Finalizada em: 28/06/2022

Capítulo 1

“We're getting closer but the night is nearly over,
Gonna lose the moon
I dare you to move”
(Dare you to move, McFly)



Há doze anos, a vida de havia mudado. Grávida aos 22 anos, ela abdicou de viver para si assim que acabara a faculdade. Seu plano de se tornar uma advogada tributária havia sido postergado. Primeiro, ela seria uma mãe. lembra como foi pegar em seu colo pela primeira vez, como foi amamentá-lo pela primeira vez, e naquele dia, ele já era um menino crescido de 12 anos, cheio de opiniões. Quando ela saiu de Bolton, condado de Manchester, ela deixou para trás muitas coisas, especialmente seu passado. Há doze anos não pisava em sua cidade natal, seus pais sempre vinham para a grande cidade para vê-los, e entendiam seu motivo. Naquele dia, completava 12 anos.
— Ei, podemos ir? — apareceu na sala de assim que chegara no prédio da Heyward Enterprises.
— Claro. Estava só te esperando. — ela sorriu. — Meu menino está crescendo.
— Mãe... Vamos começar com isso de novo? — o menino perguntou, revirando os olhos.
— Sim, coração, nós vamos. — ela deu risada e bagunçou os fios loiros do primogênito. Graças ao bom Deus, se parecia completamente com . Em aparência e personalidade.
O caminho até o restaurante favorito dos dois foi animado e ambos conversavam sobre o presente que ganhara da mãe mais cedo. Uma Les Paul Ephiphone Special vermelha.
— Ela é irada, mãe. — ele dizia, animado. — Ela tem chave em três posições!
Como quem não entendia nada do que ela falava, apenas concordava. Essa era a única característica que tinha em comum com seu pai, ambos eram apaixonados por música. Depois de James, ela jurou a si mesma que jamais se envolveria com músicos de novo. E essa era uma promessa que seguia à risca.
— Queria que o vovô e a vovó pudessem ter vindo. — ele falou e fez um bico. — A feira foi mais cedo esse ano. A gente podia ir para lá quando você entrar de férias, né, mãe?
— A gente pode ver isso, . — fugiu do assunto. — Agora vamos, temos um aniversário de 12 anos para comemorar.
— Soube que hoje uma banda vai tocar. Espero que o guitarrista seja bom! — ele disse, arrancando risadas da mãe.



Danny havia marcado com os meninos às oito. Todavia, o ensaio das crianças havia demorado mais do que esperava, então ele chegou quase nove.
— Desculpa pelo atraso, caras. — ele cumprimentou Dougie, Harry e Tom.
— Tudo bem, sabemos que você tem grandes chances de ganhar.
— É claro que eu tenho.
— O ego maior que o corpo? Tem mesmo! — Dougie implicou e recebeu o dedo do meio de Danny.
— Essa banda é péssima. — Harry fez careta.
— O guitarrista está fazendo com que eu duvide das minhas habilidades na guitarra. — Tom comentou baixo e Danny riu.
! — os quatro ouviram uma mulher chamar um garotinho loiro que correu para o palco. — Volta aqui!
O menino parecia ignorar os pedidos da mãe e falou algo com a banda e o homem que estava com a guitarra a entregou para ele. Sem cerimônias, o loirinho se ajeitou e posicionou o microfone na sua altura.
— Oi, meu nome é . — ele cumprimentou a todos. — Vou tocar a música favorita da minha mãe, Hey Jude. Eu não sei cantar muito bem, então se vocês puderem cantar seria legal. Essa é para você, mãe. Te amo.
A mulher deu risadinhas e voltou a se sentar em sua mesa. Quando os acordes começaram, as pessoas no restaurante começaram a cantar baixinho, deixando a guitarra falar mais alto.
— Ele é demais. — Danny disse, espantado.
— Estou saindo da banda, minha vaga é dele. — Tom anunciou, brincalhão.
Os garotos observavam aquela criança com grande atenção, assim como sua mãe.
— A mãe dele é bem bonita também. — Dougie desviou o olhar do palco para a mulher. Dougie tinha mesmo razão.
— O garoto toca demais! — Danny comentou baixinho e encarou seus amigos.
— Não nos olhe com essa cara, Daniel. — Harry pediu.
— Eu vou lá. — ele anunciou.
— Danny... — os três disseram em uníssono, e antes que pudessem falar algo, Danny já se dirigia ao palco. Assim que a mulher viu que um homem se aproximava de seu filho, rapidamente ela se levantou e apressou o passo.
— Uh, temos uma mamãe ursa. — Dougie brincou e Harry jogou o guardanapo em seu rosto.
— Ela está certa, panaca. Um homem estranho está se aproximando do filho dela.
— Ainda bem que você cria galinhas, Dougie. — Tom suspirou.



A performance acabara e a banda ruim voltou ao seu posto. Assim que terminou, desceu do palco e logo percebeu que um homem sorridente se aproximava.
— Ei! Você é o Danny. — ele rapidamente o reconheceu. Danny sorriu.
— Fala, garotão. Você arrasou na guitarra. — ele se abaixou até ficar na altura da criança. — Você faz alguma aula?
— Não, aprendi sozinho! — ele deu de ombros. — Mas minha mãe me incentivou também, não é, mãe?
O olhar de Danny desviou do garoto para a mãe. Ele sorriu e ajeitou a postura. A mulher deu um breve sorriso para ele e ele estendeu a mão para cumprimentá-la.
— Daniel Jones. — sorriu.
Heyward, prazer.
— Seu filho toca demais!
— Obrigada, ele se esforça muito. Inclusive, estou considerando colocar ele em alguma aula.
Sem muito pensar, Danny despejou sua ideia na mulher.
— Eu posso ensiná-lo. — disse, firme.
— Meu Deus! Melhor. Aniversário. De. Todos. — disse e Danny riu.
— Você é... — ela tentou se lembrar.
— Mãe! O Danny do The Voice. — disse rápido e fez uma careta, como se sua mãe tivesse envergonhando ele na frente de Danny.
— Danny do McFly. — ela disse assim que se lembrou de grande parte de sua adolescência, tinha uma vizinha um pouco mais nova que era doida pelos caras.
— Culpado. — ele deu risada.
— Bom, Danny do McFly e do The Voice, muito obrigada pela proposta, mas você deve estar muito ocupado, pelo que sei, logo logo a reta final do programa chega. — ela disse, séria. — Vamos, .
— Mãe! O cara é uma lenda na guitarra. Você viu ele em Hey Jude naquele dia. — a criança disse e foi censurada pela mãe.
— Eu não estou ocupado, Srta. Heyward. — Danny sorriu sutilmente. — Caso contrário, não teria oferecido dar aulas para o seu filho. Pense e qualquer coisa, me liga. - Danny entregou seu cartão à mulher e bagunçou o cabelo de .
— Continue assim, carinha. — ele sorriu. — Você vai longe.
— Obrigado, Danny! E diga oi para o Tom por mim. Ele toca muito. — olhou diretamente para Fletcher.
— Se sua mãe deixar, por que você não vem até a nossa mesa e conhece ele?
— Mãe... — disse e a encarou com aqueles olhos que sempre ganhavam a batalha. — É meu aniversário, por favor!
— Vou pagar a conta, . — ela deu um sorrisinho. — Depois vou lá buscá-lo.
— Caraca, você é a melhor mãe do mundo! — ele abraçou a mulher pela cintura e os dois adultos deram risada.
Danny puxou para sua mesa e enquanto estava na fila para pagar a conta, observava o quão radiante o filho estava. Céus, aquela quase foi a banda de sua adolescência. O menino falava pelos cotovelos e ela riu. Certamente havia puxado aquilo da mãe. Ainda assim, podia ver que Danny havia conquistado o coração de seu filho. Se sentiu tola por não ter reconhecido Danny de primeira, pois, além de ouvi-lo quase todo dia quando era mais nova, o via todo sábado na TV por causa de . A fila andou e ela rapidamente foi até a mesa da banda.
— Boa noite! — ela cumprimentou os outros homens. — Vamos, ?
— Oi! Sou o Tom. — o homem de óculos a cumprimentou. O outro moreno do grupo, que ela não lembrava o nome, sorriu e deu um aceno leve.
— Mãe, o Tom disse que vai ajudar o Danny a me dar aulas também! Que irado. — o menininho disse, encantado.
— Oi. Eu sou o Dougie, o baixista. — um homem loiro sussurrou pra ela. — Eles realmente deram match. Você está ferrada.
— Sou o Harry. — o moreno sorriu. — Peço desculpas prévias pelo que ouvirá do Poynter.
Sim, realmente estava ferrada. O jeito que olhou para Danny era como se ele tivesse ido à Lua e voltado. Definitivamente, Danny Jones não sairia de suas conversas com por um longo período.
— Você tem razão, Dougie, o baixista. — disse, séria.

Capítulo 2

Atenção: esse capítulo contém referências ao The Voice Kids UK. Os participantes os quais citarei são todos fictícios. Não condizem com a realidade do programa ou de suas performances.


“The things that change us
If we notice
When we look up sometimes
They said I would never make it
But I was built to break the mold
The only dream that I been chasing
Is my own...”
(Underdog, Alicia Keys)



O dia havia começado cedo para Danny. Com Cooper doente e Georgia trabalhando, ele teve que levar seu pequeno para o trabalho. Ainda que estivesse bastante preocupado, a pediatra de Coops havia afirmado que os sintomas do resfriado estavam normais.
Assim que chegou aos estúdios para o ensaio com as crianças do The Voice Kids UK, ele suspirou. Estava cansado. Ficara a noite toda acordado cuidando de Cooper. Pixie, amiga e jurada do programa, sorriu ao vê-lo com Cooper.
— Oi, Danny. Oi, Coops. — ela cumprimentou o pequenino, que coçou os olhinhos. — A tia Pixie estava morrendo de saudade de você.
— Hey, Pixie. — Danny bocejou.
— Noite ruim? — ela perguntou e Danny afirmou. Ele estava um caco.
— Alguém pegou um resfriado, Tia Pixie. — ele acariciou a cabeça de Cooper.
— Uh, posso ficar com ele enquanto você ensaia. — Pix sorriu e estendeu os braços para pegar Cooper no colo. A criança foi sem esforços, Pixie sempre tivera jeito com crianças.
— Você vai ser uma ótima mãe, Pix. — Danny cochichou no ouvido da amiga, que assustou com a afirmação.
— Como... — ela estava confusa.
— Eu sei reconhecer uma barriguinha de gravidez, minha amiga. — ele sorriu. — Parabéns para vocês. Que venha com muita saúde.
— Obrigada, Danny. — ela sorriu. — Vou com o meu amiguinho para o meu camarim. Te vejo mais tarde.
— Obrigado! — Danny correu para a sala de ensaios e encontrou as crianças.
Todos eles estavam animados com a presença do cantor e os cochichos eram altos.
— Oi, lads. — ele sorriu. — Estão animados?
As crianças gritaram animadas e ele sorriu. Ainda que sua cabeça estivesse prestes a explodir, ele se sentiu realizado com sua vida profissional. O McFly estava prestes a voltar e fariam uma tour em breve. Ele estava participando de um programa conhecido internacionalmente e já havia ganhado três vezes. Depois da separação com Georgia, ele se sentia mais leve. Nada drástico aconteceu, do contrário, ela era sua melhor amiga e mãe de seu filho. Coisas que Danny não deveria nunca se esquecer.
— Bom, quem eu escolher se levante. — ele sorriu. — O primeiro trio de batalhas é: Erik, Lena e Erin. O segundo é: Jake, Gary e Pete.
— Somos muito diferentes. — Gary comentou, assustado.
— Confie no poder de Daniel Jones, Gary. — Danny passou os braços pelos ombros do menino. — O terceiro e último trio é: Abgail, Kieran e Tommy.



Os ensaios estavam indo muito bem, tinha uma hora com cada trio para aconselhá-los e liderá-los com escolhas que deveriam ser sábias. Mas, acima de tudo, Danny queria que as crianças se divertissem. O terceiro trio havia acabado de começar a cantar Underdog, da Alicia Keys. Danny estava orgulhoso de suas crianças.
Assim que finalizou tudo, seu telefone tocou.
— Alô? — ele atendeu, desconfiado.
— Daniel Jones? — ouviu uma voz feminina falar. — É a secretária da senhorita Heyward.
— Senhorita Heyward? — ele tentou relembrar. — Desculpe, não sei quem é.
— Mãe do menininho que toca guitarra, o do restaurante. — a menina disse baixinho.
— Ah! — ele se recordou. Como diabos havia esquecido aquela mulher linda e de seu filho hiper talentoso? — Lembro sim.
— A senhorita Heyward deseja se encontrar com o senhor hoje. Daqui a pouco, se não for incômodo. — ela falou baixinho. — Eu deveria ter ligado antes, mas estive tão ocupada que acabei esquecendo, senhor Jones. Espera, esse não é meu lugar de desabafar, desculpe. O senhor pode?
Ele deu risada. — Sim. Onde?
— Pode ser no diner Della’s? Conhece?
— Sim. Avise que vou acompanhado.
— Claro, obrigada pela atenção. Avisarei que o senhor chegará em 20 minutos, ela tem uma leve tendência a atrasos… Quer dizer, estou dando muitas informações sobre a minha chefe, tchau, senhor Jones!
A menina estranha desligou e Danny deu risada. Além do mais, o quão importante Heyward era? Por que ela precisava de uma secretária e horários marcados?
— Ei, Jones. — Will apareceu com Cooper em seu caminho. — Olha quem eu tenho aqui.
— Ei, lad. — Danny pegou Cooper do colo do parceiro. — Nós já vamos pra casa. Papai tem um compromisso antes. Mas, prometo que faremos uma sessão de Toy Story mais tarde.
— Posso participar? — Will brincou.
— Pode. Só precisa esperar eu estar em casa, tenho uma suposta reunião.
— Suposta?
— É. — Danny riu.
— É assim que londrinos chamam os encontros? — Will questionou.
— Coops, diga tchau para o tio Will. — Danny pediu e o filho acenou para o cantor.
Saindo dos estúdios, Danny teve sorte ao ver no GPS que o Della’s era muito perto. Menos de cinco minutos depois, ele havia chegado. Ele tentava acalmar Cooper, que havia começado a chorar novamente.
— Hey, lad. Eu sei que seu ouvido está doendo… Prometo que vai passar. — Danny tentou conversar com a criança que não o dava ouvidos.
— Desculpe o atraso. — o furacão disse e não foi ouvido, pois Cooper chamava toda atenção. Ela se aproximou da criança e conseguiu que o cantor a olhasse. — Posso?
— Claro. — Danny a observou.
— Oi, gracinha. — ela ninou a criança que rapidamente ia se acostumando ao seu colo. — Você tá dodói, não é, pitiquinho? É o ouvido, não é? Uhh, dói, mas vai passar. A titia vai te ajudar.
— Uau. — Danny disse surpreso ao vê-la acalmar o filho em questão de segundos.
— Ele já tem mais de um ano? Se sim, peça um chá de camomila com um pouquinho de mel. Vai ajudar. — ela pediu.
Danny rapidamente se levantou e foi até ao balcão, fazendo seu pedido. Quando voltou, Cooper estava sentado, entretido com os chaveiros de .
— Eles não são legais? — ela sorriu e Cooper deu um gritinho. — Eu os adoro também.
— Entendo porque seu filho é tão doce. — ele comentou baixinho.
— Seu pequenininho também é. — ela sorriu. — Ele é muito simpático e educado, não é, pitiquinho?
Cooper deu outro gritinho e riu. Amava crianças. Danny riu.
— Qual motivo da reunião, senhora Heyward? — ele a questionou e revirou os olhos. Agora que a encarou, finalmente percebeu o quão ela se arrumava bem. vestia uma blusa de gola alta preta e um jeans preto também. Nós pés, um sapato vermelho.
— Você está realmente interessado em dar aulas pro ? — ela perguntou baixinho. A garçonete trouxera o chá e ela mexia para esfriar um pouco.
— Sim. O garoto é incrível.
— Eu esperava que ele esquecesse isso em uma semana, mas você é pauta de todas as nossas conversas. — ela comentou. — E como sou uma pessoa que cumpre sua palavra, eu retornei.
— Eu quero. É claro. — Danny sorriu. — Queria que alguém tivesse me incentivado a tocar guitarra nessa idade.
— Eu o incentivo. Eu só não sei muito bem guitarra. — ela o respondeu. — Só sei tocar violão. Mas faz muitos anos que não toco… Enfim. Eu gostaria de te pedir uma coisa.
— Sou todo ouvidos. — Danny prestou atenção ao ver dando chá para Coops de canudinho.
— Chá de camomila acalma e a inalação do vapor vai ajudar a desentupir o nariz e o ouvido. — ela o informou. — Dica de mãe.
— Obrigado. Vou levar para vida. — ele riu.
— O gosta muito de você. — ela disse. — Então, se um dia decidir desistir disso, me avise. Eu não quero que ele se decepcione de novo.
— Ele a deixou. — Danny concluiu.
— Quem?
— O pai dele. — falou baixo. — Consigo reconhecer mães solteiras de longe. Sinto muito que você tenha sido obrigada a passar por tudo isso.
— Obrigada. — ela engoliu em seco. — Somos só nós dois e eu já deixo claro que eu atravesso o mundo pelo meu filho. E eu não vou deixar que um superstar quebre o coração dele.
Superstar? — Danny riu. — Senhora Heyward, não lhe contaram que o meu coração que é sempre o quebrado? Eu escrevo músicas sobre isso.
— Eu conheço seu tipo, senhor Jones. — ela falou séria.
— Merda, ele é um músico. — falou baixinho. — É famoso?
— Não. — ela negou. — Mas isso não importa. Vou avisar ao que você aceitou. Avise-me quando puder, eu preciso buscá-lo.
— É claro. — Danny sorriu. — Entrarei em contato.
— Tchau, bebezinho! — sorriu para Coops, que a deu um sorrisinho meio banguela. — A titia adorou você.
— Certamente mais do que adorou o papai, campeão. — Danny comentou baixinho para Cooper, mas não esperava que ouvisse.
— Ah, senhor Jones... — ela riu baixinho. — Isso é incontestável.
saiu do diner, deixando Daniel com um sorrisinho idiota no rosto. Sentia, no fundo de seu coração, uma enorme necessidade de conhecer a história daquela mulher. E era isso que faria.

Capítulo 3

“Tudo que nos irrita sobre alguém pode nos levar a entender nós mesmos...”
— Carl Gustav Jung



Danny estava ocupado escrevendo a tarde inteira. Estava exausto. Ainda assim, quando Coops dormiu, ele assistiu a reprise de um jogo da rodada passada do campeonato inglês, pensou em como sua semana estava cheia. Talvez colocar as aulas de guitarra de no final de semana seria uma boa. Deveria consultar antes. O guitarrista puxou o telefone e abriu no contato da mulher. Sem hesitar, começou a digitar.

Danny Jones: Oi, .
Danny Jones: O que você acha das aulas serem aos finais de semana?
Danny Jones: Amanhã, de preferência.
Heyward: Oi, Danny. Pode ser sim! E pode me chamar de .
Heyward: Ainda nem contei para o !
Danny Jones: Eu posso te ligar e contar.
Heyward: Seria uma boa surpresa.
Danny Jones: Ligando...



estava com o cabelo preso, e ainda que fosse sábado à noite e ela estivesse em casa, a mulher parecia séria. Ela sorriu para o cantor e fez sinal para que ele fizesse silêncio. A mulher se ajeitou, no que parecia ser o sofá, e chamou o filho.
! — a mulher levantou a voz um pouco para chamar atenção do menino que estava no andar de cima.
— Sim? — o menininho apareceu no topo da escada.
— Tem alguém no telefone querendo falar com você. — a mãe estendeu o aparelho e o menino desceu as escadas rapidamente, sentou-se ao lado da mãe e virou o telefone para si.
— Danny! — ele gritou. — Por que ligou?
— Oi, mate. — Danny sorriu ao ver a agitação da criança. — Liguei para avisar que amanhã teremos nossa primeira aula aqui em casa, o Tom vai estar aqui também.
— Você deixou? — virou o rosto para mãe, que sorria ao ver o filho animado.
— Eu disse que ia pensar. — ela sorriu. — E seria legal ter um filho que é um superstar.
— VOCÊ É A MELHOR MÃE DO MUNDO! — disse, animado. — Eu vou contar para os meus amigos. Obrigada, mãe. Tchau, Danny!
Antes que o guitarrista tivesse a chance de responder a criança, sorriu.
— Ele já se foi, Danny. — ela riu. — Agora acho que ele não vai dormir mais.
— Acho que arrumei um problemão. — ele riu. Danny virou a câmera e mostrou a babá eletrônica, mostrando Cooper dormindo tranquilamente. — Morra de inveja, senhorita Heyward.
— Ah, é? — ela deu risada. — !
O menino apareceu na escada e ela virou o rosto e a câmera.
— Faltam dez minutos para dez e meia. Se você não for dormir 22:30, sem Danny Jones para você.
— Vou escovar os dentes e ir dormir. Boa noite, mãe. Boa noite, Danny. — o menino sumiu corredor adentro e voltou para a câmera com um sorrisinho vitorioso.
— O que disse, senhor Jones? Não pude ouvi-lo! — Danny revirou os olhos com a brincadeira dela.
— Você é boa nisso! — ele disse, surpreso. — Uau.
— Boa em quê?
— Em ser toda mandona. — ele riu. — Você consegue receber ordens do seu chefe?
— Não. — ela riu. — Eu sou a chefe. - Danny gargalhou com o jeito que ela falou.
Drop the mic, ! Parece a Cher falando que ela é o cara rico.
— Trabalhei muito para chegar onde estou. — ela deu um sorriso. — Eu não diria que sou mandona, mas sim competente.
— Você sabe o que eles dizem…
— O que eles dizem? — ela perguntou, risonha.
— Grandes mulheres, grandes negócios. — Jones brincou.
— Eles definitivamente não dizem isso, mas eu vou relevar porque gostei do elogio. — ela sorriu. — Jones, amanhã acordo bem cedo, preciso ir.
— Tudo bem, , foi ótimo falar com você.
— Boa noite, Danny.
— Boa noite, . — o homem falou e desligou da ligação.
Naquela noite, deitou-se para descansar, relaxada. O que era difícil, porque ela sempre estava no modo empresária. E esse era conhecido pela rigidez e tensão.
Ainda assim, seus sonhos a atormentaram mais uma vez. sabia que arrependimento era energia desperdiçada, mas ter acreditado em James há treze anos a fazia se sentir culpada. E ela se odiava por isso.

13 anos atrás.


— Você vai entrar em turnê e isso vai ser como, James? — ela perguntou. — Eu estou grávida!
— Sem turnê, sem dinheiro para isso.
— Isso não é algo que você pode postergar. A gente fez, a gente lida! — ela massageou as têmporas. estava exausta por toda aquela situação. Desde que havia descoberto a gravidez, tudo em sua vida desmoronou. Faculdade? Estamos fora. As amigas? Fora também. Sem contar do pessoal falando da gravidez na juventude. — Eu não consigo fazer isso sem você.
— Eu tenho que ir, os caras estão me esperando. — ele pegou suas malas, a case com a guitarra e saiu da casa. A deixando sozinha, grávida.
Ela esperava que, em algumas semanas, ele voltasse dizendo que finalmente tinha dado certo e a banda tinha decolado. Que tudo daria certo e eles iam viver juntos e felizes. E então, enfrentou tudo sozinha. A primeira consulta. O primeiro batimento. Descoberta do sexo, a compra do enxoval. O nascimento. O primeiro sorriso e o primeiro passo. A primeira fala. Ele perdera tudo.


Quando levantou, ofegante, se sentiu estúpida. Como aquilo ainda a atormentava? Como ela se permitia ser afetada por alguém que nem estava mais em suas vidas? Enrolando-se mais uma vez nas cobertas, a mulher fechou os olhos e tentou aproveitar suas horas de sono.



Danny estava animado para o dia que começara bem cedo para ele. Sempre que estava com Coops, tentava aproveitar o máximo que podia. Tom já havia chegado para a primeira aula de guitarra, e, enquanto ele escrevia novas músicas, Jones brincava de futebol com seu primogênito. Georgia lhe fazia companhia no jardim.
— Vai, Coops! Corre! — Danny gritou, animado.
— Você vai dar aula sem tomar banho? — Georgia implicou.
Gol, dada! — o menininho loiro gritou, animado, e Georgia aplaudiu os dois.
— Você não toma banho e eu fui casado com você por muitos anos, G. — Danny replicou.
— Eu deveria ter me separado antes! — ela jogou uma das bolas de futebol que estavam perto da mesa no ex-marido.
— Você me ama, Georgia. E eu entendo, é inevitável.
— Eu juro que queria ter um terço da sua autoestima. — Tom revirou os olhos e voltou atenção para o que fazia.
— Essa é a mágica, mate. Como eu vou arranjar alguém se nem eu mesmo me amo? — Danny perguntou como se aquilo fosse óbvio.
— Como eu fui casada com você, meu Deus? — Georgia gargalhou.
Mama! Vamos ver desenho. — Cooper pediu, animado, e a campainha da casa tocou. A mulher pegou o filho no colo e foi abrir a porta do lugar que, por muitos anos, foi sua casa.
— Já vamos, meu amor. — Georgia sorriu ao ver as duas pessoas que estavam na porta da casa de Danny. — Oi! Vocês devem ser a e o . Eu sou a Georgia.
— Oi! — se assustou. Quando avisariam a ela que a esposa de Daniel Jones era uma modelo perfeita? — Pode me chamar de .
— Oi, eu sou o . — o menino mais velho sorriu para Georgia e Cooper.
— Entrem, Jones já deve estar vindo. Acho que está na cozinha. — Georgia sorriu simpática. — Coops, por que você não faz companhia para as visitas do papai com o tio Tom?
O menino sorriu amigável para as visitas e timidamente correu para trás das pernas de Tom. O guitarrista rapidamente se levantou para cumprimentar os dois que chegaram.
! ! Ainda bem que chegaram. — ele sorriu. — Hoje está um dia lindo.
— Sim, o que não é muito normal. — comentou, risonha. O choque da esposa supermodelo havia passado.
— De fato, deveríamos ir lá para fora enquanto o senhor Jones faz o que seja lá que esteja fazendo. — Tom sorriu. — Vamos, Coops. Vamos lá para o jardim.
fez o caminho atenta, observando tudo que podia. A casa de Danny não era enorme como a dos astros geralmente eram. Era simples, de tamanho mediano e aconchegante.
— Que jardim lindo! — a advogada exclamou.
— Não é? Eu construí ele no meu tempo vago quando eu morava aqui.
— Você não mora aqui? — a boca grande de foi mais rápida. — Quer dizer, isso não é da minha conta! Mas é realmente lindo.
— Não tem problema. — Georgia apertou levemente o braço de em forma de conforto. — Eu e o Danny nos separamos. Eu estou até em um relacionamento, já ele…
Georgia olhou sugestiva para . Tom soltou uma lufada de ar em forma de riso. A loira revirou os olhos.
— Georgia, pega leve com ela. — Danny finalmente apareceu. E estava perfeitamente lindo, se pudesse opinar. Usava uma bermuda simples e uma camisa da Inglaterra. Para completar, o homem estava com uma touca azul que combinava com a camisa.
— Superou seu bad hair day, Danny? — a ex-esposa de Danny perguntou, em implicância.
— Vamos começar, meninos? — perguntou a e Tom.
— Sim! — gritou, animado. — Vamos, meninos. Hora de aprender a tocar.
O outro Heyward estendeu a mão para a pequena criança que estava enrolada com a bola. Sem pensar muito, Cooper deu um gritinho e entrelaçou seus dedinhos nos de . Danny esperou as crianças irem na frente e seguiu os dois com um grande sorriso no rosto.



Heyward era forte o suficiente para encarar coisas que ela jamais pensou em enfrentar. Ainda assim, toda vez que olhava para seu filho, seu mundo parava. Ela era forte por ele. Ela vivia por ele.
— É lindo, né? — Georgia tirou de seus devaneios. A advogada encarou a mulher ao seu lado, um pouco confusa. — Olhar para alguém e não conseguir imaginar mais viver em um mundo sem.
— Quando eu peguei o no colo pela primeira vez eu senti um amor tão forte que doeu no peito. — sorriu. — Foi assim com você também?
— Sim. — Georgia sorriu. — Nossos corações fora do corpo.
— De fato. — deu uma risadinha.
— Foi um prazer conhecê-la, . — Georgia sorriu e se levantou. — Eu só vim deixar o Coops. Espero ver você mais vezes.
— Foi um prazer, Georgia! — sorriu. A ex-esposa de Danny era um doce.
A mulher se despediu do filho num abraço caloroso e deu um tapa na testa dos dois mais velhos que estavam lá, Tom e Danny. Acariciou os cabelos de e deu um beijinho em sua bochecha antes de se despedir.
Os quatro rapidamente voltaram a atenção às guitarras, e , sentada no sofá de Jones, começou a analisar os e-mails do trabalho. Quase uma hora depois, Tom apareceu.
— Acabamos por aqui, . Foi bom te conhecer. — o homem cumprimentou a advogada.
— Obrigada pela aula, Tom. — a advogada sorriu. — Significa muito para o .
— Não precisa agradecer. — ele sorriu. — Aliás, seu filho é talentoso.
— Essa parte, felizmente, veio do pai. — a mulher deu um sorrisinho e Tom sorriu.
— Bom, preciso ir. Almoço com as crianças e esposa!
— Tchau, Tom. — apareceu com Cooper e sentou-se ao lado de sua mãe.
— Vou levá-lo até a porta, mate. — Danny veio atrás das crianças.
Os dois homens saíram da sala de estar em que estava e ela percebeu, pelo sorriso de , que a aula tinha sido um sucesso.
Danny, ao voltar, encontrou sendo atacada pelas crianças.
— Cosquinha não! — ela dava altas gargalhadas enquanto Cooper e a atacavam.
— Vai, Coops! — disse animado.
O menininho loiro ia com suas mãozinhas geladas no pescoço de e ela aproveitou a chance para pegá-lo.
— Cosquinhas no Cooper! — ela anunciou e seu filho se juntou à brincadeira, arrancando gritinhos animados do menino Jones.
— Hey! — Danny falou e as três cabeças viraram para ele. — O que acham de almoçarmos juntos?
— Demais! Podemos, mãe? — encarou com um sorriso e olhos pidões.
A mulher encarou Jones por um segundo e depois olhou para . Fazia tempo que não tinham uma manhã atípica em que o filho se divertira tanto. Com um sorrisinho, aceitou.
— Eu ajudo a fazer. — ela se levantou.
— Por que vocês dois não vão brincar de bola lá fora? — Danny perguntou. — Ou assistem um filme?
— Filme, dada. — Cooper pediu.
— Toy Story! — disse, animado.
— Decidido então. — Jones ligou a TV e alugou o filme para as crianças verem.
Danny e foram até a cozinha para prepararem o almoço.
— O que você pretende fazer? — ela perguntou enquanto esperava pelas ordens.
— Macarronada à Danny Jones. — ele disse, risonho.
— Danny Jones é um tipo de molho? — ela brincou.
— Sim, e ele é bem gostoso, . — o guitarrista brincou.
— Vamos ver se é tudo isso, então. — ela riu e lavou as mãos. — Conduza o navio, capitão.
— Ok... — ele deu risada. — Corte a cebola e o tomate.
obedeceu as ordens de Danny e fazia seu trabalho concentrada. O mais velho separou o macarrão e pôs a água para ferver.
— Acho linda sua relação com o Coops. — ela comentou baixinho. — Ele te admira muito. E o também, acho que isso é um efeito Jones. - Danny riu.
— Eu tento ser o melhor pai que posso, . Não tive muito exemplo, mas eu me esforcei.
— Eu sinto muito. — ela disse baixinho. — Pelo seu pai.
— Ele escolheu não fazer parte. Eu já superei. — Danny deu de ombros. — Fiz até terapia.
— Você acha que o precisa de terapia? — ela perguntou, preocupada. Danny sorriu.
— Não, ele é feliz com a vida que tem. — ele encostou na bancada. — Você faz a diferença.
— Eu nem sabia como ia fazer isso, Danny. — ela riu baixinho. — Entrei em desespero, sério.
— Eu me pergunto como ele consegue deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz. — Danny disse e olhou para , que estava fazendo carinho em Coops enquanto o menino estava deitado em seu colo. — Eu não conseguiria.
— Ele consegue, e muito bem. — ela suspirou. Quando terminou de cortar os temperos, encarou o guitarrista. Eles tinham histórias parecidas. Talvez tenha sido por isso que Jones e se identificaram.
— Agora eu respeito você, Daniel Jones. — ela implicou.
— Eu não era digno de respeito?
— A maioria dos homens não é, mas vocês não estão prontos para falar disso. — ela deu uma risadinha e sentou-se na bancada.
Danny Jones era uma pessoa transparente, ela sabia. Em pouco tempo com ele, conseguiu analisar sua expressão, seu modo de falar e a leveza que ele transmitia. Descobrira que ele era sempre sobre comentários engraçadinhos, era alguém que sempre gostava de ter risadas ao seu redor.
Quando os dois terminaram, chamaram as crianças para arrumar a mesa e, aos poucos, os pratos, talheres e copos estavam na mesa. não estava acostumada a viver uma vida na qual não fosse ela e , e deixar Danny e seus amigos entrarem nela era um grande risco, ao seu ver. Não era apenas um músico e sim quatro. Sabia que deveria começar a se acostumar com isso por conta das aulas de guitarra, e ela queria se acostumar com isso, apesar de ter evitado esse tipo de relação desde que tivera . Queria poder confiar em alguém além de sua melhor amiga e seus pais. Queria ter alguém para rir de bobeiras à tarde, queria ter mais amigos. E, pelo visto, Danny Jones tinha muitos amigos - amigos esses que estão, por algum motivo, extremamente interessados em conhecê-la. Embora ainda tivesse muito medo, depois de doze anos, Heyward estava começando a se abrir.

Capítulo 4

Danny havia acordado atrasado naquele dia. Decidira assistir os vídeos antigos da banda para relembrá-lo de como era viver aquilo. Amava estar no palco, fazendo os fãs felizes por estar fazendo aquilo que o fazia feliz. E sempre foi sobre ser feliz.
— Parece que voltamos ao tempo em que sempre há um atrasado. — Harry comentou, risonho, ao ver Danny entrar pela sala.
— Bom dia. Fiquei até tarde acordado. — comentou.
— Com a advogada bonita? — Dougie perguntou. Tom lhe deu um tapa na cabeça. — Ouch!
— Eu odeio vocês. — Danny sorriu. — Genuinamente.
— Não, você nos ama e é por isso que você vai entrar no estúdio e dar seus melhores vocais. — Harry deu dois tapinhas nas costas do amigo.
Jones rapidamente aqueceu suas cordas vocais e foi até a parte isolada para gravar suas partes.
Aqui vai uma curiosidade sobre Daniel Jones: ele amava cantar. E compor. E tocar. Também gostava de estar com os amigos — inclusive os outros três idiotas que estavam na outra parte da sala, conversando e agindo como os adultos infantis que eram. A amizade dos quatro sempre fora algo especial para eles. Não poderia existir um mundo no qual Danny não se visse rodeado dos amigos. Quando saiu da parte isolada, os outros integrantes ainda conversavam animadamente sobre coisas que não incluíam o trabalho da banda.
— As meninas estão ansiosas para conhecer a . — Dougie comentou. — Georgia contou para elas.
— Meu Deus, como eu fui me casar com alguém tão fofoqueira? — Danny resmungou.
— A questão, Danny, é que se as meninas não aprovarem seu novo affair, você não vai viver em paz.
— Primeiro que não é como se eu tivesse algo com . — o guitarrista começou. — Eu só dou aulas para o filho dela.
— E quantas crianças talentosas passaram por você que receberam uma proposta de aula particular gratuita? — Dougie indagou. — Eu aposto que você quis se aproximar dela, mesmo que inconscientemente.
— Não é muito comum, mas estou dando razão ao Poynter, Danny. — Harry deu risada.
— Ela é bonita, ok? Chamou minha atenção. — Jones deu de ombros. Não estava mentindo.
— Chamá-la para um encontro é demais? — Tom perguntou.
— Ela pode interpretar as coisas errado. — Danny explicou. — Achar que aceitei dar aulas para só para sair com ela. Ou coisa até pior.
— Não entendi. — Dougie disse com a expressão confusa. — Não foi assim que aconteceu?
Antes que Jones pudesse fazer algo, Harry agiu por ele. Dougie levou um belo tapa na testa para “acordar para vida” como Tom havia dito.
— Não sei como você namora. — Tom resmungou. — Não somos mais adolescentes, Jones. Chame-a para sair.
Danny considerou a ideia.
— O recital de Lola e Kit é nesse fim de semana. Chame o menino para participar. — Harry sugeriu. — E depois saiam. Izzy acidentalmente vai chamar as crianças para dormir lá em casa.
— Acidentalmente! — Tom deu risada.
— Por que tudo para vocês é mais fácil?
— Porque você é quem está arranjando problemas. — Dougie o respondeu. — Não que isso seja uma competição, mas sua ex-esposa já seguiu em frente porque se deu a chance. Faça isso você também.



Apesar dos dias cansativos no estúdio, Danny gostava de enfrentá-los. A exaustão de seus dias valia a pena. Estúdio, The Voice Kids UK e eram coisas que demandaram sua atenção durante muito tempo e ele nem ao menos se importava.

: Oi, Danny. Aqui é a . Tudo bem?
: Será que tem como adiarmos a aula de hoje? Acabei esquecendo de te falar isso. Dia de feira de ciências.
Danny: Oi, . Aqui é o Danny. Tudo bem sim e com você?
Danny: Aliás, claro! Acabei esquecendo de falar contigo. Hoje tem o recital dos Judd.
Danny: Você e foram convidados. Se quiserem, os encontro depois da feira de ciências e vamos juntos.
: Oi, Danny! Seria legal. Está um sábado lindo para um recital. :p
Danny: Ótimo, Lola e Kit ficarão felizes em te receber.





estava, dentre muitas coisas, extasiada. Ela amava ver seu filho no meio de tantas crianças brincando, sendo a criança que ela sempre quis que ele fosse. Lembrou-se do momento em que abdicou de todos os seus desejos para ver aquele menininho sorrir, e tudo valeu à pena.
— Querido, nós temos um compromisso hoje. Temos que ir logo. — a advogada se aproximou de , triste por atrapalhar o momento do menino com os amigos da escola.
— Mãe... — o menino chiou. — Está tão legal aqui.
— Vai ficar mais legal se Danny Jones estiver no pacote, não vai? — sorriu. — Nós vamos sair com ele.
— Então é para já, capitã! — ele sorriu. — Vou me despedir das professoras.
— Nunca vi uma criança tão apaixonada por um homem, meu Deus. — ela riu com a devoção de para com Daniel.
— Eu já. — Danny apareceu na entrada, bem ao lado da mulher. — Algumas foram desconfortáveis, mas ele está mantendo nossa relação saudável.
— Danny! Não era para você ter ouvido isso. — ela riu.
— Você se veste com roupas diferentes de terninho, Heyward? Estou impressionado. — ele brincou.
— Sim. Esse é o look mãe divertida na feira de ciências. — ela sorriu. — Afinal, sou advogada só em dias de semana.
— Rá! — ele riu. — Isso é uma mentira. Você é advogada todos os dias da semana, tá sempre brava e pronta para argumentar! Ainda mais se é contra mim.
— Você desperta uma criança inimaginável em mim. — ela riu. — Acho muito idiota, sinceramente. Mas até gosto.
— Você? Gosta de mim, ? — ele debochou. A mulher revirou os olhos de como ele era infantil. Jones a abraçou. — Me abrace de volta! As pessoas estão começando a olhar.
— Eu te odeio muito, Daniel. Anote isso.
— Nananinanão! — ele negou. — Estou começando a quebrar o gelo do seu coração. Por favor, não se mude para a Rússia. Londres já é fria o suficiente.
— Você é criança assim sempre? Se for, me avise. — ela respondeu, afiada. — Vou contratar babá para você também.
Daniel estava pronto para respondê-la novamente quando apareceu gritando seu nome. Duas semanas haviam se passado desde que se conheceram, mas ele gostava tanto daquele menino. Era algo quase que espiritual, e olha que ele nem acreditava nessas baboseiras que Georgia dizia.
— Ei, mush. — Danny sorriu. — Preparado para o recital dos Judd?
—O Cooper vai estar lá? — perguntou, animado.
— Vai. E você vai fazer amigos novos. — Danny sorriu.
— Sério? Então vamos! — ele puxou a mão dos dois adultos e os três saíram da escola.



O caminho até a casa dos Judd estava meio lento devido ao trânsito. e conversavam sobre como a feira tinha sido um sucesso e como a mamãe urso estava orgulhosa de seu filho. Enquanto isso, o menininho colocava no rádio algumas músicas do McFly para tocar.
— Você sabia que é possível gostar da banda e ouvir outras coisas? — perguntou, risonha.
— Você sabia que é possível Danny Jones gostar de você como um garoto gosta de uma garota? — o menininho foi sincero.
— E você sabe o que é isso? — arregalou os olhos. — Danny Jones é ex de uma supermodelo, querido.
— Mãe, você é uma ótima advogada! Talvez ele goste de mulheres que sejam excelentes em seus trabalhos. — ele deu de ombros e gargalhou. Amava a pureza daquela criança. — Ouvi a mãe da Mandy dizer que ele te olhava como se você fosse um recibo de conta paga. - gargalhou novamente. Amava, com toda sua força, aquela criança.
— Quer saber? A Mandy é uma ótima menina, mas a mãe dela é uma ótima fofoqueira!
— Mas ele te olhou como um recibo de conta paga? — indagou. — Vocês deveriam conversar. Contas não são tão legais assim.
— Querido, aquela senhora fala demais. — deu risada. — Danny estava implicando comigo como a grande criança que ele é.
— E você estava toda brava, né? — ele riu. — Do mesmo jeito que você finge quando eu faço cócegas em você?
— Claro que não, senhor Heyward. — ela fingiu estar brava.
— Pensa, mãe. — ele deu um sorrisão que aqueceu o coração da advogada. — Danny Jones pode ser considerado suas cócegas. É irritante? É! Mas te faz rir.
— Acho que você lida com adultos demais. — arregalou os olhos. — Vamos antes que o Danny nos tire do carro à força.
— Se ele fizer, significa que quer muuuuuuito ficar com a gente. — o menino deu um sorriso sapeca.
ia responder o menino, mas Danny abriu a porta do carona.
— As madames vão demorar mais? Estou faminto! — ele resmungou, birrento.
— Vamos, querido. — deu seu melhor sorriso. — O seu amigo tem um buraco no estômago.
— Pode apostar, ! — ele riu. — Eu amo comer.
deu risada da interação infantil dos dois adultos e os três foram até a casa dos Judd. A fachada era simples e adorou as plantas que estavam super cuidadas espalhadas. Nota mental: elogiar as plantas dos Judd.
Maddy, a namorada de Dougie, abriu a porta. Danny rapidamente as apresentou e os levou até o jardim. Uma grande mesa estava colocada afastada do pula-pula e várias crianças gritavam enquanto corriam uma atrás da outra.
— Ei, . — Harry a cumprimentou. — Seja bem-vinda!
— Obrigada por nos receber, Harry. — sorriu.
— Que menino educado, eu quero para mim. — Giovanna disse para Tom e ele riu.
— Ela é um sargento! — Danny implicou.
— Diferente da sua mãe, Danny Jones. — ela deu um sorrisinho para o músico.
Georgia rapidamente puxou para mais perto das meninas e ambas engataram uma conversa aleatória. Os meninos estavam focados em fazer o churrasco.
se sentiu desconfortável com as meninas no início. Aos poucos, Giovanna e Georgia fizeram questão de trazê-la para o assunto, fazendo assim com que ela se adaptasse à roda de conversa. Falaram sobre os meninos, sobre a vida delas, sobre as crianças.
— Mamãe! Minha trança soltou. — Lola apareceu com as bochechas vermelhas de tanto que corria pelo quintal. Izzy havia se levantado para ir ao banheiro neste momento.
As outras mulheres se entreolharam como se pedissem ajuda. Danny observava a cena de longe. se abaixou até a altura da menininha loira e sorriu.
— Oi! — ela estendeu a mão para Lola. — Sou a tia . Sua mãe foi ao banheiro, mas eu posso fazer tranças em você se você quiser.
— Oi, tia. Sou a Lola. — Lola sorriu. — Gostei do seu vestido.
— Sério? Obrigada, Lola. Mas vou te contar um segredo... — diminuiu o tom de voz e sussurrou no ouvido da menininha. — O seu é muito mais bonito.
Todos observavam a cena com muita atenção. O carinho que tinha com crianças era algo que ela não conseguia descrever. As amava do fundo do coração. Lola deu uma risadinha e sentou-se entre as pernas da advogada. A Judd mais nova pediu uma trança de princesa e sorriu.
— O que você acha de tranças de lutadora? — ela sugeriu. — E aí você vai poder brincar sem elas caírem. Princesas também lutam, Lola.
— Tudo bem, tia . — ela sorriu, satisfeita.
Georgia estava encantada. Assistia a cena de longe junto dos meninos e sentia-se estupefata. Talvez quisesse que a relação de Danny e desse mais certo que o próprio ex-marido.
— Eu gosto muito dela, Jones. — Georgia sorriu. — O jeito que ela olha para as crianças diz muito. Ela é incrível.
— Nem eu sei como eu encontrei essa mulher.
— Você foi atraído pela coisa que ela mais gosta, Jones. — ela sorriu. Os dois olharam na mesma direção. Para o menininho mais velho entre as crianças que corria e brincava animadamente. — .
Na brincadeira, acabou fazendo tranças em Giovanna e Maddy. Izzy adorou o talento escondido da advogada e pediu para que ela a ensinasse. acatou o pedido da Judd e antes que pudesse terminar o que fazia, Danny apareceu.
— E aí, meus cabelos são longos o suficiente para eu ganhar tranças também? — ele sorriu.
— Claro, vem cá. — se levantou e começou a desembaraçar o cabelo do vocalista.
— Deixe meu cabelo de lado, era brincadeira! Vai que você arranca ele.
— Como você é dramático, Danny.
— Ele é a maior drama queen. — Maddy sorriu. — Mas é bonzinho.
— Eu sou ótimo, fala para elas, Georgia! — ele pediu apoio à ex-mulher.
— Ele é ótimo. — a modelo olhou diretamente para , como se a dissesse aquilo. — Depois a gente combina o cachê, Jones.
Todos riram da brincadeira de sua ex-mulher. voltou sua atenção às crianças e quando percebeu, estava acariciando os cabelos de Danny por mais tempo do que esperava.
— Está na hora do recital. — Izzy anunciou. As crianças gritaram e não deram atenção à mulher. rapidamente se ajeitou e se mobilizou para juntar os Fletcher e os Judd sem muito esforço.
— Temos o líder do grupo. — Giovanna riu baixinho.
— Não. — Maddy riu. — Lola ainda é a que manda.
— Como sempre, as mulheres mandam. — Danny revirou os olhos. Harry trouxe os instrumentos para fora e rapidamente todos se sentaram para ver a mágica acontecer. Filhos de músicos, pensou.
Lola estava com um mini teclado, Kit com o triângulo. Buzz estava na bateria, seu irmão Buddy estava no vocal e Max, o mais novo dos Fletchers, estava com um triângulo também. Cooper estava com a castanhola.
. — Buzz chamou o menino. — Vem!
— Eu não tenho minha guitarra. — o menino levantou os braços como se pedisse desculpa.
— Aqui, mush. — Dougie entregou uma guitarra para o filho de .
— O que podemos dizer dessas crianças extremamente inteligentes e talentosas? — Tom sorriu ao ver seus filhos.
— Eles são ótimos. — Maddy sorriu.
O recital começou e conseguiu acompanhar as crianças. ficou surpresa — mas logo passou — com o ritmo daquelas crianças. Eles eram todos filhos de músicos extremamente talentosos, duh. incluído. Seu pai era um ótimo guitarrista, ela sabia. Talvez sem sorte, mas talento nunca lhe faltou.
Danny estava com a mão na cintura de e a encarou por um minuto. Poderia viver aquele dia para sempre. Nunca teve uma família grande, mas encontrou uma tão grande quanto a família McFly poderia ser. Gostava de ver — e agradecia — como ela havia se encaixado. As meninas gostavam dela, os caras também. E o mais importante: seu filho também gostava da presença dela.
Lentamente, ele a puxou para baixo e sentou-se em uma de suas coxas. Sem hesitar, Danny a deu um sorriso carinhoso e os dois voltaram a prestar atenção na apresentação das crianças. só faltou pular de alegria ao ver sua mãe sentada próxima — ou melhor, no colo —, de Danny. Torcia, do fundo do coração para que a mãe fosse feliz. E torcia, mais ainda, para que Danny fosse o cara que ela escolhesse.



O dia passou rápido na casa dos Judd. Todos que estavam lá eram incríveis. As meninas, os meninos e as crianças. Em principal, as crianças. estava apaixonada por cada criança que conhecera ali. Lola em especial, porque a partir do momento o qual havia trançado seus cabelos, a menininha já havia escolhido a advogada como sua melhor amiga. Haviam combinado, inclusive, de fazerem as unhas juntas.
— As crianças finalmente dormiram. — Izzy comentou. — Você se importa do dormir aqui? É tradição do recital.
— E vocês vão cuidar de sete crianças sozinhos? — perguntou, surpresa. — Isso é possível? Não consigo cuidar do meu!
Todos riram.
— Não precisa se preocupar, . Os Judd são a melhor empresa de babá de Londres. — Maddy riu. — São eles que tomam conta das nossas gatas.
— E galinhas. — Dougie completou a namorada.
— Não me incomodo dele dormir aqui. Vocês querem ajuda em alguma coisa?
— Não, querida. Não se preocupe. — Harry sorriu e abraçou a esposa.
— Tudo bem. — ela sorriu.
Giovanna, Tom, Dougie e Maddy haviam entrado há pouco, pois estavam com frio. aproveitava o início de noite e o ar fresco para respirar. Izzy e Harry decidiram se retirar para deixar e Jones sozinhos.
— Dez libras pelos seus pensamentos. — Danny se sentou ao lado da advogada.
— Não estou pensando em nada. — ela riu baixinho e se mexeu, fazendo que seus cabelos castanhos se movessem, atraindo mais ainda a atenção do cantor. — Na verdade, estou pensando como queria que o tivesse mais dias assim.
— Por que não chama seus pais para morarem em Londres? — ele perguntou.
— Eu jamais pediria. Meus pais adoram Bolton. — ela sorriu. — Eu tenho horror, mas se eles são felizes, também sou.
— Você é filha única, né? — ele a questionou. fez que sim com a cabeça. — Entendi. Mas a boa notícia, senhorita Heyward, é que te trarei mais vezes para essas reuniões. Eles gostaram de você.
— Eu também gostei deles, Jones. A Georgia em especial, ela parece me adorar. — ela sorriu.
— Ela é incrível. — ele sorriu. percebeu ali, que os dois se amavam muito. — É minha melhor amiga.
— Sinto falta de ser assim. — ela sorriu fraco. — Sinto falta de ter amigos para falar besteira no fim de semana. Ou de, sei lá, fazer uma noite das meninas cheia de vinho e queijos para falar mal dos nossos companheiros.
— Você merece tudo isso e muito mais, . — Danny sorriu. — Pode me chamar quando precisar dos dois. Eu reclamo de você e você reclama de mim. E enchemos a cara juntos.
— Obrigada, Danny. — ela sorriu. — Principalmente por fazer meu filho feliz.
— Sempre que precisar, advogada. — ele a deu um sorriso. — Mas a diversão de hoje vem com um preço.
— Eu sou boa em negociar. — ela sorriu e se levantou. — Já te disse que eu sou advogada tributária?
— Esse é um pedido que só recebe sim como resposta. Só se obtém lucro. — ele sorriu e a puxou para perto.
— Fala logo! — ela deu um gritinho quando ele a puxou para seu colo pela segunda vez no dia.
— Em troca desse dia incrível... — ele a encarou. — Você vai ter que sair comigo. E vai deixar eu fazer todas as bobeiras que você não gosta. Ser cavalheiro, elogiar sua roupa, abrir a porta para você, coisas do tipo.
— E o que o leva acreditar que eu vou aceitar sair com você, guitarrista?
— Minhas mãos. — ele foi sincero e riu. o encarou, confusa, e Jones rapidamente dirigiu suas mãos até a cintura da mulher, fazendo cócegas. — Eu só vou parar quando você disser que sim.
Naquela noite, Danny Jones deveria se considerar sortudo. Sorte que não estava tão presente, mas daquela vez, ele sentia. Sentia tanto que seus amigos observavam o casal gargalhar da porta da varanda como se fossem adolescentes apaixonados. Sentia tanto que Georgia sorria tão grande que parecia que seu rosto não voltaria para o lugar. E então, ele tornou a missão de fazer feliz sua grande missão da vida.
— Eu desisto! — ela disse, ofegante. — Eu saio com você. Só precisamos achar uma brecha em minha agenda.
— Ótimo, advogada! Já te disseram que você negocia muito bem? — ele a ajeitou entre suas coxas.
— Te odeio, Danny Jones. — ela repetiu o que havia dito mais cedo e o cantor riu.
— É bom saber que você tem sentimentos por mim, .

Capítulo 5

Os dias com Danny Jones se tornaram mais frequentes para os Heyward. Não era apenas sobre estarem juntos e falarem besteira. Danny e apreciavam a presença um do outro. ficava extremamente irritada com a prepotência do músico ao pronunciar seu nome com o sotaque carregado. E Danny adorava quando ela o chamava de Daniel, como uma mãe brigona faria.
E tudo foi se tornando mais claro. As coisas começavam a prosperar mais. No escritório, nos palcos e nos corações. Na última semana, havia batido a meta de casos vencidos no tribunal. E Danny... Bem. As coisas no programa estavam ótimas. Na banda, melhores ainda. Ele havia escrito músicas novas. Muitas delas.
— Dougie Poynter está no telefone, . — Barbara, sua secretária, anunciou.
— Obrigada, Barb. — a mulher agradeceu e atendeu ao telefonema. — Heyward falando.
— Mulher! Como você é requisitada. Estou há duas horas tentando falar com você. — Dougie disse, risonho. — Tudo bem?
— Oi, Dougie. — ela sorriu. — Estou ótima e você?
— Estou bem também.
O que a advogada não entendia naquele momento, era o que o baixista queria com ela.
— Dougie... Não queria ser rude, mas... Qual motivo da ligação?
— Ah, claro! A ligação. Me desculpe. — ele riu. — Maddy e eu vamos ao planetário. Os Fletchers também vão, Giovanna sugeriu que levássemos .
— Hm, eu posso ver com ele sim. — ela sorriu. — Assim que ele sair da escola, eu te retorno!
— Ótimo, obrigado. — ele disse num tom alegre. Antes de desligar rapidamente, Dougie a disse o que estava querendo desde o início. — Bom encontro hoje à noite.
Entre risadas, pensou sobre a proposta. Maddy e Dougie não tinham filhos, mas eram ótimos pais de pets. O fato de que Giovanna e Tom estariam no passeio acalmavam a advogada, mas não ao ponto de deixá-la 100% confortável com aquela situação. Danny havia pedido para que eles buscassem ? Não queria que ele fosse?



Quando fez uma pausa na escrita, Danny decidiu preparar o almoço. Fez uma escolha rápida, pois ainda tinha que ver com um lugar legal para irem com . Estava ansioso para aquele encontro desde que o propusera, uma semana atrás.
— Boa tarde, Barbara. — disse para a secretária de . — Sei que ligo demais para você, mas sua chefe me ignora.
— Boa tarde, senhor Jones. Parece que o McFly todo está ansioso para falar com a .
Danny ficou confuso com a afirmação da mulher, mas decidiu ignorá-la.
— Claro. é uma mulher importante. — ele sorriu. Imaginava que a advogada estava enrolada entre tantos papéis e fazendo anotações em seu caderninho. — Ela está ocupada? Posso ligar outra hora.
— Senhor Jones, ela está sim. Mas eu vou repassar sua ligação, quem sabe assim ela faz uma pausa e almoça. — Barb anunciou. — Um segundo.
Danny esperou por dois minutos e rapidamente foi transferido. Uma voz cansada o atendeu.
— Oi, Danny. Aconteceu algo? — Daniel reconheceu o cansaço.
— Oi, senhorita Heyward. Liguei para avisar que buscarei vocês às oito. — ele informou.
Vocês? — houve uma certa confusão. — Você não pediu para Dougie levá-lo ao planetário com os Fletcher?
— Não! — ele disse rapidamente. — Eu tinha planejado nossa noite em três.
Aos poucos, dissipou completamente a sensação que havia tido anteriormente, sobre Danny não querer a presença de . Ele queria. Havia feito planos com os dois.
— Tudo bem, Danny.
— Se você não quiser que eles saiam, não tem problema, . — ele disse num tom preocupado. — Ele pode ir conosco.
— Você está preocupado que seus amigos contem seus podres para o meu filho, Daniel? — ela soltou a pergunta com uma pitadinha de sarcasmo.
— Deveria mantê-los afastados. Estou tentando impressionar vocês aqui. — ele disse numa risada meio nervosa.
— Entendo. Mas acho que ir ao planetário com as crianças vai ser bom. — a advogada afirmou. — As crianças podem ser mais novas, mas os adorou também.
— Que bom. Mas não descarte nossa possibilidade também.
— Não vou esquecer. Obrigada por levar isso em consideração, Danny. — a advogada suspirou.
— Claro. Agora pare o que está fazendo e vá almoçar. Barbara disse que você não comeu.
— Daqui a pouco eu vou. — ela comentou. — Minha secretária anda te contando muitas coisas.
— Especialmente que você é atrasada. — ele riu. — E trabalha demais. Tirando isso, nada que eu não possa imaginar.
— Traíra! — ela deu risada.
— Vou deixar você trabalhar, advogada. Te busco mais tarde.
— Tchau, Danny.
— Tchau, .
Depois de desligarem, Daniel ligou para seu restaurante favorito pediu para que entregassem um de seus pratos favoritos na Heyward Enterprises, o almoço de Barbara e sua chefe. Se sentia confortável e contente por fazer algo por , mesmo que aquilo fosse um ato pequeno.
Apesar de sentir que ela o bloqueava sempre que pudesse, Jones sempre lembrava de sua conversa com Georgia sobre como a confiança da mulher foi quebrada por alguém parecido como ele e sobre como ele tinha que ter paciência.



Quando o relógio marcou seis horas, estava ajeitando as coisas com . Seu encontro com Danny seria duas horas depois e ela ainda não estava pronta. Os dois estavam animados e ansiosos para seus respectivos compromissos.
— Vamos revisar. — ela disse baixinho. — Obedecer os adultos, ser educado...
— Ligar para você em caso de emergência. — repetiu.
— Ótimo, você está pronto. — ela sorriu.
— Dougie disse que tem galinhas. Podemos ter também?
— Não. No máximo, um cachorrinho ou um gato. — ela riu.
Os dois ouviram a buzina soar do lado de fora. Ajeitando seus pertences, desceu as escadas e sua mãe o encarou, orgulhosa. Essa noite daria certo. Maddy e Dougie vieram buscá-lo na porta, demonstrando entusiasmo sobre saírem e agradeceu aos colegas por serem tão receptivos.



Danny Jones: Mudanças de planos. Use roupas confortáveis!
Heyward: Para uma pessoa que se planejou, você está enrolado, Danny Jones.
Danny Jones: Coloquei minha cabeça para funcionar.
Heyward: E músicos pensam?



Danny gargalhou ao ler a mensagem da advogada.

Danny Jones: O Dougie não, mas eu sim.
Heyward: Tenho que ir, senhor inteligente. Vejo você daqui a pouco.





Às oito em ponto, a campainha da casa dos Heyward tocou. estava pronta e usava uma calça jeans de lavagem clara com uma camiseta preta. Em seus pés, um all star branco.
Assim que abriu a porta, gargalhou ao ver que Danny vestia a mesma coisa que ela. Os dois se encararam por um tempo.
— Gostei do look. Tentou me copiar? — ela deu risada.
— Se alguém copiou, foi você. Você é toda terninho, saias e blusas sociais.
riu.
— Claro que não.
— Claro que sim. A primeira vez que a gente se viu, você usava um terninho rosa. Na segunda, a saia vermelha com a blusa branca. — Jones explicitou e sorriu.
— Então você observa minhas roupas? — ela sorriu, sugestiva. — Bom saber.
Jones ficou calado por um segundo, sem pensar muito no que dizer. É claro que ele a observava. era linda. A advogada desligou as luzes e os dois saíram.
— Aonde vamos? — ela perguntou, curiosa, assim que entraram no carro de Danny.
— Para minha casa. — ele comentou. — Achei sua voz cansada, então vamos jantar e relaxar nesta bela noite de sexta-feira. Separei alguns filmes para vermos.
O coração de inchou de carinho. Jones era uma pessoa incrível, ela descobria a cada dia mais. Nem parecia real.
— Obrigada, Danny. — ela sorriu. — O dia foi realmente cheio hoje.
— Imaginei. Barbara me ajudou com algumas coisas. — ele sorriu. — Temos sua comida favorita, vinho e chocolate mentolado.
— Você é real? — ela riu. — Podemos pular a refeição e comer o chocolate?
— Claro que não! Você se alimenta muito mal para uma mãe. — Danny repreendeu.
Aff. — ela fingiu estar emburrada. — Pior encontro de todos!
— Rá! — Danny riu da infantilidade de .

Os dois chegaram rapidamente à casa de Jones. estava ansiosa, não poderia mentir. Apesar de acreditar que Danny Jones era tudo que havia pesquisado na internet — um bobão cheio de si, mulherengo, não havia visto esse lado que tanto diziam que existia. Não também como se aquilo fosse acontecer com eles, certo?
Assim que entrou na casa de Jones dirigiu-se para cozinha para ajudá-lo. Danny, em milissegundos, reprovou a atitude da advogada.
... Vá para o jardim! — ele se pôs na entrada do cômodo.
— Claro que não. Vou te ajudar. — ela resmungou. — Você não pode fazer tudo.
— Claro que posso. E vou. — ele riu.
— Danny! — a mulher resmungou como uma adolescente birrenta.
— Eu vou te amarrar, senhorita Heyward. — ele disse, sério.
— Claro que você não vai! — ela tentou, de modo falho, entrar na cozinha novamente.
— Apenas veja. — ele deu um sorriso lascivo para a advogada, que antes de poder protestar, foi carregada até o jardim.
— Danny, vou gritar. — ela ameaçou.
— À vontade. — ele riu e sentou a advogada. O músico tirou a blusa e amarrou a mulher na cadeira. — Vou colocar uma blusa e já trago a comida, senhorita Heyward.
— DANIEL JONES! — ela vociferou para o guitarrista que já não estava mais ali. se remexeu e tentou se soltar, mas não conseguiu. — Maldito.
— Eu ouvi isso! — o cantor apareceu sorridente na sacada de um dos quartos. Lá de baixo, conseguiu vislumbrar o quão lindo ele era. E então, a coisa mais errada que ela pensou foi em quão firme ele a amarrou na cadeira com uma camisa!
— Não ligo. Venha me soltar! — ela ordenou e ele riu.
— Você é bem mandona, . — a prepotência ao dizer seu nome cresceu e ele a deu outro sorriso de tirar o fôlego. Isso a irritava. Dava coceira!
— Danny. Juro por Deus, eu... — ela se concentrou em quão rápido ele abotoou a camisa florida. Respirou fundo uma vez. Duas. Três. — Eu vou te matar!
— Fico feliz que você tenha tantos sentimentos saudáveis sobre minha pessoa em seu coração, . — ele sorriu. — Vou descer, acho que essa raiva toda é fome.
Mais uma vez, lá de cima, olhou para o peito de Danny. Algumas correntes estavam penduradas para fora.
Em cinco minutos, Daniel terminou de trazer tudo. estava com o corpo quente. De raiva, é claro.
— Será que você pode me desamarrar? — ela perguntou, ainda irritada.
— Claro. Não quero um processo nas minhas costas por seja lá o que posso ser encarregado por ter te amarrado na cadeira.
— Muitas coisas! — ela rosnou. sentia-se extremamente violada por Danny. Mas não de um jeito ruim. Ele havia acabado com sua rotina, sempre tinha comentários sarcásticos para fazer e, ainda mais, era um pedaço de homem esculpido por deuses gregos. E nem era mentira. Até suas tatuagens eram incríveis. O braço tomado por elas se tornava muito mais atrativo do que já era.
Assim que o cantor soltou as mãos da mulher e suas mãos se encontraram, o choque devido a tensão foi bem claro. Danny aproveitou a deixa e deu um beijinho rápido na bochecha de antes que ela furasse seus olhos.
— Você é insuportável! — ela riu. — Mas não consigo ficar brava.
— Ufa. — ele riu, nervoso. — Pensei que tinha ido longe demais.
— Você foi. O que você tinha na cabeça para me amarrar? E onde foi que você aprendeu a amarrar tão bem? Com uma camisa?
— Seu interesse pelas minhas amarrações é palpável. — Danny deu um sorriso inocente. As bochechas de queimaram. — Fui escoteiro.
— Você sempre flerta comigo para me envergonhar? — a mulher perguntou, nervosa. — Porque está funcionando!
— Eu flerto para ver se funciona. — Danny sorriu.
sentiu suas bochechas esquentarem mais ainda. Maldito!
— Você é um sem vergonha, Danny. — ela riu.
O gnocchi à bolonhesa que Jones havia aprendido a fazer apenas para agradá-la estava uma delícia. Eles comeram quase em silêncio de tão saboroso que estava. Danny viu desviar o olhar apenas para pegar a taça de vinho branco que ele havia servido.
— Eu sinto que eu nunca comi algo tão bom quanto isso daqui. — ela pegou mais um pouco. — Sério, eu vou querer levar um pouco para casa. Nem ligo se soar como falta de educação.
Danny gargalhou.
— Eu fiz dois tabuleiros. Qualquer coisa você leva o outro para casa.
— Posso levar metade. Um inteiro é muita coisa. E você precisa comer também. — ela lhe deu um sorriso amarelo.
Os dois, extremamente satisfeitos, sentaram-se no amontoado de almofadas que Danny havia preparado. Encostados e confortáveis, os dois observavam o lindo jardim naquela noite agradável.
— Posso fazer um comentário? — falou baixinho depois de dar um gole em seu vinho. Danny fez que sim com a cabeça. — Acho que eu precisava dessa noite.
— Está admitindo, sem estar embriagada, que gostou da minha presença?
— Sim. Talvez eu esteja doente, não sei. — ela riu e bebericou o conteúdo da taça. — A noite só ficaria melhor com música e chocolate.
— Você está falando isso com um músico que fez mousse de chocolate mentolado para você. — ele riu. — É pedir e receber.
Danny levantou-se e foi até a cozinha. o seguiu. Queria ajudá-lo. Sem ele perceber, ela se esgueirou na bancada e pegou os pratinhos e os talheres que ele havia separado. Como uma criança que havia roubado doce, voltou para onde estavam. Danny havia notado que ela tinha pegado as coisas assim que se virou. Além disso, seu perfume a dedurou.
— Ops. — ela deu uma risadinha. — Vem, deixa eu te ajudar.
puxou o tabuleiro de Danny e colocou perto das coisas que ela havia roubado da cozinha. Ela serviu os dois e Danny estava ansioso para saber como estava.
— Espero que tenha ficado bom.
— Você já viu algo com chocolate mentolado ficar ruim? — ela pegou um pouco do mousse e experimentou. — Eu atesto: nunca vi. Isso está uma delícia. Eu vou levar para casa também.
Danny gargalhou.
— Nunca tentaram te conquistar pelo estômago? Seria muito fácil.
— Não. Nunca tentaram. — ela pensou. — Realmente, seria bem fácil.
— Estou pensando em me inscrever no Masterchef. — ele disse com um risinho. — Minha janta de hoje foi um sucesso.
— Queria saber cozinhar assim. — deu de ombros. — Eu sei o básico e odeio cozinhar.
— Eu adoro. — ele comentou. — Me divirto e faço vários pratos diferentes.
— Entendi. — comentou, interessada.
— O que você quer fazer agora? — ele a perguntou. — Temos filmes, instrumentos e, o mais importante, vinho.
— Você tem um violão? — a mulher perguntou, sorridente.
— Sim, senhora. Vamos para o estúdio.
— Você tem um estúdio na sua casa? — ela arregalou os olhos.
— Quem não tem um estúdio em casa, ? — ele perguntou como se fosse óbvio.
— Certo. — ela riu e se levantou. Danny seguiu o caminho até a sala escondida no primeiro andar da casa. observava tudo atenta, ainda não tinha conhecido aquela parte da casa.
Quando Danny abriu a porta, se deparou com vários instrumentos, mas ali havia muitas guitarras.
— Você só tem duas mãos, qual a necessidade? — ela questionou.
— Elas são iradas. — ele riu. — E colecionáveis.
— Preciso realmente ganhar dinheiro, aparentemente meu filho será assim.
Danny riu da declaração da mulher. O guitarrista separou um violão e a entregou. pegou o instrumento e o ajeitou em seu colo. A advogada passou a mão pelas cordas para se ambientar, fazia muito tempo que não tocava. O cantor havia sentado em sua frente e prestava atenção em cada detalhe.
— Desculpe pelos erros. — ela disse de antemão. — Aprendi essa porque minha vizinha ouvia todo dia. E eu não sei cantar, muito menos sei a letra.
dedilhou as cordas e a melodia de Obviously começou a nascer. Jones lhe deu um largo sorriso e começou a cantar.
Recently I’ve been hopelessly reaching out for this girl, who’s out of this world, believe me...
sorriu ao ver que Danny havia entrado na brincadeira e começado a cantar. A mulher errou alguns acordes e as caretas que fazia deixavam Jones mais risonho ainda.
Cause, obviously, she’s out of my league, but how can I win, she keeps dragging me in and I know I’ll never be good enough for her, no, no... se arriscou no refrão com Danny.
O músico continuou cantando e prestou atenção em tudo que fazia. O movimento de seus dedos, suas expressões ao errar uma nota, ou até a concentração para tocar o instrumento. No fim da música, Danny foi para o lado da advogada.
— Ok, minha vez. — ele sorriu. Assim que o cantor dedilhou os acordes de Hey Jude, reconheceu.
— Eu amo essa música. — ela sorriu. Para dar mais espaço para Jones no sofá, abraçou as pernas e se encolheu no canto. Em silêncio, ela observou Jones tocar sua música favorita.
Depois de um tempo dos dois trocando e tocando violão, decidiram que veriam um filme.
— O que sugere? — ele perguntou.
— Qualquer filme. — ela deu de ombros.
Daniel sorriu e abriu o aplicativo da Netflix na televisão.
— O que acha de Harry Potter? — ele sugeriu.
— Você se cansaria. Eu sei todas as falas. — ela disse e ele riu. — O quê? É sério.
— E filmes de super heróis?
— Sei todos também, Daniel Jones. — a mulher disse, desafiadora. — Talvez eu tenha assistido todos eles com a desculpa que estava vendo, quando na verdade eu era a única quem assistia.
— E depois eu que sou infantil?
— O quê? Tony Stark não tocou sua vida? Em momento algum?
… — ele sorriu. — Iremos assistir Titanic.
— Nunca vi. — a mulher comentou baixinho.
— Como não?
— Nunca tive interesse. — a advogada deu de ombros.
— Você não cansa de me surpreender.
O cantor pôs o clássico na televisão e assistiu atentamente. Uma hora ou outra, Danny deixava de prestar atenção em Jack e Rose para prestar atenção em . A cada cena, uma expressão diferente. No fim, indignação era o sentimento predominante.
— Daniel, eu não acredito. Tinha espaço para os dois no pedaço de madeira! — ela resmungou.
, é um filme.
— E que doida deixa o amor dela congelar e virar comida de peixe? — perguntou, injuriada. A advogada estava irritada. — Era melhor termos assistido um filme de comédia.
— Tudo bem, senhora. — ele riu. — Anotarei para uma próxima vez.
O celular da mulher apitou. Era seu filho.
— Está tarde! Você se incomoda de Maddy e Dougie deixarem aqui? Eu peço um táxi para ir embora. — a advogada pediu.
— De modo algum, . — ele negou. — Os deixo em casa.
— Você já pensou em me chamar de ? — ela revirou os olhos.
— Você me chama de Daniel ou Jones toda hora.
— Seu nome é o quê?
— Seu nome é ? — ele a refutou, arrancando uma risada da mulher.
— Ok, você venceu. — ela sorriu. — Eles estão vindo.



Em quinze minutos, os amigos do cantor trouxeram de volta. O menino estava cansado, mas não parava de falar sobre como seu passeio foi legal. Dougie encarava Danny com uma expressão estranha.
pôde ouvir o baixista questionar o amigo sobre a troca de camisas.
— Você não mandou essa no grupo. Por que você trocou de roupa, Danny? — Dougie perguntou sugestivo.
— Vamos, ? — o guitarrista puxou a mulher. Queria sair daquela situação o mais rápido possível. O melhor amigo não acreditaria que ele realmente a amarrou para que ela ficasse quieta.
— Vou para o carro. — anunciou. — Boa noite. Obrigado por hoje, Maddy e Dougie.
— Disponha, meu amor. — Maddy acariciou os cabelos do menino.
— Claro! Tchau, queridos. — ela sorriu e se despediu dos dois. — Tenham cuidado.
O casal se afastou da dupla e deu um sorrisinho.
— Ah! Dougie? — o chamou com um sorriso divertido. — Ele precisou trocar a camisa porque me amarrou.

Capítulo 6

não estava tendo um dia fácil. Havia perdido um caso e, ainda mais, sentia-se idiota por querer chorar encolhida no banheiro. Não se sentia disposta e estava exausta.
? — Barb adentrou a sala da advogada. — Está tudo bem?
— Sim. — ela disse baixinho. — Só estou cansada.
— Vá para casa. Você não tem muito o que fazer hoje. — a secretaria sorriu.
— Tenho que trabalhar, Barb. — ela disse, cabisbaixa. — E buscar o .
— Eu mesma vou buscá-lo. — a secretaria ofereceu. — Vá para casa. Se dê um dia de descanso.
se deu por vencida, sua mente não estava lá mesmo. Era sempre assim, toda vez que perdia um caso, chafurdava na tristeza e sentia-se incapaz de falar uma mísera palavra. Barb já a conhecia o suficiente.
A advogada saiu da empresa e dirigiu-se rapidamente para casa. Merecia um banho quente e uma noite de besteiras.



Algum tempo depois, despertou do transe quando ouviu o tilintar das chaves de . O garotinho entrou correndo pela sala de estar e foi até o encontro da mãe.
— Barb disse que você está tendo um dia daqueles. — ele falou baixinho. — É verdade?
— Sim. — sorriu. — Eu não entendo como você consegue ser tão compreensivo.
— Eu sou seu filho. — ele deu um sorrisinho. — Você é a pessoa mais compreensiva do mundo, mãe. Quando eu tirei zero em inglês? Foi compreensiva e me ajudou a estudar.
— Você estava doente. — o defendeu.
— Nós somos compreensivos um com o outro.
— Você tem doze anos mesmo?
— Sim, mãe. — ele lhe deu um sorriso e percebeu o quanto ele estava crescendo e se parecendo com James. Isso lhe assombrava.
— Vá fazer seu dever, tome um banho e nós vamos ter a noite da tristeza. — ela bagunçou os cabelos claros dele. — Hambúrguer com fritas?
— Sim! — ele levantou os braços como se estivesse celebrando.
A mulher pegou o telefone para fazer o pedido do jantar dos dois e encontrou uma mensagem de Daniel.

Danny: Oi, . Como você está?
Danny: Precisamos conversar. Tive uma ideia.



A mulher decidiu ignorar as mensagens do cantor naquele momento. estava cansada e queria chorar. Se sentia insegura como mãe, como advogada e filha. Mal teve tempo para ligar para seus pais naquela semana e, logo eles, que sempre ajudaram.
A advogada sentou-se no sofá e deixou as lágrimas escorrerem. Se sentia sozinha, não tinha amigos e tinha se fechado para o mundo por conta de um trauma do passado.
— Mãe, acabei o dever. Vou só tomar um banho. — desceu as escadas correndo. Assim que o menino viu o rosto vermelho da mãe, correu para consolá-la.
— Eu te amo muito. Me desculpa por não ser a melhor mãe de todas.
— Você é a melhor de todas, mãe. — ele disse baixinho. — O vovô conversou comigo sobre o meu pai. Ele disse que ele foi um idiota. Não fica triste por isso.
levantou a cabeça e encarou seu menininho. Ele era tão maduro que seu coração parecia parar de tão orgulhosa que ficava. Contudo, queria que tivesse seus momentos infantis.
— Você sente falta de ter um pai? — ela reuniu toda sua coragem para perguntar.
— Sim. Mas eu tenho o vovô. — ele disse baixinho. — E agora tem o Danny. A gente se diverte muito junto. Não preciso de um pai.
— Você quer saber o que aconteceu com seu pai? — puxou o menino para perto de si. deitou no colo da mulher, que começou a acariciar seus cabelos.
— Quero. — ele disse baixinho. — Mas se você for ficar triste, não quero.
Naquela situação, estava sendo adulto. deu risada de seu pensamento e enxugou as lágrimas.
— É, mãe. — se levantou. — Deixamos isso praa outra hora. Eu posso esperar.
— Não, . — ela disse baixinho. — Doze anos já é espera suficiente.
E naquele momento de coragem, lhe contou tudo. De como seu pai era, o quão bom na guitarra conseguia ser, basicamente tudo que se lembrava de James.
— Então ele desistiu da gente pelo sonho dele?
suspirou.
— Sim. Mas, filho, desde o primeiro momento que eu soube que você estava na minha barriga eu te amei. Você nunca foi indesejado. Não quero que pense assim.
— Você não desistiu de mim pelo seu sonho. Você gostava dele? — falou baixinho.
— Sim, você foi a melhor coisa que me aconteceu, meu amor. — ela disse baixinho. — Mas acho que no dia que ele me disse que precisava ir embora por causa dos shows da banda, eu comecei a não gostar.
— O vovô bateu nele? — o menino perguntou, interessado.
— Não. — se apressou a dizer. — Violência não resolveria nada.
— Entendi. — sua expressão estava suave. — Eu sou feliz como somos. Gosto dos seus novos amigos e do vovô e da vovó. A Barb também é muito legal.
— Eles são legais, não são? — deu um sorrisinho. — Espero que você goste dos amigos do Danny e eles gostem de nós.
— Mãe, é impossível não gostar de você.
— Digo o mesmo sobre você, carinha.
— Vamos assistir ao nosso filme, certo? — sorriu. — E lanchar uma coisa bem gordurosa.
— Isso aí! — sua mãe lhe deu um sorriso grande. — Pedi nossos hambúrgueres favoritos e temos sorvete também. Um dia de besteira não vai matar, só não conte para sua avó. Para o banho, já!
O menino passara a mão na boca como se estivesse lacrando e aquilo arrancou uma gargalhada da mãe. levantou e ajeitou o cobertor para se aquecerem. A advogada acreditava fielmente que todos tinham direito a ter um dia ruim, mas seus dias ruins eram automaticamente cancelados quando ela via o sorriso que mais amava no mundo.

[...]


— O quê? — Dougie resmungou ao ser acordado.
— Estou falando com você, imbecil! — Harry jogou a baqueta no baixista.
— Crianças, por favor… — Danny resmungou. Estava estressado.
— O que você tem? — Tom o questionou. — Você está estranho.
— Estou cansado, apenas. — ele suspirou.
— É a final? — Dougie coçou os olhos e olhou para o amigo.
— Não. Vocês acham que eu errei em chamar para aulas de guitarra?
— Por que você teria errado? — Harry questionou. — Aquele garoto vai fazer história ainda.
Eu concordo com Harry. — Dougie implicou.
— O fato é… Eu queria levar ele para tocar comigo no The Voice. — Danny foi sincero. — Mas acho que não gostaria. Ela é bem reservada.
— E você está sofrendo por um ‘não’ que você nem mesmo recebeu? — Tom gargalhou.
— Eu não quero vacilar com ela. — Danny foi sincero. — Agora falando sobre coisas que importam para vocês… Eu escrevi algumas coisas.
— E o bloqueio? — Harry arregalou os olhos.
— Parece que está indo embora. — Danny disse baixinho. — Finalmente. Mas não tem nome ainda.
— Anda, canta! — Harry apressou o amigo. — Tô curioso.
O homem pegou seu caderno e abriu na folha em que tinha escrito a nova letra. Os outros colegas estavam ansiosos para ver o que Danny Jones tinha a mostrar. Respirou fundo e soltou o que havia escrito.
You're saying nothing but your eyes do the talking, through the greens and blues, I dare you to move, I dare you to move… — Danny pôs sua voz em ação. Dougie soltou um gritinho de animação. — Your heart is grooving but your body's still refusing cause it's scared to lose, I dare you to move, I dare you to move…
Danny continuou a música e, conforme ia cantando, os garotos iam pegando o ritmo e lhe acompanhando. Harry principalmente, pois deu continuidade à batida. Tom rapidamente correu para o piano do estúdio e começou a seguir os colegas. Dougie fez o mesmo com seu baixo.
— Como assim a música não tem nome? — foi a primeira coisa que Dougie perguntou ao terminarem. — É Dare You To Move.
— Pela primeira vez, eu concordo. — Tom deu risada.
— Dare You To Move, então? — Harry inquiriu e Danny fez que sim com a cabeça.
Os quatro ficaram no estúdio por horas e Jones aproveitou que seu bloqueio não lhe atrapalhava mais e soltou todas as palavras que tinha em mente. Depois de acertarem a melodia de Dare You To Move, Tom pegou os papéis e jogou as músicas que havia escrito com James Bourne, amigo e ex-colega de banda.
— Eu amei essa. — Dougie sorriu. — Danny pode tocar a gaita.
— Pode. — Harry sorriu. — Talvez fazer a bateria lenta seria bom.
— Acho que fica bom. Podemos tentar? — Tom deu um sorriso e os quatro se posicionaram.
Os acordes de Pretty Girls, como haviam chamado, começaram a preencher o estúdio com tamanha facilidade que Dougie se encantou.
Os quatro ficaram imersos no mundo de composição, organização de acordes, criação de melodia e produção por muitas horas. Quando terminaram, quase às oito da noite, Danny tinha decidido o que faria em relação à . Tom, Harry e Dougie foram para suas respectivas casas e Jones, apesar de cansado, tomou um rumo diferente.



A campainha tocou e correu atrás de sua carteira para poder pagar o lanche gorduroso dos dois. Apesar de ainda estar com o rosto inchado, de pijama e um pouquinho descabelada, a advogada não podia se importar menos. No entanto, ao abrir a porta e deparar-se com Danny, ela poderia se importar muito!
— Danny? Tudo bem? — ela perguntou, preocupada. — Era sobre o que você tinha me mandado mensagem? Eu tive um dia difícil e…
— Você esteve chorando? — ele viu seus olhos e nariz vermelhos. — Eu posso ir embora. Me desculpe, . Eu deveria ter ligado e…
— Fica. — a advogada sorriu. — Hoje é a noite da tristeza.
Danny franziu a testa em confusão e riu.
— Meu pai fazia isso comigo. — ela explicou e deu passagem para o guitarrista. — Quando você tem um dia ruim, você tem vinte e quatro horas para lamentar ele. No dia seguinte, levante e vá à luta.
— Seu pai é inteligente. — Jones sorriu. — É por isso que você é uma engomadinha inteligentíssima.
— Ei! — ela deu risada. — Eu não sou engomadinha.
— Seus conjuntos não dizem o mesmo. — ele sorriu e ela revirou os olhos com a implicância dele. — Dia ruim, hum?
— Perdi um caso. — ela começou a fornecer as informações em ordem cronológica. — Me senti uma péssima advogada, mãe e filha. Contei a sobre o pai dele.
— E ele reagiu bem? — ele a questionou. fez que sim com a cabeça, como se estivesse dando razão ao filho não aceitar bem. — Você preferia que ele reagisse mal para que você pudesse se culpar por algo que não fez?
— Talvez. — ela se encolheu no sofá.
— Quando meu pai deixou minha mãe, minha irmã e eu sozinhos quando eu tinha doze anos, eu me lembro de ouvir minha mãe chorar por duas noites seguidas. — ele sussurrou. — Eu me sentia culpado. Pensei que ele havia nos deixado porque eu ou minha irmã não tínhamos nos comportado direito. Me culpei também. Minha mãe ficou me pedindo desculpas por meses, quando a culpa não era dela. Ela não sabe até hoje, mas eu não a desculpo. Mas não pelo meu pai, mas por ela ter se sentido culpada por algo que não tinha um mínimo de culpa, .
— Danny… Eu sinto muito.
, eu sei que você carrega o mundo nos seus ombros. Sei que você está cansada e tem dias que parece que tudo vai desmoronar em cima de todo seu esforço. — ele sorriu fraquinho. — Você é a melhor mãe do mundo para . Ele reconhece isso, seus pais reconhecem isso e eu, que te conheço há pouco tempo, também reconheço. E você é carinhosa, leal, engraçada, espontânea, inteligente e muitas outras coisas que tenho percebido. A culpa de o não ter tido um pai presente jamais será sua. Você não tem culpa, entenda isso.
— Daniel… — ela o encarou pela primeira vez. — Eu sinto muito.
— Tudo bem. — ele sorriu fraco e secou as lágrimas de . — Apenas me prometa que você vai tentar não se culpar.
— Eu posso tentar. — fungou. — Obrigada.
— Não precisa agradecer, terninho. — ele puxou a advogada para mais perto de si e acariciou seu braço.
No canto da escada, ouviu toda conversa dos dois. Sabia que não era o certo e que brigaria com ele se soubesse, mas ele teve certeza, naquele momento, que Danny Jones era o cara certo para sua mãe. Apesar de não entender muita coisa do mundo adulto, entendia um pouquinho sobre como ser cupido. Lembrou-se do filme antigo da Disney no qual as meninas tentavam juntar seus pais. Ele podia fazer o mesmo com Danny e sua mãe, não podia?
Antes que estranhasse a demora do menino, ele apareceu no campo de visão dos dois adultos.
— Ei, mate. — Danny sorriu para o menininho.
— Danny! Não sabia que você vinha.
— Ninguém sabia, na verdade. — ele sorriu. — Aliás, lembra daqueles acordes maneiros que a gente fez aula passada?
— Sim. — ele sorriu. — Estarão no novo álbum do McFLY.
— MENTIRA? — gritou, animado, e pulou nos dois adultos. agarrou seu filho e o beijou.
— Vocês são ótimos guitarristas, meninos. Parabéns. — ela sorriu.
— Obrigado, mãe. — sorriu.
— Bom, agora… — Danny levantou a sobrancelha. — Eu posso levar um acompanhante para se apresentar comigo no The Voice Kids UK. Se deixar, eu gostaria que fosse você.
— É claro que eu deixo. — ela deu risada. — É a primeira vez que meu filho vai aparecer na televisão!
— Eu vou me apresentar no The Voice? — perguntou, abismado.
— Sim, senhor. — sorriu e Danny puxou o menino para um abraço.
Os três estavam num emaranhado rindo e comemorando a apresentação que nem havia começado ainda. Mas aquilo foi suficiente para fazer o dia triste de melhorar um pouco. E nem que fosse de pouquinho em pouquinho, Heyward ia começar a ver seu mundo cor-de-rosa.

Capítulo 7

— Acho que vou procurar uma terapeuta. — comentou enquanto lanchava. Estava no telefone com sua mãe.
— Eu acho ótimo, querida. — Amelia disse, contente. — Mas por que essa decisão repentina?
— Danny conversou comigo sobre meu trauma. — a respondeu. — Me contou sobre os anos ruins da banda em que ele fez terapia, e acho que isso me encorajou a ver que eu tenho problemas também.
— Gosto desse menino.
— Mãe, Daniel deve ter uns trinta e dois anos. — riu. — Ele não é mais um menino.
— Por favor, querida! Vocês sempre serão meninos aos meus olhos. E bem, é um bebê ainda.
— Isso é verdade. — riu. — Papai chega tarde do trabalho hoje?
— Não, querida. Jonathan está ajudando o senhor Hopkins a podar a árvore. — sua mãe lhe informou.
— Vocês deveriam sair de seus empregos. — ela respondeu. — Bem, eu consigo bancar vocês tranquilamente de Londres.
— Não precisamos do seu dinheiro, querida. Ele é todo seu para gastar.
— Meu dinheiro é seu dinheiro, mãe. Nunca me incomodaria de ter vocês usando. — ela disse baixinho.
— E você, quando vem a Bolton?
— Não sei. Temos muitas coisas a organizar aqui na empresa. — desconversou. — Por que vocês não vêm e passam a semana aqui?
— Seu pai tem trabalho. — ela disse. — Talvez possamos ir em um final de semana.
— Ok. — sorriu. — Combinamos isso mais para frente, então?
— Claro, querida. — Amelia concordou. — Sinto sua falta. Diga ao meu neto que estou ansiosa para que ele me mostre o que aprendeu na guitarra. Fiquem bem.
— Fiquem bem vocês também, te amamos! — disse e desligou o telefone.
Era bom ter esses momentos com seus pais. No final de semana passado, ficou duas horas conversando com os pais sobre coisas triviais e sentia falta de tê-los em sua rotina. Dessa mentira, se esforçaria ao máximo para fazê-los felizes, e certamente os faria voltando à sua cidade natal para que tivesse uma criação parecida com a dela.



— Eu tenho uma consulta marcada com uma terapeuta amanhã pela tarde. — comentou enquanto marcava algumas coisas em suas planilhas.
— Sério? Que legal! — Jones comentou, animado. — Para quem é tagarela como você, é ótimo.
— Ei, eu nem falo tanto assim. — ela riu. — Se me atacar com piadinhas, eu vou desligar.
Danny riu da advogada. Quando não podiam estar juntos e queriam conversar, apenas ligavam um para o outro para papear. gostava bastante, pois Jones era o resquício de infantilidade em sua vida. Do contrário para Danny, que via como uma das poucas coisas sérias que tinha em sua vida.
— Nós vamos fazer um show beneficente na sexta-feira, o que você acha de ir? — ele a convidou. — Já que, bem… — ele riu. — Sua agenda nunca encontra uma data para o nosso segundo encontro.
— Tudo bem. Mas não vai poder ir. — afirmou. — Ele vai dormir na casa de um menino da escola.
— Uma pena. Seria muito legal se ele tocasse no palco com a gente.
— Mas ele já vai tocar com você no The Voice Kids. Deixe meu filho para mim! — ela riu.
— Eu vou roubar ele de você, . Em pouco tempo, eu prometo.
— E esse é o momento em que você acorda e vê que isso tudo foi um sonho! — ela riu. — jamais me trocaria.
— Esse é um menino inteligente. — Danny afirmou, demonstrando suas segundas intenções. — Eu preciso ir, advogada. Amanhã acordo cedo.
— Tudo bem, guitarrista. Fique bem, tá?
— Você também. E não desista da terapia, ela será sua melhor amiga.
— Como você sabe que estou com medo? — ela perguntou, curiosa.
— Estou conhecendo você por trás dessa casca que você usa de defesa, . Agora é sério, boa noite!
— Boa noite, guitarrista.
— Sonhe comigo.
— Rá! Isso não vai acontecer. — ela riu e desligou para que ele não soltasse nenhuma gracinha.
Naquela noite, foi dormir sorrindo.



And I fell from the pedestal
(E eu caí do pedestal)
Right down the rabbit hole
(Direto para toca do coelho)
Long story short, it was a bad time
(Para encurtar a história, foi uma época ruim)
Pushed from the precipice
(Empurrado do precipício)
Clung to the nearest lips
(Me agarrei aos lábios mais próximas)
Long story short, it was the wrong guy
(Para encurtar a história, era o cara errado)
Now I'm all about you
(Agora eu só quero você)
I'm all about you, ah
(Eu só quero você)
(Long story short, Taylor Swift)


A manhã da advogada tributária estava cheia. No entanto, Barb, sua fiel escudeira, a organizou para que tivesse tempo para ir a psicóloga. Danny havia dado algumas recomendações de terapeutas por Londres para em seu tempo livre e ela fez sua escolha.
? — Barb apareceu na sala logo após bater. — Se você não quiser se atrasar para psicóloga, sugiro que saia agora.
— Obrigada, Barb. — ela sorriu. — Eu juro que volto em breve.
— Seu próximo cliente é só às cinco. — a secretária sorriu. — Você pode ter seu tempo livre.
— Tudo bem, muito obrigada. — a mulher sorriu para a outra.
Assim que saiu do prédio da Heyward Enterprises, passou numa cafeteria e buscou para si um pouco de chá gelado. O consultório de terapia que Daniel havia indicado era a dois quarteirões de distância de seu prédio, então a advogada decidiu ir caminhando para aproveitar um pouco da brisa. Enquanto caminhava, pensava sobre como sua vida tinha mudado em pouco tempo. Agora, conversava com as esposas dos amigos de Danny que também eram seus amigos e até parecia que conhecia a família McFLY há tempos.
Rapidamente, chegou ao prédio e se dirigiu ao quarto andar. Antes que pudesse adentrar o consultório, hesitou. Precisava mesmo de psicóloga? Estava, há poucos minutos, tão decidida a cuidar de si, mas assim que viu a plaquinha com o nome da psicoterapeuta, travou.
— Você consegue, . — ela ouviu a voz de Danny e deu um pulo. Se o perfume de Daniel não estivesse por todo lugar, ela diria até que estava delirando.
O músico apertou um de seus ombros como forma de incentivo e ela lhe deu um sorriso. De certa forma, Jones tinha razão. Ele estava cada dia mais conhecendo , quando ele, do contrário, era quase um livro aberto.
— Você veio aqui para quê? — ela perguntou baixinho quando os dois se sentaram na sala de espera enquanto a secretária atendia outro paciente.
— Se Harry não tivesse aparecido na minha primeira consulta com a psicóloga, eu não teria ido. — ele admitiu. — Pensei que você pudesse ter esse incentivo, mas se você quiser, eu posso ir embora.
— Obrigada, Danny. — ela disse, surpresa. — Eu realmente precisava de incentivo. Fique.
— Eu também fiz isso para você. — ele lhe entregou um papel dobrado. — Espero que goste.
— Danny… — antes que pudesse abrir, a secretária lhe chamou.
— Senhora Heyward? — levantou a cabeça. — A senhora já está liberada para entrar no consultório.
Instantaneamente, encarou Jones e travou ao ver que aquela era sua hora. O músico lhe ofereceu um sorriso e lhe desejou, baixinho, um ‘boa sorte’. Logo depois, respirou fundo e foi, determinada, em direção à porta.
Assim que entrou, percebeu que o local era claro e as janelas lhe davam uma boa visão do que acontecia lá fora. Ainda desconfortável, continuou seu caminho. A psicóloga sorriu para e a advogada se sentou em frente à mulher.
— Bom dia, . — ela sorriu. — Meu nome é Katherine.
— Bom dia, Katherine. Você pode me chamar de , é muito sério. — riu baixinho.
— Claro, . — a psicoterapeuta sorriu. — O que te traz aqui?
— Acho que tenho alguns traumas que me impedem de fazer muitas coisas. — ela foi sincera. — Eu me prendo a eles e esqueço de viver.
— Tudo bem… O que acha de me contar um pouquinho deles?
— Claro. — a advogada sorriu. — Eu fui mãe adolescente e o pai do meu filho me largou. Desde então, eu não consigo confiar em ninguém. é ótimo e o melhor filho que eu poderia ter, mas meus medos me assustam a ponto de eu não me sentir uma mãe suficiente ou me culpar por qualquer coisa que aconteça com ele.
— Seu filho é pequeno?
— Ele fez doze nesse ano. — a informou. — E toda vez que conversamos sobre James, seu pai, ele diz que está tudo bem e que ele tem meu pai e Danny. Mas, no fundo, sinto que ele queria ter um pai presente e acabo me culpando por isso.
— Tudo bem, vamos por parte. reagiu bem sobre seu pai?
— Sim. Ele basicamente diz que James perdeu a chance de sermos uma família incrível. Mas que está tudo bem.
— O Danny a quem ele se refere é seu namorado? Marido? — a psicóloga perguntou.
— Não. Ele é só um amigo. — contou. — Conhecemos Danny há mais ou menos uns seis meses. Ele se ofereceu para dar aulas de guitarra para e eles se afeiçoaram bastante durante esse tempo.
— Você também, eu presumo.
— Danny tem sido um amigo e tanto. — ela sorriu. — Ele me incentivou a vir aqui.
— Bom, brincadeiras à parte, mas esse Danny é alguém muito inteligente. Terapia ajuda muito.
— Ele fez terapia há um tempo e disse que ajuda. — juntou as mãos. Precisava se agarrar a algo. — Além de ele ser alguém muito legal, ele faz meu filho muito feliz.
— Tudo bem, , compreendo. Mas se diz que não precisa da presença de James, por que você insiste?
— Eu não sinto que eu sou uma mãe suficiente. — ela disse baixinho. — Quando eu saí de Bolton, eu fiz questão de nunca mais voltar. Eu trabalhei de garçonete por muito tempo até conseguir uma vaga na faculdade.
— Você fez faculdade de quê?
— Direito. Sou advogada tributária. — ela disse baixinho. — Algumas pessoas acreditaram que eu não ia me formar, mas eu me formei por . Eu jurei que a mim mesma que eu não desistiria dos meus sonhos por ninguém mais, como eu estava disposta a fazer por James. Antes de eu engravidar, ele pedia que eu não fizesse faculdade porque ele ganharia muito dinheiro fazendo seus shows. E eu, idiota como fui, acreditei.
— Você não foi idiota, você estava apaixonada. — a mulher pontuou.
— O ponto era: eu jurei que eu ia concluir aquela meta. Eu me lembro de estudar para provas finais amamentando. — relembrou aquela época. — E meus pais me ajudavam mesmo de longe. Com o tempo e as minhas economias, eu conseguia mandar algumas coisinhas para eles. Quando tinha três anos, eu consegui meu primeiro emprego da área da advocacia.
— Entendi. Continue.
— Eu me lembro que eu passei a noite toda chorando. Eu me culpava por não ter passado tanto tempo com ele porque estava sempre estudando e a mãe da minha amiga, Barbara, sempre tomava conta dele.
— Barbara é sua amiga ainda?
— Sim, a melhor de todas. — . — Hoje ela é minha secretária. Eu a incentivei a fazer faculdade também, em breve ela se formará e trabalhará comigo.
— Que ótimo. — ela sorriu.
Aos poucos, contou um resumo sobre sua vida. Contou sobre seus medos de James e ainda contou como os traumas que ele deixou a fizeram acreditar no quanto ela era incapaz. Como ela se culpava por ele ter ido embora. É claro que numa primeira consulta, não sairia como se todos seus problemas tivessem desaparecido. No entanto, elencá-los lhe deu uma chance de perceber por quantas coisas ela passou sozinha e como ela não queria mais passar por aquelas situações sem ter um ombro para chorar. Também sabia que não teria passado sozinha se tivesse compartilhado seus problemas com seus pais ou Barb, mas a advogada sempre acreditou que eles tinham outros problemas muito mais importantes que os seus. E, apesar de ter sido mais uma consulta introdutória, se sentiu aliviada em dividir todas aquelas memórias que guardou para si.
— Foi um prazer conhecê-la, , mas infelizmente nosso tempo acabou. — a psicóloga sorriu para a advogada. — Nos vemos semana que vem?
— Sim! Até semana que vem, Katherine.
Dito isso, saiu da sala da psicoterapeuta com um sorriso no rosto e ele se alargou ao ver Danny ali à sua espera. O músico levantou-se e ofereceu a mão para a advogada e ela aceitou de bom grado. Depois de assinar alguns papéis e definir que aquele seria seu horário definitivo, e Danny saíram do consultório.
— E aí? — ele perguntou curioso. — Gostou? Sinto que ‘tô mais ansioso que você.
— Ela é muito legal. — deu uma risadinha e apertou a mão de Danny. — Me ouviu sobre tudo, foi basicamente uma consulta introdutória. Acho que também estou ansiosa para as próximas.
— Fico feliz que você esteja decidida a se conhecer, advogada. — ele sorriu. — Agora, como quem não quer nada… Me informaram que você só tem um cliente bem mais tarde.
— Eu juro por Deus que eu vou bloquear seu número da recepção! — riu e ele lhe deu um leve empurrãozinho. — Falo sério!
— A senhorita Barbara é uma excelente secretária, senhora Heyward. — ele sorriu. — Ela até conseguiu me avisar que podíamos ter um dia livre se você quisesse.
— Tenho um cliente às cinco.
— Pode ser remarcado… — ele jogou a sugestão no ar. Os dois adentraram o elevador e ele se pôs atrás dela, pois outras pessoas também entraram. Cochichando, os dois tomaram a decisão de não remarcarem o cliente de , mas combinaram de sair no fim de semana, depois da apresentação de no The Voice Kids UK. Danny sugeriu, também, que os dois almoçassem juntos e fossem caminhar no parque enquanto tinham um tempo livre.
O restaurante que escolheram ficava perto da Heyward Enterprises e eles foram a pé. A conversa entre os dois, como sempre, era leve e engraçada. Danny sempre fazia questão de mantê-la. O maître recepcionou os dois e os colocou numa mesa a qual tinham a vista da rua. Assim que fizeram o pedido, abriu a bolsa e pegou a folha que Danny havia lhe dado mais cedo, antes da consulta com a psicóloga. Sem dizer nada, leu atentamente as palavras no papel. Minutos depois, ela o encarou.
— Você escreveu uma música para mim? — ela perguntou com um tom mais alto do que o esperado. Assim que ela percebeu o que havia feito, diminuiu. — Danny, isso é sério?
— Totalmente. — ele sorriu. — Trabalhei nela desde quando você me contou a história toda.
— Você escreveu uma música para mim. — ela disse, ainda estupefata.

Atenção

A música será um spin off de King Of My Heart. Para lê-lo, clique aqui.

Capítulo 08

A sexta-feira havia chegado e estava ansiosa. Não estava acostumada a ir em shows, ainda mais quando não sabia que roupa usar. Decidiu usar uma calça jeans preta, uma blusinha de flanela e all star, seu tipo de roupa favorita. Dougie havia oferecido à uma divisão de babá, já que sua filha, Kara, não queria ficar sozinha naquela noite. Pelo pouco que ouvira, havia descoberto que a menina era bem espertinha e atentada, mas também percebeu que Kara fazia aquilo por atenção.
Assim que saiu de casa, enviou uma mensagem a Daniel avisando que estava a caminho. O guitarrista, no entanto, estava ansioso para ver . Os dois estavam um tanto mais confortáveis na presença do outro depois do beijo.
Meia hora depois, estava em frente ao Royal Albert Hall. O salão era maior do que a advogada imaginava, e, apesar de morar na capital inglesa, era a primeira vez que pisava ali. Sentiu as borboletas na boca do estômago enquanto olhava tudo ao seu redor, era extasiante ter ingresso VIP e ainda o privilégio de conversar com a banda antes do show. Não que ela não fizesse isso nos outros dias, mas pensando desse jeito, parecia que ela tinha ganhado uma promoção para conhecer a sua banda favorita.
Assim que Giovanna e Izzy avistaram-na, sinalizaram para o segurança lhe dar passagem. agradeceu ao homem enorme e cumprimentou-as. Ambas estavam conversando animadas e trataram de incluir na conversa.
— Como você está? — Izzy perguntou. — Sentimos sua falta!
— Eu também senti falta de vocês, meninas. — a advogada sorriu. — Andei bastante ocupada.
— Temos que marcar com Georgia para fazer uma noite das meninas, o que acham? Só nós quatro, sem filhos e maridos.
— Eu acho fantástico. — Izzy sorriu.
— Eu adoraria, ainda que eu não tenha marido para reclamar.
— Oras, reclame de Jones. — a escritora deu uma leve cotovelada na mais nova.
— Falando nele… Onde está? — ela o encarou com olhos curiosos.
— Estão no camarim. — Gi a informou. — Na verdade, Danny deve estar lá se arrumando, foi ele quem chegou atrasado.
— Será que tem problema eu ir dar uma olhadinha por lá?
— Claro que não. — Izzy riu. — Vamos! Nós te levamos até lá.
Giovanna e Izzy guiaram a advogada até o camarim da banda e deu duas batidinhas na porta. Por causa da música alta, ninguém a respondeu e ela colocou a cabeça na brecha que abriu para ver se havia alguém lá. Ao fazê-lo, viu Danny abotoando sua camisa.
Quieta ela estava e quieta ela ficou. Ver Daniel Jones abotoar a camisa tão concentrado a levou quase ao Nirvana. Ele era lindo, isso era inevitável. E beijava bem, isso era algo muito importante para ser ressaltado.
— Pode entrar, . — ele disse com um sorrisinho. Assim que a advogada compreendeu a fala de Jones, seu rosto enrubesceu-se por causa da vergonha de ser pega admirando aquele homem.
— Desculpa, não queria atrapalhar. — ela o encarou pelo espelho. Danny rapidamente terminou seu trabalho abotoando a camisa.
— Eu já disse que você não me atrapalha, . — ele disse. Assim que Jones olhou para roupa que ela usava, soltou uma risada. — Você veio vestida de Danny Jones para o show do McFLY?
— Nem vem, Jones! Esse sempre foi meu estilo. — ela se defendeu, arrancando risadas do guitarrista.
— É mais fácil assim, não preciso imaginar você com as minhas blusas. — ele confessou. — Não que eu não queira vê-la com elas, é claro.
Com um sorrisinho lascivo, o respondeu.
— Não que eu também não queira usá-las.
Danny sorriu e foi até , puxando-a para um abraço. não era tão baixinha, mas Jones gostava de abraçá-la porque ela se encaixava perfeitamente em seus braços. Após chegar à essa conclusão, deu risada.
— O que foi? — levantou a cabeça e olhou em seus olhos perfeitamente azuis.
— Eu pensei em quão bem você se encaixa no meu abraço e percebi que isso daria uma ótima música. — ele riu.
— Eu gostei de ganhar uma música, guitarrista. Pode fazer quantas vezes quiser. — ela sorriu.
— Até mesmo quando você quebrar meu coração?
— Eu não vou quebrar seu coração, Daniel Jones. — ela riu.
Quando Danny pensou em beijá-la, alguém deu duas batidinhas na porta, sinalizando que estava na hora de irem. soltou um resmungo, mas logo deu um pulinho animado. Era sua primeira vez no Royal Albert Hall, afinal.
— Boa sorte, guitarrista. — ela o beijou na bochecha.
— Obrigado, advogada. — ele sorriu e entrelaçou os dedos dos dois. Juntos, e de mão dadas, os dois foram até o backstage.
Izzy e Giovanna cochicharam animadas ao verem Danny e se aproximarem juntos. Harry, Dougie e Tom conversavam e ajeitavam seus pontos. Danny queria muito beijar e, provavelmente, aquele seria seu pensamento até o fim do show.
cumprimentou os outros integrantes da banda e juntou-se às meninas. Izzy ofereceu ao marido um sorriso e Harry se aproximou das duas.
— Em breve teremos mais uma integrante da família McFLY? — Judd abraçou Izzy por trás.
— Eu diria dois… — a loira comentou com um sorrisinho.
— Vocês falam demais, sabia? — riu.
— Tudo está pronto. — uma mulher apareceu para avisar aos quatro e eles se ajeitaram.
A cada passo que davam, Heyward observava. Nunca estivera num backstage antes, então era incrível ver como eles estavam concentrados. O público começou a gritar quando as luzes foram apagadas. Quase que em fila, os meninos foram entrando no palco e, antes que Jones entrasse, o puxou para si e o beijou.
— Um beijinho de boa sorte não vai matar ninguém, vai? — ela sorriu.
— Com certeza vai, porque agora eu só vou pensar nisso, . — ele disse e correu para o palco.



sentiu que começara a entender o que o McFly era para muita gente no momento em que eles, cansados de cantarem e pularem pelo palco, podiam se calar pois a multidão continuava em coro. Lembrava-se de quando era mais nova e como achava engraçado as meninas mais novas pirando por conta deles e ali estava ela, prestes a surtar como uma adolescente. Ainda que fosse a última música, a plateia pulava animada ao som de Everybody Knows e os olhos da advogada estavam focados num guitarrista em especial.
— Danny! — Tom gritou, animado, e o homem começou o solo de guitarra.
sentiu seu corpo formigar ao vê-lo tão empenhado no que fazia. Era lindo. O braço tatuado dele chamava atenção e a temperatura daquele lugar parecia crescer junto com as notas da guitarra. Danny olhou para onde elas estavam e deu um sorriso para mulher que não conseguiu tirar os olhos dele. E como se não exigisse esforço algum, Danny tocou a guitarra com a língua, fazendo sentir que estava queimando.
— Uau. — Giovanna comentou. quase não ouviu a amiga falar de tão energizada que estava.
— Isso foi direcionado para você, . — Izzy comentou.
— Eu acho que ela percebeu. — Giovanna disse ao ver vidrada no guitarrista.
— Obrigado pela presença! — as quatro ouviram Dougie falar e observaram a banda ir até elas.
A atenção de Izzy e Gi estava em , que tinha sua atenção em Jones. O moreno sorriu para a advogada e recebeu um olhar que só sabia dar. Dougie, Izzy, Harry, Tom e Giovanna dirigiram-se ao camarim ao verem o clima que havia sido criado.
— Gostou? — ele perguntou.
— Sim! Nossa. — ela sorriu. — O McFly tem um guitarrista e tanto…
— Obrigado.
— Ah, eu estava falando do Tom. — ela disse num tom de brincadeira e Danny riu.
— É mesmo?
— É. — ela sorriu, desafiadora. Já no corredor, Danny e caminhavam calmamente. — Estou pensando em contratar ele para dar aulas de guitarra para o . O atual é bem fraquinho.
Jones revirou os olhos e soltou um risinho.
Os dois já estavam quase na porta do camarim quando Danny a puxou pela cintura e fez o que pensou durante todo o show: a beijou. Quando o fizeram, o mundo parou. Jones puxou a advogada para si com o intuito de acabar ainda mais a distância entre os dois. não hesitou em colocar a mão na nuca do guitarrista e puxar seu cabelo lentamente. Antes que os dois pudessem dar continuidade, o segurança do corredor soltou um pigarro.
— Vocês formam um lindo casal, mas intimidades são restritas apenas ao camarim. — ele disse, sem graça.
— Acho que nascemos para sermos atrapalhados. — ela comentou, com suas bocas ainda grudadas.
— Você tem razão. — ele riu. — Vamos, quero sair para comer alguma coisa.
— O que você acha de buscarmos e termos uma noite tranquila?
— E nós vamos poder comer besteiras e assistir Harry Potter? — os olhos de brilharam.
— Sim, advogada. Acertou em cheio.



A decisão de levarem Dougie em casa foi óbvia, uma vez que ambos iam para o mesmo destino e o baixista precisava de uma carona. , e Danny, ao saírem do prédio dos Poynter, decidiram passar no McDonald’s mais próximo para comprar besteiras para sua noite divertida. No entanto, não poderiam se alongar pois o The Voice Kids UK era no dia seguinte.
— Vou tomar um banho rápido, ok? — ele avisou. — Podem ir escolhendo o filme.
— Tudo bem, Danny. — sorriu para o guitarrista.
Enquanto ele não estava, e conversavam sobre qual filme assistir. Apesar de ter suas sugestões, ele sempre cedia à vontade da mãe, porque ela não se permitia descontrair. era séria o tempo inteiro, 24 horas ao dia.
— O que acha de Divertidamente?
— Vimos anteontem, mãe. — o menino a relembrou.
— Verdade. Ontem vimos Marvel… — conforme a advogada ligava os pontos, seu sorriso ia aumentando. — Então hoje podemos ver Harry Potter, certo?
— Sim! — riu, animado. era claramente fã da saga da J.K Rowling. Crescera lendo seus livros e, até adulta, escolhia Harry Potter como sua leitura favorita. — O que acha de assistirmos ao primeiro?
— Que tal o sexto? — ela sugeriu. — É o meu favorito.
— Tudo bem, você ganhou! — o menino sorriu e deitou no colo da mãe.
Enquanto esperavam por Danny, e conversavam sobre seus dias e o quão animado ele estava para cantar no The Voice no dia seguinte. conhecia a música que eles cantariam e ela era, inclusive, a música que seu pai cantava para sua mãe. Quando menos esperava, Jones desceu. O aroma almiscarado tomou conta do local e ela nem precisaria ter ouvido seus passos, só o seu cheiro já o dedurava.
— Decidiram? — ele perguntou antes de buscar na bancada a sacola com os lanches e o apoio com as bebidas.
— Harry Potter e o Enigma do Príncipe. — disse. — Minha mãe escolheu.
— Eu imaginei. — ele riu.
não pôde responder porque estava muito concentrada no fato de que Daniel Jones estava apenas de calça moletom, logo depois de ter lambido uma guitarra. Aquela, sim, era uma cena para ser lembrada. Danny se sentou ao lado da advogada e foi distribuindo o lanche de cada um.
? — ele a chamou. — Tudo bem?
— Desculpe. — ela deu mais uma conferida em seu corpo. Danny não era malhado nem nada, mas era uma bela vista. — Não estou pensando direito, o sangue deixou meu cérebro.
Danny soltou uma gargalhada por causa do comentário de e deu um beijo de leve na bochecha dela. observava os dois de longe, tentando conter o entusiasmo de ver Danny e sua mãe cada dia mais próximos.
— Enigma do príncipe, então. — ele deu play na televisão.
Algum tempo havia se passado e Jones percebeu que sabia quase todas as falas do filme e desconfiava que não eram só as do filme que assistiam. dava risadas da felicidade da mãe ao recitá-las. Danny apenas a observava abismado.
Essas garotas… fez uma pausa para completar a frase de Rony. — Elas vão me matar, Harry.
— Isso é bom demais, sério. — ele riu e pegou seu telefone para gravar a cena. continuou. O guitarrista postou o vídeo em seus stories e voltou a atenção para a televisão.



sentiu as mãos de Danny em seu corpo enquanto dormia. No entanto, não sabia o que estava acontecendo e seu cansaço parecia não se importar. Quando ela percebeu que estavam em movimento, rapidamente abriu os olhos.
— Shh, volte a dormir, . — ela ouviu a voz rouca de Danny.
— Que horas são? — bocejou. Instintivamente, colocou seus braços ao redor do pescoço do músico.
— Quase quatro. Nós três apagamos no sofá.
— Para onde você tá me levando?
— Para o meu quarto. Coloquei no quarto de Cooper.
— E você vai dormir onde, Daniel?
— No sofá da sala. — ele disse, como se fosse óbvio.
— Não vai nada! — resmungou. — Você tem trabalho amanhã bem cedo. Não vai fazer nada disso.
— Você também não vai dormir no sofá, .
— Sua cama é de casal? — ela perguntou baixinho.
— É.
— Ótimo, a gente pode dividir então. — ela tirou uma das mãos do pescoço de Danny e coçou os olhos.
— Tudo bem, então. — ele deu um sorrisinho.
Os dois chegaram ao segundo andar e Danny a colocou na cama delicadamente. rapidamente se aninhou por estar com frio. O guitarrista juntou-se à advogada e puxou o edredom grosso sobre os dois.
— Hmmm, quentinho. — ela disse, tremendo.
— Vem cá, advogada. — ele a puxou para perto e se aninhou em seu peito.
— Faz tempo que não faço isso.
— Dormir? Eu imagino.
— Dormir no peito de alguém. É uma das melhores coisas que tem. — ela disse, feliz.
Danny deu um beijinho no topo da cabeça de e começou a afagar devagarinho seus fios grossos. Conforme o tempo foi passando, Jones foi relaxando e estava quase dormindo. Quando achou que o cantor dormiu, falou baixinho.
— Obrigada por hoje. — ela acariciou a mão dele. — Você tem sido uma grande luz no fim do túnel.



O despertador de Danny tocou bem cedo naquela manhã. Apesar de ter tido uma noite muito boa de sono, ele se sentia cansado. Escrever um álbum, gravá-lo, ser pai e ser jurado no The Voice Kids UK era cansativo para caramba. Por outro lado, fazia anos que não dormia tão bem. Pelo menos três vezes na semana tinha pesadelos com James e que a deixavam sem sono. E em nenhum momento aquela noite ela sequer lembrou que James existia.
— Desliga isso. — reclamou e se escondeu debaixo das cobertas. Mandona até cansada.
Com uma risada, Danny se levantou e desligou o alarme.
— Tá na hora de levantar, senhorita.
— Não quero. Tive um sono muito bom, Jones.
— Estou indo tomar banho, . Espero ver você acordada quando eu sair. — ele foi até ela e lhe deu um beijo leve.
— Tudo bem, acordei. — ela resmungou e se levantou.
Enquanto Danny tomava banho, , como a ansiosa controladora que era, arrumou a cama e recolheu do chão algumas coisas que Daniel havia deixado espalhadas. Quando colocou em cima da poltrona a roupa que ele havia usado no dia anterior e, ao terminar, foi acordar .
— Bom dia, estrela do rock. — ela falou baixinho e beijou a bochecha do filho.
— Bom dia. — o menino sequer soou claro, mas o entendeu.
— Vamos levantar? Hoje é o dia mais esperado da semana, lembra? — ela acariciou os fios claros de .
— Hoje tem The Voice Kids UK! — tratou de acordar.
— Danny está tomando banho, vamos lá para baixo fazer umas panquecas gostosas para ele? — sugeriu.
— Vamos!
e desceram as escadas abraçados e foram em direção à cozinha de Jones. , por estar acostumada pelos jantares que Danny costumava chamá-los, sabia quase tudo de sua cozinha.
estava responsável pela mistura da panqueca enquanto a advogada fazia os ovos e ajeitava a mesa.
Quando Jones desceu, sentiu o cheiro delicioso.
— Que cheiro gostoso.
— São as panquecas da vovó! — sorriu. — Receita secreta.
— Você não tem calda de chocolate, então tive que fazer uma. — levantou os ombros como se pedisse desculpas.
— Panqueca com chocolate? — Danny sorriu. — Estou dentro.
Os três comeram rapidamente e foram até a casa de para que os Heyward pudessem trocar de roupa. Danny teve que enviar uma mensagem avisando que se atrasaria um pouco, mas Pixie havia avisado que eles nem estavam perto de começar a gravação do programa.
Enquanto e se arrumavam no andar de cima, Jones estava com os pensamentos à mil. Ele precisava escrever. O cantor pegou seu telefone e enviou uma mensagem no grupo com os amigos.

Danny: I’ve seen it all before / Stars to the oceans floor / Closing my eyes I’m sure / There’s so much more


Tom: É muito cedo para compor. Mas eu gostei.
Tom: Tive uma ideia.
Tom: If you wanna know / What the future holds / Look inside your soul / Only then you’ll go
Dougie: Higher, higher, Hyperion

Danny: Gostei muito. Acordei com isso na cabeça.


Harry: Dougie acordado cedo, essa é nova
Dougie: Eu tenho uma filha que acorda cedo. Isso significa que eu também tenho que acordar cedo para ela, sei lá, não incendiar o prédio.
Tom: Minha sobrinha é sempre muito incompreendida.

Danny: Tenho que ir, mas podemos continuar depois?


Harry: Que música você e vão tocar?
Dougie: A pergunta é: que música do Springsteen vocês vão apresentar?
Tom: She’s The One… E ele jura que não está caindo pelos Heyward.

Danny: Tenho que ir, tchau para vocês.



desceu acompanhada de e os dois encaravam Danny como se aguardassem a aprovação do cantor. Jones percebeu que , como ele diria, estava à lá Danny Jones, com uma calça preta e uma blusa estampada de botões.
não havia dito nada, mas ele estava de tirar o fôlego naquela manhã. Danny usava uma calça preta, vans laranjas, uma blusa amarela e uma blusinha flanela preta aberta por cima. Ela, então, decidira ir combinando com ele: colocou um jeans, uma blusa laranja e seu all star amarelo. Além disso, usava o cabelo preso e algumas correntinhas caíam pela blusa.
— Vocês dois estão combinando. — afirmou. — Que brega.
— Ela que está me copiando, campeão. — Danny riu.
— Não copio você, tenho estilo próprio, Daniel. — revirou os olhos.
Os três, entre implicâncias, se dirigiram aos estúdios da emissora que passava o programa e se dirigiram aos bastidores. Por terem se atrasado, e Danny não conseguiram ensaiar.
— Precisamos ir. Vemos você na plateia, mãe, tente não chorar, tá? — abraçou a mãe e ela riu.
— Te amo, estrela do rock. — ela se agachou e ficou na altura do filho. — Não conte para Danny, mas você sempre será meu guitarrista favorito. Boa sorte para vocês!
Emma Willis estava no palco e caminhou calmamente até os bastidores. Cumprimentou Danny e enquanto os dois saíam para ir até o palco.
! Por que não assiste a apresentação na cadeira de Danny?
— O quê? — a advogada arregalou os olhos.
— É! Pixie pode te levar, não pode? — Emma sorriu para a mulher e Pixie fez que sim com a cabeça.
— Você daria uma ótima jurada, !
— Pode me chamar de . — sorriu. — Caraca, você é três vezes mais bonita pessoalmente.
Pixie soltou uma gargalhada.
— Vamos, . Sinto que você poderia ser minha melhor amiga. E você também é linda.
Will acompanhou as duas até se sentarem em suas respectivas cadeiras e avisaram que a gravação do programa estava voltando. Emma apareceu nos telões e anunciou a apresentação.
— Com vocês, Danny e seu convidado mais que especial, !
O público aplaudiu os dois e começou a tocar a guitarra. Os olhos de imediatamente encheram de lágrimas ao pensar em quanto amava aquela criança. E amava mais ainda o que Danny estava fazendo por ele.
With her killer graces and her secret places, that no boy can fill with her hands on her hips… — Danny cantou. — Oh and that smile on her lips because she knows that it kills me!
Os dois começaram a andar pelo espaço e Danny foi até a cadeira de e deu uma leve apertada no nariz dela, arrancando um sorriso da mulher. Pixie soltou um “awn” por conta da fofura da cena e Danny tratou de voltar para seu lugar: nos holofotes. estava arrasando na guitarra como sempre e Danny no vocal, bem… Daniel Jones cantando Bruce Springsteen para ela era uma coisa a se admirar. estava encantada em todos os níveis possíveis, seu filho era a coisa mais linda do mundo no palco, ele estava feliz e ainda tinha o bônus de Danny.
O ar parecia sair do corpo quando Jones a encarou e ela sabia que ele cantava para ela. Como se não pudesse fazê-la mais feliz no mundo, Danny cantou a parte final da música especialmente para a advogada.
Back when her love could save you from the bitterness… — ele deu um sorrisinho. — Oh she's the one, oh she's the one!

Capítulo 9

O corredor do tribunal estava lotado de advogados, juízes, clientes e seguranças. estava rezando para que Danny e conseguissem encontrar seus pais. Quando se deu conta, já era horário para terem chegado à estação de trem. A advogada tirou o celular do bolso de sua calça social e fez a ligação. Seus pais, como sempre, entenderam a situação de . Não podia largar o trabalho para buscá-los.
— É sério, mãe. — falou baixinho. — Me desculpe por não conseguir buscar vocês.
— Querida, está tudo bem. Estou vendo meu neto favorito com um bonitão do lado, você acertou em cheio, minha filha.
— Mãe! Por favor, não fale nenhuma besteira para o Danny. — implorou. — Maldito juiz que marcou uma audiência no horário que vocês chegariam.
— Tchau, querida. Volte a trabalhar.
— Eu amo você.
— Querida? — sua mãe lhe chamou. — Você realmente deveria se dar uma chance, ele é bem bonito.
— Mãe! — ralhou e rapidamente foi repreendida pelos seguranças do local.



Danny estava nervoso. Quando se ofereceu para buscar os pais de na estação, não sabia que todas as borboletas do mundo invadiriam seu estômago. Estava se sentindo um adolescente conhecendo os pais de uma namorada.
, querido! — uma mulher muito parecida com correu para abraçar o menino.
— Danny! — o pai de o cumprimentou com um abraço. Ela tinha os olhos dele, afinal.
— Senhor Heyward! — Danny disse simpático. — É um prazer conhecê-lo.
— É um prazer também, filho!
— Vovó! Vovô! O Danny também torce para o Bolton Wanderers. — disse agarrado na avó. — A gente pode ir a um jogo um dia desses?
— Estou às ordens, capitão! — o mais velho sorriu para o neto. — O difícil é fazer sua mãe aparecer em Bolton.
— Danny! Finalmente estamos nos conhecendo, querido! — a senhora Heyward passou um braço pelos ombros do cantor.
— Finalmente, senhora Heyward. — ele soltou uma risada. — O que vocês acham de irmos para casa e eu preparar o jantar enquanto está no tribunal?
— Eu acho ótimo. — os pais de concordaram.
— Podemos buscar Coops? — perguntou.
— Ele já está lá em casa, campeão. — Danny virou para os pais de . — Coops é meu filho. e Cooper viraram grandes amigos.
— Ah, querido… Já sei tudo sobre você. — a mãe de declarou, fazendo as bochechas de Daniel enrubescerem.
Os Heyward e Jones foram até a casa de Danny e o cantor fez questão que eles ficassem confortáveis enquanto estavam por lá. A senhora Heyward se ofereceu para brincar com as crianças no jardim enquanto Danny e o pai de ficaram responsáveis pela preparação do jantar. Era fácil perceber a semelhança entre ele e a filha.
— Senhor Heyward, se incomoda de pegar uns legumes na gaveta? — Danny pediu. — Eu comprei alguns ontem porque e comeram tudo da última vez.
— Você disse que e comeram legumes? — Jonathan soltou um risinho.
— Sim? — Danny perguntou um pouco hesitante. — Qual problema?
— Você deve ser mágico mesmo, filho. — Jonathan deu dois tapinhas nas costas de Daniel e se dirigiu até a geladeira. — odeia qualquer coisa que não seja massa.
— Mentira? — ele perguntou, assustado. — Ela sempre comeu minha comida.
— Talvez para não te deixar sem graça. — ele riu. — Mas continue assim, talvez ela se alimente melhor.
— Ela é péssima para comer, senhor Heyward! — ele resmungou. — Quase sempre mando almoço para ela e Barbara. - o pai de riu. A preocupação de Daniel com era palpável.
— Me chame de Jonathan, filho. Mas, realmente, aquelas duas só sabem falar de impostos, leis tributárias e qualquer besteira que eu jamais entenderia. - Danny riu porque havia se identificado.
— Te entendo!
Os dois continuaram cozinhando e conversavam sobre tudo possível. , Bolton Wanderers, , Bolton.
— Vou falar com para marcarmos uma ida até Bolton. Ela passa o dia com vocês e eu aproveito e passo um tempo com minha mãe e minha irmã. — Danny disse.
— Filho, não duvidarei de você porque conseguiu fazê-la comer legumes, mas ir a Bolton… — Jonathan fez uma careta.
— Há quanto tempo ela não visita vocês?
— Treze anos. — Jonathan disse.
— Sério? O que houv… — antes que Danny pudesse terminar a frase, sua campainha tocou. — Deve ser .
— Posso abrir, querido? — Amelia apareceu na porta da cozinha.
— Claro, senhora Heyward. — o músico sorriu para a mulher mais velha.
Danny preferiu não tocar no assunto, pois acreditava que, se ainda não tinha contado isso para ele, era porque não tinha se sentido confortável o suficiente. Ele odiava ter seu espaço invadido e seu tempo desrespeitado e, por isso, escolheu morrer de curiosidade à ser invasivo. Os gritinhos animados que vieram da sala chamaram atenção dos dois homens que, rapidamente, foram até a sala de estar.
— Minha menina! — Jonathan correu para abraçar a filha. — Estávamos morrendo de saudade de você.
— Pai! — o apertou forte. — Eu também estava morrendo de saudade de vocês.
Danny deu um sorrisinho para a advogada, que lhe devolveu um sorriso como um agradecimento. O músico voltou para cozinha e decidiu deixar aproveitar um tempinho com os pais, visto que ela quase nunca ia vê-los. Cerca de quinze minutos depois, a mulher apareceu e se encostou no batente da cozinha para apreciar a bela vista de Daniel Jones cozinhando.
— Você sabe que seu perfume de limão te denuncia mesmo com o cheiro da comida, não sabe? — ele deu risada.
— Então você consegue reconhecer meu cheiro? — ela levantou as sobrancelhas, indagando, e deu um sorrisinho lascivo.
— Limão nunca foi tão bom, Heyward.
— Obrigada, Danny. — ela sentou no banco da cozinha.
— Você não precisa me agradecer por ter ido buscar seus pais, . — ele desligou o fogo. — Qualquer pessoa com bom senso o faria.
— Não ‘tô falando disso não. — ela riu. — Hoje cedo eu tive mais um encontro com a Katherine.
— E como foi? — ele perguntou.
— Foi legal. Ela disse que eu preciso aprender a confiar nas pessoas e que você é um bom exemplo para que eu faça isso.
— Eu? — ele perguntou baixinho.
— É. Você. — ela sorriu. — O “obrigada” é por sempre tentar me tirar da minha zona de conforto e me mostrar que meus dias podem ser bons sem eu ter controle de tudo.
O coração de estava acelerado. Não havia mais escapatória, ela estava começando a sentir aquele frio na barriga da queda livre, mas daquela vez tudo parecia estar indo bem. Se não caísse em Danny, os dois cairiam juntos.
— Você é importante para mim, guitarrista. E, principalmente, para o meu filho. — ela foi sincera mais uma vez. — E eu posso estar te assustando com essa conversa porque parece que eu vou te pedir em namoro, mas sinto quebrar seu coração… Eu ainda não vou te pedir em namoro.
— Ainda? — ele deu um sorrisinho e se aproximou dela.
— É, ainda. — ela estendeu a mão e puxou ele para si. — Mas eu gosto de estar com você, meu filho também… Talvez pudéssemos continuar, meio que... Em passinhos de tartaruga?
Danny achou uma graça quando ela fez uma careta ao pensar. As mãos dos dois estavam entrelaçadas e ele apertou a dela de leve como se dissesse que estaria ali para o que ela precisasse. Não é que ele estivesse de joelhos por aquela mulher, mas Danny sentia que ela era uma mulher que valia todas as vezes que ele se ajoelhasse. o via, o entendia e o fazia rir. Seus amigos tinham razão, afinal. Ele não havia colocado os olhos em por acaso.
— Então quer dizer que você me quer por perto? — ele perguntou. fez que sim com a cabeça. — Ótimo, porque não há outro lugar que eu queira estar. Mesmo que, parafraseando você, eu seja prepotente, idiota, palhaço e todas aquelas outras coisas, .
— Sabe a verdade, Danny Jones? — respirou fundo. — Sua prepotência me dá vontade de furar seus olhos azuis. E, por Deus! O jeito que você fala meu nome é tão irritante.
— Sério, ? — ele se aproximou da advogada. — O que mais?
— Eu odeio seus sorrisinhos lascivos para cima de mim, Daniel Jones. Essa camisa desabotoada, essas correntinhas, seus vans, tudo!
— Por que, ? — ele deu um sorrisinho.
— Porque eu tenho zero controle de mim quando você está perto. — ela foi sincera.
— É isso que eu quero. — ele riu e a puxou pela cintura, aproximando seus corpos.
Sem pensar, Daniel uniu seus lábios aos dela e por mais clichê que fosse, tudo pareceu se encaixar. O beijo era calmo e gostoso, como se os dois estivessem selando o acordo. Aquela era, de fato, uma queda livre... Mas sua trajetória era até a felicidade.
— O jantar está pronto? — Amelia apareceu na cozinha e deu um pulo devido ao susto. — Desculpem, crianças!
— Oi, mãe… — riu e virou-se para a mãe, envergonhada. Danny ainda estava com seus braços envoltos na cintura da advogada.
— Está, sim, senhora Heyward. — o músico sorriu.
— Tudo bem, enquanto isso vou chamar os meninos para lavarem as mãos. Onde fica o banheiro?
— Primeira porta à esquerda. — os dois disseram juntos.
— Qualquer coisa, sabe onde é. — Danny completou.
A mãe de saiu do recinto, deixando os dois num silêncio desconfortável, até que Jones o quebrou.
— Em passinhos de tartaruga, Heyward.

Capítulo 10

“Now I'm running from the worst of me
Every now and again
You thump into my head
You're nobody
Guess I'll see ya, see you around”
(Do Not Worry, Danny Jones)



odiava acordar cedo. Apesar de ter adquirido aquele hábito, gostava de sair da cama apenas depois das dez horas nos finais de semana, coisa que Danny não deixava que ela fizesse. Desde que decidiram ter algo em “passinhos de tartaruga”, o músico se fez cada dia mais presente na rotina dos Heyward e, conforme isso acontecia, e Barb se aproximavam da família McFLY inteira, e isso englobava bastante gente.
— Tem que ser tão cedo? — ela resmungou enquanto Daniel estacionava o carro na entrada do apartamento de Dougie.
— Sim, . — ele riu. — É a reunião mensal das famílias.
— E não poderia ser, sei lá, uma janta das famílias?
Os dois foram até o lobby do edifício e apertaram o botão que os levava ao quarto andar. se divertia com a reclamação da mãe e as refutações de Danny.
— Talvez você possa se assustar um pouco com a Kara, mas ela só faz isso para chamar atenção do Dougie. — Danny os avisou. — Ela é geniosa igual ao pai e os dois não dão o braço a torcer.
— Até semana passada eu não sabia que o Dougie tinha uma filha, Danny. Eu já estou surpresa. — ela exagerou.
— Qual é, o que você fazia anos atrás? Isso abalou as notícias em 2006. — ele riu.
— Desculpe, senhor rockstar. — ela riu. — Em 2006 eu estava ocupada cuidando de um recém-nascido.
Quando os três chegaram ao andar dos Poynter, Danny guiou o caminho para o apartamento e aguardaram que alguém atendesse à porta. Uma menina de cabelos curtos e claros, que presumiu ser Kara, apareceu. Ela tinha uma cara emburrada e segurava um livro.
— Oi, tio Danny. — ela deu passagem aos três. — ! Vem, vamos lá para o estúdio tocar.
a acompanhou e os dois nem deram tempo de nada.
— Oi, Kara. — riu. — Também foi ótimo te ver!
Danny riu do comentário de e a puxou para dentro.
Os dois entraram na casa e ficou encantada pela decoração do apartamento de Poynter. Era tudo que, bem… Tudo que ela não imaginava que seria. Mas tudo bem, muitas coisas que acreditava sobre Dougie eram infundadas. Ele era pai!
! — Giovanna correu até a advogada e a abraçou forte. — Que saudade.
— Você fez falta, advogada. — Harry sorriu.
— Eu também senti saudade de vocês, pessoal. — Danny brincou.
— Metido! Nós te vemos quase sempre. — Giovanna riu. — é nosso cristal.
— Perdeu, Jones. — riu e se sentou ao seu lado no sofá.
— Eu? Perdi? — ele começou a fazer cócegas nela e os outros três adultos na sala observaram.
— Você sempre perde para mim! — ela disse entre risadas. Danny continuou com as cócegas, mas distribuiu beijos por todo seu rosto. — Estou sem ar! Estou sem ar!
O músico parou e percebeu que Giovanna, Tom e Harry os observavam.
— Perdemos algo aqui? — Harry perguntou.
— É claro que perdemos, tonto.
— Vocês estão juntos? — Giovanna teve coragem de perguntar.
— Não. — os dois disseram juntos.
— Mas também não estamos… — Danny começou, mas o completou.
— Separados? — sua entonação era de pergunta.
— Ok, eu posso viver com essa resposta. — Tom riu e seus companheiros de banda o acompanharam.
— Que lindo! Espero que dê super certo. — Giovanna abraçou os dois.
— Não é como se eles estivessem abrindo um negócio. — Harry riu.
— Mas eu também posso abrir negócios, na verdade, eu entendo bastante de tributação… — riu.
— Lá vem ela com esse papinho inteligente… — Danny implicou.
— Você precisa ser sempre tão implicante? — ela sorriu.
— Preciso. — ele lhe deu um beijo na bochecha.
— Ah… Os pombinhos. — Harry sorriu.
Antes que Danny e pudessem falar algo, Izzy e Dougie apareceram cheios de sacolas com sucos, legumes, verduras e outras coisas que a advogada não soube identificar. Todos se levantaram para ajudar e fazer a comida.
— Ok, eu não sei cozinhar. — foi sincera. — Eu posso ajudar lavando a louça?
— Ainda bem que você e o Danny vão casar! — Giovanna declarou. Todos no recinto riram.
— A ideia é tentadora. — riu. — Desde que o McFLY apareceu na minha vida eu passei a comer legumes e verduras, coisas que eu odeio.
— Seu pai me falou isso naquele dia. — ele riu baixinho. — Eu fiquei surpreso.
— Você não come nenhum legume? — Dougie perguntou, assustado.
— Não acredito. — Izzy riu. — Você está proibida de contar isso para Kit e Lola.
— Para Max, Buddy e Buzz também! — Tom se defendeu.
— Meu filho come legumes e verduras, gente! — riu. — Eu comprava corantes e coloria minha comida para ele achar que comíamos a mesma coisa, mas…
— Você é uma gênia! — Harry riu. — Vou usar isso com Kit e Lola.
— Cada dia você me prova ser mais inteligente, . — Danny riu baixinho.
— O amor nos primeiros dias é lindo, né? — Dougie implicou.
— Falando em amor… Eu adorei a Kara. — sorriu para o baixista. — Ela parece muito com você em personalidade.
— Isso é péssimo. — ele riu. — Mas eu não a trocaria por nada nesse mundo.
— Poxa, ainda bem. — riu baixinho. — Tivemos filhos quase na mesma época.
— Será que e Kara serão amigos? Eles têm estado bem próximos.
— Acho que foi amizade à primeira vista. Ela nem sequer me olhou! — Danny riu.
— É que ela vê sua cara feia sempre. — Harry opinou.
— Ei! — resmungou. — Um rostinho desses e você quer me dizer que é feio?
— Eu estou achando isso lindo, continuem. — Giovanna riu.



O início da tarde foi agradável para todos, uma vez que a conversa estava harmoniosa e os casais e Dougie assistiam um filme na televisão. Danny estava feliz pelo dia que estava tendo e também. Aquele era um passo importante para os dois, porque a banda também era a família dele. E, bem, Danny se esforçou para agradar todos ao redor de . Seus pais, sua melhor amiga e, principalmente, .
— O que vocês acham de jogarmos um jogo? — Dougie sugeriu. — Quem sou eu, sei lá.
— Eu gosto da ideia. — riu. — Pode ser só com a gente?
— Como assim? — Danny não entendeu.
— A gente só pode botar no papel alguém que esteja aqui. — Harry disse.
— Acho que vai ser legal. — Izzy comentou, animada.
Giovanna e Tom concordaram e Dougie foi até o segundo andar buscar post it’s e canetas de Kara para que eles pudessem brincar. Ficou acordado que eles escolheriam alguém para quem estava à sua direita e que cada um só podia ter direito a uma rodada.
Depois que todos escolheram, Dougie era Izzy, Harry era Tom, Izzy era Harry, Tom era , Giovanna era Danny, era Dougie e Danny era Giovanna.
— Ok, eu começo. — disse, animada. — Eu sou homem?
— Sim! — todos disseram em coro. Danny era o próximo.
— Sou mulher? — ele perguntou.
— É. — todos concordaram e completou.
Conversa vai, conversa vem, Tom, Izzy e estavam levemente alterados pelo vinho branco. havia, de fato, aproveitado sua manhã e início de tarde ao lado daquela grande família.
As crianças começaram a descer do estúdio, Kara e não se desgrudaram um segundo e não paravam de cochichar. e Dougie acharam a amizade adorável e torciam para que desse certo. Quer dizer, já tinha dado.
— O que vocês tanto olham no papel? — Dougie sentou na frente dos dois.
— Dougie, me deixa! — Kara falou baixinho.
— Não posso te deixar, querida. — ele disse com um sorrisinho no rosto. — Além de amar muito você, isso seria ilegal. - soltou um risinho.
— Ele tem razão. — ao dizê-lo, o menininho recebeu uma cara feia. — Mas é ilegal mesmo.
— Obrigado por me defender, .
— Certamente aprendeu com a advogada. — apareceu e acariciou os cabelos do filho. — Meninos, posso falar um instante com Kara?
Dougie e foram para mais perto do sofá e deixaram as meninas sozinhas. Kara estava emburrada e queria fazer o máximo para sair de perto deles. Era notório que ela amava o pai. Quando Dougie não via, Kara o olhava como se o centro do universo estivesse bem ali.
— Eu não fiz nada dessa vez. — ela se defendeu.
— Sei que não. — lhe empurrou de leve. — Seja lá o que tenha acontecido com vocês, você deveria dar uma chance a ele.
— Ele não está nem aí para mim, . — Kara disse baixinho.
— Claro que está. — a advogada acariciou os cabelos da menina. — Quando você não vê, seu pai te olha com os mesmos olhos que você olha para ele.
— Que olhar é esse? — Kara levantou os olhos na direção da mulher.
— De devoção. — falou baixinho. — Eu sei reconhecer um desses, é o mesmo que uso com .
— Às vezes, queria que ele me notasse. — ela falou baixinho.
— Ele te nota, querida. — acariciou os cabelos macios da menina. — Mas você não o deixa se aproximar.
— Ele não gosta de mim por causa da minha mãe. — ela falou baixinho.
— Duvido, Kara, seu pai te ama muito. — ela sorriu. — E você não está sozinha, certo? Estamos todos aqui com você.
— Obrigada, . — Kara sorriu. — tem a quem puxar.
deu um sorriso para a menina e Kara rapidamente se juntou aos seus primos de consideração, deixando-a sozinha na escada, observando tudo aquilo. Era incrível como, em seis meses, a vida da advogada havia mudado da água para o vinho. Giovanna, Tom, Izzy, Harry, Georgia e Dougie podiam não considerá-la uma amiga, mas ela gostava muito do vínculo que haviam criado por causa de Danny. Não é como se sua melhor amiga, Barbara, não fosse uma boa amiga. De modo contrário, na verdade. Barb era a melhor amiga que alguém poderia ter no mundo e era sortuda por tê-la, mas a menina era mais nova e tinha seu próprio círculo de amigos. , no entanto, não tinha. Quer dizer, agora tinha.
— No que você tanto pensa? — Izzy perguntou e ela e Giovanna se aproximaram da advogada.
— No quanto minha vida mudou desde que Jones entrou nela. — sorriu fraco. — Eu saio mais, me divirto. Saio com vocês…
— Ah, querida! Nós gostamos muito de você. — Giovanna a abraçou. — Independente do seu relacionamento com Danny.
— É verdade. — Izzy sorriu. — Nós estávamos ansiosas para conhecer você. Nós três.
— Os meninos também. — Gio assegurou. — Nós precisamos marcar nossa noite de meninas, sem maridos e filhos.
— Pode ser. — sorriu.
— Ok, vou criar um grupo com nós quatro para decidirmos os detalhes, pode ser? — Izzy sugeriu.
— Claro.
— Noite de meninas, então. — Giovanna sorriu.



O fim do dia de domingo havia chegado. havia se divertido demais e se enturmou mais ainda com as crianças. Os três se despediram e foram em direção à casa da advogada.
— Agora é oficial: vocês fazem parte da família. — Danny sorriu. — Vocês viram que quando chegaram, eu fui esquecido?
— Oh, você está sendo dramático. — riu. — Não é como se você fosse expulso da banda e entraria no seu lugar.
— Danny, se você não quiser a vaga… — o menininho abriu um sorriso. — Eu quero, tá?
Os dois adultos caíram na gargalhada.
— Com o futuro das crianças… — começou. — Eu diria que vocês terão uma banda em breve, sim?
— Você tem razão. — Danny riu. — Eles serão a continuação da banda.
— Então tudo bem, não quero seu lugar na banda. — disse. — Vou conversar com Kara mais tarde sobre isso.
Danny e trocaram um olhar divertido e o carro chegou ao seu destino. Animados pelo dia e conversa que tiveram, os três foram caminhando até a entrada da casa da advogada, mas se surpreenderam com um homem encapuzado sentado no banquinho ali fora. Estava escuro, mas assim que ele se mexeu, a luz da varanda acendeu e travou. Jones observou o homem por um tempo. Os fios loiros estavam desgrenhados, sua barba estava por fazer e ele estava com aparência de cansado.
— Hm, boa noite? — foi o primeiro a falar. Assim que a advogada voltou para o mundo real, ela agarrou forte o braço de Danny.
… — o homem deu um sorriso fraco.
— O que você está fazendo aqui, James? — ela perguntou, nervosa.
— Eu quero conhecer meu filho. — o homem disse, calmo.
— Você é o meu pai? — perguntou baixinho.

Capítulo 11

I wanna be defined by the things that I love
(Eu quero ser definida pelas coisas que eu amo)
Not the things I hate
(Não pelas coisas que eu odeio)
Not the things that I'm afraid of, I'm afraid of
(Não pelas coisas que eu tenho medo)
Not the things that haunt me in the middle of the night
(Não pelas coisas que me caçam no meio da noite)
Daylight, Taylor Swift.



Fazia algum tempo que estava encarando James, incrédula. Ele estava ali parado em sua sala de estar como se fosse um cachorrinho abandonado, feição aquela que a de doze anos atrás cairia feito um patinho. No entanto, respirou fundo e deu a chance do homem se explicar. Danny e foram para o segundo andar, deixando-os a sós na sala.
— O que você está fazendo aqui? — ela tentou não parecer ríspida, mas foi tudo que conseguiu fazer naquele momento. — Não me diga que, doze anos depois, você sentiu saudade de um filho que nem sequer conheceu.
… — ele começou.
— Você não tem direito de me chamar assim, James. — ela disse, séria. — Apenas pessoas próximas me chamam de . Você não é uma delas.
— Olha, luv, eu queria voltar, eu juro que queria… — ele disse. Assim que ela ouviu ele a chamar de luv, fez uma careta de desgosto. — Mas meu empresário não deixou, estávamos no início de carreira, ter filhos apenas atrapalharia. Até Nate fez o mesmo.
— Eu sinto muito por você, James. — ela tentou segurar as lágrimas, mas foi inevitável. — Achei que você era um cara decente, mas você apenas priorizou a fama, que você nem teve, ao seu filho.
— Eu sei, . — ele afirmou. — Eu me arrependo.
— Você se arrepende? — Heyward respirou fundo para não perder a cabeça. — Você se arrepende por não ter estado lá no primeiro ultrassom? Por não ter ouvido o som do coração do seu filho? Ou se arrepende por ter perdido a primeira compra da guitarra dele?
— Ele toca, né. Eu o vi no The Voice Kids UK. — o rosto de James se iluminou. — Eu sou demais.
— Eu sou demais, James! Eu! — ela gritou. — Eu estava lá por ele quando você não estava. Eu estava lá na primeira peça da escola, nas noites em que ele passava mal, quando ele sentia cólicas, quando ele deu o primeiro passo. Eu estava lá. Se tem alguém que é demais aqui, esse alguém sou eu.
— Também sou pai deste menino, .
— Não, você não é. — ela disse.
— E quem é, então? — ele a desafiou. — Aquele cara?
não tem pai. — ela sentia seu peito rasgar. — Porque o pai que deveria ser dele, não o quis.
— Você está levando isso para o lado pessoal, . Só porque eu te abandonei, não significa que eu… — antes que pudesse respondê-lo, a advogada deu impulso para bater em James, mas Danny apareceu na sala e a segurou.
— Você não tem esse direito! — ela gritou. — Sai da minha casa, James. Você não pode decidir voltar e bagunçar tudo que eu levei anos para consertar.
— Ei, ei, ei… — Danny tentou acalmar a mulher. — Tá tudo bem, . Respira fundo.
Danny colocou a advogada sentada em seu sofá e se dirigiu ao ex-namorado dela. James o encarou feio e Danny retribuiu seu olhar. Aquela não era a hora de arranjar briga com ele, de modo algum.
— Acho que a conversa fica para outra hora, não é? — o cantor disse a James. — Anda, vai embora, cara.
— Você não pode me expulsar! — James resmungou.
— Tanto posso como é isso que estou fazendo, ande, James. — Danny o encarou, carrancudo. — Apenas deixe uma forma de contato que, se quiser, ela retornará.
James o encarou feio, mas cedeu. Entregou um cartão com breves informações sobre ele a Danny e virou as costas.
— Se ela não retornar, avise-a que meus advogados entrarão em contato. — Danny riu ao ouvi-lo.
— Desculpe, cara, mas o tempo que ficou fora, você acabou perdendo que sabe dos direitos legais dela, não é à toa que é uma das melhores advogadas que eu conheço. — Danny sorriu e fechou a porta. James não merecia sua atenção, de modo contrário aos Heyward.
Quando Danny virou-se, percebeu que abraçava sua mãe, que soluçava alto. Era injusto o modo que James achou que tinha direito de voltar e estragar o mundo que eles haviam construído ali. Ele mesmo, se soubesse que seu pai tinha acabado de voltar, ia ficar abalado. Era inevitável.
— Vamos lá para cima, ? — Danny perguntou baixinho. A advogada apenas confirmou com a cabeça. Jones estendeu a mão para os dois Heyward e os puxou, gentilmente, escada acima.
O caminho até o quarto da mulher já era conhecido, então o fez sem pestanejar. se juntou à mãe e deitou-se na cama, ainda que não soubesse o que fazer. Danny puxou a colcha e se pôs no meio dos dois, abraçando-os, um de cada lado.
— Vai ficar tudo bem? — perguntou baixinho, como se falasse apenas com Jones.
— Vai, campeão. — ele falou baixinho e beijou a cabeça do menino. — Sempre fica tudo bem.
ainda chorava, mas estava mais calma daquela vez. Danny jamais havia passado pelo mesmo, mas entendia que a volta de James causou um gatilho na mulher. Ele estava com muita raiva do outro rapaz, mas não se sentia no direito de senti-lo. No entanto, algo nele dizia que os Heyward precisariam de muito apoio, coisa que ele estava mais que disposto a fazer.
— Danny? — perguntou baixo.
— Sim? — ele a encarou.
— Você se importa de me deixar sozinha?
— De modo algum, . — ele acariciou o braço dela. — Vocês precisam de um tempo juntos mesmo.
— Obrigada e desculpas. — uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela e ele prontamente a secou.
— Não precisa pedir desculpas, meu amor. — Danny carinhosamente se desvencilhou dos dois e ajeitou suas roupas para ir embora. — Estou a uma ligação de distância, certo?
— Certo. — foi quem o respondeu. — Boa noite, Danny.
— Boa noite, e . — dito isso, o cantor deixou os dois a sós na casa deles. Entendia que precisariam de espaço para se adaptar às novas condições. James havia, mais uma vez, bagunçado tudo.



Três dias se passaram desde que James apareceu e não saía de casa. Apenas para o básico, como levar na escola. Ela não respondia ninguém além de seus pais e Barbara, pois sabiam que eles apareceriam na porta de sua casa buscando informações. No entanto, para sua surpresa, Amelia e Jonathan Heyward estavam sentados na varanda da mulher, aguardando que ela chegasse.
— Querida. — Jonathan se levantou rapidamente e foi até sua menininha. — Eu sinto muito. Você quer que eu bata nele?
não conseguiu segurar o choro e desabou nos braços do pai.
— Minha filha, vai dar tudo certo. — Amelia sorriu fraco. — Você criou esse menino sozinha, meu amor. Ele é apenas seu.
— Como vocês chegaram aqui tão cedo? — a advogada perguntou entre lágrimas.
— Danny Jones marcou de nos buscar pela manhã. — seu pai disse. — Ele estava na casa da mãe.
— Danny buscou vocês? — ela levantou o olhar. E então se sentiu pior ainda. Aquele cara fazia tudo por ela e ela nem sequer respondia suas ligações ou mensagens.
— Sim, querida. Não fique brava com o menino, ele quis ajudar.
— Tudo bem, não ficarei. — ela sentiu seu coração quebrar em mais um pedaço.
Os três entraram em casa e, em pouco tempo, sentiu a angústia ir embora. Sabia que em breve ela voltaria, mas seus pais estavam ali. Amelia e Jonathan organizaram a casa da mulher, que por sinal estava uma bagunça, e pela tarde, seu pai começou a fazer o jantar.



Era a segunda vez que Danny ligava para Barbara naquele dia. A melhor amiga de estava sobrecarregada no trabalho, mas a ligação de Jones era sempre bem-vinda. A quase advogada percebia todos os sinais que Danny dava. Ele estava apaixonado por e estar afastado dela também o machucava. Foi para ela que ele pediu o telefone da casa dos Heyward em Bolton para levar os pais dela até Londres. Foi para a mãe dele, que passou por uma situação parecida a de , a quem ele recorreu quando não sabia o que fazer.
— Oi, Danny. — Barb sorriu fraco. — Tudo bem?
— Oi, Barb. — ela percebeu o tom triste de sua voz. — Como ela está?
— Bem, dentro da medida do possível. E você? Como está?
— Ansioso. — ele respondeu. — Minha mãe disse que era para eu respeitar o tempo dela, e eu juro que estou tentando, Barb. Meu coração quebra toda vez que eu lembro do choro dela.
— Danny… — Barb sentiu pena da situação. — Vai dar tudo certo, ok? é uma mulher forte. Tudo que eu queria era arrebentar aquele bastardo no soco, mas não vai adiantar. Assim que ela melhorar, ela vai procurar você, ela sempre foi assim. Fique tranquilo que eu estou me encarregando de tudo que ela precisa, principalmente os cuidados psicológicos.
— Obrigado, Barb. — ele agradeceu. — Amanhã eu volto a ligar.
— Sei que você não vai aguentar e pela noite vai retornar. — ela riu.
— É, você tem razão. — ele riu. — Até mais, Barb.
— Até mais, Jones.
Assim que Barbara colocou o telefone no ramal novamente, o aparelho tocou. Devia ser Danny.
— Oi, Danny. — ela disse.
— Errou o membro, minha cara Barbara. — Dougie Poynter riu. — Como vai?
— Oi, Dougie. — ela riu. — Desculpe, é que Danny sempre liga.
— É, meu amigo está passando por uma situação difícil. — ele falou baixinho.
— Minha amiga também. — ela se referiu a .
— Eu tenho duas coisas para falar, senhorita Barbara. — Dougie usou um tom brincalhão. Barbara soltou um murmúrio que praticamente dizia que era para ele prosseguir. — Deve estar chegando na Heyward Enterprises um bom lanche vegano para você.
— Dougie! Você não precisava. — ela riu.
— Isso é pelo trabalho incrível que você faz. — ele riu. — A segunda coisa é que peço encarecidamente que você ligue para nossa advogada favorita e avise-a que estarei em sua casa em trinta minutos para sairmos. E diga a ela que não aceito um não como resposta!
— Eu duvido que ela vá aceitar. — Barbara riu.
— Veremos. — ele sorriu. — Tenha um bom fim de tarde, aproveite seu lanche gostoso e vegano.
Barbara gargalhou.
— Boa tarde, Dougie!



não queria sair com Dougie naquela tarde, mas sabia que era um caminho sem volta. O baixista sabia ser persistente quando queria. colocou uma calça jeans, a primeira blusa que apareceu no armário e pôs um casaco preto do McFLY que achou. De início, não reconheceu aquela roupa, mas o cheiro almiscarado denunciou a quem ela pertencia. Daniel Jones.

WHATSAPP
Dougie Poynter
Online

Estou aqui.

Se você não sair, vou invadir!!!!

Sim, isto é uma ameaça.

*Esta afirmação inclui minha noção sobre o fato de que você é advogada e pode me processar*

Mas pense com carinho. Você tem 5 minutos.



gargalhou das seguidas mensagens que recebeu. Dougie era um cara engraçado e um bom amigo, afinal. A advogada se despediu dos pais e os dois se prontificaram em buscar o neto na escola, para que ela não arranjasse uma desculpa para não sair com o ele. Os dois acreditavam que a filha precisava, além de tudo, de amigos. E ela finalmente os encontrou.
— Eu conheço esse moletom. — ele sorriu. — É de uma banda ótima, você deveria ouvir.
— Jura? — ela riu. — Acho a banda bem fraquinha.
— Isso dói no meu ego, senhorita advogada. — ele riu.
— Aonde vamos? — ela perguntou curiosa.
— Minha lanchonete favorita. — ele sorriu. — É perto de casa.
No caminho, Dougie foi fazendo palhaçadas para melhorar o humor de um pouco. Sabia que se ela parasse para pensar, se afundaria na tristeza novamente. A lanchonete também era perto da casa de , o que facilitou o trabalho para o baixista.
— Você não poderia me processar por sequestro, não é? — ele perguntou, duvidoso.
— Fica aí a dúvida. — ela riu.
— Droga, esse era um sequestro com boas intenções, ao menos. — ele riu.
— Todas as comidas aqui são veganas? — ela observou o local.
— Todinhas. — ele sorriu. — Vamos escolher um local afastado.
— Parece fanfic. — ela riu. — A personagem principal se esconde com o rockstar nos fundos de uma lanchonete para não verem eles.
— É uma fanfic, mas eu não sou o seu rockstar de escolha. — ele riu. — Muito menos fura-olho.
— Como ele está? — o sorriso sumiu do rosto dela.
— Aguentando. — ele disse. — Me procurou no primeiro dia e tudo que eu disse era que ele tinha que entender a sua situação primeiro. Ele buscou a mãe.
— Sério?
— Sim. — ele disse. — Kathy conversou com ele, foi necessário.
— Eu tenho medo de, hm… — fez uma careta.
— A primeira coisa que falaremos sobre hoje é: Danny não é James. — Dougie foi sério. — Ele não vai sumir só porque apareceu um obstáculo no caminho de vocês, . Ele foi até Bolton conversar com a mãe para entender a sua situação e ainda trouxe seus pais. Um cara que quer desistir não faria isso.
— Eu tenho medo. — os olhos dela encheram-se de lágrimas. — Gosto dele de verdade.
— Oh, . — Dougie a abraçou. — Ele também gosta de você de verdade. Mas vim aqui conversar como seu amigo, não amigo de Danny. Queria te contar umas coisas sobre mim.
— Tudo bem. — a advogada secou suas lágrimas. — Me conta.
— Em 2006, eu conheci a mãe da Kara no desfile da Victoria’s Secret. — ele foi sincero. — Estávamos no começo da banda, tudo era incrível, eu era cobiçado… Eu me lembro de ter perdido toda compostura quando vi aquela mulher desfilar na minha frente.
— A mãe da Kara é famosa? — engoliu em seco.
— E a pior de todas, eu diria. — ele resmungou. — Emilia queria se livrar do bebê e eu implorei para que ela não o fizesse. Eu sabia que ia ser difícil, mas eu não ia viver com a consciência tranquila, apesar de saber que aquele direito era dela. E eu passei grande parte da gravidez com ela morando na minha casa.
— Você gostava dela?
— Graças a Deus, não. — ele fez uma careta. — No início, eu até achei que teríamos uma mínima chance, mas quanto mais eu a conhecia… Bem, mais eu a odiava. Era estranho pensar que na mesma intensidade que eu a odiava, eu amava quem estava na barriga dela.
— Oh, Dougie. — apertou a mão do amigo. — Sinto muito.
— Tudo seguiu bem depois. — ele disse baixo. — Mas então o McFLY começou a cair no esquecimento. E nós precisávamos nos manter na indústria, não apenas pela fama, mas por nós também. Eu comecei a pirar quando nossas músicas não estavam nas paradas e busquei retorno nas drogas.
não disse nada. Nenhuma palavra seria suficiente para expressar o que sentia.
— Cheguei num ponto em que Kara uma vez entrou em desespero achando que eu estava morto, porque quase tive uma overdose. Por sorte, minha mãe estava em Londres e me ajudou. — naquele momento, os olhos de Dougie continham raiva. Talvez de si. — Quando vi minha filha gritando, eu soube que eu teria que sair dali para não perdê-la, então escolhemos o programa mais longo de reabilitação que encontramos, para não ter chances de recaídas.
deixou uma lágrima escorrer também.
— Passei meses apenas recebendo fotos de Kara e tudo que eu queria fazer era sair de lá o mais rápido possível para vê-la. — ele foi sincero. — Queria fugir, tinha dias que eu nem lembrava que precisava das drogas, e sim da minha filha.
— Dougie...
— Foi horrível, . — ele contou. — Mas esse momento foi necessário, infelizmente, para me mostrar que minha família estava comigo independente de tudo. Tom, Harry e Danny nunca me abandonaram. Muito menos minha irmã e minha mãe. O ponto principal de toda essa conversa, é que nós estamos com você, . Com James ou sem James, nós estaremos com você. Seus pais e Barbara também, é claro.
— Obrigada, Dougie. — ela sorriu. — Obrigada por confiar sua história a mim, e principalmente ser um amigo incrível.
— Eu sei que eu sou um amigo incrível. — ele sorriu. — Você também é. Seja lá o que fez, minha filha tem estado mais fácil de lidar desde que você esteve lá em casa.
— Kara é uma boa menina, igual ao pai dela. — sorriu. — Mas eu gosto mais dela do que de você.
— Tudo bem, eu também gosto mais de do que de você. — ele devolveu a implicância. — Independente de qualquer coisa, advogada, o McFLY e sua família grandona amam você.
— Eu também amo vocês. — ela sorriu.
— Nós não vamos largar sua mão. Muito menos Danny. — ele estendeu o mindinho para ela. — Pinky promise.
Pinky promise. — ela entrelaçou seu mindinho ao dele e selaram a promessa.
— Agora, o que quer que façamos? — ele cruzou os braços. — Eu já me voluntariei para bater no cara. A não ser que ele seja lutador, é claro.
riu.
— Eu não sou fã de violência.
— Ufa, ainda bem que você é pacífica. — ele fingiu estar nervoso. — Eu não sou um bom lutador.
— O que você faria? — ela perguntou, curiosa. — O que você faria se Emilia voltasse?
— Eu daria à Kara o direito de escolha. — ele lhe respondeu. — Eu jamais teria algo com Emilia, nem se ela estivesse pintada de ouro. Mas, sei lá, Kara cresceu sem a mãe. Não sou eu que vou decidir se elas têm que se aproximar ou não. É unicamente minha filha. Se ela quiser conhecer Emilia, ótimo, apoiarei. Mas se ela não quiser, eu também não vou querer.
— Eu tenho medo de ele gostar mais de James do que de mim.
— Eu duvido muito, . — Dougie foi sincero. — é mais maduro que eu, tenho certeza que ele sabe tudo que você está passando. Ele seria a última pessoa no mundo a te abandonar.
— Tudo bem, acho que preciso mesmo fazer isso.
— Eu vou te apoiar em qualquer decisão que você tomar. — o baixista deu de ombros.
— Você se incomodaria se eu fizesse uma ligação com você aqui? — ela fez careta. — Meio que preciso de apoio moral.
— Vá em frente. — ele mordeu um pedaço de seu falafel.
pegou em sua carteira o cartão que Danny havia deixado em cima da mesa com um recadinho. Era de James. A advogada sacou o telefone do bolso e digitou o número que tinha no papel. Mal deu dois toques e seu ex-namorado atendeu a ligação.
— James? — ela perguntou. — É a .
Dougie sorriu para ela, a incentivando.
— Só estou ligando para lhe avisar que a decisão de sua aproximação com será única e exclusivamente dele. — ela disse e rapidamente desligou.
— Você desligou na cara dele, ? — o baixista riu.
— Ele não merece meu tempo. — a mulher deu um sorrisinho. — No entanto, você merece. Vamos, o que é isso que você está comendo?
— Falafel. — ele ofereceu a ela.
O papo sobre a comida foi mais interessante do que os problemas dela naquele momento. A conversa de Dougie foi suficiente para que ela entendesse que, apesar de seus traumas causados por James, seus amigos estavam ali e estavam longe de deixá-la. E todos eles surgiram através de uma única pessoa: Danny.

Capítulo 12

estava nervosa. Era a primeira vez que e James conversariam numa tentativa de se conhecer. A advogada estava um tanto quanto nervosa e decidiu chamar Danny para acompanhá-los. É claro que ela deixaria os dois terem o tempo para si, mas ela não queria fazer aquilo sozinha.
— Ei. — ele apareceu na varanda da casa dela.
— Oi, obrigada por vir. — ela sorriu.
— Sem problemas. — ele disse baixinho. — James já chegou?
— Sim, eles estão lá dentro assistindo algum filme de super-herói. — ela encarou as mãos. Danny rapidamente desviou seu olhar para o que ela fazia e colocou a sua por cima.
— Vai ficar tudo bem, . — ele disse. — Sempre fica.
— Acredito em você. — ela sorriu. — Acredito muito em você.
— Obrigado, você é uma das poucas que o faz. — ele riu. — Me conte, o que tem feito recentemente?
— Tenho chorado, ficado ansiosa, ido à terapia… — ela riu. — Mas hoje é um dia melhor. Você está aqui.
— Que boa notícia, advogada. — ele riu. — Georgia comentou que amanhã vocês terão o dia das meninas.
— Sim. — ela sorriu. — Vai ser bom para distrair a mente.
— Concordo plenamente. Seus pais ainda estão na cidade? Eu posso ficar com se precisar.
— James vai levá-lo ao jogo do Chelsea. — ela o informou.
— Ah, sem problemas. — ele sorriu. — Podemos fazer planos para depois, então?
— Claro. — entrelaçou seus dedos nos dele. — Me conte mais.
— Pensei que poderíamos ir ao Madame Tussauds. — ele sugeriu. — O que acha?
— Eu adoraria, Danny. — ela sorriu. — Confesso que nunca fui lá.
— Que tipo de inglesa você é, Heyward?
— Advogada, mãe solteira, esse é o meu tipo. — ela riu.
— Eu adicionaria em sua pequena lista “caidinha por um guitarrista maravilhoso”. — Danny riu.
— Ah, não! Eu jamais faria isso com Giovanna, ela e Tom estão casados há um bom tempo já.
— Idiota. — ele riu.
— Esse adjetivo eu posso adicionar à lista. — ela sorriu.
Enquanto James e conversavam lá dentro, e Danny davam boas risadas do lado de fora da casa. pensava que apenas , Barb e seus pais eram responsáveis por dar o melhor de si, mas Danny também. O guitarrista sempre lhe transmitia uma paz gigantesca, a fazia rir constantemente e vivia ressaltando as qualidades que gostava nela. Naquele ponto de sua vida, brigar com seus sentimentos não era uma opção. Katherine foi a responsável por isso também, uma vez que a psicóloga instigava a advogada a aproveitar as chances sem planejar e controlar nada. E, naquela tarde, decidiu que não seria um problema mergulhar de cabeça na imensidão azul dos olhos de Daniel Jones.



— Promete que vai ligar para mim em caso de emergência? — ela olhava nos olhos do filho. — Qualquer coisa, use o cartão.
— A quem mais eu ligaria, mãe? — sorriu. — Você sempre é a primeira a me socorrer.
— Te amo tanto, . — sua mãe lhe abraçou forte. — Jamais esqueça isso.
— Você vai me vender no mercado negro? Essa é uma despedida?
revirou os olhos.
— Você está passando muito tempo com o Danny.
— E você também. — retrucou. — Mas tudo bem, é claro que você gosta dele.
— Quem disse isso?
— Kara disse no dia em que passamos o dia na casa de Dougie.
— Oras, essa pestinha! — riu. Antes que pudessem continuar a conversa, a campainha tocou.
James havia combinado de buscar às três da tarde e cumpriu com sua palavra. O jogo começava às quatro e meia, era sempre bom chegar um pouco mais cedo. estava nervosa, mas estava tentando ser positiva sobre aquela ideia. Nem quando seu filho foi ao planetário com Dougie, Maddy e os Fletcher ela se sentiu tão nervosa assim.
— Divirta-se, tá bem? — ela abraçou o menino. — E, qualquer coisa, liga para mim.
— Tudo bem, mãe. — o menininho sorriu. — Amo você, tente se divertir também.
— Pode deixar, querido.
… — James se aproximou da ex-namorada com cuidado.
. — ela disse. — Toma cuidado com o .
— P-pode deixar. — ele disse, nervoso.
— Tchau, você não vai querer perder o jogo, não é?
— É, você tem razão.
esperou quinze minutos e se dirigiu até a casa de Georgia. A advogada havia comprado uns bons vinhos e estava preparada para se divertir naquela noite. Pouco tempo depois, tocou a campainha da casa da amiga.
— Você veio! — Izzy a abraçou.
— Temo que se eu não viesse, vocês transfeririam a festa lá para casa. — ela brincou. — É claro que eu vim.
— Geo, Gi! — Judd gritou pela sala. — Nossa convidada especial está aqui.
— Boa noite, meninas. — as cumprimentou.
Giovanna e Georgia rapidamente foram até ela e abraçaram-na. realmente gostava delas. Desde que chegou, foi abraçada pelas três como se fossem amigas há anos. Ela estava finalmente saindo de sua bolha.
— Quais são os planos da noite? — se debruçou na bancada.
— Espaguete e Justin Timberlake nu em ‘Amizade Colorida’. — Georgia riu. — É o filme oficial da noite das meninas, a não ser que você sugira um novo filme.
— Aqui vai uma curiosidade sobre mim. Eu não dispenso Justin Timberlake nunca, senhorita Horsley. — riu. A modelo deu risada do comentário da advogada.
— Ela foi feita para nós, não foi? — Izzy quase fez um apelo.
— Finalmente o grupo está sendo preenchido! — Georgia comentou. — Quando descobri que Danny estava de casinho com , eu pensei que o grupo finalmente ficaria completo.
— E aí Dougie e Maddy terminam. — Giovanna soltou um muxoxo.
— Adorava Maddy, mas acho que Dougie vai encontrar alguém que vai acabar com a sanidade dele junto de Kara. — comentou entre risos. — Do jeito bom, é claro.
— Faz sentido. — Izzy concordou com a nova amiga.
— A que horas abrimos a garrafa de vinho?
— Você trouxe vinho? — Gi bateu palminhas.
— Não uma garrafa, não duas… Mas três. — riu. — Eu adoro vinho.
— Você é perfeita mesmo! — Giovanna riu. — Super combina com espaguete.
— Parece que você adivinhou. — Georgia comentou.
Uma hora havia se passado desde que chegara. A advogada estava entretida na conversa, comida e vinho. As quatro conversavam como amigas de longa data e, de repente, se sentiu como uma pessoa normal.
— Como foi a semana de vocês? — perguntou.
— Eu tenho três filhos, sempre é cansativa. — Giovanna riu.
— Você tem razão. — Izzy riu. — Com dois eu tenho vontade de arrancar os cabelos.
— Ainda bem que eu só tenho um. — riu.
— Eu concordo! — Georgia riu. — Estou satisfeita com Coops.
foi pegar o celular e percebeu que estava sem bateria. Droga, será que seu carregador havia quebrado?
— Alguém pode me emprestar um carregador? — a advogada pediu. — Meu telefone não carregou, aparentemente.
— O meu está ali do lado da televisão, ! — Georgia ofereceu.
— Obrigada! — a advogada correu até o móvel e plugou o telefone na tomada.
Assim que o aparelho ligou, recebeu as notificações de Danny. Algumas de . E uma de James.

WHATSAPP
Danny
visto por último hoje às 18:02

Ei, eu estou indo buscar o , tá bem?

Está tudo bem com ele, no entanto.

Por que você não atende?

?

Nenhuma de vocês atende o telefone.



WHATSAPP
Theo
visto por último hoje às 17:54

Mãe, pedi para Danny vir me buscar, tá?

Estou bem, te amo.



WHATSAPP
James
visto por último hoje às 17:14

Eu não consigo fazer isso, desculpe.



E como se o mundo tivesse explodido, deu um pulo.
— O que aconteceu?
— Danny foi buscar no estádio. — ela engoliu em seco. — Não sei o que aconteceu.



Quando o telefone de Jones tocou, ele sequer acreditou. Assim que o visor anunciou que o ligava, seu coração apertou. Ninguém que estava com atendia o telefone para ele avisar e aquilo o deixou mais nervoso ainda. O celular de Danny acendeu e o nome de Heyward apareceu na tela.
— O que aconteceu? — ela quase gritou.
— James deixou sozinho no estádio. — ele disse, sério. — Simplesmente foi embora.
O outro lado da linha ficou mudo.
, por favor, fique calma. — ele pediu, mesmo sabendo que aquela não era uma opção. — Eu vou buscar ele e levo até aí.
— Danny, eu vou matá-lo! — ela gritou. — está bem? Meu Deus! Como ele está?
— Calmo e bem. Depois que o segundo tempo começou, ele percebeu que o bastardo não voltava e me ligou.
— Por que ele não me ligou? — ela perguntou baixinho.
me disse que era seu dia de se divertir e ele não queria atrapalhar. — Danny terminou de falar e ouviu a advogada fungar.
— Danny…
— Ei, advogada. — ele tentou acalmá-la, mesmo estando nervoso. — Está tudo bem, ok? Eu estou saindo do carro agora e vou desligar para encontrar . Assim que sairmos daqui, eu irei até a casa de Georgia.
— Danny, o que aconteceu? — Georgia apareceu na ligação.
— Coisas ruins, Geo. — ele disse. — Segure as pontas aí, estou chegando.
Antes que sua melhor amiga pudesse respondê-lo, Daniel encerrou a ligação e acelerou o passo para adentrar o estádio de futebol. Por sorte, a atendente o deixou entrar e ele correu até o local que disse que estava. Como gostava muito de futebol, Jones conhecia o local como a palma da mão, e achá-lo não foi uma dificuldade.
— Danny! — pulou de sua cadeira. — Você veio.
— Eu não te deixaria aqui sozinho, mate. — Danny o abraçou. — Ainda bem que você está bem.
— Podemos ir embora? — o menininho pediu e o músico assentiu.
— Seu pedido é uma ordem. — ele sorriu.
Toda calma que Daniel externava era uma farsa. Suas pernas tremiam e ele sentia uma raiva descomunal. James teve a coragem de sumir por anos e, ao voltar, fez algo desse tipo.
— Danny? — o chamou quando os dois se afastaram da multidão.
— Sim? — ele virou para o menino.
— Promete que não vai abandonar eu e minha mãe? — ao ouvir aquilo, Danny simplesmente travou. O guitarrista se abaixou até ficar na altura de e deu um grande sorriso.
— Vou te contar um segredo… — ele falou baixinho. — Eu não consigo me ver sem vocês mais.
— É sério? — os olhinhos do menino brilharam.
— Sim, é sério. — ele apertou forte a mão de . — Agora vamos embora porque a nossa garota está nos esperando.
O caminho até a casa de Georgia foi rápido e Danny estava com medo da reação de . Ele tinha medo de ela não reagir tão bem ao fato de ele ter sido quem buscou . O menino, no entanto, estava bastante calmo naquela situação.
— Danny? — o menino chamou o musicista.
— Sim?
— Eu não estou triste, ok? — ele respondeu. — James não era tão legal quanto você ou o vovô, por exemplo. Ele nem sequer se importou que eu não torço para nenhum dos dois times que iam jogar hoje.
— Sinto muito, mate. — Danny tirou uma das mãos do volante e apertou a mão esquerda de . — Ele está perdendo a maior chance de todas. Você é um garoto incrível, inteligente, amável e talentoso. Se tem alguém que perdeu nessa situação, foi seu pai.
— Eu não quero que ele seja meu pai.
— Então isso é algo que você e a advogada que tanto te ama devem decidir. — ele sorriu.
— Acredite, ela também te ama.
— Ah, eu espero que sim, garoto. — Danny deu risada e freou o carro.
Como se estivesse como um cão de guarda na janela, antes que eles pudessem se aproximar da porta, a mulher a abriu. Seu rosto estava vermelho e ela voltou a chorar assim que viu . O menininho apenas a abraçou e deixou o mundo dela cair em seus braços.
— Mãe… Sh… — ele tentou acalmá-la. — Está tudo bem.
— Meu bebê, me desculpa ter deixado você sair com ele. — ela se desculpou.
— Danny disse… — olhou para o guitarrista. — Que se alguém perdeu alguma coisa, esse alguém foi meu pai.
— Ele tem razão. — Georgia abriu um sorriso triste.
— É verdade, Danny tem razão. — riu baixinho. — Me desculpa por ser emocional demais.
— Vovó disse que é um assunto sensível para você e por isso faz terapia. — ele disse, calmo. — Você é minha melhor amiga, mãe. E eu sou o seu também.
A sensação que tinha era que, por mais difícil que fora aquela caminhada, ela merecia tudo aquilo. era o melhor presente fora de época que ela já havia recebido. Nem sabia como tinha conseguido criar alguém tão bom como aquela criança e, no fundo, uma de suas maiores críticas sobre si mesma haviam sido refutadas. Ela era sim uma boa mãe.
— Bom… — Giovanna apareceu. — Nós ainda temos um pouco de espaguete, vinho e suco para menores.
— Eu estou com fome. Posso comer? — pediu.
— É claro, querido. — Izzy apareceu. — Venham todos para dentro. Ligarei para Tom, Dougie e Harry para virem para cá.
— Vamos, advogada. — Danny estendeu a mão para . já havia corrido para Gi e Izzy. — Seu lugar é de pé e de cabeça erguida.
— Você tem razão. — sorriu.
— Você me deu razão duas vezes em pouco tempo. Devo me preocupar?
— De modo algum. — ela sorriu. — Implicar com você não tem mais graça.
— Ah, eu duvido muito. — ele lhe deu um empurrãozinho de leve. — Sinto muito por hoje.
— Obrigada por salvar meu mundo toda vez que ele ameaça desmoronar. — ela apertou a mão dele.
— Sempre que precisar.
— Eu vou deixar um aviso prévio de que vou precisar. — ela riu baixinho. — Ameacei James com todos os processos possíveis se ele voltar. Eu preciso que alguém segure as pontas enquanto eu estiver agindo irracionalmente.
— Eu não vou segurar as pontas, advogada. — ele sorriu. — Estarei ao seu lado agindo irracionalmente para proteger vocês.
— Danny…
— Eu já disse, . — ele se virou para a morena. — Eu não quero mais ficar longe de vocês. Estou de verdade nessa, você não está sozinha. Seu filho significa para mim, você significa para mim.
— Ainda bem. — ela lhe deu um beijo. — Eu não saberia o que fazer se eu não tivesse que revirar os meus olhos pelo menos duas vezes pelos comentários que você faz. Fico feliz que estamos juntos nessa.
E, de repente, a noite de meninas havia se transformado em uma noite de família. Os problemas com James seriam resolvidos prontamente no dia seguinte. Ou não. Agora, estava preocupada em estar com sua família e Daniel estava, definitivamente, incluído no pacote.

Capítulo 13

“Don't get me down, I won't let me get me (down)
I'm good right now, I won't let me get me
Take that tired heart and go and turn it inside
Oh, my, I guess this is what it feels like to be free (ooh)
Oh, my, I guess this is what it feels like to see me (ooh)”
(Let Me Get Me, Selena Gomez)



A semana em que tentava sempre evitar comemorações finalmente chegou. Era aniversário dela em três dias e todos, inclusive suas novas amigas, estavam ansiosos para comemorar. Os Heyward estavam na cidade, Georgia, Giovanna, Izzy e Barbara comentavam sobre um jantar de aniversário, enquanto os únicos planos de resumiam-se à maratona de Harry Potter comendo besteiras ao lado de e Danny.
— Vocês juram que não atrapalha ir buscar na escola hoje? — perguntou pela terceira vez naquela manhã.
— Não, querida. — sua mãe sorriu. — Só precisamos que nos envie o e-mail do seu namorado para levarmos depois até lá.
— Danny não é meu namorado.
— Mas poderia ser. — seu pai comentou.
— Pai!
— O quê? — o mais velho fez cara de paisagem. — Só estou dizendo.
— Tudo bem, preciso ir. Hoje vou conversar com James.
— Boa sorte, querida. Ameace-o com os meios legais e ilegais.
— Tudo bem, pai. — ela riu. — Amo vocês, até mais tarde.
se despediu de seus pais e foi em direção ao escritório. Barbara não havia chegado ainda, pois estaria no médico, então a advogada estava por conta própria. Alguns de seus funcionários já estavam trabalhando a todo vapor enquanto ela tentava se virar sem Barb. Quer dizer, sua melhor amiga era tudo para ela. Tanto fora, quanto dentro do trabalho.

WHATSAPP
Barb
online

Essa consulta é necessária?

A senhora Keefe já me ligou cinco vezes perguntando a mesma coisa.

Talvez eu tenha que te dar um aumento.

COMO ASSIM VOCÊ ANOTA AS COISAS NA MINHA AGENDA POR COR?

As respectivas reuniões estão na parte de trás da agenda, cor por cor.

Você faz a parte fácil do trabalho, advogada.

Estou ansiosa pela minha graduação para podermos contratar uma secretária para não precisarmos fazer o que eu faço.

Você consegue! O atendimento aqui é por ordem de chegada e está lotado… Provavelmente chegarei só depois do almoço.

Depois do almoço? Isso é muito tempo.

Eu não consigo!!!!

Consegue sim. Agora vá trabalhar, te vejo mais tarde.



Com uma careta, voltou a trabalhar, contrariada. Em uma breve pausa, a advogada decidiu fazer a ligação que mais não desejava.
— Alô? — James atendeu o telefone.
— James. — disse com desprezo.
, eu… Sinto muito.
— Eu não quero saber. — ela o cortou antes que o pai de seu filho pudesse dar suas desculpas esfarrapadas. — Eu só estou te ligando para te avisar que se você se aproximar de , eu vou acabar com tudo que você construiu até agora.
, eu…
— Não quero saber, James. — ela disse, séria. — Eu tinha lhe dito que decidiria se ia querer te conhecer ou não, e acontece que depois de você abandoná-lo num estádio lotado, ele não quer.
— Sinto muito, .
— Você só sabe dizer que sente muito? — ela bufou. — Eu sinto muito por você, na verdade. O meu filho é o garoto mais inteligente, amoroso e educado que eu conheço. Você foi o único que perdeu as coisas.
— Eu não me arrependo de ter ido embora. — ele disse.
— Por muitos anos eu me arrependi de muitas coisas, mas em momento algum me arrependi de ter mantido . — ela disse. — É um amor imensurável, James. Confesso que foi cansativo demais no início, mas ver os sorrisos de para mim foi mais que recompensador. Foi como se meu corpo todo preenchesse com um amor que eu nem sabia que merecia.
— Por que você está me dizendo isso?
— Porque você é egoísta, James. — ela o disse. — É capaz de você ter voltado só porque viu no The Voice Kids UK. Na verdade, eu duvido muito que não tenha sido por isso. Eu espero, do fundo do meu coração, que um dia você melhore. O mundo já está cheio de James por aí.
— Eu não sei do… — ele começou a falar, mas ela se cansou da conversa.
— Tenha um péssimo dia, James. Não nos procure mais. — a advogada encerrou a ligação e fez questão de bloquear aquele número de sua lista telefônica.
O capítulo James estava encerrado. Voltando ao trabalho, focou em suas reuniões com os empresários de sempre de sua rotina. A advogada estava mais que acostumada com os processos tributários com os quais lidava.
Desde o acontecimento com , toda notificação em seu celular chamava mais atenção do que o normal. Ela tinha medo e sempre estava pronta para proteger seu filho, menos naquela noite. No fim das contas, era uma mensagem de Danny.

WHATSAPP
Danny
online

Bom dia, advogada.

Será que você pode autorizar minha entrada em sua sala? Me contaram que você precisava de uma secretária.

Você tá liberado sempre, Danny. A senha é 1327.



Quando ela terminou de digitar, encarou a porta e viu Danny entrar.
— Bom dia. — ela sorriu.
— Bom dia. — ele sorriu. — O que temos para hoje?
— Como assim, Daniel? — ela soltou uma risada.
— Vim ocupar o lugar da sua secretária pela manhã. — ele disse, sério. — Atender uns telefonemas e te ajudar.
— Você não existe. — ela se levantou para ir até ele.
— Gostei da roupa. — ele deu um sorriso maldoso para a advogada. estava vestindo uma calça de alfaiataria de cós alto rosa claro com uma blusa branca de alcinhas, bem solta. Em seus pés, um salto alto. — Essa também vem acompanhada de terninho?
— Claro que vem. — ela apontou para o blazer em cima da cadeira.
Danny se acomodou na cadeira em frente à mesa e a puxou para seu colo. podia sentir seu coração batendo em seu peito, como se fosse uma adolescente boba. Danny havia se tornado seu maior refúgio nos últimos tempos. No fundo, sabia que estava cada dia mais apaixonada pelo guitarrista e, pela primeira vez, seus sentimentos não a assustaram.
— O que você está pensando, ? — ele riu. — Você está franzindo a testa, isso acontece quando você pensa.
— Isso, guitarrista… — ela lhe deu um leve beijo na bochecha. — Você talvez nunca saiba.
— Você é má. — ele fez um biquinho irresistível.
Sem deixar que Heyward tivesse uma reação, Daniel a puxou e grudou seus lábios aos dela. Para ele, beijar era sempre novo. O seu Danny interior estava dançando em seu coração agora mesmo, ele podia até senti-lo. Quando ele e Georgia se separaram, Daniel havia tentado viver para si e Coops, mas então duas pessoas um tanto especiais apareceram em sua vida. No entanto, quando pensava naquilo, sabia que estava sim vivendo para si. e cada dia mais davam sentido para sua vida, além do que ele já tinha. Danny tinha vontade de protegê-los, amá-los e cuidá-los.
— Acho que eu descobri minha coisa favorita. — ele disse baixinho.
— O quê? — perguntou um pouco ofegante.
— Seu beijo, advogada. — ele beijou o pescoço de devagar.
— Guitarrista, eu adoraria ficar aqui trocando beijos com você, mas preciso trabalhar. — ela disse baixinho. — Mas se você quiser fazer isso hoje à noite, bem… Eu estarei disposta.
Os dois se ajeitaram e Danny se dirigiu para mesa de Barbara. O guitarrista não teve problemas em atender uns telefonemas e agendar algumas reuniões para . No entanto, deixou tudo anotado para que sua secretária o fizesse do jeito que estava acostumada.
Toda vez que Daniel precisava adentrar sua sala para avisá-la de algo muito importante, percebia o quanto ela estava concentrada e o quanto ela era linda. Merda, ele parecia um adolescente. Focado em ajudá-la, Daniel ligou para confirmar com os clientes as reuniões da próxima semana.
— Heyward Enterprises, aqui quem fala é o Danny. No que posso ajudar? — ele atendeu o telefone no primeiro toque.
— Não acredito que você está fazendo isso. — ele ouviu a risada alta de Dougie.
— Não me amole, Poynter. — ele riu. — O que você quer?
— Georgia comentou comigo que você faria isso. — ele riu. — Só queria confirmar que você está apaixonado, embora já soubesse.
— Talvez eu esteja mesmo, Dougie. — ele riu. — Mas você não será o primeiro a ouvir isso.
Sem dizer mais nada, Jones desligou na cara do amigo.



Algumas horas depois, Danny bateu na porta da sala de . Ele esperou ela lhe dar permissão e, quando o fez, deparou-se com uma mesa cheia de papéis.
— Está na hora do almoço, . — ele disse. — O almoço que eu pedi já deve estar chegando.
— Será que você podia ligar para lá e pedir que, o que for que você tenha pedido, venha sem tomate? — ela fez careta. — E eu adoraria uma limonada.
— As duas coisas já foram pedidas. — ele riu. — Estou quase na família, já sei do que você gosta e do que você não gosta.
— Você já está na família, Jones. — ela riu. — Vem cá, vamos esticar as costas no sofá e esperar o almoço.
— É para já, madame. — ele estendeu a mão para ela e os dois se deitaram. — Esse sofá é mais confortável que o lá de casa.
— Discordo. — ela riu. — Sua cama e seu sofá são divinos.
— Porque eu estou lá. — ele brincou.
— Você tem razão. — ela sorriu. — O melhor carinho no cabelo.
— Eu sou um namorado fantástico. — ele disse e os dois arregalaram os olhos entre risadas. — Ops.
— Então você é meu namorado? — ela abriu um grande sorriso.
— Só se você quiser. — ele disse e tirou uma mecha do cabelo dela que caía sobre seu rosto.
— Eu quero, então. — disse e Daniel a beijou calmamente.
Mais uma vez, os corações dos dois pulavam em seus peitos.
— Eu me sinto uma adolescente. — ela riu baixinho. — Que se apaixona pela primeira vez.
— Eu também me sinto assim. — ele riu.
Por um momento, Danny pensou como seria a reação de . Coops não tinha idade para entender a situação em si, então, sua prioridade naquele momento era o filho de e seus sogros.
— O que você acha de jantar lá em casa hoje? — a advogada sugeriu. — A gente pode contar para eles e sua preocupação vai embora.
— Como você sabe que eu estou preocupado?
— Quando você fica nervoso ou preocupado, você morde a bochecha. — ela apontou para o rosto dele. — Exatamente assim.
— Droga, você já me conhece demais. — ele riu e apertou seus braços ao redor de sua namorada.
Pouco tempo depois, o almoço que Daniel havia pedido chegou e eles almoçaram entre risadas e piadinhas que Jones fazia. Assim que Barb chegou ao escritório, foi dispensado pela própria.
— Você está dispensado. — ela disse, séria. Estava brincando, é claro. — Quando eu precisar, de novo, eu te chamo, certo?
— Às suas ordens, senhorita. — ele riu. — Não quero atrapalhar as duas, então vou para casa. Tchau, meninas.
Jones levantou e ouviu reclamar.
— Ei! — ela fez um biquinho. — Não vai se despedir da sua namorada?
— É claro que não, namorada. — ele riu e a beijou.
Quando virou-se para sua amiga, viu que Barbara estava travada em seu lugar.
— Barb, está tudo bem? — ela perguntou, risonha. — Você parece ter tido um derrame.
Danny riu.
— Tchau, namorada, te vejo mais tarde. Tchau, Barb.
O cantor se dirigiu ao elevador do prédio e gargalhou ao ouvir o grito de Barbara quando ele saiu. Aquele dia estava longe de acabar, mas ele não estava nem um pouco ansioso para aquilo. Ter passado sua manhã ao lado de foi uma das melhores coisas que ele poderia ter feito.



Pela noite, os Heyward aguardavam Cooper e Danny. A mãe de , Amelia, havia feito macarrão ao molho pesto, uma das comidas favoritas do neto. Amelia, Jonathan e perceberam o quão a mulher estava radiante, mas desde que Danny Jones chegara à sua vida, ela estava assim.
— Teremos surpresas hoje, filhota? — Jonathan sentou-se na bancada da cozinha.
— Talvez? — ela deu um sorriso.
Antes que seu pai pudesse falar algo, apareceu na cozinha, chamando seu avô para assistirem a televisão. continuou ajudando sua mãe nos preparativos finais e as duas estavam em um silêncio confortável, até Amelia trazer um assunto à tona.
— Você recebeu notícias de James? — ela sussurrou.
— Não, ainda bem. — ela respondeu. — Não acho que ele vá aparecer mais, mãe.
— O que sua terapeuta disse? — Amelia sempre evitava perguntar do assunto porque sabia que quando se sentisse confortável, ela falaria sobre.
— Que foi bom eu ter dado mais um passo nessa história. — a advogada levantou a manga de sua camisa para lavar a louça. — James é meu passado e eu preciso me livrar disso para viver meu futuro, mãe.
— Eu tenho tanto orgulho de você, minha princesa. — Amelia disse, emocionada. — Eu te amo tanto.
— Também te amo muito, mãe. — ela sorriu. — Agora vá para sala passar um tempo com seu neto enquanto eu termino de lavar aqui.
Enquanto a advogada terminava seu trabalho, a campainha tocou e as vozes de Danny e Cooper se fizeram presentes na sala de estar. Enquanto Amelia e Jonathan se encantavam por Coops, Daniel apareceu na cozinha.
— Boa noite, namorada. — ele a abraçou por trás.
— Boa noite, namorado. — ela riu. — Você está cheiroso.
— Obrigado, você também está. — ele disse. — Eu trouxe uma coisa para você.
Antes que a mulher pudesse virar para ele, Jones colocou uma correntinha ao redor do pescoço de . Durante o tempo que passavam juntos, o músico percebeu que ela gostava muito das suas então não via motivo para ela não ter uma também. Em especial, uma combinando com a sua.
— Agora você tem uma correntinha com as iniciais de , assim como eu tenho uma do Coops. — ele disse.
— Danny! — ela sorriu. — Eu amei. Obrigada.
Daniel deu um beijo na bochecha da mulher e os dois foram em direção à sala de estar, onde foi recebida com carinho por Cooper.
— Tia !
— Meu amor! — ela exclamou. — Nossa, mas você cresceu muito desde a última vez que eu te vi.
— Ele tá um homenzinho já! — Jonathan comentou.
— Foram os legumes e verduras que seus pais te dão, acho que vou ter que começar a comer também, daqui a pouco você vai ficar maior que eu! — ela disse e Cooper deu uma risadinha.
— Podemos jantar? — Amelia interviu. — O macarrão vai esfriar, crianças.
— Senhora Heyward, na verdade… — Daniel começou. — Eu e queríamos falar uma coisa para vocês.
— Ai, meu Deus! — Jonathan exclamou. — Eu vou ganhar mais um neto?
— Pai! Não. — a advogada riu. — Na verdade, Danny e eu estamos namorando.
— Tipo, namorando, namorando? — abriu um grande sorriso.
— Namorando, namorando. — Danny confirmou.
— Esse. É. O. Dia. Mais. Legal. Da. Minha. Vida. — gritou e os adultos riram.
— Bem, Danny… — Jonathan sorriu. — Seja oficialmente bem-vindo à família.
— Obrigado, Jonathan.
— Imagina, filho.
— Finalmente um genro. — Amelia soltou e Danny gargalhou.
E, em família, os Heyward se juntaram à mesa e tiveram uma noite agradável. Noite essa que marcava o início dos melhores momentos da vida de , os quais ela começaria a viver para si.

Capítulo 14

“And I don't know how it gets better than this
You take my hand and drag me head first
Fearless
And I don't know why but with you I dance
In a storm in my best dress
Fearless
(Fearless, Taylor Swift)”



acordou com Daniel e trazendo-lhe café da manhã na cama. A advogada nunca gostou de comemorar aniversários, mas vê-los felizes e ansiosos era algo que ela amava, então, que mal faria celebrar seu aniversário? Em uma bandeja, os dois colocaram tudo que ela mais amava no mundo: pão integral de cenoura, limonada, morangos com chocolate e uma margarida branca num copo.
— Feliz aniversário, mãe! — o menininho se jogou em cima de sua mãe. — Eu te amo.
— Oi, meu amor. Bom dia. — a mulher se espreguiçou. — Obrigada, eu também te amo.
— Feliz aniversário, advogada. — Danny deu um sorriso. — Como hoje é inteiramente seu dia, vamos te mimar.
— Ser mimada por dois caras lindos como vocês? — ela coçou os olhos. — ‘Tô mais que dentro, senhor Jones.
— Danny, o presente! — lembrou o guitarrista.
— Ah, claro. — ele sorriu e entregou um envelope à . — Esperamos que goste.
— Danny… — ela disse baixinho. Antes que pudesse falar algo mais, um bilhete caiu. Quando ela abriu, deparou-se com a caligrafia um pouco enrolada de seu filho com a seguinte frase: “Para mim, ser destemido não é ter medo. Para mim, ser destemido é ter medos. Ser destemido é ter dúvidas, muitas delas. Para mim, ser destemido é viver apesar das coisas que te assustam até a morte.” Com os olhos marejados, encarou o filho.
— Kara me disse essa frase uma vez, disse que é da Taylor Swift. — ele deu um sorrisinho. — E, mãe… Você é a pessoa mais corajosa que eu conheço. Além do mais, estamos aqui com você.
— Isso significa que vamos para Bolton daqui dois meses? — Danny fez uma careta.
— Isso significa que vamos para Bolton daqui dois meses, Jones. — ela sorriu.
e Danny sorriram cúmplices e abraçaram mais uma vez. Os três tomaram café da manhã juntos na cama e se sentiu mais que especial. Danny fez questão de organizar todo o dia de sua namorada com ajuda de Barbara, sua mais nova fiel escudeira.
Embora estivesse tentando fingir, ele estava muito animado para a festa surpresa que planejaram para a advogada.
— Tudo está perfeito, meus amores. — ela sorriu. — Mas eu realmente preciso trabalhar. Talvez hoje eu feche um dos contratos mais importantes da minha carreira.
— Tudo bem, eu levo para escola enquanto você se arruma, advogada. Vou te levar e buscar no trabalho hoje. — Danny sorriu.
— Eu vou ter um dia de madame? — ela riu.
— Vai. — ele sorriu. — Vamos jantar juntos hoje também.
— Vou pegar minha mochila. — anunciou. — Te encontro lá embaixo, Danny, não quero me atrasar no meu primeiro dia na escola nova, sem contar que Kara está me esperando.
O menininho saiu correndo do quarto da mãe e Danny e trocaram um olhar cúmplice. Kara era a filha “irremediável” de Dougie Poynter, mas só pelo lado de fora. Era difícil para Kara lidar com pessoas novas, mas pareceu quebrar suas barreiras na primeira impressão. Desde então, os dois eram inseparáveis.
— Você acha que…? — sugeriu.
— Ah, eu acho sim. — Danny riu. — E muito.
— Mas não quero pensar nisso agora. — sorriu. — Eles são crianças.
— Isso, advogada. — o guitarrista sorriu.
e Daniel se levantaram e o homem a puxou para um abraço demorado. Por um momento, os dois apenas apreciaram a companhia um do outro.
— Obrigada pelo café. — ela sorriu e olhou para o rosto do namorado. — E pelo presente.
— De nada, linda. — ele acariciou o rosto dela levemente. — Tudo para te fazer feliz.
Quando os dois iam se beijar, para infelicidade dos dois, gritou do andar de baixo.
— Danny! Olha a hora! — o menino gritou.
— Os meus serviços de motorista estão sendo requisitados, namorada. — ele sorriu e deu um beijo rápido na mulher. — Eu já volto.
— Tudo bem… — ela riu. — Anda, os Heyward não são muito pacientes.
— Danny! — gritou.
— Eu percebi. — ele saiu correndo do quarto de . — Esteja pronta quando eu voltar!
— Pode deixar! — riu, indo em direção ao seu armário para escolher a roupa que usaria naquele dia. E é claro que seria um terninho, peça favorita de Daniel.
Quando Danny chegou, a advogada estava pronta, usando um terninho vermelho que havia comprado na semana anterior quando foi ao shopping com as meninas — Georgia, Giovanna, Izzy e Barbara.
— Espetacular, advogada. — ele sorriu ao vê-la. — Sabe, eu escrevi uma música com os meninos semana passada… Tínhamos razão, vermelho nunca foi tão bonito.
— Me sinto bonita hoje. — ela sorriu. — Muito, até.
— Você é bonita todos os dias. — ele estendeu a mão para ela. — Vamos, não quero que sua melhor amiga me bata por te atrasar.
— Ela só fala da boca para fora. — pegou sua bolsa em cima do sofá. — Barb adora você.
— Ainda bem, não tem uma pessoa no seu ciclo que eu não tenha conquistado. — ele sorriu.
— Você está convencido demais.
— Não estou… — ele deu um sorrisinho. — Eu sou.
— De fato. — deu um grande sorriso e Danny aproveitou a chance para tirar uma foto dela. — Ei!
— Ficou linda, posso postar? — ele pediu.
— Claro, mas também tem que postar uma nossa. — ela sorriu. — Aquela selfie que tiramos com o Cooper e o , no recital dos Judd. Amo aquela foto.
— Às suas ordens, capitã. — ele sorriu.
Danny e saíram da casa da advogada de mãos entrelaçadas e foram conversando animadamente até o escritório da Heyward Enterprises. O caminho foi rápido e os dois tiveram que se separar. Daniel iria para mais um dia de estúdio e para um dia cheio de reuniões e tribunal.



No horário do almoço, e Barbara estavam tão ocupadas que mal conseguiram seguir seus planos de almoçarem em celebração ao aniversário da advogada, mas Tom e Giovanna deixaram um almoço especial para ambas na entrada do prédio de .
— Eles cozinham tão bem… — ela quase gemeu de felicidade.
— Acho que nunca comi algo tão bom. — Barbara confessou. — Estou apaixonada, . E é pela comida dos Fletcher.
A amiga gargalhou.
— Idiota!
As duas continuaram comendo e enviaram um agradecimento para os Fletcher e o telefone de começou a vibrar incessantemente. Barbara riu.
— Essa coisa de ter namorado famoso…
— Toda vez que ele posta foto e me marca é assim. — riu.
— Mas ele te chamou de namorada! — Barb deu um pulo e virou a tela do celular para .
— Ai, Daniel Jones, você ainda vai me matar. — ela soltou uma risada e começou a ler a legenda. — Feliz aniversário para a melhor advogada desse mundo que, por muita sorte, é minha namorada. Eu realmente tinha razão quando disse que vermelho nunca foi tão bonito. Obrigado pela companhia sempre (e o sarcasmo também). Xx Danny.
— Esse sorrisinho no seu rosto diz que você está muito, mas muito, apaixonada. — a amiga disse.
— E tem como não estar? — replicou.
— Você tem razão. — Barbara riu. — Mas, anda, vamos trabalhar.
se viu imersa naqueles contratos o resto da tarde e só percebeu que seu escritório estava prestes a fechar quando Daniel apareceu em sua porta com uma rosa amarela. Ele estava lindo, com um semblante um pouco cansado, mas ainda sim muito lindo. E, claro, com um enorme sorriso no rosto.
— Danny… — ela disse baixinho. — Não precisava.
— Precisava sim, . — ele deu um sorrisinho.
— Sério, você é o melhor namorado do mundo.
— Me esforço para ser. — ele sorriu. — Vamos, está nos esperando em casa.
— Em casa? — ela sorriu.
— Sim, teremos uma noite especial. — ele estendeu a mão para sua namorada.
não hesitou em rapidamente se aprontar para ir embora. Sabia que merecia aproveitar, pela primeira vez, seu dia. Jones tinha um sorriso convidativo em seu rosto e aquilo a deixava cada vez mais animada. Sua vida estava entrando nos trilhos depois de treze anos graças a .
— Você ‘tá muito linda com essa roupa hoje, advogada. — ele sorriu.
— Tira o olho, meu namorado rockstar já até postou uma foto minha com ela. — brincou ao saírem de sua sala.
— Ah, é? — ele riu. — E o seu rockstar é bom?
— Sim, ele compôs uma música para mim, canta bem, toca bem… — ela disse despretensiosamente. — Beija bem também.
— Ah, o meu beijo é melhor. — ele a puxou para dentro do elevador.
— Bem, prove-me o contrário então, rockstar.
Com um sorriso enorme no rosto, Daniel puxou para perto de si e uniu seus lábios aos dela. Aquela sensação de pertencimento invadiu os dois, como sempre acontecia. recebia um carinho casto em sua bochecha enquanto arranhava, delicadamente, a nuca de Danny. Os dois se separaram ao ouvir o ‘plim’.
— É… Meu rockstar beija melhor. — ela comentou baixinho.
— Ah, é? Uma pena, desejo felicidades ao casal, então. — ele riu.
— Você é bobo demais, Daniel Jones.
— E você gosta demais disso, Heyward.
— Eu não afirmei nada. — ela deu de ombros, risonha.
— Também não negou… — ele sorriu. — O que significa que você gosta demais das minhas bobeiras.
— Você é um chato, vamos logo para casa, Danny. — ela riu.
— Mandona. — ele riu.
— Sou mesmo!
Os dois entraram no veículo de Jones e fizeram um rápido caminho até a casa da advogada. As luzes da varanda estavam apagadas, assim como as do andar de cima. ignorou aquele fato, uma vez que seu filho sempre esquecia de acender as luzes da varanda.
deve ter esquecido de acendê-las, pela milionésima vez. — riu.
Ela e Danny adentraram a casa escura e a mulher se virou para acender a luz da sala, e quando a claridade invadiu o ambiente, ela tomou um susto.
— SURPRESA! — pulou com o grito. Georgia, Izzy, Giovanna, Barbara, Tom, Harry, Dougie e as crianças estavam espalhados por sua sala de estar.
— Eu não acredito! — ela disse, surpresa.
— Estávamos mais ansiosos por seu aniversário do que qualquer coisa, . — Dougie anunciou.
— É verdade, meu pai e meus tios só sabiam falar disso. — Kara revirou os olhos. — Feliz aniversário, tia .
— Eu entrei para classe das suas tias? — ela perguntou, animada.
— Eu diria que de todos os McBabies. — Tom riu.
— Max, Buzz e Buddy ajudaram a fazer seus cupcakes. — Giovanna disse.
— Kit e Lola desenharam nas decorações. — Harry disse e observou as bandeirinhas, os papéis, tudo que decorava tinha um desenho.
— E bem… Eu ajudei a arrumar. — Kara deu ombros.
— Eu amo vocês demais, gente.
— Abraço em grupo! — gritou, animado, e todos correram até a advogada. Quando todas as mãos (e mãozinhas) chegaram a , ela sentiu seu coração inflar de amor. Aqueles, juntos de seus pais, eram sua família.
Depois do abraço conjunto na aniversariante, todos a cumprimentaram separadamente. As crianças já tinham sumido para o andar de cima, onde estava o quarto de , repleto de brinquedos e bonecos. Os adultos ficaram na sala de estar conversando e aquela era a primeira vez de Barbara, de fato, no meio da banda.
— Eu não desconfiei em momento algum. — ela foi sincera. Giovanna já havia providenciado sua taça de vinho branco e alguns petiscos.
— Esse é o princípio da festa surpresa, querida. — Georgia riu.
— Você é a pessoa mais fácil de enganar, . — Barbara disse. — E falo como sua amiga, ok? Você vive o dia inteirinho trancada em sua sala.
— Ok, você tem um ponto. — ela riu.
— Depois que conheceu o Danny que você começou a ver a luz do sol em dias úteis.
Daniel gargalhou com o comentário e deu um tapa leve em sua mão. — Ei! Ela falou a verdade.
Como de costume, o grupo ficou conversando e o tempo passou voando. se sentia em paz consigo mesma, e ver o quanto gostavam dela só a fazia se sentir melhor. Horas depois, Cooper já dormia em seu colo, Max estava apagado no colo de Dougie e Kit estava deitado no peitoral de seu pai.
— Acho que podemos cantar parabéns… — Georgia comentou baixinho ao pegar seu filho do colo da amiga.
— É, acho que sim. — concordou. — Antes, eu queria agradecer a vocês por tudo que fizeram por mim. Principalmente por terem me dado um espaço para eu me acostumar a tudo isso.
— Você faz o nosso cara feliz, consequentemente, você nos faz feliz. — Harry sorriu. — E amamos o .
— Já que estamos falando verdades, eu gosto mais de você do que do Danny, então… — Dougie deu ombros e todos riram. Danny só não jogou a almofada nele porque Max estava dormindo em seu colo.
— Bem… Não quero que isso acabe nunca. — disse baixinho. — É bom ver minha mãe feliz, é bom tocar com vocês, é bom tocar com a Kara…
— Somos como escoteiros, um por todos e todos por nós. — Giovanna riu.
— Vamos para a parte mais gostosa? — Tom perguntou, animado.
— Eu quero levar bolo para casa! — Kara gritou e Dougie a olhou feio. — O que é? O bolo da tia Giovanna é uma delícia.
— Deixa ela, Poynter. — a defendeu. — É meu aniversário.
Giovanna pegou na bancada o bolo que havia preparado para e levou até a advogada. Ele, além de parecer uma delícia, estava muito bonito. A parte de cima estava coberta com glacê branco e uns granulados cor de rosa e quando ia mais para baixo, o glacê entrava num degradê entre branco e rosa. Todos entoavam o parabéns animadamente, enquanto ela se concentrava no rosto de cada um que estava ali por ela. No fim das contas, estava se sentindo genuinamente feliz.
— Agora, assopre as velinhas e faça seu pedido. — Izzy disse para a amiga.
“Que tudo continue como está.” pensou. Tendo aquele grupo incrível de apoio, não precisava de mais nada. Ela era feliz. Ela tinha conquistado tudo que a de quinze anos desejava ter. Família, amigos, um bom emprego.
— Não conte a ninguém, senão não vai realizar. — Jones falou baixinho para ela.
Mal sabia ele que tudo que ela havia pedido, ela já tinha.

Capítulo 15

“But all your flaws and scars are mine
Still falling for you
Still falling for you
Still falling for you”

(Still Falling For You, Ellie Goulding)



Algumas consultas poderiam ser mais difíceis que outras. Apesar de estar animada para o final de semana em Bolton com Danny, , Cooper e suas famílias, sentia que seu mundo estava desabando. E aquele era apenas um passo dos enormes que ela já vinha dando durante a terapia.
— Você entende o quão necessário é enfrentar seus medos, ? — Katherine perguntou.
— Não quero ter medo. Você sempre diz que essa é a minha zona de conforto, mas se essa é a zona de conforto, eu não quero nem ver lá fora. — se defendeu.
— Precisamos ter medo, . — Katherine a respondeu. — Se não tivéssemos medo, atravessaríamos a rua sem olhar, por exemplo. Você precisa selecionar os seus medos e ser racional.
— Eu sou racional até demais, não acha?
— O que eu acho realmente não importa. — Katherine abriu um leve sorriso. — A ideia principal você não vê. Ir à Bolton, anos depois, é realmente assustador. Mas você ainda é aquela mesma pessoa que saiu de lá?
— Não. — a advogada se apressou em dizer. — Definitivamente não.
— Aquela que saiu da cidadezinha não vai mais voltar. — Katherine disse. — Voltar a sua cidade natal não vai trazer aquele sentimento de volta, muito menos a situação toda.
— Tenho medo de estragar a viagem. — ela confessou. — e Danny estão tão animados, droga.
— Você não havia dito que Daniel estava receoso quando sugeriu a ideia? — a terapeuta esperou a confirmação da advogada. — Por que ele não entenderia se, antes mesmo de ele saber sua resposta, ele estava com medo de te magoar?
— Não sei. — mordeu o lábio inferior.
— Seu medo de enfrentar seu passado faz com que você crie situações hipotéticas para você não enfrentá-lo.
Antes que pudesse argumentar, Katherine sorriu. O horário da consulta havia acabado, ou seja, teria mesmo que decidir por si mesma. E aquilo era péssimo.
— Você é a pior psicóloga do mundo, Katherine. — a advogada cerrou os olhos.
— Vendo seu progresso até hoje, , eu posso lhe dizer tranquilamente que não sou. Mas além disso, atesto que você é corajosa o suficiente para enfrentar seus medos. Tenha uma boa viagem, minha querida.
— Tchau, Katherine. — deu um sorriso. — Até semana que vem.
Sua terapeuta acenou em consentimento e a mulher saiu da sala. Como toda semana, Danny estava lá a sua espera. O guitarrista estava tão entretido em seu caderninho que nem sequer percebeu que a advogada se aproximava.
— Ei. — ela chamou sua atenção. — Música nova?
— Sim. — ele sorriu. — Compus com os garotos ontem. Estou dando os toques finais.
— Que bom. — ela sorriu. — Você vai direto lá pra casa?
— Sim, senhora advogada. — ele sorriu. — E eu tenho uma coisa para você, vamos, lá embaixo eu te mostro.
soltou um risinho porque estar com Jones era sempre uma caixinha de surpresas, apesar de ser conhecido por suas lerdezas, quando o assunto era entendê-la, ele era o mais esperto de todos. O mais atento, o mais dedicado. Sempre ele.
— Antes de tudo, … — ele parou quando encostou na porta de seu carro. — Eu quero que você saiba que eu te amo.
Ela arregalou os olhos ao ouvir as três palavrinhas saírem da boca dele. — É, eu sei que eu nunca falei isso antes… Mas eu quero que saiba que eu estou com você para enfrentar todos os seus medos, um por um.
— Daniel… — ela deu um grande sorriso. — Vou lhe dizer uma coisa antes de você fazer o que quer que seja para que não ache que a animação me motivou a dizer isso, mas eu te amo.
Danny abriu um grande sorriso e a beijou carinhosamente. Toda vez que isso acontecia, sentia que seu mundo parava e ninguém mais além deles existia. Felizmente, aquele era um sentimento recíproco. Danny não a fazia sentir que ele era a solução de todos os seus problemas, mas sim que ela era a solução dos seus maiores problemas. Desde que saiu de Bolton para viver em Londres, vivia por e reprimiu todos os seus maiores medos para si. Ela nunca quis conversar com alguém sobre aquilo, ou, dar um passo enorme como foi o início da terapia. Ela fez tudo aquilo. Ela criou uma criança praticamente sozinha, caramba.
— Aqui está sua lista, advogada. — ele entregou a ela uma folha dobrada. — Agora vamos, nossas crianças nos esperam.
não deu atenção a nada além daquelas coisas escritas no papel. Suas mãos estavam suadas e ela parecia sentir tudo ao mesmo tempo. Medo, felicidade, tristeza, carinho, admiração. Amor.

Lista das 5 coisas que a gente tem como resolver


I) Minha mãe quer que fiquemos na casa dela, seus pais querem que fiquemos na casa deles.
Solução: ficaremos em um apartamento.

II) Encontrar James.
Solução: fingimos que ele não existe em nossas vidas e nunca existiu. Você nunca precisou dele para nada.

III) Se frequentarmos algum lugar que te traga memórias traumáticas.
Solução: tentaremos, juntos, enfrentar seu medo. Se você não conseguir, iremos embora.

IV) Comentários maldosos (porque Bolton não é tão grande assim).
Solução: você se lembrará de tudo que conseguiu até hoje. Você realmente é aquilo que dizem que você é?

V) Pesadelos.
Solução: se você quiser, conversaremos sobre. Se não, ficamos abraçadinhos e quietos até você relaxar.

VI) Não é realmente um problema, mas não se esqueça que você fez toda essa mágica sozinha e agora não está mais. Não tem problema ter medos, continue sendo essa mulher corajosa que você é e sempre foi. Se eu não disse antes, saiba que eu amo você. Com todas as letras, todos os seus tiques e todas as suas reviradas de olho pra mim (eu sei que você revirou seus olhos agora).


— Preparada, namorada? — ele sorriu ao estacionar na porta de .
— Com você? Sempre. — ela lhe retribuiu um sorriso.



A viagem de quase quatro horas foi repleta de músicas, conversas, fotos, risadas e momentos em família que pensou que jamais teria. Cooper e se adoravam como irmãos, Cooper adorava ela — e era recíproco —. Sobre Danny e … Bem, achava que Danny e tinham uma conexão fora do comum. Atualmente, eles não precisavam mais falar as coisas. Apenas um olhar estabelecia uma conversa. E só.
e Kara, aparentemente, eram os novos amigos compositores de melodias do McFly. não se importava com aquilo, de maneira alguma. Na verdade, ela sentia uma grande vontade de chorar. Sabia que seu filho teria um grande caminho a traçar na música e ele estava fazendo isso.
— Você organizou um jantar com as nossas famílias? — perguntou. — Minha mãe está perguntando se já pode se arrumar.
— Yup. — ele sorriu. — Minha mãe, minha irmã e meu cunhado estarão lá.
— Ah, legal! Sua irmã me segue no Instagram. Vive comentando minhas fotos. — comentou. — Sua mãe me mandou apenas uma mensagem com muitos emojis de beijos e rosas no meu aniversário. Presumi que era um feliz aniversário.
— Kathy Jones se comunica diferente das pessoas normais, entenda. — ele riu.
— Ótimo, eu gosto de pessoas assim.
Quando chegaram no pequeno apartamento que Danny alugou para aquele final de semana, as crianças foram tirar um cochilo e os dois começaram a arrumar as roupas no armário. havia separado a roupa que usaria no jantar com a sogra e a cunhada. Era tão estranho se referir a elas assim. Era estranho ter alguém para chamar assim.
Ela escolheu uma calça jeans de lavagem clara, uma blusa de flanela listrada em azul e branco que Danny havia deixado em sua casa e um tênis branco.
— Bela blusa. — ele riu.
— Sério? Eu achei ela no lixão. — a namorada implicou.
— Você é idiota.
— É a convivência. — ela deu um risinho e o choro estridente de Cooper assustou os dois adultos ali. Quando chegaram ao quarto do lado, encontraram uma cena um tanto reconfortante: havia se levantado imediatamente para acudir Coops, independentemente do que aquilo havia sido.
— Shh, Coops. — o mais velho disse. — Eu ‘tô aqui, foi só um pesadelo.
Aos poucos, o menininho foi se acalmando nos braços de . Os dois adultos observavam a calma que o mais velho tinha com o mais novo e ficaram embasbacados. abriu um grande sorriso. Jones também.
— Parece que para todo Heyward, tem um Jones. — ele comentou baixinho.
— E se tivermos um Heyward-Jones? — ela deixou aquilo escapar. Não que ela estivesse pensando em ter filhos agora.
— Um Heyward-Jones terá a maior rede de apoio do mundo, querida. — ele sorriu. — Agora vá tomar banho. Ele tem tudo sob controle.
Os dois voltaram para o quarto do casal e começaram a agitar a vida. No banheiro social do apartamento, ajudava Danny com Cooper. Quando a advogada saiu do banho, ela se responsabilizou por vestir o pequeno e logo depois, e Daniel foram tomar seus banhos.
— O que você acha de vestir essa blusa listrada igual a da tia , Coops? — perguntou e o menininho disse que sim com a cabeça. Enquanto ela organizava as coisas em cima da cama e cantarolava baixinho, Coops estava entretido com sua guitarra de brinquedo. Quando terminou de separar as coisas, colocou a roupa e o tênis em Cooper, o levou para o quarto do casal e o colocou na cama para assistir desenho enquanto ela se arrumava.
Quinze minutos depois, os quatro estavam prontos. E, pela primeira vez em quase toda sua vida, não estava atrasada para um compromisso. Como seus pais diziam, ela era uma péssima britânica.
— Vamos tirar uma foto! Quero mandar pra Kara. — ordenou. Cooper rapidamente se agarrou na advogada, que rapidamente o pegou no colo. Danny, sem esforço algum, também pegou no colo.
— Obrigado, Danny. — ele riu.
— Me manda essa foto! Ela ficou ótima, eu quero postar. — o músico pediu.
— Tá, mas só depois que eu mandar pra Kara. Quando a gente vier pra cá de novo, podemos trazê-la?
— Por mim, tudo bem… — deu um sorriso.
Kara e o filho tinham ficado realmente próximos. A menina, que parecia odiar a tudo e a todos, sempre gostou de . sabia que aquela pose durona era apenas medo de parecer frágil, mas Kara não daria o braço a torcer por ninguém. Os quatro saíram do pequeno e confortável apartamento que Jones havia alugado e foram para o restaurante de escolha. O caminho foi rápido, mas foi o de sempre. queria escolher as músicas, embora gostasse de fazer aquilo. O gosto musical de era praticamente igual ao de Daniel, o que praticamente significava que Danny escolhia as músicas da viagem.
Quando chegaram ao local, o maître rapidamente os atendeu. O coração de aqueceu quando Daniel disse que a reserva estava em nome da família Heyward-Jones. Eles eram uma família só.
A cena que transcorreu assim que os quatro entraram no restaurante foi um tanto engraçada. Kathy Jones, mãe de Danny, correu para abraçar e Cooper. Jones riu ao ver aquilo, pois sabia que havia perdido o espaço no coração de sua mãe quando aquelas crianças apareceram em sua vida.
— Perdi meu espaço no coração dela. — ele riu e se aproximou da mesa. — E vou perder totalmente quando ela finalmente te conhecer.
— Sua mãe já me conhece por ligação. Duvido que ela vá tirar você do coração… Uma vez que você conquista seu espaço, é difícil de tirar. — deu um sorriso para o guitarrista.
— Bom saber disso, advogada. — o músico entrelaçou as mãos deles novamente e os dois cumprimentaram Kathy.
— Ah, querida! Você é mais linda ainda pessoalmente. — a senhora Jones sorriu. — E seus pais?
— Estão vindo também. — a mulher abriu um sorriso sincero.
Kathy estava totalmente disposta a fazer com que sentisse que ela gostava dele. E sempre fora assim. Quando a avó de Cooper mandou presentes para ele, fez questão de mandar para o filho de também. É como se ela dissesse ao pequeno que ele era da família também.
— Eu comprei algumas coisas pra vocês! — Kathy disse aos dois. — Vocês ainda são crianças, então também ganham presentes.
— Kathy, não precisava!
— Claro que precisava, querida. — ela apertou carinhosamente a mão de .
A senhora Jones separou algumas sacolas e distribuiu pelos outros quatro que estavam na mesa. Cooper ganhou uma pequena guitarra e Danny ganhou um pingente para sua corrente. recebeu uma pequena caixa, mas que continha uma das pulseiras mais lindas que ela já vira. Ela era prateada e tinha pequenas pedrinhas com pingentes espalhados, era encantadora.
— Kathy, que coisa mais linda! — sorriu. — Pode ter certeza que vai virar uma das minhas favoritas. Ela é muito delicada.
— Mandei fazer para você. — ela sorriu. — A família Jones costuma dar joias àqueles que querem na família. É nosso laço.
Os olhos de marejaram.
— Obrigada, Kathy. Eu também quero vocês na minha família.
— E você, rapazinho? — Kathy questionou . — Não vai abrir o presente da sua avó?
— Vou! — o menininho rapidamente abriu a caixinha que recebera. Antes que qualquer um deles pudesse falar, Danny percebeu o que sua mãe havia feito.
— Você comprou uma palheta pra ele. — ele sorriu.
— É claro. Eu sei reconhecer um talento quando o vejo. — sua mãe abriu um sorriso. — Essa é igual a que eu dei para Danny quando ele decidiu viver de música.
— Obrigado, vovó Kathy. — abraçou a matriarca dos Jones com força.
Os pais de logo chegaram e, do mesmo jeito afetuoso de Kathy, trouxeram presentes para todos. Aos poucos, aquela cena parecia mais comum do que era. A realidade era que todos naquela mesa agiam como se aquele fosse um dos mil encontros que já tiveram.
? — uma mulher loira apareceu no campo de visão da advogada. Por um momento, seu corpo congelou. Aquela era Jocelyn, uma das meninas mais populares da escola de sua época. — Ah, meu Deus! Como você está linda.
— Oi, Jocelyn! — ela sorriu. — Você também está linda.
— Eu soube que você engravidou na faculdade… — a loira não foi nada sutil ao relembrar o passado. — Você se livrou?
— Eu? Claro que não. — sorriu. A advogada encarou o filho. — Esse é o , meu filho. E do lado dele, o Cooper, meu enteado.
— Oh, garota! — Jocelyn sorriu. — Você está com o cara famoso, né? Ganhou na loteria.
— Eu que ganhei, na verdade. — Danny sorriu para a loira. — Sou Danny, o cara famoso e tal.
Kathy soltou um risinho pela situação. Jocelyn ficou sem graça com a intromissão de Danny.
— James comentou sobre. — Jocelyn disse baixo. — Mas… Você quer saber, ? Você deu uma sorte das boas. Largou um músico fracassado para ficar com um músico famoso internacionalmente. Soube aproveitar a oportunidade.
Aos poucos, quis se sentir culpada. Queria sair correndo daquele restaurante com todas as suas forças, mas não imaginava mais correr dos seus medos. Mas algo dentro de si cresceu. Na verdade, se mostrou presente. Sua força.
— Aqui vamos nós… — Danny disse baixinho quando viu o brilho nos olhos da namorada.
— Você quer saber, Jocelyn? — sorriu. — Soube aproveitar a oportunidade mesmo. Saí de Bolton grávida e com a ajuda dos meus pais eu consegui fazer faculdade. Me formei. Abri minha empresa. Criei uma criança tão bem que tem dias que acho que vou acordar de um sonho e ainda estarei alisando minha barriga, como eu fazia quando me sentia sozinha. Treze anos depois, eu conheci o cara mais irritante que alguém poderia colocar no meu caminho e eu me apaixonei por ele, mesmo me esforçando muito para não me apaixonar. Então acho que você tem razão sim… Olha a família linda que eu construí.
— E ainda falta gente! — Amelia completou a filha.
— Exato. — Kathy concordou com a sogra de seu filho.
— Se tem algo que eu fiz, foi aproveitar essa oportunidade. — sorriu. A inconveniência de Jocelyn não iria incomodá-la. — E, às vezes, é sobre isso.
— Sobre o que, mãe? — perguntou.
— Aproveitar as segundas chances que a vida dá pra gente, querido.

Capítulo 16

“This night is sparkling, don't you let it go
I'm wonderstruck, blushing all the way home
I'll spend forever wondering if you knew
I was enchanted to meet you”
Enchanted, Taylor Swift.



— Vamos logo, ! — Georgia gritava na beira das escadas da casa da amiga. — A loja não vai me esperar para sempre.
— Ok, ok, eu estou indo! — a advogada correu para não atrasar (mais) a amiga.
Heyward, você é a pior madrinha do mundo — Georgia resmungou.
— Essa é a maior mentira de todas — riu.
— Entenda, — Geo puxou a amiga para fora de casa. — O único momento em que você deve se atrasar, é quando você for a noiva.
gargalhou com o comentário de Georgia. Ela nem se atrasava tanto assim! Ok, talvez um pouco. Alguns meses se passaram desde sua última viagem para sua cidade natal e aquilo não a assustava mais. No fim das contas, Amelia Heyward e Katherine Jones se tornaram unha e carne. Ir a Bolton não era mais um pesadelo. Na verdade, gostava de fazê-lo. Danny havia planejado mais uma ida à cidade natal dos dois e ela estava animada.
Quando voltaram de Bolton, receberam a notícia de que seriam os padrinhos do casamento de Georgia e seu namorado — agora noivo —, Victor. ficou feliz que a modelo estava vivendo sua vida e sendo feliz como merecia. Aos poucos, Georgia se abriu com a advogada e conversaram como sua relação com Victor era tão diferente da que tivera com Jones.
— Você que casa às pressas e eu que tenho culpa? — a advogada tentou se defender. As duas estavam indo para o espaço onde se arrumariam para o casamento na igreja.
— Estou ansiosa para que o Danny te veja com o vestido que escolhi — Georgia deu um gritinho enquanto prestava atenção no volante. — Se ele não te pedir em casamento hoje, garota… Dê um pé na bunda dele!
— Bem… Praticamente vivemos uma vida de casados, não?
— Mas isso não é casar!
— Você é doida, sabia?
— Olivia, Izzy e Giovanna concordam comigo.
— Oli é uma traidora! — riu. — Mal entrou no grupo e já está tomando lados.
— E obviamente ela escolheu o lado certo — Georgia riu. — Eu só sei que, depois de você e Danny casarem, ela e Dougie serão os próximos.
— Georgia! Tira essa ideia de casamento da cabeça. Vamos viver apenas o seu hoje, certo?
— Tudo bem. Mas eu vou jogar o buquê na sua direção.
— Georgia… — riu. A amiga não ligava se brigava com ela sobre o assunto, sabia que ela não relutaria e que realmente estava apaixonada por seu melhor amigo.
O assunto das duas rapidamente voltou ao motivo central: o casamento de Georgia. Quando chegaram ao quarto de hotel, as outras três amigas já esperavam por elas. A equipe de cabeleireiros e maquiadores já haviam chegado também.
— A culpa do atraso não é da noiva! — Georgia rapidamente se defendeu.
— É claro que se atrasou — Oli deu risada.
— Calada — a advogada ameaçou.
A equipe rapidamente começou seus trabalhos na noiva e nas madrinhas. Danny conversava com via mensagem.

WHATSAPP
Danny
online

vai demorar muito?

claro! são cinco mulheres para serem produzidas.

quero conversar com vc, advogada

uhhh, é hoje que vou ser pedida em casamento?

vc quer que eu não negue na frente de td mundo? é isso? :p

ainda não, advogada. seria chato te pedir em casamento no casamento da minha melhor amiga, não quero ofuscar ela

o vestido dela é tão bonito q vc jamais conseguiria fazê-lo

duvido, pois meus olhos são mais bonitos!

é… não posso discordar disso tbm

preciso ir. preciso impedir que dougie não surte com kara antes do casamento

se precisar de ajuda, me chame. amo você

também amo você, advogada.

qnd vc vai parar de me chamar de advogada?

qnd eu puder te chamar de senhora Jones!

isso foi brega até para os seus níveis

mas você deu um sorrisinho, eu sinto daqui!

idiota!

eu tb te amo!



estava ansiosa para ver o resultado final de sua maquiagem. A advogada, apesar de gostar de se arrumar, não gostava de maquiagens pesadas. Como Danny dizia, a cor dos olhos de chamava atenção por si só. O maquiador havia jurado de pé junto que sua produção seria leve do jeito que ela gostaria. E ele não mentiu. A mulher estava com um leve rosado nas bochechas, um brilho labial e uma sombra da cor de sua pele que brilhava. Seus cílios estavam curvados, mas não exageradamente. Ela estava linda, podia reconhecer.
— Você está linda — pôde ouvir Olivia dizer.
— Obrigada, Oli — a advogada agradeceu. — Você também está maravilhosa.
Antes que pudessem iniciar uma conversa aleatória, a maquiadora responsável por Georgia chamou atenção de todas no espaço. Georgia estava perfeita. Seus cabelos loiros estavam ondulados com algumas trancinhas espalhadas, sua maquiagem estava leve, mas avassaladora. Aquela maquiagem ornava completamente o vestido.
— Geo… — lágrimas surgiram nos olhos de . — Você está impecável.
— Ah, ! — a amiga a abraçou. Rapidamente, Giovanna, Izzy e Olivia se juntaram ao abraço. — Obrigada por estarem comigo nesse momento.
— Obrigada por nos chamar para participar desse momento — Olivia sorriu.
— A novata tem razão. — Giovanna completou.
— Bom… Nós ainda temos, pelo menos, mais dois casamentos para participar — Izzy deixou o comentário solto, mas ele tinha direção e sentido: e Olivia.
— Bom, vamos para a tradição das noivas? — Oli cortou o assunto.
— Vamos! — Georgia deu um gritinho animado.
— Sou responsável pelo item emprestado — Giovanna disse. — Escolhi esse porque acho que você vai gostar bastante.
Giovanna tirou de sua bolsa uma pulseira cheia de pedrinhas brilhosas que, certamente, foram ofuscadas pelo brilho nos olhos da amiga.
— A sua pulseira! — Georgia exclamou. — Eu adoro ela.
— Eu sei, é por isso que eu quero te emprestar — Gio explicou. — Tom me deu essa pulseira há um bom tempo e ela exala nosso amor. Eu espero que você sinta isso com Victor.
Os olhos de Georgia marejaram. Olivia rapidamente interveio. — Eu fui responsável pelo item novo, então eu comprei isso aqui.
Oli deu à loira uma caixinha de veludo que continha um par de brincos que, curiosamente, combinavam com a pulseira.
— São lindos! — ela disse. — Obrigada, Oli.
— Vamos ao item azul, então? — Izzy sorriu. — Para combinar com o seu buquê, comprei pequenas flores para colocar nas suas trancinhas.
O sorriso de Georgia era tão grande que mal cabia no rosto. Izzy começou a colocar as pequenas flores no cabelo da amiga enquanto buscava seu presente.
— Algo velho agora — a advogada sorriu. — Esse presente eu escolhi com todo amor do mundo.
— Estou ansiosa.
— Quando eu era pequena, meu pai costumava me dar pulseiras de miçangas coloridas e dizia que, para cada obstáculo da minha vida, eu deveria escolher uma miçanga. Quando todas se esgotavam, eu trocava de pulseira — a morena sorriu. — Hoje, uma das minhas melhores amigas se casa e é um grande obstáculo em sua vida. Por isso, quero que fique com essa pulseira para colecionar os seus obstáculos junto de Victor.
Antes que pudessem evitar, lágrimas escorriam pelos olhos da noiva. Georgia estava extremamente emocionada pela delicadeza de , pois sabia que aquele era um item importante para ela.
— Eu amo vocês — Georgia disse baixinho. — Obrigada por tudo.

[...]


O caminho até o altar estava prestes a acontecer e a cerimonialista responsável estava organizando os casais. Desde o início das preparações, viu Danny pela primeira vez. Arrumado. Devastadoramente lindo.
— Eu namoro o homem mais lindo dessa cerimônia? — a advogada abraçou Jones por trás.
— Eu diria que sim, advogada — ele sorriu. — Mas eu queria te dizer que minha namorada dá de dez a zero no seu namorado.
— Rá! Essa eu duvido — ela deu uma risadinha.
— Amo você, — ele lhe deu um beijo casto. — Obrigada por ser essa mulher incrível.
— Eu também amo você, guitarrista — a mulher sorriu. — Ao infinito e além, lembra?
— Sempre — Danny sorriu.
— Hm… Casal? — Olivia chamou. — Não queria atrapalhar, mas a cerimonialista está chamando.
— Claro — Danny estendeu a mão para a namorada e os dois foram caminhando calmamente para seus devidos locais.
Aos poucos, Tom, Giovanna, Izzy, Harry, Dougie e Olivia desfilaram pelo local. Depois, veio, ajudando Cooper como pajem, e se emocionou. Apesar de Coops não ser seu filho, ela o amava como um. O menininho, envergonhado, estava com os dedinhos bem presos ao do mais velho ao seu lado. não hesitaria a soltar a mão do menininho. Jamais.
Pouco depois, Danny saiu de seu local e foi cumprir seu papel de melhor amigo da noiva. Como o pai de Georgia havia falecido, a mulher havia pedido a ele para que entrasse com ela na igreja. Emocionado e honrado com o pedido, Danny obviamente aceitou. Muitos podiam achar estranha a relação que os dois tinham pós-separação, mas achava lindo e até invejava os dois. Era aquele tipo de relação que gostaria de ter com o pai de seu filho, se pudesse. Não uma relação odiosa.
— Cuide dela — Danny deu dois tapinhas no ombro de Victor e voltou para seu lugar no altar.
A cerimônia transcorreu tranquilamente e, pela primeira vez, viu Danny chorar. Se o músico chorava no casamento dos outros, não queria imaginar o quanto choraria no seu. E como tudo que ele fazia, achou lindo.
— Acho que Olivia e Dougie vão se matar a qualquer momento — o guitarrista sussurrou quando caminhavam calmamente até o local da festa.
— Isso não seria uma surpresa, Danny — riu. — Meu amigo é ótimo, mas ele tira Olivia facilmente do sério. Acho que é por isso que os dois dão tão certo.
— Então você está dizendo que eu te tiro do sério? Ou que nós não damos certo? — ele provocou.
— Estou dizendo que, no início, é isso que acontece. Depois o caos passa — ela sorriu. — E a relação fica assim, igual a nossa. Mas no caso deles, acho que serão Doug e Oli para sempre.
— Terei que concordar com você nessa — ele riu. — Aliás, eu estava pensando aqui e…
— E seu cérebro não pifou? — ela implicou. Danny riu e a empurrou de leve.
— É sério, pestinha.
— Prossiga. Você pensou, seu cérebro não pifou e você chegou a conclusão que… — ela parou para que ele desse continuidade em sua fala.
— Que, se você se sentir pronta, deveríamos começar a procurar um lugar para chamar de nosso — seu tom continha um pouco de nervosismo. — Seu quarto de hóspedes se tornou um quarto para o Cooper. Meu quarto de hóspedes se tornou um quarto para o . Isso diz muito.
— Você está sugerindo que quer virar o cozinheiro oficial da nossa família? — a advogada deu um grande sorriso. Danny riu.
— Isso já sou! Estou sugerindo que eu quero ter você para o resto da minha vida.
— Isso você já tem, Jones — disse baixinho. — E sim, eu estou mais que pronta para, oficialmente, dar início a nossa vida a dois. Ou melhor, nossa vida a quatro.
Com um grande sorriso no rosto, Danny puxou sua namorada para si e a beijou. Era o início de uma vida para eles. Um recomeço para ela e, ainda que Jones não se desse conta, era um recomeço para ele também.

Epílogo

“Every time I wake up next to you, I talk to God
And I'm so damn grateful, 'cause you make up for all the things I'm not
Didn't know I needed nothing, till I needed you (till I needed you)
In a world that's spinnin', it ain't easy lettin' go
Eight billion people, we just lookin' for a hand to hold
Everybody's tryna find someone to hold on to”
Somebody, Justin Bieber.



Dois meses depois.


O dia doze de março começou com uma pitada de ansiedade. tinha mesmo cozinhado para sua família. E, no fim das contas, rezava para que não tivesse envenenado eles. Era a primeira vez que estavam organizando um evento em sua casa. Isso, a casa dos dois.
procurou por muito tempo casas que viessem a agradar os dois, mas ela nunca foi encontrada. Até que esbarrou no caminho de Jenna Wright, arquiteta e designer de interiores, e aquela mulher pareceu resolver todos os seus problemas em segundos. Em pouco tempo, Jenna e sua equipe encontraram um terreno para construir a casa Heyward-Jones do jeitinho que queriam.
Se todo mundo contasse para que sua vida daria esse giro de 360⁰ graus, a advogada riria com gosto. Mas ela estava vivendo, ali, os melhores dias que poderia viver. Sua família agora havia aumentado consideravelmente, já que toda banda era como uma grande família.
– Parece que tem alguém ansiosa – apareceu na cozinha com um sorrisinho.
– Estou. Espero que ele goste. Eu não sei se vou envenenar todos nessa casa com essa comida, querido.
– Relaxa, mãe. Danny te ama mesmo quando você sugere que quer comer cachorro-quente de jantar – o menino sorriu. – E, na verdade, aposto que todos dariam tudo para comer pizza no jantar.
– É a inauguração da nossa casa, querido. Precisamos de comida de verdade – a advogada interviu. – Oli e Dougie trarão o bolo.
– Danny vai adorar, tenho certeza – o menino sorriu para a mãe na intenção de confortá-la.
Enquanto Cooper e brincavam no jardim, a mulher tratou de organizar as coisas na cozinha para o almoço que se aproximava. Danny estava nas gravações do The Voice Kids e, quando chegasse, todos estariam em sua casa.

O fim da manhã transcorreu normalmente até a chegada de Georgia e Victor, seguidos dos Judd e depois dos Fletcher. Dougie e Olivia, como de costume, estavam atrasados. não ficaria surpresa se durante o percurso até sua casa, eles tivessem se matado.
Apesar de se tratarem como cão e gato, Dougie e Olivia eram o neutralizador um do outro. Podiam jurar que não se suportavam, mas desde o primeiro momento não se largaram. Kara foi essencial para isso também, já que ela foi a responsável pela aproximação do casal. Agora, Olivia fazia parte do ciclo de amigos da banda e, mesmo que ela e Dougie não fossem a lugar algum, Decker havia conquistado um grande espaço no coração de .
– Chegamos! – Dougie abriu um grande sorriso ao se deparar com todos ali.
– Quase junto do aniversariante – Olivia revirou os olhos. – Nos desculpem pelo atraso, pessoal. Que bom que Danny ainda não chegou.
– Hm, cheguei sim – o guitarrista riu baixinho no batente da porta.
– Merda, deu tudo errado – xingou.
– Isso tudo é para mim, advogada?
– Sim – ela respondeu, incerta. Aquele homem, mesmo depois de tanto tempo, ainda lhe causava as famosas borboletas no estômago. – Era para ser surpresa, mas…
– Eu amei, você sabe – ele deu um grande sorriso. – Obrigado, pessoal. Vocês não fazem ideia o quanto eu sou grato por não terem desistido de mim.
– Estávamos a um passo de desistir – Judd implicou com o amigo. Izzy fez questão de dar um tapa no marido. – Ai! É brincadeira. Nós te amamos, mate.
– Pai, pai! Eu e o Cooper fizemos um presente para você.
Por um instante, todos na sala travaram. não sabia como reagir ao ouvir seu filho chamando seu namorado de pai. Nem sequer sabia como Daniel reagiria. Mas, como sempre, Danny provou ser o homem responsável por todas as batidas erradas do coração daquela advogada.
– Você me chamou de que, campeão? – Daniel se abaixou na altura do menino.
Pai. – a verdade parecia ter atingido . Danny não era seu pai. – Desculpa te chamar de pai, Danny. Não queria te chatear e…
– Se você e sua mãe quiserem, eu serei seu pai, . – Danny tinha seus olhos tomados por lágrimas. também. – Eu posso não ser o seu pai biologicamente falando, garoto, mas no meu coração você é meu filho. Acho que desde o primeiro momento que pus os olhos em você.
– Então eu posso te chamar de pai?
Danny rapidamente encarou . A mulher estava quase aos prantos com a cena. Ele sabia da resposta. Eles tinham aquela coisa de não precisar conversar para, de fato, conversarem. Se entendiam pelo olhar.
– Pode, mas só se deixar eu te chamar de filho.
Os dois riram e se abraçaram. Georgia chorava junto de enquanto todos admiravam a cena com carinho. Cooper entregou a caixa ao pai e Danny abriu cuidadosamente.
Era um porta-retrato que tinha uma colagem um tanto especial. A foto era do casamento de Georgia, de pouco tempo atrás. Danny estava destacado na imagem e algumas estrelinhas estavam desenhadas ao redor. O guitarrista tinha uma seta apontada para fora da foto, escrito 'melhor pai do mundo'. A foto tinha sido impressa em folha normal, para que e Cooper desenhassem à vontade. Daniel sabia que aquilo tinha dedo das mulheres que estavam em sua frente. e Georgia adoravam essas coisinhas, não era à toa que tinham virado unha e carne em tão pouco tempo.
— Então…? — ele sorriu para .
— Vocês me fazem o homem mais feliz do mundo, não sabem?
— É, sabemos, sim — Georgia sorriu. — Mas seu presente não acaba por aqui. Uma certa advogada, que prefere manter o anonimato, trouxe uma coisa que você vai gostar muito.
Como uma criança ao receber presente, os olhos de Danny brilharam. sabia que ele gostava de recebê-los. A mulher correu até a porta e Jones viu sua família. E quando se pensa em família, entende-se por: sua mãe, sua irmã, seu cunhado, seu sobrinho e seus sogros. Isso mesmo.
— Meu bebê! — Kathy correu para abraçar Daniel, que abriu um enorme sorriso.
— Mãe, que saudade! Vick! — ele correu para puxar a irmã para o abraço também.
O sobrinho de Danny dormia calmamente nos braços de seu cunhado, que gentilmente lhe parabenizou. Jonathan e Amelia, no entanto, foram calorosos igual a sua mãe e irmã. Os pais de amavam Danny e Cooper como se eles fossem Heywards. Na verdade, eram por tabela.
— Meu genro! — Amy foi a primeira a abraçá-lo. — Aqui está seu presente de aniversário.
— Amy, Jonathan! Não precisava — ele foi educado.
— Aceite o presente, Daniel. Não foi assim que te criei, além disso, você adora presentes — sua mãe ralhou enquanto dava atenção para os netos.
— Isso significa que já podemos comer, certo? — Kara quebrou o silêncio. Dougie deu um leve tapa na cabeça da filha, apesar de todos no local terem rido.
— Eu juro que tentei educá-la — Dougie se desculpou.
— Minha sobrinha tem voz aqui. Se ela quiser comer, é isso que ela vai fazer — a defendeu.
— Estamos em família aqui — sorriu. — Não tem educação. É como uma grande bagunça em que todos se amam.
— Eu gostei dessa definição, campeão — foi a vez de Harry falar.
— Sabem o que isso significa, certo? — Tom abriu um sorriso.
— Abraço em família? — Barb deu um pulinho animado.
— Abraço em família! — Kathy gritou e todos se aglomeraram no meio da sala para transmitir o carinho enorme que sentiam uns pelos outros.

[...]


O almoço de aniversário de Daniel transcorreu alegremente. E com muita bagunça. Os pais do casal já haviam se recolhido, havia ido dormir na casa de Dougie, e Cooper fora com Georgia.
e Daniel estavam, finalmente, a sós. Era gostoso o silêncio em que estavam, sem sequer precisar falar algo para quebrar um possível desconforto, mas era o contrário. Estar em silêncio com Danny era algo que não precisava de palavras para dizerem algo. Eles se entendiam sem nem mesmo abrir a boca.
— Acho que eu cheguei naquele momento da vida em que posso dizer: eu venci — o guitarrista sussurrou.
— Venceu o quê? — perguntou no mesmo tom.
— Venci sua teimosia e hoje estamos aqui, venci todos os obstáculos que a vida impôs, tenho uma família incrível, dois menininhos lindos que dependem de mim, eu tenho tudo que eu sempre quis.
— Bom, então eu também venci, certo? Namorado gostoso, dois filhos lindos, empresa dando certo… É, eu também venci.
— Não mais que eu, Heyward. Você já viu minha família? Ela é melhor que a sua.
— Nananinanão. Meu namorado dá de 10 a 0 na sua namorada, por exemplo — a advogada sorriu e Danny a puxou para seu colo.
— É impossível, Heyward. Essa guerra é uma batalha perdida para você.
— Ah, é? — ela perguntou baixinho. — Eu tenho boas estratégias.
— Quais?
— Um bom soldado não confessa suas estratégias.
— Tudo bem, eu continuo amando você — Danny entrelaçou suas mãos.
— Desculpe, pode repetir? — o pediu com um sorriso bobo.
— Claro, advogada — Danny abriu um grande sorriso. — Eu amo você. Amo nossos filhos. Amo nossa família. Amo tudo que construímos e que iremos construir. Amo sua teimosia, seu sorriso, o jeito de você revirar os olhos quando falo alguma coisa estúpida. Eu amo você toda. E a gente. Céus, como eu amo a gente.
— Eu também amo você, guitarrista. Para sempre — selou seus lábios ao dele. — Você é o rei do meu coração.



Fim!



Nota da autora: Talvez eu seja a maior inimiga do fim de todos os tempos. Eu nunca achei nada bom demais pra terminar a e o Danny, até porque eu nunca parei pra pensar um algo que fosse tão bom pra uma finalização digna dessa história. Diferente de muitas fanfics por aqui, a única vilã da história foi a resistência da com ela mesma. Quis retratar esse tipo de história também, porque ela nunca é contada, sempre tem alguém pra estragar o casal. Mas dessa vez não teve. E não terá também.
Como eu sou inimiga do fim, isso significa que o final da história da e do Danny será apenas um começo. E é isso que eu entrego a vocês.
Para alma gêmea da escrita, Fernanda. Amiga, obrigada por TUDO que você contribuiu pra essa história. Você foi a primeira leitora da maioria das minhas histórias e é pra você que eu quero sempre contá-las. Obrigada por ser minha grande parceira.
E, por último, mas não menos especial, aqui vai meu agradecimento para minha única beta e maior de todas, Lala! Obrigada por todo companheirismo, por todos os gritos e por todas as vezes que você me motivou a escrever. Eu te admiro demais!
Para as minhas leitoras, eu queria dizer que existem finais felizes e finais necessários. e Danny tiveram os dois. Obrigada por TODA companhia durante essa jornada. Eu amo vocês. Obrigada, obrigada, obrigada.
Mas como todas são curiosas, aqui está um spoiler do futuro de e Danny: 10. Somebody.
Com todo amor do mundo,
Tris. 💙

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Nota da beta: Eu nem sei como começar essa nota, porque a minha paixão por essa fic e por ter tido você como autora não dá nem para colocar em palavras. Eu amo esse casal, eu amo essas crianças e amo cada personagem que você quis retratar aqui. A família de KOMH já parecia minha família de tanto que me apeguei. Amei ver esses dois tão docinhos nesse final, amei ver a recomeçar e eu amei mais que tudo o chamando o Danny de pai, que final do caralho que você trouxe para nós, Tris! Eu que tenho que agradecer por todos os surtos e a amizade que criamos ao longo desse caminho, porque quero te levar pra vida, sem dúvida alguma; você é uma autora incrível e eu quem te admiro demais, obrigada por tudo e seguimos na parceria com Oli e Dougie e com quem mais vier na sua cabeça 💙

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