12. U Smile
Finalizada em: 05/07/2018

Capítulo Único

“Eu estou morrendo de saudade, o tempo parece não passar, mas vou dar um jeito de ver você logo.
Amo você ❤”

null releu a mensagem que havia recebido de null, seu namorado. Estava com muita saudade, mas não sabia exatamente quando o veria novamente, já que ele estava em turnê pela Europa. Ela suspirou e rolou os olhos pela tela do celular mais uma vez, então fechou os olhos e pensou em como desejava estar com ele agora e em como já deveria estar acostumada com o relacionamento nada convencional deles. Já faziam dois anos, afinal de contas. Era difícil, mas nunca impossível e toda essa distância não era páreo para o amor que sentiam um pelo outro, chegava ser até surreal. null largou o celular na mesa de centro e voltou sua atenção para a tela do notebook, tinha um trabalho muito importante da universidade para terminar e ainda não tinha feito nem a metade. Ficou alguns longos minutos pesquisando e digitando, que mal se deu conta quando null apareceu na sala.
- Tá a fim de ir na festa do Teddy? – ela perguntou animada, mas null não deu muita importância.
- Não muito. Tenho um trabalho gigante pra terminar, mas te dou total apoio pra ir. – respondeu sem tirar os olhos da tela, fazendo null revirar os olhos demonstrando tédio.
- null, você é tão certinha e isso me irrita às vezes, sabia? – null riu, dando um tapinha no braço da amiga.
- Você me ama que eu sei. – null mostrou o dedo do meio para null, que retribuiu jogando uma almofada nela.
- Eu te aturo garota. – null torceu a boca fingindo estar brava, mas no fundo elas só gostavam de implicar uma com a outra. – Elliot vai estar lá. Eu preciso do seu apoio moral.
null fez bico quase provocando uma comoção na amiga. A garota sabia bem como null odiava recusar um pedido dela, afinal, se conheciam há alguns anos e moravam juntas desde o final do ensino médio, quando resolveram que queriam morar sozinhas e enfrentar os obstáculos da vida adulta juntas. null olhou do notebook para null e se deu por vencida, fazendo a amiga pular do sofá e fazer uma dancinha estranha pelo meio da sala.
- Eu te odeio, null! – null gargalhou e fechou o notebook, entrando na onda da garota que ainda dançava animada na sala.
- Eu prometo que a gente não vai demorar muito, tá? – null assentiu e puxou a amiga em direção ao quarto.
- Eu não sei o que vestir, me ajuda? – null correu em direção ao closet quando adentraram o quarto e começou a tirar algumas roupas, jogando em cima da cama.
null pegou algumas peças, analisando e logo entregou um vestido preto nas mãos da amiga.
- Você só usou esse uma vez e eu acho que ele te deixa maravilhosa, então veste! – null sorriu animada e deu um beijo na bochecha da amiga em agradecimento.
- Eu vou procurar algo pra vestir, já volto.
null foi até a sala pegar o celular que estava com a tela acesa e logo verificou que havia acabado de chegar uma mensagem de null.

Hey, tenho um tempinho livre daqui a uma hora, posso te ligar no facetime?

null sorriu, era muito bom falar com null por vídeo, mas quando ele estava em turnê, essas ligações ficavam mais escassas por conta do tempo e da correria. null pensou em desmarcar com null e ficar em casa para que null pudesse ligar, mas sabia que ela ficaria chateada, então resolveu que daria um jeito.

Estou indo a uma festa com a null, mas eu dou um jeito de achar um lugar silencioso pra falar com você, ok?

Como não obteve resposta, null foi até o quarto se arrumar. Pegou um vestido simples no meio das roupas recém-lavadas e calçou seu tênis preto preferido, passou uma maquiagem de leve e deu uma última olhada no espelho antes de ir ao quarto de null ver se ela estava pronta.
- Eu acho que vou vomitar de nervoso. – a loira disse ao ver null parada na sua porta rindo de seu desespero. – Elliot mandou mensagem.
Ela entregou o celular para null ler o conteúdo.
- Hmm, acho que alguém aqui vai sobrar essa noite, não? – null riu do comentário e pegou o celular de volta digitando uma mensagem em resposta.
- Você já tem o seu, então fica quieta e me ajuda a conquistar esse boy, tá bom, meu anjo? – null riu e assentiu.
- Tá pronta? – perguntou e null concordou.


(...)


null estava sentada no balcão do bar improvisado no meio da sala de Teddy, olhava ao redor tentando enxergar null, mas era muito provável que ela nem estivesse por ali, mas sim em algum lugar mais reservado com Elliot. A garota riu dos seus próprios pensamentos e pediu um drink com pouco álcool ao barman que se encontrava por ali. Fazia um pouco mais de uma hora desde que saíra de casa e null ainda não havia ligado. Pegou o celular pensando em mandar uma mensagem e logo o nome do namorado apareceu na tela. null sorriu e atendeu a chamada, pedindo para null esperar um instante enquanto ela achava um lugar menos barulhento para poderem conversar melhor.
- Oi, amor. – ela disse enquanto se acomodava no chão do jardim, próximo da piscina.
- Oi linda, como você está? – ele perguntou.
- Hum, com saudade... – ela fez bico e null teve vontade de apertá-la.
- Eu também estou com saudade, é muito bom estar em turnê, mas não vejo a hora de ter uma folga para estar com você, null. – a menina suspirou e sorriu fraco. Era difícil querer estar perto e não poder, mas entendia que aquela era a profissão de null e acima de tudo, o sonho dele. O apoiaria até o fim, assim como ele também a apoiaria em seus sonhos.
- Logo você vai estar, null. – ele assentiu.
- Está gostando da festa? – perguntou e ela negou timidamente.
- Pra ser sincera eu queria estar em casa falando com você, mas null pediu e você sabe, nunca consigo negar nada para ela. – null riu e balançou a cabeça em positiva.
- null está bem?
- Está. Apaixonadinha e esse é o motivo de estarmos aqui. – ele riu. E antes que null pudesse dizer algo, uma voz conhecida interrompeu a ligação.
- Desculpa, null, é minha mãe. Só um minuto. – a menina bufou ao ver o namorado sumir da tela do celular. Sabia o quanto a mãe do garoto nutria um sentimento ruim por ela, pelo simples fato de null amá-la e ter que dividir a atenção do filho com alguém. null relevava, pois jamais poderia se colocar entre null e a mãe, mas se pudesse escolher, com certeza teria um bom relacionamento com a sogra.
Esperou alguns minutos, enquanto ouvia null resmungar algo que não conseguia ouvir com a mulher, até que ele apareceu novamente na tela com cara de quem não tinha boas novidades.
- Eu preciso ir, amor. – falou e null sorriu fraco como quem já esperasse por isso. – Estamos aproveitando o tempo livre pra gravar algumas coisas, desculpa.
- Está tudo bem, é o seu trabalho. – ela sorriu o encorajando.
- Eu prometo que as coisas com a minha mãe vão melhorar, temos conversado, mas você conhece como ela é cabeça dura...
- null, tá tudo bem, ok? – null disse um pouco impaciente, pois odiava que null prometesse algo que não poderia cumprir e se tratando da mãe dele, era impossível que ela mudasse de opinião. – Eu amo você.
- Eu também amo você, null. Nos falamos amanhã, certo? – ela assentiu sorrindo e null beijou a tela do celular, encerrando a ligação em seguida.
null olhou em volta e se sentiu solitária, queria null ali, ao lado dela, mas sabia que era um desejo impossível de ser realizado. Mas ainda assim, diante de todas essas dificuldades, não sentia vontade de desistir. Toda essa distância era só um gás para quando chegasse o dia de se encontrarem novamente.
A menina ficou alguns segundos olhando a tela do celular que tinha uma foto dela e de null no fundo, quando completaram o primeiro mês de namoro e logo sua mente viajou para o dia que tudo aconteceu.

FLASHBACK ON
- Anda, Aly, nós vamos perder o meet do null!!! – null gritou a plenos pulmões enquanto puxava a amiga pelo braço até a entrada da casa de shows onde null null se apresentaria naquela noite.
- Calma, null, meu pé está doendo. – null protestou.
- Droga, null, eu te odeio às vezes sabia? – ela bufou quando a amiga parou para amarrar os cadarços do tênis.
- Deve me odiar mesmo, pra me fazer usar essa camiseta com um tweet ridículo do null! – null riu da acusação da amiga. Mas o fato era que queria chamar a atenção do ídolo e fazer com que ele a notasse.
- Qual é null, amigas são pra essas coisas! – a garota revirou os olhos e levantou-se, agora puxando null pelos braços. – Ei!
null a ignorou e continuou andando em direção ao espaço reservado para o meet and greet do cantor null null.
null era fã árdua do garoto e apesar de null também ser, era mais contida. Ouvia músicas em seu quarto, curtia fotos, assistia a vídeos e até sonhava em ir ao show, mas nunca se esforçara tanto quanto null para ter uma oportunidade de chegar perto de null. Mas esse show era especial, o último da turnê de null antes de entrar em um pequeno recesso e o mais intimista, pois era na sua cidade natal.
- Você quase me matou, estou sem ar! – null reclamou ao chegarem no final da fila, onde muitas outras garotas conversavam e cantavam animadamente.
null puxou o celular do bolso e abriu a câmera, tirando uma selfie sua junto da amiga e em seguida postou no twitter:
“Chegamos! Ansiosas pelo encontro com @null ❤”
null e null logo se enturmaram com outras garotas por ali, recebendo elogios sobre as estampas de suas camisetas bem diferenciadas, até que a voz histérica de alguém chamou a atenção da fila inteira.
- null respondeu uma fã e ela está aqui! - ouviram-se muitos gritinhos histéricos e logo todas estavam pegando seus celulares para ver de quem se tratava.
- null, é você! – null falou alto e um aglomerado de garotas formou-se em volta delas, causando um certo divertimento na equipe que circulava por ali.
“@null espero que gostem do show tanto quanto gostei das camisas ;) @null”
null releu o tweet algumas vezes só para ter certeza de que era real. Nunca teve sorte com esse tipo de coisa e agora a ideia da camisa não parecia mais tão ridícula assim.
Alguns minutos mais tarde, depois de estarem mais calmas, uma pessoa da equipe anunciou que o meet and greet começaria e elas precisariam se organizar novamente na fila. Enquanto null tagarelavam sobre o quão haviam esperado por isso, null de repente se viu ansiosa e nervosa demais, a ponto de roer suas unhas, coisa que odiava fazer.
Pouco a pouco a fila foi diminuindo, até que chegou a vez delas e null estava a ponto de ter um colapso.
- Vocês duas podem entrar. – uma moça da equipe disse, dando passagem para as duas meninas entrarem na sala.
null sorriu ao vê-las entrando na sala e as cumprimentou com um abraço acalorado e um sorriso no rosto.
- Você é a menina da camisa do tweet! – ele disse depois de abraçar null, deixando a menina sem graça. – Eu amei, é sério.
null estava prestes a protestar pela ideia ser sua, quando null apontou para ela.
- Você também estava na foto, não? – a menina deu pulinhos histéricos, arrancando risadas do cantor.
- A ideia foi dela, pra falar a verdade. – null disse.
null a encarou, não conseguindo esconder o quanto estava empolgado com a presença das duas, em especial a de null, mas a menina estava nervosa demais para perceber alguma coisa.
- Criativa, gosto disso. E além do mais, eu gosto muito de chocolate! – ele se referiu ao tweet estampado na blusa de null que dizia: Oi, eu sou o null e gosto de chocolate. E na blusa de null dizia: Eu sou um chocolate!
null riu e escondeu o rosto com as mãos, envergonhada e null colocou uma das mãos em suas costas, sentindo algo diferente percorrer seu corpo.
- Vamos tirar a foto? – ele perguntou.
null e null posicionaram-se, uma de cada lado e fizeram pose para o fotógrafo.
- Obrigado pelo carinho meninas, espero que curtam muito o show! – null disse animado, dando um abraço em cada uma e entregando um pequeno kit de brinde para elas.
- Eu te amo muito null! – null disse o fazendo sorrir.
- Eu te amo também!
- Tchau null, você é mais legal do que eu imaginava. – null acenou para o cantor, recebendo um “muito obrigado” e um sorriso em agradecimento. null ficou observando até que null sumisse da sua vista e teve uma ideia para que voltasse a ver a menina.
FLASHBACK OFF

- Eu te procurei a festa toda! – null disse ao chegar perto da amiga, que ainda estava sentada no jardim absorta em pensamentos.
- null me ligou. – ela respondeu, balançando o celular.
- E aí? – null perguntou animada, pois sabia o quanto a amiga gostava de falar com o namorado.
- Foram cinco minutos só. Ele está ocupado, sabe como é, sempre tem algo pra gravar, dar entrevista ou descansar. – null respondeu sem ânimo, fazendo null abraçar a amiga de lado.
- Essa é a vida dele, mas tenho certeza que ele estaria aqui agora, se pudesse. – null sorriu fraco, tinha certeza que sim. null sempre fora um namorado atencioso e cuidadoso, mesmo estando distante e a menina jamais duvidara do amor que ele sentia por ela, apesar de todas as dificuldades que vinham enfrentando para estarem juntos.
- Eu tenho você e isso é muito bom. Sei que quando null puder, estará aqui também. – null sorriu e null beijou sua bochecha. – Cadê seu namorado?
- Ei! Ele não é meu namorado. – a menina respondeu envergonhada, dando um soquinho no braço da amiga.
- Você gosta dele! – null riu da expressão de desespero da amiga e sorriu maliciosa ao ver Elliot se aproximar com dois copos de bebidas nas mãos.
- Cala a boca ou eu juro que mato você! – null sussurrou tentando disfarçar quando o garoto chegou perto. Elliot sorriu e cumprimentou null com um beijo no rosto. Sentou-se ao lado de null, entregando uma das bebidas para ela.
- Ela me disse que você não bebe. – o garoto disse se justificando pela falta do terceiro copo.
- Ah, não se preocupe. – null respondeu.
- null, você se importa se eu for pra casa? – perguntou. Estava sem ânimo para continuar ali, por certo que não seria uma boa companhia para os dois.
- Eu posso ir com você, se quiser, hum?
- Elliot pode levar você em casa depois, não pode? – null piscou divertida para o garoto, que pareceu entender o recado.
- Claro, null, não precisa se preocupar! – ela assentiu, levantando-se em seguida.
- Vejo você amanhã, te amo! – null disse dando um beijo no topo da cabeça da amiga e acenou para Elliot, então andou o mais rápido que conseguiu tentando se livrar daquele barulho todo.

FLASHBACK ON
- Ei, garotas! – null e null viraram-se para olhar quem estava chamando por elas. – Esperem!
Um rapaz alto e sorridente, com a blusa de staff, acenou para elas.
- Oi? – null disse meio confusa.
- Oh meu Deus, vocês são mesmo muito criativas! – ele disse a alisando a camisa das garotas. – null adorou, sabiam?
- É, acho que sim. – null olhou de null para o garoto. Afinal de contas, o que ele queria com elas?
- Ele gostou tanto que pediu para que vocês assistissem o show do backstage, por isso vim aqui. O que acham? – null ficou alguns segundos paralisada, sem conseguir abrir a boca para responder.
- É claro, quer dizer, se a minha amiga concordar, tudo bem. – null cutucou a amiga para que ela saísse do transe e respondesse algo.
- Você está falando sério, mesmo? – perguntou e o staff assentiu.
- Aqui estão as pulseiras – entregou uma para cada -, Agora preciso que venham comigo, certo?
- Se isso for um sonho, por favor, null, não me acorde nunca mais! – null juntou as mãos em súplica, fazendo null e o staff rirem.
- Seu plano deu certo e isso é vida real. Vamos! – null puxou null pela mão, seguindo o staff.
Teria mesmo que arrumar uma forma de agradecer null mais tarde, mas agora tinham um show incrível para assistir.
FLASHBACK OFF

null estava se sentindo nostálgica, em especial, naquela noite. Não sabia exatamente o que estava sentindo, era um misto de tristeza e solidão, que não sentia há muito tempo. Mas sabia que não havia motivos para que estivesse assim, já que null estava sempre por perto e null, mesmo longe e ocupado com seus compromissos, se fazia presente de alguma forma. Sentou na beirada da cama, deixando o celular de lado e começou a chorar copiosamente. Uma angústia apertando seu peito de forma inexplicável, precisava conversar com alguém ou então iria pirar. Resolveu não se importar se null estava gravando, dormindo ou se sua mãe estaria por perto, precisava ligar para ele e ouvir aquela voz que sempre a acalmava. Pegou o celular e fez uma chamada pelo facetime.
Demorou alguns segundos até a chamada ser atendida pela mãe dele, o que fez null querer desligar.
- Oi, Marcy, null está perto? – perguntou. Mas não houve resposta, Marcy apenas continuava olhando feio através da tela do celular. – Marcy?
- Quando é que você vai entender que só atrapalha a vida do null, hein? – perguntou ríspida. – Meu filho tem uma carreira para se preocupar e tudo o que ele pensa é em ver você. Ele não é mais o mesmo e isso pode atrapalhá-lo, você não enxerga?
null respirou fundo. Não precisava ouvir isso agora, não no estado em que se encontrava. Então, segurou o choro e resolveu tentar conversar de forma amigável.
- Marcy, eu amo o null e o apoio em tudo, mas é natural que ele queira me ver, que queiramos estar juntos, não acha? Nós somos namorados e nos amamos. – a mulher riu debochadamente, o que fez null perder o pouco de paciência que ainda restava.
- Sabe quantas garotas famosas procuram null? Várias. Elas sim, são do nível do meu filho e eu não vou sossegar enquanto ele não enxergar que você não vale a pena, garota! – Marcy passou dos limites e null pensou não valer a pena o estresse e desligou.
A menina caiu no choro novamente, sem ninguém por perto para acalentá-la e dizer que tudo iria ficar bem.

FLASHBACK ON
null e null estavam maravilhadas com aquele show intimista de null, que interagia com o público sempre com um sorriso no rosto. Depois de cantar a última música, null agradeceu aos fãs por tudo e disse que estava muito feliz naquele dia, o que fez null sentir algo diferente, um frio na barriga. Então, null e null viram null passar a alguns centímetros de distância e acenar para elas, suado e um tanto quanto entusiasmado. Elas se abraçaram e agradeceram pela oportunidade de estarem ali, juntas e juraram que sempre que pudessem, fariam loucuras como essa.
Quando já estavam se preparando para saírem do backstage e voltar para casa, ainda estupefatas com tudo o que havia acontecido naquela noite, o mesmo staff que havia levado a pulseira para elas, apareceu chamando por elas.
- Gostaram do show? – ele perguntou.
- Muito, foi incrível. Agradeça ao null por nós, certo? – null estendeu a mão para o garoto, que retribuiu o gesto.
- Foi maravilhoso mesmo, obrigada! – null disse, abraçando o garoto desajeitadamente.
- null quer encontrá-las no hotel daqui a uma hora, vai ter uma pequena comemoração pela turnê e só algumas pessoas próximas vão estar. Aqui está a credencial para cada uma, apareçam, vai ser legal! – ele disse e foi embora sem esperar resposta por parte delas.
- Eu não sei se eu gosto dessa ideia, null. – null disse, estranhando a atitude do garoto.
- null, são DUAS credenciais para uma festa em comemoração a turnê do null. Em que mundo você vive? – null balançou a amiga de leve. Não poderia deixar que a amiga ignorasse o fato de que null null as havia notado.
- null, é meio estranho, não acha? – null insistiu.
- É só uma comemoração com o null, o nosso ídolo e nós fomos chamadas. Vamos em casa trocar essa roupa e vamos lá, se você não curtir, prometo que vamos embora, tudo bem? – null sabia que null não negava nada para ela e usava de todo seu poder persuasivo para convencê-la.
- Tudo bem, você venceu!
FLASHBACK OF

null abriu os olhos se perguntando que horas eram e se null já estava em casa. Pegou no sono enquanto chorava e provavelmente estava com a cara inchada, pensou. Mas ignorou esses pensamentos e levantou, procurando pelo celular. Acendeu a tela ao encontrá-lo e se certificou de que eram quatro da manhã, tarde para que a amiga ainda não estivesse em casa.
Foi até o quarto da amiga e notou que ela de fato não havia chegado, então resolveu ligar enquanto iria preparar algo para comer.
Caixa postal.
Bufou, pois odiava não conseguir falar com null quando estava preocupada.
null praguejou por estar se sentindo daquela forma, nada de ruim iria acontecer, null apenas estava se divertindo com Elliot e logo voltaria para casa.
Pegou algumas coisas da geladeira para preparar um sanduíche quando o seu celular que estava na bancada, tocou.
Número desconhecido.
Atendeu e ouviu uma voz masculina do outro lado da linha, que ela não conhecia.
- null null? – perguntou o homem.
- Sim, sou eu. – ela respondeu apreensiva.
- Sou o policial Carter, estou ligando para informar que null e Elliot se envolveram em um acidente de carro. Elliot está consciente e pediu para avisá-la. – null paralisou ao ouvir aquelas palavras proferidas pelo policial.
- Co-como ela está? Pra onde os levaram? – perguntou.
- Hospital do centro. O estado da sua amiga é grave, lamento informar. – a voz do policial ecoou como milhares de sinos batendo ao mesmo tempo em sua mente. Isso não poderia estar acontecendo. null tinha que ficar bem.
Ela iria sobreviver. Não iria?
null correu até o quarto, pegou sua bolsa e passou uma água no rosto. Fitou sua figura abatida refletida no espelho e não permitiu se desesperar naquele momento.
null precisava dela mais do que tudo.

FLASHBACK ON
null e null chegaram ao hotel exatamente uma hora depois, como o staff havia informado. Havia um pequeno grupo de fãs na porta esperando por algum sinal de null. null agradeceu por não estarem vestidas com a camisa do show, seriam massacradas ao adentrarem o local com as credenciais.
Tentaram passar despercebidas ao máximo, pedindo licença, como se fossem hóspedes normais. Então, respiraram aliviadas ao chegarem na recepção sãs e salvas.
- Boa noite, em que posso ajudá-las? – uma moça simpática perguntou detrás do balcão.
- Somos convidadas de null null. – null mostrou as credenciais e a moça assentiu.
- Esperem só um instante, vou chamar o segurança responsável para levá-las até lá. – null assentiu enquanto null apenas roía as unhas, nervosa.
Minutos depois, a recepcionista apareceu no saguão com um homem moreno e alto ao seu lado, apontando para elas duas.
- Vocês podem acompanhar Henry, ele levará vocês até lá! – null e null agradeceram a gentileza da mulher e seguiram Henry até a área interna do hotel. Passaram por um corredor até chegarem em uma porta de vidro peliculada, que Henry abriu dando passagem para as duas.
Era uma pequena área, com piscina e um bar. A batida eletrônica ecoou pelo ouvidos de null, fazendo seu corpo vibrar em resposta. Estava animada demais e já tinha esquecido que talvez aquilo não fosse uma boa ideia.
- null, olha onde nós estamos! – null disse maravilhada.
- Quer saber? Esquece o que eu disse mais cedo e vamos aproveitar! – null puxou a amiga até o bar, do outro lado e pediram duas bebidas para começarem a noite.
Procuraram por duas poltronas livres e sentaram-se, enquanto conversavam sobre os últimos acontecimentos e o quanto era surreal estarem ali.
- Você acha que foi null mesmo quem nos convidou? – null perguntou, olhando em volta.
- Não sei. Será que ele gostou tanto da sua criatividade assim? – null abriu a boca para falar, quando foi interrompida por alguém.
- Posso sentar aqui? – o garoto apontou para a poltrona vaga ao lado de null e elas assentiram.
- Você é da banda do null, não é? – null perguntou, encarando o garoto com curiosidade.
- Sou Jeremy Evans, mas podem me chamar de Jemy! E vocês?
- Sou null e ela é null! – ele sorriu.
- Você se importa se eu chamar sua amiga para dar uma volta? – Jemy perguntou para null, que negou prontamente.
- Mas você vai ficar só, viemos juntas e...
- Pode ir! – null olhou furiosa para a amiga que ficou sem entender. Mas no fim das contas a menina só queria que a amiga se divertisse e aproveitasse cada segundo.
Jemy levantou-se e estendeu a mão para null, que o acompanhou para o lado oposto de onde estavam. null ficou observando as pessoas dançando na pista de dança improvisada e pediu mais uma bebida, quando sentiu alguém se aproximar.
- Esperava que você viesse com aquela camisa. – null virou-se e encontrou null parado, com as mãos no bolso da calça e o cabelo bagunçado. Estava lindo, com uma camiseta branca sem manga e um sorriso divertido nos lábios.
- E ser reconhecida pelas fãs lá fora? – null fez careta, divertindo null.
- Fiquei feliz que vocês tenham aceitado meu convite. – null sorriu.
Então o convite tinha sido mesmo ideia de null e por algum motivo – que ela ainda não sabia qual – tinha ficado feliz em ouvir aquelas palavras do cantor.
- Então foi mesmo você, null. – ele a olhou em dúvida.
- E por que não teria sido? – ele retrucou.
- É meio surreal. Geralmente essas coisas só acontecem em filmes ou em fanfics. – ele gargalhou e pediu uma bebida no bar.
- Bom, não é todo dia que duas meninas criativas e legais aparecem no meu camarim, não é mesmo? – null baixou a cabeça e riu envergonhada.
Queria entender por que entre tantas outras, era ela que estava ali. Mas preferiu não ficar questionando e acabar parecendo uma idiota sem um pingo de autoestima. Se o universo estava conspirando a favor dela e de null dessa forma, quem era ela para desperdiçar?
- Então, você vai ficar aqui mesmo em Nova York? – null perguntou se referindo as férias do cantor.
- Não -, ele negou com a cabeça – Vou pra Los Angeles, apesar de estar de férias, vou aproveitar para compor músicas novas. Mas eu me sinto mais à vontade em casa, no meu estúdio.
- Ah, legal. Vou ficar ansiosa pra ouvir essas músicas, você compõe muito bem! – null não tirava os olhos da menina, que ainda estava um pouco sem graça. Ainda era muito surreal estar de frente com null null.
- Quem sabe eu não te mande alguns áudios, se você me der o seu número. – ele disse despretensioso, com um ar de divertimento e tirou o celular do bolso, entregando para null.
- Aqui, null. Eu vou cobrar esses áudios, então. – ela deu um gole da bebida sob o olhar atento do cantor e então.
- Espero que você não tenha a pretensão de ir embora agora, porque a noite está só começando. – ela negou e sorriu.
- Eu não vou a lugar nenhum agora, null.
null se esticou para dar um selinho na menina, a pegando de surpresa, então aproveitaram o resto da noite juntos.
A primeira de muitas que viriam a seguir.
FLASHBACK OFF

null estava apreensiva na sala de espera junto da mãe de null, que havia chegado depois de ter sido avisada pelo hospital do estado de sua filha. Os pais de Elliot estavam no quarto com o filho, que apesar de machucado, já estava fora de perigo. O garoto contou aos pais e à polícia, que um carro em alta velocidade avançou o sinal, atingindo em cheio o carro onde estava com null, bem do lado do passageiro. null rezava em silêncio, segurando as mãos da mãe da amiga, quando o médico responsável por null adentrou a sala e parou na frente das duas.
- Vocês são da família da null? – perguntou.
- Eu sou mãe dela. Doutor, me diga, cadê a minha filha? – Kathe perguntou desesperada e o médico a olhou com pena. O coração de null disparou, como se já esperasse por uma notícia ruim, mas pediu com todas as forças para que a amiga estivesse bem.
- Eu preciso que vocês sejam fortes, certo? – ele fez uma pequena pausa – Infelizmente null não resistiu aos ferimentos e veio a óbito, nós fizemos de tudo, eu sinto muito.
O mundo pareceu girar em torno de null ao ouvir as palavras proferidas pelo médico. null não poderia estar morta. Sua melhor amiga, não. Queria gritar, mas não conseguia. O ar sumiu de seus pulmões e uma faca pareceu perfurar seu corpo, tamanha era a dor que estava sentindo.
- null, filha. – ouviu a voz de Kathe distante, mas não conseguia dizer uma palavra sequer. null estava morta e ela nem poderia imaginar como seria dali em diante, sem ela. A vida era mesmo muito injusta. – Alguém traz um copo de água para ela, por favor.
- Eu estou bem. Está tudo bem, de verdade. – null levantou, ainda alheia a tudo e a todos. – Eu quero ver a null, ela está viva, não está?
- null, querida. Eu sinto muito. – Kathe abraçou a menina, chorando copiosamente. Não acreditava ter perdido sua única filha, o seu bem maior. Mas era verdade. Uma dolorosa verdade.


(...)


null levantou-se em direção ao pequeno pedestal montado para os discursos que fariam em homenagem à null.
Tinha muito a falar, mas não desejava que fosse daquela forma. Sob o olhar atento de familiares e amigos da menina, ela subiu no pequeno batente e encarou a todos através de seus óculos escuros. De longe, avistou null, parado ao lado de uma árvore. Tinha o semblante abatido e talvez estivesse mal, tanto quanto ela estava. null havia se tornado a melhor amiga dele também. null soube através das redes sociais da amiga do acontecido e tentou entrar em contato com null diversas vezes, sendo ignorado pela menina e mal sabia o motivo dela estar agindo daquela maneira, então decidiu que era a hora de largar tudo e ir até Nova York para aquele momento triste.
null respirou fundo, antes de começar a falar.
- Eu nunca fui a pessoa mais carinhosa e mais divertida, mas null era. Ter ela ao meu lado em quase todos os momentos da minha vida foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido e a melhor oportunidade que Deus poderia ter me dado – ela fez uma pequena pausa para tentar segurar o choro – Foi ela quem me proporcionou os momentos mais felizes da minha vida e que me fez viver aventuras que eu jamais imaginaria e que eu nunca me arriscaria a viver sozinha. Ela foi mais que uma melhor amiga, foi uma irmã e quem a conheceu sabe o quanto ela era feita de amor e alegria.
“Foi através dela que eu conheci o grande amor da minha vida e eu sou grata por isso. Sei que ela também teve um grande amor e por mais que eles não tenham tido a chance de viverem essa experiência juntos, sei que ela o amava com todo o seu coração. null era feita de sonhos, era persistente no que queria e nos fazia acreditar no nosso potencial. Era convincente e isso eu não posso negar, nunca consegui dizer um não a ela. E que bom, porque talvez não tivéssemos tantas histórias pra contar se não fosse assim. null vai ficar para sempre em nossas memórias e em nossos corações. Obrigada por tudo, minha irmã, eu te amo muito e prometo que vou viver tudo o que eu sonhei. Sempre lembraremos de você com alegria.”
null e null se encararam mais uma vez antes da menina sentar ao lado de Kathe para confortá-la. Ainda era surreal saber que null não estaria mais ali, que ela não se formaria na universidade, que ela não se casaria, nem teria filhos e que ela não envelheceria com muitas histórias para contar aos seus netos. Mas null havia vivido intensamente cada segundo de sua vida e null sempre seria grata por tê-la como sua melhor amiga.
Depois dali, seria um recomeço. Um doloroso, porém, recomeço e de onde quer que estivesse, null gostaria que ela fosse feliz.
Ao fim da cerimônia, null olhou para trás só para ter a certeza de que null estava ali, mas ele não estava. Sentiu seu coração doer, pois queria muito abraçá-lo e confortá-lo. Mas não saberia como encará-lo e disfarçar, depois de tudo o que a mãe dele havia dito para ela. Era doloroso para ela ter que colocar null naquela situação.
null afastou os pensamentos e recebeu o abraço e palavras de conforto de pessoas que passavam por ela. Acenou para Elliot que ainda estava um pouco debilitado pelos ferimentos, mas decidiu que depois lhe faria uma visita. Ele se sentia culpado pelo acidente e mal conseguia falar algumas palavras sem entrar em surto. E por fim, avistou Jemy sentado embaixo de uma árvore, de cabeça baixa.
- Oi, Jemy. – disse sentando-se ao lado do rapaz, que parecia inconsolável. – null te amava muito, sabia?
- Eu não fui capaz de amá-la o suficiente, null. – ele disse entre soluços, fazendo null quase chorar também. Mas ela precisava ser forte.
- Você a amou sim e ela sabia, mas existem pessoas que não foram feitas para ficarem juntas, só isso. – null encostou a cabeça no ombro de Jemy e entrelaçou suas mãos nas dele. – Sabe, Jemy, null era muito feliz só por saber que você a amava, mesmo que distante. Vocês só não souberam lidar muito bem com isso, é difícil. Eu sei porque tenho null.
- Você acha que ela sabia mesmo disso? Que eu a amava e que incluía ela nos meus planos futuros? – ele perguntou.
- Eu te juro. Você sabe que eu era confidente dela, não sabe? E eu jamais mentiria para você só para te confortar. – null levantou a cabeça, tirando os óculos para olhar nos olhos de Jemy. – Seja feliz, era isso que ela ia gostar de você fizesse. Não se martirize, nem se culpe. Ela sempre soube do seu amor e de tudo o que envolvia vocês dois.
- Obrigado por tudo, null. Vai ser difícil sem ela. Mas ela se foi né, é preciso aceitar. – null assentiu. – Você falou com null?
A menina negou em silêncio.
- Ele sabe do que Marcy te disse naquela noite, eu ouvi e contei. Aí aconteceu tudo isso e ele adiou o show de hoje para estar aqui. Ele te ama, null, fala com ele, tá bem? – Jemy deu um beijo no topo da cabeça da menina, a levantando junto consigo.
- Eu prometo que vou. Obrigada, Jemy e se cuida ok? – ele assentiu e deu um último abraço em null antes de caminhar em direção à saída do cemitério.

FLASHBACK ON
- Esse hotel é lindo! – null disse ao entrar na área de lazer do hotel onde ela e null passariam dois dias, acompanhando null em um dos seus shows pela Inglaterra.
- Tudo nesse país é maravilhoso! – null complementou.
Elas caminharam lado a lado até avistarem null e Jemy sentados na beira da piscina acenando para elas.
- Nossas meninas fizeram uma boa viagem? – null perguntou, recebendo um selinho de null, enquanto Jemy lutava para receber um de null também.
- Difícil sua amiga, hein, null. – Jemy disse implicando com null, quase jogando a menina na água.
- Ela gosta de você, é por isso. – null disse, recebendo um olhar fuzilante da amiga.
- Cala a boca, idiota! – null reclamou.
- Vem cá, deixa eles dois pra lá. – null puxou a namorada para mais perto, a abraçando por trás e distribuindo beijos pelo seu pescoço. – Eu estava morrendo de saudades, sabia?
- Eu também estava, amor. – ela disse virando de frente para ele, dando um beijo no cantor. – É bom poder estar aqui e cuidar de você.
- E é bom ser cuidado por você, minha namorada. – null sorriu ao ouvir aquelas palavras da boca de null. Estavam juntos há dois meses, mas ainda não assumidos publicamente. Foram feitas algumas especulações na mídia de que null null estaria saindo com alguém, mas haviam combinado de esperarem mais um pouco até null se acostumar com a ideia de ter a sua vida exposta.
- Gosto de ouvir você dizendo isso. – ela disse, o fazendo sorrir.
- Minha namorada? – ela assentiu.
- Então vem cá! – ele pegou o celular e abriu a câmera, envolvendo null em seus braços e então registrou o momento.
null abriu o aplicativo do Instagram e olhou para a menina, pedindo permissão e ela apenas assentiu sorrindo.
“Eu, você e o mundo. Amo você, minha namorada @null ❤”
null sorriu, enchendo o namorado de beijos e feliz com tudo o que tinha acontecido nos últimos dois meses. Tinha se apaixonado por ele, é verdade e sabia que esse sentimento só aumentaria.
- Amo você! – ela disse antes de sentirem seus corpos batendo contra a água.
- Eu mato vocês!
null gritou antes de sair da piscina e correr atrás de Jemy e null.
FLASHBACK OFF

null chegou em casa estranhando o fato da luz da sala estar acesa. Mas ao abrir a porta, se deparou com null sentando no sofá com a cabeça baixa e encarando um porta-retratos.
- Oi, null. – ela disse, percebendo o semblante detonado do cantor.
- Oi, null. Desculpa por entrar assim na sua casa, mas eu ainda tenho a chave e eu precisava vir aqui depois de tudo. – ele disse e null sentou ao seu lado no sofá.
- Você é meu namorado null e além do mais, null e eu te demos uma chave, lembra? – ele sorriu fraco.
- Ainda somos namorados? – perguntou e ela ficou surpresa com a pergunta.
- Eu nunca deixei de ser sua namorada. – ele suspirou aliviado e puxou a menina, dando-lhe um selinho demorado. – Me desculpa por não ter atendido suas ligações. Você também está sofrendo tanto quanto eu e eu fui egoísta. Mas está sendo muito difícil não ter mais null aqui, entende?
- Eu queria ter estado com ela, null. Nunca mais vou vê-la. – null deitou a cabeça no colo da menina e chorou, sentindo-se um inútil por ter estado ocupado demais, longe das pessoas que mais amava no mundo.
- Ei, está tudo bem amor. Você não poderia largar uma turnê e todo um trabalho assim para estar aqui, e null entendia isso perfeitamente. Ela se foi, mas nós estamos aqui e precisamos continuar, por ela. – null disse enquanto afagava o cabelo do garoto.
null levantou, enxugou as lágrimas e voltou a encarar o porta-retratos.
- Como você consegue ser tão forte? Vi você consolando a Kathe e o Jemy. Eu me sinto tão fraco agora... – null voltou a chorar e null o puxou, envolvendo o cantor em seus braços.
- Eu estou tentando, null, mas não é fácil. null é muito importante para mim e não tê-la mais aqui é como se tivessem tirado uma parte de mim.
Ficaram alguns minutos em silêncio até que null estivesse mais calmo. null foi até a cozinha buscar um copo de água, entregando para null.
- Sobre a minha mãe, eu sei de tudo. – ele finalmente falou e null suspirou. – Sei que talvez não seja o momento, mas eu tenho que voltar amanhã para retornar a turnê e eu preciso esclarecer as coisas com você.
- null, eu nunca quis ficar entre você e a sua mãe, ela te ama. Talvez não saiba lidar com o fato de que você cresceu e precisa fazer suas próprias escolhas, mas ainda sim, é sua mãe. E eu sei também que não posso ficar sem você nem quero, eu ia arrumar um jeito de te falar isso, mas com a morte da null foi difícil pensar em outras coisas, entende? – ele assentiu.
- Eu sei. Eu não posso ficar sem você também e mesmo com toda essa distância, a gente sempre pode dar um jeito, está bem? – null assentiu e sorriu fraco.
null puxou a menina para um abraço e ela não conseguiu segurar as lágrimas, era um fardo grande demais para que ela pudesse carregar sozinha, mas ter null ao seu lado a fazia se sentir protegida e bem. Mesmo que ele tivesse que voltar para a turnê no dia seguinte e ela tivesse que voltar a sua vida normal, mas sabia que em breve se encontrariam e seria a melhor coisa desse mundo. null gostaria de vê-los felizes e era por ela que iria seguir em frente.


Epílogo

null estava na primeira fileira do show de null em Los Angeles, agora sozinha, sem a sua fiel companheira. Já faziam seis meses da morte de null e também o dia em que ela faria vinte e dois anos. null lançaria seu novo álbum e disse que tinha uma surpresa para anunciar ao público, mas manteve segredo até mesmo para a sua equipe, o que deixou null mais apreensiva. Faziam duas horas desde que falara com null pela última vez. Ele havia pedido para que reservassem o melhor lugar para ela de frente para o palco. Faltavam alguns minutos para o começo do show e null cumprimentava algumas fãs que paravam por ali e pediam para tirar uma foto com ela.
null sentiu o celular vibrar e sorriu ao ver o nome de null na tela.

Essa noite é nossa, o show é pra você!

Uma onda de felicidade percorreu o corpo da garota, quando as luzes da arena se apagaram e no telão várias fotos de null apareceram com uma música instrumental de fundo fazendo null se emocionar.
- Boa noite! – null falou ao microfone levando a plateia ao delírio. – Eu gostaria de começar esse show de uma maneira diferenciada. Há seis meses perdi uma pessoa muito especial e importante para mim e hoje seria seu aniversário de vinte e dois anos. null era minha melhor amiga e um ser humano incrível. Quero dedicar esse show a todos vocês, mas em especial a ela e minha namorada, null null.
null estava boquiaberta com as palavras de null e emocionada com todas as fotos de null aparecendo no telão.
- E gostaria que todos vocês acendessem uma luz e cantassem junto comigo essa música em homenagem a null. Sim? – o público vibrou e atendeu ao pedido de null. A música Iris da banda Goo Goo Dolls começou a ecoar pela arena e null não conseguiu segurar o choro. Os fãs cantavam com null a plenos pulmões, ajudando quando ele ameaçava falhar por conta do choro, mas ainda sim sorria entre um verso e outro.
null também não pôde deixar de observar Jemy, que precisou parar por conta da emoção.


And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now

And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

null fez uma pausa na metade do show para uma troca de roupa deixando o público com uma sequência de vídeos dele no telão. null estava feliz com a homenagem que o namorado fez a sua melhor amiga e desejou que ela estivesse ali para ver o quanto era amada. Mas sabia que ela estaria de alguma forma.
null retornou ao palco sob os gritos histéricos do público e rapidamente sua imagem apareceu no telão, focando em seu rosto.
- Hoje, aqui, na primeira fileira está sentada null null, minha namorada. Vocês a conhecem, eu suponho. – null olhou na direção em que null estava e a menina estava surpresa.
- Seu maluco! – ela disse quando sua imagem apareceu no telão fazendo todo mundo rir.
- null é a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida, porque foi ela quem me ensinou o que é amor e o que é ser amado de verdade. Amor, eu compus uma música para você, mas antes preciso te fazer um pedido. – null abriu a boca estupefata e de repente se viu sob os olhares atentos de todos presentes na arena. – Eu preciso de você comigo hoje e sempre, null null. Você aceita casar comigo?
A garota sorriu largo, desejando sair correndo até aquele palco para dizer sim a null, tamanha era a sua alegria. Mas sabia que sua imagem estava aparecendo no telão e mais de vinte mil pessoas ali presentes esperavam sua resposta, bem como null, em cima do palco e apreensivo.
- Eu aceito! – ela gritou, levando o público ao delírio.
Uma chuva de corações vermelhos em formato de balão começou a cair, quando a banda começou a introduzir a música que null havia feito para ela.


Your lips, my biggest weakness
Shouldn't have let you know
I'm always gonna do what they say (hey)

If you need me
I'll come right there
From a thousand miles away

When you smile I smile (oh whoa)
You smile I smile
Hey

Baby take my open heart and all it offers
Cause this is as unconditional as it'll ever get
You ain't seen nothing yet
I won't ever hesitate to give you more
Cause baby (hey)

You smile I smile (whoa)
You smile I smile
Hey hey hey
You smile I smile
I smile I smile I smile
You smile I smile
Make me smile baby


Ao final do show, null se dirigiu rapidamente para o backstage, sendo cumprimentada por todos da equipe. Ao chegar na porta do camarim, Marcy estava na porta conversando com Jemy e sorriu para null, que retribuiu o gesto.
- Estou feliz por você e null! – Marcy disse, deixando null feliz. Desde a morte de null, ela pareceu entender que null precisava da menina e que ela o fazia feliz. Não havia mais nada que pudesse impedir que eles ficassem juntos.
- Obrigada, Marcy! – ela assentiu e abriu passagem para que null entrasse.
Jemy acenou para ela que sorriu.
null entrou no camarim, onde null estava trocando de roupa. Quando a viu, ele correu para abraçá-la, a erguendo em seus braços.
- Seu louco! Eu amei a música e a homenagem, foi maravilhoso! – null disse e null sorriu.
- Só? – ele arqueou a sobrancelha.
- O pedido? Eu aceito! Sim, mil vezes sim! – ela respondeu distribuindo beijos pelo seu rosto.
- Eu te amo, null null!
- Eu te amo, null null, pra sempre!


Baby you won't ever work for nothing
You are my ins and my means now
With you there's no in between
I'm all in
Cause my cards are on the table
And I'm willing and I'm able
But I fold to your wish
Cause it's my command
Hey hey hey

You smile I smile (...)





Fim.



Nota da autora: Oi pessoas!
Bom, talvez a fic não tenha ficado do jeito que eu imaginei, tive um bloqueio e fiquei meio desesperada porque U Smile é um hino de música e eu não queria decepcionar ninguém. Mas espero que vocês gostem! E não esqueçam de comentar, certo?
Bjs da Ray.

Outras fics:
10. Trough With You (Songs About Jane – Maroon5/Finalizada)
16. Memories (Handwritten Revisited – Shawn Mendes/Finalizada)
13. My Song (Know-It-All-Alexia Cara/Finalizada)
03. Trainwreck (Don't Forget-Demi Lovato)
09. The Middle (Don't Forget-Demi Lovato)
Straight from the heart (Outros/Em andamento)


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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