Última atualização: 26/12/2024

Capítulo 1

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"Amor sempre foi uma palavra forte para mim, algo que eu sabia que talvez nunca fosse encontrar. Meu histórico de relacionamentos fracassados deixava isso bem claro. Eu já tinha até me conformado com a ideia de nunca ser amada da mesma forma que eu amava, até que eu o conheci… E ele chegou como um furacão, revirou toda a minha vida e me fez questionar tudo o que um dia acreditei. Quando menos esperava, eu o amava — e, felizmente, ele também me amava.
Essa é a história que não só mudou a minha vida e minhas convicções, mas que, acima de tudo, me fez a mulher mais feliz do mundo… Enquanto durou."

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Abril de 2020.

Os olhos vermelhos e inchados indicavam que ela havia chorado, talvez a noite toda. Vê-la daquele jeito quebrava o coração dele em mil pedaços, mas isso não o faria mudar de ideia. Ele sabia que poderia se arrepender de deixá-la, mas, naquele momento, sentia que era a coisa certa a fazer. Melhor ir embora enquanto ainda a amava, do que partir quando já não sentisse mais nada.
– Você tem certeza? – A voz dela saiu frágil, quase inaudível.
Ele tinha certeza? Claro que não, mas nada no mundo o faria voltar atrás naquele instante.
– Eu sinto muito.
Seus olhos se encheram de lágrimas ao vê-la desabar na sua frente, tomada por uma dor que ele havia causado. A relação que ela jurara que duraria para sempre estava sendo destruída diante dos seus olhos.
… – Ele tentou se aproximar, mas ela levantou a mão num gesto silencioso, pedindo que ele ficasse onde estava. – Me desculpa.
– Você já pode ir. – Ela falou entre soluços, sentando-se na ponta da cama, afundando o rosto nas mãos.
Ele não conseguiu se mover, continuou ali, observando-a, o peito apertado de culpa. Eu sou o motivo do sofrimento dela, pensou, sentindo o peso da culpa esmagá-lo.
– Eu sinto muito, – a voz dele falhou. Lágrimas escorreram por seu rosto, e ele precisou se segurar para não correr até ela, abraçá-la e dizer que havia mudado de ideia. – Eu...
– Tudo bem, Harry. – ela disse, com a voz abafada pelas mãos que ainda cobriam o rosto. – Só vai embora, por favor.
– Eu espero que um dia você me perdoe.

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Setembro de 2022.

Harry revirava a mala com pressa, jogando roupas para todos os lados em busca de um item específico. O quarto de hotel, antes impecável, agora parecia um caos, com camisas e calças espalhadas pelo chão. O desespero estava estampado em seu rosto, e suas mãos tremiam progressivamente enquanto verificava cada compartimento.
— O que você está procurando? — Sylvie Mason, sua assessora e melhor amiga, perguntou, encostada na porta, com uma sobrancelha arqueada. Ela estava acostumada com os momentos de tensão de Harry, mas algo parecia mais intenso do que o normal.
— Um livro. — Ele mal olhou para ela, a voz carregando um tom de urgência.
Aquele livro? — Sylvie arqueou ambas as sobrancelhas, sabendo exatamente de que ele estava falando. Ela nunca entendeu a obsessão de Harry por aquele livro em particular. — Se é tão importante, posso ir até uma livraria e comprar outro pra você.
Harry parou por um momento e olhou para ela, claramente irritado. Seu peito subia e descia rápido, não só pela ansiedade de não encontrar o que procurava, mas pelas palavras de Sylvie.
— Você não entende. — Sua voz soava tensa, quase exasperada. — Não é sobre a história. Não é um livro.
Sylvie estreitou os olhos, sentindo a frustração dele. Ela sempre teve curiosidade sobre o que aquele livro representava, mas sabia que tinha algo a ver com . Afinal, era ela quem o havia escrito. Mas nunca ousou perguntar diretamente, respeitando os limites de Harry.
— Então o que é? — ela arriscou, tentando ser mais cuidadosa dessa vez. — O que aquele livro significa pra você?
Harry suspirou, soltando o ar de forma pesada. Seus ombros relaxaram por um segundo, como se finalmente tivesse decidido falar. Ele sabia que Sylvie merecia uma explicação, afinal, sempre esteve ao seu lado, até nos momentos mais difíceis.
— Foi a última coisa que ela me deu. — Sua voz agora estava mais baixa, quase um sussurro. — autografou pra mim, antes de tudo... antes de acabarmos. É a última lembrança física que tenho dela, do que a gente foi.
Sylvie olhou com um misto de surpresa e compreensão. O livro, que ela pensou ser apenas um objeto qualquer, era, na verdade, um pedaço do passado de Harry, algo que ele segurava como uma angústia.
— Harry... — Sylvie começou, mas não sabia exatamente o que dizer.
— Eu sei, parece loucura. — Ele passou as mãos pelos cabelos, agora mais calmo. — Mas é a única coisa que ainda me conecta a ela, de verdade. Não posso perder isso. Sylvie deu um passo em sua direção, uma expressão suave.
— Não é loucura. — Sua voz era firme, mas gentil. — Se isso significa tanto pra você, então vamos encontrar esse livro.
Harry soltou um suspiro, aliviado por ter finalmente compartilhado o que guardava para si há tanto tempo. Sylvie sempre esteve ali, e agora, mais do que nunca, ele sentiu que poderia confiar nela.
— Obrigado. — Ele disse, com um sorriso cansado, mas genuíno.

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Janeiro de 2015.

estava sentada numa cadeira de couro, com as mãos entrelaçadas no colo, tentando esconder o nervosismo que crescia dentro dela. A sala de reuniões da gravadora era ampla, com janelas de vidro do chão ao teto que ofereciam uma vista da cidade. Ela olhava para fora, como se aquilo pudesse distraí-la do fato de que, em poucos minutos, conheceria a maior boyband do mundo.
O projeto que a trouxe até ali era algo além dos seus sonhos mais loucos: ela, uma jovem escritora brasileira de fanfics, contratada para escrever um livro oficial sobre a banda One Direction. Ainda parecia surreal.
A porta se abriu, e a agente da banda, acompanhada de um homem alto e vestido de terno, entrou na sala. Mas mal teve tempo de registrar os dois antes de ouvir vozes e risadas vindas do corredor. Seu coração disparou, e ela instintivamente ajeitou o cabelo. Eles estavam chegando.
Um a um, os membros da One Direction começaram a entrar. Primeiro, Louis, seguido por Liam e Niall, todos sorrindo e cumprimentando as pessoas na sala. Logo atrás deles, Zayn entrou, um pouco mais reservado, mas lançando um leve sorriso em sua direção.
E então, ele entrou.
Harry Styles. O nome parecia carregar um peso diferente para ela, não porque ele era o membro mais popular da banda, mas pela aura que ele trazia consigo. Seus olhos esverdeados varreram a sala até pararem nela, e, por um breve segundo, achou que o tempo tivesse desacelerado. Ele sorriu de lado, com um ar despreocupado, e se sentou ao lado de Louis, o último lugar vazio na mesa.
— Então você é a famosa escritora de fanfics? — Perguntou Louis, lançando um sorriso divertido. Ele não estava sendo maldoso, apenas curioso, mas a pergunta fez corar.
— É... Acho que sim. — Ela riu nervosa, tentando aliviar a tensão que sentia. — Nunca pensei que acabaria escrevendo um livro sobre vocês.
— Bem, aqui estamos — disse Liam, simpático. — Estamos empolgados com isso. assentiu, grata pela recepção amigável, mas não pôde evitar lançar um olhar furtivo para Harry, que a observava em silêncio. Ele não parecia tão à vontade quanto os outros, mas também não estava fechado. Havia algo em seu olhar... curiosidade, talvez?
— Então, vamos ao que interessa, certo? — a agente da banda começou, batendo de leve uma pasta sobre a mesa. — Este livro será diferente de qualquer outra biografia. Queremos algo que capture a essência da banda, mas também traga uma narrativa envolvente. Algo que as fãs adorariam ler. , você pode contar mais sobre suas ideias?
pigarreou e tentou afastar o nervosismo. Já havia preparado uma apresentação mentalmente, mas com cinco pares de olhos — e especialmente os de Harry — focados nela, parecia mais difícil do que esperava.
— Bom, a ideia é criar uma ficção que tenha um toque pessoal de cada um de vocês — começou, falando devagar, tentando controlar sua respiração. — Eu quero que o livro seja algo autêntico, que mostre como são de verdade, mas que também crie uma história com a qual as fãs possam se identificar. Não só uma história de fama, mas de amizade, desafios, crescimento... E talvez um pouco de romance.
— Romance? — Niall levantou as sobrancelhas, claramente interessado. — E quem vai se apaixonar?
A sala explodiu em risadas, menos Harry, que manteve o olhar fixo nela, esperando uma resposta.
— Nada clichê, eu prometo — respondeu com um sorriso. — A ideia é mostrar um lado mais vulnerável, mais humano. Eu já tenho algumas ideias, mas vou precisar passar mais tempo com vocês, entender melhor como são nos bastidores. O livro tem que ser verdadeiro, ou então não vai funcionar.
— Faz sentido — Liam assentiu, parecendo pensativo. — Queremos algo que realmente nos represente.
relaxou um pouco ao perceber que eles estavam a bordo da ideia. Sua confiança começou a crescer, e ela sorriu mais abertamente.
Mas Harry continuava em silêncio.
— E o que você acha, Harry? — A agente virou-se para ele, percebendo que ele ainda não tinha falado nada.
Todos na sala o olharam, e sentiu uma pressão crescente no peito. Ela também queria saber o que ele pensava. O silêncio dele até então a deixava inquieta.
Harry se mexeu na cadeira, cruzando os braços e finalmente falando:
— Acho que precisamos confiar na visão dela — disse, seus olhos verdes agora diretamente sobre os dela. — Ela tem um jeito diferente de ver as coisas. Talvez seja isso que precisamos. Algo... novo.
Havia uma profundidade na voz dele, algo que fez o estômago de dar um nó. Ela não sabia se ele estava sendo sincero ou apenas cortês, mas o olhar dele transmitia mais do que ele estava dizendo.
— Obrigada. — murmurou, sem saber exatamente como responder à intensidade daquele olhar.
O resto da reunião foi mais técnica, discutindo prazos e como acompanharia a banda na turnê para coletar material para o livro. Mas, durante todo o tempo, ela sentiu a presença de Harry, mesmo quando ele não dizia nada. Quando a reunião terminou, os outros rapazes se levantaram, conversando entre si e se preparando para sair.
— Você fez um bom trabalho hoje. — disse Zayn, acenando com a cabeça para ela ao sair. Niall e Liam sorriram e se despediram calorosamente, mas Harry foi o último a sair da sala. Quando passou por , parou por um segundo, inclinando a cabeça levemente.
— Nos vemos por aí, escritora. — ele disse, com um sorriso enigmático, antes de sair pela porta.
soltou o ar que nem percebeu que estava prendendo. Seu coração ainda batia acelerado, e ela sabia, naquele momento, que esse trabalho seria muito mais complicado — e intenso — do que esperava.
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"Eu me lembro do jeito que ele me olhou naquele dia, como se estivesse enxergando algo além das minhas palavras. Harry tinha essa estranha habilidade de fazer com que o silêncio entre nós dissesse mais do que qualquer conversa."
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Capítulo 2

Setembro de 2022.

Harry estava inquieto, tentando esconder a ansiedade enquanto se sentava em frente a Olívia no restaurante do hotel. A busca frenética pelo livro ainda ecoava em sua mente, mas ele precisava se concentrar. Olívia parecia indiferente ao seu estado mental, percorrendo o cardápio com a serenidade de quem tinha controle de tudo.
— Onde você estava? — Olívia perguntou, sem levantar os olhos do menu. — Você demorou.
— Conversando com Sylvie sobre os shows em Austin — respondeu Harry, a voz mais calma do que ele realmente se sentia. Era uma meia-verdade; ele havia conversado com Sylvie, mas a maior parte do tempo tinha sido gasto vasculhando o quarto à procura do livro.
— A viagem é amanhã de madrugada. Está tudo bem para você? — Olívia deu de ombros, acenando para o garçom como se a conversa fosse uma mera formalidade.
— Tudo certo — Harry concordou.
— A que horas é o voo? — perguntou Olívia, ainda focada no cardápio.
— Três da manhã — respondeu ele, sem muita convicção. Sua mente estava distante, ocupada com outro nome: . Aquele livro que ele não conseguiu encontrar era a última peça tangível de um passado que ainda o prendia.
— Três da manhã é cedo, mas acho que conseguimos descansar depois do show — Olívia comentou de forma casual, como se estivesse falando sobre algo trivial.
Harry concordou de novo, distraído. A luta interna entre seu presente estável com Olívia e o passado tumultuado com o sufocava. Ele se perguntava se algum dia seria capaz de realmente deixar tudo para trás. Olívia estava ali, à sua frente, mas o nome de continuava a ecoar em sua mente.
— Harry, você me ouviu? — Olívia perguntou, notando que ele estava distante, perdido em pensamentos.
— Desculpa, o que foi? — Ele piscou, tentando se forçar a voltar ao presente.
— Eu disse que às três da manhã é cedo. Está tudo bem? Você parece distante.
— Está tudo bem, só cansado com a agenda — respondeu ele, com um sorriso forçado, tentando suavizar a tensão.
Olívia o olhou por um momento, como se estivesse avaliando suas palavras, antes de soltar um suspiro. Sem dizer nada, abaixou o menu e tirou um objeto da bolsa. Era o livro.
— Acho que está procurando isto — disse Olívia, entregando o livro para ele.
Harry ficou surpreso, sua mente em branco por um instante. Ele pegou o livro com cuidado, como se fosse algo sagrado.
— Onde você encontrou? — perguntou ele, olhando-a com olhos atentos.
Olívia manteve a calma, como sempre, mas havia algo diferente em seu tom quando falou.
— Eu peguei. Sabia o quanto esse livro significava para você e queria entender o porquê. — Ela fez uma pausa, buscando as palavras certas. — Eu li algumas partes. Sei que foi quem te deu, e entendo que esse é o último vínculo que você tem com ela.
Harry respirou fundo, o livro pesando em suas mãos. Ele não estava bravo, mas o fato de Olívia tê-lo pego sem avisar o incomodava. Ele sabia que não era sobre ciúmes ou desconfiança, mas uma tentativa dela de compreender algo que talvez fosse impossível de explicar.
— Não é só um livro — começou Harry, tentando expressar o que sentia. — É a última lembrança que tenho dela... antes de tudo terminar.
Olívia o observou em silêncio, percebendo o quanto aquilo ainda o afetava. Ela havia entendido mais do que gostaria.
— Não queria que isso ficasse entre nós — disse Olívia, em um tom mais baixo. — Só queria saber o que te prende tanto ao passado.
Harry abaixou os olhos para o livro em suas mãos. Por mais que tentasse, ele ainda não conseguia se libertar completamente de . E Olívia sabia disso.

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Fevereiro de 2015.

A luz suave da cidade entrava pelas cortinas semiabertas do quarto de hotel. estava sentada na beira da cama, observando suas roupas espalhadas pelo chão. O silêncio entre eles era quase sufocante, interrompido apenas pelo som suave da respiração de Harry, que ainda estava deitado, com os lençóis bagunçados ao redor da cintura. O corpo dele, suado e satisfeito, irradiava uma confiança que ela conhecia bem demais. riu internamente ao perceber que ele achava ter conquistado algo.
Harry virou o rosto na direção dela, um sorriso preguiçoso estampado no rosto. — O que foi? — perguntou, com a voz rouca, deslizando a mão pelo cabelo desarrumado. — Está tão quieta. Pensei que tivesse gostado.
Ela desviou o olhar por um segundo, controlando o sorriso que ameaçava surgir.
— Gostei — respondeu, seca. — Mas não é como se isso mudasse alguma coisa, Harry. — Ela começou a se vestir, cada peça de roupa colocada metodicamente, como se já soubesse que aquele seria apenas mais um capítulo que ela deixaria para trás.
Harry sentou-se na cama, o lençol escorregando um pouco mais, revelando o torso nu. Ele a observava com uma mistura de diversão e confusão.
— O que você quer dizer com isso? A gente tem algo aqui, . E você sabe disso.
Ela se virou para encará-lo, o olhar firme, como se quisesse deixar claro que ele não tinha o controle da situação.
— Você acha que, só porque conseguiu me levar para a cama, isso significa alguma coisa? Não se engane, Harry. — Suas palavras foram afiadas como uma lâmina. — Isso aqui, o que quer que tenha sido, termina agora.
A expressão de Harry mudou; a arrogância foi substituída por uma centelha de frustração. Ele se levantou rapidamente, cruzando o quarto em dois passos longos e parando à frente dela.
— Você está fugindo porque tem medo — disse, encarando-a nos olhos, a mão segurando o braço dela com firmeza, mas sem machucá-la.
ergueu uma sobrancelha, desafiadora. — Medo? Não me faça rir, Harry. Eu só sei exatamente quem você é e, mais importante, quem eu sou.
— Então por que agir assim? — perguntou ele, a voz mais baixa, quase vulnerável, como se quisesse entender a barreira que ela erguia entre eles. — Por que não podemos simplesmente admitir que existe algo a mais aqui?
Ela soltou uma risada curta e fria. — Porque você não me conhece — respondeu, encarando-o com o mesmo fogo que ele tinha nos olhos. — Você acha que eu sou como as outras garotas. Que vou me derreter só porque passamos uma noite juntos. Mas eu não sou assim, Styles. Nunca fui.
O silêncio entre os dois voltou, mas dessa vez estava carregado de emoções mal resolvidas. Harry soltou o braço dela, parecendo incerto, talvez pela primeira vez desde que se conheceram. Ele deu um passo para trás, como se o espaço entre eles fosse uma barreira invisível que não soubesse mais como cruzar.
lançou um último olhar para ele enquanto terminava de abotoar a camisa.
— É exatamente isso.
Sem dizer mais uma palavra, ela virou as costas e saiu, deixando Harry ali, sozinho no quarto, com a sensação incômoda de que algo havia mudado.

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"Eu senti o calor do seu olhar quando fechei a porta. Ele acreditava que tinha me conquistado, mas eu sabia que era apenas o começo. Ele ainda não fazia ideia de que eu não era alguém que ele poderia controlar, por mais que tentasse. Aquilo era um jogo que ele estava destinado a perder desde o momento em que pensou que poderia ganhar."
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Setembro de 2022.

O jantar havia seguido um rumo mais casual, com Olívia comentando detalhes da agenda da turnê enquanto Harry se limitava a responder com monossílabos. A mente dele estava a quilômetros de distância, vagando em um turbilhão de lembranças que se recusavam a ser silenciadas. O livro de parecia a última peça de um quebra-cabeça que ele não conseguia montar. Cada palavra escrita por ela o transportava para momentos que ele havia tentado, sem sucesso, deixar para trás.
Após o jantar, eles retornaram ao quarto. Olívia, completamente absorta no celular, mal notou quando Harry se sentou à mesa. Ele pegou algumas anotações da turnê e tentou se concentrar no trabalho, mas era inútil. O peso no peito só aumentava, uma sensação de que algo importante estava prestes a acontecer.
De repente, o telefone vibrou, arrancando-o de seus pensamentos. Era uma mensagem de Louis:
"Você está aí?"
Harry franziu a testa, intrigado. Não era comum Louis mandar mensagens sem motivo, ainda mais com aquele tom urgente.
"Sim, o que houve?"
Alguns segundos depois, o telefone tocou. Ele atendeu imediatamente.
Harry... — a voz de Louis estava séria, carregada de uma tensão palpável. — Tem uma coisa que precisamos te contar.
Harry ajeitou-se na cadeira, um desconforto imediato tomando conta de si. Algo no tom de Louis indicava que a conversa não seria trivial.
— Estou ouvindo — respondeu ele, tentando soar calmo, mas com o coração batendo mais rápido.
Precisa ser pessoalmente — continuou Louis, soltando um suspiro pesado. — Podemos conversar quando você chegar a Austin? É importante.
Harry sentiu o estômago revirar. A última vez que Louis havia falado algo assim, notícias difíceis seguiram.
— O que aconteceu? — perguntou ele, sua voz mais grave, a inquietação crescendo.
Houve uma pausa do outro lado da linha.
Queria te fazer uma pergunta — Louis disse finalmente, o tom mudando para algo mais delicado. — A ainda é importante para você?
Harry ficou em silêncio por alguns segundos, chocado pela pergunta repentina. Ele não via há um ano. A última coisa que soubera dela era que seu relacionamento com Dylan O'Brien tinha terminado, e esse era o principal motivo para que não quisesse sequer olhar na cara de Harry.
— Que tipo de pergunta é essa, Louis? — ele perguntou, confuso. Por que estaria sendo trazida à tona agora?
Só preciso de um sim ou não — insistiu Louis, a tensão em sua voz aumentando.
Harry respirou fundo, sentindo o peso da verdade que tentava evitar. Ele sabia a resposta, mesmo que não quisesse admitir.
— Você sabe que sim, — respondeu finalmente, a frustração evidente. — Mas por que isso importa agora? Não estamos juntos há quase dois anos.
Te mandei um endereço por mensagem — Louis respondeu rapidamente. — Quando você chegar a Austin, venha até aqui.
— Louis, isso é uma boa ideia? — Harry hesitou, os fantasmas do passado voltando a assombrá-lo. — A me...
É importante — Louis o cortou, com firmeza. — A gente vai te esperar.
— A gente quem? — Harry perguntou, agora ainda mais curioso.
Quando você chegar, vai descobrir — respondeu Louis, encerrando a ligação sem dar espaço para mais perguntas.
Harry ficou segurando o telefone por alguns segundos, encarando a tela em silêncio. Algo estava se formando no horizonte, algo que ele sabia que não poderia evitar.
Olívia olhou para ele por cima do celular, finalmente percebendo a inquietação. — Tudo bem?
Harry guardou o telefone no bolso e tentou forçar um sorriso. — Sim. Só trabalho.
Mas por dentro, ele sabia que não era só isso. Algo sobre aquela conversa dizia que a noite seria longa, e que Austin traria mais do que ele esperava enfrentar.

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Março de 2015.

O hotel fervilhava de movimento, com a equipe correndo de um lado para o outro, ajustando os últimos detalhes da turnê. No camarim, porém, o clima era mais leve. Os meninos estavam jogados pelos sofás, brincando como de costume, e tentava absorver o máximo daqueles últimos momentos com eles.
Depois da reunião com os empresários, a sensação de alívio ainda pairava sobre ela. A conversa sobre seu retorno ao Brasil havia sido menos tensa do que ela imaginava, mas isso não significava que estava livre de outras discussões difíceis.
— Então é sério que você vai embora? — Louis perguntou, com um tom que mesclava curiosidade e incredulidade. Ele brincava com uma almofada no sofá, tentando disfarçar a preocupação.
, encostada na parede, cruzou os braços e soltou um suspiro. — Sim, Louis. Preciso ir para casa. Já estou aqui há três meses, e, honestamente, já tenho material suficiente para o livro.
Liam, que estava próximo dela, franziu a testa. — Eu entendo você sentir falta de casa, mas... vai voltar depois da pausa, certo?
— Talvez sim, talvez não — respondeu com um sorriso pequeno. Queria aliviar o peso da situação, mas sabia que sua resposta era mais evasiva do que eles gostariam. — Depende de como as coisas vão fluir para mim lá.
Niall, sempre o mais espontâneo, levantou-se e a puxou para um abraço. — Vamos sentir sua falta, baixinha, — disse ele, apertando-a com carinho.
Ela riu, dando um leve soco no ombro dele. — Vocês ainda vão me ver por mais duas semanas. E nem sou tão pequena assim!
— Perto de mim, é — Niall respondeu, sorrindo de forma brincalhona.
Liam, mais reservado, também a abraçou brevemente. — Vai ser estranho sem você aqui, mas eu entendo. Só não esquece da gente, ok?
— Nunca — respondeu , sentindo uma pontada de culpa. Ela sabia que eles eram mais do que apenas colegas de viagem; eram amigos que haviam se tornado família.
Louis, sempre o provocador do grupo, não perdeu a oportunidade de brincar. — Agora o Styles vai ficar todo deprimido, — comentou ele, apontando para Harry, que estava sentado num canto, aparentemente distraído com o celular. — Quer apostar quanto que ele vai implorar para você não ir?
O comentário arrancou risadas dos outros, mas apenas forçou um sorriso. Sabia que a conversa com Harry seria a mais difícil. Ele vinha se afastando desde a saída de Zayn, e algo no comportamento dele a deixava inquieta.
— Preciso de um tempo sozinha, pessoal — disse ela, saindo do camarim com um aceno breve.
Ela caminhou pelos corredores do hotel, buscando um lugar mais tranquilo. Encontrou um canto isolado e sentou-se, tentando organizar os pensamentos. Mas antes que pudesse realmente se perder neles, ouviu passos atrás de si.
! — A voz de Harry soou firme, mas havia algo de vulnerável ali.
Ela se virou lentamente, encontrando-o a poucos passos de distância. Seus olhos, tão expressivos como sempre, estavam cheios de uma mistura de frustração e preocupação.
— Estou pensando, Harry. Preciso de um tempo sozinha — disse ela, tentando manter a calma.
— Pensar? — Ele cruzou os braços, sua postura defensiva. — Você está mesmo pensando em voltar para o Brasil? Por quê? Depois de tudo o que você construiu aqui, você vai simplesmente... abandonar?
— Eu não estou abandonando nada! — respondeu , a raiva começando a subir. — Só quero... — Ela parou, respirando fundo para conter as emoções. — Preciso de espaço. Não é sobre vocês, nem sobre a banda. É sobre mim.
Harry deu um passo à frente, sua intensidade quase sufocante. — E você não acha que devia falar com a gente antes? Nós somos uma equipe, . Você faz parte disso, e agora vai simplesmente desaparecer?
Ela riu sem humor, cruzando os braços. — Uma equipe? Harry, desde quando minha presença aqui é vista como algo mais do que marketing para os empresários? Eu sou só mais uma peça desse jogo para eles. E estou cansada.
As palavras dela o atingiram, mas ele não estava disposto a desistir. — E o que vai fazer no Brasil? Ficar longe de nós... de mim?
— Talvez seja exatamente o que eu precise. Ficar longe de você.
Aquelas palavras o desestabilizaram. Harry abriu a boca para protestar, mas nada saiu. o olhou uma última vez, e a dor no rosto dele quase a fez recuar.
Mas ela precisava ir. Não apenas para o Brasil, mas para longe daquele ciclo que já não fazia sentido.
Sem dizer mais nada, virou-se e foi embora. A sensação era agridoce, um misto de alívio e saudade antecipada. Ela sabia que estava machucando Harry, mas às vezes, escolhas difíceis eram necessárias.

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E enquanto me afastava de Harry, uma verdade ressoou em minha mente com uma clareza devastadora: Harry não era motivo suficiente para eu ficar. Ele era uma pessoa incrível, mas ainda não havia nada ali que me fizesse acreditar que o amor que tanto esperavam de mim pudesse ser real. Eu precisava de mais do que um afeto morno, precisava de algo verdadeiro e profundo. A decisão de voltar ao Brasil não era uma fuga, mas um passo em direção ao que realmente queria. Não podia me prender a uma incerteza que ainda não havia se transformado em certeza.
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Capítulo 3

Setembro de 2022.

– Até que enfim! Pensei que você não ia aparecer! – Louis exclamou assim que abriu a porta e viu Harry parado. O semblante do mais novo era sério e preocupado. – Entra!
Louis deu espaço para que Harry entrasse, e ele se surpreendeu ao encontrar Liam e Niall sentados no sofá da pequena sala da suíte do hotel.
– O que vocês estão fazendo aqui? – Harry questionou, claramente confuso com a presença dos ex-companheiros de banda. – Cadê o Zayn? Tá no banheiro?
– Somos só nós mesmo – Louis respondeu, um tanto desconfortável, mas tentando manter a calma. Ele sabia que tudo aquilo era pela felicidade de .
– Que loucura, não é? Nós quatro estamos no mesmo lugar depois de tanto tempo – Niall tentou aliviar a tensão, sorrindo de lado.
Harry entrou devagar, ainda desconfiado. – Eu tenho shows aqui essa semana – ele respondeu, ignorando o clima estranho, mas claramente curioso. Ele olhou ao redor. – E vocês? O que estão fazendo aqui?
– Fomos convidados para um casamento – Liam começou a explicar, tentando abordar o assunto com cuidado. Ele não sabia como Harry reagiria à informação. – É amanhã.
– Casamento? – Harry franziu a testa, confuso. – De quem?
Louis e Niall trocaram olhares desconfortáveis, mas antes que eles pudessem responder, Harry sentiu um peso no peito. Uma sensação de desconforto tomou conta dele, como se já soubesse a resposta, mas não estivesse pronto para ouvi-la. Louis disse de uma vez, tentando ser o mais direto possível:
vai se casar amanhã.
Harry sentiu o impacto daquelas palavras como se tivesse levado um soco. Amanhã? Ele piscou várias vezes, processando o que acabou de ouvir.
– Ela vai se casar com o Dylan O'Brien – Niall completou, com um olhar pesaroso.
O nome de Dylan era tão distante para Harry que não importava. Ele era apenas um detalhe insignificante comparado ao fato principal: . Casando. Amanhã.
O silêncio entre eles se tornou sufocante, e Harry sentiu uma pressão esmagadora no peito. Ele não esperava por isso. Durante todo aquele tempo, ele tentou enterrar seus sentimentos, convencendo-se de que tinha seguido em frente. Mas agora, com a notícia do casamento, tudo veio à tona.
– Como assim, casamento? – a voz de Harry saiu quase inaudível, o choque estampado em seu rosto. Suas mãos estavam frias e trêmulas. – Eles não tinham terminado?
– Eles voltaram – Niall respondeu, com uma voz suave. Ele, Liam e Louis já sabiam há algum tempo que e Dylan haviam reatado.
– Por que vocês não me contaram antes? – a voz dele estava baixa, mas cheia de ressentimento.
Louis suspirou. – Ela pediu para que a gente não contasse.
– Ela não queria que eu soubesse? – a voz de Harry tremia. Todos ali sabiam o que aquilo significava para ele.
– Isso não importa agora – Liam tentou manter o foco na questão principal. – A pergunta é: você vai deixar a mulher da sua vida se casar com outro?
Harry ficou em silêncio, processando tudo. Durante aqueles segundos, flashes do passado vieram à sua mente: rindo enquanto ele fazia caretas durante uma turnê; ela segurando a mão dele em um momento difícil; a vez em que ela cochichou: "Você é meu lar" quando estavam juntos na varanda de Los Angeles.
– O que você quer que eu faça, Liam? – Ele finalmente disse, a voz embargada. – Se a vai casar com o Dylan, é porque ela o ama.
– Harry... – Louis começou com hesitação. – A pergunta é se você ainda ama a .
– Vocês acham que eu ainda amo? – Harry disse, a voz compartilhando dúvida e dor.
Liam se inclinou para frente, colocando uma mão no ombro de Harry. – Só você pode responder isso. Mas, se ainda tiver algo aí... você precisa fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.
Harry parou no meio da sala, seu olhar perdido enquanto tentava processar o que estava ouvindo.
– E se eu disser que sim? O que isso muda agora? – ele finalmente respondeu, a voz embargada, como se estivesse admitindo algo que tentava negar há muito tempo.
– Muda tudo, cara – Niall disse, sua voz mais firme do que antes. – A gente está aqui porque você precisa fazer alguma coisa antes que seja tarde demais.
Harry sentiu o peso da situação, os sentimentos que havia suprimido durante tanto tempo voltando com força total. estava prestes a mudar sua vida para sempre, e ele sabia que, se não agisse agora, iria se arrepender para o resto de sua vida.
Ele olhou para os amigos, o coração acelerado, sabendo que sua próxima decisão poderia alterar o rumo de tudo.
– Que horas é o casamento? – Harry perguntou finalmente, a voz quase trêmula.
– Cinco da tarde – Niall respondeu.
Harry assentiu, ainda processando tudo. – Amanhã, vocês terão a resposta. Se a chegar à igreja, é porque eu não fiz nada. Se ela não chegar... – Ele fez uma pausa, suspirando profundamente. – Então, talvez eu tenha conseguido corrigir o maior erro da minha vida.
O silêncio tomou conta da sala. Louis, Niall e Liam não precisaram dizer mais nada. Eles sabiam que Harry tinha tomado sua decisão. Assim que ele saiu do quarto, a tensão no ar parecia insuportável.
Niall quebrou o silêncio com um sussurro quase inaudível: – Se tem alguém que pode fazer ela mudar de ideia... é ele.
Harry sabia que a manhã seguinte seria crucial, não apenas para o futuro de , mas para o dele também.

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Abril de 2015.

O avião para Dubai estava marcado para a manhã seguinte, mas a mente de estava a quilômetros de distância, em Cape Town, onde Harry e o restante da banda estavam. Apesar da distância, as palavras dele ecoavam na cabeça dela desde a última mensagem trocada.
O celular vibrou na mesa de cabeceira, iluminando o quarto na penumbra. Era Harry. Sempre era ele.
Harry: "Você mudou de ideia?"
: "Não, Harry, eu não mudei."
Harry: "Se eu te der um motivo, você ficaria?"
hesitou, sentindo o peso daquelas palavras. Uma parte dela sempre esperou por esse momento, mas o medo do passado e das mágoas criadas entre eles a impedia de responder sem reservas. Mesmo assim, algo em seu coração a fez digitar:
: "Depende... Se você for convincente."
Harry: "Eu vou ser."
O ar ao redor dela parecia mais pesado. Cada mensagem de Harry carregava um peso que ela não conseguia ignorar. O coração dela disparava enquanto esperava por algo mais, mas ele não respondeu.

✎ ♪ ♡ ♪ ✎

Na noite seguinte, em Dubai, já no quarto de Harry, que estava sentado na beira da cama, enquanto tentava se ocupar arrumando a bagunça de roupas deixada por ele. Era um esforço inútil para afastar os próprios pensamentos. Cada peça de roupa jogada no chão parecia um lembrete do turbilhão de sentimentos que carregavam.< br> Quando terminou, ela cruzou os braços e o encarou. O silêncio entre eles era ensurdecedor, carregado de coisas não ditas. sabia que ele queria dizer algo. Ela se aproximou, sentou-se no colo dele e deitou a cabeça no ombro dele.
Ele a envolveu com os braços, como se quisesse congelar aquele momento, torná-lo eterno.
— Eu ainda estou esperando pelo que você tem a me dizer — ela sussurrou, a voz suave, mas carregada de expectativa.
Harry apertou a cintura dela, como se o toque pudesse ajudá-lo a encontrar as palavras certas. Ele suspirou profundamente, a respiração quente tocando o pescoço dela.
— Não é óbvio, ? — Sua voz estava rouca, carregada de emoção. — Pensei que você fosse mais inteligente.
Ela ergueu o rosto, olhando diretamente para ele, frustrada com a ambiguidade. Precisava que ele fosse claro, direto.
— Eu quero que você diga — respondeu, firme.
Ele afastou levemente o corpo dela, segurando-a pelos ombros. O olhar de Harry mergulhou no dela, cheio de incertezas e medo de rejeição.
— Quem me garante que, se eu disser, você vai ficar? — a voz dele saiu quase em um sussurro.
O coração de disparou. Era como se ele estivesse transferindo para ela o peso de decidir o destino de ambos. Ela podia sentir a sinceridade no olhar dele, a luta interna de quem estava tentando se proteger, mas também se abrir.
ergueu a mão, tocando o rosto dele suavemente, e deixou que suas ações falassem por ela. Inclinou-se e tocou os lábios dele com os seus, um beijo leve e hesitante, como se pedisse permissão para continuar. Quando ele retribuiu, tudo mudou.
O beijo rapidamente ganhou intensidade, uma mistura de saudade, desejo e sentimentos reprimidos por meses. Era como se aquele momento fosse o único que importava, como se tudo ao redor tivesse desaparecido.
As mãos de Harry desceram pelas costas dela, trazendo-a ainda mais para perto, enquanto ela se entregava completamente. A paixão que compartilhavam preenchia o espaço entre eles, cada toque e cada suspiro carregando o peso do que sentiam um pelo outro.
Mas, no fundo, sabia que aquele momento não resolveria tudo. Havia algo que ainda não fora dito, algo que ambos temiam enfrentar. Quando ele finalmente dissesse as palavras, o mundo mudaria para sempre.
E, mesmo assim, naquele instante, nada mais importava.
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"Eu podia sentir a tensão no ar, mas era como se estivéssemos sempre presos nesse ciclo de proximidade e distância. Eu queria que ele dissesse. Queria ouvir as palavras que justificassem o porquê de tudo, o porquê de não conseguir deixá-lo, mesmo quando o mundo gritava para que eu seguisse em frente. Mas Harry... Harry sempre me segurava sem falar. Ele achava que só a presença dele bastava. E talvez, naquela noite, tivesse bastado. Mas, no fundo, eu sabia que não poderia viver só de silêncios."
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Setembro de 2022.

Após sair do quarto, Harry caminhou sem rumo pelo corredor do hotel. As palavras de Louis, Liam e Niall ecoavam em sua mente, misturando-se à batida acelerada de seu coração. O nome de agora carregava um peso diferente, uma urgência sufocante que ele nunca havia sentido tão intensamente. "Amanhã" ele pensou, tentando acalmar a tempestade dentro de si. "Será que já é tarde demais?"
Ele se odiava por não ter agido antes, por ter permitido que tudo chegasse a esse ponto. , sua , ia se casar com outro homem. Dylan. Um homem que, ele sabia, a amava profundamente. Dylan era tudo o que ele não tinha sido nos últimos anos: presente, estável, a escolha "certa". Mas o que acontecia com o amor quando a escolha certa não era a que seu coração gritava? Será que fazia diferença?
Com o telefone nas mãos, Harry lutava contra o desejo de ligar para ela. A vontade de ouvir sua voz, de pedir uma chance, era esmagadora. Mas ele sabia que não podia, não agora. Ela não sabia que ele estava ciente do casamento, e talvez esse fosse o único trunfo que ele tinha. Ele precisava pensar, precisava de um plano.
O corredor parecia interminável enquanto ele vagava sem direção. "Será que ela ainda me ama?" O pensamento vinha com força, mas a ideia de que tudo o que viveram poderia ser apenas uma memória distante para ela era dolorosa demais para suportar.
Chegando ao elevador, Harry apertou o botão, sentindo as mãos trêmulas. Quando as portas se abriram, ele entrou, encarando o próprio reflexo no espelho da cabine. Seu semblante estava abatido, os olhos fundos de quem mal dormia. O peso do passado e o medo do futuro pareciam esmagá-lo.
"Estou sendo egoísta?" Ele perguntou, passando a mão pelo rosto. "Interferir na vida dela, quando ela parece ter seguido em frente?"
Mas, ao mesmo tempo, havia algo dentro dele, algo que não o deixava desistir. Ele precisava lutar por ela. Era agora ou nunca.
No térreo, ele atravessou o lobby sem notar as pessoas ao redor, como se estivesse em uma bolha, isolado do mundo. Quando a brisa de setembro o atingiu ao sair do hotel, ela trouxe um momento de clareza. Harry inspirou profundamente, deixando o ar fresco aliviar parte da tensão que apertava seu peito.
As ruas vibrantes de Austin estavam cheias de vida. Pessoas riam, conversavam, caminhavam apressadas, mas para Harry, o tempo parecia se arrastar. Ele andou sem direção, cada passo guiado apenas pelos pensamentos que martelavam sua mente.
Eventualmente, encontrou um banco em uma praça pouco iluminada. Sentou-se, olhando para o céu. As estrelas pareciam zombar de sua confusão, tão distantes e inatingíveis quanto parecia estar. "Será que ela quer isso? Será que ela está feliz? Será que ela ainda sente algo por mim?"
Enquanto as horas se passavam lentamente, ele tomou uma decisão. Não podia esperar pelo destino, não podia ser passivo diante de algo tão grande. Amanhã, ele iria procurá-la. não sabia que ele estava ali, que sabia do casamento, e talvez isso fosse sua única vantagem.
Era arriscado, talvez até desesperado. Mas Harry sabia que não podia viver com a dúvida, com o "e se". Amanhã, antes que o relógio marcasse cinco horas, ele faria o que fosse preciso para encontrar . O que viria depois disso, ele ainda não sabia. Mas precisava de uma chance. Uma última chance de lutar pelo amor que ele nunca conseguiu deixar para trás.

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Abril de 2015.

Era meados de abril, e os meninos tinham tirado alguns dias de folga para fugir do caos habitual. Resolveram passar uns dias em uma chácara no interior de Londres, longe de tudo e de todos. Para , aquela viagem seria decisiva. Ela sabia que havia muito o que conversar com Harry, e que os dois precisariam resolver o que seria do relacionamento dali em diante.
O final da tarde trazia uma chuva fina que caía do lado de fora, tornando o ambiente ainda mais acolhedor. Com uma xícara de chocolate quente entre as mãos, observava pela varanda os rapazes brincando na chuva, rindo e correndo como crianças. A cena trouxe um sorriso ao rosto dela. Momentos como aquele a faziam sentir uma gratidão imensa por tê-los em sua vida.
Aceitar vir para Londres foi a melhor decisão que já tinha tomado. Disso ela tinha certeza.
— Sempre com a cabeça nas nuvens, não é, ? — a voz rouca de Harry soou atrás dela, surpreendendo-a.
Antes que pudesse responder, sentiu os braços dele a envolverem por trás. Ele estava completamente molhado, e o choque do contato fez com que ela soltasse uma risada.
— Você está encharcado, e eu morrendo de frio! — ela disse, tentando escapar do abraço, mas sem muita convicção.
Ele a soltou, mas não sem antes deixar um beijo leve nas costas dela, o gesto tão natural quanto respirar.
— Então por que está aqui fora? — ele perguntou, inclinando a cabeça para observá-la.
— Só pensando... — ela respondeu, antes de hesitar. — Quer conversar agora?
O semblante dele mudou. A leveza de segundos atrás foi substituída por uma seriedade que parecia pesar no ar entre eles.
— Estamos adiando essa conversa há dias — reclamou, mas ele deu de ombros, já entrando no quarto.
— Não sei se é o momento...
— Se você não queria falar nada, por que me trouxe? — ela perguntou, seguindo-o. A frustração em sua voz era evidente. — Você prometeu que conversaríamos, Harry!
Ele parou de repente, ainda de costas para ela.
— Porque... — Ele respirou fundo, como se a próxima frase fosse uma barreira difícil de atravessar. — Porque quando eu disser em voz alta, tudo vai mudar.
cruzou os braços, a irritação misturando-se com preocupação. Ela sabia que algo o incomodava, mas não entendia por que ele insistia em guardar aquilo para si.
— Harry? — sua voz saiu mais baixa do que pretendia.
Quando ele finalmente virou, encontrou o olhar dela. Os olhos escuros de o encaravam, questionando, desafiando-o a falar.
— Fala logo — ela pediu, quase em um sussurro.
Harry baixou a cabeça por um momento, como se buscasse coragem. Quando ergueu os olhos novamente, sua expressão estava nua, vulnerável.
— Eu te amo.
As palavras saíram roucas, quase inaudíveis, mas ela ouviu com clareza. E, naquele momento, tudo realmente mudou.
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"A gente ainda nem namorava, mas aquela foi a primeira vez que ele disse que me amava."
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Capítulo 4

Fevereiro de 2020.

A livraria estava lotada, repleta de uma energia vibrante que refletia a ansiedade e o entusiasmo de . O livro que ela havia escrito nos últimos cinco anos finalmente estava nas mãos de leitores, jornalistas e fãs. O título, Entre Palcos e Corações, reluzia sob as luzes, estampado em uma capa delicada com tons lilases e dourados.
estava nervosa, mas também orgulhosa. Sentada à mesa decorada com flores, seus dedos brincavam com a caneta enquanto Harry, ao seu lado, a observava atentamente. Ele segurava um exemplar do livro, virando as páginas como se fosse a coisa mais preciosa que já tocara.
— Você está pronta? — ele perguntou, com a voz baixa e um sorriso tranquilizador.
— Ainda parece um sonho. — respondeu, tentando controlar o tremor em suas mãos. — E se não gostarem? E se...
— Eles vão amar. — Harry interrompeu, colocando a mão sobre a dela. — E mesmo que não amem, eu amo. Isso é o suficiente.
Ele abriu o livro, parando na dedicatória, como se quisesse ler mais uma vez as palavras que já sabia de cor:

"Para você, que transformou minha vida em uma canção. Que me ensinou o amor verdadeiro e me mostrou que os finais felizes existem, mesmo quando há desafios no caminho. Este livro é um pedaço da nossa história, das memórias que compartilhamos, das promessas que fizemos. Ele é para você, Harry. Obrigada por ser meu amor, meu porto seguro e a melhor história que já vivi."

A emoção era visível no rosto dele. Mesmo no meio de tantas pessoas, ele parecia perdido naquelas palavras. O livro não era apenas uma história fictícia; era sobre eles, sobre o amor que compartilharam e que, mesmo nos momentos mais difíceis, nunca deixou de existir.
De repente, as portas da livraria se abriram novamente. O som de gritos e aplausos tomou o ambiente de surpresa. Liam, Niall, Louis e Zayn entraram juntos, arrancando ainda mais entusiasmo do público, como se uma reunião oficial da banda estivesse acontecendo.
— Não acredito que você conseguiu fazer todo mundo vir. — disse para Harry, claramente surpresa e emocionada.
— Eu te disse que eles não perderiam isso por nada. — Ele respondeu, com um sorriso tranquilo.
— Bem, bem, bem, se não é a escritora do momento! — Zayn disse, aproximando-se de com um sorriso. — E você ainda duvidava que o personagem inspirado em mim seria o favorito.
riu, abraçando-o.
— Zayn, eu tive que suavizar você. Do contrário, o público acharia que você era inatingível.
Louis apareceu atrás dele, com um sorriso travesso.
— E você fez um trabalho maravilhoso comigo, admito. Sou o herói cômico, o alívio de todas as cenas dramáticas. Não tem como não amar.
Niall se aproximou com um exemplar do livro em mãos, folheando rapidamente.
— Mas eu ainda não entendi por que meu personagem é o último a entrar na história. Quero reescrita!
— Ah, Niall, — respondeu, rindo. — Deixei o melhor para o final, não foi isso que você sempre quis ouvir?
Enquanto os outros riam, Liam se juntou ao grupo e olhou para Harry.
— Então, o que você achou de ser uma inspiração literária? — Ele perguntou, pegando um dos exemplares.
— Vamos dizer que a realidade às vezes é mais fácil de lidar do que a ficção. — Harry respondeu, com um sorriso contido.
Liam balançou a cabeça e puxou uma cadeira para se sentar.
— Ainda estou tentando superar o fato de que meu personagem é sentimental demais.
— Mas não diga que não é realista! — provocou, arrancando gargalhadas do grupo.
Liam aproximou-se dela e a abraçou enquanto sussurrava:
— Você transformou nossas vidas em algo especial mais uma vez. Isso não é apenas sobre nós, é sobre você. E nós estamos orgulhosos.
O sorriso dela tremeu por um segundo, tomada pela emoção.

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A fila para autógrafos parecia interminável. sorria para cada fã, assinava com carinho e tirava fotos, mas a cada pausa, seus olhos procuravam Harry. Ele estava lá, mais afastado, conversando com os outros meninos e segurando seu exemplar do livro com uma delicadeza que fazia seu coração apertar.
Quando finalmente a sessão de autógrafos terminou, Harry se aproximou, segurando o livro como se fosse um tesouro.
— Eu também posso pedir um autógrafo? — Ele perguntou, com um sorriso brincalhão, mas os olhos carregados de emoção.
riu baixinho, pegando o livro das mãos dele.
— Já não tem o suficiente? Você está na capa, nas páginas...
— E ainda quero mais. — Ele respondeu, inclinando-se para observá-la enquanto ela pegava a caneta.
Ela abriu na página de rosto e, por um momento, hesitou. Então, com a caligrafia elegante, começou a escrever algo especial, algo só para ele:

"Harry,
Você é a razão de cada linha e o coração por trás de cada palavra. Este livro é nosso – uma história que nunca deixará de existir, mesmo que o mundo mude ao nosso redor. Obrigada por ser o meu tudo. Eu te amo, sempre.
"

Quando terminou, entregou o livro de volta, sentindo um leve tremor nas mãos. Harry leu a mensagem em silêncio, seus olhos brilhando com uma intensidade que a fez desviar o olhar por um momento.
— Você sempre soube como me deixar sem palavras. — Ele disse, com um sorriso emocionado.
— E você sempre foi minha maior inspiração. — respondeu, sua voz quase um sussurro.
Harry tocou de leve a capa do livro, seus dedos passando pelas letras douradas como se aquilo fosse uma extensão dela.
— Vou guardar isso para sempre.

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Mais tarde, Niall ergueu uma taça, improvisando um brinde:
— À ! A escritora mais talentosa que conhecemos.
Louis, já com o braço ao redor dela, sorriu amplamente.
— Agora só falta fazer um filme. Você vai dirigir também, Harry?
Harry riu, mas seus olhos permaneceram fixos em . Enquanto os outros conversavam animadamente, ele murmurou para si mesmo:
— Eu faria qualquer coisa por ela.
Mesmo no meio da comemoração, sentia o peso da emoção nos olhares e gestos de Harry. Aquela noite era um marco. Entre risadas e conversas, um vínculo invisível os mantinha conectados, enquanto o mundo ao redor celebrava o talento dela e a história que, de alguma forma, sempre seria deles.

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Setembro de 2022.

No dia seguinte, a atmosfera no quarto de hotel parecia carregada. Harry sabia que aquele momento definiria tudo. Após uma noite em claro, sua mente girava em torno de uma única pessoa: . A revelação do casamento havia acendido um alarme dentro dele, algo que ele não podia mais ignorar.
Sentado de frente para Olivia, ele tentava encontrar as palavras certas. Ela, por sua vez, o observava com atenção, percebendo que algo estava profundamente errado.
— O que está acontecendo, Harry? — Olivia quebrou o silêncio, sua voz calma, mas firme.
Harry respirou fundo, passando a mão pelos cabelos em um gesto de nervosismo.
vai se casar amanhã.
A frase saiu de uma só vez, direta, e o impacto da notícia foi imediato. Olivia franziu a testa, surpresa, mas não pela existência de — ela sempre soubera do passado entre eles — e sim pela maneira como Harry parecia tão abalado.
— Você... acabou de descobrir? — Olivia perguntou, sua voz cautelosa.
— Ontem — ele admitiu, sem desviar o olhar dela. — Louis, Niall e Liam me contaram. Eles acham que eu deveria fazer algo, que ainda a amo.
O silêncio que se seguiu foi pesado. Olivia sabia que esse momento poderia chegar. Ela sempre percebeu que, apesar do esforço de Harry, havia algo em seu coração que nunca foi completamente dela.
— E você? — ela perguntou, sua voz mais suave, mas ainda carregada de vulnerabilidade. — Você acha que ainda a ama?
Harry fechou os olhos por um instante, reunindo a coragem que precisava para ser honesto.
— Eu não acho... Eu sei.
A admissão pairou no ar como uma verdade absoluta. Olivia desviou o olhar por um momento, sentindo uma pontada de dor.
— E o que você pretende fazer? — ela perguntou, mesmo já imaginando a resposta.
— Eu preciso falar com ela — Harry disse, sua voz firme, mas tingida de incerteza. — Não posso seguir em frente sem saber. Não posso ficar com você enquanto meu coração está em outro lugar.
Olivia assentiu lentamente, processando o que ele dizia. Apesar da dor que sentia, ela não ficou surpresa.
— E se ela não te quiser de volta? — Olivia questionou, olhando-o nos olhos. — Ela vai se casar, Harry. Isso significa alguma coisa.
Harry segurou o olhar dela, as palavras ecoando em sua mente. Ele sabia que era uma possibilidade real, talvez até a mais provável.
— Então eu vou ter que aceitar isso — ele respondeu, com sinceridade. — Mas se eu não lutar por ela agora, vou me arrepender para o resto da vida. E se eu não ficar com a ... não vou ficar com ninguém.
Olivia respirou fundo, suas emoções oscilando entre tristeza e compreensão.
— Você é corajoso, Harry — ela disse, sua voz carregada de uma ternura que ele sabia que não merecia naquele momento. — Mas saiba que, ao ir atrás dela, você está deixando algo para trás. Algo que poderia ter sido incrível.
Harry engoliu em seco, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que Olívia era especial, mas seu coração não lhe dava escolha.
Quando Olívia levantou e pegou suas coisas, ela parou ao lado dele, deixando um beijo suave em sua bochecha.
— Espero que você consiga o que está procurando — ela disse, com a firmeza que sempre a definirá. — E, se não conseguir, espero que encontre paz, de qualquer forma.
Harry a observou sair, sentindo um vazio no peito. Ele sabia que não havia como voltar atrás agora. A próxima parada era , e o relógio estava correndo.

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Abril de 2015.

O pôr do sol tingia o céu com tons de laranja e rosa, enquanto a brisa leve balançava as árvores ao redor da chácara. O cenário parecia saído de um sonho, mas para Harry, aquele momento era mais real e mais importante do que qualquer outra coisa. Ele respirou fundo, tentando acalmar os nervos que pareciam dançar dentro dele.
Nos últimos dias, ele havia tentado esconder sua ansiedade, mas a falta de resposta de após sua confissão de amor o deixava inquieto. Ele sabia que ela precisava de tempo, mas também sabia que não aguentaria mais esperar sem fazer algo. Felizmente, ele não estava sozinho.
Liam, Louis e Niall, sempre prontos para ajudar, montaram um plano. Eles queriam tornar aquele momento inesquecível, não só para Harry, mas também para , que tinha se tornado parte essencial da vida deles.
Enquanto Louis foi buscar , Liam e Niall ajustavam os últimos detalhes. Perto do lago, cordões de luzes pendiam das árvores, flores silvestres decoravam o espaço e uma pequena mesa com duas cadeiras esperava por eles.
Harry olhou ao redor e sentiu seu coração aquecer. Era simples, mas perfeito.
– Tudo pronto, irmão? – Niall perguntou, enquanto dava um tapinha encorajador nas costas de Harry.
– Acho que sim – Harry respondeu com um sorriso nervoso. – Vocês têm certeza de que isso não é muita coisa?
Liam riu. – Cara, se fosse menos do que isso, não seria você.
– E ela merece – Niall completou.
Quando ouviram os sons de passos se aproximando, Harry virou-se na direção do caminho e viu , ao lado de Louis, aproximando-se com uma expressão de curiosidade no rosto.
– O que é tudo isso? – perguntou, olhando para o cenário ao redor.
Louis deu um sorriso travesso e saiu de cena, deixando os dois sozinhos.
Harry caminhou até ela, os olhos verdes brilhando sob a luz suave.
– É sobre nós – ele disse, segurando suas mãos.
piscou, confusa, mas esperou enquanto ele tomava fôlego para continuar.
– Tem algo que preciso dizer – ele começou, a voz baixa, mas firme. – E quero que saiba que, desde o dia em que te disse que te amava, eu esperei que você tivesse tempo para sentir o que precisava sentir. Eu não esperava uma resposta imediata, mas a cada dia que passa, eu percebo que não posso mais fingir que estou bem sem saber. Esses últimos dias aqui, eu percebi que não posso mais adiar isso. Você é a pessoa mais importante da minha vida, . E, desde que te conheci, eu soube que você seria alguém que mudaria tudo para mim.
Ele respirou fundo, se aproximando de e pegando suas mãos. O contato fez o coração dele acelerar, mas também o acalmou de alguma forma.
– A verdade é que eu não consigo me imaginar sem você na minha vida – ele continuou. – Você é a primeira pessoa em quem penso quando acordo e a última antes de dormir. Esses últimos dias aqui... Eu percebi que não quero que isso acabe, que a gente acabe. Eu te amo, e não quero que isso seja só uma fase. Quero que seja o começo de algo maior. Então, eu só tenho uma pergunta para te fazer, e não precisa responder rápido.
Ele fez uma pausa, as palavras presas na garganta. apertou suas mãos, encorajando-o a continuar.
– Quer namorar comigo?
Antes que ela pudesse responder, Louis, Liam e Niall apareceram ao fundo com placas feitas à mão que diziam "Diga sim!" em letras enormes, enquanto Niall agitava uma bandeira improvisada.
riu, as lágrimas já escorrendo pelo rosto.
– Vocês são impossíveis! – ela exclamou, olhando para os rapazes antes de voltar sua atenção para Harry.
Ele estava de joelhos agora, um sorriso tímido mas cheio de esperança no rosto.
– E então? – ele perguntou, segurando a respiração. – , quer namorar comigo? Não só agora, mas por um bom tempo... talvez para sempre? – Ele perguntou, a emoção transbordando nos olhos verdes, enquanto sua voz tremia de leve.
Por alguns segundos, ficou em silêncio, absorvendo toda a situação. Ela demorou o suficiente para deixar Harry ainda mais ansioso. E então, finalmente, com um sorriso que começou tímido, mas logo iluminou seu rosto, ela deu sua resposta.
– Sim, Harry. Eu quero namorar com você.
Os amigos comemoraram atrás deles, mas Harry mal ouviu. Ele se levantou rapidamente e a puxou para um abraço forte, sentindo o alívio e a felicidade inundarem seu peito. Ao longe, os outros três comemoraram com gritos e aplausos, Louis fingindo tocar uma trombeta imaginária.
– Finalmente! – Liam gritou brincando, enquanto Niall fazia uma dancinha exagerada.
riu, com o rosto enterrado no peito de Harry, enquanto ele beijava o topo de sua cabeça.
– Eu te amo, Harry – ela sussurrou baixinho, fazendo com que ele se afastasse um pouco, apenas para olhá-la nos olhos.
– Eu também te amo, .
Naquele momento, nada mais importava. Era apenas o começo de algo que prometia ser para sempre.
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"Eu lembro do olhar em seus olhos, daquele verde que sempre parecia mudar de cor conforme a luz do dia, agora fixos em mim, esperando, temendo, desejando. E foi naquele instante que percebi que não importava quanto tempo eu precisasse para processar tudo o que estava acontecendo entre nós. A verdade era que já fazia um bom tempo que eu o amava. Só que nunca tinha sido corajosa o suficiente para admitir isso, até ele ajoelhar diante de mim e me mostrar que o amor pode ser simples, mas também pode ser tudo.
Quando disse 'sim', não foi só ao pedido de namoro. Foi a ele. Foi a nós dois. Foi ao futuro que, a partir daquele momento, eu não conseguia mais imaginar sem ele."

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Setembro de 2022.

A luz dourada do pôr do sol atravessava a janela da suíte do hotel, banhando a sala de estar em um brilho suave e nostálgico. estava sentada no sofá, os pés descalços tocando o carpete macio, enquanto seus olhos percorriam o horizonte. O vestido de noiva, pendurado com cuidado em um canto, parecia observá-la silenciosamente, um lembrete do compromisso que assumiria no dia seguinte.
Liam estava ao seu lado, em uma postura relaxada, mas com o olhar atento que sempre a fazia sentir que ele podia ver além das palavras. Ele tinha sido uma presença constante em sua vida, um amigo e confidente, e naquela noite, ele parecia tão preocupado quanto ela tentava não aparentar estar.
– Nervosa? – ele perguntou, com um tom calmo, quase casual, mas que carregava uma profundidade implícita.
deixou escapar uma risada leve, cruzando os braços como se quisesse se proteger.
– Um pouco – admitiu. – Acho que seria estranho se não estivesse.
Ela desviou os olhos da janela, olhando para Liam com um sorriso que não chegava aos olhos.
– Mas não é o casamento em si – continuou. – É o que vem depois. A vida. As expectativas.
Liam assentiu devagar, mas não respondeu imediatamente. Ele parecia estar ponderando, escolhendo cuidadosamente as palavras antes de falar.
– começou, virando-se levemente para ela –, você tem certeza de que está pronta para isso? Para deixar tudo para trás... inclusive o Harry?
A menção do nome dele fez algo dentro dela estremecer. Era como um som familiar que ela havia aprendido a evitar, mas que ainda tinha o poder de desarmá-la. respirou fundo, recompondo-se, e ajeitou o cabelo antes de encará-lo.
– Harry ficou onde deveria ficar, Liam – respondeu, com a voz firme, mas o leve tremor em suas mãos traía a segurança que tentava transmitir. – No passado.
– Tem certeza? – Liam insistiu, os olhos fixos nela. – Porque você pode dizer isso, mas eu conheço você. E sei que, mesmo amando o Dylan, o Harry não foi só mais um.
desviou o olhar por um momento, como se precisasse processar o que ele estava dizendo. O peso das palavras de Liam a atingiu em cheio.
– Eu amei o Harry – ela admitiu, sua voz mais suave agora, quase um sussurro. – Claro que amei. Ele foi... tudo para mim por muito tempo. Mas as coisas mudaram. Eu mudei.
Liam inclinou-se um pouco mais para frente, seus cotovelos apoiados nos joelhos, e continuou observando-a.
– Então você conseguiu esquecer? Apagar tudo que sentiu por ele?
Ela balançou a cabeça lentamente.
– Não é sobre esquecer – explicou. – É sobre aceitar que algumas coisas não são para sempre. O Harry foi uma parte enorme da minha vida, mas o Dylan... o Dylan é o meu agora. E amanhã, ele será o meu sempre.
Liam ficou em silêncio por alguns segundos, tentando medir o quanto acreditava na convicção de . Ele sabia que ela era decidida, mas também sabia que as feridas de Harry ainda estavam lá, invisíveis, mas presentes.
– Eu só quero que você tenha certeza – disse, finalmente. – Porque casar com alguém enquanto ainda pensa em outra pessoa...
– Liam – o interrompeu, com um tom firme, mas não rude. – Eu escolhi o Dylan porque ele é a pessoa que me faz feliz hoje. Não é uma decisão por causa de medo ou culpa. É amor.
Liam suspirou, levantando as mãos em um gesto de rendição.
– Tudo bem, . Só queria me certificar.
Ela sorriu levemente, tocando o braço dele com um gesto afetuoso.
– Eu sei. E agradeço por se importar. Mas está tudo bem, eu prometo.
Mas quando Liam saiu, deixando-a sozinha novamente, olhou para o vestido de noiva pendurado no canto. E, por um breve instante, o reflexo de Harry em sua memória a fez questionar se tudo estava realmente onde deveria estar.
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Continua...



Nota da autora: Sem nota.





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