Elas já não são mais Personal Friend, seguiram em frente e pararam em Ibiza. A banda continua em alta, os Paynes estão noivos e… também estão em Ibiza?!
“— Amor, por um acaso nós vamos a alguma festa durante essas duas semanas? — perguntou, já sabendo a resposta.
— Mas que pergunta, ! Claro que vamos! — o namorado da amiga respondeu pelo primo, rolando os olhos e apertando mais a mão da acompanhante.
— Fiquei sabendo que um tal de David Guetta vai tocar em um dos hotéis aqui perto do Resort. Quem sabe, se eu estiver de bom humor, não vamos?! — falou, fingindo desdém, antes de passar pela porta automática.
— Vou chegar pra ele e dizer: “Quando eu te conheci nesse verão, me apaixonei, será que rola?!” — piscou um olho em direção a amiga, que gargalhou.
— O que vai rolar será o micão que você vai pagar com o toco que levará, né?! Só por um acaso, você está cantando Calvin Harris, amiga.
Os três começaram a gargalhar escandalosamente, tanto pela falha da menina, quanto pela sua cara de incredulidade, até que ela passou a olhar pelo hall de entrada do Resort e perdeu qualquer linha de raciocínio que poderia ter para respondê-los.
— Estou no céu e se esqueceram de me contar? — encarou , que não entendeu até a amiga apontar a volta delas, a fazendo arregalar os olhos.
— Acho que estamos...”
“— E atenção ao melhor presente do momento: o meu e do Niallerzão aqui! — Harry ergueu os braços no meio da sala, apontando em direção ao amigo, que estava sentado em um dos sofás.
— Deus Pai é mais! — fez o sinal da cruz.
— Seguinte: já que “acabamos” a turnê e teremos um mês de férias até o casamento, que será daqui a alguns meses, decidimos dar a vocês o melhor presente de todos. — Harry fez uma pausa dramática, enquanto sua namorada ria da cena. — Niall, passa o envelope. — esticou a mão, pegando o papel e entregou na mão de Liam.
— Isso são passagens para o maior e melhor Resort existente em Ibiza. — Niall palestrou, apoiando o braço no ombro da acompanhante.
Liam abriu o envelope e fez uma cara estranha ao perceber que tinham passagens a mais dentro.
— Mas gente, aqui tem dez passagens.
— Dã-ã, achou que a diversão seria só sua? Egoísmo é pecado, sabia? — Harry falou, brincalhão.
deu um tapa na própria testa, incrédula com os dois amigos, enquanto só ria.”
— Mesmo andar? Está de brincadeira, né?! — Louis perguntou, negando com a cabeça pela inconveniência dos amigos.
— Claro que não, somos amigos, ué! — deu de ombros. — Queremos a companhia de vocês a todo o momento!
— Aha, conta outra, Styles! — deu dois tapas em seu ombro, rindo, e sendo retribuída.
— Isso que eu chamo de presente de grego, viu?! — disse, negando com a cabeça.
— Relaxa, , eles ficaram mais suportáveis depois que começaram a sair com a Carly e a Zoey. — Louis comentou.
— Ok, cada um para o seu quarto, vai. — se irritou, como sempre, arrastando Louis pela manga da camiseta.
— , temos que pegar as malas.
— Verdade, você tem. Beijos em vocês, e daqui a meia hora nos encontramos lá embaixo. — acenou, batendo a porta do quarto.
Cada namorado pegou algumas coisas, assim como namoradas, e foram para o quarto rindo de Louis, que acabou também rindo e em duas viagens tirou tudo do corredor.
Miguel e
— , acorda logo. São oito horas da manhã, olha que sol belo. — chacoalhava a menina.
— Agora que você tem chance de dormir, quer me acordar? — cobriu o rosto. — Volta para a cama, amor. — sua voz saiu abafada.
— Eu quero ir...
— Vai, mas me deixa em paz. — tirou o cobertor do rosto, por ter sentido falta de ar ao falar.
Miguel soltou um riso pelo nariz, negando com a cabeça, e como se não tivesse sido interrompido, continuou:
— Para a praia. Com o Joey, meu primo e a nossa amiga. E você, principalmente.
— Inferno, vai acordar a e o Pablo, que eu já levanto. — se virou para o outro lado.
— Se quando eu voltar você ainda estiver nessa cama, vou te fazer cócegas no pé e te arrastar pelo quarto pelo calcanhar! — apontava o dedo em sua direção, e o espiava pelo único olho semicerrado, que implorava para ser fechado, quase vencendo a sua força de vontade.
— Miguel, pelo o amor de Deus, para de falar e some daqui. Eu estou na TPM, já avisei isso ontem, antes de sairmos do Brasil. Sem contar que... — olhou no relógio. — Miguel, a gente chegou faz duas horas. Volta para a cama... — fez manha na última frase, mesmo sabendo que a chance de ter o convencido era mínima.
— Que menina chata. — pegou a camiseta em cima da cama. — Então não vai e fica aí, sozinha. — bateu a porta do quarto e a menina tentou lutar contra os olhos por mais alguns segundos, mas não conseguiu.
//
Niall e Zoey
— Niall, essa sangria é tão boa, experimenta. — Zoey praticamente esfregou a taça no rosto do menino.
— Prefiro só a fruta dela ainda. — falou, após beber um pouco. — Mas é... — deu de ombros e antes que pudesse olhar para o lado e voltar a prestar a atenção no quase nulo movimento da praia privada do resort, Zoey chamou a sua atenção mais uma vez.
— Tira uma foto para mim, por favor, amor. — esticou o celular em sua direção, enquanto se levantava da cadeira e se posicionava com seu copo em uma das mãos.
Niall pegou o aparelho e ficou em pé, esperando-a arrumar os cabelos nos ombros e os óculos no rosto.
Zoey abriu o braço livre, puxando seu kimono preto como o seu maiô com a mão, e o vento o esvoaçou, assim como seus cabelos loiros e os coqueiros atrás de si.
Após a sequência de três fotos, Niall finalmente pôde voltar a sua atenção para a praia, enquanto a namorada passava a digitar algo freneticamente no celular.
— Quando a gente vai para as praias? — se incomodando com o silêncio, a loira perguntou.
O rapaz suspirou e sorriu fraco em sua direção.
— Os caras querem ir hoje mesmo, mas as meninas acham que é melhor a partir de depois de amanhã, querem conhecer o Resort primeiro e essas coisas. — deu de ombros.
— Entendi. Aliás, me deixa perguntar: a não gosta muito da gente, né?! — tombou a cabeça, fazendo bico.
— A é assim mesmo no começo. O real problema é a presença do Harry, eles nunca ficarão em paz tempo o suficiente.
— Percebi. — riu. — Mas acho que é impressão minha.
— É sim, paixão. — se aproximou da menina, puxando a cadeira para se sentarem lado a lado. — Coisa da sua cabeça. — segurou em seu rosto pela bochecha esquerda e deu-lhe um beijo.
//
Pablo e
— Sabe, nunca me imaginei em Ibiza, mesmo estando na minha lista mental de “Lugares para visitar antes de morrer”. — comentou. — Pra mim, era o tipo de ideia que não seria realizada, sabe?
— E nunca me imaginei trazendo alguma menina para cá. — revelou, e passou a explicar, ao notar a confusão de . — Eu pensava que Ibiza era uma ilha só para a diversão com os amigos, mas acredito que me enganei...
— Bom saber que outra nunca veio, bom saber, senhor Herrera. — brincou, passando uma das mãos pelas costas do namorado.
— Nossa, que perigosa! — se remexeu na cama, ficando de frente a ela, que o deu a língua.
— Quero café da manhã, Pablão. — encarou a própria mão, que foi parar em seu peito no momento em que se virou, e logo a afastou, jogando o lençol todo em cima do namorado para poder se levantar. — Vai, vamos descer.
— O engraçado é que para comer você se levanta cedo e sozinha, mas para me acompanhar de manhã que é bom... — negou com a cabeça e imitou o gesto dela.
— Claro! Acha que vou levantar às cinco da manhã para me exercitar com você? Não gosto nem de descer as escadas para ir para a cozinha, quem dirá andar para suar e ter que trocar meus alimentos maravilhosos e gordurosos, por hábitos saudáveis e Whey. — rolou os olhos, fingindo tédio.
deu a volta na cama e parou em frente a Pablo, abraçando-o pela cintura. Já ele aproximou seu rosto do pescoço de , que sorriu ao sentir o namorado puxando o ar no local.
— Bom dia, meu amor! — riu ao ouvir a resposta abafada dele, e sentiu seus dentes a provocando fracamente, mas se afastou em um leve empurrão, caminhando em direção ao banheiro.
— Poxa, , eu pensei que... — reclamou para a porta, ouvindo a gargalhada da namorada do lado de dentro e a imaginou jogando a cabeça para trás. — Porra! — apoiou a testa na parede mais próxima e puxou o ar, tentando pensar em qualquer outra coisa.
Antes mesmo de decidir ir até a sua mala, que só precisava de mais alguns dias para ser desocupada e todo o conteúdo ir para um guarda-roupa, Pablo ouviu batidas na porta e a voz de seu primo, Miguel, chamando-o.
Caminhou em passos lentos até o objeto e o abriu, deixando o primo entrar, rindo da sua cara na primeira olhada.
— Espero não ter empatado foda nenhuma... — sussurrou, olhando para os lados do quarto.
— Vai se danar! — o empurrou pelo ombro, rindo.
//
***
— Sério, , você precisa perder essa sua fobia de elevadores! — o namorado da menina dizia, enquanto desciam o penúltimo lance de escadas.
— Eu não pedi para vocês dois virem de escadas, só disse que não entraria naquele lugar apertado, fechado, e que sobe e desce. — a menina disse, gesticulando.
— Certa foi a , que ao invés de ir comigo chamar vocês, já foi direto para o restaurante. — resmungou Miguel, logo atrás.
— Por que ao invés de ficarem aí, reclamando, não andam logo? Engraçado que ficam pagando de gatinho maromba, mas não aguentam nem uma escadinha. O que Léo Stronda diria de vocês, hein?! — negou com a cabeça, se fazendo de decepcionada.
— Desculpa, mas quem? — Miguel perguntou, ainda três degraus para trás do casal.
— Procurem no Google: Léo Stronda, a evolução de um monstro. — gargalhou, terminando os degraus antes deles e caminhando saltitante até .
***
— Vou matar a , por culpa dela estou perdendo... — olhou na tela do celular. — Dez minutos do meu café da manhã!
Como tinha descido antes, pegou uma mesa e ficou esperando o namorado e o outro casal.
— Uh, aleluia! — ergueu os braços ao alto, enquanto fazia uma dança estranha e via os primos se aproximarem com a feição fechada e a amiga sorrindo para o nada.
***
— Styles, dá para sair da frente ou está difícil? — perguntou, bufando.
— Nossa, princesinha, problemas no reino? — tirou a mão do ombro da namorada, só para apertar a bochecha da amiga, e a puxou, em seguida, saindo da direção de , que bufava agora três vezes mais.
— Tão engraçado que devia ir para o circo e sumir da minha frente. — passou ao lado do casal, nervosa, e caminhou em passos largos e pesados até uma mesa qualquer.
— Acho que Louis não está dando conta. — comentou para a Carly, que riu pelo nariz.
— Para com isso, Harry. Colabora com a garota! — deu-lhe uma cotovelada fraca.
— Concordo com a Carly. — Liam e disseram ao mesmo tempo.
— Ela não tem culpa de não ir com a tua cara e muito menos ser Larry Shipper. — Louis defendeu a namorada e riu fraco ao fim.
Harry bufou.
— Super pensava que a topava um relacionamento aberto, mas acho que esse lado da modernidade ainda não chegou até ela. — riu.
— Enfim, vamos logo, porque estou com muita fome. — Louis disse e Niall concordou.
— Quando é sobre comida ele larga a goela da namorada dele, né?! Agora quando é para conversar como um ser civilizadinho, ele simplesmente some com a língua e a namorada, porque nem enxergar a coitada da Zoey dá.
— Me deixa beijar minha namorada em paz, por favor? — revirou os olhos.
Aproximaram-se da mesa em que tinha escolhido, e cada casal foi para um canto, se sentando junto da garota de braços cruzados.
— Amor? — Louis tentou.
— Agora não, por favor.
— Desculpa, então. — deu de ombros e a garota lhe deu um selinho, sussurrando:
— Me desculpa, ok? Só...
— TPM?
— TPM em Ibiza é sacanagem, hein? — brincou. — Só falta de vontade de olhar pra cara do Harry mesmo.
— Ok, então... Nada de Shippar Larry? — arqueou uma sobrancelha.
— Nada de Shipper. — negou veemente com a cabeça.
— Nada de tentar ser mais amorosa com o Harry?
— Não consigo.
— Nada de...
— Chega, Louis, chega! — elevou um pouco mais a voz.
— Eu ia falar “Nada de outro beijinho?”, mas já que me esnobou dessa forma e foi grossa, não quero mais também. — a menina o interrompeu, juntando seus lábios rapidamente.
— Oxalá, que são nessas horas que descobrimos quem é o macho da relação. — Zayn brincou, apontando e recebendo o dedo do meio do casal. — São tipo nado esses dois: tudo sincronizado. — a mesa explodiu em gargalhadas e pedalas, e até o casal pauta do assunto não aguentou. — Foi tão ruim essa que teve até graça. — Malik refletiu, levando mais tapas.
— Acho que o troféu de hashtag Piadista Fail deixou de ser do Styles, pela primeira vez nesses quatro anos, e passou a ser do mozão, viu?! — brincou, vendo o namorado fechar a cara e Harry sussurrar algo como “Invejosos...”, rolando os olhos.
***
— Mistura sua laia ou foge da raia... — se chacoalhava, fazendo o mesmo com os cabelos coloridos.
— Sai da tocaia, pula na baia... — movimentava as mãos de um lado para o outro, sincronizadamente.
— Agora nós vamos invadir sua praia! — gritaram juntas, fazendo um casal, que passava próximo a elas, encararem-nas com feições estranhas.
Os casais estavam a caminho da praia que Miguel havia dito mais cedo, e como era perto, optaram por irem a pé, começando uma competição sobre músicas que tinha a palavra “praia” pelo caminho, mas claro que logo os dois desistiram, já que as namoradas sempre se empolgavam quando o assunto era música, a ponto de os deixarem envergonhados ou sem entender nada, já que elas sempre inseriam alguma em português, desconhecida por eles - os dois casos, nesse momento.
— Ai, caramba! — segurou o calcanhar, ao pisar em uma pedra solta da calçada, que a fez torcer o pé, e acabou no chão, quando foi a segurar em reflexo. — ! — ralhou.
— Desculpa, desculpa...
— Ai, meu dedinho! Ai, meu dedinho! Ai, meu dedinho. — chacoalhava a mão. — Me ajuda, mas deixa o pobre coitado. — tudo o que podia ser ouvido era a gargalha da . — Para de rir e me levanta. Cadê o imprestável do meu namorado? Engraçado é que quando é para pagar mico, os dois somem. — se sentou na calçada, ao lado da amiga, sem forças de tanto que ria, enquanto a ouvia reclamar. — , por que raios você se sentou? — fechou a cara. — Que se dane o motivo, vai, só me levanta logo, por favor? — esticou a mão novamente e a amiga se levantou, ajudando-a. — Obrigada. E cadê aqueles malas? — olharam ao redor e os localizaram gargalhando, do outro lado da rua, bem mais a frente.
— Bando de corno! — bufou. — ! Volta aqui, ! — começou a gritar, ao ver a amiga sair correndo em direção aos primos. — Nojenta! — e resolveu fazer o mesmo.
— Ibiza é tão doce, né? — perguntou, enquanto comia algumas uvas e encarava o mar a sua frente.
— Um amor esse lugar. Vamos nos mudar para cá, ?
— E vou trabalhar fazendo retratos no centro da cidade, enquanto você vende coco, ?
— Grosseria... — deu um tapa no braço da amiga e se levantou, indo se sentar na toalha ao lado do namorado, dessa vez do lado esquerdo de .
— Viu, amanhã provavelmente terá alguma festa, já que é sábado. Não que festa em Ibiza tenha dia, né, mas vocês entenderam. — Miguel interrompeu a possível discussão que ali se instalaria, e riu, ao terminar de falar.
— Yey! — comemorou, enquanto levantava um dos braços em comemoração.
se virou para , dizendo:
— Precisamos separar as rou- — mas se interrompeu no momento em que um movimento chamou a sua atenção e viu duas figuras conhecidas atrás da amiga. Arregalou os olhos e sussurrou baixinho: — , se esconde disfarçadamente.
***
A alguns passos dali, Harry e Niall andavam conversando sobre um assunto qualquer, quando o mais novo pausou a sua frase e cessou os passos bruscamente.
— Harry, aquela não é a ? — Niall parou os olhos nas garotas.
— Onde? — virou-se rapidamente, no mesmo instante em que a de cabelos avermelhados se virou de costas, encostando a cabeça no braço de um dos rapazes, que rapidamente a puxou para seu peito, abraçado-a pela cintura.
A outra, que tinha os cabelos médios em tons claros de rosa, mexeu na bolsa e ajeitou o chapéu em sua cabeça, impossibilitando quaisquer chances de verem seu rosto.
***
Sentiu o ar parar de entrar pelos pulmões e jogou o cabelo para o lado, tentando se esconder no meio dos fios e da nova coloração, e acabou encontrando o braço de Miguel, que a abraçou, inconscientemente salvando-a.
ainda não tinha entendido o que estava acontecendo, até seus olhos focarem no mesmo ponto que havia focado, então rapidamente tirou um chapéu de dentro da bolsa da e o colocou na cabeça, sentindo o coração disparar e sua boca secar instantaneamente.
***
— Cara, eu tinha certeza! — Niall ainda tinha os olhos pregados nas garotas, agora principalmente na que havia colocado um chapéu quase maior do que ela inteira.
— Para com isso e vamos para lá com as nossas garotas, que estavam ansiosas demais para conhecerem as praias. — Harry disse, desanimado, dando dois tapinhas nas costas do amigo.
— Mas... — tentou falar e apontar, mas parou quando Harry o olhou feio.
— Niall, a vida segue! — sustentou o olhar duro. — É sério, vamos seguir em frente e esquecê-las.
Sem protestar, o mais novo fechou os olhos e concordou, então os dois seguiram para quiosque da praia, onde encontrariam as suas novas namoradas.
***
Enquanto os dois se afastavam, e ainda estavam paradas no mesmo lugar.
— ? — Pablo chamou, fazendo-a se assustar.
— Oi? — respondeu no susto.
— Está tudo bem? Por que raios você colocou o chapéu da ? — perguntou, desconfiado.
travou, sentindo a boca mais seca do que antes, e encarou a amiga de canto de olho, como se implorasse por ajuda. tomou à frente, enganchando o braço de com o seu, e olhando de Pablo para Miguel.
— Vamos para outro lugar? — sorriu amarelo.
— Ah, sim, claro! Pensei em irmos às rochas, o que acham? — sugeriu Miguel, que dessa vez apoiou o braço nos ombros da garota.
— Deve estar tendo algo legal por lá, podemos ficar. — Pablo deu de ombros.
— Com certeza nós vamos ficar! — disse, animada, colocando seus óculos de sol e dando um beijo na bochecha do namorado.
***
— Harry, sério, eu não estou ficando louco!
— Eu sei, Nialler, mas é só que... — levou a mão à nuca, bagunçando os cabelos. — É só que eu não sei se devíamos levar em consideração, sabe? Passou, já foi, acabou.
Niall concordou, mesmo tentado a argumentar contra.
— Enfim, vamos aproveitar Ibiza e o que for para ser, será. — o abraçou pelo ombro. — E aí, minhas gatas? — Harry sorriu e se jogou no colo da namorada, que estava deitada, distraída. Carly deu alguns tapinhas no ombro do rapaz, até que se entregou aos beijos que a dava pelo rosto todo.
Niall também logo começou a se agarrar com a namorada e ambos os meninos se esqueceram por um momento do que possivelmente haviam visto mais cedo. Por um momento... — O que foi, amor? — Zoey questionou. — Ficou tenso do nada. Vira aí... — não o deu tempo de responder e começou a massagear as costas do rapaz, que encarou Harry, que o devolvia o olhar como se o repreendesse.
— Nada não, nadinha. Já falei que foi nada? Porque realmente eu não fiz e nem estou pensando em nada demais. Nada é uma palavra interessante, né? Nada. Nada...
— Niall, cara, desenrosca! — Harry tentou aliviar o clima, brincando, mesmo sabendo que talvez não tivessem caído naquela.
— Desculpa. — coçou a nuca, suspirando. — Carly, me passa a cerveja?
— Queridos... — limpou a boca com o guardanapo. —, a e eu iremos nos preparar para a festa de hoje, daqui a pouco, acho que vocês vão ter um dia de quase solteiros. — sorriu e bebeu um pouco de seu suco. — Quase, porque não terão garotas. — estreitou os olhos, enquanto concordava freneticamente com a cabeça.
— Não é cedo pra vocês irem comprar roupas? — Miguel olhou em seu relógio, que informava ser uma hora da tarde, e a namorada rolou os olhos.
— Você sabe quanto tempo a demora pra escolher que roupa comprar? Pior, quanto tempo demora pra escolher que roupa vai usar? — ele negou, mas Pablo deu uma bufada e concordou. — Pois é, pergunte pro moreno ao seu lado. — deixou alguns tapinhas no ombro do namorado, e, em seguida, um leve beijo em seus lábios.
se levantou e parou ao lado de Miguel, já que e Pablo sempre demoravam um pouco mais na despedida, até a primeira se irritar e puxar a de cabelos rosas pelos braços, cabelos ou até mesmo orelha.
Dessa vez, sem precisar ser radical e só bufar uma vez, os casais se despediram em mais um breve “Até daqui a pouco!” e então as duas foram pegar o carro alugado de Pablo, afinal, compras são compras.
***
— Soa afetado demais dizer que sinto falta da voz da quando ela não está por perto? — o moreno perguntou, enquanto caminhava ao lado do primo em direção à piscina.
— Soa gay pra caralho, mas quem liga pra isso atualmente?! — Pablo deu de ombros, rindo.
Miguel deu um soco no ombro do primo, que riu e o xingou de algo.
— Vai dizer que não sente falta da falando na sua orelha?
— Sinto, cara, aquela lá faz bagunça por onde passa. — tirou os óculos de sol e encarou o primo. — E fez uma bela bagunça na minha vida.
— Lembra quando vínhamos pra cá antes, sempre sozinhos?
— E dizíamos que aqui não era lugar para namorar. — gargalharam. — Como o mundo dá voltas!
— Acho que ficamos mais maduros...
— Miguel, isso foi ano passado, seu tapado! — deu-lhe um tapa na cabeça. — E além do mais, elas não são namoradas normais.
— Em que sentido?
— Ciumentas, possessivas...
— Tente olhar para outra garota ao lado da , pra ver se ela não arranca seus olhos!
E então uma briga para ver qual namorada era menos ciumenta se instalou ali, ao mesmo tempo em que Harry e Niall vinham caminhando na mesma direção que os dois estavam indo. Por culpa do sol forte, nem com óculos escuros os garotos de olhos claros conseguiam abrir os olhos direito, então uma trombada quádrupla foi inevitável.
— Opa, cara, desculpa! — Harry se desculpava, tirando os óculos e coçando os olhos.
— Tá tudo bem? — Miguel reparou nos olhos avermelhados do garoto. — Seus olhos estão meio...
— Ah, é por causa do sol. — explicou.
— Do sol, sei... — Pablo riu. — Isso é Ibiza, não precisa mentir.
— Não, é sério! — ele riu. — Ter olhos claros tem lá suas desvantagens.
Pablo concordou com Harry em um “Sei bem...”, enquanto Miguel os julgava convencidos demais.
Niall coçava os olhos ainda e quando conseguiu abri-los, ficou olhando para os dois rapazes, pensando que já os conhecia.
— A gente se conhece? — perguntou, direto.
— Nós conhecemos vocês, mas acho que do contrário... Bom, sou Pablo. — estendeu a mão. — E meu primo é o Miguel.
— Bom, precisamos nos apresentar? — riram. — O que acham de tomar algo com a gente no bar da piscina?
— Estávamos indo pra lá agora mesmo. — disse Miguel, então os quatro foram caminhando juntos para o bar mais próximo.
— Mas, então, o que vocês fazem? — Harry iniciou o diálogo, se posicionando entre Niall e Pablo, e encarando os primos.
***
Após se perder da e a mesma ter xingado até a décima geração de uma senhora, terminaram as compras entre vários acordos e desacordos e voltaram para o resort.
Passaram nos quartos apenas para deixar as sacolas e colocarem biquínis, logo estavam andando pela parte das grandes piscinas coloridas do resort e procurando os namorados, que foram encontrados com facilidade, sentados em uma das várias mesas, um pouco para trás das piscinas e espreguiçadeiras.
— Amor, novidades! — Pablo se levantou e abraçou , que lhe deu um selinho.
— É verdade, meninas! — Miguel fez o mesmo com .
— Contem. — sentou-se em uma cadeira e tirou o protetor solar da bolsa.
— Teremos companhia na festa hoje e logo mais iremos para a praia com as pessoas. — enquanto falava, Pablo passou seu braço pelo ombro da namorada, que fez o mesmo em sua cintura.
— Hm, sério? — questionou, sorrindo de lado para a amiga, que correspondeu. — Carne nova, amiga, olha lá...
— Nossa, . — bufou, levando um tapa nada fraco no braço. — Caramba, amor, não precisava afundar meu braço, estava só brincando. — ela rolou os olhos e ele riu, puxando-a pelo braço para abraçá-la de lado. — Vem aqui, fofa.
— Fofa? Que nojo, cara! — Miguel fez careta.
— Sai daqui que você chama a de uvinha, boiola.
— Mas é porque uvas são lindas, deliciosas e fofas. — rolou os olhos.
arregalou os olhos e, após uma gargalhada, se levantou.
— Não me lembro de já ter me chamado assim alguma vez na vida, mas foi tão romântico e fofo, Senhor Herrera! — esticou os braços para apertar as bochechas dele.
Logo Miguel segurou uma das mãos dela e a puxou para um beijo, fazendo o outro casal entortar o nariz, achando aquele momento um tanto quanto estranho.
— Eu não saí do Brasil pra ficar vendo esse tipo de cena! — apontou para o casal e se sentou na cadeira em que estava, recebendo Pablo em seu colo.
— Tá, Miguel, larga. — empurrou o rapaz, que deu uma falsa bufada e abraçou-a por trás. — Caramba, estou com um sono enorme. Você não está não, ? — vendo a de cabelos rosas negar, encostou rapidamente a sua cabeça no ombro do namorado e, em seguida, se afastou de seus braços, pegando uma toalha para ir até uma das espreguiçadeiras.
— Vai pro quarto, . — sugeriu Pablo.
— Agradeço a simpatia, mas não. — riram. — Amor, antes de eu dormir, passa protetor nas minhas costas? — pediu manhosa, e enquanto e Pablo faziam cara de nojo mais uma vez, os dois encontraram um lugar para ela ficar não muito longe da mesa, e Miguel pegou o creme para passar nas costas da menina, que aos poucos pegou no sono.
***
— Eu tenho certeza que eu conheço aquele cara!
— Deve ser de algum comercial de pasta de dentes, você reparou nos sorrisos daqueles caras? — Harry perguntou, indignado, e voltou-se para o espelho, analisando seus dentes.
— Styles, não tá ajudando.
— Niall, para de ser paranóico, pode ser? — se virou para o amigo, fechando a cara. — Agora, sorria. — Harry pegou cada lado do rosto de Niall e puxou os cantos de sua boca para cima, o forçando a sorrir.
— Sai daqui, seu estranho! Quer largar a boyband e ser dentista? Larga. Mas não venha me dizer que... — empurrou a sua mão. — Caramba, depois eu quem sou paranóico. — rolou os olhos. — Para de acompanhar o movimento da minha boca, porque já está ficando estranho, Harry! Harry... Cara... Acho que é febre, deixa eu conferir. — Niall se aproximou, pondo a parte de trás da mão na testa do amigo. — Vamos sair daqui, vai.
***
Já faziam mais de duas horas que e estavam se arrumando, cada uma em um quarto, então Pablo e Miguel decidiram esperar as duas no saguão do resort.
Ao terminar, passou no quarto de para ajudar a amiga a terminar e logo as duas estavam no elevador, com controlando a respiração.
— Sem condição de escadas hoje, , fica calma, vai acompanhando e se lembra da respiração que aprendeu nas aulas de teatro, vai, puxa, solta, pux-
— Eu fiz essas merdas de aulas na quarta série, ! — rosnou. — Por que esse negócio não para nunca? Quer chegar ao núcleo da terra?
Quando o elevador parou, foi a primeira a sair e a puxar o máximo de ar que conseguiu.
— Aleluia! — gritou Miguel, levantando as mãos para cima.
Todos presentes olharam para o rapaz e pensou seriamente na possibilidade de voltar para dentro do elevador para se esconder, mas sua fobia falou mais alto e começou a andar na direção dos dois.
— É o charme, meu querido! — apertou o queixo do namorado, que reclamava, ao lado de Pablo, a respeito do atraso das meninas.
— Demoraram tanto e quase nem colocaram roupa, olha só isso! — apontou para as pernas de . — Pagou metade do preço, amor? Porque só veio metade do vestido!
— Ai, que clichê, pelo o amor. — rolou os olhos. — Se toca que a sua namorada está a maior gata e você ao invés de falar isso para ela, fica reclamando. — abraçou a amiga pela cintura. — Sou lesbian for , né, gata? — piscou para a outra, que entrou na brincadeira, devolvendo o gesto.
— Vocês duas se abraçando desse jeito com essas poucas roupas são uma maldade com a minha mente pervertida, parem! — Miguel se abanou, fingindo estar com calor.
— Ele está certo, solta já! — Pablo puxou a namorada, que ria da situação.
A festa seria em um dos grandes espaços das piscinas, um que os casais não haviam visitado antes. Caminharam até o local e ao chegarem, se depararam com pessoas de todos os tipos, gostos, rostos e roupas. Algumas sem.
— Cadê os seus amigos, amor? — virou-se para o namorando, agarrando no mesmo com um pouco de falta de ar.
— Estão ali na parte coberta, no camarote VIP. — apontou para o local, onde tinham algumas pessoas acenando. Por culpa da fumaça e das luzes, as meninas não conseguiram ver muito bem.
— Então faz assim: eu e a vamos pegar bebidas, enquanto vocês vão indo lá, pode ser?
Os garotos concordaram, deram um selinho nas namoradas e foram.
***
“Quero uma Caipirinha.”, “Quero um Sexy on the Beach!”, “Uma Saqueirinha de Morango, por favor, Styles.”, Niall ouvia, segurando o ar para não acabar explodindo. Caramba, ele tinha só duas mãos e ainda não tinha aprendido a equilibrar bandeja na cabeça para servir quase que o bar todo para mesa.
— Amor, eu quero um Bloody Mary... — foi chamado a vida real pela voz da loira.
— Credo, Carly, isso parece molho de cachorro quente! — fez cara de nojo.
— Não querem que eu traga o barman, o bar completo e um polvo aqui também, não? — Niall questionou em um tom e sorriso irônico.
— Ih, que grosseria, eu, hein?! — Zayn resmungou. — Pode deixar que o meu eu busco depois, porque vai que coloca veneno na minha bebida, né?!
Alguns deles riram fraco, vendo Niall ficar com as bochechas ainda mais infladas.
— Cala a boca, Malik. — sua frase foi acompanhada de uma bufada. — Harry, vamos logo, vai. — puxou o amigo pelas escadas e se embrenharam na multidão.
— Que mau humor é esse, hein?! — segurou o cotovelo do amigo, diminuindo sua velocidade nos passos.
— Nada. Não é nada. — chacoalhou o braço, tentando se livrar da mão de Harry.
— Quem nada é peixe.
— E quem pula é sapo.
Niall parou de andar mais uma vez, se virando para Harry e rindo da cara dele ao ouvir a resposta.
— E quem apanha é o Horan se não contar o que está acontecendo! — empurrou o garoto bruscamente para dentro do banheiro que pararam na frente. — Agora fala! — apontou o dedo na cara do amigo.
— É que... — o garoto passou a mão pelos cabelos, nervoso. — Sabe, a uma vez me disse que sempre quis vir para cá e eu prometi que um dia a traria e que iria ser a melhor viagem da vida dela. E aí, quando vi aquela menina que se parecia com ela, eu... — passou as mãos pelo rosto já vermelho, tanto pelo calor, quando pela irritação que sentia dentro de si.
— Você sentiu borboletas no estômago e como se o seu coração fosse sair pela boca. — ponderando com a cabeça, Harry completou.
— Como você...
— Senti a mesma coisa. — suspirou.
Niall sibilou um “Porra...” e abraçou o amigo.
— Pois é, cara, eu... Niall? Harry? Por que estão se agarrando no banheiro?
Separaram-se rapidamente e olharam para a porta, onde os primos carregavam feições confusas no rosto e estavam parados lado-a-lado.
— Miguel, Pablo! — Niall exclamou, os olhos arregalados davam a entender que faziam algo além de um abraço entre amigos.
— Vocês estão bem? — Miguel perguntou, afastando-se do menino que se aproximava.
— Claro que estamos, por que não estaríamos?
— Sei lá, vocês estavam abraçados no banheiro masculino, sabe, isso não é normal. — Pablo arqueou as sobrancelhas, brincando.
— É só... — suspirou. — É só “a sementinha do amor”, como diz minha mãe. — explicou Harry, dando dois tapinhas nas costas do amigo. — Mas agora nós estamos indo para o bar, querem alguma coisa?
— Estávamos indo lá agora mesmo, nossas namoradas foram quando chegamos e não apareceram mais, né, Pablo?
— Se quiserem, nós vemos se estão lá ainda.
— E como você pretende encontrar as duas, se nem ao menos as conhecemos, gênio? — Niall resolveu parar de coçar a nuca, enquanto encarava Pablo tentando reconhecê-lo, e fez uma cara óbvia para Harry.
Miguel e Pablo se entreolharam, rindo.
— Sabe, elas não têm cabelos muito convencionais. — explicou Pablo. — A minha tem o cabelo rosa e está com uma blusinha de flores e shorts curto e alto, algo assim. Não entendo isso... Pano faltando em baixo e sobrando em cima. — refletia, encarando o chão.
— E a minha tem o cabelo cor de água de salsicha. — pausou para rir com os outros três. — Mas nunca digam isso, ela odeia! E está usando shorts também, blusa curta.
— Nossa, como vocês repararam tanto nas roupas delas? — disse Niall, espantado com a descrição que deram. — Eu morreria sem a Carly se dependesse do que ela está vestindo para poder encontrá-la.
— Sabe, cara, aquelas duas são raras... Quer dizer, se você tem alguém especial do seu lado, instantaneamente ela se torna rara. — Miguel suspirou. — Enfim, não tem como não reparar ou como não ter ciúme.
— Wow, meninas de sorte de terem vocês dois como namorados, assim como vocês são por terem elas com vocês, hein?! — Harry elogiou, enquanto saíam do banheiro.
— Pois é, mas agora vai lá ao bar ver se minha menina ainda está lá, porque se não estiver, chegou à hora de acionar o FBI. — Pablo disse, rindo, enquanto se despedia dos outros dois e voltava com Miguel para o camarote.
***
— Isso aqui está pior que fila do INSS em dia de pagamento, meu Deus! Ô, criatura, tira a mão da minha perna! — se desvencilhava das pessoas que estavam na fila para pegar algo.
— Mas minha filha, você nunca entrou em uma fila do INSS, por motivos de: você nunca se afastou por ele. — estava concentrada em pedir sua bebida. — De onde raios você tirou isso?
— Sei lá, , que seja. — deu de ombros.
***
— Olha ali, cara, duas meninas de cabelos coloridos! — apontou.
— Uma salsicha ambulante e outra algodão doce. Shorts que sobram em cima e faltam embaixo, pano de menos e... Ok, não vou completar meu pensamento. Devem ser elas, né?! — Niall concordou e foram na direção das meninas.
***
— Moço, quatro caipirinhas, por favor! — conseguiu, finalmente, fazer seu pedido.
estava apoiada no balcão ao seu lado, distraída com o cardápio de bebidas, quando sentiu uma mão em seus ombros. Deu um sobressalto, enquanto fechava o amontoado de papeis e se preparava para virar e acertar quem quer que fosse. Estava cansada de tanta mão relando nela e não fazia nem dez minutos que estava com a amiga ali!
também se assustou quando uma encostou em sua cintura descoberta. Poderia dizer que era Miguel, mas não fazia sentido, já que tinham combinado de se encontrarem no camarote, mas preferia acreditar que tinham mudado o percurso e que nenhum estranho estava relando nela. E levando em consideração o pulo que havia dado, pedia mais ainda que fossem os primos e não caras chatos que, de alguma forma, sempre traziam problemas a elas ao fim da história.
“Ei, moça, você é a namorada do Pablo?”, ouviu a voz gritada próxima de si, devido ao barulho que estava. “E você é a do Miguel?”, uma voz diferente foi dirigida em direção à , mas ainda assim gritada.
As duas se entreolharam disfarçadamente, sem entender o que estava acontecendo, e viraram-se juntas para responder, porém perderam a voz, uma delas pareceu sentir a cabeça girar, enquanto a outra parecia ter perdido o chão. As respirações se tornaram ofegantes e os batimentos cardíacos se aceleraram assim que reconheceram as duas pessoas atrás de si.
— Ela está bem agora, ?
— Está sim, Pablo.
— Está respirando normal?
— Está.
— Tomou os três remédios?
— Tomou! — bufou, rolando os olhos, de braços cruzados. — Eu já não disse que ela está ótima?
— Se ela está ótima, por que está desacordada? — perguntou, com uma expressão de agonia.
— Pablo, se você não calar essa boca, eu juro que quem vai ficar desacordado já, já, será você! —
falava, sem paciência.
— Calma, amor, ele só está preocupado com a namorada. — Miguel, que estava ao lado da namorada,
acalmou-a. — Mas o que houve com ela, afinal?
— O que houve? Bom... — tentou ser rápida e pensar em algo convincente. — Estávamos pegando nossas
bebidas e você conhece a , né?! Come feito uma porca! No balcão
tinham alguns petiscos, ela simplesmente pegou e comeu. — deu de ombros, como se fosse algo costumeiro e sem
importância.
— Mas ela não sabia da alergia?
— Claro que sabia, não sei o que deu nela! — continuou da mesma forma de antes.
O namorado apenas assentiu, sentando-se ao seu lado e acariciando seus cabelos de forma carinhosa,
enquanto Pablo estava ajoelhado no chão, observando , que dormia
calmamente.
Enquanto isso, a cena do que realmente aconteceu passava como um filme na mente de
.
“— O que... Como... Então...
Um parecia perdido, querendo sorrir aliviado, e o outro sorria abertamente, se sentido orgulhoso por sempre ter
tido razão.
— Eram vocês mesmas! — Niall apontou, acusando as duas.
— Nós o que?
— Eram vocês que vimos no resort, eu não estava maluco!
— Quê? Quem é você, menino? Não te conheço, nunca te vi na minha vida, sai daqui. Soy italiana! —
forjou uma voz nada convincente e Niall não conseguiu segurar o
riso.
— , esse sotaque é espanhol, não italiano! — assim como Niall,
Harry ria.
O moreno tinha um sorriso debochado nos lábios, que fazia
hiperventilar.
— Que seja, é tudo Europa mesmo. — deu de ombros e pegou alguns petiscos que estavam em um prato
decorado, logo colocando uma boa quantia dentro da boca.
Apesar da música alta que tocava, das pessoas com poucas roupas e suas situações, o clima entre os quatro
estava totalmente constrangedor.
Em certo momento, Niall olhou para as roupas que as garotas usavam e, por pouco, não caiu estatelado no
chão.
— Vocês estão namorando? — perguntou de uma vez, antes que a dúvida o corroesse.
Assustada com a pergunta repentina, arregalou os olhos e
olhou para a amiga.
— O quê? Olha aqui, Niall, eu sei que vocês devem achar que tivemos um final bem traumático, mas não é por
isso que viraríamos lésbicas! — exclamou, ofendida.
— Lésbicas? Mas o que... — Harry estava perdido.
Niall bufou e revirou os olhos.
— Com homens, , vocês estão namorando homens?
— Espanhóis com belos sorrisos! — respondeu, distraída,
fazendo o garoto sentir as bochechas arderem.
— Eu vou me arrepender por fazer essa pergunta, mas vocês namoram Pablo e Miguel?
Novamente, arregalou os olhos.
— O que é isso? Anda nos investigando? Colocou detetives atrás de nós? Olha aqui, Styles, eu juro que um
soco no seu nariz não é nada perto do que eu posso fazer com você, se eu descobrir que...
— Nós conhecemos o Pablo e o Miguel. — o garoto a interrompeu, antes que ela terminasse a ameaça.
— Caralho! — as duas falaram juntas.
Coincidência? Destino? Carma? Azar?
— Então vocês são as namoradas especiais?! — Niall falou mais para si mesmo, do que para as meninas.
— Pois é, né?! Chega uma hora que encontramos a pessoa certa, que nos dê valor... —
disse, sem nem ao menos perceber.
— Que coisa, não?! — Harry colocou as mãos no bolso e olhou para o chão.
— Então, temos que ir encontrar Pablo e Miguel, não é, ? – esperou
a amiga responder, mas não obteve resposta alguma. — ? — chamou
novamente.
Ao perceber que a garota não respondeu, olhou para o lado e não
viu a amiga. Mas ao olhar para trás, encontrou sentada em um dos
banquinhos do balcão do bar, com o rosto vermelho e os lábios arroxeados.
— O que ela tem? — perguntou Harry.
— Será que engasgou?
A garota levou uma das mãos até a garganta e abriu a boca.
— Você engasgou, amiga? — perguntou e, com a outra mão,
apontou o prato em que estavam os petiscos, desesperadamente.
— A boca dela está roxa. , ela tem alergia de algo?
— Ela tem de... Ah, não! — virou-se bruscamente para o balcão, empurrando algumas pessoas que faziam seus
pedidos. — Moço, o que eram aqueles petiscos ali?
— Dourado picado em cubos à milanesa, moça.
Nesse momento, as feições de se transformaram em puro
desespero.
— é alérgica a frutos do mar!”
— , pode ir dormir, se quiser. Pode deixar que, a partir de
agora, eu assumo o posto de enfermeira aqui.
— Acho que vou mesmo, Pablo. — com uma cara de cansada, a menina levantou-se, espreguiçando. — Amor,
vamos? — chamou o namorado que cochilava.
— Obrigado por ter cuidado dela, tá? — Pablo foi até ela e a agradeceu.
— Fiz isso durante minha vida toda, é como uma obrigação. —
brincou e apertou o nariz do amigo. — Agora cuide bem dela, ok?
— Pode deixar, moça, cuidarei da boneca.
— Boneca? Só se for a Emília, né?! Porque fala mais que não sei o que e nunca algo com sentido. — brincou.
— Não faço ideia de quem seja, mas vou contar isso quando ela acordar, mesmo assim, hein?! — deu um
soquinho no ombro da garota, como sempre faziam quando se zoavam.
— Boa noite, cara, qualquer coisa chama que corremos aqui, ok? — Miguel deu um abraço e o típico beijo na
bochecha, que sempre dava no primo, quando se despediam.
Miguel e
— Vocês saíram de lá correndo e nem conversaram direito com nossos novos amigos, né, amor?!
sentiu os joelhos vacilarem e sua barriga congelar, ao ouvir.
— Po-pois é, né?! — comentou, enquanto penteava os cabelos e sorriu, sem humor, para o namorado, que
olhava seu reflexo no espelho.
A menina não queria transparecer o desconforto com a situação, porém, nunca fui muito boa com isso.
— Bom, oportunidades não vão faltar. — Miguel a abraçou por trás e a encarou pelo espelho. —
, está tudo bem?
— Está sim, lindo, por que não estaria?
— Não sei, você está meio estranha...
— Que isso, fofo. — virou para abraçar o namorado e passou os braços pelo tronco do rapaz, apoiando a
cabeça em seu peito e inalando seu cheiro. — Só fiquei preocupada com a
. A última vez que ela teve um ataque desses, tínhamos uns dezesseis
anos e ela quase morreu... — fechou os olhos.
— Pode ficar calma agora, ela está bem e amanhã daremos uma bronca nela por ser tão gulosa e sair comendo
qualquer coisa sem ver o que é, ok? — ele segurou seu rosto entre as mãos e roçou seus narizes.
Antes de se soltarem e irem para a cama, ele deu um beijo em sua testa e sussurrou “Eu amo você!” para que
só ela escutasse.
, nesse momento, já não tinha mais certeza a respeito de seus
sentimentos. Sabia que gostava muito de Miguel e se ele a falasse isso há umas cinco horas, com toda certeza, diria
o mesmo, mas, depois de ter visto Harry e de ter sentido as malditas borboletas no estômago, não tinha mais certeza
de nada.
Apenas sorriu.
//
***
— Vocês devem estar loucos, essa saudade está afetando os miolos, só pode! — Liam comentou, depois que Harry
e Niall contaram sobre o acontecido da noite passada, após a deixa de Carly e Zoey indo ao banheiro.
— Não, cara, eu juro! Elas estavam lá em pele, osso e cabelo colorido! — falou Harry, antes de beber um pouco
de seu leite.
— E você acha mesmo que o Niall estaria erguendo o pescoço feito uma girafa, querendo ver quem entra no
restaurante, se isso tivesse sido uma ilusão? — Zayn fez uma cara óbvia.
— Até você, Zayn? Sério, vocês acham mesmo que as duas estão aqui e ainda namoram Miguel e Pablo,
nossos novos amigos? — Louis deu uma risada debochada. — É muita viagem, cara! E Niall, abaixa esse pes-
— ! — o menino gritou e se levantou correndo, indo até a
garota, que entrou ao lado do namorado.
— Ai, meu Deus! — Liam e Louis falaram juntos, antes de se levantarem para seguir o irlandês.
— Você está bem? Está respirando normal? — disparou mil perguntas em direção à menina, que não sabia se
ria, se fugia ou respondia.
— Ela está ótima já, cara, mas que preocupação é essa? Vocês se conhecem? — Pablo estranhou.
Niall parou de fazer perguntas e ficou parado, feito estátua. O que responderia agora? Por que a
tinha que, justo agora, estar dormindo? E o resto das meninas
também? Por sorte, e Miguel apareceram bem na hora.
— O Niall viu a passando mal ontem, lembra? Larga de ser mal-
agradecido! — falou, piscando para o garoto.
— Verdade, obrigado por ter ido me avisar, sério! — soltou a namorada e abraçou Niall.
Os meninos, que estavam atrás, não sabiam o que fazer. O fato de
e estarem ali era
muito surreal, ficaram até com peso na consciência por terem duvidado dos amigos.
— Pessoal, vamos tomar café?
— Amém, querido, café! Qual é o seu nome mesmo? Liam? —
questionou.
— Não sei se é ofensa ou se sinto dó de você, mas é Louis. — piscou um olho.
— Ó, desculpa, Louis! — fingiu-se triste, querendo, na verdade, rir. — Mas podemos ir logo? Preciso de cafeína.
— Depois vamos à piscina, né?
— Claro, Miguel. — Carly se manifestou. — Estou precisando de uma corzinha.
Os meninos se assustaram com a voz da garota, que provavelmente alguma dessas partes constrangedoras
tinha visto, junto de Zoey. E foi nesse momento em que todos os outros, com exceção das duas meninas e os dois
meninos, se tocaram que quatro pessoas ali ao meio não faziam ideia do que havia ocorrido em um passado nem tão
distante, então o único pensamento que invadiu a mente de cada um foi “Fodeu!”.
— É... quem é você? Desculpa, não sei o seu nome... Foi mal, de verdade. —
coçou a testa, tentando esnobar a menina.
— É Carly, querida. Sou a namorada do Harry. E essa aqui: — apontou para a amiga. — É a Zoey, namorada do
Niall. — finalizou sorrindo, simpática. A segunda acenou.
— Tipo as da Nickelodeon? — perguntou com inocência na
voz, fazendo as duas rolarem os olhos e Niall sorrir para ela.
— Isso, , tipo elas. — Harry confirmou, sorrindo também.
Pablo e Miguel, assim como Zoey e Carly, estranharam a forma carinhosa que Harry se dirigiu a garota, mas
também percebeu isso e viu que era hora de falar algo. Mais
uma vez... — Mas então, Zoey, me conte mais sobre você, amiga! — disse a última palavra de uma forma forçada e passou
seu braço pelo braço da garota. — Somos todas amigas agora, não é, ?
— fulminou a amiga com o olhar.
— É, é, claro! — se aproximou de Carly. — Pelo jeito,
ficaremos por perto, não é mesmo?
— Sim! — Carly disse, animada. — Podem sempre contar com qualquer um de nós. — tentou ser receptiva.
E conseguiu... com Pablo e Miguel.
— Eu fiz pole dance na cruz, só pode... — sussurrou, ranzinza,
permitindo Niall ouvir e segurar a risada, tampando a boca.
— Oi? Pode repetir, por favor? — Carly realmente não tinha ouvido.
— Desculpa, estou meio rouca. — pigarreou, com a mão na garganta. — Queria dizer que pode ter certeza de
que vocês também sempre podem contar conosco. — piscou ao fim,
sorrindo falsamente.
— E esses são... — Zoey começou.
— One Direction, eu sei. Na verdade, vai ter que falar mesmo. Só me lembro do Harry, que é o vocalista
principal, e do Niall, porque ele tem bochechas enormes.
Liam, Zayn e Louis, que ainda estavam presentes, não seguraram e riram.
— Tem também o que você falou agora amiga, o Lewis. — a
“lembrou”.
— Louis. — ele corrigiu novamente, batendo o pé.
— Isso mesmo. — deu de ombros.
— E o Zack.
— É Zayn. — respondeu, com certo mal humor, mas também com um sorriso escondido nos lábios.
— Foi isso mesmo o que disse. — deu de ombros.
— Não, você falou Zack. — Liam retrucou. Havia aberto a boca pela primeira vez ao meio daquela “discussão”.
Todos sabiam que qualquer palavra ali, era para o teatro. Harry e Niall não levavam a sério, mas também não
queriam “entrar na brincadeira ofensiva”.
— Tudo a mesma coisa, que seja!
— Amor, vamos lá para cima, por favor? — Miguel pegou a namorada pelo cotovelo, que, em um movimento
brusco, se livrou da mão.
— Não, e o café da manhã?
— ! — foi curto.
— Argh, chato! — bufou como uma criança. — Vamos então, nos encontramos na piscina, amigas! — disse com
falsa animação para Carly e Zoey, que estavam realmente acreditando nas duas e acenaram sorridentes.
***
— e . — os primos
falaram em uníssono.
— Não gostei deles. São de uma boyband. — ergueu as mãos
em rendimento, dando a primeira desculpa plausível, segundo o seu raciocínio.
— E daí? — Pablo não entendeu.
— E daí que... — começou a pensar. — E daí que arranca as
calças e caga aí, meu filho.
— , que eu saiba, você sempre gostou dessas coisas... —
Miguel parou para raciocinar.
— Eu, quer dizer, gostava! — se defendeu. — Não se fazem mais boybands como antigamente, ai, ai, meu
santo Timberlake.
— Também, devem ter vivido tipo Charlie Bucket, da Fábrica de Chocolate, antes da fama. — a de cabelos
laranja gargalhou.
— Por isso defecam tão fedido. Muito repolho. Deus me livre. —
fez o sinal da cruz.
— Mas...? — Miguel.
— Como vocês sabem sobre as fezes deles? — Pablo perguntou, desconfiado.
— Ah, li em uma revista que eles não são do tipo que precisam daqueles controladores de intestino... — as duas
riram.
— Mas vocês não os odeiam? — os primos se entreolharam.
— Nunca ouviu falar sobre “pesquisar território inimigo”? —
finalizou com um ‘duh’.
— Eu fazia isso todos os dias com a Bruna Marquezine, quando rolou aquela dela com o Dougie do McFLY. —
concordava freneticamente com a cabeça.
— Não vamos entrar nesse assunto, porque se eu fosse pesquisar cada uma que o Danny ficava enrabichado,
meu Deus do céu!
— Vocês já falaram porcaria o suficiente. Vamos descer para a piscina, vai. — Miguel deu um basta.
— É, isso mesmo. E peçam desculpas. — apontou o dedo.
— Ah, mas eu não vou! — parou na metade do caminho,
negando com o indicador.
— Ah, mas você vai! — Miguel a segurou pelo braço, a puxando.
— Quem disse? — a de cabelos rosa arqueou a sobrancelha, fazendo uma expressão de nojo.
— Nós! — disseram juntos.
— Tadinho de você, de verdade! — deu três tapinhas no ombro do
namorado, rindo.
— Não, sério, quero tomar um café, vamos logo! Acho que ainda dá tempo. —
consultou seu relógio de pulso imaginário e acabaram saindo,
enquanto riam de sua cara de decepção, ao ver seu pulso somente com uma pulseirinha solitária.
***
— Pau que nasce torto, nunca se endireita... — berrou, após
tomar suas duas xícaras de café e começar a caminhar até a piscina.
— Menina que requebra, a mãe pega na cabeça. — começaram meio que fazer a coreografia. Pablo ficou
vermelho de ciúmes, enquanto Miguel ficava da mesma forma. Mas de rir.
— Ali os garotos, meninas. Vamos lá. Lembrem-se: sejam simpáticas.
— Pablo, cala a boca. — lhe deu um pedala e saiu desfilando
com ao seu lado, deixando os namorados para trás, reclamando do
humor bipolar das duas.
Quando chegaram à área das piscinas, e Pablo foram direto
para a água, enquanto Miguel disse que iria pegar algo para beberem e então,
foi colocar a bolsa em alguma cadeira.
— Olá, queridos! — disse, simpática, colocando suas coisas na cadeira ao lado da que Carly estava sentada,
passando protetor em Harry, que estava sentado à frente.
— Oi, ! — a garota respondeu, animada, enquanto Harry apenas
deu um aceno com a cabeça. — Prontinho, amor, já pode ir tomar sol sem virar uma torrada agora!
O mesmo levantou-se e foi para a piscina, fazer companhia para Niall e Zoey, que já se encontravam lá dentro.
Teve vontade de vomitar olhando aquilo. Aquelas mãos, deslizando por aquelas costas. Da mesma forma que
um dia as dela já deslizaram... A forma doce de falar. A mesma forma que... Não. Nunca havia falado docemente
com Harry.
Riu sozinha de seus pensamentos e balançou a cabeça para os lados, como se quisesse espantá-los. Pensou
em tentar ser um pouco sociável e puxar papo com Carly, porém a garota estava ocupada demais lendo uma revista
de moda. Not now, já dizia Blink - graças a Deus.
Deu de ombros e pegou seu iPod, ligando o modo aleatório.
— ? — ouviu alguém a chamar.
Tirou os fones e viu que era o namorado.
— Oi, gato.
— Vamos à piscina?
— Sério, fofo? — olhou para o céu e analisou o sol. É, estava forte.
— Por favor, passo protetor em você e prometo que não molho seu cabelo. — fez cara de bom moço.
— Ai, senhor Miguel, o que não faço por você, hein?! — disse, já levantando e colocando os braços no pescoço
do namorado.
— Não faz massagem nos meus pés.
— Ah, não, aí já é sacanagem! — soltou-se dele, rindo.
— Brincadeira, volta, amor! — puxou a garota de volta, segurando-a pela cintura. — Te amo mesmo sem
massagem nos pés.
— Então é bom continuar amando, porque massagem nos pés: nunca! — disse, intercalando entre selinhos.
— Never say never, querida, never say never...
— Ah, não, Justin Bieber não, né?! — soltou-se novamente, dessa vez indo até a bolsa e pegando o protetor.
— Você que gosta dele, ué. — pegou o frasco da mão da namorada, colocou uma boa quantidade e passou nas
costas na mesma.
— Mas meu namorado citando frases dele soa tão gay. Quando falo fica mais másculo. — disse, séria, mas fez
o namorado rir atrás de si.
Miguel parecia ser tão... certo. Certo para ela, para sua vida, para estar ao seu lado e a fazer sorrir, sem
preocupações, desconfianças... Mas o problema é que nem sempre o coração quer o que é certo.
***
— Não! De jeito nenhum!
— De forma alguma, quero mudar de time!
— Queridinha, relaxa aí, fofa! — o monitor que escolheu os times, disse.
— Por que não posso ficar com o meu namorado? —
perguntava, brava.
— Porque acho que você fica mais bonita perto do descabeladinho e a sua amiga perto do loirinho, ué! — disse,
dando uma piscadinha no final da frase.
— Era só o que eu precisava, ai, que vergonha! — falou para si
mesma e Niall ficou vermelho.
— Agora chega de papo, não é? Vamos lá! Então em um time ,
Niall, e Harry contra Pablo, Carly, Miguel e Zoey!
— Não sei se estou mais incomodada com o fato da menina Nickelodeon subir nas costas do meu namorado ou
de eu mesma subir no Niall, . —
falou, agoniada, para a amiga.
— Juro que se eu perceber o Miguel apertando demais a perna daquela mocoronga, o corto em pedacinhos e
mando em uma mala de volta para o Brasil. — a amiga respondeu com ódio na voz. — E para ajudar na situação,
vou ter que subir nas costas do Styles, me diz de quem foi a ideia de entrar nessa bosta de jogo?
— A ideia foi sua, fofinha. — Harry respondeu com deboche na voz, enquanto passava ao seu lado.
riu da situação, mas parou quando recebeu um olhar mortal de
.
Logo já estava nos ombros de Niall,
nos de Harry e do outro lado da rede, no outro time, Carly nos de
Miguel e Zoey nos de Pablo.
O jogo estava indo bem, até que em um saque de Zoey, a bola foi direto na cabeça de
. Com o impacto, a menina caiu dos braços de Niall e foi direto para
a água. Logo a garota emergiu para a superfície, porém tinha expressões confusas no rosto - típicas expressões de
alguém que acaba de levar uma bolada na cara e ainda se afoga.
— Ai, meu Deus, ! —
se desesperou e tentou se soltar de Harry, mas ele ainda segurava suas pernas. — Me solta, seu descabelado! — se
jogou dos ombros de Harry e foi até onde a amiga tinha caído. — Você está bem? Está respirando normal? —
segurava o rosto da amiga nas mãos.
— Estou bem, , só... Ai! — colocou a mão na testa, onde a bola
tinha pegado. — Está doendo...
— Isso vai ficar roxo...
— , desculpa! — Zoey veio nadando desesperadamente na
direção da menina.
Atrás, vinha Miguel, Carly e Pablo.
— Está tudo bem, Zoey, relaxa.
— Foi sem querer, eu juro! Desculpa!
— Eu já disse que estou bem!
— Bonitinha! — o monitor foi desesperado até onde todos estavam.
— Ih, lá vem o afetado... Ai! — resmungou e
a deu um beliscão.
— Como você está, fofa?
— Estou meio tonta...
— Santa Lady Gaga, loirinho, vai com ela na enfermaria.
— Deixa que eu vou, eu sou o namorado dela. — Pablo passou por baixo da rede e, rapidamente, estava ao
lado da namorada.
— Nananinanão! — balançou o dedo na frente da cara de Pablo. — Tem que terminar o jogo, não admito
que parem! O loirinho é o par da bonitinha, então ele vai com ela.
— Mas o namorado dela sou eu!
— Por que meu namorado tem que ir com ela? Deixa o Pablo ir e eu jogo com o Niall! — Zoey estava tão feliz
quanto Pablo com aquela situação.
— Querida, o jogo é meu, eu escolho as equipes, escolho tudo aqui, então shiu!
Zoey fez uma careta e voltou para o seu lado da rede, resmungando algo.
— Mas quem vai com ela é ele e fim de papo, voltem para o jogo já! — berrou e todos, inclusive
, voltaram para o jogo. — E você: — apontou para Niall. — cuida da
bonitinha lá na enfermaria.
Niall e
— Infeliz de uma garota, toda fofinha pensando que eu sou idiota. —
resmungava, enquanto caminhava com Niall ao seu encalço.
— Ei, pode parar, ok? — Niall a puxou pelo braço, fazendo seus rostos ficarem próximos. — Ela não faz ideia do
que ocorreu no nosso passado, nenhuma das duas, e se depender de mim, nem vão saber! Ela não tem culpa de
nada aqui e você sabe disso. Para de ficar falando coisa que não sabe. — finalizou, vermelho, sem nem mesmo
acreditar que aquelas palavras haviam saído de sua boca.
— Olha só quem aprendeu a defender as pessoas e se auto defender também! Momento épico! — soou
sarcástica.
— Eu sou justo.
— Não foi o que provei há alguns meses.
— Todos seguimos em frente e aprendemos com erros, vamos esquecer isso e nos permitir ver no que vai dar.
Ainda não desisti do meu desejo, se lembra? — tentou se aproximar, levando um empurrão.
— Não. Me desculpe. — olhou para o chão. Seria mais fácil, a
seu ver.
— Larga a mão, ! Eu amo você, cara!
— Já ouviu aquela música que diz “Você só sente falta do sol, quando começa a nevar”? — perguntou e,
nesse momento, toda a expressão de fúria se desfez do rosto do garoto. E então, soltou seu braço e saiu andando
até a enfermaria, segurando não só a dor da bolada na testa, mas também as lágrimas que queria derrubar desde o
momento em que havia visto o garoto.
//
— Descabeladinho, segura a magrelinha direito, garoto! Ai, Madonna, vocês vão me deixar maluco ainda!
— Vou socar esse monitor, estou falando sério! — resmungava no
meio no jogo.
— Podem passar mil anos, que você vai continuar a mesma chata reclamona, hein? — Harry comentou,
brincalhão.
— E você sempre vai continuar o mesmo idiota.
— O idiota que você adora.
— Querido, se toca! — aproveitou-se de sua posição e beliscou, com os dedos do pé, a costela do garoto.
— Ai, sua...
— Epa! — o monitor, que estava em sua cadeira, berrou com o megafone. — Sem baixarias no meu jogo! Ou
melhor, chega de jogo, esquece o jogo. Ai, socorro, preciso de uma massagem! — saiu resmungando e rebolando
para fora de área da piscina.
— Sempre estragando tudo...
— Ah, vá, . Ninguém queria mais jogar nessa merda, nada dá
mais certo depois que vocês apareceram. Essa situação é culpa sua, está vendo? Não dá para ser feliz dessa
maneira, não dá!
A garota ficou sem palavras para se defender, então ele realmente pensava que nada dava certo quando ela
estava por perto?
— Harry, o que foi isso? — Carly se aproximou, tirando a garota do transe e entrando no meio do campo de
guerra que havia entre e Harry.
Miguel se aproximou, os encarava estranho, com uma sobrancelha arqueada.
— E-e-eu... — ela gaguejou. — Me tira daqui. — pediu com a voz baixa, abraçando Miguel.
Antes de se afastarem, deu uma última olhada para Harry e não pôde deixar de perceber a forma que ele a
olhava sair da piscina com Miguel, ainda que ele estivesse abraçado com a namorada.
Seu coração pesou.
Por que ele tinha que sempre estragar tudo? Por eu ele tinha que ser tão Harry Styles e sempre fazer isso?
Florindo
— Eu desisto! — ouvi assim que falei “Alô”.
— Mas por que, sendo que você começou hoje? — era só o que faltava na minha vida!
— Não dá! Aquela queridinha lá é muito revoltada e a outra é completamente tapada e lerda. — Escuta aqui, Rodney, eu não me importo para o que você acha. A partir do momento em que aceitou o
serviço, ficou ciente das consequências. Eu só quero saber disso completo até o fim dessa viagem, está me
escutando? Além de eu estar bancando tudo para você, eu sei que está fazendo festinha mais do que pintinho no
lixo. Então faça o favor de me retornar o que estou gastando, ok?
— Certo! Desculpa, chefinho. — eu podia jurar que ouvi uma fungada.
— Florindo para você. — então eu desliguei sem aguardar resposta.
Era tudo o que eu precisava: alguém querendo arregar logo agora!
Zoey cantava alguma música, enquanto terminava de se arrumar.
— Sua voz é ótima. — Niall caminhou até ela, abraçando-a. — Assim como você! — beijou-a no rosto.
— Para, Niall! — tampou o rosto com as mãos. — Sou uma menina envergonhada.
— If you only use saw what I can see, you’ll understand why I want you so desperately (...) you don’t know,
you don’t know you’re beautiful... — começou a rir, vendo a reação da menina.
— Af, você é um idiota! — deu um tapinha no ombro do loiro.
— Certo. Termina de se arrumar para irmos à praia. Não aguento mais a
reclamando que ninguém faz nada do que ela quer.
— Ela anda meio estranha...
— Coisa sua. sempre foi assim. — tentou contornar a situação.
— Sei lá. Deve ser o ciclo menstrual. — ficou vermelha novamente. Niall riu da vergonha da garota de dizer algo
tão “normal”.
— É, provavelmente. — se afastou da namorada, após um beijo em sua testa.
//
Pablo e
— Acontece que a , quando odeia alguém, é muito
transparente. Quando ela ama, é muito fechada. Isso não é certo, ela tem que saber controlar isso. — Pablo
observava a namorada andando de um lado para o outro, enquanto o escutava contar sobre o ocorrido do dia
anterior.
Depois que levou a bolada, os dois acharam que as namoradas
haviam ficado estranhas e, para mudar o clima pesado que havia se instalado, resolveram ir para uma rave que teria
com o DJ Steve Aoki, um dos preferidos de Pablo.
— A sempre foi dessa maneira, não é por pedacinhos de merda
que ela vai mudar. — deu de ombros e relaxou as costas na cadeira.
— , não é assim. — tentou a repreender.
— Não é assim o que, Pablo? Era para essa viagem ser perfeita, agora está tudo desandando e uma merda, por
causa daqueles dois! Se eles são arrogantes, eu também sei ser. E nem comento sobre a
, porque ela ganha de todos! — gesticulava, vermelha.
— As garotas deles não têm nada com isso! — falou, incrédulo. — Você estava tão bem ontem, por que essa
revolta toda agora com as garotas? Ela não te deu a bolada de propósito!
— Só estão nos lugares errados, nos momentos errados. Tudo seria diferente se fossem outras circunstâncias.
— sorriu fraco, como se pedisse desculpas. — E esquece a porra da bolada, inferno!
— Que tipos de circunstâncias? — perguntou, desconfiado.
— Não sei, Pablo, mas qualquer outra que não fosse envolvida nesse meio. —
tentou se desenrolar, antes que soltasse algo que queria esquecer,
sem querer.
— Isso é muito mal contado, . — arqueou uma sobrancelha.
— Não é como se tivesse algo para se contar, sim? — perdeu a paciência e pegou sua bolsa. — Vamos, por
favor? Ainda estou no pique da festa de ontem e quero aproveitar o dia todo desse resort!
Tentou disfarçar o nervosismo, assim como havia feito a noite toda com
. Na noite anterior, durante a rave, as duas se distraíram o máximo
possível, pularam e dançaram, mas em sua mente, tudo que se passava era uma única questão: até quando Niall
Horan iria estragar sua vida?
//
— Praia, água. Ai, que vida! — abriu os braços, sorrindo.
— Tudo fica melhor com você junto. — a garota ouviu um sussurro, olhou ao lado e era Harry.
— Oi?! — questionou, sem entender, olhando para os lados confusa.
Logo uma pessoa se aproximou e notou que era Carly. Rolou os olhos e aceitou o fato de que isso era para a
menina, quando ouviu:
— Awn, amor. Você é um lindo. — e viu o amasso que deram em seguida.
Revirou os olhos pela segunda vez e fingiu um vômito, se afastando e indo para perto do Miguel,
e Pablo.
— Praia, finalmente! Areia, mar... — repetiu.
— Água salgada, cabelo duro, areia no meio dos meus dedos, já, já meu cabelo verde... —
retrucou.
— A pessoa quer vir para Ibiza e não quer molhar o cabelo. Pablo, tome uma providência!
O garoto nada mais fez, do que abraçar a garota que reclamava e dar um beijo em sua cabeça, carinhosamente.
Não tão longe dali, o outro grupo de amigos se aproximava. Zoey e Carly estavam conversando sobre algo
animadamente, como sempre, enquanto contava para
e detalhes do seu
último filme.
— E ele é tudo aquilo mesmo pessoalmente? — perguntava ,
depois de um suspiro.
— Tudo aquilo e mais um pouco, minha filha, que homem é aquele, Nossa Senhora! Se eu não tivesse o... —
Zayn deu uma olhada significativa para a namorada. — O homem é um pão, mas quem liga para Johnny Depp lindo,
sarado, suado e sem camisa ao seu lado, quando se tem Zayn Malik como namorado, não é mesmo? — disse,
abraçada ao namorado, que mantinha o olhar.
— Olha ali, amor, é o Pablo e o Miguel, vamos lá com eles! —
acenou para os amigos.
— Aquelas ali são as namoradas deles? Cabelos legais. — comentou
, quando iam se aproximando.
— Mas como assim vocês... — Liam percebeu que algumas pessoas ali não estavam totalmente inteiradas dos
últimos acontecimentos. Louis logo entendeu o desespero nos olhos de Liam. Se as meninas vissem
e , iriam surtar e
logo Carly e Zoey iriam perceber que já se conheciam antes.
— Gente, vamos voltar pro quarto, esqueci umas coisas. — disse, já se levantando. — Carly e Zoey, meninos,
vocês podem ficar se quiserem para arrumar as coisas.
— Esqueceu o quê? Tudo está aqui!
— Uma coisa importante, vem comigo? — perguntou novamente em um tom quase implorando para que viesse
com ele.
— Mas o que você esqueceu, meu filho? — perguntou.
— Meu boné, amor. Vamos logo, quero aproveitar isso aqui.
— Mas, Louis, você nem usa boné. — o segurou pelo braço, quando o mesmo havia começado a andar nervoso.
— Esses dias você estava dormindo, decidi dar uma volta, uma passadinha na Off The Wall e comprei
umas coisas; e uma dessas foi o bendito boné. Agora vamos que eu estou perdendo a minha paciência e isso dá
ruga, ok? — bufou, cruzando os braços e batendo os pés, fazendo todos rirem.
***
— Eu ainda não entendi essa bosta toda. — comentou, o que não
espantou ninguém. Quer dizer, em partes sim... fazia tempo que a menina não questionava sobre os acontecimentos
o tempo todo.
— Vou resumir: vocês são um bando de jegues tapados que eu quero socar a fuça. — o menino jogou o cabelo
pro lado, fazendo-as rir do seu jeito. — Parem de me olhar como se eu fosse uma bichona enrustida, eu, hein?
— Louis, meu amor, você é uma bicha enrustida. —
observou, gargalhando ao fim.
— Muito engraçadinhas! Mas enfim! Graças que o resort é perto, o bendito boné existe e eu, finalmente, vou
poder falar: as meninas estão aqui.
— Que meninas, seu louco? — o encarou com a sobrancelha
arqueada.
— e . Niall e
Harry sabem. Todo mundo sabe, na verdade.
— Mas isso é um máximo, Louis Tomlinson! — as três começaram a pular. — E precisava nos arrastar aqui para
falar?
— Acontece que é nisso que quero chegar.
Finalmente havia chego ao resort. Adentraram o elevador.
— Elas são as namoradas do Pablo e do Miguel.
— Quê? — berrou, de olhos arregalados. Sua feição o espelho
das outras duas.
— E estamos fingindo que não nos conhecemos.
— Então é por isso que... Meu Deus! — mexia os dedos, como
se ligasse os fatos através deles.
— Contando tudo... — o elevador parou no andar deles, então adentraram o quarto e Louis começou a contar
sobre a briga e outros fatos que as garotas não haviam presenciado, deixando-as pasmas e sem entender certas
ações.
***
— Vamos ficar esperando eles aqui? — a mais nova perguntou, abraçando Niall de lado.
— Ah, não, vamos lá com o pessoal! — Zoey se referia aos outros dois casais que estavam um pouco mais à
frente.
— Não mesmo! — o loiro falou, decidido, sem nem ao menos perceber. Harry percebeu que as namoradas não
entenderam o que ele quis dizer com aquilo e tentou arrumar.
— É! — afirmou e continuou: — elas estão com os namorados! Nada a ver irmos lá e atrapalhar.
— Que atrapalhar o que, menino?! Vamos logo! — Carly e Zoey ignoraram totalmente os protestos dos outros
dois e foram os arrastando até onde os casais estavam.
Quando se aproximaram, os casais que estavam brincando entre si, logo se separaram.
— Grande Niall!
— Fala aí, Harry!
Os meninos se cumprimentaram com abraços, enquanto e
apenas acenaram discretamente. Preferiram não puxar muito
assunto com as outras duas, era melhor manter a distância para evitar problemas futuros, sem contar que ainda
estavam meio cansadas da noite anterior. É, estava, enquanto
falava mais que uma boneca de corda.
Enquanto elas pensavam isso, Harry, Niall, Miguel e Pablo estavam sentados em volta de uma pequena mesa
redonda, bebendo alguns líquidos coloridos e dando altas gargalhadas.
— Mas olhem só quem apareceu! — ouviram uma voz cantante se aproximando.
Carly tirou os óculos de sol para observar melhor e se arrependeu.
— O que esse cara tá fazendo aqui? Ele não fica lá na piscina? — comentou com tédio na voz.
— Queridinha, eu fico onde quero. — sorriu. — E vocês, minhas flores de maracujá, como estão? — se referiu a
e .
— Estamos ótimas e você? — respondeu sorridente.
— Melhor agora que estou vendo esses rostinhos lindos! E você, bonitinha lerda, está melhor da bolada que
levou da mocoronga?
— Ei! Mocoronga é a sua mãe! — se defendeu. — E eu já falei que foi sem querer.
— Humf, que seja, minha filha! — fez pouco caso. — Então, bonitinha... — voltou a olhar para
.
— Ah, estou bem sim, obrigada por perguntar. — sorriu meigamente. — Não quer se sentar conosco?
— Ai, finalmente serei tratada como rainha nesse lugar, não aguento mais ser a borralheira e... — percebeu que
falou demais e logo consertou: — aceito sim, bonitinha! — puxou uma cadeira para mais perto das garotas e
começaram a conversar.
Rodney, e
conversavam como se fossem amigos há anos e se conhecessem super bem. Já Zoey e Carly, conversavam apenas
entre elas.
— Com licença... — foram interrompidos por Miguel. — Posso roubar a
de vocês um pouco? Estou com saudades da minha namorada. — fez
um bico fofo.
— Awn, que bofe mais fofo, se eu não fosse pago para... Quer dizer, que isso, pode levar! Tem mulher demais
aqui já. — foi empurrando da cadeira e sentando-se em seu lugar, ao
lado de .
Harry
Amor pra cá, amor pra lá, linda pra cá, lindo pra lá. Mas que bosta! Será que não dá para respeitarem a dor
de cotovelo alheio, não?
Aquelas mãos na cintura. Aquela cintura é minha. Os lábios se tocando. Era para os meus lábios
tocarem os dela. Os sorrisos que ela dava. Deveriam ser para mim e não para Miguel!
É como se a qualquer momento, esse músculo que bate involuntariamente dentro do meu peito, fosse criar uma
alma própria, sair pela minha boca e começar a chamar por , de
volta.
Como já cantou Paramore “Eu deveria ter superado as borboletas”, mas como diz no resto da música:
essa porra de amor não passa e eu continuo apaixonado pela .
Na festa, quando vi aquele par de olhos, aquele sorriso e a mesma feição de brava que quase me matou do
coração, mas que me encantou, não parecia que todo aquele tempo tinha se passado.
Ela estar ali, de mãos dadas com outro, se abraçando com ele, beijando... Aquilo não parecia ser certo. Não,
parecia não... Não é certo! Mas eu sei que sou um idiota, porco, bobo, maldito, filho da puta e vou parar por
aqui, senão vou abaixar o nível desse monólogo. Eu tenho consciência do que fiz. O fato de não ter acreditado nela,
duas vezes seguidas, de tê-la magoado... E o que mais me dava raiva, era ver que ela me superou! Digo, que ela
não sente mais nada por mim... Aqueles sorrisos sinceros que ela me dava, quando ria de algo sem sentido que eu
falava... ela está lá, dando para ele!
Minha vontade é ir até aquele mar, tirá-la dos braços de Miguel e fazê-la entender que a pessoa que a ama e
que deveria estar com ela sou eu! Mas sei que se eu fizer isso... Provavelmente levo um baita de um soco. E um
beijo. E outro soco. Poderia ganhar mais um beijo. E na pior das hipóteses, outro soco. Bem dado.
Mas que eu queria mandar aquele moreno alto, bonito e sensual de oferenda para Iemanjá, ah, isso eu queria!
//
Niall
Olha só isso! Não, não é possível, acho que eu fui uma pessoa muito ruim na vida passada para me ferrar
tanto em tudo! Eu não posso gostar de uma coisa, que algo acontece. Eu não posso estar feliz, que logo isso some e
ou eu me decepciono ou eu perco.
Tira a mão dela! Sai, sai. Chispa! Sai daí, porra!
Meu Deus, por que isso? Meu anjinho da guarda, tira esse ser humano de perto dela. O que eu fiz? Desculpa-
me, eu sou apenas um garoto que é famoso, rico, gordo, feio, e apaixonado. Eu não fiz nada de mal para ninguém,
não matei, não me prostituo... Ok, só para o Harry e para o Liam, mas o último pensa que é só para ele, mas vamos
fingir que é pro Payne e só!
Eu não mereço desonra para mim, nem para minha família e muito menos para minha vaca, até porque, nem
vaca eu tenho, mas enfim!
— Niall, está tudo bem? — Pablo perguntou, gritando.
Ficará se sua mão sair da cintura da minha garota.
— Tudo ótimo, brother! — fiz joia.
Brother é o caralho que o parta, maldito do sorriso bonito e branco!
Precisei esperar ficar rico pra por aparelho, enquanto esse viadinho que nem é tanta coisa assim, tem essa coisa
dentaria toda alinhada e perfeita.
— Amor, o meu sorriso é mais bonito do que o dele, né?! – foi por impulso, mas quando me toquei, já tinha
perguntado e minha namorada me olhava com uma cara estranha.
— Que pergunta é essa, Niall? E claro que... Ah, não sei. — ela meio que se enrolou e isso só fodeu mais com
tudo.
Liam que não ouça os meus pensamentos, muito palavrão.
— É sim, meu fofo. Você é mil vezes mais do que ele. — a coisa de purpurina piscou um olho para mim. E não é
que por ele eu me prostituiria também? Ele é tão gente boa.
E então Pablo a beijou.
Ok, Deus, desculpa. Sou só do Liam mesmo. Não quero Rodney, foi só um pensamento desgraçado. Não quero
Harry também, ele é da .
— Niall, amor, vamos ao mar? — a coisinha me chamou. Digo, minha namorada. Nem matar o Pablo
mentalmente tive tempo, oh, vida!
— Claro! — a abracei pelo ombro e fomos até o mar fofinho, rosa, que combina com o cabelo da
. Até a iluminação compartilha minha baitolagem!
//
***
— Meu Deus, que saudades que estávamos de vocês!
— Tá, , mas pode me soltar agora! —
resmungou, sem ar. — Socorro, eu ainda sou claustrofóbica,
menina!
— Pare de viadagem, ! — recebeu um tabefe de
. — Como assim vocês não foram atrás de nós? E a amizade forte,
fica aonde? E a parceria? E o “amigas para sempre”? E o...
— Chega, ! —
deu um basta e a menina se fez de emburrada. — Já entendemos
que você ficou magoada e que sentiu nossa falta! Afinal, né, quem não sentiria? — fingiu limpar o ombro direito,
dando um beijinho no ar.
— Mas se acha demais, hein?! — riu. — Temos muito que conversar!
— Começando por: de onde surgiram esses dois pedaços de mau caminho que vocês chamam de namorados?
Caralho! — se abanou.
— Sabe como é, né, minha ?! Não dava pra ficar o resto da vida
atrás de franga.
— Chega uma hora que preferimos o pavão feito. — completou
a frase da amiga e todas olharam com cara de “hein?”
— Pode passar o tempo que for e a vai continuar falando
coisas sem sentido, Nossa Senhora! — levou outro tapa de . —
Agora contem, como conheceram esses dois pedaços de pão?
— Conhecemos no dia em que estávamos voltando para o Brasil... —
deu um suspiro.
— Por uma viadagem da linha aérea, colocaram a e eu separadas.
E por ironia, eles também estavam. Eu sentei ao lado do Miguel e a
com o Pablo.
— Tive que o ouvir falando sobre roupas e festas o voo inteiro! — a mais nova fez drama.
— Como se você não gostasse, né, little party girl?! —
zoou e fizeram um high five.
— Quando chegamos, nos despedimos e tudo começou a rolar. Entrei na faculdade de Moda e a
na de Jornalismo.
— Tá, mas e os boy magia?
— Calma, ! —
deu bronca. — Um mês depois de as aulas terem começado, em Março, teve o São Paulo Fashion Week, já ouviram
falar, certo? — todas concordaram. — Eu fui lá para conhecer os bastidores e camarins com a minha turma e a
foi com a turma dela para ficar na cola dos jornalistas que faziam a
cobertura.
— No dia do encerramento, teve uma baita festa, muito boa! E a
safadona já tinha encontrado o Miguel no camarim, porque o gato é modelo, ele deu dois convites para ela... E quem
será que ela levou na festa, né?! — se gabou.
— E aí?
— E aí, minha filha? E aí que a única coisa que eu me lembro depois de ter entrado naquela festa, é de ouvir
Macklemore tocando, depois ter encontrado o Miguel no bar e da
sumindo com o Pablo.
— E depois é tudo uma grande ilusão... — gargalharam. — Depois só sei que acordei em uma cama redonda,
enorme e com o Pablo dormindo do meu lado.
— E eu acordei no chão do quarto do Miguel. — escondeu o rosto nas mãos.
— Mas a coisa foi tão selvagem assim, que não deu tempo nem de ir pra cama? Amiga, que orgulho de você! —
disse e assim começou a zoação em cima de
e , pela forma que
conheceram os dois.
Um pouco longe de onde as amigas estavam reunidas, Zoey e Carly observavam a cena com certa dúvida.
— Não parece que elas já se conheciam antes? — Zoey comentou.
— Não sei, é estranho isso. — Carly bebeu um pouco de seu drink. — Elas não são assim nem com a gente,
que namoramos os amigos delas, mas são com duas meninas que acabaram de conhecer.
— Se dane elas também, quem liga? Tenho você, você me tem, temos nossos namorados lindos que nos amam
incondicionalmente. O que mais precisamos? — riram e brindaram.
Nada, ou pelo menos é o que elas pensavam.
— Olha esse vestido aqui, amor, é o mais bonito.
— , você não entende nada disso, me dá essa revista! — puxou a revista da mão da namorada e deitou-se ao seu lado, de barriga para cima. — Isso aqui que é vestido bonito! — apontou para um modelo comprido, sem decote algum e que mais se parecia com uma burca.
— Isso é roupa das arábias, Miguel!
— Tá falando que eu não tenho senso de moda? Espera, é isso mesmo que eu entendi? — se fingiu de bravo e jogou a revista para o lado, esticando o braço para segurá-la pelo calcanhar e fazer cócegas em seus pés.
— Que isso, amorzinho, tá maluco? Você só não serve para dar dicas de moda. — a garota respondeu, batendo as pernas no ar, para se desvencilhar das mãos dele. — Sai! Socorro, socorro! — gritava, entre risos.
— Fala que eu sou uma pessoa que manja muito de moda, fala agora que eu paro!
— Você é a pessoa mais fashion do mundo todo, pode até mesmo usar listras com xadrez, que vai continuar sendo o maior It Boy. Mas para de fazer cosquinhas, antes que eu chute a sua cara, até mesmo sem querer! — por mais que tentasse falar brava, não conseguia. Odiava cócegas, mas Miguel sempre transformava essa, ou qualquer outro tipo de tortura – como comer alface, beber água constantemente ou ir para a academia -, em algo divertido.
O garoto parou assim que ela falou.
— Ufa! — respirou fundo. — Ainda bem que parou, senão eu ia ser obrigada a cuspir na sua cara.
— Ah, é? — com uma facilidade que nunca entenderia, Miguel prensou a perna dela contra a cama, fazendo-a sentir gastura – o que ele achava extremamente divertido – e gritar, entre risos desesperados, tentando, mais uma vez, se livrar de seu aperto.
— Não, amor. Nunca, imagina! — se sentou na cama. — Lindo! — e, ainda rindo, passou o corpo por cima do namorado e pegou a revista de volta.
— Bom mesmo! — ele resmungou e a puxou para que deitasse mais perto de si.
Distraidamente, começou a folhear a revista, mas ao chegar à última folha, desejou não tê-la em mãos. Lá tinha uma foto e ela se lembrava perfeitamente bem de quando ela tinha sido tirada: foi no dia da festa dos doces que fez, quando estavam nos Estados Unidos.
, como de costume, tinha se molhado, então ela e Harry foram até o quarto que a amiga dividia com Niall, para buscar outra roupa. Alguém lá dentro mesmo fez questão de fotografá-los pelo corredor e vender a foto.
Era como um filme passando em sua mente, lembrava-se perfeitamente da voz do garoto ao dizer que...
“— Harry, você não precisa ficar segurando a minha mão sempre que for a algum lugar comigo. — a menina disse, quando entraram no quarto de Niall.
foi direto para a mala pegar as roupas e Harry a seguiu, ficando encostado no batente, olhando-a.
— Se você é minha namorada, eu tenho sim, assim como tenho que te dar carinho, cuidar de você e... — parou a frase quando percebeu o que iria falar.
— E...? — olhou para ele e se aproximou.
— E falar que eu... — Harry não conseguia terminar a frase. Tinha medo de falar algo tão simples e mesmo assim ela se assustar.
— Que você o quê, Harry? — sussurrou, chegando mais perto ainda.
— Que eu gosto muito de você, .”
... gostava dela.
— Amor? Amor? — ouvia a voz de Miguel a chamando, porém não tinha forças para responder.
A lembrança veio à tona, o sentimento que pensou estar adormecido ou até mesmo esquecido, deu sinais de vida. Sinais como nunca tinha dado, mais fortes.
Queria voltar para aquele dia, para aqueles dias, para ser mais exata, quando tudo parecia ser certo e estar no lugar. Quando ela estava em seu lugar: nos braços de Harry.
Foi acordada dos pensamentos, ao sentir uma dor no braço direito.
— Ai, idiota, por que me beliscou? — massageou o local.
— Desculpa, amor, mas você do nada ficou pálida e não me respondia mais. Fiquei preocupado. — ele tinha uma expressão confusa no rosto.
E agora, qual era sua situação? Estava certa? Era certo estar com Miguel? Amava Miguel?
— Eu estou bem sim, Miguel, eu só... Preciso de ar! — levantou-se rapidamente, puxando a revista consigo e indo até a sacada.
Pediu mentalmente para que o namorado não viesse junto, precisava ficar sozinha. Miguel, por sua vez, juntou as sobrancelhas, confuso até mesmo sobre a forma como o chamou e o tom de voz que usou.
escorou-se na sacada e ali ficou, observando o céu.
Sua vontade era chorar, chorar até não ter mais forças. Por que aquilo tinha que estar acontecendo? E o destino? Onde ele estava agora? Poderia ela reescrever o próprio, tirando Harry definitivamente de seu futuro, passado e presente? Porque essa era a sua vontade!
Amaldiçoou-se várias vezes por tê-lo conhecido e se apaixonado.
— Moleque maldito, argh! — bateu com a revista, que estava enrolada envolta de sua mão, na sacada de madeira.
— , o que você tem? — a porta de vidro se abriu e Miguel saiu na sacada, com a feição preocupada.
— Não aconteceu nada, Miguel, nada. — estava ficando sem paciência já.
— O que tem nessa revista que te deixou assim, hein?
— ‘Meu’, custa você me deixar em paz por cinco minutos? Que saco!
Entrou bufando e foi direto para o banheiro, ligando a banheira para tentar tomar um banho relaxante.
— Te deixo em paz, se você me falar o que está rolando. Você é estressada, mas nem tanto! — falou, seguindo a menina até o banheiro.
— Já disse que não tá rolando nada, entendeu? Nada! — gesticulava, ainda com a revista em mãos.
— Por que está com ela nas mãos ainda? Solta isso e... — puxou da mão da garota, fazendo-a cair no chão aberta exatamente na última página, onde se encontrava a foto de Harry passeando com alguém ao seu lado.
— Quero tomar meu banho lendo, posso? — pegou-a rapidamente do chão, fechando-a. Mas Miguel não era bobo. Percebeu que tinha algo a ver com o monte de papel. Mais precisamente com a foto do garoto.
— , me dá isso. — pediu.
— Garoto, me deixa tomar banho.
— Me dá. — falava calmamente.
— Miguel, sai daqui, caramba!
— Me dá essa merda! — pegou a força das mãos da menina e começou a folhear, até achar a foto.
e Harry Styles foram flagrados, de mãos dadas, pelos corredores, saindo do suposto quarto que o amigo de banda, Louis Tomlinson, e a namorada, , estão dividindo durante a estadia da banda nos EUA. Será uma fã de Ed Sheeran?
— É... Você? C-c-com o Harry? Como assim? Esse cabelo, não... — virou a revista para .
— Meu cabelo já foi normal, né, ou você acha que eu nasci com ele dessa cor? — perguntou, sem paciência, e rolou os olhos.
— Mas como? Você e o Harry? Por que nunca me contou? — disparou a perguntar.
— Não tinha motivo algum pra contar, ué. Eu e ele namoramos por pouco tempo, foi há muito tempo e...
— Essa revista é de... — fechou a mesma, olhando próximo do código de barras. Ela pode ver as folhas se chacoalhando um pouco. Ele estava nervoso e isso era o que queria evitar. Sabia que não tinha mais volta. — um ano atrás, sei lá!
— Tá, não faz tanto tempo assim, mas faz e foi coisa passageira, já passou. Estou com ele ou com você agora?
— Você gosta dele, meu Deus, como eu sou burro! — Miguel tinha uma expressão inexplicável em seu rosto. Ao mesmo tempo em que ria, em indignação, tinha tristeza e raiva no olhar.
— Burro eu não sei se é, mas idiota está sendo! De onde tirou isso? — perguntou, enquanto desligava a torneira antes mesmo de a banheira de encher. Tinha desistido do banho relaxante.
— Você não suporta ficar nem dez minutos no mesmo ambiente que ele, trocam farpas quando estão próximos e agora descubro que já namoraram. Por que não me contou isso antes, ? O idiota nessa bosta sou eu mesmo? Sério? — sua sobrancelha se arqueou em direção a ela, que paralisou de boca aberta por certo tempo.
Passando a mão pelo rosto e tentando se desligar do fato de que Miguel tinha nomeado o relacionamento deles de “Bosta”, tentou explicar:
— Miguel, se coloque no meu lugar! Sonho com essa viagem desde sempre, aí eu estou aqui, aproveitando minhas férias com o meu namorado e do nada vejo meu ex. Você achou mesmo que eu chegaria em você e falaria “Olha só, amor, meu ex ali! Mas relaxa, não sinto mais nada por ele, nem amigos somos mais.” Não! Totalmente desnecessário, ainda mais porque vocês são amigos, eu não ia sair como a vadia da história que atrapalha amizades, não tem nada a ver isso!
— Tem a ver sim, que agora eu não vou conseguir confiar em você mais! Quantos outros ex-namorados seus já vimos e você não me contou?
— Miguel, para... — deu-lhe as costas, incrédula, e resolveu sair do banheiro, deixando-o para trás.
— Você foi desonesta comigo, , mentiu pra mim. — parou atrás dela. — Eu estava sendo amigo do cara que você gosta. Meu Deus, eu não acredito nisso! — passou as mãos no cabelo, em sinal de desespero.
— Miguel, para com isso, meu namorado é você e não ele! — tentava pegá-lo pelos braços.
— Olha nos meus olhos e diz que você não ama mais ele. Vamos, diga!
Sabia que a menina não mentiria. não seria capaz de mentir olhando nos olhos. E exatamente por esse motivo, a garota não conseguiu responder.
Sentiu sua garganta arder e seus olhos acumularem lágrimas.
— Fala, , por favor... — a voz do garoto agora estava mais calma, como se fosse uma súplica.
— Desculpa. — foi o que sussurrou, antes de suspirar e caminhar até a porta do quarto, para, em seguida, sair correndo.
Correu até o elevador, que não se encontrava no andar. Ouviu Miguel a chamando de longe e decidiu ir pelas escadas, para evitar ter que olhar novamente nos olhos tristes do namorado.
Assim que terminou as escadas, foi andando de cabeça baixa até a área das piscinas, onde pensou que poderia ficar sozinha.
Por conta dos cabelos começando a grudar no rosto molhado, não viu quando trombou em alguém.
— Desc-
— ? — aquela voz.
— Ô, inferno! — bateu com a mão na coxa, olhando para cima.
— Você está... chorando?
— Não, Styles, estou legal. Tchau! — respondeu, abaixando a cabeça mais uma vez, evitando olhar diretamente para ele.
— Espera, !
Quando fez menção de ir embora, ele puxou-a pelo braço, a fazendo olhá-lo, surpresa.
— Você não está bem... Seus olhos estão vermelhos.
— E se eu estivesse chorando, o que você tem com isso? Pelo o que eu saiba, sua namorada é a Carly e eu não sou nada sua, Styles, nada. Na-da! — gritou da última vez, fazendo o garoto olhá-la assustado.
— Quer fazer o favor de se acalmar? Eu estou tentando ajudar e você fica aí, toda grossa, me dando patada!
— Sou grossa, estúpida, egoísta, só penso no meu próprio umbigo... Já sei de tudo isso, me conte uma novidade agora, porque estou precisando de uma, por favor.
— Garota, faz o favor de me falar o que houve? Estou ficando preocupado! — segurava pelos ombros, e a menina, que antes evitava o encarar, sentiu os olhos encharcados por culpa das lágrimas acumuladas e o abraçou.
***
— ... — ouviu uma pancada na porta. — ... — outra. — ... — e mais uma.
A menina, que estava deitada lendo um livro, bufou.
— ... — pancadas. — ...
— O que é, caralho? Você está achando que é o Sheldon? — abriu a porta já berrando, dando de cara com um rapaz vermelho, com a mão no meio do caminho.
— E você a Penny, certeza. Mas é uma emergência, depois a gente discute sobre isso. — ele ofegava.
— Fala. — cruzou os braços, entediada, sem nem mesmo o convidar para entrar.
— Eu meio que discuti com a . — passou a mão na nuca, com medo do, nem sabia mais qual, berro do dia.
— Miguel, eu vou te socar a cara! Com certeza ela saiu andando por aí sem rumo, para pensar na conversa toda mil vezes, remoer sobre o que devia ter dito ou não, o que faltou ou falou demais. Então ela vai provavelmente por uma semana ficar sem falar direito, porque vai segurar tudo aquilo dentro dela e não vai querer se mostrar fraca p-
— Chega, ! — gritou por cima, tampando a boca da garota. — Boa observadora, você! Até te deixaria terminar, mas eu preciso de ajuda para encontrá-la.
— Agora você se lembra da segurança dela, né, seu idiota? — começou a esmurrar o braço do amigo.
— Vamos, , por favor. — tentava se esquivar, enquanto dizia, manhoso. — Eu me arrependi.
Deu-se por vencida e apenas bateu a porta.
— Rodney, minha vida! — gritou, quando saiu para a área das piscinas com Miguel ao seu encalço, e encontrou Rodney sentado no bar, olhando para o celular, apreensivo.
— Oi, minha flor. — deu um leve sobressalto.
— Preciso da sua ajuda, a sumiu. — contou apressadamente, sem pausas.
— A princesinha? Ah, meu Deus. Santa mãe Gaga. Culpa dele, né? — apontou para o moreno, semicerrando os olhos.
— Em partes. — fizeram uma careta sincronizada.
— Vamos chamar todos. Sem pânico. — Rodney se levantou, colocou o celular no bolso e pareceu se lembrar do motivo da apreensão anteriormente. — Ai, caramba, ela sumiu! Como assim? Vou ser morto se essa menina não aparecer de novo. Eu... Ok, sem pânico. — começou a respirar em pausas, olhando para o chão.
— Gente? O que aconteceu? — Louis estava caminhando por lá, com , quando viram todo o desespero do Rodney, então resolveram se aproximar para perguntarem se precisavam de ajuda e se tinham visto Harry.
— A sumiu. Chama todo mundo que a gente precisa se separar. — ele começou a explicar da mesma maneira que , fazendo arregalar os olhos e trocar olhares com Louis.
— Já volto. — e então ele saiu correndo até o resort, sem questionar mais nada. Já haviam entendido.
Tempo depois, Louis apareceu com todos. Zoey e Carly pareciam desesperadas demais, para notarem que pelo menos dois dos amigos sorriam maliciosos.
— Então vocês vão para aquele lado, vocês para aquele... — Rodney dava algumas instruções. — Cadê o encaracolado? — arqueou a sobrancelha, fazendo uma pose julgada como bem estranha pelos demais.
— Estávamos procurando ele quando nos encontramos... — deu uma leve piscada para Rod, que pareceu pegar todo o esquema.
— Hum... Princesinhas, por favor, vocês para lá. — mostrou a parte das ruas e elas não contestaram, sabendo do quão perigoso ele poderia ser quando contrariado. Começaram a se afastar e então Rodney disse: — Eu entendi tudo, se virem agora! — voltou a se sentar no bar, como se nada tivesse acontecido.
Harry e
— Mas o que... — Harry não sabia o que fazer. Abraçava de volta? Mandava soltar? Acariciava sua nuca, dizendo para ficar calma que tudo iria ficar bem? Mas o que iria ficar bem? Nem sabia o que tinha acontecido com a garota para ela estar naquele estado!
— Não aguento mais, Harry, e-eu... — não conseguia completar frases, sua linha de raciocínio sempre se interrompia quando tentava formular algo. Era tudo culpa do aroma, na textura, da maciez da pele do pescoço do garoto.
Quando percebeu que estava abraçada na fonte de seus problemas, a garota se soltou rapidamente.
— Você está melhor?
— Melhor de quê? — fingiu rir. — Estou ótima! — passava a mão nos olhos, limpando as lágrimas.
— Você estava soluçando de tanto chorar, como assim está ótima? , qual é o seu problema? — perguntou, incrédulo.
— Meu problema? O meu problema é isso tudo, incluindo a sua existência! — saiu andando, deixando o garoto sem entender nada.
//
— Rodney... — Niall o cutucou, enquanto os outros ainda encaravam Rodney, incrédulos.
Aquele cara tinha algum pacto com algo para sacar as coisas tão rápido assim. Ou ele era um fã muito contido.
— Fala, mula loira irlandesa. — bebeu um pouco da sua água no canudo, encarando-o por cima.
— Também amo você, purpurina. — Niall deu uma jogada de cintura, rindo.
— Purpurina é gay, sou mais glitter. — falou com desdém.
— Ok, não sei a diferença, mas isso é o de menos. Por favor, eu sei que você deve saber de algo que ninguém sabe, mas que eu sei que você sabe e eu sei que você sabe que eu sei que você sabe...
— Desenrola, carretel. — girou o dedo indicador no ar.
— Hum... Me deixa, você sabe... A outra lá que você sabe quem é que você sabe que eu tive algo que eu sei que você sabe.
— Ok, Niall, vai atrás da , eu dou minhas piruetas e tour enl'air, para despistar essas coisinhas que vocês arranjaram como namoradas. — chacoalhou a mão, como se o espantasse.
— O que seria esse tour sei lá o quê? — o loiro arqueou a sobrancelha, ouvindo risos atrás de si. Realmente, Rodney era uma figura. E um cara muito gente boa!
— Passo de balé onde tem saltos e etc... — rolou os olhos. — Mas você não entenderia e isso não te interessa! — gritou a última parte, fazendo Niall dar um pulo para trás, assustado. — Agora vão, vão, vão, que elas estão se aproximando. Não sei por que raios, sendo que tem uma rua infinita para seguirem. Eu, hein?! — rolou os olhos, ainda chacoalhando a mão.
— Obrigado, te devo uma, glitter. — mandou um beijo no ar, brincando com o cara.
— Vai logo, lindo. E faça tudo certo, senão arranco sua orelha fora, faço de brinco humano e doo pra Ke$ha. — tudo o que recebeu em troca foi uma careta. Uma não, sete.
Harry e
Depois de ter deixado Harry a ver navios, foi para a praia, onde se sentou em uma rocha na beirada do mar. Ficou olhando para as estrelas e se lembrou de quando era pequena, que costumava fazer isso quando se sentia mal com alguma coisa que acontecia na escola.
Riu com as lembranças.
Lembranças de quando era pequena e achava que não ser popular no colégio ou não ter coragem de falar com o menino mais bonitinho da classe eram os maiores problemas da sua vida. Quem dera que hoje, esses ainda fossem seus problemas.
Sentiu algo se mexendo ao lado de sua orelha e bateu no ar.
— Era uma borboleta.
Olhou para o lado e ele estava ali, com os cabelos bagunçados por culpa do vento e com um sorriso de lado, olhando-a.
— Oi. — foi o que conseguiu falar. O coração disparado demais para deixá-la pensar em algo a mais.
Harry não respondeu, apenas deu alguns passos e sentou-se ao seu lado.
— São lindas, né?
— Muito...
— Quando eu era pequeno, dizia para a minha mãe que um dia amaria uma menina da mesma forma que são as estrelas.
— Como assim? — perguntou, olhando-o.
— Podem passar dias, meses, anos... Podem acontecer mil coisas e elas continuam ali, apesar de todas as guerras, temporais, tornados ou qualquer outro acontecimento natural ou causado pelo homem ou... — suspirou. — Pelo coração... Elas sempre estão ali. E antes que você diga, eu sei que elas morrem! Mas só depois de bilhões de anos... — respondeu, sem desviar os olhos do céu.
A garota não sabia o que responder. Queria saber se tinha encontrado a menina, queria saber se era Carly ou se... poderia ser ela.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, observando o céu, o mar e a bela paisagem que Ibiza oferecia aos turistas. A paz, a serenidade, era disso que a garota precisava, agora mais do que nunca.
sentia o estômago dando voltas e mais voltas, cada vez que a brisa batia e o cheiro de Harry invadia suas narinas.
Harry não se sentia diferente. Sentia o coração acelerando cada vez que ouvia dando um suspiro. Porém, ainda estava preocupado, querendo saber o que havia acontecido com a menina mais cedo.
— Harry...
— ... — falaram juntos. Riram sem graça um para o outro e a menina fez sinal para que o menino falasse.
— Você não vai me contar o que houve mais cedo?
— Ai, Styles... São tantas coisas envolvidas.
— Não quero saber as coisas envolvidas, , eu quero saber por que você estava chorando. Só isso.
— Por que quer saber?
— Eu... fiquei preocupado?! — achou fofa a forma em que suas bochechas coraram e que ele desviou o olhar, com as sobrancelhas quase se juntando e ruguinhas formando-se por sua testa.
— O Miguel descobriu que nós já namoramos.
O menino a olhou de uma forma que ela não conseguiu definir se era medo, alegria, nervoso, raiva ou tristeza. Na verdade, nem ele sabia o que sentiu.
— E vocês terminaram? Digo, vocês brigaram? — tentou se explicar, para não parecer rude e dar tão na cara assim com seu desejo.
— Eu não sei. Nós brigamos, ele disse que eu escondi coisas dele e que não confia em mim mais. — suspirou.
— E você?
— Eu o mandei calar a boca nas entrelinhas, acho... — deu de ombros, sorrindo de lado, triste, olhando para ele.
Fizeram silêncio por alguns segundos, até que gargalharam alto.
— Você mandou o coitado calar a boca, ? Sério? Isso é forma de tentar acalmar alguém e resolver uma briga? — disse, ainda rindo, sem acreditar na atitude da menina.
— Ah, funcionava com você, ué...
Quando percebeu o que disse, sentiu suas bochechas arderem. Harry percebeu que a menina disse algo que não queria ter dito, mas gostou de escutar.
— Eu acho que... está na hora de voltar, né? Devem estar procurando por nós já. — mordeu o lábio inferior, com medo de ele persistir e ela acabar falando demais. Era sempre assim, quando relacionado aos dois. — Na verdade, devem estar pensando que eu te matei e estou ocultando o cadáver, porque não faz sentido algum nós termos sumido juntos e...
— E o que mais?
— O que mais o quê?
— O que mais o Miguel disse? Ainda não encontrei o motivo das suas lágrimas.
— Ele... — respirou fundo. — Ele perguntou se eu ainda te amava.
— E o que você respondeu?
— Harry, vamos voltar, eles devem... — tentou se levantar, mas o garoto a puxou de volta.
— Esquece o resto pelo menos uma vez na vida! Eu já perdi você uma vez porque dei ouvidos a outras pessoas e não ouvi você, por favor, quero a verdade saindo da sua boca dessa vez. Você ainda me ama ou não?
Ela ponderou por um momento e, de olhos fechados, sem coragem de encará-lo para ver sua reação, confirmando a sua teoria de que Harry sempre ouviria ou teria o que queria dela, respondeu:
— Mais do que tudo na minha vida.
— Por que logo nós dois fomos escalados para essa busca? — começou a reclamar, andando na frente. — Você tem a coisinha, seria tão melhor se ela fosse contigo e eu pudesse ficar dormindo. — rolou os olhos, enquanto bufava.
Estavam caminhando por um espaço cheio de árvores com local para uma possível trilha, que possuía umas rochas enormes, onde as pessoas costumavam pular de cima e cair no mar - pessoas claramente loucas, na mente de .
— , eu não sei se você sabe, mas a amiga é sua e minha também, apesar de todo esse fingimento e teatrinho que estamos dentro por algum motivo que ainda não entendi e também nem quero. — gesticulou. — E a Zoey, mesmo considerando muito vocês, não convive e não tem a obrigação de parar a vida dela por causa da irresponsabilidade da . — finalizou em um tom de voz forte, fazendo arregalar os olhos por um momento.
Alguns passos continuaram sendo acompanhados pelo silêncio, até Niall se sentir sufocado por ele. Era o seu momento, o momento que havia pedido para Rodney e não o deixaria passar por orgulho.
— Eu me ofereci para te acompanhar. — revelou, largando os braços ao lado do corpo em derrota.
Os dois se paralisaram. Ele, porque queria acompanhar cada reação do corpo dela. E ela, porque parecia ter perdido as forças das pernas.
Passaram-se alguns segundos, até se virar lentamente em direção a ele, e esganiçar:
— Não foi o Rodney quem te forçou?
Ele não podia soltar a bomba assim, sem um aviso prévio.
— Eu pedi. — encolheu os ombros, esperando o que quer que viesse dela em seguida.
— Eu... — perdeu a fala, mas tratou de recuperá-la logo, antes que a falta de palavras se transformasse em um motivo para alguma ação não pensada ser tomada - o que, no português claro, seria “Para que ele não me abrace, beije ou faça algo que me enfraqueça”. — Mas é claro que pediu. — rolou os olhos e deu-lhe um peteleco na cabeça, tentando disfarçar.
— Você acredita se quiser. — e ignorando a garota, Niall voltou a caminhar, olhando para os lados, tentando encontrar os amigos.
praticamente rosnou, irritada, pela indiferença dele, e passou a acompanhá-lo. Queria se fingir de forte, mas também não queria ser deixada para trás e que ele desistisse tão fácil.
— Vai chover hoje, sabia? — olhou para o céu, fazendo-a parar novamente e encará-lo.
— E você sabia que as calotas polares estão se descongelando?
Niall tombou a cabeça, piscou algumas vezes por certo tempo e virou-se para ela:
— Olha só, podemos te mandar pra lá, daí o gelo do seu coração vai congelar tudo de novo...
— Deus, Niall Horan! — apoiou a mão no canto da testa, de olhos fechados.
Niall voltou alguns passos, fazendo-a apenas sentir sua aproximação, mas sem se mexer. Ele ponderou se encostaria em seu braço ou não, e optou pela segunda opção.
— Aposto que você também não sabia que, quando fala o meu nome dessa forma, fica ainda mais minha... Sabia? — agora sim sentiam que se a boca de algum dos dois se abrissem mais uma vez, diriam tudo o que guardavam dentro de si. Seus corações não negavam, assim como as palmas das mãos, que pareciam ter pequenos bichinhos fazendo cócegas por ali, acompanhando seus estômagos.
— Você é um idiota! — bufou, levando a mão até o rosto. — Pode passar quanto tempo for, você sempre vai querer resolver as coisas da mesma forma e correr atrás do que não vale a pena.
— Você mesmo está insinuando de que não vale a pena e nem o esforço, percebeu?
— Não, Niall, estou querendo dizer que da última vez que terminamos, não encontrei nenhuma deixa para voltarmos. Nós seguimos em frente e talvez seja melhor assim.
— Em momento algum falei que estou tentando voltar com você. — Niall tirou as mãos dela do rosto e abaixou-as, mantendo as mãos em volta de seus pulsos, ao lado de seu corpo.
— Mas insinuou. — tentou se soltar, sem sucesso.
O rapaz tentava manter seus olhos nos dela, que olhava para todos os lados atrás dele, menos em sua direção.
— Entendeu errado, então. — debochou, fazendo um careta ao fim.
— Niall. — suspirou. — Puta merda, não dá.
— Quem não dá? — perguntou e como em uma reflexão, continuou: — Sempre soube que aquele Pablo não dava conta de merda nenhuma.
soltou um riso fraco, talvez de nervosismo ou porque tinha achado graça mesmo. Então queria dizer que Niall se preocupava até com sua satisfação sexual? Era só o que faltava em sua vida! Além disso, não entendia por que continuava ali e aquilo a irritava, fazendo-a achar graça de sua situação e sobre o fato de não conseguir se desprender dele, do passado dos dois e muito menos do momento. Queria ouvir tudo, até o fim.
Foi a vez dele suspirar, de olhos fechados, enquanto apertava um pouco mais os pulsos dela, que eram envoltos por suas mãos.
Foram segundos, segundos que não capitou a tempo de o segurar, para Niall se separar dela e chutar uma pedra próxima dos dois. Ela não sabia se continuava parada, de boca aberta, ou se curvava-se para rir.
Aquilo doeu, fazendo-o se sentar sobre a mesma e segurar a ponta do tênis, como se fosse para aliviar. A de cabelos rosas, por sua vez, queria perguntar se estava tudo bem com ele, mas sabia que não podia. Tinham que se afastar e se acostumarem com uma vida separados, antes de tudo desandar e a sua tentativa de seguir em frente falhar pela trigésima vez.
Em um suspiro e feição de derrota, Niall, na mesma posição de antes, revelou:
— Eu te amo.
Ela queria falhar nesse momento.
— Para, Niall... Acabou. — o encarou bem fundo nos olhos, tentando transpassar a dor que sentia em cada cagada que fizessem.
Queria que ele prometesse que ia confiar nela na próxima, e que cumprisse, mas sabia que não ia ocorrer, ele não entenderia a necessidade dela de promessas cumpridas.
— Não até que o último desista, e eu não desisti disso. — se levantou e começou a se aproximar, para tentar pegar em sua mão. Mas ela não permitiu, chacoalhando a cabeça para voltar de seu transe.
— Disso o quê?
— Das quatro pessoas: Eu e você, você e eu.
Um riso fraco escapou da boca de .
— Foi horrível essa.
— Mas, pelo menos, eu estou tentando.
— Acho que não devia mais, Niall. Assim como acho que precisamos nos sentar e conversar sobre o que aconteceu. — bufou, tentando deixar claro o verídico final... que não o incluía no futuro.
— Ok... — voltou à pedra, vendo-a de baixo para cima, de braços cruzados e tentando parecer furiosa. — Eu começo: você não é uma pessoa fácil de lidar, mas eu só posso agradecer por ter escolhido a personal do meu amigo à minha personal, porque aí sim eu estaria mais do que encrencado. A sua forma de sorrir, a maneira como fala o meu nome, me aquece por dentro eu tenho certeza de que nunca ninguém foi ou será capaz de trazer todos os arrepios na nuca que sinto ao ouvir essas pequenas palavras saindo do local em que eu amo relar os meus lábios. , eu sei que você está com o Pablo... — rolou os olhos nesse momento, o que a fez rir. E ele se sentiu bem por isso. — e eu ainda insisto nessa coisa toda, mas essa coisa toda não é tão simples assim, até porque, isso é amor. — suspirou. — É, eu sei, essa droga de amor é algo indescritível e a prova é que tudo relacionado a nós dois apenas acontece intensamente. — sorriu fraco, fechando os olhos. — Mas enfim, não tem uma pessoa que faça ideia do quanto te desejei de volta; e como me ensinou: o que desejamos com força, acontece. E isso é mais do que verdade, porque eu sempre desejei aquela minha metade; e eu desejei nesses meses poder concertar cada merda minha, mesmo tendo consciência de que não podemos voltar atrás... eu desejei um futuro sem erros bestas e desconfianças tolas, e eu estou te conseguindo de volta, pela terceira vez, para poder pedir do fundo da minha alma a maior desculpa que eu poderia pedir para qualquer pessoa, mas que escolhi ser para você, , e eu tenho certeza de que o Aladim foi um doce comigo e me deu um extra, porque esse é o meu quarto desejo... Mas enfim, agora não é o momento dele, é o nosso: desculpa-me e volta para mim, por favor?
— Acho que o Aladim é muito solidário mesmo... — fez cara de desdém, olhando para suas unhas.
Niall se levantou e parou em frente a garota. Pegou-a pelas mãos e a abraçou o mais forte que podia.
— Eu amo você, menina.
Ainda contrariada e confusa, se entregou ao abraço. Se entregou ao seu toque, seu calor e as saudades que a corroíam pouco a pouco, cada vez que se esbarravam no resort e precisavam se mostrar indiferentes.
— Sabe... — começou baixinho. — Sempre me disseram que príncipes e princesas têm um final feliz e nós estamos no nosso terceiro meio feliz, o que é mais uma prova de que nada é normal no nosso relacionamento. Talvez, se eu te negasse, ficasse muito clichê, então eu só acho que... Eu também amo você!
— Por favor, fala que isso foi para rimar, porque foi péssimo.
— Você é a pessoa mais sem graça que eu conheço, de verdade! — deu-lhe um tapa no ombro. — Nem foi tão ruim assim, a-
Quando percebeu o que iria dizer, rapidamente tentou se afastar e tentar empurrar Niall no meio do mato, mas ele foi mais rápido e a puxou de volta.
— A o quê? — perguntou em um fio de voz.
— A, tipo aquela do Pretty Little Liars. — riu alto da cara confusa que ele fez, enrugando a testa e o nariz – ele sempre a encantava mais ainda quando o fazia. — Amor. — disse, por fim.
Palavras não eram mais necessárias, a única coisa que Niall realmente queria da boca dela, eram os lábios colados aos seus, do jeito que o fazia sentir que nada no mundo era mais certo do que aquilo. Mas sabia que aquele não era o momento. Ainda tinham muitas pendências e muito o que conversarem, até um se entregar ao outro, por isso, através do abraço, tentou compensar o desejo de ambos. Ele sabia que ela pensava a mesma coisa que ele.
//
Harry e
— Eu apareço lá primeiro e depois você, pode ser? — sussurrou, com o lábio grudado no de Harry.
— Temos mesmo que ir pra lá?
Queria dizer que não, mas, infelizmente, teria que voltar. E pior, teria que encarar Miguel e decidir qual seria o futuro do casal dali por diante.
— Não dificulta, fofo. — afastou seu rosto do dele.
— Não estou dificultando. — abraçou a garota carinhosamente pela cintura. — Estou só aproveitando você mais um pouco, até você voltar a ser do espanhol do sorriso bonito.
— Como se você não fosse comer a bonitinha da Nickelodeon mais tarde, né, Harry? — respondeu, brava, tirando os braços do garoto de sua cintura com agressividade.
— Ah, não, , vai brigar comigo? Agora?
— Mas eu nem briguei com você... ainda. — cruzou os braços, emburrando a feição.
Mas não aguentou por muito tempo, afinal, Harry Styles estava a sua frente, mordendo o próprio lábio inferior e com os cabelos mais bagunçados do que o normal e um pouco maiores desde a última vez em que se viram em NY.
Um sorriso sacana surgiu nos lábios dele, quando a menina bufou derrotada e veio em sua direção, colocando os braços em seu pescoço e o beijando com velocidade, vontade, saudade e tudo mais que tinha direito.
//
Niall e
— Como nos metemos nessa, Niall? — suspirou, ainda sendo abraçada por Niall.
— Ih, isso eu não sei te responder não. Mas o que realmente importa é que eu amo você, Yellow! — e depositou um beijo demorado em sua bochecha.
— Mesmo? Jura? — fez um bico, o encarando nos olhos.
— “Juro pela santa lua que acairela de prata as belas frondes de todas estas árvores que não são frutíferas...” — “recitou” Romeu e Julieta, rindo ao fim.
— Deus, você sabe Romeu e Julieta! — exclamou, incrédula. — Quando você quer, é muito gay, Niall! — gargalhou, dando um peteleco no nariz do garoto. — Boa noite, meu querido... — o abraçou pelo pescoço. — Boa noite vezes mil. — sussurrou em seu ouvido outro pedaço, dando-o um beijo no ombro em seguida.
Niall a abraçou pela cintura, pressionou seus lábios no pescoço dela com força e com os olhos bem fechados. Eles sentiam seus corações batendo forte e rapidamente no peito. Os estômagos revirando e as mãos suando. O amor... E, naquele momento, nada mais poderia detê-los.
— Somos patéticos! — falou, quando se separaram e um espaço poderia ser encontrado entre eles. Niall riu e a puxou novamente para perto.
— Você não existe. — juntaram suas testas, um reparando em cada parte de seus rostos, apenas para se lembrarem mais ou pouco um do outro.
Logo depois, em um sorriso fraco de despedida, cada um foi por um lado.
//
Miguel e
Depois de uma (longa) despedida com Harry, finalmente conseguiu se separar do garoto.
Abriu a porta do quarto cantarolando, quase se esquecendo de um pequeno detalhe.
— Está alegrinha demais para quem saiu daqui chorando, hein? — Miguel estava sentado na cama, com as mãos juntas entre as pernas e tinha um sorriso irônico nos lábios.
Respirou fundo e fechou a porta atrás de si. Caminhou até o garoto e sentou-se ao seu lado, fazendo-o olhar para ela.
— Preciso ser sincera com você, Miguel. Não posso mentir, ainda mais pra você que me ajudou de verdade quando eu mais precisei de alguém, quando eu estava quebrada por dentro, quando realmente pensei que não ia mais dar a volta por cima.
— Nossa, Drama Queen. — riram fraco. — Vai me contar tudo o que houve?
— Tudo o que você quiser saber.
— Como vocês se conheceram?
— Bom, eu e a ainda éramos personal quando... — e começou a contar tudo.
Quando terminou, Miguel tinha uma expressão indefinida no rosto.
— Me deixa ver se entendi: — pediu, gesticulando com as mãos. — ele se apaixonou por você, sem querer? Digo, por um erro dele e do Niall, eles tiveram que trocar de personal e então eles se apaixonaram?
— Exatamente.
— Eu poderia dizer que isso é muito, mas muito engraçado e uma bela história de amor, se não fosse com a minha namorada inclusa.
— Miguel, por favor...
— Não, , me ouve agora. — fingiu fechar um zíper na boca. — Eu e você... Não sei explicar, sabe? Tipo, nos divertimos juntos, temos vários gostos em comum, quando estamos juntos o que não falta é gargalhada, coisas sem sentido e na cama então, Senhor! — riu. — Mas... Não acho que seja amor.
Isso pegou de surpresa. Como assim? Ele não a amava?
— Não é aquela coisa de sentir as mãos suando, a barriga dando voltas, a garganta travando, a voz sumindo, o mundo todo ao redor desaparecendo...
— Se você não me ama, por que deu aquele show todo quando viu a foto?
— Claro que eu amo você! Só que não acho que seja da mesma forma que você parece amar o Harry...
— Mas...
— Você o ama, tanto que quando perguntei, não me respondeu, só saiu parecendo uma louca desvairada, chorando. — a menina nada disse, apenas deu um suspiro e sentiu suas bochechas corarem. — Viu só? Você é completamente apaixonada por ele, .
Foi então que percebeu o que estava acontecendo: ela tinha acabado de terminar o seu relacionamento por Harry. Ele faria o mesmo? O que ele estaria fazendo agora? Estaria com Carly?
Sentiu uma dor em sua garganta e as lágrimas surgiram nos olhos.
— , tá chorando por que, boneca? — se aproximou e acariciou o rosto da garota.
— Você está certo, Miguel, eu infelizmente o amo.
— E por que as lágrimas? Isso não é bom? Digo, estamos terminando, então vocês podem ficar juntos!
— Eu e você terminamos, mas e ele? Ele está lá com a...
Imaginar que os lábios que até poucos minutos estavam colados nos seus, poderiam estar colados em outros, deixou desolada.
— Quer saber? Se arrume, enquanto chamo a e o meu primo, que nós vamos beber. — deu algumas batidinhas na perna de , e se levantou em seguida. — Não resolve muita coisa, mas também não adianta tentar tomar alguma decisão por ora.
Ela concordou, passando as mãos pelo rosto, e acompanhou-o até a porta. Assim que Miguel saiu, soltou um suspiro, com a testa encostada na parede, e ficou ali, até tomar coragem para tomar banho, se arrumar e socar, a força, um sorriso no rosto.
E a noite que era para terminar com bebidas, gargalhadas em uma bela festa típica de Ibiza, iria, sim, terminar em uma festa, mas com a garota chorando nos braços do ex-namorado, bêbada, pelo outro ex - que o primeiro ex teve a infelicidade de contar, quando a bebida já tinha subido demais para a cabeça, que havia o convidado para, no momento em que se trombaram pelo corredor.
Ah, como desejava ter de volta os problemas do colegial...
“Dançavam como nunca haviam feito e, no fundo, ainda tinham esperança de Harry e Niall surgirem ali, como haviam combinado, mas, pelo jeito, o encontro havia se iniciado pela sobremesa: um grande, lindo, delicioso e com uma cereja no topo...
Bolo.”
— Sério, amiga, me lembro até o momento em que o garoto de óculos perguntou se meu pai era padeiro, depois disso é um grande borrão. — comentou durante o café da manhã, enquanto a encarava com seus óculos escuros.
— Não fala nada não, sei que fiz coisas que não deveria ter feito, afinal, não é normal alguém te encarar na fila do café da manhã e dizer que quer repetir “aquilo” com suas pernas. Que caralhos de “aquilo” é esse? Deus... — apoiou a cabeça nas mãos e esfregou os olhos. — Que o Pablo nunca descubra. Ou se lembre.
— Porra, não é possível... — ouviu a voz de resmungando e, ao mesmo tempo, a garota encostou-se em sua cadeira, puxando seu enorme chapéu preto para baixo, afim de esconder a própria cara.
olhou para trás e em um quase flashback, deparou-se com uma cena que fez seu estômago embrulhar sem pedir a sua permissão: Harry e Niall haviam acabado de atravessar a porta, o primeiro usando um chapéu parecido com o da amiga, só que marrom, óculos de sol e apenas uma bermuda no corpo. O segundo usava um boné aba reta laranja, e assim como Harry, óculos de sol, porém, além da bermuda, usava também uma regata preta.
Atrás dos dois vinham as namoradas, o que fez se segurar para não ir até as duas e arrastá-las para bem longe pelos cabelos.
— Sabe, eu me pergunto o quão patético pode ser... — pausou para tomar mais um pouco de seu café. —, se eu apontar na cara do Niall e cantar “Hey, hey, you, you, I don't like your girlfriend”? — perguntou e colocou a mão no queixo, pensativa, enquanto observava Niall indo abraçar a namorada e colocar um pedaço de abacaxi em sua boca.
Aquilo sequer era romântico! Abacaxi não se é uma fruta de casal, e sim morango, uva... até mesmo limão! Mas abacaxi? Não fazia sentido!
— Bom, amiga, devido às circunstâncias em que nos encontramos, não pode ser pior do que se eu parar em frente ao Harry e recitar “Don't cha wish your girlfriend was hot like me?”! — colocou as mãos para cima e fingiu uma dança patética, enquanto falava pausadamente, fazendo quase se engasgar com seu café.
— Ridículas, , somos ridículas! — deduziu e virou o copo de uma vez, fazendo uma careta por culpa do líquido que desceu rasgando.
— Um brinde a isso! — gritou e chamou o garçom. — Moço, pode trazer dois sucos de laranja, por favor?
O rapaz sorriu e despejou o líquido em dois copos, logo entregando a ela.
— E então, um brinde para nós, duas ridículas, que estão acompanhadas por dois morenos dos sorrisos mais lindos desse mundo, mas que não conseguem se esquecer de dois idiotas que não servem nem para serem homens o suficiente e assumir a porra de uma palavra! — finalizou o discurso, pegando o seu copo e empurrando o de .
— Somos tão patéticas que estamos brindando com suco de laranja! — resmungou, deprimida, e depois deu um rosnado ao ver Harry entregando um copo de leite para a namorada. — Argh, vamos embora daqui, pelo amor de Deus, acho que meu café está voltando e, se eu for vomitar, vai ser na cabeça daquele moleque maldito! Estou até com aquele negócio de fresco contra lactose, depois dessa.
Não esperou responder ou se levantar, foi mais rápida e saiu em passos pesados do restaurante, enquanto a amiga correu até a grande fruteira, colocou três fatias de melancia em um prato e aí sim a seguiu.
Por sorte - ou não - tiveram que esperar o elevador, mesmo contra a vontade de , e quem o habitava era Miguel.
— Olá, meus amores! — sorriu, acenando em direção a , enquanto abraçava a ex-namorada.
— Ih, vela. — rolando os olhos e com o seu prato ainda em mãos, a de cabelos rosas desviou o caminho, resolvendo ir buscar Pablo que, segundo o primo, não conseguia se levantar.
Infelizmente, teria que passar em frente à mesa da One Direction, já que a escada ficava do outro lado do salão, mas se sentia tão irritada com Niall por algum motivo que não conseguia se recordar, que só abaixou os óculos que seguravam seus cabelos, no rosto, e fingiu não enxergá-los.
Miguel e
O casal de amigos observavam, de longe, caminhar irritada para encontrar o namorado, que pelo o que ficaram sabendo, nem tinha a dado bom dia.
— Não fazemos ideia do que aconteceu ontem...
Miguel suspirou, fechando brevemente os olhos, e segurou o rosto dela por entre seus dedos.
— A cara dos meninos olhando pra gente está demais!
riu fraco, negando com a cabeça e abraçou-o pela cintura, encostando a cabeça em seu peito, olhando para o lado contrário dos garotos da One Direction.
— É tão... É tão estranho.
— Por que e o quê?
— Essa situação toda. Até ontem eu namorava você... — afastou-se um pouco, para poder encará-lo. — e daí eu fiquei com o Harry e...
— , para de besteira! — abraçou a garota de lado e deu um beijo em sua cabeça. — Não é porque não namoramos mais, que vamos abandonar você.
— É ruim saber que ao mesmo tempo em que ele estava comigo, tem alguém esperando ele, sabe? E essa pessoa não sou eu. Quer dizer, é também, todos os dias e a todo o momento, mas quem leva o crédito não sou eu. Cara, eu estou sendo a outra!
— Nossa... — soltou o ar, fazendo um som semelhante ao de quando se bufa. — Você faz o cargo de amante parecer tão solitário e broxante...
— Cala a boca, seu bobo! — bateu a mão em seu braço, gargalhando.
— , sério, relaxa! — tirando os braços dela de sua cintura, Miguel passou a segurar uma das mãos dela e a puxar para uma mesa. — O casal está voltando, mas o que tenho que te dizer, é que, se ele está com você, é porque ele gosta.
— E gosta da Carly também, né?! — disse, revirando os olhos.
— Não vou mais discutir sobre isso. Mais tarde, preciso conversar com você e com a sobre a festa.
Concordando brevemente com a cabeça, logo se voltou para Pablo, sorrindo, mas não deixando de notar a feição fechada da melhor amiga. Mais tarde, junto a Miguel, ela perguntaria e tentaria entender o que acontecia.
//
***
— Não entendo mais nada, a vida não faz sentido algum. Que se exploda essa praia, que explodam esse país! — Harry falava, nervoso, quando saiu do restaurante do resort. — Que exploda a América do... Liam, Espanha fica em que continente?
— Melhor você ir atrás de aulas de Geografia antes de ir para a de Química, para aprender a fazer uma bomba. — Zayn deu três tapinhas nas costas do amigo.
— Não está ajudando! — emburrou.
— Nhé, nhé, nhé! Diz que me ama e no outro dia tá lá, abraçada com o moreno alto do sorriso bonito. Quero ver precisar de mim! — Niall falava sozinho.
— Posso saber que bicho mordeu vocês dois? Que humor dos infernos! — reclamou Louis.
— Ontem quando a sumiu, ela estava comigo. — Harry disse, suspirando.
— E quando eu e a fomos procurar vocês dois, nós... acabamos sendo meio que... melosos demais. — Niall juntou as sobrancelhas, rindo ao fim.
— E essa reclamação toda é ciúme? — tinha uma expressão de tédio na cara.
— Ciúme de cu é rola! Só queria que uma vez na vida a tomasse uma decisão eficiente na vida dela, que não me magoe.
— Niall, você está sendo egoísta de novo... — disse meigamente.
— Por que egoísta?
— Por quê? ‘Meu’! — se pôs na frente do grupo de sete pessoas. — Algum de vocês dois terminaram com as namoradas de vocês? Sabe, aquelas duas que foram lá no quarto buscar protetor solar para as duas frangas? — apontou para os dois, que negaram com a cabeça. — Então não têm direito algum de cobrar nada delas! Entenderam? Na-da! O silêncio se fez. apoiou a cabeça no ombro de Louis, assim como fez no namorado, enquanto Zayn não foi atrás da namorada que saiu batendo pé do local.
— Já levamos bronca da , da e agora da ... Sério, Harry, onde foi parar a nossa dignidade?
O menino deu de ombros, colocou seus óculos de sol, passou o braço direito pelos ombros do loiro, antes de dar um suspiro, e respondeu:
— Nossa dignidade foi perdida a partir do momento que magoamos as duas únicas pessoas que não poderíamos magoar, meu amigo.
***
“ abraçava no banheiro, enquanto sentia os soluços da amiga entre seu peito. Ela a acompanhava, já que também não estava sã o suficiente. Miguel não devia ter contado, tempos mais cedo, que tinha convidado Harry para aquela festa e nem que o mesmo tinha falado que ia convidar Niall. Elas tinham esperado quase a droga da festa toda!
— Alguma de vocês é a ?
encarou aquela menina, que parecia confusa, a sua frente, e concordou com a cabeça.
— Um rapaz quer falar com ela. Miguel o nome dele... ele tá aí na porta. — e dando de ombros, ela entrou em uma das cabines, trocando um pouco as pernas.
A de cabelos rosas ajudou a amiga a se levantar e a levou até o amigo, deixando-a lá para procurar Pablo.
— Eu amo ele, Miguel, será que ele não entende? — se jogou nos braços dele, sem nem mesmo esperá-lo dizer qualquer coisa.
— Acho que não, ... Quer dizer, não sei. — envolveu-a pelos ombros, a puxando para seu peito.
— Não fala assim, Miguel. — e, ao terminar de dizer, seu choro passou a ser desesperado e extremamente alto.
— Sh, eu sei, meu amor. — sem saber o que dizia, pensar ou como agir, soltou a primeira coisa que veio em sua cabeça, beijando o topo da dela em seguida. — Apesar de tudo e de não gostar dessa ideia... — começou, embaralhado. —, eu sei que você o ama e provavelmente ele não te merece, mas quero os dois juntos, porque vocês se gostam. — olhou para o teto e afastou-a. — Olha pra mim: — pegou no queixo da , erguendo seu rosto em direção ao dele. — Vamos beber aqui, agora, e depois vocês se resolvem, tá? — concordou com a cabeça. — Te amo!
De olhos fechados, juntou seus lábios. Não porque queria se aproveitar, mas para mostrá-la que tinha alguém por ela ali, já que seu raciocínio afetado pela bebida não o permitia falar coisa com coisa.”
Pablo tinha ido até a academia do resort, depois de aceitar só a parte líquida do que serviram - não que não tivesse algo sólido para ele, o bebezão do titio, é só que fresco é assim mesmo - e ter me dado um abraço e um beijo bem furreca. Eu precisava descobrir urgentemente o que tinha acontecido.
— Vou falar um pouco com o meu primo e depois eu converso com vocês, ok, meninas?
Concordei e resolvi deixar ele a sós com a . A culpa não era minha que meu namorado tinha dormido de calças jeans a noite toda, enquanto eu praticamente estava de biquíni pra ele... Ou não, já que o que se passava de flash pela minha cabeça, era eu sendo socada embaixo da água da ducha de nosso quarto e ele praguejando algo.
— Amiga, psiu! — ouvi chamar e virei a cabeça em sua direção. — Te chamo assim que ele voltar, ok?
Concordei mais uma vez e mandei beijinhos no ar pros dois, que se abraçavam como se um deles fosse pra guerra e fosse certo de que morreriam. Blé! Patéticos.
//
***
— Eu não acredito! — se chacoalhava na cama, de joelhos, apontando em direção aos dois. — Traíras! Filhos da mãe!
— Mas isso foi ontem, ! — tentou se justificar. — E além do mais, ninguém sabe que não namoramos mais... Então, por favor, não solte por aí momento algum, ok?
Concordou com a cabeça, ainda se movimentando na cama, fazendo o colchão ir para cima e para baixo sem parar.
— E qual foi o motivo?
e Miguel trocaram olhares. A menina fechou os olhos, puxando o ar para dentro, sem acreditar ainda por que tinha terminado com Miguel.
Abriu os olhos novamente e voltou-os para , que havia parado de súbito, esperando a resposta.
— Adivinha...
A boca da amiga se escancarou e precisou piscar algumas vezes, até demonstrar alguma reação.
— Onde esse mundo vai parar, Deus? — e se jogou de costas no colchão, levando a mão na testa, em uma pose totalmente dramática e teatral.
Miguel segurou um dos ombros de com a mão e a indicou a cama, lugar onde se sentaram, um de cada lado de , esperando-a tirar a mão do rosto para poderem conversar.
— ... — chamou, estranhamente mais calma do que estava acostumada. — A gente precisa conversar. De verdade. E agora!
Destampando o rosto e encarando o teto branco de gesso do resort, concordou.
— Só me diz, por favor, que o Pablo ainda não sabe.
— Ele não sabe de nada. Nada mesmo. — o rapaz notou que uma parte grande foi tirada do ombro das amigas. — Mas eu acho que não vai demorar muito para ele descobrir, , sinceramente. — entortou os lábios. — Estamos cercados pelos integrantes, pelas namoradas que conhecem vocês, recebemos revistas quase todos os dias em nossos quartos e você sabe, nós temos redes sociais e somos conhecidos. Não tanto quanto a One Direction, mas não vão demorar para somar um mais um e ver três.
Um praguejo de “Merda!” pôde ser escutado pelo ex-casal, e, em um suspiro, se sentou.
— E o que eu faço agora?
— Chorar que não vai. — riu, vendo que a amiga já estava ficando vermelha e com os olhos marejados.
— Depois a gente pensa nisso. Mas também não demore para se resolver, viu, mocinha? — Miguel se fez de melhor amigo gay, dando-a uma cotovelada e um apertão na bochecha. — Agora... — bateu palmas. — A fofoca do momento.
rolou os olhos, rindo, assim como , que limpava as lágrimas com as mãos, e deu-lhe um tapa na testa. Em uma falsa pose se ofendido, Miguel endireitou a postura e engrossou a voz.
— Vocês têm muita sorte em eu ser um amor de pessoa e não sentir ciúmes de vocês como o Pablo, viu? — apontou. — Acho bom a senhorita ir conversar com ele, sobre terem sido convidadas, depois de uma máster virada no caneco, por uma das dançarinas da boate, a subirem no palco e girar no pole dance.
— Quê? — em um pulo, se colocou de pé e passou a andar de um lado para o outro pelo quarto.
A outra, por sua vez, engasgou com a saliva e começou a se movimentar, pedindo a garrafa de água que havia deixado em cima de um balcão próximo deles.
— A melhor parte... — Miguel se levantou para buscar o que pedia. — foi quando um dos rapazes lambeu a perna da . Eu pensei que, naquele momento, o Pablo fosse vomitar. — gargalhou. — Ele estava de boa quando chamaram as duas. Todo mundo estava no momento, se divertindo depois de todo o choro no banheiro e eu consegui virar a situação a favor de vocês, mas daí... — deu de ombros. — Depois disso, a gente resolveu que era mesmo a hora de vir embora ou vocês topariam o body shot que sugeriram quando desceram.
— Deus... — mais uma vez, se jogou na cama, mas acompanhada da amiga.
— Mas não foi aquela coisa feia, putaria ou o que seja que estão pensando. Nós estamos em Ibiza, somos novos e temos que nos divertir. Mas claro que se tivesse virado abuso, teríamos as puxado e vindo embora antes. — mais uma vez, deu de ombros. — Porém... — prolongou a palavra, apontando em direção a . — Isso não quer dizer que meu digníssimo primo não ficou meio que mexidinho sentimentalmente pelo rapaz que “encostou aquela língua asquerosa na perna da namorada dele”. — tentou imitar o tom de voz de Pablo, fazendo-as rir. — Ainda dá tempo de você pedir desculpas por algo que nem sei o que tem de demais.
Em um rápido beijo no rosto de cada um, se despediu dos dois, que decidiram ficar no quarto e mais tarde irem para alguma praia com o casal.
Era incrível como que nos últimos meses, eu e a tínhamos mudado. Se fossem outros tempos, nem teríamos ido ao tanto de festas que fomos em uma semana aqui em Ibiza.
Eu entendia o lado de Pablo, eu também não gostaria se lambessem o tanquinho dele na minha frente, enquanto ele não estivesse respondendo por si. Se estivesse, isso provavelmente iria dizer que ele não me queria mais e tinha encontrado só essa forma de me dar um fora.
Eu estava quase chegando na academia, quando vi, pelos vidros, uma das cenas mais irônicas da minha vida: Pablo e Harry gargalhando, enquanto, de alguma forma e com um fôlego assustador, faziam a sequência de uma flexão de braços, ficar de cotovelos, juntar as mãos, soltar, mais uma flexão e assim por diante. Mas, pelo menos, não era o Niall...
Bati no vidro, sem saber se entrava ou não, e Harry acenou feliz demais em minha direção ao se sentar sobre seu colchonete. Pablo, mesmo eu sabendo que contragosto, me chamou com a mão, sorrindo fechado.
Empurrei a porta de vidro com o nome do resort estampado e entrei naquele lugar que tinha uma mistura de cheiro de perfume masculino, ar-condicionado e suor.
— Oi, Harry. — parei perto do colchonete dele e acenei, logo me voltando para Pablo, quando me respondeu e perguntou como eu estava. — Está acabando?
Pablo parou de arrumar aquele negócio que tem um peso e você fecha em volta da sua panturrilha como uma amostra da dor da morte.
— Me dá meia hora, amor.
Concordei, feliz por pelo menos ter me respondido com uma frase contendo mais afeição do que “Bom dia, .”. Me despedi e saí daquele lugar, indo para a parte das piscinas que ficava próxima da academia.
Para colaborar na minha sorte do dia, tive que dar de cara bem com o Niall quando passei pela porta, que nos levava para um caminho de grama, pedras e logo o deck com as mesas.
— Oi... — ele disse, baixo, me olhando de cima para baixo.
— Oi, Niall. — sorri fechado, olhando para os meus pés.
— Eu quero muito conversar com você... — continuou no mesmo tom. — Posso te dar um toque no quarto, mais tarde, e a gente se encontrar?
Voltei meus olhos para o seu rosto, que estava bem vermelho, provavelmente pela combinação de sol forte e branquidão europeia, e não pude fazer mais nada do que concordar disfarçadamente, com medo de alguém ter ouvido e acabar dizendo algo por aí.
Ele olhava para os lados, atento no movimento do lugar e eu não via a hora de podermos conversar sem medo, onde bem entendêssemos. E eu também queria muito encontrá-lo, assim como queria muito me resolver com Pablo... Mas o que eu sabia mesmo, sem uma sombra de dúvidas, era que eu estava completamente perdida.
Pablo estava vermelho e eu poderia rir, se a situação não fosse trágica e eu já não estivesse perdendo a paciência.
— Pablo, para de neura. — gritei.
Ele parou de andar de um lado para o outro e se virou em minha direção, incrédulo.
— Neura, ? Neura? — passou a mão pelo rosto. — Então vai negar que tudo está completamente estranho desde que chegamos aqui nesse resort, que tinha tudo para nos dar as melhores duas semanas de nossas vidas?
— Tá estranho sim, mas se o nosso relacionamento está completamente sem sentido, te deixando inseguro ou o que seja, é porque você está o deixando assim.
— Como é? — riu. — Sério mesmo?
— Claro que é sério! — me coloquei de pé, o encarando. — Olha como você está me tratando desde a festa em que fomos.
— Ah, claro, porque eu tenho que me declarar para você, enquanto está no pole dance com várias pessoas te passando a mão.
— Eu não disse isso. — apontei, juntando minhas coisas para ir à praia. Chorar, provavelmente... mas ele não precisava saber sobre essa parte.
— Você nunca diz nada mesmo. — deu de ombros.
— Vai pro inferno, Pablo! — gesticulei, antes de abrir a porta.
— Já estou nele.
Cessei meus passos, que me levavam para fora, e fechei os olhos, puxando o máximo de ar que conseguia para não me descontrolar.
Ao contrário do que devem ter pensado, eu não bati a porta para descontar minha raiva, mas bati na da , para chorar o caminho todo que nos levava até a praia, durante o momento em que a contava tudo, depois, enquanto ela me falava algumas coisas.
— Vê se esse biquíni te serve. — jogou a peça na minha direção e eu queria fazer ela engolir, mas o médico pediu para não contrariar e eu não estava afim de ouvir sermão.
A tinha encanado que íamos atrás de algum lugar para mergulho. Ela estava sozinha no bar, olhando para o nada, Miguel estava em algum lugar além do arco-íris, enquanto eu e Pablo estávamos discutindo.
Quando fui atrás dela e conversamos, ela decidiu que tínhamos que sair de dentro do resort e seu clima pesado, e eu até concordava, por isso, não respondi nada, só a acompanhei até seu quarto, pronta para caber em um biquíni da magrela.
Alugamos um carro, como se fosse simples e comum, e seguimos as instruções do mapa no folder que um funcionário do resort nos deu. Também ligamos o GPS, porque e mais localização não era algo que funcionava.
Se eu falar que nos perdemos, não vai ser algo fora do comum, né?
começou a gargalhar quando paramos em um lugar suspeito, e eu me desesperei. Parecia que estávamos no morro do Rio de Janeiro e que a qualquer momento veríamos alguém com uma metralhadora nas mãos, nos olhando com a cara fechada.
Assustador.
— GPS e suas peças. — falou.
Não era a primeira vez que ele fazia uma dessas com a gente. Logo que a tirou carta, quase morremos no meio de São Paulo, a caminho de um serviço. Por isso, quando íamos trabalhar, Florindo mandava alguém da empresa ou um táxi.
Morte no trabalho resulta em indenização para a família...
Logo que chegamos, uma funcionária nos atendeu e explicou que precisávamos fazer um curso que durava metade do dia, e que depois de mais um dia, poderíamos mergulhar tranquilamente. A próxima turma começaria ao meio dia, então preenchemos alguns papeis, pagamos pelo curso e fomos até um lugar, para esperar a meia hora passar.
— Eu. Amei. Esse. Negócio! — falei pausadamente, dando pulinhos a caminho do carro.
— Podemos afogar os boys e vivermos explorando o mar, amiga.
— Ih, belo momento pra me lembrar disso, hein? Belo momento! — estapeei seu braço, recebendo um abraço de volta.
— Let it go, ! Let it go! — parecia que ela voaria a qualquer momento, pulando pelo gramado, batendo os braços no ar igual a uma borboleta gay.
— Jesus... Onde esse mundo vai parar?
— Ih, calças jeans, viu?
— Eu vou ignorar o seu comentário, !
me mostrou a língua e logo estávamos no carro novamente, nos perdendo pela rua suspeita mais uma vez.
//
Suas mãos tremiam, suas pernas se pareciam com gelatinas e os seus dedos das mãos não se desgrudavam. O peito subia e descia como uma montanha-russa e desejava correr, mas a vontade de continuar ali e ouvi-lo era ainda maior. Vencia qualquer medo.
sabia que só se sentia assim por Niall, o cara que ela estava indo de encontro, e que parecia ainda mais fofo a luz da lua, que passava por entre as árvores do mesmo lugar em que se falaram seriamente pela última vez.
Aquele dia nunca sairia de sua cabeça.
— Niall. — chamou, fazendo-o se virar em sua direção.
Os dois se encararam por certo tempo, sem dizer nada, sem sorrir ou se mexer. No fundo, ambos sabiam que não tinham mais sobre o que conversar, porque tinham alguém os esperando em algum lugar daquele resort e não tentariam mais forçadamente. E aquele encontro era um conflito com o destino... ou com eles mesmos e seus princípios.
sentiu seus olhos arderem e lágrimas começaram a descer por seu rosto. Desde que tinha encontrado Niall pela última vez, a única coisa que queria fazer era abraçar o travesseiro e chorar, para ver se conseguia se livrar da angústia, porém, sempre tinha alguém para distraí-la, exatamente por saber que a amiga estava assim: .
também tinha seus problemas com Harry, mesmo que tivesse se separado de Miguel no primeiro momento, e ainda assim estava lá, para ajudá-la e tentar fazê-la sorrir.
Niall continuava parado no lugar, olhando para , sem saber o que dizer. As lágrimas dela ainda escorriam, por vários motivos, e ela agradecia por ele respeitar o seu momento. Bem quando ela estava com o coração cheio de esperança de que ele faria alguma merda e ela “desencanaria”, lá estava ele, surpreendendo-a e fazendo seu coração se encher com ainda mais amor e... dúvida.
A menina de cabelos rosa levou as mãos ao rosto, tampando-o, e suspirou, antes de começar a limpar os rastros.
— Eu te amo tanto, Niall.
Ele deu alguns passos, olhando para o chão, e parou em frente a ela.
— Eu sinto muito por te decepcionar. — disse, esticando sua mão, passando pelos cabelos dela em um carinho, que fez o seu choro voltar.
— Não, dessa vez você não o fez. — puxou o ar fortemente, erguendo a cabeça para poder olhá-lo. — Infelizmente.
Ele riu fraco, negando com a cabeça e sem saber mais o que dizer. A verdade era que queria dizer tantas coisas, mas não saía. Seus pensamentos, assim como os dela, estavam confusos, embaralhados e ao chegar no pé de sua garganta, voltava e parava em seu estômago, causando-o desconforto e enjoo.
— E-eu... — tentou. — Eu estou indo...
concordou, de olhos fechados, mirando o chão ao seus pés. Era o melhor que ele poderia fazer... mais uma vez.
Um beijo foi depositado no topo de sua cabeça, e antes que percebesse, seus braços rodearam a cintura dele, assim como os dele, rodearam seus ombros.
Niall cheirou os cabelos dela, que soltavam algo semelhante a morango. Conhecendo como conhecia, pensou, não duvidava que era para combinar com a cor, que havia mudando seu xampu. Se lembrava perfeitamente bem, que quando se conheceram e se reencontraram, o cheiro que ficava no ar, travesseiros e banheiro, era de camomila. Uma dupla perfeita para acalmar seu coração ansioso...
Ou talvez, só talvez, aquele cheiro também a lembrava sobre algo e decidiu mudar, para evitar as lembranças.
E o rapaz não gostava dessa infeliz ideia.
Ela suspirou, despertando-o, e decidiram se separar.
Uma última troca de olhares aconteceu, antes de deixá-la sem olhar para trás.
Mais uma vez eu estava atrás da . Assim que consegui ir para dentro do resort, depois de vários minutos que Niall havia me deixado lá, no meio daquele matagal, me sentindo mal e repassando todos os momentos do dia pela cabeça, a primeira coisa que fiz foi passar água no rosto, mas tinha me esquecido que algumas torneiras têm água salgada, então fiquei mais um tempo tentando enxergar, com o olho ardendo mais do que quando chorei, por causa da minha burrice.
Bati na porta do quarto da e ela abriu com os cabelos bagunçados, cara de sono, e me abraçou forte, só de olhar pra minha cara.
Depois ela correu para prender os cabelos dela, que pareciam mais claro, talvez por causa da água que desbotou, e saímos andando pelos arredores do resort.
Nós não falávamos nada, por mais estranho que parecesse, e depois paramos no bar para nos sentar e beber alguma coisa.
Certo tempo depois, o sono nos atingiu e nos despedimos na porta do quarto.
Mas Pablo não parecia querer me deixar dormir, para ser sincera, ele me encarava às vezes e parecia querer estourar a minha cara, apesar de ter me abraçado pra gente dormir.
//
***
— Por que essas vacas tiram fotos a todo o momento e até do buraco da bunda? — perguntou, recebendo um olhar de repreensão de . — O que foi? Vai me dizer que não concorda?
— Não... — riu fraco, após estralar a língua. — É que era eu quem ia perguntar isso.
As amigas gargalharam sincronizadamente, recebendo a atenção distante dos garotos, e acenaram em direção aos mesmos, para disfarçar e não ter um Niall curioso em seus ouvidos.
Todas as meninas se reuniram em uma mesa próxima a piscina, pela tarde, e os garotos em outra. Queriam ter saído do resort, mas de alguma forma (apesar de saberem que não fizeram muita questão de esconder, ficar sem postar fotos ou o que fosse) descobriram sobre a One Direction por lá e estava complicado, no momento, para eles. Esperariam mais alguns dias, dois ou três, no máximo, para o tumulto das fãs espanholas - e das que visitavam o lugar - abaixar e poderem voltar a caminhar “despreocupadamente”.
— Dizem que são modelos, blogueiras, fashionistas ou qualquer outra coisa relacionada a isso. — contou, rolando os olhos. — É como ouvi por aí um dia: eu pensava que ser famoso na internet era como ser rico no banco imobiliário. Mas já que dizem que funciona e có, có, có, ok.
— Có, có, có. — bateu palmas, e em seguida bebeu um pouco de seu suco natural de melancia.
— Isso me lembrou aquela piada... — anunciou, estralando os dedos.
— Pelo o amor: não! — entre os protestos, pôde ser escutada, porém, foi ignorada.
—... das duas galinhas fazendo café.
— , meus ouvidos não merecem... — , mais uma vez, tentou.
cruzou os braços e se empurrou, chamando a amiga de chata.
— Obrigada! — suspirou aliviada e as meninas riram.
— Pô pó? Pó pô! — apontou em direção a e gargalhou. — Caramba, como sou engraçada!
bateu com a mão na testa, enquanto continuou encarando a tela do celular. puxou a cabeça de até seu ombro, afagando-a em tapinhas leves, e soltou um palavrão.
— Opa, espera lá que os assuntos chegaram! — disse, divertida.
Carly e Zoey riram em direção as duas, se ajeitando pelas cadeiras que ocupavam antes de resolverem tirar fotos pela área.
— Sobre o que conversavam? — Zoey perguntou, puxando seus longos e claros cabelos para frente.
“Vocês!”, queriam responder.
— Sobre como a é horrível para piadas.
— Ish... Acho que teremos que mantê-la longe do Harry então, hein?
juntou os lábios, arqueando as sobrancelhas em deboche, e fez o mesmo, mas para manter o riso boca abaixo. olhou para o lado, se escondeu atrás do copo de suco e continuava mordendo o seu indicador, claramente longe do assunto da mesa e compenetrada em seu celular.
O clima ficou estranho, Zoey se mexia desconfortável pela cadeira, e a única que parecia não notar, era quem tinha soltado a frase.
— Carly, vamos comigo no bar? — a morena deu de ombros, antes de se levantar.
Quando as duas estavam longe o suficiente, a testa de se encontrou com a mesa e por lá ficou, dando leve batidas na mesma.
— Puta merda... , você viu o que aconteceu?
— Aham... — respondeu, distraída demais.
— O que você tá fazendo?
A menina de cabelos rosas virou o celular em direção a amiga, que pôde ver o Instagram de Zoey aberto. Riu, sem acreditar, e pediu para deixar isso para mais tarde, porque também queria olhar e soltar comentários que ambas necessitavam, por questão de ego e autoestima.
Antes de fechar a página e bloquear a tela, viu uma foto de sua mais nova “inimiga mor” com Niall. Eles estavam em uma das rochas, que havia ido com Pablo, e Miguel também, e se encaravam, como se fossem o melhor e mais bonito casal do mundo.
As amigas notaram a cara de e pegaram o celular de sua mão, uma passando para a outra, vendo-a rir irônica.
— Bela foto.
— Vai se danar, .
E, após rirem melancolicamente, trocaram de assunto por certo tempo.
***
Pablo e
— , que porra é essa?
A menina, que cochilava, deu um pulo na cama, sentindo suas costas, queimada pelo sol, arderem mais do que quando se deitou.
apoiou os cotovelos na cama, juntou as sobrancelhas e encarou o namorado, que segurava um celular bem parecido com o seu em suas mãos, olhando-a vermelho demais para culpar o calor e o sol infernal da ilha. Algo tinha acontecido... achava.
— Eu quem pergunto, né?! — riu fraco, esfregando os olhos e se ajeitando melhor, apoiando as costas na cabeceira extremamente bonita da cama.
Pablo riu irônico, deixando-a mais perdida ainda. Ele encarou a tela do celular branco e ela percebeu que era mesmo o seu. O dele era preto e mais moderno.
— Devolve o meu celular, Pablo.
— Por quê? Tem algo que está me escondendo, por um acaso?
Touché! Como mentiria?
— Porque eu odeio que mexam nas minhas coisas sem a minha permissão.
Não que ela pretendia ser uma vaca por um longo tempo ou algo assim, mas é que precisava, primeiramente, organizar seus pensamentos, suas falas, caras e gestos, antes de falar definitivamente com Pablo sobre o que “escondia por acaso”. Agora não era o momento, apesar da deixa que recebeu.
— . — soltou um suspiro, com a feição entediada.
— O quê? — se colocou de pé, esticando a mão em sua direção.
— Não adianta se fingir se sonsa agora, que você já me entendeu. Eu sei bem que você me entendeu.
Jogou os cabelos rosa para trás, em sinal de nervosismo. Sabia que não devia ter se encontrado com Niall, sabia que devia ter colocado senha no celular e também apagado sua conversa com , no WhatsApp, antes de dormir. Mas estava tão cansada...
— Pablo, pelo o amor, sem ataques justo agora.
— Ataque? — Pablo se parecia com uma garota histérica. — Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo, , eu sabia! — apontava em direção a ela. — Você devia ter me contado ontem essa porra toda e acabado com essa merda de uma vez, ou pelo menos ter conversado comigo e continuaríamos sendo namorados. Nunca passou pela sua cabeça sequer uma vez, agir como um ser humano honesto? Isso é ridículo, porque vocês namoraram e simplesmente começaram a fingir que se odiavam, que não se conheciam. Eu estava sendo amigo dele e dela. Ela, a namorada dele! Sabe? Namorada! — Vai lá com ela a consolar então, Pablo! — acabou se irritando e abriu a porta, apontando para fora.
— Eu não sou como vocês, ! — e ele empurrou o objeto com toda força que podia, o que causou um estrondo enorme dentro do quarto e, principalmente, no corredor.
— Mas a gente já não tem mais nada, não vê? Você está me tratando como o pior ser humano do mundo. Pablo, eu amo o Niall, caralho. Eu queria uma forma para falar com você, sem esse momento gritaria que estamos tendo agora. Mas você não me deu o meu tempo de organização, você simplesmente veio querendo tacar a bomba da sua frustração para cima de mim! — e então a mão dela voltou para o cabelo, o puxando com força dessa vez. Algumas lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela, passando pelo pescoço e a dando mais raiva ainda.
— Frustração? — ele perguntou, incrédulo.
— Pablo, eu adoro você e o Miguel, mas eu me amo mais e eu quero o meu bem a partir de hoje, chega de considerar a opinião dos outros. — gesticulou, começando a chorar mais alto.
— Isso, chora bastante! — bateu palma. — Aproveita e corre para mocinho bom, que me colocou um caralho de um chifre na cabeça com você, ! — e então ele deixou o quarto, batendo a porta tão forte quanto anteriormente.
correu até a mesmo, abrindo-a a tempo de vê-lo ir em direção ao elevador.
— Eu não te traí, seu filho de uma puta! — gritou em pleno pulmões, sentindo a garganta arder e raspar, pelo choro forte. — Eu posso ter sido a pior pessoa para você, apesar de não ter feito nada de errado, Pablo, mas eu nunca, na minha vida, imaginei que você me acusaria de fazer algo ridículo como isso, contra vocês dois. Eu ainda sou uma pessoa e eu ainda penso nos outros, antes de fazer qualquer merda da minha vida, seu idiota. E já que vai dar uma de machinho alfa, espero que pelo menos um soco na cara daquele idiota do Niall, você dê.
Ela gesticulava freneticamente, vermelha de nervoso e querendo esmurrar o rosto do ex-namorado. Mas não conseguia se mover do lugar, se sentindo culpada demais sobre algo que não fez... Nem mesmo desejou, para não se sentir exatamente assim. Quanto mais tempo livre tinha, mais tentava se ocupar para não trair Pablo e Zoey em pensamentos... e logo do que ele a acusou na primeira oportunidade? De traição! Era só o que a faltava.
Não esperou qualquer resposta sair da cara de paspalho do ex, apenas voltou alguns passos que tinha dado e entrou no quarto, batendo a porta com o máximo de força que conseguia, se jogando de cara no colchão e deixando o choro, que não sabia estar tão acumulado dentro de si daquela maneira, sair.
Essa era para ser a viagem da sua vida e olha só onde tinha se metido.
//
Pablo
Caminhava em passos pesados pelo corredor. Não me lembrava muito bem qual o número do quarto, mas sabia que quem quer me atendesse, poderia me informar, afinal, era um dos caras mais famosos do mundo que passaria quase quinze dias por aqui.
Foi o tempo de o elevador descer, para as palavras de me atingir.
Era óbvio que já tínhamos terminado. Duas confianças se estraçalharam dentro daquele quarto e não adiantaria reatar algo que começou sem explicação e simplesmente aconteceu, fazendo a nossa ficha cair acho que só quando chegamos à ilha.
Foi um ano - dez meses namorando - louco para nós quatro: elas iam para a faculdade e pareciam pilhadas, com medo de terem feito a escolha errada e também de pegarem alguma DP, e eu e Miguel pareciam mais calmos, porém, tinham alguns desfiles, photoshoots e eu também tinha que cuidar da minha academia, que foi inaugurada em Julho. Sou novo nesse ramo e também não queria errar para não me decepcionar e perder dinheiro.
Talvez tivesse sido a afobação, o calor do momento e o encantamento com elas, que confundimos tudo. Claro que não se arrependia de ter dedicado o meu tempo à , e sabia que o mesmo sobre o meu primo em relação a , mas parecia que eles não tínhamos nos aproveitado e nos conhecido o suficiente.
Não sabia sobre Miguel, mas tinha me tocado, nesse momento, que estavam quase fazendo um ano de namoro! Um ano, onde ficava em dúvida se os cabelos de eram louro escuro ou castanho claro. Se ela media 1,60 ou 1,62.
Na verdade, não sabia nem a diferença entre cinza e cor gelo, mas... não era a mesma coisa e não considerava esse fato um problema, o contrário sobre as dúvidas em relação a minha namorada.
Ex. Ex-namorada.
Bati na porta de número 55, me perguntando se quem a abriria saberia responder minhas questões de olhos fechados, sem pensar... Aparentemente não, mas ele a conquistara primeiro e mais. Ele era amado por . E a amava igualmente, só não sabia o que fazer por viver praticamente em um mundo paralelo, onde o mesmo girava em torno de seu umbigo e as coisas simplesmente vinham.
— Pois... — parou no meio da frase, quando o fuzilei com o olhar. — não?
A voz de atingiu a minha mente e foi sem pensar, só me toquei do que fiz, quando meus dedos arderam. Merda, eu devia ter os estralado antes!
Chacoalhei a minha mão aberta, no ar, e encarei Niall, que apoiava uma das mãos na bochecha em uma careta.
— Porra, cara. — apertou o lugar já vermelho, com os olhos semicerrados. — Imagina se isso vira moda? — riu fraco. Ignorei-o.
Não sei descrever como me despedi dele. Se só o encarei, antes de voltar para dentro do elevador ou se sorri fraco, em um pedido de desculpas, mas o que sei foi que minha ficha caiu quando entrei no apartamento do meu primo, ouvindo-o perguntar o que tinha acontecido com a minha mão, enquanto ouvia a movimentação da procurando por seu chinelo, uma caneta e um papel, como havia a pedido, para correr até meu quarto e dormir com a amiga.
Ali, dormindo ao lado do meu primo, como quando éramos pequenos, me toquei de que bati em um astro mundial de uma boyband e que meu relacionamento tinha acabado exatamente por sua causa. E também me toquei que ele era um idiota por deixar uma menina como aquela passar, mas também que eu não tinha o que fazer naquele momento. Ele só precisava se tocar e correr atrás, antes que perdesse o tempo.
//
— Seu boyola te mandou isso, amiga.
pegou o papel estendido por , em mãos, e leu o garrancho que estava escrito ali.
Tantas coisas não se encaixam, formulei tantas perguntas na minha mente e queria saber respondê-las, mas eu acho que você também as tem e também não encontrou a solução ainda.
Me desculpa pelo o que falei, espero poder conversar com você amanhã ou quando quiser olhar para a minha cara...
Eu te amo!
Era bem cedo. e tudo parecia bem demais em seus sonhos, tudo a trazia uma paz enorme, que nunca havia a habitado dessa maneira. Estava com seus amigos ao redor, estava com o amor da sua vida a jurando paixão eterna. Amor eterno, na verdade. E então, com um sorriso extremamente aberto, antes de um beijo em Niall, algo a puxou de volta. Era um sonho. Nem tudo estava tão perfeito assim. Tinha Zoey... E Pablo. E Pablo a chamava loucamente.
— Oi, Pablo. — falou, mal humorada.
— A gente precisa conversar. Só eu falo agora. — falou apressadamente.
— Não vai mudar muito de antes, né?! — se sentou, enquanto revirava os olhos.
— Desculpa por mais cedo. É tarde agora, então desculpa de novo. E espero que o Niall faça certo. Nunca tive algo tão bom para mim, fora dinheiro. E quando tive uma paixão, não soube administrar tão bem quanto minhas finanças.
— Não precisa tacar na cara, Pablo. — o deu um soquinho no braço.
— Enfim, é o fim, não é? — sorriu fechado, com os olhos espremidos.
— O que acha? — arqueou a sobrancelha.
— Então levanta e vamos tomar nosso primeiro café como amigos. E obrigado por tudo, você é de ouro, menina! — a deu um beijo na testa e viu sair da cama, com os braços esticados em sua direção.
— Amo você, Pablão! — se abraçaram desajeitadamente.
— Eu também te amo. — e então ele se afastou, se sentando na cama, enquanto ela se trancava no banheiro para se arrumar. Ele sentia um peso a menos nas costas e sorria por ver sua ex-menina bem.
//
e Pablo desciam os últimos degraus da escada, enquanto um loiro olhava aos lados, tentando localizar algum cabelo de cor não tão normal assim, apesar de ainda não ter a perdoado por ter arrumado um namorado bruto, que o deu um soco na noite anterior sem motivos aparentes.
Ele não tinha motivos, não era?
Zoey preenchia um livrinho de palavras cruzadas nível médio e o chamou, sem desviar o olhar da revistinha.
— Qual seria o equipamento tecnológico que revolucionou o mundo?
— Oi? — questionou, tentando entender a pergunta. Mas só ouvia “Blá, , blá. Tecnológico. Blá”
— Qual o equipamento tecnológico que revolucionou o mundo? — perguntou de novo, agora o encarando. Com raiva.
— Pode tentar computador. — Niall e Zoey ouviram uma voz feminina, que surtiu muito efeito no primeiro.
— ! — se levantou rapidamente, abraçando e a dando um beijo estalado no rosto.
Pablo ria, enquanto Zoey os encarava com a sobrancelha arqueada e faltando somente fumaças saindo de seus ouvidos.
— Mas que caralhos é isso, Niall Horan? — e então se separaram quando ouviram uma voz raivosa.
— Ah, é que eu gosto dela, oras. — deu de ombros. — Digo, deles... — apertou a mão de Pablo, que piscou de volta.
Niall deu de ombros novamente, deixando a namorada enciumada e com certa dúvida.
— Ok! — se levantou. — Era computador mesmo, . E oi, tudo bem com vocês? — se abraçaram e voltaram para a mesa em seguida.
***
— Juro que mato o maldito! Vou matar, pisar em cima, pisotear, cortar em pedaços e depois enterrar no meio da rua!
— Você vai comprar uma britadeira para quebrar o asfalto, princesinha? — Rodney perguntou, mas logo se calou quando recebeu um olhar mortífero da menina.
— Sério, Rodney, eu odeio ele. — fez um barulho no final.
— Odeia tanto que... Oi, pequena boneca! — não respondeu, estava bufando. — O que houve?
— O que houve? Houve Niall Horan, isso que houve!
— É hoje... — olhou para o alto. — O que ele te fez?
— Ele foi todo fofo comigo agora de pouco, mas ainda assim estava lá, com aquela chaveiro de girafa da namorada dele. — gesticulava.
Logo contou para a amiga o ocorrido entre ela e Harry, então Rodney ao mesmo tempo em que as consolava, ajudava a imaginarem maneiras lentas e dolorosas de matarem os pobres rapazes.
“Miguel desistiu de discutir com a garota sobre sua relação com Harry. Sempre perdia e estavam naquela desde quando ela tinha voltado do quarto de , que pediu para ter um momento sozinha, depois de muito chorar, enquanto assistiam a um filme mela cueca que graças a força maior tinha a “opção CC”, já que a língua da ilha conseguia ser pior do que o espanhol. Ela nunca cederia sobre sua teoria de que Harry gostava muito dela, por isso continuava sempre atrás da mesma, e que só estava perdido por estar em outro país e com... dó de Carly, sem querer deixá-la “sozinha”.
Foi quando a garota fez menção de se levantar para ir até o banheiro, que alguém bateu na porta.
— Ah, Miguel, quero fazer xixi, abre lá vai.
— Folgada! — gritou quando ela fechou a porta. Levantou-se e a abriu com um sorriso no rosto. — Pois nã... Oi?
— O que você está fazendo aqui?
— Hm... É onde eu durmo, cara.
— Vocês dormem juntos ainda? Está de brincadeira com a minha cara, não está?
— Erm... Não?!
— Miguel, quem e... Harry?
O menino nada respondeu. Apenas respirou fundo e a chamou para conversarem no corredor.
— O que você está fazendo aqui a essa hora? São... — pegou o celular no bolso. — três da manhã!
— Vim aqui te chamar para passear, mas acho que você está ocupada, não é mesmo? — deu um sorriso irônico.
— Não começa, vai, Styles.
— Por que esse cara tá dormindo aqui ainda?
— Porque a reserva do quarto é no nome dele, então, esse é o quarto dele, ué!
— , ele é o seu ex-namorado!
Na verdade, ela não sabia de onde ele tinha tirado isso, já que ela não havia o contado que tinham terminado havia certo tempinho.
— E...?
— E que você está comigo ou com ele?
A menina começou a gargalhar alto quando ele disse isso. Não acreditava que tinha tido tamanha falta de vergonha na cara
— Cala a boca, menina! — Harry colocou sua mão na boca dela. — Vai acordar o andar todo, anta!
— Menino... — tirou a mão. —, você tem o que dentro da cabeça? Ar? Bosta? Ou mingau? — ele não entendeu. — Acho que tem miojo aí, porque alguém com cérebro não faria uma pergunta dessas!
— O que...
— Vou explicar: como você tem a cara de vir de madrugada, no meu quarto, me cobrar algo? Você não tem direito nenhum disso.
— Como não? Não estamos juntos?
— Estamos, Harry, só que você não terminou com a sua namorada!
— Epa, epa, epa! Em momento algum eu disse que iria terminar com a Carly.
— Tá de brincadeira com a minha cara, né? Você acha que vamos ficar até quando assim? Pensa que sou uma putinha que você pega quando quer, mas continua com a namorada? Faça-me o favor! — dizia, incrédula.
— Você pensa que as coisas são fáceis assim? Que é só olhar para a menina e dizer “te trai com a minha ex e tô terminando com você para ficar com ela, faz as malas e vai embora”?
— Terminar com ela é difícil, né, Harry? Mas terminar comigo foi tão fácil duas vezes, não foi? Pois vai ser da terceira também! — virou para entrar no quarto, mas ele a segurou.
— Espera, caralho!
— Faz o seguinte: quando você tomar vergonha nessa cara e terminar com a sua namorada, você me procura!
— ! — gritou, mas a menina bateu a porta na sua cara.”
Depois que contamos tudo para o Rodney, ele disse que o melhor que poderíamos fazer era esfriar a cabeça. Mas, me diga: como? É meio difícil esfriar a cabeça quando a pessoa que você ama se trata de um dos integrantes da banda teen mais famosa do mundo. E quando ele ainda está no mesmo país que você. Mesma cidade. Mesmo resort. E a namorada dele também, aquela fofa. Argh!
A fica falando “Nhé-nhé-nhé, coitadas, , elas não têm culpa.”, mas eu não consigo gostar de nenhuma das duas. E nem venha me chamar de falsa por tratá-las bem, sou apenas madura o suficiente para saber diferenciar falsidade de educação, ok?
Aquelas frases de Orkut...
Miguel e Pablo tinham ido fazer trilha hoje, portanto seríamos eu e , e eu, já que Rodney falou que tinha que trabalhar. Estranho esse trabalho dele, porque até hoje, a única vez que o vi trabalhando de verdade, foi no dia que levei a bolada da “fofa” da Zoey.
Então, sozinhas, eu e minha digníssima e linda amiga iríamos aproveitar o dia juntas.
— Por favor, duas águas de coco. — pedi, assim que chegamos ao bar que ficava no meio da piscina.
— Amiga, olha: — apontou para um cartaz que tinha no pilar do bar. — festa!
— Festa em Ibiza, qual a novidade, minha filha? — falei como se fosse óbvio.
— Novidade nenhuma, ué. Só que poderíamos ir, o que acha?
— As águas. — o barman loiro de olho azul colocou os dois copos coloridos com a água gelada no balcão. Agradeci como uma moça, mas a piranha deu uma piscadinha pra ele. E não é que ele deu um sorrisinho safado?
— Daria para parar de flertar com o cara do bar e voltar a prestar atenção em mim, amiga? — dei um tapa na testa da criatura. Não mereço.
— Nossa, sua estúpida, eu só estava trocando olhares com ele! — massageou onde bati. — Voltando ao nosso assunto, então.
— Qual era o assunto mesmo?
— A festa, caralho!
— Ah, é!
— Festa? — ouvi a voz que faz até meus pelos existentes no dedão do pé arrepiarem.
Olhei para trás e ali estavam as duas criaturas, sem camisa, Niall usando um boné de aba reta, que o deixava mais deliciosamente delicioso ainda, e o Harry de óculos de sol.
— Então, ! — falou mais forte meu nome e eu tive vontade de rir. — Como estávamos falando da festa.
— Quando é a festa? — o ser perguntou.
— Onde? — o outro ser perguntou, colocando a mão no ombro da .
— Criatura... — ela segurou na mão dele —, primeiro de tudo: tira essa pata de mim! — e tirou a mão.
— E segundo de tudo: ninguém chamou vocês dois pra lugar nenhum.
— Não fomos a nenhuma festa aqui com vocês, poderíamos...
— Poderíamos matar vocês dois e sair espalhando pedaços por toda a Espanha, seria legal e divertido, o que acham? Mas não o faremos, assim como vocês não irão à festa. — fiz a minha melhor cara de psicopata.
Os dois arregalaram os olhos, em uma falsa cara de susto, e se afastaram sem dizer mais nada. Acho que o recado foi passado com sucesso, pelo menos.
Eu e a continuamos a conversar como se os dois não estivessem ali, enquanto os dois bostinhas sentaram nos banquinhos ao nosso lado, onde também ficaram conversando sobre algo que eu não estava interessada em ouvir.
— Vamos então, Niall? Zoey e Carly estão nos esperando. — Harry queria levar um bofete, né? Não estou boa hoje!
Eu e minha amiga somos damas da alta sociedade e não somos obrigadas a ficarmos ouvindo aqueles dois animais fazendo seus barulhos, então fingimos que não ouvimos nada.
— Vamos sim, cara! — bebeu o resto do líquido azul dele.
— Vemos vocês duas na festa hoje? — falou, nos olhando. É, acho que estavam olhando, porque não olhei para eles, sou melhor que isso, meu bem!
— Amiga, está ouvindo isso? — perguntei para a .
— O que são? São asnos?
— Acho que são jumentos.
— Isso, , zoa, ignora, mas sei que no final das contas é na minha cama que você vai parar! E nem vai demorar muito.
Engasguei quando o ouvi falando isso.
— Amiga do céu, respira! — batia nas minhas costas e tentava me ajudar a voltar ao normal.
Quando parei de tossir, olhei para o maldito da bochecha rosada, que tinha o maldito sorriso, que me deixa de perna bamba, no rosto.
— Niall, você era menos convencido quando nos conhecemos! — perdi a linha. Já falei que não tô boa hoje.
— E você era menos teimosa na hora de admitir as coisas, ! — deu um passo na minha direção, fazendo a água gelada se movimentar e molhar minhas pernas, me fazendo arrepiar.
Eu realmente fiquei sem resposta, não tinha o que falar.
— Deixou a sem resposta, toca aí, cara! — fizeram um toque ridículo.
— Cala boca que a conversa não chegou ao canavial, Styles perna de cana! — apontei na cara do pernudo, que mostrou a língua. Mas esse era um exemplo de menino maduro, sociedade!
— Não adianta negar, fofinha, no final das contas vocês mesmas acabam correndo para nós. — falou, convencido, e deu de ombros.
— Mas nem que você fosse o último homem no planeta terra! Preferia ir para Marte atrás de algum extraterrestre, me casar em uma cratera e ser mãe de criaturas verdes, do que ficar com você no final das contas, seu idiota! — perdendo as estribeiras com ele, novidade!
— Não é o que parece quando você está ge-
— Não termine essa frase, Styles! — alguém avisa esse menino que eu sou uma dama e que não posso ouvir essas coisas? Obrigada!
— Chega dessa palhaçada, vamos embora daqui!
— Podem ir, sei que voltam. — minha vontade era de voar naquele menino e... Caralho, eu queria beijá-lo.
Niall estava com um cotovelo apoiado no balcão e com a aba do boné para trás. Boné de aba reta em Niall Horan é muito para os meus hormônios. Que fique bem claro: só nele! Porque naqueles funkeiros do Brasil, Nossa Senhora, perdoe-os, eles não sabem o que fazem.
— do céu, me leva embora daqui antes que eu soque essa anta! — fechei minhas mãos em punhos.
Ela não respondeu nada, sabia que para chegar ao ponto de querer sair de perto de alguém, a situação estava preta.
Viramos as costas e descemos o degrau, indo para a água. O bar ficava em um patamar mais alto, então agora estávamos com a água na altura do pescoço.
— Até a festa, ! — ouvimos Harry berrando.
Olhamos e ele ergueu os óculos apenas para dar uma piscadinha sexy. Sei que se a estivesse em terra firme, teria desmaiado.
— Menino cretino, mereço isso, amiga, me diz se eu mereço? — e foi resmungando, até chegarmos onde estavam as nossas coisas.
//
***
— Elas não merecem isso. — Niall deu um gole em sua cerveja.
— Eu sei, Niall, eu sei. Mas e agora?
— Tudo o que vai resolver é um basta. Agora são escolhas diferentes, novos rumos e desejos. — deu de ombros.
— Profundo... — encarou o nada, balançando a cabeça.
— Harry.
— Eu sei, cara. — o encarou.
— Mas nada impede uma última vez. — riu, ficando vermelho em seguida.
— Será? — Niall arqueou a sobrancelha, fazendo Harry rir.
— Ah, me lambe! — gargalhou.
— Sai daqui, Harry! — o deu um pedala.
— Vamos? — o loiro concordou, e então se levantaram e seguiram para o quarto.
A situação estava realmente complicada para os dois lados, mas não havia nada para ser feito, algo que evitasse a confusão que seria no momento em que Zoey e Carly descobrissem ou que evitasse todo o sentimento pesado que perseguia os dois casais. Mas era como Katy Perry costumava dizer “Você já esteve tão perdido? Conhecia o caminho e mesmo assim continuou perdido?”.
Os quatro sabiam muito bem o que deveria ser feito para que se encontrassem, mas nem sempre o caminho certo, era o mais fácil.
e eu estávamos na festa que tínhamos visto sobre mais cedo. Miguel e Pablo preferiram ficar fazendo alguma coisa de homem, que não faço ideia do que poderia ser, e tinha certeza de que envolvia alguém do sexo feminino nessa história, nos dando um momento de garotas.
Ela acontecia em um local próximo do resort, já que não podíamos arriscar nos afastar e acabar nos perdendo ou morrendo.
Poderíamos dizer que chegamos nessa festa para dormir, já que decidimos nos sentar em um espaço de fumantes, em poltronas de bambu, para olhar para o nada e soltar algumas risadas por motivos banais desconhecidos até por nós. Só que como tudo que é bom, dura pouco, e sempre vai ter um brasileiro onde quer que você esteja, alguém desagradável e que provavelmente você vai conhecer e vai fazer questão de aparecer na sua frente, assim ocorreu, porque com a gente não seria diferente, é claro...
— , ! — duas vozes desagradáveis nos espantaram e trouxeram um pulo bem alto de susto.
Talvez fosse o fato de que conseguiríamos reconhecer até em um baile funk, na maior altura de som, aquela coisa estridente que desde sempre saía das cordas vocais, com um sotaque brasileiro arrastado, desses seres humanos que odiávamos nem sei desde quando. Se bem que nem cordas vocais elas deviam ter, cara, porque, com certeza, elas fugiram no corpo delas há tempos. Nem as coitadas aguentaram esse sofrimento.
me encarou, eu a encarei de volta e então nossos olhos se arregalaram. Antes elas conversavam próximas de nós, agora, se aproximavam. E então pararam em nossa frente, nos olharam de baixo em cima, pelo fato de nossas pernas estarem esticadas sobre um pufe a frente.
— Nossa, como vocês estão diferentes! , você meio que emagreceu um pouquinho, né?! , você arrumou aquela sua juba de leão! Bem que dizem que o tempo pode melhorar as pessoas... mas não mais do que eu e a Bethany, claro! — nos encarou com desdém.
— Vocês ainda não aprenderam que é Bethânia e você, Holly, Olinda? — perguntei e gargalhou.
— Ô, linda! — esgoelou, assim como os garotos do fundão, na escola, faziam.
Bem, não estávamos muito bem em relação à sobriedade, mas também não estávamos tão para cima assim, então aquilo foi mais do que hilário do que seria se todos estivessem em um dia comum. Mas as reações delas...
— Já expliquei que é uma homenagem ao local em que nasci, sua peste. — arrastou o sotaque, enrolando as palavras por estar nervosa. O sotaque deu sinal.
— E eu, porque mainha era fã de Maria Bethânia. Que Deus a tenha. — fez o sinal da cruz, apontando para o céu.
— Mas a mania de grandeza de vocês ainda não acabou com esse costume de pensarem serem superiores às pessoas ao redor?
— Querida, não é porque eu sou da terrinha que a terra poderia comer, que eu tenho que ser lixo. — deu uma rebolada. Que sinceramente? Não entendi por que raios.
— Nada contra as pessoas da parte de cima, lá temos pessoas boas e ruins assim como em qualquer lugar. Mas o fato de vocês quererem perder até o sotaque, para não serem inferiores em partes, é demais, não acham? — observou. — Talvez, sendo vocês mesmas, possam ser reconhecidas. — cruzou os braços.
— Amores! — bateu palma. — Euzinha, Bethany, estou com um cara gato aos meus pés. E vocês? Bêbadas, no fundo de uma boate. Me expliquem: vieram como mula? Talvez, né?! Mas meio que confundiram com um prostíbulo? Porque parecem que vão começar um strip-tease e ganhar umas graninhas a qualquer momento. — gargalhou.
E então eu senti falta da Olinda. O que não foi por muito tempo.
— Aqui, gente. Esses são: Lorenzo e Diego. — Olinda, Boneco, Holly, Holy Shit, apareceu abraçada com dois rapazes. Que rapazes. E um deles foi pra a Maria Bethânia, Ventania, e outro continuou com ela.
começou a gargalhar e eu, com o susto e com o impacto, acabei meio que tombando no bendito banco de bambu. E ia ser o tombo, se não fosse uma mão me forçando para frente de volta. E era a mão. Por um momento, desejei ser algum dos caras a minha frente. Aqueles deuses.
Mas a gargalhada da parou. E as duas biscates a minha frente se paralisaram, as bocas se escancararam e então resolveu se pronunciar:
— Meninas, esses são...
— Uma parte da One Direction, eu sei, não sou tão idiota quanto você. — Bethany a cortou, ainda com o bendito desdém na voz e começando a se aproximar do meu homem. Sai daí, sua biscate, que hoje minha paciência não está tão exemplar assim... E nem nunca, mas vamos relevar.
— Pra- — começou a esticar a mão e abrir aquele sorriso idiota dela. E eu a cortei, claro!
— Nossos namorados. — completei a fala da .
Ela abaixou a mão na hora e se situou ao lado dos deuses que nem eram mais tão gregos assim.
— Olá, pessoal! — Harry acenou, sorrindo de lado. O. Maldito. Sorriso!
Niall fez mais ou menos igual, mas a preocupação maior dele, eu tinha certeza, era de não fazer nenhuma merda para não deixar a chateada. E nem ficar sem pinto, porque eu cortaria agora mesmo se necessário.
— Hm, amiga, a gente precisa ir, né?! — Bethany cutucou Holly, que em meio a protestos, se afastou sendo arrastada.
— Ah, garota! — Niall a puxou pelo braço e notei que puxou até o ar radioativo do Japão, inflou as bochechas tipo baiacu e apertou os lados dos shorts, para não avançar na “peruca loira desse irlandês desgraçado”. Justo a Holly, Niall?
— Pois não? — ela sorriu insinuante. E só senti a mão do Harry no meu pulso, quando ameacei dar um passo para frente.
— Tenha em mente que você nunca será metade do que a é, ouviu? — a soltou e voltou para , abraçando-a.
Os quatro saíram rapidamente, as duas com caras totalmente embasbacadas e sem saber o que responder para o ser loiro que, pela primeira vez na minha vida, vi dando uma de homem de verdade.
— O que foi isso? — Harry perguntou, quando elas se afastaram.
— A gente precisa que isso aconteça só perto delas, ok? — pediu, fechando os olhos. Certeza de que estava com medo da resposta.
— Perto de quem vocês quiserem. — Niall deu uma piscadinha para o Harry e puxou mais para ele, enquanto o flamingo que me abraçava respondeu a piscadinha e apertou minha cintura.
— Não somos fantoches de vocês, seus idiotas! — bati no braço de cada um deles, bufando em seguida.
Harry deu uma reclamadinha do tapa, mas me puxou para ele e nossos corpos se colaram, praticamente se encaixaram de uma forma que nunca vou entender como acontece.
Resolvi me aproveitar e fingir que as duas pestes estavam próximas de nós.
Senti seus lábios em meu rosto e me amaldiçoei mentalmente por ter fechado meus olhos. Mas era uma coisa tão boa, um sentimento tão maravilhoso e era injusto eu ter que negar para mim mesma esses fatos, porém, eu não tinha me esquecido do que antecedeu a aparição dos nossos tormentos na terra, depois desses dois, claro, e o empurrei, antes que acabasse me rendendo aos encantos de uma idiota apaixonada e tudo fosse aos ares.
Aproximei-me do pufe em que nossos pés estavam e peguei um dos copos de vodka, entregando para e logo peguei o outro. Entornamos ao mesmo tempo.
Niall se aproximou de e pegou seu copinho, levando até o nariz e o cheirando. Ao reconhecer, virou o que restou e sorriu para Harry, que parecia confuso.
— Você é dos meus, amor. — já se pendurou em seu pescoço e eu vi que aquela guerra, naquele momento, estava perdida. Fácil, fácil.
— Vodka? Mas acabaram de chegar, !
— Dai-me paciência. Dai-me paciência! — sussurrei, logo me voltando para ele, abrindo o meu sorriso o máximo que conseguia. — Bem vindo a Ibiza, meu amor. — dei um selinho em Harry e entrei meio que correndo na boate.
era grandinha, sabia se cuidar e era total responsável pelos seus atos, já eu... se continuasse ali...
//
Niall e
Eu estava dançando, a música passava por mim como uma brisa, me deixando em estado de calmaria. Parecia que nada mais era necessário para mim, afinal, eu estava em mais uma festa, em Ibiza. Iha! A estava comigo e, aliás, eu a olhava no bar. Era engraçado isso. A pequena da minha vida, risos, achando que seduzia. E com esse pensamento, comecei a rir. E parei rapidamente, vendo Styles se aproximar dela. Para tudo! Como pode? Cão das pernas secas.
Parei com os braços cruzados e fiquei olhando aquela cena mais urgh. Tira as patas, Harry Styles. é mais do que isso.
Alguma coisa me segurou pelo cotovelo e me puxou. Senti certo ar sendo solto em meu ouvido e a coisa resolveu se pronunciar. Não virei, fingi que nem tinha me arrepiado e continuei encarando os outros dois. Niall não estava atrás de mim. Ele não estava. Não!
Eu tinha me afastado dele logo que saiu vermelha de perto do Harry, eu não fui atrás dela e nem me preocupei com os três, só com a pista de dança, minha bebida em mãos e com a tentativa de me desconcentrar deles.
— I hate these blurred lines... Blurred Lines, do Robin Thicke, tocava. Já era meio passada, mas eu simplesmente amava essa música (apesar dos apesares), ainda mais com Niall a sussurrando no meu ouvido... e o que eu pensei mesmo?
Me virei. Suas mãos imediatamente se encontraram com minha cintura e ele juntou nossas testas, me fazendo fechar os olhos.
— I feel so lucky... you wanna hug me. — e eu sabia o que viria a seguir.
Isso era uma coisa de menininha feia, eu sei. Como uma princesa, eu deveria esperar o príncipe me beijar, mas e daí? A vida já está ferrada mesmo, tudo está sem controle, então vamos descontrolar mais um pouco.
Grudamo-nos mais um pouco, se possível, e nossos lábios fizeram a mesma coisa. Tudo era muito rápido, forte, desejoso. A minha bochecha queimava e eu precisava de um ventilador urgente, e também uma cova para me esconder. Ou uma trincheira, sei lá. Só sei que eu estava envergonhada.
Senti algo escorregando por minhas costas. Era a mão dele. E então quando ele estava chegando naquele lugar que só pode ser tocado dentre quatro paredes num lugar habitado somente por duas pessoas, que no caso seriam eu e ele, separei-nos.
Ouvi seu resmunguinho e aproximei minha boca da sua orelha, mesmo sabendo que já tinha passado essa parte há muito tempo.
— What rhymes with “Hug me”? — mordisquei o seu lóbulo. Suas mãos agarraram a minha cintura e me puxou para mais perto.
Comecei a passar levemente minhas unhas em sua nuca e aquele tipo de beijo aconteceu de novo. Minha boca doía, minha garganta queimava pela euforia e ainda não era o suficiente para nós dois. As malditas borboletas me deixavam ansiosas, amando e desejando mais ainda o cara que me apertava pela cintura e que abriu os olhos no mesmo momento em que eu abri os meus.
Tudo parou novamente, mas o meu coração batucava na minha caixa torácica. Eu arfava e, com certeza, os meus olhos demonstravam tudo para ele. Assim como os seus demonstravam para mim.
— Eu não posso mais jogar.
— Então não jogue, é simples. — ao dizer isso, puxei seu lábio inferior com meus dentes e sorri.
Niall segurou minha mão e comecei a caminhar atrás dele, o deixando me guiar, e, por fim, chegamos ao fundo da boate. Ele se sentou em um pufe, que não sei se era o único, e me puxou para o seu colo. O abracei pelo pescoço, enquanto era abraçada pela cintura. Niall me deu um selinho e eu juntei nossas testas, o segurando pelas bochechas.
— Nós somos tão errados. — falei.
— Os errados mais certos. — me deu outro selinho. — Eu só queria fazer direito.
— Você pode querer, mas tem que lutar para ter.
Ele mordeu o lábio inferior, me olhando nos olhos, e os fechei. Era demais para mim.
Dessa vez, o nosso beijo foi daquela bendita cumplicidade e tudo sumiu. Éramos só os dois. Niall não era um astro e eu não era apenas uma ex personal friend. Completávamo-nos e éramos almas gêmeas, por aquele momento.
Enlacei minhas pernas em volta da sua cintura, depois de um tempo, e os dois de antes voltaram, até aquela bendita voz surgir.
— Olha só... — e um flash.
Separamo-nos rapidamente, mas Bethany havia sumido de nosso lado. Olhamos para frente e ela se perdia na multidão.
— Deixa, não vale a pena. Ia acontecer e era para acontecer! — voltei a minha atenção para ele. Quem era para protestar com o cara que mais devia se preocupar com sua imagem?
Nossos lábios se juntaram mais uma vez e nos perdemos em nós mesmos.
//Harry e
Acho que vou desistir do pop star e ficar com os bartenders aqui de Ibiza, afinal, esse era o segundo que me dava moral hoje!
Depois de toda a palhaçada passada, decidi ficar no bar, seduzindo o bartender gatinho, que estava me olhando com um olhar nada puritano.
Percebi que alguém tinha se sentado do meu lado, quando bateu a mão no balcão e da forma mais educada do mundo:
— Ei, amigo! Um Sex on the Beach e para de olhar para a garota, ela tem dono. — e apoiou uma das mãos na minha coxa.
Eu jurava que já tinha visto uma cena dessas em algum filme clichê...
— Olha só quem veio atrás, hein? — trouxe a lembrança da piscina à tona, fiz a minha melhor cara de sacana e continuei tomando minha bebida.
— Não adianta fazer essa cara de superior, meu bem, você mesma que precisou de mim minutos atrás. — Harry deu de ombros, ainda com a mão na minha coxa, e bebeu um pouco da bebida recém-deixada pelo bonitinho, com quem estava flertando minutos antes de ele aparecer e estragar tudo. Como sempre.
— Sabe, ?! — senti sua voz perto do meu ouvido e seu hálito fresco batendo na pele do meu pescoço.
Sai, Harry, sai, sai, sai. Pensa, , não se deixe levar, seja racional!
— Sua boca anda meio longe da minha ultimamente... — foi descendo a boca pelo meu pescoço, ao mesmo tempo em que sua mão, que estava na minha coxa, ia subindo e apertando minha perna.
Ainda bem que eu estava em dia com a minha asma, porque se não estivesse, com toda a certeza do mundo teria uma crise nesse exato momento!
Era como se lá no fundo, mas bem no fundo, uma voz falasse “Tire a mão dele daí, se afaste...”, mas outra falava bem mais alto “Agarre ele pela nuca, puxe seus cabelos e o leve para o canto mais próximo!”.
Mas foi quando senti que ele levou sua outra mão para a minha cintura, que estava descoberta por conta da roupa que eu estava, e deu uma mordida na minha nuca, que retomei minha sanidade e o empurrei ao mesmo tempo em que disse:
— É por questão de higiene!
Ele ficou sem reação por alguns segundos, acho que tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Afinal, há alguns segundos parecia que eu iria realmente me render e ouvir a maldita voz que berrava para levá-lo para o canto. Mas logo retomou seu sorriso de cafajeste, que me deixava com as pernas bambas, e voltou a se aproximar de mim.
— Sabia que conflitos internos fazem mal à saúde? — colocou as malditas mãos na minha cintura, só que dessa vez me puxou para ele, como se quisesse fundir nossos corpos em um só. Tá se achando o Goku, né, meu filho? Fusão é só com ele, meu bem. Se bem que nas aulas de Química... Ah, sei lá, a fusão de Dragon Ball é com toda certeza melhor que a das aulas de Química, que eu sequer prestei a atenção.
— Harry, não existem conflitos internos, meu único conflito é bem externo, apalpável, pernudo, cabeludo, famoso e canta algo sobre meninas inseguras. — falei, meio ofegante, enquanto sentia seu nariz subindo e descendo pelo meu pescoço e às vezes dando respiradas mais profundas perto da minha orelha.
— Ele também canta algo sobre sonhos selvagens... — mordeu meu lóbulo.
— Na verdade, quem canta sobre isso é o conflito externo da , mas enfim.
— Para de se fazer de durona, abaixa essa guarda, menina, me deixa te mostrar...
— Mostrar o quê, Harry Styles? Vai me mostrar que é fofo, amável, bom de cama e depois mostrar que é um cafajeste de marca maior? Não, obrigada! — segurei os seus cabelos da nuca e puxei. Ele deu um grunhido e riu.
— Engraçado que mesmo me desdenhando assim, você não se soltou de mim ainda. — desceu os beijos para meus ombros.
— Pra quê? — parou de beijar e me olhou com uma expressão confusa. — Sei que mesmo que eu tente, você não vai me soltar, e outra: — dei uma pausa e fiz cara de derrotada. — Eu não quero me soltar de você.
Sua expressão ficou ainda mais estranha. Agora era um misto de confusão, alegria e algo que eu não conseguia decifrar. Mas também não fiquei tentando descobrir qual era a última, logo segurei sua nuca e puxei sua boca para perto da minha.
Ele, por sua vez, não deixou barato, logo me empurrou para uma parede, que ficava no fim do balcão, e puxou minha perna para que ela ficasse na altura da sua cintura.
Estar com Harry era como estar sedada e a prova de qualquer coisa que atrapalhasse minha vida, mas, ao mesmo tempo, era ter que estar preparada para qualquer decepção repentina que pudesse aparecer.
Arranhava suas costas por baixo da camisa xadrez que usava, enquanto ele estava ocupado demais em morder meu lábio inferior e acariciar minha cintura carinhosamente.
Ele sabia que eu não iria tentar fugir, não precisava mais bancar o macho possessivo primitivo que precisava quase amarrar a fêmea no pé da mesa. Se bem que se ele me amarrasse na... Espera, ninguém precisa saber disso.
Foi com a sua boca para o meu ouvido e começou a sussurrar coisas sem nexo algum no meu, mas consegui ouvir reconhecer um trecho de uma música que muitas vezes ouvi a cantarolar:
— Wouldn't you love somebody to love? You better find somebody to love.
cantarolava uma música qualquer, enquanto chacoalhava a cabeça e ouvia as amigas conversarem na sauna.
— Eu não acredito que você deixou o barman gato, que eu bem vi, para ficar com o Harry, ! — socou a madeira.
— Ai, , nem eu acredito. Podia ser o mais feio, mas era melhor do que o Harry. — folheou a revista, que já parecia úmida demais para ser lida.
— , que maldade! — escancarou a boca.
— Eles se amam, aceitem! — se sensibilizou. — Parem com isso.
— Mi, mi, eu sou a noiva do Payne.
— Para, ... — resmungou. — O Liam é um doce.
— Tá, ok, é. Agora é a vez da . — a cortou.
***
— Essas meninas estão atacadas hoje, hein?! — Niall comentou, quando ouviu a gargalhada sincronizada delas, pelo quarto do Miguel. Não entendia como havia passado o som da música, que não estava nada baixo.
— Você bem que queria uma das atacadas. — Louis zoou.
— Mas isso é questão de tempo, amigo!
— O que te faz pensar isso, Styles? — Pablo perguntou, o que o fez começar a contar sobre o dia anterior, assim como Niall logo depois. Claro que sempre com um toque mais machista ao meio.
— ‘Meu’, de onde saiu isso? — Harry apontou para a parede, quando uma música estranha atingiu o quarto, fazendo todos rirem.
— .
— Claro, ou você acha que a ouviria isso comigo recitando Ramones para ela? — fez uma voz óbvia.
— Ai, Deus, eu não mereço. Vou até dormir! — se levantou, mas Pablo e Miguel o segurou.
— A gente precisa conversar, foram muitas coisas ao mesmo tempo e agora acho que é a hora!
— Tudo bem então, cara! — e ele voltou para a cadeira, começando a ouvir os amigos. — É sobre o que mesmo a conversa? — perguntou o loiro, depois que o quarto ao lado abaixou um pouco o som.
— Um deles é pequeno, amarelo. O outro é estressado...
— E desbotado! — Miguel completou, rindo.
— Mas acima de tudo isso, elas têm um coração, meninos.
— Ih, tá profundo, hein, Pablão? — Louis brincou.
— Tô mesmo, cara. — deu dois soquinhos no peito e riu. — Mas brincadeiras à parte, temos que conversar sério a respeito daquelas duas pestes.
— Bela maneira de se referirem a elas. — Zayn, que estava fumando na sacada, entrou falando.
Os meninos estavam espalhados pelo quarto, mas ainda sim todos se ouviam.
— Eu e o Pablo conversamos sério e gostaríamos de bater um papinho com vocês a respeito delas, dá pra ser?
Niall e Harry se entreolharam e deram de ombros. Os outros dois consideraram isso como um sim, então Pablo começou.
— Qual é a sua com a , Niall? — falou com a voz grossa, o que fez Niall engolir seco.
Os outros presentes ali seguraram firme para não rir. Eles sabiam o que aconteceria ali e por isso mesmo se reuniram. Não era comum um monte de rapazes em um quarto, olhando para o nada, apenas para passar o tempo, enquanto uma das ilhas espanholas estavam do lado de fora te oferecendo um misto de coisas boas.
— Como assim?
— Cara, você fica com ela em um dia, no outro tá de nhé-nhé-nhé com a sua namorada. Aí cansa da namorada, vai pra . O que você pensa que ela é?
— Pablo, cara, você nem namorado dela é mais, porque ela bem que me contou. Por que está tão preocupado assim?
— Porque quando eu era isso, Niall, eu a respeitei acima de tudo. Em momento algum eu a traí ou duvidei dela. Apesar de ter acontecido o que aconteceu, a foi uma das melhores pessoas que apareceu na minha vida, assim como tenho certeza de que a foi à do Miguel. — o primo concordou com a cabeça.
— Elas não são menininhas de colegial que vocês podem ficar enrolando não, elas têm sentimentos formados, são mulheres vividas apesar da pouca idade que têm.
— E onde vocês querem chegar com essa conversa? — Harry, pela primeira vez, tomou partido.
— Queremos que pela primeira vez vocês dois tomem alguma decisão de homens e parem de agir como dois meninos!
— O que passa na cabeça de vocês? Sério? Pensam que é fácil chegar às nossas namoradas e falar que simplesmente estamos terminando, porque encontramos nossas ex-namoradas e queremos ficar com elas? Não são assim as coisas, nós também pensamos nos sentimentos delas!
— Mas isso foi o que aconteceu com a gente... E pensam mesmo? Não é o que nos pareceu, quando vocês as traíram com a e com a ! — Miguel perdeu o controle e gritou.
— Quem você pensa que é pra gritar comigo, cara? Você nem ao menos é namorado dela!
— E quem você pensa que é pra ficar fazendo uma menina chorando noite após noite por você, sofrer? Me diz? Que tipo de homem é você? Você é um bosta, Niall Horan! Nada mais que isso! Você faz a garota terminar com um cara que faria tudo por ela, para ficar a fazendo de idiota? Que tipo de merda é você?
— Ei, ei, ei! Vamos nos acalmar, por favor? — Harry colocou a mão no peito de Miguel, antes que ele fizesse alguma besteira. — Vocês falam como se nós dois não tivéssemos sentimentos! Nós também temos.
— Não, Harry, você não tem moral alguma para falar de sentimentos. Você nem ao menos sabe decidir com qual das duas quer ficar! estava certa quando dizia que não valia a pena chorar por você, ela realmente estava! Elas nos contaram tudo que vocês já as fizeram passar, todas as vezes que não acreditaram nelas, que as magoaram sem motivos, que brigaram com elas e nem as deram chances de explicar, quando houve a festa de...
— Vocês não sabem do que estão falando, vocês nem estavam lá para...
— Eles não estavam Harry, mas nós estávamos. — Liam o interrompeu.
— Até vocês? — Niall falou incrédulo.
— Até nós o que, Niall? Nós estávamos lá, cara! — os meninos se aproximaram e Louis afastou Miguel de Harry e de Niall. — Se vocês vissem como elas choravam no dia da festa, o jeito que falavam de vocês... Era patética a cena, assumo... — riu e os outros dois riram junto. —, mas mesmo foi triste ver duas pessoas que em pouco tempo se fizeram tão importantes em nossas vidas, tão tristes e devastadas daquela forma.
— E quando vocês dois chegaram com as meninas, minha vontade era esfolar suas caras no asfalto. Céus, como podiam ter sido tão burros? E egoístas? Quando vão aprender? — Zayn falou.
— Por puro orgulho e egoísmo, estão cometendo os mesmos erros, quando vão entender que amam aquelas duas, apesar de tudo que já aconteceu? O que mais precisa acontecer? Quantas lágrimas mais elas vão ter que derrubar por vocês? Uma hora elas simplesmente vão cansar disso tudo, vão cansar de sofrer por duas pessoas que não dão valor e vão atrás de pessoas que deixem claro que as amam acima de tudo. E aí? O que vai ser de vocês dois? Vão ir atrás delas em qual país? — a cada pergunta, Liam apontava na cara deles.
— Olha, meus caros, sinto lhes informar que vocês podem ir até para o Camboja, mas será tarde demais e vocês terão perdido aquelas garotas. E o dinheiro da viagem! — finalizou Pablo, rindo fraco.
Os outros três gargalharam da cara de nada de Niall e Harry, que sentou-se na cama e afundou o rosto nas mãos.
Então queria dizer que tinha mesmo terminado com Miguel e nunca lhe contado? Como ele nunca percebeu? Claro que ela o faria, senão nunca seria capaz de ficar com ele mais de uma vez, enganando outro.
Quando ouviu as palavras, que Miguel provavelmente soltou sem querer, queria sorrir o máximo que podia e sair pulando pelo quarto. Mas alguns motivos o proibiu e um deles era que ele estava, mais uma vez, fazendo tudo errado. E o ex dela estava totalmente certo, para a sua infelicidade.
Niall não disse nada. Apenas bufou e passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os.
Pablo e Miguel não queriam confusão, a única coisa que queriam, era que Niall e Harry tomassem alguma decisão definitiva e parassem de fazer as meninas que um dia foram suas sofrerem.
Os meninos ficaram em silêncio por alguns segundos. Quando Harry pensou em falar algo, a porta foi escancarada por Zoey, que tinha em mãos uma revista e estava vermelha.
— O que é isso, Niall?
— Zoey? O que houve? — o garoto olhou para ela, sem entender.
— Eu é que pergunto o que houve! Esse tempo todo você estava me traindo com a vaca da , caralho? — jogou a revista na cara do menino.
Estava lá. Não tinha o que falar, a típica fala do “Não é o que você está pensando...” não ia colar, porque realmente era o que ela estava pensando, fotos não mentem. Até mentem, mas estava em seu colo, o agarrando pelo pescoço, enquanto ele tinha as mãos em sua cintura e a beijava. Nesse caso, a foto não mentiria mesmo.
— Harry, eu preciso fala com vo- — apareceu gritando, como sempre. — Zoey? Por que você está chorando?
— Por que estou chorando, ? Por que não pergunta pra vaca da sua amiguinha, hein? — disse, debochada, limpando as lágrimas que escorriam em sua face.
— Ih... — se limitou.
— Você sabia disso?
— Não, olha, assim, eu...
— Você chegou chamando o Harry, você e ele... Não acredito!
— Não acredita o que, menina?
— Você e o Harry, vocês também têm um caso!
— Olha aqui, minha filha, não é porque você foi corna, que a sua amiga foi também, nem começa a viajar, hein?!
— , querida... — Louis sorriu sem graça e puxou a menina pelo braço. — Vamos conversar lá fora? — arrastou a menina para fora do quarto.
— Zoey, vamos conversar, podemos... — foi fração de segundos antes de o garoto sentir o rosto arder, mas arder muito.
— Não podemos nada, Niall, a única coisa que podemos é esquecer essa porcaria toda que chamamos de namoro, se é que isso um dia foi um! — e saiu bufando.
— Argh, que vaca! — reclamou, massageando o local.
— Você não vai atrás dela? — Zayn perguntou.
— Ela me deu um tapa na cara! — apontou para a bochecha, que estava mais vermelha que o normal.
— Você colocou um par de chifres nela! — Liam respondeu como se fosse óbvio.
Niall não falou mais nada, apenas saiu do quarto apressado, atrás da menina. No caminho, encontrou Louis e .
— Pra onde ela foi?
— Pro inferno, espero. — a garota respondeu, educada como sempre.
— ! — Harry, que vinha atrás de Niall, repreendeu-a.
— Ah, chatice, ela desceu! — apontou para as escadas. — E Harry, podemos conversar? — pediu e o menino deu de ombros, segurando na mão dela e indo até o elevador.
— Isso é um sequestro? — perguntou, quando o empurrou para dentro do elevador.
— É sim! — apertou o botão que os levava para o térreo. — Vou te sequestrar e pedir dinheiro para devolução.
— Você não vai querer me devolver. — disse, dando um sorriso sacana.
— Pra falar bem a verdade, acho que te devolvo sem nem pedir dinheiro, né, filho?! — o elevador abriu e ela saiu, puxando-o.
— Mas que mania de me puxar, hein? Isso tudo é saudades, fofa?
— Harry, dá pra parar com essa pose de sem vergonha? Você não é tudo isso não, gato. Eu sei, você sabe e... Ok, só nós dois sabemos. — deu de ombros e saiu andando na frente dele.
— Ei, me espera! — correu para conseguir andar ao seu lado. — O que queria comigo?
— Nada.
— Nada?
— É, só queria companhia, não posso?
— E a ?
— Tá bom, caralho, vai lá com a sua namorada chata, que eu vou andar sozinha! — e mais uma vez, saiu andando na frente.
A verdade é que, ao tomar o banho gelado da sauna, começou a se sentir muito mal. Não sabia se passaria a ter febre ou se simplesmente se sentiu sozinha por algum motivo, mas a única pessoa que veio a sua cabeça, para protegê-la de qualquer mal que viesse pela frente, foi Harry.
— Volta aqui, menina. Ai, que saco! — puxou-a pelo ombro. — Só perguntei, que bicho te mordeu?
— Nenhum, Harry, eu só queria te ver um pouco, qual o problema disso?
— Não tem problema, é só que... Você viu, né, a Zoey descobriu qu-
— Não, não termina. Já entendi. — a menina o calou com o indicador em sua boca. — Tava demorando muito pra você falar isso, né? Agora deu medo de a Carly descobrir e fazer com você o que devia ter feito com ela há tempos, mas não foi homem o suficiente e ela é mais macha do que você, então com certeza não vai arregar e assumir o seu papel mais uma vez na vida, assim como eu também tive que assumir muitas vezes e- — Harry tampou a boca da menina, senão ia matracar por mais um ano sem parar.
— Não, , nada disso, é só que eu preciso... — se arrependeu de ter soltado a sua boca, crendo que ela se calaria e o deixaria falar.
— Sabe o que você precisa? Você precisa ir para o raio que o parta, Harry, é isso que você precisa! — começou a andar novamente, mas antes se virou. — E nem pense em me puxar, caso faça isso, serei obrigada a dar uma voadora na sua cara!
Harry não o fez, assim como ela pediu. Sabia o que queria agora, estava tudo claro. Sabia o que teria de fazer. Tudo seria certo agora. Tudo.
***
— , desliga esse barulho! — reclamou, apertando um dos ouvidos, enquanto adentrava o quarto e batia a porta.
Fazia algum tempo que as garotas tinham chegado da sauna. Elas iriam se arrumar juntas para uma festa, só de garotas, mas sem Carly e Zoey, já que as mesmas ficariam com os namorados, e a música que havia colocado, além de estranha, estava alta (até mesmo estando baixa) demais para a cabeça da menina que segurava a vontade de chorar.
— , você devia ser mais doce, às vezes.
— Não ligo e obrigada por ter salvado os meus tímpanos. — coçou os ouvidos.
— Se ele ainda existe com os seus gritos. — fez uma cara de desdém, recebendo o dedo do meio da amiga em resposta.
rapidamente separou as duas, que começariam a se bater, e logo se focaram em separar as roupas para, mais tarde, começarem a se arrumar.
Apesar do calor que estava fora daquele quarto, nenhum lugar de Ibiza poderia estar tão animado. Até mesmo se sentia um pouco melhor, pela energia boa das amigas.
Em meio a vários travesseiros, maquiagens, guloseimas e algumas garrafas de vodka, que chegaram mais tarde, a pedido delas ao resort, , , , e riam sem parar, lembrando de um passado nem tão distante assim.
— Foi uma tragédia grega e digna de filme com final de Nicholas Sparks ou John Green, que mata todo mundo também. — limpou as lágrimas que acumularam embaixo dos olhos, graças as risadas.
— Não foi tanto assim não, os dois que fizeram disso uma tragédia. Se fossem menos idiotas, vocês ainda estariam juntos. — falou , enquanto pegava sua pequena bolsa de maquiagem e finalizava o rímel.
— Eu não posso nem dizer nada, sempre quis triturar a cabeça do Harry em um moedor de carnes, depois dessa bosta toda, a vontade só aumentou e de bônus ainda quero decapitar o Niall. — a morena disse com descaso ao passar uma leve camada de delineador na parte superior do olho direito, enquanto e suspiravam.
pegou um batom rosa vibrante e passou nos lábios, enquanto parecia ponderar entre o vermelho queimado e vermelho vivo.
— Às vezes tenho vontade de fazer que nem a Cassie, sabe?! — terminou e deu uma última olhada no espelho, depois apontou para a mão direita de , indicando que ela passasse o de tom mais escuro. — Fugir para a casa de um desconhecido no meio de Manhattan...
— Não acredito que você fez isso, ! — gritou, frustrada, e deu um tapa na amiga, que sobressaltou por culpa do susto. — Desisto, não vejo mais série nenhuma com você!
— Ai, desculpa, quem mandou ser lerda? — rolou os olhos. — Sabe que não sei guardar nem segredo, acha mesmo que consigo guardar sobre o último capítulo da segunda temporada? — respondeu entre resmungos e acariciando o local que havia levado o tapa.
— Vocês estão vendo Skins? — perguntou, animada. — Essa série é muito velha, como só agora vocês começaram a assistir? — foi até a grande mala de maquiagens de e tirou de lá um par de cílios postiços.
— Só dois dias atrás a vida ficou tediosa, já que não temos mais namorados e nem emprego... — respondeu com calma, concentrada na camada de rímel que começava a passar em seus olhos.
tinha decidido por não contar sobre Zoey para , que parecia feliz demais para receber uma bomba dessas em cima de sua cabeça. Esperava, porém, que Niall fizesse certo, apesar de saber que não devia ter esperanças sobre ele e o moreno que vivia ocupando sua cabeça.
Depois de todas prontas e maquiadas, pegaram suas bolsas e saíram do quarto.
Caminharam até o elevador e todas, inclusive , entraram e continuaram falando e relembrando o sofrimento de Niall e Harry após as garotas terem ido embora.
Momentos como esse, faziam refletir sobre o que havia acontecido, afinal, se Harry havia ficado tão mal assim, por que ainda estava com Carly? Enquanto ela estava livre, leve e solta em Ibiza, dando patadas em vários engraçadinhos - alguns até lindos e difíceis de recusar -, que vinham jogando cantadas baratas, ele estava com a namorada. Que sentido aquilo fazia? Concluiu que nenhum. A pauta do “assunto” era Harry Styles.
Ao saírem do elevador, foram direto para a recepção e foi falar com a recepcionista.
Após algumas palavras em espanhol terem sido trocadas e algumas ligações feitas pela espanhola, a garota tinha uma chave de carro em mãos e logo um belo Jeep branco estava estacionado na entrada.
Eufóricas, as cinco amigas passaram pela porta giratória e entraram no carro.
— , amor, dá essa chave. — pegou as chaves da amiga, que resmungou algumas palavras e ficou emburrada até entrarem no carro.
— Sabia que é caro para transportar caixão em aviões, amiga? Capaz do Louis deixar meu corpinho ir de trem para a Inglaterra, por favor, colabore! — em tom de brincadeira, falou pausadamente com a amiga e todas as outras começaram a rir.
— Bom, com Niall esnobando meu corpinho vivo, nem imagino que falta de consideração seria com ele morto, então prefiro ficar viva e me entregar nos braços de um espanhol bem gato hoje. Será que poderíamos sair desse hotel logo e ir para a bendita festa? — enquanto observava sua imagem no espelho do retrovisor, disse, dando de ombros.
As amigas se entreolharam e ergueram as mãos como se estivessem se rendendo.
foi dirigindo, enquanto estava no carona, procurando algo no rádio. As outras três foram no banco de trás, sentadas em cima do encosto, com os cabelos ao vento, já que o carro não tinha teto.
— Droga, cadê as músicas empolgantes de Ibiza? Cadê The Wanted, David Guetta...? — a loira resmungava.
— The Wanted nem existe mais, ! — falou do banco de trás e estendeu seu braço para a amiga. — Toma, pega meu pendrive e coloca aí.
Sem contestar, a garota conectou o pendrive no rádio e logo as primeiras notas de Good Time começaram a tocar, fazendo bufar.
— A garota do Call Me Maybe, ? Que bosta é essa?
— Ah, , larga a mão de ser preconceituosa e canta, é minha playlist de quando o Zayn e eu viajamos, ele reclama, mas sempre na terceira música já está cantando loucamente comigo. — contou meigamente, totalmente apaixonada ao lembrar do namorado.
— Quem vê ela falando, pensa que o Zayn é um ursinho de pelúcia, Deus! — comentou, rindo.
Woah-oh-oh-oh, woah-oh-oh-oh
It's always a good time
Woah-oh-oh-oh, woah-oh-oh-oh
We don't even have to try, it's always a good time
As cinco se renderam e cantaram, inclusive as que seguiram até chegarem na praia que estava tendo a tal festa. Fancy, Talk Dirty, Happy, We Can’t Stop e, quando Wake Me Up ia começar, avistaram a praia e, sem paciência alguma, pausou a música.
— Pai amado, essa eu não ia aguentar! — reclamou.
— Mas é mal comida... – resmungou do banco de trás.
— Tente dormir com um moreno gostoso do seu lado e ter que ficar usando moletom, o ar condicionado no quinze, orando e pedindo para Deus dar sabedoria pra não atacar ele no meio da noite. Pense como é isso, amiga! — disse, antes de desligar o carro.
Ao analisar sua situação, deu uma risada melancólica e bateu a cabeça no volante.
O som da buzina ecoando pela rua foi alto, fazendo assustar e quase pular para fora do carro.
— Maldita! — xingou a amiga. — Chega de melancolia, vamos logo encontrar dois morenos e dois copos com aquela bebida azul sensacional que eu não sei o nome.
— É agora que a diversão começa, minhas queridas! — foi a última coisa que disse, antes das cinco se misturarem na multidão de pessoas e logo se perderem.
Todos já estavam dormindo. recebeu o conhecido três toques no telefone do quarto, então desceu até a área perto das piscinas de quando havia se resolvido com Niall. Lá era o ponto de encontro dos dois desde o dia da boate.
— Oi, meu amor! — se aproximou de Niall, que olhava para a lua.
— Oi! — se voltou a ela e a deu um selinho. — Senti sua falta. — a abraçou pela cintura e foi correspondido pelo pescoço.
Ela sorriu, passando levemente o seu nariz no dele.
— Vai dizer que não sentiu minha falta? — riu fraco.
— Senti, amor, claro que senti. — falava entre selinhos. — Sorte que temos Pablo para me distrair um pouco, por pelo menos um segundinho. — falou sem intenção alguma de provocar qualquer tipo de raiva no loiro, o que não foi com sucesso.
— Então quer dizer que ele ainda me substitui? — se soltou dela com brutalidade. — Não basta tudo o que a gente já passou, , você me vem com essa de sorte de tê-lo? — parou com a mão no ar.
— E você espera o que, seu patético? — gesticulou. — Quem ficou comigo quando vocês nos largaram, nos deixaram sem um rumo definido e nos amparou, mesmo sem saberem motivos, quando mais precisamos? Você? O Harry? Mas é óbvio para qualquer pessoa que não.
— Não precisa vir com sete pedras na mão, . — esticou as mãos abertas em direção da menina, sentindo o impacto das palavras. Realmente, ele nem sequer havia a procurado novamente.
— Sabe o que é engraçado? É que se eu não tivesse tomado as pedras primeiro, você quem estaria tacando-as em mim nesse momento! — bateu com o indicador no peito dele, se aproximando e o olhando bem ao fundo dos olhos.
— Você espera o quê? Ó, realmente, me deixa ir agradecer o Pablo. Fique bem aí que eu já volto. — cruzou os braços, carregando o sarcasmo na voz.
— Você devia fazer isso mesmo.
— Mas não vou.
— O problema é seu, então. Eu agradeço no lugar. — deu as costas e quando fez menção de começar a caminhar, ele a fez travar ao meio.
— Isso, aproveita e fica lá, com ele. Dorme com ele. Façam tudo o que têm direito!
— Eu queria que fosse fácil assim. — se virou lentamente, voltando a se aproximar como antes.
— Não é preciso querer, , é só fazer. — riu fraco.
— Você me conhece o suficiente para saber que não é assim que funciona comigo, Niall.
— Acho que não sei de mais nada. — Niall deu de ombros e então tudo o que ouviu foi um barulho estralado e uma dor ardente.
— Ai. — massageou o braço.
— O próximo vai ser no meio desse balão inflado que você chama de bochecha! — apontou, furiosa.
— Você não faria isso, você me ama demais para um ato tão bruto como tal. — Niall falou, rindo, levando aquilo como uma brincadeira.
— Acho que não sei de mais nada... — imitou o garoto.
— , para com isso. — tentou a pegar pela mão, falando com certa manha na voz.
— Me larga. — se afastou, esticando a mão em frente ao corpo, para afastá-lo.
— . — tentou novamente.
— Eu vou gritar até alguém aparecer aqui.
— Boa noite, amanhã a gente conversa melhor. E eu te amo. — jogou um beijo no ar e saiu correndo. largou a mão ao lado do corpo, como se tivesse desistido, o que não deixava de ser mentira, e se sentou na maldita pedra que, com certeza, havia passado tudo o que ela não tinha de bom, para a vida da menina desde que havia pisado naquele lugar.
No momento, tudo o que queria era poder voltar pra o dia em que chegou naquele paraíso, mudar umas partes e proibir Miguel e Pablo de trombar com aquelas pestes. Ou simplesmente queria não ter aceitado aquelas benditas proposta por causa de um bendito dinheiro com quantia alta, para fazer a merda da faculdade que a levou conhecer os dois espanhóis, donos do resort na terra dos sonhos, que acabou com a felicidade dela e da amiga em dois tempos.
***
“— Tem certeza de que quer ir nessa festa? — aquele que eu devia ter escutado, perguntou.
— Tenho sim! — respondi, sendo idiota.
Recebi uma careta de desgosto, junto a belos ombros erguidos como argumento.
— Então vai se trocar. — se levantou, ao dar duas batidinhas na minha perna, e resolvi fazer o mesmo.”
e eu entramos na frente, os rapazes pareciam vigiar nossas costas - eu voltaria correndo se eles não estivessem o fazendo. Miguel estava com as mãos apoiadas em minha cintura, enquanto Pablo passava seu braço pelos ombros da .
Uma orgia era o que descrevia o início dessa festa: alguns caras já estavam sem camisa e eu não acharia ruim, se pudesse jurar que meu ex-namorado não faria isso logo mais. Esse era um defeito desses modelinhos esculpido pelos deuses: eles eram bem exibidos quando queriam.
provavelmente compartilhou desses pensamentos também, porque não foi normal o jeito como ela agarrou o tronco do Pablo e o arrastou até o bar sem nem nos convidar.
— A gente pode voltar, se você quiser...
Aquele olhar quase me convenceu.
— É que estava na nossa lista de “lugares para ir antes de morrer”, mesmo te entendendo, sabe? — ri.
Miguel concordou com a cabeça e me puxou para a pista de dança pela mão.
Espiei minha amiga e o primo do meu acompanhante e eu já sabia o que viria a seguir.
//
— E aí, gata, tá solteira? — Pablo me perguntou e comecei a rir.
— Depende de quem pergunta… — pisquei um olho, me virando para o barman logo que ele conseguiu se livrar das outras pessoas para nos atender, fazendo meu pedido.
— Um amigo meu. E não querendo soar gay, mas já soando: bem bonito, moreno, musculoso...
— Ok, senhor Herrera. — interrompi, antes que o ego dele inflasse e matasse todos nós sufocados.
Me voltei para ele e apontei com o indicador, sorrindo de lado:
— Fala pra ele que não gosto de pombo correio não, e que atitude é algo que admiro. — terminei de falar e ao me tocar da frase podre, comecei a rir. — Essa foi horrível. — me estiquei no balcão, tentando disfarçar minha cara de nada, e olhei os dois lados, fingindo procurar o barman e ver se ele ia demorar.
Pablo riu, me acompanhando, e deu dois passos, esticando um de seus braços, me tocando na cintura. Senti seu ar sendo solto em meu ouvido e espiei-o pelo canto dos olhos.
— Margarita? Poderia ser menos clichê, brasileira?
Meu corpo respondeu ao seu risinho de uma forma que nunca imaginaria ser capaz.
— Ah, é?! E o que o senhor espanhol sugeriria? — me virei lentamente, ficando com o nariz rente ao seu ombro direito, e apoiei a mão direta em seu outro.
— Talvez Chupito, que deve estar em algum canto do salão. — deu de ombros.
Joguei a cabeça para trás, gargalhando, e fui acompanhada.
— Isso não foi uma cantada, só para caso de... Vai saber. — falou alto, provavelmente pela primeira vez desde que chegamos, por causa dos “tunttunts” que chacoalhavam nossos tímpanos.
Minha testa encontrou seu ombro e fiquei por lá, rindo, enquanto era abraçada pela cintura.
— Cortei o clima. — comentou, voltando para meu ouvido. — Sua bebida chegou...
Afastei-me, pegando a taça de formato estranho da bebida clichê em cima do balcão, e me encostei lá, olhando as pessoas dançando como loucas e parecendo engraçadas. Bebi um pouco da mistura entre tequila e licor de laranja e senti-o me observando.
— O quê? — arqueei a sobrancelha e passei a língua na boca, para tirar o sal que tinha grudado.
Pablo negou com a cabeça e no tempo de piscar, seus lábios se chocaram contra os meus.
Minha mão foi para seu ombro e o braço da mão que segurava a taça, foi apoiado em seu outro, deixando o drink longe de nossos corpos.
Nos beijávamos apressados e não era por necessidade, já que não nos gostávamos a ponto de sentimos falta um do outro, era só pelo calor do momento e esse calor me parecia bem interessante, se quer saber...
Uma de suas mãos estava firme em minha cintura, ao mesmo tempo em que a outra puxava meus cabelos da nuca, me arrepiando e me fazendo aproximar mais nossos corpos.
Nos separamos quando mordi seu lábio inferior e afastando-nos um pouco, dei uma golada na Margarita, até deixar a taça em cima do balcão e sorrir para Pablo, que me puxou em direção ao seu corpo mais uma vez.
//
“— A votação ganhou em aspirador de pó. — Pablo anunciou e se emburrou. Queria mesmo experimentar aquele copinho que parecia ter um cérebro dentro.
Os meninos se posicionaram, assim como as meninas, e jurou a si mesma que aquele seria o único.
Os quatro drinks coloridos dentro dos copos compridos foram chacoalhados e bebidos sincronizadamente após a contagem. Rapidamente, os quatro aproveitaram o vapor da bebida e ao terminarem, se entreolharam.
— Porra... — sussurrou, apoiando uma mão no balcão.
— Mais? — Miguel perguntou para as duas, mas só concordou.
preferiu caminhar até a pista de dança e aproveitar as batidas da música. Não queria beber demais naquele dia, não se sentia tão bem para isso.
Viu combinar alguma coisa com os meninos e quando ia dar-lhes as costas, ouviu a amiga a berrando.
— Vai, , você começa! — pegou um dos copinhos e encaixou no cós da bermuda de Miguel.
olhou de um para outro e negou com a cabeça, achando engraçado o momento, mas sabendo que não toparia.
— Você primeiro! — gritou em resposta, parando ao lado de Pablo, que dessa vez tinha os olhos estreitos em sua direção. — Se você fizer no Miguel, eu faço.
— No way! — Pablo esganiçou, podendo ser ouvido até do outro lado da boate, se duvidassem.
rapidamente se inclinou, mordendo o copo e erguendo a cabeça e o corpo rapidamente, bebendo o conteúdo.
Ao tirar o copo de entre os dentes, limpou o canto da boca e sorriu:
— Você duvidou de mim, ... — disse alto, dando um sorriso alterado. — Pablo, por favor...
Se sentindo irritado por ter aceitado, Pablo, sem hesitar, se aproximou da menina. , de olhos fechados e sem acreditar que toparia uma “putaria” dessas, mas cumprindo sua palavra, segurou os cabelos para trás e imitou a amiga o mais rápido que podia.
— Você me paga, sua vaca. — apontou em direção a amiga, ao terminar de beber o Chupito de um sabor horrível e retirar o copinho da boca, que, apoiada em Miguel, gargalhada em alto e bom som das bochechas coradas de .
— Mu.”
Uma parceria antiga entre Akon e David Guetta tocava no pico da festa. As dançarinas carnavalescas dançavam em um local ao alto, assim como as de biquínis brancos ao outro lado do salão.
O suor escorria pelos corpos dos presentes naquele salão e grande parte estava bêbada demais para se lembrar de algo e calcular suas ações.
O DJ disse algumas palavras e os dois casais sentiram algo gelado cair do alto. Eram as espumas.
e se entreolharam e seus acompanhantes rapidamente ficaram com suas blusas coladas aos corpos, fazendo-as rirem.
A de cabelos rosas levou sua mão por entre os cabelos de um dos primos, sentindo os fios molhados, e foi abraçada pela figura totalmente bêbada, que a fez dar uns passos para trás com a força que colocou em seus braços, beijando-a.
Mais uma quantidade generosa de espuma, misturada com fumaça de gelo seco, preencheu o lugar, fazendo o casal de separar e continuar dançando.
, por sua vez, em meio a fumaça, rodopiou em volta do braço de Miguel, rindo pela falta de sentido e sendo correspondida. Ao terminar o rodopio, foi puxada pela mão para mais perto.
— Esquece lá fora um pouco, ... — Miguel sussurrou, sem precisar explicar para ela entender. — Olha como a está se divertindo. — concordou com a cabeça, vendo a amiga rir e chacoalhar os cabelos molhados presos em um rabo de cavalo. — Você também pode.
Mais uma vez concordou, mas não só para ele parar de falar, e sim, porque ele estava totalmente certo.
Miguel deu um beijo em seu pescoço e puxou-a até o balcão com Chupitos pela mão, parou em frente ao mais avermelhado, e pegou, entregando-a e logo escolhendo o alaranjado para si.
— Primeira regra: se não esquece por livre e espontânea vontade, você se força a esquecer nem que seja pelo modo mais covarde. — usou o tom mais alto que pode, e mesmo próximos, só conseguiu ouvir partes. — Um, dois e...
No três, os dois viraram o shot juntos.
deu alguns pulinhos no lugar, fazendo careta, enquanto Miguel só entortou o nariz.
Mais uma vez ele foi até o balcão e pegou o que começava verde e terminava azul para os dois, fazendo o mesmo ritual anterior.
Mais uma vez ela foi puxada pela mão, indo até os copos enfileirados e que seriam flambados. Ela jurava a si mesma que aquele seria o último, ainda mais se saísse viva daquele fogaréu pelo balcão de madeira.
— Tem a palha pra beber, tá? Não precisa se cagar! — riu e ela fez cara feia pelo seu linguajar, mas logo o acompanhou. Era para se divertir, não era?
Fez toda a via sacra para conseguir beber aquele negócio que com certeza, se demorasse mais um pouco, morreria.
— Duvido que você faça um body shot naquela moça ali. — apontou, arqueando o corpo em sua direção, fazendo-a olhar e segurar uma careta de desaprovação.
Parecia que os homens faziam uma fila em frente a ela, e seus cabelos loiros, compridos e molhados não a agradavam de forma alguma. Além disso, gostava era de rapazes e não era nem louca de tentar algo assim.
— Duvida? — claro que não faria.
Miguel concordou com a cabeça, sorrindo de lado, e cruzou os braços.
— Vale uma noite comigo.
A garganta de queimou e mesmo sabendo que era brincadeira, se encolheu, observando a mulher mais uma vez.
— Eu também duvido. — sorrindo de lado, piscou um olho. — E você?
— Eu? Eu o quê? — arqueou a sobrancelha, sem entender.
olhou dele pra moça, como se para explicar.
— Ah, eu tenho você. — riu e rolou os olhos.
— Fácil colocar o meu na reta e correr na sua vez, né?!
— Quer experimentar Cerebrito? — mudou de assunto, puxando-a até os shots anteriores, que não eram flambados.
— Por hoje eu passo. — encarou o copo com um conteúdo suspeito. — Na verdade, chega por hoje.
Sabia que as misturas logo iriam subir e se tentasse mais um, quando fizessem efeito, se jogaria ao chão e cantaria Sandy e Júnior para o teto. Provavelmente se juntaria e três vezes pior, mas não queria pagar para ver, mesmo que estivesse em Ibiza e o lema fosse praticamente beber, cair, levantar e repetir.
— Ih, fracote. — passou seu braço pelos ombros dela, só para rir.
— Ai, Miguel, sério, cala a boca e me beija. — falou, entediada, e podia jurar que tinha até batido o pé em uma pequena manha.
Talvez não fosse Sandy e Júnior a trilha sonora do dia, mas já tinha começado bem... Bem péssima.
Ele riu e a encostou ao balcão, descendo sua mão da cintura de , até sua coxa descoberta, fazendo-a erguê-la um pouco.
Ela apoiou suas mãos nos braços do rapaz e no mesmo momento, outra música começou, fazendo mais uma porção de espuma jorrar sobre eles, servindo como um empurrão para Miguel, que começou beijando-a pelo pescoço e foi subindo, até chegar a sua orelha e deixar uma leve mordida no local.
— Sabor ruim o desse sabão, viu?! — reclamou em seu ouvido e gargalhou, perdendo a paciência e juntando suas bocas.
Contrariando o local, a festa e todos a volta dos dois, o beijo parecia mais uma troca de carinho, aquele carinho que ela sentia falta e parecia necessitar. Os dias pareciam desagradáveis desde o acontecimento e não tinha a quem pedir para ser amada, mesmo com os meninos estando por perto. Na verdade, sabia que sentiria peso na consciência por estar “usando” Miguel, mas ele era grande o suficiente e negaria, caso não quisesse suprir suas necessidades. E as dele, até.
— Hm, tem atitude... — brincou, quando se separaram.
— Nossa, Miguel, seja menos gay e vamos sair daqui, vai. — esticou a mão atrás de si e pegou um dos copinhos, sendo acompanhada por ele.
Logo depois, os dois voltaram até onde estavam antes na pista de dança, sem se preocupar com Pablo e . Uma hora se encontrariam... Ou não.
“— , vamos falar na língua do P? — segurando um copo com alguma bebida vermelha, apoiou-se nos ombros da amiga, que deu uma gargalhada.
— Pótimo! — respondeu, rindo. — Pem, pamiga!
— Pótima! — repetiu como se tivesse acabado de fazer alguma descoberta.
Logo depois, começou a rir sem parar.
— Amei essa palavra. — constatou, ainda meio mole.
— Pótima palavra. — disse, quando levantou o copo e deixou-o ser completado por um cara que passou ali com uma garrafa de alguma bebida roxa.
A música alta fazia os miolos das meninas fervilharem, mas nada e nem ninguém tiraria as duas daquele lugar.
abriu os braços em direção a e se abraçaram, começando a pular em círculo em meio a pista de dança.
— Fico me perguntando como que o Pablo pode ser esse pão... Ai, painha.
— Painha... — gargalhou mais uma vez. — Me lembra farinha... — pararam de girar e apoiou as mãos em algo invisível. — Deus, acho que vou vomitar...
As duas amigas cambalearam, tentando se apoiar em algo, até que Miguel segurou por trás e Pablo fez o mesmo com .
“A gente só foi ao banheiro...”, Miguel sussurrou e o primo pareceu dizer algo semelhante para a de cabelos rosas.
— Para de falar assim no meu ouvido, senão eu te agarro.
pareceu ter o mesmo pensamento, só que o colocou em prática e Pablo pareceu não reclamar e muito menos se importar.”
***
Ela sentia beijos por todo o seu pescoço e ombros, e bagunçava os cabelos do responsável pelos arrepios que sentia. Seus olhos estavam apertados e a cabeça erguida facilitava para o rapaz, que soltava o ar pesado entre um beijo e outro, assim como ela.
As mãos dele apertavam na área da costela da menina e logo as mãos dela se encontraram com os pulsos dele, desistindo de seus cabelos e preferindo apertar seus braços, passando por seus ombros sem a camiseta, que tirou ao meio da festa, por estar molhada, e deixou enrolada em seu passa-cinto da calça.
Os dois, desistindo das carícias separadas, decidiram por juntar seus lábios em um beijo apressado e ela foi puxada para o colo do rapaz, que sustentando-a em seus braços, caminhou até a porta, abrindo-a às cegas e fechando com o pé, o que causou um estrondo pelo corredor e resultou em seus lábios separados por um momento, para poderem rir como se o barulho fosse a coisa mais engraçada. E era, em suas bêbadas mentes.
“As costas dela encontraram a parede, ao mesmo tempo em que enlaçava a cintura dele com suas pernas. Seus lábios se separaram por um momento para ela rir e ele puxar o inferior, enquanto descia suas mãos até suas coxas. Ela arqueou as costas só com o toque em sua pele descoberta pelos shorts e logo lábios sugaram seu queixo, recebendo como resposta seus ombros e costas desnudas sendo arranhadas por unhas.
O casal voltou a se beijar e os pés da menina encontraram o chão, lugar onde o rapaz se ajoelhou por um momento, para beijá-la na barriga e morder embaixo de seu umbigo, fazendo-a arfar, antes de adentrarem o quarto e fecharem a porta de qualquer jeito, deixando a luz do quarto atingir o corredor pela fresta que passou despercebida.
Pelo vão era possível observar os corpos na parede ao lado, na mesma posição anterior, porém, os dois se beijavam com fervor e o som do beijo ecoava pelo hall, podendo ser escutado por quem estava próximo da porta.
Não muito tempo depois, passos indicaram que o casal tinha ido para outra parte do quarto do resort.”
***
— Amiga, vem pra piscina...
— Não dá, amiga.
— Por quê?
riu alto e arqueou as sobrancelhas, tentando soar sugestiva o suficiente para não ter que detalhar em voz alta. Olhou para os dois lados, quando ouviu o riso exagerado de , e se levantou rapidamente, puxando um pedaço da barra dos shorts jeans para cima.
— Vamos ter que encontrar algo na lojinha do resort... — comentou, enquanto caminhava até a borda da piscina e colocava os pés na água. — Maiô não resolve o seu caso.
Mais uma vez as duas riram, quando a de cabelos alaranjado entendeu que esse era o motivo de estar de maiô. ergueu a mão no alto, fazendo um high-five com a amiga, logo comentando:
— É impressão minha ou parece que ficou melhor?
— Remembers... — suspirou. — Adoro remembers... — olhou para frente, pensando em algo que não queria saber o que era.
— Jesus! — cobriu o rosto com as mãos. — Jesus de novo, porque coloquei a igreja no meio. — voltaram a rir, e antes de dizer que ia atrás de uma bebida, para disfarçar a vergonha, algo a fez rolar os olhos, sincronizado com o suspiro da amiga, e ficar onde estava.
— Niall e Harry.
— Tão clichê...
— Total clichê. — puxou o ar. — Olá! — sorriu fechado, tirando uma das mãos de dentro da água, para acenar com os dedos em desinteresse.
jogou a cabeça para trás, apoiada nas mãos, e sorriu fraco, chacoalhando a cabeça como um cumprimento.
— Onde estão as coisas de vocês? — Niall perguntou e apontou com o dedão, por cima do ombro, em direção a espreguiçadeira logo atrás de si.
— , acho que vou... — parou de falar, ao notar que a atenção da amiga não estava mais em si, como quando a chamou. Espiou por canto de olho e já podia imaginar que aquele olhar não era nada de mágoa ou chateação, e sim, de cobiça a aquele que tinha jurado não dar atenção, até que tudo estivesse sobre os trilhos novamente.
Esticando um pouco a perna, fingindo brincar com a água, conseguiu tocar a coxa da amiga com o pé, para dar-lhe um beliscão e acordar do stand-by em que tinha se colocado ao ver Niall tirando a camiseta. Rapidamente chacoalhou a cabeça e se voltou à , se explicando pelo olhar e sendo compreendida.
Sem tempo para raciocinar, um corpo passou rapidamente ao lado das duas, logo espirrando água para todos os lados.
— Idiota. — resmungou, vendo a sua blusa molhada em alguns pontos.
Esperaram a pessoa desagradável emergir, já com um palpite em mente, levando em conta que um deles se sentou na borda da piscina, rindo, para reclamarem.
— Que bosta é essa? — olhou dos dois lados, dentro da piscina, deixando sem entender.
— Amiga, tudo bem?
— Esse otá- — e naquele momento, sua voz esganiçada foi cortada e sumiu piscina adentro.
A menina sentada arregalou os olhos, encarou Harry e se esticou para olhar dentro da água, pronta para pular, se não tivesse voltado rapidamente, com os cabelos no rosto, vermelha, e tossindo.
— Cara, como vocês são babacas! — negou, incrédula. — Para de rir, Styles, seu idiota. A menina poderia ter morrido. — deu um soco em seu braço, e ele protestou. — Amiga, tudo bem? — esticou a mão em direção à , que se aproximou, confirmando com a cabeça e coçando os olhos. — Espera um pouco... Dá para parar, cacete? — se virou mais uma vez para Harry, o fuzilando com o olhar, tentando entender como ele não via a seriedade no que Niall tinha feito.
se levantou e pegou o primeiro pano que encontrou na espreguiçadeira que estava antes, agora com as coisas de Niall e Harry em cima das suas. Incrível que mesmo com aquela puta fileira dos dois lados, tinham se aproveitado logo da dela.
Em passos pesados, voltou para a borda da piscina - não sem antes empurrar de punhos fechados Harry, com seu boné e óculos de sol, para dentro da água - e se ajoelhou, chamando para secar seus olhos agora vermelhos e irritados.
— Porra, , camiseta do Niall? Sério? — reclamou, ao sentir o tão conhecido perfume próximo de seu nariz, enquanto seus olhos estavam fechados e sendo secados.
sentia sua cabeça girando e os benditos sentimentos dentro de si dando sinais, mas não podia voltar a dar atenção a ele, suas investidas e sair perdendo, mais uma vez, no fim dessa história. Queria que dessem certo, pudessem se encontrar sem mil palavras e desaforos guardados, prontos para explodirem a qualquer momento. Sem olhares baixos e ressentidos, cobranças sobre traição no subconsciente e principalmente: onde bem entendessem.
Era hora de se valorizar mais e amar a si, antes de se entregar a algo público, assistido pelo mundo todo e analisado por várias revistas, programas, videntes e/ou fontes próximas.
— Eita, amiga, desculpa. — movimentou a boca em desgosto. — Está melhor? Sim? Pótimo! — gargalhou, conseguindo se lembrar do diálogo todo errado na língua do “p” que tiveram pela madrugada.
Antes que pudesse raciocinar e responder afirmativamente, acompanhou a amiga no riso: tinha afundado a camiseta de Niall na água, mesmo sabendo que era um ato totalmente infantil e que babaquice não se pagava com babaquice.
Os amigos estavam um pouco mais afastados, conversando, já que Harry fora obrigado a entrar, e não tinham notado o acontecido até ouvirem as gargalhadas que pareciam nunca ter fim. Viram torcendo alguma coisa, sendo assistida por , que logo Niall reconheceu.
— Eu devia te afogar, ! — andou até poder apoiar sua mão no ombro da . — Mas eu sei que meu amigo, Harry, vai se vingar por mim.
rolou os olhos para sua piscada de olho e estava concentrada demais em não sentir a mão que a tocava, para dizer ou fazer qualquer outra coisa que não fosse sorrir sem graça.
— Vocês mudaram tanto.
Eu olhava para frente sob as lentes dos óculos de sol, vendo e Niall conversando sobre alguma coisa que incomodava , já que tentava se esquivar e ele não deixava.
— Em que sentido, Harry? — fechei os olhos, suspirei, e o encarei ao ouvir sua resposta:
— Não sei, vocês... — chacoalhou a cabeça em um olhar incrédulo. — A , olha lá, ela nem fica mais vermelha perto do Niall.
Queria responder que era para largar de ser um otário e notar que era por já estar vermelha por causa do sol, mas eu não daria mais um motivo para eles se sentirem especiais. Por mim tudo bem, mas não queria chorando mais uma vez por causa de idiotas como Niall. O instinto protetor gritava pedindo a minha atenção e sem dúvidas conseguiu.
— Já era a hora. — voltei o olhar às palmeiras mais a frente.
— Nem na minha cara você olha mais para responder.
— Harry, eu não sou a sua mãe para ter que te dar atenção a todo o momento. — respondi, sem olhá-lo mesmo dessa vez.
Bufada um. Bufada dois... Três.
Silêncio.
Obrigada, Deus!
— Não vai para a piscina? — podia sentir que ele tentava me fazer olhar em sua direção, já que não tirava os olhos de mim e isso já me incomodava.
Minha vez de bufar com essa chatice.
— Não. — sorri fechado.
Peguei a long neck, que ele tinha buscado antes de se sentar ao meu lado para me atazanar, da sua mão, e dei uma golada, mantendo-a entre minhas pernas. Antes comigo, mesmo eu odiando cerveja, a com ele, que ergue esse pescoço cada vez que vai beber e deixa toda a situação mais fora do meu controle. Juro que se um dia eu for presidente, a venda vai ser proibida para pessoas do sexo masculino, menores de setenta anos... Setenta, porque Tom Cruise e Dolph Lundgren ainda estão chegando aos sessenta. Imagine: algum dos dois dá aquele sorriso de lado deles, te olha e bebe a cerveja fazendo contato visual. Se já provoca infarto com velhos plastificados, imagine com um cara novo, gato, crush da vida, e que está ao seu lado, implorando por atenção ou por você pelo menos sair dos trilhos e dar um grito, para poder se aproveitar, em seguida, do seu momento de fragilidade e sem armaduras?
Após minha conclusão e o silêncio continuar, espiei Harry pelo canto do olho, tentando não ser notada. Seu corpo estava virado de frente a mim e o sorrisinho de lado - concentra no Tom Cruise - estampava a sua cara de babaca, quase me fazendo sair dali para procurar algo mais produtivo para fazer. Talvez compras... de produtos de academia para sair esmurrando as paredes do Resort e descontar minha raiva, sem machucar a minha mão, quebrar o dedão do pé ou talvez até os braços.
— Vocês realmente mudaram. — [insira aqui mais uma risadinha incrédula e uma cabeça em negação.]
— Queridinho, calma, senão daqui a pouco vai dar tontura. — inconscientemente entornei mais daquela coisa horrível e me segurei para não fazer uma careta. Alguém me traz um shot de água sanitária, que deve ser melhor do que isso, por favor?
— Ou nem tanto...
— Pelo o amor de Deus, virou psicanalista agora? Sendo sim ou não a resposta, não marquei uma consulta e não pretendo passar por uma sessão antes dos noventa anos. E mesmo se tivesse, não seria em Ibiza, nesse sol maravilhoso, nesse lugar lindo e na companhia desagradável de Harry Styles. — apoiei meus óculos na cabeça e me virei em sua direção. — Me irritei, agora pode se retirar? — suspendi a garrafa no ar, erguendo as sobrancelhas.
Harry pegou a bebida da minha mão e me lançou aquele olhar engraçadinho de moleque idiota, que tinha vontade de riscar com o compasso e jogar álcool por cima, a ter que aguentar todos os efeitos que eram lançados em direção ao meu corpo, se ajeitou na cadeira, colocou os óculos de sol e após uma maldita golada, latiu:
— Prefiro assim.
Produção, dois compassos e um galão de soda cáustica para agora.
//
Por que a resolveu sair e deixar eu justo com o Niall nessa piscina? Ainda mais para ele vir com esse papinho de “Oi, , tudo bem? Está bonita hoje!”. Só hoje? E quem perguntou? Quem disse que somos amigos? Quem disse que meu coração disparou com o elogio e a proximidade? Quem disse, quem disse? Quem?
...
Cri.
Estava certo!
— Como a Zoey está? — também poderia ter perguntado “A sua mãe está boa?”, mas ele não me ofendeu e nem ia fazer muito sentido...
— Bem. — respondeu, olhando para os lados.
Senti a água se mexendo e Niall se aproximou um pouco mais, apoiou uma das mãos na minha coxa, talvez por causa da água, então dessa forma ninguém conseguiria ver, e perguntou, enquanto arqueava a infeliz sobrancelha:
— E o seu namorado?
O que senti foi pressão na mão? Tensão? Ou era psicológico? Deus, conflitos internos enquanto precisava pensar rápido não colaboram...
— Muito bem. — sem perceber, meu sorriso saiu de lado e meu tom de voz foi o reflexo das lembranças da noite anterior.
Empurrei delicadamente seus ombros para trás e tentei me desvencilhar de sua mão, assim como do seu olhar e dos vários sentimentos que nos circulavam, me focando em Pablo e no nosso momento de diversão, mesmo separados.
Ele era um cara legal, passamos por momentos legais durante nosso namoro, mas não me merecia pensando em outro enquanto estava com ele. Uma coisa era ser como agora, tendo um rolinho para passar o tempo, não cair na de Niall que não acorda, não faz nada por mim logo e não larga de Carly para tentarmos algo mais uma vez. Outra coisa era voltar a ser como da primeira vez, jogar o relacionamento pelo ralo só por causa de um aceninho de “Oi!” do Niall e no fim Pablo sair perdendo meses em que poderia encontrar alguém legal e que realmente gostasse dele, por minha culpa e do carinha da One Direction. Não seria justo com nenhum dos lados. Porém, isso não queria dizer que Niall saberia que estava oficialmente solteira - mesmo eu tendo certeza de que já havia o contado. O discurso mental de amor próprio e valorização aos meus sentimentos ainda estavam de pé... Talvez até mais do que antes e a jogada verde dele não sairia tão madura quanto ele achava. Ou talvez tão madura, que chegaria a feder podre, dependendo do ponto.
— Nossa, , nada legal da sua parte se lembrar de namorados agora, ainda mais no sentido em que você levou, enquanto estou tentando alguma coisa aqui. — sua mão dessa vez parou em minha cintura, me proibindo de dar mais um passo em direção a escadinha.
— Tentando o que, Niall? — me virei, tirando a sua mão de onde estava com a minha. Teria batido, se a água permitisse. — E não me venha com paranóia, você quem pediu por isso. Agora me dá licença que vou sair da piscina, porque essa bosta já me entediou.
— Essa bosta quem?
— A piscina, Niall. Você também. Toda essa porcaria de Resort, na verdade.
Teria o dado as costas de novo, se não tivesse falado merda o suficiente no início para me irritar.
— Sabia que aquela franga não ia dar conta. Primeiro que precisa te deixar bêbada para conseguir alguma coisa, algo que nunca precisei, além disso, não é capaz nem de te fazer ter boas lembranças de Ibiza, como eu queria ter feito se tivéssemos durado mais algum tempo... — seus olhos se fecharam ao mesmo tempo em que seus ombros se ergueram.
Meu ar começou a faltar e sentia meu peito subindo e descendo de acordo com as batidas aceleradas do meu coração. Era agora?
— Do que você está falando, Niall?
— Poderia te explicar melhor, , mas acho que não dá mais tempo e duvido que lá no fundo, você não tenha entendido. — suas sobrancelhas se juntaram, enrugando sua testa. Eu fazia quase a mesma coisa, mas assustada. — Eu vi vocês ontem.
E eu que pensava que ia ser morta ou ouviria algo bonito e proveitoso saindo da boca dele.
— Ainda não contei para o Harry, não sei se devo...
— E por que você não contaria? Por um acaso ele vai se matar, e ele estão juntos, traímos vocês ou o que seja? Se alguém tem que achar ruim sobre algo aqui, somos nós duas, Niall.
— Ah, não me venha com essa de novo de que temos que largar as nossas namoradas para ficarmos com vocês, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. E como se vocês tivessem o feito.
— Tudo bem. Me desculpa, tá? — sorri fechado e o dei as costas, dessa vez querendo mais do que nunca conseguir sair dessa piscina e seguir em frente em todos os sentidos existentes no mundo. E não pude. Mais uma vez. A verdade era que sem Niall, talvez eu não conseguisse, ou pior, não quisesse, seguir.
Niall pegou no meu braço, me virando e olhou para os dois lados. Feliz com o resultado, sorriu e eu sabia o que viria a seguir, mas de alguma forma, não consegui me mover e sabia que me amaldiçoaria pelo resto do mês, senão ano.
Nossos lábios se tocaram, foi breve, já que não poderíamos ser vistos e aparentemente o carinha tinha agido por impulso, mas o que nos cercou não foi nada breve, nem gostoso, foi pesado e parecia que um círculo preto tinha nos rodeado. Nunca era para ter acontecido, a gente se gostando, querendo ou não. Se tinha alguma luz nos guiando para o caminho certo, ela tinha desaparecido assim que Niall encostou em mim.
— Isso, olha para os lados e morra de medo. Sabe, Niall, acho que você tem razão... — tirei, pela última vez, sua mão de mim. — Total razão: o certo é sair chifrando todo mundo, foder com tudo e ter um relacionamento de bosta. Talvez seja esse o motivo de não termos dado certo com vocês: éramos namorados. A outra sempre sai ganhando, né?! Acho que deve ser por isso que quer me colocar nesse “patamar”.
— ...
— Não rela em mim. — estiquei minha mão entre nós dois, dando passos para trás. — Dá licença que não vou ficar ouvindo desaforo de bosta falante não.
Em passos pesados, ao conseguir sair daquela piscina que nunca mais me traria boas lembranças, cheguei até minha amiga e puxei-a pelos braços.
Eu seguiria em frente. Doendo ou não, querendo ou não, obrigada ou obrigada.
— Com licença, Styles.
Não esperei qualquer resposta sua, porque se esperasse, quem ouviria mais seria ele.
— Bom dia, meu amor... — ouvi-o sussurrar em meu ouvido. — Abra os olhos, precisamos conversar. — certa movimentação me fez despertar e agir em uma falsa inocência. Ah, ele não ia fazer isso! Eu estava dormindo, mas ainda assim não era idiota. — Ai, , por que você me deu um tapa na cara? — reclamou e me virei a tempo de o ver massageando a bochecha direita.
— Opa, me desculpa! Pensei que fosse uma mosca... Sabe como é, né? Mata atrai insetos e tal. — encolhi os ombros, mesmo tendo certeza de que ele não tinha visto por causa do lençol.
— Não conto mais novidade nenhuma, na boa! — bufou.
— E eu lá quero saber, Harry? Aliás, o que você está fazendo aqui e quem te deixou entrar? — perguntei, enquanto me ajeitava para me levantar e o expulsar do meu quarto.
Primos Herrera e não sobreviveriam hoje.
— , você é uma idiota mal agradecida.
— Do que você me chamou, Styles? — minha voz esganiçou e o que enrolei para levantar, fiz em questão de segundos, já pronta para atacar aquele asno.
— Ih, não começa! — desviou-se de mim. — Estou pensando seriamente em devolver esse café. Acordou frescurenta demais para a minha paciência. — começou a se aproximar da escrivaninha, que jazia uma bandeja muito fofa.
— Eu frescurenta? Ah, amor da minha vida, dá aqui esse café. Você falou de novidade, né?! Me conta, amorzinho. — estiquei a minha mão, para ele me dar a sua.
— Ah, , por que você sempre tem interesses? — largou os braços, desistindo da bandeja.
— A vida é feita disso, meu caro! — me levantei, caminhando até o banheiro para me higienizar. E ele me seguiu, rindo com todos aqueles dentes lindos amostra. Urgh!
Depois de terminar de me arrumar, o cumprimentei com um breve abraço e fui até a cama, me sentando de perna de índio.
— Não quis me chamar para tomar café lá embaixo, por quê? — mordi o morango mais vermelho e enorme que havia visto em toda minha vida. Uma salva de palmas à Ibiza.
— Porque eu queria algo antes disso. — arqueou a sobrancelha e se sentou ao meu lado, também comendo um moranguinho fofo.
— Harry, eu acabei de acordar. Cala a boca. — o dei um pedala.
— Indo pra novidade. — rolou os olhos e eu soltei um som como indicação de que estava ouvindo.
— Eu e o Niall conversamos, mas não que uma notícia sobre o Niall mude a sua vida e... Credo, , chocolate e café? O que é isso? Mas que raio de combinação é essa? — fez uma careta que não foi nada fofa e se levantou para se afastar.
— Harry, você é o que menos deve opinar em combinação, olha só essa sua roupa de faroeste. Sai daqui, você usa bota em Ibiza! — estiquei a minha mão e comecei a mirar seu “visu”, fazendo uma careta melhor do que a dele, certeza. Acabei rindo ao fim.
— Nossa, , a bem que me avisou para não te acordar... — e passou a caminhar até a porta. Mereço drama que não seja meu ou da uma hora dessas da manhã?!
— Awn, faroeste caboclo, vem cá, vem? — me levantei e me aproximei, abraçando-o pelo pescoço.
— Não me chama disso, . — fez bico. — Não sei se tem um significado por trás, não é legal ficar sem entender as coisas...
— Ah, trabalhador rural, que dó de você... — mordi a sua bochecha.
— ... — limpou o local, enquanto fazia birra.
Se nossos filhos tiverem essa carinha quando emburrarem, estarei bem ferrada e nunca serei uma mãe firme e exemplar, daquelas que olha e a criança já encolhe.
Mas por que estou pensando nisso mesmo?
— Não seja manhoso, Harry Styles. — tirei um braço do seu pescoço e belisquei sua bunda. — Me assusta o fato de eu ter encontrado uma bunda. — voltei a abraçá-lo e ele apertou mais os seus braços em minha cintura.
— Cala a boca, vai. — e mais uma vez ele me surpreendeu.
Não me lembrava quando tinha sido a última vez que havia sido beijada para valer por Harry, mas algo semelhante ao nosso primeiro beijo me atingiu e por um momento fiquei assustada, sem saber o que fazer. Eu tinha que corresponder, porém, o sentimento, o que ele me passava dessa vez me mostrava algo; essa novidade me chocaria. Eu sabia.
//
Harry
“Decidido era uma ova, estava era com medo! Digo, não era como se a Carly fosse arremessar uma frigideira na minha cabeça e me tacar da sacada, até porque, não tínhamos frigideiras, mas ainda assim... Mesmo que não pareça, não gosto de magoar as pessoas.
Depois da conversa com os caras e da ter me deixado a ver navios por causa da , ou rochas, porque nesses mares de Ibiza, a única coisa que podemos ver são rochas, travei uma luta interna até decidir que precisava conversar com a minha atual namorada.
Caminhei em passos decididos até o elevador, que há poucos minutos tinha estado, e logo estava no andar do meu quarto. Quando saí, caminhei em passos mais decididos ainda até o quarto, mas na hora de bater na porta... Argh, cadê a coragem? Não a encontrava e palavras de incentivo como “Vamos lá, Harry! Você é melhor que isso, não é o fim do mundo, vai, é só erguer o braço, fechar a mão em punho e flexionar!” invadiram a minha mente.
Porém, quando pensei em fazer a sequência que tinha estipulado, o destino decidiu ajudar.
— Amor! — a porta se abriu e do lado de dentro estava Carly, usando a parte de cima do biquíni, shorts e segurando uma bolsa.
— Carly! — mostrei o mesmo entusiasmo, ou pelo mesmo tentei.
— Estava indo te procurar agorinha mesmo, vamos à praia? Logo voltaremos para Inglaterra, eu e Zoey para a Suécia, e não teremos mais tempo de nada, você entrará em turnê...
— Carly, eu... — era agora ou nunca!
—... e a agência vai me mandar para mil campanhas, daí vão ter vários desfiles, que eu nem ao menos vou querer fazer, mas eles nunca se preocupam com isso, desde que eu faça entrar dinheiro lá, claro....
— Eu queria falar com você, sabe... — estava mais pra nunca, porque ela não me deixava falar, Nossa Senhora!
—... aí achei que poderíamos ir até a praia e depois mergulharmos, o que acha? Sei que você não gosta muito da água do mar, porque deixa seus cachos duros, mas eu trouxe vários cremes e...
— Você está me ouvindo? — alguém poderia me providenciar uma vuvuzela?
—... aí eu posso fazer uma hidratação rápida em você e aí...
— Carly, eu quero terminar com você! — foi a única e pior alternativa que tive, mas não havia outra forma de conseguir sua atenção, a não ser que eu gritasse. Certo, eu poderia ter gritado qualquer outra coisa, mas quando vi, e cansado demais de tanta falação, simplesmente saiu.
—... seu cabelo vai ficar se... O quê? — deu um sorriso sem graça.
— Será que podemos conversar agora? — ela não respondeu nada, apenas me olhou com o olhar vago e deu um passo para trás, para que eu pudesse entrar. Fechou a porta assim que eu entrei, então me sentei na cama e ela jogou a bolsa ao meu lado, sentando na poltrona ao lado da sacada, ficando na minha frente.
— Pode explicar agora?
— Não tenho muito que explicar, Carly, eu só... Argh! — odeio quando as palavras fogem!
— Como não tem o que explicar? Você dá um berro que quer terminar comigo e diz que não tem o que explicar? Qual é o seu problema, garoto?”
— Ela te bateu?
— Ela não é violenta que nem você, !
— Ih, tá trabalhado na ignorância, hein?
— Me deixa terminar de falar?
— Não estou com a sua boca! — a olhei feio. — Termina logo, menino!
“— Bom, existem vários problemas, mas o maior deles vem sendo o nosso namoro! — minha Nossa Senhora da calça rasgada, de onde estava tirando forças pra dizer essas coisas?
Eu poderia soar insensível, mas não era. A verdade era que estava tentando terminar esse namoro da forma mais indiferente possível, para não dar na cara que fiz bosta e fazer a garota sofrer mais ainda.
— Harry. — ela deu uma risada nervosa e colocou a mão em frente ao rosto. — Me explica o que está acontecendo, por favor?
— Não tá acontecendo nada, Carly, eu só quero terminar! O sentimento acabou, o fogo da paixão teve fim, só isso!
— Como assim, acabou? — a pose de durona dela foi por água abaixo, quando seus olhos ficaram vermelhos e começaram a escorrer lágrimas por suas bochechas macias. — Foi algo que eu fiz, que aconteceu? Nós podemos começar de novo, Harry! Podemos ir do começo, fingir q-
— Não, não, não! Carly, para! — a segurei pelos ombros. — Não se humilhe assim, para! — limpei as lágrimas dela.
— Harry, não termina comigo, por que está fazendo isso?
— Porque não dá pra ficar com uma pessoa, Carly... — suspirei e respirei fundo. —, amando outra.”
— Você falou isso pra ela?
— Se estou te contando, é porque falei, né?
— Me trata mais uma vez assim, que fica sem ela, sem mim, e vai ter que se contentar com os golfinhos do mar, seu estúpido!
— Nhé-nhé-nhé!
“— Vo-você ama outra pessoa?
Eu realmente fiquei sem saber o que responder. Quer dizer, eu amo! Mas como falava isso? E se você respondeu mentalmente “Com a boca!”, eu juro que paro de narrar isso.
— Carly, você é uma ótima pessoa, tão amável, tão agradável de ter por perto, mas...
— Mas eu não sou a , não é? — quê?
— Como assim a ? Quando que ela surgiu nessa conversa? Por qual motivo, causa, razão ou circunstância, aquela criatura teria a ver com a minha decisão? Por favor, Carly, não viaja, não, olha, ela...
— Pelo motivo de vocês terem namorado há mais ou menos um ano, a causa é que você foi um idiota com ela e a deixou voltar para o Brasil sem nem ao menos ouvir a versão dela dos fatos, e o resto que você perguntou eu esqueci... — deu de ombros. —, mas não importa também. Só me diz, por que demorou tanto pra terminar comigo?
Mas eu não estava entendendo mais nada.
— Como você sabe de tudo isso?
— Eu teria que ser uma namorada muito tapada mesmo, pra não ficar procurando coisas a seu respeito e suas ex na internet, né? — forçou um sorriso. — Lembro de ter lido algo sobre você ter namorado uma brasileira há um tempo, a forma que você e ela se tratam, não nega que tiveram algo já... É muito amor e ódio ao mesmo tempo, eu apenas deduzi que poderia ser ela, mas para não sofrer antes da hora ou sem motivos, preferi ficar calada... Até a...
— Zoey te contar que o Niall a traiu com a ...
— Exato... Aí cheguei à conclusão de que tenho um belo par de chifres também. — ela fez uma careta.”
— Como assim ela conclui que tem chifres e faz careta? Eu no lugar dela, estava te sentando a bordoada! — cruzou os braços, rolando os olhos.
Ri disso e neguei com a cabeça. Ela nunca mudaria.
— Eu já falei que ela não é como você, . — tentei soar carinhoso. — Algumas pessoas ainda pensam antes de agir. Nem todos são brutos assim...
— Me chama de bruta mais uma vez, que eu volto a nado pro Brasil e você nunca mais vai ouvir falar de mim. — apontou aquele indicador torto em minha direção, obviamente ignorando tudo o que falei anteriormente.
Também a ignorei, dando de ombros e continuando:
“— E por que não me disse nada? Digo, que já sabia sobre a e eu?
— Sabe aquela história de fingir que não sabe pra não sofrer? Acho que foi isso... Preferi fingir que não sabia de nada, que nada estava acontecendo, para não ter que chorar, sofrer, terminar com você e ficar sozinha mais uma vez. — seus olhos voltaram a brilhar, por culpa das lágrimas que acumularam.
— Você não vai ficar, porque eu não vou te deixar sozinha.”
— Não vai deixar ela sozinha? Olha, Harry, sinceramente, você me dá aquela palestra sobre paciência antes, mas parece que implora pra eu perder a paciência e socar a sua cara!
— , eu juro por tudo o que é mais sagrado, que se você me interromper mais uma vez, eu te pego pelos cabelos desbotados e te arremesso no meio do mar! — e como uma criança mimada, mais uma vez ela cruzou os braços e fez um bico. Fofa demais, awn.
— Meus cabelos não são desbotados... — resmungou baixinho.
“— Harry, relaxa, ok? Está tudo bem, eu entendo o que está rolando com você. Não tem sentido a gente continuar junto, eu gosto de você, mas acho que era mais comodismo do que amor ou qualquer outra coisa. — ela respirou fundo. — Obrigada por ter sido sincero comigo, demorou um pouco, mas você foi. — ela sorriu. — Pelo que eu li sobre a sua história com a , as coisas não deram certo por sua culpa, não foi? — concordei com a cabeça. — Então faz dar certo dessa vez, não acho que ela vai ficar te perdoando por todas as burradas sempre, hein?!
Ela deu um beijo na minha testa, pegou a bolsa que tinha jogado na cama e saiu do quarto.”
— E foi isso. — finalizei.
— Hm.
— Hm? Hm? Eu te conto tudo isso pra você falar “Hm.”?
— Você disse que ia me tacar no mar, não quero mais papo com você. — virou de costas pra mim, ficando sentada em frente ao amontoado de travesseiros, ainda emburrada.
Dei uma gargalhada alta e a abracei por atrás, enroscando meus dedos nos seus.
— Eu sou totalmente, inteiramente e completamente seu agora. — sussurrei em seu ouvido. Senti-a se arrepiar e ri com isso.
— Nem ligo pra você. — falou com desdém, dando de ombros. — E, além disso, você se esqueceu me perguntar se eu te quero.
— Não perguntei, porque seu corpo e suas palavras não condizem... — dedilhei sua cintura com delicadeza, sentindo-a amolecendo nos meus braços e deitar sua cabeça em meu ombro.
— Você e a Carly não marcaram nada? Tipo uma despedida de namoro, já que foram tão especiais um pro outro e nhé-nhé-nhé?! — resmungava.
Puxei seu corpo com força para mais perto do meu e girei-a na cama, deixando seu corpo preso entre o meu e o colchão macio.
— Quando vai parar de reclamar tanto, hein, rabugenta? — mordi e puxei seu lábio inferior, recebendo um gemido prolongado como resposta.
— Quando vai deixar de ser tão cafajeste, hein, viadinho? — passou os braços pelo meu pescoço e me puxou mais para perto, deixando nossos rostos separados por milímetros.
— Quando você deixar de gostar desse meu jeito. — passei meu nariz no seu e dei um selinho em seus lábios que estavam entreabertos. — E você sabe que de viadinho eu não tenho... — aproximei minha boca da sua orelha, onde dei uma mordida e sussurrei: — nada.
fechou os olhos, antes de dar um suspiro profundo e logo os abriu, semicerrando-os e soltando um grunhido, antes de constatar:
— Porra, estou fodida.
Era o décimo dia em que estavam naquele resort e tinham notado que não tinham parado ainda para fazerem algo sozinhas. Decididas, a pé, foram até o lugar mais próximo com a intenção de alugarem uma bicicleta. Em Ibiza, disse uma das funcionárias, era comum irem aos lugares pedalando e, com isso, decidiram o fazer.
S’Escalinata era um café de paredes brancas e almofadas coloridas por todos os degraus de sua escada, onde vários turistas costumam visitar. E não seria diferente para as duas, que resolveram se alimentar por lá, para, em seguida, visitarem as lojas hippies que haviam consideravelmente perto.
***
Com todo o carinho que poderiam sentir por aqueles dois garotos, e escolheram em uma daquelas lojas um presente pequeno, mas que julgavam significativos. Queriam algo que pudessem usar, mas que não chamasse a atenção e, por mais que achassem algo muito porcaria e talvez até vergonhoso, levando em conta que eram os caras que habitavam a lista de “mi-bilionários antes dos vinte e cinco”, não conseguiram se empolgar com nada mais que não fosse uma pulseira artesanal, com pecinhas que as lembrava uma concha e as iniciais dos mesmos. Já tinham os visto usando várias pulseiras que deviam ter ganhado de fãs e sabiam que até no centro de qualquer cidade do Brasil tinham iguais a essas, mas os meninos nunca tinham ido para lá e Ibiza, de alguma forma, havia sido especial para eles, mesmo tendo acontecido tanta merda.
Fora que nunca haviam trocado presentes.
Pelo resort, procuravam os dois na parte de baixo, logo encontrando e Louis, que pareciam não querer deixá-las sair de perto deles, querendo colocar os assuntos em dia. Mas notando a impaciência das amigas, disse que haviam, juntos, ido até o banheiro perto das escadas.
Ainda no caminho, os casais se encontraram. Harry prontamente apertou em seus braços, tirando-a do chão, antes de dar um beijo em como cumprimento.
e Niall se abraçaram brevemente, assim como Niall e .
— Bom... Procurávamos vocês!
— Sério? — Harry pareceu interessado, enquanto e Niall apenas se encaravam descaradamente, talvez um tentando dizer algo para o outro.
— Sim! Compramos presentes para vocês.
Harry sorriu abertamente e finalmente Niall pareceu interessado na amiga, encarando-a com as sobrancelhas unidas.
— É algo significativo, nada demais. — encolheu os ombros e em seguida ergueu o seu saquinho amarelo, entregando-o para Niall, que sorriu.
fez o mesmo com Harry, só que o seu saquinho era da sua cor favorita.
Ambos os meninos, ao mesmo tempo, tiraram as pequenas pulseiras artesanais do embrulho; de Harry, era vermelha e ele rapidamente pediu para colocá-la em seu braço. Logo em seguida, o moreno puxou-a pela mão e abraçou-a pelo ombro, a fazendo apoiar o rosto em seu peito e receber um beijo no topo da cabeça, em agradecimento.
— Nossa... Valeu! — Niall ergueu a pulseira verde no ar, sorrindo fechado, antes de guardá-la no bolso.
acompanhou os movimentos do rapaz com os olhos, antes de finalmente dizer:
— Por nada. — e voltar-se para a amiga. — Eu... Eu vou tomar um banho, tá, ?
concordou, se soltando de Harry e parando de fuzilar Niall, para poder dar-lhe um beijo e um abraço reconfortante, antes de a ver partir e começar a dar tapas ardidos no rapaz.
— Está para nascer alguém mais idiota do que você, Niall. — apontou. — Quer dizer, do que vocês dois! Nossa, mas que merda, hein?!
— Mas eu... — Harry começou.
— Cala a boca! — e saiu de perto, deixando Niall sem entender, passando as mãos pelos braços agora marcados, e Harry menos ainda.
***
“— Você quer que eu te diga o que, Zoey? Que eu não fiz? Que não fui até o canto daquela boate e fiquei com o Niall em todos os sentidos? — a toalha que estava em sua mão voou em direção a cama e, de braços cruzados, esperou a resposta da outra loira.
— , você é ridícula! — em plenos pulmões, Zoe gritou, incrédula.
— Sou mesmo! Concordo plenamente com você, Zoey: sou ridícula por ter me desrespeitado naquele dia, ter passado a noite com ele e por amar tanto aquele rapaz, a ponto de não ser capaz de pensar em você e no respeito ao próximo!
— A cada momento que você tenta se justificar, tenho mais nojo de você!
— Tudo bem, Zoey, não tiro a sua razão, afinal, eu também senti no momento em que coloquei o pé para fora daquela boate e o vento bateu na minha cara. Porém, o que mais posso te dizer ou pedir, além de desculpas? Eu não tenho uma máquina do tempo para voltar e me proibir, ou até mesmo tirar todo o álcool que estava no meu organismo de dentro de mim. — se sentou na cama, passado as mãos pelo rosto, e voltou seu olhar em direção a outra menina, que estava com o rosto vermelho e molhado. — Mas quer saber, Zoey? — voltou a ficar de pé, batendo com as mãos nas coxas. — Tudo o que fiz, eu quis e repetiria! E mais: eu cansei! Cansei de ouvir a voz da minha mãe naquele discurso de que só deve amar o carinha livre e que é fofo, vai vir até você e te pedir em casamento. Eu cansei de ver a cada dia mais o Niall longe de mim e de ter que aguentar aquela dor infernal no meu peito, a cada abraço que ele te dava, sabendo que nem de você ele gostava! O cara que eu amo estava fugindo de mim sem nem mesmo querer! Eu estava o perdendo, por pensar inteira e exclusivamente em você e em seus sentimentos. Só que e os meus, Zoey? E os meus? Estavam morrendo! E eu espero, mesmo que seja maçante e tedioso esse discurso, que você nunca passe pelo o que passei e muito menos se encontre na minha situação um dia.”
***
e Harry, de mãos dadas, caminhavam pelo corredor até o quarto de , prontos para chamarem-na para irem tomar algo no bar. Talvez até chamassem Niall, se ela quisesse, para conversarem melhor, agora que ele não estava tanto assim mais com Zoey.
Ao baterem na porta, ouviram um resmungo e, após algum tempo, alguém com os cabelos um pouco fora do lugar e rosto bem vermelho, atendeu-os.
— Amiga, por que você está chorando? — perguntou, soltando a mão de Harry e adentrando o quarto.
caminhou até a cama e Harry ficou para trás, para encostar a porta e descansar suas costas na mesma, esperando a menina começar a dizer.
— Por tudo, , estou chorando por tudo nessa bosta. Até pelo golfinho que está sendo mal tratado em algum desses lugares nessa merda de lugar.
— Nossa, amiga, se está precisando de uma privada, é só falar. — tentou brincar, recebendo um aceno negativo de cabeça do acompanhante e mais lágrimas da amiga. — Ok, assumo que foi ruim, mas não precisa chorar... Vem cá! — abriu os braços, recebendo a amiga entre eles.
olhou para Harry, que mantinha os lábios unidos, assim como as sobrancelhas, claramente sem saber o que fazer. Ela, em um breve sinal, indicou o frigobar e ele logo entendeu que tinha que buscar algo para a de cabelos rosa beber. Mas o que seria?
Com um largo sorriso, indicou a garrafa de cerveja que jazia ali. negou em uma careta de nojo e concordou quando o rapaz, com uma feição chateada, lhe mostrou a garrafa de água.
— Amiga, ó, bebe um pouco de água.
Harry abriu a garrafa e esticou-a para a amiga, que rolou os olhos.
— Corta essa, . Fala sério!
Sabendo que o rapaz ia dizer algo como “Falei!”, repreendeu-o antes mesmo de abrir a boca com o olhar, fazendo-o mostrar-lhe a língua.
— Se eu colocar isso na boca, vai ser pra cuspir na cara do Niall! — não notando os amigos, continuou.
Harry deu com a mão na testa, fazendo o som ecoar pelo quarto, e parou para encará-lo, assim como .
— Acho melhor eu sair daqui, vai. — e, acenando, deixou o quarto.
— O que deu nele? — perguntou.
— Ignora, amiga, ignora. É só o Harry sendo o Harry. — bateu com a mão no ar, fazendo-a dar de ombros, concordando.
Harry sendo apenas Harry era tão adorável, que por um momento se esqueceu que estava chorando... Por um momento.
— Por que o Niall não pode ser assim? — e se jogou mais uma vez nos braços da melhor amiga, dessa vez soluçando. — A idiota corna da Zoey simplesmente entrou no meu quarto, amiga, e começou a falar... — parou para o som escandaloso do choro sair garganta afora. — Falar...
— Falar... — indicou para ela continuar, passando os dedos por seus cabelos em um cafuné.
— Falar verdades... Verdades que doem, doeram e sempre doerão.
sentiu seu corpo se petrificar e o coração disparar, em uma contradição incrível. Sua postura se arrumou e ela não sabia o que dizer para a amiga. Assumia que meio que sabia que isso aconteceria? Continuaria com as palavras de conforto e carinho, e omitiria até quando Niall e estivessem bem? Mas se eles estivessem bem, não queria ser o motivo para desentendimentos, então o melhor seria...? Se fingir de morta e nunca contá-la sobre o tapa que Niall havia levado em seu rosto? Só que daí, nunca poderia rir com a amiga da cara do rapaz, no futuro.
— Tá boa no verbo, hein, amiga?
E as lágrimas de triplicaram a intensidade, se fosse possível.
— Pa-Para com essas piadas!
Sorrindo sem graça, pediu desculpas. Soltava essas porcarias principalmente quando estava nervosa e não sabia o que fazer.
se levantou da cama, passando a mão pelos olhos, e caminhou até o banheiro, fazendo descobrir o que a mesma foi fazer lá ao ouvir um som nem tanto agradável de nariz sendo assoado. Mas antes ela assoando o nariz em um papel, do que Kathyrrando em seu braço. E melhor pra fora do que pra dentro, já dizia Fiona.
— Eu só queria saber como ela descobriu... — ela voltou para a cama, se sentando ao lado de .
— Eu... — tentou pensar em algo, mas apenas conseguia gaguejar.
— Será que o Niall finalmente fez alguma coisa que presta da vida e contou?
“Não, , ele não foi homem o suficiente nem para explicar para ela.”.
— Já me basta o que ele fez com o presente, amiga, eu não acho que...
O que aconteceu a seguir nem assustou mais . estava fazendo o mesmo de segundos atrás.
— E-E. É... — puxou o ar. Era agora. Não podia mentir para a amiga e não sabia fingir que não sabia de nada. — Ela leu em uma revista. — soltou junto com o ar, rápido, nos dois segundos de coragem.
A de cabelos rosa demorou algum tempo para digerir a informação, até se levantar em um pulo e parar em frente a ela, com uma das mãos na testa.
— Co-Como... Como você sabe?
— Eu estava lá na hora.
— Como é? — gritou, passando a andar de um lado para o outro. — E por que raios não me contou?
— Porque... — e antes que pudesse continuar, voltou a falar em seu tom alto.
— Você não considerou me contar? Não podia simplesmente me preparar antes? Você acha que foi legal ser ofendida de todas as formas, como se eu fosse a errada?
— Não é como se não fosse... — em um tom baixo de voz, disse.
— Como é, ?
sabia que se tivesse algo que se espatifasse no chão por perto, teria tacado o mesmo para tornar o momento ainda mais dramático e escandaloso.
— Será que você está tão preocupada assim com seu próprio ego e o Harry, para não entender que merda aconteceu naquela boate? Será que a sua mente está tão fechada assim, para não ver que o Niall também tem culpa nisso?
— Eu não vou perder o meu tempo com você, . — se colocou em pé, pronta para deixar o quarto, até escutar o tom raivoso de , que a fez parar para entender melhor.
— Ah, claro, tá é querendo perder o seu tempo com o Harry, já que agora vocês estão juntos e podem fazer algo mais interessante do que ajudar uma amiga, né?!
Com o indicador em riste, ela se virou em direção a .
— Eu estou aqui exatamente para ajudar uma amiga, . Não para aguentar desaforo de quem não se parece nenhum pouco com ela, aquela garotinha que defendi no jardim de infância anos atrás. — se aproximou mais alguns passos. — E eu não vou perder o meu tempo com você, porque sei muito bem que quando está com a cabeça quente, se torna o ser mais dramático do mundo, só pensa em virar a situação seu favor e sempre acaba em discussão desnecessária. Quando você se acalmar e superar esse momento da sua vida, pensar e colocar as ideias no lugar, a gente conversa e te explico tudo o que aconteceu naquele dia e por que não te falei.
— Não espere muito. Não é como se fôssemos nos falar depois dessa traição. — deu de ombros, em um ato julgado como totalmente infantil por .
— Tudo bem, então, a escolha é sua. Boa sorte com o seu orgulho e espero que esteja feliz com o fim de uma amizade por causa de um rapaz.
E após isso, apenas mirou a porta sendo fechada, antes de se jogar de costas na cama e encarar o teto, sem saber o que fazer, além de deixar suas lágrimas caírem.
Eu terminava de me trocar, meus shorts estavam travados em minha cintura e eu já estava fadigada, quando ouvi algo tocando a porta. O Pablo tinha acabado de sair, por isso me assustei, e com isso, pedi com toda a minha força ser ele se esquecendo de algo pela terceira vez.
— Toc, toc. — ouvi uma voz nada parecida com a forte do Pablo e me sobressaltei, facilitando a entrada dos shorts. — Se eu soubesse, tinha entrado um pouco antes. — sorriu de lado, me deixando completamente irritada.
— O que você quer, Niall? — me sentei na cama e comecei a calçar minhas sandálias, praticamente ignorando a existência da pessoa que não me tratou bem por esses últimos dias.
— Conversar com você. — se sentou ao meu lado. — Iremos dar uma volta pelas redondezas, não muito longe também, para maior segurança de ambos, principalmente de vossa Alteza.
— Engoliu o dicionário, lindinho?
— , fica quieta e se arruma logo.
Eu poderia respondê-lo, mas hoje não era um bom dia para mais uma discussão se passando pela minha cabeça, e foi por isso que preferi arrumar a minha bolsa, ignorando a sua existência, até precisar de sua ajuda.
— Niall, vem aqui. — o ouvi se aproximando e o mostrei. — Qual deles?
— As asinhas.
Passei meu perfume, sem trocar mais nenhuma palavra com o Niall, só o respondendo com um aceno de cabeça, quando falou que gostava do cheiro. Coloquei os meus óculos de sol e senti a mão de Niall na base das minhas costas, apaguei o quarto e descemos na escada. Ô, glória, nem precisei pedir!
— Aonde vamos?
— Surpresa! — piscou um olho e se eu estivesse de salto, teria caído.
— A verdade é uma só, : — me assustei com o seu tom de derrota e com a forma que desapoiou seu braço do meu ombro. — Conheço merda nenhuma nessa ilha, estamos sem carro e sem segurança, então o que recebi de indicação foi esse lugar, porque segundo a pessoa, tem o melhor sorvete do mundo. — bagunçou os cabelos, enquanto a sua outra mão estava no bolso da bermuda. — Por favor, rapidamente: de zero a dez, qual o voto para sorvete?
— Nia- — eu tinha perguntas, mas...
— Responde! — apontou o dedo no meu rosto.
— Sete. — ergui minhas mãos em rendimento.
— Cachorro quente? — sorriu.
— Nove. — dei de ombros.
— Algodão doce?
— Dez! — dei pulinhos.
— Qual o primeiro, levando em conta que sorvete equivale a sete, algodão doce a dez e cachorro quente a... — cara, que rapaz estranho!
— Niall, eu sei a pontuação e eu respondo que primeiro é o cachorro quente!
— Depois?
— Algodão doce.
— Ok. Então é logo atravessando a rua. — observei o lugar em que ele apontava para.
— Um parque?
— Juro que se tiver palhaço eu te protejo, mas, por favor, não fode com tudo. Ele se instalou essa semana aqui. — seu olhar me implorava para aceitar numa boa.
— Tão cavalheiro quanto uma patada de elefante, pelo o amor, Niall. — rolei os olhos.
Ele segurou a minha mão, o que eu estranhei, mas deixei passar e atravessamos a extensa avenida correndo. Adentramos o lugar com pulseirinhas roxas, fofinhas e bonitinhas, com o nome do parque e algumas pessoas nos encararam estranhando e meio que reconhecendo o ser loiro com óculos escuros ao meu lado, mas acho que resolveram ignorar aquele fato, até a fixa cair. Mas conseguimos achar o tio do cachorro quente a tempo. Aha!
— Acho que teremos que nos esconder no banheiro. — comentou, baixo.
— Não sendo sujo. — dei de ombros.
— É mentira, né, minha linda. A gente foge, mas não se tranca no banheiro...
— Ai, que amor você. — apertei suas bochechas e me arrependi em seguida.
— Ele não é digno das minhas pegadas. — me menosprezou.
— Não quero mais a sua amizade, só a comida. — peguei o cachorro quente com o rapaz e ouvi Niall com sua voz de cu:
— Nossa, então quer dizer que...
— O que, Niall? — o encarei com a sobrancelha arqueada, quando ele parou com a frase ao meio.
— Nada.
— Ok. Obrigada, tio. — acenei para o rapaz, que sorriu em resposta.
Saí sem nem me lembrar do Niall... mentira, porque o perfume dele estava em mim e era meio que difícil me esquecer dele nessa altura do campeonato, ainda mais quando três meninas vieram correndo em direção a ele e ouvi sua proposta “Tiro foto e pago um cachorro quente, se não contar para ninguém que me viu aqui.”. Cachorro, cara, que cachorro filho de uma mãe!
Voltei a me aproximar dele e vi duas - de três - garotinhas corarem ao me ver.
— Desculpa, eu não queria atrapalhar vocês e...
— Imagina, minha linda. — me abaixei a sua frente. — Eu não sou um bicho e vocês são tão lindas, que eu seria capaz de morder cada uma, levar para casa e pegar só para mim.
— Nossa, moça... — a maior falou. — isso que você não é um bicho.
— É brincadeira, e cadê a mãe de vocês?
— Logo ali. — apontou e eu olhei, vendo-a sorrir.
Niall entregou um cachorro quente para cada uma e eu me levantei, me preparando para me afastar e deixá-los sozinhos.
— Moça linda, você pode tirar uma foto com a gente, né?! — a menininha, que me lembrava a Agnes, do Meu Malvado Favorito, pediu, e eu acabei sorrindo de orelha a orelha, aceitando sem me tocar de que isso, provavelmente, seria um belo de enrosco para o Niall, então o encarei, como se pedisse e ele piscou um olho, se abaixando ao lado da Agnes (sim, agora o nome dela é esse, porque sim.) e sussurrando algo para todas, que riram alto e se grudaram na minha perna.
— O Niall disse assim... — Agnes sorriu travessa, não conseguindo parar de rir em seguida.
— Para, sua boba! — a maiorzinha a deu um tabefe na testa, o que acabou me lembrando da e ao mesmo tempo da Edith, me fazendo rir.
— Ai, essas meninas são duas bobas! — a mais apagadinha, com cara de mais velha, tadinha, disse, e eu a olhei, rindo ainda. — O Niall disse assim que toda princesa precisa estar presente em uma foto, ainda mais a princesa dele, que é linda.
— Eu não gostei dessa coisa que ele disse, ficou horrível! — Edith observou, me fazendo gargalhar da sua expressão facial.
— Ele é um fofo, parem com isso! — Agnes se emburrou, cruzando os braços.
— Você fala isso, porque ele é o seu favorito, mas o Harry saberia uma frase mais bonita do que essa. Ai, o Harry... — Dith suspirou.
— Mentira, o Liam é mais lindo e mais tudo!
Socorro! Alguém, por favor, está disposto a dar uma aula de bom gosto para essas meninas e ensinar que Zayn Malik é Zayn Malik?
E a discussão durou tempos, até que a mãe abençoada percebeu que os cachorros quentes já voavam e resolveu dar um basta em tudo, pedindo desculpas para mim, que estava chocada, e Niall, que quase caia de tanto rir, vermelho.
Posicionamo-nos para a foto fofinha, os dois ajoelhados ao lado das três sujas, cujo cenário era de cachorros quentes por todo o chão.
— Muito obrigada, moça linda. Cuida bem do príncipe, tá?! — Agnes me deu um beijo no rosto, e o que as outras falaram não me acertaram tão em cheio quando o que a fofinha disse.
Depois de todo esse baque e etc, eu já tinha acabado meu cachorro quente, por isso, Niall me lembrou do lindíssimo algodão doce, que ficava logo ao lado. Ele pediu um rosa para mim e eu sorri agradecida, me virando para ir ao banco logo à frente, que tinha acabado de ser desocupado. Comecei uma luta eterna com o alimento, quando o ouvi me chamar. Parei de comer no meio do caminho, e o vi sacar o celular. Eu ia protestar, mas bem... minha boca estava cheia. E deve ter saído como fotografia a coisa mais horrenda do mundo, mas é...
Terminei de quebrar o que lutava contra minha pessoa e pedi para ver a decepção, tentei apagar, tentei o espancar, mas a única coisa com sucesso, que não foi da minha parte, foi o selinho que ganhei.
— Hum, agora eu quero um pedaço disso. Me lembra os seus cabelos... mas eu os preferia quando menores. — passou a mão pelo meu rabo de cavalo, distraído.
Como qualquer boba apaixonada, o máximo que consegui fazer, foi soltar um suspiro e sorrir bobamente em seguida, quase me esquecendo de tudo o que nos cercava e de como minha cabeça estava confusa.
Aproveitando minha distração momentânea, Niall esticou a mão, pronto para puxar um pedaço do meu doce, mas me despertei a tempo de afastar dele.
— Não vai, estou brava.
— Não quero saber, eu quem paguei.
Nisso, ele pegou meu algodão doce e saiu correndo, praticamente enfiando o palito e tudo boca adentro! Fora que ele atravessou a avenida, quase sendo atropelado, e recebeu buzinadas para o resto da vida. E eu quase morri, né?!
“ , ex Personal Friend, responsável pela morte de Niall Horan, da One Direction, por causa de um algodão doce e seu egoísmo.” Muitas manchetes na minha mente, muitas.
O vi adentrar a sorveteria e me toquei de que esse era o nosso último momento com paz no dia. O melhor dia da minha vida, mesmo que muito rápido.
Consegui, finalmente, atravessar e entrei no lugar também, o vendo tirar foto com um garoto. O único no lugar, incrivelmente.
— Nosso último round, após um maravilhoso algodão doce. — riu. — Bem que dizem que o que é do outro, é melhor. — fiz um bico enorme e recebi na mesa uma taça cheia dos meus sorvetes favoritos. Uh, o menino da foto era atendente? E o Niall ainda se lembrava ou a o ajudou? Uma dúvida que manterei.
— Tá, o que nos trouxe a isso? — perguntei, após engolir o melhor sorvete do mundo.
— Bem, é longa a história, mas o fácil é falar o principal: eu preciso de você. E tudo acabou...
— O que acabou? — o observei agradecer o seu sorvete, que havia chegado, e fiquei completamente sem entender, até ele engolir a grande quantidade que colocou na boca.
— Zoey e eu.
Meus olhos se arregalaram, meu coração parou. O sorvete pareceu congelar minhas cordas vocais e eu não tinha uma reação.
— Eu vou contar tudo e, quem sabe, assim você revive novamente.
Pisquei freneticamente, voltando a respirar, e me toquei de que não devia ser tão fácil assim.
— E-Eu não sei se quero saber, Niall...
— Aconteceu alguma coisa? — uma de suas mãos foi parar em meu rosto, me fazendo fechar os olhos instantaneamente.
Agora ele era todo fofo. Agora eu sentia como se só dependesse dele e de mais ninguém. Agora, ele era o cara que fez eu me apaixonar e, agora, eu só queria viver o momento.
— Não. — ainda de olhos fechados, omiti. — Eu não quero saber tudo, mas ao mesmo tempo quero entender. Só isso!
— Olha pra mim, ... — sussurrou, descendo a mão do meu rosto e segurando as minhas dessa vez. — Eu quero que saiba, que por mais otário que eu tenha sido e continue sendo, eu sempre vou te amar. E que pode dar errado agora, poderemos nos casar no futuro, nos divorciar ou aparecer outro alguém, mas sempre te terei como a minha melhor parte. Você sempre vai ser a primeira que lutei por, mesmo cometendo erros na maior parte do tempo e da conquista, e nunca vai ser comparada a um erro e arrependimento. Nunca! Porque, apesar de tudo, eu não me arrependo dos últimos anos, simplesmente por você estar neles.
O que eu fazia? Agradecia? Dizia pensar o mesmo?
Bom, acho que devia começar respirando...
Abri a boca diversas vezes, mas não sabia o que dizer, e Niall, percebendo, tentou me acalmar.
— Você pode pensar. Nós temos poucos dias aqui, mas nós sempre saberemos como nos encontrar e daremos um jeito, . Das outras vezes, nós não queríamos nos comunicar via internet, mas apesar dos apesares, quando somos destinados ou o que seja, nós encontramos uma maneira.
— Nem que seja me contratando escondido e mais uma vez... — refleti, olhando a parede.
— Nem que seja te contratando escondido. — riu, brincando com os meus dedos.
Meu sorvete estava parcialmente se derretendo, mas eu escutava atentamente a história de Niall, sobre como ele e Zoey tinham se “resolvido”.
Tinha começado quando ela descobriu e foi ao quarto de um deles, rodar a baiana...
//
Niall
“Saí do quarto ouvia a sua risada e já sabia ao certo o que devia ter feito desde o começo, por isso, marchei até o outro elevador, até porque, se eu não marchasse, voltaria correndo e dormiria abraçado no Miguel.
O elevador abriu na área dos restaurantes e eu logo a vi sentada, olhando o nada, sinal de que ela vagava para longe do mundo. Encarei-a por um tempo e você veio na minha cabeça; eu considerava demais a Zoey e a Carly, mas eu tive a certeza de que era como considerava a , , e a ...
— Zoey... — comecei.
— A gente precisa conversar. — terminamos juntos.
— Pode falar. — ela se ajeitou e me sentei em frente a ela, tentando esquecer o tapa que tinha levado no rosto e os berros que ouvi.
— Tem outra pessoa e isso é difícil. — ri fraco. — Você sabe que não dá para continuar com algo...
— Que nunca começou. — largou as mãos na mesa.
— Não é assim também, Zoey. Não é como se você tivesse culpa ou algo assim, só que às vezes as coisas não são como planejamos e desejamos. — gesticulei.
— Niall, eu não sou idiota! Por favor, isso é o que menos sou. — esfregou as mãos no rosto. — Eu estava pensando sobre isso agora mesmo e cheguei à conclusão de que eu fui para você o apoio para uma dor, e eu sei sobre você e a , então nada se esconde mais. Você é livre para qualquer ação, você é livre para sentir, eu só queria que uma parte fosse por mim, mas isso passou já e a vida segue.
— Eu sinto algo bom por você. — sorri, pegando em suas mãos.
— Eu fico feliz por isso, você é uma boa pessoa e eu me sinto o máximo, sabendo que algo eu represento dentro de você! E desculpa pelo surto, é que foi um impacto muito grande.
— Amigos?
— Para o que der e vier! — ela sorriu sincera. — Torço por vocês e sem mancadas, viu? Porque pelo o que percebi, aquele ódio todo sobre vocês, era uma mágoa por cagadas. — observou. — Aliás... Conta tudo!
E eu disparei a contar tudinho, ela me ouvia atentamente e a cada momento eu me sentia mais empolgado, faltando só pular.”
Terminei e vi se levantar com o restinho do sorvete em mãos. Eu já tinha visto uma cena quase assim antes, então resolvi correr. Não ia acontecer de novo. Nada do passado ia se repetir a partir de hoje.
— , o que foi dessa vez?
— Reflita.
Repassei tudo em minha mente e não encontrava nada que a deixasse puta, logo, só continuei a acompanhando de volta ao resort, sem dizer nada para não piorar. Chegamos ainda em um silêncio absoluto, parou em frente à escada e eu fiz o mesmo, esperando a bomba.
— Não precisa me acompanhar, sua amiguinha está logo ali na frente. — apontou para a porta que tem acesso a piscina e Zoey estava lá com Carly. — Muito obrigada pelo sorvete... E ah! Mande saudações.
— ...
Eu ia a segurar pelo cotovelo...
— Não.
..., mas ela me parou antes e subiu correndo.
Nós íamos nos resolver, mas, infelizmente, não hoje.
— De verdade? Estou me sentindo a Corinne Bailey Rae nessa bicicleta. — comentou, fazendo as meninas rirem.
— Quem? — Zayn perguntou e os outros meninos tomaram como deixa para perguntarem também.
— Girl, put your records on, tell me your favorite song... — cantarolou, para clarear a mente dos garotos, que fizeram caretas sem nenhuma delas poderem ver, por estarem para trás.
— Nossa, que criança linda! — apontou para o lado, a maioria conseguiu olhar sem maiores problemas, mas sempre tem a pessoa que ou cai ou tropeça, e naquele grupo, como não tinha sido Liam, claro que seria . O pneu da bicicleta enroscou em uma pedra de tamanho até que grande, fazendo a bicicleta tombar e , ao tentar se equilibrar, só se desequilibrou mais e gritou, assustando todo mundo e tomando toda a atenção para si. Niall, desesperado, largou a bicicleta e a case que estava nas suas costas, ao meio da rua, e saiu correndo até a menina, que brigava, sentada, com , que estava mole de tanto rir.
Após tudo se acalmar e só um arranhão ser visto no joelho da , retomaram a “passeata” até a praia Cala Xarraca, conhecida pelas suas rochas.
— Ai, isso dói. — reclamava, mancando.
— Se apoia em mim, amor. — Niall ajudou a menina a apoiar a mão em seu ombro.
— Que exagero, gente. — rolava os olhos. — E eu ainda tenho que carregar duas bicicletas, porque a pamonha não sabe agir como um ser humano uma vez na vida.
se limitou a rolar os olhos e o resto se entreolhou, ainda sem entender o porquê dessa troca de farpas justo nos últimos dias.
— Finalmente temos um momento dos dez, hein?! Senti falta disso, e com toda a confusão, não dava para juntar todo mundo sem brigas. — falou.
— Também senti falta dessa coisa atualmente desbotada.
— Desbotada, né?! Quero ver quando você precisar, a desbotada aqui te ajudar.
— Ah, faz parte, né, amor?! — tentou dar um selinho na menina, que desviou.
— Amor agora, sei.
Harry abriu os braços, esperando o abraçar, coisa que não aconteceu, até intervir.
— Parem de graça agora, senão daqui a pouco dá briga e eu não estou afim de me estressar hoje!
Um coro de “Uhh... estressadinha!” a fez se afastar, mandando todo mundo a merda.
— O que vamos tocar? — pegou o violão que se encontrava perto deles e dedilhou sem ritmo certo.
— Sabe o que eu acho? Que deveríamos fazer um luau! — opinou, ganhando um beijo do namorado.
— Está difícil para abrir a boca, mas quando abre... Essa é a minha garota! — Louis comemorou.
Todos concordaram com a ideia e marcaram para o dia seguinte, naquele mesmo lugar, depois dos programas em casais que estavam adiando há tempos.
— Voltando à música de hoje... — Liam começou. — É segredo!
Os meninos se juntaram de costas para as meninas, escolheram a música, que cantavam no início da banda e parecia perfeita para o momento. Já elas pararam atrás de , que ia filmar.
Liam começou:
Põe para tocar, por favor.
Do you remember when we first met? I sure do! Você se lembra de quando nos conhecemos? Eu me lembro!
It was some time in early September Foi em algum dia no início de Setembro
You were lazy about it, you made me wait around Você foi preguiçosa com isso, você me fez esperar
I was so crazy about ya, I didn't mind Eu era tão louco por você, que nem liguei
Then I was late for class, I locked my bike to yours Então eu me atrasei para a aula e tranquei minha bicicleta na sua
It wasn't hard to find, 'cause you painted flowers on Não foi difícil encontrar, porque você pintou flores nela
I guess that I was afraid that if you rode away Eu acho que eu estava com medo de você ir embora
You might not roll back my direction in time soon De você talvez não voltar pra mim tão cedo
Logo que começaram a cantar, as garotas se abraçaram, enquanto sussurravam a letra, agora com Niall.
Well, I was crazy about you then Bom, eu estava louco por você antes
And now, but the craziest thing of all E agora, mas a coisa mais louca de tudo é que
Over ten years have gone by Dez anos se passaram
And you're still mine E você ainda é minha
We're locked in time Estamos presos no tempo
Cada menino olhou para cada noiva/namorada/ficante nas duas penúltimas linhas da estrofe e, principalmente e , sentiram a certeza de que, agora, tudo estaria nos trilhos entre eles. Harry cantou uma frase, seguido de Louis:
And now let's rewind E agora vamos voltar
Do you remember when we first moved in together? Você se lembra de quando nos mudamos pela primeira vez?
Nessa estrofe, Niall piscou para , mas como se encontrava com óculos de sol espelhado, nada poderia ser visto. Ela também não ligava para isso, já que tudo o que passava em sua mente era a reconciliação pós-frescurite-ciúmes-frescurite2.0 do dia anterior.
Zayn:
The piano took up the living room O piano ocupou toda a sala
Todos:
You'd play me boogie-woogie, I played you love songs Você me fazia de bobo e eu tocava pra você músicas de amor
You'd say we'll playing house Você diria que estávamos brincando de casinha
Louis:
Now you still say we are E agora você ainda diz que estamos
Todos:
We build our getaway up in a tree we found Nós construímos nossa fuga numa árvore que encontramos
“— Olha, , eu já te falei isso muitas vezes, mas eu vou repetir: eu não tenho mais meios para ficar bem com você, eu só quero ficar bem. Fazer o que pudermos sem medo, não brigarmos seriamente, mas discutirmos por coisas banais a todo o momento e depois rirmos, nos abraçarmos e ter em mente que nos amamos. Eu já nem sei mais o que te falar, o que fazer de surpresa, então eu decidi chegar aqui, de bermuda, chinelo e cara de bosta, bater na sua porta e soltar essa frase que eu treinei na frente do espelho, para ver se resolve alguma merda, porque ser espontâneo não resolve com você, acho.
— Tenta isso com a Zoey, meu bem, porque comigo, se você for sincero, vale mais. — tentou fechar a porta, mas foi interrompida pelo pé do rapaz.”
Por um momento, ela voltou de seus pensamentos. Era Niall.
We felt so far away though we were still in town Nos sentimos tão longe, embora ainda estivéssemos na cidade
“— Fica quieta, vai. — adentrou o quarto e bateu a porta em seguida, empurrando-a em direção a mesma e deixando a menina sem saída. — Eu te amo, caralho! Para com essa de sempre pesar na minha mente para me deixar com uma dúvida que não existe. — a encarava profundamente. Viu-a arfar. — Você está me servindo como mais cabeça dura do que a .
— Não me compare com ela.
— Claro que não comparo as duas, você é minha, ela é do meu amigo. Você, nem em sonhos, seria do Harry.
— Nem em sonhos mesmo, Deus me livre! — se benzeu. — Te amo! — enlaçou o pescoço do Niall com os braços e se aproximou, beijando-o na ponta do nariz.
— Graças a Deus, eu hein?! Estava pesquisando a doença de negação a rock star no Google, já. — recebeu um selinho, enquanto era abraçada pela cintura.
— Rock star, de onde saiu essa ideia? Vou pesquisar essa doença também: faz passinhos, canta pop, usa roupa igual ao do resto ou pelo menos com cores padronizadas, e se autonomeia rock star. — rolou os olhos.”
Todos:
Now I remember watching that old tree burn down Agora eu me lembro assistir àquela velha árvore queimando
I took a picture that I don't like to look at Eu tirei uma foto que não gosto de olhar
Harry:
But all these times they come and go Mas todos esses momentos vêm e vão
And alone they don't seem so long E sozinhos não parecem tão longos
Zayn continuou a estrofe, e na última, seu tom subiu um pouco, fazendo-as baterem palma, gritando.
Over eighteen years have gone by Dezoito anos se passaram
And you're still mine, we're locked in time E você ainda é minha, estamos presos no tempo
We can't rewind Nós não conseguimos voltar
And you're still mine Mas você ainda é minha
Liam finalizou:
Do you remember? Você se lembra?
desligou a câmera e todas aplaudiram a One Direction, que sorria e logo se levantou, recebendo reverências. Cada namorada correu para abraçar o namorado, elogiando e sorrindo de orelha a orelha com a palavra “orgulho” estampado na testa.
— O que aconteceu que você vagou do nada? — beijou-a no alto da cabeça.
— Estava me tocando do quanto eu sou feliz e sortuda, só isso... — sorriu fechado, o beijando em seguida. — Amo você!
— Eu também te amo. — sorriram novamente.
Logo Louis e correram para o mar, loucos para saber mais sobre snorkeling. se sentou por entre as pernas do Niall, abraçada por trás, assim como e Harry. Liam deitou a cabeça no colo da , que ria da luta da com o Zayn, para o menino passar protetor solar; logo venceu.
Um tempinho depois, resolveram se render as águas e subiram até as rochas, para poderem saltar. Claro, com o tempo no país esgotando, não poderiam deixar passar em branco a famosa praia das rochas de clipes, onde todos se divertem bêbados e saltando como macacos até o mar limpíssimo. E não era mentira, realmente era possível praticamente se espelhar naquelas águas.
Cada salto era de uma maneira e com uma careta diferente, os meninos estavam cansados da bomba na cara das meninas, que os estapeavam a cada uma, até cansarem e subirem de novo, para outro salto.
Em um desses saltos, as meninas ficaram para trás e achou que era o momento certo para dá-las uma notícia incrível, mas que ao mesmo tempo poderia prejudicar alguns planos. E as quatro não conseguiram se sentir menos do que felizes por ela.
Estava escurecendo, a fome começou a apertar, mas ao mesmo tempo queriam ver o pôr-do-sol, o que tomou como combinado o horário do começo do luau: iriam ver aquele fenômeno de qualquer maneira no dia seguinte, já que se fossem assistir no momento, perderiam o horário do jantar no resort.
Pegaram as bicicletas alugadas e voltaram para lá, matar a fome que a água os deu. Após o jantar, cada um foi para o seu quarto tirar a areia do corpo e se reuniram, logo depois, no quarto do Harry e da - Miguel e Pablo agora dividiam o que antes era do Miguel e da , enquanto Zoey e Carly dividiam o que era da primeira e Niall; tudo foi aceito sem problema algum por todos os lados.
Em meio a alguma conversa, alguém bateu na porta, fazendo o mais próximo - Louis - abrir:
— Amorezinhos, que bom que todos já estão aqui, assim é menos dor a cada quarto... — sorriu fracamente, suspirando a cada palavra.
— O que aconteceu, amor da minha vida? — se aproximou, o puxando até sentá-lo na cama. — Está tudo bem? — seus olhos demonstravam preocupação.
— Eu estou voltando para a minha cidade, então resolvi vir me despedir, mas o clima aqui está tão bom, que estou me sentindo uma vaquinha.
— Rodney, cala a boca! — se jogou em cima do colega, dando assim a ideia de um montinho, que foi completamente mal sucedido e todos caíram como jacas ao chão.
— Viadinhos, amassaram toda essa bela moça! — protestou, enquanto esticava a blusa de marca. Logo começou a passar o indicador pelos cílios, como se fosse para aumentar e arrumar, virando-os mais. — Enfim, em fila indiana, um abraço rápido para menos amassões. Agora que cumpri minha meta, que na verdade nem tive esforço, mas enfim, eu já posso ir e aproveitar minha família linda, maravilhosa, cheia de crianças encapetadas que gritam até para o mosquito. — refletia em voz alta, fingindo alguns arrepios.
— Que meta, Ney? — questionou.
— Nenhuma e é Rod, que me lembra Rod Stewart, não Ney Matogrosso. E sim, eu sei quem é essa coisa afetada. De afetada já basta eu na minha vida, obrigada.
Riram e formaram a fila como pedido, para a despedida. Não queriam deixar Rodney ainda mais atacado, então nem protestaram a nada falado e obedeceram a tudo pedido.
— Se cuidem, bichas. E cuidem das cadelinhas, ou eu me suicido só para poder puxar o pé de vocês à noite! — da porta, Rodney avisou, apontando para cada um dos meninos com os olhos entreabertos. Riram da ameaça e acenaram, ouvindo o trinco ser solto e a porta estralar, em sinal de que havia finalmente sido fechada.
Não desceram com o colega a pedido dele, apesar de muita insistência da parte dos dez.
— Ah! Quase que me esqueci... — gritou do outro lado e logo puderam ver um envelope branco sendo jogado pelo vão de baixo. E outro... E outro... Até completar cinco. — Divirtam-se! — e, após isso, os passos dele foram se distanciando, até não ecoarem mais.
se levantou para pegar os envelopes e entregou para os respectivos nomes, estranhando por um deles estar nomeado como Harry e , e não Harry e Carly, assim como o de Niall, que jazia a escrita , ao invés de Zoey - mas preferiu não dizer nada e só voltar ao seu lugar, ao lado de Louis.
— Rodney já me deixou com saudades. Filho de uma mãe... — disse, triste, abraçando Niall, que concordou.
— Ele é demais! — e todo mundo concordou com Niall, que era eternamente grato a Rod.
— Você vai ver só como vou ganhar de você, Louis Tomlinson! — apontava, com seu capacete apoiado no topo de sua cabeça.
— Ok, ok... — rolando os olhos, Louis fez joia e logo em seguida adentrou o kart.
— Mas antes, já quero registrar esse momento. Tá um amorzinho com esse macacão que te faz parecer menor do que eu, nhoin! — deu alguns pulinhos no lugar, fazendo o namorado rolar os olhos.
Louis saiu do veículo e esperou-a chamar o rapaz que os entregou os capacetes, macacões, pescoçeiras e os mi-mi-mis necessários. Ao voltarem, foi forçado a cruzar os braços, assim como ela, com os carrinhos logo ao lado. Agradeceu e finalmente pôde se arrumar no kart, pronto para vencê-la.
O tempo de corrida durava vinte minutos e quando faltavam dois minutos, onde estavam extremamente próximos da linha de chegada, Louis passou por um dos bandeirinhas e, ao erguer uma das mãos na intenção de acená-lo um “Olá!”, após mostrar o dedo do meio para que estava logo atrás, perdeu o controle na curva e acertou os pneus que delimitavam a pista no galpão, girando no lugar e ficando “na contra mão”, facilitando, assim, a chegada da namorada na linha de chegada.
preferiu não tirar uma foto no pódio, pois lá havia só ela, Louis e mais duas pessoas, que pareciam ter morrido na metade do caminho, já que não havia os visto mais, e também ia levar um esporro se pedisse. Louis sabia ser bem competitivo, quando queria. E um pé no saco igualmente.
//
Zayn e
Com um olhar apreensivo, Zayn encarava a imensidão do mar e o cara que estava ajudando a colocar os equipamentos. Não iria ter um ataque de ciúmes como da vez que a garota havia saído com as amigas, mas, ainda assim, aquele cara tinha mesmo que ficar tocando sua garota de tudo quanto é forma, apenas para ajudá-la a colocar um macacão de borracha e um tubo de oxigênio? Qualquer pessoa faria aquilo sozinho!
Para início de conversa, não queria nem estar ali, só aceitou ir fazer o mergulho, porque aquele passeio era uma das coisas que a garota mais havia falado em sua orelha desde o dia em que foi decidido que iriam todos para Ibiza, enquanto ele, queria apenas aproveitar boas festas ao lado dos amigos.
— Amor? — saiu de seu transe, quando a voz da namorada soou em seus ouvidos.
Olhou para e sentiu vontade de rir. Não dela, mas sim, para ela.
Usando um macacão azul, pés de pato verde florescente e um tubo laranja de oxigênio, a garota tinha um enorme sorriso no rosto, que mostrava toda a ansiedade que sentia em estar prestes a mergulhar - Zayn já estava com a sua roupa, semelhante à da namorada, a única diferença era a cor do macacão, mas de resto, tudo era igual.
Instigado pelo momento, caminhou até o instrutor que tinha acabado de ajudar a se vestir e estendeu o celular.
— Por favor? — pediu.
O rapaz olhou um tanto quanto descontente para , que não tirava os olhos do moreno ao seu lado e, relutante, bateu a foto do casal sorrindo e abraçado.
Assim que bateu a foto e devolveu o aparelho para Zayn, o rapaz começou a dar as instruções de segurança para o grupo que iria realizar o mergulho. ouviu e compreendeu cada palavra que o espanhol disse, enquanto o namorado estava mais preocupado para qual rumo o instrutor olhava, se era para sua garota ou não.
Depois de muitas palavras, finalmente chegou o momento em que o casal sentou na beirada do barco, de costas para o oceano e, logo em seguida se jogou mar adentro. Ainda que os óculos de mergulho não deixassem muita coisa para ser enxergada, sentia uma vontade louca de abraçar o namorado, mesmo debaixo da água, e dizer o quanto estava feliz por estarem ali juntos, enquanto Zayn estava focado apenas a proporcionar a uma das melhores experiências no paraíso de Ibiza.
//
Liam e
Com tropical de várias flores mescladas entre o amarelo e laranja, o barco que Liam alugou para um almoço surpresa para a namorada estava perfeitamente do jeito que planejou.
Perto deles, havia uma grande mesa com frutas, champanhes, drinks e uma grande cascata de chocolate.
ajudou-o a organizar cada detalhe do encontro, claro, em segredo, já que a possibilidade de alguma das amigas soltarem isso para era enorme, ainda que sem querer.
— Liam? Alô, Liam Payne?
Piscou algumas vezes e então lembrou-se de onde estava, principalmente quando recebeu uma mão aberta no meio da testa.
— Ai, ! — reclamou, acariciando o local atingido.
— Ai nada, tô aqui falando e você com esse olhar de peixe morto, tá tudo bem? — a pergunta saiu em um tom mais delicado, típico de .
Liam riu, ao perceber que, realmente, deixou a namorada falando sozinha durante o jantar.
— Como você acha que vai ser? — ela repetiu a pergunta que havia feito e não obtido resposta alguma.
Nos últimos dias, Liam percebeu que, cada dia mais, a namorada se mostrava ansiosa, nervosa e um pouco insegura quanto ao assunto casamento.
Dizer que também não se sentia inseguro era mentira, mas, de forma alguma, poderia passar isso para a namorada. Tinha certeza que, de um jeito ou de outro, daria tudo certo, então, usando essa confiança não tão confiante, estendeu a mão até o outro lado da mesa e puxou a mão da namorada na sua.
— Eu acho, ... — apertou sua mão e sorriu —, que vamos ser muito felizes. Problemas qualquer casal tem, não somos exceção da regra e nem nunca vamos ser, mas sempre faremos o possível para ficarmos bem e resolvermos qualquer problema sempre da melhor maneira.
mordeu o lábio inferior para tentar controlar o choro, mas as lágrimas foram mais rápidas e se fizeram ser mostradas nos olhos da garota.
Sem conseguir responder mais nada, apenas levantou-se de sua cadeira, deu a volta na mesa e puxou Liam para um abraço.
— Será que é normal essa reação de noiva? — perguntou Liam, tentando descontrair.
apertou seus braços envolta do corpo do namorado mais ainda.
— Não é normal nenhuma noiva sentir isso, porque nenhuma teve Liam Payne como noivo. — disse sorrindo, enquanto o namorado passou a mão em sua bochecha, limpando o fino caminho das lágrimas.
— É, , nós somos um casal especial.
— Definitivamente, Liam Payne, somos.
//
***
— Meu Deus, Louis, eu vim de Barcelona até aqui, só para te ver.
— E é longe?
— Umas nove horas de carro, contando a balsa... Mas de avião... — antes que terminasse seu raciocínio, foi interrompida.
— Você veio de avião até aqui só para me ver?
— Não. Eu ia, mas o voo tinha saído fazia quinze minutos e o próximo ia ser só no próximo horário. Como a balsa ia sair quinze minutos depois de quando liguei para a empresa e tinha espaço ainda para reservar, então... — balançou os olhos, como se fosse algo comum e sem importância.
e Louis trocaram olhares confusos e nenhum dos dois sabiam decidir o que era pior no que ela havia dito, para escolherem o péssimo.
— Ah, sim... — ele concordou com a cabeça, sorrindo. — E seus pais, o que acharam disso?
— Eles não sabem...
— Menina, mas volte agora para casa!
— Eles não moram comigo.
— Jesus Cristo... — sussurrou, dando as costas para os dois e alguns passos à frente.
Aquelas fãs podiam ser mais piradas?
As mais de vinte meninas passaram a gritar mais ainda o seu nome e decidiu tirar uma foto geral, pedindo para Louis bater, assim que terminou de conversar com a fã maluca de Barcelona - ela nunca se esqueceria daquela garota pirada -, fazendo o mesmo com ele, quando terminou de fazer as três poses diferentes, assim como em outro lugar ali ao meio.
— Muito obrigado pelo carinho, meninas! — Louis falou, acenando.
sorriu, também se despedindo, mas sem agradecer. Elas eram fãs de seu namorado, não do seu trabalho como modelo de passarela... Quer dizer, poderiam acompanhar e ter surtado ao verem-na, mas era coisa do momento e se um dia os dois largassem, poucas se lembrariam dela com carinho. Ela tinha redes sociais e sabia muito bem que grande parte a considerava frescurenta demais para namorar Louis Tomlinson, o bom-samaritano.
— Eu vou matar o Niall! — Louis exclamou, ao bater à porta do táxi que os levaria de volta ao resort. O coitado do taxista foi gentilmente obrigado a esperá-los no calor de seu carro por mais ou menos quinze minutos. — Olha as coisas que ele faz a gente passar ou com a boca grande dele, ou com essa mania de não enxergar paparazzi e querer sair como se fosse normal.
Mas a considerada frescurenta era ela...
— Culpa da , também. — negou com a cabeça, bufando. — Mas puta merda, nove horas só pra me ver...
— Ver a One Direction, não só você. — apontou com o indicador, achando-o prepotente.
— Tenho certeza, , de que eu sou o favorito dela. Aceita, amor! — esticando um dos braços, apertou uma das bochechas dela.
rolou os olhos para aquele ato e sorrisinho de lado, presunçoso, e decidiu observar o lado de fora da janela passando. Não iria “discutir” com o ego de Louis. Estava ferido demais por ter perdido.
— Nossa, que cacete, puta povo lerdo! — reclamou do grupo, que subia preguiçosamente até as benditas rochas espanholas.
— Ai, cu, o meu pé! — deu um empurrão em Harry, que quase caiu no buraco entre uma rocha e outra.
— Não subo mais isso, tchau. — e então o moreno refez todo o caminho, voltando para a areia.
— Ish, tá na falta.
— Louis... — respirou fundo. — Ai, depois a gente se encontra, pessoal! — acenou para o grupo e fez o mesmo caminho que Harry.
— Se vocês demorarem muito, eu juro que vou vomitar tudo o que não saiu ontem depois do barco, na cabeça de cada um! — ameaçou, recebendo caretas de nojo de todos, que aceleraram os passos. — Isso! Gosto assim. Obrigada! — sorriu satisfeita.
Depois de algumas reclamações, finalmente conseguiram se ajeitar sobre o local. As garotas se encontravam sentadas por entre as pernas dos garotos, sendo abraçadas, observando o “limite” do mar, aguardando o pôr-do-sol.
Louis e
— De onde a gente tirou a ideia de ver essa coisa? — suspirou.
— , você é tão insensível. — Louis respondeu, enquanto passava a mão no comprimento do braço da namorada.
— Ah, Louis, me poupe. Não, mas de verdade, vai demorar? — se virou para encará-lo.
— Daqui a pouco começa, olha lá, já está quase descendo o sol. — apontou para frente. — Você não está feliz pelo momento? Por estar com todos nós, as meninas, finalmente. — devolveu o olhar.
— Lógico que sim! Mas também estou com medo do que decidiram.
— Ok, então vamos falar de nós. — a arrumou de novo em seus braços, abraçando-a mais apertado por trás.
— Falar o quê?
Foi chamada de grossa.
— Não sei como eu te amo. — sussurrou em seu ouvido.
— Somos a farinha do mesmo lote, só não do mesmo saco, porque seu pai é um e o meu é outro.
— De verdade? Nós somos o melhor casal! — se virou novamente e viu o sorriso do namorado de orelha a orelha.
— Descobriu isso hoje, seu idiota? — o estapeou no braço, sorrindo divertida.
— Ai, ai, ai, amor! — se encolheu. — E não, mas senti vontade de falar só agora. — deu a língua.
— Você é um lindo. — apertou as bochechas dele.
— Que bom que sou só um, imagine três?
— Cala a boca e escuta. — esticou o indicador ao lado do ouvido.
retrucou o que havia dito, fazendo Louis a encarar sério e a moça rir com as respostas recebidas.
— Vai lá então. — apontou.
— Lógico que não, Louis, Niall tem cara de bulldog. — arqueou as sobrancelhas.
— E eu?
— É até que um vira-latinha pagável. — gargalhou.
— Babaca. — Louis fez bico.
— Também amo você. — fez uma careta e riu, recebendo vários selinhos.
//
Niall e
Cada casal já estava em seu próprio mundo, olhando o horizonte e trocando sussurros, o que não era diferente do casal melação, que também tinham as mãos dadas.
— ‘Cause our hands fit like my t-shirt. — a beijou no rosto.
— Niall, amor, vou te ensinar algumas coisas: garotas usam rímel, estamos olhando para o sol, também têm lágrimas nos meus olhos nesse momento, fora a dor da despedida. Não combina, tá?
— I can make your tears fall down like the showers that are British. — Cala a boca, Niall.
— Cuz it's too late to close your mouth, shut up and kiss me… — riu.
— Chega, menino, chega! E não tem sentido, eu quem mandei você ca- — a interrompeu.
— Me beija logo!
— Não. — usou um tom óbvio.
— ... — fez manha.
A menina se virou para o garoto.
— N. A. O. Til. — negou com o indicador, enquanto soletrava.
— , beija esse bobo logo, senão eu vou e faço isso. — gritou da ponta.
— Mas não vai é mesmo... — a encarou, fechando a cara.
— Ela não vai mesmo, , pode vir... — Niall fez bico pro ar, fazendo todos rirem e se emburrar.
— Niall. — o encarou, brava.
— . — arqueou a sobrancelha, sorrindo de lado.
se permitiu rir e o segurou pela bochecha, dando-o um selinho que Niall fez questão de aprofundar.
Os amigos começaram a comemorar com risos, palmas e assovios.
//
Zayn e
— Olha, amor, o menininho com o sorvete todo derretido, que coisa fofa! — a menina apontava para o pequeno garoto, que usava um boné quase maior que sua cabeça.
— Cadê a mãe dessa criança? Olha lá, todo melado, credo! — Zayn fez uma careta e riu, achando graça. — Pelo menos tem estilo, boné maneiro.
— Deixa ele se sujar, criança limpa demais, é criança que não se diverte. — deu de ombros, sentindo os braços do namorando a segurarem de uma forma mais aconchegante que antes. — Os pais dele devem ser estilosos, porque a bermudinha dele é fofa demais também.
— Tô vendo que quando tivermos nosso bebê, você vai ser a mãe irresponsável que deixa a criança fazer o que quer, e eu o pai que fica dando bronca nos dois.
— Tô vendo também que alguém vai gastar horas e horas em lojas de roupas infantis, comprando modelitos style, tô certa? — virou o pescoço, a fim de olhar para o namorado com a sua cara de desconfiada. — Afinal, nós sempre soubemos quem é a fêmea dessa relação, né, gato?! — deu uma piscadela sapeca.
— A senhorita que me respeite, ! Só prezo pela imagem do nosso bebê! Filho do casal Malik, o casal mais cool existente, tem que ser super estiloso, assim como os pais.
— Quero só ver, você vai ser aqueles que a cada dia chega com um mimo novo pra criança, quero nem pensar se tivermos uma menina...
— Se no dia que você fizer a ultrassom o médico falar que é menina, vou logo entrar em contato pra providenciar algumas coisas necessárias para o crescimento e pra quando ela chegar à adolescência...
— Coisas tipo...?
— Ah, uma espingarda pra espantar os gaviões com fome de menininhas lindas!
— Zayn! — levou um tapa da namorada. — Você não vai ficar espantando os namorados dela, pode parar de ser ciumento!
— Só sei tomar conta do que é meu, assim como eu fazia com as minhas irmãs, que, aliás, estão solteiras até hoje. — deu um sorriso satisfeito.
— Se por sua culpa elas nunca arrumarem namorado, acho que vão esfregar sua cara no asfalto qualquer dia. — gargalhou alto, jogando a cabeça pra trás e encaixando-a entre o vão do pescoço do namorado.
— Missão cumprida, , missão cumprida. — começou a rir e levou um tapa. — Ai, amor, para com essa violência gratuita aqui no meio da praia. — rolou os olhos. — Olha lá, o menininho bonitinho, meladinho, estilosinho da bermuda larga, que deixa metade da fralda pra fora, já está se limpando.
buscou com o olhar o pequeno, que agora estava no colo da mãe, com a barriguinha para frente, enquanto o pai passava algo para limpá-lo.
— Vamos ser assim... — Zayn falou, depois de alguns minutos em silêncio.
— Hein?
— Assim, um ajudando o outro em qualquer situação, até porque, vou querer estar com vocês todos os momentos possíveis.
— Mas nós sempre vamos estar com você, ou acha que só porque vou ter um bebê, que vou parar de ir com você nas turnês? Ah, coitado, vai ter mais um pra pegar no seu pé, tá pensando o quê? — finalizou com um grunhido. — Além do mais, não perco por nada a babação que será dos outros casais em cima do nosso pequeno.
— Falando assim, até parece que já estamos esperando o bebê. — Zayn riu, assim como .
— Olha, se viesse, seria bem vindo... — olhou para as próprias mãos, que sem nem notar, estavam entrelaçadas, se misturando nervosa. Suspirou.
Logo engataram outra discussão, mas dessa vez a respeito de possíveis nomes para o pequeno bebê Malik, e gargalhava cada vez mais, com os nomes absurdos que Zayn propunha.
//
Harry e
— Não basta ser viadinho, usar essas galochas em pleno sol de Ibiza, tem que ser fresco também, argh! — resmungou ao lado do menino, que fingia não ouvir, ao mesmo tempo em que ria discretamente da irritação dela. — Tá me ouvindo? Harry, eu vou te jogar no mar e oferecer de oferenda! Me chama de filha da puta, mas não me ignora. Nossa, menino, eu...
Foi surpreendida por lábios ágeis, assim como mãos que a puxaram para mais perto, fazendo suas coxas rasparem nas rochas.
— Sai, seu... — tentava interromper o beijo, mas Harry não estava muito interessado em ouvir o que ela tinha a dizer.
O garoto a fazia cócegas, se aproveitando do corpo dela, assim como aproveitava o som da sua gargalhada e se perguntava internamente como conseguira viver tanto tempo ser esse sentimento que ela despertava.
— Tá, chega! — segurou suas mãos e o empurrou, fazendo-o ficar sentando com as pernas abertas e se encaixou entre elas, puxando seus longos braços, afim de que a abraçasse.
Sentiu que estava no lugar certo, nos braços da pessoa certa, quando o sentiu dando uma fungada entre seus cabelos.
— Cheira uva... Assim como a sua pele... — arrepiou-se ao sentir sua respiração batendo no vão do pescoço.
O silêncio prevaleceu após essa frase e a única coisa que se ouvia, eram as risadas dos amigos um pouco mais acima, assim como palmas.
— E o CD novo, quando sai? — tentou puxar assunto calmamente, coisa rara vindo de .
— Lançamos o terceiro em Novembro, mais ou menos nessa época, desse ano, lançaremos o quarto, mas antes entraremos em uma turnê mundial.
— Uou! — olhou espantada. — Mundial? Que máximo, amor! — sentiu as bochechas serem tomadas por um rubor repentino, quando percebeu do que tinha o chamado.
Ele, ao ouvir, não conteve o sorriso repentino e a vontade de tomá-la mais ainda em seus braços.
— Mas então, qual o nome? Digo, do álbum? — tentou sair da situação, continuando o assunto. Mas Harry a encarou desconfiado e com uma sobrancelha arqueada. — O que foi?
— Você nunca se interessou pelas coisas da banda, o que te deu agora?
— Não posso querer saber mais sobre a vida do meu... — namorado? Seria a palavra?
Teve medo de falar e, por fim, ser algo abaixo desse patamar.
— Seu...?
— Não sei, o que você é meu?
— Acho que eu sou seu, apenas.
— Concordo, não quero por rótulos em algo que não sabemos como vai estar daqui um mês.
As palavras de doeram em Harry, assim como as dele doeram nela, mas felizmente ambos tinham os pés no chão até demais para saber que a qualquer momento o sonho de estarem juntos poderia acabar.
— É isso que importa, que você é meu e eu sou sua, o resto é tudo detalhe e coisa sem importância.
Não por vontade deles, mas sim, pela vontade da vida e do destino.
//
Liam e
— Como quer que o nosso casamento seja? — perguntou e, em seguida, deu-a um leve beijo no pescoço.
— Lindo. — sorriu abertamente, olhando para o céu.
— Eu sei disso, , eu também quero. — ela arqueou a sobrancelha e se virou, o encarando meio que de lado. — Mas eu digo no lugar, sei lá. — deu de ombros.
— Em Paris seria maravilhoso. — riu alto. — Pode ser na praia? — se encostou novamente no peito do noivo.
— Mas, amor, em Paris não tem praia. — seu tom de voz foi como se explicasse para uma criança.
Liam já havia considerado a capital havia tempos, adorava lá e, como fariam turnê, era só pausar para o casamento e continuarem com os shows logo depois.
— Mas não vamos nos casar em Paris, amor... — o olhou como antes. — Não! Socorro! Vamos nos casar em Paris? — arregalou o olho, agora se sentando com pernas de índio, de frente para Liam.
— Se é pra ser maravilhoso, vamos fazer maravilhoso. — fingiu indiferença, dando de ombros novamente.
— Amor, que... Para de chacoalhar o ombro! — bateu em seu braço e logo em seguida começou a chorar.
Liam não sabia se ria, sorria ou a abraçava, então fez tudo ao mesmo tempo.
— Não chora, ! Awn, que coisinha mais fofa. — a apertou na bochecha, voltando a abraçar.
— Fofo é você, meu Deus. — o apertou mais. — Onde foi que me inscrevi para ser tão sortuda? Preciso ir agradecer... — encostou a testa no ombro do noivo, que a acariciava no cabelo.
— Me avisa quando descobrir que vou junto. — sussurrou em seu ouvido, recebendo um “Por quê?” em resposta. — Porque preciso fazer a mesma coisa que você.
levantou o rosto e segurou Liam pelas bochechas, o encarando nos olhos, ternamente, sendo correspondida. Sorriam abertamente um para o outro, se esquecendo de onde estavam, com quem estavam, até mesmo do casamento; focavam-se apenas no olhar, no amor.
— Eu te amo!
— Não, eu te amo. — a deu um peteleco no nariz.
Os dois se aproximaram lentamente, juntando os lábios na mesma velocidade. Os olhos se fecharam, as respirações se misturaram, os estômagos se reviraram. O beijo era lento, apaixonado e feliz, extremamente feliz.
Assustaram-se com um som estranho e, voltando à consciência, reconheceram como palmas.
— Por que estão batendo palma? — perguntou, não se tocando que claro que Liam não saberia. O noivo deu de ombros, pela terceira vez ao dia, fazendo-a rolar os olhos.
— Vamos bater também.
E se juntaram a farra com todos os amigos.
//
***
A “decoração” do luau na praia privada estava simples - fora feita pelo resort, algo que eles nunca imaginariam que possuíam como “cortesia”, se não tivesse oferecido quando foram atrás de algo para iluminação na recepção.
Uma roda larga com rochas de bambu cercava uma mesinha com algumas frutas cortada como em festas vistas em filmes, havaianas, e algumas bebidas. Dez almofadas estavam separadas em volta da mesa, para cada um se sentar e não precisar de tanto contato com a areia. O violão de Niall se encontrava perto de uma das almofadas, que logo o loiro ocupou, já pegando o instrumento e dedilhando. Ao lado esquerdo de Niall, se encontrava , que ao seu lado esquerdo, jazia e, respectivamente, Harry, , Liam, , Zayn, Louis e , que, logo, estava ao lado direito de Niall. (N/As: Mais ou menos assim.)
Todos se encararam, sem saber o que fazer no momento, então, uma ideia surgiu:
— Como vocês se conheceram? — e veio de Louis, que apontou de para , de para .
O olhar que trocaram foi total desconfortável, mas elas não precisariam de tanto contato para contar essa história, por isso, começou, sem se importar, em um tom risonho.
— Bem, meu pai era da máfia portuguesa, enquanto os pais da eram da italiana; um dia, resolveram conversar entre aspas entre si, na minha casa, então a foi junto com o tio e a tia, que, aliás, são o casal mais legal do mundo. Meus pais são insuportáveis! — fez uma careta.
Harry a encarava com a sobrancelha arqueada, enquanto o resto tentava raciocinar.
— Mas vocês não são brasileiras?
— Qualquer pessoa pode ser brasileira, querido Zayn, aquele país é o país mais acessível do mundo.
— Tá, chega. A verdade! — Louis bateu palmas.
— Nossa, chato! — se emburrou, fazendo rir e pegar a vez.
— Eu me envolvi em uma briga no parquinho por causa de uma banana... — começou.
— Esse é o poder da banana! — Harry se levantou, apontando para o alto com a mão em punhos, como se fosse o vencedor.
— Meu Deus, mereço essa drag na minha vida? — bateu na própria testa, puxando o menino pela perna, fazendo-o voltar a se sentar.
— Idiota! — deu a língua.
— Gay. — retrucou.
— Você vai ver. — sorriu malicioso, apontando para o rosto da menina.
— Ow, ow, ow! Isso é uma coisa de família, tá? Temos crianças aqui. — logo interrompeu as tiradinhas, batendo palmas assim como Louis mais cedo.
— Crianças? — arqueou a sobrancelha, como em um sinal para a amiga.
— É, ou você acha que o que habita a minha barriga é um elefante? E a , é o quê? O Niall... — começou a enumerar nos dedos, sem se tocar que havia soltado a sua desconfiança e pensando que o gesto de tinha sido só pela pergunta.
Nem com Zayn havia falado antes, como pôde deixar algo assim escapar?
— Você está grávida? Depois eu falo disso de eu ser bebê, mas... O Zayn vai ser pai, eu vou ser tio, eu e a seremos padrinhos e teremos um bebê para mimar muito e ser meu pagem no casamento meu e da , já que no dos Paynes não vai dar tempo e, e, e eu acho que vou desmaiar! — Niall começou a andar em círculos, sorrindo abertamente, deixando mais ainda todos com cara de confusos.
— Meu casamento e seu? Quê? — também se levantou, sem entender.
Louis começou a se abanar com a mão de , pedindo socorro.
— Meu Deus, , chama uma ambulância. — Liam segurava os cabelos, olhando para a noiva, que só ria.
— Pai... Pa-pa... Papai! — e a ficha de Zayn ainda não havia caído, o contrário dele, que se jogou na areia, sorrindo mais do que sua boca suportava.
Logo todos correram para abraçar , assim como Zayn. O rapaz ainda se encontrava no chão, então logo um montinho foi formado e gritos foram ouvidos, risos e o ar de felicidade foi sentido com ainda mais força.
— Voltando a contar agora, meninas...
— Eu, hein, Louis? — riu. — Então, briguei pela última banana. Então, quando o menino foi me dar um soco, a desceu o chute na canela dele. Todo mundo entrou em desespero, nossas mães foram convocada na hora, as cozinheiras corriam em círculos e eu e a viramos melhores amigas.
— É meio que um fetiche da , então, bater em garotos?
— É meio que uma obrigação eu bater em garotos idiotas que não têm senso de ridículo, isso sim.
Um coro de “Uhhh...” foi ouvido, deixando Harry sem graça e querendo matar , que gargalhava. Acabou que ele se rendeu e começou a rir também.
— Vamos fazer o jogo das três perguntas com elas? — perguntou para as garotas.
— Podemos também? Fala que sim, fala que sim, fala qu-
— Não, Louis!
— Chatas.
— Pergunta número um: — começou. — Existe algum sonho que vocês dependam de alguém para realizar?
As duas se entreolharam mais uma vez, voltando a sentir aquele desconforto no estômago e uma vontade enorme de largar tudo e voltar para o resort, mas logo percebeu que não tinha por que e que a discussão das duas não tardaria a ser considerada babaquice por ambas, e que passaria. Haviam mais anos de amizade do que dias de discussões, não tinha por que, justo agora, em Ibiza, querer considerar algo dito de cabeça quente, como algo grave e ofensivo. Por isso, respondeu sorrindo:
— Uma vez, fizemos um pacto de fazer mochilão pelo mundo todo, mas com cidades distintas e realizar um sonho em cada uma delas.
— E quais seriam? — perguntou Louis, apoiando o queixo na mão.
— Já ouviram All Time Low? — a maioria concordou com a cabeça, até , que fez cara de tédio. — Então, somos apaixonadas por eles.
— E tem a música Hello Brooklyn, que fala o nome de várias cidades, que são as que escolhemos para visitar um dia. — finalizou .
— Ok, mas e a parte de depender de alguém?
— Eu dependo da e a depende de mim. Nossa promessa é irmos juntas, se ela não for, eu não vou e vice e versa. — sorriu e estendeu a mão para que a menina segurasse.
— Exatamente! — falou com convicção, pegando a mão da outra e sorrindo.
— Meu Deus, me deixem ver essa lista um dia! — era a vez de . — Bom, pergunta número dois: — limpou a garganta. — , o que é a coisa mais importante que você tem na sua vida?
Pensou por um momento e riu, deixando todos sem entender.
— Isso. — todos fizeram cara de que não entenderam nada, então começou a explicar. — Por muito tempo, minha família foi basicamente a , já que meus pais se mudaram para a França quando eu tinha dez anos, me deixando com os meus avós. Mas como eles sempre estavam ocupados demais com a empresa do meu avô, era quem cuidava de mim quando ficava doente, era quem me ajudava nos deveres de casa, que, aliás, ela sempre foi mais inteligente. sempre foi mais do que amiga, ela foi minha mãe, pai, tia mala que enchia o saco, tio que fazia a piadinha do “É pavê ou pacumê?” no Natal. Irmã mais nova que pega no seu pé, irmã mais velha que não te deixa fazer nada direito... Ela foi basicamente tudo na minha vida. A partir do momento que coloquei os pés da casa do Harry, no dia que chegamos, senti que tudo mudou. Que a partir dali não seriamos só eu e ela, teríamos mais pessoas se preocupando conosco, e a prova foi quando isso aqui... — beliscou o braço do garoto que estava ao seu lado, fazendo-o soltar um “Ai, amor, que bruta!” — e o traste que se encontra ao lado da , foram para aquela festa e vocês, meninas, foram atrás deles, deixando os namorados em casa com a gente, parecendo um bando de mariquinha chorona.
— , não conta que eu chorei, sou pai de família agora! — Zayn protestou.
— Você foi o primeiro a chorar, por Deus! — entregou , fazendo todos rirem.
— Foram os hormônios, ok? — piscou freneticamente, com uma das mãos no peito.
Todos demoraram certo tempo para processar, até soltarem algumas ofensas para cima da mãe dele e risos.
— Enfim, a coisa mais importante que tenho na minha vida são vocês, que se preocupam comigo e vêm sendo mais do que amigos, vêm sendo a minha família.
Se tivessem combinado não daria certo. Assim que terminou de falar, todos, inclusive , que estava ao seu lado, foram até a menina e a abraçaram coletivamente, passando todo o carinho que sentiam por ela e a amiga.
— Fazer uma mulher grávida chorar deveria ser crime e dar cadeia, viu? — falou , com os olhos marejados, assim que todos se soltaram. — Mas agora a pergunta final e vai ser pra . Se pudesse distribuir algo para todas as pessoas no mundo, o que seria?
Várias coisas passavam pela mente da menina, dinheiro? Comida? Água? Mas nada disso era mais importante do que ela responderia.
— Acho que amor. — Harry sorriu ao ouvir as palavras dela. — O mundo está assim hoje, pela falta de amor. Falta de amor a si próprio, amor ao próximo, amor por quem não se conhece, amor a quem convive... Se todos tivessem o amor que merecem receber, teríamos um mundo muito melhor.
— Já pensou em ser presidenta? — Liam perguntou, assim que todos se separaram.
— Pensar até pensei, mas preferi aceitar a proposta de ser fada madrinha no reino da princesa gay aqui. — piscou para , que mandou um beijinho no ar e fez todos rirem.
— É pra cantar Cyndi Lauper! — tentou ordenar.
— Soprano aqui é só com o Louis! — falou, rindo.
— Cala a boca, sua camela. — Louis rebateu, dando o dedo do meio.
— Papi, o camelo, tem uma corcunda, então vamos passear... Bum, bum, bum, bum. — começou a cantarolar, recebendo olhares estranhos e sendo acompanhada por .
— Papi, o camelo, não, não tem corcunda... — Não? — fingiu espanto.
— Papi, o camelo, não, não tem corcunda. — Que isso? — colocou a mão no peito.
— Papi, o camelo, não, não tem corcunda, porque Papi é um cavalo. — Cavalo? — As aparências enganam. — juntou a boca em uma fina linha, fingindo pena.
— Puxa, pensei que ia ser amigo dele pra sempre... — fez bico.
— Ahh! — terminaram juntas.
— Que bosta foi essa? — apontou, recebendo alguns acenos de negação e algumas risadas em resposta dos outros.
— Ok, focando na Cyndi, por causa de um pedido de uma grávida! — Zayn abraçava , que estava por entre suas pernas, por trás, com a mão pousada na barriga dela, protetoramente.
Niall pegou o violão e apoiou em sua perna, com a parte traseira pra cima, começou a batucar ritmicamente e puxou:
— If you're lost you can look...
And you will find me, time after time
If you fall I will catch you
I'll be waiting, time after time
If you're lost you can look
— Niall tá meio emocional hoje?! — brincou, quando pararam com os batuques e de cantar.
— Tenho uma melhor! No clipe dessa o cabelo dela tá demais! — comentou.
— Deve ser porque lembra o seu. — Louis apontou, gargalhando.
— Ficou bravinha por causa do soprano, moça?
— Ah, agora eu sei qual música que é! Valeu, Louis! — fez joia. — But I see your true colors shining through... — estralou os dedos, recebendo apoio de todo mundo, de novo.
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
— Não, calma, eu tenho a melhor de todas hoje e sempre! — ficou em pé e começou a pular, batendo palmas. — This hole in my heart that goes all the way to China... — prolongou o fim.
As garotas se juntaram a ela e começaram um passinho de arrastar o pé sem o levantar, de um lado para o outro, enquanto batiam palma.
You gotta fill it up with love before I fall inside of...
This empty hole in my heart that goes all the way to China
And though you can't see the bottom
— Believe me, it's a long way doOoOOOoOoOOoOoOoOoOOwn! — Louis atingiu - ou tentou - uma high note aguda quase semelhante a de Cyndi, fazendo todo mundo tampar o ouvido pra não adquirir tímpano problemático.
— Depois achou ruim com a . — reclamou.
— Meu Deus! — coçou o ouvido.
— Nunca mais faça isso, menino! — advertiu, apontando em sua direção.
— Dude... — Zayn repetiu o ato de .
Acabou que explodiram em risos logo depois.
— Pra vocês, ó: giiiiiiiiiiiiirls just wanna haaaaaaaave fuuuuuuuuu-uuuuuun! — Eu falei pra não fazer mais isso, Senhor da Glória! — cuspiu a água que estava em sua boca, de susto, e se levantou, começando a correr atrás dele pela praia, gargalhando.
— Ela deixou tudo pior com esse grito... — fez uma careta.
E foi assim até a alta madrugada, quando sentiram o sono tomando conta de seus corpos, voltando, assim, para o resort nas ruas movimentadas de Ibiza.
— Só quero ficar em paz com você hoje, . — Harry disse, enquanto passava um de seus braços pelos ombros dela, puxando-a para mais perto a fim de depositar um beijo no topo de sua cabeça.
Niall e trocaram olhares e soltaram comentários aleatórios sobre como os dois estavam fofos demais naquele ano.
— Por que não param de comentar sobre nós dois e fazem igual?
gargalhou sobre como Niall ficou rosa demais com o comentário do companheiro de banda e só aguardou a resposta, que não tardou a vir.
— Porque a gente sabe que não vai resolver de nada, oras.
estreitou os olhos para ele, que deu de ombros e fez o mesmo que Harry havia feito com antes, mas dando-a um selinho.
— Idiota. — a menina resmungou, rolando os olhos.
“O que anda acontecendo com o Niall?”, sussurrou para Harry, que encolheu os olhos, sem saber o que responder, já que nem ele entendia mais o amigo e muito menos o casal. Era totalmente diferente conforme a quantidade de gente aumentava ou diminuía perto de Niall. Quando se aproximava, então... imprevisível o que aconteceria e como a personalidade dele passaria a ser.
Logo chegaram na porta de seus quartos, mas e se despediram dos dois, indo até o quarto de , que seria onde terminariam de se arrumar.
Todas resolveram, juntas, visitar o salão do resort, já que seus cabelos estavam próximos da calamidade pública, alguns desbotados e outros ressecados por causa da junção sol, praia e cloro. As maquiagens também foram feitas por lá e os vestidos haviam sido escolhidos por elas logo pela manhã em um dos shoppings próximo de onde estavam - o colocariam no momento.
No shopping, algumas garotas pararam para falar com elas, assim como dois garotos e todos as respeitaram, foram adoráveis e não se esqueceram de perguntar sobre a boyband, claro.
Os vestido da festa de gala deviam ser estampados ou inspirados em alguma flor, já que era um baile de primavera, estação essa, que começaria exatamente naquele dia por ali.
e só conheciam orquídeas, , ao bater os olhos no seu, já idealizou uma rosa e não quis olhar mais nenhum - se olhasse, ficaria na dúvida e preferiu ser prática pela primeira vez na vida, fazendo o papel de no lugar da mesma, que precisou de muito para escolher seu look de hortênsia. ... quis ser cientificamente modificada, como dizia Louis.
O salão possuía um hall que os lembrava a construções da Grécia Antiga. Lustres traçavam o caminho por um corredor extenso, até a entrada do salão, que estava decorado com móbiles de flores, luzes e algo chique, que não conseguiam decifrar, só achar um espetáculo.
Uma árvore, ao fim do salão, entre a mesa de comidas e o bar, tinha flores por ela nos tons de laranja, coral, amarelo, violeta e azul royal. As cores da primavera de 2014 e também da festa. Tudo seguia aquele padrão.
As mesas redondas possuíam toalhas brancas, mas era possível notar as flores em um vaso, ao centro, formando um degrade conforme andavam pelo salão e aparadores provençais em alguns cantos, tinham doces com nomes impronunciáveis.
— Ainda não entendo por que cargas d’água a sua gérbera é verde!
Fazia certo tempo que haviam chegado, mas Louis insistia no assunto, fazendo rolar os olhos constantemente.
Harry riu fraco, assim como Zayn, e . bebeu um pouco de seu champanhe, tentando disfarçar o fato de que em dois minutos aconteceria alguma discussão por ali.
— Já cansei de falar que a bosta da gérbera é minha e que se eu quisesse, ela seria azul com bolinhas laranja.
— Ô, , mas o que está acontecendo de tão interessante na outra mesa, que nem respirando você está?
e trocaram olhares, enquanto bebia mais um pouco do conteúdo em sua taça. Teria que ser assim, se o baile de primavera que tinha tudo para ser máster divertido, tomasse esse rumo por causa dos dois casais.
— Se eu não estivesse respirando, estaria roxa!
— Mas, amiga... — começou, porém , que estava ao seu lado, deu-lhe uma cotovelada nada disfarçadamente.
já estava roxa e só faltava colocar o punho inteiro dentro da boca para parecer mais irritada.
O que acontecia na mesa bem próxima deles, era Pablo e Miguel bem amigos de Carly e Zoey. Não paravam de rir por um segundo sequer, e sentia o estômago se embrulhando por isso... também, mas tentava disfarçar, conversando até com o garçom que ia “atualizar” as coisas da mesa.
— Ai, o ego... — praticamente sussurrou e os que estavam na paz demais com si mesmos, só observando e Niall, voltaram suas atenções para ela. — Se bem que até o meu está sentindo por vocês, viu?!
Niall pareceu ficar ainda mais corado de raiva, inflando suas bochechas, e Louis fechou a cara, resmungando algo que ninguém entendeu, mas que, sem dúvidas, continha o nome da flor favorita da namorada.
reclamava de algo com Niall de um lado, de outro, pedia para o namorado mudar o disco. e Zayn pareciam compenetrados demais em um diálogo, assim como e Liam, que ora bebiam, conversavam, ou ora ela ficava parada, encarando seu anel de noivado, fazendo-o rir e ser fofo de alguma forma.
e Harry trocaram olhares e antes mesmo que ele terminasse de dizer “Acho melhor sairmos daqui”, ela concordou, já se levantando. Sabiam que se continuassem naquele clima, a promessa de mais cedo se quebraria, já que ou discutiriam por causa deles, ou por defenderem lados diferentes.
Mas antes que pudessem sair, Niall soltou a pior frase que poderia, porém, que os fez rir.
— Você se veste assim de princesa todos os dias, ou só hoje que eu vim de príncipe?
engasgou com a bebida, os Maliks pararam em choque, ficou extremamente sem graça, com seus olhos arregalados e deu um tapa na própria testa.
— Porra, que maneira mais péssima de acabar com uma discussão, hein?
— Essa nem pra site de cantada de pedreiro vai, sinceramente...
— Provavelmente você está dizendo sobre o mesmo site em que você pegou a do “Me passa o seu Instagram? Meu pai disse que devo seguir o meu sonho.”, né, Styles?
— Amor... Tsc, não espalha, !
— Eita, Harry! — Liam começou. — Decaiu, hein?!
Macarena já tinha ido e agora era a vez de Twist and Shout, fazendo o salão todo dançar praticamente da mesma forma, nos passinhos de danceterias.
Às vezes, eles perdiam o ar de rir um do outro, e paravam no meio da pista, em uma roda, para conseguirem voltar a respirar. Logo depois, bebiam mais do que o garçom passava oferecendo, e voltavam a dançar, derrubando um pouco do conteúdo no chão, voltando a rir ou escorregando.
Por algum motivo, os casais decidiram trocar os pares e dançava simpaticamente com Carly, com Louis, com Niall, Liam com Harry e com Miguel. era constantemente vigiada por Zayn, que parecia desengonçado e preocupado demais por sua namorada estar com Pablo, no ponto de vista de Zoey.
A música acabou e Something About the Way You Look Tonight começou, fazendo os casais se reunirem mais uma vez e, ironicamente, Pablo se juntar a Zoey, assim como Miguel a Carly. pareceu não se importar, se sentia bem com Harry e teria que dar um jeito no seu ciúmes bobo.
— Vai dançar comigo ou prefere se juntar do outro lado? — perguntou Niall.
o encarou por um momento, vestido de pinguim suado, com os primeiros botões da camisa social branca abertos e o paletó bagunçado em seu corpo, e riu, se jogando em direção a ele e entrelaçando os braços em seu pescoço.
Niall entrelaçou seus braços em volta da cintura de , apertando e puxando-a para perto, começando a se movimentar de um lado para o outro. Ela, por sua vez, o acompanhou nos passos, sem deixar de puxar o máximo de ar que conseguia do pescoço dele para sentir o seu perfume e acalmar o seu coração.
— Te amo! — falou.
— Eu.
Ele chacoalhou a cabeça de um lado para o outro, soltando um muxoxo, e corrigiu.
— Eu te amo, pé no saco.
— Eu também amo você, pé na bunda.
And I can't explain E eu não consigo explicar
But there’s something about the way you look tonight Mas há algo sobre como você está essa noite
Takes my breath away Tira meu fôlego
It´s that feeling I get about you deep inside É o sentimento que tenho em relação a você bem no fundo
And I can't describe E eu não posso descrever
But there's something about the way you look tonight Mas há algo sobre como você está essa noite
Takes my breath away Tira meu fôlego
The way you look tonight A maneira como você está essa noite
Com um dos braços pendurado sobre os ombros de , Niall era acompanhado na música pela menina, fazendo os que estavam mais para trás esperarem o momento em que tombariam e ficariam ali na grama mesmo, acordando só no dia seguinte.
cochilava no ombro de Liam, que ria. e Harry só assistiam a cena, um apoiado no outro, sem saber onde estavam. Zayn e haviam desistido da festa mais cedo e Louis e haviam sumido... Ou eles que não procuraram mesmo.
— Ima boss-ass bitch, bitch, bitch, bitch, bitch, bitch, bitch... — Ima boss-ass bitch, bitch, bitch, bit- — … — Niall interrompeu o momento dela e levou um olhar feio por isso.
— Quê?
— Tô afim de te beijar.
E nesse momento os três entregaram os dois para Deus, só gargalhando, e os casal parou para se beijar no meio do caminho.
E assim como começaram, se interromperam.
— E se a gente pular na piscina?
— Vocês vão é pra cama, Niall e ! — Liam empurrou Niall com a mão livre e os seguiu, protestando.
— Pensa pelo lado bom, amor, na cama vai ser mais legal.
E antes que pudesse obter alguma resposta, além do sorriso estranho que recebeu, se inclinou e vomitou.
O casal acordado gargalhou pelos planos de Niall ter falhado e Liam, tentando se afastar a tempo, acabou acordando , que jorrou palavrões para cima de todos e foi para o quarto cambaleante de sono, sendo seguida por ele.
— Niall... — o chamou. — Eu te amo, tá?
— Vomitada assim, te quero longe.
escancarou a boca, Harry e trocaram olhares e o berreiro da loira preencheu o jardim.
— É, a noite acabou para vocês! — a morena disse, tentando ajudar a andar.
— É porque a sua só começou, né? — irônico, Harry tirou a amiga do braço de , ajudando-a andar e tentando acalmá-la.
— O que eu falei demais?
— Niall e , só andem, pelo o amor de Deus!
“Mal percebeu quando a garota havia batido as costas em uma parede e abriu os olhos.
Harry a encarou por alguns segundos, tentando decifrar o que havia em seus olhos, já que desde o dia que haviam se encontrado em Ibiza, tudo estava uma completa confusão não só para ela, mas para ele também.
Correu os dedos pelo rosto da garota e aproximou-se novamente. também abriu a boca, mas não foi para dar espaço para os lábios dele.
Em um movimento não ensaiado, abaixou a cabeça e algo com a coloração esverdeada saiu de sua boca.
— Argh, , sério isso? Você também? — olhava com nojo para o próprio sapato.
levantou o dedo do meio para o garoto, sem ter forças para levantar a própria cabeça e ofendê-lo com seu acervo de ofensas dedicadas somente a ele. Queria dizer também que aquele sapato horrível merecia receber desde vômito a algo mais intenso por cima, mas não conseguiu.
Ao perceber que a garota não iria parar, segurou seus cabelos em um rabo de cavalo com uma mão e colocou a outra na testa da garota.
— Você consegue caminhar até o banheiro?
Ela queria concordar com a cabeça, mas apenas soltou um gemido, antes de voltar a vomitar e vomitar em cima por ver o vômito.
— É hoje! — riu, ouvindo-a tossir quase que o pulmão para fora, ainda arqueada em direção ao seu sapato.”
O momento que Harry se lembrava, era o da discussão sobre o ontem ser hoje e o hoje ontem, da festa chique acabar com todos de pés descalços e o da bebida finalmente sair de uma forma nada simpática. Era estranho como dessa vez não era ele quem saía quase se arrastando... só perdia para e Zayn, que, aliás, exerciam o papel de grávidos muito bem, no quesito sobriedade.
— Harry... — ouviu, ao meio de seus pensamentos, o chamando.
— Oi... — sussurrou, com medo de falar alto e acabar incomodando-a.
Ela se ajeitou, semicerrando os olhos, que quase se fechavam pelo sono, e sentiu o corpo dele fazendo o mesmo, seus braços a puxando para mais perto e um beijo na bochecha.
— Desculpa por não te dar uma última noite mais maneira.
Pensou por um momento, fazendo carinho no braço dela com os dedos.
— O importante é estar com você, não é?
— Ha, conta outra, “Staious”. — brincou, rindo fraco.
— Olha, eu coloquei o celular para despertar em um horário bem legal, daí nós nos levantamos e aproveitamos até a hora de ir embora... O que acha?
— Se for depois da uma da tarde, está ótimo! — deu de ombros e ele apertou suas bochechas.
— Engraçadinha!
Harry puxou o queixo de para cima, dando-a um beijo, e logo se desejaram boa noite. capotou quase no mesmo segundo, já ele, demorou alguns minutos para pegar no sono. O “eu te amo” que trocaram fazia o futuro parecer bem legal... mas ele sabia que no dia seguinte, “legal” seria a única palavra que não usaria.
Ninguém tinha conseguido levantar cedo, como era de se esperar. e Harry, ao contrário do planejado, foram os primeiros a desligar o despertador, sem chance de soneca, para voltar a dormir e continuar assim, até alguém - que achavam ser , mas na verdade era Liam - bater na porta, dizendo que era a hora de ir embora.
Niall e se enfiaram na água de coco, Gatorade e aspirina, quase tiveram que ser arrastados restaurante afora e os óculos de sol pareciam os seus parceiros para a vida...
A verdade era uma só: sortudos Zayn e , por estarem esperando um bebê, serem responsáveis o suficiente e não colocar álcool na boca... principalmente Malik, que não precisava parar, mas incrivelmente resistia.
— Final de férias, arrumar mala, me despedir do Harry...
— Pelo menos dessa vez não estamos fugindo deles! — tacou o último par de sapatos que faltava, dentro da mala.
— Estou sentindo que dessa vez vai ser tudo diferente...
— Como assim?
— Não sei... — falou distraidamente. — Só estou sentindo...
— Eu, hein, às vezes tenho medo dessas coisas que você sente. — tentava fechar a mala. — Argh! — Vamos, ? — chamou, pegando seu casaco e a mala de mão.
— Calma, porque essa bosta não quer fechar! Vem aqui... — sentou-se em cima da mala. — e fecha o zíper! — riu da cena, ajudou a amiga a fechar e então segurou a mão da mesma, saindo do quarto assim.
Uma roda podia ser vista no meio do saguão do resort. Algumas pessoas passavam olhando e duas já haviam pedido fotos, mas, pelo menos, haviam descoberto eles ali nos últimos dias, porque se fosse nos primeiros, teriam que ter voltado para casa uma semana antes.
— Vocês bem que podiam ir com a gente pra Londres... — disse, dando um suspiro no final da frase.
— Mas nós vamos para o casamento dos Payne! — deu uma dançadinha.
— Mas está longe, é no meio da tour mundial dos meninos! — protestou.
— A que vai para o Brasil?
— A própria, . — Niall respondeu, abraçando a menina carinhosamente pela cintura.
— Esquecemos de citar que claro que vamos pro nascimento e batismo do bebê... Aliás! Você não pode se esquecer de nos contar como foi no médico, assim que você sair da sala dele, hein?! — disse sorridente, mas ainda assim apontando como uma ameaça para e Zayn.
Os dois bateram continência, sorrindo mais do que a boca. Era assim: citava o possível bebê e já sorriam mais do que pela vida toda.
— Galera, a van já chegou, vamos? — Liam apareceu, abraçado a namorada.
As meninas se despediram do casal que tinha acabado de chegar, de Louis, , e Zayn, e os acompanharam até a porta do resort.
— Então... Até daqui a alguns vários meses, né? — Harry disse, quando foi se despedir de sua garota.
— Pois é, coisa descabelada... Até...
— .
— Harry.
Falaram juntos. Riram, lembrando do dia que tinha brigado com Miguel e Harry a seguiu até a praia.
— Eu amo você, . — falou, acariciando as bochechas da garota. Ela, por sua vez, segurou na mão do menino e trouxe-a até a boca, beijando e fechando os olhos.
— Te amo muito, coisa descabelada.
Ele sorriu um dos sorrisos que não era parte da lista dos favoritos dela. E era incrível, como o mesmo acontecia com ela, na visão dele, só que em relação ao seu olhar. Ela não o olhava como ele amava.
— E nós ficamos como, ?
— Já falamos disso, fofo... — mordeu o canto da boca, olhando para o chão, mas sem soltar as suas mãos que aumentava o espaço que os separava.
— Eu sei, mas... Não é fácil encarar o fato de que lá no Brasil, você vai poder estar pegando outros mil garotos e uma hora ou outra, me esquecendo e...
— Harry Styles! — falou, brava. — Você vai entrar em turnê, provavelmente irá comer uma garota de nacionalidade diferente por dia, meu filho! Está mesmo querendo dar crise de ciúme agora? Você não está no direito, não está!
— Não estou dando crise de ciúme, mas é a verdade! O que houve desde o nosso último término? Você apareceu namorando um moreno do sorriso bonito!
— E você com a demônio da Nickelodeon!
— Mas ela não é da Nick, não estou entendendo...
— É modo de falar, jumento! Por causa do nome...
— Ah, tá! — ergueu as sobrancelhas, parecendo agora entender.
— Não pense que me esqueci da nossa conversa! — apontou o indicador para o menino.
— Promete que sempre vai ser minha? — abaixou a mão dela e a puxou para perto, fazendo seu nariz roçar no dela.
— Assim como as estrelas são do céu. — respondeu, com os lábios colados nos dele.
Tiveram um beijo significativo, cheio de sentimentos. Com amor, saudade que iriam sentir um do outro, medo de se deixarem esquecer... Digno de ser lembrado por muito tempo.
Quando finalmente se separaram e Harry foi para a van, estava virando para ir até o saguão chamar Niall, quando ouviu Harry chamá-la. A menina o olhou, assustada.
— A história da estrela... — parou por um tempo, pensando em como continuar. — É você. — e optou pelo modo mais simples.
não respondeu. Apenas deu um sorriso tímido, assim como o garoto, e voltou para o seu caminho, até o saguão, onde se despedia de Niall.
***
— Amore mio, eu quero te levar comigo. — pegou na mão da menina.
— Amore mio, eu não vou com você!
— Nossa, , você tem que ficar longe da . Está muito grossa. — a soltou rapidamente e se afastou.
— Convivo há anos com ela, querido, só agora que está pegando. Para eu ficar como ela, tem chão. — mandou um beijo no ar, com desdém.
— De qualquer maneira, você vai me esperar? — se aproximaram novamente e ele apoiou os óculos de sol na cabeça, para poder olhá-la nos olhos.
— Mas é claro que sempre, Niall. — deu-lhe um selinho.
— Eu te amo. — a abraçou, beijando sua testa.
— Também amo você! — segurou as mãos do menino atrás de si, fazendo-o a abraçar, e encostou sua testa em seu ombro, suspirando.
“Por que tem que ser tão difícil e sempre com uma despedida?”, se perguntavam, de olhos fechados, apenas sentindo seus braços em volta um do outro. Eles sabiam que não precisava ser assim, mas também não era o momento certo para darem um passo mais sério. Cada um tinha a sua vida e em países diferentes, com rotinas que não se batiam e provavelmente nunca bateriam, mas também precisavam amadurecer mais um pouco, para poderem dar um jeito no relacionamento. Ainda eram novos demais, para sacrificarem suas vidas. Era como diziam as meninas na primeira carta trocada, quando contrataram-nas e resolveram ir embora: tinham uma vida certa demais para um futuro muito incerto ao lado deles.
sentiu uma mão em seu rosto e notou ali, que chorava. Não era um escândalo, era um choro tímido e de saudades antecipadas.
— Vai dar tudo certo, amor.
Os olhos dela se fecharam e sentiu seus lábios sendo tocados pelos dele, mas antes que pudessem aprofundar, uma voz os fez se separar assustados, com os corações acelerados.
— Vamos se separar antes que necessite de água aqui, porque aí vão pensar que vocês são cachorros. — chegou gritando e batendo palmas.
— Nossa, , puta que pariu! — a deu um pedala.
— Eita! Calm down, não precisa me atacar! — começou a se afastar ainda de frente para eles. — Bom, desculpa atrapalhar o momento, mas, Niall, vai logo aí, porque estão só te esperando. — acenou e saiu correndo, como se pudesse atacá-la a qualquer momento. E levando em conta a feição da amiga, não demoraria mesmo.
O casal deu a mão, após um abraço apertado, e saiu andando até o lado de fora, onde se encontrava a van e com o corpo para fora e somente a cabeça para dentro, com certeza beijando Harry.
— Tchau. E não esqueça que estou te esperando. — Niall piscou um olho, sorrindo.
— E não se preocupe que logo mais voltarei para você, como diz naquela sua música.
Niall riu fraco por ela ter citado Back for You e seus lábios se juntaram pela última vez naquele mês.
Seria o mais difícil? Sim! Mas quando se ama, sempre há uma forma de superação. E não seria diferente com eles. Foram tantas vezes, por que não mais uma? Esperavam que a música estivesse certa...
— , liga o notebook, rápido! — entrou correndo no alojamento que dividia com a amiga, que estava jogada no sofá, assistindo desenho.
— O que é isso? Vai tirar o pai da forca, menina?
— O Louis mandou uma mensagem, pedindo para entrarmos no Skype, porque eles precisam falar com a gente.
Quando terminou de ouvir, levantou-se correndo, começando a arrumar o cabelo, indo trocar a camiseta e procurando um espaço na mesa, que estava cheia de papéis, livros e outras coisas que as duas usavam na faculdade, para colocar o notebook.
Quando ouviram o sonzinho de chamada de vídeo e voz, seus corações quase saltaram para fora.
— Oi! — os meninos falaram todos juntos.
— Olá, gente! — elas berraram, animadas.
— Isso aqui vai ser rápido! Só as chamamos aqui, para avisar que enviamos um presente para vocês. — Liam disse.
— Presente? Que presente?
— É surpresa, Yellow. — Niall falou, fazendo corar.
— E dentro dele, tem uma proposta irrecusável para vocês! — até Zayn, que ultimamente parecia estar desanimado nas entrevistas, estava sorrindo.
— Espera! — empurrou da cadeira e observou a tela. — Um... Dois... Três... Quatro... Está faltando uma coisa cabeluda aí!
— Gente, cheguei! — ouviu a voz de Harry longe e depois um estrondo.
Todos gargalharam, inclusive as duas.
— Harry? Você está bem? — Louis berrou.
— Estou ótimo! Sabe, é só que não é legal quando você está do outro lado da cidade, e do nada seus amigos avisam que estão em uma chamada de vídeo com a menina que você... — só aí que percebeu a webcam ligada e que elas estavam ouvindo tudo. — Oi, ! — o menino sorriu bobamente, acenando para a tela.
— Oi, Harry!
Sabiam que, a partir daí, os dois entrariam em transe, caso alguém não falasse algo no exato segundo, por isso, tomou a vez e resolveu exigir atenção.
— Oi, Harry, estou aqui também! Até onde eu sei, sou uma pessoa de carne, osso e gostosura, não sou fantasma não, rapaz!
— Ah, oi, ! — riu e sentou-se ao lado de Niall. — Vocês já contaram?
Louis apertou a tela de desbloqueio de seu celular e logo voltou a encarar Harry, quando o bloqueou novamente.
— Não, porque de acordo com minhas contas, a surpresa vai chegar em 3... 2... — foi interrompido por toques na porta do quarto delas.
— Está esperando alguém? — perguntou para .
— Eu não. E nem pedimos pizza... Espera aí, meninos, já voltamos e-
— Não, precisamos desligar. Estamos indo para um super ensaio. — Louis fingiu animação, fazendo-os rirem.
— Mas e a surpresa? Não vão contar?
— Calma, , logo vocês vão descobrir. — disse Harry, com uma voz sedutoramente sedutora, quase fazendo cair da cadeira.
Despediram-se dos garotos e desligaram o computador. , então, foi abrir a porta para ver quem era.
— Princesinha! — a criatura estava com os braços abertos.
— Não acredito, Rodney, meu amor! — a garota pulou no homem, agarrando-o.
— Mas que merda é... Rod, não acredito! — pulou e agarrou os dois, que antes já estavam abraçados forte demais.
— Minhas pequenas bonequinhas de porcelana, que saudades que fiquei de vocês! — falou, assim que se soltaram.
— Nós também ficamos, seu lindo! Mas o que te traz aqui? — puxou-o para dentro e o conduziu até o pequeno sofá.
— Trago presentinhos dos fofinhos! — riram da forma que Rodney se referiu a Niall e Harry.
Começou a revirar algumas coisas em sua enorme bolsa da Chanel e tirou de lá um envelope amarelo e outro laranja, entregando um para cada menina.
Imaginou que eu não iria aguentar ficar esse tempo sem ter você do meu lado, né, birrenta?
Era o que dizia o de . Ela riu, sem entender o que ele quis dizer com isso.
Ficar meses sem você do meu lado? Não, , já fiquei tempo demais!
— Seis por meia dúzia. Não entendi. — tinha uma expressão confusa no rosto.
— Tão bonitinha, mas tão burrinha, ai, Senhor... — fez drama. — Vim aqui, em nome dos meninos, das meninas e do resto da equipe, convidar vocês para irem viajar com os meninos durante a tour toda.
As duas ficaram com expressões perplexas no rosto.
— Tour to-to-toda?
— Isso mesmíssimo! Mundo todinho, fofíssimas!
— Oh... — My... — God! — E isso foi um sim, não, talvez, quem sabe, outro dia, provavelmente...? — Rodney arqueou a sobrancelha, mordendo a pelinha do canto da unha, ansioso pela resposta.
— Amiga! — pegou dois controles do sofá, mantendo um em sua mão e entregando o outro para . — London, Tokyo, Boston; Frisco, DC, Chicago. Baltimore, Toronto... — começou a cantar e dançar Hello Brooklyn, do All Time Low.
— There’s a party at the end of the world! Memphis, Rio, Dublin; Mexico, Paris... Here we go! — Everybody knows, there’s a party at the end of the world! E então se abraçaram. Já Rodney... Rodney parecia petrificado, sem entender, mas riu logo em seguida, se juntando ao abraço.
“— , , olha isso: seremos madrinhas. Madrinhas! Ma... — fez uma pausa. — Mas para sermos madrinhas, precisamos de padrinhos e... — fez outra pausa. — Não acredito! — escancarou a boca. — , pega o seu passaporte, estamos indo para Londres matar os Paynes!”
Fim!
Nota das autoras: Depois de um longo e árduo trabalho, dias de inspirações e ânsias de vômito, muito “não aguento mais essa b**ta”, aqui estão os capítulos finais da terceira temporada de Personal Friend. Esperamos que gostem e corram para nos dizer o que acharam! ;)
Até breve e muito obrigada!
Qualquer erro nessa atualização são apenas meus, portanto para avisos e reclamações somente no e-mail.
Para saber quando essa linda fic vai atualizar, acompanhe aqui.
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