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Finalizada em: 24/07/2021

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Capítulo Dezesseis

- Eu nem acredito que essa cena está mesmo acontecendo. - gritou, aplaudindo. - Cinco meses atrás eu nem poderia imaginar isso. Esse grupo está completo de novo. - ele andou pelo quintal, abraçando , fazendo-a largar a mala.
- Eu estou muito feliz de estar de volta, estava com muitas saudades de vocês. - correspondeu fervorosamente o abraço do rapaz, gritando também.
escutou as vozes na rua e aquilo aguçou sua curiosidade. Acabou abrindo a porta e se deparando com abraçada em . Sua reação foi correr quinta afora e se aproximar dos dois rapidamente; aquilo parecia uma miragem, ela não tinha lhe contado nada que voltaria.
- ?! - ela se separou de com um grande sorriso.
- Surpresa! - se aproximou dele, lhe dando um abraço que fez o rapaz ter que se segurar para não caírem os dois juntos. Se separaram e deram um beijo rápido, afinal, tinham plateia. - Cadê minhas irmãs?
- Ih, não temos mais férias aqui, senhorita, as coisas são diferentes, horários malucos. - riu. - está com o , e está trabalhando, mas hoje ela disse que sairia mais cedo e traria comida para nós, vou buscá-la depois. , inclusive, não pude te convidar antes por motivos óbvios de surpresa. - ele riu para o amigo. - Mas está convidado. Apenas não sei se a volta a tempo, mas depois falo com ela. Estou animado em juntarmos todos. - parecia uma criança, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.
- Eu também estou. A abertura dessa filial aqui em Melbourne foi ótimo, mas adianto a vocês que minha estadia aqui não é definitiva, a princípio ficarei uns três ou quatro meses, vamos ver como as coisas se encaminham. - suspirou. - E que história é essa da nem voltar hoje? Ela que se vire, eu voltei depois de cinco meses!
- Vou mandar mensagem para ela, mas o grude está grande. - riu, rolando os olhos. - sabe bem. Mas as coisas estão legais para eles. Perdi um pouco minha melhor amiga, mas tudo bem. - deu de ombros, rindo.
- Sim, os dois quando podem estão sempre juntos, é um grude. - concordou, a abraçando de lado. Trocaram um rápido selinho.
- Relacionamento novo é assim mesmo, gente. - sentiu a barriga roncar. - E aí, quem cozinhou hoje? Estou com fome.
- Acho que até a conseguir sair e chegarmos com a comida, você pode aproveitar a estadia do com algo que ele tenha, porque aqui não temos nada. - falou, vendo rir.
- Eu estou mesmo com muita fome, a comida do avião estava péssima, vomitei ela inteira, e depois não consegui comer mais nada.
- Nossa, na viagem de volta para cá foi horrível também! Parece que não está dando certo comer em avião. Não que algum dia tenha dado. - concordou. - Eu e passamos mal, o viu, ele que foi nos buscar no aeroporto. estava péssima.
- Sim, quase tivemos que levar a no hospital, ela estava com uma aparência horrível. Essas comidas são péssimas mesmo, nada como os cozinheiros desse grupo. , deixa sua mala aí e vamos lá para casa, eu pedi comida agora há pouco.
- Perfeito. Com a fome que eu estou, eu comeria qualquer coisa.
- Só não vá se encher. Vou indo para o A&A para tentar acelerar a . - pegou a mala de e colocou no hall da casa, pegando a chave do carro de e saindo novamente, trancando a porta.
- E você e , como estão? - não se conteve em perguntar.
- Nem eu sei, para ser sincero. Enrolados, acho? Apenas amigos, talvez? - riu. - Mas uma coisa pode ter certeza, nada certo.
- Amigos que se pegam eventualmente é a melhor definição para vocês dois, aposto. - ela riu. - Em time que está ganhando não se mexe.
- Se fosse eventualmente faria sentido, mas é um pouco mais que isso. - ele deu de ombros. - Mas estou seguindo essa linha, curtimos a companhia um do outro e se eu pensar em fazer essa mesma pergunta de “como estamos” para ela, sabemos o problema que vai dar.
- Conhecemos muito bem a , sem dúvidas. - complementou.
- , cuide da . Fui, senão ela não larga a cozinha lá. - brincou, entrando no carro.

×××


Os dois se viraram na cama, olhando para o teto e ofegantes.
sorriu e olhou para o namorado.
- Viu só? E você relutante em fazer isso. - ela apontou de seu corpo para o dele, rindo. Eles estavam nus na casa do rapaz, curtindo o momento.
- , pelo amor de Deus. - ele negou e riu ao mesmo tempo - Você sabe muito bem dos meus motivos para não ter feito antes. Agora, por favor, não fica falando disso toda vez que a gente for transar. É broxante.
- Por que homem acha que tudo é broxante?
- É do nosso modus operandi, apenas. - deu de ombros e levantou o tronco, se virando e apoiando a cabeça na mão, olhando para a mulher ao seu lado. - Mas se vamos falar disso, vamos relembrar, pela vigésima vez, do dia que você foi embora de Melbourne sem falar comigo? Aquilo realmente machucou, . - ele fez biquinho. – Você me destruiu aquele dia, achei que você ia desistir de nós.
- Eu só estava muito envergonhada por ter tentado naquela noite e você ter me ignorado. Achei que eu tinha algum problema e por isso você não queria. Não quero ter essa conversa de novo.
- E a forma que você encontrou foi fugir daqui de casa no meio da noite e não querer me encarar? Uau, me lembre de nunca magoar você de verdade. E você que traz o assunto à tona toda vez. – deu de ombros.
- , sejamos sinceros, eu não sou lá uma pessoa muito interessante e você é um rockstar, no início da carreira, mas é. Chove mulher no seu colo se você estalar os dedos nos shows. Basta você querer.
- Mas eu quero você.
- Sim, eu acredito que sim. Mas, , eu tenho muitas inseguranças e às vezes posso agir como uma criança. Se você quiser mesmo ficar comigo, vai ter que se lembrar sempre disso, aqui é tudo feito de cabeça quente. – riu, vendo-o acompanhá-la.
- Pode deixar, senhorita. – o garoto beijou o ombro dela, descendo os beijos por seu colo e seios, mas foi interrompido pelo barulho do celular tocando embaixo do travesseiro. – É o seu. – deu um selinho na namorada, vendo-a puxá-lo e rolar os olhos ao identificar quem estava ligando.
- , é sério? Não tinha hora pior, não? – perguntou, ouvindo o amigo rir.
- Ingrata, estou ligando apenas para dizer que sua irmã mais velha vai comer seu fígado se você não aparecer para jantar hoje, ela já chegou.
- Ela vai passar meses aqui, por que eu tenho que estar aí no primeiro dia? Isso é frescura! – reclamou, vendo gargalhar.
- Olha, , frescura ou não, não finja que não conhece suas irmãs. - ele riu. - Estou fazendo minha parte e te comunicando, se você prefere transar, não te julgo, inclusive.
- Eu sei, você queria estar fazendo o mesmo. Só não te empresto o porque acho que ele não faz seu tipo.
- O faz o tipo de todo mundo, querida. - brincou e fez barulhos de beijo para que ouvisse. - está feliz de ter voltado, esperamos que vocês apareçam, tudo bem? Usem camisinha, amo vocês.
- Camisinha é ruim, beijo e não me ligue mais. – desligou o telefone ao ouvi-lo gargalhar do outro lado.
- Capaz dele acreditar, , quer arrumar para nossa cabeça? – falou, voltando a beijar o corpo da garota, lhe causando arrepios.
- Nesse momento não quero arrumar nada, , só quero voltar para o foco. – sorriu, maliciosa.
- Já falei que você é simplesmente incrível?
- Hoje ainda não, pode repetir, não me importo. – brincou, invertendo as posições e ficando por cima do namorado.
×××


- Ei, posso entrar nessa cozinha? - perguntou após passar por todo restaurante e abrir a porta, já colocando a cabeça para dentro do ambiente. O garoto ouviu diversos "oi" enquanto saia do caminho dos garçons e garçonetes que andavam para lá e para cá para atender aos clientes naquele horário que era muito cheio.
- Oi, ! - se aproximou, beijando rapidamente a bochecha do rapaz. - Ainda tenho uma hora até o horário que combinamos. - reclamou, voltando para a mesa onde estava cuidando da finalização de alguns pratos.
- Eu sei disso, mas pensei em vir antes para te ajudar e assim você não nos enrolaria e sairia no horário. - ele falou, caminhando até o escritório de e pegando seu uniforme.
havia ganhado um, já que nos últimos meses, ajudava sempre que podia para estar sempre adquirindo experiência. A chef adorava tê-lo em sua cozinha, não podia negar o quão bem o garoto trabalhava, a surpreendendo e realmente ajudando em grande parte das vezes. Um dia, seria um grande chef, ela apostava nisso.
- Você é abusado demais, . - riu quando ele voltou, já pronto. - Ajude Luke com os molhos. - mandou, e o garoto bateu continência para ela, fazendo-a rir.
- Aqui está tudo sob controle, . - Luke falou. - E aí, . - resmungou para o garoto, sem tirar a atenção das panelas, recebendo um "tudo bem?" do mais novo como resposta.
- Luke, se tivesse tudo sob controle, o pedido 65 já teria saído. - bufou, vendo Mike rir ao seu lado. - Deixe que te ajude.
- Certo. - Luke concordou, suspirando. - , termine de picar os temperos que estão ali. - apontou para a tábua ao lado.
- Eu pedi para que ele auxiliasse você com os molhos, Luke, não para que ele auxiliasse no trabalho da Vivian. Está com algum problema com ordens hoje? - a mulher bufou, tentando controlar os sentimentos que pareciam estar à flor da pele naquele dia. - , deixa para lá, para mim já deu. Mike, assuma a finalização.
- Mas, … - Luke começou a reclamar, provavelmente por sempre assumir a finalização dos pratos no lugar de .
- Algum problema em receber ordens, Luke? - a mulher repetiu, com a voz alterada.
- Ei, , calma. - se aproximou da mulher, colocando o braço em seu ombro, tentando acalmá-la.
- Luke, aprenda a separar seu particular da cozinha, ou a porta está sempre aberta para sua saída. - falou por fim, jogando o pano de prato que estava em suas mãos no chão e andando até o escritório. Ela rapidamente pegou sua bolsa e saiu, sendo seguida por .
viu destravar o carro e entrou no banco do passageiro do automóvel, nervosa.
- Ei. - o garoto entrou pelo lado do motorista, logo fechando a porta e puxando para um abraço desajeitado enquanto ela respirava fundo diversas vezes. - O que aconteceu? - perguntou. - Não sei se eu deveria perguntar, mas se quiser falar, estou aqui, como sempre.
- Eu sei, obrigada. - ela sorriu, afastando-se do garoto e lhe dando um selinho demorado. - Oi.
- Oi. - ele riu. - Está tudo bem entre você e Luke? - ele engoliu seco, não sabendo se realmente queria ouvir a resposta para aquela pergunta.
- Acho que claramente não, né? - riu, apenas soltando ar pelo nariz. - Aconteceu que eu finalmente conversei com ele depois de meses fugindo. - ela deu de ombros e viu se ajeitar no banco.
- É? E como foi? - tentou soar menos curioso do que realmente estava.
- Foi… Estranho. Mesmo depois de meses em que praticamente não conversamos, ele ainda não tinha entendido a mensagem. E… Bom… - ela riu. - Ele estava com algumas coisas guardadas e explodiu, por isso a conversa aconteceu, então foi tudo um pouco intenso.
- Vocês vão se acertar, tenho certeza. - falou, tentando acalmá-la.
- Não sei, pirralho, ele pesou um pouco na discussão, eu não sei como vamos ficar. Só espero profissionalismo da parte dele. - deu de ombros.
- … - falou depois de alguns segundos de silêncio, ainda estacionado. - Vocês… Vocês ainda estavam… Você sabe… Ficando? - perguntou, torcendo a boca e virando-se para olhar a rua, tentando evitar o olhar da mulher.
- Não, , não estávamos. E esse foi o problema. - ela riu, negando com a cabeça ao vê-lo se ajeitar no banco novamente enquanto um sorriso surgia apenas no canto de sua boca. - Ele… Ele nos viu no meu escritório, na semana passada, enquanto estávamos fechando as coisas. - suspirou, contando. Não conseguia esconder as coisas de , adorava o fato de poder falar com ele sobre tudo, até mesmo sobre ele. Riu de seu pensamento.
- Ah. - soltou o ar pela boca, encarando o teto do carro. - Eu achei que todos já tinham ido embora. Ainda bem que não rolou nada. - brincou, tentando aliviar o momento.
- . - estalou um tapa em seu braço, rindo também. - O problema… - ela continuou. - Foi que ele não foi muito gentil, tentou falar que eu e ele "tínhamos" alguma coisa e que eu estava errada, e que era absurdo que eu estivesse ficando com você, dando esperanças para uma "criança" e ainda mantendo você nos ajudando no restaurante… Ele chegou a falar que esse era o seu interesse, . Foi um saco. - a mulher respirou fundo, arrepiando-se com a lembrança. - Eu…
- Eu posso entrar lá e falar tanto quanto para ele? Por favor? - o garoto fez bico, vendo negar, sorrindo. A mulher se aproximou novamente, se colocando entre os braços de .
- Quando a gente gosta de alguém, a gente acaba soltando essas coisas em um momento de raiva e ciúmes, isso acontece e nós nem percebemos, mas eu acho que se ele tinha um problema comigo, ele podia gritar comigo, e não envolver você e muito menos te tratar dessa forma, até porque ele esteve estranho com você durante todas as vezes em que você esteve aqui nessa semana, não é? Só não sabíamos o motivo. - assentiu.
- Mas eu não me importo, de verdade. - deu de ombros. - Ele que se foda, sério. - viu rir.
- Ele me pediu desculpas depois e eu cortei a conversa, apenas deixando claro que não tínhamos nada, eu e ele, mas acho que ele perdeu a linha novamente quando te viu. - tentou não sorrir novamente com a afirmação de para Luke.
- Ele gosta de você, , se coloque no lugar dele. Ele foi um estúpido, e não precisava, quero xingar muito ele por isso, mas me coloco no lugar dele e imagino o que está sentindo, vocês ficam há anos, não é? - ela assentiu, encostando-se no banco, pensativa, enquanto dava partida no carro. - Vou passar em algum lugar para pegar comida já que daqui não rolou. - ela assentiu novamente.
- … - suspirou, falando após um longo tempo em silêncio. - Não faça disso grande coisa, mas… Não se coloque no lugar dele, tá? É… Diferente. Muito. - respirou fundo, parecendo confusa. Ela ligou o rádio e tentou ignorar o leve sorriso de , mesmo que esse também fosse de confusão.

×××


- , você estava com fome mesmo, hein? - a olhava, admirado, vendo o jeito que ela estava comendo.
- Você não tem ideia do quanto. - ela riu de boca cheia.
- Sua irmã vai trazer comida, então não coma tanto, você conhece a , ela vai ficar chateada.
- , querido, a trazendo comida eu vou comer de novo, eu estou mesmo com muita fome e isso aqui não vai me satisfazer. - ela voltou a comer. - Hum, está muito bom.
- Eu acho que não vou comer não, se eu comer, não vou conseguir jantar. - ele deu de ombros, olhando a mulher devorar a comida com prazer.
- Você que sabe, . - ela voltou a comer. - E como estão as coisas aqui na loja?
- O movimento deu uma caída porque a estação não era favorável. Mas agora as coisas tendem a melhorar. - ela sorriu, concordando.
- Ainda preciso de umas boas aulinhas de surf, hein? Podemos ver de você me ensinar de novo, , aproveitar que os dias estão começando a esquentar.
- Ah, mas com certeza, com o maior prazer. - ele se aproximou, alisando a face dela. - Eu estava com muitas saudades. Quando eu disse que eu iria em Dublin esse mês eu falava muito sério. - ela o encarou.
- Eu sei, mas eu achei perfeito a oportunidade de vir para cá, sabe? Assim eu mato minhas saudades de você e das minhas irmãs. Na próxima você vai para Dublin, combinado? A gente vai revezando.
- Combinadíssimo. - se aproximou, deixando um beijo na bochecha dela enquanto a via comer ainda. - E o seu trabalho? Conseguindo gestionar bem sua equipe?
- Maravilhosamente bem, eles são bem independentes, eu estou aqui sossegada que eles vão se sair bem sem mim, e eles sabem que meu celular está disponível, independente do fuso. Ocasionalmente eu posso vir a receber algumas ligações de madrugada. - ela riu, o fazendo rir também. - Esse negócio de adaptação é chato, mas necessário. Eu quero muito que as coisas deem certo nessa nova filial.
- Eu também quero, e se você ficasse aqui seria ainda mais perfeito. - ele riu, se aproximando dela e lhe roubando um selinho, fazendo-a sorrir.
- Vamos ver, eu confesso que se eu tivesse a oferta de ficar aqui, eu não recusaria, não mais. A nossa relação amadureceu tanto nesse tempo que passamos longe um do outro, e eu achei que não daria certo.
- Eu confesso que estava otimista. - ela sorriu.
- Claro que estava, pessoa mais otimista que você não tem. - brincou com ele.
- , esse tempo todo que ficamos sem nos ver só me fez enxergar que você é a mulher da minha vida, nenhuma outra me fez sentir as coisas que eu sinto quando estou com você. - ela terminou de comer e o encarou. - Eu só precisava desabafar mesmo contigo. - ele deu de ombros.
- , eu não estava preparada para escutar isso. - ela riu, sem graça. - Mas você é incrível demais. Nossa, estamos muito melosos. - ele riu, dando um beijinho no pescoço dela. – Sabe, o que eu falava com você nas nossas chamadas intermináveis é verdade, eu sai namorando de Melbourne e foi a coisa mais maravilhosa que aconteceu comigo. Obrigada por ter insistido e não ter desistido de mim.
- Jamais desistiria de você. - ele roubou um selinho dela. - E sua gastrite como está? Parou de sentir tantas azias?
- Ah, ainda está bem atacada, vivo com meu estômago estranho, mas nada de alarmante, ando bem estressada com as coisas lá, afinal, mesmo eu amando, é sempre muito trabalho e é desgastante.
- Entendo. Mas se continuar com essas dores e incômodos, vamos ao médico, ok? - ela assentiu. Se aproximou dele, sentando em seu colo e alisando sua face.
- Você é muito lindo, , já te disseram isso? - ele riu, a segurando firmemente.
- Já, mas você nunca tinha dito. - e foi a vez dela rir. - A gente podia subir um pouquinho, huh? - ele alisou a perna dela, subindo uma das mãos e parando em sua nádega, apertando-a.
- Achei que não fosse me convidar mais. - ela riu, se aproximando dele e o beijando com volúpia. Aquele beijo tinha um misto de saudades, amor e luxúria, afinal, não tinham um contato mais íntimo há meses.
entrelaçou suas pernas em volta da cintura do rapaz e aos tropeços eles subiram as escadas, estava difícil para conseguir andar e segurá-la, porque riam pelo percurso, mas naquele intervalo de tempo, conseguiram finalmente matar a saudade e a sede que ambos estavam um pelo outro.

×××


chegou em casa na madrugada e algo a estava incomodando há um tempo. Ela tinha uma dúvida grande dentro de si e queria tirá-la. Mas antes disso, queria ter a opinião das irmãs a respeito. Ela sabia que já estava de volta e se sentia muito feliz, pois assim o clã todo estava reunido novamente.
Ao entrar em casa, deixou suas coisas no quarto e foi até o de , entrando e batendo a mão na perna dela, chacoalhando com força para que a mulher acordasse. Não faria isso se não fosse realmente importante.
- ? - sem resposta. - ? - tentou novamente.
- Caralho. - resmungou, levantando a cabeça do travesseiro. - ? O que foi? - levantou-se, preocupada.
- Preciso da sua ajuda. É importante. Vou acordar a e te encontro lá embaixo.
Ao dizer isso, ela se virou e foi até o quarto de , fazendo o mesmo procedimento.
- ? Acorda, preciso da sua ajuda. É importante.
- Jet lag, , eu demorei horrores para conseguir dormir, isso não se faz. - coçou os olhos, nervosa.
- Quando é uma necessidade, é preciso sim. Vem, anda logo.
Saiu do quarto e desceu as escadas. Ela torcia para que não visse a movimentação que estava acontecendo ali na casa por causa dela. Ao descer, se sentou no sofá em uma posição totalmente ereta e com as mãos nos joelhos, uma forma de manter as mãos totalmente secas.
- Oi. - falou, sentando-se ao lado da irmã, preocupada. - Espero que seja uma situação de vida ou morte, .
- Eu também espero, de verdade. - se jogou no sofá, tentando manter os olhos abertos, estava com muito sono.
- Eu acho que tô grávida. - ela disse de repente, olhando para o nada.
- Você o quê? - engasgou com a própria voz.
- ! - se levantou do sofá, o sono de repente indo embora de vez.
- Por que você acha isso? Digo, você fez algum teste, qualquer coisa? , pelo amor de Deus, para começar, você transou sem camisinha? Que irresponsabilidade. - bufou. - Meu Deus, o pai e a mãe vão me matar.
- e eu sempre transamos com camisinha, mas sabemos que camisinha não é cem por cento confiável e, bem, ultimamente estamos bem ativos. - ela disse com normalidade. Se fosse em uma situação normal, faria piada daquilo. - Estou com alguns sintomas de pessoas grávidas. Fora que, olha isso aqui - ela apontou para a própria barriga. - Está enorme.
- Primeiro de tudo, quantos dias sua menstruação está atrasada? Se vocês estão usando camisinha, a probabilidade de gravidez é mínima. E sua barriga está normal, deixa de ser louca. - olhou a irmã.
- Eu, sinceramente, não sei. Ela sempre foi desregulada, gente. falou hoje que meus peitos estão grandes
- Quais sintomas você está? - perguntou.
- Enjoo, peitos e barriga grandes, menstruação atrasada, eu acho… É, pelo que eu me lembre, é isso.
- , eu entendo você pensar isso, até hoje eu tenho tanto medo de estar grávida do nada, que sempre tenho os sintomas na cabeça, mas nem sempre essas coisas realmente indicam que tem um bebê aí dentro. - falou calmamente.
- Pois é, , por que você não compra uns testes de gravidez amanhã e tira a dúvida? - questionou.
- Na verdade, eu até já comprei - ela se levantou do sofá e foi até a bolsa, tirando de lá uma sacola. Retornou e despejou o conteúdo na mesinha de centro. - Viu? Eu fiquei na dúvida de marcas, então comprei vários.
- . - gargalhou. - Eu acho que você deu uma exagerada, mas se te conforta, você deve fazer mesmo, mas acredito que dois são suficientes, tá? Inclusive… - pegou um dos testes. - Acho que até eu vou fazer um, sempre bom ter certeza de que não estou grávida. - riu, brincando.
- Sim. Pega aí e seja feliz. - pegou um e ficou encarando a embalagem.
- Eu dispenso, fazer testes atrai esse tipo de coisa. - riu.
- Fazer sexo atrai esse tipo de coisa, , os testes não engravidam ninguém. - riu, vendo a mais velha rolar os olhos com a piada sem graça.

Capítulo Dezessete

- Nossa, eu que surto por pensar que estou grávida e você que não cabe nas roupas, ? - riu, encarando a irmã pela porta de seu quarto aberta.
- Que susto, ! - ela colocou as mãos no peito. - Quem disse que eu engordei? - ela voltou até a mala, buscando uma camiseta mais larga.
- Ah, não vá ficar neurótica, eu só estou brincando. - ela riu, mostrando a língua para irmã mais velha.
- Ok. - ela suspirou, vestindo a camiseta. - Vamos? Estou com fome.
- Ei, vocês vão demorar? - gritou do andar debaixo.
- Descendo, escandalosa. - reclamou, puxando escadas abaixo.
- Agora finalmente podemos falar de forma oficial: esse grupo está de volta. - disse quando , e saíram pela porta dos fundos, chegando ao quintal onde estava na churrasqueira.
- Finalmente, hein? - pegou os espetos e foi colocando na churrasqueira.
- Que meloso isso, né? Todo mundo com saudades. - brincou.
- Não estraga. Você não vê que as pessoas me amam e estavam com saudades de mim? - implicou com a irmã, rindo. - Já tem alguma coisa pronta?
- Estou livre de responder isso hoje, deixei a churrasqueira para o pirralho e ele já passou o serviço para o . - se defendeu, sentando-se ao lado de e o cutucando.
- É, pois é, me jogaram aqui e eu estou me virando do jeito que dá. - deu de ombros. - Mas tem sim, . - estendeu uma bandeja com alguns pedaços de carne, e ao invés de pegar alguns, ela pegou a bandeja inteira.
- Ei, ei, , a gente quer também. - se aproximou da irmã, roubando uns pedacinhos e recebendo um olhar fulminante dela.
- Que horror, vocês estão brigando por comida. - as encarou, rindo.
- A situação não está para isso, viu, gente? Não te alimentaram em Dublin, ? - zombou, recebendo um dedo do meio como resposta. - Tirando não comer, como foram as coisas? Você não ligou metade do que deveria. - ela fez bico, mostrando-se chateada. - Apenas para o , claro.
- Perdão, , estava com muito trabalho lá, e, bom, o me ligava, conversávamos mais de duas horas, e quando eu via, estava na hora de dormir. - deu de ombros, voltando seu olhar para churrasqueira. - Mas as coisas estão ótimas, a empresa está crescendo e agora estamos aqui na Austrália, eu estou bem feliz.
- Não rola uma transferência para cá, não? - perguntou, não conseguindo evitar. Sabia que com certeza já estava com essa pergunta na cabeça.
- Vocês nunca vão desistir de me trazer para Melbourne, não é?
- Qual é, , um verão que trouxe todo mundo para cá e terminou só faltando você é um pouco chato, né? - respondeu, recebendo diversos acenos em concordância.
- Tudo pode ser conversado, não é? Vamos ver se essa filial dá certo, e quem sabe eu não fico definitivamente aqui? Mas a princípio é um projeto experimental.
- A gente pode fazer esse experimento dar certo? Olha que legal, a gente dá um jeito. - brincou.
- Olha, está bem fora da minha área, vocês que se virem. - respondeu, brincando.
- Estou orando aqui para que dê, esse negócio de relacionamento à distância e viver de sexting não é legal. - riu, fazendo todos rirem juntos.
- Informação demais! - fez cara de nojo enquanto ria.
- Deixa os dois, , você fala isso porque não é você, você está bem ativa com o seu aí. - brincou com a amiga, fazendo todos rirem.
- Nem vou te responder, você não merece, fala isso porque você está precisando. Na próxima festa da faculdade, vou te levar. - respondeu, ainda rindo. - Por sinal, estou aqui rindo e brincando, mas o trabalho que eu tenho que fazer está lá me esperando. - rolou os olhos. - Não dá para pular para parte do diploma logo?
- Eu nem tenho trabalhos absurdos como o seu e eu já quero. - concordou. - Não sei como vocês todos aguentaram.
- Eu não aguentei. - respondeu, gargalhando.
- Eu passei por isso duas vezes, fiz a graduação e depois fiz a pós. - comentou. - No final, vai dar certo e vai valer a pena. Força e foco.
- Eu mal aguentei meu curso. Amo o que faço, mas, meu Deus, quanta gente chata. Nem clientes são tão chatos quanto os professores desse curso. Eles são maravilhosos, mas qualquer erro é um caos. - comentou, relembrando do curso feito há anos. - reclama demais, mas é chato mesmo. Se eu já acho que o dele, que é igual ao meu, deve ser chato, imagina o da . - riu.
- Olha, eu amo meus bichinhos, se não fosse isso, eu já tinha fugido e caçado algo sem faculdade para viver. - respondeu, rindo. - , não precisa de ninguém para tocar triângulo na The Sixx, não?
- Posso pensar em abrir uma vaga para você. - o menino brincou, puxando a garota para seu colo e lhe dando um selinho.

×××


- Agora que a voltou, você não tira mais a gente para dançar, né? - brincou com , vendo-o dançar a música que tocava com de forma desengonçada, enquanto e faziam o mesmo. - Fico sobrando aqui. - a mulher fez bico, segurando o celular que controlava o som.
- Sobra porque quer. - se mexia com . - Mas eu ‘tô cansada, meus pés estão doloridos, vem aqui dançar com ele.
- Eu vou, com licença, pegando seu homem emprestado. - falou, rindo e levantando-se, sendo puxada por pela mão e entrando no ritmo da música junto a ele.
- A própria encalhada. - riu da situação, cutucando a irmã, como sempre.
- , que caralho é isso aqui? Ia contar quando? - apareceu no quintal novamente, segurando um teste de gravidez em sua mão direita e gesticulando desesperado com a esquerda, encarando a mulher enquanto ela parava de dançar e arregalava os olhos, assustada.
- Onde estava isso, ? Está louco? - ela andou até o garoto, puxando o teste de sua mão.
- Estava no seu quarto, isso é um positivo, , você não tem o direito de esconder isso, meu Deus. - ele falava, se atropelando nas palavras, nervoso, passando as mãos nos cabelos.
- , isso não é meu. - falou de uma vez, bufando, vendo-o ter a cor de volta ao rosto. - Menos. - ela virou-se rapidamente para . - Quando te falamos para fazer o teste, era para, no mínimo, nos avisar quando desse positivo, ! Meu Deus! - a mulher gritou, encarando a irmã mais nova.
- Você está grávida, ? - perdeu a cor da face. - Como? - escondeu o rosto nas mãos.
- , cara, normalmente uma das consequências do sexo é uma gravidez, você já é bem grandinho para saber isso. - falou calmamente, tentando aliviar a tensão do momento.
- Ei! Eu fiz o teste, mas eu descartei no meu banheiro, e ele definitivamente não deu positivo, estão loucos? - se defendeu. - Se tivesse dado, eu não estaria aqui, ia estar desesperada e chorando. E eu te contaria, . - ela revirou os olhos, vendo o namorado parecer mais calmo. - , estava no seu banheiro, por que diabos estava no seu banheiro? Meu não é!
- Olha, eu não faço ideia do porquê estava no meu banheiro, mas eu com certeza não estou grávida. - olhou para , revirando os olhos. - Você não poderia perguntar isso sem fazer essa zona?
- Desculpa. - o garoto respondeu baixo. - Pânico.
- , você não está mentindo, certo? - perguntou e viu a irmã assentir. - … - falou o nome da irmã, virando sua atenção para ela, assim como todos fizeram. - Você tem algo a dizer? - sorriu para ela, considerando que aquela ideia a agradava, para ser sincera.
- … - a encarou. - Não pode ser… Ou pode? A última vez que a gente transou foi na noite em que você foi embora, e a gente usou camisinha, não é? - tinha o rosto ainda escondido pelas mãos. - ? Fala alguma coisa, pelo amor de Deus! - estava desesperado.
- É, estou grávida. - ela levantou a cabeça. - E a gente não usou camisinha, . Pronto, mistério revelado. Obrigada, . - respondeu, irônica.
- Ai! Meu Deus! Eu vou ser tia. - falou, colocando as mãos na boca, surpresa.
- Vamos ser tias! - abraçou , rindo.
- Caralho! - andava de um lado para o outro. - Eu vou ser pai.
- Me desculpa, . - falou, cabisbaixo. Era um idiota, acabara de ter certeza disso, coitado de em descobrir daquela forma.
- Gravidez não é algo que dá para se esconder, está tudo bem. - suspirou. - Eu não sei o que achar, eu não tenho maturidade para isso, nunca cogitei ter filhos e agora, puff, eu vou ser mãe. Não contei nada porque descobri hoje de manhã. - ela suspirou. - Eu sei que vocês repararam que engordei, e bom, eu não ‘tô cabendo em várias roupas, então resolvi tirar a dúvida. E minha gravidez está avançada, pelas minhas contas, estou de 22 semanas, o bebê nasce em janeiro, provavelmente. - jogou aquele monte de informações a todos.
- Acho que… Não sei o que falar, juro. Eu imagino que a cabeça de vocês está uma confusão, vocês querem um minuto? - perguntou, encarando e . - Estou incerta se posso dar parabéns. - tentou segurar o sorriso, vendo que e faziam o mesmo.
- A gente tem que conversar, mas não agora, desculpa, , eu preciso ficar um pouco sozinha. - se levantou de onde estava sentada e entrou novamente na casa.
- Vamos. - puxou pela mão, andando logo atrás de . - Ei. - falou, entrando no quarto.
- Meninas… - tinha o rosto escondido no travesseiro. - Eu? Mãe?
- Como você conseguiu segurar isso? Podia ter nos contado. - falou, aproximando-se de um lado da cama enquanto se posicionava do outro, passando a mão nos cabelos da irmã.
- Eu tentei contar, mas eu não consegui. Acabou que tivemos o churrasco, eu ia contar depois, mas, enfim, aconteceu. - ela tirou o rosto do travesseiro.
- Desculpa, pela cena que o fez. - falou, sentindo-se culpada, mesmo entendendo o desespero do garoto. - Estamos aqui por você, mesmo que no momento você se sinta confusa, vamos te apoiar em tudo, sempre.
- Pode ter certeza disso, . É um momento complicado e você terá que pensar em mil coisas, mas nós estaremos ao seu lado para todas. - completou. - E desculpa ter te chamado de gorda. - riu, ouvindo uma risada nasalada de também.
- Eu ‘tô fofinha mesmo, mas agora temos uma explicação. - ela riu. - Eu estou tentando absorver a ideia, ser responsável por alguém, será que eu dou conta?
- Você deu conta de nós duas a vida toda. Mesmo não sendo responsável diretamente, você sempre cuidou de nós. - comentou, vendo concordar. - E você não vai estar sozinha, você tem muitas pessoas que te amam, e, principalmente, você tem o . - lembrou-a.
- Deus, vocês viram a reação dele? Ele claramente não queria também. - ela passou as mãos pelo rosto. - Eu tenho pena desse bebê. - riu, amargurada.
- , largue de ser louca! - a repreendeu. - Ele estava claramente surpreso, todos estavam. Quando vocês conversarem, vai ficar tudo bem. Eu tenho certeza que ficará feliz, ele sempre quis ter filhos, sabia? Os planos só foram atrasados, já que ele não casou, né? Não sei se vocês já falaram sobre isso alguma vez, mas ele já comentou comigo alguns anos atrás. - tentou animar a irmã com a ideia.
- é maravilhoso, sou fã dele, tenho certeza que ele será o pai mais babão do mundo. - afirmou.
- Eu não sabia… Eu nunca toquei no assunto com ele, porque claramente nunca tive esse desejo. - ela concordou. - Bom, agora o baby está na minha barriga e não tem muito o que fazer, se não, criá-lo. Vou marcar uma consulta.
- Criá-lo e amá-lo, e nós todos vamos fazer isso. - falou, animada. - Nós seremos as melhores tias do mundo. - fez um hi-5 com , fazendo rir.
- Nós te amamos, e amamos esse baby. - falou, colocando a mão sobre a barriga da irmã. - Mas já sabemos que será tímido, não te deu nem motivos para pensar que estava grávida antes?
- Eu estou aprendendo a amá-lo também. - ela sorriu, alisando a barriga. - E não, eu estava menstruando normalmente, claro, eu estava enjoando muito, e sempre com azia, mas achei que era minha gastrite, eu nem cogitei estar grávida, até eu ver a desesperada ontem.
- Para alguma coisa serviu o meu surto, não é? - riu.
- O único problema é que no final, todo mundo surtou junto. Essa cena vai entrar para história. - riu, vendo as irmãs concordarem. - Quer ficar um pouco sozinha? - perguntou para .
- Quero sim, meninas, preciso colocar as ideias no lugar, mas antes, quero um abraço. - sentiu os olhos marejarem.
- Abraço em grupo, com muita delicadeza agora! - gritou, rindo e dividindo um abraço com as irmãs. Ela e faziam o possível para não esmagar , mas aquele era o melhor abraço do mundo, as três e o novo integrante da família , que apenas parecia crescer.

×××


- Oi. - e falaram, voltando ao quintal e encontrando , e sentados juntos em uma conversa em tom baixo. sentou-se ao lado de e tomou um lugar entre e , recebendo um olhar triste de , que ainda se sentia culpado.
- Tudo bem, ? - perguntou, encarando o amigo.
- Eu só fiquei muito surpreso, mas eu estou feliz, as coisas estão acontecendo muito depressa, mas penso que esse bebê veio para consolidar a nossa relação. - ele sorriu. - Como ela está?
- Se você não é a coisa mais fofa desse mundo, não sei quem é. - brincou, animada.
- Ela está bem, surpresa, tentando digerir a informação, mas ficará bem. Só está respirando fundo, sabe? Quando vocês conversarem, vou poder finalmente dar os parabéns e surtar, então se acertem. - brincou.
- Por mim vocês podem me dar os parabéns. - ele riu. - É sério, eu fiquei bem surpreso, mas agora eu estou feliz demais, eu sempre quis ter filhos e casar, vocês sabem.
- Você está com um olhar radiante, cara. - comentou, batendo nas costas de e vendo todos se levantarem, aproximando-se dele para um abraço e diversas palavras animadoras junto aos “parabéns”. - Você vai ser um paizão.
- Sim, eu não tenho dúvidas. - sorriu, abraçando-o. - é muito sortuda.
- E ela vai ser uma mãe incrível, vocês são um casal maravilhoso. - comentou, dando tapinhas nas costas do amigo, assim como fizera.
- Muito cedo para eu falar para ela que ela deve se mudar para minha casa? - questionou as irmãs de .
- Sim. - as duas responderam em uníssono.
- É uma coisa que vai acontecer, sabemos, mas deve decidir as coisas com calma, até mesmo porque ela não veio para cá pensando nisso, . E logo no primeiro dia já tomou esse baque. - falou.
- Mas acho que você pode citar, não agora, mas em breve, de que essa é uma opção. - piscou para ele, vendo-o sorrir.
- Agora eu não largo dela nunca mais, sinto muito. - brincou. - Mas é sério, a gente vai ter que ver esse lance dela trabalhando em Dublin, eu quero ficar perto do bebê.
- O máximo que vai acontecer é você ter que se mudar para Irlanda. - brincou.
- Olha, eu acho que não podemos pesar com ela, mas eu quero ver meu sobrinho ou sobrinha crescer pertinho, não quero que tenha que pensar nessa possibilidade, porque eu mesma não quero pensar. - riu.
- Concordo, eu também quero. - complementou. - Gente, eu vou ter um sobrinho! - surtou.
- Agora estou tentando imaginar como seria descobrir isso sem essa cena toda. - riu. - Não que fosse demorar, não sei se é porque eu reparo demais nas coisas, mas, gente… Ela tá um pouquinho mais gorda, sim. E antes, quando comia tanto quanto comeu hoje? Ela estava impossível, pés inchados. Vocês são um pouco lentos.
- Bom, já vemos que é expert no assunto, nunca mais surto em pensar se estou grávida, ele com certeza repararia no primeiro dia. - gargalhou.
- Ontem ela comeu o que eu tinha pedido sozinha, e ainda jantou o que a trouxe, realmente. - riu, concordando. - E bom, eu conheço o corpo da minha namorada.
- Acho que só não percebemos porque é muito inesperado, ela mesma não tinha ideia, descobrir aos cinco meses não é nada comum, ela precisa iniciar um acompanhamento logo. - falou, vendo todos concordarem.
- É terrível, na verdade, não? - riu.
- Seria menos se fosse sem desespero, não é, ? - brincou com o amigo. - Por que todo aquele surto? Qual seria o problema se estivesse grávida? - ela riu e logo e desviaram o olhar da mesa, encarando um ao outro. abaixou a cabeça, tentando segurar a risada.
- … - encarou a namorada, abraçando-a. - Eu acho… Eu acho que a reação do foi um pouco específica, apesar de exagerada… - tentou falar calmamente, vendo enrubescer, ficando nervosa.
- … - começou, olhando para a amiga. - Eu só fiquei um pouco assustado, porque…
- Ai, meu Deus! - a garota gritou, levantando-se. - Vocês? Ah! ! ! - ela passava a mão nos cabelos, surpresa. - Eu não acredito!
- , tem um tempinho que eles estão nessa, e você nunca reparou em nada? Morando com eles? - a encarou, curioso, recebendo um olhar incrédulo de .
- Um tempinho? E vocês estão escondendo isso de mim, vivendo no mesmo teto? E você sabia disso, ? E também? - perguntou. - Eu não tenho nada a ver com a vida de vocês, claro, mas, porra, !
- , não é nada sério, não tínhamos bem o que contar, a gente ia falar o quê? Não desconte tudo no . - reclamou.
- , desculpe, mas foi errado. - comentou, tomando partido pela namorada, tentando acalmá-la. - Meses? - ele perguntou, vendo e assentirem, envergonhados.
- Eu… Depois a gente conversa. - resmungou, correndo escadas acima. apenas acenou com a cabeça, subindo atrás da namorada.
- Valeu pela força, . - reclamou, respirando fundo e vendo colocar a mão calmamente sobre a perna dele.
- Vocês pretendiam esconder isso a vida inteira? - foi sincero. - Eu não fiz nada, o meninão aí se entregou. tinha percebido, também, só ficou mesmo desacreditada, por isso perguntou.
- Gente, o que está rolando? Escutei a bater a porta do quarto… - se aproximou e a encarou, sorrindo.
- Hm… Ela descobriu que eu e ficamos. - respondeu, dando de ombros. - Nós vamos conversar com ela, só não sei bem o quê. - sorriu, desanimada.
- Até que enfim essa conversa vai acontecer, vocês sabem que ela não merecia ficar no escuro, não é? - suspirou. - , acho que precisamos conversar também.
- Vocês se merecem. - rolou os olhos, rindo da fala de ser semelhante à de .
- Somos realistas, casal que não é casal. - alfinetou. - Precisamos… - ele segurou a mão de e saiu do quintal com ela.
- Quer dar um tempo para ela pensar? - perguntou para , vendo-o suspirar.
- Não acho que vá resolver, . Você sabe que estamos errados, não sabe? Ela é minha melhor amiga, eu deveria ter contado para ela invés de esconder esse tempo todo. Caralho, se arrependimento matasse. - reclamou.
- Não adianta se martirizar agora, e a culpa é minha, eu nunca te deixaria contar isso, . Nós nem temos nada, íamos contar o quê? - falou, vendo bufar.
- … - pensou em começar uma discussão, mas tinha uma pior para tomar por enquanto. - Nada. Vamos conversar com ela, vai ficar tudo bem.
-
- Não, eu sei que você está com medo e você não sabe o que falar, mas é minha melhor amiga e sua irmã, não vamos deixar ela ficar brava, pelo amor de Deus. - falou, irritado. - Se não quiser, vou sem você. - ele se levantou, vendo a mulher rolar os olhos, o seguindo.

- ? - bateu na porta, ouvindo o travesseiro ser arremessado contra a mesma.
- , colabora, vamos conversar. - falou.
- Eu não quero falar com vocês! - gritou.
- Ei, você não acha que devia ouvi-los? - perguntou, esperando que não gritasse com ele também.
- Talvez? - sorriu. - Eu deveria mesmo, mas queria que eles implorassem um pouco mais. - riu.
- , abre a porta, por favor, pelo menos escuta a gente. - falou, nervoso. Não conseguia imaginar o que a amiga estava sentindo no momento. Os dois nunca tiveram segredos, e do nada, ele havia aprendido a guardar tão bem algo tão importante.
- . - gritou, sem paciência. - Pare de drama.
- Drama? Sério mesmo, ? - gritou. - Vai, , deixa os dois traidores entrarem. - o rapaz sorriu, deu um selinho na namorada e abriu a porta, dando espaço para que eles pudessem entrar.
- Ei. - falou baixo, sentando-se na frente de enquanto sentava-se atrás dele. - Obrigado.
- Vamos lá, comecem. - ela se virou para eles, séria.
- Ahn… - respirou fundo, encarando , que apenas deu de ombros.
- Eu falei que não tínhamos o que falar, você quem insistiu. , nós ficamos algumas vezes, é isso. - soltou. - Não reclame com , eu nunca o deixaria te contar isso.
- . - a repreendeu. - , nunca tomamos essa decisão como a faz parecer, nem pensamos nisso, na verdade. Só aconteceu. Me desculpa ter escondido isso de você, foi errado, mas eu nem percebi o quão errado era. Até agora, pelo menos.
- Eu estou muito magoada com vocês, por que eu nunca fui intolerante assim, sabe? Eu acharia estranho, mas a vida é de vocês. Desde quando isso acontece? - a abraçou de lado.
- Não é por questão de ser intolerante, . - falou, suspirando e aproximando-se da irmã, mudando completamente sua postura irritadiça. - Nós não temos nada, não é um relacionamento, não sei explicar. Ficamos pela primeira vez depois da viagem para Camberra, uma semana depois. Desde então, estamos ficando, mas somos amigos e apenas isso, como eu te contaria? “Oi, , estou casualmente me pegando por aí com o seu melhor amigo.” - fez aspas com os dedos e torceu o nariz ao terminar a frase. - Meu Deus, isso soa ainda pior sendo falado em voz alta. - bufou.
- Queria, podia ser com essas palavras mesmo, sei que soam ridículas, mas era o que eu esperava. - ela deu de ombros. - E vocês têm sim algo, me desculpe, mas são quase cinco meses nisso, então. Enfim, minha chateação é exatamente por não saber de nada, e pelo visto não saberia ainda se o não tivesse feito aquela cena há pouco minutos.
- Não, provavelmente não. - suspirou pesadamente mais uma vez. - , posso falar com você um pouco? - perguntou, encarando e , que automaticamente se levantaram.
- Falo com você depois. Me desculpe. - falou, beijando os cabelos da irmã mais nova e deixando o quarto, sabia que os dois precisavam se resolver. Tinha uma ótima amizade com a irmã, mas aqueles dois sempre foram carne e unha, sabia que deveria dar espaço para eles. deu um selinho na namorada e saiu logo atrás de , fechando a porta atrás de si.
- Melhor assim. - riu, vendo rolar os olhos. - … - ele se aproximou, deitando-se ao lado da amiga. - É complicado. - ele riu, se soltando um pouco mais. - Eu acho que você mais do que qualquer pessoa, pode entender o quão complicado é. Se eu estivesse te contando isso sobre qualquer outra pessoa, você poderia não entender, mas é sua irmã, você a conhece. é complicada, e a situação é complicada, apesar de evitarmos falar disso para deixar menos desconfortável. Me desculpa por não ter te contado, foi algo extremamente errado, mas você não acha que para contar, nós teríamos que contar algo? Não temos esse “algo”. - ele fez aspas com os dedos, sorrindo tristemente. - Eu acredito que foi apenas esse o motivo, não tínhamos o que contar. - deu de ombros.
- , você gosta dela? - o encarou, incerta.
- Você jura? É isso que você quer me perguntar? Não prefere voltar para o drama? - brincou, fugindo do olhar da amiga, tentando enrolar. - Não sei bem se sei responder a isso… - riu. - Mas acho que se eu não gostasse, , eu não estaria extremamente confortável com essa situação há meses, sem nem me importar com o que temos, ou se, sei lá, ela sai com outras pessoas ou qualquer coisa assim, afinal, nem sobre isso conversamos, porque não temos nada. É tudo tão confuso. - sorriu, confessando.
- Meu Deus, você gosta dela mesmo. - sorriu. - Olha, eu fiquei mesmo decepcionada porque eu te conto tudo, mas eu não consigo ficar brigada contigo, você é meu melhor amigo.
- Obrigado. - ele riu, abraçando a amiga. - Não fique brigada com a também, por favor. - falou, não conseguindo evitar. - Ela não sabe lidar bem com qualquer coisa assim. Pelo jeito, às vezes acho que ela não sabe o quanto pode afundar tudo com o que fala. - reclamou, sabendo que era um dos mais afetados por isso.
- Com a é diferente, . - ela torceu a boca. - Vou tentar, ok? Eu quero ouvi-la também, mas ela vai precisar abaixar a guarda, senão, zero chances.
- Boa sorte. - riu. - Acho que ela nunca está com a guarda baixa. - ele encarou o teto. - É muito estranho que a gente converse sobre a sua irmã? Porque sempre falamos de tudo, você me conta do e tudo mais… Mas é estranho falarmos sobre mim, sobre sentimentos e tudo mais, e agora ser sobre ela, né?
- Muito estranho, ela é minha irmã, você meu melhor amigo. - concordou com . - Mas nada vai mudar entre nós, então pode desabafar sobre ela comigo.
- Você é a melhor, . - ele sorriu, apertando-a ainda mais. - Por isso que eu te amo. - deu um beijo na bochecha da garota. - Mas por hoje, vou deixar passar. Se eu começar a desabafar, vocês não voltam a se falar. - gargalhou, considerando que aquilo provavelmente era verdade, já que com certeza tomaria suas dores.

×××


- Como você está se sentindo? - ele se sentou ao lado dela na cama, vendo-a respirar fundo.
- Com ânsia de vômito? - eles se olharam e gargalharam juntos. - Ah, , eu estou terrivelmente surpresa, eu não esperava esse pacotinho dentro de mim… - ele a interrompeu.
- Gostei dessa definição de pacotinho. - sorriu, a encarando.
- Idiota. - ela riu novamente. - Mas eu estou confusa, com medo, histérica, nervosa, e achando tudo isso uma loucura, e você?
- Estou igual, mas eu já passei da fase da histeria, e me ajudaram nessa.
- Eu percebi pelo caralho, eu vou ser pai. - riram - Por que eu me deixei levar e transamos sem camisinha, hein? E foram quatro vezes, não foi uma, mas quatro! - ela suspirou. - Foi muito fogo mesmo.
- Foi, , vacilamos feio, mas aconteceu. - ele deu um beijo na testa dela. - O que você pensou em fazer sobre isso? - ela o encarou com os olhos arregalados.
- Não sei, achei que você pudesse nos dar uma luz no fim do túnel. - ela se aninhou ainda mais no peito dele.
- Primeiro de tudo, precisamos marcar um obstetra, ver se nosso filho está bem.
- Vê o quão estranho é essa frase “nosso filho está bem”? Ai, eu preciso me acostumar com isso, . - ela mordeu os lábios, nervosa.
- , você descobriu isso hoje, e ninguém fica preparado para uma coisa dessas, eu estou tentando me acostumar, mas para você é terrivelmente pior, quem está enjoando? Vendo o corpo mudar? Sentindo alguém crescendo na própria barriga? E sabendo que vai parir em breve esse pacotinho? Você. Quero que você saiba que em nenhum momento eu vou sair do seu lado, vamos passar por tudo isso juntos.
- Eu sei, eu só surtei mesmo. me disse que você queria ter uma família, ser pai, e tudo mais, não? - ele assentiu.
- Sim, foi sempre tudo o que eu mais quis nesse mundo, construir uma família, ter filhos, objetivos diferentes dos seus. - ele estudou as expressões do rosto dela. - Acho que nunca toquei nesse assunto com você porque você sempre deixou claro que não queria, e eu te respeitava.
- Sempre um príncipe mesmo, . - lhe roubou um selinho. - Mas você poderia ter me contado dos seus anseios e visões do futuro, mesmo não sendo os mesmos que os meus, a gente poderia negociar, sei lá. Você não deveria se anular.
- Você é tão escorregadia, , que todo cuidado é pouco. - ela riu, sabendo muito bem como ele tinha razão. - Como faremos? Você vai vir morar aqui em Melbourne? Eu vou para Dublin? Acho que um relacionamento a distância não vai funcionar.
- Você largaria sua loja, sua estabilidade financeira para ir para Dublin comigo? - ela o encarou relativamente surpresa, ela não esperava que ele fosse lhe propor aquilo.
- O que não dá é para essa criança e você ficarem longes de mim dessa forma, então sim, eu largaria minha loja para ir com você para lá. - ela piscou os olhos, aturdida.
- Calma, eu vou ver o lance da transferência, ok? A gente vai fazer as coisas funcionarem, e se não acontecer, vemos como faremos, mas saber que você largaria tudo aqui para me acompanhar já deixa as coisas mil vezes melhores. - ela sorriu, e lhe deu um selinho.
- Será que conseguimos uma consulta para amanhã? Estou super curioso para saber como esse baby está, se está saudável, e o principal, o sexo dele. Você tem preferência?
- Olha… Há algumas horas eu nem sabia da existência dele, mas o que tiver que ser, será, o que mais me preocupa é a saúde dele, espero que esteja mesmo saudável.
- Ele com certeza estará. - juntou as mãos em prece. - Você vai ser uma mãe incrível. - ela sorriu.
- Seremos pais incríveis, pronto. - ela sorriu, escondendo seu rosto no pescoço dele, e aspirando o leve perfume que ele tinha por ali.
- Já pensou nos nomes? - ela riu, não tinha pessoa mais empolgada do que com aquele baby, ele realmente seria um super pai. Ela suspirou, talvez as coisas tivessem que acontecer daquela forma para que ela finalmente amadurecesse e criasse raízes. É, ela sentia que estava na hora disso.
- Não, você tem sugestões? - ele se ajeitou melhor na cama, empolgado, começando a citar sua lista de preferências, arrancando risadas dela.

Capítulo Dezoito

- Eu devia estar tão ansiosa assim? - perguntou, descendo do carro e virando-se para e .
- Deveria, é seu primeiro sobrinho, não esperaria menos. - sorriu. - Eu estou preocupada, espero que esteja tudo bem, primeiro ultrassom 4D.
- Eu nem dormi a noite. - sorriu, estava uma pilha de nervos.
- Se eu quase não dormi a noite, imagino você, cara. - riu, dando tapinhas nas costas do amigo.
- Meu Deus, isso tá quase como um evento - chegou, animada, enquanto segurava o capacete em uma das mãos e vinha logo atrás.
- Grande dia, meus caros amigos! - ele estendeu os braços, abraçando e .
- Sim, obrigada por todos vocês estarem aqui. Significa muito, vou tentar conversar com a obstetra para que ela deixe vocês entrarem comigo. - falou.
- Eu sinto que vamos ser colocados para fora dessa clínica por seguranças hoje. - deu de ombros.
- Bom, se ela quiser que nós quebremos os equipamentos dela, ela vai deixar, com certeza. - brincou.
- Sim. - riu.
Todos se encaminharam para a entrada da clínica, acompanhada de passou pela recepção e fez os procedimentos. Sentou-se ao lado dos amigos e agora aguardava ser chamada.
- Sempre demora assim? - perguntou, rindo.
- , você está pior que o , e olha que eu acho que ele vai cavar um buraco no chão de tanto que bate os pés. - brincou, vendo rir. - Não que eu esteja muito diferente. - riu, apontando para as próprias pernas balançando. colocou a mão por cima de sua perna, fazendo-a parar. involuntariamente entrelaçou sua mão a do garoto.
olhou a cena e desviou o olhar imediatamente. apertou sua mão, entendendo o que acontecia ali.
- Tenta não ficar de bico. Viemos pela felicidade dos dois ali. - ele cochichou para , olhando para e .
- Não estou de bico, só não entendo por que ela está estranha comigo se foi ela que não me contou algo por cinco meses. - brincou, rindo.
- Não é certo você ficar guardando mágoa das pessoas. Você mesma já escondeu algo do ou da , .
- Mas eram coisas pequenas, perto da enormidade do que eles guardaram. - ela deu de ombros.
- Você é muito teimosa, . Um dia essa teimosia vai fazer grandes estragos.
- . - uma voz feminina chamou de um dos consultórios. se levantou ao lado de , e eles foram na frente, para tentar convencer a médica a deixarem todos entrarem junto com ela. Ela voltou com um sorriso enorme, fazendo um positivo com as mãos, chamando-os para entrarem.
- Nós vamos ficar quietinhos aqui no canto, juramos, doutora. - falou, animada, entrando na sala e posicionando-se ao lado da porta, no canto, com ao seu lado.
- e prometeram que sim, espero mesmo, hein? Estou abrindo essa exceção. - a mulher sorriu. - Vamos lá, , deita aqui na maca. - ela a obedeceu.
- Coitada dela. - riu baixinho. a acompanhou.
- Ansiosos? Espero que o baby deixe vocês o verem, hum? - a doutora sorriu, levantando a blusa da e abrindo a calça para que pudesse passar o gel.
- Pode acontecer do bebê ficar de pernas cruzadas. - cochichou para .
- Espero que não. Quero matar a curiosidade hoje. - ela respondeu.
- Se isso acontecer, vamos todos infartar juntos, pode ter certeza. - comentou, aproximando-se para entrar na conversa dos dois. - A criança já vai sofrer com a gente por lembrarmos desse dia. - ele riu.
A médica começou a movimentar o aparelho na barriga de , que sentiu um certo tremor pelo gel estar extremamente gelado. A médica ficou calada enquanto olhava o televisor, e todos a encaravam em expectativa.
- Querem escutar o coraçãozinho?
- Sim, por favor. - respondeu, ansioso. Um barulho forte e rápido de batidas se iniciou, fazendo todos ficarem emocionados.
- Tudo bem, escutar o coração é a coisa mais linda, mas eu quero é saber do sexo, meu Deus, que ansiedade. - riu, desesperada, cochichando para o grupo que estava de canto, estavam todos ali apenas observando, emocionados.
- Podem se aproximar, gente, por favor, porque o baby quer se mostrar para vocês. - a médica apontou as perninhas dele que estavam abertas.
- Tá? Não tô vendo nada. - espremeu os olhos, tentando enxergar melhor a tela.
- Então… Se não tem nada… - falou, encarando a médica, que apenas riu. - Quer dizer… Se fosse ele, teria algo, não? - ela sorriu.
- Exatamente, temos uma menininha linda com seus 27 centímetros. Está muito bem e saudável com suas 737 gramas. Parabéns, papais. E titios, também, claro.
- Ah, meu Deus, é uma menina. - sorriu, e lágrimas escorreram de seus olhos. deu um beijo na testa dela, emocionado igual.
- É uma menina, ai meu Deus! - gritou, abraçando e deixando a emoção falar mais alto, vendo-o comemorar com ela. - Desculpa. - sorriu envergonhada para a médica, pedindo desculpas por levantar a voz. Não tinha culpa, era emocionante.
- , é uma menina! - se virou e pulou no rapaz, o abraçando. - É uma menina!
- Vamos ser titias de uma menina! - falou para , abraçando a menor.
a abraçou de volta, feliz com a notícia.
- Essa menina não vai ter paz, olha quanta gente já babando nela sem nem ter nascido! - brincou, feliz, puxando e para um abraço em grupo.
- Não mesmo. e que nos aturem. - comentou, rindo.
- Com toda a certeza. - sorriu, enquanto ainda olhava a tela da tevê.
- Eu quero abraçar minha sobrinha. - fez bico, acenando para que ainda estava deitada. Ela e não conseguiam tirar o sorriso do rosto, assim como as lágrimas de felicidade.
- Daqui alguns meses, isso se essa garotinha não quiser se apressar, vamos torcer que não. - a médica tirou o aparelho da barriga de , dando-lhe um papel para que ela pudesse limpar o local. - Agora, se o grupo puder se retirar para que eu possa falar um pouco com os papais… - a médica sorriu, vendo todos concordarem e saírem rapidamente da sala. - Apenas um breve acompanhamento e algumas coisinhas específicas, relaxem. - ela sorriu para os dois.

×××


Ambos saíram da clínica e deram um suspiro.
- Pelo menos a curiosidade já matamos - comentou, enquanto caminhavam até a moto.
- Estou bem animada por eles. Parece um final feliz, né? Depois de todo esse drama.
- Sim, mas ainda acho que vai ter muito drama porque eles não têm tudo decidido de como vai ser a logística de tudo. O legal é que agora o vai ter uma mini pra ele. - riu, imaginando a cena.
- É, ele tem muito cara de paizão já. - riu junto.
- Quer que eu te leve para a faculdade ou vai matar hoje?
- Não, matar aula não. Nem pensar.
- Apesar de meio maluquinha, você é bem certinha para certas coisas.
- Bem, ontem à noite você não reclamou. - ela gargalhou.
- Podre, . - ele a acompanhou e olhou o relógio de pulso. - Temos um tempinho ainda até a sua aula começar. Que tal um almocinho? - ele balançou as sobrancelhas para ela.
- Você não me tente com comida, garoto, mas sim, eu topo.
Então subiram na moto e foram até os arredores da Universidade de Melbourne, que possuía alguns restaurantes. Decidiram pelo mais perto, o Bossa Nova Brazilian Restaurant Café. O lugar estava movimentado, visto que era perto do horário de almoço e vários estudantes estavam ali. Alguns, enquanto esperavam por seu prato, mantinham o laptop erguido sobre a mesa.
- E você? Não vai se atrasar para ir para o estúdio hoje, não? - perguntou.
- Tenho algum tempo ainda antes que me gritem para voltar para o estúdio. Estão agendando de irmos fazer alguns shows pequenos pela Austrália, para divulgar o nosso EP. O tão sonhado reconhecimento está vindo, .
- Eu mal posso esperar para ver isso acontecer, vai ser tão incrível. - ela segurou a mão do namorado por cima da mesa, acariciando-a. - E aquela música que você curtiu tanto escrever, acha que entra quando vocês tiverem um álbum? Estou acelerada imaginando que depois do EP vem um álbum, porque eu tenho certeza que essa pequena turnê pela Austrália vai dar resultado, e aí vindo um álbum, com certeza vocês estouram em mais países, já imaginou? - falou, sonhadora. sempre ficava feliz com as novidades de sobre a carreira, afinal, queria sempre se gabar de ser a fã número 1 da The Sixx.
- Eu e os garotos estamos tentando encaixar ela, mas infelizmente isso não depende só da gente. Mas, felizmente, estamos tendo um grande auxílio da equipe. Estão nos ensinando a como nos portar em entrevistas, uma equipe que está movimentando as nossas contas nas redes sociais para ganharmos mais seguidores e visualizarem as prévias de algumas músicas para ter mais acessos antes do EP sair e ser lançado nas rádios, além de diversas outras coisas que acredito que outras bandas devem passar no início de carreira. O Harry quis renovar o nosso logo e desenhou esse aqui. O que acha? - ele pegou o celular e mostrou. - Ele fez à mão.
Basicamente era uma mulher que estava no ar, com cores vivas e que possuía a mão aberta e jogava um efeito em cima da fonte “The Sixx”.
- Bem interessante. Fica longe das asas que a maioria das bandas possuem.
- É, não é? - riu, guardando o celular novamente.
A garçonete chegou e eles fizeram seus pedidos. pediu Picanha Stroganoff e Brazilian Classic | PF. Para beber, decidiram pelo Guaraná.
- Bem diferente esse restaurante, né? Comida brasileira eu nunca experimentei. sempre fala bem. O que tenho um pouquinho de inveja é que ela já experimentou de tudo na vida.
- Bom, é normal, já que ela é a filha do meio e, ainda por cima, chef de cozinha. Ela tinha que se sobressair, já que os filhos mais novos são os mais paparicados pelos pais, não acha?
- Bem levantado, meu caro . Ela sempre foi a esquecida do churrasco mesmo. - deu de ombros.
- Agora já falamos da minha vida, quero saber da sua. Mesmo que a gente se fale todo dia, o tempo todo, ainda sinto que é diferente saber assim, almoçando em paz. - riu. - Como está a faculdade? Você reclamou tanto que fiquei curioso.
- Por enquanto estamos nas teorias. São muitos trabalhos a serem feitos, mas no geral estou gostando bastante do curso. Sempre fui a louca dos bichinhos então estou bem animada com o que o futuro me reserva. O que quero que aconteça logo são as aulas práticas, lidar diretamente com os animais aquáticos.
- Sabe o que é engraçado? - riu nasaladamente, já esperando a reação da namorada. - Você é tão chata que não entendo como você gosta dessas coisas. Nunca imaginaria.
- Muito obrigada pela sinceridade mortal, . Quero terminar. - ela cruzou os braços olhando séria para ele, para depois cair na risada. - Mas, sim, é uma área bem interessante, considerando no atual mundo ao qual vivemos, que é cheio de poluição.
- Você é tão linda falando assim, só consigo babar mais. - ele apoiou o queixo nas mãos, observando a namorada e rindo de si mesmo. - Você não acha o máximo que a gente possa só sentar aqui e jogar conversa pro alto? É bom demais. - falou, apaixonado. - A que está grávida e eu quem estou com os hormônios esquisitos. - gargalhou.
- Eu tenho teste de gravidez lá em casa ainda. Quer tentar? Todo mundo tentou. - ela deu de ombros, rindo. - Mas fazer o que se as coisas simplesmente fluem? Talvez fomos feitos feitos um para o outro, como almas gêmeas. - ela falou fino, brincando.
- Você é louca, , ainda não acredito que você fez isso. Da próxima vez, converse comigo, por favor. - pediu com um sorriso no rosto. - E eu tenho que concordar. - piscou para namorada, se inclinando na mesa para juntar rapidamente seus lábios em um selinho.
- , eu não queria te assustar assim. Se eu tivesse a certeza, pode apostar que eu te informaria. Se não fizesse, uma das minhas irmãs iria atrás de você para te matar, pode ter certeza. - ela balançou a cabeça, imaginando a cena caso o teste desse positivo.
Foram interrompidos pela garçonete trazendo seus pratos.
- Agora, shiu, chegou meu momento sagrado. - falou, pegando o garfo e a faca e encarando seu prato, recebendo um sorriso de .
×××

- Isso, essa análise é dos quartis 3 e 4, Junie. - fez um barulho com a boca. estava deitado em seu colo, com a cabeça encostada em sua barriga, ela alisava o cabelo dele. - Perfeito, faz um comparativo com as pessoas dos quartis 1, e veja o que pode ser melhorado. - ficou calada, enquanto escutava a outra falar. - Combinado, qualquer coisa não hesite em ligar, não se preocupe com o fuso. - riu. - Nada, tchau.
- E então? Era da Irlanda? - ele se aconchegou ainda mais no colo dela.
- Sim, era, uma análise que eles precisam entregar ainda hoje, mas Junie foi devidamente orientada, vai dar certo, confio nela. - ele assentiu. - Fiquei surpresa com sua mensagem, era para você estar na loja, não?
- Era sim, mas eu queria ficar perto de vocês duas, então decidi sair mais cedo. - ele deu de ombros.
- Não quero que você faça isso, , não quero atrapalhar quando não é necessário, e hoje não era o caso. Nós estamos bem, constantemente famintas, muito enjoadas, mas bem. - ele riu.
- Eu sei, foi mais forte do que eu. - ele deu de ombros, dando um beijo na barriga dela. - O movimento da loja está aumentando, deixei o Jeff lá cuidando, mas o comércio deve ter o olhar do dono mesmo. - ela concordou veemente.
- Minha preocupação é exatamente essa, , muito cuidado. - ela sorriu, se abaixando e lhe dando um selinho. - Depois que eu descobri a gravidez, você percebeu que minha barriga cresceu consideravelmente? Parecia que o bebê queria ficar escondido, até o momento certo, sei lá, muito louco isso.
- Verdade, ela tá grandinha mesmo, e seus peitos também estão, inclusive estão lindíssimos. - olhou sugestivamente para eles, recebendo um tapa no braço por ela.
- Idiota! - gargalhou. - Eles estão mais pesados também, só penso que as coisas tendem a ficar piores até o final dessa gestação, pés ainda mais inchados, barriga muito pesada… - suspirou.
- Sim, nossa baby ainda vai crescer muito e ficar gordinha. - ele se levantou, e a abraçou. - Vai dar certo, . - ela o enlaçou ainda mais forte, fechando os olhos, o contato pareceu ainda mais íntimo.
Era incrível estar nos braços do , lhe dava um aconchego maravilhoso, ela sabia o que estava sentindo por ele, e parecia ainda mais certo, estava se apaixonando cada vez mais e mais. E o bom daquilo tudo era ser correspondida, aquele brilho nos olhos dele era só por estar ao lado dela.
- , tinha até me esquecido do motivo que eu te chamei aqui. - ele se separou do abraço, levantando-se e subindo pelas escadas. Ela ficou curiosa, mas continuou sentada no sofá. Ele desceu correndo com um embrulho em mãos. - Comprei para ela.
- Jura? Que incrível. - sorriu, pegando o pacote em mãos, abrindo-o. - Ah, , que coisa mais lindinha. - levantou o macacãozinho rosa com toquinha. - Eu não acredito, tem rabinho também.- sorriu. - A primeira roupinha dela, estou apaixonada, não vejo a hora de vê-la com ela.
- Sim, eu também. - ele pegou a roupinha, e colocou na barriga dela, tentando visualizar. - Não resisti, quando eu vi, precisei comprar.
- Eu teria feito o mesmo, inclusive, isso me lembra que precisamos comprar roupinhas e utensílios, montar todo o enxoval para ela.
- Sim, tem o berço também, os móveis do quartinho dela. - a encarou. - Vai montar na ou aqui? - ela o olhou com o cenho franzido. - O quarto da nossa filha.
- Eu… - ela suspirou fundo. - Não pensei ainda nisso, , eu... nossa. - ela o encarou, meio incrédula. - Natural que seja aqui, não? O que me deixa em uma situação extremamente delicada, porque eu teria que me mudar para cá quando ela nascesse.
- Não acho que seja delicada, acho que é o natural, não? Somos os pais, não faz sentido você ficar na .
- Você não acha que morarmos juntos, não é algo muito rápido, a gente namora há o quê? Cinco meses, levando em conta que o nosso relacionamento foi praticamente inteiro comigo na Irlanda e você aqui. Será que não seria um passo maior que a perna? - ela tinha os olhos fixos nos dele.
- , nós vamos ter uma filha juntos, acho que já demos esse passo. - ele deu de ombros, rindo, fazendo-a sorrir. - Morarmos juntos te assusta, e eu entendo, mas não vejo outra coisa que faça mais sentido senão isso.
- Você está coberto de razão, inclusive, até em eu estar assustada com tudo, . - ela mordeu os lábios. - Perdão, não é que eu não queira morar com você, eu só estou com medo mesmo. - torceu os lábios. - Mas eu não vejo motivos, é da minha natureza, gosto de ter tudo controlado, e essa gravidez fugiu completamente disso. - ele concordou.. Mas sim, o quarto dela vai ser aqui, e quando ela nascer eu vou me mudar para cá, e seja o que Deus quiser.
- Tenha mais fé em nós, . Está acontecendo tudo muito rápido, mas era para ser assim, nada acontece por acaso. - ele se aproximou dela, deixando seus rostos ainda mais próximos, a ponto de suas respirações se misturarem. - Eu… - se segurou, não parecia certo o que estava prestes a dizer, com elas as coisas tinham que ser bem pensadas, senão ele poderia estragar tudo. - Eu gosto muito de você. - ela alisou o rosto dele, com um pequeno sorriso.
- Eu também gosto muito de você, e a cada dia mais você me surpreende de uma forma positiva. - roçou o nariz no dele, soprando aquelas palavras.
Ela se aproximou dele, diminuindo a distância e o beijando de forma carinhosa e terna, segurou o rosto dele com as duas mãos, e se separaram com vários selinhos rápidos. Ficaram se encarando por um tempo, um estudando a expressão do outro.
- Eu juro que não queria estragar o clima maravilhoso que a gente está, mas eu estou com fome. - ele gargalhou, lhe deu mais um selinho e se levantou.
- Fica ai sentadinha, vou preparar alguma coisa para a gente comer. - ele alisou o rosto dela uma última vez, caminhando de volta para a cozinha.
A mulher sorriu, puxando o celular do bolso e foi inevitável não usar o Google para pesquisar roupinhas para a bebê, mania essa que havia adquirido desde que se descobriu grávida.
×××

- Gente, desçam aqui, vocês precisam ver isso. - gritou da sala pelas irmãs, sentando-se no sofá.
- Meu Deus, tá tudo bem? - desceu correndo as escadas, encontrando na sala e vendo descer logo atrás dela.
- Sim, está. Chamei vocês para verem isso. - mostrou a roupinha de canguru que havia comprado para a bebê. Era um macacão com pezinho e com touquinha na cor rosa. - Tem rabinho!
- Que coisa mais linda! - sorriu, pegando a roupa nas mãos. - é um babão mesmo, não tenho mais o que dizer. - ela riu. - Mas temos que começar a ver as prioridades nessa casa, vocês gritam por tudo, já achei que você ia soltar bomba igual a achando que estava grávida. - riu.
revirou os olhos.
- Aquilo foi um leve surto. Me deixem. - ela sorriu.
- Se não fosse teu surto eu não descobriria que estava grávida, então… - deu de ombros. - Imagina só, eu descobrir que estava grávida quase parindo?
- Eu prefiro nem imaginar, de verdade, essas histórias são bizarras, a sua já é o suficiente, obrigada. - falou.
- Sei que tá bem cedo, mas vocês decidiram por algum nome? - a mais nova perguntou.
- Não, deu algumas sugestões, mas eu odiei. - suspirou. - É muito difícil decidir. Sugestões?
- Ainda não, acho, mas vou começar a pensar. - sorriu, animada.
- Justice! - gritou, levantando a mão, com o punho fechado.
- Hum, não sei… - ponderou. - Anotado na listinha.
- Vou ter que pensar melhor, mas é um nome lindo. - a mulher riu, vendo a acompanhar.
a olhou por um instante e depois desviou, franzindo os lábios.
- Sério que vocês ainda estão assim? - encarou as duas, séria.
- Assim como? - perguntou. - Eu estou normal. - sorriu forçado. - Não acho que tenhamos motivos para brigar.
- Eu também. - concordou.
- Eu vou ter que fazer quando nós éramos pequenas? Juntar as mãos das duas e fazer uma pedir desculpa para outra? Porque não tem nada normal aqui.
- Se for assim, quem deve desculpas primeiro é a . - soltou de repente.
- E eu devo desculpas por qual motivo, ? Eu te falei, eu não tinha o que contar, nós não temos nada. - bufou. - Se tivéssemos, eu teria te contado, sem dúvida nenhuma.
- Por ser ignorante? Por tratar os outros como quer só pra seu simples prazer? Porque é bem engraçado você querer meter o dedo no início do meu relacionamento com o , que você nem conhecia, e depois vir falar merda quando eu só queria que você e o fossem claros comigo, como sempre foram. Será que eu não merecia um pingo de consideração pelos anos de amizade e amor que tínhamos uma pela outra? Eu fui a última a saber, porra.
- Caralho, . Será que você simplesmente ignora o fato de que não temos nada sério? Você quer saber com quantas pessoas eu transo por aí também? Porque seria a mesma coisa que eu te contar de cada caso que eu já tive, apenas com o adicional de que é o seu melhor amigo, o quão estranho é isso, ? Não faz sentido. Eu tenho todo amor do mundo por você, mas eu não vejo sentido em te contar algo assim do nada, e não deixaria que o o fizesse também, imagina o clima depois? Só aconteceu.
- Chega! Agora eu vou falar e vocês vão ficar caladas porque nem uma conversa civilizada vocês conseguem ter. Primeiro lugar, , você está errada! - deu um sorrisinho. - Simples assim. Cinco meses não são cinco dias. Se eu não tivesse reparado os sinais jamais saberia também e você é bem curiosa com o lance dos outros então, pelo menos uma vez na vida se coloca no lugar da . - ela respirou fundo. - , você está na sua razão de estar magoada, mas jogar coisas na cara da não é nada maduro, se coloque também no lugar dela, é a porra do seu melhor amigo, e tem a sua idade! Esse é o desconforto dela, você não percebe? É muito retrógrado, mas é.
- Eu não ligo, sabe? Que se foda. Eles querem beijar muito na boca? Beijem. Querem transar? Transem. Eu não ligo. Eles são adultos e que mal há nisso? O que me deixou irritada foi ambos, não só a , me contarem depois. ainda teve a decência de conversar comigo, numa boa, mas o tom que ela utilizou ao sair do quarto…
- Mas eu ligo, , esse é o problema. - suspirou, chateada.
- , o que pega, abre o seu coração pelo amor de Deus. - implorou.
- Para ser sincera? Nem eu sei, porque até agora eu não estava pensando em quase nada disso, e agora vocês estão me fazendo pensar. Para mim estava bom do jeito que estava, eu não gosto de ficar pensando nas coisas. - bufou. - Mas sim, eu me importo com a questão da idade, ok? Ele está entrando na faculdade agora, eu já me formei há um tempinho e tenho minha vida super sozinha e independente, não é fácil assim de aceitar, ainda mais sendo apenas algo como… Uma amizade colorida? É isso que estou tentando falar, não temos nada sério, como eu colocaria isso para fora e contaria para vocês, é meio que só… Diversão, sei lá. - ela torceu o nariz ao pensar na própria frase.
- Você sabe que a diferença de idade de vocês é ridícula, não é? E daí que ele está entrando na faculdade? Eu ficaria com o se ele me interessasse e foda-se o mundo. Você nunca se importou com essas coisas, sabe? É isso que não está entrando na minha cabeça. Ninguém aqui jamais vai te julgar, . - comentou.
- É, para com essa loucura, . Você não deve nada a ninguém… A não ser a gente, claro. - ela riu - Eu não pegaria, mas sei que o é um puta de um gostoso.
- Eu não sei, gente, o é incrível… - ela encarou . - Vou ignorar seu comentário. - riu. - Eu acho que ele merece mais, não sei. Eu sei que vocês não vão me julgar, mas eu nem sei por que estamos tendo essa conversa, não é como se tivéssemos algo, só estamos ficando, não falamos de nada disso. - ela riu.
- E você está ficando com mais alguém? - a encarou, debochada.
- Não. - suspirou, rolando os olhos. - Eu… Não saí procurando, por aí, por exemplo. Mas não quer dizer que ele não tenha, são cinco meses, gente.
- Nem mesmo o Luke? - a mais nova perguntou. - Como assim? Você acha que o esteja?
- Não, nem mesmo o Luke, nós realmente deixamos de ficar, eu não gosto dele e ele estava muito mais nisso do que eu. - confessou. - Não sei, nós nunca falamos sobre isso, mas sei lá, acredito que ele esteja vivendo a vida dele normalmente.
- Meu Deus, quando você quer você é muito tapada, . - a garota bateu a mão na testa.
- Ele não está ficando com ninguém, o me contou. - disse. - Aquele ali não consegue guardar a língua na boca.
- Ah. - fez um barulho com a boca, tentando evitar o sorriso que queria se formar em seus lábios. - Droga, eu odeio vocês. - bufou. - , me desculpa? - a mulher fez bico, abrindo os braços para irmã mais nova. - Eu devia ter te contado, mas… Olha, nem eu sei o que falar, para mim só não tem sentido, mas talvez eu tenha que tentar fazer com que faça. Eu acho que se eu contasse para vocês, eu passaria por esse momento e acabaria tendo que admitir algo que eu ainda tenho vergonha. - ela torceu a boca, tentando não rir de seus próprios pensamentos. - Talvez eu me sinta bem com ele e apenas não queira admitir. - deu de ombros.
- Mas, menina, por que você acha que eu ando com ele? que me perdoe, mas é o melhor.
- Estamos bem? - ela perguntou, tentando reforçar o pedido de desculpas.
- Ai, sim, claro, amor da minha vida. - ela se jogou no colo da irmã, a abraçando forte.
- Amém, eu não aguentava mais vocês assim. - juntou as mãos, orgulhosa.
- Obrigada, . - puxou a irmã para o abraço. Era incrível como quando elas se juntavam, o mundo parecia fazer sentido nas coisas mais idiotas que deveriam estar estampadas para todos. se sentia idiota, rindo de si própria.
- Só me diz uma coisa, , o início de tudo foi depois daquela viagem, quando disse as habilidades incríveis do na cama? - resolveu brincar com a irmã no meio do abraço. gargalhou.
- ! - sentiu as bochechas queimarem e pegou a almofada de trás do próprio corpo, usando-a para bater na irmã mais nova.

×××

acordou cedo no sábado após uma noite inquietante, não conseguindo voltar a dormir um pouco mais. Sua cabeça parecia não se desligar de nada e apenas decidiu que a deixaria incômoda por toda uma noite.
Levantou-se e fez sua higiene matinal, mas decidiu que estava com preguiça demais para tirar o pijama, queria aproveitar a preguicinha que aquele dia trazia por pelo menos parte da manhã, já que logo teria que ir para o restaurante e só Deus sabia que horas sairia de lá, o sábado era sempre agitado demais.
A mulher saiu de seu quarto e caminhou em direção às escadas, pensando em preparar algo para comer ou comer qualquer coisa do dia anterior, se rendendo de vez à preguiça. Ela mudou o rumo de seus pensamentos ao ver a porta de aberta e o garoto sentado em frente da escrivaninha, mexendo em seu notebook. Ele vestia uma calça de moletom e uma blusa fina de manga comprida, estava com fones de ouvido e chacoalhava a cabeça no que parecia ser o ritmo da música. Estava muito cedo, mas ele parecia animado.
sorriu com a cena, afinal, era sempre assim. A mulher via e todos os seus costumes estranhos ou engraçados e tinha vontade de apenas ficar observando-o, deitar-se ao seu lado e abraçá-lo, ou até mesmo o enfiar em um potinho e guardar em sua estante para sempre. A mulher nunca havia sentido isso antes, não na intensidade que vinha acontecendo desde o início do ano, e talvez esse fosse o real motivo de ignorar o que estava bem em sua frente, não a idade ou que ele fosse o melhor amigo de , isso agora parecia até um pouco bobo para ela, mesmo sabendo que talvez pudesse ter alguns problemas relacionados posteriormente. Posteriormente? Riu do próprio pensamento, negando para si mesma com a cabeça.
-Ei, já acordou nessa animação toda? - perguntou, após encostar a porta do quarto calmamente e aproximar-se do garoto, jogando seus braços em volta do pescoço dele em um abraço. Sentiu-o pular na cadeira, assustado.
- Oi, . - ele riu, jogando a cabeça para trás para vê-la, mesmo que de cabeça para baixo. se esticou e deixou um selinho rápido nos lábios do garoto, que sorriu com o gesto. - Estou procurando algum estágio, trabalho, qualquer coisa assim, quero ocupar o tempo que não estou no curso. - deu de ombros.
- Lá vai você entrar na fase de ser explorado, já tenho até dó. - ela riu, sentando-se na cama atrás dele e vendo-o virar-se de frente para ela.
- Já estou cansado só de pensar. - fez bico, rindo em seguida. - Mas e você? Acordou cedo mesmo? Vai para o restaurante já agora? - ela negou com a cabeça.
- Tive uma noite agitada, não consegui dormir muito. - confessou.
- Eu também, por isso acabei levantando. - reclamou, fazendo careta.
- Devíamos ter conversado, pelo menos faríamos companhia um para o outro. - riu, piscando para ele.
- Olha, eu até pensei. - ele levantou o braço, bagunçando o próprio cabelo em sinal de incerteza. - Eu só não tinha certeza que… Sei lá, que a gente tava bem. - ele desviou o olhar, encarando a porta. - A gente não conversou realmente depois que eu fiz aquela cena em que descobrimos que a está grávida, eu achei que você estivesse evitando um pouco nós dois.
- E por que não falou comigo invés de ficar pensando isso? - ela arqueou uma das sobrancelhas, vendo o garoto sorrir de lado, envergonhado. - Eu achei que você estivesse evitando. - deu de ombros, rindo. - Por conta das coisas com a e tudo mais, achei que estivesse bravo comigo, porque você deveria ter contado, e eu…
- . - o garoto a interrompeu, rindo. - Já foi, eu já me resolvi com a , e você realmente devia parar de tentar levar a culpa por mim também, afinal, nós dois estávamos errados e ela tem plena consciência disso, a única diferença é que eu fui me desculpar sinceramente e você chamou de drama, parece que não conhece sua irmã. - ele rolou os olhos.
- Eu me desculpei com ela ontem, tá tudo bem agora. - o garoto suspirou, aliviado, fazendo a mulher rir. - … - dessa vez foi quem pareceu nervosa, coçando a própria nuca por baixo dos cabelos.
- Ah, não, o tom sério. - negou com a cabeça, fazendo rir. - O que aconteceu?
- Não é nada de mais, é que eu queria perguntar uma coisa, mas estou pensando que parece idiota agora. - riu. - Durante esse tempo… Esses meses, sabe? Que a gente tá… Hm… Ficando? Não sei exatamente como colocar, desculpa. - sorriu com a escolha de palavras dela, pois ela talvez não tivesse percebido, mas costumava usar muito mais coisas relacionadas a sexo do que algo como ficando. - Você… Você… Ah, , é difícil, eu me sinto uma idiota perguntando isso, é ridículo, mas eu queria saber. - ela riu, irritada.
- Fala, . A gente nunca teve problema para conversar sobre nada, e olha que já tivemos assuntos muito aleatórios e idiotas, principalmente. - lembrou-a.
- É que esse não é bem assim… - afirmou, sincera, vendo o rapaz franzir a testa. - Durante esse tempo, você esteve ficando com mais alguém? - despejou de forma rápida, quase não deixando entender suas palavras.
- Jura que era isso, ? - o garoto gargalhou, mas logo tentou tomar uma postura mais séria novamente. - Você quer que eu seja sincero? - perguntou, vendo a mulher assentir, ansiosa. Ele esperava que ela revirasse os olhos, se irritasse, mas ela parecia concentrada demais para isso, suas bochechas estavam avermelhadas, o que indicava que ela estava realmente envergonhada com o assunto.
- Por favor, seja sincero. - ela reforçou, tentando sorrir.
- , é claro que não. Eu entendo que você se desliga para as coisas que não quer ver, mesmo que talvez você mesma não perceba isso, mas se você não reparou que eu… - ele respirou fundo, tentando escolher as palavras para usar. - Que eu estou… Na verdade, que eu sou, louco por você, você é completamente cega. - ele riu, confessando. Se fosse em qualquer situação, ele teria corado, ou ficado nervoso, mas era , e estava na hora de ser sincero, por mais que talvez isso mudasse a situação deles e ele saísse dali machucado. - Eu entendo que para você não era assim e tudo mais, , está tudo bem, mas eu não queria ficar com outras pessoas, eu estava bem só entre nós, por mais que eu saiba que você vai me criticar por isso. Você pode falar que estávamos só nos pegando por aí, mas você sabe que isso não é realmente a verdade, porque a gente passou todos os tipos de momentos possíveis juntos agindo feito um casal. Porque eu não sei o que são duas pessoas que andam juntas por todo lado, tem uma puta amizade e ainda transam, se não são algo como um casal, mesmo que não convencional, por nunca ter falado sobre. - suspirou ao terminar de falar, quase se arrependendo ao ver uma sem expressão, apenas encarando-o.
- Eu também não fiquei com ninguém durante esse tempo. - ela encarou o rosto assustado do garoto e riu.
- Não? - ele perguntou, tentando esconder um sorriso. Ela assentiu, reforçando o que havia dito. - Ah.
- Eu nem sequer pensei nisso, esse é o problema.
- Não parece um problema para mim, sério. - brincou, dando de ombros e fazendo a mulher rir.
- O problema é que eu não tinha percebido isso, . Eu precisei de um empurrão para perceber que eu não tinha sequer pensado em sair, ficar com alguém, qualquer coisa assim, e isso me fez sentir bem idiota. - suspirou.
- Você é. Um pouco, pelo menos. - ele riu, vendo mostrar a língua para ele. - Mas, … Foi só isso que você percebeu?
- . - ela bufou, rolando os olhos. O garoto se levantou da cadeira, sentando-se ao lado dela na cama.
- Vai, … - implorou, colocando uma mão no rosto da mulher e usando a outra para brincar com seus fios de cabelos próximos ao pescoço. - Me fala que não foi só isso que você percebeu e que foi por isso que você veio até aqui falar comigo. - ele encarou os olhos dela, assim como ela fazia com os dele, sem conseguir desviar o olhar.
- Droga, . - ela soltou, rindo discretamente. - Tudo que você falou tem sentido e só eu não tinha percebido, tudo bem? Você é um saco, você me irrita, mas eu nunca me senti tão confortável com alguém como eu me sinto com você, eu nunca me senti assim, nessa intensidade, e eu não sei o que fazer com isso. - despejou, vendo rir. - Você tá rindo de mim? - perguntou, confusa.
- Eu tô rindo dos meus pensamentos, você é a pessoa mais confusa e estranha que eu já conheci, . - afirmou.
- Eu sei. - ela fez bico, parecendo envergonhada.
- Mas eu já sei lidar com isso, então está tudo bem. - ele piscou, vendo-a negar com a cabeça, rindo.
- E o que a gente faz com tudo isso agora? - perguntou.
- Você precisa de tudo desenhado, não é? - ele rolou os olhos ao vê-la assentir. - , eu só fico com você, e você só fica comigo, isso está bom para você? - ela assentiu, rindo do tom infantil que o garoto usava. - Nós já saímos juntos o tempo todo e agimos como um casal, como e e e , concorda? - ela assentiu, lembrando-se de todas as vezes que saiam e faziam gracinhas como um casal. - Eu gosto muito de você, e você gosta de mim, certo?
- Muito. - ela adicionou, rolando os olhos e assentindo mais uma vez, vendo um sorriso no rosto de .
- E… Bom, como você mesma diz, nós fazemos sexo por aí, não é? - ela gargalhou da forma banal que o garoto falara aquilo, assentindo novamente. - Estamos nessa há alguns meses já, certo? - ele complementou, fingindo-se pensativo, e ela assentiu. - Então, … - ele colocou uma de suas mãos na cintura da mulher, deitando-a delicadamente na cama e usando a outra mão para segurar seu corpo por cima do dela. Ele juntou seus lábios em um selinho e voltou a encará-la. - Você pode até não querer dar um nome para isso na sua cabeça, mas colocando de forma clara assim para você, nós sabemos o que temos, não é mesmo?

Capítulo Dezenove

- Sabe o que é triste? - perguntou, tirando uma assadeira do forno e jogando em cima da bancada. - Ter que fazer comida, mas para pouca gente, queria que todos estivessem aqui fisicamente. - reclamou, vendo rir de sua observação.
- Isso também é muito bom, você não acha que já cozinha para muita gente todos os dias? Descansar faz bem, falo por mim, já que agora sou explorado, como você diz.
- Eu estou adorando muito tudo isso. - disse, rindo, aparecendo na cozinha com uma bomba enquanto enchia bexigas. Já havia enchido várias nas cores rosa e branco. - Adoro festas.
- Acho que você devia ser organizadora de festas, porque você é a única que gosta de fazer essas coisas. - brincou, apontando para todas as bexigas já cheias e espalhadas.
- Adoro festas, mas não de organizar. Estou fazendo porque é pqra e para a baby. - ela disse enquanto enchia mais uma. - Agora vou montar o arco.
- Gente, oi. - chegou, vindo da casa de . - Está ficando tão lindinho. E nossa, seja o que você fez, , a baby quer comer. - colocou a mão na barriga, sentindo-a mexer.
- É óbvio que ela quer comer, ela ama a comida da tia dela. - se aproximou, tirando as luvas e colocando as mãos na barriga da irmã. - O tanto que vou alimentar essa criança, não quero nem ver. - riu.
- Tenho dó dela, não é como se você cozinhasse coisas muito saudáveis. - zombou, recebendo um tapa em seu braço.
- Eu atendo! - disse enquanto corria até a porta, abrindo e encontrando com um urso enorme de pelúcia. - Para mim?
- Claro que não. Esse, minha cara, vai ser especialmente para baby . - ele riu enquanto entrava na casa e dava um selinho rápido na namorada. - Você acha que ela vai gostar? - ele perguntou, olhando para os lados.
- Pelo amor de Deus, , a garota nem nasceu ainda. - ela revirou os olhos.
- A mãe dela amou. - sorriu, pegando o urso e o abraçando fofamente. - Obrigada, .
- Imagina. E cadê o papai? - ele sorriu.
- Foi buscar uma surpresa para mim, está todo misterioso. - deu de ombros.
- Ih, hoje tem, hein? - zoou.
- Olha, de surpresa do já bastou a baby. - gargalhou, vendo todos a acompanharem.
- Sim, nem me fala. Deve ter comprado algo para a baby mesmo, quem sabe? - comentou.
- Vamos fazer algo útil e tentar adivinhar enquanto terminamos de arrumar a mesa. - apontou para bagunça da cozinha e chamou e para acompanhá-lo.
- Por que você demorou? - perguntou baixinho a .
- Tive que caprichar no lápis de olho para sair bem nas fotos. - ele mandou beijo no ar. - Fora que eu estava trazendo um urso enorme comigo, . Imagina a minha cara entrando dentro de um Uber com aquilo ali. - ele apontou para o urso.
- Tá, tá. Tanto faz - abanou o ar em descaso.
- Ei, os pais de alguém vem para esse chá? - se sentou no sofá.
- Presencialmente, não. Vamos fazer virtual. Você não viu minha mensagem falando a respeito?
- Não tive tempo. - deu de ombros.
- Ah, entendi. - a garota se sentou no sofá, estranhando o jeito do namorado. - Tá tudo bem, ?
- Tá sim, nada demais, não precisa se preocupar. - deu um beijo nela e logo ficaram calados por um tempo. Só ficaram ali, prestando atenção na conversa que se desenrolava na cozinha enquanto a mulher montava o arco.
Depois de um tempo, analisou o que tinha feito ali na sala.
- Arco e decorações prontas! Venham ver!
A decoração era simples, havia o arco nas cores rosa e branco, na parede havia algumas letras que formavam o sobrenome da baby . Na mesa havia alguns pratos preparados por com ajuda de . A decoração estava em um canto, o que deixava a mesa sempre utilizada para refeições preparada para receber os convidados. O grupo se reuniria ali, e juntos, fariam uma ligação de vídeo com os pais que estavam no Canadá e gostariam de estar presentes naquele momento.
O computador já estava posicionado na mesa, e o grupo havia organizado tudo para que tivessem a interação o mais próximo do real, desde que a internet colaborasse dos dois lados, claro. Haviam marcado com os pais às oito horas, então, agora era apenas esperar.
- Tudo pronto, cadê o pai da criança, gente? - brincou, olhando para ao colocar o último prato na mesa.
- Eu não sei, mas vou descobrir agora. - pegou o celular que estava na mesa, procurando o contato e discando o número. Chamou até cair na caixa de mensagens. - É, não vou descobrir, deve estar dirigindo, porque não atendeu. - bufou. - Ele que esteja aqui no horário, papai já vai ficar com uma impressão errada dele. Aliás, essa gravidez já foi surpresa demais.
- querendo impressionar o papai, nunca imaginei esse momento. - riu, balançando a cabeça em negação.
- Pois é, nem eu me reconheço mais. - riu.
- Gente, mas como seus pais lidaram com a notícia? - perguntou.
- , foi hilário! Você tinha que ter visto. O melhor era a gaguejando, sem saber o que falar, e eu e a rindo de canto da situação toda. Papai e mamãe não deixavam ela falar. Depois, tudo se resolveu como num conto de fadas. - balançou as mãos no ar.
- Eu achei que fosse parir a baby, mas deu tudo certo. Papai até brincou dizendo que estava mesmo na hora de ser avô, mas ele ainda não conhece . - suspirou, não queria demonstrar, mas estava surtando com a demora dele.
- Ele vai amar o , pode ter certeza, quem não ama esse cara? - respondeu.
- Bom, se ele chegar. - brincou, vendo o desespero da irmã.
A campainha tocou e encarou as irmãs, achando aquilo estranho, era muito de casa para ter aquele tipo de atitude. Caminhou na direção da porta e abriu-a, mas quase caiu para trás quando viu que o namorado não estava sozinho.
- Oi! - sorriu, animado, abraçando a namorada rapidamente. - A surpresa chegou. - ainda estava chocada demais.
- Olha, que legal! Mais gente! - tossiu, puxando pela mão até a porta. - Sejam bem-vindos, senhor e senhora ! Quanto tempo que não os vejo, fico feliz de recebê-los na minha casa. - aproximou-se dos pais de , cumprimentando-os enquanto a irmã respirava.
- Olá, , querida! Quanto tempo. - Ava cumprimentou a moça com um abraço caloroso. - Nunca mais foi em nossa casa.
- As coisas ficaram agitadas por aqui esse ano, imagino que entendam. - riu, cumprimentando também Finn.
- Sem dúvidas. - Finn sorriu. - Avô? Quem diria, parece que foi ontem que ainda estava noivo. Como vocês dizem, a fila anda. - brincou, entrando na casa. sorriu, sem graça, não sabia bem como abordar os sogros. ia se ver com ela depois, aquilo não se fazia.
- Oi. - conseguiu finalmente proferir. - Prazer, . - estendeu a mão em direção a Finn, e em seguida, a Ava. Tentou disfarçar, mas suas mãos tremiam. - Fiquem à vontade. - sorriu forçadamente. - Eu já venho, um minuto. - saiu rapidamente da sala, indo em direção aos quartos.
- Ela ainda está tendo alguns enjoos. - comentou rapidamente. - Sou , prazer em conhecê-los. - sorriu, cumprimentando os pais de .
- Finn! Olá! - o cumprimentou. - Há quanto tempo, hein?
- Pois é, meu filho. Pelo visto você continua meio maluquinho. - ele fez referência ao lápis de olho e cabelo de .
- Não dá para ser sempre certinho como o seu filho, senhor.
- Não é tão certinho assim, já que engravidou uma menina sem casar.
- É, pois é. - riu. - Senhora. - cumprimentou Ava.
- Vem aqui e para de besteira. - ela o puxou para um abraço. - Já nos conhecemos há bastante tempo para você ficar com formalidades.
- ? - sussurrou - Fiz merda?
- Das grandes, caralho. - a mulher rolou os olhos, respirando fundo. - Ela já anda uma pilha de nervos, coitada. Vou ver como ela está, já descemos. - comentou, subindo as escadas rapidamente.
- Olá, pais do . Eu sou a , irmã da . - ela sorriu para o casal à frente.
- Olá, . Prazer em conhecê-la. - Ava disse.
- Prazer. - Finn disse simplesmente.
- Então… Venham, se sentem. Vou pegar alguma coisa para vocês comerem enquanto bebem algo. - ela guiou o casal até o sofá, indo até a cozinha em seguida.
- Voltamos, a grávida passa bem. - brincou, entrando na sala, acompanhando a irmã com uma mão em suas costas e trocando um rápido olhar com .
- Você passou mal? - se aproximou de após a fala de .
- Eu vomitei a minha alma naquele banheiro, e foi de nervoso. A gente vai conversar depois sobre isso. - sussurrou para ele.
- Vou fazer a chamada, tudo bem? Já passamos uns minutinhos do horário, minha mãe já mandou mensagem. - falou, próximo do computador, recebendo alguns “ok” em resposta e logo ouvindo o som do computador de que estava ligando para sra. , onde seus pais estavam junto aos pais de , e . - Ei, oi! - falou, animado, ao ver sua ligação ser atendida. Ele saiu da frente do computador, deixando com que os adultos vissem toda a sala.
- Que saudades de vocês. - falou, acenando para câmera.
- Cadê minha grávida mais linda? - Louise perguntou, procurando pela filha. - Acho que precisamos de algumas apresentações. - sorriu, olhando para as pessoas presentes em sua tela.
- Oi, mãe. - sorriu, aparecendo na frente do computador. - Esse é o . - se levantou, acenando para a câmera. - Os pais dele, Ava e Finn. - os mais velhos acenaram, sorrindo. - E por último, mas não menos importante, esse é o , namorado da . - sorriu, nervoso.
- Olá. - ele acenou. - Prazer em conhecê-los.
- Estávamos ansiosos por conhecê-lo. - Oliver falou, calmo, mas ainda assim, rígido. - E estamos ainda mais por vê-lo pessoalmente. - sorriu. - , espero que esteja se cuidando bem.
- Pai! Por favor!
- Ficamos tristes em conhecer vocês assim, principalmente , não é? Que será pai do nosso neto. - Louise riu. - É um prazer conhecer todos vocês, sou Louise e esse é Oliver, somos os pais de , e .
- Oi, pessoal! - o homem falou. - Sou Aiden e essa é Elyna, somos os pais do . - acenou para câmera, vendo a mulher fazer o mesmo.
- , você está uma grávida linda. - Elyna comentou, encarando a mulher, encantada.
- Que saudades de todos vocês. Obrigada, Elyna. - sorriu, pegando algo na mesa para que pudesse comer.
- E então, , como vocês vão fazer com esse bebê? Você vai se mudar para Dublin ou minha filha vai morar com você? - Oliver questionou, curioso.
- Bom… - ele encarou , pedindo ajuda. Ela deu de ombros, ele que se virasse com seu pai pelo nervoso de mais cedo.
- Olha, nós esperamos muito que a fique aqui, Ollie. - interviu, rindo. - Não queremos a baby longe. Acredito que a infartaria, por exemplo. - ele colocou a mão por cima da mão de , aproximando-se dela, que o afastou rapidamente.
- Óbvio que ela vai morar aqui, não? em Dublin? De jeito nenhum. - Ava comentou, descartando aquela ideia. - A vida dele está aqui.
- E minha vida também está lá, concessões terão que ser feitas, Senhora . Ninguém vai ficar separado da baby, daremos um jeito. - a respondeu.
- Fogo no parquinho. - comentou baixinho perto de , enquanto comia um salgadinho e ria.
- O que importa é que ela será a criança mais amada desse mundo. - falou, animada. - Estou feliz com essa reunião, queria que ela fosse presencial, mas é bom que estamos todos juntos e felizes. - forçou um sorriso, tentando amenizar o clima que já esperava.
- Veja essa roupinha que compramos para a baby. - Elyna mostrou a roupinha e todo viram pela tela da televisão em que o computador estava conectado.
- Que coisa mais fofinha. - sorriu com o macacãozinho rosa que a mãe de mostrava. - Não vejo a hora de vê-la vestindo essas coisinhas. Falta um pouquinho ainda, mas a ansiedade me consome para ver seu rostinho.
- Eu quero saber quanto tempo vai demorar até ela vestir tudo que vocês já compraram. - brincou, rindo. - Mãe, essas meninas querem tudo que veem pela frente, a baby já é mimada demais, e ela nem pede nada ainda.
- Não é como se você não babasse em tudo também, . - riu, vendo-o dar de ombros.
- Inclusive, isso me lembra que não entregamos nossos presentes. - Finn pegou três embrulhos e os entregou para de quem estava mais próximo. O rapaz abriu rapidamente e viu que um dos embrulhos se tratava de fraldas, o outro eram utensílios como mamadeira e chupeta, e o último eram dois vestidinhos vermelho e branco.
- São lindinhos. Muito obrigada. - se aproximou de , pegando os presentes e os colocando no lugar.
- Sim, muito obrigado a todos pelos presentes. - complementou, com um grande sorriso.
- Por que você não me disse que essas reuniões em família são sempre assim? Viria mais vezes, só para ver essas indiretas. - ria junto com . O celular dele apitou, tirando eles da bolha. Ele o pegou e leu a mensagem rapidamente.
- Quem era?
- Harry. Não era nada demais. Depois ligo para ele.
- Certo… - ela fica olhando para ele.
Ela não sabia muito bem o que dizer. O relacionamento deles nunca tinha sido de todo o mal. Eles estavam no melhor momento, mas por que ela sentia que havia algo de diferente ali? Eles sempre tinham o que conversar e estavam sempre numa bolha, mas ultimamente parecia que essa bolha estava se dissolvendo. Ela não sabia dizer se era paranoia da sua cabeça ou se realmente estava acontecendo e se ele também via.
olhou para enquanto divagava e percebeu que seu corpo estava ali, mas o mesmo não estava. Ele tinha o olhar meio vago, olhando do celular para o pessoal ali na sala. Quando interagiam com ele, ele interagia de volta, mas não prolongando muito o assunto.

- Agora vamos aproveitar que estamos todos aqui e contem para nós como foi que vocês descobriram essa gravidez, como vocês estão, como vai a faculdade de vocês, queremos tudo. - Louise sorriu, simpática. Todos seguraram a risada com a primeira pergunta, afinal, não seria bom abrir o jogo da bagunça que havia sido feita.
- Bom, tínhamos achado que a quem estava grávida, depois achamos que era a , e, por fim, descobrimos que era a . Foi uma cena de terror para todo mundo. - foi quem respondeu, arrancando risadas de todo mundo, exceto de e .
- ? Como assim, filha? Está namorando e não nos disse? - Oliver a encarou.
- Isso vai ser muito divertido. Conta, .
- Mãe, você sabe como é, a gente não precisa exatamente estar namorando para isso. - riu, nervosa. - e não estavam namorando e agora vão ter uma filha, por exemplo. - encarou a mulher, respirando fundo. Estava bem claro que ela preferia manter aquilo em segredo, e apesar de não se importar, não entendia.
- Acho que namorar alguém é difícil. - zombou, recebendo um sorriso de agradecimento da mulher, que agradeceu, mesmo entendendo que aquilo era um cutucão, na realidade.
- Não siga o exemplo da sua irmã, . Nem você, . - Oliver brincou.
- Jamais. - riu.
- Meu curso está indo bem, estou gostando, apesar de estar cansado. Estou trabalhando meio período em um restaurante próximo daqui há uns 15 dias e está sendo bem puxado, mesmo sendo apenas meio período. - falou, respondendo mais uma das diversas perguntas feitas.
- Achei que você acabaria estagiando com a , no restaurante dela, querido. - Louise comentou, vendo o marido e os pais do garoto concordarem. - Espero que ela tenha oferecido. - a mulher mostrou seu olhar de repreensão.
- A me ajuda muito e fiquei bastante por lá, Lou, mas acho que já passamos tempo demais juntos por aqui, era melhor buscar algo fora da rotina. - riu.
- Mas ele sabe que o A&A está sempre com as portas abertas. - a mulher completou. - manda muito bem na cozinha, é fácil trabalhar com ele e ele terá muito sucesso na profissão. - aproveitou para frisar quando viu a leve insatisfação no rosto dos pais do garoto com o assunto.
- Portas abertas, huh? Sei. - riu e lhe mostrou o dedo do meio discretamente. - Também te amo. Então, gente, minha faculdade está tudo bem até agora. Estou gostando bastante da experiência que estou tendo aqui. Estou conhecendo várias pessoas, experimentando comidas novas... Até o momento não me arrependo da decisão que tomei de vir para cá. Fora que a é bem hospitaleira. que o diga... - disse em forma de tosse. - Além de ter conhecido o aqui. - ele sorriu para ela. - Então, pais, sinto muito, não volto tão cedo para o Canadá.
- Sobre essa parte, digo o mesmo. - riu, vendo os pais encararem o computador, surpresos. e riram dos mais novos e das reações dos pais.
O celular de tocou novamente.
- Pessoal, terei que me despedir de vocês.
- Mas já? Por quê? - perguntou, sem entender nada.
- Preciso ver algumas coisas na gravadora.
- Mas não pode esperar? - ela insistiu.
- Infelizmente, não. e , parabéns novamente pela garotinha que está por vir. Pessoal, obrigado pela noite. Nos vemos em breve.
- Que mal começou, né? - Oliver comentou, torcendo o nariz e sendo repreendido pela mulher.
fingiu não ouvir e foi em direção à saída, sendo acompanhado por .
- Desculpa. Arranjaram algo grande para a banda amanhã e eu preciso arrumar minhas coisas para viajar.
- E você sabia disso desde quando?
- Antes de vir para cá, na verdade.
- E por que não me contou?
- Não parecia ser grande coisa e você estava bem feliz.
- Grande merda. Ia ser bem mais legal se você fosse sincero comigo. - ela franziu os lábios. - E quando você volta?
- Não sei ainda. É incerto.
- Ok.
- Ok?
- É, , você quer que eu fale o quê? Que eu tô dando pulinhos de alegria? Estou, em respeito ao e , mas queria que você estivesse com a gente.
- Mas, , essa é uma oportunidade de ouro que eu e o pessoal estávamos esperando há muito tempo.
- Eu sei, , é que nesse último mês estou competindo com a banda para ter um pouco de atenção, e você nem mesmo me conta as coisas. - ela deu de ombros.
- Prometo que quando voltar vão ser diferentes as coisas, você vai ver. Só peço que tenha um pouco de paciência.
- Meu segundo nome é Paciência, .
- Ha ha ha, engraçadinha. Preciso ir. O Uber já está me esperando. - ele deu um beijo nela e sorriu. - A gente se fala por mensagem.
E então ela o viu entrar no carro e partir. Ela entrou e sorriu ao ver sua família rindo enquanto conversavam com os pais de e animadamente.
- Está tudo bem? - perguntou para a amiga, discretamente.
- Está sim, não se preocupa. - ela forçou um sorriso e resolveu prestar atenção na conversa.
- E os nomes? Não dá para chamar ela só de baby, não? - Ava comentou. respirou fundo, sabendo que uma discussão iria se iniciar.
- E se o nome dela fosse baby? - brincou, recebendo um olhar atravessado dos pais de .
- Adorei! Que nem a Baby do filme Dirty Dancing? Eu apoio. - disse enquanto comia um salgadinho.
- e , vocês nunca mudam. - Elyna comentou, rindo.
- Eu dei algumas sugestões de nome, mas nenhum agrada a , então estamos nesse impasse. - se defendeu.
- São nomes horríveis. Sinto muito. - torceu os lábios. - Mas estou aceitando sugestões.
- Se para os nomes já está assim, quero nem ver quando ela me escolher como madrinha da criança. que lute. - riu.
- Ah, pronto. Guarde suas vontades para você, não se esqueça que veio por último. - mostrou a língua para irmã mais nova. - Você fica com o segundo filho.
- E quem disse que vai ter segundo? - arregalou os olhos.
- Claro que terá, espero mais alguns netinhos, é filho único e sempre teve desejo de uma família grande. - Ava sorriu para o filho.
- Mãe! - ralhou com ela, aquilo não era o momento. Não queria assustar ainda mais .
- Acho que vamos esperar se esses dois se dão bem com a baby para poder pensar em mais. - comentou, rindo. - tem o espírito de cuidar de todo mundo, mas é diferente cuidar de nós quando mais novos, do que de um bebê da responsabilidade total dela. - deu de ombros.
- não toma uma cerveja sem derrubar no chão, estou imaginando ele segurando um bebê. - riu, complementando.
- . - o pai o repreendeu, mas o garoto fingiu não ouvir.
- Ei! - reclamou. - Olha quem fala, só por isso não vai segurar minha filha quando nascer.
- Ah, você nem venha. Vou ser o tio preferido dela, vocês sabem. - rolou os olhos, convencido.
- O que mais esse bebê vai ter é tios, vamos ver quem ela vai preferir. - deu de ombros, sentindo um leve desconforto pela baby estar pressionando sua costela. - Gente, ela está dançando na minha barriga. Ela é tão quietinha, acho que está sentindo essa energia toda. - se aproximou, colocando a mão na barriga dela.
- É a presença dos avós, meu amor. - Louise falou, sorridente, vendo Ava concordar.
- Pode ficar em paz que ela também surta com as tias e tios, tá? - falou. - Ontem ela quase saiu daí hora que cheguei perto. - ela apontou para a barriga da irmã.
- Mentirosa. - rebateu rapidamente.
- Filho, não fale assim com . - Elyna reclamou, percebendo mais uma vez a implicância do filho com a . - , se tiver qualquer problema com , fique à vontade para mandá-lo de volta ao Canadá, falo sério.
- Ela não sobreviveria, gosta muito da minha companhia. - riu, vendo fazer o mesmo, rolando os olhos, mas seu rosto estava corado. A garota repetia como um mantra que devia agir naturalmente, mas morria de vontade de responder algumas coisas para Elyna quando ela tentava cutucar o filho com qualquer assunto.
- está muito bem em Melbourne. - respondeu apenas, sem entrar na brincadeira, encerrando o assunto.

Ficaram por mais algum tempo conversando sobre assuntos diversos, aproveitando o momento família e até mesmo brincando de dar nomes para a tão amada baby, mas sem realmente chegar a algum lugar que os pais gostassem.
Aiden e Elyna se retiraram mais cedo, se despedindo de todos e pedindo para que o filho os ligasse em breve. Logo Louise e Oliver fizeram o mesmo, dizendo que estavam cansados e gostariam de deixar que todos aproveitassem seu momento presencial, porém, Ava e Finn disseram que também precisavam ir, pois teriam compromisso no dia seguinte.
Quando se despediram de Louise e Oliver e encerraram a chamada, os pais de se levantaram rapidamente e todos os acompanharam, fazendo o mesmo.
- Pais do , foi um prazer conhecer vocês. Espero que tenham gostado da festinha que fizemos em homenagem à baby. E peço perdão pelos comentários que vocês ouviram pela live. É tudo mentira, tá? Nossos pais são uns mentirosos. - riu.
- Que comentários, filha? Esquecemos… A não ser aqueles que envolviam o . - Ava riu. – Mas, relaxa, quando eles conhecerem o menino pessoalmente, vão gostar instantaneamente dele. Se o fosse mulher, eu queria que eles formassem um casal.
- Assim espero, dona. Assim espero. - a abraçou e foi se despedir de Finn, enquanto abraçava Ava também.
- Foi um prazer conhecê-los, esperamos vocês aqui mais vezes. - o garoto falou, cumprimentando Finn.
- Acredito que era meu dever falar isso, mas vou deixar passar. - reclamou e o garoto deu de ombros, rindo. - Foi incrível recebê-los, por favor, voltem. Não só pela família feliz. - apontou para e . - São sempre bem-vindos aqui para me visitar. - brincou, abraçando-os.
- Voltaremos, meu bem, com certeza. - Ava respondeu e Finn concordou na mesma hora. - Inclusive, , o próximo encontro é em nossa casa. Te esperamos lá.
- Ah, ok, eu vou sim, pode deixar. - se aproximou da mulher, lhe dando um abraço rápido, tentando esconder a careta. - Obrigada por virem, amei a surpresa do .
- Claro que sim. - complementou, vendo-as se separarem.
- Cuide da minha netinha. Nos vemos em breve - Finn rapidamente a abraçou, e logo após, o filho.
- Nos vemos. - abriu a porta, e com um sorriso se despediu do mais velhos com um aceno. Assim que encostou a porta, deu tapa no braço de . - Eu quero te matar! Eu nunca passei tanto nervoso como hoje, e seus pais me odiaram, certeza. Você deveria namorar a , ela seria perfeita para você. - suspirou, sentindo a bebê mexendo novamente. - , você é a nora perfeita. Eles te amam!
- Eu não tenho culpa que eu não engravidei do filho deles e moro em Dublin! - gargalhou, correndo para abraçar a irmã. - Se você não estivesse tão nervosa, eles teriam te amado, . , você é um idiota. - reforçou.
- Até seria um bom genro… Acredito que pelo jeito que a agiu, até eu seria. - brincou, dando de ombros.
- Eu já sei que agi mal, ok? Mas meus pais gostaram dela, só precisam se habituar. É isso, hábito. - abriu um sorriso amarelo. - Foi no susto. Foi te conhecer e descobrir que você está grávida.
- Ao contrário, né? Descobrir que está grávida e depois conhecer. - corrigiu.
- A gente te dá um desconto por estar grávida, mas pelo amor de Deus, mulher…
- Gente, eu estou quase parindo, vocês queriam que eu agisse como? Eu não namoro faz anos, não lembrava como era essa sensação, é péssima. Não quero conhecer sogros mais. E eu não vou jantar lá, sem minhas irmãs, sua mãe vai me metralhar.
- , até parece, minha mãe nem é tão difícil assim. - tentou, a vendo negar. mostrou o dedo do meio para o amigo, como se quisesse o desmentir.
- Nossa, só de pensar nesse possível jantar, eu já estou ficando enjoada. - engoliu em seco.
- Nossa, só de pensar nesse jantar, eu já fico com água na boca. Mulher, relaxa. - riu do desespero da irmã
- Sabe o que vai melhorar essa sensação? Limpar a bagunça. - falou, apontando para sala.
- De novo, ? - reclamou. - Minha fala, porra. - ele deu de ombros e abraçou a mulher, lhe dando um selinho e puxando-a para sala.
fez gesto de que ia vomitar.
- Desculpem, casal que não é casal, mas eu me retiro… - ela foi para a cozinha, começando a arrumar a bagunça ali.

Capítulo Vinte

- Eles podiam ter marcado esse jantar para depois que a baby nascesse, né? - falou, entrando no quarto da irmã mais velha e vendo-a quase chorar de nervoso. - Menos de um mês depois do desastre. - reclamou.
- Nem me fala, estou praticamente parindo. Mas eles acharam melhor porque eu vou ficar muito atarefada com a baby, enfim, enrolei o quanto pude, mas não consegui mais. - suspirou, olhando-se no espelho com a roupa que tinha escolhido, quer dizer umas das poucas que entravam.
- Você tá pintando-os como monstros. Calma. Na festa eles estavam tranquilos, mas se hoje eles forem babacas com você, fica tranquila que a sua irmãzinha vai ao seu resgate. - levantou o braço, como uma guerreira.
- Fiquem com o celular a postos, se eu ligar, por favor. O é muito tapado para perceber alguma situação desastrosa para o meu lado. - deu de ombros.
- , eu amo o , mas não se iluda… Ele é muito tapado para tudo. - riu, sabendo que estava certa. - Estarei em casa, acredito, então o celular estará do lado.
- Tapado esse que vocês me empurraram para ficar. Sem comentários para as duas! - apontou de forma acusatória.
- É um tapado incrível, não reclame. - a lembrou.
- Sim, eu o amo, né? O amor é cego mesmo. - riu. - Ainda não trocamos eu te amo, mas creio que seja o que os dois sentem.
- Às vezes um eu te amo não é necessário quando uma pessoa demonstra isso no dia a dia. Quer dizer, eu pelo menos penso assim - deu de ombros.
- Essa minha irmã está muito entendida de amor, não aguento de orgulho. - a do meio riu, abraçando a mais nova. - está cuidando muito bem, não é? Estão se falando bastante?
- é uma ótima pessoa, não me entendam mal, mas ultimamente estamos tão corridos que não encontramos tempo para falar um com o outro. É chato, mas eu entendo de certa forma, mas tem vezes que eu não entendo também. - ela riu, sem graça. - Eu não sei o que tá acontecendo no dia a dia dele e nem ele o meu. Deu uma bela esfriada nosso relacionamento.
- Nesse último mês nem consegui vê-lo muito, as coisas da banda estão indo mesmo a todo vapor. - torceu a boca. - Vocês precisam se reconectar, encontrar e de antes.
- Não dá para deixar morrer, isso é um fato. Vocês têm um relacionamento incrivelmente fofo e estão aprendendo muito juntos, queremos que isso continue, é só uma fase. - completou.
- Será? Eu às vezes me pergunto se é só uma fase. Porque ele está assim agora, no início, mas imagine quando eles estourarem de vez?
- Vocês se amam, certo? Então sim, é só uma fase, precisam discutir a relação mesmo. - disse.
- É, pode ser. Estou meio para baixo também porque estou bem atarefada. Acho que preciso me divertir um pouco para aliviar um pouco a tensão.
- Então, não é apenas ele, é algo mútuo. Concordo que você precisa se divertir, sair um pouco. Nunca vejo você indo para as milhares de festas que sei que aquela Universidade tem, não está na hora, não? - perguntou. - Desde que você fique com o celular na mão, porque a vai precisar. – gargalhou, vendo a mais velha rolar os olhos.
- É, talvez eu saia hoje mesmo… algumas meninas do meu curso vão fazer uma festinha em casa. Acho que vou dar um pulo lá. - ela disse deitando a cabeça na almofada enquanto abraçava a mesma. - Sim, fique tranquila quanto a isso, pois celulares sempre a postos para essas coisinhas aqui. - ela sorriu para a irmã.
- Agradeço. - suspirou, sentindo a bebê dançar na sua barriga. - Gente, essa barriga tá ficando muito pesada, ela tem que nascer logo, não aguento mais.
- Tem certeza que não está grávida de gêmeos? - a mais nova fez um bico.
- Um filho de e já basta, pelo amor de Deus. - falou, suspirando dramaticamente. - Se bem que a vovó adoraria, não é? - brincou.
- Ela será filha única, pelo amor de Deus! Só de pensar em passar por esses enjoos, barriga pesada, meu pé não cabendo em sapato nenhum... Chega. A velha que fique querendo. - riu.
- Meu Deus, até de velha você chamou a coitada. - gargalhou.
- Estou adorando a relação clássica com a sogra. - riu. - Mas você vai adorá-la, foi apenas a primeira impressão, tenho certeza. Se permita tentar gostar.
- Eu estou indo de coração aberto. - sorriu.
- Estou vendo. - ironizou. - Mas, por favor, não se atrase, senão já vai começar com o pé esquerdo.
- Já estou indo! Celular ligado, por favor. - pegou a bolsa, deu um rápido abraço nas irmãs e saiu do quarto.

×××


respirou fundo à medida que o veículo andava pelas ruas de Melbourne, suas pernas não paravam de se mexer, seu estômago estava muito embrulhado, estava a ponto de ter uma síncope nervosa. Com a mão livre segurou a perna dela, para parar o movimento.
- Calma, é só um jantar, não vai acontecer nada demais, você já os conhece, eles também te conhecem, eu vou estar ao seu lado o tempo todo. E outra, eles não são tão difíceis assim.
- Eu sei, é só que… - ela fez uma pausa. - Eu não sou o que eles idealizaram para você, e tem também essa coisa toda de não sabermos como vai ficar nossa situação pós baby, se eu vou ficar aqui, ou não.
- Eu sei de tudo o que temos em jogo, mas eu nunca dei liberdade para meus pais ditarem regras sobre meus relacionamentos, e não vai ser agora. - ele tirou a mão da perna dela, colocando na marcha.
- Nossa. - o encarou.
- Você achava mesmo que eu deixaria? De jeito nenhum, nós dois sabemos o que é melhor para gente.
- Eu estou negociando com a matriz de eu ficar permanentemente aqui, já contei para eles sobre a gravidez, eles estão vendo ainda, mas ainda não me deram um retorno. Sabemos que o mais viável é eu ficar aqui, minhas irmãs querem participar desse momento também, seus pais... já basta os meus estarem longe. Eu peso muito isso.
- Eu sei que pesa, , eu sei. - ele sorriu, olhando para frente. Faltava apenas um quarteirão para que chegassem à casa dos pais dele. - Seja o que for, e para onde formos, estaremos juntos e isso é o que importa.
- Você sempre sabe o que dizer, hein? - ela sorriu.
- Eu juro que tento. - piscou para ela, estacionando o carro em frente a uma casa grande.
Ela fechou os olhos, sentindo o nervoso vir à tona novamente. Despertou dos anseios assim que abriu a porta do carro para que ela descesse. Apoiando-se nele, conseguiu descer do veículo. Ele tentou abraçá-la da melhor forma possível, tentando lhe passar segurança, ela fechou os olhos, sentindo o contato. Ele lhe deu um selinho terno.
- Relaxa. - ele falou com os lábios ainda colado aos dela. Ela assentiu, com um pequeno sorriso. Ele entrelaçou suas mãos, e caminharam em direção a entrada da casa. tocou a campainha, trocou o peso dos pés, vendo que em poucos segundos a porta foi aberta.
- Olá! - Ava sorriu, dando um rápido abraço no filho e na nora. - Entrem, fiquem à vontade, .
- Obrigada. - parou na sala, vendo-a fechar a porta.
- Venham, vamos para a sala de jantar, já está tudo pronto, só esperávamos vocês. - a sogra sorriu novamente. Ava estava tentando ser simpática, ela percebia o esforço dela.
- Certo. - ainda tinha a mão entrelaçada com a dela, conduzindo-a até o local muito conhecido por ele. - E o que vamos comer hoje, mãe?
- Ah, fiz seu prato preferido, querido. Faz tempo que você não vem para cá, tinha que caprichar.
- Eu já disse que te amo hoje? - ele brincou, fazendo sorrir.
- ama filé de atum grelhado, . Espero que você goste também.
- Tenho certeza que vou. - respondeu. Assim que adentraram o cômodo viram o pai do rapaz já sentado.
- Oh, ! - o homem sorriu, se levantando e cumprimentando-a. - Olá, minha netinha. - ele colocou a mão na sua barriga, fazendo a baby se agitar. - Opa, ela já reconhece o avô. - brincou, fazendo Ava colocar a mão também na barriga dela.
- Sim, e não. Ela está com fome mesmo. - arriscou brincar e eles riram. e foram se higienizar para comerem.

- Estava uma delícia, senhora . Nós amamos. - sorriu, agradecida.
- Se não tivesse gostado seria bem estranho já que repetiu. - gargalhou, recebendo um empurrão no braço por .
- A baby quis mais, ok? Eu não posso contrariá-la. - os sogros riram.
- Fico contente que tenha gostado, querida. - Ava sorriu. - Nós já te conhecíamos por nome bem antes, você foi o primeiro amor de . Ele chegou daquela viagem enfeitiçado.
- Ele falou de mim para vocês naquela época? - perguntou, surpresa. Olhou para o namorado, que estava envergonhado.
- Sim, realmente ficou apaixonado por você. - Finn foi quem respondeu.
- Mãe e pai, por favor… - remexeu-se na cadeira claramente desconfortável. Ainda tinha medo que não se sentisse bem com aquilo.
- É muita coincidência, eu acho que era para ser assim mesmo. Depois de tanto tempo a gente se reencontrar dessa forma, e esse sentimento tão intenso… - comentou.
- É o destino, sem dúvidas. – a mais velha se levantou da mesa, chamando a atenção de todos. - Mas venha, vou mostrar a você as fotos do bebê, então você já vai ter uma ideia quando a baby nascer.
- Seria incrível, quero muito ver. - se levantou com certa dificuldade da mesa seguindo a sogra.

- sempre foi dócil, carinhoso. - sorriu, enquanto o via em uma foto no auge de seus 8 anos, abrindo um sorriso sem alguns dentes. - Claro que teve seus momentos de rebeldia, mas ele sempre foi muito ajuizado.
- Eu imagino, eu o conheci no intercâmbio e ele era muito quieto, na dele, enfim, bem diferente de mim. - encarou Ava com um pequeno sorriso.
- Vocês são realmente muito diferentes, querida, mas se complementam, acho que isso é o mais importante. - Ava concluiu. - Mas então você é da Irlanda?
- Na verdade não, eu sou canadense, mas atualmente moro na Irlanda a trabalho. - A sogra a olhou, espantada.
- Ah, que loucura. Conhece três continentes diferentes, . - brincou. - Mas você trabalha com o quê?
- Sou gerente de qualidade. - respondeu, orgulhosa.
- Ah, meu Deus, que coincidência, eu também era antes de me aposentar. - a encarou, surpresa, não esperava por aquilo.
- Puxa, que legal! Tem algumas dicas para me dar? Estou implantando uma equipe novinha aqui em Melbourne, nunca implantei nada.
- Claro que sim. - elas engataram em uma conversa sobre seus trabalhos, e percebeu que e tinham razão, Ava não era tão difícil assim, ela só precisava ir mesmo de coração aberto.

×××


já tinha perdido a conta de quantos copos de bebida já havia tomado. Naquela noite, ela havia decidido se divertir. Era melhor do que ficar em casa pensando no que poderia ou não estar fazendo. Então, quando um amigo da faculdade a chamou para ir até sua casa em uma "socialzinha" que mais era uma festa, com muita gente, a garota não pensou duas vezes.
Desde que chegou na Austrália, sempre que saía ou era com as irmãs ou com . Aquela era a primeira vez que ia sozinha. Achou que se sentiria estranha fazendo isso, por não estar na sua zona de conforto, mas até que não sentiu desconforto. Talvez o ambiente e a bebida ajudassem nessa tarefa.
Havia esquecido de por um tempo. Estava se divertindo pra valer, conversando com estranhos, cantando e dançando até começarem a tocar uma das músicas do The Sixx.
sorriu e começou a diminuir aos poucos o ritmo, até decidir caminhar para fora da casa. Se sentou em um dos balanços do jardim e ficou ali, olhando para o céu. Respirou o ar fresco que aquela noite proporcionava.
- Noite legal, né? - alguém disse perto dela, se sentando no balanço ao lado. Ela não disse nada. - Ok...
Ficaram em silêncio por um tempo. achou que por não estar mantendo contato, a pessoa iria desistir e deixa-la sozinha, mas não foi isso que aconteceu.
- Eu te conheço? - ela desistiu do silêncio e resolveu perguntar.
- Não, mas também isso não importa. - a pessoa deu de ombros - Quer conversar?
- E não é o que estamos fazendo agora? - ela riu, arqueando a sobrancelha.
- Sim, mas quis dizer que talvez você queira desabafar com um desconhecido.
- E por que faria isso?
- Porque me parece que você precisa disso pelo número de bebidas que tomou e por esse olhar triste, e quer coisa melhor do que dois desconhecidos conversando? Eu não sei nada de você e nem você precisa saber nada de mim. - o rapaz disse. - E digamos que eu sou um bom ouvinte. - O desconhecido riu de forma nasalada.
- Certo… - franziu os lábios e voltou a olhar para frente, enquanto se balançava minimamente. - Bom, eu me mudei recentemente com um amigo para Melbourne para tentarmos crescer por aqui. Acontece que conheci um rockeiro, bem punk por sinal, e acabamos nos apaixonando. Ele é uma excelente pessoa e muito esforçado. Agora a banda dele está crescendo e eu não estou sabendo muito bem como lidar com isso. Parece ser egoísta da minha parte?
- Não, nem um pouco. Faz sentido até.
- Estou muito feliz pela banda porque é o que eles querem há anos, mas o que me quebra nisso tudo é a distância. Com a distância não rola mais tanto contato e sem o contato, rola as desconfianças também.
- Ok. Ele alguma vez te deu motivos para você desconfiar dele? Nem que seja um pouco?
pensou.
- Não. Eu confio nele… Como é seu nome mesmo?
- Pode me chamar de Jax.
- Certo, Jax. Eu sou . Então, eu confio nele, o que eu não confio é nas mulheres que vêm junto com o pacote The Sixx, banda dele. Elas sabem ser bem interessantes quando querem.
- Mas isso é normal de toda banda. Vai ficar por conta do seu namorado poder administrar isso e você saber controlar toda essa insegurança e ciúmes, porque isso gera um estresse que pode ocasionar em merda, e merda das grandes. Se vocês se amam, vocês vão aguentar o tranco. - Jax riu. - Dê tempo ao tempo e não fique pensando coisas, criando vários cenários na sua cabeça. Às vezes, a maior vilã de uma pessoa, é a mente. Porque criamos vários e se...
- Faz sentido, Jax. - ela sorriu e o encarou por um momento. - Obrigada. É bom ter uma opinião imparcial, que não seja alguém de dentro da minha família.
- Disponha. - ele começou a balançar também. - Suas irmãs devem ser maneiras.
- Elas são sim - falou com orgulho. - As duas são pessoas que eu procuro me espelhar ao máximo. Tenho muita sorte de ser a caçula e poder ter elas me orientando e mimando. Quero um dia ser o espelho da minha sobrinha, que está para nascer, assim como minhas irmãs são para mim.
- Titia? Uau, parabéns. - Jax parou de balançar e se virou para .
- Sim. Olha só que fofinha - parou de se balançar e pegou o celular, mostrando a foto do ultrassom de . - Olha, aqui é os bracinhos… - apontou.
- Você fica com raiva se eu disser que a única coisa que vejo são borrões?
- Não, claro que não. - a garota riu, guardando o celular novamente.
Ficaram um tempo em silêncio, até que o celular de começou a tocar. Ela o pegou e analisou o visor, vendo que se tratava de .
- É ele? - concordou. - Então atende. Não o deixe esperando. - Jax piscou para a garota.
- Alô? - ela vacilou ao atender de rabo de olho pôde ver a movimentação de Jax ao seu lado.
Jax acenou para e ela o agradeceu com um obrigada enquanto o via se afastar, entrando novamente na casa.
- Por nada.
- ? Quem é que está aí com você? - ela pôde ouvir barulho ao fundo da ligação. Logo em seguida, passos e o som cessar.
- Um… conhecido. Por quê? - ela respirou fundo.
- Um amigo? Certo… - ela o ouviu fazer um barulho com a boca - Por que com ele você conversa e comigo não? - soltou, sem filtro algum. Logo que o fez, se arrependeu.
- Achei que era o que estamos fazendo. - ela riu, nervosa.
- Estou falando sério - Já que já tinha jogado no ventilador, resolveu sustentar.
- Eu também, . Olha, não estou a fim de brigar. Você me ligou para isso?
- Não, não - falou rápido demais - é que senti saudades.
- Então vê se para de ser babaca. Não quero esse tipo de coisa para cima de mim, .
- Certo, desculpe.
Eles ficaram em silêncio por um tempo, até que dentro da casa começou a tocar Whataya Want from Me – Adam Lambert. Ouviam a respiração um do outro.
- , o que estamos fazendo? - ela passou a mão na testa. Queria tirar uma parte do peso das costas.
- Como assim?
- Não deveria ser assim entre a gente. Todas as desconfianças e incertezas. Quer dizer, é a gente, . Apenas… - Ela suspirou.
- A gente vai dar um jeito, você vai ver.
- Será mesmo? Eu te amo, mas não gosto desse sentimento ruim que se apossou de mim nos últimos dias. Você não acha que devemos dar um tempo?
- Não, não acho. Vamos resolver isso, . Só precisamos ter paciência e não fazer as coisas no fogo do momento.
Ela olhava para onde a festa ainda acontecia enquanto ficavam ouvindo a respiração um do outro.
estava um misto de sentimentos. Nunca tinha passado por isso. Amava , mas odiava todo aquele sentimento ruim que estava sentindo, aquele incômodo constante que parecia que de alguma forma iria tomar conta de seu corpo e sufocá-la a qualquer momento. Ela tinha o sentimento que iria perdê-lo e odiava isso. Não era legal ter essa dependência por alguém como ela estava sentindo por ele. Isso a assustava, e muito. Esperava que as coisas mudassem, pois não saberia muito bem como lidar com aquilo.
sabia que deveria se esforçar um pouco para as coisas não desandarem mais se ainda quisesse ter uma namorada, mas também não deixar escapar a chance que estava tendo com a banda. Estavam conhecendo vários lugares e pessoas novas.

×××


- Ah, não! - reclamou, afrouxando o abraço em que estava com no sofá. - São onze da noite, , eu achei que dessa vez ia passar. - ele fez bico, vendo-a se levantar para pegar o celular. - Você prometeu que não teria que ir hoje.
- Eu sei. - ela fez bico também, apenas respondendo a ligação com uma mensagem, pois já tinha certeza do que se tratava. - Eu não tenho culpa, . - voltou ao sofá, abraçando-o.
- Eu sei que não, mas eu não posso deixar de reclamar. - riu, grudando seus lábios nos da mulher e os aproximando ao puxá-la pela cintura de encontro ao seu corpo.
- Você vai comigo? - fez uma expressão pidona.
- Eu não sei como você ainda pergunta. - deu um selinho nela antes que ela se afastasse, levantando e o puxando também. - É claro que eu vou com você. Mas acho que de pijama não, né? - apontou para a roupa que usava e a viu negar com uma risada.
- Acho que ninguém merece te ver assim, infelizmente eu não tenho opção. - brincou, dando um selinho no garoto e correndo escadas acima para se trocar também. - Juro que não vamos demorar, tá? - gritou, já do andar de cima.
- Você sempre jura, . - ele riu, subindo cada degrau lentamente.

- Vou te recompensar depois. Prometo. - sorriu enquanto via o garoto acionar o alarme do carro, travando-o.
- Nossa, mas eu estou merecendo a melhor recompensa do mundo. - brincou, aproximando-se da mulher e beijando sua bochecha, brincalhão.
- Você acha que merece demais, não é assim também não, viu? - ela entrou pela porta dos fundos, encontrando apenas Jane ali, terminando de limpar o chão.
- , me desculpa. - Jane sorriu, triste, assim que viu a chefe entrar na cozinha. - Eu não queria te tirar de casa. Oi, . - cumprimentou o garoto com um aceno, que fez o mesmo em resposta.
- Fique tranquila, está tudo bem. Luke não deixou a chave? - perguntou e Jane negou com a cabeça.
- Ele saiu apressado e não atendeu ao telefone depois. - falou.
- Pode ir, nós terminamos e fechamos aqui, tudo bem? - ela assentiu, agradecida. - O salão está limpo?
- Sim, tudo está ok, estava só finalizando. - sorriu, pegando sua mochila do cabideiro próximo à porta. - Só não guardei as coisas, pois não tinha a chave da despensa também. - ela apontou para o balcão central, onde diversos condimentos, temperos, panelas e vasilhas estavam espalhados. Tudo de forma organizada, mas ainda assim, espalhados por ali.
- O me ajuda, está liberada. - sorriu para funcionária, recebendo um aceno em resposta enquanto ela saía pela porta.
- O é um anjo. - ele falou e rolou os olhos teatralmente, pegando as chaves que a mulher jogava para ele, que já caminhava em direção à despensa.
- O está aqui por mim, não está? - perguntou, fazendo drama e vendo-o assentir com uma risada debochada. - Então ele está aqui para tudo. - piscou para o garoto.
- Você tem uma sorte que eu estou tão caidinho por você que nem me importo com todo o abuso, . - falou, aproximando-se da mulher para pegar uma caixa de temperos de suas mãos e levar até a despensa.
- Você está o que mesmo? Eu acho que você devia falar de novo. - ela brincou, esticando-se para perto do garoto como se quisesse o ouvir melhor.
- Sabe o que é engraçado? - ele colocou a caixa no lugar e voltou até a mulher, posicionando-se de frente para ela e colocando as mãos em sua cintura, vendo-a se esticar para olhar em seus olhos. - Um mês atrás você não queria ouvir isso nem morta. - ele riu enquanto ela se encostava em seu peito, envergonhada.
- Eu odeio quando você joga as coisas assim. - riu abafado, ainda encostada no corpo do garoto.
- Estou mentindo? - a afastou de seu corpo, mantendo uma mão em sua cintura e puxando seu queixo delicadamente com a outra, para que ela o olhasse. A mulher negou.
- E agora eu pareço uma boba, curtindo a lua de mel de um relacionamento. - gargalhou. - Ai, meu Deus! Estamos parecendo e , . - ela levou as mãos até a boca, cobrindo-as exageradamente como se estivesse surpresa.
- . - ele gargalhou. - Você é a pior.
- E você gosta. - ela deu de ombros, vendo-o concordar sem nem pensar, fitando seus olhos.
- Bastante, na verdade. - o garoto juntou seus lábios aos dela em um beijo calmo e apaixonado, como os diversos que tinham desde a primeira vez em que ficaram e preferiam fingir não sentir. Aqueles que a mulher tentara evitar, na verdade.
- , acho melhor guardarmos logo as coisas e irmos para casa, prometi para alguém que não ia demorar. - brincou, afastando seus lábios e vendo o garoto rir.
- Se você for demorar por ficar com esse alguém, eu tenho certeza que ele não vai se importar. - deu de ombros, descendo suas mãos para as coxas da mulher e vendo-a arregalar os olhos.
- … - ela riu e ele a beijou novamente, dessa vez, de forma mais urgente, levantando-a do chão e segurando-a em seu colo, avançando aos poucos em direção ao balcão central da cozinha.
Antes que o alcançasse, no entanto, ouviram um pigarro baixo e se afastaram rapidamente. desceu a mulher para o chão e os dois encararam Luke parado ao lado da porta aberta.
- Eu realmente tentei acreditar que isso não estava acontecendo. Achei que aquela vez tinha sido alguma loucura, você realizando um desejo do garoto, não sei. - o homem falou, calmamente, encarando apenas .
- O que você está fazendo aqui, Luke? Já não bastou ir embora, deixar Jane sozinha e ainda levar a chave? - perguntou, tentando ignorá-lo.
- Eu esqueci minha carteira no meu armário. - respirou fundo, apontando. - Inacreditável, . - o homem fitou por alguns segundos, desviando o olhar para mulher novamente. - Como você pôde? Eu te falei que isso era uma furada, . Meses atrás eu te falei que isso era errado. Você só pode estar louca, ele acabou de entrar na faculdade. - cuspiu, debochado, e segurou a mão de , sabendo que ele estava provavelmente apenas segurando suas palavras, pois sabia que ela preferia lidar com aquilo.
- Você quer me insultar, reclamar, falar merda, fique à vontade, eu realmente não me importo. Mas não fale assim com ela, não é como se ela não soubesse o que quer da própria vida, Luke. - respondeu de forma amena, vendo sorrir discretamente para ele. Amava a forma como o garoto nunca se estressava e levava tudo com a maior maturidade possível.
- Eu não estava falando com você, . - respondeu, grosso.
- Luke, nós conversamos o que tínhamos para conversar há meses. Eu te falei que não tínhamos mais nada, e na verdade, não temos ainda mais tempo do que quando conversamos. Eu te perguntei se você seria profissional, e você disse que sim...
- Mas, porra, ! - a interrompeu. - São anos. Anos! Como você quer que eu entenda que você nunca aceitou ter algo comigo e do nada está por aí se pegando com o estudante. Porra! - grunhiu, gesticulando de forma exagerada, nervoso.
- Luke, vamos conversar. - a mulher suspirou, soltando a mão de e andando até seu escritório, pedindo sem palavras que Luke a acompanhasse, e enquanto o fazia, saiu da cozinha, andando até o salão para que desse mais privacidade aos dois.
encostou-se em sua mesa, vendo Luke entrar na sala e fechar a porta delicadamente atrás de si. Ele andou até a mulher, parando em sua frente, próximo de seu corpo, o que a fez mover-se delicadamente para o lado.
- … - Luke começou e a mulher suspirou, olhando para cima, parecendo pensar. - Eu realmente não consigo entender. Nós tínhamos algo super legal, não me importava de não ter um nome para isso, mas nos divertíamos sempre que possível, e eu realmente gostava da sua companhia.
- Eu também gostava da sua companhia, Luke, eu nunca disse o contrário. Mas nunca teve algo a mais, sempre gostei de ser sua amiga, mas eu não conseguia ver mais que isso, e acreditei que você também, até me abrirem os olhos. Você sempre foi um amigo incrível, sempre foi meu braço direito, e eu te admiro muito. Você é uma pessoa maravilhosa e um chef ainda melhor. Eu sempre acreditei que você colocava o profissional acima de tudo, mas você vem me desapontando.
- Jura que você quer falar de manter o profissional acima de tudo? - riu.
- e eu nos conhecemos antes de qualquer coisa sobre a gastronomia entrar no meio, pois, caso não se lembre, ele é o melhor amigo de , minha irmã.
- Mas…
- Não, Luke! - falou, levantando um pouco a voz, apenas para interrompê-lo. - não tem qualquer interesse em mim por conta da minha profissão, por conta do que tenho. Você sabia que ele está ajudando aqui algumas vezes, como você vê, mas apenas no tempo em que ele não está estagiando no Jiran’s? Ele me ajuda aqui para que eu possa lhe mostrar como funcionam as coisas e porque ele quer me ajudar para estar comigo, e não com a minha cozinha. Eu sei que você quer desesperadamente colocar algo na minha cabeça, mas eu tenho muito bem em minha mente o que eu quero, e o que eu tenho com é um relacionamento incrível, que eu nunca tive antes. Com ninguém.
- . - ele se aproximou novamente, tomando a mão da mulher entre as suas.
- Luke, eu sei que você está machucado e por isso está falando essas coisas, e eu realmente sinto muito, mas eu sempre deixei claro o que tínhamos, já faz quase um ano da última vez em que ficamos.
- Eu… Eu não consigo acreditar que você quer isso, . No ano passado você era completamente diferente, você se dedicava mais ao restaurante, saíamos juntos, você não queria nada sério com ninguém. E agora você fica várias vezes fora do A&A, não fala mais comigo, e está, o quê? Namorando? - perguntou, desgostoso, como se as palavras amargassem em seus lábios.
- Eu estou realmente feliz com , Luke. De verdade. - suspirou. - E não ouse falar que não me dedico ao meu restaurante, pois essa não é sua posição. Você não está se dedicando a isso, Luke, essa é a verdade. Você perdeu completamente seu foco aqui nos últimos meses, hoje foi a gota d’água para mim. - respirou fundo, vendo o homem encará-la de olhos arregalados. - Eu quero saber, pela última vez, se você ainda quer trabalhar aqui. Eu não perguntarei novamente, mas para ficar, você tem que ser o chef que sempre foi, o funcionário incrível que sempre foi.
- Tinha uma boa motivação. - ele deu de ombros, debochando novamente.
- Viu? Sua motivação deveria ser a cozinha, Luke, não sexo. - respondeu, direta. E ele assentiu, parecendo voltar para si.
- Eu… Eu não sei, . Eu acho que preciso refletir sobre tudo isso. Eu sigo com a minha indignação, vocês dois para mim não faz sentido algum, mas se você está feliz, nada que eu fale vai te fazer mudar de ideia.
- E o mínimo que eu espero, é que você respeite isso, pois durante toda essa conversa, a única certeza que tive foi que você não gosta de mim, Luke, você gosta da ideia que você tem de mim, da minha posição, do meu jeito como profissional. - ele pensou em falar algo para negar, mas pareceu desistir. - O meu pessoal é diferente do que temos aqui. - apontou para sua cozinha. - E eu preciso de alguém que veja isso. - ele assentiu, bufando, ainda parecendo irritado. - Pegue suas coisas e vá para casa descansar, aproveite, reflita. Essa semana eu cuidarei daqui, tire um tempo e me informe sua decisão. - sorriu para o homem, apoiando uma das mãos sobre seu ombro de forma reconfortante, e se aproximou, beijando sua bochecha e vendo-o se afastar para ir até seu armário.
o observou sair e deixou seu escritório também, trancando a porta por onde ele havia saído, andando até a porta que dividia a cozinha do salão e abrindo-a, vendo mexendo no celular. Ele levantou a cabeça, olhando-a, assim que ouviu o barulho da porta sendo aberta. Sorriu para mulher, abrindo os braços ao vê-la se aproximar.
- Tudo bem? - perguntou quando ela sentou-se em seu colo, lhe dando um selinho.
- Acho que sim. E aí? - perguntou também, vendo-o rir.
- Tudo bem. - deu de ombros. - Ele realmente não me atinge, fica tranquila.
- Eu sei que não, e você é incrível por ser assim, nem dá para acreditar. - ela riu, lhe dando um selinho demorado e levantando-se. - Vamos terminar logo por aqui para irmos embora. - o garoto assentiu, levantando-se e encostando na mesa em que estava, puxando o corpo de junto ao seu.
- Temos que ir mesmo, tem alguém me devendo uma bela recompensa, na verdade, a intensidade dessa recompensa tem que aumentar depois da ceninha, né? - gargalhou ao sentir o tapa estalado de em seu braço.
- Para de putaria e vamos trabalhar. - ela riu, puxando-o pela mão até a cozinha. - Vamos terminar o que estávamos fazendo antes. - pegou uma das latas de cima do balcão e esticou a mão para que pegasse e levasse até a despensa, mas o garoto apenas se aproximou dela, fitando seus olhos.
- Não era isso que estávamos fazendo antes, . - sorriu, malicioso. - Pelo menos não é disso que me lembro. - ele tomou a lata de sua mão e colocou de volta no balcão, rapidamente a puxando para seu colo como estavam antes de serem interrompidos por Luke.
- ! - ela ralhou, rindo.
- Sabe a recompensa? - perguntou, roçando os lábios nos da mulher e a fazendo suspirar.
- Uhum. - respondeu em um resmungo, fechando os olhos com a proximidade do rapaz, que havia a colocado no chão de novo e a posicionado entre ele e o balcão, com as mãos apoiadas neste.
- Eu acho que ela pode vir agora, sabe? - mordeu o lábio dela, pressionando mais o aperto em sua cintura e encostando-a no mármore onde estavam as coisas.
- , isso é completamente errado. - ela riu, ainda de olhos fechados, tentando recobrar a sanidade que o garoto tirava dela.
- Prometo que a melhor parte a gente vai para o escritório. - sussurrou em seu ouvido, vendo-a se arrepiar.
- É, talvez assim não seja tão errado. - tentou convencer a si mesma, abrindo os olhos e encontrando os dele próximos aos seus com um brilho que a fez perder a consciência novamente. A mulher deu de ombros e mordeu o próprio lábio, rindo como uma criança prestes a aprontar.
O garoto juntou seus corpos em um baque, puxando para cima em um impulso e colocando-a em cima do balcão. Enquanto a mulher ria de sua expressão, ele a beijou intensamente e usou um dos braços para empurrar tudo que deveriam guardar para o chão. separou-se dele, pulando, assustada com o barulho das coisas atingindo o chão. A mulher gargalhou, vendo dar de ombros e sorrir abertamente ao olhar para a sujeira de vidros, temperos, condimentos, molhos, tudo no chão.
- Você vai para o inferno, , eu tenho certeza. - falou, segurando firmemente a nuca dele e puxando-o para perto de si.
- E eu tenho certeza que vou te encontrar lá. - ele riu, posicionando as mãos sob a blusa da mulher e a puxando para cima, jogando-a para longe dali enquanto ela fazia o mesmo com a sua.
- Mas tem uma coisa. - ela falou entre grunhidos baixos, pois o garoto já descia seus beijos para seus seios. - Já que você fez a merda por completo, errado ou não, isso começa e termina aqui mesmo. - sorriu maliciosamente para ele, vendo-o rir e dar de ombros em aprovação.


Capítulo Vinte e Um

cochilava no sofá, já estava virando rotina para ela, em todas as oportunidades que ela tinha livre, ela dormia, o sono a consumia muito. Despertou devagar quando sentiu algo vibrar embaixo de si, pegou o telefone e atendeu a vídeo chamada ainda sonolenta.
- Oi, meu amor! - a mãe dela sorriu ao saudá-la. - Pela sua carinha estava dormindo, né?
- Mãe! - abriu um sorriso. - Oi, gente! Que lindo todos vocês nessa vídeo chamada. - referia-se aos pais dela e de , que acenavam para ela também.
- Temos novidades! Cadê todo mundo dessa casa? - Elyna, mãe de , brincou.
- É para já! - foi caminhando pela sala e avistou . - GENTE, DESCE AGORA!
- O que foi? A baby vai nascer? - ela saiu correndo da cozinha, alarmada, com uma colher em mãos. - Estava comendo.
- Eita, estamos indo. - gritou e e ouviram risadas altas vindas do andar de cima.
descia as escadas com em seu colo, o que fazia a mulher rir desesperadamente com o medo de cair. Quando chegaram ao hall, a colocou no chão e viu mostrar-lhe o dedo do meio, então deu um selinho na mulher e se viraram para encarar e , que riam, olhando para o celular e acenando.
- Mãe, pai! Oi! - sorriu, animada, entrando entre as irmãs, mas parou ao perceber que estava com a câmera bem próxima dali e por esse motivo tinha algumas expressões surpresas olhando para si.
- ? ?
- O que está acontecendo por aí? - Elyna tinha os olhos arregalados.
- Vish… - comentou baixinho enquanto comia seu cereal no canto da sala.
- Mãe, pai. Oi. - falou, coçando a cabeça e saindo de perto de , parando ao lado de . - O que está acontecendo aqui, aconteceu alguma coisa? - tentou disfarçar, sabendo que não tinha o que fazer, a mãe com certeza já estava completamente fora de si e ele e estavam ferrados.
- , eu acho que você tem algumas coisas para explicar. - Oliver falou.
- Eu acho que não tenho, e mesmo que tenha, não será agora. Qual o motivo da ligação? - tentou se defender, tomando uma postura grossa e recebendo uma expressão extremamente nervosa dos quatro. Não achava ideal resolver aquilo ali e agora, entre todos.
- Ah, eles queriam me ver. Minha barriga cresceu mais, gente! - tentou suavizar o clima, falhando com sucesso, porque o clima não estava nada bom. Ela decidiu caminhar até o sofá e sentar-se, para terminar a conversa com os pais.
- Que bom. - Oliver comentou com um fio de voz.
- É, olha só que barrigudinha mais linda, gente. - foi se sentar ao lado de no sofá, passando a mão em sua barriga.
- Não foi apenas por isso que ligamos, na verdade. - Aiden começou, tentando trazer à tona o assunto que estavam animados em contar. - Acabamos de comprar as passagens para irmos para aí no natal. - o homem tentou sorrir, vendo que os outros três se esforçavam para fazer o mesmo, ainda surpresos com a cena anterior.
- Claramente temos motivos ainda mais fortes que a data comemorativa, não é? - Oliver o complementou.
- Tem sim, a grávida e um papai todo babão. Não é um bom motivo? - os encarou pela câmera, esperando por uma resposta. Não ia deixar o amigo e a irmã numa pior.
- É o melhor motivo que vocês poderiam ter. - completou, debochada.
- Ah, , vamos conversar sobre esse seu sarcasmo pessoalmente. - Louise ralhou com a filha.
- Não sei se aguento mais um mês para viajar. - Elyna comentou, olhando para Louise, indignada.
- Aguenta sim, mãe. Tenho certeza de que você é forte. - brincou, sabendo que estava mexendo com fogo. Às vezes aprendia coisas demais com . - Mas que legal que vocês estarão aqui! Estamos morrendo de saudades. - falou, sincero.
- Sim, estamos mesmo. Vão pegar a reta final da gravidez. - sorriu, feliz.
- Ih, nem tô com tantas saudades assim. - abanou o ar, fingindo desinteresse, para zoar os pais. - Vi esses aí há poucos meses. - no final ela riu, observando os pais do outro lado da tela, que negavam com a cabeça.
- Tenho certeza que você tem muito o que nos explicar também. - Louise disse, se referindo a . congelou o sorriso na hora.
- fala isso, mas depois fica chorando pelos cantos, tia Lou. - falou, abraçando a amiga. - Ela está morrendo de saudades de vocês, fala disso todo dia.
- É, morrendo. - a garota fez drama. - O melhor de tudo é que veremos e preparando nosso almoço para o dia 25. Não é romântico? - ela se curvou para o melhor amigo, rindo.
- ! - e falaram juntos após um silêncio constrangedor tomar o ambiente junto às expressões ainda mais surpresas dos pais.
- Gente, estamos de saída, vamos jantar. Depois nos falamos! Beijo, amamos vocês. Até o Natal. - desligou o telefone rapidamente, mas não antes de Aiden gritar um , te ligamos em dez minutos.”
- Caralho! - gritou.
- É, acho que deu ruim. - concordou, rindo, nervoso, e abraçando a mulher.
- Gente, eu não imaginava que vocês fossem descer fazendo cena! Porra! - os encarava, chocada.
- E a gente não imaginava que vocês iam estar em uma chamada de vídeo aqui embaixo. - riu. - Estou nervosa, não sei o que vamos fazer, mas está tudo bem, ninguém tem culpa. - deu de ombros. - Com a exceção da , que piorou tudo, né?
- Com uma melhor amiga como essa, eu não preciso de inimiga. - rolou os olhos.
- Ai, gente, deixa os coroas surtarem. Vocês não estão fazendo nada de errado e já são maiores de idade.
- Eles vão surtar lá, e em dez minutos vão surtar no meu ouvido. - o garoto riu, sabendo que os pais realmente o ligariam para falar sobre.
- Somos maiores de idade, , mas isso não impede os chatos dos pais do seu melhor amigo de serem um saco. - falou. - Com todo respeito, pirralho. - riu e ele deu de ombros, concordando. - A mamãe e o papai eu me resolvo depois.
- Eles deveriam ficar bravos com o e a , que ficaram grávidos sem nem estarem casados, não com vocês. E nem é tanta diferença de idade assim. Você é uma puta de uma gostosa e ele é um puto de um gostoso. Quer casal melhor que esse? - levantou a mão para fazer um hi-5 com a amiga, concordando entre risadas.
- , você não ia perder a oportunidade, não é mesmo? Eu já escutei sermão demais. E vou escutar mais ainda quando eles estiverem aqui. - suspirou ao pensar naquilo.
- vai escutar até por e eu estarmos juntos, pode ter certeza, no final fica tudo para ela. - gargalhou, tentando não se sentir maldosa com aquela afirmação.
- Porra, só estava dando uma forcinha comparando vocês. - ela gargalhou.
- Uma forcinha para eu me jogar da janela, isso sim. Obrigada por me lembrar - fez uma careta.
- Grávidas são loucas assim? que segure sua mulher e cria.
- Pare de importunar a baby, . - brincou. - Daqui a pouco a tá chorando por aí com as emoções dela. - zombou.
- A emoção predominante é a raiva, . Acho mais fácil matar alguém. - riu.
- Ok, vou deixar seu serviço mais fácil, estou subindo com para sermos mortos virtualmente por outras pessoas. - ele segurou a mão da mulher e a puxou escadas acima, indo para o quarto para esperar a ligação dos pais.
- Boa sorte! - gritou.

×××


- Agora é sério, o que a gente vai fazer? - perguntou ao fechar a porta do quarto, entrando em pânico.
- Caralho, ! Será que você pode ficar calmo? - perguntou ao garoto, sentando ao seu lado na cama.
- Você viu a minha mãe, ? Ela tá puta! Ela vai me fazer voltar para o Canadá no primeiro voo que tiver disponível!
- Você tem que ficar calmo, porque ela tá puta comigo! Ela não tá puta com você, ela provavelmente está me odiando nesse momento, por que, como o filhinho dela vem para Austrália para ficar na minha casa, e eu faço isso com ele? - debochou.
- Ei, mas não é assim. - ele falou, tentando entender o motivo da mulher falar daquela forma.
- Eu sei que não é, pirralho. - tentou se acalmar, soltando o ar que estava guardando. - Mas é assim que ela vai ver, entende? Assim que ela viu, na verdade. - rolou os olhos, jogando-se na cama de uma vez.
- Fica tranquila, . - o garoto tentou sorrir, jogando o corpo por cima do dela e grudando seus lábios rapidamente em um beijo. - A gente vai resolver. A gente já se questionou demais para deixar isso no meio agora. Bom, você se questionou demais, né? - brincou, fazendo-a rir.
- Mas agora você vê o motivo, não? Eu sabia que isso ia acontecer, . E meus pais devem estar me odiando também, além dos seus.
- Seus pais me amam, para.
- Eles te amam como melhor amigo da , não como meu namorado.
- Uau. - o garoto se afastou alguns centímetros do rosto da mulher, fitando seus olhos. - Acho que você nunca usou realmente a palavra namorado. - riu, vendo corar e arregalar os olhos com sua afirmação. - Foi gostoso, fala de novo? - aproximou sua orelha da boca da menina para que ela falasse, mas apenas mordiscou seu lóbulo, fazendo-o se arrepiar.
- Idiota. - ela riu, puxando-o de modo que ele jogasse seu peso contra o corpo dela e a abraçasse. - Agora mais do que nunca vou ter que usar, né? Ou vou falar para sua mãe que estamos qualquer coisa menos que isso? - bufou. - Eu não queria que fosse assim, porra. - reclamou como em um desabafo.
- Se não fosse assim, como seria? A gente nunca ia contar, , eu tenho certeza. - a mulher mordeu o lábio inferior, pensativa. Sabia que essa era a verdade, eles enrolariam até que chegassem ao ponto de que não deviam contar e sabe Deus o que aconteceria, assim como com .
- Quer combinar alguma coisa? - ela perguntou.
- Não temos o que explicar, acho. - ele deu de ombros, incerto. - Estamos juntos nessa, não é? - a mulher assentiu, sorrindo. - Então é o que importa, só não deixa eles me mandarem de volta para o Canadá. - o garoto fez bico, fazendo rir.
- Olha, eles podem até pedir, mas eu não mando não. - brincou, dando um selinho no garoto, que logo a puxou para um beijo apaixonado, interrompido pelo barulho do celular dele tocando.
- Oi, mãe, oi, pai. - sorriu para o celular assim que abriu a chamada, após sentar-se corretamente na cama ao lado de , que segurava sua mão carinhosamente. - Tia Louise, tio Oliver, não achei que vocês estariam aqui também. - coçou a cabeça, desconcertado, vendo rir, nervosa.
- Acho que esse é um assunto para todos nós, . - Oliver tentou soar despreocupado, mas Elyna e Aiden pareciam não saber o que dizer.
- Então…? - começou, questionando os mais velhos.
- Então… Estamos esperando vocês se explicarem, dizerem que foi uma brincadeira, que vimos errado. - Elyna se pronunciou, parecendo muito nervosa.
- Elyna, meu bem, como eu te disse, eles não falariam isso porque, claramente, não é isso. - Aiden se aproximou da mulher, colocando a mão em seu ombro direito.
- Como é possível, ? - Louise questionou diretamente para a filha. - Como isso aconteceu?
- Eu vou começar com uma coisa simples que talvez seja o necessário para a cabeça de vocês, que nunca foi retrógrada dessa forma, mas agora parece ser. Eu e não temos um caso há anos, não fiquei com um menor de idade, não corrompi um menor de idade ou qualquer coisa ridícula que vocês possam pensar.
- … - tentou advertir a mulher.
- Não, , eu acho melhor deixarmos claro para que não entendam ao menos isso errado. - bufou. - Eu e só nos tornamos amigos algum tempo depois de ele chegar aqui, conforme cada um foi seguindo sua vida e aproveitando de alguma forma, eu e nos aproximamos e nos tornamos parceiros, ele se tornou meu amigo, um dos poucos amigos que já tive. Elyna, Aiden, vocês têm um filho incrível, e eu nunca quis faltar o respeito com vocês por terem confiado em mandá-lo para Austrália com a para ficar aqui.
- , esse é o problema… - Louise começou.
- Digo uma coisa para todos vocês, tem 19 anos, não é como se ele precisasse ser cuidado, ele e são adultos, pelo amor de Deus. Eu ofereci a eles um lugar para ficar, para estarmos todos juntos, não me ofereci para ser babá de ninguém, vocês têm que ver os filhos de vocês como as pessoas crescidas que são. Eu e saímos cedo de casa, fizemos um milhão de coisas por aí que vocês nem se importavam direito, e agora porque e , maiores de idade, responsáveis, estão vivendo do outro lado do mundo e têm relacionamentos sérios, vocês surtam? - falava rápido, começando a irritar-se. - Eu sei que é o único filho de vocês. - direcionou sua fala para Elyna e Aiden. - Mas vocês precisam dar o mínimo de crédito para ele, não é como se ele fosse um garoto indefeso e eu sei que vocês sabem disso.
- , me desculpe, eu sempre tive um grande carinho por você, garota, mas vocês têm alguns anos de diferença, acaba de entrar na faculdade, isso não pode dar certo, vocês têm que ver isso. - Aiden falou de forma delicada.
- Pai, meu Deus, nós já passamos por toda essa fase. Vocês não vão fazer com que volte a pensar em tudo isso. Você não tem ideia de tudo que já passamos para que ela parasse de pensar como vocês; tudo que ela está falando, é tudo que ela trabalhou para se abrir para que fossemos algo agora. Eu entendo a superproteção de vocês, mas não tratem a como a errada, não é como se só ela tivesse que pensar aqui, um relacionamento é algo entre dois e vocês sabem bem disso.
- , você não está pensando corretamente. - Elyna falou, colocando a mão na cabeça. - Meu filho, volte para casa, podemos te colocar para estudar na Le Cordon Bleu daqui.
- Eu não vou voltar, mãe. Você sabe que eu não vou, já tivemos essa conversa e eu achei que estava tudo bem.
- Estava, querido, até você ter essa ideia descabida.
- Mãe, eu e estamos juntos há meses, não é como se essa ideia tivesse aparecido agora. Sim, eu vim para cá para estudar, é o lugar onde e eu sempre quisemos viver, mas é grande parte do motivo para eu ter me apaixonado ainda mais pelo que quero, pelo lugar, pela ideia de viver aqui, e vocês não tem o direito de me tirar isso, porque, como ela disse, eu sou maior de idade.
- , você não podia ter feito isso, meu bem. - Oliver reforçou, negando com a cabeça para a filha, desapontado. Preocupava-se principalmente com a amizade com Aiden e Elyna, que com certeza estavam crucificando no momento.
- Tio Oliver, tia Louise, por favor, parem de culpar a . Vocês me conhecem a vida inteira, vocês têm todo o direito de ficarem bravos comigo também, eu amo vocês como se fossem meus pais, e eu achei, pelo menos por um tempo, que vocês nos entenderiam.
- , nós entenderíamos se você e aparecessem namorando, afinal, isso sempre foi algo que todos nós acreditamos, mas estava sempre distante de namoros, em outro país, e você aparece com ela? - Elyna respondeu antes que Oliver e Louise tivessem a oportunidade.
- Não é porque sempre estive distante de namoros e apresentar alguém para a família, por uma opção minha, que eu não tenha coração, Elyna.
- E você tinha que descobrir isso agora? - alfinetou, bufando.
- Vou realmente desconsiderar isso por tentar entender como você está se sentindo. - rebateu.
- Acho que essa conversa não vai levar a lugar algum com vocês todos de cabeça quente. Principalmente você, mãe. Estou decepcionado e espero que você pense mais em mim antes de agir dessa forma com a . - falou baixo, chateado. - Peço desculpas por todos vocês descobrirem da forma que foi, mas esperamos poder conversar de novo e que vocês entendam, de coração, que estamos felizes juntos. Eu realmente gosto da e nos damos muito bem.
- E eu realmente gosto do , estamos bem juntos e ficaremos assim. Esperamos que vocês entendam. Se acalmem e conversaremos novamente antes de vocês virem para cá, se quiserem. E vamos evitar qualquer clima desnecessário perto de , por favor, pois a baby não merece. - finalizou e viu Elyna levantando-se da cadeira em que estava, afastando-se da ligação com Aiden em seu encalço.
- , talvez depois seja interessante que você ligue para sua mãe, por favor. Tentarei acalmá-la, apesar de estar tão surpresa quanto. - Louise comentou.
- Eu vou tentar, tia Louise. - prometeu. - Só realmente espero que vocês nos entendam, pois não existem motivos para isso, ao menos, nenhum que seja válido.
- Mãe, pai, por favor, cuidem da Elyna, nós sempre soubemos que ela surtaria quando saísse de casa… - Louise riu, lembrando-se das conversas que sempre tiveram sobre os amigos, mas Oliver preferiu ignorar a fala da filha.
- Nós só nunca imaginamos que você seria a raiz de todos os problemas dela, não é, filha? - Louise brincou, provocando. - Se cuidem. , ligue para ela. , nos ligue amanhã com suas irmãs, tudo bem? - os dois afirmaram.
- Agora deixe-me entender apenas uma coisa. Isso não é mesmo um caso ou algo assim, certo? - Louise perguntou.
- Não, bem que queria, mas estamos namorando. - brincou e o encarou, indignada.
- ! - riu, estapeando seu braço. - Estamos namorando, mãe, é sério, prometemos. - confirmou.
- Ai, meu Deus. - a mulher riu, nervosa, vendo o marido se afastar também, deixando uma cabisbaixa. - Nos falamos depois, se cuidem. - se despediu, acenando.
- Amo vocês, até amanhã. - finalizou a chamada, jogando-se na cama e bufando, tentando liberar todo ar que guardava.
- Não foi tão ruim, foi? - perguntou, deitando-se ao lado dela e passando a mão delicadamente em seu rosto.
- Foi horrível. - riu. - Mas vamos superar.
- Com certeza vamos. - o garoto sorriu, roubando um selinho da mulher, que logo jogou-se por cima dele, transformando aquele em um longo beijo.

×××


se ajeitou com o notebook em mãos enquanto terminava de fazer uma planilha para verificar como seria a produtividade daquele mês dos analistas em Melbourne e em Dublin. Bocejou, cansada, cuidar de duas equipes não estava sendo fácil, fora que a implantação estava desgastando muito. Sentiu o celular vibrar e estremeceu, pensando que seriam seus pais novamente, mas abriu um sorriso ao constatar que era .

[]: Oi! Está tudo bem? O que acha de vir à praia?
[]: Estamos bem sim. Estou morta de preguiça, terminei as coisas aqui e queria ficar deitadinha, estou com sono.
[]: Não aceito não como resposta, se você não vir, eu vou aí te buscar.
[]: Você não vai desistir, não é?
[]: Jamais! Nunca mesmo.
[]: Ok, eu estou indo.

Bufou, deixando o celular de lado e subindo as escadas devagar, queria tanto dormir a tarde toda, mas estragou seus planos, sabia muito bem como ele era persuasivo e realmente ele iria atrás dela. O homem estava na loja trabalhando desde cedo. Pegou uma bolsa, colocou os utensílios dentro dela, se trocou, colocando um shortinho e um top, e avisando rapidamente as irmãs e onde estaria.
Foi de Uber até o lugar e não demorou até estar próximo ao quiosque onde ficava a loja do namorado. Desceu do veículo e caminhou a passos lentos até o lugar.
- Oi, ! Só você mesmo para me arrastar nesse sol escaldante, uma grávida sofre em um tempo desses. – ele se aproximou dela, dando-lhe um beijo rápido em seus lábios. – Oi, John. – cumprimentou o funcionário da loja, que a respondeu com um rápido aceno.
- Dramática. – ele riu, segurando o rosto dela com as duas mãos, lhe fazendo um breve carinho. – John, segura as pontas, vou ficar com ela. – o homem concordou, vendo o chefe saindo dali. – Como está a nossa baby? – colocou a mão na barriga dela, fazendo sorrir ao ver a filha se mexer, ela já conhecia o pai.
- Está feliz por você falar com ela. – sorriu. – E então, o que vamos fazer?
- Vamos dar uma caminhada na praia e depois vamos surfar um pouquinho. – abriu um sorriso genuíno, vendo-a revirar os olhos.
- Eu definitivamente deveria ter ficado a minha tarde toda dormindo, não quero me exercitar, ! – fez um bico engraçado.
- A médica disse que você precisa se exercitar, amor. – ele a abraçou de lado, dando-lhe um beijo na têmpora.
- Eu sei. – o encarou, ainda era estranho para ela que a chamasse de amor, algo que ela definitivamente estava desacostumada. – Estou me esforçando, então vamos caminhar.
- Isso, gosto desse espírito de disposição. – ela sorriu. – Amanhã chega o berço da baby, estou ansioso.
- Sim, aliás, o quarto dela está ficando tão lindinho. O enxoval também está, as roupinhas e todas as coisinhas dela. Estou toda boba com tudo.
- Eu... – coçou a nuca. - Comprei um guarda-roupa maior para... Você sabe, para que você coloque suas coisas lá, se acomode e tudo mais. Se você quiser, compramos uma cama nova...
- Eu gosto da sua cama, . – piscou para ele, arrancando uma risada. – Acho uma boa mesmo que compre um guarda-roupa maior. – ela tinha um pequeno sorriso na face. - Você sempre gagueja ou fica nervoso quando toca em qualquer assunto relacionado a morarmos juntos, . Relaxa.
- É involuntário. – deu de ombros, a encarando.
- Não te contei o que aconteceu hoje, ! – ela gargalhou, enquanto ele a encarava de cenho franzido. Detalhou sobre a revelação de e e de que seus pais iriam vir ao Natal.
- Isso me deixou extremamente preocupado, em um mês, seu pai e sua mãe estarão aqui, amor. Eles simplesmente vão me matar.
- Meus pais vão nos matar. – fez uma careta engraçada. – Mas é só a baby aparecer que a raiva some.
- Assim espero. – abriu um sorriso, nervoso. – Que tal tentarmos um surf de grávida agora.
- Gosto de como você não desiste de mim com relação a surfar.
- Você fica cada vez melhor. – lhe mostrou a língua e ele riu, sabendo que era uma mentira deslavada.
O surf de grávida consistia em ela se sentar na prancha apenas, nada muito elaborado devido ao tempo de gestação. A gravidez não era de risco, mas não era adequado que ela caísse da prancha.
- Eu estou grávida, não vai fazer bem.
- Você é chantagista, não vai te fazer mal surfar sentadinha, exercícios, ! A médica disse.
- E você está aqui fielmente para cumprir isso à risca. – ela lhe deu um empurrão, caminhando em direção à prancha. Ele riu, a seguindo rapidamente.

×××


- O que está acontecendo com você, ? Está muito aéreo, não presta atenção em nada. - Trevor, empresário da banda, sentou-se ao seu lado em um dos muros do local onde estavam ensaiando. , que olhava para a frente, pensando na última conversa com , esfregou o rosto, suspirando. Estava bem cansado ultimamente, por toda a correria de viajar de cidade em cidade divulgando o EP da banda.
- Minha cabeça está uma bagunça nos últimos dias, Trevor.
- Por quê? Tem algo relacionado à garota que você namora?
- Boa parte sim. Tivemos uma conversa na noite anterior que deixou bem clara a situação do nosso relacionamento. A questão é que eu estou com medo, Trevor. Nunca imaginei que uma garota pudesse revirar tanto minha vida como ela está fazendo.
- É o amor. Isso é o que ele faz com as pessoas. Sorte das pessoas que têm esse sentimento. Mas qual é o problema? Está com medo do sentimento?
- Não, não. O problema é que… - ele suspirou e apoiou as mãos em cada lado de seu corpo, no muro onde estava sentado. - Estamos mais afastados que nunca. E quando você se afasta da pessoa assim, como eu estou fazendo ultimamente, você começa a pensar o quanto você gosta da outra pessoa e o medo que sente de perdê-la. Nossos horários não coincidem e são raras as vezes que nos falamos. Não me entenda mal. Não sou nenhum mal-agradecido. Eu gosto da posição que estamos atualmente em relação à banda, mas queria que esse lado também pesasse na balança juntamente com a , sabe? Ter as duas coisas igualmente.
- Eu sei que deve ser difícil, mas as coisas logo se resolvem. Não era você mesmo que dizia que quando duas pessoas se amam, elas superam todos os obstáculos? Siga o seu próprio conselho, .
- Sim, e continuo acreditando nisso, porém é mais difícil na prática. - suspirou novamente. Estava quase dando a hora de retornar aos ensaios, mas se ficasse um pouco mais dentro da sala onde estavam ensaiando, ia ficar louco. Não aguentava mais o pessoal perguntando se ele estava bem, e se não saísse dali logo, ia acabar descontando em alguém.
- Tudo vai dar certo, rapaz. Você vai ver que as coisas se resolvem e tudo vai servir para vocês amadurecerem. Como casal e como pessoa também. Faz quanto tempo que vocês não se veem?
- Bastante tempo, isso eu posso assegurar - ele riu de forma nervosa.
- Entendi.
- Hey, vocês, vamos entrar. Michael quer mais uma rodada, disse que tá muito ruim hoje. E que se o não melhorar, vai chutar a bunda magrela dele. - Harry saiu na porta, enquanto a mantinha aberta.
- Vamos, garoto. Não queremos o Michael te chutando. - Trevor se levantou e começou a rir.
- Não mesmo. Meu traseiro magricelo agradece. - acompanhou Trevor. - Ei, obrigado, Trevor.
- Que isso, . Sempre que precisar. Tenho filhos na mesma situação que você, esqueceu?
enlaçou o senhor pelo pescoço e juntos entraram dentro do estúdio. Cada um dos integrantes estava jogado em um lugar do espaço, esperando por . Assim que ele entrou, Trevor se sentou junto com Michael em uma banqueta alta e cruzou os braços, enquanto os demais se levantavam e iam para seus lugares.
pegou sua guitarra. Começaram a cantar um dos projetos do The Sixx, Anarchist¹.
De onde estava, podia ver Michael, seu preparador vocal, balançar a cabeça positivamente pela primeira vez naquele dia.
Fariam uma pequena apresentação em um espaço de uma rádio local. Seria exclusiva para alguns fãs. Nesse pouco tempo, a fanbase da banda havia aumentado consideravelmente. Agora tinham pessoas que administravam as redes sociais da banda, facilitando bastante a vida deles. Antes, quem cuidava disso era Brandon, com a ajuda de Ella.
faria uma coisa de cada vez. Faria o relacionamento dar certo de algum jeito, mas primeiro lidaria com aquele dia. Não poderia, de forma alguma, perder , e nem desapontar a banda.

¹ A canção citada se trata da música Anarchist, do cantor britânico YUNGBLUD.


Capítulo Vinte e Dois

- Gente, esse ano passou voando, né? Quem diria que tudo isso iria acontecer nas nossas vidas? - disse sorridente, olhando para as irmãs.
- O que importa é que a melhor época do ano chegou, e eu juro que vocês vão se acostumar com viver ela num calor infernal ao invés da neve. - riu, sentando-se junto de e na cozinha. - É estranho, mas é bom. E o melhor dessa época nesse ano cheio de mudanças, é que logo teremos a baby com a gente. - sorriu para , que caminhava até eles.
- Barriga cada vez mais pesada, gente. - sentou-se ao lado de . - Amo essa época e a magia dela, mas passá-la nesse calor é a pior parte. - riu.
- Pelo menos você não vai ter que entupir a baby de roupas no primeiro mês de vida, imagina? Deve ser horrível ser bebê no frio do Canadá, ainda bem que não lembramos. - respondeu, rindo.
começou a rir.
- Nossa, seria horrível, tadinha. Mas eu só consigo imaginar no tendo que se fantasiar de Papai Noel todo ano para agradar uma pequena. Meu Deus, vai ser sensacional poder acompanhar isso. - ela continuou rindo, olhando para a barriga da irmã.
- O bom é que temos certeza que vai fazer isso, sendo quem ele é. - reforçou.
- Não tenho dúvida que fará essas coisinhas. - sorriu. - Sabe o que está me deixando preocupada? Não temos um nome. Não aguento mais a pressão dos avós na minha cabeça, e eu nunca acho um nome suficientemente bom.
- É sério que vocês ainda não tem um nome? Eu achei que vocês só não quisessem nos contar! - perguntou, indignado.
- Nem esquenta com isso, . Quando você pegar ela no colo, você vai saber. Não entra na pilha deles não.
- Ah, nem vem com isso, ! Ela precisa de um nome. - falou, ansiosa. - Quais você pensou? Quais pensou?
- Para de pilhar a garota também, ! Ai, ai. - fez cara de séria, mas depois começou a rir.
- Eu não consegui pensar em nenhum. deu nomes péssimos, não os mencionarei em respeito à baby. - brincou, rindo. - Me disseram já sobre olhar para o rostinho dela e que viria um estalo, mas e se não vier? Será baby mesmo?
- Não precisa se preocupar. Vocês terão tempo para isso. Se vocês não souberem na hora, lembrem-se da madrinha aqui - apontou para si mesma - e para os tios - apontou para e , e começou a gargalhar.
- , continue sonhando. - rebateu. - , eu acho que vai ser bom termos nossos pais aqui, eles escolheram belos nomes para nós. - piscou para irmã e riu.
- é um deles - ela mandou beijos no ar. - E que tal chamar os pais do para essa tarefa também?
- Até que não seria má ideia, por incrível que pareça minha relação com minha sogra melhorou um pouco, mas quero mamãe comigo nessa. - deu de ombros.
- Até porque pelo nome dele, a ideia de usar sua sogra não é tão boa. - brincou. - Seus pais foram melhores. Até porque eles só tiveram uma tentativa, né? E já não deram o melhor, zero criatividade.
- Então, por isso mesmo, . - gargalhou.
- Nossa, ela é tão bruxa assim? Quando ela vim, então vou tratar de esconder as vassouras aqui de casa.
- Ela não é bruxa, elas só tiveram um curto período problemático. - riu. - Mas ela é muito legal, pelo menos pelo que conheci, mas eu não estava interessada no bebê dela. Na verdade, antes estivesse, acho que seria menos problemático que estar interessada no bebê da Elyna. - gargalhou, vendo mostrar o dedo do meio.
- Já vi qualidades nela, mas ficarmos muito perto é algo complexo, deixa as coisas do jeito que estão. Olha, , se você quiser trocar... você não conheceu sua sogra grávida e com fama de quem quebrou o frágil coração do bebê dela.
- A única coisa que sei, é que nós duas entramos em frias com esses bebezões de mamãe. - riu, vendo rolar os olhos. - Ai, agora estamos completos de bebezões. - apontou para porta, vendo entrar sem qualquer cerimônia. - , sorte a sua que a família do deve ser tranquila, vocês podiam chamá-los para o Natal aqui também.
- Como assim bebezão? Do que estão falando? - colocou as mãos no ombro de massageando-os.
- É, pode ser… - ficou quieta e só observou os casais ali na frente.
- Somos a piada dessas mulheres, para variar, . - deu de ombros, levantando-se para pegar água na geladeira e aproveitando para dar um tapa de leve na cabeça da namorada, apenas para irritá-la, parando ao seu lado em seguida.
- Claro, quando falam bem? - negou com a cabeça.
- Nem queira saber. - riu, balançando as sobrancelhas.
- Não encontramos ainda o que falar bem. - respondeu, vendo concordar.
- , por que ficou tão estranha ao mencionarmos os pais de ? - questionou depois de um tempo de silêncio.
- Digamos que os ânimos não estão muito bons pro nosso lado. Ele ficou chateado que eu saí e postei umas fotos com uns amigos, e eu chateada com ele com o pouco de contato que temos. Quando ele pode conversar, eu não posso, e vice-versa. É complicado… Queria que ele viesse passar o fim de ano com a gente, se ainda estivermos namorando, mas não sei… A agenda dele tá tão caótica que acho que ele vai querer ficar com a família.
- , a agenda dele está assim por ser o começo, com certeza. Sei que tende a piorar, mas você vai ter que ser completamente a parte compreensiva do relacionamento agora. - sorriu para a irmã, preocupada. - Ele vai querer ficar com a família, certo? Somos a segunda família de todo mundo, acho que ele pode juntar a dele com a nossa, não? Já vamos estar todos surtando mesmo, um dá apoio ao outro.
- Eu tento ser compreensiva, mas o que eu não suporto é que desconfiem de mim. Não dou motivos e nem quero. Se estou com uma pessoa, só quero estar com ela. A questão não é nem ele querer ficar com a família, porque eu realmente entendo, mas a questão é que não sei. Não sei o que está acontecendo na vida dele agora e isso me deixa louca. Está parecendo que eu tô louca de pedra, uma total controladora, mas acredito que em relacionamentos saudáveis você deveria saber como foi o dia da pessoa, o que ela fez, se gostou de algo, se não gostou… Não é questão de ser a pessoa grudenta do relacionamento, mas às vezes é legal você ficar à par da vida da pessoa que você ama. Entende? Às vezes eu queria meter um soco no meio da cara do por ter desconfiado de mim. - ela sorriu amarelo.
- Olha, , eu não sou a expert em relacionamentos, porque sempre me esquivei disso, mas aconteceu alguma coisa que afastaram vocês demais, o que pode ter acontecido? - suspirou - Uma relação não esfria de uma hora para outra. E vou continuar batendo na tecla de que vocês precisam conversar seriamente, porque do jeito que está vocês estarão fadados ao fim. Você quer terminar com ele? - encarou a irmã.
- Caralho, que climão. - comentou, sendo ignorado por todos e recebendo um “shh” de .
- Acho que é mais questão da vida adulta cobrando mesmo. Eu focando nos estudos, e ele na banda. Terminar com ele eu não quero, mas se ele quiser, eu não vou ficar que nem uma trouxa atrás dele. Amo demais ele, mas homem nenhum faz com que faça esse papelão.
- Conversei com o e ele disse que estava de cabeça quente, com a banda, como tudo está crescendo, mas concordo com a , vocês têm que conversar. - se pronunciou.
- Que legal. Viu? Com o ele conversa. - ela riu.
- Só não me digam que para vocês conversarem sério, vamos ter que apelar para trancar os dois em um quarto igual a duas crianças. - falou, encarando a mais nova.
- Vocês fizeram isso com nós dois uma vez, inclusive, quando éramos menores. - brincou, concordando com .
finalmente riu.
- Parem de me olhar com essas caras de pena, senão eu mato vocês - ela olhou para cada um e pediu brincando, rindo. - Mas como já disse, para mim é difícil essa questão de contato, mas as coisas levam outro nível quando a outra pessoa começa a desconfiar da outra, que ele supostamente ama. Supostamente sim, porque se você ama, você não desconfia. Você confia que independente dela ter amigos do sexo oposto, ela vá te respeitar, porque é isso que pessoas com caráter fazem.
- Eu acho que você está se precipitando quanto à desconfiança dele, talvez. Ele com certeza não quis te passar essa impressão, não parece ser assim. - comentou.
- Exatamente, acho o bem desconstruído, não acredito que você deva colocar os sentimentos dele a prova por uma atitude errada, afinal, você também é humana e cheia de falhas. - indagou.
- Perfeita eu não sou e nunca serei, mas vocês têm razão. Acho que preciso esfriar a cabeça mesmo e parar de pensar nessa última conversa que tivemos, porque parece que quanto mais eu penso, com mais vontade de matar o eu fico.
- Acho que você e eu devíamos sair para fazer alguma coisa para você esfriar a cabeça. - falou, piscando para amiga.
- Não sei para onde vocês vão, mas eu e precisamos comprar algumas decorações. Vou me arrumar. - deu um selinho rápido em e correu escadas acima.
- Vou para casa, tenho que fazer umas ligações para uns fornecedores. - se aproximou de e lhe deu um selinho, saindo da cozinha.
- Eu também vou subindo, preciso me trocar e preparar meus pés, porque a vai me fazer andar muito. - resmungou, saindo atrás da irmã.
- Já até sei o que você pode fazer para me ajudar. Vem comigo! - se levantou e puxou o amigo pelo braço, arrastando ele para fora da cozinha.

×××


- , eu não tô acreditando que você vai mesmo fazer isso. - riu, entrando na casa e guardando suas coisas no hall, com exceção da sacola que carregava para amiga. - O pior, que eu vou fazer isso em você, né? Você é louca.
- Totalmente louca pelo novo. Você é meu amigo e fiel escudeiro, então fecha a matraca e vem me ajudar.
- Mas você sabe que suas irmãs vão surtar, né? Seu cabelo é tão lindo no natural. - resmungou, pensando no trabalho que teria para aplicar a ideia da garota, aquilo era para profissionais.
- Tira uma foto de recordação para elas. Vou fazer questão de grudar na geladeira de inox da . - entregou a polaroid na mão do amigo e fez pose, segurando os cabelos no alto.
- Que não me mate por participar disso. - o garoto riu, tirando a foto da amiga. - Agora vou colocar uma roupa decente para estragar, faça o mesmo e nos encontramos no quintal.
- Você pode aproveitar essa animosidade dela na cama - mostrou a língua.
- Se for pior do que já é, só se partir para o canibalismo. - zombou a amiga, sabendo que ela reclamaria.
- Meu Deus, que safadinhos vocês são. Ainda bem que não durmo parede com parede com a de vocês. - ela disse entrando no seu quarto para trocar de roupas.

- Você está realmente preparada para isso, ? Não quer pensar mais uma vez? - perguntou pela milésima vez, aos gritos, enquanto segurava a mistura para descolorir o cabelo da garota em mãos.
- Tenho certeza. - ela disse sentada na cadeira que colocaram no quintal de casa. usava uma toalha nos ombros.
- Então vamos lá. - suspirou, começando a aplicar a mistura descolorante na primeira mecha do cabelo da amiga. - Mas eu acho que vai ficar legal. - falou, olhando para o vídeo de instrução no Youtube que acompanhava. - Só não se arrependa, por favor. - riu.
- Confio em você e nas suas mãos habilidosas. - riu junto ao amigo.
- Você fala como se eu já tivesse pintado cabelo antes. - gargalhou, começando a segunda mecha. Faria o trabalho devagar, afinal, não tinha ideia do que estava fazendo.
- Se ficar ruim, a gente dá um jeito. Não vai ser o fim do mundo.
- Talvez seja para você. - brincou.
- Pode passar no cabelo todo sem medo. Estou louca para ver a reação do pessoal.
- Descolorir é fácil, quero ver eu passar a tinta sem manchar tudo.
- Manchar o quê? Estamos com roupas velhas.
- Manchar o seu cabelo, vi uns resultados feios no Pinterest. Se é para ser um cabeleireiro, vou ser um bom.
- Que fofo, você viu no Pinterest. - ela inclinou um pouco a cabeça e sorriu. - Se com a e o não der certo, quero me casar com você. - ela brincou.
- Sempre seremos o plano B um do outro. - entrou na brincadeira. - Mas seria estranho pegar você depois de pegar sua irmã. - gargalhou.
- Acontece nas melhores famílias. E acho que meus pais ficariam mais felizes comigo do que com a do seu lado, afinal, ela é uma má influência. - ela gargalhou.
- Você não está errada. - riu, concordando. - Mas confesso que acho que estou mais preocupado com vendo seu cabelo do que com a . Como sempre, seus pais vão matar ela, que deveria ser a mais responsável. - deu de ombros.
- Na verdade, vão matar as duas, mas mais a , já que a tem a baby como desculpa. Falta muito para passar a tintura? Estou ansiosa.
- , vamos levar pelo menos 40 minutos para esperar descolorir, eu ainda estou na metade do seu cabelo, aquieta aí!
- Desculpa. Prometo ser uma boa menina e me comportar.
- A parte de descolorir acabo logo, mas isso aqui tá muito silencioso, vou pegar meu celular para colocar música. - apoiou a mistura na mesa e andou até a casa novamente.
- Vocês estão gritando pra caralho, da minha casa eu estou ouvindo. E o que você tá fazendo, ? - olhou para o cabelo de , curioso.
- Adivinha, adivinha. - ela pulou da cadeira mesmo. - O tá pintando meu cabelo. Não é o máximo?!
- Ah, legal, e vai pintar de que cor? - se aproximou, olhando os utensílios que estavam ali.
- Roxo platinado. tá me ajudando e vendo se tem jeito para cabeleireiro, caso a profissão da culinária não dê certo.
- Eu tenho jeito para tudo, okay? - se aproximou. - E aí, cara? Vai entrar na fila?
- Você é louca de deixar o mexer no seu cabelo. Eu? Tô fora, vou ficar assistindo essa loucura toda. - riu.
- Eu confio nele e estou totalmente desapegada. Se der merda, a gente dá um jeito. Mas , nem uma mechinha de cabelo? Ia ficar um charme.
- Só falei para ela que a gente dá um jeito, mas depois de ouvir muito das irmãs dela. - riu, pegando de volta a mistura e jogando no cabelo da amiga. - Acho que elas brigariam menos se você fizesse também, , vai! Olha, eu acho que ficaria estiloso… - fingiu estar concentrado no cabelo de . - Mas como acho que você é medroso, aproveita que não tá fazendo nada e troca de música para mim? Coloquei na playlist errada. - falou, indicando o celular com a cabeça e vendo se aproximar. Quando o homem se abaixou para pegar o aparelho, usou o pincel para jogar um pouco do descolorante em seus cabelos, uma mecha na parte da frente.
- , porra! - olhou para o amigo. - A vai me deserdar como pai da nossa filha. - ele o encarava, desesperado.
- A sua filha vai amar ver uma foto sua com uma mecha descolorida, baby vai amar e me agradecer, com certeza. - deu de ombros, voltando para perto de para finalizar o trabalho.
- Com certeza vai! E roxo combina muito com você, !
- Só aceito essa loucura se o fizer o mesmo. - deu de ombros, até gostando da ideia da filha ver aquilo um dia.
- Eu tô aqui para fazer o trabalho, galera, sou o cabeleireiro, o profissional não dá exemplo. - riu. - Vocês querem que eu perca a namorada que demorei tanto para conseguir? E outra, não gosto desse roxo clarinho não, ficaria mais bonito com um escuro… - deu de ombros.
- Deixa de frescura e pinta logo! Sabia que a cor preferida da é roxo? Isso te convence de alguma forma? - se virou na cadeira e encarou o amigo.
- Eu faço, mas quero roxo, não vou deixar claro. - reclamou, rindo e vendo aplaudir. - Você vai deixar roxo também, deixa a cor da moda para .
- Meu Deus, você é muito cadelinha da , pai amado. - ela se levantou e pegou o potinho para descolorir. - Senta aí, cobaia. Minha vez.
- Só uma mecha, por favor! E deixa eu prender o seu primeiro. - ele a empurrou para cadeira novamente, pegando uma presilha para prender o cabelo da garota no alto. - Pronto. - ele se sentou na cadeira, observando enquanto encarava a mistura no seu cabelo. - Eu já arrumo a sua mecha, cara.
pegou o descolorante do pote que estavam usando. Com um pincel, aplicou o produto na mecha que o amigo pediu. Parecia ser fácil, então não teria erro.
- Descoloração aplicada com sucesso.
- Agora vem cá, . - se levantou para que sentasse e aplicou o produto na mecha do lado contrário ao dele. - Tudo certo, agora esperamos os 40 minutos para descolorir.
- Eu só estou pensando na minha mãe me chamando a atenção com isso. - ele encarou .
- Ainda mais agora que você é um pai de família. - gargalhou. - Minha mãe já está me odiando mesmo, então, foda-se.
- Ela já usa isso de argumento para me chamar atenção. “Ah, , você precisa fazer isso, principalmente porque agora que você é pai...”. - ele riu. - Tá odiando nada, vocês vão se acertar, foi só o susto mesmo.
- Você é pai, é a melhor desculpa dela para te chamar a atenção, é muito engraçado, agora tudo isso vai ser motivo. Você que aguente quando a baby nascer. - deu de ombros. - Vamos tomar algo enquanto essa porra não fica pronta. - apontou para o cabelo, andando até a cozinha e sendo seguido por e .

- Meu Deus, eu tô tentando me imaginar com isso roxo. - apontou para o próprio cabelo. Já havia passado a tinta no seu e no de , e feito a mistura correta para cor do de . Apenas rezava para não ter realmente manchado o cabelo da amiga.
- Estou curioso pelo resultado também, mas acho que você acertou, ao menos seguiu todos os passos daquele tutorial, se der merda é por culpa dele. - mexia no celular, colocando alguma outra música.
- Minhas mãos de cozinheiro trabalhador são boas, não tem tanta diferença assim, né? Da cozinha para o cabeleireiro. - riu.
- Quase… Só não se empolga muito - riu. - A única coisa que não quero é perder meu cabelo por causa da química. Cor é o de menos.
- Eu e também não queremos perder os nossos, acredite. - afirmou, vendo concordar. - O que você acha que vai achar disso? Inclusive, temos que fazer nele quando ele aparecer.
- Ele não tem que achar nada, mas acho que vai gostar. - fingiu desinteresse, porém continuou - e aquele ali já usou de tudo no cabelo, então tudo fica bom nele.
- Tudo realmente fica bom nele, o cara é demais. - comentou, rindo. - E ninguém disse que ele tinha que achar algo, senhorita, foi só um comentário inocente.

- Todos com os cabelos lavados e secos? - gritou de dentro de seu quarto, ouvindo no quarto de confirmar, e em seu quarto também. - Hora da verdade. - falou, gargalhando. Eles haviam combinado de lavarem os cabelos, secarem, para que a cor aparecesse, e fazerem tudo sem olhar o resultado, para que vissem juntos. - Vou contar até três… Um… Dois… Três! - ele pisou para fora do quarto e viu os outros fazerem o mesmo.
- Tcharam! - balançou os cabelos e mostrou o resultado para os amigos, dando uma voltinha.
- Caralho, ! Seu melhor amigo é bom mesmo nisso. - riu, vendo que tinham acertado na tintura. - Tá de parabéns, ficou ainda mais gata. Aquele plano B tá virando quase plano A. - piscou para ela, zombando.
- Ficou muito lindo. Parabéns, , se tudo der errado na gastronomia, invista nisso. - deu uns tapinhas no braço do amigo.
- Lindo tá o seu cabelo, pai de família. - riu, apontando para mecha roxa de .
- Estão todos lindos e suas respectivas irão adorar o resultado depois do surto. E isso me deu uma ideia. Depois de ter botado tudo para fora e ter tido esse momento maravilhoso com vocês, acredito que seja a hora de colocar os pingos nos i’s com o . Se para o bem ou para o mal.
- Se eu soubesse que era só pintar seu cabelo, eu já tinha aparecido com o pó descolorante antes.
- Finalmente, isso aí, . Ajeita essa situação de uma vez. - estava genuinamente feliz, esperava que os dois conseguissem se ajeitar.
- Vou arrumar minhas coisas e descobrir onde ele está com os rapazes. Depois que e virem o resultado e surtarem, saio para resolver tudo.
- Acho que não vai demorar. - falou ao ouvir a porta do hall se abrindo no andar de baixo.
- Me preparando psicologicamente… - fez uma careta.
- Tem alguém aí? - gritou do andar inferior.
- Você desce na frente. - empurrou . - Estamos aqui em cima, descendo. - gritou para responder a namorada.
- Ai, tá bom, tá bom. - marchou até a escada, sendo seguida por eles. Desceu até a sala e encontrou as irmãs de costas. - Surpresa! - ela gritou, estendendo os braços.
- Você gritando assim quase me faz pensar que é uma surpresa boa. - sussurrou, escondendo-se atrás de e vendo fazer o mesmo atrás dele.
- Que porra é essa? Meu Deus! - encarou a irmã, vendo seus cabelos recém-pintados. - ! O que você fez com o seu cabelo?
- Ah, meu Deus, . Você bebeu o quê? E por que os dois senhores estão se escondendo atrás de você? - tentava ver atrás da irmã.
- Ah... Estão? - ela olhou para atrás, os encarou e depois olhou para a irmã. - Sei lá. Pintei o cabelo. Ficou show de bola, né?
- , eu nem sei o que te dizer! Caralho, a cor tá linda, mas precisava disso? - reclamou. - E o pior é que sinto que você não fez isso sozinha, você não pintou sozinha, né? - apontou para as costas da irmã.
- Foi tudo ideia dela. - apareceu, apontando para amiga.
- ! - ficou boquiaberta. - Mas sim, foi minha ideia e eles me ajudaram nisso. Ficou uma graça neles, né?
- , caralho! - gritou. - , você também? Meu Deus, ninguém tem cabeça nesse grupo?
- Eu não acredito que vou dizer isso, mas eu amei. - riu, se aproximando da irmã e tocando em seus cabelos. - Juízo nenhum, mas ficou muito bom.
- Eu desisto de todos vocês. - riu, sentando-se no sofá. riu e se abaixou, de frente para ela, vendo-a passar a mão por sua nova mecha.
- Os Três Mosqueteiros da loucura. Bom, achei que uma boa mudança de coloração não faria nada mal. E o que pintou. Me surpreendi bastante com o resultado e ficou exatamente como eu esperava.
- O bom é que já temos um responsável pelas merdas quando precisarmos, né? - brincou, fazendo carinho no cabelo do garoto. - , a baby vai te amar. - riu. - Você vai ser tipo o pai mais legal do mundo.
- Foi desse jeito que eles me convenceram a pintar, tudo pela minha baby. - sorriu. - E ficou até legal, mudanças mesmo que mínimas sempre são bem-vindas.
- Ainda bem que vocês curtem mudanças, porque temos muitas para fazer nessa casa, precisamos usar todos esses enfeites que compramos aqui para dentro. - apontou para as sacolas.
- E essa é a minha deixa. - começou a sair de fininho da sala. - Vou dar uma sumidinha. Vou resolver minha história com o de uma vez por todas.
- Fico muito feliz que vocês vão se ajeitar, . Mas ajuda a gente na decoração, compramos coisinhas tão fofinhas. - sorriu pegando um dos enfeites nas mãos.
- Vocês terão ajuda de sobra dos dois homens mais fodas desse recinto. Para que precisam de mim? Vou arrumar minhas coisas para a viagem.
- Isso mesmo, o trabalho duro sempre fica com a gente, pobres homens mortais. - dramatizou.
- Muito drama e pouca ação, vamos começar. - se levantou, pegando os itens e começando a separá-los.
- Sim, senhora - bateu continência enquanto ajudava a retirar as coisas da sacola. - Mas antes… Você gostou? - ele apontou para o cabelo, abraçando a mulher. Ela o encarou, rindo. - disse que era sua cor preferida.
- Ela te enganou. - a mulher riu, beijando os lábios do garoto. - Você sabe que é azul, então caiu de bobo, só queria um motivo para fazer a merda, mas está lindo. Agora vai trabalhar. - apontou para as coisas e o viu sair de perto, rindo e negando com a cabeça.

Capítulo Vinte e Três

Hyatt Regency Brisbane, Brisbane, Austrália - 11:30 p.m.

- E aí, que tal descermos até o bar do hotel para aproveitar o nosso último dia aqui? - Harry sugeriu.
levantou levemente a cabeça e negou.
- Prefiro ir descansar. Não sei como vocês aguentam, sério.
- Ih, ah lá. está com espírito de um idoso. - Taylor disse.
- Para mim, isso tem outro nome, mas vamos fingir que não é sobre a . - Brandon disse.
- Idiotas. - revirou os olhos enquanto tinha um leve sorriso no canto dos lábios e pegava o cartão do seu quarto para abrir a porta. - Mas juízo, garotas. Nada de festejar até tarde da noite, hein? Descansem também.
- Certo, vovô. Faremos isso. - Taylor brincou, seguido de gritarias dos outros.
chegou em frente ao seu quarto, 4332, passou o cartão e a porta se destravou. No mesmo instante que entrou, ligou as luzes da cabeceira da cama, já que essas eram mais fracas. Deixou a mochila de canto e ao se virar, se deparou com uma cabeleira colorida espalhada em sua cama.
Não pode ser…
- ? - ele se aproximou da cama e viu a garota se levantar devagar, esfregando os olhos. - O que faz aqui?
- Estava te esperando.
- E como você entrou aqui sem a chave?
- O Brandon me ajudou nessa parte. - riu fracamente. Ela se ajeitou na cama, ficando totalmente ereta e o encarando, enquanto mantinha suas mãos entrelaçadas.
estava surpreso. Estava feliz, claro, mas também surpreso. A mulher ali em sua frente estava diferente. Não só no quesito visual, mas de humor também. Não estava um clima zombeteiro como sempre estava quando se encontravam. Parecia que ela não sabia como agir ali.
tirou seu boné e resolveu então se sentar ao lado dela. Ficaram em silêncio por um tempo até que enfim ela decidiu falar.
- , precisamos conversar. - ela se virou na cama e cruzou as pernas. fez o mesmo, ficando de frente para ela. - Vou ser direta, e quero que você preste bem atenção e que não me interrompa, ok? - ele balançou a cabeça de forma afirmativa, ela respirou fundo e então começou. - O que estamos fazendo aqui? Digo, entre a gente. Estamos tão ocupados correndo entre carreira musical, estudos e vida familiar que não estamos tendo tempo para nós. Não estamos nem nos falando direito quase. Não estou dizendo que devemos saber o passo do outro 24h por dia, mas um "Oi, aqui onde eu ‘tô está bem divertido" é legal de saber, para variar. E para você ver que estamos mal, até estamos duvidando um do outro no quesito fidelidade. - ela riu forçado. - Não me entenda mal, , eu te amo muito, mas se for para ficar desse jeito, é melhor terminarmos. Não gosto para onde tudo isso está caminhando.
ouviu tudo em silêncio, e assim que ela terminou, ele segurou suas mãos e as entrelaçaram enquanto mantinham o contato visual.
- , quero pedir desculpas pelo que aconteceu naquele dia. Eu não sou assim e você sabe disso. Você pode até ser a forte da relação, mas eu não estou disposto a perder o que temos por questão de agenda. Lembra que conversamos que quem ama sempre dá um jeito? Vamos dar um jeito nisso, o que você acha? Se vermos que tudo está se repetindo, pode ter certeza de que da próxima vez, se tiver uma próxima vez, eu vou ser o primeiro a pôr os pingos nos i's, ok? Agora eu quero saber: vamos tentar de novo e ver no que dá? - ele esperou por uma resposta ao que ele estava pensando há dias. Não queria que a história deles terminasse ali, mas se ela decidisse que sim, quem seria ele para negar esse pedido da pessoa que ele mais amava nesse mundo? Ele gostava da leveza que ela trazia, também do caos, não poderia negar. era tudo para ele, mas cederia, porque quem ama, cede quando é necessário.
foi surpreendido com se jogando sobre ele e o beijando. Depois do leve susto, ele entrelaçou seus braços em volta do corpo da garota, a abraçando. O beijo era cheio de saudade, mas nem um pouco calmo, afinal, era de e que estávamos falando. então colocou as pernas uma de cada lado do rapaz e puxou o cabelo dele. a segurou e a virou na cama, ficando por cima dela.
- Só para saber, isso é um sim? - cortou o beijo e a viu franzir os lábios.
- Se isso não foi resposta suficiente para você, então que tal isso? - ela se impulsionou e o virou, ficando por cima na cama.
- , … - gargalhou. Ela então afastou o cabelo do caminho e se abaixou para beijá-lo novamente.
E assim a noite seguiu, explorando o corpo um do outro e matando a saudade que tinham acumulados em si.

acordou com a luminosidade que entrava por entre as brechas da cortina. Ele ficou ali olhando a mulher deitada ao seu lado. Como já havia notado na noite anterior, ela estava diferente da última vez que a viu. Não só na questão da mudança de visual, mas também não saberia dizer com certeza o que foi.
Segurou uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos e a colocou atrás da orelha da mulher.
- Vai ficar aí me olhando até quando? - foi surpreendido. Ela sorriu ao fim.
- O quanto for necessário. Nunca irei me cansar de você.
- Isso é bom, porque você terá muito disso na sua vida ainda. - ela passou a mão no corpo enquanto o encarava.
- Isso deveria soar como uma ameaça, porque eu estou adorando. - gargalhou.
- Para de ser estraga prazeres, .
- Ah, como eu adoro quando você me chama pelo sobrenome… - revirou os olhos. - Então, qual é a do cabelo colorido?
- Isso? Bom, isso foi um experimento que fiz com meus companheiros de crime, e .
- Não vai me dizer que…
- Que pintou meu cabelo, levou junto e pintou também? É exatamente o que estou dizendo.
- Meu Deus. As garotas não surtaram?
- Mais ou menos. No início sim, mas aposto que apimentaram um pouco as coisas.
- Estou louco para ver isso pessoalmente. - ele olhou pela janela. - Vamos descer para tomar café?
- Por que não pedimos aqui?
- Porque os rapazes estão esperando para irmos embora.
- Certo, certo. Você venceu.
- Ufa, pelo menos uma. 1, 1000.
- Palhaço.
- Só me diz uma coisa. Se não tivéssemos nos acertado ontem, como iria fazer? Não pegaria bem você dormir aqui.
- Ué, que eu saiba tem mais três quartos ao qual eu pediria abrigo. - disse enquanto vestia sua calça jeans.
- Graças a Deus que nos resolvemos então.
- Mais ou menos isso. Temos muito o que acertar ainda, mas uma coisa de cada vez.
- falando para ir devagar? Uau.
- O que posso dizer? Mudei muito. Agora tenho que ser uma pessoa responsável para ser um exemplo para minha sobrinha.
- Você será e ela te amará por isso.

×××


torcia as mãos em seu colo, nervosa. Tinha ido até a empresa naquele dia para a conversa que estava agendada com um dos gerentes em Melbourne. Seria hoje que ela finalmente saberia o destino da sua vida. Ela queria mais do que tudo ficar em Melbourne, as coisas todas da baby estavam chegando e a casa de era perfeita, se tivesse que voltar à Dublin, teria que começar do zero.
- Olá! Desculpa te fazer esperar muito, . – o homem adentrou a sala e a despertou de seus pensamentos. – A reunião demorou mais do que o previsto.
- Sem problemas, fique tranquilo. – o homem estendeu a mão em direção a ela, que a apertou de forma firme.
- Como você está? E o bebê? – perguntou de forma educada.
- Barriga cada vez mais pesada, mas estamos bem. – ela sorriu.
- Fico contente. – ele se sentou ao lado dela. - Vou direto ao ponto, pois sei que você está extremamente curiosa e ansiosa, e sabemos que ansiedade não faz bem para grávida. – o homem arrancou uma risada dela. – Peço perdão na demora do retorno a você, mas é porque a situação era bem delicada.
- Eu imagino. – sorriu, estava com as mãos trêmulas no colo.
- Decidimos que... – o homem a encarou. – Você fica aqui em Melbourne. – ela sorriu, aliviada, parecia que um peso havia saído de seus ombros. – Foi difícil, a sede de Dublin ama muito seu trabalho, mas a gente aqui precisa muito de você, o trabalho que vem fazendo aqui é impecável...
- Meu Deus, eu estou muito feliz com a notícia, você não tem noção, Adrian, obrigada. – sentiu os olhos marejarem, maldita sensibilidade.
- Ah, não precisa agradecer. – ele sorriu para ela. – Dublin só pediu uma condição para te deixar ficar aqui, que você continue liderando ambas as equipes, pois mesmo à distância, você conseguiu segurar bem os resultados lá, acha que consegue dar conta?
- Claro, dou sim, apesar do fuso-horário, da gravidez e tudo, tenho conseguido conciliar bem, não vejo problema. Eu amo minha equipe em Dublin.
- Perfeito, ! – o homem sorriu. – Seja bem-vinda oficialmente à filial!
- Obrigada! Muito obrigada. – abriu um sorriso ainda maior em sua face, as coisas estavam se ajeitando finalmente.

- Como foi lá? – a perguntou assim que entrou em casa e a encontrou sentada no sofá. o encarou, séria.
- Não deu certo, , terei que voltar a Dublin. – o homem se sentou ao lado dela, ainda muito surpreso. estava segurando a vontade de rir.
- Ok... – ele estava aéreo - Vou organizar tudo para a nossa mudança e ver como fica a loja aqui. – não aguentou e o abraçou, pegando completamente de surpresa, mas ele a retribuiu da melhor forma que conseguiu. Eles se separaram e o encheu de beijos por todo o seu rosto, até parar em sua boca e elas se encostarem. Um beijo lento se iniciou, cheio de ternura, levou uma das mãos até a nuca do rapaz, fazendo um carinho ali, a abraçou ainda mais, aprofundando o contato e o beijo. Se separaram, ofegantes.
- Uau! – o homem sorriu. – Isso tudo porque eu sustentei o que eu falei sobre ir para Dublin?
- Sim, ! Eu não achei que você realmente fosse largar tudo por nós, e achei adorável isso. Só me faz ter certeza que eu escolhi a pessoa certa para estar comigo. – ele sorriu e lhe roubou um selinho. – Mas eu menti para você, eles me deixaram aqui nessa filial, com a condição de ainda gerenciar a equipe em Dublin à distância. – sorriu ainda mais, a pegando no colo e a fazendo rir. – Não, me coloca no chão!
- Eu ‘tô muito feliz, você não tem ideia, a gente vai ficar junto aqui, perto das suas irmãs e da minha família!
- Sim, eu queria muito ficar. – ele a colocou no chão e ela suspirou, se sentando de novo, aquilo tinha a cansado. e suas peripécias.
- Amor, eu tenho uma surpresa, espera aqui. – a deixou sentada e subiu as escadas, correndo. Logo ele estava na frente dela, com uma pequena caixinha de veludo. arregalou os olhos. – Sua. – ele a entregou, e ela a segurou, abrindo-a e vendo que se tratava de uma pulseira com uma família como pingente.
- É muito linda. – a mulher tinha os olhos presos a pulseira. – Obrigada.
- Eu guardei exatamente para esse momento, para simbolizar essa nova fase que vamos começar juntos. Minha vontade era te dar uma aliança e te pedir em casamento, mas fui alertado que isso te assustaria. – ela gargalhou.
- Quem te alertou me conhece bem. Um passo de cada vez. – ela segurou o rosto dele, o alisando. – Coloca, por favor. – ela estendeu a pulseira e o braço e o rapaz colocou. – Ficou ainda mais bonita no braço.
- Ficou sim. – ele soltou o braço dela. – , eu...
- Você... – ela o encarou firmemente nos olhos.
- Eu amo você. – ele soltou aquilo que desde que a reencontrou sentia por ela, e ficou mais leve. – Você não precisa falar, está tudo bem, eu...
- Eu também amo você. – ela o cortou, sorrindo, emocionada. – Acho que isso está mais do que claro.
- Está sim. – ele se aproximou dela, e mais um beijo cheio de sentimentos foi iniciado naquela tarde.
×××


- Ei, te achei! - falou, sorridente, quando encontrou no quarto. A garota estava sentada próxima ao parapeito da janela, olhando para o céu. O garoto se aproximou, sentando-se também, e a vendo sorrir em resposta.
- Eu percebi que as estrelas estavam lindas e quis dar uma olhada. - a mulher deu de ombros.
- Nossa, por isso você está nessa cena poética assim? - ele riu, puxando a namorada para encostar-se nele.
- Alguém já te disse que você é um saco, pirralho?
- Você, ao menos uma vez por dia.
- É, isso é verdade. Eu gosto um pouquinho de você, mesmo você sendo um saco.
- Mesmo com uma mecha roxa no cabelo? - o garoto gargalhou, enrolando a ponta do cabelo nos dedos.
- Mesmo com uma mecha roxa no cabelo. Na verdade, quase ficou sexy, acho que combinou com você mesmo. - a mulher riu, analisando-o.
- Eu não tenho como ficar mais sexy, por favor, . É humanamente impossível, seria desumano. - falou, sério. concordou, tentando não rir dele, mas desistindo logo depois e o fazendo rir também.
- Posso te fazer uma pergunta? - a mulher falou, entrelaçando seus dedos aos do namorado.
- Até duas, estou muito bonzinho hoje.
- E cheio das graças também, dormiu com um palhaço?
- Com uma palhaça, talvez? - ele arqueou uma das sobrancelhas, fazendo dar de ombros e concordar.
- Faz sentido. Mas é sério, eu estou pensativa… Você está ansioso para chegada dos nossos pais? Eu estou nervosa, sendo bem sincera. - a mulher mordeu o lábio inferior e diminuiu seu tom de voz.
- Eu estou ansioso, nervoso já não sei. Estou tentando ter esperança de que não vai ser um caos. Conversei mais um pouco com a minha mãe, mas não mudou muita coisa, então é só a esperança tentando gritar no meu ouvido mesmo.
- Eu não tenho essa esperança. - falou, sincera. - Eu estou tranquila com tudo, tá? Ninguém vai me fazer voltar atrás ou repensar tudo. - lembrou da fala do namorado quando estavam no telefone com os mais velhos.
- Não mesmo? - questionou, preocupado. - Me preocupo com você, sei o quanto sua cabeça lutou com tudo que eles pensam. - apertou a mulher nos braços, sentindo-a relaxar.
- Hoje em dia penso que foi tudo uma besteira e devia ter aproveitado desde aquele dia no píer. - riu. - Mas naquele dia acho que eu nem conseguiria ver isso chegando. - ela apontou para os dois e ele concordou.
- Você é incrível, mas acho que nem eu conseguiria.
- Você consegue ter ideia de quando as coisas mudaram? - perguntou, pensando na história dos dois e vendo-o negar com a cabeça.
- Não sei, mas acho que se tivesse que apontar um momento decisivo que pensei “ah, não, isso não pode acontecer”, seria na noite que saímos separados e acabamos terminando todos juntos no mesmo lugar. Eu, você, e .
- Aquele dia foi divertido. - a mulher sorriu. - Foi o dia que assumi para mim mesma que você era bonitinho. - ela riu ao ver o garoto a encarar, surpreso.
- Achei que tivesse sido muito depois. - ela negou com a cabeça.
- Mas só aceitei que eu estava fodida na viagem. Isso é um fato. - gargalhou, lembrando-se de machucar a mão do garoto em uma brincadeira idiota. - Não que eu tenha aceitado, mas eu percebi que não estava nada normal.
- Aceitar eu acho que você nem aceitou ainda. - estapeou o braço do namorado, vendo-o rir.
- Que eu estou fodida? Aceitei sim, isso foi fácil, porque é um saco, né? A gente consegue reconhecer.
- E apaixonada? - perguntou, se aproximando da namorada e lhe dando um selinho.
- Essa parte eu já aceitei também. - a mulher mostrou a língua, provocando-o. - E você, aceitou muito mais cedo?
- Eu tentei negar, mas no dia do parque, na viagem, depois que discutimos. - ele deu de ombros. Antes que ela o interrompesse, ele continuou. - Sim, pouco antes de você simplesmente se importar zero comigo e ficar com o carinha da The Sixx. - bufou, lembrando-se e recebendo os braços da namorada em volta de si em meio a risadas.
- Eu precisava ficar com alguém real, estávamos próximos demais. Mas ali percebi que não adiantaria. - confessou.
- Por que nunca falamos sobre essas coisas antes? - perguntou.
- Porque a gente fez tudo de forma atrapalhada e natural demais, nunca nos preocupamos exatamente em falar as coisas. Sei que em grande parte é culpa minha. - falou, conformada.
- Está funcionando muito bem assim, não está? Para com isso.
- Para mim tudo está funcionando bem demais. E quero que continue assim.
- E vai, porque não vamos deixar ninguém mudar isso. Espero que isso responda ao seu nervosismo. - ela assentiu, concordando.
- Sabe o que é triste? Pensar em ficarmos em quartos separados quando eles chegarem. - comentou, vendo assentir e fazer bico em concordância.
- Mas não posso nem fugir no meio da noite? - perguntou, fazendo graça.
- Com certeza, se você quiser matar sua mãe do coração, senhor santinho. Às vezes me pergunto se essa viagem realmente fez bem a você. No começo, falava que você não pegava ninguém e era o cara mais tímido do mundo… No final, vejo que vocês mentiram para caralho, porque ela disse que você pegava todo mundo.
- A questão é que a pintava a imagem que todo mundo tinha. - piscou, se gabando. - É brincadeira, a acabou te vendendo algo bem fajuto.
- Ah, isso não. - juntou seus lábios rapidamente aos do garoto. - Acho que ela falou até pouco. - piscou.
- Você é a mulher dos meus sonhos, . - gargalhou, empurrando o corpo da namorada para que ela se deitasse e jogando-se por cima dela, enchendo-a de beijos no pescoço e a fazendo rir.
- Eu sou a mulher dos sonhos de qualquer um, por favor, .
- Ainda bem que você é minha, não é?
- Que possessivo, pirralho. - a mulher encarou os olhos do namorado enquanto brincava com os fios de cabelo dele que estavam apenas um pouco mais longos que o normal.
- E eu ‘tô errado? Você é minha namorada, ué. - respondeu, relaxando o corpo ao senti-la mexer em seus cabelos.
- Eu não disse que estava errado.
- Eu amo quando você mexe no meu cabelo. - confessou, fechando os olhos e concentrando-se no carinho.
- Eu amo como você fica quando mexo no seu cabelo.
- Eu amo quando a gente fica assim, quase meloso. - brincou, abrindo os olhos e mantendo-os fixos nos de .
- Eu também amo. - falou, simples.
- Sem gracinhas? - perguntou, sério.
- Sem gracinhas. - encarou o rosto de em sua frente, e o céu estrelado ao fundo, sabendo que não precisavam de muito mais que aquilo para que se entendessem.

×××


- Você nem tem tanta coisa assim, , por que fazer a gente acordar tão cedo para levar suas malas? - reclamou, arrastando-se pela cozinha.
- Gente, não são só as malas, tem as coisas da baby, tem que montar as coisas, e vocês como belos titios devem ajudar. - sorriu.
- Montar? Eu já virei cabeleireiro, tenho que virar montador também? Design de interiores? Meu Deus. - se jogou na cadeira da cozinha, rindo.
- Vai, , levanta daí. - suspirou, dando um tapa nas costas do namorado. - Vai que a resolve parir do nada e as coisas não estão feitas. Que medo. - pensou, rindo da ideia e do quanto todos surtariam.
- Pois é, no último ultrassom a médica disse que a baby já está completamente encaixada, tudo pode acontecer.
- Okay, agora vou correr mesmo. - abriu a porta da sala e deu de cara com . - Ah, oi! Vamos trabalhar.
- Vamos, o quarto da baby tá uma bagunça, ontem eu ainda consegui montar o berço, mas falta a cômoda e o guarda-roupa.
- Vou descer as coisas da e deixar aqui para facilitar. - falou, já começando a subir as escadas.
- Aí, ainda bem que você se toca que o único jovenzinho aqui e suas pernas estão melhores para ficar subindo e descendo as escadas, pirralho. - falou, recebendo um dedo do meio de , que ainda assim, riu. - Se quiserem ir na frente, a gente leva as malas, decidam onde querem montar as coisas para que possamos começar.
- Ok, vamos lá. - puxou a namorada para que entrassem na casa dele.
- Vai, , não temos o dia todo. - falou, já pegando as primeiras malas que o garoto descera.
- Vamos levar essas, deixa as outras aqui e já voltamos para pegar. - falou, já saindo pela porta e a esperando para que fossem até a casa vizinha também.

- … Elas vão me matar… - suplicou.
- Fica quieto e não estraga a zoeira. Deixa de ser mole, .
- Mole não, eu tenho é noção do perigo ao mexer com as .
- Shiu. Você sempre terá a mim para te defender, caro donzelo. - ela sorriu e deu um selinho.
- Assim eu fico menos despreocupado. - o rapaz riu.
então entrou em casa, vendo a bagunça que aquilo se encontrava.
- O que tá rolando? - ela perguntou ao entrar em casa, com ao seu encalço. Ele deixou a mochila de no canto.
- ! Que incrível te ver aqui! - andou até o rapaz para abraçá-lo apertadamente. - Já pode pegar uma mala e ir até a casa do , estamos fazendo a mudança da e arrumando o quarto da baby. Mas temos muito a conversar, preciso puxar sua orelha.
- Viu? Já começou errado. - cochichou para . Ela riu.
- Pessoal, tenho uma surpresa, mas só conto quando todo mundo estiver junto. Enquanto isso, vamos ajudar. Só vou trocar de roupa e vamos.
- Estamos esperando vocês lá! - falou, cumprimentando rapidamente com um tapinha nas costas e um sorriso. - Também tenho muito a falar com você. - se fingiu de bravo, fazendo o outro rir.
- Parece que todo mundo quer falar comigo. - ele balançou a cabeça, pegando a mochila de e a acompanhando até o quarto. - Te espero lá embaixo.

- chegou e com surpresa! - falou, entrando no quarto da baby, onde e mediam um espaço com a trena.
- Será que ela tá grávida também? Eu juro que não vou aguentar mais essa. - se sentou na poltrona, pálida.
- Nossa, acho que não, será? - a olhou.
- Pelo amor de Deus, não! - riu. - Não estou preparado para grávida.
- Quem tá grávida? - entrou perguntando. - ?
- Essa estou menos preparado ainda. - gargalhou. - Se você não está grávida, estamos bem, , queremos saber a surpresa.
- Por que tudo se resume em alguém estar grávida? - ela gargalhou. - Mas não, estamos nos protegendo, fiquem tranquilos.
- Nossa, isso aqui tá ficando uma gracinha - elogiou, olhando cada canto da casa. - Tá bem a cara de uma casa de casal. A casa do antes era bem sem graça.
- Ei, . - fez um toque de mãos com o rapaz. - Minha casa não era nada sem graça, mas devo confessar que e nossa filha abrilhantaram ela.
- Sem sombra de dúvidas.
- Pessoal, temos uma novidade para todos vocês. Com a e sendo pais, e bem encaminhados e eu e sendo loucos um pelo outro... - ela disse, se aproximando do rapaz e o abraçando. - Acabamos nos casando lá por Brisbane mesmo. Para que adiar o inevitável, não é mesmo? - apertou a mão de , querendo cair na risada, mas morrendo de medo mesmo assim.
- É, pessoal, não conseguimos esperar. Eu amo muito essa maluquinha aqui. - ele beijou o topo da cabeça dela.
- Vocês o quê? - gritou, assustada.
- Como assim? Vocês tão loucos! - se levantou da poltrona com certa dificuldade e foi em direção à , a segurando pelos braços.
- Ai, . - ela se soltou da irmã e mostrou o anel de casamento. - Não é linda?
- Bonita é, mas é inaceitável vocês terem se casado antes de nós. - pegou a mão de , olhando o anel melhor.
- Não é culpa minha se vocês resolveram pular alguns passos. - deu de ombros, mordendo o lábio.
- Porra, ! Eu achei que pelo menos eu ia estar no seu casamento! - falou, chateado.
- A gente estava pensando em fazer um outro, onde toda a família estivesse. - ela não estava aguentando mais apertando sua mão. Estava doendo já.
- Meu Deus, eu só estou imaginando quando papai e mamãe chegarem aqui daqui cinco dias. - respirou fundo.
- Pelo menos não vou receber bronca sozinha. - riu.
- Eles já me amam mesmo, vão me amar mais ainda agora. - comentou.
- Exatamente. Só que, gente… - todos a encaravam. - A gente não casou.
- Será que dá para vocês fazerem sentido? - falou.
- Eu não acredito que surtei à toa, idiotas! - revirou os olhos.
- Um leve susto para ver se o coração de vocês está bom mesmo.
- Mas que foi engraçado, isso foi. - riu
- Mas você bem que queria amarelar, né, bundão?
- Se a baby escorregasse por culpa de vocês, nossa, vocês estavam mortos. ia voltar para o Canadá, juro. - suspirou.
- Nem brinca com isso, , eu ainda não estou pronto. - soltou um sorriso amarelo.
- Ai, gente, vocês são muito dramáticos. O que tem de ruim eu, de repente, casar? Eu, hein.
- A gente não estar lá, para começar, nós não queremos perder esse momento, né? - repetiu, ainda fingindo estar magoado.
- Exato, a consideração ficou no espaço, já percebemos com essa que a nossa presença seria insignificante. - fez um biquinho. Os hormônios estavam a deixando instável demais.
- , não chora, eu ‘tô de TPM, vou chorar junto. - riu, zombando da irmã.
- Ah, não, só tem uma coisa pior que uma mulher chorando. Duas. - falou, rindo, sabendo que a namorada com certeza não choraria por aquele motivo.
- Não faz assim que eu choro também. - se soltou de e foi até , a abraçando. - Foi ideia dela, eu juro.
- Traidor! Mas, sabe? Nem ligo. - ficou olhando as unhas, com indiferença. - Bem, vamos mudar de assunto? Já deu. Me mostrem as coisinhas da baby.
- Obrigada, . - piscou os olhos, tentando não derramar nenhuma lágrima. - Então, ingrata, estão aqui. - apontou para o berço no qual havia várias roupas dentro. Havia várias caixas espalhadas por ali, continham as peças e tábuas para montagem dos móveis.
- é super ingrata e não se importa com a gente, e ainda acha que tem chances de ser madrinha da baby, só dou risada. - falou, dando de ombros e mostrando a língua para mais nova.
- As chances estão se igualando a zero. - brincou, nem ela sabia quem seria a madrinha.
- Bom, então me contento em ser a tia mais legal. - deu de ombros adentrando mais o quarto. - Mas se eu não for a madrinha, pode dar meu cargo para a mãe do . Ela é uma fofa mesmo.
- Nossa, realmente, acho que ela seria uma ótima madrinha, passou até minha vontade de ser agora. - gargalhou, entrando na brincadeira de .
- Não sei quem vai ser a madrinha, mas eu mereço ser o padrinho. - falou com um tom de obviedade.
- Nossa, minha mãe ia adorar, amor. - comentou, de forma inocente.
- Madrinha? O que é isso? - se fez de sonsa, fulminando as irmãs.
- , madrinha, aquela pessoa que leva a criança se vocês morrerem. - falou, segurando a risada.
- Agora entendi por que você abriu mão. - sussurrou para , rindo. - Faz sentido.
- Ah sim, pois é… Cadê vocês ajudando na montagem? Muita falação e pouca ação. - desconversou.
- Gente, vamos aproveitar nossos últimos dias nessa semi paz que vivemos em grupo, porque logo eles acabam. - falou, começando a mexer na caixa de ferramentas. - Teremos um Natal agitado na próxima semana, não consigo parar de pensar nisso.
- Nossa, nem me fala, eu engravidei sem conhecer os pais da , eu não estou conseguindo nem dormir à noite. - concordou com o amigo.
- Vamos todos sofrer juntos, ao menos. - falou.
- Fato. Não vai ter jeito. - suspirou, fazendo uma careta.
- Agora, todos trabalhando, vamos!

Capítulo Vinte e Quatro

- Meu Deus, que demora para voltar de um mercado, gente! - reclamou enquanto os garotos colocavam as compras no hall.
- Não reclama, não. Tivemos que pegar bastante coisa e sua letra não é das melhores - zoou, colocando algumas sacolas em cima da bancada da cozinha.
- , você está extremamente abusado. - a mulher riu, começando a guardar as coisas aos poucos com a ajuda das irmãs.
- Hoje ele está cheio das gracinhas, parece que viu um passarinho verde. - zombou do amigo.
- Isso é verdade, eu não sei o que a fez, mas foi bom. - aproveitou, rindo.
- Ai, gente, eu sei, e é nojento - fez cara de nojo.
- Nojento, mas te deixou assim, né? - apontou para a barriga da irmã, arrancando risadas de todos. fez um high-five com a amada.
- Ouch - soltou em seguida, rindo.
- Você mereceu essa, . - concordou, dando de ombros e vendo a mais velha rolar os olhos.
- Bom, em minha defesa, não achei nada nojento. - levantou as mãos em rendição, fazendo-os rir ainda mais.
- Vocês estão muito assanhados hoje, cadê o espírito religioso e santo para o Natal? - perguntou, juntando as mãos como se estivesse rezando.
- Olha quem fala! O próprio Christian Grey. - gargalhou.
- Como ele sabe disso, ? - explodiu em gargalhadas.
- Meu Deus, . - riu. - Quando damos liberdade para alguém dá nisso.
- Ele sabe disso porque, né… - deu de ombros e piscou para .
- Então acho que ele está entregando mais para você, . - deu de ombros, tentando segurar a risada.
- Dessa eu não sabia, então o é o Christian Grey na cama, olha a passando bem. - deu um tapinha nas costas de .
- Bom, só sei de uma coisa: Se ele quiser, eu quero. - balançou as sobrancelhas sugestivamente.
- Okay, agora tenho que concordar que o espírito religioso do Natal está passando distante dessa casa. - gargalhou. - Não tenho mais certeza se vocês foram só até o mercado mesmo. , confiava em você para cuidar deles.
- Mas eu cuido, não tem nada a ver se seu namorado é assim. - fez uma cara de desdém a , zoando-o.
- Para melhorar o clima e espantar todo esse fogo por agora, vamos colocar um All I Want For Christmas, um clássico. - pediu o celular de , já que estava mais perto e acessou o Spotify dele.
- Lembrar da Mariah Carey não espanta o fogo, né, ? - brincou.
- Não por causa da letra, ô, cabeção. - deu um leve tapa nele.
- Pelo menos vocês transam… - soltou de repente.
- Virou pessoal, eu amei. - comentou, rindo. - Pelo menos o não tem culpa nessa. Eu acho.
- , pelo amor de Deus, mulher. - bateu na própria testa.
- Eu não consigo chegar mais perto da . - deu de ombros.
- Por quê? Ela quer te matar? - perguntou, se curvando sobre a bancada.
- Eu sei que ela é ruim, mas não é tanto assim, . - completou.
- Ele não consegue, gente, a baby está aqui, ele fica muito paranoico. - revirou os olhos. - E agora eu não aguento mais nada também, só quero que ela saia logo.
- Mas nem… ah, deixa para lá. - falou, logo repensando. - É pela baby, está tudo bem. - riu.
- Sua barriga tá bem baixa já, . Ela já tá na posição? - perguntou.
- Está, estou com 38 semanas, então pode ser a qualquer momento, a obstetra já me preparou, então não me façam passar nervoso, ela tem que esperar até o ano que vem.
- Não passar nervoso? Melhor pedir para ninguém vir para cá então. - comentou, se referindo aos pais dele, das garotas e de .
- Só peço que ela aguente mais um pouco. Imagina que loucura? A médica deu previsão de data?
- Na primeira semana de janeiro. - foi quem respondeu.
- Não aguento mais esperar por ela, confesso. - falou enquanto abraçava a irmã de lado, ansiosa.
- Ela não tem nome, gente, eu estou desesperada com isso. - suspirou.
- Ai, gente, acredito muito na questão do “amor à primeira vista”, então acredito que quando você vê-la, vai saber qual nome darão à baby. Todos os pais sabem, porque até hoje, na face da Terra, nunca vi ninguém sem nome. - e concordaram.
- Não fique desesperada, ainda temos tempo. - respondeu. - Mas não temos tanto tempo para fazer todo o resto das coisas que temos que fazer aqui, então chega de papo.
- E bora colocar esses machos pra trabalhar porque a decoração de fora da casa não vai se montar sozinha - apontou para a caixa perto da porta, para que os rapazes fossem pegar.
- Mas eu achei que eu ia ajudar na cozinha. - reclamou.
- Achou errado, tchau para vocês, mandou, tá mandado. - apontou para caixa também.
- Já me conformei que serei pau mandado. - disse, pegando a caixa nos braços.
- Todos nós. - e concordaram e saíram com pela porta da frente.

×××


- Decorar não é bem minha coisa favorita, e ainda decorar com neve nesse calor insuportável é pior. - comentou, tirando um Papai Noel de dentro de uma das caixas.
- Nem me fala, aliás, de quem foi a ideia dessa neve aí? - pegou mais um dos enfeites e o colocou no gramado.
- Achei que seria legal, já que elas são canadenses… Mas agora não tô achando tão legal assim, não. O quanto essa coisa gruda nas mãos...
- Nem tem mais casas enfeitadas assim aqui, não sei para que isso. - comentou, bufando. - Começamos pelos pisca-piscas? - pegou os fios na caixa, desenrolando-os e esticando para que pegasse a ponta.
- É o jeito, bora começar por esse. Isso enrola demais, tem que tomar cuidado. - referiu-se aos fios.
- Já tá enrolado, né? - riu, tentando terminar de tirar de dentro da caixa para começar a desenrolar.
- Pra não enrolar mais. - riu, ajustando a escada para que pudesse começar a enfeitar a entrada.
- Acho que as luzes podem ser em volta da casa, né? - falou, se aproximando.
- Acho que precisamos olhar bem antes de começar a colocar. - se afastou, andando até a calçada para observar a casa, vendo e fazerem o mesmo ao seu lado. - Juro que se eu soubesse que iam deixar isso para nós, eu teria procurado alguém para fazer.
- Se nossos pais vissem isso, iriam rir. Três marmanjos reclamando de decoração de Natal. - riu, negando com a cabeça. - Certo. Temos muita luz? Vamos colocando na parte principal da casa mesmo. O que sobrar a gente vê. O Papai Noel vai onde?
- Papai Noel? - olhou para .
- É, ué. Tava no fundo da caixa. Você não viu? - arqueou uma das sobrancelhas.
- Acho que o tá com calor demais para ver algo, tá até com cara de morto. - apontou para o amigo, rindo. - Podemos deixar o Papai Noel ali na entrada, fica bonitinho. Podemos pendurar do lado da porta ou na janela.
- Uma mistura de calor com idade. - tirou a camisa, ficando só com a bermuda.
- Um idoso com um corpo desse. Vai entender. - revirou os olhos. - Mas concordo com a parte de pendurar na janela.
- Tenho que concordar sobre o corpo. - brincou, apontando para .
- Valeu, caras. - riu. - É só algumas horinhas de academia que vocês chegam lá.
- Eu passo. - falou rapidamente. - Preguiça demais para isso.
- Faço as palavras dele as minhas. - disse.
- Acho que podemos parar de enrolar, não? Melhor cada um ir fazendo uma coisa e logo terminamos de colocar tudo. Por último só fica essa neve falsa, esquisita, de isopor. - apontou para a única caixa ainda fechada.
- A gente não pode fingir que esqueceu desse treco? - suplicou.
- Tem todo o meu apoio, é só mais uma sujeira que nós vamos ter que limpar. - o mais novo concordou.
- Até queria também, mas uma das três iria perceber, infelizmente.
- Eu vou esconder isso lá em casa. - fingiu pegar a caixa arrancando risadas deles.
- É, não sei se aguentar o blá, blá, blá das depois vale a pena. - falou, ainda rindo.
- Será que estamos felizes nos nossos relacionamentos ou só morremos de medo das ? Ó céus, nos ajuda ai.
- Pelo menos podemos enfrentar juntos, né? - deu de ombros.
- Sim, porque somos os Três Mosqueteiros. Um por todos e todos por um, porém depende do nível de estresse de uma . - levantou uma espada imaginária.
- A frase que se encaixa melhor é que sofremos todos juntos. - riu, levantando uma espada imaginária.
- Sofremos por todos e todos por um. - riu e levantou sua espada imaginária também.

×××


terminou de pendurar a guirlanda na porta e correu até o jardim, para ver se os amigos precisavam de ajuda.
- E aí? Como estamos?
- Acho que você fez a última coisa que faltava. - apontou para as demais caixas vazias. - Só falta a parte chata de neve. Chata e sem noção. - reclamou novamente.
- Eu por mim queimava isso e dizia que tínhamos esquecido de comprar, sei lá. - reclamou pela milésima vez.
- Vamos esconder no lixo do vizinho? E com esconder eu digo nos livrar.
- O vizinho no caso é o . - riu. - Talvez a encontrasse.
- É, então. Pensei no outro vizinho.
- Se eu esconder bem, ela não encontra. - sorriu, adorando a ideia de se livrar daquilo.
- Então corre antes que ela veja. - respondeu e viu pegar a caixa.
- Antes que quem veja o quê? - perguntou, saindo pela porta da frente com e , todas carregando nos braços algo enrolado em um saco preto.
- Nada. Não é nada. Não é, ? - sorriu amarelo.
- Você me subestima demais, , óbvio que eu encontraria. - negou com a cabeça.
- Do que você tá falando? Eu não disse nada. - sorriu amarelo.
largou o saco preto no chão e cruzou os braços, estreitando os olhos na direção de . Ele deu um sorrisinho para ela.
- Sabe, rapazes, não sei se vocês se lembram, mas as paredes aqui de casa são bem finas, então, a qualquer ruído, por menor que seja, conseguimos ouvir...
- E vocês reclamando é um ruído bem chato, por sinal. - completou.
- Tem algo para dizer em suas defesas? - os desafiou.
- Eu? Não, amorzinho… - disse.
- Nem queria me defender. - respondeu.
- Quer saber? Eu disse mesmo, essa neve aí é ridícula, gruda demais, vocês podiam colocar, se quiserem. - respondeu, mas com o olhar que lhe lançou, ele fez uma careta, estava ferrado.
- É, nessa parte eu tenho que concordar com o . - tentou ajudar.
- Se vocês não acreditam, peguem aqui. - levou uma das sacolas com a neve falsa até elas.
- Hm… - pegou um pouco na mão. - Isso não é nada. - Em seguida jogou no rosto do namorado. - Fizemos muito mais coisas e não estamos reclamando.
- Olha como isso gruda. - se aproximou e apontou para o isopor no rosto do amigo.
- Vocês são ridículos, a gente se matando lá dentro e o mínimo vocês não fazem. - respirou fundo, pegando um monte da neve e jogando no peito nu do namorado. - Gruda muito mesmo, nossa. - ela respondeu irônica. - Preguiçosos.
- Eu acho que tá grudando pouco até. - se aproximou de e lambeu sua bochecha, brincando, logo grudando um punhado da neve falsa ali.
- Ah, que nojo. - reclamou.
- Não gruda nada, . - colocou a mão na sacolinha e jogou sobre a namorada. Foi quase tudo. - Ops. É, realmente, não gruda nada.
- ! Eu não acredito! - correu até uma das caixas e pegou uma das sacolinhas também, abrindo-a e correndo atrás do namorado. - Você experimentará do próprio veneno, .
- ! - reclamou assim que ele jogou um monte no cabelo dela.
Vendo a situação das irmãs, começou a correr antes que fizesse o mesmo, tendo um tempo para se distanciar enquanto ele corria atrás dela com um punhado em mãos.
- Pode correr, , não é como se tivesse muita opção. - gritou, indo atrás dela enquanto ela abria o portão que dava nos fundos da casa.
- Você não corre não, - jogou mais um pouco no namorado, que gargalhou e jogou nela, e já não dava para reconhecer nenhum dos dois.
- Meu Deus, alguém segura essa grávida que ela não pode correr não. - foi até ela e arremessou neve nela também.
- , não. - riu, encostando na parede.
- , sim. - ele se aproximou, jogando o punhado de isopor por dentro da blusa da mulher, fazendo-a reclamar. Quando o garoto correu para que ela não revidasse, olhou para o quadro geral que ficava ao seu lado, rindo com a ideia que lhe surgiu. Ela se aproximou e viu a encarar de longe, aprovando a ideia. Então ela ativou o interruptor e os sprinters do jardim foram ligados, o que resultou em diversos gritos. correu de volta para a frente da casa com atrás de si, rindo.
- Genial, agora tá grudando o triplo. - falou para namorada, andando até a caixa que ainda tinha neve para ser espalhada.
se aproximou de , pegou um punhado de neve e jogou nas costas da irmã.
- Ei! - a mulher reclamou, encarando a mais velha.
- Você tava muito limpinha. - riu.
- Acho que você também está. - riu para irmã, vendo jogar uma grande quantidade em seu cabelo que já estava encharcado pela água.
se juntou a eles jogando ainda mais neve em .
- Vem aqui, ! - correu atrás da mulher, a pegando no meio do caminho por trás enquanto corriam.
- Não, ! Desculpa, desculpa. - tentava escapar dos braços do namorado.
- Não, senhor. - ele se sentou no chão, a trazendo junto consigo.
- O que você está fazendo, seu louco?
- Shhh. Só vem cá. - virou o rosto da garota para si, aproximando seus lábios enquanto uma mão ia de encontro a sua nuca e a outra se erguia, virando o saquinho sobre os dois. Estava uma verdadeira bagunça, mas continuavam a se beijar.
- Awn. - apontou para e .
- Fofo, né? - riu, debochado, pegando a caixa com ainda várias bolinhas de isopor, encarando , e . Os quatro sorriram, cúmplices, e andaram até o casal, virando todo o conteúdo nos dois em meio a diversas gargalhadas.
- Ei. - partiu o beijo. - Tava bem mais romântico na minha cabeça. - riu, sacudindo o cabelo para tirar algumas entre as mechas.
- Só para que vocês saibam, a ideia da neve foi dele. - negava, rindo enquanto sacudia a neve da roupa.
- O bom é que espalhamos a neve, não é? - perguntou.
- Mais ou menos. A maior parte está em volta de mim. - comentou.
, e se jogaram entre e , enquanto se sentou devagar ao lado deles.
- Que palhaçada é essa? - Oliver encarou a cena, chocado, vendo todos se virarem em direção a ele.
- Mãe, pai! - , e gritaram. e se levantaram rapidamente, mas se manteve sentada até que a ajudasse.
- É para isso que vocês vieram para Austrália? - Oliver continuou, mas recebeu um aperto no braço de Louise.
- Nos divertir? Sim, pai. - respondeu, rindo de forma debochada. - Por incrível que pareça não só trabalhamos por aqui.
- Ai, coroa, sem estresse. Acalma o coração aí. - revirou os olhos.
- Olha o jeito que vocês me respondem, ainda sou o pai de vocês. - Oliver resmungou. - Olha o tamanho da barriga da e nessas peripécias. Juízo zero.
- Não tô dizendo que não é nosso pai. Relaxa, credo. E fica tranquilo com a que estamos cuidando muito bem delas duas.
- O que vocês fazem aqui? Não chegariam só amanhã? - também se levantou, encarando os pais ainda de longe.
- Um oi, tudo bem era o mínimo que eu esperava de vocês, ok? - já tinha os olhos marejados.
- Se vocês chegaram aqui para fazer a nossa grávida chorar, podem voltar para o Canadá, obrigada. - reclamou, abraçando a irmã de lado.
- Nós decidimos adiantar o voo para ficar um dia a mais com vocês e os ajudar com as coisas para o Natal. Não esperávamos chegar e ver essa bagunça, imaginamos como isso é normalmente. E eu nem vou começar a comentar sobre esses cabelos. - Elyna falou com a rigidez de sempre. observava tudo calado, onde tinha se metido.
- Somos uns anjos. E quando somos mais atrevidos, a bota a gente no nosso lugar. Relaxa, gente. Vão ficar implicando com tudo agora? Se acalmem - disse a última parte de forma estridente. estava farta de todo o auê que estavam fazendo nos últimos tempos. - Vocês devem estar cansados e também a nossa grávida aqui não pode passar por estresse.
- Já era, né? - comentou. - Podemos começar de novo? Oi, tudo bem e tudo mais que for de praxe depois de meses sem ver os filhos?
- Acredito que vamos ter que tomar banho e arrumar a casa primeiro, não estamos dignos, né? - revirou os olhos, vendo Elyna bufar.
- Vocês podem se divertir, queridos, foi só uma surpresa de início ver todos vocês aí dessa forma amontoada, vão tomar o banho de vocês e depois matamos as saudades, que tal? - Louise tentou amenizar o clima pesado.
- Amo você, mãe. - fez um biquinho, e a mãe sorriu para ela.
- Isso aí, sogrinha. - sussurrou, mas somente conseguiu ouvir, o que arrancou risadas dela. Se levantaram juntos e seguiram para dentro da casa.

×××


- Todos aqui, sim? - Louise perguntou, vendo todos na sala. - Acho que temos algumas apresentações a fazer, não?
- Sim - contou cada participante no sofá para mostrar que todos estavam ali, zoando os pais, depois se virou e sorriu para a mãe.
- Comecem vocês, afinal não os conhecemos apenas - Aiden pediu para e ..
- Certo. - se ajeitou no sofá. - Sou o
- Oi, . - , e responderam automaticamente, como se fosse uma reunião de AA. os ignorou, tentando segurar a risada.
- Então, tenho 28 anos, sou dono de uma loja de surf, sou daqui de Melbourne mesmo, e não tenho filhos, bem até agora. - tentou quebrar o gelo, mas Oliver não riu, o encarando de forma bem séria, ele engoliu a seco. - Conheci a porque é minha vizinha e a no intercâmbio no Peru, nos reencontramos aqui e nos apaixonamos.
- Eu sou , tenho 22 anos, sou vocalista da banda The Sixx, sou o mais novo entre dois irmãos e eu já conhecia o há alguns anos porque entre meus hobbies está o surf. - ele esfregou as mãos suadas na calça - Conheci as garotas e o em um dos shows que fiz e nos tornamos grandes amigos desde então.
- É, amigos. - Louise riu.
- Ele só não é amigo da , tia Louise. - brincou.
- Não sei o quanto tia ainda é apropriado, querido. - retrucou Louise, fazendo o garoto encarar o chão. pigarreou.
- E como foi a viagem? Tranquila? - tentou quebrar o clima.
- Muitas escalas, mas foi sim, querida, obrigada por perguntar. - Elyna respondeu.
- Vocês ainda têm broncas a dar ou coisas assim? Eu queria muito um abraço dos meus pais apesar de tudo. Mas meus pais mesmo, não essas coisas chatas. - falou, dando de ombros.
- Não tem nada de “coisas chatas”, estamos tentando entender o que está acontecendo aqui, e, como pais, temos todo o direito. - Oliver retrucou. - Temos que entender como vamos viver nesses dias.
se aproximou da mãe e a abraçou apertadamente, tomando a iniciativa. Largou a mãe e se aproximou do pai, que suspirou, mas fez um sinal para que a filha se aproximasse e o abraçasse também.
Todos se levantaram e trocaram abraços cheios de saudades, uns mais apertados, outros mais afastados.
- Ué, vão viver como sempre viveram, só que com suas filhas e filho namorando. Estamos entendidos? Natal é família. Sem estresse. Apenas amor.
- Apenas amor quando as coisas forem esclarecidas aqui, . Primeiro, de onde surgiu esse namoro com esse… rapaz - o homem fez um gesto com a mão. - Como ele pensa em te sustentar?
- Opa, opa. Não fale desse jeito, papai. - apertou a mão de para que ela deixasse quieto, mas ela o ignorou, continuando: - Você sempre nos ensinou a amar uns aos outros e é isso que estou fazendo com o - deu um sorrisinho de lado pro pai.
- Espera aí, desde quando a precisa de alguém para sustentar ela? Tio… Desculpa, Oliver, não sabia que era isso que ela devia procurar em alguém. - reclamou, ficando ao lado da amiga, indignado.
- Estou decepcionada com vocês, papai e mamãe. Nunca achei que vocês agiriam dessa forma conosco, suas filhas. Vocês terem preconceito quanto a idade, estilos de vida e gravidez de pessoas adultas, capazes e responsáveis. Não era isso que você mais almejava para suas filhas enquanto estas cresciam? Por que agora, quando encontramos isso, vocês agem dessa forma? Nem parecem as mesmas pessoas. - disse.
- Eu achei que tinha filhas ajuizadas, demos o voto de confiança a vocês, deixamos que morassem sozinhas, e quando chegamos encontramos tudo dessa forma. É difícil demais ver isso tudo e não estar indignado. - Aiden concordou com o homem.
- Eu não imaginava que vocês fossem tão rígidos, sinceramente. Não rígidos, retrógrados, porque eu ainda não entendi o que temos de tão errado por aqui. - reclamou.
- Claro que você não entende, não é? - Elyna fingiu uma risada. - está namorando um cara que quer ser um rockstar, pois não podemos dizer que é ainda. está grávida sem que nem mesmo seus pais soubessem que ela tinha alguém. E eu nem vou falar de você, , porque não vale a pena.
- Agora já chega. Não tem nenhuma criança aqui, Elyna! A não obrigou o seu bebê a fazer nada, tenha mais respeito com a forma que se dirige às minhas irmãs e a mim. - sentia o rosto fervendo de raiva.
- Está tudo bem, , deixe que ela pense o que quiser pensar. - resmungou, tentando acalmar a irmã.
- Não está tudo bem. - reclamou. - Eu realmente não entendo qual o problema em qualquer um aqui, não falo apenas por e eu. e são o casal mais incrível que já vimos, lutaram contra eles mesmos para ficarem juntos, e quando finalmente deu certo, por mais inesperado que tenha sido, vão ter uma filha que será tão amada quanto os dois amam um ao outro. Mas vocês não viram isso e estão aí julgando. e se conhecerem no meio de uma multidão e tiveram uma ligação inexplicável. e ficaram extremamente preocupadas e eles tiveram todo o cuidado do mundo ao se aproximar. Eles se apaixonaram e se dão incrivelmente bem, um entende ao outro e cuidam um do outro lindamente, até mesmo separados, eles estão próximos. Mas vocês não viram isso e estão aí julgando. Eu e nos tornamos amigos antes de qualquer coisa, para realmente nos aproximarmos e ficarmos juntos, tivemos muitas brigas, muitos problemas e ela quase não aceitou por pensar em tudo isso que está rolando aqui, enquanto eu pouco me importava. Nos damos bem e todos aqui sabem disso, somos realmente parceiros para tudo e amigos acima de tudo. Mas, adivinha? Vocês não viram isso e estão aí julgando.
Com a última fala de , a sala ficou silenciosa, ninguém foi capaz de proferir algo para quebrar o gelo, a tensão estava muito palpável.
- Sinceramente? Se vocês tiverem a intenção de atacar mais alguém, podem se retirar e passar o Natal no Canadá, por favor. - falou. - Caso queiram ficar e aceitar nos conhecer, já que aparentemente não conhecem, podemos subir e mostrar os quartos de vocês.
- Ok, vamos lá, não é? - Louise se levantou, Oliver continuou sentado no sofá, ainda estava aborrecido, Elyna e Aiden também não quiseram se levantar. - Eu achei a casa bem aconchegante, filha.
- Eu amo essa casa, mãe, espero que vocês todos se sintam tão bem quanto nós. - sorriu para a mãe, puxando-a pela mão.
- Vamos sim, fique tranquila. - Louise complementou.
- Vem, . - se levantou do sofá, fuzilando o pai com os olhos. Puxou e juntos foram para o andar de cima.
- , filho… - Elyna se aproximou do garoto, mas ele desviou de sua mão que encostara em seu ombro.
- A acompanha vocês até os quartos, depois conversamos. - o garoto andou na direção da cozinha, sendo seguido por e , enquanto , e subiam as escadas com os mais velhos.
- Francamente, Oliver. - Louise reclamou.

×××


- Todos acomodados. - bufou, parando ao lado do namorado que estava sentado em uma das banquetas da cozinha. Ela passou os braços por sua cintura, abraçando-o e vendo-o relaxar com o gesto, se escorando nela.
- Eu não imaginei que fosse dessa forma, meu Deus. - segurou o rosto com as mãos. - Papai estava muito bravo. E a Elyna? Nossa.
- Eu estava a ponto de colocar a minha própria mãe para fora dessa casa. - reclamou, ainda respirando fundo. - Por que não podemos ser aqueles grupos de amigos que os pais são liberais e deixam fazer de tudo? Aqui é tudo muito real e exagerado, sem condições. - riu.
- A realidade batendo na nossa cara, e você reclamando da minha mãe, . - a grávida deu de ombros, rindo.
- Sua mãe não quer nos adotar não, ? - cutucou o amigo.
- Só fiquei com a sensação de que nem parece que todo mundo aqui é adulto. - comentou.
- Foram muitas coisas de uma vez, não é justificando, mas nossos pais já estavam armados desde quando descobriram a gravidez, juntaram tudo e explodiram, e deu no que deu. - sentiu a baby se agitar em sua barriga, incomodando-a. - Deus, a baby não para, ela ficou quietinha na discussão, mas agora está dançando aqui.
- Se nossos pais fizerem a baby sair mais cedo, eu juro que eu os despacho para China invés do Canadá. - reclamou.
- Eu mesmo farei as honras. - se aproximou da namorada, alisando sua barriga.
- Queria pedir desculpas pela minha mãe. - falou, envergonhado. - Para todos vocês, foi péssimo o que ela fez e o modo como falou. - bufou, irritado.
- Não é como se você tivesse culpa pela sua mãe. - falou, tentando acalmá-lo. - Acredito que nosso pai se superou. - rolou os olhos.
- Pois é. Viram a forma que falou do ? Não suporto esse tipo de coisa. Desculpa por isso, .
- Estou acostumado com isso, . Nem esquenta.
- Mas não devia estar, cara. - comentou. - Muito menos dessa forma. Ah, estou estressado, sério. Não podemos ir passar o Natal no Canadá e eles ficam aqui? Por favor.
- Apoiado - levantou a mão.
- Estou extremamente decepcionada, irritada e prestes a parir. Meu pai extrapolou tudo. Nos desculpem mesmo, de coração. Ao menos mamãe não nos decepcionou. - sorriu.
- Ufa, é bom saber que não sou a decepção de tantas pessoas. - Louise riu, se aproximando da filha e deixando um beijo em sua cabeça. - Vim apenas para pegar água e já os deixarei em paz.
- Eu pego para você. - sorriu, levantando-se e pegando um copo com água enquanto Louise se posicionava entre as filhas.
- Mãe, a baby está mexendo, olha. - Louise colocou a mão na barriga da filha, e sentiu toda a movimentação.
- Ah, meu Deus. - Louise sorriu, emocionada. - Como ela mexe, filha, vai aprontar muito quando sair daí. - brincou, pegando o copo de água estendido em sua direção. - Obrigada, querido. - E tudo vai se ajeitar, foi só o choque inicial, ok? Adorei conhecer vocês, meninos. - piscou para eles.
Louise deixou a cozinha e todos se entreolharam, respirando fundo e esperando que ela estivesse certa.

×××


preparou o jantar com a ajuda de e Louise. Após tudo feito e mesa montada, esperaram que todos se acomodassem na mesa para que desfrutassem da refeição. Apesar de tudo, preparou tudo aquilo com muito amor. Queria mostrar aos pais o quão bem aperfeiçoou seus dons culinários, e, claro, queria poder falar aos pais do namorado cada parte daquilo que fizera.
- Bom, podem se servir, espero que gostem de tudo. - falou, forçando um sorriso. - Me refiro à comida, já que em outros aspectos é difícil de agradar.
- ! - Louise a repreendeu. Oliver bufou alto, começando a se servir. apenas sorriu para eles, como se pedisse falsas desculpas.
- Tudo está ótimo, . Você sempre arrasa. - sorriu para a irmã e começou a se servir.
- Pode me passar a salada, por favor? - pediu e pegou, colocando em seu prato. - Obrigado. - ele deu um selinho nela, em agradecimento, que riu sem graça.
- , esperamos que a baby fique feliz, escolhemos sua comida favorita por isso. Ela merece um bom conforto. - comentou, colocando sua mão por cima da de na mesa e sorrindo para mais velha.
- Ela já está amando - sorriu, levando o talher a boca. - Vou ficar mal acostumada com esses mimos, me mima o tempo todo, e vocês sempre. Obrigada por tanto.
- Quero ver aguentar tanto a comida do agora. - riu. - Mamãe, você tem que ver o quarto da baby na casa do , está incrível. - direcionou a palavra apenas para a mãe, mas notou que todos se interessaram no assunto.
- Amanhã podemos ir lá, não, ? - Louise perguntou, sorridente.
- Claro que sim, vai ser um prazer ter vocês lá. - sorriu.
Oliver ouvia a tudo em silêncio enquanto comia. Durante aquela tarde pôde refletir sobre tudo o que estava acontecendo nos últimos dias. Sabia que as filhas eram responsáveis e que não estavam fazendo nada de errado, mas o orgulho o cegou, precisava admitir. Ali, sentado de frente às filhas, que sorriam diante a seus parceiros e diante de tantas conquistas em tão pouco tempo, por que negar o inevitável? Elas estavam crescidas e não precisariam mais de sua proteção como antes. E precisaria engolir o orgulho.
- Sabe o que quero no momento? Saber mais sobre todos vocês. - Louise sorriu, tentando empolgar o marido e os colegas a conhecer todos ali. Sabia que a mais difícil a se convencer seria Elyna, mas já havia desistido, apenas provavelmente brigaria com a mulher em algum momento por maltratar sua filha. - , me conte o que te fez gostar da no meio de uma multidão, fiquei curiosa.
- Bom, Louise, é clichê, mas ela se destacou diante de todos. Algo dentro de mim achou que era a pessoa certa. É fato aquilo de amor à primeira vista e, com o passar do tempo, que fomos nos conhecendo, conheci essa pessoa maravilhosa, com um coração enorme e engraçada. O que mais eu poderia pedir aos céus? Eles me enviaram a maior preciosidade deles - beijou a mão de .
- Brega, porém fofo como sempre. Quem diria que dentro dessa pessoa com jeito de durão, habitaria um molengão desses? - eles selaram os lábios, em meio a sorrisos.
- Vocês tinham que ver a obcecada com a banda, foi incrível. - comentou, sorrindo ao se lembrar. - Perdi minha melhor amiga para um celular, sério.
- Obcecada mesmo. Mas a relação que eles construíram juntos é linda, são muito companheiros um do outro. - complementou.
- E o nos conhecendo? Foi incrível. - comentou, lembrando-se do dia do restaurante. - Ele só tinha o do lado dele.
- Dei uma de irmã mais velha e foi muito engraçado vê-lo nervoso, deveria ter gravado um vídeo, mãe. - gargalhou, se lembrando.
- Eu só sei que definitivamente o teve mais medo de conhecer essas duas do que quando pensou em conhecer os sogros, elas tocaram o terror. - comentou, rindo.
- E quem, em sã consciência, não teria medo dessas duas? Até vocês têm. - ele apontou o garfo que segurava na direção dos amigos. - Vocês falam de mim, mas a história do e foi típica de um filme de romance, que faz as pessoas ficarem apaixonadinhas.
- Vocês tinham que ver a quando ela viu o na casa ao lado, ela surtou! - concordou com a irmã. - O desespero era real.
- Realmente. Esses dois pareciam duas crianças. Quase os colocamos em uma sala para que resolvessem seus problemas e vivessem felizes para sempre. Embora não tenhamos feito a parte da sala, eles dois se resolveram e hoje estão felizes como nunca, e com um lindo pacotinho vindo a caminho. - sorriu para eles. - Meu casal! - ela estendeu seu copo de suco na direção deles, em um brinde.
- Os dois não, quem dificultou as coisas, eu me reapaixonei no momento em que coloquei meus olhos nela, mas ela é bem escorregadia. - se justificou.
- foi meio stalker, até perseguiu a até Camberra, mas gosto demais dele para julgar. - falou, como se não fosse ele quem tivesse ajudado nessa parte, fazendo sorrir, cúmplice.
- Foi muito fofinho. Amei ele ter ido para lá. - sorriu, segurando a mão dele.
- E eles tentando esconder de nós? Foi muito bom. - riu, lembrando-se de quando descobriu que eles estavam ficando.
- Ah, mas de esconder vocês sabem muito bem como fazê-lo, não é? Parece que tudo fica mais gostoso feito na surdina. Percebemos uma coisa aqui e ali - eu muito tempo depois, mas ok -, mas o que torna ainda mais interessante a união desses dois cabeças duras, é que um completa o outro. Ela é a panela e ele a tampa. Discordam de tudo, mas ao mesmo tempo concordam com tudo. Quem vê de fora acha eles uns tremendos loucos. E, claro, vou ter meu melhor amigo, quase meu irmão, como meu cunhado. Não poderia ter escolhido melhor, ! - zoou com a irmã.
sorriu para irmã, agradecida. Ela encarou o namorado e mostrou a língua para ele, fazendo-o rir e se encostando em seu corpo em um semi abraço, recebendo um beijo na testa.
Os mais novos eram observados com atenção pelos mais velhos. Durante aquele momento nostalgia, todos sentiam algo quentinho em seus peitos e que, independentemente de seus caminhos dali pra frente, teriam um ao outro para se apoiarem. Eram uma grande família desajustada.
- As histórias são muito lindas, meus amores, estou feliz por vocês estarem felizes. - Louise sorriu, estava com o coração acalentado por ver suas meninas bem encaminhadas.
- Vai sair casamento, e ? - Oliver se pronunciou pela primeira vez.
- Essa é uma questão que todos fazemos, senhor - se pronunciou. Todos ficaram em silêncio enquanto os encaravam.
- Vamos nos casar sim, senhor , só precisamos esperar o nascimento da nossa filha para oficializar, mas a já é minha mulher, afinal já estamos morando juntos praticamente. - ele segurou a mão dela, e lhe deu um beijo. Ela sorriu, correspondendo o gesto.
- Ah, eu não aguento. - puxou um coro de “awn” do grupo. - Ansiosa por um casamento, imagina essa galera toda arrumadinha? - riu.
- Eu fico uma gracinha de vestido longo, só pra constar. - comentou.
- Então, né? Vamos com calma que a baby precisa nascer primeiro. - fez uma careta.
- Você não muda, filha. Precisa de muita paciência, . - Louise brincou, fazendo o genro rir, concordando.
- Se tem uma coisa que o tem, é paciência. Tivemos certeza disso no último ano. - zombou, recebendo um dedo do meio do amigo.
- E você não teve com a ? - se defendeu.
- Consegue ser pior que a na teimosia. - Louise complementou, conhecia a filha como ninguém.
- Não posso negar. - deu de ombros e recebeu um tapa da namorada. - ficou com a mais bem resolvida.
- Obrigado? - arqueou a sobrancelha.
- Ele só fala isso, , porque ele me conhece bem demais. A tem chão ainda.
- Para que todas as minhas filhas são bem resolvidas, as criei como tal. é muito intensa, ela sempre se entrega em tudo.
- Isso é verdade. - concordou.
Louise continuou conversando com os mais novos e fazendo perguntas sobre eles, recebendo apenas sorrisos e histórias divertidas. Além de, claro, olhares apaixonados e elogios. Ela via a sinceridade naquele grupo e sabia que seu marido e colegas também estavam vendo, mas também sabia o quão difícil seria de vê-los dar o braço a torcer.
- Amamos poder jantar com você, mãe! Espero que amanhã o restante dos convidados apareça também. Podem ir deitar, sei que estão cansados ainda, nós limpamos por aqui, já temos nosso esquema com as responsabilidades. - sorriu para Louise e viu rir ao seu lado, tentando se conter. e olharam um para o outro para tentar disfarçar o riso, o que não funcionou. e apenas deram de ombros, concordando com e vendo a leve repreensão misturada com diversão nos olhos da mãe.

×××


Após todo o drama, os casais se juntaram no quarto de para um filme de terror. Acreditaram ser uma boa distração para livrarem-se dos aborrecimentos do dia. e ficaram confortáveis na cama, no centro do quarto, e e , e , pegaram colchões de outros quartos, jogando-os ali para aproveitarem o ambiente juntos também.
- Não é por nada não, mas a Elyna é mais assustadora que esse filme. - reclamou, bocejando. Estava encostada no corpo do namorado e notou que ele já estava entre o dormindo e acordado há algum tempo.
- O Oliver é mil vezes pior, vai por mim, . - respondeu, lembrando-se do que passou com o mais velho há pouco.
- Eu vou decretar empate, porque meu Deus. - riu, já não prestando mais atenção ao filme.
- Só espero que as coisas sejam melhores até o almoço de Natal, não é possível que eles não sintam o tal clima de milagre. - brincou. - Mas estou feliz que mesmo com todo esse surto, seguimos todos bem, não é como se tivesse nos afetado. Talvez a baby, mas ela não tem culpa. - riu.
- Tudo vai dar certo. Com ou sem eles. - disse, enquanto recebia um carinho em seu cabelo de . - Suporte vocês terão de sobra.
- Sim, com certeza. - sentiu um leve desconforto na barriga, a baby estava extremamente agitada naquela noite e ela não achava uma posição boa para ficar. Se remexeu, incomodada.
- Está tudo bem? - questionou em voz baixa para ela.
- Está, ela só está se mexendo muito hoje e está bem difícil porque incomoda demais. - comentou, ainda desconfortável.
- Ela está mexendo? Posso? - perguntou, curiosa, se intrometendo e já se aproximando para colocar a mão e sentir a sobrinha balançar a barriga da irmã mais velha. - Mal posso esperar para ver ela correndo pela casa. - falou e voltou para o lugar, se aconchegando novamente no corpo de , que a abraçou.
- Com certeza ela vai correr uma maratona, porque hoje ela está de parabéns. - sorriu. - Eu acho que foi o nervoso que passei e ela sentiu, certeza. Gente, alguém pesquisa na internet o que pode acalmar bebê? - perguntou, desesperada por mais uma mexida da filha.
- Uma música, talvez? - sugeriu.
- Desculpa, amor, mas acho que o tipo de música que você canta é bem agitada. - deu de ombros.
- Aí, não é possível que você não saiba algo mais levinho, sua voz é maravilhosa, seria ótimo. - pediu. - E é bom todos começarem a decorar músicas infantis. - lembrou-os, brincando.
- Super apoio, mas no momento, como são os adultos que mandam, eu vou cantar Never Gonna Be Alone, do Nickelback. - ele limpou a garganta e se aproximou mais de onde estava. - Time, is going by, so much faster than I, And I'm starting to regret not spending all of it with you. - começou. - Now I'm, wondering why, I've kept this bottled inside, So I'm starting to regret not telling all of it to you. So if I haven't yet, I've gotta let you know...
- Não sei se a baby vai acalmar, mas confesso que para eu dormir não vai precisar muito. - comentou enquanto recebia carinho de em seus cabelos.
- A música tá maravilhosa, ela está agitada ainda, mas parece que melhorou um pouco, canta mais, pelo amor de Deus. - implorou, alisando a própria barriga ainda.
- You're never gonna be alone! - olhou para todos do lugar e sorriu. Havia se tornado sua família também. - From this moment on, if you ever feel like letting go, I won't let you fall, you're never gonna be alone! I'll hold you 'till the hurt is gone. - Olhou em direção da barriga de . - And now, as long as I can, I'm holding on with both hands, cause forever I believe that there's nothing I could need but you, so if I haven't yet, I've gotta let you know…- se recostou na cômoda já que era a única coisa que estava atrás. Olhou para baixo, para , e passou a mão em seu rosto, triscando seu indicador na ponta do nariz dela, o que a fez sorrir.
- Foi ótimo. Espero ter essa música cantada mais vezes, só que só no meu ouvido.
- Aí, pelo amor de Deus, ! - riu, jogando o travesseiro que estava próximo na amiga com a maior força possível. - Estraga prazeres. - bufou, pegando o travesseiro e colocando ao seu lado.
Todos ficaram em silêncio quando ouviram batidas na porta. Era estranho considerar que tinham pessoas ali fora a eles. resmungou um pode entrar e todos suspiraram ao ver Oliver entrar no quarto.
- Posso falar com vocês por um minuto? - perguntou, encarando os seis ali divididos pelo quarto.
- Pode… - respondeu por todos, surpresa. O homem adentrou de vez no lugar, deixando a porta aberta.
- Bom, eu… quero me desculpar. - Oliver encarou as filhas, era difícil abaixar a cabeça e pedir desculpa, mas Louise o fez enxergar que ir por aquele lado não faria bem a ninguém.
- Demorou menos do que eu pensava. - falou, parecendo aliviada, mas ainda estava ressentida com o pai.
- Bom, se for assim, me retiro do quarto então. - Oliver virou as costas, e negou com a cabeça.
- Espera, pai, não liga para , está tudo bem. Você foi extremamente grosso, e muito mal educado, mas não queremos um clima horroroso no Natal, então vamos viver em paz. - disse.
- Bom se a desculpa for sincera e sem jogar nada na cara depois, por mim, desculpas aceitas. - disse. - Não quero climão no fim de ano.
- Por mim está tudo bem também, desde que não tenham recaídas e olhares tortos depois, não é? Por favor, só queremos paz. - falou, suspirando. - Acredito que os meninos podem superar a loucura também.
- Por mim sem ressentimentos. - respondeu e viu e concordarem.
- Não estou ouvindo gritos, posso ficar feliz? - Louise apareceu, entrando também no quarto com um sorriso no rosto, vendo vários acenos de concordância. - Ufa.
- Agora só faltam meus pais também colaborarem, mas, né? - brincou, recebendo risadas dos adultos. - Talvez mais para frente, mas a gente se ajeita sem isso mesmo. - deu de ombros, vendo a namorada concordar.
- Se quiser vamos lá atormentar os velhos. - sugeriu, levantando a cabeça do colchão. - O que acha?
- Do jeito que a Elyna é vai descer vocês dois na porrada. - gargalhou.
- Acho incrível a visão que vocês têm de mim. - Elyna apareceu junto a Aiden, torcendo o nariz para fala da mais velha. - Eu apenas não aceito bem as coisas serem zoneadas dessa forma, vocês têm que entender que as coisas não funcionaram assim para nós. - falou, brava. arregalou os olhos, assustada, não imaginava que a mulher ia entrar naquele momento. E novamente a baby voltou a se movimentar em sua barriga em ritmo frenético.
- Nós sabemos disso, Elyna, só gostaríamos que vocês não fossem tão duros sem nossas explicações ou sem conviver conosco. - respondeu à sogra calmamente. - E não fique brava com , ela disse o que qualquer um aqui diria. - riu, vendo a irmã agitada na cama.
- Exato. vai cuidar muito bem do seu menino de ouro, tia. - fez um joinha pra Elyna. - Ela vem cuidando da gente muito bem aqui.
- Só acho que vocês poderiam respeitar um pouco, mas vamos nos adaptar. - falou, olhando para .
- Olha, sinto muito que você tenha entrado no momento que falei, mas eu disse a verdade. - suspirou, extremamente incomodada com a baby.
- Tia, respeitar nós sempre iremos. Só queremos o mesmo em troca. - se levantou, se recostando na cômoda também, ao lado de . Ele apenas observava a cena em silêncio.
- , está tudo bem? - encarou a irmã.
- Não, eu estou me sentindo muito estranha. - ela fechou os olhos, ainda incomodada e com dor. Sentiu um líquido escorrer entre suas pernas. - Ah, meu Deus!
- O que foi? - perguntou, encarando a mulher.
- Acho que a bolsa estourou. - ela tinha os olhos arregalados. pulou da cama, desesperado.
- É o quê? - perguntou, já se levantando junto a .
- O quê?! - e disseram juntos, se levantando.
- Minha filha, meu Deus! Como você está, onde estão as coisas? - Louise perguntou, afobada, vendo que Oliver estava estático e Elyna já começava a ficar acelerada como ela.
- As coisas estão no . Eu vou lá, fica aí com ela. Vamos, ! - falou, vendo assentir e correr para fora do quarto com ele.
- Consegue andar? - ainda olhava para ela, extremamente preocupado.
- Eu não sei, estou paralisada, e assustada. Eu não tava pronta, que droga! - os olhos já estavam cheios de lágrimas.
- Não tem mais a opção de estar pronta ou não, é agora. - falou, sorrindo. - A baby está vindo! - gritou, animada.
- Ela nem tem nome, ! - também estava nervoso, passava a mão nos cabelos.
- Sempre fica tudo bem, podem ter certeza. Fico feliz que estamos aqui para apoiá-los. - Oliver falou, sincero. - Vamos nos arrumar e encher aquele hospital. - Louise concordou com o marido, emocionada.
- Se arrume, meu amor. consegue te ajudar. Mantenham a calma apenas, nós cuidaremos do restante. - Louise finalizou, deixando o quarto com os demais mais velhos.
- , a baby vai nascer! - gritou novamente, se aproximando da mais nova e a abraçando.


Epílogo

- Se eu tiver que fazer mais alguma coisa hoje, eu desisto da vida. - reclamou, vendo e tirando as coisas da geladeira enquanto ela as organizava na bancada.
- Nem me fale. Eu fiquei até às 5h fazendo aquele trabalho insuportável, porque finalmente consegui me focar, então quis aproveitar. - resmungou, bocejando.
- Vocês não têm um bebê acordando de madrugada, eu já não sei como é dormir uma noite inteira. Nunca reclamem da vida de vocês. - suspirou teatralmente. - Mas ela é tão linda, minha obra-prima.
- Eu ainda penso se tenho vocação para passar por isso. - brincou, vendo concordar.
- Precisamos começar a pensar em uma festa incrível de um ano para essa sua obra-prima, tenho certeza que nossa baby vai amar uma festa como nós. - falou, já imaginando a sobrinha se divertindo em meio à decoração infantil.
- Já podemos começar a pensar no tema? - se animou.
- Ela não para nunca, então com certeza vai ser pior que nós. - brincou. - Ela gosta de tanta coisa, . - deu de ombros.
- Podemos perguntar para ela. - sugeriu. - Vamos logo lá para fora, ainda tenho medo de deixar ela sozinha com os três, não sei como você consegue, . Às vezes tenho a impressão de que vão testar se a churrasqueira está quente o suficiente jogando ela lá. - brincou.
- , meu Deus. - riu. - Confio no , acredito que ele talvez só tentasse ensinar algumas coisas muito loucas para ela. Uns palavrões, talvez?
- Eu não tenho muita escolha, é tapado, mas é o pai, né? Tenho que confiar. - riu, seguindo as irmãs para o quintal.
- , , não é possível. - os olhou, indignada. segurava os braços da pequena, enquanto o pai segurava suas pernas, e eles a balançavam enquanto cantava uma música infantil que a fazia rir.
- Foi ela quem pediu! - os defendeu, levantando os braços em rendição.
- Pediu? Sério que eu tenho que ouvir isso? - revirou os olhos, tirando a filha daquela bagunça, ela reclamou a princípio, mas foi com a mãe.
- E o pior é que ela estava gostando mesmo. - riu, brincando com a sobrinha.
- Claro que ela estava gostando, essa cópia de não tem a mínima vergonha na cara. - se aproximou da pequena, puxando-a para um abraço em seu colo.
- Cópia do , não comece. - reclamou, dando início a uma discussão sem fim desde o nascimento da criança.
- Vocês nem sabem cuidar de uma criança, não comecem. - rebateu.
- Capaz de matar o bebê a qualquer momento. - concordou com a namorada.
- Tínhamos mais dificuldade quando ela não andava, confesso, mas agora é mais fácil, é só largar e correr atrás. - brincou, indicando a pequena, que corria em direção à entrada da casa, e logo indo atrás dela para colocá-la de volta no círculo em que estavam. - Às vezes acho que cuidamos melhor que o pai, . - chamou a atenção do amigo, que concordou ao ver o mais velho. - Ele fica parado assim por tempo demais. - indicou , que tinha seu momento de ataque de babação na filha, apenas a observando brincar.
- Ei! - os encarou. - Eu estou ouvindo. Mas ela é tão linda, que eu não posso não babar mesmo.
- Sinto que todos os nossos momentos se tornaram isso. Nós, aqui, comendo, rindo, e falando apenas desse pingo de gente que se tornou nosso mundo. - comentou, rindo. - Sinceramente? Nada melhor. Topo fazer isso todos os dias, sem problemas. - deu de ombros, sentindo o namorado concordar e abraçá-la pelos ombros.
- Só veio somar mesmo, quem diria que eu seria mãe? E o melhor, uma boa mãe. - gargalhou, pegando a filha no colo e a enchendo de beijinhos. - Obrigada por ter me convencido a parar de trabalhar, . Se não fosse aquele convite, as coisas não estariam desse jeito.
- Temos que dar graças a Deus que a se formou, não? Quem sabe o que seria de nós se não tivéssemos nos reunido naquele exato momento para tomarmos a decisão dessas férias. - respondeu, sorridente.
- Ufa, , obrigada pelas colas. - a menor ironizou.
- Ufa, , obrigada pelas colas. - repetiu, se aproximando da namorada para lhe dar um beijo rápido e recebendo um dedo do meio em resposta à demonstração de carinho.
- e , obrigado pelo presente duplo que me deram, já que estamos na sessão de agradecimento. - sorriu, se aproximando da então noiva e abraçando de lado.
- Por que estamos assim? Tá parecendo final de filme romântico. - brincou. - Essa loucura toda era destino, gente. Não tem outra explicação mesmo. Mas pelo menos fugimos das histórias clássicas desses filmes, não? Sem melhores amigos que ficam juntos, sem vizinhos que ficam juntos, nosso rockstar não é uma estrelinha que esconde a vida, e o mais legal de tudo, não foi a adolescente irresponsável que engravidou. - zombou a melhor amiga para não perder a oportunidade. - Apesar de termos passado perto deste. - lembrou.
- Se não fosse meu surto ninguém descobriria da baby, mas depois dessa não dei nenhuma brecha mais. - sorriu, agradecendo aos céus. - Mas concordo com o , tá muito fim de filme esse momento.
- Queria mesmo que tivéssemos um filme de tudo que aconteceu para baby ver quando crescesse, porque nem sei como vocês vão contar de tudo um pouco para ela um dia. - falou, rindo. - Principalmente quando ela for a criança curiosa, querendo descobrir porque esse é o nome dela.
- Ou o motivo de, mesmo tendo nome, a chamarmos tanto de baby. - lembrou. - Eu não vou parar, pelo menos. - confessou.
- Ninguém vai parar, eu só a chamo pelo nome para chamar atenção, até ela sabe que a coisa é séria quando faço isso. - brincou. - A carinha dela é sempre de quem aprontou.
Enquanto terminava de falar, a pequena se levantou e correu em disparada no sentido contrário à família, se jogando no canto próximo ao portão que levaria ao quintal da frente. Antes que qualquer um deles pudesse correr para alcançar a criança, ela já se aproximava do painel de controle do jardim, esbarrando neste no chão e ativando os sprinters que a fizeram rir ao sentir as primeiras gotas de água em seu corpo.
- Summer!




Fim.



Nota das autoras:
Baby: FINALIZÁDAH com sucesso! Sempre que penso que essa história surgiu em uma das várias conversas aleatórias que tive com a Lala e Talyss, e que dessa conversa surgiu essa explosão de fofura em forma de fic… Muito orgulho de termos sido capazes de desenvolver tudo isso juntas. A cada cena que escrevíamos ficávamos pensando em como seria a reação das leitoras e se vocês iriam se divertir lendo a história tanto quanto nos divertimos escrevendo. MA foi uma aventura incrível e que sempre irei guardar na memória e no meu coração com muito amor e carinho. Deixo aqui um agradecimento a todos que acompanharam juntinho com a gente o desenrolar desses casais maluquinhos e aqueles que acompanharam depois do término, e, claro, as minhas parceiras de escrita. NÓS CONSEGUIMOS, GAROTAS! Obrigada por tudo e nos vemos por aí pelo FFOBS. Xx 🖤. <3

Lala: Vou ser sincera, eu nem acredito que MA acabou! hahahaha 1 aninho escrevendo essa história incrível com as meninas e eu já nem sei mais o que vai ser de mim quando tiver que escrever sozinha, porque que experiência maravilhosa! MA é uma história que amo muito, amo esses casais, amo como as coisas foram leves desde o começo e sempre com muitas cenas divertidas, e o que mais amei foi ter vocês acompanhando isso com a gente. Esperamos MUITO que vocês tenham gostado da história toda e desse final como nós, pois estamos muito felizes. Obrigada mesmo a cada uma de vocês, e um gigante obrigada à Baby e a Talyss, minhas parceiras para vida que eu não imaginava que pudessem funcionar tão bem comigo na escrita também. Um beijo 💙

Talyss: E FINALIZAMOS! Gente é um misto de sentimentos sem dúvidas, porque queríamos muito finalizar, mas doeu demais finalizar hahah! Enfim obrigada a cada uma de vocês que nos acompanhou desde o início por tanto amor por nossa história, por divulgar, pedir atualização, comentar, surtar, fico muito feliz por ficarem até o fim acompanhando a fic que começou do nada em meio a uma conversa no whats, aliás agindo sempre no impulso hhahaha! Não posso deixar de agradecer a Baby e Lala por tudo e por serem as melhores parceiras na escrita.Orgulho define! Um beijo! 💜

P.S.: Achamos que valeu a pena esperar pelo nome da baby, não? Aguardamos os comentários de vocês! Obrigada por ler Melbourne, Austrália.

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