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Última atualização dessa parte: 30/12/2017

Capítulo 1 - Room on the third floor

voltava da secretaria da Saint Mary’s University com alguns papéis na mão e estava feliz, como há muito tempo não sentia.
Um dos papéis era sua rematrícula no mestrado. Um ano inteiro trancado e agora ela se sentia metade animada e metade com medo: teria de se acostumar com aquela vida mais uma vez. E teria de estudar duas vezes mais e trabalhar duas vezes mais para recuperar o tempo perdido. E a confiança de seu orientador.
O outro papel era algo que a trazia nostalgia e alegria misturados numa proporção perfeita. Tinha se candidatado a Representante de Andar (RA) e havia sido escolhida. Além de não pagar a própria moradia (o que era um alívio, pois sobraria algum dinheiro para mandar para casa), ainda poderia morar no lugar em que havia habitado durante todos os outros anos de faculdade: O terceiro andar da Saint Patrick’s Residence.
Ela andava em direção ao estacionamento onde seu carro e suas coisas estavam e um grupo de calouros passou por ela sendo escoltados por seus veteranos, provavelmente de alguma república ali perto. Risadas, gritos, os já conhecidos xingamentos dos veteranos a seus calouros... se sentiu de volta! Ainda era estranho, pois ela não costumava ver aquilo de fora, mas ainda era como ela se lembrava... E era bom!
A Saint Patrick’s Residence (SPR) não ficava muito longe dali, provavelmente nos outros dias viria a pé para a universidade. Logo encontrou o prédio e sentiu de novo aquele misto de nostalgia e alegria. Estacionou o carro e retirou as malas que conseguia carregar...
O terceiro andar. colocou as malas no chão e se apoiou na parede por um momento. Todos os corredores do SPR eram iguais: cinco quartos ao longo do corredor e um no fundo, o quarto do RA. Do lado aposto do corredor, onde estava, ficava a escada, o elevador e uma porta que dava para a cozinha comum.
O ano letivo ainda não havia começado, por isso duvidava que já houvesse alguém lá. Era só ela, o corredor e suas lembranças. Lembranças dos melhores anos de sua vida... E da pior e mais desesperadora época de todas também.
Balançou a cabeça para se livrar de todos aqueles pensamentos e tirou a chave do bolso. Seu novo quarto não lhe era estranho tampouco... Havia passado várias noites, vários dias, pre parties, ressacas, risadas e lágrimas ali quando ele ainda era habitado por outra pessoa. Costumava ser o QG de sua turma...
começava a retirar suas coisas da mala quando ouviu passos no corredor.
“Então é verdade! Arranjaram uma nova RA pro 3º andar!” – Disse uma voz à porta. se virou e seu sorriso aumentou de tamanho ao ponto de quase rasgar suas bochechas. Parada ali estava alguém que ela não via há aproximadamente 6 meses.
!” – Ela correu abraçar a amiga. Sentia tanta falta dela!
“Como você chega aqui e não me avisa?” – perguntou, se soltando do abraço e colocando as mãos na cintura.
“Acabei de chegar, sua maluca! Sai da secretaria e vim pra cá descarregar o carro!” – apontou para a bagunça que seu quarto estava. – “Mas olha só pra você! Paris te fez muito bem, hein?”
usava uma bota com tachinhas, short jeans e uma blusa que caia nos ombros. Moda era sua vida e ela agora tinha uma loja onde vendia as próprias criações. Era mais velha que e havia sido a RA do 3º andar quando ambas estudavam na universidade.
“Obrigada!” – riu e jogou o cabelo. – “E você? Como estão as coisas em casa?”
colocou mais uma pilha de roupa em cima da cama antes de responder.
“Tudo bem... Eu acho... Bom, não foi fácil voltar e deixar tudo lá de novo... Mas é só mais um ano! Terminar meu mestrado e ir embora...”
“Você mal chegou e tá falando em ir embora?” – As duas riram. – “Vamos nos concentrar no agora! E AGORA nós vamos tomar um sorvete e você vai conhecer minha loja!”
“Tomar sorvete? Na minha época, a gente tomava tequila!” – zombou.
“São 4h da tarde, , se comporta!”
As duas riram mais e se levantou para irem à sorveteria. Quando estava trancando a porta, ouviu o barulho de passos. O rosto sorridente de um garoto apontou no fim do corredor.
“LIAM!” – exclamou ao ver quem era.
O garoto retribuiu com um sorrisão ao ver as duas também.
! ! O que estão fazendo aqui?” – Liam se demorou um pouco mais ao analisar ... Estava faltando alguma coisa, mas ele não se sentia confortável para perguntar.
“Voltei pra terminar meu mestrado!” – Ela respondeu, indo abraçá-lo e sendo seguida por . – “Sou a nova RA do 3º andar!”
“Isso é ótimo!” – Liam falou, ainda sorrindo. Era um garoto totalmente adorável.
“E onde estão os outros estudantes?” – perguntou olhando em volta.
“Fui o único que sobrou da última leva... Murs foi pra JJJ, Sheeran trancou a faculdade, Ferguson se formou...”
“Aaaah, seremos só nós dois então?” – perguntou. Poxa, queria tanto ser uma RA tão legal quanto tinha sido!
“Não seja tão otimista! Daqui a pouco isso aqui vai estar fervendo de calouros barulhentos, perdidos, em crise...” – Liam respondeu rindo e fazendo as garotas rirem.
“E como vai a...” – começou, mas recebeu uma cotovelada de , que mudou de assunto.
“Estamos indo tomar sorvete, Payne... Quer ir com a gente?”
“Obrigada, meninas, mas acabei de chegar... Vou desfazer as malas. Mas prazer revê-las!” Os três se despediram e as meninas continuaram seu caminho para a sorveteria.

Liam entrou em seu quarto e a primeira coisa que viu foi um porta-retratos que mantinha ao lado da cama. Viu sua própria imagem sorrir de volta enquanto abraçava uma garota morena muito bonita. A garota sorria também. Foi até o porta-retratos e o virou, colocando a foto para baixo.
Sentou-se na cama ainda sentindo tanta dor quanto havia sentido durante os últimos dois meses. Danielle ainda era a garota que mais tinha amado e terem terminado o namoro no começo do verão tinha sido o momento mais triste de sua vida. Sabia que voltar era ainda pior, pois a encontraria por aí em festas, pelo campus... Teria que ser forte e teria que se acostumar... Talvez ela arranjasse um namorado, talvez ela JÁ tivesse um novo namorado... O simples pensamento de vê-la com outro fazia doer mais. Liam deitou na cama com as mãos cobrindo os olhos. Teria que se distrair! Procuraria um estágio, aulas extras, festas... Qualquer coisa para acostumar o próprio cérebro a não pensar em Dani.
Naquela mesma hora recebeu uma mensagem. Sua salvação.
“E aí, Payne? Já chegou? Vem pra JJJ, tem até um calouro seu aqui! O. Murs”
“Ótimo!” – Pensou. Festa, trote nos calouros. Sem horas de insônia pensando nela. Sem Dani. Nada de Dani pra ele. Estava em reabilitação do seu namoro.
“Vou só desfazer a mala e já vou. Calouro? Qual o nome dele? L.Payne”

“QUAL SEU NOME, CALOURO? E PORQUE VOCÊ TÁ RINDO, IMBECIL?”
“Niall, Niall Horan!” – O calouro sorridente respondeu. Ele quase dava pulinhos no mesmo lugar de animação. Tomar trote só parecia deixá-lo mais feliz.
“Que sotaque é esse? Fala direito, porra!” – Um dos veteranos gritou.
“Sou irlandês!” – Ele respondeu, ainda sem conseguir parar de sorrir. Bom, aquilo explicava bastante.
“Tá achando que a gente é palhaço, calouro? Pra ficar rindo da gente?”
“Não, não...” – Niall fechou o sorriso e balançou a cabeça, ainda meio “quicando” de empolgação. Estava mesmo na faculdade! Numa república de verdade! Tomando trote de veteranos de verdade!
“Você vai ser nosso bobo da corte hoje, Horan! Sua função vai ser nos divertir na festa. Qualquer um que peça, você tem que obedecer!”
O veterano passou um chapéu de bobo da corte para ele, que colocou sem reclamar.
“Eu... Eu posso buscar meu violão no quarto?”
Os veteranos se olharam. Até que enfim um calouro que valesse a pena!
“Vai lá, Horan... E na volta, enche a geladeira de cerveja!”
“Ok!”
“Sem colocar o violão no chão!”
“Mas como...”
“SE VIRA, CALOURO BURRO! NÃO QUERIA PEGAR O VIOLÃO?”

Na estação de trem da cidade, uma garota olhava interessada para as outras pessoas que passavam.
“Filha? Pegou tudo?”
A garota se virou para a mãe e fez que sim com a cabeça, abrindo um sorriso.
“E o endereço do lugar?” – A mãe tornou a perguntar. Ela retirou um documento do bolso de trás da jeans que usava. O papel dizia “Saint Patrick’s Residence – 3º andar, quarto 302.”
“Vamos pegar um taxi então... Vai ser mais fácil!”
“Quem diria, ! Estudante de arquitetura e bolsista na Saint Mary’s University exatamente igual seu pai!”
É... Pois é... só queria se sentir tão animada com aquilo quanto seus pais. Não que não gostasse de arquitetura... Era uma área que realmente a agradava, mas ainda não tinha ideia se era aquilo que queria para o resto de sua vida.
Mas tinha se esforçado tanto para estar ali e conseguir a bolsa! Não era justo com ela ou seus pais que não se empenhasse agora. Além do mais, não havia outra opção que ela julgasse melhor naquele momento. Sorriu para a mãe.
“É! É verdade! E vou morar no mesmo lugar que ele!”
O taxi estacionou em frente ao grande prédio do residencial e e sua mãe desceram e pegaram as malas.
Na portaria, um senhor risonho lhes entregou a chave do quarto 302 e as duas subiram.
“Hey!” – ouviu quando estava a porta de seu quarto. Um garoto na porta em frente a cumprimentava.
“Ah... Oi!” – Ela se virou para o garoto alto e bonito, que exibia um sorriso que quase fazia seus olhos fecharem.
“Seja bem vinda ao 3º andar do SPR! A nossa Representante de Andar não está aqui agora, mas ela mora ali no fundo. O nome dela é .” – Ele apontou para o quarto nos fundos do corredor. – “E se você precisar de qualquer coisa, pode bater aqui também!” – E apontou para a própria porta.
A garota sorriu e fez que sim com a cabeça.
“Obrigada!”
“Ah, eu sou Liam Payne!” – O garoto estendeu a mão e e sua mãe a apertaram sorrindo.
“Eu sou ... !”
“Prazer, ! Eu tô indo numa festa agora, mas qualquer coisa é só gritar!” – Liam se despediu delas e desceu as escadas acenando.
“Andar bem frequentado!” – Mrs. comentou, acotovelando .
“MÃE!” – disse, rindo. – “Além do mais, eu vim aqui pra estudar, certo?”
“Certo!” – A mãe respondeu e as duas entraram no quarto.

“Que roupa é essa caloura? Tá achando que pode aparecer aqui de pijama?” – Uma garota alta, magra e loira falava enquanto inspecionava a fila de calouras de sua república.
tirou os olhos de sua camiseta do Pearl Jam sentindo uma antipatia extrema pela garota a sua frente. Mandá-la para um lugar cheio de patricinhas devia ser o que seu melhor amigo considerava uma boa piada. Bom, olhando pelo lado dele... Era mesmo uma boa piada.
Olhou em volta, para as outras veteranas... Todas pareciam modelos saídas do Victoria Secrets Fashion Show. Seus olhos pararam em uma delas, que rolava os olhos a cada palavra do discurso da life size Barbie e sentiu uma certa simpatia por ela. A garota também era muito bonita e elegante, mas era a única que não parecia fazer muito esforço para tal. Era naturalmente linda.
“Qual o seu nome, querida?” – A Barbie apontava para uma garota no meio da fila.
“Lottie. Lottie Tomlinson.”
“Lottie! Olhem para essa garota, calouras! Bem vestida! Maquiagem impecável! É assim que vocês devem andar enquanto fizerem parte da nossa família. Não se esqueçam que essa republica se chama Monte Olimpo! Ou vocês nos representam como deusas, ou podem ir embora!”
contou até 10 para não sair pela porta, mas se lembrou que não tinha para onde ir, já que seu amigo ainda estava de férias. Merda!
O discurso absurdo da loira insuportável ainda durou mais uns quinze minutos e quando finalmente acabou, recebeu mais um olhar de reprovação pela sua roupa. Rolou os olhos e pegou a mochila em seus pés para seguir para seu quarto. As calouras se distribuíam pelos quartos das já moradoras durante a primeira semana, até que se decidissem se iam ou não morar na republica.
Para seu alívio, ao abrir a porta encontrou a garota que parecia ser legal. Ela sorriu ao vê-la.
“Hey, não liga pra Lizzie... Ela parece ser um pé no saco, mas é só porque fica nervosa no começo do ano! É uma grande responsabilidade cuidar de todas as calouras...”
duvidava que a tal Lizzie pudesse ser mais agradável, mas não queria discutir com a única veterana que parecia humana.
“Tudo bem... Meu nome é !”
“Oi, eu sou Eleanor Calder! Tô no 3º ano de moda!”
“Eu vou começar Letras!”
“Ah, que legal! Estudamos no mesmo prédio... Eu posso te ajudar a achar suas salas!”
“Muito obrigada!”
“Bom, vou descer agora... Fique a vontade... E, a propósito, adorei a costumização da sua camiseta!”
Ela era mesmo uma garota legal. sorriu e foi tirar as coisas de sua mochila. Mas não sem antes enviar uma mensagem.
“Vou te matar, seu idiota!”

“Adorei a loja, ! Tá tão a sua cara!” – e voltavam para o dormitório ainda tomando sorvete.
Ao chegarem à porta do SPR, um garoto saia e segurou a porta aberta para elas. Era um garoto alto, de cabelo preto e enrolado e os olhos verdes. ainda se virou para trás para vê-lo saindo e ele também olhava por cima do ombro. Ambos sorriram um para o outro.
“Na minha época não era assim não!” – Ela comentou, fazendo rir.
As duas pararam à porta do quarto de e se sentaram no corredor.
“Tá pronta?” – perguntou, terminando seu sorvete.
“Pra começar tudo de novo? Não sei...” – respondeu, também finalizando seu sorvete. – “Mas deve ser um bom sinal eu ter sido escolhida pra ser a RA do 3º andar, não?”
“Não entendi...”
“Não sei se isso é destino ou acaso... Mas o que quer que seja, eu sinto como se estivesse voltando pra começar exatamente de onde parei.”
“É... concordo com você. Deve ser um bom sinal! De qualquer forma, é um recomeço... Recomeços são sempre bons...”
“É uma nova chance... E eu vou viver como se fosse a última!”
sorriu e se encostou no ombro da amiga.
“De volta ao terceiro andar então...”
“De volta ao terceiro andar!”


Capítulo 2 - Saturday Night

O despertador tocou em algum lugar longe e precisou de algum tempo para se lembrar que era seu relógio. Era a primeira segunda-feira de sua vida nova... Ou sua vida velha.
Se levantou e trocou de roupa, mas estava tão desacostumada a essa rotina, que se atrasou entre levantar, ir ao banheiro, se trocar e juntar suas coisas. Estava pensando no que iria comer antes de ir para o laboratório, já que ainda não tinha feito compras. Teria tempo de passar na lanchonete do campus?
Saiu de seu quarto e encontrou a única caloura de seu andar. saia da cozinha em direção a seu quarto e ainda tinha aquele ar perdido que os novatos geralmente têm.
“Bom dia, ! Como vai?” – falou, chamando sua atenção.
“Ah, oi!” – Ela disse tímida. – “Bom dia... Eu... Hum... Posso fazer uma pergunta?”
“Claro que pode!”
“Eu não sei bem onde fica o prédio da Engenharia & Arquitetura. Você pode me ajudar?”
estava um pouco atrasada, mas era sua função ajudar as pessoas de seu andar. Deveria ter se lembrado disso! Anotou em seu caderninho mental que precisaria sempre acordar antes para ver se estava tudo em ordem.
“Claro que posso!” – Ela disse, trancando a porta de seu quarto. – “Tá pronta?”
“Vou só pegar minhas coisas.”
entrou em seu quarto e checou rapidamente seu relógio. E então, do 301 surgiu a solução. Liam apareceu comendo uma rosquinha e ajeitando a mochila no ombro.
“Bom dia, !”
“Bom dia Liam! Como vai? Como foi a festa na JJJ ontem?”
“Muito boa! Acho que sábado tem outra! Vamos?”
“Vamos ver... Não sei se estou nesse pique mais...”
apareceu de volta com sua mochila.
“Vamos?”
sorriu e lançou um olhar pidão para Liam.
“Liam? Você tá indo pro prédio da Engenharia? A pode ir com você?”
O garoto sorriu e se virou para a caloura.
“Engenharia também?”
“Arquitetura...” – disse, olhando para o chão.
“Pô, caloura! Arquiteto é empregado de engenheiro! Escolheu mal, escolheu mal!”
Ela levantou os olhos, se perguntando se ele estava brincando ou não, mas se deparou com a expressão brincalhona do veterano.
“Tô brincando! Fica tranquila, arquitetura aqui na Saint Mary é uma das melhores do país... Você vai se dar bem!”
“Ouvi dizer...” – Ela respondeu.
Eles sorriram um para o outro e checou o relógio mais uma vez.
“Bom, Liam vai com você, ok ?” – A garota fez que sim com a cabeça. – “Então vamos juntos até lá embaixo!”
Os três desceram no elevador juntos e se separaram ao chegar em frente à porta do dormitório. seguiu para a direita, para o prédio da Medicina e Liam e para o lado esquerdo.
Não daria tempo de comer, pensou ... Teria que ir falar com o seu orientador e só então tomar café da manhã.

“Caloura? Tá pronta?” – Eleanor abriu a porta do quarto e perguntou a , que ajeitava seus livros e escolhia quais levaria em seu primeiro dia de aula.
“Tô sim... Nós já vamos?”
“Uhum. Lottie vai com a gente, é minha caloura em Moda também.”
As duas saíram do quarto e bateram no de Lizzie, onde Lottie estava ficando. Não era do agrado de ter que ver a cara da veterana mala logo cedo, mas a missão de evitá-la ficava cada dia mais difícil. Só estava naquela república de patricinhas ainda porque Eleanor era uma das garotas mais legais que já conhecera.
Para seu alívio, Lottie estava sozinha no quarto e apesar do que o pré julgamento de havia avaliado, ela não era uma wannabe Lizzie. Era uma garota muito boazinha e meiga. E era realmente apaixonada por Moda.
As três saíram em direção ao campus observando o movimento da rua onde a maioria das republicas ficavam.
“Mas porque você não mora com seu irmão, Lottie?” – perguntou, enquanto elas conversavam sobre suas famílias.
“Ele mora no Saint Patrick’s Residence e os quartos são individuais... Além disso, eu sempre quis morar em uma república, então ele me indicou a Monte Olimpo.”
“Qual o nome dele mesmo? Não sei se o conheço.” – Eleanor perguntou, franzindo a testa como se estivesse se esforçando para lembrar.
“Louis. Está no 4º ano de Engenharia Elétrica...”
“Acho que não conheço muitos engenheiros... A maioria mora nos residenciais mesmo.”
“Vou convidá-lo para a festa da JJJ no sábado!”
“Isso! Convida mesmo! Vai ser legal conhecer seu irmão!”

!” – Danielle se levantou do computador e foi até a porta do laboratório abraçar a amiga que não via há eras. – “Em que buraco você se escondeu, mulher?”
“Resolvendo umas pendências não planejadas...” – As duas riram. – “O que eu perdi nesse ano fora?”
“Além do meu mestrado?” – Dani falou, se fingindo de ofendida.
“Um dia você vai me perdoar por não ter vindo na sua Defesa?” – perguntou, tirando sua bolsa dos ombros e colocando-a na bancada.
“Vou pensar no seu caso... E você, como está? E a , já encontrou com ela por aí?”
“Encontrei ontem... Vamos almoçar juntas nós três hoje? A gente tem tanto papo pra colocar em dia!”
Dani bateu palmas.
“Aaaah, eu topo!”
“Encontrei o...” – começou a dizer, mas parou de falar ao observar um garoto abrir a porta do laboratório. Ele era moreno e tinha traços característicos do Oriente Médio. Era magro e tinha olhos castanhos muito brilhantes. precisou piscar algumas vezes para ter certeza de que não era uma miragem.
“Isso é hora, Malik?” – Dani perguntou rindo.
“Não me enche, Payzer!” – O garoto respondeu. Tirou a mochila, guardou seu capacete no armário e se voltou para as duas, olhando para com curiosidade. – “E você é...”
“Eu sou . Comecei meu mestrado aqui e...”
“Ah sim!” – O garoto a interrompeu. O que tinha de bonito, tinha de... não sabia dizer bem. Não era mau humor. Era um misto de impaciência e gênio forte... E algo que deveria ser um “quêzinho” de bad boy. – “Foi você quem trancou o mestrado porque...”
“Exatamente!” – Foi a vez de interrompê-lo. Se virou então para Dani. – “Alexander já chegou?”
“Acho que ainda não... Ele sempre passa aqui para dar bom dia.”
“Bom, então vou continuar aqui com você e o... Como é seu nome mesmo?” – A garota perguntou, se virando de novo para o recém chegado.
“Zayn. Zayn Malik.” – Ele respondeu, dando um sorriso de lado e retirando a jaqueta para colocar o jaleco. pode ver as tatuagens de seu braço direito aparecendo onde acabava a manga. – “4º ano de Biologia, Iniciação Científica.”
“Prazer!” – Ela disse, ainda meio hipnotizada pelo garoto. Mas antes que pudesse prolongar o assunto, Professor Alexander apareceu sorrindo para os três.
“Muito bom dia! , então você voltou mesmo?!”
sorriu.
“Acredite se quiser...” – Ela respondeu.
“Vou buscar um café e te espero na minha sala.”
A garota fez que sim com a cabeça e respirou fundo. Era como se o juiz tivesse finalmente apitado o início do segundo tempo.
voltou da sala do orientador algum tempo depois com uma folha cheia de “tarefas” que deveria fazer para retomar seus estudos. Sabia que apesar de ter passado aquele ano fora estudando bastante nas horas vagas que tinha, ainda não estava “em forma”... Era justo que seu orientador cobrasse mais dela agora.
“Deu tudo certo?” – Dani perguntou, levantando os olhos do microscópio.
“Até que ele não quis me matar tanto...” – Ela falou bem humorada, colocando a folha em cima da mesa e já ligando o notebook para começar suas pesquisas.
Elas continuaram um tempo em silêncio e Zayn de vez em quando entrava no laboratório e depois saía para trabalhar em outro lugar. não se conteve.
“Hey, Dani... De onde surgiu?” – Ela perguntou, se virando para a amiga e apontando para a porta. Dani riu.
“O Zayn? Veio conversar com o Alexander no começo do ano para fazer a Iniciação Científica aqui... É meio malinha, mas até que trabalha direitinho...”
“Ele é um gato!” – acrescentou e as duas riram.
“É, é mesmo... Mas cuidado, hein? Esse aí adora tirar onda de pegador!”
“Ih... Não se preocupa! Tô vacinada!”
se lembrou que ainda não tinha mandado uma mensagem para , chamando-a para almoçar com as duas. Quando terminou de digitar, se voltou para Dani.
“Alias, fui escolhida RA do 3º andar... Encontrei o Liam ontem!”
A garota olhou para baixo e coçou a cabeça, sem graça.
“Nós não estamos juntos mais...”
De repente tudo fez sentido.
“Ai caramba! Desculpa Dani!”
“Não, tá tudo bem... Foi no começo das férias. Eu acho que o namoro se desgastou por sermos de idades tão diferentes...”
“Poxa Dani, eu não sabia mesmo, senão nem tinha perguntado. E você tá bem?”
“Não 100%, mas vou ficar. Essas coisas acontecem... Não era pra ser...”
mordeu o lábio e ficou sem saber se deveria continuar falando sobre aquilo ou não, mas Dani deixou o assunto morrer e ficou um tempo olhando para o nada. Aquilo era triste, os dois era um dos casais mais bonitinhos que já tinha visto.
respondeu?” – Ela perguntou, sorrindo ainda meio triste e querendo mudar o foco da conversa. – “Tô louca pra saber de Paris!”
olhou para o celular e viu que havia respondido e confirmado o almoço.
“Sim! Ela espera a gente na loja.”
“Ótimo!”
As duas voltaram a trabalhar até dar a hora do almoço.

A semana passou tranquilamente, seguindo o roteiro de uma típica primeira semana do ano letivo: Os calouros tomando trote, se perdendo pelo campus e conhecendo professores carrascos, incríveis ou que simplesmente não fediam, nem cheiravam. começava a se reacostumar com seus horários e a função de RA por enquanto não pesava, pois só tinha que “cuidar” de Liam e . Liam, por sua vez, respirava aliviado por ter passado aquela primeira semana sem encontrar Dani... Era mais fácil assim. continuava sendo um peixe fora d’água na Monte Olimpo e se sentia frustrada por ainda não ter encontrado seu melhor amigo para bater nele tanto quanto ele merecia.
Mas enfim, o sábado tinha chegado e isso significava a tradicional Primeira Festa do Ano Letivo na JJJ!
estava deitada na cama de com as pernas para cima. Alguém precisava ter contado a ela que trabalhar 6 dias por semana e ser a gerente, atendente e caixa da própria loja era muito cansativo! A amiga terminava alguma coisa no computador.
“Já decidiu se vamos na JJJ ou não?” – perguntou, levantando os olhos.
se espreguiçou.
“Hum... Não sei se tenho esse pique mais não... Além do mais, vai ter alguém que a gente conheça?” – Ela perguntou. – “Dani vai?”
“Dani tá pior que a gente... E ela ainda tá evitando o Liam...”
“Não acredito que os dois terminaram... Por isso eu não acredito no amor!”
riu. Tinha perdido as contas de quantas vezes tinha ouvido dizer que não acreditava mais no amor. Mas não podia culpá-la... Ultimamente ela também não acreditava.
“Ok então... O que vamos fazer? Sair pra comer?”
“É uma boa! Tem um restaurante novo na cidade!” – se levantou e vestiu as botas. – “Vamos?”
desligou o computador e as duas saíram.
“Só um minutinho!” – Ela disse, indo bater no quarto de . – “Hey caloura! É sábado à noite! Vai ficar em casa?”
“Eu estava estudando...” – Ela respondeu, saindo do quarto e prendendo o cabelo em um coque frouxo.
“Nããããão, caloura! É a primeira semana de aula! Hoje tem uma das festas mais legais de todas! Você não pode ficar trancada aqui!” – falou, tentando animá-la e concordou com a cabeça.
“Eu... Eu ainda não conheço ninguém, não tenho companhia...”
“Você é caloura!” – falou. – “Todo mundo vai conversar com você e te entreter! Aproveita, que essa é a melhor fase da universidade!”
“A gente te deixa lá se você quiser...”
“Vocês não vão?” – perguntou, como se até tivesse vontade de ir, mas ainda morresse de medo de ficar sozinha.
“Não vamos... Estamos meio velhas pra isso!” – disse rindo. – “Vai ! Se estiver ruim, você me liga e eu te busco lá! Combinado?”
A garota ficou convencida. Sorriu para as duas e correu para o quarto dizendo que precisava de alguns minutos para se arrumar.
“Ela até parece uma caloura nerd que eu conheci...” – disse rindo e olhando de esguelha para .
“Pois é... Por isso eu estou fazendo isso pela , porque alguém me tirou de casa em uma Festa da JJJ no meu primeiro ano e foi a melhor coisa que me aconteceu!”
As meninas riram e logo estavam as três no carro indo em direção à rua das republicas. Ela estava toda lotada de carros e pessoas passando com copos na mão. A casa onde a festa acontecia era obviamente uma azul enorme no meio da rua de onde a música vinha alta. E bem no alto da fachada havia um letreiro: JACK, JOHNNY & JOSÉ.
parou o carro e ainda vacilou antes de sair.
“Calma, ... Vai dar tudo certo!” – disse, virando-se para trás e sorrindo para a garota. – “E, qualquer coisa, me liga!”
Logo que saiu do carro, observou um garoto bem no meio do jardim com um megafone e algumas pessoas deitadas pela grama.
“MURS!” – gritou, chamando a atenção dele. – “Mais uma caloura pra você! Cuida bem dela, hein?”
“Filha do terceiro andar?” – O garoto perguntou no mega fone, fazendo sinal para se aproximar. fez que sim com o polegar. – “Pode deixar que eu cuido dela! CALOURA, DEITA NO CHÃO TAMBÉM, JUNTO COM OS SEUS COLEGUINHAS!”
e trocaram um olhar preocupado, mas depois deram de ombro. Aquilo tudo fazia parte do ritual de passagem de “estudante do colegial” para “estudante de faculdade”.

Niall era um dos calouros anfitriões da festa, o que quer dizer que era colocado para trabalhar duas vezes mais que qualquer um por ali. O chapéu de bobo da corte tinha virado peça indispensável de seu vestuário e ele agora servia cerveja para um grupo de veteranas lindas que nem podia xavecar.
“CALOUROOO!” – Ouviu alguém gritar e se virou suspirando, sabia o que viria a seguir. – “ENTÃO VOCÊ É IRLANDÊS, CALOURO?”
“Sou... Sou sim!”
“ENTÃO DANÇA!”
E lá ia Niall fazer a dança irlandesa pela milésima vez só naquela semana. E apesar de ser um pé no saco, ele não queria estar em nenhum outro lugar. Já tinha conhecido tanta gente naquele tempo tão curto e, no fundo, os veteranos eram em sua maioria muito legais... Quando se cansavam de dar trote.
“Horan... Ô Horan! Vai colocar gelo no isopor, vai!”
Respirou fundo e foi para a cozinha.

andava pelo quintal procurando por Eleanor... A veterana tinha se transformado no porto seguro da garota. Tinha medo de ficar dando mole sozinha e ter que aguentar Lizzie ou uma veterana mais chata que ela. Não tinha muita paciência para essa coisa de trote. Ouviu seu celular tocar.
“Nem vou, , sinto muito! Odeio o pessoal da JJJ...”
“Faz uma semana que eu tô aqui! UMA SEMANA! E eu não vi sua cara até agora... Parabéns! Premio de Melhor Amigo do Ano!
Aquilo a deixou mais irritada.
“Calooooooura!” – se virou e encontrou uma veterana que ela nem conhecia a chamando. Será que tinha tanta cara de novata assim? – “Pega vodka pra mim!”
“Não sei onde fica...” – Ela deu de ombros, fazendo-a rolar os olhos.
“Eu podia mandar você se virar, mas vou ser legal... É na cozinha, querida...” – Ela falou, apontando para uma portinha no fundo da casa.
entrou no cômodo e encontrou um garoto de chapéu de bobo da corte batendo em um saco de gelo. Ele se virou ao ouvir o barulho de gente entrando.
“Oi, quer alguma coisa?” – Niall perguntou todo solícito.
“Relaxa... Sou caloura também!” – se sentou à mesa, pensando em dar um tempo da bagunça lá de fora. – “Precisa de ajuda?”
“Não... Tá tranquilo... Eu acho...”
“Acho que se você bater o saco de gelo no chão, vai mais rápido...” – sugeriu e o novo conhecido sorriu. – “Sou a , a propósito.”
“Sou o Niall!” – Ele falou pegando o saco de gelo no colo e molhando a roupa toda. gargalhou. – “Merda!”
“Você faz o que?”
“Letras e você?”
“Engenharia mecânica!”
“Você é... “
“Irlandês... É sou...” – Niall disse rindo, também pela milésima vez na semana.
“CALOURO! Se você demorar mais, a gente vai colocar neve no copo em vez de gelo!” – Um dos donos da casa apareceu na cozinha, brigando com Niall. Ele jogou o saco no chão algumas vezes e colocou o gelo no isopor. Saiu acenando para e derrubando mais água na roupa por conta do gesto.
A garota colocou vodka num copo e saiu. Tinha perdido a veterana de vista, mas nem ligou... Voltou a procurar Eleanor.

ria enquanto tinha que adivinhar o nome dos veteranos alinhados a sua frente. Sempre que errava, ela tinha que começar de novo e eles se misturavam. Talvez o engraçado mesmo fosse errar e vê-los se embaralhar: estavam tão bêbados que a tarefa era mais custosa do que deveria ser.
“Vai caloura... A última! Eu to passando mal de rodar já...” – Um deles falou.
“Não, se você errar agora, quem roda é você!” – O outro sugeriu e todos concordaram. ria ainda mais. estava certa, estava se divertindo tanto!
Da cozinha, Liam surgiu abraçando alguém pelo pescoço. Era um garoto loiro que ria quase tanto quanto ela.
! Você tá aqui!” – Ele gritou. Estava meio bêbado. – “Libera a minha caloura aí, Johnson!” – E a abraçou também, assim como o outro garoto, indo para fora com os dois. – “Meus dois calouros favoritos!”
Porém, em vez de irem para a parte de trás da casa onde a maioria da festa estava acontecendo, foram para a parte da frente. Ao chegarem lá, Liam se endireitou e os soltou.
“Vamos ficar um tempo aqui pra vocês tomarem um ar... Acho que deu de trote pros dois por enquanto...” – Ele disse sorrindo e parecendo sóbrio novamente. Tinha sido um truque. sorriu pra ele e Niall deu uma gargalhada, dando um tapinha nas costas de Liam e agradecendo.
Sentaram na grama e ficaram conversando. se apresentou para o outro garoto e ele fez o mesmo. Liam contava para eles histórias de quando era calouro.

Na parte de trás da festa, estava feliz de conhecer as amigas de Eleanor, já que elas eram tão amigáveis quanto a veterana. Também tinha encontrado algumas meninas que faziam Letras e algumas calouras como ela e elas também foram legais... Por fim, a festa não estava sendo tão ruim assim.
Ou ela achava que não.
Tinha conseguido se esconder de Lizzie até aquele momento e estava se divertindo conhecendo pessoas novas e se misturando a elas. Ela já havia percebido que Lizzie tinha um certo prazer em dar trote nela. Odiava as roupas que vestia, o jeito que falava e sobre o que conversava. E ela tinha conseguido se camuflar até então, mas com uma dor no coração viu que a loira se encaminhava para a roda em que estava, com um sorriso de dar medo no rosto.
! Tava te procurando! Vem aqui, que eu preciso de você!” – Ela disse, colocando a mão no ombro da caloura.
“Lizzie... Por favor...” – Eleanor tentou.
“Fica tranquila, Calder... Não vou fazer nada com a sua favoritinha não...”
se deu por vencida e foi atrás de Lizzie. A missão parecia fácil: roubar uma garrafa de vinho que estava no meio de uma roda de garotos do time de Rugby. Ok, não era tão fácil assim...
parou ao lado da roda analisando o que ia fazer. Quando um dos garotos saiu para ir ao banheiro, ela aproveitou o espaço e pegou a garrafa. Houve gritos e protestos e um dos caras veio correndo atrás dela.
“TÁ MALUCA, MENINA?”
sabia que estava encrencada antes mesmo que qualquer coisa acontecesse, como uma premonição. Ela correu até onde Lizzie esperava com as mãos na cintura, mas o chão do quintal era um gramado, como a parte da frente, e ela não viu a pedra que estava em sua frente. Tropeçou e a garrafa de vinho voou de sua mão. Ela viu o líquido voando na roupa de Lizzie mesmo antes da garrafa bater no chão e se espatifar aos pés da veterana, sujando-a ainda mais.
“CALOURA!”
correu até ela tentando se desculpar, não tinha sido sua intenção. Eleanor olhava de uma para outra sem saber o que fazer.
“Lizzie, me desculpa! Eu tropecei numa pedra... Não foi de propósito...”
“SOME. DA. MINHA. FRENTE!”
“Liz...” – Eleanor tentou... Ela nem ouviu.
“DESAPARECE! NÃO QUERO OLHAR PRA SUA CARA PEDANTE NUNCA MAIS. VOCÊ VAI SAIR DA MINHA REPÚBLICA HOJE!”
“Mas eu não tenho pra onde ir...” – começava a se desesperar.
“O PROBLEMA É SEU! SE VIRA! EU VOU CONTINUAR AQUI E VOCÊ VAI EMBORA ARRUMAR SUAS TRALHAS E QUANDO EU CHEGAR EM CASA EU NÃO QUERO TE VER MAIS LÁ!”
Não havia o que discutir... Não havia nada que Eleanor pudesse fazer por ela. A festa inteira tinha parado para ver a briga e ela se sentia extremamente humilhada. Fez que sim com a cabeça e foi saindo sem fazer ideia do que ia fazer. Estava tão desnorteada que nem se lembrou que seu amigo de Bradford também fazia faculdade lá e ela podia ficar uns dias com ele.
Passou pela casa sem nem ver direito quem estava por ali. Saiu sem fazer ideia de onde ia e se sentou na calçada.
estava sentada no gramado da frente com Niall e Liam e viu essa garota passar chorando e se sentar na calçada mais adiante, parecendo totalmente desolada. Sem nem avisar os meninos do que ia fazer, foi até lá ver o que tinha acontecido.
“Hey, o que houve?”
levantou a cabeça e fungou. Estava meio incerta se era uma veterana mala vindo tripudiar em cima dela ou alguém realmente querendo ajudar. Porém estava numa situação em que nada podia piorar, por isso contou à garota a sua frente o que vinha acontecendo entre ela e Lizzie desde que chegou. a ouvia atenta. Logo mais dois garotos se aproximaram, um deles era aquele calouro da cozinha. Os três pareciam preocupados com ela.
“Calma, eu sei o que fazer!” – disse, tendo uma ideia. Sacou o celular e ligou para . Não demorou muito e ela e já se encontravam ali também.
“Mas essa Lizzie continua sendo um pé no saco?” – perguntou de braços cruzados.
“Qual é ela? Eu conheci?” – perguntou à amiga.
“A loira presidente da Monte Olimpo, lembra? Cara de besta, chata pra caralho...” – começou e fez um barulho com a boca de quem tinha se lembrado de algo indesejável.
“Nossa, caloura... Meus pêsames que você conviveu com a Lizzie!”
fungou de novo, mas estava rindo da conversa das duas veteranas.
“Você acha que ela pode morar no terceiro andar com a gente, ?” – perguntou ansiosa.
A garota sorriu.
“Claro! Por hoje, caloura, a gente vai pegar suas coisas na república e você fica no meu quarto. Amanhã a gente providencia o seu!”
se levantou sem saber como agradecer àquelas pessoas ali, totalmente dispostas a ajudá-la.
“Obrigada! Obrigada mesmo!”
“Fica tranquila, caloura. Há males que vem para o bem...” – falou.
Elas entraram no carro em direção a Monte Olimpo. Os meninos continuaram por ali.
“E quem eram as super heroínas, salvadoras dos fracos e oprimidos?” – Niall perguntou em tom de brincadeira e entrou na festa de volta com Liam.

Nota sobre a fic: Olá leitoras! Espero que estejam gostando de On the third floor e resolvam acompanhar a fic. Como a fic gira em torno da universidade e nem todo mundo lendo já chegou nessa fase da vida, resolvi fazer uma pequena nota explicativa no fim desse capítulo.
Para começar, vou explicar resumidamente sobre o mestrado que a protagonista faz. Ela fez um curso na área de Biológicas/Da Saúde. O mestrado, nesses casos, é realizado em período integral e normalmente envolve uma hipótese sobre algum assunto biológico (como genética, por exemplo). Durante 2 anos/2 anos e meio, a pessoa desenvolve métodos de provar sua hipótese e responder suas perguntas e, no fim, “defende” (ou apresenta) seu projeto para uma banca de professores que vão julgar se o trabalho foi bem feito ou não e se a pessoa merece o título de Mestre. O doutorado é um nível acima do mestrado, mas o objetivo é o mesmo. O projeto, porém, normalmente envolve um grau de dificuldade maior e dura 3/4 anos.
Outro assunto comum na universidade é o trote. Sim... O trote geralmente envolve um certo bullying mesmo, como é narrado na fic (o que não é encorajado por mim). Também como foi dito na fic, os veteranos dão trote, mas na maioria das vezes são solícitos caso os calouros precisem de ajuda ou um direcionamento. No fim, eles serão amigos que você vai levar para o resto da Universidade! Claro que existem exceções e casos de maus tratos com os calouros e, mais uma vez, eu não encorajo esse tipo de comportamento.
Bom, para essa primeira atualização, é isso! Caso vocês tenham qualquer outra dúvida ou curiosidade me avisem!


Capítulo 3 - Lonely

“Oi, por favor... A Lottie está?” – O garoto magro de cabelos escuros e a franja caindo nos olhos azuis perguntou à caloura que atendeu a porta. Ele tinha um rosto de traços finos e bem feitos. Era muito bonito.
“Vou chamar. Quem é você?”
“Me chamo Louis, sou irmão dela.” – Ele sorriu para a garota e era um sorriso encantador.
Não demorou muito e Lottie apareceu no hall de entrada da casa.
“Looooou!” – Ela veio gritando em direção ao irmão que abriu os braços e a abraçou forte.
“Eu tava esperando você ir me visitar, mas parece que você esqueceu que tem um irmão aqui!”
Os dois se soltaram e Lottie convidou o irmão para se sentarem no sofá da sala.
“Desculpa, maninho... Tava tão ocupada com a república e a primeira semana de aula!”
“Tá gostando?” – Ele perguntou, passando as mãos nos cabelos da irmã mais nova, ela abriu um sorriso enorme.
“MUITO! Aqui é tudo muito legal! E minhas veteranas são as melhores, você precisa conhecê-las... Tava falando de você pra Eleanor esses dias e Lizzie...” – Lottie disparou a contar tudo sobre sua primeira semana, as aulas, as meninas da república e até um incidente com uma das calouras na festa da JJJ no ultimo sábado. Ele nem sabia como começar a contar a ela sobre as novidades que ele trazia do seu fim de semana em Doncaster. – “... E aí acho que ela foi morar no SPR igual você, mas no terceiro andar.” – A garota sorriu ao terminar a história. – “E você? Como foi o fim de semana em casa? Viu a Han?”
Louis tirou as mãos do cabelo da irmã e abaixou os olhos, passando a mexer na costura do sofá.
“Lottie... Eu e Hannah terminamos.” – Ele sabia como a irmã ficaria. Ela adorava sua namorada. Era bem possível que ele fosse deposto do cargo de irmão... O caso era sério assim. – “As coisas estavam ficando um pouco difíceis pra nós dois... A distância, a...”
“Não... Lou! Não acredito! Não acredito!” – Ela a interrompeu e cobriu os olhos com as mãos. – “Mas vocês eram perfeitos! Vocês lidaram com a distância durante todo esse tempo!”
O garoto suspirou.
“Acho que nós só estávamos aguentando firme e evitando o inevitável, Lottie...”
“Mas ela te amava! E você também a amava!’
“É claro que eu a amava... E eu ainda gosto muito dela! Mas os pais de Hannah vão se mudar pra Manchester com ela ano que vem, nós nem vamos nos encontrar em Doncaster mais... Tenta entender, Lottie... Você tá fazendo isso ser mais difícil do que a própria Hannah!”
“Mas é só ano que vem... Vocês passaram as férias juntos pra terminarem no primeiro fim de semana do ano letivo?”
A garota não podia acreditar! Hannah já era quase como sua irmã também. Louis a namorava há cinco anos e durante quatro anos ambos estiveram na faculdade. Não era possível que esse fosse o motivo!
“Tudo já estava estranho nas férias, mas acho que nenhum de nós dois queria admitir... Não sei... Não sei... Mas foi uma decisão mútua, continuamos amigos e ela continua te amando como antes! Disse que está te esperando em Manchester!”
Lottie não respondeu. Apenas cruzou os braços e fez que não com a cabeça.
“Lottie, por favor... Não quero que você fique assim!”
“Existe a chance de vocês voltarem?” – Ela perguntou, ainda emburrada.
“Não sei...” – Louis deu de ombros. Como responderia a isso quando nem ele sabia se queria voltar, se havia se arrependido? Quando se namora há muito tempo, é fácil se acomodar às situações e acreditar que está tudo bem. E que tem algo errado quando o namoro termina... Ele genuinamente não sabia como se sentia e ter que se justificar para a irmã, quando nem a própria namorada tinha feito tantas perguntas, era complicado. – “Talvez sim... Talvez não... Não sei mesmo, Lottie!”
Ela se encostou no sofá e os dois ficaram um tempo em silêncio.
“Bom, preciso voltar pro dormitório... Que a senhora, aliás, tem que ir conhecer...” – Louis disse, cutucando a perna da irmã, que sorriu.
“Eu vou sim! E você tem que vir aqui mais vezes... Largar seus estudos malucos e ir numas festas com a sua irmã mais nova!”
Ele riu e fez que sim com a cabeça. Os dois se levantaram e se abraçaram. Lou fez cócegas na irmã e a abraçou de novo.
“Juízo, irmãzinha... E vai estudar!”
“Larga a mão de ser chato, Louis!”
Eles se despediram e Lou voltou para o dormitório. Era fim de tarde e ele andava de cabeça baixa, pensando em como seria ficar solteiro depois de 5 anos namorando.

ajudava a fechar a loja, ia trancando as portas enquanto a amiga fechava o caixa.
“Você precisa de uma ajudante, ... Vai acabar surtando fazendo tudo sozinha!”
“Vou mesmo... Ainda mais agora que é troca de estação...”
“Não sei como você ainda dá conta de desenhar!” – terminou com as portas e voltou para o fundo da loja para ver se a amiga precisava de mais alguma coisa. Tinha acabado de sair do laboratório e passou por ali para ajudá-la.
“Tenho desenhado à noite. Você não conheceu o estúdio, né?”
“Não conheço não... Aquele dia vim só até a loja!”
pegou seus pertences e as duas subiram para o segundo andar onde ficava o estúdio e a casa dela. Assim que chegaram, ficou encantada. Conhecia os planos da amiga para sua casa, loja e seu cantinho para fazer seus desenhos há anos e sabia que aquele sobrado era simplesmente a perfeição! O estúdio ficava na primeira porta à esquerda assim que se subiam as escadas da loja. Era um cômodo amplo e bem arejado, com suas janelas largas. No fundo, ficava o escritório e mais a frente, a mesa de desenho, manequins, armários de tecidos e artigos de armarinho, uma máquina de costura e, espalhados pela parede, fotos de desfiles, de em Paris, fotos da faculdade ( reconheceu vários rostos por ali) e desenhos de roupas. Um deles chamou mais a atenção dela, era um vestido de noiva.
“É o vestido de noiva da Ella, lembra dela?”
sorriu, teria reconhecido a dona do vestido mesmo se não tivesse dito nada. Era claro que o vestido era de Ella, quando ele tão obviamente faria quem o usasse parecer uma sereia!
“E como ela está?” – perguntou ainda sorrindo para o desenho.
“Na California, fazendo a pós de cinema que ela sempre quis!”
“Que bom! É bom saber que as coisas evoluíram pra todo mundo...”
As duas continuaram andando pela sala enquanto ia explicando sua dinâmica de criação... Os olhos dela até brilhavam!
“... Aí to pensando em procurar uma ajudante da universidade, porque aí ela pode me ajudar na loja, e eu ensino essa parte do desenho pra ela...”
“Acho uma boa ideia... coloca uns folhetos pelo prédio de Moda. Se você quiser, a , a menina nova do andar, faz Letras lá... Ela pode te ajudar...”
“Eu passo lá no 3º andar amanhã... E como estão as coisas por lá? Já foi o dia do Catch Me If You Can?”
“Não, ainda não. Acho que passaram pra outubro...”
“Me chama pra ver!”
As duas saíram do estúdio e foram para a sala da casa de . Tudo era simplesmente a cara dela: cada móvel, cada peça da decoração...
“E como anda a vida amorosa?” – perguntou, se servindo de chá e se jogando no sofá.
“Não anda, né?” – respondeu, fazendo o mesmo. – “Eu só trabalho!”
“Então você precisa mesmo de uma ajudante! Pra ter tempo pra namorar!”
“Se eu tiver tempo sobrando, vou querer dormir... Não se iluda! Quero ficar sozinha...”
As duas riram.
“E você?” – perguntou, olhando para pelo canto dos olhos. – “Falou com o...”
“Não. E nem quero!” – a interrompeu, parecendo ao mesmo tempo assustada e certa do que dizia.
... Você precisa! Não acredito que ele não sabe de nada até hoje...”
“Ele sumiu, eu continuei minha vida... Simples assim.”
“Não é simples...”
“Você não quer um namorado, eu não quero mexer no passado... Continuamos com a programação normal!”
“Você é quem sabe...” – deu de ombros. – “Mas falando de coisa boa, vamos sair amanhã a noite? Ir num pub... Fingir que ainda temos 20 anos?”
riu e fez que sim com a cabeça. 20 anos... Que saudades de se ter 20 anos!

e Dani trabalhavam cada uma em seu computador quando Zayn chegou ao laboratório, no seu atraso habitual.
“Dia!” – Ele resmungou. Não era um garoto de muitas palavras num todo, mas de manhã era um pouco pior.
Ainda era novidade para trabalhar com um garoto que fosse tão atraente, às vezes ela tinha que se mandar concentrar para não ficar olhando para ele. Ao mesmo tempo, queria distância de dor de cabeça, o que Zayn obviamente era.
“Vocês vão a Festa dos Calouros nesse sábado?” – Ele perguntou, depois que também ligou seu computador e trabalhava em seu projeto.
e Dani se olharam. Não porque Zayn estava puxando papo, mas porque elas ainda não tinham pensado nisso.
“Hum...” – Disse . – “Talvez... É uma ideia... Não tenho saído mesmo... Vamos, Dani?”
Ela fazia uma cara de dúvida.
“Não sei... Eu tenho umas coisas pra fazer...”
“No sábado a noite?” – Zayn perguntou, levantando a sobrancelha. – “Para de ser velha, Peazer...”
“E posso saber porque esse interesse todo, Malik?”
“Minha banda vai tocar...”
“Você tem uma banda?” – perguntou e ele fez que sim com a cabeça.
“Pergunta o nome, , pergunta o nome!” – Dani falou, segurando a risada e Zayn olhou para ela cerrando os olhos.
“Qual o nome da sua banda?”
Ele bufou antes de responder baixinho:
“ZAP...”
Dani começou a rir e ficou sem entender. Ok, não era o melhor dos nomes, mas não era TÃO ruim assim... Ou era?
“Pergunta porque!” – A amiga continuava rindo.
“Você é tão irritante, Danielle...”
Ela ria mais ainda. Precisou colocar as mãos na boca porque, afinal, estavam no ambiente de trabalho.
“Porque o nome, Zayn?” – perguntou, com uma voz inocente. Tinha que admitir, era divertido irritá-lo.
“São as nossas iniciais... Zayn, Andy e Peter.”
“Ai, que coisa cafona!” – Dani estava com a mão na barriga e não aguentava mais rir.
“E com esse ego tranquilinho que você tem, você deve ser o baterista...” – disse e Dani quase caiu da cadeira. Zayn virou seu olhar assassino para ela.
“Deixa eu ver se eu entendi... Você me conhece há uma semana e acha que pode pagar de engraçadinha?!”
“Mas você é ou não é o vocalista?” – perguntou com as sobrancelhas levantadas.
“Sou... Mas isso não tem nada a ver com nada.”
segurou a risada também, já bastava Danielle quase tendo um infarto.
“É, realmente, não tem nada a ver... Mas olha, eu vou sim ver sua banda, Malik. Tava só te zuando.”
Antes que ele pudesse responder, Alexander entrou no laboratório e eles precisaram voltar à “postura acadêmica”. Dani teve problemas pra esconder que acabara que chorar de rir e por isso balbuciou um “Preciso ir ao banheiro” e saiu o mais rápido possível.

“Ai, não acredito! Não acredito que perdi isso!” – Zayn gargalhava e batia com as mãos na mesa.
“Você é um idiota!” – bufou e parou de contar a história, voltando de novo sua atenção para o prato em sua frente.
“Não, sério . Você merecia uma medalha de honra ao mérito! Jogar a garrafa de vinho na Barbie Festa foi um feito de vida!”
“Eu ainda quero te matar por ter me mandado pra lá e por não ter ido me ver nem na república e nem na festa da JJJ!”
“Eu tava ocupado, já te disse... Você acha que eu curti voltar pra cá um mês antes pra ficar sozinho no laboratório?”
“Se você chegasse na hora certa todo dia, provavelmente adiantaria tudo da sua Iniciação pra não trabalhar nas férias...”
“Não começa você também a me encher... Continua a história!”
olhou zangada para o amigo e voltou a falar sobre o dia da festa.
“... E então essas duas veteranas chegaram e eu fui morar na Saint Patrick’s Residence.”
Zayn franziu a testa, já tinha ouvido falar de lá... Quem ele conhecia que morava lá mesmo?
“E tá tudo bem por lá?”
“Tá, tá sim. Conheci essas meninas que são muito legais e tô me sentindo muito mais feliz tendo meu canto lá do que naquela república ridícula...”
O garoto voltou a rir ao se lembrar da história de e levou um tapa.
“Ai, que dor... Você não esquece de como bater ardido desse jeito não?”
“Tava com saudade de você, meu querido!” – Ela disse com um sorriso cínico. – “Você é quem merece um prêmio de honra ao mérito por serviços prestados no seu papel de melhor amigo...”
“Tava só fazendo o papel do filho da puta que você acha que eu sou...” – Ele disse dando de ombros e cortando o frango em seu prato.
“Faz sentido...” – respondeu e os dois deram risada.
“Minha banda vai tocar na Festa dos Calouros sábado. Você está proibida de não ir...”
“Olha bem pra minha cara, Zayn! Me dá o maior trote de todos com essa primeira semana lixo e quer que eu vá pagar pau pra você?”
“Mas...”
“Tô brincando, besta! É lógico que eu vou... Os caras da sua banda são gatos?” – Ela perguntou, com uma expressão marota.
“Eu lá sei se os caras são gatos, !”
Ela gargalhou.
“Só me apresenta eles e eu mesmo decido!”
Zayn deu de ombros.
“Vamos sair hoje? Você não conheceu o pub daqui ainda, conheceu?”
“Como eu ia ter conhecido se tava na república das meninas mais caretas dessa universidade?”
“E você pode beber morando nesse lugar que você tá agora?”
“Pelas histórias que eu tenho ouvido, acho que eu só posso morar no terceiro andar se eu beber!” – disse rindo e dando mais uma garfada em seu macarrão.
Os dois continuaram comendo e colocando o assunto em dia. estava olhando para a porta quando viu uma pessoa que conhecia entrando. Zayn olhou para trás ao ver a expressão da amiga e tomou um susto. Eram e Dani.
“Hey !” – cumprimentou ao vê-la e logo tomou um susto ao ver quem a acompanhava. – “Zayn?”
O garoto fez um aceno tímido e continuou de cabeça baixa. Sabia que as duas imaginariam que fosse seu novo alvo.
“Você conhece o Zayn?” – perguntou olhando de um pro outro.
“Somos do mesmo laboratório!” – explicou, apontando para ela e Dani.
“Ah, que legal! E eu sou de Bradford, como o Zayn... Nos conhecemos de lá!” – Ela disse, dando um sorrisão. Que mundo pequeno!
“Bom, vamos deixar vocês terminarem...” – falou, segurando o ombro de e acenando para ela e Zayn. Dani fez o mesmo. – “Até depois!”
Zayn continuou seguindo ambas com o olhar.
“De onde você conhece a ?” – Ele perguntou e abriu um sorriso torto antes de acusá-lo:
“ZAYN! ZAYN MALIK!”
“Que foi?”
“Não, a não!”
“Que!? Do que você tá falando... Só quero saber de onde você conhece ela!”
“Foi ela que me chamou pra ir morar no dormitório... E não, Zayn, ela é legal demais pra você!”
Zayn riu.
“Aaaah, ela é legal demais pra mim?!”
“Nada pessoal, mas você só pega tranqueira!”
Os dois gargalharam.
“Com uma melhor amiga como você, eu nem preciso de inimigos...”
sorriu afetado.
“De nada, meu querido! Tava morrendo de saudade de você!”
“Eu não...” – Ele disse rindo.
É claro que sentiam falta um do outro. Muito! Mas a amizade deles era assim e Zayn estava feliz que, depois de 3 anos, voltariam a morar na mesma cidade.

Liam passava pelo pátio do campus e viu Niall sentado cabisbaixo num banco mexendo no celular.
“Hey Horan... O que houve?” – Ele perguntou, parando em frente ao calouro.
“Ah, oi Payne... tudo bem? Eu... Eu tô legal... Saudades de casa só, acho que é normal...”
“A primeira semana é difícil mesmo... Você tem namorada lá na Irlanda? Dá uma piorada quando tem...”
“Não, não tenho... Mas nunca fiquei longe da minha mãe mais que um fim de semana...”
Liam riu. Todo ano a história se repetia, não importava se era calouro ou caloura... Morando longe ou perto de casa.
“E quando você vai pra casa de novo?”
Niall deu de ombros.
“Natal, eu acho...” – O garoto respirou fundo, se levantou e guardou o celular. – “Indo pra lá também?” – Ele perguntou a Liam, apontando para o prédio em frente. O garoto fez que sim e os dois caminharam juntos até lá.
Na porta da sala de Niall, Liam deu um tapinha solidário em suas costas.
“Fica assim não, calouro... Já que você se acostuma. Qualquer coisa passa lá no meu quarto pra...”
“Iiiiih, tá me estranhando, Payne?” – Niall perguntou rindo e levantando uma das sobrancelhas. Liam riu também e deu um soco nele.
“Fala sério, rapaz... Você, além de tudo, não faz o meu tipo!” – Ele disse rindo. – “Ia falar pra você passar pra gente sair tomar umas cervejas, po!”
“Ah bom! Eu vou... Eu vou... Valeu mesmo!”
Os dois se cumprimentaram e Liam saiu. Ao chegar na sala de aula, abriu sua carteira procurando por uma foto da pessoa de quem ele sentia saudade. A verdade é que ele quase implorou para que Niall passasse lá e o tirasse do quarto. Não sabia ficar sozinho, não sabia ficar sem Dani.


Capítulo 4 - She left me

ia andando rápido, cantando a música que vinha dos seus fones de ouvido. Entrou na academia e cumprimentou a recepcionista, subindo para o segundo andar. Gostava de ir à academia no sábado, era mais silencioso.
Não que fosse nesse dia por causa disso... A verdade é que não tinha tempo durante a semana.
Não avistou seu professor ao abrir a porta da sala onde praticava boxe, mas havia alguém na sala. O garoto estava concentrado em bater no saco de pancadas. entrou na sala e fechou a porta, ainda sem ser percebida por ele.
Ela colocou sua bolsa no chão e foi até o fundo da sala procurar pelo professor que não parecia estar em lugar nenhum por ali.
“Rob foi até a lanchonete... Deve estar voltando já...”
ouviu o garoto dizer e se virou. Seu primeiro pensamento foi “Caramba!”. Não sabia que adolescentes podiam ser bonitos assim! O garoto que batia no saco de boxe a olhava curioso agora, lançando um sorriso que ela julgava ser uma puta injustiça com o resto da raça humana. Apesar de ser magro, tinha os braços definidos e olhos tão claros e verdes que pareciam de mentira.
“Ah... Ok, vou me aquecendo então...” – Ela conseguiu dizer, quando voltou a si.
Ele sorriu mais uma vez e voltou a treinar. virou o pescoço para os dois lados, relaxando e começou a se aquecer.
“Achei que era a única que malhava no sábado...” – Ela disse, puxando assunto. AINDA não tinha conseguido tirar os olhos do garoto, o que chegava a assustá-la. Pelo amor de Deus, parece que nunca viu um cara bonito! Ele riu.
“Ainda não consegui arrumar meus horários direito... Sabe como é... Calouro, perdido, primeiras semanas de aula...” – O garoto lançou outro sorriso. Jogou o cabelo para frente e o balançou, voltando a colocá-lo de lado.
CALOURO. ELE É CALOURO!
“Então você é calouro? De que curso?” – Ela perguntou.
“Direito. E você?”
Foi a vez dela rir... E ficar desesperada.
“Já terminei a faculdade (não era importante dizer há quanto tempo, era?), mas ainda moro por aqui.”
“Hum...” – Ele fez e os dois voltaram a se exercitar.
Rob voltou quando terminava sua primeira série. A garota parou e o cumprimentou e os dois emendaram um papo.
“E você, Harry? Como estamos aqui?” – Rob perguntou ao garoto.
“Tudo certo...” – Foi a vez dos dois começarem a conversar e voltou a pular corda.
Não demorou muito e eles trocaram de aparelho. Harry ficou um pouco impressionado com a força e a concentração de . Será que ela estava fazendo aquele negócio de visualizar alguém no saco?
“Eu teria medo de brigar com você...” – Ele brincou e ela deu um sorriso convencido.
“É, não é muito bom mesmo...” – Rob falou para irritá-la e riu.
“Hey, não sou nenhum monstro não! Mas eu não me aborreceria estando ao alcance do meu braço...” – Ela falou e os três riram.
A aula seguiu quieta e apenas respirações pesadas e socos no grande saco de areia eram ouvidos por ali. Rob vez ou outra corrigia uma posição ou sugeria um novo exercício. 1 hora e meia depois e ambos estavam ofegantes descendo a escada para irem embora.
“Acho que vou continuar fazendo aula nesse horário...” – Harry disse, dando um sorriso de lábios fechados e precisou desviar os olhos para parar de pensar tantas coisas erradas. Também resolveu não responder, porque seu cérebro só conseguia pensar “Toma aqui meu telefone!”
“Bom, até semana que vem então...” – Ela disse, por fim.
“Até... Meu nome é Harry, a propósito!”
“O meu é ...”
Os dois se despediram e seguiram cada um para um lado.
“Olha...” – Pensou . – “... Eu devo estar mesmo no fundo do poço da minha vida amorosa!”

“E aí? Alguma interessante?” – perguntou, ainda na cama. Sempre invejava a energia de que conseguia trabalhar a semana inteira, ir à academia sábado e trabalhar mais um pouquinho ainda.
“Nada ainda... Mas tenho mais duas entrevistas hoje. Me deseje sorte, por que tá difícil...”
“Ninguém no perfil?”
“Tem vindo umas meninas tão lesas...”
riu e checou o relógio... Ok, hora de levantar.
“Quer que eu vá aí te ajudar?”
“Você tá muito ocupada?”
“Não... Meia hora e eu chego aí...”
“Você tá na cama ainda, ?” – perguntou inconformada. – “Eu ainda vou te arrastar pelos cabelos para a academia... Você vai ver!”
“Você me ameaça há anos em vão, ... Não tenho medo mais...”
“Vai à merda...” – A amiga falou rindo do outro lado do telefone. – “E vem pra cá logo que eu tenho que te contar do novinho da academia!”

“Você algum dia vai me perdoar?” – Eleanor perguntou, abraçando . As duas estavam sentadas no corredor do terceiro andar conversando. – “Desculpa por não ter mandado a Lizzie à merda naquele dia...”
“Fica tranquila, El...” – respondeu, sorrindo para a amiga. – “Eu não tava feliz lá mesmo e só aguentei naquela casa por que você era muito legal.”
“Mesmo assim, eu devia ter te defendido...”
“Pra ela te expulsar de lá também? Não, sério mesmo, El... Sem ressentimento nenhum! Eu sou é muito grata por você ter me ajudado enquanto eu morava lá...”
Eleanor sorriu.
“E vai fazer o que hoje à noite? Quer que eu passe aqui pra te buscar pra Festa dos Calouros?”
“Acho que vou com as meninas daqui... E a banda do meu amigo vai tocar na festa. Mas se você quiser passar aqui pra ir junto com a gente...” – sugeriu e El fez que sim com a cabeça.
“Combinado!”
abriu a porta de seu quarto atrapalhada com a chave, sua bolsa e o iPad em suas mãos.
“Ah, oi ! Oi...” – Ela não conhecia a garota com quem estava conversando.
“Oi... Eu sou a Eleanor!” – A garota acenou sorridente.
“Eu sou a !” – retribuiu o sorriso e o aceno. – “? Tô saindo, tá?”
“Tá certo...” – fez que sim com a cabeça e se virou para Eleanor. – “El! A é amiga da ... É na loja dela que você vai fazer a entrevista hoje, né? Do flyer que eu te entreguei?”
Os olhos de Eleanor se arregalaram.
“Você é amiga da ?”
riu e sentiu um tremendo orgulho da amiga. tinha estudado Moda na Universidade e logo emendou sua pós graduação. Começou a trabalhar na loja mais importante da cidade quando ainda morava no dormitório e, no último ano, enquanto estava fora, passou seis meses estudando e fazendo contatos em Paris e outras cidades da Europa e então voltou para abrir sua própria loja na cidade universitária onde tinha se esforçado e alcançado tanto. Por isso era tão conhecida pelas estudantes, era um exemplo de sucesso.
“Sou sim... Tô indo lá agora, aliás... que horas é a sua entrevista?”
Eleanor checou o relógio.
pediu pra chegar umas 16h30... Porque é quando a loja vai estar mais tranquila.”
“Entendi! Bom, eu te vejo lá então...” – falou sorrindo. – “Vou indo, que eu falei meia hora pra há uma hora atrás!”
As duas garotas riram e saiu correndo em direção ao elevador.

andava pela cidade e chegava próximo a pracinha para qual a loja de ficava de frente, um som de violão vinha de lá. Ao se aproximar, ela percebeu um garoto de chapéu de bobo da corte tocando embaixo de uma árvore... De onde o conhecia mesmo? Da festa na JJJ? Era ele o garoto que estava com Liam e as meninas?
Demorou um pouco até identificar que música era aquela e então, quando a ficha caiu, seu coração parou de bater um pouquinho.

“I wanna lay you down in a bed of roses
For tonight I sleep on a bed of nails
I wanna be just as close as the Holy Ghost is
And lay you down on a bed of roses”


O garoto cantava baixinho enquanto tocava e parecia não se preocupar com as pessoas que passavam por ali. tentou colocar as lembranças que a música traziam no fundo de seu cérebro e foi andando o mais rápido possível para a loja. estava na porta e, ao avistar , sorriu e apontou Niall com a cabeça.
“Será que eu posso cobrar cover artístico?”
A garota riu, disfarçando seu nervosismo.
“Ele não é menino que tava com o Liam no dia da festa da JJJ?” – Ela perguntou, cumprimentando a amiga. deu de ombros.
“Não lembro, não sou boa com fisionomias... Mas ele tá sempre por aí... andando pra cima e pra baixo com o violão... Deve fugir da república pra ter um pouco de paz, se é que mora em república...”
“Vamos entrar? Conheci uma das garotas que você vai entrevistar hoje... Ela parece legal...” – não prestava muita atenção no que estava contando, queria entrar logo, fugir da música que o garoto tocava.

“Still I run out of time or it's hard to get through
Till the bird on the wire flies me back to you
I'll just close my eyes
And whisper: Baby, blind love is true…”

(Bed of Roses – Jon Bon Jovi)

Eleanor apareceu na loja cinco minutos antes da hora marcada e sorriu ao vê-la. Usava uma camisa branca com gola boneca e sem mangas e uma saia preta plissada. vinha do fundo da loja e também sorriu quando a garota se apresentou. As duas subiram para o escritório.
“Pode se sentar...” – falou indicando a cadeira à Eleanor. A garota ainda estava tentando capturar cada detalhe do estúdio.
“Esse é o meu currículo.” – Eleanor falou, entregando a ela. – “Eu tô no terceiro ano de Moda aqui mesmo, fiz alguns estágios de verão, mas nunca trabalhei em uma loja, de fato...”
“Isso não é problema, posso te ensinar e te ajudar...” – falou, folheando o currículo da garota e achando-o realmente muito bom. – “Deixa eu te explicar como vai ser o trabalho e, se você tiver uma dúvida, você me pergunta ok?”
Eleanor fez que sim com a cabeça e, sem perceber, se mexeu na cadeira chegando mais perto da mesa.
“Eu estou precisando, na verdade, de uma pessoa na loja pra me ajudar a atender, porque por enquanto eu estou sozinha. Eu queria que fosse alguém da faculdade, porque estou planejando ensinar essa pessoa a parte da criação, que eu trabalho aqui em cima no estúdio.” – foi explicando, enquanto El permanecia calada apenas prestando atenção sem piscar. – “Se der tudo certo e eu achar que você corresponde às expectativas, posso conversar com o pessoal que conheci em Paris para um período de estágio lá.”
Eleanor quase caiu da cadeira. Trabalhar com moda em Paris? Só podia ser um sonho!
“Mas me conta de você... De como você escolheu Moda, porque resolveu se candidatar a essa vaga...” – continuou e El se endireitou na cadeira começando a contar sobre como a Moda tinha feito parte da sua adolescência e como ela escolhera o curso e aquela universidade. Tirou uma pasta de couro da bolsa e mostrou a ela alguns de seus próprios desenhos. Ainda precisavam de uns acertos aqui e ali, mas eles com certeza impressionaram a futura patroa.
ainda não tinha achado uma concorrente que parecesse tão competente... Eleanor lembrava-lhe um pouco dela própria, de como ela havia começado. Não era uma decisão difícil... Discutiram quanto El receberia e o horário de trabalho. Quando ambas se levantaram, a garota mal podia acreditar!
“Te vejo na segunda depois da aula então?” – perguntou.
“Isso! Você tem alguma preferência sobre as roupas que eu devo usar?” – Eleanor perguntou.
“Confio no seu bom gosto...”
As duas sorriram e se despediram. Ambas sentindo que estavam saindo ganhando.

“Vaaamos, ?” – insistia. – “Até a Dani vai!”
“To tão cansada, ... O que eu vou caçar lá?”
“Vamos ver gente... Beber, dar umas risadas...”
A amiga respirou fundo se dando por vencida.
“Você passa aqui?” – Perguntou e ouviu a amiga comemorando. – “Porque eu fui ensinar você a sair de casa, caloura?”
“Porque você era uma RA muito legal... Passo aí as 20h, tá?”
“Tá certo...”
desligou e percebeu que havia mais gente na cozinha. Liam e entraram conversando, mas foi a expressão no rosto do garoto que fez se arrepender de ter tocado no nome da ex dele. Liam, porém, não disse nada e se esforçou para voltar a conversar com tranquilamente como antes.
“Você vai, né calourinha?” – Ela resolveu nem tocar no assunto.
“Eu vou... É trote do Liam...” – respondeu, apontando para ele, que ria.
“Já falei que ela não pode terminar esse semestre sem tomar o primeiro porre!”
“Olha, Payne, você tá me saindo um ótimo co-RA, viu?”
O garoto riu mais ainda e bateu continência:
“Sempre as ordens, senhora!”
“E a ?” – perguntou.
“Oi?” – A garota veio ver, pois do seu quarto ouvia as risadas na cozinha.
“Vai na Festa hoje?” – Liam perguntou e então olhou em volta. – “Eu sou mesmo o único menino?”
“E tá achando ruim?” – perguntou e as meninas gargalharam.
“Não, tô achando ótimo... Mas se o papo virar sobre unha, cabelo e essas coisas, eu pulo fora!”
“A gente vai tentar se controlar perto de você!” – falou e se virou para . – “E aí, , você vai, né?”
“Vou sim” – Ela respondeu fazendo que sim com a cabeça. – “Zayn vai tocar... Prometi a ele que ia!”
“Ah, é verdade...”
“Opa, calma... Quem é Zayn?” – perguntou. – “Seu namorado, ?”
olhou para ela, também interessada na resposta (e se pegou pensando que não deveria estar tão curiosa).
“Não, ele é meu melhor amigo... Somos da mesma cidade e crescemos juntos...”
“Zayn é o cara do laboratório?” – Liam perguntou à e, mais uma vez, ela teve vontade de colocá-lo em uma redoma, para que não escutasse coisas que o levassem a pensar em Danielle. Ela só fez que sim com a cabeça e o garoto também não fez mais perguntas, ainda que e olhassem de um para o outro buscando respostas.
“Como vocês vão? Não sei se cabemos todos no meu carro...” – mudou o assunto correndo.
“Vou com Eleanor... A pode ir comigo, se ela quiser...”
As duas sorriram uma para a outra e ficou combinado assim. Liam coçou a cabeça atordoado e já imaginando quem iria com .
“Eu... Eu vou com os caras da minha sala... Ou os meninos da JJJ... Não se preocupem comigo...” – Ele deu um sorriso, que no fundo era meio triste, e saiu da cozinha dizendo que ia tomar banho. Logo as meninas fizeram o mesmo.
Era péssimo ver Liam assim e não poder fazer nada... queria poder ajudá-lo de alguma forma, mas Dani parecia irredutível.

“E aquele ali?” – apontou. Estava sentada no palco com Zayn e os dois procuravam um alvo para aquela noite.
“O de chapéu ou o alto?” – Ele perguntou.
“Não, o alto é o Liam... Mora no mesmo andar que eu lá no dormitório.”
“Ah, ele é o ex da Peazer então... Sabia que tava reconhecendo!” – E quando olhou para ele confusa, explicou: - “Danielle era aquela que entrou com a no restaurante, lembra?”
fez que sim com a cabeça e de repente algumas fichas sobre partes da conversa da cozinha mais cedo caíram.
“Enfim... Não é ele não, é o do lado. O de chapéu.”
Zayn estreitou os olhos, analisando o garoto.
“Mas aquele é o Murs, não é? Ele não mora no terceiro andar também?”
“Não mora, não... Eu saberia... Somos só eu, Liam, e por lá por enquanto...” – ia contando nos dedos.
Zayn coçou o queixo, puxou o maço de cigarro do bolso de trás da calça e acendeu um.
“Então ele mora na JJJ agora... Não , você não vai pegar nenhum sem cérebro de república não...”
A garota rolou os olhos.
“Às vezes eu acho que você é só um estudantezinho frustrado, Zayn... Se você tivesse amigos aqui, não seria tão pé no saco!”
“COMO?” – Ele tirou o cigarro da boca quase tossindo e arregalou os olhos para a amiga que ria.
“Ah, fala sério... Você tem umas implicâncias ridículas!”
“Não são ridículas... E eu tenho amigos! Eles só não são esses manés que se acham o máximo só porque moram em bando e fazem baderna pelo campus todo e...”
“Tá bom, Zayn, tá bom... Eu escolho outro.” – o cortou. De vez em quando era muito difícil aturar o amigo. Ela voltou a scannear a festa a procura de outro cara que passasse pela avaliação de Zayn.
“E aquela?” – Foi a vez dele perguntar. Apontava para uma garota que devia ser caloura.
“Bonita, mas não é o seu tipo...” – falou dando de ombros. – “Olha, a chegou!” – Ela disse vendo as garotas na entrada da arena onde estava ocorrendo a Festa dos Calouros. A Festa era como um parque de diversões com álcool. Uma mistura que os estudantes adoravam. – “Vou procurar a e a El e vou lá com elas, ok? Depois do show, eu volto!”
Zayn soltou a fumaça e confirmou com a cabeça. deu um beijo no rosto dele.
“Você sabe que eu te encho o saco por que eu te amo, né?” – Ela perguntou, fazendo-o rir.
“Sei, , eu sei... Também amo você!”
Ela pulou do palco e foi em direção às amigas. Encontrou no meio do caminho, vindo do tiro ao alvo. Zayn acompanhou as meninas com os olhos até chegarem à e as amigas.

Liam conversava com Olly quando a viu chegar com e . Logo e se juntaram a elas e Eleanor, por ultimo.
Estava linda! Os cabelos enrolados... Ela tinha feito luzes, eles estavam mais claros. Usava uma calça skinny preta e botas e uma blusa folgada. Sempre bem vestida, sempre parecendo perfeita. Ela conversava com as meninas e ria... Nem tinha reparado que ele estava ali.
“Payne? Ta me ouvindo?” – Olly perguntou e se virou pra ver o que ele olhava. – “Ah...”
“Desculpa Murs, o que você disse?”
“Tá tudo bem, cara? Eu vi que a Peazer chegou... Vocês terminaram, né?” – O garoto deu alguns tapinhas solidários nas costas do amigo.
“Terminei, mas tá tudo bem... Vamos buscar uma cerveja... Cadê aquele calouro irlandês doido?”
“Deve estar por aí... Ele mal chegou e já conhece metade do campus... O cara não para quieto!”

puxou para irem na montanha russa antes que ela ficasse bêbada e que Zayn começasse a tocar. Enquanto isso Dani, El, e foram buscar bebidas para todas. Estavam no balcão quando Zayn se aproximou.
“Peazer, ...” – Ele cumprimentou com um aceno de cabeça.
“E aí, Malik?” – Dani falou, acenando. – “Cade sua mega banda?”
“Não começa, Peazer!” – Ele disse, mas deu uma risadinha também.
“Que horas vocês tocam?” – perguntou quando Zayn se apoiou no balcão ao seu lado. Era uma distância não amigável, ela achava.
O garoto checou o relógio.
“Em meia hora... Algum pedido?”
“De música?” – indagou e só quando as palavras saíram de sua boca ela percebeu quão estúpidas eram. Fechou os olhos quando ele começou a rir.
“Você pode pedir meu telefone também... Mas nesse caso, eu tava falando de música sim...”
o olhou de lado e riu.
“Não... Não consigo me lembrar de nenhuma...”
“E meu telefone?” – Ele perguntou, sorrindo de lado. – “Ou você pode me dar o seu...”
“Malik, Malik...”
“O que?” – O garoto levantou as mãos se fazendo de inocente, mas o olhar de mormaço continuava ali, estudando cada ação de . – “Somos colegas de laboratório, eu to só querendo ser legal...”
“Sei... Sei! Já caí na conversa de um músico uma vez, Zayn... Tô mais esperta agora...”
Os dois riram um pro outro.
“Não custa tentar...” – Ele falou dando de ombros e a olhando de novo de canto de olho. o empurrou pelo ombro.
“Vai... Vai se aquecer ou sei lá o que, vai...”
Zayn saiu rindo e olhando para trás. Assim que ficou longe, Danielle foi a primeira a gritar.
! Já falei pra você não dar corda pra ele!”
começou a rir.
“Mas eu não fiz nada!”
ainda estudava o tal Zayn, com o pescoço arqueado para o lado. Eleanor ria das três.
“Ele é chave de cadeia!” – Dani falou.
“Eu não ia ligar de passar uma noite na prisão, não, viu?” – soltou, fazendo as meninas pararem de discutir e caírem na gargalhada. – “Nossa, tô falando isso na frente da minha recém contratada! Eleanor, eu não sou assim!”
“É sim, El... Vai se acostumando!” – falou fazendo-as rir mais.
e voltaram da montanha russa rindo tanto quanto as outras riam. Logo todas estavam com suas bebidas em mãos procurando um lugar de onde pudessem ver o show da ZAP decentemente.
Zayn e os meninos subiram ao palco e houve um pequeno alvoroço, porque a banda já era meio conhecida pelos estudantes (principalmente pelas meninas). Zayn era o vocalista e tocava guitarra e violão, Andy tocava bateria e Peter tocava baixo.
“Pena que eles são feinhos...” – comentou com , sobre os outros dois integrantes da banda fazendo-a rir.
“Mas o Zayn é gato, hein?” – disse. – “Com todo o respeito!”
“Não precisa de todo o respeito não, !” – respondeu passando o braço pelo ombro dela. – “Só não armo vocês, porque conheço demais esse vagabundo! Vale nada...”
Eles agora tocavam I can’t take my eyes off you (n/a: a versão do James Arthur, do X Factor) e Zayn exemplificava bem o que tinha acabado de dizer. Cantava sorrindo de lado e piscando para as garotas da frente. Sim, garotaS. No plural.
“Não tem problema... Vou pegar mais.” – A amiga falou, apontando para o copo. – “Você quer?”
fez que não com a cabeça e saiu para o bar. Quando estava quase chegando lá, viu Liam parado sozinho com a mão no bolso, ele parecia triste. ZAP começava outra musica acústica.
(Breakdown More – Eric Hutchinson. http://www.youtube.com/watch?v=mFb8cL8iYbc)

“I can't write my words
When I don't have you
I can't sing my song
When my strings won't tune
You won't believe me
You won't believe me crying…”


“Hey!” – A garota parou ao seu lado e ele sorriu. – “Tá tudo bem?”
“Tá, tá sim...” – Liam disse com a cabeça baixa.
“Certeza?” – procurava seus olhos, mas ele não a encarava de forma alguma.
“Eu... Eu não quero atrapalhar sua festa com os meus problemas... Mas obrigada por se preocupar...” – O garoto levantou a cabeça e sorriu mais uma vez para a nova amiga. Porém, quando ia abrir a boca para dizer algo à , alguém passou por sua visão lateral. Ele tinha que falar com ela!

“I can't walk my path
When I can't stay motivated
I can't pay my dues
When it gets too complicated
You won't believe me
You won't believe me
So you'll never see me…”


Dani ia em direção ao bar e não o viu, ou disfarçou muito bem. Ele respirou fundo e avisou que já voltava.
“Dani?”
Ela se virou já sabendo quem a chamava. Tinha evitado aquilo ao máximo e sabia que vir nessa festa seria um erro. Ainda que um dia tivesse que encará-lo.
“Oi Liam...”
“Como você tá?” – O garoto perguntou. Ele não a olhava, tirou as mãos do bolso e ficou mexendo nas unhas.
“Bem... E você?” – Dani se aproximou. – “Liam, eu...”
“Dani, a gente precisa conversar... A gente precisa... A gente precisa voltar!”

“Give me a reason and I won’t breakdown
Give me a reason and I won’t breakdown
If you go, I’ll never be found
You gotta give me a reason
And I won’t breakdown”


Dani fez que não com a cabeça involuntariamente.
“Liam... Nós já conversamos! Não tava dando certo! Nós temos idades muito diferentes, nós temos responsabilidades diferentes, prioridades diferentes...”
“Eu posso mudar! Eu posso ser quem você quiser que eu seja! A gente pode ter uma casa só nós dois, qualquer coisa...” – Ele implorava e seus olhos iam ficando mais vermelhos à medida que ele lutava para não chorar. – “Eu sei que não dá pra mudar o fato de que eu sou mais novo que você, mas eu amadureço! Eu começo a trabalhar pra gente casar!”
A garota balançava a cabeça de novo.
“Liam, me escuta! O problema não é você...” – Ela disse, fazendo-o rolar os olhos impaciente.
“Por favor, Dani, tudo menos o papo do ‘não é você, sou eu’!”

“I can't keep my beat
When I don't have you
I can't shake my sins
When you won't come through
How could you leave me?
Just when you see me crying…”


Ela respirou fundo e se aproximou mais dele, fazendo carinho em seus braços.
“Liam... Você é um garoto incrível! Você é doce, inteligente, engraçado, companheiro... É lógico que o problema não era você! E eu também não quero te forçar a mudar seu planejamento pra gente poder morar junto ou casar... Eu não posso te pedir isso!”
“Mas ninguém tá pedindo! Sou eu que estou falando que faria isso por nós dois!”
“Não é certo! Esses não são seus planos...”
“Meu único plano é ter você, Dani!” – Liam fungou. Já não conseguia mais segurar as lágrimas. Estava chorando no meio da Festa dos Calouros, mas quem se importava? – “Eu não tô conseguindo ficar sem você... Eu tô tentando, mas não tá dando certo...”
“Eu não devia ter vindo nessa festa...” – Dani falou, soltando os braços do ex-namorado.

“And I can’t feel low down
When I don’t have legs to stand on
And I can’t feel low down
When I there ain’t no ground to land on
How could you leave me
How could you leave me
Now you’ll never see me
Give me a reason and I won’t break down
Give me a reason and I won’t break down
If you go I'll never be found
You gotta give me a reason and I won't break down…”


“Vamos tentar, Dani, só mais uma vez… Por favor…” – Ele pediu, segurando as mãos dela. Ela não sabia o que fazer... Gostava muito de Liam, mas já sabia que não daria certo. Eles eram diferentes... Do tipo de diferente que não funcionava.
“Você vai encontrar uma garota que possa te fazer feliz como você vai fazê-la feliz... Não é justo que você me ofereça tudo isso, Liam, e eu não possa retribuir.”
“Retribuir com o que? Eu não tô pedindo nada!”
“Exatamente! Você não quer nada. E isso não é justo! Não é assim que funciona... Você não é meu escravo, Liam...”
“Essa conversa não tá chegando a lugar nenhum...” – Foi a vez dele balançar a cabeça negativamente. – “Você tá apaixonada por outro cara, é isso?”

“Don't walk away expecting I’ll be fine
Let's work it out or at least change my mind…”


“Claro que não, Liam!” – Dani respondeu ofendida. – “Eu só acho que não tem porque a gente tentar de novo... Nada vai mudar. Eu não vou deixar você fazer essas loucuras que você tava propondo!”
Ele soltou as mãos dela e deu um passo para trás.
“Eu amo você, Dani... Eu ainda amo você!”
Algumas lágrimas caíram dos olhos dela, que limpou rapidamente.
“Eu também amo você, Liam, e eu me preocupo com você!”
“Dani, por favor...” – Ele pediu de novo, mas ela fez que não com a cabeça.

“Give me a reason and I won’t break down
Give me a reason and I won’t break down
If you go I'll never be found
You gotta give me a reason and I won't break down…”


“Nós precisamos seguir nossas vidas separados... Mas eu sempre vou me preocupar com você... E me orgulhar da pessoa que você é...” – Dani falou, fazendo carinho na bochecha de Liam. Ele já tinha escutado aquilo no dia em que terminaram. Ainda não fazia sentido...
Ele se distanciou dela e limpou os olhos.
“Não vou te perturbar mais... Me desculpa, tá?”
“Liam...”
“Tchau Dani!”

“And I won’t break down if you give me a reason
But I’ve got no reason so I’ll just break down.”



Capítulo 5 - Get over you

“Que porra é essa?” – exclamou ao chegar ofegante ao terceiro andar. Porque o elevador não estava funcionando? vinha atrás dela também ofegando, tinha ficado mais na festa com Zayn, afinal a banda principal bebia de graça.
“Esse elevador sempre para de funcionar?” – perguntou.
“Não, não é sempre não! Deve ter dado algum problema...” – falou, procurando sua chave na bolsa. pegou a sua também, murmurou um “boa noite” e entrou no quarto. estava indo para o seu quando ouviu barulho na cozinha. A luz estava acesa. Resolveu voltar e ver o que era.
Liam estava sentado à mesa, com a cabeça abaixada e apoiada nos braços.
“Liam?” – perguntou preocupada, se sentando ao seu lado. Dani havia saído da festa antes delas... Parecia atordoada e nada que as meninas dissessem parecia surtir efeito para que ela ficasse mais um pouco. Eles deviam ter conversado.
Ele levantou a cabeça e enxugou os olhos quando sentiu fazer carinho em seus cabelos.
“Ela não me quer mais, ... E não tem nada que eu possa fazer...”
“Você fez tudo o que podia, Liam. Não é que a Dani não te ame mais, mas vocês dois estão seguindo caminhos tão diferentes na vida, que já não parece mais ser compatível, sabe? Ela vai defender o doutorado e ir embora... Nem ela sabe direito o que vai acontecer com a vida dela!”
“A gente poderia continuar juntos até ela ir então...” – Ele falou e mais lágrimas voltaram a cair, cortando o coração de . – “Eu faria o que ela quisesse...”
“Cada pessoa lida com as mudanças de um jeito... Talvez ela não quisesse se separar de você bem no momento mais difícil da vida dela...”
Liam afundou o rosto nas mãos.
“E o que eu faço?”
“Você segue em frente... Você aprende a viver sem ela... E você sobrevive. Acredite no que eu tô dizendo. Você sobrevive!” – falou, abaixando os olhos.
O garoto destampou o rosto e olhou para ela.
“Não foi fácil pra você também, né?” – Ele perguntou, colocando as mãos sobre as dela. – “E você ainda teve que passar por tudo depois... E sozinha...”
deu de ombros.
“Pois é... Eu achei que fosse morrer, me desesperei, me revoltei com o mundo... Mas não adianta nada. A única coisa que adianta é seguir em frente...”
Ele sorriu solidário.
“Acho que o terceiro andar tem uma maldição amorosa muito forte!” – Falou e riu.
“E falando em maldição... Porque o elevador tá parado?”
“Não sei...” – Liam respondeu. – “Mas ouvi um barraco no andar de cima... Deve ser arte do Tomlinson...”
“Pô, de novo?”
O garoto riu e limpou os olhos.
“Vou deitar, ... Obrigada!”
“Por nada, calouro Payne. Quando precisar... Só chamar!” – Ela sorriu quando ele deu um beijo no topo de sua cabeça.
“Boa noite...”
“Boa noite!”

Segunda-feira e os habitantes do terceiro andar pareciam zumbis andando pela cozinha enquanto tomavam café.
“Alguém vai consertar essa droga?” – perguntou, entrando de pijama e pantufa e apontando para o elevador.
“Ouvi dizer que hoje na parte da manhã vinha um técnico...” – explicou. – “A RA do quarto andar tá doida com o Tomlinson. Ele foi se meter a eletricista de novo e ferrou tudo... Tão falando em transferir ele pra outro andar.”
“Vai sobrar pra cá, ... Dois quartos vagos!” – Liam alertou, levando seu prato para a pia.
“Pelo amor de Deus! Só falta!”
“Você disse Tomlinson?” – levantou a cabeça.
fez que sim com a cabeça e franziu a testa.
“Você conhece?”
“A irmã dele entrou na faculdade agora, é caloura da El... Mora lá na Monte Olimpo...”
“Essa é esperta! Se livrou do irmão maluco!” – falou rindo.
“Mas ele é gato, viu? Só tem um parafuso a menos...” – contou às meninas.
“Jura? Pô, ... Precisamos visitar os outros andares do SPR!”
“Ok, essa é a hora que eu saio!” – Liam bateu as mãos uma na outra em cima da pia e saiu rindo sob os protestos das meninas, mandando-o voltar.

“Como ele tá?” – Dani perguntou, assim que entrou no laboratório. Ela demorou um pouco para responder, prolongando o silêncio enquanto colocava sua bolsa na mesa.
“Ele tá triste. Ainda não entende o que fez de errado...”
A garota passou as mãos no cabelo, exasperada.
“Ele não fez nada errado... Mas ele nunca vai entender, né?”
deu de ombros.
“Acho que ele não entende os motivos... Mas uma hora ele vai se conformar.”
“Não gosto de me sentir culpada!” – Dani confessou, torcendo as mãos.
“Essas coisas acontecem, Dani... Não é culpa de ninguém! Eu conversei com ele ontem. Ele vai ficar bem!”
“Ainda bem que eu tenho você pra cuidar dele!”
sorriu e deu um abraço na amiga.
“Acho que vou à biblioteca estudar, você avisa o Alexander se ele perguntar?”
Dani fez que sim com a cabeça e começou a rir.
“Tá fugindo do Malik, ?”
A amiga riu e fez cara de inocente.
“Claro que não... É que eu preciso mesmo ir lá.”
“Sei... Sei!”
As duas riram e juntou alguns artigos e saiu.

A primeira coisa que viu ao chegar à biblioteca foi sentada em uma mesa sozinha cercada de livros. Sentiu que precisava ajudá-la com essa coisa da timidez... Era um problema pelo qual ela própria tinha passado. O que iria fazer? Conhecia alguém da Arquitetura? Bom... As duas conheciam Liam, que era da Engenharia... Ele podia ajudar!
Bom, por enquanto, ela mesma faria companhia a .
“Oi !” – falou, se sentando. – “Nunca vi ninguém estudar tanto nas primeiras semanas de aula!”
A garota sorriu e empilhou alguns livros, dando espaço para .
“Não posso deixar acumular pra época das provas... E não posso arriscar tirar uma nota baixa. Meus pais me matariam e eu perderia a bolsa!”
Hum... As coisas começavam a fazer sentido.
“Entendi... Não sabia que você tinha bolsa! E seus pais são muito rigorosos?”
“Um pouco...” – respondeu, como se fosse uma coisa com a qual estivesse acostumada. – “Mas eles se preocupam muito com o meu futuro... E meu pai fez arquitetura aqui também, então... Acho que era o caminho mais óbvio.”
“Então você não curte Arquitetura?”
abaixou os olhos.
“Não sei...” – E então olhou de novo para . – “Não, meus pais não me forçaram a nada! Eu escolhi arquitetura, porque acho interessante. Não tinha outra ideia do que fazer, de qualquer forma...”
“Bom, com o tempo você descobre se gosta mesmo ou não... Eu mesmo vivia em crise com a Biomedicina... Mas no fim, dá tudo certo!” – A garota contou rindo. – “Mas posso te dar um conselho? Não perca nenhuma experiência universitária! Não se afogue nos estudos e esqueça tudo que tem em volta... A verdade verdadeira sobre a Universidade é que você só leva pra vida o que aconteceu fora da sala de aula (n/a: Verdade verdadeira mesmo)!”
As duas sorriram uma para a outra e fez que sim com a cabeça. Elas voltaram a estudar. Fazia cerca de 2 horas que estavam ali, quando checou o relógio e avisou que precisava voltar para o laboratório.
“Já sabe onde vai almoçar? Eu vou lá na filar comida...”
“Não sei ainda, mas qualquer coisa te mando mensagem!” – respondeu rindo.
Ela voltou a estudar até perceber uma nova sombra sobre ela, levantou a cabeça e viu uma garota de óculos e cabelos vermelhos que ela achava que conhecia da aula de História da Arte.
“Oi... Eu sou a Jessica. A biblioteca tá cheia... posso me sentar com você?”
“Claro!” – Ela falou. – “Nós fazemos alguma aula juntas, não fazemos?”
Jessica se sentou e abriu o caderno.
“Acho que sim... De Urbanismo... Talvez?”
parou para pensar e riu.
“Não sei... Não me lembro. Alias, meu nome é !”
As duas sorriram e começaram a conversar sobre o curso. Em 5 minutos, mais um estudante procurando por vaga nas mesas chegou perto delas. Ele usava um chapéu engraçado e o reconheceu.
“Hey Niall!” – Ela falou, chamando sua atenção.
“Ah, oi ! Pô, posso sentar aqui? Nunca vi isso tão cheio!”
“Acho que agora o pessoal finalmente resolveu que o semestre começou!” – Jessica falou e ofereceu a mão para Niall. – “Sou a Jessica!”
“Sou o Niall!”
“Porque você usa essa coisa?” – Ela perguntou, olhando para o chapéu.
“Porque sou o calouro mais legal dessa universidade!” – Ele falou, fazendo careta e riu. – “E porque os veteranos da minha república me obrigam...”
“E você mora onde, Jessica?” – perguntou.
“Pode me chamar de Jess...” – Ela disse sorrindo e acertando os óculos no nariz. – “Moro com meus pais mesmo... Sou uma nativa!”
Os dois riram e eles passaram a comparar morar com pais, em um dormitório e em uma república. olhou para a folha de seu caderno em branco... Estava perdendo tempo de estudo em conversa fiada, mas talvez tivesse razão... A Universidade era muito mais do que preencher aquele caderno!

“Tomlinson!” – Harry chamou, entrando na cozinha. Se deparou com algo que deveria ter sido um aparelho de barbear desmontado em cima da mesa.
“Fala, calouro... Ainda tão querendo a minha cabeça por aí?” – Ele levantou os olhos do objeto e riu.
“O pessoal lá embaixo tá falando em te mandar pra outro andar... Mas acho que é melhor que ser expulso daqui, né?”
O garoto deu de ombros.
“Acho que eu sou um gênio incompreendido...” – Foi a vez de Harry gargalhar. – “E você vai onde com essa roupinha de ‘mamãe, quero ser o Rocky Balboa’?”
“Vou pra academia... Te contei que conheci uma garota gata lá semana passada?”
“Não... ela é daqui?”
“Disse que já terminou a faculdade...”
Louis levantou os olhos.
“Você só precisa contar pra ela que é menor de idade então... Senão a coitada vai presa sem nem saber porque...”
“Eu já tenho 18, babaca!”
“Olha lá como você fala com seu veterano!” – Louis falou, ameaçando-o com a chave de fenda que tinha nas mãos. – “Que eu corto a energia do prédio e coloco a culpa em você!”
Harry riu e murmurou um “Maluco”. Se despediu de Louis e saiu para a academia.
A porta do elevador abriu no térreo e ele sorriu ao ver a garota de quem estava falando agora pouco para o veterano. Ela passava rápido em direção às escadas e nem o viu.
“Hey!” – Ele chamou e se virou.
“Ah, oi... Você mora aqui?” – Perguntou franzindo a testa e então se lembrou que no dia que chegou, ele havia aberto a porta para as duas.
“Moro sim... E você?” – Ele perguntou, colocando as mãos nos bolsos.
“Não... Já morei, não moro mais. Vim ver uma amiga...”
“E ia subir de escada?”
Ela riu.
“Me falaram que o Tomlinson tinha estragado o elevador...”
Harry fez que sim com a cabeça. A fama de Louis era QUASE invejável.
“Já consertaram.”
“Ah, que bom! Porque eu tô de salto!” – riu e Harry deu espaço para ela passar. – “Tá indo pra academia?”
“Uhum. Você só vai aos sábados?”
“Tô tentando voltar a ir em dias de semana, mas tá difícil... O trabalho não deixa!” – Ela falou, encolhendo os ombros. Harry mordeu os lábios pensando em algo para prolongar a conversa, mas não veio nada em sua cabeça. Deu um passo para trás.
“Preciso ir... Te vejo no sábado!”
Ela acenou e entrou no elevador cantando para si mesma o mantra “Ele é calouro! Ele é calouro! Ele é calouro!” enquanto o diabinho em seu ombro falava entre uma frase e outra “Mas é gato! Mas tá te dando mole! Mas você não vai casar com ele...”
Quando chegou ao terceiro andar, o caos estava instalado! Logo que saiu do elevador, uma bexiga d’água veio em sua direção, molhando sua roupa toda.
“QUE PALHAÇADA É ESSA?” – Gritou e ouviu uma erupção de risadas pelo corredor. Em uma olhada rápida, viu um intruso... Só podia ser! – “Mas tinha que ser você, né Murs?”
Olly riu e jogou uma bexiga para cima.
“Tava com saudade de guerra de bexiga entre os quartos! Mas foi mal a mira... Achei que eram as meninas voltando!”
“Onde elas foram?”
“Comprar mais balões, oras...” – Olly falou, como se fosse óbvio.
Liam apareceu na porta do seu quarto com um balde cheio de bexigas e, ao ver , o colocou no chão, com uma expressão culpada no rosto.
“Ah, oi ... Eu e o Olly...”
“Não, Payne, fica tranquilo... Eu nem sou a RA aqui mais... Cadê a , aliás?” – Ela perguntou indo até a porta do quarto dos fundos.
“Foi no mercado com as meninas...” – Olly respondeu, segurando a risada e fazendo balançar a cabeça.
Não demorou muito e a porta do elevador se abriu e as três garotas já entraram no corredor gritando e jogando uma bexiga em Olly, que foi pego de surpresa.
“Onde vocês encheram essa porra?” – Ele perguntou rindo, enquanto e correram até a cozinha e trancaram a porta para encher o resto. Liam gargalhava.
foi até e a cumprimentou, rindo de sua roupa molhada.
“E você deixa isso, ?” – Ela perguntou, mas em tom de brincadeira. A bexigada era meio que uma tradição no andar.
“Desde que todo mundo ajude a limpar depois... Foi como eu aprendi!” – respondeu, dando de ombros e rindo. Abriu a porta do quarto e deixou entrar – “Pega uma roupa minha aí e vem também!”
Ao passar pelo corredor em direção ao quarto, Liam acertou uma bexiga em suas costas.
“Aaaaaah, Payne! Você me aguarde!” – Ela gritou apontando para ele. Na mesma hora e saíram da cozinha com três bexigas nas mãos cada uma.
“TODAS CONTRA O OLLY!” – Elas gritaram, descarregando suas “munições” no invasor, que em 10 segundos ficou pingando de molhado. Ele tentava acertá-las, mas mal conseguia enxergar.
“Vocês me pagam! Vocês me pagam! Cadê meu fiel escudeiro? Liam, me ajuda!”
As meninas gargalhavam e logo se trancaram de novo na cozinha para encher mais bexigas.
resolveu sair do quarto de bem quando Liam e Olly traziam mais balões para o corredor.
“Olha a !” – Apontou Liam e a garota tentou voltar para o quarto.
“Não! Não! Não! Você sabe muito bem que dentro do quarto não vale!” – Olly falou, puxando-a pela mão. – “Payne, por favor... A penalidade pra quem desobedece a regra principal?”
Liam escolhia a maior bexiga. Colocou-a sobre a cabeça de , que estava imobilizada por Olly, e o garoto torceu-a até rasgar e toda a água cair na garota que rosnava para eles. “Vocês me pagam! Deixa eu chegar até a cozinha e pegar as bexigas do meu time!” – Ela ia andando e Olly tentava prendê-la, mas o chão estava liso e ele acabou escorregando, quase carregando-a junto. Risadas por todos os lugares.
“Não precisa começar a secar o chão com a roupa, não Murs!” – falou, à porta da cozinha. Tinham aberto quando ouviram o barulho dele caindo. correu (ou tentou, no chão molhado) para dentro do cômodo e pegou mais bexigas com e , que ainda estavam mais secas.
“Já encheram tudo?” – Liam perguntou. – “Então a cozinha não vale mais!”
As meninas protestaram, mas ele logo fez menção de entrar lá para pegar as bexigas delas e as meninas resolveram colocá-las em uma bacia e fechar a porta.
Em poucos minutos não havia mais ninguém seco. E depois de um tempo, nem era mais “meninas contra meninos”. Valia todo mundo acertar uma pessoa só, jogar vôlei no corredor estreito com a bexiga d’água e brincar de deslizar pelo chão molhado.
“Esse é o andar mais legal de todos!” – falou, sentada no corredor, ofegante. – “Ainda bem que eu vim pra cá e sai daquela república!”
“Não fala assim, que o Murs fica chateado!” – falou, trazendo cervejas da cozinha para todo mundo. – “Ele dava uns pegas na Lizzie, que eu me lembro!”
O garoto escondeu o rosto com as mãos, fazendo todo mundo rir.
“Como você aguentava?” – perguntou e as meninas riram mais.
“Ah... Sabe como é...” – Ele respondeu sem jeito e Liam deu uns tapinhas em suas costas.
“Quem nunca?”
“O QUE?” – perguntou arregalando os olhos. – “Você também, Liam?”
Ele deu de ombros e bebeu mais um gole da cerveja sem responder, ainda que as meninas só faltassem tentar matá-lo na poça d’água que se formava perto da cozinha. Quando todos terminaram suas cervejas, se levantou e bateu palmas.
“Agora a pior parte, galera! Limpar essa bagunça toda!”
Houve um burburinho de reclamações, mas todos se levantaram e foram buscar os rodos e panos de chão na cozinha... Pelo menos estavam em seis e o trabalho seria rápido.
estava na porta de seu quarto observando Liam passar o cabo do rodo pelo corredor e e pularem, como se fosse uma prova dessas de programa de domingo.
“Que foi?” – perguntou ao ver a expressão da amiga.
“Saudade... Só saudade. Ficar vendo eles parece um replay de quando a gente era assim...”
“Então você precisa parar de assistir e começar a viver também...” – Ela disse e abaixou a cabeça.
“Eu disse ao Liam pra seguir em frente, mas acho que eu mesma não to seguindo esse conselho, não é?”
“Talvez seja o lado negativo de voltar pra esse lugar...”
“É... Talvez... Mas eu não trocaria o terceiro andar por nada. Eu só tenho que me lembrar que eu ainda tô aqui pra fazer parte disso tudo...” – Ela falou apontando para o corredor. – “E não só como espectadora...”
“E você tem a mim e todo mundo aqui... Você sabe, né?”
sorriu e fez que sim com a cabeça.
, , vocês tem que vir brincar disso também!” – gritou, pulando o rodo e rindo. As duas riram e foram até lá também.
Mas uma nova história precisa de um novo amor, não?


Capítulo 6 - Only the strong survive

CATCH ME IF YOU CAN
A regra é simples e clara: Você tem que capturar a foto do seu alvo!
Cada RA está encarregado de trazer o envelope de cada um dos moradores do seu andar para o sorteio.
Os participantes receberão um envelope contendo a própria foto (que deve ser usada pregada à roupa para ser pega) e a foto de seu alvo.
A captura do seu alvo lhe dá a possessão das demais fotos que essa pessoa já adquiriu e seu novo alvo passa a ser o alvo da pessoa capturada.
E que vença o melhor!


... Isso vai dar merda...” – alertou, vendo a amiga andar pelo quarto, toda metida a malandra.
“Vai nada, ... Relaxa aí! O plano é infalível!”
“Como infalível, criatura?! Os dois não tem nada!”
“Não TINHAM! A partir dessa semana, vão ter... Eles só precisam passar um tempo prestando atenção um no outro!”
“Liam tava chorando por causa da Dani duas semanas atrás, !” – ainda achava que ela não deveria se meter a cupido, mas estava difícil convencê-la do contrário.
“Por isso mesmo! Ele precisa começar a ver outra pessoa! E a é o perfil dele... Fofa, engraçada... Não tem erro!”
“Tirando o fato que nenhum dos dois demonstrou nenhum tipo de interesse pelo outro...”
“Detalhes!”
pegou o envelope de e foi para a reunião de sorteio da competição, deixando o de e Liam em cima da cama. Não era de hoje que ela observava como os dois se davam bem... Nada mais óbvio que querer unir o útil ao agradável. Liam precisava se apaixonar de novo, iria ganhar o garoto mais fofo que uma menina podia querer... Qual era o problema?
“Vai lá então...” – se despediu da amiga e foi entrando no elevador.
“Hey hey hey...” – a chamou de volta. – “E nada de ficar dando volta de elevador pra ver se acha seu calouro!”
“Você tem muita sorte que eu sou educada!”
As duas riram e seguiram para direções diferentes.

! ! Liam!” – passava pelos quartos batendo na porta, com três envelopes nas mãos.
Os três saíram sem entender, mas logo fez-se a luz para Liam e ele saiu do quarto sorrindo.
“Poxa, tava demorando esse ano!”
As meninas continuavam com a sobrancelha arqueada olhando de um pro outro.
“O que é isso, ?” – perguntou.
“É uma das maiores diversões de se morar em dormitório! É um jogo que se chama ‘Catch me if you can’! As regras são bem simples e dentro do envelope tem um papelzinho explicando. São três dias de prova e começa a partir de amanhã: Sexta, Sábado e Domingo!”
e se entreolharam e sorriram... Já tinham ouvido Liam contando sobre o jogo e estavam ansiosas por ele. Quem será que elas tinham tirado? Iam tirando as fotos do envelope quando as repreendeu.
“Nãããão, suas loucas! Vai que uma tirou a outra! Não! Vocês só podem abrir no quarto!”
“E se eu não conhecer quem eu tirei?” – perguntou, passando as mãos pelo envelope ainda fechado.
Liam riu.
“A graça é essa!”
“May the odds be ever in your favor!” – disse teatralmente, fazendo todos rirem.

“Ele é um gato!” – Jess falou, pegando a foto de Liam. As duas estavam na aula de aula na sexta de manhã. tentava prestar atenção na professora, mas ao mesmo tempo não conseguia parar de voltar os olhos para o foto do garoto. Devia ter dado muito na cara no café da manhã, pois ele não parava de lançar olhares estranhos para ela. – “E o que você tem que fazer?” – A amiga sussurou, ainda com a foto nas mãos.
“Roubar a foto igual a essa que fica com ele...”
“Parece fácil...”
soltou um suspiro.
“Não sei. Ele já jogou isso algumas vezes, uma vez quase chegou a ganhar... Acho que vai ser difícil!”
“A gente devia ir estudar lá no terceiro andar, no seu quarto... Esse tal de Liam, olha...”
“Jéssica!” – falou rindo e tirou a foto das mãos dela. Opa, o que era isso que ela tava sentindo, assim bem lá no fundo? Ciúme? Era mesmo ciúme? Olhou a foto de Liam antes de guardá-la rápido dentro do caderno. Parecia uma adolescentezinha guardando a foto roubada do garoto por quem estava apaixonada.

olhava mais uma vez para a foto do garoto que deveria encontrar. Já tinha visto ele pelos corredores? No hall? No elevador? Não, nunca... Se lembraria. Seu celular vibrou e ela olhou em volta pra ver se não teria problema checar a mensagem na sala de aula. Era de .
“E aí? Já descobriu pelo menos de que andar esse cara é?”
“Nem noção... Acho que vou perguntar pra ! Será que se ela conhecer, ela me fala?”
“Talvez... Também tem a que foi RA por anos. Alguém tem que saber!”
“Vou perguntar pra uma delas... Já pensou como vai pegar o Liam?”
“O QUE?”
“Pegar a foto, besta!”
“Ah, hahahaha... Ainda não...”
É... Não seria esse ano que as meninas iam ganhar esse jogo.

Liam estudava os passos da caloura pela cozinha. Ela estava com a foto no bolso de trás da calça. Provavelmente jamais imaginaria que alguém do próprio andar teria a tirado como alvo, ele mesmo estava com a foto em cima da mesa sem proteção nenhuma. Mas não parecia ligar muito, então ele devia ter imaginado que ela o olhava no café da manhã.
“Muito perigoso andar com a sua foto assim...” – Liam falou apontando e só então se tocou de que estava apontando (e olhando) para a bunda da garota e abaixou a mão, sem graça.
tirou a foto do bolso e ficou olhando sem saber onde guardá-la.
“Prende na gola da sua blusa... Ninguém vai conseguir tirar daí sem você ver...”
“Você é bom mesmo, hein?” – falou, indo se sentar à mesa. – “Menos na parte em que sua foto está soltinha em cima da mesa!” – Ela fez menção de pegá-la, mas Liam riu colocando a mão em cima. Achou que a garota estava blefando.
“Há! Você também é boa nisso...”
“Vai saber se guardar a foto no bolso de trás não era uma tática...” - fez uma cara de convencida.
“É... Acho que a única que poderia tirar ela daí sem receber um tapa seria a , certo?” – Liam disse rindo e soltando a própria foto mais uma vez, enquanto voltava a escrever em seu caderno. podia pegá-la facilmente, mas por algum motivo não o fez. Fácil demais.
Era só por isso, certo?

estava desesperada! Ela sabia ser bem competitiva quando queria e o fato de não ter ideia de por onde começar a procurar o cara da foto a deixava muito brava. Bom, pela foto ele devia ser calouro... Mas de que curso? Chegou ao terceiro andar no final do dia frustrada depois de uma volta de elevador pelos andares, mas como todo mundo estava jogando, todos pareciam se esconder. Entrou na cozinha e jogou a bolsa na cadeira.
“Dia ruim?” – , que lia uma revista e mexia seu chá, perguntou.
“Não consigo encontrar meu alvo!” – contou, indo pegar água quente pra fazer um chá também.
estendeu a mão e entregou a ela a foto.
“Bonitinho... Mas não conheço...”
e Eleanor entraram na cozinha cumprimentando as duas.
“Oi El!” – sorriu ao vê-la. – “Fazendo o que aqui?”
“Vim ver vocês...” – Ela disse. – “E falou que aqui tem um pequeno tesouro em cookies de chocolate... Vim experimentar...”
pegou uma latinha em um dos armários e as quatro se serviram de chá e cookies.
“Mostra pra elas, ... Quem sabe elas conhecem?”
“O que?” – Eleanor perguntou, pegando a foto. As meninas explicaram para ela sobre o jogo, fazendo-a se animar. – “Ai, deve ser tão legal!”
“Você conhece, El?” – perguntou, já perdendo as esperanças. A amiga fez que não com a cabeça e passou a foto para o lado.
pegou a foto e ia beber seu chá quando viu quem era. Voltou a xícara para a mesa tossindo. olhou de relance para a foto e depois para a amiga.
“É... Eu conheci sim...” – Ela falou, ainda tossindo. – “Conheço da academia, mas não sei em que andar ele mora!”
“Ah...” – Poxa, achou que finalmente tinha descoberto!
olhou de novo para e não foi difícil juntar um mais um. Era o tal calouro de quem ela tanto falava, não era?
“Po, mas acho que a vai ficar super feliz em te ajudar a procurar!” – Soltou, batendo nas costas da amiga, que lhe lançou um olhar assassino.
riu.
“Não, não precisa... Ainda tenho amanhã e domingo para procurar...”
“E quem a tirou?” – Eleanor perguntou, se servindo de mais um cookie.
“O Liam!” – contou rindo.
“Não acredito!” – Ela soltou.
“Nem eu...” – disse, fazendo rir ainda mais.

nem devia estar esperando tanto pelo sábado de manhã como estava. Ia para a academia quase correndo e falando mil coisas consigo mesma. Parou antes de entrar dando uma olhada na própria imagem na porta de vidro.
“Ridículo, ... Ridículo!” – Falou para o reflexo e entrou.
Subiu as escadas e entrou na sala de aula de boxe. Rob veio cumprimentá-la, enquanto olhava em volta procurando-o. Nada de calouro por ali. Estava se aquecendo quando ele chegou. Sorriu ao vê-la e acenou.
“Hey... Bom dia!”
“Bom dia!” – Ela respondeu, sentindo uma borboletinha se espreguiçando em seu estômago. Tinha hibernado por um bom tempo!
Harry era um garoto interessante demais para passar batido. Andava em uma corda bamba entre ser um garoto sério que parecia ter muito mais do que... Bom, a idade que deveria ter e ser um moleque extremamente espirituoso. E era nessa de descobrir quem ele era que se via, nos pensamentos dela, dando corda para se enforcar.
“E você faz Direito? Você não tem cara de quem faz Direito...” – Ela falou.
“Porque? Você não me acha persuasivo o suficiente pra ser um advogado?” – Harry perguntou, levantando uma das sobrancelhas e sorrindo. Ele TINHA que parar de fazer isso.
“Não sei... Acho que ainda não te conheço o suficiente para saber!” – respondeu, dando de ombros e voltando a bater no saco de pancadas. Estava tendo sérios problemas de concentração.
“E você é formada em que?”
“Moda...” – Ela respondeu e ele franziu a testa. – “Que foi?”
“Você fez Moda e luta boxe?”
“Porque? Eu deveria ser uma Barbie que tem medo de quebrar a unha?”
Harry riu, coçando a nuca meio sem jeito.
“É... Tipo isso...” – Os dois riram. – “Acho que estamos quites nas primeiras impressões erradas!”
Ficaram um tempo fazendo os exercícios em silêncio e Rob logo puxou papo com um e com o outro e 15 minutos depois, estavam dispensados. Estavam saindo juntos e descendo as escadas quando Harry pendurou algo em seu pescoço. Era a própria foto. Ao perceber que o observava, pegou o objeto nas mãos.
“Hey, não é nada do que você está pensando! Eu não ando com uma foto minha pendurada no pescoço! É um jogo que temos no SPR. Se chama Catch me if you can! As pessoas tem que roubar as fotos umas das outras e esse cara, o Tomlinson, que mora comigo no quarto andar me ensinou o truque de usar a foto num cordão e...” – Ao perceber que a garota sorria, meio debochada, ele parou de falar e riu também. – “E você sabe de tudo isso, porque já morou lá...”
Ela fez que sim com a cabeça.
“Sei de tudo isso e sei também quem tirou você!”
Harry arregalou os olhos e parou de andar, de frente pra ela!
“Me conta!”
“De jeito nenhum!” – Ela falou, cruzando os braços e rindo.
“Sério, ... Me conta! Eu não digo que foi você...”
A garota fez que não com a cabeça. Harry ria de nervoso e foi chegando mais perto dela, cutucando-a na barriga.
“Eu te contei em que andar eu moro... Você vai contar pra pessoa, não vai? Eu nunca vou te perdoar! Me conta quem é... Só me diz o nome...”
“Sai, Styles!” – falou gargalhando. No fundo, estava adorando! Não se sentia tão adolescente assim há uns bons três anos. – “Não vou contar quem tirou você e se você for bonzinho, só falo qual o seu andar no fim do domingo...”
Ele fechou a cara e cruzou os braços.
“Vou passar o fim de semana fora do campus... Vou acampar lá na sua loja, só de vingança!”
“Não seja um mau perdedor!” – falou, dando tapinhas nas suas costas. Harry ainda tentou persuadi-la a contar quem era, mas ela só fazia que não e ria. Teimosa!

Qualquer um que olhasse de fora, jamais imaginaria que os dois estavam mesmo na brincadeira. Liam e jogavam videogame no quarto do garoto, ela com sua foto apoiada na perna e a foto dele jogada pela cama.
“Você não ia sair com os meninos da JJJ?” – A garota perguntou, colocando a língua para fora enquanto virava o controle, fazendo Liam rir.
“Eu vou... Mas ainda é cedo! Quer ir?”
olhou para ele pelo canto do olho, Liam sorria olhando vidrado para a televisão.
“Hum... Acho que não... Só vão meninos, certo?”
“Bom, algumas namoradas devem ir também...”
O carrinho de caiu fora da estrada.
“Opa!” – Ele falou rindo. – “Vai que mais alguém do dormitório vai e você encontra seu alvo!”
“É... É bem provável que ele esteja lá...” – respondeu, meio nervosa.
“Ele? Então você tirou um menino? Quer que eu veja se sei quem é?”
“Não, claro que não!” – respondeu, na defensiva. – “Vai que eu tirei você!”
“Se você tivesse me tirado, já tinha pego minha foto... “ – Ele apontou para a cama.
“Seria muito fácil...” – A garota respondeu dando de ombros e fazendo Liam rir daquele jeito bonitinho que ele ria, fechando os olhos.
“Acho que eu não tô te dando o devido crédito!” – Ele disse, pegando a foto e guardando no bolso de trás da calça. – “Ouvi dizer que é um lugar seguro...” – Falou, piscando para ela. – “Você devia fazer o mesmo... Vai que eu tirei você...”
riu. Guardou sua foto no bolso também, voltando a olhar para a tela.
“Você é o carrinho de cima, ...”

já tinha desistido. Tinha passado o sábado parecendo uma desesperada dentro do elevador, nas escadas, na biblioteca e até pelas ruas da cidade e nada do garoto que ela tinha que achar. Decidiu, então, que a brincadeira era muito legal (ela estava se divertindo demais assistindo Liam e ), mas não valia a pena perder o fim de semana nisso.
Era domingo à tarde e ela lia um livro numa cafeteria. A única aberta na cidade. Ainda estava um pouco de ressaca, porque tinha saído com Zayn na noite anterior.
“Posso me sentar aqui?”
levantou a cabeça. Um cara de cabelos enrolados e uma expressão de badboy de dar inveja em Zayn segurava um café e um livro e apontava para a cadeira na diagonal da dela. Ainda havia mesas vazias pela cafeteria, mas ele era bonito demais para que ela recusasse.
“Claro! Senta aí...”
O tal cara se sentou e sorriu para ela.
“Meu nome é Aidan.”
“O meu é .”
“Nome bonito... E, desculpa perguntar, mas o que é isso no seu braço?”
olhou para a própria foto presa em sua manga esquerda. Tinha desistido do jogo, mas a regra dizia que quem estivesse participando devia sempre andar com a foto em lugar visível. Ela tampou-a com a mão, sem graça.
“Estou participando de um jogo no meu dormitório...”
“Catch me if you can?” – Ele perguntou e tomou um pouco de café.
“Você tá jogando também?” – arregalou os olhos e esbarrou em sua caneca, quase derrubando. Aidan riu.
“Não, não moro mais nos dormitórios...”
O rapaz abriu o livro e começou a ler, deixando contemplando apenas sua capa. Entre uma página e outra e um gole de café e outro, eles trocavam algumas palavras e perguntavam um sobre o outro.
“Artes Cênicas?” – perguntou, se debruçando na mesa. Os olhos já demonstrando todo seu interesse.
“Porque não? Só porque vou ser pobre pro resto da vida?”
Ela riu.
“Não... Na verdade estou perguntando por que aqui não é o melhor curso de Artes Cênicas do país.”
Foi a vez de Aidan ficar surpreso.
“Como você sabe disso?”
“Porque num passado distante, já pensei em fazer isso...”
Ele riu fazendo que sim com a cabeça. Tinha um sorriso lindo!
“Não passei em Londres...” – O garoto deu de ombros. – “Por isso vim pra cá...”
Continuaram conversando, até que se distraiu olhando pela janela. Sentiu algo em seu braço e, quando se virou, Aidan rodava sua foto nos dedos e exibia um sorriso convencido.
“Hey, me devolve isso!”
“Te peguei, ...”
Não! Não era possível!
“Você disse que não morava mais nos dormitórios!” – Ela protestou.
“Também disse que faço Artes Cênicas!” – O rapaz respondeu rindo da cara irritada dela. – “Bom saber que minha atuação anda razoável...”
“Você nem ta usando sua foto! Você tá roubando!”
Aidan apontou para o lado de sua jeans. Sua foto se misturava à cor escura da calça e ficava quase imperceptível. bufou e abriu a parte de trás de seu livro tirando a foto de Harry.
“Toma aqui o meu alvo. E boa sorte! Esse menino simplesmente não existe!”
“Já capturei 8 pessoas. Acho que vou parar por agora...” – Ele falou, empurrando a foto de volta para ela. – “Além do mais, gostei de ficar por aqui...”
Se ele fosse um pouco menos bonito, teria levantado e saído dali. Estava muito brava por ter sido enganada! MAS resolveu só bufar mais uma vez e se esconder atrás do livro enquanto Aidan ria dela.

A porta do quarto de Liam estava aberta. Pelo que tinha ouvido, ele ia sair para ir ao pub com seus amigos. Pegar ou não a foto? De que adiantaria? Não daria tempo de ir atrás do alvo dele para continuar o jogo. Ir ou não ir? Ir ou não ir? Liam passou assobiando para a cozinha. Voltou sorrindo para ela.
... ...” – Falou, balançando a foto dela. – “Deixar a coitada sozinha foi dar muito mole, hein? Eu juro que estava tentando te ensinar umas manhas...”
mostrou a foto de Liam que antes segurava atrás do corpo. Tinha corrido pegá-la quando ele estava na cozinha.
“Sério? Você estava tentando me ensinar a jogar?”
O garoto parou de balançar o papel, boquiaberto.
“Mas como? Então era você mesmo? Mas... Mas então nós tiramos um o outro?”
vinha saindo cantarolando do elevador e encontrou os dois abismados no corredor.
“Olá, calourinhos queridos!” – Ela cumprimentou.
!” – Liam a chamou. – “Eu e tiramos um o outro! Pode acontecer isso? O jogo acabaria aqui pra nós dois, porque não teria como eu roubar o alvo dela!”
A veterana fez cara de surpresa.
“Vocês se tiraram? Nunca vi isso acontecer! Mas acho que foi coincidência mesmo...” – Mentiu descaradamente. – “Os envelopes são misturados e sorteados lá no Hall de entrada...”
Liam e se olharam e riram. Quais eram as chances?
“E quem ganhou?” – quis saber.
“Nós pegamos as fotos na mesma hora!” – contou, ainda rindo.
“É... Então acho que todos ganharam!” – A garota falou, quase orgulhosa de si mesma, e foi para seu quarto.

estava lendo um artigo em seu quarto. Já era tarde, mas ela não tinha sono... Às vezes tinha essas crises de insônia. Ouviu então, vindo do corredor, uma risada alta e esculachada. Sentou-se ereta na hora. Não era possível!
“Shhh... Fica quieto, porra!”
Era a voz de Liam. O que estava acontecendo? A curiosidade venceu e se levantou da escrivaninha e foi até a porta. O coração batendo descompassado.
Ao olhar para o corredor, sentiu um misto de decepção e alívio. Liam estava no corredor com aquele calouro que ela havia visto embaixo da árvore na pracinha. Ele parecia totalmente bêbado.
“Ai , te acordei?” – Liam perguntou e Niall se aprumou, dando um passinho embriagado para o lado. – “Eu fui no pub com o Horan, mas ele ficou mais bêbado que o combinado, aí resolvi trazer ele pra cá...”
“Não tem problema... Na verdade, eu só achei que era outra pessoa...” – Ela sorriu e estava entrando no quarto quando Niall deu uma risadinha.
“Você é a garota da JJJ...”
“Oi?” – voltou a encará-lo.
“Eu te vi na JJJ... Na primeira festa!”
“Ah...” – A garota se lembrou. Pela primeira vez percebeu que ele usava mais uma vez o chapéu de bobo da corte. – “Sim, sou eu... Me lembro de você também!”
“Pô, Payne! Vamos beber mais, vai...” – O calouro se virou para o amigo, passando o braço por seus ombros.
“Não, Horan... Você já bebeu demais!”
“Ih!” – Niall falou, parando e batendo as mãos nos bolsos. – “Esqueci... Esqueci...”
“Esqueceu o que? A carteira? No pub, calouro? Porra!”
“Não... Meu violão! Cadê meu violão, Liam?”
“Deve ter ficado no carro de alguém... Amanhã a gente procura!”
riu. Parecia estar vendo uma cópia loira de alguém que ela conhecia bem.
“Você precisa de um café forte, calouro.” – saiu da porta em direção à cozinha. – “Vem, eu vou fazer pra você...”
“Café? Café é legal... Chá é mais... Mas café é legal... Café com whisky...”
O menino parecia ligado no 220V! foi até a cafeteira e ele se sentou à mesa.
“Fica aqui, que eu já volto!” – Liam falou para ele, que fez que sim com a cabeça.
“Liam é um cara legal, né?” – Ele perguntou para .
“É, é sim.” – Ela ligou o aparelho e foi se sentar à mesa, de frente para Niall.
“Porque você usa isso?” – Perguntou, apontando para o chapéu que ele usava.
Niall deu de ombros.
“Trote... Mas eu não ligo, eu até gosto. É engraçado!” – Ele disse, brincando com o chocalho de uma das pontas do chapéu. Então o tirou e colocou em cima da mesa, ajeitando o cabelo. – “É, talvez não tenha sido uma boa ideia tirar...”
riu.
“Tá bom assim, fica tranquilo!”
Ele continuou mexendo no cabelo.
“Você bebe... Qual é seu nome mesmo?”
.”
“Vou te chamar de .” – Não era um pedido de permissão... Era uma afirmativa. – “Você bebe, ?”
“Só de vez em quando...”
“A gente tem que ir beber junto algum dia!” – Niall falou sorrindo. Parecia um molequinho, mas algo nele... Talvez o jeito inocente, era encantador! Ele pegou o chapéu e ofereceu a ela. – “Coloca aí o chapéu!”
“Não vou colocar, Horan...” – Ela disse rindo e indo para trás.
“Coloca o chapéu... Só pra eu ver como fica.”
se deu por vencida e colocou o chapéu, olhando para cima e tentando acertar sua franja. Niall sorriu satisfeito.
“Ficou bom em você!”
“Eu faço uma ideia!” – Ela zombou, ainda mexendo no chapéu.
“Você ficou bonita com ele...”
“Você tá bêbado, Niall, nem tá me enxergando!”
“To bêbado, não tô cego! E bêbados não mentem...” – O garoto disse, em tom de quem filosofa.
riu de novo e tirou o chapéu, bagunçando todo seu cabelo.
“Tava melhor com...”
“Idiota!” – Ela atirou o chapéu em Niall e os dois riram. Liam voltou à cozinha de pijama quando a garota se levantou de novo para checar a cafeteira.
“Ih, olha lá, ... Liam dorme de pijama!”
Os dois trocaram um olhar confuso.
“Qual o problema, Niall?”
“Pijama é coisa de menino criado com a vó!”
Os três gargalharam e depois colocaram a mão na boca juntos. Estavam fazendo muito barulho. Liam deu um tapa na cabeça do calouro.
“Coloca aí o chapéu, veterano!”
Ficaram ali pela cozinha até Niall começar a dar sinais de que estava ficando mais sóbrio, o que só aconteceu muitas xícaras de café e muitas risadas depois. Pelo menos diminuía as chances dele causar um acidente pelo quarto de Liam quando fossem dormir.
“Boa noite, !” – Liam deu um beijo no rosto da garota.
“Boa noite, !” – Niall o copiou e antes de entrar no quarto, colocou o chapéu de novo nela. – “Pode ficar com ele...”
“Ah, obrigada!” – disse, tirando o chapéu da cabeça e analisando o “presente”. – “Mas vão te matar se você aparecer na república sem, não?”
“Então eu volto aqui buscar outro dia!” – Ele piscou e sorriu. – “Cuida dele!”
Liam levantou as sobrancelhas para , que deu de ombros... Eles se despediram e ela voltou para seu quarto. Um sorriso insistia em nascer no canto de seus lábios toda vez que se lembrava da risada de Niall. Ou era a risada de outra pessoa?



Capítulo 7 - Ultraviolet

“Tá tudo bem?” El perguntou, olhando para , desconfiada.
A garota encarava o nada com os dedos parados nas teclas do computador. Tomou um susto quando Eleanor falou com ela.
“Oi?”
“Vim te dar tchau.”
“Ah! Tchau, El! Até amanhã!” Ela levantou-se e abraçou a amiga, que se despediu de também e saiu do estúdio.
esperou, até que estivessem só as duas, e foi até a mesa em que estava.
“O que houve? Alguma coisa em casa?”
A garota soltou o ar pesadamente. Tinha ido a casa no fim de semana, pela primeira vez desde que havia voltado.
“Não... Tá tudo bem em casa. Você conhece a minha mãe... Ela é o máximo!” falou, apoiando o rosto nas mãos. sentou-se. “Mas é tão estranho... Eu não queria ir, pra começo de conversa... É difícil estar aqui, me divertindo, e ter que sair e voltar ao mundo real!” ela falou, fazendo aspas com as mãos. “E aí, eu cheguei lá e passei dois dias, e não queria mais voltar!” falou, dando uma risada meio triste, e olhou para baixo. “Eu me sinto mal de estar aqui, me sinto irresponsável...”
... Mas você só voltou porque precisa terminar seu mestrado. Pra conseguir um trabalho! Você não veio de férias! Mas você também não precisa viver pra isso! Você não pode se sentir culpada por estar se divertindo... Por estar feliz...”
“Eu sei, mas, mesmo assim, é complicado... Não parece certo.”
“Volta mais vezes lá, então, se você está se sentindo mal por estar longe.” sugeriu, e fez que “sim” com a cabeça. “Mas pode desfazer essa cara murchinha aí... Você sabe que semana é esta!”
A amiga riu.
“Não estou com cabeça pra festa, ...”
“Mas não é qualquer festa! É Halloween! E você vai!”
“Não vou, não! Nós nem temos mais idade pra essas festas de faculdade!”
fez uma cara de ofendida.
“Dou na sua cara se você me chamar de velha mais uma vez!” As duas riram. “Vai, ! Não quebra a tradição! E, além do mais, você prometeu a que a gente iríamos embebedar a nessa festa!”
“Ih, é... Mas eu posso fazer isso lá no dormitório.”
“Não acredito, !”
riu e voltou a olhar para a tela do computador. Por que as coisas tinham que ser tão complicadas?


“Mas, , você tem que ir!” falava, tentando convencê-la. “Será o primeiro porre da ...”
“Eu não disse que concordava com isso!” se defendeu, e as outras duas riram.
“Essa eu quero ver!” Liam falou, parando na porta do quarto de , onde as meninas estavam.
“Você vai ajudar, né, Liam?” perguntou, rindo, e levantou os olhos, curiosa.
O garoto a olhava com uma expressão marota.
“Mas é claro!”
“Então só temos que convencer a !”
Hey, eu não disse que vou beber!” protestou.
“Você é caloura!” Liam falou, debochando. “E eu nunca te dei trote... Tá na hora!”
sorriu ao ver os dois discutindo; quase se deu um self five. Devia ir à festa? Ela queria, mas ainda se sentia mal por estar na universidade, indo à festas e se divertindo. Mas, agora, estava ali, certo? E não iria cancelar seu mestrado. Então, qual era a diferença entre sair ou ficar sentindo pena de si mesma no quarto? Não mudaria o fato de que estava longe de casa.
“Ok... Eu vou àquela festa!” ela falou, e os três comemoraram. “E a senhora vai beber, sim!” disse, apontando para e levantando da cama.
“Aonde você vai?” Liam perguntou, rindo.
“Na ! Preciso da minha personal stylist! Preciso de uma fantasia!”


olhava para cima, enquanto a maquiava.
“Sério, , na próxima vez, você vai escolher outra semana para ter crise existencial! Para eu providenciar uma fantasia decente pra você!”
“Ou indecente... Igual a sua!” disse, segurando a risada, e se endireitou.
“Como é que é? Vou jogar este lápis de olho em você, !”
“Tô zoando, besta! Você tá linda!”
estava vestida de gangster. Usava um sobretudo listrado que ia até o meio de sua coxa, um short do mesmo tecido do casaco, cinta-liga, botas pretas e um chapéu sobre o cabelo, que estava enrolado nas pontas. Estava de causar inveja! A garota ficou umas 2 horas pensando em uma fantasia improvisada para , mas não tinha nada que pudesse ajudar. As duas, além de tudo, não vestiam o mesmo tamanho. Então, ela correu para a loja e subiu com um vestido preto de manga longa e as costas aberta, que era simplesmente lindo. Procurou em seu closet e achou orelhas de gato numa caixa de coisas da faculdade, e... Voilà! Era isso ou nada!
se olhou no espelho e sorriu. A maquiagem tinha ficado fofa e ela se sentia muito mais bonita do que vinha se sentindo por muito tempo. Arrumou as orelhas de gato e sorriu para a amiga.
“O que eu faria sem você, hein?”
deu de ombros, convencida.
“Aceito meu pagamento em tequila!”
“Tequila! Vamos beber tequila! Há quanto tempo não bebemos juntas?”
“Uma eternidade!”
Alguém bateu na porta. Eram e . estava vestida de pirata. Usava um vestido tomara que caia com um corpete vinho e a saia verde escuro, um chapéu, muitas pulseiras, um pingente de timão no pescoço e botas. era Jessie do Toy Story, mas as meninas tinham costumizado a fantasia, para que não ficasse muito infanTil.(Ao invés de ca|ça jea~s, usava uma saic jeans de preocs, cinto, fivena e botas de!cowboy, uma camisa branca, corpete e um chapéu vermelho. tinha faito uma(tralçi em ceu �abelo, que #aia em sgu ombro.-
! Afovei sua fantasia!” documgnt.write(Su) �alou ao vê-la.
“Voc��s luas também estão maravilhosac!�Duvido �ud algum care resasta!“
“A ideia é essa,0certo?”� bêbada!���
“E q gente já pkdemos comEçar os trabalhosa�� document.write(L`ri) b��Vou chamar o HiAm!” perguntou, picando os limões.
“Dos dois!”
“Vai beber também?”
“Não, vou só apontar e rir” ele falou, sentando em uma cadeira, e jogou um limão nele.
Quatro copinhos, quatro pedacinhos de limão, sal e quatro garotas fantasiadas brindando o primeiro porre de uma delas. A noite começava assim e prometia não terminar até que o dia raiasse!
“Eu não vou abrir a loja amanhã!” anunciou, chupando o limão de sua segunda tequila.
“Ousada!” caçoou.
“Rebelde!” Liam entrou na brincadeira. “E posso pedir a palavra pra ressaltar o fato de que a não fez cara feia na primeira tequila dela?”
As meninas bateram palmas para a amiga, que tirou o chapéu, agradecendo. checou o relógio.
“Melhor irmos logo, ou vamos ficar bêbadas e dormir na escada.” Ela e apontaram uma para a outra e riram do que parecia ser uma história do passado.
“Podemos pendurar um saco de limão na porta do carro e bebermos tequila nos sinais vermelhos!” sugeriu, fazendo rir mais.
“É, realmente... Eu tinha que ir à essa festa! Tradição é tradição! E, ... Exijo que você volte com muitas histórias pra contar! O cardápio do café da manhã será panquecas com pérolas do seu primeiro porre!”
Todos riram e concordaram, e prometeu que tentaria.
Depois de uma última passada no banheiro, para checarem a maquiagem, os cinco saíram para a festa. Liam iria levá-las no carro de , já que tinha se disponibilizado a ser o integrante sóbrio do grupo.
O lugar parecia magnífico! Para e , aquela era a primeira vez no Wonderland, a balada onde as festas universitárias aconteciam. Havia pessoas fantasiadas indo e vindo; algumas já bêbadas, algumas com fantasias engraçadas, criativas, inusitadas... Era impossível captar tudo o que acontecia por ali. E eles ainda estavam do lado de fora! checou o celular, esperando uma mensagem de Zayn, mas logo avistou o garoto e riu.
“Porra, ... Se a gente tivesse combinado, não estaríamos parecendo tanto um casal de gêmeos!” ele disse, mas estava rindo.
Zayn estava vestido de Jack Sparrow. Estava de cair o queixo (mas essa era só a opinião suspeita de )! Ele olhou para as outras meninas, cumprimentando-as e sorrindo ao ver tantos pares de perna. Aquela festa era realmente a melhor festa de todas (mas essa era só a opinião suspeita de Zayn).
“Vamos entrar?” perguntou, e os seis entraram na fila, que, apesar de tudo, fluía rápido para dentro da festa.
Liam chamou baixinho quando iam chegando perto da porta.
“Ela vem hoje?” perguntou, parecendo aflito.
A garota sorriu solidária.
“Não... Dani não vem...”
Liam sentiu-se aliviado. O que era diferente da tristeza que sentia antes quando descobria que não ia vê-la. Aquilo era um bom sinal, certo?
“BEM-VINDOS AO WONDERLAND!” gritou quando todos entraram. e olhavam tudo e não conseguiam parar de sorrir. “Ao bar JÁ!”
As meninas se enfileiraram no balcão e pediram uma tequila cada, Liam encontrou alguns amigos de sua sala e parou antes, Zayn ficou em dúvida entre beber e xavecar alguém, mas decidiu que o bar não ia sair do lugar.
“Um, dois, VALENDOOOO!” falou, e as meninas bateram seus copinhos uns nos outros e viraram a tequila. Ok. Era a terceira da noite e, a qualquer momento, agora, elas iriam começar a dar sinais de embriaguez.
virou-se, sorrindo e começando a sentir um formigamento estranho nas mãos e na boca. Estava ficando bêbada? Olhou para o salão e precisou “apertar o zoom” para ver o dj... Bom, definitivamente, não estava normal.
“Adoro essa música!” ela disse, puxando a mão de e saindo para a pista de dança.
e estavam indo também quando viram Eleanor. A garota estava vestida de borboleta e parecia uma fada de tão linda!
“TEQUILA COM A EL!” elas gritaram juntas e a puxaram para o bar.
colocava o copinho de novo no balcão quando viu alguém aproximando-se e parando ao seu lado. Ao olhar rapidamente, percebeu que conhecia aquele sorriso.
“Achei que pessoas formadas não vinham às festas da universidade...” Harry falou, apoiando seu copo de cerveja no balcão. “Achei que elas eram velhas demais para isso...” provocou. Sabia que ela ficaria irritada.
estreitou os olhos para ele e virou-se para o garçom.
“Cuidado aí, hein! Ficar servindo bebida a menor... Dá até cadeia!”
“Não sou menor...”
“Você tem espinha na cara, moleque!” ela zombou, dando um sorriso de lado.
Harry gargalhou e virou-se, apoiando o cotovelo no balcão e bebendo mais da sua cerveja.
“Antes espinha que ruga, sabe como é...”
bufou, fazendo-o rir mais.
“Ridículo...” falou e virou-se para falar com El e , mas elas não estavam mais ali. Fez menção, então, de sair andando dali, mas Harry a puxou pela mão.
Hey, tô brincando... Fica aqui! Eu te pago uma cerveja!” o garoto falou, sorrindo todo simpático de novo.
rolou os olhos e voltou ao balcão.


“ESSA MÚSICA TÁ MUITO LEGAAAAL!” berrava para , El e , que riam dela. Tinham passado para a vodka com energético e cada uma segurava um copo. Menos , que segurava dois. “SEGURA UM COPO AÍ, VOU LIGAR PARA A JESS!”
Ela passou um dos copos para a amiga e sacou o celular de dentro da bolsa.
“Não, não... Ela deve estar dormindo, !” falou, tirando o celular da mão dela. “Amanhã você conta como foi.”
“E SE EU NÃO LEMBRAR AMANHÃ?”
“Por que ela tá gritando?” El perguntou, rindo para as outras, que deram de ombros.
“Você vai se lembrar. Se não lembrar, a gente lembra.” falou, abraçando a amiga, que deu um passinho bêbado para o lado. “E a gente tá te ouvindo, . Pode falar no volume normal.”
“Cadê o Liam?” quis saber, olhando ao redor.
o procurava também quando viu um borrão verde pulando ali por perto. Niall, o calouro com quem tinha conversado há alguns dias, sorriu ao vê-la e acenou. Ela fez o mesmo e o viu cumprimentar a garota com quem estava conversando, e vir em sua direção.
Hey, calouro!”
Hey... Como você tá?” ele perguntou, abrindo um sorrisão.
“Bem, e você? Adorei sua fantasia!” disse, rindo. Niall tinha vindo de duende. Estava hilário.
Ele olhou para baixo e riu.
“E como está o meu chapéu? Cuidando dele?” perguntou.
A garota fez que “sim” com a cabeça.
“Quase vim com ele hoje...”
“Bom, você ficou melhor com essa fantasia!” Niall falou, sorrindo e olhando-a de cima a baixo. “Você tá tão bonita que eu queria estar menos bêbado!”
riu e tomou o copo das mãos dele.
Hey! Não se tira o copo de um irlandês! Ainda mais se ele estiver vestido de duende!”
Ela bebeu e olhou para ele, confusa.
“Achei que você estava bebendo alguma coisa mais forte que cerveja...”
“Eu tô bebendo desde às 14h, na JJJ...” Niall explicou, dando de ombros, e os dois riram. “Meu copo?” ele pediu, estendendo a mão.
“É verdade que duendes irlandeses realizam três pedidos?” perguntou com um sorriso sapeca nos lábios.
Niall sorriu de lado também e deu um passo para frente.
“Ouvi dizer que sim... Qual é o primeiro pedido?”
“Seu copo!” falou, bebendo mais um pouco da cerveja dele.
“Você tem 3 pedidos e quer o meu copo?” Ele riu.
A garota mordeu a borda do copo e sorriu, fazendo que “sim” com a cabeça. Niall colocou as mãos nos bolsos e piscou.
“Então, é seu...”
“Daqui a pouco volto aqui para os outros pedidos...” ela disse. “Vou encher o seu copo, que, agora, é meu!” falou, balançando o copo vazio na frente dele e fazendo-o rir, e saiu.
Niall acompanhou-a com os olhos, enquanto ela sumia entre as pessoas que tentavam chegar ao balcão. Tinha orgulho em dizer que, nos últimos dois meses, tinha conhecido muitos veteranos e, provavelmente, a maioria dos calouros. Mas havia algo diferente nela. Algo a mais... O garoto não sabia quais eram os dois pedidos restantes dela, mas começava a descobrir que havia uma coisa naquela festa que desejava muito!


parou ao lado de , que olhava para a pista de dança, procurando alguém.
“Zayn está ali...” apontou para perto da caixa de som e entregou um copo a ela.
“Ah...” disse, sem graça. “Não estava procurando-o...”
“Ah, é? Estava procurando quem? O cara da cafeteria?” a olhou de lado, e riu, culpada.
“Ele era mesmo muito bonito!”
“E faz Artes Cênicas?” perguntou, franzindo a testa e tentando lembrar se o conhecia. “Juro que não tenho nem ideia de quem seja, ...”
“Pois é... Também nunca tinha o visto em lugar nenhum... Acho que era um holograma...”
As duas riram.
Hey, cadê a ?” Uma olhou para a outra. COMO tinham perdido a amiga?


saia do banheiro, arrumando a roupa, rindo e falando sozinha.
“Cadê meu celular? Eu preciso contar a Jess que isso é muito legal!” Ela abaixou a cabeça para olhar a bolsa e quase esbarrou em alguém. A pessoa segurou em seus dois braços. Ela levantou a cabeça e riu para Liam. “Oi, Liam!”
“Oi, !” ele respondeu, rindo. “Você tá bem? Por que você tá sozinha?”
Ela deu de ombros.
“Eu queria vir ao banheiro...”
“Você tá bem?” Liam repetiu preocupado, examinando-a.
“Tô, sim! Mas acho que tô bêbada!” Ela riu, fazendo-o rir também. “Beatles!” Ela comemorou, ao ouvir ‘Twist and Shout’ começando.
“Vem, vamos dançar, então!” Liam falou, segurando sua mão e puxando-a para a pista de dança.
Quão bêbada estava? Porque ela começava a sentir o formigamento de novo... Mas, talvez, desta vez, simplesmente não tivesse a ver com a bebida.


! El!” gritou, rindo e indo até elas no bar. “Vocês, em alguma hora, saíram daqui?”
“Eu acho que não!” respondeu sinceramente. Ela falava com , mas olhava sobre seu ombro. Onde Harry tinha ido?
“Cadê a ? Preciso zoá-la!” Eleanor perguntou e, como num passe de mágica, a amiga se materializou ao seu lado com um copo verde nas mãos. “! O menino é CALOURO!” ela falou, fazendo-a rir.
“Mas eu não fiz nada...” falou, rindo e mordendo a borda do copo de novo.
engoliu em seco. Se estava sendo zoada por pegar um calouro, o que aconteceria com ela? Olhou de novo ao redor e viu Harry aproximando-se e encarando-a. Que porra de fantasia era aquela? Não tinha reparado o que ele estava vestido. Harry usava uma roupa toda preta e tinha colheres e moedas pregadas na sua camiseta.
“Eu já falei que você tá MUITO bonita hoje?” ele perguntou quando a alcançou.
deu uns passos para o lado, tentando passar despercebida pelas meninas.
“E você tá vestido de que, pelo amor de Deus?” a garota quis saber.
Harry riu e pegou sua camiseta, fazendo com que ela se levantasse um pouco e mostrasse um pedaço de sua barriga.
“Imã!” ele respondeu, por fim, meio envergonhado. O pequeno ataque cardíaco que estava tendo até passou.
“VESTIDO DE QUE?” Gargalhou.
“Imã...” ele repetiu. “Foi ideia do Tomlinson. Eu não sabia o que vestir... Decidi que queria vir à festa umas duas horas antes...”
“E por que você decidiu tão em cima da hora?”
“Vi você entrando no SPR vestida assim...” Harry confessou, colocando uma das mãos no bolso e levantando as sobrancelhas.
“RESPIRA! RESPIRA!” pensou. “Concentra no seguinte: você é quase 10 anos mais velha que este menino... Você vai mesmo cair nessa conversinha? Era bonitinho quando você tinha idade para isso!”
“Ah, tá...” ela respondeu descrente e cruzou os braços. Olhou para os lados e viu as amigas se enfileirando no balcão para outra tequila. Tequila! Ela precisava de tequila! “Já volto, Styles...” disse, deixando-o falando sozinho.
“Vocês iam beber sem miiim!” ela acusou, balançando o dedo na direção de .
“Você sumiu!”
“Já acharam a ?” ela perguntou, aproximando-se do balcão e pedindo sua tequila.
apontou para a pista de dança. Liam rodava e a puxava de volta para seus braços. A garota ria sem parar.
“Eu sou um cupido muito foda mesmo...”
“E uma bêbada muito convencida!”
As duas riram. foi até os dois e chamou-os para o bar. veio, pulando na frente, e abraçou as meninas, quase derrubando-as.
“MELHOR NOITE DE TODAAAAAAS!”
“Acho melhor ela não tomar outra tequila, não...” Eleanor disse, parecendo apreensiva.
“Tô bem, El! Tô bem…”
pediu outra tequila, e as meninas viraram de novo. Começava uma musica animada que reconheceu ser do All Time Low. Esse dj era muito eclético! “
Quero dançar no balcão...” falou, olhando para com os olhinhos brilhando.
Ela virou-se para .
quer subir no balcão... O que a gente faz?”
“A GENTE SOBE NO BALCÃO!” falou, batendo a mão na madeira.
, Eleanor e olharam para ela com os olhos arregalados.
... Eu sou dona de uma loja! Não posso subir no balcão!”
“Você fica naquela viradinha ali que não tem ninguém...” Ela apontou e analisou o balcão, pensando como subiria.


“Cause I'm in the zone, turn off my phone, I've got my own agenda…”


“Precisamos de ajuda!” falou a , que sorriu.
“Precisamos do Batman!” E saiu atrás de Liam.
O garoto e ela voltaram um tempo depois.
, não entendi nada que a falou... Vocês querem subir onde?”
“No balcão!” ela respondeu, com um sorriso gigante. “Coloca a gente sentada nele?”
Liam riu e balançou a cabeça.
“É isso mesmo o que vocês querem?”
“Uhum!” As duas fizeram juntas, e ele obedeceu-as.
Olhou para as outras meninas.
“Mais alguém?”


“I feel like dancing tonight,
I'm gonna party like it's my civil right.
(Everybody gets kinda awesome.)
It doesn't matter where, I don't care if people stare, (woah!)
Because I feel like dancing tonight…”



?” chamou, estendendo a mão, e a garota riu e foi içada para cima também.
?” Liam perguntou, levantando as sobrancelhas.
“Ah, que se dane!” ela disse e também subiu no balcão.
As quatro gargalhavam mais que dançavam, e Eleanor e Liam choravam de rir embaixo. Logo se fez uma confusão de gente ao redor delas.


“Somebody call the police, (woo-oooh!)
I think they're coming to get me.
They say, "you've got the right to remain on the dance floor",
So show us what you got because you know that you've got more.”


(I feel like dancing - All Time Low)


Não demorou muito e dois seguranças apareceram ao lado do balcão, mandando-as descer.
“Mas o Batman que colocou a gente aqui!” protestou, enquanto era ajudada por a sentar no balcão. “Que absurdo!”
Logo, as quatro estavam no chão de novo e simplesmente não conseguiam parar de rir.
“Melhor noite de todas!” repetiu, erguendo os braços.
“É, moça, mas você vai tomar água, a partir de agora...” Liam falou, entregando uma garrafinha a ela.
olhou para , buscando apoio contra aquela ideia ridícula de ela parar de beber, mas deu de ombros.
“É o Batman... Ninguém contraria o Batman!”
“Exatamente! Eu vou cuidar de você, agora, porque essas malucas já estão pra lá de Bagdá!”
riu e bebeu mais um pouco de água.


e Harry pareciam ioiôs. Encontravam-se no bar, conversavam, saíam, dançavam, ficavam se olhando de lados opostos da pista de dança, encontravam-se no bar... Tinham passado a festa toda nesse vai e vem. Os dois sabiam que o interesse era mútuo, mas, por algum motivo, tudo o que faziam era chegar cada vez mais perto e, então, se afastar. A festa começava a esvaziar, e eles discutiam sobre xadrez no bar:
“A peça mais importante é a rainha!” insistia, fazendo-o rir de deboche.
“Claro que não! Você deve ter batido a cabeça num lustre quando subiu no balcão!” ele provocou. Tinha descoberto um verdadeiro prazer em fazer isso.
“Cala a boca, Styles! Você...”
“Como eu ia dizendo...” Harry a interrompeu. “A peça mais importante é o rei!”
“O rei é a peça mais bunda mole do xadrez!” ela protestou. “Ele só anda uma casa e precisa de todas as outras peças para defendê-lo! Ninguém nem mexe no rei, a não ser que o jogo esteja indo ao buraco...”
“Você nem deve saber jogar xadrez!”
“Você é que nem deve jogar xadrez!” zombou. “A rainha é a peça mais importante! Qualquer jogador se sente quase pelado quando perde sua rainha!”
Ele sorriu enquanto a assistia gesticular e quase dar uma palestra sobre a importância da rainha em um jogo de xadrez. Nem conseguia lembrar mais o porquê começaram aquela discussão, mas continuava falando como se defendesse o caso diante de um juiz.


“I saw him dancin' there by the record machine
I knew he must been about seventeen
The beat was goin' strong
Playin' my favorite song…”



“Você fica linda defendendo sua opinião como se fosse sua vida.” Harry disse, sorrindo e chegando mais perto dela.
olhou para os lados. De alguma forma, tinha acabado na parte do balcão que se fundia à parede, ou seja, não tinha escapatória. Mas, convenhamos... Ela não queria ir a lugar nenhum! Os olhos de Harry estavam perto, agora, e eram de um verde brilhante hipnotizador. O sorriso de lado e as covinhas. O cabelo que ele estava sempre arrumando, como um tique nervoso. O corpo esguio, mas definido, e essa mania de sempre irritá-la, de sempre fazê-la ficar brava. Ela não conseguia escolher o que era mais atraente nele. Dane-se se ele tinha “quase 17” como dizia a música que estava tocando naquela hora! “Dj sensacional!”, pensou . Ela o queria, e ele a queria também.


“An' I could tell it wouldn't be long
Till he was with me, yeah me
And I could tell it wouldn't be long
Till he was with me, yeah me, singin'…”



A garota respirou fundo e encarou aqueles olhos verdes mais uma vez. Harry deu mais um passo para frente e entortou o sorriso.
Passou os braços pela cintura dela e deu mais um passo, fazendo com que se encostasse na parede. Não havia mais como fugir.
“Xeque-mate!”


“I love rock n' roll
So put another dime in the jukebox, baby
I love rock n' roll
So come and take your time and dance with me”


(I love rock'n'roll - Joan Jett)


estava sentada em uma mesa, perdida em pensamentos.
“Pensando no cara da cafeteria de novo?” Zayn perguntou em tom de quem tira sarro, sentando-se ao seu lado.
Ela estava com um pouco de preguiça de brigar com ele, porque, com certeza, brigariam por algum motivo, por isso só fez que “sim” com a cabeça.
“Você tá bem?” o garoto perguntou, mudando totalmente o tom de voz. Virou-se na cadeira para vê-la direito e levou o rosto mais perto do dela.
“Você tá de lápis de olho?” Foi a vez de zombar dele. A garota também chegou mais perto e começou a rir.
“Ah, vai à merda, !” Zayn falou, distanciando-se e encostando na cadeira. “Vim aqui ver se você estava bem...”
“Eu sei, Zayn... Eu sei... Mas eu não me aguentei!” Ela segurava a risada, e ele cruzou os braços, zangado.
“Faz parte da fantasia, oras...”
“E quem fez isso pra você?” ela perguntou, e ele não respondeu de primeira.
se segurou de novo.
“Eu.”
“Porra, Zayn Malik!” gargalhou, e Zayn virou o rosto de lado. Observou sorrir e se aproximar de um cara vestido de... Sério? O cara estava vestido de duende? E estava o zoando por estar usando lápis de olho?


estava dançando sozinha. Coisa de gente bêbada. Coisa de gente bêbada que tinha se perdido das amigas bêbadas. Começava uma música velha do Flo Rida e ela sorriu, porque se lembrava de tê-la ouvido há algum tempo em seu quarto e ter se levantado para dançar. Há alguns metros dela, alguém estava parado, encarando-a. O sorriso enorme, o chapéu e as roupas verdes, um copo nas mãos. Ao perceber que tinha a atenção dela, Niall começou a cantar a letra da música, fazendo gestos:

(Wild Ones - Florida)




“Hey I heard you are a wild one (Ele apontou para ela, que riu e parou de dançar)
If I took you home (apontou para a porta e levantou as sobrancelhas)
It'd be a home run (levantou os braços, fingindo que comemorava)
Show me how you do (Niall apontou para ela de novo e sorriu abertamente)


I want to shut down the club (Ele apontou para o chão e fez sinal de terminar)
With you ( ia andando em direção a ele rindo e balançando a cabeça)
Hey I heard you like the wild ones!” (Niall apontou para si mesmo e continuou sorrindo)


nem sabia o que estava fazendo, sentia uma linha invisível levá-la até onde ele estava. Parou há alguns metros dele, ainda rindo, e o garoto parecia orgulhoso de si mesmo.
“Ainda bebendo...” ela disse, e ele riu, escondendo o copo em suas costas.
“Este você não vai pegar!”
“Nem se for meu segundo pedido?”
“Eu canto pra você, e você continua só querendo o meu copo?” Niall perguntou indignado, e riu.
“Então você me dá, sem ser meu segundo pedido...”
Niall sorriu torto e virou toda a bebida de uma vez, entregando o copo vazio a ela.
“Você só queria o copo...” falou, parecendo um garoto que tinha acabado de aprontar.
mordeu os lábios. Eles se pareciam tanto! O que será que significava? Que devia continuar? Ficar com Niall, porque, se estava começando do ponto onde tinha parado, então era justo que também sua vida amorosa partisse de onde parou? Ou não? Significava que ela sempre escolhia os mesmos tipos e, se já tinha dado errado uma vez, então deveria escolher outro?
O garoto ainda esperava que ela dissesse algo... Ou fizesse algo, mas, antes que pudesse decidir, El a cutucou.
? Perdemos a de novo!”
Foi como se alguém tivesse estourado a bolha em que ela e Niall estavam. Antes de sair, ela virou-se para ele, que ainda tinha aquele sorriso sapeca no rosto.
“Você é tão fofo que eu queria estar menos bêbada!” falou, imitando o que ele tinha dito a ela e sorrindo de lado. Acenou e saiu com Eleanor, atrás de .


Liam mexia no cabelo de distraidamente. Os dois estavam “sentados” em uma das mesas. Ela, na verdade, estava deitada com a cabeça apoiada nos braços e tentava manter-se acordada.
“Tá bem?” o garoto perguntou pela milésima vez, e ela fez que “sim” com a cabeça.
“Tô, sim... Mas tô com sono...” respondeu com a voz sonolenta, piscando, meio mole.
Liam sorriu.
“Vou te levar para casa... Deixa só eu achar as meninas!”
“Você é o cara mais legal que eu conheço, Liam...” Soltou, fechando os olhos e sorrindo.
Ele continuou olhando para ela, sem saber o que responder, e sorriu de lábios fechados, mesmo sabendo que não estava vendo.
, e Eleanor vinham em direção a eles. Eram a cara do fim da festa! Aquela coisa de entrar na festa um luxo e sair um lixo cabia bem ali.
“Ela tá bem?” apontou para .
“Tá, sim... Mas já deu game over...” Liam explicou, rindo. “Vamos embora?”
“Não achei a ainda...” falou, olhando em volta. Já não tinha tanta gente na festa. Niall corria de um brutamontes vestido de Power Ranger pela pista e havia mais uns quatro ou cinco grupinhos de pessoas. Nada de em lugar nenhum. voltou-se para os amigos. “Vão indo, vocês... Fico aqui procurando-a.”
“E como vocês vão embora depois?” Liam perguntou.
“De táxi... Não se preocupem! Levem a para dormir... Tadinha” falou, dando a chave do carro ao Liam.
abaixou e sussurrou no ouvido de para ela levantar. se endireitou na cadeira e coçou os olhos.
“Acabou?”
Todos riram.
“Acabou, ... Mas foi só a primeira!” falou, rindo e ajudando-a a ficar de pé.
Ela suspirou e olhou para Liam.
“Precisa de ajuda?” ele perguntou, indo até ela.
“Não. Tô bem.” Ela levantou-se, meio mole, mas, aparentemente, tudo bem, mesmo.
deu uma olhada em tudo e não viu , por isso saiu com eles. Ao chegar à saída, se despediu deles e sentou em um murinho baixo que tinha na calçada da frente da balada. Tirou o celular da bolsa e digitou uma mensagem para a amiga. Não estava muito feliz com a ideia de ficar ali sozinha, por isso chegou até a ficar contente quando viu que Zayn se aproximava.
Ele acendeu um cigarro e sentou ao lado dela, sem perguntar ou dizer nada. Zayn tinha que ser sempre assim?
“E aí? Como foi a festa?” Ela resolveu quebrar o silêncio. Zayn deu de ombros, estreitando os olhos e soltando a fumaça bem devagar. “Poxa! Ainda bem que você parou aqui para gente conversar...”
Ele riu e tirou a peruca de Jack Sparrow, guardando-a no bolso.
“Tá fazendo o que aqui?” perguntou, virando-se para ela.
“Esperando uma das minhas amigas, que me deu um perdido...”
“Qual delas?”
.” respondeu, incerta se Zayn sabia quem era quem.
“A de chapéu?”
“Isso!”
“Saiu com um cara há uns 15 minutos...” ele falou, apontando para o lado esquerdo.
não sabia se acreditava nele.
“Um garoto?”
“Uhum... Por que essa cara? Ela iria virar freira?” Zayn perguntou, fazendo rir.
“Não, claro que não! Mas é porque ela não me disse nada...”
“Hum...” Ele fez, dando mais um trago e voltando a examiná-la. “Quer saber, você não combina com o duende...” Zayn soltou, sem mais, nem menos.
“Hum...” Lary o imitou. “Quer saber, você não tem nada a ver com isso...”
Ele quase se engasgou enquanto tentava tragar e rir ao mesmo tempo.
“OUCH! Então é sério mesmo, né?”
“Sério o que, Malik? Eu estava conversando com um amigo. Tô conversando com você agora e a gente não tem nada também...”
“É... Acho que nem amigo a gente é. Ou é?” ele perguntou, e não conseguiu não rir.
“Sei lá...”
“É... Eu também não sei...” Zayn falou, jogando a pontinha do cigarro num lixinho ali perto e voltando até onde ela estava. Ele não sentou de volta. “Vem, eu te levo embora” disse, indicando o outro lado da rua com a cabeça.
“O que? Não precisa!” respondeu, na defensiva.
“Eu não vou te atacar, maluca... Fica tranquila! Sua amiga foi embora mesmo. Você vai congelar aí, esperando por ela!”
“Eu posso ir de táxi!”
“Tudo isso é medo de passar 5 minutos num lugar fechado comigo e não resistir?” Zayn perguntou, colocando as mãos no bolso e sorrindo de lado.
Sério! Ele tinha que ser tão bonito assim? Que saco!
“Como você é pretencioso, Malik...” Ela levantou-se e caminhou até onde ele estava. “Só vou porque meu pé tá doendo...” A garota achou que deveria se justificar, já que estava perdendo a discussão.
Olhou para trás, procurando algum sinal de Niall. Sabe aquele verso “I know who I want to take me home...”?


Capítulo 8 - Falling in love

“Eu não o quero mais! Não aguento mais!” Anne reclamou, levantando os braços e olhando para o resto das pessoas sentadas ao seu redor. olhou para o relógio e soltou o ar pesadamente. Estava ali, sem tomar banho, sem tomar café e sem nem ter conseguido chegar ao seu quarto para guardar suas coisas. “Se ninguém quiser o Tomlinson, vou expulsá-lo do SPR!”
Houve um burburinho entre os RAs reunidos ali. Ela poderia expulsá-lo? Teoricamente, não havia como provar que ele tinha quebrado o elevador... Em nenhuma das 3 vezes. E, bom, Anne vivia reclamando da bagunça que ele fazia, mas ninguém escutava nada; nem mesmo o pessoal do terceiro andar, que morava no andar embaixo do dele. No fim, só achava aquela menina dramática demais. Olhou de novo para o relógio... Deveria estar no quarto, de banho tomado, começando um relatório.
“Eu fico com ele!” Ela falou, erguendo a mão. “Tem dois quartos vagos no terceiro andar. Vamos acabar logo com essa novela mexicana.”
Alguns RAs a olharam com gratidão. Todo mundo parecia estar, ali, de saco cheio.
“Então pronto!” Charlie bateu palmas e levantou-se. “Tomlinson vai ao terceiro andar, e eu vou estudar, que tenho seminário amanhã! Boa noite!”.
Todos começaram a se levantar também e a sair. Anne parecia feliz, e não podia deixar de se perguntar se tinha feito a coisa certa. O terceiro andar vivia tão em paz, até aquele momento...

Alguém bateu na porta, e nem se preocupou em estar de pijama, foi andando até a porta enquanto penteava o cabelo molhado. Devia ser o Tomlinson para pegar a chave do quarto dele.
Bom, não era.
Niall sorria para ela. Tinha sempre essa “aura” feliz. Era um raiozinho de sol irlandês pulando para lá e para cá.
“Niall?” Ela perguntou, abaixando o pente.
“Oi, ! Como você tá?” Perguntou, passando uma das mãos nos braços, meio tímido.
“Tudo bem, e você? Algum problema?”
“Não... Na verdade, vim procurar o Liam, mas ele não tá aí... Você sabe dele?” Niall apontava para a porta do amigo.
“Hum...” fez, indo checar a tabela que tinha, com alguns dos horários de Liam, e , na parede do quarto. “Hoje é quarta?”
Ele fez que “sim” com a cabeça.
“Ele deve estar na faculdade ainda. Dá monitoria às quartas...” A garota franziu a testa. “Para o primeiro ano. Você não deveria estar lá?” Voltou a encarar Niall, que dava uma risadinha.
“Acho que eu me esqueci!” Falou. “Será que dá tempo?”
riu e balançou a cabeça.
“Se você correr, talvez. Mas quer deixar algum recado?”
Niall olhou para cima, pensando.
“Hum... Não. Eu venho depois.”
Vem depois? Mas ele estava indo encontrar o Liam, não? Niall acenou e estava indo ao elevador quando o chamou, e ele voltou.
“Você quer seu chapéu?” Ela perguntou, sorrindo, e ele riu.
“NÃÃÃÃÃO! Deixa aí! Os meninos acreditaram que eu fui roubado. Deixaram-me voltar a usar boné.” Niall respondeu e apontou para a cabeça, em que usava um boné verde com a aba virada para trás.
riu e fez que “sim” com a cabeça. Os dois continuaram se encarando por um tempo, cada um de um lado do corredor.
“Niall?”
“Oi.”
“Você vai se atrasar para a monitoria.”
O garoto riu e olhou para o chão, mordendo os lábios.
“É... Preciso ir. Até mais!”
continuou olhando para o corredor quando ele já estava vazio. Estava sorrindo de novo. Aquele sorriso que você tenta fechar com todas as forças e ele continua lá, quase imperceptível aos outros, uma curvinha de nada no canto da boca... Mas só quem já se sentiu, sorrindo assim, sabe que, por dentro, são muitas as “engrenagens” que estão mantendo-o ali.
O elevador se abriu de novo, e se aprumou e se desencostou da porta. Estava mesmo de pijama? E com um pente em mãos? Alarme falso. e vinham, dividindo um pacote de salgadinho e conversando sobre algo que parecia sério.
“Lary!” exclamou ao vê-la. “É sério isso de que o Tomlinson vem pra cá?”
Ela fez que “sim” com a cabeça e explicou o caso às meninas.
“Ah, acho que não vamos ter problemas, né?” perguntou, meio em dúvida.
“Ainda mais se ele for gato mesmo...” falou, e elas riram.

“Você tá bem, Horan?” um dos outros calouros da JJJ perguntou a Niall, que estava sentado perto da janela com o violão no colo e milagrosamente quieto.
“Oi?”
“Tá doente? Com saudade de casa? Ou é só ressaca?”
Ele riu.
“Não, não tô nada, não... Tô tranquilo...”
“Ele tá apaixonado...” Carl contou, vindo da cozinha com uma garrafa de cerveja, copos e um balde de pipoca equilibrado nos braços. “Olha a carinha dele, Drew!”
“Tá apaixonado, Horan? Que belezinha!” Drew zombou. Niall ria e fazia que “não” com a cabeça, sem dizer nada. “É a tal da menina vestida de gata da festa do Halloween? A dos pedidos? Quantas vezes ele contou essa história a gente, Carl?”
“Quarenta e cinco?”
“Eu acho que ouvi umas 70...”
“Ah, calem a boca!” Niall disse, jogando uma almofada neles e sorrindo, meio sem graça.
“Cuidado com a cerveja, porra!” Carl falou, virando-se de costas e protegendo “seus preciosos”. “Para de bobeira e vem assistir futebol com a gente!”
Niall levantou-se e colocou o violão de lado, indo se sentar no sofá e discutindo a partida com eles. Fingindo que não estava pensando nela. De novo.

Estava começando a ficar frio demais para interagirem na cozinha, por isso as meninas estavam todas no quarto de , que era o maior.
Liam bateu na porta e a abriu, parando no batente.
“O que são essas tralhas no corredor?” Perguntou, apontando para trás.
Elas riram.
“Coisas do Louis, Liam.” explicou, meio se encolhendo. Começava a se arrepender da decisão.
“Então nós fomos mesmo presenteados!”
“Mais como nos dando um presente...” caçoou.
“Oi?”
Elas explicaram o caso ao garoto, que ainda não parecia muito certo se funcionaria, mas, por fim, deu de ombros e riu.
“Acho que a está sentindo falta de umas ocorrências no andar, meninas...” Ele disse a e a . “Se a gente soubesse, tinha feito outra bexigada.”
“Não é nada disso!” Ela respondeu, rindo. “Foi mal, gente... Eu só queria sair logo daquela reunião.” Confessou, e eles gargalharam.
“A gente dá um jeito nele, ! Fica tranquila!” falou, piscando.
“Bom, vou tomar banho...” O garoto falou, desencostando-se da porta.
“Liam, Niall veio atrás de você. Ele chegou à monitoria?”
Ele riu com os olhinhos fechados.
“Meia hora atrasado, mas chegou. Maluco... Falei com ele sobre a monitoria, hoje de manhã, e ele esqueceu!”
“Ele é engraçado...” falou.
“Ele é. Niall é um dos calouros mais legais que já conheci...”
Eles ficaram em silêncio e Liam bateu palmas.
“Bom, vou para o banho. Até mais!”
“Tchau, Liam!”
As meninas continuavam conversando no quarto quando ouviram mais barulhos no corredor. Entreolharam-se e saíram as três. Louis arrastava sua mala até o quarto à esquerda do quarto de e parou ao vê-las.
“Oi!” Cumprimentou. “Sou o Louis... Valeu por salvar minha pele, !”
Ela sorriu.
“De nada, Tomlinson... Mas você tá proibido de chegar com qualquer ferramenta que seja perto daquele elevador!”
Ele riu.
“Foram erros de cálculo, eu juro, mas não vou tentar de novo.”
“Oi! Eu sou a . Precisa de ajuda?” perguntou, toda solícita.
virou-se para olhá-la.
Louis sorriu.
“Não, obrigado. E, ah, eu não sou tão barulhento quanto a Anne diz que sou, ok? Eu só falo meio alto...”
Elas riram e continuaram ali, olhando para ele. Louis pegou a mala e a colocou dentro do quarto, indo de novo em direção ao elevador.
“Bela bunda...” comentou e, depois, tapou a boca com as mãos, fazendo e gargalharem.


“Você tá fugindo de mim ou a gente vai conseguir tomar um chá juntas hoje? Preciso saber se o cara da festa é o Styles, . Não me mata de curiosidade!”

pulou quando seu celular apitou, assustando Eleanor também. Estava nessa de prender a respiração toda vez que recebia uma mensagem. Quantos anos ela tinha mesmo? Ok. Era uma mensagem de . Ela riu e respondeu. Não tinha tido tempo suficiente com a melhor amiga desde a festa.
“Tá tudo bem, El?” Ela perguntou à estagiária, que também checava o celular.
“Mais ou menos...” Respondeu. “Uma das calouras de casa caiu no banheiro. As meninas estão levando-a ao hospital.”
“Você precisa ir embora?” perguntou.
“Não, depois que fecharmos, eu vou. No momento, não tem muito o que fazer...” El deu de ombros, ainda olhando para o celular, preocupada.
sorriu solidária e voltou a olhar para o próprio celular, mordendo os lábios.

“Mas quem te falou que eu fui embora com ele?” e estavam na cafeteria, e a primeira ainda tentava entender como a amiga sabia daquilo.
“Zayn me contou...”
“VOCÊ PEGOU O ZAYN?” quase cuspiu o chá.
riu.
“Claro que não! Eu fui com ele porque ALGUÉM sumiu, sem me avisar que ia embora...” Ela explicou, fazendo se encolher de remorso.
“Descuuuuuuulpa!”
“To tê zoando, tonta! Mas me conta como foi!”
abriu um sorrisão e colocou a caneca de volta à mesa, contando como tinha sido sua noite. Harry era um garoto carinhoso e todo cavalheiro. Os dois passaram metade do tempo discutindo sobre coisas sem importância, era verdade, mas até isso parecia ter sido ótimo, e não parava de falar sobre como ele era ridiculamente bonito. “Dá vontade de dar na cara dele de tão bonito!”, era a definição exata. Mas, não, eles não tinham dormido juntos. Ele tinha a acompanhado até sua casa, e tinha sido isso.
“Sim, , foi só isso!” Repetiu para a amiga descrente, que riu.
“Mas e aí? Quando vocês vão se ver de novo?” perguntou.
“Não sei...” Ela respondeu.
“Como não sabe? Vocês não se falaram mais?”
“Ele me mandou umas mensagens... A gente conversou um pouco, mas eu deixei em aberto. Não quero um encontro, não tenho mais idade pra isso...”
...” começou, já sabendo onde daria.
“Não, , não tô fugindo dele... A gente temos se falado. Mas ele tem quase 10 anos a menos que eu. Se nós sairmos juntos, é capaz de alguém perguntar se é meu filho.”
“Ai, como você é exagerada, !” A amiga riu, balançando a cabeça.

estava trabalhando em seu relatório quando ouviu uma batida na porta. Pegou-se pensando se seria Niall de novo, mas encontrou Eleanor.
“El? Algum problema?” Ela parecia aflita.
“Oi, ! Desculpa te incomodar! Sabe o que é? Uma das meninas da minha casa se machucou e ela é irmã do Louis Tomlinson. Eu fui até o quarto andar, mas me disseram que ele estava morando aqui agora.”
saiu e fechou a porta.
“Ele tá morando aqui, sim.” A garota falou, batendo na porta do quarto dele.
Louis abriu a porta, meio desconfiado, tirando o óculos de proteção que usava. Olhou de para Eleanor, e seus olhos pararam nela.
“Louis, desculpa incomodar, mas a El queria falar com você...”
Ele sorriu para a garota e saiu do quarto. avisou a ela que estaria por lá, para qualquer coisa, e deixou os dois sozinhos.
“Oi, Louis! Meu nome é Eleanor.” Ela apresentou-se, sorrindo, e o cumprimentou. “Eu moro na Monte Olimpo com a Lottie e...”
“Você é a famosa Eleanor, então?” Louis interrompeu. “Lottie não para de falar de você! Estava curioso!”
Eles sorriram um para o outro e a garota ajeitou a alça da bolsa no ombro. “Lottie podia ter avisado que o irmão era lindo, né?”, pensou Eleanor. Estava difícil se manter séria e concentrada. Estava difícil encará-lo também.
“Então... É sobre ela mesmo que eu vim falar. Ela caiu no banheiro, hoje, e quebrou o braço...”
“Ela o que?” Ele perguntou alto e, depois, tapou a boca, olhando para os lados. “Desculpe-me! Onde ela tá? Ela tá bem? Machucou mais alguma coisa?”
“Não, tá tudo bem, agora. Lottie já tá lá em casa, de molho. Mas foi só o braço, mesmo. E não foi nada muuuito sério. Mas ela queria te ver.”
Louis fez que “sim” com a cabeça, uma expressão preocupada no rosto.
“Você espera só um pouquinho, enquanto troco o meu pijama?” Ele apontou para a calça xadrez de pano que usava.
“Claro. Espero, sim!”
“Hum... Quer saber? Vou assim, mesmo... Vou só pegar um casaco!”
Eleanor riu e deu um passo para trás quando ele fechou a porta. Não demorou muito e já estava de volta com a calça de pijama, mesmo, e um casaco preto. Os dois saíram apressados para chegarem o quanto antes à república. Louis deveria estar pensando na irmã, mas o problema não era tão grave assim que ele não pudesse perceber que tinha acabado de conhecer uma garota muito bonita. E, pelo que Lottie falava, bonita E incrível!

Mais uma manhã “livre” que e Jéssica passavam na biblioteca. Com a chegada de novembro e a aproximação das provas de dezembro, todos os horários de folga eram passados entre livros e anotações. Jess e nem faziam todas as aulas juntas, mas tinham se conectado tanto que sempre que conseguiam, estudavam juntas.
“Ai, meu Deus!” Jéssica disse, endireitando-se na cadeira. “Meu muso tá aqui na biblioteca!”
“Quem?” virou-se e viu Liam entrando. “Que história é essa de muso, menina?” Perguntou, rindo, e acenou para ele.
“Ele é muito bonito, o que é isso...? Olha, , se você não quiser, eu quero!”
Liam aproximou-se delas, sorrindo e acenando.
“Oi, ! Oi...”
“Jéssica!” Ela falou, estendendo a mão.
“Oi, Jessica. Sou Liam.”
“Uhum...” Jess respondeu e, então, percebeu o que tinha feito e se encolheu, voltando a olhar para seu caderno.
Liam voltou-se para .
“Não te vi, hoje, no café...”
“Acordei um pouquinho mais tarde, já que não tinha aula...”
Ele colocou seus cadernos na mesa e sentou-se ao lado de , passando o braço pelo encosto da cadeira dela.
“Já saiu da aula?” perguntou.
“Já... Agora, pela manhã, era só meio período... E vocês? Estudando pra prova?” Liam perguntou, olhando de para Jéssica. Elas fizeram que “sim” com a cabeça. “Não quero atrapalhar...”
“Não tá atrapalhando, não... São nossos 15 minutos de folga...” Jess falou, e ele riu.
“Então eu posso ficar aqui mais quanto tempo?” Ele perguntou, e ela checou o relógio.
“Quinze minutos!”
Os dois riram, enquanto olhava de um para o outro. Mas que assanhamento era esse? Sem nem perceber, fechou a cara e voltou a atenção ao livro que estava à sua frente.
“Hey, hora do descanso!” Liam falou, colocando a mão na frente do livro.
o olhou, tentando fazer cara de brava, mas ele sorria daquele jeito bonitinho. Voltou-se de novo para o livro, e lá estava sua mão mais uma vez. Não pensou duas vezes e fez menção de mordê-la.
Liam riu e tirou a mão.
“Calooooooura... Eu sei onde você mora, hein! Vou jogar papel higiênico molhado na sua porta!”
“ENTÃO FOI VOCÊ!” Ela acusou, e ele colocou a mão na barriga, rindo, sem conseguir responder por um tempo.
“Não, aquele foi a ... Mas eu que ensinei a ela.”
“E eu achando que o tal Tomlinson que seria o problema daquele andar!”
Jéssica olhava de um para o outro como se assistisse uma partida de ping pong. Não precisaria ser gênio para ver o que ela via. Ok. Então o Liam muso estava indisponível.
Não demorou muito e Liam se despediu delas, e levantou-se.
Liam and sitting on a tree: K-I-S-S-I-N-G...” Jess cantou assim que ele sumiu para o andar de baixo, onde ficavam os livros.
“Larga a mão de ser besta, Jéssica!” falou, mas sentiu uma tremida nervosa em sua mão, que segurava a caneta. “Quem estava de assanhamento aqui era você!”
“Isso é ciúme?” A amiga perguntou, rindo, e não respondeu.
Porque ela estava. Mas não poderia admitir nem a ela mesma.

Era hora do almoço e Louis corria para visitar a irmã e levar para ela uma de suas comidas favoritas. Bateu na porta, e uma das garotas atendeu, levando-o até o quarto onde Lottie estava.
“Louis!” Ela gritou, animada ao vê-lo.
“Trouxe curry para você!” Ele falou, erguendo a sacola que tinha em mãos.
“Eu bateria palmas, se eu pudesse...” Lottie falou, fazendo-o rir.
“Melhor em um prato, né? Eu vou dando na sua boca...” Ele falou e olhou em volta.
“Tem prato na cozinha, Lou, onde as pessoas guardam os pratos...”
“Besta!” Louis falou, mostrando a língua. “Onde fica?”
“Lá embaixo, à esquerda.”
Louis desceu a escada rápido e, ao se virar para entrar na cozinha, esbarrou em alguém. Eleanor deu dois passos para trás, quase caindo e, ao ver que era ele, começou a rir.
“Toma cuidado, Tomlinson!”
“Desculpa! Desculpa mesmo! Você tá bem?” Louis perguntou, segurando-a pelos braços e querendo ter certeza de que estava tudo certo.
Eleanor ria.
“Tá tudo bem. Sério mesmo! E lá em cima? Tudo certo?”
“Acho que sim. Ela tá até me zoando...” Louis contou, fingindo estar magoado.
Eleanor riu.
“Ela é uma linda!” Falou, sorrindo. “Adoro sua irmã!”
“Ela te adora também. Você é a ídola dela!”
El ficou sem jeito, e Louis continuou sorrindo, meio encantando pelo jeitinho meigo da garota.
“Bom, vou lá tratar a moribunda...”
“QUE HORROR, LOUIS!” Ela exclamou, e ele mostrou a língua, acenou e foi até a cozinha, correndo.

!” Niall chamou, e ela parou para ver o calouro correndo em sua direção.
“Hey, Horan... Como vai?” Ela parou, e ele lhe deu um beijo na bochecha. “Fazendo o que por aqui?”
Estavam na parte do campus onde ficavam os cursos da área da saúde, ou seja, o lugar onde o laboratório de ficava. Mas era um pouco longe do prédio da Engenharia.
“Eu... Vim trazer umas coisas pra um dos meninos de casa.”
“A essa hora?” Ela perguntou, tentando checar o relógio, mas tinha muitas coisas nas mãos.
“Ele vai ficar até mais tarde. Por isso, vim trazer as coisas dele...” Niall explicou, fazendo um gesto vago com as mãos. “Quer ajuda?”
“Obrigada! Estava precisando, mesmo, de braços fortes...”
“Bom, neste caso, eu vou ter que ligar pra alguém!” Niall respondeu.
Ela riu e entregou uma pasta para o garoto carregar.

“I'm always at the place where your friends meet,
It's the long way home, but I walk your street
And when I trip, and fall right at your feet
It's not accidental...”


Foram caminhando lado a lado, jogando conversa fora. Niall era bom em imitar sotaques e o jeito que as pessoas falavam, e, agora, divertia com sua imitação do Liam.
“Muito bom!” Ela gargalhava. “Já imitou pra ele ver?”
“Já... Mas tomei trote!” Ele contou e os dois caíram na risada.
Era sempre assim quando estavam juntos: risadas, risadas, risadas... Fazia sorrir, só de vê-lo, porque sabia que, pelo menos, por 5 minutos, o mundo seria um lugar menos turbulento e mais agradável. Para Niall, era quase um ataque cardíaco. Lógico que ele tinha intenção de impressioná-la, mas, simplesmente, não sabia exatamente o que fazer. Porém, por algum motivo, era quando estava sendo o mais natural possível que ela parecia mais interessada.
Eles pararam na porta da residência estudantil.

“You are the one that's meant for me
I'm twisting fate to make believe.
It's all accidental
This was always meant to be
When you're in my arms, you'll see
It wasn't accidental...”


“Quer subir?” perguntou, sem pensar muito. Pera aí! Estava chamando o garoto para ir até seu quarto? Até o terceiro andar? Subir aonde? “Acho que, hoje, você encontra o Liam lá em cima...” Completou para não dar a impressão errada.
“Não. Hoje não...” Niall disse, entregando a pasta a ela. “Consegue levar tudo?”
“Consigo, sim. Obrigada! Você é um amor!” falou, dando outro beijo em seu rosto. Ela não esperava ter uma vontade tão grande de beijá-lo de verdade, mas sentir seu cheiro de pertinho e sentir a bochecha dele em seus lábios acionou um botão quase imediatamente dentro dela. Ela adorava as bochechas de Niall! Eram coradas, contrastando com sua pele branquinha, e estavam ainda mais vermelhas agora.
Os dois olharam para o chão.
“Vou indo!” Ele disse, todo tímido. “A gente se vê...”
“Cuide-se!” falou, e ele sorriu, se distanciando.

“This all feels right time, right place
Cause, everytime, I see you face to face
Our future calls
Not saying you bend the truth
Just doing my best to get you, make you my destiny”

(Accidental - Olly Murs)

Niall foi andando até a JJJ, as mãos nos bolsos e a cabeça baixa, perguntando-se o porquê diabos ainda não a tinha chamado para sair.

Era sábado de manhã, e isso só podia significar uma coisa: e Harry fazendo aula de boxe juntos. O que significava outra coisa: dava dois passos para frente e um para trás. O problema maior era ter que fingir que mal se conheciam. Como ela iria se segurar para não pegá-lo no armário de materiais de ginástica?
Ela não estava com medo de vê-lo. Tá bom, talvez, um pouco.
Harry tinha chegado ao hall do SPR pela escada. Veio pulando dois degraus de cada vez, fazendo até mesmo o senhor da portaria rir quando passou. Ainda não tinham se visto pessoalmente desde que tinham ficado. A academia estava fechada no fim de semana pós-Halloween. Ficou em dúvida se mandava uma mensagem... Perguntar se queria que ele fosse buscá-la. Iria gostar de ir andando até lá em sua companhia.
O garoto já se aquecia quando ela chegou e abriu um sorriso lindo que correspondeu. Olhou em volta para saber se poderia ir até lá, mas Rob logo apareceu.
“Trabalhar por duas semanas hoje, hein, ?”
“Seu pedido é uma ordem!” Ela respondeu, colocando a bolsa na prateleira e indo até eles. Poxa! O instrutor nunca estava lá quando ela chegava. Tinha que estar bem hoje? “Bom dia, Styles!” Cumprimentou e o viu dar um sorriso torto totalmente tentador.
“Bom dia, !”
A sorte não estava do lado deles, definitivamente. Rob, que, normalmente, passava um exercício e saía da sala por quase 15 minutos, hoje, parecia não conseguir parar quieto um segundo. Harry se escondia atrás do saco de boxe e tentava falar com sem emitir som, mas ela estava tendo dificuldades para entender. Em uma das vezes, acabou rindo alto e chamando a atenção do professor.
“Você acredita nisso?” Perguntou, achando que ela estava rindo do que ele estava contando. Como se algum dos dois estivesse prestando atenção. “E a festa da faculdade, Styles? Ouvi dizer que estava ótima.”
“Estava legal... Cheia! Mas não sei, já fui à festas melhores...” Ele respondeu, olhando diretamente para , que o fuzilou com os olhos.
“Você foi, ?” Rob perguntou, indo até ela para arrumar sua postura.
“Não... Ficar em casa, de pijama, assistindo a TV, estava bem mais interessante.” Respondeu, levantando as sobrancelhas para o garoto, que precisou parar de bater no saco para rir em silêncio.
A aula acabou e, antes que pudesse se dar conta, Harry já havia saído da sala. O quê? Ele fugiu dela? Já estava sacando o celular para matá-lo via mensagem quando foi puxada para um lugar escuro e apertado:
O armário de materiais de ginástica.

“She knows me well
Bit of a catch
To have a local, girl
Hair tied up in elastic band
With a kiss on the cheek
For her one-night man
I don't wanna go alone…”


“Styles!”
“Ele não parava de falar... Quanta carência!”
riu e mordeu os lábios. Estavam tão perto! Passou seus braços pelo pescoço dele e o sentiu apertar sua cintura.
“Mas, então, você já foi à festas melhores?” Ela perguntou, fazendo cara de brava, e Harry deu uma risadinha.
“Com companhias melhores...”
“COMPANHIAS MELHORES?” A garota gritou, e ele tapou sua boca com as mãos. Quando tirou, os dois gargalhavam.
“Fala baixo!”
“Desculpa!” Sussurrou.
“Estava com saudade...” Harry confessou, passando os dedos por sua bochecha.
“Mas estamos aqui, agora...” Ela disse, olhando para cima. Era mais baixa que o garoto.
Ele fez que “sim” com a cabeça e aproximou-se dela. Abaixou a cabeça e deu apenas um selinho em seus lábios.
“Você me puxou para este espaço minúsculo para me dar esse beijinho de n...” perguntou brava, mas não teve tempo de terminar a frase. Harry a trouxe mais para perto e a beijou “de acordo”.
Era só aquela mania irritante que tinha de deixá-la irritada.

“Tell her that I love her
Tell her that I need her
Tell her that she's more
Than a one-night stand
Tell her that I love her
More than anyone else
If you don't, then I'll tell her myself …”

(One night - Ed Sheeran)

aproveitava que o tempo estava frio, mas não insuportável, para ler um livro, sentada em um dos banquinhos brancos que havia na frente do prédio dos dormitórios. O céu estava limpo, talvez, pela última vez no ano, e o campus todo forrado de folhas secas.
Estava absorta no livro que lia e mal percebeu quando alguém sentou-se ao lado dela. Tudo bem que havia vários bancos e alguém resolveu sentar justo no dela, mas, se abaixasse o livro, teria que interagir e precisava mesmo continuar lendo.
“Deve ser um livro interessante...” A pessoa disse. Era uma voz vagamente conhecida.
Abaixou o livro para encontrar Aidan sorrindo para ela. Será que pegaria mal dar os três pulinhos de São Longuinho ali?
“Ah, é você...” Falou, fingindo indiferença. “Desculpa. Hoje, eu não tô usando minha foto pregada na manga...”
Ele riu, levando a cabeça para trás.
“Se te consola, eu ganhei o jogo...” Falou, e ela levantou as sobrancelhas.
“Poxa! Que bacana!” Respondeu irônica. “Ganhou alguma coisa?”
“Além de prestígio e fama?” Aidan perguntou, fazendo cara de convencido, e rolou os olhos.
“Você é a versão mais insuportável de um amigo meu...” Soltou e levantou o livro de novo. Tinha mesmo passado tanto tempo procurando esse idiota? Tudo bem que ele era lindo. Com um sotaque lindo. E um sorriso lindo. Até o jeito convencido dele era lindo! MAS, MESMO ASSIM, ela mal aguentava o Zayn... Como iria ter paciência para um que parecia ser a versão 2.0 dele?
“Hey, eu estava brincando... Pelo amor de Deus!” Aidan disse, rindo.
“Hum...” Ouviu a voz de por trás do livro.
“O que você está lendo?”
Sentiu ele se mexendo no banco e, quando abaixou mais uma vez o livro, o encontrou sentado totalmente virado para ela e bem mais perto do que se lembrava. virou a capa para que ele lesse.
“Uma biografia do Tolkien. É pra aula de Literatura.”
“Grande Tolkien...”
“Você gosta?” Ela perguntou, e ele sorriu, concordando vigorosamente com a cabeça.
“Acho o cara um gênio!”
“É, eu também...” sorriu e alisou a capa do livro. Este era um ótimo motivo para mudar sua opinião sobre alguém.
Aidan começou a contar sobre um documentário que havia assistido sobre Tolkien, e se pendurava em cada palavra que ele dizia.
Estava aí uma coisa que não poderia falar com Zayn. Ponto para a versão mais velha.

Era sábado à tarde de um dia totalmente agradável e estava trancada no quarto com o maldito relatório. Vai... Fica um ano fora! Checou o celular de novo, mas não parecia ter mais novidades sobre Harry. Podia ver a amiga sentada na loja, fingindo concentração e seriedade por fora, e toda boba por dentro, mesmo que nem ela quisesse admitir a si.
Ouviu um violão sendo dedilhado no corredor e seu coração deu aquela já conhecida acelerada. Lembrava-se perfeitamente da última vez em que tinha ouvido algo parecido por ali. E, sabendo quem tinha sido a última pessoa a tocar um violão no terceiro andar, abriu a porta, já esperando encontrá-lo.
“Não queria atrapalhar o relacionamento de vocês, mas acho que o Liam tem te evitado...” Ela brincou. Niall estava sentado ao lado da porta do amigo, ocupando todo o corredor com suas pernas, o violão no colo e o boné para trás. “Serenata?”
Ele riu.
“Estava passando por aqui e vim ver se Liam estava no quarto... Perdi meu celular, não tenho mais o número de ninguém...” Explicou, encolhendo os ombros. “Atrapalhei você? Tá ocupada? Senta aqui!” Ele disse rápido, batendo a mão no chão.
riu e sentou-se no sentido contrário, com as costas na parede do quarto de , esticando as pernas também.
“Você não tinha que estar estudando para as provas do semestre?” Ela perguntou.
“Fico em dúvida se você se preocupa mesmo comigo ou é só um instinto maternal...”
“Talvez, os dois...” disse, apertando uma mão na outra. “Quantos anos você tem, Niall?”
“Que tipo de pergunta é essa?” O garoto a olhou, rindo, e quase deitando-se no corredor.
“O tipo de pergunta que a gente faz quando quer conhecer alguém...”
Ele se endireitou e sorriu; talvez, mais com os olhos que com a própria boca.
“19...” Respondeu, ainda a olhando para saber qual seria sua reação. Mas, levando em consideração que era calouro, não era assim tão novo. “Passei um ano tentando convencer minha família de que queria sair de casa para fazer faculdade... Um ano perdido...”
“Sei como é...” Ela riu, sem humor, abaixando a cabeça.
“E por que você ficou um ano fora?” Niall perguntou, tentando encontrar seus olhos.
“Longa história... É um pouco complicado.” disse, finalmente, levantando a cabeça.
“Não precisa contar... Mas, se precisar conversar com alguém...”
“Obrigada, Niall.” Eles sorriram um para o outro e ficaram um tempo se encarando em silêncio. “Mas e aí? Você anda pra cima e pra baixo com esse violão porque é trote também?” zombou, empurrando de leve a perna de Niall com a sua.
Ele riu e segurou o violão direito.
“O que você quer ouvir?” Perguntou, dedilhando algo que não era realmente uma música.
“Surpreenda-me!” ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços.
Niall limpou a garganta.

”You know, you love me
I know you care
Just shout whenever
And I'll be there…”


caiu na gargalhada.
“Porra, Niall! Justin Bieber?”
Ele parou de tocar, envergonhado, mas também ria.
“Mas eu te surpreendi, vai...”
riu mais.
“É, de fato.”
“O que você quer que eu toque? Me fala, e eu aprendo.”
“Beatles...” Ela respondeu, sem pensar muito.
Twist and shout?” Niall tentou, fechando um dos olhos.
riu.
“Algo menos óbvio, vai...”
“Combinado. Na próxima, eu toco uma música menos óbvia dos Beatles.”
“Vou ficar esperando!” Ela sorriu.
Niall fez menção de falar algo ao mesmo tempo em que e os dois sorriram, sem jeito.
“Você primeiro...” Ele disse.
fez um barulhinho engraçado com a boca. Porém, o contato visual dos dois se perdeu quando a porta do elevador se abriu. saiu e parou ao ver os dois sentados no corredor.
“Ôpa! Deja vu?” brincou, olhando para , que abaixou a cabeça e riu.
“Oi?” Niall, obviamente, não entendeu e olhou de uma para outra.
“A gente costumava ficar sentada no corredor, ouvindo música... era a RA do terceiro andar, na época em que eu morei aqui pela primeira vez...” Ela explicou, estreitando os olhos para a amiga. “, este é o Niall.”
O garoto levantou-se e a cumprimentou sorridente. Virou-se para .
“Bom... Eu vou indo...”
“Já?”
“Já... Preciso descobrir a música menos óbvia dos Beatles. Vou escolher uma tão não óbvia que você nem vai conhecer!”
“Tonto!” Ela falou, empurrando-o pelo ombro.
Os dois riram, enquanto só assistia a cena.
“Tchau, ...”
“Tchau, Horan.”
E, então, ele abriu os braços e a abraçou. Era o cheiro bom dele de novo e as pintinhas do rosto e do pescoço bem na altura dos olhos de . Eles se soltaram cedo demais para o gosto dos dois e Niall apertou a mão da garota, antes de soltá-la. Despediu-se de e foi embora.
ainda olhava para o elevador, e riu.
“Acho que estamos no mesmo barco, amiga...”

e tomavam chá na cozinha e a primeira contava à amiga sobre Niall:
“Ele é igual ao Danny! A risada alta, o jeito divertido, carregar o violão pra todos os lugares possíveis...”
... Cuidado com o precipício que você tá pulando...”
“Eu sei. Mas não é culpa minha! Nós passamos a semana nos trombando! Tem sido assim desde o dia em que o conheci! E é sempre bom, e eu sempre fico querendo vê-lo de novo.” Ela tapou o rosto com as mãos.
riu porque sabia como era.
“Só não fica caída por ele ser parecido com o Danny! Porque isso não vai dar certo! Ele não é o Danny!”
Liam e entraram na cozinha, gargalhando.
“Olha, , Liam veio com defeito de fábrica!” falou, rindo e apontando para a marquinha que o garoto tinha no pescoço.
“Quando você virou essa caloura folgada, hein? Quem criou esse monstro?”
Os dois gargalhavam e tentavam fazer cócegas um no outro. levantou as sobrancelhas.
“Acho que fomos nós, Liam...” respondeu, olhando para os dois e sorrindo.
Do mesmo jeito que entraram, saíram brincando/brigando da cozinha.
“Você para de jogar esses dois um para o outro!” falou assim que eles desapareceram. Ainda dava para ouvir as risadas no corredor.
“Eu só fiz um tirar o outro no jogo. O resto não fui eu!” explicou, ainda sorrindo.
“Acho que está aberta a temporada ‘Love is in the air’ nesse corredor...” disse, comendo mais um cookie.
“E no quarto andar também, certo?” brincou, fazendo atirar o pano de prato nela.


Capítulo 9 - Memory Lane


“Só pra saber, I wanna hold your hand é não óbvio o suficiente, né? Haha! Outra coisa, eu aprender uma música dos Beatles é seu segundo pedido. Só resta a você um, agora.”
riu e começou a digitar a resposta:
“Hahahaha... Tonto! E quem disse que isso foi um dos meus pedidos? Tô te fazendo um favor!”
Ela abaixou o celular, rindo e, então, percebeu que Liam a observava. Estavam os dois na cozinha, sentada à mesa, e ele com uma expressão confusa, apoiado à porta da geladeira.
“É o Niall...” A garota explicou, apontando para o celular.
“Niall? Meu calouro?” Liam perguntou.
“Uhum... Aliás, ele tem vindo aqui, falar com você constantemente, e não te encontra nunca! Dois desencontrados!”
E, de repente, tudo fez sentido! Niall havia perguntado mais de uma vez sobre os horários de Liam e, mais estranho ainda, vivia dando um jeito de perguntar sobre ela: o que fazia; em que prédio ficava; se era solteira... Liam nunca notava, porque sempre parecia apenas curiosidade e sempre vinha misturado às questões sobre outras pessoas, mas, agora, era claro que Niall estava interessado em !
“Hum... Não sei se ele vinha atrás de mim...” Falou, segurando a risada.
“Oi?” Ela checava novamente o celular, sorrindo.
“Niall. Acho difícil que ele tenha vindo atrás de mim tantas vezes...”
“Mas ele vem!” não estava entendendo. “Esteve aqui, sábado à tarde, semana passada e na outra!”
... Você não está vendo? Mesmo? Eu estava na JJJ sábado à tarde quando Niall saiu! Ele não vem até aqui me ver! Ele vem ver você!”
Era lógico que o motivo era esse. Era lógico que ele vinha vê-la. Mas ouvir isso de outra pessoa tornava tudo mais real.
abriu um sorriso gigante, e Liam riu da cara dela.
“Achei que você era mais esperta!” Falou, indo até a mesa e bagunçando seu cabelo. “Mas, mudando de assunto, é Dia de Ação de Graças amanhã. Teremos a tradicional ceia do terceiro andar aqui, ou não?”
, que ainda estava sorrindo feito besta naquele momento, fechou o sorriso e voltou a encarar Liam, séria. Amanhã era que dia?
“Amanhã é Ação de Graças?”
“É, ... Penúltima quinta-feira de novembro.”
Droga! Droga! Droga!
“É...” Ela se forçou a dizer, enquanto Liam a olhava perplexo. “Pode ser, sim, Liam. Vou comprar as coisas amanhã à tarde. Tudo já preparado, né? Que ninguém aqui cozinha bem!” Forçou uma risada, no final, mas ele continuava desconfiado de algo.
“Tá tudo bem?”
“Tá, tá, sim... Eu só... Eu tenho um prazo pra semana que vem e achei que estivéssemos mais longe. É só isso!”
Liam continuou ali, analisando-a. Não era legal o que faria, mas tinha que tirar o foco de si.
“E como você tá? Com relação a Dani, digo...”
Foi a vez do garoto abaixar a cabeça.
“Acho que me conformei... Já nem penso mais tanto nisso.” Disse, dando de ombros e sorrindo. sorriu de volta. “Seguindo em frente, como você me disse.”
“Você ficará bem... Eu sei que vai!”
“Obrigado, . Você tem sido uma ótima RA. Aliás... Este andar tem sido muito bom pra me distrair.”
Os dois sorriram.
“O terceiro andar nunca falha em nos colocar de pé de novo... É meio como a J.K. descreveu Hogwarts, sabe? O lugar que você pode sempre voltar porque sempre vai estar lá por você?”
Os dois riram.
“Você e suas metáforas...” Liam disse, rindo. “Tá tudo bem mesmo?”
“Sim, senhor!” respondeu, batendo continência e fazendo-o sorrir daquele jeito que todas as meninas já eram apaixonadas.
Ele acenou e saiu, deixando a garota sozinha na cozinha.
Ela e o fantasma do Dia de Ação de Graças.

O dia amanheceu frio e cinza, mas já estava com os olhos abertos. Não tinha conseguido dormir e permanecia deitada estática, mirando o teto. Sentou-se na cama e tapou o rosto com as mãos, prestes a reviver aquele dia todo de novo.

Flashback

estava sentada na beira da cama de e abaixou as mãos, que, até então, escondiam seu rosto.
“Mas, ... Você tem que ir! É nossa tradição de Ação de Graças!”
“Não vou, ! Já disse que não vou...” Ela dizia, andando pelo quarto e recolhendo roupas no encosto da cadeira e em cima da escrivaninha. “Não me peça pra ficar babando ovo daquela chata...”
“Seria melhor se fosse aqui, como sempre, né? Um lugar neutro...” A amiga considerou, e fez que “sim” com a cabeça, ainda nervosa.
“Mas, não, vamos fazer no castelo da Cinderela, pra ela exibir os dotes culinários e o ninho de amor dela e do “coração”!” Estava fora de si.
“Ainda acho que você deveria ignorá-la e ir, sim. São nossos amigos! Vamos pela Izzy? O Harry... O Dougie!”
negava com a cabeça fervorosamente. Parou no meio do quarto, com as mãos na cintura, e encarou a amiga.
“Não me peça para ir por eles! VOCÊ não tá indo por causa da Izzy ou do Harry, ! Não pensa que me engana! Só tem uma pessoa que você tá interessada em ver hoje à noite!”
abaixou a cabeça e ficou quieta por um tempo, contornando o desenho da colcha com os dedos.
“Eu não sei se ele vai... Ele não confirmou com o Tom e nunca me responde...” Respondeu com a voz fraquinha.
percebeu que pegou pesado e sentou-se ao lado dela.
“Hey! Desculpe-me! Eu tô descontrolada, você sabe! Não era pra descontar em você.” Ela abraçou a amiga, que continuava quieta e olhando para o chão.
“Eu só queria que ele desse um sinal de vida, pra variar...”
“Você conhece o Jones melhor que eu, ! Sabe que ele é assim.”
“Podia ser menos assim, né?” Ela respondeu, limpando as lágrimas, que escorriam em sua bochecha, e virando-se para a amiga. “Eu preciso de você lá comigo, !”
“Não me pede isso, ! Eu a odeio! Com todas as minhas forças! Ela... Ela roubou meu melhor amigo!” Desabafou, colocando para fora sua maior frustração.
apertou suas mãos e deu um sorriso solidário. Sabia como vinha sendo difícil para ela também.
“Você não pode fugir dos dois para sempre, , e foi seu melhor amigo que chamou a gente para jantar na casa dele...”
suspirou e foi sua vez de ficar quieta. Claro que sentia saudade dos meninos, de Izzy... E de Tom. Chegava a ser ridículo o quanto sentia saudade de Tom! Mas, agora, ele estava morando junto com aquela chata, e eles se viam cada vez menos. Saírem juntos, então... Quase nunca! Desde que Giovanna tinha surgido, Tom parecia sempre ter algum imprevisto, algum compromisso ou uma desculpa esfarrapada para gastar em . Isso a aborrecia como nenhuma outra coisa no mundo! O que estava pedindo era inaceitável... Era sacrifício demais!
PORÉM, só havia uma pessoa, no mundo, que a escutava, falando sobre como Giovanna era insuportável, quantas vezes fosse necessário para que ela se sentisse melhor. Ou que ria quando a garota fazia uma análise detalhada do apelido ridículo que “aquele ser” estava usando para se referir ao Tom. E essa pessoa estava ali, ao seu lado, encolhida de medo de ver seu ex daqui a algumas horas, ou, pior... De não vê-lo.
“Ok, ok... Eu vou à esse jantar com você!”
abriu um sorriso e a abraçou.
“E a Falcone?” Perguntou.
“Quem é Falcone nessa porra?”

***


?!” perguntou, estalando os dedos em frente ao seu rosto.
A garota se viu sentada à mesa da cozinha, com todo mundo tomando café e falando alto, como costumava a ser toda manhã. Liam e Louis conversavam sobre como colocariam pisca-piscas em todo o corredor, e as meninas sugeriam montar uma árvore de Natal, ali, na cozinha. , porém, parecia alheia a tudo isso. Estava ali apenas existindo e parecendo um zumbi na ponta da mesa.
“Ah, oi, Bia! Desculpa! Estava distraída...” Falou, voltando a prestar atenção nas meninas.
“Tá tudo bem?” Su perguntou, franzindo a testa para o estado da veterana. “Você foi dormir tarde?”
coçou os olhos, o que não foi uma boa ideia porque ficou com vontade de chorar.
“É, eu... Tô preocupada com algumas coisas... Contas... Sabe como é...”
Liam a observava, na outra ponta da mesa. A expressão dela continuava triste, mas os motivos mudaram, o que só podia significar que ela estava mentindo. Louis estava explicando e desenhando no guardanapo a gambiarra que faria para acender as luzes, mas o garoto, agora, acompanhava se levantar da mesa e ir ao seu quarto, sem nem tocar em seu chá.

Flashback

“Hey, calouro! Vai sair?” perguntou, abrindo sua porta e dando de cara com Liam, sorridente.
“Vou... Vou jantar com a Danielle...”
A garota abriu um sorrisão. Então eles estavam mesmo ficando sério!
“Eu prometo que, ano que vem, faremos o jantar de Ação de Graças do terceiro andar aqui, ok? Aí você e a Danielle podem participar também!”
Ele sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Queria ter conhecido o pessoal que morava aqui antes... Devem ser pessoas legais.”
“As melhores...” respondeu, sorrindo.
Liam olhou para o relógio, acenou, dizendo que estava na sua hora, e desapareceu pelo elevador.
A garota continuou encarando a porta do quarto à sua frente. Lembrou-se da primeira vez que a viu aberta, de como ficou tímida ao ver que o garoto ali dentro estava só com boxers; de como ele riu alto, e de um jeito todo peculiar, ao perceber que havia uma espectadora assistindo-o trocar de roupa. E de como foi exatamente ali que ela se apaixonou por ele.
abriu a porta do quarto do RA, onde morava, e a viu parada no corredor sozinha.
“Liam saiu com a Dani?” Perguntou, tentando não tocar no assunto crítico. sorriu e fez que “sim” com a cabeça. “Não acredito que ela está mesmo saindo com um calouro!” Riu.
“Não debocha, ... Quem cospe pra cima, cai na testa!” A garota zombou.
“Sem jogar praga!” Respondeu, colocando suas luvas, e as duas riram. “Tá pronta?”
, mais uma vez, fez que “sim” com a cabeça. passou seu braço pelo ombro da amiga e as duas saíram abraçadas em direção ao frio e ao vento, que assobiava lá fora.
Tom não morava mais na cidade universitária e, sim, em uma cidade maior, que ficava a 1h30 dali; maior e mais bem estruturada, lá havia mais opções de emprego para um produtor musical. Giovanna era jornalista e trabalhava na Seção de Moda do jornal dessa cidade.
“Como se ela soubesse alguma coisa sobre moda...”, dizia , sempre que tinha oportunidade.
O silêncio entre as duas no carro era enlouquecedor. Logo elas, que nunca paravam de falar um segundo! Mas cada uma tinha seu motivo para estar tão nervosa e, de certa forma, ansiosa com o que estava por vir. checava o mapa e o endereço, que estava pregado ao rádio do carro, na letra caprichada de Tom. Parou em frente a uma casa que, para sua infelicidade, parecia ser divina.
“A gente ainda pode voltar!” Falou, apontando para trás e fazendo rir.
“Não podemos... Dougie já nos viu...”
O amigo estava parado do lado de fora da casa, fumando e mostrando o dedo do meio a elas. sorriu e sentiu-se quente por dentro. Precisava admitir que enfrentaria 5 Giovannas, se precisasse, só para ter seus meninos por mais uma noite.
“Você não disse que tinha parado com isso, Poynter?” Gritou ao sair do carro.
“É cigarro normal, . Parei com a maconha!” Ele falou, rindo e fechando ainda mais seus olhinhos pequenos. Estava ainda mais bonito do que elas se lembravam, com alça skinny, camiseta e uma jaqueta jeans, a barba por fazer e um gorrinho na cabeça. Dougie era o mais novo deles, então era tido como o irmão caçula do grupo, o que significava que era o mais protegido. E o mais zuado também.
“Tá rolando uma aposta que você vai estapear a Giovanna, hoje, antes do jantar, .” Ele contou, abrindo a porta. “Eu apostei que você ganha, então não me decepcione!”
“Estava aí um bom motivo pra começar as aulas de boxe que você quer fazer!” brincou, e a amiga fingiu que ria para os dois.
“Palhações! Vocês sabem que eu não vou brigar com ninguém... Vou só fingir que ela não existe...”
Tarefa difícil quando se trata de ignorar a dona da casa. Giovanna apareceu no hall de entrada, limpando as mãos em um pano de prato e parecendo genuinamente feliz em vê-las. ainda não sabia qual era a dela, por mais que tentasse descobrir. Era sempre tão fofa e parecia sempre tão feliz em tê-las por perto, mas proibia Tom de encontrá-las se não estivesse junto. Era ciúme, claro, principalmente, de , mas era infundado! e Tom nunca tiveram nada. Eles haviam passado por poucas e boas juntos, e criado o tipo de amizade que não se encontra em qualquer pub ou ponto de ônibus. Talvez a namorada nunca entendesse isso, e Tom não parecia a fim de explicar, então se distanciou da melhor amiga para que seu relacionamento desse certo, o que fazia Gio feliz e deixava puta.
“Oi, meninas! Achei que vocês não viriam mais!” Giovanna exclamou, vindo até elas com os braços abertos.
“Você bem que queria...” balbuciou, tomando uma cotovelada de .
“Achei-as no lixo, Gio. Trouxe, aqui, pra gente cuidar dessas mendigas.” Dougie falou, passando um braço pelo ombro de cada uma.
“Ótimo!” A namorada de Tom disse, rindo. “Bom, garotas, voltarei à cozinha. Fiquem à vontade! Dougie, mostre a casa a elas!”
“Claro!”
O garoto as guiou até a sala, onde três pessoas conversavam animadas. O anfitrião foi o primeiro que as alcançou. Tom, que tinha deixado o cabelo crescer um pouco, estava usando-o para o lado. Usava um suéter verde e velho com motivos natalinos, que tinha desde a época da graduação.
“E desde quando você usa óculos?” perguntou com a voz sufocada por estar no meio do abraço de urso dele.
“A idade vem chegando... Você sabe...” Ele riu, a soltou e parou de frente para .
“Você sabe que eu odeio gatos...” Ela falou, cruzando os braços.
Só ali, na sala, havia três.
Ele cruzou os braços também.
“Se, daqui a cinco minutos, você não estiver com Marvin no colo, ponho todos lá em cima, você não verá mais vestígio deles...” Desafiou. E, então, para quebrá-la, forçou seu sorriso para o lado esquerdo, o lado que exibia uma única covinha. “Será que você pode deixar de ser assim por cinco segundos pra me abraçar?”
Ela baixou a guarda e abriu um sorriso, se jogando no pescoço dele.
“Que saudade de você, Fletcher!” Falou, apertando-o cada vez mais.
O garoto a tirou do chão.
“Também estava morrendo de saudade! Até de brigar com você!” Tom riu e a colocou no chão.
Parado, ali, na sala, também estava o casal que e julgavam ser o mais lindo de todos. Izzy, formada em História, havia sido companheira de terceiro andar delas e, quando estava no segundo ano, conheceu Harry. O garoto fazia Engenharia e jogava cricket pela universidade. De longe, parecia um almofadinha arrogante. De perto também. Mas, ALÉM DISSO, ele também era um dos caras mais engraçados que elas conheciam e, no fundo, tinha um coração tão grande quanto seu ego. E, bom, seu ego era tão grande quanto sua beleza.
Todos se cumprimentaram e se sentaram ali, sentindo o cheiro bom ( odiava admitir) de comida, que vinha da cozinha, contando fatos de suas vidas pós-formados e lembrando histórias de quando ainda estavam estudando. Harry, agora, contava e encenava um “causo” ocorrido em uma festa de Halloween passada, que envolvia ele, Izzy e . Todos gargalhavam e tentava interromper para dizer que ele estava contando errado:
“Quem estava no carro era você, Judd! Eu desci no semáforo e fui correndo na frente!” Ela corrigia.
“Mas quem comprou o foguete? Não fui eu?” Ele perguntava, voltando a se sentar ao lado da namorada.
“Acho que foi o Danny...” disse, rindo. “Você se lembra, Tom?”
“Eu? Estava dormindo no porta-malas do carro!” O garoto lembrou, e todos caíram na risada de novo.
“Tom sempre foi o mais loser quando bebia!” Dougie se lembrou, enxugando os olhos. Chorava de tanto rir.
olhou para a amiga ao seu lado, que parecia não participar da conversa, pois estava sentada reta no sofá, os olhos fixos no portal que dava para o hall de entrada da casa. Lançou um olhar em volta e viu os olhos de Tom irem de para ela com uma expressão preocupada, como se perguntasse “o que a gente faz?”.
?!” Tom tentou. “E o mestrado, como está?”
Ela piscou e se virou ao ouvir seu nome, sorrindo para Tom.
“Tudo bem. Parece com o que eu já fazia antes de me formar... Só que pior...” Falou, sem muitos detalhes, dando de ombros e rindo. Eles riram também. “E você?”
Tom contou que vinha trabalhando na produção do álbum de uma banda talentosa e que, de vez em quando, saía para compor com eles. Música era a vida de Tom desde que ele se entendia por gente e trabalhar nesse ramo era só o que fazia sentido. Podia não ser o mais rico, mas levantava toda manhã com um sorriso enorme em seu rosto porque passaria o dia trabalhando com guitarras, baterias, microfones, melodias e letras...
Giovanna veio da cozinha e sentou-se no braço da poltrona em que Tom estava, fazendo carinho em seu cabelo. olhou para os dois e se voltou ao Dougie, que contava algo sobre o estagiário burro de sua agência de publicidade:
“O menino é uma anta... E olhe que eu não sou o patrão mais exigente!” Falou, bebendo mais da sua cerveja e colocando os pés para cima da mesinha de centro.
E, de repente, enquanto todos riam, ouviram um barulho no hall de entrada.
“Caramba! Que cheiro bom!” Alguém falou, de lá.
“Falando em anta...” Harry zombou e tomou um tapa na perna de Izzy.
Todos os olhos da sala se voltaram para , que tinha voltado ao seu estado anterior: se endireitou no sofá e encarou o espaço vazio que separava o hall da sala onde estavam.
Então, como uma lâmpada que é acesa em meio a escuridão, Danny apareceu onde ela olhava. Os braços e o sorriso abertos de um jeito tão dele, que era quase como se só o rapaz soubesse realmente sorrir. Ele tinha cortado o cabelo, reparou, e estava ainda mais bonito. Usava um jeans escuro, camiseta preta e uma jaqueta de couro. Todos se levantaram para cumprimentá-lo quando Danny colocou a case do violão no chão e tirou a mochila dos ombros.
“Achei que você não viesse, seu tranqueira!” Tom exclamou, dando tapas nas costas do amigo.
”Quase não cheguei a tempo. Mas tradição é tradição!” Respondeu, rindo e cumprimentando Giovanna e Dougie.
se levantou também, mas não fazia ideia do que estava fazendo. Suas pernas não a obedeciam, seu cérebro parecia não funcionar e seu coração era a bateria de uma escola de samba. se virou para ver se a amiga estava bem, mas não teve certeza. Ela parecia séria e tensa, mas seus olhos brilhavam. Brilhavam como não os via brilhando há algum tempo... E acompanhavam cada passo de Danny, cada movimento que ele fazia.
Tinha sido assim por quatro anos. era caloura quando chegou ao terceiro andar. Uma garota tímida, que falava pouco e observava muito. Em frente ao seu quarto estava o de Daniel Jones. Segundo ano de Produção Musical, como Tom, mas muito mais interessado em tocar violão e jogar futebol que nas aulas. No fim, demoraria um ano a mais que o amigo para se formar. Enfim... Ele era o garoto barulhento do quarto da frente, que se trocava com a porta aberta, o garoto que estava sempre tocando violão sentado no balcão da cozinha, ou no corredor, que ria alto e contagiava todo mundo com sua risada e parava na entrada do elevador se ela queria passar. Desde o primeiro dia, o olhava com os olhos brilhando, quase em adoração. e Tom ficavam um pouco preocupados ao ver que ela estava, a cada dia, mais hipnotizada. Era perigoso se sentir assim por Danny, considerando sua “ficha criminal” de mulheres no último ano. Mas a garota era mais esperta do que parecia! Por mais que fosse visível que ele já a tinha conquistado, o rapaz precisou de mais que dois sorrisos para tê-la. Não demorou muito, e os amigos pegaram Danny a olhando com interesse, andando atrás dela para ser notado, ouvindo-a explicar o que era uma ‘enzima transferase’ tão absorto que eles quase acreditaram que ele estava mesmo entendendo! Quando ficaram juntos foi como se o universo cantasse “até que, enfim!” e, assim, eles permaneceram por todo o tempo em que esteve na graduação. Cada um transferiu ao outro um pouco de si: Danny se dedicou um pouco mais aos estudos e à musica de uma forma mais profissional, e passou a se divertir mais, começou a beber e a sair com o pessoal do terceiro andar. Todos eles se tornaram melhores amigos inseparáveis. Não era sempre fácil, verdade, mas estavam sempre lá!
E era por isso que estava preocupada. Porque conhecia aquele olhar, mas a expressão da amiga ainda era de pânico. Por fim, respirou fundo e sumiu entre eles, indo à cozinha, enquanto Danny e Harry se zuavam, e o primeiro perguntava a Izzy por que ela ainda estava com aquele metido à besta.
“Engenheiro, Danny...” Ela respondeu, rindo. “Preciso ter marido rico. História não dá dinheiro, não!”
Eles riram e se abraçaram, e o rapaz passou para .
“E aí, ?!” Falou, rindo, antes mesmo de chegar perto dela. “Continua secando umas garrafas de tequila por aqui?”
“Você não presta, Jones!” Respondeu, descruzando os braços para abraçá-lo e rindo. Era difícil não rir quando ele estava por perto, mesmo que sua cabeça estivesse em “onde diabos a foi?”.
Os dois se desvencilharam e ele olhou ao redor.
“Falta alguém!”

estava apoiada à pia da cozinha, tomando água. O que iria fazer? Como deveria agir? Tratá-lo bem, tratá-lo mal, simplesmente ignorá-lo? Ele continuava tão lindo quanto antes, tão sorridente quanto antes... Tão Danny Jones quanto antes! Para total azar dela, que deveria estar zangada, mas estava, no máximo, muito, MUITO desnorteada. Antes que pudesse se decidir, ouviu passos vindos à cozinha, e ele se encostou ao batente da porta, colocando as mãos nos bolsos.
“Você vai precisar ir mais longe que a cozinha, pra fugir de mim, hoje...” Falou, dando um sorriso de lado e acabando com a força nas pernas dela.
“Não tô fugindo, Daniel! Vim tomar água!” Disse ácida, levantando o copo. Precisava aproveitar enquanto ainda conseguia ser irônica com ele.
“Quem é Daniel?” Ele perguntou divertido, olhando para trás teatralmente. não respondeu e colocou o copo dentro da pia. Quando estava se preparando para se desencostar dali e voltar à sala, o que significava ir até ele, sentiu que o garoto se precipitou e começou a vir em sua direção. Não! A distância em que estavam era ótima! “! Você vai mesmo ficar assim a noite toda, vai?”
“Assim como, Danny? Puta com você? Não sei... Você acha pouco? Acha que merecia ser bem tratado? Merecia que eu fizesse festa ao te ver?”
“Não... Não precisava fazer festa...” Ele respondeu, sem jeito, coçando a nuca. “Mas não precisava sair da sala também.”
“Já disse que vim só beber água, caramba!” falou mais alto do que era necessário. Era isto: já tinha perdido “a boa”. Estava se indagando em como iria tratá-lo, seu cérebro tinha ganhado o par ou impar contra seu coração e estava dando a Danny o que ele merecia... Aquilo não daria certo. “Vou voltar à sala...” Falou baixo, passando por ele e sumindo pela porta.
entrou na sala, pisando duro, e Danny veio atrás, todo sem graça. Um silêncio pairou no ar, enquanto todo mundo se olhava e olhava para os dois.
“Torta de climão? Vai um pedaço aí?” Dougie soltou e tomou uma cotovelada de Harry, mas acabou fazendo rir.
“Ai, Poynter, só você...” Falou, e o amigo a abraçou.
“Mas conta aí, Jones! Estava onde?” Tom perguntou, tentando reestabelecer o clima tranquilo entre os amigos.
“Escócia. Estava perto... Semana passada, toquei em Portugal. Portugal é maneiro...”
Eles se sentaram para ouvir as histórias de Danny ao redor da Europa. Ele tinha viajado para várias cidades, tocando em pubs e abrindo shows de artistas famosos. Era a vida que ele tinha pedido a Deus! Viver de música e com o pé na estrada, sem endereço, sem amarras... Só ele e o violão!
Mas, ainda assim, ainda que estivesse “vivendo o sonho”, vê-la tão triste e tão chateada o fazia pensar se tinha escolhido certo. Se deveria mesmo ter ido embora, ao invés de ficar com ela. estava no sofá maior, entre e Dougie, que a abraçava, enquanto ela encostava a cabeça em seu ombro. Os dois, ao contrário, nem tinham se cumprimentado direito...
Giovanna foi de novo à cozinha para ter certeza de que estava tudo bem com o jantar, e Tom foi atrás dela, voltando com mais cerveja para todo mundo. Meia hora depois, e tudo parecia bem, ainda que não falasse diretamente com o ex-namorado.
“Amsterdam? Você sozinho em Amsterdam?” Harry gargalhava, e Danny tentava parar para continuar contando.
“É! Aí fui usar a maconha deles... Sério. Essa é a pior história de todas!” Ele tentou começar de novo. “Eu fiquei chapado por 24 horas direto!”
Dougie batia as mãos nos joelhos, fazendo que “não” com a cabeça. passava mais tempo analisando os gestos de Danny que realmente ouvindo as histórias. Ela tentava encontrar algo que estivesse diferente, que a fizesse gostar menos dele, um motivo... Mas a única coisa diferente era o corte de cabelo... E tinha ficado melhor. Era uma batalha perdida!
“Eu dormi e acordei chapado, juro! Aí fui fazer um passeio pelos canais... Chapado... Vocês precisam ler as asneiras que eu escrevi no telefone pra deixar guardado!” Ele ria e fazia aspas com uma mão enquanto tirava o celular do bolso com a outra e lia o que havia escrito.
Os meninos não se aguentavam de rir também. Tom parecia prestes a ter uma síncope.
não aguentava mais! Soltou-se do abraço de Dougie e foi caminhando, até sair da casa. Precisava de ar fresco e do vento frio em seu rosto. Fechou os olhos e respirou fundo uma vez. Na segunda, a porta da casa se abriu e apareceu ao seu lado.
“Não tá sendo fácil, não é?” Perguntou, abraçando-a.
“Eu ainda tenho que aguentar todas as histórias fantásticas dele?”
riu com a exasperação da amiga.
“Ele não tá fazendo de propósito, ... Está empolgado com a vida que está levando.”
“Eu não quero saber! Quero que ele pare de falar! Quero que ele vá embora!”
“Giovanna ficaria triste se eu saísse sem comer...” Lá estava Danny de novo. Será que, agora, ele tinha que estar em todos os lugares? Tinha aprendido a aparatar quando o chamaram para tocar em Hogwarts? “, você nos dá licença?” Ele pediu, e a garota soltou-se da amiga, apertando seus braços, antes de ir.
“Vai com calma, Jones...” Disse, antes de entrar.
Os dois ficaram sozinhos de novo, mas se recusava a encará-lo. Estava encolhida o mais longe dele que a varanda de Tom permitia.
“Vamos entrar, ... Tá frio aqui.”
“Tá com frio?” Ela perguntou irônica. “Tenho certeza de que quando você foi tocar para os pinguins na Sibéria estava mais frio...”
“Acho que não existem pinguins na Sibéria...” Ele riu, tentando se aproximar, e ela se encolheu mais.
“Cinco meses, Danny! Você sumiu por cinco meses! Sem e-mail, sem mensagem, sinal de fumaça, telefonema... Eu nem sabia se você estava vivo ou morto!”

***


Era engraçado se lembrar de como estava brava naquela época porque ele tinha sumido por 5 meses... Olha só agora! Há quanto tempo não sabia dele?!
?!” Dani estava sentada ao seu lado, segurando seu braço. “?! O que você tem?”
“Oi?”
Ela voltou à realidade e se viu sentada no laboratório, as mãos no teclado do notebook e um arquivo novo de Word aberto sem uma palavra escrita. Zayn a examinava, no outro lado da bancada, com a testa franzida. Virou o rosto e olhou para Dani, que parecia não saber o que fazer.
“Foi alguma coisa na sua casa? O que houve?”
“Não... Tá tudo certo lá... Eu... Eu só não estou me sentindo bem hoje.”
Dani olhou para o relógio.
“Já tá quase na hora do almoço. Vai pra casa. Fica lá hoje à tarde. Eu aviso o Alexander que você estava passando mal.”
“Vou à loja da .” falou, levantando-se, ainda meio perdida.
“Isso! Fica lá com ela!”
Dani desligou seu notebook e o guardou, entregando a maleta a .
“Qualquer coisa, me liga, tá?”
fez que “sim” com a cabeça e saiu do laboratório, cabisbaixa. Seus pés já a levavam à loja e casa de , sem ela precisar se preocupar. Quando contornava a pracinha, ouviu uma música conhecida, mas que, naquele momento, ela não conseguia dizer qual era; e, então, uma voz e um sotaque conhecidos vieram ajudá-la:
Something in the way she moves, attracts me like no other lover… Hum, não!” Niall cantava, sentado embaixo daquela mesma árvore que já havia o visto. Estava concentrado em um papel aberto no chão perto dos seus pé e anotava alguma coisa.
notou que ele era canhoto. Canhoto como Danny.
Ela ficou parada um tempo, observando-o aperfeiçoar a música que estava tocando. Era a música que mostraria a ela, a música dos Beatles que ela havia pedido. Não era justo o que estava fazendo! Não era justo que tivesse Niall quando estava procurando outra pessoa nele. O garoto não merecia nada parecido com aquilo. Era bom demais para entrar em uma história tão mal resolvida.
Deu dois passos para trás e quase correu de volta ao dormitório. O terceiro andar estava vazio e silencioso como há muito ela não o encontrava. Sentou-se com as costas na parede, ao lado do quarto de Liam, encarando a porta de seu antigo quarto.

Flashback

...”
“Você sumiu, depois da formatura, e nem se deu ao trabalho de me acordar para dizer tchau! Como você quer que eu entenda? Como você quer que eu perdoe se você nem se deu ao trabalho de se defender, de se justificar? Quase quatro anos de namoro, Daniel! E você desapareceu!” Ela já estava gritando de novo e, desta vez, era Danny quem se encolhia para longe dela.
“Como você acha que EU me senti em te deixar?” Ele perguntou, apontando para o próprio peito.
“EU NÃO SEI! Eu não sei como você se sentiu! PORQUE VOCÊ SUMIU, PORRA!” Eram cinco meses de mágoas. Cinco meses de ressentimento, de perguntas, de palavrões. Ela quase se sentia bem em berrar com Danny. “Eu não me importo se você estava na Holanda, Portugal, na puta que pariu ou no Inferno! Impossível que não houvesse um sinal de celular, wifi, a porra de um correio! Qualquer coisa, Danny! Qualquer sinal!” Ele continuava a encarando, sem dizer uma palavra, deixando que ela gritasse tudo o que tinha vontade, pois sabia que merecia. Sentiu um nó na garganta e abaixou os olhos. “E você continua aí...” Ela fez um gesto vago, indicando-o. Estava exausta... Precisava perguntar a quantas calorias gastava mandar o amor da sua vida à merda. Seus olhos e suas bochechas molhados de lágrimas, que caiam, sem que ela se preocupasse em limpá-las. “Você continua sem dizer uma palavra...”
“Estava esperando você terminar...” Disse com a voz mais rouca que o normal.
sabia o quanto ele odiava brigar. Os dois odiavam, apesar de viverem se engalfinhando.
“Já terminei. Se você tem alguma coisa a dizer, aproveita agora, porque, se eu voltar pra dentro, é nunca mais!” Ela cruzou os braços e o encarou, fungando.
Cortava seu coração vê-la assim e saber que a culpa tinha sido dele.
“Eu precisava ir embora, ...”
Ela bateu palmas.
“Bela explicação, Daniel! Excelente! Se é só isso, vou entrar!” A garota fez menção de alcançar a maçaneta, mas Danny se colocou na frente da porta; a proximidade que vinha evitando, até ali, alcançada em menos de 5 segundos.
Ela mal podia respirar!
“Deixe-me falar, por favor!” Ele pediu, implorando com os olhos; os olhos azuis que ela adorava tanto... “Era uma chance em um milhão, . Uma oferta que ninguém que eu conheça já tenha recebido. Era o meu sonho! Você me ouvia falar disso todo santo dia... De como eu queria viver da minha música, de como eu faria qualquer coisa por isso!”
“Eu só nunca imaginei que “qualquer coisa” significasse me abandonar, Danny...” Ela disse, e mais algumas lágrimas fluíram de seus olhos para seu rosto.
“Você não entende... Você era a única coisa que me prendia aqui! Eu passei um ano a mais na Universidade...”
“Você tá me culpando por isso?” Ela deu um passo para trás, olhando-o como se estivesse vendo-o pela primeira vez.
“Não! A culpa foi minha, toda minha! Mas eu não posso negar, . Eu teria passado mais um pra ficar com você! Eu teria jubilado e prestado vestibular de novo... Só pra continuar abrindo a porta do meu quarto, sabendo que você estaria no quarto da frente!”
“Como você quer que eu acredite em tudo isso se você não hesitou um segundo em aceitar essa proposta e sumir sem nem me dizer que estava indo?”
“Eu não conseguiria, se me despedisse de você!” Danny chegou mais perto dela. Perto demais! “Se visse você chorar, eu ficaria! Se você me pedisse, eu ficaria... Você sabe disso, ! Sabe que eu nunca menti sobre o que eu sentia! Sabe que é a única coisa que eu amo mais que a música!” Ele levantou as mãos e secou as bochechas dela, mas a garota só fazia chorar mais.
“Você ainda podia ter ligado... Ter aparecido quando tinha folga, Danny! Nada justifica o que você fez comigo!”
“Do que adiantaria? Do que adiantaria você saber que eu estava em algum lugar, longe, pensando em você? Não diminuiria a distância e não traria você até mim...”
Ela balançou a cabeça, incrédula.
“Talvez levasse, seu imbecil! Talvez eu fosse até onde você estava só pra te ver! Talvez eu rodasse o mundo atrás de você...” Ela deu um passo para trás, ficando longe de suas mãos.
“Eu achei que estava certo, que estava fazendo o melhor.” Ele respondeu exasperado. “Você poderia ir atrás de mim por um dia... Um fim de semana. E, depois, voltaria pra cá, para as coisas que escolheu para o seu futuro. Nós ainda estaríamos separados. Uma hora deixaria de funcionar!”
“Então aqui vai uma novidade, Daniel: também não funcionou desse jeito que você criou!”
“Desculpa, ...” Ele caminhou até a garota e a segurou pelos ombros.
“Não faz isso, Danny, por favor...” Ela tentou se livrar das mãos dele, mas não conseguiu.
“O que você quer que eu faça? Como você quer que eu me desculpe?” Ele perguntou, buscando os olhos dela. “Eu sou um idiota! Eu fiz tudo errado, , mas tô aqui, agora, sentindo por você exatamente a mesma coisa de cinco meses atrás!”
“Danny, não...” Ela tentava andar para trás, para longe dele, mas era impossível! Danny a segurava ali com as mãos, os olhos, o sorriso... Sua presença toda a segurava ali.
“Se você falar que não quer ficar comigo, eu te solto... Eu te deixo ir... Mas você ainda sente o mesmo que eu... Nós ainda sentimos o mesmo!”
“Ficar como? Ficar até quando, Danny?” ainda lutava contra ele e contra si.
“Eu não posso te prometer que vou ficar pra sempre, mas prometo que, se você me aceitar hoje, vou estar aqui amanhã pela manhã...”
Se fosse um jogo de video game, a barrinha de energia da garota estaria no vermelho. E piscando. As desculpas dele tapavam o sol com a peneira, pois não eram, nem de longe, satisfatórias. Mas ela não conseguia mais lutar. Tinha gritado e sido cruel, mas Danny continuava ali. Estaria na merda, no dia seguinte, de qualquer forma, mas, pelo menos, teria aquela noite para não pensar nisso. Ele tinha prometido que estaria lá pela manhã. Levantou o rosto e o encarou. Danny ainda tinha aquele olhar de súplica.
“Por que você é assim? Por que você não faz nada direito?” Perguntou com a voz fraca, deixando que ele a trouxesse para perto.
“Nem ideia... Mas você sabe que meu cérebro não funciona direito...” Falou, fazendo carinho na bochecha dela.
“Eu só tenho uma condição...” disse quando ele deu mais um passo à frente. “Se você contar mais uma história sobre suas viagens maravilhosas, quebro a porra do seu violão!”
Ele não conseguiu se manter sério e riu, fazendo-a rir baixinho também.
“Eu senti saudade...” Danny e , agora, estavam perto o suficiente para sentirem um o batimento cardíaco do outro.
“Eu não...” Ela disse irônica. “Como você é ridículo, Jones!”
Ele inclinou o rosto e alcançou os lábios dela. A garota passou seus braços pelo pescoço de Danny, embrenhando seus dedos no cabelo dele. Fez cinco meses que não se beijavam, que não se abraçavam, que não ficavam juntos. Cinco meses de saudade, raiva e todo tipo de sentimento que, no fim das contas, só servem para deixar qualquer beijo melhor. Danny a abraçou mais forte, eliminando espaços e a possibilidade de que ela fugisse. Como se ela fosse a algum lugar naquela noite...

e Danny voltavam de mãos dadas à sala quando Tom parou de frente para eles, vindo da cozinha. Parecia furioso.
“Da próxima vez, tratem de brigar mais rápido e mais alto. Tem gente curiosa e com fome aqui dentro!” Reclamou, fazendo-os rir.
Danny soltou a mão de e entrou na sala, dando risada e se jogando em cima de Dougie.
Tom olhou a amiga de lado e passou o braço por seus ombros.
“Tá tudo bem?”
Ela sorriu para o amigo.
“Tá, sim... Quer dizer, por hoje, tá. E por aqui?” Perguntou, indicando com a cabeça.
Tom mordeu os lábios.
“Acho que ela nunca vai aceitar...”
“Eu não aceitaria.” disse, dando de ombros. “Você a trocou, Tom!”
“Eu não troquei! São duas relações diferentes...” Ele tentou se justificar.
“Deveria ser... Mas o que você tem, agora, é, na verdade, uma namorada e uma amizade por um fio.”
“Eu não sei o que fazer...” Ele confessou.
“Tomar uma atitude é o primeiro passo! Conversa com a Giovanna, explica a ela que não precisa ter ciúme, mas que você quer ter um tempo com a , que vocês são melhores amigos...”
Ele riu, sem humor.
“Você acha que eu já não tentei, ?”
Eles não tiveram, porém, tempo de conversar mais a fundo sobre isso porque Gio apareceu da cozinha, gritando para todos irem se sentar à mesa. cumprimentou por tê-la deixado tão brava, vendo a comida esfriar.
Como Danny estava proibido de falar de suas viagens e sua vida parecia ser a mais agitada e a única que havia mudado tanto, eles passaram o jantar se lembrando de coisas da época da graduação. parecia ter um prazer gigante em contar fatos sobre Tom que deviam ser desconhecidos de Giovanna. acreditava que, em determinado momento de sua amizade, teria que fazer como George (o amigo gay de Julia Roberts em ‘O Casamento do seu Melhor Amigo’) e salvar a amiga de uma crise psicótica.
Quando todos já tinham terminado de comer e pareciam sonolentos, Harry levantou-se, batendo a faca em sua taça (com um pouco mais de força do que usaria se estivesse sóbrio) e chamando a atenção de todos. sentiu Danny segurar sua mão por baixo da mesa e virou-se para encará-lo.
Os dois sorriram para o outro.
“A gente tá aqui, reunidos em mais um Dia de Ação de Graças, pra comemorar todos esses anos de terceiro andar e, muito além disso, estamos aqui pra comemorar nossa amizade, comemorar o amor que sentimos pelo outro...”
“Mais amor pelo Dougie, no seu caso...” Izzy o interrompeu, fazendo os outros gargalharem.
“Cortem o microfone dele!” Danny zombou, bocejando.
“Vocês nem me deixam ser romântico!” Ele xingou, bravo.
Adorava ser o centro das atenções e odiava que cortassem seu barato.
“Isso é mais a cara do Tom, Judd, convenhamos!” disse, tentando parecer sensata.
“Não falo mais nada!” Harry sentou-se com a “cara fechada”, parecendo um garotinho mimado.
Quando todos pararam de gargalhar, pediram para ele se levantar de novo e fazer um discurso, mas, agora, ele estava difícil. Izzy até tentou dar alguns beijinhos em seu rosto, mas ele parecia irredutível (e adorando o confete). Por fim, Dougie levantou-se com a taça nas mãos.
“Eu termino essa porra, então! Muito obrigado, você aí em cima, pela comida que a Gio fez e que, agora, é a pressão no cós das nossas calças. Obrigado pelo discurso do Harry e faça com que a Izzy aceite logo a homossexualidade dele pra gente casar. Obrigado pelo Tom, suas cervejas e sua casa quentinha. Obrigado pelo cérebro da , que, três anos atrás, teve a ideia brilhante de comemorar esse feriado e, obrigado, finalmente, pelo sexo de reconciliação que a e o Danny farão hoje...” tapou o rosto com as mãos, mexendo os ombros, enquanto ria. “Que, ano que vem, estejamos todos aqui, de novo, sendo embriagadamente nós e sempre nos lembrando de como somos ridículos! Amém!”
Quem ainda conseguia falar, levantou a taça e respondeu o amém. apoiou a cabeça no ombro de Danny e o sentiu abraçando-a. Olhou em volta e viu seus amigos sendo, como Dougie havia dito, embriagadamente eles. Teve uma sensação de segurança e de que nada daquilo poderia acabar. Ledo engano... Eles não comemorariam aquele feriado juntos outra vez.

“Danny não calou a boca um minuto!” ia reclamando, andando na frente dele e de , que vinham abraçados e rindo atrás.
“Deixa de ser cricri, ! Melhor que a , que, como co-pilota, é uma ótima Bela Adormecida!”
riu.
“Pô, , é mesmo... Se eu fosse depender de você pra não ficar com sono...” Ela olhou para trás, e a amiga mostrou a língua.
“Mas eu tomei cerveja...” Tentou se justificar. “Sempre fico sonolenta!”
“Pois pode ir acordando...” Danny disse com uma voz sacana, abraçando-a mais forte. “Que a noite é uma criança!”
“Nossa! Dois!” riu, tapando o rosto com as mãos. “Vou me despedir de vocês já, depois dessa! Boa noite!”
Ela abraçou a amiga e fingiu que bateria em Danny, que desviou e fez cócegas nela. Entrou sozinha no elevador, deixando os dois se pegando no hall de entrada.
I wanna lay you down in a bed of roses… For tonight I sleep on a bed of nails…” Danny cantava quando os dois saíram abraçados do elevador no terceiro andar. andava na frente e o garoto a abraçando por trás, dificultando o trajeto até o quarto. “I wanna be just as close as the holy ghost is... And lay you down on a bed of roses…
Ela tentava acertar a chave na fechadura, mas era quase impossível com o álcool na cabeça e os beijos de Danny em seu pescoço.
Well, I'm so far away… Each step that I take is on my way home…” Ele continuava cantando, enquanto ela, finalmente, abria a porta. virou-se de frente para ele, encarando seus olhos azuis. “Essa música se parece com a gente...”
“O Bon Jovi tá com uma loira na cama nessa música, Danny!” Ela ergueu as sobrancelhas.
“Mas ele não a ama, ama a garota que está em casa!” Falou, curvando-se para beijá-la, mas afastou-se.
“Oi?”
...” Danny disse com uma entonação que parecia significar “não agora!”.
“Então você dormiu com outras?”
“Amor, sério... Nós vamos brigar agora? Na porta do seu quarto?”
“Não sei... Me responde você! A gente vai precisar brigar, Daniel?” disse, cruzando os braços.
Ele abaixou a cabeça e fez que “não”.
“Não, . Não dormi com ninguém enquanto estava longe.”
Era mentira. Uma mentira deslavada. continuou encarando seus olhos culpados e os viu mudando para um olhar pidão. Um olhar que ela dificilmente desobedecia.
“A gente ainda vai falar sobre isso, entendeu?” Falou, descruzando os braços e deixando que eles pendessem derrotados ao lado do corpo.
Danny entrou no quarto e a puxou pelas mãos.
“A gente vai falar sobre o que você quiser amanhã...” Disse, abrindo o zíper do casaco dela, deixando que ele caísse no chão e lhe dando um selinho delicado. “Não hoje. Não agora. Agora, só importa nós dois. Só importa que estejamos juntos aqui.” Ele continuou, segurando seu rosto e chegando mais perto. “E eu amo você. Aqui, agora, eu amo você.”
não pensou duas vezes e se jogou em seu pescoço. Danny a abraçou mais forte enquanto se beijavam e andou com ela em direção à cama. Deixou que ela se deitasse, tirou o casaco e puxou sua camiseta para cima. mordeu os lábios e sorriu quando o rapaz deitou-se sobre ela. Quando estavam juntos, nada importava.

“When will I see you again?
You left with no goodbye, not a single word was said…
No final kiss to seal anything,
I had no idea of the state we were in…”


acordou, sentindo que estava tomando muito espaço em sua cama minúscula. Deveria ter mais um corpo ali, não? Ela se virou, e o quarto continuava escuro, mas nem sinal de Danny. Não havia outras roupas pelo chão, a não ser as suas. Mordeu os lábios. Não. Não de novo! Claro que não! Ele não faria aquilo! Deveria estar na cozinha... Era isso. Estava na cozinha. A garota levantou-se e colocou suas roupas, ainda meio desnorteada. Demorou a perceber que havia um bilhete em sua escrivaninha. Ao avistá-lo, ficou parada perto da porta, pensando se queria mesmo ler, afinal, sabia o que estaria escrito:

“Oi, meu amor! Perdoe-me! Perdoe-me por isso e por tudo! Ainda não consigo me despedir e, por isso, vou parar de vez de entrar e sair da sua vida assim. Mas eu te amo. Nunca duvide disso. Você será sempre a minha garota!

D. Jones”


Ela largou o papel em cima da escrivaninha e sentou-se na cama, em choque. Foi encolhendo-se, encolhendo-se, até ser só uma bolinha soluçante, e chorou, sem saber se era de tristeza ou decepção; ou por se dar conta de que sabia que aquilo aconteceria.

“But don't you remember?
The reason you loved me before,
Baby, please remember me once more…”

(Don’t you remember - Adele)

***


E estava sentada no corredor, chorando daquele mesmo jeito. Aquela lembrança e o que veio depois eram o período mais negro de sua vida... Ainda provocavam calafrios.
Liam a viu chorando ali e correu até ela.
? O que houve? Fala comigo! O que aconteceu?”
Mas a garota chorava e fazia que “não” com a cabeça.
“Não é nada, Liam... São só umas malditas lembranças. Eu fico assim no Dia de Ação de Graças.”
Ele sentou-se ao seu lado, fazendo com que a amiga apoiasse a cabeça em seu ombro.
“Eu sabia que você não estava normal! É sobre seu ex-namorado, não é? E... Aquele dia, né? E... Tudo...” Liam perguntou, e fungou.
“Você sabe quando eu fui embora, Liam! É só fazer as contas...”
“Aaaah, minha querida!”
Ele deu um beijo no topo da cabeça dela e ficaram em silêncio enquanto chorava baixinho. Estavam assim há algum tempo quando a porta do elevador se abriu e Niall saiu por ela, carregando seu violão. Seu sorriso, que ia de um lado ao outro do rosto, se fechou instantaneamente ao observar a cena à sua frente.
? Aconteceu alguma coisa?” Ele parecia genuinamente preocupado.
A garota endireitou-se e limpou os olhos.
(Teach me how to be loved - Rebecca Ferguson)
“Liam, posso falar com o Niall rapidinho?” Pediu, olhando para o amigo e sorrindo. “E obrigada por tudo!”
Liam deu outro beijo em seu cabelo e saiu pela escada. Niall mordeu os lábios, ainda confuso.

“One foot onto the ice
I hold my breath
And try to believe
Can I look at you at different eyes?
Like the girl that I was when I was 17…”


Niall sentou-se de frente para ela e colocou o violão no chão.
“O que foi, ? O que você tem?”
“Eu preciso falar com você... Não tá certo o que tô fazendo.”
“Do que você tá falando?” Ele parecia perplexo e torcia as mãos, nervoso.
“Isso não dará certo, Niall!” falou, apontando dela para ele. “Eu não posso te colocar nesse mar turbulento que tem sido minha vida...” Ele mordeu os lábios e não disse nada. “Eu não quero magoar você. Você não merece estar nessa situação pelos motivos errados.”
“Eu ainda não sei do que você tá falando, ... Que situação? Que motivos errados?”

“The falling empires
The shattered glass
The wicked echos of my past
I've seen it all before that's why I'm asking…”


“Minha vida é uma bagunça!” colocou a mão nos olhos e respirou pesado. “Eu gosto de você, Niall. Gosto mesmo. Mas eu tenho medo de te magoar, de estar gostando de você pelos motivos errados... Eu não posso fazer isso com você... E... Eu sou muito velha pra você... Isso jamais daria certo!”
“E você olhou em uma bola de cristal pra saber que dará tudo errado?” Niall parecia ter perdido alguma parte da história. Em um dia, eles se davam bem e parecia interessada nele. No outro, a garota estava chorando compulsivamente e dizendo que gostava dele, mas era velha demais... Além de outras coisas que ele também não fazia ideia do que deviam significar. “Eu vim aqui tocar a música, que você me pediu pra aprender, dos Beatles. A última vez que chequei onde nós estávamos era aqui... Certo?”
Ela fez que “não” com a cabeça.
“Não posso deixar você fazer isso! Não posso!”
“Qual é o problema, ? Eu não entendo! O que foi que eu fiz de errado?”
“Você não fez nada... Sou eu o problema! Eu quem estou errada!”
“Errada no que?”
“Meus sentimentos estão errados! Você é legal demais... Você é fofo demais... E eu acho que não estou pronta para ficar com alguém! Você precisa ir embora...”
, eu não...”
“É sério, Niall! Não há nada que você possa fazer aqui...”

“Will you still be here tomorrow?
Or will you leave in the dead of the night?
So your waves don't crash around me
I'm staying one step ahead of the time
Will you leave me lost in my shadows or will you pull me into your life?
Teach me how to be loved?
Teach me how to be loved?”


Ele fez que “não” com a cabeça e levantou-se. Estava ficando bravo com essa conversa em código. Não era fácil fazê-lo perder a paciência, mas tinha perdido.
“Eu não sei o que houve ou o que mudou, mas não sonhei, . Eu não inventei na minha cabeça o que achei que estava acontecendo entre a gente... Mas você também não parece a garota que eu conheci. Eu vim aqui dizer a ela que aprendi a cantar ‘Something’, porque era a música que fazia mais sentido, porque é só no que venho pensando... Eu vim pedir a ela que saísse comigo, mas, pelo jeito, ela não está aqui... Então, quando você encontrar a garota por quem eu estava me apaixonando, por favor, pede pra ela me ligar.”
Ele pegou o violão e, quando não o impediu de sair e apenas continuou o encarando triste, deu dois passos para trás e desapareceu pelo elevador, sem saber direito o que tinha acontecido.
A garota encostou a cabeça à parede e começou a se arrepender do que tinha feito. Mas ela só estava mantendo-o por perto porque ele a fazia se lembrar de Danny, não era? E não era certo gostar de alguém por isso, não era certo gostar de Niall por isso. Além disso, gostar de alguém que era como o ex-namorado não era pedir para sofrer o mesmo fim? Ela aguentaria mais um?

“Can I give myself just one more second chance?
And put my trust in love
Please don't hurt me
If I make myself like a feather in your hands
And put my trust in love
Please don't hurt me…”


Não, ela não conseguiria. Precisava cuidar de si, antes de se comprometer a cuidar de alguém. Precisava fechar as velhas feridas, antes de ter coragem para se oferecer a abrir feridas novas.


Capítulo 10 - I wanna hold you

DECK THE HALLS WITH BOUGHS OF HOLLY… FA, LA, LA, LA, LA, LA, LA, LA, LA...” Louis berrava no corredor, e encarava a porta do seu quarto com a testa franzida.
Foi até lá e viu que ele pendurava algo em cima do batente da porta do elevador.
“Louis?!” Chamou, ainda em dúvida sobre o que ele estava fazendo.
O corredor piscava alegremente com as luzinhas que ele e Liam tinham pregado. Havia uma guirlanda na porta da cozinha e uma botinha vermelha em cada quarto do corredor. Eles, e pareciam os próprios duendes do Papai Noel, andando para cima e para baixo com chapeuzinho e sapatinhos de lã para aquecer os pés. As aulas haviam acabado, mas o corredor estava sempre quieto, pois, agora, começavam as semanas de prova. Eles passavam mais tempo na biblioteca ou em aulas extras e monitoria. Por isso, tinha quase caído da cadeira ao ouvir a cantoria de Louis.
Ele não deveria estar com o nariz enfiado nos livros também?
“Oi, !” Ele a cumprimentou, em cima da escada, risonho. “Estou adicionando um item imprescindível à nossa decoração.” O garoto balançou algo em mãos, mas ela não conseguiu identificar o que era. “Um visco!” (n/a: ou mistletoe)
“Aaaah!” exclamou e começou a rir. “Segundas intenções, Tomlinson?”
Ele riu de um jeito quase infantil e deu de ombros, sem responder a pergunta. Quem cala, consente... E até tinha uma vaga ideia de quem Louis queria beijar embaixo do visco.

havia voltado a estudar, mas logo foi interrompida mais uma vez por risadas e barulhos na cozinha. Ok. Era mais fácil estudar no laboratório, mesmo com Zayn a importunando e desconcentrando toda hora. Largou seus livros e artigos, e foi lá. Deviam ser as meninas, e ela estava mesmo com vontade de ficar na cozinha, batendo papo e fazendo nada um pouco, mas, ao se aproximar, percebeu que conhecia a risada, mas não era de ou de . Abriu a porta, e Eleanor estava sentada à mesa; apoiava o rosto nas mãos e ria de Louis, que estava de costas para ela, no fogão. O garoto jogava panquecas para cima e os dois riam.
“Oi, !” Ela disse ao vê-la entrar na cozinha. Tinha os olhos brilhando e um sorriso enorme; parecia uma bonequinha. “Estou esperando a e assistindo o Louis jogar panquecas pra cima!”
O garoto colocou o pano de prato nos ombros e se virou para elas; também estava sorridente como nunca tinha visto.
“Eu sou quase um mestre panquequeiro!” Falou, se gabando.
“Só que não, né, Lou?” El desmentiu, rindo. Os olhos dos dois não se desviavam e ambos se olhavam de um jeito que chegava a provocar inveja em . Era a coisa mais fofa que ela já tinha visto. “Ele é péssimo, ! Derrubou duas no chão, e uma bateu no teto, e caiu na pia!”
“Como você é fofoqueira, Calder!”
“E você é ruim demais, Tomlinson!”
entendeu o recado... Estava sobrando ali.
“Vim pegar um copo com água...” Mentiu e foi até a geladeira. “Mas já tô saindo. Não se preocupem!”
Já no corredor, ouviu as risadas de novo e suspirou. Sentia falta daquele tipo de risada, que era meio de empolgação e meio de nervoso... E, para falar a verdade, sentia falta de Niall.

“Você precisa ir...” dizia, mas ainda segurava a gola da blusa de Harry.
Ele tinha a cabeça apoiada ao batente da porta e a olhava, sorrindo de lado.
“OU eu posso ficar e dormir, aqui, com você...”
“Não seja oferecido, Styles.” Ela brincou e deu um selinho nele.
Harry a puxou para mais perto pela cintura e foi andando para frente, entrando na casa de mais uma vez. Estavam nesta há alguns minutos.
e Harry não se desgrudavam desde o Halloween, o que fazia mais de um mês, mas ela se negava a admitir que estavam juntos. Só se viam em sua casa ou em lugares onde não poderia encontrar alguém conhecido. O problema é que seu coração parecia estar aquecendo na beira do campo, pronto para entrar em jogo. Ela se pegava sorrindo para o nada, no meio do dia, relendo mensagens, mandando mensagens bobas quando via algo engraçado... El já não acreditava mais quando dizia que não era nada. Além disso, estava ficando difícil inventar desculpas para não sair com Harry como um casal normal faria. Tinha medo de ofendê-lo, se dissesse que, simplesmente, não era assim e não queria ser assim: “Um casal normal”. O pior era a diferença de idade, e ela tinha vontade de entrar embaixo da mesa, imaginando o que os outros comerciantes da cidade pensariam se chegasse com ele a uma das reuniões de negócios que costumava ir.
Estavam se beijando no meio da sala de novo. E ela podia sentir as borboletas em seu estômago... Era tão bom quanto era errado.
“Styles...” Ela disse, cortando o beijo e respirando, ofegante. “Você precisa ir... Tem prova amanhã!”
“ELE TEM PROVA, !”, seu cérebro gritava, indignado.
“Já estudei pra prova... Larga a mão de ser chata...” Harry respondeu, dando selinhos nela. “Deixe-me ficar hoje.” Pediu, olhando para ela com cara de gatinho.
riu e deu um beijinho de esquimó nele.
“Não é justo você usar esses olhos para me convencer...” Ela disse, colocando a mão na frente dos olhos dele e fazendo-o rir.
Bom, o sorriso também não era justo... Tampouco as covinhas.
“Então eu posso ficar?”
“Não, não pode, Harry.” disse, tentando apaziguar a briga que tinha dentro de si. Se ele ficasse, seria oficial. Se ele ficasse, não teria mais volta. “Eu ainda tenho que trabalhar em alguns modelos... Tenho algumas encomendas. Fim de ano é um inferno na loja, não consigo fazer nada!”
“Se você soubesse como fica sexy, falando de trabalho...” Ele falou com a voz abafada enquanto beijava o pescoço da garota.
“Harry...” respirava profundamente, tentando não cair em tentação. Decidiu por um meio termo, então. “Tá bom, vai... Você fica aqui mais um pouquinho e, depois, vai embora. Pode ser?”
“Eu posso ficar quietinho, vendo você trabalhar...” O garoto levantou o rosto e sorria largamente.
“Pode mesmo?”
Ele fez que “sim” com a cabeça e a soltou de seu abraço. segurou seu rosto e lhe deu um selinho demorado. Os dois saíram de mãos dadas para o estúdio.
“Só não vou garantir que não vou te jogar em cima da sua mesa de trabalho e tal...”
“Harry!” disse, rindo e desejando internamente que ele estivesse falando sério.

e Jess estudavam na cozinha do terceiro andar. Era noite e voltar tão tarde da biblioteca, provavelmente, as congelaria. Jess dormiria no quarto de , naquele dia, para começarem os estudos cedo na manhã seguinte. Elas, provavelmente, ficariam conversando por boa parte da madrugada e perderiam a hora, mas isso também fazia parte.
entrou na cozinha, usando luvas, gorro, cachecol e muitas blusas... Resumindo, parecia um boneco de neve.
“Hey! Estava onde? Polo Norte?” perguntou, levantando os olhos.
“Estava com o Zayn, que não me deixou sair na rua enquanto não vesti metade do guarda-roupa dele!”
ligou a kettle e sentou-se com elas na mesa. Já conhecia Jess de outras noites de estudo.
, agora, só entre nós...” falou baixinho, se debruçando sobre os livros. “O que acontece entre você e o Zayn?”
A garota riu enquanto tirava as luvas.
“Ninguém acredita que eu resisto ao charme daquele filho da puta, né?”
“Nada pessoal, mas acho bem difícil alguém conseguir...” deu de ombros, e as duas riram.
“Quem é Zayn?” Jess perguntou interessada.
“Meu melhor amigo, Jess, que realmente é um gato, mas com quem eu nunca tive nada...”
“Nada, nadinha?” insistiu com um sorriso torto no rosto.
“Beijamo-nos uma vez...” confessou, fazendo a amiga comemorar. “Mas estávamos muito bêbados. Eu, de verdade, nem me lembro direito...” Falou, franzindo a testa e coçando a nuca.
“Como foi?” Jess também se debruçou na mesa.
Não sabia de quem estavam falando, mas a história parecia boa.
“Foi no réveillon passado. Estávamos em Bradford, na casa de um dos nossos amigos... Quando era quase meia-noite, eu e ele já estávamos tão bêbados, que nem estávamos mais sentindo frio. Então saímos para a parte descoberta do quintal, para ver os fogos, e ele me beijou...” Contou e sentiu um sorriso nascendo em seus lábios.
Sentia saudade dessas festas, de ficar tão bêbada assim com ele.
“E ele beija bem? Tem pegada?” perguntou, as duas mãos espalmadas sobre o caderno.
“Eu não lembro!” repetiu exasperada, fazendo as duas ouvintes apoiarem a cabeça no tampo da mesa, em sinal de desespero.
“Como você não se lembra de um detalhe importante como esse?” Jess indagou.
“É isso!” falou, batendo a mão na mesa. “Você tem que beijar o Zayn de novo para nos contar como é!”
“Maluca...” rolou os olhos.
“Você tem!” repetiu enfaticamente.
“Não vou fazer isso. Zayn é meu melhor amigo.” levantou-se e colocou a água em uma caneca para preparar seu chá. “Além do mais...”
“Boa noite, princesas!” Liam entrou na cozinha, dando um beijo no topo da cabeça de , que fechou os olhos e sorriu. “Tudo bem?”
“Tudo ótimo!” Respondeu Jess, tomando uma cotovelada de pelo tamanho da empolgação.
“Estudando? Quando começam as provas de vocês?”
“Segunda que vem...” respondeu quando Liam se apoiou na pia, ao seu lado, roubando sua caneca e bebendo um pouco do chá. “Hey, Payne, prepare o seu!”
“Calooooura...” Falou em tom de ameaça. Mas Liam já tinha perdido a moral com as meninas faz tempo! Era o veterano mais fofo e inofensivo de todo o campus. pegou sua caneca de volta e lhe deu um tapa no ombro. “Ok. Então não vou dizer que tem um cara bonitão no corredor, procurando por você...” Ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços.
“Zayn?” perguntou, endireitando-se na cadeira.
“Não, não é o Zayn...” Liam respondeu, meio de mau humor. “Por que essa animação toda, ?”
“Só checando...”
“Ciúme, Liam?” perguntou, colocando a língua para fora e sorrindo.
lançou um olhar assassino à amiga.
“Vá ver quem é o cara do corredor, !” O garoto falou, tomando mais uma vez sua caneca e a empurrando.
sentiu um nervoso e mordeu os lábios, levando as mãos involuntariamente ao cabelo para ajeitar a franja. Só podia ser... Aidan. Saiu da cozinha, sob um coro de “huuuuum”, e fechou a porta, com medo de que ele ouvisse.
“Hey!” Falou, chamando sua atenção, que estava voltada à meia natalina com seu nome na porta do quarto.
“Que legal!” Ele falou, apontando para a meia. “No meu andar não tem isso...”
“Acho que deve ser uma coisa do terceiro andar... Aqui é tudo muito... Único.” estava em uma daquelas crises pessoais em que você fica muito consciente sobre seu corpo e não sabe bem onde colocar as mãos. Enfim. Ela queria se esconder de Aidan, mas achar uma função para seus braços já resolveria.
“É... Às vezes, ouço as pessoas se referindo ao terceiro andar como ‘Neverland’.” Aidan riu e deu alguns passos em direção à garota. “E você, tudo bem? Já começaram as provas?”
“Ainda não... Semana que vem. E as suas?”
Ele fez que “não” com a cabeça. Parecia não conseguir desviar seu olhar dela.
“Eu... Vim devolver seu livro.” Falou, erguendo a biografia de Tolkien, que havia lhe emprestado.
“Ah, obrigada!” A garota falou, alcançando o livro. “Você gostou?” Como um ato involuntário, ela passou as páginas rapidamente de um dedo para o outro.
“Procurando algum dano no seu precioso?” Aidan perguntou, sorrindo de lado. “Relaxa. Eu sei cuidar bem de muitas coisas... Livros são só uns!” E piscou.
Se aquilo não era uma cantada, não sabia o que uma cantada era. Ou não? Ele estava mesmo dando em cima dela, não estava? Ou estava só sendo engraçadinho? Conviver com Zayn dava nisso... Nunca sabia se a cantada era automática ou se o cara realmente queria dizer aquilo. Resolveu dar uma risadinha e olhar para baixo, ganhando um pouco de tempo.
”Se você diz, eu acredito...” Aidan deu mais alguns passos para frente. “Você... Você quer mais um livro emprestado?” Ele parou tão perto dela, que , agora, precisava olhar para cima, para encará-lo.
O garoto fez que “não” com a cabeça, ainda sorrindo de lado.
“Não, não quero.” Tirou o livro que tinha em mãos e o colocou no chão. Fez carinho na bochecha dela com as costas da mão. “Você é o tipo de garota que a gente não pode deixar passar. Você é especial.”
imaginava muitos finais para sua noite, mas nenhum deles envolvia passar seus braços pelo pescoço de Aidan e sentir mil borboletas em seu estômago quando ele uniu seus lábios. O garoto tinha um cabelo enrolado muito macio e um jeito de beijar que deixou com as pernas completamente bambas. Não deixava nada a desejar ao que ela tinha imaginado desde o dia em que havia o visto pela primeira vez. Quando eles se soltaram, tinha a visão turva.
Aidan sorriu e deu mais um selinho nela.
“Posso te ver de novo, antes do recesso de fim de ano?” Perguntou, ainda fazendo carinho na bochecha dela.
fez que “sim” com a cabeça, sorrindo. Claro que podia! Amanhã! Todo dia!
“Já sabe onde me encontrar...” Respondeu, dando um sorriso de lado e fazendo-o rir.
“Vou procurar pela garota mais marrenta da cafeteria!” Aidan falou, segurando seu queixo e lhe dando mais um beijo.
estava um pouco relutante em deixá-lo entrar no elevador, mas, depois de mais um beijo e um “te ligo!”, o garoto voltou ao seu quarto. Ela pegou o livro do chão (“Ai, Tolkien... Muito obrigada!”) e olhou para cima, reparando no visco que havia ali, quase sorrindo de volta para ela. Quem tinha colocado ele ali? Quem quer que tenha sido, precisava matar essa pessoa de amor.

A semana de provas começou, e isso significava stress, noites mal dormidas e alunos prestes a cair no choro. , porém, já tinha passado por isso e só assistia, enquanto seus calouros declamavam fórmulas, dormiam em cima de livros e, nos momentos de desespero, iam procurá-la para procrastinar. O que podia fazer para ajudar era bater de porta em porta, oferecendo chá e mandando os mais zumbis dormirem.
Sua vida, desde o Dia de Ação de Graças, também não estava às mil maravilhas. Já tinha passado a tristeza daquele dia, mas ainda continuava inquieta, e algo a incomodava... Algo não estava certo. E era quando encontrava Niall que tinha uma leve ideia de qual era o problema. Sim, porque eles continuavam se esbarrando. Era uma sina dos dois. O garoto sorria e acenava, mas não se aproximava. Era compreensível, e a culpa era toda dela.
, agora, estava na janela da casa de , encarando o nada. Niall não aparecia mais para tocar na pracinha. Estava frio... E era semana de provas.
“Podemos ir!” disse, vindo do quarto e ajeitando a bolsa no ombro. Parou ao ver a cara da amiga. “Tá tudo bem?”
“Uhum...” Respondeu vagamente, tirando os olhos da árvore em que Niall sempre se sentava.
“Não foi muito convincente, .” Brincou, mas observava a amiga, um pouco preocupada.
“Não é nada, mesmo. Sério. Tô um pouco cansada, só. Bom, você deve estar também...”
“Um pouco...” soltou o ar. “El também não tem ajudado muito... Anda com a cabeça nas nuvens!”
sorriu.
“Tá apaixonada...”
“Oi? Por que ela não me contou? Quem é?” parecia em choque.
“O Tomlinson!” respondeu.
“O Tomlinson? Ele é tão... Esquisito!” A amiga disse, franzindo a testa.
riu e balançou a cabeça.
“Não é, não... Ele é um amor, na verdade.” falou. “Não vá chamá-lo de esquisito na frente da menina, !”
riu também.
“Claro que não, né? E eles estão juntos?”
“Acho que ainda não... Mas devem estar em breve!”
“El... Quem diria?!”
“Eles fazem um casal fofo...” disse, olhando pela janela de novo. Suspirou e se virou de novo, para sair com , enquanto vestia as luvas. “Vamos, senão, Dani nos matará!”

Mas, assim como tudo o que é bom acaba, tudo o que é ruim acaba também. Duas semanas de provas e todos estavam livres e de férias. E o que isso significava? Festa! A porta do pub estava abarrotada de gente. O que era bom, porque o calor humano diminuia um pouco o frio que fazia no meio de dezembro.
olhava em volta, procurando por Aidan. Sabia que o garoto não era muito de festa, mas, considerando que todo mundo parecia transitar por ali e que a comemoração era no pub, e não no Wonderland, havia uma possibilidade! Infelizmente, tinham se beijado às vésperas das piores duas semanas do semestre. Tinham se visto correndo, uma ou duas vezes, desde então, mas nada que diminuísse a vontade que tinha de estar com ele.
e estavam mais à frente, conversando com Dani. Liam ainda não havia percebido sua presença ali, mas, assim que a viu, segurou a mão de e a puxou um pouco para trás.
A garota assustou-se.
?” Virou-se para ela, parecendo estar com medo. “Tenho uma missão pra você nesta noite!”
“O que houve, Liam?” A cada dia, se preocupava mais com ele. A cada dia, se importava mais com ele. A cada dia, pensava mais nele.
“Você não pode sair do meu lado, hoje, nem por um segundo! Se eu for ao banheiro, você me espera do lado de fora, mas não me deixa sozinho!”
Era um pedido muito estranho... Não que ela não tivesse gostado, mas era esquisito.
“O que tá acontecendo?”
“A gente vai começar a beber e eu vou ficar chato, e resmungão, e vou querer falar com a Dani. Você não pode deixar!”
Ah, era isso? O balãozinho de felicidade de murchou um pouquinho.
“Claro. Não vou deixar você fazer nada de errado.”
Liam sorriu do seu jeito bonitinho e passou seu braço pelo ombro da garota, trazendo-a para perto e andando em direção à fila. Gostava tanto de !
“Você é demais, sabia? Nós vamos beber mais que no Halloween, hoje, combinado? Até não termos condições de voltar para casa a pé!”
Os dois voltaram para perto de .
“Procurando seu bofe?” perguntou, rindo. Talvez estivesse rindo um pouco mais que o normal porque Liam ainda a abraçava.
mostrou a língua.
“Acho que ele não vem... Não respondeu minha mensagem.”
“E cadê a Jess?” Liam perguntou.
“Já voltou para casa... Ela não curte muito vir a este tipo de festa...” respondeu.
! Nós precisamos corromper a Jéssica, igual fizemos com a . Nossa meta do ano que vem!”
riu e concordou, levantando a mão para um high five com Liam.
“Seus bestas!” disse, rindo.

“Quem é a garota com o Liam?” Dani perguntou, estreitando os olhos para a fila.
lançou um olhar rápido para , que dizia, com todas as letras, “vaaaai... Explica agora!”.
“É uma caloura do nosso andar...” respondeu simplesmente. Adorava Dani, mas não via o porquê ela deveria saber de todos os passos da vida do ex-namorado, afinal, ela é quem tinha terminado.
“Hum...” A amiga fez, como se a resposta não fosse exatamente a que esperava.
“Mas, então...” resolveu mudar de assunto. “Vocês irão, mesmo, me abandonar aqui?” Perguntou, fazendo bico.
“Você sabe que eu preciso ir embora...” disse, abraçando-a. “Preciso passar mais que um fim de semana em casa!”
“É, eu sei... Tô só fazendo drama.”
“Ela vai estar bem acompanhada, !” Dani zombou, mostrando a língua a amiga.
“Styles vai ficar aqui com você?” Ela quis saber, falando um pouco alto demais.
“Fala baixo, !”
A amiga tapou a boca com as mãos e as três riram e continuaram zoando o tempo todo enquanto estiveram na fila.
O pub estava cheio, mas ainda era possível encontrar mesinhas altas, para apoiar a bebida, no fundo do lugar. Liam foi com e ao balcão, e , Dani e foram procurar uma mesa. Pararam, no meio do caminho, ao encontrarem El e algumas garotas do Monte Olimpo.
estava olhando ao redor quando parou seus olhos na mesa que mais fazia barulho. Os meninos da JJJ tinham suas canecas acima da cabeça e subiam em suas cadeiras, gritando algo que devia ser o hino da república. Niall parecia cantar uma frase e rir por duas. A garota sorriu ao ver que ele continuava tão irlandês quanto quando o conheceu. Olly tentava subir na mesa, mas foi barrado por um segurança, que chegou, mandando-os descerem e acabando com a confusão. Assim que ele saiu, os veteranos mandaram Niall e mais dois meninos voltarem para cima da cadeira e repetirem o ritual.
!” tocou em seu braço, chamando sua atenção. “Vamos ao fundo?”
“Vamos... Vamos...” Falou, desviando seu olhar de Niall, que, agora, fazia a dança típica irlandesa em cima da cadeira.

“Uma dose para cada prova que fizemos!” sugeriu, fazendo Liam levantar as sobrancelhas para .
“Eu vou dar PT antes...” Avisou, fazendo as meninas rirem. “Eu tomo uma para cada duas de vocês!”
“Não, não, não, Payne!” falou, já passando um copinho de tequila para ele. “Cada um toma uma, até a gente não aguentar mais!”
“Vocês ainda me matarão!”
“Vocês têm que beber comigo, porque vou embora sem ver o Aidan.” desabafou.
“Pelo menos, você tá com alguém... Olha pra mim e pra !” Liam disse, apontando dele para a garota e fazendo-a ficar com as bochechas quentes.
“É... Eu tô olhando!” Respondeu, dando um sorriso de lado. Virou-se e pediu três cervejas ao garçom.
Os três estavam andando, à procura de uma mesa, quando avistou Zayn conversando com um grupo de meninos. Avisou aos dois que ia até lá e se separou deles. Assim que a viu, o amigo se despediu dos rapazes com quem conversava e se virou para ela, sorrindo.
“Sobreviveu a esta semana de provas?” Falou, abrindo os braços para ela.
o abraçou.
“Acho que sim... Mas não vou abrir meus resultados antes do Natal!” Os dois riram. “E você?”
“Tudo certo... Últimas provas da graduação. Semestre que vem, é só no laboratório!”
“Bem melhor, eu acredito...” A garota soltou-se dele e parou à sua frente.
“Eu prefiro... Assistir aula é um saco!”
“Você acha tudo um saco, Malik!”
Ele franziu a testa.
“Claro que não! Enfim... Vai a Bradford amanhã?”
“Vou, sim, e você?”
“Vou passar o recesso aqui...”
A garota, que estava dando um gole em sua cerveja, tossiu.
“Como é? Você não vai pra casa? Por quê?”
Ele deu de ombros.
“Não faço questão. E a Zap vai tocar numa festa aqui, no réveillon, e ficarei ensaiando com os caras.”
“Sua mãe vai te matar!” disse, cruzando os braços, sem acreditar no que ouvia.
“Minha mãe vem me ver, no dia 25, e passará o dia comigo. Para mim, está ótimo... Eu nem curto Natal, mesmo.”
“Você é um Grinch idiota!” Ela falou emburrada. Sentia tanta falta de sair com ele na cidade natal dos dois!
Ele riu.
“Vem passar o réveillon comigo! Eu te coloco de graça na festa que tocaremos!” Zayn sugeriu, sorrindo, mas não desfez a cara amarrada.
“Vou pensar no seu caso, Malik... Você tem sido um péssimo melhor amigo!”
“Não fala assim... Tenho feito o melhor que eu posso! Vou até te pagar uma tequila!” Ele falou, tirando dinheiro do bolso e a abraçando de lado.
“Pera aí! Não posso tomar tequila sem o Liam e a !”
“Quem?”
“Meus amigos do meu andar. Alías, te acha um gato... Mas, se você der em cima dela, eu te capo!”
“Olha a imagem que você faz de mim!”
“Aaaah, é! Porque eu te conheço bem pouco, né?”
O garoto riu e a encaminhou para o bar.

andava entre as mesas, para chegar até o banheiro. Bom, na verdade, estava indo ao banheiro para passar entre as mesas e ver se encontrava um vestígio de Harry. Sorriu ao vê-lo sentado numa mesinha com Louis. Onde estava El para elas chegarem, ali, juntas?
“Hey!” Acenou, ainda ao longe, quando seus olhares se encontraram.
Harry sorriu e manteve o sorriso no rosto, até que ela chegasse ali. Levantou-se da mesa, e Louis olhou para trás e sorriu de lado, como se entendesse.
Ele a segurou pela cintura e fez menção de beijá-la, mas havia muita gente ali. segurou seu rosto e deu um beijo demorado na bochecha dele.
“Tudo bom?” Perguntou, passando os dedos em sua bochecha e tirando a marca do batom. Harry ainda a segurava pela cintura. “De férias?”
“Sim... Finalmente... Eu iria te ligar, hoje, mais cedo, mas sabia que te encontraria aqui.” Ele disse, sorrindo mais e deixando ainda mais visíveis suas covinhas.
O menino parecia uma pintura!
“Vai mesmo ficar aqui? Sua mãe não se importa?”
“Passo o Natal lá e volto... Minha mãe sabe que é um motivo justo...” Harry disse e piscou. O QUÊ? A MÃE DELE SABIA? nem sabia o que responder e, por ficar em silêncio por um tempo, ele a soltou. “Quer uma cerveja? Fica aí, que eu vou buscar!”
Harry deu um beijo no canto dos lábios dela e saiu em direção ao bar. Louis riu, e virou seus olhos para ele.
“Então é você que está dormindo com o Harry.” Não era uma pergunta.
Oi?
“Oi?” Ela perguntou.
“Dá pra sentir a tensão sexual... De longe!” Lou sorria de lado, como se soubesse um segredo.
De fato...
“Não estamos dormindo juntos...” disse.
Achou que não era conveniente adicionar o “ainda”.
“Ainda...” Sem problemas, Louis completou por ela. Bebeu mais um pouco da sua cerveja e levantou-se. “Espero que você esteja usando uma lingerie legal hoje.” MAS DE ONDE HAVIA SURGIDO ESSE MENINO? Depois, como se não tivesse dito nenhum absurdo, perguntou a ela: “Você é a patroa da El, certo? Viu-a por aí?”
Foi a vez de sorrir de lado.
“A Eleanor? Por quê? Tá interessado nela?” Louis mexeu na franja e riu, sem responder. “Tá lá no fundo do bar, Tomlinson... Vá lá! E cuida bem da minha menina... Senão, eu te mato!”
O garoto terminou a cerveja e colocou a caneca na mesa.
“Devolvo a ameaça pra você, ! É bom você cuidar do Styles...”
Harry, aliás, voltava para a companhia dos dois com duas canecas de cerveja.
“Bom... Fiquem vocês aí, que eu tenho uns assuntos a resolver!” Louis falou e, piscando para , saiu.

Dani não estava feliz em ver Liam dançando com e a e parecendo não ligar muito para sua presença. Foi embora cedo, alegando estar com dor de cabeça, deixando sozinha na mesa. A garota iria levantar, para se juntar aos amigos, quando Zayn sentou-se ao lado dela, sem nem perguntar se poderia.
“Feliz Natal!” Desejou, batendo sua caneca na caneca de .
“Feliz Natal, Malik...” A garota respondeu, tomando um gole da cerveja. “E aí? Orgulho do laboratório nas provas ou te colocaremos pra fora?”
“Não se preocupe. Eu mando meu “boletim” pra você e pra Peazer por e-mail...” As meninas não perdiam uma oportunidade de encher o saco dele. Inventaram que ninguém podia continuar no laboratório, a não ser que tivesse apenas notas acima de 8,0. “E você? Tá tudo bem? Tem andando com uma cara péssima...”
“Nossa, Zayn... Muito obrigada por levantar minha autoestima!” Ela disse, rindo.
“Se você soubesse o que eu tô pensando, estaria com a autoestima lá em cima.” Zayn soltou, sorrindo de lado do jeito mais sedutor que um cara de 22 anos conseguiria. , porém, colocou as mãos sobre o rosto e começou a rir. Quando deixou que seus braços caíssem sobre a mesa, ele ria como um garoto sapeca.
“Você não existe, Malik! Eu já nem sei mais quando você tá falando sério ou brincando...”
“Se você cair, eu tô sempre falando sério. Se não, eu estava brincando.”
Ela ainda ria.
“Justo... Muito esperto da sua parte, mas, respondendo sua pergunta, eu tô bem, sim... Só cansada...”
“Sei... E vai para casa nas férias? Minha banda tocará no réveillon aqui...”
“Preciso ir, você sabe.” disse, olhando para baixo.
“É, eu sei...”
Os dois ficaram um tempo em silêncio e voltou a olhar o pub. Niall estava com Liam e as meninas. Queria tanto ir lá! Suspirou e voltar a olhar para Zayn, que, agora, levantava-se.
Ele apontou a caneca.
“Quer mais? Vai ficar aí sozinha com cara de protagonista de comédia romântica?”
“Daqui a pouco, eu vou...” riu e o viu piscar e sair.
O que aconteceria se ela estivesse interessada em Zayn? Seria mais fácil? Hum… Provavelmente, não!

“Vou amarrar vocês!” Niall sugeria para Liam e , que haviam contado a ele e a que tinham que ficar juntos até o fim da noite. O garoto se abaixou e puxou o cadarço de seu tênis, e o passou pelo pulso esquerdo de Liam e o direito de .
Os quatro gargalhavam.
document.write(Su) que não precisavam mais ser inseparáveis. Na verdade, ele preferia continuar como estava.
“E como a gente vai ao banheiro, agora, Horan?” perguntou, ainda rindo. Estava ficando bem bêbada. “Eu vou ter que parar de beber, seu irlandês lazarento?”
“Você vai ao banheiro masculino...” Liam respondeu simplesmente. “É mais fácil te aceitarem lá que me aceitarem no banheiro feminino!”
“Isso é verdade!” ponderou, bebendo mais cerveja. “E cuidado, agora, para segurar a caneca na mão certa!” Falou, apontando para as mãos amarradas dos dois.
“Claro! A gente quebra o braço, mas a bebida fica!” Liam falou, fazendo-os rir.
vinha em direção a eles. Niall ficou olhando para ela fixamente por um tempo, antes de olhar para baixo.
“Oi, Niall...” Cumprimentou, e ele sorriu em sua direção com os lábios fechados.
Ela não queria que as coisas ficassem assim entre eles. Às vezes, sentia-se tão idiota!
“Oi, . Tudo bom?” Ele falou, vindo até a garota e lhe dando um beijo no rosto.
Os outros três ficaram se olhando, meio sem saber o que fazer. A não ser por Liam, tinham uma vaga ideia do que havia acontecido.
“Tudo certo. Como você tá?” perguntou, mordendo os lábios.
“Eu? Tô bêbado!” Niall respondeu simplesmente.
“Estamos todos!” Liam falou, tentando levar a caneca à boca, mas, como a segurava com a mão amarrada, , toda hora, puxava o braço para seu lado e ria.
“O que é isso?” franziu a testa e começou a rir, apontando para os dois.
O gelo deu uma quebrada e e Niall ficaram lado a lado na roda dos cinco, conversando e pedindo a Liam e que executassem provas com as mãos daquele jeito.
Todo mundo parecia meio alterado quando o pub começou a esvaziar. Zayn conversava com uma loira no fundo do pub, e ela parecia completamente derretida pelos olhos cor de chocolate dele. , Niall e passavam por baixo do braço amarrado de Liam e como se fosse “A dança da cordinha”, e Niall estava usando um pé do tênis, e o outro se encontrava em cima de um banco, porque, sem cadarço, ele saia de seu pé.
havia acabado de passar por uma altura bem baixa, que quase não conseguia fazer, porque quando agachava, quase caía, quando seu celular tocou.
“Onde você tá? Meu trem sai em duas horas... Posso ficar com você até lá?”
Lógico que era Aidan! Lógico que ela iria encontrá-lo! Despediu-se dos amigos e acenou à distância para Zayn, fazendo sinal de que ligaria para ele. O garoto fez que “sim” com a cabeça e sorriu.
“Você, , vai pegar o seu bofe gato!” falou, mole, e deu um tapa na bunda da amiga.
Ela riu e olhou para , meio desconfiada.
“Cuida dela... Tá fora de controle!”
“Eu? O encarregado por ela é o Liam!” falou, bebendo mais e rindo. “Você precisa de carona?”
“Não... Pegarei um táxi... Alguém tem que ficar aqui, cuidando dessa turma!”
As duas se abraçaram e saiu do pub.
“Menos uma concorrente.” Niall comemorou. “Vai, , abaixa direito!”
“Não quero mais...” Ela disse, tentando cruzar o braço. Claro que não dava. “Agora, vocês pulam no nosso braço!”
e Niall riram dela, e Liam tentou abraçá-la. Claro que não dava.
reapareceu, depois de sumir quase a festa toda, e Harry veio atrás, algum tempo depois, fingindo estar interessadíssimo em seu celular. Parou ao lado da amiga que xingava Niall.
“Olha sua meia, irlandês!” Apontava para a meia dele no chão e os dois riam de se acabar.
“Depois, eu jogo fora! Vou ter que comprar outro cadarço também...”
cutucou .
“Tô indo embora...” Ela falou.
“Tá. Ligo para você amanhã, antes do meu trem.” avisou.
“Tá certo!” sorriu e se despediu dos outros também.
As duas meninas se despediram e, assim que saiu, Harry levantou-se do balcão e foi atrás, dando um sorriso todo feliz a .
“Pera aí... É isso mesmo?” Liam perguntou, franzindo a testa ao ver o calouro.
riu e deu de ombros.

Louis e Eleanor andavam juntinhos pelas calçadas da cidade, em direção ao Monte Olimpo.
“...E ela tem me ensinado a desenhar também. Tem sido muito bom!” El contava a ele sobre seu estágio.
“Deve ser ótimo, como experiência. Eu faço estágio na universidade, mesmo, com um dos melhores professores do departamento, mas meu hobby é mexer nas coisas do dormitório... Pena que, normalmente, eu deixo alguma coisa estragada.” Louis encolheu os ombros, fazendo a garota rir.
“Lottie me contou das confusões... E de como você foi parar no terceiro andar...”
“Aquilo foi proposital!” Ele brincou. “O pessoal é muito mais legal lá...”
Os dois chegaram à porta da república e pararam. Louis colocou as mãos nos bolsos e sorriu.
“Sã e salva!” O garoto falou, e ela abaixou a cabeça, sorrindo. “Tive ordens expressas da pra cuidar bem de você...”
El mordeu os lábios e levantou o rosto.
“E por que ela disse isso?”
“Porque descobriu que eu... Quero cuidar de você.”
Os dois sorriram para o outro e Louis tirou as mãos dos bolsos, dando um toquinho nas orelhas de rena que Eleanor usava. Alguma coisa caiu em seu nariz e ambos olharam para cima. Começava a nevar. A garota estendeu a mão, e um floquinho pousou ali. Ela olhou, admirada, para Louis, sorrindo como uma menininha. Louis não podia esperar nem mais um minuto! Deu mais um passo à frente.
“Posso cuidar de você?” Ele perguntou, mexendo no cabelo de El.
Ela abaixou a mão e fez que “sim” com a cabeça, olhando hipnotizada para os olhos azuis do garoto à sua frente. Louis acabou com toda a distância entre eles e a beijou. Havia se perguntado quanto tempo demoraria a se apaixonar de novo, depois de ter terminado seu namoro, mas, talvez, certas coisas não tivessem um tempo determinado. Como ele planejaria que um anjo apareceria em sua vida? Uma garota tão linda e doce? Hannah não era assim... Hannah era sua versão feminina... Era um tornado!
Louis precisava da paz de Eleanor, de sua voz baixinha e delicada, do toque macio das mãos dela e de como o fazia feliz abraçá-la.
No fim, nem precisou usar o visco.

“Cadê o Niall?” perguntou a . “A gente o acha e vai embora.”
“Liam! Veja com o Murs se o Horan tá com eles...” pediu.
Os dois já não estavam mais amarrados, e Niall tinha sumido pelo pub ao ouvir o hino da JJJ mais uma vez.
O garoto fez que “sim” e sumiu até o fundo do bar. Voltou, fazendo que “não” com a cabeça.
“Olly acha que ele já foi...”
“Como? Ele já foi? Mas o tênis dele tá aqui ainda.” levantou o sapato do garoto.
começou a rir.
“Lesado!”
“Vamos fazer assim: eu deixo vocês em casa e vou atrás dele.”
Os dois concordaram e os três saiam do pub, que, àquela hora, já estava quase vazio.

e Liam estavam tendo dificuldade em ver o visor dos andares. Os dois, na verdade, tiveram dificuldade para chegar ao prédio, andar pelo hall e entrar no elevador, sem se esbarrarem, rirem alto ou darem alguns passos em falso.
“Aperta qualquer um!” Liam falou, batendo a mão no visor e se encostando para não cair.
Quando a porta abriu, ele se desequilibrou e caiu sentado no corredor. foi tentar segurá-lo e o puxou pela calça, que acabou parando em seu joelho.
“Caralho!” Ele deitou-se no corredor, gargalhando, com a calça no meio das pernas.
estava sentada dentro do elevador com a mão na barriga e chorando de rir.
“Shhhhh, Liam!” Ela falou, colocando as pernas no vão das portas para elas não fecharem. “Volta aqui!”
“Acho que vou dormir aqui!” O garoto ainda ria.
“Que dormir aí o quê?” levantou-se com dificuldade e saiu do elevador. “Dê-me a mão. Eu te levanto.”
“Você tá mais bêbada que eu, ... Vai nos derrubar! Deita aí... A leva a gente ao quarto!”
“A gente não tá no nosso andar, sem noção!”
“Não?” Liam abriu um dos olhos e olhou em volta. Voltou a gargalhar.
“Shhhhhh...” A garota fez de novo e estendeu o braço. “Vem, eu te levanto!”
Liam fez um esforço para ficar de pé também, subiu as calças e parou, apoiado de costas à porta do elevador, o que levou ao óbvio: assim que a porta se abriu, ele cambaleou e bateu com as costas na parede do fundo. correu em sua direção e entrou no elevador, antes que ele se fechasse. Apertou o 3 e se virou para o amigo.
Ele estava apoiado à barra da parede e a olhava de um jeito estranho.
“O que foi?” Perguntou, rindo.
Liam continuava encarando-a daquele jeito intenso. Levantou um dos braços e, sem dizer uma palavra, a puxou para perto e a beijou. sabia que queria isso desde sempre... Abraçou-o e correspondeu ao beijo na mesma intensidade. As mãos dele deslizavam pelas costas da garota e causavam arrepios por onde passavam. Diminuíram a velocidade do beijo e o pararam, ficando um tempo com os rostos muito perto, os narizes se tocando delicadamente. Liam deu mais um selinho nela e soltou uma risadinha alcoolizada. não sabia o que dizer, tinha sido pega de surpresa.
“Liam, eu...”
“Você é demais, sabia?” Ele repetiu o que havia dito na entrada do pub, e ela sorriu.
“Vem, preciso te colocar pra dormir...” O coração dela ainda batia tão acelerado que tinha medo de infartar a qualquer hora. Puxou-o pela mão para fora do elevador, e o garoto entrelaçou seus dedos.
Antes de entrar em seu quarto, Liam a puxou de novo e a beijou, segurando-a com uma mão em sua nuca, e outra, em sua cintura. Sussurrou “boa noite”, e voltou, meio flutuando, ao seu quarto.
Ficou deitada por um tempão, encarando o teto, sem conseguir dormir. Não conseguia parar de pensar nos beijos. O que aconteceria dali para frente? E, então, sentiu medo ao se lembrar da história de e Zayn. Será que ele esqueceria? Que acordaria no dia seguinte com ressaca demais e memória de menos? A única coisa que tinha certeza era que ela não queria esquecer.

ia devagar pelas ruas, procurando por um sinal de Niall, e o encontrou chegando em casa, um pé só com a meia. Devia estar congelando, pois estava começando a nevar. Parou o carro em frente à república e abaixou o vidro.
“Hey, Cinderela... Acho que você deixou alguma coisa no pub!” Falou, fazendo com que ele tomasse um susto e risse ao ver o tênis na mão de .
A garota podia simplesmente entregar o sapato e partir, mas precisava estar com ele, precisava de contato. Saiu do carro e foi até Niall.
Os dois caminharam até a entrada da JJJ e se sentaram no primeiro degrau, que era coberto.

“I've made up my mind
Don't need to think it over
If I'm wrong I am right
Don't need to look no further
This ain't lust
I know this is love but

But if I tell the world
I'll never say enough
'cause it was not said to you
And that's exactly what I need to do
If I end up with you”


“Preciso da sua ajuda!” Niall falou, entregando a ela o cadarço em seu bolso. “Não vou conseguir colocar no tênis nessas condições...”
Os dois riram e pegou o tênis e começou pacientemente a laçar o cadarço.
“Você tá melhor?” O garoto perguntou, parecendo estar mesmo preocupado.
“Estou, sim... Eu... Tenho uns problemas um pouco complicados e, de vez em quando, eles desabam na minha cabeça... Espero não ter te magoado.”
Niall deu de ombros e sorriu.
“Tá tudo bem. E desculpa se eu exagerei também. Eu não sou assim, acredite!”
“Eu sei que não... Às vezes acho que te conheço há muito mais tempo...” terminou com o tênis e entregou a ele, que o calçou.
“Também sinto isso com você... É estranho...”
Se Niall também se sentia assim, talvez tudo isso não fosse por causa de Danny. Talvez os dois realmente se conectassem desse jeito, porque sim, e pronto.

"Should I give up?
Or should I just keep chasin' pavements
Even if it leads nowhere?
Or would it be a waste
Even if I knew my place?
Should I leave it there?
Should I give up?
Or should I just keep chasin' pavements
Even if it leads nowhere?”


“Coloca o cachecol. Tá frio!” disse, apontando para o bolinho que o garoto trazia em mãos.
Ele deu uma risadinha e o colocou de qualquer jeito. Ela se virou e ajeitou o cachecol cuidadosamente. Niall não tirava os olhos dela. Respirou fundo, fazendo olhá-lo.
“Você não precisa se preocupar comigo...” Ele disse.
“Mas eu me preocupo. E é involuntário. É só porque quero estar sempre perto.”
“Você tá sempre por perto... Mas nunca parece ser perto o bastante...” Niall disse, respirando fundo de novo.
Por quê? Por que era tão difícil para ele abraçá-la e beijá-la? Por que ela parecia tão impossível? Estava ali, agora, a poucos centímetros de distância.
“Eu queria que fosse perto o suficiente, mas tenho medo de...” falava, mas ia perdendo a linha do raciocínio à medida que encarava os olhos do garoto.
“PORRA, HOOOOORAN! VOLTOU PRA CASA SEM O TÊNIS?” Murs e mais dois veteranos chegavam à JJJ.
quase pulou de susto e levantou-se. Niall parecia derrotado.
o trouxe pra mim...” O calouro disse, colocando as mãos nos bolsos e levantando o pé.
“Aê, ! Valeu!” Olly a abraçou, tirando-a do chão. “Vamos entrar, Horan, que eu não virei aqui descolar calouro congelado do chão, não!”
e Niall se olharam e ela acenou. Niall foi praticamente carregado para dentro, sem nem conseguir se despedir direito.
A má notícia era que, a partir do dia seguinte, teriam três semanas sem se ver.

“Should I give up?
Or should I just keep chasin' pavements
Even if it leads nowhere?
Or would it be a waste
Even if I knew my place?
Should I leave it there?
Should I give up?
Or should I just keep on chasin' pavements
Should I just keep on chasin' pavements?”

(Adele - Chasing Pavements)


Capítulo 11 - The heart never lies

Último dia do ano. acordou e deu de cara com um criado-mudo que não era o seu, mas, ultimamente, estava acostumada a vê-lo. Harry tinha um braço passado por sua cintura e o nariz perto da curva de seu pescoço. Ressonava e parecia dormir profundamente. Ela se levantou com cuidado, para não acordá-lo, pegou as roupas espalhadas pelo quarto e as vestiu. Teria que tomar banho e comer alguma coisa em casa, pois já estava atrasada para abrir a loja!
Harry se mexeu na cama e afundou o rosto no travesseiro, virando-se para ela depois.
“Hey... Bom dia!” Disse, sorrindo e coçando os olhos. “Aonde você pensa que vai?” Ele perguntou com a voz rouca e mais lenta que o normal.
“Trabalhar... Alguém tem que fazer isso, né?”
“Não... Trabalhar, não! Ninguém trabalha hoje!” Harry reclamou, fazendo rir.
“Trabalha, sim! O feriado é só amanhã.”
“A gente vai poder passar o dia na cama amanhã?” Ele perguntou, abrindo os olhos de novo e parecendo animado.
sentou-se na cadeira da escrivaninha para vestir os sapatos e olhou em volta. O típico quarto de um garoto parecendo mais uma zona de guerra. E o adolescente em questão ficava ainda mais irresistível pela manhã, com sono e o cabelo bagunçado. O engraçado era que, exatamente nessas horas, ela não se importava muito com a idade. O rosto de menino e a expressão de homem se misturavam perfeitamente nele e caiam bem.
“Vamos... Lá em casa, né?” Ela perguntou, levantando-se e pegando a bolsa.
“Isso. Sua cama é maior!” Harry respondeu, sorrindo largamente e levantando o braço, como se pedisse para que ela fosse até lá.
sentou-se na cama e foi puxada pelo garoto.
“Harry!” Gritou, rindo e tentando se soltar.
“Pronto. Agora, você não vai mais!”
“Larga de ser louco, moleque! Eu preciso ir! Tô atrasada!”
Harry estava sorrindo, de olhos fechados, e tinha uma expressão de quem aprontou.
“É cedo, ! Suas clientes socialites nem tão acordadas ainda!”
Ela riu ainda mais.
“Minhas clientes socialites tão dando a festa que a gente vai hoje, mal agradecido...”
“Você sabe perfeitamente que eu passaria o Ano Novo em casa... No quarto, pra ser mais exato.”
se virou e fitou os olhos verdes de Harry, e os dois ficaram um tempo em silêncio, se encarando. Ela aproximou seus lábios e lhe deu um beijo, e, depois, deixou que seus narizes ficassem se tocando.
“Você sabe que eu não queria ir, tanto quanto você não queria que eu fosse, mas sou uma ad...” Ela parou a frase, sem completá-la. Não gostava de lembrar que ela era adulta e ele era quase um adolescente.
Harry levantou as sobrancelhas.
“Uma o que?” Perguntou, desafiando-a.
aproveitou que ele havia afrouxado o abraço e levantou-se rápido.
“Uma administradora!” Respondeu e fez cara de esperta por ter saído dessa tão bem. “A dona da loja sou eu e ainda tô sem minha ajudante...”
Harry fechou a cara e fez bico.
“Então vai logo... Eu vou continuar aqui na minha cama quentinha.”
mostrou a língua a ele e chegou perto para dar um selinho no garoto, escapando, antes que Harry a agarrasse de novo.
“Até a noite, Styles...”
“Só se eu resolver ser legal com você, !” Ela o ouviu dizer quando iria fechar a porta e riu.

abriu o bilhete pela centésima vez e leu:

, precisei pegar o trem, antes de conseguir falar com você. Não era pra ter acontecido daquele jeito ontem. Queria conversar com você! Feliz Natal e até ano que vem! L.P.”
“Não era pra ter acontecido daquele jeito.”
“Não era pra ter acontecido daquele jeito.”


Quanto mais abria o bilhete que Liam pregara em sua porta, mais tentava sugar o que estava escrito ali, como se, numa dessas vezes, fosse abri-lo e encontrar algo novo lá. Mas não. Eram sempre essas palavras: “Não era pra ter acontecido daquele jeito ontem”. Como odiava essa frase! Como odiava pensar que ele havia se arrependido de beijá-la!
Depois, vieram as mensagens:
“Oi! Já chegou em casa? Posso te ligar?”
Que ela não respondeu.
? Você tá brava comigo, né? A gente precisa conversar...”
“BRAVA? Claro que não, Liam Payne! Eu passei a noite acordada, sorrindo que nem idiota para o teto, porque a gente tinha se beijado, pra ler que você se arrependeu na manhã seguinte!”, ela rosnava. E não o respondia.
“Ok. Já entendi! A gente se fala pessoalmente. Feliz Natal!”
“VAI À MEEEEERDA!” Ela gritou para o celular, assustando seus pais.
Seus pais, aliás, vinham sendo um problema à parte. Tinham dado livros a ela no Natal. Livros de Arquitetura... Livros sobre arquitetos famosos... Livros que só usaria nos últimos anos de faculdade. E, cada vez que ela os folheava, sentia um desânimo quase instantâneo.
Foi enquanto estudava para as provas que aquele sentimento começou. Sabia que ainda era muito cedo para ter certeza e não tinha conversado com ninguém sobre isso, mas, a cada noite mal dormida, estudando, se dava conta de que não era aquilo que queria para sua vida. Arquitetura era interessante, mas não a deixava apaixonada. Nos últimos dois meses, ao pensar na faculdade, o que a fazia sorrir eram os amigos que fizera lá. E as festas. E Liam. Aaaargh!
Então ela fechava o livro, embolava o bilhete do garoto, se arrependia, alisava-o de novo e o colocava embaixo do livro para desamassar. Depois, corria para o celular, para encher o saco de alguém que a entendesse. Tinha certeza que Jess, ou a matariam quando se encontrassem de novo.
E, apesar de estar “de mal” com o curso, ela contava os segundos para voltar.
Liam, por sua vez, continuava checando o celular com uma frequência beirando ao TOC. Ela tinha ficado mesmo chateada, não é? Ele entendia completamente... Tinha dado tudo errado. ELE tinha feito tudo errado, se precipitado! Brit se mexeu, impaciente com a coleira, querendo andar, e o garoto acordou de seus devaneios. Bom, teria que esperar. Era melhor, mesmo, que conversassem pessoalmente... Já estavam super lotados de erros de comunicação!

“Alô?!”
franziu a testa. Aquela não era a voz de , era de um garoto. Será que Harry tinha atendido?
?” Perguntou incerta.
“Alô?! ?” A voz masculina repetiu.
Não era Harry. Ela reconhecia o sotaque. Era Niall. Niall?
“Niall?”
“Oi? ?” Ele parecia não estar entendendo nada.
olhou para o visor do telefone e realmente estava escrito o nome do garoto. Onde estava com a cabeça?
Não respondam!
“Oi, Niall...” Ela falou, fazendo cara de “ops” e coçando a nuca. “Ai, desculpa... Acordei você? Eu, na verdade, iria ligar para a .”
Ele deu uma risadinha.
“Não tem problema! Eu tô na cama, sim, mas já estava acordado, assistindo futebol... Tá tão frio!”
“Como foi o Natal?” sentou-se com “perna de índio” no sofá, apoiando os braços nas pernas e o rosto nas mãos.
O fato de estar roendo as unhas significava alguma coisa sobre o que estava sentindo ao conversar com ele?
“Muito bom!” Niall respondeu empolgado. “Estava a família toda lá! Foi muito bom! Me diverti demais!”
“Eu imagino!” Ela disse, dando um sorriso enorme ao imaginar uma família de Nialls. “Mas, pera aí, ‘lá’? Você não tá em casa?” Perguntou, franzindo a testa.
“Voltei hoje, na madrugada. Era o voo mais barato...” Niall não parecia feliz, o que significava que ele devia estar mesmo aborrecido.
Era MUITO difícil ouvi-lo com aquele tom de desânimo.
“Você está na JJJ? Não acredito! Tem alguém aí? Você vai passar o Ano Novo sozinho?”
Não. Não era justo! Coitadinho! Era Niall! E ele era irlandês... Devia ser até pecado negarem uma festa, como a passagem de ano, para alguém como ele!
Niall riu, parecendo satisfeito com a preocupação que ela sempre demonstrava.
“Tem uns caras aqui... Gregory faz estágio na prefeitura e descolou uns convites pra gente pra uma festa chique aí...”
“O Baile de Gala da Primeira Dama? Niall, você, pelo menos, tem um terno?” começou a rir só de imaginar.
“Eu preciso de um terno?” Ele ria também, e sua dúvida fez a garota gargalhar.
“Precisa, Horan! Ou você achou que iria a uma ‘festa chique aí’ de calça jeans e boné pra trás?”
“Estava pensando em usar o boné pra frente, mesmo...” Brincou e os dois riram por mais um tempo. “Você não vem pra cá, né?” Niall perguntou, e quase podia ver suas bochechas ficarem vermelhas e seus olhos brilharem em ansiedade.
Ela mordeu os lábios.
“Tô em casa, Niall... Não tem jeito...”
“Ah...” Ele voltou ao tom desanimado.
Ficaram um tempo em silêncio.
“Bom...” disse. “Vou deixar você assistir ao seu jogo e ir alugar um terno.”
Niall riu.
“Feliz Ano Novo, ! Eu... Tô com saudade!”
A garota sentiu cada célula do seu corpo gritar que também sentia falta dele. Foi um sentimento bizarro! De repente, ela parecia sentir a saudade que também estava dele amplificada e multiplicada por 100.
“Também tô! Eu... Ligo quando voltar... E boa festa!”
“Obrigado, !”
Os dois desligaram e continuaram na mesma posição que estavam, ainda se perguntando se o que estavam sentindo naquele momento era realmente o que parecia ser. Amor é um treco engraçado!
se encostou no sofá e encarou o celular. Lembrou-se, então, de que tudo começou porque ela iria ligar para . Desta vez, se certificou de que estava ligando certo.
“Alô?!”
“Oi, !” cumprimentou animada. “Como você tá?”
“Tudo certo, e você? E aí na sua casa?”
virou a cabeça, observando a porta atrás do sofá.
“Tudo bem também... Como se eu nunca tivesse saído daqui.”
“Viu? Eu te falei que seria assim...”
“E o Styles?”
sorriu.
“Do mesmo jeito de sempre... Lindo!”
riu da amiga.
“Você tá TÃO apaixonada!” Zombou.
“Tô nada! Cala a boca!” disse, rindo também.
“Você não sabe o que eu fiz hoje!” sentou-se direito no sofá. “Fui ligar pra você e liguei para o Niall!” Ela riu, mas a amiga continuou quieta. “Ele tá aí, tadinho... Precisou voltar da Irlanda antes.”
ainda esperou um pouco, antes de começar a dizer o que iria dizer, porque tinha medo de estar equivocada, mas era tão óbvio!
... Pelo amor de Deus, acorda!” Ela soltou.
“Oi?” A amiga respondeu, sem entender o que tinha feito e o porquê estava tomando uma bronca de .
“Você tá me zoando com o Styles, mas tá completamente apaixonada por esse menino! Eu fiquei quieta por todo esse tempo, porque sei como esse assunto te assusta e como você é traumatizada, mas você está!” Ao perceber que não iria interrompê-la, continuou falando: “Eu vi o jeito como você olhou pra ele lá no corredor, o jeito como você fala dele, como ficava olhando pra pracinha quando Niall não estava lá... , você precisa parar de fugir da sua própria vida e de se trancar no passado!”
“Foi você quem me disse pra não me jogar do abismo...” Foi a única coisa que retrucou.
“Não, eu disse pra você tomar cuidado! Para não se apaixonar só porque ele te lembrava o Danny! Mas eu acho que esse não é o caso mais... Niall não é o Danny, ! E, desta vez, eu tô te dizendo isso como uma coisa boa!”
Era verdade. nem tinha reparado, mas já havia passado da fase de compará-lo ao ex-namorado. Agora, quando pensava em Niall, via, sim, as qualidades similares ao de Danny: a música; a risada e o jeito despojado. Mas Niall era mais inocente, se é que ela podia definir assim. Não havia a conquistado com olhares e sorrisos de lado, conversinhas ou joguinhos de sedução. se encantou por quem ele era... Como era autêntico... O jeito que falava animadamente sobre tudo, como parecia se dar bem com o campus inteiro e conversava de igual para igual com todo mundo... Niall não chegou com o pé na porta, fazendo-a perder a cabeça. Ele foi chegando devagarzinho e, quase sem fazer barulho, tomou conta de todos os pensamentos dela. A garota soltou o ar, dando-se por vencida. É... Ela não podia mais fugir do que estava sentindo.
?!” a chamou.
“De qualquer forma, não tem nada que eu possa fazer agora... Ele tá aí, e eu tô em casa...”
“Vem pra cáááá! Você não disse que ele tá sozinho? Vem ficar com ele!”
“Ele vai àquela festa que você vai... Não vai ficar em casa.”
“Melhor ainda! Eu arranjo um convite pra você ir! É isso! Você virá pra cá e encontrará o Niall na festa!” parecia ter sido ligada no 220V. Sempre ficava animada com essas coisas pensadas de última hora, mas não parecia compartilhar esse sentimento.
... Eu não vou. Não vou sair daqui! Prometi a mim e à minha mãe que este seria um feriado nosso.”
“Sua mãe será a primeira a te mandar vir, se eu bem a conheço...”
“Mas eu não vou pedir... Não posso ficar sempre me aproveitando da boa vontade dela, !”
bufou, impaciente.
“Você sabe que ela não ligaria. Você viria hoje e voltaria amanhã... Mas não vou mais insistir. Já disse que você tem que parar de se castigar pelas coisas que aconteceram. Já passou! Já foi!” Ela disse meio brava. Não aguentava ver a amiga assim. “Pensa bem, fala com sua mãe. Eu vou deixar seu convite com o porteiro do SPR.”
...”
“Chegou cliente, ... Tenho que sair. Até a noite!”
continuou encarando o celular. O que deveria fazer?
Ouviu um barulho, e a porta atrás dela se abriu, e sua mãe apareceu, sorrindo.
“Dormiu?” perguntou, e ela fez que “sim” e sentou-se ao seu lado no sofá.
“Você tá bem? Estava discutindo com quem no telefone?”
...” respondeu e engoliu em seco. Sua mãe tinha ouvido? “Mas você sabe como a gente é... Até nossas brigas são meio ridículas!”
Ela riu.
“E qual foi o motivo da briga?” Perguntou, e deitou-se nas pernas da mãe.
“Mãe... Acho que tô me apaixonando de novo.” Disse incerta.
“Já não era sem tempo!” Mrs. brincou e mexeu no cabelo da filha. “E qual é o problema?”
“O problema é que ele é mais novo. O problema é que eu tô morrendo de medo...”
“Filha, você é nova ainda! Faz dois anos que não se interessa por ninguém... Que se esconde!”
“Eu sei... E eu tô disposta a mudar isso desta vez. Mas quer que eu vá lá hoje. Eu não quero. Não posso te deixar aqui, cuidando de tudo de novo!”
“Você não quer? Ou está criando obstáculos?”
“Eu quero, mas...”
“Então você vai. Eu não ligo para o réveillon, , você sabe... Não é como se fôssemos festejar por aqui.”
As duas ficaram quietas por um tempo. A garota levantou-se das pernas da mãe e respirou fundo, coçando os olhos.
“Vou ver a Jo...”
E saiu, porque precisava ficar um tempo sozinha.

Zayn sorriu de lado, presunçoso, ao observar descendo do trem. Ela bufou e estreitou os olhos, porque odiava quando perdia uma discussão para ele.
“Eu sabia que você viria!” Ele falou quando ainda vinha em sua direção. Colocou a mão nos bolsos do sobretudo e tirou seu maço de cigarro.
“Não tinha ninguém da nossa turma lá... Teria que passar o réveillon em casa. Aí achei que uma festa de graça com open bar, ainda que envolvesse ficar olhando pra sua cara, seria a melhor opção.”
“Qual é, ?!” Zayn disse, acendendo o cigarro. “Você fez a maior cena no pub porque eu não iria para casa! Você ama ficar olhando para minha cara!”
A garota deu um empurrão nele, rindo.
“Nossa, Malik, como você é insuportááááável!”
Ele deu de ombros, como se a opinião dela fosse insignificante.
“Vai ficar no SPR ou em casa?” Perguntou, colocando as mãos nas costas dela para direcioná-la até o carro.
“O SPR tá vazio... Não vou ficar lá sozinha, não!” Então se virou para Zayn, e ele sorria de lado de novo. “E para de rir, seu ridículo! Eu só vou ficar na sua casa para não ficar sozinha!”
“Daqui a pouco, você vai dizer que vai dormir na minha cama também!” Ele tirou a chave do carro do bolso e apertou o alarme.
“Bom, no sofá é que eu não vou dormir...” respondeu e entrou no carro.
“Você pode dormir na sua cama... No SPR...” Ela nem respondeu. “Comprei um presente de Natal!” Zayn apontou para o porta-luvas.
A garota tirou um pacotinho quadrado de lá e o abriu. Era o Ten, seu CD favorito do Pearl Jam, que ela havia emprestado a um ex-namorado e ele não tinha devolvido. Zayn devia ser o único que sabia o quão chateada ela tinha ficado. Virou-se para olhá-lo, sorrindo de orelha a orelha.
“Você não fez isso!” Disse, incrédula. “Zayn, eu não comprei nada...” Ela disse com vergonha, mas Zayn sorria... E, desta vez, era um sorriso “normal” e era lindo!
“Você veio para cá, ver minha banda... Já é um presente para mim!” Ele respondeu, parecendo ser totalmente sincero sobre o quanto estava feliz por estar ali.
Ela sorriu e deitou-se no ombro dele.
“De vez em quando... Muito de vez em quando... Eu amo você, malinha.” Falou, e ele riu e aproveitou o semáforo para dar um beijo em sua testa.
“Também te amo. Mas só nos anos bissextos...” Os dois riram. “Mas e esse cara que você tá pegando aí... Só papo ou faz o serviço direito?”
“Caramba, Zayn! Como você é indiscreto!”
Pronto. Fim do momento ternura (eles sempre duravam pouco, mesmo).
“Como se você não me perguntasse essas coisas...” Ele disse, levantando as sobrancelhas.
Os dois foram discutindo até a casa de Zayn. Amavam-se, matavam-se... Era exatamente assim que funcionava!

Eleanor pegou o celular e sorriu. Era uma mensagem de Feliz Ano Novo de Lottie. Sentiu um friozinho na barriga... Talvez fosse hora de contar à garota que ela estava ficando com o Louis. Bom... Teoricamente, eles só ficaram uma vez, mas os dois vinham conversando todos os dias e parecia óbvio para onde o relacionamento deles caminharia.
“Feliz Ano Novo também, calourinha preferida! Um ano brilhante pra você! Que saudade! Como estão as coisas em Doncaster?” Digitou rápido e sorrindo, pensando em como entrar no assunto.
Ficou encarando o celular, ansiosa, enquanto aguardava a resposta:
“Um ano brilhante pra você também, El! Por aqui tá tudo certo... Estou matando a saudade do Lou, já que, incrivelmente, a gente quase não se vê no período letivo. E o melhor você não sabe! Hannah vai passar o réveillon com a gente!”
Hannah? Quem era Hannah?
“Ah, que bom! E, sim, vocês dois precisam dar um jeito de se ver mais enquanto estiverem em Saint Mary! E não só quando você quebra o braço! Hahaha... Hannah? Quem é?”
Já tinha ouvido Lottie falar dela, mas não conseguia se lembrar de quem era. A prima favorita? Amiga de infância? Só se lembrava de que era alguém que a garota gostava muito!
“Hannah! Já te falei dela... A ex-namorada do Lou! Eles terminaram no meio do ano, e eu ainda não consigo entender porquê. Eles são perfeitos juntos! E, agora, ela vem passar o Ano Novo conosco! Eles vão voltar! Eles TÊM que voltar!”
De todas as respostas possíveis, essa era a que Eleanor menos esperava. Continuou encarando a tela do celular, sem saber o que dizer. Lou tinha uma ex-namorada em Doncaster, passaria o réveillon com ela e, pelo visto, Lottie a adorava. Seu balãozinho de felicidade furou e saiu voando pelo quarto, indo se esconder em algum lugar que ela não podia achar.
“Poxa! Que legal, Lottie! E você acha que eles voltam? Algum indício?”
Mordeu os lábios, antes de apertar o send. Leu e releu a mensagem mil vezes, pensando se transparecia algum interesse a mais, mas achou que estava apenas parecendo interessada na história.
“Mais ou menos. Primeiro, eles se dão muito bem e não se veem desde que terminaram, o que pode ser bom. Segundo, ouço o Louis conversando e rindo, todo fim de tarde, com alguém, e parece ser uma garota. Acho que é a Hannah!”
Eleanor respirou, aliviada. Era com ela que Lou conversava e ria todo dia nesse horário, um indício a menos de que Lottie estava certa. Mas ainda tinha o fato de que eles passariam o réveillon juntos... E tinha todo aquele ritual do beijo à meia-noite. Ela não podia perguntar nada ao Louis... Não tinha o que cobrar e, teoricamente, nem tinha como saber de tudo isso. Teria que continuar jogando verde em Lottie para saber o que tinha acontecido. Sentiu um nó no estômago de ansiedade. Tinha tanta certeza de que tudo estava bem.
“Espero que aconteça o melhor por aí! Tenho que ir me arrumar, florzinha! Vou a uma festa aqui também. Divirta-se, hoje, e que Martin esteja aí para te beijar à meia-noite! Conseguiu falar com ele? Até mais! Beijos! El”
Teria que esperar, e isso a incomodava muito, mas não havia outra opção. Levantou-se e foi ao guarda-roupa, pensar no que iria vestir, ainda tentando descobrir se, em algum momento de suas conversas com o Louis, ele havia dado a entender que encontraria uma ex e que isso poderia mudar o que estava acontecendo entre eles. Seu celular tocou na cama, e ela achou que era a resposta de Lottie. Abriu um sorriso enorme ao ler a mensagem:
“Acho que não vou estar com o celular à meia-noite, então, desde já, te desejo um Feliz Ano Novo! E que eu esteja nele, tentando te fazer tão feliz quanto você merece! Queria estar com você quando o relógio batesse doze vezes, mas guardo um beijo para quando nos encontrarmos. Louis T.”
Hum... Acho que Lottie estava equivocada.

desceu afobada do carro, pegando a bolsa e correndo para dentro do SPR. Por que tinha que ser assim? Por que tanto drama? Tinha decidido, muito em cima da hora, que viria e agora estava atrasada! Checou o relógio de novo e percebeu que nem teria tempo para ficar vestindo e tirando mil vestidos, e achando que todos não eram perfeitos o bastante. Teria que ir com qualquer um, e isso a deprimia e a fazia pensar pela milésima vez se estava fazendo o certo.
Mandou uma mensagem para , mas tinha certeza de que ela não veria. não costumava ficar olhando para o celular quando estava em uma festa.
O porteiro sorriu ao vê-la e levantou-se.
“Feliz Ano Novo, minha querida!”
“Feliz Ano Novo, Mr. Anderson! deixou um envelope para mim com o senhor?”
Ele sorriu e abriu o armário.
“Um envelope e um embrulho gigante!”
franziu a testa. Um embrulho? O porteiro entregou a ela um envelopinho branco e uma caixa listrada de preto e branco com o símbolo da loja de . O queixo da garota caiu. Sua amiga devia ser uma espécie de fada madrinha, ou algo assim. Agradeceu ao senhorzinho e subiu correndo para seu quarto. A ansiedade quase incontrolável de ver o vestido que lhe dera. E do que estava por vir naquela noite.

conversava com alguém, a quem tinha sido apresentada, e ela não fazia ideia de quem era. Continuava olhando para a porta do grande salão, esperando por Harry, e mal ouvia a conversa. Sorriu ao ver Niall chegando, usando um terno preto e gravata verde, e sendo o espírito feliz que sempre parecia ser. Queria tanto que viesse! O garoto a viu também, abriu um sorrisão e acenou. Depois, olhou ao redor dela como se procurasse pela amiga.
“Então eu acho que tudo certo, né?” O moço perguntou, e voltou a olhar para ele.
“Perdão?”

estava sentada no cantinho do palco, com os pés balançando para fora, observando Zayn afinar o violão. Eles estavam dando um intervalo para voltarem ao palco logo mais e continuar seu show.
Era difícil não reparar em como ele estava bonito, até para ela, que parecia ser imune ao seu charme. Usava uma camiseta preta, jaqueta de couro e uma calça jeans justa, a barba por fazer e o cabelo milimetricamente despenteado. Os garotos da banda também estavam por ali, bebendo, conversando e olhando o movimento, mas Zayn era sempre muito quieto... Parecia totalmente concentrado na função de afinar seu violão e nada ali o perturbava.
“Hey, Malik!” Ela pulou do palco e foi até ele, tirando-o de sua bolha. Zayn levantou a cabeça. “Já decidiu quem vai beijar à meia-noite este ano?”
“Vou estar tocando quando der meia-noite... Por isso, a banda fez o intervalo agora.” Ele explicou, levantando-se e colocando o violão no suporte.
arregalou os olhos.
“Como assim? Por que fizeram isso?”
Ele deu de ombros e colocou as mãos nos bolsos.
“Não faço nem ideia, mas é isso... Bom, não tem ninguém aqui que eu queira beijar, de qualquer forma...” Zayn respondeu daquele seu jeito arrogante. “E você? Cadê o tal cara que você tanto fala? Quando eu vou conhecê-lo?”
fungou.
“Aidan está em casa... Só volta ano que vem, como todo mundo que é normal...” O amigo rolou os olhos. “É por isso que eu também não vou beijar ninguém à meia-noite. Ficaremos sem sorte nesse ano, Malik...”
“Já fomos melhores...” Zayn disse e checou o relógio.
Então, assim, de repente, se virou para a garota e a conduziu pela cintura até encostá-la no palco. olhou, assustada, para Zayn, e seu coração acelerou de uma forma estranha. Ele não disse nada... Era bem esse o jeito dele. Tirou uma mecha de cabelo do rosto dela e foi em sua direção para beijá-la. iria empurrá-lo, mas se lembrou de que precisava contar a como era. Não, isso era uma mentira deslavada. Zayn era irresistível! Como resistir aos olhos dele? Ou o sorriso? O formato do queixo, as mãos, o cheiro... E, merda, como resistir ao beijo dele? Ela passou os dedos pelo cabelo molinho do garoto e precisou repetir a si, algumas vezes, que não estava gostando TANTO assim. Porém, era meio difícil... Como poderia ter esquecido como era beijá-lo? Era simplesmente o melhor beijo de todos! E, bom, não era só o beijo... Era o jeito como ele abraçava e parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo e agora. Zayn não deixava nada a desejar ao que sua fama de sedutor prometia.
Quando eles se separaram, precisou respirar fundo, antes de começar a xingá-lo:
“Você tem merda na cabeça, Malik?!” Ela gritou quando Zayn afastou-se, indo buscar o violão.
“Nós ficaríamos sem a nossa boa sorte...” O garoto disse simplesmente, e teve vontade de matá-lo. “No resto da Europa já é Ano Novo.”
“Você é ridículo!” Ela continuava, muito mais alterada do que deveria. “Eu... Eu tô ficando com o Aidan!”
“Eu sei, , relaxa...” Ele disse, parando de frente para ela. “Não tô te pedindo em namoro, nem nada... Foi só um beijo... Achei que era uma coisa nossa: nos beijarmos no réveillon...” Ele completou e piscou, indo em direção à escadinha que levava ao palco.
queria matá-lo! Pensou em ir embora, mas se lembrou de que estava de carona com “aquele filho da puta”. E estava dormindo na casa dele também. Merda! Mas por que estava se incomodando tanto? Já tinham se beijado no ano passado e continuaram do mesmo jeito de sempre.
Era por causa de Aidan. TINHA QUE SER por causa de Aidan.
Zayn estava na beira do palco, girando a tampa de sua garrafinha de cerveja, o olhar perdido. Engoliu em seco ao pensar que, se não parasse com essas atitudes impulsivas, arranjaria problemas com sua melhor amiga. E com seu coração.

Harry a observava passar entre as mesas e conversar com todo mundo. Ficava ainda mais bonita e sexy toda séria e exercendo a parte empresária de sua personalidade. A única desvantagem era que a empresária nem olhava para ele. Tinha o visto chegar e sorriu discretamente em sua direção... E tinha sido isso.
Ele tinha dado sorte de ter encontrado uns garotos da JJJ e foi se sentar com eles. Os meninos eram muito legais e divertidos; o irlandês, inclusive, parecia ter prego na cadeira e não parava um segundo... Isso porque, segundo ele, estava triste porque não veria a tal garota por quem estava apaixonado. Imagina se estivesse feliz! Apesar disso, agora, Harry não conseguia parar de segui-la com os olhos, quase mendigando sua atenção. E continuava andando e bebendo champagne (era mais divertida quando bebia tequila), e conversando com caras que poderiam chutar a bunda dele, se quisessem.
Foi aí que o garoto percebeu o porquê eles estavam sempre se vendo em cantos e horários estranhos, nas férias ou na casa de um dos dois. Ela era , 27/28 anos (se recusava a dizer), dona da própria loja. Ele era Harry Styles, 18 anos, calouro de Direito. tinha vergonha dele!
“Tá tudo bem, cara?” O irlandês perguntou, colocando a mão em seu ombro.
“Tá. Tá, sim!” Ele respondeu, tirando os olhos dela e se virando para entrar na conversa de novo, e tentando não pensar na raiva e na decepção que estava sentindo naquele momento.
Ainda bem que havia encontrado os meninos e estava conseguindo se distrair. Depois de uma e mais cervejas, levantou-se, anunciando que iria ao banheiro, e saiu. Faltava pouco para a meia-noite, agora, e os meninos também se levantaram para irem ao terraço.
Estava andando entre as pessoas quando sentiu alguém puxá-lo para o corredor que dava para a cozinha. Era ela e, ao vê-la de perto, Harry quase se esqueceu de como estava bravo. usava um vestido branco lindo e o cabelo preso em um “rabo de cavalo” alto. Sorria para ele, feliz, e parecia uma menininha sapeca fazendo algo errado.
“Oi, meu amor!” Ela disse, dando um selinho rápido nele. “Precisamos nos beijar agora, antes que dê meia-noite, e eu esteja lá fora com a primeira dama, e...”
Harry deu um passo para trás, livrando-se das mãos dela.
“Você... Você é inacreditável!” Ele disse.
Se não fosse seu tom de voz, teria achado que era um elogio, mas sua expressão de raiva não deixava dúvidas quanto ao sentido do que ele havia dito.
“Harry?! O que houve?”
“O que houve? Houve que você me trouxe aqui para fazer papel de babaca! Eu não era seu acompanhante, como achei que fosse! Era por isso que você insistiu para virmos separados, não é? Você não tinha que estar aqui antes porra nenhuma!”
abriu a boca para dizer algo, mas não parecia saber o que dizer.
“Harry, eu... É complicado, eu...”
“Não é complicado. É muito simples!” Ele a interrompeu. “Você me quer, mas tem que ser do seu jeito, quando te convém, e ninguém mais pode saber! Não é por eu ser mais novo que serei seu brinquedinho! Para mim, não serve... Para mim, simplesmente, não serve!”
“Não é nada disso, Harry! Eu gosto mesmo de estar com você, mas é difícil para mim! Como eu vou te apresentar como meu namorado a essas pessoas?” Ela apontou para o lado de onde vinha a luz do salão. “Eles me julgariam para o resto da vida! São essas pessoas que compram na minha loja... Se elas não me respeitarem, não irão mais lá!”
“E qual é o meu problema, ? Eu não vou babar nessas pessoas! Eu não sou criança! Posso ser mais novo que você, mas não sou criança!”
nunca tinha visto-o bravo. Harry, normalmente, era a pessoa mais calma que ela já havia conhecido... Às vezes era até difícil para ela, já que, além de esquentadinha, era ligada no 220V. Mas a fúria em seus olhos chegava a intimidá-la. O garoto só não estava gritando para não chamar a atenção de ninguém, o que, na verdade, era muito legal da parte dele. Realmente, Harry não era criança.
“Desculpa, meu amor!” Ela tentou se aproximar, mas Harry deu mais um passo para trás.
“Você vai parar com isso? De me esconder?”
“Eu preciso de um tempo, Harry, para...”
Ele fez que “não” com a cabeça.
“Então eu não tenho mais o que conversar com você. Essa nossa brincadeirinha, ou o que quer que tenha sido pra você, acaba aqui.”
“Não, Harry!” tentou puxá-lo quando o garoto fez menção de voltar à festa. “Por favor, fica! O que eu te falei é verdade... Eu gosto mesmo de estar com você. Se você soubesse... Soubesse o quanto eu demorei a me abrir... Deixar alguém fazer parte da minha vida de novo...”
“Mas você não deixou, . Eu não faço parte da sua vida, se você tem vergonha do que nós somos...”
“Isso não é verdade.”
“Essa é a verdade que eu conheço. Se não for assim, simplesmente, não é...”
E, dizendo isso, Harry saiu do corredor com passos firmes, de cabeça baixa e sem olhar para trás. continuou encostada à parede, segurando o choro e tentando se manter inteira para conseguir voltar à festa. Precisava fingir que não estava sentindo nada... Como estava fingindo desde que havia chegado ali.

(Coloquem Under Control - Parachute para tocar)

“I turn my head
I can't shake the look you gave
And I'm good as dead
Cause oh those eyes are all it takes
And all I want is you

So I pull away
All I do is sit and wait
And I might as well write the words right on my face
That all I want is you, oh is you”


tentava manter a pose quando seu coração parecia prestes a sair pela boca. Parou na entrada do salão, examinando cada metro quadrado, à procura de Niall. E se ele tivesse resolvido não vir? E se tivesse passado mal de bêbado e não estivesse mais lá? E se estivesse com outra pessoa? E se... E se desse tudo errado de novo?
Ela olhou para o palco, e Zayn tocava uma música que ela não conhecia, mas que dizia muito sobre o que ela estava sentindo naquele momento.

“Because I've kept my heart under control
Oh but lately all this time has taken its toll
Said I tried to, but I can't hold back what's deep in my soul
So darling please forgive me
I want you and you'll just have to know…”


abriu a bolsa e tirou o celular para olhar as horas. Estava perto demais da meia-noite. Ela TINHA que achá-lo logo! Saiu andando em direção ao palco, à procura de alguém que pudesse ajudá-la. Zayn, lá de cima, franziu a testa ao vê-la, e se virou, vendo passar entre os convidados.
?!” Chamou-a, segurando-a pelo braço.
! Ajude-me!”
“O que você tá fazendo aqui?”
“Eu vim... Eu tô procurando...”
“Eu vi a por aí!” a interrompeu, apontando vagamente pelo salão. “Mas faz um tempinho que não a vejo.”
“Não, não... Na verdade, eu vim ver...”
“Zayn vai ficar feliz de te ver por aqui... Estava reclamando que não tinha em quem dar seu beijo de Ano Novo!” a interrompeu de novo, rindo. E, na verdade, sentiu certo ciúme de pensar na possibilidade da amiga beijá-lo, mas fingiu que aquilo não estava acontecendo. “Ah... E sabe quem mais tá aqui?”
mordeu os lábios e segurou nos dois ombros da garota para fazê-la parar de falar.
! Eu preciso achar o Niall!”
Era urgente. Era para agora!

“And all my fears creep and crawl across my skin and
These four walls are after me and moving in
And all that I want to do
Is give up, give in, let this one stay where it is
But I don't suppose I will…”


sorriu, porque era exatamente dele que falaria, porém estava prestando atenção no show... Não sabia onde ele estava.
“Ele tá aqui, mas eu não sei onde, ... Desculpa!”
“Não, tudo bem...” a soltou, começando a ficar sem esperanças. Onde aquele irlandês filho da mãe tinha se metido? Quando ela mais precisava, não esbarrava nele! “Vou continuar procurando...”
“Se eu o ver, aviso que você está procurando-o!”
“Obrigada, ! Feliz Ano Novo!”
“Feliz Ano Novo, ! E boa sorte!”
Ela sorriu para a amiga e saiu andando, procurando... A porta para o terraço estava aberta, era o único lugar em que não tinha ido ainda. Quando chegou à porta, uma rajada de vento passou por ela, fazendo-a se lembrar de que era dezembro... E ela havia tirado seu sobretudo na entrada. Seria bem melhor se Niall não estivesse ali, mas é claro que o destino não seria bonzinho assim!
O garoto estava de costas, de terno e com as mãos nos bolsos. Ria daquele seu jeito exagerado para os meninos da república, que faziam palhaçadas perto da sacada. O coração de acelerou de novo, e ela respirou fundo.

“Because I've kept my heart under control
Oh but lately all this time has taken its toll
Said I tried to, but I can't hold back what's deep in my soul
So darling please forgive me
I want you and you'll just have to know…”


Quando daria mais alguns passos em direção a ele, uma garota veio, rindo, e Niall passou o braço ao redor dos seus ombros. MAS HEIN? Sabia que não deveria ter vindo... O que estava fazendo ali? Tinha dito a ele que não queria nada... Tinha dito que não daria certo! Era confusa demais para tudo aquilo. Deveria ir embora e deixá-lo em paz... Era o que disse que faria, não era? Além de tudo, estava um frio do caramba! Deveria ir embora, se enfiar embaixo de mil cobertores! Deu um passo para trás, sem se virar, e escutou um grito. Tinha pisado no pé de uma senhorinha com seu salto agulha.
“Olha aonde você tá indo, menina!” A velha gritou, e o senhor que a acompanhava olhou para , recriminando-a.
“Desculpa! Desculpa!” A garota dizia, tentando reconfortá-la.
Os dois saíram, xingando, até sua décima geração, e mordeu os lábios, quase rindo de sua desgraça.
Virou-se para olhar Niall, uma última vez, mas, desta vez, o garoto a encarava e parecia perplexo. A menina ao seu lado, por sua vez, parecia bem brava. Quando Niall se deu conta de que realmente estava vendo quem achava que estava vendo, abriu um sorriso enorme, um sorriso lindo! estava tão linda! Parecia um anjo! Estava usando um vestido prateado de manga comprida. O cabelo caia cacheado em seus ombros. Foi até ela.
“Você... Você veio! Você tá aqui!” Ele estava radiante. não pôde deixar de sorrir também. Estava errada! TINHA que estar ali, TINHA que estar com ele! “Você veio com a ? Eu a vi lá dentro, mas não te vi!”
“Eu cheguei agora... Vim correndo.” Ela respirou fundo de novo para tentar controlar sua respiração, seu coração, seu cérebro...
Nenhum dos dois sabia o que falar. Era isso! Era este o momento! Eles continuavam se encarando, sem saber muito bem o que dizer ou como agir. Uma gritaria ao redor deles era a contagem regressiva. Niall sorriu e pegou uma de suas mãos, entrelaçando seus dedos e a levando para perto da sacada. Assistiram o começo dos fogos lado a lado, ainda de mãos dadas.

“One of these days I'm gonna find myself a way
I'll find the courage and I'll find the grace
And I'm gonna know just what to say
And you'll walk on up, when you want this love
When you've had enough and you've given up…”


Os olhos de Niall se iluminavam com a claridade dos fogos e havia um sorriso satisfeito em seus lábios. parecia nem sentir frio ao admirar como ele parecia ainda mais bonito, mas precisava falar. Era ela quem tinha que dar aquele passo. Tinha sido ela a afastá-lo. Era hora de trazê-lo de volta.
Soltou sua mão da dele, fazendo com que o garoto abaixasse o rosto para encará-la. se prostrou de frente para Niall e respirou fundo, talvez pela vigésima vez naquela noite.
“Sabe qual foi meu desejo pra este Ano Novo?” Perguntou. Sua estava fraquinha, e ela tremia (mas podia ser de frio)...
Niall sorriu e fez carinho em sua bochecha com o polegar.
“Você ainda tem um último pedido... Dizem que um pedido de Ano Novo feito a um duende irlandês se realiza ainda mais rápido!” Falou daquele jeito brincalhão que já estava acostumada a associar a ele. E gostar ainda mais dele quando agia assim.
“Eu desejei não ter mais medo. Desejei não deixar de viver... Não afastar as pessoas. Eu quero ser mais corajosa, Niall! E... Eu desejei que você ficasse comigo!”
E, neste momento, ela viu que tinha feito tudo certo. Ainda não sabia se essa certeza vinha do sorriso de Niall ou de seus braços, que, agora, a envolviam, ou de como ela precisou deixar de olhá-lo quando fechou os olhos para sentir os lábios do garoto nos seus. Mas estava certa, porque, no momento em que se beijaram, não havia mais Danny ou os problemas do passado e do presente. Eram os dois, e a conexão que tinham ia além das brincadeiras e das conversas (e do amor pelo álcool)... Ela o beijava, sorrindo, porque, há muito tempo, não se sentia tão viva, ou desejada, ou querida. Niall era a luz (verde) que vinha do fim do túnel... Era o que ela tinha esperado por muito tempo!
Quando se separaram, os fogos já haviam acabado e as pessoas voltavam para dentro do salão, fugindo daquele tempo horrível. Os dois, porém, estavam bem ali. Niall sorriu mais uma vez e suas bochechas começavam a ficar ainda mais rosadas de frio. Foi a vez de passar o polegar por elas, sorrindo também.
“Só uma coisa...” disse, e ele parecia prestar total atenção. “Último pedido, uma ova! O dos Beatles não era um pedido! Eu tenho mais um!”
O garoto, que, até então, estava sério, soltou uma de suas gargalhadas, fazendo-a rir também. Niall voltou a examinar cada detalhezinho do rosto dela.
“Quantos você quiser... Mais um pedido, mais dois... Eu vou realizar todos!” sorriu e aproximou-se para beijá-lo novamente. “Mas, se você pedir um copo, perde tudo o que pediu antes!”
A garota riu, e ele a abraçou de novo, trazendo-a para perto e a beijando mais uma vez.
Não havia um jeito melhor para o ano começar!

“I've kept my heart under control
Oh but lately all this time has taken its toll
Said I tried to, but I can't hold back what's deep in my soul
So darling please forgive me
I want you and you'll just have to know.”


Capítulo 12 - I’ve got you

rodava de carro pela cidade, sem saber muito bem o que fazer, ainda atordoada, ainda aflita. Harry tinha saído da festa, assim que a deixou, e não atendia suas ligações. Ela também não queria voltar para casa e se deitar na cama em que os dois haviam combinado de passar o primeiro dia do ano juntos. Podia ir até o SPR, atrás dele. Podia... Então se lembrou de que não estava sozinha na cidade. estava lá, tinha mandado uma mensagem! Será que ainda estava na festa? Será que estava com Niall? Bom, se Deus quisesse, ela estava com Niall, e eles tinham se acertado, finalmente! Mas poderia esperar na cozinha, comendo os cookies da solidariedade.
Virou o carro e foi em direção ao dormitório. Lutou contra sua vontade de apertar o “4” no elevador... Seria pior se descobrisse que Harry não estava lá... Seria pior se eles brigassem mais. Falaria com ele no dia seguinte. Agora, precisava da melhor amiga.
A porta do elevador se abriu, e ela sorriu com a imagem que via no fundo do corredor: Niall estava de costas para ela, beijando , que desaparecia atrás do garoto. Ela não queria interromper e pensou em dar um passo para trás, mas eles já tinham se separado, e a amiga, agora, franzia a testa.
?! O que você tá fazendo aqui?” E, ao perceber seus olhos vermelhos, exclamou: “O que houve?”
sorriu para Niall, que exibia um sorrisão que dava a volta no rosto. Ele era a definição de “felicidade” naquele momento.
“Ah, vocês dois!” Ela disse e limpou as lágrimas, que caiam em seu rosto. “, a gente conversa amanhã, tudo bem?”
se soltou do abraço de Niall e foi até ela.
“O que foi? O que aconteceu?”
“Nada... Nada...” Ela tentou sorrir para não preocupar a amiga. “Aproveita sua noite. Vocês dois merecem! Liga para mim amanhã quando acordar!”
, eu já estava indo embora...” Niall veio andando em direção a elas. “Não vai embora, não!”
“Eu não quero atrapalhar...” Respondeu, fungando.
“Você não tá atrapalhando. Niall estava mesmo indo embora...” olhou para ele e os dois sorriram de um jeito bonitinho. Então ela abriu sua bolsa e tirou uma chave de dentro, entregando-a a . “Toma. Vai entrando no meu quarto, colocando um pijama e preparando chocolate quente pra gente. Eu vou levar este moço lá embaixo e já volto!”
A garota fez que “sim” com a cabeça e olhou, agradecida, para os dois, que foram de mãos dadas até o elevador, enquanto ela ia ao quarto de .
“O que você acha que houve?” Niall perguntou enquanto eles desciam no elevador.
deu de ombros.
“Não sei... Até onde eu sabia, estava tudo bem. Ela... Ela estava com alguém?”
Niall estreitou os olhos, tentando se lembrar.
“Na verdade, eu a vi andando muito e conversando com umas quinhentas pessoas...” O elevador se abriu, e os dois saíram e caminharam até a porta. Niall se virou de novo para ela, e chegou mais perto. “Você vai mesmo embora amanhã?”
A garota deu um sorriso triste e fez que “sim” com a cabeça.
“Preciso ir... Só vim porque você é um irlandês muito persuasivo!”
Niall riu e deu um selinho nela.
“Ainda bem que você veio! Quando volta?”
“Semana que vem... Você vai ficar aqui até as aulas começarem?”
“Vou... Mas não se preocupa! A JJJ continua cheia e barulhenta, como sempre!” Ele disse. “Posso te ligar enquanto você estiver em casa?”
“Claro que pode!” Ela respondeu, fazendo-o sorrir. “E eu vou errar o número da mais vezes!” Brincou e piscou.
Os dois riram.
Era óbvio que não queriam se despedir, mas estava lá em cima, e Niall ia andando naquele frio para casa. Precisava ir logo! Os dois se separaram e mordeu os lábios.
“Então... Até semana que vem?!”
Niall fez que “sim” com a cabeça e deu dois passos em direção à porta, mas voltou e a abraçou de novo, levando-a até a parede do elevador e beijando-a uma última vez.
“Até semana que vem!” Disse, rindo e se despedindo da garota.
continuou encostada à parede, com o coração na mão e sorrindo feito uma idiota. Então se lembrou de e correu para chegar ao seu quarto o mais rápido possível!
Assim que chegou ao seu quarto, o sorriso de desapareceu. A amiga estava deitada na cama, usando seu roupão, e chorava silenciosamente enquanto mexia no celular.
“Hey, durona, o que houve?” Perguntou, indo até à cama e se deitando ao lado dela.
“Eu sou uma idiota! Foi isso que aconteceu!”
“Foi o Harry, certo? Ele não foi à festa? Fez alguma coisa?”
fez que “não” com a cabeça e secou os olhos.
“Fui eu, ! Foi eu quem errou! Ele ficou bravo porque eu o ignorei!”
Ela franziu a testa.
“Você fez o que?”
“Ignorei-o durante a festa. Passei o tempo todo tentando não sorrir para ele, não ir até lá e irritá-lo de alguma forma, não conversar com ele... Eu, simplesmente, fingi que Harry não estava lá.”
“E por que você fez isso? Vocês brigaram antes?” Ainda estava difícil para entender a situação.
deu uma risadinha irônica.
“Não. Estava tudo ótimo... Eu dormi aqui, com ele, de ontem pra hoje, e a gente ia ficar em casa, juntos, amanhã...”
coçou a testa, ainda perdida.
“O que aconteceu, então? Vocês não foram à festa juntos? Não estavam juntos?”
, como você esperava que eu apresentasse um garoto de 18 anos, como meu namorado, a Primeira Dama? Àquelas nojentas, que são quem compram na minha loja? Aos empresários daqui? Às pessoas que se sentam comigo à mesa de café da manhã toda quarta pra decidir o futuro do comércio da cidade?”
A amiga não sabia o que responder. Ela estava certa e errada ao mesmo tempo. Apesar de achar que Harry não a envergonharia (e, na verdade, encantaria, pelo menos, a ala feminina de quem tinha tanto medo), também sabia que essas mulheres eram o tipo de pessoa que fica só esperando alguém andar um milímetro fora da linha para transformar em pauta. Quem assistia de fora, até achava que elas eram juízas da Inquisição. E santas.
“E aí, ele ficou chateado...” tentou completar.
“Chateado? Chateada estou eu. Harry ficou uma fera! Eu nunca nem conseguia imaginá-lo bravo, mas ele estava querendo me matar... E com razão, eu sei.”
... Eu nem sei o que te falar, porque te entendo, mas entendo o lado do Harry também... Você não tem que se envergonhar dele ou de estar com ele!”
“Ele acha que eu só queria me aproveitar dele, sabe? Como se o que a gente tinha fosse sem compromisso...”
“Bom, não é como se você estivesse tentando demonstrar o contrário...” falou, se encolhendo, mas não ficou zangada.
“Eu sei que sempre dizia que não era nada e que eu não estava me envolvendo... Mas quando estávamos só nós dois era diferente, ! Ele sabia que eu estava sentindo o mesmo que ele. E, de repente, ele não acredita mais nisso... Não consegue me entender!”
“Coloque-se no lugar dele... O cara por quem você tá apaixonada te chama pra uma festa, mas nem liga pra você, porque tá muito ocupado, tentando impressionar o resto do salão. Você também ficaria louca de raiva, não ficaria? Desconfiaria se ele dissesse, depois disso, que está, sim, apaixonado por você!”
não respondeu. Ao invés disso, cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar de novo.
levantou-se e a abraçou.
“Eu trabalhei muito pra chegar até aqui, pra ver essa gente torcer o nariz pra mim por um motivo idiota, ! Não agora. Não quando eu, finalmente, sou respeitada!” Ela disse, tentando parar de chorar. “Mas, por causa disso, eu perdi o Harry... O primeiro cara, em anos, que fez com que eu me sentisse desse jeito de novo!”
“Você não o perdeu! Mas vai precisar se livrar desse medo de não agradar as pessoas! Você namorar ou não um garoto mais novo não muda nada da sua vida profissional!”
“Para essas pessoas, interferem... Eu não posso escolher o amor, entre amor e trabalho!”
“Não tem que ser uma decisão de exclusão, !” estava exasperada.
Ainda que entendesse a amiga, não compreendia o porquê ela estava sendo tão teimosa.
A amiga fez que “não” com a cabeça e cobriu o rosto de novo.
“Eu não quero mais pensar nisso! Eu quero sumir! Sumir!”
a abraçou mais forte.
“Você vai pra casa comigo, mocinha. Eu não vou te deixar aqui sozinha!”
“Não posso ir... Tenho que abrir a...”
Mas não conseguiu completar a frase.
“Você pode me obedecer, uma vez na sua vida, ?” a interrompeu, mas estava só tentando descontrair. “Você vai comigo pra casa e vai ficar lá, pelo menos, 3 dias, descansando e se distraindo!”
“Não posso! A loja só fica fechada amanhã...”
“Você vai morrer de fome se passar dois dias com a loja fechada? Não, não vai! Então pronto! Tá decidido!”
relutaria, mas estava desesperada para correr para longe e se esconder. Sorriu, grata, para a amiga.
“Deus abençoe esse irlandês que te trouxe aqui hoje!” Falou, fazendo rir. As duas se deitaram de novo. “Conte-me como foi! Preciso de uma alegria pra minha noite de Ano Novo!”
sorriu, mas ainda estava preocupada com ela.
...”
“Tá tudo bem. Não quero mais pensar na minha vida, hoje, mas quero pensar na sua! Conte-me tudo!”
“Para começar... Obrigada pelo vestido!” disse, levantando-se da cama e parando de frente para a amiga, como se estivesse posando para uma foto.
bateu palmas.
“Ficou lindo em você! Nada como o vestido perfeito para a noite perfeita!”
, então, deitou-se de novo e começou a contar sobre sua noite com Niall. sorria e ria da história, e, vez ou outra, impedia que uma lágrima caísse de seus olhos. Alguns capítulos começando, e outros, terminando. Não havia, mesmo, como prever a vida, não é?

Domingo à noite, véspera do recomeço do ano letivo. As meninas estavam sentadas na cama de , ao redor do pote de cookies, contando as fofocas do final do ano:
“Mas, , não é possível! É o Liam! Ele não pode ter sido cuzão assim!” falou. “Você deveria ter atendido quando ele te ligou...”
“Eu estava com muita raiva! Acho que eu iria gritar demais com ele... Na verdade, eu ainda estou. Tô torcendo pra não encontrá-lo hoje!” Ela respondeu.
“Não, vamos começar do começo!” falou, deitando-se no colo de . “Ele disse que tinha se arrependido?”
recitou o bilhete que Liam havia deixado em sua porta. Tanto tempo lendo e relendo, já sabia seu conteúdo de cor.
“Hum...” Fez , pela centésima vez. Ela e já haviam tentado interpretá-lo de diversas outras maneiras... E lá estavam de novo.
“A única explicação é que eu fui colocada na friend zone, e ele, agora, tá preocupado de ter estragado nossa amizade... Eu estava bem, antes de ele me beijar! É lógico que eu estava a fim dele, apesar de tentar esconder...”
“Ainda não me conformo de você não ter contado a gente!” a interrompeu, e concordou.
olhou para a amiga, querendo passar um “falei pra você não mexer nisso!” por telepatia.
“Eu estava com medo!” se justificou, rindo de nervoso. “Eu achava que ele ainda gostava da Dani e, bom, pelo jeito, eu estava certa, né?” Ela abaixou a cabeça, e as três meninas foram abraçá-la.
High-five da depressão, !” falou, batendo sua mão na da amiga. “Mas, no meu caso, a culpa foi minha, então...”
é outra que estava escondendo o jogo!” zombou.
era a única que sabia... Na verdade, o problema foi este, mesmo: ter escondido tanto...” Ela respondeu, dando de ombros, com um olhar triste.
“Não conseguiu falar com ele ainda?” perguntou, e ela fez que “não” com a cabeça.
“Ele não me atende... Acho que voltou pra casa. Não estava na academia ontem...”
“Harry é aquele do andar de cima, né?” fez cara de dúvida.
“O que eu tirei no ’Catch me if you can’?” falou, e fez que “sim” com a cabeça.
Foi a sua vez de receber um abraço do grupo.
“Ai, como a gente é derrotada!” riu, e as meninas a acompanharam. “Bom, a , não... Alguém tem que carregar o time nas costas!”
“Ah...” Falou, abrindo um sorrisão bobo. As meninas soltaram um ‘aaaaawn!’ “Tô parecendo uma adolescente, gente...”
“Niall é mesmo muito legal, né?” disse, sorrindo para ela, e se derreteu.
“Ele é lindo!” Falou, fazendo as outras se olharem, felizes por ela. “Não sei se estou mais apaixonada pelo sotaque, o furinho no queixo, as bochechas rosas, aquela coisa meio leprechaun dele ou a risada... Ai, como eu tô ridícula! Alguém dê-me um tiro!” Tapou o rosto com as mãos, e as três gargalharam.
“Tudo bem, !” falou, dando um tapinha em sua perna em que estava deitada. “Você merece!”
e concordaram.
“Aliás, , e o Aidan?” perguntou, curiosa, servindo-se com mais um cookie.
“Preciso contar uma coisa a vocês!” A amiga mordeu o lábio inferior, não respondendo a pergunta. “Zayn me beijou no réveillon!”
quase caiu da cama, e arregalou os olhos.
“COMO É?” Elas gritaram.
riu.
“Eu fui zoar que ele não teria um beijo à meia-noite, e ele me beijou...” Explicou meio envergonhada.
“Mas e aí?” perguntou. “Rolou alguma coisa depois?”
“Não, foi só um beijo. Eu até dormi na casa dele, nesse dia, e nada aconteceu.”
“E o Aidan?” indagou.
“Vocês estão fazendo as perguntas erradas!” levantou a mão, interrompendo-as. “, agora, você pode responder se ele tem pegada ou não!”
As quatro caíram na risada, e ficou vermelha.
“Tem. Tem, sim, !” Falou, ainda rindo. “Ô se tem!”
“Tem cara, mesmo...” disse, e as outras duas concordaram fervorosamente.
“Mas, enfim... Aidan volta hoje, e tudo volta ao normal...”
Era o que esperava, porque seu cérebro, de vez em quando, a deixava nervosa, fazendo-a assistir de novo a um replay de seu beijo em Zayn, e isso não era legal.
“Então o placar geral do fim do ano foi 2x2. Dois foras e dois bofes laçados!” contabilizou. “Precisamos melhorar isso, time!”
“3x2, na verdade!” corrigiu. “Eleanor e Louis ficaram no dia da festa do pub!” Ela lembrou, sorrindo, e as meninas fizeram o mesmo.
“Ah, verdade!” bateu palmas. “Aliás, faltou ela aqui!”
As meninas concordaram.
“El chegaria hoje à noite, só...” explicou. “Nem sei se já está aqui.”
“A gente chama na próxima! Precisamos de mais histórias belezinhas...” falou. “Eu adorei nossa horinha da fofoca, aliás! Isso precisa virar um evento semanal!” Exclamou.
As três, visivelmente, compartilhavam da mesma opinião. A diferença de idade entre elas não fazia muita diferença; afinal, garotas serão sempre garotas, não importa em que faixa etária estejam. Para e era divertido ver que o terceiro andar ainda era o mesmo segundo lar de antes. O lugar onde sempre havia alguém para dividir as alegrias e tristezas.
Continuaram contando mais “causos”, até se lembrarem de que as férias haviam chegado ao fim e, no outro dia, todas acordariam cedo. Despediram-se e foram dormir.
ouviu barulhos no quarto da frente e bufou ao se dar conta de que Liam tinha chegado, mas não tinha ido falar com ela.

El descia para tomar o café da manhã e vinha ansiosa, à procura de Lottie. Sabia que não precisava se preocupar, pois ela e Louis estavam bem, mas precisava saber o que havia acontecido no réveillon. Assim que chegou à cozinha, a caloura sorriu ao vê-la e acenou.
As duas se abraçaram e El sentou-se ao seu lado.
“Que saudade de você, calourinha! Não tinha ninguém pra reassistir e comentar Gilmore Girls comigo!”
Lottie concordou com a cabeça.
“Eu sei! Não é a mesma coisa quando a gente não tá assistindo juntas e em tempo real!”
“E como foi em casa?” Eleanor perguntou, tentando parecer apenas educadamente interessada.
A garota abriu um sorrisão.
“Foi ótimo! Acabamos passando uma semana na Escócia, depois do réveillon! Só eu, minhas irmãs, minha mãe e Louis... Fizemos uma dessas viagens turísticas, Lago Ness e tal...”
El já sabia disso. Havia passado algum tempo sorrindo para uma foto de Louis encostado numa escultura da Nessie.
“Deve ter sido ótimo! Quero ver as fotos depois! Estão no seu notebook?”
“Estão sim!” Disse Lottie e depois checou o celular. “Tô esperando uma mensagem da Hannah... Ela disse que me avisava quando chegasse a Manchester. Ouvi dizer que a estrada está bem ruim por causa do mau tempo.”
“E... E aí? Louis e Hannah?” El apoiou o rosto nas mãos e tentou esconder sua curiosidade gigante.
Lottie bufou.
“Você não sabe!” A garota exclamou, soltando seu sanduíche no prato com força. “Ele está ficando com alguém! Alguém daqui!”
“Da-daqui, da república?” Eleanor gaguejou.
“Nããão, daqui, da universidade!” UFA! “Ouvi Lou falando que estava louco pra voltar, que ligava quando chegasse e que eles tinham que se ver o mais rápido possível a alguém. Ele tem alguém aqui, El. Você tem que me ajudar a descobrir quem é essa garota que tá com o meu irmão!”
“Mas... Mas, Lottie...” Eleanor não sabia o que fazer, nem o que dizer. “Talvez ele esteja feliz com essa nova garota... Não era pra ser ele e Hannah! O importante é que os dois continuam amigos e que ela continua gostando de você como antes...”
A garota fazia que “não” com a cabeça vigorosamente.
“Hannah ainda gosta dele e os dois só não voltaram por causa dessa menina!”
Eleanor engoliu em seco. Lottie parecia realmente ter raiva da “nova garota” do irmão.
“Ela te pediu para descobrir quem é a menina?”
“Não... Estou fazendo isso por mim. E você tem que me ajudar, El! Você conhece as meninas do terceiro andar, além da ! Será que é uma delas? Você já viu alguém diferente por lá?”
“Não... Não é nenhuma delas...” Deveria falar? Ou deveria esperar e conversar com Louis? Afinal, ele também não havia contado nada a ela.
“A gente precisa descobrir! Precisa!” Lottie repetiu, voltando a comer, e Eleanor deixou o assunto morrer.
Nem conseguiu tomar café da manhã mais, pois estava com o estômago embrulhado.

trabalhava em seu computador, e Niall estava deitando em sua cama, mexendo no celular.
“Tá terminando aí?” Ele perguntou.
“Falta só um pedacinho.” Respondeu.
“Deita aqui comigo, depois...” Niall chamou, fazendo-a sorrir.
olhou para o artigo que escrevia e constatou que tinha trabalhado o suficiente naquela semana. Levantou-se e foi até lá, dando um beijo no garoto. Depois, deitou-se ao seu lado, apoiando a cabeça no ombro dele e entrelaçando suas mãos.
“Como foi sua semana?” perguntou.
“Muito boa. O pai do Carl veio pra cá, e ele é muito engraçado! Foi ao pub com a gente, pagou a nossa conta e tudo!” Ele contou, animado. “Teve uma mega briga lá... Acho que eram uns caras do time de Rugby... Ou da Engenharia, não sei direito. Na Irlanda, não tem caneca de vidro e dardos exatamente por isso! Foi feio...”
Ele estava empolgado, pois dorava contar coisas! Niall Gump, o contador de histórias.
“Mas era alguém conhecido? Alguém se machucou muito?”
Niall riu.
“Vou te confessar que eu não estava enxergando muito, viu?” Contou, e riu. “Mas acho que não... E você, tudo certo em casa?”
O coração da garota deu uma apertadinha. Niall perguntava genuinamente interessado, sem nem saber qual era o “problema” que ela tinha em casa.
“Tudo certo. Mas estava louca pra voltar...” Falou, e ele abriu um sorriso.
“Também estava louco pra você voltar...” Concordou e deu uma tossidinha. “Hum... ?”
Ela virou a cabeça para poder olhá-lo.
“Diga.”
Niall sorriu.
“Você quer sair comigo?” Perguntou, e franziu a testa. “Quer dizer, ainda não tivemos nosso primeiro encontro.”
“Niall!” A garota riu. “Você acha que precisa disso? Nós ficamos no réveillon, seu violão tá aqui desde quarta, você tá deitado na minha cama...” Ela ergueu a cabeça. “Aliás, tira esse tênis agora!”
O garoto gargalhou daquele seu jeito típico e colocou os dois pés para fora da cama, tirando os sapatos e empurrando-os pelo calcanhar.
“É, eu sei... Mas seria legal, não seria? É mais... Oficial.” Explicou.
deu um beijo em sua bochecha, se derretendo, mais uma vez, por ele.
“Então eu aceito sair com você.”
“E aonde vamos?”
A garota riu.
“Você é quem tá me chamando pra sair, Niall Horan! Aonde vamos?”
“Podemos ir ao pub...” Ele deu de ombros, depois de pensar um pouco. “Sei que não é muito romântico, mas não imagino nós dois num restaurante chique.”
“Hey! O que você quer dizer?” levantou o corpo, apoiando-se no cotovelo e rindo.
“Quero dizer que não vão me deixar entrar de calça jeans e boné pra trás...” Ele respondeu, lembrando-se da conversa que tiveram no último dia do ano passado.
gargalhou.
“Faz sentido.” E apoiou seu queixo no ombro dele. Não importava muito aonde iam, para ser sincera. “E quando você vai me levar ao pub, Horan?”
“Como está sua agenda para amanhã?” Ele perguntou, levantando uma das sobrancelhas.
“Há espaços vagos...” respondeu, tentando ser formal, e os dois riram.
“Então nosso primeiro encontro é amanhã...” Niall piscou e fez menção de beijá-la, mas se afastou.
“Desculpa. Eu não beijo antes do primeiro encontro...” Falou, séria.
“Ah, é?!” Ele perguntou, levantando o tronco.
deitou-se no travesseiro e fez que “sim” com a cabeça.
“É!” Respondeu, dando um sorriso de lado. Niall deitou-se sobre ela, encarando-a de cima. “Mas acho que posso abrir uma exceção...”
“Bom mesmo!” O garoto sorriu e abaixou o rosto para beijá-la.
Ela passou seus braços em volta de seu pescoço e o trouxe para perto, mexendo em seu cabelo.
Era surreal se sentir daquele jeito de novo, pensou. E era ainda melhor que fosse Niall o responsável por aquele sentimento!

Era sábado à tarde, e Eleanor estava sentada na cama de Louis, desenhando croquis para analisar e com a perna esticada em cima do colo do garoto, que jogava videogame. Estavam em silêncio, mas era aquele tipo de silêncio bom, que não precisa ser preenchido. Algumas pessoas demoram anos para alcançarem o tipo de relacionamento que suporta esse tipo de silêncio.
“PORRA!” Lou gritou, acenando para a TV. Ok. Não estavam tão quietos assim, já que Louis Tomlinson tinha essa personalidade quase nada exaltada.
El riu da raiva dele com o jogo.
“Tudo bem aí?” Perguntou.
“Esse controle, que, às vezes, é uma merda e me deixa na mão!” O garoto respondeu, ainda bravo. Virou-se para olhá-la, e Eleanor sorria de lábios fechados e balançava a cabeça. Ele fez o mesmo. “Desculpa!”
“Não, tudo bem! Eu acho divertido!” Ela levantou a cabeça e, então, percebeu algo que ainda não tinha reparado e se debruçou sobre seu caderno de desenho para alcançá-lo. “Hey! Você tá deixando a barba crescer?” Falou, passando o dedo pela linha do maxilar de Louis.
Ele sorriu.
“Você gosta?” Quis saber, também passando os dedos sobre os pelos ralinhos de sua bochecha.
“Muito!” Eleanor exclamou, ainda admirando-o. “Mas... Você não vai deixar crescer do tamanho do Dave Grohl, né?”
Louis riu.
“Poxa! A intenção era essa!” Ironizou. “Não, fica tranquila. Eu só deixei por preguiça... Mas, se você gosta, vou manter assim.”
Os dois sorriram, um para o outro, e El colocou o caderno no chão para ir se sentar ao lado de Louis. Deu um beijo em sua bochecha e embrenhou seus dedos no cabelo dele, fazendo uma espécie de massagem.
“Louis...” Ela começou, um pouco apreensiva. “Eu estava conversando com a Lottie, hoje, pela manhã, e ela... Ela... Ela não gosta de mim.”
O garoto nem tirou os olhos da televisão e deu uma risadinha de deboche.
“Tá maluca? Minha irmã te adora! Você precisava ouvi-la falando de você à minha mãe! Quando eu te levar pra conhecer a dona Jay, você nem vai ter com o que se preocupar!”
Em primeiro lugar, bom saber que Lottie tinha falado dela durante as férias. Em segundo lugar, Louis estava falando sobre ela conhecer a sogra? Era isso mesmo? Ai, caramba! MAS o assunto não era esse, e El precisava se concentrar no que era importante, naquele momento.
“Não! Eu quero dizer... Ela não gosta da garota com que você está ficando!”
Louis deu pause no jogo e se virou para encará-la.
“Como é?”
“Bom, pelo que eu entendi, Lottie é muito apegada à sua ex.” Eleanor nem conseguia olhá-lo nos olhos. “Hoje, pela manhã, ela estava me contando sobre como vocês não voltaram, porque, aparentemente, você está ficando com alguém, que ela quer descobrir quem é de qualquer jeito!”
“Não acredito que Lottie te disse isso! Simplesmente, não acredito! Já tá passando dos limites essa coisa dela com a Hannah!”
“Não fica bravo com sua irmã! Ela só gosta muito da sua ex, e acho que é uma reação normal... Só tô te contando porque eu não sei o que fazer... Devo contar?”
Louis mordeu o lábio.
“Não sei. Acho que preciso falar com ela antes, né?”
Eleanor deu de ombros.
“Acho que você deve falar primeiro, mas tenho medo da reação dela.”
“E se eu entrar no assunto e não disser quem é? Tentar fazer com que Lottie entenda que eu tô feliz com essa nova garota e, quando ela se acostumar com a ideia, contar que é você?”
Parecia uma boa ideia, mas El ainda se sentia incomodada. Essa coisa de esconder não dava certo. Estava aí o caso da , para provar isso. Aliás, será que Louis sabia de Harry? Eles eram bem amigos, não eram? Foco, Eleanor Calder! Foco!
“Será que vai dar certo?”
“Ela já te adora! Duvido que vá chiar quando descobrir que estamos juntos!”
“Uma hora, ela vai aceitar, não é?” Perguntou, voltando a fazer carinho na cabeça dele.
“Claro que vai! Olha só pra você, Eleanor! O que mais Lottie pode querer para o irmão dela?”
A garota não pôde deixar de sorrir com tudo o que tinha ouvido de Louis naquela conversa, apenas lendo nas entrelinhas. Sua apreensão voou para longe ao vê-lo abrir um sorriso de volta. Não se aguentou e sentou-se em seu colo para beijá-lo, enquanto Louis a abraçava pela cintura, impedindo que ela se afastasse. Lottie teria que aceitar que Eleanor era a nova garota, porque nada a faria “trocar de cargo”!

Louis estava na porta de seu quarto, Eleanor tinha acabado de ir embora porque ainda sairia com e naquela noite. Foi quando apareceu para bater na porta de .
“Hey, Lou!” Ela cumprimentou, distraída, mas o garoto nem se mexeu.
“Você!” Ele disse friamente, e a garota se assustou com seu tom de voz.
“O que houve, Tomlinson?”
“Achei que nós tivéssemos um trato...” Louis disse, estreitando os olhos. “Ou você se esqueceu?”
Não, não tinha esquecido. Sentiu seu estômago afundar.
“Louis, eu...”
“Você nada! A única coisa que eu te pedi foi pra cuidar dele e, na primeira oportunidade, você fez merda!”
Era o que precisava, naquele momento, mesmo! Alguém para lembrá-la de como havia sido idiota!
“Não vou discutir isso com você...” Falou simplesmente, fechando os olhos demoradamente.
“Ah, vai, sim! Porque eu sou obrigado a ouvir a ladainha “como eu fui estúpido por não ter percebido que ela não queria nada sério?!” todo santo dia!”
“Então mande-o me atender, Tomlinson! Mande-o conversar comigo! Porque eu tô tentando, desesperadamente, resolver isso, e a droga do Styles me ignora!” Ela estava prestes a chorar, mas jamais o faria na frente dele.
“Você não quer resolver, quer tapar o sol com a peneira mais uma vez!” Louis respondeu do jeito mais arrogante possível.
“Se você sabe de tudo isso, por que tá aqui, enchendo meu saco?” perdeu a paciência. “Se ele acha que eu não vou mudar, manda o Harry ir procurar outra! Vai acabar com o seu problema da ladainha!”
“Não tente se fazer de vítima!” Louis disse entredentes.
“Ah, não sou obrigada, Tomlinson!” respondeu, deixando-o falando sozinho e indo ao quarto de .
A amiga franziu a testa ao vê-la entrando com os olhos marejados.
“O que houve? Era você gritando com o Louis no corredor? Quase saí pra ver!”
foi até ela e a abraçou, começando a chorar.
“Eu não aguento mais, ! Eu sei que errei, mas eu não mereço isso...” Falou entre soluços. “Não aguento mais!”
“Calma! Respira e me conta o que houve!”
As duas se sentaram na cama e ela explicou sua discussão com o vizinho de :
“Então Harry tá falando sobre isso com todo mundo, mas não quer falar comigo!” resumiu.
“Pera aí! Vocês não fazem academia juntos no sábado pela manhã? Por que você não o pegou pra conversar depois?”
A garota limpou as lágrimas de sua bochecha.
“Harry trocou de horário. Além de tudo, tem isso também.”
soltou o ar pesadamente, sem saber o que responder.
“O celular, ele não atende, né?” Perguntou, e fez que “não” com a cabeça. “Você vai ter que ir ao quarto andar para falar com o Styles, então!”
“Sóbria?” Ela arregalou os olhos, e riu. “Vamos sair pra beber no pub, hoje, então?”
“Hum...” fez e olhou rapidamente para o celular. “Tinha marcado uma coisa com Niall pra hoje, mas eu desmarco.”
“Nããão! De jeito nenhum!” fez menção de segurar a amiga quando ela se levantou e foi até o aparelho. “, sério, não precisa!”
Tarde demais.
“Oi!” Ela disse, abrindo um sorriso.
“Estava mesmo parecendo uma adolescente”, pensou .
“Tudo bem aí? (...) Ah! Que ótimo! Hey! Podemos marcar nosso encontro pra amanhã? (...) Hum... É... tá meio que numa emergência... Não, tonto, não é NA emergência, ela tá aqui no meu quarto! (...) Preciso levá-la ao pub para espairecer! (...) Hum... Deixe-me ver com ela.” A garota tapou a parte de baixo do celular e se virou para a amiga. “Niall pode ir com a gente hoje? Você se importa?”
fungou.
“É claro que não, ! Sou eu quem tô indo de penetra, não ele!”
Ela abriu um sorrisão e se voltou ao telefone.
“Tudo bem... Passamos aí pra te pegar!” Disse a Niall. “Isso, no horário combinado, mesmo! (...) Larga a mão de ser ridículo!” E começou a rir. “Nem vou responder! (...) Até depois! Beijos!” Desligou e sentou-se de novo na cama. “Nada como José e a terapia do “BEBE!” pra gente melhorar essa carinha!” falou, rindo, e acabou fazendo sorrir também.

A porta do elevador se abriu, e saiu apressada dele. Liam vinha da cozinha, bem na hora, e eles quase se trombaram! estreitou os olhos para o garoto.
“Olha por onde anda, Payne!” Ralhou, já saindo para seu quarto.
Havia passado a semana evitando-o. Agora era ela quem não queria saber das explicações, ou era isso o que dizia a si constantemente.
“Desculpa!” Liam respondeu em voz baixa, encarando o chão. “, por favor, será que a gente pode conversar? Precisamos resolver isso. Eu não quero que as coisas fiquem assim entre a gente!”
“É claro que não quer”, pensou . “Você quer tudo como era antes... Que a gente seja amiguinhos e você possa continuar se lamentando por sua ex em paz”.
“Tô atrasada, Liam! Vou sair com a e a El... A gente se fala quando eu voltar, pode ser?”
Ele sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Eu espero!”
A garota entrou em seu quarto, o coração disparado. Liam tinha que continuar sendo fofo e gentil quando tudo o que ela fazia era ser hostil? Será que nunca perceberia que ela queria ficar com ele?

dirigia para o pub, e ia no banco do passageiro. Niall, por sua vez, estava no banco de trás e se apoiava nos dois bancos da frente, como um garotinho. Ia imitando Liam, para o divertimento das meninas.
“Tá muito igual!” ria. “Quem mais? Quem mais?”
“Tô aprendendo a imitar a agora!” Niall respondeu.
“OI?” Ela se virou no banco para encará-lo.
“Niall!” O garoto a imitou. “Tira o tênis de cima da cama!”
gargalhou e bateu as mãos no volante.
“Ai, caramba! Desculpa, , mas tá muito igual!”
A amiga cruzou os braços e olhou feio para os dois.
“Seu ridículo!” Ele continuou, no mesmo tom de voz e sotaque da garota. aproveitou o sinal vermelho para secar os olhos. Estava chorando de rir. “Para de rir, !”
“Quem vê, pensa que eu sou chata desse jeito!” resmungou, virando-se para frente.
“É, Niall, tadinha! Ela NUNCA fala assim!” disse, irônica, e Niall se encostou no banco para rir.
“Vão à merda, vocês dois!” xingou, mas também estava rindo. O garoto voltou a se sentar entre os bancos e deu um beijo no ombro dela. “Agora, você vem de graça, né, Horan?”
“Fodeu-se, companheiro!” tirou a mão do volante e deu um tapinha solidário no joelho dele.
Ao chegarem ao pub, foram direto ao balcão. e tinham uma “terapia”, para quando estavam depressivas, que parecia funcionar bem; pelo menos, momentaneamente.
“Ele não quer falar comigo!” declamou, levantando o copo.
“Bebe!” respondeu.
As duas bateram seus copos e viraram a tequila. Niall só observava.
“Pera aí! Então eu vou ter que beber contra um cara?” Perguntou, puxando um dos copinhos de tequila para si. “Deve ter alguma sessão do Manual dos Homens falando que isso é proibido!”
As meninas riram.
“Você só bebe então, Horan... Não precisa fazer parte do resto.” sugeriu.
“Eu só entro com o apoio moral? Aí gostei!” Ele levantou seu copinho e virou a tequila. “Tomei, pensando em você, !”
“Isso!” Ela respondeu, rindo. “Mais três, garçom!” Disse, batendo a mão no balcão.
se virou para Niall e sorriu. Era muito legal que ele tivesse aceitado que os acompanhasse e ainda estivesse fazendo um esforço para alegrá-la.
“O que foi?” Ele perguntou ao perceber que a garota o observava.
“Nada... Só tô te olhando...” respondeu e chegou mais perto para dar um selinho nele. Infelizmente, não podiam ficar “namorandinho” porque precisava dos dois naquela noite.
Ela se virou, e Niall a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro.
“Mas, e aí, ? Quando eu der um pé na bunda da , vocês vão fazer esse ritual também?”
“Como é que é?” riu e virou o pescoço para ver a expressão dele.
Niall se segurava para continuar sério.
“Então... Quando você der um pé na bunda da , primeiro, eu vou te matar, mas, depois, a gente vai vir aqui, sim...”
Os três gargalharam e foram ao segundo round.
Algumas tequilas terapêuticas depois, eles se sentaram a uma das mesas. Niall saiu para cumprimentar alguns conhecidos, e as meninas ficaram sozinhas.
“Tá melhor?” perguntou.
deu de ombros.
“Tô mais bêbada... E tô me divertindo... Então acho que tô melhor, sim...” Respondeu, sorrindo. “E, caso eu não tenha dito isso ainda, Niall está totalmente aprovado!”
Foi a vez da amiga sorrir.
“Tem sido ótimo...” Disse, procurando o garoto com os olhos pelo pub. “Mas o assunto, hoje, não é esse. Apesar de ter te encorajado, não acho que você deva bater lá no Harry hoje.”
“Nem era minha intenção, mesmo...” balançou a cabeça. “Não quero meter os pés pelas mãos mais do que já meti!”
deu um abraço de lado na amiga, enquanto Niall vinha pulando até a mesa.
“Vamos dançar?!” Sugeriu, animado.
“E você dança?” franziu a testa.
“Qual é, ?! Eu te conquistei dançando Wild Ones!”
A garota deu uma risada de deboche.
“Por favor, Niall! Você CANTOU Wild Ones, porque, se tivesse dançado, nós nem estaríamos juntos!”
riu dos dois.
“Então eu desafio vocês duas a me vencerem lá na pista de dança!” Ele falou, apontando para trás.
levantou-se e se virou para a amiga.
“Vamos?!” Perguntou, entrelaçando seus dedos aos de Niall.
“Vão vocês... Acho que vou tomar outra tequila...” Os dois continuaram olhando para ela, sem saber se iam ou se ficavam. “Podem ir, sério. Eu vou me sentar aqui e ser a juíza de quem dança melhor!”
“Não vale! Você é mais amiga da !” Niall brincou.
“Dou uma vantagem a você!” Ela respondeu, piscando. “Agora, vão logo e aproveitem que a música é boa!”
deu um beijo no rosto da amiga e saiu, rindo, com Niall. sorriu também.
Alguém tinha que ser feliz nesta vida...

Já estava ficando tarde (ou cedo) quando e Niall vieram gargalhando, se sentar à mesa com .
Niall usava um óculos de sol. Hein?
“De onde surgiu?” perguntou, rindo também e apontando para o acessório.
“Niall pegou de alguém...”
“E por que ele tá usando óculos de sol?”
Ok. Talvez ela não tivesse bebido o suficiente.
“Porque ele é um sexy motherfucker, né?” falou e se virou para Niall, que dava uma risadinha bêbada e fazia que “sim” com a cabeça. Ela tirou seu óculos e colocou em cima da mesa. “Você tá bem bêbado, né?”
Niall continuou fazendo que “sim” com a cabeça, sem responder. Continuava rindo.
“Acho que é hora de ir embora...” constatou, rindo dele. “Vem, seus dois pés de cana!”
“Quem ganhou, ? Quem ganhou?” Niall perguntou, passando os braços pelos ombros das duas.
“Depois que você surgiu, usando óculos de sol, acho que foi você.”
“Aêêêêêêêê!” Ele as soltou para comemorar, e precisou puxá-lo para entrar no carro.
Quando chegaram à JJJ, Niall deu um beijo na bochecha de .
“Obrigado pela carona e por me ensinar a terapia secreta de vocês!” Falou, e a garota riu.
“Eu é quem te agradeço por ter me deixado atrapalhar seu encontro com a !”
“Atrapalhar? Eu vou é me vangloriar de ter tido um encontro duplo com duas veteranas gatas para o resto da minha vida! Vou virar rei nesta república!”
As meninas riram e saiu do carro também para ir até a porta com Niall. Os dois foram correndo e tentando fazer cócegas, um no outro, até lá. Ao chegarem à escada, parou no primeiro degrau, abraçando Niall e o olhando de cima.
“Obrigada por hoje! Por ter sido tão legal com a ! Ela estava precisando da gente...”
“Não foi nada! Mesmo! Eu me diverti muito!”
se inclinou e o beijou. Desceu do degrau para que ficassem do mesmo tamanho.
“Ainda quer marcar outro primeiro encontro?” Ela perguntou.
“Você acha que nosso próximo primeiro encontro pode ser no seu quarto?” Ele perguntou, levantando uma das sobrancelhas. , por sua vez, estreitou os olhos enquanto o analisava. “Prometo não subir de tênis em cima da cama.”
Ela riu e deu um selinho demorado nele.
“Tá ficando muito atrevido, Niall Horan... Mas vou pensar no seu caso...”
O garoto deu um sorriso de lado e a beijou de novo.
os observava, no carro, e sorria. Já havia decidido que, se Harry não quisesse perdoá-la, procuraria outra pessoa que pudesse fazê-la feliz daquele jeito. Talvez o garoto tivesse aparecido apenas para mostrar a ela que ainda era possível se apaixonar de novo... E era isso que iria fazer!
Mas não sem antes tentar uma última vez...

e saíram do elevador, rindo.
“Louis deveria ir com a gente na próxima. Você viu quantos números de telefones El ganhou?” comentava.
“E pra mim, que tô solteira, nada, né?” falou, brava.
As duas, então, pararam ao perceber que não estavam sozinhas no corredor. Liam estava sentado na porta do seu quarto, olhando para as duas.
“Liam?” franziu a testa.
“O que você tá fazendo aí?” perguntou num tom de voz um pouco mais agressivo que o de .
“Eu disse que te esperava voltar...” Ele explicou, levantando-se.
olhou de um para o outro e sorriu.
“Bom, eu vou dormir... Boa noite para vocês dois. E não se matem!”
olhou para ela como se pedisse ajuda, mas não havia como fugir desta vez. Ela deu dois passos na direção do garoto e parou com os braços cruzados, encarando o chão.
“O que foi?”
“A gente precisa conversar sobre o que aconteceu antes do Natal...”
“Eu não tenho nada a falar.” Ela deu de ombros, fazendo-se de indiferente. “Então pode começar.”
Liam tirou uma das mãos do bolso e coçou a nuca.
“É que... O que aconteceu... Não era pra ter sido daquele jeito...”
“Já li isso no bilhete que você me deixou... Alguma novidade?” continuava ríspida.
, eu sei que estraguei tudo. Perdoe-me, por favor! Eu estava bêbado e sei que isso não justifica, mas dizem que a bebida entra e a verdade sai, né?” A verdade? Oi? “Se eu soubesse que você ficaria tão chateada... Eu jamais, JAMAIS, tentaria alguma coisa...”
“Liam... Não estou entendendo...” Desta vez, ela parecia menos arisca. Estava visivelmente confusa.
“Eu deveria ter dado algum sinal do que eu queria. E eu fui idiota de colocar nossa amizade em risco, eu sei! Eu nunca nem te perguntei se você era a fim de alguém.”
Tinha alguma parte dessa conversa que tinha perdido? Porque alguma coisa estava errada!
“Eu...” Ela tentou, mas Liam a interrompeu.
“Desculpe-me, por favor, . Se você quer que sejamos só amigos, por mim, tudo bem! Eu não vou nunca mais colocar isso em risco. Desculpa por ter interpretado errado e...”
“Calma, Liam! Calma! Dê-me um tempo!” levantou a mão, fazendo-o calar. “Vamos voltar ao começo. Você queria me beijar e acha que eu estou brava porque quero que sejamos amigos. Mas, no bilhete, você disse que tinha sido um erro! Não faz sentido!”
Liam deu um passo à frente.

“Never felt like this before
Are we friends or are we more?
As I’m walking towards the door
I’m not sure…”


“Eu não podia ter te beijado daquele jeito! Nós dois bêbados, sem saber se você estava sentindo o mesmo ou não, sem te chamar pra sair, nem nada...”
Fez-se a luz na cabeça de . E era uma luz azul linda! Era quase uma chuvinha de luz. E fogos de artifício! E uma musiquinha de fundo!
Ela abriu um sorriso gigante, quase chorando.
“Liam, seu imbecil!” Falou, chegando mais perto dele. “Como você pode ser tão cego? Como pode desconfiar, por um minuto, que eu não estava sentindo o mesmo?” O garoto mordeu os lábios e sorriu, fechando os olhos. “Eu passei metade daquela noite acordada, imaginando se tinha sido real! E aí, na manhã seguinte, você me joga um balde de água fria!” aproveitou a proximidade para dar uns tapas no braço de Liam.
Ele riu e deu uns passos para trás, tentando se livrar.
“Então estamos bem?” Ele perguntou, voltando a encará-la daquele jeito intenso do elevador.

“But baby if you say you want me to stay
I’ll change my mind
Cause I don’t wanna know I’m walking away
If you’ll be mine
Won’t go, won’t go….”


“Isso depende.” ajeitou a alça de sua bolsa no ombro. “Você vai vir até aqui ou vai ficar aí... Do outro lado do corredor?”
Não foi preciso perguntar duas vezes. Liam chegou até ela em dois passos largos e a abraçou. Os dois se encararam uma ultima vez, antes de se beijarem, e quase não conseguiu manter os pés no chão. Agora era sem nenhuma sombra de dúvidas! Liam sentia o mesmo que ela, provavelmente, seu coração estava acelerado como o dela estava, e as borboletas no estômago eram as mesmas! Agora era sério!

“So baby if you say you’ll want me to stay, stay for the night I’ll change my mind…”
(Change my mind - One Direction)


Capítulo 13 - We are the young

“Você tá ficando com o meu muso!” Jess acusou, fingindo estar ofendida.
ria e tentava não fazer muito barulho, enquanto copiava a matéria.
“Que muso, Jéssica? Acho hilário quando você chama o Liam assim!”
“Você tá rindo, né? Foi uma apunhalada pelas costas, ! Você nem falou que era a fim dele!”
“Eu estava meio confusa... Eu te contei da primeira vez que ele me beijou...”
“Fica aí, me fazendo passar vontade! ‘Primeira vez que ele me beijou... Segunda vez que ele me beijou...’ Poxa vida!”
“Larga de ser tonta, Jess!”
As duas riram e taparam a boca com as mãos para que a professora não chamasse a atenção delas.
“Mas, sério, agora.” Jess voltou a dizer quando pararam de rir. “Se é para o muso estar com alguém que não seja eu, ainda bem que ele está com você!”
“Obrigada pela confiança!” deu uma batidinha no joelho da amiga e sorriu.
“Confiança nada! É que, sendo você, minha amiga, não vai ligar de dividir o Liam comigo, de vez em quando... Nos fins de semana, feriados e tal...”
“Jessica!”
“Algum problema, ?” A professora perguntou, lá da frente do auditório, deixando a garota vermelha.
“Problema nenhum, Mrs. Chang! Desculpe-me!”
Ela abaixou a cabeça, sob o olhar crítico da professora, e voltou a copiar a matéria. Jess, discretamente, passou um bilhetinho para ela.
“Isso que dá roubar o muso dos outros...”
segurou a risada de novo e rabiscou a resposta rapidamente:
“Você me paga, sua mala!”

Era hora do almoço, e isso significava Reunião na JJJ, afinal, era de suma importância decidir qual seria o entretenimento pós-aula.
“Beer Pong, então?” Drew perguntou, apontando para todos os presentes.
“Eu não vou poder...” Niall surgiu da cozinha. Ainda era um mistério para os meninos como ele comia tanto e ainda era magricelo. “Vou sair com a minha garota hoje...”
Os garotos olharam para ele e riram.
“Olha lá, Murs... O calouro achando que é gente... ‘Minha garota’!” Gregory dava cotoveladas no colega e os dois gargalhavam.
“Quem é essa coitada, Horan?” Olly perguntou.
“Você conhece... É a , do terceiro andar do SPR. Estava aqui, comigo, no dia em que perdi o sapato, e...” Ele respondeu, abrindo um sorrisão.
“A ? Você tá me dizendo que tá pegando a ?” O veterano não conseguia esconder sua surpresa.
Niall fez que “sim” com a cabeça.
“Qual é o problema?”
Olly se virou para Gregory.
“Horan tá pegando a ex do Jones!”
“A EX DO JONES?” Gregory quase caiu da cadeira. “Ô loco, calouro! Mas ela não...?”
“Sei lá... Às vezes, não. Ela sumiu...” Olly respondeu, antes que ele terminasse. “Mas, mesmo assim... É a ex do Jones!”
Niall não estava entendendo nada.
“O que tem a ?”
“Calouro, você tá pegando a ex do cara mais mito desta universidade nos últimos tempos!”
Niall sentou-se e franziu a testa.
“O que ele fazia?”
“Música, eu acho... Ou alguma coisa assim... A última coisa que ele fazia era frequentar as aulas.” Gregory contou. “Mas o cara organizava umas festas animais! E ele tocava pra caralho!”
“Ele morava aqui?” O ânimo do calouro ia diminuindo a cada palavra sobre o tal Jones.
“Não, morava no terceiro andar. Aí é que tava! Ele nem morava em república e era popular! A fama dele era gigante!” Olly respondeu. “Eu era calouro, no último ano do Jones aqui, e morava lá no SPR também, né? Ele era um veterano maneiro!”
Niall continuou quieto pelo resto do almoço, o que era de se estranhar. Será que era o tal Jones o problema de ? Não, não deveria ser... Se ele havia ido embora quando Olly ainda era calouro, faz muito tempo... Ela, com certeza, teve outros namorados depois dele, certo? E, pelo que ele tinha entendido, o problema dela era familiar. Não tinha nada a ver com ex-namorados.
Ainda assim, não era muito legal saber que todo mundo idolatrava o ex da sua atual.

estava deitada na cama, encarando o teto e se perguntando por que diabos Niall estava 1h atrasado e não respondia o celular. Começava a ficar preocupada que algo tivesse acontecido. Pulou da cama e saiu do quarto. Talvez Liam soubesse de algo.
O garoto estava na cozinha e preparava algo no fogão, sob os olhares apaixonadinhos de .
Impressão sua ou todo o andar estava amarrado com alguém?
“Olá, pombinhos!” cumprimentou. sorriu, e Liam se virou para cumprimentá-la de volta. “Só amor neste terceiro andar, hein?!”
“É verdade, né? Precisamos fazer uma noite dos casais!” O garoto respondeu, rindo. “E cadê o seu irlandês, ?”
“Boa pergunta!” Ela disse, tentando parecer que não estava tão preocupada. “Você sabe do irlandês?”
Liam fraziu a testa, em uma expressão pensativa.
“Hum... Não me lembro de nada na faculdade que possa ter segurado ele por lá... Ele não tá na JJJ, mesmo?”
“Não sei... Ele não me atende...”
“Calma, ... Não deve ser nada.” falou ao perceber que a amiga não estava em seu estado normal.
“É, fica tranquila... Todo mundo ama o Niall! Ninguém faria nada contra ele!”
sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Bom, vou continuar tentando falar com ele. Obrigada, gente!” Saiu da cozinha e voltou ao seu quarto. Quando foi fechar a porta, Niall pulou de trás da cama.
“HAAAAAA!” Ele gritou, fazendo com que a garota pulasse quase de volta para o corredor.
“Você tá maluco?!” atirou uma almofada nele, que, agora, se contorcia de tanto rir em sua cama. “Posso saber onde o senhor estava?”
Ele não conseguia responder, pois ainda estava rindo.
“Ai! Muito bom! Muito bom!” Repetia sem parar.
“Niall! Sério, agora. Niall! Onde você tava?” Ela perguntou, e o garoto saiu da cama e foi até lá para abraçá-la.
“Oi! Como você tá?” Indagou, dando um selinho nela.
“Tô preocupada com você...” Ela disse com a voz um pouquinho mais calma. Era uma pamonha, sempre tinha sido. “Onde você tava?”
“Na JJJ. Estava tendo campeonato de Beer Pong! Na verdade, a culpa foi do Drew, que desafiou a Reis de Paus para um campeonato, aí todo mundo da república tinha que participar...”
E lá foi ele em mais uma de suas histórias... sentou-se na cama, enquanto assistia Niall contar e gesticular, perguntando-se o que era aquilo que estava martelando no fundo da sua cabeça. Decepção porque ele tinha esquecido que havia marcado com ela? Raiva porque tinha se preocupado à toa? Tentou se livrar desses sentimentos estranhos porque sabia que eles não levavam a nada. Niall estava bem e feliz, e, pelo jeito, tinha ganhado o campeonato, já que era bom de mira porque jogava golfe.
Sorriu para ele quando a história acabou.
“Eu ainda não entendi o que uma coisa tem a ver com a outra, mas o importante é que vocês ganharam, certo?” Ela disse, e o garoto fez que “sim” com a cabeça, indo se sentar ao seu lado.
“Aí, eu fui tomar banho e demorei um pouco mais...”
“Eu, provavelmente, ficaria mais brava se você aparecesse sem tomar banho.” brincou e ganhou um selinho de Niall. “Mas me avisa na próxima vez que você for se atrasar, por favor?”
“Pode deixar! E aí? Quer sair pra jantar? Ou quer pedir alguma coisa?”
“Podemos sair... Ou podemos assaltar a cozinha e comer o que o Liam preparou para o jantar!”
“Ótima ideia!” Ele levantou-se em um pulo e ofereceu a mão para levantá-la também.
preferiu não entrar em uma discussão sobre horários. Niall preferiu não entrar em uma discussão sobre o ex dela.

e Aidan estavam sentados naquele mesmo banco em frente ao SPR, onde começaram a conversar. Ele era um pouco quieto demais, mas ela já estava acostumada com o silêncio de Zayn, então não era realmente um problema. Tudo mudava, porém, quando estavam falando sobre filmes e livros: as paixões de Aidan. Aí era quem se calava para ouvi-lo falar sobre seus atores, diretores e escritores favoritos.
Mas, naquele dia, os dois não estavam conversando. Ela o ajudava com as falas para um teste que teria mais tarde.
“É um texto muito bom!” comentou, voltando as páginas para ver quem era o responsável.
“É, é, sim. Jim é um cara genial! E é ambicioso... Por isso, tô tão empolgado! Se der certo, ele quer levar a peça a outros lugares!”
levantou a cabeça.
“Outros lugares... Tipo, outras cidades?” Perguntou, e Aidan fez que “sim” com a cabeça vigorosamente. “Mas e a faculdade?” A pergunta na verdade era “e eu?”, mas ela achou melhor formular de outra forma.
“Bom, é meu último período, então só tenho aulas de orientação do TCC... Eu teria que voltar para cá só uma vez por semana.”
Não, ele não estava mesmo pensando nela.
“Poxa... Que legal!” Foi o que conseguiu dizer, sem demonstrar a decepção.
“Mas seria mais para o meio do semestre. Ele quer testar a peça aqui, primeiro e, bom, eu tenho que entrar, né?”
“Você vai...” o encorajou, sorrindo, e voltou seus olhos ao script. “Vamos de novo, então! Do começo...”

e tomavam café na cafeteria do campus.
“Tô me sentindo tão velha hoje...” falou, apoiando-se no encosto da cadeira.
“O que houve?”
“Nada... Mas tô me sentindo assim. Acordei com saudade dos meninos.” Ela falou, observando a reação da amiga, que baixou os olhos para a mesa. “Dougie ainda tá na Austrália?”
“Aquele lá não volta mais...” levantou os olhos e riu. Falar de Dougie era sempre divertido. Sempre o consideraram como um irmão caçula. “Ainda mais agora que começou a namorar por lá...”
riu. Era bem a cara do Poynter.
“E Harry e Izzy? Às vezes, eu acho que foi culpa minha que todo mundo tenha se distanciado...”
“Foi a vida que distanciou a gente, . Todo mundo cresceu e foi cuidar dos próprios problemas...” estendeu o braço e segurou sua mão. “Tom mora a algumas horas daqui e nunca mais deu notícias. Algum deles foi te ver, enquanto você esteve em casa?”
fez que “não” com a cabeça.
“Harry e Izzy me ligaram algumas vezes... É difícil para eles também... Foram morar longe. Mas o Tom... Nem lembro quando foi a última vez que o vi.”
“Então... Não foi culpa sua, da Izzy ou do Harry e também não foi culpa do Tom, como eu achei por muito tempo.” Ela deu de ombros. “É a vida... Quem sabe, algum dia, a gente volte a ser como era... Quem sabe... Mas é bom sentir saudade... Quer dizer que há coisas boas para ser lembradas!”
“Tem razão. Acabou? Acabou! Mas existiu!” falou e as duas riram e tomaram mais um pouco de café.
“Mas vamos deixar de baixo astral e de se sentir velha!” disse, animando-se de novo. “Vamos à festa hoje?”
“Festa, ?” A amiga perguntou, desconfiada. “Em dia de semana? Será que tem algum calouro bonitão afetando essa sua disposição?”
A garota riu e levantou os braços.
“Pega em flagrante! Não dá mesmo para esconder nada de você, né, ?”
“Não você!” Ela respondeu.
“Mas, então, nós iremos, né?” perguntou, terminando seu café.
“Não posso. Infelizmente, nessa, eu terei que te abandonar. Tenho que ir ao laboratório às 7h da manhã amanhã. Eu e Dani temos mil coisas pra fazer!”
“Ah, não acredito, !”
“Não tenho culpa! Exatamente amanhã, eu vou madrugar! Mas as meninas devem ir... Você irá com elas!”
“Mas elas estão todas de casalzinho...” reclamou e, então, lembrou-se. “Ah, bom, você estaria também...”
“Eu passei tanto tempo solteira que você se esquece de que desencalhei, né?”
As duas riram.
“Tudo bem. Eu irei com elas, então!”
fez que “sim” com a cabeça.
“E boa sorte com o Styles...”
“É! Vou precisar de sorte!” A amiga respondeu, torcendo as mãos.

Lou estava se arrumando para a festa quando ouviu uma batida na porta. Abriu um sorrisão e ajeitou a franja, indo atender.
“Chegou cedo, linda!” Falou, abrindo a porta, mas não era Eleanor, era Lottie. Engoliu em seco. “Hey, pequena! É você? O que tá fazendo aqui?”
Lottie cruzou os braços.
“Você tá esperando alguém, Louis?” Perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.
“Hum... É...”
“Nem precisa responder. Eu já sei que você tá ficando com alguém!” Acusou.
“Lottie, a gente precisa conversar... Mas entra, vai!”
Ela entrou e sentou-se na cama, ainda de braços cruzados. Louis continuou no batente, tentando tomar tempo. O que faria? Como avisaria Eleanor? Resolveu deixar a porta aberta para que ela visse Lottie antes de entrar.
“Quem é ela?” A garota perguntou, ofensiva. “Quem é?”
“Por que essa raiva toda, Lottie? Eu não estou fazendo nada errado!”
“Não é uma questão de estar fazendo alguma coisa errada! A questão é que você acabou de terminar com a Hannah, que ainda gosta de você, e já tá aí com uma garota qualquer...”
“Primeiro: eu e a Hannah decidimos terminar juntos. Para de achar que sou o vilão dessa história! Segundo: eu não ACABEI de terminar com ela, faz seis meses já! E aconteceu... Eu encontrei alguém incrível e tô muito feliz! Você pode, por favor, aceitar que tô feliz?”
“Quem é ela?” Ela repetiu, simplesmente. “É alguém daqui, né? Foi por isso que você trocou de andar?”
“Se eu te falar quem é, você vai encher o saco da garota? Ou vai aceitar que nós estamos bem?”
“Hey!” Alguém cumprimentou e, então, Eleanor paralisou na porta do quarto.
“Oi, El! Tá fazendo o que aqui?” Lottie perguntou.
Louis arregalou os olhos para a garota quando eles discretamente trocaram olhares.
“Eu... É... Vim ver a . Vamos à festa juntas, hoje, mas escutei sua voz. Veio visitar seu irmão?”
Ela entrou e abraçou a garota, que abriu um sorrisão. Louis soltou o ar, parecendo aliviado.
“Estou conversando com o Louis sobre aquele assunto que te contei.”
“Ah. Ah... Sei...” Eleanor falou, nervosa. Foi até o garoto e o cumprimentou, tentando parecer normal. “E aí, Louis?! Como vai?”
“Tudo certo, Eleanor. Vai à festa com as meninas?”
“Irei, sim!” Ela sorriu, se distanciando. “Você vai?”
“Vou... Styles vai descer aqui depois...”
“Ah, muito bom!”
Os dois se perguntavam se estavam disfarçando alguma coisa, porque era meio nítido que estavam travados. Lottie não devia mesmo ter a mínima desconfiança de que a garota poderia ser a namorada de Lou porque parecia alheia ao “climão” no quarto.
“Todo mundo vai hoje? Posso ir com vocês? Não sei se o pessoal da minha sala vai.” A irmã falou, parecendo esquecer o assunto anterior.
Lou e El se entreolharam de novo.
“Vamos, sim, Lottie! Será legal!” Eleanor disse, sorrindo. Ia por água abaixo sua noite com o Louis... Mas era melhor que ter que contar qualquer coisa a ela. “Quer que eu te leve à sua casa pra se trocar? Depois, a gente volta!”
“Ah, pode ser!” A garota levantou-se da cama e se virou para Lou. “Nossa conversa ainda não acabou!”
“Enquanto você achar que está certa, não acabou, mesmo...” Ele respondeu, levantando uma das sobrancelhas.
El e o Louis trocaram um olhar de cumplicidade.
“Tchau, Louis. Prazer revê-lo!” Ela disse e saiu com Lottie.
O garoto acenou e deixou que o braço caísse ao lado do corpo. O problema era maior do que ele imaginava.

já estava de pijama e pronta para dormir quando ouviu a risada de Niall no corredor.
Ele bateu na porta e entrou.
“Hey! Vai assim à balada?” Perguntou, divertido, indo até ela e lhe dando um beijo.
“Eu não vou hoje. Terei que acordar cedo amanhã.”
“Todo mundo terá!” O garoto respondeu, rindo. “Ah, ! Vamos? É a primeira festa do semestre!”
“Nós saímos no sábado, Horan!” lembrou, sorrindo.
“Mas não era festa da faculdade! Vamos, vai... Vou lá, encher o saco do Liam, enquanto você se arruma!” Ele disse, já indo até a porta.
“Eu não vou, mesmo. Terei que madrugar amanhã no laboratório, Niall. Não consigo mais virar a noite e acordar linda no outro dia... São as desvantagens de não estar mais tão jovem...” Falou, tentando ser engraçada e indo se sentar na cama.
“Para com esse papo de velhice! Você tá na flor da idade!” O garoto brincou, indo até lá, fazer cócegas nela. “Você foi à Festa de Halloween! Também era dia de semana...”
“Mas eu não tinha nada importante no outro dia. Podia chegar atrasada e com sono. É sério, Niall, se eu pudesse, você sabe que eu iria!” falou, fazendo carinho na cabeça dele. O garoto fechou o sorriso, dando-se por vencido. “E o senhor, vê se não vai faltar aula amanhã! É aquela que você já tem um monte de falta, não é?”
“Como se seu ex frequentasse aula...” Niall respondeu em um tom ininteligível e levantou-se da cama.
“Oi?” franziu a testa e o encarou, sem entender o que ele tinha dito.
“Nada, nada...” Falou, indo até a porta. “Boa noite, então!”
“Hey! Não fica bravo...” Ela tentou, mas Niall já acenava e saía para o corredor.
respirou fundo, olhando em volta e se perguntando se aquilo estava certo. Precisava de que? De sua conselheira espiritual. Sacou o celular.
!” Chamou quando a amiga atendeu e disparou a falar, antes mesmo que ela respondesse: “Você se sentia meio mãe do Harry quando estavam juntos? Ai! Desculpa falar dele, mas é que tenho me sentido assim com o Niall... Como se eu fosse mais a mãe dele que a namorada, mas a gente não namora... Então eu não sou namorada, mesmo... Bom, pelo jeito, não mesmo, porque ele tá puto por eu não ir hoje. Fica de olho nele pra mim na festa hoje? Não deixa nenhuma caloura cheia de amor pra dar chegar perto do meu irlandês! Nem veterana cheia de amor também! Nem...”
! RESPIRA!” exclamou, interrompendo o ataque da amiga. “Vamos começar de novo e do começo!”
“Você já tava saindo para a festa, né?”
“Estava, mas isso não importa agora. Começa de novo, mas sem surtar, desta vez!”
“Eu tenho me sentido meio mãe do Niall esse dias...” Ela resumiu. “Como se eu tivesse sempre me preocupando demais, dando bronca demais, sendo chata demais...”
“Tudo isso veio no pacote do seu ‘tô velha’ desta semana?”
riu.
“É, talvez, tenha vindo... Mas eu não quero ser esse tipo de namorada, se é que, um dia, serei namorada...”
“Não surta! O Niall te adora. Ele deve ter ficado um pouco chateado porque você não vai hoje, mas, depois, passa.”
“Ele saiu daqui, batendo a porta, ... Mas esse nem é o problema maior. O que eu faço com essa noia de que tô sendo mãe dele?”
“Você relaxa, ! Desde quando você é louca?” As duas riram. “Eu sei que você se preocupa com o Niall desde sempre, mas tenta maneirar e se segura quando você achar que o comentário é desnecessário. Ele é um menino. Às vezes, ele precisa se estrepar para aprender.”
“Ele é um menino...” repetiu. “Não sei se isso me alivia ou me deixa mais paranoica... Mas você tem razão! Acho que o que eu preciso é saber dosar essa preocupação, né? Para não virar encheção de saco.”
“Exatamente! Exatamente! E pode deixar que eu cuido do irlandês hoje!”
“Não. Hoje, você cuida do Styles.”
riu.
“Se ele quiser falar comigo, já tá bom...” Respondeu, desanimada.
“Ele vai! Fica tranquila!” encorajou. “Agora, vá lá e arrase, e obrigada mais uma vez!”
“Imagina! Não fiz nada. Nenhuma chance de você ir mesmo?” tentou, e riu.
“Não, já tô embaixo das cobertas...”
“Boa noite, então, vovó!”
“Boa noite, !”

Festas da universidade, normalmente, implicavam na rua do Wonderland cheia de pessoas, carros, trote, gritos, música e aquele arzinho de excitação que precede as noites memoráveis.
andava com Eleanor em direção à fila e tentavam conversar, mas Lottie as fazia companhia. Por sorte, ou azar, as primeiras pessoas conhecidas que viram foram Louis e Harry perto da bilheteria.
“Vou lá falar com o meu irmão e o amigo gato dele e já volto!” Disse, saindo de perto delas.
“Só falta esse projeto de empata foda querer pegar o Styles agora...” resmungou, fazendo Eleanor rir.
“Não fala assim dela, tadinha!” El defendeu a caloura. “Sei lá... Ela é muito apegada à tal da ex-cunhada... Sem contar que eu não sei, não. Lou diz que Hannah ficou numa boa, depois que eles terminaram, mas, às vezes, acho que é ela quem coloca minhoca na cabeça da Lottie.”
“Faz sentido... E vocês já decidiram o que fazer? Vai por mim, esconder sempre dá problema!”
“Lou quer que ela entenda que precisa apoiá-lo, independentemente de quem seja, antes de contar que sou eu. Às vezes, eu acho que é a melhor opção. Às vezes, acho que não.” Eleanor parecia mesmo confusa. “O que eu sei é que vou ter que passar a noite longe dele por causa disso!” Falou, acenando discretamente para o garoto, que piscou para ela.
“E eu vou ter que agarrar o Styles pelo cabelo para gente conversar...” falou, encarando o garoto, que evitava olhar em sua direção.
“Noite divertida a nossa!” El ironizou, rindo. “A gente deveria fazer igual a e ir dormir!”
As duas riram.

Liam e estavam perto do bar, acompanhados de , que continuava checando a porta, à espera de Aidan. O garoto já estava atrasado, mas, como ele nem ia e aceitou “dar uma passada” só por causa dela, não tinha muito o que reclamar.
“Ele vem mesmo, ?” perguntou, preocupada.
“Vem, sim, mas ele fez teste para uma peça hoje à noite. Ia comer e tomar banho ainda...”
“Entendi!” respondeu, olhando em volta. De longe, reconheceu alguém. “O Aidan, eu não sei, mas olha o Zayn vindo ali...”
Liam rolou os olhos e deu uma bufada discreta, que não passou despercebida pelas meninas.
“Tudo bem aí?” perguntou, achando estranho o comportamento do amigo.
“Tudo... Tudo certo!” Liam falou, balançando a cabeça. “Eu... Não vou muito com a cara do Malik, mas nada demais...”
continuou olhando para ele. Só havia um motivo para ele não gostar de Zayn: Danielle.
“Nada demais?” Ela indagou. Queria MUITO saber o motivo, mas ainda não sabia se deveria perguntar demais.
“Nada demais!” Ele repetiu e forçou um sorriso.
também entendeu que havia algo, e Liam não era de ódio gratuito. Ela bateria tanto em Zayn, se ele tivesse feito algo!
“Oi, ! Que cara é essa para mim? Acabei de chegar! Nem deu tempo de fazer nada!” O garoto aproximou-se e a puxou para um abraço.
Liam olhou para o outro lado, avistou Niall e foi até lá. ficou ali, meio sem saber o que fazer.
“O que você fez ao Liam?”
“A quem?”
“Ao Liam, moleque! O que você fez a ele?” cruzou os braços e parecia realmente brava.
“Tá maluca, menina?! Eu nem vi esse cara hoje!”
“Não foi hoje! O que você fez, no geral, sim!”
Zayn fez um barulho de impaciência e girou os olhos de forma entediada.
“Payne achava que eu dava em cima da Peazer quando entrei no laboratório...”
“O que você, obviamente, fazia, porque é você!” ergueu as sobrancelhas.
queria sair dali, não queria ouvir. Não queria saber que Liam tinha ciúme de Dani. Eleanor? ? Alguém?
Foi a vez de Zayn se irritar.
“Bom, se você já deu minha sentença, nem sei o porquê tô sendo julgado, ...”
“Não vem de graça, Zayn! Você é assim! Dá em cima de todo mundo! Certeza que deu em cima da Danielle, como dá em cima da agora!”
O garoto abriu um sorriso torto.
“Isso tudo é ciúme?”
“Que ciúme? Eu tô puta porque você deu em cima da namorada de um amigo meu...”
“EX-namorada, ...” corrigiu, entrando em pânico com a conversa.
“Isso! Ex-namorada! Desculpa, !” falou e se voltou ao garoto. “Por que você não aprende? Por que você não toma jeito? Não sossega com alguém?”
“E por que eu faria isso? Para deixar minha garota esperando na balada... Tipo, você, neste momento?”
ficou vermelha. De vergonha e de ódio.
“Quem disse que eu tô esperando?” Mentiu.
“Você tá olhando a porta desde o minuto em que te vi aqui... E seu namoradinho não tá por aí.” Zayn fingiu que procurava alguém atrás dela. “Ou tá?”
“Isso é ciúme?” cruzou os braços, mais uma vez, e devolveu a ironia.
“Tô morrendo de ciúme.” Ele respondeu, em deboche.
“Algum problema aqui?” Uma terceira voz perguntou.
Zayn o olhou dos pés à cabeça, com cara de desprezo.
“Oi, Aidan!” o abraçou e deu um selinho nele. “Não, problema nenhum. Este é o Zayn, meu melhor amigo. Zayn, este é o Aidan.” Ela sorriu, vitoriosa, para o amigo, que cumprimentou o recém-chegado, ainda com cara de desprezo, e logo sumiu na multidão.
“Tudo bem, mesmo?” Ele perguntou, virando-se para e mexendo em seu cabelo.
“Tudo ótimo! Como foi o teste?”
, àquela altura, já tinha resolvido que dar uma volta no banheiro era uma ótima opção!

! Tequilaaaaaaa!” Quem mais poderia ser? Niall vinha pulando pela pista de dança, até onde a garota estava com Eleanor. Ele a abraçou e cumprimentou El, sorrindo e já puxando as duas para o balcão.
“Já tá bêbado, Horan?” perguntou, rindo.
“Mais ou menos, mas ficaremos mais! Oi! Eu sou o Niall!” Ele disse, elétrico, dando-se conta de que ainda não tinha se apresentado a Eleanor.
“Oi, Niall! Sou a Eleanor!” A garota respondeu, rindo.
“Tequila, né? Tequila!” Niall perguntou, mas não deixou que elas respondessem, e pediu 3 tequilas no balcão.
Lottie veio, meio correndo, do banheiro, e agarrou a mão de Eleanor.
“El! El! A música! A música da república!” Ela gritou, animada, e puxou a veterana para a pista de dança.
Eleanor riu e a seguiu, sem hesitar. Era por isso que se preocupava tanto com esse lance todo dela ser contra Louis ter uma nova namorada: gostava muito de Lottie e sabia que Lottie gostava dela também. Por mais que estivesse cada dia mais apaixonada pelo garoto, tinha conhecido sua irmã mais nova antes e se apaixonado por ela antes, ainda que não do mesmo modo. Manter essa amizade era tão importante quanto manter o que ela e Lou estavam criando. As duas gritavam a letra da música, uma para a outra, e riam, enquanto dançavam, se divertindo como em uma das noites do pijama na Monte Olimpo.
Enquanto isso, no balcão, e Niall discutiam o que fazer com a tequila sobressalente:
“A gente divide!” Ele sugeriu.
“Pode tomar...” empurrou o copinho na direção do irlandês. Queria estar sóbria quando fosse falar com Harry. “Toma pela !”
Os olhos de Niall se iluminaram.
“Isso! Vou tomar pela !” Exclamou, seguindo o ritual e bebendo o líquido dourado. “Ela tá brava comigo...” Soltou, olhando para quando terminou e parecendo meio triste.
“Não tá, não! Ela acha que você tá bravo com ela...”
“Vocês conversaram?” Niall perguntou, parecendo interessado.
“Por cima...” mentiu. Não contaria que a melhor amiga havia tido um leve ataque, né? “Mas, se você tá bem, e ela tá bem... Vocês só têm que se entender!” Falou, dando de ombros.
“Você tá certíssima! Eu vou lá!”
“Oi? Lá aonde?”
“Ao quarto dela!” Niall respondeu como se fosse óbvio. Bateu as mãos nos bolsos para ter certeza de que estava com a carteira, chave e tudo o que lhe pertencia. “Valeu pelo conselho e a tequila, !”
Nem deu tempo de ela dizer a ele que acordar às 2 da manhã não seria bom para a reconciliação; só riu do garoto e, então, olhou em volta, procurando por Harry.

ouviu uma batida na porta e se virou na cama. Só podia ser brincadeira! Bom, se não era brincadeira, era alguma coisa muito séria... Ninguém bateria na sua porta às 2h da manhã! Ela foi até lá e cerrou os olhos, que se incomodaram com a claridade do corredor.
“Niall?!”
Ele sorriu.
“Oi! Vim dormir com você!” Falou simplesmente.
podia bater nele com um taco de cricket por tê-la acordado no meio da madrugada, poderia xingá-lo por ter saído mais cedo, sem se despedir direito, poderia até bater a porta na cara dele... Mas, ao ver o garoto parado em sua porta, bêbado e sendo encantadoramente impulsivo e desajuizado, tudo o que ela conseguiu foi puxá-lo pela mão para dentro do quarto. Passou os braços em volta do pescoço dele e juntou seus corpos. É, fazia tempo demais que não se beijavam, na opinião dela. Era hora de dar um jeito naquilo! Niall sorriu de novo quando seus lábios se encostaram e a abraçou pela cintura.
Quando se separaram, foi até o guarda-roupa, pegar outro travesseiro, e o garoto sentou-se no puff ao lado da cama, a bebida começando a passar para o estágio sonífero. Niall começava a ter dificuldade em manter o olho aberto.
“Hey! Mocinho! Você não vai dormir assim! Levanta o braço!” Ela pediu, e o garoto riu, levantando apenas um braço. riu também. “Os dois, seu besta!” Ele fez o que ela pedia, e a garota puxou sua camiseta para cima. “Agora, levante-se para tirar a calça e o tênis...”
Niall, novamente, seguiu as instruções e tirou os sapatos. Depois, desabotoou a calça jeans e deu uns pulinhos para que ela caísse, livrando-se também desta peça.
“Você tá me deixando sem roupa, ?” Perguntou, dando um sorriso de lado.
“Quem veio para cá, no meio da noite, foi você!” Ela entrou na brincadeira.
Niall riu e entrou embaixo das cobertas, sendo acompanhado por , que sentiu um amor repentino pelas pintinhas que desciam do pescoço para as costas do garoto.
Os dois se encararam por um tempo.
“Você vai mesmo acordar bem cedo amanhã, né?” Ele perguntou, e fez que “sim” com a cabeça. “É uma pena... Se a gente pudesse ficar mais tempo acordados... Você sabe...” Piscou, enquanto bocejava.
A garota nem teve tempo de rir ou responder nada. Niall fechou os olhos e dormiu; assim, instantaneamente.
A garota fez carinho na cabela dele e se aninhou perto de Niall para dormir também. Ficava mais apaixonada por aquele duende a cada segundo.

andava pela pista de dança, à procura de Harry, mas ele parecia ter sumido. Será que estava com alguém? Louis e Liam conversavam com mais alguns meninos em uma roda perto da pista, mas o garoto não estava com eles. Avistou, então, uma pessoa conhecida sentada em um dos sofás, parecendo triste e sendo espremida por um casal, que se beijava apaixonadamente, ao seu lado. Por que estava sozinha?
“Oi, ! O que houve? Por que você tá aqui sozinha e tristinha?” Perguntou, indo até ela.
A garota deu de ombros.
está com Aidan, eu havia perdido você e a Eleanor de vista, e o Liam... Sei lá do Liam!”
“Vocês brigaram? Aconteceu alguma coisa?”
“Não... Mais ou menos... Ele ficou bravo porque a iria conversar com o Zayn, e o Liam não gosta dele e saiu de perto, aí eu fiquei sem saber se falaria com ele...” contava, parecendo perdida.
“Não entendi. E você tá aí, murchinha, porque o Liam não gosta do Zayn?”
“Ah...” A garota parecia envergonhada com a lógica de seu cérebro. “O problema deles é a Dani. Não sei... Liam ainda deve gostar dela. Ele saiu bravo e nem me falou nada, e também não veio me procurar!”
“Ele deve estar achando que você está se divertindo com a gente, como em todas as festas! Vem! Levante-se daí! Vamos beber, dançar e ir atrás do Payne!” ofereceu a mão, e a segurou e levantou-se, sorrindo.
As duas voltaram à pista de dança e pararam perto da roda onde Liam e Louis estavam. Eleanor e Lottie se juntaram a elas. Os garotos, logo, cumprimentaram os amigos e foram até lá também.
Liam chegou, sorrindo, perto delas e deu um beijo no rosto de .
“Você sumiu!” Falou.
“Não, você foi quem sumiu...” Ela respondeu. “Tá tudo bem?”
Liam coçou a nuca.
“Eu... Desculpa! Não gosto daquele garoto, o amigo da , mas isso não tem mais nada a ver...” Ele abanou com as mãos, como se quisesse colocar o assunto para trás. “Não fica brava comigo! Vem aqui!” Falou, abrindo os braços e um sorriso lindo.
sorriu e foi abraçá-lo. O garoto deu um beijo na testa dela, fazendo levantar a cabeça. Liam aproveitou e abaixou o rosto para beijá-la. Em alguma hora, teria que se livrar dessa paranoia que tinha sobre ele e Dani.
sorriu para os dois e se virou para Louis, que conversava com El e Lottie.
“Hey, Lou! Posso só te falar uma coisinha?” Ela pediu, segurando-o pelo ombro.
O garoto parou de dançar e se virou para ela, mas, ao invés de ouvi-la, sorriu e falou primeiro:
! Era com você mesmo que eu precisava conversar! Queria pedir desculpas por termos discutido naquele dia... Eu não tinha que me meter, mas é que é difícil ver um amigo mal e não fazer nada...” Ele colocou as mãos nos bolsos e deu de ombros.
A garota sorriu.
“Eu entendo, Tomlinson. Teria feito o mesmo se fosse uma das minhas amigas. Aliás...” Ela olhou rapidamente para Eleanor, que conversava com Lottie, e voltou os olhos ao garoto. “Como prova de que não há ressentimentos, vou te ajudar. Acho que conseguirei 5 minutos de paz para vocês, pode ser?”
Louis mordeu os lábios e fez que “sim” com a cabeça. se virou para Lottie.
“Hey! Então, você é a caloura que a Eleanor falou? Que faz Moda também?”
Louis passou por trás dela e deu um toquinho no cotovelo de Eleanor, que entendeu o movimento.
“Ela mesmo, !” El falou, passando o braço pelos ombros da caloura. “Lottie, esta é a , minha chefinha e ídolo.”
“Eu sei! Eu sei quem ela é!” Lottie respondeu, com os olhos brilhando. “Sempre passo pela sua loja e fico babando, e seus desenhos são lindos, e...”
“Bom, vou deixar vocês aqui, conversando rapidinho, e vou até o bar, ok?” Eleanor falou, piscando para , que fez um discreto aceno de cabeça.
A garota saiu quase correndo, procurando Louis com os olhos.
“Olha só, Deus, quantas boas ações aos amigos eu fiz hoje!”, pensou . “Dá uma força aí com o Harry!”

voltava da porta da balada e havia acabado de se despedir de Aidan. Estava se sentindo estranha, meio triste e incompleta. Saiu em direção ao lado esquerdo da pista, onde avistou os amigos. Liam abraçava por trás e os dois riam de algo que Louis falava. O garoto, por sua vez, aproveitava seu jeito espalhafatoso para esbarrar em El e tocar no braço dela toda hora. Lottie ria, alheia ao que era óbvio. Ela não pôde deixar de sentir inveja deles... Quando estava com Aidan, estava só com ele. O garoto não parecia muito inclinado a ficar amigo de seus amigos, e isso a incomodava um pouco. Resolveu que não queria ir até lá, naquele momento, pois não estava no humor. Olhou em volta e sentou-se em um dos banquinhos do bar.
Estava lá, curtindo sua fossa, quando viu Zayn se aproximando. O garoto sentou-se no banco vazio ao seu lado, o costumeiro silêncio misterioso. Tudo o que não queria era brigar com ele agora.
“Eu nunca dei em cima dela.” Falou, como se já estivessem em uma conversa.
“Em cima de quem, Malik?” perguntou, sem paciência.
“Da Peazer. Eu nunca dei em cima dela. Alguém, provavelmente, foi falar merda de mim ao Payne, que acreditou que eu não faria uma exceção à namorada dele.” O garoto respondeu, sério.
Eram seus olhos e o modo como ele falava que indicavam para que Zayn contava a verdade. Ela sempre soube dizer quando era ou não mentira.
“Por que você é assim, Zayn? Por que faz tanta questão dessa fama? Por que não disse ao Liam que não deu em cima dela?”
Ele deu uma risadinha de deboche, girando a garrafinha de cerveja nas mãos.
“Você, que me conhece, não acreditou em mim, ... Por que ele acreditaria?” Falou, virando seus olhos castanhos para a amiga. “Eu não faço questão de fama nenhuma, só não me importo com o que os outros pensam. Se Liam quer achar que eu dava em cima da namorada dele, a última pessoa que ele escutará sou eu! Então foda-se...”
sentiu-se culpada e deu uma batidinha solidária na mão do amigo, sorrindo.
“Você é um dos seres humanos mais fascinantes que eu conheço, Zayn Malik...”
“E você é a mais mentirosa!” Respondeu, rindo. “Mas e aí? Cadê seu namorado? O que você tá fazendo aqui sozinha?” Zayn olhou em volta.
“Ele já foi... Estava cansado e precisava acordar cedo amanhã...”
“Poxa! Como será acordar cedo em dia de semana?” Zayn perguntou, irônico, e tomou um tapa de .
“Para de ser idiota!” Ralhou.
“E por que você não foi junto?”
“Queria ficar aqui com todo mundo...” Ela respondeu, sabendo que seria zoada por ele.
Zayn olhou em volta, mais uma vez, sendo o mais teatral possível.
“Todo mundo? Quem?”
“Não me enche, que eu não tô boa!”
Foi a vez do garoto entender, através dos gestos de , que ela dizia a verdade. Zayn levantou-se e colocou a mão nas costas dela.
“Vem, eu te levarei embora!”
arregalou os olhos.
“Você vai me levar para casa?”
“Você vai ficar aqui triste? Claro que não! A gente vai conversando, até você se sentir melhor.”
levantou-se também. Na verdade, ela não queria mesmo mais ficar lá.
“Sabe o que eu acho? Que é muito injusto as garotas que você ilude não conhecerem esse seu lado...”
Zayn sorriu.
“Eu só tenho vontade de ser legal com você, mesmo... E nem é sempre!” Ele disse, enquanto os dois iam à saída, e algumas garotas o olhavam, interessadíssimas.
Os dois riram.
“E você vai me levar embora?” Ela tornou a perguntar, ainda descrente. “Sem levar ninguém para casa?”
“Eu vou levar você, .” Zayn respondeu, confuso.
“Quero dizer levar alguém à SUA casa.”
“Você quer ir à minha casa?” O garoto franziu a testa.
“Não, idiota... Tô perguntando se você vai sair zerado da festa, sem levar uma garota à cama. Estava tentando não ser vulgar.”
“Ah!” Ele fez quando finalmente entendeu. Deu de ombros, despreocupado. “Depois que eu te deixar em casa, ligarei para alguém... Não se preocupe, . Eu não vou dormir sozinho hoje.”
“Você não vale nada, Malik! Nada!” deu uns tapas em seu braço, enquanto o garoto ria.
Ser amiga de Zayn era como ter dois gêmeos idênticos como melhores amigos: um era sensível, fofo e jamais a deixava na mão, independentemente de qual fosse a situação; e o outro era arrogante, cínico e, bom, era extremamente sexy também. O difícil, às vezes, era distingui-los.

estava prestes a desistir. Começava a achar que ter visto Harry na fila havia sido uma alucinação. O garoto não estava mais por lá e em lugar nenhum! Estava indo em direção à saída, já dando-se por vencida, quando avistou alguém bagunçando o cabelo e jogando a franja para o lado. Só podia ser ele!
Harry, porém, conversava com uma garota. Era bem verdade que ela parecia muito mais interessada que ele, mas ainda era um empecilho para a aproximação de . Harry levantou os olhos e a viu, encarando-o de longe, e não desviou o olhar. Disse alguma coisa à garota, que se despediu, e colocou as mãos nos bolsos, desafiando com os olhos a ir até lá. E ela foi.
“Oi...” Falou, olhando para baixo e depois para os lados, ao ficar de frente para ele. “Como você tá?”
“Bem...” Ele respondeu, simplesmente, dando de ombros. “E você?”
“Tudo indo. Você... Você parou de ir à academia?” , agora, fazia a aula de boxe sozinha, o que era mil vezes mais sem graça.
“Troquei de horário.” Harry estava sendo o mais seco possível, o que a deixava sem chão.
“Harry... Eu tentei te ligar, ir atrás de você para a gente conversar, e você nunca me atendeu! Não é possível que você não tenha mais nada a falar ou a ouvir!”
“Você pensou no que aconteceu? Vai parar de me esconder?”
“Harry, me escuta! Eu não tenho vergonha de você! Eu adoro você! Adoro ficar com você! Nunca foi brincadeira, e você sabe disso, mas não preciso misturar minha vida pessoal e minha vida profissional, e...”
Harry estreitou os olhos.
“Eu não te pedi para misturar! Eu só não quero ser ignorado, não quero que você finja que eu não existo, para, depois, me puxar para um canto escuro da festa!”
“Eu sei que errei naquele dia e me arrependo! Desculpe-me, por favor... Vamos tentar de novo!” colocou sua mão sobre a mão de Harry, fazendo uma leve pressão, como se implorasse para que ele reconsiderasse.
“Começar de novo onde? Escondidos no seu quarto ou no meu? No armário da academia? Só o Louis e a saberão?”
“Se eu te disser que será assim por um tempo, mas que eu prometo que isso mudará, você aceitaria?” Ela perguntou.
Harry fez que “não” com a cabeça.
“A gente já teve esse tempo...”
“Você não dá o braço a torcer, Styles! Só eu tenho que mudar? Só eu tenho que ceder? Você nem quer tentar, né? Por que você não fala logo que não quer mais nada e a gente acaba com isso logo?” começava a se irritar.
Ainda estava desesperada para fazê-lo entender, mas seu sangue começava a ferver com a teimosia de Harry.
“Dê-me um beijo.” Ele disse, de repente. “Aqui, agora, na frente de todo mundo!”
ficou paralisada, olhando para Harry, totalmente sem reação. Olhou ao seu redor e não viu ninguém que conhecia... Não aconteceria nada, não teria “repercussão” nenhuma entre as pessoas que ela tanto temia, mas também não provava coisa alguma. O que aconteceria se ela o beijasse? Ele iria perdoá-la? Era isso? Estariam juntos de novo se ela o beijasse? Sob quais circunstâncias?
Franziu a testa.
“Harry...” Estava disposta a discutir isso com ele, mas o garoto deu um passo para trás.
“Viu? Não tem ninguém aqui, que você conheça e que saiba de nós, a não ser o Louis e, talvez, a Calder, mas você continua se importando mais com seu status e sua pose!”
“Não é nada disso! Por que diabos você não me deixa terminar de falar?” Ela perdeu a paciência.
“Porque eu não preciso ouvir para saber e acho que não tem mais nada pra gente conversar... Você pode parar de me ligar e ir atrás de mim agora! Deixe-me em paz!”
O garoto saiu como um raio, perdendo-se entre as pessoas, e continuou ali.
Havia dado uma de Santo Ântonio com metade das amigas na festa, e era isso que recebia? Jogaria na loteria no dia seguinte, porque tinha batido no fundo do poço do azar no amor.


Capítulo 14 - Love is easy

estava encostada em sua escrivaninha, com os braços cruzados, e olhava para Niall, que estava deitado na cama, ajeitando uma bolsa de gelo no joelho. Ela queria ser menos mãe e mais namorada, mas ficava difícil quando seu namorado (seu namorado? Peguete? Ficante? Seu... Seu Niall) tinha a brilhante ideia de jogar futebol com a equipe oficial da universidade, mesmo sabendo que um de seus joelhos era imprestável.
“Tá doendo muito? Tem certeza de que não quer ir ao hospital?” Ela perguntou, ainda meio indignada.
Convenhamos que não era muito agradável ser pega desprevenida com a ligação de alguém quase morrendo de dor.
“Não precisa... Já passei por isso outras vezes... Não tem o que fazer, só operando!”
“E aí, mesmo sabendo disso, você vai jogar futebol contra aqueles cavalos, Niall?! Tenha dó!”
O garoto se encolheu e olhou para ela como um bichinho acuado. soltou o ar, sentindo-se culpada, e um Baby, da Família Dinossauro, imaginário bateu em sua cabeça com uma panela, gritando “NÃO É A MAMÃE!”. Ela sorriu para ele, que ainda fazia cara de coitado, e foi até lá se redimir.
Engatinhou na cama, até suas mãos estarem na altura dos quadris do garoto, e colocou sua perna direita cuidadosamente entre as pernas dele (precisava ser namorada, poxa!). Niall observava o movimento, sem dizer nada.
“Você quer um beijinho pra sarar?” Ok. Aquilo era cafona demais! Ela soava melhor como mãe. Aaaargh!
Mas Niall era Niall. Ele gargalhou e entrou na brincadeira.
“Tem que ser no joelho?” Perguntou, elevando uma das sobrancelhas e fazendo uma voz de conquistador. segurou a risada. “Porque eu posso pensar em outros lugares e tal. Se você cuidar de mim direitinho, posso retribuir depois e...”
“A little less conversation, a little more action, please...” cantou e os dois riram. Ela abaixou o corpo, deitando-se sobre Niall, e o beijou.
Viu? Não havia sido tão ruim assim não ser mãe... Aliás, estava tudo ótimo do jeito que estava!
Mas alegria de pobre dura pouco... Ele deslizava a mão por baixo da camiseta da garota e passava o dedo suavemente pela sua coluna quando teve a brilhante ideia de chegar com o corpo um pouco mais para cima. Sua perna entre as pernas de Niall se mexeu bruscamente e, claro, acertou o joelho machucado dele.
O garoto fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, fazendo uma cara de dor horrível. Estava vendo estrelas e nem era do jeito que tinha planejado!
“Caralho! Desculpa!” saiu de cima dele, sentando-se ao seu lado na cama e parecendo desesperada. “Niall! Perdoe-me... Eu sou muito desastrada! Que merda!”
O garoto abriu os olhos e elevou o tronco para examinar o próprio joelho. Sentou-se na cama e ajeitou o gelo de novo, soltando o ar devagar. Depois, deitou-se mais uma vez e, com a mão, alcançou a perna de .
“Eu... Eu acho que tê vendo a luz...” Brincou, com uma voz “além túmulo”. “Meu último desejo é...” Abriu um dos olhos e deu um sorriso de lado. “Acho que, neste horário, não é apropriado dizer.”
, que prendia o ar, enquanto Niall encenava, bufou e deu um tapa no braço do garoto.
“Filho da puta! Eu tô quase morrendo aqui! Tá doendo mesmo, ou você tá tirando com a minha cara?”
“Eu vou sobreviver...” Ele disse, sorrindo para ela e batendo na cama, ao seu lado. “Deite-se aqui... Sem chegar perto do meu joelho...” o olhou de “rabo de olho”, mas fez o que Niall pedia. Deitou-se junto a ele e apoiou a cabeça em seu ombro. Os dois ficaram um tempo em silêncio. “?!” O garoto chamou, meio incerto.
“O que foi?”
“É... Os meninos da república... É... Me falaram sobre seu ex esses dias... É... Jones o nome dele?” Falou, mordendo os lábios.
sentou-se na cama, com os olhos arregalados.
“Falaram o que?”
“Que você namorava esse cara, que todo mundo idolatrava...” Niall nem sabia direito o porquê tinha entrado no assunto.
“Foi só isso?” Ela perguntou. “Que Jones era idolatrado?”
“Por quê? Tem mais alguma coisa para falarem?”
“Não... Não...”
“Por que vocês terminaram? O que houve?”
Aquele assunto agora? Sério mesmo?
“Ele foi embora...” Ela respondeu, dando de ombros. Tudo o que não queria era se aprofundar na conversa. “Por que foram falar dele a você?” estava odiando aquilo.
Por que é que tinham falado de Danny? Ela havia se esquecido de que Olly o conhecia... E que Jones vivia na JJJ.
“Estavam me zoando... Que não era possível que eu estivesse com a ‘mina do Jones’!” Niall imitou o jeito de falar dos amigos, parecendo desgostoso.
“Isso é ridículo!” bradou, brava. “Não acredito que te falaram isso! Só para começar, eu não sou a ‘mina do Jones’! Que babaquice! Que desnecessário!”
O garoto sorriu para a indignação dela.
“Eu nem sei o porquê toquei nesse assunto... Vem aqui de novo.”
respirou fundo e deitou-se. Mais silêncio.
“Não faz diferença quem ele era, Niall... Eu tô feliz com você! É só isso que importa!” Falou, virando-se para olhá-lo.
Niall exibia um sorriso gigante.
“É... Eu sei.” Falou, e ela virou o corpo para alcançar seus lábios, tendo um cuidado dobrado com o joelho ferrado.
Foda-se o tal de Jones! Se ele tinha sido burro o suficiente para não estar ali, naquele quarto, naquele momento, então nem era tão mito assim!

e Jess estudavam na cozinha do terceiro andar; a primeira andava irritada e sem paciência desde a última festa.
Frota! A folha de papel não é o Liam! Para de tacar a borracha nela desse jeito!” Brincou, mas, no fundo, estava preocupada com a amiga. “Já te falei para desencanar desse assunto! Ele gosta de você! Ele tá com você, agora...”
“Pode pegar pra você, se quiser. Eu era mais feliz quando minha maior preocupação eram as provas!”
Jess deu uma risadinha e ergueu as sobrancelhas.
“Você tá me dando o Liam? Tem certeza disso? Olha que eu pego pra mim, mesmo, hein?!”
riu também.
“Não, não tô te dando nada! Esqueci que ele é seu muso!”
“Agora já era, ! Vou aqui, ligar pra ele, e...” Jéssica fingiu que ligaria para Liam, mas parou, em estado de horror, quando o próprio entrou sorridente na cozinha. gargalhou. Era muito engraçado vê-la na presença do garoto... Parecia uma adolescente vendo um rapaz de boy band!
“Olá, minhas queridas! Estão rindo do que?” Liam acenou e foi até , que balançava a cabeça, ainda rindo, dando um beijo nela. Depois, parou com as mãos em seus ombros e sorriu abertamente para Jéssica. “Hey, Jess! Você sumiu, menina!”
Ela corou com o jeito afetuoso que Liam lhe dirigiu a palavra. Era meio vergonhoso ter um crush no namorado da melhor amiga, mesmo que ela parecesse levar na brincadeira. Sorriu e levantou o rosto para responder:
“Estava com uns problemas em casa, mas, agora, já tá tudo bem.” Falou. “E, bom, a gente estava de férias. Graças a Deus!”
Ele riu.
“É verdade... E ainda bem que a nerdice de vocês foi interrompida nas férias, senão, eu mataria as duas!” Liam continuava fazendo massagem nos ombros de . “Tá tão frio... Vamos tomar um chocolate quente?”
ergueu a cabeça e sorriu.
“Vamos!” Depois, olhou para Jess. “Vamos, né?”
Ela sorriu.
“Claro!”
“Oba!” Liam comemorou. “Vou só me agasalhar melhor! Me esperem aqui.” Ele deu outro beijo em , antes de sair.
As duas ficaram encarando a porta quando o garoto saiu.
, na próxima vez que você ficar de graça, achando que esse moleque não gosta de você, te darei uma “livrada” na cara!” Jess disse, rindo e levantando um livro de teoria quase tão grosso quanto a Bíblia.
arregalou os olhos.
“Que horror, Jess!”
“Se isso não é gostar de alguém, eu não sei o que é!” A amiga falou, apontando para a porta por onde Liam havia desaparecido.
sorriu e abaixou os olhos para seu caderno, o corpo se aquecendo do coração para fora.

Niall estava sentado na cafeteria, com as costas apoiadas à parede e as pernas em cima do colo de . tomava café com eles, sentada de frente para o casal.
, a gente já tá quase no meio de fevereiro e você ainda não se inscreveu na academia! Você prometeu que iria este ano, lembra?” A amiga cobrou, assoprando o conteúdo de sua caneca.
Niall soltou uma risadinha.
“Eu vou! Prometi que iria, mas é que tá tão frio...” reclamou, encolhendo-se.
“Tá precisando, mesmo!” Niall zombou, cutucando a garota na barriga.
“AH, É?!” Ela arregalou os olhos para ele, que gargalhou, enchendo a cafeteria com sua risada. “Só eu, né?”
“É, eu não preciso, não!” Niall respondeu, colocando a língua pra fora e flexionando os braços.
“Não, não precisa, não! Vareta!” zoou.
“Falou aí o Mr. Músculo...” soltou também, tomando um pouco do seu café.
“Covardia minha namorada e a melhor amiga se juntarem para me esculachar! Eu tô em minoria!” Niall resmungou. se virou para ele bruscamente. Era a primeira vez que o garoto a chamava de namorada. Tinha sido tão natural, porém Niall continuou discutindo com como se nada tivesse acontecido. Ela queria gritar e pular em cima dele, e enchê-lo de beijos, mas se contentou em continuar admirando-o com cara de apaixonada. “E contundido!”
“Oooh! Coitado do irlandês contundido!” disse ironicamente. “Aí mesmo que você tinha que fazer algum exercício... Ou fisioterapia!”
“Tô fazendo fisioterapia... Quando eu lembro!”
“Assim, não vai sarar nunca!”
Dani entrou na cafeteria, e , que estava de frente para a porta, acenou para ela. A garota sorriu e fez seu pedido no balcão, indo se sentar ao lado de .
“Que saudade de você!” Ela falou, abraçando a recém-chegada. “O que aconteceu com nossos almoços semanais?”
“Meu doutorado aconteceu...” Dani respondeu. Parecia mesmo muito cansada. “ sabe... Tenho quase morado no laboratório. Estou saindo agora.”
“Eu faço ideia! Mas tá tudo dando certo?” perguntou.
“Na medida do possível...” A garota respondeu, dando de ombros. Virou-se para a única presença masculina da mesa. “E você deve ser o famoso Niall!”
Tanto Niall quanto abriram um sorrisão.
“É, sou eu! Prazer!” Ele estendeu a mão para cumprimentá-la. Dani sorriu. “E você deve ser a Dani...”
“Muito prazer!” Respondeu, sorrindo para ele.
A porta da cafeteria se abriu, e quase engasgou. Liam vinha de mãos dadas com , e Jess vinha atrás do casal. Antes que ela pudesse dizer, ou fazer qualquer coisa, Niall levantou a mão e os chamou.
“Oba! Reunião na cafeteria!” Ele exclamou, animado.
O clima de descontração, no entanto, se desfez assim que eles chegaram à mesa e viram Dani. fechou o sorriso, quase imediatamente, meio derrotada, e folgou os dedos, esperando que Liam fosse soltar sua mão. O garoto, porém, continuou segurando-a do mesmo jeito.
“Oi... Oi, todo mundo!” Ele disse, dando um oi geral, extremamente sem graça.
Dani olhou para as mãos enlaçadas dos dois e abaixou a cabeça, quieta.
“E aí, Payne?!” Niall perguntou, animado. Ele era péssimo para ligar nomes às pessoas e parecia imune ao desconforto da situação.
“E aí, cara?! E esse joelho?” Liam falou, fingindo que bateria no joelho do amigo, que puxou a perna.
“Tá indo... Já tá doendo menos...” Explicou. “Mas traz essa mesa do lado pra cá! Sentem-se aí, gente!” Disse aos três de pé.
Jess e trocaram um olhar nervoso.
“Hum... Nós vamos subir para continuar estudando...” Jess explicou, recebendo um sorriso de gratidão da amiga. “Viemos buscar um chocolate quente para tomar lá em cima...” Mentiu, e concordou com a cabeça.
“Você vem?” Ela perguntou baixinho ao Liam.
O garoto fez que “sim” com a cabeça e sorriu.
“Vou... Vou subir com vocês! Bom, até depois...” Ele se despediu, e as duas sorriram e acenaram, saindo da loja.
Dani continuava estática, encarando sua caneca e parecendo triste. não sabia o que dizer a ela. Olhou para , que trazia a mesma expressão preocupada no rosto.
“Precisamos arrumar alguém para a Jess...” Niall soltou, ainda ignorando o “climão”. “A coitada tá segurando vela!”
virou a cabeça para ele, não conseguindo segurar a risada.
“Ela não pode ser vela, mas eu posso, né, Horan?!”
Niall percebeu que tinha falado bobeira e gargalhou.
“A gente precisa arranjar alguém pra você também, !”
Enquanto isso, ainda encarava a amiga à sua frente.
“Dani...” Chamou, querendo puxar conversa.
A garota pareceu acordar de um transe e levantou-se.
“Preciso ir pra casa.” Disse, de repente, fazendo, até mesmo, Niall parar de falar.
“Dani, espera...” tentou, mas a garota parecia não ser capaz de ouvir.
“Até... Até depois...” E saiu o mais rápido que conseguiu.
“Que merda!” falou, soltando o ar.
“Eu...” começou.
“Eu sei que você avisou, !” a interrompeu. “Mas eu continuo achando que não fiz nada errado. Liam tá feliz... E quem decidiu terminar foi ela.”
“Ai, caramba!” Niall falou, dando um tapa na testa quando finalmente entendeu. “Ela é a ex do Liam, né? Pô, desculpa...”
“Não foi sua culpa.” falou. “Em alguma hora, aconteceria... Amanhã, eu falarei com ela!”
Um silêncio chato se abateu sobre os três... Mas não durou muito.
“Mas, , diz aí, você quer que eu te arme pra quem? Eu conheço um monte de calouro... Tem que ser menor de 20 anos, mesmo?” Niall perguntou, e riu, jogando um guardanapo nele.
“Ridículo!”

estava atrasada para a aula e ainda tinha que arrumar suas coisas com uma das mãos, pois a outra estava ocupada, segurando o celular.
“Mas, e no sábado, que filmes de terror você quer assistir?” Zayn perguntou, do outro lado da linha.
“Sábado?”
“É, é o que costumamos fazer quando estamos juntos no Dia dos Namorados, não?”
colocou a pasta na cama e abriu a porta do quarto, desajeitada.
“Zayn, eu vou sair com o Aidan no sábado...” Ela respondeu, sem graça. Sabia que não havia motivos. Tinham passado os últimos anos separados e sem “comemorar” o Dia dos Namorados desse jeito. “E, Malik, por favor! Como assim você não tem um encontro no sábado?”
“Bom, você era prioridade...” O garoto contou, deixando ainda mais sem graça. “Mas nada que uns telefonemas não resolvam!”
Ela riu, andando a passos largos pelo corredor e alcançando o elevador. Não havia mais ninguém ali. Estava mesmo muito atrasada.
“Não vai faltar mulher nesta universidade querendo sair com você no Dia dos Namorados! Aliás, você não me conta mais nada... Não tem nenhuma garota fixa?”
Ele deu uma risadinha.
“Não. Não tenho paciência pra esses mimimis...”
“Que sensível, hein, Malik?!” Os dois riram. “Hey! Você não deveria estar no laboratório?”
“Tô chegando! Você não deveria estar na aula?” Zayn perguntou.
“Deveria, mas você me atrasou!” respondeu, andando tão rápido pela rua que chegava a estar ofegando.
“Pera aí, então...” Ele falou e desligou.
”Pera aí, então?” Menino maluco! precisou diminuir a velocidade das passadas para não chegar morrendo ao prédio de humanas. Ainda faltavam alguns quarteirões quando ouviu uma buzina.
Zayn vinha em sua direção e parou o carro ao seu lado.
“Entra aí! Eu te levo!” Disse, abrindo a porta do carona.
“Mas seu laboratório é para o outro lado!” Ela falou, entrando no carro.
e Dani já estão acostumadas com o meu atraso...”
riu e os dois foram ao prédio dela. Despediram-se e ela correu para a sala, mas foi interrompida por Aidan, que vinha andando sozinho pelo corredor.
“Você!” Ele exclamou quando a avistou. “Estava te procurando dentro da sala!”
Ela deu um selinho no rapaz e sorriu.
“Estou atrasada! Acabei de chegar! Mas então... Você queria falar comigo?”
Aidan abriu um sorrisão, e , por alguns segundos, achou que ele falaria sobre os planos para sábado.
“Vim te contar que passei no teste! Começo a ensaiar hoje à noite!”
“Poxa! Que legal! Sabia que você conseguiria!” Ela respondeu, fazendo carinho nos braços dele. Ainda não sabia se estava realmente feliz ou não. Isso significaria que ele viajaria com a peça, não era? “E quais os planos para sábado?” Perguntou. Queria mudar de assunto.
“Hum... Tenho que ensaiar...” Aidan começou, e não foi mais capaz de manter o sorriso no rosto. “Mas podemos fazer algo depois, combinado?”
Ela fez que “sim” com a cabeça.
“Bom, preciso entrar, ou vou perder a chamada...”
“Eu vou também! Ligarei para você à noite!” Ele a abraçou e deu um selinho demorado na garota.
observou, enquanto Aidan ia à sua sala, e soltou o ar pesadamente. Era bom que o garoto arranjasse mesmo algo incrível para os dois fazerem no sábado, porque via a magia que tinha percebido nele, no começo, desaparecer lentamente.

Na terceira resposta atravessada de Dani a , até Zayn levantou a cabeça do artigo que estava lendo e franziu a testa. A garota parecia estar mal-humoradíssima naquela manhã e estava descontando na amiga.
“Dani, qual é o problema?” Ela perguntou quando se cansou daquela hostilidade toda. “Você precisa de ajuda? Eu fiz alguma coisa de errado quando passei seus dados na estatística?” tentava achar o motivo para aquelas reações.
“Por que você não me contou? Por que você me deixou descobrir daquele jeito ontem?” Danielle colocou para fora.
Zayn olhava de uma para a outra, parecendo perdido. Elas nunca brigavam e, na maioria das vezes, o irritavam, tagarelando o dia todo! O que tinha acontecido?
olhou para baixo, como se aquelas palavras a tivessem atingido. Pareciam fazer sentido para ela.
“Dani, eu não sabia se você queria ou não saber sobre a vida do Liam!” Respondeu, ainda sem olhá-la nos olhos. “Você nunca mais falou dele... Achei que tivesse seguido em frente...”
“A questão não é a forma como a informação me afetou. Liam está solteiro, pode fazer o que quiser da vida... Mas eu fui pega no susto, , sem saber o que dizer ou como reagir!” Danielle parecia mesmo muito chateada.
“Desculpe-me, Dani! Desculpe-me, mesmo...” A amiga sentou-se ao seu lado. “Eu estava pensando em como chegaria ao assunto com você... Eu tinha a intenção de te contar...”
“Quem é ela? Desde quando eles estão juntos?” Ela levantou a cabeça, e seus olhos estavam marejados.
coçou a nuca.
“Ela se chama , mora no terceiro andar também...” A garota contou e se encolheu involuntariamente. Mal sabia Dani que ela não só havia sido cúmplice, mas também foi quem começou tudo aquilo. “Eles estão juntos desde...” E então? Qual data diria? “Desde o Natal.”
Dani fungou e limpou algumas lágrimas teimosas que caiam de seus olhos. Zayn continuava observando a cena, perplexo.
“Hum... Bom, você teve tempo de me contar antes.” Acusou.
“Eu sei... Mas, desculpe-me, por favor?”
Era uma situação complicada para . Não teria “feito mal” se ela tivesse contado. Não afetaria Liam e . Mas era como se sua lealdade estivesse dividida... Era amiga de todos os envolvidos, independentemente dos diferentes tempos de amizade. Além do mais, ela não sabia como iria, de uma hora para outra, dizer: “Então, Dani, Liam está com outra…” quando a amiga se recusava a falar sobre ele.
“Eu ainda gosto dele, sabe?” Ela confessou, ainda tentando parar de chorar. “Não do mesmo jeito de antes, e sei que estamos separados porque eu quis, mas... Não sei, é uma sensação estranha... Como se eu o estivesse perdendo.”
“O nome disso era orgulho ferido”, Zayn pensou, mas resolveu que não se meteria.
a abraçou e afagou a cabeça de Danielle, que se deixou ser abraçada, o que devia ser um bom sinal.
“Desculpe-me de novo, Dani....” Ela disse.
“Tá tudo bem...” A amiga respondeu. “Vai passar... Eu nem deveria estar me preocupando com isso. Não tenho tempo para vida pessoal agora e foi esse um dos motivos para terminar com o Liam.” Dani falou, soltando-se do abraço de e limpando suas lágrimas.
“O que eu posso fazer por você? Para te ajudar?” falou de um jeito culpado.
Ela levantou-se da cadeira e prendeu o cabelo.
“Inventa uma boa desculpa para o Alexander... Vou trabalhar em casa hoje!” Respondeu, juntando seus pertences.
Não se passaram nem cinco minutos, e Dani estava saindo do laboratório como um raio, carregando suas coisas.
continuou fitando a porta, meio sem reação. Olhou, então, para Zayn, que tinha uma expressão confusa no rosto, demonstrando bem o que ela própria estava sentindo. Ele deu de ombros, numa resposta muda a uma pergunta que não precisou ser feita.
Era por isso que não namorava...

“Você tá séria...” Niall disse, mexendo no rádio do carro de . Ela o levava à fisioterapia, após o dia de trabalho. “O que houve? Foi alguma coisa que eu fiz?”
Ela se virou para olhá-lo e sorriu, fazendo carinho em sua perna.
“Claro que não! Eu só... Eu e Dani discutimos, hoje pela manhã, por causa de ontem.”
Niall franziu a testa.
“Por que o Liam está namorando a ? E ela brigou com você?”
“Ela estava triste...”
“Mas ela também não pode descontar em você.” Niall comentou, dando de ombros.
“Dani queria que eu tivesse contado antes porque foi pega de surpresa. Ela não está errada. Mas nós já estamos bem. Eu só estou preocupada com ela...”
Niall não respondeu e continuou mexendo no rádio. riu quando ele parou em uma rádio tocando ‘Baby’.
“Olha, a música que eu toquei pra você!” Ele disse, rindo.
“Porra, Niall!” A garota tentava ficar séria. “Ninguém, na JJJ, te zoa por você gostar disso?”
“E você acha que eles sabem?” Ele respondeu, colocando a língua para fora.
“Bom saber! Já tenho com o que te chantagear!” falou, lançando um olhar de esguelha para o garoto, que lhe deu um beijo na bochecha.
“Mas falando de coisas importantes...” Niall voltou a se sentar direito. “Tem algum plano para sábado?”
queria mesmo saber aonde os dois iriam; principalmente, depois dele tê-la chamado de “namorada” no dia anterior.
“Diz você...” A garota disse, sorrindo de lado.
Niall animou-se.
“Então...” Começou, tirando algo de seu bolso. “Você sabia que esse fim de semana é carnaval no Brasil?”
“Hum?”
Ele passou um flyer para , que tentou olhá-lo rapidamente sem perder a atenção na rua.
“Esse fim de semana é Carnaval no Brasil, e na república ao lado da JJJ tem uma brasileira, então vai ter um Carnaval lá sábado. Nós iremos, né?”
Não era bem isso que esperava para o Dia dos Namorados. Ela nem conseguiu fingir animação, mas forçou um sorriso para o garoto.
“Claro! Se você quiser, nós iremos, sim.”
Ele comemorou e voltou a mexer no rádio. Chegaram à fisioterapia e parou o carro.
“Precisa de ajuda pra entrar?” Ela perguntou, virando-se no banco e encostando a cabeça.
Niall sorriu.
“Não precisa, obrigado!” Ele chegou perto e deu um beijo delicado nos lábios da garota, depois fez menção de dizer alguma coisa, mas mudou de opinião. Sorriu e se despediu dela. “Vejo você depois?”
“Vou estar aqui, perneta!” brincou, os dois riram e ela continuou observando, enquanto Niall entrava na clínica.
Tudo bem. Se estivesse na companhia dele, sobreviveria sem uma noite romântica no Dia dos Namorados, e isso deveria ser amor, né?

Era tarde de quarta-feira, o que significava que Eleanor estava trabalhando na loja de e contava a ela sobre os planos para o fim de semana:
“PARIS?!” exclamou, quase caindo da cadeira. “Você e o Tomlinson vão a Paris?”
El fez que “sim” com a cabeça, sem conseguir fechar um sorriso que parecia estar sendo mantido por um cabide.
“Não é nada glamouroso, nem nada, porque somos universitários falidos, você sabe!” Explicou. “Iremos sexta à noite até Londres e pegaremos o Eurostar. Ficaremos num hotelzinho barato, nada muito chique...”
“Mas é Paris, Eleanor! Deixe-me ter inveja de vocês dois em paz!” As duas riram. El parecia flutuar. “E a Lottie? Como vocês vão despistar a sarninha?”
“Não fala assim dela!” A amiga falou, mas ainda ria. “Ela vai voltar a Doncaster para ver o mocinho dela.”
“Menos mal...” falou, parando com o rosto apoiado nas mãos. “Ai, que saudade de Paris!”
Eleanor saiu para o depósito, deixando-a perdida em pensamentos. Alguém tossiu na entrada da loja, um homem, e , por alguns segundos, achou que era Harry, mas era um de seus fornecedores de tecido, o Matthew.
“Oi, Matthew! Como vai?” Ela perguntou, endireitando-se na cadeira.
“Tudo ótimo, e você?” O rapaz sorriu, todo simpático. o analisou, enquanto o ouvia discursar sobre as novidades que tinha, tentando ser o mais discreta possível. Matthew era um rapaz alto e era possível perceber os músculos definidos de seu braço através da camisa que usava, cabelo negro e grandes olhos azuis. Na verdade, era muito atraente, mas ela nunca parecia ter reparado. Estava sempre tão bitolada em trabalho! “E, então, o que vai ser esta semana?”
acordou de seu transe.
“Desculpa, Matt, estava distraída! Mas acho que vou querer os mesmos de sempre e um rolo desse novo que você falou aí!” Falou, sorrindo meio de lado e jogando um charme enquanto escrevia em sua agenda.
O rapaz anotou o pedido, sorrindo também e, então, partiu para o papo furado. Já era de praxe que ele tentasse chamá-la para sair, mas, nesta semana, parecia que a resposta seria diferente.
“E então? Como passou a semana?”
“Tudo certo, e você?” respondeu, voltando a apoiar o rosto nas mãos. “Sente-se. Você deve estar cansado... Quer água, café?”
Matthew começou a reparar algo de diferente no tratamento que estava recebendo.
“Não, não, tudo bem! Mas quem sabe você não queira tomar um café comigo em outra hora? Jantar, talvez?”
levantou as sobrancelhas. Seu charme tinha surtido efeito mais rápido que o esperado. Ela deveria levar à frente? Bom... Não tinha o porquê não.
“Não seria uma má ideia... Quando?”
Era a primeira vez que ela não sorria e abanava com as mãos, dizendo: “Ando tão ocupada, Matt!”.
“Como está essa sua agenda lotada no sábado?” Matthew mordeu os lábios. “Acha que pode arranjar um horário pra mim?”
“Posso tentar...” Ela respondeu. “Você me liga?”
Matthew abriu um sorriso enorme e tamborilou com os dedos em seu iPad.
“Claro! Melhor, eu passarei para te pegar às 8h, ok?” Ela fez que “sim” com a cabeça, sorrindo. “Até sábado, então!”
“Até sábado, Matt!” acenou, enquanto ele saía todo feliz da loja.
Assim que o rapaz saiu, a garota voltou os olhos à sua agenda, anotando seu encontro. Talvez fosse a invejinha que sentiu de El que a levou a agir daquele jeito, talvez fosse a carência, ou, até mesmo, uma tentativa de fuga de seu cérebro. Ela estava desesperada para se livrar das lembranças de Harry! Desesperada por um novo começo!

Manhã de sexta-feira era o período em que mais salas tinham o horário livre, porque, obviamente, ninguém queria sair quinta-feira e ainda ter que ir à aula na manhã seguinte. Porém, àquela altura do ano letivo, isso significava salas vazias e biblioteca cheia. e Jessica, como de costume, ocupavam umas das mesas.
olhava para todas suas anotações e, cada vez mais, percebia que aquilo, definitivamente, não a fazia feliz. Mas o que a fazia feliz, então? Além de Liam e as meninas, é claro. Ela não queria ir embora. Isso estava fora de questão. Também não sabia se era possível trocar de curso, mas manter a bolsa de estudos que recebia. E, se pudesse, para que curso se transferiria? A garota abriu a boca uma ou duas vezes para colocar seus pensamentos em palavras para Jess, mas não conseguiu. E, para seu alívio, logo ouviu uma voz conhecida:
“Sabiiiia que encontraria as duas aqui!” Niall comemorou e, sem nem perguntar, jogou suas coisas na mesa e sentou-se com elas. “Josh! JOSH! Aqui, cara!”
Metade dos presentes lançaram olhares raivosos para Niall e sua gritaria. Um garoto de cabelo preto, sorridente e com os fios arrepiados apareceu por entre as prateleiras de livros e foi se sentar com os três.
“Você é muito folgado, Horan!” Jess brincou, puxando suas coisas para caber as coisas dos dois recém-chegados à mesa também. “Quem disse que a gente deixou vocês se sentarem aqui?”
“Qual é, Jess?! Eu sempre abuso da nerdeza de vocês pra ter onde me sentar na biblioteca!” Ele respondeu, piscando. “A propósito, este é o Josh, meu colega de sala. Ele toca violão, canta e compõe!” Niall contou, olhando diretamente para Jéssica. “Josh, esta é a Jess.”
O garoto sorriu, tímido, cumprimentando-a.
“Você escreve? Que legal!” falou, puxando papo. Não queria mesmo estudar e tinha pego no ar a intenção “Operação: Cupido” do amigo.
Na verdade, Niall não conseguia esconder muito.
Josh coçou a nuca.
“Eu escrevo um pouco, nada muito genial como o Niall fez parecer...” Ele riu, e as meninas o acompanharam. “E canto também. Tô procurando uma banda!”
“Você toca também, não toca, Niall? Deviam formar uma banda juntos...” Jess sugeriu.
“Não tenho essa ambição...” O garoto respondeu. “Mas, hey, o que vocês farão sábado? Vamos à festa brasileira do lado de casa? Carnaval!” Ele contou animadíssimo. “Você vai, né, Josh?”
“Irei! Irei, sim!” O garoto confirmou com a cabeça.
“Jess? ? Chama o Liam!” Niall se virou para as duas.
“Niall! Você tem problema? Você vai a festa no Dia dos Namorados? O que a falou disso?” perguntou, franzindo a testa.
O queixo de Niall caiu, em choque. Isso explicava o porquê a garota não parecia ter transbordado felicidade quando ele falou da festa. Que burro!
“Eu não me lembrei! Porra, gente, é a primeira vez que eu namoro! Nunca comemorei isso!”
Os outros três riram.
“Então eu acho bom você se lembrar até amanhã e planejar algo!” aconselhou.
“O que você e o Liam farão?” Niall quis saber, desesperado por ideias.
deu de ombros.
“Nem ideia... Ele não quis me contar.”
“Merda!” Xingou o garoto.
“Bom, acho que só nós iremos à festa, Jessica.” Josh comentou, sorrindo e fazendo-a sorrir também.
“Eu não saio muito, mas, quem sabe...” Ela respondeu.
Niall e trocaram um olhar de aprovação. Só precisavam tirar Jessica de casa agora.

estava sentada em sua cama, aguardando Aidan ligar, avisando que tinha saído do ensaio e que estava indo buscá-la. O corredor estava silencioso. Louis, maior propagador de barulho, havia ido com Eleanor a Paris no dia anterior. Liam e haviiam ido jantar juntos, e estava se arrumando para sair com Niall.
O tempo passava, porém, e nada de noticias do garoto. Ela ouviu sair, falando com Niall no telefone, ouviu alguém passar pelo corredor, tempos depois, mas não reconheceu quem era e, quando estava cansada de esperar, resolveu ligar para Aidan:
“Oi!” Falou assim que ele atendeu.
Então ele não estava ensaiando mais, certo?
“Oi, ! Já ia te ligar! Tudo bom?”
“Tudo, e com você? Onde você tá?” A garota precisou tapar o ouvido livre para ouvi-lo.
“Então, o ensaio vai terminar tarde hoje. Estamos comendo uma pizza, pra dar um intervalo...”
“Entendi...” Ela não estava nada, NADA feliz. “Mas você ainda vai passar aqui e me levar pra sair, né?”
“Hum... Não sei se vai dar... Você quer vir pra cá, assistir o ensaio?”
Claro que ela não queria! Queria fazer um programa romântico como Louis e Eleanor e e Liam! Aidan não tinha mesmo preparado nada?
“Não sei, Aidan, não sei...” Ela respondeu, desanimada.
“O que você tem?”
“Nada, só achei que nós faríamos algo juntos hoje...” reclamou. Uma ardência chata nos olhos que só podiam significar que ela estava segurando o choro.
“A gente fica junto amanhã, prometo!” Aidan respondeu, meio tentando contornar a situação. “O seu pessoal não vai a uma festa hoje? Vá com eles!”
“Não, Aidan, o meu pessoal não vai à festa nenhuma... Estão todos ocupados com o Dia dos Namorados!”
“Ah, então é isso?”
fungou.
“É, é, sim...” Confessou, achando que, agora, sim, ele entenderia e mudaria de ideia.
, nós não temos que comemorar essa data porque todo mundo tá comemorando! Nós nem somos namorados oficialmente e...”
Aquela a pegou em cheio. Então eles eram o que? Friends with benefits? Porque ela, certamente, não estava ficando com mais ninguém... Ele estava?
“Ah, obrigada por esclarecer isso. Eu estava entendendo a nossa situação toda errada, então!” Respondeu, brava. “Bom ensaio pra você!” Falou e desligou o celular na cara do garoto, apertando o aparelho na mão e se controlando para não atirá-lo na parede.
Aidan ligou de novo, mas ela não atendeu. Não queria mais falar com o rapaz. E, para falar bem a verdade, estava morrendo de medo que ele dissesse que eles deviam terminar (terminar o que não sabia, afinal, não estavam namorando) porque estavam em páginas diferentes. O celular vibrou mais uma vez. Nova mensagem:
! Você pode me atender, por favor?”
“A gente conversa amanhã, Aidan. Você tá muito ocupado, hoje, de qualquer forma.”

Respondeu e desligou o celular. Olhou em volta e foi envolvida pelo silêncio. Não havia ninguém para quem ela pudesse correr. As meninas estavam todas com seus respectivos namorados, tendo, provavelmente, a noite mais lindinha do ano, da qual todas elas falariam no dia seguinte. Sua alternativa era ficar sozinha no quarto.
Bom, na verdade... Havia alguém...

“Liam, eu odeio andar sem ver onde tô pisando! Você pode, por favor, tirar essa venda do meu rosto?” ralhou, fazendo Liam gargalhar.
“E você pode, por favor, deixar de ser tão ansiosa?! Tá chegando! Cuidados com os degraus!”
O garoto a guiava pelas mãos, e ela ia subindo só Deus sabe aonde. Andaram mais um pouco em um solo plano e, depois, mais um lance de escada.
Quando pareciam ter chegado, Liam soltou a mão dela, ficou de frente para si e desamarrou a venda. piscou algumas vezes para acostumar seus olhos. O lugar não estava muito iluminado. A primeira coisa que viu foram os olhos castanhos de Liam encarando-a com ansiedade sobre o que ela acharia. Nem importava muito onde estavam. estava com ele, e só este pequeno fato já a fazia extremamente feliz!
Ela olhou em volta, ainda sem ter ideia de onde estavam. O teto era rebaixado e todo de madeira. Havia um balde com gelo e champagne sobre um lençol no chão à esquerda e uma variedade de comida também. Antes que pudesse indagar, porém, Liam segurou suas duas mãos, mais uma vez, e as colocou em seus ombros. Segurando-a pela cintura, a puxou para mais perto, e uma musica conhecida começou a tocar no fundo.

Música

“There's so much craziness surrounding me
There's so much going on, It gets hard to breathe
When all my faith has gone, you bring it back to me
You make it real for me
When I'm not sure of my priorities
When I've lost sight of where I'm meant to be
Like holy water washing over me
You make it real for me…”


“Achei que seria legal sair pra dançar com você. Você se lembra de que nós dançamos juntos no Halloween?”
sorriu. Claro que se lembrava!
“E como eu poderia me esquecer, se foi quando você segurou minha mão pra me puxar pra pista que comecei a perceber que eu não queria que você me largasse mais?”
Liam chegou mais perto e deu um selinho demorado na garota.
“Talvez eu tenha demorado um pouco mais...” Ele falou. “Talvez eu não estivesse prestando atenção ao que estava sentindo. Talvez eu tivesse medo de voltar a sentir tudo isso...”
“Não tem mais?” perguntou, estudando-o com cuidado.
Liam fez que “não” com a cabeça.

“And I
I'm running to you, baby
You are the only one who saved me
That's why I've been missing you lately
Cause you make it real for me

When my head is strong, but my heart is weak
I'm full of arrogance and uncertainty
When I can't find the words, you teach my heart to speak
You make it real for me…”


“Não tenho que ter medo. A vida não é uma ciência exata. Não é porque deu errado uma vez que nunca dará certo.”
“E eu? Preciso ter medo?” continuava olhando para ele como se as respostas estivessem mais em suas expressões faciais que em suas palavras.
Mas Liam a encarava com total certeza de tudo o que estava dizendo:
“Não. Eu não quero nunca te machucar como me machucaram. Eu não vou fazer isso!”
A garota mordeu os lábios. Aquilo era tudo o que ela precisava ouvir. Era todo o peso que vinha carregando, todas as dúvidas e o medo de ele ter uma recaída saindo de suas costas. Sorriu para a música. Conhecia-a. Conhecia a letra. Ele também tornava TUDO real para ela!
“E eu também não vou te machucar! Eu vou ficar aqui com você... Vou cuidar das feridas abertas... Vou cuidar de tudo!” Ela deu um passo à frente e passou os braços em volta do pescoço do garoto, encostando seus lábios nos de Liam.
Ele sabia que era verdade e se sentia tão feliz! Era tão bom sentir tudo de novo, poder se entregar de novo e amar alguém de novo! No fim, Dani estava certa. Ele precisava de alguém que fosse amá-lo na mesma medida; nem mais, nem menos... Sem sobras, sem faltas...

“… And I
I'm running to you baby
Cause you are the only one who saved me
That's why I've been missing you lately
Cause you make it real for me

Oh, everybody's talking in words I don't understand
You've got to be the only one who knows just who I am
You shout it in the distance, I hope I can make it through
Because the only place I want to be is right back home with you…”


Quando se separaram, abriu os olhos e, mais uma vez, se pegou olhando para o lugar onde estavam.
“Afinal, onde é que nós estamos?”
“No sótão da casa da .”
“ONDE?” A garota riu ao ouvir a resposta.
“Bom, eu queria um lugar onde pudéssemos ser só nós dois e nós pudéssemos dançar, comer, ficar juntos... Pensei em um parque, mas, nesse frio... Impossível! Aí me lembrei de que a é a pessoa que eu conheço que mora há mais tempo aqui... Então fui perguntar. Ela não sabia, mas falou que me emprestava o sótão... O que você achou?” Liam contou e perguntou, ansioso.
nem sabia o que dizer. Era tudo perfeito: as luzinhas que serviam como iluminação; a música; o espacinho para eles comerem!
“Você é incrível! Você é maravilhoso!” Ela disse, por fim, incapaz de expressar exatamente o quão maravilhada estava.

“… I guess there's so much more
I have to learn
But if you're here with me
I know which way to turn
You always give me somewhere,
somewhere I can run
You make it real for me…”


“Não. Você é quem é incrível!” Liam respondeu, passando seu nariz delicadamente pelo nariz da namorada. “Você me salvou! Você me trouxe de volta!”
“Eu precisava de você... Iria te buscar em qualquer lugar que você estivesse!” falou e os dois riram e se beijaram mais uma vez.
A música seguinte era mais animada e, então, eles puderam dançar exatamente como na primeira vez no Wonderland. Aquele era a noite perfeita para os dois. Tudo o que precisavam, naquele momento, era um do outro.

“And I
I'm running to you baby
Cause you are the only one who saved me
That's why I've been missing you lately
Cause you make it real for me

You make it real for me.”



bateu na porta, ainda fungando e apertando os braços contra o corpo. Estava muito frio!
Zayn abriu e arregalou os olhos ao vê-la.
! O que aconteceu?” Ele perguntou, preocupado, colocando-a para dentro.
“Eu... Briguei com o Aidan.” Falou, entrando e enxugando suas lágrimas.
O garoto fechou a cara.
“O que ele fez?” Perguntou, conduzindo-a até o sofá, em que ela sentou-se.
Zayn ajoelhou-se à sua frente, como um pai conversando com sua filhinha.
“Resolveu me contar, bem hoje, que nós não estamos namorando, nem nada do tipo, pra fazermos algo junto no Dia dos Namorados.”
Zayn fez um barulhinho de impaciência.
“Por isso, odeio esta data! Você, mulheres, sempre esperam demais!”
“Zayn, será que você pode não ser escroto por 5 segundos?” gritou, assustando-o. “Tô aqui, na maior fossa, e você quer ficar aí com seu papinho de macho alfa?!”
Ele fez que “sim” com a cabeça.
“Desculpe-me. Mas, então... Ele te disse isso, e daí?”
“E daí que foi isso, oras... Ah, quer saber? Esquece...” Ela falou, limpando as lágrimas e levantando-se para ir embora. Precisava de uma das garotas, não dele.
Zayn levantou-se também.
“Que?! Aonde você vai?”
“Embora... Você não quer ouvir essa baboseira e tem um encontro daqui a pouco. Nem sei o que eu vim fazer aqui!”
Ele deu dois passos largos e a alcançou.
“Larga de ser ridícula! Pega o edredom e se cobre. Você tá gelada. Eu vou dar um telefonema e volto pra preparar um chá pra gente.” Zayn foi dizendo, forçando-a de volta à sala.
O garoto saiu em direção ao quarto, pegando o celular no bolso traseiro da calça. sentou-se no sofá novamente e puxou o edredom para o colo. Sorriu sozinha para a sala. Era engraçado como qualquer que fosse o problema, sempre podia contar com ele, mesmo se eles quase se matassem antes!
Mas a garota não podia deixar de sentir pena da coitada que ficaria sem o encontro com Zayn naquela noite. Provavelmente, seria tão ruim quanto ela estava se sentindo.
“Pronto.” Zayn falou, desligando o celular, sem nenhuma sombra de desapontamento. “O que você quer assistir?”
“Qualquer coisa de terror! Com muito sangue, zumbis e sem nenhum pingo de amor!” respondeu, fazendo-o rir.
O garoto se agachou e pegou uma coleção de DVDs embaixo da TV.
“Escolhe aí, enquanto eu faço o chá!”
espalhou os DVDs pelo sofá, tentando escolher. De lá, da cozinha, ouviu Zayn cantarolando alguma coisa e sorriu. Adorava a voz dele!
“Quando é o próximo show?” Perguntou.
“Não sei... Março, talvez... Preciso olhar depois. Você vai, né?”
Ele SEMPRE fazia questão da presença dela.
“Claro, Malik!”
Zayn apareceu no balcão estilo americano, que separava a cozinha da sala. Ficou alguns segundos observando ler o resumo dos filmes atrás da capa dos DVDs. Não ficava à vontade assim com nenhuma outra garota e era bem por isso que não namorava. Além de tudo, não podia imaginar a ideia de ter alguém dizendo a ele para não se encontrar mais com a amiga por ciúme ou algo do tipo. era mais importante que todas elas.
A intensidade com que esse pensamento surgiu em sua cabeça o assustou. A felicidade que estava sentindo por tê-la ali também.

tentava ligar para o celular de Niall, mas só dava caixa postal. Ela já não queria ir à maldita festa. Ficar brincando de esconde-esconde com ele não estava ajudando. Assim que chegou à JJJ, os meninos disseram que ele tinha ido até seu quarto. Não o encontrou pela rua, não o viu no elevador, era muito pouco provável que estivesse lá. Bufou, andando pelo corredor, mexendo no cabelo para que continuasse ondulado e xingando mentalmente o salto alto da bota que usava. “Era por isto que o Carnaval era no Brasil: porque lá não era inverno!”, pensou com raiva. Tirou a chave da bolsa e abriu a porta, falando palavrões baixinho. Assim que entrou em seu quarto, porém, deixou a bolsa e a chave caírem no chão.
Niall estava sentado bem no meio de sua cama, com o violão no colo, boné para trás, e ela riu ao ver que ele usava o terno do réveillon. Ele levantou a cabeça ao ouvi-la e abriu seu sorrisão... Aquele que já não sabia mais viver sem e que fazia tudo ficar bem.
“Me disseram, uma vez, que calça jeans e boné pra trás não servem pra festas chiques... Achei melhor usar um terno.” O garoto disse, dando uma risadinha e fazendo-a rir também.
“Você é a pessoa mais linda deste mundo!” exclamou, indo até ele.
Niall ajoelhou-se na cama e foi encontrá-la. Os dois se abraçaram e ela distribuiu beijinhos por todo o rosto do garoto.
“Não, eu sou uma anta! Esqueci-me do Dia dos Namorados...” Ele contou, abraçando-a pela cintura. “Não deu tempo de preparar nada elaborado, mas tenho uma coisa pra você!” Falou, enquanto tirava o boné e bagunçava o cabelo.
“Achei que o presente fosse você de terno!” brincou, fazendo-o rir.
“O presente sou eu sem o terno!” Ele respondeu, levantando uma das sobrancelhas, e os dois gargalharam de novo.
deu mais um beijinho em seus lábios. Niall fez sinal para que ela se sentasse na cama. Ela tirou as botas e fez o que ele pedia, e o garoto foi até a escrivaninha para tirar o paletó e a gravata. Sentou-se de novo de frente para a namorada e colocou o violão no colo.
“Uma vez, você me disse que aprender uma música dos Beatles não era um dos seus pedidos, era você me fazendo um favor... E, bom, obviamente, você estava certa.” Ele disse, dedilhando o violão e olhando onde seus dedos estavam. Depois, levantou a cabeça para encará-la. “Não sei se contei, na época, mas ouvi um balde de músicas, até decidir qual eu tocaria, porque significava que eu diria a você tudo o que eu estava sentindo naquele momento, que fazia eu me lembrar de você. E, mesmo agora, ela ainda expressa tudo o que tô sentindo.” Niall sorriu, e fez o mesmo. “Eu já te disse, uma vez, qual música aprendi, mas nunca tive chance de tocá-la pra você e, já que eu não comprei um presente...” Finalizou, sorrindo.
não conseguia tirar os olhos dele, não conseguia parar de sorrir, de sentir seu coração flutuando.
Ele tossiu para limpar a voz.

Música

“Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don’t wanna leave her now,
You know I believe and how!”


Ele ia cantando baixinho e tocando o violão, todo sério e concentrado. estava dividida entre querer ouvir a música toda e jogar o violão pela janela, já que era o instrumento que os separava. Nem se lembrava mais de como era bom e arrebatador gostar tanto de alguém. Ela poderia passar a vida sentada naquela cama, se Niall continuasse tocando.
O garoto, por sua vez, estava tão nervoso que temia esquecer a letra ou um dos acordes pelo caminho. Mas era quando tirava os olhos do violão e via seu sorriso, e como os olhos dela brilhavam, que tudo valia a pena. Não só o dia de hoje, mas tudo o que tinha acontecido, até chegarem àquele momento. Pensando um pouco, ele tinha visto algo a mais nela desde a primeira festa: aquela, na JJJ, em que a foi expulsa da república em que morava, e foi até lá ajudá-la. Tudo o que veio depois foi apenas consequência.

“Somewhere in her smile, she knows
that I don’t need no other lover
Something in her style that shows me
I don’t wanna leave her now,
You know I believe and how!”


Era oficial! estava completamente e irremediavelmente apaixonada por ele, por cada detalhe, por cada característica de sua personalidade, por ele ter se preocupado em preparar algo quando percebeu que tinha esquecido o Dia dos Namorados... Estava apaixonada, até mesmo, por ele ter esquecido o Dia dos Namorados... Por estar cantando Beatles, pelo modo como a olhava quando a música fazia sentido para os dois.

“You’re asking me, will my love grow? I don’t know, I don’t know!
You stick around and it may show. I don’t know, I don’t know…”


Niall encolhia os ombros quando dizia “I don’t know”, fazendo rir. A garota mordeu os lábios, esperando para que a música acabasse e ela pudesse beijá-lo, finalmente.
Talvez fosse o simples fato de que, em sua cabeça, aquela noite seria sobre se divertir e rir com o namorado, e, de repente, ele estava ali, sendo incrivelmente romântico, que fazia tudo ainda mais perfeito, para ela. Era o tal do fator surpresa. Ela tinha sido surpreendida da melhor maneira possível!

“Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me


I don’t wanna leave her now,
You know I believe and how!”


Quando a música acabou, Niall levantou o rosto e arqueou as sobrancelhas, em uma indagação muda sobre o que ela tinha achado. não respondeu. Levantou-se e, gentilmente, tirou o violão de seu colo e o colocou no chão. Voltou à cama, ainda em silêncio e, quando o garoto ia abrir a boca para dizer algo, ela o beijou; um beijo devagar, um beijo sem pressa nenhuma de acabar, um beijo tão doce e delicado quanto aquele momento. Niall a abraçou pela cintura e se arqueou para trás, deitando-se na cama e trazendo-a com ele. levantou-se para tirar o casaco e deitou-se novamente sobre ele, voltando a beijá-lo.
“Como tá o seu joelho?” Ela perguntou entre um beijo e outro.
Niall segurou-a pela cintura mais uma vez e fez com que ela rolasse para o lado, até ficar com as costas no colchão. Deitou-se sobre ela, distribuindo beijos por toda a área de seu pescoço, e começava a achar que precisava de mais pele descoberta por ali. Sorriu de lado, enquanto uma de suas mãos passeava pela barriga de por dentro da blusa, fazendo com que a peça de roupa subisse.
“Que joelho?” Respondeu quando já nem se lembrava mais de qual tinha sido a pergunta.
A garota tinha uma das mãos ocupadas, desabotoando a camisa de Niall, e a outra acariciava a parte de baixo do cabelo dele, perto da nuca.
E foi quando estavam parcialmente sem roupa que ela se deu conta de que seria a primeira vez que transaria com alguém que não era Danny. Por um momento, achou que surtaria! E se ela não soubesse fazer “de outro jeito”? E se Niall não gostasse? E se ela fosse completamente desastrada ou parecesse não saber o que estava fazendo? Era bobo ter esses pensamentos, como se fosse sua primeira vez de verdade, mas não conseguia parar.
Porém, alguns itens foram cortados da lista de preocupações quando Niall demorou um tempo consideravelmente grande para desabotoar a calça dela e tirá-la. Ele também teve problemas com a própria calça, pois, ao contrário do que tinha dito, estava, sim, sentindo o joelho. não conseguiu se segurar e riu, tapando o rosto com as mãos. Ele ria também, meio sem graça, sentado na beira da cama.
“Volta aqui, Horan!” falou ternamente, puxando-o de volta para cima dela.
Antes de voltar a beijá-la, Niall se apoiou nos cotovelos e a encarou, mexendo em seu cabelo espalhado pelo travesseiro.
“Eu... Eu acho que amo você.” Falou, nervoso.
TUDO, tudo nele era irresistivelmente encantador! Tudo tinha esse ar de inocente e de espontâneo. Era impossível não se apaixonar, não se envolver! Niall, por sua vez, estava realmente incerto se a amava ou não, simplesmente, porque nunca tinha sentido nada parecido antes. Não tinha com o que comparar.
levou uma das mãos ao rosto do garoto e fez carinho em sua bochecha, sorrindo.
“Eu também acho que te amo. E acho que você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida nos últimos tempos, acho que nem lembro quando me senti tão bem assim e acho que cada dia gosto mais de estar com você, e...”
Niall a interrompeu e a beijou, um pouco mais intensamente que antes. Não havia mais nada a ser dito, não havia mais paranoias bobas... Havia o que estavam sentindo e havia a química e a atração física que tinham desde sempre. Era suficiente. Perfeitamente suficiente.


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Nota da autora: Primeiro: A fic tem muitos personagens e muitas histórias, então eu sempre fico em falta com alguém. Dessa vez, acho que são as Styles que não vão ficar muito felizes com a falta de Harry, né? E na verdade, OTTF é um pouco Harryless num geral, eu acho. Por isso, eu até mudei um pouco a história que eu tinha em mente pro casal Styles e eu prometo que nos próximos capítulos dá uma melhorada. Por favor, me falem o que vocês acham!
Segundo: O Josh que surge não é, originalmente, o Devine. Porém, fiquem à vontade pra imaginar ele... Porque Joshinho is love <3
Terceiro: Gostaram da cena em que o Niall finalmente canta a música dos Beatles? Eu gosto bastante dessa primeira vez deles (não esperem cenas hot de mim, gente, eu mal consigo descrever um beijo!) e acho que não dava pra colocar Nainai deus do sexo, porque vamos ser sinceras: Ele não tem cara, hahahahaha...
Quarto: Eu queria explicar pra vocês o que vai acontecer com a fic daqui pra frente, já que OTTF vai entrar no terceiro ciclo na próxima atualização (to parecendo a Susan Miller descrevendo o horoscopo mensal, hahahaha... "No eclipse lunar da próxima atualização..."). O primeiro ciclo foram os 6 primeiros capítulos, onde todo mundo foi apresentado e os personagens começaram a interagir entre eles. Depois vieram os "Glory Days" do capítulo 7 até o 14. A partir do 15 as coisas começam a ficar menos comédia e mais draminha, afinal começa o fim da fic (que vai acabar no cap23). Tô falando isso porque On the third floor provavelmente vai perder um pouco das cenas divertidas que eu, pessoalmente, mais gosto de escrever pra dar lugar a cenas e problemas mais sérios. Afinal, tem que ter um "momento de tensão" antes da fic chegar ao fim, né? Espero que vocês continuem gostando e se alguma coisa não estiver legal, por favor, me avisem! Não se preocupem! Ninguém fica doente, ninguém morre e a fic não vira o maior drama de todos os tempos... Ela só fica mais séria do que antes.
E pro pontapé inicial nessa nova fase de OTTF, teremos um special guest no próximo capítulo. Alguém quer chutar quem?? ;)
Até a próxima!


Outras fics:
Trap (1D/Finalizada)
04. When we were young (Ficstape 25/Finalizada)
While my guitar gently weeps (Outros/Finalizada)
06. Glasgow (Ficstape Catfish and the Bottlemen/Finalizada)
08. Flicker (Ficstape Flicker/Finalizada)
08. Sound of Reverie (Fictape Lovely Little Lonely/ Finalizada)
09. Then there’s you (Ficstape Nine Track Mind/Finaliada)
10. Here we go again (Ficstape Turn it up/Finalizada)
Daydreamer (Outros/Finalizada)
Someone like you (Outros/Finalizada)




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