cessando a cada minuto em que eu continuei calado, observei Harry, Liam, Louis e Niall me encarando, ouvi minha equipe enlouquecida no ponto em minha orelha, mas eu simplesmente não conseguia.
— Oi, gente! - minha voz saiu externamente cansada e toda alegria que eu sentia sumiu. — Eu sei que todos vocês esperam que eu cante, mas eu não consigo fazer isso antes de pôr para fora toda dor que eu estou sentindo. Eu jurei para mim mesmo que não iria falar mais sobre esse assunto... - respirei fundo tentando me livrar da vontade de chorar que apertava meu peito. — Não adianta falar sobre amor se eu não conseguir amar direito. Eu passei o último ano me lamentando por ser um babaca, por ter perdido a , a única pessoa que lutou por mim sem pedir nada em troca. É gente... eu fui um ingrato, despejei todos os meus traumas e acabei destruindo algo verdadeiro e puro - um murmúrio baixo tomou conta do estádio, todos os olhos daquelas pessoas estavam em mim, mas nada se comparou ao encontrar aquele olhar castanho escondido no meio da multidão. Ela estava aqui! - , eu sei que te machuquei e imagino como deve ter sido horrível me ver no estado em que eu cheguei... - uma lágrima desceu por meus olhos dando lugar a milhares dela, no rosto dela o mesmo acontecia. - Eu me perdi nesse caminho quando pensei que estivesse sozinho, eu me olhei no espelho e não me encontrei... Mas perder você foi ainda pior, olhar para o lado e não te ver me destruiu ainda mais. Baby, a verdade é que eu sei viver sem você, mas eu não quero. Você me ensinou a ser forte e completo, mas a ideia de não passar a vida ao seu lado não me deixa feliz. Sinto muito por ter te machucado, mas acho que você precisa saber que eu te amo com todo o amor do mundo, e se depois de tudo isso você ainda quiser voltar... Eu sou seu!
Inspirei mais uma vez e enxuguei os olhos ouvindo as palmas inundando o ambiente, na fileira de baixo meus amigos me aplaudiram em pé emocionados, mas meu coração apertou quando busquei aquele olhar no meio da multidão e não encontrei.
Abaixei minha cabeça e me concentrei na única coisa que importava no momento. Meus dedos começaram a correr pelas cordas do violão, buscando notas em um acorde que eu sabia de cor, era um desabafo infeliz de quem foi destruído pelos holofotes, de quem destruiu algo que ama.
Ainda de olhos fechados comecei as frases ainda com a sensação de esperança em meu peito.
- I'm feeling a way off some kinda drug, maybe it's lust, maybe it's love... I know I said, I'd straighten out a week ago, I'm feeling though, 'bout to reach my peak, you know... - as lágrimas fluíam ainda mais e uma sensação de leveza apareceu em meu peito. Por muitos anos eu não me senti tão leve como estava hoje, como se todo o peso de meus ombros diminuísse. - The city 's got me falling off, I'm fading away, I'm losing my head. I know you said leave, but fuck what you said, 'Cause you've been steady, crawling on your knees again... You need a friend, and I've been on the pills again...
Existiam tantas coisas que passavam ao mesmo tempo em minha cabeça, que eu estava esperando meu cérebro derreter a qualquer momento. Eu pensava no show, na música, no choro, em meus medos, meus monstros, minha tristeza, em todos os beijos que eu dei, todas as vezes que transamos em algum só pela graça de ter história para contar, do cheiro da pele, da voz dela dizendo que me amava...
- Baby's only twenty-three, dancing under lights since she was seventeen...
Os gritos aumentaram ainda mais, as pessoas abaixo de mim apontavam e sorriam para algo além, meus amigos balançaram a cabeça e mostravam algo que eu ainda não conseguia encontrar ou entender... Uma parte queria acreditar que os braços pequenos e quentes que me apertaram em volta de seu corpo, eram dela, que os dedos longos que se enrolaram em minhas mãos eram dela, que os lábios macios que foram até meu pescoço eram dela, mas eu não confiava em minha mente para distinguir da realidade.
- Compondo algo para mim, baby?
Eu estava nervoso, estava uma pilha de nervos e apenas a ideia de negligência me deixava pior. Olhei para o celular e ainda não havia notícias dela. Será que ela vai gostar da surpresa? Será que ela não vem? Será que ela gosta de mim o bastante para querer ficar comigo? As perguntas começaram a rondar a minha mente e me sabotar ainda mais. Cocei a testa e limpei a garganta bebendo um grande gole do vinho após essa pergunta ter pairado na minha cabeça. Os passos de salto alto chamaram minha atenção, seus cabelos ondulados estavam presos, deixando seu ombro e seu pescoço à mostra naquele vestido de alças, vermelho que realça ainda mais a sua beleza. Ela era linda!
— ... – a cumprimentei com um beijo leve nos lábios e puxei a cadeira para ela sentar-se. — Você está lindo, baby! – sorri de canto e sentei-me ao meu lugar e abrindo o menu, na tentativa de disfarçar minha ansiedade e meu nervosismo. – Está acontecendo alguma coisa?
- Estou feliz de estar aqui com você!
Fizemos nosso pedido ao garçom e começamos a conversar. começou a contar os detalhes sobre sua vida, suas histórias de infância que eu sempre amava ouvir.. Mas a caixinha no bolso da minha jaqueta parecia estar pesando uma tonelada e meu pensamento ora estava prestando atenção a cada palavra dela ora estava pensando como faria o pedido, se assim que fossemos para o quarto ou deveria fazer aqui mesmo.
Aproveitei o silêncio que pairou quando o garçom trouxe a conta e pus a mão no bolso, segurando firme a vontade de gritar em nervosismo. me olhou ainda mais atentamente e um sorriso pequeno e nervoso surgiu em seus lábios.
— Sim? – ela continuou aguardando o que eu tinha a dizer.
— Eu tenho uma surpresa para você hoje, baby!
Ela estendeu as mãos e entrelaçou com as minhas. Depois do jantar subimos até o andar do quarto. Ouvi arfar assim que eu abri a porta, o quarto estava do jeito que eu pedi, com pétalas de flores, garrafa de champagne e uma rosa sobre o travesseiro.
— ! Você... - ela me abraçou e começou a espalhar beijos pelo meu rosto e pescoço chorando emocionada.
Busquei a caixinha no meu bolso e interrompi os beijos a observando com um pouco mais de atenção.
- O que é... Amor...
- Eu pensei em várias maniras de te fazer esse pedido, primeiro eu pensei em apenas te pedir em namoro, mas namoro não me parece adequado ou apropriado com tudo que eu sinto por você. , é meio clichê falar isso, mas desde que você apareceu em minha vida a felicidade aparece junto, você me ajudou com a saída da banda, com as entrevistas, os cancelamentos, a tristeza... com meus amigos... - fiz uma pausa e meu coração se apertou. - Você me ensina, me torna melhor e me faz a pessoa mais feliz do mundo... - um suspiro baixo escapou de seus lábios e logo em seguida as lágrimas começaram a rolar com ainda mais força... - Eu tô um pouco nervoso, então diz alguma coisa...
suspirou ainda mais e chegou ainda mais perto entrelaçando os braços em volta do meu pescoço...
- Estou esperando você terminar...
Soltei uma gargalhada e tomei um pouco mais de coragem.
- Quer casar comigo?
Os olhos dela se esbugalharam e seus lábios abriram ainda mais denunciando o quão perplexa ela estava. Foi preciso mais de um minuto para que ela enfim conseguisse pronunciar algo.
- O que... ... Você... Oi?
- Eu quero saber se você aceita ser minha esposa, não estou pedindo que aconteça amanhã, mas eu quero saber se é isso que você também quer...
- É o que eu mais quero...
A segurei firme e ainda um pouco desnorteado e ouvi a realidade divertida que só ela possuía nessas horas. Ela então fechou os olhos quando a envolvi com meus beijos e dei leves mordiscadas na ponta da sua orelha, algo que ela adorava. Em meio aos nossos beijos, carícias, eu sentia meu corpo pulsar de desejo e tesão. O corpo de correspondia aos meus toques, o calor de minha pele e o meu respondia ao jeito que ela queria. envolveu meu pescoço com seus braços e afundou seu rosto em meu peito, quando eu enfim finalizei todo o espaço entre nós, seu corpo involuntariamente tremeu e de repente um silêncio e a respiração mais forte deu início a seus gemidos. Fechei meus olhos tentando normalizar a minha respiração, apenas a sentindo quieta abraçada a mim.
Acariciando seus cabelos meu pensamento foi longe ao imaginar nossa vida juntos.
— Eu te amo... – meu peito bateu mais forte e eu abri um sorriso enorme no rosto.
— Eu te amo muito, meu amor.
Beijei o topo de sua cabeça que ainda descansava sobre o meu peito. Como era tudo tão simples, fácil e tranquilo ao lado dela.
Era uma típica e fria tarde em Londres, e como era noturna, eu jamais completava uma noite tranquila de sono, e era nesse exato momento em que a observava dormir com uma paz e uma serenidade sem igual, que eu tinha o combustível para escrever, era tudo sobre ela e para ela. Mas infelizmente hoje a minha garrafa de vodka era a minha companheira quando os primeiros trechos da música começaram a fluir…
Talvez seja luxúria, talvez seja amor
Eu sei que eu disse que tomaria jeito há uma semana
Eu estou sentindo como se fosse atingir meu pico, sabe
As linhas eram contornadas por lápis preto e alguns riscos marcavam o papel com uma força nada adequada, era sempre assim: a bebida me trazia a raiva que eu fingia esquecer.
Mas ainda sim no meio de toda aquela merda existia uma nostalgia reconfortante e alegre em observá-la dormir, algo que me fazia lembrar de anos antes, de cinco meninos atrás de um sonho... Eram tempos felizes apesar de tudo. Me fazia lembrar de todas as loucuras que havia feito ao tentar conquistar a menina nova na equipe, ao roubar o primeiro beijo dela, em tornar um de seus sonhos real. Eu tinha absoluta certeza que jamais esperei estar com vinte e dois anos namorando - ou quase casado... Mas absolutamente tudo valeu a pena. Por ela e com ela… E por isso eu não entendia o motivo de me olhar no espelho e não ver essa felicidade.
— Acordada, baby?
— Gosto de te ver compor sobre mim... - as linhas do rosto dela estavam calmas, mas se moldou em uma preocupação assim que viu a garrafa de vodka ao meu lado. - Aconteceu alguma coisa?
Era esse momento que eu sempre evitava. Abandonei o caderno e me virei encontrando seu olhar, ela não precisava perguntar para saber que algo estava errado, assim como não precisava perguntar para saber que o problema era minha vida…
Observei quieto enquanto ela esticava as mãos e lia a matéria que eu havia decorado de trás para frente.
Up All Night (2011) foi o primeiro álbum dos cinco após o final do programa - no qual a banda ficou em terceiro lugar. No entanto, o sucesso deles foi tão grande que ao saírem do X-Factor conseguiram o contrato com a gravadora Sony Music. Em sequência, lançaram Take Me Home (2012), depois Midnight Memories (2013) e por fim, Four (2014).
Em março de 2015, a história do One Direction mudou. A banda anunciou a saída de e, na época, a principal questão era: seria este o fim do grupo?
Março de 2015 - deixou o One Direction
No Facebook oficial da banda, no dia 25 de março de 2015, uma semana depois que chegou às manchetes por deixar a turnê devido ao "estresse", uma publicação surpreendeu o público - estava deixando o One Direction. Nela, o grupo garantiu que continuaria com os trabalhos normalmente com os outros integrantes: Harry, Liam, Louis e Niall."
" deixa One Direction para começar a fazer show em bares desconhecidos pela cidade, seria o fim da carreira do astro?"
- Baby... Por que você insiste em ler todas essas coisas?
- Acho que eu gosto de saber que eu sou um filho da puta ingrato...
Isso foi o bastante para a despertar completamente. Nós já havíamos acompanhado várias dessas em um ano, em meses e em dias. Era nocivo à quantidade de merda que eu usava ou falava para tentar me esquecer de todas as palavras injustas que escutava sempre que podia.
— ... - ela disse com a voz mais firme do que esperava.
— Não! , não quero que ouse olhar para mim desse jeito. Eu nunca precisei da sua pena...
Respirei fundo para retomar minha postura e não permitir que o olhar dela me matasse mais do que eu já havia a magoado depois de tanto.
— Você bebeu?
— Como se fosse algo muito difícil de acontecer... Por que não volta a dormir?
- Toda vez é a mesma coisa... Se está te fazendo tão mal ter saído, PEÇA PARA VOLTAR! – abaixei a cabeça, incapaz de admitir que tudo aquilo o deixava ainda pior. — Conversa comigo, baby! Não está fácil para todos nós, mas faz quase dois anos... Você precisa começar a trabalhar essa raiva e essa mágoa sem te deixar tão mal. A gente consegue junto, eu sei...
A risada irônica saiu quase como um rosnado raivoso de meus lábios.
— Você não tem o direito de me mandar superar, caralho! Não é como se eu tivesse feito parte de uma banda por dois meses... Foram anos, e tudo o que fazem é falar sobre o garoto problemático e ingrato… Eu não vejo uma matéria pelo menos se importando se eu estou vivo ou morto, eu também não vejo meus amigos se importando.
Observei o corpo dela tremendo em resposta aos meus gritos e da raiva com que eu falava. Eu nunca estive tão fora da casinha como estava e odiava que ela estivesse aqui.
- Você não é o único que perdeu alguma coisa, ! Eu perdi amigos, perdi trabalhos, perdi parte de coisas que eram importantes à minha volta. Eu tento passar por isso junto com você, tento te manter são, mas você é mestre em me afastar.
— Eu não quero falar sobre isso!
Eu murmurei e comecei a me mover para sair do quarto.
- E você quer falar sobre isso quando exatamente? Quando eu chegar em casa e encontrar você embriagado ou chapado de novo? Quando você some durante horas e aparece ainda pior? Que porra de vida é essa que você quer ter?
Os olhos dela estavam vermelhos e uma dor os atingia como um tsunami, aquilo me matava por dentro. Ela não tinha que estar passando por isso, mas antes que as palavras corretas saíssem, a raiva falou por mim acabando com tudo que construímos.
— Eu nunca te pedi para ficar ou largar todo o conto de fadas que você tinha... Não preciso de mais uma pessoa fudendo minha vida!
Foi por poucos segundos, mas algo se partiu dentro do meu peito de uma forma angustiante que me deixou tonto, meu corpo tombou para o lado e eu lutei para me segurar na beirada da cama. A feição dela se tornou ainda mais abalada, seus olhos demonstravam uma tristeza e amargura profunda.
O que eu me tornei?
— Tudo bem! - foi tudo que saiu de seus lábios, eu estava tão amortecido que nada mais poderia me deixar pior. - Você pode me deixar sozinha?
Minha boca se abriu algumas vezes, mas desisti e simplesmente sai do quarto sem dizer mais nada.
Uma hora mais tarde as lágrimas em meu rosto não davam nenhum sinal de vida, mas meu corpo tremia o equivalente a uma hipotermia. Bati duas vezes na porta e entrei observando fechar a última mala de viagem. PUTA QUE PARIU.
— Baby? - entrei no quarto e meu estômago se revirou. - Você vai embora...
— Eu jamais tive a intenção de atrapalhar sua vida, e agora vou seguir a minha...
Uma buzina alta estrondou do lado de fora do apartamento e isso me deixou ainda mais atordoado. Estendi a mão para segurar a alça, mas o olhar dela me fez parar, a decepção estampada neles me deixou atônito.
— !! Você não pode ir assim, nós não podemos terminar...
— Sinto muito!
Ela fechou a porta com uma batida forte e mesmo com o coração apertado e destruído, não olhou para trás.
"Você jura me amar mesmo quando eu estiver fudido, baby?"
Olhei o anel em minha mão tentando me convencer a parar de despejar aquelas lágrimas inúteis. Não adiantava. Nada mais adiantava.
A casa ainda tinha a presença dela, da risada, da voz, do carinho, do cuidado, do amor...
— PORRA!!!.
Não precisava de muito para que meus pensamentos voltassem a me torturar, nem mesmo chapado eu conseguia esquecer. O pânico tomava conta e me deixava sem ar. foi embora, ela saiu da minha vida da mesma forma que entrou.
Meu celular acendeu e antes que eu perdesse a coragem, digitei os números que por anos me salvam sempre que eu me metia em furada. Era minha última esperança.
— Alo? ? - a voz rouca de seu ex amigo o deixou ainda pior, era uma mistura de surpresa e amargura.
— Harry, eu preciso da sua ajuda! - houve alguns segundos de silêncio antes da voz alarmada me deixar um pouco mais calmo.
— O que aconteceu? - Harry respirou fundo e continuou. - O que aconteceu com a ?
Fechei os olhos e respirei fundo, segurando ainda maia forte na bancada da cozinha.
- Ela me deixou, Harry, ela me deixou...
Harry engasgou e a ligação ficou muda por mais alguns segundos. A única coisa que habitava o ambiente eram as minhas lágrimas.
- Estou chegando aí!
Desliguei o celular e mais uma vez olhei ao redor, minha casa demonstrava como tudo em minha vida estava perdido, como meu coração estava desolado... Como eu me sentia a pior pessoa do mundo e por mais dolorido que tudo isso fosse eu sinceramente não podia fazer nada. Eu consegui chegar a um ponto da minha vida em que nem eu consiga me aguentar, onde eu não me achava digno de estar vivo e respirando. Eu não tinha banda, não tinha amigos, não tinha família e agora não tinha ela. fez a coisa certa ao ir embora, se eu pudesse, eu também iria. Mas aquela sensação de desespero era enlouquecedora, de eu nunca mais a ver, e eu sabia que isso era muito possível. era geniosa, teimosa e orgulhosa. Nada estava ao meu favor.
A porta foi aberta em um solavanco e tudo que eu vi antes de cair de joelhos foi Harry e seu olhar preocupado. Se antes eu estava no fundo do poço, agora eu me sentia quase morto.
A última coisa que sentiu foi o aperto de Harry em meu ombro.
Aquela sensação acolhedora depois de anos me deixou ainda mais disposto. Respirei fundo e coloquei as mãos no microfone respirando cada vez mais fundo. No último ano eu fiz da minha dor a minha inspiração e isso me deu de presente a criatividade para compor um álbum. Era tudo sobre , sobre a nossa história, sobre nosso amor e sobre a minha perda. Era totalmente impossível esquecer dela, de nossos momentos, da forma que nós nos entendíamos. Minha opção de respeitar a decisão dela foi ideia de Harry e eu o devo tanto, mesmo que nossa vida tenha seguido rumos diferentes no meio desse ano, eu ainda o amo como um irmão. E ao ouvir minha equipe dizendo que ele estava aqui junto aos meninos hoje tornou tudo ainda melhor.
- Dois minutos... - Agatha disse me chamando a atenção.
Meus pensamentos se agitavam em minha cabeça quando abri o celular e meu bloqueio de tela era uma foto nossa. A felicidade que nós sempre compartilhamos. E eu tenho absoluta certeza que jamais vou ser tão feliz novamente.
O palco começou a deslizar e os gritos eufóricos de meus fãs invadiram meus ouvidos, eu precisei de muita força de vontade para conseguir me concentrar no primeiro show da minha nova turnê.
Os gritos foram cessando a cada minuto em que eu continuei calado, observei Harry, Liam, Louis e Niall me encarando, ouvi minha equipe enlouquecida no ponto em minha orelha, mas eu simplesmente não conseguia.
— Oi, gente! - minha voz saiu externamente cansada e toda alegria que eu sentia sumiu. — Eu sei que todos vocês esperam que eu cante, mas eu não consigo fazer isso antes de pôr para fora toda dor que eu estou sentindo. Eu jurei para mim mesmo que não iria falar mais sobre esse assunto... - respirei fundo tentando me livrar da vontade de chorar que apertava meu peito. — Não adianta falar sobre amor se eu não conseguir amar direito. Eu passei o último ano me lamentando por ser um babaca, por ter perdido a , a única pessoa que lutou por mim sem pedir nada em troca. É gente... eu fui um ingrato, despejei todos os meus traumas e acabei destruindo algo verdadeiro e puro - um murmúrio baixo tomou conta do estádio, todos os olhos daquelas pessoas estavam em mim, mas nada se comparou ao encontrar aquele olhar castanho escondido no meio da multidão. Ela estava aqui! - , eu sei que te machuquei e imagino como deve ter sido horrível me ver no estado em que eu cheguei... - uma lágrima desceu por meus olhos dando lugar a milhares dela, no rosto dela o mesmo acontecia. - Eu me perdi nesse caminho quando pensei que estivesse sozinho, eu me olhei no espelho e não me encontrei... Mas perder você foi ainda pior, olhar para o lado e não te ver me destruiu ainda mais. Baby, a verdade é que eu sei viver sem você, mas eu não quero. Você me ensinou a ser forte e completo, mas a ideia de não passar a vida ao seu lado não me deixa feliz. Sinto muito por ter te machucado, mas acho que você precisa saber que eu te amo com todo o amor do mundo, e se depois de tudo isso você ainda quiser voltar... Eu sou seu!
Inspirei mais uma vez e enxuguei os olhos ouvindo as palmas inundando o ambiente, na fileira de baixo meus amigos me aplaudiram em pé emocionados, mas meu coração apertou quando busquei aquele olhar no meio da multidão e não encontrei.
Abaixei minha cabeça e me concentrei na única coisa que importava no momento. Meus dedos começaram a correr pelas cordas do violão, buscando notas em um acorde que eu sabia de cor, era um desabafo infeliz de quem foi destruído pelos holofotes, de quem destruiu algo que ama.
Ainda de olhos fechados comecei as frases ainda com a sensação de esperança em meu peito.
- I'm feeling a way off some kinda drug, maybe it's lust, maybe it's love... I know I said, I'd straighten out a week ago, I'm feeling though, 'bout to reach my peak, you know... - as lágrimas fluíam ainda mais e uma sensação de leveza apareceu em meu peito. Por muitos anos eu não me senti tão leve como estava hoje, como se todo o peso de meus ombros diminuísse. - The city 's got me falling off, I'm fading away, I'm losing my head. I know you said leave, but fuck what you said, 'Cause you've been steady, crawling on your knees again... You need a friend, and I've been on the pills again...
Existiam tantas coisas que passavam ao mesmo tempo em minha cabeça, que eu estava esperando meu cérebro derreter a qualquer momento. Eu pensava no show, na música, no choro, em meus medos, meus monstros, minha tristeza, em todos os beijos que eu dei, todas as vezes que transamos em algum só pela graça de ter história para contar, do cheiro da pele, da voz dela dizendo que me amava...
- Baby's only twenty-three, dancing under lights since she was seventeen...
Os gritos aumentaram ainda mais, as pessoas abaixo de mim apontavam e sorriam para algo além, meus amigos balançaram a cabeça e mostravam algo que eu ainda não conseguia encontrar ou entender... Uma parte queria acreditar que os braços pequenos e quentes que me apertaram em volta de seu corpo, eram dela, que os dedos longos que se enrolaram em minhas mãos eram dela, que os lábios macios que foram até meu pescoço eram dela, mas eu não confiava em minha mente para distinguir da realidade.
- Compondo algo para mim, baby?
Fim.
Nota da autora: Sempre é muito gostoso escrever com o Zayn, ele se molda e se adapta igual a um camaleão, e eu amo isso. Eu queria ter escrito uma história longa, mas todos os esboços pareceram chatos e inadequados. Mas o que não sai da minha cabeça: será que essa história precisa de uma long?
Eu queria agradecer demais a todos os leitores que chegaram até aqui de paraquedas, a todos que me acompanham, a todos que estão de alguma forma presente na minha vida. Vocês são todo o combustível que eu preciso para não abandonar esse mundo louco, vocês são todo o combustível que eu levo para a vida. Obrigada, obrigada e obrigada: all the love ever.
As minhas outras ficstapes (E SÃO MUITAS) ainda não foram todas postadas (ou eu não tinha o link na hora que enviei essa) e eu vou disponibilizar todas no meu grupo do facebook, venham!
Sejam bem vindas a esse mundo louco que eu me meti e vou esperar ansiosa os feedbacks!!!
Grupo no Facebook
Instagram da autora: autora.analua
Com muito amor e carinho, Analua.
Outras Fanfics:
12. Chains (Ficstapes Perdidos #001 - Finalizada - Restrita).
Between Secrets (Originais - Em andamento - Restrita).
Red Love Made (Escrito para o especial Meu Primeiro Amor - Finalizada - Restritas).
The Take (Baseado na música de Tory Lanez - Finalizada - Restritas).
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
CAIXINHA DE COMENTÁRIOS
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Eu queria agradecer demais a todos os leitores que chegaram até aqui de paraquedas, a todos que me acompanham, a todos que estão de alguma forma presente na minha vida. Vocês são todo o combustível que eu preciso para não abandonar esse mundo louco, vocês são todo o combustível que eu levo para a vida. Obrigada, obrigada e obrigada: all the love ever.
As minhas outras ficstapes (E SÃO MUITAS) ainda não foram todas postadas (ou eu não tinha o link na hora que enviei essa) e eu vou disponibilizar todas no meu grupo do facebook, venham!
Sejam bem vindas a esse mundo louco que eu me meti e vou esperar ansiosa os feedbacks!!!
Grupo no Facebook
Instagram da autora: autora.analua
Outras Fanfics:
12. Chains (Ficstapes Perdidos #001 - Finalizada - Restrita).
Between Secrets (Originais - Em andamento - Restrita).
Red Love Made (Escrito para o especial Meu Primeiro Amor - Finalizada - Restritas).
The Take (Baseado na música de Tory Lanez - Finalizada - Restritas).
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.