Too Young

Finalizada em: 19/08/2020

Capítulo Único

A mulher olhou para a lápide sobre o gramado coberto pelo gelo e deixou com que seus olhos se enchessem de lágrimas, ao se recordar das últimas imagens que possuía daquele lindo sorriso que Jay não conseguira esconder nem em seus últimos suspiros. A primeira lágrima rolou, quando todos os acontecimentos do dia sete de dezembro de dois mil e dezesseis vieram em sua mente, quando Daniel apareceu no corredor do hospital desolado e a única coisa que ela conseguiu fazer foi abraçar Phoebe fortemente, a qual estava sentada ao seu lado e chorava quase deixando o ar faltar.
Foi o dia mais desesperador de toda sua vida e ele não estava lá. Ela não o culpava, jamais. Sabia que a dor que ele estava sentindo era muito maior do que qualquer outra pessoa, sabia que seria muito difícil para que ele entendesse que Johannah não estaria mais ali para o estender a mão. Tentou entrar em contato com o rapaz, mas parecia que havia mudado de número, ele não atendia nem as próprias irmãs ou mesmo Mark. Ninguém conseguiu contato com ele. No dia do enterro foi só uma aparição rápida para logo em seguida desaparecer entre os carros e sofrer sozinho.
Ela tentou ir para Doncaster todo final de semana, ficar próxima das garotas e dos gêmeos, não foi difícil, a única coisa que ainda a machucava era o fato dele nunca estar lá. Elas iam visitá-lo, mas ele não ia até Doncaster. E mesmo estando em Londres, eles nunca se esbarravam, a vida de famoso o deixava tão ocupado.
? — Uma voz fez com que a mulher pulasse sobre os pés, levando um susto. — Desculpe. — Aquela risadinha inconfundível.
engoliu em seco, sentindo a saliva secar rapidamente e virou-se, encarando aqueles olhos azuis que a faziam estremecer.
Louis tinha uma das mãos dentro do bolso do casaco quente, enquanto a outra estava abaixada segurando um cigarro entre os dedos. Um boné escondia seus fios rebeldes e um sorriso fraco moldava seus lábios rosados.
A vontade que ela sentiu de sair correndo e abraçar ele foi imensa, mas ele não era mais o seu Louis, não era mais o garoto que a fazia rir de qualquer coisa e muito menos o garoto que se declarou no baile de formatura.
— Oi, Lou. — Ela murmurou, sorrindo fechado, voltando o corpo para a lápide, enquanto limpava as lágrimas rapidamente.
Louis sentiu o braço arrepiar ao ouvir seu apelido sair por aquela voz novamente. Com passos lentos, ele se aproximou da mulher, tão bem vestida, com aquela pose inabalável, mas que só ele sabia que no fundo era mais uma fachada de advogada poderosa e sua essência de menina ainda permanecia acesa dentro de si.
— Você… sempre vem vê-la? — Tomlinson perguntou, parando ao lado da mulher e respirando fundo, deixando o perfume dela invadir suas narinas com aquele cheiro inconfundível.
— Sim. — concordou, evitando olhar para o lado. As flores de cor forte eram um olhar mais interessante sobre a lápide naquele momento.
— Phoebe e Daisy sempre me falam sobre você. Fico feliz que esteja na vida deles ainda, . — O homem foi sincero, levando o cigarro aos lábios para poder tragar a nicotina ao sentir o peito contorcer de saudade.
— Eles são importantes, jamais conseguiria abandoná-los.
Suas palavras foram como facas sobre o peito de Louis e ele soube que aquilo fora como uma indireta para ele.
— Principalmente, Jay.
O coração da mulher estava tão acelerado dentro do peito, que ela temia que Louis pudesse ouvi-lo, a saudade que a inundava era tanta que estar ao lado dele não parecia suficiente. Já fazia dois anos desde a última vez que haviam se visto pessoalmente, mas parecia que faziam décadas que não sentia a pele quente de Lou sobre a sua.
— Ela faz muita falta. — Louis falou, finalizando o cigarro e o jogando sobre a escassa neve, deixando com que algumas lágrimas teimosas escorressem por seus olhos. — Parece que tudo aconteceu no mesmo momento e… céus, estaria tudo muito melhor se ela ainda estivesse aqui!
— Eu sei. — mexeu a cabeça em concordância, sentindo os olhos arderem ao perceber a fala cortada do homem ao seu lado. Ele estava chorando e ela só queria abraçá-lo.
— Se eu estivesse lá, tudo estaria melhor. Se você estivesse lá…
— Eu estive. — Ela o cortou, virando o rosto para olhá-lo pela primeira vez. Algumas lágrimas escaparam de seus olhos. — Eu estive lá o tempo todo. Até quando não pude, eu estive lá. Quando você não estava, eu estive lá. Quando você sumiu, Lou, eu estava lá. Todo momento. — Por mais irritada que aquilo a deixava, sua voz permanecia calma e serena, mesmo seus olhos demonstrando sua chateação.
— Sinto muito, . — Lou foi sincero, virando-se de frente para a garota. — Eu não quis… você sabe.
— Não, Lou, eu não sei. Desculpa, mas não sei. — Ela se apressou em dizer, tentando manter-se firme sobre os coturnos de salto, limpando as lágrimas teimosas que caiam por suas bochechas. — Você nunca me explicou, nunca me ligou e mesmo assim eu estive lá, esperando por uma ligação, por uma visita… esperando te encontrar aqui. — puxou o ar fortemente, não conseguindo mais aguentar ficar ali. — Sinto muito, mas eu preciso ir.
— Espera. — Louis puxou a mulher pelo braço, ficando cara a cara com ela. — Eu… me dê uma chance para te explicar tudo, eu imploro.
encarou aqueles olhos azuis, brilhando pesados de lágrimas e foi obrigada a engolir em seco, enquanto o ar gelado saia pela sua boca entreaberta. O toque do homem sobre seu pulso parecia queimar.
— Você tem meu número, Lou. Pode me ligar ou… ou me mandar uma mensagem. Preciso voltar para Londres. — Ela respondeu, puxando o braço levemente para quebrar o contato.
A mulher virou-se e caminhou para fora do cemitério de Doncaster, deixando os olhos liberarem o restante de lágrimas que estavam presas e ela nem lembrava. Louis, por outro lado, sentiu que estava a perdendo novamente, sentiu que ela estava indo embora da sua vida como aconteceu havia alguns anos e a culpa era sua novamente. Como sempre. A culpa sempre era dele, ele sempre fazia tudo errado com ela e tudo o que ele mais queria era poder acertar com . Ele queria poder devolver a ela todo o amor que ela um dia o deu.
Dentro do táxi, já a caminho da estação de trem, após passar no hotel para pegar sua bagagem, pensava se deveria encaminhar aquela mensagem. Por mais que seu coração estivesse dolorido, com saudades de Louis, com saudades de Johannah, ela estava feliz por vê-lo ali, visitando a lápide da mãe e do mesmo jeito que ela se lembrava.
Ela selecionou o grupo no aplicativo, o qual nunca ficava em silêncio, mas que naquele dia ainda não havia sido movimentado.

» : Vocês que fizeram isso, não é?
» Phoebe: Isso o quê?
» Daisy: Do que você está falando?
» Charlotte: VOCÊS SÃO MUITO FALSAS HAHAHA
» : Eu sempre soube! Gêmeas pestinhas
» Félicité: COMO FOI? CONTA LOGO, !
» : Foi estranho, confesso. Mas foi bom revê-lo. Ele disse que quer uma chance para explicar tudo o que aconteceu.
» Phoebe: OINNNNN, meu casal favorito. Dá uma chance pra ele, .
» Charlotte: Você vai deixar ele se explicar né, ?
» Daisy: Volta pra família, !!!!
» Félicité: Ela nunca deixou a família, agora ela só vai oficializar a presença dela.
» : Parem de bobeira, eu deixá-lo se explicar não significa que vamos voltar, vocês sabem disso, então não se iludam. Mas eu amo vocês e vou continuar na família por causa de vocês. Depois a gente conversa melhor sobre isso, preciso entrar no trem agora. Lottie e Fizzie, encontro vocês em Londres!

sorriu para a tela do celular. Uma foto dela e das irmãs Tomlinson preenchia a tela, enquanto visitavam a London Eye em uma visita das gêmeas para a capital.
Ao entrar no trem, ela optou por desligar o aparelho e focar no seu livro grosso para prosseguir com o seu caso importante, em breve tendo que ir até o Tribunal para tentar safar o cliente da empresa daquela situação.


Três dias depois…

A mulher suspirou ao adentrar o enorme apartamento, fruto da separação e o retorno do casamento de seus pais, e deixou os saltos ao lado da porta, sentindo o corpo implorar por um banho quente e um sono profundo. Sobre as meias finas, ela caminhou até a sala, encarando a pilha de papéis sobre a mesinha de centro e torcendo o nariz ao se lembrar que só teria uma noite de paz assim que ganhasse aquele caso e recebesse suas merecidas férias de fim de ano.
retirou o grosso sobretudo e o jogou sobre o sofá, pegando o controle da televisão e a ligando, enquanto andava até a cozinha.
Tamborilou os dedos sobre a ilha de mármore, pensando no que pediria para jantar já que ainda não havia ido até o mercado e sua dispensa estava escassa. Optou pelo seu chinês de sempre e discou os números já tão conhecidos do restaurante preferido. Após solicitar seu macarrão, ela voltou até a sala, jogando-se sobre o sofá e encarando novamente a pilha de papéis.
Uma música conhecida saiu pelo som da televisão e ela levou os olhos até a tela, encontrando o clipe de Night Changes, da One Direction, passando no canal. Um sorriso fraco brotou em seus lábios, aquele era um dos seus clipes favoritos da banda e todos os garotos estavam incrivelmente lindos nele. Principalmente ele. Aquele sorriso ainda conseguia ser seu ponto fraco e causar-lhe um frio na barriga. Ela lembrava-se perfeitamente de todas às vezes que ele utilizara aquele maldito sorriso para conseguir o que queria.

— Margarida! — A voz de Tomo inundou a casa dos e , que estava em seu quarto, revirou os olhos ao ouvir aquele apelido.
A garota deixou seu livro de lado e foi até o lado de fora do quarto, parando em frente à escada e cruzando os braços, deixando um pequeno bico se formar em seus lábios ao encontrar os olhos azuis que tanto amava a encarando.
— Você sabe que eu detesto esse apelido, Lou. — murmurou, arrancando um sorriso ainda maior do garoto.
— E eu adoro te ver com essa carinha emburrada. — Ele respondeu contente, subindo os degraus de dois em dois e depositando um selinho demorado nos lábios da garota, assim que parou em frente a ela.
— O que te traz aqui a essa hora? — Ela questionou, passando os braços sobre os ombros do namorado e sentindo o cheiro delicioso do perfume dele. — Não deveria estar trabalhando?
— Me dispensaram mais cedo do mercado. Tenho uma proposta para te fazer. — O garoto abriu seu enorme sorriso, deixando seus olhos azuis pequenos, abraçando a cintura de .
— Não sorri assim, Louis William! — o repreendeu, sabendo que ele conseguiria convencê-la do que quer que fosse naquele momento, por isso, revirou os olhos.
— Ah, , qual é. Você é a minha garota, tem que me ajudar em qualquer coisa.
— Você matou alguém e eu preciso ajudar a esconder um corpo? — Ela perguntou, séria, arrancando uma gargalhada do namorado.
— Não, não é tão grave. — Ele respondeu, seguindo a garota até o quarto da mesma.
— Você roubou o mercado e quer ajuda para procurar outro emprego? — deduziu, voltando a sentar-se sobre a cama e batendo sobre o colchão ao seu lado, para o garoto fazer o mesmo.
— Não, , pelo amor de Deus! — Lou ainda ria, retirando os tênis para sentar-se ao lado da garota.
— Certo, já que não foi nada tão assustador, pode pedir. — Ela sorriu angelical, fazendo com que Louis lhe roubasse mais um selinho achando sua pose encantadora.
— Minhas irmãs tiraram sarro de mim quando pedi ajuda para me inscrever no The X Factor, então eu pensei, minha namorada incrível pode me ajudar a gravar um vídeo ainda mais incrível para a inscrição e me ajudar a enviar sem que minhas irmãs pentelhas me incomodem. — O garoto falou rápido, deixando um pouco atônita para tentar compreender as coisas que saíram da boca dele.
— Certo, você quer participar do The X Factor? — perguntou, observando o namorado atentamente.
O garoto concordou com a cabeça.
— É claro que eu ajudo, babe! Que incrível!
pulou sobre o colchão, batendo palminhas animada e arrancando risadas do namorado. Ela adorava ouvi-lo cantar e saber que mais pessoas teriam essa oportunidade a deixaria extasiada, torcia muito para que o garoto conseguisse chegar onde desejasse com aquele sonho.
— Já tive até uma ideia para o seu vídeo, vem vamos até o escritório do papai. — pediu, puxando o namorado pela mão e correndo até o andar debaixo.

No mesmo momento em que as memórias invadiram sua mente, o celular da garota tremeu sobre a mesinha de centro, tirando sua atenção da TV para encarar o aparelho. Uma ligação de número desconhecido piscava na tela, deixando a garota franzir o cenho ao estranhar.
— Alô? — Ela proferiu, atendendo rapidamente. Sabia que seus clientes não escolhiam as melhores horas para telefonar.
Hey, .
O corpo de gelou ao ouvir aquela voz.
Só poderia ser obra do destino, não? O clipe de Perfect era o que tocava na televisão agora e sua mente acabara de relembrar um dos momentos felizes que viveu com Louis, então o telefone tocava e era ele na linha? Que tipo de brincadeira era essa, ein, Deus?
— Louis? Oi. — Ela respondeu, após alguns segundos em silêncio ainda processando.
Após conversar bem sobre o reencontro no cemitério de Doncaster com as irmãs Tomlinson, acreditava que ele não iria ligar, afinal, já tinham se passado três dias e nenhum sinal ele havia dado. Lottie até a chamou por mensagem, falando que Louis pedira seu telefone logo no dia seguinte, pois não possuía mais o número da mulher e aquilo lhe deu esperanças.
Atrapalho? — Ele perguntou, estranhando o tom de voz surpreso da garota.
— Não, eu só estava absorta em alguns pensamentos. Tudo bem? — ouviu o interfone tocar e seguiu até o aparelho, liberando a subida do motoboy e o aguardando em frente à porta.
Tudo sim e por aí? Como você está? — Louis não aparentava, mas estava visivelmente nervoso com aquela conversa, faziam anos que eles não conversavam direito e ele se arrependia profundamente daquilo.
— Estou bem, um pouco cansada, mas tudo certo. — Ela sorriu, sentindo-se confortável, por incrível que pareça.
O homem com seu pedido logo apareceu e ela agradeceu baixinho, voltando para dentro do apartamento e seguindo até a cozinha.
Que bom, . Então… eu vou estar em Londres essa semana, uma folga rápida durante as gravações de umas músicas. O que acha de sair comigo, para conversar?
tirava sua caixinha de dentro da sacola e precisou respirar fundo ao ouvir o convite. O coração acelerou de uma forma brusca e parecia que todo o ar em sua volta havia sumido. Tudo bem, ela tinha criado expectativas sobre a ligação dele, até sobre o que ele falaria, mas não estava esperando que fosse assim, aquela sensação de frio na barriga e ansiedade, misturada com medo e preocupação.
— Claro, Lou. Eu vou adorar. — Ela concordou, pegando a caixinha e o hashi, e voltando para o sofá. Mais um clipe da 1D tocava e ela jurava que aquilo só poderia ser o karma.
Pode ser amanhã? Ou fica muito ruim para você? Espera, você está ouvindo One Direction? — A surpresa na voz do rapaz foi instantânea e riu, sabendo que a música seria reconhecida.
— Amanhã é perfeito e sim, mas acredite, foi o destino, desde que eu cheguei em casa está passando clipes na MTV. — confessou, erguendo uma das mãos em rendição, como se ele pudesse vê-la.
Oh, sim, Harry me mandou uma foto que também estava assistindo. Vou aproveitar para fazer o mesmo, então. — Lou também riu, sentindo-se mais aberto para aquela conversa pessoal.
— Está incrível e nostálgico. Afinal, vocês vão sair desse hiato?
Você já deve imaginar a resposta. — Ele foi sincero. — Todos estão mais focados em seus projetos pessoais, infelizmente a banda já não era mais a mesma desde que Zayn saiu.
— É, aquele traidor. — revirou os olhos, engolindo um pouco do macarrão. — Eu ainda não o perdoei por ter saído, mesmo ele nunca mais tendo falado comigo. Aliás, eu também não o perdoei por isso.
Louis gargalhou do outro lado.
Confesso que meu rancor foi grande também, mas ele não teve culpa, . Não era mais o momento.
— Você manteve contato com ele? — , naquele momento, só desejava que aquela conversa nunca mais acabasse. Como sentia falta de poder falar de coisas banais com Louis e ouvir sua risada contagiante pelo cômodo.
Falo com ele esporadicamente. Mas ele se afastou bastante, infelizmente. Mas os outros meninos estão em contato comigo diariamente. E acho que isso vai ficar para sempre, sendo o que mais importa. — Louis também sentia falta da banda e de todos os momentos que eles passaram juntos, viajando por todo o mundo e fazendo suas palhaçadas antes e durante os shows.
— Que bom, Lou. Eles são pessoas incríveis mesmo. Fico muito feliz e aposto que as fãs também devem ficar, ainda mais quando vocês interagem nas redes sociais. — falou, largando a caixinha de comida para ir buscar um copo d’água e encarando aquela pilha de papéis novamente.
Com certeza. … A gente pode se falar depois? Fizzie e Lottie acabaram de chegar para jantar comigo. — Ele parecia constrangido por ter que desligar.
— Claro, Lou, vai lá. A gente se vê amanhã. Manda um beijo para elas! — pediu, sorrindo abertamente e sentindo o peito se fechar, mesmo sabendo que encontraria com o rapaz amanhã.
Passo na sua casa às oito, pode ser?
concordou prontamente e logo a chamada foi desligada, fazendo com que a mulher encarasse o aparelho por alguns segundos antes de voltar à realidade.
Com um copo de água em mãos, voltou para o sofá, não deixando com que o pequeno sorriso saísse de seu rosto. Seria idiota demais se contasse que, por mais machucada que ficara, Louis já estava perdoado por tudo o que fez? O sentimento que tinha por ele era genuíno demais para que ficasse trancado a sete chaves dentro do seu coração. E tudo o que passaram, tudo o que passou com a família dele, era muito mais importante do que o que aconteceu na adolescência. Ela sabia disso.
O celular voltou a tremer, mas daquela vez foi rápido, algo que ela entendeu como uma mensagem.

» Charlotte: COMO ASSIM VOCÊ VAI SAIR COM MEU IRMÃO AMANHÃ, ?
» Daisy: É O QUÊ?
» Phoebe: MEU DEUS DO CÉU, , CADÊ VOCÊ? QUE HISTÓRIA É ESSA?
» Félicité: HAHAHAH EU ESTOU AMANDO ISSO!
» Charlotte: Não adianta visualizar e não responder, , nós estamos aqui na casa dele e ele acabou de nos contar que vocês estavam no telefone. DESEMBUCHA
» : Ei, que escândalo HAHAHAHAH. Bom, é isso aí, eu resolvi que vou escutar o que ele tem para dizer, mas não fiquem criando muita expectativa não, senhoritas. Isso não significa nada.
» Félicité: Você finge que nos engana e a gente finge que acredita
» Phoebe: Não maltrata o pobrezinho, !
» Daisy: É, não magoa meu irmão
» : Eu acho que já é hora de criança estar na cama, uh? Vão dormir, pirralhas, amanhã eu conto como foi
» Charlotte: Eu não vou conseguir dormir de ansiedade!!!!

preferiu ignorar as mensagens que seguiram no grupo Doncaster Girls e focou sua atenção ao monte de papel jogado sobre a sua mesa, após terminar todo o conteúdo do chinês. Agora ela estava apta para trabalhar a noite inteira e, por mais clichê que soasse, sentia-se leve e preparada para qualquer coisa naquele momento.


Dia seguinte…
Se desejar ouvir Too Young - Louis Tomlinson, fica mais emocionante!

A mulher se encarou no espelho mais uma vez. O cabelo estava pronto, a maquiagem também estava pronta e sua roupa estava impecável. Seus acessórios dourados completavam toda a suavidade que tentava passar por aquele look e suas mãos possuíam um leve tremor. Estava completamente ansiosa e com um frio horrível na barriga.
Saiu mais cedo do trabalho, tomou um banho longo e demorado, e se arrumou sem pressa nenhuma, mas parecia que o ponteiro do relógio resolvera parar e enquanto ela andava para lá e para cá dentro do apartamento, o ar ia ficando ainda mais rarefeito.
Seus pés permaneceram descalços, pois ela não fazia ideia de qual restaurante iriam ou se realmente iriam até algum restaurante, por isso sua roupa deixava a opção de tênis ou salto mais acessível.
Quando a campainha tocou, o corpo dela gelou por inteiro, mesmo o aquecedor estando ligado e mantendo uma temperatura ambiente.
caminhou até a porta e preparou seu melhor sorriso para abrir a mesma.
— Lou. — Ela falou, ainda sorrindo, ao encontrar o rapaz usando o topete que a deixava sem fôlego e um casaco daqueles que só ele conseguia encontrar nas lojas, mas que adorava vê-lo usando pelas fotos dos paparazzi.
— Oi, . — O rapaz cumprimentou a garota e passou pelo espaço da porta, adentrando o apartamento que ele costumava visitar nas férias escolares, quando os pais de o levavam junto na viagem. — Você está linda.
Ele havia parado próximo à sala e trancava a porta, quando ouviu o elogio e pôde jurar que as paredes do pequeno corredor a esmagariam naquele momento.
— Obrigada, Lou. Você também está muito bonito. — Ela sorriu verdadeiramente, voltando para a sala. — Então, você pode me dizer onde vamos? Ou se devo usar tênis ou salto?
O rapaz gargalhou. Por mais que sempre soubesse que a garota era indecisa e já havia conseguido tirá-lo do sério algumas vezes com aquilo, era um dos pontos que mais o agradava nela.
— Tênis. — Ele afirmou. — Mas antes, eu… queria te pedir desculpas.
tentou caminhar até o quarto para pegar seu tênis, mas novamente seus pés travaram e ela não conseguiu andar mais nenhum centímetro, apenas virou o corpo para encarar o homem parado bem próximo.
— Eu me arrependo todos os dias, . Por tudo. — Os olhos do rapaz pareciam sinceros e sabia daquilo, mas seu coração não. Seu coração queria sair pela boca, pulando para fora daquele prédio. — Me arrependo por ter te abandonado quando você mais precisou… me arrependo por não ter estado lá quando você conseguiu a vaga para a faculdade e mais ainda quando minha família foi te visitar e eu não.
— Você ficou famoso, Lou. Eram ossos do ofício, não é? — A garota sorriu amarelo, sentindo as mãos tremerem ainda mais naquele momento. — Passou no The X Factor, entrou para uma banda e viajou o mundo inteiro em turnês. Não teria dado certo.
— Não tenho certeza. Eu nunca dei a chance de tentarmos. — Louis se aproximou ainda mais, segurando uma das mãos de e a encarando nos olhos.
virou o rosto, sentindo os olhos encherem de lágrimas novamente.
— Não, seria impossível. — respondeu rapidamente. — Eu passei para Oxford, você estava cada semana em um país diferente. É matemática básica, Lou.
— Você me esperou? — Ele quis saber, já sentindo a garganta arder com o choro entalado.
— Como ousa perguntar isso? — tentou ser ríspida, soltando sua mão da dele, mas sua voz foi quase um sussurro, pois as lágrimas já caíam por seu rosto.
A garota se afastou um pouco, tendo certeza que o perfume do homem deixaria ainda mais difícil daquela conversa acontecer.
— Desculpa, eu só…
— Eu te esperei todos os dias, Tomlinson! Todos os malditos dias. — respondeu alto, ignorando o que ele tentaria falar e não se importando com a maquiagem borrada. — Desde quando você foi para as audições, até quando você estava no Japão com a banda. Mas quando suas mensagens pararam de vir eu entendi. Eu não servia mais para você.
— Não diga uma coisa dessas, . — A voz dele parecia quase desesperada e ele tentou se aproximar novamente, mas se afastou e Louis sentou sobre o sofá, derrotado. — Você era demais pra mim.
— O que você queria que eu pensasse? Você foi para as audições me prometendo o mundo, Louis. — Ela virou-se de frente para ele, encarando sua feição chateada. — Mas então você surgiu namorando uma modelo linda, suas irmãs evitavam falar comigo sobre você, pois elas adoravam Eleanor. Afinal, quem não adoraria? Ela era linda e gentil. Sua mãe esteve lá o tempo todo e por mais que ela também adorasse Eleanor, ela entendia minha dor.
respirou fundo e passou as mãos embaixo dos olhos, observando sair um pouco do rímel preto. Ela ficava magoada ao relembrar de tudo que passou por conta de Louis. Doía-lhe o peito ao lembrar o quanto aquele homem tinha marcado sua vida e como aquela ferida sempre ficaria aberta.
— Quando meus pais se separaram, eu pensei em te ligar, sabia? — Ela confessou, sentando-se sobre a poltrona, um pouco afastada de Louis.
— E por que não o fez? — Lou questionou, indo para a outra ponta do sofá, a qual ficava mais próximo de .
— Porque você soube e não me mandou uma mensagem sequer. — Ela levou os olhos até os azuis de Louis, sentindo o corpo estremecer. — E então você surgiu com outra pessoa e eu decidi que era hora de seguir em frente. Decidi que você não ligaria mais e que eu não precisava me martirizar por isso. Eu excluí seu número, saí do grupo com as suas irmãs e tentei viver a minha vida. Mas era praticamente impossível não ouvir sobre você, a One Direction era um sucesso mundial.
Louis não conseguia falar, apenas engolia a saliva com dificuldade, deixando despejar toda sua frustração sobre si, sentindo seu coração fraquejar cada vez mais. Ele deixara a mulher da sua vida escapar por seus dedos, apenas por ser um idiota.
— E então sua mãe descobriu a leucemia e eu não pude abandoná-los. Eu não pude ignorar suas irmãs e deixá-las sozinhas. — novamente enxugou as lágrimas, sentindo-se mais calma naquele momento. — E em um feriado no verão, você deixou Freddie com sua mãe. Tudo voltou a mexer comigo quando ele abriu aqueles olhos azuis e sorriu pra mim. Você não tem noção de como aquela criança me fez lembrar você. E era seu filho! Você tinha um filho, Lou, e não era comigo.
Quando falou aquela frase final, Louis deixou as lágrimas rolarem por sua bochecha, sentindo a dor que ela sentia, entendendo que ele machucara a sua menina de mil formas possíveis e não sabia como consertar tudo aquilo de uma hora para a outra. Era como se um buraco estivesse aberto em seu peito.
— Quando sua mãe se foi, eu achei que você iria me procurar. Você confiava em mim as coisas mais profundas que existiam, então acreditei que me ligaria. Eu nunca troquei meu número. Talvez eu tenha sido idiota o suficiente para isso… — riu, incrédula. — Mas você sumiu. Mal ficou no enterro e desapareceu. Antes disso, quando a banda entrou em hiato, eu achei que você estaria tão chateado que resolveria me procurar, afinal, você sempre sabia onde eu estava. Mas não aconteceu.
— Eu fui um idiota. — O rapaz murmurou, enxugando o rosto com as duas mãos. — Eu cedi a pressão, . Assim que entrei na banda, eu cedi a pressão que me fizeram dizendo que eu era novo e precisava focar no sucesso que faríamos. Eu nunca voltei atrás, porque eu não queria te machucar com todos os meus problemas e todas as minhas fases. — Louis soltou o ar lentamente, deixando o choro inundar suas bochechas, enquanto o olhava atentamente. — Eu te cortei, porque eu achava que éramos novos demais para viver tudo aquilo juntos. Você foi a minha primeira namorada e eu nunca achei que poderia te amar pelo resto da vida, . Mas eu vivi momentos sombrios em que eu não gostaria que você compartilhasse comigo.
— Por que não? — perguntou baixinho, engolindo em seco quando viu seus olhos se encontrarem.
— Porque você merecia ser feliz! Você tinha acabado de entrar para um dos maiores escritórios de advocacia da capital, , você estava realizando um dos seus maiores sonhos. Eu não tinha o direito de te levar para baixo junto comigo. — Ele foi categórico, coçando a nuca ao se lembrar do pior ano da sua vida. — Briana tentou, me mandava fotos das ultrassom, me ligava toda noite para eu ouvir as batidas do coração de Freddie junto com ela. Mas foi complicado. Piorou quando a banda se separou e minha mãe morreu.
— O que você fazia?
— Coisas horríveis comigo mesmo. Os finais de semana que eu tinha que ficar com Freddie eram os únicos que eu me mantinha limpo. — Louis ergueu-se e caminhou até a porta da varanda, observando a cidade toda iluminada na sua frente. — Eu não tinha o direito de atrapalhar sua vida. Mark e Daniel mandaram Lottie para morar comigo e ela implorou para Fizzie ir em seguida. Eu estava insuportável, . — Uma risada descrente saiu dos lábios de Louis, enquanto ele negava com a cabeça, deixando aqueles momentos inundarem-lhe a mente.
apenas o observou, sentindo seu coração afundar com aquela confissão. Ela sabia que ele ficara muito mal após a morte de Jay, mas as meninas nunca lhe contaram o que realmente aconteceu e ela não as culpava, era o irmão delas e elas deveriam estar sofrendo muito com toda a situação.
— Eu sinto muito. — murmurou, dobrando as pernas sobre a poltrona e a abraçando contra o peito.
— Não, . Você não tem nada a ver com isso. — Lou voltou até a sala, agachando-se na frente de . — Lembrar de você era a única coisa que me fazia bem naquela época escura. E eu só consigo pensar em você esse tempo todo!
— E por que só me procurou agora? — A garota questionou, abaixando as pernas e deixando com que Louis apoiasse as duas mãos sobre seus joelhos.
— Porque eu morria de medo de você me ignorar ou você me odiar… eu nunca deixei de te amar, mas tinha medo de descobrir que você não me amava mais.
riu, ao ouvir aquela frase ela se limitou a rir, deixado o homem em sua frente um pouco confuso. Ela se arrastou na poltrona e sentou-se no chão, de frente para Louis.
— Você sabe que eu nunca tive certezas de muitas coisas nessa vida, sempre fui muito indecisa.
Louis riu e confirmou com a cabeça, segurando as duas mãos dela sobre as suas.
— Mas o que eu sentia por você era uma das únicas coisas que eu nunca fiquei em dúvida. Em momento nenhum. Eu nunca deixei de te amar, Lou. Mesmo quando eu fiquei com raiva, mesmo quando eu quis te bater, eu sempre te amei.
Um sorriso brotou nos lábios dele e sua respiração ficou ainda mais acelerada. Ele estava tendo uma segunda oportunidade e não gostaria de deixar sua garota escapar naquele momento. Lou levou suas mãos até o rosto de e juntou seus lábios sem cerimônias, sentindo aquele gosto que tanto fazia falta.
— Eu te amo, . — Louis murmurou contra os lábios dela, desejando não a soltar nunca mais.


Quinze dias depois…

caminhou pela entrada de pedras da casa, tentando se manter aquecida sobre o casaco. Um sorriso brincava em seus lábios e quando tocou a campainha, olhou sobre os ombros e sorriu ainda mais.
! — Phoebe abriu a porta, não demorando em pular no abraço da garota.
— Como você está, pequena gêmea? — perguntou, acariciando o cabelo liso da garota entre seus braços.
— Eu estou… Ei, é o Lou! — Phoebe largou e correu até o irmão, o qual saia do carro com Freddie no colo.
virou para trás, deixando seu sorriso satisfeito transparecer por seu rosto, enquanto Freddie puxava a touca sobre a cabeça e Phoebe o pegava no colo para cumprimentar o sobrinho. Juntos, eles andaram até a porta, conversando sobre qualquer coisa, enquanto e Louis trocavam olhares cúmplices.
— A veio passar o natal com a gente também! — Phoebe contou, parando de frente para a mulher.
— Eu sei, maninha. — Lou bagunçou os cabelos da irmã e se aproximou de , selando seus lábios rapidamente.
OH, MY GOD! — Phoebe falou alto, arregalando os olhos com a cena que se seguiu bem na frente da sua pessoa. — Vocês… — ela tentava apontar para os dois, enquanto Freddie bagunçava em seu colo. — Vocês voltaram?
— O que está acontecendo? — Daisy e Félicité apareceram na porta, olhando atônitas para a irmã que havia gritado.
— O LOUIS E A ESTÃO NAMORANDO! — Phoebe gritou ainda mais alto, soltando Freddie no chão e fazendo uma dancinha ridícula com o sobrinho que gargalhava.
— Para de ser idiota, Phoebe. — Daisy revirou os olhos, não acreditando na irmã, mesmo que fosse seu maior desejo.
— Talvez ela esteja falando sério, pequena gêmea. — falou para Daisy. — Mas ainda não tive o pedido oficial, não é, Tomlinson?
— Ei! Você disse que gostaria que fosse especial, então acalme-se. — Louis respondeu, puxando a mulher pela cintura e grudando seus lábios novamente.
Aquilo foi motivo de festa para as irmãs Tomlinson, as quais primeiro brigaram com por ela ter escondido aquilo delas por aqueles dias, mas depois comemoraram completamente animadas com a novidade e saíram contando para a família inteira que estava dentro da casa, deixando uma envergonhada para trás ao ter tanta atenção sobre si de uma vez só.
Freddie adorou a festa da família e se animou junto com o pai, deixando toda a família ainda mais encantada pelo garotinho de quatro anos.
O aniversário de Louis foi comemorado no dia vinte e cinco com sua família, já que no dia anterior, ele e aproveitaram para tirar todo o atraso de alguns anos separados e saíram para jantar, algo que não fizeram no dia que se reconciliaram, pois estavam inchados de tanto chorar.
não se preocupava com as notícias que já corriam pelos sites de fofocas, afinal, só o que importava para ela estava bem ao seu lado nas férias de final de ano, não soltando sua mão para nada e a beijando sempre que possível. Seu Louis estava de volta e era tudo o que ela precisava para manter aquele sorriso iluminado no rosto e o coração aquecido.



FIM!



Nota da autora: Eu sou tão apaixonada por esse cara, que fui obrigada a escrever uma história com ele só pra aquecer nossos corações cheios de saudades!!



Outras Fanfics:
A Casa de Julieta (Originais)
Cirque Reign (Restritas - Originais)

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