Finalizada em: 02/02/2021

Capítulo Único

Our coming-of-age has come and gone
Suddenly this summer, it's clear
I never had the courage of my convictions
As long as danger is near
And it's just around the corner, darlin'
'Cause it lives in me
No, I could never give you peace


estava exausta. Ao chegar em casa, encontrou a pia cheia de louças e um bilhete de que dizia que ele havia saído atrasado para a prova. A menina coçou os olhos e um bocejo saiu. Tirando os saltos altos, a filha única dos Brown fez a tarefa que não pôde fazer. Quando terminou, deu um jeito na cozinha e tirou algumas coisas que estavam espalhadas pela sala. Colocou os livros do melhor amigo em seu quarto e as roupas que estavam jogadas no chão foram parar na lavanderia.
Sabia que, desde que havia aceitado a proposta de seu pai, sua vida seria diferente. Afinal, entrar na empresa como uma estagiária e crescer por mérito era cansativo. Entretanto, era o que ela e seu pai sempre queriam. Durante a vida, nunca soube o que era receber um não. Ela era uma Brown, afinal. Quase ninguém dizia não a eles. Então, a proposta de sair de casa e arcar com as suas próprias despesas, fazer as atividades domésticas, era novo para alguém como ela. Davis a ajudara muito no início, mas com a graduação chegando, seu melhor amigo estava tão ocupado e ela sempre o ajudava. Leah Davis, mãe de , a ensinara muito também. A Sra. Davis trabalhou por muitos anos na casa dos Brown, até que Garrett, o pai de , decidira que era a hora da mulher descansar. Todos tinham um grande carinho por Leah, uma vez que ela criara seu filho e ajudou Garrett a criar .
— Inacreditável! — ela resmungou ao encontrar a cueca de super-herói de caída no canto do banheiro.
Dentre muitas coisas que ela não estava acostumada, dividir o banheiro com um homem era a que ela mais odiava. não era bagunçado, sujo e irresponsável. Nesse caso, era ele quem colocava ordem na casa. Mas percebeu que cada prova que ele fazia na faculdade o deixava ainda mais nervoso e, um pouquinho — lê-se: muito —, desorganizado.
Enquanto se preparava para tomar banho, ouviu as chaves na porta e soube que o homem estava em casa. A loira fechou a porta e se despiu calmamente. Tudo que ela queria naquela sexta-feira era descansar e talvez tomar uma cerveja. Quando saiu, deparou-se com uma menina deitada em seu sofá apenas de sutiã e calcinha. Em. Seu. Sofá.
! - ela resmungou e o melhor amigo, de cueca, apareceu rapidamente no cômodo.
, desculpa. Não sabia que estava em casa.
— E toda casa foi arrumada magicamente? - a menina quase rosnou.
— Eu não percebi. - ele coçou a cabeça. Sabia que não se incomodava de meninas em casa, a não ser que fosse em seu quarto.
— Pois deveria, . - ela deu um sorrisinho. - Mas tudo bem, eu ia ver meu pai mesmo. Pode ficar com a casa toda. Aproveite, leve-a no banheiro e mostre sua cueca de super-herói jogada no chão, já que você não percebe!
Em passos largos, saiu do apartamento dos dois e quando chegou na portaria, não sabia para onde ia. Seu pai não estava em Londres naquele dia. Talvez, ir para casa fosse o que ela realmente precisava.



A casa dos Brown era inconfundível. Era a mais florida da rua - porque sua mãe adorava flores e seu pai fez questão de mantê-las - e, provavelmente, a mais alegre. Desde pequena, mal via seus vizinhos. Se não fosse por , talvez ela seria uma daquelas crianças que crescia em meio a tantos adultos.
foi até o jardim e sentou-se em seu balanço. Respirou fundo e deixou a brisa noturna refrescá-la. Pensou no quão irritada estava com . Ver aquela menina seminua em seu sofá a havia irritado mais do que o esperado e ela queria saber o motivo.
A menina se deu conta que observava o outro pneu do balanço, que geralmente era ocupado por . Lembrou-se da vez que eles estavam brincando ali quando eram mais novos e ela quebrou seu dente. Por sorte, ainda era um de leite. Lembrou-se de como ele a abraçava e dizia que tudo iria ficar bem. sempre foi seu porto seguro. Era ele quem fazia o dia melhorar quando tudo estava ruim. Foi ele que a socorreu no meio da madrugada quando seu ex-namorado foi um babaca.
— Querida! Você por aqui? - Leah sorriu ao ver a loira. - Ouvi um barulho, imaginei que fosse.
— Oi, mãe. - ela sorriu. - Vim ver o papai. Mas ele não estava.
— Seu pai está fora de Londres, querida. - ela lhe deu um sorriso reconfortador. - Vamos para dentro, vou fazer chocolate quente.
Em um pulo, a seguiu até a cozinha. Encarou a bancada por um segundo e sorriu ao ver que tudo estava organizando. Leah, no entanto, conhecia como a palma de sua mão.
— Então… - a mulher sentou-se ao lado da menina. - O que houve?
— Nada, mãe. - ela disse baixinho e mexeu no pingente da pulseira que era de sua mãe. - Senti falta.
— Como está a vida no trabalho, querida?
— Tenho vários documentos para digitar. - ela soltou uma risada triste. - E mais trilhões para analisar. Mas hoje de manhã a diretora do meu setor elogiou meu trabalho.
— Sabia que você ia conseguir, querida. - Leah acariciou os fios loiros de . - E ela também.
soltou um suspiro ao ouvir Leah falar de sua mãe.
— Queria tê-la conhecido.
— Você a teria adorado. - ela sorriu. - É idêntica a ela. No gosto, no jeito e até no modo de sorrir. Do seu pai, você só tem o gênio, querida.
riu.
— Espero que ela fique feliz que eu seja parecida com ela.
— Tudo que ela queria no mundo. - Leah levantou e pegou duas canecas com chocolate quente. - Lembro-me que quando ela descobriu que eu também estava grávida, ela torcia para que fossem duas meninas para que fossem melhores amigas. Dizia que iria cuidar da minha suposta menina enquanto eu estava aqui.
seria pior se fosse uma menina. Gosto dele assim. - afirmou. - Sem mudar nada. Especialmente o gênero.
— Ela ficou tão animada que vocês nasceriam no mesmo dia. - a mulher falou baixinho. - Confesso que eu também.
— Queria que ela estivesse aqui. - disse, baixinho.
— Ela está, querida. - Leah disse e pôs a mão no coração da mais nova. - Bem aqui. E daqui ninguém a tirará.
As duas tomaram o chocolate quente em silêncio por um tempo, até a mais velha quebrá-lo.
— E meu filho, cadê?
soltou um chiado ao ouvi-la perguntar de .
— Provavelmente transando no nosso sofá com uma garota. - a menina encarou as unhas. Estava chateada com e nem sabia direito o porquê.
— E isso te incomoda, querida?
— Mais do que deveria. - ela foi sincera. - Eu saí do banho e tinha uma mulher seminua no meu sofá. Foi estranho.
— Querida, você deveria se ater mais aos detalhes. - Leah disse baixinho. - Agora vamos para casa. Está ficando tarde.
— O que você quer dizer com isso? - a perguntou, confusa. - Ater aos detalhes?
— As coisas invisíveis são as mais aparentes. - a senhora disse, por fim.
— Leah? - chamou baixinho. Assim que a mulher virou para menina, sorriu. - Ela ficaria feliz pela mãe que você é para mim também.
— Eu sei, querida. - ela sorriu. - Estou sendo quem ela seria.
Leah saiu da cozinha e deixou confusa com seu comentário, mas rapidamente o deixou de lado ao saírem da casa de seu pai. A mulher queria voltar para casa e finalmente se sentar em seu sofá, mas o pensamento que seu melhor amigo teria transado ali a incomodava à beça.
— Para o inferno você, Davis! - a menina resmungou.

But I'm a fire and I'll keep your brittle heart warm
If your cascade, ocean wave blues come
All these people think love's for show
But I would die for you in secret
The devil's in the details, but you got a friend in me
Would it be enough if I could never give you peace?


Andando até a estação de trem, as frases que havia ouvido há pouco não saíam de sua cabeça. Ater-se aos detalhes. Coisas invisíveis são as mais aparentes. Quando sentou-se no banco do transporte, relaxou o corpo novamente. Viu um casal trocando carícias à direita e um senhorzinho lendo o jornal à esquerda. Novamente, voltou a olhar suas unhas, agoniada. Estava nostálgica, sabia. Sentia falta de sua mãe. Sentia falta de . Do seu pai. Até de Leah, a quem acabara de encontrar.
“— Força! - gritou para que conseguissem arrastar o sofá da sala. Cada um em uma ponta, fizeram força e o móvel começou a deslizar pelo cômodo.
— Eu vou ser a princesa! - a garotinha sorriu para o melhor amigo. - Você pode ser o super herói.
— Princesas não têm príncipes?
— A minha princesa pode ter um super herói. - a menininha sorriu. - Afinal, você poderia me salvar dos sonhos ruins à noite. Ou dos palhaços.
— Você tem razão. Sendo um super herói, eu salvo todos.
Os dois continuaram a conversar animadamente sobre as regras do castelo que construíram. Puxaram, por fim, um lençol que Leah os dera e ajeitou por cima dos sofás, montando o castelo de vez.
Na cabana improvisada, os dois ajeitaram o tapete e puseram as almofadas que recolheram em volta. recostou-se em um dos lados do sofá, enquanto se ajeitava para deitar em seu colo.
. - a menina falou baixinho.
— Sim?
— Você um dia vai embora? - ela perguntou. - Como a minha mãe.
— Não. - o menino afirmou. - Eu vou estar sempre aqui para gente brincar. Ou tomar sorvete. Ou comer o bolo da minha mãe.
— Você promete? - a menininha levantou-se.
— Prometo. - ele estendeu seu dedo mindinho em forma de promessa.
sorriu e entrelaçou o seu dedo ao dele, selando a promessa de . O garotinho sorriu e abraçou.
— Melhores amigos para sempre.”

A lembrança fez rir. Ele estava certo, nunca a abandonaria. E ela também estava certa. Jamais funcionaria com príncipe, preferia mesmo os super heróis. E era um deles.
“— Feliz aniversário! - ele pulou na cama de , gritando.
— Sai daqui, ! Me deixa dormir. - a adolescente reclamou.
— São onze horas, preguiçosa. Eu te trouxe café.
— Você não deveria. Eu deveria te dar café também. - ela coçou os olhos. - Feliz aniversário, .
— Feliz aniversário, fedorenta.
— Você trouxe morangos? - ela perguntou, animada. - Melhor amigo do mundo.
— Nós vamos dividir. É meu aniversário também. - ele argumentou e ela riu.
— Claro que vamos. - ela sorriu, animada.
— Está animada para os 14?
— Sim! - ela lhe deu um sorriso tão grande que seus olhos até se apertaram. - Mal posso esperar para ser a mais velha da turma.
— Vão pensar que reprovamos.
— Claro que não! Nossas notas são ótimas. - ela os defendeu.
— Tudo bem, acredito em você. - ele riu.
! - ela disse, animada, e levantou-se. - Aqui está seu presente.
O menino abriu rapidamente a caixinha e deparou-se com uma camisa do Homem Formiga que ele tanto queria. A menininha loira prestava atenção nele.
— Irado! Obrigado, . - ele sorriu.
— E sabe o que eu comprei? - ela foi até seu armário e tirou uma camiseta preta. - Uma camisa da Vespa para mim.
— Vamos sair combinando!
— Hoje é nosso aniversário, podemos tudo. - ela riu.
— Eu fiz seu presente de aniversário, minha mãe me ajudou. - ele disse, meio acanhado. É claro que seu presente não chegaria aos pés daquela camisa irada do Homem Formiga. tirou do bolso uma caixinha e entregou para a melhor amiga. Com todo carinho do mundo, abriu a embalagem e deparou-se com uma pulseira com miçangas e pedrinhas coloridas.
— Eu amei! - ela deu um gritinho e pulou no pescoço do melhor amigo. - Obrigada, . Ela é linda.”

sorriu e mexeu na pulseira que havia ganhado anos atrás. Tudo que ele fazia para ela, lhe agradava. Ela amava e tudo que vinha dele, simples ou não.

Your integrity makes me seem small
You paint dreamscapes on the wall
I talk shit with my friends, it's like I'm wasting your honor
And you know that I'd swing with you for the fences
Sit with you in the trenches


estava deitado no sofá apenas com a luz do abajur iluminando a sala. O garoto pensava no que havia acontecido mais cedo e, o pior, no quão chateada sua melhor amiga estava. Deixou algumas mensagens em seu celular, mas não obteve retorno. O garoto então decidiu fazer a janta. Fez o prato favorito de , como se aquilo fosse fazer alguma diferença.
“— Agora é só colocar o macarrão para cozinhar. - ela disse, animada.
— Para sua primeira vez cozinhando, você está ótima, . - ele sorriu.
A menina cortava o frango em cubinhos. O brócolis já estava cortado e cozinhando. observava a cena com certo encanto. Era incrível - e engraçado - ver a melhor amiga daquele jeito. usava sua blusa favorita do Chelsea e um short de malha, estava descabelada e suja no queixo com creme de leite, mas ela estava feliz. Parecia bobo para quem era de fora, mas aquela era descobrindo um mundo novo. Agora ela trabalhava, pagava suas contas e não vivia às custas de seu pai. Não podia mais, de um dia para o outro, decidir que iria viajar para Alemanha como fizera aos 18 anos. Tinha que ser responsável e aprender tudo que não teve que fazer por todos os anos que os outros lhe fizeram as coisas - e Leah inclusos.
encarava os ingredientes com afinco, como se eles fossem lhe dizer o que fazer. levantou-se e a ensinou a cortar a cebola e o tomate.
— Talvez eu seja uma boa cozinheira um dia.
— Nós sabemos que sim, linda. - ele sorriu. - Você consegue fazer tudo que quiser.
Naquele dia, os dois terminaram a noite comendo um macarrão salgado com frango queimado, brócolis moles e um molho branco sem gosto. Isso tudo porque ela não queria que ele lhe ajudasse.
— Me sinto mal por hoje, . - ela falou baixinho.
— Nosso jantar estava uma delícia.
— Para uma pessoa que não tem paladar. Se sua mãe visse o que eu fiz na cozinha, ela ficaria horrorizada.
— Se minha mãe visse o que fez na cozinha, ela ficaria orgulhosa por ter tentado. - ele beijou a parte de cima de sua mão. - Eu estou.
— Você é sempre tão compreensivo. - ela acariciou os cabelos macios dele. - Nunca é assustador tentar as coisas ao seu lado.
— E serão sempre assim, linda. Eu vou sempre te encorajar.
— Eu amo você. - ela declarou. - Prometa-me que se nada der certo em nossas vidas, casaremos.”

sorriu ao lembrar da cara de desespero de ao dizê-lo aquilo. Mas ele nunca poderia prometê-la algo daquele porte. casaria numa grande catedral, usaria um grande vestido e estaria fantástica como sempre fora. No entanto, não esperava nada do glamour que ela queria. Por ele, se casariam em um cartório e partiriam para uma viagem para um lugar qualquer onde poderiam aproveitar a presença um do outro.
— Você é um idiota. - ele disse para si mesmo.



Eram quase duas da madrugada quando a menina entrara em casa. dormia no sofá e franziu o nariz ao ver aquela cena. Ele vestia apenas um short do Chelsea e sua feição parecia tensa, como se ele, mesmo dormindo, estivesse preocupado. O tilintar das chaves da mulher batendo contra o balcão o acordou.
— Vem dormir na cama. - ela disse baixinho com a voz fanha.
— Você pegou friagem, não é? - ele coçou os olhos. - Você sabe que sua imunidade é baixa.
— Já foi. - ela coçou o nariz. - Vai dormir na sua cama, eu vou tomar banho e ir dormir também.
Os olhos vermelhos dela lhe diziam mais do que qualquer coisa.
, você esteve chorando?
— Não. - ela transformou seus lábios em uma linha fina, numa tentativa falha de reprimir o choro. - Eu não choraria por um motivo bobo desse.
Davis a abraçou rapidamente. Contudo, a tentativa de acalmar o choro da menina foi extremamente falha e ela apenas chorou mais. Ele se sentia perdido quando a via chorar, parecia que alguém pegava seu coração e o esmagava.
— Shhh… - ele a puxou mais para perto. - Quer me contar o que aconteceu?
— Não sei o que sinto. - a menina se separou dele e secou o rosto.
— Como assim?
— Ver aquela menina no nosso sofá me irritou tanto, . - ela disse baixinho. - E aí eu comecei a lembrar dos nossos momentos e me senti sufocada. É como se eu estivesse me afogando e não soubesse onde vou parar.
— O que você quer dizer com isso?
— Que vê-la no nosso sofá me irritou porque ela estava com você. - disse antes de sair correndo e se trancar no quarto.

Give you my wild, give you a child
Give you the silence that only comes when two people understand each other
Family that I chose, now that I see your brother as my brother
Is it enough?


esperou meia hora para sair do quarto. Ao fazê-lo, deparou-se com encostado na parede do corredor. A mulher mordeu o canto do lábio, nervosa.
— Você não pode fazer isso, .
— O quê?
— Você não pode gostar de mim. - disse como se estivesse em negação. Ele se levantou quando ela ameaçou sair de seu lugar. - Linda, eu… A gente não daria certo.
— Existem outras maneiras de rejeitar alguém, Davis. Você deveria aprendê-las.
— Não estou te rejeitando! - ele resmungou. - Você é a mulher dos meus sonhos, . Mas nunca daria certo, não somos compatíveis.
— Somos compatíveis, literalmente, desde o dia que nascemos. - ela ralhou. - Não precisa mentir.
passou as mãos nos cabelos, como se estivesse perdendo o controle de tudo. E ele estava. Antes que os dois pudessem agir, a imprensou na parede e juntou seus lábios. Aquele beijo dizia muito sobre os dois: eram intensos, quentes e amorosos. Do mesmo jeito que pareciam que iam se fundir, e eram carinhosos um com o outro. Pareciam querer decorar cada parte do outro, como se aquela fosse a última vez. Mas não seria.
, eu… - ele tentou dizer, mas a mulher colou os lábios deles de novo. Quando pararam novamente, ambos ofegantes, ela soltou um suspiro longo.
— Eu acho que eu não quero mais parar. - foi sincera.
— Se eu não parar agora, eu vou me viciar. - ele atestou. - Quer dizer, eu já estou…
— Por que você tem medo? - ela engoliu em seco.
— Você vai encontrar um cara mais legal que eu, Brown. - ele disse baixinho. - Não sou sua melhor opção.
A menina engoliu em seco. Não é porque não sabia levar um fora, - mas isso também, entretanto, podia jurar que sentia corresponder a tudo que sentia. Na altura do campeonato, os dois já não paravam de pensar no beijo que deram pouco tempo atrás. se afastou de e foi até o seu quarto, , ainda sem acreditar muito nas cenas anteriores, ficou parada, pensando em como aquilo havia acontecido. Eles continuariam amigos? Eles se esqueceriam que aquilo havia acontecido e seguiriam a vida como se nada tivesse acontecido? Antes que a menina pudesse continuar pensando naquilo, sentiu prensá-la na parede e unir seus lábios aos dela.
Antes que a menina pudesse fazer algo, o garoto se afastou dela e a encarou nos olhos.
— Eu seria muito burro de desperdiçar a chance da minha vida, . - segurou as bochechas da loira e se aproximou do rosto dela. - Eu gosto de você antes mesmo de ter nascido.
— Eu acho que eu também, . - ela disse baixinho, com o olhar preso no dele. - E eu não ligo que sejamos diferentes, que sua cor favorita é preto e a minha é branco, que você quando fica nervoso vira um grande bagunceiro. Não ligo que você tenha uma cueca de super-heróis e muito menos ligo que você prefere Coldplay à Bastille. Só quero estar com você.
— Por todos esses anos que eu te amei em silêncio… Mas agora vou fazer questão de gritar pro mundo inteiro que você é a cor dos meus dias pretos. - ele sorriu.
— Você não precisa gritar que me ama. - ela lhe deu um sorriso. - Todo mundo gosta de esbanjar o sentimento, mas eu prefiro morrer por você em segredo.



Desde que abaixou suas guardas, pôde entender tudo que havia acontecido com ele. Durante anos, ele esperava que, como ela era princesa de um legado Brown muito forte, ela deveria se casar com alguém com tamanha força que ela. No entanto, lhe dissera que não havia espaço para mais ninguém em seu coração além do dele. E era verdade. Não existia espaço para alguém ali além do espaço que ele tinha para si, que, na verdade, era o todo. A grande verdade era que era o dono do coração de e ela estava, pela primeira vez, ok com o fato de que ela era inteiramente dele, ainda mais quando sabia que ele era inteiramente dela também.
— Awww, quem poderia imaginar que vocês viriam juntos? - Ellie, a melhor amiga de sorriu para os dois. - O só é bem-vindo nesta casa porque abriu seu coração para minha bebê.
— Ellie! - deu risada. - Deixe-o.
— E o favoritismo começou… - a morena deu risada e encarou .
— Ele sempre esteve aqui. - o garoto sorriu. - Desista.
— Vamos pintar as paredes logo? - trocou de assunto, pois sabia que os dois adoravam discutir quem era o favorito dela, quando, na verdade, não havia como escolher um deles.
— Ok. O azul é para o quarto, vocês podem fazer isso por mim? Eu sou super alérgica a tinta.
— É claro. - pegou a lata e se dirigiu ao quarto de Ellie.
, no entanto, ajudou Ellie a arrumar algumas coisas em sua nova sala de estar. A menina havia acabado de passar por um término de relacionamento e e foram seus maiores apoiadores em um novo recomeço. a fez mudar o corte de cabelo, a levou para um barzinho e lhe apresentou um de seus amigos e agora os três estavam organizando o novo apartamento da menina.
— Vá lá ajudar seu namorado. - Ellie encorajou a melhor amiga com um sorriso.
— Ele não é meu namorado!
— Ainda… - a morena sorriu para .
dirigiu-se para o corredor do apartamento que lhe dava acesso ao quarto de Ellie, quando encontrou um extremamente determinado a terminar de escrever o que escrevia na parede.
— Atrapalho? - a menina encostou no batente da porta.
— Nunca. - ele sorriu. - Você só estragou o pedido.
— Ele ainda parece mágico. - ela deu um sorriso. - Ninguém nunca escreveu algo na parede para mim, então…

But there's robbers to the east
Clowns to the West
I'd give you my sunshine
Give you my best
But the rain is always gonna come
If you're standing with me


— Não quero que você pense que eu não quero te mostrar para o mundo, linda. - ele a respondeu.
— Não precisa fazer nada disso. - ela sorriu. - Eu me casaria com você até com anéis de papel.
— Eu acabei de pedir você em namoro e você já está pensando em nosso casamento? - ele deu risada.
— Para ser sincera… - ela lhe deu um sorriso. - Eu só preciso de uma oficialização para pegar o nome Davis.
— Você é uma Davis. Sempre foi e sempre será. - ele a abraçou pela cintura. - A minha Davis.
— Eu amo você, namorado.
— Eu também amo você, namorada. - ele sorriu e selou o lábio dos dois.



Três anos depois.


A casa dos Davis-Brown ainda era a mesma. No mesmo apartamento que escolheram, eles decidiram ficar. Quando disse a que se casaria com ele até com anéis de papel, não estava brincando. A garota, inclusive, quis se responsabilizar pelas alianças para fazê-las manualmente. não acreditou quando viu sua noiva até tarde colando os papeizinhos.
E então os dois casaram no cartório. Do jeito deles, com apenas algumas pessoas importantes. Quando era mais novo, sempre acreditou que ia querer alguém que lhe desse tudo que ela merecia, e isso significava coisas cheias de diamantes e caras. Mas, convivendo com ela, percebeu que apenas se importava com os sorrisos que ele lhe tirava durante os jantares, ou quando ficavam no silêncio mais confortável que poderia existir. Eles se entendiam, era isso. Apesar de inúmeras diferenças, se encaixavam.
— Amor? - chamou por ao chegar em casa. - Trouxe seu vinho.
— Eu fiz o jantar! - ela sorriu, animada. - Mas eu juro que dessa vez não está tão ruim.
No entanto, sabia que seria ruim como todas as outras vezes. Mas a felicidade ao vê-la cozinhando fazia qualquer comida salgada ficar boa. Ou tornar qualquer comida queimada totalmente palatável.
— Deve estar! - ele a abraçou por trás e depositou um beijinho na nuca da esposa. - Eu amo você.
— Eu também amo você. - ela sorriu.
— O que vamos jantar?
— Macarrão ao molho branco com frango e brócolis. - ela deu um sorrisinho. Aquela era a comida especial dos dois.
— Vou pôr a mesa. - o homem se dirigiu até a bancada da cozinha que faziam de mesa e organizou as taças, os pratos e talheres.
Em menos de cinco minutos, levou a travessa até a bancada e sentou-se ao lado de seu marido. sorriu para ela e abriu a garrafa de vinho branco que ela tanto amava. O homem serviu os dois e encarou . Como a amava.
— Um brinde a nós? - ela sorriu.
— Um brinde a nós. - ele levantou a taça.
— Eu morreria por você em segredo. - ela encostou a taça dela na dele.
— Eu também morreria em segredo por você. - ele beijou sua testa, demonstrando todo afeto que sentia.

But I'm a fire and I'll keep your brittle heart warm
If your cascade ocean wave blues come
All these people think love's for show
But I would die for you in secret
The devil's in the details
But you got a friend in me
Would it be enough
If I could never give you peace?


Durante muitos anos, acreditava que seu grande amor viria até ela num cavalo branco com um buquê com as flores mais caras do mundo. Na verdade, seu grande amor vinha até ela todos os dias com uma xícara chá de camomila e uma cueca de super-heróis que ele fez questão de mandar fazer, afinal, ela que deu origem a tudo.
Ela pode ter crescido tendo tudo das marcas mais caras do mundo, mas nada se comparava à conversa silenciosa que os dois sempre faziam. E se aquilo não era amor, cumplicidade e amizade, o que era, então? E foi assim que ela entendeu que Davis era a melhor coisa que ela poderia ter tido na vida.



Fim!



Nota da autora: OI! Eu me meti em mais um ficstape porque eu sou uma doida. Essa é a história mais curtinha que eu já escrevi, mas eu gosto muito dela (e do jeito que ela termina), espero que vocês tenham gostado também. Beijos e até a próxima. ❤

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Nota da beta: EU AMEIIIIIIIIIIIIIII! Aí, esse é muito meu tipo preferido de história, de verdade! Melhores amigos, criados juntos, “ai, não podemos fazer isso”, é tudo de bom! Você é incrível e eu não canso de dizer isso, Tris! Estou completamente louca por esse casal e pela Leah, amei tanto! 💙

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