Capítulo 10
(Porque não mostra para o mundo que sou sua? Para você não ter que nos manter não oficial. – The Saturdays, Unofficial).
Bem vindo, ano novo! Mas você poderia passar um pouco mais devagar. Porque caramba, você está de parabéns! A partir do dia 5 de janeiro, quando eu cheguei de Nova York com , eu esqueci que eu tinha uma namorada, e ela deveria estar cheia de coisas para fazer, porque a quantidade de vezes que conversamos, podia ser contada nos dedos.
Com a aproximação da première de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares” e também com a finalização das gravações do meu filme e envio para a edição, eu estava surtando. Acordava pouco antes das sete da manhã, saía de casa, e só Deus sabia que horas eu voltaria. Para piorar, surgiu alguns eventos no meio do caminho.
O primeiro foi o Golden Globe Awards. Eu não estava esperando por isso, mas um dia antes me ligaram pedindo para apresentar uma categoria. A ideia de ficar conversando no FaceTime com tinha ido por água abaixo. Domingos eram os dias que haviam sobrado para conversarmos. Pelo que eu havia entendido, Derek havia tirado dois meses para ficar com sua filha.
Sim, não demorou nada a aprovação da adoção deles e, menos ainda, para eles receberem a criança. Era uma menina de três anos. me contara que ela era uma graça, muito educada e fofa. Os cabelos eram escuros e a pele morena. Derek e Rupert estavam bastante felizes. dizia que os visitava com frequência para ver se eles precisavam de alguma ajuda, mas falava que eles estavam se saindo bem até demais, mas com a ausência de Derek, ela estava fazendo muita hora extra. Tinha dias que passava das dez horas da noite e ela não havia chegado em casa, eu ficava preocupado, e ela chegava morta de cansaço, esperando outro dia começar. Mas como ela diz, pelo menos ganhava pela hora extra.
Depois do Golden Globe, teve um jantar que angariava fundos para uma organização que lutava contra o câncer. Eu nunca negava eventos para a caridade, mas sem a Melina para me acompanhar, somente com Joshua me seguindo, era divertido, mas tirava a seriedade da situação. Não ter Melina para me acompanhar, era complicado. O que a falta de uma pessoa pode fazer. Acabou sendo divertido, encontrei uma antiga colega de elenco no evento e conheci alguns cantores que eu curtia. Joshua, como meu assistente, é sempre um show a parte.
O final de fevereiro chegou, mas dessa vez eu não estava mais tão atolado. As reuniões de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares” haviam terminado, mas eu ainda tinha que cuidar do meu filme “O Trem da Meia-Noite”. Acho que nunca tinha visto tanto um filme na vida. A edição era uma parte complicada em um filme, ainda mais quando é estipulado um tempo máximo para você, mas eu consegui tirar um tempo para ir para Flórida, na cidade de Daytona, para participar da corrida principal da NASCAR. Quando me chamaram, na hora eu pensei em .
- Domingo à noite, ? – Ela falou para mim, enquanto passava a mão nos cabelos. - Sem chance! – Ela suspirou, aproximando o rosto da tela.
- Fala sério, ! – Fechei os olhos, apoiando o queixo na mesa. – Faz quase dois meses que a gente não se vê.
- Eu sei, mas agora a Kelly inventou em fazer as contas em plena segunda-feira e sem o Derek que tem pós em economia, aquilo vira o caos. Até a Ruth entra na jogada. – Ela suspirou. – Se ainda fosse um evento oficial, algo assim, talvez desse para eu me enfiar na história, mas não dá.
- Cara! Não aguento isso. Essa cama já acostumou com dois corpos nela. – Ela soltou uma risada fraca.
- Está acabando. Em dez dias o Derek volta. Acaba a licença dele. – Ela soltou uma risada fraca. – Eles tiveram aqui hoje, ela é uma graça.
- Qual o nome dela?
- Liana! – Ela falou. – Liana Van Sanders, agora. – Ela sorriu e eu balancei a cabeça.
- Voltando a nós. E no começo de março, como vai ser?
- Nem a pau, querido. Começo do mês é aniversário da minha mãe. E com esses dias que eu acumulei, vou tirar uma semana lá no Brasil.
- Tá pior que eu pensava. – Falei, coçando a cabeça.
- Relaxa, amor, de março não passa. – Ela falou com um sorriso fofo no rosto. – Dia oito eu estou aqui de novo. – Minha cabeça foi longe.
- Você vem para Los Angeles então. – Falei!
- Vamos ver. – Ela sorriu.
- Não é uma pergunta. – Falei e ela franziu a testa, ficando quieta, mal ela sabia que eu já tinha planos.
- Senhor ... – Ouvi a voz de Larry se aproximando.
- Eu tenho que ir. – Falei para . – A gente se fala.
- Com certeza! – Ela respondeu, mandando um beijo pela tela. – Ah, , faz um favor para mim.
- Diga! – Virei o rosto, olhando para tela.
- Passa um gel nesse cabelo, penteia para o lado. Vai ficar bonito. – Ela sorriu e piscou com um olho só. – Seu cabelo nas fotos está horrível. – Ela falou sincera.
- Ai! – Brinquei e ela riu.
- Tchau, ! Leslie está me chamando. – Ela falou se levantando da cadeira e abaixando o rosto. – É assim que eu mantenho meu corpo quente. – Ela provocou e a ligação foi desligada.
- Filha da mãe. – Falei baixo.
- O senhor deve estar subindo pelas paredes. – Larry brincou atrás de mim.
- Engraçadinho. – Fechei a tela do notebook, suspirando alto.
- Chegou alguns pacotes da Máxima para o senhor. – Confirmei com a cabeça.
- Obrigada, Larry! - Abri o pacote com a ajuda de um estilete e encontrei os ingressos de “Poseidon 2”, eles haviam chegado em uma hora perfeita.
Fazia tempo que eu queria finalmente sair com , sair com ela, oficialmente, como as pessoas chamam. O Daytona 500 não traria isso, mas seria um bom momento de eu aproveitar o fim de semana com minha namorada. Aproveitar a corrida que era algo que eu goste e ainda cumprir com meu compromisso.
E não é que estava certa? Eu dei um jeito no meu cabelo, que eu vou ter que admitir, estava péssimo. Coloquei um pouco de gel no cabelo, passei o pente e bum! Ficou demais! Um topete jogado para o lado, ajeitado. Ficou bem legal.
Fui para Flórida com Joshua, acabei indo um dia antes, passando a noite no hotel e de manhã já fui para a coletiva de imprensa e participando do lounge do Daytona 500. Encontrei uns atores conhecidos. Acabei passando o tempo com Joshua, até chegar a hora de eu fazer meu trabalho.
Juntei-me no camarote com Joshua para ver a corrida e voltamos para Los Angeles ainda naquela noite, na real eu queria ir para Boston, mas ela viria para cá em breve.
Na semana seguinte eu foquei em brigar com Melina, que, no fim das contas, não foi preciso. Era o próximo domingo já, já estava a caminho do Brasil, então, as chances dela descobrir alguma coisa do meu plano mirabolante, era quase impossível.
Tá, não tinha nada de mirabolante.
- Alô? – Melina atendeu ao telefone.
- Oi, assessora! – Falei com um tom risonho na voz. – Não desliga!
- Por que você está me ligando em pleno domingo à noite, ?! – Ela rosnou brava.
- Eu só estou ligando para te avisar, que na première de “Poseidon 2”, você vai trabalhar duplamente, ok?! – Falei simplesmente.
- O que você está falando, ? – Ela acalmou.
- Eu vou chamar a para ser minha acompanhante na première do filme.
- Aleluia! – Ela gritou no telefone, me fazendo afastar o telefone da orelha.
- Oi? – Perguntei meio assustado. – Você que está obrigando-a a trabalhar 12 horas por dia.
- , faz oito meses que vocês namoram! Oito! – Ela gritou no telefone. – Ela trabalhar, parte é porque ela quer, parte é porque ela quer o dinheiro extra e parte porque ela é boa. Mas isso não tem nada a ver, já está virando falta de educação com a . Tá parecendo que você tá meio foda-se para a situação. – Ela continuou com o tom de voz alto.
- Eu queria convidar ela para ir ao Oscar comigo hoje à noite, mas ela foi para o Brasil. – Falei.
- Você sabe que ela foi para você não se sentir obrigado, certo?! – Ela falou e eu franzi a testa.
- Como assim? – Sentei no sofá.
- Você cheio de compromissos, ela vai te visitar um fim de semana, e você tem um evento para ir. E aí? – Suspirei. – Ela deve ter pago quase metade do salário para ir para o Brasil, ela comprou a passagem tem umas três semanas.
- Porra, Melina, por que você não me falou? – Me irritei.
- Porque eu sou amiga dela, porque isso deveria ser um segredo entre amigas e porque o relacionamento é seu. – Ela parou por um tempo. – Não estraga tudo, , não com essa garota.
- Eu quero casar com ela, Melina. – Falei, fazendo-a ficar quieta por algum tempo. – Melina? Está aí?
- Estou só pensando no que você falou, registrando isso para futuras gerações. “O dia que amadureceu”. – Ri fracamente. – Demorou só 32 anos.
- Só isso. – Comentei.
- Convide a e logo. Porque é um evento de gala, e ela sabe se vestir nesses lugares. – Melina falou com a voz mais calma. – vai ter que trabalhar de manhã aqui com a gente, no dia. – Ela falou e eu bufei. – Calma, ! Todo mundo vai estar aqui para cuidar da première. – Ela falou baixo. – Ela deve chegar aí por volta das cinco. Eu a levo para a première, a gente te encontra lá.
- A ideia é que eu a acompanhe, ou o contrário, sei lá. – Falei.
- Você vai. – Ela falou. – Mas eu vou deixá-la lindamente para você primeiro. – Abri um sorriso. – Liga para ela.
- Pode deixar. – Suspirei. – Obrigado, Melina!
- Você precisa me ver mais como sua amiga de vez em quando, . – Ela terminou. – Tchau, !
- Tchau, Melina!
Eu fiquei matutando o que Melina disse até quase o fim da semana, quando finalmente me ligou no Face Time, eu poderia mandar uma mensagem ou algo assim, mas se aquilo era o mais próximo que tínhamos de uma comunicação cara a cara, era assim que eu faria.
- E aí? – Ela perguntou de pijama, com a toalha amarrada no cabelo.
- Fiquei o dia inteiro te esperando. – Ela riu baixo.
- Eu e as meninas saímos para fazer umas comprinhas. – Ela falou e eu ri baixo.
- Eu quero te perguntar um negócio. – Falei diretamente, fazendo-a se ajeitar na cadeira do outro lado.
- Diga! – Ela apoiou o queixo entre as mãos.
- Quero te chamar para a première de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”. – Falei, esticando o ingresso que estava ao lado. Ela soltou uma risada.
- Mas, , eu já vou. – Ela falou, franzindo a testa. – Certeza que Melina vai precisar de mais um assessor no evento. – Ela soltou uma risada no fim.
- É, talvez, mas com certeza não vai ser você. – Falei, vendo-a franzir mais a testa, se era possível.
- O que você está dizendo, ? – Ela encostou as costas na cadeira, cruzando os braços.
- Você vai como minha acompanhante, ! – Nesse momento as coisas congelaram. Tentava analisar pelos seus olhos na tela. – Você vai me acompanhar no tapete vermelho. – Eu consegui ouvir o suspiro dela pela tela do computador.
- Eu esperava por isso um dia, mas achei que eu reagiria a isso de uma forma menos sentimental. – Ela passou a mão nos olhos, suspirando. – Tem certeza, disso? – Ela falou calmamente.
- Falei que estava pronto para tudo, não?! – Falei e ele sorriu.
- É. – Ela mordeu o lábio inferior. – Você disse. – Sorrindo logo em seguida. – Eu não vou te decepcionar.
- Isso é impossível. – Falei sorrindo, sentindo uma vontade imensa de abraçar essa mulher, mas eu sabia que isso demoraria ainda.
- Obrigada! – Ela falou com a voz embargada, passando a mão embaixo do olho.
***
- Eu preciso de ajuda! – Falei empurrando a porta do atelier de Rupert, rezando para encontrá-lo lá, já que era pouco antes das oito da manhã e eles abrem depois das nove.
- O que aconteceu? – Denise apareceu na sacada do segundo andar.
- Cadê o Rupert? – Perguntei, encostando a porta atrás de mim e colocando minha mochila ao lado da porta.
- No escritório dele, com o Derek, creio eu. – Ela apareceu descendo a escada novamente. – O que aconteceu?
- Vem junto! – Sentindo minha respiração falhar um pouco, andei a passos rápidos até o escritório de Rupert, passando pela porta.
- ! – Derek foi o primeiro a me notar, depois Rupert levantou ao seu lado. – Esperava te ver só no trabalho amanhã.
- ! Quando tempo que não te vejo, hein?! – O ruivo falou. – Como foi a viagem?
- Podemos falar da viagem depois? – Falei, entrando na sala.
- O que aconteceu? – Derek perguntou preocupado.
- Ela chegou meio desesperada aqui. – Denise falou e eu respirei fundo, me sentando na cadeira em frente à mesa de Rupert e tentando controlar a respiração.
- Aconteceu alguma coisa, ? – Rupert perguntou.
- Eu preciso de um vestido, Rupert! – Virei meu rosto para o ruivo.
- É isso? – Ele perguntou. – Não é o problema.
- Eu preciso de um vestido para uma première, Rupert! – Falei devagar, dessa vez vendo os três na sala abrirem a boca levemente. - me pediu para acompanhá-lo na première de Poseidon 2. – Suspirei, tentando relaxar o corpo.
- Isso é demais! – Derek falou animado, me abraçando meio desajeitado.
- É incrível, ! – Denise falou mais contida. – Era só questão de tempo. – Ela soltou uma risada baixa, abanando uma das mãos.
- E você quer um vestido meu? – Rupert perguntou, saindo do transe.
- Não. – Falei com um sorriso de lado e me levantei, me colocando em frente ao ruivo. – Eu quero um original de Rupert Van Sanders. – Falei, encarando seus olhos.
- Deus! – Ele falou depois de um tempo, com a mão no peito, fazendo todos na sala rirem. – Com certeza!
- Então, você quer usar um vestido meu na première? – Rupert falou, saindo do escritório, de braço dado comigo.
- Bem, eu tenho um amigo que tem um talento incrível para desenhar vestidos, então, que eu use a atenção que estão dando para mim, para te ajudar a crescer. – Voltamos ao centro do ateliê onde o palco e diversas araras espalhadas pelo local.
- Eu te amo! – Ele falou, dando um beijo em minha testa. - E você quer um original? – Ele falou rindo.
- Eu acho que mereço um, não? – Retruquei.
- Com certeza! – Ele falou com tom de voz alto. – Mas eu tenho quatro dias para fazer um! – Ele falou sério e eu me desesperei um pouco, finalmente me tocando. – Denise! – Ele gritou e ela apareceu no andar de cima novamente. – Confira meus compromissos para hoje, tudo que não for urgente, remarque, o que não der, coloque para a noite. – Ele se virou. – Derek! – Gritou para o marido, o que me fez rir do susto que ele tomou. – Traga a caixa de amostras e depois nos faça uma garrafa de café. – Ele suspirou. – E ! – Se virou para mim, o que fez eu me assustar. – Vou pedir para você se despir e se colocar ali no centro do palco. – Afirmei com a cabeça. – Esse vai ser meu próprio Project Runway! – Ele falou brincando e eu ri.
Entrei em um dos provadores do ateliê e tirei minha roupa, mantendo meu conjunto preto de lingerie, agradecendo por ter escolhido um conjunto melhor para viajar dessa vez. Eu, literalmente, havia acabado de chegar de viagem, então, deveria estar meio sonolenta ainda, pois, mesmo tomando um remédio para dormir, eu fiquei acordada quase a viagem inteira. Pensando como eu faria e agiria nessa première.
Melina já havia me dito que eu chegaria depois de , por questão de horário do voo, o fato de eu e ela ter que estar no escritório em Boston ajeitando os press kits que seriam distribuídos para a imprensa, para outro evento que estava marcado. Ou seja, eu teria que andar sozinha por aquele tapete vermelho que eu nem sabia dizer quão longo era.
Melina seguiria ao meu lado quando chegássemos, mas mesmo assim, a pressão era gigante. Como me comportar, como agir, o que fazer ao encontrar ? Ficar com sua família, com ele, com Melina? Eles não ensinaram essa possibilidade na faculdade. E seguir pelo tapete vermelho durante uma première, já me fez surtar um pouco e eu só deveria ficar próximo a ele, consegue imaginar como eu me sentiria na quarta-feira, andando de mãos dadas a ele? Pois é, espero que eu não vomite no vestido de Rupert.
Coloquei-me no pedestal que tinha em frente ao espelho e olhei para o mesmo, analisando meu corpo. Eu gostava do meu corpo. Eu não era magrinha igual às modelos ou famosas. Eu era grande, tinha costas largas, a cintura fina e a barriga ok.
Minhas coxas eram grossas e fortes, bonitas e sexy como diria Rodrigo, mas as vezes incomodavam um pouco. Subi meu rosto para meu reflexo no espelho e fiquei feliz com o que vi, feliz com o meu corpo de 28 anos.
Derek apareceu com a tal caixa de amostras que Rupert falara e eu notei que era uma grande e alta caixa de madeira, parecida com um baú e ele colocou na beirada do palco, se aproximando de mim, enquanto Rupert começava a tirar minhas medidas e anotar em uma prancheta.
- Está bonita, hein ? – Soltei uma risada fraca. - Pronto! – Ele falou, estendendo um robe que Denise havia acabado de dar para ele e eu o vesti, amarrando as tiras. – Vamos conversar, senta aí! – Ele apontou para o palco e eu me joguei no mesmo, dobrando as pernas. – Acho que concordamos que tem que ser um longo! – Soltei uma risada fraca.
- Honestamente, eu não sei! – Respondi vendo-o mudar a página da prancheta. – Não sei o que o pessoal tem usado nessas premières, não tenho tido tempo.
- Cada um está usando o que bem entende, na verdade. – Ele respondeu. – Tem uns sem noção que tem ido com vestido de ir para a balada, mas eu não sou estilista deles, sou seu.
- Nossa! Tenho um estilista, agora?! – Perguntei e ele riu, mostrando a ponta da língua.
- Bem, você estará acompanhando o personagem principal do filme, então, você tem todo o direito de ir de longo! – Ele falou, voltando ao desenho.
- Você que manda, chefe! – Respondi e Derek soltou uma risada fraca ao meu lado.
- disse o que estará usando?
- Terno azul marinho, com colete, completo. – Ele soltou uma gargalhada.
- Então, querida, o que eu normalmente faço. – Ele começou. – Tento combinar a roupa que a mulher usa, com o terno que o homem vai usar. – Confirmei com a cabeça. – E eu também já vi que você realmente gosta de azul. Só pelos três vestidos que você comprou aqui. – Soltei uma risada fraca, lembrando-me do vestido do nosso encontro, do evento na casa da mãe dele e do Natal em casa, todos azuis e todos de Rupert. – Podemos usar isso como padrão, como a sua cor.
- Eu gosto bastante de azul. – Soltei uma risada fraca.
- Vamos olhar as amostras azuis, então. – Ele abriu o baú e tirou uma caixa pequena onde era possível ver escrito azul no topo e me entregou.
Amostras não eram nada mais, nada menos, que retalhos de todos os panos que ele tinha disponível ou que seus fornecedores tinham. Eram diversos tons, texturas, modelos, aquilo era incrível. O primeiro pano que eu escolhi foi um chiffon azul escuro. Ele era um pano leve, esvoaçante, que mexia facilmente com movimento ou com vento.
- O que acha de transparência? – Ele perguntou.
- Depende muito da transparência. – Respondi, franzindo a testa.
- Transparência com aquele tecido de cor da pele, eu digo. – Ele explicou para leigos e eu ri.
- Aí sim. – Ri baixo.
- É que eu estou vendo esse pedaço aqui. – Ele estendeu um pedaço de pano com diversas flores costuradas no pano. – E acho que dá para dar uma misturada. Fazer um relevo em algumas flores aqui e ali para dar um toque especial. Uma cintura mais marcada, e um pano se encontrando a outro na área do quadril como um cinto, mangas curtas...
- Por favor, só não deixe meu quadril gigante! – Ele soltou uma risada.
- Pode deixar! Vou te deixar linda. – Ele sorriu, me abraçando ternamente. – Agora vai lá com a Denise para vocês combinarem cabelo e maquiagem.
- Mas como a gente vai fazer, Rupert? É em Los Angeles. – Falei me levantando.
- Vai lá falar com Denise! – Revirei os olhos.
- Ei, cadê a Liana? – Perguntei.
- Dormindo lá no fundo. – Derek falou. – Ela teve dor de estômago à noite toda. – Ele suspirou. – A gente descobriu que ela é alérgica a leite de vaca. – Fiz uma careta.
- Sério? À leite? – Suspirei.
- Sim, mas ela está melhor agora, levamos ela ao hospital de madrugada e eles diagnosticaram. – Rupert falou. – Ela vai ficar bem, vamos começar o tratamento aos poucos para ver se tem cura, do contrário, aprender a evitar.
- Fala para ela que eu faço cupcakes com leite de soja para ela. – Derek abriu um largo sorriso.
- Você é a melhor! – Ele falou e eu pisquei com um olho para ele.
Andei pelo ateliê e subi as escadas, encontrando Denise lá em cima, sentada em uma das cadeiras dispostas no pequeno salão de beleza dela.
- Você faz milagres agora, Denise? – Perguntei, sentando em uma cadeira a sua frente.
- Quase! – Ela respondeu. – Mas eu posso te ensinar a se maquiar. – Ponderei com a cabeça.
- Olha, seria muito bom saber fazer uma maquiagem decente. – Comentei e ela riu.
- Seu vestido vai ser azul, mas você não vai usar azul na sua maquiagem. – Ela abriu uma de suas maletas de maquiagem, pegando algumas das diversas sombras nas mãos. – Com o tom que ele deu, eu pensei em um rosado nos olhos com preto, muito rímel, um tom mais bronzeado para as bochechas e uma boca quase transparente. – Comecei a ouvir o barulho das embalagens se batendo, enquanto ela mexia.
- Como você e o Rupert tem esse insight divino, de repente? – Perguntei.
- Anos e anos de prática. – Ela falou, sorrindo. – Cursos e mais cursos, palestras e mais palestras.
- Isso é demais! – Soltei uma risada fraca. – Quanto tempo que vocês se conhecem?
- Nossa, desde pequena, eu acho. – Ela respondeu finalmente achando tudo o que queria. – Deve fazer uns 20 anos. – Ela riu. – Acabamos usando a paixão dele com a minha e pretendemos crescer mais e mais.
- E vocês vão, tudo o que fazem é perfeito. – Ela sorriu.
- Vamos lá? – Ela apontou para a cadeira e eu sentei na mesma. – Antes de começar, você vai limpar a sua pele. Lave ela com sabonete neutro, nada do que você não está acostumada. Depois disso você vai passar corretivo, base e pó. – Ela mostrou os três potes diferentes em sua mão. – São do seu tom de pele, você vai levar tudo que eu te der aqui hoje.
- Combinado! – Falei.
- Você vai começar pela parte clara do olho, passando em toda sua pálpebra móvel, espalhando bem e não deixando acumular o excesso. Depois na parte externa do olho você passa o preto, formando esse “V” no canto do olho e depois com um pincel limpo, você puxa o preto para o rosa, até formar esse degradê. No espaço de cima, você passa um pouco de iluminador. – Ela falou, fazendo isso com meu olho, enquanto o outro meu permanecia aberto. – Depois você vai passar o delineador, lápis de olho e rímel pretos. – Ela apontou. – Sabe passar?
- Sim, nunca tive problemas.
- Não vou passar em você agora, porque fica complicado para tirar depois. – Afirmei com a cabeça. – O blush, eu sei que você não tem muito costume em usar, então você passa de fora para dentro. – Ela fez em meu rosto. – Mantenha sempre um espaço embaixo e longe do nariz, é só para dar um tcham! – Ri fracamente. – E o batom você sabe, né?! – Ela me estendeu o mesmo e eu passei na boca, vendo metade do meu rosto com maquiagem e metade sem. – Perfeito! – Ela pegou todos os itens de maquiagem e colocou em uma bolsa transparente para mim. – Vai arrasar.
- Honestamente, não me sinto muito confortável em ter que fazer isso. – Falei, fazendo uma careta.
- Vai dar tudo certo! – Ela falou.
- E meu cabelo?
- Bem, essa é a parte chata. – Ela falou, ficando atrás de mim e começou a mexer no meu cabelo. – Estamos em março, o tempo está friozinho ainda, mas não está o frio ideal para que um penteado dure um dia inteiro, então, vamos fazer assim. – Ela suspirou. – Você vai vir aqui para o ateliê antes do seu trabalho, cerca de uma hora antes de você entrar no trabalho, venha de cabelo molhado, lavado. – Afirmei com a cabeça. – Vou ver o que eu faço. – Ela suspirou novamente. – Talvez uma escova, um encaracolado nas pontas e muito laquê para aguentar o dia inteiro. – Ela suspirou. – E quando chegar em Los Angeles, só um banho rápido, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar! – Ri baixo.
- Vou ficar louca procurando fotos de vocês. – Ela comentou feliz e eu ri.
- Eu também, Denise. Eu também! – Soltei uma risada fraca.
Os próximos dias no trabalho foram mais calmos, Derek estava de volta e parece que ele fazia questão de cuidar de todo o trabalho, para que eu pudesse dar uma relaxada nos ânimos, o que era bom, assim eu surtava somente com o fato de atravessar um tapete vermelho sozinha, em frente a milhões de pessoas e do mundo. É, acho que já é motivo de sobra.
Na quarta-feira após o trabalho, eu e Derek seguimos para o ateliê e, nossa! O vestido havia ficado espetacular. Havia ficado igual Rupert havia dito. A transparência nos ombros, a faixa na cintura, as flores sumindo por baixo da faixa, se misturando ao pano mais fino deixava aquele vestido o mais lindo e esvoaçante que eu havia visto em minha vida. Ele era maravilhoso. Chegava até os pés, deixando um pouco de pano sobrando, o que não deixaria minha sandália prata à mostra, o que era bom, porque era a única sandália prata que eu tinha, ela tinha um desenho diferente em cima, cortado a laser e um salto não tão exagerado, que não me deixaria tão mais alta que na première.
O vestido havia ficado um pouco largo na cintura, mas Rupert disse que estaria tudo certo para quando eu viesse aqui cedo no dia seguinte para que Denise fizesse meu cabelo, mas ela não estava lá naquele momento. Acabei voltando logo para casa, eu precisava fazer minha mala ainda e dormir cedo, o que obviamente não deu certo.
Eu me mexi como nunca havia me mexido na cama, era virar para lá, para cá, e ainda era muito cedo para eu estar deitada, mas como eu acordaria cedo no dia seguinte e só Deus sabe que horas eu dormiria, preferi deitar antes, mas não consegui dormir, ainda mais quando mandou uma mensagem no meu celular falando que estava empolgado em me ver amanhã. Isso tirou mais duas horas do meu sono falando sobre besteiras sem sentido e o tamanho da nossa saudade que me fizeram rir demais.
Eu acordei às seis da manhã, não estava acostumada a acordar tão cedo, e me esqueci das redes sociais, eu precisava focar no que eu tinha que fazer. Tomei café e banho, lavando muito bem meu cabelo e meu corpo, porque eu realmente não sabia se daria tempo de eu tomar um longo banho antes da première ou ao menos se daria tempo para isso. Coloquei uma calça jeans escura, meu tênis e uma camisa xadrez de meia manga, com botões na frente, para ficar mais fácil de tirar.
Cheguei ao ateliê faltando uma hora para eu entrar no trabalho e eu realmente não poderia me atrasar, mas Denise fez um trabalho incrível. Ela secou meu cabelo, fazendo uma escova no mesmo, puxando meus cabelos castanhos para todas as direções e passou chapinha no cabelo, ela pegava tiras finas, mas a pressa em seu trabalho, nem faziam com que conversássemos. No final, enquanto meu cabelo estava quente ainda, ela puxou a parte da frente para trás e prendeu com dois grampos e colocou alguns bobs na ponta dos meus cabelos, enrolando até a altura do meu pescoço e passou bastante laquê, fazendo com que eu fechasse os olhos quando ela passou e, por fim, ela colocou uma faixa no meu cabelo, tentando esconder ao máximo o que estava embaixo do pano.
- Depois que você se arrumar e já estiver com o vestido, pronta para sair, você vai tirar a faixa, tirar os bobs e dar uma passada com os próprios dedos nele, soltando os cachos. Não se preocupe com o laquê, é para ele segurar seu cabelo com escova e os cachos até à noite, entendeu? – Afirmei com a cabeça. – Provavelmente você precise abaixar os fios da parte de cima, porque estarão arrepiados por causa da faixa, mas aí você passa mais um pouco de laquê e abaixa com um pente. Combinado?
- Combinado, Denise. – Abri um largo sorriso.
- Vai lá arrasar, menina. – Ela me abraçou fortemente pela cintura. – Vai mostrar para aqueles haters que tem uma namorada e ela é um arraso. – Gargalhei.
- Obrigada, Dê! – Ela sorriu.
Cheguei ao trabalho em cima da hora, mas Melina nem comentou nada, ela também estava agitada e o telefone não parava de tocar. Precisávamos resolver tudo e pegar o avião mais rápido possível. Eu finalizei a matéria sobre a première do filme e comecei a montar os press kits, eram cerca de 300 sacolas espalhadas pela mesa, cadeira, chão, tinha sacolas em todas as partes daquela sala e cerca de cinco coisas para serem colocadas em cada uma delas. Ruth me ajudou a colocar todos os itens nas sacolas e depois eu fui escrevendo cada nome à mão, no espaço identificado. Aquilo demorou uma eternidade, fazendo com que eu pulasse o horário do almoço e só saísse de lá quando tudo estava pronto.
Com tudo pronto, eu e Melina voamos para o aeroporto. E isso não foi uma ironia.
Aproveitei para comer no avião, eles serviram uma ótima baguete com presunto, queijo e tomate, que me deixou lambendo os dedos. Melina continuou trabalhando em seu notebook, se alguém tinha vício em trabalho, era ela, mas também, ela era boa. Eu, sem poder encostar muito a cabeça, fiquei ouvindo algumas músicas em meu iPod, para que o tempo pudesse passar mais depressa. Mas para quem havia aguentado voos maiores que três horas, aquilo estava fácil, a ansiedade que estava me matando.
Chegamos em Los Angeles e o dia estava lindo, sem brincadeiras, era o dia perfeito para um evento desse tamanho. Com um motorista reservado para nós, fomos direto para o hotel. Achei estranho Melina me levar para um hotel e não para a casa de , mas depois entendi, ela também precisava se arrumar, então, seria bom não ficar perdendo tempo. Melina havia reservado um quarto de hotel para mim, o que foi ótimo, eu podia usar meu espaço, fazer as coisas no meu tempo, sem atrapalhar ninguém.
A primeira coisa que eu fiz quando entrei no quarto de hotel foi tirar minha roupa, me livrar daqueles panos que faziam meu corpo suar. Não estava nada frio em Los Angeles, o algodão colava na minha pele e, consequentemente, fazia com que eu suasse. E também, tirar o vestido de dentro da mala, esticando-o dentro da capa e fui tomar um banho rápido, bem, havia sido quase um banho de caneca, mas deu um bom resultado.
Fui até minha mala colocada em cima da cama e puxei a bolsinha com as coisas que Denise tinha me emprestado e voltei para o banheiro, afastando a faixa um pouco para trás, para que eu pudesse trabalhar melhor em meu rosto.
Comecei a cuidar do meu rosto, como Denise havia dito. Passei o corretivo nas marquinhas mais profundas, base no rosto inteiro e depois o pó para tirar o brilho, conferindo diversas vezes se estava cobrindo todo meu rosto, meu pescoço e parte do meu colo, para deixar tudo uniforme. Passei a sombra no olho, havia treinado diversas vezes aquilo em casa, rosa claro, preto, esfumaça ambos, o chato foi que eu tive que ajeitar o pó do rosto novamente, que caiu um pouco de sombra na bochecha, mas nada muito alarmante. Passei o delineador e esperei ele secar um pouco, antes de abrir o olho novamente, com medo que ele carimbasse a pálpebra, aí sim eu teria que começar tudo de novo. Forcei o lápis de olho preto, marcando bem o olhar e exagerei no uso de rímel, deixando meus cílios maiores. Era muito bom não precisar de cílios postiços.
Passei o blush no rosto e dei uma espalhada com a mão, como eu não era muito adepta a ele, quando menos, melhor, talvez tenha ficado menos demais, mas não estava feio. Por último, eu passei o batom claro, deixando minha boca bem rosada, bonita e discreta. Olhei minha maquiagem novamente no espelho e suspirei, agora entendo que eu não era menos bonita ou menos especial que as antigas namoradas de ou peguetes, eu era tão bonita e tão especial quanto elas, com o bônus de ter uma formação e uma cultura diferente delas. Sim, naquele momento, usando uma lingerie bege, simples, sem sutiã, totalmente maquiada e até com os bobs nos cabelos, eu estava me sentindo mais especial que todo o mundo.
Voltei para o quarto e olhei para o vestido, aquele vestido maravilhoso, Rupert tinha um dom gigante nas mãos e merecia crescer com isso. Segurei o vestido e abri o zíper, colocando ele em mim e puxei o zíper na lateral, ajustando os seios no bojo que Rupert colocou no pano e eu fechei o vestido, me sentindo incrivelmente linda, poderosa e especial nele. Coloquei o par de brincos azuis com pedras que Rupert havia feito, usando uma das pedras que ele colocara para dar o detalhe nas costas e minha pulseira prata no pulso.
Voltei para o banheiro e tirei a faixa que prendia tudo com muito cuidado, o cabelo deu uma arrepiada mais nada demais, e depois de tirar os bobs, passei a ponta dos dedos nos fios e notei que tudo havia ficado perfeito. Vestido, cabelo, maquiagem, eu podia dizer que me sentia uma princesa. Usar longo era demais.
No quarto eu sentei na cama e coloquei minha sandália prata no pé e ajeitei a barra do vestido para que ela cobrisse meus pés. Peguei meu celular e fui até o espelho, tirando algumas fotos no mesmo e logo o guardei dentro da minha mala, eu não levaria nada. Não durou dez minutos para que Melina batesse em minha porta, fazendo com que eu desse mais uma olhada no espelho e saísse do quarto.
- Meu Deus! – Ela falou, quando eu abri a porta. – , você está linda, maravilhosa! – Ela colocou as mãos na boca. – Meu Deus! – Ela suspirou forte. – Dá vontade até de chorar. – Ela soltou uma risada fraca. – Ainda bem que ele te encontrou. – Ela falou, segurando minhas mãos. – Ele vai ficar boquiaberto quando te ver.
- Espero! – Foi a única palavra que consegui falar, pois quem estava quase chorando era eu. – Eu estou nervosa.
- Suas mãos estão geladas. – Ela comentou, me abraçando logo em seguida. – Vamos, então?! Já estamos atrasadas, Cinderela. – Ela brincou e eu sorri.
Descemos os andares do prédio pelo elevador e eu segurei uma parte do vestido, para que ele arrastasse o menos possível no chão e pudesse sujar. Um carro preto esperava por nós na garagem, Melina entrou antes de mim e eu entrei logo atrás, fechando a porta.
- Eu vou fingir que serei sua assessora hoje, ok, ? – Ela se virou para mim e eu franzi a testa. – E eu só vou te dizer uma coisa: divirta-se. – Ela sorriu. – Eles montaram um tapete vermelho onde, no começo, tem muitos fãs, é um corredor só de fãs, para depois abrir para fotos e entrevistas, então, divirta-se! – Ela repetiu. – Estou observando a relação suas com os fãs e eles parecem gostar de você, se alguém te pedir uma foto, ou alguma coisa, tire, aproveite, esse é seu momento de conquistar os que não gostam de você e nada mais do que ser essa garota espontânea que você já é.
- Obrigada, Melina! – Sorri e segurei sua mão. – Você é uma amigona para mim.
- Você também é, ! – Ela riu. – Ah, e só mais um aviso. Normalmente as pessoas não se interessam em tirar fotos de assessores, mas hoje você não é assessora, você é a namorada de , que está incrivelmente bonita. As pessoas vão querer tirar fotos de você. – Suspirei, soltando o ar pela boca. – Vai dar tudo certo. – Ela finalizou.
- Tomara! – Sussurrei, sentindo o carro se movimentar pelo caminho.
Quando o carro estacionou em frente ao tapete vermelho, eu senti minha respiração parar. Era possível ouvir os gritos dos fãs lá fora e eu podia ver os diversos fãs amontoados no canto direito do tapete vermelho, separados por uma longa grade. Do lado esquerdo, um pouco mais longe do tapete, também tinha fãs e mais à frente alguns fotógrafos já estavam a postos. E mais à frente, o circo estava montado, várias pessoas que eu não conseguia identificar se reuniam no meio do tapete vermelho.
- , só mais uma coisa! – Melina falou, me fazendo olhar para ela. – Coluna reta e cabeça erguida. Nunca olhe para o chão. – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça. – Aqui. – Ela estendeu um comprimido pequeno. – Vai te acalmar. – Coloquei o mesmo na boca e engoli sem água. – Estamos prontos, Stefan! – Melina gritou de repente e eu arregalei os olhos quando a porta se abriu.
Acabei saindo do carro em um impulso, já que Melina praticamente me empurrou para o lado de fora. Eu precisava ser forte. Imagine que é a formatura, . Soltei a respiração fortemente e Melina saiu do carro atrás de mim, me ajudando a arrumar a barra do meu vestido para que ele cobrisse meu pé e deu uma mexida rápida em meu cabelo, jogando-o para trás.
- Linda! – Ela falou sorridente e indicou o começo do tapete vermelho. – Com o pé direito.
Passei a mão na lateral do meu vestido, ajeitei o anel no dedo e com um leve empurrão de Melina em minhas costas, eu fiz força para me colocar em movimento. Um pé depois do outro, a respiração em controle, inspira, expira e tudo de novo. O tempo pareceu uma eternidade, enquanto eu andava ao lado dos fãs, vendo a maioria deles olhando para as fotos que haviam tirado com outros artistas e outros olhando boquiaberto para mim, dei um sorriso de lado, acenando com a cabeça. Estava tudo indo conforme o planejando, mas dando alguns passos a mais, notei que um rosto conhecido, com um terno roxo, que autografava os diversos objetos que colocavam na frente dele, mas por um momento ele se distraiu e olhou para mim.
- Oh, meu Deus! – Malcon Adams falou surpreso. – Da última vez que te vi você estava se matando em um monte de pizzas. – Soltei uma risada. – E hoje você está aqui, tirando meu fôlego. – Ele brincou.
- Ainda sou a mesma pessoa. – Ele me abraçou.
- Você está linda, senhorita! – Ele brincou. – Ele já te viu? – Neguei com a cabeça.
- Cheguei agora, na verdade. – Comentei. – Estou seguindo o fluxo. – Movimentei as mãos, vendo-o rir.
- Ele vai ter um ataque do coração. – Coloquei a mão no rosto de brincadeira.
- Você está muito chique também, Malcon! – Ele segurou as laterais do terno e deu uma volta.
- Tem que ter estilo! – Ele gargalhou. – Eu preciso tirar uma foto contigo. – Ele tirou o celular do bolso interno e esticou para cima, me abraçando pelos ombros, abaixando o celular logo em seguida. – Vai, a gente se encontra lá dentro. – Afirmei com a cabeça, dando um rápido beijo em sua bochecha. – Tenho muito trabalho para fazer.
- Combinado! – Continuei a andar pelo tapete vermelho.
- Malcon é uma figura. – Melina comentou rindo ao meu lado.
- Ele é demais, fica bem em qualquer personagem, ele tem aquele toque de deixar tudo engraçado. – Comentei com ela, seguindo em frente.
- ? – Achei que ouvi uma voz me chamar e virei meu rosto para esquerda. – Sabia que era você! – Uma morena com uma mecha azul no cabelo, agarrada na grade, falou. – Você está linda!
- Obrigada! – Abri um largo sorriso, acenando com a cabeça.
- Posso tirar uma foto contigo? – Ela gritou, esticando o celular e eu olhei para Melina que tinha um sorriso presunçoso no rosto.
- Eu disse! – Ela deu de ombros. – Vai lá! – Ri ao seu lado e dei alguns passos para frente, até ficar perto da menina.
- Você é incrível, você está incrível. – Ela continuou me elogiando. – Até estranhei que você não chegou com o , pensei que ele fosse continuar te escondendo. – Ri fracamente.
- Pessoas normais precisam trabalhar antes de badalar. – Brinquei e ela sorriu.
- Estou muito feliz por ele, finalmente ele escolheu alguém bom. – Outra menina se juntou a nós e alguns outros se acomodaram em volta.
- Fiquei te olhando pelo telão e eu estou amando seu vestido. – Um garoto atrás falou, sorrindo.
- Telão? – Franzi a testa.
- É! – Ele falou, apontando para trás, onde tinha vários telões pendurados no alto, alguns deles mostrando todos meus movimentos. – Quem fez seu vestido?
- na tela grande, essa eu nunca ia imaginar. – Melina cochichou atrás de mim e eu ri.
- Foi um amigo meu, Rupert Van Sanders, estilista de Boston. – Falei para o garoto que pegou o celular, provavelmente para anotar.
- Vamos tirar uma selfie? – A primeira menina de mecha azul falou de novo.
Peguei o celular da mão dela e estiquei para cima, encostando o corpo na grade, vendo várias pessoas se amontoarem atrás de mim e apertei o botão algumas vezes. Virando o celular, conferindo se a foto saiu direitinho.
- Obrigada! – Ela sorriu para mim, conferindo a foto também. – Espero que sejam felizes.
- Obrigada pelo carinho! – Falei, continuando a caminhar, terminando a área que os fãs estavam e seguindo no longo tapete vermelho, com o banner de personagens do filme na direita, incluindo várias de . E do lado esquerdo, vários fotógrafos a postos, tirando fotos dos atores que estavam enfileirados lado a lado, com uma distância de uns três metros cada um e andando para o lado de vez em quando.
- Vamos achar o ! – Melina falou, passando pela minha frente e começando a passar por trás dos atores. – Espero que ele esteja se comportando sem mim.
- Duvido que esteja. – Respondi, andando atrás dela.
***
- Vocês estão brincando comigo! – Falei para os fotógrafos, erguendo as mãos para o ar que riram.
- Olhe aqui, ! – Virei para o lado que pediam e, por um momento, parei para encarar o telão, onde uma pessoa de cabelos castanhos e vestido azul falava com alguns fãs, de costas para a câmera.
- Aqui, ! – Dei atenção aos fotógrafos novamente, posando para algumas fotos, virando de um lado e do outro, sorrindo e sentindo a luz cegar meus olhos.
Olhei novamente para o telão um pouco e a pessoa de azul se virou e a câmera mudou de ângulo, focando em Adams que chegava. Eu arregalei os olhos, mas relaxei em seguida o rosto, disfarçando para os paparazzis, notando que a pessoa de azul era . Minha . Ela estava linda. Ela é linda. Suspirei, dando alguns passos para frente, olhando que a passagem estava vazia, somente alguns companheiros meus de elenco que posavam para as fotos.
Me fingi de distraído, olhei para os fotógrafos novamente um pouco, dei alguns passos para trás, sorri para os fotógrafos e virei o rosto novamente. Abrindo um sorriso ao ver abraçando minha mãe que estava com um sorriso enorme no rosto. Me distraí por um tempo olhando para o corpo dela dentro daquele vestido. Era esbelto, lindo. Tirando o fato que o vestido era lindo também. Eu não entendia muito bem, mas aqueles detalhes em relevo nas costas e na cintura. Nossa! Ela estava incrível.
Minha mãe notou que eu as olhava e apontou para mim, fazendo com que virasse para mim, me fazendo ficar boquiaberto. Seu colo tinha um pano cor da pele com flores subindo pelo mesmo que me deixou um tanto quanto extasiado. Eu estava parecendo um bobo com aquela mulher.
Ela deu um sorriso fofo e estendeu a mão, mexendo os dedos em minha direção e eu comecei a rir. Eu nunca me cansaria de dizer o quão linda ela estava. Estendi minha mão para ela que segurou, fazendo uma eletricidade passar pelo meu corpo e a ajudei a passar por entre as barras que separavam o pessoal que passava por trás, dos que passavam pela frente. Ela desviou de uma das barras e se aproximou de mim com um largo sorriso no rosto.
Passei meu braço pela sua cintura, sentindo a textura de seu vestido raspar em meu corpo e senti sua mão ser colocada em meu peito. Olhei em seus olhos, sentindo sua respiração bater em meu rosto de tão próximo que estávamos e simplesmente esqueci que estava em um local com várias pessoas e encostei meus lábios nos dela, sentindo os flashes dos fotógrafos baterem em meu rosto loucamente.
- Você está linda! – Falei, com os lábios próximos do dela.
- Você é louco! – Ela cochichou, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
- Um louco apaixonado. – Respondi.
- Você está muito bonito. – Ela passou as mãos na gola do meu paletó, descendo pelo meu peito.
- Pensei que não viria! – Falei.
- Não perderia por nada. – Ela sorriu.
- Deixa eu fazer todos babarem por você. Vamos tirar umas fotos. – Segurei a mão de e dei mais alguns passos para o lado, parando novamente.
- Achava que você não era egocêntrico. – Ela comentou, se colocando ao meu lado e eu passei a mão em sua cintura.
- Acho que eu tenho o direito de ser quando eu tenho uma mulher linda assim do meu lado. – Ela sorriu, e eu virei o rosto para os fotógrafos que não se cansavam. – Linda, inteligente, fantástica. – Completei.
- Isso é loucura! – Ela falou e, quando a olhei de novo, ela olhava para frente, com um sorriso tímido no rosto.
- Essa é a loucura do meu mundo. – Cochichei para ela que soltou uma risada, mostrando seu sorriso. – Você aguenta?
- Você acha que não? – Ela virou o rosto para mim e piscou o olhar.
Depois de incansáveis pedidos para mais fotos, eu e saímos daquela sessão, com Melina em nosso encalço. A parte complicada viria agora, as entrevistas. preferiu tirar o dela da reta. Ela negou com a cabeça e foi para trás, encontrando meu pai e minha meia irmã, resultado do seu segundo casamento.
- Ela está certa por sair. – Melina falou ao meu lado. – Mas espero que esteja preparado para responder perguntas sobre ela. – Ela sorriu. – E não, dessa vez você não vai se esquivar. – Soltei uma risada, suspirando.
Virei para que agora se misturou com o resto do povo e foi parada por Julie e Connie, outra atriz do elenco, e voltei o rosto para os repórteres de diferentes emissoras, dispostos lado a lado. Parei em frente ao primeiro, cumprimentando o repórter e o cinegrafista. Primeiro começou pelo stream da Máxima, esperei as perguntas que eu já estava acostumado.
- Então, , como você se sente fazendo parte desse universo gigantesco que é a Máxima? – Ela perguntou, estendendo o microfone para mim.
- Ah, é uma honra, sempre é... Têm aqueles momentos de nervosismo, o filme tem vários processos e há certas incertezas, é bom fazer filmes assim. O bom de trabalhar com a Máxima é que você tem aquela confiança que sabe que vai virar algo bom, eu não sei como eles fazem, mas a Máxima parece ter o toque de Midas.
- E as cenas de ação, como elas foram exploradas nesse filme? – Ela perguntou novamente.
- Nesse filme focamos nas cenas de ação e mostramos do porque o Poseidon é uma parte importante dos Deuses do Olimpo.
- Obrigada, . Parabéns pelo filme. – Ela falou.
- Obrigado! – Falei, passando para o próximo.
- Olá, , grande espetáculo que você tem em suas mãos, não é?! – Soltei uma risada.
- É, estou bastante feliz. – Não entendendo sobre o que se tratava ao certo.
- Como você se sente fazendo parte da Máxima? – E a mesma pergunta de novo.
- É um desafio, porque tem sempre uma grande expectativa, e a Máxima continua aumentando as suas expectativas a cada filme, mas você tem certeza que eles vão fazer um bom filme, você se permite em deixar levar e confia que dá certo.
- Disseram que o filme é mais um suspense político, do que um filme de heróis, o que mais você pode nos dizer que vai surpreender o pessoal no filme? – Outro repórter que aproximou o microfone perguntou.
- Essa é uma pergunta difícil. O que eu posso dizer, sem revelar nada? – Falei, os vendo rirem. – É o que eu disse, saibam que vai ser bom.
- ! Quem você escolheria para ser o seu parceiro na vida real?
- Quem seria meu parceiro? – Pensei um pouco. – Com certeza meu irmão.
- E quem seria sua mocinha, ? – Outra pessoa me perguntou, fazendo com que eu sentisse minhas bochechas esquentarem.
- Cara! – Ri um pouco, passando a mão no rosto. – Vocês todos viram! É ela, certeza! – Falei, apontando para trás involuntariamente.
- O que você pode nos dizer sobre ela? – Outra mulher perguntou.
- Bem. – Olhei para Melina um pouco que acenou com a cabeça. – Ela é jornalista, com todos vocês, estamos juntos há quase um ano e eu a amo. – Falei sendo o mais vago e completo ao mesmo tempo. – Obrigado!
Me virei, dando graças pela fila de repórteres ter acabado e por Stefan Taylor já estar ao meu lado na fila, o que me fez respirar aliviado e achar minha mãe, meu pai e minha meia irmã parados atrás de mim, me esperando.
- Não doeu, vai! – Melina brincou comigo, dando uns tapinhas em meu ombro.
- Não, não, deu até tudo certo. – Falei e minha mãe sorriu.
- Agora não tem como voltar atrás, ! – Ela falou.
- Eu sei, mãe! E nem quero, na verdade. – A vi sorrir. – Cadê ela?
- Da última vez que eu vi ela havia sido sequestrada pela Julie, mas as duas sumiram tem um tempo! – Ela soltou uma risada.
- Vamos lá, que daqui a pouco tem a apresentação do elenco.
- Ok! – Afirmei com cabeça.
Encontrei conversando em uma rodinha com todos meus amigos. Ela estava com Julie, Connie, Renan, Gary, Malcon, Jackson e Amanda, todos do elenco desse filme ou do primeiro, rindo e tirando fotos com os celulares, todos já estavam próximos a entrada do teatro El Captain, esperando os organizadores nos colocarem para dentro para a apresentação do elenco.
- Ela se enturma bem, não?! – Falei, me colocando entre e Julie.
- Ah, , fiquei tão feliz quando eu vi a foto de vocês juntos! – Ela me abraçou, me fazendo rir.
- Quem diria, não?! – Jackson brincou, soltando uma risada em seguida.
- Acho que você não tem um histórico muito bom! – falou ao meu lado e eu passei meu braço pela sua cintura, trazendo-a para mais perto.
- Você é assessora dele, não?! – Connie apontou para que fez uma careta, movimentando os ombros. – Você sabe o histórico dele. – gargalhou ao meu lado.
- Ô se sei! – Ela falou e notei o resto da roda rindo.
- Isso é sacanagem comigo. – Falei, e um organizador do evento se aproximou de nós.
- Vamos entrando, pessoal? – Ele falou, acenando com a mão para a porta do cinema El Captain.
- A gente se vê daqui a pouco. – Virei para que afirmou com a cabeça. – Vamos ver o filme juntos. – Pisquei para ela que sorriu, estalando um beijo em minha bochecha.
- Vai lá, vou esperar aqui com sua família. – Ela acenou com a cabeça. – Ah, me dá seu celular, vou dar uma tietada no elenco de “Aprendizes do Olimpo”. – Ela estendeu a mão e eu peguei meu celular no bolso, entregando a ela.
- Cadê o seu? – Perguntei a vendo rir.
- Não cabe um celular nesse vestido, meu amor! – Ela franziu a testa.
- Estou tendo pensamentos sórdidos contigo nesse vestido. – Ela deu de ombros, piscando para mim antes de virar para trás, me deixando sozinho.
Entramos no cinema e saímos novamente pelo outro lado, nos colocando atrás do painel do filme, junto dos diretores, produtores e elenco do filme. Foi o tempo de eles ajeitarem a imprensa e os fotógrafos, até que comecei a ouvir a voz de uma das mulheres da produção.
- Olá, pessoal. Gostaria de agradecer a todos por comparecer a première mundial de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”, agradecemos muito o apoio de vocês. Vocês estão prontos para conhecer o elenco? – Os fãs gritaram logo em seguida. – Por favor, recebam o presidente dos Estúdios Máxima e produtor do filme, Sam Karson. – Uma movimentação ocorreu atrás da lona e eu dei um passo à frente, seguindo a fila. – Outro presidente dos Estúdios Máxima e também produtor executivo do filme, Eric Lancaster...
- Parece o jardim de infância tudo de novo. – Jackson comentou nos fazendo rir.
- Silêncio! – O organizador falou, nos fazendo rir.
- Ele é metade da equipe de direção, Anthony Gellar. – Passei a mão no rosto, suspirando. – Seu irmão, também diretor, Joe Gellar.
- Só eu estou ficando claustrofóbico aqui dentro? – Adams comentou causando uma gargalhada histérica em Stefan.
- Para, gente! – Falei, tentando segurar a risada, colocando as mãos na boca.
- Ela interpreta Penny Roberts, Amanda Hayden. – A organizadora continuou.
- Vai, Penny! – Connie gritou.
- Eu disse que parece o jardim de infância. – Jackson comentou.
- Fomos para o fundamental, já! – Malcon brincou.
- Ela é Atena, Conie Santo. – Mais um passo. – Como o vilão Cratos, Gary Falcone. – Passei a mão na cabeça, suspirando. – Interpretando a deusa Anfitrite, Vanessa Edwards. – Mais aplausos. – Enfim, o Ares, Stefan Taylor! – Malcon deu um empurrão nele, o que o fez começar a rir antes de entrar. – Ele interpreta o deus Demétrio, Malcon Adams. – Dessa vez eu dei um empurrão nas costas dele. – Ele é Cronos, Jackson Jones. – Tá quase. – Ela é a Afrodite, Julie Stewart. – Ela entrou, sobrando eu atrás da cobertura.
- Sua vez. – O organizador indicou a cortina que nos separava.
- E aqui está, o deus Poseidon, ! – Passei pela cortina, quase tropeçando no palco e andei até o meio, passando por Malcon e Julie, batendo palmas e cumprimentando Jackson, rindo. – Senhoras e senhores, o elenco de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”! – A música aumentou, um estouro aconteceu e fogos e papéis picados saíram de cima do painel, atrás de nós. – Legal!
O elenco começou a se dissipar, sendo chamado pelos organizadores para entrar no cinema e eu fui parado por Sam e Eric, que me cumprimentaram e tiramos algumas fotos. Acenei para alguns fãs e vi outra organizadora nos chamando para entrar. Pulei o degrau, dando uma olhada em volta no tapete vermelho, mas sendo empurrado para dentro por algum organizador, sendo levado pelo resto das pessoas que tinham ali.
- ! – Ouvi uma voz à minha esquerda e a vi novamente. É, ela ainda era real. vinha acompanhada de meus pais e minha meia irmã, enquanto as duas mais novas seguravam um pacote de pipoca cada uma.
- Não sabia que tinha pipocas em premiações. – Ela comentou, colocando uma pipoca na boca.
- Bem, isso acontece de vez em quando. – Peguei uma pipoca e coloquei na boca.
- Vamos, ! – Melina apareceu me assustando.
- Me dá a honra? – Estendi meu braço para que o agarrou, com a pipoca na outra mão.
- Nos encontramos depois? – Minha mãe perguntou, afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. – E puxei , seguindo a loira em minha frente.
- Aonde eles vão? – perguntou.
- Para área de convidados. – Comentei, vendo-a franzir a testa. - Tem uma área para convidados, mas nos melhores lugares ficam só o elenco e um convidado, normalmente. – Ela afirmou com a cabeça, me seguindo. – Como é o caso de hoje.
- Ah, depois tenho que entregar seu celular. – Ela comentou, mudando de assunto.
- Cadê ele? - Ela fez uma careta.
- Então... – Ela franziu a testa e aproximou a boca do meu ouvido. – Está nos meus seios. – Ela sussurrou, fazendo uma careta em seguida.
- O quê? – Olhei para ela surpreso. – Como você fez isso? – Sussurrei para ela, subindo a rampa que levava para o segundo andar do cinema.
- Não pergunte. – Ela falou baixo e eu sorri, ela realmente me surpreendia.
- Achei mais um motivo para eu querer tirar seu vestido. – Falei baixo e ela piscou com um olho.
- Isso é demais! – Ela comentou, quando saímos pela porta do andar de cima. Era dividida em duas entradas, uma de baixo para cima, onde os convidados entravam e começavam a se acomodar nas cadeiras e uma de cima para baixo, que era onde nós havíamos saído.
- Por aqui, senhor ! – Um dos organizadores me avistou e eu acenei para ele, segurando a mão de e trazendo-a comigo.
- Licença! – Falei, esbarrando em Malcon de propósito. – Olá, tudo bem? – Acenei para a esposa dele e ela sorriu.
- Ei, ei, cara! – Malcon brincou. – Por favor! Ninguém merece! – riu. – A senhorita pode passar a vontade. – Ele falou para .
- Ela pode?! – Respondi, olhando para trás.
- Desculpa, mas só dou ouvido às mulheres! – Sua esposa gargalhou ao seu lado.
- Para, Malcon! – A ouvi falar ainda.
- Olá! – Cumprimentei o marido de Julie. – Julie! – Acenei para ela, andando um pouco para o lado e sentando na minha cadeira e se sentou entre eu e Julie, e eu cumprimentei Jackson que estava ao meu lado e acenei para sua esposa, Stefan e sua namorada.
- Ficou preso lá fora? – Stefan perguntou, esticando a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei mexendo a mão.
- Vai ser bom, cara! Vamos lá! – Ele estalou o dedo e eu estiquei a mão, batendo na dele.
- É a gente, de novo! – Falei rindo.
- Ei, não se esqueçam de mim! – Ouvi o sotaque forte de Amanda à minha frente e acenei, fazendo uma careta em seguida.
- Não o culpe, a cabeça é fraca! – sussurrou, colocando mais uma pipoca em sua boca e Amanda deu risada.
- Essa pipoca não acaba nunca? – Perguntei, olhando dentro do pote de pipoca com a imagem do filme impressa e peguei uma para mim.
- Acho que não fomos apresentadas! – Amanda virou o corpo e esticou a mão, trocou a pipoca de mão e apertou a da mesma. – Amanda.
- , é um grande prazer. – sorriu.
- Igualmente. É ótimo conhecer quem roubou o coração do aqui! – Ela fez um movimento com a cabeça.
- Eu tinha fama de robô? – Perguntei me sentindo ofendido com as brincadeiras.
- Ah, coitado! – comentou me entregando o pote de pipoca. – Eu falo que o drama está no sangue. – Ela se colocou para frente, apoiando os braços em suas pernas. – Parabéns pela nova série, por sinal. Já estava me perguntando quando aproveitariam mais seu personagem! – comentou.
- Obrigada! – Amanda falou feliz. – Estou muito empolgada, espero que goste!
- Eu estou, tenho certeza que vou adorar. – sorriu e elas, em um rápido cumprimento de mão voltaram em suas posições.
- Falando em fotos, você tirou fotos com alguém? – Perguntei a vendo encostar as costas na poltrona.
- Sim, com várias pessoas. – Ela comentou. – Com todo o elenco do filme, a gente tirou algumas selfies, enquanto você estava dando entrevistas, com todo o elenco de “Aprendizes do Olimpo”, de algumas séries e filmes da Disney, enfim, quase todos. – Ela parou para pensar um pouco. – Falta com a Amanda, acho, e com o Stefan que estava dando entrevistas também.
- É bullying com a gente! – Stefan comentou e eu afirmei com a cabeça, fazendo rir.
– Tiro com os dois depois. – riu.
- Na after-party você tira. – Ela virou o rosto para mim.
- Ainda tem after-party? – Ela perguntou e eu dei de ombros. – Uau! – Foi somente o que ela disse, ao mesmo tempo em que as luzes apagaram, fazendo todo mundo começar gritar, incluindo eu e todo o elenco do filme, consegui ouvir a risada de ao meu lado antes do logo da Máxima aparecer.
- Espero que goste. – Cochichei para e ela virou o rosto, colando os lábios nos meus por alguns segundos.
fixou o olho na tela e ficou assim, do mesmo modo que havia ficado em À Procura do Amanhã, extasiada, surpresa, feliz. Durante duas horas de filme, permaneceu quieta ao meu lado, rindo, prestando atenção, segurando minha mão no apoio do braço quando tinha alguma cena mais empolgante, ou nervosa e um sorriso imenso apareceu em seu rosto em cenas como do Smithsonian, com a Penny e em que Poseidon enfrenta Ares.
Eu já conhecia o filme de cor e salteado, então foquei em ver a reação de e, naquele momento, observando todas as expressões dela, vendo sua mão esquerda apoiada em cima da minha o tempo inteiro, suas reações com o filme, algumas lágrimas solitárias que caíam de seus olhos, eu tive a certeza de tudo que estava acontecendo. Eu tive certeza do meu futuro.
Em um momento do filme, ela notou que eu a observava e virou o rosto para mim, com aquele sorriso discreto que ela levava em seu rosto e eu apertei minha mão na dela, entrelaçando nossos dedos e ela fechou os olhos por um tempo, suspirando.
- Eu te amo! – Vi seus lábios se movimentarem e ela voltou sua atenção para o filme, deitando o rosto em meu ombro, mantendo os olhos na tela.
Assim que o primeiro crédito do filme começou a passar, as pessoas começaram a ficar de pé, a aplaudir efusivamente e também a gritarem. fez o mesmo, ficando de pé e aplaudindo fortemente, enquanto passava os dedos delicadamente no rosto.
Eu fiquei parado por um tempo, meio perdido ainda no que estava acontecendo. Cara, eu gostava daquele filme. Levantei junto dos outros atores e, involuntariamente, passei meu braço pela cintura de que se virou e me abraçou, passando os braços pelos meus ombros.
- Estou orgulhosa de você! – Ela sussurrou em meu ouvido, me fazendo rir. – Você tem mais um sucesso nas mãos. – Ela segurou meu rosto e eu toquei meus lábios nos dela rapidamente.
- Obrigado! – Falei, começando a ser cumprimentado pelos outros amigos de elenco, que também tinham aquele sorriso bobo e orgulhoso no rosto. Era muito bom fazer um filme que a gente gostava do resultado final.
- Aqui! – falou esticando meu celular para mim, saindo do banheiro, enquanto eu conversava com Gary Falcon, Malcon Adams e Stefan Taylor na after-party do filme, com duas taças de vinho nas mãos.
- Não consigo acreditar. – Sussurrei para ela que soltou uma risada baixa. – Vinho? – Estendi a taça cheia para ela que pegou, agradecendo com a cabeça.
- Podemos tirar uma foto? – Stefan perguntou. – Estou me sentindo excluído aqui. – Ele brincou e eu destravei a câmera do meu celular, estendendo o celular para cima, vendo pela câmera minha namorada e meus amigos começarem a encaixar suas cabeças pelo espaço e apertei o botão, provavelmente saindo rindo. – Obrigado! – Stefan agradeceu, parando de fazer graça.
- Então, , o que achou do filme? – Falcone perguntou, virando o rosto para minha namorada.
- Eu gosto de você, Gary, mas adorei você preso em um prédio caindo aos pedaços. – Ela falou com um sorriso no rosto.
- Obrigado! – Ele falou, comprimindo os lábios, em uma careta.
- Mas, é sério agora, é o melhor filme da Máxima. – Ela falou, tomando mais um gole de vinho branco. – A história é real, atual, se não fosse pelos deuses, seria um assunto para políticos
- Dá licença, ! – Amanda apareceu junto de Julie, Vanessa e Connie. – Vamos roubar sua garota por um tempo. – Amanda puxou pela mão e foi só o tempo da minha namorada me entregar sua taça de vinho e sumir com as meninas pelo lado direito do salão, onde uma música dançante tocava, mas não exageradamente alta, e bebidas eram servidas.
- Estou feliz por ti, cara! – Malcon falou. – Ela é ótima. – Ele deu alguns tapinhas em minhas costas.
- Ela é! – Falei, soltando uma risada em seguida. – Sabe... - Comecei. – Eu tive um insight no meio do filme, enquanto ela assistia, focada, rindo, se empolgando, emocionada e tal. – Suspirei. – Eu estou pronto. – Falei me sentindo o cara mais bobo do mundo.
- O que está dizendo, ? – Stefan perguntou, chegando mais perto ao meu lado.
- Eu vou me casar com ela. – Falei com o meu tom de voz normal, vendo as três pessoas ao meu redor começar a demonstrar suas alegrias de diversos tipos, pulando, rindo, mexendo as mãos, até Malcon que jogou a taça no chão da empolgação.
- Está vivo! – Gary gritou, chamando atenção de alguns mais pertos e eu ri.
- Isso é demais, cara! – Malcon me cumprimentou. – Meus parabéns!
- Me diz, é demais essa sensação, não é?! – Gary deu alguns tapinhas em minhas costas.
- É boa... É libertadora. – Abri um largo sorriso.
- Parabéns, cara! – Stefan falou. – Vamos para próxima rodada que agora temos mais um motivo para comemorar. – Ele se virou, procurando o próximo garçom.
- Eu não sei. – Ouvi falar quando eu cheguei perto dela e das meninas. – Eu estou confortável agora, mas eu sempre disse que meu sonho era trabalhar em revista. – Me coloquei ao seu lado, sentindo-a passar o braço direito pelas minhas costas.
- Mas você está feliz? – Connie perguntou, ela era a única mulher que ainda estava na festa.
- Claro! É ótimo trabalhar com Melina, mas é um trabalho corrido e eu tenho o conforto de resolver quase tudo do escritório, mas a vida do jornalista é assim. – Ela deu de ombros. – Mas queria ter experiência em mais lugares, também.
- Quem sabe o que o futuro te espera?! – Connie brincou.
- Acho que o futuro espera que possamos dormir. – Falei, vendo as duas rirem.
- Acho que é uma ótima ideia. – falou com a boca próxima de meu ouvido.
- Eu também quero, mas cadê meu marido? – Connie falou, dando uma olhada em volta. – Ah, ali está ele! – Ela acenou para o marido. – Boa noite, gente!
- Boa noite, Connie. Foi um prazer te conhecer. – acenou para ela e eu fiz o mesmo.
- Vamos para casa? – Perguntei para ela.
- Por favor! – Ela falou, levando a mão à boca para bocejar. – Acho que aguentei até demais, para quem está em pé desde cedo. – Soltei uma risada fraca, deixando minha taça em uma das mesas que estavam por perto.
Entrelacei meus dedos aos dela e seguimos para fora do teatro El Captain, localizado na Hollywood Boulevard. Assim que saímos, alguns paparazzis ainda esperavam pacientemente por algumas fotos, e eles conseguiram algumas nossa, mas como nosso carro estava perto, logo entramos e eu segui em direção a minha casa.
Jordan estava a postos quando coloquei o carro dentro da garagem, eu acenei com a cabeça para ele e saí do carro, com ao meu lado. Entramos em casa pela porta da varanda e assim que ela passou pela mesma, eu já fechei a porta e puxei a cortina, acendendo a luz da sala, vendo-a se sentar no sofá, levantar a barra do vestido até o joelho e tirar os seus sapatos pratas e mexer os pés um pouco.
- Você não tem ideia do quão relaxante é isso. – Ela comentou e eu ri, sentando ao seu lado e me livrando dos meus sapatos bem engraxados.
- Acredite, eu sei! – Brinquei, puxando as meias para fora dos pés e jogando dentro dos sapatos e me levantando novamente, me livrando do meu paletó.
- Você estava incrível essa noite! – falou, se colocando em pé, deixando a barra do seu vestido deslizar pelo tapete.
- Você também! – Me aproximei dela. – Que bela surpresa. – A vi sorrir, franzindo as bochechas. – Maravilhosa. – Ela riu, levantando a mão até os botões do meu colete.
- Você está babando muito, já! – Ela falou, deslizando as mãos pelos cinco botões, abrindo um de cada vez.
- Esse vestido é demais, você está perfeita, . – Passei minha mão pelo seu rosto, acariciando levemente. – Mas eu estava mais interessado no o que estava embaixo dele.
- Você sabe o que está embaixo dele. – Ela ergueu os braços pelos meus ombros, deixando meu colete cair no chão.
- É diferente! – Falei com o rosto próximo do seu. - Só de olhar para você, eu já estava excitado.
- Fácil assim? – Ela provocou, erguendo as mãos para minha gravata, afrouxando-a e passando por cima da minha cabeça.
- E ainda provoca! – Brinquei.
- Pelo visto gostou da ideia do cabelo arrumado. – Ela comentou, com a voz baixa.
- Minha garota sabe o que é melhor para mim. – Cochichei, vendo minha pele começar a ficar a mostra pelos botões da blusa que ela abria, um a um.
- Ela sabe mesmo. – mordeu o lábio inferior, me fazendo rir, enquanto a camisa caía para trás também, deixando que eu sentisse as mãos geladas de em meus ombros.
Aproveitei suas mãos e puxei seu corpo mais perto do meu, tocando minhas mãos em sua cintura, onde os detalhes do vestido pinicavam minha mão de leve. Toquei meus lábios nos dela, sentindo certa urgência tanto nos meus quanto nos dela. Suas mãos passeavam pelos meus ombros e meu pescoço, deixando marcas com a sua unha em minha pele.
Passei minhas mãos pelas suas costas, desesperado pelo zíper daquele vestido, sem desgrudar os lábios de . Acabei encontrando-o na lateral de seu corpo, quando eu passei a mão e o puxei para baixo com rapidez, me separando dela rapidamente para que ela tirasse o vestido dos ombros e dos braços e deixasse o pano escorregar pelo seu corpo, que estava coberto somente com uma calcinha cor da pele.
Colei meus lábios nos dela novamente, sentindo seus seios colarem em meu corpo e suas mãos na minha cintura, desafivelando o cinto, fazendo com que eu soltasse suspiros com a sua mão me tocando por cima do tecido e logo depois deslizasse o zíper para baixo, fazendo que minha calça caísse pelos meus pés.
Me desviei da mesma e peguei em meu colo, colando seu corpo no meu, e a levei para a sala do lado, colocando-a deitada no sofá e deitei em cima dela, com uma perna ao seu lado e outra entre as suas, sentindo suas mãos subirem pelo meu corpo, fazendo com que eu me arrepiasse e, pelo sorriso que ela deu, ela sabia o efeito que ela tinha sobre mim.
Abri meus olhos, dando de cara com a luz que entrava pela janela e virei o rosto, vendo os cabelos de próximos a meu rosto e sua cabeça em meu peito suspirando levemente. Um braço meu estava para trás e o outro a segurava pelas costas, amparando para que ela não caísse do sofá. Uma perna minha estava dobrada, enquanto uma de estava colocada em cima da minha, com metade do corpo em cima do meu e metade não.
Seus pelos estavam arrepiados, o que denunciavam que ela estava com frio, eu também estava. Passei a mão em seu rosto, acariciando-o levemente e tocando meus lábios em sua bochecha, fazendo-a dar um sorriso desajeitado, mas continuar com os olhos fechados.
Um latido fez com que franzisse a testa e abrisse os olhos devagar. A primeira coisa que ela fez foi rolar os olhos e fechá-los novamente, mas os latidos não paravam e ficavam cada vez mais pertos.
- Eu me esqueci dela. – cochichou, esticando seu corpo sobre o meu.
- Que desnaturada, não? – Brinquei a vendo rir sem graça. – Esqueceu que mandou ela pelo Joshua?
- Eu me esqueci de muita coisa, praticamente. – Ela brincou e encostou seus lábios nos meus rapidamente.
- Quais as chances de ela destruir as roupas? – cochichou e, em seguida, até eu arregalei meus olhos.
- Muitas. – Respondi e, em um movimento rápido, virou o corpo para o lado, caindo no chão e se colocando em pé logo em seguida, a imitei, encontrando Leslie deitada atrás do sofá, próximo às roupas, esperando por alguma coisa.
- Ou não. – respondeu rindo. – Minha cachorra está me vendo pelada. – Ela comentou e eu gargalhei, vendo Leslie se mexer devido ao riso.
- Essa é a sua preocupação? – Perguntei, depositando um beijo em seu pescoço e ela virou de frente para mim.
- Sei lá! – Ela riu fracamente.
- Bom dia. – Cochichei para ela.
- Bom dia. – Ela respondeu mais disposta. – Obrigada por ontem, foi incrível. – Ela sorriu. – E o filme é maravilhoso, , vai ser um grande sucesso. – Abri um sorriso largo. – Não digo isso por ser sua namorada, digo isso de forma crítica. – Ela adiantou. – É o melhor filme da Máxima. – Sorri.
- Obrigado! – Toquei meus lábios em sua testa, rapidamente. – E a première, o que achou? – Ela gargalhou, começando a andar pelo quarto.
- É demais! Uma loucura na verdade, mas muito bom, e o pessoal é bem legal, Malcon é uma figura. – Ela riu, entrando no quarto.
- Está pronta para mais? – Gritei da sala, vendo-a colocar a cabeça para fora do quarto. – Paris, Londres, Pequim?
- O quê? – Ela perguntou boquiaberta.
- Tem mais premières chegando. – Ela arregalou os olhos, gargalhando e voltando ao quarto.
- Ah, meu Deus! – Ouvi a voz dela abafada.
- Pois é, Leslie. Essa é a minha garota! – Olhei para minha cachorra que estava bem acomodada em cima da minha gravata e dei de ombros, seguindo até o quarto.
Bem vindo, ano novo! Mas você poderia passar um pouco mais devagar. Porque caramba, você está de parabéns! A partir do dia 5 de janeiro, quando eu cheguei de Nova York com , eu esqueci que eu tinha uma namorada, e ela deveria estar cheia de coisas para fazer, porque a quantidade de vezes que conversamos, podia ser contada nos dedos.
Com a aproximação da première de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares” e também com a finalização das gravações do meu filme e envio para a edição, eu estava surtando. Acordava pouco antes das sete da manhã, saía de casa, e só Deus sabia que horas eu voltaria. Para piorar, surgiu alguns eventos no meio do caminho.
O primeiro foi o Golden Globe Awards. Eu não estava esperando por isso, mas um dia antes me ligaram pedindo para apresentar uma categoria. A ideia de ficar conversando no FaceTime com tinha ido por água abaixo. Domingos eram os dias que haviam sobrado para conversarmos. Pelo que eu havia entendido, Derek havia tirado dois meses para ficar com sua filha.
Sim, não demorou nada a aprovação da adoção deles e, menos ainda, para eles receberem a criança. Era uma menina de três anos. me contara que ela era uma graça, muito educada e fofa. Os cabelos eram escuros e a pele morena. Derek e Rupert estavam bastante felizes. dizia que os visitava com frequência para ver se eles precisavam de alguma ajuda, mas falava que eles estavam se saindo bem até demais, mas com a ausência de Derek, ela estava fazendo muita hora extra. Tinha dias que passava das dez horas da noite e ela não havia chegado em casa, eu ficava preocupado, e ela chegava morta de cansaço, esperando outro dia começar. Mas como ela diz, pelo menos ganhava pela hora extra.
Depois do Golden Globe, teve um jantar que angariava fundos para uma organização que lutava contra o câncer. Eu nunca negava eventos para a caridade, mas sem a Melina para me acompanhar, somente com Joshua me seguindo, era divertido, mas tirava a seriedade da situação. Não ter Melina para me acompanhar, era complicado. O que a falta de uma pessoa pode fazer. Acabou sendo divertido, encontrei uma antiga colega de elenco no evento e conheci alguns cantores que eu curtia. Joshua, como meu assistente, é sempre um show a parte.
O final de fevereiro chegou, mas dessa vez eu não estava mais tão atolado. As reuniões de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares” haviam terminado, mas eu ainda tinha que cuidar do meu filme “O Trem da Meia-Noite”. Acho que nunca tinha visto tanto um filme na vida. A edição era uma parte complicada em um filme, ainda mais quando é estipulado um tempo máximo para você, mas eu consegui tirar um tempo para ir para Flórida, na cidade de Daytona, para participar da corrida principal da NASCAR. Quando me chamaram, na hora eu pensei em .
- Domingo à noite, ? – Ela falou para mim, enquanto passava a mão nos cabelos. - Sem chance! – Ela suspirou, aproximando o rosto da tela.
- Fala sério, ! – Fechei os olhos, apoiando o queixo na mesa. – Faz quase dois meses que a gente não se vê.
- Eu sei, mas agora a Kelly inventou em fazer as contas em plena segunda-feira e sem o Derek que tem pós em economia, aquilo vira o caos. Até a Ruth entra na jogada. – Ela suspirou. – Se ainda fosse um evento oficial, algo assim, talvez desse para eu me enfiar na história, mas não dá.
- Cara! Não aguento isso. Essa cama já acostumou com dois corpos nela. – Ela soltou uma risada fraca.
- Está acabando. Em dez dias o Derek volta. Acaba a licença dele. – Ela soltou uma risada fraca. – Eles tiveram aqui hoje, ela é uma graça.
- Qual o nome dela?
- Liana! – Ela falou. – Liana Van Sanders, agora. – Ela sorriu e eu balancei a cabeça.
- Voltando a nós. E no começo de março, como vai ser?
- Nem a pau, querido. Começo do mês é aniversário da minha mãe. E com esses dias que eu acumulei, vou tirar uma semana lá no Brasil.
- Tá pior que eu pensava. – Falei, coçando a cabeça.
- Relaxa, amor, de março não passa. – Ela falou com um sorriso fofo no rosto. – Dia oito eu estou aqui de novo. – Minha cabeça foi longe.
- Você vem para Los Angeles então. – Falei!
- Vamos ver. – Ela sorriu.
- Não é uma pergunta. – Falei e ela franziu a testa, ficando quieta, mal ela sabia que eu já tinha planos.
- Senhor ... – Ouvi a voz de Larry se aproximando.
- Eu tenho que ir. – Falei para . – A gente se fala.
- Com certeza! – Ela respondeu, mandando um beijo pela tela. – Ah, , faz um favor para mim.
- Diga! – Virei o rosto, olhando para tela.
- Passa um gel nesse cabelo, penteia para o lado. Vai ficar bonito. – Ela sorriu e piscou com um olho só. – Seu cabelo nas fotos está horrível. – Ela falou sincera.
- Ai! – Brinquei e ela riu.
- Tchau, ! Leslie está me chamando. – Ela falou se levantando da cadeira e abaixando o rosto. – É assim que eu mantenho meu corpo quente. – Ela provocou e a ligação foi desligada.
- Filha da mãe. – Falei baixo.
- O senhor deve estar subindo pelas paredes. – Larry brincou atrás de mim.
- Engraçadinho. – Fechei a tela do notebook, suspirando alto.
- Chegou alguns pacotes da Máxima para o senhor. – Confirmei com a cabeça.
- Obrigada, Larry! - Abri o pacote com a ajuda de um estilete e encontrei os ingressos de “Poseidon 2”, eles haviam chegado em uma hora perfeita.
Fazia tempo que eu queria finalmente sair com , sair com ela, oficialmente, como as pessoas chamam. O Daytona 500 não traria isso, mas seria um bom momento de eu aproveitar o fim de semana com minha namorada. Aproveitar a corrida que era algo que eu goste e ainda cumprir com meu compromisso.
E não é que estava certa? Eu dei um jeito no meu cabelo, que eu vou ter que admitir, estava péssimo. Coloquei um pouco de gel no cabelo, passei o pente e bum! Ficou demais! Um topete jogado para o lado, ajeitado. Ficou bem legal.
Fui para Flórida com Joshua, acabei indo um dia antes, passando a noite no hotel e de manhã já fui para a coletiva de imprensa e participando do lounge do Daytona 500. Encontrei uns atores conhecidos. Acabei passando o tempo com Joshua, até chegar a hora de eu fazer meu trabalho.
Juntei-me no camarote com Joshua para ver a corrida e voltamos para Los Angeles ainda naquela noite, na real eu queria ir para Boston, mas ela viria para cá em breve.
Na semana seguinte eu foquei em brigar com Melina, que, no fim das contas, não foi preciso. Era o próximo domingo já, já estava a caminho do Brasil, então, as chances dela descobrir alguma coisa do meu plano mirabolante, era quase impossível.
Tá, não tinha nada de mirabolante.
- Alô? – Melina atendeu ao telefone.
- Oi, assessora! – Falei com um tom risonho na voz. – Não desliga!
- Por que você está me ligando em pleno domingo à noite, ?! – Ela rosnou brava.
- Eu só estou ligando para te avisar, que na première de “Poseidon 2”, você vai trabalhar duplamente, ok?! – Falei simplesmente.
- O que você está falando, ? – Ela acalmou.
- Eu vou chamar a para ser minha acompanhante na première do filme.
- Aleluia! – Ela gritou no telefone, me fazendo afastar o telefone da orelha.
- Oi? – Perguntei meio assustado. – Você que está obrigando-a a trabalhar 12 horas por dia.
- , faz oito meses que vocês namoram! Oito! – Ela gritou no telefone. – Ela trabalhar, parte é porque ela quer, parte é porque ela quer o dinheiro extra e parte porque ela é boa. Mas isso não tem nada a ver, já está virando falta de educação com a . Tá parecendo que você tá meio foda-se para a situação. – Ela continuou com o tom de voz alto.
- Eu queria convidar ela para ir ao Oscar comigo hoje à noite, mas ela foi para o Brasil. – Falei.
- Você sabe que ela foi para você não se sentir obrigado, certo?! – Ela falou e eu franzi a testa.
- Como assim? – Sentei no sofá.
- Você cheio de compromissos, ela vai te visitar um fim de semana, e você tem um evento para ir. E aí? – Suspirei. – Ela deve ter pago quase metade do salário para ir para o Brasil, ela comprou a passagem tem umas três semanas.
- Porra, Melina, por que você não me falou? – Me irritei.
- Porque eu sou amiga dela, porque isso deveria ser um segredo entre amigas e porque o relacionamento é seu. – Ela parou por um tempo. – Não estraga tudo, , não com essa garota.
- Eu quero casar com ela, Melina. – Falei, fazendo-a ficar quieta por algum tempo. – Melina? Está aí?
- Estou só pensando no que você falou, registrando isso para futuras gerações. “O dia que amadureceu”. – Ri fracamente. – Demorou só 32 anos.
- Só isso. – Comentei.
- Convide a e logo. Porque é um evento de gala, e ela sabe se vestir nesses lugares. – Melina falou com a voz mais calma. – vai ter que trabalhar de manhã aqui com a gente, no dia. – Ela falou e eu bufei. – Calma, ! Todo mundo vai estar aqui para cuidar da première. – Ela falou baixo. – Ela deve chegar aí por volta das cinco. Eu a levo para a première, a gente te encontra lá.
- A ideia é que eu a acompanhe, ou o contrário, sei lá. – Falei.
- Você vai. – Ela falou. – Mas eu vou deixá-la lindamente para você primeiro. – Abri um sorriso. – Liga para ela.
- Pode deixar. – Suspirei. – Obrigado, Melina!
- Você precisa me ver mais como sua amiga de vez em quando, . – Ela terminou. – Tchau, !
- Tchau, Melina!
Eu fiquei matutando o que Melina disse até quase o fim da semana, quando finalmente me ligou no Face Time, eu poderia mandar uma mensagem ou algo assim, mas se aquilo era o mais próximo que tínhamos de uma comunicação cara a cara, era assim que eu faria.
- E aí? – Ela perguntou de pijama, com a toalha amarrada no cabelo.
- Fiquei o dia inteiro te esperando. – Ela riu baixo.
- Eu e as meninas saímos para fazer umas comprinhas. – Ela falou e eu ri baixo.
- Eu quero te perguntar um negócio. – Falei diretamente, fazendo-a se ajeitar na cadeira do outro lado.
- Diga! – Ela apoiou o queixo entre as mãos.
- Quero te chamar para a première de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”. – Falei, esticando o ingresso que estava ao lado. Ela soltou uma risada.
- Mas, , eu já vou. – Ela falou, franzindo a testa. – Certeza que Melina vai precisar de mais um assessor no evento. – Ela soltou uma risada no fim.
- É, talvez, mas com certeza não vai ser você. – Falei, vendo-a franzir mais a testa, se era possível.
- O que você está dizendo, ? – Ela encostou as costas na cadeira, cruzando os braços.
- Você vai como minha acompanhante, ! – Nesse momento as coisas congelaram. Tentava analisar pelos seus olhos na tela. – Você vai me acompanhar no tapete vermelho. – Eu consegui ouvir o suspiro dela pela tela do computador.
- Eu esperava por isso um dia, mas achei que eu reagiria a isso de uma forma menos sentimental. – Ela passou a mão nos olhos, suspirando. – Tem certeza, disso? – Ela falou calmamente.
- Falei que estava pronto para tudo, não?! – Falei e ele sorriu.
- É. – Ela mordeu o lábio inferior. – Você disse. – Sorrindo logo em seguida. – Eu não vou te decepcionar.
- Isso é impossível. – Falei sorrindo, sentindo uma vontade imensa de abraçar essa mulher, mas eu sabia que isso demoraria ainda.
- Obrigada! – Ela falou com a voz embargada, passando a mão embaixo do olho.
- Eu preciso de ajuda! – Falei empurrando a porta do atelier de Rupert, rezando para encontrá-lo lá, já que era pouco antes das oito da manhã e eles abrem depois das nove.
- O que aconteceu? – Denise apareceu na sacada do segundo andar.
- Cadê o Rupert? – Perguntei, encostando a porta atrás de mim e colocando minha mochila ao lado da porta.
- No escritório dele, com o Derek, creio eu. – Ela apareceu descendo a escada novamente. – O que aconteceu?
- Vem junto! – Sentindo minha respiração falhar um pouco, andei a passos rápidos até o escritório de Rupert, passando pela porta.
- ! – Derek foi o primeiro a me notar, depois Rupert levantou ao seu lado. – Esperava te ver só no trabalho amanhã.
- ! Quando tempo que não te vejo, hein?! – O ruivo falou. – Como foi a viagem?
- Podemos falar da viagem depois? – Falei, entrando na sala.
- O que aconteceu? – Derek perguntou preocupado.
- Ela chegou meio desesperada aqui. – Denise falou e eu respirei fundo, me sentando na cadeira em frente à mesa de Rupert e tentando controlar a respiração.
- Aconteceu alguma coisa, ? – Rupert perguntou.
- Eu preciso de um vestido, Rupert! – Virei meu rosto para o ruivo.
- É isso? – Ele perguntou. – Não é o problema.
- Eu preciso de um vestido para uma première, Rupert! – Falei devagar, dessa vez vendo os três na sala abrirem a boca levemente. - me pediu para acompanhá-lo na première de Poseidon 2. – Suspirei, tentando relaxar o corpo.
- Isso é demais! – Derek falou animado, me abraçando meio desajeitado.
- É incrível, ! – Denise falou mais contida. – Era só questão de tempo. – Ela soltou uma risada baixa, abanando uma das mãos.
- E você quer um vestido meu? – Rupert perguntou, saindo do transe.
- Não. – Falei com um sorriso de lado e me levantei, me colocando em frente ao ruivo. – Eu quero um original de Rupert Van Sanders. – Falei, encarando seus olhos.
- Deus! – Ele falou depois de um tempo, com a mão no peito, fazendo todos na sala rirem. – Com certeza!
- Então, você quer usar um vestido meu na première? – Rupert falou, saindo do escritório, de braço dado comigo.
- Bem, eu tenho um amigo que tem um talento incrível para desenhar vestidos, então, que eu use a atenção que estão dando para mim, para te ajudar a crescer. – Voltamos ao centro do ateliê onde o palco e diversas araras espalhadas pelo local.
- Eu te amo! – Ele falou, dando um beijo em minha testa. - E você quer um original? – Ele falou rindo.
- Eu acho que mereço um, não? – Retruquei.
- Com certeza! – Ele falou com tom de voz alto. – Mas eu tenho quatro dias para fazer um! – Ele falou sério e eu me desesperei um pouco, finalmente me tocando. – Denise! – Ele gritou e ela apareceu no andar de cima novamente. – Confira meus compromissos para hoje, tudo que não for urgente, remarque, o que não der, coloque para a noite. – Ele se virou. – Derek! – Gritou para o marido, o que me fez rir do susto que ele tomou. – Traga a caixa de amostras e depois nos faça uma garrafa de café. – Ele suspirou. – E ! – Se virou para mim, o que fez eu me assustar. – Vou pedir para você se despir e se colocar ali no centro do palco. – Afirmei com a cabeça. – Esse vai ser meu próprio Project Runway! – Ele falou brincando e eu ri.
Entrei em um dos provadores do ateliê e tirei minha roupa, mantendo meu conjunto preto de lingerie, agradecendo por ter escolhido um conjunto melhor para viajar dessa vez. Eu, literalmente, havia acabado de chegar de viagem, então, deveria estar meio sonolenta ainda, pois, mesmo tomando um remédio para dormir, eu fiquei acordada quase a viagem inteira. Pensando como eu faria e agiria nessa première.
Melina já havia me dito que eu chegaria depois de , por questão de horário do voo, o fato de eu e ela ter que estar no escritório em Boston ajeitando os press kits que seriam distribuídos para a imprensa, para outro evento que estava marcado. Ou seja, eu teria que andar sozinha por aquele tapete vermelho que eu nem sabia dizer quão longo era.
Melina seguiria ao meu lado quando chegássemos, mas mesmo assim, a pressão era gigante. Como me comportar, como agir, o que fazer ao encontrar ? Ficar com sua família, com ele, com Melina? Eles não ensinaram essa possibilidade na faculdade. E seguir pelo tapete vermelho durante uma première, já me fez surtar um pouco e eu só deveria ficar próximo a ele, consegue imaginar como eu me sentiria na quarta-feira, andando de mãos dadas a ele? Pois é, espero que eu não vomite no vestido de Rupert.
Coloquei-me no pedestal que tinha em frente ao espelho e olhei para o mesmo, analisando meu corpo. Eu gostava do meu corpo. Eu não era magrinha igual às modelos ou famosas. Eu era grande, tinha costas largas, a cintura fina e a barriga ok.
Minhas coxas eram grossas e fortes, bonitas e sexy como diria Rodrigo, mas as vezes incomodavam um pouco. Subi meu rosto para meu reflexo no espelho e fiquei feliz com o que vi, feliz com o meu corpo de 28 anos.
Derek apareceu com a tal caixa de amostras que Rupert falara e eu notei que era uma grande e alta caixa de madeira, parecida com um baú e ele colocou na beirada do palco, se aproximando de mim, enquanto Rupert começava a tirar minhas medidas e anotar em uma prancheta.
- Está bonita, hein ? – Soltei uma risada fraca. - Pronto! – Ele falou, estendendo um robe que Denise havia acabado de dar para ele e eu o vesti, amarrando as tiras. – Vamos conversar, senta aí! – Ele apontou para o palco e eu me joguei no mesmo, dobrando as pernas. – Acho que concordamos que tem que ser um longo! – Soltei uma risada fraca.
- Honestamente, eu não sei! – Respondi vendo-o mudar a página da prancheta. – Não sei o que o pessoal tem usado nessas premières, não tenho tido tempo.
- Cada um está usando o que bem entende, na verdade. – Ele respondeu. – Tem uns sem noção que tem ido com vestido de ir para a balada, mas eu não sou estilista deles, sou seu.
- Nossa! Tenho um estilista, agora?! – Perguntei e ele riu, mostrando a ponta da língua.
- Bem, você estará acompanhando o personagem principal do filme, então, você tem todo o direito de ir de longo! – Ele falou, voltando ao desenho.
- Você que manda, chefe! – Respondi e Derek soltou uma risada fraca ao meu lado.
- disse o que estará usando?
- Terno azul marinho, com colete, completo. – Ele soltou uma gargalhada.
- Então, querida, o que eu normalmente faço. – Ele começou. – Tento combinar a roupa que a mulher usa, com o terno que o homem vai usar. – Confirmei com a cabeça. – E eu também já vi que você realmente gosta de azul. Só pelos três vestidos que você comprou aqui. – Soltei uma risada fraca, lembrando-me do vestido do nosso encontro, do evento na casa da mãe dele e do Natal em casa, todos azuis e todos de Rupert. – Podemos usar isso como padrão, como a sua cor.
- Eu gosto bastante de azul. – Soltei uma risada fraca.
- Vamos olhar as amostras azuis, então. – Ele abriu o baú e tirou uma caixa pequena onde era possível ver escrito azul no topo e me entregou.
Amostras não eram nada mais, nada menos, que retalhos de todos os panos que ele tinha disponível ou que seus fornecedores tinham. Eram diversos tons, texturas, modelos, aquilo era incrível. O primeiro pano que eu escolhi foi um chiffon azul escuro. Ele era um pano leve, esvoaçante, que mexia facilmente com movimento ou com vento.
- O que acha de transparência? – Ele perguntou.
- Depende muito da transparência. – Respondi, franzindo a testa.
- Transparência com aquele tecido de cor da pele, eu digo. – Ele explicou para leigos e eu ri.
- Aí sim. – Ri baixo.
- É que eu estou vendo esse pedaço aqui. – Ele estendeu um pedaço de pano com diversas flores costuradas no pano. – E acho que dá para dar uma misturada. Fazer um relevo em algumas flores aqui e ali para dar um toque especial. Uma cintura mais marcada, e um pano se encontrando a outro na área do quadril como um cinto, mangas curtas...
- Por favor, só não deixe meu quadril gigante! – Ele soltou uma risada.
- Pode deixar! Vou te deixar linda. – Ele sorriu, me abraçando ternamente. – Agora vai lá com a Denise para vocês combinarem cabelo e maquiagem.
- Mas como a gente vai fazer, Rupert? É em Los Angeles. – Falei me levantando.
- Vai lá falar com Denise! – Revirei os olhos.
- Ei, cadê a Liana? – Perguntei.
- Dormindo lá no fundo. – Derek falou. – Ela teve dor de estômago à noite toda. – Ele suspirou. – A gente descobriu que ela é alérgica a leite de vaca. – Fiz uma careta.
- Sério? À leite? – Suspirei.
- Sim, mas ela está melhor agora, levamos ela ao hospital de madrugada e eles diagnosticaram. – Rupert falou. – Ela vai ficar bem, vamos começar o tratamento aos poucos para ver se tem cura, do contrário, aprender a evitar.
- Fala para ela que eu faço cupcakes com leite de soja para ela. – Derek abriu um largo sorriso.
- Você é a melhor! – Ele falou e eu pisquei com um olho para ele.
Andei pelo ateliê e subi as escadas, encontrando Denise lá em cima, sentada em uma das cadeiras dispostas no pequeno salão de beleza dela.
- Você faz milagres agora, Denise? – Perguntei, sentando em uma cadeira a sua frente.
- Quase! – Ela respondeu. – Mas eu posso te ensinar a se maquiar. – Ponderei com a cabeça.
- Olha, seria muito bom saber fazer uma maquiagem decente. – Comentei e ela riu.
- Seu vestido vai ser azul, mas você não vai usar azul na sua maquiagem. – Ela abriu uma de suas maletas de maquiagem, pegando algumas das diversas sombras nas mãos. – Com o tom que ele deu, eu pensei em um rosado nos olhos com preto, muito rímel, um tom mais bronzeado para as bochechas e uma boca quase transparente. – Comecei a ouvir o barulho das embalagens se batendo, enquanto ela mexia.
- Como você e o Rupert tem esse insight divino, de repente? – Perguntei.
- Anos e anos de prática. – Ela falou, sorrindo. – Cursos e mais cursos, palestras e mais palestras.
- Isso é demais! – Soltei uma risada fraca. – Quanto tempo que vocês se conhecem?
- Nossa, desde pequena, eu acho. – Ela respondeu finalmente achando tudo o que queria. – Deve fazer uns 20 anos. – Ela riu. – Acabamos usando a paixão dele com a minha e pretendemos crescer mais e mais.
- E vocês vão, tudo o que fazem é perfeito. – Ela sorriu.
- Vamos lá? – Ela apontou para a cadeira e eu sentei na mesma. – Antes de começar, você vai limpar a sua pele. Lave ela com sabonete neutro, nada do que você não está acostumada. Depois disso você vai passar corretivo, base e pó. – Ela mostrou os três potes diferentes em sua mão. – São do seu tom de pele, você vai levar tudo que eu te der aqui hoje.
- Combinado! – Falei.
- Você vai começar pela parte clara do olho, passando em toda sua pálpebra móvel, espalhando bem e não deixando acumular o excesso. Depois na parte externa do olho você passa o preto, formando esse “V” no canto do olho e depois com um pincel limpo, você puxa o preto para o rosa, até formar esse degradê. No espaço de cima, você passa um pouco de iluminador. – Ela falou, fazendo isso com meu olho, enquanto o outro meu permanecia aberto. – Depois você vai passar o delineador, lápis de olho e rímel pretos. – Ela apontou. – Sabe passar?
- Sim, nunca tive problemas.
- Não vou passar em você agora, porque fica complicado para tirar depois. – Afirmei com a cabeça. – O blush, eu sei que você não tem muito costume em usar, então você passa de fora para dentro. – Ela fez em meu rosto. – Mantenha sempre um espaço embaixo e longe do nariz, é só para dar um tcham! – Ri fracamente. – E o batom você sabe, né?! – Ela me estendeu o mesmo e eu passei na boca, vendo metade do meu rosto com maquiagem e metade sem. – Perfeito! – Ela pegou todos os itens de maquiagem e colocou em uma bolsa transparente para mim. – Vai arrasar.
- Honestamente, não me sinto muito confortável em ter que fazer isso. – Falei, fazendo uma careta.
- Vai dar tudo certo! – Ela falou.
- E meu cabelo?
- Bem, essa é a parte chata. – Ela falou, ficando atrás de mim e começou a mexer no meu cabelo. – Estamos em março, o tempo está friozinho ainda, mas não está o frio ideal para que um penteado dure um dia inteiro, então, vamos fazer assim. – Ela suspirou. – Você vai vir aqui para o ateliê antes do seu trabalho, cerca de uma hora antes de você entrar no trabalho, venha de cabelo molhado, lavado. – Afirmei com a cabeça. – Vou ver o que eu faço. – Ela suspirou novamente. – Talvez uma escova, um encaracolado nas pontas e muito laquê para aguentar o dia inteiro. – Ela suspirou. – E quando chegar em Los Angeles, só um banho rápido, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar! – Ri baixo.
- Vou ficar louca procurando fotos de vocês. – Ela comentou feliz e eu ri.
- Eu também, Denise. Eu também! – Soltei uma risada fraca.
Os próximos dias no trabalho foram mais calmos, Derek estava de volta e parece que ele fazia questão de cuidar de todo o trabalho, para que eu pudesse dar uma relaxada nos ânimos, o que era bom, assim eu surtava somente com o fato de atravessar um tapete vermelho sozinha, em frente a milhões de pessoas e do mundo. É, acho que já é motivo de sobra.
Na quarta-feira após o trabalho, eu e Derek seguimos para o ateliê e, nossa! O vestido havia ficado espetacular. Havia ficado igual Rupert havia dito. A transparência nos ombros, a faixa na cintura, as flores sumindo por baixo da faixa, se misturando ao pano mais fino deixava aquele vestido o mais lindo e esvoaçante que eu havia visto em minha vida. Ele era maravilhoso. Chegava até os pés, deixando um pouco de pano sobrando, o que não deixaria minha sandália prata à mostra, o que era bom, porque era a única sandália prata que eu tinha, ela tinha um desenho diferente em cima, cortado a laser e um salto não tão exagerado, que não me deixaria tão mais alta que na première.
O vestido havia ficado um pouco largo na cintura, mas Rupert disse que estaria tudo certo para quando eu viesse aqui cedo no dia seguinte para que Denise fizesse meu cabelo, mas ela não estava lá naquele momento. Acabei voltando logo para casa, eu precisava fazer minha mala ainda e dormir cedo, o que obviamente não deu certo.
Eu me mexi como nunca havia me mexido na cama, era virar para lá, para cá, e ainda era muito cedo para eu estar deitada, mas como eu acordaria cedo no dia seguinte e só Deus sabe que horas eu dormiria, preferi deitar antes, mas não consegui dormir, ainda mais quando mandou uma mensagem no meu celular falando que estava empolgado em me ver amanhã. Isso tirou mais duas horas do meu sono falando sobre besteiras sem sentido e o tamanho da nossa saudade que me fizeram rir demais.
Eu acordei às seis da manhã, não estava acostumada a acordar tão cedo, e me esqueci das redes sociais, eu precisava focar no que eu tinha que fazer. Tomei café e banho, lavando muito bem meu cabelo e meu corpo, porque eu realmente não sabia se daria tempo de eu tomar um longo banho antes da première ou ao menos se daria tempo para isso. Coloquei uma calça jeans escura, meu tênis e uma camisa xadrez de meia manga, com botões na frente, para ficar mais fácil de tirar.
Cheguei ao ateliê faltando uma hora para eu entrar no trabalho e eu realmente não poderia me atrasar, mas Denise fez um trabalho incrível. Ela secou meu cabelo, fazendo uma escova no mesmo, puxando meus cabelos castanhos para todas as direções e passou chapinha no cabelo, ela pegava tiras finas, mas a pressa em seu trabalho, nem faziam com que conversássemos. No final, enquanto meu cabelo estava quente ainda, ela puxou a parte da frente para trás e prendeu com dois grampos e colocou alguns bobs na ponta dos meus cabelos, enrolando até a altura do meu pescoço e passou bastante laquê, fazendo com que eu fechasse os olhos quando ela passou e, por fim, ela colocou uma faixa no meu cabelo, tentando esconder ao máximo o que estava embaixo do pano.
- Depois que você se arrumar e já estiver com o vestido, pronta para sair, você vai tirar a faixa, tirar os bobs e dar uma passada com os próprios dedos nele, soltando os cachos. Não se preocupe com o laquê, é para ele segurar seu cabelo com escova e os cachos até à noite, entendeu? – Afirmei com a cabeça. – Provavelmente você precise abaixar os fios da parte de cima, porque estarão arrepiados por causa da faixa, mas aí você passa mais um pouco de laquê e abaixa com um pente. Combinado?
- Combinado, Denise. – Abri um largo sorriso.
- Vai lá arrasar, menina. – Ela me abraçou fortemente pela cintura. – Vai mostrar para aqueles haters que tem uma namorada e ela é um arraso. – Gargalhei.
- Obrigada, Dê! – Ela sorriu.
Cheguei ao trabalho em cima da hora, mas Melina nem comentou nada, ela também estava agitada e o telefone não parava de tocar. Precisávamos resolver tudo e pegar o avião mais rápido possível. Eu finalizei a matéria sobre a première do filme e comecei a montar os press kits, eram cerca de 300 sacolas espalhadas pela mesa, cadeira, chão, tinha sacolas em todas as partes daquela sala e cerca de cinco coisas para serem colocadas em cada uma delas. Ruth me ajudou a colocar todos os itens nas sacolas e depois eu fui escrevendo cada nome à mão, no espaço identificado. Aquilo demorou uma eternidade, fazendo com que eu pulasse o horário do almoço e só saísse de lá quando tudo estava pronto.
Com tudo pronto, eu e Melina voamos para o aeroporto. E isso não foi uma ironia.
Aproveitei para comer no avião, eles serviram uma ótima baguete com presunto, queijo e tomate, que me deixou lambendo os dedos. Melina continuou trabalhando em seu notebook, se alguém tinha vício em trabalho, era ela, mas também, ela era boa. Eu, sem poder encostar muito a cabeça, fiquei ouvindo algumas músicas em meu iPod, para que o tempo pudesse passar mais depressa. Mas para quem havia aguentado voos maiores que três horas, aquilo estava fácil, a ansiedade que estava me matando.
Chegamos em Los Angeles e o dia estava lindo, sem brincadeiras, era o dia perfeito para um evento desse tamanho. Com um motorista reservado para nós, fomos direto para o hotel. Achei estranho Melina me levar para um hotel e não para a casa de , mas depois entendi, ela também precisava se arrumar, então, seria bom não ficar perdendo tempo. Melina havia reservado um quarto de hotel para mim, o que foi ótimo, eu podia usar meu espaço, fazer as coisas no meu tempo, sem atrapalhar ninguém.
A primeira coisa que eu fiz quando entrei no quarto de hotel foi tirar minha roupa, me livrar daqueles panos que faziam meu corpo suar. Não estava nada frio em Los Angeles, o algodão colava na minha pele e, consequentemente, fazia com que eu suasse. E também, tirar o vestido de dentro da mala, esticando-o dentro da capa e fui tomar um banho rápido, bem, havia sido quase um banho de caneca, mas deu um bom resultado.
Fui até minha mala colocada em cima da cama e puxei a bolsinha com as coisas que Denise tinha me emprestado e voltei para o banheiro, afastando a faixa um pouco para trás, para que eu pudesse trabalhar melhor em meu rosto.
Comecei a cuidar do meu rosto, como Denise havia dito. Passei o corretivo nas marquinhas mais profundas, base no rosto inteiro e depois o pó para tirar o brilho, conferindo diversas vezes se estava cobrindo todo meu rosto, meu pescoço e parte do meu colo, para deixar tudo uniforme. Passei a sombra no olho, havia treinado diversas vezes aquilo em casa, rosa claro, preto, esfumaça ambos, o chato foi que eu tive que ajeitar o pó do rosto novamente, que caiu um pouco de sombra na bochecha, mas nada muito alarmante. Passei o delineador e esperei ele secar um pouco, antes de abrir o olho novamente, com medo que ele carimbasse a pálpebra, aí sim eu teria que começar tudo de novo. Forcei o lápis de olho preto, marcando bem o olhar e exagerei no uso de rímel, deixando meus cílios maiores. Era muito bom não precisar de cílios postiços.
Passei o blush no rosto e dei uma espalhada com a mão, como eu não era muito adepta a ele, quando menos, melhor, talvez tenha ficado menos demais, mas não estava feio. Por último, eu passei o batom claro, deixando minha boca bem rosada, bonita e discreta. Olhei minha maquiagem novamente no espelho e suspirei, agora entendo que eu não era menos bonita ou menos especial que as antigas namoradas de ou peguetes, eu era tão bonita e tão especial quanto elas, com o bônus de ter uma formação e uma cultura diferente delas. Sim, naquele momento, usando uma lingerie bege, simples, sem sutiã, totalmente maquiada e até com os bobs nos cabelos, eu estava me sentindo mais especial que todo o mundo.
Voltei para o quarto e olhei para o vestido, aquele vestido maravilhoso, Rupert tinha um dom gigante nas mãos e merecia crescer com isso. Segurei o vestido e abri o zíper, colocando ele em mim e puxei o zíper na lateral, ajustando os seios no bojo que Rupert colocou no pano e eu fechei o vestido, me sentindo incrivelmente linda, poderosa e especial nele. Coloquei o par de brincos azuis com pedras que Rupert havia feito, usando uma das pedras que ele colocara para dar o detalhe nas costas e minha pulseira prata no pulso.
Voltei para o banheiro e tirei a faixa que prendia tudo com muito cuidado, o cabelo deu uma arrepiada mais nada demais, e depois de tirar os bobs, passei a ponta dos dedos nos fios e notei que tudo havia ficado perfeito. Vestido, cabelo, maquiagem, eu podia dizer que me sentia uma princesa. Usar longo era demais.
No quarto eu sentei na cama e coloquei minha sandália prata no pé e ajeitei a barra do vestido para que ela cobrisse meus pés. Peguei meu celular e fui até o espelho, tirando algumas fotos no mesmo e logo o guardei dentro da minha mala, eu não levaria nada. Não durou dez minutos para que Melina batesse em minha porta, fazendo com que eu desse mais uma olhada no espelho e saísse do quarto.
- Meu Deus! – Ela falou, quando eu abri a porta. – , você está linda, maravilhosa! – Ela colocou as mãos na boca. – Meu Deus! – Ela suspirou forte. – Dá vontade até de chorar. – Ela soltou uma risada fraca. – Ainda bem que ele te encontrou. – Ela falou, segurando minhas mãos. – Ele vai ficar boquiaberto quando te ver.
- Espero! – Foi a única palavra que consegui falar, pois quem estava quase chorando era eu. – Eu estou nervosa.
- Suas mãos estão geladas. – Ela comentou, me abraçando logo em seguida. – Vamos, então?! Já estamos atrasadas, Cinderela. – Ela brincou e eu sorri.
Descemos os andares do prédio pelo elevador e eu segurei uma parte do vestido, para que ele arrastasse o menos possível no chão e pudesse sujar. Um carro preto esperava por nós na garagem, Melina entrou antes de mim e eu entrei logo atrás, fechando a porta.
- Eu vou fingir que serei sua assessora hoje, ok, ? – Ela se virou para mim e eu franzi a testa. – E eu só vou te dizer uma coisa: divirta-se. – Ela sorriu. – Eles montaram um tapete vermelho onde, no começo, tem muitos fãs, é um corredor só de fãs, para depois abrir para fotos e entrevistas, então, divirta-se! – Ela repetiu. – Estou observando a relação suas com os fãs e eles parecem gostar de você, se alguém te pedir uma foto, ou alguma coisa, tire, aproveite, esse é seu momento de conquistar os que não gostam de você e nada mais do que ser essa garota espontânea que você já é.
- Obrigada, Melina! – Sorri e segurei sua mão. – Você é uma amigona para mim.
- Você também é, ! – Ela riu. – Ah, e só mais um aviso. Normalmente as pessoas não se interessam em tirar fotos de assessores, mas hoje você não é assessora, você é a namorada de , que está incrivelmente bonita. As pessoas vão querer tirar fotos de você. – Suspirei, soltando o ar pela boca. – Vai dar tudo certo. – Ela finalizou.
- Tomara! – Sussurrei, sentindo o carro se movimentar pelo caminho.
Quando o carro estacionou em frente ao tapete vermelho, eu senti minha respiração parar. Era possível ouvir os gritos dos fãs lá fora e eu podia ver os diversos fãs amontoados no canto direito do tapete vermelho, separados por uma longa grade. Do lado esquerdo, um pouco mais longe do tapete, também tinha fãs e mais à frente alguns fotógrafos já estavam a postos. E mais à frente, o circo estava montado, várias pessoas que eu não conseguia identificar se reuniam no meio do tapete vermelho.
- , só mais uma coisa! – Melina falou, me fazendo olhar para ela. – Coluna reta e cabeça erguida. Nunca olhe para o chão. – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça. – Aqui. – Ela estendeu um comprimido pequeno. – Vai te acalmar. – Coloquei o mesmo na boca e engoli sem água. – Estamos prontos, Stefan! – Melina gritou de repente e eu arregalei os olhos quando a porta se abriu.
Acabei saindo do carro em um impulso, já que Melina praticamente me empurrou para o lado de fora. Eu precisava ser forte. Imagine que é a formatura, . Soltei a respiração fortemente e Melina saiu do carro atrás de mim, me ajudando a arrumar a barra do meu vestido para que ele cobrisse meu pé e deu uma mexida rápida em meu cabelo, jogando-o para trás.
- Linda! – Ela falou sorridente e indicou o começo do tapete vermelho. – Com o pé direito.
Passei a mão na lateral do meu vestido, ajeitei o anel no dedo e com um leve empurrão de Melina em minhas costas, eu fiz força para me colocar em movimento. Um pé depois do outro, a respiração em controle, inspira, expira e tudo de novo. O tempo pareceu uma eternidade, enquanto eu andava ao lado dos fãs, vendo a maioria deles olhando para as fotos que haviam tirado com outros artistas e outros olhando boquiaberto para mim, dei um sorriso de lado, acenando com a cabeça. Estava tudo indo conforme o planejando, mas dando alguns passos a mais, notei que um rosto conhecido, com um terno roxo, que autografava os diversos objetos que colocavam na frente dele, mas por um momento ele se distraiu e olhou para mim.
- Oh, meu Deus! – Malcon Adams falou surpreso. – Da última vez que te vi você estava se matando em um monte de pizzas. – Soltei uma risada. – E hoje você está aqui, tirando meu fôlego. – Ele brincou.
- Ainda sou a mesma pessoa. – Ele me abraçou.
- Você está linda, senhorita! – Ele brincou. – Ele já te viu? – Neguei com a cabeça.
- Cheguei agora, na verdade. – Comentei. – Estou seguindo o fluxo. – Movimentei as mãos, vendo-o rir.
- Ele vai ter um ataque do coração. – Coloquei a mão no rosto de brincadeira.
- Você está muito chique também, Malcon! – Ele segurou as laterais do terno e deu uma volta.
- Tem que ter estilo! – Ele gargalhou. – Eu preciso tirar uma foto contigo. – Ele tirou o celular do bolso interno e esticou para cima, me abraçando pelos ombros, abaixando o celular logo em seguida. – Vai, a gente se encontra lá dentro. – Afirmei com a cabeça, dando um rápido beijo em sua bochecha. – Tenho muito trabalho para fazer.
- Combinado! – Continuei a andar pelo tapete vermelho.
- Malcon é uma figura. – Melina comentou rindo ao meu lado.
- Ele é demais, fica bem em qualquer personagem, ele tem aquele toque de deixar tudo engraçado. – Comentei com ela, seguindo em frente.
- ? – Achei que ouvi uma voz me chamar e virei meu rosto para esquerda. – Sabia que era você! – Uma morena com uma mecha azul no cabelo, agarrada na grade, falou. – Você está linda!
- Obrigada! – Abri um largo sorriso, acenando com a cabeça.
- Posso tirar uma foto contigo? – Ela gritou, esticando o celular e eu olhei para Melina que tinha um sorriso presunçoso no rosto.
- Eu disse! – Ela deu de ombros. – Vai lá! – Ri ao seu lado e dei alguns passos para frente, até ficar perto da menina.
- Você é incrível, você está incrível. – Ela continuou me elogiando. – Até estranhei que você não chegou com o , pensei que ele fosse continuar te escondendo. – Ri fracamente.
- Pessoas normais precisam trabalhar antes de badalar. – Brinquei e ela sorriu.
- Estou muito feliz por ele, finalmente ele escolheu alguém bom. – Outra menina se juntou a nós e alguns outros se acomodaram em volta.
- Fiquei te olhando pelo telão e eu estou amando seu vestido. – Um garoto atrás falou, sorrindo.
- Telão? – Franzi a testa.
- É! – Ele falou, apontando para trás, onde tinha vários telões pendurados no alto, alguns deles mostrando todos meus movimentos. – Quem fez seu vestido?
- na tela grande, essa eu nunca ia imaginar. – Melina cochichou atrás de mim e eu ri.
- Foi um amigo meu, Rupert Van Sanders, estilista de Boston. – Falei para o garoto que pegou o celular, provavelmente para anotar.
- Vamos tirar uma selfie? – A primeira menina de mecha azul falou de novo.
Peguei o celular da mão dela e estiquei para cima, encostando o corpo na grade, vendo várias pessoas se amontoarem atrás de mim e apertei o botão algumas vezes. Virando o celular, conferindo se a foto saiu direitinho.
- Obrigada! – Ela sorriu para mim, conferindo a foto também. – Espero que sejam felizes.
- Obrigada pelo carinho! – Falei, continuando a caminhar, terminando a área que os fãs estavam e seguindo no longo tapete vermelho, com o banner de personagens do filme na direita, incluindo várias de . E do lado esquerdo, vários fotógrafos a postos, tirando fotos dos atores que estavam enfileirados lado a lado, com uma distância de uns três metros cada um e andando para o lado de vez em quando.
- Vamos achar o ! – Melina falou, passando pela minha frente e começando a passar por trás dos atores. – Espero que ele esteja se comportando sem mim.
- Duvido que esteja. – Respondi, andando atrás dela.
- Vocês estão brincando comigo! – Falei para os fotógrafos, erguendo as mãos para o ar que riram.
- Olhe aqui, ! – Virei para o lado que pediam e, por um momento, parei para encarar o telão, onde uma pessoa de cabelos castanhos e vestido azul falava com alguns fãs, de costas para a câmera.
- Aqui, ! – Dei atenção aos fotógrafos novamente, posando para algumas fotos, virando de um lado e do outro, sorrindo e sentindo a luz cegar meus olhos.
Olhei novamente para o telão um pouco e a pessoa de azul se virou e a câmera mudou de ângulo, focando em Adams que chegava. Eu arregalei os olhos, mas relaxei em seguida o rosto, disfarçando para os paparazzis, notando que a pessoa de azul era . Minha . Ela estava linda. Ela é linda. Suspirei, dando alguns passos para frente, olhando que a passagem estava vazia, somente alguns companheiros meus de elenco que posavam para as fotos.
Me fingi de distraído, olhei para os fotógrafos novamente um pouco, dei alguns passos para trás, sorri para os fotógrafos e virei o rosto novamente. Abrindo um sorriso ao ver abraçando minha mãe que estava com um sorriso enorme no rosto. Me distraí por um tempo olhando para o corpo dela dentro daquele vestido. Era esbelto, lindo. Tirando o fato que o vestido era lindo também. Eu não entendia muito bem, mas aqueles detalhes em relevo nas costas e na cintura. Nossa! Ela estava incrível.
Minha mãe notou que eu as olhava e apontou para mim, fazendo com que virasse para mim, me fazendo ficar boquiaberto. Seu colo tinha um pano cor da pele com flores subindo pelo mesmo que me deixou um tanto quanto extasiado. Eu estava parecendo um bobo com aquela mulher.
Ela deu um sorriso fofo e estendeu a mão, mexendo os dedos em minha direção e eu comecei a rir. Eu nunca me cansaria de dizer o quão linda ela estava. Estendi minha mão para ela que segurou, fazendo uma eletricidade passar pelo meu corpo e a ajudei a passar por entre as barras que separavam o pessoal que passava por trás, dos que passavam pela frente. Ela desviou de uma das barras e se aproximou de mim com um largo sorriso no rosto.
Passei meu braço pela sua cintura, sentindo a textura de seu vestido raspar em meu corpo e senti sua mão ser colocada em meu peito. Olhei em seus olhos, sentindo sua respiração bater em meu rosto de tão próximo que estávamos e simplesmente esqueci que estava em um local com várias pessoas e encostei meus lábios nos dela, sentindo os flashes dos fotógrafos baterem em meu rosto loucamente.
- Você está linda! – Falei, com os lábios próximos do dela.
- Você é louco! – Ela cochichou, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
- Um louco apaixonado. – Respondi.
- Você está muito bonito. – Ela passou as mãos na gola do meu paletó, descendo pelo meu peito.
- Pensei que não viria! – Falei.
- Não perderia por nada. – Ela sorriu.
- Deixa eu fazer todos babarem por você. Vamos tirar umas fotos. – Segurei a mão de e dei mais alguns passos para o lado, parando novamente.
- Achava que você não era egocêntrico. – Ela comentou, se colocando ao meu lado e eu passei a mão em sua cintura.
- Acho que eu tenho o direito de ser quando eu tenho uma mulher linda assim do meu lado. – Ela sorriu, e eu virei o rosto para os fotógrafos que não se cansavam. – Linda, inteligente, fantástica. – Completei.
- Isso é loucura! – Ela falou e, quando a olhei de novo, ela olhava para frente, com um sorriso tímido no rosto.
- Essa é a loucura do meu mundo. – Cochichei para ela que soltou uma risada, mostrando seu sorriso. – Você aguenta?
- Você acha que não? – Ela virou o rosto para mim e piscou o olhar.
Depois de incansáveis pedidos para mais fotos, eu e saímos daquela sessão, com Melina em nosso encalço. A parte complicada viria agora, as entrevistas. preferiu tirar o dela da reta. Ela negou com a cabeça e foi para trás, encontrando meu pai e minha meia irmã, resultado do seu segundo casamento.
- Ela está certa por sair. – Melina falou ao meu lado. – Mas espero que esteja preparado para responder perguntas sobre ela. – Ela sorriu. – E não, dessa vez você não vai se esquivar. – Soltei uma risada, suspirando.
Virei para que agora se misturou com o resto do povo e foi parada por Julie e Connie, outra atriz do elenco, e voltei o rosto para os repórteres de diferentes emissoras, dispostos lado a lado. Parei em frente ao primeiro, cumprimentando o repórter e o cinegrafista. Primeiro começou pelo stream da Máxima, esperei as perguntas que eu já estava acostumado.
- Então, , como você se sente fazendo parte desse universo gigantesco que é a Máxima? – Ela perguntou, estendendo o microfone para mim.
- Ah, é uma honra, sempre é... Têm aqueles momentos de nervosismo, o filme tem vários processos e há certas incertezas, é bom fazer filmes assim. O bom de trabalhar com a Máxima é que você tem aquela confiança que sabe que vai virar algo bom, eu não sei como eles fazem, mas a Máxima parece ter o toque de Midas.
- E as cenas de ação, como elas foram exploradas nesse filme? – Ela perguntou novamente.
- Nesse filme focamos nas cenas de ação e mostramos do porque o Poseidon é uma parte importante dos Deuses do Olimpo.
- Obrigada, . Parabéns pelo filme. – Ela falou.
- Obrigado! – Falei, passando para o próximo.
- Olá, , grande espetáculo que você tem em suas mãos, não é?! – Soltei uma risada.
- É, estou bastante feliz. – Não entendendo sobre o que se tratava ao certo.
- Como você se sente fazendo parte da Máxima? – E a mesma pergunta de novo.
- É um desafio, porque tem sempre uma grande expectativa, e a Máxima continua aumentando as suas expectativas a cada filme, mas você tem certeza que eles vão fazer um bom filme, você se permite em deixar levar e confia que dá certo.
- Disseram que o filme é mais um suspense político, do que um filme de heróis, o que mais você pode nos dizer que vai surpreender o pessoal no filme? – Outro repórter que aproximou o microfone perguntou.
- Essa é uma pergunta difícil. O que eu posso dizer, sem revelar nada? – Falei, os vendo rirem. – É o que eu disse, saibam que vai ser bom.
- ! Quem você escolheria para ser o seu parceiro na vida real?
- Quem seria meu parceiro? – Pensei um pouco. – Com certeza meu irmão.
- E quem seria sua mocinha, ? – Outra pessoa me perguntou, fazendo com que eu sentisse minhas bochechas esquentarem.
- Cara! – Ri um pouco, passando a mão no rosto. – Vocês todos viram! É ela, certeza! – Falei, apontando para trás involuntariamente.
- O que você pode nos dizer sobre ela? – Outra mulher perguntou.
- Bem. – Olhei para Melina um pouco que acenou com a cabeça. – Ela é jornalista, com todos vocês, estamos juntos há quase um ano e eu a amo. – Falei sendo o mais vago e completo ao mesmo tempo. – Obrigado!
Me virei, dando graças pela fila de repórteres ter acabado e por Stefan Taylor já estar ao meu lado na fila, o que me fez respirar aliviado e achar minha mãe, meu pai e minha meia irmã parados atrás de mim, me esperando.
- Não doeu, vai! – Melina brincou comigo, dando uns tapinhas em meu ombro.
- Não, não, deu até tudo certo. – Falei e minha mãe sorriu.
- Agora não tem como voltar atrás, ! – Ela falou.
- Eu sei, mãe! E nem quero, na verdade. – A vi sorrir. – Cadê ela?
- Da última vez que eu vi ela havia sido sequestrada pela Julie, mas as duas sumiram tem um tempo! – Ela soltou uma risada.
- Vamos lá, que daqui a pouco tem a apresentação do elenco.
- Ok! – Afirmei com cabeça.
Encontrei conversando em uma rodinha com todos meus amigos. Ela estava com Julie, Connie, Renan, Gary, Malcon, Jackson e Amanda, todos do elenco desse filme ou do primeiro, rindo e tirando fotos com os celulares, todos já estavam próximos a entrada do teatro El Captain, esperando os organizadores nos colocarem para dentro para a apresentação do elenco.
- Ela se enturma bem, não?! – Falei, me colocando entre e Julie.
- Ah, , fiquei tão feliz quando eu vi a foto de vocês juntos! – Ela me abraçou, me fazendo rir.
- Quem diria, não?! – Jackson brincou, soltando uma risada em seguida.
- Acho que você não tem um histórico muito bom! – falou ao meu lado e eu passei meu braço pela sua cintura, trazendo-a para mais perto.
- Você é assessora dele, não?! – Connie apontou para que fez uma careta, movimentando os ombros. – Você sabe o histórico dele. – gargalhou ao meu lado.
- Ô se sei! – Ela falou e notei o resto da roda rindo.
- Isso é sacanagem comigo. – Falei, e um organizador do evento se aproximou de nós.
- Vamos entrando, pessoal? – Ele falou, acenando com a mão para a porta do cinema El Captain.
- A gente se vê daqui a pouco. – Virei para que afirmou com a cabeça. – Vamos ver o filme juntos. – Pisquei para ela que sorriu, estalando um beijo em minha bochecha.
- Vai lá, vou esperar aqui com sua família. – Ela acenou com a cabeça. – Ah, me dá seu celular, vou dar uma tietada no elenco de “Aprendizes do Olimpo”. – Ela estendeu a mão e eu peguei meu celular no bolso, entregando a ela.
- Cadê o seu? – Perguntei a vendo rir.
- Não cabe um celular nesse vestido, meu amor! – Ela franziu a testa.
- Estou tendo pensamentos sórdidos contigo nesse vestido. – Ela deu de ombros, piscando para mim antes de virar para trás, me deixando sozinho.
Entramos no cinema e saímos novamente pelo outro lado, nos colocando atrás do painel do filme, junto dos diretores, produtores e elenco do filme. Foi o tempo de eles ajeitarem a imprensa e os fotógrafos, até que comecei a ouvir a voz de uma das mulheres da produção.
- Olá, pessoal. Gostaria de agradecer a todos por comparecer a première mundial de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”, agradecemos muito o apoio de vocês. Vocês estão prontos para conhecer o elenco? – Os fãs gritaram logo em seguida. – Por favor, recebam o presidente dos Estúdios Máxima e produtor do filme, Sam Karson. – Uma movimentação ocorreu atrás da lona e eu dei um passo à frente, seguindo a fila. – Outro presidente dos Estúdios Máxima e também produtor executivo do filme, Eric Lancaster...
- Parece o jardim de infância tudo de novo. – Jackson comentou nos fazendo rir.
- Silêncio! – O organizador falou, nos fazendo rir.
- Ele é metade da equipe de direção, Anthony Gellar. – Passei a mão no rosto, suspirando. – Seu irmão, também diretor, Joe Gellar.
- Só eu estou ficando claustrofóbico aqui dentro? – Adams comentou causando uma gargalhada histérica em Stefan.
- Para, gente! – Falei, tentando segurar a risada, colocando as mãos na boca.
- Ela interpreta Penny Roberts, Amanda Hayden. – A organizadora continuou.
- Vai, Penny! – Connie gritou.
- Eu disse que parece o jardim de infância. – Jackson comentou.
- Fomos para o fundamental, já! – Malcon brincou.
- Ela é Atena, Conie Santo. – Mais um passo. – Como o vilão Cratos, Gary Falcone. – Passei a mão na cabeça, suspirando. – Interpretando a deusa Anfitrite, Vanessa Edwards. – Mais aplausos. – Enfim, o Ares, Stefan Taylor! – Malcon deu um empurrão nele, o que o fez começar a rir antes de entrar. – Ele interpreta o deus Demétrio, Malcon Adams. – Dessa vez eu dei um empurrão nas costas dele. – Ele é Cronos, Jackson Jones. – Tá quase. – Ela é a Afrodite, Julie Stewart. – Ela entrou, sobrando eu atrás da cobertura.
- Sua vez. – O organizador indicou a cortina que nos separava.
- E aqui está, o deus Poseidon, ! – Passei pela cortina, quase tropeçando no palco e andei até o meio, passando por Malcon e Julie, batendo palmas e cumprimentando Jackson, rindo. – Senhoras e senhores, o elenco de “Poseidon 2: A Maldição dos Mares”! – A música aumentou, um estouro aconteceu e fogos e papéis picados saíram de cima do painel, atrás de nós. – Legal!
O elenco começou a se dissipar, sendo chamado pelos organizadores para entrar no cinema e eu fui parado por Sam e Eric, que me cumprimentaram e tiramos algumas fotos. Acenei para alguns fãs e vi outra organizadora nos chamando para entrar. Pulei o degrau, dando uma olhada em volta no tapete vermelho, mas sendo empurrado para dentro por algum organizador, sendo levado pelo resto das pessoas que tinham ali.
- ! – Ouvi uma voz à minha esquerda e a vi novamente. É, ela ainda era real. vinha acompanhada de meus pais e minha meia irmã, enquanto as duas mais novas seguravam um pacote de pipoca cada uma.
- Não sabia que tinha pipocas em premiações. – Ela comentou, colocando uma pipoca na boca.
- Bem, isso acontece de vez em quando. – Peguei uma pipoca e coloquei na boca.
- Vamos, ! – Melina apareceu me assustando.
- Me dá a honra? – Estendi meu braço para que o agarrou, com a pipoca na outra mão.
- Nos encontramos depois? – Minha mãe perguntou, afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. – E puxei , seguindo a loira em minha frente.
- Aonde eles vão? – perguntou.
- Para área de convidados. – Comentei, vendo-a franzir a testa. - Tem uma área para convidados, mas nos melhores lugares ficam só o elenco e um convidado, normalmente. – Ela afirmou com a cabeça, me seguindo. – Como é o caso de hoje.
- Ah, depois tenho que entregar seu celular. – Ela comentou, mudando de assunto.
- Cadê ele? - Ela fez uma careta.
- Então... – Ela franziu a testa e aproximou a boca do meu ouvido. – Está nos meus seios. – Ela sussurrou, fazendo uma careta em seguida.
- O quê? – Olhei para ela surpreso. – Como você fez isso? – Sussurrei para ela, subindo a rampa que levava para o segundo andar do cinema.
- Não pergunte. – Ela falou baixo e eu sorri, ela realmente me surpreendia.
- Achei mais um motivo para eu querer tirar seu vestido. – Falei baixo e ela piscou com um olho.
- Isso é demais! – Ela comentou, quando saímos pela porta do andar de cima. Era dividida em duas entradas, uma de baixo para cima, onde os convidados entravam e começavam a se acomodar nas cadeiras e uma de cima para baixo, que era onde nós havíamos saído.
- Por aqui, senhor ! – Um dos organizadores me avistou e eu acenei para ele, segurando a mão de e trazendo-a comigo.
- Licença! – Falei, esbarrando em Malcon de propósito. – Olá, tudo bem? – Acenei para a esposa dele e ela sorriu.
- Ei, ei, cara! – Malcon brincou. – Por favor! Ninguém merece! – riu. – A senhorita pode passar a vontade. – Ele falou para .
- Ela pode?! – Respondi, olhando para trás.
- Desculpa, mas só dou ouvido às mulheres! – Sua esposa gargalhou ao seu lado.
- Para, Malcon! – A ouvi falar ainda.
- Olá! – Cumprimentei o marido de Julie. – Julie! – Acenei para ela, andando um pouco para o lado e sentando na minha cadeira e se sentou entre eu e Julie, e eu cumprimentei Jackson que estava ao meu lado e acenei para sua esposa, Stefan e sua namorada.
- Ficou preso lá fora? – Stefan perguntou, esticando a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei mexendo a mão.
- Vai ser bom, cara! Vamos lá! – Ele estalou o dedo e eu estiquei a mão, batendo na dele.
- É a gente, de novo! – Falei rindo.
- Ei, não se esqueçam de mim! – Ouvi o sotaque forte de Amanda à minha frente e acenei, fazendo uma careta em seguida.
- Não o culpe, a cabeça é fraca! – sussurrou, colocando mais uma pipoca em sua boca e Amanda deu risada.
- Essa pipoca não acaba nunca? – Perguntei, olhando dentro do pote de pipoca com a imagem do filme impressa e peguei uma para mim.
- Acho que não fomos apresentadas! – Amanda virou o corpo e esticou a mão, trocou a pipoca de mão e apertou a da mesma. – Amanda.
- , é um grande prazer. – sorriu.
- Igualmente. É ótimo conhecer quem roubou o coração do aqui! – Ela fez um movimento com a cabeça.
- Eu tinha fama de robô? – Perguntei me sentindo ofendido com as brincadeiras.
- Ah, coitado! – comentou me entregando o pote de pipoca. – Eu falo que o drama está no sangue. – Ela se colocou para frente, apoiando os braços em suas pernas. – Parabéns pela nova série, por sinal. Já estava me perguntando quando aproveitariam mais seu personagem! – comentou.
- Obrigada! – Amanda falou feliz. – Estou muito empolgada, espero que goste!
- Eu estou, tenho certeza que vou adorar. – sorriu e elas, em um rápido cumprimento de mão voltaram em suas posições.
- Falando em fotos, você tirou fotos com alguém? – Perguntei a vendo encostar as costas na poltrona.
- Sim, com várias pessoas. – Ela comentou. – Com todo o elenco do filme, a gente tirou algumas selfies, enquanto você estava dando entrevistas, com todo o elenco de “Aprendizes do Olimpo”, de algumas séries e filmes da Disney, enfim, quase todos. – Ela parou para pensar um pouco. – Falta com a Amanda, acho, e com o Stefan que estava dando entrevistas também.
- É bullying com a gente! – Stefan comentou e eu afirmei com a cabeça, fazendo rir.
– Tiro com os dois depois. – riu.
- Na after-party você tira. – Ela virou o rosto para mim.
- Ainda tem after-party? – Ela perguntou e eu dei de ombros. – Uau! – Foi somente o que ela disse, ao mesmo tempo em que as luzes apagaram, fazendo todo mundo começar gritar, incluindo eu e todo o elenco do filme, consegui ouvir a risada de ao meu lado antes do logo da Máxima aparecer.
- Espero que goste. – Cochichei para e ela virou o rosto, colando os lábios nos meus por alguns segundos.
fixou o olho na tela e ficou assim, do mesmo modo que havia ficado em À Procura do Amanhã, extasiada, surpresa, feliz. Durante duas horas de filme, permaneceu quieta ao meu lado, rindo, prestando atenção, segurando minha mão no apoio do braço quando tinha alguma cena mais empolgante, ou nervosa e um sorriso imenso apareceu em seu rosto em cenas como do Smithsonian, com a Penny e em que Poseidon enfrenta Ares.
Eu já conhecia o filme de cor e salteado, então foquei em ver a reação de e, naquele momento, observando todas as expressões dela, vendo sua mão esquerda apoiada em cima da minha o tempo inteiro, suas reações com o filme, algumas lágrimas solitárias que caíam de seus olhos, eu tive a certeza de tudo que estava acontecendo. Eu tive certeza do meu futuro.
Em um momento do filme, ela notou que eu a observava e virou o rosto para mim, com aquele sorriso discreto que ela levava em seu rosto e eu apertei minha mão na dela, entrelaçando nossos dedos e ela fechou os olhos por um tempo, suspirando.
- Eu te amo! – Vi seus lábios se movimentarem e ela voltou sua atenção para o filme, deitando o rosto em meu ombro, mantendo os olhos na tela.
Assim que o primeiro crédito do filme começou a passar, as pessoas começaram a ficar de pé, a aplaudir efusivamente e também a gritarem. fez o mesmo, ficando de pé e aplaudindo fortemente, enquanto passava os dedos delicadamente no rosto.
Eu fiquei parado por um tempo, meio perdido ainda no que estava acontecendo. Cara, eu gostava daquele filme. Levantei junto dos outros atores e, involuntariamente, passei meu braço pela cintura de que se virou e me abraçou, passando os braços pelos meus ombros.
- Estou orgulhosa de você! – Ela sussurrou em meu ouvido, me fazendo rir. – Você tem mais um sucesso nas mãos. – Ela segurou meu rosto e eu toquei meus lábios nos dela rapidamente.
- Obrigado! – Falei, começando a ser cumprimentado pelos outros amigos de elenco, que também tinham aquele sorriso bobo e orgulhoso no rosto. Era muito bom fazer um filme que a gente gostava do resultado final.
- Aqui! – falou esticando meu celular para mim, saindo do banheiro, enquanto eu conversava com Gary Falcon, Malcon Adams e Stefan Taylor na after-party do filme, com duas taças de vinho nas mãos.
- Não consigo acreditar. – Sussurrei para ela que soltou uma risada baixa. – Vinho? – Estendi a taça cheia para ela que pegou, agradecendo com a cabeça.
- Podemos tirar uma foto? – Stefan perguntou. – Estou me sentindo excluído aqui. – Ele brincou e eu destravei a câmera do meu celular, estendendo o celular para cima, vendo pela câmera minha namorada e meus amigos começarem a encaixar suas cabeças pelo espaço e apertei o botão, provavelmente saindo rindo. – Obrigado! – Stefan agradeceu, parando de fazer graça.
- Então, , o que achou do filme? – Falcone perguntou, virando o rosto para minha namorada.
- Eu gosto de você, Gary, mas adorei você preso em um prédio caindo aos pedaços. – Ela falou com um sorriso no rosto.
- Obrigado! – Ele falou, comprimindo os lábios, em uma careta.
- Mas, é sério agora, é o melhor filme da Máxima. – Ela falou, tomando mais um gole de vinho branco. – A história é real, atual, se não fosse pelos deuses, seria um assunto para políticos
- Dá licença, ! – Amanda apareceu junto de Julie, Vanessa e Connie. – Vamos roubar sua garota por um tempo. – Amanda puxou pela mão e foi só o tempo da minha namorada me entregar sua taça de vinho e sumir com as meninas pelo lado direito do salão, onde uma música dançante tocava, mas não exageradamente alta, e bebidas eram servidas.
- Estou feliz por ti, cara! – Malcon falou. – Ela é ótima. – Ele deu alguns tapinhas em minhas costas.
- Ela é! – Falei, soltando uma risada em seguida. – Sabe... - Comecei. – Eu tive um insight no meio do filme, enquanto ela assistia, focada, rindo, se empolgando, emocionada e tal. – Suspirei. – Eu estou pronto. – Falei me sentindo o cara mais bobo do mundo.
- O que está dizendo, ? – Stefan perguntou, chegando mais perto ao meu lado.
- Eu vou me casar com ela. – Falei com o meu tom de voz normal, vendo as três pessoas ao meu redor começar a demonstrar suas alegrias de diversos tipos, pulando, rindo, mexendo as mãos, até Malcon que jogou a taça no chão da empolgação.
- Está vivo! – Gary gritou, chamando atenção de alguns mais pertos e eu ri.
- Isso é demais, cara! – Malcon me cumprimentou. – Meus parabéns!
- Me diz, é demais essa sensação, não é?! – Gary deu alguns tapinhas em minhas costas.
- É boa... É libertadora. – Abri um largo sorriso.
- Parabéns, cara! – Stefan falou. – Vamos para próxima rodada que agora temos mais um motivo para comemorar. – Ele se virou, procurando o próximo garçom.
- Eu não sei. – Ouvi falar quando eu cheguei perto dela e das meninas. – Eu estou confortável agora, mas eu sempre disse que meu sonho era trabalhar em revista. – Me coloquei ao seu lado, sentindo-a passar o braço direito pelas minhas costas.
- Mas você está feliz? – Connie perguntou, ela era a única mulher que ainda estava na festa.
- Claro! É ótimo trabalhar com Melina, mas é um trabalho corrido e eu tenho o conforto de resolver quase tudo do escritório, mas a vida do jornalista é assim. – Ela deu de ombros. – Mas queria ter experiência em mais lugares, também.
- Quem sabe o que o futuro te espera?! – Connie brincou.
- Acho que o futuro espera que possamos dormir. – Falei, vendo as duas rirem.
- Acho que é uma ótima ideia. – falou com a boca próxima de meu ouvido.
- Eu também quero, mas cadê meu marido? – Connie falou, dando uma olhada em volta. – Ah, ali está ele! – Ela acenou para o marido. – Boa noite, gente!
- Boa noite, Connie. Foi um prazer te conhecer. – acenou para ela e eu fiz o mesmo.
- Vamos para casa? – Perguntei para ela.
- Por favor! – Ela falou, levando a mão à boca para bocejar. – Acho que aguentei até demais, para quem está em pé desde cedo. – Soltei uma risada fraca, deixando minha taça em uma das mesas que estavam por perto.
Entrelacei meus dedos aos dela e seguimos para fora do teatro El Captain, localizado na Hollywood Boulevard. Assim que saímos, alguns paparazzis ainda esperavam pacientemente por algumas fotos, e eles conseguiram algumas nossa, mas como nosso carro estava perto, logo entramos e eu segui em direção a minha casa.
Jordan estava a postos quando coloquei o carro dentro da garagem, eu acenei com a cabeça para ele e saí do carro, com ao meu lado. Entramos em casa pela porta da varanda e assim que ela passou pela mesma, eu já fechei a porta e puxei a cortina, acendendo a luz da sala, vendo-a se sentar no sofá, levantar a barra do vestido até o joelho e tirar os seus sapatos pratas e mexer os pés um pouco.
- Você não tem ideia do quão relaxante é isso. – Ela comentou e eu ri, sentando ao seu lado e me livrando dos meus sapatos bem engraxados.
- Acredite, eu sei! – Brinquei, puxando as meias para fora dos pés e jogando dentro dos sapatos e me levantando novamente, me livrando do meu paletó.
- Você estava incrível essa noite! – falou, se colocando em pé, deixando a barra do seu vestido deslizar pelo tapete.
- Você também! – Me aproximei dela. – Que bela surpresa. – A vi sorrir, franzindo as bochechas. – Maravilhosa. – Ela riu, levantando a mão até os botões do meu colete.
- Você está babando muito, já! – Ela falou, deslizando as mãos pelos cinco botões, abrindo um de cada vez.
- Esse vestido é demais, você está perfeita, . – Passei minha mão pelo seu rosto, acariciando levemente. – Mas eu estava mais interessado no o que estava embaixo dele.
- Você sabe o que está embaixo dele. – Ela ergueu os braços pelos meus ombros, deixando meu colete cair no chão.
- É diferente! – Falei com o rosto próximo do seu. - Só de olhar para você, eu já estava excitado.
- Fácil assim? – Ela provocou, erguendo as mãos para minha gravata, afrouxando-a e passando por cima da minha cabeça.
- E ainda provoca! – Brinquei.
- Pelo visto gostou da ideia do cabelo arrumado. – Ela comentou, com a voz baixa.
- Minha garota sabe o que é melhor para mim. – Cochichei, vendo minha pele começar a ficar a mostra pelos botões da blusa que ela abria, um a um.
- Ela sabe mesmo. – mordeu o lábio inferior, me fazendo rir, enquanto a camisa caía para trás também, deixando que eu sentisse as mãos geladas de em meus ombros.
Aproveitei suas mãos e puxei seu corpo mais perto do meu, tocando minhas mãos em sua cintura, onde os detalhes do vestido pinicavam minha mão de leve. Toquei meus lábios nos dela, sentindo certa urgência tanto nos meus quanto nos dela. Suas mãos passeavam pelos meus ombros e meu pescoço, deixando marcas com a sua unha em minha pele.
Passei minhas mãos pelas suas costas, desesperado pelo zíper daquele vestido, sem desgrudar os lábios de . Acabei encontrando-o na lateral de seu corpo, quando eu passei a mão e o puxei para baixo com rapidez, me separando dela rapidamente para que ela tirasse o vestido dos ombros e dos braços e deixasse o pano escorregar pelo seu corpo, que estava coberto somente com uma calcinha cor da pele.
Colei meus lábios nos dela novamente, sentindo seus seios colarem em meu corpo e suas mãos na minha cintura, desafivelando o cinto, fazendo com que eu soltasse suspiros com a sua mão me tocando por cima do tecido e logo depois deslizasse o zíper para baixo, fazendo que minha calça caísse pelos meus pés.
Me desviei da mesma e peguei em meu colo, colando seu corpo no meu, e a levei para a sala do lado, colocando-a deitada no sofá e deitei em cima dela, com uma perna ao seu lado e outra entre as suas, sentindo suas mãos subirem pelo meu corpo, fazendo com que eu me arrepiasse e, pelo sorriso que ela deu, ela sabia o efeito que ela tinha sobre mim.
Abri meus olhos, dando de cara com a luz que entrava pela janela e virei o rosto, vendo os cabelos de próximos a meu rosto e sua cabeça em meu peito suspirando levemente. Um braço meu estava para trás e o outro a segurava pelas costas, amparando para que ela não caísse do sofá. Uma perna minha estava dobrada, enquanto uma de estava colocada em cima da minha, com metade do corpo em cima do meu e metade não.
Seus pelos estavam arrepiados, o que denunciavam que ela estava com frio, eu também estava. Passei a mão em seu rosto, acariciando-o levemente e tocando meus lábios em sua bochecha, fazendo-a dar um sorriso desajeitado, mas continuar com os olhos fechados.
Um latido fez com que franzisse a testa e abrisse os olhos devagar. A primeira coisa que ela fez foi rolar os olhos e fechá-los novamente, mas os latidos não paravam e ficavam cada vez mais pertos.
- Eu me esqueci dela. – cochichou, esticando seu corpo sobre o meu.
- Que desnaturada, não? – Brinquei a vendo rir sem graça. – Esqueceu que mandou ela pelo Joshua?
- Eu me esqueci de muita coisa, praticamente. – Ela brincou e encostou seus lábios nos meus rapidamente.
- Quais as chances de ela destruir as roupas? – cochichou e, em seguida, até eu arregalei meus olhos.
- Muitas. – Respondi e, em um movimento rápido, virou o corpo para o lado, caindo no chão e se colocando em pé logo em seguida, a imitei, encontrando Leslie deitada atrás do sofá, próximo às roupas, esperando por alguma coisa.
- Ou não. – respondeu rindo. – Minha cachorra está me vendo pelada. – Ela comentou e eu gargalhei, vendo Leslie se mexer devido ao riso.
- Essa é a sua preocupação? – Perguntei, depositando um beijo em seu pescoço e ela virou de frente para mim.
- Sei lá! – Ela riu fracamente.
- Bom dia. – Cochichei para ela.
- Bom dia. – Ela respondeu mais disposta. – Obrigada por ontem, foi incrível. – Ela sorriu. – E o filme é maravilhoso, , vai ser um grande sucesso. – Abri um sorriso largo. – Não digo isso por ser sua namorada, digo isso de forma crítica. – Ela adiantou. – É o melhor filme da Máxima. – Sorri.
- Obrigado! – Toquei meus lábios em sua testa, rapidamente. – E a première, o que achou? – Ela gargalhou, começando a andar pelo quarto.
- É demais! Uma loucura na verdade, mas muito bom, e o pessoal é bem legal, Malcon é uma figura. – Ela riu, entrando no quarto.
- Está pronta para mais? – Gritei da sala, vendo-a colocar a cabeça para fora do quarto. – Paris, Londres, Pequim?
- O quê? – Ela perguntou boquiaberta.
- Tem mais premières chegando. – Ela arregalou os olhos, gargalhando e voltando ao quarto.
- Ah, meu Deus! – Ouvi a voz dela abafada.
- Pois é, Leslie. Essa é a minha garota! – Olhei para minha cachorra que estava bem acomodada em cima da minha gravata e dei de ombros, seguindo até o quarto.
Capítulo 11
(Lá no fundo eu sei que não mereço outra chance para fazer direito, mas eu tentarei nunca te decepcionar, eu tentarei fazer direito. Eu sempre fui imprudente a minha vida toda, mas eu vou tentar por você. - Simple Plan, Try)
- Você está diferente, sabia? – Derek se aproximou de mim, enquanto eu olhava o aniversário de quatro anos de Liana acontecer em minha frente.
- Por que você diz isso? – Virei para ele, pegando o copo com refrigerante que ele me oferecia.
- Você parece mais feliz. – Ele virou o corpo, ficando em minha frente. – Mais completa.
- Acho que agora eu me sinto mais livre. – Sorri para ele. – Acompanhar o nesses eventos, ter ele perto de mim, saindo comigo... Por mais que eu nunca tivesse falado, eu ficava meio na defensiva quando a gente saía, eu cuido da assessoria dele, pelo amor de Deus. Todas as fotos que saem dele passa por mim, a gente começa a notar um padrão. – Suspirei.
- Mas ele está quebrando todos os padrões contigo. – Derek falou, bebendo um pouco do seu refrigerante. – Não se esqueça que eu trabalho contigo. – Ri fracamente.
- Você é meu grande amigo aqui em Boston, Derek! – Ele sorriu, acenando com a cabeça. – O que eu faria sem você?
- Para começar, você não estaria namorando um dos caras mais gatos do mundo. – Gargalhei, jogando a cabeça para trás. – Qual o próximo evento?
- Convenção de Quadrinhos! – Falei animada.
- Esse ano vai ser difícil. – Afirmei com a cabeça.
- Ah, nem fala, elenco inteiro vai estar lá. E eu só conheço a Julie, Connie, Renan e Jackson. – Suspirei. – Mas eu vou andar pela feira. Já falei para Melina que eu vou aproveitar o máximo que eu puder. – Ele riu, virando o corpo, passando um braço pelos meus ombros.
- Vai ficar todos os dias? – Neguei com a cabeça.
- Não, eu vou no dia do painel dos Deuses do Olimpo e, enquanto eles estão dando autógrafos, fazendo aquelas apresentações todas, eu vou andar por lá. – Derek riu.
- Bem você mesmo, ! – Dei de ombros, encostando minha cabeça em seu ombro.
- E Liana, como está indo?
- Difícil, é claro. Mas estamos indo muito bem. – Suspirei, olhando a menina com vestido rosa correndo pelo quintal, com Rupert e alguns parentes deles que eu não conhecia.
- Nunca vai ser fácil. – Falei. – Mas vocês já passaram por várias coisas, isso não é nada. – Ele riu, afirmando com a cabeça.
- Você está muito certa. – Sorri.
- Mas eu estou aqui, para qualquer coisa, qualquer dia. – Sorri para ele, sentindo o celular vibrar dentro da calça e o puxei.
- Menos quando seu namorado está te roubando de mim.
- Ele não faz por mal. – Atendi ao telefone. – Me ligou para dizer que já deixou sua barba crescer novamente? – Ouvi uma risada baixa.
- Não exatamente. – Ele respondeu.
- Já fiquei decepcionada. – Foi minha vez de rir e vi Derek fazer um movimento para trás e acenei com a cabeça. - Qual o motivo da ligação? – Perguntei, caminhando para o coberto do quintal.
- Que horas é o seu voo no sábado? – Soltei uma risada fraca.
- Tem alguns dias ainda, . Já está sentindo minha falta? – Perguntei presunçosa.
- Sempre! – Sorri.
- Mas dessa vez não faz tanto tempo.
- Quase um mês, na verdade. – suspirou.
- Você que entrou em gravações, amor. E por mais que veio me visitar no começo do mês, ainda sim faz muito tempo. – Ele riu.
- E quando eu te vejo? – Suspirei, colocando meu pensamento para funcionar.
- Sábado, por volta das três da tarde. – Respondi. – E, antes que você fale algo, eu até tentei pegar o voo na sexta feira à noite, mas estava um pouco lotado. – Ele riu do outro lado da linha.
- Vamos ficar bastante tempo juntos, amor. Não se preocupe. – Mordi meu lábio inferior.
- Espero mesmo. – Sorri. – Ah, e no hotel, tá? Te encontro lá, pode ser?
- Sim, lá é melhor, todo mundo vai estar no hotel, vai ser um ponto de encontro.
- Então, te vejo no sábado, meu amor. – Respondi, estalando um beijo. – Eles já vão cortar o bolo.
- Está na festa da Liana?
- Você acha que eu perco uma festa? Ainda mais festa infantil. – Ele gargalhou. – Não é como as do Brasil que eu me mato de comer brigadeiro, mas pelo menos tem cupcake. Meus cupcakes e balas de goma. – Ele riu.
- Vai lá, então, a gente se fala quando você chegar em casa. – Ele afirmou com um barulho com a boca. – Te amo.
- Combinado, então. – Sorri ao ouvir. – Eu também te amo.
Esse últimos meses haviam sido uma loucura, eu havia dividido minha vida de assessora de e de sua namorada, como diria Melina. Eu havia ido para Paris com ele, para a première de Poseidon 2, lá acabamos encontrando Julie e Jackson. E por mais que a visita tenha sido rápida, conseguimos passar um tempo só nos dois na cidade do amor, conhecendo alguns pontos turísticos como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, a Catedral de Notre Dame e a Basílica de Sacré-Coeur, mas a maior parte do tempo foi namorando.
Depois fomos de Euro Trem para Londres, onde eu dormi boa parte da viagem, afinal, não dava para ver nada com a rapidez que ele andava, e quando entrou no Canal da Mancha, ficou mais difícil ainda ver alguma coisa. Em Londres, eu surtei bastante, a cidade era maravilhosa e eu só conseguia fazer turismo por lá, tirava fotos em qualquer lugar que eu passava e aproveitei bastante. Arrastava para todos os lados, principalmente na beirada do rio Tâmisa, até chegar na London Eye, Big Ben, Abadia de Westminster e, um pouco mais longe, o Palácio de Buckingham. Confesso que voltei para casa com os pés moídos de tanto andar, além de usar salto nas premières no fim do dia, o que só piorou as bolhas nos pés.
Não pude ir para Pequim, o que foi uma pena, mas me disse que tinha sido realmente estranho ver o filme em japonês, se eu já me confundia com o inglês de vez em quando, imagina japonês.
Logo depois teve uma premiação infantil que eu também não consegui ir com ele. Mas depois teve duas exibições de “Poseidon” em Nova York e eu consegui comparecer. Uma delas, no Hotel James, tanto que até minha irmã foi comigo, já que ela estava aqui nos Estados Unidos. A première foi o momento em que minha irmã conheceu o irmão dele, foi algo bem legal. Aproveitei para assistir o Good Morning America que compareceu e a gravação do Falcon At Night no dia seguinte, o qual eu e minha irmã rimos até falar chega, era realmente engraçado ver em entrevistas, ele era ansioso e atacado ao mesmo tempo.
Aí as gravações de “Os Deuses do Olimpo” começaram e tudo foi para os ares. Ele viajou para Coréia do Sul, Inglaterra, voltou para Los Angeles para um evento de caridade, teve algumas reuniões de trabalho, depois voltou para Londres para mais gravações de “Os Deuses do Olimpo”, teve um evento na cidade, aí ele conseguiu um tempo de vir para Boston ficar comigo. E desde então, está nas gravações de “Os Deuses do Olimpo” novamente e se escondendo para a Convenção, como é de costume do estúdio.
Já sobre mim, as coisas têm sido um pouco mais fáceis, bem, no quesito prático. Estou trabalhando, tenho saído bastante com Rupert e Derek, ajudando os meninos a cuidar de Liana, encontrando a família de para almoçar quase todo domingo, o que é ótimo. Mas algo que não está me deixando dormir bem é esse negócio de eu trabalhar para o e namorar ele, minha ética jornalística não existia mais. E posso dizer com convicção que eu estou fazendo alguma coisa errada, porque eu tive que fazer essa matéria duas vezes na faculdade.
Eu tinha começado a pensar em desistir do trabalho com Melina, sair, mas eu não sabia o dia de amanhã, e se um dia eu e terminássemos? Bem, acho que aí eu teria que realmente procurar outro emprego, mas era tão complicado pensar em procurar emprego quando eu tinha um bom, estável e que ainda ganhava bem, mas isso era algo que tinha tirado meu sono. Só que isso não era algo que eu resolveria agora. A Convenção estava chegando e eu precisava estar em San Diego em menos de três dias.
- Aqui! – Derek me entregou um pote fechado, assim que voltamos da hora do almoço no dia seguinte.
- O que é isso? – Perguntei, abrindo o pote.
- Bolo de ontem.
- Nossa! – Falei, fechando o mesmo, suspirando. – Eu ainda estou cheia. – Ele fez uma careta.
- Nem me fala, distribuímos para meus pais, os pais de Rupert, a Liana comeu até falar chega, por ela poder comer e ainda sobrou. E claro, seus cupcakes, mas esse a gente não distribuiu. – Ele suspirou, sentando na cadeira a minha frente.
- Pai há seis meses e já está cansado? –Ele sorriu. – E nem trocar fralda você precisa.
- É um diferente tipo de cansado.
- É um cansado bom! – Ruth apareceu na porta.
- Viu?! Ela me entende. – Derek falou, apontando para a cadeira do lado, o qual Ruth se sentou.
- Um dia ela também vai entender isso, não é, ?! – Ruth perguntou.
- Eu pretendo, mas também pretendo estar em um relacionamento sólido, igual Derek, ok, Ruth?! – Ela riu, confirmando com a cabeça.
- Eu conheci um cara. – Ela começou e Derek imediatamente se virou.
- Calma, Derek, sem surtar. Deixa a menina falar. – Já parei o moreno e ele revirou os olhos.
- Ele trabalha aqui perto, na verdade. O conheci aqui na rua. – Ela deu de ombros. – Vamos ver.
- Ele sabe da sua bebê?
- Sabe sim, na verdade eu o conheci quando estava com ela. – Ela sorriu.
- E o pai? – Derek perguntou.
- Ele não tem que saber de nada. – Sorri, afirmando com a cabeça.
- Ela está certa, enquanto eles não estiverem juntos, nenhum deve nada ao outro. – Falei, abrindo uma gaveta e encontrando alguns garfos e facas que eu deixava lá de reserva. – Quem quer bolo? – Ambos riram, fazendo caretas por causa da festa do dia anterior, mas comemos de bom grado.
Quando eu ficava sozinha de sexta-feira eu tinha uma tradição, pedia comida chinesa e procurava algum filme para assistir na TV e aquela semana não foi diferente. Sentei na frente da TV com a minha caixa de yakissoba e meus rolinhos primavera e fiquei assistindo Meu Malvado Favorito. Bem, eu tentei. Logo no começo, meu celular vibrou, denunciando uma mensagem de , avisando que estavam em San Diego, e que a noite seria chata, pois ficariam passando algumas perguntas das entrevistas para o dia seguinte. Perguntas que, por sinal, eu tinha elaborado e entregue para Melina naquela manhã. Junto da mensagem veio uma foto de cada ator sentado com seu assessor. E eu achava que minha noite seria ruim.
Mandei uma foto para ele, mostrando a caixa da minha janta e ele logo respondeu, mandando uma dele com Melina. “Chatos”, foi o que eu respondi, seguindo de um “Nos vemos amanhã” e afastei o celular, voltando minha atenção para o filme. Não por muito tempo, já que eu comecei a dormir no sofá e precisava arrumar minha mala ainda.
Preparei minha mala como sempre, com algumas trocas de roupa, utensílios de higiene pessoal e um tênis por precaução. As chances de eu ir para Los Angeles após a Convenção eram muitas, mas eu já tinha deixado algumas trocas de roupa na casa de , do mesmo jeito que ele tinha deixado algumas em casa.
Fechei a mala e coloquei-a na mesa da sala, voltando para o quarto, decidindo a roupa que eu viajaria amanhã. Acabei escolhendo uma calça jeans skinny escura, uma camiseta preta lisa e um sapato de salto alto vermelho, que eu havia comprado na minha última ida à Los Angeles, tinha que impressionar meu namorado, não?!
Saí desligando as luzes da casa e tirando o lixo, deixando tudo organizado para somente sair no dia seguinte e encontrar o que é que podia me encontrar de interessante em uma convenção de filmes, séries e quadrinhos em San Diego. Como se eu já não tivesse fuçado tanto sobre aquela convenção para saber.
O avião pousou no Aeroporto Internacional de Lindbergh Field em San Diego e eu logo encontrei o carro que Melina havia mandado para mim, que me levou para o hotel em que e todo o resto do pessoal estavam hospedados.
Pelo caminho, eu pude notar que a cidade ficava atolada, essa era a definição correta. Cosplays andando pela cidade inteira, banners e outdoors distribuídos pela cidade de diversos lançamentos, o que fez com que eu me sentisse feliz. Apesar de todas as ideias, eu estava, finalmente, indo à famosa Convenção de San Diego.
Assim que eu cheguei ao hotel, pude ver uma massa de fãs na frente dele, o que me fez ficar um pouco assustada, tinha bastante gente ali. Com a ajuda do motorista eu consegui entrar no hotel, não antes de mostrar minha identidade e falar em que nome minha reserva estava, claro que eu falei Melina Parks. Pendurei minha mala no ombro e entrei no grande lobby do hotel, seguindo para o balcão.
- Bom dia! – A atendente falou sorrindo.
- Bom dia, eu preciso de uma chave para o quarto de Melina Parks, sou .
- Melina Parks. – Ela repetiu o nome, começando a digitar no computador. – Quarto sozinho ou duplo?
- Duplo! – Respondi.
- Sua identidade, por favor. – Entreguei a ela meu passaporte. – 12º andar, seja bem vinda! – Agradeci com a cabeça e guardei o documento na carteira, joguei a mesma na bolsa e peguei o cartão-chave em sua mão, me virando.
- Oi, ! – Pulei para trás, encontrando Connie e mais alguns rostos conhecidos atrás de mim.
- Oh, meu Deus, Connie. Nunca mais faça isso! – Falei a vendo rir e me abraçar.
- Desculpe, só não queria te perder. – Ri fracamente.
- Oi, ! – Renan acenou do fundo e eu acenei de volta sorrindo.
- Ah, claro! – Cobie bateu na testa desatenta. – Henry Christensen, Ryan Maddox, Renan Jones, que você já conhece e Dante Richard.
- Nossa, que recepção calorosa! – Falei rindo, dando um rápido abraço e beijo em cada um. – Isso é até um pouco desconfortável, na verdade. Eu conheço todos vocês, mas também não conheço.
- Não foi assim quando me conheceu, não. – Renan brincou e eu ri.
- Eu tive que ir atrás de você, Renan. Nem vem. – Ele riu, levantando as mãos, rendido.
- Você é a namorada no , então?! – Dante falou e eu franzi a testa.
- Sou. – Ri fraco. - Cadê ele, afinal? Não o vejo há quase um mês e ele coloca os amigos para me recepcionar? Sem ofensas.
- Se preocupa não, a gente entende. – Ryan comentou. – Estamos do lado de cá, mas a saudade das nossas famílias são as mesmas.
- Sorte sua trabalhar com ele. – Henry completou e eu afirmei com a cabeça.
- Na verdade, estamos atrás dele também, chegamos faz pouco e não sabíamos o quarto dele, estamos começando a unir todo mundo. – Connie falou.
- Bem, 12º andar, quarto 125. – Chacoalhei o cartão-chave na minha mão e eles riram. – Vamos lá! – Fiz um movimento com a cabeça, seguindo para o elevador, com os cinco atrás de mim, que faziam perguntas diversas sobre mim, principalmente Dante.
O elevador apitou, fazendo com que a porta se abrisse e eles saíssem na minha frente, me deixando andando lado a lado com Connie.
- Ah, vocês apareceram! – Theo Johnson falou com Odette Eckhardt e Jackson no corredor, próximo ao elevador. – Então, essa é a garota! – Ele comentou.
- Oi! – Acenei para eles.
- E aí, garota! – Jackson gritou para mim.
- Tudo bem? – Respondi rindo, recebendo um beijo dele em minha bochecha.
- Tudo ótimo, você está muito bonita! – Ele respondeu.
- Obrigada! – Sorri.
- , esses são Theo e Odette. – Jackson falou e eu ri fracamente, cumprimentando cada um deles.
- Blake e Sebastian falaram que tem um trânsito horrível na cidade, mas que já estão chegando. – Henry falou, dando uma olhada no celular.
- Está mesmo! – Falei, franzindo os lábios. – Pensei que não pegaria vocês aqui.
- Falta seu namorado! – Theo falou, batendo na porta do quarto meu e de com os punhos fechados. – , tá atrasado já.
- Tá pior que noiva? – Eles riram. - Me deixa resolver isso, vai. Ainda sou assessora dele.
Peguei a chave em meus dedos e coloquei no compartimento, ouvindo um clique e a puxei de volta para mim, empurrando a porta com a mão. Era um daqueles quartos de duas divisórias, tinha um pequeno hall no começo, com uma mesa e duas poltronas e logo em seguida uma porta dupla, que deveria dar para o quarto.
Empurrei a mesma, ouvindo um pequeno clique e imediatamente deixei a bolsa em meu ombro escorregar para o chão e cair com um baque. Pétalas de lírios estavam espalhadas pelo chão do quarto e em cima dos móveis, o cheiro denunciara qual flor era. O delicioso e forte cheiro de lírio, minha flor favorita. Caminhei pelo quarto, observando o local completamente cheio de pétalas.
Me aproximei da janela, de vidro e analisei o quarto novamente. Em cima de uma das mesas, eu pude observar uma quantidade generosa de bombons de chocolate e uma garrafa enfiada no gelo. E alguns arranjos grandes de lírio enfeitavam o quarto. O que estava acontecendo? Eu estava no lugar certo?
Ouvi um barulho de tranca e olhei para meu lado esquerdo, vendo sair de uma porta que poderia ser do banheiro. Ele estava com uma camiseta de manga comprida cinza, calças azul marinho e um tênis. Abri um sorriso.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei, vendo-o se aproximar de mim com um sorriso no rosto. – Esses caras estavam loucos atrás de você. – Ele estava quieto, meio estranho. As mãos fortemente colocadas no bolso da calça, seus olhos me encarando profundamente e às vezes desviando para a grande janela e de volta para mim.
- Na verdade, eles sabiam onde eu estava. – Foram as primeiras palavras que ele falou e eu franzi a testa.
- É! Você só não abria a porta. – Respondi, e ele riu. – Está tudo bem? – Ergui minha mão, tocando em seu rosto liso.
- Só estou nervoso. – Ele assumiu, suspirando.
- Ansioso? – Ele afirmou com a cabeça.
- É, acho que sim. – Ele sorriu de lado.
- E as flores? É um jeito de me receber? – Virei meu rosto para o quarto, soltando uma risada fraca.
- Mais ou menos. – Virei meu rosto para ele novamente, vendo-o se abaixar e se colocar sob um joelho em minha frente. Arregalei os olhos, começando a tremer.
- Merda! – Falei impulsivamente.
A pergunta do horário que eu chegava, se eu iria para o hotel ou direto para a convenção, o sumiço o dia inteiro, a recepção dos amigos lá embaixo, o fingimento dos amigos aqui em cima, o quarto cheio de pétalas da minha flor favorita, os bombons, a garrafa de champanhe, certeza e a caixinha. Oh meu Deus, a caixinha!
Ele puxou uma caixinha de um tão conhecido azul, com o laço branco em cima, me fazendo puxar o ar fortemente. É o que eu imaginava? Senti minha respiração falhar e lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto.
- . – Ele começou, desfazendo o laço em cima da caixa e deixando as fivelas caírem pelas laterais. – Eu me preparei por muito tempo para fazer isso, mas eu sei que não estou pronto física nem mentalmente para fazer isso, na verdade. – Ele soltou uma risada fraca e passou uma mão em seu rosto, voltando à mão para a tampa da caixa, puxando-a para cima. – O que eu sei é que faz mais de um ano que eu te conheci e, no momento em que eu te vi rir pela primeira vez, eu sabia que você mudaria minha vida, não de cabeça para baixo, mas você iria ajeitá-la. – Ele abriu a caixa, revelando o maior e mais lindo anel de diamante que eu havia visto em toda minha vida. – E com o passar dos dias, eu notei que estava certo, eu finalmente havia conhecido aquela mulher, aquela que seria importante de diferentes maneiras na minha vida. – Eu suspirei, sentindo dificuldade. – Eu sempre sonhei em casar, constituir família, como todos meus amigos, meus pais. Mas, com o passar do tempo, eu nunca pensei que eu ficaria assim, de joelhos, por causa de alguém, achei que esse momento não chegaria, mas ele chegou e é hoje. – Puxei o ar novamente, colocando as mãos na boca. – Eu quero que isso dê certo, porque eu te amo e porque você é a mulher mais extraordinária que eu já conheci na minha vida. Você mudou minha vida. – Ele respirou fundo, pude ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto. – Eu já me decepcionei, já decepcionei outras pessoas, já fiz muitas besteiras também, mas eu mudei. Tudo isso por causa de você. – Mordi meu lábio inferior, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – Então, se você não cansou de me ouvir falar, porque eu sei que você é muito apressada e já deve ter se tocado o motivo disso tudo, eu gostaria de te perguntar algo. – Ele soltou o ar pela boca. – , você quer casar comigo?
Meu corpo estabilizou naquele momento, todas as certezas que eu tinha na minha vida sobre e seu comportamento haviam sumido. Todas as conversas de amigos meus falando sobre meu futuro e de surgiram e aquilo tudo estava ali ajoelhado na minha frente, pedindo para casar comigo, para dividir sua vida comigo. E, mesmo sem nunca ter levado as opiniões a sério, eu só tinha uma resposta a dar.
- Sim! – Falei com minha voz falha, sentindo meu corpo fraquejar e eu jogar meus dois joelhos no chão, passando meus braços pelos seus ombros, trazendo-o para perto de mim. – Sim, sim, sim! – Falei repetidas vezes. – Eu quero me casar contigo. – Repeti, apertando meus lábios contra os dele fortemente, sentindo suas mãos tocarem meu pescoço e ouvi um bater de palmas ao fundo. – Sim! – Falei novamente, olhando em seus olhos e ele se levantou estendendo as mãos para que eu me levantasse e sorri, sentindo meu nariz trancado e minhas mãos geladas.
tirou o anel da caixa azul, deixando-a caixa cair na poltrona mais próxima. Segurou minha mão esquerda, que ainda tremia um pouco, e deslizou o anel pelo meu dedo, me fazendo suspirar, ao ver aquilo em meu dedo.
- Ainda bem que fiz as unhas. – Falei sem pensar, fazendo-o rir e ele me abraçou pela cintura, me girando no ar. – Eu não suspeitei de nada. – Falei, quando ele me colocou no chão novamente.
- Eu não sei como. – Ele falou. – Todo mundo sabia, todo mundo me ajudou. Da última vez que nos encontramos, eu já tinha o anel, mas não era o momento certo e hoje deu vontade. – Ri fraco, balançando a cabeça.
- Foi perfeito. – Sorri, rindo logo em seguida.
- Foi sim! – Ouvi uma voz vinda da porta, e, encontrei a entrada do quarto pilhada de gente, o elenco de “Os Deuses do Olimpo” e agora Melina estava lá, na frente de todo mundo.
Estiquei minha mão esquerda para Melina, achando estranho aquela pedra gigante em meu dedo e ela ficou histérica, dando saltos em minha direção e me abraçando fortemente, dando liberdade para o resto de o pessoal entrar no quarto.
- Parabéns! – Melina falou em meu ouvido, com a respiração meio trancada também. – Quando eu disse para vocês se conhecerem melhor naquele jantar, eu juro que não esperava que vocês se conhecessem tanto assim. – Eu e rimos e ela se separou, dando espaço para Connie e Jackson me abraçarem em grupo.
- Parabéns! – Renan me abraçou fortemente, me girando no ar.
- Eu estou meio emocionado. – Dante comentou, com o nariz vermelho também e me abraçou.
- Vamos comemorar! – Henry pegou o champanhe no balde, começando a abri-lo. – É para isso que serve, não?! – Ele apontou para .
- Com certeza! – respondeu e eu ri.
- Meu Deus, eu estou noiva! – Falei, me jogando em uma das poltronas no quarto. – Preciso contar para minha mãe. – Dei um pulo.
- Calma! Relaxa! – Melina falou, rindo. – Tem fotos e vídeos aqui para mostrar para quem vocês quiserem. – Me levantei, pegando a taça que estendia para mim.
- Aos noivos! – Odette gritou e eu encostei minha taça na de em um tilintar e depois na das pessoas que estavam por perto e bebi um gole, recebendo um beijo de em meus lábios em seguida.
- Para nós. – Sussurrei para , encostando minha cabeça em seu ombro, ainda tentando normalizar a respiração.
- Gente, eu sei que a festa está boa e tem uma alegria incrível reinando no ar, mas está na hora de ir. – Melina falou, colocando a taça em cima da mesa.
- Verdade! Tem um motivo para estarmos aqui! – Dante brincou, se levantando.
- Nos encontramos em quinze minutos, lá no subsolo. – Theo falou, deixando a taça na mesa e saindo do quarto.
- Até mais, pessoal! – Alguém falou, e eles foram saindo do quarto.
- Mande as fotos, por favor! – Gritei antes de Melina fechar a porta. - Eu ainda estou um pouco extasiada. – Falei me aproximando da cama e sentando ao lado de .
- Eu ainda não sei de onde eu tirei essa coragem. – Ele revelou, passando o braço pelas minhas costas, me abraçando.
- Pensei que nunca te veria perguntando isso, ! – Melina falou, passando a mão no rosto.
- Nem eu! – Ele falou rindo, dando um beijo em minha testa.
- Minha irmã tinha falado isso para mim no Natal, que aconteceria um dia, mas eu nem me toquei. – Ri baixo. – Parece que as coisas foram acontecendo e eu simplesmente deixei rolar. – Suspirei.
- Eu me decidi na première de “Poseidon 2”, quando eu te vi chegando. – Ele falou suspirando. – Aí eu esperei o momento certo para comprar o anel. – Ele riu fraco. – Tive que comprar em Londres. Fui com Henry e Dante comprar, imagina que interessante! Três homens em uma loja de joias. – Ele virou o rosto para mim enquanto eu ria. - Eu te amo! – Abri um sorriso, colando meus lábios nos dele.
- Eu te amo! – Respondi.
- Olha o horário, galera! – Melina cantarolou.
- Oh, claro! – Me levantei. – Eu só vou trocar o sapato e dar uma retocada na maquiagem.
- Já te enviei as fotos e os vídeos, posso dizer que está digna de filmes. – Ela comentou e eu ri, pegando minha mala que ainda estava no meio do caminho e voltei para o quarto, colocando-a em cima da cama. – Para você também, .
- Vou mandar para minha mãe. – falou. – Se ela souber pelos outros antes de mim...
- Nem fala! – Respondi, puxando meus saltos para fora e começando a colocar meias nos pés.
- Enviado! – falou, guardando o celular no bolso e eu calcei meu tênis, amarrando e logo me colocando em pé.
- Vamos, então! – Puxei minha blusa para baixo, ajeitando-a e passei novamente o batom em meus lábios. – Eu faço as coisas pelo caminho. – riu baixo, entrelaçando sua mão na que tinha um anel em meu dedo e seguimos para fora do quarto, com Melina há alguns passos de nós.
Chegamos ao subsolo e entramos no carro que nos foi indicado, vendo todos seguirem o mesmo caminho. Cada pessoa com seu agente e, com isso, notei que eu era a única intrusa na história, só se o pessoal fosse encontrar familiares no local. Apesar de que, com ou sem , esse ano eu havia prometido a mim mesma que iria à Convenção, era um evento e tanto, e eu não iria perdê-lo.
Melina entrou na frente, ao lado do motorista e eu entrei com atrás. Durante o caminho, fui olhando as fotos que Melina e Connie me mandaram, acompanhando em ordem cronológica o que tinha acontecido. É o que Melina havia dito, pelo fato da grande janela do quarto estar aberta, a maioria das fotos haviam pegado somente nossas silhuetas, fazendo parecer muito uma cena de filme romântico.
Escolhi a foto em que estava ajoelhado e eu com o corpo reto e as mãos na boca para colocar no Instagram, matutei um pouco sobre a legenda que eu colocaria, mas minha empolgação não permitia que eu pensasse muito, então eu só escrevi o óbvio “Oh meu Deus, estou noiva!”, seguido de vários corações e emojis com corações nos olhos e enviei também para o Facebook e Twitter.
Fui para o WhatsApp, no grupo da minha família, sim, porque todo mundo tem esse grupo, e postei o vídeo que Melina havia feito do pedido e enviei no grupo, escrevendo logo em seguida “Estou noiva!” em letras garrafais. Copiei as mesmas duas mensagens e enviei para Rodrigo, Derek e Rupert, sentindo uma felicidade enorme em poder dividir isso com eles.
Não deu tempo de bloquear o celular, para as respostas e notificações começarem a chegar de todas as redes sociais. Soltei uma risada fraca, silenciando o aparelho e o colocando de volta no bolso da frente.
- Meu celular não para de vibrar também. – sussurrou em meu ouvido, enquanto passava sua mão na minha.
- A gente joga a bomba e depois foge. – Falei rindo.
- Pois é, não?! – Melina falou, olhando para trás. – Por enquanto o celular de vocês está enlouquecendo, daqui a pouco vai ser o seu. – Ela chiou. – Vocês estão realmente me fazendo trabalhar em dobro.
- Não desconte do meu salário, por favor. – Falei brincando e ela riu.
- Por enquanto, não. – Ela falou virando o rosto para frente novamente.
O carro entrou em uma rua estreita junto dos outros. Pela janela pude ver barras de contenção dos dois lados da rua, com vários fãs gritando para quem é que estivesse chegando.
O carro parou abruptamente e as portas foram destravadas. Melina praticamente pulou do carro e o motorista abriu a porta ao meu lado, o que fez que eu saísse do carro com a sua ajuda e saiu do outro lado, próximo à parede. Dei a volta pelo carro e rapidamente me pegou pela mão, entrelaçando meus dedos nos seus.
Seguimos o fluxo e entramos por uma porta de garagem, todos do elenco estavam lá com algum acompanhante, a maioria eram agentes ou algum organizador com crachá da Convenção.
Quando o elevador parou novamente, eu agradeci muito por estar com as mãos firmes na de porque aquele povo é rápido. Assim que as portas de abriram novamente, seguimos em uma linha reta para uma sala privativa escrito “Imprensa”. O pessoal do elenco começou a se jogar pelos sofás e os agentes ficaram próximos a eles. Eu me acomodei no braço da poltrona de , sentindo sua mão acariciar minhas costas levemente.
Sam Karson apareceu pela porta logo em seguida e cumprimentou o pessoal rapidamente, com rápidos acenos de cabeça e se colocou próximo aos assessores da Máxima, eles eram quatro, no total.
- Bem, vocês todos já estão acostumados com o que vai acontecer aqui. – Ele falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – As coisas acontecerão assim esse ano: teremos uma hora de entrevistas, o pessoal vai entregar o itinerário para vocês. Depois disso, vocês irão para a apresentação do elenco, sessão de autógrafos e aí teremos o painel. Combinado? – Ele fez positivo para o pessoal que concordou com a cabeça ou com a boca, enquanto os assessores da Máxima entregavam folhas de papel para cada um dos atores do elenco. – Ah, e mais uma coisa. – A atenção voltou para Sam. – Vamos dar uma calorosa salva de palmas para que finalmente ficou noivo! – Arregalei os olhos, fechando-os logo em seguida, sentindo meu rosto queimar e ouvi as palmas e gritos espalharem pelo quarto. – Parabéns, cara! – Sam cumprimentou e depois depositou um beijo em minha bochecha. – Vamos trabalhar! – Ele bateu as mãos e saiu da sala logo em seguida.
- Se o Sam já sabe, então, já está na internet. – Melina comentou, tirando a folha das mãos de . – Mas, as primeiras coisas antes. – Ela suspirou. – Primeiro você tem uma entrevista para o Entretenimento Hoje, com aquela jornalista Roxy que eu não sou muito fã, que se já souberem de algo, vai te perguntar sobre sua vida pessoal, porque é só isso que ela sabe fazer. – Melina sussurrou a última parte e eu ri fraco. - Lá você vai encontrar o Dante e o Ryan. Depois tem uma para o Ingresso Hoje com o Henry, depois você segue para uma da Mundo Cinema com Henry e Sebastian Judson, depois uma da Convenção com o Ryan e, para finalizar, uma gigantesca da Entretenimento.com, também com o Ryan. – Melina pegou uma caneta em seu bolso. – Depois disso, vamos dar um pulo em uma entrevista para o Los Angeles Times, que querem falar sobre À Procura do Amanhã. – afirmou com a cabeça. – Tem que dar tempo.
- Ok, sem problemas. – se levantou. – Estou empolgado hoje. – Ele sorriu para mim, dando uma piscadela com um olho.
- Vamos, então! – Milena falou, revirando os olhos e começando a andar para fora da sala.
- Eu acho que o marido dela não tem sentimentos, é a única explicação. – Cochichei para .
- É muita tensão sexual. – cochichou de volta e Milena virou o rosto, nos fuzilando com o olhar.
Eu acompanhei todas as entrevistas, desde as mais divertidas, até as longas e maçantes. Confesso que essa parte era meio chata. Todas as entrevistas abordavam praticamente o mesmo tema, então você acabava ouvindo a mesma resposta várias vezes. O divertido era que você acaba esbarrando nos outros atores pelo meio do caminho.
A entrevista com a Entretenimento.com foi a primeira entrevista séria da noite. Encontramos Sebastian Judson, o vilão do filme, o que já fez a entrevista subir de nível um pouco. As perguntas foram variadas, começou com o que eles estavam achando da Convenção, sobre ser o segundo filme deles em grupo, etc. Pelo fato de Sebastian ser o novo membro do grupo, as perguntas focaram nele, sendo elas sobre como ele achava que seu papel afetava os outros personagens do filme. A primeira coisa que falou foi sobre como Sebastian era um vilão incrível, começando a descontrair um pouco a entrevista.
Depois a entrevista virou para Henry, perguntando um pouco sobre o filme solo do seu personagem, “Dionísio 2: A Revolta”, como seria a elaboração do próximo filme, pelo o que o personagem passou e mais o que aconteceria. Em seguida as perguntas foram para , sobre “A Maldição dos Mares”.
Na entrevista da Convenção encontramos Ryan nos esperando e logo sentou ao seu lado, tentando responder as perguntas que eles, obviamente não podiam responder, já que eles não podiam dizer nada sobre o filme. Bem, nada revelador sobre o filme.
Caminhamos até a entrevista da Mundo Cinema rindo de algumas piadas excêntricas que Ryan contava. Eu tinha que assumir que já estava com os pés doendo desse anda para lá, anda para cá, ficar em pé durante as entrevistas e tudo mais. Pelo menos no estúdio montado para a Mundo Cinema, tinha alguns lugares para sentarmos.
Não prestei muito atenção no começo, aproveitei que eu sentei por um tempo e peguei meu celular, olhando as notificações do WhatsApp, para todas as pessoas que eu havia enviado a mensagem, tinha uma longa surtada após minha postagem, falando como estavam feliz por nós, que estavam animados para o casamento, e claro, minha mãe, escreveu um texto que me deu a maior felicidade do mundo.
“Filha, eu gostaria de dizer isso pessoalmente, mas como não é possível no momento, farei por aqui. Não há felicidade maior para uma mãe, ver o filho virando independente e você virou independente muito cedo, assim que foi para a faculdade, nem parecia que a mesma menina que só me trazia boletins vermelhos na escola, seria a mesma mulher a fazer uma carreira internacional, passando em um concurso e depois se mantendo sozinha aí há um bom tempo.
Se você disse sim hoje, é porque você se sente feliz, confortável e amada pelo homem que fez o seu pedido e, como mãe, não há felicidade maior no mundo. Eu te desejo toda felicidade do mundo, desejo te ver linda vestida de branco, dizendo novamente esse sim feliz para o homem que você ama. Felicidades para vocês dois, minha querida. Não vejo a hora de te abraçar. Amor, mamãe”.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e suspirei, fechando os olhos, sentindo uma lágrima escorrer pela minha bochecha e logo a sequei.
- Está tudo bem? – Melina perguntou baixo para mim.
- Sim, só me emocionei. – Passei a mão pelo rosto novamente e voltei minha atenção para a entrevista.
falava da importância de aceitar fazer parte desse grande projeto, que muitas pessoas haviam inspirando-o a aceitar e acabou emendando sobre a importância de dividir a carreira com filmes com grande empresas financiando e filmes independentes.
O assunto saiu dos trilhos rapidamente para falar sobre as poses dos pôsteres, que era algo muito vergonhoso de fazer, já que eles tinham várias pessoas em volta do estúdio vendo-os fazerem aquelas poses. ficou bastante vermelho ao falar sobre isso, uma hora seu olhar encontrou com o meu, mas eu não conseguia parar de dar risada, era algo incomum, era impossível parar de rir.
- Acabei de conseguir minha pose de herói com o elenco de “Os 12 Deuses do Olimpo 2: O Solstício de Inverno”, não se esqueça de comprar seus ingressos pelo site da Fandango. – Ela falou em direção para uma das câmeras.
- Corta! – O câmera falou e Melina se levantou, fazendo com que eu a seguisse em direção para porta.
- Falta só mais um. – Melina comentou comigo, cumprimentando os produtores e saindo da sala.
- Mas essa é mais de boa, não?! – A segui para fora da sala, com vindo logo atrás com Carl.
- Ainda bem! – Melina suspirou.
A entrevista de À Procura do Amanhã foi bem mais fácil. encontrou um dos produtores do filme e eles sentaram lado a lado em uma mesa, com um jornalista do Los Angeles Times em sua frente, com um gravador ligado próximo a eles. Fizeram perguntas sobre o filme, principalmente sobre a expectativa deles com o lançamento do filme nos Estados Unidos.
foi mais profissional, afinal, a situação era totalmente diferente de outras entrevistas do dia. Ele disse sobre a recepção do filme na Coreia do Sul e das boas críticas que haviam recebido pelos jornalistas asiáticos.
O produtor, que eu ainda não havia identificado, concordou com , dando respostas mais técnicas sobre o status do filme nos país em que já havia sido lançado. A entrevista terminou com algumas fotos dos dois próximos a um cartaz do filme e autografando alguns cartazes que seriam sorteados pelo veículo.
- Pronto para a parte complicada? – Melina perguntou para , voltando para a sala de imprensa reservada para a Máxima.
Fiquei jogada na poltrona da sala de imprensa por alguns minutos. Meus pés doíam, eu agradecia muito por ter deixando os saltos no hotel e optado por meu tênis. O elenco do filme conversava em uma roda na minha frente e os agentes à minha lateral. Eu estava sozinha com meus pensamentos. Bem, mais ou menos.
Dei uma olhada rápida em meu Instagram e foquei em olhar as notificações da foto que eu havia postado e algo me chamou atenção. Pelo menos entre os comentários que eu conseguia ver, não tinha nenhum ruim. Ninguém me xingando, ninguém falando que eu não o merecia, nem nada. Só existiam pessoas mandando emojis de corações, dando felicidades a nós dois e a maioria brincando a mesma coisa que várias pessoas falaram “Ainda bem”, “Finalmente” e coisas do tipo.
Como sempre, um comentário chamou minha atenção, ele estava escrito em português, o que me fez saber que existem todos os tipos de fãs. Os que aceitam a felicidade do ídolo não importa o que ou com quem, e os que só veem a felicidade do ídolo se ele estiver solteiro ou com elas.
Essa menina escreveu um longo texto, me fazendo pensar um pouco sobre como a minha felicidade afetava várias pessoas, mas que a única que importava mesmo era a minha e de . Ela nos parabenizava pelo noivado, que estava muito feliz por nós e nos pedia muito para não ligar para o que os haters diziam. Pois, ela acompanhava desde que ele apareceu em seu primeiro filme há 15 anos, e viu as transições de personalidade dele ao longo dos anos. Mas que, o momento em que ela mais o viu feliz, foi nos momentos que ela o viu comigo e principalmente nas últimas premières de filmes que eu havia acompanhado-o. Não existia maior interação que ela pudesse ver a não ser em nós dois. E para finalizar desejava felicidades ao casal.
Sorri com esse comentário e printei o mesmo, com certeza guardaria isso na minha caixinha de recordações boas. Não parava de chegar notificações e curtidas na foto. Olhei as fotos que eu havia sido marcada e duas marcações me chamaram atenção. Uma delas era de uma publicação da minha irmã, que havia colocado uma foto de me girando no ar com a legenda “Minha irmã está noiva”, com vários emojis e letras misturadas como se ainda não acreditasse no que estava acontecendo. E outro foi de Seth, irmão de , o qual ele havia postado o vídeo do pedido de casamento, o momento em que ele faz a pergunta e eu caio em frente dele, abraçando-o e a legenda fez com que eu derrubasse uma lágrima em cima da tela do meu celular, “Meu irmão finalmente encontrou a pessoa que ele quer passar a vida junto, eu disse que esse dia chegaria irmão. Bem vinda à família, ”. Parece que eu estava um pouco mais emotiva do que o normal.
- Vamos, então?! – Um dos organizadores da Máxima entrou na sala, com uma prancheta em mãos e o microfone preso no ouvido.
- Vamos! – Alguém falou, fazendo com que o pessoal começasse a se movimentar.
- ! – Chamei-o, fazendo se virar para mim.
- Pensei que tinha te perdido. – Ele falou e eu ri franzindo a testa.
- Essa sessão de autógrafos demora o quê? Uns 30, 40 minutos? – Perguntei para ele, movimentando as mãos.
- Mais ou menos isso, por quê? – Ele perguntou, tirando uma mecha do meu cabelo do rosto.
- Eu vou aproveitar e dar uma volta pela feira. – Falei, dando de ombros. – Não posso vir à Convenção e não conhecer nada da feira.
- Você promete tomar cuidado? – Ele perguntou e eu franzi a testa.
- Com que eu deveria ter medo, ? – Perguntei, apoiando minhas mãos em seus ombros.
- Sei lá, você está na maior feira de quadrinhos do mundo e é minha namorada e...
- Ah, mas que metido! – Cortei-o, vendo-o dar risada. - Relaxa, eu encontro a Melina no painel e nos vemos depois da apresentação, pode ser? – Perguntei, após dar um pequeno beijo em sua bochecha. – Pode ser, Melina? – Virei para a loira que olhava o celular.
- Pode ser. Me procura lá na área VIP, mas antes de começar, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. – Soltei uma risada fraca. – Vejo vocês daqui a pouco. – Acenei com a mão para , vendo a maioria dos seus amigos de elenco fazer a mesma coisa.
Uau! Essa foi minha primeira reação ao sair dos bastidores e cair no centro da feira. Não era à toa que era a maior feira de quadrinhos do mundo. A Convenção era gigante, e eu não estou brincando. Não tem nem como eu quantificar o tamanho daquele negócio para explicar e o que dava a impressão dele ser maior era a quantidade de pessoas que estavam lá dentro.
Tinha de tudo, estandes dos mais diversos tipos, desenhos animados, séries, filmes, brinquedos, figuras de ação e até os clássicos antigos. Tinha espaço para tudo naquele lugar. Eu não parei em nenhum estande especial, eu olhava tudo de longe, para não perder tempo.
Mas o que mais me chamou atenção e que era um espetáculo a parte foram os cosplays. Era demais. Eu encontrei algumas pessoas vestidas dos meus personagens favoritos da infância como os Power Rangers, As Meninas Superpoderosas e também de diversos filmes conhecidos, desde Os Caça-Fantasmas, até a equipe inteira de Alice no País das Maravilhas.
Teve uma pessoa, um casal, na verdade, que me puxou para conversar. As únicas pessoas que realmente me conheciam. Eu andava entre dois estandes quando senti um cutucão no ombro. Olhei para trás dando de cara com um dos cosplays mais perfeitos de Poseidon e uma mulher também cosplay, mas da Afrodite, ambos estavam bem parecidos.
- Ei, é você! – Ele falou. – Namorada do !
- Ei! – Falei surpresa, rindo fraco. – Vocês estão muito parecidos! – Soltei uma risada baixa.
- Obrigada! – A mulher falou e eu sorri. – Por favor, negue se eu não puder falar isso, mas vocês ficaram noivos recentemente, não? Acabei de ver a foto.
- Foi hoje, na verdade! – Estiquei minha mão esquerda. – Pouco antes de vir para cá.
- Oh, meu Deus, é lindo demais! – Ela se empolgou, segurando minha mão delicadamente. – Viu, amor, é assim que você agrada uma mulher. – Ri fraco.
- Ele poderia ter pedido com um pedaço de bambu que eu diria sim. – Abri um sorriso, olhando a pedra brilhar em meu dedo.
- Muitas felicidades para vocês. Sério! – O homem falou e eu afirmei com a cabeça. - Podemos tirar uma foto contigo?
- Claro! – Afirmei. – Quero uma com vocês também.
O homem, Poseidon, tirou o celular de um dos bolsos do uniforme e nós três nos juntamos, ele esticou o celular e tirou a foto. Logo depois eu estendi meu celular para ele que fez o mesmo.
- Você está perdida por aí? – Neguei com a cabeça.
- Não, na verdade estou fugindo um pouco do movimento lá dentro para conhecer a convenção em si. – Dei de ombros. – Ficar só nos bastidores é um pouco chato.
- Primeira vez? – O homem perguntou.
- Sim! – Sorri alegre.
- Vai estar no painel? – Afirmei com a cabeça novamente.
- Não poderia perder a chance de ver meu noivo ficar com vergonha por nada. – Ambos riram e eu olhei rapidamente meu relógio. – Opa, é melhor eu voltar já.
- Foi um prazer te conhecer. – A mulher falou e eu afirmei com a cabeça.
- O prazer foi meu, obrigada pelo carinho. – Sorri, acenando para eles e virei de costas.
- Ela é bem simpática. – Ouvi dizer e abri um sorriso tímido.
Fiz o caminho de volta um tanto quanto perdida, devo admitir. Mas consegui voltar para o estande da Máxima, olhei de longe o que eles mostravam ali, várias action figures, milhares de pôsteres pendurados para todos os lados e alguns manequins imitando algumas cenas dos filmes e, claro, várias motocicletas por todos os lados.
Cheguei quando o elenco estava se despedindo e sumia novamente atrás da parede que girava. Ver o elenco junto, aquela distância, dava uma sensação de fã novamente, todos se divertindo e brincando. Eles eram amigos de verdade do e eu havia criado certo afeto por todos eles, especialmente por Connie e Julie. Eu tinha feito amigos.
Mostrei meu crachá para o segurança antes de voltar para os bastidores novamente, esbarrando em algumas pessoas ali atrás, Sam, Theo, Renen, todos seguindo apressados para a mesma direção.
- Achei! – Melina apareceu na minha frente, me assustando e eu respirei fundo.
- Por que vocês fazem isso? – Perguntei, soltando uma risada.
- Estava te ligando já. – Puxei o celular do bolso, vendo duas chamadas perdidas dela.
- Não dava para ouvir muita coisa lá de fora. – Guardei o celular novamente no bolso.
- Vamos? O painel já vai começar. – Afirmei com a cabeça.
- Com certeza! É a primeira vez que eu vou ver isso ao vivo. – Ela riu baixo, colando o braço no meu e andando na mesma direção em que o elenco e os produtores haviam ido, e nós só seguíamos.
Quando chegamos lá, todos já se preparavam para a apresentação, estralavam os dedos, o pescoço, respiravam fundo e se colocavam em fila. Passei por e mandei um aceno e uma piscadela de olho que o fez abrir um sorriso.
Eu e Melina nos colocamos lá na frente, na área VIP, que era um espaço na lateral direita do palco, com cadeiras e um bar distribuindo bebidas. Acabei pegando um copo de água, pois eu havia notado que estava com sede. Sentei um pouco em uma das cadeiras para respirar e logo Melina também cansou de ficar em pé e se sentou ao meu lado, suspirando, um pouco impaciente.
- Sabe, Melina. – Suspirei. – Eu estava mesmo precisando de um momento a sós contigo. – Virei o rosto para ela, vendo-a fazer o mesmo.
- O que aconteceu? – Suspirei, fechando os olhos por um tempo, sentindo meus lábios tremer. – ? – Abri os olhos novamente.
- Eu noivei, Melina. – Abri um sorriso de lado. – Pensei que isso fosse demorar a acontecer, mas aconteceu mais rápido do que o imaginado. – Apoiei minha mão em cima das mãos dela.
- Eu sei, . Onde você está querendo chegar? – Abri um sorriso de lado, respirando fundo.
- Faz um tempo que eu tenho pensando na questão de ética desse trabalho meu e do . – Suspirei. – Eu... Ai, isso é difícil. – Me levantei, suspirando. – Isso tem me incomodado há algum tempo e agora que o fez o pedido, eu não posso ficar ‘trabalhando para ele’. – Fiz aspas com as mãos, sentindo o choro subir pela garganta. – Eu vou sair da ACCESS. – Suspirei. – Eu tenho que sair da ACCESS. – As lágrimas finalmente começaram a sair e Melina se levantou, me abraçando fortemente. – Eu fiz ótimos amigos que eu vou levar para o resto da vida, eu aprendi a ser assessora no mundo do entretenimento, eu aprendi tanto... – Minha voz começou a ficar embargada.
- Xi! – Ela falou, acariciando meu cabelo. – Eu sei, eu sei. – Ela falou com a voz embargada também. – E você é a melhor pessoa que eu tenho lá. – Me afastei dela, olhando para seus olhos que estavam vermelhos também. – Tem certeza que você não quer trabalhar em Los Angeles? Ficar perto de mim? – Soltei uma risada fraca, passando a mão no nariz.
- Não, Melina, o passarinho precisa voar. – Falei, sentindo o peito apertar.
- Mas não voe tão longe. – Ela passou as mãos em meu rosto, limpando minhas lágrimas.
- E o Bill não é um chamariz para a equipe de Los Angeles. – Melina riu, me abraçando novamente.
- Não acredito que eu fiz uma grande amiga e agora ela vai se afastar de mim. – Sorri fracamente.
- Não, Melina! Você vai me ver sempre ainda. – Ela riu.
- Mas você não estará na sala do lado para me atrapalhar. – Sorri, nos afastando novamente. – Mas pode ter certeza, você vai ter a melhor carta de recomendação do mundo. – Abri um sorriso largo.
- Obrigada! – Agradeci verdadeiramente e os gritos no salão começaram.
- Depois conversamos melhor sobre isso. – Ela falou, com um sorriso choroso no rosto. Foi quando eu notei que Sam Karson já estava no palco, com o apresentador do painel.
Eu ouvi o nome do diretor, e por alguns segundos parei para pensar onde ele estava, mas aí ouvi a explicação de Sam. Ele fez uma cirurgia no último sábado e está em Londres descansando. E ele ainda zoou o cara, falando para os fãs darem uma olhada nas fotos que ele estava postando, pois era muito tristes e deprimentes.
- No entanto... – Sam começou, fazendo os fãs gritarem e uma música de fundo conhecida começasse a tocar. – Temos outras pessoas, que vieram de lugares distantes para dizer olá a vocês. – E o vocalista da música gritou.
- Meu Deus! – Falei rindo e Melina olhou para mim com os olhos arregalados.
- Com vocês, Dante Richard, o deus Zeus – Os gritos aumentaram e Dante entrou no palco. Ele desabotoou o paletó dele e o soltou, fazendo uma pose logo em seguida, fazendo as pessoas gritarem fortemente.
- Essa é boa! – Melina brincou.
- Vocês querem ver Renan Jones? – Observei o sorriso que se formou no rosto de Dante e ele começou a rebolar, chamando por Renan. Gente, aquilo era melhor que programa noturno! – O deus Hefesto... – Sam falou quando Renan apareceu.
Renan entrou devagar no palco, fazendo gracinhas também e poses, colocando a mão na cintura, dançando e saltitando até chegar a Dante, abraçando-o.
- Hermes está aqui, Ryan Maddox! – Os dois no palco ficaram empolgados, apontando na direção de cá onde Ryan apareceu.
Ryan entrou acenando para a galera, dando uma rebolada rapidamente, mandou um beijo e seguiu em direção aos amigos de elenco.
- O poderoso Dionísio, Henry Christensen. – Ele entrou no palco acenando para todos, ele era do tipo mais sério, não tinha muito gingado para dança, então, caminhou para o palco, cumprimentando Ryan quando chegou na ponta de lá.
- A deusa da sabedoria, Atena. Connie Santo! – Aplaudi Connie, gritando um pouco também. Ela entrou no palco acenando para o pessoal e ela se caminhou até o elenco.
- O pai de Zeus, Podeison e Hades, Cronos, Jackson Jones! – Jackson entrou com o pulso para cima, caminhando até Connie e a abraçou.
- O deus Poseidon. – Os fãs gritaram muito alto e eu até me assustei com a popularidade de . – .
Ele entrou do jeito de sempre, a passos firmes, acenando para o público e mexendo a cabeça quando os gritos continuaram e aplaudindo com o restante do elenco, até abraçar Jackson, no fim da fila. Eu tenho que admitir que gritei bastante naquela hora.
- E agora, se juntando ao elenco. – Dante tomou o microfone da mão de Sam. – Gostaríamos de receber aos deuses: Theo Johnson, Apolo!
Dessa vez até o elenco gritou, aplaudindo o novo membro da equipe. Theo entrou rapidamente, fingindo estar na carruagem de Apolo, mas logo parou, vendo que o espaço era pouco e fez uma dancinha rápida, parando ao lado de e abraçando-o, que fez o mesmo.
- E agora aquele que vocês conhecem como Hera, Blake Padilla! – Theo aplaudiu efusivamente, seguido dos colegas de elenco e Blake entrou no palco, cumprimentando o elenco e abraçando Theo no fim da fila.
- O vilão em pessoa, Sebastian Judson. – Todos aplaudiram Sebastian, que eu já havia encontrado mais cedo em uma das entrevistas.
- E a última, mas não menos importante, vocês a conhecem como Artemis! – Odette entrou animada no palco, dançando. Odette sorriu pra o público, parando ao lado de Sebastian, acenando para o pessoal.
Foquei em meu noivo por um momento e eu comecei a rir muito, o som não saía da minha boca, mas a situação era muito engraçada. Ele começou a dançar com Theo enquanto a música tocava, mexendo os braços e parou quando se tocou que estava no telão. Passei a mão no rosto e finalmente a gargalhada saiu, me fazendo respirar fundo de novo.
O anfitrião que estava no microfone, que eu havia conseguido ler no telão que se chamava alguma coisa Hardwick começou a dar boas vindas ao elenco, agradecendo ao ótimo gosto musical do painel. E imediatamente começou a fazer uma pergunta para cada, um seguido do outro, Dante, Renan, Ryan, Henry, Connie, Jackson e só depois que chegou a vez do .
- E agora temos aqui ! – Hardwick falou, fazendo sair de seu transe pessoal e eu ouvir os fãs gritarem para ele? Vi rir fracamente e mexer as sobrancelhas um pouco surpreso.
- Que coisa é essa das coisas em linha? É bem intimidador. – Ele falou, rindo.
- Eu ouvi uma história e queria confirmar contigo. – Hardwick começou.
- Lá vai! – Melina empurrou meu ombro com o dela.
- Não sei se é verdade, mas eu ouvi que quando você e Henry começaram a trabalhar juntos, vocês comparavam o tamanho dos músculos. – Gargalhei na hora, vendo mexer a cabeça negativamente.
- Não tem comparação, qual é, é muito difícil ficar ao lado dele. Ele é muito forte! – Os fãs começaram a gargalhar junto com ele. – Não é só o personagem, ele é enorme, é difícil acompanhar. – Lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
- E como você acompanha? Quanto tempo você passa treinando? – Hardwick perguntou.
- Que treino? É tudo efeito especial! – Ele brincou, fazendo Dante se matar de dar risada.
- Parabéns no sucesso que é “Poseidon 2”! – ficou envergonhado, principalmente por todos no salão gritarem e seus amigos de elenco o aplaudir. – Você acha que nesse ponto, o deus, se sente mais encaixado nesse mundo ou ainda tem vontade de voltar para o oceano?
- Eu acho que ele está se ajeitando, passamos a parte dele estar surpreso com as novidades. Ele está empolgado, mas acho que ele ainda procura um lugar em que possa pertencer. Ele sempre serviu como um soldado do mar e agora ele caiu em terra firme, então está difícil para ele se encaixar. – Ele falou seriamente e eu sorri.
- Obrigado, ! Agora gostaríamos de receber Theo Johnson.
- Ele foi bem. – Falei, suspirando.
Odette foi a última da lista das perguntas e antes de passar para a surpresa da noite, Hardwick comentou sobre a ausência de Julie, Afrodite, que é porque ela estava grávida e não pode comparecer.
- E aí, vamos para a surpresa da noite? – Hardwick falou, e agora a empolgação cresceu até em mim. – Vamos lá.
As luzes se apagaram e o trailer surpresa começou a ser passado. Começou mostrando Poseidon sufocando no mar, depois Zeus sem seu reio a até Hades com o mundo inferior em chamas. As cenas começaram a ser passadas com rapidez, com diálogos curtos de problemas acontecendo no mundo todo e que as coisas precisariam ser resolvidas até o solstício de inverno, onde tudo permaneceria daquele jeito para sempre.
Quando apareceu segurando o tridente e os cabelos molhados caindo no rosto, eu sorri. Ele ficava lindo demais loiro. Ele e Zeus se encararam com raios saindo da pupila de ambos e eles deram as mãos, fazendo com que as faíscas da mão de Zeus fossem apagadas com a força da água de Poseidon.
- “Juntos?” – Poseidon perguntou.
- “Juntos!” – Os 12 deuses falaram sincronizados e a câmera se afastou de Poseidon, mostrando todos os deuses maiores e menores do Olimpo no salão do Olimpo, olhando para a porta.
A porta se abriu num baque e Sebastian, em uma forma desconhecida, apareceu no salão, com um sorriso no rosto. O logo do filme apareceu em seguida, fazendo com que a música de fundo ficasse mais alta e o trailer finalizasse.
- Caramba! – Falei, assim que o vídeo terminou, sentindo uma empolgação e um nervosismo ao mesmo tempo. O pessoal do elenco começou a ficar de pé, aplaudindo e comemorando, assim como os fãs fizeram, se colocando em pé rapidamente.
- Eu sei que nada disso importa, mas puta que pariu! – Hardwick falou, me fazendo gargalhar e eu entendia aquele sentimento, eu quero aquele filme para agora. O elenco gargalhava junto, rindo da reação. – Isso é insano, eu nem sei... Vocês viram aquilo?
- Obrigada, pessoal, pela empolgação, continuaremos sempre a fazer o melhor para vocês! –Dante gritou, aplaudindo junto com o resto do elenco.
- “Os 12 Deuses do Olimpo: O Solstício de Inverno”! – Hardwick gritou. – Em maio do ano que vem! – O povo gritou, aplaudindo.
- Vamos indo! – Melina falou, me puxando em sua direção, desviando das pessoas pela área VIP.
- Não faça isso comigo! – Falei quando apareceu na sala de imprensa e eu abracei-o, ainda um pouco extasiada por causa o trailer. – Por que vocês fazem isso com as pessoas? – O soltei rindo. – O que acabou de acontecer ali? – Vi Dante rindo atrás de nós.
- E aí, curtiu?! – Dante perguntou, quando eu soltei de .
- Faltam só algumas perguntas da imprensa. – cochichou para mim. – Daqui a pouco vamos embora. – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Tudo bem! – Falei sorrindo. – Não estou com pressa.
- Mas eu estou. – Ele cochichou em meu ouvido e eu ri fraco.
Eu acabei ficando atrás do tablado para as perguntas da imprensa, eu tinha acabado de pedir demissão, não?! E realmente não estava a fim de causar mais do que eu havia causado aquele dia inteiro. Fiquei na parte de trás, seguindo com os ouvidos no que estava acontecendo na frente.
Notei que primeiro eles tirariam algumas fotos, típico. Pelo ambiente zoneado, eu descobri que eles tiraram fotos em grupo e depois foram tirando um por um devagar e foram se revezando para conversar com os repórteres dispostos do outro lado da grade, como eu já estava acostumada também.
Ouvi pouco das perguntas dos jornalistas em si, mas pela resposta do que ficava um pouco mais alta por causa do microfone, eu consegui diferenciar as respostas um pouco. O que esperar da continuação de um filme tão espetacular quanto foi o primeiro “Os 12 Deuses do Olimpo”, como seria a participação de Sebastian no fim e o como ele ajudaria a melhorar o filme.
Depois falou sobre a importância em fazer parte desses filmes, da grandiosidade do estúdio Máxima em tudo que eles fazem. A mesma pergunta que Hardwick fez no painel para foi repetida, perguntou o que Poseidon estava procurando nesse mundo novo e de repente deu um corte, consegui ouvir a voz de Dante e as coisas se perderam no meio do caminho. Só consegui ouvir um riso no fim do papo e depois a voz de sozinha novamente, falando da importância do estúdio.
- , para de falar a mesma coisa! – Cochichei para mim mesma, revirando os olhos.
Dei alguns passos para frente demais, perdendo a voz de e tive que voltar alguns passos devagar, quase tropeçando em Theo que passava por trás.
- Até mais, felicidades para você e ! – Ele me abraçou rapidamente.
- Já vai? – Perguntei.
- Tenho dois filhos para cuidar. – Ele riu fraco, acenando para mim e seguindo sua assessora.
- Cara, é péssimo fazer imprensa para os filmes da Máxima, o que eu posso dizer? – Ouvi a voz de novamente e ri fraco.
Andei um pouco mais a frente, vendo Melina aparecer ali atrás e acenei, dando alguns passos rápidos, seguindo ela e esbarrando em quando ele passou por de trás do tablado novamente.
- Eu vou pegar seu pescoço e apertar bastante. – Falei, me aproximando dele. – Você dá sempre as mesmas respostas, que inferno! – Sussurrei.
- Você estava ouvindo? – Ele perguntou surpreso.
- Claro!
- Me mata só depois que casarmos, pode ser? – Abri um sorriso, abaixando minhas armas.
- Pode ser! – Respondi, sorrindo.
- Vamos embora, então? – Melina perguntou. – Creio que o casal quer aproveitar o noivado. – Sorri com , seguindo Melina pelos corredores dos bastidores que eu havia quase decorado já.
Paramos por algumas pessoas para nos despedir rapidamente, mas isso não demoraria muito, pois todos estavam no mesmo andar do hotel e poucos iriam embora naquela noite. segurou minha mão, entrelaçando os dedos e entramos no elevador.
Abri meus olhos por um tempo, encarando minhas mãos postas uma em cima da outra no peito de , eu ainda não acreditava que aquele anel gigante estava em meu dedo, só aquilo já podia fazer com que eu me sentisse vestida. A beleza, o brilho, o corte, o peso. Era simplesmente perfeito. se mexeu embaixo do meu corpo e passou a mão em minhas costas nuas, deslizando a ponta dos dedos pela minha espinha inteira.
Bocejei e virei meu corpo para o lado, deitando ao lado de na cama. Espreguicei o corpo e passei as mãos nos olhos, erguendo o corpo na cama, sentindo as pétalas que ainda estavam na cama pinicarem meu bumbum. Suspirei e estiquei os braços para cima, estralando os dedos e me levantei da cama, vendo de esguio levantar o corpo também, se sentando entre os cobertores.
Pude sentir seus olhos em meu corpo enquanto eu caminhava até a mesa com uma caixa de chocolates e peguei a mesma, tirando um dos bombons e mordiscando a ponta. Dei uma olhada rápida no relógio na parede e notei que estava no meio da madrugada ainda.
- Está uma vibe de Beleza Americana aqui! – Falei, subindo novamente na cama e estendendo a caixa de chocolates para ele.
- Mas não é muito confortável! – Ele respondeu, tirando algumas folhas de suas costas.
- Nenhum pouco! – Falei honesta, coloquei o chocolate na boca e andei de joelhos até , encostando minhas costas em seu corpo, ficando entre suas pernas.
- Você conseguiu dormir? – Ele perguntou, deslizando os lábios pelos meus ombros.
- Não. – Suspirei. – Parece um sonho ainda e eu não quero acordar dele. – Ele riu fraco.
- Eu prometo que não é! – Ele sussurrou e eu sorri, relaxando o corpo em seu peito. - Mudando de assunto um pouco. – Ele começou. – Melina disse que você pediu demissão. – Suspirei, não estava pronta para falar daquilo ainda. Passei a mão no cabelo e virei meu corpo para ficar de frente a e cruzei minhas pernas suspirando.
- Sim, eu pedi! – Falei simplesmente e passei a mão na nuca, suspirando. – Eu não sei se fiz o certo, mas eu não podia continuar trabalhando para Melina, para você. Não é ético, não é confortável, a gente vai casar. – Suspirei. – Talvez tenha sido uma péssima ideia.
- Eu não acho. – falou e eu ergui o rosto para ele. – É o que você disse, a gente vai casar. – Ele riu fraco. – Parece mentira mesmo. – Ri também e ele segurou minhas mãos. – Esse seu impulso, me deu uma ideia que já vai acontecer naturalmente daqui um tempo, mas acho que a gente pode adiantar isso. – Ele passou a mão em volta do meu anel. – Acho que você podia, bem, se você quiser... – Ele respirou fundo. – A gente podia morar junto em Los Angeles. – Ele suspirou. – Não sei se você quer ficar em Boston ou ficar comigo, ou como vamos fazer isso dar certo... – O interrompi colando meus lábios nos dele, me debruçando sobre seu corpo.
- Los Angeles está ótimo para mim. – Falei quando nos separamos e eu o encarei em seus olhos. – Está mais que ótimo, na verdade. – Ele riu.
- Aí podemos ver sobre o casamento juntos, lá em Los Angeles. – Ele sorriu. – Porque eu não vou querer esperar muito. – Eu ri.
- Que bom que eu não sou a única que não quero esperar! – Sorri.
- Quer mais champanhe? – Ele perguntou, estalando um beijo na minha bochecha.
- Com certeza! – Soltei uma risada alta. – Acho que nunca tive tantos motivos para celebrar quanto agora.
- Você está diferente, sabia? – Derek se aproximou de mim, enquanto eu olhava o aniversário de quatro anos de Liana acontecer em minha frente.
- Por que você diz isso? – Virei para ele, pegando o copo com refrigerante que ele me oferecia.
- Você parece mais feliz. – Ele virou o corpo, ficando em minha frente. – Mais completa.
- Acho que agora eu me sinto mais livre. – Sorri para ele. – Acompanhar o nesses eventos, ter ele perto de mim, saindo comigo... Por mais que eu nunca tivesse falado, eu ficava meio na defensiva quando a gente saía, eu cuido da assessoria dele, pelo amor de Deus. Todas as fotos que saem dele passa por mim, a gente começa a notar um padrão. – Suspirei.
- Mas ele está quebrando todos os padrões contigo. – Derek falou, bebendo um pouco do seu refrigerante. – Não se esqueça que eu trabalho contigo. – Ri fracamente.
- Você é meu grande amigo aqui em Boston, Derek! – Ele sorriu, acenando com a cabeça. – O que eu faria sem você?
- Para começar, você não estaria namorando um dos caras mais gatos do mundo. – Gargalhei, jogando a cabeça para trás. – Qual o próximo evento?
- Convenção de Quadrinhos! – Falei animada.
- Esse ano vai ser difícil. – Afirmei com a cabeça.
- Ah, nem fala, elenco inteiro vai estar lá. E eu só conheço a Julie, Connie, Renan e Jackson. – Suspirei. – Mas eu vou andar pela feira. Já falei para Melina que eu vou aproveitar o máximo que eu puder. – Ele riu, virando o corpo, passando um braço pelos meus ombros.
- Vai ficar todos os dias? – Neguei com a cabeça.
- Não, eu vou no dia do painel dos Deuses do Olimpo e, enquanto eles estão dando autógrafos, fazendo aquelas apresentações todas, eu vou andar por lá. – Derek riu.
- Bem você mesmo, ! – Dei de ombros, encostando minha cabeça em seu ombro.
- E Liana, como está indo?
- Difícil, é claro. Mas estamos indo muito bem. – Suspirei, olhando a menina com vestido rosa correndo pelo quintal, com Rupert e alguns parentes deles que eu não conhecia.
- Nunca vai ser fácil. – Falei. – Mas vocês já passaram por várias coisas, isso não é nada. – Ele riu, afirmando com a cabeça.
- Você está muito certa. – Sorri.
- Mas eu estou aqui, para qualquer coisa, qualquer dia. – Sorri para ele, sentindo o celular vibrar dentro da calça e o puxei.
- Menos quando seu namorado está te roubando de mim.
- Ele não faz por mal. – Atendi ao telefone. – Me ligou para dizer que já deixou sua barba crescer novamente? – Ouvi uma risada baixa.
- Não exatamente. – Ele respondeu.
- Já fiquei decepcionada. – Foi minha vez de rir e vi Derek fazer um movimento para trás e acenei com a cabeça. - Qual o motivo da ligação? – Perguntei, caminhando para o coberto do quintal.
- Que horas é o seu voo no sábado? – Soltei uma risada fraca.
- Tem alguns dias ainda, . Já está sentindo minha falta? – Perguntei presunçosa.
- Sempre! – Sorri.
- Mas dessa vez não faz tanto tempo.
- Quase um mês, na verdade. – suspirou.
- Você que entrou em gravações, amor. E por mais que veio me visitar no começo do mês, ainda sim faz muito tempo. – Ele riu.
- E quando eu te vejo? – Suspirei, colocando meu pensamento para funcionar.
- Sábado, por volta das três da tarde. – Respondi. – E, antes que você fale algo, eu até tentei pegar o voo na sexta feira à noite, mas estava um pouco lotado. – Ele riu do outro lado da linha.
- Vamos ficar bastante tempo juntos, amor. Não se preocupe. – Mordi meu lábio inferior.
- Espero mesmo. – Sorri. – Ah, e no hotel, tá? Te encontro lá, pode ser?
- Sim, lá é melhor, todo mundo vai estar no hotel, vai ser um ponto de encontro.
- Então, te vejo no sábado, meu amor. – Respondi, estalando um beijo. – Eles já vão cortar o bolo.
- Está na festa da Liana?
- Você acha que eu perco uma festa? Ainda mais festa infantil. – Ele gargalhou. – Não é como as do Brasil que eu me mato de comer brigadeiro, mas pelo menos tem cupcake. Meus cupcakes e balas de goma. – Ele riu.
- Vai lá, então, a gente se fala quando você chegar em casa. – Ele afirmou com um barulho com a boca. – Te amo.
- Combinado, então. – Sorri ao ouvir. – Eu também te amo.
Esse últimos meses haviam sido uma loucura, eu havia dividido minha vida de assessora de e de sua namorada, como diria Melina. Eu havia ido para Paris com ele, para a première de Poseidon 2, lá acabamos encontrando Julie e Jackson. E por mais que a visita tenha sido rápida, conseguimos passar um tempo só nos dois na cidade do amor, conhecendo alguns pontos turísticos como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, a Catedral de Notre Dame e a Basílica de Sacré-Coeur, mas a maior parte do tempo foi namorando.
Depois fomos de Euro Trem para Londres, onde eu dormi boa parte da viagem, afinal, não dava para ver nada com a rapidez que ele andava, e quando entrou no Canal da Mancha, ficou mais difícil ainda ver alguma coisa. Em Londres, eu surtei bastante, a cidade era maravilhosa e eu só conseguia fazer turismo por lá, tirava fotos em qualquer lugar que eu passava e aproveitei bastante. Arrastava para todos os lados, principalmente na beirada do rio Tâmisa, até chegar na London Eye, Big Ben, Abadia de Westminster e, um pouco mais longe, o Palácio de Buckingham. Confesso que voltei para casa com os pés moídos de tanto andar, além de usar salto nas premières no fim do dia, o que só piorou as bolhas nos pés.
Não pude ir para Pequim, o que foi uma pena, mas me disse que tinha sido realmente estranho ver o filme em japonês, se eu já me confundia com o inglês de vez em quando, imagina japonês.
Logo depois teve uma premiação infantil que eu também não consegui ir com ele. Mas depois teve duas exibições de “Poseidon” em Nova York e eu consegui comparecer. Uma delas, no Hotel James, tanto que até minha irmã foi comigo, já que ela estava aqui nos Estados Unidos. A première foi o momento em que minha irmã conheceu o irmão dele, foi algo bem legal. Aproveitei para assistir o Good Morning America que compareceu e a gravação do Falcon At Night no dia seguinte, o qual eu e minha irmã rimos até falar chega, era realmente engraçado ver em entrevistas, ele era ansioso e atacado ao mesmo tempo.
Aí as gravações de “Os Deuses do Olimpo” começaram e tudo foi para os ares. Ele viajou para Coréia do Sul, Inglaterra, voltou para Los Angeles para um evento de caridade, teve algumas reuniões de trabalho, depois voltou para Londres para mais gravações de “Os Deuses do Olimpo”, teve um evento na cidade, aí ele conseguiu um tempo de vir para Boston ficar comigo. E desde então, está nas gravações de “Os Deuses do Olimpo” novamente e se escondendo para a Convenção, como é de costume do estúdio.
Já sobre mim, as coisas têm sido um pouco mais fáceis, bem, no quesito prático. Estou trabalhando, tenho saído bastante com Rupert e Derek, ajudando os meninos a cuidar de Liana, encontrando a família de para almoçar quase todo domingo, o que é ótimo. Mas algo que não está me deixando dormir bem é esse negócio de eu trabalhar para o e namorar ele, minha ética jornalística não existia mais. E posso dizer com convicção que eu estou fazendo alguma coisa errada, porque eu tive que fazer essa matéria duas vezes na faculdade.
Eu tinha começado a pensar em desistir do trabalho com Melina, sair, mas eu não sabia o dia de amanhã, e se um dia eu e terminássemos? Bem, acho que aí eu teria que realmente procurar outro emprego, mas era tão complicado pensar em procurar emprego quando eu tinha um bom, estável e que ainda ganhava bem, mas isso era algo que tinha tirado meu sono. Só que isso não era algo que eu resolveria agora. A Convenção estava chegando e eu precisava estar em San Diego em menos de três dias.
- Aqui! – Derek me entregou um pote fechado, assim que voltamos da hora do almoço no dia seguinte.
- O que é isso? – Perguntei, abrindo o pote.
- Bolo de ontem.
- Nossa! – Falei, fechando o mesmo, suspirando. – Eu ainda estou cheia. – Ele fez uma careta.
- Nem me fala, distribuímos para meus pais, os pais de Rupert, a Liana comeu até falar chega, por ela poder comer e ainda sobrou. E claro, seus cupcakes, mas esse a gente não distribuiu. – Ele suspirou, sentando na cadeira a minha frente.
- Pai há seis meses e já está cansado? –Ele sorriu. – E nem trocar fralda você precisa.
- É um diferente tipo de cansado.
- É um cansado bom! – Ruth apareceu na porta.
- Viu?! Ela me entende. – Derek falou, apontando para a cadeira do lado, o qual Ruth se sentou.
- Um dia ela também vai entender isso, não é, ?! – Ruth perguntou.
- Eu pretendo, mas também pretendo estar em um relacionamento sólido, igual Derek, ok, Ruth?! – Ela riu, confirmando com a cabeça.
- Eu conheci um cara. – Ela começou e Derek imediatamente se virou.
- Calma, Derek, sem surtar. Deixa a menina falar. – Já parei o moreno e ele revirou os olhos.
- Ele trabalha aqui perto, na verdade. O conheci aqui na rua. – Ela deu de ombros. – Vamos ver.
- Ele sabe da sua bebê?
- Sabe sim, na verdade eu o conheci quando estava com ela. – Ela sorriu.
- E o pai? – Derek perguntou.
- Ele não tem que saber de nada. – Sorri, afirmando com a cabeça.
- Ela está certa, enquanto eles não estiverem juntos, nenhum deve nada ao outro. – Falei, abrindo uma gaveta e encontrando alguns garfos e facas que eu deixava lá de reserva. – Quem quer bolo? – Ambos riram, fazendo caretas por causa da festa do dia anterior, mas comemos de bom grado.
Quando eu ficava sozinha de sexta-feira eu tinha uma tradição, pedia comida chinesa e procurava algum filme para assistir na TV e aquela semana não foi diferente. Sentei na frente da TV com a minha caixa de yakissoba e meus rolinhos primavera e fiquei assistindo Meu Malvado Favorito. Bem, eu tentei. Logo no começo, meu celular vibrou, denunciando uma mensagem de , avisando que estavam em San Diego, e que a noite seria chata, pois ficariam passando algumas perguntas das entrevistas para o dia seguinte. Perguntas que, por sinal, eu tinha elaborado e entregue para Melina naquela manhã. Junto da mensagem veio uma foto de cada ator sentado com seu assessor. E eu achava que minha noite seria ruim.
Mandei uma foto para ele, mostrando a caixa da minha janta e ele logo respondeu, mandando uma dele com Melina. “Chatos”, foi o que eu respondi, seguindo de um “Nos vemos amanhã” e afastei o celular, voltando minha atenção para o filme. Não por muito tempo, já que eu comecei a dormir no sofá e precisava arrumar minha mala ainda.
Preparei minha mala como sempre, com algumas trocas de roupa, utensílios de higiene pessoal e um tênis por precaução. As chances de eu ir para Los Angeles após a Convenção eram muitas, mas eu já tinha deixado algumas trocas de roupa na casa de , do mesmo jeito que ele tinha deixado algumas em casa.
Fechei a mala e coloquei-a na mesa da sala, voltando para o quarto, decidindo a roupa que eu viajaria amanhã. Acabei escolhendo uma calça jeans skinny escura, uma camiseta preta lisa e um sapato de salto alto vermelho, que eu havia comprado na minha última ida à Los Angeles, tinha que impressionar meu namorado, não?!
Saí desligando as luzes da casa e tirando o lixo, deixando tudo organizado para somente sair no dia seguinte e encontrar o que é que podia me encontrar de interessante em uma convenção de filmes, séries e quadrinhos em San Diego. Como se eu já não tivesse fuçado tanto sobre aquela convenção para saber.
O avião pousou no Aeroporto Internacional de Lindbergh Field em San Diego e eu logo encontrei o carro que Melina havia mandado para mim, que me levou para o hotel em que e todo o resto do pessoal estavam hospedados.
Pelo caminho, eu pude notar que a cidade ficava atolada, essa era a definição correta. Cosplays andando pela cidade inteira, banners e outdoors distribuídos pela cidade de diversos lançamentos, o que fez com que eu me sentisse feliz. Apesar de todas as ideias, eu estava, finalmente, indo à famosa Convenção de San Diego.
Assim que eu cheguei ao hotel, pude ver uma massa de fãs na frente dele, o que me fez ficar um pouco assustada, tinha bastante gente ali. Com a ajuda do motorista eu consegui entrar no hotel, não antes de mostrar minha identidade e falar em que nome minha reserva estava, claro que eu falei Melina Parks. Pendurei minha mala no ombro e entrei no grande lobby do hotel, seguindo para o balcão.
- Bom dia! – A atendente falou sorrindo.
- Bom dia, eu preciso de uma chave para o quarto de Melina Parks, sou .
- Melina Parks. – Ela repetiu o nome, começando a digitar no computador. – Quarto sozinho ou duplo?
- Duplo! – Respondi.
- Sua identidade, por favor. – Entreguei a ela meu passaporte. – 12º andar, seja bem vinda! – Agradeci com a cabeça e guardei o documento na carteira, joguei a mesma na bolsa e peguei o cartão-chave em sua mão, me virando.
- Oi, ! – Pulei para trás, encontrando Connie e mais alguns rostos conhecidos atrás de mim.
- Oh, meu Deus, Connie. Nunca mais faça isso! – Falei a vendo rir e me abraçar.
- Desculpe, só não queria te perder. – Ri fracamente.
- Oi, ! – Renan acenou do fundo e eu acenei de volta sorrindo.
- Ah, claro! – Cobie bateu na testa desatenta. – Henry Christensen, Ryan Maddox, Renan Jones, que você já conhece e Dante Richard.
- Nossa, que recepção calorosa! – Falei rindo, dando um rápido abraço e beijo em cada um. – Isso é até um pouco desconfortável, na verdade. Eu conheço todos vocês, mas também não conheço.
- Não foi assim quando me conheceu, não. – Renan brincou e eu ri.
- Eu tive que ir atrás de você, Renan. Nem vem. – Ele riu, levantando as mãos, rendido.
- Você é a namorada no , então?! – Dante falou e eu franzi a testa.
- Sou. – Ri fraco. - Cadê ele, afinal? Não o vejo há quase um mês e ele coloca os amigos para me recepcionar? Sem ofensas.
- Se preocupa não, a gente entende. – Ryan comentou. – Estamos do lado de cá, mas a saudade das nossas famílias são as mesmas.
- Sorte sua trabalhar com ele. – Henry completou e eu afirmei com a cabeça.
- Na verdade, estamos atrás dele também, chegamos faz pouco e não sabíamos o quarto dele, estamos começando a unir todo mundo. – Connie falou.
- Bem, 12º andar, quarto 125. – Chacoalhei o cartão-chave na minha mão e eles riram. – Vamos lá! – Fiz um movimento com a cabeça, seguindo para o elevador, com os cinco atrás de mim, que faziam perguntas diversas sobre mim, principalmente Dante.
O elevador apitou, fazendo com que a porta se abrisse e eles saíssem na minha frente, me deixando andando lado a lado com Connie.
- Ah, vocês apareceram! – Theo Johnson falou com Odette Eckhardt e Jackson no corredor, próximo ao elevador. – Então, essa é a garota! – Ele comentou.
- Oi! – Acenei para eles.
- E aí, garota! – Jackson gritou para mim.
- Tudo bem? – Respondi rindo, recebendo um beijo dele em minha bochecha.
- Tudo ótimo, você está muito bonita! – Ele respondeu.
- Obrigada! – Sorri.
- , esses são Theo e Odette. – Jackson falou e eu ri fracamente, cumprimentando cada um deles.
- Blake e Sebastian falaram que tem um trânsito horrível na cidade, mas que já estão chegando. – Henry falou, dando uma olhada no celular.
- Está mesmo! – Falei, franzindo os lábios. – Pensei que não pegaria vocês aqui.
- Falta seu namorado! – Theo falou, batendo na porta do quarto meu e de com os punhos fechados. – , tá atrasado já.
- Tá pior que noiva? – Eles riram. - Me deixa resolver isso, vai. Ainda sou assessora dele.
Peguei a chave em meus dedos e coloquei no compartimento, ouvindo um clique e a puxei de volta para mim, empurrando a porta com a mão. Era um daqueles quartos de duas divisórias, tinha um pequeno hall no começo, com uma mesa e duas poltronas e logo em seguida uma porta dupla, que deveria dar para o quarto.
Empurrei a mesma, ouvindo um pequeno clique e imediatamente deixei a bolsa em meu ombro escorregar para o chão e cair com um baque. Pétalas de lírios estavam espalhadas pelo chão do quarto e em cima dos móveis, o cheiro denunciara qual flor era. O delicioso e forte cheiro de lírio, minha flor favorita. Caminhei pelo quarto, observando o local completamente cheio de pétalas.
Me aproximei da janela, de vidro e analisei o quarto novamente. Em cima de uma das mesas, eu pude observar uma quantidade generosa de bombons de chocolate e uma garrafa enfiada no gelo. E alguns arranjos grandes de lírio enfeitavam o quarto. O que estava acontecendo? Eu estava no lugar certo?
Ouvi um barulho de tranca e olhei para meu lado esquerdo, vendo sair de uma porta que poderia ser do banheiro. Ele estava com uma camiseta de manga comprida cinza, calças azul marinho e um tênis. Abri um sorriso.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei, vendo-o se aproximar de mim com um sorriso no rosto. – Esses caras estavam loucos atrás de você. – Ele estava quieto, meio estranho. As mãos fortemente colocadas no bolso da calça, seus olhos me encarando profundamente e às vezes desviando para a grande janela e de volta para mim.
- Na verdade, eles sabiam onde eu estava. – Foram as primeiras palavras que ele falou e eu franzi a testa.
- É! Você só não abria a porta. – Respondi, e ele riu. – Está tudo bem? – Ergui minha mão, tocando em seu rosto liso.
- Só estou nervoso. – Ele assumiu, suspirando.
- Ansioso? – Ele afirmou com a cabeça.
- É, acho que sim. – Ele sorriu de lado.
- E as flores? É um jeito de me receber? – Virei meu rosto para o quarto, soltando uma risada fraca.
- Mais ou menos. – Virei meu rosto para ele novamente, vendo-o se abaixar e se colocar sob um joelho em minha frente. Arregalei os olhos, começando a tremer.
- Merda! – Falei impulsivamente.
A pergunta do horário que eu chegava, se eu iria para o hotel ou direto para a convenção, o sumiço o dia inteiro, a recepção dos amigos lá embaixo, o fingimento dos amigos aqui em cima, o quarto cheio de pétalas da minha flor favorita, os bombons, a garrafa de champanhe, certeza e a caixinha. Oh meu Deus, a caixinha!
Ele puxou uma caixinha de um tão conhecido azul, com o laço branco em cima, me fazendo puxar o ar fortemente. É o que eu imaginava? Senti minha respiração falhar e lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto.
- . – Ele começou, desfazendo o laço em cima da caixa e deixando as fivelas caírem pelas laterais. – Eu me preparei por muito tempo para fazer isso, mas eu sei que não estou pronto física nem mentalmente para fazer isso, na verdade. – Ele soltou uma risada fraca e passou uma mão em seu rosto, voltando à mão para a tampa da caixa, puxando-a para cima. – O que eu sei é que faz mais de um ano que eu te conheci e, no momento em que eu te vi rir pela primeira vez, eu sabia que você mudaria minha vida, não de cabeça para baixo, mas você iria ajeitá-la. – Ele abriu a caixa, revelando o maior e mais lindo anel de diamante que eu havia visto em toda minha vida. – E com o passar dos dias, eu notei que estava certo, eu finalmente havia conhecido aquela mulher, aquela que seria importante de diferentes maneiras na minha vida. – Eu suspirei, sentindo dificuldade. – Eu sempre sonhei em casar, constituir família, como todos meus amigos, meus pais. Mas, com o passar do tempo, eu nunca pensei que eu ficaria assim, de joelhos, por causa de alguém, achei que esse momento não chegaria, mas ele chegou e é hoje. – Puxei o ar novamente, colocando as mãos na boca. – Eu quero que isso dê certo, porque eu te amo e porque você é a mulher mais extraordinária que eu já conheci na minha vida. Você mudou minha vida. – Ele respirou fundo, pude ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto. – Eu já me decepcionei, já decepcionei outras pessoas, já fiz muitas besteiras também, mas eu mudei. Tudo isso por causa de você. – Mordi meu lábio inferior, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – Então, se você não cansou de me ouvir falar, porque eu sei que você é muito apressada e já deve ter se tocado o motivo disso tudo, eu gostaria de te perguntar algo. – Ele soltou o ar pela boca. – , você quer casar comigo?
Meu corpo estabilizou naquele momento, todas as certezas que eu tinha na minha vida sobre e seu comportamento haviam sumido. Todas as conversas de amigos meus falando sobre meu futuro e de surgiram e aquilo tudo estava ali ajoelhado na minha frente, pedindo para casar comigo, para dividir sua vida comigo. E, mesmo sem nunca ter levado as opiniões a sério, eu só tinha uma resposta a dar.
- Sim! – Falei com minha voz falha, sentindo meu corpo fraquejar e eu jogar meus dois joelhos no chão, passando meus braços pelos seus ombros, trazendo-o para perto de mim. – Sim, sim, sim! – Falei repetidas vezes. – Eu quero me casar contigo. – Repeti, apertando meus lábios contra os dele fortemente, sentindo suas mãos tocarem meu pescoço e ouvi um bater de palmas ao fundo. – Sim! – Falei novamente, olhando em seus olhos e ele se levantou estendendo as mãos para que eu me levantasse e sorri, sentindo meu nariz trancado e minhas mãos geladas.
tirou o anel da caixa azul, deixando-a caixa cair na poltrona mais próxima. Segurou minha mão esquerda, que ainda tremia um pouco, e deslizou o anel pelo meu dedo, me fazendo suspirar, ao ver aquilo em meu dedo.
- Ainda bem que fiz as unhas. – Falei sem pensar, fazendo-o rir e ele me abraçou pela cintura, me girando no ar. – Eu não suspeitei de nada. – Falei, quando ele me colocou no chão novamente.
- Eu não sei como. – Ele falou. – Todo mundo sabia, todo mundo me ajudou. Da última vez que nos encontramos, eu já tinha o anel, mas não era o momento certo e hoje deu vontade. – Ri fraco, balançando a cabeça.
- Foi perfeito. – Sorri, rindo logo em seguida.
- Foi sim! – Ouvi uma voz vinda da porta, e, encontrei a entrada do quarto pilhada de gente, o elenco de “Os Deuses do Olimpo” e agora Melina estava lá, na frente de todo mundo.
Estiquei minha mão esquerda para Melina, achando estranho aquela pedra gigante em meu dedo e ela ficou histérica, dando saltos em minha direção e me abraçando fortemente, dando liberdade para o resto de o pessoal entrar no quarto.
- Parabéns! – Melina falou em meu ouvido, com a respiração meio trancada também. – Quando eu disse para vocês se conhecerem melhor naquele jantar, eu juro que não esperava que vocês se conhecessem tanto assim. – Eu e rimos e ela se separou, dando espaço para Connie e Jackson me abraçarem em grupo.
- Parabéns! – Renan me abraçou fortemente, me girando no ar.
- Eu estou meio emocionado. – Dante comentou, com o nariz vermelho também e me abraçou.
- Vamos comemorar! – Henry pegou o champanhe no balde, começando a abri-lo. – É para isso que serve, não?! – Ele apontou para .
- Com certeza! – respondeu e eu ri.
- Meu Deus, eu estou noiva! – Falei, me jogando em uma das poltronas no quarto. – Preciso contar para minha mãe. – Dei um pulo.
- Calma! Relaxa! – Melina falou, rindo. – Tem fotos e vídeos aqui para mostrar para quem vocês quiserem. – Me levantei, pegando a taça que estendia para mim.
- Aos noivos! – Odette gritou e eu encostei minha taça na de em um tilintar e depois na das pessoas que estavam por perto e bebi um gole, recebendo um beijo de em meus lábios em seguida.
- Para nós. – Sussurrei para , encostando minha cabeça em seu ombro, ainda tentando normalizar a respiração.
- Gente, eu sei que a festa está boa e tem uma alegria incrível reinando no ar, mas está na hora de ir. – Melina falou, colocando a taça em cima da mesa.
- Verdade! Tem um motivo para estarmos aqui! – Dante brincou, se levantando.
- Nos encontramos em quinze minutos, lá no subsolo. – Theo falou, deixando a taça na mesa e saindo do quarto.
- Até mais, pessoal! – Alguém falou, e eles foram saindo do quarto.
- Mande as fotos, por favor! – Gritei antes de Melina fechar a porta. - Eu ainda estou um pouco extasiada. – Falei me aproximando da cama e sentando ao lado de .
- Eu ainda não sei de onde eu tirei essa coragem. – Ele revelou, passando o braço pelas minhas costas, me abraçando.
- Pensei que nunca te veria perguntando isso, ! – Melina falou, passando a mão no rosto.
- Nem eu! – Ele falou rindo, dando um beijo em minha testa.
- Minha irmã tinha falado isso para mim no Natal, que aconteceria um dia, mas eu nem me toquei. – Ri baixo. – Parece que as coisas foram acontecendo e eu simplesmente deixei rolar. – Suspirei.
- Eu me decidi na première de “Poseidon 2”, quando eu te vi chegando. – Ele falou suspirando. – Aí eu esperei o momento certo para comprar o anel. – Ele riu fraco. – Tive que comprar em Londres. Fui com Henry e Dante comprar, imagina que interessante! Três homens em uma loja de joias. – Ele virou o rosto para mim enquanto eu ria. - Eu te amo! – Abri um sorriso, colando meus lábios nos dele.
- Eu te amo! – Respondi.
- Olha o horário, galera! – Melina cantarolou.
- Oh, claro! – Me levantei. – Eu só vou trocar o sapato e dar uma retocada na maquiagem.
- Já te enviei as fotos e os vídeos, posso dizer que está digna de filmes. – Ela comentou e eu ri, pegando minha mala que ainda estava no meio do caminho e voltei para o quarto, colocando-a em cima da cama. – Para você também, .
- Vou mandar para minha mãe. – falou. – Se ela souber pelos outros antes de mim...
- Nem fala! – Respondi, puxando meus saltos para fora e começando a colocar meias nos pés.
- Enviado! – falou, guardando o celular no bolso e eu calcei meu tênis, amarrando e logo me colocando em pé.
- Vamos, então! – Puxei minha blusa para baixo, ajeitando-a e passei novamente o batom em meus lábios. – Eu faço as coisas pelo caminho. – riu baixo, entrelaçando sua mão na que tinha um anel em meu dedo e seguimos para fora do quarto, com Melina há alguns passos de nós.
Chegamos ao subsolo e entramos no carro que nos foi indicado, vendo todos seguirem o mesmo caminho. Cada pessoa com seu agente e, com isso, notei que eu era a única intrusa na história, só se o pessoal fosse encontrar familiares no local. Apesar de que, com ou sem , esse ano eu havia prometido a mim mesma que iria à Convenção, era um evento e tanto, e eu não iria perdê-lo.
Melina entrou na frente, ao lado do motorista e eu entrei com atrás. Durante o caminho, fui olhando as fotos que Melina e Connie me mandaram, acompanhando em ordem cronológica o que tinha acontecido. É o que Melina havia dito, pelo fato da grande janela do quarto estar aberta, a maioria das fotos haviam pegado somente nossas silhuetas, fazendo parecer muito uma cena de filme romântico.
Escolhi a foto em que estava ajoelhado e eu com o corpo reto e as mãos na boca para colocar no Instagram, matutei um pouco sobre a legenda que eu colocaria, mas minha empolgação não permitia que eu pensasse muito, então eu só escrevi o óbvio “Oh meu Deus, estou noiva!”, seguido de vários corações e emojis com corações nos olhos e enviei também para o Facebook e Twitter.
Fui para o WhatsApp, no grupo da minha família, sim, porque todo mundo tem esse grupo, e postei o vídeo que Melina havia feito do pedido e enviei no grupo, escrevendo logo em seguida “Estou noiva!” em letras garrafais. Copiei as mesmas duas mensagens e enviei para Rodrigo, Derek e Rupert, sentindo uma felicidade enorme em poder dividir isso com eles.
Não deu tempo de bloquear o celular, para as respostas e notificações começarem a chegar de todas as redes sociais. Soltei uma risada fraca, silenciando o aparelho e o colocando de volta no bolso da frente.
- Meu celular não para de vibrar também. – sussurrou em meu ouvido, enquanto passava sua mão na minha.
- A gente joga a bomba e depois foge. – Falei rindo.
- Pois é, não?! – Melina falou, olhando para trás. – Por enquanto o celular de vocês está enlouquecendo, daqui a pouco vai ser o seu. – Ela chiou. – Vocês estão realmente me fazendo trabalhar em dobro.
- Não desconte do meu salário, por favor. – Falei brincando e ela riu.
- Por enquanto, não. – Ela falou virando o rosto para frente novamente.
O carro entrou em uma rua estreita junto dos outros. Pela janela pude ver barras de contenção dos dois lados da rua, com vários fãs gritando para quem é que estivesse chegando.
O carro parou abruptamente e as portas foram destravadas. Melina praticamente pulou do carro e o motorista abriu a porta ao meu lado, o que fez que eu saísse do carro com a sua ajuda e saiu do outro lado, próximo à parede. Dei a volta pelo carro e rapidamente me pegou pela mão, entrelaçando meus dedos nos seus.
Seguimos o fluxo e entramos por uma porta de garagem, todos do elenco estavam lá com algum acompanhante, a maioria eram agentes ou algum organizador com crachá da Convenção.
Quando o elevador parou novamente, eu agradeci muito por estar com as mãos firmes na de porque aquele povo é rápido. Assim que as portas de abriram novamente, seguimos em uma linha reta para uma sala privativa escrito “Imprensa”. O pessoal do elenco começou a se jogar pelos sofás e os agentes ficaram próximos a eles. Eu me acomodei no braço da poltrona de , sentindo sua mão acariciar minhas costas levemente.
Sam Karson apareceu pela porta logo em seguida e cumprimentou o pessoal rapidamente, com rápidos acenos de cabeça e se colocou próximo aos assessores da Máxima, eles eram quatro, no total.
- Bem, vocês todos já estão acostumados com o que vai acontecer aqui. – Ele falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – As coisas acontecerão assim esse ano: teremos uma hora de entrevistas, o pessoal vai entregar o itinerário para vocês. Depois disso, vocês irão para a apresentação do elenco, sessão de autógrafos e aí teremos o painel. Combinado? – Ele fez positivo para o pessoal que concordou com a cabeça ou com a boca, enquanto os assessores da Máxima entregavam folhas de papel para cada um dos atores do elenco. – Ah, e mais uma coisa. – A atenção voltou para Sam. – Vamos dar uma calorosa salva de palmas para que finalmente ficou noivo! – Arregalei os olhos, fechando-os logo em seguida, sentindo meu rosto queimar e ouvi as palmas e gritos espalharem pelo quarto. – Parabéns, cara! – Sam cumprimentou e depois depositou um beijo em minha bochecha. – Vamos trabalhar! – Ele bateu as mãos e saiu da sala logo em seguida.
- Se o Sam já sabe, então, já está na internet. – Melina comentou, tirando a folha das mãos de . – Mas, as primeiras coisas antes. – Ela suspirou. – Primeiro você tem uma entrevista para o Entretenimento Hoje, com aquela jornalista Roxy que eu não sou muito fã, que se já souberem de algo, vai te perguntar sobre sua vida pessoal, porque é só isso que ela sabe fazer. – Melina sussurrou a última parte e eu ri fraco. - Lá você vai encontrar o Dante e o Ryan. Depois tem uma para o Ingresso Hoje com o Henry, depois você segue para uma da Mundo Cinema com Henry e Sebastian Judson, depois uma da Convenção com o Ryan e, para finalizar, uma gigantesca da Entretenimento.com, também com o Ryan. – Melina pegou uma caneta em seu bolso. – Depois disso, vamos dar um pulo em uma entrevista para o Los Angeles Times, que querem falar sobre À Procura do Amanhã. – afirmou com a cabeça. – Tem que dar tempo.
- Ok, sem problemas. – se levantou. – Estou empolgado hoje. – Ele sorriu para mim, dando uma piscadela com um olho.
- Vamos, então! – Milena falou, revirando os olhos e começando a andar para fora da sala.
- Eu acho que o marido dela não tem sentimentos, é a única explicação. – Cochichei para .
- É muita tensão sexual. – cochichou de volta e Milena virou o rosto, nos fuzilando com o olhar.
Eu acompanhei todas as entrevistas, desde as mais divertidas, até as longas e maçantes. Confesso que essa parte era meio chata. Todas as entrevistas abordavam praticamente o mesmo tema, então você acabava ouvindo a mesma resposta várias vezes. O divertido era que você acaba esbarrando nos outros atores pelo meio do caminho.
A entrevista com a Entretenimento.com foi a primeira entrevista séria da noite. Encontramos Sebastian Judson, o vilão do filme, o que já fez a entrevista subir de nível um pouco. As perguntas foram variadas, começou com o que eles estavam achando da Convenção, sobre ser o segundo filme deles em grupo, etc. Pelo fato de Sebastian ser o novo membro do grupo, as perguntas focaram nele, sendo elas sobre como ele achava que seu papel afetava os outros personagens do filme. A primeira coisa que falou foi sobre como Sebastian era um vilão incrível, começando a descontrair um pouco a entrevista.
Depois a entrevista virou para Henry, perguntando um pouco sobre o filme solo do seu personagem, “Dionísio 2: A Revolta”, como seria a elaboração do próximo filme, pelo o que o personagem passou e mais o que aconteceria. Em seguida as perguntas foram para , sobre “A Maldição dos Mares”.
Na entrevista da Convenção encontramos Ryan nos esperando e logo sentou ao seu lado, tentando responder as perguntas que eles, obviamente não podiam responder, já que eles não podiam dizer nada sobre o filme. Bem, nada revelador sobre o filme.
Caminhamos até a entrevista da Mundo Cinema rindo de algumas piadas excêntricas que Ryan contava. Eu tinha que assumir que já estava com os pés doendo desse anda para lá, anda para cá, ficar em pé durante as entrevistas e tudo mais. Pelo menos no estúdio montado para a Mundo Cinema, tinha alguns lugares para sentarmos.
Não prestei muito atenção no começo, aproveitei que eu sentei por um tempo e peguei meu celular, olhando as notificações do WhatsApp, para todas as pessoas que eu havia enviado a mensagem, tinha uma longa surtada após minha postagem, falando como estavam feliz por nós, que estavam animados para o casamento, e claro, minha mãe, escreveu um texto que me deu a maior felicidade do mundo.
“Filha, eu gostaria de dizer isso pessoalmente, mas como não é possível no momento, farei por aqui. Não há felicidade maior para uma mãe, ver o filho virando independente e você virou independente muito cedo, assim que foi para a faculdade, nem parecia que a mesma menina que só me trazia boletins vermelhos na escola, seria a mesma mulher a fazer uma carreira internacional, passando em um concurso e depois se mantendo sozinha aí há um bom tempo.
Se você disse sim hoje, é porque você se sente feliz, confortável e amada pelo homem que fez o seu pedido e, como mãe, não há felicidade maior no mundo. Eu te desejo toda felicidade do mundo, desejo te ver linda vestida de branco, dizendo novamente esse sim feliz para o homem que você ama. Felicidades para vocês dois, minha querida. Não vejo a hora de te abraçar. Amor, mamãe”.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e suspirei, fechando os olhos, sentindo uma lágrima escorrer pela minha bochecha e logo a sequei.
- Está tudo bem? – Melina perguntou baixo para mim.
- Sim, só me emocionei. – Passei a mão pelo rosto novamente e voltei minha atenção para a entrevista.
falava da importância de aceitar fazer parte desse grande projeto, que muitas pessoas haviam inspirando-o a aceitar e acabou emendando sobre a importância de dividir a carreira com filmes com grande empresas financiando e filmes independentes.
O assunto saiu dos trilhos rapidamente para falar sobre as poses dos pôsteres, que era algo muito vergonhoso de fazer, já que eles tinham várias pessoas em volta do estúdio vendo-os fazerem aquelas poses. ficou bastante vermelho ao falar sobre isso, uma hora seu olhar encontrou com o meu, mas eu não conseguia parar de dar risada, era algo incomum, era impossível parar de rir.
- Acabei de conseguir minha pose de herói com o elenco de “Os 12 Deuses do Olimpo 2: O Solstício de Inverno”, não se esqueça de comprar seus ingressos pelo site da Fandango. – Ela falou em direção para uma das câmeras.
- Corta! – O câmera falou e Melina se levantou, fazendo com que eu a seguisse em direção para porta.
- Falta só mais um. – Melina comentou comigo, cumprimentando os produtores e saindo da sala.
- Mas essa é mais de boa, não?! – A segui para fora da sala, com vindo logo atrás com Carl.
- Ainda bem! – Melina suspirou.
A entrevista de À Procura do Amanhã foi bem mais fácil. encontrou um dos produtores do filme e eles sentaram lado a lado em uma mesa, com um jornalista do Los Angeles Times em sua frente, com um gravador ligado próximo a eles. Fizeram perguntas sobre o filme, principalmente sobre a expectativa deles com o lançamento do filme nos Estados Unidos.
foi mais profissional, afinal, a situação era totalmente diferente de outras entrevistas do dia. Ele disse sobre a recepção do filme na Coreia do Sul e das boas críticas que haviam recebido pelos jornalistas asiáticos.
O produtor, que eu ainda não havia identificado, concordou com , dando respostas mais técnicas sobre o status do filme nos país em que já havia sido lançado. A entrevista terminou com algumas fotos dos dois próximos a um cartaz do filme e autografando alguns cartazes que seriam sorteados pelo veículo.
- Pronto para a parte complicada? – Melina perguntou para , voltando para a sala de imprensa reservada para a Máxima.
Fiquei jogada na poltrona da sala de imprensa por alguns minutos. Meus pés doíam, eu agradecia muito por ter deixando os saltos no hotel e optado por meu tênis. O elenco do filme conversava em uma roda na minha frente e os agentes à minha lateral. Eu estava sozinha com meus pensamentos. Bem, mais ou menos.
Dei uma olhada rápida em meu Instagram e foquei em olhar as notificações da foto que eu havia postado e algo me chamou atenção. Pelo menos entre os comentários que eu conseguia ver, não tinha nenhum ruim. Ninguém me xingando, ninguém falando que eu não o merecia, nem nada. Só existiam pessoas mandando emojis de corações, dando felicidades a nós dois e a maioria brincando a mesma coisa que várias pessoas falaram “Ainda bem”, “Finalmente” e coisas do tipo.
Como sempre, um comentário chamou minha atenção, ele estava escrito em português, o que me fez saber que existem todos os tipos de fãs. Os que aceitam a felicidade do ídolo não importa o que ou com quem, e os que só veem a felicidade do ídolo se ele estiver solteiro ou com elas.
Essa menina escreveu um longo texto, me fazendo pensar um pouco sobre como a minha felicidade afetava várias pessoas, mas que a única que importava mesmo era a minha e de . Ela nos parabenizava pelo noivado, que estava muito feliz por nós e nos pedia muito para não ligar para o que os haters diziam. Pois, ela acompanhava desde que ele apareceu em seu primeiro filme há 15 anos, e viu as transições de personalidade dele ao longo dos anos. Mas que, o momento em que ela mais o viu feliz, foi nos momentos que ela o viu comigo e principalmente nas últimas premières de filmes que eu havia acompanhado-o. Não existia maior interação que ela pudesse ver a não ser em nós dois. E para finalizar desejava felicidades ao casal.
Sorri com esse comentário e printei o mesmo, com certeza guardaria isso na minha caixinha de recordações boas. Não parava de chegar notificações e curtidas na foto. Olhei as fotos que eu havia sido marcada e duas marcações me chamaram atenção. Uma delas era de uma publicação da minha irmã, que havia colocado uma foto de me girando no ar com a legenda “Minha irmã está noiva”, com vários emojis e letras misturadas como se ainda não acreditasse no que estava acontecendo. E outro foi de Seth, irmão de , o qual ele havia postado o vídeo do pedido de casamento, o momento em que ele faz a pergunta e eu caio em frente dele, abraçando-o e a legenda fez com que eu derrubasse uma lágrima em cima da tela do meu celular, “Meu irmão finalmente encontrou a pessoa que ele quer passar a vida junto, eu disse que esse dia chegaria irmão. Bem vinda à família, ”. Parece que eu estava um pouco mais emotiva do que o normal.
- Vamos, então?! – Um dos organizadores da Máxima entrou na sala, com uma prancheta em mãos e o microfone preso no ouvido.
- Vamos! – Alguém falou, fazendo com que o pessoal começasse a se movimentar.
- ! – Chamei-o, fazendo se virar para mim.
- Pensei que tinha te perdido. – Ele falou e eu ri franzindo a testa.
- Essa sessão de autógrafos demora o quê? Uns 30, 40 minutos? – Perguntei para ele, movimentando as mãos.
- Mais ou menos isso, por quê? – Ele perguntou, tirando uma mecha do meu cabelo do rosto.
- Eu vou aproveitar e dar uma volta pela feira. – Falei, dando de ombros. – Não posso vir à Convenção e não conhecer nada da feira.
- Você promete tomar cuidado? – Ele perguntou e eu franzi a testa.
- Com que eu deveria ter medo, ? – Perguntei, apoiando minhas mãos em seus ombros.
- Sei lá, você está na maior feira de quadrinhos do mundo e é minha namorada e...
- Ah, mas que metido! – Cortei-o, vendo-o dar risada. - Relaxa, eu encontro a Melina no painel e nos vemos depois da apresentação, pode ser? – Perguntei, após dar um pequeno beijo em sua bochecha. – Pode ser, Melina? – Virei para a loira que olhava o celular.
- Pode ser. Me procura lá na área VIP, mas antes de começar, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. – Soltei uma risada fraca. – Vejo vocês daqui a pouco. – Acenei com a mão para , vendo a maioria dos seus amigos de elenco fazer a mesma coisa.
Uau! Essa foi minha primeira reação ao sair dos bastidores e cair no centro da feira. Não era à toa que era a maior feira de quadrinhos do mundo. A Convenção era gigante, e eu não estou brincando. Não tem nem como eu quantificar o tamanho daquele negócio para explicar e o que dava a impressão dele ser maior era a quantidade de pessoas que estavam lá dentro.
Tinha de tudo, estandes dos mais diversos tipos, desenhos animados, séries, filmes, brinquedos, figuras de ação e até os clássicos antigos. Tinha espaço para tudo naquele lugar. Eu não parei em nenhum estande especial, eu olhava tudo de longe, para não perder tempo.
Mas o que mais me chamou atenção e que era um espetáculo a parte foram os cosplays. Era demais. Eu encontrei algumas pessoas vestidas dos meus personagens favoritos da infância como os Power Rangers, As Meninas Superpoderosas e também de diversos filmes conhecidos, desde Os Caça-Fantasmas, até a equipe inteira de Alice no País das Maravilhas.
Teve uma pessoa, um casal, na verdade, que me puxou para conversar. As únicas pessoas que realmente me conheciam. Eu andava entre dois estandes quando senti um cutucão no ombro. Olhei para trás dando de cara com um dos cosplays mais perfeitos de Poseidon e uma mulher também cosplay, mas da Afrodite, ambos estavam bem parecidos.
- Ei, é você! – Ele falou. – Namorada do !
- Ei! – Falei surpresa, rindo fraco. – Vocês estão muito parecidos! – Soltei uma risada baixa.
- Obrigada! – A mulher falou e eu sorri. – Por favor, negue se eu não puder falar isso, mas vocês ficaram noivos recentemente, não? Acabei de ver a foto.
- Foi hoje, na verdade! – Estiquei minha mão esquerda. – Pouco antes de vir para cá.
- Oh, meu Deus, é lindo demais! – Ela se empolgou, segurando minha mão delicadamente. – Viu, amor, é assim que você agrada uma mulher. – Ri fraco.
- Ele poderia ter pedido com um pedaço de bambu que eu diria sim. – Abri um sorriso, olhando a pedra brilhar em meu dedo.
- Muitas felicidades para vocês. Sério! – O homem falou e eu afirmei com a cabeça. - Podemos tirar uma foto contigo?
- Claro! – Afirmei. – Quero uma com vocês também.
O homem, Poseidon, tirou o celular de um dos bolsos do uniforme e nós três nos juntamos, ele esticou o celular e tirou a foto. Logo depois eu estendi meu celular para ele que fez o mesmo.
- Você está perdida por aí? – Neguei com a cabeça.
- Não, na verdade estou fugindo um pouco do movimento lá dentro para conhecer a convenção em si. – Dei de ombros. – Ficar só nos bastidores é um pouco chato.
- Primeira vez? – O homem perguntou.
- Sim! – Sorri alegre.
- Vai estar no painel? – Afirmei com a cabeça novamente.
- Não poderia perder a chance de ver meu noivo ficar com vergonha por nada. – Ambos riram e eu olhei rapidamente meu relógio. – Opa, é melhor eu voltar já.
- Foi um prazer te conhecer. – A mulher falou e eu afirmei com a cabeça.
- O prazer foi meu, obrigada pelo carinho. – Sorri, acenando para eles e virei de costas.
- Ela é bem simpática. – Ouvi dizer e abri um sorriso tímido.
Fiz o caminho de volta um tanto quanto perdida, devo admitir. Mas consegui voltar para o estande da Máxima, olhei de longe o que eles mostravam ali, várias action figures, milhares de pôsteres pendurados para todos os lados e alguns manequins imitando algumas cenas dos filmes e, claro, várias motocicletas por todos os lados.
Cheguei quando o elenco estava se despedindo e sumia novamente atrás da parede que girava. Ver o elenco junto, aquela distância, dava uma sensação de fã novamente, todos se divertindo e brincando. Eles eram amigos de verdade do e eu havia criado certo afeto por todos eles, especialmente por Connie e Julie. Eu tinha feito amigos.
Mostrei meu crachá para o segurança antes de voltar para os bastidores novamente, esbarrando em algumas pessoas ali atrás, Sam, Theo, Renen, todos seguindo apressados para a mesma direção.
- Achei! – Melina apareceu na minha frente, me assustando e eu respirei fundo.
- Por que vocês fazem isso? – Perguntei, soltando uma risada.
- Estava te ligando já. – Puxei o celular do bolso, vendo duas chamadas perdidas dela.
- Não dava para ouvir muita coisa lá de fora. – Guardei o celular novamente no bolso.
- Vamos? O painel já vai começar. – Afirmei com a cabeça.
- Com certeza! É a primeira vez que eu vou ver isso ao vivo. – Ela riu baixo, colando o braço no meu e andando na mesma direção em que o elenco e os produtores haviam ido, e nós só seguíamos.
Quando chegamos lá, todos já se preparavam para a apresentação, estralavam os dedos, o pescoço, respiravam fundo e se colocavam em fila. Passei por e mandei um aceno e uma piscadela de olho que o fez abrir um sorriso.
Eu e Melina nos colocamos lá na frente, na área VIP, que era um espaço na lateral direita do palco, com cadeiras e um bar distribuindo bebidas. Acabei pegando um copo de água, pois eu havia notado que estava com sede. Sentei um pouco em uma das cadeiras para respirar e logo Melina também cansou de ficar em pé e se sentou ao meu lado, suspirando, um pouco impaciente.
- Sabe, Melina. – Suspirei. – Eu estava mesmo precisando de um momento a sós contigo. – Virei o rosto para ela, vendo-a fazer o mesmo.
- O que aconteceu? – Suspirei, fechando os olhos por um tempo, sentindo meus lábios tremer. – ? – Abri os olhos novamente.
- Eu noivei, Melina. – Abri um sorriso de lado. – Pensei que isso fosse demorar a acontecer, mas aconteceu mais rápido do que o imaginado. – Apoiei minha mão em cima das mãos dela.
- Eu sei, . Onde você está querendo chegar? – Abri um sorriso de lado, respirando fundo.
- Faz um tempo que eu tenho pensando na questão de ética desse trabalho meu e do . – Suspirei. – Eu... Ai, isso é difícil. – Me levantei, suspirando. – Isso tem me incomodado há algum tempo e agora que o fez o pedido, eu não posso ficar ‘trabalhando para ele’. – Fiz aspas com as mãos, sentindo o choro subir pela garganta. – Eu vou sair da ACCESS. – Suspirei. – Eu tenho que sair da ACCESS. – As lágrimas finalmente começaram a sair e Melina se levantou, me abraçando fortemente. – Eu fiz ótimos amigos que eu vou levar para o resto da vida, eu aprendi a ser assessora no mundo do entretenimento, eu aprendi tanto... – Minha voz começou a ficar embargada.
- Xi! – Ela falou, acariciando meu cabelo. – Eu sei, eu sei. – Ela falou com a voz embargada também. – E você é a melhor pessoa que eu tenho lá. – Me afastei dela, olhando para seus olhos que estavam vermelhos também. – Tem certeza que você não quer trabalhar em Los Angeles? Ficar perto de mim? – Soltei uma risada fraca, passando a mão no nariz.
- Não, Melina, o passarinho precisa voar. – Falei, sentindo o peito apertar.
- Mas não voe tão longe. – Ela passou as mãos em meu rosto, limpando minhas lágrimas.
- E o Bill não é um chamariz para a equipe de Los Angeles. – Melina riu, me abraçando novamente.
- Não acredito que eu fiz uma grande amiga e agora ela vai se afastar de mim. – Sorri fracamente.
- Não, Melina! Você vai me ver sempre ainda. – Ela riu.
- Mas você não estará na sala do lado para me atrapalhar. – Sorri, nos afastando novamente. – Mas pode ter certeza, você vai ter a melhor carta de recomendação do mundo. – Abri um sorriso largo.
- Obrigada! – Agradeci verdadeiramente e os gritos no salão começaram.
- Depois conversamos melhor sobre isso. – Ela falou, com um sorriso choroso no rosto. Foi quando eu notei que Sam Karson já estava no palco, com o apresentador do painel.
Eu ouvi o nome do diretor, e por alguns segundos parei para pensar onde ele estava, mas aí ouvi a explicação de Sam. Ele fez uma cirurgia no último sábado e está em Londres descansando. E ele ainda zoou o cara, falando para os fãs darem uma olhada nas fotos que ele estava postando, pois era muito tristes e deprimentes.
- No entanto... – Sam começou, fazendo os fãs gritarem e uma música de fundo conhecida começasse a tocar. – Temos outras pessoas, que vieram de lugares distantes para dizer olá a vocês. – E o vocalista da música gritou.
- Meu Deus! – Falei rindo e Melina olhou para mim com os olhos arregalados.
- Com vocês, Dante Richard, o deus Zeus – Os gritos aumentaram e Dante entrou no palco. Ele desabotoou o paletó dele e o soltou, fazendo uma pose logo em seguida, fazendo as pessoas gritarem fortemente.
- Essa é boa! – Melina brincou.
- Vocês querem ver Renan Jones? – Observei o sorriso que se formou no rosto de Dante e ele começou a rebolar, chamando por Renan. Gente, aquilo era melhor que programa noturno! – O deus Hefesto... – Sam falou quando Renan apareceu.
Renan entrou devagar no palco, fazendo gracinhas também e poses, colocando a mão na cintura, dançando e saltitando até chegar a Dante, abraçando-o.
- Hermes está aqui, Ryan Maddox! – Os dois no palco ficaram empolgados, apontando na direção de cá onde Ryan apareceu.
Ryan entrou acenando para a galera, dando uma rebolada rapidamente, mandou um beijo e seguiu em direção aos amigos de elenco.
- O poderoso Dionísio, Henry Christensen. – Ele entrou no palco acenando para todos, ele era do tipo mais sério, não tinha muito gingado para dança, então, caminhou para o palco, cumprimentando Ryan quando chegou na ponta de lá.
- A deusa da sabedoria, Atena. Connie Santo! – Aplaudi Connie, gritando um pouco também. Ela entrou no palco acenando para o pessoal e ela se caminhou até o elenco.
- O pai de Zeus, Podeison e Hades, Cronos, Jackson Jones! – Jackson entrou com o pulso para cima, caminhando até Connie e a abraçou.
- O deus Poseidon. – Os fãs gritaram muito alto e eu até me assustei com a popularidade de . – .
Ele entrou do jeito de sempre, a passos firmes, acenando para o público e mexendo a cabeça quando os gritos continuaram e aplaudindo com o restante do elenco, até abraçar Jackson, no fim da fila. Eu tenho que admitir que gritei bastante naquela hora.
- E agora, se juntando ao elenco. – Dante tomou o microfone da mão de Sam. – Gostaríamos de receber aos deuses: Theo Johnson, Apolo!
Dessa vez até o elenco gritou, aplaudindo o novo membro da equipe. Theo entrou rapidamente, fingindo estar na carruagem de Apolo, mas logo parou, vendo que o espaço era pouco e fez uma dancinha rápida, parando ao lado de e abraçando-o, que fez o mesmo.
- E agora aquele que vocês conhecem como Hera, Blake Padilla! – Theo aplaudiu efusivamente, seguido dos colegas de elenco e Blake entrou no palco, cumprimentando o elenco e abraçando Theo no fim da fila.
- O vilão em pessoa, Sebastian Judson. – Todos aplaudiram Sebastian, que eu já havia encontrado mais cedo em uma das entrevistas.
- E a última, mas não menos importante, vocês a conhecem como Artemis! – Odette entrou animada no palco, dançando. Odette sorriu pra o público, parando ao lado de Sebastian, acenando para o pessoal.
Foquei em meu noivo por um momento e eu comecei a rir muito, o som não saía da minha boca, mas a situação era muito engraçada. Ele começou a dançar com Theo enquanto a música tocava, mexendo os braços e parou quando se tocou que estava no telão. Passei a mão no rosto e finalmente a gargalhada saiu, me fazendo respirar fundo de novo.
O anfitrião que estava no microfone, que eu havia conseguido ler no telão que se chamava alguma coisa Hardwick começou a dar boas vindas ao elenco, agradecendo ao ótimo gosto musical do painel. E imediatamente começou a fazer uma pergunta para cada, um seguido do outro, Dante, Renan, Ryan, Henry, Connie, Jackson e só depois que chegou a vez do .
- E agora temos aqui ! – Hardwick falou, fazendo sair de seu transe pessoal e eu ouvir os fãs gritarem para ele? Vi rir fracamente e mexer as sobrancelhas um pouco surpreso.
- Que coisa é essa das coisas em linha? É bem intimidador. – Ele falou, rindo.
- Eu ouvi uma história e queria confirmar contigo. – Hardwick começou.
- Lá vai! – Melina empurrou meu ombro com o dela.
- Não sei se é verdade, mas eu ouvi que quando você e Henry começaram a trabalhar juntos, vocês comparavam o tamanho dos músculos. – Gargalhei na hora, vendo mexer a cabeça negativamente.
- Não tem comparação, qual é, é muito difícil ficar ao lado dele. Ele é muito forte! – Os fãs começaram a gargalhar junto com ele. – Não é só o personagem, ele é enorme, é difícil acompanhar. – Lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
- E como você acompanha? Quanto tempo você passa treinando? – Hardwick perguntou.
- Que treino? É tudo efeito especial! – Ele brincou, fazendo Dante se matar de dar risada.
- Parabéns no sucesso que é “Poseidon 2”! – ficou envergonhado, principalmente por todos no salão gritarem e seus amigos de elenco o aplaudir. – Você acha que nesse ponto, o deus, se sente mais encaixado nesse mundo ou ainda tem vontade de voltar para o oceano?
- Eu acho que ele está se ajeitando, passamos a parte dele estar surpreso com as novidades. Ele está empolgado, mas acho que ele ainda procura um lugar em que possa pertencer. Ele sempre serviu como um soldado do mar e agora ele caiu em terra firme, então está difícil para ele se encaixar. – Ele falou seriamente e eu sorri.
- Obrigado, ! Agora gostaríamos de receber Theo Johnson.
- Ele foi bem. – Falei, suspirando.
Odette foi a última da lista das perguntas e antes de passar para a surpresa da noite, Hardwick comentou sobre a ausência de Julie, Afrodite, que é porque ela estava grávida e não pode comparecer.
- E aí, vamos para a surpresa da noite? – Hardwick falou, e agora a empolgação cresceu até em mim. – Vamos lá.
As luzes se apagaram e o trailer surpresa começou a ser passado. Começou mostrando Poseidon sufocando no mar, depois Zeus sem seu reio a até Hades com o mundo inferior em chamas. As cenas começaram a ser passadas com rapidez, com diálogos curtos de problemas acontecendo no mundo todo e que as coisas precisariam ser resolvidas até o solstício de inverno, onde tudo permaneceria daquele jeito para sempre.
Quando apareceu segurando o tridente e os cabelos molhados caindo no rosto, eu sorri. Ele ficava lindo demais loiro. Ele e Zeus se encararam com raios saindo da pupila de ambos e eles deram as mãos, fazendo com que as faíscas da mão de Zeus fossem apagadas com a força da água de Poseidon.
- “Juntos?” – Poseidon perguntou.
- “Juntos!” – Os 12 deuses falaram sincronizados e a câmera se afastou de Poseidon, mostrando todos os deuses maiores e menores do Olimpo no salão do Olimpo, olhando para a porta.
A porta se abriu num baque e Sebastian, em uma forma desconhecida, apareceu no salão, com um sorriso no rosto. O logo do filme apareceu em seguida, fazendo com que a música de fundo ficasse mais alta e o trailer finalizasse.
- Caramba! – Falei, assim que o vídeo terminou, sentindo uma empolgação e um nervosismo ao mesmo tempo. O pessoal do elenco começou a ficar de pé, aplaudindo e comemorando, assim como os fãs fizeram, se colocando em pé rapidamente.
- Eu sei que nada disso importa, mas puta que pariu! – Hardwick falou, me fazendo gargalhar e eu entendia aquele sentimento, eu quero aquele filme para agora. O elenco gargalhava junto, rindo da reação. – Isso é insano, eu nem sei... Vocês viram aquilo?
- Obrigada, pessoal, pela empolgação, continuaremos sempre a fazer o melhor para vocês! –Dante gritou, aplaudindo junto com o resto do elenco.
- “Os 12 Deuses do Olimpo: O Solstício de Inverno”! – Hardwick gritou. – Em maio do ano que vem! – O povo gritou, aplaudindo.
- Vamos indo! – Melina falou, me puxando em sua direção, desviando das pessoas pela área VIP.
- Não faça isso comigo! – Falei quando apareceu na sala de imprensa e eu abracei-o, ainda um pouco extasiada por causa o trailer. – Por que vocês fazem isso com as pessoas? – O soltei rindo. – O que acabou de acontecer ali? – Vi Dante rindo atrás de nós.
- E aí, curtiu?! – Dante perguntou, quando eu soltei de .
- Faltam só algumas perguntas da imprensa. – cochichou para mim. – Daqui a pouco vamos embora. – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Tudo bem! – Falei sorrindo. – Não estou com pressa.
- Mas eu estou. – Ele cochichou em meu ouvido e eu ri fraco.
Eu acabei ficando atrás do tablado para as perguntas da imprensa, eu tinha acabado de pedir demissão, não?! E realmente não estava a fim de causar mais do que eu havia causado aquele dia inteiro. Fiquei na parte de trás, seguindo com os ouvidos no que estava acontecendo na frente.
Notei que primeiro eles tirariam algumas fotos, típico. Pelo ambiente zoneado, eu descobri que eles tiraram fotos em grupo e depois foram tirando um por um devagar e foram se revezando para conversar com os repórteres dispostos do outro lado da grade, como eu já estava acostumada também.
Ouvi pouco das perguntas dos jornalistas em si, mas pela resposta do que ficava um pouco mais alta por causa do microfone, eu consegui diferenciar as respostas um pouco. O que esperar da continuação de um filme tão espetacular quanto foi o primeiro “Os 12 Deuses do Olimpo”, como seria a participação de Sebastian no fim e o como ele ajudaria a melhorar o filme.
Depois falou sobre a importância em fazer parte desses filmes, da grandiosidade do estúdio Máxima em tudo que eles fazem. A mesma pergunta que Hardwick fez no painel para foi repetida, perguntou o que Poseidon estava procurando nesse mundo novo e de repente deu um corte, consegui ouvir a voz de Dante e as coisas se perderam no meio do caminho. Só consegui ouvir um riso no fim do papo e depois a voz de sozinha novamente, falando da importância do estúdio.
- , para de falar a mesma coisa! – Cochichei para mim mesma, revirando os olhos.
Dei alguns passos para frente demais, perdendo a voz de e tive que voltar alguns passos devagar, quase tropeçando em Theo que passava por trás.
- Até mais, felicidades para você e ! – Ele me abraçou rapidamente.
- Já vai? – Perguntei.
- Tenho dois filhos para cuidar. – Ele riu fraco, acenando para mim e seguindo sua assessora.
- Cara, é péssimo fazer imprensa para os filmes da Máxima, o que eu posso dizer? – Ouvi a voz de novamente e ri fraco.
Andei um pouco mais a frente, vendo Melina aparecer ali atrás e acenei, dando alguns passos rápidos, seguindo ela e esbarrando em quando ele passou por de trás do tablado novamente.
- Eu vou pegar seu pescoço e apertar bastante. – Falei, me aproximando dele. – Você dá sempre as mesmas respostas, que inferno! – Sussurrei.
- Você estava ouvindo? – Ele perguntou surpreso.
- Claro!
- Me mata só depois que casarmos, pode ser? – Abri um sorriso, abaixando minhas armas.
- Pode ser! – Respondi, sorrindo.
- Vamos embora, então? – Melina perguntou. – Creio que o casal quer aproveitar o noivado. – Sorri com , seguindo Melina pelos corredores dos bastidores que eu havia quase decorado já.
Paramos por algumas pessoas para nos despedir rapidamente, mas isso não demoraria muito, pois todos estavam no mesmo andar do hotel e poucos iriam embora naquela noite. segurou minha mão, entrelaçando os dedos e entramos no elevador.
Abri meus olhos por um tempo, encarando minhas mãos postas uma em cima da outra no peito de , eu ainda não acreditava que aquele anel gigante estava em meu dedo, só aquilo já podia fazer com que eu me sentisse vestida. A beleza, o brilho, o corte, o peso. Era simplesmente perfeito. se mexeu embaixo do meu corpo e passou a mão em minhas costas nuas, deslizando a ponta dos dedos pela minha espinha inteira.
Bocejei e virei meu corpo para o lado, deitando ao lado de na cama. Espreguicei o corpo e passei as mãos nos olhos, erguendo o corpo na cama, sentindo as pétalas que ainda estavam na cama pinicarem meu bumbum. Suspirei e estiquei os braços para cima, estralando os dedos e me levantei da cama, vendo de esguio levantar o corpo também, se sentando entre os cobertores.
Pude sentir seus olhos em meu corpo enquanto eu caminhava até a mesa com uma caixa de chocolates e peguei a mesma, tirando um dos bombons e mordiscando a ponta. Dei uma olhada rápida no relógio na parede e notei que estava no meio da madrugada ainda.
- Está uma vibe de Beleza Americana aqui! – Falei, subindo novamente na cama e estendendo a caixa de chocolates para ele.
- Mas não é muito confortável! – Ele respondeu, tirando algumas folhas de suas costas.
- Nenhum pouco! – Falei honesta, coloquei o chocolate na boca e andei de joelhos até , encostando minhas costas em seu corpo, ficando entre suas pernas.
- Você conseguiu dormir? – Ele perguntou, deslizando os lábios pelos meus ombros.
- Não. – Suspirei. – Parece um sonho ainda e eu não quero acordar dele. – Ele riu fraco.
- Eu prometo que não é! – Ele sussurrou e eu sorri, relaxando o corpo em seu peito. - Mudando de assunto um pouco. – Ele começou. – Melina disse que você pediu demissão. – Suspirei, não estava pronta para falar daquilo ainda. Passei a mão no cabelo e virei meu corpo para ficar de frente a e cruzei minhas pernas suspirando.
- Sim, eu pedi! – Falei simplesmente e passei a mão na nuca, suspirando. – Eu não sei se fiz o certo, mas eu não podia continuar trabalhando para Melina, para você. Não é ético, não é confortável, a gente vai casar. – Suspirei. – Talvez tenha sido uma péssima ideia.
- Eu não acho. – falou e eu ergui o rosto para ele. – É o que você disse, a gente vai casar. – Ele riu fraco. – Parece mentira mesmo. – Ri também e ele segurou minhas mãos. – Esse seu impulso, me deu uma ideia que já vai acontecer naturalmente daqui um tempo, mas acho que a gente pode adiantar isso. – Ele passou a mão em volta do meu anel. – Acho que você podia, bem, se você quiser... – Ele respirou fundo. – A gente podia morar junto em Los Angeles. – Ele suspirou. – Não sei se você quer ficar em Boston ou ficar comigo, ou como vamos fazer isso dar certo... – O interrompi colando meus lábios nos dele, me debruçando sobre seu corpo.
- Los Angeles está ótimo para mim. – Falei quando nos separamos e eu o encarei em seus olhos. – Está mais que ótimo, na verdade. – Ele riu.
- Aí podemos ver sobre o casamento juntos, lá em Los Angeles. – Ele sorriu. – Porque eu não vou querer esperar muito. – Eu ri.
- Que bom que eu não sou a única que não quero esperar! – Sorri.
- Quer mais champanhe? – Ele perguntou, estalando um beijo na minha bochecha.
- Com certeza! – Soltei uma risada alta. – Acho que nunca tive tantos motivos para celebrar quanto agora.
Capítulo 12
(Sem você dentro de mim não consigo encontrar descanso, onde eu vou, não é da conta de ninguém. Eu tentei seguir a vida como nunca tivesse te conhecido. Estou acordado, mas meu mundo está adormecido. Eu rezo para que esse coração se curar, mas sem você tudo parece incompleto. - Backstreet Boys, Incomplete)
- Não acredito que você vai deixar a gente! – Derek falou encostado em seu carro.
- Por favor, sem drama, eu já estou sentimental o suficiente! – Coloquei mais uma caixa no porta-malas. – Estou chorando por tudo ultimamente.
- Você vai fazer muita falta! – Derek me abraçou, apoiando o queixo em meu ombro.
- Calma, gente. Nos vemos em alguns dias de novo! – Rupert apareceu com outra caixa em suas mãos e eu suspirei, pegando a mesma e colocando no porta-malas.
- Sim, vocês tem que ir para Los Angeles! – Falei sorrindo. – Não vai ser festa de noivado, mas vai ser uma comemoração da nossa vida nova. – Sorri.
- Não vamos perder isso por nada. – Ruth apareceu com outra caixa, colocando-a no porta-malas. – e vão se casar. Meu Deus, isso é demais! – Ela riu, me abraçando fortemente. – Você vai fazer muita falta!
- Você também, querida! – Passei a mão em seu rosto, depositando um beijo em sua testa. – Eu quero ver vocês sempre que eu vier para cá, e quero que vocês me visitem sempre também. – Sorri, soltando um suspiro longo. - Vocês três fizeram com que esse tempo em Boston não fosse tão ruim. – Senti meus olhos começarem a lacrimejar. – Ah, meu Deus, de novo não! – Passei as mãos nos olhos, fazendo os três rirem.
- Você ganhou grandes amigos, ! – Rupert falou. – Amigos para a vida inteira, isso você pode ter certeza! – Afirmei com a cabeça, soltando o ar pesadamente pela boca. - Melina não pode vir? – Neguei com a cabeça.
- Ela está em Los Angeles, na verdade. tem um evento hoje. – Ri baixo. – Me livrei dessa. Agora é contigo, Ruth! – Falei com ela.
- Obrigada por me indicar para sua vaga, ! – Ela riu fraco. – Melina vai conversar com Kelly sobre a efetivação, agora que me formei.
- Você vai conseguir, vai tirar de letra! – Ela sorriu, confirmando com a cabeça.
- Boa sorte, menina! – Derek me abraçou fortemente. – A gente se vê no sábado de novo! E de novo, e de novo, e de novo! – Sorri, suspirando.
- Eu amo vocês. – Dei um beijo em Derek e acariciei seu rosto. – Cuida da Liana, diga para ela que vou sentir saudades. – Derek afirmou com a cabeça, passando as mãos nos olhos em seguida. – Los Angeles é logo ali. – Brinquei e ele riu fraco. - Você cuide de Angie. – Falei para Ruth. – E vai ser feliz, querida! – Falei para Ruth, abraçando a mais baixa fortemente. – Você tem potencial, não pense que precisa de um homem para ser feliz. – Ela afirmou com a cabeça, estalando um beijo em minha bochecha, fiz o mesmo. – Boa sorte, querida. – Virei meu rosto para Rupert. – E você, a gente vai se ver muitas vezes ainda! – Ele sorriu, me abraçando fortemente. – Um dia você brincou comigo que quando eu me casasse com o , você faria o meu vestido de noiva, esse momento chegou! – Acariciei seu rosto e beijei sua bochecha, ficando um pouco na ponta dos pés. – Você sabe minhas medidas, meus gostos. Vou esperar os desenhos por e-mail. – Ele afirmou com a cabeça.
- Pode deixar! – Sorri. – Você vai ser a noiva mais bonita do mundo.
- Eu pretendo. – Eles riram. – Acabou tudo lá em cima? – Perguntei.
- Acabou. – Rupert falou e Ruth acenou com a cabeça.
- Eu vou dar uma olhada, fechar tudo e já volto, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
Desencostei meu corpo do carro de Derek e entrei no prédio novamente, seguindo para o elevador. Pela última vez, eu apertei o número nove e vi as portas se fecharem. Aquele elevador sempre foi devagar, mas daquela vez, tive a impressão de que ele foi mais devagar do que o normal. A porta se abriu e eu saí, entrando no lobby dos apartamentos. Entrei na porta que estava aberta, dando uma olhada ao redor.
Os móveis e utensílios principais já vieram com a casa, então, sobrava somente os meus detalhes. O sofá, a mesa de jantar, minha cama, a televisão e meu escritório completo eu já tinha conseguido vender. Algumas coisas até para Derek que estava ajustando o quarto de Liana. Mas agora as paredes estavam brancas, com alguns buracos feitos na mesma que ainda não haviam sido fechados.
Meu quarto estava vazio também. Tinha feito várias recordações e momentos importantes naquele local. Tudo, na verdade, trazia um momento saudosista para o meu coração. Ainda era bastante difícil se livrar de coisas que faziam a vida importante. Conferi novamente dentro dos armários se eu não havia me esquecido de nada e estava tudo vazio. Fechei as janelas do quarto, do escritório e tranquei a sacada.
Caminhei pela cozinha rapidamente, só para guardar na memória e fui para a porta, pegando a chave que já estava fora do meu chaveiro e saí do mesmo, dando uma olhada rapidamente antes de batê-la e dar meia volta, entrando no elevador novamente, apertando o botão do térreo.
Cheguei ao térreo e me aproximei da casinha do porteiro, encontrando-o na porta, como se me esperasse. Entreguei a chave a ele e recebi um forte abraço em retorno, fazendo meu coração apertar mais ainda.
- Foi bom conhecer vocês! – Falei sincera.
- Você também, senhorita! – Ele respondeu e eu sorri. – Que você seja muito feliz.
Saí do condomínio e bati o portão, soltando um suspiro quando eu o ouvi bater. Os três já me esperavam dentro do carro, conferi rapidamente o porta-malas, se tudo estava lá e bati o mesmo, me caminhando para dentro do carro. Entrei no mesmo e bati a porta, colocando o cinto de segurança em seguida.
- Para o aeroporto, por favor, Derek! – Falei com a voz fraca e, sem dizer nenhuma palavra, o carro se colocou em movimento.
***
Assim que eu entrei com o carro na garagem, senti um momento de felicidade passar pelo meu corpo. As luzes da sala estavam acesas, isso significava que agora eu não morava mais sozinho. Desci do carro fechando o paletó por instinto e bati a porta, travando o mesmo. Um latido me tirou do transe e olhei para a porta de vidro que estava aberta. Leslie estava lá, de plantão, como sempre, mas estava ao seu lado. O corpo com uma calça jeans, uma blusa regata escura e os pés descalços no chão.
Ela ergueu a mão e acenou para mim, mexendo somente os dedos, como sempre fazia. Eu soltei uma risada, caminhando em sua direção. Assim que me aproximei dela, ela passou os braços pelos meus ombros, me fazendo se aproximar dela e colocar as mãos em sua cintura.
- Ei! – Ela sussurrou. – Sou sua nova colega de quarto. – Ri baixo, encostando meus lábios nos dela levemente.
- Oi! – Ela sorriu, passando as mãos em meu rosto.
- Deixando crescer a barba de novo? – Ela perguntou e eu ri, beijando a ponta de seu polegar.
- Minha colega de quarto gosta! – Sorri, puxando ela pela cintura para dentro de casa.
- Tonto! – Ela entrou na minha frente e pude ver as caixas dela espalhadas pela sala.
- Não arrumou ainda? – Ela franziu a testa.
- Eu não sabia onde colocar as coisas e você só chegou agora. – Ela falou, se sentando no chão novamente, próximo a uma caixa fechada.
- , é nossa casa agora, você coloca onde quiser! – Falei, tirando meu paletó e colocando no sofá.
- Ah, , sei lá! – Ela mexeu os olhos.
- ...
- Não, sério, não vou chegar aqui e simplesmente mudar as coisas de lugar. – Ela ergueu o rosto, enquanto eu afrouxava a gravata.
- O armário, por exemplo, mais da metade do closet já está vazio, você podia ajeitar. – Ela riu e eu puxei a blusa do cinto da calça, desabotoei e sentei ao seu lado, vendo Leslie se aproximar de mim. – E aí, garota! – Bati a mão levemente em seu corpo, vendo-a se deitar ao meu lado.
- Ela está enorme! – riu. – Enfim, você me ajuda aqui, por favor.
- Ok, vamos lá! – Olhei para as caixas espalhadas pela sala. – Vamos separar por seções. O que tem aqui?
- Roupas, livros, DVDs, minhas panelas, por motivos óbvios! - Revirei os olhos.
- Sem graça!
- Sapatos, alguns porta-retratos, fotos, etc... Várias bugigangas e algumas coisas da faculdade e do trabalho. – Ela falou, apontando para as diversas caixas.
- Você não tem móveis? Algumas coisas assim? – Peguei a caixa em que estava escrito “Panelas” e empilhei em cima de “Utensílios de cozinha” e me levantei, pegando as duas e as colocando em cima do balcão da cozinha, sentindo o peso fazer minhas costas doer.
- A maioria dos móveis vieram com o apartamento. – Ela se levantou também. – E o que sobrou, eu vendi. – Ela deu de ombros, fazendo uma careta.
- Mas você é muito prática, não é?! – Ela riu.
- Tem que ser, certo?! – Ela riu. – Mas foi difícil se despedir do pessoal. – Ela deu um sorriso fraco. – Enfim, eu sei que está tarde, mas estou ligada nos 220 volts. – Ela se aproximou de mim. – Vai dormir, eu vou guardar as roupas e já vou também. – Ergui minha mão para seu rosto, acariciando.
- Você acha que eu vou dormir sendo que é sua primeira noite morando em Los Angeles? – Falei a fazendo rir. – Vamos guardar suas roupas. – Ela sorriu e eu me aproximei de duas caixas de roupas empilhadas e peguei, seguindo para meu quarto.
- Você tem vários vestidos, sabia? – Falei, abrindo mais uma caixa de roupas e achando mais uma pilha de vestidos.
- Dá licença! – Olhei-a, que guardava seus vários saltos altos próximos as minhas botinas.
- Só te infernizando! – Falei rindo e peguei o primeiro cabine para guardar seus vestidos um a um.
- Onde você guarda as roupas de gala? – Ela jogou mais uma caixa para fora do closet, caindo no quarto e pegou outra.
- Lá no fundo! – Apontei para outra direção.
- Vou ter que lutar contra quantos ternos? – Ela perguntou, pegando três cabides com vestidos que ela havia usado nas três premières de “Poseidon 2” em que ela tinha ido, junto de mais um vestido que eu não reconheci.
- Você tá muito engraçadinha, senhora ! – Ela mostrou a língua e sumiu pelo outro lado do closet.
- Isso é a reação de uma pessoa feliz, ! – Ela respondeu da parte de trás do closet e eu ri, guardando seu último vestido e jogando mais uma caixa de volta para o quarto.
- Está feliz em estar aqui? – Joguei essa pergunta, ouvindo-a gargalhar lá do fundo.
- Isso não é pergunta que você precise fazer para saber, ! – Sorri.
- Você se sente como eu me sinto! – Gritei de volta.
- Extasiada? – Ela falou e eu sorri.
- Com certeza. – Respondi, pegando uma caixa pequena e abrindo-a com o estilete. – Olha o que eu achei! – Falei rindo, vendo a cabeça de aparecer em cima de mim. – Suas calcinhas!
- ! – Ela riu ao meu lado e roubou a caixa de mim, apoiando na bancada.
- Mas eu já vi tudo isso! – Me levantei, pegando a última caixa e abrindo, dando de cara com várias calças e shorts. – Essa é a última? – Perguntei dando a volta no closet e abrindo outra porta.
- Sim, finalmente! – riu, bocejando. – Agora até eu estou com sono.
- A gente vai dormir logo, amanhã saímos para comprar as coisas para sábado. – Ela fechou a gaveta, jogando a caixa vazia no quarto novamente.
- Vai ter mesmo? – Ela andou até o quarto e começou a juntar as caixas.
- Claro, ué! – Ri, fechando o armário. – Já avisei a galera!
- Você não nega uma festa, não é?! – Ela riu e sumiu pelas portas do quarto e voltou logo em seguida. – Leslie, sai! – Ouvi a voz dela e ambas entrarem no quarto.
- Ah, mas não mesmo! – Ri, tirando a calça do terno, jogando-a no cesto e trocando por uma calça de moletom.
- A gente precisa ter uma festança no nosso casamento! – Ela riu, entrando de volta no closet e voltando de pijama logo depois.
- Você já pensou nisso? – Ela falou desligando a luz do quarto e eu liguei o abajur ao meu lado.
- Precisamos decidir a data, o local e por aí vai. – Ela abriu um sorriso tímido. – O quê?
- Já pedi para o Rupert começar a desenhar meu vestido! – Soltei uma risada, passando meu braço em seu corpo quando ela deitou.
- Ah, meu pai! – Dei risada. – Você e o Rupert são um perigo!
- Ai, sem graça! – Ela puxou o edredom até a cintura. – A gente podia ver isso, não é?! – Ela falou, virando o rosto para mim.
- A gente pode ver isso amanhã, aproveitar que vamos comprar as coisas para sábado.
- Comprar hoje às coisas! – Ela pegou o celular na mão. – Já passam das quatro da manhã, querido! – Arregalei os olhos e ri fraco.
- Nossa! – Falei e a vi tirando o anel de noivado do dedo.
- Isso pode matar alguém, sabia? – Ela esticou o anel para mim e eu ri. – Mas é lindo!
- Para combinar contigo! – Falei, dando um beijo em sua testa, vendo-a colocar o anel na mesa de cabeceira.
- Amanhã a gente começa a organizar nosso casamento. – Ela deslizou o corpo pela cama e ajeitou a cabeça no travesseiro.
- Essa é a primeira vez que eu estou empolgado em organizar alguma coisa. – Respondi, vendo-a dar risada. – Vamos lá, senhora ! – Desliguei o abajur.
- Mal posso esperar por isso. – A ouvi dizer.
Passei a mão no rosto e abri os olhos, me encontrando sozinho no quarto. Ergui o corpo e sentei na cama, coçando os olhos com as mãos e soltando um longo bocejo. Segui para o banheiro e fiz minha higiene matinal e logo saí do quarto, deixando a porta aberta.
Assim que eu saí pela porta, consegui sentir um cheiro gostoso no ar, parecia comida e estava muito bom. Cheguei na cozinha e Leslie começou a me rondar rapidamente, olhei para que tirou os olhos do computador para olhar para mim, ela estava sentada na parte de dentro da bancada, enquanto duas panelas estavam no forno.
- Bom dia! – Falei e sorri, me debruçando sobre a bancada para beijar seus lábios rapidamente.
- Boa tarde, na verdade! – Ela riu fraco. – Estou fazendo o almoço, já.
- Dormi tanto assim? – Ela sorriu, afirmando com a cabeça. – O que está fazendo? – Ela se levantou do banco.
- Estou fazendo um risoto com bacon e carne refogada. – Ela deu de ombros. – Era o que tinha na geladeira. – Sorri, passando a mão no rosto.
- Prometo que vou manter a geladeira cheia agora.
- Você precisa parar de comer fora. – Ela mexeu na panela e eu beijei seu ombro.
- E no computador? – Olhei para ele, várias abas estavam abertas e ela suspirou, voltando para mim.
- Melina enviou minha carta de recomendação e eu dei uma chorada. – Ela clicou na tela e abriu o e-mail de Melina.
- O que diz? – Perguntei, me sentando na frente do computador.
- Que idade não é significado de muita experiência ou pouca. – Ela riu fraco. – Começa assim. Ela fala como é difícil perder alguém que ensinou tanto e também aprendeu bastante em pouco mais de um ano de serviço, mas que sente orgulho por eu colocar a ética em frente à vontade de trabalhar, que entende a situação que eu me encontro ao pedir demissão e que eu não devo ficar nenhum segundo a mais desempregada, pois eu serei uma adição incrível à qualquer equipe. – Ela suspirou. – Eu estou meio manteiga derretida ultimamente, desde a Convenção! – Ela riu.
- Melina te adora, você sabe disso, certo?! – Perguntei, me levantando e indo até a geladeira.
- Eu sei, eu também a adoro. – Ela coçou a cabeça. – Enfim, ela mandou junto vários locais que mandaram vaga de emprego para a ACCESS nos últimos dias, então, estou atualizando currículo e enviando. – Ela deu de ombros, desligando o fogo.
- Você vai conseguir algo, você é inteligente e sabe bastante da sua profissão. – Ela sorriu e eu tirei uma garrafa de suco da geladeira, abrindo-a.
- Copo, por favor! – Ela gritou antes de eu virar o galão na boca e eu olhei-a, franzindo a testa. – A casa também é minha agora, não é?! – Ela piscou o olho e seguiu para o armário, tirando dois pratos do mesmo.
- Já guardou tudo? – Perguntei.
- Falta só meus livros, na verdade. – Ela colocou os pratos na bancada. – Eu coloquei os DVDs junto com os seus lá no cinema e preciso de uma estante ou alguma prateleira.
- A gente coloca no escritório, adicionamos uma mesa para você. – Ela afirmou com a cabeça, me entregando uma taça. – É pequeno, mas tem espaço suficiente!
- Combinado! – Ela sorriu.
- Obrigada! – agradeceu, cumprimentando a senhora de cabelos loiros. – Nós retornaremos para você. – Cumprimentei a senhora e seguimos para fora de mais um hotel com várias folhas em nossas mãos. – Meu Deus, já escureceu! – Ela falou quando saímos do hotel.
- Nossa! – Falei igual, me surpreendendo. – Vamos para casa?!
- A gente não passou no mercado ainda! – Ela falou acenando para vallet que trouxe o carro e entrou no mesmo.
- Acho que podemos fazer isso amanhã, eu prefiro passar a noite na piscina com a minha noiva. – Falei ao entrar no carro e ela riu sarcasticamente.
- Engraçadinho você, não?! – Ela jogou a pilha de papéis para trás e colocou o cinto. – Nós fomos a exatamente oito hotéis hoje, os principais hotéis de Los Angeles e você quer ir para a piscina?
- Acho que não é uma boa ideia, não é?! – Perguntei dirigindo e ela sorriu.
- Não, amor. A gente vai decidir isso ainda hoje se quisermos casar esse ano.
- Eu quero casar esse ano. – Falei baixo, fazendo um bico de propósito nos lábios.
- Que bom, porque eu também quero! – Ela estalou um beijo em minha bochecha. – E afinal, eu faço o que você quiser amanhã, mas você vai sozinho no mercado, vou te dar uma lista de compras enorme. – Suspirei, revirando os olhos. – E não faça isso, você que decidiu fazer essa festa.
- É tipo uma festa de noivado! – Respondi, tentando achar argumentos.
- Eu sei, mas também não é uma festa de noivado que eu sei, ! – Ela virou para mim. – É um motivo para cerveja e carne!
- Mas vai ser bom! – Coloquei minha mão na sua perna. – Você tem estado um pouco para baixo com tudo que está acontecendo.
- Não estou para baixo, eu estou sensível, é diferente. – Ela olhou para mim e eu ri.
- Então, te dar uma animada! – Ela olhou para mim e sorriu, mexendo a cabeça com as mãos.
- Pode ser, mas amanhã eu preciso descansar um pouco, faz quase uma semana que eu acordo cedo todos os dias. – Ela encostou a cabeça no encosto de cabeça.
- Tudo bem, amor! Eu cuido disso. – Ela suspirou e fechou os olhos.
- Ok, senhorita organizadora, o que você separou para gente? – Voltei para a sala, passando as mãos nos cabelos molhados e sentando ao lado dela na bancada que já tinha saído do banho também.
- Bem, se eu fosse me casar com qualquer pessoa, eu diria de cara “quer pagar quanto?”, mas não é qualquer cara. – Ela empurrou o notebook e pegou um papel sulfite com algumas fileiras escritas.
- Pois é, você vai casar com um cara mais legal! – Falei, passando o braço pelos ombros dela.
- Ah, mas sabia que esse que eu vou me casar é bastante metido?
- Você tá ficando sem graça. – Franzi os lábios.
- Foca, ! – Ela riu e eu virei o rosto para o papel.
- Oito hotéis! – Falei.
- Isso, começa aí. Oito hotéis. – Ela mostrou a lista com hotéis que ela escreveu na folha. – A gente precisa decidir se o casamento vai ser dentro do hotel ou a céu aberto, que aí a gente exclui alguns já.
- O certo não era decidir a data antes? – Franzi a testa.
- Acho que se a gente decidir como quer, a gente vai ao hotel que mais combina com a gente e vê as datas disponíveis, os quais eles já enviaram. – Ela mexeu em mais alguns panfletos.
- Tá, me deixa pensar. – Respirei fundo, apoiando o braço na bancada. – Casamento ao ar livre é legal, mas festa eu já acho que não rola. Sei lá. – Suspirei.
- É, eu penso a mesma coisa. Fazer o casamento fora e por algum motivo chover, é fácil levar para dentro, mas se fizer a festa fora também, acaba a festa se chover. – Ela pegou uma caneta. – Com isso a gente exclui três hotéis. – Ela começou a riscar os nomes. – Mato e céu aberto, não vai rolar.
- Risca esse em Santa Mônica que falta privacidade nele. – Ela concordou com a cabeça. – Ele é inteiro aberto. E esse você corta também, não gostei das suítes dele. – Ela olhou para mim rindo e riscou também.
- Ok, sobraram três. – Ela pegou outra folha e fez três colunas escrevendo o nome dos três. – O Ritz, Four Seasons e o Montage. – Suspirei, pegando a folha em sua frente, enquanto ela pegava os panfletos dos três hotéis.
- Qual vai ser o desempate? – Perguntei.
- Vamos lá. - Ela pegou os panfletos e esticou na nossa frente. – O Montage é maravilhoso, mas eu achei que as opções para o casamento em si não são muito boas. – Ela suspirou. – Olha aqui, eles fornecem o local, o buffet e a prataria, a gente teria que ir atrás do resto. – Ela colocou na bancada. – Ritz eu achei ótimo o pacote deles, mas se eles forem fazer o atendimento da mesma forma que fomos atendidos hoje, eu prefiro deixar para lá. – Ela pegou o último panfleto. – Já o Four Seasons eles oferecem tudo, ainda mantém uma cerimonialista parceira do hotel com a gente. Comparado aos outros, o preço não está tão caro para o pacote oferecido e, como bônus, a suíte nupcial deles é demais. – Abri um sorriso, pegando o panfleto de sua mão.
- Bem que eu vi que você se apaixonou pelo Four Seasons mesmo. – Ela sorriu.
- Acho que eu tenho uma coisa por esse hotel. – Ela riu fraco, olhando o panfleto em minha mão e olhando o site deles. – Eles têm até uma área só de casamentos no site deles! – Ri, olhando o site com ela. – Saca só quanta coisa precisa para organizar um casamento. – Ela abriu a lista, aumentando-a. – Bolos e sobremesas, buffet, decoração, flores, lembrancinhas, música, fotos, vídeos, convites, pré-convites, tem até uma categoria só para o noivo. – Ela apontou e eu gargalhei.
- Eu não sei fazer um casamento. – Cocei a cabeça.
- E você acha que eu sei? – Ela riu. – No Four Seasons eles intermedeiam tudo e ainda tem uma cerimonialista só nossa. – Ela deslizou a tela.
- Acho que concordo que devemos ficar nele. – Franzi os lábios e ela riu pegando um caderno pequeno e abrindo na primeira página escreveu “Casamento e ” e escreveu “Local: Four Seasons” logo embaixo. – Procura a pasta que eles deram para gente, tem as datas disponíveis. – Peguei a pilha de papéis, procurando um por um. – É a única pasta preta. – Ela completou e eu olhei os papéis na horizontal, puxando a única pasta preta da pilha com o símbolo deles na frente. – Obrigada! – Ela riu.
- Quanto tempo a gente precisa para preparar um casamento? – Perguntei, vendo-a abrir a pasta e puxar uma folha com vários quadros nela.
- Quais são seus próximos compromissos? – Ela virou o rosto para mim.
- O principal é o lançamento de “O Trem da Meia-Noite” no Festival de Toronto. – Peguei meu celular, procurando pela agenda. – Isso é nas duas primeiras semanas de setembro.
- Não, setembro está muito perto também! – Ela riu. – O que mais você tem?
- Tenho um torneio de golfe beneficente no fim de outubro. – Rolei a página. – Um evento não confirmado da Máxima ainda em outubro também. E dois eventos para caridade no começo de dezembro, um de Nova York e outro em Boston. – Ela ergueu a cabeça.
- Quando é esse em Boston?
- 11 de dezembro, por quê? – Perguntei.
- Se nós fizermos o casamento em dezembro, eu consigo ir contigo para esse evento e ainda fazer algumas provas com Rupert nesse meio tempo. – Mexi a boca.
- É até uma boa ideia essa. – Ela pegou a folha rapidamente, correndo para dezembro.
- O evento é dia 11. 13 é o primeiro sábado que é muito perto, 20 eles têm evento marcado para o natal... 27 de dezembro! O que acha? – Ela colocou a ponta da caneta na data.
- Acho que é uma ótima ideia começar o ano contigo! – Ela abriu um sorriso e circulou a data soltando a caneta e passando os braços em meu corpo.
- Adiciona na sua agenda! – Ela falou comigo ainda rindo.
- Não se preocupe, nesse dia eu sou só seu. – Passei minhas mãos em suas costas. – Nesse dia e em todos os outros. – Cochichei em seu ouvido.
Dormimos até que cedo aquele dia, se comparar ao dia anterior. Jantamos alguns petiscos que ainda tinha em casa e montou uma lista bem completa do que precisava em casa e, quando eu digo bem completa, eu digo bem completa. Ela não viu somente o que faltava na cozinha, ela também viu produtos de limpeza, coisas para festa, coisas de higiene pessoal e coisas que eu com certeza não saberia dizer o que é e com certeza acabaria esquecendo.
E assim que deitamos, ela começou a fuçar vários sites de casamento, eu estava empolgado, mesmo, mas ela entendia muito melhor que eu. Tinha gostos, combinações, vontades, sonhos. Ela manjava das coisas. Se eu souber dizer que gostei do sabor do bolo, vou me sentir orgulhoso já.
Eu acabei capotando pouco tempo depois e não sei que horas ela havia dormido, mas quando eu acordei ela dormia com o iPad em cima do peito e não acordou até a hora que eu saí de casa. Fiquei bastante tempo fora, afinal, comprar tudo que ela tinha colocado naquela lista, demorou cerda de três horas no mercado e, pela primeira vez na minha vida, eu saí com dois carrinhos de lá.
Cheguei em casa e encontrei arrumando a varanda com Larry que trazia as mesas. Ela ajeitou algumas mesas na parte próxima a fogueira e colocou mais uma mesa próximo à piscina e as espreguiçadeiras. Todas com uma toalha que eu nunca tinha visto na minha vida.
O dia passou rápido até. Quando eu cheguei com as compras, e eu começamos a organizar as coisas, decidindo onde cada coisa ficava melhor para depois ninguém ficar perdido na hora de achar alguma coisa. Quando terminamos, ela pegou alguns quadros que trouxe de Boston e começamos a pendurar na parede, eu com a furadeira e ela com os palpites. Ela queria dar um toque mais feminino ao local.
Coloquei as cervejas e refrigerantes para gelar no freezer e começou a cuidar dos espetinhos. Sim, ela cuidava dos espetinhos. Cortava as peças de carne, juntava todas em um tempero que ela fazia que dava um cheiro delicioso à carne e depois colocava em vários espetinhos. Ela também aproveitou e fez uma torta de chocolate para sobremesa. Gente, ela é demais!
Enquanto eu terminava de arrumar a grelha, ela foi para o banho, demorando um pouco para sair do quarto, quando fui atrás dela, vi que ela estava fazendo escova no cabelo somente de calcinha e sutiã. Entrei no banheiro enquanto ela passava o secador nos cabelos, mas logo em seguida ela saiu, seguindo para o quarto novamente.
Eu acabei colocando minha roupa de sempre, calça cinza, botinas cinza, blusa preta e jaqueta preta por cima. Ajeitei meu cabelo do jeito de sempre e dei uma ajeitada na barba. Quando eu voltei para o closet, se olhava no espelho e colocava sua blusa branca dentro da saia amarela justa em seu corpo, que marcava bem suas curvas. Ela andou descalça até o banheiro e ficou lá dentro um pouco, até voltar maquiada. Calçou seus sapatos brancos que eu conhecia bem. Quando estávamos voltando para a sala, a campainha tocou.
- Que a festa comece! – Falei e riu, me acompanhando até a porta.
- Cerveja? – Gary ofereceu para .
- Não mesmo! – Ela riu, mostrando a taça de vinho tinto em sua mão.
- Ela é a garota do vinho, Gary. Desiste! – Ele riu, dando de ombros.
- E falando nisso, é hora de eu parar, tá começando a zonzear. – Ela bebeu o último gole e colocou a taça em cima da mesa próxima a piscina. – Vou lá com o meu pessoal.
- Ela tem o pessoal dela? – Malcom brincou e vi caminhar em direção a piscina e sentar em uma espreguiçadeira próxima a piscina ao lado de Derek e Denise.
- Como está indo essa vida quase de casado, ? – Elsa, esposa de Henry, perguntou.
- Espero que bem, ele tá parecendo um bobo com esse sorriso no rosto. – Julie comentou, fazendo o pessoal ao redor rir.
- Vocês dizem isso como se nunca tivessem passado por isso. – Brinquei, jogando a lata vazia no lixo.
- Passamos, por todos os estágios! – Dante falou rindo. – Eu passei duas vezes. – Soltei uma gargalhada.
- Cadê Susan? – Ryan perguntou.
- Vamos dizer que ela não está muito a fim de sair de casa com aquele barrigão. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho que ela tem o motivo dela. – Julie bebeu sua água em seguida.
- Nós temos o quê? Duas grávidas nesse grupo? – Stefan se meteu na conversa.
- Que a gente sabe sim! – Renan brincou.
Quase todo mundo que foi convidada veio. Malcon, Stefan e Gary de Poseidon. O pessoal principal de Os Deuses do Olimpo, com exceção de Theo, Odette, Sebastian e Blake. Minha mãe, Seth e Cady vieram, e os quatro amigos de lá de Boston também, eu gostava deles.
Já havíamos parado de comer fazia um bom tempo. Na verdade, ninguém parecia muito interessado em comer quando tinha bebida disponível, mas ninguém estava alterado, eu também não, o que era um sinal de maturidade na festa, como diria minha mãe. Que também não podia falar muito, já que não largava a taça de vinho da mão, enquanto conversava com Jackson e Seth e soltava aquela risada engraçada que eu havia ganhado de herança.
Já deveria fazer umas quatro horas que a festa estava rolando, a gente já havia abaixado o som, mas enquanto houvesse risada e brincadeiras, a gente deixava as coisas rolando. Olhei para um momento e ela soltava uma gargalhada com algo que Derek contava, ele mexia as mãos todo fervoroso. Liana havia ficado em Boston com seus avôs.
- ! – Ouvi minha mãe chamando e virei o rosto, vendo-a se aproximar com Jackson ao seu lado. – Jackson está indo embora.
- Mas já? – Falei erguendo as mãos.
- Já é tarde, cara! – Ele riu, apontando para o relógio.
- Meu Deus, precisamos ir embora! – Henry falou, se dando conta do horário.
- Nossa, é quase meia noite, já! – Stefan falou rindo.
- Ei, ei, ei! Não precisa ir embora! – Falei sério.
- Não, cara, sério. Tá na hora! – Henry falou. – A gente se fala na próxima. Tem três crianças lá em casa com a babá.
- Espera um pouco então, me deixa chamar a para vocês se despedirem.
- Tá bom! – Ele concordou com a cabeça.
Desviei do grupo e segui em direção à piscina, onde estava sentada em uma das espreguiçadeiras em volta da piscina entre Derek e Rupert.
- Ei, amor! – Chamei-a, olhando de cima que abriu um sorriso, esticando a mão e tocando na minha. – Pessoal tá indo embora, vamos lá se despedir? – Ela riu fraco.
- É, precisamos ir também! – Rupert comentou.
- Por que todo mundo dá a louca de ir embora ao mesmo tempo? – Falei de um jeito que ficou bem engraçado e Rupert gargalhou.
- Eles vão no embalo, . – comentou. – Mas vamos lá sim. – Ela afirmou com a cabeça. – Me ajuda a levantar? Acho que estou cansada, meio fraca, meio zonza.
- Acho que isso é bebida demais. – Derek comentou e mostrou o dedo para ele.
- Olha quem fala! – Ela retrucou e eu fiquei na frente dela, esticando as mãos para ela.
- Agora lá em casa é só leite de soja. – riu com o que Rupert respondeu.
- Dentro pode até ser, mas fora... – Ela deixou o resto da frase no ar, segurou minhas mãos e eu a puxei para cima, fazendo-a se levantar, dando uma leve cambaleada.
- Opa! – Brinquei, segurando-a pela cintura. – Está tudo certo? – Ela passou a mão no rosto, suspirando.
- Está sim, deve ser só o cansaço mesmo. – Ela deu um sorriso fraco e eu agarrei-a firme pela cintura, enquanto Derek e Rupert se levantavam.
- ! – Ouvi um grito da minha mãe, e virei o rosto em sua direção que possuía uma expressão assustada no rosto. – Ela está sangrando!
Olhei assustado para que fechava os olhos devagar e deslizei as mãos em seu corpo rapidamente, encontrando o sangue que minha mãe falava. Ele estava na parte de trás de , na saia. Desencostei minha mão da parte de baixo do bumbum dela e vi que minha mão estava coberta de sangue. foi derrubando o corpo para baixo, ao mesmo tempo em que seus olhos se fechavam e a cabeça fosse jogada para trás, desmaiando.
- Alguém chama ambulância! – Gritei começando a sentir meus olhos embaçarem devido as lágrimas e o tempo começou a passar em câmera lenta.
- A gente leva! – Ouvi alguém gritar próximo de mim.
- Vem, filho. Vem! – Outra pessoa tirou de meus braços e não sei como meus pés saíram daquele lugar e também como eu consegui me mexer, mas em algum momento eu estava entrando no banco da frente de algum carro com alguém amparando no banco de trás.
- Vai ficar tudo bem, ! – Uma voz masculina falou ao meu lado e eu bati a cabeça no vidro e senti as lágrimas caírem do meu rosto em silêncio.
Não sabia que horas eram, para onde estávamos indo ou a qual velocidade seguíamos. Eu só a queria bem, eu queria minha bem, saudável, feliz, como eu sempre a conhecia. Agora que estava indo tudo tão bem... Senti minha garganta apertar e abri o vidro do carro o máximo possível, tomando um pouco de vento no rosto. Isso não podia estar acontecendo.
Assim que chegamos ao hospital, já tinha uma equipe pronta para receber , alguém devia ter ligado. Ela foi retirada do carro rapidamente e colocada em uma maca, dois enfermeiros empurraram a maca correndo para dentro do hospital, enquanto alguém me segurava pela cintura, me puxando para seguir, já que meus pés não sabiam mais andar.
Corri ao lado de o quanto foi possível, até que duas portas me pararam no meio do corredor e uma mulher alta apareceu em minha frente, amparando meu corpo com as mãos e outra pessoa me puxando para trás.
- Me deixa, é minha noiva! – Gritei para alguém.
- ! – Alguém me chacoalhou, me fazendo olhar o rosto de Henry. – Vai ficar tudo bem! – Ele falou, com as mãos segurando meus ombros fortemente.
Assimilei as palavras por um momento e senti meu corpo fraquejar. Henry passou os braços ao redor do meu corpo em um abraço ou em um apoio e eu soltei todas as lágrimas que podia em seus ombros, sentindo o corpo pesar. Eu sabia que estava chorando igual uma criança, mas eu não me importava com outra coisa além dela.
Eu não sei quanto tempo passou, mas Henry não me soltou até que eu me sentisse confortável o suficiente para me afastar sozinho e sentisse meus pés afirmarem no chão. Ele chacoalhou meu corpo devagar e me guiou até a sala de espera, onde estava lotada com todos meus amigos. Dante se levantou e eu sentei em seu lugar, sentindo o corpo firme em alguma coisa. Minha mãe tocou minha mão com a dela e notei que seu rosto estava vermelho. Ela fez um sinal positivo de força e eu encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo-a me abraçar pelos ombros.
Fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho do ventilador girando em alguma parte da sala e também alguma televisão ligada com algum programa inútil da madrugada. Soltei um suspiro e ouvi alguns passos se aproximando devagar pelo corredor e os sons aumentarem conforme isso. Ergui meu rosto para o médico que chegava na sala de espera, tirando a máscara de sua boca e colocando em um dos bolsos do jaleco.
- Família de ?! – Ele falou e eu me levantei de prontidão, como todos ao meu redor.
- O que aconteceu, ela está bem? – Ouvi minha voz sair e o médico mexeu as mãos, tentando me acalmar.
- Sua namorada...
- Noiva! – O corrigi.
- Sua noiva sofreu um sangramento excessivo do canal vaginal. Isso pode acontecer por diversas causas, alguma doença que a paciente tenha, alguma condição crônica, vícios, problemas uterinos, peso, testes invasivos na região. – Afirmei com a cabeça. – Ou até má formação do embrião. – Franzi a testa. – Isso é comum de acontecer entre a primeira e a vigésima semana de gestação. – Minha boca se abriu devagar. – Sua noiva está bem, descansando e precisará tomar alguns medicamentos ainda, mas, infelizmente, não conseguimos salvar o feto. – Ergui minha mão até a boca, totalmente alheio ao que ele havia me dito.
- Feto? – Foi o que minha voz conseguiu dizer.
- Bebê, senhor. Me desculpe! – Fechei os olhos, dando uma volta ao redor de mim e suspirei.
- Ela estava grávida? – Minha voz saiu forte.
- Vocês não sabiam? – Ele falou surpreso e eu passei a mão em meus cabelos, sentindo meus olhos embaçarem novamente, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Como, doutor? – Ouvi a voz da minha mãe ao meu lado e soltei o ar rapidamente pelos pulmões.
- Estamos fazendo testes ainda para descobrir de quantas semanas ela estava, mas pela reação de ambos. Imagino que ela não havia completado oito semanas de gestação. – Sentei meu corpo novamente na cadeira atrás de mim e fechei meus olhos, escondendo eles com as mãos.
- Ela está acordada? – Gritei.
- Está sim, ela está tomando um medicamento direto na veia, mas vocês podem vê-la. – Ele indicou o braço e eu me coloquei em pé novamente.
- A gente espera aqui. – Seth falou e eu afirmei com a cabeça, andando lado a lado com minha mãe pelo hospital, seguindo o médico pelo corredor.
No caminho para o quarto de eu fiquei matutando em minha cabeça de quantos dias ela poderia estar grávida. E pelo que o médico havia falado, eu tinha somente duas alternativas. Na Convenção de Quadrinhos ou no intervalo de gravações de “Poseidon 2” no começo de julho. Mas nada disso importava, nada disso traria nosso futuro bebê de volta.
Imagina só, um bebê meu e de . Podia não ser algo que estávamos planejando no momento, mas seria incrível. É algo que eu definitivamente queria e sei o quanto gosta de crianças. Mas eu preferi não saber, se já doía agora, imagina se estivéssemos preparados.
O médico apontou para a porta de eu afirmei com a cabeça. Minha mãe fez um carinho de leve em minhas costas e eu fiz um movimento com a cabeça.
- Qualquer coisa me chame! – O médico falou e eu afirmei com a cabeça, girando a maçaneta da porta.
- Eu também, querido. – Ouvi minha mãe. – Estarei aqui fora.
Empurrei a porta devagar e senti meu coração apertar. estava com a roupa de hospital, deitado na maca no meio do quarto. Os dois braços estavam presos, um em uma máquina que controlava pressão e o outro tinha uma agulha, com algum medicamento claro descendo pelo fio.
Seu rosto estava pálido, os olhos vermelhos e a respiração devagar. No momento em que seus olhos viraram para o meu, as lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto e senti meus olhos embaçarem também, mas eu precisava ser forte, por nós dois. Fechei a porta atrás de mim e caminhei pelo quarto, me colocando ao seu lado e ela se mexeu, dando espaço para que eu sentasse ao seu lado.
Cobri nossos pés e ela encostou a cabeça em meu ombro, me fazendo abraçá-la fortemente. Ouvir chorar foi a pior coisa que eu podia ouvir na minha vida. Eu tive que me segurar para não começar a chorar com ela, mas meus olhos embaçaram com seus soluços e meu coração estava bastante apertado, mas eu mantive minhas mãos em suas costas e meu corpo o mais calmo possível.
A porta se abriu e um enfermeiro entrou no quarto com uma bandeja nos braços. se endireitou ao meu lado e passou as mãos nos olhos, sentando direito na maca. Eu virei as pernas para o lado, descendo da maca e puxando uma cadeira. O enfermeiro colocou a bandeja na mesa em frente à .
- Tente comer tudo, ok? – Ele falou olhando para ela.
- Obrigada! – Ela falou e o enfermeiro conferiu o medicamento antes de sair da sala. encarou a sopa de legumes em sua frente e suspirou, pegando a colher na lateral da bandeja.
- Eu não sei se estou com fome. – Ela falou baixo.
- Come, amor! – Falei encostando minha mão em seu corpo. – Você tem que ficar forte.
Ela passou a mão no rosto e ajeitou o corpo na maca, aproximando a mesa mais dela. Ela pegou a colher e começou a comer devagar, talvez ela tenha se tocado que estava com fome quando colocou a primeira colherada na boca e tomou a sopa inteira. Depois ainda comeu a gelatina que veio junto e o suco.
Ela empurrou a mesa para o lado e suspirou, mantendo a cabeça afundada no travesseiro. Ela escorregou o corpo pela maca e puxou a barra da coberta, se cobrindo até o pescoço e rodou o corpo na cama, ficando de costas para mim. Fechei os olhos e suspirei, encostando as costas na cadeira, escondendo o rosto com as mãos.
- Como eu posso sentir falta de algo que eu nunca tive? – A ouvi falar baixo e ergui o rosto ouvindo-a suspirar. – Eu estava bebendo. Eu estava tomando anticoncepcional. Eu estava emotiva. – Ela começou a soluçar e eu me levantei, dando a volta no quarto e ajoelhando em sua frente, passando a mão em seu rosto.
- Para, ! – Ergui seu rosto. – Não é sua culpa, você não tinha como saber. A gente não tinha como saber. – Passei a mão de leve em seu rosto e ela suspirou, abrindo os olhos. – Por favor, não se culpe, isso pode acontecer por vários motivos.
- O médico disse. – Ela suspirou.
- Pode acontecer com qualquer um. – Ela ergueu o corpo.
- Mas dói tanto. – Ela focou os olhos em mim.
- Vai passar! – Acariciei seu rosto. – Vamos superar isso juntos. – Ela acenou com a cabeça. – E nós vamos ter vários bebês, você vai ver! – Ela abriu um sorriso de lado e eu dei um beijo em sua cabeça.
- Licença! – Ouvi uma batida na porta e a cabeça de minha mãe apareceu na porta. – Tem algumas pessoas querendo ver vocês. – abriu um sorriso de lado e a porta se abriu por completo revelando todo mundo que estava na festa mais cedo e eles entraram no quarto.
- Aí está ela! – Alguma das vozes falou e Derek se aproximou de , abraçando-a.
- Vai ficar tudo bem, querida! – Ouvi sua voz e Henry apareceu ao meu lado e eu o abracei.
- Obrigado! – Falei para ele. – Obrigado a todos vocês por tudo que fizeram hoje.
- Só parece que estamos aqui para zoar com tudo, . Mas não. – Ouvi a voz de Dante e meus irmãos passaram por mim rapidamente e me abraçaram.
- Vai ficar tudo bem, irmão. Não se preocupe. – Ouvi a voz de Seth e eu sorri.
- Vocês têm a vida inteira juntos. – Cady falou e eu sorri.
- ! – Seth se separou e se juntou à Derek, Rupert, Connie e Julie que estavam em volta de .
- Estou bem! – Ela falou, movimentando com as mãos. – Vai ficar tudo bem.
- Fica sim, querida. Tudo fica bem no final! – Lindsay falou ao lado de Renan. – Já passei por isso.
- Você passou por isso? – Eu e perguntamos juntos, visivelmente surpresos.
- Sim, antes dela engravidar de você. – Cady falou e eu fiquei surpreso.
- Fica um buraco, um incômodo, mas depois vai embora e fica somente a lembrança. – afirmou com a cabeça, suspirando. – Vamos focar no casamento de vocês. E depois e só focar em montar sua família. – Afirmei com a cabeça. – Vão vir outros.
- Falando em casamento. – começou, olhando para mim ao seu lado.
- A gente estava guardando essa notícia para o fim da festa. – Falei, fazendo-a rir. – Eu deixo você contar. – Apoiei a mão em seu ombro.
- Vamos nos casar dia 27 de dezembro desse ano ainda! – falou e ocorreram diferentes reações novamente, me fazendo dar risada.
- Viu?! Nem tudo é uma má notícia. – Ryan falou, me abraçando de lado.
- Licença. – Todos olharam para a porta, vendo o médico entrar no quarto novamente. – Posso falar com o casal a sós? – Todos afirmaram com a cabeça.
- A gente espera vocês lá fora. – Connie falou, dando um tapinha de leve em minhas costas.
- Obrigada! – falou e o quarto esvaziou rapidamente, deixando que o médico entrasse.
- Deixa eu tirar essa agulha daqui. – Ele se aproximou de e puxou a agulha do braço, colocando um curativo no local. – Vocês já podem ir embora, não está com nenhuma infecção ou hemorragia e, não temos como colocar uma causa para o seu aborto, pelos exames de sangue, não é nenhum problema contigo, nenhum problema no útero, nenhuma infecção, diabetes, problemas hormonais, tireoide ou trombofilias, você está bem. – afirmou com a cabeça. – O sangramento em excesso foi um susto. – Passei minha mão pelo braço de .
- Eu bebi, doutor e também estava tomando anticoncepcional. – Ela falou. – Isso pode causar...
- Não, as chances de essa ter sido essa a causa são muito pequenas, porque você estava grávida somente de três semanas. – Eu e nos entreolhamos. – Vocês têm alguma lembrança de algum ato...
- Convenção de Quadrinhos! – Ouvi a voz de e eu afirmei com a cabeça. – Isso é um sim, doutor.
- Não vai ser necessário nenhuma intervenção cirúrgica para tirar o tecido, mas por precaução lhe darei um remédio para você tomar para limpar seu organismo, se tiver algum resquício. – Ele puxou um bloquinho do bolso. – Duas vezes por dia, durante três dias. – afirmou. – E sem sexo por, pelo menos, 20 dias, pode ser? – Soltei uma risada fraca.
- Sem problemas. – Falei.
- Eu vou dar também o telefone da minha esposa para vocês, ela é ginecologista e obstetra, caso vocês tenham vontade de engravidar de novo, ela é especialista nisso. – Ele fez a receita e descolou do bloquinho. – Aqui está a receita e o telefone dela, e também caso precisem de alguma ajuda psicológica, vocês podem vir atrás de mim mesmo. – Peguei o papel em sua mão. – Eu sou clínico geral, mas também sou psicólogo.
- Você acha que será necessário, doutor? – perguntou.
- Cada um lida com a situação de um jeito diferente, mas você está bem, vai conseguir ter um bebê quando achar que é a hora, sem grandes complicações.
- Obrigado, doutor! – Eu e falamos juntos.
- Vou chamar o enfermeiro para ajudar vocês a se organizar para ir embora, ok?! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
Entrei com o carro na garagem e os meus dois seguranças nos esperavam do lado de dentro. Larry abriu a porta para que saiu do carro, com seus sapatos na mão e eu saí com a sacola de remédios. O dia começava a nascer quando olhei para o horizonte.
- A senhorita está bem? – Jordan perguntou se aproximando e ela afirmou com a cabeça.
- Foi tudo certo lá, senhor? – Larry virou para mim.
- Foi um aborto espontâneo, gente. – Falei para eles, fechando a porta do carro e dando a volta nele, me colocando ao lado de .
- Aborto? Não sabíamos que vocês... – Cortei Jordan.
- Nem a gente! – Falei honestamente, soltando um suspiro em seguida.
- Eu vou entrar, gente, preciso descansar! – falou, dando um beijo em cada um dos seguranças e seguiu para a porta de vidro de casa.
- Não está tudo bem, não é?! – Jordan perguntou.
- Não deu para salvar. – Suspirei e olhei que puxava a porta de vidro. – Ela está mal, pessoal. – Bati a mão no carro. – A gente não sabia, não podia imaginar.
- Vai passar, tenha fé em Deus que tudo fica bem, senhor! – Larry falou e eu afirmei com cabeça.
- Vai sim, estamos só começando nossa vida juntos. – Abri um sorriso.
- Você acabou de chegar, não é, Jordan? – Ele afirmou com a cabeça. – Então já pode ir, Larry. Você já passou da sua hora. – Eles acenaram com a cabeça.
- Descanse, senhor ! – Larry falou e eu afirmei com a cabeça, dando a volta no carro.
Entrei em casa e puxei a porta de correr até que ela estivesse fechada. Coloquei a sacola com os medicamentos em cima da bancada e dei uma olhada rapidamente nas salas, sem sinal de e sem sinal de Leslie.
Abri a porta do quarto e encontrei as duas. estava sentada na poltrona que tinha do quarto, enquanto Leslie estava entre suas pernas com a cabeça e as patas encostadas nos joelhos de . mantinha a cabeça encostada na de Leslie e acariciava o pelo dela delicadamente. Minha garota estava quieta e os olhos estavam vermelhos novamente.
Suspirei e dei meia volta, fechando a porta do quarto e deixando-a sozinha por um tempo. Voltei para a sala e sentei no chão, dobrando os joelhos e chorei.
Eu chorei de soluçar. E ninguém sabia me dizer quanto tempo essa dor demoraria para passar e o pior, ninguém saberia me dizer quanto tempo a dor de passaria. E doía tanto em mim. Fechei os olhos e suspirei, me levantando do chão e caminhando para a cozinha. Dei uma olhada rápida no que tínhamos comprado e preparei um lanche simples para , somente com queijo e um copo de suco.
Preparei tudo em uma bandeja e fui para a frente da casa, procurando por alguma flor que pudesse estar florescendo. Achei uma e trouxe de volta para a cozinha, colocando ao lado da comida. Peguei a bandeja e segui para o quarto novamente, empurrando a porta com o pé e vi Leslie erguer a cabeça quando eu entrei, mas logo se ajeitou novamente no colo de .
- Mãe, eu prometo, está tudo certo! – estava na cama já, com seu pijama, as cobertas em cima das pernas e Leslie com a cabeça encostada nas suas pernas. – Mãe, para! Vai ficar tudo bem. – suspirou, com o telefone na orelha, falando em português. – Vamos falar de outra coisa, tudo bem? – Ela soltou uma risada fraca. – A gente marcou a data do casamento. Sim! – riu baixo. – Vamos casar dia 27 de dezembro, mãe. Ainda esse ano! – Ouvi uma voz do outro lado da linha e minha garota sorriu em minha direção. – Sim, quero vocês aqui para o Natal, é claro! – Ela riu fraco. – Vai lá! – Ela suspirou. – Eu amo vocês, fala para o pessoal que vamos ficar bem. – Ela movimentou a cabeça para cima e para baixo. – Aviso sim, pode deixar. – E desligou o telefone, colocando o mesmo em cima da mesa de cabeceira.
- Peguei algo para você comer. – Estiquei a bandeja em cima de suas pernas. – Dá uma licença, Leslie! – Falei para ela que ergueu o corpo, se afastando um pouco e segurou a bandeja, colocando-a em sua perna.
- Obrigada! – Ela sorriu, bebendo o suco quase em um gole só. – Estava com sede. – Ela riu fraco. – Você não vai comer nada? – Ela me perguntou.
- Não, acho que eu preciso dormir. – Ela riu fraco e eu sentei na beirada da sua cama.
- Eu também! – Ela riu fraco. – Acho que passei da idade de ficar à noite toda acordada.
- Eu estou melhor que você? – Brinquei e ela riu, mordendo metade do lanche.
- Pega a outra metade, não vou aguentar tudo. – Ela me estendeu a outra metade do lanche. – Depois a gente descansa. – Afirmei com a cabeça, mordendo o lanche e quando vi já terminamos. Levei a bandeja na cozinha de volta e me deitei ao lado dela na cama, passando meus braços pelo seu corpo.
- Desculpa te assustar assim! – Ela falou, pegando meu braço e passando pelo seu corpo. – Eu não tinha a menor ideia. – Ela falou baixo.
- Nem eu, amor. – Suspirei.
- Acho que nunca mais vou beber na minha vida. – Ela suspirou.
- Não foi isso que causou, amor, você ouviu o que o médico disse. Há milhares de razões até que naturais, para isso acontecer. – Ela suspirou.
- Eu sei, mas a gente sai muito e sempre dividimos uma garrafa de vinho, agora que moramos juntos isso vai ser frequente. – Suspirei, entrelaçando minhas pernas na dela.
- Que tal fazermos um pacto de só beber em eventos importantes? – Ela riu fraco. – Porque eu não quero brindar com Coca-Cola no meu casamento. – Ela sorriu.
- Acho que pode ser! – Ela riu fraco e eu beijei o topo da sua cabeça.
- Não acredito que você vai deixar a gente! – Derek falou encostado em seu carro.
- Por favor, sem drama, eu já estou sentimental o suficiente! – Coloquei mais uma caixa no porta-malas. – Estou chorando por tudo ultimamente.
- Você vai fazer muita falta! – Derek me abraçou, apoiando o queixo em meu ombro.
- Calma, gente. Nos vemos em alguns dias de novo! – Rupert apareceu com outra caixa em suas mãos e eu suspirei, pegando a mesma e colocando no porta-malas.
- Sim, vocês tem que ir para Los Angeles! – Falei sorrindo. – Não vai ser festa de noivado, mas vai ser uma comemoração da nossa vida nova. – Sorri.
- Não vamos perder isso por nada. – Ruth apareceu com outra caixa, colocando-a no porta-malas. – e vão se casar. Meu Deus, isso é demais! – Ela riu, me abraçando fortemente. – Você vai fazer muita falta!
- Você também, querida! – Passei a mão em seu rosto, depositando um beijo em sua testa. – Eu quero ver vocês sempre que eu vier para cá, e quero que vocês me visitem sempre também. – Sorri, soltando um suspiro longo. - Vocês três fizeram com que esse tempo em Boston não fosse tão ruim. – Senti meus olhos começarem a lacrimejar. – Ah, meu Deus, de novo não! – Passei as mãos nos olhos, fazendo os três rirem.
- Você ganhou grandes amigos, ! – Rupert falou. – Amigos para a vida inteira, isso você pode ter certeza! – Afirmei com a cabeça, soltando o ar pesadamente pela boca. - Melina não pode vir? – Neguei com a cabeça.
- Ela está em Los Angeles, na verdade. tem um evento hoje. – Ri baixo. – Me livrei dessa. Agora é contigo, Ruth! – Falei com ela.
- Obrigada por me indicar para sua vaga, ! – Ela riu fraco. – Melina vai conversar com Kelly sobre a efetivação, agora que me formei.
- Você vai conseguir, vai tirar de letra! – Ela sorriu, confirmando com a cabeça.
- Boa sorte, menina! – Derek me abraçou fortemente. – A gente se vê no sábado de novo! E de novo, e de novo, e de novo! – Sorri, suspirando.
- Eu amo vocês. – Dei um beijo em Derek e acariciei seu rosto. – Cuida da Liana, diga para ela que vou sentir saudades. – Derek afirmou com a cabeça, passando as mãos nos olhos em seguida. – Los Angeles é logo ali. – Brinquei e ele riu fraco. - Você cuide de Angie. – Falei para Ruth. – E vai ser feliz, querida! – Falei para Ruth, abraçando a mais baixa fortemente. – Você tem potencial, não pense que precisa de um homem para ser feliz. – Ela afirmou com a cabeça, estalando um beijo em minha bochecha, fiz o mesmo. – Boa sorte, querida. – Virei meu rosto para Rupert. – E você, a gente vai se ver muitas vezes ainda! – Ele sorriu, me abraçando fortemente. – Um dia você brincou comigo que quando eu me casasse com o , você faria o meu vestido de noiva, esse momento chegou! – Acariciei seu rosto e beijei sua bochecha, ficando um pouco na ponta dos pés. – Você sabe minhas medidas, meus gostos. Vou esperar os desenhos por e-mail. – Ele afirmou com a cabeça.
- Pode deixar! – Sorri. – Você vai ser a noiva mais bonita do mundo.
- Eu pretendo. – Eles riram. – Acabou tudo lá em cima? – Perguntei.
- Acabou. – Rupert falou e Ruth acenou com a cabeça.
- Eu vou dar uma olhada, fechar tudo e já volto, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
Desencostei meu corpo do carro de Derek e entrei no prédio novamente, seguindo para o elevador. Pela última vez, eu apertei o número nove e vi as portas se fecharem. Aquele elevador sempre foi devagar, mas daquela vez, tive a impressão de que ele foi mais devagar do que o normal. A porta se abriu e eu saí, entrando no lobby dos apartamentos. Entrei na porta que estava aberta, dando uma olhada ao redor.
Os móveis e utensílios principais já vieram com a casa, então, sobrava somente os meus detalhes. O sofá, a mesa de jantar, minha cama, a televisão e meu escritório completo eu já tinha conseguido vender. Algumas coisas até para Derek que estava ajustando o quarto de Liana. Mas agora as paredes estavam brancas, com alguns buracos feitos na mesma que ainda não haviam sido fechados.
Meu quarto estava vazio também. Tinha feito várias recordações e momentos importantes naquele local. Tudo, na verdade, trazia um momento saudosista para o meu coração. Ainda era bastante difícil se livrar de coisas que faziam a vida importante. Conferi novamente dentro dos armários se eu não havia me esquecido de nada e estava tudo vazio. Fechei as janelas do quarto, do escritório e tranquei a sacada.
Caminhei pela cozinha rapidamente, só para guardar na memória e fui para a porta, pegando a chave que já estava fora do meu chaveiro e saí do mesmo, dando uma olhada rapidamente antes de batê-la e dar meia volta, entrando no elevador novamente, apertando o botão do térreo.
Cheguei ao térreo e me aproximei da casinha do porteiro, encontrando-o na porta, como se me esperasse. Entreguei a chave a ele e recebi um forte abraço em retorno, fazendo meu coração apertar mais ainda.
- Foi bom conhecer vocês! – Falei sincera.
- Você também, senhorita! – Ele respondeu e eu sorri. – Que você seja muito feliz.
Saí do condomínio e bati o portão, soltando um suspiro quando eu o ouvi bater. Os três já me esperavam dentro do carro, conferi rapidamente o porta-malas, se tudo estava lá e bati o mesmo, me caminhando para dentro do carro. Entrei no mesmo e bati a porta, colocando o cinto de segurança em seguida.
- Para o aeroporto, por favor, Derek! – Falei com a voz fraca e, sem dizer nenhuma palavra, o carro se colocou em movimento.
Assim que eu entrei com o carro na garagem, senti um momento de felicidade passar pelo meu corpo. As luzes da sala estavam acesas, isso significava que agora eu não morava mais sozinho. Desci do carro fechando o paletó por instinto e bati a porta, travando o mesmo. Um latido me tirou do transe e olhei para a porta de vidro que estava aberta. Leslie estava lá, de plantão, como sempre, mas estava ao seu lado. O corpo com uma calça jeans, uma blusa regata escura e os pés descalços no chão.
Ela ergueu a mão e acenou para mim, mexendo somente os dedos, como sempre fazia. Eu soltei uma risada, caminhando em sua direção. Assim que me aproximei dela, ela passou os braços pelos meus ombros, me fazendo se aproximar dela e colocar as mãos em sua cintura.
- Ei! – Ela sussurrou. – Sou sua nova colega de quarto. – Ri baixo, encostando meus lábios nos dela levemente.
- Oi! – Ela sorriu, passando as mãos em meu rosto.
- Deixando crescer a barba de novo? – Ela perguntou e eu ri, beijando a ponta de seu polegar.
- Minha colega de quarto gosta! – Sorri, puxando ela pela cintura para dentro de casa.
- Tonto! – Ela entrou na minha frente e pude ver as caixas dela espalhadas pela sala.
- Não arrumou ainda? – Ela franziu a testa.
- Eu não sabia onde colocar as coisas e você só chegou agora. – Ela falou, se sentando no chão novamente, próximo a uma caixa fechada.
- , é nossa casa agora, você coloca onde quiser! – Falei, tirando meu paletó e colocando no sofá.
- Ah, , sei lá! – Ela mexeu os olhos.
- ...
- Não, sério, não vou chegar aqui e simplesmente mudar as coisas de lugar. – Ela ergueu o rosto, enquanto eu afrouxava a gravata.
- O armário, por exemplo, mais da metade do closet já está vazio, você podia ajeitar. – Ela riu e eu puxei a blusa do cinto da calça, desabotoei e sentei ao seu lado, vendo Leslie se aproximar de mim. – E aí, garota! – Bati a mão levemente em seu corpo, vendo-a se deitar ao meu lado.
- Ela está enorme! – riu. – Enfim, você me ajuda aqui, por favor.
- Ok, vamos lá! – Olhei para as caixas espalhadas pela sala. – Vamos separar por seções. O que tem aqui?
- Roupas, livros, DVDs, minhas panelas, por motivos óbvios! - Revirei os olhos.
- Sem graça!
- Sapatos, alguns porta-retratos, fotos, etc... Várias bugigangas e algumas coisas da faculdade e do trabalho. – Ela falou, apontando para as diversas caixas.
- Você não tem móveis? Algumas coisas assim? – Peguei a caixa em que estava escrito “Panelas” e empilhei em cima de “Utensílios de cozinha” e me levantei, pegando as duas e as colocando em cima do balcão da cozinha, sentindo o peso fazer minhas costas doer.
- A maioria dos móveis vieram com o apartamento. – Ela se levantou também. – E o que sobrou, eu vendi. – Ela deu de ombros, fazendo uma careta.
- Mas você é muito prática, não é?! – Ela riu.
- Tem que ser, certo?! – Ela riu. – Mas foi difícil se despedir do pessoal. – Ela deu um sorriso fraco. – Enfim, eu sei que está tarde, mas estou ligada nos 220 volts. – Ela se aproximou de mim. – Vai dormir, eu vou guardar as roupas e já vou também. – Ergui minha mão para seu rosto, acariciando.
- Você acha que eu vou dormir sendo que é sua primeira noite morando em Los Angeles? – Falei a fazendo rir. – Vamos guardar suas roupas. – Ela sorriu e eu me aproximei de duas caixas de roupas empilhadas e peguei, seguindo para meu quarto.
- Você tem vários vestidos, sabia? – Falei, abrindo mais uma caixa de roupas e achando mais uma pilha de vestidos.
- Dá licença! – Olhei-a, que guardava seus vários saltos altos próximos as minhas botinas.
- Só te infernizando! – Falei rindo e peguei o primeiro cabine para guardar seus vestidos um a um.
- Onde você guarda as roupas de gala? – Ela jogou mais uma caixa para fora do closet, caindo no quarto e pegou outra.
- Lá no fundo! – Apontei para outra direção.
- Vou ter que lutar contra quantos ternos? – Ela perguntou, pegando três cabides com vestidos que ela havia usado nas três premières de “Poseidon 2” em que ela tinha ido, junto de mais um vestido que eu não reconheci.
- Você tá muito engraçadinha, senhora ! – Ela mostrou a língua e sumiu pelo outro lado do closet.
- Isso é a reação de uma pessoa feliz, ! – Ela respondeu da parte de trás do closet e eu ri, guardando seu último vestido e jogando mais uma caixa de volta para o quarto.
- Está feliz em estar aqui? – Joguei essa pergunta, ouvindo-a gargalhar lá do fundo.
- Isso não é pergunta que você precise fazer para saber, ! – Sorri.
- Você se sente como eu me sinto! – Gritei de volta.
- Extasiada? – Ela falou e eu sorri.
- Com certeza. – Respondi, pegando uma caixa pequena e abrindo-a com o estilete. – Olha o que eu achei! – Falei rindo, vendo a cabeça de aparecer em cima de mim. – Suas calcinhas!
- ! – Ela riu ao meu lado e roubou a caixa de mim, apoiando na bancada.
- Mas eu já vi tudo isso! – Me levantei, pegando a última caixa e abrindo, dando de cara com várias calças e shorts. – Essa é a última? – Perguntei dando a volta no closet e abrindo outra porta.
- Sim, finalmente! – riu, bocejando. – Agora até eu estou com sono.
- A gente vai dormir logo, amanhã saímos para comprar as coisas para sábado. – Ela fechou a gaveta, jogando a caixa vazia no quarto novamente.
- Vai ter mesmo? – Ela andou até o quarto e começou a juntar as caixas.
- Claro, ué! – Ri, fechando o armário. – Já avisei a galera!
- Você não nega uma festa, não é?! – Ela riu e sumiu pelas portas do quarto e voltou logo em seguida. – Leslie, sai! – Ouvi a voz dela e ambas entrarem no quarto.
- Ah, mas não mesmo! – Ri, tirando a calça do terno, jogando-a no cesto e trocando por uma calça de moletom.
- A gente precisa ter uma festança no nosso casamento! – Ela riu, entrando de volta no closet e voltando de pijama logo depois.
- Você já pensou nisso? – Ela falou desligando a luz do quarto e eu liguei o abajur ao meu lado.
- Precisamos decidir a data, o local e por aí vai. – Ela abriu um sorriso tímido. – O quê?
- Já pedi para o Rupert começar a desenhar meu vestido! – Soltei uma risada, passando meu braço em seu corpo quando ela deitou.
- Ah, meu pai! – Dei risada. – Você e o Rupert são um perigo!
- Ai, sem graça! – Ela puxou o edredom até a cintura. – A gente podia ver isso, não é?! – Ela falou, virando o rosto para mim.
- A gente pode ver isso amanhã, aproveitar que vamos comprar as coisas para sábado.
- Comprar hoje às coisas! – Ela pegou o celular na mão. – Já passam das quatro da manhã, querido! – Arregalei os olhos e ri fraco.
- Nossa! – Falei e a vi tirando o anel de noivado do dedo.
- Isso pode matar alguém, sabia? – Ela esticou o anel para mim e eu ri. – Mas é lindo!
- Para combinar contigo! – Falei, dando um beijo em sua testa, vendo-a colocar o anel na mesa de cabeceira.
- Amanhã a gente começa a organizar nosso casamento. – Ela deslizou o corpo pela cama e ajeitou a cabeça no travesseiro.
- Essa é a primeira vez que eu estou empolgado em organizar alguma coisa. – Respondi, vendo-a dar risada. – Vamos lá, senhora ! – Desliguei o abajur.
- Mal posso esperar por isso. – A ouvi dizer.
Passei a mão no rosto e abri os olhos, me encontrando sozinho no quarto. Ergui o corpo e sentei na cama, coçando os olhos com as mãos e soltando um longo bocejo. Segui para o banheiro e fiz minha higiene matinal e logo saí do quarto, deixando a porta aberta.
Assim que eu saí pela porta, consegui sentir um cheiro gostoso no ar, parecia comida e estava muito bom. Cheguei na cozinha e Leslie começou a me rondar rapidamente, olhei para que tirou os olhos do computador para olhar para mim, ela estava sentada na parte de dentro da bancada, enquanto duas panelas estavam no forno.
- Bom dia! – Falei e sorri, me debruçando sobre a bancada para beijar seus lábios rapidamente.
- Boa tarde, na verdade! – Ela riu fraco. – Estou fazendo o almoço, já.
- Dormi tanto assim? – Ela sorriu, afirmando com a cabeça. – O que está fazendo? – Ela se levantou do banco.
- Estou fazendo um risoto com bacon e carne refogada. – Ela deu de ombros. – Era o que tinha na geladeira. – Sorri, passando a mão no rosto.
- Prometo que vou manter a geladeira cheia agora.
- Você precisa parar de comer fora. – Ela mexeu na panela e eu beijei seu ombro.
- E no computador? – Olhei para ele, várias abas estavam abertas e ela suspirou, voltando para mim.
- Melina enviou minha carta de recomendação e eu dei uma chorada. – Ela clicou na tela e abriu o e-mail de Melina.
- O que diz? – Perguntei, me sentando na frente do computador.
- Que idade não é significado de muita experiência ou pouca. – Ela riu fraco. – Começa assim. Ela fala como é difícil perder alguém que ensinou tanto e também aprendeu bastante em pouco mais de um ano de serviço, mas que sente orgulho por eu colocar a ética em frente à vontade de trabalhar, que entende a situação que eu me encontro ao pedir demissão e que eu não devo ficar nenhum segundo a mais desempregada, pois eu serei uma adição incrível à qualquer equipe. – Ela suspirou. – Eu estou meio manteiga derretida ultimamente, desde a Convenção! – Ela riu.
- Melina te adora, você sabe disso, certo?! – Perguntei, me levantando e indo até a geladeira.
- Eu sei, eu também a adoro. – Ela coçou a cabeça. – Enfim, ela mandou junto vários locais que mandaram vaga de emprego para a ACCESS nos últimos dias, então, estou atualizando currículo e enviando. – Ela deu de ombros, desligando o fogo.
- Você vai conseguir algo, você é inteligente e sabe bastante da sua profissão. – Ela sorriu e eu tirei uma garrafa de suco da geladeira, abrindo-a.
- Copo, por favor! – Ela gritou antes de eu virar o galão na boca e eu olhei-a, franzindo a testa. – A casa também é minha agora, não é?! – Ela piscou o olho e seguiu para o armário, tirando dois pratos do mesmo.
- Já guardou tudo? – Perguntei.
- Falta só meus livros, na verdade. – Ela colocou os pratos na bancada. – Eu coloquei os DVDs junto com os seus lá no cinema e preciso de uma estante ou alguma prateleira.
- A gente coloca no escritório, adicionamos uma mesa para você. – Ela afirmou com a cabeça, me entregando uma taça. – É pequeno, mas tem espaço suficiente!
- Combinado! – Ela sorriu.
- Obrigada! – agradeceu, cumprimentando a senhora de cabelos loiros. – Nós retornaremos para você. – Cumprimentei a senhora e seguimos para fora de mais um hotel com várias folhas em nossas mãos. – Meu Deus, já escureceu! – Ela falou quando saímos do hotel.
- Nossa! – Falei igual, me surpreendendo. – Vamos para casa?!
- A gente não passou no mercado ainda! – Ela falou acenando para vallet que trouxe o carro e entrou no mesmo.
- Acho que podemos fazer isso amanhã, eu prefiro passar a noite na piscina com a minha noiva. – Falei ao entrar no carro e ela riu sarcasticamente.
- Engraçadinho você, não?! – Ela jogou a pilha de papéis para trás e colocou o cinto. – Nós fomos a exatamente oito hotéis hoje, os principais hotéis de Los Angeles e você quer ir para a piscina?
- Acho que não é uma boa ideia, não é?! – Perguntei dirigindo e ela sorriu.
- Não, amor. A gente vai decidir isso ainda hoje se quisermos casar esse ano.
- Eu quero casar esse ano. – Falei baixo, fazendo um bico de propósito nos lábios.
- Que bom, porque eu também quero! – Ela estalou um beijo em minha bochecha. – E afinal, eu faço o que você quiser amanhã, mas você vai sozinho no mercado, vou te dar uma lista de compras enorme. – Suspirei, revirando os olhos. – E não faça isso, você que decidiu fazer essa festa.
- É tipo uma festa de noivado! – Respondi, tentando achar argumentos.
- Eu sei, mas também não é uma festa de noivado que eu sei, ! – Ela virou para mim. – É um motivo para cerveja e carne!
- Mas vai ser bom! – Coloquei minha mão na sua perna. – Você tem estado um pouco para baixo com tudo que está acontecendo.
- Não estou para baixo, eu estou sensível, é diferente. – Ela olhou para mim e eu ri.
- Então, te dar uma animada! – Ela olhou para mim e sorriu, mexendo a cabeça com as mãos.
- Pode ser, mas amanhã eu preciso descansar um pouco, faz quase uma semana que eu acordo cedo todos os dias. – Ela encostou a cabeça no encosto de cabeça.
- Tudo bem, amor! Eu cuido disso. – Ela suspirou e fechou os olhos.
- Ok, senhorita organizadora, o que você separou para gente? – Voltei para a sala, passando as mãos nos cabelos molhados e sentando ao lado dela na bancada que já tinha saído do banho também.
- Bem, se eu fosse me casar com qualquer pessoa, eu diria de cara “quer pagar quanto?”, mas não é qualquer cara. – Ela empurrou o notebook e pegou um papel sulfite com algumas fileiras escritas.
- Pois é, você vai casar com um cara mais legal! – Falei, passando o braço pelos ombros dela.
- Ah, mas sabia que esse que eu vou me casar é bastante metido?
- Você tá ficando sem graça. – Franzi os lábios.
- Foca, ! – Ela riu e eu virei o rosto para o papel.
- Oito hotéis! – Falei.
- Isso, começa aí. Oito hotéis. – Ela mostrou a lista com hotéis que ela escreveu na folha. – A gente precisa decidir se o casamento vai ser dentro do hotel ou a céu aberto, que aí a gente exclui alguns já.
- O certo não era decidir a data antes? – Franzi a testa.
- Acho que se a gente decidir como quer, a gente vai ao hotel que mais combina com a gente e vê as datas disponíveis, os quais eles já enviaram. – Ela mexeu em mais alguns panfletos.
- Tá, me deixa pensar. – Respirei fundo, apoiando o braço na bancada. – Casamento ao ar livre é legal, mas festa eu já acho que não rola. Sei lá. – Suspirei.
- É, eu penso a mesma coisa. Fazer o casamento fora e por algum motivo chover, é fácil levar para dentro, mas se fizer a festa fora também, acaba a festa se chover. – Ela pegou uma caneta. – Com isso a gente exclui três hotéis. – Ela começou a riscar os nomes. – Mato e céu aberto, não vai rolar.
- Risca esse em Santa Mônica que falta privacidade nele. – Ela concordou com a cabeça. – Ele é inteiro aberto. E esse você corta também, não gostei das suítes dele. – Ela olhou para mim rindo e riscou também.
- Ok, sobraram três. – Ela pegou outra folha e fez três colunas escrevendo o nome dos três. – O Ritz, Four Seasons e o Montage. – Suspirei, pegando a folha em sua frente, enquanto ela pegava os panfletos dos três hotéis.
- Qual vai ser o desempate? – Perguntei.
- Vamos lá. - Ela pegou os panfletos e esticou na nossa frente. – O Montage é maravilhoso, mas eu achei que as opções para o casamento em si não são muito boas. – Ela suspirou. – Olha aqui, eles fornecem o local, o buffet e a prataria, a gente teria que ir atrás do resto. – Ela colocou na bancada. – Ritz eu achei ótimo o pacote deles, mas se eles forem fazer o atendimento da mesma forma que fomos atendidos hoje, eu prefiro deixar para lá. – Ela pegou o último panfleto. – Já o Four Seasons eles oferecem tudo, ainda mantém uma cerimonialista parceira do hotel com a gente. Comparado aos outros, o preço não está tão caro para o pacote oferecido e, como bônus, a suíte nupcial deles é demais. – Abri um sorriso, pegando o panfleto de sua mão.
- Bem que eu vi que você se apaixonou pelo Four Seasons mesmo. – Ela sorriu.
- Acho que eu tenho uma coisa por esse hotel. – Ela riu fraco, olhando o panfleto em minha mão e olhando o site deles. – Eles têm até uma área só de casamentos no site deles! – Ri, olhando o site com ela. – Saca só quanta coisa precisa para organizar um casamento. – Ela abriu a lista, aumentando-a. – Bolos e sobremesas, buffet, decoração, flores, lembrancinhas, música, fotos, vídeos, convites, pré-convites, tem até uma categoria só para o noivo. – Ela apontou e eu gargalhei.
- Eu não sei fazer um casamento. – Cocei a cabeça.
- E você acha que eu sei? – Ela riu. – No Four Seasons eles intermedeiam tudo e ainda tem uma cerimonialista só nossa. – Ela deslizou a tela.
- Acho que concordo que devemos ficar nele. – Franzi os lábios e ela riu pegando um caderno pequeno e abrindo na primeira página escreveu “Casamento e ” e escreveu “Local: Four Seasons” logo embaixo. – Procura a pasta que eles deram para gente, tem as datas disponíveis. – Peguei a pilha de papéis, procurando um por um. – É a única pasta preta. – Ela completou e eu olhei os papéis na horizontal, puxando a única pasta preta da pilha com o símbolo deles na frente. – Obrigada! – Ela riu.
- Quanto tempo a gente precisa para preparar um casamento? – Perguntei, vendo-a abrir a pasta e puxar uma folha com vários quadros nela.
- Quais são seus próximos compromissos? – Ela virou o rosto para mim.
- O principal é o lançamento de “O Trem da Meia-Noite” no Festival de Toronto. – Peguei meu celular, procurando pela agenda. – Isso é nas duas primeiras semanas de setembro.
- Não, setembro está muito perto também! – Ela riu. – O que mais você tem?
- Tenho um torneio de golfe beneficente no fim de outubro. – Rolei a página. – Um evento não confirmado da Máxima ainda em outubro também. E dois eventos para caridade no começo de dezembro, um de Nova York e outro em Boston. – Ela ergueu a cabeça.
- Quando é esse em Boston?
- 11 de dezembro, por quê? – Perguntei.
- Se nós fizermos o casamento em dezembro, eu consigo ir contigo para esse evento e ainda fazer algumas provas com Rupert nesse meio tempo. – Mexi a boca.
- É até uma boa ideia essa. – Ela pegou a folha rapidamente, correndo para dezembro.
- O evento é dia 11. 13 é o primeiro sábado que é muito perto, 20 eles têm evento marcado para o natal... 27 de dezembro! O que acha? – Ela colocou a ponta da caneta na data.
- Acho que é uma ótima ideia começar o ano contigo! – Ela abriu um sorriso e circulou a data soltando a caneta e passando os braços em meu corpo.
- Adiciona na sua agenda! – Ela falou comigo ainda rindo.
- Não se preocupe, nesse dia eu sou só seu. – Passei minhas mãos em suas costas. – Nesse dia e em todos os outros. – Cochichei em seu ouvido.
Dormimos até que cedo aquele dia, se comparar ao dia anterior. Jantamos alguns petiscos que ainda tinha em casa e montou uma lista bem completa do que precisava em casa e, quando eu digo bem completa, eu digo bem completa. Ela não viu somente o que faltava na cozinha, ela também viu produtos de limpeza, coisas para festa, coisas de higiene pessoal e coisas que eu com certeza não saberia dizer o que é e com certeza acabaria esquecendo.
E assim que deitamos, ela começou a fuçar vários sites de casamento, eu estava empolgado, mesmo, mas ela entendia muito melhor que eu. Tinha gostos, combinações, vontades, sonhos. Ela manjava das coisas. Se eu souber dizer que gostei do sabor do bolo, vou me sentir orgulhoso já.
Eu acabei capotando pouco tempo depois e não sei que horas ela havia dormido, mas quando eu acordei ela dormia com o iPad em cima do peito e não acordou até a hora que eu saí de casa. Fiquei bastante tempo fora, afinal, comprar tudo que ela tinha colocado naquela lista, demorou cerda de três horas no mercado e, pela primeira vez na minha vida, eu saí com dois carrinhos de lá.
Cheguei em casa e encontrei arrumando a varanda com Larry que trazia as mesas. Ela ajeitou algumas mesas na parte próxima a fogueira e colocou mais uma mesa próximo à piscina e as espreguiçadeiras. Todas com uma toalha que eu nunca tinha visto na minha vida.
O dia passou rápido até. Quando eu cheguei com as compras, e eu começamos a organizar as coisas, decidindo onde cada coisa ficava melhor para depois ninguém ficar perdido na hora de achar alguma coisa. Quando terminamos, ela pegou alguns quadros que trouxe de Boston e começamos a pendurar na parede, eu com a furadeira e ela com os palpites. Ela queria dar um toque mais feminino ao local.
Coloquei as cervejas e refrigerantes para gelar no freezer e começou a cuidar dos espetinhos. Sim, ela cuidava dos espetinhos. Cortava as peças de carne, juntava todas em um tempero que ela fazia que dava um cheiro delicioso à carne e depois colocava em vários espetinhos. Ela também aproveitou e fez uma torta de chocolate para sobremesa. Gente, ela é demais!
Enquanto eu terminava de arrumar a grelha, ela foi para o banho, demorando um pouco para sair do quarto, quando fui atrás dela, vi que ela estava fazendo escova no cabelo somente de calcinha e sutiã. Entrei no banheiro enquanto ela passava o secador nos cabelos, mas logo em seguida ela saiu, seguindo para o quarto novamente.
Eu acabei colocando minha roupa de sempre, calça cinza, botinas cinza, blusa preta e jaqueta preta por cima. Ajeitei meu cabelo do jeito de sempre e dei uma ajeitada na barba. Quando eu voltei para o closet, se olhava no espelho e colocava sua blusa branca dentro da saia amarela justa em seu corpo, que marcava bem suas curvas. Ela andou descalça até o banheiro e ficou lá dentro um pouco, até voltar maquiada. Calçou seus sapatos brancos que eu conhecia bem. Quando estávamos voltando para a sala, a campainha tocou.
- Que a festa comece! – Falei e riu, me acompanhando até a porta.
- Cerveja? – Gary ofereceu para .
- Não mesmo! – Ela riu, mostrando a taça de vinho tinto em sua mão.
- Ela é a garota do vinho, Gary. Desiste! – Ele riu, dando de ombros.
- E falando nisso, é hora de eu parar, tá começando a zonzear. – Ela bebeu o último gole e colocou a taça em cima da mesa próxima a piscina. – Vou lá com o meu pessoal.
- Ela tem o pessoal dela? – Malcom brincou e vi caminhar em direção a piscina e sentar em uma espreguiçadeira próxima a piscina ao lado de Derek e Denise.
- Como está indo essa vida quase de casado, ? – Elsa, esposa de Henry, perguntou.
- Espero que bem, ele tá parecendo um bobo com esse sorriso no rosto. – Julie comentou, fazendo o pessoal ao redor rir.
- Vocês dizem isso como se nunca tivessem passado por isso. – Brinquei, jogando a lata vazia no lixo.
- Passamos, por todos os estágios! – Dante falou rindo. – Eu passei duas vezes. – Soltei uma gargalhada.
- Cadê Susan? – Ryan perguntou.
- Vamos dizer que ela não está muito a fim de sair de casa com aquele barrigão. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho que ela tem o motivo dela. – Julie bebeu sua água em seguida.
- Nós temos o quê? Duas grávidas nesse grupo? – Stefan se meteu na conversa.
- Que a gente sabe sim! – Renan brincou.
Quase todo mundo que foi convidada veio. Malcon, Stefan e Gary de Poseidon. O pessoal principal de Os Deuses do Olimpo, com exceção de Theo, Odette, Sebastian e Blake. Minha mãe, Seth e Cady vieram, e os quatro amigos de lá de Boston também, eu gostava deles.
Já havíamos parado de comer fazia um bom tempo. Na verdade, ninguém parecia muito interessado em comer quando tinha bebida disponível, mas ninguém estava alterado, eu também não, o que era um sinal de maturidade na festa, como diria minha mãe. Que também não podia falar muito, já que não largava a taça de vinho da mão, enquanto conversava com Jackson e Seth e soltava aquela risada engraçada que eu havia ganhado de herança.
Já deveria fazer umas quatro horas que a festa estava rolando, a gente já havia abaixado o som, mas enquanto houvesse risada e brincadeiras, a gente deixava as coisas rolando. Olhei para um momento e ela soltava uma gargalhada com algo que Derek contava, ele mexia as mãos todo fervoroso. Liana havia ficado em Boston com seus avôs.
- ! – Ouvi minha mãe chamando e virei o rosto, vendo-a se aproximar com Jackson ao seu lado. – Jackson está indo embora.
- Mas já? – Falei erguendo as mãos.
- Já é tarde, cara! – Ele riu, apontando para o relógio.
- Meu Deus, precisamos ir embora! – Henry falou, se dando conta do horário.
- Nossa, é quase meia noite, já! – Stefan falou rindo.
- Ei, ei, ei! Não precisa ir embora! – Falei sério.
- Não, cara, sério. Tá na hora! – Henry falou. – A gente se fala na próxima. Tem três crianças lá em casa com a babá.
- Espera um pouco então, me deixa chamar a para vocês se despedirem.
- Tá bom! – Ele concordou com a cabeça.
Desviei do grupo e segui em direção à piscina, onde estava sentada em uma das espreguiçadeiras em volta da piscina entre Derek e Rupert.
- Ei, amor! – Chamei-a, olhando de cima que abriu um sorriso, esticando a mão e tocando na minha. – Pessoal tá indo embora, vamos lá se despedir? – Ela riu fraco.
- É, precisamos ir também! – Rupert comentou.
- Por que todo mundo dá a louca de ir embora ao mesmo tempo? – Falei de um jeito que ficou bem engraçado e Rupert gargalhou.
- Eles vão no embalo, . – comentou. – Mas vamos lá sim. – Ela afirmou com a cabeça. – Me ajuda a levantar? Acho que estou cansada, meio fraca, meio zonza.
- Acho que isso é bebida demais. – Derek comentou e mostrou o dedo para ele.
- Olha quem fala! – Ela retrucou e eu fiquei na frente dela, esticando as mãos para ela.
- Agora lá em casa é só leite de soja. – riu com o que Rupert respondeu.
- Dentro pode até ser, mas fora... – Ela deixou o resto da frase no ar, segurou minhas mãos e eu a puxei para cima, fazendo-a se levantar, dando uma leve cambaleada.
- Opa! – Brinquei, segurando-a pela cintura. – Está tudo certo? – Ela passou a mão no rosto, suspirando.
- Está sim, deve ser só o cansaço mesmo. – Ela deu um sorriso fraco e eu agarrei-a firme pela cintura, enquanto Derek e Rupert se levantavam.
- ! – Ouvi um grito da minha mãe, e virei o rosto em sua direção que possuía uma expressão assustada no rosto. – Ela está sangrando!
Olhei assustado para que fechava os olhos devagar e deslizei as mãos em seu corpo rapidamente, encontrando o sangue que minha mãe falava. Ele estava na parte de trás de , na saia. Desencostei minha mão da parte de baixo do bumbum dela e vi que minha mão estava coberta de sangue. foi derrubando o corpo para baixo, ao mesmo tempo em que seus olhos se fechavam e a cabeça fosse jogada para trás, desmaiando.
- Alguém chama ambulância! – Gritei começando a sentir meus olhos embaçarem devido as lágrimas e o tempo começou a passar em câmera lenta.
- A gente leva! – Ouvi alguém gritar próximo de mim.
- Vem, filho. Vem! – Outra pessoa tirou de meus braços e não sei como meus pés saíram daquele lugar e também como eu consegui me mexer, mas em algum momento eu estava entrando no banco da frente de algum carro com alguém amparando no banco de trás.
- Vai ficar tudo bem, ! – Uma voz masculina falou ao meu lado e eu bati a cabeça no vidro e senti as lágrimas caírem do meu rosto em silêncio.
Não sabia que horas eram, para onde estávamos indo ou a qual velocidade seguíamos. Eu só a queria bem, eu queria minha bem, saudável, feliz, como eu sempre a conhecia. Agora que estava indo tudo tão bem... Senti minha garganta apertar e abri o vidro do carro o máximo possível, tomando um pouco de vento no rosto. Isso não podia estar acontecendo.
Assim que chegamos ao hospital, já tinha uma equipe pronta para receber , alguém devia ter ligado. Ela foi retirada do carro rapidamente e colocada em uma maca, dois enfermeiros empurraram a maca correndo para dentro do hospital, enquanto alguém me segurava pela cintura, me puxando para seguir, já que meus pés não sabiam mais andar.
Corri ao lado de o quanto foi possível, até que duas portas me pararam no meio do corredor e uma mulher alta apareceu em minha frente, amparando meu corpo com as mãos e outra pessoa me puxando para trás.
- Me deixa, é minha noiva! – Gritei para alguém.
- ! – Alguém me chacoalhou, me fazendo olhar o rosto de Henry. – Vai ficar tudo bem! – Ele falou, com as mãos segurando meus ombros fortemente.
Assimilei as palavras por um momento e senti meu corpo fraquejar. Henry passou os braços ao redor do meu corpo em um abraço ou em um apoio e eu soltei todas as lágrimas que podia em seus ombros, sentindo o corpo pesar. Eu sabia que estava chorando igual uma criança, mas eu não me importava com outra coisa além dela.
Eu não sei quanto tempo passou, mas Henry não me soltou até que eu me sentisse confortável o suficiente para me afastar sozinho e sentisse meus pés afirmarem no chão. Ele chacoalhou meu corpo devagar e me guiou até a sala de espera, onde estava lotada com todos meus amigos. Dante se levantou e eu sentei em seu lugar, sentindo o corpo firme em alguma coisa. Minha mãe tocou minha mão com a dela e notei que seu rosto estava vermelho. Ela fez um sinal positivo de força e eu encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo-a me abraçar pelos ombros.
Fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho do ventilador girando em alguma parte da sala e também alguma televisão ligada com algum programa inútil da madrugada. Soltei um suspiro e ouvi alguns passos se aproximando devagar pelo corredor e os sons aumentarem conforme isso. Ergui meu rosto para o médico que chegava na sala de espera, tirando a máscara de sua boca e colocando em um dos bolsos do jaleco.
- Família de ?! – Ele falou e eu me levantei de prontidão, como todos ao meu redor.
- O que aconteceu, ela está bem? – Ouvi minha voz sair e o médico mexeu as mãos, tentando me acalmar.
- Sua namorada...
- Noiva! – O corrigi.
- Sua noiva sofreu um sangramento excessivo do canal vaginal. Isso pode acontecer por diversas causas, alguma doença que a paciente tenha, alguma condição crônica, vícios, problemas uterinos, peso, testes invasivos na região. – Afirmei com a cabeça. – Ou até má formação do embrião. – Franzi a testa. – Isso é comum de acontecer entre a primeira e a vigésima semana de gestação. – Minha boca se abriu devagar. – Sua noiva está bem, descansando e precisará tomar alguns medicamentos ainda, mas, infelizmente, não conseguimos salvar o feto. – Ergui minha mão até a boca, totalmente alheio ao que ele havia me dito.
- Feto? – Foi o que minha voz conseguiu dizer.
- Bebê, senhor. Me desculpe! – Fechei os olhos, dando uma volta ao redor de mim e suspirei.
- Ela estava grávida? – Minha voz saiu forte.
- Vocês não sabiam? – Ele falou surpreso e eu passei a mão em meus cabelos, sentindo meus olhos embaçarem novamente, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Como, doutor? – Ouvi a voz da minha mãe ao meu lado e soltei o ar rapidamente pelos pulmões.
- Estamos fazendo testes ainda para descobrir de quantas semanas ela estava, mas pela reação de ambos. Imagino que ela não havia completado oito semanas de gestação. – Sentei meu corpo novamente na cadeira atrás de mim e fechei meus olhos, escondendo eles com as mãos.
- Ela está acordada? – Gritei.
- Está sim, ela está tomando um medicamento direto na veia, mas vocês podem vê-la. – Ele indicou o braço e eu me coloquei em pé novamente.
- A gente espera aqui. – Seth falou e eu afirmei com a cabeça, andando lado a lado com minha mãe pelo hospital, seguindo o médico pelo corredor.
No caminho para o quarto de eu fiquei matutando em minha cabeça de quantos dias ela poderia estar grávida. E pelo que o médico havia falado, eu tinha somente duas alternativas. Na Convenção de Quadrinhos ou no intervalo de gravações de “Poseidon 2” no começo de julho. Mas nada disso importava, nada disso traria nosso futuro bebê de volta.
Imagina só, um bebê meu e de . Podia não ser algo que estávamos planejando no momento, mas seria incrível. É algo que eu definitivamente queria e sei o quanto gosta de crianças. Mas eu preferi não saber, se já doía agora, imagina se estivéssemos preparados.
O médico apontou para a porta de eu afirmei com a cabeça. Minha mãe fez um carinho de leve em minhas costas e eu fiz um movimento com a cabeça.
- Qualquer coisa me chame! – O médico falou e eu afirmei com a cabeça, girando a maçaneta da porta.
- Eu também, querido. – Ouvi minha mãe. – Estarei aqui fora.
Empurrei a porta devagar e senti meu coração apertar. estava com a roupa de hospital, deitado na maca no meio do quarto. Os dois braços estavam presos, um em uma máquina que controlava pressão e o outro tinha uma agulha, com algum medicamento claro descendo pelo fio.
Seu rosto estava pálido, os olhos vermelhos e a respiração devagar. No momento em que seus olhos viraram para o meu, as lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto e senti meus olhos embaçarem também, mas eu precisava ser forte, por nós dois. Fechei a porta atrás de mim e caminhei pelo quarto, me colocando ao seu lado e ela se mexeu, dando espaço para que eu sentasse ao seu lado.
Cobri nossos pés e ela encostou a cabeça em meu ombro, me fazendo abraçá-la fortemente. Ouvir chorar foi a pior coisa que eu podia ouvir na minha vida. Eu tive que me segurar para não começar a chorar com ela, mas meus olhos embaçaram com seus soluços e meu coração estava bastante apertado, mas eu mantive minhas mãos em suas costas e meu corpo o mais calmo possível.
A porta se abriu e um enfermeiro entrou no quarto com uma bandeja nos braços. se endireitou ao meu lado e passou as mãos nos olhos, sentando direito na maca. Eu virei as pernas para o lado, descendo da maca e puxando uma cadeira. O enfermeiro colocou a bandeja na mesa em frente à .
- Tente comer tudo, ok? – Ele falou olhando para ela.
- Obrigada! – Ela falou e o enfermeiro conferiu o medicamento antes de sair da sala. encarou a sopa de legumes em sua frente e suspirou, pegando a colher na lateral da bandeja.
- Eu não sei se estou com fome. – Ela falou baixo.
- Come, amor! – Falei encostando minha mão em seu corpo. – Você tem que ficar forte.
Ela passou a mão no rosto e ajeitou o corpo na maca, aproximando a mesa mais dela. Ela pegou a colher e começou a comer devagar, talvez ela tenha se tocado que estava com fome quando colocou a primeira colherada na boca e tomou a sopa inteira. Depois ainda comeu a gelatina que veio junto e o suco.
Ela empurrou a mesa para o lado e suspirou, mantendo a cabeça afundada no travesseiro. Ela escorregou o corpo pela maca e puxou a barra da coberta, se cobrindo até o pescoço e rodou o corpo na cama, ficando de costas para mim. Fechei os olhos e suspirei, encostando as costas na cadeira, escondendo o rosto com as mãos.
- Como eu posso sentir falta de algo que eu nunca tive? – A ouvi falar baixo e ergui o rosto ouvindo-a suspirar. – Eu estava bebendo. Eu estava tomando anticoncepcional. Eu estava emotiva. – Ela começou a soluçar e eu me levantei, dando a volta no quarto e ajoelhando em sua frente, passando a mão em seu rosto.
- Para, ! – Ergui seu rosto. – Não é sua culpa, você não tinha como saber. A gente não tinha como saber. – Passei a mão de leve em seu rosto e ela suspirou, abrindo os olhos. – Por favor, não se culpe, isso pode acontecer por vários motivos.
- O médico disse. – Ela suspirou.
- Pode acontecer com qualquer um. – Ela ergueu o corpo.
- Mas dói tanto. – Ela focou os olhos em mim.
- Vai passar! – Acariciei seu rosto. – Vamos superar isso juntos. – Ela acenou com a cabeça. – E nós vamos ter vários bebês, você vai ver! – Ela abriu um sorriso de lado e eu dei um beijo em sua cabeça.
- Licença! – Ouvi uma batida na porta e a cabeça de minha mãe apareceu na porta. – Tem algumas pessoas querendo ver vocês. – abriu um sorriso de lado e a porta se abriu por completo revelando todo mundo que estava na festa mais cedo e eles entraram no quarto.
- Aí está ela! – Alguma das vozes falou e Derek se aproximou de , abraçando-a.
- Vai ficar tudo bem, querida! – Ouvi sua voz e Henry apareceu ao meu lado e eu o abracei.
- Obrigado! – Falei para ele. – Obrigado a todos vocês por tudo que fizeram hoje.
- Só parece que estamos aqui para zoar com tudo, . Mas não. – Ouvi a voz de Dante e meus irmãos passaram por mim rapidamente e me abraçaram.
- Vai ficar tudo bem, irmão. Não se preocupe. – Ouvi a voz de Seth e eu sorri.
- Vocês têm a vida inteira juntos. – Cady falou e eu sorri.
- ! – Seth se separou e se juntou à Derek, Rupert, Connie e Julie que estavam em volta de .
- Estou bem! – Ela falou, movimentando com as mãos. – Vai ficar tudo bem.
- Fica sim, querida. Tudo fica bem no final! – Lindsay falou ao lado de Renan. – Já passei por isso.
- Você passou por isso? – Eu e perguntamos juntos, visivelmente surpresos.
- Sim, antes dela engravidar de você. – Cady falou e eu fiquei surpreso.
- Fica um buraco, um incômodo, mas depois vai embora e fica somente a lembrança. – afirmou com a cabeça, suspirando. – Vamos focar no casamento de vocês. E depois e só focar em montar sua família. – Afirmei com a cabeça. – Vão vir outros.
- Falando em casamento. – começou, olhando para mim ao seu lado.
- A gente estava guardando essa notícia para o fim da festa. – Falei, fazendo-a rir. – Eu deixo você contar. – Apoiei a mão em seu ombro.
- Vamos nos casar dia 27 de dezembro desse ano ainda! – falou e ocorreram diferentes reações novamente, me fazendo dar risada.
- Viu?! Nem tudo é uma má notícia. – Ryan falou, me abraçando de lado.
- Licença. – Todos olharam para a porta, vendo o médico entrar no quarto novamente. – Posso falar com o casal a sós? – Todos afirmaram com a cabeça.
- A gente espera vocês lá fora. – Connie falou, dando um tapinha de leve em minhas costas.
- Obrigada! – falou e o quarto esvaziou rapidamente, deixando que o médico entrasse.
- Deixa eu tirar essa agulha daqui. – Ele se aproximou de e puxou a agulha do braço, colocando um curativo no local. – Vocês já podem ir embora, não está com nenhuma infecção ou hemorragia e, não temos como colocar uma causa para o seu aborto, pelos exames de sangue, não é nenhum problema contigo, nenhum problema no útero, nenhuma infecção, diabetes, problemas hormonais, tireoide ou trombofilias, você está bem. – afirmou com a cabeça. – O sangramento em excesso foi um susto. – Passei minha mão pelo braço de .
- Eu bebi, doutor e também estava tomando anticoncepcional. – Ela falou. – Isso pode causar...
- Não, as chances de essa ter sido essa a causa são muito pequenas, porque você estava grávida somente de três semanas. – Eu e nos entreolhamos. – Vocês têm alguma lembrança de algum ato...
- Convenção de Quadrinhos! – Ouvi a voz de e eu afirmei com a cabeça. – Isso é um sim, doutor.
- Não vai ser necessário nenhuma intervenção cirúrgica para tirar o tecido, mas por precaução lhe darei um remédio para você tomar para limpar seu organismo, se tiver algum resquício. – Ele puxou um bloquinho do bolso. – Duas vezes por dia, durante três dias. – afirmou. – E sem sexo por, pelo menos, 20 dias, pode ser? – Soltei uma risada fraca.
- Sem problemas. – Falei.
- Eu vou dar também o telefone da minha esposa para vocês, ela é ginecologista e obstetra, caso vocês tenham vontade de engravidar de novo, ela é especialista nisso. – Ele fez a receita e descolou do bloquinho. – Aqui está a receita e o telefone dela, e também caso precisem de alguma ajuda psicológica, vocês podem vir atrás de mim mesmo. – Peguei o papel em sua mão. – Eu sou clínico geral, mas também sou psicólogo.
- Você acha que será necessário, doutor? – perguntou.
- Cada um lida com a situação de um jeito diferente, mas você está bem, vai conseguir ter um bebê quando achar que é a hora, sem grandes complicações.
- Obrigado, doutor! – Eu e falamos juntos.
- Vou chamar o enfermeiro para ajudar vocês a se organizar para ir embora, ok?! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
Entrei com o carro na garagem e os meus dois seguranças nos esperavam do lado de dentro. Larry abriu a porta para que saiu do carro, com seus sapatos na mão e eu saí com a sacola de remédios. O dia começava a nascer quando olhei para o horizonte.
- A senhorita está bem? – Jordan perguntou se aproximando e ela afirmou com a cabeça.
- Foi tudo certo lá, senhor? – Larry virou para mim.
- Foi um aborto espontâneo, gente. – Falei para eles, fechando a porta do carro e dando a volta nele, me colocando ao lado de .
- Aborto? Não sabíamos que vocês... – Cortei Jordan.
- Nem a gente! – Falei honestamente, soltando um suspiro em seguida.
- Eu vou entrar, gente, preciso descansar! – falou, dando um beijo em cada um dos seguranças e seguiu para a porta de vidro de casa.
- Não está tudo bem, não é?! – Jordan perguntou.
- Não deu para salvar. – Suspirei e olhei que puxava a porta de vidro. – Ela está mal, pessoal. – Bati a mão no carro. – A gente não sabia, não podia imaginar.
- Vai passar, tenha fé em Deus que tudo fica bem, senhor! – Larry falou e eu afirmei com cabeça.
- Vai sim, estamos só começando nossa vida juntos. – Abri um sorriso.
- Você acabou de chegar, não é, Jordan? – Ele afirmou com a cabeça. – Então já pode ir, Larry. Você já passou da sua hora. – Eles acenaram com a cabeça.
- Descanse, senhor ! – Larry falou e eu afirmei com a cabeça, dando a volta no carro.
Entrei em casa e puxei a porta de correr até que ela estivesse fechada. Coloquei a sacola com os medicamentos em cima da bancada e dei uma olhada rapidamente nas salas, sem sinal de e sem sinal de Leslie.
Abri a porta do quarto e encontrei as duas. estava sentada na poltrona que tinha do quarto, enquanto Leslie estava entre suas pernas com a cabeça e as patas encostadas nos joelhos de . mantinha a cabeça encostada na de Leslie e acariciava o pelo dela delicadamente. Minha garota estava quieta e os olhos estavam vermelhos novamente.
Suspirei e dei meia volta, fechando a porta do quarto e deixando-a sozinha por um tempo. Voltei para a sala e sentei no chão, dobrando os joelhos e chorei.
Eu chorei de soluçar. E ninguém sabia me dizer quanto tempo essa dor demoraria para passar e o pior, ninguém saberia me dizer quanto tempo a dor de passaria. E doía tanto em mim. Fechei os olhos e suspirei, me levantando do chão e caminhando para a cozinha. Dei uma olhada rápida no que tínhamos comprado e preparei um lanche simples para , somente com queijo e um copo de suco.
Preparei tudo em uma bandeja e fui para a frente da casa, procurando por alguma flor que pudesse estar florescendo. Achei uma e trouxe de volta para a cozinha, colocando ao lado da comida. Peguei a bandeja e segui para o quarto novamente, empurrando a porta com o pé e vi Leslie erguer a cabeça quando eu entrei, mas logo se ajeitou novamente no colo de .
- Mãe, eu prometo, está tudo certo! – estava na cama já, com seu pijama, as cobertas em cima das pernas e Leslie com a cabeça encostada nas suas pernas. – Mãe, para! Vai ficar tudo bem. – suspirou, com o telefone na orelha, falando em português. – Vamos falar de outra coisa, tudo bem? – Ela soltou uma risada fraca. – A gente marcou a data do casamento. Sim! – riu baixo. – Vamos casar dia 27 de dezembro, mãe. Ainda esse ano! – Ouvi uma voz do outro lado da linha e minha garota sorriu em minha direção. – Sim, quero vocês aqui para o Natal, é claro! – Ela riu fraco. – Vai lá! – Ela suspirou. – Eu amo vocês, fala para o pessoal que vamos ficar bem. – Ela movimentou a cabeça para cima e para baixo. – Aviso sim, pode deixar. – E desligou o telefone, colocando o mesmo em cima da mesa de cabeceira.
- Peguei algo para você comer. – Estiquei a bandeja em cima de suas pernas. – Dá uma licença, Leslie! – Falei para ela que ergueu o corpo, se afastando um pouco e segurou a bandeja, colocando-a em sua perna.
- Obrigada! – Ela sorriu, bebendo o suco quase em um gole só. – Estava com sede. – Ela riu fraco. – Você não vai comer nada? – Ela me perguntou.
- Não, acho que eu preciso dormir. – Ela riu fraco e eu sentei na beirada da sua cama.
- Eu também! – Ela riu fraco. – Acho que passei da idade de ficar à noite toda acordada.
- Eu estou melhor que você? – Brinquei e ela riu, mordendo metade do lanche.
- Pega a outra metade, não vou aguentar tudo. – Ela me estendeu a outra metade do lanche. – Depois a gente descansa. – Afirmei com a cabeça, mordendo o lanche e quando vi já terminamos. Levei a bandeja na cozinha de volta e me deitei ao lado dela na cama, passando meus braços pelo seu corpo.
- Desculpa te assustar assim! – Ela falou, pegando meu braço e passando pelo seu corpo. – Eu não tinha a menor ideia. – Ela falou baixo.
- Nem eu, amor. – Suspirei.
- Acho que nunca mais vou beber na minha vida. – Ela suspirou.
- Não foi isso que causou, amor, você ouviu o que o médico disse. Há milhares de razões até que naturais, para isso acontecer. – Ela suspirou.
- Eu sei, mas a gente sai muito e sempre dividimos uma garrafa de vinho, agora que moramos juntos isso vai ser frequente. – Suspirei, entrelaçando minhas pernas na dela.
- Que tal fazermos um pacto de só beber em eventos importantes? – Ela riu fraco. – Porque eu não quero brindar com Coca-Cola no meu casamento. – Ela sorriu.
- Acho que pode ser! – Ela riu fraco e eu beijei o topo da sua cabeça.
Capítulo 13
(Não importa quão longe formos eu quero que o mundo saiba: eu te quero muito, e não quero de outra maneira. Não importa o que os outros digam, eu sei que nunca no separaremos, porque nosso amor foi feito nos EUA. - Demi Lovato, Made in The USA)
- Onde você está? – Perguntei, agradecendo a mulher que havia colocado a bandeja na minha frente e pensei por onde começar, já com a boca salivando.
- Acabei de chegar no hotel, mas é tempo de deixar as coisas e ir embora, acho que já estamos atrasados, na verdade. – falou do outro lado da linha.
- Já estamos sim! – Ouvi a voz de Melina e ri fraco.
- E você, onde está? – Ele perguntou.
- Eu estou no melhor lugar do mundo. – Respondi para ele rindo.
- É o melhor lugar do mundo, cara! – Seth falou alto ao meu lado, com a boca cheia de bolo.
- E onde seria esse lugar? – Ri fraco.
- Estamos experimentando bolos, docinhos e sei lá mais o quê. – Ri fraco, começando pelo primeiro bolo, cortando um pequeno pedaço e colocando na boa. – E está uma delícia.
- Sacanagem fazer isso sem mim, hein?! – Soltei uma risada fraca.
- Desculpa, amor, mas é o que estava no cronograma de Olívia e eu realmente não perderia a chance. – Ele riu fraco. – E afinal, é para compensar o fato que vamos ficar uma semana inteira sem nos ver. – Passei a língua nos lábios. – Esse é bom! – Sussurrei para Seth.
- E o que você já decidiu de bom, aí?! – Ri fraco.
- Bem, você sabe o meu tombo por doces brasileiros, não é?! Então, estou pensando em doce de leite, beijinho e tudo com nozes. – Suspirei.
- E tem quem faz isso aí?
- Tem. Eu pedi para a Olívia, ela foi atrás disso e não é que está gostoso?! – Peguei mais um pedaço de outro bolo, colocando na boca.
- Bem, o doce de leite eu lembro o que é, gosto bastante, o beijinho eu não lembro. – Coloquei mais um pedaço na boca, suspirando.
- É aquele de coco. Que fica bem branquinho. – Descansei o garfo.
- Oh! – Ele se empolgou. – Aquele é gostoso também, mas combinam?
- É a melhor coisa que você pode colocar em um bolo. Duas camadas, uma de doce de leite com nozes e outra de beijinho. – Ri baixo. – Eu enlouqueci Olívia um pouco, mas consegui que ela trouxesse esses no meio das sobremesas. – Suspirei. – E convenhamos, creme de manteiga comparado a esses doces, é muito sem graça.
- Você que entende dos bolos, sabia? – Ouvi sua voz. – Já vou, Melina!
- Sei sim! – Ela riu fraco.
- Eu tenho que ir, . – Ele suspirou. – Depois daí você vai fazer o quê?
- Eu acho que vou em um barzinho com o Seth, amanhã vamos decidir as flores, que eu já decidi, na verdade. – Ele riu baixo. – Mas vou ver os arranjos que eles preparam. E aí à tarde eu tenho uma entrevista de emprego. – Suspirei.
- Onde dessa vez?
- Uma revista masculina! – Falei animada.
- Uau! Aquela lá que te ligaram? – Confirmei com a boca.
- Sim, estou muito empolgada! – Ri fraco. – Além de ser cheia de homens bonitos.
- Já não gostei tanto. – Ri fraco.
- É, mas a redação é composta só por mulheres, então não se preocupe. – Quase deu para ouvir o alívio de ao dizer. – Mas quem sabe algum homem para minha despedida de solteira?
- ...
- Tchau, , boa sorte nas entrevistas! – Falei, afastando o telefone da orelha. – Nos falamos mais tarde. Amo você! – E desliguei o telefone, ouvindo-o bufar por fim.
- Você é maldosa, mulher! – Seth falou ao meu lado.
- É brincadeira, você sabe! – Ele concordou com a cabeça e olhei para a bandeja dele. – Você sabe que a ideia é degustar, não?! – Sua bandeja estava vazia.
- Eu sei, mas isso estava uma delícia. – Ele riu. – Já se decidiu?
- Na verdade, já! – Suspirei vendo Olívia, nossa organizadora de casamentos, se aproximar.
- Pela sua cara creio que você já se decidiu. – Ela se sentou em minha frente com uma pasta bege escrita “ & ” em letras cursivas.
- É claro! – Ri fraco. – Vai ser o de beijinho com doce de leite mesmo, bolo branco e cobertura de pasta americana.
- E a decoração do bolo, já pensou? – Suspirei.
- Ah, pior que já, na verdade. – Ela abriu a pasta.
- E qual vai ser?
- Então, eu estive olhando o catálogo de arranjos que você me mandou e eu gostei bastante do buquê de rosas laranja e cor-de-rosa. – Ela abriu um sorriso.
- Imaginei que fosse gostar dele. Você é nova, precisa dar um pouco de modernidade.
- E bem, como meu vestido vai ser inteiro branco e, pelo menos eu acho, vai usar um terno simples, eu pensei em usar as flores como cor.
- É, as pessoas têm feito isso e essa combinação de laranja e rosa fica muito bonita, por sinal. – Ela anotou algo em seu caderno. – Só me surpreendo por você não ter escolhido lírios. – Soltei uma gargalhada.
- Na verdade... – Ela mexeu a cabeça, entendendo. – Os arranjos eu quero que tenham alguns lírios, o cheiro deles é maravilhoso e também me pediu em casamento com bastante deles. Só não uso no buquê porque eles possuem aquela ponta que mancha e eu realmente não quero que isso aconteça com meu vestido. – Ela soltou uma risada.
- Sim, acho que você está certa. – A senhora falou. – E algumas noivas não sabem disso, mas buquês são feitos para brincar com eles, não para segurá-los como se sua vida dependesse deles. – Balancei a cabeça.
- Então, combinado. Voltando ao bolo...
- Verdade! – Ela riu fraca. – Gostaria do bolo branco, pasta americana branca cobrindo ele e talvez as nossas iniciais pintadas no bolo e um arranjo de flores comestíveis do mesmo tom dos arranjos.
- E quantos andares? – Mordi os lábios, soltando uma risada fraca.
- Uns cinco? – Seth perguntou me olhando.
- Acho que sim. Formato redondo tradicional. – Sorri para ela.
- Certo, então, podemos colocar o bolo como decidido? – Olívia perguntou.
- Podemos sim! – Seth bateu palmas feliz e eu ri.
- Eu vou pedir para trazerem as opções de docinhos e se você tiver tempo, precisamos decidir os pré-convites. – Olívia falou se levantando.
- Eu nunca entendi essa de pré-convites. – Falei honesta.
- É basicamente um “Save The Date” para os seus convidados não marcarem nada no mesmo dia. – Confirmei com a cabeça. - Já que o convite de casamento é entregue somente um mês antes do casamento.
- E a minha data está em um dia complicado. – Falei suspirando.
- Pois é, mas tudo se dá um jeito. Vocês já começaram a fazer a lista de convidados?
- Na verdade, está meio ajeitada já, é só a família e amigos mais próximos. Creio que serão uns 120 convidados no máximo.
- Ah, então será uma cerimônia pequena.
- É, pelo que eu e conversamos, sim.
- Como vocês decidiram se casar em Los Angeles, e não em Boston ou no Brasil, nós oferecemos também um pacote de hospedagem para os seus convidados.
- Isso vai ser muito bom! – Seth falou, dando risada em seguida.
- Só precisamos pensar em como trazer todo mundo para cá. – Falei rindo. – Vocês têm alguma parceria com alguma companhia aérea? – Olívia riu, negando com a cabeça.
- Infelizmente não, querida. – Ri fraco.
Acabei decidindo por um pré-convite simples. Mas o papel que era o detalhe. Um papel grosso com uma textura maravilhosa nele, fez com que eu me apaixonasse. Eu sou jornalista, então sim, eu me apaixono por papéis. Decidi por colocar escrito no topo “Save The Date” logo abaixo “ & ” e ícones, primeiro era um casal, depois um sinal de mais e um anel. Embaixo um sinal de igual e o símbolo do Four Seasons. Embaixo escrito “27 de Dezembro” e por fim “Em breve convite formal”. Creio que isso eu podia escolher sozinha. O papel branco era colocado dentro de um pequeno envelope bege, já que o papel não deveria ter mais que cinco centímetros de largura, era quase um cartão de visita, e a própria Olívia se encarregaria de fazer a entrega, eu só precisava da lista de convidados.
Eu fiz a festa com os docinhos de casamento. Bem, para começar, eu pedi para, na hora de servir o bolo, servir uma bola de sorvete junto, já que simplesmente amava e convenhamos que é a combinação perfeita. Para os docinhos, eu fiquei muito em dúvida, e quando eu digo muita, eu digo bastante. O primeiro a ser escolhido foi o bem-casado, não precisava nem ter nas opções de escolha dela, mas pelo menos no Brasil, era tradição nos casamentos, ainda mais naqueles embrulhos perfeitos. O segundo que eu escolhi foi o morango grande coberto com chocolate e no chocolate preto o desenho de um terno e o de chocolate branco o de um vestido. O terceiro foram trufas de chocolate, passadas em cacau em pó, aquilo simplesmente derreteu na minha boca e eu me apaixonei.
O quarto foi uma mousse de limão decorada com rodelas de limão cristalizadas, que o gosto era bem parecido com a que eu fazia, então, tinha certeza que agradaria . E ainda dava uma variada em doces gelados. O quinto foi o famoso camafeu de nozes, eu não sou muito fã daquilo, devo admitir, mas sei que pessoas mais velhas amam, é tipo o nosso brigadeiro, sabe? Só que para eles é o camafeu de nozes. E eu escolhi pequenos brownies por fim. Se tinha uma sobremesa que eu havia me apaixonado quando cheguei nos Estados Unidos, eram os brownies.
- Bem, acho que é isso! – Falei, devolvendo o papel novamente para que Olívia pudesse anotar na pasta minha e de . – Tem mais algo que eu posso já decidir hoje?
- Não, acho que por hoje não, tem várias coisas para resolver ainda. – Ela riu.
- É que eu estou animada. – Sorri fraco.
- Eu entendo, as noivas surtam pelos casamentos, é um sentimento bom.
- Acho que é a primeira festa que eu realmente quero fazer parte de tudo. – Suspirei.
- Eu tô junto! – Seth falou ao meu lado.
- Para comer, não é?! – Falei e ele ergueu as mãos, se levantando da mesa.
- Por enquanto é só, . Eu vou te dar uma cópia dessa minha pasta com tudo que precisamos decidir para o casamento, caso você tenha alguma ideia na cabeça, procure algo na internet, pode trazer ideias que faremos o possível para te atender. – Ela esticou a folha na minha frente, com três coisas ticadas, bolos, sobremesas e pré-convites.
- Tudo isso? – Perguntei e ela riu.
- É surpreendente, não?! – Olívia riu.
- Oh, meu Deus! – Seth riu ao meu lado.
- Nos encontramos amanhã de novo? – Afirmei com a cabeça. – Aí falamos de flores, decoração e as lembrancinhas. – Afirmei com a cabeça.
- É, as flores e as lembrancinhas eu já tenho alguma ideia, mas a decoração que eu estou um pouco perdida ainda.
- A decoração são os assentos, toalhas, cadeiras, decorações de mesa, lustres, tudo isso. – Ela riu, fechando a pasta. – Afinal, sua cerimônia de casamento pode ter uma decoração diferente da festa, isso é a sua decisão.
- Combinado, senhora Weddburgh. Vou dar uma olhada quando chegar em casa. – Ela esticou a mão, apertando a minha.
- Nos vemos amanhã, noiva. – Abri um sorriso.
- Até amanhã, Olívia! – Eu e Seth viramos as costas e saímos dali.
- Quanta coisa para um casamento! – Seth cochichou para mim quando saímos da confeitaria. Observei Olívia fazer com uma assistente e entrar em um carro.
- Pois é, irmão, fazer um casamento é caro! – Ele riu.
Eu e Seth ficamos só um pouco em um barzinho que ele conhecia em Los Angeles, afinal, ninguém estava muito afim de comida, se Olívia falasse que eu escolheria o buffet no dia seguinte, eu acho que vomitaria. A ideia era degustar, sim, mas não quando havia umas dez escolhas de bolos na minha frente e 65 de docinhos. E sim, eu experimentei cada um deles.
Seth estava sendo uma bela ajuda para mim nesses dias, mas eu queria minha irmã mesmo ao meu lado, os dois seriam ótimos na verdade, mas, infelizmente, isso não seria possível antes do mês que vem. E as partes divertidas, como experimentar todas as sobremesas deliciosas do mundo, ela não estava aqui, mas eu não podia culpá-la, eu que decidi casar com um americano, em uma cidade neutra para nós dois, e a única cidade neutra que conhecíamos, era Los Angeles, no país dele. Mas ela viria, ela passaria duas semanas comigo em outubro.
- Para casa agora? – Seth perguntou.
- Por favor, eu preciso dormir. – Falei, encostando a cabeça no carro. – Amanhã o dia vai ser longo.
- Quer companhia amanhã? – Suspirei.
- Acho que amanhã não vai precisar, Seth. Eu vou encontrar Olívia depois da minha entrevista, então, nem sei que horas vai terminar lá.
- Vai mesmo voltar a trabalhar? – Soltei uma risada fraca, suspirando.
- Vou! – Abri um sorriso. – Não sou o tipo de pessoa que fica parada em casa o dia inteiro. – Ele abriu um sorriso.
- Que bom! – Ele riu.
- Mas não vai ser para sempre. – Falei finalmente. – Se eu tiver que escolher entre ter uma família e trabalhar, eu quero uma família.
- Falando nisso. – O cortei.
- Eu estou bem, Seth! – Sorri. – Às vezes eu me pego pensando nisso e tal, mas prometo que estou bem.
- Quer que eu fique contigo essa noite?
- Não precisa! – Soltei uma risada. - Vou ficar procurando algumas coisas dos itens que a Olívia deu e ainda vou tentar falar com Rupert, se ele tiver acordado!
- Ah, falando no Rupert, e o seu vestido? – Soltei uma risada.
- Rupert desenhou alguns modelos para mim e eu, bem, sempre fui dos vestidos mais abertos e menos justos. – Ri baixo. – Ele vai ser branco, tomara que caia, rendado. – Suspirei. – Vamos esperar o dia para vocês verem, certo?! – Abri a porta do carro.
- ! – Ele gritou. – Por que você deixa o pessoal falando sozinho?
- Nem eu vi o vestido ainda, Seth! – Falei rindo. – É só o que eu sei também. – Ele riu, batendo a mão na testa. – É o que eu posso dizer, mas vai ser simples e elegante. – Falei o fazendo rir.
- Você vai ficar bonita até com um saco de batatas. – Sorri.
- Isso eu posso garantir que não vou usar. – Ele afirmou com a cabeça, sorrindo. –Apesar de que se Rupert fizer um vestido com um saco de batatas ficaria lindo do mesmo jeito.
- Concordo. – Ele riu.
- Boa noite, Seth! Nos falamos depois.
- Boa noite, ! – Acenei com a mão e imediatamente Jordan abriu o portão para mim.
- Só acho que a gente precisa se encontrar. – Rupert falou na tela do Face Time.
- Você tem algo para me mostrar? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu queria te mostrar algumas opções de pano. Você disse que, por mais que o vestido fosse do tipo ‘bolo’, queria que ele aparentasse leve. – Ele comentou, suspirando. – E eu estive fazendo umas compras esses dias para algumas clientes e acho que você vai gostar.
- Clientes, hein?! – Ele riu.
- Continuando! – Mostrei a língua. – Ele é um tule bem fininho, em um tom rosado super discreto. Quem não presta atenção acha que é branco e com o pano debaixo sendo branco e as rendas brancas também... Não sei, você precisa vir aqui dar uma olhada.
- Semana que vem! – Afirmei com a cabeça. – Depois do Festival de Filmes, eu falo para o para passarmos aí.
- Quando você vai? – Ele passou a mão nos cabelos.
- Quinta-feira! – Abri um sorriso de lado.
- E o trabalho? Você disse que tem uma entrevista amanhã.
- Então, o horário é bom, é um horário que eu gosto, na verdade. – Ri fraco. – É das 7 às 15hs.
- Nossa! Tão cedo?
- Eu prefiro, a ter que ficar até sei lá que horas na redação. – Ele concordou com a cabeça.
- Isso é verdade! – Ele riu. – Vai para redação, então?
- Voltar, na verdade. – Ri baixo. – Meu primeiro emprego, depois que eu me formei, foi em redação, era na minha cidade, mas mesmo assim. – Ele riu. – Na faculdade o estágio foi na assessoria, aí nesse jornal, em assessoria durante a pós, em assessoria agora, e vamos ver o próximo.
- Você gosta de assessoria. – Ele falou e eu ri.
- Gosto sim.
- Por que você não fica na Melina, mas aí em LA? – Suspirei.
- Eu não quero ter nenhuma ligação com o , tirando o fato que infringe o código de ética em diferentes níveis, mas ok. – Ele riu fraco. – E com o mundo que estamos hoje, não quero ter que depender do se algo acontecer.
- Como assim? – Suspirei.
- Eu estou me casando com o porque o amo, porque quero passar o resto da minha vida com ele.
- Creio que ele também pensa assim, . – Sorri. – Ele esperou 33 anos por isso. – Abri um sorriso. – E você acha que ele vai querer abandonar uma pessoa igual você? Pelo que eu conheço de você, ele tirou a sorte grande.
- Às vezes eu acho que fui eu.
- Ele muito mais! – Ele completou. – Acredite no que eu estou dizendo. E eu não digo isso só para encher sua bola.
- Pois ela está bem cheia, viu?! - Rupert riu.
- O que vocês estão conversando aí? – Derek apareceu no vídeo com Liana no colo e Leslie se mexeu em meu colo, latindo.
- Tia ! – Liana falou e Rupert a colocou em seu colo.
- Oi, minha linda! – Acenei para ela e Leslie veio para o meu lado na cama e apoiou as patas em minhas pernas.
- Cachorro! – Liana falou empolgada. – É seu, tia ? – Sorri para ela.
- É sim, essa é a Leslie.
- Oi, cachorrinho! – Leslie se acomodou em meu colo, deitando a cabeça novamente.
- Você precisa conhecê-la um dia, Liana. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Você está bem, tia ? – Ela perguntou, com os olhinhos brilhando. Suspirei.
- Estou bem sim, Liana, agora está tudo bem. – Ela sorriu, balançando a cabeça.
- Que bom!
- Está na hora de alguém dormir, não?! – Derek falou e ela fez um bico.
- Mas, papai...
- Vamos, Liana, amanhã vamos sair cedo, você não disse que queria ir para praia? – Ela deu um pulo rapidamente, deixando somente que sua cabeça aparecesse na tela do computador.
- Tá bem. – Ela suspirou se apoiando na mesa. – Boa noite, tia ! Te amo. – Ela mandou beijo.
- Também te amo, minha linda. Boa noite! – Falei e ela andou para trás, onde Derek estava.
- Boa noite, ! – Acenei para Derek.
- Boa noite, querido! – Mandei um beijo para ele que sorriu.
- Acho melhor você ir também. – Falei para Rupert.
- É, eu preciso, acordei cedo hoje. – Ri fraco. – Você também deve ir, a entrevista é cedo, não?
- Pois é, em um sábado de manhã. – Ele riu. – Vocês vão onde amanhã?
- Cape Ann. – Um largo sorriso apareceu involuntário em meu rosto. – Traz boas lembranças, não é?!
- Algumas! – Ri fraco. – Primeiro encontro... Quem diria que daria em algo. – Sorri.
- E vai dar muito mais. – Ele riu.
- Agora falando sério, , você está bem mesmo, não é?! – Suspirei.
- Estou, Rupert, sério. – Ele afirmou com a cabeça, encerrando o papo.
- Vou lá, então.
- Vai sim, eu vou atrás do meu noivo, têm umas 15 mensagens no meu celular já. – Ele riu e eu bocejei. – Ou vou dormir, vai que...
- Fala com ele antes, conte o que você decidiu...
- E o que eu preciso decidir ainda. – Bocejei novamente. – Nossa!
- Até mais, , em uma semana te quero aqui, ok?! Precisamos começar a dar forma nesse vestido. – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar, chefe. – Bati continência. – Estarei aí. – Ele riu.
- Boa noite. Ah, você vai receber uma encomenda essa semana, para o Festival de Filmes.
- Rupert! – O repreendi, mas feliz ao mesmo tempo.
- De nada! – Ele riu.
- Boa noite! – E desliguei a chamada, procurando o nome do meu noivo e clicando no mesmo. – Nossa! Que rápido! – Falei, quando ele atendeu a chamada.
- Me ignorando, é?! – Vi aparecer na tela, ele estava encostado na cama, exatamente igual a mim, só que ele usava o celular. Dava para notar que seu tórax estava nu.
- Estava falando com Rupert e, desculpe, mas você não pode nem sonhar sobre os papos do vestido. – Ele riu.
- Eu sonho com isso todo dia, ! – Abri um sorriso. – Você entrando toda linda. – Ele sorriu.
- Temos três meses ainda. – Falei. – Que passam voando, por sinal. – Ele riu.
- E aí, o que decidiu hoje? – Ele bocejou.
- Bolos, sobremesas e os pré-convites! – Abri minha bolsa que estava jogada na cama e peguei o modelo de pré-convite que escolhi. – O que acha? – Ele deu uma risada.
- Que graça!
- Eu gostei. Simples, fácil e fofo!
- Eu adorei, ! – Sorri. - E o que escolheu de docinhos? – Soltei uma risada.
- Bem-casado, que é tipo o macaron brasileiro, aí mousse de limão, brownie, camafeu de nozes, morango coberta com chocolate e trufa de chocolate. O que acha?
- Eu acho que eu fiquei com fome! – Dei risada.
- E para acompanhar o bolo, eu escolhi sorvete, porque sei que alguém gosta.
- Bastante! – Ele falou fazendo uma careta. - O que falta ainda? – Franzi a testa.
- , falta coisa para caramba! – Peguei a lista e virei para o computador. – Isso é tudo que tem que decidir ainda.
- Nossa! Quanta coisa! – Soltei uma risada.
- Eu e seu irmão falamos a mesma coisa. – Ele riu. – Amanhã eu vou decidir os arranjos e a decoração. O que você acha da combinação rosa com laranja? – Perguntei, fechando um olho.
- Isso seria colocado como?
- Só em flores. – Suspirei. – Acho que se colocar muito fica meio demais. – Ele riu.
- Tenho que admitir que é uma combinação bem legal, na real! – Abri um sorriso.
- Eu estava olhando umas decorações aqui na internet e pensei em fazer o clássico casamento branco e prata e usar as cores das flores para dar um upgrade.
- Você entende melhor que eu para isso, sabia? – Soltei uma risada.
- Pois é, a gente aprende a importância da cor na faculdade de jornalismo, sabia? – Ele gargalhou.
- Sério?
- É sério! – Falei rindo com ele. – Mas não em um casamento. – Franzi os lábios. - Eu quero falar de você, mas, para acabar o assunto casamento, a gente tem que pensar nas lembrancinhas. – Ele passou as mãos nos cabelos bagunçados.
- Você tem alguma ideia? – Suspirei.
- Duas, na verdade, mas não sei como executar. – Soltei uma risada, franzindo a boca.
- Diga lá!
- Uma delas é sabonete. Uma caixinha feita com nossos nomes no fundo e dois sabonetes dentro dela. Talvez em formato de coração, um branco e um preto, algo assim. – Ele afirmou com a cabeça, ponderando a ideia. – E a outra seriam biscoitos amanteigados, com formatos que nos interessam. Uma claquete, um gravador, uma noiva, um noivo, sei lá. – Suspirei.
- Ixi, pior que eu gostei das duas ideias. – Ele riu. – Um a gente come e o outro a gente usa ou guarda. – Suspirei.
- Então, eu gostei das duas também, mas realmente não sei o que escolher.
- Eu vou pensar aqui, ok?! Amanhã eu te aviso.
- E como foi hoje? – Ele suspirou.
- Eu estou cansado, amor! – Ele derrubou os ombros, fazendo o celular mexer.
- Muitas entrevistas? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- Eu perdi as contas na sétima.
- Deus pai! – Soltei uma risada. – Deve estar cansado mesmo. – Ele riu.
- E pior que foram coisas longas, teve uma que durou uns quinze minutos. Eles perguntaram até do começo da minha carreira.
- Amanhã tem mais?
- Tenho, três compromissos acho, mas não sei ao certo. – Ele suspirou.
- Vai descansar, amor, eu também tenho que ir, me preparar para mais uma entrevista. – Ele afirmou com a cabeça.
- Nenhuma resposta ainda? – Neguei com a cabeça.
- E na verdade, não sei nem se aceitaria, as que eu fiz, eles perguntaram mais sobre você do que de mim. – Ele bufou. - Cara, estou achando que eu vou voltar a trabalhar com Melina. – Ele riu.
- Não é uma má ideia.
- Você sabe que eu estou brincando, . – Ele afirmou com a cabeça.
- Eu sei, desculpe! – Abri um sorriso de lado.
- Afinal, você estava muito bonito hoje. – Ele riu. – Dei uma olhada nas fotos.
- Obrigado!
- Boa noite, ! – Falei, mandando um beijo.
- Boa noite, , fica bem. – Afirmei com a cabeça. – Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar. Amo você.
- Também te amo. – Abri um sorriso e desliguei a ligação.
Eu falei para todo mundo que estava bem, mas não era tudo verdade. Eu estava tendo bastantes pesadelos e, só não tinha feito teste de gravidez ainda porque não havia passado o tempo que o médico disse para não transar. Porque eu havia colocado na minha cabeça que faria um exame de gravidez a cada duas semanas até a minha paranoia passar.
Eu estava bem com a situação, fazia só três semanas, era um tempo pequeno, eu não podia achar que tudo melhoraria em três semanas. Eu tenho tentado me distrair ao máximo que eu consigo, com as entrevistas de emprego, com a preparação do casamento e tudo mais. Lá em Boston eu teria meus amigos para me distrair, mas aqui em Los Angeles eu não conhecia muitas pessoas ainda.
A maior parte do tempo eu conversava com Larry ou Jordan, dependendo qual dos dois estava cobrindo o turno, eles eram carinhosos comigo e realmente não se importavam, e com fora, eu realmente precisava de algo para me distrair. Sair com Leslie para andar na rua, conhecer pontos turísticos da cidade, qualquer coisa.
Mas algumas noites eu já fiquei vagando pela casa tentando dormir e a tentativa era inútil. Dava algumas voltas pela casa, fazia um chocolate e voltava para cama, às vezes funcionava, mas às vezes um sonífero tinha que me ajudar.
Passaria, eu sei que sim. Mas para mim, que sempre sonhei em ter um filho, parece que a situação era um pouco diferente, parece que simplesmente não aconteceu. E aí eu começava a colocar besteiras na minha cabeça e você já deve imaginar o resultado. Uma coisa puxa a outra e a imaginação nos mata com suposições falsas.
Aquela noite eu consegui dormir bem, depois de ficar virando na cama por umas duas horas. Mas eu dormi e fiquei realmente puta quando o despertador tocou. Me arrumei quase do mesmo jeito de quando eu fiz a entrevista na ACCESS, calça social preta, camisa de manga comprida branca, os cabelos presos em um rabo de cavalo e o sapato de salto alto. A maquiagem leve no rosto e fui.
Pelo menos não perguntaram de , o que já fez que tudo mudasse. O emprego era para editor de texto, o que eu realmente me interessei, porque como eu fiquei muito tempo em assessoria, a gente nota que a linguagem dos dois veículos são parecidas, não é o famoso Hard News que os jornais e o online fazem.
A pessoa que falou comigo era uma mulher mais velha, tipo Kelly, ela era a editora-chefe da revista. O papo rolou legal, tanto que a entrevista demorou quase uma hora, isso pode ser um bom sinal, como pode não significar nada.
Algo que fez com que eu realmente me interessasse por esse emprego, foi a forma que eles perguntaram sobre . Bem, sobre ele, não perguntaram nada, não igual às outras revistas perguntaram. Quando ela estava me cumprimentando para sair, eu estendi a mão esquerda, já que ela era canhota e ela olhou para meu dedo.
- Foi por causa dele que você saiu do seu antigo trabalho? – Olhei para minha aliança de noivado e afirmei com a cabeça. – Por quê?
- Aprendemos na faculdade um pouco de ética e na maioria das vezes nós decidimos o que é ético ou não e, dessa vez realmente não seria. Antes dele me propor, eu já pensava em sair e após o pedido foi o motivo perfeito para eu sair.
- Bom saber! – Ela sorriu.
Ela agradeceu pela minha vinda e disse que mandaria o e-mail como feedback, tanto negativo, quando positivo. O que é bom, assim a gente não fica igual uma tonta tendo esperanças por algo que pode não acontecer.
Saí de lá feliz, eu gosto de revista, melhor que jornal diário e online, na verdade, TV eu nem conto, pois realmente não gosto, então, se eu conseguisse trabalhar na maior revista masculina dos Estados Unidos, eu ficaria imensamente feliz, porque era um veículo que eu realmente gostava.
Peguei um táxi na frente do prédio em que eu estava segui para o escritório de Olívia em Los Angeles, que já era como minha segunda casa. Olívia tinha sua empresa em Nova York, mas fazia viagens para atender clientes especiais. Cheguei lá, arregaçando as mangas da blusa e desabotoando o primeiro botão. Como sempre, Los Angeles estava extremamente quente. Olívia me esperava em sua mesa e eu sorri ao sentar em sua frente, relaxando. Era bom perder aquela tensão e falar do que eu realmente queria.
Conversamos primeiro sobre a cerimônia do casamento, decidimos que seria ao ar livre mesmo, em um dos jardins do Four Seasons, a decoração do casamento seria feita totalmente com rosas brancas. O tapete branco, pequenos e baixos arranjos de flores na lateral do tapete, e as cadeiras igualmente brancas de madeira. Em frente, teria um arco feito com rosas brancas, e algumas tulipas brancas também seriam colocadas.
Quando chegamos no assunto altar, aproveitamos para conversar sobre a licença de casamento, o que ela falou que eu e precisávamos assinar, que ela cuidaria do restante. Era ótimo você simplesmente concordar ou discordar.
Para decidir a decoração da festa do casamento demoramos um pouco mais. Como só tinha nosso evento naquele dia, pude escolher pelo salão. Escolhi pelo salão quadrado, as mesas retangulares, com toalha branca e vidro por cima, as cadeiras de madeira com assentos brancos, e um pequeno arranjo de rosas e lírios brancos, rosas e laranjas em cima de algumas mesas, e um alto com velas, mais fino, que crescia para o alto.
Colocamos a mesa da família de frente para o salão. Quando me fui perguntada sobre quem sentaria em cada lugar, eu preferi não colocar isso, cada um se sentaria na mesa que quisesse, somente os familiares e nós sentaríamos na nossa mesa.
O serviço de buffet ficaria nas laterais menores do salão e a mesa do bolo foi colocada em um canto, próximo ao palco. Uma mesa principal redonda ficaria o bolo, e um pouco mais atrás, duas mesas retangulares ficariam os docinhos.
Como provavelmente seria um DJ para a festa, o deixaríamos no palco, e o meio do salão livre para o pessoal dançar. Olhando assim, no geral, estava tudo perfeito. Minha empolgação crescia cada dia mais.
Para terminar aquele papo, Olívia me perguntou também sobre vestidos, maquiagem, cabelo e afins. Eu disse que já tinha tudo sobre controle, falando a ela que o vestido já estava dando forma e que tinha gente especializada para cuidar de toda a parte de beleza para mim, mas falei para ela dar uma olhada em . Como um guardava segredo do outro, eu não sabia como estava indo as coisas para ele. Ela disse que conversaria com ele ainda.
- Bem, acho que por enquanto é só! – Ela falou, fechando a pasta. – Você disse que vai viajar, certo?
- Sim, vou encontrar o em Toronto.
- Na volta precisamos decidir urgentemente o convite de casamento. – Afirmei com a cabeça.
- Combinado! – Ela sorriu.
- Boa viagem, !
- Obrigada, Olívia, eu te ligo quando voltarmos. Qualquer coisa pode me pedir para Lily mandar e-mail que eu respondo. – Ela afirmou com a cabeça e eu sorri.
- Surpresa! – Falei quando abriu a porta e um largo sorriso se formou em seu rosto.
Ele passou os braços pela minha cintura e me abraçando fortemente, enquanto eu joguei a mala no chão e o cabide do vestido para o outro lado. Passei meus braços pelos ombros de , permitindo que ele me levantasse do chão e me levasse para dentro do quarto. Ele me colocou no chão novamente e ergueu as mãos para meu rosto, olhando fixamente nos olhos e eu sorri, sentindo seus lábios tocarem nos meus logo em seguida, suspirei, erguendo meus braços e passando a mão em seu pescoço, vendo-o sorrir quando nos separamos.
- Pensei que não viria mais. – Soltei uma risada fraca.
- Você acha que eu perderia sua grande estreia? – Ele abriu um sorriso. – Nem se eu tivesse que vir de carro de Los Angeles para Toronto. – Ele riu fraco.
- Você não tem carta de motorista. – Franzi os lábios.
- Outra coisa que precisamos providenciar. – Ele riu, indo até a porta e pegando minha mala e o cabide do vestido do outro lado e colocou ambos na cama.
- Azul? – Ele falou olhando para o vestido.
- Sabia que azul combina comigo? – Ele riu fraco, dando mais um beijo em meus lábios.
- Isso me fez decidir qual camisa usarei então. – Ele falou, pegando uma camisa azul dentro do armário. – Agora me diz, o que houve com o voo? Você disse que viria ontem à noite, aí Melina disse que seria hoje de manhã. – Suspirei, sentando na beirada da cama e tirando meus tênis dos pés e puxando as meias para fora também.
- Aparentemente é possível chover forte em Los Angeles, sabia? – Ele riu. – Não sabia que isso era possível. Eles adiaram o voo para as 4 da madrugada, mas eu que não ia pegar um táxi a essa hora. – Ele riu e eu me levantei novamente. – Então, peguei o voo agora de manhã, consegui dormir em casa e vim!
- E você, está bem? – Afirmei com a cabeça.
- Estou sim! – Sorri, já sabendo onde aquela história levaria.
- O que você quer? – Sorri em meio a uma risada.
- Eu quero comer alguma coisa. – Suspirei. – Depois já tem que começar a se arrumar, não é?! – Ele olhou seu relógio rapidamente.
- Temos umas quatro horas até Melina começar a encher o saco! – Ele riu e deu de ombros. – E como foi a entrevista?
- Melhor que as outras, tenho que admitir, mas ainda não recebi nenhuma resposta. – Dei de ombros. – Não vou ficar pensando nisso, já passei por isso. – Ele afirmou com a cabeça.
- Acho que hoje seria o dia perfeito para ficarmos trancados nesse quarto de hotel, só nós dois juntos...
- O nosso prazo já acabou, mas ainda temos compromissos. – Falei, olhando para ele que riu, se aproximando de mim.
- Mas me diga sobre o casamento, que mais foi decidido? – Ele passou os braços pelos meus ombros.
- Vamos dizer que a decoração da nossa cerimônia e da festa já estão decididas. – Ele sorriu. – Eu tenho algumas fotos, se você quiser, ainda dá tempo de mudar.
- Então, por que você não me mostra? – Ri fraco e segui para minha mala, puxando uma pasta de lá e entreguei a .
- Aqui está tudo que foi decidido até agora. Modelos de como vai ficar o nosso.
- O pré-convites eu já vi e tá muito legal! – Ele riu, andando até a cama e se sentando nela. – Isso é o quê? – Peguei uma foto.
- A cerimônia. – Ele esticou a foto, observando-a de mais de perto.
- Isso vai ser lindo demais. – Ele abriu um largo sorriso, soltando um suspiro em seguida. – Sério! – Ele riu sozinho. – Não parece que é realidade ainda. – Estiquei minha mão sobre sua perna e ele sorriu.
- Vai ser! – Ele afirmou com a cabeça, sem tirar o sorriso do rosto.
- O que temos aqui agora? – Ele pegou a foto maior.
- Esse é a festa! – Apontei para foto. – Aí os arranjos estão meio roxo com rosa, o nosso só vai mudar para rosa e laranja.
- Posso dizer que isso está top?
- Nossa! Você usando essa expressão? – Brinquei e ele riu.
- Isso pega! – Afirmei com a cabeça.
- E tem as fotos dos docinhos e bolo. – arregalou os olhos quando pegou as próximas fotos.
- Caramba! – Foi sua reação. – Isso parece muito bom. – Ele riu.
- Isso é muito bom! – Afirmei com a cabeça.
- Sacanagem você fazer isso sem mim. – Ele franziu a testa.
- Relaxa, você vai comigo escolher os pratos do buffet e também as bebidas, que eu vou deixar tudo para você. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho uma troca justa. – Ri fraco. – E o que mais?
- Lista de convidados. – Ele fez uma careta.
- Eu tinha me esquecido disso! – Ele assumiu.
- Pois é! – Suspirei. – Acho que o certo é cada um fazer a sua lista e depois a gente junta.
- Você já fez a sua? – Ponderei com a cabeça.
- Eu pensei, na verdade. – Ele riu. – Mas a sua vai dar muito maior que a minha, isso eu tenho certeza. – Ele passou a mão na testa.
- Eu vou fretar um avião tanto para a sua família, quando para a minha. – Olhei para ele.
- Tá louco? Isso deve ser supercaro! – Ele deu de ombros.
- Ou comprar passagem para todo mundo. Não vamos ter como fugir, . – Suspirei. – É o único jeito.
- Podemos falar disso depois?
- Eu cuido disso, você se mantém com a Olívia. – Olhei para ele. – Dessa parte cuido eu.
- Mas, , a gente combinou que dividiria tudo.
- Veja isso como meu presente de casamento para você. – Ri fraco.
- Você se importa em ganhar algo tipo um chaveiro? – Franzi a testa e ele riu fraco.
- Você é meu presente. – Afirmei com a cabeça, passando meus braços ao redor de seu corpo, suspirando.
- Olá! – Ouvi a voz de Lindsay atrás de mim, enquanto eu colocava uma folha gigante de alface na boca.
- Ei, vocês chegaram! – se levantou e eu fiz o mesmo após engolir a folha. - Como foi o voo?
- Foi tudo bem! – Lindsay me abraçou, dando um beijo em minha bochecha. – E vocês, aprontando muito? – Suspirei.
- Deu problema ontem por causa da tempestade em Los Angeles e eu só consegui vir agora. – Cady me abraçou.
- Ela chegou tem uma hora mais ou menos. – falou e eu abracei Seth.
- Sharon não conseguiu vir? – Lindsay suspirou.
- Pois é, parece que nunca conseguimos juntar todo mundo. – Ela respondeu e eu afirmei com a cabeça.
- Estão com fome? – perguntou se sentando novamente em uma mesa do restaurante do hotel.
- Não, comemos no avião, na verdade. – Cady falou.
- Eu estou! – Seth falou, rindo.
- A fome do Seth é tipo a minha, é eterna sabe?! – Brinquei e ele mostrou a língua. – Nem vem, você comeu todos os docinhos e todos os bolos que levaram para gente degustar!
- Ah, faz parte. – Ele riu e eu revirei os olhos, sentando novamente em frente ao meu prato. – Eu vou pegar algo para comer.
- E os preparativos para o casamento? – Ri fraco.
- É tudo lindo, maravilhoso. – Elas riram. – É incrível, sério. E são tantos detalhes, não imaginei que fosse tão difícil fazer um casamento.
- Pois é, querida, na minha época já era caro, na de vocês é mais ainda.
- É, mas o importante é que está dando tudo certo. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Acho que vamos deixar vocês comerem e vamos subindo. – Lindsay falou. – Se ficarmos aqui vocês não comem nunca.
- Sem problemas! – Seth falou, voltando do buffet.
- Saímos às 15h? – Lindsay perguntou.
- Sim, por aí, Melina chama. – Cady afirmou com a cabeça.
- E os pombinhos, como estão? – Seth perguntou, enquanto eu colocava um pedaço de carne na boca.
- Bem, como sempre! – Ri fraco, mastigando. – E você? Devo adicionar algum namorado na lista de convidados?
- Não sei ainda. – Ele deu de ombros. – Conheci um cara, mas não sei se vai dar certo.
- Como assim? – Falei, limpando meus lábios.
- Acho que é areia demais para o meu caminhão.
- E você acha que a é o que para o meu? – Olhei para surpreso, rindo. – É sério! – Ele brincou. – Mas eu não vou desistir dela, cara. Nunca.
- Eu realmente amei ouvir isso. – Falei brincando e deu uma piscadela para mim. – Por que você acha isso, Seth? – Perguntei.
- Ele é editor da Playboy Magazine. – Seth suspirou. – E eu só sou um ator.
- Olha, já vi essa história antes! – Falei, franzindo os lábios. – Ator e jornalista, nunca dá certo! – Seth olhou para mim.
- Verdade, vocês são isso. – Dei de ombros.
- E posso dizer que, apesar das dificuldades, distância e tudo mais, estamos indo muito bem. – falou, me fazendo sorrir.
- Tentar não custa nada, Seth. Ainda mais se ele realmente gostar de você também. – Ele afirmou com a cabeça.
- Vamos ver! – Ele riu fraco, balançando a cabeça.
- E se quiser arranjar um emprego para mim na Playboy Magazine, eu realmente não ligo. – Seth e gargalhou. – E antes que vocês falem das fotos sensuais, a Playboy é uma das revistas com as melhores entrevistas do mundo. – Ambos arregalaram os olhos.
- Eu nunca imaginaria isso. – falou e eu ri, voltando a atenção para o meu prato.
- O que você acha? – Perguntei para o , quando saí do banheiro pronta com os cabelos escovados, a maquiagem clara feita, a pulseira no braço, os brincos nas orelhas, o anel de noivado na mão, somente com os pés descalços.
- Oh, meu Deus! – falou, se levantando da cama e se aproximando de mim com um sorriso no rosto. – Você parece uma boneca. – Abri um sorriso, sentindo-o passar as mãos em meu vestido onde o tórax tinha flores azuis e pedras pratas aplicadas por todo pano e a saia rodada em tons de azul royal.
- Uma boneca? – Falei rindo e ele afirmou com a cabeça.
- Você está incrível! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus levemente.
- E você vai mesmo tirar meu batom? – Falei brincando, deslizando os lábios uns nos outros.
- Pode ser depois, se você preferir. – Ele falou baixo, dando um beijo em minha bochecha.
- Acho que é melhor. – Falei rindo. – Está pronto para sua nova ascensão à fama? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu não sei...
- Vai dar tudo certo, senhor diretor. – Passei minha mão em seu rosto, ajeitando alguns fios arrepiados em sua barba. - Estarei lá para segurar sua mão, se for preciso. – Ele riu fraco.
- Você é mesmo incrível, não? – Ri fraco e segui para minha mala, tirando meus saltos prateados e segui para a cama, calçando-os.
- Pronto? – Perguntei, me levantando e pegando minha bolsa de mão e colocando meu celular e um pacote de lenços para dar volume.
- Sim! – Ele se levantou, ajeitando a gola do paletó e abotoando os botões do terno cinza escuro.
- Você está muito lindo, ! – Sorri para ele que se aproximou de mim.
- Você também, ! – Ele riu e um barulho veio da porta. – Timing perfeito. – Ele riu.
- Só se lembra de uma coisa, ! – Falei para ele. – Tudo vai dar certo.
- Ei, Melina! – falou abrindo a porta e eu acenei para ela.
- Querida! – Ela correu em minha direção me abraçando. – Como você está? Está melhor? – Afirmei com a cabeça.
- Parem de me perguntar isso, estou bem. – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça.
- Vamos, então. – Ela falou e eu segui para fora do quarto, segurando em sua mão quando ficamos lado a lado.
- Nossa, que casal mais lindo é esse! – Lindsay falou saindo do quarto dela com Cady e Seth e eu ri.
- Obrigada! – Falei com um largo sorriso no rosto.
- Pronto, ? – Seth perguntou.
- Não pergunta isso, gente, daqui a pouco ele vomita. – Falei e riu nervoso ao meu lado.
foi quieto o caminho inteiro. Ele segurava minha mão fortemente e eu podia sentir que suas mãos suavam, ele estava muito nervoso. Melina foi no banco da frente, explicando como aconteceria. O de sempre, que até eu já estava acostumada. Chegar, passar pelo tapete vermelho, tirar algumas fotos sozinho, comigo e com o elenco do filme, depois passaria pelas entrevistas, que seriam logo no tapete vermelho e entraríamos na sala preparada para a estreia do filme. Eu sentaria com Melina, Lindsay, Seth e Cady, enquanto fazia a apresentação do filme, introdução do elenco e tudo mais. Depois ele se sentaria comigo para assistirmos ao filme e, por fim, teria umas perguntas para os fãs e imprensa presentes.
A rua estava fechada, só passava carros que iriam para a première do filme, pelo menos era o que eu havia entendido, ao menos que tivesse outro evento acontecendo paralelamente ao que estávamos chegando.
- Agora sou eu que digo para você que vai ficar tudo bem, ok?! – Apertei sua mão e ele abriu um sorriso para mim, estalando um beijo em minha bochecha. – Está pronto? – Ele riu fraco.
- Sim, estou! – Ele afirmou e eu abri a porta do carro, colocando os pés para fora e ajeitando meu vestido no momento em que eu saí. Melina já estava ao meu lado.
saiu do carro e os gritos começaram, me fazendo rir, aquilo era realmente incrível. Melina cochichou algo para ele e ele afirmou com a cabeça. acenou para o outro lado da rua, onde alguns fãs estavam amontoados e eu afirmei com a cabeça, apontando para Melina. Segui a loira para a lateral e dei uma ajeitada em meus cabelos rapidamente, acenando para Carl Kayne que passava pelo tapete vermelho, ele acenou novamente, o que fez alguns fotógrafos virarem para minha direção e eu soltei uma risada, voltando meu olhar para que passava de fã em fã, assinando objetos e tirando algumas fotos.
Ele deu a volta quando a fila acabou e atravessou a rua, seguindo em minha direção novamente. Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei entrando ao seu lado no tapete vermelho, Melina há alguns passos de nós. Logo paramos para as fotos, eu só sorria, mas escondia o rosto de vez em quando na dobra do meu pescoço. Ou ele fazia aquilo de propósito para as fotos saírem um pouco menos robóticas ou ele estava realmente distraído. Sorri para algumas fotos e dei um beijo na bochecha de , dando espaço para ele tirar fotos sozinho e fiquei na lateral do tapete vermelho.
- Oi, ! – Olhei para o lado, encontrando a estrela do filme Evelyn Anders.
- Oi, Evelyn! – Sorri para ela, ainda meio desconfortável e ela me abraçou rapidamente.
- Eu adorei seu vestido! – Ela comentou e eu passei a mão na saia azul.
- Obrigada! – Sorri. – Você está muito bonita também. – Ela sorriu.
- Parabéns pelo noivado. Vocês são um casal lindo! – Afirmei com a cabeça.
- Obrigada! – Sorri verdadeiramente.
- Evelyn, vamos tirar umas fotos? – Melina falou para Evelyn.
- Vai lá! – Abri um sorriso e ela afirmou com a cabeça.
- Vocês duas estão bem? – Melina riu fraco.
- Sem graça. – Suspirei. – Isso foi muito desconfortável. Eu estava errada, eu sei, mas...
- Deixa para lá, , passou. – Afirmei com a cabeça, dando mais um passo para o lado, quando chegou perto dos repórteres.
- Vamos indo, ? – Melina se aproximou de mim, , Lindsay, Seth e Cady. – Tá na hora.
- Relaxa. – Sorri para ele. – Você lutou por isso, você merece.
- Obrigado! – Ele afirmou com a cabeça, depositando um beijo em minha testa.
- Seja você mesmo que dá certo! – Ele riu fraco e suspirou.
- Vai lá, gatão! – Seth brincou e foi puxado por Melina.
- Sutil sempre! – Gritei para Melina.
- Vamos, . Agora você está com os normais! – Seth brincou estendendo o braço para mim e eu ri.
- Como se eu não fosse. – Brinquei, acompanhando Seth para dentro da sala de cinema com Cady e Lindsay logo atrás de nós.
Uma atendente na porta nos recepcionou educadamente, conferindo nossos nomes na lista e nos indicou, novamente, para as últimas fileiras. Firmei meu braço no de Seth e subi os degraus até chegar lá em cima e fomos divididos novamente, eu fui para a última fileira, e eles foram três abaixo. Suspirei, me sentindo mal um pouco, como será que funcionava, caso eu não estivesse lá?
Andei até chegar ao meio da fileira e fiquei observando o público encher a sala de cinema do Festival Internacional de Filmes de Toronto e me mantive sentada em meu canto, suspirando. Olhei as horas e era quase 16 horas, estava para começar.
As luzes das laterais apagaram e surgiu uma na frente, um homem negro muito elegante, subiu no palco, caminhando até o púlpito que tinha no meio do palco, observando os papéis que tinha ali com ele.
Ele apresentou o filme que veríamos, com a direção de . Todos na sala, inclusive eu, aplaudimos fortemente. Depois ele se apresentou como diretor artístico do Festival, mas não consegui entender seu nome. Agradeceu o pessoal por comparecer e disse que era uma noite empolgante para todos, sim amigo, eu sei. E deixou claro que éramos as primeiras pessoas a ver aquele filme.
- Com vocês, um dos mais consagrado atores da atualidade, ele está aqui para apresentar sua estreia na direção, me ajudem a receber ! – Aplaudi que apareceu rapidamente no palco, seguindo até o púlpito, cumprimentando o homem do outro lado.
- Obrigado, muito obrigado! – Ele riu nervoso. – Isso é intimidador. – Ele assumiu e eu sorri. – Estou muito feliz em estar aqui, obrigado ao Festival, obrigado a todos que fizeram isso ser possível. Eu queria dirigir a um bom tempo, então foi bom ver ele saindo do papel. Muito obrigado a todos que fizeram parte disso. – Ele sorriu. – Eu trouxe algumas pessoas que realmente tiveram um papel nesse filme, vou começar com um dos meus melhores amigos, que eu já trabalhei há alguns anos junto. Esse filme não seria nada sem ele. Nosso produtor, Carl Kayne. – Aplaudi Carl, que entrou no palco, dando um grande abraço em . – Depois, nossos produtores executivos que fizeram disso uma experiência maravilhosa. John e Lisa. – Aplaudi novamente. – Ao pessoal que criou o roteiro inicialmente, e foram loucos o suficiente para me deixar tomar conta disso. Howard, Karen e Bill. – deu uma rápida corrida até eles, abraçando-os. E voltou novamente, meu Deus, ele estava todo desajeitado. – E agora a última, mas não menos importante Evelyn Anders. – A atriz entrou no palco sendo aplaudida e encontrou no púlpito.
- Obrigada muito por vocês terem vindo, me deixa dizer algumas coisas sobre . – Evelyn se colocou na frente do microfone. - Ele foi incrível, espero que vocês gostem. – Sorri e aplaudi junto do pessoal.
O elenco saiu do palco e as luzes se apagaram, fazendo que o logo do Festival aparecesse e em seguida a cidade de Nova York surgisse, e o nome do filme “O Trem da Meia-Noite” no meio da tela, me fazendo sorrir. Algumas cenas cotidianas da cidade, até que surgiu no meio dessas cenas, usando uma blusa social, tocando trompete para um casal que se despedia.
Não deu cinco minutos para que Carl, e Evelyn, nessa ordem, surgisse pela parte de trás, pedindo licença para passar. Eu espremi as minhas pernas por um momento e se jogou na cadeira ao meu lado. Ele olhou para mim e eu sorri, colocando minha mão em cima da dele no braço da poltrona, ele não falou nada. Olhei para Evelyn ao meu lado que sorriu, fiz o mesmo.
A definição perfeita que eu posso fazer desse filme é gostoso. Ele era um filme ótimo para se ver a tarde, com as amigas, rindo das desgraças que aconteciam com duas pessoas em Nova York que já não estavam muito bem sentimentalmente.
Os acontecimentos rolavam devagar, não era nada apressado, nada estranho, mas sutil. Não sei se era porque eu sou noiva de , mas não achei que ambos tinham química, talvez porque a história não era para ser de amor, e sim de dois desconhecidos que se esbarram na cidade. Gargalhei quando Seth apareceu na tela, fazendo uma pequena participação.
não largou minha mão em nenhum momento. Sua mão estava suada e dava para notar que ele estava tremendo um pouco. O filme tinha uma hora e meia, pelas minhas contas do horário que começou até agora, e eu tinha adorado cada momento dele.
Quando o filme deu sinais que estava chegando ao fim, quem ficou nervosa foi eu. O filme estava perfeito? Não! Mas me diz, que filme é perfeito? Senti meus lábios tremerem quando a tela ficou preta e uma expectativa enorme surgiu em meio peito e algumas lágrimas encheram meus olhos quando as palavras “Dirigido por ” apareceram na tela, fazendo meu corpo se arrepiar por inteiro.
Enquanto o cinema inteiro aplaudia, eu estava literalmente jogada na poltrona, exatamente do mesmo jeito que estava, por ele estar segurando minha mão. Virei o rosto para ele que tinha uma lágrima rolando pela sua bochecha, passei minha mão pela sua bochecha limpando a mesma e ele sorriu, me fazendo dar um sorriso desajeitado.
- Eu estou orgulhosa de você! – Sussurrei, me levantando e aplaudindo junto com o público. Ele levantou logo atrás de mim e me abraçou fortemente, soltando um longo suspiro, pelo barulho eu não pude dizer, mas quando ele se separou de mim eu notei que seu rosto estava vermelho, ele tinha chorado. – Estou muito orgulhosa! – Repeti e ele suspirou, se virando para Carl e eu virei de costas, para Evelyn, abraçando-a sinceramente. – Eu adorei. – Ela sorriu e eu ri fraco. Ela agradeceu e virou o corpo de costas, seguindo para fora da fileira, junto de e Carl, que eu aproveitei para dar um grande abraço.
- Vamos para as perguntas dos fãs. – Carl falou e eu afirmei com a cabeça, me sentando novamente.
- Eu quero que você me diga exatamente o que você achou! – falou assim que entramos no quarto do hotel, enquanto chegávamos da after-party.
- Oi para você também. – Ele riu e eu o abracei novamente, o fazendo rir.
- Eu vi você chorando. – Ele falou.
- Eu também vi você chorando! – Repeti e ele riu.
- Você me entendeu.
- O filme não é de chorar, mas eu chorei quando apareceu seu nome. – Ele sorriu e eu sorri, passando o dedo em sua bochecha e ele fechou os olhos. – Eu não pratiquei, nem estudei para ser jornalista crítica. – Comecei. – Então, minha informação como jornalista e noiva são as mesmas – Ele afirmou com a cabeça. – Eu não sei o que vão dizer, mas eles não têm nenhum direito de diminuir o filme, não mesmo. – Ele sorriu. – Esse vai ser o tipo de filme que eu vou ver diversas vezes, porque me cativou. É uma comédia romântica, mas também não é uma história de amor. O modo como as situações se encaixam, a fraqueza dos personagens em tentar continuar, mesmo quando tudo está difícil, mas ao mesmo tempo a força que eles têm de querer saber onde aquilo vai dar. – Ele sorriu, encostando a testa na minha. – Você tem futuro, senhor ! – Ele abriu um sorriso e passei minhas mãos pelas suas costas.
- Isso significa muito para mim, sabia? – Ele afastou o rosto do meu, passando os braços pela minha cintura.
- Eu não estou dizendo isso para te agradar. – Falei sincera e ele riu.
- Mesmo assim, fez que eu me sentisse bem. – Passei as mãos pelos seus ombros, descendo pelo seu corpo e desabotoando o botão do seu paletó.
- Acho que devemos dormir, não?! – Falei.
- Sim, estou cansado. – Ele riu, tirando o paletó e jogando em cima da cama.
- Apesar de que... – Falei, virando meu corpo para ele. – Abre o zíper, por favor.
- Não, sem chance, você não vai me excitar para não dar em nada depois. – Ele falou e eu gargalhei, sentindo seus dedos deslizarem pelas minhas costas, abrindo meu vestido. – Eu quero o pacote inteiro. - Virei meu corpo para ele, deixando meu vestido escorregar pelo meu corpo até cair no chão, me deixando somente de calcinha, peguei-o e o joguei na cama.
- Ok, então. – Falei dando de ombros e coloquei minha mão no fecho de seu cinto, desafivelando-o. Deslizei minha mão para o zíper de sua calça e o deslizei para baixo, acariciando a região um tempo por cima da cueca, vendo-o fechar os olhos fortemente. – Se é o que você quer. – Abaixei minhas mãos e virei de costas, seguindo para o banheiro.
- ! – Bati a porta e tranquei-a, ouvindo-o bater na mesma e eu ri enquanto me encarava no espelho.
- Onde você está? – Perguntei, agradecendo a mulher que havia colocado a bandeja na minha frente e pensei por onde começar, já com a boca salivando.
- Acabei de chegar no hotel, mas é tempo de deixar as coisas e ir embora, acho que já estamos atrasados, na verdade. – falou do outro lado da linha.
- Já estamos sim! – Ouvi a voz de Melina e ri fraco.
- E você, onde está? – Ele perguntou.
- Eu estou no melhor lugar do mundo. – Respondi para ele rindo.
- É o melhor lugar do mundo, cara! – Seth falou alto ao meu lado, com a boca cheia de bolo.
- E onde seria esse lugar? – Ri fraco.
- Estamos experimentando bolos, docinhos e sei lá mais o quê. – Ri fraco, começando pelo primeiro bolo, cortando um pequeno pedaço e colocando na boa. – E está uma delícia.
- Sacanagem fazer isso sem mim, hein?! – Soltei uma risada fraca.
- Desculpa, amor, mas é o que estava no cronograma de Olívia e eu realmente não perderia a chance. – Ele riu fraco. – E afinal, é para compensar o fato que vamos ficar uma semana inteira sem nos ver. – Passei a língua nos lábios. – Esse é bom! – Sussurrei para Seth.
- E o que você já decidiu de bom, aí?! – Ri fraco.
- Bem, você sabe o meu tombo por doces brasileiros, não é?! Então, estou pensando em doce de leite, beijinho e tudo com nozes. – Suspirei.
- E tem quem faz isso aí?
- Tem. Eu pedi para a Olívia, ela foi atrás disso e não é que está gostoso?! – Peguei mais um pedaço de outro bolo, colocando na boca.
- Bem, o doce de leite eu lembro o que é, gosto bastante, o beijinho eu não lembro. – Coloquei mais um pedaço na boca, suspirando.
- É aquele de coco. Que fica bem branquinho. – Descansei o garfo.
- Oh! – Ele se empolgou. – Aquele é gostoso também, mas combinam?
- É a melhor coisa que você pode colocar em um bolo. Duas camadas, uma de doce de leite com nozes e outra de beijinho. – Ri baixo. – Eu enlouqueci Olívia um pouco, mas consegui que ela trouxesse esses no meio das sobremesas. – Suspirei. – E convenhamos, creme de manteiga comparado a esses doces, é muito sem graça.
- Você que entende dos bolos, sabia? – Ouvi sua voz. – Já vou, Melina!
- Sei sim! – Ela riu fraco.
- Eu tenho que ir, . – Ele suspirou. – Depois daí você vai fazer o quê?
- Eu acho que vou em um barzinho com o Seth, amanhã vamos decidir as flores, que eu já decidi, na verdade. – Ele riu baixo. – Mas vou ver os arranjos que eles preparam. E aí à tarde eu tenho uma entrevista de emprego. – Suspirei.
- Onde dessa vez?
- Uma revista masculina! – Falei animada.
- Uau! Aquela lá que te ligaram? – Confirmei com a boca.
- Sim, estou muito empolgada! – Ri fraco. – Além de ser cheia de homens bonitos.
- Já não gostei tanto. – Ri fraco.
- É, mas a redação é composta só por mulheres, então não se preocupe. – Quase deu para ouvir o alívio de ao dizer. – Mas quem sabe algum homem para minha despedida de solteira?
- ...
- Tchau, , boa sorte nas entrevistas! – Falei, afastando o telefone da orelha. – Nos falamos mais tarde. Amo você! – E desliguei o telefone, ouvindo-o bufar por fim.
- Você é maldosa, mulher! – Seth falou ao meu lado.
- É brincadeira, você sabe! – Ele concordou com a cabeça e olhei para a bandeja dele. – Você sabe que a ideia é degustar, não?! – Sua bandeja estava vazia.
- Eu sei, mas isso estava uma delícia. – Ele riu. – Já se decidiu?
- Na verdade, já! – Suspirei vendo Olívia, nossa organizadora de casamentos, se aproximar.
- Pela sua cara creio que você já se decidiu. – Ela se sentou em minha frente com uma pasta bege escrita “ & ” em letras cursivas.
- É claro! – Ri fraco. – Vai ser o de beijinho com doce de leite mesmo, bolo branco e cobertura de pasta americana.
- E a decoração do bolo, já pensou? – Suspirei.
- Ah, pior que já, na verdade. – Ela abriu a pasta.
- E qual vai ser?
- Então, eu estive olhando o catálogo de arranjos que você me mandou e eu gostei bastante do buquê de rosas laranja e cor-de-rosa. – Ela abriu um sorriso.
- Imaginei que fosse gostar dele. Você é nova, precisa dar um pouco de modernidade.
- E bem, como meu vestido vai ser inteiro branco e, pelo menos eu acho, vai usar um terno simples, eu pensei em usar as flores como cor.
- É, as pessoas têm feito isso e essa combinação de laranja e rosa fica muito bonita, por sinal. – Ela anotou algo em seu caderno. – Só me surpreendo por você não ter escolhido lírios. – Soltei uma gargalhada.
- Na verdade... – Ela mexeu a cabeça, entendendo. – Os arranjos eu quero que tenham alguns lírios, o cheiro deles é maravilhoso e também me pediu em casamento com bastante deles. Só não uso no buquê porque eles possuem aquela ponta que mancha e eu realmente não quero que isso aconteça com meu vestido. – Ela soltou uma risada.
- Sim, acho que você está certa. – A senhora falou. – E algumas noivas não sabem disso, mas buquês são feitos para brincar com eles, não para segurá-los como se sua vida dependesse deles. – Balancei a cabeça.
- Então, combinado. Voltando ao bolo...
- Verdade! – Ela riu fraca. – Gostaria do bolo branco, pasta americana branca cobrindo ele e talvez as nossas iniciais pintadas no bolo e um arranjo de flores comestíveis do mesmo tom dos arranjos.
- E quantos andares? – Mordi os lábios, soltando uma risada fraca.
- Uns cinco? – Seth perguntou me olhando.
- Acho que sim. Formato redondo tradicional. – Sorri para ela.
- Certo, então, podemos colocar o bolo como decidido? – Olívia perguntou.
- Podemos sim! – Seth bateu palmas feliz e eu ri.
- Eu vou pedir para trazerem as opções de docinhos e se você tiver tempo, precisamos decidir os pré-convites. – Olívia falou se levantando.
- Eu nunca entendi essa de pré-convites. – Falei honesta.
- É basicamente um “Save The Date” para os seus convidados não marcarem nada no mesmo dia. – Confirmei com a cabeça. - Já que o convite de casamento é entregue somente um mês antes do casamento.
- E a minha data está em um dia complicado. – Falei suspirando.
- Pois é, mas tudo se dá um jeito. Vocês já começaram a fazer a lista de convidados?
- Na verdade, está meio ajeitada já, é só a família e amigos mais próximos. Creio que serão uns 120 convidados no máximo.
- Ah, então será uma cerimônia pequena.
- É, pelo que eu e conversamos, sim.
- Como vocês decidiram se casar em Los Angeles, e não em Boston ou no Brasil, nós oferecemos também um pacote de hospedagem para os seus convidados.
- Isso vai ser muito bom! – Seth falou, dando risada em seguida.
- Só precisamos pensar em como trazer todo mundo para cá. – Falei rindo. – Vocês têm alguma parceria com alguma companhia aérea? – Olívia riu, negando com a cabeça.
- Infelizmente não, querida. – Ri fraco.
Acabei decidindo por um pré-convite simples. Mas o papel que era o detalhe. Um papel grosso com uma textura maravilhosa nele, fez com que eu me apaixonasse. Eu sou jornalista, então sim, eu me apaixono por papéis. Decidi por colocar escrito no topo “Save The Date” logo abaixo “ & ” e ícones, primeiro era um casal, depois um sinal de mais e um anel. Embaixo um sinal de igual e o símbolo do Four Seasons. Embaixo escrito “27 de Dezembro” e por fim “Em breve convite formal”. Creio que isso eu podia escolher sozinha. O papel branco era colocado dentro de um pequeno envelope bege, já que o papel não deveria ter mais que cinco centímetros de largura, era quase um cartão de visita, e a própria Olívia se encarregaria de fazer a entrega, eu só precisava da lista de convidados.
Eu fiz a festa com os docinhos de casamento. Bem, para começar, eu pedi para, na hora de servir o bolo, servir uma bola de sorvete junto, já que simplesmente amava e convenhamos que é a combinação perfeita. Para os docinhos, eu fiquei muito em dúvida, e quando eu digo muita, eu digo bastante. O primeiro a ser escolhido foi o bem-casado, não precisava nem ter nas opções de escolha dela, mas pelo menos no Brasil, era tradição nos casamentos, ainda mais naqueles embrulhos perfeitos. O segundo que eu escolhi foi o morango grande coberto com chocolate e no chocolate preto o desenho de um terno e o de chocolate branco o de um vestido. O terceiro foram trufas de chocolate, passadas em cacau em pó, aquilo simplesmente derreteu na minha boca e eu me apaixonei.
O quarto foi uma mousse de limão decorada com rodelas de limão cristalizadas, que o gosto era bem parecido com a que eu fazia, então, tinha certeza que agradaria . E ainda dava uma variada em doces gelados. O quinto foi o famoso camafeu de nozes, eu não sou muito fã daquilo, devo admitir, mas sei que pessoas mais velhas amam, é tipo o nosso brigadeiro, sabe? Só que para eles é o camafeu de nozes. E eu escolhi pequenos brownies por fim. Se tinha uma sobremesa que eu havia me apaixonado quando cheguei nos Estados Unidos, eram os brownies.
- Bem, acho que é isso! – Falei, devolvendo o papel novamente para que Olívia pudesse anotar na pasta minha e de . – Tem mais algo que eu posso já decidir hoje?
- Não, acho que por hoje não, tem várias coisas para resolver ainda. – Ela riu.
- É que eu estou animada. – Sorri fraco.
- Eu entendo, as noivas surtam pelos casamentos, é um sentimento bom.
- Acho que é a primeira festa que eu realmente quero fazer parte de tudo. – Suspirei.
- Eu tô junto! – Seth falou ao meu lado.
- Para comer, não é?! – Falei e ele ergueu as mãos, se levantando da mesa.
- Por enquanto é só, . Eu vou te dar uma cópia dessa minha pasta com tudo que precisamos decidir para o casamento, caso você tenha alguma ideia na cabeça, procure algo na internet, pode trazer ideias que faremos o possível para te atender. – Ela esticou a folha na minha frente, com três coisas ticadas, bolos, sobremesas e pré-convites.
- Tudo isso? – Perguntei e ela riu.
- É surpreendente, não?! – Olívia riu.
- Oh, meu Deus! – Seth riu ao meu lado.
- Nos encontramos amanhã de novo? – Afirmei com a cabeça. – Aí falamos de flores, decoração e as lembrancinhas. – Afirmei com a cabeça.
- É, as flores e as lembrancinhas eu já tenho alguma ideia, mas a decoração que eu estou um pouco perdida ainda.
- A decoração são os assentos, toalhas, cadeiras, decorações de mesa, lustres, tudo isso. – Ela riu, fechando a pasta. – Afinal, sua cerimônia de casamento pode ter uma decoração diferente da festa, isso é a sua decisão.
- Combinado, senhora Weddburgh. Vou dar uma olhada quando chegar em casa. – Ela esticou a mão, apertando a minha.
- Nos vemos amanhã, noiva. – Abri um sorriso.
- Até amanhã, Olívia! – Eu e Seth viramos as costas e saímos dali.
- Quanta coisa para um casamento! – Seth cochichou para mim quando saímos da confeitaria. Observei Olívia fazer com uma assistente e entrar em um carro.
- Pois é, irmão, fazer um casamento é caro! – Ele riu.
Eu e Seth ficamos só um pouco em um barzinho que ele conhecia em Los Angeles, afinal, ninguém estava muito afim de comida, se Olívia falasse que eu escolheria o buffet no dia seguinte, eu acho que vomitaria. A ideia era degustar, sim, mas não quando havia umas dez escolhas de bolos na minha frente e 65 de docinhos. E sim, eu experimentei cada um deles.
Seth estava sendo uma bela ajuda para mim nesses dias, mas eu queria minha irmã mesmo ao meu lado, os dois seriam ótimos na verdade, mas, infelizmente, isso não seria possível antes do mês que vem. E as partes divertidas, como experimentar todas as sobremesas deliciosas do mundo, ela não estava aqui, mas eu não podia culpá-la, eu que decidi casar com um americano, em uma cidade neutra para nós dois, e a única cidade neutra que conhecíamos, era Los Angeles, no país dele. Mas ela viria, ela passaria duas semanas comigo em outubro.
- Para casa agora? – Seth perguntou.
- Por favor, eu preciso dormir. – Falei, encostando a cabeça no carro. – Amanhã o dia vai ser longo.
- Quer companhia amanhã? – Suspirei.
- Acho que amanhã não vai precisar, Seth. Eu vou encontrar Olívia depois da minha entrevista, então, nem sei que horas vai terminar lá.
- Vai mesmo voltar a trabalhar? – Soltei uma risada fraca, suspirando.
- Vou! – Abri um sorriso. – Não sou o tipo de pessoa que fica parada em casa o dia inteiro. – Ele abriu um sorriso.
- Que bom! – Ele riu.
- Mas não vai ser para sempre. – Falei finalmente. – Se eu tiver que escolher entre ter uma família e trabalhar, eu quero uma família.
- Falando nisso. – O cortei.
- Eu estou bem, Seth! – Sorri. – Às vezes eu me pego pensando nisso e tal, mas prometo que estou bem.
- Quer que eu fique contigo essa noite?
- Não precisa! – Soltei uma risada. - Vou ficar procurando algumas coisas dos itens que a Olívia deu e ainda vou tentar falar com Rupert, se ele tiver acordado!
- Ah, falando no Rupert, e o seu vestido? – Soltei uma risada.
- Rupert desenhou alguns modelos para mim e eu, bem, sempre fui dos vestidos mais abertos e menos justos. – Ri baixo. – Ele vai ser branco, tomara que caia, rendado. – Suspirei. – Vamos esperar o dia para vocês verem, certo?! – Abri a porta do carro.
- ! – Ele gritou. – Por que você deixa o pessoal falando sozinho?
- Nem eu vi o vestido ainda, Seth! – Falei rindo. – É só o que eu sei também. – Ele riu, batendo a mão na testa. – É o que eu posso dizer, mas vai ser simples e elegante. – Falei o fazendo rir.
- Você vai ficar bonita até com um saco de batatas. – Sorri.
- Isso eu posso garantir que não vou usar. – Ele afirmou com a cabeça, sorrindo. –Apesar de que se Rupert fizer um vestido com um saco de batatas ficaria lindo do mesmo jeito.
- Concordo. – Ele riu.
- Boa noite, Seth! Nos falamos depois.
- Boa noite, ! – Acenei com a mão e imediatamente Jordan abriu o portão para mim.
- Só acho que a gente precisa se encontrar. – Rupert falou na tela do Face Time.
- Você tem algo para me mostrar? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu queria te mostrar algumas opções de pano. Você disse que, por mais que o vestido fosse do tipo ‘bolo’, queria que ele aparentasse leve. – Ele comentou, suspirando. – E eu estive fazendo umas compras esses dias para algumas clientes e acho que você vai gostar.
- Clientes, hein?! – Ele riu.
- Continuando! – Mostrei a língua. – Ele é um tule bem fininho, em um tom rosado super discreto. Quem não presta atenção acha que é branco e com o pano debaixo sendo branco e as rendas brancas também... Não sei, você precisa vir aqui dar uma olhada.
- Semana que vem! – Afirmei com a cabeça. – Depois do Festival de Filmes, eu falo para o para passarmos aí.
- Quando você vai? – Ele passou a mão nos cabelos.
- Quinta-feira! – Abri um sorriso de lado.
- E o trabalho? Você disse que tem uma entrevista amanhã.
- Então, o horário é bom, é um horário que eu gosto, na verdade. – Ri fraco. – É das 7 às 15hs.
- Nossa! Tão cedo?
- Eu prefiro, a ter que ficar até sei lá que horas na redação. – Ele concordou com a cabeça.
- Isso é verdade! – Ele riu. – Vai para redação, então?
- Voltar, na verdade. – Ri baixo. – Meu primeiro emprego, depois que eu me formei, foi em redação, era na minha cidade, mas mesmo assim. – Ele riu. – Na faculdade o estágio foi na assessoria, aí nesse jornal, em assessoria durante a pós, em assessoria agora, e vamos ver o próximo.
- Você gosta de assessoria. – Ele falou e eu ri.
- Gosto sim.
- Por que você não fica na Melina, mas aí em LA? – Suspirei.
- Eu não quero ter nenhuma ligação com o , tirando o fato que infringe o código de ética em diferentes níveis, mas ok. – Ele riu fraco. – E com o mundo que estamos hoje, não quero ter que depender do se algo acontecer.
- Como assim? – Suspirei.
- Eu estou me casando com o porque o amo, porque quero passar o resto da minha vida com ele.
- Creio que ele também pensa assim, . – Sorri. – Ele esperou 33 anos por isso. – Abri um sorriso. – E você acha que ele vai querer abandonar uma pessoa igual você? Pelo que eu conheço de você, ele tirou a sorte grande.
- Às vezes eu acho que fui eu.
- Ele muito mais! – Ele completou. – Acredite no que eu estou dizendo. E eu não digo isso só para encher sua bola.
- Pois ela está bem cheia, viu?! - Rupert riu.
- O que vocês estão conversando aí? – Derek apareceu no vídeo com Liana no colo e Leslie se mexeu em meu colo, latindo.
- Tia ! – Liana falou e Rupert a colocou em seu colo.
- Oi, minha linda! – Acenei para ela e Leslie veio para o meu lado na cama e apoiou as patas em minhas pernas.
- Cachorro! – Liana falou empolgada. – É seu, tia ? – Sorri para ela.
- É sim, essa é a Leslie.
- Oi, cachorrinho! – Leslie se acomodou em meu colo, deitando a cabeça novamente.
- Você precisa conhecê-la um dia, Liana. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Você está bem, tia ? – Ela perguntou, com os olhinhos brilhando. Suspirei.
- Estou bem sim, Liana, agora está tudo bem. – Ela sorriu, balançando a cabeça.
- Que bom!
- Está na hora de alguém dormir, não?! – Derek falou e ela fez um bico.
- Mas, papai...
- Vamos, Liana, amanhã vamos sair cedo, você não disse que queria ir para praia? – Ela deu um pulo rapidamente, deixando somente que sua cabeça aparecesse na tela do computador.
- Tá bem. – Ela suspirou se apoiando na mesa. – Boa noite, tia ! Te amo. – Ela mandou beijo.
- Também te amo, minha linda. Boa noite! – Falei e ela andou para trás, onde Derek estava.
- Boa noite, ! – Acenei para Derek.
- Boa noite, querido! – Mandei um beijo para ele que sorriu.
- Acho melhor você ir também. – Falei para Rupert.
- É, eu preciso, acordei cedo hoje. – Ri fraco. – Você também deve ir, a entrevista é cedo, não?
- Pois é, em um sábado de manhã. – Ele riu. – Vocês vão onde amanhã?
- Cape Ann. – Um largo sorriso apareceu involuntário em meu rosto. – Traz boas lembranças, não é?!
- Algumas! – Ri fraco. – Primeiro encontro... Quem diria que daria em algo. – Sorri.
- E vai dar muito mais. – Ele riu.
- Agora falando sério, , você está bem mesmo, não é?! – Suspirei.
- Estou, Rupert, sério. – Ele afirmou com a cabeça, encerrando o papo.
- Vou lá, então.
- Vai sim, eu vou atrás do meu noivo, têm umas 15 mensagens no meu celular já. – Ele riu e eu bocejei. – Ou vou dormir, vai que...
- Fala com ele antes, conte o que você decidiu...
- E o que eu preciso decidir ainda. – Bocejei novamente. – Nossa!
- Até mais, , em uma semana te quero aqui, ok?! Precisamos começar a dar forma nesse vestido. – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar, chefe. – Bati continência. – Estarei aí. – Ele riu.
- Boa noite. Ah, você vai receber uma encomenda essa semana, para o Festival de Filmes.
- Rupert! – O repreendi, mas feliz ao mesmo tempo.
- De nada! – Ele riu.
- Boa noite! – E desliguei a chamada, procurando o nome do meu noivo e clicando no mesmo. – Nossa! Que rápido! – Falei, quando ele atendeu a chamada.
- Me ignorando, é?! – Vi aparecer na tela, ele estava encostado na cama, exatamente igual a mim, só que ele usava o celular. Dava para notar que seu tórax estava nu.
- Estava falando com Rupert e, desculpe, mas você não pode nem sonhar sobre os papos do vestido. – Ele riu.
- Eu sonho com isso todo dia, ! – Abri um sorriso. – Você entrando toda linda. – Ele sorriu.
- Temos três meses ainda. – Falei. – Que passam voando, por sinal. – Ele riu.
- E aí, o que decidiu hoje? – Ele bocejou.
- Bolos, sobremesas e os pré-convites! – Abri minha bolsa que estava jogada na cama e peguei o modelo de pré-convite que escolhi. – O que acha? – Ele deu uma risada.
- Que graça!
- Eu gostei. Simples, fácil e fofo!
- Eu adorei, ! – Sorri. - E o que escolheu de docinhos? – Soltei uma risada.
- Bem-casado, que é tipo o macaron brasileiro, aí mousse de limão, brownie, camafeu de nozes, morango coberta com chocolate e trufa de chocolate. O que acha?
- Eu acho que eu fiquei com fome! – Dei risada.
- E para acompanhar o bolo, eu escolhi sorvete, porque sei que alguém gosta.
- Bastante! – Ele falou fazendo uma careta. - O que falta ainda? – Franzi a testa.
- , falta coisa para caramba! – Peguei a lista e virei para o computador. – Isso é tudo que tem que decidir ainda.
- Nossa! Quanta coisa! – Soltei uma risada.
- Eu e seu irmão falamos a mesma coisa. – Ele riu. – Amanhã eu vou decidir os arranjos e a decoração. O que você acha da combinação rosa com laranja? – Perguntei, fechando um olho.
- Isso seria colocado como?
- Só em flores. – Suspirei. – Acho que se colocar muito fica meio demais. – Ele riu.
- Tenho que admitir que é uma combinação bem legal, na real! – Abri um sorriso.
- Eu estava olhando umas decorações aqui na internet e pensei em fazer o clássico casamento branco e prata e usar as cores das flores para dar um upgrade.
- Você entende melhor que eu para isso, sabia? – Soltei uma risada.
- Pois é, a gente aprende a importância da cor na faculdade de jornalismo, sabia? – Ele gargalhou.
- Sério?
- É sério! – Falei rindo com ele. – Mas não em um casamento. – Franzi os lábios. - Eu quero falar de você, mas, para acabar o assunto casamento, a gente tem que pensar nas lembrancinhas. – Ele passou as mãos nos cabelos bagunçados.
- Você tem alguma ideia? – Suspirei.
- Duas, na verdade, mas não sei como executar. – Soltei uma risada, franzindo a boca.
- Diga lá!
- Uma delas é sabonete. Uma caixinha feita com nossos nomes no fundo e dois sabonetes dentro dela. Talvez em formato de coração, um branco e um preto, algo assim. – Ele afirmou com a cabeça, ponderando a ideia. – E a outra seriam biscoitos amanteigados, com formatos que nos interessam. Uma claquete, um gravador, uma noiva, um noivo, sei lá. – Suspirei.
- Ixi, pior que eu gostei das duas ideias. – Ele riu. – Um a gente come e o outro a gente usa ou guarda. – Suspirei.
- Então, eu gostei das duas também, mas realmente não sei o que escolher.
- Eu vou pensar aqui, ok?! Amanhã eu te aviso.
- E como foi hoje? – Ele suspirou.
- Eu estou cansado, amor! – Ele derrubou os ombros, fazendo o celular mexer.
- Muitas entrevistas? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- Eu perdi as contas na sétima.
- Deus pai! – Soltei uma risada. – Deve estar cansado mesmo. – Ele riu.
- E pior que foram coisas longas, teve uma que durou uns quinze minutos. Eles perguntaram até do começo da minha carreira.
- Amanhã tem mais?
- Tenho, três compromissos acho, mas não sei ao certo. – Ele suspirou.
- Vai descansar, amor, eu também tenho que ir, me preparar para mais uma entrevista. – Ele afirmou com a cabeça.
- Nenhuma resposta ainda? – Neguei com a cabeça.
- E na verdade, não sei nem se aceitaria, as que eu fiz, eles perguntaram mais sobre você do que de mim. – Ele bufou. - Cara, estou achando que eu vou voltar a trabalhar com Melina. – Ele riu.
- Não é uma má ideia.
- Você sabe que eu estou brincando, . – Ele afirmou com a cabeça.
- Eu sei, desculpe! – Abri um sorriso de lado.
- Afinal, você estava muito bonito hoje. – Ele riu. – Dei uma olhada nas fotos.
- Obrigado!
- Boa noite, ! – Falei, mandando um beijo.
- Boa noite, , fica bem. – Afirmei com a cabeça. – Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar. Amo você.
- Também te amo. – Abri um sorriso e desliguei a ligação.
Eu falei para todo mundo que estava bem, mas não era tudo verdade. Eu estava tendo bastantes pesadelos e, só não tinha feito teste de gravidez ainda porque não havia passado o tempo que o médico disse para não transar. Porque eu havia colocado na minha cabeça que faria um exame de gravidez a cada duas semanas até a minha paranoia passar.
Eu estava bem com a situação, fazia só três semanas, era um tempo pequeno, eu não podia achar que tudo melhoraria em três semanas. Eu tenho tentado me distrair ao máximo que eu consigo, com as entrevistas de emprego, com a preparação do casamento e tudo mais. Lá em Boston eu teria meus amigos para me distrair, mas aqui em Los Angeles eu não conhecia muitas pessoas ainda.
A maior parte do tempo eu conversava com Larry ou Jordan, dependendo qual dos dois estava cobrindo o turno, eles eram carinhosos comigo e realmente não se importavam, e com fora, eu realmente precisava de algo para me distrair. Sair com Leslie para andar na rua, conhecer pontos turísticos da cidade, qualquer coisa.
Mas algumas noites eu já fiquei vagando pela casa tentando dormir e a tentativa era inútil. Dava algumas voltas pela casa, fazia um chocolate e voltava para cama, às vezes funcionava, mas às vezes um sonífero tinha que me ajudar.
Passaria, eu sei que sim. Mas para mim, que sempre sonhei em ter um filho, parece que a situação era um pouco diferente, parece que simplesmente não aconteceu. E aí eu começava a colocar besteiras na minha cabeça e você já deve imaginar o resultado. Uma coisa puxa a outra e a imaginação nos mata com suposições falsas.
Aquela noite eu consegui dormir bem, depois de ficar virando na cama por umas duas horas. Mas eu dormi e fiquei realmente puta quando o despertador tocou. Me arrumei quase do mesmo jeito de quando eu fiz a entrevista na ACCESS, calça social preta, camisa de manga comprida branca, os cabelos presos em um rabo de cavalo e o sapato de salto alto. A maquiagem leve no rosto e fui.
Pelo menos não perguntaram de , o que já fez que tudo mudasse. O emprego era para editor de texto, o que eu realmente me interessei, porque como eu fiquei muito tempo em assessoria, a gente nota que a linguagem dos dois veículos são parecidas, não é o famoso Hard News que os jornais e o online fazem.
A pessoa que falou comigo era uma mulher mais velha, tipo Kelly, ela era a editora-chefe da revista. O papo rolou legal, tanto que a entrevista demorou quase uma hora, isso pode ser um bom sinal, como pode não significar nada.
Algo que fez com que eu realmente me interessasse por esse emprego, foi a forma que eles perguntaram sobre . Bem, sobre ele, não perguntaram nada, não igual às outras revistas perguntaram. Quando ela estava me cumprimentando para sair, eu estendi a mão esquerda, já que ela era canhota e ela olhou para meu dedo.
- Foi por causa dele que você saiu do seu antigo trabalho? – Olhei para minha aliança de noivado e afirmei com a cabeça. – Por quê?
- Aprendemos na faculdade um pouco de ética e na maioria das vezes nós decidimos o que é ético ou não e, dessa vez realmente não seria. Antes dele me propor, eu já pensava em sair e após o pedido foi o motivo perfeito para eu sair.
- Bom saber! – Ela sorriu.
Ela agradeceu pela minha vinda e disse que mandaria o e-mail como feedback, tanto negativo, quando positivo. O que é bom, assim a gente não fica igual uma tonta tendo esperanças por algo que pode não acontecer.
Saí de lá feliz, eu gosto de revista, melhor que jornal diário e online, na verdade, TV eu nem conto, pois realmente não gosto, então, se eu conseguisse trabalhar na maior revista masculina dos Estados Unidos, eu ficaria imensamente feliz, porque era um veículo que eu realmente gostava.
Peguei um táxi na frente do prédio em que eu estava segui para o escritório de Olívia em Los Angeles, que já era como minha segunda casa. Olívia tinha sua empresa em Nova York, mas fazia viagens para atender clientes especiais. Cheguei lá, arregaçando as mangas da blusa e desabotoando o primeiro botão. Como sempre, Los Angeles estava extremamente quente. Olívia me esperava em sua mesa e eu sorri ao sentar em sua frente, relaxando. Era bom perder aquela tensão e falar do que eu realmente queria.
Conversamos primeiro sobre a cerimônia do casamento, decidimos que seria ao ar livre mesmo, em um dos jardins do Four Seasons, a decoração do casamento seria feita totalmente com rosas brancas. O tapete branco, pequenos e baixos arranjos de flores na lateral do tapete, e as cadeiras igualmente brancas de madeira. Em frente, teria um arco feito com rosas brancas, e algumas tulipas brancas também seriam colocadas.
Quando chegamos no assunto altar, aproveitamos para conversar sobre a licença de casamento, o que ela falou que eu e precisávamos assinar, que ela cuidaria do restante. Era ótimo você simplesmente concordar ou discordar.
Para decidir a decoração da festa do casamento demoramos um pouco mais. Como só tinha nosso evento naquele dia, pude escolher pelo salão. Escolhi pelo salão quadrado, as mesas retangulares, com toalha branca e vidro por cima, as cadeiras de madeira com assentos brancos, e um pequeno arranjo de rosas e lírios brancos, rosas e laranjas em cima de algumas mesas, e um alto com velas, mais fino, que crescia para o alto.
Colocamos a mesa da família de frente para o salão. Quando me fui perguntada sobre quem sentaria em cada lugar, eu preferi não colocar isso, cada um se sentaria na mesa que quisesse, somente os familiares e nós sentaríamos na nossa mesa.
O serviço de buffet ficaria nas laterais menores do salão e a mesa do bolo foi colocada em um canto, próximo ao palco. Uma mesa principal redonda ficaria o bolo, e um pouco mais atrás, duas mesas retangulares ficariam os docinhos.
Como provavelmente seria um DJ para a festa, o deixaríamos no palco, e o meio do salão livre para o pessoal dançar. Olhando assim, no geral, estava tudo perfeito. Minha empolgação crescia cada dia mais.
Para terminar aquele papo, Olívia me perguntou também sobre vestidos, maquiagem, cabelo e afins. Eu disse que já tinha tudo sobre controle, falando a ela que o vestido já estava dando forma e que tinha gente especializada para cuidar de toda a parte de beleza para mim, mas falei para ela dar uma olhada em . Como um guardava segredo do outro, eu não sabia como estava indo as coisas para ele. Ela disse que conversaria com ele ainda.
- Bem, acho que por enquanto é só! – Ela falou, fechando a pasta. – Você disse que vai viajar, certo?
- Sim, vou encontrar o em Toronto.
- Na volta precisamos decidir urgentemente o convite de casamento. – Afirmei com a cabeça.
- Combinado! – Ela sorriu.
- Boa viagem, !
- Obrigada, Olívia, eu te ligo quando voltarmos. Qualquer coisa pode me pedir para Lily mandar e-mail que eu respondo. – Ela afirmou com a cabeça e eu sorri.
- Surpresa! – Falei quando abriu a porta e um largo sorriso se formou em seu rosto.
Ele passou os braços pela minha cintura e me abraçando fortemente, enquanto eu joguei a mala no chão e o cabide do vestido para o outro lado. Passei meus braços pelos ombros de , permitindo que ele me levantasse do chão e me levasse para dentro do quarto. Ele me colocou no chão novamente e ergueu as mãos para meu rosto, olhando fixamente nos olhos e eu sorri, sentindo seus lábios tocarem nos meus logo em seguida, suspirei, erguendo meus braços e passando a mão em seu pescoço, vendo-o sorrir quando nos separamos.
- Pensei que não viria mais. – Soltei uma risada fraca.
- Você acha que eu perderia sua grande estreia? – Ele abriu um sorriso. – Nem se eu tivesse que vir de carro de Los Angeles para Toronto. – Ele riu fraco.
- Você não tem carta de motorista. – Franzi os lábios.
- Outra coisa que precisamos providenciar. – Ele riu, indo até a porta e pegando minha mala e o cabide do vestido do outro lado e colocou ambos na cama.
- Azul? – Ele falou olhando para o vestido.
- Sabia que azul combina comigo? – Ele riu fraco, dando mais um beijo em meus lábios.
- Isso me fez decidir qual camisa usarei então. – Ele falou, pegando uma camisa azul dentro do armário. – Agora me diz, o que houve com o voo? Você disse que viria ontem à noite, aí Melina disse que seria hoje de manhã. – Suspirei, sentando na beirada da cama e tirando meus tênis dos pés e puxando as meias para fora também.
- Aparentemente é possível chover forte em Los Angeles, sabia? – Ele riu. – Não sabia que isso era possível. Eles adiaram o voo para as 4 da madrugada, mas eu que não ia pegar um táxi a essa hora. – Ele riu e eu me levantei novamente. – Então, peguei o voo agora de manhã, consegui dormir em casa e vim!
- E você, está bem? – Afirmei com a cabeça.
- Estou sim! – Sorri, já sabendo onde aquela história levaria.
- O que você quer? – Sorri em meio a uma risada.
- Eu quero comer alguma coisa. – Suspirei. – Depois já tem que começar a se arrumar, não é?! – Ele olhou seu relógio rapidamente.
- Temos umas quatro horas até Melina começar a encher o saco! – Ele riu e deu de ombros. – E como foi a entrevista?
- Melhor que as outras, tenho que admitir, mas ainda não recebi nenhuma resposta. – Dei de ombros. – Não vou ficar pensando nisso, já passei por isso. – Ele afirmou com a cabeça.
- Acho que hoje seria o dia perfeito para ficarmos trancados nesse quarto de hotel, só nós dois juntos...
- O nosso prazo já acabou, mas ainda temos compromissos. – Falei, olhando para ele que riu, se aproximando de mim.
- Mas me diga sobre o casamento, que mais foi decidido? – Ele passou os braços pelos meus ombros.
- Vamos dizer que a decoração da nossa cerimônia e da festa já estão decididas. – Ele sorriu. – Eu tenho algumas fotos, se você quiser, ainda dá tempo de mudar.
- Então, por que você não me mostra? – Ri fraco e segui para minha mala, puxando uma pasta de lá e entreguei a .
- Aqui está tudo que foi decidido até agora. Modelos de como vai ficar o nosso.
- O pré-convites eu já vi e tá muito legal! – Ele riu, andando até a cama e se sentando nela. – Isso é o quê? – Peguei uma foto.
- A cerimônia. – Ele esticou a foto, observando-a de mais de perto.
- Isso vai ser lindo demais. – Ele abriu um largo sorriso, soltando um suspiro em seguida. – Sério! – Ele riu sozinho. – Não parece que é realidade ainda. – Estiquei minha mão sobre sua perna e ele sorriu.
- Vai ser! – Ele afirmou com a cabeça, sem tirar o sorriso do rosto.
- O que temos aqui agora? – Ele pegou a foto maior.
- Esse é a festa! – Apontei para foto. – Aí os arranjos estão meio roxo com rosa, o nosso só vai mudar para rosa e laranja.
- Posso dizer que isso está top?
- Nossa! Você usando essa expressão? – Brinquei e ele riu.
- Isso pega! – Afirmei com a cabeça.
- E tem as fotos dos docinhos e bolo. – arregalou os olhos quando pegou as próximas fotos.
- Caramba! – Foi sua reação. – Isso parece muito bom. – Ele riu.
- Isso é muito bom! – Afirmei com a cabeça.
- Sacanagem você fazer isso sem mim. – Ele franziu a testa.
- Relaxa, você vai comigo escolher os pratos do buffet e também as bebidas, que eu vou deixar tudo para você. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho uma troca justa. – Ri fraco. – E o que mais?
- Lista de convidados. – Ele fez uma careta.
- Eu tinha me esquecido disso! – Ele assumiu.
- Pois é! – Suspirei. – Acho que o certo é cada um fazer a sua lista e depois a gente junta.
- Você já fez a sua? – Ponderei com a cabeça.
- Eu pensei, na verdade. – Ele riu. – Mas a sua vai dar muito maior que a minha, isso eu tenho certeza. – Ele passou a mão na testa.
- Eu vou fretar um avião tanto para a sua família, quando para a minha. – Olhei para ele.
- Tá louco? Isso deve ser supercaro! – Ele deu de ombros.
- Ou comprar passagem para todo mundo. Não vamos ter como fugir, . – Suspirei. – É o único jeito.
- Podemos falar disso depois?
- Eu cuido disso, você se mantém com a Olívia. – Olhei para ele. – Dessa parte cuido eu.
- Mas, , a gente combinou que dividiria tudo.
- Veja isso como meu presente de casamento para você. – Ri fraco.
- Você se importa em ganhar algo tipo um chaveiro? – Franzi a testa e ele riu fraco.
- Você é meu presente. – Afirmei com a cabeça, passando meus braços ao redor de seu corpo, suspirando.
- Olá! – Ouvi a voz de Lindsay atrás de mim, enquanto eu colocava uma folha gigante de alface na boca.
- Ei, vocês chegaram! – se levantou e eu fiz o mesmo após engolir a folha. - Como foi o voo?
- Foi tudo bem! – Lindsay me abraçou, dando um beijo em minha bochecha. – E vocês, aprontando muito? – Suspirei.
- Deu problema ontem por causa da tempestade em Los Angeles e eu só consegui vir agora. – Cady me abraçou.
- Ela chegou tem uma hora mais ou menos. – falou e eu abracei Seth.
- Sharon não conseguiu vir? – Lindsay suspirou.
- Pois é, parece que nunca conseguimos juntar todo mundo. – Ela respondeu e eu afirmei com a cabeça.
- Estão com fome? – perguntou se sentando novamente em uma mesa do restaurante do hotel.
- Não, comemos no avião, na verdade. – Cady falou.
- Eu estou! – Seth falou, rindo.
- A fome do Seth é tipo a minha, é eterna sabe?! – Brinquei e ele mostrou a língua. – Nem vem, você comeu todos os docinhos e todos os bolos que levaram para gente degustar!
- Ah, faz parte. – Ele riu e eu revirei os olhos, sentando novamente em frente ao meu prato. – Eu vou pegar algo para comer.
- E os preparativos para o casamento? – Ri fraco.
- É tudo lindo, maravilhoso. – Elas riram. – É incrível, sério. E são tantos detalhes, não imaginei que fosse tão difícil fazer um casamento.
- Pois é, querida, na minha época já era caro, na de vocês é mais ainda.
- É, mas o importante é que está dando tudo certo. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Acho que vamos deixar vocês comerem e vamos subindo. – Lindsay falou. – Se ficarmos aqui vocês não comem nunca.
- Sem problemas! – Seth falou, voltando do buffet.
- Saímos às 15h? – Lindsay perguntou.
- Sim, por aí, Melina chama. – Cady afirmou com a cabeça.
- E os pombinhos, como estão? – Seth perguntou, enquanto eu colocava um pedaço de carne na boca.
- Bem, como sempre! – Ri fraco, mastigando. – E você? Devo adicionar algum namorado na lista de convidados?
- Não sei ainda. – Ele deu de ombros. – Conheci um cara, mas não sei se vai dar certo.
- Como assim? – Falei, limpando meus lábios.
- Acho que é areia demais para o meu caminhão.
- E você acha que a é o que para o meu? – Olhei para surpreso, rindo. – É sério! – Ele brincou. – Mas eu não vou desistir dela, cara. Nunca.
- Eu realmente amei ouvir isso. – Falei brincando e deu uma piscadela para mim. – Por que você acha isso, Seth? – Perguntei.
- Ele é editor da Playboy Magazine. – Seth suspirou. – E eu só sou um ator.
- Olha, já vi essa história antes! – Falei, franzindo os lábios. – Ator e jornalista, nunca dá certo! – Seth olhou para mim.
- Verdade, vocês são isso. – Dei de ombros.
- E posso dizer que, apesar das dificuldades, distância e tudo mais, estamos indo muito bem. – falou, me fazendo sorrir.
- Tentar não custa nada, Seth. Ainda mais se ele realmente gostar de você também. – Ele afirmou com a cabeça.
- Vamos ver! – Ele riu fraco, balançando a cabeça.
- E se quiser arranjar um emprego para mim na Playboy Magazine, eu realmente não ligo. – Seth e gargalhou. – E antes que vocês falem das fotos sensuais, a Playboy é uma das revistas com as melhores entrevistas do mundo. – Ambos arregalaram os olhos.
- Eu nunca imaginaria isso. – falou e eu ri, voltando a atenção para o meu prato.
- O que você acha? – Perguntei para o , quando saí do banheiro pronta com os cabelos escovados, a maquiagem clara feita, a pulseira no braço, os brincos nas orelhas, o anel de noivado na mão, somente com os pés descalços.
- Oh, meu Deus! – falou, se levantando da cama e se aproximando de mim com um sorriso no rosto. – Você parece uma boneca. – Abri um sorriso, sentindo-o passar as mãos em meu vestido onde o tórax tinha flores azuis e pedras pratas aplicadas por todo pano e a saia rodada em tons de azul royal.
- Uma boneca? – Falei rindo e ele afirmou com a cabeça.
- Você está incrível! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus levemente.
- E você vai mesmo tirar meu batom? – Falei brincando, deslizando os lábios uns nos outros.
- Pode ser depois, se você preferir. – Ele falou baixo, dando um beijo em minha bochecha.
- Acho que é melhor. – Falei rindo. – Está pronto para sua nova ascensão à fama? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu não sei...
- Vai dar tudo certo, senhor diretor. – Passei minha mão em seu rosto, ajeitando alguns fios arrepiados em sua barba. - Estarei lá para segurar sua mão, se for preciso. – Ele riu fraco.
- Você é mesmo incrível, não? – Ri fraco e segui para minha mala, tirando meus saltos prateados e segui para a cama, calçando-os.
- Pronto? – Perguntei, me levantando e pegando minha bolsa de mão e colocando meu celular e um pacote de lenços para dar volume.
- Sim! – Ele se levantou, ajeitando a gola do paletó e abotoando os botões do terno cinza escuro.
- Você está muito lindo, ! – Sorri para ele que se aproximou de mim.
- Você também, ! – Ele riu e um barulho veio da porta. – Timing perfeito. – Ele riu.
- Só se lembra de uma coisa, ! – Falei para ele. – Tudo vai dar certo.
- Ei, Melina! – falou abrindo a porta e eu acenei para ela.
- Querida! – Ela correu em minha direção me abraçando. – Como você está? Está melhor? – Afirmei com a cabeça.
- Parem de me perguntar isso, estou bem. – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça.
- Vamos, então. – Ela falou e eu segui para fora do quarto, segurando em sua mão quando ficamos lado a lado.
- Nossa, que casal mais lindo é esse! – Lindsay falou saindo do quarto dela com Cady e Seth e eu ri.
- Obrigada! – Falei com um largo sorriso no rosto.
- Pronto, ? – Seth perguntou.
- Não pergunta isso, gente, daqui a pouco ele vomita. – Falei e riu nervoso ao meu lado.
foi quieto o caminho inteiro. Ele segurava minha mão fortemente e eu podia sentir que suas mãos suavam, ele estava muito nervoso. Melina foi no banco da frente, explicando como aconteceria. O de sempre, que até eu já estava acostumada. Chegar, passar pelo tapete vermelho, tirar algumas fotos sozinho, comigo e com o elenco do filme, depois passaria pelas entrevistas, que seriam logo no tapete vermelho e entraríamos na sala preparada para a estreia do filme. Eu sentaria com Melina, Lindsay, Seth e Cady, enquanto fazia a apresentação do filme, introdução do elenco e tudo mais. Depois ele se sentaria comigo para assistirmos ao filme e, por fim, teria umas perguntas para os fãs e imprensa presentes.
A rua estava fechada, só passava carros que iriam para a première do filme, pelo menos era o que eu havia entendido, ao menos que tivesse outro evento acontecendo paralelamente ao que estávamos chegando.
- Agora sou eu que digo para você que vai ficar tudo bem, ok?! – Apertei sua mão e ele abriu um sorriso para mim, estalando um beijo em minha bochecha. – Está pronto? – Ele riu fraco.
- Sim, estou! – Ele afirmou e eu abri a porta do carro, colocando os pés para fora e ajeitando meu vestido no momento em que eu saí. Melina já estava ao meu lado.
saiu do carro e os gritos começaram, me fazendo rir, aquilo era realmente incrível. Melina cochichou algo para ele e ele afirmou com a cabeça. acenou para o outro lado da rua, onde alguns fãs estavam amontoados e eu afirmei com a cabeça, apontando para Melina. Segui a loira para a lateral e dei uma ajeitada em meus cabelos rapidamente, acenando para Carl Kayne que passava pelo tapete vermelho, ele acenou novamente, o que fez alguns fotógrafos virarem para minha direção e eu soltei uma risada, voltando meu olhar para que passava de fã em fã, assinando objetos e tirando algumas fotos.
Ele deu a volta quando a fila acabou e atravessou a rua, seguindo em minha direção novamente. Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei entrando ao seu lado no tapete vermelho, Melina há alguns passos de nós. Logo paramos para as fotos, eu só sorria, mas escondia o rosto de vez em quando na dobra do meu pescoço. Ou ele fazia aquilo de propósito para as fotos saírem um pouco menos robóticas ou ele estava realmente distraído. Sorri para algumas fotos e dei um beijo na bochecha de , dando espaço para ele tirar fotos sozinho e fiquei na lateral do tapete vermelho.
- Oi, ! – Olhei para o lado, encontrando a estrela do filme Evelyn Anders.
- Oi, Evelyn! – Sorri para ela, ainda meio desconfortável e ela me abraçou rapidamente.
- Eu adorei seu vestido! – Ela comentou e eu passei a mão na saia azul.
- Obrigada! – Sorri. – Você está muito bonita também. – Ela sorriu.
- Parabéns pelo noivado. Vocês são um casal lindo! – Afirmei com a cabeça.
- Obrigada! – Sorri verdadeiramente.
- Evelyn, vamos tirar umas fotos? – Melina falou para Evelyn.
- Vai lá! – Abri um sorriso e ela afirmou com a cabeça.
- Vocês duas estão bem? – Melina riu fraco.
- Sem graça. – Suspirei. – Isso foi muito desconfortável. Eu estava errada, eu sei, mas...
- Deixa para lá, , passou. – Afirmei com a cabeça, dando mais um passo para o lado, quando chegou perto dos repórteres.
- Vamos indo, ? – Melina se aproximou de mim, , Lindsay, Seth e Cady. – Tá na hora.
- Relaxa. – Sorri para ele. – Você lutou por isso, você merece.
- Obrigado! – Ele afirmou com a cabeça, depositando um beijo em minha testa.
- Seja você mesmo que dá certo! – Ele riu fraco e suspirou.
- Vai lá, gatão! – Seth brincou e foi puxado por Melina.
- Sutil sempre! – Gritei para Melina.
- Vamos, . Agora você está com os normais! – Seth brincou estendendo o braço para mim e eu ri.
- Como se eu não fosse. – Brinquei, acompanhando Seth para dentro da sala de cinema com Cady e Lindsay logo atrás de nós.
Uma atendente na porta nos recepcionou educadamente, conferindo nossos nomes na lista e nos indicou, novamente, para as últimas fileiras. Firmei meu braço no de Seth e subi os degraus até chegar lá em cima e fomos divididos novamente, eu fui para a última fileira, e eles foram três abaixo. Suspirei, me sentindo mal um pouco, como será que funcionava, caso eu não estivesse lá?
Andei até chegar ao meio da fileira e fiquei observando o público encher a sala de cinema do Festival Internacional de Filmes de Toronto e me mantive sentada em meu canto, suspirando. Olhei as horas e era quase 16 horas, estava para começar.
As luzes das laterais apagaram e surgiu uma na frente, um homem negro muito elegante, subiu no palco, caminhando até o púlpito que tinha no meio do palco, observando os papéis que tinha ali com ele.
Ele apresentou o filme que veríamos, com a direção de . Todos na sala, inclusive eu, aplaudimos fortemente. Depois ele se apresentou como diretor artístico do Festival, mas não consegui entender seu nome. Agradeceu o pessoal por comparecer e disse que era uma noite empolgante para todos, sim amigo, eu sei. E deixou claro que éramos as primeiras pessoas a ver aquele filme.
- Com vocês, um dos mais consagrado atores da atualidade, ele está aqui para apresentar sua estreia na direção, me ajudem a receber ! – Aplaudi que apareceu rapidamente no palco, seguindo até o púlpito, cumprimentando o homem do outro lado.
- Obrigado, muito obrigado! – Ele riu nervoso. – Isso é intimidador. – Ele assumiu e eu sorri. – Estou muito feliz em estar aqui, obrigado ao Festival, obrigado a todos que fizeram isso ser possível. Eu queria dirigir a um bom tempo, então foi bom ver ele saindo do papel. Muito obrigado a todos que fizeram parte disso. – Ele sorriu. – Eu trouxe algumas pessoas que realmente tiveram um papel nesse filme, vou começar com um dos meus melhores amigos, que eu já trabalhei há alguns anos junto. Esse filme não seria nada sem ele. Nosso produtor, Carl Kayne. – Aplaudi Carl, que entrou no palco, dando um grande abraço em . – Depois, nossos produtores executivos que fizeram disso uma experiência maravilhosa. John e Lisa. – Aplaudi novamente. – Ao pessoal que criou o roteiro inicialmente, e foram loucos o suficiente para me deixar tomar conta disso. Howard, Karen e Bill. – deu uma rápida corrida até eles, abraçando-os. E voltou novamente, meu Deus, ele estava todo desajeitado. – E agora a última, mas não menos importante Evelyn Anders. – A atriz entrou no palco sendo aplaudida e encontrou no púlpito.
- Obrigada muito por vocês terem vindo, me deixa dizer algumas coisas sobre . – Evelyn se colocou na frente do microfone. - Ele foi incrível, espero que vocês gostem. – Sorri e aplaudi junto do pessoal.
O elenco saiu do palco e as luzes se apagaram, fazendo que o logo do Festival aparecesse e em seguida a cidade de Nova York surgisse, e o nome do filme “O Trem da Meia-Noite” no meio da tela, me fazendo sorrir. Algumas cenas cotidianas da cidade, até que surgiu no meio dessas cenas, usando uma blusa social, tocando trompete para um casal que se despedia.
Não deu cinco minutos para que Carl, e Evelyn, nessa ordem, surgisse pela parte de trás, pedindo licença para passar. Eu espremi as minhas pernas por um momento e se jogou na cadeira ao meu lado. Ele olhou para mim e eu sorri, colocando minha mão em cima da dele no braço da poltrona, ele não falou nada. Olhei para Evelyn ao meu lado que sorriu, fiz o mesmo.
A definição perfeita que eu posso fazer desse filme é gostoso. Ele era um filme ótimo para se ver a tarde, com as amigas, rindo das desgraças que aconteciam com duas pessoas em Nova York que já não estavam muito bem sentimentalmente.
Os acontecimentos rolavam devagar, não era nada apressado, nada estranho, mas sutil. Não sei se era porque eu sou noiva de , mas não achei que ambos tinham química, talvez porque a história não era para ser de amor, e sim de dois desconhecidos que se esbarram na cidade. Gargalhei quando Seth apareceu na tela, fazendo uma pequena participação.
não largou minha mão em nenhum momento. Sua mão estava suada e dava para notar que ele estava tremendo um pouco. O filme tinha uma hora e meia, pelas minhas contas do horário que começou até agora, e eu tinha adorado cada momento dele.
Quando o filme deu sinais que estava chegando ao fim, quem ficou nervosa foi eu. O filme estava perfeito? Não! Mas me diz, que filme é perfeito? Senti meus lábios tremerem quando a tela ficou preta e uma expectativa enorme surgiu em meio peito e algumas lágrimas encheram meus olhos quando as palavras “Dirigido por ” apareceram na tela, fazendo meu corpo se arrepiar por inteiro.
Enquanto o cinema inteiro aplaudia, eu estava literalmente jogada na poltrona, exatamente do mesmo jeito que estava, por ele estar segurando minha mão. Virei o rosto para ele que tinha uma lágrima rolando pela sua bochecha, passei minha mão pela sua bochecha limpando a mesma e ele sorriu, me fazendo dar um sorriso desajeitado.
- Eu estou orgulhosa de você! – Sussurrei, me levantando e aplaudindo junto com o público. Ele levantou logo atrás de mim e me abraçou fortemente, soltando um longo suspiro, pelo barulho eu não pude dizer, mas quando ele se separou de mim eu notei que seu rosto estava vermelho, ele tinha chorado. – Estou muito orgulhosa! – Repeti e ele suspirou, se virando para Carl e eu virei de costas, para Evelyn, abraçando-a sinceramente. – Eu adorei. – Ela sorriu e eu ri fraco. Ela agradeceu e virou o corpo de costas, seguindo para fora da fileira, junto de e Carl, que eu aproveitei para dar um grande abraço.
- Vamos para as perguntas dos fãs. – Carl falou e eu afirmei com a cabeça, me sentando novamente.
- Eu quero que você me diga exatamente o que você achou! – falou assim que entramos no quarto do hotel, enquanto chegávamos da after-party.
- Oi para você também. – Ele riu e eu o abracei novamente, o fazendo rir.
- Eu vi você chorando. – Ele falou.
- Eu também vi você chorando! – Repeti e ele riu.
- Você me entendeu.
- O filme não é de chorar, mas eu chorei quando apareceu seu nome. – Ele sorriu e eu sorri, passando o dedo em sua bochecha e ele fechou os olhos. – Eu não pratiquei, nem estudei para ser jornalista crítica. – Comecei. – Então, minha informação como jornalista e noiva são as mesmas – Ele afirmou com a cabeça. – Eu não sei o que vão dizer, mas eles não têm nenhum direito de diminuir o filme, não mesmo. – Ele sorriu. – Esse vai ser o tipo de filme que eu vou ver diversas vezes, porque me cativou. É uma comédia romântica, mas também não é uma história de amor. O modo como as situações se encaixam, a fraqueza dos personagens em tentar continuar, mesmo quando tudo está difícil, mas ao mesmo tempo a força que eles têm de querer saber onde aquilo vai dar. – Ele sorriu, encostando a testa na minha. – Você tem futuro, senhor ! – Ele abriu um sorriso e passei minhas mãos pelas suas costas.
- Isso significa muito para mim, sabia? – Ele afastou o rosto do meu, passando os braços pela minha cintura.
- Eu não estou dizendo isso para te agradar. – Falei sincera e ele riu.
- Mesmo assim, fez que eu me sentisse bem. – Passei as mãos pelos seus ombros, descendo pelo seu corpo e desabotoando o botão do seu paletó.
- Acho que devemos dormir, não?! – Falei.
- Sim, estou cansado. – Ele riu, tirando o paletó e jogando em cima da cama.
- Apesar de que... – Falei, virando meu corpo para ele. – Abre o zíper, por favor.
- Não, sem chance, você não vai me excitar para não dar em nada depois. – Ele falou e eu gargalhei, sentindo seus dedos deslizarem pelas minhas costas, abrindo meu vestido. – Eu quero o pacote inteiro. - Virei meu corpo para ele, deixando meu vestido escorregar pelo meu corpo até cair no chão, me deixando somente de calcinha, peguei-o e o joguei na cama.
- Ok, então. – Falei dando de ombros e coloquei minha mão no fecho de seu cinto, desafivelando-o. Deslizei minha mão para o zíper de sua calça e o deslizei para baixo, acariciando a região um tempo por cima da cueca, vendo-o fechar os olhos fortemente. – Se é o que você quer. – Abaixei minhas mãos e virei de costas, seguindo para o banheiro.
- ! – Bati a porta e tranquei-a, ouvindo-o bater na mesma e eu ri enquanto me encarava no espelho.
Capítulo 14
(Agora que te encontrei meu coração bate mais forte, podemos ser felizes para sempre. Podemos estar casados como senhora e senhor, teremos um filho e daremos a ele uma irmã. Só uma coisa está nos mantendo juntos, uma palavra de quatro letras que dura para sempre. - McFLY, Love Is On The Radio)
Ouvi o barulho da porta da frente se fechar e escorreguei meu corpo no sofá, para que ela não visse que eu estava em casa. Leslie veio correndo de algum dos quartos e passou reto, não me vendo. Ouvi um suspiro e um baque, provavelmente deixara a bolsa em cima do balcão da cozinha e ouvi outro baque franzindo a testa.
- E aí, menina, ficou bem sozinha? – Ouvi sua voz e Leslie latiu, fazendo rir. – Eu preciso de um banho e depois de um suco bem gelado, que tal? – Leslie latiu novamente, como se entendesse. – Você precisa de um banho também, mas isso não é trabalho meu, amor, desculpa! – Ela riu em seguida e comecei a ouvir seus saltos batendo no chão, ficando cada vez mais alto.
A vi passar por mim, sem nem notar e seguir pelo corredor, andando em direção ao quarto e tirando seu fino casaco, enquanto fazia isso. Franzi a testa e ergui meu corpo novamente. Com a testa franzida, ela realmente não tinha visto? Sentei direito no sofá e coloquei o pote de pipoca no sofá, me colocando na beirada do sofá.
- A ideia era me surpreender ou me assustar? – Dei um grito, ouvindo a voz de atrás de mim e em seguida gargalhar.
- Como você fez isso? – Perguntei me levantando e ela continuava gargalhando da minha cara.
- Você não é pequeno, amor! – Ela sorriu e eu dei a volta no sofá, sentindo seus braços passarem pelo meu corpo. – Eu achei que tivesse visto algo, mas suas malas estavam no quarto. – Soltei uma risada fraca, deslizando meu queixo em seu pescoço. – Foi só sair pela porta de vidro e entrar pelo outro lado. – A vi sorrir e colei meus lábios nos seus, sentindo sua mão bagunçar meus cabelos, enquanto eu passava minhas mãos pelas suas costas, fazendo que a blusa subisse. – Como foi a China? – Ela sorriu, com o rosto colado no meu.
- Foi bom, na verdade. – Ri fraco, roçando meus lábios nos dela. - E como está indo no trabalho? – Ela abriu um sorriso.
- Eu conheci Jude Law hoje! – Ela abriu um sorriso fofo.
- Por que você conheceu Jude Law? – Ela riu, deslizando as mãos pelo meu pescoço.
- Porque ele vai ser a capa de dezembro da revista. – Afirmei com a cabeça, franzindo os lábios. – Mas, além disso, está sendo bom. – Ela deu um sorriso de lado. – Eu preciso de um banho, vem comigo. – Ela falou, me soltando e me puxando para o quarto.
- Por que está sendo só ‘bom’? – Perguntei, fechando a porta assim que entramos.
- Eu não sei. – Ela suspirou, puxando o vestido de manga comprida para cima e jogando-o na cama, seguindo para o banheiro. – Eu pensei que estaria mais feliz trabalhando em revista, que era algo que eu sempre quis, mas parece que me falta ânimo. – Ela ligou a torneira da banheira e se apoiou na beirada dela. – Eu acho que não estou motivada. – Ela suspirou, cruzando os braços. – Mas está tudo bem.
- Por que você não volta para a Melina? – Perguntei, me aproximando dela. – Você sabe que ela te aceitaria de volta. – Passei minhas mãos sobre seus braços.
- Eu já te falei várias vezes o porquê, . – Ela abriu um sorriso de lado.
- Mas você não precisa trabalhar comigo. – Falei, vendo-a sorrir. – Tem vários famosos por aí.
- Acho que já tenho drama pelo resto da minha vida, amor! – Ri fraco, afirmando com a cabeça.
- Talvez seja hora de você encontrar algo novo que você ama também.
- E jogar fora dez anos da minha vida? – Neguei com a cabeça.
- Quem disse que você vai jogar fora? – Beijei seu rosto. – A gente se conheceu enquanto você trabalhava para o jornalismo. Vamos passar a vida inteira juntos. – Ergui os ombros. – Não sei se alguém te disse, mas você pode fazer mais de uma coisa na vida. – Ela sorriu, passando os braços pelo meu corpo, escondendo o rosto em meu pescoço.
- Eu vou pensar. – Ela falou finalmente e eu sorri, dando um beijo na ponta do seu nariz.
- A banheira vai transbordar. – Comentei e ela virou imediatamente, deslizando as torneiras. – Se importa se eu me juntar a você? – Ela abriu um sorriso.
- Você acha que eu vou negar? Depois de ficar quase uma semana longe de você? – Arqueei uma das sobrancelhas e ela piscou o olho para mim.
Passei minha mão em seus cabelos e ela soltou um suspiro, encostando a cabeça em meu peitoral e passou o braço ao redor do meu corpo, colando seu corpo ao meu. Deslizei minha mão pelas suas costas, amassando a blusa do seu pijama. Ela estava acordada, eu sabia disso, mas o silêncio estava muito bom. Ela soltou um suspiro e se mexeu ao meu lado.
- Agora, voltando ao assunto do casamento. – Ela se colocou e se sentou na cama. – Já volto. – Ela saiu do quarto rapidamente, com os pés descalços batendo no chão e logo retornou, jogando uma pasta para mim, reconheci a pasta de Olívia, organizadora do nosso casamento. – Isso é o que falta para gente resolver.
- Ok, vamos ver! – Coloquei a pasta na cama e a abri, puxando a folha da mesma. – Lembrancinhas! – Parei, olhando para ela. – Já não tínhamos decidido?
- Não, a gente conversou sobre isso, mas não ficou decidido ainda entre os sabonetes e os biscoitinhos. – Ri fraco. – Tem alguns modelos aqui dentro. – Ela procurou algumas coisas na pasta e me entregou. – Seria assim os sabonetes e os biscoitos amanteigados. – Ela esticou duas fotos para mim.
- Eu acho que prefiro os sabonetes. – Falei olhando para os sabonetes de duas cores, em uma caixa transparente, com um papel no fundo.
- Eu prefiro também. – Ela sorriu para mim, tirando a folha da minha mão e pegando uma caneta em sua mesa de cabeceira. – Então, dois sabonetes, no formato de corações?
- É, acho que vai ficar fofo. – Falei e ela sorriu para mim.
- Um preto e outro branco, o que acha? Uma caixa transparente.
- Nossos nomes escritos na tampa, um cartão de agradecimento na parte de baixo. – Completei.
- E os corações sobrepostos em cima. – Ela sorriu.
- Acho que está decidido, então. – Falei e ela me entregou a folha novamente. – Buffet e bebidas.
- Pula! – falou. – Precisamos marcar um dia para Olívia poder preparar as coisas, igual foi com os bolos e docinhos. – Afirmei com a cabeça.
- Convites. – Falei e ela suspirou.
- Isso já deveria ter sido decidido há muito tempo, os meus têm que ser entregues pelo correio, não se esqueça disso.
- Os meus também, não tá fácil ir para Boston agora, só em dezembro mesmo. – Ela suspirou. – Você tem alguns modelos? A gente já decide agora.
- Bem, até tenho, mas eu queria um daqueles que estão na moda. – Ela pegou o iPad na sua mesa de cabeceira. – Olha! – Ela me estendeu o aparelho. – Ele é um cartão somente, com todas as informações. Nossos nomes em cima, estão te convidando para blá, blá, blá, data, horário, local da festa e tal, mas o que eu mais gostei foi esse envelope rendado. É cortado a laser, e essa fita em volta e um broche, fechando.
- Acho que você está apaixonada. – Comentei e ela sorriu, rindo em seguida. – É bonito, é simples, é a sua cara. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Viu? E dizem que é difícil resolver um casamento. – Comentei e ela riu.
- A gente não está vendo preços, . É o que eu disse, em outras circunstâncias...
- É, mas você está casando comigo! – Soltei uma risada fraca e ela deu de ombros.
- Próximo item da lista. – Ela falou.
- Música. – Falei e nos entreolhamos.
- DJ. – Falamos juntos e rimos.
- Agora quem é o problema. – Ela falou.
- Alguém que tenha uma ótima variação desde músicas de flashback, até os pops atuais. – Comentei, passando a mão na testa.
- Tenho certeza que Olívia deve ter algumas sugestões. – Ela falou e eu ri fraco.
- A gente deixa isso em aberto, então. – Ri fraco, fazendo um ponto de interrogação em frente a categoria.
- Você está riscando todo o papel dela. – tomou o papel da minha mão. – Terno.
- Tudo decidido. – Falei, encostando a cabeça no travesseiro novamente.
- Já é? – Ela olhou para mim.
- Já! – Sorri e dei uma piscada para ela.
- Mal posso esperar. – A ouvi dizer.
- E o seu vestido? – Perguntei curioso.
- Preciso fazer uma prova, mas quando vamos para Boston? – Ela olhou para mim e eu fechei os olhos. – Mas o Rupert é demais, se formos em dezembro ele consegue fazer os consertos. – Ela deu de ombros. – Com isso eu não me preocupo. – Ela sorriu para mim. - Foto e vídeo?
- Ah, aquele dia que ela conversou comigo eu decidi isso, ela me mostrou alguns trabalhos de um fotógrafo recém-contratado deles e é demais. Ele faz um trabalho mais clássico. – Falei olhando para ela. - E tem alguns ajudantes que cuidam das fotos e um que cuida de vídeo.
- Bem, você entende dessas coisas melhor que eu. – Ela riu e deitou a cabeça em seu travesseiro, estendendo a folha para cima e eu a peguei novamente.
- Alianças. – Fiz uma careta, olhando para ela. – Eu tinha me esquecido disso. – gargalhou ao meu lado.
- Daqui a pouco a gente vai tem que alterar todo esse casamento. Usar folha de palmeira como aliança e também calção de banho como roupa. – Ela riu e eu olhei para ela, sorrindo.
- A gente vai amanhã cedo comprar, que tal? – Ela diminuiu o sorriso, olhando em meus olhos. – O que acha, senhora ?
- Você vai me deixar colocar seu sobrenome? – Ela perguntou, me olhando. Virei meu corpo na cama e ergui minha mão até tocar seu rosto, acariciando-o levemente.
- Eu vou amar dividir meu sobrenome contigo. – Ela abriu um sorriso, soltando um suspiro. – . Gostei como isso soa. – Ela soltou uma risada fraca e vi uma lágrima rolar pela sua bochecha. – Você tem meu nome e meu amor. – Ela riu fraco.
- Vamos continuar aqui, antes que eu fique mais emotiva. – Ela pegou a lista e olhou para ela novamente, mas eu só queria olhar para ela.
- Alianças a gente resolve amanhã, então. – Falei.
- Combinado. – Ela disse, sorrindo. – Joias e acessórios, é comigo. – Ela riu fraco, passando para o próximo tópico. – Valsa.
- Isso você pode deixar comigo. – Peguei a lista, riscando a palavra.
- Como assim? – Ela perguntou.
- Eu danço valsa, . Na verdade, eu danço o que você quiser. – Ela franziu a testa, soltando uma risada em seguida.
- Pelo menos algum de nós sabe. – Ela sorriu fraco e eu olhei para ela.
- Eu te ensino. – Ela olhou para mim por algum momento.
- Bem, se você estiver mentindo, pagaremos mico juntos no casamento. – Soltei uma gargalhada e li o último tópico da lista. – Madrinhas, padrinhos, daminhas e pajens. Oh, fodeu! – Falei.
- ! – Ela riu e virou para mim. – Eu só não sei se temos o mesmo número para eu e você. Você vai ter mais gente que eu, tenho certeza.
- Isso é verdade. – Falei.
- Ethan, Mike, Annie para pajens e daminhas, certo? – Olhei para ela, concordando com a cabeça.
- São as crianças que temos, não?! – Falei rindo.
- Sim, e eu quero a Liana também.
- Perfeito! – Falei e ela suspirou.
- Acho que isso já está decidido. – Ela falou, dando de ombros. – Agora padrinhos e madrinhas? Quem você está pensando?
- Os óbvios, Seth, Cady, Shron e Trish, com os respectivos parceiros.
- Mas aí complica para Seth. – Ela falou e eu franzi a testa.
- Verdade. – Suspirei.
- Minha irmã é solteira também, podemos colocar os dois juntos. Aí fica sete casais, mas um de cada lado. – me olhou e eu gostei da ideia.
- Acho que vai ser legal. – Soltei uma risada fraca.
- Quem mais você tem além da Lílian? – Suspirei.
- Rodrigo, isso é óbvio, Derek e, você vai ficar surpreso, mas Melina. – Ela abriu um largo sorriso, suspirando.
- Melina? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Ela se tornou uma grande amiga para mim, . Eu não posso me esquecer dela. – Afirmei com a cabeça.
- E as duplas, ficam com quem?
- Lílian com Seth, Derek com Rupert, Melina e seu marido, e posso colocar o Rodrigo com a Ruth. – Ela riu fraco. – Para eu não esquecer ninguém em Boston.
- Acho que isso é uma ótima ideia. – Falei e ela sorriu. – Mas eu acho que vou trocar o marido da Melina pelo Joshua, eu nem conheço o marido da Melina. – Franzi a testa.
- Pior que nem eu. E o Joshua é um grande amigo seu. – Sorri e ela riu fraco.
- E os pais? Sua mãe vai entrar contigo certo?
- Sim! Com certeza! – Ela falou sorrindo. – Ela deu tudo para mim e para minha irmã. Lutou sozinha por muitos anos, teve que fazer várias decisões para o nosso bem-estar e ainda é a mulher mais maravilhosa que eu já conheci na minha vida. – Ela riu. – Ela se arrepende de não ter dançado comigo na faculdade, então no casamento ela não vai fugir.
- Ela vai ficar muito feliz.
- Vai sim. – Ela falou, com a voz meio falha.
- Bem, com isso. – Eu olhei para ela, que passava as mãos nos olhos. – Colocamos minha mãe comigo também. – Ela riu fraco.
- Eu devo perguntar sobre sua madrasta?
- Assistindo ao casamento em uma das últimas fileiras. – Brinquei e riu.
- Que malvado ele! – Ela brincou e eu ri.
- Isso sou eu sendo legal!
- Eu sei que você gosta da sua madrasta.
- Gosto, normal, mas você conhece a dona Lindsay, não é?! – Ela gargalhou.
- Faz sentido.
Saí do banho passando a mão no cabelo e abri a porta do quarto, sentindo um delicioso cheiro de bolo vindo de fora. Caminhei em direção à cozinha e encontrei colocando duas formas de cupcakes que ainda estavam saindo fumaça, em cima da bancada. Ela tirou cada um da forma rapidamente, organizando-os em uma forma de pizza. Ela puxou as luvas e as pendurou ao lado do fogão, voltando sua atenção para o creme que ela tirava de duas latas de leite condensado, aquele creme meio bege, meio alaranjado que eu adorava.
- O que está fazendo? – Perguntei fazendo-a virar o corpo para mim.
- O que parece? – Ela respondeu, deixando o doce de leite de lado.
- Sim, eu sei que você está fazendo cupcakes, mas por quê? – Ela riu fraco.
- Sei lá, porque eu gosto, porque você come! – Sorri e me sentei em um dos bancos da bancada e a vi pegar cada um dos 24 cupcakes e tirar o centro do bolo de cada um, colocando o que ela tirava em um prato separado, que eu roubava alguns pedaços de vez em quando. – Ei!
- Você ia usar isso? – Perguntei, com a boca cheia.
- Dava para fazer cakepop. – Ela reclamou.
- Desculpa! – Falei e ela revirou os olhos. – O bolo é do quê? Está muito bom.
- Banana! – Ela falou e eu arregalei os olhos, me surpreendendo.
- Isso é bom demais!
- Você nunca tinha comido bolo de banana antes? – Ela perguntou e riu em seguida.
- Sem graça. – Mordi os lábios e ela voltou para a outra bancada, abrindo um saco de confeiteiro e enchendo um com o doce de leite e outro com outro creme branco.
Ela voltou para a bancada com os dois sacos de confeitar e começou a rechear os cupcakes com doce de leite, enchendo eles até a boca, depois ela pegou o outro saco e começou a enfeitar o cupcake com o creme branco. Fiquei observando , ela tinha jeito para coisa, ela era calma, despreocupada e parecia que tinha uma felicidade completa nela. Ela colocou tudo na pia e voltou com um copinho cheio de confeitos preto e branco, ela jogou poucos em cada cupcake e deixou o copo de lado novamente, pegando um cupcake e me entregando.
- Aqui, experimenta! – Peguei o mesmo e tirei da forminha de papel do bolo e o mordi, quase metade de uma só vez. Pegando o bolo, a cobertura e o recheio de uma vez só.
O creme da cobertura era bem parecido com o brigadeiro, mas era branco, então o gosto era mais suave, mais cremoso. Suspirei, olhando para que acompanhava todas as minhas reações. Terminei de comer o cupcake e amassei o papel olhando para ela que tinha aquela expectativa no rosto, mas eu estava pensando longe, longe mesmo, na real.
- Eu sei o que você pode fazer! – Gritei para ela e joguei a forminha de papel longe.
- Ah? – Ela olhou para mim.
- Você pode abrir uma confeitaria. – Gritei novamente.
- ...
- Não, pensa comigo! – Falei. – Você faz cupcakes perfeitos, você gosta de fazê-los e você é muito boa nisso também. – Abri um sorriso. – Tirando o fato que você faz várias gostosuras. – Dei um pulo animado. – A ideia é perfeita, . Ontem mesmo estávamos falando de coisas que você gosta. – Apontei para os cupcakes. – E você ama fazer isso.
- Eu não sei...
- Não estou falando que você vai abrir agora, mas você pode parar e pensar nisso. – Ela soltou uma risada fraca. – Eu posso te ajudar! Claro, que eu não vou mexer na parte da cozinha, que eu sou meio ruim nessa parte, mas posso ser seu sócio, investir em você. – Ela riu.
- Eu prometo que vou pensar. – Ela falou suspirando.
- Pensa, pensa muito! Porque, convenhamos, a ideia é perfeita. – Ela riu, afirmando com a cabeça.
- Sim, você tem razão, mas eu não sei comandar um estabelecimento.
- Aí, mais tempo para você pensar, você já fez a faculdade, pós-graduação, hora de fazer um curso de empreendedorismo. – Ela gargalhou.
- De onde veio essa felicidade toda? – Ela perguntou.
- Eu estava te observando aqui, você é boa, organizada e gosta de fazer isso. Você quer que eu diga mais o quê? – Ela me encarou, soltando uma risada fraca. – , você tem talento. – Falei e ela sorriu de lado. – Eu não estou mentindo.
- Eu sei, , eu gosto do que eu como, mas eu vou pensar. Não é de uma hora para outra que se monta uma loja.
- Mas me diz se você já não pensou nisso antes? – Ela suspirou. – Me diga a verdade.
- Já, na verdade, já pensei sim. Eu vendia cupcakes na faculdade para ajudar minha mãe e depois que eu me formei também, mas eu sempre quis um café. – Ela sorriu.
- Então, aí está! – Bati minhas mãos uma na outra. – Café da , vai ser top. - Ri fraco. – Vou até postar uma foto no meu Twitter para fazer propaganda.
- Para, ! – Ela gargalhou. – Eu gosto dessa sua empolgação, mas, por favor, vamos pensar em outro nome! – Soltei uma risada e ela sorriu.
- Olá, bem vindos! – Uma jovem, da idade de mais ou menos nos atendeu. – Posso ajudá-los?
- Sim, nós viemos comprar alianças de casamento. – Falei e sorriu para mim.
- Claro, eu sou Marisa, por favor, vamos à minha sala. – Ela falou e segurei a mão de e seguimos para a sala de Marisa. Uma longa mesa no meio da sala e uma cadeira do lado de lá e duas do lado de cá. – Vocês têm algo em mente?
- Na verdade, não conversamos muito sobre isso. – riu.
- Alguma cor? – Neguei com a cabeça.
- Talvez só que elas combinassem entre si de algum jeito. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu vou pegar alguns modelos para vocês. – Ela se levantou e saiu da sala novamente.
- Nós somos péssimos nisso. – Ela cochichou para mim e eu ri. – Como você escolheu meu anel?
- Eu tinha dois homens que já tinham passado por isso antes, lembra? – Ela abriu levemente os lábios, compreendendo.
- Faz todo sentido! – Ela riu fraco.
- Esses são nossos conjuntos, mas vocês podem escolher o que quiser, para colocar com qualquer um que quiserem. – Ela colocou três bandejas de joias na mesa em nossa frente e começou a olhar entre elas. – Nossa especialidade é com ouro, amarelo, branco e vermelho. Os modelos são bem parecidos, mas varia a cor do ouro. – Afirmei com a cabeça.
- É tudo lindo demais. – falou e suspirou. – Não sei como escolher. – Apertei meu braço em sua cintura, fazendo-a rir.
- Posso dar uma dica? – Marisa nos olhou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro! – falou.
- O anel de noivado de já é ouro branco, talvez vocês gostassem de manter nessa linha. – Ela puxou a bandeja com alianças em ouro branco.
- Ela tem razão. – Falei rindo.
- Acho que podemos excluir os solitários de diamantes, também, não?! – falou estendendo o dedo anelar para mim e eu ri.
- É uma boa ideia também. – Marisa riu.
- Do que você gostou, ? – se virou para mim e eu virei meu rosto para ela.
- Eu sou um cara mais simples. – Ri e concordou com a cabeça. – Eu gosto dessas simples aqui. – Mostrei uma aliança de ouro branco grossa, lisa. pegou-a na mão, analisando-a.
- Essa está muito bonita. – Ela sorriu colocando-a de volta.
- E ela faz par com essa, aparentemente. – Peguei a outra, do mesmo modelo, mas com alguns diamantes incrustados nela.
- Exato. – Marisa falou.
- É linda demais! – sorriu, mordendo o lábio inferior. Peguei sua mão esquerda e puxei a aliança de noivado em seu dedo, pegando a outra aliança e deslizando pelo dedo de .
- Coube certinho. – falou, me olhando e eu sorri.
- Perfeitamente. – Marisa falou. – Parece que você achou seu sapatinho de cristal. – afirmou com a cabeça, colocando a mão na boca e encarando a aliança em seu dedo, soltando um suspiro e segurando para não chorar.
- Desculpe, eu estou muito emotiva ultimamente. – Ela riu e Marisa afirmou com a cabeça.
- Não se preocupe. É o momento de vocês. – Passei minha mão no rosto de e ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros, me fazendo colar o corpo no dela, suspirando.
- Vamos ver se a sua serve. – Ela falou, passando as mãos no rosto e pegou a aliança que Marisa estendia para ela.
colocou a aliança em meu dedo e deslizou até o fim, me fazendo abrir um largo sorriso, dando uma risada em seguida, encarando aquele anel que ficaria em meu dedo para o resto da vida.
- Como isso é estranho. – Falei e riu.
- Pensei a mesma coisa. – Ela riu e encarou a aliança por mais um momento, antes de deslizá-la novamente pelo dedo, e devolvê-las a Marisa.
- O que acha? – Virei para .
- Acho que são essas. – Puxei a aliança de meu dedo, devolvendo para Marisa.
- Acho que sim! – Falei rindo e sorriu.
- Posso mandar polir, gravar os nomes e embrulhar? – Afirmei com a cabeça e fez o mesmo, encostando a cabeça em meu ombro. – Vocês podem vir pegar em alguns dias. – Concordei com a cabeça. – Qual é a data do casamento?
- 27 de dezembro. – falou.
- Nossa! Menos de dois meses. – Marisa sorriu. – Meus parabéns, felicidades aos dois.
- Obrigado! – Eu e falamos juntos.
- Vamos lá para frente, então? – Afirmei com a cabeça e eu levantei, dando as mãos para , para seguirmos para frente da loja.
- Eu estava pensando em algo aqui, mas vai ser impossível de executar. – falou sentada entre minhas pernas no sofá.
- O quê? – Olhei para ela, tirando os olhos de alguma série que passava na TV.
- A gente precisa começar a convidar os padrinhos para serem padrinhos, não é?! – Ela soltou uma risada fraca.
- Oh, meu Deus! – Comecei a gargalhar. – Verdade!
- A gente decidiu entre si, mas não falamos para mais ninguém isso. – Gargalhei alto, sentindo-a virar o corpo, ficando de frente para mim. – O certo seria a gente dar um jantar para eles e convidar.
- Mas me diga como isso vai ser possível? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça.
- Não tem como. – Ela falou. – Você tem alguns compromissos ainda, mas isso foi fácil, aqui em Los Angeles e tal, mas você vai para Taiwan agora. – Bati a mão na testa.
- Pô cara!
- Tirando o fato que é impossível eu viajar para o Brasil agora. – Afirmei com a cabeça, passando a mão na testa. – E o pessoal do Brasil não tem como vir para cá até a semana do casamento.
- O que a gente faz? – Ri fraco e ela me acompanhou, a risada era de nervoso. – Não tem como chamá-los no dia do ensaio de casamento, tem?
- Eu preciso das medidas das madrinhas. Rupert é bom e rápido, mas não tanto. – Ri fraco. – Apesar de que só vai ser difícil a medida da minha irmã, o resto do pessoal está ou pode estar em Boston.
- Você está certa. – Suspirei. – Bem, eu consigo pensar em duas soluções.
- Fale! – Ela riu.
- Ou a gente manda um convite formal, para cada um deles, como se fosse outro convite de casamento ou a gente faz isso pelo FaceTime. – Suspirei, passando a mão no cabelo.
- Nenhuma das ideias me agrada, sabia? – Ela riu, cruzando as pernas em cima do sofá.
- E você acha que me agrada? – Ela riu fraco e suspirou.
- Acho que ao menos o FaceTime é em tempo real e dá para ver a reação do pessoal. – Ela falou e eu ponderei com a cabeça.
- Seu computador está carregado? – Perguntei e ela riu.
- Sempre! – Eu e ela nos entreolhamos e nos levantamos correndo, esbarrando um no outro.
Ela foi em direção ao quarto e eu tirei as coisas que secavam em cima da bancada e empilhei em cima da pia. Peguei um pano e passei na bancada, secando-a. voltou do quarto com outra blusa que não fosse do pijama e jogou uma preta para mim, a qual eu vesti correndo. Ela abriu o computador em cima da bancada e apertou o botão de ligar, puxando dois bancos, sentando em um e eu sentei ao seu lado.
- Vamos para Boston antes? – Olhei o relógio.
- Sim, eles devem estar jantando na casa da minha mãe hoje e daqui a pouco vão embora. – Ela afirmou com a cabeça e abriu o FaceTime.
- Vamos ligar para Cady antes? – Afirmei com a cabeça e mexeu no cursor rapidamente e clicou em seu nome na tela. - Você sabe o que dizer? – Ela me perguntou.
- Eu? – Ela me olhou.
- Ué, não era? – Ela arregalou os olhos também e rimos.
- Olá, feliz casal! – Cady atendeu a ligação.
- Oi, Cady! – Eu e falamos juntos.
- Como está Los Angeles, ? – Cady perguntou.
- Começando a esfriar, na verdade. – riu e eu passei o braço em seus ombros.
- Não mais que Boston, eu aposto. – riu.
- É, vamos ver! – respondeu, soltando uma risada fraca.
- Mana, me deixa perguntar, Sharon, Seth, Carlos e Marcus estão por aí?
- Estamos! – Ouvi a voz do Seth ao fundo e sua cabeça aparecendo na tela.
- Oi, pessoal! – Falei. – Tem como juntar todo mundo na tela? – Perguntei e me olhou, perguntando, dei de ombros e ela riu.
- E eu, não entro nessa? – Os olhos de minha mãe apareceram no fundo e eu ri.
- Eu já conversei com você, senhora . – Ouvi a gargalhada de minha mãe.
- Vamos ter que mudar esse chamado, hein?! A nova senhora está do seu lado. – Ela falou e eu ri, olhando para , que mordia o lábio inferior.
- Por favor, não me chame de senhora ainda. Tenho só 29 anos. – Sharon riu e meus três irmãos apareceram na tela do computador, sentado em cadeiras e Marcus, o marido de Cady e Carlos o namorado de Sharon apareceram atrás.
- E aí, galera? – Perguntei, mostrando um sinal de positivo com a mão.
- Qual é o motivo dessa reunião familiar, ? – Carlos perguntou e eu ri.
- Calma, calma! – riu ao meu lado e eu a olhei. – Você quer dizer?
- Não, esse é o seu lado, querido. – Afirmei com a cabeça e eu ri nervoso.
- O que está rolando, querido? – Cady perguntou e eu ri.
- Bem, antes de tudo eu gostaria de pedir desculpas antecipadamente por ter que fazer isso desse jeito, mas ou era isso, ou podíamos causar alguns ataques cardíacos a poucos dias do casamento, e eu realmente não quero. – Falei e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
- Por quê? – Cady perguntou e eu suspirei.
- Fala! – me disse, apertando minha mão levemente.
- Bem. – Suspirei, puxando o ar fortemente. – Eu e gostaríamos de convidá-los para serem nossos padrinhos de casamento.
A reação foi instantânea. Meus irmãos começaram a gritar e a se empolgar, riu ao meu lado e passou o braço livre pelas minhas costas, soltando uma risada comigo.
- Devo presumir que isso é um sim? – perguntou.
- Sim! – Eles gritaram e gargalhou ao meu lado, me fazendo abraçá-la mais ainda.
- Eu só tenho uma pergunta. – Seth se aproximou da tela. – Sharon vai com Carlos, Cady com Marcus, e eu? – gargalhou ao meu lado.
- Você vai acompanhar minha irmã.
- Aí sim! – Gargalhei e ele bateu as mãos. – Vamos causar muito nesse casamento.
- Eu devo retirar o convite? – Brinquei e Seth mostrou o dedo do meio.
- Ai! – Brinquei. – A gente convida a pessoa para algo importante, e ela faz isso.
- Você faria também que eu sei. – falou e meus parentes riram do outro lado da tela.
- Obrigado! – Falei, coçando a cabeça.
- Me deixa falar agora, meninas. – tomou a frente. – Vocês podem, por favor, ir o mais rápido possível ao Rupert? – Elas afirmaram com a cabeça. – Eu vou falar com ele também e aí eu já deixo tudo acertado.
- Qual a cor? – Sharon perguntou.
- Algumas de rosa e outras de laranja. – sorriu feliz.
- Vai ser um casamento colorido então?! – Ponderei com a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei e riu ao meu lado.
- Eu queria abraçar vocês agora. – Seth falou.
- A gente queria também, acredite. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Nos vemos em dezembro?
- Com certeza. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Faremos todas as últimas provas aí em Boston, na semana que ficarmos aí.
- Vai lá! Aposto que vocês têm outras pessoas para falar ainda. – Cady disse e eu afirmei com a cabeça.
- Ah, só avisando vocês, o convite vai chegar no meio de novembro mais ou menos, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
- Ah e vamos querer os pequenos para serem os pajens e as daminhas! – gritou rapidamente.
- Ah, eles vão adorar isso, gente! – Cady falou. – Muito obrigada mesmo por isso.
- Que isso, irmã. – Falei e ela sorriu, acenando para a tela.
- Beijos, gente. – acenou e eu fiz o mesmo. – Nos vemos em breve. – Acenei com a mão e a ligação foi desligada.
- Lílian agora? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça, mexendo no computador.
- Oi, irmãzinha! – Lílian apareceu na tela do computador. – Nossa, estou perto demais. – Ela riu e afastou a tela do rosto.
- Você está ocupada? – perguntou.
- Um pouco, por quê? – Lílian perguntou, apoiando a tela em algum lugar.
- Prometo que vai ser rapidinho, então. – Falei e ambas riram ao meu lado. – Sua vez de dizer. – Virei para , empurrando seu ombro de leve com o meu.
- O que vocês querem me dizer? – Lílian perguntou, focando os olhos na tela.
- Eu quero te fazer um convite, na verdade! – riu fraco e eu olhei para ela. – Você quer ser nossa madrinha de casamento? – Um grito animado veio de Lílian.
- Sim, sim, sim! – Ela repetia diversas vezes, pulando na cadeira. – Com certeza eu quero! Obrigada pelo convite.
- Eu não podia esquecer a minha melhor amiga, certo?! – riu fraco, suspirando.
- Vai ser um enorme prazer. – Ela sorriu, passando as mãos no rosto.
- Desculpe ter que fazer esse convite pelo FaceTime, mas nossos horários estão um pouco enrolados, então já viu, não é?!
- Sem problemas, eu não ligo. – Lílian riu e eu ri junto. – Quem vai me acompanhar?
- Seth! – Falei e Lílian gargalhou.
- Isso não vai dar certo! – gargalhou ao meu lado.
- Eu preciso ter medo do que está acontecendo aqui? – Perguntei, erguendo um dedo e Lílian riu.
- Talvez. – respondeu por Lílian e eu ri.
- E eu pensei que minha família fosse o problema.
- , você conheceu a minha. – me falou e eu ponderei com a cabeça.
- Ah, falando nisso, só falta os pais de vocês se conhecerem, viu?! – Lílian falou e eu suspirei.
- Pô! A gente está se esquecendo de muitas coisas aqui. – Reclamei.
- Vai ter que ser no ensaio de casamento, gente. – falou. – Não tem como ser antes.
- É, tem isso também. – Suspirei.
- Mas relaxa, vai dar tudo certo. – Lílian falou, mexendo as mãos. – Os filhos deles estão felizes, é o que importa.
- Verdade. – Afirmei com a cabeça.
- Lílian, só falando um negócio, eu vou pedir para Rupert te ligar, e vocês vão resolver a história do vestido, ok?! – Lílian afirmou com a cabeça.
- Ok, sem problemas. – Ela sorriu. – Eu estou tão feliz, gente! – sorriu e eu ri ao seu lado. – Obrigada, de novo e de novo.
- Eu que agradeço, Lili. – falou, sorrindo.
A ligação foi desligada depois de um tempo e eu sorri, olhando para que estava feliz.
- Até que isso é emocionante. – Ela falou para mim e eu ri.
- O jantar seria mais, não?! – Perguntei.
- Vamos esquecer isso ou eu vou ficar depressiva. – riu e eu afirmei com a cabeça. – Vamos para Trish? – Afirmei com a cabeça.
- Você não precisa convidar de novo! – Trish gritou e eu gargalhei em seguida, vendo rir mais controlada ao meu lado. – Estamos dentro, com certeza.
- Obrigada, Trish. – Falei e apertei em meus braços.
- Você foi meu padrinho de casamento há quase quatro anos, eu só estava esperando o momento em que você encontraria a pessoa perfeita para você. – sorriu ao meu lado. – E parece que demorou, mas você encontrou.
- Eu não posso dizer nada, Trish, eu demorei também. – riu junto e elas sorriram.
- Ok, mas a diferença aí é de uns quatro anos, poxa. Se para você está tarde, imagina ele! – gargalhou ao meu lado e afirmou com a cabeça.
- Ok! Vou entrar na brincadeira contigo. – riu.
- Ei! – Reclamei.
- Quieto, ! – falou.
- Então, , eu vou ao Rupert sim, pode deixar. Tem alguma ideia do modelo do vestido já?
- Algumas, na verdade. – riu. – Nos lembramos disso hoje, para você ter uma ideia.
- Relaxa, no meu casamento tudo estava perdido também. Mas as coisas vão se ajeitando.
- Vão sim. – Falei.
- Boa noite, gente! – Ela acenou com a mão e fizemos o mesmo, finalizando a ligação.
- Vocês gostam de me zoar!
- Amor, você arranjou uma pessoa que a Trish gosta, então agora aguenta. – Soltei uma risada fraca.
- Ligamos para quem agora? Derek? Ruth? Melina? – suspirou ao meu lado.
- Rodrigo. – Ela falou e eu sorri, afirmando com a cabeça. – Mas eu preciso ligar no celular dele, ele deve estar em aula agora.
- Liga, liga! – Falei animado e ela riu ao meu lado, pegando o celular na bancada e abrindo o WhatsApp, abrindo a conversa com Rodrigo, antes de ligar e colocar no viva-voz, a ligação chamou algumas vezes, antes de um barulho alto sair pelo speaker.
- Oi, . Fala rápido, eu não posso falar agora. – Rodrigo falou em português e o som foi se afastando aos poucos, até ficar suave.
- Eu prometo que é rápido, mas é muito importante. – falou em português. – Fala em inglês, está ouvindo.
- Hey, cara! – Rodrigo falou.
- E aí! – respondeu.
- Qual o motivo da ligação? – Ele perguntou.
- Espero que você esteja livre no dia 27 de dezembro.
- Estarei livre e leve no seu casamento. – Ele gargalhou e riu junto.
- Que bom, porque você vai ser meu padrinho de casamento! – Um grito veio de Rodrigo e eu gargalhei.
- Oh, meu Deus! – Ele continuava rindo. – Sim, sim, sim! Mil vezes sim! Eu falei que era só questão de tempo, garota.
- Não lembro onde você diz isso, mas tá valendo! – falou rindo e eu gargalhei.
- Com certeza eu aceito, superaceito! – Ele riu e sorriu ao meu lado.
- tem que te falar sobre a roupa, então, espera mais um segundinho, por favor.
- Rodrigo? – Perguntei e ele respondeu com um barulho de boca. – Eu vou precisar que você me mande as suas medidas para fazer o terno, pode ser?
- Sem problemas, cara. Posso mandar no e-mail da ?
- Pode! – falou rindo.
- As meninas estão gritando aqui, mas eu estarei aí te apoiando sim, para sempre. – Ele falou, fazendo rir e eu a abracei. – Eu te amo, garota.
- Eu também te amo. – Ela sorriu e a ligação foi desligada.
- Parece que está tudo saindo bem. – Falei para ela.
- Claro que sairia bem, é nossa família. – Ela sorriu e eu beijei sua testa e ela bocejou.
- Está acabando. – Falei para ela.
- Eu estou cansada, ainda tem a sexta para eu trabalhar. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Vamos ligar para Derek agora. – Tomei posse do computador dela e procurei o nome de Derek na agenda de contatos, imediatamente começando a chamar.
- Oi, ! – A cabeça de Liana apareceu na tela do computador e Derek surgiu logo atrás, pegando-a no colo.
- Ei, gente! – Ele falou, se sentando na cadeira, com Liana em seu colo. – Como estão?
- E aí, Derek, como está?
- Tudo certo e com vocês? – Ele respondeu.
- Tudo certo também. – Respondi.
- Você está ocupado? – perguntou ao meu lado.
- Não, só tentando fazer essa pequena dormir.
- É cedo ainda. – Liana reclamou e eu ri.
- Ela está certa. – Brinquei.
- Não faça isso, ! – Derek reclamou e eu ri novamente, vendo meu noivo fazer uma careta.
- Rupert está aí? – Derek olhou para trás e o ruivo apareceu na lateral do quadro, se abaixando para ficar da altura da tela.
- Oi, Rupert! – falou. – Como está meu vestido? – perguntou, ela estava me provocando, eu sabia disso.
- Está esperando a noiva para prová-lo. – riu baixo.
- Em breve, prometo. – Ela riu fraco.
- Qual o motivo da ligação? E por que temos que estar todos juntos? – Derek perguntou.
- Porque assim eu falo de uma vez só. – riu fraco e Rupert riu também.
- Qual é a emergência? – Rupert perguntou.
- Bem, é meio que uma emergência mesmo. – Falei fazendo uma careta. - Estamos atrasados, na verdade.
- Pois é! – riu.
- O que foi? – Derek falou.
- A gente gostaria de saber... – riu fraco. – Se vocês querem ser nossos padrinhos de casamento. – falou, e os dois arregalaram os olhos, dando largos sorrisos em seguida.
- Você ainda pergunta? – Derek falou aparentemente emocionado e riu ao meu lado.
- Mas é claro que sim, gente. Nós nunca negaríamos esse carinho vindo de vocês. – Rupert falou e eu abri um sorriso, afirmando com a cabeça.
- Significa muito para gente. – Derek completou.
- Obrigada, gente. – sorriu e eu a abracei.
- E o que iremos usar? – Rupert falou e eu ri.
- Mande as medidas para mim, por favor! – falou, batendo a mão em meu peito e eu ri, afirmando com a cabeça.
- Isso! – Derek afirmou com a cabeça.
- E você, Liana! – falou para a menina que já ficara entediada no colo de Derek. – Eu quero que você seja nossa daminha de casamento.
- Eu posso? – Ela perguntou para Derek o que fez eu e rir.
- É ela que manda! – Ele apontou para que acenou para ela novamente.
- Eu quero, quero muito! – Liana abriu um largo sorriso. – Você vai estar linda, tia . Vocês dois. – Sorri, vendo passar as mãos no rosto novamente.
- Significa muito para gente, Liana. – Falei e ela sorriu, acenando com a mão.
- Até vou dormir depois dessa, boa noite! – Eu e nos entreolhamos e Rupert e Derek fizeram o mesmo.
- Boa noite, querida! – disse e só foi possível ver Liana saltitando pelo corredor.
- Nossa! – Rupert comentou.
- Ela tá ficando metida já! – falou e eles riram em seguida.
- Pois é! – Derek falou, rindo.
- A gente vai também, galera, ainda é quinta. – Rupert riu.
- Ainda é quinta! – e Derek reclamaram juntos e eu ri.
- Boa noite! – Rupert falou e eu e respondemos juntos. Ela pegou o celular novamente, digitando o número e ligando, indicando que ligava para Ruth.
- Ruth! – falou quando atendeu e um xi foi ouvido do outro lado da linha. – Desculpa, a bebê já dormiu?
- Acabou de dormir. – Ruth sussurrou e eu fechei a boca.
- Desculpa! – falou baixo. – Eu prometo que serei rápida, pode ser?
- Claro, ! – Ruth riu. – Como você está?
- Estou bem, querida, e você?
- Estou bem sim. – Ruth riu fraco do outro lado da linha.
- Eu quero te convidar para ser minha madrinha de casamento! – falou e Ruth soltou um gritinho animado, abafando o som em seguida.
- Oh, meu Deus, não precisa pedir duas vezes. – Ruth falou rindo e sorriu ao meu lado, me fazendo abraçá-la. – Eu estarei lá, não precisa pedir de novo. – Ela riu novamente, animada.
- Sim, sim, sim! – falou rindo junto.
- Obrigada pelo convite, ! Mesmo! – sorriu para mim, movimentando a cabeça.
- Estou com saudades de você, querida. – falou.
- Eu também estou, faz falta você aqui. – Elas suspiraram.
- Para que eu estou ficando emotiva de novo, já! – reclamou.
- Eu prometo que paro! – Ruth riu. – Vou desligar aqui, que eu tenho medo dela acordar.
- Ok, Ruth, dorme bem, querida.
- Você também, . – Ruth falou, estalando um beijo no speaker e a ligação foi desligada.
- Sua vez, querido. – suspirou. – Hora de ligar para Melina.
- Mas ela vai do seu lado. – Eu falei rindo.
- Mas eu fiz mais ligações que você, liga aí! – Ela apontou para a tela e eu ri, apertando o nome de Melina, fazendo a ligação tocar várias vezes.
- Vocês não morrem mais. – Melina falou quando seu rosto apareceu na tela.
- Oi! – acenou feliz e eu fiz o mesmo, rindo da reação. – Por quê, o que houve?
- Eu estava pegando o telefone para te ligar, ! – Melina falou e eu ri.
- Por quê? Aconteceu algo? - Perguntei.
- Vocês ligaram por um motivo, não? – Afirmei com a cabeça. – Então vocês falam antes. – Ela falou rindo e eu sorri.
- Eu e a gostaríamos de te convidar para algo.
- O convite do casamento vai ser feito via FaceTime? – Ela perguntou e riu a meu lado.
- Não, mas os de padrinhos vão. – falou e Melina travou do outro lado da tela, arregalando os olhos para a gente.
- Mentira! – Ela gritou.
- Melina, você quer ser nossa madrinha de casamento com o Joshua? – Perguntei e ela se levantou, dando pulos alegres.
- Com certeza! – Ela falou animada, pulando mais um pouco.
- E você, o que tinha para dizer? – perguntou rindo.
- Calma, deixa eu processar aqui. – Ela passou a mão no rosto, nos cabelos e suspirou, sentando na cadeira de novo. – Aparentemente, não são só vocês que tem notícias.
- Pois é, notei! – Falei e ela riu, passando a mão no rosto e suspirando novamente.
- Desembucha, mulher! – gritou rindo e ela sorriu.
- Eu sei que isso pode não ser uma notícia alegre para vocês, mas eu estou muito feliz.
- Fala, Melina! – falou mais calma dessa vez.
- Eu estou grávida. – deu um grito alegre ao meu lado, se mexendo inconstantemente no banco e eu coloquei o pé no meio dele para não cair.
- Mesmo, mesmo?! – falou alegre.
- Mesmo! – Ela riu.
- Oh, Melina, estou muito feliz por ti. – Falei e suspirou e eu sorri também.
- Mesmo, gente? – Ela perguntou.
- Mesmo, Melina. Passou. – falou sorrindo.
- Virão outros. – Falei e Melina sorriu. - Enquanto isso a gente treina com o seu. – gargalhou ao meu lado.
- Oh, meu Deus, deixarei meu bebê longe de você. – Ela brincou e eu ri.
- Estou feliz por você, Melina. – falou.
- E eu mais feliz ainda com esse convite, muito obrigada, gente, mesmo! – Ela sorriu e eu e rimos, continuando o papo sobre sua gravidez.
- ! – Eu gritei para ele da sala. – ! – Ele veio correndo do quarto, com a toalha enrolada no corpo e algumas gotas ainda caindo do seu corpo.
- O que foi, ? Está tudo bem? – Me levantei, deixando o computador no sofá.
- Você está concorrendo a quatro categorias do People’s Choice Awards. – Falei animada para ele que arregalou a boca e os olhos ao mesmo tempo, me fazendo rir.
- Não brinca! – Soltei uma risada feliz.
- Não estou! – Me coloquei em cima da mesinha de centro e ele me abraçou, me girando pela sala rindo. – Quatro categorias, , quatro! – Falei rindo e ele me colocou no chão novamente.
- Quais? – Ele perguntou.
- As quatro que você estava concorrendo na pré-votação. Filme favorito, Dupla em Filme Favorito, Filme de Ação Favorito e Ator em Filme de Ação Favorito.
- Cara! – Ele passou a mão no cabelo e eu ri. – É demais isso, mas é complicado. É voto de fã, é foda isso.
- E você acha que não tem fãs o suficiente para ganhar essa? – Franzi a testa.
- Ah, sei lá!
- Bem, se você não tiver, pode ter certeza que eu vou votar bastante para você ganhar. – Ela riu. – Ah e não vamos esquecer sua mãe. – Ele gargalhou.
- Com certeza ela não sai da frente do computador. – Ele riu e me abraçou, dando um beijo em meus lábios.
***
Cheguei morta de cansaço em casa, soltei meu cabelo e coloquei meu pijama, foi direto para o banho. Sentei na cama, bem em frente à porta, esperando um pouco por ele. Ouvi o barulho de o chuveiro cessar.
Eu não lembro quanto tempo durou ou se era porque eu estava cansada, mas eu acordei com o barulho da porta do banheiro e ergui meu corpo novamente. saiu do mesmo com uma calça de moletom e as mãos escondidas na toalha branca. Eu o olhei e ele suspirou, me olhando profundamente em meus olhos
- Precisamos conversar. – Ele falou e eu franzi a testa.
- O que aconteceu? – Perguntei e ele esticou algo que estava enrolado na toalha.
- Sobre isso. – Ele falou e eu franzi minha testa, olhando para o objeto branco em sua mão. – Isso é um teste de gravidez, não é?! – Ele perguntou e eu fechei os olhos pesadamente, ele havia descoberto.
- Onde você achou isso? – Perguntei.
- No lixo do banheiro. – Ele falou e eu suspirei. – Você está com suspeitas de gravidez? Isso é um falso negativo? – Neguei com a cabeça diversas vezes, soltando um suspiro alto.
- Não, não, não...
- O que é então?! – Ele falou, reformulando a mesma. – Por que isso está no lixo?!
- Eu estou fazendo testes regularmente. – Falei, suspirando. – Por conta própria.
- Desde quando? – Ele perguntou com a voz forte.
- Desde que voltamos a transar. – Respondi. – Duas vezes por mês. – Revelei e ele fechou os olhos, se ajoelhando a meus pés. – Independente se usamos proteção, se eu tomei pílula, ou qualquer modo contraceptivo.
- Por quê? – Ele falou e segurou minhas mãos.
- Eu não quero que aconteça aquilo de novo. – Falei e ele apertou minhas mãos, suspirando.
- Não vai acontecer de novo. – Ele falou e eu suspirei, mordendo os lábios.
- Você não sabe, eu não sei, por isso que eu faço. – Falei rápido, passando a mão no rosto.
- Não, isso é verdade, a gente não sabe. Mas estamos tomando mais cuidado... – Ele suspirou, se levantando em minha frente. – Só não se torture, por favor. – Fechei os olhos e suspirei, ele passou os braços pelo meu corpo, me abraçando. – Por favor, eu não quero ver você mal.
- Eu não sei o que fazer. – Eu suspirei.
- Você pode ir naquele médico que nos foi indicado, nós podemos ir. – Ele falou e eu passei a mão no rosto, suspirando. – O que você acha disso?
- Eu só achei que isso fosse algo distante, que não aconteceria comigo. – Suspirei forte e ele passou a mão em meu rosto, acariciando meu rosto.
- Posso marcar, então? – Fechei os olhos e suspirei novamente, passando a mão no rosto e eu afirmei com a cabeça. – Vai dar tudo certo. – O ouvi falar em meu ouvido.
Ouvi o barulho da porta da frente se fechar e escorreguei meu corpo no sofá, para que ela não visse que eu estava em casa. Leslie veio correndo de algum dos quartos e passou reto, não me vendo. Ouvi um suspiro e um baque, provavelmente deixara a bolsa em cima do balcão da cozinha e ouvi outro baque franzindo a testa.
- E aí, menina, ficou bem sozinha? – Ouvi sua voz e Leslie latiu, fazendo rir. – Eu preciso de um banho e depois de um suco bem gelado, que tal? – Leslie latiu novamente, como se entendesse. – Você precisa de um banho também, mas isso não é trabalho meu, amor, desculpa! – Ela riu em seguida e comecei a ouvir seus saltos batendo no chão, ficando cada vez mais alto.
A vi passar por mim, sem nem notar e seguir pelo corredor, andando em direção ao quarto e tirando seu fino casaco, enquanto fazia isso. Franzi a testa e ergui meu corpo novamente. Com a testa franzida, ela realmente não tinha visto? Sentei direito no sofá e coloquei o pote de pipoca no sofá, me colocando na beirada do sofá.
- A ideia era me surpreender ou me assustar? – Dei um grito, ouvindo a voz de atrás de mim e em seguida gargalhar.
- Como você fez isso? – Perguntei me levantando e ela continuava gargalhando da minha cara.
- Você não é pequeno, amor! – Ela sorriu e eu dei a volta no sofá, sentindo seus braços passarem pelo meu corpo. – Eu achei que tivesse visto algo, mas suas malas estavam no quarto. – Soltei uma risada fraca, deslizando meu queixo em seu pescoço. – Foi só sair pela porta de vidro e entrar pelo outro lado. – A vi sorrir e colei meus lábios nos seus, sentindo sua mão bagunçar meus cabelos, enquanto eu passava minhas mãos pelas suas costas, fazendo que a blusa subisse. – Como foi a China? – Ela sorriu, com o rosto colado no meu.
- Foi bom, na verdade. – Ri fraco, roçando meus lábios nos dela. - E como está indo no trabalho? – Ela abriu um sorriso.
- Eu conheci Jude Law hoje! – Ela abriu um sorriso fofo.
- Por que você conheceu Jude Law? – Ela riu, deslizando as mãos pelo meu pescoço.
- Porque ele vai ser a capa de dezembro da revista. – Afirmei com a cabeça, franzindo os lábios. – Mas, além disso, está sendo bom. – Ela deu um sorriso de lado. – Eu preciso de um banho, vem comigo. – Ela falou, me soltando e me puxando para o quarto.
- Por que está sendo só ‘bom’? – Perguntei, fechando a porta assim que entramos.
- Eu não sei. – Ela suspirou, puxando o vestido de manga comprida para cima e jogando-o na cama, seguindo para o banheiro. – Eu pensei que estaria mais feliz trabalhando em revista, que era algo que eu sempre quis, mas parece que me falta ânimo. – Ela ligou a torneira da banheira e se apoiou na beirada dela. – Eu acho que não estou motivada. – Ela suspirou, cruzando os braços. – Mas está tudo bem.
- Por que você não volta para a Melina? – Perguntei, me aproximando dela. – Você sabe que ela te aceitaria de volta. – Passei minhas mãos sobre seus braços.
- Eu já te falei várias vezes o porquê, . – Ela abriu um sorriso de lado.
- Mas você não precisa trabalhar comigo. – Falei, vendo-a sorrir. – Tem vários famosos por aí.
- Acho que já tenho drama pelo resto da minha vida, amor! – Ri fraco, afirmando com a cabeça.
- Talvez seja hora de você encontrar algo novo que você ama também.
- E jogar fora dez anos da minha vida? – Neguei com a cabeça.
- Quem disse que você vai jogar fora? – Beijei seu rosto. – A gente se conheceu enquanto você trabalhava para o jornalismo. Vamos passar a vida inteira juntos. – Ergui os ombros. – Não sei se alguém te disse, mas você pode fazer mais de uma coisa na vida. – Ela sorriu, passando os braços pelo meu corpo, escondendo o rosto em meu pescoço.
- Eu vou pensar. – Ela falou finalmente e eu sorri, dando um beijo na ponta do seu nariz.
- A banheira vai transbordar. – Comentei e ela virou imediatamente, deslizando as torneiras. – Se importa se eu me juntar a você? – Ela abriu um sorriso.
- Você acha que eu vou negar? Depois de ficar quase uma semana longe de você? – Arqueei uma das sobrancelhas e ela piscou o olho para mim.
Passei minha mão em seus cabelos e ela soltou um suspiro, encostando a cabeça em meu peitoral e passou o braço ao redor do meu corpo, colando seu corpo ao meu. Deslizei minha mão pelas suas costas, amassando a blusa do seu pijama. Ela estava acordada, eu sabia disso, mas o silêncio estava muito bom. Ela soltou um suspiro e se mexeu ao meu lado.
- Agora, voltando ao assunto do casamento. – Ela se colocou e se sentou na cama. – Já volto. – Ela saiu do quarto rapidamente, com os pés descalços batendo no chão e logo retornou, jogando uma pasta para mim, reconheci a pasta de Olívia, organizadora do nosso casamento. – Isso é o que falta para gente resolver.
- Ok, vamos ver! – Coloquei a pasta na cama e a abri, puxando a folha da mesma. – Lembrancinhas! – Parei, olhando para ela. – Já não tínhamos decidido?
- Não, a gente conversou sobre isso, mas não ficou decidido ainda entre os sabonetes e os biscoitinhos. – Ri fraco. – Tem alguns modelos aqui dentro. – Ela procurou algumas coisas na pasta e me entregou. – Seria assim os sabonetes e os biscoitos amanteigados. – Ela esticou duas fotos para mim.
- Eu acho que prefiro os sabonetes. – Falei olhando para os sabonetes de duas cores, em uma caixa transparente, com um papel no fundo.
- Eu prefiro também. – Ela sorriu para mim, tirando a folha da minha mão e pegando uma caneta em sua mesa de cabeceira. – Então, dois sabonetes, no formato de corações?
- É, acho que vai ficar fofo. – Falei e ela sorriu para mim.
- Um preto e outro branco, o que acha? Uma caixa transparente.
- Nossos nomes escritos na tampa, um cartão de agradecimento na parte de baixo. – Completei.
- E os corações sobrepostos em cima. – Ela sorriu.
- Acho que está decidido, então. – Falei e ela me entregou a folha novamente. – Buffet e bebidas.
- Pula! – falou. – Precisamos marcar um dia para Olívia poder preparar as coisas, igual foi com os bolos e docinhos. – Afirmei com a cabeça.
- Convites. – Falei e ela suspirou.
- Isso já deveria ter sido decidido há muito tempo, os meus têm que ser entregues pelo correio, não se esqueça disso.
- Os meus também, não tá fácil ir para Boston agora, só em dezembro mesmo. – Ela suspirou. – Você tem alguns modelos? A gente já decide agora.
- Bem, até tenho, mas eu queria um daqueles que estão na moda. – Ela pegou o iPad na sua mesa de cabeceira. – Olha! – Ela me estendeu o aparelho. – Ele é um cartão somente, com todas as informações. Nossos nomes em cima, estão te convidando para blá, blá, blá, data, horário, local da festa e tal, mas o que eu mais gostei foi esse envelope rendado. É cortado a laser, e essa fita em volta e um broche, fechando.
- Acho que você está apaixonada. – Comentei e ela sorriu, rindo em seguida. – É bonito, é simples, é a sua cara. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Viu? E dizem que é difícil resolver um casamento. – Comentei e ela riu.
- A gente não está vendo preços, . É o que eu disse, em outras circunstâncias...
- É, mas você está casando comigo! – Soltei uma risada fraca e ela deu de ombros.
- Próximo item da lista. – Ela falou.
- Música. – Falei e nos entreolhamos.
- DJ. – Falamos juntos e rimos.
- Agora quem é o problema. – Ela falou.
- Alguém que tenha uma ótima variação desde músicas de flashback, até os pops atuais. – Comentei, passando a mão na testa.
- Tenho certeza que Olívia deve ter algumas sugestões. – Ela falou e eu ri fraco.
- A gente deixa isso em aberto, então. – Ri fraco, fazendo um ponto de interrogação em frente a categoria.
- Você está riscando todo o papel dela. – tomou o papel da minha mão. – Terno.
- Tudo decidido. – Falei, encostando a cabeça no travesseiro novamente.
- Já é? – Ela olhou para mim.
- Já! – Sorri e dei uma piscada para ela.
- Mal posso esperar. – A ouvi dizer.
- E o seu vestido? – Perguntei curioso.
- Preciso fazer uma prova, mas quando vamos para Boston? – Ela olhou para mim e eu fechei os olhos. – Mas o Rupert é demais, se formos em dezembro ele consegue fazer os consertos. – Ela deu de ombros. – Com isso eu não me preocupo. – Ela sorriu para mim. - Foto e vídeo?
- Ah, aquele dia que ela conversou comigo eu decidi isso, ela me mostrou alguns trabalhos de um fotógrafo recém-contratado deles e é demais. Ele faz um trabalho mais clássico. – Falei olhando para ela. - E tem alguns ajudantes que cuidam das fotos e um que cuida de vídeo.
- Bem, você entende dessas coisas melhor que eu. – Ela riu e deitou a cabeça em seu travesseiro, estendendo a folha para cima e eu a peguei novamente.
- Alianças. – Fiz uma careta, olhando para ela. – Eu tinha me esquecido disso. – gargalhou ao meu lado.
- Daqui a pouco a gente vai tem que alterar todo esse casamento. Usar folha de palmeira como aliança e também calção de banho como roupa. – Ela riu e eu olhei para ela, sorrindo.
- A gente vai amanhã cedo comprar, que tal? – Ela diminuiu o sorriso, olhando em meus olhos. – O que acha, senhora ?
- Você vai me deixar colocar seu sobrenome? – Ela perguntou, me olhando. Virei meu corpo na cama e ergui minha mão até tocar seu rosto, acariciando-o levemente.
- Eu vou amar dividir meu sobrenome contigo. – Ela abriu um sorriso, soltando um suspiro. – . Gostei como isso soa. – Ela soltou uma risada fraca e vi uma lágrima rolar pela sua bochecha. – Você tem meu nome e meu amor. – Ela riu fraco.
- Vamos continuar aqui, antes que eu fique mais emotiva. – Ela pegou a lista e olhou para ela novamente, mas eu só queria olhar para ela.
- Alianças a gente resolve amanhã, então. – Falei.
- Combinado. – Ela disse, sorrindo. – Joias e acessórios, é comigo. – Ela riu fraco, passando para o próximo tópico. – Valsa.
- Isso você pode deixar comigo. – Peguei a lista, riscando a palavra.
- Como assim? – Ela perguntou.
- Eu danço valsa, . Na verdade, eu danço o que você quiser. – Ela franziu a testa, soltando uma risada em seguida.
- Pelo menos algum de nós sabe. – Ela sorriu fraco e eu olhei para ela.
- Eu te ensino. – Ela olhou para mim por algum momento.
- Bem, se você estiver mentindo, pagaremos mico juntos no casamento. – Soltei uma gargalhada e li o último tópico da lista. – Madrinhas, padrinhos, daminhas e pajens. Oh, fodeu! – Falei.
- ! – Ela riu e virou para mim. – Eu só não sei se temos o mesmo número para eu e você. Você vai ter mais gente que eu, tenho certeza.
- Isso é verdade. – Falei.
- Ethan, Mike, Annie para pajens e daminhas, certo? – Olhei para ela, concordando com a cabeça.
- São as crianças que temos, não?! – Falei rindo.
- Sim, e eu quero a Liana também.
- Perfeito! – Falei e ela suspirou.
- Acho que isso já está decidido. – Ela falou, dando de ombros. – Agora padrinhos e madrinhas? Quem você está pensando?
- Os óbvios, Seth, Cady, Shron e Trish, com os respectivos parceiros.
- Mas aí complica para Seth. – Ela falou e eu franzi a testa.
- Verdade. – Suspirei.
- Minha irmã é solteira também, podemos colocar os dois juntos. Aí fica sete casais, mas um de cada lado. – me olhou e eu gostei da ideia.
- Acho que vai ser legal. – Soltei uma risada fraca.
- Quem mais você tem além da Lílian? – Suspirei.
- Rodrigo, isso é óbvio, Derek e, você vai ficar surpreso, mas Melina. – Ela abriu um largo sorriso, suspirando.
- Melina? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Ela se tornou uma grande amiga para mim, . Eu não posso me esquecer dela. – Afirmei com a cabeça.
- E as duplas, ficam com quem?
- Lílian com Seth, Derek com Rupert, Melina e seu marido, e posso colocar o Rodrigo com a Ruth. – Ela riu fraco. – Para eu não esquecer ninguém em Boston.
- Acho que isso é uma ótima ideia. – Falei e ela sorriu. – Mas eu acho que vou trocar o marido da Melina pelo Joshua, eu nem conheço o marido da Melina. – Franzi a testa.
- Pior que nem eu. E o Joshua é um grande amigo seu. – Sorri e ela riu fraco.
- E os pais? Sua mãe vai entrar contigo certo?
- Sim! Com certeza! – Ela falou sorrindo. – Ela deu tudo para mim e para minha irmã. Lutou sozinha por muitos anos, teve que fazer várias decisões para o nosso bem-estar e ainda é a mulher mais maravilhosa que eu já conheci na minha vida. – Ela riu. – Ela se arrepende de não ter dançado comigo na faculdade, então no casamento ela não vai fugir.
- Ela vai ficar muito feliz.
- Vai sim. – Ela falou, com a voz meio falha.
- Bem, com isso. – Eu olhei para ela, que passava as mãos nos olhos. – Colocamos minha mãe comigo também. – Ela riu fraco.
- Eu devo perguntar sobre sua madrasta?
- Assistindo ao casamento em uma das últimas fileiras. – Brinquei e riu.
- Que malvado ele! – Ela brincou e eu ri.
- Isso sou eu sendo legal!
- Eu sei que você gosta da sua madrasta.
- Gosto, normal, mas você conhece a dona Lindsay, não é?! – Ela gargalhou.
- Faz sentido.
Saí do banho passando a mão no cabelo e abri a porta do quarto, sentindo um delicioso cheiro de bolo vindo de fora. Caminhei em direção à cozinha e encontrei colocando duas formas de cupcakes que ainda estavam saindo fumaça, em cima da bancada. Ela tirou cada um da forma rapidamente, organizando-os em uma forma de pizza. Ela puxou as luvas e as pendurou ao lado do fogão, voltando sua atenção para o creme que ela tirava de duas latas de leite condensado, aquele creme meio bege, meio alaranjado que eu adorava.
- O que está fazendo? – Perguntei fazendo-a virar o corpo para mim.
- O que parece? – Ela respondeu, deixando o doce de leite de lado.
- Sim, eu sei que você está fazendo cupcakes, mas por quê? – Ela riu fraco.
- Sei lá, porque eu gosto, porque você come! – Sorri e me sentei em um dos bancos da bancada e a vi pegar cada um dos 24 cupcakes e tirar o centro do bolo de cada um, colocando o que ela tirava em um prato separado, que eu roubava alguns pedaços de vez em quando. – Ei!
- Você ia usar isso? – Perguntei, com a boca cheia.
- Dava para fazer cakepop. – Ela reclamou.
- Desculpa! – Falei e ela revirou os olhos. – O bolo é do quê? Está muito bom.
- Banana! – Ela falou e eu arregalei os olhos, me surpreendendo.
- Isso é bom demais!
- Você nunca tinha comido bolo de banana antes? – Ela perguntou e riu em seguida.
- Sem graça. – Mordi os lábios e ela voltou para a outra bancada, abrindo um saco de confeiteiro e enchendo um com o doce de leite e outro com outro creme branco.
Ela voltou para a bancada com os dois sacos de confeitar e começou a rechear os cupcakes com doce de leite, enchendo eles até a boca, depois ela pegou o outro saco e começou a enfeitar o cupcake com o creme branco. Fiquei observando , ela tinha jeito para coisa, ela era calma, despreocupada e parecia que tinha uma felicidade completa nela. Ela colocou tudo na pia e voltou com um copinho cheio de confeitos preto e branco, ela jogou poucos em cada cupcake e deixou o copo de lado novamente, pegando um cupcake e me entregando.
- Aqui, experimenta! – Peguei o mesmo e tirei da forminha de papel do bolo e o mordi, quase metade de uma só vez. Pegando o bolo, a cobertura e o recheio de uma vez só.
O creme da cobertura era bem parecido com o brigadeiro, mas era branco, então o gosto era mais suave, mais cremoso. Suspirei, olhando para que acompanhava todas as minhas reações. Terminei de comer o cupcake e amassei o papel olhando para ela que tinha aquela expectativa no rosto, mas eu estava pensando longe, longe mesmo, na real.
- Eu sei o que você pode fazer! – Gritei para ela e joguei a forminha de papel longe.
- Ah? – Ela olhou para mim.
- Você pode abrir uma confeitaria. – Gritei novamente.
- ...
- Não, pensa comigo! – Falei. – Você faz cupcakes perfeitos, você gosta de fazê-los e você é muito boa nisso também. – Abri um sorriso. – Tirando o fato que você faz várias gostosuras. – Dei um pulo animado. – A ideia é perfeita, . Ontem mesmo estávamos falando de coisas que você gosta. – Apontei para os cupcakes. – E você ama fazer isso.
- Eu não sei...
- Não estou falando que você vai abrir agora, mas você pode parar e pensar nisso. – Ela soltou uma risada fraca. – Eu posso te ajudar! Claro, que eu não vou mexer na parte da cozinha, que eu sou meio ruim nessa parte, mas posso ser seu sócio, investir em você. – Ela riu.
- Eu prometo que vou pensar. – Ela falou suspirando.
- Pensa, pensa muito! Porque, convenhamos, a ideia é perfeita. – Ela riu, afirmando com a cabeça.
- Sim, você tem razão, mas eu não sei comandar um estabelecimento.
- Aí, mais tempo para você pensar, você já fez a faculdade, pós-graduação, hora de fazer um curso de empreendedorismo. – Ela gargalhou.
- De onde veio essa felicidade toda? – Ela perguntou.
- Eu estava te observando aqui, você é boa, organizada e gosta de fazer isso. Você quer que eu diga mais o quê? – Ela me encarou, soltando uma risada fraca. – , você tem talento. – Falei e ela sorriu de lado. – Eu não estou mentindo.
- Eu sei, , eu gosto do que eu como, mas eu vou pensar. Não é de uma hora para outra que se monta uma loja.
- Mas me diz se você já não pensou nisso antes? – Ela suspirou. – Me diga a verdade.
- Já, na verdade, já pensei sim. Eu vendia cupcakes na faculdade para ajudar minha mãe e depois que eu me formei também, mas eu sempre quis um café. – Ela sorriu.
- Então, aí está! – Bati minhas mãos uma na outra. – Café da , vai ser top. - Ri fraco. – Vou até postar uma foto no meu Twitter para fazer propaganda.
- Para, ! – Ela gargalhou. – Eu gosto dessa sua empolgação, mas, por favor, vamos pensar em outro nome! – Soltei uma risada e ela sorriu.
- Olá, bem vindos! – Uma jovem, da idade de mais ou menos nos atendeu. – Posso ajudá-los?
- Sim, nós viemos comprar alianças de casamento. – Falei e sorriu para mim.
- Claro, eu sou Marisa, por favor, vamos à minha sala. – Ela falou e segurei a mão de e seguimos para a sala de Marisa. Uma longa mesa no meio da sala e uma cadeira do lado de lá e duas do lado de cá. – Vocês têm algo em mente?
- Na verdade, não conversamos muito sobre isso. – riu.
- Alguma cor? – Neguei com a cabeça.
- Talvez só que elas combinassem entre si de algum jeito. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu vou pegar alguns modelos para vocês. – Ela se levantou e saiu da sala novamente.
- Nós somos péssimos nisso. – Ela cochichou para mim e eu ri. – Como você escolheu meu anel?
- Eu tinha dois homens que já tinham passado por isso antes, lembra? – Ela abriu levemente os lábios, compreendendo.
- Faz todo sentido! – Ela riu fraco.
- Esses são nossos conjuntos, mas vocês podem escolher o que quiser, para colocar com qualquer um que quiserem. – Ela colocou três bandejas de joias na mesa em nossa frente e começou a olhar entre elas. – Nossa especialidade é com ouro, amarelo, branco e vermelho. Os modelos são bem parecidos, mas varia a cor do ouro. – Afirmei com a cabeça.
- É tudo lindo demais. – falou e suspirou. – Não sei como escolher. – Apertei meu braço em sua cintura, fazendo-a rir.
- Posso dar uma dica? – Marisa nos olhou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro! – falou.
- O anel de noivado de já é ouro branco, talvez vocês gostassem de manter nessa linha. – Ela puxou a bandeja com alianças em ouro branco.
- Ela tem razão. – Falei rindo.
- Acho que podemos excluir os solitários de diamantes, também, não?! – falou estendendo o dedo anelar para mim e eu ri.
- É uma boa ideia também. – Marisa riu.
- Do que você gostou, ? – se virou para mim e eu virei meu rosto para ela.
- Eu sou um cara mais simples. – Ri e concordou com a cabeça. – Eu gosto dessas simples aqui. – Mostrei uma aliança de ouro branco grossa, lisa. pegou-a na mão, analisando-a.
- Essa está muito bonita. – Ela sorriu colocando-a de volta.
- E ela faz par com essa, aparentemente. – Peguei a outra, do mesmo modelo, mas com alguns diamantes incrustados nela.
- Exato. – Marisa falou.
- É linda demais! – sorriu, mordendo o lábio inferior. Peguei sua mão esquerda e puxei a aliança de noivado em seu dedo, pegando a outra aliança e deslizando pelo dedo de .
- Coube certinho. – falou, me olhando e eu sorri.
- Perfeitamente. – Marisa falou. – Parece que você achou seu sapatinho de cristal. – afirmou com a cabeça, colocando a mão na boca e encarando a aliança em seu dedo, soltando um suspiro e segurando para não chorar.
- Desculpe, eu estou muito emotiva ultimamente. – Ela riu e Marisa afirmou com a cabeça.
- Não se preocupe. É o momento de vocês. – Passei minha mão no rosto de e ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros, me fazendo colar o corpo no dela, suspirando.
- Vamos ver se a sua serve. – Ela falou, passando as mãos no rosto e pegou a aliança que Marisa estendia para ela.
colocou a aliança em meu dedo e deslizou até o fim, me fazendo abrir um largo sorriso, dando uma risada em seguida, encarando aquele anel que ficaria em meu dedo para o resto da vida.
- Como isso é estranho. – Falei e riu.
- Pensei a mesma coisa. – Ela riu e encarou a aliança por mais um momento, antes de deslizá-la novamente pelo dedo, e devolvê-las a Marisa.
- O que acha? – Virei para .
- Acho que são essas. – Puxei a aliança de meu dedo, devolvendo para Marisa.
- Acho que sim! – Falei rindo e sorriu.
- Posso mandar polir, gravar os nomes e embrulhar? – Afirmei com a cabeça e fez o mesmo, encostando a cabeça em meu ombro. – Vocês podem vir pegar em alguns dias. – Concordei com a cabeça. – Qual é a data do casamento?
- 27 de dezembro. – falou.
- Nossa! Menos de dois meses. – Marisa sorriu. – Meus parabéns, felicidades aos dois.
- Obrigado! – Eu e falamos juntos.
- Vamos lá para frente, então? – Afirmei com a cabeça e eu levantei, dando as mãos para , para seguirmos para frente da loja.
- Eu estava pensando em algo aqui, mas vai ser impossível de executar. – falou sentada entre minhas pernas no sofá.
- O quê? – Olhei para ela, tirando os olhos de alguma série que passava na TV.
- A gente precisa começar a convidar os padrinhos para serem padrinhos, não é?! – Ela soltou uma risada fraca.
- Oh, meu Deus! – Comecei a gargalhar. – Verdade!
- A gente decidiu entre si, mas não falamos para mais ninguém isso. – Gargalhei alto, sentindo-a virar o corpo, ficando de frente para mim. – O certo seria a gente dar um jantar para eles e convidar.
- Mas me diga como isso vai ser possível? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça.
- Não tem como. – Ela falou. – Você tem alguns compromissos ainda, mas isso foi fácil, aqui em Los Angeles e tal, mas você vai para Taiwan agora. – Bati a mão na testa.
- Pô cara!
- Tirando o fato que é impossível eu viajar para o Brasil agora. – Afirmei com a cabeça, passando a mão na testa. – E o pessoal do Brasil não tem como vir para cá até a semana do casamento.
- O que a gente faz? – Ri fraco e ela me acompanhou, a risada era de nervoso. – Não tem como chamá-los no dia do ensaio de casamento, tem?
- Eu preciso das medidas das madrinhas. Rupert é bom e rápido, mas não tanto. – Ri fraco. – Apesar de que só vai ser difícil a medida da minha irmã, o resto do pessoal está ou pode estar em Boston.
- Você está certa. – Suspirei. – Bem, eu consigo pensar em duas soluções.
- Fale! – Ela riu.
- Ou a gente manda um convite formal, para cada um deles, como se fosse outro convite de casamento ou a gente faz isso pelo FaceTime. – Suspirei, passando a mão no cabelo.
- Nenhuma das ideias me agrada, sabia? – Ela riu, cruzando as pernas em cima do sofá.
- E você acha que me agrada? – Ela riu fraco e suspirou.
- Acho que ao menos o FaceTime é em tempo real e dá para ver a reação do pessoal. – Ela falou e eu ponderei com a cabeça.
- Seu computador está carregado? – Perguntei e ela riu.
- Sempre! – Eu e ela nos entreolhamos e nos levantamos correndo, esbarrando um no outro.
Ela foi em direção ao quarto e eu tirei as coisas que secavam em cima da bancada e empilhei em cima da pia. Peguei um pano e passei na bancada, secando-a. voltou do quarto com outra blusa que não fosse do pijama e jogou uma preta para mim, a qual eu vesti correndo. Ela abriu o computador em cima da bancada e apertou o botão de ligar, puxando dois bancos, sentando em um e eu sentei ao seu lado.
- Vamos para Boston antes? – Olhei o relógio.
- Sim, eles devem estar jantando na casa da minha mãe hoje e daqui a pouco vão embora. – Ela afirmou com a cabeça e abriu o FaceTime.
- Vamos ligar para Cady antes? – Afirmei com a cabeça e mexeu no cursor rapidamente e clicou em seu nome na tela. - Você sabe o que dizer? – Ela me perguntou.
- Eu? – Ela me olhou.
- Ué, não era? – Ela arregalou os olhos também e rimos.
- Olá, feliz casal! – Cady atendeu a ligação.
- Oi, Cady! – Eu e falamos juntos.
- Como está Los Angeles, ? – Cady perguntou.
- Começando a esfriar, na verdade. – riu e eu passei o braço em seus ombros.
- Não mais que Boston, eu aposto. – riu.
- É, vamos ver! – respondeu, soltando uma risada fraca.
- Mana, me deixa perguntar, Sharon, Seth, Carlos e Marcus estão por aí?
- Estamos! – Ouvi a voz do Seth ao fundo e sua cabeça aparecendo na tela.
- Oi, pessoal! – Falei. – Tem como juntar todo mundo na tela? – Perguntei e me olhou, perguntando, dei de ombros e ela riu.
- E eu, não entro nessa? – Os olhos de minha mãe apareceram no fundo e eu ri.
- Eu já conversei com você, senhora . – Ouvi a gargalhada de minha mãe.
- Vamos ter que mudar esse chamado, hein?! A nova senhora está do seu lado. – Ela falou e eu ri, olhando para , que mordia o lábio inferior.
- Por favor, não me chame de senhora ainda. Tenho só 29 anos. – Sharon riu e meus três irmãos apareceram na tela do computador, sentado em cadeiras e Marcus, o marido de Cady e Carlos o namorado de Sharon apareceram atrás.
- E aí, galera? – Perguntei, mostrando um sinal de positivo com a mão.
- Qual é o motivo dessa reunião familiar, ? – Carlos perguntou e eu ri.
- Calma, calma! – riu ao meu lado e eu a olhei. – Você quer dizer?
- Não, esse é o seu lado, querido. – Afirmei com a cabeça e eu ri nervoso.
- O que está rolando, querido? – Cady perguntou e eu ri.
- Bem, antes de tudo eu gostaria de pedir desculpas antecipadamente por ter que fazer isso desse jeito, mas ou era isso, ou podíamos causar alguns ataques cardíacos a poucos dias do casamento, e eu realmente não quero. – Falei e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
- Por quê? – Cady perguntou e eu suspirei.
- Fala! – me disse, apertando minha mão levemente.
- Bem. – Suspirei, puxando o ar fortemente. – Eu e gostaríamos de convidá-los para serem nossos padrinhos de casamento.
A reação foi instantânea. Meus irmãos começaram a gritar e a se empolgar, riu ao meu lado e passou o braço livre pelas minhas costas, soltando uma risada comigo.
- Devo presumir que isso é um sim? – perguntou.
- Sim! – Eles gritaram e gargalhou ao meu lado, me fazendo abraçá-la mais ainda.
- Eu só tenho uma pergunta. – Seth se aproximou da tela. – Sharon vai com Carlos, Cady com Marcus, e eu? – gargalhou ao meu lado.
- Você vai acompanhar minha irmã.
- Aí sim! – Gargalhei e ele bateu as mãos. – Vamos causar muito nesse casamento.
- Eu devo retirar o convite? – Brinquei e Seth mostrou o dedo do meio.
- Ai! – Brinquei. – A gente convida a pessoa para algo importante, e ela faz isso.
- Você faria também que eu sei. – falou e meus parentes riram do outro lado da tela.
- Obrigado! – Falei, coçando a cabeça.
- Me deixa falar agora, meninas. – tomou a frente. – Vocês podem, por favor, ir o mais rápido possível ao Rupert? – Elas afirmaram com a cabeça. – Eu vou falar com ele também e aí eu já deixo tudo acertado.
- Qual a cor? – Sharon perguntou.
- Algumas de rosa e outras de laranja. – sorriu feliz.
- Vai ser um casamento colorido então?! – Ponderei com a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei e riu ao meu lado.
- Eu queria abraçar vocês agora. – Seth falou.
- A gente queria também, acredite. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Nos vemos em dezembro?
- Com certeza. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Faremos todas as últimas provas aí em Boston, na semana que ficarmos aí.
- Vai lá! Aposto que vocês têm outras pessoas para falar ainda. – Cady disse e eu afirmei com a cabeça.
- Ah, só avisando vocês, o convite vai chegar no meio de novembro mais ou menos, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
- Ah e vamos querer os pequenos para serem os pajens e as daminhas! – gritou rapidamente.
- Ah, eles vão adorar isso, gente! – Cady falou. – Muito obrigada mesmo por isso.
- Que isso, irmã. – Falei e ela sorriu, acenando para a tela.
- Beijos, gente. – acenou e eu fiz o mesmo. – Nos vemos em breve. – Acenei com a mão e a ligação foi desligada.
- Lílian agora? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça, mexendo no computador.
- Oi, irmãzinha! – Lílian apareceu na tela do computador. – Nossa, estou perto demais. – Ela riu e afastou a tela do rosto.
- Você está ocupada? – perguntou.
- Um pouco, por quê? – Lílian perguntou, apoiando a tela em algum lugar.
- Prometo que vai ser rapidinho, então. – Falei e ambas riram ao meu lado. – Sua vez de dizer. – Virei para , empurrando seu ombro de leve com o meu.
- O que vocês querem me dizer? – Lílian perguntou, focando os olhos na tela.
- Eu quero te fazer um convite, na verdade! – riu fraco e eu olhei para ela. – Você quer ser nossa madrinha de casamento? – Um grito animado veio de Lílian.
- Sim, sim, sim! – Ela repetia diversas vezes, pulando na cadeira. – Com certeza eu quero! Obrigada pelo convite.
- Eu não podia esquecer a minha melhor amiga, certo?! – riu fraco, suspirando.
- Vai ser um enorme prazer. – Ela sorriu, passando as mãos no rosto.
- Desculpe ter que fazer esse convite pelo FaceTime, mas nossos horários estão um pouco enrolados, então já viu, não é?!
- Sem problemas, eu não ligo. – Lílian riu e eu ri junto. – Quem vai me acompanhar?
- Seth! – Falei e Lílian gargalhou.
- Isso não vai dar certo! – gargalhou ao meu lado.
- Eu preciso ter medo do que está acontecendo aqui? – Perguntei, erguendo um dedo e Lílian riu.
- Talvez. – respondeu por Lílian e eu ri.
- E eu pensei que minha família fosse o problema.
- , você conheceu a minha. – me falou e eu ponderei com a cabeça.
- Ah, falando nisso, só falta os pais de vocês se conhecerem, viu?! – Lílian falou e eu suspirei.
- Pô! A gente está se esquecendo de muitas coisas aqui. – Reclamei.
- Vai ter que ser no ensaio de casamento, gente. – falou. – Não tem como ser antes.
- É, tem isso também. – Suspirei.
- Mas relaxa, vai dar tudo certo. – Lílian falou, mexendo as mãos. – Os filhos deles estão felizes, é o que importa.
- Verdade. – Afirmei com a cabeça.
- Lílian, só falando um negócio, eu vou pedir para Rupert te ligar, e vocês vão resolver a história do vestido, ok?! – Lílian afirmou com a cabeça.
- Ok, sem problemas. – Ela sorriu. – Eu estou tão feliz, gente! – sorriu e eu ri ao seu lado. – Obrigada, de novo e de novo.
- Eu que agradeço, Lili. – falou, sorrindo.
A ligação foi desligada depois de um tempo e eu sorri, olhando para que estava feliz.
- Até que isso é emocionante. – Ela falou para mim e eu ri.
- O jantar seria mais, não?! – Perguntei.
- Vamos esquecer isso ou eu vou ficar depressiva. – riu e eu afirmei com a cabeça. – Vamos para Trish? – Afirmei com a cabeça.
- Você não precisa convidar de novo! – Trish gritou e eu gargalhei em seguida, vendo rir mais controlada ao meu lado. – Estamos dentro, com certeza.
- Obrigada, Trish. – Falei e apertei em meus braços.
- Você foi meu padrinho de casamento há quase quatro anos, eu só estava esperando o momento em que você encontraria a pessoa perfeita para você. – sorriu ao meu lado. – E parece que demorou, mas você encontrou.
- Eu não posso dizer nada, Trish, eu demorei também. – riu junto e elas sorriram.
- Ok, mas a diferença aí é de uns quatro anos, poxa. Se para você está tarde, imagina ele! – gargalhou ao meu lado e afirmou com a cabeça.
- Ok! Vou entrar na brincadeira contigo. – riu.
- Ei! – Reclamei.
- Quieto, ! – falou.
- Então, , eu vou ao Rupert sim, pode deixar. Tem alguma ideia do modelo do vestido já?
- Algumas, na verdade. – riu. – Nos lembramos disso hoje, para você ter uma ideia.
- Relaxa, no meu casamento tudo estava perdido também. Mas as coisas vão se ajeitando.
- Vão sim. – Falei.
- Boa noite, gente! – Ela acenou com a mão e fizemos o mesmo, finalizando a ligação.
- Vocês gostam de me zoar!
- Amor, você arranjou uma pessoa que a Trish gosta, então agora aguenta. – Soltei uma risada fraca.
- Ligamos para quem agora? Derek? Ruth? Melina? – suspirou ao meu lado.
- Rodrigo. – Ela falou e eu sorri, afirmando com a cabeça. – Mas eu preciso ligar no celular dele, ele deve estar em aula agora.
- Liga, liga! – Falei animado e ela riu ao meu lado, pegando o celular na bancada e abrindo o WhatsApp, abrindo a conversa com Rodrigo, antes de ligar e colocar no viva-voz, a ligação chamou algumas vezes, antes de um barulho alto sair pelo speaker.
- Oi, . Fala rápido, eu não posso falar agora. – Rodrigo falou em português e o som foi se afastando aos poucos, até ficar suave.
- Eu prometo que é rápido, mas é muito importante. – falou em português. – Fala em inglês, está ouvindo.
- Hey, cara! – Rodrigo falou.
- E aí! – respondeu.
- Qual o motivo da ligação? – Ele perguntou.
- Espero que você esteja livre no dia 27 de dezembro.
- Estarei livre e leve no seu casamento. – Ele gargalhou e riu junto.
- Que bom, porque você vai ser meu padrinho de casamento! – Um grito veio de Rodrigo e eu gargalhei.
- Oh, meu Deus! – Ele continuava rindo. – Sim, sim, sim! Mil vezes sim! Eu falei que era só questão de tempo, garota.
- Não lembro onde você diz isso, mas tá valendo! – falou rindo e eu gargalhei.
- Com certeza eu aceito, superaceito! – Ele riu e sorriu ao meu lado.
- tem que te falar sobre a roupa, então, espera mais um segundinho, por favor.
- Rodrigo? – Perguntei e ele respondeu com um barulho de boca. – Eu vou precisar que você me mande as suas medidas para fazer o terno, pode ser?
- Sem problemas, cara. Posso mandar no e-mail da ?
- Pode! – falou rindo.
- As meninas estão gritando aqui, mas eu estarei aí te apoiando sim, para sempre. – Ele falou, fazendo rir e eu a abracei. – Eu te amo, garota.
- Eu também te amo. – Ela sorriu e a ligação foi desligada.
- Parece que está tudo saindo bem. – Falei para ela.
- Claro que sairia bem, é nossa família. – Ela sorriu e eu beijei sua testa e ela bocejou.
- Está acabando. – Falei para ela.
- Eu estou cansada, ainda tem a sexta para eu trabalhar. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Vamos ligar para Derek agora. – Tomei posse do computador dela e procurei o nome de Derek na agenda de contatos, imediatamente começando a chamar.
- Oi, ! – A cabeça de Liana apareceu na tela do computador e Derek surgiu logo atrás, pegando-a no colo.
- Ei, gente! – Ele falou, se sentando na cadeira, com Liana em seu colo. – Como estão?
- E aí, Derek, como está?
- Tudo certo e com vocês? – Ele respondeu.
- Tudo certo também. – Respondi.
- Você está ocupado? – perguntou ao meu lado.
- Não, só tentando fazer essa pequena dormir.
- É cedo ainda. – Liana reclamou e eu ri.
- Ela está certa. – Brinquei.
- Não faça isso, ! – Derek reclamou e eu ri novamente, vendo meu noivo fazer uma careta.
- Rupert está aí? – Derek olhou para trás e o ruivo apareceu na lateral do quadro, se abaixando para ficar da altura da tela.
- Oi, Rupert! – falou. – Como está meu vestido? – perguntou, ela estava me provocando, eu sabia disso.
- Está esperando a noiva para prová-lo. – riu baixo.
- Em breve, prometo. – Ela riu fraco.
- Qual o motivo da ligação? E por que temos que estar todos juntos? – Derek perguntou.
- Porque assim eu falo de uma vez só. – riu fraco e Rupert riu também.
- Qual é a emergência? – Rupert perguntou.
- Bem, é meio que uma emergência mesmo. – Falei fazendo uma careta. - Estamos atrasados, na verdade.
- Pois é! – riu.
- O que foi? – Derek falou.
- A gente gostaria de saber... – riu fraco. – Se vocês querem ser nossos padrinhos de casamento. – falou, e os dois arregalaram os olhos, dando largos sorrisos em seguida.
- Você ainda pergunta? – Derek falou aparentemente emocionado e riu ao meu lado.
- Mas é claro que sim, gente. Nós nunca negaríamos esse carinho vindo de vocês. – Rupert falou e eu abri um sorriso, afirmando com a cabeça.
- Significa muito para gente. – Derek completou.
- Obrigada, gente. – sorriu e eu a abracei.
- E o que iremos usar? – Rupert falou e eu ri.
- Mande as medidas para mim, por favor! – falou, batendo a mão em meu peito e eu ri, afirmando com a cabeça.
- Isso! – Derek afirmou com a cabeça.
- E você, Liana! – falou para a menina que já ficara entediada no colo de Derek. – Eu quero que você seja nossa daminha de casamento.
- Eu posso? – Ela perguntou para Derek o que fez eu e rir.
- É ela que manda! – Ele apontou para que acenou para ela novamente.
- Eu quero, quero muito! – Liana abriu um largo sorriso. – Você vai estar linda, tia . Vocês dois. – Sorri, vendo passar as mãos no rosto novamente.
- Significa muito para gente, Liana. – Falei e ela sorriu, acenando com a mão.
- Até vou dormir depois dessa, boa noite! – Eu e nos entreolhamos e Rupert e Derek fizeram o mesmo.
- Boa noite, querida! – disse e só foi possível ver Liana saltitando pelo corredor.
- Nossa! – Rupert comentou.
- Ela tá ficando metida já! – falou e eles riram em seguida.
- Pois é! – Derek falou, rindo.
- A gente vai também, galera, ainda é quinta. – Rupert riu.
- Ainda é quinta! – e Derek reclamaram juntos e eu ri.
- Boa noite! – Rupert falou e eu e respondemos juntos. Ela pegou o celular novamente, digitando o número e ligando, indicando que ligava para Ruth.
- Ruth! – falou quando atendeu e um xi foi ouvido do outro lado da linha. – Desculpa, a bebê já dormiu?
- Acabou de dormir. – Ruth sussurrou e eu fechei a boca.
- Desculpa! – falou baixo. – Eu prometo que serei rápida, pode ser?
- Claro, ! – Ruth riu. – Como você está?
- Estou bem, querida, e você?
- Estou bem sim. – Ruth riu fraco do outro lado da linha.
- Eu quero te convidar para ser minha madrinha de casamento! – falou e Ruth soltou um gritinho animado, abafando o som em seguida.
- Oh, meu Deus, não precisa pedir duas vezes. – Ruth falou rindo e sorriu ao meu lado, me fazendo abraçá-la. – Eu estarei lá, não precisa pedir de novo. – Ela riu novamente, animada.
- Sim, sim, sim! – falou rindo junto.
- Obrigada pelo convite, ! Mesmo! – sorriu para mim, movimentando a cabeça.
- Estou com saudades de você, querida. – falou.
- Eu também estou, faz falta você aqui. – Elas suspiraram.
- Para que eu estou ficando emotiva de novo, já! – reclamou.
- Eu prometo que paro! – Ruth riu. – Vou desligar aqui, que eu tenho medo dela acordar.
- Ok, Ruth, dorme bem, querida.
- Você também, . – Ruth falou, estalando um beijo no speaker e a ligação foi desligada.
- Sua vez, querido. – suspirou. – Hora de ligar para Melina.
- Mas ela vai do seu lado. – Eu falei rindo.
- Mas eu fiz mais ligações que você, liga aí! – Ela apontou para a tela e eu ri, apertando o nome de Melina, fazendo a ligação tocar várias vezes.
- Vocês não morrem mais. – Melina falou quando seu rosto apareceu na tela.
- Oi! – acenou feliz e eu fiz o mesmo, rindo da reação. – Por quê, o que houve?
- Eu estava pegando o telefone para te ligar, ! – Melina falou e eu ri.
- Por quê? Aconteceu algo? - Perguntei.
- Vocês ligaram por um motivo, não? – Afirmei com a cabeça. – Então vocês falam antes. – Ela falou rindo e eu sorri.
- Eu e a gostaríamos de te convidar para algo.
- O convite do casamento vai ser feito via FaceTime? – Ela perguntou e riu a meu lado.
- Não, mas os de padrinhos vão. – falou e Melina travou do outro lado da tela, arregalando os olhos para a gente.
- Mentira! – Ela gritou.
- Melina, você quer ser nossa madrinha de casamento com o Joshua? – Perguntei e ela se levantou, dando pulos alegres.
- Com certeza! – Ela falou animada, pulando mais um pouco.
- E você, o que tinha para dizer? – perguntou rindo.
- Calma, deixa eu processar aqui. – Ela passou a mão no rosto, nos cabelos e suspirou, sentando na cadeira de novo. – Aparentemente, não são só vocês que tem notícias.
- Pois é, notei! – Falei e ela riu, passando a mão no rosto e suspirando novamente.
- Desembucha, mulher! – gritou rindo e ela sorriu.
- Eu sei que isso pode não ser uma notícia alegre para vocês, mas eu estou muito feliz.
- Fala, Melina! – falou mais calma dessa vez.
- Eu estou grávida. – deu um grito alegre ao meu lado, se mexendo inconstantemente no banco e eu coloquei o pé no meio dele para não cair.
- Mesmo, mesmo?! – falou alegre.
- Mesmo! – Ela riu.
- Oh, Melina, estou muito feliz por ti. – Falei e suspirou e eu sorri também.
- Mesmo, gente? – Ela perguntou.
- Mesmo, Melina. Passou. – falou sorrindo.
- Virão outros. – Falei e Melina sorriu. - Enquanto isso a gente treina com o seu. – gargalhou ao meu lado.
- Oh, meu Deus, deixarei meu bebê longe de você. – Ela brincou e eu ri.
- Estou feliz por você, Melina. – falou.
- E eu mais feliz ainda com esse convite, muito obrigada, gente, mesmo! – Ela sorriu e eu e rimos, continuando o papo sobre sua gravidez.
- ! – Eu gritei para ele da sala. – ! – Ele veio correndo do quarto, com a toalha enrolada no corpo e algumas gotas ainda caindo do seu corpo.
- O que foi, ? Está tudo bem? – Me levantei, deixando o computador no sofá.
- Você está concorrendo a quatro categorias do People’s Choice Awards. – Falei animada para ele que arregalou a boca e os olhos ao mesmo tempo, me fazendo rir.
- Não brinca! – Soltei uma risada feliz.
- Não estou! – Me coloquei em cima da mesinha de centro e ele me abraçou, me girando pela sala rindo. – Quatro categorias, , quatro! – Falei rindo e ele me colocou no chão novamente.
- Quais? – Ele perguntou.
- As quatro que você estava concorrendo na pré-votação. Filme favorito, Dupla em Filme Favorito, Filme de Ação Favorito e Ator em Filme de Ação Favorito.
- Cara! – Ele passou a mão no cabelo e eu ri. – É demais isso, mas é complicado. É voto de fã, é foda isso.
- E você acha que não tem fãs o suficiente para ganhar essa? – Franzi a testa.
- Ah, sei lá!
- Bem, se você não tiver, pode ter certeza que eu vou votar bastante para você ganhar. – Ela riu. – Ah e não vamos esquecer sua mãe. – Ele gargalhou.
- Com certeza ela não sai da frente do computador. – Ele riu e me abraçou, dando um beijo em meus lábios.
Cheguei morta de cansaço em casa, soltei meu cabelo e coloquei meu pijama, foi direto para o banho. Sentei na cama, bem em frente à porta, esperando um pouco por ele. Ouvi o barulho de o chuveiro cessar.
Eu não lembro quanto tempo durou ou se era porque eu estava cansada, mas eu acordei com o barulho da porta do banheiro e ergui meu corpo novamente. saiu do mesmo com uma calça de moletom e as mãos escondidas na toalha branca. Eu o olhei e ele suspirou, me olhando profundamente em meus olhos
- Precisamos conversar. – Ele falou e eu franzi a testa.
- O que aconteceu? – Perguntei e ele esticou algo que estava enrolado na toalha.
- Sobre isso. – Ele falou e eu franzi minha testa, olhando para o objeto branco em sua mão. – Isso é um teste de gravidez, não é?! – Ele perguntou e eu fechei os olhos pesadamente, ele havia descoberto.
- Onde você achou isso? – Perguntei.
- No lixo do banheiro. – Ele falou e eu suspirei. – Você está com suspeitas de gravidez? Isso é um falso negativo? – Neguei com a cabeça diversas vezes, soltando um suspiro alto.
- Não, não, não...
- O que é então?! – Ele falou, reformulando a mesma. – Por que isso está no lixo?!
- Eu estou fazendo testes regularmente. – Falei, suspirando. – Por conta própria.
- Desde quando? – Ele perguntou com a voz forte.
- Desde que voltamos a transar. – Respondi. – Duas vezes por mês. – Revelei e ele fechou os olhos, se ajoelhando a meus pés. – Independente se usamos proteção, se eu tomei pílula, ou qualquer modo contraceptivo.
- Por quê? – Ele falou e segurou minhas mãos.
- Eu não quero que aconteça aquilo de novo. – Falei e ele apertou minhas mãos, suspirando.
- Não vai acontecer de novo. – Ele falou e eu suspirei, mordendo os lábios.
- Você não sabe, eu não sei, por isso que eu faço. – Falei rápido, passando a mão no rosto.
- Não, isso é verdade, a gente não sabe. Mas estamos tomando mais cuidado... – Ele suspirou, se levantando em minha frente. – Só não se torture, por favor. – Fechei os olhos e suspirei, ele passou os braços pelo meu corpo, me abraçando. – Por favor, eu não quero ver você mal.
- Eu não sei o que fazer. – Eu suspirei.
- Você pode ir naquele médico que nos foi indicado, nós podemos ir. – Ele falou e eu passei a mão no rosto, suspirando. – O que você acha disso?
- Eu só achei que isso fosse algo distante, que não aconteceria comigo. – Suspirei forte e ele passou a mão em meu rosto, acariciando meu rosto.
- Posso marcar, então? – Fechei os olhos e suspirei novamente, passando a mão no rosto e eu afirmei com a cabeça. – Vai dar tudo certo. – O ouvi falar em meu ouvido.
Capítulo 15
(Você gosta do meu melhor, quando eu estou uma bagunça, quando eu sou meu pior inimigo. Você me faz sentir bonita, quando eu não tenho nada a provar, e eu não posso imaginar como eu conseguiria, se não existisse eu sem você. - Ashley Tisdale, Me Without You)
- É isso, garota! – Rupert falou dando espaço para mim e eu virei meu corpo no espelho e prendi a respiração, levando a mão até a boca, suspirando.
- Oh, meu Deus, Rupert! – Falei, segurando meu vestido pela barra e virando o corpo, vendo-o flutuar e senti as lágrimas escorrerem pela minha bochecha. – É lindo demais.
- Você está linda demais! – Ele falou, vindo para frente do meu corpo, ficando um pouco mais baixo que eu, devido ao degrau, e eu suspirei. – Você é a noiva mais bonita que eu já vi. – Ele sorriu. – E sim, eu posso falar isso. – Soltei uma risada fraca.
- Obrigada! – Sorri e suspirei, virando o corpo novamente, vendo a saia balançar.
- Ainda falta o véu, vai ser aquele ali mesmo. – Ele apontou para o longo véu pendurado no alto da parede, escorregando pelo chão, com cerca de cinco metros ou mais.
- Sim, que vai preso no meu penteado. – Suspirei.
- E você já decidiu? – Suspirei, vendo-o ajeitar a barra do vestido.
- Já, na verdade. A Denise me mostrou alguns penteados e eu gostei do que parece uma trança atrás da cabeça. Tira o cabelo do rosto e fica mais jovial.
- Ah, acho que sei qual você está falando. – Ele falou e eu sorri.
- Mas tem uma coisa. – Falei, erguendo um dedo.
- O que é? – Ele perguntou, erguendo o rosto.
- Eu vou cortar meu cabelo. – Falei e ele arregalou os olhos.
- Sério? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Vou deixar um pouco acima dos ombros, curto, repicado, tudo que eu tenho direito. – Ele riu com um sorriso largo no rosto. – Não corto meu cabelo tem mais de dois anos, ele está longo, mas está ressecado, cheio de pontas duplas ou triplas. – Ele riu.
- Você vai ficar linda de qualquer jeito. – Sorri para ele, segurando suas mãos e descendo do palco, vendo o vestido começar arrastar no chão e eu segurei a barra do mesmo.
- E quando você quer cortar? – Ele perguntou.
- No dia mesmo. – Ele correu os olhos pelos meus.
- Você tem certeza?
- Tenho! – Falei rindo. – Quero que seja uma surpresa para o também. – Rupert afirmou com a cabeça e eu ri.
- Bem, futura senhora , você pode tirar o vestido. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Preciso só fazer a barra, que eu já marquei e aí estará pronto. Por favor, eu sei que falta pouco mais de duas semanas para o casamento ainda, mas coma pouco ou coma comidas saudáveis, ok?! – Afirmei com a cabeça, suspirando. – Eu consigo afrouxar o vestido ou apertar, mas não tanto e nem em última hora. – Suspirei, afirmando com a cabeça.
- O que mais, chefe? – Perguntei e ele riu.
- Eu tomei a liberdade de usar suas medidas e fazer um conjunto especial para você usar embaixo do vestido, na noite de núpcias. – Ele pegou uma caixa preta e me esticou. – Isso vai embaixo do vestido, porque acredite: o melhor sexo que você vai ter será na noite de núpcias. – Ele piscou um olho para mim e eu ri, pegando a caixa e correndo para a mesa mais próxima e abri a mesma, revelando um conjunto de lingerie branco, com corpete, calcinha e meia 7/8.
- Rupert! – Suspirei.
- Eu sou bom em vestidos, mas tento ser delicado para algumas outras coisas também. – Ele riu e eu o abracei fortemente. – Cuidado com o vestido. – Ele falou e eu ri fraco, suspirando e me afastando dele.
- Obrigada, meu amigo! – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça.
- Não se esqueça de que você deveria estar em um almoço agora, . – Ele falou e eu ri fraco. – já deve estar sentindo sua falta.
- Coloquei Lindsay para fazer companhia a ele, afinal, devem ter muitas crianças querendo o autógrafo dele. – Pisquei o olho e entrei no provador novamente, tirando o vestido com muito cuidado. – O que me faz pensar que eu não tenho o autógrafo do meu noivo. – Falei saindo do vestido e entregando-o a Rupert.
- Corre para conseguir o seu! – Ele falou e eu soltei uma risada.
- Você cuida disso para mim? Leva para Los Angeles? – Perguntei, quando ele pegou o vestido e o guardou dentro da caixa.
- Cuidarei com a minha vida. E o que tem na caixa, serviu?
- Sim! – Falei, sorrindo. – Você é o único homem que sabe exatamente minhas medidas. – Falei rindo e ele sorriu.
- Você tem ótimas medidas, . Seios na medida, cintura fina, coxas grossas. – Ele deu de ombros. – Tudo que um homem gostaria em uma mulher.
- Todo? – Perguntei.
- Se em minha natureza, eu fosse atraído por mulheres, tenho certeza que eu seria atraído por você. Afinal, brasileira, bonita, se veste bem, tem uma ótima personalidade e um sorriso lindo. – Sorri e ele riu. – Viu?! – Ele apontou para o meu rosto. – Tenho certeza que várias pessoas invejam o .
- Não tenho tanta certeza disso. – Falei suspirando.
- Eu digo homens e não crianças imaturas que colocam sua felicidade acima da dos outros. – Ele piscou para mim e eu ri fraco. – Agora me deixa trabalhar, tenho que finalizar o vestido das madrinhas ainda. – Ele riu, me empurrando até a porta e eu peguei meu casaco que estava pendurado e o coloquei, fechando os botões e amarrando-o bem.
- Está tudo maravilhoso, Rupert! Você tem muito talento. Não o desperdice nunca. – Ele afirmou com a cabeça e depositou um beijo em minha testa.
- Quando a Vanity Fair ligar pedindo uma sessão de fotos com a noiva do , tenho certeza que as coisas vão mudar. – Ele falou, piscando.
- Como você pode ter tanta certeza que eles ligarão? – Perguntei, colocando minhas luvas.
- Porque eles já ligaram. – Ele falou e piscou o olho para mim.
- Não brinca! – Gritei e ele gargalhou.
- O assunto já está com Melina. Eles querem uma sessão de fotos exclusiva dos dois. Como eu não quero que o te veja de branco em nenhum momento, com exceção do jantar de casamento. – Ri fraco. – Estamos vendo de fazer a sessão de fotos após a cerimônia, antes da festa. Já faremos a sessão de fotos de vocês nesse meio tempo mesmo, por que não aproveitar e tirar algumas fotos a mais?
- Rupert, você é demais! – Gritei para ele e o abracei.
- E você enche meu ego! – Dei de ombros.
- É meu trabalho! – Falei sorrindo.
- Não, esse é o meu com você. – Ele piscou e abri a porta do atelier sentindo o vendo frio bater em meu rosto e me enrolei mais com o cachecol. - Nos vemos no Natal, noivinha.
- Até lá, querido! – Acenei e segui para o táxi que me esperava na porta. – Para o lugar que estávamos antes, por favor. – Falei para ele que acenou com a cabeça.
Entrei novamente no restaurante do amigo de e vi que o pessoal estava mais disperso. Os garçons passavam com grandes porções de frituras na minha frente e eu suspirei, sentindo meu estômago roncar. Me livrei das luvas e do cachecol por causa do aquecedor e joguei na bolsa, desviando das pessoas para chegar perto de . Avistei a mesa que ele estava quando eu saí e Lindsay fazia uma cara de entediada. Bem, fazia um bom tempo que eles estavam ali, visto que eu demorei cerca de uma hora no Rupert.
Olhei para a fila de crianças e adolescentes e tinha umas seis ou sete pessoas ali, me coloquei atrás da última menina e fui seguindo o caminho da fila, uma pessoa depois da outra. Crianças pequenas até adolescentes, mas não importando a faixa etária, eles passavam felizes, correndo para contar para alguém.
- Oi, ! – Falei para ele, que franziu a testa. – Você pode me dar seu autógrafo? Eu tenho... – Coloquei a mão no bolso do casaco e puxei algo que parecia um papel. – Uma nota fiscal do McDonalds. – Estiquei para ele que gargalhou.
- Apareceu, é?! – Ele disse e eu chacoalhei a mão esticada para ele. – É sério?!
- Claro que é! – Dei de ombros e segui para trás da mesa, vendo-o assinar o papel. – “Com amor”? – Perguntei rindo. – Espero que seja um amor diferente para mim.
- Você sabe que é! – Ele estendeu o papel para mim e deu um beijo em minha bochecha.
- Como está a festa? Estou com fome! – Falei.
- Eu vou pegar um cardápio para você, querida. – Lindsay falou e se levantou antes de eu falar alguma coisa.
- Onde você foi? – Ele perguntou e eu ri, olhando para ele.
- Fui provar meu vestido, ué. – Dei de ombros.
- E como estão as coisas?
- Meu vestido está pronto e ele está finalizando o das madrinhas, acho que por enquanto está tudo perfeito. – Ele riu fraco, fechando a caneta em sua mão.
- Minha parte também está tudo certo. – Ele acenou com a cabeça.
- Eu tenho uma pequena curiosidade, quem está fazendo seu terno e a roupa dos homens? – Perguntei e ele riu fraco.
- Você sabe que eu tenho um contrato com uma marca famosa de roupas masculinas, não é?! – Bati a mão na testa.
- Oh, meu Deus, eu não tinha pensado nisso. - Soltei uma risada fraca, vendo Lindsay sentar novamente e me estender o cardápio. – Obrigada. – Sorri para ela, abrindo o cardápio.
- Está acabando aqui, daqui a pouco a gente dá uma volta. – Ele falou próximo ao meu ouvido.
- Sem problemas! – Falei com a atenção no cardápio, logo chamando um garçom que estava próximo e pedindo uma porção de peixe frito, imediatamente ignorando o que Rupert disse.
Enquanto eu e Lindsay dividíamos a porção, a fila dos fãs foi diminuindo aos poucos e, com isso, o dia foi escurecendo devagar. Lindsay foi embora algum tempo depois. Também, ela estava ali desde antes do almoço, se eu já estava cansada, imagina ela. Eu fiz companhia ao , enquanto que ele falava com seus fãs. Eu acenava para os que falavam comigo e ria fraco, ninguém veio realmente falar comigo, o que me deixou bem mais confortável.
Seth surgiu após um tempo, fazendo a mesma brincadeira que eu havia feito com , entrado na fila e chegado em , mas ele fez de joelhos, o que fez que eu risse para caramba. Ficamos andando ali no bar, eu e ele, mas logo apareceu ao nosso lado com uma cerveja, andando e tirando foto com algumas pessoas esporadicamente enquanto eu e Seth conversávamos.
Saímos pouco antes das dez da noite, deixamos Seth em casa e seguimos para a casa de em Boston que estava entulhada com várias pequenas coisas minhas do meu antigo apartamento em Boston, coisas que não tínhamos achado espaço em LA. Eu e ele seguimos para o banho e logo estávamos de pijama na cama, nosso voo para Los Angeles saía cedo amanhã. Nos enrolamos nos diversos edredons que ele tinha em casa e ele me abraçou, me juntando ao seu corpo.
Ele não demorou a dormir, mas eu, como todas as noites desde que dezembro começou, não consegui dormir. Estava visitando um terapeuta a cada quinze dias por causa do aborto, e acabei comentando sobre a minha falta de sono e a resposta foi simples: meu casamento estava próximo. Cada dia mais próximo.
Eu estava de boa com isso até, mas eu precisava dormir, eu realmente precisava dormir. Eu peguei recesso no trabalho, provavelmente fazendo minha chefe me odiar pelo fato de estar há menos de quatro meses trabalhando e já tirar alguns dias de férias, mas isso juntava com o recesso de fim de ano e me deixava feliz. Minha família inteira estava vindo do Brasil, o que me deixava pilhada.
Eu sempre acabava dormindo por volta das três ou quatro da manhã, após acordar algumas vezes, ficar tentando me fazer dormir, me abraçando, beijando meus ombros e voltava a dormir de novo. Até ele já sabia da minha falta de sono e o que me deixava aliviada por ver que ele era mais calmo que eu.
Chegamos a nossa casa em Los Angeles e Jordan veio correndo até nós, abrindo a porta para mim e eu saí do mesmo, me livrando do meu casaco quase que imediatamente. Los Angeles estava bem mais quente do que Boston, o que era muito bom, eu só pensava em como eu faria se virasse frio no dia do meu casamento. Acho que a ideia de se casar em Los Angeles fazia todo sentido agora.
- E aí, Jordan? – Perguntei, fechando a porta do carro.
- Chegaram vários pacotes para vocês. – Ele falou e gargalhou ao meu lado.
- Presentes! – Ele comemorou e eu franzi a testa, olhando para ele.
- Creio que sim, senhor! – Jordan riu conosco e eu acenei com a cabeça.
- Obrigada, Jordan! – Falei e ele sorriu. – Te vejo no casamento, certo?
- Não perderia por nada. – Ele acenou e se retirou, o que fez com que eu seguisse para dentro de casa.
- Oh, meu Deus! – Eu ouvi a voz de de dentro da sala e quase me joguei para dentro, olhando a pilha de embrulhos coloridos em cima do balcão da cozinha.
- Jesus! – Falei assustada e puxei a porta, jogando o casaco no sofá.
- Quanta coisa! – falou mais próximo e eu me aproximei dele, passando meu braço pelo seu.
- Eu pensei que a gente... O pessoal... – Falei me perdendo nas palavras.
- Todo mundo merece presentes de casamento. – Ele falou, beijando minha cabeça e eu sorri. – Claro que não vamos ganhar um sofá ou uma mesa de jantar, mas tem umas caixas bem grandes aqui!
- Tenho certeza que as maiores são dos nossos pais. – Comentei e ele riu.
- Acho justo, é só olhar as que têm diversos selos essas são brasileiras, certeza, e as sem grandes coisas são a daqui dos Estados Unidos mesmo.
- Você quer abrir? – Perguntei para ele que virou o rosto para mim.
- Não sei, parece que é errado, tipo abrir presente de Natal antes do dia. – Ele falou, franzindo a testa e eu ri.
- Então, a gente finge que essa pilha não está aqui até dia 28? – Perguntei e ele passou um braço pelos meus ombros, e o outro pelas minhas pernas, me pegando no colo, fazendo com que eu soltasse uma risada, sentindo cócegas.
- Bem, como não vamos poder fazer uma lua de mel decente, e sim, eu estou realmente magoado com isso. – Ele falou enquanto caminhava em direção ao quarto.
- Ah, você está? – Falei, debochando com ele. – Eu também estou bem decepcionada por não saber o que você planeja para este momento.
- Eu vou te compensar, vou nos recompensar por isso. – Ele virou na porta e chutou a mesma, fazendo com que ela batesse.
- Como? – Perguntei e ele me colocou na cama, fazendo com que eu me ajeitasse no meio dela, esticando o corpo.
- Deixa eu terminar, antes que eu me perca. – Ele falou, dando a volta na cama e ficando no meio da mesma.
- Diga! – Falei e ele riu.
- Bem, acho que seria interessante a gente se trancar no quarto de hotel até depois do ano novo. - Ele se movimentou como se tirasse os sapatos e ajoelhou na cama. – Até a vida voltar de verdade. – Ele puxou a blusa para cima e eu abri um sorriso, suspirando.
- Talvez seja uma boa ideia. – Falei e ele deitou o corpo no meu, fazendo com que eu erguesse minhas mãos para suas costas. – Eu e você, desligados do mundo por um tempo.
- Excluídos totalmente dele. – frisou, encostando os lábios na dobra do meu pescoço.
- Acho que é uma boa ideia, nossa própria lua de mel. – Soltei um suspiro após ele começar a sugar um pedaço da minha pele, próximo ao pescoço. – Você vai mesmo deixar marcas há poucos dias antes do casamento? – Ele soltou uma gargalhada, com o ar soprando na minha pele.
- Some até lá! – Ele comentou e eu suspirei.
Ele passou a mão pelo meu corpo, subindo minha blusa levemente, me fazendo contrair a barriga e suspirei, fechando os olhos. Ele deslizou o corpo sobre o meu e senti sua barba deslizando pela minha barriga, fazendo que eu soltasse o ar pela boca. Senti suas mãos passarem pela minha perna, enrugando minha calça jeans.
Suas mãos subiram pelo botão da minha calça e o soltou, puxando o zíper para baixo, fazendo com que eu subisse o quadril para que ele puxasse minha calça jeans para baixo, juntamente com a minha calcinha, me fazendo colocar uma mão de cada lado da cama, apertando os dedos na coberta, sentindo meu corpo arrepiar.
Ele subiu o rosto até o meu e colou nossos lábios novamente. Ergui uma das mãos, apertando seus cabelos e ele soltou um leve gemido, dando uma risada nasalada quando se separou de mim.
- Eu estava pensando, a gente precisa decidir sobre o ensaio de casamento. – Falei, enquanto tirava os espetinhos da churrasqueira elétrica e coloquei em uma bandeja, estendendo para que estava do outro lado da bancada.
- O que você estava pensando? – Ele perguntou, pegando um espetinho e tirando os pedaços de carne e colocando no prato.
- Nós temos que fazer um ensaio de casamento, para começar que nossas mães precisam se conhecer. Juntar nossa família. Precisamos deixar todo mundo bastante confortável antes do casamento. – Falei e ele ponderou com a cabeça, colocando um pedaço de carne na boca.
- Você tem razão, eu sempre me esqueço desse pequeno grande detalhe. – Ele falou e eu me sentei em sua frente, pegando um espeto de carne e colocando no meu prato.
- Eu com certeza surtarei nesse dia. – Falei e suspirei, engolindo a comida.
- Ficamos juntos, não se preocupe. – Ele falou e eu sorri, suspirando. – Mas o que você está pensando?
- Fazermos aqui em casa. – Falei e mordi um pedaço de carne. – Falamos com a Olívia para fazer aqui, vão ser só as pessoas mais íntimas mesmo, nossas famílias e os padrinhos. – Dei de ombros. – Vamos ter que fazer algo no Natal mesmo, dá para juntar no dia 25, fazer tanto o ensaio do casamento e nossa celebração de Natal. – Falei rindo fraco.
- Será que a Olívia topa isso? – Ele perguntou e eu dei de ombros.
- Ela já sabe que vai ter que ficar à nossa disposição mesmo, então, acredito que o local não vai fazer tanta diferença.
- A gente pode fazer isso, amor. – Ele piscou para mim e eu sorri, suspirando. – Tá chegando, hein?! – Ele falou e eu ri fraco.
- Está pronto? – Perguntei para ele que sorriu, esticando a mão por cima da bancada, segurando a minha.
- Nervoso, mas estou. – Ele foi honesto e eu sorri.
- Parece que está tudo bem, não é?! Quero nem imaginar na hora. – Suspirei e ele esticou minha mão e levou à boca, beijando a mesma e eu sorri.
- Quatro dias, amor. – Ele falou e eu franzi a testa, nervosa.
- Por favor, sem contagem regressiva! – Falei com a voz meio trêmula e ele riu, soltando minha mão.
- Já escreveu seus votos? – Ele perguntou e eu movimentei a mão em cima da boca, como se fechasse o zíper. – É segredo, é?!
- Claro que é. – Falei rindo. – É um momento pessoal nosso.
- Sim, nosso momento perfeito. – Ele falou e soltou um suspiro, puxando o ar fortemente para o pulmão. – Eu vou casar! – Ele gritou e eu me assustei, olhando para ele. – Sabe que depois de um tempo eu achei que não fosse possível. – Ri fraco.
- E por que você acha isso? – Perguntei, com um sorriso largo no rosto.
- Antes de te conhecer, eu pensei que isso nunca aconteceria. E quando eu te conheci, eu fui muito idiota. – Ele riu fraco.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque eu achava que era outro relacionamento que teria certa estabilidade e depois decairia. – Ele riu fraco de novo. – Quando eu notei que a gente não tinha decaído, e sim, que ficava melhor a cada dia, eu surtei. E aí eu me toquei que existia muito depois de um namoro e foi aí que eu fui atrás. – Ele abriu um largo sorriso. – E o que me deixa feliz é que você disse sim.
- Eu não tinha outra opção além dessa. – Falei e peguei sua mão em cima da mesa.
- Eu não saberia o que fazer se não fosse essa a sua resposta. – Ele riu fraco.
- Não precisa descobrir. – Ri fraco e ele sorriu, colocando a mão em minha nuca.
Me olhei no espelho do closet novamente e dei uma chacoalhada em meu cabelo, sentindo o coração batendo forte em meu peito. Peguei meu batom rosa claro e passei em meus lábios, tirando o excesso das laterais e olhei para minhas joias em cima da bancada do closet e coloquei minha pulseira com pingentes variados, meu relógio dourado, meus brincos de cristal em formato de gotas e peguei meu anel de noivado, observando-o em minha mão por um tempo, passando a mão sobre o diamante em cima, soltando um suspiro.
- Olha só onde a vida te levou, ! – Falei para mim mesma e coloquei o anel de noivado em meu dedo anelar da mão esquerda e dei um passo para trás, colocando meu peep toe preto e me olhei no espelho, passando a mão no canto dos olhos, tirando um pouco de lápis de olho que borrou em meu rosto.
Soltei um suspiro e saí do closet, puxando a porta atrás de mim e andei até a porta do banheiro. estava debruçado sobre a pia, esfregando uma mão na outra e passando em seus cabelos, fazendo o topete que eu tanto gostava. Ele usava uma calça social cinza, uma camisa social preta e tinha um sapato social em seus pés. Ele lavou as mãos em seguida, secou na toalha de rosto ao lado, e seus olhos focaram nos meus.
- Nossa! – Ele falou olhando para mim e eu soltei uma risada fraca, dando um leve sorriso para ele. – Eu estou casando com uma boneca e não sei. – Ele falou e eu alisei a mão em meu vestido bege, com as mangas curtas, uma gola no pescoço e a cintura demarcada e dei uma ajeitada na barra da saia. – Você está maravilhosa! – Ele falou esticando as mãos, segurando as minhas, as colocando em seus ombros.
- Você também. – Falei e ele sorriu, aproximando o corpo do meu e eu encostei minha cabeça delicadamente em seus ombros. – Estou nervosa. – Revelei e ele soltou uma risada fraca, passando a mão em minhas costas e depositando um beijo em minha testa.
- Você não está sozinha, amor. – Ele falou e eu suspirei, fechando meus olhos por um momento. – Feliz Natal. – Ele cochichou em meu ouvido e riu em seguida, me fazendo erguer o rosto novamente.
- Não me lembra disso, eu vou ficar eternamente chateada por não estarmos trocando presentes esse ano. – Falei e ele riu, cruzando os braços em cima do peito.
- Eu estou te ganhando de presente e você está me ganhando, além da cerimônia, da festa e tudo mais, são ótimos presentes, não acha?! – Ele piscou um olho e eu ri fraco, passando a mão em meu pulso, ajeitando o relógio e uma batida na porta nos distraiu.
- Pode entrar. – falou e eu virei para porta, a tempo de ver Olívia abrindo a mesma.
- Olá! – Ela falou toda cordial. – Vocês dois estão muito bonitos. – Ela falou parada na porta e eu assenti com a cabeça, sentindo passar o braço pela minha cintura.
- Obrigada, Olívia. – Ela abriu um sorriso de leve.
- Seus convidados já estão aqui. – Ela falou e eu prendi a respiração por um momento. – Podemos ir?
- Sim, podemos! – falou e eu ri fraco, apertando sua mão que estava em minha cintura.
- Todos vieram? – Perguntei.
- Todo mundo. – Ela sorriu. – E eu consegui um fotógrafo para tirar fotos de vocês aqui hoje.
- Que bom! – Falei dando uma risada nervosa. – Vamos então.
segurou minha mão fortemente e eu entrelacei nossos dedos, seguindo Olívia para fora do quarto. Passamos pelo corredor e já pude sentir o cheiro de carne sendo grelhada em nossa cozinha. O balcão estava com pratos distribuídos e uma porção de arroz colorido estava dentro de cada um. Eu e acenamos para os dois chefs de cozinha que estavam cozinhando e seguimos Olívia.
Todas as cortinas da sala estavam fechadas, somente uma fresta que cobria a porta estava aberta. Dali já podia ser ouvido algumas risadas e uma música calma de fundo. Soltei a respiração novamente, sentindo apertar minha mão mais forte.
- Vai dar tudo certo! – Ele falou e eu ri fraco. - Não parece ter barulho de briga. – Ele falou e eu ri fraco.
- Elas nos amam e sabem se comportar. – riu.
- Espero mesmo. – Ele falou e eu arregalei os olhos.
- Vamos descobrir! – Falei rindo e acenou para Olívia que saiu da sala, fazendo com que o silêncio parasse aos poucos.
- Eu gostaria de recebê-los aqui nesse dia importante para esse casal, para as famílias, os amigos e, claro, porque também é Natal. – Ouvi a voz dela mais baixa e algumas risadas. – Gostaria de desejar a todos um ótimo Natal e muitas felicidades para o que vem por aí. – Ouvi algumas palmas abafadas e, como a mão estava solta ao lado do corpo, eu passei no braço de , abraçando seu braço. – Com vocês, apresentando o casal da família e , e . – olhou para mim por um momento e eu acenei com a cabeça, vendo-o se colocar novamente em frente à porta e começar a andar para o lado de fora.
Uma explosão de alegria saiu de mim quando eu olhei para as pessoas ao redor da piscina. Minha mãe foi a primeira que eu notei, ela estava ao lado da mãe de . Lílian, Seth, Trish e Rodrigo estavam em uma roda conversando, mas agora os quatro tinham celulares apontados para nós. Derek, Rupert e Jason, marido de Trish estavam em uma roda juntos, Ruth, Cady e Sharon estavam em outra roda, onde Cady segurava Annie e Ruth segurava Angie, ambas com lindos vestidos rodados. Meu tio estava ao lado de alguns parentes do , incluindo seus tios.
A contagem exata era de 30 pessoas ali, com as crianças. Era um jantar íntimo, só nós e as pessoas mais importantes da nossa vida. Acabamos deixando alguns dos meus familiares de fora e vários dos amigos de também, mas todos iriam ao casamento. Senti meus olhos começaram a embaçar e eu puxei o ar fortemente, olhando para por um segundo, que tinha o mesmo sorriso bobo em seus lábios.
A área da piscina tinha uma decoração bem sutil com pequenos arranjos de flores brancas, uma mesa longa e comprida, dividida em dois lados, provavelmente quinze de cada lado. A decoração era sutil, alguns arranjos de flores na mesa e algumas velas pequenas.
Ele me olhou e ambos afirmamos com a cabeça, soltando uma risada fraca. Minha mãe e Lindsay se entreolharam confidentes e se aproximaram de nós dois, fazendo com que soltássemos as mãos e eu senti minha mãe me abraçar fortemente, me fazendo apertar meu rosto em seu ombro, soltando uma risada fraca.
- Minha querida! – Ela falou soltando um suspiro forte e eu senti as lágrimas escorrerem de meu rosto, fazia um ano que eu não a via, e sentir seus braços em volta do meu quarto era a melhor sensação do mundo. – Minha pequena vai casar. – Ela se afastou de mim, apoiando as mãos em meu rosto. – Como isso é possível? – Ela falou e eu puxei o ar forte novamente. – Não chore. – Ela falou rindo e, em seguida, eu passei a mão em seu rosto, vendo que algumas lágrimas caíam também.
- Não me peça para fazer o que você também não faz. – Falei rindo e ela sorriu, apertando meu corpo novamente, me fazendo soltar um suspiro alto, fechando meus olhos por um momento.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer, mas está! Meu filho vai se casar com a melhor pessoa do mundo para ele. – Ouvi Lindsay falar e eu passei o braço nos ombros de minha mãe e olhamos para eles que afastavam.
- Querido! – Minha mãe falou e a abraçou e Lindsay se aproximou de mim.
- Meus parabéns, minha querida! – Lindsay falou e eu ri fraco, sentindo meu nariz entupido.
- Obrigado, Lindsay. É bom demais ter vocês aqui. – Eu falei com a voz meio trêmula e passei a mão em meu cabelo quando nos separamos.
- Eu quero um abraço também! – Ouvi a voz de minha irmã atrás de Lindsay e Lílian me abraçou fortemente, fazendo com que meu choro ficasse mais evidente agora, enquanto minha irmã me apertava contra seu corpo.
Assim que ela se separou, todo mundo veio nos abraçar e me fazer chorar. Já não me importava mais se a maquiagem sairia, mas algum tempo depois tirou um lenço do bolso e me entregou, fazendo com que eu passasse bem próximo do olho, deixando uma pequena mancha de lápis preto e eu fiquei pronta para a próxima.
Eu e ficamos em pé, dando uma volta em todas as rodas de convidados. Não sei se era impressão minha, mas tudo estava indo muito bem. Minha mãe e Lindsay pareciam melhores amigas de infância, a língua era uma dificuldade que deixava tudo engraçado, mas era ótimo vê-las interagindo, conversando e principalmente nos paparicando. Elas eram bem parecidas. Mães corujas, engraçadas, divertidas e que deram um ótimo caminho para os filhos, tanto que agradeço a elas por eu e termos nos conhecido. Eu pelos estudos e pela inspiração.
O grupo dos irmãos era o mais engraçado, quando passamos por ali, Seth, Lílian, Cady e Sharon não paravam de dar risada e, quando chegamos perto, eles nos abraçaram, começaram a falar das surpresas que estão preparando para o nosso casamento, o que fez que eu nos entreolhássemos assustados, mas a empolgação deles era maravilhosa.
Meu tio e o pai de , Robert, tinham certa dificuldade na conversa também, mas eles pareciam se entender por meio de mímicas. Aquela relação era importante para mim, meu tio foi a minha figura paterna após meu pai e meus avôs falecerem, então, se ele tivesse uma amizade sólida com o pai de , seria muito importante para mim.
O meu grupo favorito era o de Rodrigo e Trish, já ouviu falar daquela expressão ‘meu cavalo é maior do que o seu’? Bem, caso não, é basicamente uma briga de quem é melhor. Nesse caso, eu ou . Eles zombavam um com o outro para saber quem tinha mais contato, mais amizade, mais lembranças e mais muita coisa. Sobre o quesito de amizade eu cortei o barato de Rodrigo rapidinho, afinal, conhecia Trish a mais tempo que eu conheço Rodrigo.
Derek, Rupert, Ruth e Melina estavam conversando próximos as nossas tias. Melina já tinha uma pequena barriga de gravidez aparecendo, e isso fazia com que ela estivesse bastante radiante. Ruth segurava a pequena Angie com cuidado. Liana brincava por ali com os filhos de Cady, Ethan e Mike, o que fazia com que várias vezes as crianças passassem correndo por nós desesperadas, mas era uma sensação boa. Derek fez questão de deixar claro o quanto sentia minha falta e fez prometer que voltaríamos para Boston um dia, o que não era nenhum desafio pedir isso para , já que ele amava muito aquela cidade e realmente queria voltar para lá. Rupert conversou rapidamente comigo sobre os vestidos, eu já sabia que eles estavam prontos e escondidos no hotel em que seria o casamento.
Após uma volta completa entre os convidados, Olívia indicou que o almoço estava servido, era por volta das três da tarde, mas a hora simplesmente corria quando estávamos nos divertindo com quem amamos. Eu e almoçamos ouvindo as piadas que o pai de contava sobre sua infância, fazendo com que eu demorasse muito mais que o tempo necessário para comer um pedaço de carne, batatas salteadas e um risoto delicioso.
Algum tempo após o almoço, o garçom apareceu com taças de champanhe sobre as bandejas e entregaram um para cada um dos adultos, fazendo que eu e nos entreolhássemos, já sabendo o que nos esperava, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu ombro e senti sua mão quente em meu ombro.
- Vamos começar os brindes? – Olívia falou e pude ver nossos parentes olhando entre si. – Quem gostaria de começar? – Soltei uma risada quando o silêncio se instalou e uma cara de horror apareceu no rosto de cada um de nossos padrinhos. Eu sabia que nem todos falariam ali, mas alguém falaria.
- Eu vou! – Minha irmã se levantou da mesa com a taça na mão e se colocou em pé na ponta da mesa, me fazendo ajeitar meu corpo, já me fazendo tremer. - Bem. – Ela começou, suspirando. – Eu não sou convidada para casamentos com frequência, então, ter esse pequeno esquecimento de fazer um discurso, uma homenagem, está me deixando bastante nervosa agora. – Eu e soltamos uma risada fraca, junto de outras pessoas na mesa. – Mas, como esse é um dos dias mais especiais da minha irmã e de seu futuro marido, eu acho que tenho capacidade de improvisar algo. – Ela me olhou nos olhos e eu acenei com a cabeça sorrindo. - Quando se é jovem, você imagina que a vida tem um curso de coisas a acontecer, que as coisas têm começo, meio e fim e que o resto é história. Bem, as coisas realmente têm começo, meio e fim, mas não acontecem de uma forma correta. – Ela mudou a taça de mãos. – Quem diria que minha irmãzinha, que sempre teve dificuldades na escola passaria em uma das melhores faculdades do país, passaria em um concurso para fazer pós-graduação em outro país, conseguiria um emprego na área de assessoria de entretenimento, que sempre foi o que ela gostou e, de quebra, conheceria o amor da vida dela. – Ela falou e eu suspirei, sentindo beijar minha cabeça. – E a propósito, o noivo dela é bem conhecido mundialmente. – As pessoas da mesa riram. – Quando ela me disse que estava namorando , eu logo imaginei aquela pose que vemos nos cinemas, aquele queixo poderoso, os olhos azuis, e toda aquela pompa que vem junto. – Ela fez algumas imitações e riu ao meu lado. – Mas, quando você o conhece, você descobre que essa pompa toda, não é nada comparada ao que ele realmente é. Um cavalheiro, um romântico. – Ela sorriu para mim. – Eu sei que todo relacionamento tem suas dificuldades, mas esse, eu tenho mais certeza que terá alguns obstáculos pelo caminho, obstáculos que vocês mesmos criarão, que a carreira de vocês criará ao longo do tempo, acreditem quando digo que o passar dos anos pode ser cruel. – Ela mordeu o lábio inferior. – Mas, só com um por cento do amor que eu vejo irradiando de vocês, eu tenho certeza, que vai durar para sempre. – Senti as lágrimas encherem meus olhos novamente. – Minha irmãzinha está longe de mim há quase dois anos, somente com algumas visitas esporádicas, mas é o que a vida faz conosco. – Ela suspirou alto. – Mas eu estou relaxada com tudo isso. – Ela falou, afirmando com a cabeça. – Porque eu sei que tem um cara decente e apaixonado por ela, que a ama, respeita e faz com que ela se torne uma pessoa melhor todos os dias, cuidando dela enquanto eu estou longe. – Meu lábio começou a tremer e eu senti uma lágrima escorrer de minha bochecha. – Então, o que eu peço, é só que você continue cuidando dela, da mesma forma que você faz desde o dia que a conheceu. – Ela puxou o ar fortemente e me abraçou, fazendo com que eu suspirasse alto, passando a mão no rosto. – Aos noivos! – Ela ergueu a taça tomando um leve gole da mesma e eu fiz o mesmo, dando um largo sorriso para ela, enquanto os convidados aplaudiam.
- Minha vez! – Seth se levantou, passando a mão no rosto e eu ri, vendo que todos estavam levemente emotivos com o discurso de minha irmã.
- Eu não acho que aguento mais. – Falei, rindo fraco e me abraçou.
- Esse é só o começo! – Trish falou e eu ri fraco, pegando o lenço novamente da mão de e passei beirando meus olhos.
- Eu vou dar um tempo para vocês, porque eu realmente não sou o tipo emotivo, como a Lílian ali, então, minha intenção não é fazer ninguém chorar. E sim, relembrar de alguns fatos interessantes na vida desses dois. – Soltamos uma risada fraca e olhei para Seth, erguendo minha mão e passando na nuca de . - Ao contrário de Lílian, eu estou perdendo meu irmão mais velho e grande companheiro. Não vou dizer que estou perdendo-o para algo ruim, mas sim para um futuro que eu tenho certeza que vai ser muito bom. – Abri um sorriso. – A primeira impressão que eu tive quando meu irmão disse que havia conhecido alguém foi de medo. – Eu soltei uma risada. – Acreditem! Ele não tem um histórico muito bom. – Seth franziu os lábios. – Mas o pensamento começou a mudar quando eu descobri que ela estava trabalhando como assessora de imprensa dele e que era brasileira. Amostra número 1: Ela é diferente das atrizes que ele namorou. Amostra número 2: Ela tem uma cultura totalmente diferente da nossa. – sorriu para mim. – Dito e feito! – Seth riu. – O relacionamento começou a andar, creio que posso me responsabilizar por isso e dizer que deixou todos da família felizes e empolgados com a situação. Mas ainda tinha uma coisa que me deixava encafifado. – Ele passou a mão no cabelo. – Aquilo ia durar até quando? já tem 33 anos, alguns relacionamentos fracassados, cheio de trabalho, um caso aqui e ali, até onde isso duraria? Quando ele seria magoado ou magoaria outra pessoa? – Soltei uma risada fraca, passando a mão na bochecha de . – define como a pessoa que deu um jeito na sua vida, pois bem, eu devo concordar. – Seth sorriu. – Quando você ouve do seu irmão que ele quer comprar um anel de noivado... Para tudo! – Seth abriu os braços animado e gargalhou ao meu lado. – Foi o momento da minha vida. – Ele sorriu. – Vocês dois são igual água e vinho, culturas diferentes, profissões diferentes, pensamentos diferentes, tudo diferente. Mas vocês têm uma coisa que eu notei aqui que é igual dos dois lados. – Ele estendeu a mão para a mesa. – Vocês têm família e amigos que te amam, que te apoiam, que estão se unindo, se tornando um só. – Ele sorriu. – Casamento não tem manual de instruções, isso eu tenho certeza, mas façam um favor para vocês e para nós, sejam felizes pelo resto da vida. – Ele gritou a última parte e eu e gargalhamos, nos abraçando de lado. – Ao e . – Ele esticou a taça e bebeu um gole, fazendo com que eu e fizéssemos o mesmo.
- Eu gostaria de ser a próxima. – Melina se levantou e eu me surpreendi, não era necessário que todos fizessem um discurso no ensaio de casamento, mas fiquei bem feliz por ela ter levantado com sua taça de suco de laranja e se colocado na ponta da mesa. – Tenho certeza que eu vou causar discórdia aqui! – Ela falou e eu ri fraco, já sabendo o que esperar. – Eu posso dizer, como agente dele e ex-chefe dela, que isso estava fadado a acontecer. – Ela riu fraco. – Eu trabalho com o há mais de 10 anos, então eu o acompanho em eventos, gravações, premières e lido um pouco com sua vida pessoal, no sentido de falar com a imprensa sobre o que ele deve ou não fazer. sempre mostrou ser uma pessoa que gosta de desafios, que está sempre tentando ser melhor, fazer projetos melhores e desafiar a si mesmo em todos os sentidos. , por outro lado, tem uma inteligência e um conhecimento incrível sobre aquilo que ela estudou para ser. Senhora , senhora , eu posso dizer com todas as letras, que eles são demais. – Ela falou me fazendo rir. – Ambos têm um potencial incrível e eles podem fazer o que quiser que tenho certeza que eles se darão bem. – Ela sorriu. – Eu tenho o orgulho de dizer que o dia em que aquele currículo de uma brasileira de 27 anos chegou em minhas mãos, eu pensava no que ela podia oferecer à minha equipe e ela ofereceu muitas coisas, alegria, felicidades, laços que durarão para sempre. E quando eu precisei unir esses dois juntos. – Ela riu fraco. – Ainda bem que eu o fiz. – A mesa riu. – Eu os juntei em uma mesa de restaurante, mas vocês fizeram o resto. – Ela olhou para nós. – E eu desejo muita sorte para vocês continuarem fazendo o que fazem de melhor, ficarem juntos. – Ela ergueu a taça. – Aos noivos! – Eu e nos olhamos e ele beijou meus lábios, me fazendo rir, e eu bebi um gole da minha taça.
- Desculpa todo mundo, mas está na hora do melhor amigo. – Rodrigo falou se levantando e vi Trish levantando junto.
- Ei, vamos fazer isso juntos! – Eu e nos entreolhamos e eles se colocaram lado a lado na ponta da mesa.
- Quer começar? – Rodrigo perguntou e Trish sorriu.
- Sim, por favor! – Ela falou e virou para nós. – Enquanto vocês estavam fazendo sei lá o que lá no quarto, eu e Rodrigo estávamos conversando. – Trish começou, fazendo a mesa rir.
- Para quem não sabe eu sou o melhor amigo dela. – Rodrigo falou.
- E eu sou a melhor amiga dele. – Trish completou, me fazendo rir.
- E com essa conversa que tivemos aqui hoje, percebemos que somos muito parecidos. Que nossas amizades são bastante similares. – Rodrigo sorriu.
- Eles se conhecem há quase 20 anos. – Trish falou. – Eu e nos conhecemos há um pouco mais.
- Mas a questão... – Rodrigo falou e Trish riu.
- Mas a questão é que isso é muito tempo. – Trish falou. – Uma amizade que passa a infância, adolescência e chega à fase adulta, é quase um milagre. – Eu e rimos.
- Ter um amigo como eles. – Rodrigo apontou para nós. – É ter um irmão pelo resto da vida. – Ele deu de ombros.
- Outra coisa em comum é que nós dois fomos abandonados. – Trish falou, me fazendo rir. – decidiu ser ator, a ideia era dele, que ideia mais idiota, não?! – Ela revirou os olhos com o mesmo comentário. – Sim, eu achava isso. Mas aqui está ele, Poseidon! – Eu gargalhei ao lado da mesa e passou a mão no rosto. – Bem, e ...
- decidiu estudar fora, depois decidiu estudar um pouco mais longe e aí decidiu namorar e ficar, aí que eu não a vejo mesmo. – Rodrigo brincou e eu ri. – Mas eu não ligo e você, Trish?
- Não, nem um pouco. – Eles sorriram para nós. – Porque meu melhor amigo está feliz, meu melhor amigo é uma pessoa melhor. Eu tenho certeza que a sua é também. – Ela virou para Rodrigo.
- Sim, ela é! – Rodrigo sorriu. – Quando você partiu para Boston, eu senti uma dor no coração, um desejo de te acompanhar, raiva, alegria, orgulho, bem, eu senti tudo. – Ele riu. – Agora eu sinto somente orgulho e alegria. – Ele sorriu para mim, fazendo meu olho se encher de lágrimas. – E vou sentir isso para sempre, . – Ele sorriu para mim.
- Eu posso dizer que Rodrigo está certo, ficar longe do seu melhor amigo não é uma coisa boa, mas quando você vê que ele está crescendo, melhorando, você esquece tudo! – Trish riu. – Porque a felicidade dele é maior que a sua saudade. – Ela esticou a taça.
- Aos noivos! – Eles falaram juntos e eu já passava um lenço em meu rosto, suspirando.
- Obrigada! – Cochichei para eles que sorriram.
***
Olhei perto da fogueira, onde e faziam diversas poses para o fotógrafo e riam, tentava dar uma de Dirty Dancing, segurando pela cintura e erguendo-a no ar e ela apoiava as mãos em seus ombros, o que fazia um dos dois perder o equilíbrio e eles começarem a rir alto e ter que começar tudo de novo, mas o fotógrafo é esperto e tirava foto de todos os momentos, risadas e principalmente as quase quedas.
Minha mãe e a mãe de conversavam, elas não haviam se separado em nenhum momento durante aquele dia, parecia que elas tentavam se conhecer o máximo que podia, e parecia que elas se dariam muito bem. A maioria das pessoas já havia ido embora, estava somente eu, minha mãe, Cady, Sharon, a mãe da e Lílian. O pessoal estava disperso. Alguns estavam na sala, outros ainda estavam ao redor da mesa, Lílian e Cady conversavam na sala, eu olhava e tentando se matar a dois dias do casamento.
Os vi se beijando mais uma vez e eu sorri, eu estava feliz pelo meu irmão, tipo, era aquela sensação de finalmente, sabe?! De fim de filme. E era muito bom. O sorriso dele, o modo em que ele e agiam, aquela aura de felicidade irradiando entre os dois, ah, ele merecia muito ser feliz.
Olhei para dentro da sala e vi que minha mãe e a mãe de conversavam apoiadas no balcão. Era o primeiro dia delas se conhecendo e era bem legal, ambas tinham a mesma idade, pelo que eu ouvi, então, elas tinham bastantes coisas em comum. Cady e Lílian estavam perto do carrinho de Annie, e também conversavam animadamente. Irmãs mais velhas, elas tinham um dom para isso. Sharon estava com Ethan em seu colo, ela tinha viajado com Carlos no fim de ano e veio correndo para cá, então, ela estava bem cansada.
Olhei novamente para e e meu irmão tinha aquela risada engraçada no rosto, eles estavam se divertindo bastante. estava de costas para mim, eu vi os braços de abraçar pelos ombros e ela passou pela cintura dele, escondendo o rosto na curva do pescoço de .
O fotógrafo tirou mais algumas fotos dos dois e, depois, pude ver e cumprimentando ambos e também Olívia e eles saíram em direção à garagem com um dos seguranças de . O casal ficou cochichando por um tempo ainda próximo a fogueira, até que eles deram as mãos, ergueu a mão de e a beijou, era incrível ver meu irmão assim, ele sempre foi romântico, isso ninguém podia negar.
Eles andaram em minha direção e bateu a mão em meu ombro, me chacoalhando um pouco. Soltei uma risada e entrei antes deles na sala, ouvindo um pequeno cochicho atrás de mim e ouvi a risada fraca de , me fazendo franzir a testa.
***
- Acho que esse é um dos melhores Natais que eu tenho. – Falei, sentindo minha mãe acariciar meus cabelos e ela rir baixo.
- O que vocês fizeram ontem à noite? – Ela perguntou.
- A gente improvisou uma janta aqui, fizemos uma reza e deitamos logo. – falou e eu senti suas mãos apoiadas em minhas pernas.
- Resumindo, nossa ceia de Natal foi lasanha congelada. – Eu falei e ouvi Lindsay soltar uma gargalhada.
- Por que não ligaram para gente? – Seth perguntou e eu ri fraco.
- está tendo problemas para dormir a algum tempo. – falou e eu franzi a testa e abaixei minhas pernas, sentando no sofá e ficando entre minha mãe e .
- E essa é a mesma garota que não perdia sono nem quando ia mal em alguma prova, ou não estudava, ou brigava com algum amigo. – Minha mãe falou e eu gargalhei, encostando a cabeça no braço de que estava atrás de mim.
- Você nunca teve problemas para dormir? – Cady me perguntou e eu dei de ombros.
- Nunca! – Minha irmã falou e eu revirei os olhos.
- É a nova fase da vida. – Lindsay falou e eu suspirei.
- A partir de agora você vai perder o sono por coisas mais relevantes. – Minha mãe falou e eu sorri.
- Nós vamos. – falou ao meu lado e eu ri fraco.
- Bem. – Lindsay se levantou e colocou o copo na bancada. – Vamos falar da tradição?
- Ah não! – gritou ao meu lado e eu o encarei assustada. – Não, não faremos isso. – Vi Seth, Cady e Sharon gargalharem no outro sofá.
- O que seria “isso”? – Perguntei, erguendo a mão.
- É uma tradição que temos em nossa família. – Lindsay começou e eu franzi a testa, vendo passar a mão em seus cabelos, bagunçando-os. – Onde o noivo e a noiva ficam separados por um tempo até o dia do casamento. – Ela se aproximou de mim. – A ideia dessa tradição é ver o quanto vocês aguentam ficar longe. – Ela deu de ombros.
- Ah, mas isso todo mundo já sabe que aguentamos bem. – Falei e confirmou ao meu lado.
- Eu tenho que dizer que é meio tortura, mas dá uma sensação tão boa no dia do casamento. – Cady sorriu e me abraçou. – É difícil ficar, no caso de vocês, de hoje até a hora do casamento sem se verem, mas acredite em mim, é uma sensação muito boa. – Cady sorriu e eu fiz o mesmo. – E afinal, nós temos planos para manter vocês bem ocupados, para tentar aliviar o sofrimento. – Ela riu e eu fechei os olhos.
- E como isso funciona? – Perguntei e segurei a mão de .
- Vocês ficam separados desde o final do ensaio de casamento até o momento em que vocês se encontram na cerimônia de casamento. – Cady falou. – As mulheres ficam com a noiva, e os homens ficam com o noivo. – Ela deu de ombros.
- Mas isso é injusto, tem muito mais mulher do que homem nessa família. – reclamou e eu gargalhei.
- Você tem seus amigos. – Sharon falou e eu ponderei com a cabeça.
- Eu ainda acho que é uma péssima ideia. – falou e virou o rosto para mim. – O que acha?
- Você sabe que eu gosto de ser surpreendida. – Falei e ele franziu os lábios.
- Sacanagem comigo. – Ele riu fraco e eu o abracei.
- Vai ser legal! – Falei, olhando para ele que sorriu.
- E quando começa? – perguntou.
- O mais rápido possível. – Lindsay falou e eu suspirei. – Você ajeita sua mala, pega tudo que você precisar e encontra seu pai no hotel.
- Todos ficarão no hotel? – perguntou e eu olhei para Lindsay.
- Não! – Lindsay nos olhou. – Como tem mais mulher que homem, eles ficam no hotel do casamento e fica aqui.
- Rá! – Eu gritei para ele que franziu a testa.
- Ok, ok! – Ele se levantou. – Vamos ver no que isso vai dar. – Me levantei ao lado dele.
- Vai terminar em nós dois nos encontrando daqui dois dias e dizendo sim. – Falei e ele sorriu, tocando os lábios nos meus levemente.
- Ah, e um pequeno detalhe, o celular de vocês será confiscado. – E eu arregalei os olhos.
- Estou começando a não gostar dessa ideia. – falou e suspirou.
- Vai ser fácil! – falou irônico e eu sorri.
- Vai sim! – Sorri e ele me abraçou forte.
- Vai lá arrumar sua mala, . – Seth falou e todo mundo se levantou. – Nós vamos contigo, pegamos nossas coisas, levamos você e trazemos para cá.
- Combinado! – Minha mãe falou e eu ri fraco.
- Acho que é tudo! – Ele falou colocando a mala em cima da cama e olhou para mim.
- Pegou sua roupa? – Entreguei para ele a caixa dos seus sapatos e ele a colocou do lado.
- Seth está cuidando de tudo. – Franzi a testa para ele. – Dá para confiar. – Ele pegou minhas mãos, erguendo-as na altura de seu peito.
- As alianças?
- No bolso. – Ele mexeu com a cabeça e eu estiquei as mãos para seu rosto.
- Cuida bem delas. – Sussurrei e ele sorriu para mim, aproximando o rosto dela.
- Você promete que vai estar no altar às 17 horas? – Soltei uma risada fraca.
- Eu serei aquela de branco. – Ele soltou uma risada e seus lábios tocaram os meus, e eu suspirei em seguida, acariciando sua bochecha, raspando os dedos em sua barba. – Por favor, não a tire.
- Eu estarei do jeitinho que você gosta. – Ele cochichou e eu ri.
- Por favor, só esteja vestido. – Ele gargalhou e passou a mão em meus cabelos.
- Estarei. – Ele riu e eu sorri.
- Estamos agindo como se fosse o fim do mundo, serão só 48 horas. – Falei e ele fez uma careta.
- É, vamos ver no que vai dar. – Ele riu e segurou minhas mãos, abaixando os olhos para meus dedos. – Posso levar o anel? – Ele perguntou e eu o olhei, confusa. – Vou mandar polir, e depois você coloca na mão direita. – Ele olhou para mim.
- Você vai mesmo tirar o que me lembra de você? – Perguntei meio sarcástica.
- Eu peço para alguém devolver antes do casamento, prometo. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, puxando o anel do dedo.
- Quero ver como você vai fazer isso, eu tenho uma leve impressão que vai ter uma segurança reforçada aqui. – Entreguei meu anel para ele que guardou no bolso do casaco.
- Eu tenho isso em mente também. – Ele riu e ouvi uma batida na porta.
- Vamos, ! – Ouvi a voz de Lindsay e ele riu.
- Eu te amo! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu te amo, ! – Ele sorriu. – Se prepare, que da próxima vez que você me ver, não vai dar para voltar atrás.
- Estarei esperando ansiosamente. – Ele sorriu e eu o ajudei a pegar as coisas e o vi sair pela porta do quarto e sentei na cama, me jogando na mesma, fechando os olhos.
Foi difícil dormir aquele dia. Não por que não estava ao meu lado, eu não conseguia dormir normalmente, mas aquele dia foi pior. Minha mãe e Lindsay dormiram no quarto de visitas, e ambas dormiram bem cedo. Lílian, Cady e Sharon se esconderam na sala de cinema, o quarto dos fundos estava cheio com os presentes que havia recebido, e mesmo se não tivesse, estava uma bagunça.
Eu passei a noite acordada em meu quarto. Leslie deitou lá comigo e me fez companhia por um tempo, até que ela desceu da cama e se colocou deitada em sua almofada no canto do quarto, me deixando sozinha novamente. Puxei meu iPad da mesa de cabeceira e entrei na minha galeria de fotos, começando a rodar as fotos desde quando tudo começou.
A primeira foto que eu achei foi da que eu tirei antes do primeiro jantar que eu conheci e a seguinte foi minha com ele, onde tudo começou. Bem, parcialmente. Depois tinha algumas fotos com Derek, outras com Rupert, uma foto da minha mão cortada, resultado do nosso primeiro beijo, uma minha com o vestido que Rupert fez para o meu primeiro encontro com . Depois algumas fotos esporádicas minha e de de alguns, uma foto nossa na première de “À Procura do Amanhã”, que um paparazzi me pegou ao fundo, outra nossa depois dele me pedir em namoro e uma da vista da Coreia do Sul.
As fotos que foram liberadas em sites de notícia e mais algumas que saíram depois. Do dia em que conheci a família dele. Várias fotos do Natal, principalmente algumas que minha irmã e minha mãe tiraram de nós dois. Estreia de Poseidon 2 em Los Angeles, em Paris e em Londres. Daí mais algumas fotos aleatórias, principalmente selfies. Depois chegou às fotos do pedido de casamento. Várias e várias fotos tiradas por vários celulares, a maioria prints dos amigos de , que acabaram divulgando tudo no Instagram. Algumas fotos minhas me mudando de Boston, chegando aqui em Los Angeles, nossa festa de noivado, que não tem tantas lembranças boas do pós-festa. Algumas fotos minha e de Seth, algumas fotos de hoje.
Eu cheguei ao meu álbum secreto, prints de várias notícias desde que eu e começamos a sair na mídia, desde fãs no Tumblr que tiraram algumas fotos do saindo comigo e era visto por algumas pessoas, comentários no Twitter, perguntas sobre mim em diversas redes sociais, as fotos que começaram a sair nos sites de fofoca, entre outros. O meu favorito era a postagem da Variety sobre o pedido de casamento, onde falavam do local, do pedido, do anel, e de como ninguém suspeitava até alguém tirar uma foto do meu anel durante o painel da Comic-Con, sorte que todas as entrevistas já haviam sido feitas.
Soltei um suspiro e senti que meus olhos já estavam embaçados, deixei o iPad do lado e passei a mão no rosto, soltando um suspiro. Nunca que eu acreditaria que um ano e meio depois daquele maio, eu estava a poucas horas de casar com ele. Suspirei e fechei os olhos, encostando a cabeça no travesseiro.
Lindsay me serviu de mais uma xícara de café e eu deitei a cabeça na bancada da cozinha, fechando os olhos. Minha mãe e minha sogra estavam tomando café comigo. Eu levantei antes do sol nascer, sentei um pouco na espreguiçadeira próximo a piscina e Leslie veio me fazer companhia ou tomar seu sol matinal, o importante é que me deixaram ficar com a minha cachorra.
Acordei com minha mãe me chacoalhando levemente e me estendendo uma xícara de café sem açúcar, fiz uma careta imediatamente e me levantei acompanhando-a até a cozinha. Me sentei em um dos bancos na frente da bancada e Linday logo apareceu me dando um beijo na bochecha e foi preparar algumas panquecas para nós, eu acabei comendo um pouco de panqueca com bastante chocolate e um misto quente que minha mãe fez para mim. Quando eu terminei de raspar o chocolate no prato, eu me lembrei das palavras que Rupert havia dito, mas eu estava ocupando a minha falta de sono com comida, o que podia ser um perigo.
Minha irmã e as irmãs do acordaram, e falaram que se encontrariam com Rupert para fazer a última prova dos vestidos das madrinhas, eu fiquei, porque Rupert estava no hotel e ninguém deixou que eu as acompanhasse, mas elas falaram que voltariam em breve. Sentei no sofá enquanto minha mãe e Lindsay decidiam o que preparar para o café da manhã.
Peguei meu iPad que estava jogando em cima da mesa de centro e abri a internet, pesquisando pelo nome de . Tinha uma postagem nova. com a roupa que ele saiu daqui de casa ontem, carregando uma mala e uma caixa de sapatos, com os óculos escuros, todo lindo. Atrás dele podia ver Seth com vários cabides de roupas junto. Imaginei ser os ternos.
“Últimos preparativos para ” era o título da matéria. Eles falavam que o casamento aconteceria no próximo dia 27, que minha família e a dele já foram vistas no hotel, como também alguns de nossos amigos. Falava que o casamento aconteceria no Hotel Four Seasons e que só seria permitida a entrada com a apresentação do convite e que não seria permitida a entrada de imprensa, mas que eles não tinham mais informações. Coitados, mal sabiam que a Vanity Fair cobriria o casamento de dentro. Bem, tudo questão de contrato entre , Rupert e Melina. Eu só concordei.
Ouvi algumas buzinas ao fundo, mas ignorei, descendo as notícias e achando a postagem do dia anterior do ensaio de casamento, da foto que colocou no Twitter, que eu não tinha nem visto, na verdade. “A cada novo passo se moldando a ela” era a legenda. Era uma das fotos da sessão de fotos, comigo sendo erguida no ar, mas eu estava com os olhos fechados, rindo descontroladamente, porque não conseguíamos fazer aquilo direito. Ouvi a buzina novamente, mais alto dessa vez, e ouvi passos rápidos em seguida, vendo Jordan aparecer na porta, ofegante.
- Senhorita, é para você! - Ele falou e eu fechei o iPad, jogando-o de volta no sofá, seguindo-o pela frente de casa, com minha mãe e Lindsay atrás de mim.
Assim que eu coloquei os pés para fora, eu quase tive um infarto. Uma limusine branca estava estacionada na frente de casa, Lílian, Cady, Sharon, Melina, Trish, Ruth, Seth, Rodrigo, Derek e Rupert estavam, lado a lado na limusine, algumas saíam do teto solar e outros estavam acomodados dentro da mesma.
- O que é isso? – Perguntei, soltando uma risada fraca.
- Preparada para sua despedida de solteira? – Eles gritaram juntos e eu gargalhei, sendo rapidamente abraçada pela minha irmã e meus cunhados.
- Despedida de solteira? – Perguntei e eles gargalharam.
- Ah sim! – Os ouvi falando e soltei uma risada, quando Seth jogou uma caixa em mim.
- Vista isso! – Ele falou e eu segurei a mesma.
- Você não deveria estar com seu irmão? – O encarei.
- Acredite, a despedida de solteiro sua vai ser mil vezes mais interessante para mim do que a dele.
- Eu concordo! – Rodrigo falou e eu ri. – Vai, se veste!
Peguei a caixa em minhas mãos e entrei novamente em casa, abrindo a mesma e dando de cara com um macacão curto, branco, rendado, com as costas de fora, e um biquíni tomara que caia igualmente branco com alguns detalhes em prateado. Entrei no quarto e os vesti rapidamente, empolgada com o que eles haviam preparado para mim, honestamente, nem me importando como seria a despedida de solteiro de .
Fiz questão de passar bastante protetor solar em meu rosto, afinal, se tinha biquíni, tinha sol envolvido, e eu não queria ficar parecendo um camarão no dia do meu casamento, Denise fazia milagre, mas duvido que fosse capaz de esconder as dores de uma insolação. Passei uma leve maquiagem no rosto e calcei meu tão conhecido salto alto branco e saí correndo para porta, pegando minha bolsa no meio do caminho.
Saí de casa novamente e passei pelo portão, vendo Seth segurando uma pequena tiara, com um véu curto de noiva e minha irmã com uma daquelas faixas de “Bachelorette”, ou, a quase casada em português. Assim que eu me aproximei deles, eles colocaram aquela faixa em meu corpo e o minivéu em minha cabeça e me empurraram para dentro da limusine, onde eu me aconcheguei entre Rodrigo e Seth, vendo-os começarem a abrir as garrafas de champanhe e passar aqueles doces de goma para comer, eu era um tanto viciada neles.
Foi uma bagunça na limusine, a música alta, a gente cantando, derrubando champanhe e doces para tudo quanto é lado. O carro nos levou em direção à orla da praia. O carro parou e descemos correndo, Seth e Derek me ajudaram a sair do mesmo, e eu olhei para onde estávamos. Malibu, um pouco afastado do centro de Los Angeles, mas quem se importa?
- Espero que você não tenha enjoo no mar! – Trish falou ao meu lado e passou o braço em meu ombro, me abraçando e seguindo para o cais, onde eu podia ver vários iates atracados no caminho.
Seth e Lílian saíram correndo em nossa frente, andando até o final do cais, e eu apressei o passo com Trish ao meu lado e Rodrigo do outro, me abraçando pelo ombro e pela cintura. Meus outros amigos vinham a passos apressados atrás de nós. Eu estava extasiada com a situação, nunca em minha vida eu tinha imaginado que teria uma festa de despedida, muito menos com direito à limusine e um iate!
- Vocês só podem estar de brincadeira comigo! – Falei quando cheguei ao fim do píer e Lílian e Seth se equilibravam nas laterais de um iate branco, de dois andares e eu comecei a rir mais ainda.
- Hoje é seu último dia como senhorita, como , porque amanhã... – Seth gargalhou. – Amanhã é senhora ! – Soltei uma risada fraca e senti Ruth me abraçando de lado.
- Eu acho que posso me acostumar com isso. – Falei e eles deram risada.
- Vem! – Lílian me estendeu a mão e eu pisei no iate, entrando pela parte de trás, e dei uma olhada no que eles tinham preparado para mim.
Muita bebida, doces, salgados e música alta, tocando somente as minhas músicas favoritas, alguém tinha roubado meu iPod. Na parte de trás tinha alguns sofás, que fez com que eu me deitasse nos mesmos, ainda rindo por dentro, agora a ficha do casamento tinha começado a cair, eu me casaria amanhã. É como Seth falou, amanhã eu seria a , e isso nunca mais mudaria.
Melina serviu uma taça de champanhe para todo mundo, exceto para ela, e começamos as brincadeiras, os brindes, as danças e até o vestido de papel higiênico. Ficamos todos de roupa de banho e, eu vestida com tiras e mais tiras de papel higiênico, formando um vestido todo desengonçado em meu corpo.
Melina começou com as perguntas indiscretas sobre eu e , começando o jogo de perguntas ‘ele e ela’, fazendo com que o vestido fosse picotado a cada pergunta que eu respondia errado. O iate seguia pela praia, mas sem que eu perdesse de vista a areia, nem sabia quem estava dirigindo aquilo, como eu não sabia quem dirigiu a limusine. Enquanto rolava todo tipo de brincadeira, o sol foi baixando aos poucos, me fazendo notar o quão bom era quando a gente se divertia. Fazia um tempo que eu não perdia as horas brincando com meus amigos, e agora todos estavam ali, juntos, comemorando comigo.
- A gente não contratou strippers, porque eu sei que você não se sentiria confortável com isso. – Cady falou e eu afirmei com a cabeça. – Mas nós temos quatro espécimes masculinos muito bonitos aqui.
- 4 espécimes gays. – Rodrigo falou e eu gargalhei, voltando a sentar no sofá.
- Bem, tenho certeza que a gente conseguiria strippers gays também. – Falei dando de ombros e as meninas gargalharam. – Não é nenhum Magic Mike, mas acho que dá para o gasto. – Dei de ombros.
- Tem nem graça fazer essa brincadeira com ela. – Derek reclamou. – Ela dorme com o todas as noites. – Ergui minha taça quase vazia e dei de ombros.
- E só posso dizer que é muito bom ter essa exclusividade! – Falei rindo e todo mundo ergueu a taça também.
- Amém! – Eles disseram juntos e tocamos as taças novamente, bebendo o que tinha dentro.
- Acho que a gente podia dar um mergulho antes que fique tarde demais! – Falei, após terminar de beber minha taça inteira.
- E acho melhor você parar de beber! – Rupert falou, tirando a taça da minha mão. – Acho melhor todo mundo parar de beber, na verdade. – Ele falou rindo. – Não quero ninguém com ressaca amanhã.
- Verdade! – Me afastei da bebida e fui para a parte de trás do iate. – Quem vai?
- Todo mundo! – Sharon falou se posicionando ao meu lado e eu a abracei, rindo novamente.
Todo mundo se posicionou lado a lado na parte de trás do iate, se apertando para caber e demos as mãos, nos entreolhamos quando fizemos e respiramos fundo.
- Vai! – Gritei e pulamos lado a lado nas águas geladas da praia de Malibu e eu agradeci muito por não estar frio naquela semana de inverno, o tempo estava gostoso, estava gelado, mas pelo menos não estava com a temperatura baixa.
O local que o iate tinha parado já estava longe das ondas pesadas da praia e não dava pé para mim, mas pudemos aproveitar um pouco, assistir ao pôr do sol da água, movimentando os pés na água, para me manter com a cabeça acima da linha da água.
O tempo escureceu rapidamente e o frio começou a bater em meu corpo. Voltamos para o iate e todo mundo se enrolou nas toalhas e eu fiz o mesmo, tentando me manter aquecida agora. Eu fui a primeira a colocar minha roupa novamente, mas o vento batia em meu corpo e agora, no meio da água, sem sol, o vento começava a judiar de nós.
A festa foi acabando aos poucos. A música foi desligada e começamos a dar uma rápida arrumada no iate, jogar fora as diversas garrafas de bebida, os doces que estavam espalhados pelo local, as caixas vazias, e também as taças que usamos para beber, eram aquelas de plástico e algumas tinham até se despedaçado.
Eu fui designada a ficar quieta e aquietar o facho, como minha irmã tinha dito, já que realmente ninguém queria me ver ressacada no dia seguinte, onde eu teria que acordar cedo, me arrumar e tudo mais. Estava tão perto, mas ao mesmo tempo estava tão longe. Eu deitei sobre um dos sofás, mantendo meus pés longe do chão e olhei para o céu, mesmo com as luzes vinda do iate, eu podia ver várias estrelas no céu, sendo isso uma coisa boa, provavelmente não choveria, o que me fazia ter esperança de estar um dia incrivelmente lindo amanhã.
Enquanto eles terminaram de arrumar as coisas, o iate foi seguindo novamente para o píer e atracado novamente. Eu peguei minha bolsa com uma mão e meus saltos com a outra e segui a passos lentos de volta para a limusine enquanto Rupert me abraçava de lado.
- Como fazemos amanhã? – Perguntei para ele.
- Acho que seria melhor você ir para o hotel cedo e lá cuidamos de você. Melhor que você se arrumar inteira na sua casa e depois a gente te trazer para cá. – Ele falou e eu suspirei. – Está lotado de paparazzis na porta do hotel, você não tem noção. – Ri fraco.
- Talvez não tenha sido uma boa ideia revelar o dia do casamento no Instagram. – Falei rindo.
- Você é uma garota comum, . – Ele olhou para mim. – E você vive longe dos seus pais, acho que não tem nada de errado nisso. – Ele deu de ombros. – E afinal, está fazendo isso também, então deixa as coisas rolarem.
- Obrigada! – Falei e ele deu um beijo em minha bochecha. – Obrigada a todos vocês, foi demais! - Abri um sorriso e eles me deram um abraço em grupo.
- Agora vamos deixar a Cinderela em casa que amanhã é o dia dela! – Seth gritou e eu ri fraco, abraçando-o.
- Eu preciso dormir! – Reclamei e eles riram, sabendo da minha falta de sono ultimamente.
- Espero que você durma mesmo, . – Melina falou e eu suspirei, fazendo uma careta, eu não estava com sono ainda.
***
Olhei para o relógio e era quase 9 horas da noite, eu deveria estar jogando aquela almofada para cima há quase três horas. Cara, que dia depressivo. Seth havia sumido, meu pai foi dar uma olhada nas minhas meias-irmãs e, para ajudar, eu estava com fome. Já tinha experimentado meu terno diversas vezes e também tido certeza que meu sapato social cabia e que estava muito bem engraxado. Se eu continuasse mexendo nele não ficaria tão engraxado assim.
Joguei a almofada longe, mirando-a no espelho, mas ela fez questão de cair bem longe, dentro do banheiro. Ergui o corpo e olhei para onde a almofada tinha caído e suspirei, jogando meu corpo novamente na cama e abrindo os braços. Já estava bom para dormir, comprar algum filme no pay per view, pedir um balde de pipoca e esperar dar 9 horas da manhã do dia seguinte, que seria mil vezes mais legal e agitado que esse.
Ouvi um barulho corredor e suspirei, provavelmente meu irmão decidiu aparecer, agora seríamos dois sem fazer nada. Ouvi uma batida na porta e franzi a testa, meu irmão tinha a chave. Levantei preguiçoso da cama e me arrastei até a porta, destravando a mesma e abrindo.
- Despedida de solteiro! – Foi o que eu ouvi, senti alguns confetes picados sendo jogados em meu rosto, distingui Henry por um momento, vi uma daquelas línguas de sogra e fui pego por algumas pessoas que me ergueram e me colocaram nos ombros.
Eu fiquei perdido por um tempo, eu não sabia quem eram as pessoas que estavam me carregando, muito menos quem era o grupo que tinha jogado confete em meu rosto. Consegui descobrir quando me soltaram no chão do elevador e eu notei que todo o elenco masculino dos filmes da Máxima estavam em volta de mim. Henry Christensen, Ryan Maddox, Dante Richard, Renan Jones, Theo Johnson, Stefan Taylor, Malcon Adams e Gary Falcone estavam em volta de mim, o que fez que eu me perdesse um pouco.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei meio zonzo.
- Você achou que se casaria sem uma despedida de solteiro? Mesmo? – Malcon olhou para mim e eu soltei uma risada.
- Cara... – Falei rindo em seguida, vendo a porta se abrir novamente, dando no subsolo do hotel e fui empurrado para um dos carros.
- É o último dia da sua vida, , tem que aproveitá-la como tal. – Stefan falou, correndo para um dos carros.
- Mas vai ser o dia que você mais vai odiar da sua vida. – Henry sussurrou para mim e deu de ombros, e eu ri fraco.
- Por que você diz isso?
- Porque você é parecido comigo. – Ele disse e eu fui empurrado para dentro de um carro, batendo a cabeça ao entrar. – E eu odiei a minha despedida de solteiro.
Renan estava no volante no carro que eu estava e eu não fazia a mínima ideia de onde eles estavam me levando. O outro carro seguia na frente pelas ruas de Los Angeles. Passamos pela Hollywood Boulevard e o carro virou à direita em uma das ruas paralelas e parou. Fui empurrado para fora novamente e seguimos para a porta de serviço que tinha um segurança na mesma, não estávamos entrando pela frente, então era meio difícil saber onde estávamos.
O segurança liberou nossa passagem e entramos rapidamente no local, começando a ouvir uma música baixa de fundo. Passamos por uma sala clara e seguimos para um corredor longo, até cair em uma balada bem movimentada. Imediatamente um copo de cerveja apareceu em minha mão, à cor era de cerveja, mas certeza que tinha mais coisa misturada ali. Bebi em um gole, sentindo o copo sair de minha mão e continuamos a seguir pelo local, eu era guiado por Ryan que estava na minha frente e Robert que me empurrava atrás.
Na festa eu podia notar vários tipos de pessoas, novas, velhas, homens e mulheres, a maioria não prestava atenção no que estava acontecendo, o foco era a pessoa que estava em seus braços ou o copo que estava em suas mãos. A andança parou por um tempo, onde pude ver Theo falando com um segurança que fez um movimento com a cabeça e o deixou passar por uma cortina que ele guardava. Respirei fundo, já imaginando o que me guardava atrás daquela cortina.
Droga! Foi minha reação. O local se transformava em algo mais intimista, o tom das luzes era rosa com dourado, algumas mesas eram distribuídas pelo local, com sofás em formato em meia lua distribuído perto deles. O bar a direita estava quase vazio, mas os pedestais que as mulheres dançavam estavam lotados de pessoas a sua volta, homens e mulheres. As mulheres faziam o que elas eram pagas para, dançar e deixar qualquer cara excitado, sem que ele se sentisse mal por isso.
Algumas garçonetes com alguns collants brancos passavam por nós com diversas bebidas sobre uma bandeja e ela parou em nossa frente, onde cada um pegou um copo de uísque e fomos guiados até o fundo do salão, nos acomodando em um dos sofás, onde uma morena começava sua performance.
Cara, isso é errado! Era o que eu falava para mim mesmo e virava mais um gole de uísque para dentro. Aquilo precisava acabar logo. Ela dançava para mim, mas os caras estavam se divertindo mais do que eu. Acho que o único realmente solteiro naquele grupo era o Renan, o resto era tudo casado ou namorava. Se fosse outra situação, eu com certeza aproveitaria mais.
Agora eu entendi o que Henry tinha falado com eu odiar aquilo, eu não podia fazer nada, e eu não queria fazer nada. Como se comprometer com uma pessoa conseguia mudar a sua forma de pensar, havia feito àquilo comigo. Posso chamar isso de clichê ou de romântico, mas só tinha ela agora. E, honestamente, eu pensei que não rolaria despedida de solteiro, afinal, a maioria dos meus amigos são casados ou comprometidos.
Outra coisa que eu tomei cuidado foi a quantidade de bebida que eu ingeria. Eu ficava bem mal quando eu bebia demais, podia estar lúcido, mas a dor de cabeça era péssima e ficar uma hora jogado embaixo do chuveiro também não ajudava, então, comecei a pegar mais leve na mistura de bebidas.
Depois da quarta tequila, eu comecei a negar os copos de uísque e a beber o que estava comigo cada vez mais devagar. As mulheres mudavam de morenas para loiras, de loiras para ruivas, de ruivas para negras, orientais e por aí foi. Os caras ainda se divertiam um pouco, Dante e Theo principalmente, pareciam que eles eram fregueses do local, mas olhar não tirava pedaço, e estava dando até dó das mulheres ali em cima, eu sabia que aquele momento tinha sido preparado especialmente para mim, mas cara, não. Acho que um jogo de futebol americano ou de basquete eu aproveitaria mais.
Mas era uma passagem necessária, pelo que eu havia ouvido sobre isso, só que era uma passagem que parecia mais uma tortura e não havia necessidade. Eu acho que deveria ter alugado o filme e pedido a pipoca.
- Quero que vocês me levem em um lugar, antes de voltarmos para o hotel. – Falei para Henry que confirmou com a cabeça.
- O que o senhor está fazendo aqui? – Coloquei a mão na boca de Jordan quando ele abriu o portão para mim e eu o mandei ficar quieto.
- Todos já foram dormir? – Perguntei, tirando meus sapatos e deixando nas mãos dele.
- Aparentemente sim, a casa está escura. – Ele falou. – Sabe o que vão fazer contigo se descobrirem que você está aqui? – Ele sussurrou batendo o portão de leve.
- Não e eu realmente não quero descobrir, mas não conseguiria dormir sem vê-la. – Falei, colocando a mão na boca.
- O senhor bebeu? – Ele perguntou e eu fechei os olhos, movimentando as mãos.
- Licença? – Perguntei e ele tirou um pacote de bala do bolso.
- Pelo menos engole uma dessas. – Ele me entregou e eu tirei do embrulho e joguei a bala com cheiro de hortelã na boca.
- Vai pela piscina, tenta entrar pela porta de vidro do quarto. – Ele falou e estalou uma ideia na minha cabeça.
- Obrigado, Jordan! – O abracei rapidamente e segui de meias pela entrada do carro.
Andei pela ponta dos pés pela entrada do carro e fiz o contorno da piscina, olhando bem dentro de casa, para ver se não apareceria nenhuma sombra dentro de casa, ou se a luz não fosse ligada de repente, já que a de fora estava ligada. Passei pelas espreguiçadeiras, pisando de meia na grama e dei a volta na árvore, parando por um momento.
No deque que tinha em frente ao meu quarto e de tinha uma pequena mesinha de centro e duas poltronas, mas minha noiva não estava em nenhuma delas, ela estava sentada no chão, com um cobertor em suas costas, as pernas dobradas para cima e os olhos focados no horizonte. Ela relaxou os ombros e encostou a cabeça nos joelhos, virando o rosto em minha direção levemente.
- ? – Ela sussurrou e eu segui para o deque, sentindo meus pés molhados. – O que você está fazendo aqui? Que horas são? Onde você estava? – Movimentei minhas mãos para ela se acalmar e eu me sentei ao seu lado.
- Eu tinha que te ver. – Falei e ela abriu um sorriso. – Imaginei que você não conseguia dormir.
- Pois é. – Ela encostou a cabeça em meu ombro e respirou fundo. – Fisicamente eu estou cansada, mas não consigo dormir. Eu juro que tentei. – Ela deu um sorriso de lado e eu me aproximei dela, passando minha perna em volta das suas e a abraçando-o por trás, encostando minha cabeça em seus ombros. – E você, aproveitou muito sua despedida de solteiro? – Me assustei e virei meu rosto para ela, quase pulando em cima dela.
- Como você sabe? – Perguntei em um sussurro gritado.
- Você está cheirando álcool, . – Ela falou. – E seu irmão é meio dedo duro, sabia? – Soltei uma risada fraca.
- Você encontrou com ele? – Perguntei e ela soltou uma risada fraca.
- Eu também tive a minha festa de despedida de solteira. – Ela falou com um sorriso no rosto e eu ri em seguida. – Apesar de eu ter escovado os dentes várias vezes, é possível que o cheiro de álcool venha de mim.
- Eu devo perguntar como foi? – Ela riu fraco.
- Não, porque eu realmente não quero saber como foi a sua. – Ela respondeu direto e eu ri, sentindo passar os braços em cima dos meus. – Foi divertido. – Ela falou rindo.
- Pelo menos a de alguém foi. – Franzi a testa e ela riu, encostando as costas em meu corpo e fechou os olhos.
- Eu estou tão nervosa para hoje. – Ela falou após um tempo, soltando um suspiro alto em seguida. – É um sentimento diferente, que eu nunca senti antes. – Abri um sorriso, depositando um beijo em seu ombro. – Eu tenho medo de cair, tropeçar, errar as palavras, qualquer coisa. – Ela suspirou.
- Por favor, só diga “sim”. – Falei brincando.
- Se eu disser qualquer palavra além dessa, considere como um “sim”. – Ela falou virando o rosto para mim e nossos olhares se encontraram, fazendo uma corrente elétrica passar pelo meu corpo.
- Farei isso, então. – Ela sorriu e encostou os lábios em minha bochecha, voltando a olhar para frente.
- Eu gostaria de fazer um pedido para você. – Ela falou, deslizando o corpo pelo deque e virando-o, ficando frente a frente. – Quero que façamos uma promessa, só eu e você, enquanto não tem mais ninguém nos analisando. – Ela deixou a coberta cair de seus ombros e segurou minhas mãos.
- Peça. Eu faço qualquer coisa por você. – Ela deu um sorriso de leve e eu beijei suas mãos.
- Eu tenho visto muitos casais se separando, casais com relacionamentos curtos, de um ou dois anos, se separando e isso me dá muito medo. – Entrelacei meus dedos nos dela. – Eu não quero ser um desses casais. – Ela suspirou. – Você me pediu em casamento, e eu disse sim acreditando em um casamento para a vida inteira. – Olhei em seus olhos. – Eu aceitei acreditando que eu posso te amar e vou te amar pelo resto da vida.
- Nós não seremos um desses casais. Eu te amo, eu te amo para sempre. Eu não me vejo um dia sequer sem você. Eu fiquei uma despedida inteira olhando para o chão porque só existe você em minha vida. – Ela riu fraco e eu a acompanhei. – Nós somos melhores que isso.
- Mas se algum dia, algum de nós fraquejarmos, estiver difícil de aguentar e prestes a desistir, por favor, pense que tudo tem conserto. – Ela falou. – Nós não somos feitos de cristal, é possível consertar. – Ergui suas mãos em direção aos meus lábios e beijei suas mãos. – Conserte, não quebre. – Abri um largo sorriso e soltei umas das mãos, passando meus braços pelo seu corpo, sentindo-a me abraçar fortemente, passando as mãos em minhas costas.
- Eu prometo! – Falei, sendo realmente honesto no que eu falava. – Conserte, não quebre. – Repeti suas palavras e a apertei novamente em meu corpo, encostando minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos, ouvindo-a suspirar próximo ao meu ouvido. – Sabe o que eu lembrei? – Afastei meu rosto do dela, vendo-a com os olhos levemente avermelhados.
- O quê? – Ela perguntou passando a mão nos olhos.
- Eu não te ensinei a dançar valsa. – Me coloquei para cima, me levantando e estiquei as mãos para ela, vendo-a se levantar, e se colocar em minha frente.
- E você vai me ensinar isso agora? – Ela perguntou e eu dei de ombros.
- Não é como se você fosse dormir, amor. – Falei e segurei uma mão, ficando na posição e colocando a mão em suas costas. – Você coloca a mão em meu ombro, com o braço acompanhando o meu. – Ela fez o que eu disse, respirando fundo. – E sempre mantenha as costas retas. – Ela afirmou com a cabeça.
- Isso vai ser engraçado! – Eu falei e comecei a me movimentar com ela em passos curtos.
- É o básico de dois para cá, dois para lá. – Falei, vendo-a seguir meus passos devagar, pelo pequeno espaço que tínhamos no deque, me dando a liberdade de dar alguns giros com ela, o que a fez rir, colocando as mãos na boca, parando logo em seguida, olhando em volta.
- Não é tão difícil. – Ela falou, tentando acompanhar meus passos mais rapidamente. – Claro, não vou aprender a fazer perfeitamente, mas se você tiver paciência, dá para eu enganar. – Ela falou e eu ri fraco.
- E, lembre-se, é o nosso casamento, é o nosso momento. Você pode dançar até como uma pata, se quiser. – Falei e ela riu fraco.
- Provavelmente. – Ri fraco e a peguei em meus braços.
- Vamos dormir, vai ser um longo dia. – Ela me abraçou pelo ombro e eu caminhei para dentro do quarto, colocando-a na cama e puxando a coberta para cima de seu corpo.
- Obrigada! – Ela falou e eu sorri. – Você deixou minha noite ainda melhor. – Sorri, encostando meus lábios nos seus levemente e ela encostou a mão em meu peito, na dobra da jaqueta.
- Oh! – Me afastei levemente, colocando a mão em meu bolso e tirei sua aliança de noivado da mesma. – Aqui! – Estiquei para ela que fez uma cara de surpresa.
- Oh, meu Deus, ainda bem que você lembrou. – Ela riu fraco e colocou na mesa de cabeceira.
- Você coloca na mão direita amanhã, porque eu vou ocupar a mão esquerda com outra aliança. – Falei e ela abriu um largo sorriso, escondendo os braços dentro da coberta.
- Estou ansiosa para isso. – Ela falou e eu sorri vendo-a virar o corpo, ficando de frente para mim.
Eu e ela ficamos nos olhando por algum tempo, até que ela foi fechando os olhos devagar e os bocejos começaram a aparecer, fazendo com que seu corpo se arrepiasse a cada um. Eu fiquei observando-a pegar no sono levemente, sua respiração calma, o corpo leve, até que ela começou a soltar leves suspiros o que me deixou surpreso. Ela realmente tinha dormido, algo que não acontecia há muito tempo. Passei a mão em seu cabelo e depositei um beijo em sua testa, vendo que ela não se mexeu.
Levantei da cama, me certificando que ela não acordasse e eu fechei a cortina, passando pelo meio das divisórias e pisando no deque novamente. Fechei a porta e a travei levemente, ouvindo o barulho ecoar e saí correndo em direção à Jordan novamente, pegando meus sapatos com ele e sendo enxotado para fora da minha própria casa.
- É isso, garota! – Rupert falou dando espaço para mim e eu virei meu corpo no espelho e prendi a respiração, levando a mão até a boca, suspirando.
- Oh, meu Deus, Rupert! – Falei, segurando meu vestido pela barra e virando o corpo, vendo-o flutuar e senti as lágrimas escorrerem pela minha bochecha. – É lindo demais.
- Você está linda demais! – Ele falou, vindo para frente do meu corpo, ficando um pouco mais baixo que eu, devido ao degrau, e eu suspirei. – Você é a noiva mais bonita que eu já vi. – Ele sorriu. – E sim, eu posso falar isso. – Soltei uma risada fraca.
- Obrigada! – Sorri e suspirei, virando o corpo novamente, vendo a saia balançar.
- Ainda falta o véu, vai ser aquele ali mesmo. – Ele apontou para o longo véu pendurado no alto da parede, escorregando pelo chão, com cerca de cinco metros ou mais.
- Sim, que vai preso no meu penteado. – Suspirei.
- E você já decidiu? – Suspirei, vendo-o ajeitar a barra do vestido.
- Já, na verdade. A Denise me mostrou alguns penteados e eu gostei do que parece uma trança atrás da cabeça. Tira o cabelo do rosto e fica mais jovial.
- Ah, acho que sei qual você está falando. – Ele falou e eu sorri.
- Mas tem uma coisa. – Falei, erguendo um dedo.
- O que é? – Ele perguntou, erguendo o rosto.
- Eu vou cortar meu cabelo. – Falei e ele arregalou os olhos.
- Sério? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Vou deixar um pouco acima dos ombros, curto, repicado, tudo que eu tenho direito. – Ele riu com um sorriso largo no rosto. – Não corto meu cabelo tem mais de dois anos, ele está longo, mas está ressecado, cheio de pontas duplas ou triplas. – Ele riu.
- Você vai ficar linda de qualquer jeito. – Sorri para ele, segurando suas mãos e descendo do palco, vendo o vestido começar arrastar no chão e eu segurei a barra do mesmo.
- E quando você quer cortar? – Ele perguntou.
- No dia mesmo. – Ele correu os olhos pelos meus.
- Você tem certeza?
- Tenho! – Falei rindo. – Quero que seja uma surpresa para o também. – Rupert afirmou com a cabeça e eu ri.
- Bem, futura senhora , você pode tirar o vestido. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Preciso só fazer a barra, que eu já marquei e aí estará pronto. Por favor, eu sei que falta pouco mais de duas semanas para o casamento ainda, mas coma pouco ou coma comidas saudáveis, ok?! – Afirmei com a cabeça, suspirando. – Eu consigo afrouxar o vestido ou apertar, mas não tanto e nem em última hora. – Suspirei, afirmando com a cabeça.
- O que mais, chefe? – Perguntei e ele riu.
- Eu tomei a liberdade de usar suas medidas e fazer um conjunto especial para você usar embaixo do vestido, na noite de núpcias. – Ele pegou uma caixa preta e me esticou. – Isso vai embaixo do vestido, porque acredite: o melhor sexo que você vai ter será na noite de núpcias. – Ele piscou um olho para mim e eu ri, pegando a caixa e correndo para a mesa mais próxima e abri a mesma, revelando um conjunto de lingerie branco, com corpete, calcinha e meia 7/8.
- Rupert! – Suspirei.
- Eu sou bom em vestidos, mas tento ser delicado para algumas outras coisas também. – Ele riu e eu o abracei fortemente. – Cuidado com o vestido. – Ele falou e eu ri fraco, suspirando e me afastando dele.
- Obrigada, meu amigo! – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça.
- Não se esqueça de que você deveria estar em um almoço agora, . – Ele falou e eu ri fraco. – já deve estar sentindo sua falta.
- Coloquei Lindsay para fazer companhia a ele, afinal, devem ter muitas crianças querendo o autógrafo dele. – Pisquei o olho e entrei no provador novamente, tirando o vestido com muito cuidado. – O que me faz pensar que eu não tenho o autógrafo do meu noivo. – Falei saindo do vestido e entregando-o a Rupert.
- Corre para conseguir o seu! – Ele falou e eu soltei uma risada.
- Você cuida disso para mim? Leva para Los Angeles? – Perguntei, quando ele pegou o vestido e o guardou dentro da caixa.
- Cuidarei com a minha vida. E o que tem na caixa, serviu?
- Sim! – Falei, sorrindo. – Você é o único homem que sabe exatamente minhas medidas. – Falei rindo e ele sorriu.
- Você tem ótimas medidas, . Seios na medida, cintura fina, coxas grossas. – Ele deu de ombros. – Tudo que um homem gostaria em uma mulher.
- Todo? – Perguntei.
- Se em minha natureza, eu fosse atraído por mulheres, tenho certeza que eu seria atraído por você. Afinal, brasileira, bonita, se veste bem, tem uma ótima personalidade e um sorriso lindo. – Sorri e ele riu. – Viu?! – Ele apontou para o meu rosto. – Tenho certeza que várias pessoas invejam o .
- Não tenho tanta certeza disso. – Falei suspirando.
- Eu digo homens e não crianças imaturas que colocam sua felicidade acima da dos outros. – Ele piscou para mim e eu ri fraco. – Agora me deixa trabalhar, tenho que finalizar o vestido das madrinhas ainda. – Ele riu, me empurrando até a porta e eu peguei meu casaco que estava pendurado e o coloquei, fechando os botões e amarrando-o bem.
- Está tudo maravilhoso, Rupert! Você tem muito talento. Não o desperdice nunca. – Ele afirmou com a cabeça e depositou um beijo em minha testa.
- Quando a Vanity Fair ligar pedindo uma sessão de fotos com a noiva do , tenho certeza que as coisas vão mudar. – Ele falou, piscando.
- Como você pode ter tanta certeza que eles ligarão? – Perguntei, colocando minhas luvas.
- Porque eles já ligaram. – Ele falou e piscou o olho para mim.
- Não brinca! – Gritei e ele gargalhou.
- O assunto já está com Melina. Eles querem uma sessão de fotos exclusiva dos dois. Como eu não quero que o te veja de branco em nenhum momento, com exceção do jantar de casamento. – Ri fraco. – Estamos vendo de fazer a sessão de fotos após a cerimônia, antes da festa. Já faremos a sessão de fotos de vocês nesse meio tempo mesmo, por que não aproveitar e tirar algumas fotos a mais?
- Rupert, você é demais! – Gritei para ele e o abracei.
- E você enche meu ego! – Dei de ombros.
- É meu trabalho! – Falei sorrindo.
- Não, esse é o meu com você. – Ele piscou e abri a porta do atelier sentindo o vendo frio bater em meu rosto e me enrolei mais com o cachecol. - Nos vemos no Natal, noivinha.
- Até lá, querido! – Acenei e segui para o táxi que me esperava na porta. – Para o lugar que estávamos antes, por favor. – Falei para ele que acenou com a cabeça.
Entrei novamente no restaurante do amigo de e vi que o pessoal estava mais disperso. Os garçons passavam com grandes porções de frituras na minha frente e eu suspirei, sentindo meu estômago roncar. Me livrei das luvas e do cachecol por causa do aquecedor e joguei na bolsa, desviando das pessoas para chegar perto de . Avistei a mesa que ele estava quando eu saí e Lindsay fazia uma cara de entediada. Bem, fazia um bom tempo que eles estavam ali, visto que eu demorei cerca de uma hora no Rupert.
Olhei para a fila de crianças e adolescentes e tinha umas seis ou sete pessoas ali, me coloquei atrás da última menina e fui seguindo o caminho da fila, uma pessoa depois da outra. Crianças pequenas até adolescentes, mas não importando a faixa etária, eles passavam felizes, correndo para contar para alguém.
- Oi, ! – Falei para ele, que franziu a testa. – Você pode me dar seu autógrafo? Eu tenho... – Coloquei a mão no bolso do casaco e puxei algo que parecia um papel. – Uma nota fiscal do McDonalds. – Estiquei para ele que gargalhou.
- Apareceu, é?! – Ele disse e eu chacoalhei a mão esticada para ele. – É sério?!
- Claro que é! – Dei de ombros e segui para trás da mesa, vendo-o assinar o papel. – “Com amor”? – Perguntei rindo. – Espero que seja um amor diferente para mim.
- Você sabe que é! – Ele estendeu o papel para mim e deu um beijo em minha bochecha.
- Como está a festa? Estou com fome! – Falei.
- Eu vou pegar um cardápio para você, querida. – Lindsay falou e se levantou antes de eu falar alguma coisa.
- Onde você foi? – Ele perguntou e eu ri, olhando para ele.
- Fui provar meu vestido, ué. – Dei de ombros.
- E como estão as coisas?
- Meu vestido está pronto e ele está finalizando o das madrinhas, acho que por enquanto está tudo perfeito. – Ele riu fraco, fechando a caneta em sua mão.
- Minha parte também está tudo certo. – Ele acenou com a cabeça.
- Eu tenho uma pequena curiosidade, quem está fazendo seu terno e a roupa dos homens? – Perguntei e ele riu fraco.
- Você sabe que eu tenho um contrato com uma marca famosa de roupas masculinas, não é?! – Bati a mão na testa.
- Oh, meu Deus, eu não tinha pensado nisso. - Soltei uma risada fraca, vendo Lindsay sentar novamente e me estender o cardápio. – Obrigada. – Sorri para ela, abrindo o cardápio.
- Está acabando aqui, daqui a pouco a gente dá uma volta. – Ele falou próximo ao meu ouvido.
- Sem problemas! – Falei com a atenção no cardápio, logo chamando um garçom que estava próximo e pedindo uma porção de peixe frito, imediatamente ignorando o que Rupert disse.
Enquanto eu e Lindsay dividíamos a porção, a fila dos fãs foi diminuindo aos poucos e, com isso, o dia foi escurecendo devagar. Lindsay foi embora algum tempo depois. Também, ela estava ali desde antes do almoço, se eu já estava cansada, imagina ela. Eu fiz companhia ao , enquanto que ele falava com seus fãs. Eu acenava para os que falavam comigo e ria fraco, ninguém veio realmente falar comigo, o que me deixou bem mais confortável.
Seth surgiu após um tempo, fazendo a mesma brincadeira que eu havia feito com , entrado na fila e chegado em , mas ele fez de joelhos, o que fez que eu risse para caramba. Ficamos andando ali no bar, eu e ele, mas logo apareceu ao nosso lado com uma cerveja, andando e tirando foto com algumas pessoas esporadicamente enquanto eu e Seth conversávamos.
Saímos pouco antes das dez da noite, deixamos Seth em casa e seguimos para a casa de em Boston que estava entulhada com várias pequenas coisas minhas do meu antigo apartamento em Boston, coisas que não tínhamos achado espaço em LA. Eu e ele seguimos para o banho e logo estávamos de pijama na cama, nosso voo para Los Angeles saía cedo amanhã. Nos enrolamos nos diversos edredons que ele tinha em casa e ele me abraçou, me juntando ao seu corpo.
Ele não demorou a dormir, mas eu, como todas as noites desde que dezembro começou, não consegui dormir. Estava visitando um terapeuta a cada quinze dias por causa do aborto, e acabei comentando sobre a minha falta de sono e a resposta foi simples: meu casamento estava próximo. Cada dia mais próximo.
Eu estava de boa com isso até, mas eu precisava dormir, eu realmente precisava dormir. Eu peguei recesso no trabalho, provavelmente fazendo minha chefe me odiar pelo fato de estar há menos de quatro meses trabalhando e já tirar alguns dias de férias, mas isso juntava com o recesso de fim de ano e me deixava feliz. Minha família inteira estava vindo do Brasil, o que me deixava pilhada.
Eu sempre acabava dormindo por volta das três ou quatro da manhã, após acordar algumas vezes, ficar tentando me fazer dormir, me abraçando, beijando meus ombros e voltava a dormir de novo. Até ele já sabia da minha falta de sono e o que me deixava aliviada por ver que ele era mais calmo que eu.
Chegamos a nossa casa em Los Angeles e Jordan veio correndo até nós, abrindo a porta para mim e eu saí do mesmo, me livrando do meu casaco quase que imediatamente. Los Angeles estava bem mais quente do que Boston, o que era muito bom, eu só pensava em como eu faria se virasse frio no dia do meu casamento. Acho que a ideia de se casar em Los Angeles fazia todo sentido agora.
- E aí, Jordan? – Perguntei, fechando a porta do carro.
- Chegaram vários pacotes para vocês. – Ele falou e gargalhou ao meu lado.
- Presentes! – Ele comemorou e eu franzi a testa, olhando para ele.
- Creio que sim, senhor! – Jordan riu conosco e eu acenei com a cabeça.
- Obrigada, Jordan! – Falei e ele sorriu. – Te vejo no casamento, certo?
- Não perderia por nada. – Ele acenou e se retirou, o que fez com que eu seguisse para dentro de casa.
- Oh, meu Deus! – Eu ouvi a voz de de dentro da sala e quase me joguei para dentro, olhando a pilha de embrulhos coloridos em cima do balcão da cozinha.
- Jesus! – Falei assustada e puxei a porta, jogando o casaco no sofá.
- Quanta coisa! – falou mais próximo e eu me aproximei dele, passando meu braço pelo seu.
- Eu pensei que a gente... O pessoal... – Falei me perdendo nas palavras.
- Todo mundo merece presentes de casamento. – Ele falou, beijando minha cabeça e eu sorri. – Claro que não vamos ganhar um sofá ou uma mesa de jantar, mas tem umas caixas bem grandes aqui!
- Tenho certeza que as maiores são dos nossos pais. – Comentei e ele riu.
- Acho justo, é só olhar as que têm diversos selos essas são brasileiras, certeza, e as sem grandes coisas são a daqui dos Estados Unidos mesmo.
- Você quer abrir? – Perguntei para ele que virou o rosto para mim.
- Não sei, parece que é errado, tipo abrir presente de Natal antes do dia. – Ele falou, franzindo a testa e eu ri.
- Então, a gente finge que essa pilha não está aqui até dia 28? – Perguntei e ele passou um braço pelos meus ombros, e o outro pelas minhas pernas, me pegando no colo, fazendo com que eu soltasse uma risada, sentindo cócegas.
- Bem, como não vamos poder fazer uma lua de mel decente, e sim, eu estou realmente magoado com isso. – Ele falou enquanto caminhava em direção ao quarto.
- Ah, você está? – Falei, debochando com ele. – Eu também estou bem decepcionada por não saber o que você planeja para este momento.
- Eu vou te compensar, vou nos recompensar por isso. – Ele virou na porta e chutou a mesma, fazendo com que ela batesse.
- Como? – Perguntei e ele me colocou na cama, fazendo com que eu me ajeitasse no meio dela, esticando o corpo.
- Deixa eu terminar, antes que eu me perca. – Ele falou, dando a volta na cama e ficando no meio da mesma.
- Diga! – Falei e ele riu.
- Bem, acho que seria interessante a gente se trancar no quarto de hotel até depois do ano novo. - Ele se movimentou como se tirasse os sapatos e ajoelhou na cama. – Até a vida voltar de verdade. – Ele puxou a blusa para cima e eu abri um sorriso, suspirando.
- Talvez seja uma boa ideia. – Falei e ele deitou o corpo no meu, fazendo com que eu erguesse minhas mãos para suas costas. – Eu e você, desligados do mundo por um tempo.
- Excluídos totalmente dele. – frisou, encostando os lábios na dobra do meu pescoço.
- Acho que é uma boa ideia, nossa própria lua de mel. – Soltei um suspiro após ele começar a sugar um pedaço da minha pele, próximo ao pescoço. – Você vai mesmo deixar marcas há poucos dias antes do casamento? – Ele soltou uma gargalhada, com o ar soprando na minha pele.
- Some até lá! – Ele comentou e eu suspirei.
Ele passou a mão pelo meu corpo, subindo minha blusa levemente, me fazendo contrair a barriga e suspirei, fechando os olhos. Ele deslizou o corpo sobre o meu e senti sua barba deslizando pela minha barriga, fazendo que eu soltasse o ar pela boca. Senti suas mãos passarem pela minha perna, enrugando minha calça jeans.
Suas mãos subiram pelo botão da minha calça e o soltou, puxando o zíper para baixo, fazendo com que eu subisse o quadril para que ele puxasse minha calça jeans para baixo, juntamente com a minha calcinha, me fazendo colocar uma mão de cada lado da cama, apertando os dedos na coberta, sentindo meu corpo arrepiar.
Ele subiu o rosto até o meu e colou nossos lábios novamente. Ergui uma das mãos, apertando seus cabelos e ele soltou um leve gemido, dando uma risada nasalada quando se separou de mim.
- Eu estava pensando, a gente precisa decidir sobre o ensaio de casamento. – Falei, enquanto tirava os espetinhos da churrasqueira elétrica e coloquei em uma bandeja, estendendo para que estava do outro lado da bancada.
- O que você estava pensando? – Ele perguntou, pegando um espetinho e tirando os pedaços de carne e colocando no prato.
- Nós temos que fazer um ensaio de casamento, para começar que nossas mães precisam se conhecer. Juntar nossa família. Precisamos deixar todo mundo bastante confortável antes do casamento. – Falei e ele ponderou com a cabeça, colocando um pedaço de carne na boca.
- Você tem razão, eu sempre me esqueço desse pequeno grande detalhe. – Ele falou e eu me sentei em sua frente, pegando um espeto de carne e colocando no meu prato.
- Eu com certeza surtarei nesse dia. – Falei e suspirei, engolindo a comida.
- Ficamos juntos, não se preocupe. – Ele falou e eu sorri, suspirando. – Mas o que você está pensando?
- Fazermos aqui em casa. – Falei e mordi um pedaço de carne. – Falamos com a Olívia para fazer aqui, vão ser só as pessoas mais íntimas mesmo, nossas famílias e os padrinhos. – Dei de ombros. – Vamos ter que fazer algo no Natal mesmo, dá para juntar no dia 25, fazer tanto o ensaio do casamento e nossa celebração de Natal. – Falei rindo fraco.
- Será que a Olívia topa isso? – Ele perguntou e eu dei de ombros.
- Ela já sabe que vai ter que ficar à nossa disposição mesmo, então, acredito que o local não vai fazer tanta diferença.
- A gente pode fazer isso, amor. – Ele piscou para mim e eu sorri, suspirando. – Tá chegando, hein?! – Ele falou e eu ri fraco.
- Está pronto? – Perguntei para ele que sorriu, esticando a mão por cima da bancada, segurando a minha.
- Nervoso, mas estou. – Ele foi honesto e eu sorri.
- Parece que está tudo bem, não é?! Quero nem imaginar na hora. – Suspirei e ele esticou minha mão e levou à boca, beijando a mesma e eu sorri.
- Quatro dias, amor. – Ele falou e eu franzi a testa, nervosa.
- Por favor, sem contagem regressiva! – Falei com a voz meio trêmula e ele riu, soltando minha mão.
- Já escreveu seus votos? – Ele perguntou e eu movimentei a mão em cima da boca, como se fechasse o zíper. – É segredo, é?!
- Claro que é. – Falei rindo. – É um momento pessoal nosso.
- Sim, nosso momento perfeito. – Ele falou e soltou um suspiro, puxando o ar fortemente para o pulmão. – Eu vou casar! – Ele gritou e eu me assustei, olhando para ele. – Sabe que depois de um tempo eu achei que não fosse possível. – Ri fraco.
- E por que você acha isso? – Perguntei, com um sorriso largo no rosto.
- Antes de te conhecer, eu pensei que isso nunca aconteceria. E quando eu te conheci, eu fui muito idiota. – Ele riu fraco.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque eu achava que era outro relacionamento que teria certa estabilidade e depois decairia. – Ele riu fraco de novo. – Quando eu notei que a gente não tinha decaído, e sim, que ficava melhor a cada dia, eu surtei. E aí eu me toquei que existia muito depois de um namoro e foi aí que eu fui atrás. – Ele abriu um largo sorriso. – E o que me deixa feliz é que você disse sim.
- Eu não tinha outra opção além dessa. – Falei e peguei sua mão em cima da mesa.
- Eu não saberia o que fazer se não fosse essa a sua resposta. – Ele riu fraco.
- Não precisa descobrir. – Ri fraco e ele sorriu, colocando a mão em minha nuca.
Me olhei no espelho do closet novamente e dei uma chacoalhada em meu cabelo, sentindo o coração batendo forte em meu peito. Peguei meu batom rosa claro e passei em meus lábios, tirando o excesso das laterais e olhei para minhas joias em cima da bancada do closet e coloquei minha pulseira com pingentes variados, meu relógio dourado, meus brincos de cristal em formato de gotas e peguei meu anel de noivado, observando-o em minha mão por um tempo, passando a mão sobre o diamante em cima, soltando um suspiro.
- Olha só onde a vida te levou, ! – Falei para mim mesma e coloquei o anel de noivado em meu dedo anelar da mão esquerda e dei um passo para trás, colocando meu peep toe preto e me olhei no espelho, passando a mão no canto dos olhos, tirando um pouco de lápis de olho que borrou em meu rosto.
Soltei um suspiro e saí do closet, puxando a porta atrás de mim e andei até a porta do banheiro. estava debruçado sobre a pia, esfregando uma mão na outra e passando em seus cabelos, fazendo o topete que eu tanto gostava. Ele usava uma calça social cinza, uma camisa social preta e tinha um sapato social em seus pés. Ele lavou as mãos em seguida, secou na toalha de rosto ao lado, e seus olhos focaram nos meus.
- Nossa! – Ele falou olhando para mim e eu soltei uma risada fraca, dando um leve sorriso para ele. – Eu estou casando com uma boneca e não sei. – Ele falou e eu alisei a mão em meu vestido bege, com as mangas curtas, uma gola no pescoço e a cintura demarcada e dei uma ajeitada na barra da saia. – Você está maravilhosa! – Ele falou esticando as mãos, segurando as minhas, as colocando em seus ombros.
- Você também. – Falei e ele sorriu, aproximando o corpo do meu e eu encostei minha cabeça delicadamente em seus ombros. – Estou nervosa. – Revelei e ele soltou uma risada fraca, passando a mão em minhas costas e depositando um beijo em minha testa.
- Você não está sozinha, amor. – Ele falou e eu suspirei, fechando meus olhos por um momento. – Feliz Natal. – Ele cochichou em meu ouvido e riu em seguida, me fazendo erguer o rosto novamente.
- Não me lembra disso, eu vou ficar eternamente chateada por não estarmos trocando presentes esse ano. – Falei e ele riu, cruzando os braços em cima do peito.
- Eu estou te ganhando de presente e você está me ganhando, além da cerimônia, da festa e tudo mais, são ótimos presentes, não acha?! – Ele piscou um olho e eu ri fraco, passando a mão em meu pulso, ajeitando o relógio e uma batida na porta nos distraiu.
- Pode entrar. – falou e eu virei para porta, a tempo de ver Olívia abrindo a mesma.
- Olá! – Ela falou toda cordial. – Vocês dois estão muito bonitos. – Ela falou parada na porta e eu assenti com a cabeça, sentindo passar o braço pela minha cintura.
- Obrigada, Olívia. – Ela abriu um sorriso de leve.
- Seus convidados já estão aqui. – Ela falou e eu prendi a respiração por um momento. – Podemos ir?
- Sim, podemos! – falou e eu ri fraco, apertando sua mão que estava em minha cintura.
- Todos vieram? – Perguntei.
- Todo mundo. – Ela sorriu. – E eu consegui um fotógrafo para tirar fotos de vocês aqui hoje.
- Que bom! – Falei dando uma risada nervosa. – Vamos então.
segurou minha mão fortemente e eu entrelacei nossos dedos, seguindo Olívia para fora do quarto. Passamos pelo corredor e já pude sentir o cheiro de carne sendo grelhada em nossa cozinha. O balcão estava com pratos distribuídos e uma porção de arroz colorido estava dentro de cada um. Eu e acenamos para os dois chefs de cozinha que estavam cozinhando e seguimos Olívia.
Todas as cortinas da sala estavam fechadas, somente uma fresta que cobria a porta estava aberta. Dali já podia ser ouvido algumas risadas e uma música calma de fundo. Soltei a respiração novamente, sentindo apertar minha mão mais forte.
- Vai dar tudo certo! – Ele falou e eu ri fraco. - Não parece ter barulho de briga. – Ele falou e eu ri fraco.
- Elas nos amam e sabem se comportar. – riu.
- Espero mesmo. – Ele falou e eu arregalei os olhos.
- Vamos descobrir! – Falei rindo e acenou para Olívia que saiu da sala, fazendo com que o silêncio parasse aos poucos.
- Eu gostaria de recebê-los aqui nesse dia importante para esse casal, para as famílias, os amigos e, claro, porque também é Natal. – Ouvi a voz dela mais baixa e algumas risadas. – Gostaria de desejar a todos um ótimo Natal e muitas felicidades para o que vem por aí. – Ouvi algumas palmas abafadas e, como a mão estava solta ao lado do corpo, eu passei no braço de , abraçando seu braço. – Com vocês, apresentando o casal da família e , e . – olhou para mim por um momento e eu acenei com a cabeça, vendo-o se colocar novamente em frente à porta e começar a andar para o lado de fora.
Uma explosão de alegria saiu de mim quando eu olhei para as pessoas ao redor da piscina. Minha mãe foi a primeira que eu notei, ela estava ao lado da mãe de . Lílian, Seth, Trish e Rodrigo estavam em uma roda conversando, mas agora os quatro tinham celulares apontados para nós. Derek, Rupert e Jason, marido de Trish estavam em uma roda juntos, Ruth, Cady e Sharon estavam em outra roda, onde Cady segurava Annie e Ruth segurava Angie, ambas com lindos vestidos rodados. Meu tio estava ao lado de alguns parentes do , incluindo seus tios.
A contagem exata era de 30 pessoas ali, com as crianças. Era um jantar íntimo, só nós e as pessoas mais importantes da nossa vida. Acabamos deixando alguns dos meus familiares de fora e vários dos amigos de também, mas todos iriam ao casamento. Senti meus olhos começaram a embaçar e eu puxei o ar fortemente, olhando para por um segundo, que tinha o mesmo sorriso bobo em seus lábios.
A área da piscina tinha uma decoração bem sutil com pequenos arranjos de flores brancas, uma mesa longa e comprida, dividida em dois lados, provavelmente quinze de cada lado. A decoração era sutil, alguns arranjos de flores na mesa e algumas velas pequenas.
Ele me olhou e ambos afirmamos com a cabeça, soltando uma risada fraca. Minha mãe e Lindsay se entreolharam confidentes e se aproximaram de nós dois, fazendo com que soltássemos as mãos e eu senti minha mãe me abraçar fortemente, me fazendo apertar meu rosto em seu ombro, soltando uma risada fraca.
- Minha querida! – Ela falou soltando um suspiro forte e eu senti as lágrimas escorrerem de meu rosto, fazia um ano que eu não a via, e sentir seus braços em volta do meu quarto era a melhor sensação do mundo. – Minha pequena vai casar. – Ela se afastou de mim, apoiando as mãos em meu rosto. – Como isso é possível? – Ela falou e eu puxei o ar forte novamente. – Não chore. – Ela falou rindo e, em seguida, eu passei a mão em seu rosto, vendo que algumas lágrimas caíam também.
- Não me peça para fazer o que você também não faz. – Falei rindo e ela sorriu, apertando meu corpo novamente, me fazendo soltar um suspiro alto, fechando meus olhos por um momento.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer, mas está! Meu filho vai se casar com a melhor pessoa do mundo para ele. – Ouvi Lindsay falar e eu passei o braço nos ombros de minha mãe e olhamos para eles que afastavam.
- Querido! – Minha mãe falou e a abraçou e Lindsay se aproximou de mim.
- Meus parabéns, minha querida! – Lindsay falou e eu ri fraco, sentindo meu nariz entupido.
- Obrigado, Lindsay. É bom demais ter vocês aqui. – Eu falei com a voz meio trêmula e passei a mão em meu cabelo quando nos separamos.
- Eu quero um abraço também! – Ouvi a voz de minha irmã atrás de Lindsay e Lílian me abraçou fortemente, fazendo com que meu choro ficasse mais evidente agora, enquanto minha irmã me apertava contra seu corpo.
Assim que ela se separou, todo mundo veio nos abraçar e me fazer chorar. Já não me importava mais se a maquiagem sairia, mas algum tempo depois tirou um lenço do bolso e me entregou, fazendo com que eu passasse bem próximo do olho, deixando uma pequena mancha de lápis preto e eu fiquei pronta para a próxima.
Eu e ficamos em pé, dando uma volta em todas as rodas de convidados. Não sei se era impressão minha, mas tudo estava indo muito bem. Minha mãe e Lindsay pareciam melhores amigas de infância, a língua era uma dificuldade que deixava tudo engraçado, mas era ótimo vê-las interagindo, conversando e principalmente nos paparicando. Elas eram bem parecidas. Mães corujas, engraçadas, divertidas e que deram um ótimo caminho para os filhos, tanto que agradeço a elas por eu e termos nos conhecido. Eu pelos estudos e pela inspiração.
O grupo dos irmãos era o mais engraçado, quando passamos por ali, Seth, Lílian, Cady e Sharon não paravam de dar risada e, quando chegamos perto, eles nos abraçaram, começaram a falar das surpresas que estão preparando para o nosso casamento, o que fez que eu nos entreolhássemos assustados, mas a empolgação deles era maravilhosa.
Meu tio e o pai de , Robert, tinham certa dificuldade na conversa também, mas eles pareciam se entender por meio de mímicas. Aquela relação era importante para mim, meu tio foi a minha figura paterna após meu pai e meus avôs falecerem, então, se ele tivesse uma amizade sólida com o pai de , seria muito importante para mim.
O meu grupo favorito era o de Rodrigo e Trish, já ouviu falar daquela expressão ‘meu cavalo é maior do que o seu’? Bem, caso não, é basicamente uma briga de quem é melhor. Nesse caso, eu ou . Eles zombavam um com o outro para saber quem tinha mais contato, mais amizade, mais lembranças e mais muita coisa. Sobre o quesito de amizade eu cortei o barato de Rodrigo rapidinho, afinal, conhecia Trish a mais tempo que eu conheço Rodrigo.
Derek, Rupert, Ruth e Melina estavam conversando próximos as nossas tias. Melina já tinha uma pequena barriga de gravidez aparecendo, e isso fazia com que ela estivesse bastante radiante. Ruth segurava a pequena Angie com cuidado. Liana brincava por ali com os filhos de Cady, Ethan e Mike, o que fazia com que várias vezes as crianças passassem correndo por nós desesperadas, mas era uma sensação boa. Derek fez questão de deixar claro o quanto sentia minha falta e fez prometer que voltaríamos para Boston um dia, o que não era nenhum desafio pedir isso para , já que ele amava muito aquela cidade e realmente queria voltar para lá. Rupert conversou rapidamente comigo sobre os vestidos, eu já sabia que eles estavam prontos e escondidos no hotel em que seria o casamento.
Após uma volta completa entre os convidados, Olívia indicou que o almoço estava servido, era por volta das três da tarde, mas a hora simplesmente corria quando estávamos nos divertindo com quem amamos. Eu e almoçamos ouvindo as piadas que o pai de contava sobre sua infância, fazendo com que eu demorasse muito mais que o tempo necessário para comer um pedaço de carne, batatas salteadas e um risoto delicioso.
Algum tempo após o almoço, o garçom apareceu com taças de champanhe sobre as bandejas e entregaram um para cada um dos adultos, fazendo que eu e nos entreolhássemos, já sabendo o que nos esperava, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu ombro e senti sua mão quente em meu ombro.
- Vamos começar os brindes? – Olívia falou e pude ver nossos parentes olhando entre si. – Quem gostaria de começar? – Soltei uma risada quando o silêncio se instalou e uma cara de horror apareceu no rosto de cada um de nossos padrinhos. Eu sabia que nem todos falariam ali, mas alguém falaria.
- Eu vou! – Minha irmã se levantou da mesa com a taça na mão e se colocou em pé na ponta da mesa, me fazendo ajeitar meu corpo, já me fazendo tremer. - Bem. – Ela começou, suspirando. – Eu não sou convidada para casamentos com frequência, então, ter esse pequeno esquecimento de fazer um discurso, uma homenagem, está me deixando bastante nervosa agora. – Eu e soltamos uma risada fraca, junto de outras pessoas na mesa. – Mas, como esse é um dos dias mais especiais da minha irmã e de seu futuro marido, eu acho que tenho capacidade de improvisar algo. – Ela me olhou nos olhos e eu acenei com a cabeça sorrindo. - Quando se é jovem, você imagina que a vida tem um curso de coisas a acontecer, que as coisas têm começo, meio e fim e que o resto é história. Bem, as coisas realmente têm começo, meio e fim, mas não acontecem de uma forma correta. – Ela mudou a taça de mãos. – Quem diria que minha irmãzinha, que sempre teve dificuldades na escola passaria em uma das melhores faculdades do país, passaria em um concurso para fazer pós-graduação em outro país, conseguiria um emprego na área de assessoria de entretenimento, que sempre foi o que ela gostou e, de quebra, conheceria o amor da vida dela. – Ela falou e eu suspirei, sentindo beijar minha cabeça. – E a propósito, o noivo dela é bem conhecido mundialmente. – As pessoas da mesa riram. – Quando ela me disse que estava namorando , eu logo imaginei aquela pose que vemos nos cinemas, aquele queixo poderoso, os olhos azuis, e toda aquela pompa que vem junto. – Ela fez algumas imitações e riu ao meu lado. – Mas, quando você o conhece, você descobre que essa pompa toda, não é nada comparada ao que ele realmente é. Um cavalheiro, um romântico. – Ela sorriu para mim. – Eu sei que todo relacionamento tem suas dificuldades, mas esse, eu tenho mais certeza que terá alguns obstáculos pelo caminho, obstáculos que vocês mesmos criarão, que a carreira de vocês criará ao longo do tempo, acreditem quando digo que o passar dos anos pode ser cruel. – Ela mordeu o lábio inferior. – Mas, só com um por cento do amor que eu vejo irradiando de vocês, eu tenho certeza, que vai durar para sempre. – Senti as lágrimas encherem meus olhos novamente. – Minha irmãzinha está longe de mim há quase dois anos, somente com algumas visitas esporádicas, mas é o que a vida faz conosco. – Ela suspirou alto. – Mas eu estou relaxada com tudo isso. – Ela falou, afirmando com a cabeça. – Porque eu sei que tem um cara decente e apaixonado por ela, que a ama, respeita e faz com que ela se torne uma pessoa melhor todos os dias, cuidando dela enquanto eu estou longe. – Meu lábio começou a tremer e eu senti uma lágrima escorrer de minha bochecha. – Então, o que eu peço, é só que você continue cuidando dela, da mesma forma que você faz desde o dia que a conheceu. – Ela puxou o ar fortemente e me abraçou, fazendo com que eu suspirasse alto, passando a mão no rosto. – Aos noivos! – Ela ergueu a taça tomando um leve gole da mesma e eu fiz o mesmo, dando um largo sorriso para ela, enquanto os convidados aplaudiam.
- Minha vez! – Seth se levantou, passando a mão no rosto e eu ri, vendo que todos estavam levemente emotivos com o discurso de minha irmã.
- Eu não acho que aguento mais. – Falei, rindo fraco e me abraçou.
- Esse é só o começo! – Trish falou e eu ri fraco, pegando o lenço novamente da mão de e passei beirando meus olhos.
- Eu vou dar um tempo para vocês, porque eu realmente não sou o tipo emotivo, como a Lílian ali, então, minha intenção não é fazer ninguém chorar. E sim, relembrar de alguns fatos interessantes na vida desses dois. – Soltamos uma risada fraca e olhei para Seth, erguendo minha mão e passando na nuca de . - Ao contrário de Lílian, eu estou perdendo meu irmão mais velho e grande companheiro. Não vou dizer que estou perdendo-o para algo ruim, mas sim para um futuro que eu tenho certeza que vai ser muito bom. – Abri um sorriso. – A primeira impressão que eu tive quando meu irmão disse que havia conhecido alguém foi de medo. – Eu soltei uma risada. – Acreditem! Ele não tem um histórico muito bom. – Seth franziu os lábios. – Mas o pensamento começou a mudar quando eu descobri que ela estava trabalhando como assessora de imprensa dele e que era brasileira. Amostra número 1: Ela é diferente das atrizes que ele namorou. Amostra número 2: Ela tem uma cultura totalmente diferente da nossa. – sorriu para mim. – Dito e feito! – Seth riu. – O relacionamento começou a andar, creio que posso me responsabilizar por isso e dizer que deixou todos da família felizes e empolgados com a situação. Mas ainda tinha uma coisa que me deixava encafifado. – Ele passou a mão no cabelo. – Aquilo ia durar até quando? já tem 33 anos, alguns relacionamentos fracassados, cheio de trabalho, um caso aqui e ali, até onde isso duraria? Quando ele seria magoado ou magoaria outra pessoa? – Soltei uma risada fraca, passando a mão na bochecha de . – define como a pessoa que deu um jeito na sua vida, pois bem, eu devo concordar. – Seth sorriu. – Quando você ouve do seu irmão que ele quer comprar um anel de noivado... Para tudo! – Seth abriu os braços animado e gargalhou ao meu lado. – Foi o momento da minha vida. – Ele sorriu. – Vocês dois são igual água e vinho, culturas diferentes, profissões diferentes, pensamentos diferentes, tudo diferente. Mas vocês têm uma coisa que eu notei aqui que é igual dos dois lados. – Ele estendeu a mão para a mesa. – Vocês têm família e amigos que te amam, que te apoiam, que estão se unindo, se tornando um só. – Ele sorriu. – Casamento não tem manual de instruções, isso eu tenho certeza, mas façam um favor para vocês e para nós, sejam felizes pelo resto da vida. – Ele gritou a última parte e eu e gargalhamos, nos abraçando de lado. – Ao e . – Ele esticou a taça e bebeu um gole, fazendo com que eu e fizéssemos o mesmo.
- Eu gostaria de ser a próxima. – Melina se levantou e eu me surpreendi, não era necessário que todos fizessem um discurso no ensaio de casamento, mas fiquei bem feliz por ela ter levantado com sua taça de suco de laranja e se colocado na ponta da mesa. – Tenho certeza que eu vou causar discórdia aqui! – Ela falou e eu ri fraco, já sabendo o que esperar. – Eu posso dizer, como agente dele e ex-chefe dela, que isso estava fadado a acontecer. – Ela riu fraco. – Eu trabalho com o há mais de 10 anos, então eu o acompanho em eventos, gravações, premières e lido um pouco com sua vida pessoal, no sentido de falar com a imprensa sobre o que ele deve ou não fazer. sempre mostrou ser uma pessoa que gosta de desafios, que está sempre tentando ser melhor, fazer projetos melhores e desafiar a si mesmo em todos os sentidos. , por outro lado, tem uma inteligência e um conhecimento incrível sobre aquilo que ela estudou para ser. Senhora , senhora , eu posso dizer com todas as letras, que eles são demais. – Ela falou me fazendo rir. – Ambos têm um potencial incrível e eles podem fazer o que quiser que tenho certeza que eles se darão bem. – Ela sorriu. – Eu tenho o orgulho de dizer que o dia em que aquele currículo de uma brasileira de 27 anos chegou em minhas mãos, eu pensava no que ela podia oferecer à minha equipe e ela ofereceu muitas coisas, alegria, felicidades, laços que durarão para sempre. E quando eu precisei unir esses dois juntos. – Ela riu fraco. – Ainda bem que eu o fiz. – A mesa riu. – Eu os juntei em uma mesa de restaurante, mas vocês fizeram o resto. – Ela olhou para nós. – E eu desejo muita sorte para vocês continuarem fazendo o que fazem de melhor, ficarem juntos. – Ela ergueu a taça. – Aos noivos! – Eu e nos olhamos e ele beijou meus lábios, me fazendo rir, e eu bebi um gole da minha taça.
- Desculpa todo mundo, mas está na hora do melhor amigo. – Rodrigo falou se levantando e vi Trish levantando junto.
- Ei, vamos fazer isso juntos! – Eu e nos entreolhamos e eles se colocaram lado a lado na ponta da mesa.
- Quer começar? – Rodrigo perguntou e Trish sorriu.
- Sim, por favor! – Ela falou e virou para nós. – Enquanto vocês estavam fazendo sei lá o que lá no quarto, eu e Rodrigo estávamos conversando. – Trish começou, fazendo a mesa rir.
- Para quem não sabe eu sou o melhor amigo dela. – Rodrigo falou.
- E eu sou a melhor amiga dele. – Trish completou, me fazendo rir.
- E com essa conversa que tivemos aqui hoje, percebemos que somos muito parecidos. Que nossas amizades são bastante similares. – Rodrigo sorriu.
- Eles se conhecem há quase 20 anos. – Trish falou. – Eu e nos conhecemos há um pouco mais.
- Mas a questão... – Rodrigo falou e Trish riu.
- Mas a questão é que isso é muito tempo. – Trish falou. – Uma amizade que passa a infância, adolescência e chega à fase adulta, é quase um milagre. – Eu e rimos.
- Ter um amigo como eles. – Rodrigo apontou para nós. – É ter um irmão pelo resto da vida. – Ele deu de ombros.
- Outra coisa em comum é que nós dois fomos abandonados. – Trish falou, me fazendo rir. – decidiu ser ator, a ideia era dele, que ideia mais idiota, não?! – Ela revirou os olhos com o mesmo comentário. – Sim, eu achava isso. Mas aqui está ele, Poseidon! – Eu gargalhei ao lado da mesa e passou a mão no rosto. – Bem, e ...
- decidiu estudar fora, depois decidiu estudar um pouco mais longe e aí decidiu namorar e ficar, aí que eu não a vejo mesmo. – Rodrigo brincou e eu ri. – Mas eu não ligo e você, Trish?
- Não, nem um pouco. – Eles sorriram para nós. – Porque meu melhor amigo está feliz, meu melhor amigo é uma pessoa melhor. Eu tenho certeza que a sua é também. – Ela virou para Rodrigo.
- Sim, ela é! – Rodrigo sorriu. – Quando você partiu para Boston, eu senti uma dor no coração, um desejo de te acompanhar, raiva, alegria, orgulho, bem, eu senti tudo. – Ele riu. – Agora eu sinto somente orgulho e alegria. – Ele sorriu para mim, fazendo meu olho se encher de lágrimas. – E vou sentir isso para sempre, . – Ele sorriu para mim.
- Eu posso dizer que Rodrigo está certo, ficar longe do seu melhor amigo não é uma coisa boa, mas quando você vê que ele está crescendo, melhorando, você esquece tudo! – Trish riu. – Porque a felicidade dele é maior que a sua saudade. – Ela esticou a taça.
- Aos noivos! – Eles falaram juntos e eu já passava um lenço em meu rosto, suspirando.
- Obrigada! – Cochichei para eles que sorriram.
Minha mãe e a mãe de conversavam, elas não haviam se separado em nenhum momento durante aquele dia, parecia que elas tentavam se conhecer o máximo que podia, e parecia que elas se dariam muito bem. A maioria das pessoas já havia ido embora, estava somente eu, minha mãe, Cady, Sharon, a mãe da e Lílian. O pessoal estava disperso. Alguns estavam na sala, outros ainda estavam ao redor da mesa, Lílian e Cady conversavam na sala, eu olhava e tentando se matar a dois dias do casamento.
Os vi se beijando mais uma vez e eu sorri, eu estava feliz pelo meu irmão, tipo, era aquela sensação de finalmente, sabe?! De fim de filme. E era muito bom. O sorriso dele, o modo em que ele e agiam, aquela aura de felicidade irradiando entre os dois, ah, ele merecia muito ser feliz.
Olhei para dentro da sala e vi que minha mãe e a mãe de conversavam apoiadas no balcão. Era o primeiro dia delas se conhecendo e era bem legal, ambas tinham a mesma idade, pelo que eu ouvi, então, elas tinham bastantes coisas em comum. Cady e Lílian estavam perto do carrinho de Annie, e também conversavam animadamente. Irmãs mais velhas, elas tinham um dom para isso. Sharon estava com Ethan em seu colo, ela tinha viajado com Carlos no fim de ano e veio correndo para cá, então, ela estava bem cansada.
Olhei novamente para e e meu irmão tinha aquela risada engraçada no rosto, eles estavam se divertindo bastante. estava de costas para mim, eu vi os braços de abraçar pelos ombros e ela passou pela cintura dele, escondendo o rosto na curva do pescoço de .
O fotógrafo tirou mais algumas fotos dos dois e, depois, pude ver e cumprimentando ambos e também Olívia e eles saíram em direção à garagem com um dos seguranças de . O casal ficou cochichando por um tempo ainda próximo a fogueira, até que eles deram as mãos, ergueu a mão de e a beijou, era incrível ver meu irmão assim, ele sempre foi romântico, isso ninguém podia negar.
Eles andaram em minha direção e bateu a mão em meu ombro, me chacoalhando um pouco. Soltei uma risada e entrei antes deles na sala, ouvindo um pequeno cochicho atrás de mim e ouvi a risada fraca de , me fazendo franzir a testa.
- O que vocês fizeram ontem à noite? – Ela perguntou.
- A gente improvisou uma janta aqui, fizemos uma reza e deitamos logo. – falou e eu senti suas mãos apoiadas em minhas pernas.
- Resumindo, nossa ceia de Natal foi lasanha congelada. – Eu falei e ouvi Lindsay soltar uma gargalhada.
- Por que não ligaram para gente? – Seth perguntou e eu ri fraco.
- está tendo problemas para dormir a algum tempo. – falou e eu franzi a testa e abaixei minhas pernas, sentando no sofá e ficando entre minha mãe e .
- E essa é a mesma garota que não perdia sono nem quando ia mal em alguma prova, ou não estudava, ou brigava com algum amigo. – Minha mãe falou e eu gargalhei, encostando a cabeça no braço de que estava atrás de mim.
- Você nunca teve problemas para dormir? – Cady me perguntou e eu dei de ombros.
- Nunca! – Minha irmã falou e eu revirei os olhos.
- É a nova fase da vida. – Lindsay falou e eu suspirei.
- A partir de agora você vai perder o sono por coisas mais relevantes. – Minha mãe falou e eu sorri.
- Nós vamos. – falou ao meu lado e eu ri fraco.
- Bem. – Lindsay se levantou e colocou o copo na bancada. – Vamos falar da tradição?
- Ah não! – gritou ao meu lado e eu o encarei assustada. – Não, não faremos isso. – Vi Seth, Cady e Sharon gargalharem no outro sofá.
- O que seria “isso”? – Perguntei, erguendo a mão.
- É uma tradição que temos em nossa família. – Lindsay começou e eu franzi a testa, vendo passar a mão em seus cabelos, bagunçando-os. – Onde o noivo e a noiva ficam separados por um tempo até o dia do casamento. – Ela se aproximou de mim. – A ideia dessa tradição é ver o quanto vocês aguentam ficar longe. – Ela deu de ombros.
- Ah, mas isso todo mundo já sabe que aguentamos bem. – Falei e confirmou ao meu lado.
- Eu tenho que dizer que é meio tortura, mas dá uma sensação tão boa no dia do casamento. – Cady sorriu e me abraçou. – É difícil ficar, no caso de vocês, de hoje até a hora do casamento sem se verem, mas acredite em mim, é uma sensação muito boa. – Cady sorriu e eu fiz o mesmo. – E afinal, nós temos planos para manter vocês bem ocupados, para tentar aliviar o sofrimento. – Ela riu e eu fechei os olhos.
- E como isso funciona? – Perguntei e segurei a mão de .
- Vocês ficam separados desde o final do ensaio de casamento até o momento em que vocês se encontram na cerimônia de casamento. – Cady falou. – As mulheres ficam com a noiva, e os homens ficam com o noivo. – Ela deu de ombros.
- Mas isso é injusto, tem muito mais mulher do que homem nessa família. – reclamou e eu gargalhei.
- Você tem seus amigos. – Sharon falou e eu ponderei com a cabeça.
- Eu ainda acho que é uma péssima ideia. – falou e virou o rosto para mim. – O que acha?
- Você sabe que eu gosto de ser surpreendida. – Falei e ele franziu os lábios.
- Sacanagem comigo. – Ele riu fraco e eu o abracei.
- Vai ser legal! – Falei, olhando para ele que sorriu.
- E quando começa? – perguntou.
- O mais rápido possível. – Lindsay falou e eu suspirei. – Você ajeita sua mala, pega tudo que você precisar e encontra seu pai no hotel.
- Todos ficarão no hotel? – perguntou e eu olhei para Lindsay.
- Não! – Lindsay nos olhou. – Como tem mais mulher que homem, eles ficam no hotel do casamento e fica aqui.
- Rá! – Eu gritei para ele que franziu a testa.
- Ok, ok! – Ele se levantou. – Vamos ver no que isso vai dar. – Me levantei ao lado dele.
- Vai terminar em nós dois nos encontrando daqui dois dias e dizendo sim. – Falei e ele sorriu, tocando os lábios nos meus levemente.
- Ah, e um pequeno detalhe, o celular de vocês será confiscado. – E eu arregalei os olhos.
- Estou começando a não gostar dessa ideia. – falou e suspirou.
- Vai ser fácil! – falou irônico e eu sorri.
- Vai sim! – Sorri e ele me abraçou forte.
- Vai lá arrumar sua mala, . – Seth falou e todo mundo se levantou. – Nós vamos contigo, pegamos nossas coisas, levamos você e trazemos para cá.
- Combinado! – Minha mãe falou e eu ri fraco.
- Acho que é tudo! – Ele falou colocando a mala em cima da cama e olhou para mim.
- Pegou sua roupa? – Entreguei para ele a caixa dos seus sapatos e ele a colocou do lado.
- Seth está cuidando de tudo. – Franzi a testa para ele. – Dá para confiar. – Ele pegou minhas mãos, erguendo-as na altura de seu peito.
- As alianças?
- No bolso. – Ele mexeu com a cabeça e eu estiquei as mãos para seu rosto.
- Cuida bem delas. – Sussurrei e ele sorriu para mim, aproximando o rosto dela.
- Você promete que vai estar no altar às 17 horas? – Soltei uma risada fraca.
- Eu serei aquela de branco. – Ele soltou uma risada e seus lábios tocaram os meus, e eu suspirei em seguida, acariciando sua bochecha, raspando os dedos em sua barba. – Por favor, não a tire.
- Eu estarei do jeitinho que você gosta. – Ele cochichou e eu ri.
- Por favor, só esteja vestido. – Ele gargalhou e passou a mão em meus cabelos.
- Estarei. – Ele riu e eu sorri.
- Estamos agindo como se fosse o fim do mundo, serão só 48 horas. – Falei e ele fez uma careta.
- É, vamos ver no que vai dar. – Ele riu e segurou minhas mãos, abaixando os olhos para meus dedos. – Posso levar o anel? – Ele perguntou e eu o olhei, confusa. – Vou mandar polir, e depois você coloca na mão direita. – Ele olhou para mim.
- Você vai mesmo tirar o que me lembra de você? – Perguntei meio sarcástica.
- Eu peço para alguém devolver antes do casamento, prometo. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, puxando o anel do dedo.
- Quero ver como você vai fazer isso, eu tenho uma leve impressão que vai ter uma segurança reforçada aqui. – Entreguei meu anel para ele que guardou no bolso do casaco.
- Eu tenho isso em mente também. – Ele riu e ouvi uma batida na porta.
- Vamos, ! – Ouvi a voz de Lindsay e ele riu.
- Eu te amo! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu te amo, ! – Ele sorriu. – Se prepare, que da próxima vez que você me ver, não vai dar para voltar atrás.
- Estarei esperando ansiosamente. – Ele sorriu e eu o ajudei a pegar as coisas e o vi sair pela porta do quarto e sentei na cama, me jogando na mesma, fechando os olhos.
Foi difícil dormir aquele dia. Não por que não estava ao meu lado, eu não conseguia dormir normalmente, mas aquele dia foi pior. Minha mãe e Lindsay dormiram no quarto de visitas, e ambas dormiram bem cedo. Lílian, Cady e Sharon se esconderam na sala de cinema, o quarto dos fundos estava cheio com os presentes que havia recebido, e mesmo se não tivesse, estava uma bagunça.
Eu passei a noite acordada em meu quarto. Leslie deitou lá comigo e me fez companhia por um tempo, até que ela desceu da cama e se colocou deitada em sua almofada no canto do quarto, me deixando sozinha novamente. Puxei meu iPad da mesa de cabeceira e entrei na minha galeria de fotos, começando a rodar as fotos desde quando tudo começou.
A primeira foto que eu achei foi da que eu tirei antes do primeiro jantar que eu conheci e a seguinte foi minha com ele, onde tudo começou. Bem, parcialmente. Depois tinha algumas fotos com Derek, outras com Rupert, uma foto da minha mão cortada, resultado do nosso primeiro beijo, uma minha com o vestido que Rupert fez para o meu primeiro encontro com . Depois algumas fotos esporádicas minha e de de alguns, uma foto nossa na première de “À Procura do Amanhã”, que um paparazzi me pegou ao fundo, outra nossa depois dele me pedir em namoro e uma da vista da Coreia do Sul.
As fotos que foram liberadas em sites de notícia e mais algumas que saíram depois. Do dia em que conheci a família dele. Várias fotos do Natal, principalmente algumas que minha irmã e minha mãe tiraram de nós dois. Estreia de Poseidon 2 em Los Angeles, em Paris e em Londres. Daí mais algumas fotos aleatórias, principalmente selfies. Depois chegou às fotos do pedido de casamento. Várias e várias fotos tiradas por vários celulares, a maioria prints dos amigos de , que acabaram divulgando tudo no Instagram. Algumas fotos minhas me mudando de Boston, chegando aqui em Los Angeles, nossa festa de noivado, que não tem tantas lembranças boas do pós-festa. Algumas fotos minha e de Seth, algumas fotos de hoje.
Eu cheguei ao meu álbum secreto, prints de várias notícias desde que eu e começamos a sair na mídia, desde fãs no Tumblr que tiraram algumas fotos do saindo comigo e era visto por algumas pessoas, comentários no Twitter, perguntas sobre mim em diversas redes sociais, as fotos que começaram a sair nos sites de fofoca, entre outros. O meu favorito era a postagem da Variety sobre o pedido de casamento, onde falavam do local, do pedido, do anel, e de como ninguém suspeitava até alguém tirar uma foto do meu anel durante o painel da Comic-Con, sorte que todas as entrevistas já haviam sido feitas.
Soltei um suspiro e senti que meus olhos já estavam embaçados, deixei o iPad do lado e passei a mão no rosto, soltando um suspiro. Nunca que eu acreditaria que um ano e meio depois daquele maio, eu estava a poucas horas de casar com ele. Suspirei e fechei os olhos, encostando a cabeça no travesseiro.
Lindsay me serviu de mais uma xícara de café e eu deitei a cabeça na bancada da cozinha, fechando os olhos. Minha mãe e minha sogra estavam tomando café comigo. Eu levantei antes do sol nascer, sentei um pouco na espreguiçadeira próximo a piscina e Leslie veio me fazer companhia ou tomar seu sol matinal, o importante é que me deixaram ficar com a minha cachorra.
Acordei com minha mãe me chacoalhando levemente e me estendendo uma xícara de café sem açúcar, fiz uma careta imediatamente e me levantei acompanhando-a até a cozinha. Me sentei em um dos bancos na frente da bancada e Linday logo apareceu me dando um beijo na bochecha e foi preparar algumas panquecas para nós, eu acabei comendo um pouco de panqueca com bastante chocolate e um misto quente que minha mãe fez para mim. Quando eu terminei de raspar o chocolate no prato, eu me lembrei das palavras que Rupert havia dito, mas eu estava ocupando a minha falta de sono com comida, o que podia ser um perigo.
Minha irmã e as irmãs do acordaram, e falaram que se encontrariam com Rupert para fazer a última prova dos vestidos das madrinhas, eu fiquei, porque Rupert estava no hotel e ninguém deixou que eu as acompanhasse, mas elas falaram que voltariam em breve. Sentei no sofá enquanto minha mãe e Lindsay decidiam o que preparar para o café da manhã.
Peguei meu iPad que estava jogando em cima da mesa de centro e abri a internet, pesquisando pelo nome de . Tinha uma postagem nova. com a roupa que ele saiu daqui de casa ontem, carregando uma mala e uma caixa de sapatos, com os óculos escuros, todo lindo. Atrás dele podia ver Seth com vários cabides de roupas junto. Imaginei ser os ternos.
“Últimos preparativos para ” era o título da matéria. Eles falavam que o casamento aconteceria no próximo dia 27, que minha família e a dele já foram vistas no hotel, como também alguns de nossos amigos. Falava que o casamento aconteceria no Hotel Four Seasons e que só seria permitida a entrada com a apresentação do convite e que não seria permitida a entrada de imprensa, mas que eles não tinham mais informações. Coitados, mal sabiam que a Vanity Fair cobriria o casamento de dentro. Bem, tudo questão de contrato entre , Rupert e Melina. Eu só concordei.
Ouvi algumas buzinas ao fundo, mas ignorei, descendo as notícias e achando a postagem do dia anterior do ensaio de casamento, da foto que colocou no Twitter, que eu não tinha nem visto, na verdade. “A cada novo passo se moldando a ela” era a legenda. Era uma das fotos da sessão de fotos, comigo sendo erguida no ar, mas eu estava com os olhos fechados, rindo descontroladamente, porque não conseguíamos fazer aquilo direito. Ouvi a buzina novamente, mais alto dessa vez, e ouvi passos rápidos em seguida, vendo Jordan aparecer na porta, ofegante.
- Senhorita, é para você! - Ele falou e eu fechei o iPad, jogando-o de volta no sofá, seguindo-o pela frente de casa, com minha mãe e Lindsay atrás de mim.
Assim que eu coloquei os pés para fora, eu quase tive um infarto. Uma limusine branca estava estacionada na frente de casa, Lílian, Cady, Sharon, Melina, Trish, Ruth, Seth, Rodrigo, Derek e Rupert estavam, lado a lado na limusine, algumas saíam do teto solar e outros estavam acomodados dentro da mesma.
- O que é isso? – Perguntei, soltando uma risada fraca.
- Preparada para sua despedida de solteira? – Eles gritaram juntos e eu gargalhei, sendo rapidamente abraçada pela minha irmã e meus cunhados.
- Despedida de solteira? – Perguntei e eles gargalharam.
- Ah sim! – Os ouvi falando e soltei uma risada, quando Seth jogou uma caixa em mim.
- Vista isso! – Ele falou e eu segurei a mesma.
- Você não deveria estar com seu irmão? – O encarei.
- Acredite, a despedida de solteiro sua vai ser mil vezes mais interessante para mim do que a dele.
- Eu concordo! – Rodrigo falou e eu ri. – Vai, se veste!
Peguei a caixa em minhas mãos e entrei novamente em casa, abrindo a mesma e dando de cara com um macacão curto, branco, rendado, com as costas de fora, e um biquíni tomara que caia igualmente branco com alguns detalhes em prateado. Entrei no quarto e os vesti rapidamente, empolgada com o que eles haviam preparado para mim, honestamente, nem me importando como seria a despedida de solteiro de .
Fiz questão de passar bastante protetor solar em meu rosto, afinal, se tinha biquíni, tinha sol envolvido, e eu não queria ficar parecendo um camarão no dia do meu casamento, Denise fazia milagre, mas duvido que fosse capaz de esconder as dores de uma insolação. Passei uma leve maquiagem no rosto e calcei meu tão conhecido salto alto branco e saí correndo para porta, pegando minha bolsa no meio do caminho.
Saí de casa novamente e passei pelo portão, vendo Seth segurando uma pequena tiara, com um véu curto de noiva e minha irmã com uma daquelas faixas de “Bachelorette”, ou, a quase casada em português. Assim que eu me aproximei deles, eles colocaram aquela faixa em meu corpo e o minivéu em minha cabeça e me empurraram para dentro da limusine, onde eu me aconcheguei entre Rodrigo e Seth, vendo-os começarem a abrir as garrafas de champanhe e passar aqueles doces de goma para comer, eu era um tanto viciada neles.
Foi uma bagunça na limusine, a música alta, a gente cantando, derrubando champanhe e doces para tudo quanto é lado. O carro nos levou em direção à orla da praia. O carro parou e descemos correndo, Seth e Derek me ajudaram a sair do mesmo, e eu olhei para onde estávamos. Malibu, um pouco afastado do centro de Los Angeles, mas quem se importa?
- Espero que você não tenha enjoo no mar! – Trish falou ao meu lado e passou o braço em meu ombro, me abraçando e seguindo para o cais, onde eu podia ver vários iates atracados no caminho.
Seth e Lílian saíram correndo em nossa frente, andando até o final do cais, e eu apressei o passo com Trish ao meu lado e Rodrigo do outro, me abraçando pelo ombro e pela cintura. Meus outros amigos vinham a passos apressados atrás de nós. Eu estava extasiada com a situação, nunca em minha vida eu tinha imaginado que teria uma festa de despedida, muito menos com direito à limusine e um iate!
- Vocês só podem estar de brincadeira comigo! – Falei quando cheguei ao fim do píer e Lílian e Seth se equilibravam nas laterais de um iate branco, de dois andares e eu comecei a rir mais ainda.
- Hoje é seu último dia como senhorita, como , porque amanhã... – Seth gargalhou. – Amanhã é senhora ! – Soltei uma risada fraca e senti Ruth me abraçando de lado.
- Eu acho que posso me acostumar com isso. – Falei e eles deram risada.
- Vem! – Lílian me estendeu a mão e eu pisei no iate, entrando pela parte de trás, e dei uma olhada no que eles tinham preparado para mim.
Muita bebida, doces, salgados e música alta, tocando somente as minhas músicas favoritas, alguém tinha roubado meu iPod. Na parte de trás tinha alguns sofás, que fez com que eu me deitasse nos mesmos, ainda rindo por dentro, agora a ficha do casamento tinha começado a cair, eu me casaria amanhã. É como Seth falou, amanhã eu seria a , e isso nunca mais mudaria.
Melina serviu uma taça de champanhe para todo mundo, exceto para ela, e começamos as brincadeiras, os brindes, as danças e até o vestido de papel higiênico. Ficamos todos de roupa de banho e, eu vestida com tiras e mais tiras de papel higiênico, formando um vestido todo desengonçado em meu corpo.
Melina começou com as perguntas indiscretas sobre eu e , começando o jogo de perguntas ‘ele e ela’, fazendo com que o vestido fosse picotado a cada pergunta que eu respondia errado. O iate seguia pela praia, mas sem que eu perdesse de vista a areia, nem sabia quem estava dirigindo aquilo, como eu não sabia quem dirigiu a limusine. Enquanto rolava todo tipo de brincadeira, o sol foi baixando aos poucos, me fazendo notar o quão bom era quando a gente se divertia. Fazia um tempo que eu não perdia as horas brincando com meus amigos, e agora todos estavam ali, juntos, comemorando comigo.
- A gente não contratou strippers, porque eu sei que você não se sentiria confortável com isso. – Cady falou e eu afirmei com a cabeça. – Mas nós temos quatro espécimes masculinos muito bonitos aqui.
- 4 espécimes gays. – Rodrigo falou e eu gargalhei, voltando a sentar no sofá.
- Bem, tenho certeza que a gente conseguiria strippers gays também. – Falei dando de ombros e as meninas gargalharam. – Não é nenhum Magic Mike, mas acho que dá para o gasto. – Dei de ombros.
- Tem nem graça fazer essa brincadeira com ela. – Derek reclamou. – Ela dorme com o todas as noites. – Ergui minha taça quase vazia e dei de ombros.
- E só posso dizer que é muito bom ter essa exclusividade! – Falei rindo e todo mundo ergueu a taça também.
- Amém! – Eles disseram juntos e tocamos as taças novamente, bebendo o que tinha dentro.
- Acho que a gente podia dar um mergulho antes que fique tarde demais! – Falei, após terminar de beber minha taça inteira.
- E acho melhor você parar de beber! – Rupert falou, tirando a taça da minha mão. – Acho melhor todo mundo parar de beber, na verdade. – Ele falou rindo. – Não quero ninguém com ressaca amanhã.
- Verdade! – Me afastei da bebida e fui para a parte de trás do iate. – Quem vai?
- Todo mundo! – Sharon falou se posicionando ao meu lado e eu a abracei, rindo novamente.
Todo mundo se posicionou lado a lado na parte de trás do iate, se apertando para caber e demos as mãos, nos entreolhamos quando fizemos e respiramos fundo.
- Vai! – Gritei e pulamos lado a lado nas águas geladas da praia de Malibu e eu agradeci muito por não estar frio naquela semana de inverno, o tempo estava gostoso, estava gelado, mas pelo menos não estava com a temperatura baixa.
O local que o iate tinha parado já estava longe das ondas pesadas da praia e não dava pé para mim, mas pudemos aproveitar um pouco, assistir ao pôr do sol da água, movimentando os pés na água, para me manter com a cabeça acima da linha da água.
O tempo escureceu rapidamente e o frio começou a bater em meu corpo. Voltamos para o iate e todo mundo se enrolou nas toalhas e eu fiz o mesmo, tentando me manter aquecida agora. Eu fui a primeira a colocar minha roupa novamente, mas o vento batia em meu corpo e agora, no meio da água, sem sol, o vento começava a judiar de nós.
A festa foi acabando aos poucos. A música foi desligada e começamos a dar uma rápida arrumada no iate, jogar fora as diversas garrafas de bebida, os doces que estavam espalhados pelo local, as caixas vazias, e também as taças que usamos para beber, eram aquelas de plástico e algumas tinham até se despedaçado.
Eu fui designada a ficar quieta e aquietar o facho, como minha irmã tinha dito, já que realmente ninguém queria me ver ressacada no dia seguinte, onde eu teria que acordar cedo, me arrumar e tudo mais. Estava tão perto, mas ao mesmo tempo estava tão longe. Eu deitei sobre um dos sofás, mantendo meus pés longe do chão e olhei para o céu, mesmo com as luzes vinda do iate, eu podia ver várias estrelas no céu, sendo isso uma coisa boa, provavelmente não choveria, o que me fazia ter esperança de estar um dia incrivelmente lindo amanhã.
Enquanto eles terminaram de arrumar as coisas, o iate foi seguindo novamente para o píer e atracado novamente. Eu peguei minha bolsa com uma mão e meus saltos com a outra e segui a passos lentos de volta para a limusine enquanto Rupert me abraçava de lado.
- Como fazemos amanhã? – Perguntei para ele.
- Acho que seria melhor você ir para o hotel cedo e lá cuidamos de você. Melhor que você se arrumar inteira na sua casa e depois a gente te trazer para cá. – Ele falou e eu suspirei. – Está lotado de paparazzis na porta do hotel, você não tem noção. – Ri fraco.
- Talvez não tenha sido uma boa ideia revelar o dia do casamento no Instagram. – Falei rindo.
- Você é uma garota comum, . – Ele olhou para mim. – E você vive longe dos seus pais, acho que não tem nada de errado nisso. – Ele deu de ombros. – E afinal, está fazendo isso também, então deixa as coisas rolarem.
- Obrigada! – Falei e ele deu um beijo em minha bochecha. – Obrigada a todos vocês, foi demais! - Abri um sorriso e eles me deram um abraço em grupo.
- Agora vamos deixar a Cinderela em casa que amanhã é o dia dela! – Seth gritou e eu ri fraco, abraçando-o.
- Eu preciso dormir! – Reclamei e eles riram, sabendo da minha falta de sono ultimamente.
- Espero que você durma mesmo, . – Melina falou e eu suspirei, fazendo uma careta, eu não estava com sono ainda.
Joguei a almofada longe, mirando-a no espelho, mas ela fez questão de cair bem longe, dentro do banheiro. Ergui o corpo e olhei para onde a almofada tinha caído e suspirei, jogando meu corpo novamente na cama e abrindo os braços. Já estava bom para dormir, comprar algum filme no pay per view, pedir um balde de pipoca e esperar dar 9 horas da manhã do dia seguinte, que seria mil vezes mais legal e agitado que esse.
Ouvi um barulho corredor e suspirei, provavelmente meu irmão decidiu aparecer, agora seríamos dois sem fazer nada. Ouvi uma batida na porta e franzi a testa, meu irmão tinha a chave. Levantei preguiçoso da cama e me arrastei até a porta, destravando a mesma e abrindo.
- Despedida de solteiro! – Foi o que eu ouvi, senti alguns confetes picados sendo jogados em meu rosto, distingui Henry por um momento, vi uma daquelas línguas de sogra e fui pego por algumas pessoas que me ergueram e me colocaram nos ombros.
Eu fiquei perdido por um tempo, eu não sabia quem eram as pessoas que estavam me carregando, muito menos quem era o grupo que tinha jogado confete em meu rosto. Consegui descobrir quando me soltaram no chão do elevador e eu notei que todo o elenco masculino dos filmes da Máxima estavam em volta de mim. Henry Christensen, Ryan Maddox, Dante Richard, Renan Jones, Theo Johnson, Stefan Taylor, Malcon Adams e Gary Falcone estavam em volta de mim, o que fez que eu me perdesse um pouco.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei meio zonzo.
- Você achou que se casaria sem uma despedida de solteiro? Mesmo? – Malcon olhou para mim e eu soltei uma risada.
- Cara... – Falei rindo em seguida, vendo a porta se abrir novamente, dando no subsolo do hotel e fui empurrado para um dos carros.
- É o último dia da sua vida, , tem que aproveitá-la como tal. – Stefan falou, correndo para um dos carros.
- Mas vai ser o dia que você mais vai odiar da sua vida. – Henry sussurrou para mim e deu de ombros, e eu ri fraco.
- Por que você diz isso?
- Porque você é parecido comigo. – Ele disse e eu fui empurrado para dentro de um carro, batendo a cabeça ao entrar. – E eu odiei a minha despedida de solteiro.
Renan estava no volante no carro que eu estava e eu não fazia a mínima ideia de onde eles estavam me levando. O outro carro seguia na frente pelas ruas de Los Angeles. Passamos pela Hollywood Boulevard e o carro virou à direita em uma das ruas paralelas e parou. Fui empurrado para fora novamente e seguimos para a porta de serviço que tinha um segurança na mesma, não estávamos entrando pela frente, então era meio difícil saber onde estávamos.
O segurança liberou nossa passagem e entramos rapidamente no local, começando a ouvir uma música baixa de fundo. Passamos por uma sala clara e seguimos para um corredor longo, até cair em uma balada bem movimentada. Imediatamente um copo de cerveja apareceu em minha mão, à cor era de cerveja, mas certeza que tinha mais coisa misturada ali. Bebi em um gole, sentindo o copo sair de minha mão e continuamos a seguir pelo local, eu era guiado por Ryan que estava na minha frente e Robert que me empurrava atrás.
Na festa eu podia notar vários tipos de pessoas, novas, velhas, homens e mulheres, a maioria não prestava atenção no que estava acontecendo, o foco era a pessoa que estava em seus braços ou o copo que estava em suas mãos. A andança parou por um tempo, onde pude ver Theo falando com um segurança que fez um movimento com a cabeça e o deixou passar por uma cortina que ele guardava. Respirei fundo, já imaginando o que me guardava atrás daquela cortina.
Droga! Foi minha reação. O local se transformava em algo mais intimista, o tom das luzes era rosa com dourado, algumas mesas eram distribuídas pelo local, com sofás em formato em meia lua distribuído perto deles. O bar a direita estava quase vazio, mas os pedestais que as mulheres dançavam estavam lotados de pessoas a sua volta, homens e mulheres. As mulheres faziam o que elas eram pagas para, dançar e deixar qualquer cara excitado, sem que ele se sentisse mal por isso.
Algumas garçonetes com alguns collants brancos passavam por nós com diversas bebidas sobre uma bandeja e ela parou em nossa frente, onde cada um pegou um copo de uísque e fomos guiados até o fundo do salão, nos acomodando em um dos sofás, onde uma morena começava sua performance.
Cara, isso é errado! Era o que eu falava para mim mesmo e virava mais um gole de uísque para dentro. Aquilo precisava acabar logo. Ela dançava para mim, mas os caras estavam se divertindo mais do que eu. Acho que o único realmente solteiro naquele grupo era o Renan, o resto era tudo casado ou namorava. Se fosse outra situação, eu com certeza aproveitaria mais.
Agora eu entendi o que Henry tinha falado com eu odiar aquilo, eu não podia fazer nada, e eu não queria fazer nada. Como se comprometer com uma pessoa conseguia mudar a sua forma de pensar, havia feito àquilo comigo. Posso chamar isso de clichê ou de romântico, mas só tinha ela agora. E, honestamente, eu pensei que não rolaria despedida de solteiro, afinal, a maioria dos meus amigos são casados ou comprometidos.
Outra coisa que eu tomei cuidado foi a quantidade de bebida que eu ingeria. Eu ficava bem mal quando eu bebia demais, podia estar lúcido, mas a dor de cabeça era péssima e ficar uma hora jogado embaixo do chuveiro também não ajudava, então, comecei a pegar mais leve na mistura de bebidas.
Depois da quarta tequila, eu comecei a negar os copos de uísque e a beber o que estava comigo cada vez mais devagar. As mulheres mudavam de morenas para loiras, de loiras para ruivas, de ruivas para negras, orientais e por aí foi. Os caras ainda se divertiam um pouco, Dante e Theo principalmente, pareciam que eles eram fregueses do local, mas olhar não tirava pedaço, e estava dando até dó das mulheres ali em cima, eu sabia que aquele momento tinha sido preparado especialmente para mim, mas cara, não. Acho que um jogo de futebol americano ou de basquete eu aproveitaria mais.
Mas era uma passagem necessária, pelo que eu havia ouvido sobre isso, só que era uma passagem que parecia mais uma tortura e não havia necessidade. Eu acho que deveria ter alugado o filme e pedido a pipoca.
- Quero que vocês me levem em um lugar, antes de voltarmos para o hotel. – Falei para Henry que confirmou com a cabeça.
- O que o senhor está fazendo aqui? – Coloquei a mão na boca de Jordan quando ele abriu o portão para mim e eu o mandei ficar quieto.
- Todos já foram dormir? – Perguntei, tirando meus sapatos e deixando nas mãos dele.
- Aparentemente sim, a casa está escura. – Ele falou. – Sabe o que vão fazer contigo se descobrirem que você está aqui? – Ele sussurrou batendo o portão de leve.
- Não e eu realmente não quero descobrir, mas não conseguiria dormir sem vê-la. – Falei, colocando a mão na boca.
- O senhor bebeu? – Ele perguntou e eu fechei os olhos, movimentando as mãos.
- Licença? – Perguntei e ele tirou um pacote de bala do bolso.
- Pelo menos engole uma dessas. – Ele me entregou e eu tirei do embrulho e joguei a bala com cheiro de hortelã na boca.
- Vai pela piscina, tenta entrar pela porta de vidro do quarto. – Ele falou e estalou uma ideia na minha cabeça.
- Obrigado, Jordan! – O abracei rapidamente e segui de meias pela entrada do carro.
Andei pela ponta dos pés pela entrada do carro e fiz o contorno da piscina, olhando bem dentro de casa, para ver se não apareceria nenhuma sombra dentro de casa, ou se a luz não fosse ligada de repente, já que a de fora estava ligada. Passei pelas espreguiçadeiras, pisando de meia na grama e dei a volta na árvore, parando por um momento.
No deque que tinha em frente ao meu quarto e de tinha uma pequena mesinha de centro e duas poltronas, mas minha noiva não estava em nenhuma delas, ela estava sentada no chão, com um cobertor em suas costas, as pernas dobradas para cima e os olhos focados no horizonte. Ela relaxou os ombros e encostou a cabeça nos joelhos, virando o rosto em minha direção levemente.
- ? – Ela sussurrou e eu segui para o deque, sentindo meus pés molhados. – O que você está fazendo aqui? Que horas são? Onde você estava? – Movimentei minhas mãos para ela se acalmar e eu me sentei ao seu lado.
- Eu tinha que te ver. – Falei e ela abriu um sorriso. – Imaginei que você não conseguia dormir.
- Pois é. – Ela encostou a cabeça em meu ombro e respirou fundo. – Fisicamente eu estou cansada, mas não consigo dormir. Eu juro que tentei. – Ela deu um sorriso de lado e eu me aproximei dela, passando minha perna em volta das suas e a abraçando-o por trás, encostando minha cabeça em seus ombros. – E você, aproveitou muito sua despedida de solteiro? – Me assustei e virei meu rosto para ela, quase pulando em cima dela.
- Como você sabe? – Perguntei em um sussurro gritado.
- Você está cheirando álcool, . – Ela falou. – E seu irmão é meio dedo duro, sabia? – Soltei uma risada fraca.
- Você encontrou com ele? – Perguntei e ela soltou uma risada fraca.
- Eu também tive a minha festa de despedida de solteira. – Ela falou com um sorriso no rosto e eu ri em seguida. – Apesar de eu ter escovado os dentes várias vezes, é possível que o cheiro de álcool venha de mim.
- Eu devo perguntar como foi? – Ela riu fraco.
- Não, porque eu realmente não quero saber como foi a sua. – Ela respondeu direto e eu ri, sentindo passar os braços em cima dos meus. – Foi divertido. – Ela falou rindo.
- Pelo menos a de alguém foi. – Franzi a testa e ela riu, encostando as costas em meu corpo e fechou os olhos.
- Eu estou tão nervosa para hoje. – Ela falou após um tempo, soltando um suspiro alto em seguida. – É um sentimento diferente, que eu nunca senti antes. – Abri um sorriso, depositando um beijo em seu ombro. – Eu tenho medo de cair, tropeçar, errar as palavras, qualquer coisa. – Ela suspirou.
- Por favor, só diga “sim”. – Falei brincando.
- Se eu disser qualquer palavra além dessa, considere como um “sim”. – Ela falou virando o rosto para mim e nossos olhares se encontraram, fazendo uma corrente elétrica passar pelo meu corpo.
- Farei isso, então. – Ela sorriu e encostou os lábios em minha bochecha, voltando a olhar para frente.
- Eu gostaria de fazer um pedido para você. – Ela falou, deslizando o corpo pelo deque e virando-o, ficando frente a frente. – Quero que façamos uma promessa, só eu e você, enquanto não tem mais ninguém nos analisando. – Ela deixou a coberta cair de seus ombros e segurou minhas mãos.
- Peça. Eu faço qualquer coisa por você. – Ela deu um sorriso de leve e eu beijei suas mãos.
- Eu tenho visto muitos casais se separando, casais com relacionamentos curtos, de um ou dois anos, se separando e isso me dá muito medo. – Entrelacei meus dedos nos dela. – Eu não quero ser um desses casais. – Ela suspirou. – Você me pediu em casamento, e eu disse sim acreditando em um casamento para a vida inteira. – Olhei em seus olhos. – Eu aceitei acreditando que eu posso te amar e vou te amar pelo resto da vida.
- Nós não seremos um desses casais. Eu te amo, eu te amo para sempre. Eu não me vejo um dia sequer sem você. Eu fiquei uma despedida inteira olhando para o chão porque só existe você em minha vida. – Ela riu fraco e eu a acompanhei. – Nós somos melhores que isso.
- Mas se algum dia, algum de nós fraquejarmos, estiver difícil de aguentar e prestes a desistir, por favor, pense que tudo tem conserto. – Ela falou. – Nós não somos feitos de cristal, é possível consertar. – Ergui suas mãos em direção aos meus lábios e beijei suas mãos. – Conserte, não quebre. – Abri um largo sorriso e soltei umas das mãos, passando meus braços pelo seu corpo, sentindo-a me abraçar fortemente, passando as mãos em minhas costas.
- Eu prometo! – Falei, sendo realmente honesto no que eu falava. – Conserte, não quebre. – Repeti suas palavras e a apertei novamente em meu corpo, encostando minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos, ouvindo-a suspirar próximo ao meu ouvido. – Sabe o que eu lembrei? – Afastei meu rosto do dela, vendo-a com os olhos levemente avermelhados.
- O quê? – Ela perguntou passando a mão nos olhos.
- Eu não te ensinei a dançar valsa. – Me coloquei para cima, me levantando e estiquei as mãos para ela, vendo-a se levantar, e se colocar em minha frente.
- E você vai me ensinar isso agora? – Ela perguntou e eu dei de ombros.
- Não é como se você fosse dormir, amor. – Falei e segurei uma mão, ficando na posição e colocando a mão em suas costas. – Você coloca a mão em meu ombro, com o braço acompanhando o meu. – Ela fez o que eu disse, respirando fundo. – E sempre mantenha as costas retas. – Ela afirmou com a cabeça.
- Isso vai ser engraçado! – Eu falei e comecei a me movimentar com ela em passos curtos.
- É o básico de dois para cá, dois para lá. – Falei, vendo-a seguir meus passos devagar, pelo pequeno espaço que tínhamos no deque, me dando a liberdade de dar alguns giros com ela, o que a fez rir, colocando as mãos na boca, parando logo em seguida, olhando em volta.
- Não é tão difícil. – Ela falou, tentando acompanhar meus passos mais rapidamente. – Claro, não vou aprender a fazer perfeitamente, mas se você tiver paciência, dá para eu enganar. – Ela falou e eu ri fraco.
- E, lembre-se, é o nosso casamento, é o nosso momento. Você pode dançar até como uma pata, se quiser. – Falei e ela riu fraco.
- Provavelmente. – Ri fraco e a peguei em meus braços.
- Vamos dormir, vai ser um longo dia. – Ela me abraçou pelo ombro e eu caminhei para dentro do quarto, colocando-a na cama e puxando a coberta para cima de seu corpo.
- Obrigada! – Ela falou e eu sorri. – Você deixou minha noite ainda melhor. – Sorri, encostando meus lábios nos seus levemente e ela encostou a mão em meu peito, na dobra da jaqueta.
- Oh! – Me afastei levemente, colocando a mão em meu bolso e tirei sua aliança de noivado da mesma. – Aqui! – Estiquei para ela que fez uma cara de surpresa.
- Oh, meu Deus, ainda bem que você lembrou. – Ela riu fraco e colocou na mesa de cabeceira.
- Você coloca na mão direita amanhã, porque eu vou ocupar a mão esquerda com outra aliança. – Falei e ela abriu um largo sorriso, escondendo os braços dentro da coberta.
- Estou ansiosa para isso. – Ela falou e eu sorri vendo-a virar o corpo, ficando de frente para mim.
Eu e ela ficamos nos olhando por algum tempo, até que ela foi fechando os olhos devagar e os bocejos começaram a aparecer, fazendo com que seu corpo se arrepiasse a cada um. Eu fiquei observando-a pegar no sono levemente, sua respiração calma, o corpo leve, até que ela começou a soltar leves suspiros o que me deixou surpreso. Ela realmente tinha dormido, algo que não acontecia há muito tempo. Passei a mão em seu cabelo e depositei um beijo em sua testa, vendo que ela não se mexeu.
Levantei da cama, me certificando que ela não acordasse e eu fechei a cortina, passando pelo meio das divisórias e pisando no deque novamente. Fechei a porta e a travei levemente, ouvindo o barulho ecoar e saí correndo em direção à Jordan novamente, pegando meus sapatos com ele e sendo enxotado para fora da minha própria casa.
Capítulo 16
(Querida eu vou te amar até os 70. Meu amor ainda se apaixonará como quando tínhamos 23. As pessoas se apaixonam de modos misteriosos, talvez só com um toque de mãos. Eu me apaixonei por você
todo dia, só gostaria de dizer que ainda sou. Então, querida, me abrace com seus braços amorosos, me beije sob a luz de mil estrelas, coloque sua cabeça sobre meu coração palpitante. - Ed Sheeran, Thinking Out Loud)
Eu despertei, de um jeito até que surpreendente. De um jeito que eu não fazia há muito tempo. Eu finalmente havia dormido. Meu corpo estava relaxado na cama, meus olhos ainda estavam fechados, mas eu comemorava alegremente por isso. Estiquei meu corpo inteiro, ouvindo alguns ossos estralarem e respirei fundo, abrindo-os e olhei para o teto. Tinha uma felicidade irradiando de mim, estava tudo maravilhoso. Ergui meu corpo na cama e meu olhar foi imediatamente para a poltrona, para algo que não estava ali na noite anterior: meu vestido de casamento, o que fez que meus lábios se esticassem em um sorriso, me fazendo pular da cama e me aproximar do vestido. Tudo estava perfeito.
- Oh meu Deus! Eu vou casar! – Falei em um suspiro e dei um rodopio no quarto, saltitando até o banheiro.
Me olhei no espelho e sorri com o que vi, ninguém poderia tirar o sorriso do meu rosto naquele dia. Tirei meu pijama e joguei direto no cesto de roupa suja, comemorando quando a roupa caiu certinha, fazendo a curva perfeita. Entrei no chuveiro e liguei a água do jeito que eu queria. Entrei de cabeça e tudo quando a água se normalizou e eu fiz questão de lavar com o meu xampu mais cheiroso e hidratar meu cabelo com bastante condicionador. O que levou dez minutos extras até ter certeza que meu cabelo não tinha resquício do produto. Peguei o pente e o penteei ainda enquanto estava embaixo do chuveiro, tirando qualquer nó que pudesse estar em meus longos cabelos castanhos.
Peguei meu sabonete e o esfreguei em uma bucha, fazendo aquele cheiro de banho começar a prevalecer no ar, me fazendo suspirar feliz. Terminei de me lavar e saí do banheiro, me secando com uma toalha branca. Olhei meu corpo no espelho e conferi se eu estava bem para encontrar meu... Bem, seria marido, à noite. Enrolei a toalha no cabelo e saí do banheiro, seguindo para o closet. Coloquei uma calcinha confortável, que seria trocada por uma sexy mais tarde, mas no momento eu precisava de uma que me deixasse à vontade. Vesti um short jeans, uma regata branca e abri a gaveta de camisas de , puxando uma branca, sentindo o cheiro de seu perfume no ar e a vesti, arregaçando as mangas e deixando os botões abertos. Eu queria lembrar ao máximo dele naquele dia.
Calcei meus chinelos e tirei a toalha do cabelo, penteando novamente, deixando-os alisados ao lado do rosto, esperando que secassem naturalmente. Voltei para o quarto e abri a cortina às pressas, empolgada com o que eu encontrei. O dia em Los Angeles estava perfeito, o céu azul, sem nuvens, o sol brilhando no céu e eu podia jurar que ouvi alguns passarinhos cantando. Ri com o pensamento e me dirigi até a porta do quarto, abrindo a mesma e sentindo o cheiro de comida no ar, me fazendo suspirar.
Olhei para o quarto de hóspede que estava vazio e segui pelo corredor, dando de cara com a maior concentração de beleza que eu podia encontrar. Eu consegui reconhecer minha mãe, minha sogra, minha irmã, Cady, Sharon, Rupert e Denise. Tinha também mais duas mulheres que eu não consegui reconhecer. Lílian, Cady e Sharon faziam as unhas e tinham cremes no rosto.
- Olha quem está aqui! – Rupert falou animado e largou a xícara que estava em sua mão e correu me abraçar. – Parabéns, minha amiga! Eu te desejo tudo de bom nessa nova etapa na sua vida. Você merece muitas felicidades. - Sorri e o abracei também, sentindo-o me tirar do chão por um tempo.
- Obrigada, Rupert! É muito bom ter vocês aqui. – Ele se afastou e eu abracei minha mãe.
- Deixe seus sonhos se realizarem, deixe que eles alcem voo! – Afirmei com a cabeça e beijei sua bochecha, abraçando-a de lado.
- O que está acontecendo aqui? Pensei que a gente fosse se encontrar no hotel. – Lindsay deu um beijo em minha bochecha e minha mãe indicou um banco, onde um prato estava posto para mim, com um pequeno vaso de rosas brancas e um bilhete ao lado.
- Bem, os caras estão meio atacados hoje, então vamos cuidar das meninas aqui, começar a cuidar de você e quando as coisas abaixarem vamos para lá. – Rupert falou e eu peguei um envelope branco que tinha ao lado das flores.
- Sem problemas. – Falei, afirmando com a cabeça e tirei o papel do envelope. “Te encontro de branco às 17 horas, traje obrigatório. Com amor, ”. Abri um sorriso, soltando um suspiro e o coloquei de volta no envelope.
- Eu tenho o melhor namorado do mundo. – Sussurrei, rindo baixo.
- Acho que você já pode chamá-lo de marido. – Lindsay falou e eu ri fraco.
- Acho que ainda não caiu a ficha. – Falei rindo e eles me acompanharam.
- Bem, eu como seu estilista pessoal e também seu segurança até o altar, vou te passar a lista de hoje. – Afirmei com a cabeça.
- Diga! – Ele veio atrás de mim e girou meu banco, me fazendo olhar para o prato com torradas e ovos mexidos em minha frente, junto com um chocolate quente.
- Para começar você vai comer. – Ele falou e eu ri fraco, vendo-o dar a volta na bancada e se colocar em minha frente. – Como você está depilada, a gente pula isso.
- Sim, faz quase uma semana que essa parte está pronta. – Falei rindo.
- Depois que você comer, você vai fazer suas unhas, eu sei que você é meio estabanada nisso, então, quanto mais tempo para secar, melhor. – Afirmei com a cabeça. – Depois a Joana ali vai fazer uma bela de uma massagem em você, bem relaxante. – A ruiva acenou para mim e eu acenei de volta, sorrindo. – Depois vamos cuidar do seu cabelo. Ainda está com aquela ideia de cortar? – Ele perguntou, encarando meus olhos.
- Sim! – Falei animada e passei manteiga em uma das torradas e a mordi com vontade.
- Nesse meio tempo eu espero que tenhamos ido para o hotel para cuidar da sua maquiagem, cabelo, te vestir e, se sobrar tempo, cuidaremos do seu emocional. – Ele falou sorrindo e fechou a pasta. – O que acha disso?
- Acho que está ótimo. – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça. – Você entende melhor do que eu. – Ele concordou com a cabeça. – E o resto do pessoal, cadê? – Perguntei.
- Bem, como ontem não conseguimos manter homem de um lado, mulher do outro, hoje faremos isso, nem que seja à força. – Afirmei com a cabeça, colocando um pedaço de ovo mexido na boca. – Eu não posso ficar do lado de lá, por motivos óbvios. – Soltei uma risada, engolindo a comida.
- Tá certo! – Afirmei com a cabeça.
- Bem, termina de comer, que eu vou pegar seu vestido, aquilo foi só para te dar um ânimo. – Ele comentou e sumiu pelo corredor.
- Funcionou! – Falei alto e virei o corpo para a bancada, onde Lindsay estava apoiada em minha frente.
- Afinal, . – Ela sussurrou. – Como foi ontem à noite? – Arregalei os olhos e ela ergueu as sobrancelhas sugestivamente. – Todos os são iguais, gostam de quebrar algumas regras. – Ela piscou o olho para mim e eu ri fraco, mordendo outro pedaço de torrada, me permanecendo quieta.
- Então, , o que vai ser? – Denise me perguntou, abaixando meus pés de seu colo. – Branco mesmo?
- Branco, hoje é o dia do branco! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça. – Mas não aquele branco corretivo, um mais suave.
- Que tal esse? Dia da noiva. – Ela me estendeu o frasco e eu afirmei com a cabeça.
- Esse mesmo. – Falei rindo e ela abriu o frasco, começando pelas unhas da mão.
- Rupert, você já passou esse vestido quantas vezes? – Minha irmã perguntou e eu olhei para Rupert, que tinha colocado o vestido em um manequim e passava um secador vertical nele.
- Várias, na verdade, mas agora estou secando. – Ele falou rindo. – Como tem bastantes camadas, às vezes o vapor se prende nas rendas.
- Olha, Rupert, eu confio em você, mas, por favor, se afaste do vestido. – Falei rindo e ele gargalhou junto.
- Está pronto, . – Ele desligou o aparelho e ajeitou a saia do vestido, pegando a caixa grande.
- Sabe, filha. – Minha mãe apoiou as mãos em meus ombros. – Você estará incrível nesse vestido. – Ela falou, puxando o ar fundo.
- Já está chorando, mãe? – Perguntei e ela riu fraco, passando as mãos no rosto.
- Você sabe que eu não preciso de muito para chorar. – Ela riu e eu segurei sua mão e a beijei.
- Obrigada, por tudo. – Olhei para ela que sorriu. – Eu realmente não estaria aqui se você não tivesse bancado minha passagem para cá. – Ela riu fraco.
- Não, não, eu só fiz você vir, mas você que passou para fazer a pós-graduação aqui. – Ela piscou para mim e eu ri. – Bem, em Boston, mas o resto foi você que fez.
- Obrigada! - Sorri.
- Por favor, , não toque em nada. – Denise falou, terminando de pintar minhas unhas da mão. – Você tem nove pessoas para fazer o que você quiser para você. – Estiquei as mãos e separei os dedos, rindo fraco. – É sério!
- Pode deixar, eu sei o quão complicada eu sou quando faço as unhas. – Falei rindo e ela sorriu, me fazendo esticar os pés em seu colo novamente.
- Vai, Denise, corta logo! – Falei impaciente, me olhando no espelho e ela pegou a tesoura. – Vai! – Soltei uma risada e ela passou o pente em meu cabelo.
- No ombro? – Ela perguntou.
- No ombro e depois ainda quero que você repique inteiro. – Falei animada.
- Não dá para voltar atrás, hein?! – Revirei os olhos.
- Denise, corta logo esse cabelo, cabelo cresce! Mas nada de franja! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça, indo para trás do meu corpo e esticando o mesmo, até que eu ouvi o primeiro corte, e vi uma grande tira de cabelo cair direto para o chão, quase como um baque.
Eu fechei os olhos e deixei Denise continuar os trabalhos. Eu sempre gostei de cabelo curto, não sei por que não havia cortado ainda, mas agora eu precisava cortar. Eu estava entrando em uma nova fase da vida, então mudaria de estilo também. Além de ter bastante cabelo e tirar um grande peso dos ombros, literalmente.
Eu ouvia o barulho da navalha passando pelos meus cabelos e Denise jogar meu cabelo de um lado para o outro, ajustando as pontas, raspando as laterais, enquanto Rupert passava em volta, varrendo o chão.
- Espero que esteja do jeito que você quer. – Ela falou e eu abri os olhos, encarando meu reflexo no espelho.
Meu cabelo estava exatamente do jeito que eu queria. Ele estava na altura dos ombros, totalmente repicados fazendo com as ondas ficassem quase imperceptíveis na ponta dos cabelos. Dei uma batida no cabelo, chacoalhando e soltei uma risada fraca. Passando os dedos nos fios.
- Eu fazia isso em todo fim de ano, deixava o cabelo crescer, e depois cortava. – Sorri. - Faz mais de dois anos que esse cabelo não via corte.
- Você fica muito bem de cabelo curto. – Denise assumiu, dando uma batidinha em meus cabelos e eu soltei uma risada, piscando para ela.
- Bem, noiva. – Rupert falou. – Arrume a sua mala, que temos que ir para o hotel, já passa das 13 horas e você ainda precisa comer alguma coisa. – Afirmei com a cabeça e me levantei.
- O que eu preciso colocar na mala? – Perguntei.
- Ouvi que vocês vão ficar de lua de mel no hotel, então, espero que o kit lingerie da Victoria Secret’s que o Seth te deu no ensaio de casamento esteja incluso.
- E o seu, e o da Lílian e o da Trish. – Falei rindo e ele piscou para mim.
- Exatamente. – Ele riu e me empurrou de volta para o quarto. – E , toma outro banho, mais rápido dessa vez, lava o cabelo, tira os fios de cabelo do corpo, porque já era, banho só amanhã. – Afirmei com a cabeça e corri a passos rápidos para o quarto.
Entrei e peguei a mala que a Lindsay tinha me dado, eu tinha ganhado vários pequenos presentes no ensaio de casamento, tudo coisas que seriam úteis para o casamento em si. A Lindsay tinha me dado uma mala, ela era branca, com alças de couro marrom, era maravilhosa e serviria muito bem para o que eu precisava agora.
Peguei os novos conjuntos de lingerie que eu havia ganhado e coloquei tudo na mala, cada pessoa me deu dois conjuntos e tinha de várias cores, preto, vermelho, laranja, roxo, azul e rosa claro, todos com detalhes de tons mais escuros, o que era maravilhoso, ainda mais pelo fato de ser tudo da Victoria Secret’s. Peguei também o conjunto especial de Rupert para usar na noite de hoje e coloquei na mala, colocando alguns shorts, vestidos e blusas, apesar de que eu imaginava que ficaríamos nus no quarto por uma semana inteira.
Fechei a mala e entrei no banheiro novamente. Dessa vez o banho foi bem mais rápido de quando eu acordei, meu corpo estava mais relaxado pela massagem, meu cabelo estava curto e minhas unhas estavam feitas, então boa parte do que eu tinha para hoje estava pronto. Passei bastante sabonete pelo meu corpo, deixando aquele cheirinho no ar novamente, o que me fez suspirar. Fiz questão de passar a bucha nos ombros para tirar qualquer fiozinho de cabelo que pudesse ter caído pelos ombros e que poderia pinicar mais tarde.
Saí do banheiro correndo e coloquei a mesma roupa que eu estava antes, só que colocando meu velho peep toe preto de sempre. Rupert e Denise eram os únicos que ainda estavam em casa, o resto do pessoal já tinha ido para o hotel, porque eles também precisavam se arrumar. Rupert pegou minha mala e foi para o carro.
Eu fechei todas as portas e janelas de casa e apaguei todas as luzes, vai saber quando eu voltaria para casa novamente. Ativei os alarmes e saí. Tínhamos dado folga para os dois seguranças, já que os convidamos para o casamento. Entrei no banco de trás e coloquei o cinto de segurança, respirando fundo.
- Tudo contigo? – Perguntei para Rupert que estava no volante.
- Vestido está com a gente e o resto já foi com o pessoal para o hotel. Espero que esteja tudo ajeitado na frente do hotel. – Ele falou passando a mão no rosto.
- Como assim? – Perguntei e ele gargalhou.
- Você não está sabendo? – Ele me olhou pelo retrovisor.
- Não, o que está acontecendo? – Olhei para ele.
- Já tinha vazado o local do casamento há algum tempo, mas agora vazou o horário, . – Franzi a testa. – Está parecendo uma première na frente do hotel, tem paparazzi e fãs.
- Merda! – Suspirei.
- Dica. – Olhei para ele. – Passa reto, dá um sorriso e entra. Não sou nenhuma Melina, mas o pessoal está lá por você também. – Afirmei com a cabeça.
Andamos até Beverly Hills confortavelmente, sem trânsito, sem nenhum problema, até Rupert estacionar em frente ao Four Seasons Hotel. As laterais da entrada estavam totalmente tomadas por pessoas, mas principalmente por fotógrafos. Tinha pouco tumulto, mas estava cheio. Eles colocaram grades nas laterais, deixando somente o meio livre. Tinha três seguranças de cada lado em frente às grades e as pessoas se amontoavam para ver quem entrava e quem saía. Estava uma loucura.
- Pronta? - Rupert falou e eu respirei fundo, me dirigindo até o canto direito do carro, vendo Rupert sair do carro e seguir para o porta-malas, onde estava a caixa do meu vestido. Denise saiu pelo outro lado e um dos seguranças abriu minha porta, me fazendo suspirar.
Assim que eu coloquei meus pés na calçada do hotel, o foco passou a ser eu. Saí do carro e bati a porta do mesmo, sendo guiada pelo segurança para dentro do hotel, que tinha as mãos apoiadas em minhas costas e servindo de escudo para as fotos de um lado. Olhei rapidamente para o pessoal e, dei um sorriso e um aceno rápido, e fui colocada às pressas para dentro, ouvindo algumas pessoas chamando o meu nome. Foi engraçado ver Rupert vindo logo atrás. Tinha uns três seguranças sendo escudo para ele por causa do vestido. Aquilo estava bem similar ao Brasil. Só faltava uma bandeira brasileira ali no meio do pessoal.
***
- , , ... Filho! – Ouvia meu pai me chamando ao fundo e eu estava em outro mundo. – , para! – Ele falou alto e eu ergui meus olhos para ele, largando a colher que estava em minha mão. – Não é porque você ganhou um buffet de sorvete do seu irmão, que você deve comer esse buffet inteiro antes do casamento. – Ele falou e eu olhei para as diversas bolas de sorvete em meu prato. – A calça não vai precisar nem de cinto. – Ele falou mais baixo e eu olhei para o Seth que estava guardando o pote de sorvete no frigobar e revirou os olhos.
- Está na hora de você começar a se arrumar, também. – Seth falou, fingindo que estava ofendido e Joshua riu, enquanto estava jogado na cama do quarto. – Olha a chegou. – Ele falou e eu me levantei correndo indo para a janela do hotel. – Já foi. – Ele falou, dando de ombros e virou o corpo para dentro do hotel de novo.
- Olha, vamos agir? Se sua mãe chegar aqui e você não estiver pelo menos pronto, ela me mata. – Meu pai levantou e empurrou Joshua da cama. – Vocês vão para o quarto, se arrumem e quando estiverem prontos, se juntem aqui. Quando o pessoal for chegando, vocês vão unindo todos aqui. – Ele falou apressado e virou o rosto para mim. – E você para o banho agora. – Ele gritou para mim e eu virei meu corpo em direção ao banheiro, praticamente enxotado.
Bati a porta do quarto e olhei meu reflexo no espelho, eu estava acabado, e não era exagero. Eu não tinha dormido nada na noite anterior. Depois que eu saí de casa, o pessoal ainda ficou andando de carro pela cidade, até que me trouxeram de volta para o hotel. Aí quem diz que eu conseguia dormir? Eu fiquei andando igual uma barata tonta pelo quarto, aí depois decidi dar uma volta pelo hotel, fui até o local onde seria a cerimônia do casamento, onde não tinha nada arrumado ainda, mas o local da festa já tinha algumas coisas montadas, mas nada que desse uma dimensão do tamanho, conversei com o atendente do hotel para ver se estava tudo certo, como também a suíte para a noite de núpcias. Fiz uma boquinha na madrugada e, quando eu deitei na cama para tentar dormir, Seth entrou causando no meu quarto, falando que hoje era o grande dia, e eu fiquei de bobeira o resto do dia, tendo Seth, Joshua, Carlos, Marcus e meu pai como companhia.
Sabia que um noivo não tem que fazer nada no dia do casamento? É sério. Eu tinha que tomar banho, dar uma aparada na barba que estava meio longa, passar alguma coisa na cara para esconder essa feição de sono e só. Puxei minha blusa para cima e olhei a mancha roxa que eu tinha na altura da minha cintura e passei a mão levemente por cima, sentindo que o lugar estava doendo ainda. Eu havia batido no portão quando eu estava sendo enxotado para fora de casa. Aquilo estava feio e estava doendo para ajudar. E eu tinha planos para me movimentar bastante naquela noite.
Peguei a máquina e liguei na parede, dando uma passada levemente em minha barba, vendo os fios caírem dentro da pia, só diminuindo-a um pouco, mas ainda deixando-a cheia, gostava e eu gostava desse meu novo estilo também.
Esfreguei as mãos na barba, vendo ainda alguns fios caírem e entrei no boxe do banheiro, deixando com que a água gelada caísse em meu corpo. Estávamos no inverno, mas o tempo nunca era tão frio em Los Angeles, e o tempo de hoje podia ser digno de um dia de primavera, estava perfeito para um casamento. Estava perfeito para o meu casamento.
Fiquei um bom tempo deixando a água cair em meu corpo, quem sabe a água levasse junto o meu nervosismo, que precisava sumir naquele momento. Acho que quem teria que treinar o “sim” era eu. E ainda eu tinha que pensar nos meus votos. Combinamos que não prepararíamos nada anteriormente, apesar de que havíamos decidido isso antes do ensaio de casamento, então, nem se eu quisesse, não tinha como planejar nada, e eu nem sabia como começar.
Saí do boxe respirando fundo e enrolei a toalha em minha cintura, voltando para frente do espelho. Me olhei e suspirei, bagunçando meus cabelos, passando a mão no rosto, encarando meus olhos azuis.
- Foca, ! Foca! – Falei para mim mesmo e suspirei. – Você pensou que esse dia nunca chegaria, mas chegou. Agora encare! – Abri os olhos e saí do quarto, seguindo para minha mala e peguei minha cueca preta e a vesti, abrindo o zíper do pano que estava pendurado na parede do quarto.
Olhei meu terno lá dentro e abri um sorriso, soltando uma risada fraca e olhei o horário, era cedo ainda. Peguei um roupão atrás da porta e o vesti. Ouvi uma batida na porta e a abri, dando de cara com minha cabeleireira e maquiadora dos eventos e eu olhei com a feição franzida.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei vendo-a rir e me atropelando, entrando no quarto com suas maletas.
- Os focos estão em você hoje e você acha que eu deixaria você aparecer com essa cara para a sua noiva que está ficando maravilhosa? – Ela colocou sua maleta em cima da cama e cruzou os braços. – Sim, eu chequei o lado inimigo. – Ela abriu um sorriso, piscando para mim. – Espero que esteja empolgado. – Ela sorriu.
- Como ela está? – Perguntei empolgado.
- Ela está linda. – Ela sorriu. – Mas não consegui ver o vestido ainda, está sendo guardado há mil chaves. – Ela revirou os olhos e eu ri. – Bem, senta aí que eu tenho que fazer um milagre pelo que eu estou vendo. – Ela puxou uma poltrona no canto e eu me sentei na mesma, vendo abrir sua maleta de maquiagem.
- Eu vou consertar essa sua cara de ressaca.
- Depois que você for embora, eu quero que você entregue algo no campo inimigo, ok?! – Falei e ela deu um tapa de leve em meu rosto.
- Fecha os olhos. – Ela reclamou.
***
Passei a mão em meu penteado e gostei muito do que vi, aquilo estava simplesmente maravilhoso. Os cabelos curtos foram deixados de forma natural e Denise fez uma trança que passava em volta da cabeça inteira, quase como uma faixa, deixando de forma bem suave, em meio a meus cabelos ondulados. Abri um sorriso para Denise e ela me estendeu a mão para eu levantar.
Minha maquiagem também já estava pronta, os olhos com uma maquiagem leve, dando uma iluminada nos olhos, com forte lápis e rímel pretos, mas o batom era um sutil rosa claro, bem delicado. Olhei para Rupert que estava já bem arrumado com seu terno e abri um sorriso.
- Está acontecendo! – Falei animada e eles sorriram, me abraçando fortemente.
- Está quase na hora, . Acho que você pode se trocar e voltar aqui para colocar o vestido. – Afirmei com a cabeça e suspirei, vendo-o pegar uma caixa atrás dele e me entregar. – Isso, como você já sabe, é para dar uma apimentada nas coisas.
- Obrigada, por tudo, realmente tudo! – Sorri para ele que mandou um beijo de longe.
- Vai logo! – Ele brincou e eu andei saltitando até o banheiro.
Apoiei a caixa na pia e tirei a tampa, encontrando o corpete, a calcinha e as meias 7/8 brancas e dei uma risada fraca. Eu nunca havia usado um corpete, muito menos meias 7/8. Por mais que dizia, Rupert dizia, Derek dizia e Rodrigo dizia, eu não sabia ser sexy, era... O oposto de mim. Aquilo seria uma situação engraçada para se encarar na hora da noite de núpcias.
Abri meu roupão e encarei meu corpo nu no espelho. Eu não gostei do que vi durante muito tempo, quando eu era mais nova. As coxas grossas, cintura fina, os peitos nem tão grandes, nem tão pequenos, algumas pintinhas no corpo devido a uma catapora tardia, mas agora eu não me preocupava mais, eu tinha alguém que olhava para o meu corpo com amor e desejo ao mesmo tempo. E isso era muito bom.
Passei um hidratante que eu havia ganhado de Cady em meu corpo, sentindo o cheiro no ar e dei alguns pulos no ar, esperando o creme secar e virei para o espelho novamente. Meu cabelo estava ajeitado, só faltava acrescentar o véu, a maquiagem também estava pronta, apesar de ter que passar batom novamente por precaução.
Vesti a calcinha e me certifiquei de ajeitá-la em todas as partes do meu corpo, para não ter problema dela no bumbum no meio do casamento. Me sentei na beirada da banheira e peguei uma das meias, levantando a perna e coloquei a meia, começando a subi-la levemente, desenrolando-a com calma para não rasgar e nem ficar enrugada em nenhuma parte. Fiz o mesmo com a outra meia e olhei em volta do banheiro do hotel e peguei um daqueles chinelos de quarto e joguei no chão, calçando o mesmo antes de me levantar.
Segui para frente do espelho novamente e estiquei o corpete, ajeitando as alças, para que ficassem certinhas e o coloquei, arrumando na parte dos seios e prendendo o zíper embaixo, subindo-o somente até a metade, já que não consegui fazer até o fim. Prendi o corpete nas meias e ajustei a altura também, conferindo se estava confortável para me movimentar, mexer e me senti bem quando olhei para o espelho, soltando uma risada em seguida.
- Obrigado! – Ouvi Rupert dizer quando eu saí do banheiro, ele se virou para mim com um embrulho na mão. – Você está maravilhosa! – Ele falou e eu ri fraco, me sentindo levemente envergonhada.
- Precisa fechar até o fim. – Falei, me virando para ele e senti as mãos dele fazendo o zíper deslizar pelo meu corpo. – Quem era? – Perguntei e virei de frente novamente.
- A maquiadora do , pelo jeito ela terminou com e mandou um presente do campo inimigo. – Ele me estendeu e eu peguei a sacola, que me aparentou improvisada e tirei a caixa fina e comprida, preta e aveludada da mesma, com as palavras “Bvulgari” escrita na mesma.
- O que ele está aprontando? – Falei em um sussurro, abri a caixa e prendi minha respiração imediatamente quando encontrei dentro da caixa um colar com flores de diamantes à sua volta.
- Oh, meu Deus! – Rupert deu um grito ao meu lado e eu ainda estava pasma. – O que ele está fazendo? – Ele falou para mim.
- Eu não tenho nada para dar para ele. – Falei nervosa, passando a mão nas pequenas pedras de diamante.
- E você acha que precisa? – Ele virou para mim, tirando o colar a caixa e foi para atrás de mim, ajeitando o colar em meu pescoço. – Ele só está te mimando, . – Passei a mão no colar e suspirei, sentindo o gelado tocar meu corpo.
- Mas é péssimo não ter como retribuir. – Falei suspirando.
- Ele só está se certificando que você tenha o casamento de princesa. – Denise falou e eu sorri, soltando uma risada fraca.
- Eu, com certeza, estou. – Falei baixo e suspirei.
- Vamos colocar o vestido, então? – Rupert me olhou e eu bati o olho no relógio colocado estrategicamente na mesa de cabeceira, vendo que faltavam 45 minutos para a cerimônia.
- Não está um pouco cedo? – Perguntei me aproximando do vestido que estava no manequim.
- Daqui a pouco vai aparecer a organizadora do casamento, sua mãe, sua irmã, todas as madrinhas, todos os padrinhos, melhor você estar vestida, não acha? – Ele franziu a testa e eu ri fraco, afirmando com a cabeça.
- É, acho que sim! – Falei rindo fraco e ele seguiu para o vestido, puxando-o do manequim e eu me aproximei dele, vendo-o abrir os botões que ficavam na parte de baixo das costas, já que o começo das costas era aberto, e começava a fechar à partir do meio.
Estendi meus braços para cima e ele colocou o vestido em mim, deixando com que ele ficasse na altura dos olhos, e começou a puxar as diferentes camadas para baixo, ajeitando uma de cada vez. O forro do vestido, depois o tule que dava o volume do vestido, o tule mais fino, alguns outros e por fim, a renda. Ele puxou o vestido para baixo totalmente e o vi tocar no chão, passei a mão em meu peitoral, e abri um sorriso. Eu ajeitei no corpo, enquanto Rupert fechava o vestido botão por botão.
- Rupert, tem que tirar as alças do corpete, não? – Perguntei para ele, me virando.
- Sim tem, é que com elas fica mil vezes mais fácil de vestir. – Ele riu fraco e tocou em meus ombros, desafivelando as alças do corpete e puxando o vestido um pouco para cima, deixando-o corretamente. – Os brincos, Denise. – Ele falou e Denise saiu correndo em um simples, mas muito bonito, longo preto, ainda com os pés descalços.
- Aqui! – Ela deu uma corridinha rápida e pegou a caixa que eu havia trazido para cá, colocando o pequeno brinco de diamantes em minhas orelhas que eu havia ganhado de Lindsay, que combinaram perfeitamente com o colar que havia me dado. Coloquei a pulseira que minha mãe tinha me dado e caminhei devagar em frente do espelho.
Eu estava linda. A sensação de usar um vestido de noiva era a melhor. Eu já adorava quando tinha que usar algum longo, em uma formatura ou uma festa de 15 anos, ou até um casamento que não fosse o meu, mas usar o seu vestido de casamento, era incrível. Eu me sentia uma princesa... Bem, acho que com quase trinta anos, eu podia dizer que me sentia uma rainha. Eu seria esposa agora, mulher, futura mãe, apoiadora, colo, torcedora, encorajadora e estou disposta a tudo que a vida precise que eu enfrente. Rupert apareceu no reflexo do espelho atrás de mim e abriu um sorriso. Abri um largo sorriso e ele soltou uma risada fraca com a minha reação.
- A emoção é grande, mas, por favor, guarde o choro para daqui a pouco. – Ele deu um beijo em minha testa e passou a mão em meu cabelo. – Você vai precisar. – Ri fraco e ele foi para o manequim novamente, me fazendo virar o corpo, sentindo as saias do vestido flutuarem no ar. – Vamos para o véu? - Abri um sorriso.
***
- Por que não fizeram uma gravata borboleta de botão? – Falei, alisando a gravata preta novamente e a enrolando em meu pescoço.
- Porque uma grife fez seu terno. Não uma lojinha de esquina. – Meu pai falou bravo, provavelmente por eu estar reclamando pela milésima vez dessa gravata.
- Dá isso aqui! – Ele falou puxando da minha mão e ficou de frente para mim, enrolando a gravata em meu pescoço e fazendo o nó, forçando um pouco a mão em minha garganta, mas dando um nó perfeito e abaixando a gola da minha camisa.
- Como você fez isso? – Perguntei.
- Casamento. – Ele falou rindo e deu um tapa em minhas costas. – E eu estou no meu segundo. – Ri fraco, vendo-o pegar o paletó da cadeira e se aproximar de mim, enquanto eu afivelava meu cinto.
- Eu estou nervoso, pai. – Falei suspirando.
- Eu me surpreenderia se você não estivesse. – Ele falou e colocou o paletó em meus braços, o subindo até meu ombro.
- Alguma dica? – Perguntei.
- Só uma. – Ele virou para mim e ajeitou o paletó, passando as mãos em meus ombros. – Não faça o que eu fiz. – Ele mexeu a cabeça confirmando. – E coloque em ação tudo o que sua mãe ensinou para vocês desde cedo. – Afirmei com a cabeça. – Você tem sorte da mulher com quem você está se casando já sabe quem ela é. Já sabe o que ela gosta, o que ela precisa, o que ela não gosta e o que ela não precisa. – Afirmei com a cabeça. – Mas um casamento não dura um ano, é para durar a vida inteira. – Ele olhou em meus olhos. – E as pessoas mudam durante a vida e isso pode ser algo bom ou não. Depende de nós levarmos isso de um jeito bom ou ruim. – Abri um sorriso. – Você a ama, e sabe que a ama, do contrário não teria feito a pergunta mais importante da sua vida. – Ele piscou um olho para mim e eu ri. – Agora faça isso durar para a vida inteira.
- Obrigado, pai! Isso é muito importante para mim. – Ele sorriu e eu o abracei, sentindo-o dar uns tapas de leve em minhas costas.
- Já vai começar a choradeira? – Seth falou parado na porta, com minha mãe e minhas irmãs ao seu lado.
- Podemos entrar? – Sharon perguntou. - Precisamos ir para o campo de lá ainda, antes de nos reunirmos para cerimônia.
- Claro que podem! – Falei e meus irmãos correram me abraçar, fazendo com que meus olhos ficassem embaçados.
- Você está muito bonito, filho. – Minha mãe falou, entregando uma caixa para Cady enquanto ela passou as mãos em meus ombros, com um sorriso enorme no rosto. – Eu nunca pensei que isso aconteceria. – Soltei uma risada fraca. – Mas eu estou feliz que você tenha feito. – Ela segurou meu paletó e o abotoou, alisando o mesmo. – Seja feliz, filho.
- Eu já sou, mãe. – Falei sentindo meus lábios tremerem. – Eu prometo.
- Eu acredito. – Ela sorriu e se afastou de mim. – Derek, Joshua e Jason estão lá fora, Rupert deve estar com ainda e Rodrigo deve ter ido ver a melhor amiga.
- Trish está aqui também. – Cady falou.
- E a sua melhor amiga veio te ver. – Minha mãe falou rindo. – É um momento importante. – Ela sorriu. – Olívia daqui a pouco vem para cá, começar a indicar os caminhos, a Vanity Fair vai tirar algumas fotos suas antes do casamento, coisa rápida, e eu vou arranjar um lencinho e te encontro daqui a pouco. – Ri fraco e a abracei novamente.
- Boa sorte, irmão. – Cady falou me abraçando forte e eu finalmente olhei a roupa que ela usava, um vestido de um ombro só, laranja em degradê com alguns detalhes em prata na altura da cintura e uma camada de um pano mais fino.
- Boa sorte. – Sharon falou me abraçando e notei que seu vestido e de Cady eram iguais, mas de Sharon era rosa.
- Vocês estão lindas.
- Sua noiva tem um bom gosto incrível, sabia? – Cady falou fazendo pose.
- E cadê as crianças? – Perguntei.
- Já estão no solo feminino, eles te encontram lá.
- Mas o Ethan e o Mike não deveriam estar aqui? – Cady gargalhou.
- Deixa meus filhos comigo, por favor. – Afirmei com a cabeça e ri.
- Vamos, meninas, precisamos levar o sapato da para ela. – Minha mãe falou, pegando a caixa novamente.
- Esse é o sapato da ? – Perguntei, apontando para caixa.- Me empresta ele? – Perguntei e ela franziu a testa, me estendendo a caixa de sapato, visivelmente com medo. – Alguém tem uma caneta? – Perguntei e meu pai estendeu um marcador preto.
- O que você vai fazer? – Ouvi a voz do meu irmão e abri a caixa do sapato. – Por favor, não destrua, é lindo demais.
***
- Eu vou me certificar de que , os padrinhos, as madrinhas, e os pajens entrem, depois eu venho buscar você e a Liana, pode ser? – Olívia falou e eu afirmei com a cabeça, vendo Liana afirmar repetidamente com a cabeça.
- Você está linda, sabia? – Cochichei para Liana que mexeu a cabeça confirmando, girando o vestido de dama de honra, com uma faixa rosa na cintura.
- Você também, tia . – Ela falou animada e eu me levantei, passando a mão no prendedor de flor em seu cabelo, ficando de frente para Olívia novamente.
- Todas vocês estão, na verdade. – Falei sorrindo, olhando para Lílian com vestido rosa e Ruth com vestido laranja e vi a porta se abrir, relevando Cady e Sharon, com Lindsay logo atrás.
- Você está incrível, irmã. – Lílian falou, segurando minhas mãos e beijando as mesmas. – Ei, cadê seu anel de noivado? – Ela falou, virando correndo os olhos para o quarto e para minha mãe, que usava um vestido longo rendado azul escuro.
- Aqui, querida! – Ela pegou a caixa azul da Tiffany e a abriu, mostrando meu anel de noivado que eu coloquei na mão direita, encarando a mão esquerda vazia.
- Acho que agora está pronta! – Melina falou e eu ri fraco.
- Falta isso na verdade. – Lindsay estendeu a caixa de sapatos para mim e Rupert arregalou os olhos, pegando correndo nas mãos de Lindsay e eu ergui a barra da calça.
- Estava vendo que esses sapatos estavam bem confortáveis. – Revelei os chinelos do quarto e elas riram.
- Senta ai! – Ele indicou uma poltrona e eu me sentei, tirando os sapatos de quarto e vendo Rupert se ajoelhar aos meus pés, abrindo a caixa de sapatos, revelando os sapatos brancos de salto fino, com uma decoração prata em cima. Ele tirou o primeiro pé colocando delicadamente em meus pés, e eu o ajeitei, sentindo-o até que confortável... Por enquanto.
- Ah não. – Ele reclamou, tirando o outro pé. – Não me diga que é sujeira. – Ele falou virando o sapato até que abriu um largo sorriso, me entregando o mesmo e eu franzi a testa. – Olhe embaixo. – Ele falou e eu virei o sapato, olhando para a sola do mesmo.
- O que foi? – Minha irmã perguntou e eu abri um largo sorriso quando li, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- “Você é minha amiga, você é meu amor, você é minha vida...” – Falei suspirando. – “Mal posso esperar para fazê-la minha esposa. Com amor, ”. – Falei com um enorme sorriso em meus lábios e todo mundo suspirou. – Eu realmente disse sim para a pessoa certa. – Falei com os olhos marejados, sendo abraçada pela minha mãe.
- Realmente, querida. – Ela falou e deu um beijo delicado em minha cabeça. – Vamos casar essa menina? – Minha mãe perguntou alto para o pessoal e eu me levantei com a ajuda de Rupert.
Fiquei em frente ao espelho e olhei meu corpo novamente. Rupert ajeitou a barra do vestido novamente, puxando cada camada para baixo, ajeitando-a delicadamente e esticando bem. Ele se levantou e passou a mão em meu véu que estava dobrado no chão de tanto que eu havia andado. Ele prendeu o enfeite do véu em minha cabeça, ajeitando-o levemente, conferindo se estava firme.
- Vestido, véu, sapatos, joias, corpete, acho que está tudo confere, não? – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Obrigada por tudo, Rupert. – Ele sorriu e me abraçou rapidamente.
- Eu preciso ir para o lado de lá. – Rupert falou, virando para as mulheres que estavam a postos. – Vocês cuidem dela, ok?! Olívia, você sabe o que fazer.
- Pode deixar, Rupert, eu cuido dela. – Olívia falou e Melina virou a cabeça para ela.
- Nós cuidamos dela. – Melina falou e eu ri fraco, acenando com a cabeça para Rupert.
***
Olhei para minha mão onde estavam as alianças e fechei a caixinha, ouvindo um estalo ecoar pelo quarto. Todos os homens estavam lá, meu pai, meu irmão, Joshua, Rupert, Derek, Carlos e Marcus, todos esperando. Cada um com o terno igual ao meu, mas alguns usavam o rosa e outros laranja, dependendo da cor que a madrinha estava usando. Meu lenço era branco, provavelmente combinando com o vestido de .
Passei a mão no cabelo novamente e suspirei, olhando o relógio em meu pulso, vendo o ponteiro passar cada vez mais devagar, eu não sabia se queria que fosse mais rápido ou mais devagar. Eu não sabia se estava preparado.
Eu estava usando todas as inspirações momentâneas naquele dia, mas ainda não conseguia elaborar nada para dizer à cara a cara e na frente de todo mundo. Passei a mão em meu rosto e fechei os olhos por um momento. Eu sou ator, caramba! Vivia de criatividade, eu deveria ter alguma coisa para falar para ela.
Uma batida na porta me distraiu e Olívia abriu a mesma, entrando no quarto que eu estava desde o dia anterior. Todo mundo se levantou imediatamente quando ela olhou para mim, suspirei e ela esticou a mão para mim.
- Está pronto? – Ela perguntou e eu levantei, passando as mãos nas pernas, desamassando as pregas da calça e fiz o mesmo com o paletó, afirmando com a cabeça.
- Acho que sim. – Falei, afirmando.
- Está preparado para casar com o amor da sua vida? – Ela perguntou e eu abri um largo sorriso.
- Sim, estou.
- Então, você está pronto. – Ela abriu um sorriso e indicou a porta para mim e meus amigos.
Meus amigos foram na frente, andando quieto e a passos lentos pelo corredor do hotel. Eu fiquei por último, com meu irmão ao meu lado. Ele passou o braço pelos meus ombros e fomos andando em silêncio.
Entramos no elevador e Olívia apertou o último botão do painel, nos levando para o térreo. Saímos pela parte de trás do hotel, talvez de propósito ou planejado pela bagunça que estava lá na frente. Entramos em um corredor e saímos onde seria o casamento. Entramos em uma sala espelhada, com algumas cortinas e flores brancas para esconder do pessoal e logo pude ver todas as mulheres chegando, junto de Ethan, Mike, Annie no colo de Cady e Liana, eles estavam muito lindos, Liana e Annie com vestidos brancos e Liana com uma fita rosa na cintura e um grande laço nas costas e Annie com o mesmo, mas o laço laranja. Ethan e Mike também, igual nós, um com um lenço rosa no bolso, outro com laranja.
As mulheres estavam maravilhosas, todas com o vestido de um ombro só, igual Cady e Sharon e elas estavam com as cores variadas. Uma mais bonita que a outra. Eu estava meio indeciso sobre a escolha de cores da , mas aquilo estava incrível, e eu sei que teria mais dessas cores na festa.
- Vamos tirar algumas fotos, ? – Olívia perguntou, me indicando aos fotógrafos que estavam na lateral e eu a segui, saindo da sala e seguindo para a outra, igualmente espelhada, mas que tinha uma parede com flores brancas nela inteira. – Esses são Kevin, Lenny, Georgia e Samantha, elas são os fotógrafos e cinegrafistas do casamento de vocês. – Acenei para todos e cumprimentei um por um. – E essa é Rebecca, fotógrafa e repórter da Vanity Fair. – A cumprimentei também, acenando com a cabeça.
- A gente gostaria de tirar algumas fotos suas, para a revista. – Rebecca falou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro, vamos! – Afirmei com a cabeça e me coloquei em frente ao painel com flores brancas. – Olívia virou para mim.
- Eu pegarei e, acabando aqui, o Peter indicará os próximos passos para você. – Afirmei com a cabeça. – É com você Peter. Georgia vem comigo.
***
Eu estava sozinha no quarto, tinha somente um segurança e um dos ajudantes de Olívia na porta. Eu não parava de me olhar no espelho, conferia se o véu estava ok, se o vestido estava ajeitado e se o cabelo não tinha desmoronado ainda. Conferia meus dedos, minha maquiagem, os esmaltes, os sapatos, tudo. Mas parecia que tudo estava perfeito.
Ouvi uma batida na porta e virei meu corpo a tempo de ver Olívia abrindo-a e parando na mesma, abrindo um largo sorriso para mim. Ela estendeu a mão e eu me aproximei vendo-a rapidamente ir para trás e segurar meu véu, para que não fosse arrastando até o local do casamento.
- Vamos? – Ela me perguntou e eu afirmei com a cabeça, vendo a mesma fotógrafa que tinha tirado algumas fotos mais cedo ali ao seu lado.
- Vamos sim! – Falei nervosa, mas empolgada ao mesmo tempo.
- Você está maravilhosa. – Ela falou e eu sorri.
Eu andei até o corredor e vi minha mãe lá fora, o que me fez sorrir e, ela sorriu, estendendo as mãos para mim. Eu segurei a mesma, entrelaçando meu braço ao dela e Olívia vinha atrás segurando meu véu, a fotógrafo seguia um pouco mais a frente tirando algumas fotos, um segurança a acompanhava e o ajudante de Olívia atrás.
Entramos no elevador e eu me coloquei no meio do mesmo, olhando meu reflexo no espelho. Eu podia ver felicidade nele, o que me fez ficar bastante emocionada. Era o rosto de dever cumprido, não sei, eu consegui fazer algo certo na minha vida, eu consegui me apaixonar por alguém decente e, com sorte, destino, carma, ou qualquer coisa, essa pessoa também se apaixonou por mim e me escolheu como mulher para o resto da vida.
As portas do elevador se abriram e eu virei meu rosto, começando a ser seguida pelo cortejo atrás de mim. Andei pelo grande lobby do hotel, onde poucas pessoas estavam ali, lendo, jogando, ou só passando o tempo. Eu entrei por uma porta dando de cara com uma sala espelhada que estava vazia. Eu podia ver pela parede espelhada as pessoas sentadas em seus lugares e o padre no altar que foi feito na área aberta do Four Seasons.
A fotógrafa da Vanity Fair chegou e surtou ao me ver. Ela estava muito empolgada, me elogiava, elogiava o vestido, tudo estava perfeito para ela, o que me deixou feliz, tenho certeza que meu casamento seria bem falado pela revista, o que me deu um orgulho incrível por dentro. Eu me contentaria com um casamento simples, mas ter o mundo inteiro vendo como eu estou feliz me deixava mais feliz ainda.
Rebecca, a fotógrafa tirou algumas fotos minhas, algumas sentadas, outras em pé, para registrar meu vestido e logo se retirou, falando que ia para fora e que nos encontramos depois. Georgia, a fotógrafa contratado por nós, tirou mais algumas fotos e logo disse que também iria para fora.
- Está na hora. – Olívia falou e eu gelei, arregalando os olhos.
Ela encaminhou para uma caixa que Peter segurava e a abriu, puxando algo que eu não conseguia ver de onde eu estava. Ela virou o corpo para mim e vi que ela me estendia o meu buquê e eu abri um sorriso incrível ao vê-lo do jeitinho que eu queria.
- Está incrível, Olívia. – Falei e me aproximei dela, pegando o buquê com rosas laranja e cor-de-rosa e algumas flores menores em um tom claro de verde, embrulhados em um lindo pano branco, onde eu segurei.
- Está pronta? – Ela me perguntou e eu me coloquei em pé.
- Pronta. – Falei decidida e segurei o buquê com as mãos em frente ao corpo.
***
Olhei para a porta de vidro coberta com as finas cortinas brancas em minha frente e prendi a respiração por um momento, fechei os olhos e tentei visualizar a minha vida dali para frente. Eu não me sentia totalmente preparado para um casamento, mas eu me sentia totalmente preparado para passar a vida inteira com . Não podia imaginar o que viria dali para frente, mas só conseguia imaginar que minha vida seria muito mais interessante a partir daquele momento.
Senti um apoio em meu braço e vi minha mãe se colocar ao meu lado. Ela estava com um vestido preto e um xale cobrindo seus ombros. Ela enlaçou meu braço com o seu e eu apoiei minha mão na sua, virando meu rosto e ela sorriu, movimentando a cabeça, e eu fiz o mesmo, se ela havia perguntado se eu estava bem, eu com certeza estava. Tinha enormes borboletas em grupo em meu estômago, mas estava bem, podiam ser gases também, vai saber.
Peter, o ajudante de Agatha apareceu em minha frente, dei uma rápida olhada atrás de mim e pude ver a mãe de na minha diagonal, esperando por sua filha, com os olhos levemente vermelhos, provavelmente já tinha chorado. Dei um rápido beijo em sua bochecha e ela abriu um largo sorriso, retribuindo e eu sorri. Eu pude sentir o apoio dela, o amor dela, e todo o carinho que eu podia receber daquela família maravilhosa.
Atrás de mim, os casais estavam postos um a um, Seth e Lílian, Cady e Marcus, Rodrigo e Ruth, Sharon e Carlos, Trish e Jason, Melina e Joshua, e atrás de todos Derek e Rupert, que estavam virados para trás, provavelmente ajeitando Mike e Ethan que estava nervosos por ter que carregar coisas até o altar, o que me fez rir. Podia ver Annie no colo de outro ajudante de Olívia que eu não reconheci, Annie não estranhava pessoas, então, ela estava muito bem no colo dessa pessoa e ela estava muito.
- Atenção, atenção! – Peter falou e eu virei de frente novamente para o local, segurando firmemente o braço da minha mãe. – Em cinco, quatro, três, dois... – Ele se afastou da porta e bateu duas vezes na mesma.
Ouvi uma música instrumental começar a tocar e não consegui entender, ou o nervosismo repentino que bateu em mim, eu só podia dizer que era tocado por violino... Eu acho. Puxei o ar fortemente e as portas duplas de vidro abriram em minha frente, deixando o vento de fim da tarde entrar na sala.
Minha mãe me ajudou no primeiro passo e eu relaxei quando desci os primeiros dois degraus da sala e vi minha família e grandes amigos, dei cinco passos sobre o deque e pisei no tapete branco que estava estendido do gramado em minha frente. E continuei seguindo. O local estava incrível, o pessoal estava em pé, nas cadeiras dispostas e tanto meus amigos do cinema, como meus familiares que estavam nas cadeiras próximo do corredor, faziam piadas comigo, riam, falavam “Mandou bem”, ou sorriam para mim carinhosamente e isso dava um conforto incrível no peito.
Os fotógrafos corriam para tirar fotos, eles andavam pelas laterais correndo e na minha frente, de costas, movimentando a câmera diversas vezes. A minha frente tinha um padre com uma roupa branca, com aquela feição suave, como todo padre tinha, já que eu e fomos criados na igreja católica, decidimos fazer uma cerimônia na nossa religião de nascença. Um pouco na lateral tinha um juiz, de terno escuro, com as mãos pousadas lado a lado do corpo.
Eu não contei quantos passos foram, mas não eram muitos, a distância da porta de vidro até o altar não era tanta. Antes de subir os dois degraus que tinham, minha mãe deu um beijo em meu rosto e seguiu para meu lado esquerdo, se colocando na ponta. Cumprimentei os dois homens no altar e eles sorriram felizes, me coloquei de frente para os convidados e olhei para frente, vendo meu pai entrar a passos lentos, me fazendo sorrir.
Meu pai me abraçou forte e seguiu para o meu lado. Lílian e Seth entraram rindo logo atrás, eles estavam realmente se divertindo, ambos com um sorriso grande no rosto. Eles estavam felizes, mas também estavam bem de boa. Lílian foi para o lado de , ficando próximo a mim e Seth ao meu lado, ficando perto também.
Cady e Marcus chegaram em seguida, rindo também, de braços dados, Cady era mais extrovertida, Marcus era um pouco tímido. Eles se colocaram lado a lado, no meu canto. Rodrigo, o melhor amigo de e Ruth que trabalhou com ela, entraram um pouco mais quietos, eles não tinham intimidade, mas Rodrigo tinha um sorriso incrível no rosto. O mesmo de Sharon que entrou com seu namorado de longa data Carlos.
Melina entrou com meu melhor amigo Joshua. Foi a melhor ou a pior coisa termos colocado os dois juntos, aquilo era hilário, Melina era minha relações públicas, Joshua era meu assistente, e eles se bicavam algumas vezes, mas era bom ver Melina com um vestido longo que tinha escolhido para ela e sua barriga saliente. Joshua acenou para mim, fingiu que ia para meu lado, mas foi para o lado de , o que me fez rir, ele era mais amigo meu do que dela, mas Melina precisava de um par e o adorava. Trish entrou com Jason, eles estavam casados há cinco anos, então, sabiam tudo que eu estava sentindo. Ela passou a mão na minha delicadamente, em um cumprimento e seguiu para o meu lado, finalizando o time.
E por último veio Derek e Rupert, ambos de terno, cada um com o lenço de uma cor, lado a lado, com os braços em frente ao corpo, Derek me cumprimentou com a cabeça e eles seguiram para o lado de , se colocando lado a lado. O momento fofo do dia veio logo atrás. Ethan e Mike, meus sobrinhos vieram lado a lado. Ethan trazia uma jarra, provavelmente com água benta e Mike trazia uma Bíblia em suas mãos. Eles andavam rapidamente pelo tapete branco, mas tinham largos sorrisos no rosto. Quando eles chegaram perto de mim, eles entregaram ao padre, que colocou os objetos em cima da mesa baixa na lateral e acenaram para mim rapidamente e seguiram para ficar ao lado de minha mãe que estava na ponta.
Annie veio toda quieta no colo de uma das ajudantes de Agatha. Ela estava linda, com a ajuda da ajudante, ela segurava a almofada onde as alianças estavam presas, caso Annie pudesse deixar cair. Cady pegou Annie assim que ela se aproximou de nós e Marcus a segurou em seguida, ajeitando seu vestido e colocando-a sentada em seu braço, dando a almofada de alianças para Mike, que segurou corretamente.
Olhei para a fileira ao meu lado esquerdo e ao meu lado direito e todo mundo olhava para mim, eu franzi a testa e eles só riam ou sorriam, eles sabiam o que me esperava daqui a pouco, ou melhor, quem apareceria depois. A música parou aos poucos, ficando baixa. Notei que o quarteto de cordas estava à minha esquerda, do lado da família de .
A pequena Liana apareceu saltitante pelo tapete branco, jogando flores pelo mesmo. Pétalas de rosas laranja e cor-de-rosa. Tive um pequeno momento de foco em Liana chegando perto de mim e indo para o lado de . Acompanhei-a com o olhar e não deu tempo de ela chegar aos braços de Rupert e eu comecei a ouvir a música.
Meu olhar se ergueu rapidamente, no momento em que as portas espelhadas foram abertas e a marcha nupcial ficou mais alta e clara. Eu senti minha respiração falhar quando eu vi um vulto escuro vir para a claridade aos poucos, fazendo com que eu ficasse surpreso, não sabendo decifrar o que aparecia em minha frente, sendo iluminado devagar. Eu sei que passei a mão em meu rosto, subindo pelo meu cabelo, abri minha boca e senti um tapa fraco em meu ombro.
- Ela está maravilhosa! – Seth falou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça, vendo-a caminhar em minha direção, o que pareceu acontecer em câmera lenta, de braço dado com sua mãe.
O vestido era tomara que caia branco, com alguns detalhes desenhados no peito e deslizando até as saias do vestido, sumindo aos poucos. Os panos eram finos, um por um, trazendo uma leveza para o vestido. Uma mão se mantinha colocada em frente ao corpo, segurando firme o buquê de rosas laranja e cor-de-rosa, nos tons que eu tinha visto o dia inteiro e a outra estava de braço dado com sua mãe que tinha o sorriso tão largo quanto .
Ergui meus olhos para seu rosto e notei que ela tinha um sorriso enorme, o mesmo sorriso que ela tinha quando estava feliz ou emocionada com alguma coisa, mas ao mesmo tempo não queria que ninguém soubesse que ela estava chorando. Sua maquiagem estava delicada, sutil, me fazendo ver perfeitamente o brilho em seus olhos. Olhei com surpresa para seu cabelo: ele estava curto. Acho que não chegava bater nem em seus ombros, deveria estar um pouco mais curto que aquilo. A parte da frente estava puxada para trás, mas eu foquei meu olhar no véu que cobria levemente seus ombros, e seguia arrastados pelo tapete branco. Tinha um brilho na parte de cima de seus cabelos, que o seguravam.
- Sim, ela está incrível. – Falei para Seth, abrindo um largo sorriso em meus lábios, passando a mão embaixo dos olhos.
***
Passei a mão em meu vestido e me olhei no espelho novamente e Olívia me entregou o batom e eu passei novamente em meus lábios. Passando as mãos em meu corpo, alisando o vestido. Um barulho rápido na porta me distraiu e eu vi minha mãe entrando na sala.
- Pronta? - Minha mãe falou. Sorri, soltando a respiração devagar. - Você está incrível. - Ela segurou minha mão livre e deu um delicado beijo em minha testa.
- Eu quase me esqueci de um negócio. - Ela falou. - Algo novo, velho, emprestado e azul. – Ela falou para mim e eu abri minha boca surpresa e ela sorriu. - Você tem todos os presentes de novo, o colar de , a pulseira minha, os brincos de Lindsay, e mais algumas coisas que eu fiquei sabendo. – Ela riu e eu sorri. – E como eu só me lembrei disso agora, vamos ter que unir o velho, emprestado e azul. – Ela riu e ergueu o pulso, mostrando sua pulseira de pingentes de diversas cores, de diversas pedras e tirou o pingente azul. – É o que vai ter que ser. – Ela prendeu o pingente em minha pulseira que ela havia dado e eu ri fraco, abrindo um largo sorriso. Destoava completamente do conjunto, mas eu não me importei. – Seu pai foi igual ao no dia do nosso casamento. – Ela segurou minha mão direita, acariciando a mesma. – Ele pediu para minha mãe me entregar essa pulseira horas antes de eu entrar na igreja. – Ela ergueu os olhos para mim. – Tenho certeza que ele está muito orgulhoso de você. – Prensei os lábios um no outro e puxei o ar fortemente. – Você cresceu se tornou uma mulher maravilhosa, construiu sua carreira e ainda se apaixonou. – Ela ergueu o dedo. – Isso, sem a ajuda de ninguém.
- Mãe, não foi assim. – Falei soltando uma risada fraca.
- Apoio você sempre teve, mas você teve coragem, foi lá e fez, e encarou tudo isso sozinha. – Abri um sorriso, com uma risada fraca.
- Obrigada, mãe! – Falei com um sorriso no rosto e ela riu, me abraçando fortemente.
- Promete para mim que vai ser feliz? – Ela falou em meu ouvido e eu ri fraco.
- Prometo, mãe. Para sempre. – Falei com um sorriso largo no rosto e ela se afastou, passando a mão no rosto.
- Vamos, então. – Ela falou, passando, acariciando meu rosto levemente e se colocou ao meu lado. - Você está maravilhosa, querida.
Ouvi a música começar a tocar e prensei o rosto na parede espelhada, tentando ver o que acontecia lá fora, sem sucesso. Consegui ver os vestidos rosa e laranjas flutuando um de cada vez em passos lentos, até que fui chamada por Olívia para me colocar na porta. Respirei fundo e fechei os olhos, soltando o ar lentamente, quando a porta foi aberta.
A pressa veio com Olívia. Liana já tinha ido à frente, o fundo permaneceu em silêncio. Olívia e mais uma ajudante começaram a arrumar meu véu, esticando-o pelo espaço disponível e arrumando-o em meus ombros. Eu suspirei, vendo Olívia me entregar o buquê e eu o segurei firmemente pela base e agarrei o braço em minha mãe, tentando me manter calma e soltar o ar devagar.
Sem sucesso, pois em um movimento de cabeça de Olívia, a marcha nupcial começar a tocar e as portas espelhadas foram abertas quase sem barulho, e deu tempo somente de eu puxar o ar novamente e erguer meu rosto, tendo em foco o homem da minha vida.
Ele foi o motivo que eu dei o primeiro passo, ouvindo os barulhos do meu salto batendo no chão de mármore, e desci os dois degraus que davam para o tapete branco esticado pela área aberta do hotel.
Eu nunca vi o de gravata borboleta, até aquele dia, o que fez com que eu abrisse um largo sorriso nos lábios, sentindo o choro começar a tomar conta de mim, mas eu respirei fundo e segui em frente.
Ele estava do jeito que eu sempre sonhei, terno preto, camisa branca, a gravata borboleta preta levemente torta para a esquerda e os sapatos perfeitamente lustrados. Ele tinha o rosto surpreso, alegre e aquele sorriso bobo no rosto, que com certeza fez com que meu sorriso se mantivesse intacto. Ele estava de barba, do jeito que eu gostava, só que um pouco mais aparada do que eu vi na noite anterior. O cabelo puxado para trás, ele estava perfeito.
Senti a barra do vestido deslizando pela parte de cima do meu pé enquanto eu caminhava pelo tapete branco, sentindo que estava compensando o peso em minha mãe e alguns amigos até tentavam brincar comigo, os fotógrafos tiravam fotos, mas eu só conseguia olhar para o homem na minha frente. Eu só conseguia pensar em abraçá-lo e ficar próximo dele, qualquer fosse à situação, para sempre.
Assim que eu cheguei mais perto, ele desceu os dois degraus que davam para o altar e minha mãe me soltou por algum momento. Eles se abraçaram fortemente e ela deu um beijo no topo de sua cabeça. Seus lábios sem movimentaram e ele só confirmou com a cabeça com um sorriso no rosto e se virou para mim, estendendo a mão. Eu troquei o buquê de mãos e estendi a mão para ele, que a levantou para dar um beijo, fazendo com que sorrisse amplamente, soltando um suspiro alto que o fez sorrir, finalizando em uma risada.
- Você está incrível. – Ele falou e eu sorri, soltando minha mão da dele e passando em seu rosto levemente.
Abaixei a mesma e ele a segurou, entrelaçando os dedos e subimos os dois degraus do altar levemente e eu estiquei meu buquê para minha irmã, que o segurou sorrindo, fazendo nossas mãos se tocar por um momento e ela piscou um olho, que me fez sorrir também.
Olhei para com o canto de olho e notei que ele me observava, fazendo com minhas bochechas ficassem vermelhas, acho que aquele momento eu senti vergonha de . A primeira foi quando ele me conheceu, nem na nossa primeira vez eu me senti assim. Olhei para o padre e ri fraco, focando meu olhar no padre em minha frente.
Eu despertei, de um jeito até que surpreendente. De um jeito que eu não fazia há muito tempo. Eu finalmente havia dormido. Meu corpo estava relaxado na cama, meus olhos ainda estavam fechados, mas eu comemorava alegremente por isso. Estiquei meu corpo inteiro, ouvindo alguns ossos estralarem e respirei fundo, abrindo-os e olhei para o teto. Tinha uma felicidade irradiando de mim, estava tudo maravilhoso. Ergui meu corpo na cama e meu olhar foi imediatamente para a poltrona, para algo que não estava ali na noite anterior: meu vestido de casamento, o que fez que meus lábios se esticassem em um sorriso, me fazendo pular da cama e me aproximar do vestido. Tudo estava perfeito.
- Oh meu Deus! Eu vou casar! – Falei em um suspiro e dei um rodopio no quarto, saltitando até o banheiro.
Me olhei no espelho e sorri com o que vi, ninguém poderia tirar o sorriso do meu rosto naquele dia. Tirei meu pijama e joguei direto no cesto de roupa suja, comemorando quando a roupa caiu certinha, fazendo a curva perfeita. Entrei no chuveiro e liguei a água do jeito que eu queria. Entrei de cabeça e tudo quando a água se normalizou e eu fiz questão de lavar com o meu xampu mais cheiroso e hidratar meu cabelo com bastante condicionador. O que levou dez minutos extras até ter certeza que meu cabelo não tinha resquício do produto. Peguei o pente e o penteei ainda enquanto estava embaixo do chuveiro, tirando qualquer nó que pudesse estar em meus longos cabelos castanhos.
Peguei meu sabonete e o esfreguei em uma bucha, fazendo aquele cheiro de banho começar a prevalecer no ar, me fazendo suspirar feliz. Terminei de me lavar e saí do banheiro, me secando com uma toalha branca. Olhei meu corpo no espelho e conferi se eu estava bem para encontrar meu... Bem, seria marido, à noite. Enrolei a toalha no cabelo e saí do banheiro, seguindo para o closet. Coloquei uma calcinha confortável, que seria trocada por uma sexy mais tarde, mas no momento eu precisava de uma que me deixasse à vontade. Vesti um short jeans, uma regata branca e abri a gaveta de camisas de , puxando uma branca, sentindo o cheiro de seu perfume no ar e a vesti, arregaçando as mangas e deixando os botões abertos. Eu queria lembrar ao máximo dele naquele dia.
Calcei meus chinelos e tirei a toalha do cabelo, penteando novamente, deixando-os alisados ao lado do rosto, esperando que secassem naturalmente. Voltei para o quarto e abri a cortina às pressas, empolgada com o que eu encontrei. O dia em Los Angeles estava perfeito, o céu azul, sem nuvens, o sol brilhando no céu e eu podia jurar que ouvi alguns passarinhos cantando. Ri com o pensamento e me dirigi até a porta do quarto, abrindo a mesma e sentindo o cheiro de comida no ar, me fazendo suspirar.
Olhei para o quarto de hóspede que estava vazio e segui pelo corredor, dando de cara com a maior concentração de beleza que eu podia encontrar. Eu consegui reconhecer minha mãe, minha sogra, minha irmã, Cady, Sharon, Rupert e Denise. Tinha também mais duas mulheres que eu não consegui reconhecer. Lílian, Cady e Sharon faziam as unhas e tinham cremes no rosto.
- Olha quem está aqui! – Rupert falou animado e largou a xícara que estava em sua mão e correu me abraçar. – Parabéns, minha amiga! Eu te desejo tudo de bom nessa nova etapa na sua vida. Você merece muitas felicidades. - Sorri e o abracei também, sentindo-o me tirar do chão por um tempo.
- Obrigada, Rupert! É muito bom ter vocês aqui. – Ele se afastou e eu abracei minha mãe.
- Deixe seus sonhos se realizarem, deixe que eles alcem voo! – Afirmei com a cabeça e beijei sua bochecha, abraçando-a de lado.
- O que está acontecendo aqui? Pensei que a gente fosse se encontrar no hotel. – Lindsay deu um beijo em minha bochecha e minha mãe indicou um banco, onde um prato estava posto para mim, com um pequeno vaso de rosas brancas e um bilhete ao lado.
- Bem, os caras estão meio atacados hoje, então vamos cuidar das meninas aqui, começar a cuidar de você e quando as coisas abaixarem vamos para lá. – Rupert falou e eu peguei um envelope branco que tinha ao lado das flores.
- Sem problemas. – Falei, afirmando com a cabeça e tirei o papel do envelope. “Te encontro de branco às 17 horas, traje obrigatório. Com amor, ”. Abri um sorriso, soltando um suspiro e o coloquei de volta no envelope.
- Eu tenho o melhor namorado do mundo. – Sussurrei, rindo baixo.
- Acho que você já pode chamá-lo de marido. – Lindsay falou e eu ri fraco.
- Acho que ainda não caiu a ficha. – Falei rindo e eles me acompanharam.
- Bem, eu como seu estilista pessoal e também seu segurança até o altar, vou te passar a lista de hoje. – Afirmei com a cabeça.
- Diga! – Ele veio atrás de mim e girou meu banco, me fazendo olhar para o prato com torradas e ovos mexidos em minha frente, junto com um chocolate quente.
- Para começar você vai comer. – Ele falou e eu ri fraco, vendo-o dar a volta na bancada e se colocar em minha frente. – Como você está depilada, a gente pula isso.
- Sim, faz quase uma semana que essa parte está pronta. – Falei rindo.
- Depois que você comer, você vai fazer suas unhas, eu sei que você é meio estabanada nisso, então, quanto mais tempo para secar, melhor. – Afirmei com a cabeça. – Depois a Joana ali vai fazer uma bela de uma massagem em você, bem relaxante. – A ruiva acenou para mim e eu acenei de volta, sorrindo. – Depois vamos cuidar do seu cabelo. Ainda está com aquela ideia de cortar? – Ele perguntou, encarando meus olhos.
- Sim! – Falei animada e passei manteiga em uma das torradas e a mordi com vontade.
- Nesse meio tempo eu espero que tenhamos ido para o hotel para cuidar da sua maquiagem, cabelo, te vestir e, se sobrar tempo, cuidaremos do seu emocional. – Ele falou sorrindo e fechou a pasta. – O que acha disso?
- Acho que está ótimo. – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça. – Você entende melhor do que eu. – Ele concordou com a cabeça. – E o resto do pessoal, cadê? – Perguntei.
- Bem, como ontem não conseguimos manter homem de um lado, mulher do outro, hoje faremos isso, nem que seja à força. – Afirmei com a cabeça, colocando um pedaço de ovo mexido na boca. – Eu não posso ficar do lado de lá, por motivos óbvios. – Soltei uma risada, engolindo a comida.
- Tá certo! – Afirmei com a cabeça.
- Bem, termina de comer, que eu vou pegar seu vestido, aquilo foi só para te dar um ânimo. – Ele comentou e sumiu pelo corredor.
- Funcionou! – Falei alto e virei o corpo para a bancada, onde Lindsay estava apoiada em minha frente.
- Afinal, . – Ela sussurrou. – Como foi ontem à noite? – Arregalei os olhos e ela ergueu as sobrancelhas sugestivamente. – Todos os são iguais, gostam de quebrar algumas regras. – Ela piscou o olho para mim e eu ri fraco, mordendo outro pedaço de torrada, me permanecendo quieta.
- Então, , o que vai ser? – Denise me perguntou, abaixando meus pés de seu colo. – Branco mesmo?
- Branco, hoje é o dia do branco! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça. – Mas não aquele branco corretivo, um mais suave.
- Que tal esse? Dia da noiva. – Ela me estendeu o frasco e eu afirmei com a cabeça.
- Esse mesmo. – Falei rindo e ela abriu o frasco, começando pelas unhas da mão.
- Rupert, você já passou esse vestido quantas vezes? – Minha irmã perguntou e eu olhei para Rupert, que tinha colocado o vestido em um manequim e passava um secador vertical nele.
- Várias, na verdade, mas agora estou secando. – Ele falou rindo. – Como tem bastantes camadas, às vezes o vapor se prende nas rendas.
- Olha, Rupert, eu confio em você, mas, por favor, se afaste do vestido. – Falei rindo e ele gargalhou junto.
- Está pronto, . – Ele desligou o aparelho e ajeitou a saia do vestido, pegando a caixa grande.
- Sabe, filha. – Minha mãe apoiou as mãos em meus ombros. – Você estará incrível nesse vestido. – Ela falou, puxando o ar fundo.
- Já está chorando, mãe? – Perguntei e ela riu fraco, passando as mãos no rosto.
- Você sabe que eu não preciso de muito para chorar. – Ela riu e eu segurei sua mão e a beijei.
- Obrigada, por tudo. – Olhei para ela que sorriu. – Eu realmente não estaria aqui se você não tivesse bancado minha passagem para cá. – Ela riu fraco.
- Não, não, eu só fiz você vir, mas você que passou para fazer a pós-graduação aqui. – Ela piscou para mim e eu ri. – Bem, em Boston, mas o resto foi você que fez.
- Obrigada! - Sorri.
- Por favor, , não toque em nada. – Denise falou, terminando de pintar minhas unhas da mão. – Você tem nove pessoas para fazer o que você quiser para você. – Estiquei as mãos e separei os dedos, rindo fraco. – É sério!
- Pode deixar, eu sei o quão complicada eu sou quando faço as unhas. – Falei rindo e ela sorriu, me fazendo esticar os pés em seu colo novamente.
- Vai, Denise, corta logo! – Falei impaciente, me olhando no espelho e ela pegou a tesoura. – Vai! – Soltei uma risada e ela passou o pente em meu cabelo.
- No ombro? – Ela perguntou.
- No ombro e depois ainda quero que você repique inteiro. – Falei animada.
- Não dá para voltar atrás, hein?! – Revirei os olhos.
- Denise, corta logo esse cabelo, cabelo cresce! Mas nada de franja! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça, indo para trás do meu corpo e esticando o mesmo, até que eu ouvi o primeiro corte, e vi uma grande tira de cabelo cair direto para o chão, quase como um baque.
Eu fechei os olhos e deixei Denise continuar os trabalhos. Eu sempre gostei de cabelo curto, não sei por que não havia cortado ainda, mas agora eu precisava cortar. Eu estava entrando em uma nova fase da vida, então mudaria de estilo também. Além de ter bastante cabelo e tirar um grande peso dos ombros, literalmente.
Eu ouvia o barulho da navalha passando pelos meus cabelos e Denise jogar meu cabelo de um lado para o outro, ajustando as pontas, raspando as laterais, enquanto Rupert passava em volta, varrendo o chão.
- Espero que esteja do jeito que você quer. – Ela falou e eu abri os olhos, encarando meu reflexo no espelho.
Meu cabelo estava exatamente do jeito que eu queria. Ele estava na altura dos ombros, totalmente repicados fazendo com as ondas ficassem quase imperceptíveis na ponta dos cabelos. Dei uma batida no cabelo, chacoalhando e soltei uma risada fraca. Passando os dedos nos fios.
- Eu fazia isso em todo fim de ano, deixava o cabelo crescer, e depois cortava. – Sorri. - Faz mais de dois anos que esse cabelo não via corte.
- Você fica muito bem de cabelo curto. – Denise assumiu, dando uma batidinha em meus cabelos e eu soltei uma risada, piscando para ela.
- Bem, noiva. – Rupert falou. – Arrume a sua mala, que temos que ir para o hotel, já passa das 13 horas e você ainda precisa comer alguma coisa. – Afirmei com a cabeça e me levantei.
- O que eu preciso colocar na mala? – Perguntei.
- Ouvi que vocês vão ficar de lua de mel no hotel, então, espero que o kit lingerie da Victoria Secret’s que o Seth te deu no ensaio de casamento esteja incluso.
- E o seu, e o da Lílian e o da Trish. – Falei rindo e ele piscou para mim.
- Exatamente. – Ele riu e me empurrou de volta para o quarto. – E , toma outro banho, mais rápido dessa vez, lava o cabelo, tira os fios de cabelo do corpo, porque já era, banho só amanhã. – Afirmei com a cabeça e corri a passos rápidos para o quarto.
Entrei e peguei a mala que a Lindsay tinha me dado, eu tinha ganhado vários pequenos presentes no ensaio de casamento, tudo coisas que seriam úteis para o casamento em si. A Lindsay tinha me dado uma mala, ela era branca, com alças de couro marrom, era maravilhosa e serviria muito bem para o que eu precisava agora.
Peguei os novos conjuntos de lingerie que eu havia ganhado e coloquei tudo na mala, cada pessoa me deu dois conjuntos e tinha de várias cores, preto, vermelho, laranja, roxo, azul e rosa claro, todos com detalhes de tons mais escuros, o que era maravilhoso, ainda mais pelo fato de ser tudo da Victoria Secret’s. Peguei também o conjunto especial de Rupert para usar na noite de hoje e coloquei na mala, colocando alguns shorts, vestidos e blusas, apesar de que eu imaginava que ficaríamos nus no quarto por uma semana inteira.
Fechei a mala e entrei no banheiro novamente. Dessa vez o banho foi bem mais rápido de quando eu acordei, meu corpo estava mais relaxado pela massagem, meu cabelo estava curto e minhas unhas estavam feitas, então boa parte do que eu tinha para hoje estava pronto. Passei bastante sabonete pelo meu corpo, deixando aquele cheirinho no ar novamente, o que me fez suspirar. Fiz questão de passar a bucha nos ombros para tirar qualquer fiozinho de cabelo que pudesse ter caído pelos ombros e que poderia pinicar mais tarde.
Saí do banheiro correndo e coloquei a mesma roupa que eu estava antes, só que colocando meu velho peep toe preto de sempre. Rupert e Denise eram os únicos que ainda estavam em casa, o resto do pessoal já tinha ido para o hotel, porque eles também precisavam se arrumar. Rupert pegou minha mala e foi para o carro.
Eu fechei todas as portas e janelas de casa e apaguei todas as luzes, vai saber quando eu voltaria para casa novamente. Ativei os alarmes e saí. Tínhamos dado folga para os dois seguranças, já que os convidamos para o casamento. Entrei no banco de trás e coloquei o cinto de segurança, respirando fundo.
- Tudo contigo? – Perguntei para Rupert que estava no volante.
- Vestido está com a gente e o resto já foi com o pessoal para o hotel. Espero que esteja tudo ajeitado na frente do hotel. – Ele falou passando a mão no rosto.
- Como assim? – Perguntei e ele gargalhou.
- Você não está sabendo? – Ele me olhou pelo retrovisor.
- Não, o que está acontecendo? – Olhei para ele.
- Já tinha vazado o local do casamento há algum tempo, mas agora vazou o horário, . – Franzi a testa. – Está parecendo uma première na frente do hotel, tem paparazzi e fãs.
- Merda! – Suspirei.
- Dica. – Olhei para ele. – Passa reto, dá um sorriso e entra. Não sou nenhuma Melina, mas o pessoal está lá por você também. – Afirmei com a cabeça.
Andamos até Beverly Hills confortavelmente, sem trânsito, sem nenhum problema, até Rupert estacionar em frente ao Four Seasons Hotel. As laterais da entrada estavam totalmente tomadas por pessoas, mas principalmente por fotógrafos. Tinha pouco tumulto, mas estava cheio. Eles colocaram grades nas laterais, deixando somente o meio livre. Tinha três seguranças de cada lado em frente às grades e as pessoas se amontoavam para ver quem entrava e quem saía. Estava uma loucura.
- Pronta? - Rupert falou e eu respirei fundo, me dirigindo até o canto direito do carro, vendo Rupert sair do carro e seguir para o porta-malas, onde estava a caixa do meu vestido. Denise saiu pelo outro lado e um dos seguranças abriu minha porta, me fazendo suspirar.
Assim que eu coloquei meus pés na calçada do hotel, o foco passou a ser eu. Saí do carro e bati a porta do mesmo, sendo guiada pelo segurança para dentro do hotel, que tinha as mãos apoiadas em minhas costas e servindo de escudo para as fotos de um lado. Olhei rapidamente para o pessoal e, dei um sorriso e um aceno rápido, e fui colocada às pressas para dentro, ouvindo algumas pessoas chamando o meu nome. Foi engraçado ver Rupert vindo logo atrás. Tinha uns três seguranças sendo escudo para ele por causa do vestido. Aquilo estava bem similar ao Brasil. Só faltava uma bandeira brasileira ali no meio do pessoal.
- Está na hora de você começar a se arrumar, também. – Seth falou, fingindo que estava ofendido e Joshua riu, enquanto estava jogado na cama do quarto. – Olha a chegou. – Ele falou e eu me levantei correndo indo para a janela do hotel. – Já foi. – Ele falou, dando de ombros e virou o corpo para dentro do hotel de novo.
- Olha, vamos agir? Se sua mãe chegar aqui e você não estiver pelo menos pronto, ela me mata. – Meu pai levantou e empurrou Joshua da cama. – Vocês vão para o quarto, se arrumem e quando estiverem prontos, se juntem aqui. Quando o pessoal for chegando, vocês vão unindo todos aqui. – Ele falou apressado e virou o rosto para mim. – E você para o banho agora. – Ele gritou para mim e eu virei meu corpo em direção ao banheiro, praticamente enxotado.
Bati a porta do quarto e olhei meu reflexo no espelho, eu estava acabado, e não era exagero. Eu não tinha dormido nada na noite anterior. Depois que eu saí de casa, o pessoal ainda ficou andando de carro pela cidade, até que me trouxeram de volta para o hotel. Aí quem diz que eu conseguia dormir? Eu fiquei andando igual uma barata tonta pelo quarto, aí depois decidi dar uma volta pelo hotel, fui até o local onde seria a cerimônia do casamento, onde não tinha nada arrumado ainda, mas o local da festa já tinha algumas coisas montadas, mas nada que desse uma dimensão do tamanho, conversei com o atendente do hotel para ver se estava tudo certo, como também a suíte para a noite de núpcias. Fiz uma boquinha na madrugada e, quando eu deitei na cama para tentar dormir, Seth entrou causando no meu quarto, falando que hoje era o grande dia, e eu fiquei de bobeira o resto do dia, tendo Seth, Joshua, Carlos, Marcus e meu pai como companhia.
Sabia que um noivo não tem que fazer nada no dia do casamento? É sério. Eu tinha que tomar banho, dar uma aparada na barba que estava meio longa, passar alguma coisa na cara para esconder essa feição de sono e só. Puxei minha blusa para cima e olhei a mancha roxa que eu tinha na altura da minha cintura e passei a mão levemente por cima, sentindo que o lugar estava doendo ainda. Eu havia batido no portão quando eu estava sendo enxotado para fora de casa. Aquilo estava feio e estava doendo para ajudar. E eu tinha planos para me movimentar bastante naquela noite.
Peguei a máquina e liguei na parede, dando uma passada levemente em minha barba, vendo os fios caírem dentro da pia, só diminuindo-a um pouco, mas ainda deixando-a cheia, gostava e eu gostava desse meu novo estilo também.
Esfreguei as mãos na barba, vendo ainda alguns fios caírem e entrei no boxe do banheiro, deixando com que a água gelada caísse em meu corpo. Estávamos no inverno, mas o tempo nunca era tão frio em Los Angeles, e o tempo de hoje podia ser digno de um dia de primavera, estava perfeito para um casamento. Estava perfeito para o meu casamento.
Fiquei um bom tempo deixando a água cair em meu corpo, quem sabe a água levasse junto o meu nervosismo, que precisava sumir naquele momento. Acho que quem teria que treinar o “sim” era eu. E ainda eu tinha que pensar nos meus votos. Combinamos que não prepararíamos nada anteriormente, apesar de que havíamos decidido isso antes do ensaio de casamento, então, nem se eu quisesse, não tinha como planejar nada, e eu nem sabia como começar.
Saí do boxe respirando fundo e enrolei a toalha em minha cintura, voltando para frente do espelho. Me olhei e suspirei, bagunçando meus cabelos, passando a mão no rosto, encarando meus olhos azuis.
- Foca, ! Foca! – Falei para mim mesmo e suspirei. – Você pensou que esse dia nunca chegaria, mas chegou. Agora encare! – Abri os olhos e saí do quarto, seguindo para minha mala e peguei minha cueca preta e a vesti, abrindo o zíper do pano que estava pendurado na parede do quarto.
Olhei meu terno lá dentro e abri um sorriso, soltando uma risada fraca e olhei o horário, era cedo ainda. Peguei um roupão atrás da porta e o vesti. Ouvi uma batida na porta e a abri, dando de cara com minha cabeleireira e maquiadora dos eventos e eu olhei com a feição franzida.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei vendo-a rir e me atropelando, entrando no quarto com suas maletas.
- Os focos estão em você hoje e você acha que eu deixaria você aparecer com essa cara para a sua noiva que está ficando maravilhosa? – Ela colocou sua maleta em cima da cama e cruzou os braços. – Sim, eu chequei o lado inimigo. – Ela abriu um sorriso, piscando para mim. – Espero que esteja empolgado. – Ela sorriu.
- Como ela está? – Perguntei empolgado.
- Ela está linda. – Ela sorriu. – Mas não consegui ver o vestido ainda, está sendo guardado há mil chaves. – Ela revirou os olhos e eu ri. – Bem, senta aí que eu tenho que fazer um milagre pelo que eu estou vendo. – Ela puxou uma poltrona no canto e eu me sentei na mesma, vendo abrir sua maleta de maquiagem.
- Eu vou consertar essa sua cara de ressaca.
- Depois que você for embora, eu quero que você entregue algo no campo inimigo, ok?! – Falei e ela deu um tapa de leve em meu rosto.
- Fecha os olhos. – Ela reclamou.
Minha maquiagem também já estava pronta, os olhos com uma maquiagem leve, dando uma iluminada nos olhos, com forte lápis e rímel pretos, mas o batom era um sutil rosa claro, bem delicado. Olhei para Rupert que estava já bem arrumado com seu terno e abri um sorriso.
- Está acontecendo! – Falei animada e eles sorriram, me abraçando fortemente.
- Está quase na hora, . Acho que você pode se trocar e voltar aqui para colocar o vestido. – Afirmei com a cabeça e suspirei, vendo-o pegar uma caixa atrás dele e me entregar. – Isso, como você já sabe, é para dar uma apimentada nas coisas.
- Obrigada, por tudo, realmente tudo! – Sorri para ele que mandou um beijo de longe.
- Vai logo! – Ele brincou e eu andei saltitando até o banheiro.
Apoiei a caixa na pia e tirei a tampa, encontrando o corpete, a calcinha e as meias 7/8 brancas e dei uma risada fraca. Eu nunca havia usado um corpete, muito menos meias 7/8. Por mais que dizia, Rupert dizia, Derek dizia e Rodrigo dizia, eu não sabia ser sexy, era... O oposto de mim. Aquilo seria uma situação engraçada para se encarar na hora da noite de núpcias.
Abri meu roupão e encarei meu corpo nu no espelho. Eu não gostei do que vi durante muito tempo, quando eu era mais nova. As coxas grossas, cintura fina, os peitos nem tão grandes, nem tão pequenos, algumas pintinhas no corpo devido a uma catapora tardia, mas agora eu não me preocupava mais, eu tinha alguém que olhava para o meu corpo com amor e desejo ao mesmo tempo. E isso era muito bom.
Passei um hidratante que eu havia ganhado de Cady em meu corpo, sentindo o cheiro no ar e dei alguns pulos no ar, esperando o creme secar e virei para o espelho novamente. Meu cabelo estava ajeitado, só faltava acrescentar o véu, a maquiagem também estava pronta, apesar de ter que passar batom novamente por precaução.
Vesti a calcinha e me certifiquei de ajeitá-la em todas as partes do meu corpo, para não ter problema dela no bumbum no meio do casamento. Me sentei na beirada da banheira e peguei uma das meias, levantando a perna e coloquei a meia, começando a subi-la levemente, desenrolando-a com calma para não rasgar e nem ficar enrugada em nenhuma parte. Fiz o mesmo com a outra meia e olhei em volta do banheiro do hotel e peguei um daqueles chinelos de quarto e joguei no chão, calçando o mesmo antes de me levantar.
Segui para frente do espelho novamente e estiquei o corpete, ajeitando as alças, para que ficassem certinhas e o coloquei, arrumando na parte dos seios e prendendo o zíper embaixo, subindo-o somente até a metade, já que não consegui fazer até o fim. Prendi o corpete nas meias e ajustei a altura também, conferindo se estava confortável para me movimentar, mexer e me senti bem quando olhei para o espelho, soltando uma risada em seguida.
- Obrigado! – Ouvi Rupert dizer quando eu saí do banheiro, ele se virou para mim com um embrulho na mão. – Você está maravilhosa! – Ele falou e eu ri fraco, me sentindo levemente envergonhada.
- Precisa fechar até o fim. – Falei, me virando para ele e senti as mãos dele fazendo o zíper deslizar pelo meu corpo. – Quem era? – Perguntei e virei de frente novamente.
- A maquiadora do , pelo jeito ela terminou com e mandou um presente do campo inimigo. – Ele me estendeu e eu peguei a sacola, que me aparentou improvisada e tirei a caixa fina e comprida, preta e aveludada da mesma, com as palavras “Bvulgari” escrita na mesma.
- O que ele está aprontando? – Falei em um sussurro, abri a caixa e prendi minha respiração imediatamente quando encontrei dentro da caixa um colar com flores de diamantes à sua volta.
- Oh, meu Deus! – Rupert deu um grito ao meu lado e eu ainda estava pasma. – O que ele está fazendo? – Ele falou para mim.
- Eu não tenho nada para dar para ele. – Falei nervosa, passando a mão nas pequenas pedras de diamante.
- E você acha que precisa? – Ele virou para mim, tirando o colar a caixa e foi para atrás de mim, ajeitando o colar em meu pescoço. – Ele só está te mimando, . – Passei a mão no colar e suspirei, sentindo o gelado tocar meu corpo.
- Mas é péssimo não ter como retribuir. – Falei suspirando.
- Ele só está se certificando que você tenha o casamento de princesa. – Denise falou e eu sorri, soltando uma risada fraca.
- Eu, com certeza, estou. – Falei baixo e suspirei.
- Vamos colocar o vestido, então? – Rupert me olhou e eu bati o olho no relógio colocado estrategicamente na mesa de cabeceira, vendo que faltavam 45 minutos para a cerimônia.
- Não está um pouco cedo? – Perguntei me aproximando do vestido que estava no manequim.
- Daqui a pouco vai aparecer a organizadora do casamento, sua mãe, sua irmã, todas as madrinhas, todos os padrinhos, melhor você estar vestida, não acha? – Ele franziu a testa e eu ri fraco, afirmando com a cabeça.
- É, acho que sim! – Falei rindo fraco e ele seguiu para o vestido, puxando-o do manequim e eu me aproximei dele, vendo-o abrir os botões que ficavam na parte de baixo das costas, já que o começo das costas era aberto, e começava a fechar à partir do meio.
Estendi meus braços para cima e ele colocou o vestido em mim, deixando com que ele ficasse na altura dos olhos, e começou a puxar as diferentes camadas para baixo, ajeitando uma de cada vez. O forro do vestido, depois o tule que dava o volume do vestido, o tule mais fino, alguns outros e por fim, a renda. Ele puxou o vestido para baixo totalmente e o vi tocar no chão, passei a mão em meu peitoral, e abri um sorriso. Eu ajeitei no corpo, enquanto Rupert fechava o vestido botão por botão.
- Rupert, tem que tirar as alças do corpete, não? – Perguntei para ele, me virando.
- Sim tem, é que com elas fica mil vezes mais fácil de vestir. – Ele riu fraco e tocou em meus ombros, desafivelando as alças do corpete e puxando o vestido um pouco para cima, deixando-o corretamente. – Os brincos, Denise. – Ele falou e Denise saiu correndo em um simples, mas muito bonito, longo preto, ainda com os pés descalços.
- Aqui! – Ela deu uma corridinha rápida e pegou a caixa que eu havia trazido para cá, colocando o pequeno brinco de diamantes em minhas orelhas que eu havia ganhado de Lindsay, que combinaram perfeitamente com o colar que havia me dado. Coloquei a pulseira que minha mãe tinha me dado e caminhei devagar em frente do espelho.
Eu estava linda. A sensação de usar um vestido de noiva era a melhor. Eu já adorava quando tinha que usar algum longo, em uma formatura ou uma festa de 15 anos, ou até um casamento que não fosse o meu, mas usar o seu vestido de casamento, era incrível. Eu me sentia uma princesa... Bem, acho que com quase trinta anos, eu podia dizer que me sentia uma rainha. Eu seria esposa agora, mulher, futura mãe, apoiadora, colo, torcedora, encorajadora e estou disposta a tudo que a vida precise que eu enfrente. Rupert apareceu no reflexo do espelho atrás de mim e abriu um sorriso. Abri um largo sorriso e ele soltou uma risada fraca com a minha reação.
- A emoção é grande, mas, por favor, guarde o choro para daqui a pouco. – Ele deu um beijo em minha testa e passou a mão em meu cabelo. – Você vai precisar. – Ri fraco e ele foi para o manequim novamente, me fazendo virar o corpo, sentindo as saias do vestido flutuarem no ar. – Vamos para o véu? - Abri um sorriso.
- Porque uma grife fez seu terno. Não uma lojinha de esquina. – Meu pai falou bravo, provavelmente por eu estar reclamando pela milésima vez dessa gravata.
- Dá isso aqui! – Ele falou puxando da minha mão e ficou de frente para mim, enrolando a gravata em meu pescoço e fazendo o nó, forçando um pouco a mão em minha garganta, mas dando um nó perfeito e abaixando a gola da minha camisa.
- Como você fez isso? – Perguntei.
- Casamento. – Ele falou rindo e deu um tapa em minhas costas. – E eu estou no meu segundo. – Ri fraco, vendo-o pegar o paletó da cadeira e se aproximar de mim, enquanto eu afivelava meu cinto.
- Eu estou nervoso, pai. – Falei suspirando.
- Eu me surpreenderia se você não estivesse. – Ele falou e colocou o paletó em meus braços, o subindo até meu ombro.
- Alguma dica? – Perguntei.
- Só uma. – Ele virou para mim e ajeitou o paletó, passando as mãos em meus ombros. – Não faça o que eu fiz. – Ele mexeu a cabeça confirmando. – E coloque em ação tudo o que sua mãe ensinou para vocês desde cedo. – Afirmei com a cabeça. – Você tem sorte da mulher com quem você está se casando já sabe quem ela é. Já sabe o que ela gosta, o que ela precisa, o que ela não gosta e o que ela não precisa. – Afirmei com a cabeça. – Mas um casamento não dura um ano, é para durar a vida inteira. – Ele olhou em meus olhos. – E as pessoas mudam durante a vida e isso pode ser algo bom ou não. Depende de nós levarmos isso de um jeito bom ou ruim. – Abri um sorriso. – Você a ama, e sabe que a ama, do contrário não teria feito a pergunta mais importante da sua vida. – Ele piscou um olho para mim e eu ri. – Agora faça isso durar para a vida inteira.
- Obrigado, pai! Isso é muito importante para mim. – Ele sorriu e eu o abracei, sentindo-o dar uns tapas de leve em minhas costas.
- Já vai começar a choradeira? – Seth falou parado na porta, com minha mãe e minhas irmãs ao seu lado.
- Podemos entrar? – Sharon perguntou. - Precisamos ir para o campo de lá ainda, antes de nos reunirmos para cerimônia.
- Claro que podem! – Falei e meus irmãos correram me abraçar, fazendo com que meus olhos ficassem embaçados.
- Você está muito bonito, filho. – Minha mãe falou, entregando uma caixa para Cady enquanto ela passou as mãos em meus ombros, com um sorriso enorme no rosto. – Eu nunca pensei que isso aconteceria. – Soltei uma risada fraca. – Mas eu estou feliz que você tenha feito. – Ela segurou meu paletó e o abotoou, alisando o mesmo. – Seja feliz, filho.
- Eu já sou, mãe. – Falei sentindo meus lábios tremerem. – Eu prometo.
- Eu acredito. – Ela sorriu e se afastou de mim. – Derek, Joshua e Jason estão lá fora, Rupert deve estar com ainda e Rodrigo deve ter ido ver a melhor amiga.
- Trish está aqui também. – Cady falou.
- E a sua melhor amiga veio te ver. – Minha mãe falou rindo. – É um momento importante. – Ela sorriu. – Olívia daqui a pouco vem para cá, começar a indicar os caminhos, a Vanity Fair vai tirar algumas fotos suas antes do casamento, coisa rápida, e eu vou arranjar um lencinho e te encontro daqui a pouco. – Ri fraco e a abracei novamente.
- Boa sorte, irmão. – Cady falou me abraçando forte e eu finalmente olhei a roupa que ela usava, um vestido de um ombro só, laranja em degradê com alguns detalhes em prata na altura da cintura e uma camada de um pano mais fino.
- Boa sorte. – Sharon falou me abraçando e notei que seu vestido e de Cady eram iguais, mas de Sharon era rosa.
- Vocês estão lindas.
- Sua noiva tem um bom gosto incrível, sabia? – Cady falou fazendo pose.
- E cadê as crianças? – Perguntei.
- Já estão no solo feminino, eles te encontram lá.
- Mas o Ethan e o Mike não deveriam estar aqui? – Cady gargalhou.
- Deixa meus filhos comigo, por favor. – Afirmei com a cabeça e ri.
- Vamos, meninas, precisamos levar o sapato da para ela. – Minha mãe falou, pegando a caixa novamente.
- Esse é o sapato da ? – Perguntei, apontando para caixa.- Me empresta ele? – Perguntei e ela franziu a testa, me estendendo a caixa de sapato, visivelmente com medo. – Alguém tem uma caneta? – Perguntei e meu pai estendeu um marcador preto.
- O que você vai fazer? – Ouvi a voz do meu irmão e abri a caixa do sapato. – Por favor, não destrua, é lindo demais.
- Eu vou me certificar de que , os padrinhos, as madrinhas, e os pajens entrem, depois eu venho buscar você e a Liana, pode ser? – Olívia falou e eu afirmei com a cabeça, vendo Liana afirmar repetidamente com a cabeça.
- Você está linda, sabia? – Cochichei para Liana que mexeu a cabeça confirmando, girando o vestido de dama de honra, com uma faixa rosa na cintura.
- Você também, tia . – Ela falou animada e eu me levantei, passando a mão no prendedor de flor em seu cabelo, ficando de frente para Olívia novamente.
- Todas vocês estão, na verdade. – Falei sorrindo, olhando para Lílian com vestido rosa e Ruth com vestido laranja e vi a porta se abrir, relevando Cady e Sharon, com Lindsay logo atrás.
- Você está incrível, irmã. – Lílian falou, segurando minhas mãos e beijando as mesmas. – Ei, cadê seu anel de noivado? – Ela falou, virando correndo os olhos para o quarto e para minha mãe, que usava um vestido longo rendado azul escuro.
- Aqui, querida! – Ela pegou a caixa azul da Tiffany e a abriu, mostrando meu anel de noivado que eu coloquei na mão direita, encarando a mão esquerda vazia.
- Acho que agora está pronta! – Melina falou e eu ri fraco.
- Falta isso na verdade. – Lindsay estendeu a caixa de sapatos para mim e Rupert arregalou os olhos, pegando correndo nas mãos de Lindsay e eu ergui a barra da calça.
- Estava vendo que esses sapatos estavam bem confortáveis. – Revelei os chinelos do quarto e elas riram.
- Senta ai! – Ele indicou uma poltrona e eu me sentei, tirando os sapatos de quarto e vendo Rupert se ajoelhar aos meus pés, abrindo a caixa de sapatos, revelando os sapatos brancos de salto fino, com uma decoração prata em cima. Ele tirou o primeiro pé colocando delicadamente em meus pés, e eu o ajeitei, sentindo-o até que confortável... Por enquanto.
- Ah não. – Ele reclamou, tirando o outro pé. – Não me diga que é sujeira. – Ele falou virando o sapato até que abriu um largo sorriso, me entregando o mesmo e eu franzi a testa. – Olhe embaixo. – Ele falou e eu virei o sapato, olhando para a sola do mesmo.
- O que foi? – Minha irmã perguntou e eu abri um largo sorriso quando li, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- “Você é minha amiga, você é meu amor, você é minha vida...” – Falei suspirando. – “Mal posso esperar para fazê-la minha esposa. Com amor, ”. – Falei com um enorme sorriso em meus lábios e todo mundo suspirou. – Eu realmente disse sim para a pessoa certa. – Falei com os olhos marejados, sendo abraçada pela minha mãe.
- Realmente, querida. – Ela falou e deu um beijo delicado em minha cabeça. – Vamos casar essa menina? – Minha mãe perguntou alto para o pessoal e eu me levantei com a ajuda de Rupert.
Fiquei em frente ao espelho e olhei meu corpo novamente. Rupert ajeitou a barra do vestido novamente, puxando cada camada para baixo, ajeitando-a delicadamente e esticando bem. Ele se levantou e passou a mão em meu véu que estava dobrado no chão de tanto que eu havia andado. Ele prendeu o enfeite do véu em minha cabeça, ajeitando-o levemente, conferindo se estava firme.
- Vestido, véu, sapatos, joias, corpete, acho que está tudo confere, não? – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Obrigada por tudo, Rupert. – Ele sorriu e me abraçou rapidamente.
- Eu preciso ir para o lado de lá. – Rupert falou, virando para as mulheres que estavam a postos. – Vocês cuidem dela, ok?! Olívia, você sabe o que fazer.
- Pode deixar, Rupert, eu cuido dela. – Olívia falou e Melina virou a cabeça para ela.
- Nós cuidamos dela. – Melina falou e eu ri fraco, acenando com a cabeça para Rupert.
Passei a mão no cabelo novamente e suspirei, olhando o relógio em meu pulso, vendo o ponteiro passar cada vez mais devagar, eu não sabia se queria que fosse mais rápido ou mais devagar. Eu não sabia se estava preparado.
Eu estava usando todas as inspirações momentâneas naquele dia, mas ainda não conseguia elaborar nada para dizer à cara a cara e na frente de todo mundo. Passei a mão em meu rosto e fechei os olhos por um momento. Eu sou ator, caramba! Vivia de criatividade, eu deveria ter alguma coisa para falar para ela.
Uma batida na porta me distraiu e Olívia abriu a mesma, entrando no quarto que eu estava desde o dia anterior. Todo mundo se levantou imediatamente quando ela olhou para mim, suspirei e ela esticou a mão para mim.
- Está pronto? – Ela perguntou e eu levantei, passando as mãos nas pernas, desamassando as pregas da calça e fiz o mesmo com o paletó, afirmando com a cabeça.
- Acho que sim. – Falei, afirmando.
- Está preparado para casar com o amor da sua vida? – Ela perguntou e eu abri um largo sorriso.
- Sim, estou.
- Então, você está pronto. – Ela abriu um sorriso e indicou a porta para mim e meus amigos.
Meus amigos foram na frente, andando quieto e a passos lentos pelo corredor do hotel. Eu fiquei por último, com meu irmão ao meu lado. Ele passou o braço pelos meus ombros e fomos andando em silêncio.
Entramos no elevador e Olívia apertou o último botão do painel, nos levando para o térreo. Saímos pela parte de trás do hotel, talvez de propósito ou planejado pela bagunça que estava lá na frente. Entramos em um corredor e saímos onde seria o casamento. Entramos em uma sala espelhada, com algumas cortinas e flores brancas para esconder do pessoal e logo pude ver todas as mulheres chegando, junto de Ethan, Mike, Annie no colo de Cady e Liana, eles estavam muito lindos, Liana e Annie com vestidos brancos e Liana com uma fita rosa na cintura e um grande laço nas costas e Annie com o mesmo, mas o laço laranja. Ethan e Mike também, igual nós, um com um lenço rosa no bolso, outro com laranja.
As mulheres estavam maravilhosas, todas com o vestido de um ombro só, igual Cady e Sharon e elas estavam com as cores variadas. Uma mais bonita que a outra. Eu estava meio indeciso sobre a escolha de cores da , mas aquilo estava incrível, e eu sei que teria mais dessas cores na festa.
- Vamos tirar algumas fotos, ? – Olívia perguntou, me indicando aos fotógrafos que estavam na lateral e eu a segui, saindo da sala e seguindo para a outra, igualmente espelhada, mas que tinha uma parede com flores brancas nela inteira. – Esses são Kevin, Lenny, Georgia e Samantha, elas são os fotógrafos e cinegrafistas do casamento de vocês. – Acenei para todos e cumprimentei um por um. – E essa é Rebecca, fotógrafa e repórter da Vanity Fair. – A cumprimentei também, acenando com a cabeça.
- A gente gostaria de tirar algumas fotos suas, para a revista. – Rebecca falou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro, vamos! – Afirmei com a cabeça e me coloquei em frente ao painel com flores brancas. – Olívia virou para mim.
- Eu pegarei e, acabando aqui, o Peter indicará os próximos passos para você. – Afirmei com a cabeça. – É com você Peter. Georgia vem comigo.
Ouvi uma batida na porta e virei meu corpo a tempo de ver Olívia abrindo-a e parando na mesma, abrindo um largo sorriso para mim. Ela estendeu a mão e eu me aproximei vendo-a rapidamente ir para trás e segurar meu véu, para que não fosse arrastando até o local do casamento.
- Vamos? – Ela me perguntou e eu afirmei com a cabeça, vendo a mesma fotógrafa que tinha tirado algumas fotos mais cedo ali ao seu lado.
- Vamos sim! – Falei nervosa, mas empolgada ao mesmo tempo.
- Você está maravilhosa. – Ela falou e eu sorri.
Eu andei até o corredor e vi minha mãe lá fora, o que me fez sorrir e, ela sorriu, estendendo as mãos para mim. Eu segurei a mesma, entrelaçando meu braço ao dela e Olívia vinha atrás segurando meu véu, a fotógrafo seguia um pouco mais a frente tirando algumas fotos, um segurança a acompanhava e o ajudante de Olívia atrás.
Entramos no elevador e eu me coloquei no meio do mesmo, olhando meu reflexo no espelho. Eu podia ver felicidade nele, o que me fez ficar bastante emocionada. Era o rosto de dever cumprido, não sei, eu consegui fazer algo certo na minha vida, eu consegui me apaixonar por alguém decente e, com sorte, destino, carma, ou qualquer coisa, essa pessoa também se apaixonou por mim e me escolheu como mulher para o resto da vida.
As portas do elevador se abriram e eu virei meu rosto, começando a ser seguida pelo cortejo atrás de mim. Andei pelo grande lobby do hotel, onde poucas pessoas estavam ali, lendo, jogando, ou só passando o tempo. Eu entrei por uma porta dando de cara com uma sala espelhada que estava vazia. Eu podia ver pela parede espelhada as pessoas sentadas em seus lugares e o padre no altar que foi feito na área aberta do Four Seasons.
A fotógrafa da Vanity Fair chegou e surtou ao me ver. Ela estava muito empolgada, me elogiava, elogiava o vestido, tudo estava perfeito para ela, o que me deixou feliz, tenho certeza que meu casamento seria bem falado pela revista, o que me deu um orgulho incrível por dentro. Eu me contentaria com um casamento simples, mas ter o mundo inteiro vendo como eu estou feliz me deixava mais feliz ainda.
Rebecca, a fotógrafa tirou algumas fotos minhas, algumas sentadas, outras em pé, para registrar meu vestido e logo se retirou, falando que ia para fora e que nos encontramos depois. Georgia, a fotógrafa contratado por nós, tirou mais algumas fotos e logo disse que também iria para fora.
- Está na hora. – Olívia falou e eu gelei, arregalando os olhos.
Ela encaminhou para uma caixa que Peter segurava e a abriu, puxando algo que eu não conseguia ver de onde eu estava. Ela virou o corpo para mim e vi que ela me estendia o meu buquê e eu abri um sorriso incrível ao vê-lo do jeitinho que eu queria.
- Está incrível, Olívia. – Falei e me aproximei dela, pegando o buquê com rosas laranja e cor-de-rosa e algumas flores menores em um tom claro de verde, embrulhados em um lindo pano branco, onde eu segurei.
- Está pronta? – Ela me perguntou e eu me coloquei em pé.
- Pronta. – Falei decidida e segurei o buquê com as mãos em frente ao corpo.
Olhei para a porta de vidro coberta com as finas cortinas brancas em minha frente e prendi a respiração por um momento, fechei os olhos e tentei visualizar a minha vida dali para frente. Eu não me sentia totalmente preparado para um casamento, mas eu me sentia totalmente preparado para passar a vida inteira com . Não podia imaginar o que viria dali para frente, mas só conseguia imaginar que minha vida seria muito mais interessante a partir daquele momento.
Senti um apoio em meu braço e vi minha mãe se colocar ao meu lado. Ela estava com um vestido preto e um xale cobrindo seus ombros. Ela enlaçou meu braço com o seu e eu apoiei minha mão na sua, virando meu rosto e ela sorriu, movimentando a cabeça, e eu fiz o mesmo, se ela havia perguntado se eu estava bem, eu com certeza estava. Tinha enormes borboletas em grupo em meu estômago, mas estava bem, podiam ser gases também, vai saber.
Peter, o ajudante de Agatha apareceu em minha frente, dei uma rápida olhada atrás de mim e pude ver a mãe de na minha diagonal, esperando por sua filha, com os olhos levemente vermelhos, provavelmente já tinha chorado. Dei um rápido beijo em sua bochecha e ela abriu um largo sorriso, retribuindo e eu sorri. Eu pude sentir o apoio dela, o amor dela, e todo o carinho que eu podia receber daquela família maravilhosa.
Atrás de mim, os casais estavam postos um a um, Seth e Lílian, Cady e Marcus, Rodrigo e Ruth, Sharon e Carlos, Trish e Jason, Melina e Joshua, e atrás de todos Derek e Rupert, que estavam virados para trás, provavelmente ajeitando Mike e Ethan que estava nervosos por ter que carregar coisas até o altar, o que me fez rir. Podia ver Annie no colo de outro ajudante de Olívia que eu não reconheci, Annie não estranhava pessoas, então, ela estava muito bem no colo dessa pessoa e ela estava muito.
- Atenção, atenção! – Peter falou e eu virei de frente novamente para o local, segurando firmemente o braço da minha mãe. – Em cinco, quatro, três, dois... – Ele se afastou da porta e bateu duas vezes na mesma.
Ouvi uma música instrumental começar a tocar e não consegui entender, ou o nervosismo repentino que bateu em mim, eu só podia dizer que era tocado por violino... Eu acho. Puxei o ar fortemente e as portas duplas de vidro abriram em minha frente, deixando o vento de fim da tarde entrar na sala.
Minha mãe me ajudou no primeiro passo e eu relaxei quando desci os primeiros dois degraus da sala e vi minha família e grandes amigos, dei cinco passos sobre o deque e pisei no tapete branco que estava estendido do gramado em minha frente. E continuei seguindo. O local estava incrível, o pessoal estava em pé, nas cadeiras dispostas e tanto meus amigos do cinema, como meus familiares que estavam nas cadeiras próximo do corredor, faziam piadas comigo, riam, falavam “Mandou bem”, ou sorriam para mim carinhosamente e isso dava um conforto incrível no peito.
Os fotógrafos corriam para tirar fotos, eles andavam pelas laterais correndo e na minha frente, de costas, movimentando a câmera diversas vezes. A minha frente tinha um padre com uma roupa branca, com aquela feição suave, como todo padre tinha, já que eu e fomos criados na igreja católica, decidimos fazer uma cerimônia na nossa religião de nascença. Um pouco na lateral tinha um juiz, de terno escuro, com as mãos pousadas lado a lado do corpo.
Eu não contei quantos passos foram, mas não eram muitos, a distância da porta de vidro até o altar não era tanta. Antes de subir os dois degraus que tinham, minha mãe deu um beijo em meu rosto e seguiu para meu lado esquerdo, se colocando na ponta. Cumprimentei os dois homens no altar e eles sorriram felizes, me coloquei de frente para os convidados e olhei para frente, vendo meu pai entrar a passos lentos, me fazendo sorrir.
Meu pai me abraçou forte e seguiu para o meu lado. Lílian e Seth entraram rindo logo atrás, eles estavam realmente se divertindo, ambos com um sorriso grande no rosto. Eles estavam felizes, mas também estavam bem de boa. Lílian foi para o lado de , ficando próximo a mim e Seth ao meu lado, ficando perto também.
Cady e Marcus chegaram em seguida, rindo também, de braços dados, Cady era mais extrovertida, Marcus era um pouco tímido. Eles se colocaram lado a lado, no meu canto. Rodrigo, o melhor amigo de e Ruth que trabalhou com ela, entraram um pouco mais quietos, eles não tinham intimidade, mas Rodrigo tinha um sorriso incrível no rosto. O mesmo de Sharon que entrou com seu namorado de longa data Carlos.
Melina entrou com meu melhor amigo Joshua. Foi a melhor ou a pior coisa termos colocado os dois juntos, aquilo era hilário, Melina era minha relações públicas, Joshua era meu assistente, e eles se bicavam algumas vezes, mas era bom ver Melina com um vestido longo que tinha escolhido para ela e sua barriga saliente. Joshua acenou para mim, fingiu que ia para meu lado, mas foi para o lado de , o que me fez rir, ele era mais amigo meu do que dela, mas Melina precisava de um par e o adorava. Trish entrou com Jason, eles estavam casados há cinco anos, então, sabiam tudo que eu estava sentindo. Ela passou a mão na minha delicadamente, em um cumprimento e seguiu para o meu lado, finalizando o time.
E por último veio Derek e Rupert, ambos de terno, cada um com o lenço de uma cor, lado a lado, com os braços em frente ao corpo, Derek me cumprimentou com a cabeça e eles seguiram para o lado de , se colocando lado a lado. O momento fofo do dia veio logo atrás. Ethan e Mike, meus sobrinhos vieram lado a lado. Ethan trazia uma jarra, provavelmente com água benta e Mike trazia uma Bíblia em suas mãos. Eles andavam rapidamente pelo tapete branco, mas tinham largos sorrisos no rosto. Quando eles chegaram perto de mim, eles entregaram ao padre, que colocou os objetos em cima da mesa baixa na lateral e acenaram para mim rapidamente e seguiram para ficar ao lado de minha mãe que estava na ponta.
Annie veio toda quieta no colo de uma das ajudantes de Agatha. Ela estava linda, com a ajuda da ajudante, ela segurava a almofada onde as alianças estavam presas, caso Annie pudesse deixar cair. Cady pegou Annie assim que ela se aproximou de nós e Marcus a segurou em seguida, ajeitando seu vestido e colocando-a sentada em seu braço, dando a almofada de alianças para Mike, que segurou corretamente.
Olhei para a fileira ao meu lado esquerdo e ao meu lado direito e todo mundo olhava para mim, eu franzi a testa e eles só riam ou sorriam, eles sabiam o que me esperava daqui a pouco, ou melhor, quem apareceria depois. A música parou aos poucos, ficando baixa. Notei que o quarteto de cordas estava à minha esquerda, do lado da família de .
A pequena Liana apareceu saltitante pelo tapete branco, jogando flores pelo mesmo. Pétalas de rosas laranja e cor-de-rosa. Tive um pequeno momento de foco em Liana chegando perto de mim e indo para o lado de . Acompanhei-a com o olhar e não deu tempo de ela chegar aos braços de Rupert e eu comecei a ouvir a música.
Meu olhar se ergueu rapidamente, no momento em que as portas espelhadas foram abertas e a marcha nupcial ficou mais alta e clara. Eu senti minha respiração falhar quando eu vi um vulto escuro vir para a claridade aos poucos, fazendo com que eu ficasse surpreso, não sabendo decifrar o que aparecia em minha frente, sendo iluminado devagar. Eu sei que passei a mão em meu rosto, subindo pelo meu cabelo, abri minha boca e senti um tapa fraco em meu ombro.
- Ela está maravilhosa! – Seth falou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça, vendo-a caminhar em minha direção, o que pareceu acontecer em câmera lenta, de braço dado com sua mãe.
O vestido era tomara que caia branco, com alguns detalhes desenhados no peito e deslizando até as saias do vestido, sumindo aos poucos. Os panos eram finos, um por um, trazendo uma leveza para o vestido. Uma mão se mantinha colocada em frente ao corpo, segurando firme o buquê de rosas laranja e cor-de-rosa, nos tons que eu tinha visto o dia inteiro e a outra estava de braço dado com sua mãe que tinha o sorriso tão largo quanto .
Ergui meus olhos para seu rosto e notei que ela tinha um sorriso enorme, o mesmo sorriso que ela tinha quando estava feliz ou emocionada com alguma coisa, mas ao mesmo tempo não queria que ninguém soubesse que ela estava chorando. Sua maquiagem estava delicada, sutil, me fazendo ver perfeitamente o brilho em seus olhos. Olhei com surpresa para seu cabelo: ele estava curto. Acho que não chegava bater nem em seus ombros, deveria estar um pouco mais curto que aquilo. A parte da frente estava puxada para trás, mas eu foquei meu olhar no véu que cobria levemente seus ombros, e seguia arrastados pelo tapete branco. Tinha um brilho na parte de cima de seus cabelos, que o seguravam.
- Sim, ela está incrível. – Falei para Seth, abrindo um largo sorriso em meus lábios, passando a mão embaixo dos olhos.
- Pronta? - Minha mãe falou. Sorri, soltando a respiração devagar. - Você está incrível. - Ela segurou minha mão livre e deu um delicado beijo em minha testa.
- Eu quase me esqueci de um negócio. - Ela falou. - Algo novo, velho, emprestado e azul. – Ela falou para mim e eu abri minha boca surpresa e ela sorriu. - Você tem todos os presentes de novo, o colar de , a pulseira minha, os brincos de Lindsay, e mais algumas coisas que eu fiquei sabendo. – Ela riu e eu sorri. – E como eu só me lembrei disso agora, vamos ter que unir o velho, emprestado e azul. – Ela riu e ergueu o pulso, mostrando sua pulseira de pingentes de diversas cores, de diversas pedras e tirou o pingente azul. – É o que vai ter que ser. – Ela prendeu o pingente em minha pulseira que ela havia dado e eu ri fraco, abrindo um largo sorriso. Destoava completamente do conjunto, mas eu não me importei. – Seu pai foi igual ao no dia do nosso casamento. – Ela segurou minha mão direita, acariciando a mesma. – Ele pediu para minha mãe me entregar essa pulseira horas antes de eu entrar na igreja. – Ela ergueu os olhos para mim. – Tenho certeza que ele está muito orgulhoso de você. – Prensei os lábios um no outro e puxei o ar fortemente. – Você cresceu se tornou uma mulher maravilhosa, construiu sua carreira e ainda se apaixonou. – Ela ergueu o dedo. – Isso, sem a ajuda de ninguém.
- Mãe, não foi assim. – Falei soltando uma risada fraca.
- Apoio você sempre teve, mas você teve coragem, foi lá e fez, e encarou tudo isso sozinha. – Abri um sorriso, com uma risada fraca.
- Obrigada, mãe! – Falei com um sorriso no rosto e ela riu, me abraçando fortemente.
- Promete para mim que vai ser feliz? – Ela falou em meu ouvido e eu ri fraco.
- Prometo, mãe. Para sempre. – Falei com um sorriso largo no rosto e ela se afastou, passando a mão no rosto.
- Vamos, então. – Ela falou, passando, acariciando meu rosto levemente e se colocou ao meu lado. - Você está maravilhosa, querida.
Ouvi a música começar a tocar e prensei o rosto na parede espelhada, tentando ver o que acontecia lá fora, sem sucesso. Consegui ver os vestidos rosa e laranjas flutuando um de cada vez em passos lentos, até que fui chamada por Olívia para me colocar na porta. Respirei fundo e fechei os olhos, soltando o ar lentamente, quando a porta foi aberta.
A pressa veio com Olívia. Liana já tinha ido à frente, o fundo permaneceu em silêncio. Olívia e mais uma ajudante começaram a arrumar meu véu, esticando-o pelo espaço disponível e arrumando-o em meus ombros. Eu suspirei, vendo Olívia me entregar o buquê e eu o segurei firmemente pela base e agarrei o braço em minha mãe, tentando me manter calma e soltar o ar devagar.
Sem sucesso, pois em um movimento de cabeça de Olívia, a marcha nupcial começar a tocar e as portas espelhadas foram abertas quase sem barulho, e deu tempo somente de eu puxar o ar novamente e erguer meu rosto, tendo em foco o homem da minha vida.
Ele foi o motivo que eu dei o primeiro passo, ouvindo os barulhos do meu salto batendo no chão de mármore, e desci os dois degraus que davam para o tapete branco esticado pela área aberta do hotel.
Eu nunca vi o de gravata borboleta, até aquele dia, o que fez com que eu abrisse um largo sorriso nos lábios, sentindo o choro começar a tomar conta de mim, mas eu respirei fundo e segui em frente.
Ele estava do jeito que eu sempre sonhei, terno preto, camisa branca, a gravata borboleta preta levemente torta para a esquerda e os sapatos perfeitamente lustrados. Ele tinha o rosto surpreso, alegre e aquele sorriso bobo no rosto, que com certeza fez com que meu sorriso se mantivesse intacto. Ele estava de barba, do jeito que eu gostava, só que um pouco mais aparada do que eu vi na noite anterior. O cabelo puxado para trás, ele estava perfeito.
Senti a barra do vestido deslizando pela parte de cima do meu pé enquanto eu caminhava pelo tapete branco, sentindo que estava compensando o peso em minha mãe e alguns amigos até tentavam brincar comigo, os fotógrafos tiravam fotos, mas eu só conseguia olhar para o homem na minha frente. Eu só conseguia pensar em abraçá-lo e ficar próximo dele, qualquer fosse à situação, para sempre.
Assim que eu cheguei mais perto, ele desceu os dois degraus que davam para o altar e minha mãe me soltou por algum momento. Eles se abraçaram fortemente e ela deu um beijo no topo de sua cabeça. Seus lábios sem movimentaram e ele só confirmou com a cabeça com um sorriso no rosto e se virou para mim, estendendo a mão. Eu troquei o buquê de mãos e estendi a mão para ele, que a levantou para dar um beijo, fazendo com que sorrisse amplamente, soltando um suspiro alto que o fez sorrir, finalizando em uma risada.
- Você está incrível. – Ele falou e eu sorri, soltando minha mão da dele e passando em seu rosto levemente.
Abaixei a mesma e ele a segurou, entrelaçando os dedos e subimos os dois degraus do altar levemente e eu estiquei meu buquê para minha irmã, que o segurou sorrindo, fazendo nossas mãos se tocar por um momento e ela piscou um olho, que me fez sorrir também.
Olhei para com o canto de olho e notei que ele me observava, fazendo com minhas bochechas ficassem vermelhas, acho que aquele momento eu senti vergonha de . A primeira foi quando ele me conheceu, nem na nossa primeira vez eu me senti assim. Olhei para o padre e ri fraco, focando meu olhar no padre em minha frente.
Capítulo 17
(Eu estou apaixonada por você, você me liberta. Eu não posso fazer esta coisa chamada vida sem você aqui comigo, porque eu estou perigosamente apaixonada por você. Eu nunca partirei, somente continue me amando do jeito que eu amo você me amando. - Beyoncé, Dangerously In Love)
- Repórter Rebecca Thompson, revista Vanity Fair, Four Seasons Hotel, 17 horas, dia 27 de dezembro. Pauta: casamento de e . - Falei para o gravador e soltei o botão, guardando-o no bolso e preparando a câmera para a entrada da noiva.
Todo mundo está interessando em olhar a noiva, é o foco das atenções. Que por sinal, estava incrivelmente maravilhosa. Seu vestido foi feito com maestria, tinha detalhes magníficos e combinava perfeitamente com ela, que por sinal, era um amor. Não “um amor” do tipo 100 por cento fofa e tudo mais, mas “um amor” do tipo educada e simpática, porque ela tem um jeito especial, e pelo que eu ouvi dos meus colegas de outras revistas, ela era um gênio no trabalho e tinha uma capacidade de argumentação incrível. Isso levava a alguns estresses, mas já tinha ouvido muito falar sobre ela e, ao conhecê-la, mesmo que por alguns segundos, eu não me arrependi. Não que eu tivesse algum palpite para dar, na verdade.
Enfim, todo mundo sempre tem os olhos focados na noiva, eu tinha que obrigatoriamente focar os olhos na noiva, mas o que a gente precisava olhar mesmo, era o noivo. Ainda que o noivo seja um dos atores mais conhecidos da atualidade e que, com aquele olhar que ele deu para a futura esposa, é tão humano quanto todos nós.
Assim que eu tirei duas fotos de entrando com seu vestido maravilhoso e aquele lindo buquê com flores, eu virei minhas lentes para . O sorriso dele, os olhos brilhando, a boca aberta, isso eram só expressões corporais que eu capturei na minha lente, mas, por trás daquilo, eu podia ver bastante amor, comprometimento, paixão, suporte, felicidade e, com certeza, um futuro.
Tirei uma foto daquele momento e passei a mão no rosto rapidamente, eu era a pior pessoa para cobrir casamentos, eu me emocionava junto e isso podia ser péssimo para o meu trabalho. Quando deu um beijo na mão de , eu peguei o momento, aquela troca de olhares que só eles sabiam o que passava em suas cabeças naquele momento. Era um momento especial.
Andei a passos lentos por trás do casamento e aproveitei para fazer algumas fotos dos convidados, tínhamos muitos famosos na casa hoje, além dos familiares e amigos de e , que ocupavam a outra metade do casamento. Me coloquei lá atrás, exatamente no meio e tirei uma foto de ambos, viramos para o padre e abaixei a câmera, colocando-a em meu colo e prestando atenção na cerimônia que começaria.
- Boa tarde, senhores convidados. – O padre começou e eu foquei meus olhos neles. – Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Richard e Andrea , que, por decisão própria, estão se unindo em nome de Deus. Comecemos essa celebração em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. – Repetimos com ele. - Querido Deus Pai, obrigado por tudo que fizeste por este casal hoje e por todos os dias que os levaram a esta ocasião alegre. Tens abençoado este casal com o presente do casamento e com um amor especial. Brilhe sobre eles hoje, ao fazerem seus votos e entrarem na aliança abençoada do casamento. Em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, amém.
- Amém! – Falei baixo, fazendo o sinal da cruz, junto com os outros convidados, erguendo os olhos para a cerimônia novamente.
Eu fui criada na região católica também, mas por mais que eu apreciasse ouvir as palavras do padre, as duas leituras, o Salmo e o Evangelho, eu precisava captar os momentos do casal. As cochichadas de ambos durante a cerimônia, o olhar baixo de quando ela olhava para ou o sorriso largo dele quando ela fazia isso. As mãos dadas seguradas firmemente. A forma que o véu dela voava quando o vento do fim do dia batia, as bochechas avermelhadas de ambos, que com certeza não era por causa do frio que estava virando.
O padre era jovem, então, ele tinha uma alma jovem, ele falava de forma mais descontraída, falava sobre as dificuldades que os novos amores encontrariam para viver juntos para sempre, mas que tudo era possível, se ambas as partes se esforçassem. Os casais mais velhos não ficavam juntos mais tempos porque era “força do hábito” na época, e sim porque as coisas tinham o costume de durar mais na época, do contrário de hoje, que nem um pequeno aparelho doméstico consegue durar da maneira certa por cinco anos. Ele também falou dos desafios que a vida traria e, ainda mais, falou dos desafios que a profissão de ambos podia trazer.
- Que Deus guarde um futuro incrível para vocês dois. Eu esperava muitas pessoas a mais do que temos aqui, mas temos aqui somente a base principal da vida. Os familiares, que é a parte mais importante para nós, para que nos tornemos pessoas de bem, pessoas capazes de lidar com o mundo. E claro, os amigos, aqueles que mesmo errando, ficam conosco para a vida inteira. – O padre sorriu para ambos. – Eu espero que vocês mantenham essa promessa de ficar juntos para sempre. E não, não estou dizendo por causa Dele, mas sim porque dá para ver o quão feliz serão, se conseguirem esse milagre. – Algumas pessoas riram e ele abaixou a mão e ergueu a Bíblia.
O padre abençoou a água benta, fazendo uma reza silenciosa e pegou o ramo, molhando um pouco e chamou o pajem para perto. Ele se colocou em frente aos noivos, nos últimos degraus do altar. Era agora que a história fica interessante.
- Vocês podem se colocar frente a frente. – Preparei minha câmera novamente, e vi ambos se virarem, com largos sorrisos nos lábios.
Tirei uma foto do véu de no meio do tapete branco, fazendo uma curva bonita até suas costas, e outra deles segurando as mãos, focando bem no anel de noivado de que ficara virado para o nosso lado. Eles focaram os olhos um no outro e podia acontecer qualquer coisa ali que eles não se separariam.
- Eu abençoo essas alianças para esse casal que está se colocando aos olhos de Deus para a união eterna, que eles se amem e dividam essa união pelo resto de suas vidas. – O padre falou em um tom de voz baixo e fez o sinal da cruz acima das alianças e eu fotografei o momento em que o pajem olhou para cima, sentindo a água caindo em seus olhos. - O casal escolheu escrever seus próprios votos. – O padre falou. – Vamos ouvi-los. – O padre deu um passo para trás e soltou uma risada fraca.
- Você começa. – falou, soltando uma risada fraca, fazendo os convidados rirem.
- Eu sei que isso foi uma decisão de última hora, então, eu passei esses últimos dois dias tentando pensar em algo para te dizer e nada do que eu escrevesse bateria a emoção de eu tentar elaborar alguma coisa agora, para te fazer sorrir ou, talvez, fazer esse pessoal rir. – falou e sorriu. – Eu sei que vocês estão vendo isso como um milagre, mas pode parar que essa piada já está velha. – virou o rosto para seus amigos que os fez rir e voltou o olhar para . – Mas eu sempre soube que era só questão de tempo. Bem, eu esperava que fosse só questão de tempo para eu encontrar a pessoa que seria louca o suficiente para dizer sim quando eu fizesse a pergunta mais importante da minha vida, aquela que eu teria que ter certeza, que não voltaria atrás. E então, eu te encontrei. Quem diria que uma reunião de negócios podia ser interessante. Melina nunca quis tirar meu foco dessas reuniões, mas parece que, felizmente, eu consegui olhar para outra direção. – abriu um sorriso. – Por fora, ela tinha essa casca forte e difícil de quebrar, pelo menos eu achava que tinha, mas quando eu decidi explorar, eu descobri que o sentimento era o mesmo. – respirou fundo. – fez o que nenhuma pessoa tinha conseguido: deu sentido à minha vida, ela fez com que todos os meus movimentos, decisões e pensamentos fossem decididos pensando nela. Que nada se comparava a ela. Ela pegou a vida complicada e as decisões complexas da minha vida e a ajeitou. Até o sono ficou mais leve. Principalmente tendo essa mulher em meus sonhos. – Ele sorriu. – Eu cresci acreditando no amor de verdade, no amor eterno, e eu prometo que meu amor por você será assim. Porque nada para mim é mais importante do que o que estamos criando aqui e agora. – Ele riu fraco. – Esse discurso está péssimo, não?! – Ele falou e ela passou a mão em seu rosto, soltando uma risada fraca e negando com a cabeça, que me fez rir também. – Mas eu prometo uma coisa: eu vou te amar para sempre. – Ele sorriu, beijando novamente a mão de que puxou o ar fortemente pela boca, se desmanchando em lágrimas. – E eu vou fazer tudo para que fiquemos juntos para sempre. – Ele afirmou com a cabeça, tendo seus olhos vermelhos iguais os de . Ele afirmou com a cabeça, dando a palavra para ela que soltou uma risada fraca. – É só você e eu agora, amor. – Ela riu fraco e ele sorriu. – Sua vez. – riu, afirmando com a cabeça.
- Eu não sei por onde começar. – Ela falou e puxou o ar fortemente pela boca novamente. – Eu nunca fui do tipo namoradeira, que saía pelas baladas com a chance de encontrar alguém que pudesse querer me envolver em um relacionamento, e quem sabe o que mais viria pela frente. – Ela deu de ombros. – Pessoas me diziam que não era assim que eu encontraria alguém para passar o resto da vida, outras diziam que esse era o único jeito, haja vista os dias de hoje. – Ela sorriu. – Bem, eu acreditava no destino e parece que funcionou. Eu acreditei que eu pudesse esbarrar em alguém na rua e tivesse aquela troca de olhares e que tudo na vida, magicamente, se ajeitaria. – Os convidados riram. – Bem, não foi assim que aconteceu. – Ela deu de ombros. – Mas foi de uma forma que eu gostei que acontecesse, em um jantar, o que já é um bom começo, todo mundo arrumado, ar-condicionado, sem esfrega-esfrega. – Ela fez uma careta, e eu olhei em que não se aguentava em rir. – Enfim, teve a troca de olhares, mas com certeza teve eu me escondendo atrás do cardápio. – Ela riu fraco. – “O que é seu está guardado”, eu ouvia sempre, e não é que estavam certo? Eu conheci um dos meus atores favoritos em um local de trabalho e depois de um tempo esse ator favorito se tornou um amante, depois um confidente e agora está se tornando meu marido. – Ela deu de ombros. – Ainda bem que eu sou de humanas, porque isso não tem lógica nenhuma para mim. – gargalhou, fazendo com que todos os convidados explodissem em risadas, até . – A vida acontece e ela nos surpreende cada dia mais. Ela me surpreendeu quando eu mudei de país, quando eu mudei de emprego e me surpreendeu sobre você. Você realmente não é nada do que eu imaginei. – sorriu e passou a mão no rosto novamente. – Eu não vou prometer várias coisas, que eu com certeza não me lembrarei amanhã. Toalha em cima da cama, abaixar a tampa do vaso sanitário? – Ela riu fraco, negando com a cabeça. – Teremos a vida inteira para brigar por isso. – sorriu. – Mas eu posso prometer uma coisa hoje. – Ela sorriu. – Eu prometo, , que serei sua para sempre. – abriu um largo sorriso e alguns dos amigos de gritaram comemorando. – E eu farei tudo para que você seja meu também.
- Eu serei. – Ouvi falando baixo e eles sorriram cúmplices.
- Algo a acrescentar, ? – O padre virou para ele. – A toalha em cima da cama e a tampa do vaso sanitário são coisas muito importantes. – Ele brincou, fazendo com que o local explodisse de risadas. negou, rindo fraco. – Não? Ok! Vamos continuar. – Ele riu, esticando sua mão sobre o casal. – Deus Pai, pela autoridade que me deste como um crente em Ti e em teu filho, Jesus Cristo, eu abençoo este casal. Derrame Teu espírito neste momento e eu oro para que fales a mim e através de mim, ao abençoar esse novo casal. O Senhor uniu esse casal com a Tua habilidade divina e permitiu que eles se casassem, tendo um grande plano para o seu futuro. Comece a tocar seus corações para que possam saber o caminho exato a seguir, estando sempre em acordo. Oro para que este marido sempre honre e ame sua esposa, preferindo-a acima de todas as outras. Oro para que esta nova esposa honre e ame seu marido sempre. Dê-lhes uma porção extra de tua graça para lidar com algumas decepções que a vida pode lançar em seu caminho. E, mais importante, mantenha-os perto de Ti. Tua Palavra diz que o Senhor nunca nos deixará ou nos abandonará. Ajude-os a voltar-se para Ti em primeiro lugar, e depois um para o outro. Pedimos todas essas coisas em nome de Cristo. Amém.
- Amém! – Falamos todos juntos e eu abaixei a câmera por um momento, para olhar para a cena real.
- Se alguém tem algo que venha a impedir esse matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre. – Padre falou e e viraram imediatamente o rosto em direção aos amigos de que se olhavam entre si.
- Que foi? – Ouvi a voz de Dante se fingindo de inocente, mas não consegui vê-lo. – Eu não vou falar nada não, eu estava brincando, estou dando graças a Deus do estar se casando. Aleluia! – Ele falou e e gargalharam. – Foi força de expressão, senhor Padre, desculpa. – Ri fraco e e voltaram a se olhar, apertando as mãos uma nas outras, fortemente.
- Bem, acho que agora posso fazer a pergunta mais importante da noite, então. , você aceita , como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – abriu um largo sorriso.
- Eu aceito. – Ele falou, mordendo os lábios, visivelmente emocionado.
- , você aceita , como seu legítimo marido, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – soltou uma risada fraca.
- Sim, eu aceito. – Ela puxou fortemente o ar, tentando conter o choro.
- As alianças, por favor. – O menino que tinha se colocado na lateral novamente, ficou na frente do casal, nos degraus de baixo, esticou a almofada com as alianças o mais rápido que conseguiu e com um grande zoom, eu consegui ver perfeitamente as alianças dispostas em cima da almofada branca. – Cada um pegue a do parceiro, por favor. – tinha as mãos trêmulas, mas segurou a aliança de fortemente e fez o mesmo, sem tirar os olhos de . - , repita comigo. – O padre falou. – , você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- , você recebe essa aliança, como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ele falou, sem tirar os olhos dela, deslizando a aliança levemente pelo dedo anelar da mão esquerda dela e deu um beijo na mesma, fazendo com que o sorriso em seu rosto aumentasse.
- Agora você, , repita comigo. – O padre falou. – , você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- . – puxou o ar com a boca. – Você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ela deslizou a aliança pelo dedo de , segurando as mãos de com as duas mãos e focou os olhos nele.
- Pelo poder investido em mim, eu vos declaro marido e mulher. – O padre falou, fazendo um sinal da cruz acima do casal, me fazendo preparar a câmera novamente. – Pode beijar a noiva. – Ele falou sugestivamente para que abriu um largo sorriso, que me fez sorrir.
Ele eliminou a distância que tinha dos corpos e apoiou uma mão em sua cintura e outra em sua nuca, colando seus lábios nos de , inclinando o corpo de ambos levemente em direção à , como cena de filme. Os convidados gritaram e começaram a aplaudir, felizes com tudo que estava acontecendo naquele momento. Eu mantive minha atenção nas diversas fotos do beijo que eu tirei e quando desgrudei meus olhos da lente, notei que os padrinhos do casal estavam com os celulares tirando fotos. O casal se separou e se encararam rapidamente, antes de se abraçarem fortemente, fazendo com que encostasse a cabeça nos ombros de e deixasse que as lágrimas caíssem de seus olhos, aquela era a finalização perfeita, a emoção e a felicidade caminhando juntas.
***
Oh, meu Deus, eu não conseguia parar de chorar. Toda vez que eu erguia o rosto dos ombros de e via as alianças, os convidados, os vestidos, ele, a situação ou até mesmo aquele pôr do sol, eu tinha vontade de chorar de novo.
- Você está bem? – perguntou para mim com o mesmo olhar avermelhado que eu.
- Sim! – Falei soltando uma risada. – Só não consigo imaginar que estamos casados de verdade.
- Estamos! Isso é real! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus novamente.
- Eu não me acostumei nem a chamá-lo de namorado, agora vai demorar para eu te chamar de marido. – Falei rindo e ele passou as mãos em meu rosto, acariciando as bochechas.
- Minha esposa! – Ele falou baixo, rindo em seguida. – Eu vou repetir isso por muito tempo. – Ele sorriu e eu passei os braços pelo seu ombro, apertando-o contra meu corpo.
- Se a vida nos permitir, eu não espero menos do que para sempre. – Abri um sorriso e ele passou os braços pela minha cintura, acariciando minha barriga.
- Acho melhor falarmos com o pessoal, antes que eles ataquem a gente, sua mãe está me fuzilando com o olhar. – Ele cochichou no meu ouvido e eu me separei dele rindo. – Temos a vida toda, não?!
- Com certeza! – Eu sorri e virei meu corpo para .
Minha mãe foi a primeira a se aproximar de mim, ela tinha os olhos avermelhados e sua bochecha estava brilhando levemente, provavelmente algumas lágrimas tinham caído por ali. Ela pegou meu rosto com as mãos e acariciou levemente com aquele sorriso largo e trêmulo de pessoa emocionada, com certeza o mesmo que o meu. Assim que ela me abraçou, meus olhos se encheram de lágrimas novamente, me obrigando a segurá-las.
- Parabéns, minha pequena! – Ela falou, voltando a focar os olhos nos meus. – Não consigo acreditar que meu bebê está casado. Seja feliz, meu amor. – Afirmei com a cabeça, passando a mão em sua bochecha e tirando uma lágrima que caía.
- Eu vou ser, mãe! – Abri um largo sorriso. – Isso você pode ter certeza. – Ela sorriu e deu alguns passos para trás, permitindo que minha irmã chegasse perto de mim, entregando o buquê para a próxima da fila e me apertasse em seus braços.
- Eu não paro de chorar, sabia? – Ela falou rindo, com o rosto aconchegado em meus ombros. – Minha irmãzinha se casou, gente! – Ela respirou fundo, levantando o rosto e passou as mãos no rosto. – Isso é muito para minha cabeça. – Rimos juntas e ela estalou um beijo em minha bochecha. – Parabéns, minha irmã. Você vai ouvir muito isso, mas seja feliz, ok?!
- Pode deixar! – Afirmei com a cabeça e ela estalou um beijo em minha bochecha.
- Ah! – Rodrigo gritou se aproximando de mim e eu o abracei fortemente. – Parabéns, parabéns, parabéns! – Ele falava repetitivamente. – Parabéns, . Finalmente um de nós casou! – Ele falou me apertando o máximo que podia e eu fazia o mesmo.
- Milagres acontecem! – Falei e ele riu, passando a mão em meu rosto.
- Milagres acontecem. – Ele repetiu.
Ruth estava logo atrás com um largo sorriso no rosto e aquela, já conhecida, vermelhidão nos olhos e bochechas brilhantes. Ela se colocou nas pontas dos pés para me abraçar e eu passei a mão em suas costas.
- Muita alegria, paz, felicidade e força para lidar com essa nova etapa da sua vida. – Ela cochichou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça em agradecimento, suspirando e ela logo se afastou.
- Eu não acredito que o se casou. Como você conseguiu essa proeza? – Joshua perguntou, se aproximando de mim e eu ri, dando de ombros e ele riu, me abraçando fortemente.
- Ela conseguiu essa proeza por causa de mim, dá licença? – Melina apareceu logo atrás e eu ri, vendo Joshua cordialmente ceder o espaço a minha frente.
- Não foi bem assim, mas a gente finge que foi. – Ele falou em tom irônico e eu ri.
- Que você seja muito feliz e que mesmo com todas as dificuldades da vida, você possa encará-las e passar por ela sem nenhum arranhão. – Melina falou, me abraçando fortemente.
- Obrigada, meio exagerado ou não, mas você me escolheu para sua equipe, e você nos colocou juntos em um encontro, o destino fez o resto, mas obrigada. – Ela sorriu, dando uma piscadela com o olho e eu ri.
- A princesa acaba de virar rainha, é isso mesmo que eu ouvi? – Derek brincou para Rupert e eu dei de ombros, rindo fraco.
- Talvez? – Brinquei e o moreno me abraçou, apertando meu corpo fortemente, me fazendo ficar na ponta dos pés.
- É o que estão falando. – Ele brincou esticando o celular e eu franzi a testa.
- Como assim? – Ele riu.
- Vamos só dizer que o pessoal está feliz com seu casamento. – O ruivo se aproximou e eu ri fraco. – Amanhã pode ter certeza que você vai ver tudo isso. – Ele sorriu e me abraçou, me fazendo suspirar em seu ombro.
- Obrigada. – Falei sorrindo. – Vocês dois foram uma parte da minha família aqui nos Estados Unidos e em outras diversas situações. Espero que vocês continuem comigo para o resto da vida.
- Com certeza continuaremos, minha amiga! – Derek falou e eu o abracei novamente. – Ainda mais agora que você colocou o Rupert no mapa.
- Mas eu já não tinha feito isso, não?! – Brinquei, e eles riram em seguida. – Com o vestido de “Poseidon 2”?
- Um vestido para uma première é uma coisa, agora fazer o vestido da noiva do é outra. – Rupert brincou, piscando um olho.
- Bem que você disse, não?! – Suspirei sorrindo.
- O quê? – O ruivo perguntou.
- Que um dia faria meu vestido de casamento.
- E eu prometo que não chequei minha bola de cristal. – Ri fraco e ele sorriu, dando um beijo em minha testa.
- Licença. – Ouvi uma voz baixa e olhei para baixo, vendo Liana se aproximar. – Posso te abraçar, tia ? – Ela perguntou e eu tive vontade de chorar.
- Claro que pode, minha pequena. – Me abaixei, me equilibrando nos saltos e ela passou os pequenos braços pelo meu corpo, se perdendo em meio a meu vestido.
- Parabéns, tia ! – Ela falou e eu puxei o ar fortemente, sentindo as lágrimas aparecerem de novo.
- Obrigada, minha querida. – Falei e ela deu um beijo em minha bochecha. – Você está muito linda hoje, sabia? – Perguntei e ela riu, ficando levemente envergonhada.
- Você também. – Beijei sua bochecha e ela riu indo ao lado de Rupert.
- Vocês estão fazendo um trabalho incrível, garotos. – Falei e eles sorriram, visivelmente emocionados.
- Aqui vem o noivo! – Derek falou quando apareceu ao meu lado e eu ri, sentindo um beijo dele estalar em minha bochecha, antes de virar o corpo e dar de cara com Seth em minha frente.
- Noiva! – Ele falou alto e me abraçou fortemente, o que me fez rir e retribuir o abraço. – Cuida dele, tá?!
- Pode apostar. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu sei que ele vai cuidar de você também, mas já fiz questão de deixar claro. – Ele falou, fazendo uma careta e eu ri, recebendo um beijo em minha bochecha. – Seja feliz, irmã. – Ele falou e eu abri um largo sorriso.
- Obrigada por tudo. – Ele afirmou com a cabeça e abriu espaço para que Cady se aproximasse.
- Representando a família , eu posso falar oficialmente agora. Bem-vinda à família! – Ela falou sorrindo e me abraçou, fazendo que eu sorrisse em meio às lágrimas e a apertei em meus braços.
- Obrigada. – Falei sorrindo. – É muito bom fazer parte dessa família.
- Tem vezes que ele é difícil de lidar, o gênio ainda não ajuda, mas quem não gosta de um pouco de luta? – Ela brincou e eu ri, vendo-a se afastar e Sharon vir me abraçar.
- Parabéns, ! – Ela falou animada e me apertou contra seu corpo. – Você colocou o na linha! – Ela falou e eu gargalhei, me afastando dela levemente. – Pensei que não seria possível.
- Por um momento eu não achava que era possível que eu me casasse. – Falei e ela abriu um largo sorriso.
- Tudo se ajeita. – Ela sorriu e o marido de Cady e o namorado de Sharon me parabenizaram rapidamente, me abraçando junto os dois. Eles eram do tipo quieto, mas tinham um local especial no meu coração também e logo deram espaço para Lindsay que vinha junto de Robert, pai de .
- Você consegue acreditar nisso? – Lindsay falou e eu ri, sentindo-a me abraçar fortemente. – Tudo está predestinado a acontecer, querida. E tenho certeza que vocês estão predestinados a incríveis coisas nessa vida. – Ela falou próxima a meu ouvido e eu sorri, encarando seus olhos quando ela se separou. – Eu não tenho nada muito glamoroso para falar, ou dar dicas incríveis de casamento, mas eu só quero que vocês sejam felizes. – Ela sorriu e eu afirmei para a mais baixa.
- Eu serei. – Falei e ri fraco. – Nós seremos.
- Aposto que sim! – Robert falou se aproximando e eu sorri. – Pode ser difícil alguns dias, você pode querer se matar, ou matá-lo, mas o que se concretiza em um casamento, fica marcado para sempre e, além de um relacionamento com amor para a vida inteira, fica também a amizade. E isso você leva para a vida inteira. – Afirmei com a cabeça e ele sorriu. – Acho que vocês têm mais um assunto para resolver, não? – Ele apontou para o altar novamente e virei de costas.
- ! – Falei meio gritado e ele se afastou de Joshua, vindo para perto de mim novamente. – Temos que assinar algumas coisas.
- Uh, verdade! – Ele falou e virou o rosto. – Ali está Olívia, vamos lá. – Ele segurou minha mão e andamos até onde a cerimonialista estava, com minha mãe, minha irmã e seus pais atrás de nós. Ela estava próxima a uma mesa, junto do juiz e do padre, perto de uma mesa branca que eu nem sabia que existia ali na lateral.
- Vocês primeiro assinam aqui o livro da igreja. – O padre falou, entregando uma caneta na mão de e estendeu um livro. Sem brincadeiras, era um livro mesmo.
fez a sua assinatura bonita e interessante e passou a caneta para que eu fizesse a minha super sem graça. Quase aos 30 e ainda não tinha uma assinatura interessante.
- Eu desejo bastante felicidade aos dois, qualquer coisa, vocês sabem onde me encontrar. – O padre falou, cumprimentando e logo em seguida a mim. – Com fé vocês chegam longe.
- Obrigada! – Eu e falamos juntos e o padre acenou.
- Bem, como sabem, eu estou aqui representando tanto um juiz dos Estados Unidos, como a embaixada brasileira aqui no país. – Afirmamos com a cabeça sorrindo. – Eu sei que vocês acabaram de responder isso, mas eu sou obrigado a fazer de novo, tudo bem? – Ele falou e rimos.
- Tudo bem. – falou com um sorriso no rosto.
- e , vocês estão casando por livre e espontânea vontade? – Ele perguntou.
- Sim! – Falamos juntos.
- As testemunhas afirmam que não há nenhum caso envolvendo esse casamento além do desejo espontâneo e amor? – Ele perguntou para o pessoal atrás de nós.
- Sim! – Eles falaram quase sincronizados.
- Vocês optaram por comunhão total de bens, isso procede? – Ele perguntou.
- Sim! – falou primeiro e eu afirmei depois.
- , você aceita a senhorita como sua legítima esposa?
- Sim! – Ele falou e eu sorri.
- , você aceita o senhor como seu legítimo marido?
- Sim! – Falei e ele sorriu.
- Assinem esses três documentos, por favor.
Dessa vez eu peguei outra caneta e fomos revezando os papéis, pelo que eu li tinha o arquivo oficial dos Estados Unidos, um que geraria a certidão de casamento e outro que era a união de um estrangeiro com um brasileiro, uma lei do casamento civil no Brasil.
- Como representante do estado da Califórnia, eu os declaro marido e mulher. – Ele sorriu e juntou os papéis. – Vocês podem retirar esses papéis em até 10 dias úteis. – Ele sorriu. – Felicidades! – Ele nos cumprimentou e eu agradeci.
- Vamos para festa? – cochichou em meu ouvido.
- Temos uma sessão de fotos ainda. – Falei de volta e ele franziu a testa. – Vem!
O puxei pela mão e nos colocamos no tapete branco e a música de fundo começou novamente. Minha irmã me entregou o buquê e eu o mantive solto em minha mão, sem nenhuma formalidade e no segundo passo já vi as pessoas jogando arroz para os ares e gargalhei, vendo fechar os olhos um pouco, andando em direção à sala espelhada novamente. Além de jogar arroz, o pessoal batia palmas ou gritavam e assobiavam. Atrás de nós vinham os padrinhos e as daminhas e os pajens de mãos dadas.
Assim que passamos pela sala espelhada, Olívia nos indicou uma das salas para entrarmos e fechou a porta, nos deixando sozinhos ali. A primeira coisa que eu fiz foi sentar em uma das poltronas e suspirar.
- Cansei! – Falei para que riu se colocando em minha frente.
***
- Eu não consigo acreditar, sabia? – Falei para ela que tinha o corpo relaxado na poltrona olhando para mim, enquanto brincava com as pétalas de seu buquê.
- Nem eu! – Ela falou sincera e gargalhou em seguida. – Isso é surreal.
- Temos a vida inteira para tornar isso real. – Falei e ela sorriu, apoiando o buquê na mesa mais próxima e esticando as mãos para mim que a puxei, fazendo com que ela se levantasse novamente, ficando próxima a mim.
- Isso é incrível, . Foi simplesmente magnífico. – Ela suspirou, passando os braços pelos meus ombros e eu passei minhas mãos pelas suas costas, tocando suas costas pela abertura do vestido.
- Você está linda! – Falei e ela sorriu, ficando com as bochechas rosadas. – E você cortou o cabelo! – Ergui a mão para os cabelos dela, tocando as pontas.
- O que você acha? – Ela perguntou, com o olhar rente ao meu.
- Está incrível, ! – Falei honesto. – Você fica linda de qualquer jeito. – Ela riu fraco. – Acho que eu nunca vi uma pessoa tão bonita vestida de noiva. – Ela riu fraco.
- Você está lindo também e de gravata borboleta! – Ela riu, tocando os lados da gravata e ajustando-a.
- Acho que eu estou um pouco extasiado... – Fui interrompido por um barulho de trovão alto vindo lá de fora.
- Será que isso é... – Não deu tempo de terminar a frase e uma chuva forte começou a cair lá fora, fazendo que nós dois arregalássemos os olhos e gargalhássemos em seguida, ouvindo alguns gritos e os convidados restantes saíram correndo para dentro.
- Isso é carma, meu amor! – Falei, tocando meus lábios em sua testa novamente.
- É sorte, isso sim. – Ela riu. – Imagina se tivesse sido cinco minutos atrás? – Gargalhei fraco.
- Meu Deus! – Falei. – Está caindo o mundo.
- Bem que estava ventando bastante. – Ela deu de ombros e virou o rosto rindo. – Recém-casados e estamos falando do tempo. – Ri fraco.
- Que desastre! – Brinquei e ela tocou seus lábios nos meus delicadamente.
- Licença! – Vi Olívia entrando com Denise atrás dela.
- Dê! – falou e Denise correu abraçá-la.
- Oh, ! Meus parabéns, muitas felicidades, garota! – Ela abraçou fortemente e depois se virou para mim. – Que vocês sejam muito felizes. – Ela sorriu para mim e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou, tentando se desviar do seu véu que estava esticado no meio da sala.
- Vocês tem uma sessão de fotos agora. A sessão de vocês mesmo, mas também a sessão de fotos da Vanity Fair. – Olívia falou e eu afirmei com a cabeça. – A ideia era fazer a sessão de vocês lá fora, mas creio que não vai ser possível. – Olívia falou e riu. – Então, faremos no jardim interno aqui do hotel mesmo, eles estão preparando tudo já. E a da Vanity Fair vai ser no estúdio que eles montaram no lobby que vocês passaram para chegar aqui – Ela falou. – Eles só querem uma foto de capa.
- “O casamento do ano”! – Denise brincou e eu ri.
- Acho que é “o casamento do fim do ano”. – Falei e franziu a testa.
- É um péssimo título, amor. – brincou e eu ri fraco, passando meu braço em sua cintura.
- Enfim, eu vim retocar a maquiagem de vocês, na verdade. – Denise falou, mostrando a sua maleta. – Mas só tirar o brilho do rosto de vocês mesmo e a retocar o batom. O estrago não foi tão grande. – Ela brincou e eu ri. – Vem aqui primeiro, .
Ela falou e eu me coloquei na sua frente rapidamente, vendo-a pegar um pano preto e passar pelos meus ombros, igual os de cabeleireiros e passou rapidamente um pó em meu rosto, assoprou de leve e logo puxou o pano, me fazendo dar licença para . Ela passou pó em seu rosto do mesmo jeito que o meu, passou novamente o batom e ajeitou o prendedor de seu véu e logo tirou o pano.
- Vejo vocês na festa! – Ela falou, guardando suas coisas e logo saiu da sala acenando para nós.
- Até mais! – gritou e suspirou.
- Vamos? – Olívia perguntou e eu afirmei com a cabeça, segurando a mão de e Olívia o seu véu.
Saímos pela porta e consegui ver a chuva que caía lá fora. A definição “caindo o mundo” não era exagero. Estava chovendo bem forte, o pessoal não tinha conseguido nem tirar todos os enfeites da festa. Alguns vasos de flores haviam ficado e voavam pelo meio do caminho, o tapete e as cadeiras para os convidados também. passou o braço em meu corpo e fomos seguindo pelos corredores, até chegar novamente no lobby que estávamos antes.
Dessa vez estava vazio, montaram em um dos cantos um estúdio de fotos, o fundo branco e os holofotes. A jornalista que tinha acompanhado o casamento estava ali novamente, só que dessa vez tinha mais duas pessoas com ela, ajudando-a com o equipamento. olhou para mim por um momento e riu.
- O quê? – Perguntei.
- Eu vou ser capa da Vanity Fair. – Ela riu novamente. – Eu sonhava em escrever para a Vanity Fair. Olha como as coisas mudam!
- Você merece tudo, . – Falei e ela afirmou com a cabeça, me deixando beijar sua testa. – Minha esposa.
- Eu nunca vou cansar disso. – Ela riu fraco, e andamos em direção à equipe.
- Parabéns! – A jornalista falou. – Foi um casamento maravilhoso.
- Você não está só dizendo isso porque você precisa, não é?! – brincou, fazendo uma careta.
- Acredite, não estou. – Ela riu também. – Foi maravilhoso mesmo, simplesmente perfeito. – Ela sorriu.
- Obrigado! – Falei sincero.
- Eu prometo que não os segurarei por muito tempo, ok?! – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Queremos fazer três fotos, na verdade. Uma de vocês de mãos dadas, um de frente para o outro, como se fosse a cerimônia. – Afirmei com a cabeça. – A pose clássica, um olhando para o outro. E a última queremos ela sentada, com a perna cruzada, mostrando o look inteiro e ele atrás. Só isso.
- É, acho que vou sobreviver! – Brinquei e puxei pelos cabos espalhados, até o meio do tapete e panos brancos que cobriam a parede e o chão do hotel.
- A última sessão de fotos que eu participei foi nos meus 15 anos, acho que posso estar um pouco travada. – falou para mim e eu ri, me colocando em sua frente e segurando suas mãos e mantendo os olhos focados no seu. – Afinal, eu adorei o recado em meu sapato, o colar, o bilhete de manhã e a surpresa de ontem. – Ela falou e eu ri fraco.
- Você gosta de surpresas? – Perguntei e ela riu.
- Surpresas boas. – Ela sorriu.
- Vou tentar te surpreender todos os dias da sua vida. – Falei e ela afirmou com a cabeça, fechando os olhos quando o flash apareceu, me fazendo rir fraco. – Andrea.
- Você descobriu, hein?! – Ela riu, abrindo um largo sorriso.
- Acho que nunca me ocorreu em te perguntar seu nome completo. – Franzi a testa.
- Você é meio desligado, mas eu perdoo. – Afirmei com a cabeça, beijando sua testa levemente. – Pelo menos não esqueça a data do nosso casamento.
- Dois dias depois do Natal, vai ser fácil. – Brinquei e ela sorriu.
- Vamos para a próxima foto, por favor. – A jornalista falou e eu afirmei com a cabeça. – , se coloca à frente, por favor. – Um dos ajudantes esticou o véu de novamente, deixando-o mais reto possível e o esticou, deixando-o sem dobras. – , você se coloca atrás dela, mas sem se esconder. Deixando metade do corpo aparecendo e vocês viram o rosto um para o outro. – Assim que eu fiz isso, virando meu rosto para , ela riu, ignorando os flashes que se seguiram.
- Eu poderia ignorar a festa, sabia? – Sussurrei para ela.
- Ô se eu sei! – Ela riu fraco e eu gargalhei em seguida. – Mas nem conte com isso. – Ela brincou.
- Por quê? – Brinquei e ela riu.
- Não se esqueça do quanto estamos gastando nessa festa, e não se esqueça de quanto tempo eu demorei para escolher todos os detalhes.
- Só você? – Perguntei.
- Você escolheu o jantar e as bebidas.
- Boas bebidas, por sinal. – Brinquei e ela sorriu.
- Por favor, não beba muito, ok? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Preocupado que eu vá dormir na lua de mel? – Brinquei e ela deu um olhar sugestivo.
- Sei, como se você fosse perder uma das noites mais importantes da sua vida. – Ela piscou e eu senti uma pressão vinda de baixo.
- O que está planejando? – Perguntei.
- Eu, planejando? – Ela perguntou. – Achei que você tinha planejando tudo. – Ela riu fraco. - Próxima foto? – perguntou para a jornalista e se afastou de mim, esperando que colocassem uma poltrona no meio do estúdio e ela se sentasse na mesma.
Dessa vez colocaram o véu na lateral, como se fosse parte do cabelo dela, ajeitaram-no e pediram para eu me colocar atrás dela, em pé, apoiando minhas mãos em seus ombros e ela olhando para cima e eu olhando para baixo. Dessa vez não falamos nada. Abrimos um largo sorriso e deixamos que os flashes batessem contra nosso corpo. Ela é incrível, é só o que eu podia dizer.
- Chega! – falou rindo e eu a abracei, vendo-a com o rosto avermelhado. – Ah, gente, chega, eu já devo ter ficado toda torta com isso. – Ela esticou o corpo, jogando o véu para trás.
- Acabou! – A fotógrafa riu conosco e eu gargalhei, vendo estender os braços para frente.
- Acho que isso foi pior que a gente imitando Dirty Dancing no ensaio do casamento. – falou e eu gargalhei.
- As fotos estão lindas. – A fotógrafa falou e eu sorri.
- Tenho certeza que sim! – sorriu e olhou para mim.
- Vocês gostariam dê ter um tempo antes de ir para a festa? – Olívia perguntou.
- Podemos? – perguntou apressada.
- Claro que sim! – Agatha falou. – Tem a suíte do preparada para vocês. Podem ir lá, relaxar um pouco que eu os busco em meia-hora. – sorriu.
- Ah, é o tempo perfeito. – falou e eu ri. – Aponte o caminho. – Ela falou para mim e eu ri.
- Lily, os acompanhe, por favor. – Olívia falou e uma loira baixa começou a seguir a nossa frente.
Dei as mãos para e andamos até a parte da frente do hotel, a loira já nos esperava com a porta do elevador aberta, mas no momento em que passamos para dentro do mesmo, ouvi alguns gritos vindo lá de fora. Mesmo com a chuva, o pessoal ainda estava lá. tinha um braço dado ao meu e o outro abraçava seu longo véu nos braços, acho que ela não via hora de tirar aquilo.
Apertei o botão do meu andar e o elevador se fechou rapidamente, subindo com a mesma velocidade. A assistente de Olívia saiu na nossa frente e colocou o cartão chave na porta e logo abriu a mesma para nós. Eu deixei que entrasse primeiro e a assistente de Olívia fechou a porta logo em seguida.
- Meus pés já estão doendo! – falou, se sentando sobre a cama e eu ri.
- Tira os sapatos um pouco. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Se eu tirar eles agora, eu não consigo colocar de novo. – Ela falou e eu ri, vendo-a se aproximar do espelho.
- Difícil, então! – Falei e ela afirmou com a cabeça, puxando levemente o prendedor de sua cabeça, soltando o véu do mesmo.
- O pano é fino, mas isso pesa! – Ela riu, e eu notei que ela tinha um penteado em seus cabelos curtos. Ela enrolou o véu e colocou na cama.
- Você está simplesmente incrível. – Falei e ela sorriu de lado.
- Você não cansa de falar isso? – Ela perguntou rindo.
- Não, não vou cansar nunca. – Ela passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou, colando nossos corpos. – Parece que você está cansada. – Sussurrei em seu ouvido.
- Um pouco. – Ela falou, soltando um suspiro. – Mas eu estou me sentindo capaz de tudo agora. – Ela riu fraco e ergueu o rosto para mim. – Eu me sinto poderosa. – Ela sorriu. – Eu sou uma senhora agora. – Ela gargalhou. – Deus! Pareço velha falando assim! – Sorri.
- Vamos envelhecer juntos, minha velhinha. – Toquei meus lábios nos seus e ela acariciou minha nuca levemente.
- Eu te amo. – Ela falou e eu suspirei.
- Eu te amo. – Falei para ela que sorriu. – Como a vida é engraçada, não? – Ela ergueu o rosto para meus olhos.
- Como assim? – Ela perguntou com um sorriso no rosto.
- Eu estou casado! – Ri fraco e ela sorriu. – Eu procurava pela pessoa ideal e, de repente, essa pessoa aparece na minha frente. – sorriu, passando a mão em meus cabelos.
- Provavelmente isso estava premeditado, você só não percebeu. – Ela piscou um olho e eu beijei sua testa.
- Você sabia que isso aconteceria? – Ela gargalhou alto.
- Nem em sonhos. – Ela afastou o corpo do meu um pouco, colocando as mãos na cintura. – Quando eu te conheci eu agi como uma fã quase surtada, eu com certeza não prestei muita atenção naquela reunião, eu sabia que tinha que estar em Cleveland contigo no dia seguinte e só. Quando você começou a conversar comigo então, eu travei.
- Se você estava assim, você realmente soube disfarçar. – Falei, tocando seu rosto com as mãos.
- Ou você estava prestando atenção nos meus lindos olhos castanhos. – Ela brincou, esticando a mão e colocando sobre meus braços.
- Na verdade, eu estava. – Ela sorriu, mexendo os ombros quando riu e tocou meus lábios com os seus. - E eu não me arrependo de nada.
- Sinto lhe dizer, mas seria meio tarde para se arrepender. – Ela deu de ombros e eu gargalhei. – Você está lindo nesse terno. – Ela sorriu e passou as mãos sobre o colarinho do paletó.
- Obrigado! – Ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros e eu fechei os olhos encostando minha cabeça na dela, ficando um momento assim.
- Eu acho que quero fazer xixi. – Ela falou e eu me afastei dela um pouco, vendo-a fazer uma careta.
- Ainda bem! – Falei suspirando. – Eu também preciso. – Falei e ela gargalhou, indo em direção ao banheiro.
***
Gente do céu, que coisa linda era essa? O salão da festa estava impecável. Estava tudo simplesmente sensacional. As mesas retangulares distribuídas pelo salão, as toalhas estampadas. O tampo de vidro em cima de cada uma, os arranjos de flores grandes e pequenos em cima de algumas mesas selecionadas, alguns até com velas. E as cores rosa e laranja do buquê de estavam em todos os lugares, dando alegria àquilo. O detalhe em cristais fazia parecer neve presa no teto da pista de dança, ou chuva, já que pelo visto caía o mundo lá fora. Os assentos das cadeiras combinavam com as toalhas, os tapetes dispostos no chão, onde as mesas estavam. Até os tons das cortinas parecia que combinavam com tudo, estava simplesmente perfeito. tinha um bom gosto incrível. Tudo estava perfeito.
- Aqui, Melina! – Roger, meu marido, me entregou uma taça de suco de laranja e eu o agradeci, vendo-o tomar um gole do champanhe que distribuíram assim que entramos no salão. Os garçons andavam de lá para cá, fazendo questão que ninguém ficasse de copo vazio.
Todos estavam em pé, ao redor das mesas. O bom é que eles não montaram mesas, então cada um sentava aonde quisesse. Acabou que eu, meu marido, Derek, Rupert, Liana, Ruth, Joshua, Rodrigo, Trish e seu marido, sentamos na mesma mesa. Já que o resto do pessoal ficaria na mesa da família, que era exatamente do lado da que havíamos escolhido. Mas Lílian, Seth, Cady e Sharon estavam em volta da gente, todos ainda meio abismados com a beleza daquele lugar. Agora eu entendo porque o rombo nas contas do nos últimos meses.
Uma música calma tocava no fundo, era a recepção da festa ainda. A mãe de e de andavam pelo salão cumprimentando a todos, elas eram as anfitriãs, certo? Os filhos delas acabaram de casar e elas estavam muito felizes com isso. Agora elas estavam perto dos amigos famosos de . Henry Christensen e a mãe de tentavam se comunicar de algum jeito, mas sempre acabava em risadas. Eles se viravam bem. Honestamente, eu sentia orgulho em tudo que eles cumpriram em menos de dois anos. E o apoio da família e dos amigos, me deixava muito feliz pelos meus dois grandes amigos.
Dois grandes amigos que tinham simplesmente sumido após o casamento. Eles tinham ido para a sessão de fotos deles e da Vanity Fair, e eu estou aqui tomando suco de laranja sem estar perto disso tudo. É a primeira vez que eu não acompanho nada do e isso me deixa preocupada. Ele seria capa da Vanity Fair. Calma, me deixa reformular: ele vai ser capa da Vanity Fair, com a esposa dele. Tipo, oi?! Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, na boa. Ah, bem que disse, convivência pega, agora estou falando igual a ela.
Olhei em volta e encontrei a mesa do bolo e dos doces escondida próxima do palco. A mesa de vidro estava delicada, tinha poucas bandejas de doces distribuídas sobre ela, mas eu sabia que não tinha só aquilo, principalmente vindo do . As flores rosa e laranja estavam lá também no arranjo de flores e também no bolo de sete andares, com flores rosa e laranja no topo do mesmo e descendo em uma cascata, os laços feitos de pasta americana em volta do bolo inteiro, as iniciais deles impressas no branco, como também em vários locais da festa, guardanapos, pratos, estava tudo maravilhoso.
Estávamos só esperando o casal chegar para começar as festividades. Era quase oito horas da noite, então deles não deveriam demorar. Bem, pelo menos eu acho. Eu casei no civil, não fiz festa, eu e Roger saímos do cartório e pegamos a estrada, fizemos um mochilão pelos 50 estados dos Estados Unidos, e não me arrependo de nada.
Senti o flash no rosto quando um dos fotógrafos tirou foto nossa e olhei em volta, vendo vários fotógrafos registrando tudo. Eles estavam espalhados pelo salão, tirando fotos das pessoas, dos detalhes, dos enfeites...
- Vamos começar a festa. – Seth falou, apontando para a entrada do salão onde duas sombras podiam ser vistas escondidas na luz.
- Com vocês, os noivos: e . – A cerimonialista falou e ambos apareceram na luz e os refletores viraram em direção a eles, iluminando os dois de mãos dadas, cada um com um sorriso maior que o outro, se entreolhando e soltando risadas.
***
e eu estávamos parados em frente à porta do salão de festas. Ela estava fechada e sendo guardada por dois seguranças contratados pela equipe de Olívia, mas tudo estava realmente calmo, já que aquela área do hotel estava vazia. não cansava de passar a mão em meu cabelo, aparentemente ele havia gostado do resultado.
Virei meu rosto para ele que sorriu, abaixando a mão e apoiando em meu ombro descoberto e depois descendo para minha cintura. Virei meu rosto para frente e segurei sua mão do outro lado da minha cintura. A assistente de Olívia apareceu ao meu lado e estendeu meu buquê de flores e eu o segurei com a mão livre. Era só para entrada e para as fotos, não ficaria com ele na mão durante a festa.
- Prontos? – Ela perguntou e deu de ombros, virando o rosto para mim, eu revirei os olhos e olhei para Lily novamente, fazendo um movimento afirmativo com a cabeça.
- Vamos lá! – Lily falou em seu walkie-talkie e as portas se abriram em nossa frente.
relaxou a mão e eu troquei o buquê de mãos, dando minha mão direita, para a sua esquerda e começamos a andar devagar em direção as luzes do salão, onde era possível ver as pessoas em pé, em volta da pista de dança. Por um momento eu prendi a respiração com a decoração do salão. Aquilo estava magnífico. Mas meu momento de surpresa durou realmente um segundo, pois no segundo seguinte, eu me descontrolei.
- Com vocês, os noivos: e . – Alguém falou pelo microfone e os holofotes foram virados para a gente, me cegando rapidamente.
Honestamente, eu estava só me importando com o após meu nome. Eu simplesmente comecei a dar risada, a gargalhar. deve ter entendido a piada, pois ele tinha um largo sorriso em seus lábios e riu comigo, me fazendo suspirar. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas o sorriso não desapareceu. Eu virei meu rosto para frente e notei que as pessoas aplaudiam a gente. Fiz um aceno rápido com o buquê em minha mão e logo nossa distração mudou novamente.
Olívia entregou a um microfone e ele soltou uma risada, virando o corpo para mim, eu franzi a testa, fazendo uma careta e coloquei a mão na boca, em uma risada silenciosa. Ele passou o braço pela minha cintura e eu virei o rosto para os convidados que estavam em pé próximos as mesas, todos com uma taça de champanhe na mão, exceto as crianças e, é claro, Melina.
- Acho que eu devo falar alguma coisa aqui, não é?! – falou ao meu lado e eu virei para ele. – Eu gostaria de dizer que é muito importante ter todos vocês aqui no nosso casamento. Se você está aqui, você pode ter certeza que, de alguma forma, tocou nossas vidas e faz parte dela significativamente. Eu nunca pensei que pudesse dizer isso, mas eu estou incrivelmente feliz, esse é um dos dias mais felizes da minha vida e essa mulher ao meu lado tem culpa de uns 90% dos meus dias favoritos. – Ele virou o rosto para mim, dando um largo sorriso e eu acenei com a cabeça afirmativamente. – Divirtam-se. – Ele abaixou o microfone e virou para mim. – Quer falar algo?
- Não, acho que serviu para os dois. – Falei e ele tocou seus lábios nos meus, fazendo algumas pessoas soltarem uns gritos e rir fraco.
Viramos para o lado e entregamos o microfone para algum dos ajudantes de Olívia que estava posicionada ao lado de uma das mesas do lado de lá. A gente começaria com o cumprimento do pessoal, mesa por mesa falando com todos, tirando fotos e depois teríamos as fotos oficiais próximo à mesa com os padrinhos, pajens e tudo mais. E por mais que eu estivesse explodindo de alegria, não sei dizer se meus pés aguentariam por muito tempo, mas desde sempre eu soube que ficar bela, significa dores.
A primeira mesa, bem próxima à pista de dança e ao palco era dos avós. Uma mesa pequena, minhas duas avós, sozinhas, já que meus avôs são falecidos há bastante tempo, desde antes dos meus 15 anos. A avó materna de e avó e avô paterno dele. Minha avó materna estava muito bem para seus quase 90 anos, minha avó paterna, tinha quase dez anos a menos e estava um pouco debilitada, afinal, perder o filho mais velho e o marido em um período de dez meses, não devia ser fácil de aguentar. A avó materna de era mais nova, teve Lindsay muito jovem, então ela estava na casa dos 70 ainda, já a avó paterna de estava bem debilitada, andava com a ajuda de um andador, mas tinha um imenso sorriso no rosto quando tiramos fotos com eles, a felicidade irradiava nos olhos deles. A debilitação da avó paterna compensava na do avô, o senhor tinha uma força e uma agilidade que eu não via em pessoas da minha idade. Eu e nos colocamos atrás deles e sentindo a mão do meu marido em minha cintura, eu sorri para foto, como se precisasse de esforço.
Seguindo para a próxima mesa foi uma mistura de parentes distantes que foi difícil acompanhar, a maioria dos parentes distantes do eu não conhecia e o conhecia alguns devido ao Natal, então, além dos parabéns, eu era apresentada a família dele, tios, tias, tias-avós, tios-avôs, primos e tudo mais. Por mais que só tivéssemos chamado pessoas próximas, era um caminho longo a percorrer.
- Não temos um filho, mas com certeza temos um futuro vindo por aí. – Minha tia Helena falou, acariciando meu rosto, aquela que perguntou se eu teria filhos no próximo Natal.
- Um passo de cada vez, tia! – Falei em português para ela e olhei para que olhava para mim, tentando entender o que falávamos.
A única dificuldade era essa, a língua, mas acho que pelo fato deles verem minha felicidade, meus olhos cheio de lágrimas, a forma como sorria para mim, eles não estavam se incomodando muito, era tudo questão de tempo. Meu presente de casamento do seria um curso de português, espero que ele tenha tempo para isso.
Passei pela mesa de alguns amigos meus da faculdade no Brasil, nenhum deles era da minha cidade, então, era difícil se encontrar sempre, mas eram amigos que eu levaria pelo resto da vida, eles eram seis. Sim, de uma turma de 100 pessoas, sobraram seis, que seriam lembrados pelo resto da vida. Foi uma festa quando eu me aproximei deles, eu não os via desde a despedida que eles fizeram quando eu fui para Boston, então, todos me abraçaram bem apertado e eu devo admitir que algumas lágrimas escaparam de meus olhos. Era muito tempo sem ver algumas pessoas que você se importa. Todos sabiam falar em inglês, então eles encheram com algumas perguntas, principalmente os homens, as meninas estavam mais preocupadas em falar como ele era lindo e simpático e como meu vestido era maravilhoso.
teve seu momento remember também, ele convidou alguns colegas que ele estudou junto, incluindo alguns de seus amigos que permaneceram de seus trabalhos mais antigos como ator. me apresentou para o pessoal e deu um beijo em minha testa, batendo um papo rápido com eles, enquanto as meninas falavam comigo. Estava sendo assim em todas as mesas. As mulheres, falavam comigo, enquanto conversava com os homens.
- Ah! – Seth gritou quando nos aproximamos da mesa deles e eu gargalhei.
- Você está na mesa errada! – falou brincando, empurrando o irmão de lado.
- Estou me sentindo insultado agora. – Ele brincou e bebeu um gole de sua taça de champanhe.
- Parabéns! – Melina foi a primeira a vir me abraçar e sussurrar algumas palavras de sorte para mim. – Só sejam felizes, por favor!
- Eu acho que você não precisa pedir isso. – Eu falei e ela sorriu.
- Não é para agora, é para sempre. – Ela deu uma piscadela para mim e Derek veio me abraçar, com um sorriso no rosto.
- Linda! – Ele falou somente e deu um beijo em minha bochecha, acariciando minhas costas.
- Sucesso total! – Rupert falou se aproximando de mim e eu ri fraco. – Obrigado! – Ele falou sussurrando em meu ouvido e eu franzi a testa.
- Por que você está me agradecendo? – Perguntei, olhando para seus olhos verdes.
- Eu tenho mais de 1,5 milhões de curtidas na foto do seu vestido. – Ele apontou para meu corpo com os olhos. – E a caixa de mensagens do ateliê está cheia. – Abri a boca levemente. – Tudo isso em menos de quatro horas.
- Oh, Rupert! – Falei e o abracei fortemente, ouvindo-o suspirar em meu ouvido. – Boa sorte! – Pisquei para ele.
- Boa sorte para você! – Ele piscou de volta e eu ri, sentindo Rodrigo me abraçar e me tirar do chão.
- Oh, meu Deus, minha amiga é uma pessoa casada agora! – Ele fez um pequeno drama e eu gargalhei, vendo Trish fazer a mesma brincadeira com .
- Como vocês estão lidando com isso? – Movimentei a cabeça em direção a eles.
- É tudo brincadeira, ela é ótima. – Ele sorriu. – Conversamos um pouco durante o casamento e eles são a versão contrária minha e sua. – Abri um sorriso, dando um beijo em sua bochecha. – Mas eu tenho outro peixe na mira. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Não me diga que... – Parei a frase por um momento. – Seth? – Abri a boca surpresa.
- O que você acha? – Ele perguntou e eu gargalhei.
- Desde quando eu tenho que dar sinal verde para os caras que você pega? – Ele soltou uma risada fraca.
- Vai lá, a gente se encontra nas fotos oficiais. – Ele disse e eu me aproximei de e de Joshua que me abraçou fortemente assim que me viu e deu um beijo em minha cabeça.
- Até mais! – Joshua falou sorridente e pela primeira vez eu me toquei que ele era um amigo que não importa o que acontecesse, ele nunca conseguia escolher um lado entre eu e e eu me senti bem com isso.
Minha mãe tinha os braços abertos quando nos aproximamos da mesa da família com minha mãe, irmã, os pais de , os três irmãos e os maridos e namorados de Cady e Sharon. As crianças estavam em uma mesa ao lado ocupadas com o livro de pintar que eu havia pedido para fazer para distraí-las. Ele tinha vários desenhos relacionados a casamentos, flores, bolos, vestidos e cada um ganhava uma caixa de lápis de cor com as iniciais minhas e de gravadas na embalagem.
Minha mãe realmente não sabia o que falar, parecia que ela ainda estava extasiada com tudo aquilo. Honestamente, até eu estava extasiada com tudo aquilo, o modo que eu olhava tudo, era simplesmente magnífico, as pessoas, a decoração, a cidade. Eu podia jurar que era mentira, mas o brilho em meus dedos me fazia mudar de ideia rapidamente. E o brilho nos olhos de também. Era um brilho que eu queria ver pelo resto da vida.
- Eu não disse? – Minha irmã falou quando me abraçou e chorou igual um bebê em meu ombro, puxando o ar fortemente diversas vezes. – Eu disse que tinha algo aí, não disse? – Ela passou a mão nos olhos e respirou fundo, olhando para cima um pouco e abanando as mãos. – Minha irmã está me deixando para trás. – Ela falou rindo em seguida e Seth entregou seu lenço rosa para ela que passou levemente embaixo nos olhos.
- Podemos deixar o choro para depois? – Cady perguntou, passando um lenço embaixo do olho também. – Acho que eu não vou aguentar por muito tempo. – riu ao meu lado e eu sorri, puxando o ar fortemente, antes que eu chorasse de novo.
- Acho que ambos os lados concordam que a única coisa que devemos falar para vocês é parabéns. – Robert falou e eu sorri, encontrando o olhar de que mantinha a mão em meu ombro e os olhos nos meus.
- Nós sabemos como vocês foram criados, as dificuldades que passaram, nós brigamos, mas ao mesmo tempo demos colo, demos risada juntos, mas também os vimos chorar. – Minha mãe falou. – Mas o importante é saber que, no final, vocês fizeram as escolhas certas. – Assenti com a cabeça e minha mãe sorriu.
- Um longo caminho acabou e agora vocês passarão por muitos outros obstáculos, é um começo de uma nova etapa e, nessa etapa, vocês usarão tudo o que nós ensinamos a vocês em união. Os dois e o que mais o futuro aguarda para vocês. – Lindsay finalizou e eu me perguntei se os três tinham combinado esse discurso ou se tinha sido simplesmente coincidência de pais.
Fomos para o lado dos amigos famosos de e ali não teve muita ordem em que mesa seguíamos quem cumprimentávamos ou com quem tirávamos fotos, assim que nos aproximamos de Henry Christensen e sua esposa Eiza, todos se aproximaram de nós, era uma mistura de elencos que eu fiquei perdida por um tempo. Era elenco de “Os Deuses do Olimpo”, “Poseidon 2”, “À Procura do Amanhã”, “Ligação Especial” e todos queriam cumprimentar a gente. E como aconteceu do lado de lá, aconteceu do lado de cá, os homens falavam com e as mulheres falavam comigo.
O pessoal de “Os Deuses do Olimpo” e “Poseidon 2” eu já estava acostumada, algumas esposas e maridos eu não conhecia, mas foi rapidamente apresentado. E parte do elenco de “À Procura do Amanhã” eu já conhecia também, mas os atores coreanos não haviam sido convidados. Eu tive um pequeno momento de surto quando a diva do cinema Spencer O’Neil veio nos cumprimentar ao lado de Brandon Bell. Essa mulher era simplesmente extraordinária e ela estava no meu casamento!
Assim que ela me cumprimentou eu travei, mas em seguida ela me abraçou fortemente, com um sorriso largo no rosto. Ela disse algumas palavras após isso, mas eu não identifiquei muito, em seguida, Faye Armstrong, comediante, esposa do amigo e companheiro de elenco de , Patrick Kingsley, foi quem me tirou do transe, claro, só para eu entrar em outro, era como se eu estivesse assistindo a meus filmes favoritos, mas dessa vez aquilo acontecia bem diante dos meus olhos.
Ambas riram com a minha reação e eu tive que me desculpar, mas logo isso foi passado para lá e conseguiu organizar o pessoal para que conseguíssemos tirar foto com todos os casais da festa. Foi em média umas 50 fotos. E eu já estava exausta quando começamos a andar pelo pessoal.
- Ei, casal! - Ouvi uma voz vinda atrás de , que estava na minha frente e eu franzi a testa, virando o corpo para o lado, ficando mais próxima de Patrick Kingsley e vi que Joshua e o resto dos padrinhos nos chamavam próximo a mesa do bolo.
- Acho que devemos cancelar essa reunião por um momento. – Henry Christensen falou próximo ao e eu soltei uma risada fraca.
- Temos a noite toda! - falou e eu ri fraco.
- Espero que não a noite toda. - Kingsley falou com aquele sorriso dele, era fofo, engraçado e safado ao mesmo tempo.
- Claro! - falou e eu revirei os olhos, dando um sorriso para Eiza e Faye que olhavam para mim.
- Até mais, gente! - Virei os ombros de que estava em minha frente e ele saiu andando na minha frente meio cambaleante.
Assim que saímos do meio dos dois casais, me puxou pela mão, me fazendo tropeçar rapidamente pelo canto da pista de dança e passou o braço em minha cintura, me trazendo mais perto dele, me fazendo soltar uma risada fraca e passar os braços em seus ombros, sentindo o cheiro de seu perfume próximo a meu corpo.
- Quero ver como faremos isso! - Me aproximei de Ruth, passando o braço livre em seus ombros e vi os fotógrafos ao lado de Olívia.
- Vocês, vocês e os pais, vocês e os padrinhos. e sua mãe, e os padrinhos dela, e os padrinhos do , e ao contrário, e seus pais, e os padrinhos dele, e os padrinhos dela. - Olívia falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- Fácil assim? - comentou eu ri fraco.
- Fácil assim! - Olívia sorriu rapidamente e eu soltei e Ruth e caminhei até a mesa do bolo, encarando o bolo de casamento, soltando uma risada fraca, ele tinha ficado gigante e extraordinário, claro que tinha aquela pasta americana em volta que tirava o gosto delicioso do doce brasileiro, mas mesmo assim! Fiquei em frente dele, e se aproximou de mim, passando os braços pela minha cintura.
- Devemos fazer uma pose? - Ele perguntou para mim e eu gargalhei, passando meus braços pelos seus ombros.
- Espero que não! - Cochichei e de repente a resposta nos foi dada, não era necessário fazer a pose, era só agir como nós mesmos.
Acho que pela primeira vez eu não precisava ficar sorrindo forçadamente, com as bochechas doendo e o maxilar quase estourando para uma foto. Os fotógrafos contratados, não pediram para gente fazer poses, ou nada do tipo, era basicamente um encontro, as pessoas se aproximavam, mexiam com a gente, contavam alguma piada, faziam abraços grupais e tudo mais, e eles só registravam tudo. Todos os beijos, todos os carinhos, cócegas, risadas. Simplesmente acontecia.
Algumas vezes a gente sabia o que fazer, bem, era óbvio o que devíamos fazer. Quando minha mãe e os pais de se aproximaram, teve algumas risadas entre nós todos, já que tentou fazer um abraço grupal e não foi muito bem sucedido, mas ficamos lado a lado, minha mãe ao meu lado e os pais de ao lado dele e tiramos uma foto. Em seguida achamos justo tirar com os irmãos. Lílian veio ao meu lado e Seth, Cady e Sharon ao lado de , teve até uma em que Lílian fingiu ficar emburrada pelo lado do ser mais cheio e eu e ela brincamos de puxar Seth para nosso lado.
Teve foto de família também, mas dessa vez nós misturamos. Minha família foi do lado de e a dele veio para o meu lado. Deve ter ficado boa. Logo os pais saíram e os padrinhos se enfiaram em frente à mesa. Essa hora até o pessoal que assistia a cena das mesas soltaram algumas risadas. Seth, Joshua e Rodrigo eram um espetáculo a parte, na verdade. Toda a zona era culpa deles e não tinha como negar, mas o tropeção de em meu vestido, isso foi culpa dele. Espero que eles tenham pego o momento exato. Rupert até tremeu de medo ao meu lado, fazendo o pessoal soltar uma risada. Era o novo bebê dele e ai se alguma coisa acontecesse com ele.
A foto das daminhas foi a melhor na minha opinião, eu me abaixei ao lado de Liana, ela me mostrava um dos desenhos que ela havia pintado. Os sobrinhos de , Ethan e Mike subiram em seus ombros e Annie soltava risadas gostosas no chão, brincando com alguma das pétalas de flores que enfeitavam a frente da mesa, e dali ela não queria sair de lá. Era um momento simplesmente único, creio eu, eu amava aquele pessoal. Além de várias pessoas que por menos que eu conhecesse, eu considerava para caramba.
Depois disso fomos obrigados a tirar fotos clássicas, afinal, era bom para guardar, se a gente não tirasse, eu com certeza me arrependeria no dia seguinte. Lado a lado, cada casal junto, as mulheres de um lado, os homens do outro, as daminhas e os pajens em nossa frente, cumprimos tudo. E só para entendimento, sim, tiramos fotos pulando também. O que com certeza fez com que eu ficasse com dor nos pés, assim que eu apoiei os pés no chão novamente.
- Acho que preciso de um tempo! – Cochichei para e ele riu, afirmando com a cabeça e tocou os lábios nos meus.
Me aproximei da mesa minha e de e ele desabotoou o paletó e o tirou, ele estava suando, podia ver isso pelo brilho em sua testa. Por mais que a temperatura tivesse caído do lado de fora, o ar-condicionado estava ligado. Eu ajeitei meu vestido e me sentei na cadeira da direita, passando a mão em meu vestido, para nenhuma parte ficar levantada. O garçom imediatamente surgiu em nossa frente, oferecendo champanhe para nós, eu e aceitamos, e eu aceitei mais um copo, mas dessa vez com água. Eu precisava respirar um pouco.
não se sentou, ele se colocou ao meu lado e apoiou as mãos em meus ombros, fazendo com que eu colocasse uma mão em cima da dele, fazendo-o olhar para baixo, me encarando com aqueles olhos azuis. Soltei uma risada fraca e balancei a cabeça, voltando meu olhar para frente, onde um DJ conhecido em Hollywood, que não, eu não conhecia, tocava uma música baixa ao fundo.
- Podemos servir o jantar? – Tomei um susto com uma voz vinda atrás de mim e virei o rosto, vendo Olívia parada ao lado de .
- Por favor! – Falei um tanto quanto aliviada e riu ao meu lado e se sentou na cadeira ao meu lado.
- Com fome? – Ele perguntou.
- Você não tem nem ideia. – Falei fazendo uma careta. – Eu não lembro quando foi à última vez que comi hoje. – Fiz uma careta e ele passou a mão em meu rosto.
- O que tem para o jantar? - Seth apareceu atrás de mim, me assustando de novo e eu suspirei.
- Vocês surgem do nada, eu hein! – Falei, dando um tapa em sua barriga e ele deu de ombros, tomando um gole, do que é que fosse em sua taça.
- O que um casamento grã-fino pede? – Rodrigo surgiu ao seu lado e eu revirei os olhos, rindo fraco.
- Já pensaram em olhar o cardápio na sua mesa? – Falei, franzindo a testa.
- É um motivo para vir falar contigo, amor. – Seth falou e eu ri fraco, abrindo um sorriso.
- Filé mignon com molho de cogumelos, salmão grelhado com molho de ervas, espaguete com molho de manjericão, quiche de queijo com bacon, aí os acompanhamentos, salada caesar, arroz branco, purê de batatas com dois queijos e mesa de frios. – Forcei a mente para me lembrar de tudo e vi os olhos de Rodrigo crescerem e a boca abrir a cada coisa que eu falava.
- Cadê o caviar, aquelas comidas difíceis de falar e tudo mais? – Seth falou fazendo uma careta e eu ri. – Bacon? Isso não é comida de grã-fino. – Ele falou e eu ri.
- O casamento pode ser de alguém importante, mas não adianta se ele prefere comer bife, batata frita e bacon. – Falei olhando para e ele gargalhou alto, passando a mão na testa.
- Acabei de ser esculachado. – comentou e virou o rosto, se fingindo magoado.
- Bem, não importa, esse cardápio está uma delícia. – Rodrigo comentou e virou o corpo para trás, saindo da minha vista.
- Vocês querem alguma coisa? – Seth perguntou, acompanhando Rodrigo com o olhar e virou o rosto para mim novamente.
- Até quero, mas relaxa, vai se divertir, temos um garçom só para gente. - Pisquei para ele e ele fechou a boca, fazendo um bico, debochando da gente e saiu de perto.
- Ah, esses dois! – comentou e eu virei o rosto para ele.
- Você sabe? – Virei o rosto para ele que afirmou com a cabeça.
- Seth tem um alvo hoje. – Ele comentou e eu fechei os olhos, rindo.
- Ah, meu pai!– Passei a mão no rosto e suspirei. – Rodrigo também!
- Vocês gostariam de alguma coisa do buffet? – O nosso garçom apareceu, com a mão para trás.
- Sim, por favor. – Suspirei. – Salmão, purê e salada. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu quero filé mignon e espaguete. – falou ao meu lado. – Para começar! – O garçom jovem riu em nossa frente e afirmou com a cabeça, se retirando.
- Para começar, é?! – Comentei para ele que riu fraco, dando de ombros.
- E você, comendo salada? – Ri fraco.
- Só porque eu amo o molho caesar. – Pisquei para ele que passou o braço pelos meus ombros, olhando para frente.
- Você tem noção de que esse povo está aqui por causa da gente? – Ele falou e eu suspirei, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo.
- Eu diria melhor, você tem noção que esse povo está aqui pelo nosso casamento? – Ele virou o rosto para mim, soltando uma risada fraca. – É surreal, não?!
- Eu realmente disse sim? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Cada letra. – Sorri.
- Agora é para sempre, hein?! – Ele falou.
- Se Deus quiser! – Ele abriu um largo sorriso e eu suspirei.
- Repórter Rebecca Thompson, revista Vanity Fair, Four Seasons Hotel, 17 horas, dia 27 de dezembro. Pauta: casamento de e . - Falei para o gravador e soltei o botão, guardando-o no bolso e preparando a câmera para a entrada da noiva.
Todo mundo está interessando em olhar a noiva, é o foco das atenções. Que por sinal, estava incrivelmente maravilhosa. Seu vestido foi feito com maestria, tinha detalhes magníficos e combinava perfeitamente com ela, que por sinal, era um amor. Não “um amor” do tipo 100 por cento fofa e tudo mais, mas “um amor” do tipo educada e simpática, porque ela tem um jeito especial, e pelo que eu ouvi dos meus colegas de outras revistas, ela era um gênio no trabalho e tinha uma capacidade de argumentação incrível. Isso levava a alguns estresses, mas já tinha ouvido muito falar sobre ela e, ao conhecê-la, mesmo que por alguns segundos, eu não me arrependi. Não que eu tivesse algum palpite para dar, na verdade.
Enfim, todo mundo sempre tem os olhos focados na noiva, eu tinha que obrigatoriamente focar os olhos na noiva, mas o que a gente precisava olhar mesmo, era o noivo. Ainda que o noivo seja um dos atores mais conhecidos da atualidade e que, com aquele olhar que ele deu para a futura esposa, é tão humano quanto todos nós.
Assim que eu tirei duas fotos de entrando com seu vestido maravilhoso e aquele lindo buquê com flores, eu virei minhas lentes para . O sorriso dele, os olhos brilhando, a boca aberta, isso eram só expressões corporais que eu capturei na minha lente, mas, por trás daquilo, eu podia ver bastante amor, comprometimento, paixão, suporte, felicidade e, com certeza, um futuro.
Tirei uma foto daquele momento e passei a mão no rosto rapidamente, eu era a pior pessoa para cobrir casamentos, eu me emocionava junto e isso podia ser péssimo para o meu trabalho. Quando deu um beijo na mão de , eu peguei o momento, aquela troca de olhares que só eles sabiam o que passava em suas cabeças naquele momento. Era um momento especial.
Andei a passos lentos por trás do casamento e aproveitei para fazer algumas fotos dos convidados, tínhamos muitos famosos na casa hoje, além dos familiares e amigos de e , que ocupavam a outra metade do casamento. Me coloquei lá atrás, exatamente no meio e tirei uma foto de ambos, viramos para o padre e abaixei a câmera, colocando-a em meu colo e prestando atenção na cerimônia que começaria.
- Boa tarde, senhores convidados. – O padre começou e eu foquei meus olhos neles. – Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Richard e Andrea , que, por decisão própria, estão se unindo em nome de Deus. Comecemos essa celebração em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. – Repetimos com ele. - Querido Deus Pai, obrigado por tudo que fizeste por este casal hoje e por todos os dias que os levaram a esta ocasião alegre. Tens abençoado este casal com o presente do casamento e com um amor especial. Brilhe sobre eles hoje, ao fazerem seus votos e entrarem na aliança abençoada do casamento. Em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, amém.
- Amém! – Falei baixo, fazendo o sinal da cruz, junto com os outros convidados, erguendo os olhos para a cerimônia novamente.
Eu fui criada na região católica também, mas por mais que eu apreciasse ouvir as palavras do padre, as duas leituras, o Salmo e o Evangelho, eu precisava captar os momentos do casal. As cochichadas de ambos durante a cerimônia, o olhar baixo de quando ela olhava para ou o sorriso largo dele quando ela fazia isso. As mãos dadas seguradas firmemente. A forma que o véu dela voava quando o vento do fim do dia batia, as bochechas avermelhadas de ambos, que com certeza não era por causa do frio que estava virando.
O padre era jovem, então, ele tinha uma alma jovem, ele falava de forma mais descontraída, falava sobre as dificuldades que os novos amores encontrariam para viver juntos para sempre, mas que tudo era possível, se ambas as partes se esforçassem. Os casais mais velhos não ficavam juntos mais tempos porque era “força do hábito” na época, e sim porque as coisas tinham o costume de durar mais na época, do contrário de hoje, que nem um pequeno aparelho doméstico consegue durar da maneira certa por cinco anos. Ele também falou dos desafios que a vida traria e, ainda mais, falou dos desafios que a profissão de ambos podia trazer.
- Que Deus guarde um futuro incrível para vocês dois. Eu esperava muitas pessoas a mais do que temos aqui, mas temos aqui somente a base principal da vida. Os familiares, que é a parte mais importante para nós, para que nos tornemos pessoas de bem, pessoas capazes de lidar com o mundo. E claro, os amigos, aqueles que mesmo errando, ficam conosco para a vida inteira. – O padre sorriu para ambos. – Eu espero que vocês mantenham essa promessa de ficar juntos para sempre. E não, não estou dizendo por causa Dele, mas sim porque dá para ver o quão feliz serão, se conseguirem esse milagre. – Algumas pessoas riram e ele abaixou a mão e ergueu a Bíblia.
O padre abençoou a água benta, fazendo uma reza silenciosa e pegou o ramo, molhando um pouco e chamou o pajem para perto. Ele se colocou em frente aos noivos, nos últimos degraus do altar. Era agora que a história fica interessante.
- Vocês podem se colocar frente a frente. – Preparei minha câmera novamente, e vi ambos se virarem, com largos sorrisos nos lábios.
Tirei uma foto do véu de no meio do tapete branco, fazendo uma curva bonita até suas costas, e outra deles segurando as mãos, focando bem no anel de noivado de que ficara virado para o nosso lado. Eles focaram os olhos um no outro e podia acontecer qualquer coisa ali que eles não se separariam.
- Eu abençoo essas alianças para esse casal que está se colocando aos olhos de Deus para a união eterna, que eles se amem e dividam essa união pelo resto de suas vidas. – O padre falou em um tom de voz baixo e fez o sinal da cruz acima das alianças e eu fotografei o momento em que o pajem olhou para cima, sentindo a água caindo em seus olhos. - O casal escolheu escrever seus próprios votos. – O padre falou. – Vamos ouvi-los. – O padre deu um passo para trás e soltou uma risada fraca.
- Você começa. – falou, soltando uma risada fraca, fazendo os convidados rirem.
- Eu sei que isso foi uma decisão de última hora, então, eu passei esses últimos dois dias tentando pensar em algo para te dizer e nada do que eu escrevesse bateria a emoção de eu tentar elaborar alguma coisa agora, para te fazer sorrir ou, talvez, fazer esse pessoal rir. – falou e sorriu. – Eu sei que vocês estão vendo isso como um milagre, mas pode parar que essa piada já está velha. – virou o rosto para seus amigos que os fez rir e voltou o olhar para . – Mas eu sempre soube que era só questão de tempo. Bem, eu esperava que fosse só questão de tempo para eu encontrar a pessoa que seria louca o suficiente para dizer sim quando eu fizesse a pergunta mais importante da minha vida, aquela que eu teria que ter certeza, que não voltaria atrás. E então, eu te encontrei. Quem diria que uma reunião de negócios podia ser interessante. Melina nunca quis tirar meu foco dessas reuniões, mas parece que, felizmente, eu consegui olhar para outra direção. – abriu um sorriso. – Por fora, ela tinha essa casca forte e difícil de quebrar, pelo menos eu achava que tinha, mas quando eu decidi explorar, eu descobri que o sentimento era o mesmo. – respirou fundo. – fez o que nenhuma pessoa tinha conseguido: deu sentido à minha vida, ela fez com que todos os meus movimentos, decisões e pensamentos fossem decididos pensando nela. Que nada se comparava a ela. Ela pegou a vida complicada e as decisões complexas da minha vida e a ajeitou. Até o sono ficou mais leve. Principalmente tendo essa mulher em meus sonhos. – Ele sorriu. – Eu cresci acreditando no amor de verdade, no amor eterno, e eu prometo que meu amor por você será assim. Porque nada para mim é mais importante do que o que estamos criando aqui e agora. – Ele riu fraco. – Esse discurso está péssimo, não?! – Ele falou e ela passou a mão em seu rosto, soltando uma risada fraca e negando com a cabeça, que me fez rir também. – Mas eu prometo uma coisa: eu vou te amar para sempre. – Ele sorriu, beijando novamente a mão de que puxou o ar fortemente pela boca, se desmanchando em lágrimas. – E eu vou fazer tudo para que fiquemos juntos para sempre. – Ele afirmou com a cabeça, tendo seus olhos vermelhos iguais os de . Ele afirmou com a cabeça, dando a palavra para ela que soltou uma risada fraca. – É só você e eu agora, amor. – Ela riu fraco e ele sorriu. – Sua vez. – riu, afirmando com a cabeça.
- Eu não sei por onde começar. – Ela falou e puxou o ar fortemente pela boca novamente. – Eu nunca fui do tipo namoradeira, que saía pelas baladas com a chance de encontrar alguém que pudesse querer me envolver em um relacionamento, e quem sabe o que mais viria pela frente. – Ela deu de ombros. – Pessoas me diziam que não era assim que eu encontraria alguém para passar o resto da vida, outras diziam que esse era o único jeito, haja vista os dias de hoje. – Ela sorriu. – Bem, eu acreditava no destino e parece que funcionou. Eu acreditei que eu pudesse esbarrar em alguém na rua e tivesse aquela troca de olhares e que tudo na vida, magicamente, se ajeitaria. – Os convidados riram. – Bem, não foi assim que aconteceu. – Ela deu de ombros. – Mas foi de uma forma que eu gostei que acontecesse, em um jantar, o que já é um bom começo, todo mundo arrumado, ar-condicionado, sem esfrega-esfrega. – Ela fez uma careta, e eu olhei em que não se aguentava em rir. – Enfim, teve a troca de olhares, mas com certeza teve eu me escondendo atrás do cardápio. – Ela riu fraco. – “O que é seu está guardado”, eu ouvia sempre, e não é que estavam certo? Eu conheci um dos meus atores favoritos em um local de trabalho e depois de um tempo esse ator favorito se tornou um amante, depois um confidente e agora está se tornando meu marido. – Ela deu de ombros. – Ainda bem que eu sou de humanas, porque isso não tem lógica nenhuma para mim. – gargalhou, fazendo com que todos os convidados explodissem em risadas, até . – A vida acontece e ela nos surpreende cada dia mais. Ela me surpreendeu quando eu mudei de país, quando eu mudei de emprego e me surpreendeu sobre você. Você realmente não é nada do que eu imaginei. – sorriu e passou a mão no rosto novamente. – Eu não vou prometer várias coisas, que eu com certeza não me lembrarei amanhã. Toalha em cima da cama, abaixar a tampa do vaso sanitário? – Ela riu fraco, negando com a cabeça. – Teremos a vida inteira para brigar por isso. – sorriu. – Mas eu posso prometer uma coisa hoje. – Ela sorriu. – Eu prometo, , que serei sua para sempre. – abriu um largo sorriso e alguns dos amigos de gritaram comemorando. – E eu farei tudo para que você seja meu também.
- Eu serei. – Ouvi falando baixo e eles sorriram cúmplices.
- Algo a acrescentar, ? – O padre virou para ele. – A toalha em cima da cama e a tampa do vaso sanitário são coisas muito importantes. – Ele brincou, fazendo com que o local explodisse de risadas. negou, rindo fraco. – Não? Ok! Vamos continuar. – Ele riu, esticando sua mão sobre o casal. – Deus Pai, pela autoridade que me deste como um crente em Ti e em teu filho, Jesus Cristo, eu abençoo este casal. Derrame Teu espírito neste momento e eu oro para que fales a mim e através de mim, ao abençoar esse novo casal. O Senhor uniu esse casal com a Tua habilidade divina e permitiu que eles se casassem, tendo um grande plano para o seu futuro. Comece a tocar seus corações para que possam saber o caminho exato a seguir, estando sempre em acordo. Oro para que este marido sempre honre e ame sua esposa, preferindo-a acima de todas as outras. Oro para que esta nova esposa honre e ame seu marido sempre. Dê-lhes uma porção extra de tua graça para lidar com algumas decepções que a vida pode lançar em seu caminho. E, mais importante, mantenha-os perto de Ti. Tua Palavra diz que o Senhor nunca nos deixará ou nos abandonará. Ajude-os a voltar-se para Ti em primeiro lugar, e depois um para o outro. Pedimos todas essas coisas em nome de Cristo. Amém.
- Amém! – Falamos todos juntos e eu abaixei a câmera por um momento, para olhar para a cena real.
- Se alguém tem algo que venha a impedir esse matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre. – Padre falou e e viraram imediatamente o rosto em direção aos amigos de que se olhavam entre si.
- Que foi? – Ouvi a voz de Dante se fingindo de inocente, mas não consegui vê-lo. – Eu não vou falar nada não, eu estava brincando, estou dando graças a Deus do estar se casando. Aleluia! – Ele falou e e gargalharam. – Foi força de expressão, senhor Padre, desculpa. – Ri fraco e e voltaram a se olhar, apertando as mãos uma nas outras, fortemente.
- Bem, acho que agora posso fazer a pergunta mais importante da noite, então. , você aceita , como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – abriu um largo sorriso.
- Eu aceito. – Ele falou, mordendo os lábios, visivelmente emocionado.
- , você aceita , como seu legítimo marido, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – soltou uma risada fraca.
- Sim, eu aceito. – Ela puxou fortemente o ar, tentando conter o choro.
- As alianças, por favor. – O menino que tinha se colocado na lateral novamente, ficou na frente do casal, nos degraus de baixo, esticou a almofada com as alianças o mais rápido que conseguiu e com um grande zoom, eu consegui ver perfeitamente as alianças dispostas em cima da almofada branca. – Cada um pegue a do parceiro, por favor. – tinha as mãos trêmulas, mas segurou a aliança de fortemente e fez o mesmo, sem tirar os olhos de . - , repita comigo. – O padre falou. – , você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- , você recebe essa aliança, como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ele falou, sem tirar os olhos dela, deslizando a aliança levemente pelo dedo anelar da mão esquerda dela e deu um beijo na mesma, fazendo com que o sorriso em seu rosto aumentasse.
- Agora você, , repita comigo. – O padre falou. – , você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- . – puxou o ar com a boca. – Você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ela deslizou a aliança pelo dedo de , segurando as mãos de com as duas mãos e focou os olhos nele.
- Pelo poder investido em mim, eu vos declaro marido e mulher. – O padre falou, fazendo um sinal da cruz acima do casal, me fazendo preparar a câmera novamente. – Pode beijar a noiva. – Ele falou sugestivamente para que abriu um largo sorriso, que me fez sorrir.
Ele eliminou a distância que tinha dos corpos e apoiou uma mão em sua cintura e outra em sua nuca, colando seus lábios nos de , inclinando o corpo de ambos levemente em direção à , como cena de filme. Os convidados gritaram e começaram a aplaudir, felizes com tudo que estava acontecendo naquele momento. Eu mantive minha atenção nas diversas fotos do beijo que eu tirei e quando desgrudei meus olhos da lente, notei que os padrinhos do casal estavam com os celulares tirando fotos. O casal se separou e se encararam rapidamente, antes de se abraçarem fortemente, fazendo com que encostasse a cabeça nos ombros de e deixasse que as lágrimas caíssem de seus olhos, aquela era a finalização perfeita, a emoção e a felicidade caminhando juntas.
- Você está bem? – perguntou para mim com o mesmo olhar avermelhado que eu.
- Sim! – Falei soltando uma risada. – Só não consigo imaginar que estamos casados de verdade.
- Estamos! Isso é real! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus novamente.
- Eu não me acostumei nem a chamá-lo de namorado, agora vai demorar para eu te chamar de marido. – Falei rindo e ele passou as mãos em meu rosto, acariciando as bochechas.
- Minha esposa! – Ele falou baixo, rindo em seguida. – Eu vou repetir isso por muito tempo. – Ele sorriu e eu passei os braços pelo seu ombro, apertando-o contra meu corpo.
- Se a vida nos permitir, eu não espero menos do que para sempre. – Abri um sorriso e ele passou os braços pela minha cintura, acariciando minha barriga.
- Acho melhor falarmos com o pessoal, antes que eles ataquem a gente, sua mãe está me fuzilando com o olhar. – Ele cochichou no meu ouvido e eu me separei dele rindo. – Temos a vida toda, não?!
- Com certeza! – Eu sorri e virei meu corpo para .
Minha mãe foi a primeira a se aproximar de mim, ela tinha os olhos avermelhados e sua bochecha estava brilhando levemente, provavelmente algumas lágrimas tinham caído por ali. Ela pegou meu rosto com as mãos e acariciou levemente com aquele sorriso largo e trêmulo de pessoa emocionada, com certeza o mesmo que o meu. Assim que ela me abraçou, meus olhos se encheram de lágrimas novamente, me obrigando a segurá-las.
- Parabéns, minha pequena! – Ela falou, voltando a focar os olhos nos meus. – Não consigo acreditar que meu bebê está casado. Seja feliz, meu amor. – Afirmei com a cabeça, passando a mão em sua bochecha e tirando uma lágrima que caía.
- Eu vou ser, mãe! – Abri um largo sorriso. – Isso você pode ter certeza. – Ela sorriu e deu alguns passos para trás, permitindo que minha irmã chegasse perto de mim, entregando o buquê para a próxima da fila e me apertasse em seus braços.
- Eu não paro de chorar, sabia? – Ela falou rindo, com o rosto aconchegado em meus ombros. – Minha irmãzinha se casou, gente! – Ela respirou fundo, levantando o rosto e passou as mãos no rosto. – Isso é muito para minha cabeça. – Rimos juntas e ela estalou um beijo em minha bochecha. – Parabéns, minha irmã. Você vai ouvir muito isso, mas seja feliz, ok?!
- Pode deixar! – Afirmei com a cabeça e ela estalou um beijo em minha bochecha.
- Ah! – Rodrigo gritou se aproximando de mim e eu o abracei fortemente. – Parabéns, parabéns, parabéns! – Ele falava repetitivamente. – Parabéns, . Finalmente um de nós casou! – Ele falou me apertando o máximo que podia e eu fazia o mesmo.
- Milagres acontecem! – Falei e ele riu, passando a mão em meu rosto.
- Milagres acontecem. – Ele repetiu.
Ruth estava logo atrás com um largo sorriso no rosto e aquela, já conhecida, vermelhidão nos olhos e bochechas brilhantes. Ela se colocou nas pontas dos pés para me abraçar e eu passei a mão em suas costas.
- Muita alegria, paz, felicidade e força para lidar com essa nova etapa da sua vida. – Ela cochichou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça em agradecimento, suspirando e ela logo se afastou.
- Eu não acredito que o se casou. Como você conseguiu essa proeza? – Joshua perguntou, se aproximando de mim e eu ri, dando de ombros e ele riu, me abraçando fortemente.
- Ela conseguiu essa proeza por causa de mim, dá licença? – Melina apareceu logo atrás e eu ri, vendo Joshua cordialmente ceder o espaço a minha frente.
- Não foi bem assim, mas a gente finge que foi. – Ele falou em tom irônico e eu ri.
- Que você seja muito feliz e que mesmo com todas as dificuldades da vida, você possa encará-las e passar por ela sem nenhum arranhão. – Melina falou, me abraçando fortemente.
- Obrigada, meio exagerado ou não, mas você me escolheu para sua equipe, e você nos colocou juntos em um encontro, o destino fez o resto, mas obrigada. – Ela sorriu, dando uma piscadela com o olho e eu ri.
- A princesa acaba de virar rainha, é isso mesmo que eu ouvi? – Derek brincou para Rupert e eu dei de ombros, rindo fraco.
- Talvez? – Brinquei e o moreno me abraçou, apertando meu corpo fortemente, me fazendo ficar na ponta dos pés.
- É o que estão falando. – Ele brincou esticando o celular e eu franzi a testa.
- Como assim? – Ele riu.
- Vamos só dizer que o pessoal está feliz com seu casamento. – O ruivo se aproximou e eu ri fraco. – Amanhã pode ter certeza que você vai ver tudo isso. – Ele sorriu e me abraçou, me fazendo suspirar em seu ombro.
- Obrigada. – Falei sorrindo. – Vocês dois foram uma parte da minha família aqui nos Estados Unidos e em outras diversas situações. Espero que vocês continuem comigo para o resto da vida.
- Com certeza continuaremos, minha amiga! – Derek falou e eu o abracei novamente. – Ainda mais agora que você colocou o Rupert no mapa.
- Mas eu já não tinha feito isso, não?! – Brinquei, e eles riram em seguida. – Com o vestido de “Poseidon 2”?
- Um vestido para uma première é uma coisa, agora fazer o vestido da noiva do é outra. – Rupert brincou, piscando um olho.
- Bem que você disse, não?! – Suspirei sorrindo.
- O quê? – O ruivo perguntou.
- Que um dia faria meu vestido de casamento.
- E eu prometo que não chequei minha bola de cristal. – Ri fraco e ele sorriu, dando um beijo em minha testa.
- Licença. – Ouvi uma voz baixa e olhei para baixo, vendo Liana se aproximar. – Posso te abraçar, tia ? – Ela perguntou e eu tive vontade de chorar.
- Claro que pode, minha pequena. – Me abaixei, me equilibrando nos saltos e ela passou os pequenos braços pelo meu corpo, se perdendo em meio a meu vestido.
- Parabéns, tia ! – Ela falou e eu puxei o ar fortemente, sentindo as lágrimas aparecerem de novo.
- Obrigada, minha querida. – Falei e ela deu um beijo em minha bochecha. – Você está muito linda hoje, sabia? – Perguntei e ela riu, ficando levemente envergonhada.
- Você também. – Beijei sua bochecha e ela riu indo ao lado de Rupert.
- Vocês estão fazendo um trabalho incrível, garotos. – Falei e eles sorriram, visivelmente emocionados.
- Aqui vem o noivo! – Derek falou quando apareceu ao meu lado e eu ri, sentindo um beijo dele estalar em minha bochecha, antes de virar o corpo e dar de cara com Seth em minha frente.
- Noiva! – Ele falou alto e me abraçou fortemente, o que me fez rir e retribuir o abraço. – Cuida dele, tá?!
- Pode apostar. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu sei que ele vai cuidar de você também, mas já fiz questão de deixar claro. – Ele falou, fazendo uma careta e eu ri, recebendo um beijo em minha bochecha. – Seja feliz, irmã. – Ele falou e eu abri um largo sorriso.
- Obrigada por tudo. – Ele afirmou com a cabeça e abriu espaço para que Cady se aproximasse.
- Representando a família , eu posso falar oficialmente agora. Bem-vinda à família! – Ela falou sorrindo e me abraçou, fazendo que eu sorrisse em meio às lágrimas e a apertei em meus braços.
- Obrigada. – Falei sorrindo. – É muito bom fazer parte dessa família.
- Tem vezes que ele é difícil de lidar, o gênio ainda não ajuda, mas quem não gosta de um pouco de luta? – Ela brincou e eu ri, vendo-a se afastar e Sharon vir me abraçar.
- Parabéns, ! – Ela falou animada e me apertou contra seu corpo. – Você colocou o na linha! – Ela falou e eu gargalhei, me afastando dela levemente. – Pensei que não seria possível.
- Por um momento eu não achava que era possível que eu me casasse. – Falei e ela abriu um largo sorriso.
- Tudo se ajeita. – Ela sorriu e o marido de Cady e o namorado de Sharon me parabenizaram rapidamente, me abraçando junto os dois. Eles eram do tipo quieto, mas tinham um local especial no meu coração também e logo deram espaço para Lindsay que vinha junto de Robert, pai de .
- Você consegue acreditar nisso? – Lindsay falou e eu ri, sentindo-a me abraçar fortemente. – Tudo está predestinado a acontecer, querida. E tenho certeza que vocês estão predestinados a incríveis coisas nessa vida. – Ela falou próxima a meu ouvido e eu sorri, encarando seus olhos quando ela se separou. – Eu não tenho nada muito glamoroso para falar, ou dar dicas incríveis de casamento, mas eu só quero que vocês sejam felizes. – Ela sorriu e eu afirmei para a mais baixa.
- Eu serei. – Falei e ri fraco. – Nós seremos.
- Aposto que sim! – Robert falou se aproximando e eu sorri. – Pode ser difícil alguns dias, você pode querer se matar, ou matá-lo, mas o que se concretiza em um casamento, fica marcado para sempre e, além de um relacionamento com amor para a vida inteira, fica também a amizade. E isso você leva para a vida inteira. – Afirmei com a cabeça e ele sorriu. – Acho que vocês têm mais um assunto para resolver, não? – Ele apontou para o altar novamente e virei de costas.
- ! – Falei meio gritado e ele se afastou de Joshua, vindo para perto de mim novamente. – Temos que assinar algumas coisas.
- Uh, verdade! – Ele falou e virou o rosto. – Ali está Olívia, vamos lá. – Ele segurou minha mão e andamos até onde a cerimonialista estava, com minha mãe, minha irmã e seus pais atrás de nós. Ela estava próxima a uma mesa, junto do juiz e do padre, perto de uma mesa branca que eu nem sabia que existia ali na lateral.
- Vocês primeiro assinam aqui o livro da igreja. – O padre falou, entregando uma caneta na mão de e estendeu um livro. Sem brincadeiras, era um livro mesmo.
fez a sua assinatura bonita e interessante e passou a caneta para que eu fizesse a minha super sem graça. Quase aos 30 e ainda não tinha uma assinatura interessante.
- Eu desejo bastante felicidade aos dois, qualquer coisa, vocês sabem onde me encontrar. – O padre falou, cumprimentando e logo em seguida a mim. – Com fé vocês chegam longe.
- Obrigada! – Eu e falamos juntos e o padre acenou.
- Bem, como sabem, eu estou aqui representando tanto um juiz dos Estados Unidos, como a embaixada brasileira aqui no país. – Afirmamos com a cabeça sorrindo. – Eu sei que vocês acabaram de responder isso, mas eu sou obrigado a fazer de novo, tudo bem? – Ele falou e rimos.
- Tudo bem. – falou com um sorriso no rosto.
- e , vocês estão casando por livre e espontânea vontade? – Ele perguntou.
- Sim! – Falamos juntos.
- As testemunhas afirmam que não há nenhum caso envolvendo esse casamento além do desejo espontâneo e amor? – Ele perguntou para o pessoal atrás de nós.
- Sim! – Eles falaram quase sincronizados.
- Vocês optaram por comunhão total de bens, isso procede? – Ele perguntou.
- Sim! – falou primeiro e eu afirmei depois.
- , você aceita a senhorita como sua legítima esposa?
- Sim! – Ele falou e eu sorri.
- , você aceita o senhor como seu legítimo marido?
- Sim! – Falei e ele sorriu.
- Assinem esses três documentos, por favor.
Dessa vez eu peguei outra caneta e fomos revezando os papéis, pelo que eu li tinha o arquivo oficial dos Estados Unidos, um que geraria a certidão de casamento e outro que era a união de um estrangeiro com um brasileiro, uma lei do casamento civil no Brasil.
- Como representante do estado da Califórnia, eu os declaro marido e mulher. – Ele sorriu e juntou os papéis. – Vocês podem retirar esses papéis em até 10 dias úteis. – Ele sorriu. – Felicidades! – Ele nos cumprimentou e eu agradeci.
- Vamos para festa? – cochichou em meu ouvido.
- Temos uma sessão de fotos ainda. – Falei de volta e ele franziu a testa. – Vem!
O puxei pela mão e nos colocamos no tapete branco e a música de fundo começou novamente. Minha irmã me entregou o buquê e eu o mantive solto em minha mão, sem nenhuma formalidade e no segundo passo já vi as pessoas jogando arroz para os ares e gargalhei, vendo fechar os olhos um pouco, andando em direção à sala espelhada novamente. Além de jogar arroz, o pessoal batia palmas ou gritavam e assobiavam. Atrás de nós vinham os padrinhos e as daminhas e os pajens de mãos dadas.
Assim que passamos pela sala espelhada, Olívia nos indicou uma das salas para entrarmos e fechou a porta, nos deixando sozinhos ali. A primeira coisa que eu fiz foi sentar em uma das poltronas e suspirar.
- Cansei! – Falei para que riu se colocando em minha frente.
- Nem eu! – Ela falou sincera e gargalhou em seguida. – Isso é surreal.
- Temos a vida inteira para tornar isso real. – Falei e ela sorriu, apoiando o buquê na mesa mais próxima e esticando as mãos para mim que a puxei, fazendo com que ela se levantasse novamente, ficando próxima a mim.
- Isso é incrível, . Foi simplesmente magnífico. – Ela suspirou, passando os braços pelos meus ombros e eu passei minhas mãos pelas suas costas, tocando suas costas pela abertura do vestido.
- Você está linda! – Falei e ela sorriu, ficando com as bochechas rosadas. – E você cortou o cabelo! – Ergui a mão para os cabelos dela, tocando as pontas.
- O que você acha? – Ela perguntou, com o olhar rente ao meu.
- Está incrível, ! – Falei honesto. – Você fica linda de qualquer jeito. – Ela riu fraco. – Acho que eu nunca vi uma pessoa tão bonita vestida de noiva. – Ela riu fraco.
- Você está lindo também e de gravata borboleta! – Ela riu, tocando os lados da gravata e ajustando-a.
- Acho que eu estou um pouco extasiado... – Fui interrompido por um barulho de trovão alto vindo lá de fora.
- Será que isso é... – Não deu tempo de terminar a frase e uma chuva forte começou a cair lá fora, fazendo que nós dois arregalássemos os olhos e gargalhássemos em seguida, ouvindo alguns gritos e os convidados restantes saíram correndo para dentro.
- Isso é carma, meu amor! – Falei, tocando meus lábios em sua testa novamente.
- É sorte, isso sim. – Ela riu. – Imagina se tivesse sido cinco minutos atrás? – Gargalhei fraco.
- Meu Deus! – Falei. – Está caindo o mundo.
- Bem que estava ventando bastante. – Ela deu de ombros e virou o rosto rindo. – Recém-casados e estamos falando do tempo. – Ri fraco.
- Que desastre! – Brinquei e ela tocou seus lábios nos meus delicadamente.
- Licença! – Vi Olívia entrando com Denise atrás dela.
- Dê! – falou e Denise correu abraçá-la.
- Oh, ! Meus parabéns, muitas felicidades, garota! – Ela abraçou fortemente e depois se virou para mim. – Que vocês sejam muito felizes. – Ela sorriu para mim e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou, tentando se desviar do seu véu que estava esticado no meio da sala.
- Vocês tem uma sessão de fotos agora. A sessão de vocês mesmo, mas também a sessão de fotos da Vanity Fair. – Olívia falou e eu afirmei com a cabeça. – A ideia era fazer a sessão de vocês lá fora, mas creio que não vai ser possível. – Olívia falou e riu. – Então, faremos no jardim interno aqui do hotel mesmo, eles estão preparando tudo já. E a da Vanity Fair vai ser no estúdio que eles montaram no lobby que vocês passaram para chegar aqui – Ela falou. – Eles só querem uma foto de capa.
- “O casamento do ano”! – Denise brincou e eu ri.
- Acho que é “o casamento do fim do ano”. – Falei e franziu a testa.
- É um péssimo título, amor. – brincou e eu ri fraco, passando meu braço em sua cintura.
- Enfim, eu vim retocar a maquiagem de vocês, na verdade. – Denise falou, mostrando a sua maleta. – Mas só tirar o brilho do rosto de vocês mesmo e a retocar o batom. O estrago não foi tão grande. – Ela brincou e eu ri. – Vem aqui primeiro, .
Ela falou e eu me coloquei na sua frente rapidamente, vendo-a pegar um pano preto e passar pelos meus ombros, igual os de cabeleireiros e passou rapidamente um pó em meu rosto, assoprou de leve e logo puxou o pano, me fazendo dar licença para . Ela passou pó em seu rosto do mesmo jeito que o meu, passou novamente o batom e ajeitou o prendedor de seu véu e logo tirou o pano.
- Vejo vocês na festa! – Ela falou, guardando suas coisas e logo saiu da sala acenando para nós.
- Até mais! – gritou e suspirou.
- Vamos? – Olívia perguntou e eu afirmei com a cabeça, segurando a mão de e Olívia o seu véu.
Saímos pela porta e consegui ver a chuva que caía lá fora. A definição “caindo o mundo” não era exagero. Estava chovendo bem forte, o pessoal não tinha conseguido nem tirar todos os enfeites da festa. Alguns vasos de flores haviam ficado e voavam pelo meio do caminho, o tapete e as cadeiras para os convidados também. passou o braço em meu corpo e fomos seguindo pelos corredores, até chegar novamente no lobby que estávamos antes.
Dessa vez estava vazio, montaram em um dos cantos um estúdio de fotos, o fundo branco e os holofotes. A jornalista que tinha acompanhado o casamento estava ali novamente, só que dessa vez tinha mais duas pessoas com ela, ajudando-a com o equipamento. olhou para mim por um momento e riu.
- O quê? – Perguntei.
- Eu vou ser capa da Vanity Fair. – Ela riu novamente. – Eu sonhava em escrever para a Vanity Fair. Olha como as coisas mudam!
- Você merece tudo, . – Falei e ela afirmou com a cabeça, me deixando beijar sua testa. – Minha esposa.
- Eu nunca vou cansar disso. – Ela riu fraco, e andamos em direção à equipe.
- Parabéns! – A jornalista falou. – Foi um casamento maravilhoso.
- Você não está só dizendo isso porque você precisa, não é?! – brincou, fazendo uma careta.
- Acredite, não estou. – Ela riu também. – Foi maravilhoso mesmo, simplesmente perfeito. – Ela sorriu.
- Obrigado! – Falei sincero.
- Eu prometo que não os segurarei por muito tempo, ok?! – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Queremos fazer três fotos, na verdade. Uma de vocês de mãos dadas, um de frente para o outro, como se fosse a cerimônia. – Afirmei com a cabeça. – A pose clássica, um olhando para o outro. E a última queremos ela sentada, com a perna cruzada, mostrando o look inteiro e ele atrás. Só isso.
- É, acho que vou sobreviver! – Brinquei e puxei pelos cabos espalhados, até o meio do tapete e panos brancos que cobriam a parede e o chão do hotel.
- A última sessão de fotos que eu participei foi nos meus 15 anos, acho que posso estar um pouco travada. – falou para mim e eu ri, me colocando em sua frente e segurando suas mãos e mantendo os olhos focados no seu. – Afinal, eu adorei o recado em meu sapato, o colar, o bilhete de manhã e a surpresa de ontem. – Ela falou e eu ri fraco.
- Você gosta de surpresas? – Perguntei e ela riu.
- Surpresas boas. – Ela sorriu.
- Vou tentar te surpreender todos os dias da sua vida. – Falei e ela afirmou com a cabeça, fechando os olhos quando o flash apareceu, me fazendo rir fraco. – Andrea.
- Você descobriu, hein?! – Ela riu, abrindo um largo sorriso.
- Acho que nunca me ocorreu em te perguntar seu nome completo. – Franzi a testa.
- Você é meio desligado, mas eu perdoo. – Afirmei com a cabeça, beijando sua testa levemente. – Pelo menos não esqueça a data do nosso casamento.
- Dois dias depois do Natal, vai ser fácil. – Brinquei e ela sorriu.
- Vamos para a próxima foto, por favor. – A jornalista falou e eu afirmei com a cabeça. – , se coloca à frente, por favor. – Um dos ajudantes esticou o véu de novamente, deixando-o mais reto possível e o esticou, deixando-o sem dobras. – , você se coloca atrás dela, mas sem se esconder. Deixando metade do corpo aparecendo e vocês viram o rosto um para o outro. – Assim que eu fiz isso, virando meu rosto para , ela riu, ignorando os flashes que se seguiram.
- Eu poderia ignorar a festa, sabia? – Sussurrei para ela.
- Ô se eu sei! – Ela riu fraco e eu gargalhei em seguida. – Mas nem conte com isso. – Ela brincou.
- Por quê? – Brinquei e ela riu.
- Não se esqueça do quanto estamos gastando nessa festa, e não se esqueça de quanto tempo eu demorei para escolher todos os detalhes.
- Só você? – Perguntei.
- Você escolheu o jantar e as bebidas.
- Boas bebidas, por sinal. – Brinquei e ela sorriu.
- Por favor, não beba muito, ok? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Preocupado que eu vá dormir na lua de mel? – Brinquei e ela deu um olhar sugestivo.
- Sei, como se você fosse perder uma das noites mais importantes da sua vida. – Ela piscou e eu senti uma pressão vinda de baixo.
- O que está planejando? – Perguntei.
- Eu, planejando? – Ela perguntou. – Achei que você tinha planejando tudo. – Ela riu fraco. - Próxima foto? – perguntou para a jornalista e se afastou de mim, esperando que colocassem uma poltrona no meio do estúdio e ela se sentasse na mesma.
Dessa vez colocaram o véu na lateral, como se fosse parte do cabelo dela, ajeitaram-no e pediram para eu me colocar atrás dela, em pé, apoiando minhas mãos em seus ombros e ela olhando para cima e eu olhando para baixo. Dessa vez não falamos nada. Abrimos um largo sorriso e deixamos que os flashes batessem contra nosso corpo. Ela é incrível, é só o que eu podia dizer.
- Chega! – falou rindo e eu a abracei, vendo-a com o rosto avermelhado. – Ah, gente, chega, eu já devo ter ficado toda torta com isso. – Ela esticou o corpo, jogando o véu para trás.
- Acabou! – A fotógrafa riu conosco e eu gargalhei, vendo estender os braços para frente.
- Acho que isso foi pior que a gente imitando Dirty Dancing no ensaio do casamento. – falou e eu gargalhei.
- As fotos estão lindas. – A fotógrafa falou e eu sorri.
- Tenho certeza que sim! – sorriu e olhou para mim.
- Vocês gostariam dê ter um tempo antes de ir para a festa? – Olívia perguntou.
- Podemos? – perguntou apressada.
- Claro que sim! – Agatha falou. – Tem a suíte do preparada para vocês. Podem ir lá, relaxar um pouco que eu os busco em meia-hora. – sorriu.
- Ah, é o tempo perfeito. – falou e eu ri. – Aponte o caminho. – Ela falou para mim e eu ri.
- Lily, os acompanhe, por favor. – Olívia falou e uma loira baixa começou a seguir a nossa frente.
Dei as mãos para e andamos até a parte da frente do hotel, a loira já nos esperava com a porta do elevador aberta, mas no momento em que passamos para dentro do mesmo, ouvi alguns gritos vindo lá de fora. Mesmo com a chuva, o pessoal ainda estava lá. tinha um braço dado ao meu e o outro abraçava seu longo véu nos braços, acho que ela não via hora de tirar aquilo.
Apertei o botão do meu andar e o elevador se fechou rapidamente, subindo com a mesma velocidade. A assistente de Olívia saiu na nossa frente e colocou o cartão chave na porta e logo abriu a mesma para nós. Eu deixei que entrasse primeiro e a assistente de Olívia fechou a porta logo em seguida.
- Meus pés já estão doendo! – falou, se sentando sobre a cama e eu ri.
- Tira os sapatos um pouco. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Se eu tirar eles agora, eu não consigo colocar de novo. – Ela falou e eu ri, vendo-a se aproximar do espelho.
- Difícil, então! – Falei e ela afirmou com a cabeça, puxando levemente o prendedor de sua cabeça, soltando o véu do mesmo.
- O pano é fino, mas isso pesa! – Ela riu, e eu notei que ela tinha um penteado em seus cabelos curtos. Ela enrolou o véu e colocou na cama.
- Você está simplesmente incrível. – Falei e ela sorriu de lado.
- Você não cansa de falar isso? – Ela perguntou rindo.
- Não, não vou cansar nunca. – Ela passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou, colando nossos corpos. – Parece que você está cansada. – Sussurrei em seu ouvido.
- Um pouco. – Ela falou, soltando um suspiro. – Mas eu estou me sentindo capaz de tudo agora. – Ela riu fraco e ergueu o rosto para mim. – Eu me sinto poderosa. – Ela sorriu. – Eu sou uma senhora agora. – Ela gargalhou. – Deus! Pareço velha falando assim! – Sorri.
- Vamos envelhecer juntos, minha velhinha. – Toquei meus lábios nos seus e ela acariciou minha nuca levemente.
- Eu te amo. – Ela falou e eu suspirei.
- Eu te amo. – Falei para ela que sorriu. – Como a vida é engraçada, não? – Ela ergueu o rosto para meus olhos.
- Como assim? – Ela perguntou com um sorriso no rosto.
- Eu estou casado! – Ri fraco e ela sorriu. – Eu procurava pela pessoa ideal e, de repente, essa pessoa aparece na minha frente. – sorriu, passando a mão em meus cabelos.
- Provavelmente isso estava premeditado, você só não percebeu. – Ela piscou um olho e eu beijei sua testa.
- Você sabia que isso aconteceria? – Ela gargalhou alto.
- Nem em sonhos. – Ela afastou o corpo do meu um pouco, colocando as mãos na cintura. – Quando eu te conheci eu agi como uma fã quase surtada, eu com certeza não prestei muita atenção naquela reunião, eu sabia que tinha que estar em Cleveland contigo no dia seguinte e só. Quando você começou a conversar comigo então, eu travei.
- Se você estava assim, você realmente soube disfarçar. – Falei, tocando seu rosto com as mãos.
- Ou você estava prestando atenção nos meus lindos olhos castanhos. – Ela brincou, esticando a mão e colocando sobre meus braços.
- Na verdade, eu estava. – Ela sorriu, mexendo os ombros quando riu e tocou meus lábios com os seus. - E eu não me arrependo de nada.
- Sinto lhe dizer, mas seria meio tarde para se arrepender. – Ela deu de ombros e eu gargalhei. – Você está lindo nesse terno. – Ela sorriu e passou as mãos sobre o colarinho do paletó.
- Obrigado! – Ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros e eu fechei os olhos encostando minha cabeça na dela, ficando um momento assim.
- Eu acho que quero fazer xixi. – Ela falou e eu me afastei dela um pouco, vendo-a fazer uma careta.
- Ainda bem! – Falei suspirando. – Eu também preciso. – Falei e ela gargalhou, indo em direção ao banheiro.
- Aqui, Melina! – Roger, meu marido, me entregou uma taça de suco de laranja e eu o agradeci, vendo-o tomar um gole do champanhe que distribuíram assim que entramos no salão. Os garçons andavam de lá para cá, fazendo questão que ninguém ficasse de copo vazio.
Todos estavam em pé, ao redor das mesas. O bom é que eles não montaram mesas, então cada um sentava aonde quisesse. Acabou que eu, meu marido, Derek, Rupert, Liana, Ruth, Joshua, Rodrigo, Trish e seu marido, sentamos na mesma mesa. Já que o resto do pessoal ficaria na mesa da família, que era exatamente do lado da que havíamos escolhido. Mas Lílian, Seth, Cady e Sharon estavam em volta da gente, todos ainda meio abismados com a beleza daquele lugar. Agora eu entendo porque o rombo nas contas do nos últimos meses.
Uma música calma tocava no fundo, era a recepção da festa ainda. A mãe de e de andavam pelo salão cumprimentando a todos, elas eram as anfitriãs, certo? Os filhos delas acabaram de casar e elas estavam muito felizes com isso. Agora elas estavam perto dos amigos famosos de . Henry Christensen e a mãe de tentavam se comunicar de algum jeito, mas sempre acabava em risadas. Eles se viravam bem. Honestamente, eu sentia orgulho em tudo que eles cumpriram em menos de dois anos. E o apoio da família e dos amigos, me deixava muito feliz pelos meus dois grandes amigos.
Dois grandes amigos que tinham simplesmente sumido após o casamento. Eles tinham ido para a sessão de fotos deles e da Vanity Fair, e eu estou aqui tomando suco de laranja sem estar perto disso tudo. É a primeira vez que eu não acompanho nada do e isso me deixa preocupada. Ele seria capa da Vanity Fair. Calma, me deixa reformular: ele vai ser capa da Vanity Fair, com a esposa dele. Tipo, oi?! Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, na boa. Ah, bem que disse, convivência pega, agora estou falando igual a ela.
Olhei em volta e encontrei a mesa do bolo e dos doces escondida próxima do palco. A mesa de vidro estava delicada, tinha poucas bandejas de doces distribuídas sobre ela, mas eu sabia que não tinha só aquilo, principalmente vindo do . As flores rosa e laranja estavam lá também no arranjo de flores e também no bolo de sete andares, com flores rosa e laranja no topo do mesmo e descendo em uma cascata, os laços feitos de pasta americana em volta do bolo inteiro, as iniciais deles impressas no branco, como também em vários locais da festa, guardanapos, pratos, estava tudo maravilhoso.
Estávamos só esperando o casal chegar para começar as festividades. Era quase oito horas da noite, então deles não deveriam demorar. Bem, pelo menos eu acho. Eu casei no civil, não fiz festa, eu e Roger saímos do cartório e pegamos a estrada, fizemos um mochilão pelos 50 estados dos Estados Unidos, e não me arrependo de nada.
Senti o flash no rosto quando um dos fotógrafos tirou foto nossa e olhei em volta, vendo vários fotógrafos registrando tudo. Eles estavam espalhados pelo salão, tirando fotos das pessoas, dos detalhes, dos enfeites...
- Vamos começar a festa. – Seth falou, apontando para a entrada do salão onde duas sombras podiam ser vistas escondidas na luz.
- Com vocês, os noivos: e . – A cerimonialista falou e ambos apareceram na luz e os refletores viraram em direção a eles, iluminando os dois de mãos dadas, cada um com um sorriso maior que o outro, se entreolhando e soltando risadas.
Virei meu rosto para ele que sorriu, abaixando a mão e apoiando em meu ombro descoberto e depois descendo para minha cintura. Virei meu rosto para frente e segurei sua mão do outro lado da minha cintura. A assistente de Olívia apareceu ao meu lado e estendeu meu buquê de flores e eu o segurei com a mão livre. Era só para entrada e para as fotos, não ficaria com ele na mão durante a festa.
- Prontos? – Ela perguntou e deu de ombros, virando o rosto para mim, eu revirei os olhos e olhei para Lily novamente, fazendo um movimento afirmativo com a cabeça.
- Vamos lá! – Lily falou em seu walkie-talkie e as portas se abriram em nossa frente.
relaxou a mão e eu troquei o buquê de mãos, dando minha mão direita, para a sua esquerda e começamos a andar devagar em direção as luzes do salão, onde era possível ver as pessoas em pé, em volta da pista de dança. Por um momento eu prendi a respiração com a decoração do salão. Aquilo estava magnífico. Mas meu momento de surpresa durou realmente um segundo, pois no segundo seguinte, eu me descontrolei.
- Com vocês, os noivos: e . – Alguém falou pelo microfone e os holofotes foram virados para a gente, me cegando rapidamente.
Honestamente, eu estava só me importando com o após meu nome. Eu simplesmente comecei a dar risada, a gargalhar. deve ter entendido a piada, pois ele tinha um largo sorriso em seus lábios e riu comigo, me fazendo suspirar. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas o sorriso não desapareceu. Eu virei meu rosto para frente e notei que as pessoas aplaudiam a gente. Fiz um aceno rápido com o buquê em minha mão e logo nossa distração mudou novamente.
Olívia entregou a um microfone e ele soltou uma risada, virando o corpo para mim, eu franzi a testa, fazendo uma careta e coloquei a mão na boca, em uma risada silenciosa. Ele passou o braço pela minha cintura e eu virei o rosto para os convidados que estavam em pé próximos as mesas, todos com uma taça de champanhe na mão, exceto as crianças e, é claro, Melina.
- Acho que eu devo falar alguma coisa aqui, não é?! – falou ao meu lado e eu virei para ele. – Eu gostaria de dizer que é muito importante ter todos vocês aqui no nosso casamento. Se você está aqui, você pode ter certeza que, de alguma forma, tocou nossas vidas e faz parte dela significativamente. Eu nunca pensei que pudesse dizer isso, mas eu estou incrivelmente feliz, esse é um dos dias mais felizes da minha vida e essa mulher ao meu lado tem culpa de uns 90% dos meus dias favoritos. – Ele virou o rosto para mim, dando um largo sorriso e eu acenei com a cabeça afirmativamente. – Divirtam-se. – Ele abaixou o microfone e virou para mim. – Quer falar algo?
- Não, acho que serviu para os dois. – Falei e ele tocou seus lábios nos meus, fazendo algumas pessoas soltarem uns gritos e rir fraco.
Viramos para o lado e entregamos o microfone para algum dos ajudantes de Olívia que estava posicionada ao lado de uma das mesas do lado de lá. A gente começaria com o cumprimento do pessoal, mesa por mesa falando com todos, tirando fotos e depois teríamos as fotos oficiais próximo à mesa com os padrinhos, pajens e tudo mais. E por mais que eu estivesse explodindo de alegria, não sei dizer se meus pés aguentariam por muito tempo, mas desde sempre eu soube que ficar bela, significa dores.
A primeira mesa, bem próxima à pista de dança e ao palco era dos avós. Uma mesa pequena, minhas duas avós, sozinhas, já que meus avôs são falecidos há bastante tempo, desde antes dos meus 15 anos. A avó materna de e avó e avô paterno dele. Minha avó materna estava muito bem para seus quase 90 anos, minha avó paterna, tinha quase dez anos a menos e estava um pouco debilitada, afinal, perder o filho mais velho e o marido em um período de dez meses, não devia ser fácil de aguentar. A avó materna de era mais nova, teve Lindsay muito jovem, então ela estava na casa dos 70 ainda, já a avó paterna de estava bem debilitada, andava com a ajuda de um andador, mas tinha um imenso sorriso no rosto quando tiramos fotos com eles, a felicidade irradiava nos olhos deles. A debilitação da avó paterna compensava na do avô, o senhor tinha uma força e uma agilidade que eu não via em pessoas da minha idade. Eu e nos colocamos atrás deles e sentindo a mão do meu marido em minha cintura, eu sorri para foto, como se precisasse de esforço.
Seguindo para a próxima mesa foi uma mistura de parentes distantes que foi difícil acompanhar, a maioria dos parentes distantes do eu não conhecia e o conhecia alguns devido ao Natal, então, além dos parabéns, eu era apresentada a família dele, tios, tias, tias-avós, tios-avôs, primos e tudo mais. Por mais que só tivéssemos chamado pessoas próximas, era um caminho longo a percorrer.
- Não temos um filho, mas com certeza temos um futuro vindo por aí. – Minha tia Helena falou, acariciando meu rosto, aquela que perguntou se eu teria filhos no próximo Natal.
- Um passo de cada vez, tia! – Falei em português para ela e olhei para que olhava para mim, tentando entender o que falávamos.
A única dificuldade era essa, a língua, mas acho que pelo fato deles verem minha felicidade, meus olhos cheio de lágrimas, a forma como sorria para mim, eles não estavam se incomodando muito, era tudo questão de tempo. Meu presente de casamento do seria um curso de português, espero que ele tenha tempo para isso.
Passei pela mesa de alguns amigos meus da faculdade no Brasil, nenhum deles era da minha cidade, então, era difícil se encontrar sempre, mas eram amigos que eu levaria pelo resto da vida, eles eram seis. Sim, de uma turma de 100 pessoas, sobraram seis, que seriam lembrados pelo resto da vida. Foi uma festa quando eu me aproximei deles, eu não os via desde a despedida que eles fizeram quando eu fui para Boston, então, todos me abraçaram bem apertado e eu devo admitir que algumas lágrimas escaparam de meus olhos. Era muito tempo sem ver algumas pessoas que você se importa. Todos sabiam falar em inglês, então eles encheram com algumas perguntas, principalmente os homens, as meninas estavam mais preocupadas em falar como ele era lindo e simpático e como meu vestido era maravilhoso.
teve seu momento remember também, ele convidou alguns colegas que ele estudou junto, incluindo alguns de seus amigos que permaneceram de seus trabalhos mais antigos como ator. me apresentou para o pessoal e deu um beijo em minha testa, batendo um papo rápido com eles, enquanto as meninas falavam comigo. Estava sendo assim em todas as mesas. As mulheres, falavam comigo, enquanto conversava com os homens.
- Ah! – Seth gritou quando nos aproximamos da mesa deles e eu gargalhei.
- Você está na mesa errada! – falou brincando, empurrando o irmão de lado.
- Estou me sentindo insultado agora. – Ele brincou e bebeu um gole de sua taça de champanhe.
- Parabéns! – Melina foi a primeira a vir me abraçar e sussurrar algumas palavras de sorte para mim. – Só sejam felizes, por favor!
- Eu acho que você não precisa pedir isso. – Eu falei e ela sorriu.
- Não é para agora, é para sempre. – Ela deu uma piscadela para mim e Derek veio me abraçar, com um sorriso no rosto.
- Linda! – Ele falou somente e deu um beijo em minha bochecha, acariciando minhas costas.
- Sucesso total! – Rupert falou se aproximando de mim e eu ri fraco. – Obrigado! – Ele falou sussurrando em meu ouvido e eu franzi a testa.
- Por que você está me agradecendo? – Perguntei, olhando para seus olhos verdes.
- Eu tenho mais de 1,5 milhões de curtidas na foto do seu vestido. – Ele apontou para meu corpo com os olhos. – E a caixa de mensagens do ateliê está cheia. – Abri a boca levemente. – Tudo isso em menos de quatro horas.
- Oh, Rupert! – Falei e o abracei fortemente, ouvindo-o suspirar em meu ouvido. – Boa sorte! – Pisquei para ele.
- Boa sorte para você! – Ele piscou de volta e eu ri, sentindo Rodrigo me abraçar e me tirar do chão.
- Oh, meu Deus, minha amiga é uma pessoa casada agora! – Ele fez um pequeno drama e eu gargalhei, vendo Trish fazer a mesma brincadeira com .
- Como vocês estão lidando com isso? – Movimentei a cabeça em direção a eles.
- É tudo brincadeira, ela é ótima. – Ele sorriu. – Conversamos um pouco durante o casamento e eles são a versão contrária minha e sua. – Abri um sorriso, dando um beijo em sua bochecha. – Mas eu tenho outro peixe na mira. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Não me diga que... – Parei a frase por um momento. – Seth? – Abri a boca surpresa.
- O que você acha? – Ele perguntou e eu gargalhei.
- Desde quando eu tenho que dar sinal verde para os caras que você pega? – Ele soltou uma risada fraca.
- Vai lá, a gente se encontra nas fotos oficiais. – Ele disse e eu me aproximei de e de Joshua que me abraçou fortemente assim que me viu e deu um beijo em minha cabeça.
- Até mais! – Joshua falou sorridente e pela primeira vez eu me toquei que ele era um amigo que não importa o que acontecesse, ele nunca conseguia escolher um lado entre eu e e eu me senti bem com isso.
Minha mãe tinha os braços abertos quando nos aproximamos da mesa da família com minha mãe, irmã, os pais de , os três irmãos e os maridos e namorados de Cady e Sharon. As crianças estavam em uma mesa ao lado ocupadas com o livro de pintar que eu havia pedido para fazer para distraí-las. Ele tinha vários desenhos relacionados a casamentos, flores, bolos, vestidos e cada um ganhava uma caixa de lápis de cor com as iniciais minhas e de gravadas na embalagem.
Minha mãe realmente não sabia o que falar, parecia que ela ainda estava extasiada com tudo aquilo. Honestamente, até eu estava extasiada com tudo aquilo, o modo que eu olhava tudo, era simplesmente magnífico, as pessoas, a decoração, a cidade. Eu podia jurar que era mentira, mas o brilho em meus dedos me fazia mudar de ideia rapidamente. E o brilho nos olhos de também. Era um brilho que eu queria ver pelo resto da vida.
- Eu não disse? – Minha irmã falou quando me abraçou e chorou igual um bebê em meu ombro, puxando o ar fortemente diversas vezes. – Eu disse que tinha algo aí, não disse? – Ela passou a mão nos olhos e respirou fundo, olhando para cima um pouco e abanando as mãos. – Minha irmã está me deixando para trás. – Ela falou rindo em seguida e Seth entregou seu lenço rosa para ela que passou levemente embaixo nos olhos.
- Podemos deixar o choro para depois? – Cady perguntou, passando um lenço embaixo do olho também. – Acho que eu não vou aguentar por muito tempo. – riu ao meu lado e eu sorri, puxando o ar fortemente, antes que eu chorasse de novo.
- Acho que ambos os lados concordam que a única coisa que devemos falar para vocês é parabéns. – Robert falou e eu sorri, encontrando o olhar de que mantinha a mão em meu ombro e os olhos nos meus.
- Nós sabemos como vocês foram criados, as dificuldades que passaram, nós brigamos, mas ao mesmo tempo demos colo, demos risada juntos, mas também os vimos chorar. – Minha mãe falou. – Mas o importante é saber que, no final, vocês fizeram as escolhas certas. – Assenti com a cabeça e minha mãe sorriu.
- Um longo caminho acabou e agora vocês passarão por muitos outros obstáculos, é um começo de uma nova etapa e, nessa etapa, vocês usarão tudo o que nós ensinamos a vocês em união. Os dois e o que mais o futuro aguarda para vocês. – Lindsay finalizou e eu me perguntei se os três tinham combinado esse discurso ou se tinha sido simplesmente coincidência de pais.
Fomos para o lado dos amigos famosos de e ali não teve muita ordem em que mesa seguíamos quem cumprimentávamos ou com quem tirávamos fotos, assim que nos aproximamos de Henry Christensen e sua esposa Eiza, todos se aproximaram de nós, era uma mistura de elencos que eu fiquei perdida por um tempo. Era elenco de “Os Deuses do Olimpo”, “Poseidon 2”, “À Procura do Amanhã”, “Ligação Especial” e todos queriam cumprimentar a gente. E como aconteceu do lado de lá, aconteceu do lado de cá, os homens falavam com e as mulheres falavam comigo.
O pessoal de “Os Deuses do Olimpo” e “Poseidon 2” eu já estava acostumada, algumas esposas e maridos eu não conhecia, mas foi rapidamente apresentado. E parte do elenco de “À Procura do Amanhã” eu já conhecia também, mas os atores coreanos não haviam sido convidados. Eu tive um pequeno momento de surto quando a diva do cinema Spencer O’Neil veio nos cumprimentar ao lado de Brandon Bell. Essa mulher era simplesmente extraordinária e ela estava no meu casamento!
Assim que ela me cumprimentou eu travei, mas em seguida ela me abraçou fortemente, com um sorriso largo no rosto. Ela disse algumas palavras após isso, mas eu não identifiquei muito, em seguida, Faye Armstrong, comediante, esposa do amigo e companheiro de elenco de , Patrick Kingsley, foi quem me tirou do transe, claro, só para eu entrar em outro, era como se eu estivesse assistindo a meus filmes favoritos, mas dessa vez aquilo acontecia bem diante dos meus olhos.
Ambas riram com a minha reação e eu tive que me desculpar, mas logo isso foi passado para lá e conseguiu organizar o pessoal para que conseguíssemos tirar foto com todos os casais da festa. Foi em média umas 50 fotos. E eu já estava exausta quando começamos a andar pelo pessoal.
- Ei, casal! - Ouvi uma voz vinda atrás de , que estava na minha frente e eu franzi a testa, virando o corpo para o lado, ficando mais próxima de Patrick Kingsley e vi que Joshua e o resto dos padrinhos nos chamavam próximo a mesa do bolo.
- Acho que devemos cancelar essa reunião por um momento. – Henry Christensen falou próximo ao e eu soltei uma risada fraca.
- Temos a noite toda! - falou e eu ri fraco.
- Espero que não a noite toda. - Kingsley falou com aquele sorriso dele, era fofo, engraçado e safado ao mesmo tempo.
- Claro! - falou e eu revirei os olhos, dando um sorriso para Eiza e Faye que olhavam para mim.
- Até mais, gente! - Virei os ombros de que estava em minha frente e ele saiu andando na minha frente meio cambaleante.
Assim que saímos do meio dos dois casais, me puxou pela mão, me fazendo tropeçar rapidamente pelo canto da pista de dança e passou o braço em minha cintura, me trazendo mais perto dele, me fazendo soltar uma risada fraca e passar os braços em seus ombros, sentindo o cheiro de seu perfume próximo a meu corpo.
- Quero ver como faremos isso! - Me aproximei de Ruth, passando o braço livre em seus ombros e vi os fotógrafos ao lado de Olívia.
- Vocês, vocês e os pais, vocês e os padrinhos. e sua mãe, e os padrinhos dela, e os padrinhos do , e ao contrário, e seus pais, e os padrinhos dele, e os padrinhos dela. - Olívia falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- Fácil assim? - comentou eu ri fraco.
- Fácil assim! - Olívia sorriu rapidamente e eu soltei e Ruth e caminhei até a mesa do bolo, encarando o bolo de casamento, soltando uma risada fraca, ele tinha ficado gigante e extraordinário, claro que tinha aquela pasta americana em volta que tirava o gosto delicioso do doce brasileiro, mas mesmo assim! Fiquei em frente dele, e se aproximou de mim, passando os braços pela minha cintura.
- Devemos fazer uma pose? - Ele perguntou para mim e eu gargalhei, passando meus braços pelos seus ombros.
- Espero que não! - Cochichei e de repente a resposta nos foi dada, não era necessário fazer a pose, era só agir como nós mesmos.
Acho que pela primeira vez eu não precisava ficar sorrindo forçadamente, com as bochechas doendo e o maxilar quase estourando para uma foto. Os fotógrafos contratados, não pediram para gente fazer poses, ou nada do tipo, era basicamente um encontro, as pessoas se aproximavam, mexiam com a gente, contavam alguma piada, faziam abraços grupais e tudo mais, e eles só registravam tudo. Todos os beijos, todos os carinhos, cócegas, risadas. Simplesmente acontecia.
Algumas vezes a gente sabia o que fazer, bem, era óbvio o que devíamos fazer. Quando minha mãe e os pais de se aproximaram, teve algumas risadas entre nós todos, já que tentou fazer um abraço grupal e não foi muito bem sucedido, mas ficamos lado a lado, minha mãe ao meu lado e os pais de ao lado dele e tiramos uma foto. Em seguida achamos justo tirar com os irmãos. Lílian veio ao meu lado e Seth, Cady e Sharon ao lado de , teve até uma em que Lílian fingiu ficar emburrada pelo lado do ser mais cheio e eu e ela brincamos de puxar Seth para nosso lado.
Teve foto de família também, mas dessa vez nós misturamos. Minha família foi do lado de e a dele veio para o meu lado. Deve ter ficado boa. Logo os pais saíram e os padrinhos se enfiaram em frente à mesa. Essa hora até o pessoal que assistia a cena das mesas soltaram algumas risadas. Seth, Joshua e Rodrigo eram um espetáculo a parte, na verdade. Toda a zona era culpa deles e não tinha como negar, mas o tropeção de em meu vestido, isso foi culpa dele. Espero que eles tenham pego o momento exato. Rupert até tremeu de medo ao meu lado, fazendo o pessoal soltar uma risada. Era o novo bebê dele e ai se alguma coisa acontecesse com ele.
A foto das daminhas foi a melhor na minha opinião, eu me abaixei ao lado de Liana, ela me mostrava um dos desenhos que ela havia pintado. Os sobrinhos de , Ethan e Mike subiram em seus ombros e Annie soltava risadas gostosas no chão, brincando com alguma das pétalas de flores que enfeitavam a frente da mesa, e dali ela não queria sair de lá. Era um momento simplesmente único, creio eu, eu amava aquele pessoal. Além de várias pessoas que por menos que eu conhecesse, eu considerava para caramba.
Depois disso fomos obrigados a tirar fotos clássicas, afinal, era bom para guardar, se a gente não tirasse, eu com certeza me arrependeria no dia seguinte. Lado a lado, cada casal junto, as mulheres de um lado, os homens do outro, as daminhas e os pajens em nossa frente, cumprimos tudo. E só para entendimento, sim, tiramos fotos pulando também. O que com certeza fez com que eu ficasse com dor nos pés, assim que eu apoiei os pés no chão novamente.
- Acho que preciso de um tempo! – Cochichei para e ele riu, afirmando com a cabeça e tocou os lábios nos meus.
Me aproximei da mesa minha e de e ele desabotoou o paletó e o tirou, ele estava suando, podia ver isso pelo brilho em sua testa. Por mais que a temperatura tivesse caído do lado de fora, o ar-condicionado estava ligado. Eu ajeitei meu vestido e me sentei na cadeira da direita, passando a mão em meu vestido, para nenhuma parte ficar levantada. O garçom imediatamente surgiu em nossa frente, oferecendo champanhe para nós, eu e aceitamos, e eu aceitei mais um copo, mas dessa vez com água. Eu precisava respirar um pouco.
não se sentou, ele se colocou ao meu lado e apoiou as mãos em meus ombros, fazendo com que eu colocasse uma mão em cima da dele, fazendo-o olhar para baixo, me encarando com aqueles olhos azuis. Soltei uma risada fraca e balancei a cabeça, voltando meu olhar para frente, onde um DJ conhecido em Hollywood, que não, eu não conhecia, tocava uma música baixa ao fundo.
- Podemos servir o jantar? – Tomei um susto com uma voz vinda atrás de mim e virei o rosto, vendo Olívia parada ao lado de .
- Por favor! – Falei um tanto quanto aliviada e riu ao meu lado e se sentou na cadeira ao meu lado.
- Com fome? – Ele perguntou.
- Você não tem nem ideia. – Falei fazendo uma careta. – Eu não lembro quando foi à última vez que comi hoje. – Fiz uma careta e ele passou a mão em meu rosto.
- O que tem para o jantar? - Seth apareceu atrás de mim, me assustando de novo e eu suspirei.
- Vocês surgem do nada, eu hein! – Falei, dando um tapa em sua barriga e ele deu de ombros, tomando um gole, do que é que fosse em sua taça.
- O que um casamento grã-fino pede? – Rodrigo surgiu ao seu lado e eu revirei os olhos, rindo fraco.
- Já pensaram em olhar o cardápio na sua mesa? – Falei, franzindo a testa.
- É um motivo para vir falar contigo, amor. – Seth falou e eu ri fraco, abrindo um sorriso.
- Filé mignon com molho de cogumelos, salmão grelhado com molho de ervas, espaguete com molho de manjericão, quiche de queijo com bacon, aí os acompanhamentos, salada caesar, arroz branco, purê de batatas com dois queijos e mesa de frios. – Forcei a mente para me lembrar de tudo e vi os olhos de Rodrigo crescerem e a boca abrir a cada coisa que eu falava.
- Cadê o caviar, aquelas comidas difíceis de falar e tudo mais? – Seth falou fazendo uma careta e eu ri. – Bacon? Isso não é comida de grã-fino. – Ele falou e eu ri.
- O casamento pode ser de alguém importante, mas não adianta se ele prefere comer bife, batata frita e bacon. – Falei olhando para e ele gargalhou alto, passando a mão na testa.
- Acabei de ser esculachado. – comentou e virou o rosto, se fingindo magoado.
- Bem, não importa, esse cardápio está uma delícia. – Rodrigo comentou e virou o corpo para trás, saindo da minha vista.
- Vocês querem alguma coisa? – Seth perguntou, acompanhando Rodrigo com o olhar e virou o rosto para mim novamente.
- Até quero, mas relaxa, vai se divertir, temos um garçom só para gente. - Pisquei para ele e ele fechou a boca, fazendo um bico, debochando da gente e saiu de perto.
- Ah, esses dois! – comentou e eu virei o rosto para ele.
- Você sabe? – Virei o rosto para ele que afirmou com a cabeça.
- Seth tem um alvo hoje. – Ele comentou e eu fechei os olhos, rindo.
- Ah, meu pai!– Passei a mão no rosto e suspirei. – Rodrigo também!
- Vocês gostariam de alguma coisa do buffet? – O nosso garçom apareceu, com a mão para trás.
- Sim, por favor. – Suspirei. – Salmão, purê e salada. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu quero filé mignon e espaguete. – falou ao meu lado. – Para começar! – O garçom jovem riu em nossa frente e afirmou com a cabeça, se retirando.
- Para começar, é?! – Comentei para ele que riu fraco, dando de ombros.
- E você, comendo salada? – Ri fraco.
- Só porque eu amo o molho caesar. – Pisquei para ele que passou o braço pelos meus ombros, olhando para frente.
- Você tem noção de que esse povo está aqui por causa da gente? – Ele falou e eu suspirei, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo.
- Eu diria melhor, você tem noção que esse povo está aqui pelo nosso casamento? – Ele virou o rosto para mim, soltando uma risada fraca. – É surreal, não?!
- Eu realmente disse sim? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Cada letra. – Sorri.
- Agora é para sempre, hein?! – Ele falou.
- Se Deus quiser! – Ele abriu um largo sorriso e eu suspirei.