Finalizado dia:01/11/2020

Prólogo

E lá estava eu recomeçando tudo em uma cidade nova tudo por causa do meu mestrado, respirei fundo encarando aquele aeroporto imenso, peguei minhas malas e fui em direção a casa que eu havia alugado pela internet. Cheguei na casa e as chaves estavam exatamente onde o dono falou que iria deixar, quando entrei admito que me surpreendi com a decoração, o sofá em formato de L de frente para a lareira a gás, a parede com acabamento em tecido, realmente era tudo muito mais bonito que eu imaginava, fui em direção ao quarto e comecei a colocar minhas roupas no guarda roupas, eu iria passar uns dois anos ali então era bom ficar confortável. Dormi cedo naquela noite no dia seguinte eu começaria na nova faculdade, acordei sentindo borboletas no estômago tanto que nem consegui comer antes de sair de casa, vi no Google que a faculdade era perto e resolvi ir a pé até lá mas obviamente me arrependi, até por que o Google sempre ilude a gente. No caminho passei em um Starbucks e comprei um café para ir tomando, enquanto caminhava me lembrava de tudo o que deixei para trás por causa desse intercâmbio, a família, amigos e até mesmo o homem que eu amo, pois é talvez a pior cagada que eu tenha feito foi essa até porque pelo que eu sei era recíproco, mas agora ele é famoso mundialmente e bom, convenhamos que seria bem difícil lidar com isso. Entrei na sala que me indicaram e me sentei na terceira fileira para poder prestar atenção na aula, do meu lado sentou uma moça morena de cabelos curtos.

- Oi. – Tentei puxar assunto.
- Oi, é nova por aqui?
- Sim. – Estendi a mão e ela retribuiu o gesto. – Sou a , prazer.
- Prazer , sou a .
- É nova aqui também?
- Na verdade não.

O professor falou para ficarmos quietas então ficamos em silêncio até o final da aula, quando acabou a aula peguei minhas coisas e fui para casa, no caminho a me alcançou e descobri ela mora na casa ao lado da que estou alugando. O tempo foi passando e fiquei bem amiga da mas não tão próxima das amigas dela, se passaram um ano e meio e finalmente faltava só um semestre daquele inferno que muitos chamavam de faculdade, o Pierre tinha me visitado algumas vezes durante aquele um ano e meio para matarmos a saudades, afinal somos amigos de infância mas ele sempre vinha sem a banda por mais que fosse fazer show na cidade, ele sabia que eu ainda estava triste pelo que tinha acontecido entre eu e o David. Eu estava na aula quando meu celular começou a vibrar insistentemente, olhei a tela e estava escrito “P.B.” que era como eu havia salvo o número do Pierre, deixei tocar porque a aula era bem importante, era sobre o seminário que iríamos apresentar dali a alguns meses.

- Oi? – Falei atendendo o telefone e saindo da sala.
- ! Finalmente!
- Pierre eu estava na aula, não dava para atender. – Apoiei na parede no meio do corredor. – Fala, o que é tão importante?
- Sabe que estamos em turnê né?
- Aham.
- Bom, vamos ir para a Europa logo logo, quando estivermos em Roma tá a fim de ir no show? Ou ainda tá de birra por causa do David?
- Birra? Olha você sabe muito bem o que aconteceu. – Vi as meninas parando do meu lado e pedi um minuto que já falava com elas, então elas foram para um pouco mais longe esperar a também. – Você sabe que eu sou absurdamente a fim dele, mas ele deu mancada e não foi pouca coisa, me deixou lá falando sozinha e depois do show nem tocou no assunto!
- Claro que sei ! Mas vai no show para me ver?
- Bom você pode passar lá em casa como sempre faz né.
- Vamos ver como vai ser . – Ouvi ele suspirar. – Mas vem cá você gosta do David então?
- Como se você não soubesse! – Olhei para as meninas e notei que a estava prestando bastante atenção na minha conversa. – Você sabe que eu gosto dele! Pierre eu tenho que ir.
- Ok, beijos se cuida.
- Beijos.
Desliguei o telefone e fui encontrar as meninas que estavam um pouco distantes de mim, as encontrei e fomos comer no refeitório e decidir sobre o trabalho.
- Então você é a fim do Fábio?
- Que? Da onde caralhas você tirou isso ?
- Bom, da sua conversa no telefone, pelo menos foi o que eu ouvi. – Ela deu de ombros e saiu andando na frente.

Eu respirei fundo e fui atrás dela junto com a , às vezes eu realmente fico surpresa com a imaginação da , afinal ao que tudo indicava ela é quem é a fim do Fábio as não quer assumir pra ninguém então fica falando dele como se nós fossemos a fim. Quando chegamos no refeitório me sentei ainda perdida nos meus pensamentos sobre o que eu iria fazer quando encontrasse o David, por mais que eu tenha consciência de que minha vontade iria ser pular em cima dele eu sei que não posso fazer isso se não vai ficar na cara que eu gosto dele.

- ?
- Que? Que houve? – Fui tirada dos meus pensamentos pelo Fábio sentado na minha frente. – Cadê as meninas?
- Bom, elas falaram que você tinha algo para falar comigo.
Eu revirei os olhos e me levantei da mesa, fui direto para casa deixando tanto o Fábio quanto as meninas lá na faculdade, cheguei em casa e me joguei na cama, meus pensamentos ainda estavam a mil sobre o David e a pergunta do Pierre, eu realmente não sei o que fazer se encontrar ele novamente.


Capítulo 2 - O Reencontro

Acordei naquela manhã gelada com meu celular que estava na escrivaninha no pé da cama tocando insistentemente, depois de ele tocar e parar umas três vezes eu me rendi, me levantei e fui ver quem estava me ligando às sete da manhã de um sábado gelado, quando peguei o celular ele começou a tocar novamente e na tela estava escrito “P.B.” admito que considerei a idéia de deixar o celular de lado e voltar a dormir, mas era raro ele me ligar então bufei e atendi o telefone.

- Lembrou dos amigos finalmente?
- Não fala assim , tenho uma boa notícia!
- Qual?
- Estamos na cidade e queríamos te ver!
- Tá, você me acordou às sete da manhã de um sábado só pra me avisar que você e a banda estão na cidade? Really!?
- Então, será que tem como você abrir a porta? Tá mó frio aqui fora, não imaginei que em Roma iria estar tanto frio.
- Você tá na minha porta!? – Falei indo até a janela do quarto que dava para ver a porta de entrada, eu o vi lá parado tremendo de frio junto com o David – Caralho Pierre, vou me trocar, aguenta aí que já desço.
- Vai logo , tô congelando.
- Abraça o David ué, nada melhor que calor humano!

Dei risada e desliguei o celular antes que ele respondesse qualquer coisa, dentro de casa o termostato marcava vinte e quatro graus mas eu sabia que lá fora devia estar no mínimo dez graus então me troquei o mais rápido que pude, desci para a sala e peguei dois casacos, que por sinal eram do Pierre que ele havia largado lá da última vez que me visitou. Afinal nós somos amigos desde crianças, na real ele era melhor amigo do meu irmão que é um ano mais velho que eu, eu e o Pierre ficamos muito próximos quando meu irmão se mudou para o Brasil.

- Vem entra. – Abri a porta oferecendo os casacos, eles rapidamente pegaram e se vestiram. – O que traz vocês aqui para Roma?
- Bom, vai ter show e você vai né? – O Pierre se sentou no sofá se enrolando em uma coberta que tinha ali.
- Quando, onde e que horas? Você ficou de me mandar mensagem falando quando viriam e no fim esqueceu, como sempre.
- Desculpa, está tudo tão corrido, vai ser na sexta que vem às oito da noite no Onion Club.
- Sexta? Tenho que ver se dá para ir por causa do meu mestrado.
- Bom, vê e avisa por que você tem o all access.
- Ok Pierre, eu aviso.

Ficamos conversando em frente a lareira até a hora do almoço que foi quando precisei sair para encontrar o grupo do trabalho da faculdade, o lugar que marcaram foi em um parque perto de casa, então foi fácil de chegar.

- Oi gente, desculpa o atraso, acabei tendo uma visita inesperada em casa.
- Olha só! Quem era? O Marcos?
- Marcos? – Perguntei pensativa, logo lembrei que era o menino da faculdade que aparentemente está a fim de mim. – Que? Não, era um amigo meu do Canadá.
- Gente vamos focar no trabalho? – A tentou mudar o assunto e ainda bem que deu certo.
Fizemos nosso trabalho e fomos tomar um café em um Starbucks na praça mesmo, por coincidência o Pierre e o David estavam lá, assim que entramos a deu meia volta e saiu eu sem entender muito fui atrás dela enquanto as meninas foram fazer o pedido.
- O que foi? – Perguntei assim que a alcancei.
- Tem dois integrantes do Simple Plan lá dentro.
- Tá, eu vi, mas que que tem?
- Que que tem que eu sou fã. – Ela apontou para a blusa de frio que estava usando com a estampa da banda.
- Miga eles são gente você sabe disso né?
- Sei mas nunca os vi na minha vida.
- Então! Melhor oportunidade!

Grudei no braço dela e fui para dentro do Starbucks de volta, assim que entrei o Pierre me viu e acenou para mim, a na hora apertou meu braço como quem quer fugir dali, segurei a mão dela e fui em direção a eles.

- Hey guys!
- Hey ! – Os dois falaram em coro.
- Pierre, David essa é a .
- Oi! Prazer! – Eles estenderam a mão e ela sem pensar muito os cumprimentou.
- deixa te perguntar, deu ruim na reserva do hotel, será que...
- Vocês todos lá em casa!? A banda e a equipe? – Fiquei meio indignada, não cabia todos na minha casa, vi o Pierre abrindo aquele sorriso de cachorro sem dono. – Ai caralho, olha, vocês cinco a gente até dá um jeito, a equipe é o que complica a vida Pierre.
- A equipe conseguiu um lugar pra ficar, acabei de receber uma mensagem do Chady. – O David estava checando o celular.
- Bom, nesse caso vocês podem ficar lá sim. – Peguei uma chave com um chaveiro do logo da banda e entreguei para o David que eu sabia que a chance de perder era menor. – Deu sorte que fiz uma cópia da chave esses dias, só que o quarto de visitas tá com o climatizador quebrado então vão ter que dormir na sala.
- Obrigado ! – Ele me abraçou e me levantou um pouco do chão, pude sentir meu rosto corar. – Sabia que podia contar com você!
- Sempre né! Juízo até eu chegar, não destruam a casa, por favor.
- Pode deixar! – O Pierre me abraçou. – Obrigado mesmo!
- Por nada, vamos ?

Fui em direção a mesa onde estavam as meninas e me sentei vi as meninas conversando algo sobre alguém da faculdade mas eu estava perdida demais dentro da minha mente para prestar atenção. Meus pensamentos me levaram de volta para uma turnê que eu havia ido junto com a banda há uns três anos atrás, antes de eu mudar para Roma, naquela turnê eu acabei tendo um caso com o David, nunca foi nada sério e também nunca fomos além dos beijos porque sempre fomos interrompidos, parece que o destino estava querendo zoar comigo fazendo eles ficarem lá em casa.
- ? – A apoiou no meu ombro e eu assustei. – Desculpa, é que seu celular tá tocando faz tempo.
- Nossa, nem tinha ouvido, brigada. – Quando peguei o celular ele parou de tocar e constava umas três chamadas perdidas do David. – Merda.
- Tá tudo bem?
- Tá sim , é que pelo jeito a ligação era importante ou ele só está insistindo mesmo. – Olhei para as meninas. – Gente preciso ir embora, algo me diz que estão destruindo minha casa, o trabalho é para quando?
- Para quinta , e vai ter que ser apresentado estilo seminário.
- Ok, se quiserem ensaiar lá em casa amanhã. – Vi todas concordando. – Bom, tchau gente.
- , vou com você – A se levantou, pegou a bolsa e me acompanhou.
- Você vai no show na sexta?
- Óbvio que vou, você vai?
- Vou sim, podemos ir juntas.
Ficamos o caminho inteiro conversando sobre o show que iria acontecer na sexta, quando chegamos na frente da casa da me despedi dela e continuei descendo a rua, nesse pequeno percurso eu me perguntava o que estava acontecendo em casa para o David ter me ligado umas dez vezes. Entrei em casa e estava tudo silencioso então fui tomar um banho para me esquentar enquanto mandava mensagens para o David.
“O que foi? Onde vocês estão?”
“Então, eu tentei te ligar por isso, não conseguimos entrar então viemos para o hotel onde a equipe está para esperar você chegar em casa.”
“Como assim não conseguiram entrar!? A chave não funcionou?”
“Nope, você já está em casa?”
“Sim, estou terminando o banho, dá uns dez minutos e venham pra cá.”
“Ok, Ah vamos só eu e o Pierre ok?”
“Ué, tá bom.”

Sai do banho ainda estranhando a mensagem do David, me vesti e fui arrumar algum lugar para eles ficarem dei uma ajeitada na sala e deixei os sofás prontos para eles. Quando terminei de arrumar tudo a campainha tocou, abri a porta e assim como o esperado era o Pierre e o David logo eles entraram e se sentaram no sofá.
- Cadê o resto da galera?
- Então, arrumaram quarto para ficar por lá.
- Vão dividir quarto com a equipe. – O Pierre bufou. – Só que só tinham três quartos que davam para dividir.
- Então tá né, bom dei uma ajeitada nos sofás para vocês ficarem mais acomodados.
- E o quarto de visitas?
- Não vale a pena David o climatizador tá quebrado, mas se quiser ficar lá mesmo no frio você quem sabe.
- Vou dormir, estou cansado. – O Pierre estava realmente de mal humor. – Já briguei com gente demais por causa do meu cansaço, boa noite.
Em segundos o Pierre já estava roncando mas eu fiquei meio na dúvida se ele estava dormindo mesmo ou fingindo, para não incomodar ele puxei o David até o quarto para podermos conversar em paz, ele entrou e se jogou na cama arrancando o tênis logo em seguida.
- É aqui mesmo que vou dormir.
- Vai nada, esse é o meu quarto Desrosiers. – Falei me jogando do lado dele.
- Ué e qual o problema de dormirmos juntos?
- Bom, acho que nenhum mas sem gracinhas David.
- Gracinhas?
- Sim, sem direito a nenhum replay David.
- Tá bom. – Ele revirou os olhos.
Ficamos no quarto sentados conversando durante um bom tempo até pegarmos no sono, acordei no meio da noite morrendo de sede e me levantei para beber água na sala, caminhei silenciosamente até o filtro de água e enchi uma garrafa para levar para o quarto e voltei no maior silêncio que consegui, quando entrei no quarto me deparei com o David sentado na cama.
- Tá tudo bem? – Me sentei do lado dele.
- Tá sim, acordei assustado e você não estava aqui.
- Fui buscar água David não tá acostumado a dormir sozinho não? – Brinquei.- Mas assustado por que?
- Bom, seu celular estava tocando, acho que era a sua amiga do Starbucks.
Peguei meu celular e haviam umas três chamadas perdidas da , mandei uma mensagem para ela falando que eu estava dormindo e amanhã retornaria, me deitei na cama e abracei o David, o cheiro do perfume dele me trouxe várias lembranças, dentre elas o como o beijo dele era bom e o como eu estava com saudades dele.
- ? – Ele levantou meu queixo com o dedo indicador.
- Oi. – Eu o encarei.
Ele se aproximou lentamente e me beijou, foi um beijo cheio de saudades e de desejo, ele começou a beijar meu pescoço e pude sentir um arrepio subindo pela minha coluna, nossas respirações foram ficando mais pesadas, ele tirou minha camisa e jogou para o outro lado do quarto, eu arranquei a camisa dele e joguei do lado da cama, os beijos se intensificaram ele beijava cada centímetro da minha barriga enquanto eu arranhava levemente suas costas, e ali foi onde tudo aconteceu, quando acabamos eu me levantei e fui tomar banho. Quando entrei no banheiro me encarei no espelho pensando “Por que isso ainda não tinha acontecido!?” sai do banho e me sentei na cama ainda de toalha, aproveitei o tempo em que o David estava tomando banho para tentar raciocinar tudo o que aconteceu e resolvi ligar para a .
- Oi .
- o que houve que você estava me ligando desesperadamente?
- Bom, na real eu estava em choque por ter conhecido o Pierre e o David hoje mas também queria saber sobre o trabalho, que horas ai amanhã? A tá falando pro grupo inteiro as duas da tarde aí na sua casa.
- Não sei, pode ser as duas da tarde , como não combinamos deixa a decidir que é mais fácil. Nem me fale em estar em choque mana.
- Ok! Já que vai deixar a ditar as regras, então amanhã na sua casa as duas da tarde! Que foi que você aprontou ?
- Bom, acabei de finalmente transar com aquele boy canadense, lembra que te contei?
- Lembro sim! E ai? Como foi?
- Bem melhor que o esperado! Porque essa indignação de eu aceitar o horário da ?
- Que maravilha ! Ah nada, só acho estranho porque vocês vivem se desentendendo.
- Né! Bom eu vivo me desentendendo com ela porque ela insiste que eu sou super a fim do Fábio, sendo que não sou, parece até que ela é quem é a fim dele!
- Olha eu não duvido não! Escuta você conhece o Pierre e o David da onde?
-Então a história é longa. - Olhei em direção a porta e levei um susto, o David estava lá e pela expressão dele com certeza ele havia ouvido algo. – amanhã nos falamos, boa noite. – Desliguei o telefone e me virei para o David. – Há quanto tempo você está ai?
- Bom, tempo suficiente para ouvir você falar que nossa transa foi melhor que o esperado para a sua amiga.
- Ai caralho. – Senti meu rosto corar. – Bom, não falei mentiras.
- E ela sabe que sou eu?
- Não! E nem precisa saber!
- Por que? Tem vergonha por eu ser mais velho?
- Claro que não! Tenho medo porque minha amiga é sua fã.
- Ok, faz sentido. – Ele se deitou do meu lado. – Vem, vamos dormir.
Me deitei apoiando a cabeça em seu peito e abraçando ele, ali eu dormi feito um bebê até a manhã seguinte quando acordei com alguém tocando a campainha desesperadamente. Me levantei, vesti a primeira roupa que vi na minha frente e fui atender a porta.
- ! O que foi!? – Sai e fechei a porta atrás de mim.
- Menina você não sabe! Lembra o boy da faculdade que é o clone do David?
- Lembro.
- Então! Ele me chamou para sair hoje no almoço, você não vai ficar brava né?
- E por que caralhas eu ficaria?
- Bom correm boatos por aí que você é a fim dele.
-QUE? – Praticamente berrei indignada. – Eu a fim do Fábio!? Nunca, quem foi que falou isso? Foi a né?
- Na real foi sim, por que?
- Bom, ela me ouviu conversando com um amigo no telefone uma vez há mais ou menos um mês atrás e falei que eu era a fim do David, daí em diante já sabe né?
- Ela criou história, para variar. – Ela cruzou os braços. – Então admite que é a fim do Desrosiers né?
- Bom... – Fui interrompida pelo David abrindo a porta.
- Aha! Então é aí que foi parar meu casaco!? – Ele apontou para o casaco preto que eu estava usando.
- Nem vem David, esse é meu. – Quando olhei o casaco vi que de fato era dele e sorri para ele. – Bom, na verdade, acho que peguei o seu sem querer.
- Sem querer?
- Sim, ninguém mandou largar sua roupa por aí, fecha a porta David, vai acordar o Pierre.
- Tá, mas quero o casaco de volta.
- Daqui a pouco te devolvo, relaxa. – Ele entrou bufando e fechou a porta atrás dele.
- Esse é o...
- Sim , é uma longa e complexa história, vamos tomar um café?
- Ok, contanto que você me conte tudo.
Eu entrei em casa, peguei minha bolsa e fui com a para o Starbucks perto de casa, sai de casa prometendo levar café mas como o que eu precisava falar com ela talvez demorasse um pouco mais que o esperado, mandei mensagem para o David avisando que não iria dar tempo e que era para eles comerem algo de casa ou pedirem algo.


Capítulo 3 - A História

Nos sentamos em uma mesa meio distante de todos, quando terminei de me ajeitar na mesa notei que ela estava me encarando com uma expressão meio brava.
- Estou esperando . - Ela estava batendo os dedos na mesa.
- Bom, tudo começou no Canadá quando eu era criança. – Eu encarei. – Meu irmão conheceu o Pierre no colégio e se tornou melhor amigo dele.
Flashback on.
- Dani vamos! A mãe tá esperando! – Eu estava aflita, minha mãe não gostava de esperar muito quando buscava a gente no colégio.
- Será que ela se importa de eu levar um amigo para casa?
- Sei lá Dani, vai até o carro e pergunta.
Ele foi perguntar e logo voltou com um sorriso no rosto falando que ela havia deixado então fomos para casa eu, minha mãe, o Dani e o amigo dele que se chamava Pierre, como a diferença de idade minha para o Dani é de só um ano fiquei brincando com eles durante a tarde toda até a mãe do Pierre vir buscar ele, daquele dia em diante nos tornamos bem amigos.
Flashback off.
- Então quer dizer que você é amiga do Pierre desde sempre? Nunca perderam contato nem nada?
- Então , é aí quando a coisa complica, o tempo passou, ele criou a primeira banda e conheceu uma menina, que por sinal me odiava, então acabou que ficamos sem nos falar um tempo até quando levou um pé na bunda.
- Nossa!
- Pois é. – Suspirei e dei um gole no capuccino. – Eu fui uma das pessoas que super incentivou ele a continuar a fazer o que amava que era ter a banda, mesmo os pais dele e meu irmão sendo totalmente contra a idéia. Flashback On.
- , Dani, vou desistir de ter uma banda. – O Pierre estava sentado na praça onde havíamos combinado de nos encontrar.
- Que? Por que!? Você canta bem! – Falei indignada.
- deixa ele fazer o que quiser, o sonho dele é ser biólogo marinho. – O Dani estava bravo por eu insistir tanto que o Pierre continuasse o sonho dele.
- Dani! Para mano! Sabemos que isso não é verdade e que ele ama cantar e tocar.
- Isso é verdade. – O Pierre apontou para mim concordando com o que eu tinha acabado de dizer. – Quer saber? Vou tentar de novo! Criar outra banda, essa vai se chamar Simple Plan.
- Gostei do nome! Chama o David para tocar baixo e ser backing vocal, acredito que vai dar certo e vocês vão ter fama mundial.
- David?
- Sim Pierre, o vocalista e baixista que ficou no seu lugar no Reset.
- Eu nem sabia que já tinham colocado gente no meu lugar. – Ele aparentava estar triste.
- Ei não fica assim! Chama ele que ele vem. Flashback Off.
- E assim ele se convenceu a convidar o David para o Simple Plan, afinal o restante da banda já estava certo, com muita insistência o David aceitou.
- Caralho então você na verdade deu um belo empurrão para ele continuar trabalhando nisso?
- Sim. – Olhei para o capuccino e senti meu rosto corar. – Mas a história toda não acaba aí.
- Já sei, foi aí que eles ficaram famosos e você perdeu contato?
- Não eu nunca perdi totalmente o contato com o Pierre, o que aconteceu foi assim, meu irmão se mudou para o Brasil, mas antes de se mudar acabou discutindo com o Pierre e eles cortaram contato, depois disso eu me mudei para cá, mas antes de me mudar acabei fazendo uma turnê com eles. – Eu a olhei e pude perceber que ela super interessada na história toda então sorri.
- Então você continuou contato com eles mesmo seu irmão tendo brigado com o Pierre? – Ela sorriu de volta.
- Sim, mas nessa turnê foi quando minha história com o David começou. – Pude notar a expressão dela mudando na hora que terminei a frase. – Sei que a gente é amiga há um tempo mas não sabia como te contar isso.
- Bom, contando né. – Ela cruzou os braços. – Mas me fala, que história?
- Eu e o David meio que tivemos um caso naquela turnê, foram apenas beijos porque sempre que a coisa esquentava alguém interrompia a gente. – Dei outro gole no capuccino.
- Por isso falou que era a fim dele para alguém no telefone?
- Sim, esse alguém era o Pierre que estava fazendo questionário sobre isso.
- Caralho ! Sabe que eu sou a fim dele e nunca me contou nada, nem que conhecia eles!
- E eu ia te contar como? – Arqueei uma sobrancelha. – Você lá ia acreditar!?
- Ia pedir pra você provar. – Ela falou pensativa. – Mas você tem como provar, não tem?
- Ter tenho, mas as fotos não estão comigo, estão todas com a minha mãe lá no Canadá, as únicas fotos que tenho comigo são dessa turnê que falei. – Peguei o celular e comecei a mostrar as fotos.
- Bom, se eu soubesse disso tudo antes não teria criado na minha cabeça que iria ter uma chance com ele .
- me desculpa. – Encarei a mesa. – Eu realmente não sabia como te contar.
- Faz sentido, eu te desculpo .
- você não tinha um date hoje?
- Então, ele tá vindo pra cá.
Fiquei meio sem jeito de me despedir antes do Fábio chegar, afinal eu tinha certeza que a história que eu era a fim dele tinha rodado a faculdade inteira, assim que ele chegou pediu um capuccino e se sentou do nosso lado.
- Bom, vou indo antes que alguém taque fogo na minha casa, ou resolva tacar o frigobar do segundo andar só pra saber que barulho faz.
- Ok , até mais. – A deu risada e eu me virei para ir embora.
- espera. – Assim que sai da porta ouvi o Fábio me chamar.
- Que foi?
- Bom, fiquei sabendo que você é a fim de mim. – Ele falou sem graça. – E queria esclarecer isso...
- Fábio fica tranquilo, não sou a fim de você, você pode e deve sair com a , ela é uma pessoa incrível, vocês tem tudo para dar certo.
- Mas a falou...
- Eta laia, lá vamos nós de novo. – Suspirei e o encarei. – Olha Fábio, você realmente é um moço bonito que me lembra muito o David Desrosiers, mas acontece que o que a ouviu não tem nada a ver com você, tem a ver com meu passado e ela simplesmente ouviu uma conversa minha no telefone e criou um boato completamente falso.
- Bom, eu imaginei que não fosse verdade, tentei puxar assunto com você na faculdade ontem e você nem me respondeu, na verdade nem saiu do celular.
- Desculpa! Eu estava falando com a pessoa que foi o motivo dessa fofoca toda! Me desculpa mesmo Fábio!
- Tudo bem.
Me despedi dele e voltei para casa, no caminho todas as cenas daquela turnê que eu havia feito com eles estavam passando nitidamente na minha mente como se fosse um filme. Todos os beijos e conversas sobre o futuro literalmente tudo, chacoalhei a cabeça tentando afastar as lembranças mas foi meio em vão.
Flashback on.
Era um dos últimos shows daquela turnê e o David estava prestes a entrar no palco e me puxou para conversar sobre ter algo sério.
- David você sabe que isso nunca daria certo!
- E por que não?
- Eu vou me mudar para Roma.
- E por que a distância é o problema?
- Por que eu te amo e não vou conseguir ficar longe de você! Tá difícil de entender!? – Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Ele não me respondeu, apenas entrou no palco e foi fazer o show como de costume, depois do show ele agiu normalmente como se nada tivesse acontecido.
Flashback off.
Me vi parada na porta de entrada da minha casa, mas não tinha coragem de abrir porque sabia que lá dentro eu iria ter que lidar com o David, e essa última lembrança que veio a tona na minha mente não foi tão agradável, na verdade foi mais dolorosa do que agradável, então me virei e voltei o mais rápido que pude para o Starbucks, entrei e pedi um outro capuccino, assim que me entregaram eu me sentei em uma mesa meio distante de todos porém era um ponto estratégico porque eu estava enxergando a todos, eu sabia que assim que o Fábio fosse embora a iria vir falar comigo então decidi esperar isso acontecer ou esperar eu ter uma idéia de o que deveria fazer.

Capítulo 04 - Sentimentos

Eu já devia estar ali há pelo menos uma hora perdida dentro dos meus pensamentos tentando achar uma saída para o que estava acontecendo, ou se a minha mente colaborasse e me mostrasse o que aconteceu depois daquilo eu também ficaria bem feliz, meu celular apitou e eu senti meu coração pular mas fui checar a mensagem.
cadê você? Hoje a gente tem ensaio na sua casa, você combinou ontem, lembra?” Eu tinha esquecido completamente disso! Olhei o horário e elas estavam pelo menos duas horas adiantadas.
“Mas é só daqui a duas horas !”
“Não, a gente combinou as onze, inclusive você está com a vitória?”
“Sim ela está aqui comigo, já estamos indo.”

Peguei minha bolsa e fui até onde a estava sentada com o Fabio.
- temos ensaio do seminário hoje e agora.
- Caralho eu tinha esquecido! Bora. – Ela se levantou e se despediu do Fábio. – Não era só daqui a duas horas?
- Então a disse que é agora e aparentemente elas já estão na porta da minha casa.
No caminho fomos conversando do como a gostava de mandar em literalmente tudo, quando estávamos chegando, devia faltar só uns dois quarteirões minha mente trouxe à tona tudo de novo e eu acabei travando no caminho e me sentei em um banco, senti meu celular vibrar e como achei que fosse a resolvi ver.
, a casa tá em ordem eu e o Pierre fomos encontrar a banda. Te vejo de noite, beijos.”
- Que houve ! Tá tudo bem!?
- Depende do que você chama de estar tudo bem. – Falei encarando a mensagem no celular. – Não sei lidar com isso , eu de verdade não sei lidar.
- Com o que? – Ela se sentou do meu lado.
- Sentimentos, sempre fodem com tudo.
- não tô conseguindo acompanhar seu raciocínio.
- O que eu sinto pelo David não sumiu, simplesmente ficou guardado.
- E o que exatamente você sente por ele?
- você vai me odiar mas eu amo ele, na real a gente só não está junto por que eu vim fazer intercâmbio.
Ela ficou em silêncio e se levantou, eu a segui até a minha casa onde encontramos as meninas paradas na calçada.
- Tá podendo heim!? Tinha dois caras aí dentro até agora pouco. – A me deu uma empurrada de leve.
- Vamos ensaiar logo.
Eu abri a porta e elas entraram, a casa realmente estava um brinco, nem parecia que alguém havia dormido na sala. Nós ensaiamos ali mesmo na sala, o ensaio levou umas duas horas até conseguirmos fazer de acordo com o roteiro que havíamos criado, depois do ensaio fomos almoçar em um restaurante que tinha perto de casa.
- Bom, então está tudo certo para amanhã né? – Sentei na mesa e peguei o menu.
- Aparentemente sim.
- Nós seremos o primeiro grupo, não esqueçam nada heim! – A chamou o garçom e fizemos o pedido. – Que você tem ? Tá meio aérea.
- Eu? Nada.
- Ela tem amor, é isso. – A Vitória falou sem pensar.
- Vitória!
- Que? É verdade! – Ela abriu o sorriso de culpa.
- Tá apaixonada em quem ? Em um dos boys que estavam na sua casa? Ou no Fábio?
- Fábio? Tá doida? Pelo tanto que você fala dele eu acho que quem é apaixonada por ele é você .
- Então é em um dos dois que estavam na sua casa.
Eu me limitei a revirar os olhos e esperar a comida, comecei a lisar o lugar e vi que o David estava sentado sozinho em uma mesa próxima, quando meu pedido chegou peguei o prato e fui até ele deixando as meninas conversando entre elas.
- Oi estranho. – Me sentei na frente dele. – Me salva delas por favor.
- preciso falar com você, mas primeiro por que você está fugindo delas?
- Bom, elas viram você e o Pierre saindo de casa e agora tão cismadas que eu estou apaixonada por um de vocês dois. – Dei uma garfada no prato e sussurrei. – Não que seja mentira.
- . – Ele esticou a mão e pegou minha mão, aparentemente ele ouviu meu sussurro.
- David? – Engoli seco imaginando o que ele iria falar.
- O que aconteceu ontem à noite me fez lembrar de uma conversa que tivemos antes de você se mudar para cá.
- Na turnê que fiz com vocês? Aquela conversa da qual você me deixou chorando do lado do palco e subiu para tocar?
- Sim e sinto muito por não ter te respondido, ontem eu percebi que meus sentimentos ainda existem.
- Olha, não são só os seus David. – Suspirei e o encarei. – Eu também ainda tenho sentimentos por você e aparentemente vão ficar aqui para sempre.
- Olha já fazem alguns anos, nós dois amadurecemos e mudamos bastante desde então, será...
- Não sei David. – Eu o interrompi. – Meu intercâmbio tá acabando já, vamos ver como vai ser quando eu voltar ok? Mas vamos curtir o momento enquanto você está aqui.
Terminamos de comer e fui com ele encontrar o restante da banda, a tarde passou tranquila e rápida parecia que eu havia voltado no tempo, ficar ali com eles jogando conversa fora e vendo as brincadeiras bobas deles eu havia me esquecido o como eu me divertia com eles, quando me dei conta já eram quase onze da noite e eu tinha que ir para casa. Me despedi deles e fui para casa dormir afinal eu tenho um seminário para apresentar, o David e o Pierre foram para casa comigo já que estavam dormindo lá.
- David, sem gracinha hoje, tenho que dormir porque amanhã tenho um seminário para apresentar as nove da manhã. – Falei assim que abri a porta do banheiro.
- Por mim tudo bem, também estou cansado, vem vamos dormir.
Deitei na cama e logo ele me abraçou minha mente voltou na conversa que tínhamos tido na turnê que fiz com eles e logo em seguida pulou para a conversa daquela tarde, meus pensamentos estavam a milhão e acabei nem dormindo direito, eu pulei da cama com o meu despertador que tocou as sete e meia da manhã, tomei um café rápido e fui para a faculdade no caminho encontrei a visivelmente aflita me esperando na esquina de casa, bufei e fui em direção a ela.
- Bom dia. – Falei seca e continuei caminhando.
- Bom dia , me desculpa por ontem, eu estava com ciúmes besta até porque não tenho nada com ele, sou só fã. – Ela andou apressada ao meu lado. – Falei totalmente sem pensar! Me desculpa!
- Eu tenho coração mole . – Parei e a encarei brava. – Lógico que te desculpo, só não fala mais nada ok?
- Juro que não continuei falando depois que você saiu da mesa e prometo não falar mais nada.
- Ainda vai querer companhia no show?
- Lógico!
Eu sorri para ela e fomos em direção a faculdade comentando sobre como seria incrível o show deles, entramos na faculdade e encontramos as meninas do lado de fora da sala de aula, nós repassamos rapidamente a fala de cada uma e entramos na sala. A apresentação do trabalho foi rápida e para nossa sorte o professor já deu a nota ali mesmo, vimos as outras apresentações e eu e a fomos para casa.
- , não surta
- Por que?
- Bom, ele tá aqui em casa e bom... – Respirei fundo e senti meu rosto corar.
- Vocês estão juntos? – Ela falou empolgada.
- Sim... – Fiquei surpresa com a reação positiva dela. – Na real estamos meio que vendo no que vai dar, entende?
- Claro que entendo, estou nessa com o Fábio, não te contei?
- Não, acho que o seu ciúme do David te impediu. – Falei irônica e notei que ela ficou sem graça. – Mas relaxa, vamos tomar um sorvete e você me conta tudo.
- Ok. – Vi ela encarando alguém atrás de mim e me virei.
- Oi David, tá saindo já?
- Sim, tem ensaio daqui a pouco.
- Ok, e o Pierre?
- A noiva? Ainda tá tomando banho. – Ele falou irritado.
- Brigaram de novo?
- Quando não, né. – Ele bufou.
-Hot Baguetes never die não é mesmo? – Dei risada e ele me lançou um olhar irritado.
Ele me deu um selinho e foi em direção ao lugar que iriam ensaiar, entrei em casa com a e fomos pegar sorvete, nos servimos e sentamos na mesa da cozinha para conversar.
- Desrosiers! – O Pierre entrou na cozinha sem camisa só com uma toalha amarrada na cintura.
- Bouvier! Isso são modos? Tem visita em casa!
- Desculpa, cadê aquele maldito?
- Foi para o ensaio.
- Ele tá usando a camiseta que eu separei para usar.
- Você separou uma camisa de zebra pra usar?
- Não.
- Então ele não tá usando a sua camiseta, dá pra você vestir alguma coisa pelo amor!?
Foi quando ele se deu conta que a Vitória estava ali e saiu da cozinha, eu me sentei na mesa e voltei minha atenção ao pote de sorvete que já estava começando a derreter.
- Vi?
- Oi? Desculpa estava perdida nos meus pensamentos.
- Pensamentos ou se perdeu na visão que teve do Pierre? Porque olha não dá pra negar né. – Ela ficou vermelha e eu caí na gargalhada.
- Como você não ficou vermelha?
- Convivência é uma merda né para mim ele andar por aí de toalha é comum.
- O show é hoje né?
- Sim e espero ver vocês lá. – O Pierre entrou na cozinha e pegou um copo de água. – seu crachá tá na mesa. – Ele me deu um beijo na testa. – Se cuida, até de noite, Tchau Vitória até de noite.
- Tchau Pierre, até de noite, se cuida também.
Ficamos conversando sobre o David e o Fábio até o meio da tarde, quando a Vitória foi para a casa dela tomar um banho e eu aproveitei para ir me arrumar para o show também, tomei um longo banho e me vesti, coloquei a camiseta da tour do no pads que eu havia acompanhado eles peguei meu crachá, uma garrafa de água e fiz um lanche para comer antes de ir. Eu estava comendo calmamente quando a Vitória chegou tocando insistentemente a campainha.
- Calma criatura. – Abri a porta e me deparei com a , a , o Fábio e um outro moço, olhei para a confusa. – Não sabia que ia tanta gente assim.
- Esqueci de avisar, foi mal...
- Tá esquecida esses dias heim!? – Dei risada. - Vocês todos comeram algo antes do show?
- Vou esperar para comer no pizza – A falou nitidamente ansiosa.
- Vou só pegar a bolsa e nós vamos.
- Porque não me avisou que ela ia? Eu chamava mais uma amigo – Ouvi o Fábio falar lá fora.
- Não precisa Fábio, o boy dela tá lá.
- Fora que estou indo pro show para curtir e não pegar alguém. – Falei completando a frase da enquanto conferia se peguei tudo. – Merda esqueci meu ingresso, perai. – Corri até a mês e achei só um bilhete do Pierre escrito “Te trollei, o all acces tá com o Chady pega lá.” Bufei e sai com o papel na mão. – Bora?
Todos concordaram, entramos no carro que pelo jeito era do Fábio e fomos para o lugar que seria o show, chegando lá a fila estava gigantesca mas como todos nós tínhamos o pizza fomos para a entrada lateral, ficamos ali esperando algum sinal de alguém da equipe. Mais ou menos meia hora de fila o Chady saiu para conferir os nomes e dar as pulseiras.
- RG? – Ele me falou sem nem me olhar.
- Oi Chady. – Mostrei o bilhete do Pierre.
- Você chegou! – Ele me abraçou e me entregou o crachá. – Não aguento mais os mimimis do David, me ajuda?
- Ele só está nervoso, relaxa. – Soltei o abraço, peguei o crachá entreguei um pequeno pacote que tinha um chaveiro dentro. – Vejo ele depois do show, entrega isso para ele por favor.
- Ok.
Ele foi conferir o restante das pessoas, assim que ele entregou a pulseira para a vi os olhos dela encherem de lágrimas e sorri para ela.
- Não sabia que você é tão fã assim !
- Gosto da banda há anos, esse é meu primeiro show.
- Primeiro de muitos, pode ter certeza.
- Assim espero! Acho que o amigo do Fábio não tem o pizza. – Ela estava olhando para ele conversando com o Chady. – Será que ele vai ter que ir para outra fila?
- Provavelmente. – Parei observando a conversa deles e vi o Chady colocando a pulseira na mão dele. – Ou não, pelo jeito deu tudo certo.
- Que bom, não estava a fim de ficar com a galera separada, depois é difícil de se encontrar. – Ela me olhou e notou o crachá. – Tá podendo heim!? Cadê seu boy?
- Vish, vou encontrar ele lá dentro que é mais fácil. – Dei risada do comentário do crachá.
- Tava aflito a toa – o amigo do Fábio falou atrás da gente.
- Aflito por que? E como é seu nome mesmo?
- Porque eu comprei o pizza ontem de última hora, meu nome é Manuel o seu é né?
- Relaxa que deu tudo certo, sim prazer.
- Você é a menina da foto que o David postou ontem?
- Que foto? – Abri o Instagram torcendo para ele estar errado, mas minha torcida não valeu de nada, o David tinha postado duas fotos de nós dois, uma de anos atrás e uma que tiramos na cama, olhei a legenda e estava escrito “It must be true love.” Senti meu rosto corar e sorri inconscientemente. – Sim sou eu.
- Que foto? – A chegou perto e olhou para o meu celular. – Hmmm então ele é o boy que você vai encontrar lá dentro?
- Talvez. – Falei pensativa.
A Vitória e o Fábio chegaram e eles ficaram conversando enquanto me perdi nos meus pensamentos, eu realmente estava na dúvida se eu iria querer levar aquilo pra frente, resolvi dar uma volta enquanto pensava nisso, caminhei sem nem prestar atenção onde estava indo, quando me dei conta eu estava com a mão na maçaneta da porta do camarim. Tirei a mão de lá lentamente para não fazer barulho e eles não abrirem a porta, senti minhas pernas tremerem então dei uns passos para trás e me sentei no chão, senti minhas mãos suando e borboletas no meu estômago.
- Porra nem parece que você conhece eles. - Falei baixinho para mim mesma.
- ? O que você tá fazendo aí sentada? – Ouvi uma voz conhecida e olhei para cima, vi o Jeff me encarando confuso. – Vem para o camarim.
- Não consigo. – Falei mas quase não saiu som da minha boca.
- Que? – Ele abaixou na minha frente.
- Não consigo. – Repeti um pouco mais alto.
- Por que?
- Boa pergunta, acho que deve ser por causa do David, junto com as lembranças do passado.
- Deixa isso para lá, sei que é difícil mas você é uma das únicas pessoas que somos amigos por aqui. Respirei fundo e me levantei, segui o Jeff para dentro do camarim quando entrei me dei conta do quanto eu sentia falta daquilo tudo, de estar ali com eles naquela tensão pré show, da energia gostosa que fluía ali dentro do camarim, me senti tão a vontade que cumprimentei eles e me joguei no sofá.
Vi que o Pierre estava fazendo treino de voz e fui acompanhar ele como eu fazia antigamente, ele começou a cantar Jet Lag e eu comecei a acompanhar ele, no primeiro refrão que eu cantei vi a cara de surpreso dele, quando terminamos a música ele me encarou chocado.
- Que foi Bouvier? Parece que nunca me viu cantar!
- Você tá cantando absurdamente bem!
- Bom, eu faço parte do clube de canto da faculdade. – Dei de ombros – Talvez por isso minha voz esteja melhor.
- Canta comigo no show?
- Na frente da galera toda? Sei não heim.
- Pensa e me avisa por mensagem, se quiser peço pro segurança te tirar da platéia.
- Aí caralho, ok vou pensar, vou voltar pra fila.
Me despedi deles e sai do camarim com a cabeça a mil eu nunca tinha subido em um palco para cantar! E agora o Pierre quer que eu cantei com ele na frente de uma platéia de casa cheia! Fui tirada dos meus pensamentos pelo David abrindo a porta do camarim.
- ? Tá tudo bem?
- Olha, o bem é relativo. – Eu estava visivelmente nervosa. - Nunca subi em um palco para cantar.
- Sabe que se não quiser ele vai entender né?
- Sei mas o problema é que a vontade existe, só que o nervoso e o medo de estragar a música de vocês é maior.
- Se você quiser canta sim, vai ser divertido, te prometo que as luzes do palco não deixam ver todo mundo.
- Vou pensar Dave.
- Ok. – Ele me abraçou e me deu um selinho. – Volta para a fila que logo logo vão abrir os portões.
- David?
- Oi – Ele me encarou.
- Promete que não vai acontecer aquilo de novo?
- Prometo. – Ele me abraçou mais forte. – Isso é sinal de que você quer ficar comigo de vez?
- Sim. – Senti meu rosto corar e vi que ele também estava vermelho. – Mas conversamos depois do show sobre, é melhor.
- Ok!
Dei um selinho nele e fui em direção a fila, no caminho em um surto de coragem mandei mensagem para o Pierre.
“Olha, eu quero cantar com você no palco mas não me julgue se eu ficar mega nervosa.”
“Vai ser incrível! Sobre o nervosismo fica tranquila!”

Eu sorri vendo a mensagem e sai da casa de show, encontrei a galera na fila e me sentei no chão com eles.
- Foi ver o boy né? – A se sentou do meu lado, pela primeira vez em quase dois anos ela estava agradável.
- Sim – Falei sentindo meu rosto corar novamente.
- Sabe que horas abre o portão?
- Segundo eles daqui a uma meia hora.
- Mano eu estou muito ansiosa! Como você fica tão tranquila?
- Quando se conhece eles há anos é assim que você fica antes de um show.
- Eu nunca nem os vi na vida, será que eles vão ser tudo que eu espero?
- Olha . – Me virei e a encarei. – Não cria expectativas fora do normal, não coloca eles em um pedestal, eles são gente que nem a gente, com certeza absoluta eles vão ser mega simpáticos, tirar fotos e dar autógrafos, quem é seu favorito?
- O Pierre.
- O Ogro? – Dei risada pensando que se ele ouvisse eu com certeza iria levar um empurrão. - Bom pelo que vi ele está de bom humor então hoje é um bom dia para falar com ele.
- Ogro por que? – Ela parecia irritada por eu falar assim do Pierre.
- Bom na verdade ele é prático, não repete pessoas que já falaram com ele e vai por mim que ele sabe quem falou e quem não falou, a parte ogra dele é mais na vida fora dos holofotes.
- Como se você conhecesse. – Ela falou meio arrogante e ali eu vi a cesca) que eu convivi há quase dois anos.
Dei risada e me levantei já me ajeitando para entrar na casa, o Chady apareceu na porta para liberar a fila, senti minhas mãos suarem quando a fila começou a andar, eu estava bem nervosa e não era a toa, era o primeiro show que eu ia depois de anos e principalmente depois dele ter feito aquela cagada comigo. A única coisa que consigo pensar agora encarando esse palco montado é que eu espero que ele não faça aquilo de novo.


Capítulo 05 - O Show

O Show Quando entramos corremos para conseguir ficar na grade eu, a - Moço, será que você pode tirar foto do setlist pra mim? – Entreguei o celular com a câmera aberta. – Por favor?
- Claro! – Ele tirou a foto e me entregou o celular.
- Pra que - - Tá sim. – Respirei fundo. – Avisa ele onde eu estou.
- Ok! Vamos te tirar daqui um pouco antes para você se preparar.
- Ok.
Vi as luzes se apagando para o show começar e voltei minha atenção para o palco, entrou um por um e assumiram seus lugares o show começou e estava incrível, eu realmente senti falta de estar aqui assistindo eles, um pouco antes da música o segurança veio me chamar junto com o Chady, me ajudaram a sair dali e me levaram para o camarim onde coloquei o ponto de retorno e me entregaram um microfone, o Chady me acompanhou até a entrada do palco e eu fiquei esperando o Pierre me chamar.
- Bom, para essa música eu vou chamar uma amiga para cantar comigo – Ele começou a falar. – Uma amiga de infância que que é uma pessoa muito especial para mim, sem ela bem provável que eu não estaria aqui hoje e ela resolveu vir no show hoje! document.write(Fran) - Oi gente! – Abracei o Pierre. – Bora?
- Claro!
O Jeff puxou o começo da música e logo todos seguiram ele, eu estava nervosa até começar a cantar enquanto cantava senti a tranquilidade tomar conta de mim e vi que tudo fluiu naturalmente, perto do final da música meu microfone começou a parar de funcionar, corri até o microfone do David e continuei cantando ali dividindo o microfone com ele, lógico que desconfiei que aquilo tinha sido de propósito mas terminei a música ali, quando acabou abracei eles e tiramos uma foto em cima do palco afinal era necessário eternizar aquele momento. Saí do palco e terminei de ver o show ali do canto, quando acabou fui com eles para o camarim.
- Olha vocês tem que arrumar esse microfone, por mais que eu ache que foi de propósito.
- Também acho – O David falou enquanto pegava um doce na mesa.
- Foi nada. – O Pierre fez uma cara de culpado.
- Porra Bouvier. – Eu e o David falamos em coro.
- Bom, encontro vocês no Pizza. – Disse me despedindo deles e sai do camarim. – Chady onde vai ser o pizza?
- Na frente do palco mesmo.
- Ok, obrigada!
Fui para onde o Chady tinha dito e me deparei com a multidão saindo, esperei no canto do palco até todos saírem e fui encontrar a galera, elas estavam sentadas no chão enquanto os meninos tinham ido buscar algo para beber.
- Oi gente.
- Oi - Eu podia mas preferi voltar, escuta o que aconteceu que você ficou tão seca assim?
- Nada.
- Bom. – o Fábio falou vindo na nossa direção. – Ela tá com inveja por que você subiu no palco e ela não.
- Fábio! Falei pra você não falar nada!
- Ah então é isso? – Dei risada. – Bom, relaxa que jaja eles tão aqui.
- Você é mesmo amiga de infância do Pierre? – Uma menina chegou perguntando.
- Sim, por que?
- Nossa deve ter sido incrível crescer com ele! – Ela estava visivelmente nervosa.
- Foi e não foi, você não é daqui né?
- Não, sou do Brasil, tá tão na cara assim?
- Olha um pouco.
- Você sabe se eles realmente usam os presentes que a gente dá?
- Bom, acho que sim, faz tempo que não falo sobre isso com eles, eu tinha perdido contato com eles até um ano atrás.
- Porque? – A - Situações da vida, acontece. – Falei meio seca. – Não gosto de falar disso. – Olhei para trás e eles estavam vindo, o Pierre estava junto com a Lennon e o Chuck junto com o London. – Olha eles estão vindo.
- Tia quanto tempo! – A Lennon falou correndo na minha direção e me abraçou.
- Lennon! – Abracei de volta. – Culpa do seu pai de você não ter me visto antes, falei para vocês virem para cá passar um tempo.
- Depois cobro ele. – Ela deu risada. – Onde estão as pizzas?
- Vem vamos comer.
Fui com ela até onde estavam as pizzas e ficamos sentadas comendo enquanto eles conversavam com os fãs, logo o London se juntou a nós duas, fazia realmente um bom tempo que eu não via os dois. O pizza foi indo e próximo do final vejo o David conversando com a menina brasileira mas ele estava meio incomodado com alguma coisa me levantei e fui até lá.
- Hey Dave! Tá tudo bem?
- Tá sim – Ele me lançou aquele olhar de pedido de ajuda.
- Miga ficou sabendo que ele está namorando? – Vi a expressão de choque no rosto dele e suas bochechas levemente rosadas.
- Eu vi! Era isso que eu estava perguntando, se a foto do Instagram é a namorada dele.
- É sim! Nós começamos a namorar faz uma sem - Eu te venero - document.write(Fran) - Fica por perto por favor.
- Ok – Falei confusa e esperei ao lado do Pierre até ela terminar de falar com ele. – Que houve?
- Não vou conseguir sozinha.
Sorri para ela e a acompanhei para falar com os meninos, quando ela chegou no David fui eu quem travei, senti borboletas no estômago e minhas pernas bambearam.
- document.write(Vih) - Meninas o que aconteceu que eles tão lá na frente?
- Nada, quiseram ir antes para ir buscar o carro.
- Então tá né.
- - Hm, pode ser, posso chamar o boy?
- Claro! Se ele quiser levar os amigos também! – A - Vou ver com eles, vocês vão na frente que assim falo com eles ok?
- Ok!
Chegou nossa vez e elas foram na frente como havíamos combinado, chamei eles para ir ao bar com a gente e eles ficaram empolgados com a idéia então combinamos que eu enviaria o endereço por mensagem para eles, assim eles poderiam ir para o hotel tomar um banho. Fui com as meninas para o carro e o Fábio foi dirigindo até o bar, chegamos lá e eu mandei a localização para o David.


Capítulo 06 - Final do Mestrado

No dia seguinte do bar acordei meio lesada ainda de tudo o que havia bebido, olhei para o lado e vi o David dormindo tranquilamente me levantei e fui ao banheiro, ali fiquei me encarando no espelho durante um tempo, eu sabia de todos os problemas que o David tinha, sabia que ele sempre fugia de todos os tipos de relacionamento assim como sabia que se eu ficasse com ele iria vir de como uma legião de astronauts me odiando, ou me adorando que nem foi com a Lachelle, Jacque e as outras meninas. Realmente vale a pena encarar tudo isso para estar com ele? Bom, a questão maior é que o meu sentimento por ele nunca foi embora né e com certeza não vai ir embora tão cedo o que vem junto é só consequências. Escovei meus dentes e sai do banheiro em direção a cozinha, passei pela sala e até assustei com tanta gente dormindo ali, no final a banda inteira havia ido pra lá, fiz café e panquecas para todos e assim que ficaram prontas chamei eles.

- GALERA VAMO LEVANTAR QUE EU TENHO AULA HOJE!
- CARALHO ANA – O Pierre levantou furioso.
- Bom dia flor do dia, tem café e panquecas prontas.
- Aula? Aula de que? Hoje é sábado!
- Aula de canto Bouvier. – Ele me olhou com um misto de fúria e curiosidade.
- No caso o coral da faculdade?
- Não, eu faço aula separado disso também, você sabe que sempre amei cantar.
- Hmm... – Ele sorriu como quem quer algo. – Posso ir?
- Tá, mas promete não opinar. – Revirei os olhos. – Ó, saio daqui meia hora então esteja pronto tá?
- Sempre fico pronto no horário.
- Aham tá bom. – Falei irônica e dei risada.
- Bom e você e o David? – Ele aproveitou que ninguém levantou.
- Ah Bouvier, meu mestrado finalmente tá acabando, vamos ver como vai ser, não sei se tenho saco pra ter uma legião mundial de astronauts comentando de mim sabe.
- E como sei. – Ele suspirou. – Pelo que parece as minhas fãs odeiam a Lach.
- Olha isso é real, não é impressão sua não, mas é só porque elas queriam ser ela sabe?
- Mal sabem elas...
- O que? Que te aguentar é difícil? Isso elas realmente não sabem.
- ANA! – Ele exclamou bravo. – Não sou tão difícil assim de lidar!
- Imagina! É só o Stich, se te irritarem você vira um monstrinho fofo. – Dei risada. – Bora?
- Não posso discordar disso. – Ele riu. – Bora.

Saímos deixando todos lá em casa, o caminho até a aula era meio longo tivemos tempo de conversar sobre o show e sobre a turnê, quando chegamos na escola de canto entramos direto para a sala onde eu tinha aula.

- Bom dia Manuel.
- Bom dia , vejo que você trouxe um amigo.
- Sim, Pierre este é Manuel meu professor.
- Prazer. – O Pierre estendeu a mão e o Manuel retribuiu o gesto.
– Vou ficar quietinho, prometo. – Ele se sentou em uma cadeira em um canto. - Imagina! Vem participar também! – O Manuel falou fazendo menção para o Pierre ficar de pé novamente.
- Ok!
- Qual vai ser a música de hoje?
- Bom, você escolhe Manuel.
- Então vamos aproveitar que hoje temos uma voz masculina e vamos cantar I Dream About You do Simple Plan.
- Mas... – O Pierre falou baixinho e eu cutuquei ele.
- Ele não te reconheceu, melhor assim. – Sussurrei pra ele.
- Pierre você faz a voz masculina, no caso a sua própria parte, você faz a parte da Juliet Simms. – Ele me encarou e deu risada. – Achou mesmo que eu não iria o reconhecer ? Só estou sendo profissional, depois da aula eu surto.
- Surta? – O Pierre estava nitidamente preocupado.
- Surto pedindo uma foto e um autógrafo – Ele sorriu. – Fica tranquilo Bouvier, posso ser brasileiro mas não sou histérico.

O Pierre sorriu e começamos a aula, foi incrível cantar novamente com o Pierre apesar de não ser uma das minhas músicas favoritas a nossa dinâmica enquanto cantamos é muito boa, quando acabou a música o Manuel me passou mais umas três músicas para cantar e foi me corrigindo conforme eu errava a entonação, quando a aula acabou o Pierre deu o autógrafo e tirou foto com o Manuel, fomos de lá para uma lanchonete que ficava perto para comprarmos um lanche.

- você já pensou em gravar alguma música sua? – Ele deu uma mordida no lanche.
- Sendo muito sincera não, acho que não daria certo.
- Bom, o Jeff é empresário, você sabe né?
- Sim.
- Ele me pediu para te perguntar se você gostaria de lançar um cd solo porque ele tá a fim de te ajudar.
- Vou considerar o caso.

Ele sorriu e voltamos para casa quando chegamos o Jeff já tinha feito o almoço então nós nos sentamos para comer, o que por sinal estava uma delícia, depois do almoço me despedi deles e eles foram embora, tinham um show para fazer naquela noite em Paris então não podiam ficar mais. Eu voltei a focar no final do meu mestrado os dois meses que faltavam finalmente passaram junto com o mestrado eu terminei minhas aulas de canto, peguei meu diploma e voltei para o Canadá não queria perder mais tempo e ficar longe do David, desembarquei no aeroporto de Montreal e ele estava me esperando para me levar para casa.

- Hey! Achei que você não viria.
- Porque achou isso?
- Bom, ficamos sem nos falar durante um tempo...
- Isso não importa, afinal eu falei que iria esperar.
- Ah David. – Sorri e dei um selinho nele.


07 - De volta para casa

Saímos do aeroporto e ele me levou para um restaurante para almoçarmos e conversamos um pouco.

- Vai voltar para a casa dos seus pais ?
- Temporariamente sim David, ainda não encontrei um lugar para ficar.
- Bom, se você quiser pode ficar lá em casa...
- Não sei, será que fazer isso não é querer dar um passo a mais?
- Não vejo assim, mas você quem sabe. – Ele sorriu. – Mas te levo para a casa dos seus pais depois daqui.
- Obrigada David. – Sorri de volta. – Bom, e como estão as coisas? Faz tempo que não conversamos direito.
- Vamos gravar um novo CD depois das festas, aí vou ter que ir para os estados unidos né, a gravadora é lá, e você?
- Bom, eu gravei umas demos que nem o Pierre sugeriu, vou encaminhar para as gravadoras, vamos ver no que dá.
- Vamos comigo depois das festas? Ai aproveita para enviar para as gravadoras de lá!
- Acho que é válido.

Terminamos de comer e ele me levou até a casa dos meus pais, ele estava tão empolgado com a idéia de eu ir com ele para o estados unidos enquanto eles gravavam que preferi nem comentar que eu já havia sido aceita pela gravadora deles, deixei como surpresa mesmo. Cheguei em casa e me deparei com a cena de sempre, meus pais sentados na sala assistindo televisão, eu os cumprimentei e subi para deixar minhas malas, quando entrei no meu quarto deixei as malas no pé da cama que ainda estava com o cobertor cor de rosa que eu havia deixado, estava tudo exatamente como quando eu saí, me sentei na cama e resolvi mandar mensagem para o Pierre.



Hey, acabei de chegar na casa dos meus pais, sei que é fim de ano e provavelmente você vai vir visitar seus pais.
Quando estiver por aqui me dá um toque, tô com saudades.

Pierre

Hey! Quanto tempo!
Na verdade eu já estou aqui com a minhas filhas, a Lachelle chega no final de semana!



Quer ir tomar um café mais tarde?
Tenho novidades importantes para te contar.

Pierre

Fechou!
Quando quiser ir é só bater aqui em casa.


Sorri olhando para o celular e desci para conversar com meus pais.

- Mãe, Pai, preciso falar com vocês.
- Diga filha – Os dois se ajeitaram no sofá.
- Bom, a primeira coisa é que eu estou namorando com o David amigo do Pierre, lembram dele?
- Sim – Minha mãe respondeu meio seca.
- Ele melhorou mãe, te juro. – Eu a olhei e ela sorriu. – A segunda coisa é que depois das festas de fim de ano vou ir até os estados unidos, vocês lembram que eu sempre quis ser cantora e por isso eu apoiava tanto o Pierre?
- Claro que lembro filha! Temos gravações de você cantando até hoje! Já conseguiu alguma gravadora? – Meu pai se ajeitou no sofá aparentemente super empolgado.
- Então Pai, consegui sim, por coincidência é a mesma da banda do Pierre.
- Ah então está em boas mãos! – Eles sorriram e me abraçaram. – O importante é você estar feliz filha.

Abracei eles de volta e fui até a casa do Pierre, fui recebida pela mãe dele que estava bem sorridente, mais até que o normal, logo ele saiu e fomos dar uma volta na praça que tinha ali perto de casa, no caminho compramos um café no Starbucks, quando chegamos na praça nos sentamos em um banco que por coincidência era o mesmo de quando o Pierre falou que iria desistir da banda.

- Pierre... – Falei séria.
- O que aconteceu? – Ele parecia preocupado.
- Bom, você deve estar sabendo que eu e o David...
- Estão juntos? – Ele me interrompeu e eu concordei com a cabeça. – Bom, o mundo já sabe !
- Que?
- Ele postou algumas fotos com você no insta e nossos fãs deduziram que vocês estavam juntos.
- Hm. Tá, a outra coisa é que eu mandei uma demo para a gravadora de vocês dos estados unidos.
- E ai?
- Ai que fui aceita e tenho que ir pra lá depois das festas de final de ano! Ainda não contei para o David, ele ficou tão empolgado com a idéia de eu ir para lá com ele depois das festas porque vocês vão gravar que ainda não tive a oportunidade.
- Falou o que ? – O David apareceu atrás da gente.
- David, eu mandei uma demo minha para a mesma gravadora de vocês – Eu o encarei e ele estava nitidamente empolgado. – Fui aceita!
- Que ótima notícia! – Ele me abraçou e abraçou o Pierre ao mesmo tempo. – Vamos todos juntos para o EUA então!
- Sim! – Sorri e retribui o abraço.
- Gente, eu vou indo que tenho que encontrar meus pais. – O Pierre se levantou e se despediu da gente, o David tomou o lugar que ele estava se sentando ao meu lado.
- Bom, contou para seus pais sobre a gente?
- Lógico que sim David.
- E aí?
- Bom, minha mãe ficou meio receosa, mas já imaginávamos que isso iria acontecer né, meu pai só me perguntou se eu estava feliz com você, respondi que sim e ficou tudo bem.
- A reação da sua mãe eu já imaginava, quando você foi fazer intercâmbio depois daquilo tudo ela me mandou mensagem falando para eu manter distância de você.
- Sério? – Dei risada.
- Sim! Tenho ela guardada até hoje, quer ver?
- Obviamente né.

Ele me entregou o celular e eu comecei a rir assim que comecei a ler

“David Phillipe Desrosiers.
Venho te falar que por bem da sanidade mental da minha filha e bem do seu rosto famoso é bom você se manter longe dela.”


Eu comecei a rir mais ainda com a parte do “rosto famoso” entreguei o celular ainda rindo pra ele.

- Minha mãe é inacreditável cara.
-Por que? – O Pierre parecia confuso, peguei o celular do David e entreguei para ele ler a mensagem também, logo começou a rir. – Realmente ela é inacreditável, pra não te chingar de nada ela falou rosto famoso.

Ficamos horas a fio conversando sentados naquele banco até que me dei conta que logo iríamos para os Estados Unidos então eu tinha que comprar algumas roupas e providenciar meu visto, dei tchau para eles e fui as compras como eu havia passado um bom tempo na Itália eu não precisava de roupas de frio mas sim de calor, depois de compras feitas fui até o consulado americano pegar o visto que por sinal era fácil já que sou cidadã canadense, tudo isso demorou cerca de três horas voltei para casa para jantar com meus pais naquela noite, o assunto principal foi sobre a minha futura carreira e como aquilo iria ser difícil mas eu iria colocar todas as minhas forças naquilo.
As semanas se passaram e chegou o momento se ir para os Estados Unidos para gravar meu cd de lançamento, eu estava super ansiosa e animada para aquilo, meus pais me levaram até o aeroporto onde eu me despedi deles e fui para a sala de embarque, ali encontrei o David e o Pierre sentados aguardando o avião.

- Pelo jeito vamos todos juntos. – Me sentei ao lado deles sorrindo.
- E aí tá ansiosa?
- Muito mas mais nervosa que ansiosa.
- Fica tranquila que vai dar tudo certo tô baby.
- Assim espero...
Finalmente nosso vôo foi anunciado e pudemos entrar no avião, me sentei mas nem consegui relaxar direito porque minha cabeça estava a mil sobre o como seria minha vida dali para frente, o vôo foi rápido e quando desembarquei senti borboletas no meu estômago não só pela gravação mas também por ter um dia a dia com o David.


08 - Estados Unidos, o início de uma nova vida.

Quando finalmente desembarcamos em solo estadunidense admito que eu não tinha pensado sobre onde eu iria ficar no tempo da gravação do cd, comentei com o David e ele falou que já havia pensado nisso e me convidou para ficar no apartamento que ele tinha alugado, logicamente aceitei a idéia afinal era melhor do que aguentar a Lachelle. Fomos até o apartamento de uber e logo nos instalamos admito que eu estava extremamente ansiosa pelo começo das gravações que seriam no dia seguinte, o David em uma tentativa de me distrair daquilo tudo me levou para jantar em um restaurante próximo ao central park.

- Está muito ansiosa?
- Sim, mais nervosa que ansiosa.
- É normal, com o tempo você vai se acostumar. – Ele pegou minha mão e a acariciou.
- Na verdade não é só por isso o meu nervosismo.
- É pelo que?
- Tudo David, a gente morando juntos, os cds sendo gravados na mesma gravadora, to com receio de conviver com você vinte e quatro horas por dia de novo, medo de dar merda sabe?
- , já conversamos sobre isso, te prometo que vai ser tranquilo e leve como deveria ter sido da primeira vez.
- Eu sei e acredito na sua promessa amor mas acontece que o medo é real e ele está bem presente, parece que estamos dando um passo maior que o esperado sabe?
- Sei, mas você vai ver, vai dar tudo certo. – Ele sorriu e me olhou, ah aquele sorriso.

Voltei a atenção para a comida que o garçom tinha acabado de colocar na mesa, tentei afastar todos os pensamentos que insistiam em aparecer na minha mente depois de comermos fomos dar uma volta no central park, estava tudo muito bonito as árvores cheias de folhas, pessoas passeando com seus pets, definitivamente aquele lugar me trazia a paz que eu precisava e provavelmente eu iria voltar lá nos meus momentos tensos para relaxar.
Voltamos para casa e acabamos dormindo cedo já que no dia seguinte pela manhã iriamos ter que ir para o estúdio, no dia seguinte eu acordei meio atrasada então me arrumei o mais rápido possível e fui com o David para o estúdio, chegando lá senti borboletas no meu estômago por causa da ansiedade que eu estava, eu não fazia idéia de como seria dali para frente, quando entrei encontrei um produtor que me chamou para conversar sobre o cd.

- você tem uma voz incrível e gostaria de saber qual estilo de música você quer cantar.
- Bom, gostaria de ficar no mundo do rock, talvez alguns toques de pop.
- Bom, pensei em você ser “A nova Avril Lavigne” o que acha?
- Na realidade gostaria de não ser comparada, só quero fazer minhas músicas.
- Tá certo. – O moço sorriu divertido. – Tenho aqui algumas músicas que foram escritas pelo Chuck Comeau, gostaria de tentar?
- Claro!

Ele sorriu e me levou até um estúdio, me deu cerca de uma hora para ler a música em seguida me deu um tom para cantar a música era muito bonita e nitidamente escrita para a esposa do Chuck, depois que cantei e regravei alguns trechos fui ouvir o resultado e eu simplesmente tinha amado.

- Bom, eu gostei – o produtor falou. – A propósito meu nome é Gabriel, podem me chamar de Gabe.
- Prazer Gabe, eu também gostei.
- Perfeito, você realmente se encaixa no estilo pop punk, você tem alguma música escrita?
- Sim. – Peguei da mochila um caderno de trinta matérias completo com músicas. – Inclusive tenho muitas.
- Ótimo, escolhe algumas e vamos gravar.
- Tem uma que eu gostaria de gravar porém escrevi pensando em ter participação especial, será que tem problema lançar no primeiro cd?
- Claro que não, é muito bom ter parcerias, com quem seria?
- Bom, com o David Desrosiers.
- Por que não com o Pierre Bouvier que é o vocalista?
- Por que a voz do David é um pouco mais grave.
- Certo, vou chamar ele e vamos ver se ele aceita.
- Ok. – Me sentei em uma cadeira encarando a letra, aquela música eu havia escrito para ele mas ninguém precisava saber, logo o Gabe voltou com o David nitidamente confuso, quando ele entrou e me viu ficou surpreso e sorriu.
- Por que não falou que era com ela?
- Teria diferença? – O Gabe o encarou.
- Sim, eu não teria feito tantas perguntas. – Ele deu risada e se sentou ao meu lado. – Qual música?
- Bom, essa. – Eu entreguei o caderno para ele.
- Tá, como vai ser a separação?
- Já está feita, em vermelho é a minha voz, em azul a sua, em preto nós dois juntos.
- Ok...
- A não ser que vocês achem que algum outro jeito é melhor.
- Não, vamos tentar, a composição é sua . – O Gabe abriu a porta do estúdio. – Primeiro o David e depois você, em seguida faremos os dois juntos.
- Ok.

O David entrou no estúdio e começou a cantar, logo ele percebeu que aquela música era sobre o que havia acontecido entre nós no passado pude ouvir a voz dele mudando, ficando com um tom meio de choro e logo o Gabe mandou parar a gravação.

- O que houve David? – O Gabe falou apertando um botão para o David ouvir de dentro da sala.
- Preciso de uma pausa.
- Ok, então vamos gravar a sua parte.
- Certo.

Eu entrei na sala e gravei a minha parte, coloquei todos os meus sentimentos para fora naquela música, a letra era bem dolorida para mim quando terminei sai da sala e vi o David me olhando maravilhado.

- O que foi?
- A sua voz é incrível.
- Olha, não sei o motivo mas a sua voz saiu melhor nessa do que na outra música. – O Gabe se sentou e deu play para eu ouvir.
- O motivo é que tudo já foi resolvido. – Olhei para o David que sorriu e se levantou.
- Bom, podemos gravar minha parte?
- Claro, vai em frente.

Ele entrou e sinceramente eu nunca tinha ouvido a voz dele sair tão bonita como saiu naquela música, quando ele terminou fomos gravar nossas partes em conjunto foi super gostoso gravar com ele, depois de terminadas as gravações o David voltou para o estúdio que ele e os meninos estavam eu combinei com o Gabe de gravar mais umas duas músicas naquele dia foi tudo muito gostoso, quando acabamos encontrei os meninos e fomos para um bar beber e conversar.

- O David me contou que fez um dueto com você hoje. – O Pierre comentou se sentando na mesa.
- Sim.
- E por que ele?
- Bom, a música foi escrita pensando nele né.
- Que fofinha!
- Fofinha nada, você tem que ouvir a música depois. – O David estava encarando o copo de cerveja que estava na sua frente, claramente pensando na letra da música. – Foi incrível cantar com você mas a letra me derrubou.
- Eu tinha certeza que você ia ficar sentido com a letra. – Eu olhei para ele. – Mas foi o meu ponto de vista e acredite se quiser é a única música que tenho sobre isso.
- Ok.
- Bom, de qualquer jeito concordo com o David, você tem que ouvir a música depois Bouvier.
- Sem dúvidas quero ouvir, inclusive quando vai ser lançado o cd?
- Bom, pelo que meu produtor disse vai ser no final do ano.
- Perfeito, ai você pode fazer show de abertura para a gente na turnê, o que acha?
- Gosto da idéia! Inclusive seria incrível!

Ficamos até umas duas da manhã no bar então fui para casa com o David, ele ainda estava nitidamente sentido com a letra da música e ali no carro eu tive certeza que aquilo iria render horas de conversa. Quando chegamos em casa eu fui tomar uma ducha, depois eu o encontrei sentado olhando uns papéis em uma caixa antiga, me sentei ao lado dele.

- Ei, o que foi?
- Bom, não foi só você quem guardou e escreveu sobre o que aconteceu, se quiser ler... – Ele me entregou a caixa. – Mas aí tem tudo o que você já sabe.
- David...
- Não , depois desses anos todos você quer me ouvir?
- Lógico! – Me levantei do sofá.
- Bom, então vamos lá, naquela época eu era infantil, eu não sabia o que sentia por você e sinceramente tinha medo de ser o que já notei que é.
- De ser o que Desrosiers?
- De ser amor. – Fiquei em silêncio e senti meu rosto corar. – Acontece que você nunca saiu da minha cabeça, eu cheguei a ficar com outras pessoas mas acontece que nunca era o que eu estava buscando. – Ele suspirou e se sentou. – Admito que fui um completo babaca no passado e se eu pudesse sem dúvidas iria mudar isso mas não posso mudar o passado .
- David eu não estou te pedindo isso, aí também já seria pedir demais! Eu não sabia que você se sentia assim baby.
- É porque eu nunca contei a ninguém, eu simplesmente guardei o sentimento, fingi que nada estava acontecendo.
- Ah David... – Eu o abracei. – Sinto muito se a letra daquela música de lembrou isso, sinto muito se te machuquei por algo do passado, eu também sempre te amei, sinceramente nunca vi graça nos outros por esse motivo eu nem sai com tanta gente. – Eu o olhei nos olhos. – Lembra que você foi meu primeiro? – Vi ele corando e concordando. – Acontece que depois daquilo só foi rolar de novo com você, então sim David, eu te amo incondicionalmente.

Ele me puxou pela cintura e me beijou, um beijo intenso, logo ele se levantou me puxando pela cintura e me levou até o quarto, no caminho ficaram apenas nossas peças de roupas, quando ele me deitou tirou a minha calça e ali aconteceu tudo, depois eu acabei dormindo abraçada com ele. Acordei na manhã seguinte assustada achando que estava atrasada me levantei e fui até a cozinha onde encontrei ele só de bermuda fazendo café, sem pensar duas vezes eu o abracei por trás e dei alguns beijos em sua nuca pude ver ele ficando arrepiado.

- Bom dia baby.
- Bom dia amor. – Ele se virou e deu um beijo na minha testa. – Eu estava olhando ontem seu caderno de anotações e achei essa poesia. – Ele me entregou na página de uma poesia que eu havia escrito assim que eu o vi novamente.
- Escrevi assim que você apareceu com o Pierre na minha casa, quer gravar comigo?
- Claro!

Sorri para ele e fomos em direção ao estúdio a primeira música que gravei naquele dia foi aquela que o David havia escolhido, depois ele voltou para o estúdio com os meninos e eu gravei mais algumas músicas. O tempo passou e finalmente o cd estava pronto, tanto o meu quanto o deles, lancei o meu e pouco tempo depois, questão de uns seis meses, eles lançaram o deles também, meu cd foi super aceito pela fanbase do Simple Plan para minha surpresa, voltamos para o Cdá para passar o ano novo com a família já que em fevereiro iriamos começar a turnê.
O Fim de ano foi completamente incrível, juntamos a minha família, a do David e a do Bouvier na minha casa para o natal e para a festa de ano novo, depois das festas tirei um tempo para compor e descansar, mas parece que foi pouco porque chegou fevereiro e eu ainda estou meio cansada, mas mega ansiosa para a turnê com os meninos, quero cantar ao vivo as músicas com o David, espero que realmente seja incrível.


09 - A turnê.

Quando chegou março nossa turnê começou, o meu primeiro show foi em Roma, eu estava extremamente nervosa, até por que sabia que meus amigos iriam ao show, estava nervosa por me apresentar em frente a todas aquelas pessoas, a grande maioria eram fãs do Simple Plan e eu só estava ali para fazer a abertura do show deles. Eu estava olhando a multidão pelo canto do palco e pensando o quanto iria ser incrível se um dia, em um show solo, eu tivesse uma plateia igual àquela.

- Você está bem? – O David colocou a mão sobre meu ombro.
- Estou sim, só um pouco nervosa, mas estou bem. – Falei me virando para ele.
- Relaxa, vai dar tudo certo.
- David, no meu repertório tem a música com você...
- Qual é?
- A terceira.
- Ok, eu entro e canto com você, isso se você quiser.
- Quero. – Sorri para ele e dei um selinho. – Obrigada.

Ele sorriu e foi em direção ao camarim, eu fui me aquecer para entrar no palco, já estava quase na hora. Respirei fundo, peguei meu violão e fui para o palco, fui recebida calorosamente pela plateia me posicionei em frente ao microfone e comecei a cantar, aquela sensação foi incrível, eu senti como se nada pudesse me parar, como se ninguém pudesse me abalar ali, quando chegou na terceira música, o David entrou para cantar comigo. Aquela canção não era delicada como as outras, era algo real, algo que havia de fato acontecido e que por sinal me machucava até hoje, enquanto eu cantava senti o que não sentia há tempos, uma completa insegurança relacionada ao David, como se ele fosse virar as costas para mim, terminamos a música e ele voltou aos backstages.
Depois que terminei o show fiquei no cantinho do palco assistindo ao show deles, aquela energia gostosa que eles faziam fluir no palco era incrível, perto do final do show vi o David descendo do palco, ele parou em frente a uma menina e entregou a palheta, em seguida deu um selinho nela. Aquela cena toda me fez desmoronar, corri para o camarim e acredito que o único que viu foi o Pierre, nem me preocupei em fechar a porta quando entrei no camarim, simplesmente me sentei no sofá e abracei minhas pernas, eu sabia que em algum momento aquilo iria acontecer, afinal, estamos falando do cara que até alguns meses atrás era o único solteiro na banda. Eles terminaram o show e voltaram ao camarim para trocarem de roupa e ir para o post game, sinceramente eu não estava muito a fim de falar com ninguém, quando o David entrou e se sentou ao meu lado, eu me levantei, peguei minhas coisas e fui para o hotel.

- ! O que houve? – O David entrou no quarto que nós dividíamos. – Você sumiu, fiquei preocupado.
- Hm. – Murmurei brava. – Acontece que você deu um selinho na fã, lembra o que conversamos sobre? Ah verdade, quando eu quis falar sobre você simplesmente desviou o assunto. – Me levantei da cama parando em frente a ele. – Olha, você está comigo agora, eu não admito você sair distribuindo selinhos por ai Desrosiers!
- mas eu sempre fiz isso!
- Você acha que não sei? Mas acontece que não é legal David! Me senti mal vendo aquilo!!
- Desculpa, não sabia que iria te afetar tanto.
- Como não? Você iria gostar de eu sair dando selinho em pessoas aleatórias por aí?
- Não!
- Exatamente, se não gosta que façam com você, não faça com os outros. – Dei de ombros. – Agora já foi.
- , dá um desconto, eu estou acostumado a ser solteiro.
- Acontece que você não está solteiro, fora você quem me pediu em namoro, esqueceu?

Ele bufou e foi tomar banho, me joguei na cama pensando na pequena discussão que tivemos eu sabia que o David tinha certas manias como aquela, mas eu tinha que deixar claro que atitudes como aquela me incomodavam muito. Ele saiu do banho e eu ainda estava encarando o teto tentando achar algum jeito de não ser grossa quando ele falasse sobre novamente, o que certamente iria acontecer em breve, tivemos uma leve discussão novamente sobre aquilo e chegamos à conclusão que seria melhor abrir o nosso relacionamento, mas apenas para beijos nada além disso.
A turnê passou voada quando percebi já estávamos no final dela e já havia se passado dois anos, anos esses que eu e o David estávamos até que bem por algum milagre, talvez fosse pelo relacionamento aberto não sei muito bem para falar a verdade. Quando estávamos no último show eu o chamei para o palco para podermos fazer o dueto de nossa música, no final dela assim que ele cantou o último verso ele colocou o microfone de volta ao tripé, pegou uma caixinha vermelha e se ajoelhou em minha frente.

- Will you marry me?
- Yes!
– Falei um pouco mais empolgada que o esperado.

Após aquilo terminamos a turnê e começamos a planejar nosso casamento e dentro de menos de um ano nós estávamos oficializando que éramos um casal, decidimos que iríamos comprar uma casa nova e reforma-la para ficar com a nossa cara, nossa comemoração foi algo simples com direito a cantarmos juntos na festa, valsa e tudo aquilo que eu sempre sonhei, me atrevo a dizer que hoje em dia ele entrou finalmente na linha parou de dar selinho e ficar com as fãs, quando ele sai de turnê eu fico tranquila trabalhando em minhas músicas sabendo que ele irá se comportar, hoje consigo falar que superei tudo o que ele havia feito comigo no passado e por ironia do destino acabamos casando depois desse tempo todo juntos consigo ver que ele realmente é o amor da minha vida.
Quanto as minhas amigas da Itália, elas vieram para o casamento mas era nítida a expressão de choque de estarem no mesmo ambiente que os ídolos delas, eu até estava preparada para segura-las caso elas tentassem algo, mas correu tudo bem inclusive a hoje está fazendo intercâmbio aqui no Canadá e fazendo um curso na área, ela tem amado poder ficar mais próxima do David e ironicamente nós nos tornamos bem amigas, realmente tudo aquilo foi por ela já saber que eu conhecia os meninos anteriormente, como ela sabia nem eu sei até hoje e prefiro deixar assim.


Fim.



Nota da autora: Olar pessoas!!
Sei que o último capítulo saiu bem curto, mas precisava finalizar a fic.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de deixar o comentário aqui em baixo.




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