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Capítulo 15 - The guy who turned her down

chegou ao terceiro andar e tirava as luvas quando percebeu que havia alguém parado no corredor. Aidan estava encostado na sua porta e mexia no celular, com uma expressão séria. Levantou o rosto ao perceber os passos e guardou o aparelho no bolso.
“Onde você estava?” Ele perguntou, parecendo preocupado.
Era manhã de domingo e, só agora, ela estava voltando.
“Na casa do Zayn...” respondeu, sem emoção na voz. Passou por ele e tirou a chave da bolsa.
“Zayn? Quem é Zayn?” Aidan parou ao seu lado, tentando fazê-la olhá-lo nos olhos. “Como assim você passou a noite na casa de um cara?”
“É o meu melhor amigo. Apresentei vocês na festa, lembra?” se virou para o rapaz, sem se dar ao trabalho de alterar seu tom de voz. A noite anterior tinha sido agradável demais para que se sentisse culpada. Não era a vilã dessa história! “Minha outra opção era ficar sozinha no meu quarto...” Continuou, levantando as sobrancelhas.
Ela fez menção de abrir a porta e deixá-lo falando sozinho, mas Aidan segurou sua mão.
... Desculpe-me por ontem, por favor!” Falou, conseguindo fazer com que ela o olhasse, finalmente. Tentou transmitir o quanto se sentia mal pelo que tinha feito na troca de olhares.
A garota desistiu de entrar no quarto e, pela primeira vez, abaixou a guarda.
“Você não tem que se desculpar.” Ela disse com a voz triste, cruzando os braços e encarando o chão. “Se você não acha que nós estamos juntos, a culpa é minha por ter entendido errado. Eu só te peço pra me deixar sozinha... Eu não vou saber fazer do seu jeito... Já me envolvi demais!”
“Não! Não, !” Aidan chegou mais perto, segurando seus braços para que ela os descruzasse. “Eu... Eu quis dizer uma coisa e acabou soando como outra, e, depois, você desligou o celular, e eu precisei voltar ao teatro... Enfim. Eu não quis dizer que não levo a sério o que nós temos.” Ele explicou, chegando ainda mais perto e segurando as duas mãos dela. “Eu adoro o que nós temos e quero continuar com você... Só achei que não fôssemos o tipo de casal convencional, que faz esse tipo de programa e comemora esse tipo de data. Foi isso o que eu quis dizer!”
fungou, tentando não chorar de novo.
“É claro que eu quero comemorar o Dia dos Namorados, Aidan! Principalmente, quando eu acho que estou namorando...”
“E se é isso que você quer, então nós estamos.” Ele disse, tirando a franja dos olhos dela e segurando seu queixo para que ela levantasse a cabeça e o encarasse. “Hey... Você lembra que eu te disse que você era especial? O tipo de garota que não se pode deixar passar?” fez que “sim” com a cabeça. “Eu estava falando sério! Eu não vou te perder por bobeira, tá me entendendo?” Aidan falou, abrindo um sorriso e recebendo outro de volta.
Ele aproximou-se mais e deu um selinho demorado nos lábios dela. o abraçou e fez com que o selinho se transformasse em um beijo de verdade. Sentia-se bem em tê-lo de volta. Havia passado todo esse tempo, tentando convencer a si de que não precisava dele, ou de um namorado, ou de qualquer um... Mas, agora, sentia-se tão aliviada de terem resolvido tudo, que o mero pensamento de que era melhor mesmo se não ficassem juntos parecia ridículo!
“Pronto! Assim que eu gosto!” Aidan disse, dando um beijinho delicado em sua bochecha. “Estamos bem?”
“Estamos...” respondeu, sorrindo e fazendo carinho em sua cabeça.
“Que bom... Porque tenho uma surpresa pra você no meu quarto. Ainda dá tempo de comemorar o Dia dos Namorados?!” Ele perguntou, e a garota deixou seu queixo cair ao ouvir aquilo, fazendo-o rir. “Vem!” Aidan a puxou para o elevador, em direção ao seu andar.
o seguiu, quase flutuando pelo caminho.
O que será que ele tinha aprontado? Mal podia esperar!
Estava tão fora do ar que nem viu a mensagem de Zayn, dizendo que, se precisasse, ela poderia passar a tarde lá na casa dele de novo.

Março chegou com a promessa do começo da primavera. Estava tão frio, porém, que temperaturas mais quentes pareciam um sonho distante. E era por causa do frio que e Niall ainda estavam na cama naquela tarde de sábado. A garota estava sentada em meio aos muitos edredons, digitando o que era o seu arquivo “dissertacao1.docx”, dos muitos “dissertação.docx” que ainda viriam após as correções de Alexander.
Era engraçado pensar que, em alguns meses, defenderia seu mestrado e voltaria para casa, como era o combinado com sua mãe. Havia ido até lá no último fim de semana e, apesar de tudo parecer bem com todo mundo, ela não pôde deixar de se sentir estranhamente perdida, sem Niall a rodeando pela casa e, bom, isso era um pouco preocupante por uma série de motivos.
“Niall...” Ela chamou. O namorado tinha um dos braços passados por sua cintura e dormia pesadamente. Esta era a coisa com ele: quando estava acordado, era o ser humano mais hiperativo já visto, mas quando dormia era quase como se tivesse morrido. fez carinho em sua cabeça, e ele se mexeu, ainda sem dar sinal de vida. “Niall!” Tentou de novo. “Ni...”
Ele abriu um dos olhos preguiçosamente e sorriu para ela, encolhendo-se sob os edredons.
“Oi... Terminou aí?” Ele perguntou, depois levantou a cabeça e olhou para a televisão. “Já acabou o jogo?”
riu.
“Já! São 5 horas da tarde.”
“E você terminou o que estava fazendo?”
“Uhum!” colocou o notebook no criado-mudo e deitou-se de novo, sendo abraçada direito por Niall. Ficaram com o rosto de frente para o outro. “Niall... Você acha que somos um daqueles casais?”
“Que casais? Tipo, Posh Spice e Beckham? Provavelmente... Só que mais bonitos...” Ele respondeu sério.
riu.
“Palhaço! Não... Um daqueles casais chatos que não se desgrudam, sabe? Que passam o tempo todo juntos e nunca mais saem com nenhum dos amigos, e tal...”
Niall olhou teatralmente por cima do edredom e pelo quarto.
“Há quanto tempo nós estamos aqui?”
Era impossível falar sério com ele. A garota deu um tapinha em seu ombro enquanto ria de novo.
“Tô falando sério.”
Ele voltou a deitar a cabeça no travesseiro.
“Os meninos da república têm me cobrado um pouco por passar menos tempo lá...” Niall contou. “Apesar de não ser uma coisa que fazemos de propósito, talvez, a gente esteja em falta com nossos amigos... Alguém mais reclamou?”
“Não... Eu estava só pensando no fim de semana passado... Senti tanto a sua falta em casa!”
O garoto abriu um sorrisão e levou seu rosto para mais perto do dela.
“E quando você vai me levar pra conhecer sua família?”
engoliu em seco. É... Não em uma data próxima. Sabia que precisava contar a ele, mas... Não, não, hoje. Não agora.
“Podemos pensar nisso depois... Nosso problema, agora, é como não ser um daqueles casais.”
“O que você sugere? Tô com preguiça de pensar...” Niall falou, voltando a fechar os olhos.
“Precisamos de mais tempo com nossos amigos, criar uns programas diferentes... Vamos tentar isso esta semana? Ficar menos tempo juntos e mais tempo com eles?”
“Uhum...” Ele respondeu, sonolento. nem tinha certeza se ainda estava ouvindo. Deu um beijinho de leve em seus lábios e o sentiu apertando o abraço para que ela chegasse mais perto. “A gente pode começar isso só amanhã, né? Tá tão bom aqui!”
deu uma risadinha e também fechou os olhos.
É... Deixa para amanhã...

“Olha quem vem aí, El! Quem é ela, mesmo? Acho que é alguém que troca as amigas pelo namorado!” brincou ao ver entrar na loja.
Ela mostrou a língua e riu, indo cumprimentar Eleanor.
“Não vem, não, que, até onde eu sei, todas nós aqui estamos amando e sendo amadas, e passando mais tempo com os respectivos bofes!”
“Bom, eu tenho que aproveitar quando Lottie não está prestando atenção...” El explicou, dando de ombros.
Seu namoro com Louis continuava às escondidas da irmã dele, mas estava cada vez mais difícil encobrir e dar desculpas de, por exemplo, por que ela não investia no professor de francês gatinho, que lhe dava mole.
deu um tapinha solidário em seu ombro.
“E quando vocês pensam em contar a ela, El? Isso já tá ficando surreal!” A amiga falou.
“Nesse fim de semana, provavelmente, mas ainda estamos pensando em como faremos isso.”
“Cara, eu ainda acho que ela vai adorar...” se intrometeu. “Quem melhor pra ser cunhada dela que você?”
“A Hannah...” Eleanor falou, torcendo o nariz. “Queria saber qual é a dessa menina! O que ela tem de TÃO legal!”
“Ela, provavelmente, droga a coitada da Lottie.” respondeu, fazendo as duas amigas rirem.
“E você, ?” sentou-se na mesa do fundo da loja, balançando os pés no ar.
“Bom, eu não me definiria como ‘amando e sendo amada’, como você disse, agora a pouco, mas tudo bem... Matt é um cara bacana.” deu de ombros.
“Que desânimo! Ele parece ser tão fofo!” El falou. “Bom, ele já se derretia todo por você toda vez que vinha aqui. Agora, então... Só falta vir com a aliança no meio dos tubos de tecido!”
“Nem dê essa ideia a ele!” exclamou, levantando o dedo para a estagiária e fazendo-as gargalhar de novo.
“Então... Qual é o problema?” perguntou. “Além do fato óbvio de que ele não é o Styles.”
A amiga riu, meio triste, e abaixou os olhos.
“Ele não ser o Styles é 99% dos problemas.” Ela confessou. “Sinto falta daquele cabeça dura!”
“Tem visto ele?” Eleanor quis saber, e fez que “não” com a cabeça.
“Não frequentamos os mesmos lugares, né? Ele mudou o horário na academia...”
“Louis sai com ele, de vez em quando...” A amiga contou. “Diz que ele tenta esconder e se esforça pra ser natural, mas dá pra perceber que alguma coisa o incomoda.”
soltou a respiração pesadamente.
“Não era pra ser assim, sabe? Nós nos divertíamos tanto... Era tão bom! Mas o que tá feito tá feito, e o Matt, apesar de não ser o Harry, é um doce comigo. A gente se vira com o que tem...” Ela mordeu os lábios e se virou para El. “O Louis sabe se ele tem ficado com alguém?”
“Hum... Acho que sim. Nenhuma menina fixa, mas ele fica com algumas, de vez em quando...” Eleanor respondeu.
“Bom... Eu não deveria me importar, né? Tô com o Matt...” sorriu, e desceu da mesa e foi abraçá-la. “Viu, ? Por isso, você não pode sumir com aquele duende irlandês!”
Ela riu e deu um beijo no rosto da amiga.
“O duende irlandês, aliás, quer saber quando é a próxima terapia de tequila...”
Foi a vez de rir.
“Diga a ele que, provavelmente, em breve!”
“Olha, dependendo de como for com a Lottie nesse fim de semana, eu também irei!” El voluntariou-se, e as meninas foram abraçá-la.
“Mas, e aí, suas protagonistas de novela mexicana?! Onde vamos almoçar?” perguntou, então, esfregando as mãos.

, Jessica e almoçavam no restaurante da faculdade quando Josh entrou. O garoto reconheceu as duas conhecidas, sorriu e acenou para elas, antes de chegar até o balcão.
deu um cutucão em Jess.
“Mas olha quem tá aí, Jess!” Falou, ainda dando umas cotoveladas nela.
se virou para olhar o que as duas observavam.
"Quem é?"
“Um amigo do Niall que nós conhecemos...” Jess contou, ficando vermelha com o ataque de .
“E que é um gatinho e que... Pera aí!” se virou para a amiga ao seu lado. “Como foi lá na festa de Carnaval? Você nem me contou!”
Jess corou mais ainda e evitou olhar para a amiga.
“Eu não fui...”
“COMO É QUE É?” gritou, fazendo Jess ter vontade de entrar embaixo da mesa.
, que, até então, estava perdida, virou-se para Jessica também.
“Vocês não iam... Ninguém ia!” Ela tentou se justificar.
“O gatinho ia!” falou.
“Eu não ia aparecer lá sozinha...” Jess retrucou, dando de ombros e voltando os olhos ao seu prato.
“Tá bom, vai... Eu te entendo.” disse, por fim, dando uns tapinhas solidários no ombro da amiga. “Vou chamar o Niall e bolar um plano pra vocês se encontrarem...”
“Hey! Eu não disse que tô interessada nele! ”
“Bom, ele é bem ‘interessável’...” falou, analisando no balcão. “Se é que essa palavra existe...”
Josh voltou a carteira ao bolso de trás da calça, fez um aceno com a cabeça e se virou para as mesas, tentando achar um lugar para se sentar.
sorriu, encorajando-o a se aproximar.
“Sente-se aí, Josh!” Ela falou, apontando para a cadeira de frente para Jéssica, que não sabia para onde olhar.
“Obrigado, meninas! Oi, Jess!” Ele disse, sorrindo e, ao se sentar à mesa, nas péssimas cadeiras imóveis do refeitório, sua perna roçou nas pernas dela, que se encolheu, tímida. “Ôpa! Desculpa!” Ele disse, sorrindo ainda mais.
“Esta é a , Josh... Acho que você não a conhece.” falou. precisava admitir: a amiga virou outra pessoa desde que tinha a conhecido no início do ano letivo. Diferente para melhor, claro. Mais comunicativa, confiante... Mas ainda tão estudiosa e doce quanto no primeiro dia. “, este é o Josh. Ele estuda com o Niall.”
ofereceu a mão para cumprimentá-lo e sorriu.
“Prazer!”
“Prazer!” Josh falou e se virou para Jéssica e . “Aliás, eu e Niall iremos a uma palestra/apresentação na sexta... Se vocês quiserem ir também...”
“Uma o que?” Jess perguntou, ganhando a atenção plena dele.
“É um cara que vai tocar violão e contar umas histórias, porque ele já esteve em tudo quanto é lugar, sei lá! Eu e Niall vimos alguém comentando por aí e resolvemos ir.”
“Estranho... Não vi ninguém falando sobre isso... Nada nesta faculdade é bem divulgado, né?” reclamou, e os outros três concordaram com a cabeça. “A peça do Aidan, mesmo, é de graça para os estudantes daqui, mas ninguém divulga nada!”
“Pois é... E parece que vai ser bem legal. Vocês querem ir?” A pergunta dele era para todas as meninas, mas seus olhos estavam em Jéssica, que foi chutada embaixo da mesa (e, desta vez, não era Josh).
A garota sorriu e acertou o óculos no nariz.
“Parece ser legal. Eu curtiria ir.” Ela respondeu, fazendo Josh sorrir de volta.
“Vou avisar o Zayn!” falou, puxando o celular.
Os quatro continuaram almoçando e conversando. Jess tentava, desesperadamente, não demonstrar como estava nervosa e nem parecer idiota quando ria de algo que Josh falava. Ele era mesmo bem “interessável”, não era?

Eleanor havia sido dispensada de sua aula de Desenho com , naquela noite, porque a patroa sairia para jantar com Matt. Porém, estava sentada em seu quarto, tentando terminar um desenho que havia começado e que estava, talvez, pela primeira vez, gostando bastante.
Reclinou-se na cadeira e se espreguiçou, olhando, satisfeita, para o vestido que estava criando. Estava alcançando sua caneca no criado-mudo quando Lottie colocou a cabeça para dentro de seu quarto.
“Hey!” Ela cumprimentou, alegre. Toda vez que ela aparecia era o mesmo ataque do coração.
El sempre achava que ela entraria, gritando que sabia de tudo.
“Hey, você! Não tinha te visto, hoje, ainda!” El sorriu, convidando-a para entrar.
Lottie entrou no quarto e parou atrás da amiga.
“Tá ficando tão lindo! Você é tão talentosa, El!”
“Obrigada! Eu estou realmente feliz com este! Eu consigo imaginar o tecido aqui, sabe?” Ela disse, apontando para a saia do vestido.
Lottie colocou as mãos no ombro dela.
“Você vai mandar fazê-lo?”
disse que, no final do ano letivo, me ajudará a costurar o que eu gostar mais e colocará na loja...”
“Acho que já temos uma campeã!”
“É, acho que sim...” El tomou mais um gole do chá.
“Tenho boas notícias!” Lottie falou, saindo de trás da cadeira. “Hannah virá pra cá nesse fim de semana.”
A mão de Eleanor desceu involuntariamente, fazendo a caneca bater no tampo da mesa e espirrar chá por todo seu desenho. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela nem sabia por qual dos motivos estava mais chateada.
“Ai, caramba!” Falou, observando seu desenho todo borrado e molhado.
“El!” Lottie falou. “O que houve?”
“Eu... Eu me distraí!” Falou, correndo para o banheiro para pegar uma toalha e tentando não chorar. “Que merda!”
Lottie continuava olhando-a, sem saber o que fazer ou como ajudar. A garota tentava secar o papel, mas o desenho já estava arruinado. Ela levantou os olhos para a amiga, dando-se por vencida.
“Não fica assim, El!” Lottie falou, indo abraçá-la. Algumas lágrimas caíram de seus olhos. “Você vai fazer outro ainda mais bonito que esse! Você vai, com certeza!”
Eleanor fungou e se desvencilhou do abraço, tentando, por tudo, esconder o segundo motivo de sua tristeza.
“Então, a Hannah vem pra cá?”
“Vem! Nesse fim de semana!”
“Louis já sabe?”
“Não!” Lottie falou, fazendo cara de quem aprontou. “Será uma surpresa... Nós temos tentado combinar isso há séculos!”
El limpou as lágrimas em sua bochecha.
“Mas eles já não se viram no réveillon, Lottie, e não deu em nada?” Ela começava a ficar cansada da teimosia da cunhada e da tal ex-namorada de Louis.
Ele não a queria mais! Que saco!
“Sim, mas, naquela época, ele estava começando com a vaca... Você sabe que, no começo, é tudo lindo, né? Eu queria ver a cara dela quando visse a Hannah e o Louis pelo campus!”
Bom... Ela já estava vendo.

e Matt voltavam de mãos dadas do jantar. Ela tinha que admitir que o rapaz era muito engraçado e ainda estava rindo de algo que ele havia dito há algum tempo.
Além disso, Matthew parecia empenhado na tentativa de fazê-la se sentir feliz. Era fofo, romântico, mandava mensagens bonitinhas durante o dia, ligava nos fins de semana e sempre que aparecia na loja, “a negócios”, tentava ser o mais profissional possível, mas não saía de lá sem roubar um beijo dela, antes de ir embora.
Eleanor costumava passar alguns segundos examinando , depois que Matt saía, mas nunca dava sua opinião, porque, apesar de tudo, ria, se despedia e, rapidamente, voltava seus olhos aos papéis que estava lendo antes de ele aparecer. Sem suspiros, sem sorrisinhos bobos, sem acenos de cabeça que diziam “Para de pensar nele e foca no trabalho!”. E sentia-se verdadeiramente agradecida por El não colocar em palavras o que ela também sabia que era verdade:
Não estava apaixonada.
Mas estava viva, e isso significava que ainda estava tentando. E, neste momento, andando pela rua, de mãos dadas com ele, os dois caminhando pertinho um do outro para diminuir o frio que o vento trazia, ela quase conseguia sentir o tipo de intimidade comum nos casais.
“Aonde iremos? Sua casa? Tomar um café antes?” Matt perguntou.
“Podemos tomar um café!” disse, sorrindo. Estavam andando pela rua onde ficava sua cafeteria favorita. “Adoro o café daquela lojinha ali!” Apontou.
Estavam no meio do caminho quando o avistou. Vinha andando de cabeça baixa por causa do vento, as mãos enterradas nos bolsos do sobretudo... Tão lindo que parecia uma visão! Tirou as mãos do casaco e mexeu o cabelo daquele jeito peculiar, e, ao fazer isso, levantou a cabeça.

Música

“You know I see you in another light.
Where did the days go when it all felt right?
And all I know is there was fire in the room.
But it got cold too soon…”


A garota não foi rápida o bastante para se desvencilhar de Matthew e, quando Harry a olhou, o casal ainda estava de mãos dadas. Os olhos dele passaram por seu rosto e se prenderam nesse fato por algum tempo, antes de se virar e entrar na cafeteria.
A cafeteria que e Matt entrariam também.
“Hum... Matt...” Ela começou, nervosa. “Acho que não preciso de café... Quer ir direto para casa?”
“Tá tudo bem?” Ele perguntou, olhando-a.
Estava distraído por algum tempo com as vitrines.
“Claro... É que tá frio...” mentiu, tentando sorrir.

“Listened to the rain, and it doesn't sound the same.
And it was fun, fun, fun.
The silence in your road, we're not talking anymore.
We better run, run, run.
The way you look at me in any opportunity until I come undone.
It's the sound of our hearts getting louder beating like a hollow drum.
Like a hollow, hollow, hollow drum...”


“Hum... Posso comprar para levar, então? Eu realmente queria um café.” Matt falou.
Não tinha como impedi-lo. Não tinha desculpas.
“Claro... Eu te espero aqui fora.” Ela disse, soltando suas mãos. “Lembrei que tenho que ligar para Eleanor... É rapidinho.”
“Dá folga à sua estagiária. Coitada!” O rapaz brincou, sorrindo.
deu uma risadinha forçada e continuou do lado de fora quando ele entrou na cafeteria, mas ficou olhando para dentro pela vitrine. Harry terminava de fazer seu pedido e seu olhar parou em Matt quando o mesmo aproximou-se. Olhou em volta, procurando-a, e, então, seus olhos encontraram os de .

“So hold your tongue, you can't look me in the eye.
And you won't remember, you won't even try.
All I knew is there was fire in the room.
But it got cold too soon.”


Não havia definição para sua expressão. Ele estava sério. E triste. E decepcionado. E com raiva. Mas, de algum modo, também havia presunção em seus olhos, uma vez que , ao escolher ficar do lado de fora, dava a entender que tinha medo de ficar tão perto dele. Eram todos esses sentimentos que ela pensava distinguir. O garoto continuou encarando-a por mais algum tempo, até que ela desviou o olhar e deu um passo para trás para que seu rosto ficasse encoberto pelo logo da loja no vidro.
As perguntas giravam em sua cabeça.
Por quê? Por que as coisas tinham que ser assim? Por que ele não podia ser a pessoa que ia sair da cafeteria e segurar sua mão, e acompanhá-la até à sua casa?

“Listened to the rain, and it doesn't sound the same.
And it was fun, fun, fun.
The silence in your road, we're not talking anymore.
We better run, run, run.”


A porta se abriu, e Harry saiu de lá, colocando a mão livre de volta no bolso. Passou em sua frente, sem nem olhá-la direito, o que feria mais que qualquer olhar indecifrável. Quando Matthew apareceu, precisou inventar uma desculpa esfarrapada para que o rapaz não subisse. A intimidade que estava sentindo não existia mais. A vontade de tentar também não. Só havia o sentimento de culpa... A solidão... Um buraco.
Mais uma vez, havia um buraco.

“The way you look at me in any opportunity until I come undone.
It's the sound of our hearts getting louder beating like a hollow drum.
Like a hollow, hollow, hollow drum...”


Harry continuou andando, sem olhar para trás, forçando-se a não olhar para trás.
Ele estava certo durante todo esse tempo… O cara que estava com era mais velho. Era da idade dela. Sentiu uma raiva enorme e uma tristeza do mesmo tamanho, mas, enquanto assoprava seu chocolate quente, o que ele realmente pensava era que sentia muita falta de . Queria ser o cara levando-a para casa, comprando o café dela.
De alguma forma, ele a queria de volta.
Seu celular apitou, e ele quase desejou que fosse ela, mas era a garota com quem tinha ficado na noite anterior, perguntando onde Harry estava e o que estava fazendo. Sem muita emoção, mentiu que estava em seu quarto, estudando, e continuou andando, sem rumo, pela cidade.
Ele queria de volta, nem que fosse para provar a si que não precisava ser mais velho para tê-la.
Mas o que podia fazer agora?

“It's the sound of our hearts getting louder beating like a hollow drum.
Like a hollow, hollow, hollow drum…”


“A gente pode dar um tempo nesse negócio de não se ver? Tô com saudade! Você vem?”
sorriu para a mensagem. Era sexta-feira à tarde, e isso deveria significar liberdade, mas ela ainda tinha uma longa lista de referências para corrigir.
“Não vou conseguir sair agora, mas passarei aí pra te buscar e te levar ao terceiro andar depois. Chega dessa brincadeira! Você é só meu esta noite, Horan!”
Continuou olhando para o nome do namorado no celular, sorrindo. Para falar a verdade, estava morrendo de saudade dele, mas não fazia a menor questão de ir àquela palestra/apresentação/sei lá o que, onde Niall estava. O garoto nem tinha conseguido explicar a ela quem era o cara e do que se tratava!
“É alguém que morou aqui, estudou aqui, nasceu aqui... Não sei direito...”
“Qual é o nome dele?”
“Hum... Johnson, Johnny... Não sei direito também.”
“Você sabe alguma coisa com certeza, criatura?”
“Que vai ser no Anfiteatro 9... E que eu tô com fome!”
Iria terminar suas referências e ir buscá-lo. Seria a melhor utilização do seu tempo. Suspirou, colocando o celular de lado e voltando sua atenção ao notebook.

“Você vai, sim! Para de graça!”
Enquanto isso, no terceiro andar, respondia a mensagem de uma Jessica surtada com a notícia de que ela não iria mais. Enviou a resposta, voltou os braços para debaixo do cobertor e deu play de novo no seriado que assistia.
não estava se sentindo bem, mas não era algo físico... Simplesmente, precisava de um tempo sozinha, sem ninguém perguntando a ela o que iria cair na prova, sem cálculos, datas, nomes, sem pensar em nada importante... Sem se dar conta de que Arquitetura não era mesmo o que ela queria para o resto de sua vida e como aquilo era o maior dos problemas que já enfrentara.
Por isso, havia dito a Jess que não ia mais com o pessoal para a apresentação e, ao invés disso, tinha vestido seu pijama e, agora, estava deitada sozinha em seu quarto, vendo Jessica Day brigar com Nick Miller pela milésima vez.
O problema é que não conseguia se desligar. Seus pensamentos pareciam aquelas bolinhas com dezenas de ventosas que grudam em qualquer superfície lisa. Se puxasse um deles e tentasse jogá-lo fora, acabaria colado em algum outro lugar. Mexeu-se, incomodada, na cama, achando que, no fim, a ideia de ficar sozinha tinha sido a pior de todas. Que ótimo!
Ouviu alguém batendo na porta, e logo Liam colocou a cabeça para dentro, franzindo a testa.
?! Você não deveria estar com as meninas ou estudando? Tá tudo bem?”
sentiu um nó na garganta. Não estava tudo bem, e ela começava a ficar cansada de fingir que estava. Fez que “sim” com a cabeça, sem dizer nada, olhando para ele, e sem se levantar da cama. Se abrisse a boca, choraria.
“Uhum...” Fez, por fim.
O garoto a olhou, desconfiado, e entrou no quarto, indo até ela.
“O que você tem?” Perguntou com a voz terna e abaixou-se para que seus rostos ficassem no mesmo nível.
desviou seus olhos do dele e piscou algumas vezes para se livrar da vontade de chorar.
“Eu só tô cansada...” Mentiu. A mentira que ela vinha contando a si mesma há algum tempo.
Liam a estudou mais um pouco, depois levantou-se e segurou em seus ombros, fazendo com que ela erguesse a parte superior do corpo. Sentou-se na cama e a colocou no colo.
“Eu consigo enxergar dentro de você que não tá tudo bem...” Ele disse com a voz grave e séria. “E eu tô aqui, pedindo, quase implorando, pra você me deixar te ajudar.”
“Liam...” começou, aninhando-se no colo dele, mas evitando perder o contato visual que tinham. “Eu... Eu não sei o que fazer. Eu sinto que tô lutando em uma batalha perdida...” Ela tentava explicar. Era tão difícil colocar em palavras! “Eu não estou gostando do curso como achei que iria gostar... Não sei se é isso mesmo que eu quero! Mas, se não for isso, o que mais poderia ser? E o que eu vou dizer aos meus pais? Eles vão ficar tão decepcionados!”
Já não era mais possível enxergar o rosto de Liam. As lágrimas saiam, atropelando-se, dos olhos de . As lágrimas de desespero que ela vinha guardando há tanto tempo. Nem acreditava que estava dando voz aos seus pensamentos pegajosos. O namorado, por sua vez, a abraçou mais forte.
... Calma! Você tem que colocar sua cabeça no lugar. Essa é uma decisão muito difícil e importante, mas não é o fim do mundo! Você só não pode se precipitar...”
“Eu sei, eu sei...” Ela disse, limpando os olhos. “Mas não é de hoje que venho pensando nisso, Liam... E, se eu for ser bem sincera, durante este ano, tudo o que fiz foi pelos meus pais. Eu nunca estudei por estar realmente interessada ou apaixonada pela matéria!”
“Isso é muito grave, ! Não tá certo fazer isso com você mesma... Não são quatro ou cinco anos... É a sua vida inteira!”
“Você acha que eu não sei? Mas o que vou fazer? Meus pais não podem pagar minha faculdade! Eu dependo dessa bolsa! E, bom, eu nem sei o que quero!”
Liam mordeu os lábios. Realmente, não era uma situação fácil.
“Vamos dividir o problema em partes para resolver devagar. Primeiro, nós precisamos descobrir o que você gosta. Eu vou te ajudar! Vamos ler livros de cursos, fazer testes vocacionais, passar a madrugada no Google... O que for preciso. É isso que faremos, sem pensar no resto, por enquanto. Vamos nos concentrando aos pouquinhos...” Disse, mexendo no cabelo de para que ela se acalmasse. “Tá bem? Vamos fazer assim?” Perguntou, buscando os olhos da garota.
sentiu um arroubo sem tamanho de gratidão por ele. No meio de todo o caos que se encontrava, havia Liam. E parecia bastar para que ela reencontrasse seu equilíbrio.
A garota fez que “sim” com a cabeça, encarando-o.
“O que eu faria sem você?” Ela perguntou. “O que eu faria se não te encontrasse no quarto em frente ao meu?”
“Você me procuraria...” Liam respondeu, sorrindo. “Foi o que você me disse, lembra?”
“Lembro... E, provavelmente, é exatamente o que eu faria.”
Ele encostou sua testa na dela, e seus lábios foram de encontro aos da namorada, quase instantaneamente. passou seus braços em volta do pescoço de Liam, que a abraçou pela cintura, deitando-a na cama. O beijo se intensificou, e ele desceu as mãos até a barra da camisa de pijama que usava, fazendo pressão em sua cintura e brincando, depois, com o cós de sua calça. Quando se levantou e puxou a própria camiseta para cima, ficando livre dela, o coração de deu um solavanco, e a garota precisou tomar fôlego para falar:
“Liam...” Chamou com a voz fraquinha e ofegante. “Eu...” Como ia dizer aquilo? “Eu... Nunca fiz isso...” Confessou.
Liam, que tinha voltado a se deitar sobre ela, levantou o rosto para encará-la, e mordeu os lábios, nervosa. Nunca tinham exatamente conversado sobre isso.
O garoto a examinou, sem saber bem o que fazer.
...” Ele começou, apoiando-se nos cotovelos para levantar o tronco e fazendo menção de sair de cima dela. “Eu não...”
A garota, porém, se sobressaltou e o segurou pelos ombros, forçando-o a voltar.
“Não... Não... Mas eu quero! E quero que seja com você! Hoje.”
Liam ainda a observava, incerto do que fazer.
“Você tem certeza?”
fez que “sim” com a cabeça.
“Você sabe que pode falar, se mudar de ideia, né?” Ele perguntou, chegando mais perto.
O coração dela voltando a martelar quase dolorosamente.
O garoto lhe deu alguns beijinhos de leve nos lábios. Depois, desceu os beijos devagar pelo seu pescoço e colo, voltando as mãos à barra do pijama dela.
Tinha que ser ele. Tinha que ser naquela hora.
E achando que a melhor ideia para se distrair era assistir seriados...

Jessica balançava a perna nervosamente, olhando para o outro lado do corredor. Um bolo de já estava contabilizado. Quantos mais levaria?
O suposto palestrante/músico/sabe-se-lá-Deus-o-que-mais passou por ela com o violão em punho e conversando animadamente com alguém que deveria ser um estudante já formado. Até que não era feio...
No fim do corredor, viu vir, conversando com Zayn, e respirou, aliviada. Pelo menos, não estaria totalmente desacompanhada.
“Jeeeeess!” A garota deu um sorriso largo ao avistá-la. “Hum... Veio toda gatinha!”
A garota corou, olhando para baixo. Já era tenso ser zuada. Ser zuada perto do Zayn era um pouquinho pior!
“Tô normal...” Falou, passando a mão pelo vestido que usava (e que havia sido escolhido cuidadosamente).
“Sei... Sei...” brincou, mas foi até ela para lhe dar um abraço da solidariedade.
Zayn parecia entediado, para variar, olhando pela janela e parecendo estar morrendo de vontade de ir até lá fora fumar. Será que dava tempo? Porém, antes que pudesse dizer a o que estava pensando em fazer, Niall e Josh apontaram no fim do corredor. O irlandês vinha no seu imperturbável andar, que era quase como se pulasse, e Josh ria com ele, vindo com as mãos nos bolsos.
deu um apertão no braço de Jess.
“Ele é tão gato!” Falou.
“É... Ele é...” Jess concordou/confessou.
“E aí? E aí?” Niall falou quando os alcançou. Cumprimentou as meninas com um beijo no rosto e apertou a mão de Zayn. “Você trabalha com a , né?” Perguntou, animado.
“Uhum...” Zayn respondeu, sem emoção, recebendo um olhar assassino de .
Niall ficou um pouco sem graça e mudou seu alvo.
“Hey, Jess... Cadê a ?”
Jess ainda estava atrapalhada, tentando lidar com sua timidez e o fato de que parte do seu cérebro tinha saído do ar. Quando foi que se deixou ficar assim? Tudo culpa de falando na cabeça dela! E a amiga nem estava ali para ajudá-la!
“Ela não virá. Não me explicou direito o porquê, na verdade.” Disse, franzindo a testa e mexendo os braços, meio sem saber onde colocá-los. Seus olhos passaram por Niall e foram até Josh, que sorria, prestando atenção ao que ela dizia. “Ah, oi, Josh!”
“E aí, Jess?! Bom ver você!” Falou, dando um aceno com a cabeça.
“A gente pode entrar?” Zayn perguntou, apontando para a porta, e todos concordaram e foram em direção ao anfiteatro.
o cutucou nas costelas.
“Comporte-se!” Ameaçou.
“O que eu fiz, porra?” Zayn falou entredentes, dando um passo para o lado e tentando não perceber que sentiu um arrepio com o toque da amiga. As coisas estavam começando a ficar muito estranhas!
Sentaram-se em uma das fileiras no meio da sala. Jessica, primeiro, depois, Josh e Niall, e, por fim, e Zayn. Os espectadores fizeram silêncio quando as luzes ficaram um pouco mais fracas, e o tal cara, entre seus 25 ou 30 anos, entrou no palco. Algumas pessoas na primeira fileira assobiaram e gritaram. Ele era conhecido? O rapaz deu uma risada alta e apontou para os “fãs”.
“Boa tarde! Obrigado por virem!” Ele disse, pegando o violão no meio do palco e passando a alça pela cabeça, ajeitando-a. “Meu nome é Daniel Jones. Estudei aqui, nesta mesma universidade, há algum tempo e, devo dizer, nunca fui tão bem tratado como hoje!”
Algumas pessoas riram, e Zayn franziu a testa.
“Mas esse não é o...” Começou, curvando-se para olhar para Niall.
O garoto falava com Josh animadamente e parecia desconhecer totalmente a identidade do tal rapaz.
“Oi?!” perguntou, olhando de Zayn para Niall. “Quem é quem?”
“Hum... Nada...” O amigo voltou a se recostar na cadeira. “Não tenho nada a ver com isso.”
Foi a vez de franzir a testa, confusa, mas não arrancou mais nenhuma palavra dele, e logo Daniel começou a tocar a primeira música.
“Esse cara é bom!” Niall exclamou.

vinha, subindo a escada rapidamente, meio ofegante. não estava errada de todo. Não ia matá-la fazer um pouco de exercício (talvez, não fazer, sim, fosse matá-la). Abriu a bolsa enquanto andava, procurando o celular para mandar uma mensagem para Niall, perguntando se a palestra já havia acabado.
A coisa toda começou quando ela ouviu duas risadas combinadas. Duas risadas que ela conhecia bem e que não eram de maneira alguma para ser ouvidas juntas. Levantou os olhos, e a cena à sua frente fez seu coração parar.
Dois pares de olhos azuis a encararam. O primeiro era amigável, feliz, pacífico... Os olhos que, ultimamente, tranquilizavam-na, divertiam, os olhos que faziam com que ela se sentisse amada novamente. O segundo par de olhos azuis, porém, traziam a confusão que ela própria estava sentindo: medo; susto... Eram os olhos que haviam prometido muitas coisas a ela no passado, os olhos os quais ela tinha acreditado e que tinham jogado-a no mais escuro e fundo dos poços em que já havia estado. Ela lembrava-se desses olhos, mas também lembrava-se de como foi quando eles se distanciaram de sua visão.
Caminhou em direção à dupla, sendo assistida por ambos e sentindo-se pequena, frágil e bizarramente artificial. Por que estava indo naquela direção? Deveria que correr no sentido oposto!
“Até que enfim! Achei que ia ter que te sequestrar naquele laboratório!” Niall brincou, alegre, e sorriu para ele.
“Eu... Estava tentando terminar tudo.” Falou, forçando um sorriso maior.
O namorado enlaçou seus dedos nos dela e deu um selinho em seus lábios. estava prestes a desmaiar.
“Perdeu, !” Niall continuou. Tanto ela quanto Danny pareciam completamente incapazes de falar. O rapaz continuava a encará-la, descrente. Seus olhos iam, de vez em quando, a Niall e voltavam a ela. “Este é o Danny, o palestrante. Ele é um gênio! Esteve em tudo quanto é lugar, tocando. Acabou de chegar da América do Sul.” Contou.
Danny sorriu para ele pelo elogio, mas ainda parecia desnorteado. Tão desnorteado quanto .
“América do Sul?” Ela perguntou diretamente a Danny, que pareceu intimidado ao ouvi-la falar com ele.
“Uhum...” Respondeu, abaixando os olhos, incapaz de encará-la por mais tempo. Seu celular tocou, e ele quase agradeceu de joelhos por poder se livrar, ainda que por alguns segundos, do julgamento dela.
“Sei que combinamos de ir para casa, mas o que você acha de darmos uma passada no pub antes?” Niall perguntou a , com a voz um tom mais baixo, lhe dando um selinho.
“Na verdade...” Ela começou, pensando em que história contaria. “Eu vim mais pra te dizer que aconteceu umas coisas em casa e não tô muito bem...” Mentiu.
“O que houve? O que aconteceu?” Niall chegou mais perto dela, segurando seu rosto com as duas mãos.
continuava a olhar para o garoto, mas percebia que cada um de seus movimentos era estudado meticulosamente por Danny, em sua visão lateral.
“Nada demais, mas acho que não serei uma boa companhia hoje...” Falou, segurando as mãos dele em seu rosto e fazendo carinho nelas com seus polegares, e impedindo, também, que Danny continuasse olhando para ela.
“Eu vou embora com você.” Niall disse, decidido. “Faço chá e coloco você na cama.”
sorriu.
“E depois vai pra gandaia, né?” Zombou, fazendo-o gargalhar.
“Você que inventou a semana dos amigos...”
Assim, sem enxergar Danny, quase podia voltar ao normal, mas sua realidade logo virou de cabeça para baixo de novo quando o rapaz tossiu, voltando para perto deles. Niall tirou as mãos de seu rosto e a abraçou pela cintura. Os olhos de Danny o traíram, observando o movimento.
“Hum... Você vai ao pub, então?” Ele perguntou a Niall.
“Agora, não.” Respondeu, olhando para a namorada. “Tenho que cuidar de um assunto mais importante.”
olhou para baixo, sem saber o que fazer.
“Ah... Entendo... Ok.” Danny disse. “Bom, foi um prazer conhecê-lo!”
Estendeu a mão trêmula, que Niall apertou, sem maiores problemas. O garoto não sabia mesmo quem ele era, né?
, contudo, não conseguiria tocar nele. Era muito mais do que poderia suportar! Antes que essa ideia passasse pela cabeça de Danny, ela acenou e saiu andando, meio correndo, puxando Niall pelas mãos. Quando já estavam longe, diminuiu os passos. Sua visão estava turva... Aquilo só podia ser um pesadelo!
“Você, realmente, não parece bem...” Niall falou, preocupado. “Tem certeza de que não é nada grave? Eu não preciso sair, . Posso passar a noite cuidando de você!”
Ele era tão adorável! Tão especial! A garota sorriu, passando os braços em volta de seu pescoço e continuando a andar no corredor, abraçando-o por trás. Deu um beijo em seu ombro, antes de responder:
“Não precisa! Eu só tenho que dormir... Vai ficar tudo bem!” Falou, tentando convencer a si.
Os dois entraram no carro dela e foram ao SPR, onde Niall, como havia prometido, preparou um chá e ficou observando-a, enquanto ela tentava dormir, fazendo carinho em seu cabelo. fingiu que tinha pego no sono, e o garoto lhe deu um beijo na testa e saiu do quarto, pedindo a no corredor que ficasse de olho na namorada.
A garota se encolheu e se escondeu embaixo do edredom, tentando sumir da vista de todos. Tentando sumir do mundo. O mundo que, mais uma vez, incluía Danny Jones.

Quando acordou, na manhã seguinte, sentiu como se tivesse tomado o maior porre da história. Como podia ter ressaca, sem ter colocado uma gota de álcool na boca?
Levantou-se da cama, planejando ir até a cozinha, buscar um copo com água para tomar um analgésico. O motivo da dor de cabeça, porém, estava escorado na porta do elevador, batucando com as mãos nas pernas e parecendo impaciente.
Danny endireitou-se ao vê-la e deu um sorriso de lado.
“Sabia que te encontraria aqui.” Falou. Já não parecia mais tão assustado quanto no dia anterior. Para o desespero de , ele se parecia mais com o garoto confiante que ela havia namorado. “RA, hein? Cadê a ?”
“O que você tá fazendo aqui?” rosnou.
Não era justo que ele aparecesse dois anos depois, achando que podia falar com ela como se fossem grandes amigos separados pela vida.
“Precisava te ver...” Ele respondeu, simplesmente. “Quer tomar um café?”
A situação era inevitável. Se Danny estava de volta e disposto a falar com ela, não tinha mais para onde correr.
“Vou trocar de roupa...” falou, ainda séria, e Danny deu dois passos em direção a ela. “Hey, aonde você tá indo? Me espera aqui!”
Não tinha mais onde se esconder.


Capítulo 16 - Too close for comfort


continuava perdida e zonza. Nem tinha tido tempo de ligar para ! O que faria sem os conselhos da amiga? Como lidaria com essa situação totalmente sozinha?
Os dois andavam lado a lado sem trocar uma palavra. Ele parecia não saber por onde começar e ela parecia não querer começar nada. Não tinham combinado aonde iam, mas sendo eles, tinham certeza que acabariam no parque que ficava atrás da faculdade. Tinham ido tantas vezes juntos àquele lugar que seus passos eram quase movidos por piloto automático. Pararam juntos no meio da ponte e ficaram observando o vento fazer ondinhas na água do lago. Total e absoluto silêncio por mais um bom tempo.
“Você tá linda!” – Danny se atreveu a dizer, olhando-a de rabo de olho.
Ele estava também. Parecia mais velho, o cabelo mais curto, mais forte e não parecia certo que ele usasse óculos de sol e jaqueta enquanto ela estava de moletom e tênis... Mas ela jamais devolveria o elogio.
“Obrigada!” – Disse, seca.
“A ainda mora aqui?”
“Mora. Montou uma loja pra ela no centro da cidade...”
Danny abriu um sorrisão, parecendo genuinamente feliz pela amiga.
“Ela queria tanto! Jura?”
“Uhum.” – Ela tentou não gostar de ouví-lo tão feliz pela felicidade de .
“E os meninos? Tom, Harry...”
deu de ombros.
“Não me lembro quando foi a última vez que falei com eles, a não ser o Poynter. Tudo mudou bastante depois que você foi embora...” – Ela disse. – “... Pela segunda vez.” – Completou.
“Visitei o Dougie ano passado, quando estive na Austrália...” – Danny comentou. Estranho, Dougie não tinha dito nada a ela... Mas não era de se surpreender.
A garota ergueu as sobrancelhas.
“Você esteve na Austrália?” – Perguntou, admirada. – “Teve algum lugar em que você não passou nos últimos dois anos... Além daqui?”
Ela não podia evitar alfinetá-lo. Era a defesa que tinha! O que mais faria se não jogar toda sua raiva e frustração nele?
Danny não respondeu e voltou a olhar para o lago. O silêncio caiu sobre os dois mais uma vez.
“Não sabia que você tava namorando...” – Ele disse, algum tempo depois.
“E como você esperava saber?” – Ela perguntou, franzindo a testa. – “Bola de cristal?”
“Talvez o Tom...”
“Já te disse que não falo com ele há um século! Ele não te contou isso? Que sumiu depois que casou? Que resolveu que a Giovanna e a vidinha dos dois eram mais importantes que eu ou mesmo a ?” – Mas então, pareceu lembrar-se de algo e arregalou os olhos para Danny. – “O que o Tom te contou?” – Perguntou urgente.
“Como assim?” – O rapaz a observava atento.
“Se você esperava que Tom te contasse que eu estava namorando, é porque ele te contou outras coisas... Antes.”
Danny continuou a encarando, tão intensamente que parecia tentar ler a mente da ex-namorada. Por fim, deu de ombros.
“Nada... Tom não me disse nada.”
cerrou os olhos tentando decidir se acreditava ou não. Decidiu que aquele era um assunto para ser discutido mais para frente. A conversa tinha que seguir uma ordem. E só havia uma pergunta para começar. A pergunta que rodava na cabeça dela desde que o viu no corredor na tarde do dia anterior.
“O que você tá fazendo aqui, Daniel?”

Eleanor estava sentada na sala lendo uma revista. Mais folheando a revista do que realmente lendo, na verdade. Estava tão ansiosa e agitada, que não conseguia fazer suas pernas pararem. Lottie tinha saído para buscar Hannah na rodoviária e elas já deveriam estar voltando.
Na noite anterior, ela havia se desesperado e ido até o quarto de Louis contar a ele o que ia acontecer. O garoto bufou e xingou, mas não havia nada que os dois pudessem fazer para impedir os planos de Lottie sem que ela soubesse que El havia falado com Lou. Ela iria fingir que nem o conhecia direito, ele ia fingir surpresa quando a visse e os dois passariam mais um fim de semana sem contar a verdade à irmã caçula.
Ouviu um “click” na porta e se levantou rapidamente, alisando o vestido com a mão e arrumando o cabelo.
A porta se abriu e as duas entraram gargalhando. Lottie abriu um sorrisão ao ver Eleanor parada no hall de entrada as esperando.
“El! Finalmente você vai conhecer a Hannah!” – Ela disse.
Hannah era loira, magra e tinha um rosto bonito. Usava vestido e botas e parecia estar amando a ideia de passar o fim de semana com a ex-cunhada e o ex-namorado. Abriu um sorriso quase tão grande quanto o de Lottie e foi até Eleanor para abraçá-la.
“Oi, El!” – Falou, animada. – “Lottie me falou tanto de você, que parece que nós já somos amigas!”
Oi?
A garota deu umas batidinhas nas costas da recém-chegada e a abraçou, completamente sem jeito.
“Acho que posso dizer o mesmo...” – Foram as palavras que conseguiu dizer.
Hannah a soltou e Lottie avisou que iam subir com a mochila dela, mas já voltavam.
“E nós vamos direto pro SPR acordar o Lou!” – Falou, fazendo Hannah rir como uma menininha.
“Você acha que ele vai gostar?” – Perguntou, enquanto subiam as escadas.
“Ele vai amar, né?”
Eleanor as observou desaparecendo para o andar de cima e mordeu os lábios. Será que ainda tinha como pular fora dessa?

Liam cantarolava uma música conhecida acompanhando o autofalante, enquanto passava pelos corredores do supermercado. Tinha prometido a que faria o almoço deles.
Estava absorto pensando em que molho faria para o macarrão (não era um Jamie Oliver na cozinha, poxa... Tinha que fazer algo simples!) quando alguém parou ao seu lado e deu uma tossidinha. Era Danielle.
“Ah, oi, Dani! Como vai?” – Ele falou, sorrindo. Lembrava-se da última conversa dos dois e estranhamente parecia que havia sido anos atrás. Se lembrou também do encontro na cafeteria e de como tinha sido incômodo. Considerando tudo isso, fazia muito tempo que não tinha uma conversa normal com Danielle!
Ela sorriu também, ajeitando a cestinha de compras nos braços.
“Tudo bem e com você?”
“Tudo certo... E seu doutorado?” – Percebeu que não doía mais falar com ela... Ou saber da vida dela. Na verdade, era quase como encontrar um velho amigo de escola. Aquele interesse em saber o que a pessoa tem feito no tempo em que passaram sem se ver.
“Andando...” – Ela respondeu, também estava feliz em poder voltar a conversar com ele. – “... E quase me deixando louca!”
Os dois riram.
“Mas tem dado certo pelo menos?”
“Defina dar certo...” – Ela brincou, ainda rindo. – “Bom, não sei... Algumas coisas sim, outras não. Mas...” – Dani o encarou e mordeu os lábios. – “... Eles aceitaram meu pedido e eu vou passar um ano em Praga, fazendo parte do meu projeto lá. Uma vez eu te contei que tinha vontade de ir, lembra?”
Liam fez que sim com a cabeça, é lógico que se lembrava. Tinha sido o começo das brigas e discussões deles sobre o futuro. Tinha sido o começo do fim.
“Isso é ótimo, Dani! Exatamente como você queria!” – Ele não estava mentindo ou fingindo. Estava mesmo feliz. – “Quando você vai?”
“Mês que vem... Só tenho que arrumar meus documentos e ir.”
“Você merece, tem trabalhado tanto!” – O garoto falou. Queria que ela soubesse que era verdadeiro.
“Obrigada, Liam! Era... Era importante pra mim, saber que você apoia...” – Danielle abaixou os olhos e mexeu distraída em algo dentro de sua cesta. – “Fico feliz que você esteja feliz também. Sua felicidade é visível nos seus olhos... É radiante!” – Levantou a cabeça e sorriu. – “De verdade.”
Liam sorriu de volta.
É difícil entender quando coisas ruins acontecem, mas normalmente elas fazem muito sentido algum tempo depois. Os dois realmente tinham que se separar no ano anterior. Para que ele conhecesse . E para que Danielle pudesse ir viajar sem sentir que deixava coisas para trás. Os dois precisavam estar livres para o que a vida ia trazer.
“Vai ter festa?” – O garoto perguntou, fazendo-a franzir a testa, confusa. – “De despedida?”
“Ah, acho que sim...” – Dani respondeu. – “Ainda não contei pra ninguém, a resposta saiu ontem... Mas acho que vamos sim...”
Liam fez um aceno com a cabeça.
“Me avisa, hein?” – Pediu e ela concordou com a cabeça. – “Posso... Posso te dar um abraço?”
Ele só sabia que queria abraçá-la e não sentia que era algo errado. Podia não amá-la mais como antes, mas Danielle seria sempre alguém de quem ele se lembraria com carinho. Ela era alguém especial.
A garota fez que sim com a cabeça e colocou a cestinha no chão indo até ele. Liam abriu os braços e a envolveu, sorrindo. Dani se segurou para não chorar, porque sabia que não deveria. Sabia que tinha feito tudo do jeito certo... Mas seu coração ainda apertava um pouquinho. Assim, bem pouquinho.
“A gente se vê, Liam!” – Ela falou, se soltando do abraço dele.
Até mais, Dani!” – O garoto disse, voltando a olhar para os molhos. – “E parabéns!” – Exclamou, voltando os olhos para ela.
Dani pegou sua cestinha e saiu do corredor. Um ano depois, agora sim parecia o fim. E era um final feliz.

Danny não respondeu a pergunta de primeira. Virou-se, dando as costas para o lago, de forma que ficasse mais fácil ver o rosto de . Ela continuou olhando para ele, esperando a resposta.
“Meu contrato acabou... Eu resolvi voltar em vez de renová-lo.” – Falou, dando de ombros.
“Por quê?”
“Porque eu queria voltar... Voltar a ter um endereço, um lugar só meu...” – Ele abriu e fechou a boca, olhando para o outro lado. É claro que ele também tinha voltado por ela. Claro que queria que o endereço fixo fosse um lugar onde os dois pudessem morar juntos... Devia dizer? – “Me cansei de não ter pra onde voltar depois de um dia de trabalho... De não ter pra quem voltar...”
sentia que estava entrando em terreno perigoso, tinha medo do rumo que aquela conversa tomaria. Tinha medo do que não sentia há muito tempo. Medo dos sentimentos ainda estarem por ali. Sem nem perceber, deu um passo para a esquerda, se afastando mais dele.
“Foi você quem escolheu viver assim, Danny...” – Ela disse, colocando as mãos nos bolsos e olhando para o horizonte. – “Era o seu sonho...”
“E foi bom enquanto durou... Não estou reclamando.” – O rapaz respondeu. – “Mas acabou. Tudo acaba...”
“É... Tudo acaba...” – repetiu.
Danny olhou para baixo, ainda sem saber se queria ou não dizer a ela tudo o que tinha ensaiado dizer. parecia fria e distante... Uma barreira que ele não podia ultrapassar.
“Quer tomar alguma coisa? Você saiu de casa sem comer.” – Disse, mudando de assunto.
A garota piscou e virou os olhos para ele.
“Não tô com fome...”
“Já passou da hora do almoço.”
“Eu acordei tarde.”
Continuava teimosa. Continua brava com ele. Continua a mesma, mesmo estando tão diferente.
“Você quem sabe...” – Danny deu de ombros e se virou para o lago de novo.
“E o que você veio fazer aqui, Danny? Voltar pra Inglaterra, tudo bem... Mas por que você voltou pra cá?”
“Você não tem nem ideia mesmo?” – Ele se inclinou na grade e a encarou.
engoliu em seco. Mais um passo para o lado.
“Você veio só pra palestra? Ou vai ficar?” – Perguntou, cruzando os braços e olhando para baixo.
“Ainda não sei. Me chamaram pra falar sobre como foi a experiência e eu vim... Nem pensei muito.”
“Quando você chegou?”
“Anteontem. Vim direto pra cá... Minha mãe deve estar surtada!” – Falou, dando uma risadinha. abriu um sorriso pela primeira vez.
“Não, não deve não. Ela já tinha desistido de você muito antes de você ir embora...”
Danny deu uma das suas risadas características. Alta, alegre, única. E agora, apesar de ainda achá-las parecidas, sabia que podia distinguir a risada de Niall ou Danny facilmente e a qualquer distância. Seu estômago se contraiu ao pensar em Niall. Apertou o celular desligado no bolso ao pensar que ele tentaria ligar e não conseguiria. Se sentiu culpada, se sentiu errada.
“Podemos ir até o outro lado do lago?” – Danny perguntou, se aproveitando do momento de descontração. – “Senti saudade desse lugar. De andar por aqui... Com você.” – Ele se desencostou da grade e colocou as mãos nos bolsos. ficou em dúvida sobre o que fazer. Olhou mais de uma vez para o outro lado. O lado de onde tinham vindo. – “Não se preocupa, não vou te agarrar em um dos arbustos... A não ser que você queria, você costumava gostar...” – Ele disse, sorrindo de lado.
rolou os olhos e saiu andando na frente, em direção ao outro lado da ponte. Danny riu e a acompanhou.

Eleanor tinha o queixo encostado nas mãos e observava Hannah se sentar quase no colo de Louis no sofá da Monte Olimpo. Por que mesmo estava fazendo parte disso? Lottie lançava olhares otimistas a ela de vez em quando, como se dissesse “Nosso plano vai dar certo!”. E Lou, quando conseguia, olhava para Eleanor com terror nos olhos, do tipo “Me ajuda a sair daqui!”. Não tinha adiantado a cara de poucos amigos que ele havia feito ao abrir a porta do quarto, não tinha adiantado a expressão facial de total tédio durante o almoço, nem dizer à irmã que “eles conversavam depois”... As duas pareciam alheias à realidade, em um mundo onde ainda havia esperanças para Louis e Hannah como um casal.
“Vocês querem alguma coisa da cozinha?” – Ela disse, por fim, se levantando.
“Ah, a gente podia fazer pipoca pra comer assistindo filme, né?” – Hannah falou, olhando em volta. – “O que vocês acham? Ou a gente podia dar uma volta... Quero conhecer a cidade.”
“Ou você podia voltar pra Manchester... Ou você podia ir pro inferno...” – O lado negro de Eleanor pensou.
“Decidam aí. Vou beber água...” – Foi o que ela realmente disse, secamente. Estava cansada de esconder seu mau humor.
Hannah olhou para a garota saindo do cômodo e depois para Lottie, de olhos arregalados.
“O que ela tem?” – Lottie deu de ombros. – “Será que tá com ciúme de mim?” – Perguntou, fazendo Louis olhá-la quase com desprezo. – “Digo, por sermos tão amigas?”
“Não deve ser isso... El é um doce...” – Lottie disse, ainda olhando para a porta por onde a amiga tinha sumido.
“Deve ser só um dia ruim, Han, o mundo não gira em torno de você...” – Louis completou, fazendo as duas olharem ofendidas para ele. Mais alguém estava perdendo a paciência.
Hannah mordeu os lábios e continuou olhando para o ex-namorado, desconfiada, quando ele se levantou e foi para a cozinha também.
“Vou pegar um copo d’água também...”
Louis entrou na cozinha e encontrou Eleanor parada na porta, olhando para o quintal.
“Hey...” – Chamou baixinho, dando uma olhada na porta e lhe dando um beijo rápido nos ombros. – “Você tá bem?”
“Sabe o que eu não entendo?” – Eleanor começou. – “Porque Lottie gosta mais dela do que de mim. Sei que é uma coisa ridícula de se dizer, mas é a verdade... É só no que eu tenho pensado durante todo o dia. Desculpa, Louis, mas essa menina é péssima!” – Falou, apontando para a sala, fazendo o namorado rir e lhe dar um selinho.
“Hannah não costumava ser assim, acredite em mim. Sempre foi falante demais e animada demais, mas nunca foi desagradável como está sendo agora. E talvez eu tenha terminado quando percebi que ela estava mudando...” – Lou disse, dando de ombros. – “E não se preocupe com o que a Lottie acha ou quem a Lottie prefere. Eu prefiro você!” – Completou e Eleanor o puxou para o quintal, para poder beijá-lo em paz, mas quase desejando que elas os pegassem em flagrante. Seu lado negro deu uma risadinha satisfeita.

“Você precisa aprender a escrever direito, Malik...” – falou, apertando o botão do viva-voz no celular, e voltando a digitar. Estava corrigindo a primeira versão da monografia do garoto.
“Vai à merda...” – Foi o que ele respondeu, naquele tom entediado. Era quase como se tivesse dito “Beleza!”
“Tô falando sério. Você não espera que eu vá corrigir sua tese de doutorado, né?”
“Achei que eu tava te pagando pra isso...” – Ele zombou. Estava deitado no sofá de sua casa, zapeando pelos canais, sem achar nada interessante para assistir.
“Pagando em quê? Porque minha conta bancária tá zerada!”
“Você tá precisando de dinheiro?” – Ele perguntou, parecendo preocupado.
“Não... Claro que não, Zayn! Foi maneira de dizer...” – coçou a cabeça. Havia se esquecido que já tinha reclamado de dinheiro para ele uns dias atrás.
“Porque você sabe que pode pedir, né? Tenho uma poupança dos cachês dos shows...”
“Desculpa aí, ricão!” – Ela brincou, mais para descontrair. – “Fica tranquilo, playboyzinho! Não tô passando fome, não!”
“Bom... Eu posso te pagar em bebidas então...”
“Essa sim é uma boa ideia!”
“E quando você pode?” – Zayn rolou de barriga para cima no sofá e encarou o teto. Não estava fácil encontrá-la desde o dia dos namorados. Ou estava com Aidan, ou ia sair com o Aidan, ou ia assistir uma peça de Aidan ou...
“Hum...” – fez, pensando. Ultimamente estava complicado encontrá-lo. Além da faculdade e de ter um namorado, havia o fato de que seu namorado não gostava muito da ideia dela ter um melhor amigo. Sempre que Aidan a pegava no celular com Zayn era a mesma ladainha!
“O que esse cara quer?” ou um “Você quer sair com ele, vai em frente... Parece importante...” cheio de sarcasmo ou “Você vai ficar aí falando com o seu amigo ou vai vir?”, todo impaciente.
“Esquece... Quando você puder me avisa, tá?” – Zayn falou, antes que ela pudesse responder.
“Zayn...”
“Não, não tem problema. Aliás, melhor desligar, né? Não quero que ele brigue com você... Tchau, !” – Ele falou, com a voz meio derrotada, e desligou o celular.
Continuou deitado no sofá, brincando com o celular e encarando o nada. Podia aceitar não vê-la quando eles moravam a quilômetros de distância, como havia sido até o ano anterior. Mas saber que ele e moravam na mesma cidade e os dois não conseguiam se encontrar por causa de um babaca qualquer o deixava muito bravo. Nunca tinha deixado de lado por causa de ninguém e se sentia incomodado que ela fizesse isso.
Mas mais do que qualquer sentimento de raiva, sentia saudades. Brigar com ela pelo celular não era a mesma coisa. Olhou para a tela do aparelho de novo, pensando se deveria ligar para alguém... Combinar um encontro.
Foi o desânimo em pensar nisso que o alertou. Zayn devia estar “com defeito”.

Niall ia andando em direção à loja de , tentando pela milésima vez ligar para o celular de . Caixa Postal de novo.
Virou a esquina e encontrou a própria olhando para uma vitrine sorrindo. Era uma ONG de animais para adoção.
“Hey!” – Niall chamou sua atenção. – “Achei que ia te encontrar na loja...”
A garota sorriu ao vê-lo e voltou os olhos para a vitrine.
“Fechei mais cedo hoje... Tava aqui olhando esses filhotinhos. Acho que quero um!”
Niall deu uma batidinha no vidro fazendo um deles pular e colocar as patinhas para cima. Os dois riram.
“Você sabe da ? Não consigo falar com ela...” – Ele perguntou. – “Achei que fosse encontrá-la com você.”
franziu a testa e tirou o próprio celular da bolsa. Nenhuma chamada perdida, nenhuma mensagem. Estranho...
“Hum... Não sei de nada não. Será que ela voltou pra casa?” – Indagou, mais para ela do que para Niall. Discou e tentou ligar para a amiga. Nada também. – “Vocês tinham combinado algo?” – Quis saber, enquanto digitava uma mensagem.
“Não, mas ontem ela não tava se sentindo bem... Falou alguma coisa sobre a casa dela...” – O garoto falou, passando a mão pela nuca. – “Eu nunca sei qual é o problema lá, mas sempre parece importante, então...”
tirou os olhos do visor do celular e encarou Niall. Sentiu um pouco de pena dele. Precisava dizer a que contasse logo tudo para o namorado. Não era justo que ele ficasse assim, às escuras.
“Não deve ser nada grave...” – Ela disse, para tranquilizá-lo. – “Eu saberia...”
“Espero que não...”
enviou a mensagem e guardou o celular, voltando a olhar para os cachorrinhos.
“O que você acha desse?” – Perguntou, apontando para um filhote gordinho preto, branco e caramelo.
“Acho que ele ia gostar de brincar com a cortina da sua sala!” – Niall respondeu, rindo.
“É... Eu também acho...” – tamborilou os dedos no vidro, fazendo o animalzinho vir até eles, e sorriu. Seria uma boa ideia ter um bichinho para encher sua casa de barulho e ocupar suas noites.

Harry ia voltando da biblioteca quando viu com um cachorrinho no colo e deu um sorriso involuntário ao observar a cena. Ela estava cada dia mais bonita e era uma covardia com ele. Horan, o irlandês da JJJ, vinha andando ao seu lado e os dois conversavam animadamente. “De onde eles se conhecem?”, pensou com um certo ciúmes. Então se lembrou de tê-la visto com o cara mais velho. Será que ainda estava com ele? Será que tinha sido só aquele dia e, talvez, terem se encontrado estragou tudo? Aquela opção pareceu animá-lo. O garoto diminuiu os passos para continuar vendo-a à distância. Não queria cruzar com .
Ela se despediu de Niall e atravessou a rua, indo em direção a sua loja/casa. Este, por sua vez, acenou e começou a andar na mesma calçada, vindo de cabeça baixa olhando para a tela do celular. Quase passou reto por Harry.
“Hey, cara!” – Ele o cumprimentou, trazendo sua atenção de volta. Niall desfranziu a testa ao reconhecê-lo e abriu um sorriso.
“Opa! E aí, cara? Quanto tempo! Você sumiu!”
Harry riu da animação dele.
“Pois é … Mas e aí? Como tá o pessoal da JJJ?”
“Todo mundo do mesmo jeito… Bebendo, indo mal na faculdade e ganhando todos os beer pong do campus!” – Niall respondeu, dando de ombros. – “Mas e aí? E a sua garota do réveillon? Se resolveu com ela?”
“Nós terminamos aquele dia, cara…” – Harry respondeu sem jeito, coçando a nuca. Por algum motivo não quis completar com um “Alias, era ela que tava ali com você, como vocês se conhecem?”
“Que sacanagem! Bom, pelo menos você não tem uma namorada perdida…” – O amigo falou apontando para o celular.
“E a namorada é aquela que não ia na festa?”
Os olhos de Niall se iluminaram.
"A própria! No fim ela apareceu e nós estamos juntos desde então…” – Contou. Harry não pode deixar de sentir um pouco de inveja. Os dois então perceberam que o assunto ia morrer e se cumprimentaram de novo. – “Po, aparece lá na JJJ! Onde você disse que mora mesmo?”
“SPR!”
“É onde a mora!” – Niall exclamou. – “Minha namorada…” – Explicou.
? A melhor amiga de ? Bom, isso explicava eles se conhecerem.
“Ah! Acho que sei quem é… Do andar do Tomlinson?”
"Você conhece o Tomlinson também? Precisamos marcar alguma coisa mesmo então!”
Harry riu.
“Vamos combinar sim! Só me avisar ou me chamar lá no quarto andar!”
“Tá certo! Cara, eu vou indo que eu ainda tenho que achar ela e encontrar o Murs na cafeteria.”
“Beleza! Bom te ver, Horan!”
“Se cuida, Styles!”
Os dois saíram um para cada lado. O mundo era mesmo muito pequeno!

e Danny já haviam andando pelo parque por tempo suficiente. Tempo demais até, ela achava. Danny a envolveu direitinho em um papo sobre o passado e sobre lembranças que ambos tinham da época da faculdade. Estavam rindo como velhos amigos e isso era preocupante. Olhou para o relógio e se assustou. Quanto tempo tinha passado ali?
“Danny, preciso ir embora...” – Falou, quase como se pedisse desculpas.
Estavam de volta à ponte e ele se apoiou na grade, parecendo incomodado.
“Fica... Fica mais... Vamos tomar um café?” – Não era uma ideia, era um pedido.
“Preciso ir pra casa... Ligar pro...” – Ela levantou a cabeça, tirando os olhos do celular, e mordeu os lábios. – “... Preciso ir pra casa.”

Bruno Mars - When I Was Your Man

“Same bed but it feels just
A little bit bigger now
Our song on the radio
But it don't sound the same
When our friends talk about you
All it does is just tear me down
Cause my heart breaks a little
When I hear your name
It all just sounds like
Too young, too dumb to realize…”


“Quanto tempo você tá com ele?” – Danny perguntou, ainda parecendo totalmente desconfortável.
não queria responder. Era ridículo, mas não queria dizer “3 meses”. Queria que Danny achasse que ela havia o superado há muito mais tempo. Que, na verdade, nunca tinha se importado tanto assim.
“Um tempo...” – Respondeu vagamente, dando de ombros.
“E a gente, ?” – O rapaz levantou a cabeça.
“A gente?” – Ela deu uma risadinha irônica. – “A gente, Daniel? A gente o quê? A gente quem?”

“That I should've bought you flowers
And held your hand
Should've gave you all my hours
When I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing
But she's dancing with another man…”


Danny soltou a grade e se encostou nela, de costas para o lago.
“Eu voltei por você!” – Ele disse. Ainda usava óculos de sol, mas era certo que a encarava. – “Você sabe disso, né? Você sabe que eu tô aqui por sua causa. Que essa palestra foi só uma desculpa pra estar aqui, pra te ver.”
fez que não com a cabeça.
“Você não pode desaparecer e voltar cinquenta anos depois falando essas coisas, Danny!” – Não era justo! Não era justo ele abrir uma porta qualquer e cair de volta na vida dela! Mais uma vez. – “Eu não te entendo! Você deve ter um problema psicológico! O tempo passa dentro da sua cabeça? Você sabe que sumiu por dois anos? Pior! Você sabe que fez isso depois de passar 5 meses longe, voltar do nada, que parece ser sua especialidade, dormir comigo e ir embora sem se despedir... Pela segunda vez? Você tem a mínima noção de tudo o que você fez, Danny?”
“Eu nunca quis te magoar... Tudo o que eu fiz foi porque achava que tava fazendo o certo...”

“My pride, my ego, my needs and my selfish ways
Cause the good strong woman like you to walk out my life
Now I'll never… Never get to clean up the mess I made
Ooh and it haunts me every time I close my eyes
It all just sounds like
Too young, too dumb to realize…”


“Desculpa, Danny. Não é suficiente...” – falou, dando de ombros. – “Você repetiu o mesmo erro...” – E então lhe ocorreu um pensamento. – “Você já sabia, não é? Que ia me deixar antes que eu acordasse?”
O rapaz abaixou a cabeça e demorou a responder.
...” – Ele começou. – “Eu só queria ficar com você enquanto podia. E sabia que não ia conseguir me despedir... Eu nunca consegui. Sou um covarde!”
“É... Você é.” – respondeu, concordando vigorosamente com a cabeça. – “E sua covardia custou tudo o que a gente tinha... Tudo o que a gente construiu em quatro anos de namoro.”
Danny olhou para o outro lado e não disse nada. colocou a mão nos bolsos de novo, olhando para o lago.

“That I should've bought you flowers
And held your hand
Should've gave you all my hours
When I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing
But she's dancing with another man”


“Teria sido melhor se a gente se falasse?” – Ele perguntou, fazendo voltar a olhá-lo. – “Eu digo... Se nós continuássemos em contato enquanto eu estava longe? Teria evitado você estar com outro cara hoje, se eu tivesse ficado naquela manhã?”
nem conseguia se imaginar segundo essa opção. Não havia como saber como seria com Niall, tampouco... Talvez eles virassem amigos e só, porque a garota estaria esperando por Danny. Ou talvez só teria feito com que os dois ficassem juntos antes... tinha demorado tanto para admitir o que sentia, por causa do que havia passado com o ex-namorado!
Resumindo, o que ela sabia era que tudo teria sido completamente diferente! Sob esse ponto de vista, o período mais conturbado de sua vida teria uma luz no fim do túnel. Teria sido menos depressivo, menos solitário. Ela não teria sentido tanto medo.
“Teria evitado a raiva que eu sinto de você...” – Foi o que respondeu. Porque era a única certeza que tinha. – “Isso faz diferença na sua vida? Na minha faz...”
Danny colocou os dedos por baixo dos óculos de sol e secou os olhos. abaixou a cabeça para não ver a cena.
“Eu não queria ter te machucado tanto...” – Ele falou, com voz de choro. – “Eu te amava tanto! E eu ainda amo você, ! Eu não vou embora de novo! Eu te juro!”
“Você demorou demais...” – Ela também sentiu um nó na garganta e se odiou por isso. – “Eu não podia te esperar pra sempre sentada naquele corredor, Danny!”

“Although it hurts
I'll be the first to say
That I was wrong
Oh I know i'm probably much too late
To trying apologize for my mistakes
But I just want you to know…”


“Ele é o amor da sua vida?”
“Oi?”
“O irlandês, seu namorado. Ele é o amor da sua vida?” – Danny perguntou.
Ele não tinha o direito de perguntar aquilo! Não tinha direito nenhum de querer que ela comparasse o que havia sentido por ele e o que estava sentindo agora.
“Essa pergunta é ridícula!” – disse, fechando a cara.
“Por que ridícula? É uma pergunta como outra qualquer...”
“Porque eu não morri, Danny! Como eu vou saber quem foi o amor da minha vida, se eu não cheguei nem na metade dela ainda?” – Respondeu, astutamente.
“Você me entendeu...” – O rapaz também fechou a cara.
“Entendi. E minha resposta é essa.” – deu de ombros.
“Você não o ama...” – Danny respondeu, vindo em sua direção. – “Não como me amava. Nunca vai ser como era com a gente. Eu também tentei, , eu também falhei.”
“Eu nem quero que seja como era com a gente, Danny. Eu quero um amor novo, quero sensações novas...”
“Eu posso te dar isso... Um amor novo. Se é isso que você quer, pode ser tudo diferente.” – Ele quase implorava.
“Não, Danny, a gente não pode. EU não posso.”
“Por favor, ...” – Pediu, se aproximando mais e levantando os braços para tocar seu rosto. Assim que suas mãos alcançaram as bochechas dela, se encolheu e deu um passo para trás.
“Danny... Não...” – Falou, também quase implorando. – “Eu... Eu... O amo sim. Amo o Niall. Ele me faz feliz!” – Deu dois passos para trás. – “Você não queria tomar café? Vamos... Vamos sair daqui...”

“I hope he buys you flowers
I hope he holds your hand
Give you all his hours
When he has the chance
Take you to every party
Cause I remember how much
You love to dance
Do all the things I should've done
When I was your man
Do all the things I should've done
When I was your man…”


se sentou na cafeteria, exausta. Estava com dor de cabeça e querendo fugir do mundo mais uma vez. Não, queria que Danny sumisse de novo, isso sim. Dessa vez ela não ligaria. Dessa vez, ela ia fazer a dança da vitória. Encostou a cabeça nos braços enquanto ele estava no balcão fazendo os pedidos. Precisava falar com ! Precisava falar com alguém que não fosse Danny. Tirou o celular da bolsa, ligou-o e viu mais chamadas perdidas dela e de Niall.
Estava escrevendo um pedido de socorro para a melhor amiga quando alguém gritou.
“EU NÃO ACREDITO! NÃO ACREDITO NO QUE EU TÔ VENDO!” - Era a voz de Olly. Merda! – “O HOMEM! O MITO! DANNY JONES!”
(sentada de costas para a porta) se virou, colocando metade do corpo no corredor entre as mesas, e seu coração gelou.
Parado atrás de Olly estava Niall, com uma expressão confusa. A garota se levantou para ir até lá, mas assim que a viu, seus olhos se arregalaram e ele abriu a boca em choque.
“Niall...” – Ela começou, chamando a atenção dos outros dois. O garoto fez que não com a cabeça e saiu da cafeteria. – “NIALL!”
Olly a encarou e mordeu os lábios, também entendendo o problema.
...” – Danny tentou, mas foi em vão. Ela já havia saído atrás do namorado.


Capítulo 17 - That’s the truth

“Niall…” – o chamou pela décima vez. O garoto ia na frente, andando muito mais rápido do que deveria, já que seu joelho estava detonado. Ela desistiu de chamá-lo, não iam discutir no meio da rua de qualquer forma. Ele foi andando até a JJJ, balançando a cabeça de vez em quando e passando as mãos pelo cabelo.
Ao chegarem à república, se apressou para segurar a porta antes que ele a fechasse. Assim que entraram no hall de entrada, Niall bufou e se virou.
“Eu sou tão burro! Sou tão idiota! Como eu não me toquei ontem?” – Ele gritou na direção dela. Os meninos que estavam na sala arregalaram os olhos e juntaram suas cervejas e caixas de pizza, indo para a cozinha.
“Niall! Calma... Não... Não é nada disso que você tá pensando!” – Aquela frase era TÃO cretina! Mas realmente não era o que parecia.
“Então aquele cara não era seu ex? Não era o tal Jones, o mito, o cara que todo mundo idolatra?”
abaixou a cabeça.
“É ele sim, mas...”
“E você sabia que eu ia na palestra, apresentação, sei lá o que dele e não me falou nada? Você deixou eu ir até lá apertar a mão do cara e dizer que ele era um gênio? Deixou eu convidar ele pra sair comigo e com a minha namorada?”
Ela levantou os olhos e balançou a cabeça vigorosamente.
“Não, Niall! Eu não sabia, eu...”
“Era por isso que tava toda estranha! E eu preocupado com você! Preocupado porque você tava mal ontem e sumiu hoje!”
“Eu fui pega no susto, também não...” – Mas ela não conseguia terminar nenhuma frase.
“... E você passou o dia com ele! Sem me avisar, sem me contar nada! Nem a sabia! O que você ia fazer depois? Convidar ele pra conhecer o seu quarto? Pra se lembrar como era namorar o incrível Jones?”
“NIALL!” – Foi a vez dela gritar. As coisas começavam a sair do controle. – “Pelo amor de Deus me escuta por cinco segundos!” – O garoto cruzou os braços e deu um passo para trás, fazendo que não com a cabeça. – “Sim, ele é meu ex-namorado. O Jones que todo mundo fala... Mas eu também não sabia que ele iria voltar! Fazia dois anos que eu nem sabia por onde ele andava! E eu fiquei em choque quando vi vocês dois juntos e conversando, eu fiquei sem saber o que fazer, como agir...”
“E aí você mentiu pra mim...”
“Eu ia fazer o quê? Te dizer ‘Ih, Niall, esse é meu ex-namorado que me largou e sumiu por 2 anos... Corre, que é cilada!’ na frente dele?”
“Se você tivesse se dado ao trabalho de me contar direito o que se passou entre vocês dois, eu teria entendido como um sinal ou algo assim. Mas por algum motivo você sempre me vem com meias histórias e um ‘é complicado’ no final.”
não podia negar, aquilo era verdade.
“Eu sei... Eu sei. E não tenho desculpas pra isso e nem pra ter mentido. Mas eu só queria sair dali! Sair de perto dele...”
“Entendi. Você queria fugir dele ontem, mas passou o dia com o seu ex hoje... Faz sentido.” – Niall falou, irônico. Seu tom de voz doía mais do que suas palavras. Nunca tinha o visto usar de tanta ironia.
“Ele apareceu no terceiro andar hoje de manhã. A gente precisava conversar... Eu precisava saber o que ele tava fazendo aqui! Por que ele voltou...”
“E em que parte do seu dia lotado você pretendia lembrar que tinha namorado?”
“Eu passei o dia me lembrando disso, Niall.” – respondeu entredentes. – “Passei o dia me sentindo mal e pensando que tinha que te ligar e explicar tudo... Que não era justo te deixar no escuro. Você acha que eu não sei que estou errada? Eu vim atrás de você justamente pra te pedir desculpas e te explicar. Mas você precisa acreditar no que eu estou dizendo... Senão, não faz o mínimo sentido!” – Ela disse. Sabia que não estava em condições de dar lição de moral, mas realmente não via o porquê continuar tentando falar com Niall se ele não estava disposto a ouvir.
“Eu só achei que você confiasse em mim...” – O garoto respondeu, magoado. Ele encarava o chão. – “Achei que não ia ter que passar por essa situação de ser o último a saber de algo.”
“Você quer ouvir a história?” – Ela perguntou. Estava tão cansada! Seu cérebro parecia estar sendo espremido como uma esponja desde o dia anterior. – “Eu não te contei porque eu não gosto de nada relacionado a ela, Niall. E isso inclui o Daniel.”
O garoto levantou a cabeça e mordeu o cantinho do lábio inferior.
“Eu não queria que fosse um esforço... Mas achei que nós pudéssemos contar coisas um para o outro. Eu te contei tantas coisas!”
Ela fez que sim com a cabeça e respirou fundo.
“Eu sei. Me desculpa!” - suspirou e fechou os olhos por um segundo. - “Resumindo, porque a história é longa… Eu namorei o Danny por 4 anos, durante toda minha graduação. Aí na noite da minha formatura, ele sumiu... Desapareceu sem deixar um bilhete, um endereço, não respondeu meus telefonemas, minhas mensagens... Sumiu e foi viver de música pela Europa afora. Por cinco meses. E então ele voltou no Dia de Ação de Graças e eu achei que ia ser diferente e que daquela vez ele não ia me abandonar sem dizer nada... Mas eu estava errada. Ele me abandonou pela segunda vez e eu passei dois anos sofrendo por isso. Me escondendo, me impedindo de viver... Achando que, se Danny tinha feito aquilo, então não havia mais ninguém que poderia me fazer feliz.” – Ela deu um passo a frente e Niall a encarou, começando a entender várias coisas. O Dia de Ação de Graças! O dia que ela tinha dito a ele que os dois não dariam certo. – “Felizmente, eu estava errada de novo. Porque eu conheci o garoto mais adorável e encantador do mundo e, mesmo morrendo de medo e tentando me afastar, eu não consegui impedir que ele entrasse na minha vida. E agora meu medo é de perdê-lo por um motivo idiota!” - Falou, dando um sorriso simples para ele. Era importante que Niall entendesse a importância que tinha para ela.
sabia que estava faltando uma parte importante na história que tinha acabado de contar. Mas precisava contá-la primeiro para outra pessoa. Niall deu um sorriso, ainda meio tímido, e também deu um passo a frente.
“Você tem noção do que eu senti quando te vi com aquele cara e percebi que ele era o seu ex?” – Ele disse. Não estava mais brigando, seu tom de voz era meio desesperado, na verdade. – “O tal Jones de quem todo mundo sempre falava quase babando e que parecia muito melhor que eu aos olhos de todo mundo? Que EU mesmo o achava muito melhor? Era o fim do jogo pra mim...”
A garota fez que não com a cabeça e, sem pensar, colocou seus braços em torno do pescoço do namorado.
“Mas não é fim do jogo! Eu amo você, Niall! Eu estou feliz com você. Não preciso do Danny de volta na minha vida, não preciso dele de volta de forma nenhuma.”
Niall passou seus braços pela cintura dela e a trouxe mais para perto afundando seu rosto na curva do pescoço da namorada.
“Você tá falando sério?” – Ele perguntou com a voz abafada. mexeu em seu cabelo e lhe deu um beijo no pescoço.
“Você tá maluco, irlandês? Você é meu amuleto da sorte! E você prometeu realizar todos meus pedidos...” – Ela respondeu, fazendo-o dar uma risadinha. Niall levantou a cabeça e a encarou bem de pertinho, sorrindo. – “Você é precioso demais pra eu te perder...”
Seus lábios estavam muito próximos agora, mas os dois ainda ficaram um tempo apenas abraçados e sorrindo um para o outro. Foi que inclinou o rosto e chegou mais perto, fazendo com que suas bocas se tocassem.
Era verdade que os casais precisavam de tensão às vezes, porque aquele foi provavelmente o melhor beijo que já haviam trocado até então. Niall deu dois passos e a encostou na porta, beijando-a ainda mais intensamente. Quando perceberam que teriam que sair do hall de entrada da república, se separaram e começaram a rir, pensando se iam para o quarto de Niall (que era mais perto, mas menos conveniente já que a casa estava cheia) ou para o dela (longe, porém não devia ter ninguém no terceiro andar a essa hora).
Decidiram que Niall precisaria de uma bolsa de gelo para o joelho no outro dia.

Os dias que se seguiram foram tranquilos até demais para o gosto de . Acabou pegando a mania de checar se havia algum barulho suspeito antes de sair do quarto. Queria, pelo menos, ter opção de escolha se Danny estivesse parado do lado de fora da porta. Mas nada aconteceu. Depois de sair correndo atrás de Niall e tê-lo deixado na cafeteria, não havia o visto mais. Talvez tivesse desistido e ido até a tal gravadora, produtora ou sei lá para dizer que ia sim renovar o contrato, afinal não o queria mais. Ou talvez simplesmente tivesse ido visitar a mãe, ou Tom, ou Harry...
, assim que conseguiu, correu para contar para tudo o que tinha acontecido. Se surpreendeu ao ver uma bolinha de pelos pretinhos pulando desajeitada em seus pés e percebeu que a amiga tinha novidades também.
“Esse é o Hendrix.” – Ela disse, pegando o filhotinho no colo. – “E se você tentar achar a razão psicológica para isso, eu te bato!”
riu e coçou as orelhas do cachorrinho.
“Fica tranquila, amiga. Eu sei, mas não vou falar nada.”
As duas riram e se sentaram para colocar o papo em dia. ainda estava com a boca aberta e a expressão confusa depois de ouvir sobre a volta de Danny. E de seu novo sumiço. Quem havia colocado o mundo de cabeça para baixo?
“E você e o Niall?”
“Estamos bem. Ele aceitou minhas desculpas e, como Daniel sumiu, acho que ele desencanou...”
, pelo amor de Deus! Você precisa contar tudo pra ele logo!”
, nem o Danny sabe ainda! E agora ele sumiu pela milésima vez...”
“Você vai esperar o Jones reaparecer? , pode levar dez anos!”
A garota abaixou a cabeça, sabia que estava certa. Mas ainda não se sentia pronta... Alguma coisa lhe dizia que Danny iria voltar dessa vez e ela contaria a ele primeiro. E depois para todo mundo e para Niall.
“E você e o Matthew?” – Ela mudou de assunto.
deu uma risadinha sem humor.
“Eu adotei um cachorro. Achei que isso respondia todas as perguntas sobre mim.”
“Podia ser um cachorro de vocês dois...” – tentou, fazendo a amiga dar a mesma risada.
“Não, não é o caso.” – tirou os olhos do filhote, parecendo triste. – “Encontrei o Styles uns dias atrás...”
“E aí?”
“E aí, nada. Ele me viu com o Matt e depois saiu sem nem trocarmos uma palavra...”
, agora eu é que falo pelo amor de Deus! Larga de ser orgulhosa e vai atrás dele! E para de pensar se vão te julgar ou não. Foda-se!”
“Eu não posso! Eu não consigo...” – A garota falou, parecendo ainda mais triste. – “Não consigo dar o braço a torcer!”
As duas continuaram ali conversando, fazendo carinho em Hendrix e tentando chegar a um consenso sobre seus problemas. Ainda bem que continuavam se amando mesmo quando ignoravam o conselho uma da outra.
Mas tudo seguia dentro dos conformes e bem (na medida do possível) para elas.

“STYLES, MEU QUERIDO!” – Louis gritou, ao ver o calouro saindo do SPR. Harry riu ao ver o veterano. – “Tá sumido!”
“Eu? Quem mudou de andar e casou foi você!” – Brincou, indo até Lou, que parecia estar voltando da biblioteca e carregava uns 8 livros. – “Quer ajuda?”
“Você tá muito ocupado?”
“Não... Dá uns livros aqui, eu te ajudo!” – Falou, pegando os primeiros da pilha. – “E como tão as coisas?”
“A vida anda uma desgraça!” – Falou. – “Lottie inventou de trazer minha ex pra cá!”
“Ela ainda não sabe de você e da Calder?”
“Não! Sempre acontece alguma coisa quando a gente tenta contar...”
“E o que sua ex veio fazer aqui?” – Harry franziu a testa, entrando no elevador com o amigo.
“Confusão, Styles. Ela veio fazer confusão. El ficou uma fera com a Lottie, mas não podia fazer nada... E Hannah tá cada dia mais inconveniente... Foi um caos!” – Harry tentou segurar, mas soltou uma risadinha e deu uns tapinhas solidários nas costas de Louis. Sempre tem alguém tão na merda quanto a gente. – “E você, Styles? Soube que a tá namorando um cara...”
“Namorando?” – Ele perguntou. Achava que podia ser alguma coisa menos séria.
“Pelo que eu ouvi, sim...” – Lou respondeu, já se arrependendo de ter dito aquilo. – “Achei que você soubesse, desculpa! Eu e minha boca grande!”
“Não, tá de boa...” – O garoto coçou a nuca, entregando os livros a Louis na porta de seu dormitório. – “Tá tudo bem. Superei já!”
É, estava com cara mesmo...
“Tava indo pra onde?” – O veterano perguntou, tentando consertar. – “Eu, Liam e o Horan vamos no campo de futebol hoje. O time da Universidade joga às 9 horas...”
“Tava indo na academia. Mas topo sim... Uns caras da minha sala jogam. Eu desço aqui então! Até mais, Tomlinson.” – Falou, saindo meio chocado com a notícia. E bravo consigo mesmo por se sentir abalado com isso ainda.

continuava digitando sua dissertação e começava a achar que, como todas as outras dissertações da Terra, a sua só ficaria pronta em cima da hora. Ela não se ajudava, porém, e no momento trocava mensagens com Niall e segurava a risada se lembrando de cenas do Saint Patrick’s Day. Por algum motivo obscuro ela e o namorado não se lembravam de metade da festa e, mesmo uma semana depois, ainda se pegavam relembrando cenas e conversas e mandavam um para o outro, tentando refazer a ordem cronológica dos fatos. Estava segurando a risada e dizendo a Niall que ele tinha sim puxado uma senhorinha para dançar macarena quando ouviu alguém bufar ao seu lado.
Por um segundo, achou que Zayn estava incomodado com suas risadinhas, mas o garoto olhava o próprio celular e estava com a testa franzida.
“Hey!” – Ela chamou. – “O que você tem?”
Zayn não respondeu, em seu jeitinho simpático de sempre, e continuou digitando. Levantou a cabeça quando terminou e percebeu que ainda o encarava.
“Nada... Não é nada...” – Falou, estressado. Mas parecia meio decepcionado também.
Quem é que tinha o deixado assim? Será que ele tinha levado um fora? Hum... Difícil! Será que uma de suas peguetes finalmente tinha dito a ele que ZAP era um nome horrível?
“Pode se abrir comigo, Malik! Sou eu...” – disse, fingindo que eram grandes amigos apenas para irritá-lo. Se atreveu até a dar um soquinho em seu braço. Era legal demais irritá-lo! O garoto arqueou as sobrancelhas.
“Você tomou seu remédio hoje?” – Perguntou, fazendo-a rir.
“Sério agora, tem alguma coisa que eu possa fazer?”
Zayn ficou um tempo a encarando, como se a avaliasse. Depois pareceu achar que ela era digna de confiança.
“Não aguento mais esse cara que a tá namorando...” – Confessou.
se sentiu um pouco culpada. Ultimamente estava passando tempo demais com Niall e de menos com as garotas. Não sabia o que Aidan havia feito.
“O que houve?” – Ela quis saber.
“Ele fica me cortando! Colocando minhoca na cabeça dela... A gente não se vê nem metade do que se via antes...”
estava vendo o que achava que estava vendo?
“Zayn... Ela tá namorando. Começo de namoro é assim mesmo. Ela tá dando atenção pra ele.” – Explicou. Era isso que ela também vinha fazendo...
“Não... Você não está entendendo! Esse cara tem um problema pessoal comigo!”
“Que namorado não teria?” – deixou escapar, fazendo Zayn sorrir de lado.
“Seu namorado tem?” – Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha e voltando a se parecer mais com o garoto engraçadinho que ela conhecia.
“Não. Niall nem liga, na verdade... Aliás, ele acha que você canta pra caramba!” – Respondeu, fazendo seu sorriso de lado desaparecer. Zayn voltou à expressão zangada/magoada de antes.
“De qualquer forma, ele fica falando na cabeça da e ela vai se afastando cada vez mais! Ela é minha melhor amiga, caralho! Ela é... É a única pessoa com quem eu realmente me sinto confortável!” – Ele olhou para baixo e deu um sorriso triste. – “ costuma dizer que eu só sou legal com ela...”
já tinha ouvido uma história parecida antes e não acabava bem. E, por conhecer algo tão semelhante e por conhecer o garoto o suficiente, pôde entender algo que nem ele e nem sua amiga viam.
Zayn estava apaixonado por .

“Eu desisto, !”
continuava encarando a mensagem que tinha recebido de tarde. Não sabia mais o que fazer! Sentia pressão dos dois lados: seu namorado não ia com a cara de Zayn e sempre dava piti e seu melhor amigo cobrava que as coisas fossem como antes. Queria voltar para a época medieval e dizer para os dois: “Duelem e se resolvam!”, enquanto virava as costas e ia ler um livro.
Ainda não sabia o que responder, mas o tempo estava passando e deixar a mensagem sem resposta era ainda pior. A porta da cozinha se abriu e ela tirou os olhos do aparelho e encontrou .
“DR?” – Ela perguntou, analisando a expressão da garota.
“Com o melhor amigo... Serve?” – Respondeu, passando as mãos no cabelo.
“O que o Zayn fez dessa vez?”
deu uma risadinha sem humor.
“Pior que dessa vez eu nem sei se é ele que tá errado. Tenho tentado me equilibrar e dividir meu tempo entre Aidan, a faculdade e meus amigos... Mas parece que com o Zayn não tá dando certo! Além do mais, Aidan não gosta dele. O que torna tudo mais difícil.”
se sentou de frente para a amiga. Conhecia uma história como aquela.
“Eu já passei por isso... Mas vi a situação sob outro ponto de vista.” – Ela começou, fazendo levantar os olhos, interessada. – “Eu também tinha um melhor amigo e ele era a pessoa que eu mais amava nesse universo, chegava a ser ridículo! Éramos nós dois contra o mundo sempre e, mesmo depois eu conheci a e minhas outras amigas, ele ainda era o meu porto seguro. O meu amigo mais especial...”
franziu a testa. Nunca tinha parado para pensar, mas era isso. Zayn era seu amigo mais especial, mesmo com as meninas, mesmo com a distância, mesmo com o jeito arrogante dele às vezes.
“O que aconteceu?” – Ela perguntou, querendo ouvir mais.
“Aconteceu uma outra mulher...” – respondeu, dando um sorriso triste. – “Tom conheceu a atual esposa e, aos poucos, foi me podando da vida dele. No começo essa garota parecia me adorar, achei que nem seria tão mal se eles ficassem juntos... Mas quando percebeu como nossa amizade era, ela começou a criar barreiras pra gente se ver, não passava meus recados pra ele, inventava programas quando a gente combinava de sair... Foi um inferno assistir a isso de mãos atadas e Tom não fez muito também porque estava apaixonado... Giovanna falava, ele obedecia. No fim, ele se formou, foi embora morar com ela, casou... E nós mal nos falamos hoje.” – segurou o choro. Odiava tanto pensar nisso! Em como tudo tinha mudado quando ela jamais imaginou que seria possível. estendeu o braço e apertou sua mão, solidária. – “Eu não tô te falando que é isso que vai acontecer... Cada caso é um caso. Mas eu já estive do lado do Zayn na história e dói muito perder seu melhor amigo pra alguém que nunca vai amá-lo mais que você... Entende?”
concordou.
“Eu não quero perdê-lo também!” – Falou, fazendo que não com a cabeça como se a ideia fosse absurda. – “Zayn é meu amigo desde sempre... A gente continuou melhores amigos mesmo quando ele se mudou pra cá!”
“Que bom que você sabe o quanto essa amizade é importante. E é compreensível esse ciúmes do Aidan, mas tenta passar por cima disso. Nunca vai ser igual enquanto você namorar, mas se vocês dois estão sofrendo por isso e seu namorado tá tranquilo, é porque a situação não tá tão equilibrada quanto você acha que tá.”
entendeu o recado. Só ela estava cedendo. Cedendo... Cedendo... Exatamente como o amigo de fez. Mas o que ela faria se um dia percebesse que não tinha mais contato com Zayn nem para ligar e aborrecê-lo sem motivo? E se só se desse conta tarde demais?
“Você tá certa, ! E eu nunca enxergaria sozinha!” – Levantou o rosto e apertou as mãos de mais uma vez. – “Obrigada mesmo! E não fica assim... Quem sabe a história não acabou? Quem sabe vocês ainda tenham outra change de voltarem a serem amigos como antes?”
sorriu de volta.
“Eu duvido... Mas vou ficar feliz se souber que você conseguiu consertar os erros antes de ficar irremediável!”
“Eu vou!” – afirmou. – “Vou agora!”
Pegou o celular de novo e digitou uma mensagem:
“Sem drama, Zayn Malik! Chego aí na sua casa em meia hora! (Te amo, seu marrento)”
Depois deu um beijo no rosto de e foi se arrumar. A garota sorriu para a porta da cozinha se fechando e voltou a olhar além da janela acima da pia. Quisera ela poder dar um jeito e ter seu melhor amigo de volta!
Ficou um tempo por ali, se lembrando de Tom, até se dar conta de que já era tarde e ela deveria ir embora. Estava saindo da cozinha em direção ao quarto de , mas parou ao perceber uma algazarra no quarto de Liam. e Eleanor dividiam a cama dele enquanto os meninos berravam na frente da TV para Louis e Niall que disputavam uma partida de futebol no videogame. Mas então, percebeu um quarto garoto. Alto, magro e com um tique nervoso de mexer no cabelo. Ele ria de Niall, que estava perdendo, e o zuava com um jeito todo peculiar de falar.
Desde quando Harry Styles era frequentador do terceiro andar?

(Coloquem No Name - Ryan O'Shaughnessy para tocar)


"Every now and then I see a part of you I've never seen
Birds can swim and fish can fly
The road is long
I wonder why"


Zayn estava sentado no balcão da cozinha de sua casa e observava cozinhar. Ela tinha essa mania de sempre girar a colher o mesmo número de vezes para a direita e para a esquerda, mas nem devia perceber. E mordia os lábios algumas vezes, parecendo incerta sobre a receita.
"Que foi, moleque?" - Ela perguntou, olhando-o de rabo de olho e percebendo que o garoto a observava. Ele balancou a cabeça, se livrando de seus devaneios.
"Você tem certeza que essa gororoba vai dar certo?" - Ele indagou, apenas para irritá-la. - "Tá com uma cara estranha!"
"VOCÊ tem uma cara estranha, Malik! Vai à merda!" - Ela retrucou, jogando o pano de prato nele, que gargalhou.
Zayn puxou o maço de cigarro do bolso e recebeu outro olhar de lado.
"Que foi?"
"Você é retardado? Vai disparar o alarme de incêndio!"
"Eu desliguei o alarme da cozinha..." - Ele respondeu, acendendo o cigarro. - "Fica tranquilinha, mãe!"
"Vou. Vou ficar sim... Sabendo que você desligou o alarme do cômodo mais perigoso da casa só pra fumar essa merda!"
Ele sorriu ao perceber que estava realmente preocupada.

One of these days you'll realize
What you mean to me
Ohh-hh, every now and then I see a part of you I've never seen
Every now and then I try to tell you just how I feel
Heavens talk, the rain begins, the sky turns black
Nobody wins


mexeu mais um pouco a panela e desligou o fogão. Zayn pulou do balcão e foi andando atrás dela até a sala.
"Que porra é essa, afinal?"
"Chama brigadeiro. É um doce brasileiro... Uma menina da minha sala me ensinou. Você vai querer?" - Ela ofereceu uma colher a ele, que a mergulhou na panela pegando um pouco. Sorriu ao sentir o gosto. Teria que dar o braço a torcer... Estava delicioso!
"Até que ficou bom!"
"Vindo de você, devo considerar um elogio!"
Zayn pegou mais uma colherada e ficou observando enquanto fazia o mesmo, assoprava o doce e levava a colher à boca. Seus pensamentos em resposta a essa cena foram no mínimo assustadores. Eles vinham e voltavam, sendo desde um pouco cafonas até os mais impróprios possíveis. O que aquilo significava? Porque ultimamente ele SEMPRE acabava tendo esse tipo de pensamento?

Well, I try to talk but I can't
My soul has turned to steel
This happens every now and then when I try to tell you just how I feel


"A gente pode ir assistir filme no seu quarto?" – pediu, já indo em direção ao quarto do garoto, que estava preso no chão. – "Você vem?"
Ele tentou ser o mais natural possível e se deitou ao lado dela, a panela de brigadeiro no meio. Estava sem fome, estava sem vontade de fazer nada. Estava morrendo de medo.
A garota deu play no filme e se ajeitou na cama, encostando a cabeça no amigo, que pareceu se petrificar ao sentir o rosto dela em seu ombro. Ele nunca tinha se sentido assim. Nunca tinha ficado tão estranho. Era , porra! Sua melhor amiga! Aquilo não podia ser verdade... Não estava apaixonado, não estava! Ele estava só com ciúmes porque estava namorando. Era só isso.
"Tá tudo bem?" - se virou para ele.
"Tá. Tá tudo bem sim... Obrigado!" - Zayn respondeu e sorriu, fazendo-a franzir a testa.
"Você tá sendo educado?"
Ele riu de nervoso.
"De vez em quando eu sou legal, lembra?"
riu e se levantou pegando mais uma colherada de brigadeiro. Antes de se deitar, afastou o braço de Zayn e se deitou em seu peito. O garoto levou o braço até a cintura dela e seu coração deu um solavanco. Olhou para baixo e ficou admirando-a por longos minutos, desejando mexer em seu cabelo, mas apavorado demais com essa ideia.
Estava na merda. Estava muito na merda.
Estava apaixonado pela última pessoa por quem deveria ficar apaixonado.

So if you ever love somebody
You gotta' keep them close
When you lose grip of their body
You'll be falling
'Cause I'm falling
Deeper in love
In love
In love
In love..."


olhava em volta para todos os folhetos e livros espalhados em sua cama. Ela e Liam tinham embarcado em uma missão de descobrirem qual era sua verdadeira vocação, mas ainda não haviam chegado a nenhuma resposta definitiva.
Presa ao seu mural estava uma lista com dez profissões que ela considerava interessantes e que, de alguma forma, poderiam fazê-la mais feliz que Arquitetura. Mas ainda tinha medo. Medo de errar mais uma vez, medo de dar outro tiro no escuro. Também estava apavorada com a ideia de se empolgar com outra faculdade e não conseguir arranjar uma maneira de cursá-la. E havia ainda algo pior: E se precisasse ir embora e deixar o namorado, as meninas e o terceiro andar?
Suspirou mais uma vez e voltou a ler sobre Economia. Mas não, essa definitivamente não iria para a sua lista.
Olhou de novo para o mural. Psicologia ainda estava no número 1 e parecia ser realmente um curso legal. Ela se lembrava de dizendo a ela para se enturmar, para viver a faculdade e, apesar de saber que lidaria com casos BEM mais graves do que esse, gostava da ideia de ajudar pessoas a se sentirem melhor, se libertarem do que as prendiam e se tornarem mais felizes. Mas será que tinha vocação?
Liam abriu a porta e sorriu ao vê-la em meio a um mar de papéis.
"Ia perguntar se você tá pronta, mas acho que não, né?" - Ele disse, sorrindo.
olhou para o relógio. Tinham combinado de ir ao cinema, mas ela havia perdido completamente a noção da hora.
"Liam! Eu me esqueci!" - Ela disse, pulando para o chão e correndo para o guarda-roupa, fazendo o namorado rir. - "Quanto tempo a gente tem? Pega minha bolsa!"
O garoto entrou no quarto rindo e fez o que ela pedia, se sentando na cama depois.
"Algum curso novo no Top10?" - Ele quis saber.
"Hum... Design de Interiores. Os prós são que ia ser bom depois desse primeiro ano de Arquitetura e meus pais aceitariam mais fácil, por ter alguma relação com o curso que eu já to fazendo. Os contras são que eu acho que não levo jeito pra coisa - Liam gargalhou - e que não tem aqui na Saint Mary."
"Já te falei pra não se prender a esse detalhe!"
fechou a porta do guarda-roupa e o encarou.
"Não é um detalhe! Eu não quero ir embora!"
"Mas existem outras faculdades aqui por perto..."
"Mas em nenhuma tem o terceiro andar. Eu não seria eu sem esse lugar, Liam. Estar na faculdade não seria a mesma coisa... Eu não quero ir, não quero deixar o lugar que me mudou em tão pouco tempo!"
"Se é por causa do terceiro andar, tudo bem. Mas se fosse por causa de mim..." – Ele falou, com um ar de riso.
sorriu de lado.
"Lógico que é por sua causa também... Você faz parte do pacote do terceiro andar!" – Explicou.
Liam abriu os braços e a namorada foi até ele e se sentou em seu colo.
"Eu só não quero interferir numa decisão tão importante..." - Ele disse.
"Tarde demais. Você ja é parte da decisão, você ja é parte de tudo!"
O garoto deu um selinho em seus lábios e sorriu.
"Eu amo você!"
"Também amo você."
passou seus braços pelo pescoço do namorado e o abraçou, distribuindo beijos pelo seu rosto. Depois se lembrou que já estava atrasada e se levantou correndo para continuar a se arrumar. Liam jogou os papéis na escrivaninha e se deitou na cama.
"A gente pode ficar por aqui também..." - Tentou, com um olhar sapeca.
"Liam Payne, Liam Payne..." - A garota chamou, rindo. - "Se comporte! A gente pode voltar pra cá mais tarde, mas prometi à Jessica que íamos hoje, ela fica toda sem graça perto do Josh."
"E esse Josh aí? Gente boa? É o calouro amigo do Niall, né? Hum..."
riu ao perceber a preocupação do namorado.
"Tá com ciumes, Liam?" - Perguntou, enquanto colocava os brincos.
"E só um instinto protetor. Jessica é tipo uma irmã caçula pra mim."
"Você acabaria com todos os sonhos impuros dela dizendo isso." - resmungou, rindo só para si.
"Oi?" - Liam não tinha certeza se havia entendido direito.
"Nada..." - A garota falou, pegando sua bolsa e puxando o namorado pela mão. - "Eu não disse nada. Vem!"

“E um pássaro aqui. Sei lá, ia ficar maneiro. Também tenho vontade de fazer uma no peito, uma frase… Mas não sei o que ainda…” – Louis tinha passado os últimos 15 minutos contando a El as ideias mais absurdas que tinha para tatuagens. Os dois estavam deitados na cama do garoto e pareciam ser os únicos habitantes do terceiro andar naquela tarde fria de sábado.
“Que brega, Louis!” – Foi o que Eleanor respondeu, segurando a risada. O namorado se sentou na cama de uma vez, parecendo extremamente ofendido.
“Como é que é, Eleanor?”
A garota deu uma risada debochada.
“To brincando…”
“Retira já o que você disse!”
Ela fez que não com a cabeça.
“Não?” – Ele perguntou de novo, erguendo as sobrancelhas e indo para cima dela. – “Tem certeza?”
A garota gargalhou e se levantou, correndo em direção à cozinha. Se apoiou na pia e deu um gritinho quando o namorado entrou no cômodo.
“Você está em apuros, Calder!” – Ele disse simplesmente, caminhando devagar em sua direção, com as mãos nos bolsos.
“Não, Lou, não!” – Respondeu, rindo.
“Brega? Foi isso que você disse?” – Ele perguntou, se aproximando, com um sorriso de lado.
Eleanor mordeu os lábios e sentiu as mãos de Louis em sua cintura, a puxando para perto.
“Lou, aqui não… As menin…” – Começou, olhando para a porta da cozinha.
“Não tem ninguém aqui agora. Relaxa…” – Foi o que o garoto disse antes de beijá-la. Ele deu dois passos para frente, a encostando de novo na pia.
A medida que o beijo se intensificava e o clima esquentava, El foi colocada sentada em cima do balcão. A ideia de continuarem aquilo na cozinha parecia ridícula, mas nenhum dos dois parecia estar raciocinando direito. Qualquer um podia entrar a qualquer momento.
Qualquer um mesmo…
“LOUIS! ELEANOR!”
Os dois se separaram ainda meio desnorteados. Lottie estava parada segurando a porta da cozinha e os olhava chocada. Não havia como contornar a situação. Eleanor estava usando apenas calcinha e uma regata do namorado, Louis estava sem camisa e os dois estavam, em um português claro, se atracando no meio da cozinha do terceiro andar.
“Lottie!” – Louis se virou, coçando a nuca. El pulou para o chão, completamente envergonhada.
“Eu não acredito que isso tá acontencendo. E bem embaixo do meu nariz! BEM EMBAIXO DO MEU NARIZ!” – Ela atirava sua raiva para os dois, mas seus olhos estavam cravados em Eleanor.
“Lo…” – Ela tentou, torcendo as mãos nervosamente.
“Cala a boca! Não fala comigo! Que nojo de você, que nojo de você!”
“Você é que não vai falar assim com ela!” – Louis respondeu. – “Ninguém é criança aqui, Lottie! Para de agir como uma!”
“Bem que a Hannah me falou que tinha alguma coisa errada com os dois. Que Eleanor não tinha ido com a cara dela… Que tinha sido estranho Louis ir atrás de você na cozinha… Ela tava certa! E eu te defendi! Disse que você nunca faria isso comigo!” – A garota não parecia estar ouvindo, continuava fora de controle e irada com Eleanor.
“Lottie, me escuta…” – Ela começou de novo. – “Nós íamos te contar! Eu nunca quis mentir, mas estava com medo da sua reaç…”
“Eu odeio você! Eu odeio vocês dois!” – Ela gritou de novo, lançando um olhar de desprezo para o casal e sumindo pela porta.
“Louis…” – El se virou para o namorado com os olhos cheios d’água. Os dois tinham demorado tanto, que as coisas acabaram acontecendo da pior forma possivel.
“Calma, meu amor!” – Lou foi até ela e segurou seu rosto com as duas mãos. – “Não fica assim. Eu vou atrás dela e você fica aqui me esperando.”
“Não, eu quero ir falar com ela! Eu preciso!”
“Deixa que eu vou primeiro. Me espera! Não se preocupa, vai ficar tudo bem! Eu te amo... Não esquece disso!” – O garoto deu um selinho demorado na namorada e saiu correndo pela porta.
Eleanor abafou o choro colocando as mãos no rosto. O olhar que Lottie tinha direcionado a ela tinha sido como se a garota estivesse vendo algo podre. Nojo mesmo, como havia gritado mais de uma vez. Era horrível! O que aconteceria dali para frente?

O terceiro andar, porém, não estava completamente desabitado. colocou a cabeça para fora da porta ao ouvir a gritaria, mas não parecia haver nada de errado. Saiu franzindo a testa e estava quase chegando na cozinha, quando o elevador se abriu. Para sua surpresa, Danny saiu de lá de dentro.
“Hey! E aí?” – Ele perguntou animado. – “Vim te procurar aqui, mas achei que você ia estar em algum outro lugar. Até que o tempo tá bom… Pelo menos não tá chovendo. Você quer...”
Peraí! PERAÍ! Mas uma vez ele parecia completamente alheio a tudo o que já havia sido conversado, discutido e gritado entre eles dois. Que porra de memória de Dori era essa que ele tinha?
“Danny... O que voce tá fazendo aqui?” – Ela começava a ficar cansada de perguntar isso toda santa vez que se encontravam.
“Vim te ver, oras…” – O rapaz respondeu, como se fosse óbvio.
“Eu perguntei num geral… Eu nunca vi ninguém sumir e reaparecer com a mesma facilidade que você!”
“Fui para casa… Precisava dar sinal de vida para minha mãe. Mas agora voltei de vez! Acredita que tem uma kitnet vaga perto do pub? Acho que vou…”
“Voltei de vez”? “Kitnet perto do pub”? devia ter deixado quem quer fosse gritando os pulmões para fora, devia ter ficado quietinha em seu quarto. Tinha se esquecido da política de SEMPRE checar antes de sair.
“Você vai se mudar pra cá?” – Ela perguntou, para confirmar seus piores pesadelos.
“Acho que sim. Tom me chamou pra passar um tempo com ele... Mas acho que vou ficar por lá só enquanto arrumo um emprego por aqui. Pensei em ir no pub, perguntar se eles não precisam de um músico residente, sabe?”
colocou as mãos nas têmporas, tentando não surtar.
“Você devia ficar morando com o Tom de vez. A cidade é maior… Mais oportunidades…” – Tentou.
“Eu quero ficar perto de você.”
“Jones, pelo amor de Deus. Que parte da nossa última conversa você não entendeu?”
“Eu entendi tudo. Não quer dizer que eu concorde, que eu não vá tentar ou que eu não possa ficar por aqui… A gente pode sair de vez em quando, sei lá…”
“Nós não somos amigos, Danny. Desculpa te desapontar e jogar isso na sua cara, mas é a verdade e você sabe disso. Nunca fomos e não vamos ser agora. Nós dois nunca vamos sentar num bar e jogar conversa fora como velhos amigos.”
O rapaz deu de ombros, como se não estivesse ouvindo nenhuma novidade.
“Não quero ser seu amigo…” – Foi o que respondeu. Mas então pareceu ligeiramente desapontado. – “Você e o garoto se acertaram, por fim?”
“Sim! Eu e Niall estamos muito bem, obrigada. E não vamos brigar de novo por sua causa, eu vou cuidar disso pessoalmente… E se você tá ciente de que não vamos ser amigos, pode ir embora…” – Falou, apontando para o elevador.
Ele a encarou e mordeu os lábios, parecendo pensar se dizia o que queria dizer ou não.
“Eu disse que você seria pra sempre a minha garota. Na carta. E você se esqueceu disso.”
Não, ela não tinha esquecido. Se lembrava de cada palavra daquele bilhete. De todas elas.
“Você também disse que ia parar de entrar e sair da minha vida, lembra?” – Falou, erguendo uma das sobrancelhas. – “Além do mais, eu ERA sua garota. Mas não sou uma garota mais…”
“Continua agindo como uma…” – Danny respondeu, cruzando os braços. – “Quantos anos ele tem, ? 15? O que isso significa? Crise dos 25? Síndrome do Peter Pan? Não esperava essa falta de maturidade de você…”
O sangue dela esquentou e subiu, como água em ebulição. Imatura? Ele estava se atrevendo a chamá-la de imatura? Ele não sabia do que estava falando!
“Imatura? Eu sou imatura?” – Ela repetiu, erguendo a voz a cada sílaba. – “NÓS TEMOS UMA FILHA, DANIEL!” – Berrou na direção dele. – “E enquanto você estava andando pelo mundo com uma guitarra na mão e uma ideia na cabeça, eu estava aqui grávida, em depressão e trancando meu mestrado pra cuidar dela! A imatura aqui passou quase o ano todo longe da própria criança, pra terminar minha pós e poder ter uma qualificação melhor e arranjar um emprego melhor! E você, Senhor Maturidade? Onde você esteve esse tempo todo?”
A garota sentiu uma especie de alívio em colocar tudo aquilo para fora. A verdade. Toda a verdade. Danny, por sua vez, parecia incapaz de qualquer reação.



Capítulo 18 - Little Joana

Danny ainda parecia sem reação, mas, de alguma forma, não parecia tão chocado quanto achou que ele ia ficar.
…” Começou.
“Vamos sair do corredor.” Ela disse em uma voz mais branda. “Vem!” Falou, indo ao quarto. As conversas com Danny sempre acabavam com toda sua energia vital.
Ela entrou e encostou-se na escrivaninha, cruzando os braços. Agora que havia passado a “adrenalina”, começava a temer esta conversa. O rapaz entrou, logo atrás dela, e ficou um bom tempo parado perto da porta, com as mãos no bolso, encarando o chão.
...” Ele tentou de novo. “Eu… Eu já… Tom tinha me contado.”
“COMO?” Já estava gritando de novo.
Não podia dizer que não suspeitava… Mas, ainda assim, estava querendo matá-lo. Mais uma vez. Desde quando ele sabia?
Danny levantou a cabeça, parecendo muito mais sério e preocupado do que já o tinha visto na vida.
“Ele, na verdade, deixou escapar… Achava que você já tinha me contado.”
“E COMO eu ia ter te contado se eu nem sabia por onde voce andava?” Ela perguntou, exasperada.
O rapaz deu de ombros.
“Não sei… Mas, então, ele acabou soltando algo sobre a bebezinha e ficou transtornado quando percebeu que eu não fazia ideia do que ele tava falando.”
“Transtornada tô eu!” disse mais a si que ao ex-namorado.
“Foi aí que eu decidi voltar…” Ele explicou, indo para mais perto dela. “Ver como você estava e como ela estava…” Mordeu os labios. “É uma menina, né?”
“E por que você não disse isso, assim que chegou, criatura? Nós passamos um dia todo no parque!”
Tudo era sempre do jeito mais dificil quando se tratava dele. Por que seu cérebro tinha que dar tanta volta?
“Eu quis, mas, aí, nós acabamos entrando no assunto do seu namorado e eu não sabia se era ele que cuidava dela, ou se…”
“Nós conversamos sobre o Niall no meio da tarde, Daniel! Por que você NUNCA faz nada certo? Eu tô tão cheia disso!”
O garoto abaixou a cabeça de novo.
“Você também não me contou antes!” Ele acusou.
“Porque eu tava tentando digerir a ideia de que você tinha voltado mais uma vez. Não se esqueça de que sua ficha criminal depõe contra você! Como eu ia saber se ia durar mais de 24h?”
Danny fez que “não” com a cabeça e foi se sentar na cama, apoiando o rosto nas mãos. Suspirou e virou-se para .
“Onde ela está?”
“Em casa, com a minha mãe.”
“Ele… Ele a conhece?” Perguntou, obviamente, se referindo a Niall.
fez que “não” com a cabeça.
“Ninguém aqui sabe. Bom, algumas pessoas sabem...” Ela não o encarou, focou num ponto na parede e parou seu olhar ali. Danny franziu a testa. Ela podia vê-lo pela sua visão lateral. “Não é que eu tenha vergonha dela…” Começou, tentando se justificar mais para si. “Mas seria tão difícil explicar! Além do mais, eu não esperava me envolver com as pessoas como me envolvi. Não era pra ser como tem sido… O plano era só vir, terminar o mestrado e voltar pra casa.” Ela sentiu vontade de chorar, porque, agora, não se imaginava mais indo embora, mas era o que tinha prometido fazer.
tirou os olhos da parede e virou-se para Danny. Ele ainda tinha aquele olhar meio desesperado.
“Eu teria voltado antes, se eu soubesse… Se Dougie tivesse me contado, por exemplo.” Falou, fazendo-a dar um sorriso triste.
“Eu o fiz prometer que não contaria se, um dia, te encontrasse... Todos eles, na verdade. Tom, claramente, não se lembrou disso. Era um assunto nosso, e nós tinhamos que resolver, mas, na minha cabeca, você não ia passar 2 anos fora, não ia demorar tanto…”
Ficaram, os dois, em silêncio por mais um tempo. Tanta coisa estava errada nessa história! olhava para o seu ano e se perguntava o porquê ainda escondia aquilo… Era como se tivesse tomado essa decisão antes de chegar e houvesse colocado o assunto todo no fundo de sua cabeça. Nunca questionava a própria escolha. E, agora, só de pensar em contar às meninas e ao Niall, seu estômago se contorcia. Ainda havia Danny nessa história e, como sempre, tudo era confuso e embolado quando seu ex-namorado estava envolvido.
“Como ela se chama?” Ele perguntou, quebrando o silêncio.
“Joanna.” respondeu, fazendo-o dar um sorriso.
“Como a música!”
A garota se permitiu sorrir também. Ele se lembrava.
Um dia, quando ainda estava no segundo ano, entrou na cozinha do terceiro andar e encontrou Danny e Tom compondo. Os dois tinham o violão em punhos e o segundo escrevia a letra em seu caderninho. sentou-se na bancada da pia para escutá-los e logo se apaixonou pela nova música. A letra não tinha muito sentido, mas era cativante… Tinha essa melodia alegre e a fazia se lembrar de coisas coloridas e do verão. Se chamava 'Little Joanna'. Naquela tarde, olhando para seu namorado, a pessoa que mais amava na vida, ela decidiu que a filha deles se chamaria Joann... Essas coisas que as pessoas apaixonadas pensam.
Jamais imaginou que “usaria” o nome tão cedo e que teria de repetir o verso “Danger is never near when Joanna is here” como um mantra todos os dias. Ao acordar, ao meio dia, na hora de dormir...
“Sim, como a música.” Respondeu, simplesmente.
“Eu quero conhecê-la, !” Danny pediu, mas a reação imediata da garota foi fazer “não” com a cabeça.
“Não, Daniel, não!” Falou, livrando-se da nostalgia que se lembrar da música trazia. “Eu não vou deixar você fazer isso com ela!”
“Fazer o que?”
“Você pode entrar e sair da minha vida quantas vezes quiser… Eu já me acostumei. Eu já superei. Mas você não vai entrar na vida dela e sumir depois! Eu não vou deixar você quebrar o coração da minha menininha como quebrou o meu!”
Ele levantou-se em um pulo e aproximou-se dela, segurando seu rosto com as duas mãos.
“Você ainda não entendeu que, desta vez, eu não vou embora, né? Que eu voltei, MESMO, por vocês duas! Eu sei que você não tem porquê confiar em mim, , mas confia. Por favor! Eu entendo, se você não quiser voltar comigo. Eu entendo, se você tem outro namorado. Mas ela é minha filha também. Eu quero vê-la, quero conhecê-la... Eu tô me mudando pra cá por isso!”
odiava quando ele fazia isto: implorava desse jeito. Nunca foi muito resistente aos olhos azuis do garoto. Soltou-se de suas mãos e foi até a porta.
“Eu vou pensar, Danny.”
“Não. , por favor! Não pensa… Só me deixa vê-la. Pode ser aqui, pode ser na sua casa, se você não quiser trazê-la pra cá…”
Era um direito dele, apesar de tudo. Apesar de ele ter sumido no mundo, apesar do quão difícil havia sido esses dois anos… Mas ela tinha tanto medo!
“Vamos fazer assim: quando você tiver uma casa e um emprego aqui, eu trarei a Jo. Assim, eu vou saber que você vai ficar, pelo menos, um pouco… Eu vou poder te dar mais um voto de confiança.”
Danny fez que “sim” com a cabeça. Era justo.
“Se é assim que você quer, é assim que vai ser!”
Ele mordeu os lábios e continuou olhando para ela, esperançoso. E feliz.
“Você pode ir, agora, Danny…” abriu a porta e encostou-se nela, exausta, como era de costume.
“Dê-me seu telefone… Eu te ligo.” Ele pediu.
não achava uma boa ideia, mas ainda era melhor que topar com ele, de surpresa, no corredor. Apanhou um post-it e anotou o número.
“Você tem celular, então?” Perguntou. “Achei que esse negócio de se comunicar não era sua praia…”
“Eu mudei.” Danny respondeu, simplesmente. Pegou o post-it e colocou no bolso, indo até a porta. Virou-se quando estava no batente. “Eu sinto muito, , por tudo… Por todas as coisas erradas e tudo o que você passou sozinha. Eu realmente sinto muito!”
A garota fez que “sim” com a cabeça. Acreditava em suas palavras e achava que podia perdoá-lo, um dia… Mas a verdade é que jamais se esqueceria.

Louis correu atrás de sua irmã, mas quando tentou gritar com ela no meio da rua, a garota virou-se e foi andando, furiosa, até ele.
“Não se atreva a fazer um escândalo aqui!” Disse, entredentes. “Já não basta o que eu precisei presenciar, agora pouco!”
“Pelo amor de Deus, Lottie!” Ele rolou os olhos. “Nós estávamos só nos beijando!”
Ela levantou o dedo, fazendo-o se calar.
“Eu disse que, aqui, não! Você adora falar alto e dar seu showzinho, mas eu não vou tolerar isso!”
Virou-se mais uma vez e saiu andando, decidida, na frente. Louis soltou o ar, com raiva, e coçou a nuca, antes de voltar a caminhar atrás dela. Quando chegaram à república, o garoto parou na sala, com as mãos no bolso, e foi curto e grosso ao dizer:
“Você vai parar de ser criança, agora, e vai pedir desculpas a Eleanor.” Falou, encarando a irmã. “AGORA!” Enfatizou.
“Não, mesmo!” Lottie cruzou os braços. “Ela mentiu pra mim, me enganou, fingiu que ia me ajudar com a Hannah e continuou se fazendo de morta! Eu nem tenho palavras pra descrever a raiva que tô sentindo dela!”
“Lottie, por favor!” Ele rolou os olhos. “Eu e a El tentamos contar antes, mas você estava fora de controle! Eleanor tava com tanto medo de te magoar…”
“É… Realmente, pegá-la se agarrando com o meu irmão me magoou menos…” Lottie disse, irônica.
“Para com isso! Como você esperava que El te contasse antes, quando você vivia falando mal da minha nova namorada?”
A garota arregalou os olhos.
“EU NÃO ACREDITO! Não acredito que ela te contava tudo o que eu dizia! A cada hora, tenho mais nojo dessa menina!”
Louis estava segurando a vontade de chacoalhar sua irmã até ela parar de falar de Eleanor daquele jeito. Lottie não era assim! Não era a garota que estava de frente para ele.
“Lottie! Pelo amor de Deus! Você precisa recobrar o juizo! Parece que a Hannah bagunçou sua cabeça. Nós estamos falando da sua veterana favorita! A garota que você me disse que é em quem você queria se espelhar… Que te ajuda com as coisas da faculdade, que te apresentou a …”
Mas aquilo só pareceu magoá-la mais. Desta vez, porém, ela respondeu com a voz embargada:
“Exatamente por tudo isso, eu não esperava uma atitude tão baixa, Louis... Porque eu confiava nela... Porque ela era minha melhor amiga aqui.”
“Ela estava sofrendo também. Estava desesperada!”
Lottie fungou e cruzou os braços.
“Ela teve milhões de chances de me contar. Eu não quero mais saber!”
Louis não ia conseguir nada ali. Infelizmente…
“Só queria que você soubesse que eu e Eleanor vamos continuar juntos, independentemente do que você ache.”
Ela deu de ombros, segurando-se para não chorar.
“Se, para ela, é mais importante não perder o namorado que uma amiga…” – Lou fez menção de dizer algo, mas a garota descruzou os braços e deu um passo para trás. “Boa noite pra você e pra sua namorada. Passar bem!”
E subiu para o seu quarto, deixando o irmão falando sozinho na sala.

Jess voltava da aula, respondendo uma mensagem de , e nem percebeu que alguém corria para alcançá-la. Tomou um susto quando um Josh sorridente a cumprimentou:
“Hey! Então, você mora por essa bandas?”
“Ah! Oi, Josh! Tudo bem?” A garota corou e quase derrubou o celular no chão. Muito bom que, agora que ela, finalmente, conseguia conviver com Liam, sem passar vergonha, ficava toda boba com Josh! Muito bom, realmente! “Na verdade, estou indo ao banco, resolver algumas coisas. E você? Achei que você morasse na JJJ.”
Ele riu e, de algum jeito, chegou mais perto dela, enquanto caminhavam pela calçada, fazendo suas mãos roçarem uma na outra.
“Não… Niall e eu somos colegas de classe. Mas confesso que tenho passado bastante tempo lá, ultimamente. Talvez, eu me mude para a JJJ no ano que vem… Seria legal!”
Jess concordou sorrindo, meio hipnotizada.
“Também penso em sair de casa, mas não sei… Teria que deixar minha mãe… Ao mesmo tempo, acho que é uma puta experiência morar sozinha! Não sei...”
“Tem seus pontos altos e seus pontos baixos… Eu curto, mas também fico preocupado com meus pais.”
Ele poderia falar por horas, e Jess, provavelmente, não se cansaria de encará-lo. Tinha um sorriso tão lindo! E a barba por fazer… E o cabelo… Ok. Tinha perdido o fio da conversa e, pela expressão no rosto de Josh, ele havia feito uma pergunta.
“Desculpa, Josh! O que foi?”
“Seu aniversário… É nesse sabado, não é? O que vamos fazer?”
Vamos? VAMOS? Vamos os dois? Vamos todo mundo? Vamos quem? Cadê o sujeito dessa frase?
“Hum… Ainda não sei…” Decidiu esperar que ele fosse mais claro. “Alguma ideia?”
Josh deu de ombros e colocou as mãos nos bolsos.
“Niall e Olly estavam falando de ir ao pub. Parece que vai ter alguma comemoração lá. Achei que fosse o seu aniversário…”
Ah… Não era “Vamos nós dois”, então.
Pub! Pub é uma boa! Não costumo sair…”
“Eu sei.” Josh riu. “Mas é seu aniversário! Poxa! Você tem que ir!”
Como ela diria que não? Apenas sorriu e concordou com a cabeça.
“Eu vou!” Disse, simplesmente, fazendo-o sorrir.
“Que bom… Porque seria difícil entregar seu presente se você não fosse…” O garoto disse, dando um sorriso de lado.
Jess parou de andar.
“Meu o que? Que presente?”
Ele riu de novo.
“Você vai ter que ir pra descobrir…” Falou, ainda parecendo um garotinho que iria aprontar. Parou de andar também. “Vou atravessar aqui, Jess. Até sábado, então!” Falou, acenando e indo ao outro lado da rua, ainda com aquele sorrisinho.
Jess nem sabia mais aonde estava indo. Só, então, se deu conta de que Josh sabia seu aniversário e ela achava que nunca tinha dito a data a ele. E como ia sobreviver com essa curiosidade sobre seu presente até sábado? Olhou para o celular em sua mão e correu para digitar uma mensagem para . Precisava surtar com alguém! Já havia passado da fase de fingir que não estava a fim do garoto.

“Mas é meu aniversário…” Jess tentou de novo.
“Mas é a despedida da Danielle!” retrucou. Estavam nesse ping pong há meia hora. “Você vai, porque você tem que receber seu presente do Josh, e eu fico em casa, quietinha, estudando e pesquisando mais sobre as outras faculdades…”
! Não acredito que você vai me abandonar! Você sabe que eu vou surtar e que vou querer não ir!”
A amiga sabia, mesmo, mas achava que não tinha nada a ver aparecer na despedida da ex-namorada do seu namorado.
“Jess, vai ser tão estranho…”
“Estranho por quê? Não é como se fosse na casa dela a festa. Nós estamos indo ao pub, comemorar meu aniversário, oras! Nós nem precisamos ficar perto da Danielle!”
se deu por vencida, afinal, era aniversário da sua melhor amiga e, pela primeira vez, ela estava animadíssima para sair... Com motivos específicos, lógico, mas, ainda assim, era raridade!
“Tá bom, vai…” Falou, pulando da cama. “Espero que esse presente do Josh seja bom, mesmo, ou eu mato esse merdinha!”
Jess riu e correu para pular na amiga.
“Obrigada, ! Obrigada!”
“De nada! Agora, vamos arrumar umas roupas bem sensacionais, que a gente tem que abafar nesse pub, hoje!”

O pub não estava muito lotado, mas, tratando-se de um sábado, estava cheio o suficiente para ter uma filinha no lado de fora.
ainda estava inquieta e desconfortável em estar ali, mas era quando via a expressão ansiosa de Jess, que acreditava que tinha mesmo que ter vindo. Além do mais, estava tão curiosa quanto a amiga para saber qual seria o presente do Josh! Liam a abraçou quando deram mais alguns passos na fila, e ela tentou relaxar. Não havia nada de errado! Estava tudo em sua cabeça.
“Finalmente!” Jess exclamou quando passaram pela porta.
precisou rir da empolgação da amiga. Não foi difícil encontrar os outros. e estavam com Dani, como era de se esperar, e Louis e Eleanor estavam com elas. Niall ria de alguma coisa que Olly tinha dito, perto do palco. E, então, ela o avistou. Josh também estava com eles e os três conversavam com um cara mais velho, que devia ser o contratado da noite para tocar. Seu estômago deu uma cambalhota, e ela apertou as mãos para controlar o nervosismo.
“E aí, gatinhas?! O que vão beber?” Liam perguntou, puxando pela mão em direção ao bar.
“Vamos de leve, hoje, né?” falou, fazendo o namorado fingir admiração. Ela riu e deu um tapa no braço dele. “A gente tem que estar sóbria até o Josh entregar o presente da Jessica!”
“Josh, Josh, Josh… Vocês só falam desse cara! Tô ficando com ciúme!” Liam brincou.
“Náo é facil ser tirado do posto de muso, né?” respondeu, fazendo Jess arregalar os olhos para ela.
A garota soltou uma risada alta e tapou a boca com as mãos. Por sorte, Liam estava ocupado, tentando chamar a atenção do barman, e não ouviu.
“Mato você, !” A amiga ameaçou, fazendo-a rir mais. “Olha a Bia aí!” Jess apontou para a porta do pub, em que apareceu, olhando em volta, provavelmente, procurando-as.
Sorriu ao avistá-las e foi até elas.
“Trocada pela peça, mais uma vez! Feliz aniversário, Jess!” Falou, enquanto cumprimentava as duas e dava um tapinha na cabeça de Liam.
“Aonde ele foi, hoje?” perguntou, referindo-se a Aidan.
Como o rapaz havia previsto, a peça tinha feito sucesso o suficiente para ser levada às outras universidades do país, e ele, agora, viajava quase todos os dias para qualquer lugar do Reino Unido.
Não vinha sendo fácil para .
“Sei lá…” Ela respondeu, brava. “Nem quis saber também.”
“Bebe, ! Bebe pra esquecer!” Liam passou um copo para ela, mas, antes que a garota pegasse, ele puxou de volta. “Ou você também não vai beber por causa do Josh?” Ele disse, torcendo o nariz e fazendo Jess rir.
rolou os olhos.
“Hein?” Bia olhou de um para o outro.
“Liam tá com ciúme do Josh…” explicou, passando as canecas para as meninas e indo em direção ao namorado para mordê-lo. O garoto desviou e riu, dando a língua. “Vem! Vamos achar uma mesa!”

Eleanor estava sentada à mesa com as meninas, a cabeça encostada no ombro de Louis. Ela se endireitou ao ver Lottie aproximando-se, mas a garota os ignorou e passou reto em direção ao banheiro. Aquela cena já estava virando rotina para ela e era um inferno que morassem na mesma república sem se falar! Ainda mais, porque, antes, viviam grudadas! Eleanor sentia falta até de ouvi-la xingando a tal namorada do irmão. Todas as vezes que tentou se aproximar da garota, foi completamente ignorada. Lottie não dava uma brecha para que elas pudessem conversar e se acertar… Simplesmente, fingia que El nem existia! E se trancava no quarto, ou saía do cômodo se ela entrava.
Louis percebeu o olhar perdido da namorada e deu um beijo em sua bochecha, conseguindo a atenção dela para si.
“Vai ficar tudo bem.” Ele disse, sorrindo e mexendo no cabelo de Eleanor. “Eu prometo, tá?”
El fez que “sim” com a cabeça e se inclinou para dar um selinho em Lou. Pelo menos, tinha ele.
“Eu sei… Mas queria que fosse rápido!”
“Logo logo, a Lottie vai perceber como nós fazemos bem um para o outro... Como eu tô feliz e como você tá feliz… E vai entender!”
Ela sorriu e deu mais um selinho nele.
“Você é lindo!”
Louis riu.
“É, eu sei.” Respondeu, fazendo a namorada rir. “Agora, fica aqui com as meninas, que eu vou lá falar com o Styles.”
Ele levantou-se e deu mais um beijinho na namorada. Uma hora, ia ficar tudo bem. TINHA que ficar tudo bem!

Zayn já estava ali faz um bom tempo. Já tinha feito uma social com Dani e, agora, estava bebendo sozinho e assistindo o artista da noite tocar. Na verdade, estava bebendo muito mais do que deveria e começava a ter dificuldades em visualizar o músico.
Só o que ele sabia, nos últimos tempos, era que precisava se livrar do que estava sentindo. Beber parecia uma boa opção, apesar de não ser permanente. Pelo menos, sua vista ficava embaçada, e ele não a acharia pelo pub. Mas podia ser pior, não podia? Pelo menos, o tosco do namorado dela não estava por ali.
Balançou a cabeça e a apoiou nas mãos. Por quê? Por que estava acontecendo com ele? Tinham sido amigos por tanto tempo, e nada tinha acontecido! Ok. Eles se beijaram algumas vezes, mas havia sido inofensivo... Ou não? Ou ele havia cavado a própria cova, sem perceber?
Alguém parou ao seu lado, e foi quase um alívio quando ele percebeu que era e não .
“Ah, é você.”
“Sim… Sou eu. Vim checar se você estava bem.”
Zayn a olhou de esguelha. Sentia-se muito vulnerável ao perceber que alguém podia sacar que ele não estava em sua melhor forma.
“Tô ótimo…” Respondeu e observou se sentar no banco à sua esquerda. Acabou tendo uma ideia. Uma dessas sem pé, nem cabeça. “Hey! Seu namorado não tem, mesmo, ciúme de mim? Nem se eu te beijasse?”
A garota franziu a testa e se virou para encará-lo.
“Como é?”
“Tô com vontade de brigar com alguém, hoje…” Confessou, sem ter certeza do porquê estava dizendo isso a ela. Talvez estivesse, mesmo, bem bêbado.
“E você quer brigar com o Niall?!” não se segurou e gargalhou. “Ai, Zayn, você é hilário!”
“Qual é o problema?”
“Nenhum… Mas só a visão de vocês dois brigando já me mata de rir!” Ela limpou os olhos e endireitou-se. “Se você quer brigar, vamos fazer a coisa direito, Malik!” olhou pelo pub, tentando achar alguém “brigável”. Sorriu e apontou para o balcão. “Bingo! Olha ali o Max do time de Rugbi! E, se não me engano, a namorada dele vai ser nossa nova Iniciação Científica no próximo ano… Nossa, não, porque eu vou embora. Vai ser sua IC! Hum… Cadê ela? Kelly! Oi, Kelly!” A garota ergueu o braço e chamou a namorada do rapaz, acenando.
Zayn franziu a testa e abaixou a mão dela o mais rápido que conseguiu.
“Você está maluca, ?!” Falou, parecendo apavorado. “Eu quero brigar, não morrer!”
gargalhou mais, mas parou ao perceber a expressão sem esperança de Zayn.
“E posso saber por que essa vontade toda de apanhar?”
O garoto ficou um tempo analisando se ela era digna de confiança.
“Hum…”
“Não precisa dizer… Eu sei qual é o problema. Você tem que contar a ela, Zayn!”
Foi a vez de ele franzir a testa. Como? Como ela sabia? Ou a garota estava só jogando verde? Não, ela sabia… De algum jeito, ele tinha essa certeza.
“Não, não tenho. Ia estragar tudo… Não se esqueça do cuzão do namorado dela.”
“Às vezes, é difícil se lembrar do Aidan. Não é como se ele fosse o rei da interação…”
Zayn sorriu ao ouvi-la falando mal do namorado da amiga. Era infantil, ele sabia, mas era bom, de qualquer jeito.
“E você? Não vem me dar conselhos quando você é a primeira a esconder coisas do seu irlandês.”
se encolheu e mordeu os lábios.
“Você tem razão… Somos dois covardes!”
Zayn bateu seu copo na caneca de , como se comemorasse a divisão do título de fracassados entre os dois.
“Você é legal, … Tem certeza de que seu namorado não ligaria se eu te beijasse?”
Ela riu.
“Meu querido, meu namorado está jogado no chão, fazendo um dance off com o Tomlinson…” Ela disse, rindo e apontando. “Acho que ele nem notaria!”
Zayn olhou para . A garota ria e olhava em completo êxtase para onde Niall estava. Não parecia nem remotamente chateada com o fato de que, como havia dito, seu namorado nem ligaria se ela estivesse com outro cara agora.
Ficar apaixonado era ridículo! Ele não queria ficar assim!
A garota levantou-se e tirou os olhos do namorado, voltando a olhar para o amigo. Podiam se considerar amigos, agora, certo?
“Você vai ficar bem? Niall não é uma boa dupla para brigar, mas, para beber, ele é ideal!”
Zayn sorriu.
“Muito obrigado por oferecer seu namorado, mas vou ficar por aqui. Acho que eu também não sou o rei da interação.”
riu e o analisou mais uma vez, antes de sair. Era um pouco de partir o coração…

(Ed Sheeran - Happier)

“Walking down 29th and Park
I saw you in another's arms
Only a month we've been apart
You look happier...”


Danny observou, enquanto levantava-se da mesa e ia à frente do pub. Ela parou com as mãos na cintura, a uma certa altura, e ofereceu a mão a alguém. E, então, Niall apareceu, pulando ao seu lado. Ela riu e o fez se virar para limpar as costas da camiseta do namorado. Danny não podia vê-la direito, mas parecia estar dizendo alguma coisa que o fazia gargalhar. Ele virou-se de frente para ela e abriu os braços, dando dois passos para frente e a abraçando, em um gesto largo. o abraçou também e deu um beijo em seu ombro, parando com o rosto virado para o ouvido do garoto. Niall sorria e fazia que “sim” com a cabeça, como se concordasse com o que ela estava dizendo.
Doía ver a cena, mas Danny parecia estar hipnotizado. Estudava cada detalhe e cada gesto dos dois, esperando encontrar uma falha ali. Uma falha por onde pudesse entrar. Mas não havia nada errado. Eles pareciam loucos um pelo outro.
tirou a cabeça do ombro de Niall e o encarou. O garoto sorriu de lado e se inclinou para beijá-la, descendo suas mãos para a cintura dela. Aquilo era demais! Danny não queria mais ver nada.

“Saw you walk inside a bar
He said something to make you laugh
I saw that both your smiles were twice as wide as ours
Yeah, you look happier, you do

Ain't nobody hurt you like I hurt you
But, ain't nobody love you like I do
Promise that I will not take it personal, baby
If you're moving on with someone new"


“Quem diria que eu viveria pra ver Danny Jones sentado, quietinho, no fundo de um pub?!”
O rapaz assustou-se, mas, ao levantar a cabeça, só pôde sorrir.
!” Exclamou, levantando-se da mesa e dando um abraço de urso na amiga. “Você está linda! me contou da sua loja! E de Paris! Você conseguiu!” Ele a colocou no chão e percebeu que a amiga ria. Nem tinha dado tempo para ela respirar.
“Isso tudo é saudade?” Ela perguntou, sorrindo largamente também. Danny apontou para a cadeira ao seu lado, e sentou-se. “Você está lindão também, seu filho da puta que some no mundo e não presta pra dar um sinal de vida!” Falou, dando tapas no braço dele.
Danny percebeu que sentia muita falta de tomar broncas de e que talvez, se ele tivesse tomado mais broncas dela, não teria feito metade das cagadas do passado.
“Eu sei… Eu sei… Pode acreditar! É só nisto que eu tenho pensando, ultimamente: que eu não deveria ter desaparecido e ficado sem contato nenhum… Eu perdi tudo o que tinha aqui, sendo tão burro.”
O garoto parecia a derrota em pessoa. mordeu os lábios.
“Danny…” Ela não sabia bem o que dizer. Estava sentindo pena dele, no momento, mas sabia demais sobre a história para deixá-lo passar como vítima.
“Não precisa dizer nada. Eu sei que a culpa é só minha…” E, então, forçou um sorriso, virando-se para a amiga. “Você conhece? A…” Ainda era difícil e esquisito dizer. “Nossa filha?”
sorriu.
“Conheço, sim, mas não a vejo desde janeiro. É a criança mais adorável do mundo, Danny! E tem os olhos azuis, como os seus!”
Big blue eyes…” Eles disseram, juntos, e riram.
“É… Exatamente como na música!” A garota falou, tomando mais um gole de sua cerveja.
Os olhos de Danny, contra sua própria vontade, voltaram para e Niall.

“'Cause baby you look happier, you do
My friends told me one day I'll feel it too
And until then I'll smile to hide the truth
But I know I was happier with you"


“E o irlandês?” Danny perguntou, meio sem saber o que exatamente queria saber. Talvez, ele quisesse ouvir que não iria durar, que não era sério… Mas era vísivel, mesmo de longe, que esse não era o caso.
voltou os olhos para onde ele olhava e viu a amiga abraçada ao namorado. Não pôde deixar de sorrir, apesar de ser, provavelmente, a última coisa que deveria fazer.
“Ele é um dos caras mais legais que já conheci…” Ela respondeu, sabendo que iria machucá-lo, mas não podia mentir. “Na verdade, se não fosse a situação, vocês, provavelmente, seriam melhores amigos! Ele seria seu calouro preferido.”
Danny suspirou e deu mais um gole na sua cerveja. Chegava a ser irônico a letra da música que tocava no pub naquele momento.
“Mas, e os dois? Quer dizer… Ah, , eu nem sei o que estou perguntando! Você… Você acha que, algum dia…”
Ele nem precisou completar.

“Sat on the corner of the room
Everything's reminding me of you
Nursing an empty bottle and telling myself you're happier
Aren't you?

Ain't nobody hurt you like I hurt you
But, ain't nobody need you like I do
I know that there's others that deserve you
But, my darling, I am still in love with you”


fez que “não” com a cabeça e mordeu os lábios novamente.
“Não faz isso, Danny. Você sabe que eu sempre fui Team Jones… Sempre te defendia quando vocês brigavam e salvei o namoro dos dois umas vinte vezes…” A garota falava, olhando diretamente nos olhos do amigo. Queria ter certeza de que ele não faria nenhuma burrada. Mais uma. “Mas, desta vez, eu não vou deixar! Você não sabe como é vê-la triste todo santo dia! Cheguei a me esquecer da última vez em que a vi rindo! Ela não tinha mais vontade de viver! E olha para ela, agora! Niall é parte fundamental nessa mudança, Danny… Só Deus sabe como eu amo você, mas não posso te dizer para tentar. Não posso te dizer que você tem chances.”
Danny abaixou a cabeça, fazendo que “sim”.
“Eu entendi, . Não vou tentar nada. É só… Tão estranho!”
“Eu imagino… Mas ela está bem, agora. E é isso o que importa, certo?”
“É. É, sim.”
virou-se e apoiou a cabeça no ombro do rapaz.
“É bom ter você de volta, de qualquer forma. Sinto falta de vocês…”
Danny sabia que ela queria dizer “Sinto falta do Tom”.
“Vocês não se falam mais? disse que Tom sumiu também…”
“É, deve ser uma coisa dos meninos do terceiro andar.” Os dois riram. “Ele não sumiu. Continua na casinha de boneca dele, com a esposa perfeita dele e o emprego dos sonhos dele… Acho que nós crescemos pra lados diferentes. E o que a gente tinha se quebrou.”
“Não era para ser assim…”
“Muitas coisas não eram pra ser do jeito que são, Danny. Eu aprendi a me conformar.”

“But, I guess you look happier, you do
My friends told me one day I'd feel it too
I could try to smile to hide the truth
I know I was happier with you"


Olhou de novo para . Olly e mais um garoto pararam ao lado de Niall e o chamaram, indo em direção ao palco. O garoto foi atrás deles, levando pela mão.
É… Talvez, ele também tivesse que se conformar…

"Baby, you look happier, you do
I knew one day you'd fall for someone new
But, if breaks your heart like lovers do
Just know that I'll be waiting here for you”


Eleanor, Bia, e Jess estavam rindo de Harry e Louis, que discutiam como um casal de velhos. Liam havia ido ao banheiro, e na volta, parou para conversar com Danielle, fazendo morder os lábios e estreitar os olhos um número considerável de vezes. Jessica, porém, não prestava muita atenção. Josh andava para cima e para baixo com Olly e, apesar de já tê-la cumprimentado, parecia ter se esquecido completamente de seu presente. Começava a ficar chateada com a atitude dele. Observou, enquanto eles passavam mais uma vez. Olly com o braço passado pelos ombros de Josh e bagunçando seu cabelo. Seu estômago despencou. Sabe quando parece que um amigo está levando o outro para conhecer uma garota? A cena lhe dava essa impressão. Niall e vinham, rindo, atrás, e o quarteto ia em direção ao palco.
Jess queria ir embora dali.
Os garotos chegaram à beirada do palco e cumprimentaram o cantor, subindo em seguida. Niall pegou o violão e parou na frente do microfone principal.
Mas, hein?
“Oi, gente! Beleza?” Falou, dando um sorrisão. “Eu sei que vocês não ligam a mínima e só querem escutar uma boa música, mas, hoje, é aniversário de uma amiga nossa. Jess, você ainda está aí?”
Jess engasgou. O que estava acontecendo? Bia e se viraram para olhá-la, tão perplexas quanto ela. A garota levantou a mão timidamente, fazendo Niall, Olly e Josh sorrirem. O terceiro, aliás, parecia completamente tímido e sem saber onde colocar as mãos. virou-se e fez sinal para elas irem até lá. As garotas obedeceram.
“Ótimo!” Niall voltou a falar. “Nós temos um presente para você, então. Josh, toda sua!”
Josh posicionou-se em frente ao microfone em que, antes, Niall estava falando. Olly parou no microfone de trás para fazer os backing vocals, e o irlandês ficou do outro lado do palco. Violão a postos.
“Oi, Jess!” Josh disse, encarando-a. Ainda parecia completamente constrangido. “Feliz aniversário! Essa é para você!”
Jess prendeu a respiração, enquanto Niall tocava a introdução de 'I wanna hold your hand', dos Beatles.
abraçou a amiga de lado e, provavelmente, foi a melhor decisão a ser tomada. Jess achava que ia morrer! Josh tinha uma voz linda e grossa. Segurava o microfone de um jeito irresistivelmente sexy e cantava de olhos fechados, abrindo, de vez em quando, apenas para se certificar de que a garota ainda estava prestando atenção.
Olly fazia o backing vocal e uns passinhos estilo boy band com Niall. Provavelmente, só estavam avacalhando porque Josh não estava vendo. dançava ali perto, cantarolando junto. Aquilo era tão perfeito que não deveria ser real!
“Isso está acontecendo, mesmo?” Jess perguntou às meninas ao seu lado.
“Você recebeu uma serenata, amiga!” Bia disse, rindo.
“Acho que vou morrer!” Jess exclamou, fazendo as amigas rirem alto.
Quando Niall terminou a nota final, todos aplaudiram loucamente. Liam (vindo, sabe-se lá de onde) assobiou alto, acompanhado de Louis. As meninas batiam palmas fervorosamente, e Jess tentava não desmaiar. Olly fez um milhão de reverências e desceu do palco. Niall entregou o violão ao cantor, que aproveitou para parabenizar a garota também, e pulou do palco, colocando as mãos nos joelhos. foi até lá abraçá-lo.
Jessica sabia que a pior parte vinha agora. Josh desceu do palco, meio sem saber como ir até ela, e a garota também não sabia o que fazer. Parecia estar sentada sobre um holofote, e aquilo era totalmente desconfortável. O garoto, talvez, para ganhar tempo, foi até os meninos, cumprimentá-los e agradecê-los. Jess deu alguns passos para trás, tentando se camuflar na multidão. Como ele parecia estar demorando demais, ela resolveu que precisava de água e saiu até o bar.
Era muita grosseria?
“Hey…” Alguém disse em seu ouvido quando ela tomava o primeiro gole. Era Josh, obviamente.
“Josh! Ahn…” O que ela deveria dizer, além de “Você é perfeito, e eu quero te colocar num potinho”? “Eu… Eu adorei seu presente de aniversário! Aquilo foi tão legal! O melhor de todos! Você… Você canta muito bem!”
“Obrigado!” Ele disse, sorrindo de lado e apoiando-se no balcão. Jess, rapidamente, perdeu as contas de quantas vezes olhou para os lábios do garoto. “Mas aquele não foi meu presente de aniversário para você.”
Ela franziu a testa. Tinha entendido errado?
“Não?”
“Não… Aquele foi o presente de Niall e Olly…” Ele continuava sorrindo de lado, como se a desafiasse a perguntar qual era o presente dele.
E ela sabia qual era. Ela, definitivamente, sabia qual era.
“Hum… E quando eu vou receber o seu?”
O garoto se desencostou do balcão e deu um passo em sua direção.
“Está pronta?”
Ela fez que “sim” com a cabeça.
“Tô!” Seu coração ia sair pela boca, ela tinha certeza.
“Então fecha os olhos!”
Jess o encarou uma última vez, antes de obedecê-lo. Assim que fechou os olhos, sentiu as mãos do garoto em sua cintura e o rosto dele aproximando-se. Josh, porém, deu um beijo de leve em sua bochecha, fazendo-a se arrepiar ao sentir a barba por fazer dele em seu rosto. Ia abrir os olhos e protestar, mas sentiu mais um beijo em sua outra bochecha e entendeu o jogo. Só não sabia se iria aguentar esperar.
E, então, ele encostou seus lábios nos dela, e Jessica sorriu e passou seus braços pelo pescoço de Josh, trazendo-o para mais perto. Pensou ter escutado uma gritaria em volta e quase conseguia imaginar quem seria. Naquele momento, no entanto, nada era mais importante que beijar o seu novo “muso”. Não sabia como alguém, algum dia, bateria aquele presente de aniversário.

sorria, observando os meninos cantarem para Jess, ainda encostada no ombro de Danny, que evitava olhar para o palco e, por isso, continuava bebendo com o olhar perdido. A garota viu quando Harry se juntou ao grupo. Ao SEU grupo!
“Estou apaixonada por um cara mais novo, Danny…” Ela soltou, ainda olhando para Styles.
“Você também?” Ele disse, contrariado, fazendo rir.
“É… Eu também. A diferença é que eu não estou na faculdade mais. Eu tenho uma loja, tenho que sair e ir a reuniões com pessoas mais velhas e importantes... Eu não posso ficar por aí com um menino de 18 anos!”
“A que eu conheço ia mandar todo mundo à merda e ia ficar com o carinha, porque ninguém paga as contas dela.”
“Bom, as pessoas que me julgariam são as pessoas que pagam minhas contas, sim…” Ela respondeu, triste. “De qualquer forma, foi melhor assim. Tô namorando um cara da minha idade, agora. É melhor.”
“Melhor para quem? Porque, se você estivesse feliz, não estava com essa cara!”
levantou-se do ombro do amigo.
“Ai, Danny! Não precisa jogar na minha cara que eu tô um trapo!”
O garoto deu uma das suas gargalhadas altas e a abraçou.
“Estou só tentando ajudar…”
riu também.
“Eu sei… Eu só… Não trabalhei minha vida inteira pra jogar tudo pela janela.”
“A opinião dos outros só vai importar se você se deixar afetar… Pensa nisso!” Danny bebeu o último golinho de sua cerveja e levantou-se. “Vou ao banheiro, . Vai ficar por aqui?”
“Hum… Não, acho que vou voltar lá com as meninas. Você está bem?”
Danny deu um sorriso triste.
“Vou ficar…” Então deu um beijo no cabelo da amiga e estava se afastando quando pareceu se lembrar de algo que precisava dizer, e voltou. “Não sei como Tom consegue morar tão perto de vocês e ficar longe, de verdade.”
deu um sorrisão, sentindo um arroubo de amor por Danny, e levantou-se para abraçá-lo.
“Você continua odiavelmente inodiável, Jones. E eu te odeio por isso!”
Os dois riram e ele saiu, indo ao banheiro.
observou, mais uma vez, o pessoal em frente ao palco quando Jess saía para ir até o bar, e Josh ia atrás dela. os seguia com os olhos, virando-se e, então, percebeu que Harry estava na mesma “roda” que ela. riu, observando a amiga franzir a testa sem disfarçar e lançar os olhos pelo pub, provavelmente, procurando-a. Quando os olhos das duas se cruzaram, a amiga pareceu perguntar “hein?”, fazendo-a rir e dar de ombros.

não estava entendendo de onde Harry tinha surgido, mas ele parecia integradíssimo. Niall e ele, aliás, pareciam velhos conhecidos. Havia perdido alguma coisa?
“De onde você conhece o Styles, Niall?” Perguntou, tentando parecer apenas curiosa e abraçando o namorado quando ele voltou para perto dela.
“A gente se conheceu no Ano Novo, naquela festa da primeira dama, sabe? Ele estava com uma menina, mas ela não estava nem aí pra ele… Alguma coisa assim… Aí, ele ficou sentado com a gente.”
“Hum…” fez, mordendo os lábios. Neste momento, Jess e Josh (graças a Deus) voltaram para perto deles, e o foco virou todo para os dois, que estavam morrendo de vergonha.
High Five, , high five!” Niall saiu, pulando pela roda, para cumprimentar sua parceira de Operação Cupido.
aproveitou para ir até o banheiro e, depois, procurar , que devia estar com Dani e Eleanor.
Estava chegando perto da fila do banheiro feminino quando viu Danny vindo em sua direção. Ainda era bizarro demais vê-lo por todos os lugares de repente.
“Oi!” Ele cumprimentou, parando de frente para ela.
“Oi, Daniel!”
O rapaz fechou a cara.
“Para de me chamar de Daniel! Odeio quando você me chama assim! Eu nem fiz nada… Hoje…”
Ela riu e abaixou a cabeça.
“Ok. E aí, Danny?!”
“Nem vai me perguntar o que eu estou fazendo aqui? Eu tenho uma resposta boa, desta vez!” Danny disse, abrindo um sorriso sapeca.
rolou os olhos, mas também sorria.
“O que você está fazendo aqui, Daniel?” Recitou, como se fosse uma (péssima) atriz.
O garoto franziu a testa ao ouvir seu nome inteiro mais uma vez.
“Eu moro aqui!” Disse, orgulhoso.
“Aqui no pub?” Foi a vez dela franzir a testa.
“Não, ! Claro que não… No fim da rua. E vou começar a tocar aqui na semana que vem. Tom me arranjou uns bicos de compositor também com um pessoal da gravadora dele, o que quer dizer que eu posso ir para lá, de vez em quando, e continuar morando aqui.”
“Hum…” A garota não sabia bem o que deveria responder. Ainda era meio irreal “tê-lo” de volta. “Então…”
“Então… Eu cumpri minha parte no trato.” Danny começou de novo e olhou para a ex-namorada, com os olhos brilhando. “Eu quero conhecê-la, ! Eu quero muito!”
Ela soltou o ar… Não havia mais saída e não havia mais porquê prolongar aquilo. Fez que “sim” com a cabeça.
“Ok, Danny. Eu trarei ela para cá, no fim de semana que vem, pode ser?”
Os olhos dele pareceram brilhar ainda mais, e ele abriu aquele sorrisão que, perdoem o clichê, iluminava o lugar todo.
“Sério? Sério, mesmo?” Danny perguntou e a abraçou. Foi… Estranho. Ela conhecia o abraço, mas não era igual a antes. Ela não era a mesma de antes. De alguma forma, porém, foi um alívio saber que estava imune aos braços de Danny. Um problema a menos para se preocupar. O rapaz percebeu que não tinha sido abraçado de volta e a soltou, um pouco sem graça. “Obrigado, ! Obrigado, mesmo!”
“De nada!” Ficaram um tempo meio sem saber o que fazer. “Hum... Preciso ir ao banheiro, Danny.”
“Ah!” Ele riu e saiu da frente, coçando a nuca. “A gente se vê, então?”
“Uhum. Eu te ligo, mas no fim da semana, combinado?”
“Combinado!”
Danny fez menção de abraçá-la de novo, mas pensou melhor e apenas acenou.
respirou fundo. O pior tinha passado? Ou o pior estava por vir?

Bia, e Liam saíam do pub, cantando alto a música que vinha de lá de dentro, então o barulho de algo caindo e alguém resmungando os interrompeu.
Zayn estava na outra calçada e parecia muito bêbado, xingando o maço de cigarro que se encontrava no chão.
“Zayn?!” Bia chamou e foi até lá. Recolheu o pacotinho e quando tentou segurar o braço do amigo, ele afastou-se em um movimento rápido.
“Sai, ! Sai daqui!”
“Zayn? O que houve?”
“Não houve nada. Eu estou super bem, não está vendo?” Ele respondeu, ríspido. Pegou o maço da mão dela e tentou tirar um cigarro para fumar, tendo uma dificuldade enorme em executar a tarefa.
O que estava acontecendo? Por que ele estava naquele estado… E sozinho?
“Você não está bem, não. Vem! Eu te ajudo a ir embora!”
Ele ficou ainda mais irritado e afastou-se ainda mais dela.
“Dá um tempo, ! Cadê seu namorado? Vai atrás dele e me deixa em paz!” Bufou e saiu, resmungando, para o outro lado. “Deixe-me em paz!”
Bia continuou olhando para onde o amigo estivera, com cara de interrogação. O que havia sido aquilo?

tinha as mãos apoiadas no berço e observava Joanna. A menininha parecia um anjinho dormindo e mexia os pezinhos, enquanto sonhava, fazendo a mãe sorrir. Precisava pegá-la no colo e colocá-la na cadeirinha para voltar a Saint Mary, mas estava com tanto dó de acordá-la!
Como se pudesse ler pensamento, Jo piscou e abriu os olhos. Seus grandes olhos azuis, tão parecidos com os de Danny.
“Oi, princesinha!” falou, fazendo-a sorrir. Colocou as duas mãos dentro do berço e a pegou. “Você está ficando pesada!” Brincou.
“Mamãe!” Jo falou, estendendo os bracinhos. Suas palavras ficavam cada vez mais compreensíveis e seu vocabulário parecia aumentar cada vez que a via. Era a coisa mais linda do mundo!
Ficou um tempo em silêncio, observando a filha analisar os pingentes de sua gargantilha com atenção.
Mrs. parou na porta ao ver a filha balançando a neta em silêncio.
“Tudo bem por aqui?”
levantou a cabeça e sorriu.
“Tudo sim…”
“Vai dar tudo certo, . Todo mundo vai adorar a Joanna!” Disse, como se soubesse o que ela estava pensando.
Jo se virou ao ouvir seu nome.
“Vovó!” Falou, virando seus braços para a avó, e Mrs. entrou no quarto para pegá-la.
“Então você vai passear, Jojo?” Falou, fazendo a bebezinha rir.
“Você não quer, mesmo, ir?” perguntou, desejando que ela fosse.
“Vou ficar aqui, torcendo por você, mas acho que essa batalha você tem que vencer sozinha.”
A garota concordou. É, ela tinha razão. Pegou Joanna de novo e deu um beijinho em sua mãe.
“And I start to believe that danger is never near, when Joanna is here…” Cantou, e Mrs. sorriu, fazendo que “sim” com a cabeça. “Hora de você conhecer um monte de gente legal, Jojo! E de eles te conhecerem também!”
“Ente iegal…” Jo repetiu, do seu jeitinho.
deu um beijo em sua bochecha. Era hora de colocar todas as cartas na mesa!
Para todo mundo.

Capítulo 19 - Down goes another one

Na noite anterior...

parou na soleira da porta da cozinha. Matt estava no sofá, brincando com Hendrix, que se divertia, buscando e trazendo de volta uma bolinha laranja, e, depois, se esparramando no chão para o rapaz coçar sua barriga. sentiu uma certa inveja de Hendrix. Por que o filhote — que estava, a cada dia, maior — podia amá-lo tão fácil assim, e ela continuava tentando, e tentando, e tentando em vão?
Percebeu que não fazia mais sentido continuar com isso. Estava enganando Matthew e a si. Tinha começado aquele relacionamento pelos motivos errados e estava persistindo no erro por acomodação.
O rapaz levantou o rosto e sorriu quando percebeu que ela se aproximava do sofá.
“Hendrix está ficando cada dia mais esperto! Tava vendo uns tutoriais no Youtube… Acho que quando ficar mais quente, podemos levá-lo ao parque e eu posso ensinar uns truques a ele…”
“Hum… Matt, podemos conversar?”
mordeu os lábios. Não, eles não iam estar juntos quando esquentasse.

Niall e chegavam ao quarto dela, depois do jantar. O garoto tirou a camiseta e a calça e se jogou na cama.
“Vai dormir aqui?” Ela perguntou, apesar da resposta ser óbvia. Foi até o guarda-roupa para pegar um pijama.
“A mãe do Dylan tá lá na JJJ. Cedi minha cama pra ela.” Ele explicou, já puxando o edredom e entrando embaixo. Então pareceu se lembrar de algo e voltou para pegar seu celular no criado-mudo. “Nossa! Me esqueci de responder o Styles!” Falou.
Então, esse negócio de Harry ter entrado para o “grupo” era sério, mesmo, não era?
“O Styles? Nunca vi esse menino com vocês e, agora, ele tá sempre no meio da galera…” Ela soltou, meio contrariada.
Niall abaixou o celular.
“Que tom de voz é esse? De onde você conhece o Styles?”
E agora? Contar a verdade?
“Ele… …” gesticulava, mas nem foi preciso mais que essas duas palavras, pois Niall logo lembrou-se de encontrar no corredor do terceiro andar na noite de Ano Novo. E lembrava-se também da resposta de Harry quando lhe perguntou sobre a garota da Festa de Réveillon.
Ele havia dito: “Nós terminamos naquela noite, cara.”
“Aaaaah!” Ele fez, quase caindo da cama. “Era o Styles! O cara contra quem estava bebendo no nosso primeiro encontro!”
fez que “sim” com a cabeça, indo até o banheiro.
“Ela vai me matar se descobrir que eu te contei, mas é… Os dois ficaram um tempo juntos, mas não deu certo.”
“Ela ainda gosta dele, né?” O garoto perguntou, mas não respondeu. “Eu acho que ele ainda gosta dela.”
“Vocês conversaram sobre isso?” A namorada quis saber.
“Por cima. Tanto que ele nem chegou a me dizer quem era! Styles é um cara legal.”
“Eu imagino que sim. Não tivemos muito contato.” Ela disse, voltando ao quarto.
“Que doideira! e Harry… Jamais imaginaria!” Niall ponderou, então resolveu por um fim no assunto e ergueu as sobrancelhas, chamando para se juntar a ele na cama.
Ela sorriu quando Niall a puxou para perto assim que deitou-se.
“Vou pra casa, amanhã cedinho, tudo bem?” A garota perguntou, encarando os olhos azuis de Niall bem perto dos seus. Sentiu uma ansiedade repentina.
Ele franziu a testa.
“Amanhã? Você não me falou nada… Aconteceu alguma coisa?”
“Não!” Ela disse rápido para tranquilizá-lo. “Eu vou e volto. Só tô te avisando porque você vai acordar sozinho aqui amanhã. Deixa a chave com uma das meninas?!”
“Claro! Você… Você quer que eu vá junto? Eu não ia me importar.”
Aquele sentimento de ansiedade continuava a incomodando — era um frio na barriga estranho. Antes de responder ao pedido dele, perguntou-se se devia contar tudo logo e, simplesmente, levá-lo junto. Mas achou melhor não. Contaria amanhã quando voltasse da casa de Danny. Era melhor.
Então sorriu, levando as mãos até o cabelo do namorado e fazendo cafuné nele. Como era possível alguém ser assim tão adorável?
“Não precisa se preocupar! Fica aqui, dormindo até mais tarde. Eu te ligo no fim do dia, assim que eu voltar.”
Niall queria perguntar. Queria saber o que era essa “coisa” que nunca contava. Duvidava que fosse algo muito grave, porém, porque acreditava que ela não esconderia algo sério. Talvez, sua mãe tivesse alguma coisa. Talvez fosse algo com o pai. Ela nunca falava sobre o pai. Sorriu de volta para .
“Não vou recusar, então! Seu quarto é mais escuro que o meu, sua cama é melhor que a minha…”
riu e deu um selinho nele.
“Você só tá comigo pra dormir aqui, né, Horan?!”
“Pra dormir com você aqui, eu diria.” Ele respondeu. “Sempre bom ter uma fixa, né?”
Ela deu um tapa em seu braço, rindo, e sentiu os lábios do garoto em seu pescoço. Abraçou-o forte e sussurrou um “Eu amo você” no ouvido do namorado.
E a ansiedade desapareceu… Porque qualquer sentimento ruim desaparecia fácil quando estavam só os dois.

***

Danny abriu a porta e quase caiu para trás ao vê-las. carregava Joanna nos braços, e a bebezinha balançava uma girafa de pelúcia nas mãos. Tinha o cabelo castanho cacheado e olhos azuis como os seus. Usava um vestidinho branco e vermelho cheio de joaninhas e chupava chupeta. Era a criança mais linda que ele já tinha visto!
Olhou para , em êxtase.
“Ela… Ela é linda!”
“Oh!” Jo falou, deixando a chupeta cair. Olhava para ele e estendia a girafa em sua direção.
O rapaz abriu um sorriso enorme, observando a filha e, então, voltou a olhar para , ainda mais encantado.
“Ela tá te dando a girafa, Danny.” disse, sorrindo e tirando-o do estado de choque.
“Ah, obrigado!” Falou, pegando o bichinho de pelúcia e sorrindo feito um louco. “Ela tem nome? A girafa?”
“Neném!” Jo falou, apontando.
“Neném! E você é um neném muito lindo, sabia?” Danny disse, aproximando seu rosto do rosto da filha, que riu. “Posso… Posso pegá-la, ? Ela vai estranhar?”
A garota fez que “não” com a cabeça.
“Vai nada! Ela é dada igual a você, mesmo!” Brincou, fazendo Danny rir.
“Vem aqui, Jo!” Pediu, e a menininha ofereceu os bracinhos a ele. “Quantos anos ela tem?”
“Um ano e oito meses.” respondeu, ajeitando a bolsa no ombro quando Danny pegou Joanna de seu colo. “É só fazer as contas, Jones!”
Mas duvidava que Danny estivesse escutando. Tinha Jo em um dos braços e fazia uma voz engraçada, falando com ela como se fosse a girafa de pelúcia na mão livre. A pequena parecia estar adorando.
“Podemos entrar?” pediu, tirando os olhos dos dois. “Tô com sede!”
Danny nem respondeu. Apenas refez seu caminho para dentro da casa, ainda brincando com a filha, e o acompanhou.
Precisava admitir duas coisas: a primeira era que Danny e Jo haviam se conectado naturalmente e de primeira. Não que a filha não se desse bem com as pessoas, sempre! Como havia dito, ela era muito dada… Mas com o pai, nem parecia que era a primeira vez que se viam.
A segunda era que a casa de Danny era bem arrumada e até simpática. Lembrava-se do estado do quarto do garoto no terceiro andar, alguns anos atrás, e meio que tinha esperado encontrar algo parecido. Havia se surpreendido mais uma vez.
Foi buscar água na cozinha sozinha, já que o rapaz parecia incapaz de reagir ao mundo ao seu redor. Estava hipnotizado pela própria filha. Quando voltou à sala, encontrou Danny colocando Jo para andar. A menina parecia um bonequinho de corda, os pezinhos se movimentando, antes mesmo de tocarem o chão.
Assim que alcançou o solo, Jo foi correndo até o violão encostado no sofá.
“Alguma dúvida de que ela é sua filha?” brincou, fazendo Danny levantar o rosto e olhá-la, sorrindo de orelha a orelha.

estava em casa para o fim de semana. Tinha decidido contar aos pais, finalmente, sua decisão em mudar de curso, mesmo que ainda não estivesse bem certa sobre que curso iria tentar. Estava entre Psicologia e Administração. Pelo menos, de sua longa lista, sobravam apenas essas duas “finalistas”. Já era um avanço, e ela devia muito a Liam pela ajuda. Sorriu ao pensar no namorado e tirou o celular do bolso para lhe enviar uma mensagem. A verdade é que queria que ele pudesse estar ali. Até seus pais queriam conhecê-lo! Mas o garoto parecia estar ocupado naquele fim de semana com coisas da faculdade.
, o almoço está na mesa!” Sua mãe chamou, e ela respirou fundo, guardando o celular.
Engraçado como nosso cérebro parece fazer qualquer coisa para evitar o momento quando precisamos dizer algo importante, né? quase não conseguia comer. E tinha pensamentos do tipo “Vou contar quando terminar minha salada”, “Hum... Meu pai começou um assuntou novo... Vou esperá-lo terminar” e “Mas e se eu esperasse até o jantar?”.
Porém, sem que ela pudesse evitar, o assunto surgiu à mesa:
“E a faculdade, filha, tudo certo?” Mr. Frota perguntou.
“Hum… Tá, sim…” respondeu vagamente, em uma tentativa de se autosabotar.
“E você tá gostando?” Foi a vez de sua mãe questionar.
Diante da pergunta, não havia mais como deixar para depois. Colocou o garfo e a faca deitados no prato e encarou os pais, ,mordendo os lábios.
“Então, na verdade eu queria conversar com vocês sobre isso…”
“O que foi?” Sua mãe perguntou, alarmada, também abaixando os talheres. “, você andou tirando notas baixas?” A garota abriu a boca para responder, mas Mrs. Frota continuou: “Ai, meu Deus! Esse namoro tá te desconcentrando? Filha, você sabe que…”
“Mãe... Mãe! Calma!” falou, interrompendo-a. “Minhas notas estão ótimas e meu namoro não atrapalha em nada.” Já começava a se arrepender de ter entrado no assunto. Seu pai apenas a observava, e seu olhar era indecifrável. “Eu só… Eu só… Não gosto de Arquitetura.”
Ao dizer isso, abaixou os olhos para o prato, incapaz de encarar o pai, que ainda mantinha a expressão séria.
“Não gosta como?” Sua mãe perguntou.
“Não gosto… Não me interesso…” E respirou fundo. “Tô pensando em mudar de curso.”
Houve um silêncio desconfortável na mesa, e prendeu a respiração.
, filha, pelo amor de Deus! Você tem noção do que isso significa?” Sua mãe perguntou, colocando as mãos nas têmporas.
“Claro que tenho! Eu…”
“Depois de tudo, você vem me dizer que não gosta de Arquitetura? Depois de todo esforço meu e do seu pai? De tudo que fizemos por você?”
Aquilo enfureceu a garota.
“Eu também me esforcei, mãe! Eu também deixei de fazer mil coisas pra me dedicar aos estudos e conseguir a bolsa! Minha vida sempre foi programada por vocês! E eu tentei! Eu juro que tentei… Mas eu não gosto do curso!”
Mr. Frota continuava quieto, apenas observando as duas discutirem. No que ele estava pensando? queria muito saber o que se passava na cabeça do pai.
“Não existe “não gostar do curso”! Você sempre adorou Arquitetura!”
“O que eu sabia de Arquitetura, antes de entrar na faculdade? Às vezes, a gente acha que gosta das coisas e não gosta, mãe! Você acha que tá sendo fácil pra mim?”
“Que curso você quer fazer?” Foi a primeira vez que seu pai entrava na conversa e a olhava fixamente.
“Psicologia ou Administração.” respondeu, encarando-o. “Tô mais inclinada pra Psicologia.”
“E como você tem certeza de que, desta vez, é o curso certo?” Ele perguntou, e a filha deu de ombros.
“Eu não tenho.”
Ele não disse mais nada, mas era como se a garota estivesse em um julgamento e seu pai fosse o advogado de acusação dizendo: “Nada mais a perguntar, Meritíssimo”.
Mais um silêncio de matar.
”Mas…” tentou começar.
“Se você não tem certeza, você vai voltar pra cá, . Trabalhar com o seu pai. Se você não sabe o que quer, não vai ficar pulando de um curso para o outro!”
“Não!” falou, alarmada. Não havia a menor chance de ela voltar. Não havia a menor chance de ela deixar o terceiro andar. “Não, mãe, eu já sei o que eu vou fazer! Eu...”
“Não consigo acreditar que você tá fazendo isso! Abrindo mão da sua bolsa!” Mrs. Frota escondeu o rosto nas mãos.
levantou-se, tentando não chorar. Não conseguia ficar ali, sendo interrompida a cada frase que tentava formar. Tinha sido um erro contar aos pais, agora.
“Aonde você vai?” O pai perguntou ao vê-la andar para fora da cozinha.
“Voltar a Saint Mary.” Ela disse, enquanto entrava em seu quarto e colocava suas coisas na mochila.
!” A mãe gritou.
“Não é lá que vocês querem que eu fique? Fazendo o curso que vocês escolheram, na universidade que vocês escolheram, na residência estudantil que vocês escolheram? Pois bem! É pra lá que eu tô voltando!” Ela berrou de volta e bateu a porta.
Nunca tinha sido a “rebelde”; sempre tinha seguido tudo o que seus pais planejaram para ela, mas, agora, não conseguia aceitar que eles decidissem de novo o que ela deveria fazer. Iria tentar o plano que havia bolado com Liam para trocar de curso e manter sua bolsa. O plano que nem conseguiu mencionar!
Pegou o celular e mandou algumas mensagens. Precisava das pessoas que, pelo menos, a escutavam.

Zayn levantou-se do sofá para atender a porta, de má vontade. Era , e ele abaixou a cabeça.
“Ah... É você?!”
franziu a testa para o tom de voz dele.
“Zayn, o que houve? Eu tô tentando falar com você há dias!”
Mesmo sem ser convidada, ela entrou e deu uma olhada no lugar. Parecia que um furacão tinha passado por lá. Zayn não costumava ser o mais organizado, mas como estava sempre trazendo “visitas”, mantinha a casa num nível, pelo menos, habitável. Virou-se, de novo para ele, ainda parado na porta, e repetiu a pergunta:
“O que você tem, Zayn? Tô preocupada! O que foi aquilo na saída do pub? E por que você tem me evitado?”
O garoto mexeu no cabelo, um pouco envergonhado. Lembrava-se de como havia sido grosso com ela e de como havia ignorado suas ligações e mensagens, desde então.
“Não tenho te evitado, .” Mentiu. “Eu tô ocupado com a minha monografia, a Danielle precisava de ajuda pra terminar as coisas dela, antes de viajar… Tá tudo corrido!”
Ela cruzou os braços. Sabia que não era só isso! Sabia quando o melhor amigo estava mentindo.
“Zayn… Conte-me, por favor, o que tá acontecendo?!” Pediu pela terceira vez. E foi então que ela percebeu, enquanto ele olhava, perdido, pela sala, tentando achar algo a dizer. Foi o jeito como ele parecia agoniado, o jeito como ele parecia perdido... E a casa desorganizada de quem não tinha one night stands há um tempão! “Você… Você tá apaixonado!”
O garoto tirou os olhos do chão e a encarou. Não, ela não poderia saber de jeito nenhum! Ele não ia contar. Seria a pior situação do mundo! Deu uma risada sarcástica e atravessou a sala, voltando ao sofá em que suas coisas estavam.
“Claro!” Respondeu, ainda tentando parecer irônico. “Claro que tô! Olha bem pra minha cara, !”
“Tô olhando! E é por isso que eu tô falando! Você tá apaixonado!” Desta vez, ela afirmou. “Quem é, Zayn Malik? Quem conseguiu essa proeza?”
abriu um sorriso, mas algo dentro dela parecia não estar assim tão feliz. Se ele queria se afastar dela porque estava apaixonado, o que aconteceria se começasse a namorar a garota? Se é que já não estava a namorando… Além disso, quem era essa menina que havia transformado o Zayn marrento e confiante que ela conhecia nesse garotinho tentando esconder seus sentimentos à sua frente? Não queria confessar e muito menos admitir, mas estava, sim, com um pouco de ciúme.
“Eu não estou apaixonado. Larga a mão de ser louca!” Ele disse, bravo.
“Tá tão na cara! Me conta quem é! Eu conheço?”
Então ele a encarou e, pela primeira vez, considerou dizer a o que estava sentindo. Contar que estava a evitando porque não conseguia conviver com ela e seus novos sentimentos por ela. Falar que precisava que os dois fossem mais do que haviam sido, até então, que vinha imaginando beijá-la tantas vezes, que estava se tornando desconcertante... Mas quando abriu a boca, o celular dela tocou.
levantou a mão para fazê-lo esperar e checou suas mensagens.
E a coragem se foi… Saiu pela janela aberta, e ele abaixou a cabeça, balançando-a.
“Hum… Zayn… Preciso ir pra casa…”
Ele deu uma risadinha sem humor.
“Claro que você precisa. O que o seu namorado fez agora?” Perguntou.
levantou os olhos e o encarou, parecendo muito brava.
“Não é o Aidan, para sua informação!” Falou, bufando. “E eu tô ficando tão cansada de brigar com ele por causa de você e com você por causa dele!”
Zayn deu um sorriso de lado. Eles brigavam por sua causa?
“O que houve, então?”
precisa de mim.” falou, guardando o celular e já indo à porta, então virou-se para o amigo de novo. “Mas nossa conversa não acabou! Eu te ligo mais tarde!”
, por favor…” Ele pediu, desta vez, em voz baixa. “Eu… Eu não quero falar sobre isso.”
A garota pareceu assustada. Então era verdade! E por que ele não queria contar a ela?
“Zayn, eu…”
“Eu preciso me concentrar nas minhas coisas, tá?”
“Por que você não quer me contar?”
“Você precisa ir. A gente se fala!” Disse, vagamente, sem nem mesmo se levantar para acompanhá-la até a saída.
sabia que ele voltaria a ignorar seus telefonemas e mensagens, e aquilo a incomodava. Tentou dizer mais alguma coisa, mas o garoto já estava se afundando em seus artigos. Já estava a evitando.
E, então, a pergunta voltou à sua cabeça: “Quem era ela?”

“Jojo, meu amor, solta o Hendrix!” pediu, levantando-se para ir até a filha, mas a impediu.
“Deixe-a brincar.” Falou, fazendo a amiga se sentar de novo e, então, bateu na perna dela. “Me conta como foi, hoje, com o Danny!”
sorriu.
“Surpreendentemente, bom. Ele tá apaixonado, ! Não conseguia parar de babar um segundo!”
riu, porque imaginava mesmo que seria exatamente assim.
“Ele tava tão ansioso!”
A amiga franziu a testa.
“Você falou com ele?”
“Aquele dia no pub Foi uma ótima conversa, na verdade. Não vou mentir! Eu tava com saudade daquele cabeção!”
“Vocês dois sempre foram os conselheiros um do outro.” lembrou-se, sorrindo. “Mas e você? Me disse que tinha novidades…”
sorriu, meio culpada.
“Terminei com o Matt.”
não podia dizer que era uma surpresa, mas, mesmo assim, esperava que a amiga tentasse por mais algum tempo.
“Quando? Ontem?”
fez que “sim” com a cabeça. Não parecia triste ou arrependida, o que só podia significar que havia feito o certo.
“Não tinha mais como seguir com isso, . Hendrix gostava mais dele que eu!” Falou e as duas riram e se voltaram para o filhote.
O pobre cachorrinho, aliás, passava por maus bocados nas mãos gordinhas de Joanna.
“Filha!” falou, levantando-se e indo até eles.
“Deixa, . Sua filha ama meu filhinho!” brincou.
“Mas é amor demais!” respondeu, rindo e ajoelhando-se de frente para a menininha, que tentava colocar a orelha de Hendrix na boca. “Ele não é de comer, meu amor! É só pra fazer carinho nele. Assim... Olha…” Falou, passando a própria mão nos pelos do filhote.
Jo observava atentamente os movimentos da mãe.
“Cainho.” Repetiu.
“É… É só pra fazer carinho!”

Joanna começou a fazer carinho em Hendrix e riu para ao perceber que estava fazendo certo. observava as duas com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto nas mãos.
“Quem vai morder vocês duas sou eu!” Falou, fazendo a amiga rir. “E agora… Contar ao Niall, né?”
virou-se e a encarou.
“Vamos ao SPR e eu ligo pra ele.”
…”
“Eu vou contar, ! Vou contar, hoje, prometo! Mas preciso ir pra casa. Não vou bater na JJJ com a Joanna no colo!”
se deu por vencida e levantou-se, indo buscar a bolsa. Não foi nada fácil tirar Jo de perto de Hendrix, mas sabia que o pior mesmo estava por vir.

me contou…” Niall disse, entregando um controle a Harry e indo se sentar na cama dele no quarto andar. “De você e da …”
Harry não estava esperando por isso.
“Contou o que?”
“Que vocês dois namoravam e… Que ela era a garota do réveillon.”
O garoto não respondeu de primeira. Continuou concentrado em escolher seu time, mordendo o lábio inferior.
“Não chegamos a namorar. E, de qualquer forma, não era pra ser… Contei que ela estava me ignorando naquela festa idiota.” Ele respondeu, por fim. “E ela tá namorando outro, agora… Um cara mais velho.” Disse, com uma certa amargura e, então, virou-se para Niall. “Você o conhece?”
Niall fez que “não” com a cabeça, sem olhar para o amigo, encarando a televisão.
“Nunca saímos juntos... Sei lá, Styles! Conheço a há pouco tempo, mas eu sei que ela ficou bem triste quando vocês terminaram. E, mesmo agora, ela não parece 100% feliz…”
Bom, Harry também não se sentia 100% feliz, e isso sempre o incomodava. Faz mais de quatro meses e continuava incomodando. Eles não se falavam mais, eles mal se encontravam (e quando se encontravam era a coisa mais estranha do mundo, como o dia na cafeteria) e, mesmo assim, ainda parecia que algo ia acontecer e mudar o destino dos dois. Ele, constantemente, perguntava-se se deveria deixar passar, se deveria ir atrás dela e dizer que estava tudo bem e que aceitava qualquer condição. Engraçado como, depois de um tempo, o que parecia tão “questão de honra”, por uma época da vida, se torna menos importante. Mas era tarde demais. Havia se passado muito tempo… O tempo, que amenizava tudo, tinha sido seu pior inimigo nessa história.
“Não tem nada que eu possa fazer, agora.” Harry respondeu, dando de ombros.
“Sempre tem algo a ser feito. Vocês podiam, pelo menos, voltar a se falar…”
“Não acho que é tão fácil assim.”
“Não deveria ser difícil. Se você quiser, eu posso ajudar!” Niall tirou os olhos do jogo e sorriu para Harry, dando um tapinha na sua perna.
“Obrigado, ajudante de Santo Antônio!” Harry zombou, fazendo-o rir. “Me avisa se ela terminar com esse cara, e eu vejo o que faço!”
“Assim que se fala! Vai pra cima dela, Styles!” Niall cantou, como se estivesse torcendo em um estádio, fazendo o amigo gargalhar.
“Figura!”
Ficaram mais um tempo jogando e, então, Niall checou seu celular e, pela hora, imaginou que Louis e Liam teriam voltado do Congresso que tinham ido.
“Vou lá buscar aqueles dois imbecis no andar de baixo e já volto! Vá treinando, enquanto isso, Styles! Você é muito ruim!”
“Vá à merda, Horan!”
“Já volto!”

e saíram do elevador e ouviram conversas no quarto de . A porta estava aberta, e Jess e estavam lá também no que parecia ser uma reunião para animar .
“O que houve?” perguntou, preocupada.
Jess levantou os olhos para responder, mas eles pararam na bebezinha no colo de . Franziu a testa.
“Quem é?” Perguntou.
olhou também e pareceu entender algo. continuava olhando da bebezinha para as duas na porta.
suspirou.
“Vocês estão ocupadas? Vamos ao meu quarto!”
As garotas levantaram-se, ainda sem entender nada, e foram ao último quarto do corredor.
colocou Joanna na cama, e as meninas sentaram-se em volta dela, tentando prestar atenção em e não na criança risonha, que, vez ou outra, oferecia um bichinho ou um brinquedo a elas e praticava um monólogo inteligível.
“Jo… Jo é…” respirou fundo de novo. Se era tão difícil contar às meninas, ela nem queria imaginar como seria com Niall! “Jo é minha filha.” Disse de uma vez.
As reações foram diferentes. Jess quase caiu da cama, colocou a mão na boca, como se não acreditasse, e voltou a olhar para Joanna, sorrindo, o que não passou despercebido por .
“Liam tinha te contado?” Perguntou a , que encarou a amiga e fez que “sim” com a cabeça.
sorriu.
“Não briga com ele, ! Ele só me contou porque, um dia, comentei que estava preocupada com você e o que te fazia ir sempre pra casa… E aí, ele me contou, mas eu mantive segredo! Nem a Jess sabia!” Ela falou, apontando, e Jess concordou, ainda meio em choque.
riu.
“Fica tranquila, ! Eu jamais brigaria com o Liam por causa disso! Ele sempre foi um cavalheiro comigo sobre esse assunto; sempre preocupado, mas nunca perguntando demais.”
“Mas, …” ainda tentava achar as palavras. “Como… Como?”
E, então, a garota se deu conta de que nunca havia contado NADA sobre Danny às meninas. Sentiu-se uma péssima amiga e começou a história toda do começo. Era hora de ser completamente sincera!
“… E foi isso. E, agora, ele resolveu voltar e, hoje, eu levei a Jo pra ele conhecer.”
“E por que você não contou a gente antes?” Jess perguntou, fingindo que ia fazer cócegas em Joanna.
balançou a cabeça.
“Eu não sei! Eu, sinceramente, não sei…” Respondeu, olhando, triste, para as meninas. “Eu nunca imaginei que este ano seria assim! Nunca imaginei que encontraria vocês... O Niall… Meu plano era voltar pra cá, terminar meu mestrado e ir pra casa. Nem pensei que iria conhecer pessoas, me divertir, me apaixonar de novo... Acho que eu estava tentando manter essas duas vidas separadas, mas não precisava. Eu só passei por um sofrimento à toa!” Ela deu de ombros. “Às vezes, a gente não percebe que tá sendo estúpida.”
“E o Niall, ?” perguntou, mordendo o canto dos lábios.
também se voltou à amiga.
“Eu também vou contar, hoje, ao Niall.”
E como se falar o nome dele três vezes o fizesse aparecer num passe de mágica, o garoto surgiu na porta do quarto.
“Ué! Você já chegou? O que tem eu?” Perguntou, com seu típico sorrisão.
Seus olhos, então, foram da namorada para a menininha em cima da cama.
Ela também o encarava e sorria.
“Oi!” Jo falou, mostrando os dentinhos.
Niall franziu a testa e voltou os olhos para , atrás de respostas para suas perguntas.
sentou-se direito, olhando para a amiga, que ainda estava petrificada e incapaz de falar.
“Meninas, vamos ao quarto da ?!” Falou, chamando , Jess e , que logo se levantaram. pegou Joanna e murmurou um “Boa Sorte!” para .
Niall as observou saindo do quarto, cada uma com uma expressão de velório pior que a outra. O que estava acontecendo?
?” Ele chamou de novo, ainda com a testa franzida.

(Apologize - One Republic)

“I'm holdin' on your rope,
Got me ten feet off the ground
And I'm hearin' what you say
But, I just can't make a sound
You tell me that you need me
Then you go and cut me down”


“Niall... É que… Ela… Eu ia te contar antes…” Como começar? Simplesmente, soltar a bomba? Contar a história em ordem cronológica? O problema era que, ao contrário das meninas, Niall conhecia todo o resto da história. Só essa parte havia sido propositalmente evitada. A demora não estava ajudando muito, e o garoto dava sinais de impaciência. “Niall, esta é a Joanna. Minha filha.”
Seu rosto empalideceu ainda mais, e a sombra de sorriso que ainda havia ali desapareceu. Niall pensou ter ouvido errado. Ele tinha ouvido “minha filha”, mas não era possível! Não… não tinha uma filha… Que ideia ridícula! Se bem que… Havia certa semelhança entre a menininha e ela. Niall havia reparado assim que a avistou. Ele encarou a namorada, que parecia apavorada. Mas… Não. Como ela teria uma filha?
O garoto fechou os olhos e balançou a cabeça para clarear os pensamentos.
“Sua o que?”
Ela engoliu em seco e torceu as mãos.
“Minha filha.”

“But, wait...
You tell me that you're sorry
Didn't think I'd turn around
And say...”


A cama da garota separava os dois, mas, naquele momento, sentiu como se a distância entre eles fosse um abismo sem fim. Quando tentou dar um passo à frente, Niall deu um para trás, e parou.
“Sua filha.” Ele repetiu, a voz baixa e grave. “Como assim você tem uma filha?”
“Eu ia te contar isso antes… Mas eu não sabia como… Eu acabava evitando…” tentava se justificar, mas não era isso que Niall havia perguntado.
Sua expressão começava a mudar, e não era uma mudança boa.
!” Ele falou, levantando a mão e fazendo-a se calar. “De quem ela é filha?”
A garota abaixou o rosto e passou a mão pela testa, antes de responder:
“Danny.”
Niall deu uma espécie de risada de descrença e balançou a cabeça de novo, colocando as mãos nos bolsos. Sua cabeça parecia prestes a pifar! tinha uma filha do ex, que, agora, havia voltado. E, além de toda a confusão que essa história significava no relacionamento dos dois, ainda havia este ponto: ele podia “competir” com um ex-namorado, mas não podia competir com o pai da filha de .

“That it's too late to apologize
It's too late...
I said it's too late to apologize
It's too late, too late…”


“Eu nem sei por onde começar…” Ele disse, dando outra risadinha sem humor.
tentou, de novo, se aproximar, mas, mais uma vez, o garoto afastou-se instantaneamente.
“Lembra-se da história que eu te contei? De como ele sumiu, reapareceu e sumiu de novo?” Ela tentava contar, mas sabia que o fato de “ter deixado isso passar” a deixava em maus lençóis. “Eu fiquei grávida quando ele voltou. Foi horrível! A pior fase da minha vida!”
Niall não estava escutando. Ele olhava através da janela, sem realmente enxergar.
“Quanto tempo a gente tá junto, ?” Ele a interrompeu.
deu de ombros.
“Uns cinco meses.”
“E a gente se conhece há uns oito, certo?”
Ela fez que “sim” com a cabeça.
“Niall…”
“E você tá me contando, hoje, que tem uma filha…”
“Eu quis contar antes! Eu…”
Niall fez que “não” com a cabeça.

“I'd take another chance
Take a fall, take a shot for you
I need you like a heart needs a beat
Bu,t it's nothing new.”


“Não, você não quis. Você teve todas as oportunidades do mundo pra me contar antes!” Ele parou de olhar a janela e a encarou. Seus olhos cheios de lágrimas partiram o coração de . “Eu sempre imaginei qual era o problema que você tinha em casa… Algo com a sua mãe, problemas com o seu pai, um irmão, alguém que você não gostava de mencionar... E me matava saber que tinha algo que te deixava mal, e eu não podia ajudar! Mas eu nunca achei que pudesse ser algo assim! Porque, na minha cabeça, você nunca deixaria de me contar se fosse muito grave, ou importante... E eu te perguntei o que era, ! Eu te perguntei mil vezes!”
“Eu não queria que você se preocupasse...” Ela tentou começar, mas foi interrompida de novo.
“E quando você me contou sobre o Jones… Você, mais uma vez, me escondeu isso. Não dá pra dizer que não houve oportunidades, !”
“Eu sei, Niall… E eu tô me sentindo tão mal por isso! Desculpe-me, por favor!”
“As meninas sabiam?”
fez que “não” com a cabeça.
“Só a sabia e o Liam… Porque ele já morava aqui na época…”
Mas aquilo não diminuía o que Niall estava sentindo. Na verdade, só agravava.
“Sabe o que eu acho?” A frase vinha toda carregada de mágoa, e a garota se encolheu, esperando Niall continuar. Ele visivelmente lutava para não chorar. “Que você nunca acreditou de verdade no que eu sinto por você. Você nunca acreditou que alguém pudesse amar você como seu ex te amou.”

“I loved you with a fire red
Now, it's turning blue
And you say...
Sorry, like an angel
Heaven let me think it was you
But, I'm afraid...”


“Claro que não, Niall! Eu te disse, mais de uma vez, que foi você quem me trouxe de volta! Que me fez ter vontade de estar apaixonada de novo!”
Ele deu aquela risada irônica assombrosa de novo.
“Você não se deu ao trabalho de me contar que tinha uma filha! Você não me levou pra conhecer sua família! Eu sou o cara com quem você passou um tempo, enquanto voltava pra fazer seu mestrado e que, tudo bem não ter nada profundo com ele, você ia embora, mesmo… Eu ia te pedir pra ficar, ! Eu ia te pedir pra ficar aqui comigo!” Desta vez, ele não foi forte o bastante, e as lágrimas desceram em sua bochecha.
“Você ia me pedir pra ficar?” Ela abriu um sorriso em meio às próprias lágrimas. Ultimamente, vinha considerando TANTO essa opção!
“Porra, !” O garoto estourou. “E você ainda quer que eu acredite que você sabe o quanto eu amo você? Você, de verdade, achou que eu ia falar um “até logo!” e te dar um abraço no fim do ano letivo, e ia ser isso?”
“Eu não sei… Nós nunca conversamos sobre isso, Niall.”
“Pois é... Nós nunca conversamos sobre um monte de coisas. Tem alguma coisa errada aí, né?”
“Perdoe-me, por favor! Por favor!”
Ele limpou as lágrimas de seu rosto, com raiva.

“It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late...”


“Acho que, no fim, você estava certa desde o início…”
franziu a testa.
“Sobre o que?”
“Sobre o que você me disse no Dia de Ação de Graças. Sua vida é complicada demais! Complicada demais pra eu estar no meio disso!”
Era o que ela mais temia, porque ainda achava que Niall não merecia estar nesse furacão. O problema é que, agora, ele era o que a mantinha sã e salva, e ela não queria que o namorado a soltasse.
“Não, Niall, por favor…” Desta vez, ela não se segurou e pulou a cama para chegar aonde o garoto estava. Ele tentava se afastar e limpava os olhos, com mais raiva. “Perdão! Por favor… Por favor!”
“Eu não sei o que fazer… Eu só… Quero sair daqui.” Ele falou, ainda afastando-se dela. “Eu não sei quando você pretendia me contar isso, , mas, definitivamente, agora, é tarde demais!”
“Vamos conversar, Niall!”

“It's too late to apologize
It's too late
I said it's too late to apologize
It's too late”


“Eu só quero sair daqui.” Ele repetiu e foi em direção à porta. parou, derrotada, onde estava. Não estava acreditando naquilo. Não… Ele não podia estar indo embora. O garoto voltou para encará-la uma última vez. “A propósito, ela é linda! E tem o seu sorriso.”
E, dizendo isso, desapareceu o mais rápido que pôde pelo corredor. apareceu na porta do quarto de quase imediatamente e olhou para a amiga parada na porta do próprio quarto. fez que “não” com a cabeça e começou a chorar ainda mais.
Seu arrependimento era tão grande que a sufocava. Ela sabia. Sabia que havia perdido.

Capítulo 20 - Silence is a scary sound

Uma semana havia se passado desde a última conversa de e Niall e, entre levar Joanna de volta à sua cidade natal, reuniões com Alexander sobre sua dissertação e defesa, e as milhares de horas escrevendo, lendo e repassando sua aula, só agora, a garota tinha conseguido um tempo para ir até à JJJ. Estava cansada, deprimida, e aquela era a pior hora para se ter um problema na vida pessoal! Tinha que tirar Niall de seus pensamentos, de cinco em cinco minutos, para se concentrar; precisava usar toda sua força e autocontrole para ficar em seu quarto, escrevendo e cumprindo as metas que havia imposto a si ao invés de ir atrás dele. Segurava-se para não mandar uma mensagem para o namorado (ou ex-namorado), a cada hora que pensava nele, e, então, no fim do dia, quando finalmente se deitava sozinha em seu quarto, não conseguia dormir, independentemente do tamanho do seu cansaço. Não havia ninguém para perguntar como foi seu dia, nenhum irlandês sonolento ali para lhe dar um beijo de boa noite.
Bateu na porta, torcendo as mãos nervosamente e meio que recitando o que iria dizer a Niall. Não demorou muito e ouviu alguém do lado de dentro. Olly abriu a porta e seu sorriso alegre virou um sorriso meio triste, meio de pena ao ver parada ali.
“He-Hey, !”
“Oi, Olly!” Ela o cumprimentou, tentando sorrir também. “Tudo bem?”
O rapaz mordeu o lábios e se apoiou na porta.
“Tá, sim. Hum… Não vou te perguntar o mesmo. Niall me contou o que aconteceu…” Falou. “Eu…”
“Obrigada por nunca ter dito nada a ele, antes, Olly!” lembrou-se de que estava querendo dizer isso ao amigo há algum tempo. Olly sempre soube, mas nunca havia se metido. Ela sabia que estava ferrada, mas, talvez, estivesse ainda mais ferrada se Niall tivesse descoberto por outra pessoa.
Ele sorriu.
“Quando eu me mudei pra JJJ, você ainda estava grávida, mas, depois, sumiu… Não nos vimos mais! Nunca fiquei sabendo se você tinha tido seu bebê, mesmo… Nunca me senti confortável pra perguntar também.” Olly contou, dando de ombros e colocando as mãos nos bolsos.
“Tive, sim. É uma menininha linda!” disse e sorriu. “Mas, agora, preciso me acertar com esse irlandês, Murs. Não consigo mais ficar sem ele.”
Ele deu uma risadinha e olhou para baixo.
“Niall é doido por você também, ! Espero que vocês se acertem, mas…”
“Ele tá aí?” A garota o interrompeu e perguntou, esperançosa.
Olly fechou o sorriso e fez que “não” com a cabeça.
“Ele voltou à Irlanda…”
O QUÊ? NÃO! Seu queixo caiu. não podia acreditar que ele havia retornado à Irlanda. Na hora, nem se preocupou se iriam voltar, só conseguia pensar em como Niall amava aquele lugar, a faculdade e a JJJ. Não podia acreditar que tinha sido a responsável por ele ter desistido de tudo! Teria que ir até lá! Bater na casa dele em Mullingar e…
Mas, então, Olly arregalou os olhos, entendendo a expressão de horror no rosto de , e corrigiu o que havia dito:
“Não! Não, ! Ele não foi embora pra sempre! Ele só… Ele precisava de um tempo… Daqui… De tudo…” Explicou, mexendo as mãos.
soltou a respiração em alívio.
“Você quase me matou, agora, Olly!” Falou, colocando a mão no coração. “Quando ele volta?”
O rapaz deu de ombros de novo.
“Ele não disse.”
“Ele trancou a faculdade?” perguntou, temendo a resposta.
“Não. Só deu uma esticada no feriado de Páscoa.”
fez que “sim” com a cabeça. Bom, não tinha mais o que fazer ali, então... Só esperar. Talvez pedisse a Liam para ficar de olho quando Niall voltasse. Sorriu pela última vez para Olly.
“Obrigada, de qualquer forma, Murs!”
“De nada, ! E tô torcendo por vocês!” Ele falou e sorriu. “Mesmo!”
“Obrigada!”
Ela acenou e saiu, indo de volta ao terceiro andar. Ao seu quarto vazio. E sua mente superlotada.

estava olhando para a própria agenda. A data da sua reunião com o pessoal responsável pelas bolsas da Saint Mary’s University seria no próximo mês.
Ela e Liam vinham se preparando desde que ela havia voltado de casa. Desde então, falava apenas o suficiente com seus pais, o que sempre a deixava bem triste. Não tinha que ser assim. Ela só queria ser livre para tomar as próprias decisões e, se fosse a decisão errada, então teria que achar um jeito adulto de consertar, mas, pelo menos, seriam seus erros. Era isso que queria que seus pais entendessem. Ela queria ter as rédeas da própria vida!
Ouviu alguém batendo em seu quarto e achou que era o namorado.
“Entra!” Gritou.
Silêncio, e ela olhou para trás. Para ser sincera, Liam nunca batia. Virou-se e encontrou seu pai entrando em seu quarto, parecendo um pouco sem graça.
“Bom dia!” Ele disse, ainda meio desconfortável.
“Pai?!” franziu a testa e olhou para o quarto, que estava uma bagunça. Pulou da cadeira e começou a recolher suas roupas (e algumas roupas de Liam) espalhadas por ali. “Bom… Bom dia! Entra!”
“Tudo bem?”
“Tudo, e com o senhor? Tá tudo bem em casa?” Seu pai NUNCA tinha estado ali. Tudo o que ela podia supor era que algo grave havia acontecido. Era sua mãe, não era? Por que ele estava ali sozinho? “Algum motivo especial para o senhor ter vindo?”
Mr. sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Tudo certo, sim! Mas sua mãe tem andando tão triste, depois daquela briga, . Você precisa voltar pra casa e conversar com ela...”
mordeu os lábios. Sua mãe ia ter um treco, e a culpa era dela. Era isso!
“Pai, eu…”
“Mas eu vim até aqui pra matar as saudades deste lugar e de você, filha. Vim pra gente conversar direito sobre essa ideia de uma nova faculdade e de como você vai fazer isso.”
“Você promete me escutar, desta vez?” Ela perguntou, um nó se formando em sua garganta. Mas era meio que um choro de felicidade. Aquilo era exatamente o que ela queria!
“Vou... Prometo!” Ele levantou a mão direita, como se fizesse um juramento, e deu uns pulinhos de felicidade, indo abraçá-lo.
“Então eu vou me trocar e nós dois vamos dar uma volta pelo campus pra matar as saudades daqui, e a gente conversa direitinho!” Ela disse, animando-se e correndo para o banheiro. “O senhor vai querer conhecer meu namorado?” Perguntou, colocando a cabeça para fora.
Seu pai fez uma expressão de poucos amigos.
“Depois que almoçarmos, porque eu não quero perder a fome.”
riu e entrou de novo no banheiro, mandando uma mensagem rápida para Liam.
“Meu pai veio pra cá pra me ouvir, não é demais? Ah, e ele quer te encontrar, mais tarde! Arrume-se e comporte-se, e eu te ligo mais tarde! Amo você! Xx

“Jogar bola? VOCÊ VAI JOGAR BOLA?!”
Essa era a pior parte. A parte do cérebro de Niall que, agora, falava como ela. A parte que sabia exatamente o que ela diria em todas as situações, quando ficaria brava, quando iria rir e quando iria puxá-lo para mais perto para poder abraçá-lo direito e sussurrar um “Ridículo!”.
Como alguém se torna assim tão importante em um tempo tão relativamente curto? Ele não conseguia entender o que estava sentindo, mas doía demais! Era muito ruim!
"Você tem sorte do seu pai ser tão de boa e nem te perguntar o porquê você tá aqui e não na faculdade..." Um de seus amigos sentou-se ao seu lado. Percebeu que estava há algum tempo na mesma posição, com o meião na metade da canela.
"É feriado de Páscoa." Niall respondeu, dando de ombros, e seu amigo o olhou de “rabo de olho”.
“Meio estendido esse seu feriado, não?” Niall não respondeu, continuou ajeitando seu meião e a chuteira. "Sério, irmão, conta aí o que aconteceu!”
Ele olhou para frente e respirou fundo.
"Terminei com a , Sean." Contou, voltando a olhar para o amigo.
"Sua namorada de lá?"
"Ela, mesmo."
"Mas, se terminar com ela fez você ficar com essa cara de enterro e voltar pra casa, cara, então você não deveria ter terminado!"
" tem uma filha!" Niall soltou. Ainda parecia mentira quando ele dizia em voz alta. Era absurdo demais!
Sean se engasgou com a água que estava tomando.
"Ela o que? E não tinha te contado antes?"
O garoto fez que “não” com a cabeça e deu mais um suspiro.
"E o pai da criança voltou à cidade, e eu nem sabia da existência dele, até um tempo atrás... Resumindo, um rolo muito maior do que eu achei que ia encontrar na vida!"
Sean deu uns tapinhas solidários nas costas do amigo.
"Pô, cara, não sabia! Você sempre ficava tão manteiga derretida, falando dessa sua namorada!"
Pela primeira vez no dia, Niall deu uma gargalhada. Aquela era uma definição exagerada, porém bem real, de como ele era quando ainda estavam juntos.
"Pois é! E eu ainda tô desse jeito porque a gente terminou... Uma merda essas coisas!" Ele terminou de amarrar o cadarço da chuteira e apoiou os cotovelos nas pernas. Inconscientemente, se pegou, pensando se e estavam fazendo a terapia da tequila por causa dele.
"E nenhuma chance de vocês voltarem?" O garoto quis saber, copiando o gesto do amigo e observando o campo de futebol.
"Não sei. Eu vou ser sincero... Gosto tanto dela, que perdoaria as mentiras e tudo. parecia bem arrependida. Mas não sei se faz diferença mais. O cara voltou e, agora, todo mundo, sabe? Talvez ela volte com ele pra ficarem cuidando da bebezinha juntos. Como eu posso competir com isso? Eu tenho 19 anos, cara! Tô no primeiro ano da faculdade! É demais pra mim!" Ele desabafou. "E, de qualquer forma, vai defender o mestrado e vai embora. Foi por isto que ela nunca me contou nada: porque, uma hora ou outra, a gente ia acabar, de qualquer jeito."
Sean parecia não saber o que dizer para consolá-lo e voltou a dar tapinhas em suas costas.
"Realmente, é um rolo gigante, cara... Mas, o que tiver de ser, será!"
Niall levantou-se e voltou a olhar para o amigo.
"É, eu sei, mas, enfim... Vamos jogar, antes que essa droga de joelho comece a doer!" Ele deu uns pulinhos na beirada do campo e começou a se mover em direção ao meio. "Aliás, meu pai sabe que eu tô aqui por isso. Ele não ficou bravo, nem nada. Só disse que não vai adiantar eu fugir por muito tempo."
"Bob Horan é um cara sábio!" Sean concluiu e passou o braço pelos ombros do amigo.
Niall sabia que não podia se esconder por muito tempo, mas ainda achava que, por hora, a fuga era melhor que encará-la.

tomava um sorvete, enquanto andava pelo campus com seu pai, que apontava para alguns lugares e contava algumas coisas sobre a Universidade “na época dele”. Faz muito tempo que não tinham um tempo “pai e filha” e ela estava realmente feliz em tê-lo ali. Liam, talvez, de propósito, para evitar o sogro, havia avisado que ia se atrasar um pouco para encontrá-los. não achou ruim, porém. Ainda não tinham conversado sobre a mudança dela de profissão e queria que fossem só os dois, mesmo.
Estavam andando de volta ao dormitório quando a garota avistou um casal atravessando a rua. Josh tinha um braço passado pelo ombro de Jess, e ela o abraçava pela cintura. Vinham conversando, rindo e sendo a coisa mais adorável que já tinha visto! Ela sorriu para a cena, mas não conseguiu chamá-los a tempo. Teria que zoar a amiga, mais tarde.
Chegaram até o banquinho em frente ao prédio do SPR e Mr. apontou para se sentarem. terminou o sorvete e virou-se para o pai, começando a se sentir um pouco nervosa.
“Então?” Seu pai disse. “Vamos começar do começo!”
limpou a garganta e olhou para baixo. Não tinha que ter medo, pois não estava fazendo nada errado!
“Primeiro, eu queria que o senhor soubesse que sou muito grata pelo que você e a mãe fizeram por mim e pelos meus estudos. Se, naquele dia, ficou a impressão de que eu não levo isso em conta, desculpe-me!” Ela falou, levantando os olhos. “Eu tentei, pai! Tentei, mesmo! E nunca descuidei das minhas notas, mesmo quando já não achava mais que queria Arquitetura, porque sei que devo isso a vocês dois!”
“O que eu quero que você entenda, filha, é que eu e sua mãe só estamos preocupados com você!” Mr. segurou a mão dela. “Nós só queremos ter certeza de que você não está tomando nenhuma decisão precipitada, nem baseada em outras pessoas.” O olhar que seu pai lançou, então, dizia com todas as letras que ele falava de Liam.
“Liam não tem nada a ver com isso, pai. Eu comecei a me sentir desmotivada, antes mesmo de iniciarmos nosso namoro. A única coisa em que ele interferiu foi na minha sanidade nas últimas semanas. Ele tem me ajudado a pensar racionalmente sobre o assunto... Sobre qual faculdade eu quero fazer, sobre o que escolher e sobre como fazer para manter minha bolsa.”
Mr. fez que “sim” com a cabeça.
“E no que vocês pensaram?”
“Eu marquei uma reunião com a Coordenação de Graduação. Vou perguntar a eles se tem como fazer a transferência e manter a minha bolsa. Se tiver como, vou começar Psicologia. Eu andei lendo muito e conversando com várias pessoas, e acho que vou gostar. Eu e Liam fizemos uma lista de assuntos que me interessavam e fomos pesquisando um por um.”
olhou, esperançosa, para o pai. Queria que ele visse o quanto estava sendo madura com relação àquilo, e parecia que havia surtido efeito, pois Mr. sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“E, se não der certo…”
“Se não der certo, eu vou continuar com a minha bolsa e a Arquitetura. Não vou jogar nada para o alto, pai! Fica tranquilo! Termino Arquitetura e, se conseguir um emprego que pague uma segunda faculdade, então eu tento de novo.”
“Tenho muito orgulho de você, filha!” Mr. Williams falou, sorrindo. “Você se transformou numa garota muito responsável!”
sorriu e chegou mais perto do pai, apoiando a cabeça em seu ombro.
“O senhor concorda com o plano, então? Posso seguir em frente?”
“Pode, sim! E faça o favor de ligar pra mim e pra sua mãe assim que sair dessa reunião!”
sorriu e sentiu mais um peso saindo de suas costas. Podia enfrentar qualquer coisa se seus pais e Liam estivessem ao seu lado.
“Pai?”
“Diga.”
“Traz a mãe, dá próxima vez? No dia em que ela veio me trazer, nós nem passeamos muito! Quero que ela conheça as meninas do terceiro andar, a loja da …”
Mr. sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Trarei, sim, prometo! Só vim sozinho, hoje, porque achei que seria mais fácil conversarmos assim.” Então ele olhou para o relógio. “Seu namorado tá atrasado!”
“Ele deve estar chegando. Falando no diabo… Olha ele lá!” endireitou-se no banco. Seu sorriso aumentou ao vê-lo virando a esquina, meio correndo. Liam parou de correr ao avistar os dois, desamassou a camiseta e mexeu no cabelo... Como se ele precisasse de qualquer uma dessas coisas para parecer perfeito!
“Hum… Boa tarde, Mr. !” Ele disse, antes mesmo de cumprimentar a namorada. Estava com a voz mais grave e formal. “Eu sou o Liam.”
“Oi, Liam! Como vai?”
queria rir de como ambos estavam sérios demais. Ela nunca tinha apresentado ninguém ao pai, então não sabia o que esperar. Depois de se cumprimentarem, o garoto virou-se finalmente para ela e lhe deu um selinho desajeitado, meio sem saber se podia fazer isso na frente do sogro. Depois, ele a abraçou pela cintura, mas manteve o próprio corpo a uma boa distância do corpo da namorada.
“E então? Já almoçaram? Quais os planos pra esta tarde?”
“Aonde você quer ir, pai?” perguntou.
Mr. deu de ombros. O bom humor foi embora assim que Liam apareceu.
“Qualquer lugar! O parque tá aberto, hoje?”
“Acho que sim. Vamos lá?” A garota disse, animada.
“Podemos ir lá, então!” Mr. falou e saiu, andando um pouco à frente, fazendo Liam levantar uma das sobrancelhas para .
“Tá tudo bem. Ele só tá tentando digerir que não é mais o único homem da minha vida.”
Liam deu uma olhada rápida no homem andando na frente e, então, roubou um beijo rápido dela.
“E aí?” Perguntou baixinho.
fez que “sim” com a cabeça.
“Ele concordou com o nosso plano!”
Os dois sorriram um para o outro, trocando um olhar cúmplice. achou que podia explodir, a qualquer hora, de felicidade!

Era final do expediente, e tinha aceitado tomar café com Eleanor, depois da estagiária insistir algumas vezes.
“Tenho que ir lá ver como a tá, El, antes da reunião!”
vai ficar bem! Meia horinha a mais, meia horinha a menos…” A garota falou, parecendo mais empolgada que o normal.
Entraram no Café preferido de , que só precisou olhar para o fundo da loja para descobrir o porquê El estava tão empenhada em leva-la até lá.
“Louis!” Eleanor chamou, fazendo o namorado e Harry olharem para as recém-chegadas. “Não acredito que vocês tão aqui!”
queria matá-la! Foi andando atrás dela, pensando se fingia uma ligação de , se escapava pela direita, se desmaiava… Mas era tarde demais.
“Hey, vocês duas!” Louis cumprimentou, seguindo o teatrinho que os dois deveriam ter ensaiado.
“E aí, Styles?!” El cumprimentou.
O garoto, percebeu, estava na mesma que ela; parecendo totalmente desconfortável com a “surpresa”.
“Oi, Louis! Oi, Harry!” Ela acenou, tentando soar o mais natural possível.
“Oi…” Harry começou, sem saber se a chamava pelo nome ou pelo apelido. Coçou a nuca e deu um sorrisinho sem graça.
Eleanor sentou-se de frente para Louis, só sobrando o lugar de frente para o garoto vago. Os dois se olhavam e desviavam o olhar tantas vezes que, provavelmente, ficariam tontos. odiava como Harry sempre a fazia se sentir uma adolescente.
!” Louis chamou, fazendo-a desviar o olhar mais uma vez. “Você anda vendo minha namorada mais que eu! Será que você pode dar uma folga?”
“Não tenho culpa se você é insuportável, e ela prefere trabalhar que te ver, Tomlinson!” respondeu, dando um sorriso maldoso.
Harry deu uma risadinha. Adorava quando ela era irônica. Estava com saudade de deixá-la irritada, de ouvir respostas assim aos comentários que ele fazia.
“Eu tô fazendo hora extra pra nossa viagem de férias, Lou.” El respondeu, segurando a mão do namorado por cima da mesa.
“Vocês vão aonde?” Harry quis saber.
aproveitou que ele prestava atenção no casal para observá-lo. Estava com o cabelo grande demais. Já se imaginou mandando-o ir cortar aquela juba. De qualquer forma, continuava lindo e estava mais forte. Tinha sondado Rob, algumas aulas atrás. Sabia que ele continuava treinando. Precisava só descobrir o horário! Podia aparecer por lá e fingir que era porque não teria tempo no sábado. Isso! Por que nunca tinha pensado nisso antes?
“…Por causa da .” Ouviu El dizer, e três pares de olhos se voltaram para ela. Harry percebeu que ela estava o olhando e sorriu. Não um sorriso convencido. Era mais como um sorriso de “Eu sei! Eu tô sentindo isso também.”.
“O que foi?” Perguntou. Tinha perdido metade da conversa.
Louis fez uma cara de deboche.
“Não tava prestando atenção?”
pularia no pescoço dele, antes de pedir seu café!
“Não, Louis. Sua voz me entedia…”
“Vocês tão que tão hoje, hein?!” El cortou, dando risada. “Estava contando a eles que você me indicou para os seus amigos estilistas na Bélgica, , pra eu ir lá conhecer o ateliê deles e que eu vou durante a viagem.”
“Ah, sim!” sorriu. “Julién está doido pra te conhecer!”
Harry mordeu os lábios e foi sua vez de observá-la. Ficava sempre mais linda falando de qualquer coisa ligada ao trabalho. Ela amava aquilo mais que tudo e seus olhos brilhavam de um jeito único.
“Vocês não vão pedir nada?” Ele se ouviu falando e olhando diretamente para ela. “Eu acho que quero outro croissant.”
“Eu… Eu vou também. Você quer que eu peça o seu, El?”
“Um mochaccino, por favor, !” Ela respondeu, sorrindo, ao ver os dois se levantarem juntos.
“Deixa que eu pego!” Lou começou, mas recebeu três olhares assassinos em sua direção. “Ou não. Ou eu fico aqui, te fazendo companhia.”
“Obrigada, lindo!” El respondeu, satisfeita, olhando Harry e andarem lado a lado até o balcão.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo. A situação ainda era esquisita.
“Hum… Queria que você soubesse que eu não tenho nada a ver com essa armação.” Harry falou, quebrando o silêncio e apontando para trás.
riu.
“Eu também não!”
“Eu sei. Vi sua cara de choque!”
Os dois riram e trocaram outro desses olhares que estavam trocando há 15 minutos.
“Como você tá?” perguntou, depois de fazer seu pedido a uma das atendentes.
Harry deu ombros.
“Bem, eu acho. Nada de muito diferente. E você?”
“Eu tô solteira!” Foi o que ela quis responder, mas se segurou. “Bem também. Adotei um cachorro.”
“Eu sei. Eu te vi.” Foi o que ele quis responder, mas se segurou. “Um cachorro? Gatos são muito melhores que cachorro! Sempre gostei mais de gato…” Disse, dando um sorriso de lado. Sabia que iria irritá-la.
“Por isso que eu adotei pra mim e não pra te dar, Styles. Odeio gato!” Ela respondeu, fazendo-o rir alto. Era isso! Era exatamente disso que estava morrendo de saudade!
“É, eu sei… Você já me disse uma vez.”
Olharam-se, talvez, pela milésima vez naquele dia. Desta vez, porém, havia algo quase suplicante no modo como um encarou o outro.
“Seus mochaccinos, senhora.” A atendente simpática disse, cortando-os. “E o croissant do seu namorado!”
Nenhum dos dois desmentiu, mas Harry olhou para baixo à menção da palavra “namorado”. Lembrou-se de que, agora, tinha um e o gelo que ambos estavam quebrando naquela tarde não significava muita coisa.
“Obrigada!” Ela agradeceu e ambos voltaram à mesa, interrompendo Lou e El, que riam de algo.
“Valeu, chefinha!” A estagiária disse e pegou sua caneca. “, Lou nunca participou de uma guerra de bexigas!”
“É porque essa é uma atividade exclusiva do Terceiro Andar.”
“Vocês fazem guerra de bexiga dentro do SPR?” Harry pareceu assustado.
“Sim!” falou, abrindo um sorriso nostálgico. “Nem lembro como isso começou, mas meio que virou uma tradição nossa. Tem regras e tudo! É muito divertido!”
“E eu moro no terceiro andar, agora, e nunca participei de um!” Louis parecia revoltado.
“Chama o Murs! É sempre ele quem começa essas coisas!”
“Posso participar do próximo?” Harry pediu, sorrindo para .
“Você não mora no terceiro andar.” Ela deu de ombros.
“Bom… Você também não…” O garoto respondeu, levantando as sobrancelhas.
“Oooouch!” Lou falou, em sua habitual voz quase gritada. “Uuuum a zero para o Styles!”
iria responder que ela morou lá por tempo suficiente, mas estava ocupada demais, olhando as covinhas de Harry, que gargalhava. Deixou passar.
Era como se nada tivesse acontecido. Os quatro pareciam mesmo dois casais de longa data, conversando, zoando e, eventualmente, rolando os olhos para os comentários de Louis. Por que não podia ser simples assim? acabou nem vendo o tempo passar e, quando se deu conta, estava atrasada para sua reunião. E nem tinha tido tempo de telefonar para !
“Foi ótimo conversar com vocês, mas preciso ir…”
“Fica aí, ! Você é tããão legal!” Louis disse, irônico, e tomou um tapa no braço. Já diria o ditado: “Dá dinheiro, mas não dá intimidade”.
“Olha, Eleanor, se, um dia, eu matar seu namorado, você sabe que foi por um bom motivo!” Ela disse, antes de beijar a garota e, então, aproximou-se de Harry. “Tchau, Styles! Foi… Foi bom te ver!” Soltou, e ele segurou em sua cintura, enquanto dava um beijo em sua bochecha, fazendo-a se arrepiar. Não estava esperando por isso.
Saiu do café, ainda meio desnorteada e pensando no que faria, agora que ambos estavam conversando normalmente.
Porque TINHA que fazer algo!
Harry continuava olhando pelo vidro da loja como se ainda pudesse vê-la.
“Pobre , trabalha demais…” El começou.
“Ela tá trabalhando mais ainda, depois que terminou, né?” Lou perguntou, fazendo o amigo virar o rosto para ele, quase imediatamente. Trocou um sorriso vitorioso com Eleanor.
“Sim.” El apoiou o rosto nas mãos e suspirou. “Tadinha!”
E, enquanto Harry voltava a olhar pela janela, analisando aquela nova informação, o casal de namorados fazia uma dança de comemoração silenciosa. Mereciam o prêmio de “Restauração de Casais” do ano!

estava sentada na cama de Aidan, “assistindo”, enquanto ele andava, falava e gesticulava animadamente. “…E aí, ele me perguntou quando foi a última vez…”, ela captou apenas esse pedaço de frase do monólogo do namorado e se pegou, pensando quando tinha sido a última vez que havia prestado atenção em absolutamente tudo o que ele estava dizendo... Quando tinha sido a última vez que tinha se importado... Não se lembrava! Será que Aidan se dava conta? Ou ele também não sabia a última vez que havia se preocupado com o namoro dos dois? era mais sua espectadora oficial que qualquer outra coisa! A pessoa para quem ele contava passo a passo como o espetáculo da noite anterior havia sido. Então eles trocavam alguns beijos e discutiam algumas vezes por causa de Zayn, e era isso. Mas até a discussão estava escassa, ultimamente, já que Zayn havia banido de sua vida.
Ela suspirou. O que será que Zayn estava fazendo? Onde ele estava agora? Quando tocaria de novo? Talvez não fosse o namoro que estivesse diferente, talvez fosse . Ela não tinha mais que dividir sua atenção entre os dois, e ter todo o tempo para Aidan estava servindo para provar a ela que seu namorado era… Chato!
Lá estava ele falando, e falando, e falando, e… A garota levantou-se, sem dizer nada, e pegou sua bolsa.
?!” Aidan chamou ao vê-la já quase na porta.
“Ah! Você reparou que eu estava saindo?” Disse, irônica.
Ele franziu a testa, sem entender.
“O que foi?”
“Aidan, seja sincero. O nosso relacionamento, do jeito que está, tá bom pra você?”
O rapaz deu de ombros, olhando em volta. Não fazia ideia de que conversa era aquela.
“Tá… Tá… Tudo bem…” fez que “sim” com a cabeça e deu as costas, continuando a andar. “Hey! Tá indo aonde?”
“Cansei! Vou dar uma voltinha!” Soltou, batendo a porta ao passar.
!”

Enquanto caminhava para a casa de Zayn, continuava pensando em quem poderia ser a tal garota por quem ele estava apaixonado. Ainda estava nessa, ainda estava completamente intrigada pela identidade da pessoa que tinha “tirado seu melhor amigo dela”. Agora, sabia exatamente como tinha se sentido, como o próprio Zayn tinha se sentido. Não devia ser a … Ele, provavelmente, nem ligaria se ela tinha namorado ou não, se estivesse apaixonado. Quem mais poderia ser? Quem mais Zayn conhecia?
E por que aquilo a incomodava tanto?
Bateu na porta, já sabendo que teria que se forçar dentro daquele apartamento.

Drive you home - Parachute

“You won't cry, standing on the porch because you said goodbye
Told him you were leaving, now you're high and dry
You had nowhere else to go, I open up the door and let you come inside
Ooh you didn't mean it
Ooh he's gonna ask where you've been
Ooh before you go back, baby let me tell you this…”


?!” Ele indagou ao abrir a porta, mas seu tom de voz não era bravo. Estava feliz em vê-la. Estava morrendo de saudade dela!
“Hey! Eu sei que você não quer me ver, que tá ocupado… Mas posso ficar? Só um pouquinho? Sem perguntas sobre…” E, antes que Zayn respondesse, ela deu uma olhada geral pela sala. “A não ser que você esteja com alguém aí! Não quero atrapalhar…”
O garoto sorriu de lábios fechados. Estava com a cabeça encostada na porta, encarando-a. sorriu de volta para ele. Não, ele não estava acompanhado. Moveu o corpo, dando passagem a amiga, que entrou e colocou a bolsa na mesa, virando-se para ele de novo.
“O que ele fez, desta vez?” Zayn perguntou, fechando a porta.
“Você sempre acha que o problema é esse…” respondeu, cruzando os braços.
“Eu acerto em 80% das vezes…” O garoto ponderou, dando de ombros. “Por que você ainda tá com o Aidan, ?”
Tentou esconder as verdadeiras intenções por trás daquela pergunta. Ela podia ter alguém melhor… Ela podia ficar com ele.

“When it's over and the thrill is gone
If you come back and you've got it wrong
You know that you don't have to leave
You don't have to go
Yes, when it's over
Let me drive you home
Ooh, let me drive you home”


sentiu-se culpada com a pergunta. Por que era acomodada? Porque, principalmente, agora, não queria ficar sozinha, sem ele… E sem Zayn.
“Ele não fez nada, Senhor Rabichão… Eu só… Eu queria ver você.” Confessou.
Zayn sentiu um formigamento engraçado pelo corpo todo… E as tais borboletas no estômago. Era horrível! Estava virando uma dessas pessoas! Ia ficar igual a e ao Horan! Não! Não podia deixar isso acontecer!
…” Ele começou, sem saber exatamente o que ia dizer. Queria que ela ficasse, mas também queria que ela fosse embora.
A garota, porém, levantou a mão, fazendo-o se calar.
“Eu prometo que não vou nem falar, se você quiser!” Ela disse, passando os dedos sobre a boca como se fechasse com um zíper. “Não vou atrapalhar! Só queria te ver e ficar aqui por um tempo… Você sabe que eu gosto da sua casa!”
Os dois sorriram.
“O que você tava fazendo? Antes de eu arrebentar a porta e vir me humilhar pelo seu amor?” Ela brincou, mas Zayn mexeu-se, desconfortável, sem saber o que fazer com os braços.
“Tava vendo TV…” Respondeu, olhando para o chão.
“Posso ver com você?” Ela perguntou, fazendo cara de pidona.
O garoto fez que “sim” e indicou o quarto com a cabeça. pulou e, sem se tocar que aquilo seria estranho, nas condições em que se encontravam, o abraçou por trás. Zayn respirou fundo, sentindo o queixo da amiga em seu ombro. Seria uma noite difícil para ele.

“Yeah, summer heat, staring at the ceiling, but I just can't sleep
Wondering what you're doing
When it comes to me, there's nothing I can do, it's always up to you
Yes and I lie awake in bed at night
I picture you when I close my eyes
I can see you there, in the porch, in the light
I might never feel your kiss
Baby, let me tell you this…”


Lá estava ele de novo… Na cama com a única garota que ele queria que estivesse em sua cama, ultimamente, mas sem coragem nem para se aproximar dela. Estava espremido no seu canto do colchão.
“Parabéns, Zayn Malik!” Pensou. “Logo você… Com medo de mulher e na friendzone!”
, conforme o prometido, estava assistindo TV, quietinha, ao lado dele. Porém, só havia feito aquele voto de silêncio porque achou que, uma hora ou outra, ela o ouviria resmungar “Mas, e então? O que aquele idiota fez?”. Estava enganada. Zayn parecia um poste! Não se mexia e não dizia uma palavra… E, se ela soprasse, cairia da cama por estar tão na beirada!
Enquanto deveria estar olhando para a TV, se pegou procurando uma pista da tal garota. Aquilo tinha virado uma obsessão! Estava reunindo coragem para perguntar a ele, como quem não quer nada, que horas a namorada dele chegaria, quando reparou em um bilhete colado na tela do notebook: “Ligar para Dani”.
Danielle! Era ela!
Virou o rosto para onde Zayn estava e o encarou. Estava se sentindo estranha.
“É a Dani, não é?” Perguntou, sem rodeios.
TUDO fazia sentido!
Zayn virou-se para olhá-la ao ouvir sua voz e franziu a testa.
“O que é a Dani? Do que você tá falando?”

“When it's over and the thrill is gone
If you come back and you've got it wrong
You know that you don't have to leave
You don't have to go
Yes, when it's over
Let me drive you home
Ooh, let me drive you home”


apontou para o bilhete.
“O bilhete! Você tá apaixonado pela Danielle!”
O garoto levantou a cabeça e viu o que ela estava falando.
“O que uma coisa tem a ver com a outra? Eu tenho que ligar pra Peazer pra saber onde estão as lâminas que ela deixou prontas.” Explicou.
“Não adianta tentar me enganar! Eu te conheço!” acusou. Como ela nunca tinha percebido? E por que saber aquilo, ao invés de aliviá-la, a deixava mais tensa?
Zayn virou-se para olhá-la de novo. Deveria ser brincadeira. Aquilo era ridículo! De onde tinha surgido?
, de onde você tirou isso, criatura? Eu já te falei que nunca dei em cima dela!”
“Exatamente!” Ela exclamou. “Você jamais conseguiria dar em cima da garota por quem estivesse apaixonado! Você não sabe ser sutil!”
Ele não conseguiu ficar sério. Riu da própria desgraça e de como era hilário estar ouvindo aquilo dela. , porém, entendeu como uma confirmação.
“Você só pode estar brincando!” O garoto zombou.
“Tudo se encaixa! Você começou a ficar assim quando ela resolveu ir embora! E… E o porre na despedida dela!” foi enumerando. “É por isso que você tem andando desse jeito! É ela, não é?”
Os dois se encararam por alguns segundos, em silêncio. O rosto dela estava bem próximo, e Zayn se segurava para não tomar nenhuma atitude idiota. estava ansiosa pela resposta, ele podia notar. Que tipo de ansiedade era aquela? Será que havia um fiozinho de esperança?

“Baby, 'cause I need to know, do you feel it? Can you feel it?
Baby, 'cause I need to know, is it real? Yeah”


A garota piscou para se livrar, ainda que por um tempo mínimo, dos olhos castanhos de Zayn. Sentiu uma pontadinha em seu coração, enquanto aguardava a resposta dele. Talvez não quisesse saber. Talvez não quisesse ouvir.
“É você, .” Ele disse, simplesmente. Saiu. Zayn nem tentou segurar. Continuou encarando-a, enquanto a expressão de mudava para totalmente confusa.
“O quê?”
“É você. Eu tô apaixonado por você!”
“When it's over
And the thrill is gone
If you come back and you've got it wrong
You know that you don't have to leave
You don't have to go
Yes, when it's over
Let me drive you home
Ooh, let me drive you home”


Capítulo 21 - P.O.V

Zayn se arrependeu do que havia dito assim que a última palavra saiu de sua boca. o encarava, em choque, sem saber o que dizer. Por alguns segundos, ele considerou fingir uma risada e dizer “Como é fácil te enrolar! Não estou a fim de você, não, convencida! É da Dani, mesmo! Olha aí que problemão!”. Deveria ter segurado. Deveria ter esperado esse sentimento passar. Por que, um dia, ia passar, não ia?
“Zayn...” tentou começar, mas não fazia ideia do que dizer. Como assim Zayn estava apaixonado por ela? Desde quando? Piscou para se livrar do contato visual que faziam. “Eu não sei o que te falar. Eu não... Eu nem imaginava!”
Ele abaixou a cabeça.
“Não precisa falar nada. Eu... Nem era pra eu te contar!”
“Desde quando você tá... Assim?” Não ia conseguir dizer “apaixonado por mim”.
Zayn deu de ombros e sentou-se na cama.
“Não sei. Há um tempo... Não faz diferença, faz?” Perguntou.
“Foi antes de... Foi antes do Aidan?” não sabia exatamente o porquê estava perguntando isso, mas rezava para a resposta ser negativa. Isso significaria, então, que Zayn estaria assim há muito tempo e, se ele estivesse apaixonado por ela antes e tivesse dito algo, bom, talvez, a situação fosse diferente.
O amigo fez que “não” com a cabeça.
“Foi neste ano que começou, acho. Sei lá... Esse tipo de coisa não tem data certa, né?”
sentou-se também e virou-se para Zayn.
“Você tem certeza? Quer dizer, pode ser só ciúme...”
Já era a coisa mais esquisita do mundo ter que conversar sobre isso com , mas ter que falar a era ainda pior! Ter que dizer a ela que sabia que não era só ciúme, porque já tinha sentido ciúme antes e não era como ele se sentia agora, era uma ideia completamente idiota! Por quê? Por que tinha aberto a boca, para começo de conversa?
“Eu sei que não é.” Respondeu, simplesmente, dando de ombros. “Acredite, eu passei muitas noites sem dormir, pensando no que era isso que tô sentindo.”
se encolheu ao ouvir aquelas palavras. Ele tinha passado noites sem dormir? Esse não era o Zayn que ela conhecia! E, para falar a verdade, ele não vinha sendo o Zayn que ela conhecia há algum tempo... Era por causa disso? Ele estava tentando se afastar, se livrar do que achava que estava sentindo?
“Eu não quero que você se afaste!” disse, sabendo que estava sendo um pouco egoísta. “Mas eu vou entender, se estiver machucando você...”
O que o machucava não era ficar perto dela. Era saber que Aidan estava sempre pisando na bola e, mesmo assim, podia tê-la, e ele, não.
“Eu só preciso de um tempo... Talvez, passe.” Zayn forçou um sorriso, e o abraçou de lado, apoiando a cabeça em seu ombro.
“Eu te amo, Zayn, e não quero te fazer sofrer. Eu... Eu não sei como agir! O que a gente faz? Como vai ser daqui pra frente?”
O garoto não tinha uma resposta para aquela pergunta e, agora, estava se sentindo culpado por ter causado aquilo.
“A gente vai dar um jeito...” Falou, meio incerto, e deu um beijo no topo da cabeça da amiga. Aquilo estava lhe dando uma dor incômoda, um sentimento de perda...
o soltou e deu um beijo em seu rosto, fazendo-o fechar os olhos e abaixar a cabeça. Não era só um beijo, era um prêmio de consolação. Ela ia continuar com Aidan, e ele teria que fingir que não sentia nada, se ainda quisesse tê-la por perto.
“Acho que vou embora.” Ela disse baixinho, virando-se na cama para calçar os sapatos. Quando terminou, voltou-se para ele. “Você vai ficar bem? O que eu posso fazer pra te ajudar, Zayn? Eu não quero te ver assim!”
Ele fez que “não” com a cabeça e a olhou.
“Vai ficar tudo bem...” Respondeu.
ainda ficou um tempo olhando para ele e desejando que pudesse voltar no tempo e ter ficado quieta sobre o bilhete para Dani. Se, antes, estava sentindo-se estranha por saber que ele estava apaixonado por alguém, agora, sentia-se quase irreal por saber que era por ela. A gente nunca quer ver o melhor amigo sofrendo por amor! Muito menos quer ser a causa do sofrimento! Zayn continuava imóvel na cama e, por isso, ela saiu do quarto e foi fazendo o caminho para a porta, sozinha.
Algo fez “click” na cabeça de Zayn. A amizade, pelo visto, já tinha ido ao saco, então ele não podia perder a garota que queria! Levantou-se correndo e a encontrou quase na porta.
! Espera!”
A garota virou-se, erguendo uma das sobrancelhas.
“O que houve?”
“Me promete uma coisa!” Zayn aproximou-se e segurou seus braços, encarando-a. “Me promete que, agora que você sabe que tem opção, não vai passar um dia sequer com aquele mala, que te trata mal!”
“Zayn... Aidan não...”
“Ele te trata mal, sim! Ele não te trata como você merece!” Ele mordeu os lábios. “Me promete que vai pensar... Pensar em mim de outro jeito, daqui pra frente.”
O jeito como ele a olhava era quase irresistível. sempre tinha sido imune ao charme de Zayn (com uma ou outra recaída pelo caminho) e seus olhos, e seu rosto todo, mas, agora, sentia certa fraqueza nos joelhos. Porém, qualquer que fosse o jeito como pensaria nele, a partir de agora, ainda tinha um namorado. Ainda tinha que resolver sua situação com Aidan e SE resolver sobre o que queria fazer com a própria vida amorosa. Não seria justo com ninguém se ela se precipitasse.
“ Eu vou... Vou tentar.”
Zayn a soltou e colocou as mãos nos bolsos. Não poderia exigir mais que isso dela. Fez que “sim” com a cabeça.
parou na porta, antes de sair.
“Cuide-se!”
“Você também...” Ele respondeu, dando um sorriso triste.
fechou a porta e colocou a mão na testa, tentando entender o que havia acontecido em sua vida nos últimos minutos. Zayn estava apaixonado por ela, e ela... Estava completamente confusa!

Niall ainda achava estranho passar mais tempo no 4º andar. Os meninos vinham mantendo uma solidariedade silenciosa e, sempre que era possível, combinavam as coisas no quarto de Harry. O garoto sabia que uma hora ia encontrá-la, mas desde que havia voltado da Irlanda, fugia do terceiro andar como o diabo da cruz. No entanto, a vida tinha uma ideia diferente, e ele já parecia saber o que estava por vir assim que o elevador parou.
tinha Joanna nos braços e uma mochila. Estava conversando com a filha, que segurava um boneco de pano nas mãos, e nem reparou que o elevador já estava ocupado. Assim que ergueu os olhos, porém, parou de falar imediatamente.
Niall estava de volta! E estava ali! Será que tinha vindo falar com ela? Continuou na mesma posição, aguardando o garoto se mexer, mas um estava tão estático quanto o outro.
“Ahn… Oi!” Cumprimentou-o, ainda sem entrar no elevador e esperando que ele saísse. Tinha estado distraída com Jo e não viu que Niall não estava vindo de baixo, mas do quarto andar.
“Oi…” Ele respondeu, nervoso. Mais silêncio, que só foi interrompido pelo barulho das portas se fechando. assustou-se e colocou a mão livre no espaço para que ela voltasse. “Você não vai entrar?”
“Achei que você estivesse saindo…” Ela confessou, olhando-o, sem entender.
“Estou descendo.”
Niall evitava olhá-la e mirava os próprios pés. , ainda confusa, finalmente, entrou no elevador e parou ao lado dele, que estava de cabeça baixa e mordia o cantinho da unha.
Foi tudo muito rápido. Estavam indo do segundo para o primeiro andar quando sentiram um solavanco e o elevador parou. Niall deu um passo para trás, instintivamente. Não! Aquilo não podia acontecer! Não agora! franziu a testa e olhou para cima, sendo imitada por Joanna.
“Mas o que…” Soltou. Virou-se para o painel e apertou o botão do térreo outra vez, mas nada aconteceu.
“Tomlinson!” Os dois disseram na mesma hora e se entreolharam. Já era uma piada interna sempre culpar o amigo por qualquer problema no elevador, mesmo que o garoto nem estivesse presente. Aquele milissegundo de cumplicidade fez com que ambos percebessem quantos dias tinham passado separados e como sentiam saudade um do outro.
Mas Niall tinha algo a mais para se preocupar, naquele momento. Culpa do Louis ou não, aquele elevador estava parado, e ele estava enclausurado naquele cubo suspenso e minúsculo. Deu mais um passo para trás e suas costas encontraram a parede. O espaço estava ficando menor, não estava? Ele estava sentindo-se quente, estava sentindo-se sem ar. Quanto tempo ficariam ali, antes de consumirem todo o oxigênio? Iriam morrer sufocados. Iriam morrer.
“Niall? O que você tem?” o chamou, preocupada, ao perceber que ele empalidecia e toda a cor de seus lábios havia sumido.
Niall tinha as duas mãos espalmadas na parede atrás dele e parecia em pânico.
O garoto fechou os olhos e respirou fundo duas vezes.
“Eu… Eu sou claustrofóbico.” Contou com a voz fraquinha.
franziu a testa de novo. Era o que? Desde quando?
“Você nunca me disse que era claustrofóbico!” Ela falou, virando-se para vê-lo melhor.
Niall abriu os olhos e a encarou sem expressão. Seu olhar caiu em Joanna e voltou a garota, como se dissesse “Você quer mesmo me acusar de não ter de contado alguma coisa?”.
mordeu os lábios e quebrou o contato visual.
“Você quer…” Ela começou, tentando mudar o foco.
“Não me pede pra ficar calmo!” O garoto a interrompeu, ríspido. Não ia adiantar pedir para se acalmar! Era um medo irracional! Ele não tinha controle sobre aquilo!
“Eu não ia…” respondeu em voz baixa. Doía dez vezes mais ser tratada daquele jeito por ele. Sabia que Niall não estava em perfeitas condições e suas ações não podiam ser levadas em conta, mas, mesmo assim, machucavam, e não era, nem de longe, como ela havia imaginado o encontro dos dois. “Ia te perguntar se você queria que eu tentasse interfornar, já que você está se sentindo mal.”
O garoto fez que “sim” com a cabeça, arrependendo-se profundamente do jeito como havia falado com ela. Bufou e sentou-se no chão, apoiando os cotovelos nos joelhos e a testa nos braços, ainda mais bravo e incomodado consigo.
“Merda!” Xingou.
colocou Joanna e a mochila no chão e olhou mais uma vez para o visor do elevador, procurando instruções sobre o que fazer em caso de emergência. A garotinha estava quietinha, chupando chupeta e completamente alheia ao que estava acontecendo. Assim que foi colocada no chão, dirigiu-se para Niall.
Ele sentiu duas mãozinhas em seu braço e levantou a cabeça. Jo apoiava-se nele, sorria e balançava as perninhas como se estivesse dançando. Parecia estar tentando animá-lo. Covardia! Quais eram suas chances contra aquela criaturinha? Niall sorriu para ela, completamente encantado.
“Oi, lindinha!” Falou, abaixando os joelhos e a segurando pelas mãos. “Cadê seu bonequinho?”
“Ali.”
, que estava ocupada, conversando com alguém da segurança, virou-se ao ouvi-los conversando. A cena partiu seu coração. Niall segurava uma das mãos de Joanna, que voltava para perto da mãe para pegar seu boneco no chão. Ele a olhava, sorrindo e parecendo totalmente absorto na criança.
“Oh!” Joanna mostrava o bonequinho de pano ao garoto.
“Uh! Um pirata!” Ele disse. “Que medo!” Jo olhou, incerta, para o boneco, e Niall se tocou de que não deveria dizer a um bebê para ter medo de algo que ele carregava para cima e para baixo. “Ah, não! Esse é um pirata bonzinho!”
“Piata bonjinho!” A menininha repetiu, fazendo-o se derreter por dentro.
“Isso!” Ele vibrou. Nem se lembrava mais de que estava preso dentro do elevador. “Ele é bonzinho! Olha! Ele está sorrindo!”
Niall sentou-se direito e puxou Joanna para se sentar em seu colo, enquanto cantava uma música, fingindo que era o boneco.
terminou de falar com o segurança e, finalmente, pôde prestar atenção nos dois. Era pedir muito querer exatamente o que estava vendo para o resto da vida? Ia chamá-lo para tentar conversar quando se lembrou de que precisava avisar a Danny que iria se atrasar. O único problema é que não queria falar com ele, enquanto Niall pudesse ouvir.
Tirou o celular da bolsa e digitou uma mensagem rápida, dizendo que estava presa no elevador, mas que logo estaria lá. Voltou-se, então, para o garoto, que, agora, prestava atenção absurda nas palavras sem sentido que Jo falava.
“Niall...” Chamou, e ele levantou a cabeça. O sorriso perdendo um pouco do brilho como se ele estivesse voltando à realidade. “Eu queria…”
Mas foi interrompida pelo toque do próprio celular. Era Danny, lógico!
Se não atendesse, iria desesperá-lo. Se atendesse, ia perder a chance de qualquer conversa com Niall. O garoto pareceu entender quem estava ligando e piscou, encostando a cabeça na parede e fechando os olhos de novo. passou o dedo pela tela, aceitando a ligação.
“Hey!” Cumprimentou, fingindo uma voz calma, quase alegre. Não queria de jeito nenhum que Danny aparecesse por lá.
A situação já estava errada o suficiente.
“Oi! Onde você tá? Que história é essa?” Niall ouviu a voz que vinha do celular. Estavam em completo silêncio, e Danny falava alto. Era impossível não ouvi-lo! Apertou mais os olhos, tentando pensar em algo que pudesse tirar sua atenção daquilo.
“Está tudo bem. Já falei com os seguranças, e eles já foram ver o que aconteceu... Vão tirar a gente daqui.”
“A Jo está com você? Ela está bem?”
olhou para a filha, que, agora, brincava sozinha com o pirata, já que Niall tinha voltado ao estado transtornado de antes.
“Ótima! Ela é muito pequenininha pra entender que a gente está presa aqui, né?”
Danny riu.
“Linda! E vocês estão sozinhas aí?”
A pergunta de um milhão de dólares. Niall abriu os olhos e a encarou, quase a desafiando. queria chorar.
“Fica tranquilo, Danny!” Desconversou, fazendo Niall balançar a cabeça negativamente e voltar à posição anterior. “Aviso você quando sairmos daqui, tá?”
“Tá. Qualquer coisa, me avisa! Você prefere molho branco ou bolonhesa no macarrão?”
rezou para o elevador despencar de vez. Depois, lembrou-se de Jo e “desrezou” rapidamente.
“Qualquer coisa, Danny!”
“Almôndega! Você gosta de almôndega! Lembrei!”
“Era muita tortura”, Niall pensou. Tudo era torturante demais! Estar preso em um elevador, ouvi-los conversando, pensar na intimidade que eles tinham, saber que Danny conhecia mais que ele… E, agora, também tinha Jo. Ele abriu os olhos e viu a menininha em seu colo, ainda falando sozinha. Ele queria cuidar das duas! Nunca havia se sentido tão impotente! Para piorar, mais uma onda de claustrofobia tomou conta dele.
“A gente se fala depois! Beijos!”
desligou o celular, sabendo que não havia mais volta ao clima dentro daquele elevador, porém não conseguia pensar em si quando Niall parecia estar prestes a surtar e respirava descompassado.
Sem pensar, ela ajoelhou-se ao lado dele e segurou sua mão, fazendo-o se assustar.
“Eu nunca te vi assim!” Ela disse, apavorada.
“Eu não costumo ficar me enfiando em caixas de fósforo.” Niall respondeu, ainda de olhos fechados, apertando a mão dela.
Os dois deram uma risadinha.
“Você precisa parar de pensar nisso.” disse, sentando-se ao lado dele. “Vamos lá! Imagina que você está no seu lugar favorito do mundo!”
Niall abriu os olhos e a encarou. Mais uma coisa errada para se dizer contabilizada no placar. sabia em que ele estava pensando.

Flashback

Niall estava deitado de barriga para baixo, na diagonal, e só de boxers na cama de .
“Acho que este é meu lugar favorito no mundo!” Constatou, fazendo (na escrivaninha) rir.
“Você só gosta daqui pra dormir.”
Ele virou-se de barriga para cima e apoiou-se no cotovelo, olhando para a namorada.
“Tem mais coisas que eu gosto de fazer aqui também…” Disse, levantando as sobrancelhas e fazendo gargalhar.
“Como você é indelicado, Horan!”
“Estava falando de assistir futebol, sua pervertida.” Niall retrucou e foi sua vez de gargalhar da expressão sem graça da namorada. Levantou-se e foi até lá, parando atrás da cadeira dela e fazendo massagem em seus ombros.
parou de digitar ao sentir as mãos dele e fechou os olhos.
“Você existe mesmo, irlandês? Ou é só um leprechaun que eu inventei na minha cabeça?”
“Eu acho que existo… Meus professores costumam me dar presença quando respondo a chamada…” Niall respondeu e os dois riram.
virou-se para olhá-lo. Gostava tanto quando ele fazia essa cara de quem tinha aprontado!
“Que bom que você existe, então, porque estou tendo umas ideias aqui sobre como aproveitar o resto da noite…” Ela falou, abaixando a tampa do notebook e levantando-se para abraçar o namorado.
Niall deu um sorriso de lado e a segurou pela cintura.
“Espero que sejam as mesmas ideias que eu…” Ele falou, levando a boca em direção ao pescoço dela.
“Assistir futebol?” perguntou, afastando-se um pouco, e Niall apoiou a testa em seu ombro.
“Ok! 1 a 1, vai.” O garoto disse, ainda rindo.
o puxou para perto de novo e sussurrou “seu pervertido” em seu ouvido, enquanto se deixava ser levada até a cama por ele.

***

“Aaaahn… Não!” tentava consertar o erro, pensando no que dizer. “Imagina que você tá em um campo de futebol e seu joelho não está doendo!”
Niall continuava de olhos fechados, mas o que dizia sobre o tal campo de futebol entrava por um ouvido e saía pelo outro, porque, agora, ele estava pensando no que ela havia dito antes. Estava pensando no quarto dela. Na verdade, estava lembrando-se da primeira vez que passou a noite lá.

Flashback
Niall bateu na porta. tinha mandado uma mensagem para ele, dizendo que havia voltado de férias, e ele mal podia esperar para vê-la.
Assim que a garota abriu a porta, os dois pareceram disputar quem abria o maior sorriso.
“Foi aqui que pediram um loiro, irlandês, gato e com talentos musicais?” Ele perguntou com uma voz sedutora.
encostou-se no batente da porta, sorrindo.
“Foi, sim… Mas não tinha um número maior, não?” Brincou e não se aguentou ao ver a expressão horrorizada de Niall.
“Vou ver se consigo fazer a troca, senhora.” Ele respondeu, fazendo menção de sair.
A garota o puxou de volta, rindo, e passou os braços pelo pescoço dele.
“Estava com saudade…” Falou.
“Eu também. Parecia que não ia chegar nunca!” Niall a abraçou também.
Os dois se olharam por alguns segundos, mas estavam ansiando há tempo demais para se beijarem de novo, e logo Niall encostou seus lábios nos dela, acabando com aquela vontade.
A garota foi andando para trás e puxando-o para dentro do seu quarto. Quando se separaram, Niall levantou os olhos, e a primeira coisa que viu foi o chapéu em cima do guarda-roupa.
Ele apontou, sorrindo.
“Você guardou?”
olhou para trás, vendo o que ele estava falando.
“Claro!” Ela respondeu. “Você pediu!” Os dois se olharam de novo e o garoto parecia entorpecido. “Não era pra guardar?”
“Era! Quer dizer… O fato de você ter guardado…” Niall parecia não saber como colocar em palavras o que significava saber que, desde o primeiro “encontro”, ela tinha guardado aquilo porque ele havia pedido. Resolveu, pelo jeito engraçadinho, que parecia ser mais a cara dos dois. “Você já me queria desde aquele dia!”
corou. Mas, para falar a verdade, é, ela o quis desde aquela noite em que o conheceu bêbado, de chapéu de bobo da corte.
“E você me quis desde o dia que me viu na JJJ!” Ela retrucou, levantando uma sobrancelha.
“Eu quis várias veteranas gatas aquele dia, …” O garoto confessou e tomou um tapa no braço que o fez gargalhar.
“Não tem nem vergonha de falar um absurdo desse!”
“Mas eu estou sendo sincero, ora! Elas estavam me dando mole, porque eu era o calouro da república.”
não sabia se era muito audácia ou muita inocência.
“Vou te beijar para ver se você para de falar bobeira.”
“Uma bela ideia!”
Os dois riram e se beijaram mais uma vez, e, antes que ela pudesse pensar duas vezes, se ouviu falando:
“Fica aqui comigo, hoje?”
Niall estava com a testa encostada na dela e fez que “sim” com a cabeça.
“Seu pedido é sempre uma ordem!”

***

O elevador deu mais um solavanco, afastando Niall de seus pensamentos. também parou de falar e olhou para cima.
“Finalmente!” Disseram, juntos, de novo.
pegou Jo do colo do garoto e levantou-se. Niall levantou-se também e continuou encostado na parede de trás, de braços cruzados.
A porta se abriu no térreo, e uma série de pessoas vieram encontrá-los para checar se tudo estava bem. Os dois pareciam exaustos, para o pequeno tempo que passaram trancados. Às vezes, o cansaço mental é quase como o cansaço físico.
Quando finalmente todos foram embora, Niall tentou escapar o mais rápido possível, mas o chamou:
“A gente precisa conversar! Eu quero falar com você!”
O garoto estava fazendo o caminho de volta para se aproximar quando o celular dela tocou e ele parou.
“É o Jones, né?” Perguntou e deu dois passos para trás. “Você está atrasada, . A gente se fala depois!”
Ele coçou a nuca e virou-se de novo, indo à JJJ.
continuou no saguão, segurando o celular com uma chamada não atendida, a mãozinha de Jo e o choro.

tirou Jo do carro e pegou a mochila no banco de trás. Tinha decidido passar o dia com ela e o Danny, mas já não sabia se era a melhor opção. Queria correr de volta ao SPR e falar com Niall, ou ficar curtindo sua própria tristeza sozinha, independentemente do quão dramático fosse isso. Mas tinha dito ao ex que passaria a tarde com eles, enquanto ele brincava com a filha, e ela estudava para sua defesa.
Bateu na porta e o ouviu correndo. Danny abriu com aquele sorrisão que ia de uma orelha a outra e pegou Joanna no colo assim que a viu. Parecia ter acabado de acordar, porém, já que usava só uma samba canção.
“Há! Olha quem chegou aqui!” Falou, levantando-a e mordendo sua barriga. Jo morria de rir. Era inexplicável como ela já havia se afeiçoado a Danny. “Oi, ! Que coisa foi essa no elevador?” Ele disse, por fim, segurando a filha direito.
“Está tudo certo, agora.” A garota respondeu, cansada. “Tudo bem? Como foi sua semana?”
O rapaz sorriu ao perceber o tom de interesse. Era mil vezes melhor, agora que ela não berrava com ele.
“Ótima! Fui ver o Tom na quarta e trouxe comida pra semana inteira!”
riu, apesar de achar que não teria vontade de rir naquele dia.
“E como ele está?”
“Do jeito de sempre… Sendo o Tom…”
sorriu e soltou um suspiro alto. Sentia saudade daquele nerd… E de Harry… E de Dougie.
“Podemos entrar? Ou você vai continuar se exibindo assim na porta?”
Danny sorriu de lado.
“Está com ciúme?”
“Com ciúme? Eu estou assistindo de camarote!” respondeu, fazendo os olhos de Danny brilharem.
Ele já tinha ouvido essa frase antes.

Flashback

entrou no corredor e ouviu os acordes do violão que ela já conhecia. Só podia ser ele! Seu coração acelerou assim que o pensamento de se encontrar com Danny mais uma vez passou por sua cabeça. Tentando não ser explicitamente rápida, entrou em seu quarto, se livrou de seus livros e tentou dar um jeito no cabelo. Depois, riu de como estava sendo ridícula. Estava indo só até a cozinha!
Assim que abriu a porta, seus olhos caíram no garoto sentado no balcão da pia. Estava só de samba canção, como sempre, e balançava os pés no ritmo da música que tocava. Não estava cantando, apenas murmurando a melodia com aquele voz perfeita que tinha. Levantou os olhos e sorriu de lado para ela, começando, então, a cantar a música.
“Reaching out to touch a stranger… Electric eyes are everywhere. See that girl, she knows I'm watching. She likes the way I stare…”
A garota corou e abaixou a cabeça, indo até a geladeira, sem cumprimentá-lo.
“If They Say Why? Why? Tell them that is Human Nature… Why? Why? Does he do me that way…”
“Não está tão calor assim pra você ficar de samba canção, Jones.” Ela comentou. Teoricamente, haviam discutido na noite anterior. Danny sempre a deixava maluca e sabia disso. Era este o problema: ela podia se fazer de difícil o quanto fosse, mas o garoto sabia que era só questão de tempo. Ele a tinha desde o primeiro dia!
“Com ciúme?” Ele perguntou, parando de cantar e sorrindo de lado para a garota. Colocou o violão no chão.
fechou a geladeira e virou-se para ele, com o melhor sorriso cínico que conseguiu colocar em seu rosto.
“Com ciúme? Eu estou assistindo de camarote!” Falou, erguendo uma das sobrancelhas e dando um sorriso sacana.
Era por isso que ele a adorava! Danny nunca sabia o que esperar! Ela entrava ali e corava só porque ele estava cantando, e, logo depois, ela o olhava do jeito mais pervertido possível, mesmo sendo a doçura em pessoa. Não importava o que estava tentando esconder de todo mundo e dele mesmo… Estava apaixonado por ela. Estava mesmo!
deu uma risadinha vitoriosa e voltou à geladeira. Nem percebeu quando Danny parou, encostado na mesa, e tomou um susto ao vê-lo tão perto.
“Você quer me matar?” Falou, tentando controlar sua respiração. Impossível quando Daniel Jones estava ali, a um palmo de distância, de samba canção, a olhando daquele jeito. “O que você quer, Jones?”
“Num plano geral?” Ele perguntou, mordendo os lábios. “Você!”
A visão de ficou turva. Ela ia se render. Não ia conseguir lutar, mesmo sabendo que ia se dar mal em suas mãos. Era bem o tipo de garota que caía totalmente nas conversas de caras como Danny. Era um alvo fácil.
Tentou uma última tirada, tentou ser engraçadinha, ser irônica...
“Quantas meninas você já pegou nesta cozinha com esse mesmo papinho?” Perguntou, estreitando os olhos.
Ele riu. Aquela risada que adorava. Alta, feliz, Jones.
“Várias!” Danny respondeu, simplesmente, fazendo-a abrir a boca, de ódio. Continuou falando, antes que fosse interrompido, e aproximou-se dela, segurando sua cintura. “Você precisava ver sua cara agora!” Riu. tentou se desvencilhar, mas seus olhos estavam colados nos olhos de Danny. Ela não ia sair dali, nem se estivesse livre para ir. “Eu estou falando sério. Eu quero você.”
“Por quanto tempo, Danny?” Ela perguntou, colocando seu maior medo para fora. “Até eu ceder e perder a graça?”
“Quando você ceder, e eu não precisar mais te cercar pelo corredor, vou ter mais tempo pra ficar andando só de samba canção e violão atrás de você... Cantando a música que você quiser!” Ele brincou.
“Tá vendo? Você não leva nada a sério!” se desvencilhou dele e tentou sair da cozinha, mas Danny a alcançou.
, me escuta! Eu estou falando sério! Por favor, me dá uma chancezinha só! 15 dias de teste, e você pode devolver o produto se não gostar!” Ele disse, dando um sorrisinho e aproximando-se mais dela ao perceber que estava considerando. “Só uma chance!”
Foi só a primeira vez de muitas. A primeira vez que não soube se afastar de Danny. A primeira vez que ela se deixou levar totalmente pelos olhos azuis do garoto e sua cara de pidão. A primeira vez que Danny a beijou.
O primeiro beijo… O primeiro amor.
***
Depois de almoçarem, Danny puxou um colchão até o meio da sala, o cobriu com um cobertor e despejou ali uma dúzia de brinquedos. Joanna olhou, maravilhada, para ele e para o colchão, sem saber o que pegar primeiro. O rapaz a colocou sentada ali e ficou admirando, enquanto sua princesinha observava os bichinhos.
“Jo é sempre tão boazinha assim?” Perguntou, fazendo levantar os olhos.
“Ela dá um pouco de trabalho pra dormir só, mas, normalmente, é a criança mais adorável deste mundo!” Respondeu, sorrindo para a filha. “Não é, meu amor?”
“É!” Jo respondeu, fazendo os dois rirem.
Danny sentou-se no colchão também.
“Jojo… Fala papai!” Tentou, sem sucesso. “Fala, meu amor? Pa-pai!”
A menininha o encarou. Já sabia o que significava “fala”, mas ainda precisava de uma referência sobre o que era a palavra.
“Você tem que ensiná-la o que papai é você, Danny.” explicou.
“Hum…” Ele fez e apontou para si. “Quem eu sou? Quem eu sou? Papai!”
“Papa…” Jo falou, apontando para o pai.
“Isso! Papai! E ela, quem é? É a mamãe, Jo?”
“Mamãe!”
“Mamãe de quem?”
Jo apontou para si.
“Do neném!”
Danny gargalhou e a pegou no colo, fazendo cócegas.
“Sua coisa linda!”
sorriu para a cena e voltou os olhos à tela do notebook. Seria impossível se concentrar com os dois “conversando”, e ela já tinha dado o dia como perdido. Na verdade, já sabia que isso aconteceria e havia adiantado um pouco suas coisas no dia anterior, mas, assim que tentou focar, não foi Danny rindo da filha que roubou sua concentração. Foi a cena que havia visto mais cedo no elevador. Niall e Joanna. Niall sorrindo e brincando com ela. E a expressão triste que tomou conta dele assim que começou a falar com Danny no celular. Eles precisavam conversar. Ela precisava dizer ao garoto para dar uma chance aos dois. Vê-lo com Jo no colo só fez com que ela quisesse ainda mais que eles dessem certo. Pareceu possível.
“Olha, ! Olha, !” Danny chamou, fazendo-a levantar os olhos.
Seu sorriso foi abrindo involuntariamente.
Jo colocava e tirava o óculos de sol do rapaz, e quando aproximava o objeto do rosto, quase caía para trás, de tanto rir. Deveria estar achando o máximo o efeito da lente escura em sua visão. e Danny continuavam assistindo e, toda vez que Joanna ria, os dois gargalhavam junto. Ele, então, olhou para a ex-namorada no sofá.
“Senta aqui com a gente...” Pediu.
, mais uma vez, pareceu ser chamada à realidade.
“Não posso! Tenho que terminar de ler uns quinze artigos!” Ela falou, apontando para a tela do notebook.
“Ah, larga isso aí!” Danny falou, fazendo-a rolar os olhos. “Um diazinho só! Se fosse eu, já estaria sentado aqui há meia hora!”
sorriu.
“Você sempre foi mais irresponsável que eu!”
Danny riu também. De fato...

Flashback
“Vamos, Danny! Levanta!” chamou pela milésima vez, enquanto tirava seu pijama e procurava algo para vestir. O namorado continuava deitado de bruços na cama dela.
“Cinco minutinhos...”
Ela riu.
“Você já falou isso cinco vezes!”
Danny virou-se na cama para conseguir vê-la.
“Acho que não vou, hoje. Tom assina pra mim...”
“Você sabe que vai cair de turma desse jeito, né?”
“Aí eu fico mais um ano aqui com você...” Ele respondeu, dando de ombros, e fechou a porta do guarda-roupa para encará-lo.
“Você não vai fazer isso!”
“Um ano a mais, um ano a menos... Eu adoro isto aqui, mesmo!”
A garota nem respondeu. Odiava quando ele falava da universidade daquele jeito, como se não fizesse diferença, como se fosse só mais uma festa.
“Você é a pessoa mais irresponsável que eu já conheci!” disse com raiva e sentou-se de costas para ele na cama para amarrar os sapatos.
Danny percebeu que tinha a deixado brava e levantou o tronco, chegando perto dela e dando um beijo em seu ombro.
“Foi mal! Eu sei que você não gosta quando falo assim. Eu vou... Para a segunda aula. Tá bom? Hey! Tá bom?”
o olhou de esguelha, e lá estavam eles... Os olhos azuis de Danny acompanhados pela carinha de cachorrinho abandonado. Sabendo que ela cederia, Danny a puxou de volta, fazendo-a se deitar na cama com ele.
“Daniel!” A garota tentava parecer brava, mas estava rindo. “Se você quer se atrasar, tudo bem, mas eu vou chegar na hora!”
“Qual é a sua primeira aula?”
“Evolução Humana.”
”Não é essa professora que está sempre atrasada?”
riu, fazendo que “sim” com a cabeça e virando-se de frente para ele.
“Mais quinze minutos e nós dois vamos nos levantar e ir à faculdade, combinado?” Falou, erguendo as sobrancelhas e dando um beijinho de leve nos lábios do namorado.
”Bom, então a gente tem que fazer esses quinze minutos valerem a pena!”
E eles sempre valiam.
Era verdade que, depois disso, levantou-se e foi mesmo à aula, e Daniel não, mas, naquela época, a irresponsabilidade do namorado era inofensiva e atraente.

***

se pegou, rindo das lembranças. Há muito tempo, havia bloqueado todas elas de revisitarem seu cérebro pelo motivo óbvio. Em um passado não muito distante e por meses e meses, se pegava, lembrando-se de coisas assim e tentando achar falhas ou sinais do que iria acontecer na manhã seguinte à sua formatura. Nada. Eles viviam se amando, se matando, e , na maioria das vezes, tinha que atuar como terapeuta de casais para conciliar os dois, mas tudo parecia perfeitamente normal e bem para ela. Antes, se lembrar de Danny e de seus momentos com o rapaz costumava doer horrivelmente. Não era mais o caso. Ela, agora, conseguia sorrir e sentir até um pinguinho de nostalgia... Aquele sentimento agridoce de saudade.
Olhou para frente, e lá estava ele, brincando com a filhinha dos dois. Quantas vezes tinha imaginado aquela cena exatamente como estava vendo? Quantas vezes desejou aquilo? Quantas vezes chorou, achando que era impossível? Mas, agora, a cena estava ali, e estava feliz. Feliz e incompleta, porém. Ela, Danny e Jo já não eram mais a sua ideia de perfeição.
Voltou a pensar em Niall. Deveria mandar uma mensagem para ele? Combinar de se encontrarem? Enquanto pensava no que fazer, seu celular tocou, e sentiu seu estômago gelar com a possibilidade de ser o garoto, mas era . Atendeu a ligação e lançou um olhar rápido para Danny, que a observava, atento. Não queria contar a amiga sobre o elevador, com ele ali.
“Hey! Desculpa! Só vi sua mensagem agora! O que houve?” Ouviram a voz de dizer.
Ele pareceu entender e levantou-se.
“Vem, Jojo! Vamos ao quarto buscar o violão do papai!”
“Iolão!”
“Você gosta do violão, né, pequena?!” Danny perguntou, segurando a mãozinha da filha e entrando com ela pelo corredor em direção ao quarto.
sorriu, satisfeita.
“Fiquei presa com o Niall no elevador, hoje.” Contou com a voz um pouco mais baixa. Um minutinho de silêncio, em que ela deveria estar ouvindo a resposta de , e voltou a falar: “É... Ele está de volta, finalmente! Mas nós não conseguimos conversar.”
Danny não pôde deixar de ouvir, e a cara triste de durante todo o almoço, e seu olhar perdido, enquanto deveria estar estudando, começaram a fazer sentido. Ela tinha deixado escapar, há algum tempo, depois que eles tinham terminado, mas não havia dado mais detalhes. A ideia de passar a tarde com a ex-namorada e Joanna surgiu daí. Não podia deixar de sentir uma pontinha de esperança. Não conseguiu ouvir mais da conversa quando chegou ao quarto, e a filha soltou um gritinho de felicidade e correu para o instrumento.
Danny riu.
“Das duas, uma, meu amor: ou você vai ter o talento do seu pai; ou a quedinha por músicos da sua mãe!” Brincou, enquanto Jo passava os dedos pelas cordas e ria.

De volta à sala, tinha contado sobre como Niall tinha quase desmaiado dentro do elevador a e como os dois haviam sido interrompidos por Danny duas vezes, e a amiga tentava achar a luz no fim do túnel.
“Você vai ter que ir atrás dele para vocês conversarem!” Disse.
fez que “sim” com a cabeça.
“Eu sei e irei! Mas, hoje, não vai dar, porque vou passar o dia aqui com o Danny e a Jo. Niall não ia querer me ver de novo, de qualquer forma.”
“E como ele tá? O Danny.”
“Paparicando a Joanna, para variar!” Ela sorriu. “Engraçado... Hoje, eu estava me lembrando de umas coisas, ... Da época em que eu e o Danny namorávamos e... Não dói mais, sabe?”
A amiga mordeu os lábios, do outro lado do telefone. Ia se odiar mais tarde por dizer isso, mas se lembrou da expressão triste de Danny no pub.
... Se... Se tudo desse errado com o Niall... Você acha que... Você e o Danny...”
Que pergunta era aquela?
! Não é hora de voltar a ser a reatadora oficial de Camargo & Jones!” riu, deixando de responder.
A amiga riu também.
“Vai saber...” resolveu não aprofundar a conversa. “De qualquer forma, não tem muito o que fazer sobre o Niall agora, tem? Vocês têm que conversar direito... E é isso!”
“Você precisava ver a Jo e ele, hoje, ! Era a coisa mais linda do mundo!”
“Eu imagino! Suas duas crianças!” A amiga brincou e as duas gargalharam.
“Era isso o que eu queria. Só isso que eu queria!” disse, meio triste. “Por que é tão difícil juntar duas pontas da minha vida?”
“O que tiver de ser, será. Paciência!”
“É... Acho que sim. E a senhora? Já bolou o plano pra pegar o Harry?”
“Ainda não. Mas bater na porta dele e falar “Quero seu corpo, Styles!” anda me parecendo uma boa ideia!”
As duas riram.
“Aposto que ele iria gostar!” falou, ainda rindo.
“Aposto que eu ia chegar lá e ia ter uma garota com ele!”
“Ia nada, ! Para com isso!”
Um latido do outro lado do telefone.
, tenho que ir! Tem um ser aqui doido pra ir passear! Você vai ficar bem?”
Ela sorriu.
“Vou, sim, ! Não se preocupa! O que tiver de ser, será, né?!”
“Isso aí! Fica bem, hein?! Amo você!”
“Também te amo!”
Elas desligaram e parou para escutar o que acontecia pela casa. A música vinha do quarto de Danny. Ela já tinha desistido de estudar, mesmo, então levantou-se e foi até lá. Jo estava sentadinha na cama e observava atentamente os movimentos do pai pelas cordas. encostou-se na porta, fazendo-o parar de tocar.
“Hey! Tudo certo?” Ele perguntou, vendo-a ainda com aquela carinha. Ela fez que “sim” com a cabeça. “Era no telefone? Ela... Ela está bem?” Não queria soltar que tinha ouvido um pedaço da conversa, mas, definitivamente, queria saber mais.
“Está sim...” E, então, uma dúvida surgiu em sua cabeça. “Danny?!”
“Hum...”
“Quando você encontra o Tom, ele... Ele pergunta da gente? Da ?”
Danny sorriu e colocou o violão deitado na cama.
“Pergunta. E faz uma cara de sofrido! Já briguei com ele por morar tão perto e ser um idiota que fica evitando vocês.”
“E o que ele diz?”
“Que uma pessoa que sumiu por dois anos e deixou a namorada grávida não pode dar opinião nenhuma sobre ser idiota ou não.”
Era isso? Estavam fazendo piada agora? não aguentou e soltou uma risada alta.
“Eu ACHO que ele tá com a razão!”
Danny abaixou a cabeça, envergonhado.
sente muita falta dele, né?” Perguntou.
“Sente. Eu sinto também. Falta de todo mundo!”
O rapaz sorriu como se lembrasse de algo prazeroso.
“Nós éramos um grupo barulhento!”

Flashback
A nevasca, a pior dos últimos 10 anos, tinha impedido a faculdade de abrir naquele dia. Todas as aulas haviam sido canceladas e, muito provavelmente, seriam canceladas no dia seguinte também.
Era quase impossível sair do prédio e, mesmo se desse, ninguém estava tentado a se aventurar. Não precisavam de nada que não tivessem, porém. Estavam todos alojados na cozinha, onde o aquecedor funcionava melhor, a geladeira tinha comida e cerveja, e o mais importante: eles tinham um ao outro.
“Qual é a desse namorado novo da Izzy?!” Danny perguntou, entrando na cozinha e fechando a porta. “Cara mais mala!”
ergueu as sobrancelhas.
“Isso tudo é ciúme, Daniel?”
Dougie deu uma risadinha abafada.
“Claro que não, Camargo! Não começa! Mas ele é meio imbecil, né?”
Tom balançou a cabeça de um lado para o outro como se estivesse ponderando o que achava do tal Judd.
“Ah, melhor que o tal de Martin que ela estava namorando antes!”
“Não acho, não... Eu nem entendo as piadas dele!”
“Você não entende nada num geral, Danny!” falou, fazendo todos rirem e Danny fechar a cara.
“Todo mundo contra mim, então, é isso? Esse almofadinha metido à besta enfeitiçou vocês!” Ele bradou e, quando estava levantando o dedo para adicionar mais xingamentos à lista, tomou uma portada nas costas.
Harry entrou na cozinha num gesto largo.
“E aí, galera?! Tudo bom? Qual é o assunto?”
Ninguém conseguiu se segurar e, no cômodo, explodiram em risadas, enquanto Danny soltava um palavrão atrás do outro e coçava as costas.
ficou com dó.
“Venha aqui, Danny!” Falou, abrindo os braços, e o namorado foi se sentar em seu colo, ganhando beijinhos na região que tinha machucado.
“E aí, Judd, tudo bom?” Dougie perguntou.
“Tudo, sim! E essa nevasca, hein? Eu tinha treino de cricket, hoje! Uma merda!” Ele disse, esfregando uma mão na outra.
Danny rolou os olhos.
“Cadê a Izzy? Só está faltando ela aqui. A fez chocolate quente pra gente tomar com whisky!” Tom apontou para o caldeirão em cima do fogão.
“Vem vindo aí!” Harry respondeu e sentou-se em uma cadeira perto de Dougie, passando o braço pelos ombros dele. Os dois tinham esse amor meio meloso desde o dia em que foram apresentados. A brincadeira costumava ser de que Judd só estava com Izzy para poder ver Dougie todo dia.
Apesar do que Danny achava (ainda levaria uns dois meses para ele mudar completamente de ideia e se tornar melhor amigo do garoto), Harry era divertidíssimo, todos gostavam dele, Izzy estava apaixonada e os dois formavam um casal lindo! O quase climão na cozinha não durou muito e, logo depois de todos se serviram com chocolate quente batizado, Tom pegou o violão e começaram um luau na cozinha.
As vozes começavam a ficar mais desafinadas e as risadas mais frouxas; principalmente, das meninas e de Danny, quando percebeu um cheiro ruim.
“DOUGIE POYNTER! Já falei pra você não fumar essa merda aqui dentro!” Brigou, fazendo o amigo se encolher.
“Mas, , cigarro normal ativa o alarme de incêndio!” Defendeu-se.
“Mas o cheiro dessa desgraça é horrível, Poynter!” falou, saindo de trás do namorado para também dar sua bronca.
“Apaga isso aí, vai!” Tom se intrometeu, fazendo sorrir em aprovação. “Você tem fumado demais, a propósito! Não vai morrer se parar dois dias pra não “empestiar” o corredor todo!”
“Chato pra caralho!” Dougie balbuciou, enquanto apagava o baseado, fazendo Harry rir.
“Vocês estão perturbando o clima “paz e amor” hippie deste luau!” Danny falou.
“Eu estava tentando manter o clima hippie!” Dougie respondeu, com a cara sapeca, e até as meninas riram. Era impossível ficarem muito tempo brigados!
“Chega desse assunto!” Izzy abanou as mãos, em um gesto levemente bêbado. “Mais uma, Tom! Mais uma!”
Tom se aprumou na cadeira e limpou a voz.

“There's no combination of words I could put on a back of a postcard.
No song that I could sing, but I can try for your heart.
Our dreams, and they are made out of real things,
like a shoebox of photographs with sepia-toned lovin…”


As meninas bateram palma animadas e começaram a cantar junto.

“Love is the answer at least for most of the questions of my heart
Like, Why are we here? And where do we go? And how come it's so hard?
It's not always easy and sometimes life can be deceiving
I'll tell you one thing, it's always better when we're together”


Danny levantou-se e ofereceu a mão a , que a aceitou, e os dois começaram a dançar. deitou a cabeça no ombro de Tom, ainda cantando, e ficou observando os amigos.
Sua definição de felicidade era simplesmente essa.

“Mmm, it's always better when we're together
Yeh, we'll look at the stars when we're together
Well it's always better when we're together
Yeh, it's always better when we're together”

(Better Together – Jack Johnson)

***

“É, nós éramos…” disse como se também se lembrasse de algo prazeroso. “Você sabe se o Dougie virá nessas férias?”
“Não sei... Agora que ele está namorando lá, duvido um pouco!” Danny deu de ombros.
“É, é verdade!”
Ficaram um tempo em silêncio, observando as tentativas de Jo de se levantar sozinha. Ela estava ficando impaciente com a falta de música.
“Vou voltar pra lá, tá?” falou, apontando para trás.
“Atrapalha você se eu ficar tocando lá?” Danny perguntou, levantando-se também e pegando Joanna e o violão, um em cada braço.
Atrapalharia, mas ela não teve coragem de dizer, e os três voltaram à sala.
Jo logo se perdeu no meio dos bichinhos de novo, e Danny sentou-se em um canto do colchão, concentrado no violão. Por algum tempo, até achou que teria meia hora de paz para ler mais que um parágrafo. Daí o ex-namorado começou a melodia de uma música conhecida, e ela levantou os olhos, sorrindo.

“Little Joanna's got big blue eyes
Coconut cream and coffee coloured thighs
I could die lying in her arms
where castles are made of sand
We start to dance
But only the music is bleeding when crickets replace the band”


Jo também conhecia a música. costumava cantá-la em todas as noites que tinha colocado a filha para dormir. Era sua canção de ninar! A garotinha pegou sua chupeta e deitou-se em seu monte de brinquedos. Danny olhou para ela, que estava deitadinha em cima dos bichos de pelúcia, e quase se perdeu no meio da música. Como era possível amar tanto alguém que ainda não ia nem ao banheiro sozinha?

“She will always be my sunkissed trampoline,
She goes up and down in my heart,
Turned into jelly beans
And I'm starting to believe that danger's never near,
When Joanna is here.”


cantou os últimos versos com Danny e ambos se olharam. Ela achou ter percebido algo a mais no jeito como ele a encarou, quase um pedido silencioso. O rapaz logo desviou os olhos, e a garota também abaixou a cabeça.
Voltou a pensar no que tinha perguntado mais cedo. Ela voltaria para Danny? Naquele exato momento, o que ela tinha certeza era que acreditava que o rapaz não iria mais embora. Mas isso era suficiente? Sabia que seria o melhor para Jo: não precisar viver dividida entre duas casas e duas famílias. E ele parecia mais maduro, mais responsável. Ainda assim, não sabia se queria.

“God, I love Joanna
But she don't understand much
I love it when our hands touch
Knowing that I'm near”


Parecia uma criança teimosa! Todos os seus pensamentos terminavam em “Mas eu queria mesmo o Niall...”. Se considerava, por exemplo, continuar em Saint Mary (para ficar com Danny), no final, acabava pensando “E aí, eu vou ter mais tempo para tentar falar com o Niall e a gente se entender.” Tudo voltava ao irlandês... Porque era ele quem amava agora. Era dele que ela vinha sentindo tanta saudade! Coçou os olhos, cansada, e soltou um suspiro. Pegou o celular de novo e ficou encarando a tela. Ligava para ele? Mandava mensagem? Esperava?
Danny observava, enquanto sua garota se mexia, impaciente, no sofá, indo e voltando com o celular, parecendo perdida e chateada. tinha razão. Era horrível vê-la triste daquele jeito! Não pode deixar de pensar no que havia feito. Não conseguia medir a tristeza que havia causado a ela, e isso apertava seu coração. Queria voltar no tempo... Queria voltar à noite da formatura e fazer tudo diferente!

Flashback

(U.N.I. - Ed Sheeran https://www.youtube.com/watch?v=GwIaNkWgPDM)
“Isso é um absurdo, Danny, e não vai dar certo!” Tom disse pela milésima vez.
Os dois estavam sentados à mesa reservada para eles e as meninas no baile de formatura de .
“O que você queria que eu fizesse, cara? Se eu contasse sobre o contrato a ela, ela ia me pedir para ficar, e eu ia ficar!” Danny respondeu, também pela milésima vez.
Tom balançou a cabeça. Como Jones planejava simplesmente sumir do mapa e largar a namorada sem notícia nenhuma?
“Isso vai dar merda! Depois, não fala que eu não avisei!”
Danny respirou fundo.
“Não vai... E eu devo voltar perto do Natal, e aí nós conversamos direitinho. andou tão ocupada com o laboratório que nem percebeu que não tem mais nada no meu quarto! Fica tranquilo, Fletcher!” Falou, dando tapinhas nas costas do amigo emburrado. “Assim que eu arranjar outro número de celular, eu mando para você, mas você tem que me prometer que não vai entregar a !”
Tom continuava não acreditando que estava mesmo ouvindo aquilo.
“Inacreditável! E... E a gente nem pôde fazer uma festa de despedida!”
Danny riu e lembrou-se de algo.
“Você não contou a , né?”
“Claro que não! Além de tudo, vou tomar uma senhora bronca dela quando as meninas descobrirem que eu sabia!” O garoto falou, bravo.
“Não vai, porque vocês quase não se falam mais. Sério, Tom, você está aí, falando um monte de mim, mas só tem feito merda também!”
Tom não queria entrar no mérito dessa discussão. Resolveu xingar Danny mais.
“De onde você tira essas coisas, Jones? Essas ideias de girico? Conta logo a coitada da menina! Que complicação!”
“Você nunca vai entender!” Ele resmungou.
“E nunca vai te perdoar!”
Danny engoliu em seco. Também tinha medo disso. Mas era covarde e tinha mais medo de vê-la chorando e pedindo para que ele ficasse. Era um contrato sem tempo limite, tocando pelo Reino Unido e pela Europa. Ele não sabia quando teria férias, folga ou tempo para vê-la. Estava apenas cortando o mal pela raiz. Quando se estabilizasse como artista da produtora, poderia pedir mais tempo para si e, então, voltaria para se acertar com ela.
Era o que achava... E era um plano genial, não era?

“(…) And I'm always saying everyday that it was worth it,
Pain is only relevant if it still hurts,
I forget like an elephant or we can use a sedative and go back to the day we fell in love just on our first kiss
So am I close to you anymore, if it's over
And there's no chance that we'll work it out”


Ele observou, calado, enquanto e dançavam na pista. Mesmo da distância em que estava, podia dizer que ambas estavam ficando bêbadas, porque não paravam de rir e dançavam como se ninguém estivesse olhando. Sorriu para a cena Sentiria saudade das duas.
falou alguma coisa, e fez que “não” com a cabeça, ainda rindo e, então, parou de dançar e olhou em volta. Seus olhos encontraram os de Danny, e ela abriu um sorriso ainda maior que o dele. Chamo-o para ir até lá e colocou as mãos na cintura como se o desafiasse a não ir. Ele levantou-se, ainda sob o olhar de censura de Tom, e colocou as mãos nos bolsos, indo até a namorada.

“Oh you and I ended over U N I
And I said that's fine, but you're the only one that knows I lied
You and I ended over U N I
And I said that's fine, but you're the only one that knows I lied”


“Você e são as garotas mais lindas desta festa!” Ele disse, aproximando-se.
“E a Izzy!” lembrou. “Ela e o Harry são o casal mais lindo aqui, hoje!”
“Achei que nós fôssemos o casal mais lindo!” Danny brincou e parou de frente para a namorada.
“Você dá uma abaixada na nossa média!” Ela provocou, fazendo-o cerrar os olhos, fingindo indignação.
“Ah, é?!”
fez que “sim” com a cabeça e deu mais um passo para frente, abraçando-o.
“É uma pena para alguém tão maravilhosa como eu ser vista com um cara tão meia boca, mas fazer o que?” Ela continuou a encenação, dando de ombros.
“Ainda bem que eu sou rico!” Danny riu, entrando na brincadeira e dando um selinho na namorada.
franziu a testa.
“Você não está bêbado?”
Ele ia viajar bem cedo no dia seguinte, então não podia se dar ao luxo de estar de ressaca.
“Ando mais resistente. Bebo, bebo... E nada!” Mentiu, ainda sem convencê-la.
tentava ler nas entrelinhas.
“Hum... Aonde vamos amanhã? Já decidiu? Churrasco de ressaca da minha sala ou um programa mais light?”
Ele não queria responder, não queria mentir mais. Estava ocupado, estudando cada detalhe do rosto da namorada.

“Because if I was gonna go somewhere, I'd be there by now,
And maybe I can let myself down
And I'm thinking that I'm unaware
I keep my feet on the ground and keep looking around,
to make sure I'm not the only one to feel low…”


“O que você tem? Está estranho!” começava a achar Danny muito distante e distraído... E não era daquele dia.
“Eu amo você!” Ele disse, de repente. “Eu amo tudo em você. Amo a pessoa que eu me tornei nesses últimos quatro anos por sua causa e amo saber que sou um pouquinho da pessoa que você é hoje...”
A garota sorriu. Deveria ser um desses discursos que as pessoas resolvem fazer em datas importantes quando ficam meio emocionadas (e bêbadas).
“Você é o amor da minha vida, Daniel Jones! Você é a melhor coisa errada que me aconteceu!” respondeu, lembrando-se das muitas vezes em que eles haviam concordado que Danny era o cara “errado-certo” para ela.
O garoto mordeu os lábios. Como se despedir da pessoa que você mais ama, sem que ela perceba que é uma despedida?

“Because if you want, I'll take you in my arms and keep you sheltered
from all that I've done wrong
And I know you'll say, that I'm the only one
But I know God made another one of me to love you better than I ever will”

Se não havia palavras, tudo o que podia fazer era beijá-la. Como se fosse o último, já que havia aquela possibilidade. foi pega desprevenida por toda aquela emoção e pressa, mas não reclamou. Jamais reclamaria se estivesse nos braços dele. Beijaram-se por longos minutos, como se Danny não quisesse que o beijo acabasse nunca mais.
A garota sorriu quando eles se separaram, e ele parecia incapaz de dizer nada.
“Retiro o que eu disse. Você está bêbado, sim!”
Ele riu, uma risada meio triste.
“Besta!”
olhou em volta, procurando por .
“A gente podia ir embora, né?
Ele não queria ir, pois não queria que a noite acabasse, mas deu de ombros.
“Você está cansada? Se você quiser, a gente vai...”
“Vou só ver se a vai com a gente. Vamos dormir no seu quarto ou no meu?” Ela perguntou, antes de sair atrás da amiga.
“No seu. O meu está uma zona! Faz uma semana que você não inspeciona lá!”
“Deve estar um chiqueiro!” torceu o nariz. “Fica aqui. Eu já volto!”
Ela saiu, e Danny ficou, encarando seus sapatos e tentando não chorar. Será que, algum dia, se arrependeria, como Tom estava prevendo? Era pagar pra ver! Contar, agora, apenas horas antes da partida, seria pior que não contar.
E era tarde demais para mudar sua decisão.

“Cause you and I ended over U N I
And I said that's fine, but you're the only one that knows I lied
You and I ended over U N I
And I said that's fine, but you're the only one that knows I lied…”

(U.N.I. – Ed Sheeran)

***

?!” Danny chamou quando terminou ‘Little Joanna’ e se recuperou de como seu cérebro tinha ficado se lembrando de sua última noite com a ex-namorada. Ela levantou a cabeça, curiosa com o tom de voz dele. “Posso voltar a te perguntar se você acha que Niall é o amor da sua vida?”
Por que aquilo de novo? Logo hoje?
“Por que você quer saber?” Ela não estava brigando, desta vez. Queria só saber qual era a finalidade.
Danny deu de ombros.
“É só uma pergunta...”
“Não sei. Eu, honestamente, não sei. Eu sei o que ele representa para mim, hoje. Não tenho certeza se acredito mais em “amor da vida”, pra ser sincera.” respondeu, dando de ombros.
Não era o que ele queria ouvir, óbvio.
“Você ainda é o amor da minha.” Confessou, olhando-a nos olhos.
Ela fez que “não” com a cabeça.
“Mas você parou para pensar no que isso realmente significa, Danny? Não quer dizer que vai ser eterno, nem que foi o último.”
“Ainda significa que foi o maior...” Ele disse, levantando as sobrancelhas.
“E que não foi feito pra durar… Talvez “amor da vida” só seja toda essa paixão e energia acumuladas, porque não precisa acontecer por muito tempo.” completou, dando de ombros. Diante da certeza dela, não havia o que responder. A garota resolveu suavizar o assunto: “Duvido que você não tenha namorado ninguém, enquanto estava fora, Daniel! Se eu bem te conheço, você quebrou, pelo menos, um coração em cada lugar que passou!”
Ele riu, ainda meio cabisbaixo.
“Eu tive algumas namoradas, sim... Estava saindo com uma garota no Brasil, antes de vir pra cá.”
“Espero que você tenha avisado a coitada de que estava indo embora!” falou, colocando a língua para fora, e os dois riram.
“Eu disse a ela o que iria fazer... Que eu tinha uma família.”
“Não é bem uma família, Danny. É mais uma filha linda e uma ex-namorada gritando 2 anos de frustrações na sua cara!”
Eles riram de novo.
“Podia ser uma família...” Danny mordeu os lábios e se encheu de coragem. “Fica comigo, ! Vem morar aqui com a Jo... Não vai embora!”
Ela balançou a cabeça vigorosamente.
“Nós já conversamos, Danny. Eu tenho que ir e vou.” E sua mente teimosa gritou “A não ser que o Niall peça, aí eu fico, sim!”. Ridículo! Aquilo era ridículo! “De qualquer forma, não seria justo com você. Eu estaria... Estaria pensando em outra pessoa.”
Danny deu uma risadinha sem humor.
“Esse irlandês não sabe a sorte que tem...”
abaixou a cabeça.
“Você podia ir lá dizer isso aa ele...” Respondeu baixinho, voltando a pegar o celular. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela nem sabia de onde estava vindo. Aquele tinha sido um dia muito estranho! Secou os olhos rapidamente, mas não rápido o suficiente.
Assim que a viu daquele jeito, ele não pensou. Danny levantou-se e sentou-se no sofá, ao lado de , puxando-a para seu colo.
Ela sabia que não deveria deixar, mas se sentiu confortável e protegida naquele abraço. Deitou a cabeça em seu peito e continuou chorando baixinho. Talvez estivesse segurando aquilo desde o elevador.
“Desculpa, Danny! Desculpa!”
“Você não precisa pedir desculpa por nada, !” Ele disse, dando um beijo no topo da cabeça dela. Ficaram assim por vários minutos em silêncio, até que Danny resolveu quebrá-lo: “Obrigado por mudar de ideia!”
Mudar de ideia? não se lembrava de ter mudado de ideia sobre nada!
“Sobre o que?”
“Sobre sermos amigos...”
Ela levantou a cabeça, sorrindo.
“Obrigada por mudar de ideia também. Obrigada por voltar!”
Danny sorriu de volta e mexeu a cabeça como se dissesse a ela para se deitar nele de novo. obedeceu e eles voltaram a ficar abraçados por mais algum tempo.
O que tinha acabado de dizer era verdade. Por mais que achasse que nunca diria aquilo, por mais que a surpreendesse mais que qualquer outra coisa, estava feliz que Danny estivesse de volta.

Capítulo 22 - Unsaid Things

“Queria te pedir desculpas pelo elevador e por tudo. Por favor, Niall, vamos conversar! Eu sinto falta de cada coisinha idiota que nós fazíamos juntos e tô morrendo de saudade! E eu queria que você soubesse que, se você pedisse, eu não hesitaria um minuto. Eu ficaria aqui com você. Eu daria um jeito. Amo você! Se cuida! X”
olhou para o celular, insatisfeita; carente demais, suplicante demais... Não parecia nem um pouco com o tipo de mensagem que ela trocaria com Niall. Tinha que dizer tudo aquilo, sim, mas tinha que ser pessoalmente. Apagou tudo e encarou a barrinha piscando no celular.
Podia aparecer na JJJ de novo; se recusar a sair de lá, enquanto Niall não falasse com ela. Bom, se a mensagem não era suplicante demais, fazer isso, definitivamente, era. Podia... Hum... “Coincidentemente” encontrá-lo na Faculdade de Engenharia. Boa! Iria lá, como se estivesse procurando , e seria bom encontrá-lo num lugar onde ele não poderia gritar, nem sair correndo.
Estava nesse devaneio com o celular na mão quando alguém deu uma tossida falsa perto dela. Era Alexander. assustou-se e sentou-se direito, largando o celular quase imediatamente.
“Você quer falar comigo, Alexander?” Disse.
“Na minha sala, por favor.”
Zayn ergueu a cabeça e olhou para a garota, alarmado. Ela levantou as sobrancelhas de volta, como se dissesse “O que será que eu fiz?”, e saiu atrás do orientador.
O garoto, na verdade, não estava prestando atenção à realidade à sua volta, por isso também assustou-se com o tom de seriedade na voz de Alexander. O que tinha aprontado? Enquanto não podia saber, voltou a se concentrar em seu próprio problema. Baixou os olhos para o celular novamente. Ele também escrevia uma mensagem.
“Sei que tá tudo confuso e estranho entre a gente, mas não nos falamos desde aquele maldito dia! Eu entendi, . E, se você quer assim, podemos ser amigos. Vou tocar no parque no sábado. É a última festa antes das provas, e eu queria muito te ver lá. Pode ser? ZM X”

estava sentada no quarto de , com Jess deitada em suas pernas e no computador. Elas deveriam estar estudando, mas, no momento, ouvir música e discutir se Jessica devia ou não se mudar de casa no próximo semestre estava mais interessante:
“Nós ainda temos um quarto vago aqui...” falou, apontando para algum lugar além da porta.
“E vai ter mais um quando a for embora.” lembrou-se. “Queria que ela não fosse... Vocês sabem quem vai ser o próximo RA?”
“Muda todo ano?” Jess perguntou.
“Não todo ano, só quando um RA sai.”
“Entendi.” Então a garota pareceu considerar a ideia, pela primeira vez: sair da casa onde nasceu, morar no terceiro andar... De qualquer forma, ela já passava metade do seu tempo lá! Seria uma questão de não ter que voltar tarde da noite para casa e, simplesmente, atravessar o corredor para dormir. Não teria mais o beijo de boa noite dos pais, era verdade, mas continuariam na mesma cidade; poderia almoçar com eles todos os dias, se quisesse. Era uma questão de conquistar independência; a independência que, às vezes, ela invejava nas amigas. Hora de cortar o cordão umbilical. “Eu... Eu vou conversar com meus velhos e ver o que eles acham.”
estava batendo palmas, animada, quando seu celular tocou. Era uma mensagem de Zayn, e seu coração ficou apertado. “Eu entendi, . E, se você quer assim, podemos ser amigos”. Mordeu os lábios. Andava evitando ao máximo pensar naquilo. Não tinha decidido ainda o que fazer. Era estranho “considerar” Zayn como qualquer coisa que não fosse como seu melhor amigo, só que, agora, até ver o nome dele em seu celular lhe trazia uma ansiedade estranha. Mas era... Zayn! Seu melhor amigo garanhão que nunca ficava com ninguém por mais de três meses! Como saberia que aquilo não era só ciúme, orgulho ferido ou “fogo de palha”? Do outro lado, havia Aidan. E como andava seu namoro? Indo de mal a pior, para ser sincera. No começo, sempre que fazia alguma merda, Aidan tentava ao máximo se redimir... E sempre conseguia. Agora, ele parecia ou não saber que estavam quase batendo no fundo do poço, ou sabia e não se importava.
?!” Jess chamou, estralando os dedos em frente ao seu rosto e acordando-a. “Que foi, mulher? De quem era a mensagem?”
“Zayn.” Ela explicou, apertando o celular. “Me chamando para ir vê-lo tocar no sábado.”
“Você já decidiu o que fazer?” perguntou, curiosa.
“Não. Ainda não. É só... Tão estranho!”
“Sou suspeita... Sou Team Zayn!” brincou, fazendo as amigas rirem. “Amiga, sério, qualquer que for sua decisão sobre ele, você PRECISA criar coragem e terminar com o Aidan! Você anda tão tristinha...”
Era verdade. Mas faltava exatamente aquilo: coragem. Era ridículo, ela sabia, mas, sempre que começava o assunto, pensava que, talvez, depois que a peça acabasse, finalmente, teria seu Aidan do início de volta. E se segurava nesse pensamento para não ter que encarar a realidade. A realidade que envolvia trocar o certo pelo incerto: terminar com o namorado e se jogar nos braços do seu melhor amigo, o maior galinha que conhecia.
“Eu sei... Eu sei...” Falou, cansada. “Mas nós vamos, né? Vê-lo tocar...”
As garotas fizeram que “sim” com a cabeça.
“Josh vai se apresentar também. Ele finalmente arranjou uma banda!” Jess contou, toda orgulhosa, fazendo e sorrirem.
“Mas que amigas groupies eu fui arrumar!” zombou e recebeu uma almofadada, e as três gargalharam.
“A gente deveriaa estar estudando...” disse, ainda rindo e se espreguiçando.
Jess fez um barulho de descontentamento e levantou-se das pernas dela.
“Vamos! Falta pouco!”
levantou-se também, dando um suspiro longo.
“Quando é a reunião, ?” perguntou.
“Me passaram pra depois das provas... Acho que eles querem me avaliar com todas as notas disponíveis.” Ela deu de ombros. “Então estou aqui. Vou estudar até meus neurônios cozinharem!”
Jess a abraçou de lado.
“Vai dar tudo certo!”
Ela sorriu para a amiga. Se não desse, ainda teria Jessica para acompanhá-la em todas as aulas e minimizar seu sofrimento, e todo o resto da turma para animá-la também. Era por isto que ela nunca cogitaria mudar de universidade: porque seu “happy place” era perto daquelas pessoas.

fechou a porta, ainda meio nervosa, e sentou-se.
“Larga a mão de ser louca!”, pensou. “Você não fez nada de errado. Deve ser alguma coisa sobre a defesa.”
, eu queria que você desse uma lida nisso com muito cuidado, por favor.” Alexander falou, passando um bloquinho de folhas pela mesa.
Ela leu o título e as palavras no cabeçalho “Pedido de Auxílio Financeiro para Projeto de Doutorado”. Folheou as páginas rapidamente e percebeu que se tratava de um projeto que, de alguma forma, dava continuidade ao que ela vinha fazendo no mestrado. Voltou a olhar para o orientador.
“Alexander, eu...”
“Eu sei que você tem que ir embora, que essas coisas são complicadas... Mas eu queria que você lesse e pensasse com carinho. Esse pedido vai ser mandado, de qualquer forma, mas eu queria muito que você fosse a doutoranda.” Ele explicou. “Se você resolver que não quer mesmo, eu vou abrir a vaga e fazer as entrevistas... Mas você tem prioridade.”
sentiu vontade de chorar. Não é que queria ir embora, era que precisava ir embora. Fez que “sim” com a cabeça e folheou o projeto de novo, só para ter o que fazer com as mãos.
“Até quando posso responder?” Perguntou, simplesmente.
“Segunda-feira que vem. No final tem um formulário para você colocar seus dados, caso se interesse.”
Ela concordou de novo, ainda quieta. Alexander pareceu triste também com a partida dela.
“Acho que você tem que pensar nisso direito, . Você claramente não quer ir. Às vezes, a gente faz uma tempestade num copo d’água por uma coisa que se resolveria facilmente com diálogo. Você tem alguma outra proposta de emprego?”
“Não...” Ela respondeu com a voz fraquinha de quem segura o choro. Não tinha começado a procurar nada. Procurar emprego seria confirmar que iria mesmo voltar para casa, e ela ainda estava fingindo que isso não iria acontecer.
“Então... Você tem uma semana para pensar e decidir, ok?”
“Ok!” queria sair dali logo para não chorar na frente do chefe. Seria muito embaraçoso! “Obrigada pela confiança, de qualquer forma!” Sorriu, e ele sorriu de volta.
“De nada! Agora, vá lá estudar que, pra qualquer decisão que você tomar, vai precisar de um certificado! E, pra isso, vai precisar arrasar na defesa!”
“Vou fazer o possível!”
Ela levantou-se, pegando os papéis; foi direto ao banheiro para esconder as lágrimas.
Quanto mais corria desse assunto, mais ele voltava, batendo na parte de trás dos seus joelhos, e a desequilibrava de novo!

“O que a acha disso?” Danny perguntou, trazendo aquele assunto à tona pela milésima vez.
Os três estavam sentados na cafeteria e, mais uma vez, o tópico era a partida da . levantou os olhos, meio sem saber se queria se meter na discussão. bufou, e sua cabeça viajou logo para os papéis em sua escrivaninha. Não tinha contado sobre a proposta de Alexander a ninguém.
“De novo, Danny?”
“Sim, de novo. Vou ficar te importunando até você recobrar o juízo! , o que você acha disso?”
A garota olhou de um para o outro e deu de ombros, voltando a mexer no café.
e eu nunca conversamos sobre isso.” respondeu por ela, também abaixando a cabeça.
Danny voltou a encarar a amiga, esperando por ajuda, mas parecia que ela não queria MESMO se meter naquele assunto.
“E não conversaram por quê?” Ele perguntou, olhando para as duas.
“Porque minha ida não está aberta a discussões, Jones! O combinado sempre foi esse, e é assim que vai ser, cacete!” perdeu a paciência. Ela não queria mais falar e pensar sobre aquilo. Não queria mais ficar sendo lembrada do que estava por vir toda hora. Só a deixava mais triste. “Você sabe muito bem onde eu moro! Pode ir lá ver a Jo quando quiser. Eu não vou desaparecer no mundo por dois anos! Que saco!”
Ela levantou-se de repente e saiu, sem nem olhar para trás.
“Eu disse, Jones, eu disse...” manifestou-se, finalmente. “Você está fazendo tudo errado! Nunca adianta ser insistente e chato com ela, você sabe disso!”
Danny suspirou. O que mais o incomodava era essa teimosia em nem sequer discutir sobre permanecer em Saint Mary. Ela não TINHA que ir embora. Sabia quão flexível e tranquila Mrs. era.
“O que eu faço pra ela ficar, então, ?” Perguntou, desesperado.
A amiga tinha uma expressão triste.
“Se eu soubesse, já tinha feito...”

andava meio pulando pela rua, parecendo uma princesa da Disney, o que só poderia significar uma coisa: o que estava prestes a fazer tinha a ver com Harry Styles.
E tinha mesmo!
Ela havia fechado a loja mais cedo e se dirigia para a academia no horário que Rob havia deixado escapar que o garoto estaria por lá. Tudo uma questão de perguntas sem propósitos e uma viagem de mentirinha no sábado de manhã. TERIA que ir à academia outro dia, poxa!
Rob sorriu ao vê-la.
“Ah! Minha boxer preferida!”
“Oi, Rob! E aí?! Decidi vir hoje ao invés de sábado, tem problema?”
“Claro que não! Vai subindo e se aquecendo, que eu já vou!”
fez que “sim” com a cabeça e subiu dois degraus de uma vez. Ao chegar ao grande salão onde praticava... Ninguém. Mas, claro! Claro que Murphy ia rir dela mais uma vez. Jogou sua bolsa no canto, com raiva, e foi se aquecer.
Pobre saco de pancadas!
Harry entrava na academia, respondendo uma mensagem de Louis, e nem havia visto Rob apoiado na mesa da recepção.
“E aí, Styles?! Está atrasado, meu garoto!”
Ele levantou a cabeça, meio perdido.
“Ah, oi, Rob! Desculpa! Estava meio enrolado... Quase nem vim!”
“Você tem companhia, hoje! Vão se aquecendo que já eu subo!” O instrutor disse, empolgado, mas Harry deu um sorriso amarelo.
Não gostava muito de treinar com mais gente, a não ser que fosse... Alguém de quem ele sentia muita falta!
A primeira dica de quem a pessoa era veio da bolsa jogada no chão que não lhe era estranha. Bom, não a bolsa propriamente dita, mas o chaveiro; o chaveiro com iniciais que ele conhecia bem.
Ouviu a respiração ofegante de alguém e virou-se. Lá estava ela! Toda séria e concentrada, contando baixo, enquanto pulava corda. Ele não conseguiu se conter e sorriu ao vê-la. Bem neste momento, também levantou o rosto; fez um movimento estranho, e a corda bateu em sua cabeça, fazendo os dois rirem e ela corar.
“Hey...” Ela cumprimentou, ainda sem graça e ajeitando a corda nas mãos de novo.
“Oi! Não... Não sabia que ia te encontrar aqui, hoje...” Harry falou, tirando sua mochila e indo aonde os pesos ficavam.
“Vou viajar nesse sábado, daí precisei trocar de horário.” Mentiu, e ele sorriu de novo.
“Bom ter companhia, para variar. Rob, às vezes, fala demais!” Ele não gostava de companhia, era verdade, mas, sendo ela... Precisava dizer o quanto estava feliz, sem dizer demais.
Os dois riram de novo e voltaram a se olhar da mesma forma que se olharam na cafeteria. Aquela mesma súplica silenciosa. A vontade de dizer coisas que não tinham sido feitas para serem ditas num lugar público. Harry, então, quebrou o contato visual e foi se aquecer, deixando desnorteada. Quando finalmente conseguiu voltar a se concentrar, Rob se juntou aos dois.
“Meus alunos preferidos!” Ele disse, ao entrar na sala, fazendo-os rirem.
Harry e se olharam mais uma vez e abaixaram a cabeça. Parecia que estavam de volta à novembro do ano passado. Os olhares, as risadinhas, as piadas sem emitir som, enquanto Rob contava algo que nenhum dos dois queria saber. Parecia certo de novo. Parecia que ainda estavam juntos.
Uma hora e meia depois, tomava água e secava o rosto quando o sentiu parar ao seu lado.
“Isso foi divertido! Você deveria começar a fazer aula neste horário!” Harry sugeriu, mordendo os lábios.
“Fica horrível para mim, para ser sincera. Tenho que fechar a loja correndo! Você é quem deveria voltar ao sábado. Qual é, Styles?! O que você faz sábado de manhã?”
Ele rolou os olhos.
“O que todo mundo normal faz, : coloco 1 litro d’água ao lado da cama e durmo até a ressaca passar.”
Ela riu e colocou as mãos na cintura.
“Você costumava fazer aula neste mesmo horário!”
“Eu tinha meus incentivos...” Harry falou, erguendo as sobrancelhas e a pegando desprevenida; cutucou a garota na barriga e foi saindo.
virou-se rápido.
“Não tem mais?”
Ele parou de andar e virou-se, sorrindo de lado.
“Talvez eu ainda tenha...”
Foi a vez de morder os lábios. O garoto ajeitou a franja daquele jeitinho que ela adorava e acenou.
Dois corações batendo muito mais acelerados que durante a aula de boxe, e só tinha uma certeza: estava de volta ao ringue.

No sábado, Louis bateu na porta e, sem esperar que alguém atendesse, foi entrando, sem cerimônias. Encontrou quem procurava deitado no sofá, o violão no colo e os olhos na TV (duvidava que ele estivesse prestando atenção, porém). Foi até o amigo e o pegou de surpresa quando, segurando sua calça e sua camiseta, ele o virou de lado.
“Que porra é essa, Tommo?” Niall perguntou, livrando-se das mãos do amigo e voltando a se deitar direito.
“Vim ver se você já criou raiz nesse sofá!”
O garoto bufou e não encarou Lou.
“Que saco!”
“Horan, pelo amor de Deus, larga a mão de ser bunda mole! Você tem duas opções: ou você vai atrás da , ou você desencana e segue sua vida. Agora, ficar nesse sofá 24/7, você não pode mais.”
“Eu nem sei se ela ainda me quer, cara... Deve estar feliz com a filha e o Jones...”
“Niall, eu moro no terceiro andar, você esqueceu? Se tem uma coisa que ela não está, é feliz.”
“Deve ser só o stress da defesa...” Ele resmungou.
Lou cruzou os braços e bateu o pé repetidamente, em sinal de impaciência.
“Ok. Acredite no que você quiser. Então você vai desencanar dela?”
“E, de qualquer forma, nem adianta mais porque ela vai emb...” Niall começou, como se não tivesse escutado o que Louis havia dito, mas foi interrompido.
“Ela vai a Marte, por acaso? Vai cruzar o Atlântico? Ela mora a 2 horas e meia daqui! Qual é a dificuldade?”
Por mais que Niall não quisesse admitir, Louis estava certo. A distância não seria problema se ele tivesse certeza de que eles ainda ficariam juntos. Abaixou a cabeça e coçou a nuca, frustrado. O problema não era ela ir embora, era o Jones. Se, pelo menos, soubesse o que estava se passando...
“Danny aparece por lá?” Perguntou e soube a resposta, antes mesmo de Lou dizê-la.
“Hum... De vez em quando. Eles têm uma filha juntos, Niall... A presença do cara vai ser meio constante agora.”
“Constante demais para o meu gosto!” Levantou a cabeça. “Você a conheceu? A Joanna?”
Lou abriu um sorriso pela primeira vez e fez que “sim” com a cabeça.
“Uma graça!”
“É... Ela é...”
Silêncio. O assunto morreu, e Lou percebeu que não ia conseguir tirar Niall do modo “drama mexicano” facilmente.
“Ok. Desisto! Não vou mais falar na sua orelha sobre isso. A gente vai fazer guerra de bexiga, antes da festa, hoje à noite. Vamos?!”
“Onde?”
“No meu iglu, Horan! Porra! Claro que é no terceiro andar, né?”
Niall não conseguiu não rir do amigo e, então, lembrou-se de que já havia ouvido e comentarem sobre essa guerra de bexiga.
“Mas...”
“Ela não está lá. Foi estudar na biblioteca porque diz que eu falo muito alto.”
“Mas que mentira deslavada, não, Tommo?!” O amigo ironizou e gargalhou.
“Se está rindo, está bom. Vamos, então?! Cadê o Murs? E aquele seu amigo calouro gente boa?”
Niall levantou-se e pegou a carteira, chave e celular em cima da mesa.
“Murs está no estágio. Que calouro? O Josh?”
“É, que namora a Jessica. Liga para ele e o chame também! Estamos desfalcados.”
“Quem não está aí?” Niall quis saber.
Quanto tempo tinha vegetado no sofá?
“Payno. Foi conhecer a sogra...”
“Está fodido.”
Os dois riram e Niall sentiu-se mais animado, acompanhando Louis para fora da JJJ. Era um alívio saber que não a encontraria por lá, tinha medo de vê-la e descobrir que e Danny estavam juntos. Seria demais para ele!

ia apressada ao SPR, falando com no telefone.
“Mas você não está no terceiro andar? El me ligou desesperada!”
A amiga estava fazendo um esforço hercúleo para não rir e manter a farsa.
“O Tomlinson começou a gritar, e eu saí de lá para estudar, . Deve ser alguma coisa com a Lottie... Será que ela foi lá fazer barraco de novo com os dois?”
bufou e apertou o passo.
“Merda! El não me contou nada de diferente sobre ela, nos últimos tempos! Achei que estivesse tudo do mesmo jeito!”
sentiu um pouco de pena ao ver o desespero da amiga, mas, sabendo do plano, apenas continuou a história:
“Para ela te chamar, deve ter sido sério...”
A garota passou correndo pela recepção na residência estudantil e entrou no elevador. Assim que saiu, ainda com o celular na mão, sentiu alguma coisa se chocar com a sua perna, e seu jeans inteiro ficou molhado. olhou para baixo e, depois, para frente, sob uma explosão de risadas.
“Eu vou te matar!” Ela disse, simplesmente, e pôde ouvir a amiga gargalhando do outro lado da linha, antes de desligar. “QUEM FOI?”
Olhou melhor para o corredor e começou a reconhecer os rostos dos meliantes. Josh abraçava Jess por trás e os dois davam risadinhas tímidas, meio em dúvida sobre para quem tinha sido o “vou te matar!”, Niall e Louis gargalhavam e se apoiavam um no outro para não caírem no chão. Eleanor se escondia atrás do namorado, morrendo de medo de ser despedida, e estava segurando uma bexiga em posição de lançamento, mas parecia petrificada. Então havia outro garoto parado bem no meio do corredor. Ele ria e lançava um olhar desafiador para ela. Harry Styles era a personificação da perdição bem diante de : uma camiseta branca já molhada e marcando seu abdômen, o cabelo molhado e a expressão de moleque em suas feições de homem. Ela nem conseguiu falar por um tempo e apenas o encarou.
“Joga outra, Harry! Duvido!” Louis falando, fazendo-os desviarem o olhar.
“Você, Louis Tomlinson, é um homem morto!” A garota ameaçou, atravessando o corredor e se escorando na porta de para retirar as sandálias. “Alguém está com a chave da ?”
Ela evitou olhar para Niall, mas sua visão lateral captou o irlandês colocando as mãos no bolso e fitando o chão.
Eleanor foi até lá, rindo.
“Deixa suas coisas no quarto do Lou, chefinha!”
“A senhora, Eleanor Calder, está encrencadíssima também!” falou, colocando sua bolsa na cama do namorado da estagiária. “Isso foi traição!”
Ela riu.
“Foi tudo parte de um plano muito bem bolado por mim e pelo Lou. Confia!” estreitou os olhos, mas El riu mais uma vez e saiu do quarto. “Vem logo!”
E, então, quando fechou a porta, sentiu outra bexiga sendo estourada em suas costas.
“TOMLINSON!”
O garoto deslizou pelo corredor, rindo, e foi parar atrás de Niall.
“Desculpa por isso, !” disse, chegando perto dela e lhe entregando alguns balões. “Os meninos queriam muito brincar, e o Lou estava indócil!”
“Não tem problema... Mas vocês podiam ter me contado! Eu viria, mesmo assim!” As garotas olharam para ela com uma das sobrancelhas levantadas. “Ok. Talvez eu desse uma desculpa... Mas vocês precisavam tanto assim da minha presença?”
“Tem que ter uma velha para inspecionar, né?” Niall explicou, dando de ombros.
“Mas o que é isso? Todos contra a ?” Falou e logo jogou uma bexiga em Niall, acertando seu braço e o encharcando.
O garoto deu aquela sua risada típica, e ela não pôde deixar de pensar na melhor amiga.
“Não, agora que você chegou, a gente pode brincar disso direito!” Eleanor falou, puxando um balde cheio de bexigas para perto de si, e Jess e logo pularam para o lado delas do corredor. “Meninas contra meninooos!” Gritou, e logo o caos estava instalado.
Lou gritava ordens para os meninos, que, uma hora, se encheram dele e gastaram todo um balde de bexigas em sua cabeça, deixando-o completamente molhado. Todos se revezavam para encher mais balões e, quando acharam que tinham chegado ao último pacote, Harry apareceu com mais uma sacola cheia. Jess e Josh eram o casal ternura e, assim que a primeira fase “guerra dos sexos” acabou, ficavam sempre juntinhos, e Josh, toda hora, aparecia para defendê-la, ou distribuía beijos por todo o rosto da namorada, e a ajudava com o cabelo molhado. Porém, estavam cercados por uma maioria de mal amados, e logo viraram um alvo fácil; cada vez que faziam alguma coisa fofinha, eram bombardeados. Lou e El, no outro extremo, às vezes, precisavam ser separados para não gastarem todas as munições neles mesmos. Niall se apoiou na parede, no meio da brincadeira, e todos pareceram alarmados pela sua expressão de dor. e Jessica logo se aproximaram dele, perguntando sobre seu joelho.
“Está doendo um pouquinho, mas...” Ele dizia e, então, abriu um dos olhos e soltou uma risada. “PEGUEI VOCÊS!” Gritou, enquanto e Harry rasgavam bexigas em cima da cabeça delas, que soltavam todo tipo de palavrões, fazendo os outros rirem.
Os três se cumprimentavam e trocavam high 5s, e se pegou em mais uma cena envolvendo Styles e ela se olhando pelo que parecia a eternidade. Até quando ficariam assim? Até quando seria só isso?
“Vai, calouro! Estou mandando!” Ouviram a voz de Lou ecoar pelo corredor.
“Que é que você está pagando de veteranão aí, Tomlinson?” Ela perguntou, parando com a mão na cintura. Niall estava no meios dos dois, mais perdido que cego em tiroteio. “Joga nele, Niall!”
“Eu sou veterano da Engenharia, portanto, mais veterano dele que você!” Louis retrucou.
“Veterano é universal, meu querido!”
“Joga logo a bexiga nela, Niall!”
“Horan, você tem que me obedecer! Eu sou mais velha!”
“Ah, vão tomar no cu, vocês dois!” O garoto soltou, abaixando-se para pegar mais bexiga e acertando os dois.
Houve uma salva de palmas, e até e Louis gargalharam.
Mas, então, antes mesmo de todas as bexigas acabarem, os combatentes começaram a se cansar, e ainda havia a festa em algumas horas! Jess sentou-se no chão com Josh e Niall, um de cada lado.
“Eu, definitivamente, vou morar aqui no próximo ano!” Falou, como se finalizasse uma conversa. “Não tem como não amar este lugar!”
Niall olhou para a porta de e suspirou. Sentia tanta saudade dela! Tanta saudade daquele corredor...
enrolou seu cabelo, fazendo pingar um pouco de água no chão.
“Preciso ir embora. O Hendrix ficou sozinho...”
“Ir embora sem limpar o corredor?” Lou perguntou teatralmente, fazendo-a revirar os olhos. “Pode isso?”
“Eu não fui convidada pra nada disso! Não assinei contrato nenhum!” Ela respondeu.
“Vamos fazer assim: você recebe a última bexigada, e eu te deixo ir embora.”
Ela cruzou os braços, pensando em argumentar, depois olhou para si. Ainda estava molhada. Uma bexiga a mais, uma bexiga a menos...
“Vai, então, Tomlinson.”
Lou virou-se para Harry, que conversava com , e sorriu.
“Styles?! Você pode vir aqui me fazer um favorzinho?”
Os dois o encararam. Eleanor deu um sorrisinho vitorioso.
“A última bexiga d’água na , por favor.”
Ele pareceu confuso e olhou para ela, que fez que “sim” com a cabeça, lhe dando permissão. Harry escolheu um balão e parou de frente para a garota; os dois estavam mais perto do que tinham estado desde o réveillon. encarou os olhos verdes próximos aos seus, quase em êxtase. Por um segundo, esqueceu-se de onde estavam e de que não estavam sozinhos. Respirou fundo.
Harry ainda não tinha feito nada; também a encarava e parecia incapaz de agir ou de quebrar aquele momento. Ele queria dizer mil coisas, pedir desculpas por ter sido tão duro, perguntar se ela ainda o queria como ele a queria... Mas não conseguia se mover. Quando finalmente se lembrou do que deveria fazer, ergueu os braços e sussurrou “me desculpa!”, antes de molhá-la de novo. Os dois riram e ele tentou enxugar o rosto dela com as mãos, mas era um exercício inútil, então disse as únicas palavras que ele não queria ouvir:
“Eu preciso ir embora.” Disse, como se pedisse desculpa. Ela queria ir correndo para casa, tomar um banho, colocar uma roupa decente, e aí, sim, encontrá-lo. Estava cansada, molhada e tinha ido para lá direto da loja. Não era como tinha imaginado fazer as pazes com ele.
Antes que pudesse dizer isso a ele, Harry sorriu, meio derrotado, e fez que “sim” com a cabeça.
“Vou me secar.” Disse, dando um tapinha no braço de Louis e desaparecendo pela escada.
Lou colocou a mão nos olhos como se não pudesse acreditar.
, você pode, pelo amor de Deus, ir atrás desse menino?” Ele disse.
“Mas, eu...”
“A gente consegue cortar a tensão sexual de vocês com uma faca!” Completou.
Os outros riram, e mordeu os lábios, nervosa.
“Vá, !” Eleanor encorajou.
“Hum... Ok, então.” Falou, ainda meio incerta.
“Vá logo, !” Niall apareceu ao seu lado, dando um leve empurrão em suas costas.
E, então, ela se encheu de coragem e foi andando em direção a escada. Não conseguiria passar 2 segundos paradas no elevador!

bateu na porta do quarto já conhecido; mordeu os lábios e deu alguns pulinhos ansiosos, antes de encontrá-lo parado perto do batente. Harry segurava a camiseta branca e pareceu surpreso ao vê-la ali.
“Harry...” A garota chamou, sem se lembrar exatamente de como tinha ensaiado começar; tentava não parecer muito indiscreta quando olhava para ele sem camisa, mas era quase impossível. “Harry...” Disse de novo, tentando colocar as palavras em ordem.
Para ele também não estava sendo fácil. nem tinha reparado, mas sua camisa também estava colada ao corpo, e Harry estava achando terrivelmente sexy o jeito como ela havia amarrado o cabelo. Levou um banho de água fria quando a ouviu dizendo que precisava ir embora, ainda no andar de baixo, mas lá estava de novo, olhando-o daquele jeito que alternava entre ternura e luxúria. Desta vez, nada atrapalharia. Desta vez, não haveria mal entendidos.
Antes que ela pudesse continuar, ele a puxou pela mão para dentro do quarto.
Garotos – Leoni https://www.youtube.com/watch?v=4UXRWTcI2TM

“Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões”


sorriu ao se ver parada de novo ali. O quarto continuava exatamente como se lembrava, com as roupas espalhadas, a escrivaninha abarrotada de livros, papéis, casacos e copos da Starbucks. A bagunça que ela, em um passado não muito distante, de vez em quando, arrumava; de vez em quando, mandava Harry arrumar... E o cheiro! O cheiro dele por todos os lados! Estava cercada por um de seus perfumes preferidos e sentia-se tão feliz e leve que parecia estar sonhando.
“Queria falar com você...” Ela começou, torcendo as mãos. “Queria te pedir desculpas por ter sido tão estúpida. Eu nunca tive vergonha de você, Harry... Eu só... Eu achava que estava fazendo alguma coisa errada e que isso podia colocar tudo o que eu havia conquistado com tanto custo a perder.”
Harry não parecia estar escutando, porém. No momento, encontrava-se escondido atrás da porta de seu armário e não dizia nada. se calou também, passando um braço no outro e tentando se aquecer. A ideia de ir correndo direto da guerra de bexigas já não parecia mais muito inteligente.
O garoto fechou a porta do guarda-roupa e rumou até ela com uma toalha na mão, parou de frente para si e a embrulhou, ainda calado.

“Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem...”


Ficaram assim por um tempo: enrolada na toalha, e Harry friccionando os braços dela para esquentá-la. Ele continuava sem camisa e sem abrir a boca. Seus olhos passeavam por onde suas mãos estavam; o pescoço e o rosto da garota que envolvia.
queria que ele dissesse algo, mas não parecia ser o caso, por isso, voltou a falar:
“Eu demorei pra perceber que estava fugindo do inevitável e tentei... Juro que tentei fazer o que parecia direito! Mas, simplesmente, não funcionou pra mim. Eu não quero um cara da minha idade, que todo mundo considera “um bom partido”. Eu quero o garoto do quarto andar... Que me irritava e me fazia rir, e discutia comigo se gatos eram melhores que cachorros! E estou aqui pra saber o que você quer, Styles.” o encarou e suspirou ao perceber a intensidade do olhar dele sobre si.
Harry dava um sorrisinho de lado e, assim que parou de falar, ele também parou de mexer os braços.
“Terminou?” Ele disse, pela primeira vez. A garota fez que “sim” com a cabeça, incapaz de cortar o contato visual. “Que bom!”
E, sem mais demora, Harry fez o que ambos ansiavam há tanto tempo.

“Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos”


Era isso! Era isso e só isso. A toalha caiu no chão quando passou seus braços pelo pescoço de Harry e se arrepiou quando foi puxada por ele para mais perto, sentindo os dedos frios do garoto em sua nuca e na cintura. Era como se precisassem se beijar por todo o tempo que passaram separados, antes que o mundo acabasse, urgente e intenso.
Haviam sentido tanta falta um do outro! De como se beijavam e se entendiam sem muitas palavras... Talvez fosse isso que Harry estava tentando provar, enquanto falava e ele não respondia. Não precisavam daquilo. Sabiam o que tinha acontecido e sabiam o que estava errado. E também sabiam que nada mais importava, que só queriam estar juntos exatamente daquele jeito! Ambos sorriram abertamente quando se separaram. Harry chegou a dar uma risadinha, como se não pudesse acreditar que estavam mesmo juntos de novo, e tomou um tempo para estudar, pela milésima vez, o rosto do garoto à sua frente; a covinha, o sorriso, os olhos, o cabelo molhado caindo nos olhos...
Mas, apesar de saber que estava tudo bem, sentia que tinha que dizer tudo a ele; que não iria escondê-lo mais e que estava disposta a apresentá-lo como seu namorado a todo mundo. O começo de sua frase, porém, coincidiu com Harry começando a desabotoar a camisa dela.
riu.
“Calma, Styles! Preciso te falar uma coisa antes!”
O garoto levantou a cabeça.
“Você não pode falar, enquanto eu termino aqui?”
rolou os olhos, ainda rindo.
Eu tenho que falar primeiro!”
“A gente não pode conversar deitado na minha cama?”

“Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eu não sei o que faço
Aqui de palhaço, seguindo os seus passos”


Era impossível ficar séria, olhando para aquele sorrisinho de lado; aquela expressão adoravelmente marota que, provavelmente, o livrava de todos os apuros em que ele se metia.
deu um tapinha em seu braço.
“A gente vai chegar lá, mas me ouve primeiro!”
“Só mais um...” Harry falou, desabotoando mais um botão da camisa dela.
resolveu ignorar e continuar:
“Se você ainda quiser, eu vou te apresentar a todo mundo como meu namorado, e vai ser tudo do jeito que tem que ser.”
“Você está me pedindo em namoro?” Ele perguntou.
“Só se você for aceitar...”
Os dois riram e Harry a encarou. Estava tão linda e parecia tão decidida de que iria assumi-lo como seu namorado, dali para frente! Tinha aquele brilho nos olhos que sempre carregava consigo, aquela certeza... Ela parecia sempre ser assim, e ele amava poder ver tudo isso de perto mais uma vez.
“Hum...” Fingiu considerar. “Deixe-me te beijar de novo, enquanto penso...”
E, desta vez, pareceu não se importar com os botões de sua camisa ou com qualquer outra coisa, porque ela tinha Harry de volta e não iria mais deixar nenhum tipo de insegurança levá-lo embora novamente.

“Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só
Garotos...”


“Vou matar você, a Eleanor e o Tomlinson... DE AMOR! Obrigada por darem um empurrãozão para essa história desenrolar! Como recompensa, vou ser uma péssima amiga e te abandonar, hoje à noite, pra ficar aqui com o meu menino! Me perdoa??! xx”

riu da mensagem e começou a digitar a resposta, enquanto andava no meio do pessoal; já esperava que não aparecesse e tinha combinado de encontrar as meninas na festa, porque se atrasou para se arrumar. A banda de Josh se apresentava, e logo seria a vez de Zayn, por isso, ia andando em direção ao palco, esperando que as encontrasse por lá.

“Se você saísse daí, AÍ, SIM, você seria uma péssima amiga! Pq eu e El não gastamos nosso tutano nesse plano e nem nosso dinheiro em bexiga à toa! Aproveita seu Styles! Você merece (mas quero saber de tudo amanhã, obviamente)! Te amo! xx”

sorriu para a tela do celular, realmente, contente pela amiga. Ela merecia ser feliz! Os dois mereciam ser felizes! Levantou a cabeça, ainda procurando as garotas pela multidão, e logo avistou o cabelo ruivo de Jess ao lado de .
“Hey!” Cumprimentou, dando um beijo na bochecha de cada. “Cadê a e os meninos?”
“Foram ao bar! Já, já, eles voltam!” respondeu.
Jessica estava muito entretida, babando o namorado.
“E como foi com sua mãe e o Liam, hoje?” lembrou-se do porquê a amiga não estava no corredor naquela tarde.
deu risada.
“Meu pai ficou puto, porque ela amou o Liam!” A garota contou. “Falou até que tinha me dito que ele era lindo no primeiro dia!”
“E ela disse mesmo?”
deu de ombros.
“Não me lembro, mas acho que sim.” As duas riram. “Meu pai vai ter que odiá-lo sozinho!”
“Coisa de pais...” deu de ombros e virou-se para o palco pela primeira vez quando a banda de Josh começava a última música que tocariam.

Too young to feel this old – You me at six https://www.youtube.com/watch?v=37o1m0MTHf8

“We're not young anymore,
what are you so scared of?
Is it being alone when we no longer have the sun?
I don't need easy if you're there for me to lean on
I went looking with my eyes closed
Now I know I've found the one.”


Josh abriu os olhos e sorriu para Jess ao cantar esses versos. e soltaram um suspiro juntas ao observarem os dois. Tão fofinhos!
Liam apareceu com dois copos e entregou um deles a , cumprimentando em seguida e parecendo todo animado. Ele tinha mesmo sido bem tratado pela sogra, não? Abraçou a namorada por trás e ficaram os dois dançando ao som da banda de Josh. olhou para trás e avistou Niall vindo em direção a eles com .
Eles riam de alguma coisa, e a garota sorriu ao observar que Niall trazia um copo verde nas mãos. Parecia uma eternidade desde aquela festa de Halloween, mas ela ainda se lembrava de tudo perfeitamente; a fantasia que ele usava naquele dia, os pedidos, os sorrisos que deram início a tudo, Wild Ones... Sentiu um aperto no peito; desses que a gente sente, às vezes, quando se lembra de algum momento e morre de vontade de voltar a eles.

“Can we learn to love again?
Can we learn to feel again?
Cause we're too young to feel this old
Yeah, we're too young to feel this old…”


Virou-se para frente de novo e esperou os dois chegarem aonde eles estavam.
?!” chamou, indo abraçá-la. Niall parou do outro lado de Liam, sem cumprimentá-la. “Achei que você nem vinha mais!”
“Demorei anos, mas cheguei! Quase perdi a banda do Josh!”
Jess virou-se para elas, radiante, ao ouvir o nome do namorado.
“Ele é o máximo, não é?”
“É, sim!” As amigas responderam em uníssono e riram.
Não demorou dois segundos para Jessica ser perdida novamente.
“El está por aí? Preciso lhe mostrar a mensagem que me mandou!”
abriu um sorrisão.
“Eles se acertaram, finalmente!”
“Sim! Finalmente!”
Niall deu uma olhada por cima do ombro e sorriu. Ela estava tão bonita, mesmo parecendo um pouco cansada! E deveria estar exausta, mesmo... Sabia que ela vinha estudando feito uma doida e que, agora que todo mundo sabia, trazia Joanna para passar mais tempo no terceiro andar. Queria saber como se sentia em relação a ele... Se algo havia mudado.

“Give up the ghost, it'll never be as good as that again,
like that time it left us both in stitches on our bed
Better late than never, here comes your better half
If the shoe fits then you need to learn to run and live, my friend”


ficou por um tempo dançando e absorvendo aquela música — “If the shoe fits, then you need to learn to run and live, my friend”. Mais uma vez, estava com medo de viver. Mais uma vez, estava pensando demais. Se queria Niall de volta, teria que ir até lá buscá-lo. Foi ela quem havia errado. Era quem tinha que ir atrás dele primeiro. Se o garoto não quisesse mais ficar com ela, ela teria duas opções: esperar que, um dia, mudasse de ideia, como havia feito, ou aprender a viver sua vida sem ele. Mas jamais tomaria uma decisão sobre qual caminho seguir se não desse o primeiro passo.
Respirou fundo algumas vezes. O que ia dizer? Ia dizer ali mesmo? Agora?
“Está tudo bem, ?” perguntou, colocando a mão no ombro da amiga.
“Está sim... Estou só tomando coragem...” Ela respondeu, apontando Niall discretamente.
sorriu e fez que “sim” com a cabeça, encorajando-a, e apertou sua mão.
“Vai dar tudo certo! Aproveita que, hoje, é dia!”
As duas riram.
deu um passo para trás e dois para o lado, parando atrás de Niall. O garoto e Liam batiam os pés juntos, no ritmo da música, e ele mexia os braços como se tocasse uma bateria imaginária. A garota mordeu o lábio, quase se impedindo de estragar aquele momento. Mesmo de costas, ele parecia adorável.
Quando Niall voltou a abaixar a mão que não segurava o copo, a segurou, fazendo-o se assustar. Seu coração disparou ao perceber quem era.

“Can we learn to love again?
Can we learn to feel again?
Cause we're too young to feel this old
Yeah, we're too young to feel this old…”


“Posso falar com você? Você… Quer terminar de ver o Josh tocar?” perguntou, receosa.
Ele sorriu e virou-se de frente para ela, ficando de costas para o palco.
“Não, tudo bem. Estava no ensaio deles até ontem... Muito boa a banda, né?! Josh estava doido para encontrar uns caras que tocassem esse tipo de música, aí o Max chamou ele e...”
A garota sorriu ao observá-lo daquele seu jeitão empolgado, falando do que gostava. Ele parecia ter se esquecido completamente de que não estavam mais juntos e que estava só tagarelando sobre seu dia, como antes.
Niall parou de falar ao perceber que estava fazendo isso e coçou a nuca, encarando o chão.
“Desculpa! Me empolguei. O que você ia dizer?”
soltou o ar.
“Eu só queria pedir desculpas... Por tudo, Niall, porque nunca te contei da Joanna antes e nem do Danny. Foi um erro besta, e eu estraguei tudo! Desculpa por ter demorado tanto pra vir te falar isso também. A verdade é que, de novo, eu estava morrendo de medo de tudo! Meu problema é sempre esse!” Ela falou de uma vez, esperando que ele estivesse ouvindo, apesar do barulho. “E me desculpa pelo dia do elevador! Se eu pudesse, passaria a noite inteira te pedindo desculpas... Eu só quero que fique tudo bem entre a gente. Não quero mais que você fuja do terceiro andar, não quero mais que seja estranho quando a gente estiver no mesmo lugar...”

"I'm just a boy," he said.
"I'm just a girl," she said.
"We're in love," they said.
What happens next, who cares?

"And I'm just a boy," he said.
"I'm just a girl," she said.
"We're in love," they said.
What happens next, who cares?”


Sabe quando você ouve uma pessoa dizer milhões de coisas, mas parece que só uma faz sentido? Era assim que Niall se sentia. Seu coração estava na boca, prestes a pular para fora, enquanto ele estava parado ali de frente para sua garota. Quando sentiu a mão de na sua, achou que era a hora; finalmente, iam se acertar! Finalmente, ele a teria de volta! Mas foi aí que seu cérebro se apegou demais a apenas uma palavra do discurso dela: “Eu SÓ queria pedir desculpas...”, “Eu SÓ quero que fique tudo bem entre a gente...”.
Só. Ela não queria mais nada, além daquilo.
Sentiu-se sendo engolido chão adentro. Não era isso que queria ouvir. Não era isso que achava que ia ouvir quando finalmente conversassem. Então lembrou-se de Louis dizendo que Danny ia ao terceiro andar, vez ou outra; lembrou-se da conversa deles no elevador... Era inevitável. Lógico que eles voltariam! Tinha perdido e deveria ser um bom perdedor. SÓ queria que Niall aceitasse suas desculpas, e ele já havia a perdoado há muito tempo. Forçou um sorriso e deu de ombros.
“Claro que perdoo, ! Claro que perdoo!”
Ela sorriu de volta e aproximou-se, mas Niall abaixou a cabeça, e ela só pôde dar um beijo em sua bochecha. Ficando totalmente sem graça com a reação do garoto, se afastou.

“Can we learn to love again?
Can we learn to feel again?
Cause we're too young to feel this old
Yeah, we're too young to feel,
We're too young to feel this old.”


O barulho de palmas os assustou, e ambos olharam em volta. A apresentação do You me at six, a banda de Josh, parecia ter terminado, assim como o assunto entre e Niall. A garota parecia totalmente perdida.
O que tinha acontecido? Por que Niall não quis beijá-la? Tinha demorado demais? Tinha perdido sua chance?
Burra! BURRA! O que estava pensando da vida? Que sempre haveria o Ano Novo e a contagem regressiva, e ela sempre poderia esperar pelo último minuto para correr atrás dele, e tudo daria certo? Niall era incrível demais, precioso demais... E ela já havia perdido.
Soltou o ar, enquanto tentava se recompor, e forçou um sorriso.
“Eu... Acho que estou indo embora...” Ouviu-se dizendo. “Ainda tenho umas coisas para fazer.”
Niall fez que “sim” com a cabeça.
“Hum... Ok.”
“A gente se vê?!”
“Claro!” O garoto respondeu e lhe entregou o copo que segurava. “Ouvi dizer que você coleciona...”
teve vontade de chorar. Pegou o copo e ficou mirando o objeto em suas mãos, sentindo saudade novamente do que nunca mais teria. Acenou e virou-se para sair.
“Até mais, Niall!”
A garota sumiu, antes que ele pudesse responder. Ia passando, esbarrando nas pessoas, sem se importar muito. Queria chegar em casa logo e poder chorar em paz. Alguém a segurou, e ela virou-se, esperançosa, mas não era Niall.
?! Tudo bem?”
“Oi, Danny!” Disse, limpando as lágrimas rapidamente.
O rapaz franziu a testa.
“O que aconteceu?”
“Nada... Nada. Eu estou indo para casa, tá? Tch...”
Mas Danny não deixou que ela saísse.
“Sério! O que houve?”
“Não houve nada. Eu só... Eu estou ansiosa com a defesa e tive um ataquezinho de nervoso.” Mentiu. “Vou para casa! Já, já, passa!”
“Sozinha? Nem pensar! Vou com você.”
Mas não queria companhia; muito menos a de Danny, naquele momento.
“Está tudo bem. Mesmo! Eu preciso ficar sozinha, Danny. Obrigada, mas não precisa, não...” Tentou se controlar e sorriu, querendo tranquilizá-lo.
“Me liga amanhã, então, pra eu saber se você está melhor.”
“Ligo...” disse vagamente, já se livrando das mãos dele.
Antes de sair, viu Niall passando entre as pessoas, e sua expressão também não era das melhores; ficou observando-o por um tempo, e os olhos de Danny acompanharam os seus. Ele entendeu o motivo do estado da ex-namorada. Não disse mais nada e deixou que fosse embora. Balançou a cabeça, sentindo-se impotente.

começou a bater a perna nervosamente no chão, enquanto observava o palco vazio. Era um tipo estranho de ansiedade. Não tinha visto Zayn desde o dia em que ele havia dito que estava apaixonado por ela. lhe deu um abraço de lado ao reparar seu desconforto. E Liam virou-se ao perceber o movimento da namorada.
“Que houve, ?” Perguntou.
“Zayn é o próximo a tocar, e a ...” começou a responder por ela, mas Liam bufou ao ouvir o nome do garoto.
As duas fecharam a cara para ele.
“Zayn não deu em cima da Danielle, Payne!” falou, enfurecida. “Ele me disse que nunca fez nada, e eu acredito!”
“Além do mais, ele, agora, está apaixonado pela , então é bom você parar com esse ódio gratuito, Liam, porque, se eles começarem a namorar, nós vamos sair todos juntos!” completou, parecendo brava também. Ela, normalmente, não falava nesse tom de voz, o que significava que deveria mesmo prestar atenção.
Ele coçou a nuca, meio sem graça.
“Eu não sabia... Desculpa, ! E desculpa, !” O garoto disse, apertando o abraço na namorada.
“Tudo bem. Ai, acho que preciso beber!” falou, incapaz de ficar ali parada. Se já estava inquieta antes, ficou mil vezes pior, depois de ouvir a amiga falar em namoro e encontros de casal. Com Zayn?! ZAYN?! “Já volto, gente!” Saiu apressada para o bar e nem percebeu o rosto conhecido, até ser chamada de volta.
?!” Lottie a chamou.
Fazia tanto tempo que não conversava com a Tomlinson caçula (talvez, por ela ser contra El e Lou), que quase não se lembrava de que havia a conhecido antes das meninas.
“Oi, Lottie! Como você está? Quanto tempo!” a cumprimentou, sorrindo.
“Tudo bem! Muito tempo, mesmo! E você? E a faculdade? E seu namorado?” Ela perguntou, parecendo mesmo interessada. Infelizmente, aquele não era um assunto que queria discutir. “Fui assistir a peça dele quando estava aqui ainda! Ia te contar, mas...” Lottie parou de falar, e seus olhos se fixaram em um ponto acima do ombro esquerdo de , que virou-se para saber o que a garota estava olhando.
Eleanor puxava Louis pela mão em direção ao bar e os dois gargalhavam. Quando chegaram ao balcão, ele a abraçou por trás e lhe deu um beijo demorado na bochecha. Eleanor virou-se de frente para o namorado e os dois ficaram um tempo ainda rindo e conversando, enquanto ela mexia em seu cabelo.
sorriu e virou o pescoço para ver a expressão de Lottie. A garota observava a cena, séria, porém não parecia brava.
“Eles são um dos casais mais lindos que eu já vi, Lottie.” Não parecia que ela ia responder, por isso, continuou: “Sei que você era muito apegada a Hannah e não sei como era o namoro dela com o Lou, mas olha só para esses dois! Você conhece alguém mais apaixonado?”
Lottie voltou a olhá-los. Eleanor descansava a cabeça no ombro do namorado, que a abraçava pela cintura, enquanto eles eram atendidos no bar. Talvez fosse porque tinha pego os dois em uma cena um pouco traumatizante — agarrando-se na cozinha —, mas nunca tinha conseguido imaginá-los sendo fofos um com o outro. Fugiu tanto deles, depois, que não se permitiu observar a dinâmica do casal. Na verdade, nunca tinha sido capaz de visualizá-los como os via agora. Lou e El pareciam mesmo felizes! O jeito cuidadoso como o irmão mexia no cabelo da garota e como ela ria sem parar de algo que ele havia dito. Eleanor pagou as bebidas e os dois saíram de mãos dadas de novo pelo meio do povo.
“Se você pudesse escolher a melhor garota no mundo para o seu irmão, Lottie...” começou, voltando a olhar para ela. “Você não escolheria a Eleanor? Porque nós não conhecemos o Lou há tanto tempo quanto você, mas ninguém tem dúvidas de que ela é incrível e perfeita para ele.”
Lottie fez que “sim” com a cabeça. Ela havia entendido.
A questão nem era quem ela escolheria para Louis. A questão é que ele já havia escolhido. E, dentre todas as pessoas daqueles campus, ele havia mirado em sua melhor amiga; a garota que estava sempre lhe dizendo palavras de encorajamento, mesmo nas segundas de manhã, antes de uma prova. A garota que sempre aparecia com um remédio para ressaca, um chá para dor de cabeça, bolsa de água quente para cólica... Sua companheira de república, sua parceira de festas, sua amiga para todas as horas. Seu irmão estava em boas mãos. Nas melhores mãos. Havia sido um tiro certeiro.
“Eu...” Não sabia bem o que dizer, mas, pelo jeito, compreendeu que tinha feito sua parte e sorriu.
“Eu sabia que você ia entender! E vê se aparece mais no terceiro andar, agora, hein?!” falou, abraçando-a. “Eu preciso ir! Meu melhor amigo...”
E assim que disse aquelas duas palavras, Zayn e os garotos subiram no palco.
Lottie sorriu e fez que “sim” com a cabeça.
“Vá lá! E bom show!”
As duas se abraçaram de novo e saiu andando em direção ao palco, sem nem chegar ao bar. Acabou parando para observar Zayn quando o garoto chegou perto do microfone.
“Boa noite!” Ele disse, meio tímido. “Obrigado a todo mundo que largou os cadernos e revisões esta noite para vir beber e ouvir a ZAP.” Zayn deu um de seus sorrisos avassaladores, e se pegou prendendo a respiração. Não era uma reação normal. “A primeira música que vamos tocar não costuma estar em nosso repertório, mas convenci meus amigos a tocarem só hoje...” E, enquanto os garotos começavam os primeiros acordes, ele aproximou-se mais do microfone e disse: “Você sabe que essa é para você.”
Seus olhos castanhos passearam pela multidão, mas ele não a viu. O pessoal do terceiro andar estava bem perto do palco, e as garotas o encaravam, boquiabertas, mas não estava com elas.
Let me love you – Mario https://www.youtube.com/watch?v=H64QG4UsrGI

“Mmmm... Mmmmm... Yeah...Mmmmm... Yeah, Yeah, Yeah
Mmmm...Yeah... Mmmm.... Yeah, Yeah

Baby I just don't get it
Do you enjoy being hurt?
I know you smelled the perfume, the make-up on his shirt
You don't believe his stories
You know that they're all lies
Bad as you are, you stick around and I just don't know why”


mordeu o lábio. Era para ela, não era? Porque, se Zayn tivesse mudado de opinião e estivesse cantando para outra garota, iria capá-lo! Queria chegar mais perto do palco para vê-lo melhor, mas não queria sair andando para não se distrair. Mesmo que seus olhos não tivessem se encontrado, ela o encarava e observava cada um de seus movimentos; o jeito como ele cantava e segurava o microfone, seu corpo magrinho se balançando de um lado para o outro. Sua proteção invisível contra o charme de Zayn Malik começava a ir por água abaixo.

“If I was your man, baby you
Never worry about what I do
I'd be coming home back to you
Every night, doin' you right
You're the type of woman deserves good things
Fistful of diamonds. hand full of rings
Baby, you're a star
I just want to show you, you are”


Ele continuava a procurando, mas não conseguia ver nada. havia respondido que ia. Por que não tinha aparecido? Estava de novo com Aidan?
Precisava se conformar que não havia sido escolhido. Era só o amigo e continuaria sendo, mas teria que pedir um tempo a ela. Não saberia fingir que estava tranquilo com a situação e que não via problemas em ser só o ombro que ela usava quando o namorado a magoava. Estava cantando uma música para ela, porra! Estava colocando tudo o que sentia para fora! Quando havia feito isso no passado? Nunca! Mas, e daí, certo? nem estava ali para ouvi-lo.
Mas aí vinha o refrão, que dizia, pura e simplesmente, o que ele mais queria:

“You should let me love you
Let me be the one to give you everything you want and need
Baby good love and protection
Make me your selection
Show you the way love is supposed to be
Baby you should let me love you, love you, love you”


O coração de disparou ao ouvir a voz única de Zayn cantar que ela deveria deixar que ele a amasse. Conhecia seu melhor amigo bem demais para saber que era a primeira vez que expunha o que sentia daquele jeito. Então podia confiar que era real. Estava mesmo apaixonado por ela!
O que deveria fazer? O que deveria fazer? Como resposta, uma parte de seu cérebro a lembrou de todas as vezes (só naquele último ano) em que Zayn havia sido perfeito com ela. O Dia dos Namorados, o dia que estava triste na balada e ele a levou embora, o CD de presente de Natal, as mensagens que eram fofinhas até quando ele estava tentando irritá-la... O beijo no Ano novo. Ah, aquele beijo! Fechou os olhos, lembrando-se da sensação de tê-lo tão perto, das mãos a abraçando e o corpo dele a empurrando para mais perto do palco. Abriu os olhos e suspirou.
Se podia ter tudo aquilo, por que estava com o pé atrás? Seria tão fácil se apaixonar por Zayn!
E, se estava disposta a se apaixonar por outra pessoa, então precisava enxergar o óbvio: não havia mais salvação para seu namoro.
“(...)
If I was your man, baby you
Never worry ‘bout what I do
I'd be coming home back to you
Every night, doin' you right
You're the type of woman deserves good things
Fistful of diamonds, hand full of rings
Baby, you're a star
I just want to show you, you are”


Rumou, decidida, em direção ao palco, mas, antes que pudesse chegar à metade do caminho, sentiu um empurrão muito forte vindo de alguém muito maior que ela. Uma briga se iniciava ali, e ela se viu no meio de um empurra-empurra entre as pessoas envolvidas e as que tentavam se afastar. Antes que conseguisse sair, ouviu um grito agudo da garota à sua frente, que virou-se, apressada, e acabou batendo sua cabeça na dela quando as duas trombaram.
quase chorou de dor, e a garota fez o mesmo.
“Ai, desculpe-me!” A desconhecida disse, levando a mão a cabeça, os olhos cheios de lágrimas.
“Está tudo bem...” respondeu num murmúrio. Precisava sair dali!
Ia dando passos para trás, junto com as outras pessoas, quando alguns policiais apareceram e começaram a dissipar a confusão, mas ela ainda se via meio zonza no meio do aglomerado de gente. Os baderneiros foram levados, e a roda que havia se aberto foi fechando lentamente.
Olhou para o palco, e Zayn ainda cantava, mas tinha a testa franzida; talvez fosse possível ver a briga lá de cima.
A garota estava tentando chegar perto dele, mas precisou parar porque ainda estava se sentindo zonza. Havia sido uma senhora cabeçada!
, o que houve?” Era a voz de Liam, e ele parecia alarmado.
“Eu só... Foi só um encontrão.” Ela respondeu, abanando o braço livre. “Acabou que eu estava no meio da confusão de agora pouco!”
“Eu sei! me mandou ver se te encontrava!”
“Eu só preciso de um tempinho e...”
“Sua testa está inchada!” Liam exclamou quando tirou a mão que escondia o machucado. “Acho melhor ir ver isso aí!”
“Não, está tudo bem! Me leva onde as meninas estão! Eu...”
“Não, senhora!” Ele disse, já a conduzindo na direção contrária. “Vamos, pelo menos, colocar um gelo nisso aí!”
“Eu preciso...” falou, apontando para o palco. Estava sendo levada para o lado errado.
“Tem um posto de pronto-atendimento perto da saída! Vou te levar lá para, pelo menos, colocarem um gelo!” O rapaz disse, gentilmente.
choramingou, mas nem era de dor. Queria terminar de ouvir sua música e queria que Zayn soubesse que ela havia escutado!

Niall estava sozinho no bar da festa desde que havia se despedido de ; começava a enxergar tudo embaçado e estava se sentindo o cocô do cavalo do bandido.
Já havia passado por vários estágios: começando pela negação, claro. Aquilo não estava acontecendo. Ele estava sonhando. Depois, ficou com muita raiva; e, nesta hora, pensou em ligar para a ex-namorada para dizer que, para alguém que havia dito que não gostava de Danny e nada relacionado a história deles, ela havia o aceitado de volta muito fácil. E aí, sentiu-se invencível; quis levantar e ir atrás de , e bater em Jones, se fosse preciso. Agora estava no estágio de completa miséria, sentindo-se o maior perdedor de todos os tempos.
E foi enquanto estava no fundo do próprio poço que percebeu alguém aproximando-se, mas nem se deu ao trabalho de levantar a cabeça.
“Vai por mim... Não adianta beber.”
Ha! Mas era só o que faltava mesmo. O que ele estava fazendo ali?
Niall bufou e não respondeu. Danny sentou-se no banco ao seu lado e continuou falando:
“Eu sei exatamente o que você está tentando fazer... Já passei por isso também. Já tentei matar a imagem dela afogada em mil copos... Não funciona.”
Devia ser divertidíssimo humilhá-lo daquele jeito. Por que Jones não sumia? Já a tinha de volta! Por que estava pisando nele? Por que não ia ficar com de uma vez?
“Eu achei que você fosse mais esforçado, irlandês. Que não ia tirar o time de campo assim tão fácil. Mas eu entendo... deu uma mancada séria contigo.”
O que Danny sabia sobre os dois? Aquilo o deixava ainda mais enfurecido! Segurava o copo tão forte que as pontas de seus dedos começavam a ficar brancas.
“Mas você ainda gosta dela, não gosta?”
“O que você quer, Jones?” O garoto grunhiu.
“O mesmo que você...” Danny respondeu. Niall deu uma risadinha sarcástica. Disso, ele já sabia. Era pra contar a novidade. “Quero que fique aqui e não volte à cidade natal dela.”
Niall levantou a cabeça, pela primeira vez, e o encarou. Danny olhava sério para ele de volta.
“Achei que ela fosse ficar com você.”
continua teimando que não pode, mas eu acredito que ela só precisa enxergar as coisas com clareza. Está a matando por dentro ter que ir embora.”
Por que Jones estava dizendo aquilo a ele?
“E por que você não faz isso?” Niall perguntou, com amargura.
“Porque eu já tentei, e não deu certo.” Danny virou-se no banco, apoiando os cotovelos no balcão e olhando para frente. Odiava admitir que havia perdido a conexão que tinha com para sempre.
“E por que você está me dizendo isso?” Niall ainda o encarava com os olhos semicerrados, tentando entender qual era a de Danny.
Devia ser alguma piada.
“Porque eu achei que você quisesse que ela ficasse também, mas já vi que estava enganado...”
O rapaz começava a perder a paciência.
“E você é um ex super gente boa e está me dizendo tudo isso para construir sua casinha no céu?!” Niall continuava desconfiado das intenções de Jones.
“Se ela ficar, eu posso ver minha filha quando quiser. Se ela ficar, a Joanna também fica.” Danny disse, simplesmente, voltando a encarar o irlandês.
“E por que você acha que vai ser diferente se eu pedir?”
“Porque eu sei que tem que ser você... Porque quando EU fui embora, só a poderia ter me feito ficar.” Ele disse com um ar triste e levantou-se, tirando a carteira do bolso. “Mas quer saber? Vá se foder, Horan! Eu achei que você gostasse da de verdade, mas, se você não vai correr atrás dela, se não quer nem tentar... Então nem merece o que ela sente.” Deu de ombros. “Eu vou continuar indo vê-la onde quer que ela vá, e você vai ficar aí... Tentando esquecer tudo o que passou com ela. E, como eu disse, isso não passa.” Danny jogou uma nota de £5 perto do copo de Niall. “Por conta da casa!” E, dizendo isso, saiu como um raio; tirou o celular do bolso e digitou uma mensagem.
“Você está em casa?”

estava mais calma e tinha resolvido que, já que parecia ser mais uma noite de insônia, iria ficar estudando o quanto aguentasse. Achou seu celular, que vibrava embaixo de uma pilha de papéis.
Era uma mensagem de Danny.
Leu e ficou meio sem saber o que responder. Não queria preocupá-lo, mas também não queria puxar assunto. Enquanto pensava, colocou o celular de lado e virou-se para a pilha de papéis. Seus olhos pararam no formulário que Alexander tinha dado a ela.
Mordeu o lábio e leu o título mais uma vez. Folheou o documento e se prendeu em algumas palavras que leu ali; palavras complicadas, mas que faziam parte da sua vida. Sorriu ao pensar que estava finalizando seu mestrado. Aquele sentimento de dever cumprido tomando conta dela.
Mas e o futuro? Por que aquele projeto não podia fazer parte dele? Lembrou-se do que o orientador havia dito: “Às vezes, a gente faz uma tempestade num copo d’água por uma coisa que se resolveria facilmente com diálogo”. Sabia exatamente o que ele queria dizer! E sabia exatamente com quem tinha que falar!
Pegou o celular e discou o número que sabia de cor, sem saber se seria atendida, pois já era tarde. Sorriu ao ouviu a voz conhecida do outro lado da linha:
“Mãe?!” Chamou, apreensiva.
“Aconteceu alguma coisa, ?”
Merda! Ela tinha a assustado.
“Não! Não! Me desculpa ligar a essa hora, mas eu precisava conversar. A senhora já estava dormindo?”
“Estava deitada, mas não estava dormindo, não. O que aconteceu?” Mães nunca dormem... Ou dormem? Será que ela, um dia, seria assim com a Jo?
“Eu...” não sabia como começar. Ficou passando a mão pela calça do pijama, parecendo uma menininha que queria pedir para dormir na casa da amiguinha. “Eu queria pedir uma coisa...”
Mrs. bocejou.
“Pode pedir.”
“Se... O que aconteceria se eu quisesse ficar por aqui para fazer o doutorado?”
Sua mãe soltou uma gargalhada, fazendo-a franzir a testa.
“Eu estou esperando essa ligação há um ano, !”
mordeu o lábio, mas achou que poderia entender aquilo como um sinal positivo.
“O que a senhora acha?”
“Eu acho o óbvio, filha: que você tem que fazer o que vai te fazer mais feliz!”
“Eu... Eu não iria mais deixar a Jo aí para a senhora cuidar dela; ia trazê-la para cá e dar um jeito de conseguir conciliar tudo...” falava e coçava a cabeça, enquanto pensava “ só não sei como ainda”.
“Acho que seria o certo. Sua filha tem que crescer com você.”
“Muita gente dá conta de mil coisas, né?”
“Uhum! E você nunca estaria sozinha, filha!”
As duas ficaram um tempo em silêncio. ainda se indagava o porquê aquela conversa tinha demorado tanto. Ela, REALMENTE, sofria muito por antecipação e fazia muita tempestade em copo d’água. Um acúmulo desnecessário de drama!
“E a senhora?”
“Eu o que?”
“Vai ficar sozinha aí?”
Mrs. riu de novo.
“Primeiro, eu vou tirar umas férias! Depois, eu me viro. Eu já ficava sozinha aqui quando você estava na graduação, meu amor.”
“Eu sei, mas... Não sei... A senhora quer vir para cá também? A gente vende essa casa e compra uma aqui. Não estou falando isso para a senhora cuidar da Jo, juro!” se apressou a dizer.
“Eu sei que não... Mas gosto de morar aqui. Tenho minhas amigas, minhas atividades...”
A garota fez que “sim” com a cabeça, mesmo sabendo que a mãe não podia vê-la. Aquilo estava mesmo acontecendo?
“Obrigada, mãe! Obrigada por tudo! Eu... Desculpa por... Qualquer coisa... Você é demais!” estava meio sem saber o que dizer.
Mrs. parecia estar se divertindo.
“Desculpa pelo que, meu amor? Tenho certeza de que você faria ou ainda vai fazer o mesmo pela Jo.”
limpou uma lágrima rebelde que descia de seus olhos.
“Com certeza, eu vou fazer! E espero que, um dia, eu possa te retribuir por isso!”
“Quero uma neta crescendo linda e saudável e uma filha doutora. Aí nossa dívida está paga!”
As duas riram e a garota limpou os olhos.
“Combinado!”
“Posso voltar a dormir agora?”
“A senhora disse que não estava dormindo!” Mais risadas. “Boa noite, mãe! Te amo!”
“Também te amo, amorzinho! Beijos!”
desligou o celular e respirou fundo, absorvendo a informação.
Ia ficar! Ia fazer o doutorado em Saint Mary! Ia trazer Jo para morar com ela e ia continuar a ver as meninas do corredor, os garotos, e Danny!
Sentia-se eufórica; tinha vontade de pular, gritar e correr em círculos. Na verdade, fez uma espécie de dancinha no meio quarto, mas, assim que o pico de adrenalina baixou, só uma vontade permaneceu: só havia uma pessoa para quem queria contar aquela novidade. Estava indo até o celular, que tinha ficado em cima da mesa, quando ouviu alguém batendo em sua porta.
Quem seria aquela hora?
Inconscientemente, deu uma ajeitada em seu cabelo e abriu a porta.
“O-oi!” Disse, surpresa.

Capítulo 23 - The last song

The best - James Bay (Tina Turner cover)

I call you when I need you, when my heart's on fire
You come to me, come to me, wild and wired
When you come to me, give me everything I need
Give me a lifetime of promises and a world of dreams
Speak the language of love like you know what it means
And it can't be wrong
Take my heart and make it strong


Niall estava parado no corredor e apoiava as mãos no joelho.
“Oi!” Ele respondeu, ofegante, e levantou o dedo como se tivesse que dizer algo, mas precisava de tempo para se recuperar.
deu alguns passos para fora do quarto e encostou a porta.
“Niall?! O que houve? Você está bem?”
“Eu vim correndo!” Explicou, ainda na mesma posição. “Meu joelho...”
“Está doendo?” Ela aproximou-se mais dele. “Você tem feito fisioterapia?”
Niall a encarou pela primeira vez e deu um sorriso triste.
“Não... Não tem ninguém para pegar no meu pé e me mandar ir.”
sorriu de volta, entendendo o que ele queria dizer. O garoto respirou fundo e se endireitou, dando um passinho bêbado para o lado ao fazer isso.
“Eu vim aqui pra te falar uma coisa.”
Ela percebeu que ele estava bêbado e deu uma risadinha.
“Quão bêbado você está, Horan?”
Ele riu também e tentou parecer mais sóbrio.
“Um pouco... Mas... Mas sóbrio o suficiente pra te falar isso!” Deu uma tossidinha e limpou a garganta, antes de continuar. Era tão adorável! “, fica?! Fica aqui em Saint Mary! E traz a Jo pra cá! Por favor! Por favor?! E… Fica comigo? Fica aqui comigo!” Pediu.

You're simply the best
Better than all the rest
Better than anyone, anyone I ever met
I'm stuck on your heart
I hang on every word you say
Tear us apart? Baby, I would rather be dead


O coração da garota ia sair pela boca! Era como se ele tivesse lido seus pensamentos e aparecido ali para dizer tudo o que ela havia imaginado para a conversa que tiveram mais cedo. E era melhor ainda! Porque, agora, sabia que, sim, ia ficar! Queria saltar pelo corredor todo, de felicidade!
“Niall…” começou a lhe dizer isso, mas, talvez, algo em seu tom de voz deu a ideia contrária ao garoto, que adiantou-se e a segurou pelos braços.
“Por favor, ! Deixe-me cuidar de você e da Joanna! Eu sei que sou só um calouro, não tenho emprego, nem estágio, sou imaturo e mal sei cuidar de mim... Ok, eu te dou mais trabalho que a Jo, mas...”
“É, você está certo sobre tudo isso... Você ainda é um moleque para assumir essas responsabilidades, principalmente, com a Jo.” interrompeu, e Niall diminuiu a pressão que fazia em seus braços. Ele sabia! Sabia, desde o início, que Danny estava só tirando uma com a cara dele! Os dois já estavam juntos, e Jones havia o convencido a ir até lá para implorar pelo amor dela, só para ouvir que eles tinham voltado. “Mas eu não preciso de um pai para a Joanna. Ela já tem um, que é, surpreendentemente, um bom pai.” Disse, mais a si que a Niall e, depois, ergueu o rosto de novo para encará-lo. “O que eu preciso é do meu namorado de volta. Dos meus beijos de boa noite e das minhas aulas pra entender futebol e rugbi. Eu preciso da voz rouquinha dele quando acorda e da preguiça em se levantar da cama. Eu preciso do meu namorado tocando violão pra mim; preciso do sentimento gostoso de cuidar dele e de saber todo dia como ele está; se está bem, se está feliz... Eu preciso fazer meu namorado feliz de novo, Niall, porque é isso que me faz feliz também.”


In your heart I see the start of every night and every day
In your eyes, I get lost, I get washed away
Just as long as I'm here in your arms
I could be in no better place


Niall pensou em interrompê-la e beijá-la, durante todo o discurso, mas, simplesmente, não com seguiu; precisava saber se ela sentia falta de todas as coisas que ele sentia também. Claro que as listas batiam! Não era a mesma coisa passar as tardes de sábado assistindo ao futebol, se não tinha alguém perguntando “Que time é?”, ou “Por que a torcida está gritando isso para ele?”, ou “O quê? Por que o gol foi anulado?”. Dormir e acordar, recentemente, eram uma tortura, a começar pela cama! Ninguém para abraçar, nem os beijinhos para convencê-lo a se levantar e as conversas antes de pegar no sono. A saudade que havia sentido de tocar violão e vê-la sorrir quando conhecia as melodias, cantarolando baixinho e o acompanhando, era imensurável. Além disso, seu cérebro tinha se acostumado a depender da preocupação dela. Como havia dito, tinha a impressão de que dava mais trabalho à que à Joanna, mas, agora, era meio dependente dessa atenção toda e, ao mesmo tempo que queria cuidar das duas, precisava que ela cuidasse dele também.
Quando finalmente terminou e o olhou, curiosa, esperando sua reação, Niall riu. Estava sentindo-se tão aliviado por ter escutado aquilo, que só conseguiu rir ao se dar conta de que tudo estava bem. Diante da alegria dele, ela só pôde rir junto. Não havia Danny, história do passado, história mal contada, história não contada... Tudo tinha ficado para trás e, naquele momento, o mundo era só aquele corredor e os dois.
Niall voltou a segurar os braços dela, e levou suas mãos ao rosto do garoto, fazendo carinho em suas bochechas rosadas. Estudaram-se por alguns segundos, correndo os olhos pelo rosto um do outro e atentando-se aos seus detalhes favoritos: as pintinhas dele; os olhos dela; os sorrisos; a curvinha do maxilar perto da orelha...

You're simply the best
Better than all the rest
Better than anyone, anyone I ever met
I'm stuck on your heart
I hang on every word you say
Tear us apart? Baby, I would rather be dead


“E então? Posso ter meu namorado de volta?” Ela perguntou, fazendo-o sorrir.
Niall passou os dedos devagar pelos braços da garota e colocou as mãos em sua cintura, trazendo-a para perto.
“Esse é seu último pedido?” Ele perguntou, fazendo os olhos de se iluminarem.
Os pedidos!
“É, sim, seu duende! É tudo o que eu quero!”
Niall fechou os olhos e sorriu ao ouvir aquilo; inspirou profundamente, sentindo-se tão bem que poderia explodir de felicidade. Enquanto estava de olhos fechados, sentiu se aproximar. Ela tirou as mãos de seu rosto e as deslizou para sua nuca e ombros. O garoto, agora, podia sentir o cheiro do seu perfume e sua respiração; permaneceu de olhos fechados, pois queria que todos os seus sentidos pudessem apreciar tê-la de volta. deu um beijinho de leve em seus lábios, mas foi o suficiente para que ele a abraçasse mais forte.
“Meu irlandês!” Ela disse baixinho.
“Minha garota!” Niall respondeu e, então, abriu os olhos e sorriu instantaneamente, vendo-a tão perto e em seus braços. Já havia adiado demais aquele beijo! Inclinou-se e alcançou os lábios dela, acabando com qualquer distância entre eles. retribuiu a intensidade; seus dedos passeavam pela nuca, pescoço e ombros do garoto. Ela também necessitava senti-lo da maneira mais completa possível.
Ficaram se beijando pelo que pareceram horas, pois nenhum dos dois queria quebrar aquele momento e nenhum dos dois queria se distanciar um centímetro que fosse!
“Eu senti tanta saudade!” disse, finalmente, meio desesperada e, enquanto dizia isso, distribuía beijinhos por todo o rosto do garoto, que ria, de olhos fechados. Niall, então, a olhou e mexeu em seu cabelo, meio distraído. Mal podia acreditar que estavam mesmo juntos de novo! “Se você acordar sóbrio amanhã e não se lembrar de que a gente voltou, eu te mato, irlandês!”

Each time you leave me I start losing control
You're walking away with my heart and my soul
I can feel you even when I'm alone
Oh, baby, don't let go


Ele gargalhou.
“Já te falei que não estou tão bêbado assim! E, mesmo se estivesse, se eu acordasse e tivesse dormido com você, nem ia tentar me lembrar do que aconteceu! Ia te agarrar para ter certeza de que era verdade e voltar a dormir!”
riu e deu um tapinha em seu braço.
“Besta!”
“Mas, falando sério, agora...” Niall voltou a fazer carinho no rosto dela. “Quando a gente brigou, eu te disse que queria que você ficasse, mas nunca cheguei a pedir, realmente. Eu sei que é complicado, , mas quero você aqui comigo. A gente dá um jeito! Eu posso procurar um estágio, ou... Não sei! Mas... Mas, se você não puder mesmo, então a gente namora à distância! Eu vou te ver, num fim de semana, e você vem pra cá no outro.” Ele disse rápido para que a garota tivesse certeza de que ele estava disposto ao que fosse preciso. “O que você acha?”
“Dois minutos antes de você chegar, eu liguei para a minha mãe. Nós conversamos e... Eu vou ficar, Niall. Vou ficar aqui com você, com a e com todo mundo!” Ela contou; seu sorriso se alargando a cada palavra que dizia. O sorriso de Niall fazia o mesmo, e ambos se olhavam, radiantes. Quando ela terminou a frase, o garoto a abraçou e a tirou do chão, rodando-a.
“Você vai ficar! Você vai ficar aqui comigo! É isso mesmo, né? Eu não entendi errado, não?”
ria de novo quando foi colocada no chão.
“Seu joelho, maluco!”
“Não importa, não importa!” Niall estava fora de si, de felicidade.
“Sim, eu vou ficar! Vou trazer a Jo pa cá e vamos morar aqui. Alexander me propôs um doutorado, e eu vou aceitar.”
“Isso é música para os meus ouvidos!” O garoto falou, ainda com aquele sorriso enorme. Ele abaixou o rosto e encostou sua testa na dela, que fechou os olhos. “Eu te amo! E vou cuidar de você e da Jo...”
“E eu vou cuidar de você.” prometeu. Os dois ficaram um tempo em silêncio, até que ela suspirou e passou seu nariz de leve pela bochecha do namorado, e, depois, distribuindo beijos pelo pescoço dele. Um para cada pintinha que havia ali. “Niall?”
“Hum...” Ele respondeu como pôde, concentrado demais no carinho que ela fazia.
“Será que a gente pode entrar?”
Ele deu um sorriso de lado quando ambos se encararam.
“Achei que você nunca ia pedir!”

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virou-se para abrir a porta, e Niall a abraçou por trás, como se eles não pudessem ficar 5 segundos separados; porém a soltou quando entraram no quarto e abriu os braços.
“Lar doce lar!” Exclamou, com um sorrisão no rosto. Ela pegou as coisas espalhadas pela cama e colocou tudo em cima da escrivaninha. Antes que pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, o garoto tirou os tênis e puxou a camiseta que usava por cima da cabeça rapidamente, fazendo rir.
“Você vai fazer tudo sozinho?” Perguntou, com as sobrancelhas arqueadas, e Niall gargalhou daquele seu jeito.
“Vem aqui me ajudar... Estou muito bêbado!” O garoto brincou, mexendo a cabeça para que ela chegasse mais perto.
foi até lá e colocou as mãos no rosto do namorado, fazendo-o sorrir com os lábios fechados.
“Já falei que estava com saudade?” Perguntou.
“Não lembro... Pode me falar de novo!” Ele respondeu, fazendo-a rir mais uma vez.
“Eu estava com saudade...” repetiu em um fio de voz.
Niall passou seus braços pela cintura da namorada.
“Eu tava enlouquecendo de saudade!” Ele contou. “Eu te ouvia brigando comigo, de vez em quando, na minha cabeça...”
encostou seu rosto na curva do pescoço dele, e Niall a abraçou mais forte, levantando uma mão para afagar o cabelo dela.
“Brigando? Mas que imagem ótima você tem de mim!”
Niall riu.
“Aparentemente, é uma das coisas que eu mais gosto em você.”
“Bom saber!” Ela levantou a cabeça e deu um beijinho em seus lábios.
Niall não deixou que se distanciasse e a beijou de novo, os dedos brincando com a barra da blusinha que ela usava. Ok. Eles já tinham conversado demais! E havia mais coisas que ambos estavam sentindo saudade. O beijo foi se intensificando, e o número de peças de roupa parecia estar acima do permitido; um problema que eles foram resolvendo enquanto iam desajeitadamente até a cama. ajoelhou-se no colchão para ajudá-lo com a calça e deitou-se depois, sendo acompanhada por Niall.
A cama que ele tanto adorava. A garota que ele tanto adorava.

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estava deitada sobre o peito de Niall, sentindo um prazer imensurável em escutar o coração do namorado e sentir sua respiração; sentia também que nada poderia ser mais perfeito que aquela noite, e um sorriso insistia em se formar em seus lábios, mesmo que tentasse desfazê-lo. Achava que, pela primeira vez em dias, seria capaz de, simplesmente, cair no sono e dormir feito uma pedra! Porém, logo descobriu que estava ligeiramente enganada.
Sim, ia ficar. Sim, tinha Niall de volta. Sim, já tinha o que fazer, pois aceitaria a proposta de Alexander, e tudo isso era ótimo! Mas ainda tinha muitas coisas para resolver.
Onde moraria? Não podia criar Joanna em uma residência estudantil. E quem cuidaria de Jo enquanto ela estivesse no laboratório? Teria dinheiro para colocá-la numa escolinha? A filha era tão pequenininha! Tudo mudaria tanto quando se mudasse de vez para lá. Será que Niall aguentaria a nova rotina que eles teriam que adotar?
“Ainda acordada?” Niall perguntou, mexendo no cabelo da garota.
levantou o rosto, apoiando o queixo no peito dele, e sorriu.
“Estava só pensando em umas coisas...” Respondeu vagamente. Não queria incomodá-lo com suas dúvidas, naquele momento.
“Alguma coisa que eu possa ajudar?” Ele quis saber, sorrindo de volta.
Era mesmo a pessoa mais adorável do mundo!
“São só... Coisas que eu preciso arrumar, agora que decidi que vou ficar. Onde vou morar...”
“Você vai sair daqui?” O garoto a interrompeu.
“Não posso criar a Jo no SPR, Niall. Não para sempre.” explicou, e ele fez que “sim” com a cabeça e mordeu o lábio.
“Nós podemos...” Começou.
“Não, senhor! ‘Nós’ nada! Você vai continuar morando na JJJ. Não quero que você se preocupe com isso!”
Niall riu.
“Eita! Que rebeldia para não morar comigo!” Falou, fazendo-a rir também.
“Besta! Você sabe que não é isso. Eu só não quero que você se preocupe e mude sua vida inteira por minha causa.”
“Você podia ir morar na JJJ, então!” Ele zombou, e riu mais.
“Claro! Porque tudo o que eu preciso para o bom desenvolvimento da Jo é tomar café com o Murs de cueca e beer pong todas às quintas!”
“Às quartas!” Niall a corrigiu, e ambos gargalharam. “De qualquer forma, eu vou te ajudar a achar uma casa, então. Imagina ter uma casa inteira para ser meu lugar favorito no mundo?!”
deu um beijo na região em que seu queixo estava apoiado e sorriu para o namorado.
“Você é tão incrível, Horan! Sério... Incrível!”
Ele deu um sorriso de lado e voltou a mexer no cabelo dela.
“Qualquer que seja o problema, nós vamos resolver juntos, ok? Meu problema, ou seu, ou da Jo... Nós vamos dar um jeito em tudo!”
fez que “sim” com a cabeça e subiu na cama para beijá-lo. Sentia-se tão segura e acreditava tanto nas palavras do namorado! Se Niall havia dito que os dois dariam um jeito, então eles dariam mesmo!
“Obrigada, meu amor!”
“De nada! Agora, deita aqui e relaxa.” Ele a abraçou mais forte, e a garota voltou a encostar a cabeça no peito do namorado, parecendo mais tranquila.
Sorriu ao receber um beijinho no topo da cabeça.
Iria, finalmente, dormir com o(s) anjo(s)!

Oh, you're the best

Zayn vinha carregando a case do violão nas costas, sentindo algo entre raiva e decepção; poderia aceitar que só o queria como amigo, mas ela nunca havia faltado um show antes! Já havia tirado o celular do bolso e o guardado mil vezes, pensando se mandava uma mensagem para saber onde ela estava, mas acabou desistindo, por fim, porque tinha uma boa ideia de aonde a garota poderia ter ido. E não queria confirmar suas suspeitas.
Para sua surpresa, assim que se virou para entrar em seu corredor, ele a encontrou sentada no chão e encostada na porta de sua casa. Ela tinha uma das mãos na cabeça e parecia triste.
Ele bufou, cansado daquilo.
“O que ele fez?” Perguntou, sem rodeios e de má vontade, fazendo se sobressaltar e se virar para olhá-lo. Tinha um roxo enorme na testa. Mas era só o que faltava! Aidan havia batido nela?! Ele se livrou da case do violão e caminhou rápido até onde a garota estava. “Eu não acredito nisso! Eu vou matar aquele filho da puta!”
franziu a testa.
Do que Zayn estava falando?
“Oi?!”
“Levanta, , nós precisamos ir à delegacia! Eu vou matar aquele desgraçado!” O rapaz parou ao seu lado e parecia enfurecido.
Delegacia? O quê?
“Do que você está falando?”
“Você não precisa se submeter a essas coisas, . Eu já te falei que você não precisa. Eu já...” O rapaz estava transtornado. “Enfim! Vamos à delegacia e depois ao hospital. Você está bem? Ele te machucou em mais algum lugar?”
“Malik! Será que você pode, por favor, parar de falar em código? Ele quem? Que delegacia?”
“Se esse Aidan está te batendo... Foi a primeira vez? Ele estava bêbado? Esse roxo está horrível e...”
, finalmente, entendeu e levou a mão à testa, mas precisou rir, deixando-o ainda mais nervoso.
“Zayn, a única pessoa que bebeu aqui foi você! Aidan não me bateu! De onde você tirou isso? Eu... Eu estava vendo você cantar no parque, hoje, e... Acabei no meio de uma confusão.” Ela contou, ficando muito tímida, de repente.
Tudo o que tinha ensaiado dizer havia sumido de sua cabeça no meio dessa confusão que ele havia feito.
Ele respirou fundo algumas vezes, tentando se acalmar, mas manteve o olhar atento nela por algum tempo. Ela poderia estar mentindo... Mas, não, parecia ser verdade.
Então... Então ela tinha ido?
“Você estava no parque?” Perguntou, oferecendo-lhe a mão para se levantar, que aceitou.
Por que estava tão difícil encará-lo?
“Zayn... A gente pode conversar na sua casa?” A garota perguntou, ainda um pouco tímida e tendo dificuldades para respirar. Sentia-se ridícula.
Zayn, por sua vez, sentiu borboletas no estômago ao ouvir isso, e era tão... Estranho! Sentia-se ridículo!
“Claro!” Respondeu. Bateu as mãos no bolso, procurando pela chave, e lembrou-se de que estava em sua case; foi até lá, pegou o violão e abriu a porta.
Os dois entraram, e logo o clima parecia esquisito novamente. Era estranho para ambos estarem se sentindo daquele jeito.
“Então você foi ao show, hoje? Por que não estava com as meninas?” Ele tornou a perguntar.
“Eu estava! Aí saí pra buscar cerveja, encontrei a Lottie, e quando vocês começaram, eu parei pra ouvir...” Ela explicava, mexendo mais as mãos do que era preciso. “E começou uma briga ao meu lado, daí uma menina me deu uma cabeçada, e aí, o Liam me achou, e eu acabei indo ao lugar de pronto atendimento pra colocar um gelo no galo.”
Zayn a observava com os olhos estreitos e os braços cruzados. A história parecia meio sem pé, nem cabeça, mas não tinha o porquê ela estar mentindo. Aproximou-se para examinar a testa da amiga, que prendeu a respiração.
“Ficou feio! Quer colocar mais gelo?”
se arrepiou quando ele tocou seu rosto, e Zayn pareceu perceber, porque sorriu de lado.
Devia ser tão acostumado a causar isso em outras garotas!
“Não, não precisa. Eu... Hum... Gostei muito da primeira música que vocês tocaram!” Começou, sem nem saber de onde vinha aquela coragem toda.
Ele abaixou os olhos para fixá-los nos dela e mordeu o lábio.
“Você gostou?”
fez que “sim” com a cabeça. Estava entorpecida pelo momento.
“Zayn... Você acha que isso pode dar certo? Nós nos conhecemos bem demais! Eu sei todos os seus podres!”
Ele riu.
“Todos? Acho que não.”
A garota franziu a testa.
“Ah, não? Então você não me conta tudo?!”
“Conto só o que eu acho relevante...”
“Ah, é? É pior que tudo o que eu já ouvi?”
Ela o encarou brava, fazendo-o rir e se aproximar mais.
“Você quer parar de ser idiota, ? Eu já não te falei que estou apaixonado por você de verdade? Não vai ser nada parecido com o que eu já te contei...”
mordeu o lábio. Lá estava ele declarando-se de novo! Ia ceder... Ia acabar cedendo. Não tinha nenhuma saída contra aqueles olhos castanhos e intensos. Era só mais uma garotinha completamente envolvida pelo charme de Zayn Malik.
“Promete que não vai me zoar?!”
“É esse o seu medo? Alguma vez, eu te zoei?” Ele estava sério (e ainda mais sexy).
“Não, Zayn, mas nós nunca tivemos nada.”
“Por que eu faria alguma coisa errada agora? Eu ainda perderia minha melhor amiga se te afastasse.” Ele disse e umedeceu os lábios. Levantou a mão de novo e fez carinho na bochecha de . “Vai ser completamente novo pra mim, você sabe disso. Mas é o que eu quero. No fim, não tinha nenhuma outra pessoa melhor mesmo. Tinha que ser você.”
fechou os olhos. Estava com tanto medo! E, ao mesmo tempo, a vontade que tinha de saber o que ia acontecer ficava tão grande que parecia não caber mais nela.
“Eu não sei o que você costuma dizer às garotas, antes de beijá-las, mas devo dizer que esse discurso foi bem eficaz.”
“Foi?” Zayn deu uma risadinha fofa.
Ela podia sentir seu cheiro, tão único, muito perto agora.
“Beije-me logo, Malik!” Ordenou, abrindo os olhos.
Ele deu mais um sorriso de lado, do tipo “faça seu último pedido”. Do tipo “I’m sexy and I know it”. Do tipo “Zayn Malik”.
Havia ganho a batalha.
Ele a segurou pela cintura e, sem desfazer o contato visual, a encostou na parede do hall de entrada.
passou os braços pelo pescoço dele.
“Você sempre consegue quem quer que seja, não é?”
“Eu nunca realmente quis tanto alguém antes.” E, dizendo isso, abaixou a cabeça para beijá-la.
pôde, mais uma vez, constatar o porquê a lembrança do réveillon, vez ou outra, a tirava do sério. Aquele beijo continuava sendo seu preferido, mas só até este momento. Ter toda a “técnica” de Zayn associada à sua paixão por ela o tornava completamente irresistível! Sentia-se tão desejada! Aidan nunca havia a beijado daquele jeito. Ninguém havia. Quanto mais ele a apertava contra a parede, mais forte ela o abraçava; logo perderiam o fôlego, mas isso não parecia ser um problema.
Quando se separaram, ambos respiravam pesadamente. Zayn, porém, parecia não caber em si de felicidade. Era tão difícil vê-lo sorrindo daquele jeito! Era como se seu sorriso fosse tão precioso que era necessário muito trabalho duro para tê-lo, mas sempre valia a pena.
“Isso é tão estranho!” Ela disse, passando os dedos pelo cabelo dele.
“Um estranho bom, né?”
“Ser tão bom é a parte estranha...” respondeu. Ele riu, fazendo-a sorrir também. “E se der errado, Zayn?”
“Se der errado, nós ainda vamos ter uns 5 meses juntos, porque você é frouxa demais para terminar um namoro.” O garoto brincou.
“Ouch!” se fingiu de ofendida. Sair dali era a última coisa que queria, mas tocar nesse assunto a lembrou que ela ainda tinha que fazer exatamente aquilo: terminar o namoro. Desceu as mãos para o peito dele como se quisesse afastá-lo. Zayn, ou não entendeu, ou se fez de desentendido. “Falando nisso, acho que, antes de tudo, eu preciso conversar com o Aidan.”
Zayn rolou os olhos, ainda a segurando contra a parede.
“Você pode fazer isso amanhã.”
“Não seria justo com ninguém se eu passasse a noite aqui, sendo uma garota comprometida.”
“Ele nem ia dar falta...”
Triste, mas verdade.
Zayn a soltou e foi até a porta. levantou uma das sobrancelhas. Ele havia mudado de ideia muito rápido. O garoto girou a chave, trancando-os para dentro, e depois colocou a chave no bolso da frente de sua calça.
“Você pode ir se pegar a chave!” Disse, dando um de seus sorrisinhos inconvenientes.
gargalhou.
“Que técnica horrível, Malik! Eu vou enfiar a mão aí e pegar a chave! Este não é nosso primeiro encontro! Eu te conheço o suficiente pra fazer isso sem ficar com vergonha.”
“Mas aí é que está! Eu duvido que você vá querer ir se conseguir pegar a chave na minha calça!” Ele respondeu astutamente, fazendo-a rir mais ainda.
“Você é tão insuportável!”
E, apesar do tom descontraído da conversa, não pôde deixar de imaginar além.
Curiosidade era mesmo uma merda!
“Eu prometo que vou e volto!” Ela disse, tentando ficar séria e colocando seus pensamentos no lugar; primeiro, o dever! Depois, a diversão.
“Acho que eu preciso te dar um bom motivo para voltar, então.” Ele aproximou-se dela de novo. “Se você veio aqui por causa da música, deve saber como nossa noite vai acabar.”
Ele a olhava tão intensamente que seus joelhos fraquejaram.
“É bom que você não seja propaganda enganosa...” o provocou. “Nada estragaria mais nossa amizade que isso.”
“Ninguém nunca voltou pra reclamar!” Ele deu de ombros, e ela riu.
“Bom, dane-se!”, pensou. Já havia traído Aidan em pensamentos e ações mesmo! O término oficial podia esperar mais um pouco. Zayn a beijou de novo, e ela perdeu o fio de qualquer pensamento; precisava daquilo mais do que achava que precisava. Precisava mesmo ser amada, como ele havia cantado.

Era domingo à tarde, e estavam sentadas no sofá da casa da segunda, colocando as fofocas do fim de semana em dia; era tanta coisa que ambas tinham para conta, e elas estavam tão animadas e falantes que qualquer pessoa de fora que tentasse entender a conversa ficaria perdida em dois minutos.
“E cadê esse irlandês bêbado agora?” perguntou, sorrindo tanto quanto a amiga ao vê-la tão feliz.
“Foi à JJJ pegar as coisas dele e tomar banho. Sequestrei-o por esta semana.” disse. “E o Styles? E quando vai ser esse café da manhã?”
contou que estava planejando fazer algo em sua casa para seus amigos “gente grande” para apresentar-lhes Harry como seu namorado.
“No quarto, vendo TV com o Hendrix.” Respondeu, olhando em direção ao seu quarto, tão adolescentemente apaixonada que só faltava suspirar! A amiga sorriu. “Não sei ainda. Nesta semana ou na outra... Quero que seja um dia em que todo mundo possa vir!”
“Avise-me se precisar de ajuda!”
“Ajuda na cozinha, ?” Ela zombou, fazendo rir.
“Eu posso trazer umas coisas prontas do mercado, arrumar a mesa, levar o Hendrix pra passear e tirá-lo daqui...”
Ambas gargalharam e, então, se endireitou e bateu na perna de .
“E quando você se muda pra cá?”
A garota a olhou, confusa.
“Mudar?”
“Sim, você vai vir morar aqui.”
Que papo era aquele?
“Morar quando? No dia do café da manhã? Você quer que eu durma aqui?”
“Não, ! No seu doutorado. Você e a Jo vão vir morar aqui comigo, e eu não aceito ‘não’ como resposta.”
“Mas, ... Morar onde? Eu agradeço a oferta, e pode ser uma boa mesmo, enquanto não acho um lugar definitivo, mas...” Ela começou, mas foi interrompida.
“Que lugar definitivo, criatura? Na JJJ? Com o Danny? Ele, você e o Niall nos almoços de domingo?” perguntou, fazendo rir.
, você sabe que eu te amo, mas não posso aceitar. Não posso vir pra cá com uma criança pequena, tomar seu quarto de hóspedes, perturbar seu namoro recém-recomeçado com o Styles... Não está certo!”
“Não ia te dar meu quarto de hóspedes, mesmo. O sótão está vazio, , e ele é gigante! Daria pra você ter sua cama, um guarda-roupa, uma mesa de estudos, as coisinhas da Jo, uma mini sala... Como se fosse sua própria casinha, mas com a melhor vizinha de todas! E panquecas nos sábados pela manhã... Quando eu voltar da academia!” piscou, fazendo a amiga sorrir, um pouco nervosa.
, eu... Eu não quero te atrapalhar. Você já fez tanto por mim este ano todo!”
“Larga a mão de ser besta, ! E você não me atrapalharia em nada! Vai ser ótimo ter você e a Jo aqui. Lembra-se de nossos planos da faculdade?” fez que “sim” com a cabeça. As duas sempre planejaram dividir uma casa. “Além do mais, nós vamos dividir as despesas, o que vai ser muito melhor pra você que pagar um aluguel inteiro sozinha.”
Ela estava certa. não podia se esquecer de que, além das despesas com a casa, teria que pagar uma escolinha para Joanna. Não podia se dar ao luxo de jogar dinheiro fora.
“Você jura que não tá me oferecendo só por educação?” A garota perguntou, fazendo a amiga rolar os olhos. “Eu não quero mesmo te incomodar, . Eu posso dar um jeito se for ruim pra você.”
“Para de falar asneira! Já falei que não aceito ‘não’ como resposta. Só quero saber quando você se muda, para limparmos o sótão.”
sorriu, agradecida.
“Você é um anjo, !” Falou, dando um abraço de urso nela.
Estavam combinando a mudança quando Harry apareceu, indo, quase correndo, do quarto à cozinha,acenando para e carregando Hendrix embaixo do braço.
franziu a testa.
“Harry?!”
“Hum?” O garoto colocou a cabeça na porta da cozinha. Tinha uma expressão de falsa inocência no rosto que não enganava ninguém.
“Harry, o que você aprontou?”
Ele entrou na cozinha de novo.
“Eu? Nada...”
virou-se para , que segurava o riso.
“Styles! O que você fez?”
“Hum... Talvez eu tenha derrubado mel no Hendrix, mas, só talvez!” Ele respondeu, de lá.
A garota colocou as mãos nas têmporas e respirou fundo duas vezes.
“Dois minutos, !” Ela falou e saiu em direção à cozinha. “HARRY STYLES!”
não se aguentou e riu dos dois brigando. Finalmente, esse namoro ia pra frente!
Deitou a cabeça no encosto do sofá e ficou encarando a porta que ela sabia que levava até o sótão. Só tinha ido até lá umas duas vezes e se lembrava de contando sobre o jantar de Dia dos Namorados. Era mesmo um espaço bom para se ter um quarto/quarto da Jo/sala. Já imaginava lhe mostrando dezenas de fotos de decoração e ficando maluca com a ideia de montar a “nova casa”.
Ela sorriu. Iria morar com sua melhor amiga! O que poderia ser melhor?

El estava sentada na sala da república e terminava um desenho que contaria pontos em sua nota final do semestre; estava tão concentrada que demorou um pouco para perceber que Lottie entrava no cômodo.
“Hey!” Cumprimentou, sorridente, como sempre fazia, mesmo sendo ignorada. Não tinha motivos para tratá-la mal e nem achava que adiantaria algo, porém havia se acostumado a não receber resposta alguma em troca.
“Oi!” Lottie respondeu, para sua surpresa, fazendo-a levantar a cabeça. “Lizzie contou que você vai viajar pela Europa nessas férias...” Ela assuntou, sentando-se na poltrona da frente e sorrindo de volta para Eleanor.
O que estava acontecendo? Ela não ia mandar Hannah atrás deles, né?
“Hum... Vou sim. Mal posso esperar!” Respondeu, tentando não passar sua desconfiança na voz.
“Lou vai enlouquecer em Madri e vai te arrastar para o estádio do Real! Onde mais vocês vão?”
Aquilo era muitíssimo estranho, mas Eleanor não sabia se devia perguntar o que estava havendo ou só agir como Lottie estava agindo.
“Ele já até comprou aa tour pelo estádio!” Contou e ambas deram uma risadinha. “Vamos à Espanha, França, Itália e depois ficaremos um pouco na Bélgica, porque vou participar de um workshop com um amigo da .”
“Sério? Ele é estilista também?”
“Uhum, se chama Julién e é ótimo!”
“Aaaah, isso é tão legal!” Lottie exclamou, dando um sorriso tão sincero que Eleanor se sentiu totalmente desarmada.
Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que estava adorando “tê-la de volta”. Resolveu puxar mais assunto:
“E você? Como tem ido nas provas?”
A garota deu de ombros.
“Indo mais ou menos... Mas acho que passo sem DPs. Preciso de férias!” Disse, rindo, e tomou mais um gole de seu chá. “Hum... El... Eu... Eu queria te pedir desculpas.” Começou, fazendo Eleanor se endireitar no sofá.
“Lottie...”
“Eu fui rude demais com você e o Lou e nunca realmente tentei dar uma chance a vocês pra se explicarem ou conversarmos civilizadamente. Eu não tenho nojo de você e me arrependo de ter dito aquilo, e te magoado. Eu só... Fui pega de surpresa.”
El fez que “sim” com a cabeça.
“Eu juro que queria ter te contado antes, mas você tinha tanta raiva da nova namorada dele, e eu... Não sabia bem o que fazer!”
“Eu sei... Sei que não facilitei.”
“Eu respeito seus sentimentos pela Hannah, Lottie, mas amo tanto o Lou! Amo mesmo e...”
“Eu sei!” Ela interrompeu. “E também sei que ele ama você! E... Eu entendo agora.”
As duas sorriram uma para a outra.
“Eu não quero tomar o lugar de ninguém. Eu só quero continuar namorando seu irmão e tendo você como amiga. Mesmo se você gostar mais dela, eu posso aceitar isso.”
Lottie riu.
“Eu pareço uma filha chata de pais separados, causando problemas para a madrasta, né?”
Eleanor gargalhou.
Mas, bem... Agora que ela tinha mencionado...
“Esse meu discurso de ‘não quero tomar o lugar dela’ foi bem coisa de mãe postiça!” Respondeu e ambas riram mais.
“Hannah vai ter que entender, como eu fiz. Prometo que isso não vai ser mais um problema!”
El sorriu, agradecida.
“Você não sabe como isso me faz feliz, Lottie!”
“De qualquer forma, vai ser bom ter você para me ajudar quando eu precisar chantageá-lo!” Falou, mostrando a língua.
“O que a senhora está querendo?” El perguntou, interessada.
“Por enquanto, nada, mas nunca se sabe...” Ela disse, piscando, e se levantou. “De qualquer forma, eu só queria pedir desculpa, El, e te dizer que, sinceramente, estou torcendo por vocês dois, a partir de agora.”
Eleanor levantou-se também e deu um abraço na cunhada, que a abraçou forte.
“Muito obrigada, linda! Significa muito pra mim!”
“De nada! E cuida dele! Mais tarde, quero saber tudo sobre a viagem!” Lottie sorriu, enquanto El a soltava. “Preciso ir lá para cima terminar umas coisas, mas volto mais tarde.”
“Combinado!” A garota respondeu, toda feliz, voltando a atenção ao seu desenho. Quando Lottie saiu da sala, Eleanor pegou seu celular e digitou uma mensagem para Lou.
Tudo estava bem!
No andar de cima, a Tomlinson caçula terminava um email.

Oi, Hannah,

Espero que esteja tudo bem aí em Manchester e você não esteja enlouquecendo com as provas. Eu sei que estou um pouco com as minhas, mas, pelo menos, estão quase acabando. Você volta a Doncaster quando mesmo?
Acho que não vai rolar o que a gente tinha planejado para o verão. Eu meio que fiz as pazes com a Eleanor e, mais tarde, vou falar com o Louis. A verdade é que os dois estão bem, e a gente não deveria se meter. Eu espero que você entenda e não me odeie por isso, mas acho que é melhor até para você. Lou gosta mesmo dela, e é recíproco! Vi como eles são bonitinhos um com o outro. Espero não estar te machucando com este email! É a última coisa que eu quero! Mas acho mesmo que é melhor deixá-los em paz!
Você continua sendo uma das minhas melhores amigas, e vou continuar torcendo pelo seu sucesso em tudo! E vou torcer também pra você encontrar alguém, se apaixonar de novo e ser muito feliz!
Me liga quando chegar a Doncaster! Quero muito te ver!

Beijos,
Lottie.


Ela sorriu, satisfeita, para a tela do computador. Estava em paz com a cunhada e esperava que Hannah a entendesse; mesmo que levasse tempo, sabia que estava fazendo o que era certo. Não cabia a ninguém, a não ser a Louis, decidir o que era melhor para ele, e não podia negar que o irmão fazia ótimas escolhas!

As semanas de provas iam passando muito rápido para aqueles que estudaram pouco e devagar demais para aqueles que só queriam se jogar em um pedacinho de grama e “lagartixarem”, enquanto o sol ainda esquentava alguma coisa.
já tinha terminado seu último exame, o que significava que sua reunião com a coordenação de graduação finalmente havia chegado. Ela estava sentada do lado de fora do escritório da Mrs. Finnigan com alguns papéis na mão e batia os pés impacientemente. Ouviu alguém correndo pelo corredor e levantou a cabeça, sorrindo instantaneamente.
“Achei que você estaria no estágio!” Disse ao ver Liam se aproximar.
“Inventei uma desculpa. Tinha que estar aqui quando você saísse dessa reunião!” Ele sentou-se ao seu lado e deu um selinho demorado na namorada. “Como você tá? Nervosa?”
“Um pouco.” mentiu. Estava apavorada.
“Vai dar tudo certo! Você é uma ótima aluna! O tipo de aluna que qualquer universidade ia querer manter!” Liam disse, segurando as mãos frias da namorada, que sorriu.
Ficaram um tempo em silêncio. O garoto percebeu que ela estava ansiosa e não quis desconcentrá-la com papo furado. sentia-se grata pela companhia dele. Tinha tanta sorte em ter Liam em sua vida!
?” Uma senhora perguntou, aparecendo na porta.
levantou-se e lançou um último olhar para o namorado, que a encorajou. Assim que ela entrou, porém, ele pôde deixar a armadura de lado e se sentar encolhido na cadeira, demonstrando todo seu nervosismo. Tinha que dar certo! Sentiria-se tão culpado se a garota continuasse em um curso que não gostava só porque não queria ir embora de Saint Mary!
tinha lhe contado que conhecia pessoas que haviam trocado de curso sem problemas, mas que, normalmente, eram entre cursos parecidos. O que queria fazer era trocar completamente de área! Nunca deixava que a namorada visse essa preocupação toda, mas, agora que estava sozinho naquele corredor, não poderia estar sentindo mais medo por ela.
Então algo fez com que seu humor mudasse completamente: imaginou-se sentado em um corredor exatamente igual àquele, esperando que desse à luz ao primeiro filho (ou filha) deles. O simples pensamento do futuro, em que isso aconteceria, aqueceu seu coração. Ainda que fosse demorar anos e anos, ele sabia que, um dia, se sentaria sozinho de novo para esperar por boas notícias, e seria o dia mais feliz da sua vida!
Estava sorrindo para o nada, pensando em filhos e casamento, e coisas assim, quando saiu do escritório. Ela mantinha o rosto neutro.
Liam não conseguia dizer qual tinha sido a resposta. Levantou-se.
“E aí?!”
“Ela me perguntou o porquê da mudança e o porquê escolhi Psicologia. Depois, disse que eles não costumam fazer esse tipo de transferência e que, apesar de ser uma aluna modelo, eu estaria fazendo uma mudança muito drástica.”
Liam engoliu em seco e colocou as mãos no bolso.
“Não teve jeito, então?”
“Eu lhe disse que havia errado em tentar uma carreira só por causa dos meus pais, mas que, agora, estava confiante sobre Psicologia; que eu já havia lido e conversado com outras pessoas sobre o curso e que sabia que, com minhas notas do Ensino Médio, eu teria conseguido a bolsa pra esse curso também se tivesse me candidatado.” contou. “Me ofereci para fazer os quatro anos em três, usando minhas férias de verão pra me igualar em número de matérias. Assim, eles não teriam que me dar um ano a mais de bolsa porque resolvi mudar de curso.”
“E ela?” Liam não estava aguentando mais tanta tensão.
finalmente sorriu.
“Ela disse que eu parecia muito determinada e preparada; perguntou se eu achava que poderia dar conta, mesmo quando precisasse fazer estágio, e eu respondi que tinha certeza de que poderia, e aí, ela aceitou!” Ela finalizou, abrindo os braços.
O garoto colocou a mão na boca quando ambos começaram a rir e correu para abraçá-la.
“Não acredito! Não acrediiiiito!”
“Deu certo! Deu certo!” repetia, pendurada no pescoço do namorado.
Liam a colocou no chão e ambos se encararam, parecendo radiantes.
“Você é a melhor! Eu sabia que ia rolar!”
“Eu vou ter que fazer a Hermione, Liam! Vou ter que arrumar um vira tempo!” A garota falou, parecendo absorver a notícia aos poucos. “Preciso fazer mil coisas! Nem sei como vão ser as férias, agora! Tenho que achar um tutor em Psicologia e me arrumar com a grade.” Ela ia listando.
O namorado colocou as mãos em seus ombros.
“Fica calma! Você vai fazer tudo isso! E nós vamos passar o verão aqui, oras! Você começando seu curso novo, e eu no meu estágio.”
mordeu os lábios e fez que “sim” com a cabeça. Era só o que precisava saber: Liam estaria lá ao seu lado.
“Obrigada por me apoiar e me ajudar! Eu não tenho ideia do que faria sem você!”
Ele sorriu e deu um beijo delicado nos lábios da namorada.
“Eu não fiz nada! Parabéns, meu amor! Você merece essa vitória!”
Eles não podiam se agarrar bem no meio da Coordenação, por isso, só se abraçaram e deram alguns beijinhos.
estava tão aliviada!
“Liga pra sua mãe agora.” Liam falou, tirando o celular do bolso, enquanto ambos andavam abraçados de volta ao SPR. “Ela tá mega curiosa!”
franziu a testa.
“Você tava falando com a minha mãe?”
“Sim, ela estava preocupada!”
o olhou de lado. Aquilo era bizarro demais! Não era ruim... Mas era bizarro!
“Ok, então!” Falou, pegando o celular e dando de ombros. “Ela está na sua lista de últimas ligações?! Liam!”
Mais três anos de terceiro andar garantidos! E, pelo jeito, seria durante todos os 12 meses do ano!

“Styleeees! Levantaaa!” falou, dando um puxão no edredom e fazendo-o grunhir e se encolher. “Você tem meia hora para se arrumar para o café da manhã!”
“Retiro o que disse! Não quero ser apresentado a ninguém. Escondido é mais gostoso! Deita aqui!” Ele resmungou, sem nem se mexer.
parou aos pés da cama.
“Você está me zoando, né?”
Harry bufou e se virou para olhá-la. Como conseguia ser tão bonita logo cedo?
“Que horas são?”
“8 horas. Levante-se, Styles, e vá tomar um banho!”
O garoto enrolou o máximo que conseguiu, mas se arrastou até o banheiro, enquanto terminava de se maquiar. Ela sorriu quando, algum tempo depois, sentiu cheiro de banho e do perfume dele pelo quarto. Como gostava de sentir aquele cheiro logo pela manhã mais uma vez!
“Aaah, agora, sim!” Falou, levantando-se e indo até o namorado, e o abraçou. “Merece até um beijo de bom dia agora.”
“Você me enganou! São 7 horas ainda!” Ele a acusou.
“Jamais ia tentar te acordar só meia hora antes, Harry! Como se eu não conhecesse sua preguiça!” Ela falou, rindo e lhe dando um beijo.
“Muito espertinha, essa minha mulher!” Ele disse, afundando o rosto no pescoço dela. “Bom que a gente tem mais tempo para... Para a gente.”
riu e deixou que ele distribuísse alguns beijos por ali, mas, depois, se afastou um pouco.
“Vem! Você me ajuda a preparar o café!”
Ele poderia até tentar dormir mais um pouco, mas a ideia de namorar na cozinha parecia muito mais interessante. Deixou-se ser levado por ela, entrelaçando suas mãos.
“O que você quer que eu diga, hoje?” Ele perguntou, enquanto andavam.
“Nada scriptado.” Ela respondeu, sorrindo. “Confio no seu charme para conquistar todo mundo.” Harry deu um sorriso de lado. “Mas não muito charme, Styles! Não quero mais ninguém apaixonada por você, não!”
O garoto gargalhou e a abraçou, enquanto os dois entravam na cozinha.
“Ciumentinha!”

, e Liam estavam à mesa da cozinha do terceiro andar, e estava sentada no balcão da pia e abraçava Niall, de pé entre suas pernas, por trás. contava aos amigos sobre a reunião, e eles bebiam para comemorar a conquista da amiga.
“Então o time continua todo aqui, né?” Niall perguntou.
“Com o reforço da Jess, que se muda em agosto!” disse, animada.
“E você nos abandona quando, ?” Liam se virou para a veterana.
“Depois do fim de semana da minha defesa. Já avisei a que só saio do SPR quando meu contrato acabar. Vai ser tão difícil dizer adeus!” Niall deu um apertãozinho solidário na perna da namorada. “E, ah, Liam! Sugeri seu nome para novo RA! Espero que você aceite!”
e olharam para o garoto, sorridentes.
“Eu, ?”
“Sim! E quem mais seria?”
“Com certeza, não o Louis!” riu, e todos a acompanharam.
“Aêêê, ! Cama de casal!” Niall se desvencilhou da namorada e foi até a amiga dar um high-five. “Vou sentir saudade dela!”
“Você pode matar a saudade quando quiser!” Liam zombou em um tom sedutor e piscou.
“Só chamar, Payno!” Niall retribuiu.
“Mas que palhaçada é essa aqui?” fingiu estar brava, puxando o namorado de volta.
“Vai continuar na JJJ, Horan?” perguntou quando todos pararam de rir.
“Vou sim. Tenho que me vingar da minha época de trote nos calouros em setembro!”
“Coitados, se não gostarem de trote igual a você!” Liam falou.
As meninas riram.
“Niall gosta de qualquer coisa que envolva conversar com mil pessoas e ser ridículo; de preferência, ao mesmo tempo.” explicou, fazendo-o se virar.
“Mas o que que é isso? Vindo logo de você?!”
Ela deu de ombros e precisou puxá-lo de volta pela segunda vez ao vê-lo se afastar.
“Vem aqui, futuro veterano! É brincadeira!” A garota falou, dando beijinhos no rosto do namorado. “E quando começam suas aulas, ?” Perguntou quando ela e Niall já estavam “de bem” de novo.
“As aulas oficiais só em setembro. Mas vou fazer vários intensivos durante o verão para tentar nivelar e poder cumprir créditos do primeiro e do segundo ano.”
“Orgulho!” falou, sorrindo para a amiga.
“Hum... Você acha que vai ter tempo para um último trabalho como estudante de Arquitetura?” quis saber.
“O que você tem em mente, ?”
Ela sorriu.
“Precisava de ajuda com o sótão... Pensei em você e no Liam. Pelo menos, pra dar um jeito de usar o espaço da melhor forma possível e tal.”
fez que “sim” com a cabeça e olhou para o garoto em busca de afirmação.
“Bom, não sou engenheiro civil, mas uma base eu devo ter... Se você quiser, eu te ajudo!” Ele disse, olhando diretamente para a namorada.
se virou para e sorriu.
“Posso tentar! Você tem a planta?”
bateu palmas.
“Não, mas vou pedir pra ! Obrigada a vocês dois!”
“De nada!” O casal respondeu em uníssono, sincronizados como sempre.
“E você e o Malik, dona ?”
A garota abriu um sorriso enorme e seus olhos brilharam.
“Me surpreendendo a cada dia! Se eu soubesse que ele era tão bom namorado, tinha terminado com o Aidan antes!”
As garotas riram. Liam havia parado de implicar com ele desde o dia do parque... Até porque não havia mesmo motivo nenhum.
“Ele anda todo bem-humorado pelo laboratório... Parece outra pessoa!” contou, deixando-a ainda mais feliz.
“É incrível! Ele ainda tem aquelas coisas que sempre me irritam, mas, provavelmente, não seria a mesma coisa se a gente não brigasse, pelo menos, uma vez por dia.”
“Sendo vocês dois, provavelmente, não!” concordou.
“Chame-o para ir à festa da JJJ, !” Niall convidou, sorrindo. Não era mais amigo de Zayn por falta de contato, mas não achava que teria problemas com ele.
Bom... Quem tinha problemas com Niall, de qualquer forma (a não ser Danny, talvez)?
sorriu, agradecida.
“Chamarei, sim! Não sei se ele vai querer, mas, agora, meus graus de chantagem estão mais avançados!”
“Prefiro nem saber!” Liam falou, tapando os ouvidos com a mão, e todos riram.
apoiou o queixo no ombro do namorado, enquanto ouvia as meninas contando sobre algo da festa no parque que ela não tinha visto. Deveria estar estudando, mas, sempre que tinha a oportunidade de estar com aquelas pessoas, acabava escolhendo o tempo livre, porque, em menos de 15 dias, não moraria mais ali, e momentos como aquele se tornariam mais difíceis.
Estava chegando a hora do adeus definitivo ao terceiro andar.

A “época” dos exames passou, e isso só poderia significar duas coisas: férias e verão! O terceiro andar, porém, continuava movimentado, e a barulheira ficava por conta de Louis, que parecia estar desmontando o próprio quarto quando só estava arrumando suas malas para viajar com Eleanor. Liam e não teriam férias, já que o primeiro estava no estágio, e a segunda começaria seu intensivo no novo curso. iria a Bradford com Zayn em alguns dias, mas tinha decidido esperar pela defesa de .
Defesa que aconteceria no dia seguinte.
Por esse motivo, a garota andava no próprio quarto, de um lado ao outro, recitando sua apresentação tantas vezes que começava a passar do estágio de nervosismo para o estágio em que só queria se ver livre de tudo aquilo. Queria ir para casa e ver a filha, queria a excitação de se mudar para a casa de ... Queria férias!
Alguém bateu na porta, e ela parou de andar para ir atender. Um Niall sorridente estava parado do lado de fora e carregava uma sacola em cada mão com algo que cheirava à comida chinesa.
“Sabia que você estaria ficando maluca!” Ele disse, provavelmente, se referindo ao cabelo despenteado e o rosto pálido da namorada. “Vim te fazer companhia e te colocar para relaxar! Vamos comer, assistir filme e dormir...”
“Mas, Niall...” tentou argumentar, abrindo espaço para que o garoto entrasse.
Ele colocou as sacolas na escrivaninha e empilhou tudo que estava jogado por lá em um canto.
“Nada de ‘mas’!” Niall a interrompeu. “Se você não se der uma folga, vai estar cansada amanhã. Fica tranquila, ! Você já estudou tudo o que podia. Vai dar tudo certo!”
Ele abriu os braços, e a garota não recusou o abraço, indo até lá e ganhando vários beijinhos.
“Foi a quem te mandou aqui?” perguntou, rindo.
“Quando ela me mandou mensagem, eu já estava no meio do caminho.”
Ela tinha mesmo as melhores pessoas do mundo ao seu redor!

“Haha! Fica tranquila, ! Eu já estava indo, mesmo... Vim só buscar o jantar! Nialler x”
sorriu para o celular e o colocou de lado, voltando a prestar atenção no computador em que terminava de fazer as contas para fechar a loja naquele dia. Estava concentrada nessa tarefa quando ouviu alguém na porta.
“Queria falar com a dona desta espelunca...”
Franziu a testa, não porque alguém estava chamando sua loja de espelunca, mas porque conhecia perfeitamente aquela voz e não a ouvia há muito tempo! Levantou a cabeça, e lá estava ele parado na porta, com dois sorvetes em mãos, o sorriso torto para o lado esquerdo, forçando sua única covinha.
Como toda vez que via Tom, depois de tanto tempo, teve vontade de ir até lá socá-lo, mas foi traída, mais uma vez, por seus próprios movimentos: levantou-se da cadeira e saiu correndo para abraçá-lo.
“Seu idiota!” Xingou, enquanto ainda o apertava o mais forte que conseguia. Ele ria e a abraçava de volta como podia, já que carregava os sorvetes. “Eu deveria te matar por desaparecer! Eu deveria fechar a porta da loja na sua cara! Ou na sua cabeça!”
Tom só fazia rir, porque sabia que ela deveria, mesmo.
“Framboesa? Ainda é seu preferido?” Perguntou quando o soltou e lhe ofereceu uma das casquinhas.
sorriu.
Eles ainda se conheciam tão bem!
“Pera aí! Preciso terminar aqui e já te xingo mais!” A garota falou, voltando ao fundo da loja, e Tom sentou-se nos degraus para esperá-la.
Não demorou muito, e trancou a porta e sentou-se ao lado dele, pegando um dos sorvetes.
“Você pode me explicar qual é o milagre que te trouxe aqui?”
“Dougie veio à Inglaterra apresentar a namorada à mãe dele e...”
“Oi?” o interrompeu. “Está sério assim?”
“Está sim, você acredita? Ele chegou ontem, e a namorada chega sábado, então eu e o Harry decidimos vir à casa do Danny, e o Dougie virá também, antes de buscar a garota em Heathrow... Faz muito tempo que nós não nos reunimos!”
“Ah, não me diga!” ironizou. “Você mora aqui ao lado, Fletcher! Custava vir visitar? Precisou o Danny voltar para cá para você e o Harry virem?”
“Você também nunca foi me ver, ...” Ele tentou, dando de ombros.
“Porque sua querida esposa não gosta de mim!” A garota bufou, e Tom coçou a nuca com a mão livre. “Quer saber, eu não vou mais brigar com você por causa disso. Será que, agora que o Jones voltou, você pode aparecer mais, então? Traz a Giovanna, se for a única solução...”
Foi a vez dele franzir a testa.
“Você está mesmo falando isso? O que aconteceu? Está com febre?” Ele perguntou, tentando medir sua temperatura e tomando um tapa nas mãos.
riu.
“Larga a mão de ser besta! Eu só quero voltar a te ver com mais frequência, mesmo que isso signifique ver sua digníssima também.” Ela falou, fazendo uma careta, e Tom fingiu não perceber o gesto.
“Eu vou tentar, , prometo.” O rapaz falou, balançando a cabeça. “Não quero perder minha sobrinha crescendo...”
A garota abriu um sorriso.
“Joanna está tão linda!” Mas, então, lembrou-se de algo. “Aliás! Obrigada por ser um fofoqueiro de primeira, ou o Danny não teria voltado!”
Os dois riram e ele colocou a mão na boca.
“Juro que foi sem querer, !”
“Tudo bem. No fim, eles se acertaram e vão ser os melhores pais do mundo pra Jojo...”
“Mas nenhuma chance deles voltarem a ser um casal, né?
fez que “não” com a cabeça.
“Não... Bom, não agora... Não dá pra prever o futuro. Mas ela está feliz com o Niall, e o Jones tentou, viu? Se ela fosse balançar, já tinha balançado!”
“Eu lhe disse, desde o começo, que ia dar merda... Ele nunca me ouviu!” Tom deu uma mordida na casquinha, enquanto ainda pensava nisso. “Mas, enfim... E a senhora, o que me conta? Sua loja está exatamente igual você descrevia!”
“Não está?” falou, dando um sorriso enorme. Quando ainda eram inseparáveis, Tom havia passado noites e noites ouvindo os planos dela: a descrição da loja que ela teria e das roupas que venderia. “Você precisa ver meu estúdio, mas não hoje, que está tudo uma bagunça! Até quando vocês ficarão aqui?”
“Até sábado pela manhã. Dougie vai buscar a garota, e eu e o Judd vamos aproveitar a carona.”
“Falando nele... Cadê?” Ela perguntou. “Aquele metido se esqueceu de mim também?!”
“Quando eu saí para vir pra cá, ele e o Danny já estavam na metade da garrafa de vinho.” Tom contou, rindo. “Você conhece, né?!”
“Avisa a esses dois que eu não quero ninguém de ressaca no almoço da amanhã! Vocês vão, né? Ela sabe que vocês estão aqui?”
O rapaz fez que “não”.
“Sabe nada! Nem nós sabíamos da defesa dela, mas foi uma coincidência ótima! E não se preocupe! Eu os tiro da cama no tapa amanhã!” Ele falou, piscando e fazendo rir.
“Como nos velhos tempos!”
Os dois ficaram um tempo em silêncio, finalizando seus sorvetes, e se sentiu incrivelmente leve com aquele momento. Poderia xingá-lo e acusá-lo de tê-la abandonado com , mais uma vez, mas não ia adiantar nada; só iria aumentar o clima ruim e a nuvem negra em cima deles. A nuvem negra que parecia ter mantido Tom afastado por todo esse tempo.
Além do mais... Giovanna não precisava se preocupar com ela da maneira com a qual se preocupava no passado, porque , agora, tinha um namorado.
“Danny te contou... Hum... Que eu estou namorando?”
Tom se virou para olhá-la e sorriu; seu sorriso que forçava a covinha.
“Contou, sim, em uma das vezes que ele foi escrever comigo. Quem é o cara que eu tenho que matar? Jones me disse que ele é novinho igual ao namorado da .”
Ela rolou os olhos.
“Você não tem que matar ninguém! E, sim, ele também é novinho...” falou, fazendo aspas com a mão na última palavra. “Mas é um cara maravilhoso. Eu estou muito feliz!” Falou e, de repente, percebeu que, sim, estava MUITO feliz! Uma felicidade palpável.
“Se você está feliz... Então eu estou também.” Tom respondeu, sorrindo e sendo totalmente sincero, e sorriu de volta.
Estava sentindo algo que demorou a entender o que era, mas, ao ouvi-lo dizer que estava feliz porque ela estava feliz, percebeu que era alívio.
Durante anos, sua ligação e suas emoções com relação a Tom haviam sido um território sensível para ela. Nunca havia conseguido distinguir o tipo de amor que sentia, e isso a deixava maluca, às vezes. Era maior que amizade, era diferente de amor de irmão, e ela se recusava a acreditar que era paixão. A cada hora, parecia uma coisa, na verdade, e porque o rapaz ocupava tantos “cargos” dentro do coração dela, parecia incapaz de se apaixonar por outra pessoa.
Tom precisou se distanciar de forma brusca e pelo motivo errado, fazendo com que ela o odiasse um pouco, para que se libertasse. Agora, podia vê-lo como seu melhor amigo e até como um de seus “amigo-irmãos”, mas não havia mais confusão. Ele e Harry Styles podiam conviver pacificamente em seu peito, e ela podia amá-los sem conflitos internos.
Havia encontrado o equilíbrio que estava procurando por tanto tempo.
“Você terminou aqui?” Tom voltou a falar, apontando para a porta atrás dele. “Quer ir lá dar uns tapas no Judd?”
Ela levantou-se quase imediatamente.
“Que convite irrecusável!” disse e ajudou o amigo a se levantar.
O rapaz tirou o celular do bolso, enquanto eles contornavam a pracinha, e leu uma mensagem.
Timing perfeito! Dougie acabou de chegar!”
bateu palmas, animada como há muito tempo não ficava.
Boys are back in town. Boys are back in town...” Cantou, sendo acompanhada por Tom.
Seus meninos estavam de volta!

Niall e se levantaram rápido ao verem deixando a sala onde estava acontecendo sua defesa. A garota parecia fisicamente cansada, como se tivesse corrido uma maratona; metaforicamente, ela tinha mesmo.
“E aí?!” O namorado perguntou, nervoso.
“Acabou. Os membros da banca examinadora se reúnem agora e decidem se me dão o título de Mestre ou não.” explicou, aconchegando-se nos braços abertos do garoto à sua frente.
“E o que você achou?” perguntou, mordendo a pontinha da unha.
“Eu estava bem nervosa, mas respondi a maioria das perguntas. Acho que vai dar tudo certo.”
As duas amigas sorriram uma para a outra.
“Tem uma surpresa te esperando no terceiro andar!” disse, animada, e até mesmo Niall pareceu interessado.
“Surpresa?”
“Sim, agora que você acabou, já posso te deixar curiosa... Convidados especiais no seu almoço!”
franziu a testa e encarou o namorado, que deu de ombros. As únicas pessoas em quem conseguiu pensar foram sua mãe e Jo. Bom... Não seria nada mal ter as duas em Saint Mary para celebrar sua conquista. Mrs. havia achado melhor não estarem lá, já que Jo distrairia demais na véspera e, por esse motivo, tinham concordado em ficar em casa, mas, talvez, tivesse mudado de ideia.
“Quem?”
?!” Alexander abriu a porta, e se endireitou, desvencilhando-se do abraço de Niall. “Nós já estamos prontos.”
A garota fez que “sim” com a cabeça e se voltou aos dois ali com ela.
“O pior já foi! Vai lá, Mestre!” disse, piscando.
“Estou muito orgulhoso de você!” Niall disse, com um de seus maiores sorrisos, e deu um beijo na testa da namorada.
apertou a mão dele e voltou à sala para ouvir o veredito dos professores. Os últimos 3 anos resumidos nos próximos 5 minutos. Mas ela tinha um bom pressentimento.

Os três saíram do elevador no terceiro andar, conversando, animados, sobre os planos para o verão, mas logo pararam de falar ao escutarem a bagunça que vinha da cozinha: as meninas haviam se encarregado do almoço de comemoração, mas, além das vozes delas e de Liam, havia outras a mais.
abriu a porta e quase caiu para trás ao ver quem se encontrava ali.
Além dos rostos que já esperava encontrar, também podia ver Tom, Dougie e Harry Judd. O que eles estavam fazendo ali?
“Meu Deus!” Exclamou. “Vocês!”
Niall os olhava um pouco confuso, mas tinha uma vaga ideia de quem se tratava.
“E aí?! A gente está comemorando ou bebendo para esquecer?” Dougie perguntou, enquanto a abraçava.
“Poynter?! De que buraco australiano você saiu?”
“Veio trazer a namorada pra conhecer a família!” Judd contou, fazendo o queixo da amiga cair.
“O QUÊ? E cadê essa santa?”
“Chegará amanhã. E parem com isso! Vocês estão me envergonhando na frente dos meus novos amigos!” Dougie disse, fingindo estar tímido e apontando para a cozinha.
Todos eles riram, e logo foi cumprimentar os outros e receber os parabéns quando finalmente respondeu a pergunta “se estavam celebrando ou afogando as mágoas”.
Só Deus sabe como todos eles almoçaram naquela cozinha minúscula! Danny e Tom, agora, estavam sentados no chão, tocando violão; e Styles estavam parados perto da geladeira, conversando com Liam e ; , Jess e Niall lavavam a louça e mandavam sossegar toda vez que a garota ia tentar ajudá-los; e Judd, Josh e Dougie jogavam baralho na mesa.
, cadê o Zayn?” perguntou, sentando-se na bancada e percebendo que ainda faltava alguém. Sabia que o namorado da amiga não era presença garantida na turma, mas tinha a esperança de que ele passasse a frequentar mais o terceiro andar.
“No estágio! Mas me prometeu que ia à festa da JJJ, hoje!”
As meninas ergueram as sobrancelhas juntas em surpresa, fazendo-a rir.
“Zayn Malik vai a uma festa da JJJ? Olha... Está te amando mesmo!” falou, dando batidinhas nas costas dela e fazendo todas elas rirem.
“Está nada...” respondeu, mas sorria, sem graça. “Foi só porque falei que ia com ele ou sem ele!”
“Certíssima! É assim que se faz! Não pode dar mole para esses caras! Tudo uns pamonhas!” Jess completou, fazendo Niall levantar os braços (e o pano de prato) em indignação.
“Hey! Eu estou aqui ouvindo essa conversa, viu?”
“Você é a exceção, Horan!” disse, fazendo que “não” com a cabeça para as duas. “Agora, volta a secar os pratos direitinho aí!”
As garotas gargalharam.
olhou pela cozinha e pulou da bancada para ir se sentar ao lado de Tom. O rapaz parou de tocar o violão e passou um dos braços pelas costas dela.
“Ok! A não me assassinou ontem, então eu acredito que é hoje que eu morro!” Ele brincou, fazendo-a rir.
“Você bem que merecia, Fletcher, mas eu estou semi dopada de felicidade no momento... Vou deixar passar!”
Ele riu e a puxou para mais perto.
“Como a Jo está? Queria tanto vê-la!”
“Vou para casa buscá-la amanhã. Você vai estar aqui à tarde?”
Tom fez uma carinha decepcionada e balançou a cabeça. Danny se virou para prestar atenção na conversa.
“Vai ficar para a próxima!”
“Só espero que não seja na formatura dela, ou nada assim...” provocou, fazendo Jones rir.
“Já prometi para e vou te prometer também: de agora em diante, vire para cá, sempre que puder! E espero que vocês me visitem também... Sem ressentimentos?!” Tom parecia bem sincero em sua promessa e olhava atento para a amiga, que sorriu.
“E eu consigo ficar com raiva de você e dos meninos por muito tempo?” disse, como se isso a deixasse zangada, mas era só como as coisas sempre tinham funcionado. Apesar de tudo, sentia-se incrivelmente feliz em vê-los todos ali conversando e interagindo.
Todas as pessoas que o terceiro andar tinha lhe dado de presente.
“Vou tocar no pub, hoje.” Danny contou. “Você e a vão, né?”
A garota mordeu os lábios. Tinha combinado com Niall de ir à JJJ.
“Hum... Vou ver!” Respondeu, meio sem jeito.
“Pode levar o Niall também, se quiser.” Danny disse, forçando um sorriso e engolindo em seco o que deveria ser todo seu orgulho.
Tom se virou para examiná-lo.
“Vou falar com ele. Obrigada pelo convite, de qualquer forma!” falou e tentou mudar de assunto rapidamente. “E como estão as coisas no estúdio, Fletcher?”
Mas a resposta foi interrompida por :
! ! Cadê o discurso pós-defesa?”
“Boa! Discurso! Discurso!” Niall puxou as palmas, sendo acompanhado pelo resto do pessoal.
A garota fazia que “não” com a cabeça, mas Judd já estava indo até lá para levantá-la.
“Odeio vocês!” Ela disse, fazendo-os rirem. Mordeu os lábios e ajeitou o cabelo para ganhar tempo, mas todos já aguardavam suas palavras. Respirou fundo. “Tá bom, então, mas, se eu chorar, sintam-se culpados! Hum... Pra falar a verdade, eu não tenho muito o que dizer, a não ser ‘obrigada’. Cada pessoa nesta cozinha e algumas que não estão aqui...”
“Que Deus os tenha!” Dougie interrompeu, fazendo o cômodo explodir em risadas.
“Posso continuar, Poynter?”
“Para quem nem queria começar...” Jess brincou, e a amiga deu de língua.
“Dougie e sua mania de interromper discursos...” Judd disse, ainda doído pelo seu discurso do Dia de Ação de Graças anos atrás.
“Shhhh! Vai, !” disse, tentando acabar com a conversa paralela.
“Obrigada, ! Como eu ia dizendo... Cada um de vocês nesta cozinha, e algumas pessoas que não estão aqui, têm um pedaço do meu coração e foram importantes na minha conquista de hoje. Mesmo os que andaram sumidos pela vida...” Ela olhou para Danny, Tom, Judd e Dougie, que assobiava e olhava para cima como se não fosse com ele. “Vocês foram a base, o começo de tudo, e eu nem sei explicar como estou emocionada em ter os quatro aqui, e... Harry! Cadê a Izzy?”
Todos riram de novo.
, se você se auto sabotar, a gente não vai nem chorar e nem acabar com isso hoje!” falou, ainda rindo.
“Ficou em Newcastle. Alguém tem que trabalhar, né?”
“Aaaah! Poxa vida! Você a traz, da próxima vez, hein?!” pediu e depois limpou a garganta para começar de novo. “Enfim... Estou mega contente em ter vocês aqui e saber que isso não vai mais ser um evento, a cada cinco anos, me deixa ainda mais feliz!” Ela sorriu de novo para eles. “Aos outros presentes, a nova geração do terceiro andar... O que teria sido do meu ano sem vocês? Sem as risadas, a ajuda, os conselhos e as tequilas? Vocês são meus novos irmãos e meus irmãos mais novos. Aprendi tanto com cada um e amo tanto todos vocês que a ideia de não morar aqui, a partir de setembro, e não ver essas carinhas sonolentas toda manhã, me dói um pouquinho. Mas não vai mudar nada! Vou continuar vindo aqui atazanar as meninas, comer cookies e dar palpite nas receitas do Liam. Obrigada por serem tão especiais!”
“Ah, merda!” falou, limpando os olhos. “Já era, ! Deu tempo de chorar, sim!”
também passou a mão pelo rosto, antes de continuar:
“Meu irlandês...” Ela começou, olhando para Niall, que sorria e tinha os olhos brilhando, já um pouco marejados. “Meu plano inicial era tão simples: eu só queria vir; ficar quietinha no meu canto, fazendo meu mestrado; defender; ir embora para casa e para a Jo... E aí, você chegou, me dando um chapéu de bobo da corte e sendo o ser humano mais apaixonável que eu já conheci!” Danny olhava para baixo e mordia os lábios. “Obrigada por não ter desistido de mim quando tentei te afastar! Obrigada por ter sido sempre tão perfeito e tão incrível... E obrigada pela paciência e por manter minha sanidade nesses últimos dias! Eu amo você!”
“Também te amo!” Niall respondeu, sem emitir som e sorrindo um de seus sorrisos de cabide encantadores.
“Acho que só sobrou a , agora, né?” falou, limpando os olhos mais uma vez. “Mas, para você, eu não tenho o que agradecer, não... Nem te conheço direito!” Zombou, fazendo os outros rirem.
“Estou aqui só pela cerveja!” respondeu, também com a voz embargada, levantando a latinha em sua mão.
“Meu anjo da guarda, meu porto seguro, minha irmã, minha psicóloga, minha personal stylist... Eu estaria tão perdida sem você que nem sei se eu seria a mesma pessoa! Nem consigo imaginar mais o que é a vida sem a sua amizade! E nem acredito que finalmente vamos ser, além de tudo, housemates! Mal posso esperar pelas panquecas no sábado de manhã e pelas broncas diárias para ir à academia! Obrigada, simplesmente, por existir e por me aguentar durante todos esses anos, sem nunca sair do meu lado!”
“Quem foi o filho da puta que pediu discurso?” disse, soluçando e sem conseguir segurar as lágrimas.
“Isso porque ela não queria falar nada!” Josh brincou, para descontrair, já que todo mundo parecia não saber mais o que dizer.
“Vocês que pediram!” se defendeu, levantando o braço e indo abraçar . “Vamos parar esse chororô e vamos beber!”
“Ótima ideia!” Liam disse, indo até a geladeira. “Quem quer mais cerveja?”

A bagunça na cozinha se estendeu pela tarde e houve, inclusive, uma tentativa de guerra de balão d’água, que não foi muito à frente, já que eles estavam em muitos. Vez ou outra, um dos moradores do terceiro andar sumia e aparecia de volta, de banho tomado e pronto para a festa da JJJ.
saiu, fechou a porta do seu quarto e percebeu que Niall estava ali apoiado na parede.
“Tenho um presente pela defesa!” Ele disse.
“Niall! Você sabe que não precisava me dar nada!”
“É um presente meio egoísta...” Ele explicou, tirando algo do bolso e lhe entregando um envelope. “São passagens para você e para a Jo irem me ver na Irlanda. Não vou conseguir ficar um mês sem te ver!”
A garota abriu o envelope, sorrindo de orelha a orelha.
“Passagens para a Irlanda?”
“Isso! Você vai?”
“Que pergunta, Niall! Claro que vou! Conhecer Mullingar!” disse, animada, aproximando-se mais dele. “Muito obrigada! Amei o presente e mal posso esperar!”
A garota passou os braços pelo pescoço do namorado e distribuiu beijinhos delicados em seu rosto, antes de juntar seus lábios.
“Obrigada!” Ela disse, mais uma vez, quando se separaram. “Você é o melhor!”
“Vamos, então?! Já despachei o resto do povo para a festa!”
olhou para o outro lado, reparando o quão silenciosa a cozinha estava agora.
“Todo mundo já foi?! Nem esperaram a gente?!”
Niall riu.
“Você quer mesmo ir? Vi seus amigos combinando o pub com a .”
Ela mordeu os lábios e olhou de volta para o fim do corredor.
“Vamos?!” Convidou. “Sei que fica meio estranho pra você, por causa do Danny e tudo, mas faz tanto tempo que não vejo os meninos!”
O garoto sorriu e levantou uma das mãos para fazer carinho na bochecha da namorada.
“Pode ir ao pub, não tem problema! Aproveita seu tempo com eles! Eu vou à JJJ... Não quero deixar ninguém desconfortável. Esta é uma noite só para vocês seis, mesmo!”
, às vezes, custava a acreditar que aquela pessoa na sua frente era real.
“Você não existe!” Repetiu para ele, talvez pela milésima vez desde que começaram a namorar. “Você, definitivamente, não existe!” Falou mais uma vez.
“A gente se vê amanhã?!”
A namorada estreitou os olhos, analisando-o.
“Você vai aparecer aqui bêbado às 3 da manhã, não vai?”
Niall gargalhou.
“Você me conhece bem demais!” Falou e a puxou para mais um beijo.
“Arranjem um quarto!” Os dois ouviram uma voz vindo da porta da cozinha e se separaram, rindo.
“Poynter, você é o maior empata foda da história!” Judd falou, vindo atrás do amigo. “Mas, já que vocês dois se largaram, vamos?!”
“Vamos!” respondeu, animada, indo até eles, de mãos dadas com Niall.
Eles pararam em frente ao elevador e se entreolharam.
“Sete pessoas em um elevador só... Isso não vai dar certo!” Tom disse, contando-os com os olhos.
“Se estragar, a gente coloca a culpa no Tomlinson!” disse, já entrando. “Vem!”
Eles se espremeram dentro do elevador, rezando para nada acontecer, e apertou a mão de Niall. Sendo o namorado claustrofóbico, provavelmente, não estava adorando aquilo. Porém, ele apertou sua mão de volta e sorriu serenamente. Não teve tempo de sentir medo enquanto a olhava piscar para ele.
O casal se despediu, e os seis restantes foram à direção contrária.
?!” Harry chamou. “Niall não vai com a gente... Porque não tem idade pra entrar no pub?”
Os outros gargalharam, e Danny segurou o riso, andando meio cabisbaixo.
Teria que se acostumar com aquilo.
“Ha ha ha, Judd!” Ela respondeu, dando um sorriso amarelo.
“Quando você e a vão sair...” Dougie começou. “Vocês dividem a diária da babysitter?”
Tom quase teve um ataque, e até mesmo as meninas tiveram que fazer um esforço para manter as expressões sérias.
“Vão à merda, vocês dois!” xingou, sendo abraçada por Dougie, e Harry fez o mesmo com .
A noite, provavelmente, seria toda assim. Elas mal podiam esperar!

XO – John Mayer (Beyonce cover)

“Your love is bright as ever
Even in the shadows
Baby, kiss me
Before they turn the lights out”


saiu do banheiro e vinha caminhando distraída em direção à sala da JJJ quando uma cena chamou sua atenção: Zayn conversava, animado, e ria com Niall.
“Hey!” Ela cumprimentou, aproximando-se, e ambos sorriram para ela. Zayn a puxou para perto e a abraçou pela cintura. “Do que os moços tanto dão risada?”
“Niall estava me contando da época que ele era calouro...” O namorado contou. Seus olhos brilhavam de um jeito lindo e pareciam ser ainda mais claros, quase esverdeados.
“Ah! E qual era a peripécia da vez, Horan?”
“Estava falando do dia que você foi expulsa da Monte Olimpo!”
Os dois voltaram a rir, e franziu a testa.
“A versão dele da história é muito melhor que a sua! Você é meio sem graça!” Zayn a provocou, fazendo-a dar um passo para trás.
“Como é, Malik?”
“Ôpa! Minha intenção não era causar no relacionamento!” O irlandês falou, levantando os braços. “Acho que vou me mandar!”
“Volta aqui, seu leprechaun!” chamou ao ver o amigo se afastar rindo. Quando ele já estava longe, virou-se para Zayn, que a puxou para perto de novo.
“Você não está brava de verdade, está?”
“Talvez...”
O rapaz deu um beijo demorado em sua bochecha, e ela sorriu.
“Obrigada!” Disse a ele.
Zayn ficou confuso.
“Obrigada? Pelo que?”
“Por ter vindo até a JJJ. Eu sei como você odeia aqui. E obrigada pelo esforço pra se enturmar com os meninos!”
Os dois sorriram um para o outro e Zayn se virou de frente para a namorada.
“Preciso admitir que os meninos são legais... Talvez você tenha razão, e eu seja mesmo um pouco arrogante.”
“Eu nunca disse que você era um pouco arrogante!”
“Ah, não?”
“Não. Eu disse que você era arrogante pra caralho!”
Ele riu e fez que “sim” com a cabeça.
“E então? Eu mereço um prêmio por bom comportamento?” Zayn perguntou, levantando uma das sobrancelhas.
rolou os olhos.
“Você sempre transforma momentos fofinhos em momentos safados!”

“Your heart is glowing
And I’m crashing into you
Baby kiss me, kiss me
Before they turn the lights out
Before they turn the lights out
Baby love me lights out”


“Você quer um momento fofinho, então?!” Ele perguntou, quase hipnotizando-a com seu olhar intenso. “Nada mais me parece um sacrifício se você está comigo, e nem é mesmo! Os meninos são bem legais, e sou eu quem te agradece por me puxar pra fora da minha ostra... Você faz tudo melhor!”
mordeu os lábios ao ouvir a declaração de Zayn, ainda sem conseguir entender: 1) o que ela havia feito para merecê-lo e 2) o porquê tinha demorado tanto evitando situações como aquelas.
“Você quebra minhas pernas assim, Malik! Mas eu também preciso dizer que estou adorando esse negócio de ser sua namorada e espero estar correspondendo a todas as suas expectativas.”
Ele riu e deu um beijo delicado nos lábios dela.
“Você É toda a expectativa! Você sempre foi!”
passou os braços pelo pescoço de Zayn e uniu seus lábios mais uma vez; desta vez, por vários e vários minutos.
3) Como tinha aguentado tanto tempo perto de seu melhor amigo sem querer beijá-lo toda hora?
“Ok. Vamos sair daqui!” A garota disse quando se separaram, meio sem fôlego. “Você não queria um prêmio por bom comportamento?”
Zayn deu um sorriso de lado.
“Nós somos farinha do mesmo saco, !”
Ela riu, mas não retirou o que havia dito, e puxou Zayn em direção à saída.

“In the darkest night hour
I’ll search through the crowd
Your face is all that I see
I’ll give you everything
Baby, love me lights out
Baby, love me lights out

We don’t have forever
Baby daylight’s wasting
You better kiss me
Before our time is run out”


“Anda, Liam!” pediu, enquanto guiava o namorado bêbado de volta para casa, mas ela também ria.
“Você não sabe o que eu vi na festa!” Ele começou, parando no meio da rua pela milésima vez.
“O que você viu?”
Tinha sorte de ter uma namorada tão paciente.
“Zayn e Niall conversando!” Falou em tom de quem conta algo inacreditável. “E o pior você não sabe!”
estava com as mãos na cintura, esperando pelo resto da palhaçada.
“Conte-me, então!”
“Eu acho que até vi o Zayn rindo!” Ele disse e logo tapou a boca com a mão teatralmente, fazendo a namorada gargalhar.
“Deixa a te ouvir falando isso!”
“Shhh! Não pode lhe contar! É nosso segredo!”
tentou ficar séria e fez que “sim” com a cabeça.
“Combinado! Agora, venha à calçada e vamos embora!” Enquanto observava Liam voltar em zigue-zague para perto dela, lembrou-se de algo e sorriu. “Você se lembra da última vez que eu te vi bêbado desse jeito?”
O garoto parou de andar, admirando a namorada a uma certa distância e, depois, ele a puxou para um beijo cinematográfico exatamente igual ao primeiro beijo dos dois no elevador.

“Nobody sees what we see
They’re just hopelessly gazing
Baby take me, take me
Before they turn the lights out
Before time is run out
Baby love me lights out”


“Sim, eu me lembro!” Liam respondeu, dando um último selinho em e fazendo carinho em sua bochecha.
A garota sorriu e se virou para continuar puxando-o de volta para casa. Mais à frente, porém, Liam parou de novo, e , contando até 100, parou também para saber o que era agora.
O namorado passou pela cerquinha de um dos jardins das casas daquela rua e se deitou no gramado.
“Liam Payne! Você pirou?!” Ela sussurrou, zangada. “Volta aqui! Você está impossível, hoje!”
“Olha como o céu está estrelado, ! Vem deitar aqui comigo!” O garoto chamou, alheio aos xingamentos que recebia.
“Que deitar? Ficou doido? Você vai ser preso por invasão de domicílio!”
“Deita aqui comigo, !” O namorado pediu de novo, e deixou os braços penderem do lado do corpo.
“Payne, vou te matar!” Falou, já indo até ele e deitando-se na grama.
Liam abriu os braços, oferecendo-se para ela deitar em seu peito, e obedeceu. Não podia negar que aquilo era bem romântico.
“Você me promete uma coisa?” Liam perguntou.
“Lá vem!”
“Promete que nós vamos nos casar?”
levantou-se rápido do peito do namorado, encarando-o.
“Você está me pedindo em casamento?”
Ele riu.
“Mais ou menos. Não agora, nem em breve. Só me promete que vai se casar comigo e que, um dia, quando nós dois tivermos bons empregos e essas coisas, nós vamos ter uma família. E que vai durar para o resto da vida!”
deitou-se de novo e apoiou o queixo no lugar em que, antes, sua cabeça estava, olhando para os olhos de Liam.
“Eu prometo! Você promete que, quando a hora chegar, vai me pedir em casamento? E que não vai estar bêbado?”
Os dois deram uma risadinha.
“Claro que prometo! Você já faz parte de todos os meus planos!”
“E você dos meus.” Ela respondeu, dando um beijo nele.
Então deitou-se direito e continuou observando as estrelas. “Para o resto da vida” parecia muita coisa, mas, naquele momento, ela tinha certeza de que queria Liam em todos os dias da sua.

“In the darkest night hour
I’ll search through the crowd
Your face is all that I see
I’ll give you everything
Baby, love me lights out
Baby, love me lights out
You can turn my lights out”


se virou na cama ao ouvir o barulho do celular e resmungou. Não podia ser o despertador. Parecia que tinha acabado de se deitar! Tinha esquecido como era horrível trabalhar de ressaca no sábado pela manhã. Pegou o aparelho, mas não era o alarme. Era uma mensagem de Harry:
“Conta até 5!”
Ela bufou e jogou o celular longe. O namorado devia estar bêbado e voltando da JJJ. Iria matá-lo por não deixá-la dormir. Sem nem reparar nas horas, voltou a deitar a cabeça no travesseiro.
...4, 5...
Algo fez pressão no colchão, e franziu os olhos sem abri-los. Sentiu a pessoa se aproximar e soube pelo perfume quem era. Os beijos começaram em seu braço e foram subindo em direção ao seu pescoço. Mas, então, ela se deu conta de algo:
“Styles...” Falou com a voz pastosa. “Como você entrou?”
Ele deu uma risadinha, ainda fazendo sua trilha de beijos. Parou quando chegou ao ombro.
“Fui até o terceiro andar e pedi a chave a . Ela estava saindo pra ir buscar a Jo.” Falou, antes de continuar o trajeto.
“Que horas são?” levantou-se com dificuldade, pelo peso que o corpo de Harry fazia sobre ela, e pegou o celular que tinha jogado há pouco. “6h da manhã já?!” Deitou-se de novo e se virou, ficando de frente para o namorado e entre seus braços. “Está voltando agora da JJJ?”
“Não, fui pra casa umas 2h e dormi um pouco. Aí acordei meio do nada, perdi o sono e resolvi vir te ver.”
sorriu com toda aquela espontaneidade e fez carinho em seu rosto, que, agora, ela conseguia reparar que parecia sonolento.
“Como ficar mal-humorada sendo acordada desse jeito?” Perguntou, e Harry se abaixou para beijá-la.

“I love you like XO
You love me like XO
You kill me girl XO
You love me like XO
Is all that I see
I'll give you everything
Baby love me lights out
Baby love me lights out
You can turn my lights out”


suspirou e fechou os olhos, fazendo carinho na nuca do namorado, enquanto este distribuía beijos pelo seu pescoço e colo.
“Queria ficar deitada aqui com você para sempre!” Falou e o ouviu dar uma risadinha. “Só de pensar que eu tenho que me levantar em meia hora e ir à loja...”
“Eu acho que você precisa se dar uma folga...”
“Eu bem que queria, mas nem a Eleanor e nem a estão aí. Ainda vou ter que fazer tudo sozinha, hoje.”
Harry levantou a cabeça.
“Eu posso te ajudar...”
“Você?”
“Uhum! Mas só se eu ganhar um beijo por cada roupa que eu vender... Além do mais, adoro te ver concentrada no trabalho! Você fica ainda mais linda!”
deu um beijinho no braço de Harry que estava perto de seu rosto.
“Como eu vou me concentrar com você andando pela loja?”
O rapaz sorriu de lado. Ambos adoravam saber o que causavam um no outro.
“Eu posso ficar no depósito ou aqui em cima, fazendo o almoço, se você quiser...”
fez que “sim” com a cabeça.
“Isso! Talvez seja melhor você ficar aqui em cima, se você não se importar. vai precisar de ajuda quando chegar também.”
Ele fez que “sim” e voltou a beijar seu pescoço.
“Como quiser... Só quero ficar por aqui com você.”
A garota sorriu e fechou os olhos mais uma vez.
“Então pode começar deitando-se aqui do meu lado até o despertador tocar. Por você, vou até esperar o segundo snooze!”
Harry riu e fez o que ela pediu, puxando-a para perto, e ambos caíram no sono, antes mesmo de perceber o quanto estava amando ter alguém para dividir cada pedacinho de sua vida.

“In the darkest night hour
I’ll search through the crowd
Your face is all that I see
I’ll give you everything
Baby, love me lights out
Baby, love me lights out
You can turn my lights out”


“Cadê minha princesaaaa? , eu poderia cuidar dela esta tarde! Por que temos que passar na casa do Jones?”
Niall tinha o banco do passageiro tão recuado que teria sido mais fácil se sentar atrás com Joanna e vinha entretendo a pequena durante toda a viagem. riu da pergunta. Por mais que o namorado tentasse esconder, ainda sentia ciúme doido de Danny com ela e com a filha.
“Porque ele é o pai da Jo, Niall.” Explicou como se falasse com uma criança. “Não se esqueça de que nós vamos à Irlanda, e ele vai passar um tempão sem vê-la!”
O garoto fez um barulho de impaciência com a boca como se entendesse, mas não concordasse.
“É, eu sei…”
“Então!” disse, colocando a mão esquerda na perna dele e fazendo-o se virar para ela. “Além do mais, eu preciso de você no sótão, hoje. Mais um par de braços fortes vão vir a calhar!”
Niall fez que “sim” com a cabeça e desfez o bico, dando um beijo na bochecha da namorada, que sorriu e virou a curva, entrando na rua de Danny. Assim que estacionou, ele não se segurou.
“Mas ela vai dormir com a gente, né?”
riu.
“Vai, Horan. Vou buscar a Joanna assim que a gente terminar.” Falou, saindo do carro e abrindo a porta de trás. “Dá tchau ao Niall, meu amor!”
“Tchauzinho!” Jo sorriu e acenou, enquanto era tirada da cadeirinha.
O garoto repetiu seus movimentos.
“Vai ficar no carro?” A namorada perguntou só por perguntar, pois sabia exatamente qual seria a resposta.
“Uhum! Aproveito e ligo para o Liam para ver como estão as coisas por lá!”
piscou para ele.
“Obrigada!”
“Tchaaaau!” Jo disse de novo, ainda mexendo a mãozinha.
“Tchau, princesa!”
tocou a campainha e pôde ouvir o andar tranquilo de Danny vindo atender. Ao abrir a porta, ele parecia ter sido atropelado por uma manada de elefantes, mas o sorriso ao ver a filha mantinha seu rosto iluminado.
“Haja ressaca!” A garota brincou, entregando Jo aos braços dele. “Os meninos já foram?”
“Já, sim! A namorada do Poynter chegaria agora pela hora do almoço…” Danny respondia sem prestar muita atenção em , só tinha olhos para a pequena em seu colo. “Ela cresceu!”
“Cresceu, né?! Anda perdendo roupinhas aos baldes!”
O rapaz, pela primeira vez, olhou direito para a ex-namorada.
“Se ela estiver precisando de qualquer coisa, você sabe que pode me falar, tá?”
riu.
Nem em seus sonhos mais ousados havia o imaginado sendo tão prestativo.
“Fica tranquilo, Jones! Tudo sob controle! Quando os meninos voltam?” Perguntou, mudando de assunto.
“Tom quer conhecer a Jo. Disse pra avisá-lo assim que vocês voltarem da Irlanda.” Falou meio torcendo o nariz. Ciúme… De novo.
rolou os olhos, mas fingiu que não ouviu o desgosto na voz dele.
“Sim, eu aviso! Vai ser ótimo, porque já vou estar na casa da…” Mas foi interrompida pelo som do celular de Danny.
O rapaz pegou o aparelho do bolso e leu a mensagem, mordendo o lábio inferior. Depois, guardou o celular (sem responder), ajeitou Joanna em seu braço e se voltou à , parecendo meio perdido.
“Desculpa! O que você tava falando?”
franziu a testa.
“Danny? O que houve? De quem era a mensagem?”
Ele demorou a responder; ganhou um pouco de tempo, prestando atenção nas palavras sem sentido de Joanna e fazendo cócegas na filha, mas percebeu que não ia se livrar tão fácil do olhar indagador da garota.
“Era… Hum… Lembra quando eu disse que… Hum… Saía com uma garota no Brasil?”
sorriu.
“Sim! Era ela? Vocês ainda se falam?” Quis saber.
“Voltamos a nos falar há algum tempo. Ela veio à Inglaterra à trabalho.”
“Ela está aqui no país? Que legal, Danny!” A garota estava genuinamente animada, o que o deixava ainda mais sem jeito. “Qual é o nome dela mesmo?”
“Laura. A mensagem era falando que ela está um pouco entediada e segurando vela, porque, nesse fim de semana, o namorado da amiga, que veio também, está junto.”
“Convida a garota para vir pra cá, Jones! Ela, obviamente, está te dando as dicas para você pedir isso!”
O rapaz mordeu os lábios de novo.
“Está?”
“Eu tenho certeza!” disse, rindo. “A não ser que… Você quer vê-la de novo, né?”
“Hum…” Ele considerou a resposta.
A conversa poderia ir a tantos lados diferentes…
“Danny, Danny…” A ex-namorada parecia preocupada, mas, então, pensou em outra possibilidade: “Você já está saindo com alguém aqui, né? É tão sua cara!”
Aquilo fez o ex-namorado rir.
“A minha cara?! Quem vê você falando, acha que nós terminamos porque eu te traí ou algo assim!” Falou, fazendo-a rir também. “Não, não estou saindo com ninguém… É só que…” Não queria dizer.
Porque sabia o motivo: sabia que ERA o motivo.
E ela pareceu entender e balançou a cabeça negativamente.
O rapaz voltou sua atenção à Joanna, evitando contato visual.
“Eu passei dois anos me perguntando se, algum dia, seria capaz de me apaixonar de novo, Danny…” começou. “E, por dois anos, tive certeza que não. E não estou contando isso para você se sentir culpado, estou contando para você entender que as coisas só irão pra frente se a gente fizer um esforço para elas andarem. Nós não temos mais um assunto pendente. Nós dois merecemos ser felizes com outras pessoas. E eu te juro que tudo o que desejo é que você seja feliz também.”
Ele deu uma risadinha.
“Daniel Jones recebendo conselhos amorosos de ... Por essa, eu não esperava!” Brincou.
“De um jeito ou de outro, foi sempre eu quem consertou sua vida amorosa, Jones!” Ela retrucou, convencida, e ele concordou com a cabeça. “Liga para a Laura. Convide-a para vir para cá passar o fim de semana com você. Aposto que ela embarca no primeiro trem pra vir te ver! Dê uma chance a você! Dê uma chance à garota. Se vocês estavam saindo no Brasil, é porque alguma coisa especial você tinha visto nela.”
“Ela é linda e adorável! Trabalha com fotografia…” Danny respondeu, parecendo mais empolgado.
sorriu ao vê-lo assim.
“Minha única condição é que ela tem que gostar da Jojo…”
“E existe alguém que não goste desta criatura, hein? Não tem, né, Jojo?!”
“Não!” A pequena respondeu e foi apertada pelo pai, que beijava sua bochecha.
“Bom… Se está tudo resolvido, vou deixar vocês dois se divertirem e vou arrumar minha casa nova.” falou, observando-os com um sorriso no rosto.
Danny fez que “sim” com a cabeça.
“Não tenha pressa para voltar! Quero aproveitar bem o dia com ela!”
Os dois riram.
“Pode deixar! Tchau e juízo, hein?! Qualquer coisa, me liga!”
“Combinado! E você também!” Os dois se despediram e, antes que a ex-namorada entrasse no carro, ele a chamou: “?! Obrigado!”
sorriu.
“De nada, Jones! E boa sorte!” Desejou, acenando e entrando no carro.
Danny observou Niall atacá-la com um abraço de urso, e a garota gargalhar com o que ele dizia, enquanto colocava o cinto de segurança. estava certa. Ele também merecia ser feliz. Era hora de seguir em frente para ele também!

estava sentada no chão do quarto e encaixotava alguns de seus livros e pertences, enquanto decidia o que poderia ser jogado fora. Seu dia tinha sido longo: ir à cidade natal buscar Joanna e mais coisas para sua casa nova; deixar Jo na casa de Danny, enquanto ia limpar e organizar o sótão com ; buscar a filha de volta e encaixotar o máximo que conseguisse, antes que caísse de sono em cima de uma pilha de papel. Não podia negar que, desde o dia anterior, estava tendo um fim de semana e tanto!
Ouviu sua menininha rindo e levantou a cabeça. Niall usava seu chapéu de bobo da corte e dançava de um jeito desengonçado para a pequena sentada na cama, que gargalhava e batia palmas. A garota se esforçou para entender o que o namorado cantava, mas não fazia a menor ideia.
“Você está cantando em irlandês para a Jo?” Perguntou.
Niall parou ofegante e sorriu.
“É uma música que eu cantava quando era criança...” Ele explicou. “Além do mais, vou ensinar a Jo também, para a gente falar mal de você sem você saber!” Falou, mostrando a língua.
amassou a folha de papel em sua mão e jogou nele, rindo. Joanna pareceu adorar.
“Você gosta de uma bagunça, né, filha?!”
“Jojo é das minhas!” Niall disse, jogando-se na cama em cima da menininha, que quase engasgava de tanto rir, e fazendo cócegas nela.
balançou a cabeça e voltou ao trabalho, mas agora estava prestando atenção na conversa.
“Ai... Ál.”
“Ni-all.” O garoto tentava novamente ensinar seu nome a Joanna. “Vamos tentar um mais fácil... Nainai! Quem sou eu, Jojo? Nainai!”
A menina tinha seus grandes olhos azuis focados em Niall e ela mexia a boca, tentando acompanhar o movimento da boca dele.
“Ai.”
“Nainai.” Ele repetiu.
“Nainai?” interrompeu de novo, com cara de riso.
“É mais fácil para ela, eu acho.” Niall explicou, ajeitando-se na cama para vê-la. “Por quê? Muito cafona?”
“Não... Eu acho fofo!” A garota piscou e suspirou. “Ai, acho que cansei, por hoje!” Falou, levantando-se e bocejando.
Escovou os dentes, foi até seu sofá e retirou o pijama da filha em uma malinha, depois a trocou e deitou-se ao lado de Jo.
O namorado observava seus movimentos com atenção.
“Vai dormir aqui?” quis saber.
“Posso?” Pediu, fazendo-a rir. Antes mesmo da resposta, retirou o tênis e deitou-se do outro lado da bebezinha.
“Claro que pode! Se você não se incomodar que a Joanna vai dormir entre a gente...”
Niall mordeu os lábios, olhando para Jo, que brincava com os dedos da mãe.
“Ela é tão pequena! E se eu me virar e machucá-la?” Perguntou, parecendo inseguro.
o encarou.
“Não tem perigo, não, mas não vou te forçar a nada. Se você não se sentir confiante, a gente pode...”
“Ela é tão linda!” Ele falou, como se nem escutasse o que a namorada estava dizendo, e puxou o edredom sobre si, deitando-se de lado e apoiando-se no cotovelo. “Como foi quando ela nasceu?”
sorriu.
“Você quer saber como foi quando ela nasceu?”
“Sim, eu quero saber de tudo!” Ele disse e ambos sorriram.
As mãos deles ora se uniam e ora brincavam com Jo, que logo caiu no sono com aquela conversa sem fim. estava cansada, mas nem pareceu sentir as horas passando, enquanto ela tinha a filha e o garoto que amava tão perto. Finalmente, as duas pontas de sua vida estavam unidas em um daqueles laços lindos que a gente nunca consegue fazer por conta própria!

Love is on the radio – McFLY

“I was alone and my stomach was twisted,
But I can get up now, the dark clouds have lifted
Back in the old life, before you existed,
I couldn't see right, my windows were misted”


acordou no outro dia e estranhou não sentir Joanna ao seu lado na cama. Abriu os olhos e percebeu que estava sozinha. Aonde Niall tinha ido com ela? Levou algum tempo para reparar na barulheira que vinha da cozinha. Como sentiria falta dessa zona toda! Mas jamais reclamaria! A zona na cozinha, dali para frente, seria ela e fazendo panquecas e dançando ao som de Spice Girls.
Niall entrou no quarto, fazendo um barulhão, e se jogou em cima dela, lhe dando um beijo na bochecha.
“Bom diaaaa!” Exclamou.
“Bom dia, meu amor! Cadê minha criança?” Ela perguntou, virando-se para poder ver seu rosto.
“Lá na cozinha! Foi raptada pela . Tudo sob controle!”
? A está aí?”
“Uhum! A gente está preparando as coisas para o piquenique.”
levantou o tronco e olhou em volta.
“Piquenique? Quanto tempo eu dormi?”
Niall riu e deu outro beijo em sua bochecha.
“Eu deixei você dormir até mais tarde, porque você estava cansada.”
“Você é um príncipe, Niall Horan! É isso que você é!” Ela falou, retribuindo os beijos. “Bom, mas acho que tenho que me arrumar, então, né? Está calor?”
“Não está chovendo!” Ele respondeu, rindo e dando de ombros.
Os dois se levantaram e Niall voltou, pulando, à cozinha, enquanto se vestia.
Parecia que todo mundo sabia do tal piquenique, menos ela! Harry, Liam e ajudavam e . Jess e o resto dos meninos iriam encontrá-los no parque.
“Liam! A bola de futebol!” Niall lembrou quando iam saindo do prédio.
“Uh! Esperem aí! Vou pegar rapidão!”
O caminho até o parque pareceu como uma excursão de escola, já que as meninas precisavam ficar gritando para os garotos saírem da rua e guardarem a tal bola toda hora. Encontraram Jess e Josh mais à frente perto do café.

“Said one word, made me feel much better,
Starts with L and it's got four letters

Things are looking up, looking up (hey!)
There's magic everywhere you go
Strangers stop to say hello (hello, hello, hello)
So turn it up, turn it up (hey!)
As loud as you can make it go
'Cause love is on the radio”


“Papai!” Joanna falou, apontando para o vidro da cafeteria e, depois, colocando a mãozinha na boca e virando-se para a mãe, à procura de confirmação.
se virou e viu Danny sentado em uma das mesas lá dentro. Estava acompanhado por uma garota bonita, de cabelo longo e escuro e a pele bronzeada. Ele fingia que colocava mel demais nas panquecas dela, que ria e empurrava a mão do rapaz.
“É o papai, Jo? É o papai!” falou, brincando com a filha e rindo.
se virou rápido para ver o que as duas falavam e quase caiu de costas.
“Quem é aquela?” Perguntou, abismada, apontando para trás.
“A fotógrafa que Danny namorava no Brasil.” respondeu de forma simples como se fosse uma informação banal.
, não solta essas novidades assim, como se não fosse nada! De onde ela surgiu? Como você sabe disso?”
A amiga riu.
“Ele me contou ontem quando fui deixar a Jo lá. Disse que a garota estava na Inglaterra e queria vê-lo, e ele não sabia o que fazer... Eu falei para convidá-la para vir aqui, porque, obviamente, era o que ela queria.” sorriu. “E, pelo jeito, ele seguiu meu conselho.”
“Como assim o Jones tinha uma namorada?”
“Você não achou MESMO que ele passou dois anos pensando em mim e em voto de castidade, né, ?!
“Não, mas...”
“Danny terminou com essa garota para voltar para cá. Ele tinha me contado isso há um tempo.”
“E você? Não sente nem um pouco de ciúme?” estreitou os olhos, tentando ler além da resposta verbal que lhe daria.
“Não, não mesmo. Eu estou bem e feliz com o Niall, e, sinceramente, só desejo o mesmo para o Danny. O período depressivo já passou! Quero mesmo que ele arranje alguém. Ela só tem que gostar de criança, né, Jo?!” falou, chamando a atenção da criança, que, até então, estava muito ocupada, examinando mais uma vez os pingentes em sua gargantilha.
“É!” Ela respondeu, fazendo as duas adultas rirem.
“Andem logo!” Niall gritou. “Joooo! Quem sou eu?”
“Nainai!” Joanna respondeu, apontando, e o garoto saiu correndo em sua direção e a roubou dos braços da mãe.
“Aaaaah, princesa! Você aprendeu!” Ele deu um selinho em e saiu andando apressado, carregando a criança para perto dos outros.
“É, acho que você não precisa se importar com a vida amorosa do Jones...” concordou, rindo.
olhava apaixonadamente para o namorado.
“Não, não preciso!”

“Now that I've found you, my heart's beating faster,
We could be happy forever and after
We could be married, like Mrs and Mr,
We'll have a son and we'll give him a sister”


As meninas estenderam a toalha e colocaram a cesta e as guloseimas sobre ela. e Zayn apareceram e pediram desculpas pela demora. Niall e o garoto se cumprimentaram animadamente, pegando de surpresa.
Ela e trocaram um olhar de aprovação.
“Trouxe o violão, cara!” Zayn disse, passando o instrumento para o irlandês.
“Comida, violão e uma bola de futebol. O Niall não sai daqui nunca mais!” Josh zombou, fazendo todos rirem. “Passa essa bola de futebol para cá, Payne!”
“Vamos ali jogar!” Liam sugeriu, e Josh, Niall e Harry o seguiram até uma área menos movimentada. “Vem, Malik?!”
“Já que eu vou...” O rapaz respondeu. Era ruim demais em futebol para ir até lá se humilhar. “Olha o que tem ali, Jo! Um esquilo!” Falou, pegando a mão da garotinha curiosa e a levando para perto do animalzinho. Depois, virou-se para . “Ela está enorme!”
ficou olhando, enquanto os dois se distanciavam, e tomou uma cotovelada de .
“Toooooda apaixonada!”
“Sai! Não estou nada!” Falou, ainda negando o inegável.
“Não! Eu que estou!” Jess ironizou, juntando-se à provocação.
“Na verdade, estamos todas!” concluiu, desviando seus olhos de Styles, que ajeitava o cabelo para conseguir enxergar a bola enquanto corria. “Ih! Nossa! É verdade! Todas nós estamos namorando!”
“Que progresso do Ano Novo para cá!” riu, e as garotas concordaram.
“Caramba! É mesmo! E que ano!” suspirou, olhando para Liam, que rolava na grama com Niall.

“Just one thing holding us together,
A four letter word and it lasts forever

Things are looking up, looking up (hey!)
There's magic everywhere you go
Strangers stop to say hello (hello, hello, hello)
So turn it up, turn it up (hey!)
As loud as you can make it go
'Cause love is on the radio”


Niall veio correndo de onde os meninos jogavam futebol e deitou-se no colo de .
“Ai, meu joelho!” Reclamou.
“Vou nem falar nada!” retrucou, dando uma mordida no morango que comia e colocando o pedaço em sua mão na boca do namorado.
, a gente vai mais pra lá para tomar sol. Você vai ficar?” perguntou.
“Ela vai!” Niall respondeu por ela, já acenando para as meninas, e puxou o violão para si. “O que você quer escutar, minha musa inspiradora?”
“Qualquer coisa que não seja Justin Bieber!” A namorada brincou, e Niall tocou os primeiros acordes de ‘Baby’.
“Você podia, pelo menos, mudar a música!”
“Você não aprecia minha arte!”
“Eu não aprecio seu gosto musical! Toma aqui mais um morango para você ficar quietinho!” falou, colocando mais um morango na boca dele, que riu.
Niall soltou o violão e levantou-se da perna da namorada, deitando-se na toalha e apontando seu lado com a cabeça.
“Deita também!”
Ela obedeceu e deitou-se, entrelaçando sua mão com a dele.
“Que jeito perfeito de terminar este ano letivo!”
“Foi, não foi?” E, então, Niall ergueu o pescoço. “Cadê a Jo?”
“Está com o Zayn e as meninas. Fica ligado! Ela vai aprender a falar o nome dele antes do seu!” zombou.
“Vai nada!” Ele respondeu, fingindo estar bravo. “Quando a gente tiver nosso filho, ele vai aprender a falar ‘papai’ antes de ‘mamãe’, você vai ver!”
gargalhou.
“Nós vamos ter um filho?”
“Claro! Um menininho para a­­­­ Jo não ser filha única!”
A garota sorriu e passou a ponta de seu nariz delicadamente pela ponta do nariz dele.
“Um Horanzinho! Já consigo até ver! Vai ser o irlandezinho mais lindo do mundo!”

“Love is on the radio (turn it up, turn it up)
Love is on the radio

Funny one thing led to another,
You came along, filled my days with colour
And it’s been an everlasting summer,
Since we found each other”


“Falando nisso, preparada para ir à Irlanda?”
respirou fundo.
“Um pouco nervosa... E curiosa sobre o que sua mãe vai pensar quando a namorada do filho dela aparecer de mala, cuia e uma criança embaixo do braço.”
Niall riu.
“Dona Maura, provavelmente, está mais ansiosa para conhecer a Joanna que para te conhecer!”
“Você lhe contou?!”
“E eu consigo ficar quieto sobre qualquer coisa, ?”
fez que “não” com a cabeça, ainda meio em dúvida.
“Ela não disse nada?”
“A ideia das passagens foi dela! Quer conhecer vocês duas o quanto antes!”
Então ela se convenceu e também abriu um sorriso.
“Sendo assim... Verão irlandês, aí vamos nós!” Falou, ganhando um beijo. “E, caso eu não tenha dito isso hoje, eu amo você!”
Ele deu mais um beijo nela, antes de responder:
“Também te amo, mesmo você cortando minha vibe musical!”
Os dois riram e ela deu de língua.
Niall virou o rosto para cima e fechou os olhos, sorrindo serenamente como se não houvesse nada no mundo que pudesse perturbá-lo. Eram nesses momentos que percebia porquê havia se apaixonado por ele e porquê havia se permitido ir além de seu medo de se relacionar de novo: sua serenidade a acalmava; seu espírito alegre a enchia de felicidade e saber que sempre teria aquele raiozinho de sol onde quer que fosse, a fazia crer que ela poderia ir aonde quisesse. Ela copiou seus movimentos e virou o rosto, sorrindo para o céu azul.
“Está feliz?” O garoto perguntou, e o sorriso dela se alargou.
“Nunca estive tão feliz em toda minha vida!” Respondeu com sinceridade e sentiu Niall apertar sua mão.
Aquele último ano tinha sido um capítulo decisivo em sua vida! Talvez até fosse o último capítulo do livro que costumava viver e, apesar de estar adorando aquele final, era hora de abrir um novo. Mil folhas em branco a serem preenchidas. Um futuro todo pela frente.
Era uma vez uma garota e seu irlandês da sorte... E eles já eram felizes para sempre!

“Things are looking up, looking up (hey!)
There's magic everywhere you go
Strangers stop to say hello (hello, hello, hello)
So turn it up, turn it up (hey!)
As loud as you can make it go
Play until your speakers blow,
Listen 'til your ears explode,
'Cause love is on the radio”




Fim



Nota da autora: (11/06/2020) The time has come to say goodbye (…) It’s over, over. Hum yourself a lullaby, this is the end, but baby don’t you cry!
Ai meu Deus! Acabou! E depois de 50 páginas de história (fiz a autora de novela das 9 e larguei tudo pro último momento... Aquele último capítulo que começa as 21h e termina as 23h!), eu sinto que tenho que escrever mais umas 20 de comentários e agradecimentos aqui na n/a!
LÓGICO que seria o Niall na porta e LÓGICO que a principal ficaria com ele no final! Nos meus primeiros devaneios sobre OTTF, o Danny voltaria, ela contaria da filha pro Niall, que não aguentaria a pressão, e eles não voltariam. Minha ideia era que nosso irlandês amor seria perfeito demais e a principal deixaria ele ir. PORÉM, com o decorrer da fic, eu fiquei mais apaixonada pelo Nainai real e o da ficção e resolvi que não ia entregar ele pra ninguém não! Hahahaha... Sou dessas!
Malik girls! Vocês estão felizes e satisfeitas? Hahahaha...Como eu disse pra minhas amigas que leram antes, eles não eram o casal melosinho e cenas MUITO diabéticas não combinariam com eles. Mas espero que tenha ficado razoável! Styles e Payne girls: Vamos terminar a fic de bem, né? Quando eu estava quase acabando o capitulo, o random do meu celular tocou XO e eu resolvi fazer um “especial” com os três casais coadjuvantes, como se fosse uma transição de cenas de seriado. Alcancei meu objetivo?? Hahahaha... Quero muito saber o que vocês acharam!
E por último, mas não menos importante. McFLY e Jo! Tinha que ter, né? Talvez um pouco corrido, mas espero que vocês tenham gostado! E não podia deixar de ter aquele ódio que some no menor dos movimentos deles... Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência, hahaha... E pra quem vai vê-los esse mês, bom show!!
Acho que sobre o capítulo é isso. Não canso de mendigar comentários, mas por favor... Não deixem de comentar agora que a fic acabou!
Antes de me despedir, senta que lá vem uma chuva de agradecimentos...
Começando por você, pessoa linda, leitora amada, que está lendo essa nota da autora agora. Muito obrigada por chegar até aqui!! Foi uma jornada, né? Espero que tenha valido a pena!
Escrever e publicar fanfics foi algo que sempre acrescentou pessoas lindas na minha vida. Escrevendo minha primeira fic, lá em 2009, eu conheci minha Styles, a alma por trás da melhor amiga da protagonista em OTTF, que é pra mim exatamente TUDO que eu descrevi no discurso da pp: “Meu anjo da guarda, meu porto seguro, minha irmã, minha psicóloga, minha personal stylist”. Completamente baseado em fatos reais! Obrigada, Isabellinha, por ser “my person” pra sempre e sempre!
Com OTTF não foi diferente! Eu conheci leitoras incríveis que viraram amigas incríveis! Obrigada a todas, vocês sabem quem são! Tenho medo de citar algumas e esquecer outras e seria muito injusto. Vocês tem um espaço especial no meu coração sempre!
Queria deixar um agradecimento especial pra Liih e pra Thatha, que não estavam aqui originalmente, durante toda a escrita de On the third floor, mas de alguma forma sempre carregaram a bandeira dessa fic e eu sinto uma amor sem tamanho por ambas e por tudo que elas escrevem!
Obrigada também pra Ray, minha beta, por betar essa tese de doutorado que é OTTF! (Inclusive desculpa pelo tamanho desse último capítulo, Ray! hahahaha)
Por último mas não menos importante: minhas NL girls! Personagens e participações especiais dessa fanfic não por acaso. Vocês SÃO OTTF desde que a história era só um girininho e eu não queria escrever outra longfic e a Jess leu a ideia e falou: “Vai escrevendo devagar, sem pressão”. Nunca vou poder agradecer vocês o suficiente por tudo o que vocês fizeram e são pra mim!

E acho que não dá mais pra enrolar, né gente? É o fim mesmo... OTTF começou num sonho no cochilo da hora do almoço em Botucatu (em 2012), foi terminada em um quarto de acomodação estudantil em Cardiff como esses da história (em 2013) e depois foi relida algumas vezes num quarto de sótão de verdade (em 2016), como no fim de OTTF. Hoje eu, coincidentemente, moro num corredor no terceiro andar... A fanfic virou realidade de alguma forma pra mim e é muito legal poder dividir algo que esteve envolvido nessa mudança toda com vocês. Capítulos da minha vida real entrelaçados em capítulos de umas das minhas fics que eu tenho mais carinho.
Obrigada por chegarem até aqui. Hora dos créditos finais :’)
Beijos, Lary =)

Outras fanfics: Trap (1D/Finalizada)
Trap 2 – The in between (1D/Finalizada)
When you’re ready (Atores - Noah Centineo/Finalizada)
08. Flicker (Ficstape Flicker/Finalizada)
04. When we were young (Ficstape 25/Finalizada)
Daydreamer (Outros/Finalizada)
Someone like you (Outros/Finalizada)
06. Glasgow (Ficstape Catfish and the Bottlemen/Finalizada)
08. Sound of Reverie (Fictape Lovely Little Lonely/ Finalizada)
09. Then there’s you (Ficstape Nine Track Mind/Finalizada)
10. Here we go again (Ficstape Turn it up/Finalizada)
While my guitar gently weeps (Outros/Finalizada)

;)



Nota da beta:

Lembrando que qualquer erro nesta atualização e reclamações, somente no e-mail.
Para saber quando essa fic vai atualizar, acompanhe aqui.


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