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Finalizada em: 19/03/2021

Capítulo Único

Como em toda monarquia, existem casamentos arranjados, tramas e sacrifícios pelo seu povo. era princesa de Aedirn e teria que se casar para garantir a paz entre dois reinos. Como princesa e filha obediente, ela aceitou sem hesitar. Conheceria o príncipe e se casaria com ele, um contrato havia sido assinado e caso algo acontecesse à algum dos reinos, eles se resguardavam no outro. Então algo aconteceu, e não por causa de um inimigo. O Rei fora assassinado pela própria esposa, madrasta de . A princesa estava dormindo quando tudo aconteceu e foi acordada pela sua dama de companhia.
— Princesa, você precisa sair do castelo! — disse Sara, pegando roupas da princesa em um baú.
— O que aconteceu? — perguntou, sonolenta.
— A Rainha Catherine está invadindo o reino. Seu pai, senhorita, foi assassinado. — se levantou rapidamente da cama.
— O quê?
— Você precisa encontrar o Príncipe Phillip e ir para Temeria. — Ela juntou as roupas em uma trouxa. — Aqui estão algumas das suas coisas. — Lhe entregou uma bolsinha pequena. — Joias e moedas, para caso precise! Você vai escapar pela passagem secreta dos criados. — Sara a puxou pela mão. estava desnorteada, parecia não ter assimilado nada ainda.
— Ela está bem? — perguntou o chefe da guarda.
— Lucius, o que aconteceu? — Indagou a princesa, confusa.
— A Rainha se juntou com o Império Nilfgaardiano. Você tem de escapar com vida! Encontre Phillip, reúna as tropas e venha salvar nosso reino! — Ele amarrou uma máscara no rosto da princesa. — O cavalo conhece o caminho. — Desceram depressa. — , sobreviva. — A princesa montou no cavalo, ajeitou sua bagagem improvisada e partiu pelo único caminho que ainda não havia sido cercado.

Geralt e Jaskier andavam pela floresta enquanto o bardo cantava uma música que havia composto. Ambos se espantaram com o grito de uma donzela que acabara de cair de um cavalo.
— Argh! Tudo está dando errado. — Ela estava suja de lama e o cavalo não a obedecia mais.
— Que diabos você pensa que está fazendo?
— Está tudo bem, senhorita? — perguntou Jaskier.
— Está tudo péssimo! Meu pai morreu, o reino foi invadido e esse cavalo idiota não me obedece! — Ela bufou.
— Reino? Que reino? — perguntou Geralt.
— Aedirn. — Respondeu. — A rainha planejou um golpe contando com a ajuda dos Nilfgaardianos. — Cruzou os braços.
— E você disse que seu pai foi assassinado?
— Sim. Meu pai, o Rei. — Ela colocou a mão na boca. — Eu não deveria estar falando isso para vocês. Tenho que encontrar Phillip e...
— Quem é Phillip? — perguntou Jaskier.
— É o meu noivo. — Ela suspirou, analisando bem os homens que estavam parados na sua frente. — Você... O Bruxo e o Bardo. Da canção, certo?
— Você escutou a minha canção? — perguntou Jaskier.
— Ficou bem famosa no meu reino. — Jaskier cutucou Geralt, que virou os olhos.
— E o que achou dela?
— Achei um pouco exagerada, mas fica na cabeça. É uma boa canção. — Ela sorriu.
— Obrigado, gentil princesa. — Ele estendeu a mão para que ela se levantasse da lama.
— Eu que agradeço, nobre Bardo. — Ela voltou a se portar como uma princesa, se curvando levemente.
— Viu? Nobre Bardo — cochichou ele no ouvido de Geralt, que riu fraco e virou os olhos mais uma vez.
— Geralt, de Rívia! — disse, fazendo com que os dois voltassem sua atenção para ela. — Não sei como devo me referir ao senhor, então me perdoe desde já.
— Não se incomode, princesa. — Ele sorriu, com os lábios fechados. — Não ser tratado com ofensas já me basta.
— Eu gostaria de pedir a sua ajuda. É claro que não será de graça, eu tenho essas joias e moedas...
— Por que uma princesa iria querer minha ajuda? — Ele arqueou uma sobrancelha.
— Porque não acho que sobreviverei a um dia sequer sozinha, tentando chegar a Temeria. — Explicou. — Caso o que eu tenha não baste, tenho certeza que Philip pagaria uma boa quantia por me levar à salvo. — Jaskier e ela o encaravam como cachorrinhos, implorando por um sim.
— Tudo bem! — respondeu. — Fique com suas joias e dinheiro. Resolvemos isso em Temeria. — Ela sorriu e assentiu.
— Como esse cavalo desempaca? — Perguntou enquanto montava nele. Geralt puxou o cavalo pela correia e o animal começou a andar.
Płotka. — Ele chamou seu cavalo, montou nele e começou a andar devagar, puxando o cavalo da garota.
— Você não tem cavalo? — perguntou, referindo-se a Jaskier, que negou com a cabeça. — Como vamos a Temeria com ele andando à pé?

se arrependeu da pergunta feita, pois em um instante Jaskier estava em seu cavalo. Em partes era bom porque ele cavalgava enquanto ela descansava. Pararam para acampar durante a noite e ela se acomodou com uma manta que Sara colocou em seu cavalo. Perguntava-se como estavam todos, não pôde nem se despedir de seu pai, não o viu pela última vez e teve que fugir do seu lar. Por causa daquela bruxa!
— Ei, princesa! — Geralt a dispersou de seus pensamentos.
— Você precisa descansar — disse Jaskier, também despertando por causa de Geralt.
— No que estava pensando? — perguntou Geralt.
— No meu reino, no meu pai, meu lar... — Uma lágrima escorreu de seu rosto.
— Muitos perderam tudo. Não se preocupe, você aprende a lidar com isso — disse, fitando as árvores. — Além disso, tem outro reino te esperando.
— É verdade. Tem um príncipe e um casamento para acontecer. — Jaskier tentou animá-la, mas falhou.
— Eu sequer o conheço — murmurou. — Não era para ser assim, mas você tem razão. Um casamento vai acontecer. — Ela secou as lágrimas que escorriam em seu rosto. — É melhor que eu descanse. — Se virou para o lado e fechou os olhos.

Foi acordada por Jaskier. Parecia que o dia estava acabando de amanhecer. Comeu algumas frutas que eles haviam arranjado, foi até o riacho próximo dali, se lavou e trocou o vestido. Em seguida ela voltou para se encontrar com os homens, que já tinham tudo pronto para partir. O que não sabiam era que a rainha havia oferecido uma enorme recompensa pela cabeça da princesa, mas em breve descobririam.
— Como vocês dois se conheceram? — perguntou a garota.
— Foi em Posada. Este homem estava solitário e precisando de um amigo — disse Jaskier.
— Na verdade, eu não estava. Você começou a me seguir. — Geralt corrigiu.
— Ele estava sim! — sussurrou e riu fraco.
— Que fofos! — Brincou, recebendo um olhar mortífero de Geralt, que a fez rir.
— E você e o príncipe? Como não se conheceram? — Jaskier perguntou, e a garota riu fraco.
— Bom, nossos pais assinaram um contrato de união há algumas semanas. — Explicou. — Caso algo acontecesse a um de nós, poderíamos nos abrigar no outro reino. — Ela sorriu. — Irônico, não?
— Muito. — Geralt rosnou.
— Por que ele fica rosnando? — Cochichou no ouvido de Jaskier.
— É algo dos bruxos, apenas ignore. O mau humor tem a ver com isso, também. — Jaskier sorriu para Geralt, disfarçando.
— Eu posso ouvi-los — disse Geralt.
— É claro que pode. Não é surdo. — respondeu .
— Princesa, não pense que por ser uma princesa eu não a deixaria sozinha nessa estrada. — engoliu em seco.
— Não sabes nem o meu nome, só me chamas de princesa. — Fez biquinho.
— E como é o seu nome? — Ele virou os olhos.
. Muito prazer, Senhor Geralt. — Ela sorriu. Ele não esboçou nenhuma expressão, muito menos respondeu. Esse era o nome que ele estava sonhando há tantos dias. Parecia que alguém estava o avisando que a princesa viria e cruzaria seu caminho. Dispersou-se de seus pensamentos, empunhando a espada e evitando uma flecha que vinha em direção à garota.
— Pelo visto estão te procurando — disse ele.
— O que faremos? — perguntou , assustada.
— Não vamos lutar. — Ele montou em seu cavalo e puxou o da garota pela correia, descendo pela estrada em que seguiam. Teriam que sair das estradas e entrar na floresta, pois assim chamariam menos atenção, mas não evitariam todos os ataques, apenas complicaria um pouco mais para eles.

Quando tomaram uma boa distância, eles desceram dos cavalos para respirar um pouco.
— Você salvou minha vida — disse .
— Disponha. — respondeu Geralt.
— Acho que vou me separar de vocês aqui. — baixou a cabeça.
— Você está louca? Agora mesmo que não vai sobreviver sozinha! — Exclamou Jaskier.
— Nenhum dinheiro seria o suficiente para pagar a morte de alguém — respondeu ela, tirando algumas joias da bolsa. — Peço para que aceitem isso em gratidão por me trazerem até aqui, mas se for para morrer eu prefiro partir sem colocar ninguém em risco por dinheiro.
— Não é só pelo dinheiro — disse Geralt. — Você não vai sair daqui sozinha. Isso não é discutível.
— Eu admiro sua atitude, Geralt de Rívia. — Ela se impôs, ajeitou a postura e levantou a cabeça. — Não permito que mais ninguém morra por mim ou por Aedirn.
— Você pode calar a boca, princesa? — A garota se assustou. — Cale a boca e suba no cavalo! Agora você vai comigo.
— Não aceito ordens de ninguém. — Ela cruzou os braços. — Não preciso mais de seus serviços, bruxo! — Ela não queria ter que ser dura para afastá-lo, mas se ele não acabasse a conversa ali, ela teria de ser.
— Tudo bem. — Colocou a garota nas costas. — Não estou sob seus serviços. — Colocou a garota em cima do cavalo. — Cale essa boca e vamos! — Ela cruzou os braços e desistiu de lutar.
— Se o senhor insiste. — Ironizou. Geralt não deixaria aquela garota morrer até descobrir o motivo do nome dela aparecer em seus sonhos. Ele queria saber porque sua vinda estava premeditada.
— Por que estão te caçando? — perguntou Jaskier.
— Talvez minha madrasta tenha ordenado. — Geralt teve uma ideia.
— Eu vou matá-la para a sua madrasta.
— O quê? — Jaskier e perguntaram, em coro.
— Assim que entregá-la ao príncipe, levarei um coração de animal para a Rainha e assim ela irá desistir de caçá-la.
— E por que você faria isso? — Jaskier arqueou uma sobrancelha.
— Pela recompensa. — Foi apenas o que Geralt disse, sem esboçar alguma reação. deu de ombros. Ele fazia mesmo as coisas por dinheiro e ainda dizia que aquilo nada tinha a ver com o dinheiro.

Pararam ao escurecer mais uma vez. Segundo Geralt, até o meio dia estariam no castelo. Enquanto olhava as estrelas, pensava em como seria a vida após chegar a Temeria, o que aconteceria à ela e como deveria agir.
— O que te incomoda? — perguntou Geralt.
— Temeria. — respondeu e o homem assentiu. — O que te incomoda?
— Seu nome — respondeu e se virou para ele com uma expressão confusa. — Antes de você chegar eu havia sonhado com seu nome. Sua voz dizendo seu nome, como se o destino me avisasse que estava chegando.
— Isso é estranho.
— Eu queria entender o motivo, mas não vejo nenhum aparente.
— Eu não entendo muito dessas coisas, mas se você não tivesse cruzado meu caminho, eu estaria morta agora. — Ela sorriu. — Não sei o motivo de ter sonhado com meu nome, mas sou grata por sua ajuda. — Geralt esboçou o primeiro sorriso singelo e não irônico que havia visto em seu rosto.
— Você precisa dormir. Vai conhecer seu noivo amanhã. — Geralt se levantou e virou de costas para ela.
— Será que ele vai gostar de mim? — perguntou, inocentemente.
— Ele seria tolo se não gostasse — murmurou e sorriu.
— Obrigada, Geralt. — Ele esperava que ela não tivesse escutado, mas ao mesmo tempo havia dito para que ela o fizesse. A garota se virou para o lado e fechou os olhos enquanto ele foi buscar mais lenha para a fogueira, observando-a de longe.

No dia seguinte eles acordaram bem cedo para ir até Temeria. não estava muito disposta, passou a viagem toda deitada sobre as costas de Geralt, que torcia para não serem atacados por ninguém, ele não conseguiria lutar e cuidar dela ao mesmo tempo. Mas enquanto viajavam apenas deixou que sua última lembrança dela fosse seu repouso nele. Aquela garota transmitia algo estranho e totalmente diferente de tudo que ele já havia sentido na vida. Não sentia desejo carnal por ela como pelas outras mulheres, era uma sensação completamente estranha e que ele ignorava.
Cruzando a fronteira de Temeria, eles se sentiam mais seguros. Parecia que o príncipe aguardava por ela, mas na verdade estava indo procurá-la.
— Quem são vocês? — perguntou um dos guardas.
— Sou Geralt, de Rívia — respondeu ele.
— E o que quer? Não vê que estamos partindo?
— Trago a princesa . — Explicou. A garota despertou, coçando os olhos. Jaskier a ajudou a descer do cavalo.
! — O príncipe desceu do cavalo e foi até ela, abraçando-a. — Você está salva.
— Bom, minha missão aqui foi concluída — disse Geralt, virando seu cavalo.
— Geralt, espera! — Exclamou . — Obrigada por tudo. — Sorriu e ele apenas assentiu. — Jaskier, pode ficar com meu cavalo, assim você não anda a pé. — Jaskier sorriu em agradecimento.
— Deixe-me dar-te a recompensa, bruxo! — disse Phillip.
— Não precisa. Já tenho a minha recompensa. — Ele saiu com o cavalo. Jaskier acenou para ela e seguiu Geralt. acenou de volta para eles, com os olhos cheios de lágrimas.

Em Aedirn, Geralt chegava com um coração nas mãos.
— Você me garante que esse coração é da minha enteada? — indagou a rainha.
— Sim, ela estava comigo, mas a recompensa oferecida pela morte dela era maior do que a que ela havia me oferecido. — Explicou ele.
— Não esperava menos de gente como você. — respondeu a rainha, jogando o saco com o dinheiro nos pés dele. — Agora suma! — Geralt pegou a recompensa e saiu, seguido por Jaskier. Já longe dali, os dois amigos estavam sentados em um bar.
— Essa foi a recompensa que você disse que já tinha? Por isso não aceitou o dinheiro do príncipe?
— Não. — Geralt respondeu. — Minha recompensa vai se tornar a rainha de Temeria.


Fim.



Nota da autora: Oiii gente, essa fic foi um plot muito louco que tive e acompanha outras duas que vão estar aqui embaixo! vou deixar o link do meu insta de autora e meu grupo de leitoras aqui também!





Outras Fanfics:
The Witcher: Kisses (Parte 2)
The Witcher: The Final Battle (Parte 3)

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