Última atualização: 03/05/2023
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Perth, Austrália, 2007
puxou as tranças para frente, respirando fundo e pressionou o polegar na campainha, ouvindo o som caricato que não ouvia há anos. A menina passou as mãos na camiseta, por tempo o suficiente para que a porta fosse aberta. Ela desviou o rosto rapidamente, vendo tia Grace do outro lado e ambas sorriram antes de abraçar a mais baixa fortemente.
- Ah, que saudades de você! – Grace falou próximo ao ouvido da menina, fazendo a risada delas ecoarem pela entrada de casa. – Deixa eu olhar para você... – Grace segurou o rosto da menina com as mãos. – Você está tão crescida.
- Ah, tia! – disse encabulada. – Até parece que não me vê há anos.
- Ver sim, conviver não! – Grace riu, fazendo a menina sorrir com ela. – Nunca mais se afaste de nós, ok?!
- Isso nunca mais vai acontecer, mãe. – A voz de Daniel se ouviu atrás das duas e eles se afastaram para olhar o menino aparecendo no pé da escada.
- Espero que nunca mais mesmo, o Danny ficou maior chato depois que vocês se afastaram. – Michelle disse rindo, bagunçando os cabelos do irmão mais novo e correu em direção à , abraçando-a. – Eu preciso de uma amiga para lidar com esse chato. Nunca mais suma daqui, ok?!
- Pode deixar. – disse rindo, sentindo Michelle finalmente soltá-la.
- Bom te ter aqui de novo, querida! – Tio Joe disse e o abraçou fortemente.
- É bom voltar... – Ela disse com um sorriso no rosto e Daniel acabou com a distância entre eles e abraçou a amiga fortemente.
- Amigos para sempre, certo? – Ele sussurrou e ela assentiu com a cabeça, apoiando a cabeça no ombro do garoto.
- Sim, para sempre. – Eles suspiraram juntos antes de se afastar.
- Vem! Preparei algo legal para nós. – Ele disse. – Estaremos no meu quarto.
- Ok, chamamos vocês para jantar! – Grace falou e Daniel segurou a mão de e os dedos deles entrelaçaram automaticamente, fazendo ambos rirem.
Eles seguiram para o andar de cima e nem sabia que existia um segundo andar. Parece que as coisas na empresa de engenharia de tio Joe estavam melhores do que esperava. Daniel entrou em uma das portas à sua frente e a menina logo atrás, se surpreendendo com a mudança na decoração do Daniel criança para o Daniel quase jovem adulto. O foco era completamente corrida agora. Medalhas, capacetes, troféus e macacões ocupavam as paredes, prateleiras e tudo que não fosse a cama dele e a escrivaninha.
- Uau. – Ela disse. – Muito mudou.
- Você também. – Daniel disse e ela assentiu com a cabeça. – Foi muito tempo longe, .
- Eu sei... – Ela suspirou, deixando a bolsa tiracolo na cadeira do computador do menino e suspirou. – Nunca mais, tá? A gente vai aprender a lidar com as coisas juntos.
- Juntos. – Ele disse, esticando a mão e ambos tocaram os punhos, rindo fracamente.
- Eu soube sobre a Formula Ford. – Ela disse.
- Esse ano eu corri a Formula Renault. – Ele comentou e a menina arregalou os olhos.
- Onde? – Ela perguntou surpresa.
- Itália, Bélgica e Espanha.
- Você foi para Itália, para Bélgica e para Espanha? – Sua voz ficou mais alta e ele assentiu com a cabeça. – Oh, meu Deus! Que posição?
- Sexto. – Ele deu de ombros. – Não perfeito, nenhum pódio, mas está bom para a primeira vez.
- Não acredito que eu perdi isso. – Ela suspirou. – Uau! Você foi para Espanha. – Ela disse rindo.
- Você ia gostar. – Ele suspirou. – Itália não foi novidade pelo meu pai, mas os outros dois foi bem legal. Na Bélgica foi em SPA. E o último na Itália foi em Monza...
- Circuito tradicionalíssimo. – Ela disse e ele assentiu com a cabeça. – Uau, Danny. – Ela disse rindo. – Eu estou feliz por você. Com uma leve inveja por sair do país, mas tudo bem, terei minha chance. – Ele riu fracamente.
- Eu soube da faculdade... – Ele mencionou e ela ergueu o olhar para ele. – Gastronomia, hum?
- É... – Ela suspirou.
- Não sabia que gostava de cozinhar...
- Surgiu tem pouco tempo... – Ela deu de ombros. – Não achei outra coisa que eu gostasse tanto e deu certo...
- DEU CERTO? , você passou na Le Cordon Bleu! – Ele falou rindo. – Até eu sei o peso disso. – Ela riu, sentindo o rosto esquentar.
- É... – Ela riu. – Só tem um problema nisso tudo... A faculdade é em Sydney. – Ela suspirou. – Vamos ficar afastados mais um pouco.
- Talvez mais do que só Sydney. – Ele mordiscou o lábio inferior.
- Como assim? – Ela perguntou.
- Acho que vou morar na Itália ano que vem. – Ele suspirou, se sentando na cama. – Tentar uma entrada na Fórmula Um...
- Uau... – Ela tentou não parecer tão surpresa e se sentou na beirada da cama para suspirar. – Eu não sei o que dizer...
- Nada vai mudar, . – Ele disse. – Ainda poderemos nos encontrar nas férias... Você pode me visitar nos feriados e...
- Eu sei, eu sei... – Ela suspirou. – É só... Parece que mesmo longe, nossas vidas seguiram, né?!
- Sim... – Ele pressionou os lábios. – Mas podemos aproveitar juntos... Nos conhecermos de novo... Continuar nossa amizade. – Ele segurou as mãos dela.
- Sim, claro! – Ela riu sem graça. – É só... – Ela deu de ombros. – Pensei que as coisas seriam como antes...
- Acho que isso é impossível, . – Ele deslizou o corpo pelo colchão, se aproximando dela. – Somos diferentes de três anos atrás... Vamos ter que nos conhecer de novo... – Ela assentiu com a cabeça.
- Quando você vai? – Ela perguntou.
- Não sei ainda, preciso arranjar mais dinheiro. Vou ficar as férias focado nisso, vendendo coisas, sei lá...
- Eu posso te ajudar. – Ela disse. – Agora eu realmente sei fazer uma torta gostosa. – Eles riram juntos.
- Ei! É isso! – Ele riu. – Com suas tortas e com meu senso de beleza e simpatia...
- Ai, meu pai. – suspirou, fazendo ambos rirem. – Vemos que seu narcisismo continua...
- Só piorou, talvez. – Ele riu.
- Ao menos temos as férias para aproveitar. – Ela disse.
- É. – Ele sorriu. – E quero começar me redimindo contigo... – Ele se levantou, pegando um embrulho de presente na gaveta da escrivaninha e esticou para ela.
- Um presente para mim?
- Para nós... – Ele deu de ombros, se sentando ao lado dela de novo e a menina abriu o embrulho devagar, encontrando um DVD ali e viu a capa de Shrek 2. – Eu te devo um pedido de desculpas sobre aquele dia...
- Danny, isso... – Ela resmungou.
- Eu devo, . – Ele suspirou. – Uma coisa não tira a outra. Eu não deveria ter dado o bolo em você... Não deveria ter feito nada do que eu fiz, na verdade. – Ele suspirou. – E não quero que você marque esse filme incrível por algo que eu fiz...
- Eu vi... – Ela falou, suspirando. – Minha mãe entrou comigo quando você não apareceu... – Ele pressionou os lábios.
- E você gostou do filme? – Ele perguntou receoso.
- Sim... – Ela disse rindo. – É muito bom.
- É sim... – Ele riu com ela. – Quer ver? Eu não vou ser um grande chef de cozinha como você, mas ainda sei fazer pipoca com chocolate. – Ela riu, assentindo com a cabeça, fazendo-o abrir um largo sorriso.
Não demorou para ambos estarem deitados na cama do menino, com as pernas embaixo da coberta, comendo pipocas com chocolate enquanto cantavam a plenos pulmões Accidentally in Love, começavam a decorar as falas dos personagens e Daniel soltasse um pum na cena do pântano.
Eles fariam a mesma coisa no dia seguinte, e depois, e depois...
Londres, Inglaterra,2016
- Eu só fui bem por causa de você! – Ri fracamente.
- Não, Danny! Você deu sorte! – Virei o rosto para ele. – Eu nunca te dei aulinha sobre
pratos britânicos. – Rimos juntos e ele desviou o olhar para rua novamente.
- Eu sou bom, baby! Eu sou bom! – Rimos juntos.
- Você é metido, isso sim, senhor Daniel! – Me inclinei no carro e dei um beijo em sua bochecha. – Mas fiquei orgulhosa de você, se eu precisar de uma ajuda no meu restaurante, eu te chamo.
- Eu presto atenção no que você faz, baby. E o que você fala. – Ele esticou a mão até minha perna e sorri. – Mas por favor, não me pede para ajudar no Black Pudding... – Ri fracamente.
- É, eu vi que te deu ânsia só de pensar. – Entrelacei nossos dedos, ouvindo-o rir.
- Como vocês conseguem trabalhar com isso? Digo... Limpar carnes e...
- Sei lá, baby. Eu só fiz isso algumas vezes na faculdade, mas em grandes restaurantes a carne já vem praticamente pronta para uso. – Dei de ombros. – É a mesma pergunta de como você consegue dirigir a quase 400 quilômetros por hora. – Ele virou o rosto para mim.
- Touché! – Rimos juntos.
Nossas mãos acabaram se soltando quando ele encontrou uma vaga para estacionar na rua. Ele desligou a nova Aston Martin AM-RB 001 que a RedBull deu para ele brincar depois do lançamento de ontem e saímos de lados contrários. Ele deu a volta no carro, se encontrando ao meu lado e nossas mãos se juntaram para atravessar a rua.
Apesar de eu ter chegado depois do Natal na casa de Danny, eles tinham presentes para mim e um dos vários que ele havia me trazido, era uns óculos escuros de uma marca independente inglesa chamada
Eye Respect. Ele e Danny trabalharam em uma coleção juntos e hoje veríamos os resultados. E se fossem tão lindos como os que ele me deu e o que eu roubava dele, seria incrível. O local era uma cafeteria no bairro de Putney, em Londres, que funciona como um showroom para a empresa.
- Daniel! – Um homem corpulento o recebeu quando entramos na cafeteria e nossas mãos se soltaram.
- Greg! Bom te ver! – Eles se cumprimentaram com um aperto de mãos.
- Pronto para ver os resultados? – O homem falou.
- Sim, claro! – Danny disse rindo e me abraçou pelos ombros. – Essa é , achei que precisariam de uma modelo.
- Ah, Danny! – Falei rindo.
- O quê? Você usa óculos, tudo fica bem em você! – Ri fracamente.
- É um prazer te conhecer. – O tal Greg disse e trocamos um rápido cumprimento. – Venham comigo, por favor.
Danny entrelaçou nossas mãos novamente e passamos para o fundo da cafeteria. O local era pequeno e claramente não era aberto ao público. Tinha um balcão de cafeteria do lado esquerdo, algumas mesas do lado direito e um espaço maior para trabalho ao fundo. Ali tinha vários óculos expostos, vários desenhos, projetos de divulgação e espelhos nas paredes.
- Aqui estão suas criações... – O homem disse e Danny se aproximou da mesa, sentando na mesa e observei os diversos óculos escuros e algumas armações de grau.
Tinha vários estilos, alguns mais simples, outros mais chamativos, mas meus favoritos foram os mais simples e escuros. Danny falava de mim, mas também ficavam bem com qualquer coisa. Ou talvez fosse a parte apaixonada de mim dizendo.
- O que acha? – Ele sorriu para mim e ri fracamente.
- Eu adorei! – Falei rindo e ele tirou de seu rosto, colocando no meu logo em seguida.
- Viu? Tudo fica bem em você! – Ri fracamente e desviei o rosto para me olhar no espelho e passei as mãos nos cabelos soltos nos ombros. – Eu adorei tudo! – Danny disse rindo.
- O projeto de divulgação também já está pronto, falta só realmente sua aprovação e mandar para produção. – Greg disse e voltei para a mesa e peguei uns óculos de grau, colocando no rosto e me olhando no espelho novamente.
- Vamos fazer isso! – Danny disse sorrindo.
- Eu vou pegar os papéis. – O homem disse e virei meu rosto novamente para a mesa, vendo Danny agora com uns óculos de grau no rosto.
- Não, baby! – Falei rindo. – Não está legal! – Puxei os óculos com armações claras de seu rosto.
- Pareço você! – Rimos juntos e abracei-o pelos ombros.
- Não! – Ele sorriu e nossos lábios se tocaram rapidamente.
- O que achou? – Ele perguntou e me sentei na cadeira ao seu lado.
- Eu adorei, Danny. Já estava apaixonada antes de ver sua coleção, agora eu quero um de cada. – Ele riu, pressionando os lábios em minha bochecha.
- Eu te dou a primeira caixa. – Ri fracamente, sorrindo.
- Eu posso roubar os seus! – Falei, observando as folhas com os projetos na mesa. – O que é isso? – Apontei para um símbolo ao lado do
logotipo da empresa.
- Essa é a minha marca. – Ele indicou e franzi a testa.
- Seu logo?
- É! – Ele disse rindo. – Acabou sendo necessário para desvincular do piloto... O que acha?
- O que é para ser? – Parecia um desenho de tetris.
- Um D e um R de uma forma estilizada. – Ele indicou e demorei para ver de cara. – Muito ruim?
- Não! – Falei rindo. – É perfeito, baby. – Sorri para ele e senti um beijo em minha testa. – Você está ficando importante...
- Eu sou o mesmo Danny. – Ele disse e ri fracamente.
- Não mesmo! – Apoiei as mãos em seus ombros. – Você deixou de ser o mesmo Danny depois daquela noite no iate. – Falei sugestivamente, ouvindo-o rir alto. – Você é meu Danny agora.
- Nem nego! – Ele brincou, me fazendo rir.
- Vocês gostariam de um café ou de algo para comer? – Greg voltou e me afastei devagar de Danny, ajeitando os óculos na mesa.
- É, claro... – Danny disse. – Quer algo, baby? Você não comeu...
- Um cappuccino, por favor. – Falei e Danny piscou para mim.
- Vamos conversar aqui... – O homem disse e nos levantamos. Danny fez questão de colocar os óculos de graus que não gostei novamente, me fazendo rir.
Seguimos o homem até o balcão e me sentei em uma das banquetas enquanto ambos conversavam sobre as partes contratuais e de marketing. Me serviram um capuccino que a chef colocaria defeitos, mas a no frio de Londres achou suficientemente agradável para esquentar por dentro.
Depois da conversa, Danny foi fazer algumas imagens e tirar algumas rápidas fotos. Só quando tudo acabou que ele se juntou ao meu lado. Ele começou a conversar com o barista e logo Danny estava do lado de dentro fazendo cafés.
- Devagar, Danny. Com carinho! – Falei ao vê-lo pressionar o café na máquina.
- Ele disse para pressionar! – Danny disse sobre o barista e ri fracamente.
- Pressiona com carinho! – Falei, vendo-o rir.
- Ela é chef de cozinha! – Ele explicou e ri fracamente.
- Mesmo? Você deveria estar aqui, então. – Sorri.
- Ah, não, obrigada! – Ri fracamente.
- Ela está de férias! – Danny brincou, piscando para mim e sorri.
- Aprende a fazer algo aí. Quem sabe não me dá uma folga? – Brinquei, ouvindo-o rir.
- O que você quer? – Ele brincou e pensei por um momento.
- Um latte macchiato. – Falei e ele fez uma careta.
- Pô, . Ajuda aí! – Ri fracamente.
- Coloca seu lado italiano para jogo, vai! – Pisquei, vendo-o rir.
Silverstone, Inglaterra – Quinta-feira
Daniel
Me olhei no espelho, bagunçando os cabelos e saí do banheiro. estava sentada no sofá do motorhome e peguei o moletom da Red Bull, colocando-o e passei o crachá pelo pescoço antes de fechar o casaco.
- Vamos? – Perguntei, vendo se virar para mim.
- Vamos, eu só... – Ela suspirou. – Eu sei que você não consegue me prometer, mas... – Franzi o rosto, vendo-a mexer as mãos fortemente e soube que ela está nervosa.
- O que aconteceu? – Me aproximei dela, passando a mão em seu rosto. – Você está suando, .
- Eu... – Ela se levantou. – Foi aqui, Danny. – Ela engoliu em seco e segurei suas mãos. – Meu primeiro surto.
- Ah, baby... – Passei os braços em seus ombros, puxando-a para um abraço e ela me apertou pelas costas, apoiando as mãos em meus ombros. – Não vai acontecer nada, baby. – Dei um beijo em sua cabeça.
- Você não consegue garantir nada... – Ela pressionou o rosto em meu ombro.
- Não... – Me afastei devagar, segurando seu rosto. – Mas eu não sou mais aquele piloto que estava começando a carreira. – Ela suspirou e passei a mão em uma lágrima que escorria em seu rosto. – Eu não vou deixar ninguém me empurrar para fora da pista na primeira curva...
- E nem nas outras, eu espero. – Ela falou e ri fracamente.
- Mais fácil a rinite me atingir do que um carro. – Colei minha testa na dela. – Eu vou ficar bem, baby. Nós vamos ficar bem...
- Sua rinite ataca aqui? – Ela perguntou, soltando meu corpo devagar.
- Muito pólen. – Falei, vendo-a dar um curto sorriso e pressionei meus lábios em sua bochecha. – Mas o tempo está úmido, espero que não. – Ela assentiu com a cabeça. – E nada vai acontecer comigo, baby. E nem contigo.
- DANIEL, VAMOS! – Ouvi a voz de Michael e suspirei.
- JÁ VAI! – Gritei de volta, virando para . – Eu te prometo, baby. Nada vai acontecer comigo. – Acariciei seu rosto. – Ok? – Ela assentiu com a cabeça.
- Ok... – Ela falou fracamente, me abraçando novamente e passei os braços em sua cintura.
- Eu estou aqui, baby... – Beijei sua cabeça. – Vamos nos divertir, ok?!
- Ok... – Ela suspirou, se afastando um pouco e passou as mãos nos olhos, secando-os levemente.
- DANIEL! – Ouvi Maria agora.
- JÁ VAI! – Gritei de novo.
- Vamos antes que eles entrem aqui. – disse.
- Vem cá antes... – Segurei seu rosto e ela riu fracamente.
Ela apoiou as mãos em meu peito e nossos lábios se tocaram. Nossas línguas se encontraram e suas mãos subiram para minha nuca. Minhas mãos desceram para seu corpo, entrando no bolso de sua calça e rimos juntos.
- ‘BORA, DANIEL! – Me assustei com algumas batidas na porta e me afastei, vendo rir.
- Vamos lá. – Ela disse e trocamos um rápido selinho. – Espera! – Ela passou o polegar em meus lábios. – Tem brilho nos seus lábios.
- DANIEL! – A porta se abriu e virei o rosto, vendo Michael e Maria na porta.
- JÁ VAI! – Eu e falamos juntos, rindo em seguida e ela se afastou.
- Estavam namorando, é?! – Maria perguntou e riu.
- É... Antes de você me atrapalhar. – Peguei minha mochila, colocando nas costas, enquanto renovava o batom em seus lábios.
- Precisamos ir! – Maria disse firme e desci os degraus até a grama.
- Então vamos!
- Vamos, vamos! – desceu também, ajeitando sua mochila nas costas.
- Está tudo bem? – Michael perguntou.
- Sim, sim! – Falei, piscando para ele que assentiu com a cabeça.
- Pegue uma bicicleta e vamos, você tem entrevista as 10 horas. – Maria disse.
Fui até o bicicletário e peguei uma, ajeitando o banco e subi na mesma. Maria e seguiram à frente e fui logo atrás. inclinou o corpo para frente, me dando uma ótima visão de sua bunda na calça jeans justa e ri fracamente.
- Está tudo bem? – Michael perguntei e me impulsionei, andando ao seu lado.
- Sim, sim. só está com algumas lembranças por Silverstone. – Falei, suspirando.
- Por quê? O que aconteceu? – Ele perguntou.
- Minha primeira corrida na Fórmula Um foi aqui em 2011...
- Sim, eu lembro.
- E foi meu primeiro acidente, foi quando a gente descobriu o trauma dela. – Suspirei.
- Ela está com medo de que aconteça algo de novo. – Michael disse.
- Exato. – Suspirei. – Fica de olho nela, pode ser? Não quero que nada aconteça, mas...
- Sim, sim, claro! – Ele disse e assenti com a cabeça.
Impulsionei meu corpo para frente, acelerando um pouco e passei por , dando um pequeno chute em sua bunda e saí gargalhando.
- DANIEL! – Ela gritou, me fazendo rir e a vi pedalar mais forte e fiz o mesmo.
- NÃO CORRE! – Maria gritou, me fazendo rir.
Não demorou muito para brincadeira acabar, pois chegamos na entrada do circuito. Desci da bicicleta para falar com alguns fãs e depois precisei compensar de bicicleta para chegar no motorhome da Red Bull, encontrando e Michael ali.
- Ganhei! – Ela disse, mostrando a língua.
- Há, há, há, engraçadinha! – Falei e Maria pegou minha bicicleta.
- Vá para a garagem agora. – Ela disse firme.
- Estou indo! – Falei.
- Vamos trabalhar, baby...
- Daniel! – Franzi o rosto, virando para os lados e encontrei Charles* ali.
- Ei, Charles! – Falei rindo. – O que está fazendo aqui, cara? – O abracei apertado.
- Vamos participar dos treinos amanhã, quem sabe ter uma chance de cortar caminho? – Ele disse rindo.
- Ah, cara! Que bom te ver aqui! E como estão as coisas?
- Entrei na academia da Ferrari, estou aqui pela Haas, vou pilotar no GP3... As coisas estão indo bem. – Sorri.
- Que bom, cara! Fico feliz demais. E como estão as coisas com sua tia? Depois de...
- Ah... – Ele suspirou. – Um dia de cada vez, né?! As coisas vão ficando melhores com o tempo, mas minha tia não quer que eu corra por medo, o Arthur
tá começando no kart, enfim, o de sempre.
- Ela vai perder o medo eventualmente, sei bem o que é ter alguém com medo ao meu lado. – Falei e procurei . – ! – Chamei-a e ela veio em minha direção. – Charles, essa é , minha melhor amiga e um pouco mais. – Abracei-a pela cintura, ouvindo Charles rir. – Ela era a minha medrosa, as coisas estão melhorando com o tempo. – riu.
- Oi, tudo bem? – Ambos se cumprimentaram.
- Esse é Charles Lecrerc, ele era sobrinho do Jules. – Falei.
- Ah, uau! Do Jules? – falou surpresa. – Eu sinto muito pela sua perda, eu conheci seu padrinho e o encontrei algumas vezes por causa do Danny.
- Obrigado, significa muito. – Charles disse.
- Charles disse que a mãe do Jules não está muito confortável com ele correndo e, bom, eu tenho você... – Falei e deu um sorriso.
- O medo ainda existe, mas aprendi que o que conta é como nós lidamos com isso. – disse. – Só precisa ter alguém para confiar nela por ela, eu tive. – Pressionei um beijo em sua bochecha e ri quando ela me afastou pelo peito.
- Obrigado. – Charles disse. – Vamos fazer isso. – Ele sorriu.
- Danie-e-el! – Ouvi Maria e suspirei.
- Você tem que ir, nos falamos depois. – Charles disse.
- Sim, claro! Vamos jantar juntos. – Falei, abraçando-o novamente.
- É! Você tem meu número! – Ele disse e confirmei com um positivo.
- Claro! Eu estou no acampamento, a gente se vê!
- Fechado! – Ele disse e dei mais um aceno, vendo-o se afastar.
- Não acredito que o sobrinho do Jules está correndo. – suspirou e virei para ela.
- Viu?! Mais um motivo para eu te fazer vir comigo. – Falei e ela suspirou.
- Mas é diferente, Danny, é o padrinho dele... – Ela suspirou.
- Foram seus pais. – Virei para ela. – Eram praticamente meus padrinhos. – Ela suspirou. – Mas é bom ver o Charles aqui, principalmente porque semana que vem faz um ano.
- E como você está com isso? – Ela apoiou as mãos em meus ombros.
- Eu estou bem, baby. – Dei um beijo em sua bochecha. – Preciso de um pódio, mas estou bem.
- Vamos tentar conseguir e apagar minhas memórias ruins dessa pista, ok?! – Assenti com a cabeça.
- Vamos! – Dei um selinho nela, me afastando.
- Daniel! – Ela me repreendeu.
- O quê? – Falei rindo. – Não reclama que eu beijo de novo.
- É, claro, no meio do paddock com vários fotógrafos. – Ela disse e ri fracamente.
- Será que eles viram? Posso dar outro. – Ela me empurrou para trás, e ri fracamente. – Que mal tem? Minha mãe ligar lá da Austrália para tirar satisfações? – Falei rindo. – Que comecem os jogos. – Falei rindo.
- Daniel! – Ela me repreendeu em meio às risadas.
- Vem, reclamona! – Abracei-a pelos ombros e a puxei rampa acima.
*Charles Leclerc, 25 anos hoje, é piloto principal da Ferrari atualmente e afilhado do Jules Bianchi, piloto que faleceu em 2014. Como é citado na história, em 2016 ele estava começando seu percurso na Fórmula 1.
Sábado
- Muito obrigada, você é incrível! – Falei rindo.
- Eu que agradeço. – Rupert falou e deu um aceno de cabeça antes de seguir correndo pelos corredores da garagem, rindo para minha foto com o convidado da Red Bull de hoje e esbarrei em alguém na saída.
- Me desculpe... – Encontrei a esposa de Christian ali. – Geri! – Falei rindo.
- , querida! – A mais baixa me abraçou e inclinei para alcançá-la.
- Não te vi lá dentro. – Falei.
- Ah, não, estou chegando agora, as crianças tiveram aulas, acabei perdendo a classificatória. – Ela disse. – Como foi?
- Max em terceiro, Danny em quarto, coisa de nem meio segundo atrás. – Suspirei. – Lewis na pole, Nico logo atrás. As duas Ferraris em quinto e sexto, daí para trás eu já não sei. – Ela riu fracamente.
- Ao menos estaremos na segunda fila amanhã e isso nos deixa muito empolgados. – Sorri.
- Sim, com certeza! – Ri fracamente.
- E como você está? Você e seu “amigo”? – Ela fez aspas com as mãos, me fazendo rir.
- Estão indo bem, é uma mudança muito gostosa. – Ri fracamente, sentindo meu rosto esquentar.
- Seu sorriso diz tudo. – Ri fracamente.
- Eu estou feliz, não posso negar.
- Aposto que ele também. – Ela disse. – Você estava indo atrás dele, não estava? Te atrapalhei?
- Ah, não se preocupe. O Rupert Grint estava lá na garagem, aproveitei para tietar um pouco. – Ela riu fracamente.
- Estou achando melhor o Daniel tomar cuidado, acho que você gosta de ruivos! – Rimos juntos e sorri com a sua larga risada clássica de Wannabe.
- Você é um amor, Geri! Impossível não gostar de você! – Abracei-a de lado e ela riu.
- Precisamos tomar café um dia desses, hein?! – Sorri.
- Combinado! – Falei, vendo uma mensagem chegar em meu celular.
“Onde está? Vamos na fã-fest!” – Era de Daniel.
- Eu tenho que ir. Nos vemos amanhã? – Falei.
- Claro! – Ela sorriu. – Prazer em te ver!
- O prazer é meu. – Sorri, me afastando enquanto acenava.
- Ah, ! – Virei para ela. – Emma estará aqui amanhã. – Ela disse e franzi o rosto.
- Emma em...
- Emma Bunton. – Geri riu.
- BABY SPICE? – Falei surpresa e ela riu.
- Sim!
- Ah, meu Deus! – Falei animada.
- E a Mel C estava lá no palco da fã-fest. – Arregalei os olhos.
- Ah, meu Deus! Ginger, Baby e Sporty Spice no mesmo lugar! Ah! – Abracei novamente. – Eu vou correr lá!
- Até mais! – Ela disse rindo e atravessei para fora do paddock, prestando atenção por onde andava agora para não esbarrar em mais ninguém.
Estava gostando desse GP em Silverstone, apesar do que aconteceu aqui há cinco anos. Além do que acontecia na pista, tinha muito para ver em volta. Ontem Danny e Max junto de Pascal Wehrlein fizeram uma
pequena banda e acabaram cantando parabéns para não sei quem. Pascal na bateria – o único que realmente tocava – Danny no teclado – se apertar uma nota contar – e Max no pandeiro. Queria ver o que eles inventariam hoje.
Sobre a classificatória, acabou sendo bom. Melhor para Max, mas Danny teve facilidade em passar pelas etapas. O tempo estava perfeito, mas segundo os engenheiros, amanhã estava programando chuva e sabia que tudo iria mudar.
Precisei mostrar o crachá algumas vezes para chegar ao
fã-fest pela área externa e nem foi preciso chegar no palco para ouvir a voz de Danny, Max e Christian em cima do palco.
- Vocês têm duas opções: ou me ouvem cantar terrivelmente, ou eu jogo meu boné para vocês. – Ouvi a voz de Danny, ouvindo os gritos da plateia e me ajeitei em um canto que conseguisse ver os três no palco junto do apresentador.
- Antes de eu deixar vocês irem, vocês souberam sobre Silverstone possivelmente sair do calendário...
- UH! – A plateia reagiu e um ritmo conhecido e calmo começou a ser tocado e franzi a testa.
Eu conheço essa música.
- DANIEL! DANIEL! DANIEL! – O pessoal começou a gritar e ele ameaçou sair do palco, voltando em seguida e a música Wagon Wheel do Darius Rucker começou a tocar. Danny voltou para o palco ao lado de Christian e Max e parecia envergonhado por algo.
- Eu vou colocar nas redes sociais do mesmo jeito, você fazendo ou não. – Christian disse e franzi a testa.
- Ah.. – Ele pensou um pouco, rindo em seguida. – Deixa quieto!
- CANTA! CANTA! CANTA! – A plateia começou a animar.
- Eu te odeio! – Danny disse para Christian.
- Ele vai cantar! Ele vai cantar! – Christian disse, animando a plateia.
- Ninguém conhece a música. – Danny riu.
- Eu conheço. E não importa, vai ser incrível! – Christian o animou e ri fracamente. Danny sempre aparecido agora estava com vergonha? Apesar que parecia que tinha muita gente no fã-fest, à perder de vista.
- Você quer se colocar ali? Como um verdadeiro artista? – Max falou, fazendo Danny rir.
- Do que estávamos falando? – Danny tentou desconversar.
- Não enrola! Canta! – Christian disse rindo. – Um, dois, um, dois, três...
- Ah, Deus! – Danny disse, me fazendo rir. – Ok, aparentemente eu estava…
Headin' down south to the land of the pines, I'm thumbin' my way into North Caroline, starin' up the road and pray to God I see headlights. – Danny começou a cantar, me fazendo sorrir e o aplaudi junto com a plateia.
- Mais uma estrofe? – Christian tentou empolgá-lo.
-
I made it down the coast in… – Ele tentou continuar, rindo em seguida. –
So… Yo, I'll tell you what I want, what I really, really want… – Ele mudou para Wannabe, me fazendo rir e os outros dois gargalharam com ele. –
I wanna! I wanna!
- Eu quero dirigir pela Red Bull! – Christian entrou na dele, me fazendo rir.
-
Zig a zig, ah! – Ri junto com a plateia.
- Isso foi bom! – O apresentador disse rindo. – Red Bull Racing, galera! – Aplaudi junto com eles, vendo-os se viraram para a saída do palco e acenei para Danny que passou a mão no rosto ao me ver.
- Ah, cara! – Ele desceu os degraus e ri com ele. – Você viu isso.
- Sim! – Falei rindo, abraçando-o e nossas risadas se misturaram. – Meu aparecido com vergonha, é?! – Ele riu fracamente.
- Ah, cara! Não isso. Tinha muita gente! – Ri fracamente, dando um beijo em seu rosto.
- Talvez você possa ser a Funny Spice! – Christian gargalhou alto.
- FUNNY SPICE! – Ele até se apoiou em Daniel. – Muito boa, ! – Ele esticou a mão na minha e tocamos juntos.
- Ah, vamos sair desse buraco. – Danny disse rindo.
- Você poderia cantar mais para mim. – Sussurrei, vendo-o sorrir e suas mãos seguraram meu rosto, colando os lábios nos meus.
- Accidentally in Love? – Ele perguntou e dei de ombros.
- E outras... – Sussurrei para ele.
- Combinado. – Ele disse e nossos lábios se tocaram rapidamente de novo.
- , vou pegar seu número depois. – Christian disse e eu e Danny nos afastamos. – Se algo acontecer para ele ficar irritadinho, vou ligar direto para você. – Rimos juntos.
- Pode ligar, faz 24 anos que eu sei lidar com a fera. – Dei um tapinha no peito de Danny e senti um beijo seu em minha têmpora.
- Vamos fazer nossa reunião? – Christian perguntou e nós três assentimos.
Domingo
Daniel
Bufei, esfregando a toalha com força nos cabelos e a pendurei no box antes de ir até a boxer em cima da pia e a vesti antes da bermuda de tactel. Calcei os chinelos novamente e abri a porta do banheiro, sentindo a diferença de temperatura mais quente do lado de fora. Olhei para o sofá e vi sentada no mesmo ainda com a roupa da Red Bull.
- Ei. – Ela disse.
- Ei, baby. – Falei, vendo-a sorrir e ela esticou a mão em minha direção.
- Desculpe a demora. – Ela disse e neguei com a cabeça, andando até ela.
- Não se preocupe. – Falei, segurando sua mão e me sentei ao seu lado.
- Como você está? Eu não deveria ter ido, né?! – Ela apoiou a mão em meu rosto.
- Não, baby. Está tudo bem. Nem eu negaria um jantar com as Spice Girls. – Ela riu fracamente, virando a perna para dentro do sofá.
- Três de cinco, mas é... – Ela deu de ombros, sorrindo. – Como você está? – Ela suspirou.
- Eu estou bem, eu... – Suspirei. – Está tudo bem, aproveite sua noite...
- Eu aproveitei minha noite. – Ela se levantou antes de colocar os joelhos ao redor de meu corpo e se sentar em meu colo. – Eu quero saber de você... Eu sei o que está pensando. – Ela apoiou as mãos em minha nuca.
- O que eu estou pensando? – Minhas mãos desceram para sua bunda e ela suspirou.
- Eu não quero dizer... – Ela fez um pequeno bico e ri fracamente.
- Eu estou pensando demais, eu sei. – Falei. – Eu não sei, eu...
- Ao menos você aumentou uma posição. – Ela disse brincalhona e sorri. – Quinto na Áustria, quarto aqui, quem sabe a gente não chegue em um pódio na próxima corrida? – Rimos juntos.
- É... Quem sabe? – Suspirei.
- Fala comigo, vai. – Ela pressionou os braços, apertando seu corpo no meu.
- Você sabe no que eu estou pensando, não preciso falar... – Ri fracamente e ela deu curtos beijos em minha bochecha.
- Então fala para eu confirmar... – Ela disse baixo, deslizando os lábios pelo meu rosto.
- Eu gosto dessa ... – Falei e ela se afastou.
- É estranho? – Ela perguntou baixo.
- O quê? Você sentada no meu colo, me beijando e minhas mãos na sua bunda? – Rimos juntos.
- É...
- Nenhum pouco. – Colei nossos lábios por alguns segundos. – A antiga morreu para mim, agora só tem essa. – Ela riu fracamente. – É só perfeito, baby. Você pode continuar fazer o que estava fazendo... – Ela riu fracamente, dando um beijo em minha bochecha.
- Eu quero saber de você. – Ela falou.
- Sim, eu estou pensando se eu perdi a mão. – Falei e ela suspirou. – Se o problema sou eu, ou se o Max está melhor, ou se a equipe está priorizando ele...
- Ele acabou de entrar na equipe, Danny... Ele é só uma criança... – Ri fracamente. – Não faz isso. – Ela se afastou. – Não dá essa risada sarcástica. – Suspirei. – Eu sei que desde Mônaco as coisas não estiveram bens, mas ainda temos a outra metade da temporada. – Ela forçou meu olhar para o seu.
- Eu corri metade da corrida sozinho, . Um videogame é mais legal do que hoje. – Bufei.
- Pelo menos não tivemos acidentes. – Ela deu um curto sorriso e ri fracamente, ouvindo-a suspirar. – Você ficou em quarto, Danny! E voltou para quatro no campeonato! Isso é muito bom! – Ela apertou as mãos com meu rosto.
- É, mas agora tem o Kimi na minha frente...
- Seis pontos. – Ela disse firme. – Faltam 11 corridas. – Ela apertou meu pescoço. – Vai, baby... – Ela deu um beijo em meu rosto. – A corrida foi chata? Foi! – Ela riu fracamente. – Eu estava mais interessada nas Spice Girls? Estava! – Ri com ela. – Mas você foi bem, baby. – Ela deu um beijo em meu rosto. – E sobre Max... – Ela suspirou. – Ele é bom, Kvyat também era, mas o Max parece que está com mais sorte atualmente...
- O que eu preciso fazer para eu ter sorte? – Ela deu um sorriso.
- Cantar para mim? – Ri fracamente e ela me abraçou apertado. – Só continue trabalhando duro, baby, a sorte vai chegar eventualmente. – Subi minhas mãos pelas suas costas.
- Eu te amo. – Falei. – E agora eu digo sobre tudo o que fez para mim...
- Eu também te amo, Danny. Desde sempre. – Ela deu um beijo perto de minha orelha. – Baby...
- O quê? – Ela se afastou de mim.
- Você ainda tem o furo na orelha. – Ela disse rindo em seguida.
- É, eu sei... – Falei rindo e sua gargalhada aumentou.
- Será que ainda entra um brinco? – Ela se levantou.
- ! – A chamei.
- O quê? Eu vou pegar um brinco! – Ela disse rindo.
- ! – A chamei novamente. – Não! – Falei rindo.
- Você que colocou aquele brinco ridículo, agora deixa eu me divertir, pelo menos. – Ela foi até sua necessaire e fui até ela, abraçando-a pela cintura. – Danny... – Ela disse rindo e puxei-a para trás. – DANIEL! – Ela gritou quando a tirei do chão.
- Eu tenho outra forma para gente se divertir. – Voltei até o sofá com ela e segurei-a pelas pernas, jogando-a no sofá.
- O quê? Guerra de travesseiros? – Ela tirou os cabelos do rosto.
- É... – Falei aleatoriamente. – Eu, você e muitos travesseiros. – Inclinei meu corpo em cima do seu.
- Ah, é?! – Ela disse rindo e me coloquei em cima dela, sentindo suas pernas nas minhas.
- É... – Apoiei as mãos embaixo de sua cabeça, vendo-a rir.
- E você quer ficar aqui? – Senti suas mãos em minhas costas.
- É, não tem como eu te levar até o quarto sem nós dois cairmos... – Ela riu fracamente.
- Ainda bem que aqui tem bastante espaço. – Ela sorriu e nossos lábios se tocaram levemente.
- Uhum... – Sussurrei, colando nossos lábios novamente.
Londres, Inglaterra
- Eu nunca vi... – Dei de ombros.
- Eu já! É muito bom! – Blake disse rindo.
- Espero que seja divertido. Estou cansada. – Suspirei, ajeitando os cabelos na frente do espelho.
- Também, depois da noite passada... – Tom cochichou, fazendo os meninos rirem e virei o rosto para eles.
- Vocês ouviram? – Perguntei, sentindo meu rosto esquentar.
- Ah, que isso, só uma coisa ou outra. – Tom disse.
-
“Hum, ah, Dan... Dan.” – Alex imitou um gemido e apertei as mãos no rosto.
- Ah, cara! – Eles gargalharam. – Eu virei uma Jemma da vida? – Gemi de nervoso, ouvindo as gargalhadas.
- Ah, não
tá lá, mas se subir algumas notas, talvez chegue...
- Para de irritar ela! – Michael bateu com a almofada em Alex. – Eles abaixaram o som da TV de propósito quando vocês foram para dentro.
- Ah, que nojo! Seu filho da mãe! – Peguei a outra almofada e dei um tapa em Tom e outra em Alex. – Eu odeio vocês! – Eles gargalharam.
- O que acha? – Virei o rosto para Danny saindo do banheiro. – O que houve?
- Esses idiotas fizeram questão de ouvir a gente ontem. – Falei, jogando a almofada de volta no sofá.
- Ficaram com inveja? – Revirei os olhos, ouvindo os caras rirem.
- Às vezes eu esqueço que 27 anos é na certidão, na cabeça são sete. – Ele veio até mim, me abraçando pela cintura.
- Deixa eles! A gente se diverte e eles chupam o dedo. – Ele pressionou os lábios em minha bochecha e sorri, passando a mão na camisa social roxo que ele usava.
- Está lindo. – Falei, ajeitando a gola da camisa.
- Estou apresentável? – Ele perguntou e assenti com a cabeça, colando nossos lábios por curtos segundos.
- Vai arrasar. – Cochichei.
- AINDA É ESTRANHO! – Blake gritou, me fazendo rir e me afastei de Danny.
- Se acostume! – Danny falou, se ajeitando no espelho e ouvi dois toques na porta. – Entra! – Danny falou e James Corden apareceu na porta.
- Ei, posso entrar? – Ele falou e tentei me manter calma, para quem tinha jantado com três Spice Girls há cinco dias, dava para aguentar tudo.
- Claro! Por favor! – Danny disse.
- Prazer te conhecer, eu sou James. – Ele esticou a mão e Danny a apertou.
- Prazer é meu, Daniel. – Ele disse e sorri.
- Esses são seus amigos? – Ele perguntou.
- Sim, Michael, Tom, Blake, Alex e . – Acenamos conforme ele falava. – Vão ver vocês me zoarem. – Ri fracamente.
- Ah, isso é normal! – James disse rindo. – As piadas podem acontecer... – Ele disse. – Não de mim, a maioria do Jack, aposto, mas eu cuido de você. – Ele foi dizendo. – Muitas pessoas te tratam com amor e carinho por ser um herói nacional, um dos maiores do esporte, mas pelas próximas duas horas será como voltar para escola. – Rimos juntos.
- Ah, então vai ser como no dia a dia. – Falei, ouvindo as risadas.
- Amigos de infância? – James perguntou.
- Sim, eu conheço a desde meus três anos e os outros desde os 12, 13. – Danny falou.
- Ah, coragem sua trazê-los, então. – James falou, me fazendo rir.
- Eu não tive escolha! – Danny brincou, nos fazendo rir.
- Vai ser divertido, está pronto? – Ele perguntou.
- Sim, sim! – Ele disse.
- Vamos lá, então! Vamos levá-lo para o palco e seus amigos para os bastidores. – Nos levantamos e Daniel saiu logo atrás de James e logo fui com os meninos. – O jogo segue o que a equipe falou contigo... – James foi explicando enquanto andávamos pelo corredor do estúdio.
Não conhecia o A League Of Their Own, mas é basicamente um jogo de comédias focado em esportes. James é o apresentador e tem duas equipes com dois comediantes e um convidado. Os de hoje são Danny e a tenista Judy Murray. Danny está na equipe de Rob Beckett e James Redknapp, já Judy está com Freddie Flintoff – ex-jogador de cricket – e Jack Whitehall – único comediante que eu realmente conheço.
- É aqui que vocês se separam. – James disse. – Vocês podem acompanhá-la para a plateia e o Daniel vai se divertir um pouco.
- A gente se vê depois. – Michael disse e Danny assentiu com a cabeça.
- Não faça nenhuma besteira! – Falei, ouvindo-o rir e ele me puxou pela mão.
- Só contigo. – Ele sussurrou.
- OH! – Os caras disseram e revirei os olhos.
- A gente se fala depois. – Ele pressionou os lábios nos meus e ri fracamente, empurrando-o pelo peito. – Daniel! – Ele riu, me dando uma piscadela.
- Só amigos, hum?! – James riu e senti meu rosto esquentar.
- É! Era! Até esse ano! – Blake gargalhou, chamando atenção de outros.
- Ah, fica quieto vocês quatro, vamos! – Falei, empurrando os ombros deles para se virarem.
- Eu quero só ver quando a tia Grace descobrir! – Michael gargalhou enquanto andávamos pelos corredores.
- Vocês ainda não contaram? – Ouvi três vozes perguntando juntas.
- Ainda não. – Dei um sorriso torto. – E ainda não sei quando vamos contar, nem falamos sobre isso. – Dei de ombros. – E a última vez que eles vieram era tudo novo...
- Eles vão surtar! – Blake gargalhou alto e revirei os olhos.
- Exato! Por que se irritar antes da hora? – Dei de ombros.
- Se vocês não querem seu relacionamento aberto para o público, indico reduzirem a voz agora. – A mulher, que imaginei que fosse contrarregra, nos falou.
- Desculpe! – Falamos no automático e logo seguimos quietos.
Parecia realmente a escola à partir de agora, a diferença é que fazia quase 10 anos que todos nos formamos. Apesar das brincadeirinhas, fico feliz que esse clima com os meninos ficou. Algumas coisas mudaram ao longo dos anos, mas o espírito entre nós permaneceu.
- Vocês podem ficar aqui. Logo começa! – A contrarregra falou e vimos os cinco lugares vagos e nos ajeitamos, os meninos me deixaram no meio.
O estúdio estava verdadeiramente lotado. Eu nunca tinha visto esse programa na vida, mas estava empolgada com o que fariam com Danny. Game show de comédia é totalmente a cara dele!
- Bem-vindos à
A League of Their Own! – Um apresentador falou quando as luzes do palco se acenderam. – Hoje o programa está sensacional e temos convidados especiais! – Ele falava perto da plateia, andando por trás das câmeras. – Vamos chamá-los? – A plateia gritou animada e fomos nas deles quando os letreiros de “aplausos” se acenderam. – Com vocês, Judy Murray, Freddie Flintoff e Jack Whitehall! – O pessoal gritou mais alto, me fazendo rir. – No time vermelho: Rob Beckett, James Redknapp e Daniel Ricciardo. – Os gritos entre nós ficaram mais altos, mas a plateia respondeu de acordo. – E o apresentador dessa noite, James Corden! – Os gritos aumentaram e sorri quando Danny se sentou em um dos lados do estúdio. Os convidados cumprimentaram a plateia rapidamente e logo James se colocou entre todos.
- Bem-vindos à A League of Their Own, eu sou James Corden! – Ele disse rapidamente. – Vamos conhecer os times de hoje. Se juntando a Freddie Flintoff e Jack Whitehall, está a rainha mãe do tênis britânico, sim! A única Judy Murray! – Ele disse rapidamente!
- JUDY! JUDY! – A plateia começou a gritar, fazendo James rir.
- Eu adorei isso! – James riu. – Do lado direito com James Redknapp e o premiado comediante Rob Beckett, o homem que faz isso... – Ele disse e um vídeo da vitória de Danny no Canadá em 2014 apareceu na tela. – É! Ele pilota como um trovão e vem lá de baixo, é o piloto principal da Red Bull Racing, Daniel Ricciardo. – Nós gritamos, aplaudindo-o junto com a plateia e o sorriso de Danny não enganava, ele estava com vergonha. – Agora, antes de começar... – James disse. – Jack, o que...
- O quê? – Jack disse perdido e a plateia gritou. – Ok, ok! Eu estou com uma roupa parecida do outro programa. – Ele disse brincando.
- Por que você veio como Freddie Mercury? – Freddie ao seu lado perguntou e imaginei que fosse o bigode.
- Por que o bigode, então? – James disse.
- Da última vez que a Judy estava no show, eu estava flertando com ela e ela disse que eu tinha uma feição muito infantil, então pensei que usar um bigode me faria parecer mais velho. – Jack explicou.
- Mas não ajudou! – Judy disse, me fazendo rir.
- Eu estou fazendo uma novela e preciso usar isso. – Ele disse.
- E quem está interpretando? Luigi? – James falou e minha gargalhada ficou mais alta.
- Eu fiquei confuso... – Rob falou do outro lado. – Quando falaram que teríamos um piloto de Fórmula Um, eu achei que fosse Nigel Mansell! – Minha risada ficou mais alta.
- Bem, vamos começar! – James disse.
Daniel
- FOI INCRÍVEL! – Blake gargalhou alto.
- Quando ele te chamou de Mark Webber! – tirou a colher da boca e neguei com a cabeça.
- Foi incrível, cara! – Michael disse rindo.
- Eu adorei quando ele falou que achava que o Hamilton era o maior arrogante da Fórmula 1. – Fechei a porta, vendo os cinco se ajeitaram pela antessala.
- O Jack ficou magoado de verdade quando você falou que não o conhecia. – disse rindo e me sentei na poltrona.
- Ficou! – Tom falou gargalhando. – Ele se doeu de verdade essa hora, cara! – Rimos juntos e se sentou no braço da minha poltrona.
- A perdeu a linha quando ele falou do boato do pênis! – Michael indicou e ela negou com a cabeça, colocando mais uma colherada de sorvete na boca.
- Eu não conseguia parar de rir! – Ela deu de ombros e abracei-a pela cintura.
- Não, foi boa! – Falei rindo. – Se o pênis for grande, pode deixar o boato rolar! – Falei, ouvindo as gargalhadas.
- Mas eu quero saber algo! – disse, se virando para mim. – Você ficou envergonhado quando mostraram aquele vídeo seu, não? – Ela inclinou o corpo para o meu, apoiando o braço na poltrona.
- Ah, cara! – Falei rindo, puxando-a para se sentar em meu colo e ela riu, me entregando o pote do sorvete para se ajeitar em minha perna. – Eu gosto da atenção, mas dentro do paddock, hoje eu estava em uma realidade totalmente diferente!
- Mas é bom para divulgação e você foi ótimo! – disse, tirando o potinho da minha mão de novo. – Poderiam ter feito só mais coisas focadas em você.
- Gostaria muito que tivessem colocado você naquela luta de óleo! – Alex falou alto, fazendo gargalhar ao meu lado e ela negou com a cabeça, colocando uma colher na boca.
- O cara do seu time estava quase morrendo! – Ela disse rindo.
- Torturaram o Beckett, cara! – Alex falou gargalhando.
- Eu não vi, cara! Eu fiquei respondendo as perguntas e nem percebi. – Falei.
- Foi perfeito! – gargalhou.
- É um programa legal, eu gostei! – Michael disse.
- Foi bom! – Tom disse rindo.
- Eles vão me mandar depois que for para o ar, não sei se consigo ver na Hungria. – Falei.
- Falando nisso, vocês vão conosco? – perguntou.
- Ah, cara, eu preciso trabalhar. – Tom disse rindo.
- Cara, você precisa do seu computador para trabalhar! – Falei, ouvindo o pessoal rir.
- É perto de Londres, dá para fazer algo, vai! – Alex disse. – Até eu venho!
- Você é outro que não pode falar nada! Você aperta um botão e compra as ações e investimentos! – disse, nos fazendo rir.
- Mesmo assim, não dá para ficar tanto tempo fora! A gente vai para os Estados Unidos nas férias? – Tom perguntou e virei o rosto para , vendo-a fazer o mesmo.
- Ei, não olhe para mim! – Ela ergueu os braços, se levantando. – Se você tinha algo combinado com os meninos, pode ir.
- Você pode ir também! – Falei.
- Já falamos sobre isso, Danny! A gente vai precisar diferenciar nossa amizade do nosso relacionamento. Não quero ser aquela chata grudada em você! – Ela disse. – Ainda mais se vocês começarem a falar sobre mim! – Rimos juntos.
- Vai ser interessante! – Blake disse, fazendo-a revirar os olhos.
- Eu tenho três semanas de férias depois da Alemanha antes de precisar voltar para o simulador. – Falei. – O que você quer fazer? – Perguntei.
- Eu não sei! – Ela deu de ombros. – Eu ainda preciso continuar meu trabalho, nem pensei sobre férias.
- Você quer ir para casa? – Perguntei, ouvindo-a suspirar.
- Se eu for para casa, eu preciso passar em Sydney. – Ela disse suspirando.
- Podemos fazer funcionar.
- Eu posso ir para casa e vocês curtirem umas férias. Estamos colados há seis meses, vai ser bom dar uma separada. – Ela disse.
- Mas quero que conheça a casa de L.A. – Falei e ela suspirou. – Tem muitos restaurantes na cidade. – Ela riu fracamente, suspirando e seus olhos no alto me diziam que ela estava pensando.
- Por que a gente não divide, então? – Ela disse. – Vamos para Sydney para ver minha avó, depois passamos em casa e você vai com os meninos para os Estados Unidos.
- E você? – Perguntei e ela fez uma careta.
- Eu vou precisar ir na Michelin, meu desempenho está péssimo, preciso me explicar. Depois encontro vocês lá se não tiverem comido meu couro. – Ela deu um sorriso sarcástico, me fazendo rir. – Vocês podem falar de mim à vontade e depois nos encontramos antes de ir para... Onde mesmo?
- Bélgica. – Falei. – SPA! – Ela riu fracamente.
- É isso aí! – Ri fracamente. – Mas vamos conversando, temos duas corridas seguidas antes das férias. E você precisa voltar para o pódio! – Ela se aproximou de mim.
-
Lesgo, baby! – Falei e ela piscou para mim.
- Eu vou escrever a revisão do restaurante, ok?! Divirtam-se! – Ela se inclinou e minha mão foi para sua nuca.
- Tem certeza?
- Sim, eu tenho. Não quero o Blake escutando a gente de novo. – Ela disse e ri, sentindo um selinho em meus lábios. – Nos vemos depois!
- Logo vou. – Cochichei e ela assentiu com a cabeça, se levantando.
- Boa noite, meninos! Não queimem muito minhas orelhas! – Ela disse, nos fazendo rir.
- Boa noite, ! – Eles disseram e ela acenou com a mão, sumindo pelo corredor com o restante do seu sorvete e ri sozinho.
- Podemos começar agora ou querer que espere? – Tom disse e ri fracamente.
- Vocês querer falar algo sobre isso? – Perguntei, ouvindo-os rirem.
- Vocês estão felizes, cara. Não tem nada para falar. – Blake disse e sorri.
- Eu estou. – Ri fracamente. – Nunca achei que me apaixonaria por , muito menos que seria bom. – Eles sorriram.
- Estamos felizes por vocês, cara! – Michael disse e vi os sorrisos deles para mim.
- Agora entendo o que a fala de vocês! Parem de me olhar assim! – Falei, ouvindo suas risadas. – Alguém quer uma cerveja?
- Sim! – Eles falaram e me levantei da poltrona.
Perth, Austrália, 2007
- Ninguém me perguntou nada, mas...
- Então essa hora que você fica quieto, pai! – Daniel disse acima de Joe, fazendo o mais velho olhá-lo feio.
- Respeito comigo, moleque! – Ele indicou o garoto, mostrando-o com o indicador. – Te falar quem está bancando essas suas férias na Itália.
- Eu te amo? – O garoto disse com um sorriso sarcástico e Joe revirou os olhos.
- O que ia falar, Joe? – Helena perguntou, agora as atenções já estavam nele.
- Com o valor que vocês vão gastar nessas tatuagens, dava para você trocar por mais alguns euros. – Ele disse.
- É um presente meu, tio! – disse. – E vai ser bom para gente registrar tudo o que passamos. – Ela deu um sorriso e Danny a puxou pelo ombro, dando um beijo em sua cabeça.
- Só não precisava vir todo mundo, né?! Nem cabe! – Jason, namorado de Michelle, falou.
- É, vocês não tinham sido muito convidados para isso... – Foi a vez de Michelle, fazendo os jovens rirem.
- Meus filhos vão ser espetados por agulhas, eu preciso ter certeza de que o lugar é higiênico. – Grace disse firme.
- Olha, senhora, espetados é uma forma muito dramática de dizer. – O tatuador apareceu na sala de espera do estúdio. – A agulha não penetra na pele, é bem superficial.
- Viu, mãe? – Daniel disse. – E aí, Mac?
- Fala aí, Danny? – Daniel abraçou o mais velho. – Finalmente criou coragem?
- Ah, comigo foi fácil, o problema foi com ela. – Ele indicou com a cabeça.
- Você é a famosa , então? Daniel comentou bastante sobre você. – A menina sorriu envergonhada para o homem mais velho.
- Prazer te conhecer. – A menina disse delicada.
- Não vou ser aquela pessoa que fala que tatuagem não dói, tem uma ardência sim, mas você vai notar como é viciante. – Ele disse e a menina deu um sorriso nervoso. – E o restante do pessoal?
- Nossos pais e minha irmã com o namorado. Eles também vão fazer. – Daniel indicou.
- Prazer em conhecê-los! – O tatuador disse. – Vamos entrar? Quem vai começar?
- Posso? – falou rapidamente. – Assim eu faço logo, não tenho tempo de desistir.
- Claro! Vamos lá! – Mac disse, fazendo um sinal e todos se entraram.
A primeira coisa que Grace e Helena notaram foi a limpeza do local. Mac havia sido indicação de Tom da escola e Danny ficou praticamente as férias inteiras conversando com o cara sobre fazer uma tatuagem que o lembrasse de casa, já que estava abandonando tudo para tentar a carreira de corredor. acabou gostando da ideia e o acompanharia. Sydney não era exatamente uma Itália, ainda poderia vir para cada em férias ou feriados longos, mas os voos tinham cinco horas de duração, além do fuso-horário de duas horas e o valor das passagens, não seria uma viagem fácil. Sua família tinha uma vida confortável, mas não para esbanjar.
Entre várias conversas nesses dois meses que se antecederam a viagem de Daniel e a mudança de para Sydney, eles chegaram em acordo de fazer três tatuagens. A primeira era a principal, a frase “no regrets, only memories” para que eles sempre se lembrassem que mesmo se tudo desse errado, eles não se arrependeriam de tentar. Daniel queria algo mais rebuscado com um barco nas águas e pintura colorida que ocupasse a coxa direita inteira. Já optou pela frase escrita em uma linha só em letra cursiva bem acima na sua coxa, a ponto que ficasse bem escondida ao usar shorts.
A segunda era uma rosa dos ventos. Na verdade, optou por uma rosa dos ventos completa na parte de trás de sua coxa esquerda com pintura preta somente, agora Daniel optou por duas setas e os pontos cardeais. Essa era para lembrar de que, por mais longe que eles fossem, eles sempre teriam para onde e para quem voltar.
Já a terceira foi uma grande discussão. Depois de ouvir muito de seus pais que eles poderiam se arrepender das profissões escolhidas, eles decidiram fazer algo que o lembrasse deles. A amizade que já durava 15 anos, apesar dos altos e baixos. As corridas de Fórmula Um e a gastronomia não tinham nenhuma semelhança, mas elas se encontravam no meio do caminho, então eles tentaram pensar em uma forma de incluir a amizade e as futuras profissões em um desenho simples e acabaram chegando em um coração, parte preenchido como um fouet e parte com o número 3.
Joe foi o primeiro a falar que ele não deveria ser apegar ao número 3, pois, caso chegasse na Fórmula Um, outro piloto já poderia estar usando, mas Daniel disse que era o número que estava com ele desde o kart e que fazia parte da vida de ambos. Joe desistiu de argumentar. Na verdade, alguém tentava argumentar com esses dois quando colocavam algo na cabeça? É claro que não. optou por fazer a dela na linha do sutiã, também do lado esquerdo do corpo, já Daniel colocou como detalhe no barco.
Aquele dia foi estranho para Grace, Helena, Joe e Alex, porque eles ficaram das nove da manhã até oito da noite no estúdio. A tatuagem na coxa de Daniel demorava mais tempo do que todas, isso porque ele só fez o contorno, voltaria na semana que vem para pintar. As reações foram as mais engraçadas possíveis.
quase comeu a mão na hora de fazer a tatuagem atrás da coxa e na costela. Todos acharam que Daniel reclamaria na coxa, mas não teve problema, o problema maior foi quando a agulha tocou seu tornozelo, o garoto tinha uma sensibilidade fora do comum na área e Jason precisou ajudar o tatuador a manter o pé dele firme. Michelle queria uma borboleta detalhada nas costas e dormiu durante o processo, já Jason desistiu quando viu . Ainda bem que o casal não tinha pensado em fazer algo juntos, ou Michelle teria que fazer sozinha.
Os pais ficaram entre idas e vindas o dia inteiro enquanto andavam pelo centro da cidade, traziam comida para eles e até o tatuador acabou entrando na diversão. Foi como se o final de 2004, 2005 e 2006 simplesmente não tivessem acontecido. A amizade de ambos estava mais forte do que antes e era como se os três Addams, quatro Ricciardo e Jason, fossem uma grande família agora.
- Acho que eu estou meio mole. – Daniel disse quando entrou no quarto novamente.
- Mac disse que você pode ficar mole ou com febre pelo tamanho da tatuagem, tomou o remédio que ele deu?
- Ainda não. – Ele suspirou e pendurou a toalha na cadeira da escrivaninha dele.
- Vai tomar banho e depois descansa. – Ela se sentou na cama ao seu lado e ele apoiou a cabeça no ombro dela dramaticamente. – Estou cega! – Ela brincou, abaixando os cachos compridos de Daniel, tirando de seu rosto.
- Engraçadinha. – Ele disse e a menina apoiou sua cabeça na cabeça. – Hoje foi legal, não? – Ele disse.
- Foi sim! – Ela disse rindo fracamente e as mãos de ambos se entrelaçaram e foram apoiadas no meio deles. As coxas de ambos tinham plástico-filme enrolados, além de outras partes do corpo. Aquilo no calor de fevereiro não era ideal, mas não se importavam.
- A gente vai fazer isso dar certo, né?! – Ele perguntou e ela ergueu o rosto para ele.
- É claro, Danny! – Ela sorriu. – Eu vou tentar te visitar, você vem me visitar e Perth sempre vai estar no meio do caminho. – Ele assentiu com a cabeça.
- Amigos para sempre? – Ele disse e a menina abriu um sorriso.
- Amigos para sempre, Danny. – Ele pressionou os lábios na bochecha dela e logo ela o abraçou, deitando a cabeça em seu peito.
Dessa forma, assim como todas as vezes, ela sabia que estava em casa.
Mogyorod, Hungria, 2016 – Quinta-feira
Puxei os cabelos para frente e os prendi com os dedos. Passei as mãos no gel, passando um pouco na parte de cima dos cabelos até onde os fios estavam soltos. Juntei as duas mãos novamente e finalizei a trança, colocando-a para frente. Peguei um elástico, amarrando o final dela e passei mais um pouco de gel nos fios espetados.
Peguei a escova, passando na parte dos cabelos soltos e refiz o mesmo processo no lado esquerdo do cabelo. Não era nada fácil fazer uma trança embutida sozinha, mas eu já tinha bastante experiência. Quando terminei, dei algumas voltas pelo corpo, tentando ver se alguma parte havia ficado levantada, mas nada que um pouco de gel não abaixasse tudo.
- Ok, podemos ir! – Daniel saiu do banheiro e olhei para ele.
- Ah, reduziu a barba, é?! – Falei, vendo-o finalmente erguer o rosto.
- Ei! Você fez sua trança! – Ele disse rindo. – Uau! Faz tempo!
- O que acha? – Dei uma volta ao redor do corpo, mas suas mãos me encontraram antes de eu dar uma volta completa.
- Está linda, como sempre. – Ele estalou um beijo em minha nuca, me fazendo rir. – E agora posso fazer isso. – Ele deixou outro.
- Faz cócegas! – Falei rindo e ele apertou a mão em minha barriga.
- Eu sei! – Ele deslizou os beijos pelo meu pescoço.
- Daniel! – Falei rindo, virando meu corpo para ele e minhas mãos foram para seu peito e senti seus lábios em minha bochecha. – Danny...
- O quê? Você está incrível...
- Você já me viu assim um milhão de vezes. – Apertei meus braços em seus ombros e suas mãos foram para minhas costas.
- E ainda assim. – Ele deslizou o nariz em minha bochecha, me fazendo rir. – Eu te via todo dia desde fevereiro de 92 e me apaixonei por você só esse ano. – Ri fracamente, acariciando seu rosto, sentindo a barba mais rala.
- Danny... – Gemi fracamente.
- O quê? – Ele disse e ri fracamente, virando o rosto para ele, sentindo nossos lábios se tocarem.
- Estávamos na cama até agora... Temos que ir... – Ele deu alguns beijos em meus lábios.
- Você deveria ter pensado nisso antes de fazer suas tranças e colocar essa saia curta. – Ri fracamente, acariciando seus cabelos e nossos lábios se pressionaram por alguns segundos.
- Isso é para você...
- Viu?! – Nossos lábios se colaram de novo, me fazendo rir e afastei nossos rostos de novo.
- As tranças me davam sorte nos meus jogos. Vai que te dá uma sorte? – Ele desceu os lábios pelo meu pescoço, me fazendo rir. – Danie-e-el... – Cantarolei seu nome.
- Estou ocupado! – Ele disse, subindo os lábios e ri fracamente.
- Eu te amo por isso. – Acariciei seu rosto. – Você sempre me viu como a mulher mais linda do mundo...
- Sempre foi e sempre vai ser. – Ele disse. – Agora mais ainda. – Ri fracamente, pressionando nossos lábios.
Minhas mãos apertaram em sua nuca e nossas línguas se encontraram. Suas mãos logo deslizaram pelo meu corpo e encontraram minha bunda, apertando-as com firmeza. Minhas mãos apertaram sua nuca, acariciando seu rosto com os polegares e foi preciso mais do que alguns selinhos para nos separarem.
- Pronto para ir? – Sussurrei.
- Ainda não completou toda minha energia, mas... – Ri fracamente.
- Fomos dormir tarde ontem por isso, ficamos na cama até mais do que devíamos por isso e ainda não completou sua energia? – Ele riu fracamente, colando os lábios em meu rosto.
- Você bem disse que eu estava dependente... Aí está. – Sorri, acariciando seu rosto.
- As coisas estão ficando sérias, Danny...
- Eu sei. – Ele disse sério. – E eu estou bem com isso. – Sorri.
- Eu estou bem também, mas... Eu penso na sua família...
- Bem, sua família já sabe, eles vão contar para minha eventualmente. – Ri fracamente, escondendo meu rosto em seu pescoço.
- Eu não deveria rir disso... – Falei e ele sorriu.
- Eu sei e sei também que precisamos contar para eles, mas o segredo é tão excitante. – Rimos juntos.
- É, eu sei... – Suspirei. – Pensa, ok?! As férias estão chegando e eu quero ver nosso afilhado. – Ele assentiu com a cabeça.
- Vamos pensar juntos, ok?! – Confirmei com a cabeça, sentindo outro beijo em minha bochecha. – Você está pronta para ir?
- Há uns 10 minutos. – Falei, ouvindo-o rir.
- Vamos! Preciso treinar com Michael ainda.
- E eu preciso arranjar uns lugares para visitar ainda. – Me afastei, pegando minha mochila no sofá e logo estávamos fora do motorhome em direção ao paddock.
Daniel
- Obrigado, até mais! – Falei para o jornalista, trocando um rápido cumprimento de mão e segui com Maria pelo paddock.
- Essa foi a última. – Ela disse e tirei o boné da cabeça, passando a mão na testa suada.
- Ah, cara, está quente! – Suspirei.
- Vá para o motorhome, relaxa. – Ela disse. – Eu preciso ir para a garagem ainda.
- Tenho algo para fazer ainda? – Perguntei, ajeitando o boné.
- Não, não! O Max está em hot lap com um cantor húngaro ou sei lá quem! – Ela abanou a mão e ponderei com a cabeça.
- O carro do hot lap tá aí? – Perguntei.
- Sim! Uma Aston Martin preta novinha para vocês arrebentarem os pneus antes da primeira volta! – Ela disse, me fazendo rir.
- Deixa ela na pista! – Falei rindo.
- O que você quer fazer? – Ela franziu a testa.
- Deixa comigo. – Falei rindo, dando a volta e segui a passos rápidos até o motorhome de apoio da Red Bull, entrando no mesmo. – Boa tarde, galera!
- Ei, Daniel! – Eles falaram.
- Cadê minha galera? – Passei pelos corredores, encontrando e Michael do lado de lá do refeitório.
- Sua galera? – disse sarcástica. – Mais um pouco a gente vira seu gueto.
- Ya know, babe! – Fiz um sinal com as mãos e ela revirou os olhos.
- Ah, meu Deus! – Ela suspirou, abaixando a tela do notebook.
- O que está fazendo? – Perguntei.
- Terminei uma revisão há pouco. Sabia que o Paddock Club tem um restaurante com um chef famoso por circuito? – Ela deu um sorriso.
- Ela comeu uns seis pratos lá. – Michael disse rindo.
- Consegui dividir em duas avaliações! – Ela deu de ombros.
- E já fez a digestão de tudo isso? – Perguntei.
- Já são quase cinco da tarde. Não está na hora de ir, não? Estou entediada! – Ela perguntou, fazendo uma careta.
- Quero te levar em um lugar antes. – Falei e ela franziu a testa, se levantando. – Não me olha assim.
- Eu não estou fazendo nada! – Ela disse.
- Está sim. – Puxei-a pela mão.
- Tenho medo quando você faz essa cara empolgada demais. – Ela disse e ri fracamente.
- Ah, que isso, que mal pode ter? – Falei, seguindo para fora do motorhome da Red Bull.
- Hum, pensando que estamos em um circuito de Fórmula Um, você pode querer me colocar em um carro e andar a 250 quilômetros por hora ou mais. – Ela falou e parei no meio do paddock.
- Como sabe? – Perguntei, ouvindo-a rir.
- Eu sei que o Max está em hot lap. E sei que você quer me levar. – Ela disse, suspirando.
- Vamos? – Dei um sorriso animado.
- Danny... – Gemi, suspirando.
- Vamos! Você está melhor! Prometo que vai ser como uma volta no parque. – Ela suspirou.
- Você não vai fazer isso que eu sei. – Ela falou.
- Eu vou abaixo de 200. – Ela suspirou.
- Você está tentando me matar antes de contar para sua mãe sobre nós, é isso? – Ri fracamente.
- Não! Só quero levar minha gata para dar uma volta. – Ela riu fracamente.
- Já falei o quão brega você é?! – Ela disse rindo.
- Acho que já, mas não seria novidade! – Rimos juntos. – Vamos... Eu prometo que eu me comporto... – Ela suspirou. – Vamos... Ou eu vou te beijar aqui no meio do paddock. – Ela riu fracamente.
- Abaixo dos 180! – Ela disse firme.
- Posso tentar! – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu te odeio! – Ela disse e ri animado, puxando-a pela mão até a garagem da Red Bull. Max e o tal cantor, ou sei lá o que, húngaro já tinham terminado e a Aston Martin estava parada no pit lane praticamente brilhando para nós.
- Vai encarar? – Christian perguntou.
- Posso levar a para uma volta? – Dei um sorriso, vendo-a revirar os olhos.
- Podemos filmar? – Maria perguntou e deu sua gargalhada sarcástica.
- Isso vai ser dramático, Maria! Melhor não. – disse, me fazendo rir.
- Vamos ficar bem! – Falei e Maria deu de ombros.
- Você sabe como funciona! – Ela disse e virei para .
- Vamos? – Perguntei e ela suspirou.
- Já falei que te odeio? – Ela disse, seguindo para fora da garagem, me fazendo ri.
- Já, há cinco minutos! – Falei, pegando meu capacete em uma das bancadas e fui até o carro enquanto o colocava.
- Não quero acidentes, Daniel! – Maria disse.
- Nem eu! – disse enquanto Nigel ajeitava o capacete em sua cabeça.
- Relaxa, baby! Sou eu! – Falei, apoiando a mão no carro.
- Esse é meu medo! – Ela falou e ri fracamente.
Entrei no carro, ajeitando a distância do banco, depois coloquei o cinto. Nigel ajeitou o cinto de e fez um sinal positivo para mim o que eu confirmei. respirou fundo algumas vezes e soltou devagar.
- Só uma volta no parque, baby. – Falei.
- Eu preferiria. – Ela fez um sinal da cruz e se segurou no apoio, ri fracamente e liguei o carro, rindo com o barulho do motor.
- Ah, cara! Eu adoro esse som. – Falei rindo e esperei Damian indicar o caminho e logo saí pelo pit lane antes de cair no circuito de Hungaroring.
- Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio! – sussurrou, me fazendo rir e passei a mão em sua coxa antes de encontrar sua mão.
- Eu te amo, ok?! – Falei firme e ela assentiu com a cabeça. – Vamos acelerar um pouco.
No momento em que minha mão foi para o volante de novo, ela apertou minha perna conforme o carro aumentava a velocidade. teve um avanço muito bom desde a batida do Alonso lá em casa, mas não queria dar um ataque cardíaco nela, só queria que ela se divertisse um pouco. Não era perfeito ainda, mas ela já entrava no carro por livre e espontânea vontade.
Dei duas voltas antes de ela conseguir se soltar um pouco. Tentei não aumentar muito dos 200 para ela não surtar. O carro acabaria saindo de traseira e sabia que ela surtaria. Sua mão me soltou devagar, mas a outra se manteve firme no apoio. Depois da terceira volta, decidi ir de volta para o pit lane, parando na frente da garagem de novo.
- Como está? – Perguntei, virando para ela.
- Sem vomitar. – Ela disse, me fazendo rir e apertei sua perna novamente.
- Aceita outra volta? – Perguntei e ela suspirou.
- Só mais uma. – Ela disse, me fazendo sorrir. – O coração estava melhor nessa terceira volta. – Sorri.
- Posso ir mais rápido?
- Não! – Ela disse firme, me fazendo rir.
- Ok, vamos lá... – Falei, mantendo o pé no freio e acelerei com força, fazendo o motor gritar.
- Daniel! – Ela falou firme.
- Relaxa, só brincando contigo! – Falei, antes de soltar o pé e deixar o carro caminhar devagar pelo pit lane para mais algumas voltas.
Sexta-feira
As gotas grossas caíam à minha frente e apertei o casaco no corpo, suspirando. O lindo dia de ontem havia se transformado nessa bagunça. A segunda sessão de treino já estava atrasada há mais de 15 minutos e o pessoal da telemetria falou que demorar ainda pelo menos 25 para as nuvens saírem de cima do circuito.
Entrei de volta na garagem, desviando do carro de Danny e vi Max conversando com seu engenheiro na divisão entre as duas garagens. Ele ergueu o olhar para mim e demos um curto aceno de cabeça. Passei pelo corredor de dentro, seguindo pela sala de telemetria e ouvi o barulho de bola antes de realmente entrar na estufa dos pneus. Danny e Michael estavam lá com uma bola de futebol americano.
- Ei, baby! – Danny disse, recebendo a bola.
- Ei! – Falei, apoiando em uma pilha de pneus ali.
- Parou de chover? – Ele perguntou.
- Não, nada ainda. – Suspirei. – Estão falando uns 25 minutos ainda.
- Vão acabar cancelando. – Danny disse, jogando a bola novamente para Michael.
- Eu só consigo pensar no acampamento, vai estar tudo enlameado quando chegarmos lá. – Falei, vendo-o rir.
- Lama é bom para pele. – Michael disse e revirei os olhos.
- Me lembre de te jogar na primeira poça que eu ver, então. – Dei um sorriso sarcástico e ele revirou os olhos.
- Vocês vão sair para jantar hoje? – Michael perguntou e eu e Danny nos entreolhamos.
- Eu não sei. Honestamente só queria que isso acabasse para eu tomar um banho quente e deitar embaixo das cobertas. – Danny riu, deixando a bola de lado enquanto se aproximava de mim.
- Quer que eu peça para alguém te levar? – Ele passou as mãos em minha cintura.
- Não, baby, eu vou te esperar. – Falei, apertando minhas mãos em seu corpo e apoiei a cabeça em seu ombro, sentindo-o me abraçar apertado. – É só entediante. – Ele riu fracamente.
- É, não dá para negar isso. – Ele deu um beijo em minha cabeça. – Posso preparar algo para nós mais tarde. Um fondue, talvez?
- Você vai fazer fondue? – Perguntei, erguendo o rosto e ele riu fracamente.
- Ei, não deve ser difícil derreter chocolate e queijo. – Sorri, colando nossos lábios por alguns segundos.
- É mais do que acha. – Ri fracamente. – Mas eu te dou uma folga. – Ele passou a mão em meu rosto.
- Eu compro congelado. – Sorri.
- Hum, você está me deixando com fome... – Falei, suspirando.
- Tem a máquina de salgadinhos lá atrás. – Ele disse e ri fracamente.
- Eu sei... – Gemi fracamente, ouvindo-o rir.
- Está manhosa? – Ele beijou minha cabeça.
- Frio? Sempre! – Ele riu fracamente e ergui meu rosto para ele. – Nunca soube lidar com frio.
- Sei bem! – Ele sorriu. – E é só chuva. – Sorri.
- Espero que melhore para amanhã. – Suspirei.
- Eu gosto dessa . – Ele disse e ri fracamente. – Me lembra minha melhor amiga. – Sorri.
- É... Ela está aqui ainda. – Suspirei, soltando as mãos dele devagar. – Foca aí, a gente termina depois... – Dei um beijo em sua bochecha, ouvindo-o rir.
- Ah, eu não preciso ouvir isso. – Michael disse.
- Você que pensou besteira. – Dei de ombros. – Eu te espero lá na frente. – Ele assentiu com a cabeça e deu um beijo em meu rosto. – Continue o bom trabalho, Michael! – Falei, vendo-o revirar os olhos e dei um tapinha em sua barriga, ouvindo-o rir.
- Cai fora daqui! – Ele me empurrou, me fazendo rir.
Passei pelos corredores da garagem de novo e a chuva ainda caía forte lá fora. Fui até as máquinas no fundo da garagem e tirei um saco de Doritos do mesmo. Voltei para a garagem, vendo a mesma movimentação de antes e sentei no meu canto. Abri o saco de Doritos e esperei que tudo finalmente começasse. Até aconteceu, mas logo teve a primeira bandeira vermelha por um deslize na pista e acabaram por cancelar a sessão.
Sábado
Daniel
A música forte tocava em meu ouvido. Sentia como se estivesse em outra realidade. As pessoas andavam pela minha frente, mas o clima ainda era tenso, seja pela bandeira vermelha, ou pela quantidade de pilotos que não conseguiu fazer 107%* do tempo de Rosberg. Eu incluso. A sessão estava parada desde o final e ninguém sabia o que aconteceria, mas me preparar por uma possível Q2 era o ideal.
Senti um carinho em minha cabeça e abri os olhos, encontrando se sentando em minha frente e cruzando as pernas. Ela acariciou meu tornozelo, me fazendo arrepiar e tirei os fones da orelha antes de pausar a música.
- Ei... – Ela disse.
- Ei, baby! – Falei, vendo-a sorrir. – Alguma novidade?
- Ainda não. A FIA está analisando. – Ela disse e suspirei. – Massa está bem.
- Você falou com ele? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Sim, ele passou na frente da garagem. – Ela suspirou.
- Eu te disse. – Ela abanou a mão.
- Não adianta, você sabe que eu me preocupo. – Ela disse e dei um curto sorrindo, procurando pelas suas mãos em seu colo.
- Eu faço algo legal para você hoje à noite. – Falei e ela riu fracamente.
- Como ontem? Que eu ia ganhar um fondue e acabei com você babando no meu colo? – Rimos juntos.
- É, eu falhei nessa. – Sorri.
- Bastante! – Rimos juntos e ela virou o rosto para o lado e fiz o mesmo, a chuva forte fazia com que o som dentro da garagem ficasse abafado. – Só toma cuidado se te liberarem na pista, tá? – Ela falou.
- Eu vou, baby. Eu sempre tomo. – Ela assentiu com a cabeça, suspirando.
- De pensar que quinta-feira estava um Sol lindíssimo. – Ela riu fracamente.
- Você sabe por que esse tempo? – Deslizei meu corpo pelo chão, me colocando ao seu lado.
- Como assim? – Ela franziu a testa.
- O motivo de estar esse tempo todo. – Falei.
- Hum... Não tenho ideia. – Ela disse rindo.
- Para gente recriar a cena do beijo do Shrek e da Fiona. – Ela riu fracamente, tombando a cabeça para meu ombro.
- Está bem perto disso. Só falta te segurar pelo pé. – Ela disse e ri fracamente.
- É uma boa fantasia. – Segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos.
- Você sabe que está cheio de fotógrafos aqui, não sabe? – Ela disse e assenti com a cabeça.
- Sim, eu sei. Eu não ligo. – Suspirei. – É cansativo esconder sempre.
- As coisas estão ficando sérias, Danny... – Ela falou e virei meu rosto para ela.
- As coisas estão sérias, ! – Falei e ela ergueu o rosto para mim. – Qual é... – Ri fracamente. – Nos beijamos, nos vimos nus, transamos... – Ela riu fracamente. – Você chupou meu...
- Daniel! – Ri fracamente.
- Eu chupei sua... – Ela riu fracamente. – Estamos vivendo juntos de uma forma gostosa, nenhum dos dois lados quer fugir... – Ela sorriu. – Eu não quero ficar com mais ninguém, imagino que você também não porque não desgruda de mim. – Ela me mostrou a língua, me fazendo rir. – Isso é sério.
- Faz um tempo que eu fiquei com alguém... – Ela disse.
- Eu sei. – Sorri. – E faz tempo que eu me senti leve assim.
- Você sabe que eu só estou aqui porque...
- Eu sei! – Falei firme. – Você está tentando se encontrar, está pensando na Michelle, Jason, Isaac, eu me lembro de tudo isso... – Ela pressionou os lábios. – Eu não sei o que vai ser daqui 10 minutos, quiçá o resto da vida, mas eu quero ficar contigo, . – Ela sorriu. – Somos jovens para pensar em filhos e talvez esteja um pouco cedo ainda... – Ela riu fracamente. – Mas te garanto que o que eu te falei lá atrás de te dar um sobrinho, já mudou.
- Talvez você me dê um enteado, vai saber! – Ela deu de ombros, me fazendo rir.
- Não tem graça! – Ela deu de ombros, sorrindo.
- Bem, estamos chegando no México. Imagina se aparece uma mexicana com um bebê no colo? O que você faria, Daniel? – Ri de nervoso.
- Oh, meu Deus! – Falei alto. – Não faz isso comigo. – Ela sorriu.
- Eu estou brincando... – Ela suspirou.
- O que eu estou dizendo é que meus planos contigo mudaram... – Ela sorriu. – Na minha visão, eu não sou mais o tio legal, eu sou o pai. – Fiz uma careta. – Ok, isso foi estranho. – Ela riu comigo. – Vamos devagar.
- É, melhor! – Ela sorriu. – Você precisa criar maturidade para si mesmo antes de tentar dar para outra pessoa. – Sorri.
- É, melhor... – Ri fracamente, sentindo uma sombra em meu rosto e vi Michael em pé. – Alguma novidade?
- Eles liberaram! A Q2 começa em 10 minutos. – Ele disse e sorri, assentindo com a cabeça.
- Quais as explicações deles? – Perguntei, enquanto me levantava.
- Como foram 11 pilotos e a culpa foi inteiramente da chuva, eles vão liberar mesmo com o tempo abaixo. – Assenti com a cabeça e estiquei as mãos para levantar também.
- Vamos arrasar, ok?! – Ela apertou minha mão. – Não estou com essa trança apertando minha cabeça para gente morrer na praia, tá?! – Ri fracamente.
- Lesgo, baby! – Falei, dando um beijo em sua bochecha antes de voltar para a garagem.
Depois de um péssimo 1:39:968 na Q1 por causa da chuva, o tempo magicamente abriu e consegui reduzir para 1:23:234, ficando atrás de Nico e Max, depois consegui 1:20:108, ficando atrás das Mercedes e segurando um terceiro lugar na largada com Max em quarto. Tinha tudo para ser um bom fim de semana.
*Durante a primeira fase da qualificação, qualquer piloto que não efetue uma volta dentro de 107% do tempo mais rápido na primeira sessão de qualificação (Q1) não poderá começar a corrida.
Domingo
- Comporte-se, ok?! – Falei, subindo o zíper de seu macacão e depois bati a mão perto de seu pescoço para colar o velcro.
- Sempre. – Ele disse e rimos juntos.
- Arrasa, tigrão. – Ele piscou para mim e trocamos um rápido abraço antes de ele se virar para o carro novamente.
Suspirei, me afastado para o gramado e o vi fazer seu tradicional ritual de entrada no cockpit. Fiz um discreto sinal da cruz e subi o headphone para as orelhas novamente antes de cruzar os braços acima do peito. O calor fazia com que suor escorresse pela minha barriga e nuca, ao menos as tranças tiravam o cabelo do pescoço.
- 30 segundos, Daniel! – Ouvi a voz de Simon e as capas saíram dos pneus e vi o positivo de Danny em minha direção e retribuí.
Esses segundos sempre passavam com uma lentidão incrível, mas logo as luzes se acenderam e os carros saíram para a volta de apresentação. Fui com os mecânicos e Simon de volta para a garagem e Christian e Adrian deram acenos de cabeça para nós.
- Lesgo! – Falei e Christian assentiu com a cabeça, esticando o punho para mim.
Dei um toquinho antes de seguir para dentro da garagem, seguindo até meu canto e encontrei Michael de braços cruzados e Maria ao seu lado. Demos o mesmo toquinho que dei em Christian e me sentei no canto, apoiando os pés na parte alta do banco.
Assim que os carros voltaram, a bandeira verde passou atrás deles e as luzes se acenderam uma a uma antes de se apagarem. Por um momento as duas Mercedes e as duas Red Bulls vieram enfileiradas como na largada, mas Danny e Max abriram quase como um leque para tentar passar antes da primeira curva.
- VAI! VAI! VAI!
Os gritos dentro da garagem ficaram mais altos quando Danny conseguiu vir pela esquerda e ficar à frente das duas Mercedes por alguns segundos, mas ele estava do lado de fora da pista, então precisou fazer uma curva maior, mas conseguiu ficar à frente de Rosberg em segundo lugar.
- VAI, DANIEL! – O pessoal gritou novamente.
Já na segunda curva, Rosberg conseguiu o lugar mais seguro da pista e ultrapassou Danny novamente, me fazendo grunhir de raiva. Caralho! A corrida estava igual a largada ainda, com Max pressionando atrás de Daniel com menos de um segundo de distância e Vettel atrás de Max com menos de dois segundos.
Não tivemos nenhuma mudança na posição ou nenhuma investida de Danny, somente na décima sexta volta que ele veio para pit stop, conseguindo sair em terceiro lugar novamente. Max veio na volta seguinte, mas saiu em sexto, atrás de Kimi. Na décima oitava volta, Danny cravou volta mais rápida com 1:25:433.
- Ei, Daniel, bom trabalho, cara! – Simon falou. – As duas Mercedes fizeram 26,9, você está agora um segundo mais rápido do que eles e seis segundos atrás de Rosberg.
A corrida não estava empolgante, mas a estagnação das posições me deixava confortável, pena que isso parecia aumentar meu nervosismo. Nada acontecia. Danny agora tinha distanciado três segundos de Rosberg no segundo Lugar e Vettel estava há quase três de Danny. Estava até que confortável, mas faltava 40 voltas para o fim ainda.
Na trigésima quarta volta, Danny veio fazer seu segundo pit stop do dia, saindo em quarto lugar, atrás das Mercedes e de Vettel, mas o ex-companheiro de equipe dele só tinha feito um pit stop, além de Max que veio para o pit stop na trigésima nona volta.
Na quadragésima, foi a vez de Hamilton e Vettel irem para o pit stop. Hamilton saiu à frente de Danny, mas Vettel ficou atrás de Kimi que ocupava a quarta posição, atrás de Danny. Na quadragésima nona volta, Palmer da Renault rodou, causando uma rápida bandeira amarela, mas ele conseguiu se recuperar sem bater e voltar para a corrida. Na quinquagésima terceira volta, Kimi melhorou a melhor volta da corrida de Danny com 1:23:086.
Faltava 15 voltas para o final quando aquela empolgação parecia crescer no peito. Danny estava há quase 10 segundos de Rosberg, difícil de se aproximar, eu sei, mas Vettel estava a 15 segundos dele, é quase como a última corrida, Danny estava correndo praticamente sozinho. Talvez fosse entediante, mas o terceiro lugar estava quase garantido. Ao menos esperava.
Faltando nove voltas para o fim, Danny se distanciou mais de Rosberg com 14 segundos, mas Vettel começou a se aproximar com pouco mais de dois segundos e meu coração começou a bater forte dessa aproximação repentina, me deixando incomodada no banco. Enquanto isso Max tentava se afastar de Kimi com menos de meio segundo de distância.
- Quatro voltas. – Michael sussurrou e assenti com a cabeça.
Sabe aquela vontade de vomitar que vem lá de dentro? Era assim que eu me sentia. Era uma situação incrível, ainda mais depois de uma corrida muito calma. Ontem caiu o mundo aqui e tivemos dificuldade na classificatória, hoje o dia amanheceu lindamente ensolarado e se manteve assim até agora. Era o pódio mais calmo que eu já vi.
Depois do segundo lugar com gosto de derrota em Mônaco, Hungria nos presenteou com esse pódio incrível e completamente inesperado.
- Última volta. – Michael disse e os mecânicos começaram a se levantar e a mexer as cadeiras antes de invadir o pit lane. – Vamos!
Michael disse após Hamilton e Rosberg passarem pela bandeira, mas Danny ainda estava a 25 segundos atrás. Deixei que ele saísse correndo com os mecânicos e só consegui dar um sorriso, sentindo as lágrimas se acumularem em meus lábios, meus pés ficaram travados no chão por alguns segundos. Quando Danny passou pela linha de chegada novamente, a voz dos mecânicos ficou mais alta mesmo lá de dentro. Me aproximei da entrada da garagem devagar e vi a bagunça dos mecânicos e do pit wall e sorri quando Christian abriu os braços para mim.
- Deu certo! – Ele falou, me fazendo rir e abracei-o apertado.
- Deu certo! – Gargalhei com ele antes de abraçar Adrian e Simon. – Bom trabalho, caras!
- Um pódio, ! – Simon disse rindo ao me abraçar.
- Um pódio! – Sorri.
- São as tranças! – Ele brincou, me fazendo rir.
- Nunca mais vou tirar! – Rimos juntos.
- Vem, ! – Michael disse à alguns passos de mim e segui correndo com ele e com os mecânicos a frente.
A Mercedes e os fotógrafos já tinham tomado conta da grade, então foi difícil chegar perto dele, mas consegui ver Danny sair de seu carro do outro lado e se aproximar. Ele se aproximou da grade, ainda de capacete, procurando por nós e conseguiu bater na mão de Michael e de alguns mecânicos antes de ser chamado pelos organizadores da FIA.
- Ele conseguiu. – Suspirei, sentindo Michael me abraçar de lado.
- Ele conseguiu. – Ele disse.
- Ah, meu Deus. – Suspirei, respirando fundo. – É tão bom estar aqui.
- Eu disse. – Ele disse, me fazendo rir.
Daniel
A PORRA DE UM PÓDIO!
Cara! Parece uma eternidade poder falar isso.
Mônaco era para ser lembrado como um dia incrível, mas aquele segundo lugar por um erro de equipe trouxe um péssimo amargor à boca. Agora, Hungria, quase dois meses depois, um pódio que eu nem esperava. Depois de várias vezes na temporada largando em terceiro e caindo de posição, conseguir finalmente finalizar a corrida em terceiro havia sido incrível!
A corrida havia sido relativamente entediante. A estratégia de fazer o pit stop mais cedo para pressionar as Mercedes não adiantou, especialmente no fim da corrida que Nico foi se distanciando cada vez mais de mim, mas conseguir manter as Ferrari e Max atrás de mim foi o ponto alto do dia.
- BOM TRABALHO, DANIEL! ISSO FOI INCRÍVEL! – A voz de Christian estourou em meu fone, se misturando com os gritos de dentro da garagem. – Fantástico, cara!
- Obrigado, Christian. – Falei, acenando para as arquibancadas enquanto dava a volta da vitória.
- Interrompendo a festa, Daniel, você vai para a garagem da FIA, chegando lá você desliga o motor, espera cinco segundos, depois desliga o carro completamente antes de sair. – Simon disse.
- Entendido!
- Parabéns, cara! – Simon disse rindo. – Foi perfeito!
Gargalhei sozinho a caminho do pit lane e desviei das duas Mercedes para parar o carro na frente da placa de terceiro lugar. Tirei o volante, colocando em cima do carro, depois soltei o capacete do headrest e os cintos antes de tirar a proteção de braços, apoiando-a em cima do carro. Uma câmera estava ao meu lado e eu só consegui fazer sinais positivos.
Os organizadores já estavam ao meu lado e estava difícil encontrar os rostos da Red Bull com a massa de Mercedes ali. Estiquei a mão para eles, cumprimentando alguns, mas o rosto de não me apareceu entre eles. Cara, como eu quero beijá-la. Essas benditas tranças!
Gargalhei sozinho com esse pensamento antes de entrar na garagem da FIA e subir na balança. O organizador do lado me cumprimentou antes de eu entrar no prédio, seguindo para o segundo andar. Tirei o capacete antes de chegar lá em cima e acenei com a cabeça para as grid girls, rindo sozinho, lembrando do ciúme de com elas.
Lá em cima já estava Nico, Lewis e o engenheiro da Mercedes. Deixei meu capacete, headrest, balaclava e luvas na mesa quando Lewis esticou a mão para mim.
- Parabéns, cara! – Ele disse e sorri.
- Parabéns para você também! – Cumprimentei o engenheiro da Mercedes e dei um toquinho nas costas de Nico que terminava de tirar suas coisas.
Peguei uma garrafa de água na mesa e me sentei no sofá, virando-a quase inteira na boca.
- Você tentou, hein?! – Nico disse, esticando a mão e deu um tapa na mesma. – Mais sorte da próxima vez.
- Filho da mãe! – Falei gargalhando, lhe mostrando o dedo do meio, fazendo-o rir.
- E aí, garoto? – Virei o rosto para porta, vendo Maria ali.
- Ei, Mary! – Falei rindo.
- Parabéns! – Ela sorriu e trocamos um toquinho. – Foi bom!
- Foi! – Falei rindo, virando mais um gole de água.
- Seus amigos estão felizes. – Ela disse e ri fracamente.
- Deu certo! – Ri fracamente.
- Ela nunca mais vai tirar aquelas tranças. – Gargalhamos juntos.
- Ela me mata! – Falei rindo.
- Vamos, senhores? – O organizador da FIA falou e me levantei.
- Te vejo depois! – Maria disse e ri fracamente.
- Em terceiro lugar, da Austrália... – Peguei o boné da Pirelli, colocando apressado na cabeça. – Daniel Ricciardo! – Saí para o pódio, vendo o mar de gente lá embaixo e cumprimentei o pessoal antes de subir no terceiro lugar.
Tentei espiar lá embaixo enquanto Lewis e Nico faziam suas entradas. O hino da Inglaterra começou a tocar e éramos países irmãos, acabava sendo empolgante também. Ri quando vi no meio do pessoal no ombro de alguém e aposto que Michael a segurava! Indiquei-a, rindo sozinho, mas me distraí com os prêmios começando a serem entregues.
Lewis recebeu o dele, depois seu engenheiro, então Nico e depois eu. O cara até falou algo, mas eu só consegui agradecer. Beijei o prêmio, antes de erguer pelos ares, recebendo os gritos do pessoal da Red Bull e logo sumiu da minha visão quando foi abaixada.
- Hora do champanhe! – Ouvi o grito antes de bater a garrafa no chão e espirrar a bebida em Lewis.
Espirrei a bebida para todos os lugares, depois Nico espirrou em minhas costas, fazendo o líquido deslizar pelo meu corpo, dando uma sensação de alívio. A diversão acabou quando as grid girls subiram no palco e aproveitei para oficialmente beber um gole do champanhe antes de colocar o boné da Red Bull.
O apresentador veio fazer algumas perguntas para Lewis e Nico que acabaram falando sobre a dificuldade que eu ofereci para eles, especialmente nas três primeiras curvas. Ao menos foi uma corrida que competi de verdade, diferente de outras dessa temporada em que tudo começou devagar.
- Chegando aqui temos Danny Ric! – Ele me chamou e passei Lewis e Nico para me aproximar. – Você está familiarizado com esse pódio aqui... – O público gritou, me fazendo sorrir. – É, o pessoal te ama! Você já esteve aqui algumas vezes, isso é o suficiente para o sorriso voltar ao seu rosto? – Ele perguntou, me fazendo rir.
- Sim, definitivamente. – Falei rindo. – Se esse barulho não faz, imagino o que faria. É! Obrigado, galera, é incrível ter outro pódio esse ano, o primeiro foi meio amargo, mas esse eu posso realmente aproveitar. Com certeza o sorriso voltou, muito feliz em estar aqui de volta ao pódio. E como Lewis disse, os fãs são incríveis, obrigado a todos. Obrigado a equipe, continuamos melhorando e isso é incrível! – Falei, indicando a equipe lá embaixo.
A pergunta voltou para Lewis e aproveitei para cumprimentar os fotógrafos que ficavam ali em cima e voltei a acenar para os macacões azuis ali embaixo, indicando o prêmio para eles. Ainda quero um primeiro lugar, mas é bom voltar para aqui depois de seis corridas.
Perth, Austrália, 2007
- Eu te amo, mãe! – disse enquanto Helena a apertava.
- Se você precisar de qualquer coisa, a menor que seja, peça para sua tia! – Helena disse. – E se você precisar de um abraço, um beijo ou um colo, eu chego em Sydney em quatro horas e compro a passagem mais cara para você.
- Mãe... – gemeu entre os braços de sua mãe.
- Helena, ela já entendeu! – Alex disse, fazendo rir por cima do ombro de sua mãe.
- Que seja tudo o que você imaginou, meu amor. – Helena segurou o rosto de com as mãos. – Que você se torne uma chef incrível e vá atrás dos seus sonhos.
- Ela vai se você a soltar, amor! – Alex disse e Helena lhe deu um tapa, fazendo rir.
- Eu vou ficar bem, mamãe! – disse, segurando o rosto da mãe. – Sydney é ali do lado. – A menina deu de ombros e Helena afagou os cabelos da menina.
- Eu te amo, querida. Se nada mudar, eu venho na Páscoa, tá?! – A menina disse e Helena assentiu com a cabeça, sentindo sua mãe apertá-la fortemente de novo.
Enquanto isso, do outro lado do salão, outra pessoa também era espremida nos braços da mãe, mas a distância não era só quatro mil quilômetros como era Perth e Sydney, era quase 13.500 quilômetros.
Daniel estava de mudança para Faenza, uma pequena cidade no centro da Itália, perto de Bolonha. Lá era perto de alguns programas juniores como Red Bull e Ferrari e ótimos centros de treinamentos para ele tentar subir para alguma categoria mais importante. Começaria na Formula Renault 2.0 e esperava um patrocínio para ajudá-lo nos gastos.
Depois de muita discussão dos dois lados e combinação das horas, concordou com um voo noturno e sua tia de Sydney a pegaria no aeroporto após quatro horas de voo. Já Daniel tinha longas horas de voo, pararia em Singapura, depois Zurique, chegaria em Milão e ainda precisaria pegar um trem para Bolonha e um ônibus para a pequena cidade.
- Se cuida, mocinho! – Helena disse para Daniel, acariciando seu rosto. – E sucesso para você. Estaremos torcendo por você!
- Obrigada, tia! – Daniel a abraçou apertado.
- Te vemos nas férias. – Tio Alex disse, puxando o menino para um abraço.
- Obrigada, tia Grace! – disse rindo. – Eu estarei em casa no mês que vem!
- É muito tempo! – Grace disse apertando a menina.
- Grace, eles precisam ir! – Joe disse e a mulher a soltou. – Sucesso, criança! Vá ser uma chef de sucesso.
- Eu vou tentar! – disse rindo.
- Aprenda a fazer coisas gostosas para gente comer, tá?! – Michelle disse e riu, já não aguentando as lágrimas dentro dos olhos quando abraçou a irmã de Danny. – Eu te amo.
- Eu também te amo! – sussurrou.
- Se você precisar de qualquer coisa, eu chego em dois minutos. – Michelle disse dramaticamente.
- Eu sei! – suspirou. Michelle era quase sua irmã mais velha também.
- Se cuida, ok?!
- Vocês também! – sorriu, se virando para Jason e abraçou-o apertado.
- Se cuida, garota! – Ele disse.
- Obrigada, Jay! – Ela disse, soltando-o devagar.
A menina se afastou, vendo Daniel olhando para ela e ele lhe estendeu a mão. O garoto a abraçou pelos ombros e seus pais, irmã e cunhado os olhavam com lágrimas nos olhos. Depois de três anos sem praticamente se falar, ambos seguiriam para lados completamente diferentes para lutar pelos seus sonhos.
- É melhor vocês irem... – Joe disse, sentindo as palavras azedas em sua boca.
- A gente se vê... – disse com uma incerteza na voz, vendo as lágrimas deslizando pelas bochechas de sua mãe.
- Eu amo vocês. – Danny disse, fazendo sua mãe respirar fundo. – Você está pronta? – Ele se virou para .
- Não, mas não temos escolha. – Ela disse e o garoto assentiu com a cabeça.
- Eu te amo. – Ele disse e ela assentiu com a cabeça, pulando nos braços dele e o abraçou apertado.
- Eu também te amo! – Ela disse com a voz embargada.
Se alguém conseguiu segurar as lágrimas, acabou naquele momento. A forma que os braços de Danny a apertaram pelas costas e como as mãos dela apertaram a camiseta dele, era quase um desespero. Eles queriam ir, sabiam que não poderiam ir juntos, mas a dor falava mais alto. O garoto beijou sua cabeça e ela suspirou ao afastar o rosto, passando as mãos no rosto.
- Toda vez! – Ele disse, passando as mãos nos olhos, fazendo-a rir.
- Vamos... – Ela disse com mais firmeza na voz.
- Vamos. – Ele disse.
A menina virou para os pais mais uma vez, dando um curto sorriso antes que as lágrimas voltassem a escorrer de seus olhos e recebeu o mesmo sorriso triste deles. Seu rosto desviou quando sentiu a mão de Danny na sua e ela puxou a respiração fundo. Os olhos cor de mel do garoto a olharam e ela assentiu com a cabeça.
As mãos entrelaçaram e eles viraram o rosto para o longo corredor onde vários passageiros e acompanhantes andavam. Os pais vinham logo atrás, mas agora era um momento deles, eles precisavam fazer isso sozinhos.
O salão de embarque internacional apareceu do lado esquerdo e o nacional do lado direito. Uma forma até poética de separar os caminhos de ambos, mas eles tinham planos e, se esses planos dessem certo, estariam juntos quando menos esperassem.
Eles se olharam quando chegaram no meio da movimentação e Danny deu um sorriso para , assentindo com a cabeça. Ela fez o mesmo, abraçando-o e eles ficaram alguns minutos quietos. Não tinha mais o que falar, as palavras já tinham se perdido há muito tempo.
- Eu te amo. – Eles sussurraram juntos.
- Eu sei! – Riram quando falaram juntos novamente.
- Boa sorte. – Ela disse fracamente.
- Você também! – Ele disse. – Faça algo bom para eu comer, ok?!
- Fica rico para me deixar metida com motivo, tá?! – Riram juntos.
- Pode deixar! – Ele riu.
Os olhos se focaram por mais alguns segundos, antes da menina desviar para os pais novamente. Os oito já choraram muito, agora era hora de encarar. Alguns acenos de mãos foram dados antes de eles viraram de costas mais uma vez. Eles caminharam de mãos dadas pelo caminho que faltava e as mãos naturalmente se separaram quando precisaram ir para lados diferentes.
O olhar para trás foi inevitável, era como se uma parte de cada ficasse para trás. Ao menos sabiam que, caso se sentissem sozinhos, era só olhar para dentro de si que veriam uma marca enorme do outro aquecida dentro deles.
Os rostos precisaram se virar para frente quando chegaram suas vezes de entrar em seus salões de embarque, mas dessa vez não tinha mais lágrimas deslizando pelas bochechas, curtos sorrisos de orgulho apareceram em seus rostos. Estavam indo atrás de seus sonhos e tinham o apoio do outro. Itália e Sydney eram distantes, mas sempre teriam Perth.
E, mais importante, sempre teriam o outro.
Mogyorod, Hungria, 2016 – Domingo
- Você nunca mais vai poder tirar isso na sua vida! – Michael disse rindo.
- Meu Deus! Aposto que foi só coincidência! – Falei rindo.
- Eu não o tipo supersticioso, mas foi uma coincidência enorme! – Christian disse, me fazendo rir.
- Ah, cara! Vocês não têm ideia de como isso aperta a cabeça. – Passei a mão nas tranças embutidas.
- Bem, você pode tirar até semana que vem, depois tem um mês para relaxar. – Adrian disse, me fazendo rir.
- Mas eu cantei a bola! – Falei firme. – Quinto, quarto, falei que podia acontecer e aconteceu! – Dei de ombros.
- Acho que temos um lugar vago no nosso restaurante, sabe... Só por precaução. – Helmut disse, me fazendo rir.
- Ah, não! Eu e Danny estamos nos dando bem, mas a longo prazo pode virar uma bomba atômica. – Falei rindo.
- O que estão falando? – Virei o rosto na pressa, vendo Danny entrar com Maria no motorhome da Red Bull.
- AH! – Meu grito saiu mais alto que o esperado e pulei nos braços de Danny, sentindo-o me pegar no colo pelas pernas e enrolei-as em sua cintura. – Um pódio, baby!
- Ah, baby! – Ele sussurrou em meu ouvido.
- Eu estou tão feliz por você! – Ele girou meu corpo e ri fracamente, colocando os pés no chão.
- Você me deu sorte. – Ele disse, apertando minha cintura. – Essas tranças estão com uma fama boa. – Ri fracamente.
- Não... – Acariciei seu rosto. – Foi tudo você e os meninos! – Ele sorriu e nossos lábios se colaram por alguns segundos.
- Eu te amo. – Ele disse e pisquei para ele.
- Aproveita! – Falei, me afastando dele e suas mãos deslizaram pelo meu corpo antes de ele dar um beijo em minha testa.
- FALA, GAROTO! – Christian falou alto e ri fracamente, notando minha camiseta com pontos de manchado e o cheiro de champanhe denunciou que Danny ainda estava molhado da comemoração do pódio.
Ri fracamente, vendo Danny passar por todo mundo que estava no motorhome, inclusive Max e sua equipe. Peguei as últimas batatas fritas do meu prato, colocando na boca e apoiei o corpo na mesa para terminar com o suco. Danny ficou muito tempo preso na comemoração, depois coletiva e entrevista com a imprensa, eu precisei comer algo e terminei com um hamburger delicioso.
- Obrigada, caras! Foi incrível! Espero que possamos ir atrás de mais! – Danny disse e ri fracamente, aplaudindo-o com o restante do pessoal. – Você precisa de mim, Maria?
- Não, não. Você pode dar uma respirada até a reunião dos engenheiros. – Ela disse.
- Ok, eu vou tomar banho e depois falar com os caras lá na garagem! – Danny disse.
- Combinado! – Maria disse e Danny se aproximou de mim de novo.
- Você sobe comigo? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Claro. Preciso me trocar também. – Falei, ouvindo-o rir.
- Eu te molhei, né?! – Ele disse e sorri, passando as mãos em seus ombros.
- E não de uma forma boa. – Rimos juntos e nossos lábios se tocaram mais uma vez.
- Hum, isso me lembra de uma coisa... – Ele sussurrou.
- Pode ser falado em público? – Perguntei, sentindo-o deslizar o nariz em meu rosto.
- Algo que eu diga pode ser dito em público? – Ele brincou e ri fracamente, pressionando nossos lábios por alguns segundos.
- Nunca! – Falei, ouvindo-o rir.
Nos separamos e vi Michael rir de nós quando nos afastamos. Segui na frente de Danny até o segundo andar e empurrei a porta de seu vestiário. Senti sua mão em minhas costas e virei meu corpo para ele quando parei no meio do cômodo.
- Ah, cara. Um pódio. – Ele disse, fechando a porta e ri fracamente.
- Eu te disse que você estava perto! – Ele me abraçou pela cintura, inclinando meu corpo para trás, me fazendo rir.
- Foram suas tranças! – Ri fracamente, sentindo-o beijar meu pescoço.
- Eu perdi jogos de cricket quando estava com elas, ok?! – Sua risada ficou abafada em minha pele.
- Não acaba com minha diversão. – Ele disse e segurei seu rosto, dando um beijo em seus lábios.
- Nunca. Eu estou feliz por você. – Ele sorriu, puxando meu corpo para si e endireitei as costas.
- Eu estou feliz que esteja aqui comigo. – Sorri. – Eu te vi do pódio. – Ri fracamente.
- O Nigel me pegou! – Falei rindo. – Quase caiu eu, ele, Michael e todo mundo, mas... – Ele riu gostoso.
- Eu estou feliz que eles estão gostando de você. Eles nunca fariam isso com a...
- Você não vai falar dela hoje. – Falei, acariciando seu rosto.
- Só comparando como você é mais perfeita. – Ri fracamente.
- Só nos seus olhos. – Dei um beijo em seus lábios, vendo-o sorrir.
- Minha Wandinha. – Ele sussurrou, me fazendo sorrir.
- Não é estranho você usar meu apelido infantil quando está com outras intenções? – Ele riu fracamente.
- O quê? Eu só quero brincar contigo... – Ri fracamente.
- Ah, você é muito brega! – Nossos lábios se tocaram novamente.
- A culpa é toda sua! Você assim está me dando várias ideias. – Ri fracamente.
- Termine o que precisa fazer que eu deixo você testar suas ideias comigo. – Falei, ouvindo-o rir e nossos lábios se tocaram por alguns segundos antes de suas mãos se afastarem de seu corpo.
- Essa é uma das coisas que nunca pensei em ouvir minha Wandinha falando. – Ele disse, seguindo até sua mochila.
- Acredite, eu nunca pensei que diríamos ou faríamos várias coisas um com o outro, mas aqui estamos. – Pisquei para ele, ouvindo-o rir.
- Como: me acompanha no banho? – Ri fracamente.
- É, como isso. – Me aproximei dele, pegando minha mochila. – E não. Finaliza isso logo para gente curtir em outro lugar.
- Você é má! – Danny disse, me fazendo rir.
- Não, só prática. – Falei sorrindo. – Agora vá! – Indiquei a porta do banheiro. – Eu vou me trocar e te espero lá embaixo.
- Logo saio. – Ele piscou, seguindo até o banheiro, me fazendo rir com esses papos com várias intenções erradas.
Daniel
- Você já tem um desse, não tem? – comentou enquanto eu abria a porta.
- Sim, ano passado. – Falei, empurrando a porta do motorhome e deixei entrar na frente com o troféu em mãos.
- Eu vi em Mônaco, agora você tem dois iguais! – Ela riu fracamente.
- É, queria um primeiro lugar. – Falei, fechando a porta.
- Ah, você nunca está satisfeito! – Ela bufou, colocando o troféu na bancada.
- O dia que eu ficar satisfeito, eu me aposento! – Falei, tirando a mochila das costas e colocando-a no sofá.
- Mesmo assim, não faz nem 24 horas! Nem cinco, na verdade! – Ela disse, também jogando a mochila no sofá. – Aproveita isso, depois você corre atrás do próximo! Já é na semana que vem, quem sabe não vem um segundo lugar agora? – Ela disse, se aproximando de mim e suspirei.
- Vai continuar com as tranças? – Perguntei, andando até ela, vendo-a rir.
- Eu vou tirar, porque eu preciso lavar os cabelos, mas na sexta-feira eu faço de novo. – Passei as mãos em sua cintura.
- Você fica linda assim, sabe? – Comentei.
- Você sempre me achou linda, Danny. – Ela disse, fazendo um bico nos lábios. – Aposto que você era apaixonado por mim desde antes. – Ri fracamente.
- Talvez sim... Você é facilmente apaixonável. – Ela riu fracamente e segurei a ponta de sua trança
- E você é muito brega! – Ela apoiou as mãos em meu peito.
- Eu sei. – Acariciei seu rosto. – Acho que me tornei pior contigo. – Ela riu fracamente.
- Eu gosto... – Ela sorriu, roçando nossos narizes.
- Pronto para aproveitar comigo agora? – Perguntei, sentindo suas mãos em minha nuca.
- O quê? Nem dois meses juntos e já estamos transando com hora marcada? – Ri fracamente, colando meus lábios em seu rosto.
- Você que não quis transar comigo no vestiário. – Falei, ouvindo-a rir.
- Não querer é uma expressão forte, eu só não acho que era o ideal quando você tinha muito o que fazer. – Ela disse e minhas mãos foram para dentro de sua blusa.
- Agora é o momento ideal? – Perguntei, descendo meus lábios para seu pescoço e ela ergueu o queixo.
- Adoro como ficamos dependentes um do outro muito fácil. – Ela disse e ri fracamente. Deslizei meu nariz em seu pescoço até roçar em seu nariz novamente.
- Sempre fomos, mas o sexo... – Ela riu fracamente. – Torna tudo melhor, vai.
- É... Torna! – Ela riu fracamente. – Sempre achei que seu lado metido fosse papinho...
- Ah, é?! – Falei rindo.
- Você sempre foi egocêntrico, vai ver era só conversa...
- Não... – Mordisquei seu lábio inferior. – Eu me garanto nessa parte. – Ela riu fracamente.
- Ah, cara! – Ela segurou meu queixo. – Eu nunca quis ficar com alguém metido como você...
- Mas... – Ergui o rosto, dando um sorriso presunçoso.
- Mas talvez isso só dê certo porque eu sei lidar contigo desde sempre.
- É... Talvez sim! – Falei rindo. – Ou porque eu sou incrível... – Ela riu fracamente.
- Apesar de tudo, não consigo negar. – Ela disse séria.
- Eu te amo, baby. – Falei e ela sorriu.
- Eu também te amo. – Ela disse
- Vem cá... – Puxei-a pelo cós da calça jeans e ela riu fracamente antes de nossos lábios se tocarem.
Minhas mãos deslizaram para sua cintura, colando seu quadril no meu e seus braços foram para meus ombros. Dei alguns passos em direção à bancada, colando-a na mesma e ela virou o rosto apressada para o lado e virei com ela, vendo o troféu ali.
- É melhor tirarmos isso daqui. – Ela disse rindo.
- Se quebrar eu tenho outro. – Falei, distribuindo beijos pelo seu rosto.
- Daniel... – Ela disse rindo.
- Ah, ok, ok! – Deslizei minhas mãos de seu corpo, pegando o prêmio e o levei até o sofá antes de voltar para . – Satisfeita?
- Sim, só não invente de me levar para o sofá! – Ela disse e ri fracamente, pressionando meu quadril no seu novamente.
- Precisamos treinar como chegar naquele quarto sem eu te derrubar. – Ela negou com a cabeça e colou nossos lábios novamente.
Minhas mãos apertaram seu corpo novamente e nossas línguas se encontraram em seguida. Suas mãos acariciaram minha nuca, puxando alguns fios dos cabelos. Inclinei meu corpo para frente, colando meu peito no seu e minhas mãos desceram pelas suas pernas, segurando firme em sua coxa. A ergui, sentindo-a apertar meus ombros e a coloquei sentada na bancada onde antes estava o troféu. riu, fazendo nossas bocas se afastarem por alguns segundos.
- Você está com pressa... – Ela sussurrou.
- Uhum... – Falei, passando as mãos em sua cintura, endireitando as costas novamente.
- Temos tempo... – Ela disse, me puxando pelo queixo novamente e ela distribuiu curtos selinhos antes de deslizar sua língua pelos meus lábios.
Suguei sua língua para minha boca e apertei as mãos em suas coxas, deslizando para dentro de seu short. Nossos lábios se movimentaram com urgência e suas mãos deslizaram pelas minhas costas, puxando minha blusa e mordisquei seu lábio inferior antes de nos afastar. Puxei minha camiseta pela gola, tirando-a com pressa e joguei-a para o lado antes de me colocar entre suas pernas novamente.
Ela apoiou a mão na base das minhas costas, fazendo meu corpo se arrepiar e segurei em sua nuca novamente, pressionando nossos lábios. O ar começou a faltar conforme o beijo ficava mais rápido, fazendo nossos narizes roçarem com pressa. Minhas mãos foram para a barra de sua blusa e puxei-a para cima, fazendo nossos lábios se afastarem com o movimento e joguei-a para o lado.
Trocamos um rápido sorriso antes de nossos lábios se tocarem novamente e dessa vez aproveitei mais o gosto de seus lábios enquanto suas mãos em minha cintura faziam meu corpo se arrepiar com o deslizar de seus dedos. Finalizei o beijo com alguns selinhos antes de descer os lábios pelo seu maxilar até chegar em seu pescoço.
Deslizei o nariz pelo local, depois distribuí curtos beijos pelo mesmo até chegar na base de seu pescoço. Dei uma mordiscada de leve na pele antes de sugar por alguns segundos, ouvindo os lábios estalarem quando me afastei.
- Ah, Daniel... – Ela suspirou e segurei firme em sua cintura, deslizando meus lábios pelo seu pescoço.
Suas mãos apertaram meus braços e distribuí curtos beijos pelo seu pescoço antes de deslizar meu rosto para o seu novamente, roçando nossos narizes. Suas mãos foram para meu rosto, negando com a cabeça e sorri.
- Você vai deixar marcado... – Ri fracamente.
- É a intenção. – Falei, dando um sorriso e ela negou com a cabeça.
- Já temos muitas tatuagens juntos...
- Essa é mais especial. – Falei, descendo as mãos até seu short.
- Metido! – Ela sussurrou e ri fracamente.
Abri o botão de seus shorts, puxando os lados pelo cós e ela apoiou as mãos na lateral da bancada para que eu conseguisse puxá-lo, vendo a calcinha vir junto e puxei-a também. Ela riu fracamente e deixei as peças de roupas cair entre nós e chutei-as para o lado. Minhas mãos foram para suas pernas novamente e me coloquei entre elas.
Nossos lábios tocaram novamente, ficando em um curto roçar e pressionei meu corpo no seu. Minha mão procurou pela sua virilha, encontrando-a e deslizei os dedos em sua vagina, ouvindo-a suspirar.
- Dan...
- Relaxa, baby. – Falei, ouvindo-a rir fracamente.
Dei curtos beijos em sua bochecha, ouvindo-a sua respiração perto de meu ouvido e comecei a circular meus dedos em seu clitóris de forma devagar e contínua. Suas mãos deslizaram pelo meu corpo, me segurando pela cintura. Nossos lábios se roçaram e procurei pelos seus olhos, recebendo um sorriso em seguida.
soltou um suspiro que fez meu pênis começar a apertar dentro da calça e soltei um suspiro com ela. Meus dedos deslizaram com mais facilidade em sua vagina pela lubrificação e deslizei o dedo médio para dentro dela, ouvindo-a suspirar e sua respiração saiu com força em meu rosto.
Ela se ajeitou na bancada, entreabrindo mais as pernas e sorri quando ela facilitou meu trabalho. Beijei seu rosto e me coloquei um pouco mais para o lado e abracei uma perna sua colada em meu corpo. Meus dedos trabalharam um pouco mais em seu clitóris antes de deslizar pela sua entrada. No momento em que meus dedos entraram nela, senti meu pênis apertar mais forte.
Ela soltou um suspiro mais forte, apertando as mãos em meu corpo e ergui meu rosto para ela, vendo os seus pressionados. Ela mordiscava o lábio inferior e rocei meu nariz no seu, vendo-a erguer o rosto e nossos lábios se tocaram em um curto beijo.
- Me ajuda com isso... – Falei, ouvindo-a rir fracamente, mas suas mãos foram para minha calça, abrindo o botão com pressa.
Meus movimentos desaceleraram, porque ela continuou os movimentos. Ela abaixou um pouco da calça e depois puxou a boxer junto. Minha força acabou quando senti sua mão em meu pênis e soltei um longo suspiro, ouvindo sua risada perto de meus lábios.
- Já? – Ela sussurrou e ergui meu rosto para ela.
- Isso é malvado. – Falei e ela mordiscou meu lábio inferior.
- Pega uma camisinha para gente aproveitar juntos... – Ela ordenou, me fazendo rir.
- Quer ficar aqui? – Sussurrei e ela assentiu com a cabeça em um roçar de narizes.
Terminei de tirar a calça e a boxer, chutando-as para o lado e procurei minha mochila, puxando mais de uma, vendo-as caírem pelo chão e voltei para , ouvindo-a rir. Fui para o meio de suas pernas novamente e lhe estiquei o pacote entre meus dedos.
- Nisso dá para você desacelerar, baby... – Ela sussurrou, pegando a camisinha e ri fracamente.
- Não dá. – Ela sorriu.
- Tenta segurar um pouco mais. – Ela abriu a embalagem, se livrando dela para o lado e me abraçou pelas pernas.
Prendi a respiração quando suas mãos foram para meu pênis novamente e ela deslizou a camisinha devagar, me fazendo suspirar. Ela deu um beijo em minha bochecha quando terminou e olhei em seus olhos novamente. Colei nossos lábios novamente e suas mãos foram para minha nuca.
Minhas mãos foram para suas pernas, puxando-a um pouco para frente e suas pernas se fecharam com mais força em minha cintura. Segurei meu pênis com a outra mão e guiei até sua entrada, sentindo nossos lábios se afastarem quase imediatamente. Ela mordiscou meu lábio e deslizei para dentro dela devagar.
Ela soltou um suspiro lento e fechei minhas mãos em sua cintura, colando nossos corpos. Nossos lábios se encontraram em leve roçadas e fechei minhas mãos em suas costas, sentindo-a fazer o mesmo.
Mantive nossos corpos parados por alguns segundos antes de começar a deslizar meu quadril em sua direção em movimentos de vai e vem. Suas mãos apertaram em minhas costas, deslizando as unhas pelo local. As minhas se mantiveram com firmeza entre suas coxas e o começo de sua bunda conforme os movimentos ficavam cada vez mais rápidos.
Meus suspiros e de começaram a se misturar e ela apertou as mãos em minha nuca. Nossos lábios roçaram em beijos desajeitados conforme nossos sexos se batiam com força. Os gemidos de começaram a ficar mais altos, me fazendo suspirar. Apertei suas coxas com mais força, puxando-a para mais para beirada da bancada e a pressão em meu pênis começou a aumentar.
- Porra. – Suspirei, apoiando meu rosto em seu pescoço. Não foi mais do que três estocadas para eu gozar. – Ah!
- Um pouco mais, baby... – Ela suspirou e levei o polegar da mão direita até seu clitóris, deslizando com força enquanto movimentava o quadril mais lentamente dentro dela. – Só um pouco mais... – Ela suspirou, apertando meus cabelos da nuca. – Isso... Isso... Ah! – Ela suspirou, tombando a cabeça para trás. – Merda! – Ri fracamente, erguendo o rosto para ela.
- Merda. – Repeti, ouvindo-a rir e ela segurou meu rosto, puxando-o para colar os lábios.
Dessa vez o beijo foi mais rápido, fazendo nossos lábios se afastarem e entreabrirem para respiração sair com mais facilidade. Ela passou a mão em minha testa, depois em meus cabelos e sorri quando ela tentou arrumá-lo.
- Você está bem, baby? – Perguntei, acariciando seu rosto.
- Eu sempre estou bem contigo, baby. – Ela disse e pressionei meus lábios em seu rosto.
- Já volto. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
Deslizei meu pênis para fora dela, ouvindo-a suspirar e fui até o banheiro.
Me livrei da camisinha e aproveitei para mijar e me limpar antes de sair. continuava no mesmo lugar, com o corpo tombado para trás e sorri, me aproximando dela novamente. Passei a mão em suas pernas, vendo-a abrir os olhos sonolentos e sorri.
- Vem, vou te levar para cama. – Ela riu fracamente e me coloquei entre suas pernas novamente, pegando-a no colo e ela me abraçou pelos ombros e fechou as pernas em minha cintura.
Andei pelo motorhome, tomando cuidado para não tropeçar ao subir pelos degraus finos e curtos até o quarto. bateu suas costas, depois bati minha cabeça e acabei colocando-a na cama entre risadas.
- Ai, essa doeu! – Falei ouvindo-a rir e ela rolou pela cama, tirando o edredom de cima dela para se ajeitar melhor.
- Liga o ar? – Ela pediu e assenti com a cabeça, apertando o botão da climatização do motorhome.
- Você está com fome? – Perguntei, me sentando na beirada da cama e ela suspirou, passando a mão na ponta da trança.
- Eu sempre estou com fome, baby. – Ela disse, me fazendo rir. – Mas acho que preciso de uns cinco minutos. – Sorri, vendo-a desfazer o laço na ponta da trança.
- Quer ajuda? – Ofereci e ela ponderou com a cabeça antes de se sentar.
Me sentei mais para dentro da cama e deixei-a entre minhas pernas. Ela começou a desfazer a trança que estava mexendo e estourei o elástico da outra ponta antes de começar a desfazer a trança de baixo. Meus lábios foram para sua nuca algumas vezes, ouvindo-a rir e após várias voltas, seus cabelos estavam soltos lado a lado com as tradicionais marcas de frisado pelos três dias preso.
- Até relaxou agora. – Ela disse e ri fracamente, abraçando-a pela cintura.
- Dá dor de cabeça, né?!
- No dia a dia não, mas depois de muito tempo sim. Especialmente para dormir com ele. – Apoiei meu rosto em seu pescoço.
- Você não precisa usar isso para me dar sorte, eu não sou supersticioso. – Ela riu fracamente, apertando meus braços.
- Eu sei, baby, mas até eu fiquei intrigada agora. – Ri fracamente.
- Você fica linda de qualquer forma, baby. Faça o que achar melhor. O pessoal vai implicar, mas vai saber... – Ela riu fracamente.
- Talvez só mais uma semana? – Ela virou o rosto para mim e sorri, dando um curto selinho em seus lábios.
- Depois temos as férias. – Ela riu fracamente.
- É... Até eu estou empolgada por isso. Ficar longe do paddock um tempo. – Ri fracamente.
- Mas você está gostando, certo?
- Eu estou, baby, eu estou contigo... – Ela virou o corpo um pouco para mim. – A falta de privacidade me incomoda um pouco... – Ri fracamente. – Por mim a gente ficava escondido aqui para sempre. – Ri fracamente.
- Por isso precisamos aproveitar as férias juntos. – Ela riu fracamente.
- Vamos pensar na próxima corrida, depois vemos sobre isso, ok?! Os caras querem você, sei que você tem alguns compromissos comerciais em L.A... Não vamos apressar as coisas...
- Disse a garota que adora apressar tudo. – Ela riu fracamente.
- É... É isso. – Rimos juntos.
- Te amo, minha Wandinha. – Ela sorriu.
- Também te amo, Danny. – Apertei-a em meus braços, colando nossos lábios por alguns segundo.
Mônaco
- Baby! – Falei rindo, sentindo Danny me puxar pela mão e peguei meu celular na bancada antes de me virar para ele.
- A gente pode ir e voltar rapidinho, né?! – Ele apertou minha cintura e passei os braços pelos seus ombros.
- Você que marcou isso. – Falei, passando a mão em seu cabelo bagunçado.
- Eu não penso que estaremos sozinhos aqui no apê quando eu marco as coisas. – Ri fracamente, sentindo um beijo em minha bochecha.
- É só um almoço, baby. – Acariciei sua nuca. – Logo voltamos para cá e continuamos o que estamos fazendo desde que chegamos. – Ele assentiu com a cabeça, deslizando o nariz no meu e sua mão apertou minha bunda, me fazendo rir quando ela subiu o vestido.
- Amo você nesses vestidos curtos. – Ri fracamente e apertei meus braços em seus ombros antes de pressionar nossos lábios.
Suas mãos apertaram minha bunda, me forçando a ficar na ponta dos pés e rimos juntos com o movimento. Nossos lábios se movimentaram devagar pelo do outro e nos separei com uma mordiscada neles.
- Vamos, baby. Voltamos depois. – Sussurrei, deslizando as mãos pelos seus braços descobertos.
- Podemos ir para o iate depois... – Ele disse e ri fracamente, assentindo com a cabeça.
- Podemos. – Sorri. – Temos mais dois dias aqui.
- Depois férias. – Ele deslizou os lábios pela minha bochecha. – Precisamos decidir sobre isso.
- Nós vamos... – Acariciei seu rosto. – Vamos. – Falei firme e ele assentiu com a cabeça.
- Vou pegar o capacete. – Ele disse e estalou mais um beijo em minha bochecha antes de se afastar.
Me olhei no espelho perto da porta e passei as mãos nos cabelos, jogando-os para trás, e deslizei a mão pelo arroxeado que Danny deixou em minha pele ontem, rindo sozinha. O vestido curto regata e a rasteirinha estava bem mais simples do que a última vez que fui até o apartamento dos Massa. Mas Daniel estava com uma regata cortada, shorts e chinelos, não é como se desse para acompanhar.
- Pronto. – Ele disse, voltando com o capacete da corrida de ontem e passei mais uma vez a mão em seus cabelos, ajeitando os cachos no topo da sua cabeça. – Está mal?
- Não, eu gosto dos meus cachinhos. – Ele sorriu, me abraçando pela cintura de novo.
- Isso me lembrando quando éramos mais novos. – Ri fracamente.
- Na banheira...
- Na banheira! – Ele disse rindo e nossos lábios se colaram levemente. – Precisamos de uma banheira. – Sorri.
- Aposto que agora vai ser muito mais interessante. – Falei, ouvindo-o rir.
- Eu tenho uma banheira enorme nos Estados Unidos. – Ele disse, me fazendo rir.
- Acho que vou precisar fazer um esforço para te encontrar lá. – Falei.
- Bom mesmo. – Ele disse, colando nossos lábios novamente.
Nos separamos dando curtos risos e ele abriu a porta, indicando a cabeça para eu passar. Apertei sua barriga, ouvindo-o rir e chamei o elevador. Ele me abraçou, apoiando o queixo em meu ombro enquanto esperávamos e depois enquanto descíamos até o térreo. Nossas mãos entrelaçaram lá embaixo até chegar na porta da casa de Felipe.
- Vamos nos divertir um pouco. – Danny disse e assenti com a cabeça pouco antes de ver a porta se abrir.
- Ah, vocês chegaram! – Sorri com a esposa de Felipe. – Entrem! Entrem! – Ri fracamente, soltando da mão de Danny e abracei-a fortemente. – Ah, meu Deus! Eu estou tão feliz por vocês!
- Como vocês estão? – Vi Felipe logo atrás e abracei-a.
- Ei, e essa marca no pescoço? – Gargalhei.
- Cara, sabia que eu tropecei e minha boca caiu direto ali? – Danny disse e bati a mão na testa, gargalhando alto.
- Você é uma ameaça, Daniel! – Felipe disse, me fazendo rir.
- Eu sei disso há 24 anos e ainda me envolvi! Vai entender! – Falei e Danny passou o braço livre em meus ombros, me puxando para perto e dando um beijo em minha cabeça.
- Quem não gosto de um pouco de tortura, não é?! – Anna disse, me fazendo rir.
- Pelo menos agora dá para gente se divertir um pouco no meio da tortura! – Danny disse e apertei sua barriga, vendo-o se contorcer.
- Cala a boca! – Falei, sentindo-o me abraçar mais apertado.
- Daniel! – Virei o rosto, vendo Felipinho atrás do sofá.
- Cuidado com o que fala! – Cochichei para ele.
- Ei, não vem cumprimentar? – Felipe disse e tirei o capacete de sua mão.
- Fala aí, carinha! – Danny foi até Felipinho, se abaixando para ficar da altura dele. – Que saudades de você!
- Também senti! – Ele disse tímido, me fazendo sorrir.
- Bom ver vocês dois juntos. – Anna sussurrou para mim e sorri. – Parece que tudo deu certo depois da nossa última conversa aqui.
- Sim, parece que sim. – Falei rindo fracamente.
- Vem almoçar, gente! Preparamos algo lá fora. – Felipe disse e Danny pegou Felipinho pelas pernas, virando-o de cabeça para baixo, fazendo o mais novo gargalhar.
- Vamos dar uma volta! – Danny disse, levando Felipinho para fora.
- Claro! – Falei sorrindo, seguindo Anna e Felipe para fora, vendo a mesma mesa redonda da última vez que estive aqui, mas dessa vez só estava nós cinco aqui.
- Vocês querem beber algo? – Felipe ofereceu.
- Eu bebo o que vocês beberem. – Falei, observando Danny.
- Uma garrafa de tinto? – Felipe perguntou.
- Sim, claro! – Falei, rindo com as gargalhadas de Felipinho. – Danny, vinho? – Ele virou o rosto para mim.
- É, claro! Não vou dirigir hoje! – Ele disse rindo e sorri, negando com a cabeça.
- Eu quero suco! – Felipinho disse, arrumando os cabelos quando Danny o colocou no chão.
- Ok, suco de laranja para você e de uva para os adultos! – Felipe disse e Danny veio em minha direção, pegando o capacete de novo.
- Espero que você dirija até o iate hoje. – Falei baixo para Danny, vendo-o piscar para mim.
- Só uma taça. – Ele disse e sorri, abraçando-o pela cintura.
- Já disse que te amo hoje? – Ele ergueu o olhar para mim.
- Já sim, mas por que agora? – Ele encostou a testa na minha.
- Por ser o homem que eu sempre pedi nos meus sonhos. – Ele sorriu, colando nossos lábios em um curto selinho.
- E eu sempre estive ao seu lado. – Assenti com a cabeça.
- Agora mais do que nunca. – Falei, vendo-o sorrir e desviei meu rosto para as outras três pessoas.
- Vocês querem um minuto a sós? – Felipe brincou, me fazendo rir.
- Não pergunte ou ele aceita. – Falei.
- Vamos trocar isso, cara? – Danny indicou o capacete.
- Claro! Eu vou pegar o meu! – Felipe disse e Anna me esticou a taça de vinho e dei um curto gole.
- Hum, gostoso. – Falei.
- É um rótulo brasileiro, gostamos muito. – Anna disse.
- Me passa o nome depois. – Pedi, vendo Danny piscar para mim.
- Claro! Deixa eu te mostrar... – Ela disse, pegando a garrafa.
Maiz, Alemanha
Daniel
- Você vai jogar? – disse antes de dar uma gargalhada alta.
- Ah, qual é, baby! Eu jogo bem! – Falei, apertando sua perna, ouvindo-a rir.
- Ah, baby! – Ela negou com a cabeça. – Você é muito fominha!
- É um jogo beneficente, não importa o resultado! – Falei e ela apertou minha mão.
- Então deixe as outras pessoas jogarem, ok?! – Ela disse e ri fracamente.
- Eu vou! – Falei entre risadas e ela negou com a cabeça.
- A família dele estará lá? – Ela deixou o tom de voz mais sério ao perguntar.
- Sim, o Mick* vai jogar no time dos pilotos. – Falei, dirigindo pelas ruas de Mainz.
- Com quantos anos ele está?
- 17, acho. – Falei, suspirando.
- Parece que já faz tanto tempo o que aconteceu com o Schumacher. – Suspirei.
- Três anos já e sem nenhuma novidade... – apertou minha mão e entrelacei nossos dedos.
- Ainda bem que você não gosta de neve. – Ela disse e sorri, virando o rosto rapidamente para ela.
- Não estamos livres de nada, amor. – Falei. – Michael, Jules, seus pais... – Ela pressionou os lábios. – O que importa é o agora e que estamos juntos. – Ela assentiu com a cabeça. – Eu te amo, baby.
- Também te amo. – Ela suspirou com um bico entre os lábios e dei um sorriso.
Nossas mãos se afastaram somente quando chegamos na Opel Arena, lugar onde seria a partida de futebol beneficente. Vários pilotos e ex-pilotos, em sua maioria que correram com Michael Schumacher foram convidados. Foi um prazer ser chamado para isso, mesmo que eu tenha corrido somente por um ano e meio com Schumacher, e ainda enquanto estava na HRT e Toro Rosso. Conversar com ele e receber algumas dicas dele em meus anos iniciais foi um sonho.
Estacionei na parte de dentro do estádio e vários fotógrafos estavam lá. Dei a volta no carro, vendo Nico e Seb do outro lado do estacionamento com suas namoradas e esposas e vi vir ao meu lado. Minha mão foi até a dela, entrelaçando os dedos e ela ergueu os olhos para mim.
- Daniel... – Ela me repreendeu baixo. – O que está fazendo?
- Chegando com minha garota. – Falei, virando o olhar para ela, vendo-a pressionar os lábios. – Vamos?
Ela assentiu com a cabeça, ajeitando a bolsa no ombro antes de seguir ao meu lado até a entrada do estádio. Honestamente, eu não tinha ideia do que estava fazendo, mas estamos juntos há quase dois meses, sei que ainda precisava contar para meus pais, mas queria andar de mãos dadas a ela e não tinha motivos para ser impedido disso.
- Você é louco! – Ela disse quando entramos e dei de ombros.
- Só estou feliz, baby. – Falei, dando um beijo em sua testa e ela fez um pequeno bico. – O quê? Não deveria?
- Você é louco, sabe disso, não? – Ri fracamente. – Mas é meu louco fofo que me faz feliz. – Sorri. – E se seus pais virem isso?
- Para de se preocupar com meus pais! – Falei rindo. – Se eles virem, a gente manda a real ou ignora, a gente sempre andava de mãos dadas. – Ela negou com a cabeça. – Relaxa, baby e aproveita o jogador de futebol aqui. – Ela gargalhou alto.
- É, esse é meu amigo! – Ela disse sorrindo e seguimos pelos corredores de dentro do estádio, vendo os organizadores nos indicando o caminho.
Acabei parando algumas vezes para encontrar alguns velhos conhecidos como Mika Hakkinen, Nico, Coulthard, Massa, Seb e Charles, mas acabei encontrando alguns do time rival que eram grandes estrelas do basquete americano.
- Contra quem vão jogar? – cochichou para mim.
- Estrelas da NBA.
- O quê? Os baixinhos da Fórmula Um contra os altões da NBA? – Ela perguntou preocupado. – Baby, eles vão matar vocês! – Rimos juntos.
- Não somos tão baixinho, ok?! – Falei.
- Mas eles são muito altos! – Ela disse rindo. – Baby!
- Vamos ficar bem, baby! – Falei e ela negou com a cabeça.
- Ah, meu Deus! Vou pedir para o Michael preparar o gelo. – Ela suspirou.
- Eles já devem ter chego! – Falei.
- Eu vou deixar você se arrumar e encontro com eles. Preciso ver de camarote isso. – Rimos juntos.
- Só vem cá antes, quero que conheça o Mini Schumi. – Falei, indicando a cabeça para o menino loiro em que muitas pessoas estavam em cima.
- Tem certeza? – Ela perguntou receosa.
- É! Vem! Vai ser bom encontrar alguém de dentro. – Falei, puxando-a pela mão e precisei de alguns minutos até me aproximar de Mick.
- Ei, Daniel! – Mick disse.
- E aí, garoto?! – Abracei-o. Mick estava na Fórmula 4, seguindo os passos de seu pai, mas boatos na mídia já diziam que ele poderia chegar na Fórmula 3 até o fim do ano.
- Obrigado por vir! – Ele pediu.
- Que isso! É um prazer ser convidado. – Sorri. – Como estão as coisas?
- Tudo indo, em vários sentidos. – Assenti com a cabeça. – Vejo que está acompanhado.
- É, essa é ! – Falei, apoiando a mão na cintura de . – esse é Mick.
- Oi, prazer te conhecer! – disse e ambos deram um aperto de mão.
- O prazer é meu! – Ele disse e o sorriso nervoso de me indicou que ela realmente não tinha o que falar.
- Nos falamos depois? – Falei para Mick.
- Claro! Quero que faça uns gols! – Rimos juntos.
- Você também! – Falei, cumprimentando-o novamente antes de seguir para fora da roda de pilotos e imprensa com . – Você travou! – Cochichei para ela.
- Eu sei! – Ela falou em um gemido. – Não sabia o que dizer, não queria mencionar o pai dele. – Ela suspirou. – Ah, eu sou péssima nisso.
- Está tudo bem, baby. Quer que eu te leve nas arquibancadas?
- Relaxa, baby, vai ser fácil encontrar os quatro patetas. – Ela disse, me fazendo rir. – Tente não se machucar, ok?!
- Pode deixar! – Pisquei para ela, vendo seu sorriso e nossas mãos se soltaram quando ela se afastou.
- Vamos jogar, love bird? – Seb bateu em minhas costas, me fazendo rir.
- Sim, lesgo!
*Mick Schumacher, 24 anos, filho do heptacampeão Michael Schumacher que está em estado vegetativo depois de um acidente de esqui em dezembro de 2013. Mick já pilotou na Haas, mas hoje é piloto reserva da Mercedes.
Hockenheim, Alemanha – Quarta-feira
- Ah, não! Tem mais! – Falei, erguendo meus pés na cama. – “Apesar do decepcionante 4x3 para os pilotos, tivemos um show a parte deles e de suas WAGs. O apoio de suas esposas e namoradas não é novidade dentro do paddock, mas parece que Daniel Ricciardo tem escondido algo de nós durante vários anos”. – Revirei os olhos, ouvindo a risada dele. – “Depois de um término conturbado no ano passado com sua namorada de infância Jemma...” Foda-se! “Ricciardo, 27 anos, chegou ao evento acompanhado de sua amiga de infância Addams.” Eles sabem meu nome!
- Não que seja difícil! – Ele disse, passando a camiseta pela camisa.
- “A ‘amizade de longa data’, sempre divulgada por ambos, parece que trouxe novos rumos quando a bela jovem começou a acompanhar o ‘melhor amigo’ no paddock. Nenhuma declaração pública foi feita da parte de ambos, mas é inegável a química do novo casal. Pelo jeito o sempre casal de melhores amigos se tornaram muito mais do que isso em 2016”. – Falei firme, jogando o celular na cama logo em seguida. – Ah, eu odeio fofocas. – Falei, ouvindo Danny rir. – Não tem graça!
- Ah, qual é, baby! Tem sim, vai! Eles acertaram tudo! – Ele se aproximou de mim, erguendo minhas pernas para se sentar.
- Ah, mas a forma que eles falam é horrível! – Fiz um bico e ele me puxou pelas pernas, fazendo a cadeira andar com o movimento.
- Eles pegaram leve ainda. – Ele comentou e suspirei. – Mas pode se preparar que eles vão ficar mais em cima de você e de mim.
- E você vai para coletiva hoje. – Falei.
- Eles não perguntam coisas pessoais na coletiva, talvez depois, mas está tudo bem, baby. Eu sei o que eu estou fazendo. – Ele disse.
- E o que você está fazendo? – Perguntei, erguendo os olhos para ele e ele pareceu pensar um pouco, movimentando os olhos.
- Evitando precisar contar para minha mãe por que ela vai saber pelas notícias? – Revirei os olhos.
- Daniel! – Ele riu, se levantando da cama e passou as pernas pelas minhas, sentando em meu colo.
- Eu te amo, . – Ele segurou meu rosto. – Eu estou apaixonado por você. – Ele riu fracamente. – Nunca pensei em dizer isso para você dessa forma, mas aconteceu e estou feliz para caramba. – Ri fracamente. – Eu quero ficar contigo e te ajudar a realizar todos seus sonhos...
- Você sabe que são muitos, não sabe? – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Sim! – Sorri. – Se você esperar eu amadurecer um pouco mais, posso te ajudar com todos. – Ri fracamente.
- Eu não tenho 20 anos, baby. – Ele riu comigo.
- Ah, não 20... Só uns 10! – Ri fracamente.
- Eu não tenho nenhuma intenção de realizar meus sonhos e vontades do começo do ano agora, Daniel. Isso é novo para nós, em vários sentidos. – Falei, sentindo-o deixar curtos selinhos em meus lábios. – Vamos ver se isso sobrevive até o fim do ano sem se matar... – Ele riu fracamente. – Depois as coisas acabam vindo de forma natural.
- Combinado, baby. – Ele disse. – Mas eu estou aqui por você, ok?! Como sempre estive. Mas dessa vez algumas questões serão mais íntimas... – Ele acariciou meu rosto devagar.
- É o que eu mais quero. – Falei, erguendo os olhos para ele. – O homem da minha vida estava comigo todo esse tempo... Mal vejo a hora de desc1obrir a bagunça que isso vai dar.
- Sempre fui a bagunça na sua vida, amor. – Ele disse. – Eu vou continuar sendo... – Ri fracamente. – Mas dessa vez vou te deixar cuidar dela. – Sorri.
- Ah, vocês são muito melosos! – Virei o rosto para porta, vendo os meninos ali.
- Dá para dar licença? – Pedi.
- Não, a Maria está te chamando. – Blake disse e suspirei.
- Hora de trabalhar, senhor 100 GPs. – Falei e ele riu fracamente.
- 100 GPs, caramba! – Ele disse, se levantando e ri fracamente.
- Você está ficando velho, baby! – Falei, me levantando com ele, ouvindo-o rir. – Um ano mais velho do que eu.
- Ah, só por mais alguns meses. – Rimos juntos.
- Ainda é! – Dei um curto selinho em seus lábios. – Eu quero bolo.
- Não acho que vai ter bolo. – Ele disse e pressionei os lábios.
- Decepcionante. – Falei, ouvindo-o rir.
- Vamos? – Ele estendeu a mão e suspirei.
- Eu te odeio. – Falei.
- Eles vão comentar e te seguir de qualquer forma, melhor que esteja comigo, não? – Suspirei.
- No que eu fui me meter? – Ele riu fracamente.
- Ainda pensando se deveria ter acabado essa amizade quando te chamei de Wandinha? – Ri fracamente.
- Talvez... – Fiz um bico.
- Se você tivesse isso, não saberia que o sexo é delicioso. – Ponderei com a cabeça.
- Ok, você venceu! – Falei, ouvindo-o rir e nossos lábios se colaram rapidamente.
- Vamos! – Ele disse e suas mãos me puxaram.
Saímos de seu vestiário no motorhome e descemos as escadas para chegar no térreo. Maria revirou os olhos quando chegamos e virou para porta. A quase divulgação de nosso relacionamento sem que ela soubesse a pegou desprevenida e pelo visto todo tipo de fofoca era igual, fazendo que vários jornalistas fossem atrás dela.
Honestamente não sabia como agir nessa situação. Danny também me pegou desprevenida ao segurar minha mão bem na frente dos fotógrafos ontem. Mas era bem da cara dele surtar e do nada cansar de esconder as coisas, só podia ter sido avisada antes.
Saímos do motorhome de apoio da Red Bull e ele apertou minha mão enquanto seguia os meninos pelo paddock. Engoli em seco ao ver os fotógrafos nas laterais e alguns até andaram apressados em nossa direção e tentei manter minha feição relaxada enquanto seguíamos até a garagem.
- Viu? Tudo bem! – Danny disse e suspirei.
- Vamos aproveitar isso, baby! – Falei, dando um beijo em sua bochecha e ele riu antes de me puxar para o paddock.
Daniel
- Eu não sei, para valer! – Blake disse. – Quando você quer ir?
- Sei lá, caras! Se vocês quiserem ir logo no domingo, a gente pode desenrolar isso. Eu chego só uns dias depois! – Dei de ombros, mordendo mais um pedaço do hamburguer.
- Ah, dá para te esperar, não precisa fazer nada na pressa, não. – Michael disse.
- A questão maior é quantos dias vamos ficar lá, quer ir para casa e eu vou com ela. – Dei de ombros.
- Vão contar para a tia Grace finalmente? – Tom perguntou gargalhando.
- Ainda não falamos sobre isso... – Ergui as mãos. – Mas quer, certo, baby? – Virei para ela, vendo-a com os olhos focados em seu hamburguer. – Baby? – Chamei-a novamente e ela não deu nenhum sinal de movimento. – !
- Oi! – Ela ergueu o rosto, sacudindo a cabeça.
- Você está bem? – Alex foi mais rápido do que eu.
- É! É... O que vocês estavam falando? – Ela deu um curto sorriso nervoso e suspirei.
- O que houve, baby? – Perguntei, apoiando a mão em sua perna e a ouvi suspirar, levando as mãos aos cabelos soltos.
- Eu não tenho ideia do que estou fazendo. – Ela assumiu, soltando aquilo com força.
- O que você quer dizer? – Perguntei e ela suspirou forte e vi uma lágrima deslizar pela bochecha, fazendo-a limpar de forma apressada. – Baby...
- Não, não, é nada! – Ela suspirou forte novamente. – Isso é...
- Baby... – Virei a cadeira em sua direção e levei uma mão até seu rosto. – O que aconteceu?
- Eu deveria estar trabalhando... – Ela suspirou. – Eu deveria estar revisando isso... Mas eu estou perdida! Como se eu nunca tivesse feito isso antes.
- Ah, baby... – Acariciei seu rosto, passando o polegar em sua bochecha. – Você não está bem com isso...
- Eu sei! – Ela suspirou forte. – Eu não entrego uma revisão decente há meses... – Ela engoliu em seco.
- Não quero ser o chato que dita o que você deve fazer ou não, mas isso não está te fazendo bem, baby. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu sei... – Ela puxou o ar novamente.
- Você quer um esforço para largar? Eu posso te dar! – Ela deu um sorriso em meio a uma risada.
- Eu vou largar, baby, mas preciso esperar o fim do ano. – Ela suspirou.
- Por quê? Qual é, ainda tem meio ano. – Michael disse.
- É por contrato. Eu fechei um novo contrato que ficaria com eles por mais um ano. As coisas são sérias lá, não dá simplesmente para sair. – Ela saiu.
- Não tem uma forma de você sair? Nenhuma? – Perguntei.
- Tem uma multa, mas...
- Paga a multa e sai! – Falei firme. – Isso está acabando contigo, baby.
- São 48 mil euros, Danny. – Ela disse suspirando. – É o equivalente ao restante do meu ano. Dá para eu usar esse dinheiro para investir no restaurante...
- Eu pago para você! Não tem dinheiro no mundo que eu não gaste para te deixar bem...
- É muito dinheiro, Danny.
- Não é! – Falei firme. – Só me fale quando que eu deposito para você! – Ela suspirou, passando as mãos nos cabelos. – Baby, só diga...
- Eu não posso aceitar, Danny.
- Não estou pedindo para aceitar. Você vai aceitar e não tem mais conversa. – Ela suspirou. – O que você precisa fazer para finalizar isso?
- Preciso ir a Saint-Ettiénne. – Ela disse. – Falar com alguém e... Sei lá, nunca precisei pensar nisso.
- As férias estão aí! Vamos resolver isso, ok?! – Falei firme. – Você pode pensar mais um pouco, se preferir, mas eu não quero ver você assim. Não é nem de perto aquela mulher que só faltou anunciar para o restaurante quem era na primeira vez... – Ela riu fracamente, dando um curto sorriso.
- Eu só estou perdida, baby... – Segurei sua mão com firmeza.
- Vamos nos encontrar, então. – Falei firme e ela suspirou. – Você tem amigos, você tem a mim... Você não está sozinha, baby.
- Eu sei, eu só... – Ela puxou a respiração fortemente.
- “Só”, nada. – Falei firme e peguei o papel com suas anotações, amassando-o. – Danny...
- Isso acaba hoje, ok?! – Falei firme e ouvi seu suspiro.
- Ok... – Ela disse após de um tempo, e dei um sorriso.
- Eu estarei ao seu lado durante todo o caminho, ok?! – Falei e ela assentiu com a cabeça antes de deitar a cabeça em meu ombro.
- Obrigada... – Ela sussurrou.
- Você não precisa agradecer, baby. – Falei, dando um beijo em sua cabeça.
- Isso quer dizer que agora a gente pode comer em uns lugares mais trash? – Tom perguntou e rimos juntos.
- Que sejam aprovados pela vigilância sanitária, por favor. – disse, me fazendo sorrir.
- Podemos continuar indo em uns melhores sem eles. – Falei, vendo-a sorrir.
- Combinado. – Ela sorriu e pressionei meus lábios em sua bochecha.
- Eu estou aqui, ok?! – Sussurrei e ela assentiu com a cabeça em um leve sorriso.
Liège, Bélgica, 2008
- ISSO É INCRIVELMENTE DEMAIS! – A voz de foi animada demais para o local vazio.
Joe e Grace riram, tentando acompanhar a animação da menina, mas era só a Fórmula Renault, não a Fórmula 3, 2, quiçá a 1. O local estava vazio, as categorias automotivas mais baixas era onde tudo começava, mas não tinha o mesmo glamour da categoria mais importante do automobilismo.
- Se você está animada assim, imagina se ele chegar na Fórmula Um. – Joe disse, fazendo a menina rir.
- Ah, tio, a gente precisa se empolgar, né?! – deu de ombros. – E é a Bélgica, é a primeira vez que eu saio do país... Bom, tirando aquela viagem para Nova Zelândia na excursão escolar e as duas conexões. – Ela disse dando de ombros, fazendo Grace rir.
- Mantenho a empolgação da . – Grace disse, abraçando a menina de lado. – O Daniel precisa do nosso apoio. – sorriu.
- E é bom ele continuar vencendo, vou perder uma semana de aulas para isso. – disse.
- Não vai dar problema para você, querida? – Grace perguntou enquanto eles andavam por entre o gramado do circuito, onde estacionaram o carro.
- Ah, já estamos no fim do ano, minha média é a melhor da minha sala e eu já tenho 93% da parte prática feita, mais um trabalho e eu estouro essa média.
- Ah, quem diria que alguém nos daria orgulho? – Grace falou dramática, fazendo rir.
- É fácil se dar bem em coisas que a gente gosta, tia Grace. – deu de ombros. – O Danny por exemplo. Ganhou seis corridas de 10, seis poles, cinco voltas mais rápidas, é líder do campeonato... A gente se encontrou. – deu de ombros.
- Estamos orgulhosos de vocês. – Joe disse e a menina sorriu. – Teremos um piloto e uma chef de cozinha. Quem diria? – riu.
- Quem diria... – Ela deixou a pergunta no ar, sorrindo.
Ela não tinha ideia que o ensino médio de ambos seria conturbado a ponto de decidirem as carreiras da vida sem o outro. Agora que as coisas estavam dando sinais de realmente acontecerem, parecia que isso tudo e a vida de ambos juntos simplesmente encaixava. Danny estava na liderança da Fórmula Renault e ainda faltava seis corridas para o final. Já era de longe a melhor da sua sala. Ela estava apurando seus sentidos e deixando até os professores surpresos com uma aluna do primeiro ano. Loucura para quem não fazia nada até seus 15 anos.
- Vem, o paddock é por aqui! – Joe disse.
talvez estivesse com muitas expectativas quanto ao famoso “paddock”, mas não se mostrou decepcionada quando percebeu que eram só várias tendas brancas com alguns patrocínios bem tradicionais de pneus, óleos automotivos e afins.
- Aqui é dele! – Joe disse pouco à frente das mulheres, procurando por Daniel dentro da tenda.
- Ali ele! – foi mais rápida do que os pais do menino, vendo Daniel com mais um garoto, se aquecendo. Na verdade, primeiro viu os cabelos de Daniel, depois o corpo do garoto. – Xi! – Ela pediu, colocando a mão na boca e Grace riu com Joe.
A menina se aproximou na ponta dos pés, pedindo também silêncio para o garoto que Danny conversava, já que esse percebeu sua presença e a menina desviou dos braços de Daniel antes de colocar as mãos em seus olhos.
- Oh, quem é?! – Danny falou surpreso e pressionou os lábios para não rir. – Jules?
- Não tenho ideia, cara! – O outro garoto disse e respirou fundo.
- Eu conheço esse cheiro... – Ele pensou pouco. – HARPER? – Ele se virou rapidamente, abraçando a menina pela cintura antes de ela abaixar as mãos. – VOCÊ VEIO!
- DANIEL! – Ela gritou quando ele a girou pelo local, fazendo a menina rir e se agarrar nos ombros do garoto. – Danny, me coloca no chão! – Ela disse rindo.
- Não acredito que você veio! – Ele disse, colocando-a no chão, fazendo-a rir.
- Não ia perder a oportunidade, né?! – Ela disse rindo, segurando nos ombros do garoto enquanto a zonzeira passasse. – E eu sou a melhor da minha sala...
- Não que fosse surpresa! – Ele disse e ambos se olharam antes de se abraçarem direito dessa vez. – É tão bom te ver...
- É bom te ver também. – Ela sussurrou, fechando os olhos e sentia algo estranho em Danny, não sabia se era a camiseta regata ou o que fosse, mas Danny estava mais forte do que na última vez em que se viram no começo do ano. – Deus, Danny, você está forte!
- Viu?! Agora eu estou bonitão! – Ele disse, fazendo-a rir.
- Você é tonto! – Ela bagunçou os cabelos dele.
- Senti saudades! – Ele a abraçou novamente e ela sorriu.
- Também senti. – Ela suspirou, reparando no amigo dele e no outro cara que se juntou a eles. – Melhor você explicar para esse pessoal o que
tá rolando. – Ela disse e ambos se afastaram rapidamente.
- Ah, gente, essa é a , ela é minha melhor amiga da vida. – Ele disse. – esse é Jules Bianchi, meu amigo, e Stu, meu treinador. – A menina acenou.
- Prazer em conhecer vocês! – Ela disse, cumprimentando ambos com sorrisos tímidos. – Espero não estar atrapalhando.
- Não se preocupe! – O treinador disse. – Sua amiga está aqui,
honey badger, mas continue se exercitando! – Ele disse. – Vem comigo, Jules. – Ele chamou o outro menino antes de se afastar.
- A gente se fala depois. – Jules disse com um aceno e assenti com a mão.
- Do que ele te chamou? – perguntou, virando o rosto para Daniel.
-
Honey badger, é um apelido... – Ele disse rindo.
- Texugo do mel? – franziu a testa. – Por quê?
- Stu gosta de documentários do National Geographic, ele disse que eu pareço esse animal. Tenho essa cara fofa, mas posso ser mais agressivo na pista. – Ele disse imitando um rosnado e gargalhou.
- Assustou meu ursinho de pelúcia agora. – disse e Daniel revirou os olhos.
- Para, vai! – Eles riram juntos. – É para pegar.
- Espero que sim. Você é fofo demais para esse esporte. – Ela disse e eles sorriram juntos. – Agora vai, você tem que se exercitar.
- Tem tempo para falar com os pais? – Grace os interrompeu, fazendo-os rirem.
- Mãe! – Danny disse antes de abraçar sua mãe e riu.
Hockenheim, Alemanha, 2016 – Quinta-feira
- Sim, eu estou perto da França, estava pensando em conversar com vocês sobre isso... – Falei enquanto segurava as três pontas da trança com os dedos de uma mão e a ajeitava no topo de minha cabeça.
-
Vou adorar receber sua visita, senhorita Addams. Adoraria entender o que está acontecendo com você. – Suspirei, pressionando os lábios.
- Sim, claro, senhor Bernard. Esse ano tem sido desafiador de várias formas, as oportunidades
acabaram vindo e eu acabei me confundindo um pouco.
- Não podemos ter confusões em nossas revisões, senhorita...
- Eu quis sobre mim, senhor Bernard... – Peguei um elástico, puxando-o com a ajuda dos dentes. – Mas acho que é o tipo de assunto que deve ser abordado pessoalmente... Creio que o senhor entenda.
- Claro, com toda certeza! Discrição é o fundamental dentro de nossa fundação. – Prendi a ponta da trança novamente.
- Quando podemos combinar nossa reunião, então? – Perguntei, olhando os fios arrepiados da trança.
-
Quando a senhorita achar melhor.
- Na semana que vem? – Perguntei com uma empolgação forte na voz.
-
Claro! Só me dizer sua disponibilidade que adorarei recebê-la para um café. – Sorri.
- Está combinado, então. Verei minha disponibilidade e lhe envio um e-mail... – Peguei um pouco do gel, passando em volta da trança inteira, esfregando as mãos no final dela.
-
Fico no aguardo, senhorita Addams. E no aguardo de mais de suas revisões... – Fiz uma careta.
- É, com toda certeza! Até a próxima! – Falei.
-
Até, tenha uma boa noit... – Apertei o botão antes de finalizar e suspirei, olhando a ligação em meu celular.
- Então, se demitiu? – Virei o rosto para o lado, vendo Danny deitado no sofá com o macacão, os pés para cima e o boné escondendo o rosto.
- Se eu tivesse, eu estaria dançando nua agora. – Ele ergueu o boné. – Pareço que estou fazendo isso?
- Decepcionantemente não. – Ele disse e me aproximei do sofá, vendo-o dar espaço para mim. – Vai com as tranças mesmo? – Apoiei a mão em sua barriga.
- Vou fazer o teste mais uma vez. – Falei e ele sorriu.
- Você está linda, baby. – Ele apoiou a mão em minha perna e me inclinei até encontrar seus lábios.
- Você também, mas deveria se trocar. – Meus lábios pressionaram nos dele por alguns segundos. – Você está suado e o tempo está estranho...
- Está tudo bem, baby, eu logo volto para pista. – Sua mão apertou meu corpo.
- Você vai tomar cuidado, não vai? – Ele sorriu.
- Sempre, baby. – Suspirei.
- Eu te amo. – Falei e ele ergueu o corpo até se sentar e suas mãos foram para meu colo.
- O que aconteceu, baby? – Neguei com a cabeça. – Carência? – Ri fracamente.
- Só cansada mesmo. – Suspirei, apertando suas mãos.
- Serão duas semanas de folga, depois uma semana na fábrica antes de voltar... Dá para descansar. – Puxei a respiração, soltando-a fortemente.
- É pouco... – Sorri.
- Eu sei. Você pode ficar um pouco mais se quiser... Ficar em Mônaco... – Neguei com a cabeça.
- Não, prometi que passaria a temporada contigo, já foi metade, falta a outra.
- A segunda metade é menor, tem só nove corridas. – Ele disse.
- Quantas já foram? – Franzi a testa.
- Essa é a décima segunda. – Assenti com a cabeça. – E teremos duas
double header em outubro, vai ser mais pesado, mas passa mais rápido. – Confirmei.
- Vamos encarar, né?! – Ele sorriu.
- Vamos e aproveitar as férias também. – Ele apertou minhas mãos e nossos rostos se aproximaram antes de nossos lábios se unirem. – Só você e eu... – Fiz uma careta. – E mais um monte de gente!
- É... Detalhes. – Ele disse e ri fracamente.
- Vamos trabalhar? – Perguntei.
- Me dá um minutinho. – Ele segurou meu rosto e logo nossos lábios se juntaram novamente, fazendo nossos corpos se apertarem rapidamente no sofá.
- Não faça isso... – Pedi, nos afastando devagar. – Você não precisa de muito para me convencer a dormir o restante do dia. – Ele riu fracamente.
- Você quer dormir? – Ele acariciou meu rosto e assenti com a cabeça. – Dorme, baby. Só tem mais uma sessão e depois a coletiva... Quer ir para o motorhome? – Ele sugeriu.
- Eu preciso te dar sorte... – Ele sorriu.
- Você me dá sorte onde estiver. – Ele apoiou a testa na minha. – Quer? Eu te consigo uma carona rapidamente... – Rimos juntos.
- Acho que não vai ser nada mal tirar uma soneca... – Falei rindo.
- Te encontro assim que acabar aqui, só não garanto que te deixem dormir... – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Bobo! – Deixei um beijo em seu rosto. – Faça seu trabalho... Sem gracinhas! – Frisei. – E nos encontramos para jantar.
- Combinado. – Ele sorriu, me fazendo rir com ele. – Você é linda demais...
- Para, Daniel! – Falei rindo.
- Não menti! – Ele ergueu as mãos em rendição.
- Você está apaixonado por mim, senhor Ricciardo. – Segurei sua nuca. – Eu sempre vou ser linda para você.
- Não posso negar. – Ele disse rindo e suas mãos foram para minha cintura.
- Por que você não me beija logo para eu ir dormir? – Ele abriu seu largo sorriso.
- É para já! – Ele riu, colando nossos lábios e deslizando as mãos pelo meu corpo.
Sexta-feira
Daniel
- Você precisa parar. – Ri fracamente, deixando mais um beijo em sua bochecha.
- Por quê? Não estou fazendo nada! – Apertei minhas mãos em sua cintura, ouvindo-a rir.
- Você está me distraindo! E se distraindo! A gente já deveria ter ido para o paddock, Daniel. – disse e ri fracamente, dando um beijo em deu pescoço.
- Eu já treinei e já estou pronto para sair, você que está nua ainda, se divertindo sem mim... – Ela negou com a cabeça.
- Eu não estou! – Ela disse firme. – Cara de pau! – Ela girou o corpo na cama, ficando de barriga para cima.
- Adoraria brincar um pouco mais, baby, mas... – Ela segurou meu rosto, pressionando minhas bochechas.
- Você não vale nada, Daniel Ricciardo. E eu caí na sua. – Ri fracamente.
- Eu sei, demorou um pouco, mas... – Ela revirou os olhos. – Ah, baby, não sou nada sem você! – Me inclinei e colei nossos lábios novamente.
- Bobo! – Ela disse com um riso entre os lábios.
- A gente precisa sair para jantar hoje. – Falei rapidamente.
- É? – Ela se espreguiçou. – Só nós ou todo mundo? – Ela perguntou.
- Só nós dois. Algo bom e romântico. – Ela passou as mãos nos olhos antes de me encarar.
- Hum? Algum motivo especial? – Acariciei sua barriga.
- Uhum... – Dei um beijo em seu rosto. – Hoje faz dois meses que eu conheci esse corpinho gostoso aqui... – Ela gargalhou.
- Daniel! – Ela apertou meus ombros rindo. – Já faz tudo isso? – Ela suspirou.
- Do sexo sim, do beijo foi ontem... – Ela sorriu.
- Odeio como você é ótimo com datas e eu sou péssima. – Ri fracamente.
- Cada um com seu talento, baby. – Ela puxou minha nuca, colando nossos lábios lentamente.
- Às vezes parece que faz tanto mais tempo...
- Dois meses, baby... Mas sete que não nos separamos... – Ela sorriu.
- Por isso que eu estou dependente de você. – Ela suspirou.
- E vamos ficar muito mais. – Falei e ela sorriu.
- Imagina a gente ano que vem? Eu fazendo meus cursos, você nas suas corridas...? Ah, droga! – Sorri.
- A gente dá um jeito, baby, como demos nesses anos todos. – Ela assentiu com a cabeça.
- Te amo...
- Também te amo, baby. – Sorri e pressionei nossos lábios mais uma vez.
- Eu preciso me arrumar... – Ela suspirou.
- Quer ajuda? – Perguntei e ela riu.
- Aí sim que eu não me arrumo. – Ela se sentou na cama e ri fracamente.
- Só oferecendo ajuda. – Ergui as mãos antes de me levantar e ela riu.
Ela enrolou mais alguns minutos na cama para se espreguiçar até que finalmente se levantou. Passei minhas mãos em sua cintura e ela inclinou o corpo para colar nossos lábios. Ela se afastou segundos depois quando apertei sua bunda e dei um tapa nela antes de ela correr para o banheiro, me fazendo sorrir.
- Ah, você é ridículo, Daniel. – Ri fracamente.
Fui para a sala terminar de arrumar minhas coisas e logo saiu enrolada na toalha e aproveitei a vista por mais alguns minutos enquanto ela se secava e se trocava, empinando aquela bunda deliciosa em minha direção. Ela colocou o tradicional uniforme da Red Bull, ajeitou os cabelos arrepiados na trança e fez sua maquiagem antes de Maria vir tocar no motorhome novamente.
- Ok, pronta! – Ela disse, ajeitando a mochila nas costas.
- Linda! – Falei e ela piscou para mim. – Vamos sair desse buraco! – Me levantei.
- Vamos! – Ela riu fracamente e ajeitei minha mochila nas costas antes de esticar minha mão para ela.
Nossas mãos entrelaçaram e puxei-a para perto de mim, dando um curto beijo em seus lábios. Saímos do motorhome e ainda esperamos alguns minutos até Michael e Maria aparecerem. Alguns minutos de bicicleta e outros dando atenção aos fãs, estávamos entrando no paddock.
- Te espero lá embaixo. – disse cantarolando.
- Ei, nem vem! – Falei, desviando a bicicleta de algumas pessoas.
- NÃO VAI ATROPELAR ALGUÉM! – Maria gritou, mas sua voz ficou mais baixa rapidamente conforme a bicicleta corria no paddock desviando das pessoas.
- CUIDADO, DANIEL! – falou quando a ultrapassei e precisei frear com força na frente do motorhome da McLaren.
- Isso, parabéns! Vamos me atropelar no dia do meu aniversário! – Nando falou, me fazendo rir.
- Opa, desculpe, cara! – Falei, descendo da bicicleta. – Quantas velas?
- 35. – Ele disse, revirando os olhos.
- Pelo jeito alguém não gosta de fazer aniversários. – Falei rindo e apareceu do meu lado.
- Você está louco? – Ela falou descendo da bicicleta. – Ainda atropela alguém...
- Foi quase! – Nando disse e me beliscou.
- Ai! – Reclamei. – Você não ouviu? Foi quase! – Falei firme.
- Oi, Nando. É seu aniversário hoje, não? – falou.
- Como você sabe disso? – Perguntei rindo.
- Curiosidades inúteis do mundo dos famosos? – Ela disse, fazendo uma careta.
- Que estamos completando dois meses você não sabe, mas sabe o aniversário dele? – Falei chocado.
- Uh! Essa dói! – Nando disse.
- Não dramatiza, Daniel! – Ela disse. – Feliz aniversário, Nando! Tudo de bom! – Ela o abraçou e revirei os olhos.
- Não acredito nisso. – Nando riu fracamente.
- Ah, vocês dois! – Ele disse e o abracei.
- Parabéns, cara! Tudo de bom! – Falei, dando tapinhas em suas costas com uma mão por causa da bicicleta.
- Obrigado, gente! – Ele riu fracamente. – Só tenta não me atropelar da próxima vez.
- Prometo! – Falei rindo e revirou os olhos.
- Ei, o que vão fazer hoje? Vão celebrar seus dois meses? – Nando perguntou.
- É, talvez algo calmo, longe desse caos. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Sim, entendo! Estou pensando em ir numa balada à noite, curtir com o pessoal, estão convidados! – Ele disse e virei para .
- Ah, a gente pode ver, né, Danny? – Ela disse, ponderando com a cabeça.
- Sem querer ser chato, mas a última vez que você convidou não acabou muito bem para gente. – Falei, fazendo ambos gargalharem.
- Ele está certo. – riu, apoiando a mão em meu braço. – Quem sabe numa próxima?
- Claro! Com toda certeza! – Fernando disse rindo. – Pelo menos passem na garagem depois para pegar um pedaço de bolo.
- Sim, claro! – disse rindo.
- A gente se vê depois, cara! – Falei, dando um tapinha em suas costas.
- Até mais! – Ele disse rindo e segui empurrando a bicicleta com ao meu lado.
- Não que eu não prefira algo mais calminho, mas você ficou realmente traumatizado com o que houve em Barcelona, né?! – Ela comentou ao meu lado e suspirei.
- Eu pensei que tinha te perdido aquele dia, . – Falei. – E não queria só perder a chance de ficar contigo, seria perder minha amiga. – Neguei com a cabeça. – Não estava pronto para isso.
- E nem precisa ficar. – Ela deu um sorriso.
- Eu estou aqui, ok?! – Sorri e ela foi à frente até entrar no motorhome da Red Bull.
Sábado
- Vamos ver se essas tranças dão sorte, ? – Nigel perguntou, me fazendo rir.
- Não estou com a cara repuxada à toa! – Falei e os mecânicos mais próximos riram.
- Eu não sou supersticioso, mas se funcionar esse fim de semana de novo, até eu faço trancinhas. – Christian disse passando por nós, me fazendo rir.
- Vai ficar incrível, Christian! – Adrian falou sarcasticamente enquanto o seguia e segurei a risada até eles saírem da garagem.
- É impressão minha ou o Adrian está falando mais do que antes? – Brad perguntou ao meu lado.
- É... Senti isso. – Nigel falou e desviei enquanto ele puxava o carrinho de pneus com Raymond.
- Se você trouxer comida, garanto que ele vai se soltar mais ainda! – Virei para trás, vendo Daniel ali e sorri.
- Já falei minhas condições... – Cruzei os braços.
- Já consegui um pódio! – Ele disse
- Primeiro lugar! – Falei firme e ele segurou meus braços.
- Se depender dessas suas tranças, vem em breve. – Ele disse e descruzei os braços, apoiando as mãos nos seus.
- Espero que esteja certo. Do contrário os mecânicos vão ficar sem comida. – Falei, ouvindo-o rir e algumas vaias foram ouvidas atrás de nós.
- Eu estou ferrado. – Ele disse.
- Espero que não. – Fiquei levemente na ponta dos pés e dei um beijo em sua bochecha. – Pronto?
- Sempre! – Ele disse firme e assenti com a cabeça.
- Eu estarei lá atrás... – Ele inclinou o corpo para subir o macacão para os ombros.
- Vamos sair hoje? – Ele perguntou. – De verdade! – Ri fracamente.
- Eu estava cansada, baby. – Falei manhosa. – E ontem a culpa foi sua... – Ele fez uma careta.
- Ok, culpado! – Ajudei-o a desenrolar o macacão nos ombros e subi o zíper.
- Toma cuidado, ok?! – Pedi e ele segurou meu rosto.
- Sempre. – Suspirei com sua repetição frequente e ele inclinou meu rosto e deixou um beijo em minha testa.
- Arrasa, tigrão. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
Fechei o velcro do topo de seu macacão e dei alguns passos para trás, abrindo espaço para ele e o restante dos mecânicos e engenheiros trabalharem. Segui até o fundo da garagem onde os meninos se acumulavam atrás do bar e Blake tinha um sorriso fofo nos lábios.
- O quê? – Perguntei rindo.
- Vocês são fofos! – Ele deu de ombros e revirei os olhos.
- Vocês são terríveis! – Falei e me apoiei na bancada.
O cronômetro da classificação foi chegando perto do final enquanto Danny se arrumava e trocava umas últimas palavras com Simon. Também nunca fui supersticiosa, mas fiquei levemente incomodada com a coincidência das tranças. Se desse certo nessa semana novamente, sabia que não seria só culpa das tranças, Danny é um grande piloto, mas talvez eu venha mais com elas. Apesar de que elas realmente puxam meus cabelos e parte do rosto, é um alívio quando tiro.
Os barulhos dos carros dentro da garagem de RBR e das outras começou a me incomodar e ergui o
headphone para as orelhas para abafar um pouco e entender as instruções de Christian e Simon.
Danny demorou um pouco para sair, eles ficaram fazendo vários ajustes antes de realmente liberar Danny. Max acabou saindo primeiro e cravou o terceiro melhor tempo logo na primeira volta. Mas quando Danny saiu, foi exatamente ali que ele entrou. Com uma volta, Danny cravou o terceiro melhor tempo da classificação com 1:15:591, atrás das duas Mercedes, e voltou para a garagem.
O outro lado da garagem precisou correr atrás do tempo perdido, mas não era necessário ficar se queimando borracha só para a Q1, os dois pilotos estavam dentro, e era o que importava. Ericsson, Nasr, Haryanto, Kvyat, Werlein e Magnussen ocuparam do vigésimo segundo ao décimo sétimo lugar do grid.
Na segunda parte da classificação, as Mercedes foram as primeiras a sair da garagem e se mantiveram no topo. Danny subiu para terceiro quando saiu, mas acabou caindo para quinto atrás de Kimi e Max, me fazendo pressionar as mãos uma na outra. Massa teve problemas em fazer sua volta, já que Sainz acabou atrasando-o um pouco, mas ele conseguiu finalizar entre o top 10.
Danny acabou ficando em sexto lugar, já que Checo ficou em quinto quando finalizou sua volta pouco depois da bandeirada. Isso deixava Danny dentro da Q3, mas esse número precisava melhorar para ficar pelo menos entre o top três. Palmer, Grosjean, Alonso, Sainz, Button e Gutiérrez ficaram de fora nessa próxima parte.
Danny não enrolou para sair da garagem para a última parte, mas Seb e Nico foram os primeiros a completarem suas voltas. Os alemães estavam competindo em quem ficaria com a pole em casa. Mas a volta de Nico foi descartada.
A primeira volta de Max o colocou em segundo lugar, somente seis centésimos atrás de Lewis. Mas quando Danny completou sua volta, ele ficou somente dois centésimos atrás da pole e um segundo lugar, largando no camarote, parecia perfeito.
Quando Nico finalmente conseguiu completar sua volta, ele deixou Lewis e Danny para trás, pegando a pole definitiva. Danny finalizou sua volta segundos depois da bandeirada, mas continuou atrás de Nico e Lewis, com 1:14:726. Max não tinha mais tempo e ficou logo atrás dele com 1:14:834.
Danny estava no top três!
-
P3, Daniel! P3! – Simon disse em meu ouvido, me fazendo rir.
- Obrigado, caras! Foi bom! – Danny disse.
- ISSO! – Falei animada, me virando para receber um abraço de Michael.
- Vamos arrasar! – Ele disse rindo e virei para abraçar Blake.
- Vamos terminar isso com estilo! – Falei rindo.
- Eu vou encher aquela piscina de champanhe e ninguém vai me impedir disso. – Tom disse.
- Vamos ganhar antes de fazer planos, por favor! – Pedi rindo.
- Mas vamos fazer isso! – Michael disse firme e assenti com a cabeça.
- É... Vamos fazer isso. – Sorri.
Daniel
- Baby? – Ouvi a voz de e inclinei meu corpo para o lado, vendo-a fazer sua maquiagem dentro do banheiro somente de jeans e sutiã.
- O quê? – Finalizei de fechar os botões da camisa e ela apoiou as mãos no batente da porta.
- Eu sei que dissemos que seria um jantar só nosso... – Ela mordiscou os lábios. – Mas acho que preciso trabalhar hoje... – Franzi o rosto. – Foram quase cinco anos com uma reputação impecável... – Ela suspirou. – Preciso terminar da mesma forma. – Assenti com a cabeça.
- Eu entendo, baby. – Passei os braços em sua cintura. – Você quer fazer isso sozinha?
- Não... – Ela me abraçou pelos ombros. – Acho que preciso de uma forcinha para fazer isso.
- Bom! – Falei. – Vamos terminar isso com estilo, ok?! – Ela riu fracamente e nossos lábios se tocaram por alguns segundos. – Termine de se arrumar, saímos em 15.
- Ok! – Ela disse rindo, se afastando para dentro do banheiro novamente.
Voltei para a sala do motorhome e peguei meu celular na bancada. Comecei enviando uma mensagem para o restaurante, cancelando a reserva. Tinha feito reserva em um restaurante chique, eu estava me sentindo romântico. Talvez fosse o lugar ideal para a última avaliação de , mas ela não precisava da pressão de um lugar incrível.
Mudança de planos, a levaria para uma das feirinhas em volta do circuito. Talvez estivesse com alguns torcedores ou até pessoas das equipes, mas teria ajuda da galera para distrair. Abri na conversa de Michael e enviei uma para ele.
“Suspendam seus planos, se tiverem, venha para o motorhome, precisa da gente”. – Enviei antes de continuar me arrumando.
saiu do banheiro enquanto eu colocava os Vans nos pés e ela pegou uma camiseta branca antes de colocar um colete jeans por cima. Ela veio em minha direção e se sentou ao meu lado para colocar um sapato com salto baixo.
- Você está linda. – Falei e ela sorriu, pressionando seus lábios avermelhados.
- Você também. – Ela apertou a mão em minha perna, inclinando seu corpo para mim e nossos lábios se colaram por alguns segundos. – Essas camisas são chamativas demais... – Ri fracamente.
- Ei, todo mundo precisa de uma camisa brega de vez em quando. – Ela riu fracamente.
- Normalmente isso acontece na meia-idade, por volta dos 50 anos... Acho que está meio cedo, baby! – Ri fracamente.
- Me deixa! – Falei e ela sorriu.
- À vontade. Eu só vou julgar seus looks, não vou ditar o que você deve fazer. – Ela se levantou, me fazendo rir.
- Não mesmo? – Falei rindo.
- Não! Se você quer ficar feio, a culpa é sua! – Ela deu de ombros.
- Mas eu estarei ao seu lado...
- Eu finjo que não te conheço. – Ela deu de ombros e ouvi duas batidas na porta. – Está esperando alguém?
- Sim! – Falei, me levantando. – Lesgo, baby! – Ela franziu a testa.
- O que está aprontando? – Ela perguntou antes de abrir a porta do motorhome e coloquei a cabeça para fora para ver os caras com roupas bem mais básicas do que eu e .
- Foi aqui que chamaram a cavalaria? – Tom perguntou e virou para mim.
- Achei que precisasse de apoio. – Falei e ela pressionou os lábios antes de segurar meu rosto com as mãos.
- Você é incrível, Daniel Ricciardo. – Ela disse antes de colar os lábios nos meus.
- É... Eu sei disso! – Dei de ombros e peguei minha carteira, colocando no bolso de trás da calça.
- Então, aonde vamos? – Michael perguntou e saí do motorhome, puxando a porta.
- quer fazer uma última avaliação. – Falei. – Vai ser legal.
- É, claro! – Blake disse e vi o taxista parado ali.
- Pode liberar o taxista, vamos a pé. – Anunciei e franziu a testa.
- O restaurante é longe! – Ela disse.
- Não vamos no restaurante. – Estiquei a mão para ela. – Vamos! – Falei e o pessoal se entreolhou, enquanto ela entrelaçou nossos dedos.
Caminhamos por uns 15 minutos até sair da área de acampamento e mais uns 10 até chegar na feira próximo dali. As luzes do grande barracão chamaram atenção de longe. Apesar da distância, andar com a galera atrás de comida parecia a escola novamente. Faltava só Déborah e Aria para o grupo ficar completo.
- Por que aqui? – perguntou.
- Eu quero que você se divirta. – Falei firme. – Sem pressão, ok?! – Ela assentiu com a cabeça.
- Ok. – Ela sorriu e dei um beijo em sua testa.
Entramos atrás dos caras no barracão e as opções eram infinitas, já tinha vindo aqui em outras corridas para procurar algo na hora da fome durante o fim de semana. Normalmente eu venho na pressa e volto também na correria, mas sabia procurar por lugares inusitados e incríveis.
- Fiquem perto dela, ok?! – Falei para Michael. – Especialmente se tiver muitos fãs.
- Isso se ela não sair correndo antes de nós. – Tom disse sarcástico, me fazendo rir.
- Eu já volto! – Ouvi a voz de antes de seguir para outro lado.
- ! – A chamei.
- Viu?! Eu falei! – Tom disse e rimos antes de sair correndo atrás dela.
Não demorou para que tivesse algo de comer ou beber em suas mãos.
Apesar de ser completamente egocêntrico da minha parte, minha ideia acabou tendo um resultado melhor do que o esperado. Eu perdi a conta de quantas comidas comeu, beliscou ou comprou para levar de volta para o motorhome. Em um momento ela estava com um cachorro-quente alemão do tamanho da minha cabeça com bacon, picles e chucrute, depois ela tinha um copão de vinho nas mãos e parava em todas as barracas para experimentar alguma coisa.
nunca exagerava na comida em suas avaliações, mas sabia que ela estava se divertindo. Fazia tempo que eu não vi o brilho em seus olhos fazendo isso. Por um momento me perguntei se ela realmente queria sair, mas talvez fosse esse o motivo do ânimo em seu rosto, ela estava finalmente se livrando de algo que não pertencia mais à ela.
Eu acabei me afastando do pessoal um pouco, tinha alguns fãs ali em volta, mas ver quase saltitando pelos lugares, conversando com os vendedores e pegando qualquer tipo de amostra, me deixou muito feliz. E não posso esquecer que os meninos corriam atrás dela para não perdê-la de vista.
- Obrigada por hoje. – Ela disse quando voltamos para o motorhome.
- Você não precisa me agradecer, baby. – Ela deu um sorriso e empurrei a porta do motorhome.
- Eu preciso... – Ela disse, entrando na minha frente e deixando algumas sacolas na bancada. – Fazia tempo que eu não me divertia fazendo isso. – Ela suspirou, se sentando no sofá, se livrando de seus sapatos.
- Eu percebi, os caras não paravam de correr atrás de você. – Ela sorriu e me sentei ao seu lado.
- É, eu percebi... – Ela riu fracamente.
- Você merece isso, baby. – Falei e ela apoiou a cabeça em meu ombro. – Você vai escrever a revisão agora?
- Eu não sei. – Ela disse rindo. – Eu comi demais!
- Bem percebi! – Falei rindo. – Nunca te vi comer tanto. – Ela riu fracamente, me abraçando pela barriga e fiz o mesmo em seus ombros.
- Eu adoro feirinhas. – Ela disse rindo. – E tentei ignorar a pressão do trabalho.
- Você sabe que eu vou te apoiar independente da sua escolha, não sabe? – Perguntei.
- Eu sei... Mas por que diz isso agora? – Ela perguntou.
- Você se divertiu hoje... – Falei. – Caso não queira sair e...
- Não, Danny! – Ela ergueu o rosto, virando o corpo para mim, erguendo uma perna para o sofá. – Acabou! – Ela negou com a cabeça. – Preciso seguir em frente. – Assenti com a cabeça, acariciando seu rosto.
- Eu estarei contigo no que decidir. – Ela sorriu.
- Eu também! – Ela disse, suspirando em seguida. – Ok, eu preciso deitar. – Ela disse rindo. – Estou pesada, estou cansada...
- Vamos dormir, baby, você faz isso amanhã. – Ela assentiu com a cabeça.
- É... Vai ter que ser! – Rimos juntos e ela suspirou. – Ok, agora estou com preguiça de levantar. – Ri fracamente e me levantei, esticando as mãos para ela.
- Vem, eu cuido de você! – Ela riu fracamente e segurou minhas mãos, se impulsionando para cima.
Domingo
- Eu não deveria dizer isso, mas meu Deus! – Suspirei, deslizando a mão pelo queixo.
- Ele é lindo, certo? – Maria sussurrou para mim e assenti com a cabeça.
- Qual a idade dele? – Anne, da equipe do Max, perguntou.
- Idade do Danny. – Sussurrei.
- Um pouco novo para mim, mas não jogo fora... – Maria disse, me fazendo rir e senti alguém me puxar pela gola da camiseta.
- Ah! – Virei para trás, vendo Danny antes de ele me empurrar para o corredor da garagem. – Danny! – O repreendi. – Isso dói! – Ele revirou os olhos.
- Vai ficar dando em cima desse ator aí na minha frente mesmo?
- Ah, baby! – Falei rindo. – Eu não estou dando em cima de ninguém... Só observando! – Falei, vendo-o bufar. – O quê? Está com ciúmes? – Passei os braços em seus ombros.
- Sim! – Ele disse firme, me fazendo rir.
- Ah, baby... – O puxei para mais perto. – Ele é gato, mas ele não é meu amigo há 24 anos. – Dei um beijo em sua bochecha, sentindo suas mãos em minha cintura. – Ele não é piloto... – Deslizei os lábios pelo seu rosto. – Ele não tem seus cachinhos... – Mordisquei sua orelha. – Ele não tem o melhor sexo da minha vida... – Ouvi sua risada e deslizei os lábios pelo seu rosto. – E eu não o amo. – Segurei sua nuca, olhando em seus olhos. – Entendido? – Mordisquei seu lábio inferior antes de dar um curto selinho.
- Ah, ... – Ele falou em um suspiro, me fazendo abrir um sorriso. – Não faça isso agora. Não posso me excitar agora. – Afrouxei minhas mãos em seus ombros.
- Não e você tem que ir. – Desci as mãos em seu peito. – Ganha e depois a gente finaliza isso. – Pisquei para ele e suas mãos fecharam em minha cintura, colando nossos corpos e nossos lábios rapidamente.
O riso ficou preso em minha garganta, já que sua língua encontrou a minha. Minhas mãos se fecharam na segunda pele a mostra e deixei que ele guiasse os movimentos. Suas mãos trabalharam com mais força em minhas costas e minha bunda do que seus lábios, mas quando ele se afastou, eu estava ofegante.
- Só para não perder o costume.
- Idiota. – Falei rindo, passando o polegar nos lábios. – Quanto você sujou meu batom? – Perguntei.
- O suficiente para o cara lá de fora saber que você tem dono. – Gargalhei alto.
- “Dono”? Uhum,
tá! Continua achando, lindinho. Talvez ajude no seu ego! – Pressionei meus lábios nos seus. – Para de falar besteira e vamos correr!
- Pelo menos você não negou! – Ri fracamente.
- Vá! – Falei firme, empurrando seu rosto para o lado e desviei de seus braços antes de voltar para garagem. Maria, Annie e os garotos me olharam aos sorrisos e dei de ombros, voltando a me colocar no meu banco. – Vamos correr?
- É! Claro! – Os meninos falaram sarcásticos e ri fracamente.
Desviei o rosto para um espelho e passei as mãos nos lábios, feliz pelo batom vermelho ter saído há tempos. Apesar do drama desnecessário de Daniel, até
Nicholas Hoult olhava para nós, mas talvez fosse só a zoação do restante do pessoal que chamou atenção dele, mas ele logo desviou o rosto.
Michael ajudou Danny a terminar a preparação pré-corrida e os protocolos de sempre começaram. Acompanhei Danny até o grid, vendo o caos de sempre e suspirei. Hoje tinha tudo para ser um dia especial. Largando em terceiro, centésimo Grand Prix... Mas normalmente esses dias eram os que mais davam errados. Esperava que as tranças, ou o que for, dessem sorte.
- Cuida para mim... – Danny me entregou seu iPod e coloquei no bolso, como sempre.
- Se cuida, ok?! – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Sempre, baby! – Suspirei. – Eu te amo. – Sorri.
- Também te amo. – Respondi e ele pressionou os lábios em minha testa antes de se afastar.
Acompanhei toda a preparação até a saída da volta de apresentação, voltando para meu lugar dentro da garagem junto do restante do pessoal. Não sei se era por ser a última corrida antes das férias, mas aqui estava mais lotado do que antes. Esperava que não acontecesse o mesmo que em Mônaco. As mudanças estavam dando certo.
Observei os carros voltarem para o grid e as cinco luzes se acenderam uma a uma, fiz um sinal da cruz antes de apagarem e prendi minha respiração.
Danny fez uma largada fenomenal e incrível, mas ele e Max acabaram competindo mais do que deviam e mergulharam juntos dentro da curva. O companheiro de equipe de Danny teve vantagem e acabou ficando em segundo lugar e Danny em terceiro. Lewis liderava a equipe e Nico ficou em quarto. Os três primeiros o ultrapassaram com muita facilidade.
- Droga! – Sussurrei, mordiscando a ponta do polegar.
Não era perfeito, mas ao menos a posição estava mantida.
Na segunda volta, Nico se aproximou demais de Danny e ambos batalharam por umas seis curvas antes de Danny finalmente ultrapassá-lo. Senti que Nico estava com dificuldades nesse começo. Talvez seu azar fosse nossa vantagem. Se continuasse assim, ao menos no pódio Danny já estava.
A competição ficou mais acirrada com a possível chuva que estava ameaçando cair, na décima terceira volta, Max veio para o pit stop, saindo em oitavo. E Danny veio uma volta depois, saindo em quinto, atrás de Lewis, Seb, Kimi e Max, que já havia recuperado algumas posições pela saída de outros pilotos para a troca de pneus.
Na décima sétima volta, a posição inicial voltou quando as duas Ferrari foram para o pit stop também. Lewis liderava com vantagem, Max vinha logo atrás, mas Danny estava mais colado nele.
-
Daniel, Lewis está há nove segundos de você. Os tempos dele e de Max estão estáticos! – Ouvi Simon falando na vigésima segunda volta.
- Entendido! – Ouvi sua voz, me fazendo pressionar os lábios.
Já na vigésima quinta volta, tudo mudou novamente quando os tempos do pessoal com os supermacios começou a decair.
-
Os pilotos em supermacios estão sofrendo um pouco, procure por esses intervalos. Provavelmente Plano B! – Simon falou.
Plano B, duas paradas.
-
Entendido! – Danny disse.
Na vigésima nona volta, Max voltou para o pit stop e saiu em quinto. Danny estava em segundo e Max lutando para ultrapassar Nico. Ele e Max batalharam por quase uma volta inteira, até que Nico fez uma curva muito aberta em cima de Max, obrigando-o a sair da pista e isso foi para investigação.
Na trigésima quarta volta, o resultado veio. Nico recebeu cinco segundos de penalidade. Na mesma volta, Danny veio fazer seu segundo pit stop e trocou pelos supermacios, me deixando confusa.
Não eram os supermacios que estavam com problemas? O que Simons estava pensando?
Sem resposta, Danny saiu em quarto, atrás de Lewis, Nico e Max.
- Entendeu algo? – Michael perguntou ao meu lado e neguei com a cabeça.
- Não mesmo, mas eles sabem de algo no pit wall, certeza. – Suspirei.
Na trigésima sexta volta, Danny fez a volta mais rápida com 1:19:684. Na volta seguinte baixou para 1:19:681. A corrida estava ficando cada vez mais empolgante e eu sentia a excitação subir pela minha garganta.
A última não havia sido assim.
Na trigésima oitava volta, Massa precisou abandonar a corrida por um problema de suspensão.
Na quadragésima volta, o que eu esperava acontecer desde o começo da corrida, aconteceu. Danny aproveitou o DRS e ultrapassou Max. Talvez não devesse, mas comecei a aplaudir isso junto do restante dos mecânicos e dos caras.
- Vai, Danny! Pega eles! – Falei em um sussurro.
Na quadragésima volta, Danny reduziu o tempo de volta mais rápida com 1:19:105, se ele continuasse assim, o primeiro lugar poderia vir. Na quadragésima terceira volta, Simon informou Danny sobre Nico mais uma vez.
-
Rosberg está sofrendo um pouco, pega ele!
Não foi preciso que Danny fizesse muita coisa, Nico precisou parar na quadragésima volta, deixando o espaço para Danny chegar em segundo. A Red Bull aproveitou o tempo de vantagem e fez pit stop com Max na volta seguinte e com Danny na depois. Danny conseguiu sair em terceiro, atrás de Kimi, mas pegou o lugar dele assim que o finlandês foi para o pit stop.
- ISSO! – Os mecânicos comemoraram.
- Vai, Danny! – Sussurrei, já mordendo com mais força a ponta do meu dedo.
Na quadragésima oitava volta, Danny reduziu mais ainda a volta mais rápida com 1:18:442. Ele está literalmente pegando fogo, pena que Lewis estava correndo praticamente sozinho há quase oito segundos de Danny! Ele precisava reduzir bastante esse tempo para alcançá-lo. Tínhamos ainda 19 voltas, quem sabe?
A corrida se tornou mais estática pelas próximas voltas, mas mantendo a empolgação seja com os primeiros quatro lugares, seja com o restante dos pilotos. Alonso e Perez vinham batalhando entre si. Bottas e Hulkenberg, também e tinha muitas incertezas.
-
Daniel, chuvisco fraco na curva um. – Simon avisou e não era possível ver nada ainda, o tempo parecia limpo.
Danny acabou atrás de Alonso e Perez ao ultrapassá-los de novo e ambos logo abriram espaço para ele. A distância de Danny para Lewis reduzia cada vez mais e agora estava abaixo de seis segundos. Faltava cinco voltas, mas era possível.
Na sexagésima primeira volta, foi a vez de Nasr abandonar a corrida por problema na unidade de energia.
As voltas foram passando e o top três foram lapeando o restante dos pilotos que ficavam uma ou duas voltas para trás e eu só conseguia olhar para o número de voltas faltantes.
Segundo lugar, segundo lugar! Faltavam só duas voltas para completar garantir essa posição.
- Vai, baby. Vai! – Suspirei. A animação era crescente no restante da equipe também, seja do nosso lado ou do outro. Era segundo e terceiro lugar da Red Bull, isso nos colocava em segundo no campeonato de construtores e Danny ganhava vantagem de Kimi em terceiro lugar no campeonato individual.
A última volta começou e meu coração pareceu travar por um segundo, voltando a bater somente quando os mecânicos saíram correndo para a grade. Lewis viu a bandeira, depois Danny e Max em terceiro.
Era isso que eu estava falando.
- ISSO! – Comemorei animada e senti alguns abraços em volta de mim e já abraçava Maria e Michael.
- Conseguimos! – Michael disse rindo.
- Conseguimos! – Gargalhei, abraçando ele junto de Blake, Tom e Alex.
-
Saúde, caras! Foi bom! – Ouvi Danny no rádio, me fazendo sorrir.
-
Ótimo ritmo, ótima posição. – Simon disse.
-
É! Obrigado, caras. – Danny disse. –
Os supermacios deram um ótimo balanço! – Ri fracamente.
- Merda! Supermacios! – Neguei com a cabeça.
- VEM! – Tom gritou, seguindo para frente da garagem. Gargalhei, deixando meu
headphone apoiado em qualquer lugar e corri com eles pelo pit lane, feliz pela garagem da Mercedes ser mais longe e conseguirmos nos acumular na grade antes deles.
Os três carros estacionavam ali e Danny e Max se abraçaram logo que saíram dos carros. Abri um largo sorriso quando Danny se virou em nossa direção. Seu sorriso era visível até embaixo do capacete, o que só fez o meu aumentar mais ainda.
- É, DANNY! – Os caras gritaram e ele passou os braços em volta de nós e só consegui puxar seu pescoço, dando um beijo no capacete, na direção de seu queixo.
- Terminamos depois! – Ele falou abafado, me fazendo sorrir e os caras o empurraram para longe.
Ri fracamente, vendo-o entrar na garagem da FIA e suspirei.
Segundo lugar. Parece que as tranças realmente davam um pouco de sorte. Apoiei os braços na grade, inclinando o corpo um pouco para frente e percebi várias câmeras viradas para meu rosto e fiquei entre fazer uma careta, sorrir ou manter a cara séria. Esqueço que eles ficam a nossa volta agora.
Não sei o que eles tinham pego, mas esperava que tia Grace continuasse ignorando qualquer notícia nossa que sai na mídia. A regra geral sobre Danny é e sempre foi: ignorar boatos na mídia, mas não quando não estávamos sendo nada discretos na frente da mídia. Ao menos ele estava de capacete.
- Em terceiro lugar, da Holanda, Max Verstappen! – Ergui o rosto para o pódio, vendo Max entrar e os torcedores que se acumulavam atrás de nós, gritaram.
- Em segundo lugar, da Austrália, Daniel Ricciardo! – Abri um largo sorriso, aplaudindo-o em sua entrada calorosa.
- VAI, DANNY! – Os caras gritaram atrás de mim.
- Em primeiro lugar, da Grã-Bretanha, Lewis Hamilton! – Lewis entrou logo em seguida.
O hino da Inglaterra começou a tocar, fazendo aquele silêncio descomunal se instalar entre aquelas milhões de pessoas. A maioria das bandeiras eram da Inglaterra e da Holanda, mas era possível ver uma ou outra da Austrália.
Após o hino, Lewis foi o primeiro a receber seu prêmio, jogando-o para cima como sempre. Seu engenheiro recebeu o dele, depois foi a vez de Danny, ele beijou o prêmio e veio para perto da grade, fazendo os mecânicos comemoraram com ele. E Max recebeu o último, com uma comemoração bem mais contida.
- O CHAMPANHE!
Não deu tempo do apresentador falar e Danny estourou sua garrafa no chão, espirrando em Lewis e depois em Max. Não consegui ficar animada por dois segundos, pois Danny logo o espirrou pela marquise, fazendo alguns respingos caírem em nós. Ri fracamente, vendo Danny se sentar no pódio e tirar seu sapato antes de enchê-lo com champanhe.
- Ah não! – Falei.
- Ele vai fazer o que eu acho que ele vai? – Blake perguntou.
- Pelo jeito vai! – Michael disse e Danny se levantou antes de virar o champanhe do sapato.
- AH, DANIEL! – Falei rindo.
- Eca! – Os meninos falaram a minha volta.
- Danny está adepto ao
shoey desde quando? – Alex perguntou e ri fracamente.
- A gente conversou sobre isso tem uns meses, mas não achei que ele fosse realmente fazer isso. – Falei rindo. – Eu comentei sobre, mas... – Ri sozinha.
- É! Ele fez! – Michael falou com uma visível careta em seu rosto e ri fracamente.
- Espero que ele não pense que eu vou beijá-lo depois disso. – Falei, ouvindo os caras rirem a minha volta.
- Imagina o gosto, cara! – Blake disse e fiz uma careta.
- Eu poderia pensar com um pouco de clareza e quatro anos de gastronomia e falar que não dá tempo de ficar com gosto, mas eu só estou com nojo agora. – Falei com uma careta em meu rosto e arrepiei meu corpo.
- É... – Os meninos falaram juntos. – Eca! – Eles falaram, me fazendo rir.
*Os pais do Danny estavam nessa corrida, mas alterei por motivos de enredo.
Daniel
- Ah, baby! – Falei rindo.
- Para, Daniel, você está suado! Você deveria ter tomado banho depois de tudo! – me empurrou, me fazendo forçar as mãos em seu corpo.
- Ah, a gente estava comemorando, baby! – Pressionei meus lábios em seu pescoço.
- Para, Daniel! – Ela disse aos risos, empurrando meu rosto e gargalhei. – Ainda não acredito que você falou aquilo para o jornalista!
- Ah, eu só pensava que o cara era
irlandês, eu ia adivinhar que era escocês? – Ela destravou a porta do motorhome.
- É por isso que você não assume nada das pessoas, baby! – Ela disse, puxando a porta em seguida.
- Ah, só cumprimentei o cara. – Tropecei nos pés no primeiro passo.
- Boa noite, gente!
- Boa noite! – Gritei para o restante da equipe que vinha logo atrás.
- Você cuida disso? – Maria perguntou.
- Há, há, há! Muito engraçado! – Falei e senti me puxar para dentro.
- Tchau, gente! – Ela disse novamente e eu tropecei nos degraus. – Vem logo, Daniel! Você está bêbado!
- Eu não estou! – Falei firme, rindo em seguida e fechei a porta atrás de mim.
- Você está bêbado! – Ela disse firme. – E fedido! Vai para o banho agora! – Ela indicou o corredor.
- Ah, baby! Agora que eu estou livre? Dá para gente aproveitar um pouco... – Puxei-a pela cintura e ela me manteve afastado com o braço em meu peito.
- Vá para o banho, use bastante sabonete, faça bastante espuma, depois eu apareço lá! – Ela disse séria.
- Hum... Sexo no chuveiro? – Ela se afastou, sacudindo as tranças e deu de ombros.
- Talvez... – Ela sorriu e ri fracamente, vendo-a se apoiar na bancada e começar a desfazer um lado da trança.
- Você quer uma música? Acho que esse momento pede uma música! – Falei, seguindo até o som e procurei alguma música, escolhendo
A Place Like This de Majid Jordan.
- Ah, Daniel... – Ela virou para mim e comecei a dançar no ritmo da música. – Você não vai fazer isso! – Ela disse rindo e puxei a camiseta para fora, vendo-a negar com a cabeça. – Daniel...
- O quê? Não quer me ver dançar? – Girei a blusa para cima, rebolando devagar enquanto esfregava as costas dela, vendo-a rir.
- Banho, Daniel! – Ela me empurrou e abri a calça jeans, dançando conforme a música. – Você é terrível! – Ela disse, terminando de desfazer uma trança.
- Você sabe quantas mulheres fariam de tudo para ver esse show? – Perguntei, abaixando as calças.
- Vai atrás delas, então! – Ela disse rindo, puxando a outra trança e fechei o sorriso.
- Seu coração parou de bater, né?! – Falei antes de tirar a calça e chutar em sua direção.
- Ah, dramático! – Ela disse rindo e segui para o banheiro.
Mostrei-lhe a língua, ouvindo sua risada ainda e tirei a cueca antes de entrar embaixo do chuveiro. A água gelada caiu mais rápido, fazendo meu corpo arrepiar antes da água quente cair. Eu estava bêbado na coletiva e um pouco mais cedo, mas agora eu só estava feliz demais! Terceiro lugar na semana passada, segundo nessa! A próxima metade da temporada tinha tudo para ser incrível!
Obedeci e passei bastante sabonete pelo corpo. Dava para sentir o cheiro do champanhe impregnado no suor mesmo depois de quase seis horas do final da corrida. Me enxaguei e repeti o processo mais uma vez, demorando um pouco mais dessa vez. Larguei o sabonete e peguei o xampu, colocando um pouco na cabeça, esfregando o couro cabeludo, os cachos e até a barba antes de entrar embaixo da água novamente.
- Já voltou ao normal? – Saí de baixo do jato, vendo a cabeça de para dentro do banheiro e passei a mão no vidro para desembaçar.
- Estou sempre no meu normal, baby! – Falei e ela riu fracamente, entrando e fechando a porta.
- Eu não gosto de você bêbado. – Vi seus cabelos frisados pelas marcas das tranças.
- E eu não gosto de você enfezada. – Falei e ela fez um bico, me fazendo sorrir. – Manhosa?
- Muita atenção em cima de você. – Ela cruzou os braços e sorri.
- Ciúmes? – Abri um sorriso.
- Cala a boca. – Ri fracamente.
- Vem cá... – Chamei-a, passando a mão pelo corpo, tirando o restante de sabonete.
- Precisamos conversar... – Ela disse fracamente, puxando a blusa para cima. – Sobre as férias... – Ela se livrou do sutiã antes de abaixar com suas calças.
- Podemos conversar depois... – Entreabri o box. – Vem... – Ela suspirou, com um curto sorriso nos lábios e abaixou a calcinha antes de deixá-la na pia. – Minha linda.
- Me cantando? – Ela perguntou, se aproximando de mim e ri fracamente.
- Sempre que eu puder... – Ela entrou no box e passei meus braços em sua cintura. – Eu te amo, minha enfezada. – Ela riu fracamente, passando as mãos em meus ombros e segurou minha nuca.
- Eu estou feliz por você. – Ela colou nossos corpos. – Foi uma corrida emocionante, de verdade. – Sorri, deslizando meu nariz no seu.
- Fazia tempos que isso não acontecia, foi bom. – Falei rindo. – E bom para a equipe também. – Ela sorriu.
- Eu estou ficando empolgada demais quando você fica na frente do Max, isso é mal? – Ela perguntou rindo.
- Não! – Sorri. – Se ele for melhor do que eu, eu posso perder meu emprego, então... É bom ficar feliz por isso. – Ela acariciou meu rosto.
- Ok, então seja melhor do que o Max sempre. – Assenti com a cabeça e ela deu um curto selinho em meus lábios.
- Eu vou tentar. – Falei rindo e ela me abraçou apertado, apoiando a cabeça em meu ombro. – Cansada?
- Um pouco, hoje foi pesado. – Ela ergueu o rosto e deslizei meu nariz em sua bochecha. – Um pesado bom, mas pesado.
- Temos duas semanas de folgas, baby...
- Querendo ir para três países, não é exatamente uma boa folga. – Rimos juntos e ela ergueu o rosto.
- Como quer fazer isso? – Perguntei, acariciando seu rosto, vendo o curto sorriso em seu rosto.
- Eu não sei, honestamente. Mas acho que preciso resolver as coisas da Michelin sozinha... – Ela pressionou os lábios.
- Tem certeza? – Ela assentiu com a cabeça.
- Você é culpado por parte do meu desleixo, não quero que falem, sabe? – Sorri.
- Não ligo de ter essa culpa. – Ela pressionou os lábios nos meus.
- Achei que não queria me beijar depois do shoey! – Falei e ela riu fracamente.
- Eu não deveria... – Ela mordiscou meu lábio. – Mas não resisto a você, baby.
- Vem cá... – Puxei-a mais para perto com a mão em sua cintura e colei meu peito no seu.
- Vai ficar bem alguns dias sem mim? – Perguntei, sentindo sua mão deslizar pelo meu corpo.
- Sim, eu vou. E você? Vai fazer muita bagunça? – Ri fracamente.
- Talvez... – Deslizei meus lábios pelo seu rosto. – Mas prometo me comportar.
- Sem mulheres... Sem strippers...
- Não. – Falei sério. – Eu tenho você, baby. – Sua mão desceu pelo meu peito. – Não preciso mais ninguém. – Ela sorriu.
- Bom. – Nossos rostos se alinharam. – E se os meninos quiserem, espero que saiba que eu vou ficar muito brava se você estiver envolvido. – Arrepiei quando sua mão chegou em meu pênis. – Você sabe o que eu posso fazer contigo. – Mordisquei meu lábio inferior. – Ou o que posso deixar de fazer contigo... – Ela começou a deslizar a mão devagar.
- É... Eu sei. – Suspirei, sentindo meu corpo se contrair com o toque. – Conheço minha gata. – Ela riu fracamente.
- Isso não é mais estranho, certo? – Ela perguntou fracamente.
- Como se nunca tivesse sido. – Falei em um sussurro.
- Me beija. – Ela disse no mesmo tom e passei as mãos em seus cabelos, colando nossos lábios.
Suas mãos se afastaram de meu pênis, pressionando o corpo no meu e encostei na parede atrás de mim. Ela apertou as mãos em minha cintura e seu pé deslizou em minha perna, encaixando-a em minha cintura. Ela deslizava sua vagina na minha, fazendo meu pênis pressionar cada vez mais forte.
Minhas mãos se perderam em seus cabelos enquanto nossas línguas se encontravam na boca do outro, tornando o beijo bagunçado. Ela afastou nossos rostos, dando um selinho em meus lábios e deslizando-os pela minha bochecha.
Soltei um suspiro para cima, sentindo-a descer os lábios para meu pescoço, depois para meu peito, deixando curtos beijos no local e pressionei uma mão em meus cabelos, sabendo já o que ela queria fazer.
Mordisquei o lábio inferior quando senti sua mão em meu pênis novamente e ela se ajoelhou no chão. Ela passou os lábios devagar nele, me fazendo prender com mais força a respiração e levei uma mão em sua cabeça, segurando seus cabelos no topo de sua cabeça. Ela ergueu o olhar para mim e só consegui sorrir.
Merda!
Soltei um gemido quando ela colocou meu pênis na boca e quase vi estrelas com o feito. Uma mão foi até a base, enquanto a outra apoiou em minha coxa, deslizando a mão devagar. Meu corpo se contraía cada vez mais, deixando minha respiração falhada, mas era abafado pelo barulho do chuveiro.
- Merda, ... – Sussurrei, sentindo-a dar curtos beijos na minha glande e ela o afastou, erguendo o rosto para mim. – Não para...
- Só aquecendo os pneus, baby. – Ri fracamente, vendo-a se aproximar.
- Ah, merda, eu te amo. – Falei rindo e ela colou seu corpo no meu novamente antes de nossos lábios se encontrarem.
Apertei minhas mãos em sua cintura, colando meu corpo no seu e suas mãos foram para minha nuca. Deslizei minhas mãos pela sua bunda, apertando-as com firmeza, ouvindo-a rir fracamente, separando nossos lábios por alguns segundos. Apertei minhas mãos em seu quadril e afastei meu corpo da parede antes de apoiá-la no mesmo.
Pressionei meu corpo no seu, deslizando minha mão para sua perna e a ergui até minha cintura. Ela respirava com os lábios entreabertos e olhei em seus olhos , vendo-a transformar seus lábios em um curto sorriso. Colei nossos lábios novamente por alguns segundos antes de guiar meu pênis até sua entrada. Ela deu uma mordiscada em meus lábios antes de eu penetrá-la devagar, ouvindo-a gemer devagar com o feito.
- Ah, baby... – Ela suspirou, apertando as mãos em meus ombros e tombando a cabeça para trás.
Levei os lábios para seu pescoço, dando fortes chupadas, sentindo-a puxar um pouco dos meus cabelos. Comecei a movimentar meu quadril devagar, fazendo movimentos de vai e vem, mantendo minha mão firme em seu corpo.
- Vai, baby... – Ela gemeu perto de meu ouvido, me fazendo suspirar.
Meus lábios se afastaram de meu corpo, mantendo-os em sua pele conforme eu movimentava meu quadril cada vez mais forte, tirando quase tudo e colocando rapidamente de novo, fazendo os suspiros de ficarem mais fortes em meu ouvido e seus dedos apertaram meus cabelos.
- Baby, eu vou... – Suspirei, tirando meu pênis de dentro dela pouco antes de gozar.
- Ah, merda. – Ela suspirou, jogando a cabeça para trás. – Eu odeio quando você faz isso... – Ri fracamente, movimentando a mão em meu pênis.
- Esquecemos a camisinha, baby. – Dei um beijo em sua bochecha.
- Eu preciso de mais, baby. – Ela falou com a voz fraca.
- Eu te ajudo. – Dei um beijo em seus lábios antes de deslizar meu corpo para baixo, sendo minha vez de ajoelhar no chão.
Ergui a perna que estava em minha cintura para meu ombro e levei os dedos em sua vagina, entreabrindo os lábios antes de levar minha língua para sua entrada, ouvindo-a soltar um gritinho.
- Ah, merda! – Ela suspirou, apertando a mão em meus cabelos.
Deslizei a língua em sua entrada, sentindo-a úmida e chupei seu clitóris, ouvindo seus gemidos ficaram cada vez mais rápidos e sua mão puxar meus cabelos com mais força. Apertei minhas mãos em suas pernas, chupando cada vez mais forte seu clitóris, sentindo os lábios estalarem com o movimento.
- Dan... Dan... – Ela soltou um gemido alto, apertando meus cabelos com força antes de soltá-los devagar. – Ah, merda!
Abri um largo sorriso, deslizando minha língua mais uma vez em sua entrada, sentindo-a apertar meu rosto e abaixei sua perna devagar antes de me levantar. Segurei seu corpo com firmeza, vendo-a escorada na parede e segurei-a pela cintura novamente, sentindo-a me apertar pelos ombros.
- Estamos quites agora? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Não. – Ela negou com a cabeça e dei um beijo em seus lábios. – Eu gosto quando você vai até o fim...
- Eu posso pegar uma camisinha e a gente começa de novo. – Ela riu fracamente, soltando a respiração em um riso.
- Eu preciso de um minuto. – Ela falou em um suspiro.
- Até dois. – Dei um beijo em sua bochecha e ela virou o rosto, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu te amo. – Ela sussurrou e sorri.
- Também te amo, baby. – Ela suspirou.
Ela fechou os olhos por alguns segundos, me apertando pelos ombros e distribuí alguns beijos em seu rosto e lábios, vendo-a sorrir com cada beijo que eu deixava. Ela abriu os olhos novamente, acariciando meu rosto e colei nossos lábios em um curto selinho.
- Vamos fazer o seguinte... – Ela disse suspirando. – Eu vou para França resolver minhas coisas e você vai com os meninos para os Estados Unidos... – Assenti com a cabeça, ouvindo-a suspirar. – Depois eu encontro vocês lá, ficamos alguns dias e finalizamos nossas férias em casa. – Assenti com a cabeça.
- O que você decidir, baby. – Ela suspirou. – Já decidiu o que vai fazer com seu apartamento?
- Eu vou colocar para vender, vou falar com a imobiliária e desmonto quando vender. – Assenti com a cabeça.
- Não tem como a gente ficar com ele? É na França, é perto de Mônaco. – Ela riu fracamente.
- São 400 quilômetros, baby. Não é tão perto assim. – Assenti com a cabeça.
- Faça o que achar melhor. Eu vou te apoiar no que decidir. – Ela sorriu, acariciando meu rosto.
- Eu também! – Ela sorriu e nossos lábios se tocaram mais uma vez.
Perth, Austrália, 2008
- Para! Você tem que terminar de se arrumar! – Daniel reclamou, batendo nas mãos de sua irmã.
- Só estou tentando te ajudar! – Michelle disse.
- Filha, vai logo! – Grace falou para sua filha, ajeitando a cauda do seu vestido de noiva. – Eu te ajudo.
- Eu odeio esse cabelo! – Daniel disse, vendo a mãe mexer nos frios cacheados de Daniel que agora estavam duros de tanto laquê que Michelle usou neles.
- Só afofar agora! – Michelle falou, atravessando a casa da família e indo de encontro às suas madrinhas.
- Ela fala como se fosse fácil. – Daniel rosnou emburrado.
- Não fique assim, é o casamento da sua irmã! – Grace disse e o menino suspirou.
- Só queria que fosse mais fácil cuidar disso. – Daniel disse, se olhando no espelho.
- Está lindo, filho. – Grace disse, apesar de sempre ter achado difícil também cuidar de seus cabelos.
- Aceitam uma mão aí? – Uma terceira voz se fez presente no banheiro e ambos viraram para a porta, encontrando ali.
A boca de Daniel foi imediatamente para o chão. Pelo visto a faculdade estava fazendo muito bem à . Ela usava o
que Michelle havia escolhido para as madrinhas, e o seu era o que parecia um top e uma saia alta. Seus cabelos estavam alisados e ela usava um rabo de cavalo junto de longos brincos e o colo nu.
Daniel sempre achou a mulher mais linda do mundo, mas essa arrumação realçou mais ainda a beleza da menina, fazendo Daniel até se confundir sobre a relação que ambos tinham.
- Uau, ! – Grace falou animada, andando até a menina e a abraçou. – Você está linda!
- Ah, obrigada! – sorriu para Daniel enquanto abraçava Grace. – Não é um pouco demais?
- Não! Você está linda! – sorriu, observando Daniel com a gravata rosa exigida para os homens. Michelle não foi muito discreta na escolha.
- Ei, Danny. Dificuldades para lidar com a juba? – Ela perguntou e ele riu embasbacado ainda. – Daniel? – Ela o cutucou.
- Oi! Desculpa! Você tá linda, ! – Ele disse rindo, fazendo-a sorrir.
- Obrigada. – Ela deu um curto sorriso. – Não nos vemos desde outubro, não vai me dar um abraço?
- É claro que sim! – Ele riu envergonhado antes de abraçar a amiga. – Senti sua falta.
- Eu também. – Ela suspirou, tomando cuidado para sua maquiagem não manchar o paletó de Daniel. – Como estão as coisas?
- Estão muito bem. – Ele sorriu, observando sua amiga mais de perto e ela sorriu.
- Que bom! – Ela disse alheia à olhada exagerada.
- E você? E a faculdade? Sua família? – Ele perguntou quando finalmente destravou.
- Tudo certo. Continuo sendo a melhor da minha sala, nada de novo. – Ela deu de ombros, fazendo Grace rir.
- Pode ajudá-lo com os cabelos? – Grace perguntou. – Cadê seus pais?
- Ficaram presos com a nonna! – se definiu aos pais de Joe, nativos italianos.
- Ah, droga! Ajuda ele, por favor! – Grace disse apressada, saindo correndo do banheiro.
- Vemos que o caos está instaurado? – virou para Danny.
- Quando não? – Ele disse e analisou os cabelos de Daniel.
- Pente? – Ela perguntou e Daniel lhe esticou um pente estilo garfo e a menina, devido ao salto, não teve dificuldades e ajeitar os cabelos no alto da cabeça de Daniel.
O menino ficou observando-a pelo reflexo no espelho enquanto ela erguia os braços e ajeitava os cabelos dele. Ele sabia que tinha algo de muito diferente em , mas não somente a beleza. Tinha mais, muito mais.
- Cadê meu casal favorito? – Nonna Ricciardo apareceu na porta do banheiro, fazendo ambos a olharem. – Ah, como estão lindos!
- Nonna, quantas vezes já falei que não somos namorados? – falou rindo e Daniel a acompanhou.
- Não sei por que, não! Vocês são lindos juntos! – Ela fez uma cara fofa que só fez os dois sorrirem com os gracejos da senhora. – Eu não erro, queridos! – Ela disse antes de seguir para o quarto em que a noiva estava.
- Há quantos anos ouvimos isso? – perguntou.
- Hum... Uns 15? – Daniel disse rindo e lhe devolveu o pente.
- Pronto! – Ela disse. – Dá para aguentar pela cerimônia, pelo menos.
- Até eu começar a suar. – Ele disse, fazendo-a rir.
- Ela podia ter aliviado pelo menos no paletó, né?! – Ele suspirou.
- Ela falando “eu aceito”, eu tiro isso na hora. – Ele disse rindo e ambos saíram do banheiro, seguindo para o quarto de Daniel.
- Bom, eu trouxe um chinelo. – Ela se sentou na cama dele. – E meus pés já estão doendo. – Eles riram juntos.
- Acredita que a Mi vai casar? – Ele falou em um suspiro.
- Não acredito que eles planejaram um casamento em seis meses. – disse rindo.
- Nem eu! Achei que o Jason fosse fugir dessa! – Eles riram juntos.
- Eu só fico pensando na idade. – riu. – Eles são meio novos, né?!
- Você não está sabendo? – Daniel virou para ela.
- Não, o quê? – Ela perguntou.
- Jason conseguiu um emprego em Adelaide, eles se mudam em fevereiro. – Daniel disse.
- Não! – disse chocada. – Ah. – Ela fez um pequeno bico nos lábios. – Não acredito.
- É! É um trainee, algo assim. Eles vão se casar e vão juntos. A Mi vai tentar encontrar um emprego lá, mas o salário é muito bom para ele negar...
- Claro! – disse. – Você foi embora, eu fui, agora a Mi...
- Pois é... – Ele suspirou. – Mas Perth sempre vai ser nosso ponto de encontro. – Ela assentiu com a cabeça, erguendo o olhar para ele.
- Sim. – Ela sorriu. – Mas vamos aproveitar as férias antes de falar em ir embora, pode ser?
- Sim, a começar com o casamento do ano! – Ele esticou as mãos para ela e ela as segurou, se levantando. – Vamos ser o melhor casal de padrinhos, ?
- Sim, vamos lá! – Ela disse rindo, puxando Daniel pela mão para a bagunça que acontecia na casa dos Ricciardo.
AGOSTO
Saint-Étienne, França, 2016
Tirei os óculos de sol ao me aproximar do prédio tradicional em Saint-Étienne e atravessei os portões. Apesar do verão europeu, eu tremia como se o sol não estivesse queimando minha nuca à mostra devido ao rabo de cavalo.
Apertei a pasta mais para perto do corpo antes de empurrar a aldrava com o desenho de um lobo e sentir o tempo mais frio lá dentro. A recepcionista sorriu para mim e, sem dizer uma palavra, ela se levantou, seguindo pelas escadas atrás de si.
Não me dei ao trabalho de sentar, dei uma olhada na larga estante próxima à porta e vi as novas conquistar da Michelin nos últimos meses. Meu nome aparecia com frequência ali, mas nada dentre as coisas novas. Não podia esperar também, fui uma péssima revisora nos últimos meses.
- Senhorita Addams! – Virei o rosto, erguendo o olhar para cima e vi senhor Bernard no topo da escada.
- Senhor Bernard! – Sorri.
- Venha, por favor! – Ele disse e acenei com a cabeça para a recepcionista antes de subir as escadas. – A senhorita está cada vez mais bela. – Lhe estiquei a mão.
- São seus olhos, Gustav! – Falei, recebendo um aperto de mão e um beijo.
- Venha, por favor... – Ele me indicou o caminho e segui com facilidade pelos corredores até entrar na sala do meu coordenador desde o primeiro dia e me sentei em um dos sofás dali. – Como estão as coisas, ? Não tenho recebido tantas avaliações suas quanto antes, mas fico surpreso com os lugares quando elas chegam. – Suspirei.
- Eu estou viajando com um amigo, ele precisa viajar bastante, por isso as diferenças de locais. – Falei.
- E qual o motivo da sua visita? – Suspirei.
- Direto ao ponto? – Falei com um sorriso, tentando quebrar o gelo.
- Eu percebo quando algo não está de acordo, senhorita Addams. Entendo que todos temos bons e maus momentos durante suas avaliações, mas você sempre foi impecável. – Ele disse. – E tem sido assim desde o ano passado. Suas avaliações de 10 caíram para nove, agora elas mal chegam...
- Muito aconteceu desde o ano passado, Gustav. – Falei, apertando minhas mãos no colo. – Nada de extremo, eu só sinto falta da minha família. – Pressionei os lábios. – E ficar um ano inteiro fora, não me parece a melhor forma de cuidar disso. – Ele assentiu com a cabeça. – As avaliações ficaram cada vez piores ou escassas, pois eu me encontrei, senhor Bernard. E eu não tenho mais vontade de seguir com esse trabalho. Sinto muito. – Ele assentiu com a cabeça e batucou os dedos no braço do sofá.
- Eu não me surpreendo, senhorita Addams. – Ele disse. – Você sempre foi impecável em seu trabalho, mais avaliações que todos meus revisores... Uma hora você se cansaria. Não é novidade nenhuma. – Ele disse. – Você sempre esteve procurando alguma coisa, e pelo visto encontrou. – Assenti com a cabeça.
- Sim, senhor. – Dei um curso sorriso.
- Não preciso saber dos detalhes, . Só quero saber o que você pretende fazer após aqui.
- Eu vou voltar a estudar. – Falei. – Faz anos que não me aperfeiçoo... – Ele assentiu com a cabeça. – E pretendo abrir um restaurante. – Ele abriu um sorriso.
- Fico feliz em saber que suas aspirações não mudaram ainda. – Ele disse, me fazendo rir.
- Nunca! – Sorri. – Poderia ficar com vocês até o fim do ano, mas eu não tenho mais forças para isso, Gustav. Meus interesses são completamente diferentes agora. – Ele assentiu com a cabeça. – Eu estou ciente da multa por quebra de contrato e estou disposta a pagar, mas minhas avaliações da Alemanha foram as minhas últimas.
- E foram as suas melhores em anos. – Dei um aceno com a cabeça. – Mas, por favor, por toda sua credibilidade e anos impecáveis de serviço, guarde o valor da multa... – Franzi a testa. – Você vai precisar dele para abrir seu restaurante. – Sorri.
- Agradeço, senhor. – Falei.
- E use todos seus anos de experiência para que sua estrela chegue no momento em que o primeiro revisor for te visitar. – Ri fracamente.
- Com certeza, senhor! – Sorri, vendo-o retribuir.
Los Angeles, Estados Unidos
Daniel
- Hum... Caras? – Ergui o rosto, vendo Tom se sentar em sua espreguiçadeira. – Eu sei que viemos aqui para descansar, mas... Isso poderia estar um pouco mais animado.
- Pode ligar o som se quiser! – Falei.
- Eu não estava dizendo esse tipo de ânimo. – Ele disse e foi minha vez de erguer o rosto.
- Eu estou fora! – Falei rindo.
- Não estou falando para você participar, só... – Ri fracamente.
- Você quer que eu libere. – Falei rindo e neguei com a cabeça.
- É... Sabe! Uma festa no CEP mais famoso do mundo vai chamar a atenção de muitas mulheres! – Tom disse e neguei com a cabeça rindo.
- É, porque só assim você vai conseguir transar! – Alex disse gargalhando.
- Ah, seu filho da mãe! – Tom se levantou, correndo atrás de Alex e ri fracamente, vendo ambos correndo pela piscina.
- Você não precisa aceitar isso, Danny. – Blake disse.
- Eu sei, mas vocês não vieram para cá só para ficar tomando sol e aproveitando a vista. – Falei.
- Não... – Michel disse rindo, nos fazendo rir com ele. – Mas também não vamos permitir que você olhe para outra mulher que não seja a . – Ri fracamente.
- Posso até olhar, mas não sou capaz de sentir o que eu estou sentindo agora. – Ri fracamente.
- Estamos felizes por você, Danny! – Blake disse. – Claro que ninguém esperava, mas... – Rimos juntos.
- É... Nem eu... – Ri fracamente e vi o celular se iluminar e a foto de aparecer nele. – Falando nela... – Eles riram.
- Vai lá! – Michael e Blake falaram juntos e me levantei, aceitando a ligação antes de colocar o celular na orelha.
- Ei, baby! – Falei.
- Oi, baby! – Ela respondeu suspirando.
- Como foi lá? – Atravessei a área da piscina antes de entrar em uma das salas.
- Eu não sei... – Ela suspirou.
- O que aconteceu, baby? Está tudo bem? – Perguntei, me sentando no braço do sofá.
- Está tudo bem, na verdade. – Ela riu fracamente. – Foi perfeito.
- É? – Sorri.
- É... – Ela suspirou. – Eu não sei, esperava mais brigas, mais gritos... – Ela riu fracamente. – Ele liberou até a multa, Danny. – Sorri. – Me desejou sorte no restaurante e depois ainda me chamou para tomar um café. – Ri fracamente.
- Você repensou sua escolha? – Perguntei.
- Algumas vezes... – Ela riu sozinha. – Mas acho que fiz a melhor escolha, baby... Está na hora de seguir outros caminhos.
- E quando você vai seguir seu caminho para cá? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Eu não sei ainda, estou encaixotando as coisas e separando o que mando para Perth e o que eu já deixo por aqui. – Ela disse.
- Muita coisa? – Perguntei.
- Mais roupas. O restante vou doar. – Ela disse. – Preciso avisar o John que algumas coisas vão chegar lá no apartamento.
- Manda lá na fazenda, alguém recebe. – Falei.
- Está tudo bem, Danny. Não se preocupe. – Ela disse e suspirei.
- Estou com saudades de você... – Falei.
- Também estou... Não sei mais dormir sozinha. – Ri fracamente. – Mas eu vou assim que possível, só mais um dia ou dois. Já avisei a imobiliária, eles vão colocar à venda, e eu pego o próximo avião para Los Angeles.
- Vou esperar ansiosamente. – Falei e ela riu fracamente.
- Como estão os caras? Fazendo festa? – Ri fracamente.
- Tom começou com o papo de fazer festa já. – Falei, deixando o corpo cair no sofá.
- Você pode fazer, sabe? Só pensa em mim... – Ri fracamente.
- Nunca faria nada para te prejudicar, meu amor.
- Você é um fofo apaixonado, Daniel, mas eu te conheço. – Ri fracamente.
- Você não me conhece apaixonado! – Olhei para o teto.
- Ah, conheço! Por uma idiota ainda! – Ri fracamente, suspirando em seguida.
- Eu vou esperar ansiosamente para calar essa boca. – Ela gargalhou alto.
- Até eu, baby. – Sorri.
- Venha logo para cá, ok?! – Falei em um suspiro.
- O mais rápido possível. Deixe minha cama pronta, ok?!
- Ela já está! – Ri fracamente.
- Ok, agora arrume ela do jeitinho que eu gosto e durma lá, assim fica o cheiro do seu perfume lá. – Ri fracamente.
- Reclamou tanto do La Baie, agora...
- Eu te amo, baby... Vou implicar contigo para sempre, mas amo tudo que me lembra de você. – Sorri.
- Eu sou ruim com memórias, então venha logo para eu lembrar, ok?! – Ela riu fracamente.
- Uhum, até parece! – Sorri. – Pode deixar, baby. – Ela suspirou. – Acho que vou atrás de algo para jantar e me preparar para dormir.
- Descanse, baby.
- E você aproveite os meninos, logo chego para acabar com a felicidade. – Sorri.
- Vou esperar ansioso! – Falei sorrindo.
- Obrigada! – Falei assim que o Uber colocou minha mala no chão. – Tenha um bom dia.
- Você também! – Ele respondeu e puxei a mala para a calçada, ouvindo uma música alta estourar pelas paredes.
- Ok, Daniel, isso sim é uma casa. – Suspirei, observando os altos muros e a casa subindo por trás da mesma. – Deus!
Balancei a cabeça, pegando a chave dentro da bolsa e coloquei no portão antes de passar pelo mesmo. Uma longa sala de estar com pé direito alto se abriu e ri internamente. Ok, agora eu vou conhecer o corredor de Fórmula 1.
Tranquei o portão novamente, ouvindo uma música eletrônica tocar de fundo e puxei a mala comigo. Abri a larga porta de vidro que dava para a sala e o som ficou mais alto, me deixando levemente atordoada. Uma grande sala de estar se abria literalmente até o outro lado onde podia ver o céu azul.
Caminhei devagar pelos cantos, procurando por algum rosto conhecido enquanto atravessava e acabei deixando minha mala, mochila e bolsa perto de um dos sofás da entrada. Andei pelo local e encontrei a cozinha, me fazendo suspirar e apoiar a mão no peito com a beleza e perfeição dela. Se não fosse a zona montada ali com caixas de pizza, pratos sujos e outras coisas que eu não lidaria com isso agora.
Ao final dela, uma larga mesa de jantar para oito lugares me fez ter pensamentos muito deliciosos sobre ter um lugar adequado para cozinhar e servir coisas para sua família... Mas esse lugar estava escondido no CEP mais famoso do mundo. 90210.
Saí perto da larga porta que dava para a piscina e encontrei muito mais do que os meninos. Acho que tinha umas 10 mulheres ali em volta, mas só tinha quatro caras. Daniel não estava entre eles e fiquei entre rir fracamente e ter um pequeno ataque cardíaco.
Desviei o rosto para o lado, vendo uma sala de estar e encontrei a escada para o segundo lugar, além de outros cômodos que sumiam pelos diversos corredores, e voltei para perto da porta de vidro. Tom e Alex sempre foram os mais festeiros do grupo, Blake até estava com uma mulher, mas era até engraçado. Me lembrava de quando ele gostava de Arya na época da escola. Muito tinha acontecido, mas ele continuava o mesmo desajustado.
Cogitei em acabar a graça deles, mas estava mais interessada em procurar Daniel, então girei os pés para longe da porta e subi as escadas rapidamente, feliz pela música ter dado uma aliviada no segundo andar.
A parte de cima era menor do que a de baixo. Tinha uma antessala com lareira e uma linda e larga suíte. O quarto abria com uma cama de casal bagunçada, duas poltronas, duas mesas de cabeceira, uma mesa de apoio e um tapete. E era só.
Saindo pelo balcão, uma larga sacada se abria com sofás, guarda-sóis e espreguiçadeiras, e observei a bagunça dos meninos lá embaixo, sendo queimados pelo forte sol de Los Angeles. Voltei para dentro, andando pelas portas que ligavam ao quarto e entrei no closet, ficando surpresa pela organização e as diversas roupas ali diferentes das tradicionais bermudas e camisetas regatas cortadas de Daniel.
Passei os olhos pelas malas da Louis Vitton, blusas Gucci e até as cuecas vermelhas da Calvin Klein no meio dos Vans antes de sair do closet. Fui em direção à outra porta e a abri devagar, encontrando o banheiro e finalmente encontrando quem eu queria.
Ri fracamente ao observar Daniel dentro da banheira de espumas e ele sacudia a cabeça no ritmo de algo que ele ouvia pelos fones de ouvido. Observei o largo banheiro por alguns segundos, percebendo que era do tamanho do meu quarto em Perth. Pia com duas cubas do lado esquerdo, uma penteadeira com um largo espelho à frente e a banheira separada do box do lado direito.
Neguei com a cabeça e me aproximei de Daniel, que estava de costas e me abaixei ao seu lado, colocando as mãos em seus olhos.
- Wow! – Ele falou automaticamente e suas mãos foram o fone, abaixando-o em seus ombros.
- Ei, baby... – Sussurrei próximo ao seu ouvido, dando uma mordiscada em sua orelha.
- Ah, baby... – Ele suspirou e minhas mãos deslizaram para seus ombros antes de eu dar um beijo em sua bochecha e ele virou o rosto enquanto me colocava na lateral da banheira. – Ah, minha garota.
- Oi, baby! – Sorri, acariciando seu rosto e ele segurou minha mão, dando um beijo.
- Senti sua falta. – Sorri, vendo-o puxar os fones e jogá-los do lado.
- Eu também. – Ele se inclinou e nossos lábios se tocaram levemente. – O que está fazendo perdido aqui?
- Fugindo da festa lá embaixo. – Ri fracamente, pressionando meus lábios no dele.
- Eu te amo, você sabe disso?
- Vagamente. – Ri fracamente.
- Você não precisava fazer isso, aposto que elas vieram por Daniel Ricciardo... – Rimos juntos.
- Ah, eu não tô nem aí! – Ele disse rindo, me fazendo sorrir. – Só tem uma mulher na minha vida... Sempre só teve uma mulher na minha vida. – Sorri.
- Me lembre de ficar mais tempo longe, estou gostando disso. – Ele riu fracamente.
- Você pode vir aqui para dentro, o que acha? – Ri fracamente.
- Não seria nada mal depois de 12 horas de voo.
- Só vem! – Ri fracamente, me levantando.
- Eu quero falar sobre essa casa! – Puxei minha camiseta para cima, deixando-a em cima da bancada.
- O que achou? – Ri fracamente.
- Essa é a casa de um piloto de Fórmula Um! Não a fazenda! – Falei incrédula.
- Essa casa não tem muita coisa que a fazenda tem. – Ele disse, observando meus movimentos enquanto eu tirava os tênis e meias.
- O que, por exemplo? Porque eu amei essa cozinha! – Rimos juntos.
- Não tem você! – Ele disse, me pegando com a guarda abaixada e fiz um pequeno bico nos lábios.
- Ah, baby! – Suspirei.
- O quê? Você perguntou! – Ele disse rindo. – Minhas férias em Perth são por sua causa e por causa da minha família.
- Eu nunca disse que não queria fazer parte da sua vida de rico e famoso, meu problema era com o que acontecia dentro da pista. – Ele riu fracamente.
- Bem... Essa casa é relativamente nova...
- Deixa eu adivinhar, do ano passado? – Perguntei rindo enquanto tirava a calça.
- É... Tipo isso. – Ri fracamente.
- Eu não vi muito, mas é linda. – Suspirei, soltando o sutiã.
- Você tem a chave agora, você pode vir quando quiser... – Neguei com a cabeça.
- Não sem você! E não com aqueles sem noção lá embaixo. – Falei rindo, me aproximando da banheira novamente. – O Blake ainda é engraçado flertando.
- Não é?! – Ele disse rindo. – E ele nem precisa flertar essas aí de baixo...
- Ah, Daniel! – Ri fracamente e abaixei a calcinha antes de colocar uma perna para dentro da banheira, sentindo a água morna.
- O quê? É verdade, baby! – Neguei com a cabeça. – Ele me lembra da época da escola. – Ri fracamente.
- Me lembrou da mesma coisa! Aposto que ele nem beijou a Arya.
- Tenho certeza. – Ele disse, me segurando pela cintura quando eu ajoelhei na banheira. – Até eu te beijei na escola. – Ri fracamente, passando as mãos em seus ombros e colando meu peito no seu.
- Bobo. – Minhas mãos foram para seus cabelos, acariciando levemente.
- Não posso nem negar isso. – Inclinei meu corpo no seu, ficando entre suas pernas. – Deixa eles festejarem lá fora, a gente festeja aqui dentro. – Ri fracamente.
- Festa, hum? Que tipo de festa? – Sussurrei, sentindo seus lábios roçarem nos meus e ele apertou minha mão, me fazendo mordiscar seu lábio inferior.
- Deixa que eu te mostro. – Ele sussurrou antes de pressionar nossos lábios e fazer meu riso ficar preso na garganta.
Daniel
- Hum, baby... – Ela suspirou entre um beijo e outro e levei minha mão para seu rosto, acariciando sua bochecha.
- O que, baby? – Perguntei, dando curtos selinhos em seus lábios.
- A água está ficando gelada... – Ri fracamente, vendo que quase toda espuma já tinha se dissipado.
- Quer sair daqui? Tomar banho e sair daqui? – Perguntei, sentindo seus beijos em meu rosto e canto da boca.
- Uhum... – Ela ergueu o rosto e nossos narizes roçaram devagar. – Posso expulsar os caras daqui?
- Nem falou com eles e já quer expulsá-los? – Ri fracamente.
- Eu quero o silêncio. – Ela disse rindo. – Depois de tudo o que aconteceu nessa primeira metade do ano, eu só quero relaxar...
- Eu posso te fazer uma massagem. – Ela riu fracamente, se afastando devagar de mim, apoiando a mão em minha barriga.
- Eu não vou negar isso. – Ela se ajoelhou em minha frente e passei os olhos pelo seu corpo enquanto ela desfazia o rabo de cavalo, sacudindo os cabelos em seguida.
- Vai ser minha vez de te mimar. – Ela sorriu.
- E quando foi que eu te mimei? – Me ajoelhei a sua frente.
- Mônaco? – Perguntei e ela riu fracamente. – E tem me mimado mu-u-u-uito bem desde então. – Rimos juntos.
- Você é muito bobo! – Passei as mãos em sua cintura.
- Por você! – Pressionei meus lábios em seu pescoço, ouvindo-a rir.
- Daniel! – Ela disse rindo, empurrando meu rosto.
- Eu te amo! – Falei.
- Eu também, baby! – Ela disse com os lábios pressionados e deixei um selinho entre eles.
Me levantei antes dela, lhe dando as mãos para se levantar também e seguimos juntos para fora da banheira. Ela caminhou à minha frente até o box e a abracei enquanto ela ajustava a temperatura da água.
Nossos lábios se colaram rapidamente quando ela se virou em minha direção e encostei na parede enquanto observava a água escorrer pelo seu rosto. Trocamos de lugar depois que ela pegou o xampu e fiz o mesmo logo em seguida.
Finalizamos o banho sem mais preliminares e puxei a primeira toalha, passando pelas costas de e esfreguei-a em seu corpo, vendo-a rir e tirar o cabelo dos olhos. Puxei a outra toalha, passando rapidamente em meu corpo antes de enrolar na cintura.
- Eu preciso pegar minhas malas lá embaixo. – Ela disse.
- Eu vou! – Falei.
- Não vai descer assim! – Ela disse e ri fracamente, saindo do box.
- Por quê? Ciúmes? – A provoquei.
- Sim! – Ela disse com firmeza, rindo em seguida e não contive em rir com ela. – É claro! – Ela enrolou a toalha na altura dos seios antes de me seguir. – Pela primeira vez eu tenho um namorado gostoso para caramba... – Ela me abraçou pela cintura, me fazendo rir. – Que também vem a ser o melhor homem que eu já conheci... – Segui a passos lentos até o quarto, rindo fracamente. – Preciso proteger o que é meu!
- O que é seu, hum? – Falei, ouvindo-a rir quando ela me soltou.
- É! – Ela deu de ombros, se sentando na beirada da cama. – E eu posso dizer isso muito antes de eu ver esse corpinho lindo. – Ri fracamente, me aproximando dela.
Ela apertou uma mão na toalha e inclinei meu corpo até nossos lábios se tocarem. Suas mãos foram para minha nuca, subindo para os cabelos e trocamos um sorriso quando me afastei.
- Eu vou pegar sua mala. – Falei antes de seguir para closet.
Coloquei uma cueca limpa, depois uma bermuda e uma camiseta regata antes de voltar para o quarto, vendo se secando e desci para o andar de baixo. Observei duas mulheres de biquini na cozinha e dei um aceno de cabeça antes de seguir pela casa, procurando onde deixou suas malas, encontrando-as caídas do lado do sofá da entrada. Juntei tudo e voltei escada acima, encontrando sentada na cama novamente, com a toalha nas costas.
- Trouxe tudo, baby! – Falei, deixando as coisas perto da cama.
- Coloca a mala na cama, por favor? – Ela pediu, se levantando e fiz o que ela pediu, abrindo sua mala em dois. – Obrigada!
Ela pegou sua sacola de lingerie para começar a se vestir novamente e sentei na cama para esperar, vendo-a escolher um kit preto e depois escondê-los com um vestido fresquinho. Ela fechou a mala antes de se sentar ao meu lado novamente.
- Então, quais os planos de hoje? – Ela perguntou e segurei sua mão em seu colo.
- Ficar trancado aqui o dia inteiro fugindo do pessoal lá de baixo? – Perguntei, ouvindo-a rir e ela virou o corpo em minha direção.
- Quer que eu acabe a festa lá embaixo? – Ela perguntou, se sentando em meu colo e ri fracamente, apoiando as mãos em sua bunda.
- Estou tentado... Mas não me importo de ficar aqui contigo. – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu também não, mas também quero conhecer a cidade, nunca vim para L.A. – Ela disse.
- Podemos sair para almoçar, você deve estar com fome. – Ela assentiu com a cabeça.
- Um pouco, comi no avião. – Ela disse, passando os braços pelos meus ombros.
- Vamos sair, então. – Falei, pressionando os lábios em sua bochecha.
- Vai deixar a bagunça aqui? – Ela perguntou novamente e ri fracamente.
- Você realmente quer acabar com a festa, não? – Perguntei e ela deu um de seus sorrisos de quando estava querendo aprontar e ri fracamente.
- E tirar aquelas modelos de biquini de perto de você o mais rápido possível. – Ri fracamente.
- Minha ciumenta! – Falei e ela riu, colando nossos lábios por alguns segundos. – Minha gata! – Colei nossos lábios. – Minha gostosa! – Falei firme e ela riu. – Mas é, você pode acabar com a festa.
- Eba! – Ela disse feliz, saindo rapidamente do meu colo e ri enquanto ela ia para a sacada.
Assim que ela abriu a porta de correr, o som lá fora ficou mais alto e me aproximei enquanto dava a volta pela sacada, deslizando os pés do chão. Ela se apoiou na marquise e fui logo atrás dela, vendo os caras lá embaixo com a maioria das mulheres na piscina. Só Michael parecia que estava realmente se dando bem lá embaixo.
- Ei! – começou a gritar, mas sua voz não sobressaía à música. – Ei, gente! – Ri da sua tentativa. – Ei! – Ela virou para mim, revirando os olhos e ri fracamente.
- Vai precisar fazer mais do que isso. – Falei e ela ponderou com a cabeça rapidamente. Ela foi até um dos sofás ali e pegou as duas almofadas que estavam lá antes de voltar. – Aqui vamos nós...
- Eu jogava cricket, baby, não duvide de mim! – Ela disse e ri fracamente.
Ela se inclinou e jogou uma primeira almofada que acabou acertando a cabeça de Michael com a morena, fazendo-o olhar apressado, e a outra almofada acertou a cabeça de Blake que estava ao lado do som.
- ! – A voz de Alex saiu mais alta e logo a música foi pausada.
- Olá, meninos! – Ela disse com seu falso tom de simpatia. – Bom ver que estão todos se divertindo e devidamente vestidos... – Ela riu fracamente. – Mas o bordel vai fechar e o restaurante vai abrir... – Me desviei para rir.
- !! – Michael gritou assustado.
- Então, quem não vive aqui, por favor, saiam o mais rápido possível. – Ela deu um sorriso sarcástico e se afastou da marquise.
- Eles vão te matar! – Falei e ela riu fracamente.
- Você diz isso há anos e nunca aconteceu. – Ela deu de ombros.
- As mulheres podem querer te matar. – Falei e ela riu fracamente.
- Seja honesta comigo... – Ela passou os braços em meus ombros. – Quanto essa festa está custando? – Fiz uma careta, ponderando com a cabeça. – Vai... Desembucha!
- 400 dólares... – Falei devagar.
- Por mulher? – Ela perguntou.
- Uhum... – Falei com os lábios pressionados.
- Quatro mil dólares, Daniel? – Ela revirou os olhos. – Ah, eu fiquei longe de você por uma semana e você me gasta tudo isso porque os meninos não sabem chegar numa garota? – Dei um sorriso sarcástico e ela negou com a cabeça.
- !! O QUE ESTAVA PENSANDO? – Virei o rosto, vendo os caras subindo.
- Oi, caras! – Ela sorriu.
- Você podia ser mais discreta, porra! – Michael disse.
- Ah, adiciona “não superou a ex” na lista. – Ela disse e ri fracamente.
- É, oh, as mulheres não ficaram felizes, não. – Alex disse rindo.
- 400 dólares. – disse. – Se isso não for um bordel, eu não sei o que é. – Ela disse e pressionei os lábios.
- está de volta, galera! – Falei sarcasticamente, vendo os caras revirarem os olhos.
- Iupi! – Michael falou em uma falsa animação.
- Oi, ! – Alex acenou e ela retribuiu.
- Se vocês quiserem transar com alguém, vão ter que fazer do jeito convencional, caras. – Ela disse sorrindo.
- Tinder é um bom jeito para começar, sabe? – Falei e ela riu.
- Ter uma amizade há 24 anos também. – Ela disse, me fazendo rir.
- Bom te ter de volta, ! – Blake disse sarcasticamente, fazendo-a rir.
- Eu e Daniel vamos sair para almoçar e, na volta, eu quero espaço para cozinhar e tudo limpinho! – Ela disse séria. – E que essas mulheres tenham ido embora, pelo amor de Deus!
- É, a mulher da casa chegou, caras! – Michael disse e sorriu.
- Ah, elas querem o dinheiro, falando nisso! – Tom disse e revirou os olhos.
- Eu vou! – Falei.
- Nã-não! Eu vou! – disse. – E se eu souber que você fez isso de novo, Daniel...
- Eu prefiro que não termine essa frase. – Falei.
- Ótimo! – Ela sorriu sarcasticamente e suspirei antes de ir atrás da minha carteira.
- Obrigada! – Falei, empurrando a porta devagar. – E desculpe pelo que eu disse... – Gritei de volta, recebendo uns acenos das mulheres antes da porta bater. - ...Não que eu tenha mentido de alguma forma. – Virei o corpo, encontrando os cinco meninos e só Danny ria da situação. – Pronto, tirei o lixo.
- Um dia eu te mato, ! – Michael disse e dei um sorriso.
- Não é possível que vocês se satisfaçam assim. – Falei, cruzando os braços.
- Homens são diferentes! – Blake disse.
- Ah, cala a boca! – Falei, abanando a mão. – O Mike não superou a Déborah até hoje e não se dá ao trabalho de mandar mensagem. Você não deve ter beijado a Arya nunca na sua vida e fica se remoendo por isso até hoje. Esses dois patetas se afundam com o trabalho lá em casa, mas não possuem nenhuma perspectiva de vida além do dinheiro... – Apoiei as mãos na cintura e Danny fez uma careta.
- Melhor você pegar leve, baby. – Ele disse.
- Talvez, mas eu não menti! – Falei firme e ele veio em minha direção. – Você estava se escondendo na sua própria casa para agradar eles. Você pode ganhar todo dinheiro do mundo, baby, mas ele vai embora na mesma rapidez se... – Ele me abraçou pela cintura. – Você continuar gastando dessa... – Ele colou nossos lábios em um rápido beijo. – Forma... – Olhei em seus olhos.
- Melhor? – Suspirei, rindo fracamente e apoiei as mãos em seus ombros.
- Sempre. – Falei e nossos lábios se tocaram mais uma vez.
- Só vou dizer que ficar vendo vocês dois nesse amor todo não ajuda em nada. – Mike disse e desviei o olhar para ele.
- Você é muito bunda mole, Michael! – Falei firme. – Você deu uma chave de braço num cara na balada e não tem coragem de mandar um oi para Déborah. – Falei rindo e outros me acompanharam.
- Ela não mentiu. – Danny disse e tirei o boné de sua cabeça, virando-o antes de colocar em sua cabeça novamente. – Vamos dar uma volta? – Ele falou mais baixo, afundando os lábios em meu pescoço.
- Uhum... – Sorri. – Onde vai me levar?
- Deixa comigo. – Ele tirou os óculos de sol da gola da camisa antes de colocar em seu rosto e abrir um largo sorriso.
- Eu já volto. – Falei e ele assentiu com a cabeça antes de eu me afastar e subir as escadas.
- Acho que a ideia de arrumar a casa é válida... – Ouvi sua voz para os caras.
- É SIM! – Gritei no meio das escadas, seguindo até minhas coisas.
Além de colocar um All Star branco sem meias junto com o vestido soltinho, aproveitei para fazer uma maquiagem para dia e secar os cabelos. Não tinha ideia de onde Daniel me levaria, então precisava cobrir todas as possibilidades. Peguei minha bolsa, coloquei documentos, celular e meus óculos escuros antes de ir para o andar de baixo.
Desci as escadas novamente, encontrando os meninos realmente ajeitando as coisas na cozinha e Danny apoiado no sofá com a camiseta preta, bermuda jeans, Vans branco, boné branco virado para trás e óculos de sol no rosto.
Aquilo me fez mordiscar o lábio inferior. Só dois meses haviam se passado de tudo o que aconteceu conosco e posso dizer com todas as letras que ele é o homem da minha vida. Nunca achei que fosse me apaixonar pelo meu melhor amigo, mas estou amando cada segundo de ser apaixonada por ele e de ele ser apaixonado por mim.
- Já falei para não fazer isso... – Ele disse, descruzando os braços quando me aproximei.
- O quê? – Franzi a testa e sua mão foi para meu queixo.
- Morder esse lábio. – Ele disse, me fazendo rir e nossos lábios se tocaram levemente.
- Se for para você me beijar toda vez, eu não me importo. – Disse, vendo-o sorrir.
- Vem comigo! – Ele esticou a mão e segurei-a. – Vamos sair!
- Até nunca mais! – Michael falou, me fazendo rir.
- Se vocês limparem tudo, eu prometo que cozinho algo bem sensacional para vocês quando voltarmos hoje! – Falei.
- Ou amanhã! – Daniel disse, me fazendo rir e ele acenou com a mão antes de me puxar com ele.
- Tchau! – Falei rapidamente, vendo-o me puxar até a porta.
Saímos pelo mesmo e fomos até o largo portão do lado esquerdo e ele apertou um botão, fazendo-o se abrir e nem me surpreendi quando vi três carros esportivos ali. Dois Porsche e um Aston Martin.
- Por que será que eu nem me surpreendo por você ter mais brinquedinhos escondido aqui? – Perguntei, virando o rosto para ele que abriu um largo sorriso.
- Porque você me conhece tão bem. – Ele disse sarcasticamente e ri fracamente. – Quer escolher?
- O que estiver abastecido, aposto! – Falei e ele riu fracamente.
- Você não está errada. – Ele disse, seguindo para dentro e sua mão passou pelo chaveiro antes das luzes do Aston Martin serem acesas.
- Presentinho do novo parceiro da Red Bull?
- É... – Ele abanou a mão como se não fosse nada e me aproximei do carro grafite.
- DB11? – Perguntei, deslizando a mão levemente pela lataria.
- Eu te amo por muitos motivos, ... – Ele me abraçou pela cintura, me fazendo rir. – Mas adoro como você sabe sobre carros... – Subi as mãos para seus ombros, sentindo-o me encostar no carro.
- Sabe o que é isso? – Acariciei seu rosto. – Eu te conheço há 24 anos, Daniel.
- Nã-não... Eu te conheço há uns três meses só. – Rimos juntos.
- Meu corpo? Sim... O resto? Não! – Falei rindo, sentindo sua respiração próximo de meu rosto.
- Tenho certeza de que se nos conhecêssemos só há três meses, não seria tão legal assim. – Ele disse antes de colar nossos lábios.
Suas mãos foram para minha cintura, me apertando contra o carro e apertei os braços em seu pescoço. Nossas línguas se encontraram com rapidez e suas mãos se fecharam em minha cintura, pressionando seu quadril contra o meu. Mordisquei seu lábio inferior, passando a língua levemente pelos seus lábios e nossas bocas se separaram quando ele deslizou os lábios pelo meu rosto.
- Tentando realizar algum fetiche, baby? – Brinquei, ouvindo-o rir e ele subiu seus olhos para o meu.
- Preciso aproveitar minhas duas meninas juntas. – Ri fracamente, acariciando sua nuca.
- Você quer deixar o passeio para depois? – Sussurrei.
- Não me provoque, ... – Colei meus lábios em sua bochecha, passando a língua pelo local antes de focar em seus olhos novamente. – Você é malvada... – Ele apertou minha bunda, me fazendo rir.
- Eu só senti sua falta. – Falei e ele deu aquele sorriso diferente antes de se afastar um pouco e sua mão bateu em outro botão, fazendo o portão se fechar novamente, me fazendo rir.
- Precisamos aproveitar as oportunidades, baby! – Ele disse, me fazendo rir e seus lábios foram para meu pescoço.
- Não tem câmeras aqui, tem? – Perguntei, virando a cabeça para os lados, encontrando as câmeras.
- Tem... – Ele disse, distribuindo curtos beijos em meu pescoço.
- Eles não têm acesso às câmeras, tem? – Perguntei, afastando seu rosto um pouco.
- Não... – Ele disse, olhando para mim. – Mas eu tenho. – Ele sorriu, me fazendo rir.
- É melhor você deletar isso na primeira oportunidade. – Falei, ouvindo-o rir.
- Eu penso nisso depois. – Ele disse colando nossos lábios novamente.
Minhas mãos foram para sua nuca, apertando-a com firmeza conforme nossos lábios se movimentavam e seu quadril começou a me pressionar com mais força contra o carro. Suas mãos foram para minha cintura, me apertando com firmeza, puxando um pouco do meu vestido para cima.
Minha respiração não demorou a falhar, fazendo nossos lábios se separarem e Danny foi direto para meu pescoço. Uma mão desceu para seu peito, apertando-o com firmeza e suspirei, sentindo seus beijos se transformarem em chupadas até ele deixar somente a forte respiração batendo contra minha pele.
Desci minha mão pelo seu corpo, encontrando a barra de sua blusa e minhas mãos passaram pelo seu corpo. Enquanto isso, Danny voltou a deixar curtos beijos em meu rosto enquanto suas mãos deslizavam por dentro de meu vestido, apertando minha bunda e as laterais de minhas pernas.
Virei meu rosto para o seu novamente, roçando nossos lábios levemente enquanto observava seus olhos castanhos entreabertos e ele deu um sorriso antes de pressionar nossos lábios com mais firmeza novamente, fazendo sua língua adentrar em minha boca na mesma velocidade.
Dessa vez suas mãos apertaram a parte de trás da minha perna, me fazendo sorrir quando ele ergueu meu corpo e apertei minhas mãos em seus ombros. Ele caminhou para o fundo da garagem e me sentou na parte de trás do carro, me deixando um pouco mais alta do que ele.
- Por que eu sinto que você planejou tudo? – Sussurrei colando nossas testas e ele riu fracamente.
- Fetiche? – Ele brincou e ri fracamente antes de segurar em sua nuca e colar nossos lábios novamente.
A intenção de me colocar em cima do carro era boa, mas seria difícil conseguirmos fazer qualquer coisa com meu corpo inclinado para baixo e o seu para cima, então deslizei meu corpo para o chão novamente devagar. Minha mão foi para sua bermuda, puxando-o pelo cós mais para frente e a outra mão deslizou em cima e sua ereção.
- Ah, ... – Ele suspirou, pressionando os lábios em meu rosto e sorri.
Abri o botão de sua bermuda com facilidade, fazendo o zíper deslizar para baixo e suas mãos me apertaram pela lateral do corpo. Deslizei as mãos pela lateral de sua cueca, puxando-a para baixo junto da bermuda e levei as mãos até seu pênis, ouvindo-o suspirar. Ergui meu rosto para seu, vendo seus olhos pressionados e levei meus lábios aos seus, dando curtos selinhos antes de sua mão pressionar minha nuca e os lábios com mais força. O movimento de minha mão ficou mais lento com o beijo, mas não o suficiente para ele parar de suspirar.
Nossos lábios ficaram somente colados por alguns segundos enquanto minha mão deslizava devagar pelo seu pênis e seus dedos acariciavam atrás de minha nuca, me fazendo sorrir. Seus lábios deslizaram pela minha bochecha, deixando curtos beijos, até ele mordiscar minha orelha.
- Cansei de brincar, baby... – Sorri, erguendo o rosto para ele, assentindo com a cabeça.
- Camisinha? – Perguntei.
- Na carteira.. – Ele sussurrou e abaixei meu corpo um pouco, pegando a carteira dele largada no chão e tirei a camisinha de lá antes de jogar a carteira na bancada atrás dos carros.
Rasguei o envelope antes de voltar minhas mãos para seu pênis, vendo-o erguer um pouco da blusa, me deixando uma visão deliciosa de seu abdome e deslizei a camisinha devagar, ouvindo-o suspirar. Subi minhas mãos para seus ombros novamente, pressionando meus lábios nos seus em um longo beijo, sentindo suas mãos apertarem em minha bunda e mordisquei seu lábio inferior, dando um sorriso para ele.
- Eu conheço esse sorriso... – Ele disse rindo e passei a mão nos cabelos, formando um rabo de cavalo e juntei-o em um coque antes de dar um nó com o próprio cabelo.
Virei meu corpo de costas para ele, apoiando os antebraços no carro e ouvi a risada de Daniel, me fazendo sorrir e mordiscar o lábio inferior. Suas mãos foram para meu corpo, deslizando pelas minhas pernas antes de erguer o vestido até minha cintura.
Ele deslizou minha calcinha para o lado, o que me obrigou a entreabrir as pernas com o feito e mordiscar os lábios com mais força. Ele acariciou minha bunda devagar, deslizando a mão pela parte da frente da minha calcinha, tocando meu clitóris com a ponta dos dedos e gemi quando senti seus lábios em minha bunda.
- Ah, merda... – Suspirei, sentindo suas mãos apertando as laterais enquanto ele dava curtas mordidas pela extensão das nádegas.
- Não é que é gostoso mesmo? – Ele comentou, me fazendo rir e senti um tapa em minha bunda, me fazendo soltar um gemido.
- É muito bom... – Falei em um suspiro.
Ele apertou minha bunda com as duas mãos e colou o quadril em meu corpo novamente. Sua mão deslizou devagar pelo meu clitóris, me fazendo morder meus lábios e gemi quando senti o pênis de Danny deslizar pela minha bunda. Ele deslizou seu pênis até encontrar minha entrada, me penetrando devagar, fazendo um gemido escapar de meus lábios.
- Ah, Dan... – Suspirei.
- Tudo bem? – Ele perguntou e assenti com a boca.
- Uhum... Só mais apertado. – Suspirei, pressionando os lábios.
- Relaxa, baby... – Ele disse e fechei os olhos.
Ele deslizou as mãos pelas minhas pernas, apertando-as com firmeza e demorou alguns segundos para começar a movimentar seu pênis dentro de mim, fazendo os gemidos começarem a saírem espaçados de meus lábios, impedindo que os lábios continuassem mordidos.
Seus movimentos começaram a ir mais rápidos conforme meu corpo relaxava e logo meus gemidos começaram a se misturar com seus suspiros. Seu corpo se inclinou contra o meu, fazendo movimentos de vai e vem mais curtos, esfregando sua mão em meu clitóris, fazendo os gemidos saírem da mesma forma conforme meu corpo era pressionado contra o carro.
As alças do meu vestido já tinham caído de meus ombros e o suor começava a se acumular na testa, nos seios e deslizar pela barriga conforme meu corpo era impulsionado contra o carro. Minhas pernas começaram a tremer e mordiscar os lábios já não era mais o suficiente, os gemidos escapavam facilmente.
Danny deslizou a mão pela minha calcinha mais uma vez, tirando-a do caminho, fazendo-a apertar próximo de meu ânus e um gemido mais alto escapou de meus lábios e pressionei os olhos por isso. Mordisquei meus lábios com força, sentindo os suspiros de Daniel perto de meu ouvido e não demorou muito para o orgasmo começar a me atingir.
- Dan... – Suspirei. – Dan... Dan... – Meus suspiros ficaram mais altos conforme ele penetrava com mais rapidez. – Ah... – Arfei mais alto quando a descarga elétrica passou pelo meu corpo, me fazendo inclinar mais o corpo contra o carro.
- Merda... – Danny suspirou, desacelerando os movimentos.
Ele se movimentou mais algumas vezes, deslizando a mão para longe de meu clitóris, até inclinar o corpo em minha direção, me fazendo sentir um beijo no meio de minhas costas. Minha respiração estava fraca e completamente descompassada. Ele deslizou o pênis para fora de mim, fazendo meu corpo relaxar devagar.
- Merda, Daniel... – Suspirei.
- Isso foi... – Suspirei, virando o corpo para ele, sentindo as pernas fracas.
- Diferente... – Falei, apoiando a mão em seu peito e ele me segurou pela cintura.
- Não esperava isso. – Ele disse, me fazendo rir e apertei os braços em volta de seu pescoço, me segurando nele.
- Foi bom... – Dei um curto selinho em seus lábios. – Mas prefiro olhar para você. – Ele sorriu.
- Eu tive uma ótima vista. – Ele disse, me fazendo rir.
- Bobo! – Segurei seu rosto, dando um curto selinho em seus lábios.
- Eu te amo, baby. – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Eu também te amo! – Acariciei seu rosto antes de nossos lábios se colarem novamente. –
My baby. – Ele sorriu e apertei meu rosto em seu ombro, suspirando forte.
- Preparada para sair? – Ele perguntou, me fazendo rir.
- Acho que preciso de uns minutos... – Suspirei. – E de um banheiro. – Ele riu fracamente.
- Isso eu preciso com toda certeza. – Ele disse, me fazendo sorrir.
Daniel
- É ok a gente ficar andando aqui assim? – perguntou.
- Como assim? – Virei meu rosto para ela.
- Assim! – Ela esticou nossas mãos entrelaçadas. – Essa é a Rodeo Drive, não é possível que não tenha paparazzi. – Ri fracamente.
- Até tem... – Falei, sentindo-a afrouxar suas mãos, mas puxei-a para perto novamente. – Mas a Fórmula Um não é tão valorizada aqui nos Estados Unidos, então...
- Não tem motivo para ter paparazzi na sua cola. – Ela disse.
- Exato! – Falei e ela riu fracamente. – Um dos motivos de eu gostar daqui...
- Suas fotos não valem nada! – Ela virou o rosto para mim, me fazendo rir.
- Engraçadinha! – Segurei seu rosto, colando nossos lábios rapidamente. – Espero que goste também... É o esconderijo perfeito!
- Bem... Eu adorei a casa. – Ela disse enquanto voltamos a andar. – Eu adoro o calor, então estamos em vantagem aqui... – Sorri. – A cidade é linda...
- Mas... – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu não posso escolher! Mônaco é aquele buraco, mas é confortável demais... – Ri fracamente. – E tem o iate também...
- Boas memórias! – Falei, ouvindo-a rir.
- Mas acho que eu fico com Perth, baby. – Ela disse, me fazendo sorrir.
- Nunca ficamos sozinhos em Perth... Digo, agora, nessa relação... – Falei.
- Não, mas temos a oportunidade em breve. – Ela virou o rosto para mim com um sorriso.
- Eu vou amar isso. – Falei.
- Vai ser perfeito, tenho certeza. – Ela apertou minha mão com a outra mão, aproximando nossos ombros.
- Eu estou contigo... Em qualquer sentido dessa frase. – Falei rindo. – Você está comigo nas férias de verão, baby. Estamos juntos... É perfeito! – Ela abriu um largo sorriso, dando um beijo em meu rosto.
- É mesmo. – Ela sorriu, me fazendo retribuir. – Mas sabe o que é mais perfeito ainda? – Ela desviou o rosto de mim, soltando nossas mãos enquanto eu virava o rosto para ela. – Olha essas
botas! – Ela falou rindo, babando na vitrine.
- Você gostou? – Abracei-a pela cintura, olhando a bota de cano alto e salto fino preta.
- Eu amei! – Ela riu, apoiando a mão em cima da minha. – Ela provavelmente vai detonar o meu pé, mas...
- Vem... – Puxei-a pela mão.
- Nã-nã-não! – Ela disse rindo.
- Vem! – Puxei-a novamente.
- Essa bota custa meu salário do mês inteiro! – Ela disse rindo. – E eu nem tenho mais salário! – Rimos juntos e puxei-a para dentro da loja da Chanel.
- Eu vou te dar de presente! – Falei, puxando-a para dentro da loja, fazendo-a rir mais timidamente.
- Eu te odeio... – Ela disse mais baixo e eu sorri, vendo uma vendedora vir em nossa direção.
- Olá, boa tarde, posso ajudá-los? – Ela perguntou.
- Sim, por favor. Minha garota quer experimentar as botas da vitrine.
- Daniel! – Ela disse rindo, me apertando pelo braço.
- Qual o número? – Ela perguntou.
- 39! – Falei.
- Fiquem à vontade. – Ela disse antes de se afastar.
- Você não precisa fazer isso, baby! – disse, segurando minhas mãos.
- Eu quero fazer isso! – Colei minha testa na dela. – Preciso paparicar minha garota. – Ela riu fofa, me fazendo sorrir.
- Já disse, você pode me dar flores e chocolate como todo mundo. – Ri fracamente.
- Eu não sou como todo mundo... Você não é como todo mundo. – Dei um beijo em sua bochecha. – E eu já te dei outros presentes.
- Exato! Muito caros, por sinal! – Ela entrelaçou nossas mãos.
- Já faz cinco anos, Wandinha. Você precisa se acostumar. – Ela riu fracamente. – Agora só vai piorar... – Ela fez um biquinho e dei um beijo rápido em seus lábios.
- Com licença... – Desviamos o rosto para a vendedora com uma larga caixa, apoiando-a em uma das mesas baixas na loja.
- Vai! – Empurrei de leve, vendo-a seguir até a mulher e se sentar em um dos sofás.
- Elas são lindas! – falou sorrindo e me sentei ao seu lado, vendo-a se livrar dos tênis. – Será que vão servir nas pernas?
- Sim, é claro! – A vendedora tirou uma das botas da caixa, entregando para .
- Ah, meu Deus! – disse rindo.
Ela calçou as botas com um pouco de dificuldade, até elas subirem quase até o final de suas pernas, fazendo-as se esconderem embaixo de seu vestido. Ela se levantou, deixando o vestido cair em suas pernas de novo e poderia babar por ela ali mesmo. Talvez essas botas não fossem para serem usadas com esse tipo de vestido, mas, cara! Ela está gata!
Ela caminhou para perto do espelho, passando as mãos na bunda para abaixar o vestido e notei como ela mordiscou os lábios com isso. Ela está gostosa! Ela pode ir embora assim mesmo que continuamos o que estávamos fazendo agora mesmo.
- O que acha? – Ela se virou para mim.
- Gata! – Falei, ouvindo-a rir. – Você gostou?
- Eu amei! – Ela disse rindo. – Elas são bem confortáveis! – Ela disse para a vendedora.
- Sim, elas são feitas com um material elástico que evita o aperto na perna. – A vendedora lhe explicou.
- Está incrível! – Falei sorrindo. – E aí? Mando embalar? – Ela mordiscou o lábio.
- Uhum! – Ela disse mordiscando o dedo, me fazendo sorrir e só dei um aceno para vendedora.
deu um pulinho animada antes de tirar as botas e segui com a vendedora para o caixa, abraçando pela cintura enquanto ela tentava me convencer do contrário. Carreguei a sacola enquanto a puxava pela mão para sair dali.
- Você é louco, Daniel! – Ela disse rindo.
- Isso não é muita novidade! – Falei, ouvindo-a rir. – Mas a novidade é que eu te amo e estamos juntos, então eu vou fazer tudo para te agradar. – Ela acariciou meu rosto.
- Você já me agrada só por existir, Daniel. – Ela desceu as mãos para minha nuca. – Apesar dos mimos, eu não preciso de mais nada além de você. – Deslizei a mão livre pela sua cintura.
- Mas você vai ter que se acostumar com isso, baby! – Falei e ela riu fracamente. – Eu sou assim...
- Eu vou ter que cozinhar muito para compensar contigo. – Ela disse, me fazendo sorrir.
- Pode começar fazer aquela mousse de chocolate. – Ela riu fracamente.
- Fácil. – Ela disse rindo. – Onde é o supermercado mais próximo?
- Acho que eles têm mercado em Beverly Hills! – Rimos juntos e a puxei pela mão novamente, caminhando pela Rodeo Drive.
- Baby... – Ela me perguntou após um tempo.
- O quê? – Perguntei, tirando o ticket do bolso da bermuda e entregando para o valet.
- E sobre o vídeo? – Ela perguntou, se apoiando no banco.
- Que vídeo? – Perguntei, franzindo a testa.
- Da câmera da garagem! – Ela disse firme.
- Ah, esse vídeo! – Falei rindo.
- É!
- Podemos assistir quando chegarmos em casa! – Apertei-a pela cintura.
- Daniel! – Ela riu comigo. – Nem vem! Você vai deletar isso o mais rápido possível.
- Por quê? – Falei rindo.
- Você realmente está perguntando isso?
- Ah, qual é, baby. Uma lembrancinha para quando sentir saudades. – Dei um beijo em seu pescoço, ouvindo-a rir.
- Ou a chance de uma sex tape sua cair na internet! – Ela disse firme, me fazendo rir.
- Isso seria engraçado! – Falei.
- Baby! – Ela me beliscou, me fazendo rir.
- Vai que ficou legal? – Dei de ombros.
- Não acredito nisso! – Ela disse rindo e dei um beijo em seu rosto.
- A gente decide depois, que tal? – Falei.
- Não! – Ela disse rindo. – Já está decidido!
- Você não sabe onde fica o sistema de segurança da casa. – Falei.
- Ah, mas eu encontro! – Falei rindo.
- Nem eu devo saber, na verdade. – Falei, vendo-a arregalar os olhos.
- Daniel! – Ela disse séria.
- Eu estou brincando! – Ela revirou os olhos. – A gente pode rever mais tarde e decidir o que fazer... – Dei um beijo em sua bochecha.
- Ah, eu te odeio! – Ela disse rindo.
- E eu te amo. – Beijei seu pescoço, ouvindo-a rir quando atingi o ponto de cócegas dela.
- É... Eu te amo. – Ela suspirou, me fazendo desviar o rosto para o carro era estacionado na nossa frente.
Perth, Austrália, 2008
- Meu Deus, Daniel! – disse, fazendo o garoto erguer os olhos para ela.
- O quê? – Ele disse com a boca cheia.
- Você come como um porco! – A voz da garota saiu mais rude do que o esperado, fazendo os pais de e de Daniel erguerem o rosto para a menina.
- Filha! – Helena a repreendeu.
- O quê? Eu não estou mentindo! – Ela deu de ombros, pegando o guardanapo de Danny e passando em uma mancha de molho de tomate em sua bochecha.
- Desculpe... – Ele disse baixo, pegando o guardanapo da menina, mas foi nesse momento que ela caiu em si.
- Desculpe! Desculpe! – abanou as mãos. – Exagerei!
- É! – Helena e Alex falaram juntos.
- Desculpe, ela está assim desde que entrou na faculdade. – Alex explicou para Joe.
- Podia ser dito de outra forma... E em um lugar mais apropriado... – Grace falou calmamente. – Mas o Daniel poderia melhorar seus modos à mesa antes de chegar as categorias mais altas do automobilismo. – Daniel deu um sorriso sarcástico.
- Desculpe... – Ele disse fracamente.
pressionou os lábios, finalmente percebendo o que havia falado e ficou quieta. Talvez a Le Cordon Bleu estivesse subindo à cabeça de demais. Por um lado era ótimo, finalmente havia se encontrado e estava sendo uma das melhores alunas da LCB Sydney em muito tempo, fazendo todos os professores a elogiarem e quererem-na em suas eletivas. Em compensação, isso estava deixando-a um tanto... Pavio curto.
- Me desculpe. – disse rapidamente antes de tirar o guardanapo no colo e se levantar apressada da mesa.
- ! – Danny se sentiu mal por ela, seguindo correndo atrás da amiga que saía por uma das portas do salão.
- Eu deveria perguntar? – Joe perguntou.
- Não! – Grace falou rapidamente, beliscando a perna do marido embaixo da mesa.
- ! – Daniel a chamou, seguindo correndo atrás da amiga por entre as mesas até sair pela porta, encontrando-a sentada em um banco largo em volta da varanda. – ... – Ele a chamou.
- Me desculpe! Me desculpe! Eu não vou fazer isso de novo. – Ela falou com a voz embargada, erguendo rapidamente o rosto e Daniel viu os olhos avermelhados por baixo da maquiagem.
- Não precisa chorar por isso... – Ele se sentou ao lado dela.
- Eu fui malvada contigo... – Ela disse fracamente.
- Você nunca é malvada comigo... – Ele disse, fazendo-a erguer os olhos sugestivamente para ele. – Ok, sem motivo! – Ela deu um curto sorriso e o garoto tirou o lenço rosa do paletó, passando-o lentamente no rosto da amiga, fazendo-a dar um curto sorriso.
- Me desculpe, eu não sei o que está acontecendo comigo... – Ela suspirou. – Muito aconteceu em pouco tempo... – Ela suspirou forte.
- Quer compartilhar? – Ele perguntou baixo, deixando-a pegar o lenço de sua mão, passando mais perto de seu rosto.
- Eu sou boa... – Ela disse fracamente. – Eu sou boa de verdade, Danny! – Ele sorriu. – E acho que isso está me consumindo.
- Isso não é uma coisa ruim... – Ele passou a mão em uma mecha de cabelo solto em seu rosto, colocando atrás da orelha.
- É quando eu sou uma vadia com meu melhor amigo. – Ela ergueu o rosto para ele, fazendo-o sorrir.
- Você nunca vai ser uma vadia comigo, . – Ele disse sorrindo, fazendo-a retribuir. – Vai... O que mais aconteceu? Você ser uma nerd ultimamente não é nem novidade. – Eles riram juntos.
- Nada, eu acho... – Ela suspirou enquanto o garoto acariciava seu rosto com a ponta dos dedos.
Na verdade, algo muito importante aconteceu nas últimas semanas de aula, mas não estava pronta para compartilhar com Danny, ou com ninguém. Tinha perdido sua virgindade com um garoto da faculdade. Terceiro-anista, ótimo na elaboração de pratos franceses, mas ela tinha certeza de que tudo o que aconteceu ficaria naquela festa de fim de ano.
Nunca pensou que seria uma garota que aceitasse sair da balada com um cara e ter sua primeira vez na empolgação, mas quando percebeu já tinha aceitado e agradeceu por ter bebido algumas tequilas, pois foi só isso que ela lembrou no dia seguinte com sua dor de cabeça.
ainda não tinha certeza de que se arrependia disso ou não, mas pelo menos estava feliz por ter se livrado desse fardo, só não estava pronta para mais um capítulo do drama e Daniel... Ou o que é que estivesse acontecendo ali.
- É... Nada. – Ela disse fracamente.
- Posso te contar uma coisa, então? – Danny perguntou, segurando suas mãos.
- Uhum... – Ela disse fracamente, talvez ela não estivesse pronta para falar sobre relacionamentos, já Daniel...
- Eu vou fazer um teste na Fórmula Um no ano que vem! – Ele disse sorrindo.
- Não! – Ela falou animada, se virando para ele. – Mentira!
- Não! – Ele disse rindo fracamente. – Consegui uma vaga na equipe júnior da Red Bull e eles vão me dar uma chance.
- Ah, Danny! – Ela pulou em seus braços, apertando-a com força. – Isso é uma boa notícia! – Ela apertou as mãos no paletó do menino, chacoalhando-o. – Isso é demais! – Ela falou rindo.
- É... É bom! – Ele disse rindo. – Talvez seja minha oportunidade!
- E é uma grande oportunidade! – riu enquanto Danny a abraçava pela cintura. – Ah, vai ser demais!
- Sim, vai... – Ele disse quando ela se separou. notou que estava quase no colo de Daniel, enquanto os olhos dele acabaram seguindo para o decote do vestido dela.
- Desculpe... – Ela disse fracamente, se sentando de volta no banco.
- Está tudo bem... – Ele sorriu, tentando tirar a imagem de sua cabeça, ou pior, não focar na visão novamente.
- Ano que vem vai ser incrível, Danny. – Ela sorriu.
- O seu também! – Ele disse firme. – Ok que você está virando uma chef de cozinha metida... – Ela riu fracamente. – Mas eu poderia aprender algumas coisas também. – Ela deu um sorriso.
- É... Acho que podemos nos ajudar. – Ela disse e ele sorriu.
- Posso começar com uma coisa... – Ele se levantou ao ouvir a mudança de música.
- O quê? – Ela perguntou, vendo-o esticar as mãos para ela.
- Dançar! – Ele a puxou, fazendo-a se levantar aos risos.
- Ah não, Daniel! – Ele segurou sua mão, apoiando a mão em suas costas. – Eu não danço!
- Dança sim! – Ele disse, trazendo-a para perto de si e a mão livre foi para o ombro do garoto, abraçando-o com firmeza e apoiando seu rosto no local.
- Você também não. – Ela disse fracamente e ele riu fracamente.
- Eu danço, só não danço bem. – Ela riu fracamente.
- É... Definitivamente não. – Ela suspirou, fechando os olhos, deixando o garoto movimentar seu corpo no ritmo da música.
Sydney, Austrália, 2016
Eu estava da mesma forma como sempre, minhas mãos suavam e eu as esfregava com força, tentando secá-las a todo custo. Daniel apertou a mão em minha coxa, procurando pelas minhas mãos e virei o rosto para ele.
- Está tudo bem, baby. – Falei.
- Eu sei que não está. – Ele disse calmamente, colocando sua mão livre entre as minhas.
- Você nunca veio, não é? – Falei fracamente.
- Não... – Ele disse no mesmo tom.
- Não é bom... – Ela pressionou os lábios.
- Eu estou aqui, baby... – Ele disse fracamente. – Para o que você o que precisar. – Ela assentiu com a cabeça.
- Ok... – Disse fracamente.
- Está pronta? – Ele perguntou e puxei a respiração fortemente antes de assentir com a cabeça.
- Claro. – Falei fracamente e Daniel soltou minha mão antes de sair do carro.
O tempo estava mais frio, mas era Sydney, o sol quente logo esquentaria. Ele deu a volta no carro antes de abrir o carro para mim. Saí devagar, esticando a mão para ele que deu um aceno com a cabeça.
- Eu estou contigo, baby! – Ele deixou um beijo em minha bochecha, me fazendo sorrir e acariciar o rosto dele.
- Obrigada. – Falei fracamente.
- Não precisa. – Ele falou e suspirei antes de fechar a porta.
Andamos pelo estacionamento da casa de repousos Pôr do Sol e subi os primeiros degraus à frente antes de empurrar a porta principal, fazendo o tradicional sininho tocar. Meus olhos foram diretamente para a recepcionista, e sorri ao encontrar Clair sentada atrás da mesa.
- Ah, se não é a menina finalmente dando as caras! – A enfermeira negra e rechonchuda abriu um largo sorriso ao se levantar.
- Clair! – Falei sorrindo, soltando as mãos de Danny e abraçando-a apertado.
- Ah, minha querida! Que felicidade te ver aqui! – Apertei-a com força.
- Ah, que saudades eu estava de você! – Sorri.
- Também estava, querida! Como estão as coisas? Apareceu mais cedo esse ano? – Me afastei devagar.
- Ah, muito aconteceu. – Sorri. – Eu estou viajando com Danny agora, saí do trabalho... Muito aconteceu. – Ela sorriu.
- Vejo um sorriso nesse rosto? – Ela falou, me fazendo rir.
- Espero que eu seja o motivo disso! – Daniel falou atrás de mim, me fazendo rir e o senti apertar minha cintura.
- Clair, esse é Danny. – Falei, ouvindo-a rir e Danny deixou um beijo em meu pescoço.
- Ah, garota! Esse é o tal Danny, então? – Clair disse rindo, negando com a cabeça. – Daniel Ricciardo é seu Danny! Não acredito nisso! – Sorri, apertando minhas mãos em cima das de Danny
- Oi... – Ele sorriu, me fazendo rir.
- Eu sou Clair, menino. Prazer em te conhecer! – Ela sorriu. – Conheço essa menina há 11 anos. Desde que ela era uma mocinha.
- O prazer é meu. – Danny esticou a mão para ela, fazendo-a apertar.
- Mas esse abraço... Esse beijo... – Clair falou, fazendo meu rosto esquentar. – Achei que fossem só amigos! – Ri fracamente.
- Éramos. – Mordisquei meu lábio inferior.
- Ah, menina! – Clair disse rindo, apertando minha barriga e sorri em cócegas.
- Está sendo um longo ano, sabe? – Falei rindo.
- Bem, você está feliz... – Clair sorriu para mim. – É o que importa para mim.
- Como estão as coisas, Clair?
- Você sabe o caso, minha querida. – Clair disse. – Ela vai se esquecendo mais ao longo dos dias, mas ela está saudável... – Assenti com a cabeça. – Ela está tricotando agora, quer vê-la?
- É por isso que eu vim... – Clair assentiu com a cabeça.
- Vamos lá. – Clair disse, andando pelos corredores da casa de repouso.
Caminhar por esse lugar tinha suas vantagens e desvantagens. A vantagem é que a maioria das enfermeiras trabalhavam lá desde meus 16 anos, a primeira vez que vim aqui com meus pais, então a cada passo, era um abraço, algumas conversas bobas, ouvir quem era o tal “Danny” que eu sempre falava e as brincadeiras de que se não éramos somente amigos como eu falava nos últimos anos.
A única desvantagem era chegar no quarto de minha avó. Tirando a roupa de cama recém-trocada, o vaso de flor novo e talvez uma nova companheira de quarto, nada mudou. A senhora de 77 anos continuava a mesma. Os cabelos curtos esbranquiçados, os óculos redondos nos olhos, as diversas sardas no rosto e nos braços, mas as mãos ágeis fazendo algum tipo de tricô.
- Senhora Valentina? – Clair a chamou, fazendo a mulher erguer o rosto. – A senhora tem uma visita... – Minha respiração falhou quando os olhos claros de minha avó viraram para mim.
- Helena! – Minha avó falou com convicção, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas e Clair assentiu com a cabeça.
- Oi, mamãe! – Falei, caminhando para dentro do quarto, sentindo Danny apertar minha mão com força.
- Ah, minha querida! Que saudades! – Fui para perto dela, me abaixando em sua frente e não contava com o forte abraço que ela deu em mim.
- Também senti saudades. – Respirei fundo, afundando meu rosto em seu ombro.
- Achei que fosse me largar aqui novamente! – Afastei meu rosto, olhando para seus olhos.
- Não, mamãe. – Acariciei seu rosto. – Não... Nós vamos para casa.
- E quem é esse lindo rapaz? Cadê Alex? – Levantei, virando para Daniel. – Eu sempre falei que ele não era bom para você. – Ri fracamente.
- Esse é Daniel, mamãe. Um amigo. – Chamei Danny com a cabeça, vendo-o entrar acanhado.
- Eu já tive amigos bonitos assim também, minha filha, e te garanto que não eram só amigos. – Sorri, ouvindo Clair rir mais alto.
- Ah, Valentina! Só a senhora mesmo. – Ela disse sorrindo.
- Eu sou só um amigo, senhora. – Danny disse, me fazendo sorrir.
- Bom, se ela não quiser, tem quem queira. – Minha avó disse, me fazendo sorrir.
- Valentina! – Clair a repreendeu, me fazendo rir.
- E o que a senhora está fazendo? Clair disse que está tricotando... – Me abaixei ao seu lado novamente.
- Ah, eu estou fazendo umas meinhas de criança! – Ela apoiou a mão na cama, pegando umas meias de lã. – Esse tempo está louco, menina!
- Sim, está... – Sorri, vendo-a ajeitar os diversos pés de meias e só imaginei Isaac usando essas meinhas de lã enquanto corre pela fazenda. – Ai... Esse tempo...
- É... Está estranho mesmo! – Falei fracamente e minha avó ergueu o rosto e meu coração gelou com aquele olhar perdido novamente.
- Quem é você? – Suspirei, sentindo Danny me apertar pelos ombros.
- Droga... – Clair falou e eu respirei fundo antes de tentar afastar o susto do rosto.
- Meu nome é , senhora... – Falei, pressionando os lábios.
- ... – Ela suspirou, abrindo um sorriso. – Eu tenho uma neta com esse nome. – Pressionei os lábios, sentindo as lágrimas brotarem de novo.
- Sou eu, vovó... – Falei fracamente.
- Ah não, querida! – Ela disse apertando minha mão. – Minha neta é uma mocinha ainda, tem só 15 anos... Você já é uma mulher! – Dei um curto sorriso, engolindo em seco. – Uma linda mulher, por sinal! – Ela falou.
- Obrigada! – Falei fracamente.
- Você parece minha filha... – Ela disse acariciando meu rosto. – Tem os mesmos olhos dela.
- É... Já ouvi isso. – Suspirei.
- Então você a conhece? – Assenti com a cabeça.
- Sim, um pouco. Helena. – Sorri e ela fez o mesmo.
- Exatamente! – Ela abriu um largo sorriso. – Faz tempo que minha Helena não vem me visitar... Ela tem um marido incrível, Alex, sabe? – Dei um curto sorriso. – Eu não gostava muito dele no começo, mas ele é muito apaixonado por ela. – Pressionei os lábios.
- Sim, eu sei... – Suspirei, vendo-a erguer o rosto para mim.
- Por que está chorando, querida? Falei algo de errado? – Ela perguntou e passei as mãos nos olhos rapidamente.
- Nada, senhora. Também sinto saudades deles. – Sorri.
- Você pode vir novamente quando eles vierem. Acho que eles vêm no sábado, não é, Clair? – Minha avó falou para a enfermeira.
- No domingo, senhora. Para o almoço. – Clair falou com uma convicção que apertou meu peito.
- Você pode vir também... – Assenti com a cabeça.
- Vai ser um prazer... – Falei, vendo-a apertar as meias nas mãos e erguer os olhos para mim novamente.
- Você tem filhos, querida?
- Não, senhora... Eu tenho um afilhado... – Falei fracamente. – Ele tem um ano e oito meses.
- Leve para ele, então... – Ela pegou um par de meias roxas, me entregando. – Vai deixá-lo quentinho nesse inverno.
- Obrigada... – Suspirei, sentindo suas mãos entre as minhas e a lã.
- Foi um prazer em te conhecer. – Ela disse, me fazendo assentir com a cabeça. – Nos vemos no almoço de domingo.
- Claro... – Suspirei. – O prazer é meu... – Me levantei devagar.
Ela deu um sorriso, voltando a enlaçar a linha em uma das agulhas e começou a tricotar. Dei um suspiro, pressionando os lábios e notei quando seu olhar subiu para o meu algumas vezes. Sabia que era hora de eu ir embora. Era aquele olhar de suspeita. O olhar de que logo mais eu começaria a me machucar, pois ela ficaria desconfiada e começaria a falar besteiras.
- Até a próxima. – Falei, pressionando as meias nas mãos.
- Até! – Ela deu um curto sorriso e segui para fora do quarto, me apoiando na parede assim que saí do mesmo. Clair me deu aquele olhar que eu estava acostumada e pressionei os lábios, assentindo com a cabeça.
- Foi um bom dia, não? – Ela apoiou a mão em meu ombro.
- Sim... Acho. – Suspirei. – Não sei por que eu ainda venho.
- Ela ainda se lembra, . – Assenti com a cabeça. – Acredite, você vai preferir ter vindo.
- Obrigada. – Falei e ela acariciou meu ombro antes de dar espaço para Danny.
- Baby... – Ele saiu do quarto. – Como você está?
- Está tudo bem... – Suspirei, sentindo-o me segurar pela cintura e passei os braços em seus ombros.
- Vem cá, baby. – Ele deu um beijo em meu pescoço, me fazendo arrepiar e apoiei meu rosto em seu ombro. – Ela parece sua mãe...
- Sim... – Fechei os olhos. – Menos os olhos. – Suspirei. – Ninguém pegou esses olhos lindos dela. – Falei fracamente, ouvindo Danny rir contra meu pescoço.
- Gosto mais de você como é! – Ri fracamente, erguendo o rosto para ela, sentindo-o acariciar meu rosto. – Vai ficar tudo bem.
- Eu sei, baby. Eu estou aqui... – Ele beijou meu rosto e sorri, me aninhando em seus braços, sentindo-o beijar minha cabeça.
- Sem querer interromper os pombinhos, mas acho que essa conversa pede um chá com biscoitos, não? – Clair falou, me fazendo sorrir.
- Chá de gengibre com mel e bolachinhas de castanha de caju? – Perguntei, vendo-a sorrir.
- Como você gosta. – Ela disse sorrindo.
- Podemos ficar mais um pouco? – Perguntei para Danny que sorriu.
- Contanto que ele possa me dar um abraço gostoso desse também! – Clair disse, me fazendo rir.
- Acho que dá para fazer um acordo! – Danny disse e ri fracamente.
- É, acho que sim! – Sorri, sentindo Danny dar um beijo em meu rosto e passei a mão em seu braço, descendo até sua mão.
- Venham comigo! – Clair disse e sorri, seguindo com ela.
Daniel
Me aproximei devagar da porta, apoiando a mão no batente e suspirei com dentro da banheira. A espuma cobria quase toda a superfície e suas mãos passavam delicadamente sobre elas, mas o olhar estava perdido, ela realmente não estava ali.
Nunca tinha conhecido essa avó de , somente os pais de tio Alex, mas sabia o quanto dona Valentina era importante para . E com tudo o que aconteceu, era difícil compreender o que acontecia.
Não havia sido um dia ruim, pelo que Clair disse, mas saiu completamente desolada da casa de repouso e estava há uns 40 minutos na banheira, sem falar nada e sem ouvir nada. Me perguntava como eram os dias ruins.
Entrei no banheiro devagar, pegando uma toalha ali e me aproximei da banheira, vendo erguer os olhos para mim e dei um curto sorriso, mostrando a toalha e sacudindo-a sugestivamente. Ela negou com a cabeça e deixei a toalha na parte seca da banheira antes de me sentar na beirada.
- Você vai virar uma ameixa seca... – Falei fracamente, vendo-a sorrir e estiquei as mãos para ela novamente. – E eu sei que você odeia ameixas.
- Odeio... – Ela disse fracamente.
- Vem... – Estiquei as mãos novamente, me levantando e ela suspirou antes de apoiar as mãos nas laterais da banheira e se levantar.
Peguei a toalha novamente, colocando em suas costas e esfreguei-as fortemente. O tempo estava mais gelado do que o normal, mas era começo de agosto, nem era tão incomum assim, só odiamos o inverno mesmo.
saiu da banheira devagar, fazendo a água deslizar pelas suas pernas e ela secou seu rosto com a ponta da toalha, me fazendo sorrir. Dei um beijo na ponta de seu nariz e deixei-a se trocar e voltei para o quarto. Sua mala já estava aberta no canto do quarto do hotel, então procurei rapidamente por seu pijama cinza e rosa de calças e mangas compridas e uma calcinha.
finalizava de se secar quando eu voltei e logo pegou a calcinha de minhas mãos, vestindo-a e depois finalizou com o pijama. A toalha logo foi pendurada no box e a presilha saiu de seus cabelos, soltando-os em seus ombros.
Abracei-a pela cintura, tirando o cabelo de suas costas e dei um beijo em seu rosto, vendo-a dar um curto sorriso pelo espelho e girei meu corpo para frente do seu antes de pegá-la no colo, ouvindo-a rir, mas suas pernas foram para minha cintura.
- Você não precisa me carregar... – Ela falou manhosa, me apertando pelos ombros.
- Eu preciso... – Falei fracamente, seguindo de volta ao quarto e sentei-a na beirada da cama. – Está com fome?
- Não... – Ela disse fracamente, dobrando as pernas e colocando-as embaixo do edredom. – Você está?
- Eu estou bem. – Falei, me sentando na beirada da cama e acariciei seu rosto devagar. – Eu não quero que você fique sozinha...
- Eu não estou sozinha... Eu tenho você. – Ela procurou pelas minhas mãos e segurei-as.
- Sempre. – Falei. – Por isso mesmo. – Ela deu um curto sorriso. – Não quero que você sofra sozinha...
- Pelo visto somos mais iguais do que eu pensava... – Ela falou fracamente e assenti com a cabeça.
- Uhum... E você reclamando que eu sofro sozinho. – Ela deu um curto sorriso, apoiando a cabeça para trás.
- É diferente... – Ela suspirou. – Você pode melhorar na próxima semana... Ela não. – Ela pressionou os lábios.
- Talvez não... Mas você não precisa absorver tudo para você. – Falei fracamente. – Imagino como deve ser dolorido para você... Vê-la, lembrar de seus pais, mas ela está bem, baby. – Ela pressionou os lábios.
- Ao menos isso.... – Ela sussurrou e assenti com a cabeça.
- E o pessoal lá é ótimo. – Falei e ela sorriu.
- Sim, elas são ótimas. – Ela suspirou. – Muitas delas estão lá desde o primeiro dia...
- Elas são muito boas. – Falei e ela assentiu com a cabeça. – E sua tia? Você fala com ela com frequência?
- Não muito. – Ela disse fracamente. – Mais nas redes sociais quando eu posto algo ou quando ela posta algo... Mas Clair me mostrou a lista de visitas, eles vão visitá-la com frequência, meu primo Luke é o que mais vai.
- O loiro com cara de fuinha? – Perguntei, ouvindo-a rir.
- É... – Ela disse sorrindo. – Acho que sofremos igual, ele também era próximo dela.
- Você pode visitá-los, sabe? Ficar perto deles... Reduzir essa distância...
- Não, baby... – Ela apertou minhas mãos. – Já não era a mesma coisa antes do acidente, agora piorou... – Ela falou fracamente. – Prefiro ficar perto de vocês... Da família do meu pai... – Assenti com a cabeça.
- Eu estarei contigo em todas as suas decisões, baby. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Você pode se sentar do meu lado? – Ela perguntou com um biquinho no rosto e assenti com a cabeça antes de me sentar ao seu lado na cama e sorri quando ela tombou a cabeça para meu colo. – Obrigada...
- Não precisa agradecer, baby... – Acariciei seus cabelos devagar.
- Eu preciso... Você é muito bom comigo... Desde o primeiro dia. – Sorri.
- Falando nisso... Você falava muito de mim quando ia lá? – Ela riu fracamente.
- Eu tinha só 16 anos quando a colocamos lá... – Ela disse fracamente. – Estávamos no meio de todo nosso caos do ensino médio... – Ela virou o corpo, ficando com o rosto para cima. – Eu ficava três, quatro, cinco horas lá... Acabava desabafando um pouco.
- E nunca pensou em falar que eu sou o piloto gato australiano? – Ela riu fracamente.
- Quando você ficou conhecido, eu já estava na Michelin, então minhas visitas começaram a ser mais rápidas, como foi a de hoje. – Ela disse. – E minha cabeça normalmente estava em outro lugar.
- Mas para elas comentarem sobre mim, aposto que você não falava pouco de mim... – Sorri presunçoso, ouvindo-a rir.
- Feliz por eu falar sobre você? – Ela perguntou e sorri.
- Muito! – Ri. – Agora mais ainda!
- Bobo. – Ela disse, virando o rosto novamente. – Mas é... Elas sabiam de tudo da gente... Agora mais ainda.
- Elas pareceram felizes com você contando sobre seu trabalho, seus planos, nós... – Falei.
- Elas são ótimas! – Ela suspirou. – Essa clínica foi um verdadeiro achado, de verdade.
- Sua tia paga caro? – Perguntei.
- Uns nove mil por mês... Mas todo mundo ajuda! – Ela abanou a cabeça. – Mando minha parte regularmente.
- Espera! Você ajuda a pagar? – Ela ergueu o rosto.
- Sim! – Ela disse rindo. – Seus pais me ajudaram a pagar um pouco após a morte dos meus pais e eu consegui tirar deles quando entrei na Michelin.
- Eu nunca soube disso. – Falei fracamente.
- Eu vivi com seus pais mais uns dois anos depois da formatura, até comprar o apartamento. – Ela disse. – Muito aconteceu, baby.
- Eu posso te ajudar, se precisar. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Eu tenho minhas economias, baby. – Ela disse. – E a Red Bull ainda me paga um salário por causa de você... – Rimos juntos. – Se eu precisar de algo, eu aviso, mas agora eu só preciso desse colo aqui, só isso... – Sorri.
- Sempre que precisar. – Falei, apertando minhas mãos em seu corpo.
Perth, Austrália
- Deus! Choveu! – Reclamei quando Danny guiou o carro para a estrada de terra.
- Você não costuma vir no meio do ano para cá, né?! – Danny perguntou sarcástico e ri fracamente.
- Não... – Falei com um bico nos lábios. – Eu costumo estar do outro lado do mundo a essas horas...
- Você sempre fala que estava do outro lado do mundo, mas não conhece metade dos países que eu te levei. – Ri fracamente.
- Presta atenção na estrada, Daniel! – Falei, sentindo-o apertar minha coxa e ri fracamente.
- Minha rabugenta! – Ri quando ele apertou a parte interna da minha coxa.
- Chato! – Apertei sua mão, rindo com ele antes de voltar minha atenção para a estrada de terra.
Durante os últimos meses eu viajei para lugares incríveis, cidades maravilhosas e vi o mundo pelos olhos do Daniel Ricciardo piloto de Fórmula Um, mas mesmo depois de tudo, acho que essa estrada de areia enlameada pela chuva fina e constante, ainda é a melhor definição de lar para mim.
Sorri quando a fazenda apareceu em minha visão, sendo a única coisa realmente iluminada no meio do nada e meu corpo até relaxou. Dois carros estavam estacionados na porta e imaginei que dessa vez os caras dariam um pouco de folga para nós e que pudéssemos aproveitar em família.
Apesar que acho que eles só não queriam estar perto quando contássemos para os pais de Danny sobre nós... Ou queriam, vai saber... Era uma mistura de sentimentos.
- Chegamos! – Danny disse desligando o carro e sorri.
- Eu quero um banho e cama... – Suspirei e ele sorriu.
- Em breve, baby. – Ele inclinou seu rosto para o meu e apoiou sua mão em meu rosto.
- Pronto? – Perguntei.
- Nenhum pouco. – Ele disse rindo e sorri, deixando um rápido selinho em seus lábios.
- Vamos! – Falei antes de empurrar a porta do carro.
A chuva gelada me incomodou, fazendo meu corpo se arrepiar, mas logo estaria no quentinho da fazenda. Danny foi para o porta-malas e fui atrás dele, ajudando-o a tirar todas as nossas malas, colocar na varanda e evitar que elas tombassem na lama.
- TITI ! – Virei o rosto apressada, vendo Isaac correndo pela varanda.
- Não pula! – Falei rapidamente, vendo Jason segurá-lo rapidamente.
- Titi ! Titi ! – Sorri, vendo a família de Danny sair da casa e pisei na varanda, deixando a mochila na escada.
- Vem cá, meu amor! – Me abaixei em sua frente, sentindo-o se jogar entre meus braços e abracei-o apertado.
- Titi! Titi! – Sorri, dando vários beijos em seu rosto.
- Meu lindo! – Me levantei com ele em meu colo, girando com ele.
- Saudadi! – Ele falou fofo e ri com Danny colocando todas as malas na varanda.
- Também senti saudades, meu amor! – O sacudi em meu colo, vendo-o rir e passei a mão nos cabelos que começavam a criar comprimento.
- Titi , titi ... – Daniel disse sarcástico. – E titi Daniel? – Daniel veio ao meu lado e Isaac riu.
- Titi Daniel! – Ele esticou as mãos para Daniel, me fazendo rir quando ele trocou de colo.
- Titi Daniel ganha! – Falei para Jason.
- Sempre! – Ele disse e nos abraçamos. – Que bom te ver, !
- Ai, nem fala! – Rimos juntos e logo mudei para os braços de Mi.
- Eu não vou deixar você ir embora mais! – Mi disse contra meu ouvido, me fazendo rir.
- Ah, não deixa! Me segura aqui para sempre! – Trocamos dois rápidos beijos.
- Vou prender a na despensa e não deixar ela ir embora mais! – Tia Grace disse, me fazendo rir e abracei-a apertado.
- Não vai ser necessário! – Ela me apertou igualmente forte. – Dessa vez não vim antes por causa do Danny.
- Vocês estão juntos, é o que importa! – Ri fracamente com essa frase antes de seguir para abraçar tio Joe.
- Ah, garota! Bom te ter aqui conosco! – Sorri, abraçando-o fortemente.
- É sempre bom! – Sorri, vendo Danny terminar de abraçar sua mãe.
- E como estão as coisas? – Tia Grace perguntou.
- Ah, tudo certo. – Ri fracamente, vendo Isaac esticar as mãos para mim.
- Vai com a titi! – Mi disse antes de me entregá-lo novamente.
- Não vou mais soltar! – Dei vários beijos em sua bochecha, ouvindo-o rir.
- Ai, titi-i-i! – Sorri.
- Ajuda ele com as malas! – Tia Grace disse e Jason e tio Joe ajudaram Daniel com as quatro malas e duas mochilas largadas no chão. – E como foi em Sydney? – Ela perguntou, me guiando para dentro da casa.
- Ah, foi tudo bem. – Dei de ombros, sentindo a casa mais quente e logo notei a lareira acesa na sala. – Ela achou que eu fosse minha mãe novamente, se lembrou de mim quando criança... – Dei de ombros, colocando Isaac no chão. – As enfermeiras dizem que piora cada vez mais, mas que a saúde dela ainda é boa.
- E seus parentes, vão visitá-la? – Tio Joe perguntou no tradicional tom julgador da família desalmada da minha mãe.
- Sim, vão. Luke é o que mais vai. – Abanei a cabeça. – Nós o encontramos, falando nisso. – Disse. – Ele mandou mensagem e saímos para jantar.
- Não é que o cara de fuinha é legal? – Danny disse ao meu lado e ri fracamente.
- Você implica com ele desde que a gente era criança! – Falei, vendo-o revirar os olhos.
- Ele era chato! – Danny disse, me fazendo rir.
- Você também era e eu não falava nada! – Dei de ombros, vendo-o me mostrar a língua e rimos juntos.
- Ah, que saudade disso! – Mi disse sarcasticamente, me fazendo rir e Danny se sentou ao meu lado.
- Vocês devem estar com fome, não é? – Tia Grace perguntou. – Nós pedimos pizza, logo deve estar aqui.
- Não se preocupe! – Abanei a mão. – Eu estou mais louca por um banho, honestamente. – Suspirei.
- Vocês devem estar cansados. – Jason disse.
- Mas dá para esperar a pizza, não? – Danny disse, me fazendo rir.
- Dá, esfomeado, dá! – O pessoal riu junto.
- Mas e aí? Como foi a primeira parte da temporada? Sobreviveu? – Michelle perguntou.
- Ah, foi... – Falei rindo, virando para Danny que colocava Isaac de cabeça para baixo. – Desafiador e descobridor... – Ri fracamente.
- Titi-i-i-i! – Isaac riu.
- E quais as novidades? Vai, conte tudo! – Tia Grace perguntou e sabia que era a oportunidade.
- Bem... – Virei para Danny, pressionando os lábios. – Acho que só tem uma... – Ponderei com a cabeça.
- É... Só uma! – Ele disse mais rápido, fazendo uma careta.
- É? Qual? – Tia Grace perguntou curiosa.
- Bem... Eu e Danny...
- largou a Michelin! – Danny falou mais rápido do que eu e franzi a testa, virando para ele.
- Mesmo? – Tia Grace perguntou surpresa. – Então você se decidiu? – Olhei sugestivamente para Daniel, vendo-o me dar o mesmo olhar desesperado e voltei novamente para tia Grace.
- É... É! – Sacudi a cabeça confusa, vendo Daniel se levantar. – É... Estava na hora. – Suspirei. – Foi uma decisão difícil, mas...
- Você está bem, ? – Mi perguntou. – Você parece perdida.
- Eu... Eu... – Virei para Daniel seguindo até a cozinha com Isaac. – Acho que é só o sono. Muito aconteceu nesses últimos meses, quiçá nessa última semana...
- Por que vocês não vão tomar um banho? Tirar essa roupa? Quando vocês terminarem de comer é só ir para cama. – Tia Grace disse e meu olhar não saía de Daniel que claramente evitava.
- É... Acho que eu vou aproveitar sim. – Suspirei, me levantando. – Posso ir no meu quarto?
- Claro, claro... Mas não prefere ir no do Danny? – Tia Grace perguntou e Daniel virou o rosto para mim.
- Não... Ele vai usar também. – Suspirei. – Logo volto.
- Quer ajuda? Eu te ajudo! – Jason ofereceu e não neguei quando ele pegou minha mochila.
Já não bastava o cansaço do voo de cinco horas de Sydney para Perth, agora eu tenho que enfrentar mais essa.
Daniel
- Que horas são? – Ouvi a voz de minha mãe e coloquei o restante da torrada na boca.
- Dez e meia. – Meu pai disse.
- Será que a está bem? Ela não costuma dormir muito. – Suspirei, pressionando os lábios.
- Ela não tomou o remédio de enjoo dela? – Minha irmã sugeriu. – Ela deve ter apagado.
- Ela tomou, filho? – Ergui o olhar para ela.
- O quê? – Perguntei.
- Daniel! – Minha mãe me repreendeu. – Em que mundo você está? Desde ontem que você está perdido assim.
- Ah, desculpe, é só cansaço... – Suspirei. – A ideia não era vir para casa nas férias, vim por causa da .
- E pela sua mãe, eu espero! – Ela disse firme e ri fracamente.
- Sim, mãe, por causa da senhora também. – Falei e ela sorriu, estalando um beijo em minha bochecha.
- Termina de comer e vai ver se ela está bem. Odeio esse remédio dela, deveria proibir. – Ela disse, dando um tapinha em meus ombros antes de se levantar.
Suspirei, terminando de beber o café como se fosse a última xícara de café do mundo antes de me levantar. Eu tenho certeza de que está fugindo de mim e não estava pronto para encarar essa conversa agora. “Conversa”, parecia nossa primeira briga como casal mesmo.
Não sei o que aconteceu comigo, eu só surtei!
Parece que abrir essa relação para minha família ia fazer tudo desabar! E eu não queria perder isso agora.
- Eu vou dar uma olhada nela. – Falei, empurrando a cadeira e virei o restante do café de forma dramática antes de seguir pelo corredor.
Andei devagar até o quarto de Isaac, o que era de antes de tudo, e empurrei a porta devagar, vendo a cama de casal bagunçada e sentada na beirada da mesma, apoiada no berço de Isaac que ainda dormia.
- Ei... – Falei fracamente, entrando no quarto e fechei a porta logo em seguida. – Minha mãe está preocupada contigo...
- Estou sem fome... – Ela falou fracamente e notei sua mão sendo segurada pelas mãozinhas de Isaac.
- ... – Me sentei ao seu lado. – Não faça isso...
- O quê? – Ela virou para mim e notei aquele olhar magoado. – Você tem ideia do que fez ontem?
- Eu não pensei, eu...
- Como você quer que eu me sinta? – Ela falou acima e suspirei. – Eu achei que você estava pronto para esse tipo de comprometimento, Daniel, mas pelo jeito estava enganada.
- Também não é assim, . – Falei fracamente.
- Então é o quê? – Ela virou o corpo para mim. – Você me abraça na frente dos seus amigos famosos, anda de mãos dadas comigo na frente dos fotógrafos, mas não tem coragem de me assumir na frente dos seus pais? – Ela riu sarcasticamente.
- Não é nada disso. Eu não sei o que aconteceu, eu só surtei! – Ela negou com a cabeça.
- Eles que deveriam surtar, não você! – Ela disse firme. – Quase três meses, Daniel! O que você espera? Que isso aconteça dentro do paddock e nada mais? Dentro do motorhome e nada mais?
- Não, . Não é nada disso, é só... – Puxei a respiração fortemente.
- É só o quê? – Ela pressionou.
- Eu não sei! – Falei rapidamente, ouvindo-a suspirar.
- Você tinha um trabalho, Daniel. Só um... – Ela suspirou. – E você deixou claro que não está pronto para isso.
- Pronto para o quê? – Perguntei rapidamente, ouvindo-a bufar.
- Você realmente não perguntou isso... – Ela riu fracamente, se levantando.
- , por favor... – Me coloquei em sua frente.
- O que você achou que estivesse acontecendo aqui? – Ela deu de ombros. – Eu posso ser sua amiga há anos, mas isso não é uma amizade colorida, Daniel. Eu não sofri indecisão por um mês para ser só mais um caso seu... – Ela disse rapidamente. – Eu não sou assim, eu não quero isso...
- Eu sei! Eu sei! – Apertei minhas mãos em seus ombros. – Eu nunca disse que éramos só isso. – Ela suspirou.
- Então o que somos? – Ela perguntou firme e eu suspirei.
- Somos Danny e ... – Falei fracamente. – Nós somos...
- Com licença! – Virei o rosto para porta, vendo Mi entrar e minhas mãos deslizaram dos ombros de . – Ele está dormindo ainda?
- Sim, está... – disse suspirando.
- Estava babando por ele, não estava? – Minha irmã disse e sorriu.
- É! – riu fracamente. – Um dia vou roubá-lo de você, Mi!
- Ah, por uma semaninha eu até deixo! – Ri fracamente, vendo-a pegar Isaac no colo.
- Mamá! – Isaac gemeu e acariciou os cabelos de Isaac.
- Quer ajuda? – ofereceu.
- Eu preciso dar banho nele. – Ela disse.
- Eu vou contigo! – disse e Mi foi até o banheiro da suíte.
- ... – Segurei sua mão, puxando-a para perto de mim. – Por favor... – Ela negou com a cabeça.
- Desculpe... Ser Danny e não é mais o suficiente para mim. – Ela pressionou os lábios antes de desviar o rosto de mim.
- Titi !
- Ah, meu amor! – Peguei Isaac quando ele pulou em meus braços e girei-o ao redor do corpo. – Quem é o afilhado mais lindo do mundo?
- Isaac! – Ele disse apontando para o céu e dei vários beijos em sua bochecha.
- É você sim! – Girei-o novamente, ouvindo-o rir. – Meu afilhado favorito.
- É o único! – Michelle disse ao se aproximar e ri fracamente.
- Também! – Brinquei.
- As meias que sua avó deu já ficaram pretas. – Ela disse rindo.
- Deixa eu ver esse pé sujo. – Falei para Isaac e ele ergueu o pé, quase chutando meu rosto, me fazendo rir. – Pelo menos é a meia... – Michelle riu.
- Mas é lã, vai ser péssimo de lavar. – Ela abanou a mão.
- Por sinal, estou sentindo um cheirinho aqui? – Fiz careta e passei a mão no bumbum de Isaac. – Você sente, Mi?
- Ah, sinto! Meu porquinho precisa ser trocado. – Isaac fez careta e pressionei meus lábios em sua bochecha.
- Vamos que a titi faz esse trabalho sujo, vai! – Falei rindo, vendo Michelle empurrar a porta de dentro da casa e fui logo atrás dela.
- Eu não quelo tomar banho! – Isaac disse embolado e ri fracamente.
- Ah, mas pelo menos precisa trocar essa fralda. – Michelle disse e observei Daniel com Jason na sala jogando vídeo game e suspirei antes de seguir pelo corredor.
- Precisava deixar de molho por uns três dias para tirar essa sujeira! – Falei rindo.
- Banhela? – Isaac falou animado e ri fracamente.
- Agora você quer, né, sapeca? – Ele riu.
- Banhela! Banhela! – Ele disse animado.
- Deixa eu tirar a fralda e limpar você antes. – Michelle disse, tirando-o de meu colo e me sentei na cama no meio do quarto.
- Eu posso ficar um pouco com ele na banheira, se quiser. Vai me ocupar um pouco. – Falei, suspirando.
- Precisamos falar sobre isso também. – Ela disse.
- Do quê? – Ergui o rosto para Mi.
- O que aconteceu entre você e Danny? – Ela perguntou e suspirei. – Achei que estivesse tudo bem, mas vocês parecem estar dando tratamento de silêncio no outro. E quem faz isso normalmente é você! – Ri fracamente, negando com a cabeça.
- Não é nada... – Suspirei.
- Tem certeza? Vocês chegaram tão animados na sexta e parece que tudo murchou de um dia para o outro...
- A gente só ficou muito tempo juntos... – Dei de ombros. – Estamos desde dezembro juntos sem parar, a gente precisa de um pouco de espaço. – A observei tirar a fralda de Isaac.
- Ah, mesmo assim. Parece que vocês brigaram ou algo assim...
- Não, não houve nada. – Dei um curto sorriso. – Só precisamos de um pouco de espaço do outro mesmo.
- Tem a segunda parte da temporada, vai estar tudo bem para vocês continuarem? A ideia não era acabar com a amizade de vocês... – Suspirei.
- Eu sei, só preciso de uns dias para mim... Pensei até em ficar no apartamento esses últimos dias, sabe?!
- Por quê? – Ela se virou rapidamente.
- Espaço! – Falei como se fosse óbvio. – E eu ainda tenho minha casa, caso vocês não se esqueçam. Ela não deve ver limpeza há meses.
- Minha mãe foi lá na semana passada, está tudo bem. – Ela abanou a mão e revirei os olhos discretamente.
- Mesmo assim, vai ser bom. – Falei. – Temos uma semana ainda até ele precisar voltar novamente, eu preciso resolver algumas coisas, finalizar umas coisas da Michelin e...
- O Danny sabe disso?
- E desde quando ele manda na minha vida? – Falei rapidamente, vendo-a se virar para mim. – Desculpe, saiu errado.
- DANIEL! VEM CÁ! – Ela gritou e revirei os olhos.
- Por que você faz isso? – Perguntei e ela deu de ombros, erguendo Isaac enrolado na toalha.
- Porque alguma coisa aconteceu e vocês precisam se resolver.
- Chamou? – Vi a porta se abrir e os cabelos cacheados de Danny entraram primeiro.
- quer dormir essa semana no apartamento, faz ela mudar de ideia! – Ela disse enquanto andava pelo quarto e revirei os olhos.
- ... – Ele suspirou e me levantei, saindo do quarto e Daniel me segurou logo que eu passei pela porta. – Por que está fazendo isso?
- Por quê? – Perguntei rindo, puxando a porta. – Pelo amor, Daniel! Eu preciso de espaço também! – Suspirei. – Eu não posso nem extravasar sem sua família suspeitar! Eu não tenho um minuto com a cabeça completamente para mim... Eu...
- ... – Ele apoiou as mãos em meus ombros. – Por favor...
- Eu preciso de tempo, Daniel! – Suspirei. – Você também.
- Eu não preciso de tempo! – Ele falou rapidamente.
- Você precisa! – Falei firme. – Nós precisamos... – Suspirei e ele olhou em meus olhos.
- Você vai me acompanhar o restante do ano? – Ele perguntou e suspirei.
- Você ainda quer que eu vá contigo? – Abracei meu próprio corpo.
- É claro que eu quero, ! Nada mudou! – Ele apertou meu braço.
- Tudo mudou, Daniel! – Falei em um suspiro. – Tudo! – Ele suspirou.
- Eu não quis dizer isso... – Ele suspirou. – Eu quero você ao meu lado, eu quero tudo isso... – Suspirei, passando as costas das mãos no rosto. – Você sabe que eu te amo, certo? – Ele olhou em meus olhos e suspirei.
- Eu sei... – Falei fracamente. – Eu só preciso de um tempo.
- O que você quer eu faça? – Ele falou por cima da minha voz. – Fala para mim!
- Eu não quero que você faça nada que você não queira, Daniel. – Falei baixo. – Eu quero que você faça porque se sente confortável, porque está feliz... – Neguei com a cabeça.
- Eu estou feliz contigo, ...
- Então você precisa de outro motivação... – Dei de ombros. – Me deixa tirar essa semaninha para mim, eu realmente poderia usar isso para dar uma relaxada também, organizar meu apartamento, fazer uma massagem... – Suspirei. – Mas não quero que seja dessa forma...
- Eu não sei mais viver sem você, ... – Ele disse fracamente e dei um curto sorriso.
- Bom! – Falei firme. – Agora precisa decidir o que quer fazer sobre nós... – Ele assentiu com a cabeça. – Se precisar de mim, eu estarei na banheira com o Isaac... Mas pelo menos essa parte você pode fingir que nunca viu. – Ele riu fracamente e dei um curto beijo em sua bochecha antes de voltar para o quarto.
Daniel
- Bom dia, John! – Falei um pouco mais alto antes de tocar o interfone do condomínio.
- Ela não está aqui! – Ouvi a voz robótica pelo interfone.
- Ah, fala sério! – Bufei. – Não vai dizer que ela proibiu minha entrada de novo? – Revirei os olhos e vi John sair da portaria, aparecendo atrás das grades do condomínio. – Ela pediu para você dizer isso?
- Ela até comentou algo sobre não deixar o senhor entrar, mas ela realmente não está aqui. – Ele disse. – Ela saiu com um buquê de peônias.
- Ah, sério? – Suspirei e ele assentiu com a cabeça. – Faz quanto tempo?
- Uns 20 minutos. – Ele disse.
- Valeu! – Assenti com a cabeça, olhando para os dois lados da avenida antes de cruzá-la novamente e entrei no carro.
sem responder minhas mensagens desde o começo do dia, não estar no condomínio e sair com um buquê de peônias, só podia significar uma coisa. Liguei o carro novamente e dirigi uns 15 minutos até o cemitério municipal de Perth. Único lugar que ela poderia estar agora.
Deixei o carro do lado de fora e entrei apressado no local, colocando um boné na cabeça. Não era exatamente o melhor lugar para ser reconhecido agora e eu realmente não queria tirar selfies onde os pais de estavam.
Reconheci de longe entre o gramado esverdeado e as lápides colocadas no mesmo. Foram cinco dias sem ela e cinco dias que eu queria ter esquecido. Eu estava subindo pelas paredes em não tê-la, pelo menos, em meu peito durante a noite, o braço em volta de minha cintura e uma calma que só sabe me dar.
Sei que a solução para nossos problemas era contar para meus pais sobre nós, mas eu queria fazer isso com ela. Segurar sua mão na frente de todos, beijá-la na frente de meus pais e deixar claro para todo mundo que estamos juntos. Mas esses cinco dias foram meus últimos em Perth e eu estou embarcando para Inglaterra no voo da noite. Vir atrás de é uma medida desesperada para ver se ela ainda vai comigo.
- O que está fazendo aqui? – Ouvi sua voz quando me aproximei.
- Fui atrás de você no apartamento... – Ela assentiu com a cabeça e puxei-a para um abraço. – Vem cá...
Suas mãos apertaram minhas costas e sua cabeça foi para meu ombro enquanto fiz o mesmo. Meu olhar foi para a lápide dos Addams e pressionei os lábios. Espero que eles saibam o quão apaixonado eu estou por e que não tenho nenhuma intenção de magoá-la. Só a quero assim comigo para sempre. Sem nenhum porém.
Ficamos abraçamos até ela afrouxar os braços devagar. Uma mão deslizou para meu peito, erguendo o rosto e acariciei sua nuca devagar. Seus olhos estavam cobertos pelos óculos de sol, mas sabia que seus olhos estavam focados nos meus.
Acariciei sua nuca devagar, sentindo suas mãos deslizarem pelo meu corpo até apertarem minhas costas e nossos lábios se tocaram devagar. Puxei-a pela cintura, trazendo seu corpo mais para perto do meu, e nossos lábios deslizaram delicadamente pelo do outro, quase como se fosse a primeira vez.
Seus lábios se afastaram dos meus devagar, fazendo o beijo acabar com curtos selinhos e nossas testas se encostarem. Suas mãos subiram para meus ombros, acariciando minha nuca e deixei alguns curtos beijos em seus lábios e sua bochecha.
- Espero que seus pais não se importem com isso... – Sussurrei e ela deu um curto sorriso antes de erguer os óculos para sua cabeça.
- Não... Você é bom para mim. – Acariciei sua nuca, roçando meu nariz no seu.
- Me desculpe, . Eu só surtei... – Ela negou com a cabeça.
- Não vamos fazer isso agora, por favor... – Ela acariciou meus lábios com o polegar. – Eu só quero que você tenha certeza do que quer... – Ela suspirou.
- Eu quero você, Addams! – Ergui seu rosto para o meu. – Ficar esses cinco dias sem você foi uma prova que eu não sabia que precisava. – Ela deu um curto sorriso. – Eu quero você comigo. Eu quero ficar ao seu lado, quero ter você comigo, enfrentar quem e o que for preciso para ficar contigo... – Ela riu fracamente.
- Não precisamos de muito. – Ela deslizou a mão pela minha nuca. – Eu só quero que você entenda que eu não quero ser só sua peguete ou sua amizade colorida.
- Você é muito mais do que isso, baby. – Abracei-a apertado, deslizando a mão pela sua cintura. – Você é o amor da minha vida. – Ela sorriu. – Nada do que aconteceu é por conta das minhas dúvidas. Eu não sei o que passou na minha cabeça, eu só surtei, de verdade. – Suspirei. – Pensar em passar pelo caos que vai ser quando contarmos para eles... Pensar que eles vão te roubar de mim por alguns dias... – Ela riu fracamente. – Eu quero você só para mim.
- Eu sou só sua, Daniel! – Ela colou sua testa na minha. – Hoje e para sempre, entendeu? O que aconteceu em Mônaco foi um divisor de águas e eu não vou voltar atrás agora. – Apertei-a com força, colando minha barriga na dela. – Eu te amo, Daniel. – Ela acariciou meu rosto. – Mas não quero isso só entre a gente. – Ela roçou seu nariz no meu. – E eu não falo em nada grandioso como imprensa ou sua carreira, só falo sobre seus pais... Nossa família. – Assenti com a cabeça.
- Me desculpe, ok?! Eu fui um idiota. – Ela deu um curto sorriso.
- Foi! – Ela disse firme! – Mas é meu idiota. – Sorri e nossos lábios se tocaram por alguns segundos.
- Eu vou contar para eles na primeira oportunidade, ok?! Podemos ligar para eles e... – Ela segurou meu rosto, pressionando nossos lábios por mais alguns segundos.
- Agora tenha paciência. – Ela acariciou meu rosto. – Você já fez a besteira, agora espera. Eles vão aparecer em alguma corrida. – Assenti com a cabeça.
- Você vai comigo para Inglaterra?
- Acho que vou te encontrar na Bélgica. – Ela disse.
- Nã-ão, vai comigo. – Apertei-a fortemente, ouvindo-a rir.
- Eu poderia aproveitar mais uns 10 dias em casa, baby. – Ela disse. – Fazer meu check-up anual, visitar uns médicos, ficar mais com o Isaac...
- Não ficou com ele porque não quis. – Ela riu.
- Te dando tratamento de silêncio. – Sorri.
- Eu odeio quando você faz isso. – Falei e ela riu fracamente.
- Por isso eu faço. – Nossos lábios se tocaram de novo.
- Eu senti sua falta. – Falei.
- Eu também... – Ela disse fracamente, apoiando a mão em meu peito e desviou o rosto para a lápide novamente. – Mas eu não vou fugir de você. – Ela sorriu. – Eu prometi e eu vou cumprir. Só poderia aproveitar um pouco mais das minhas férias. – Abracei-a pela cintura, apoiando a cabeça em seu ombro.
- Ok, eu deixo... Mas só porque eu tenho trabalho no simulador... – Suas mãos foram para as minhas. – Quero você comigo o mais rápido possível.
- Eu estarei lá antes do começo do fim de semana. – Ela disse e dei um beijo em seu rosto, ouvindo-a rir.
- Combinado... – Falei fracamente, sentindo-a apoiar a cabeça em meu ombro.
- Sabe... Você não contou para seus pais, mas você pode contar para os meus. – Ela disse e ri fracamente, vendo a lápide abaixo de mim com o buquê de peônias rosas.
Alexander Addams
☆ 29/03/1959
† 19/06/2009
Helena Amelia Corner Addams
☆ 08/05/1961
† 19/06/2009
Amados pais, filhos e amigos
- Como você está? – Perguntei, apertando-a fortemente.
- Eu estou bem... – Ela suspirou. – Como não me sentia há tanto tempo.
- Minha linda... – Beijei sua bochecha, ouvindo-a rir fracamente.
- Quer fazer as honras? – Ela brincou e ri fracamente.
- Olha, baby, acho que eles já sabem... – Ela riu fracamente e olhei na lápide novamente. – Espero que estejam felizes com isso...
- Eles estão... – suspirou. – Não tem ninguém que vá cuidar de mim melhor do que você, Danny.
- Espero que eles concordem com isso depois do que temos feito nesses últimos meses... – Ela riu fracamente.
- Daniel! São meus pais! – Ela me deu uma cotovelada, me fazendo rir.
- Não é como se eles não estivessem vendo o que estamos fazendo, ... E ouvindo nossos pensamentos. – Ela riu fracamente.
- Não precisa deixar tão gráfico! – Ela apertou as mãos no rosto em vergonha.
- Depois da primeira vez, acho impossível... – Sussurrei para ela, vendo-a virar o rosto para mim e colei nossos lábios.
- Apesar de tudo, aposto que eles estão felizes por estarmos felizes. – Ela disse.
- Eu estou. – Sorri. – Feliz demais... – Ela virou o corpo para mim. – Por ter minha melhor amiga em meus braços, em meus pensamentos e em minha cama... – Ela riu fracamente.
- Você para! – Ela segurou minha nuca e ri fracamente.
- Achei que a gente não devesse mentir para nossos pais! – Brinquei.
- Ah, agora quer ser o certinho? – Ela riu.
- Sempre fui, você que me desvirtuava! – Falei dramatizando.
- Ah, ainda sou obrigada a ouvir isso. – Ela disse rindo e puxei sua nuca antes de colar nossos lábios novamente.
Austrália, 2009
- Daniel? – Ele virou o rosto para a porta, vendo um dos assistentes da Formula Renault.
- Sim? – O mais novo falou, se levantando do tatame.
- Sua mãe pediu para você telefonar o mais rápido possível. – O homem disse.
- Hum... Ok? – Ele disse confuso, seguindo para perto de suas coisas.
As coisas na Fórmula Renault 3.5 não eram nada glamorosas perto da futura Fórmula Um, mas ele estava empolgado por tudo. Daniel sempre estava empolgado por tudo. Ao contrário do que acontecia em Perth. Grace batia as mãos freneticamente na mesa, encarando seu celular depois de fazer a vigésima terceira ligação para ele. Ela não sabia como contar, mas precisava fazer isso.
- Nossa! – O garoto se surpreendeu com a quantidade de ligações em seu celular e discou rapidamente para o número da mãe.
Grace pulou na cadeira quando o telefone tocou, vendo o nome de seu filho e ficou indecisa do que fazer. Atender ou não atender? Contar ou não contar? Ela havia passado as últimas quatro horas chorando e sua cabeça pesava uma tonelada, além dos ombros tensionados pela força. Joe a abraçou pelos ombros, beijando-lhe a testa.
- Força, amor! – Ele disse e Grace atendeu o telefone.
- Filho? – Ela atendeu com a voz fraca.
-
Oi, mãe! – Ele atendeu, girando o corpo pelo vestiário. –
Está tudo bem? Eu vi suas ligações.
- Daniel... – Grace respirou fundo. – Como você está?
-
Estou bem, mãe... Você está bem?
- Sim, eu... Eu... – Ela pigarreou.
-
Mãe? Tá tudo bem? Eu tenho uma corrida em uma hora...
- Aconteceu alguma coisa, filho... Você precisa vir para casa. – Grace o interrompeu, tossindo fracamente para tirar o bolo que parecia prender em sua garganta.
-
O que aconteceu, mãe? – Ele perguntou e seu rosto se contorceu de nervosismo.
- Houve um... – Ela respirou fundo. – Houve um acidente, filho... – Ela engoliu em seco.
-
Que acidente, mãe? Você está bem? Papai? Mi? Está tudo bem? – A voz dele começou a sair apressada, fazendo mais lágrimas deslizarem pelo rosto da mulher e não foi possível mais se conter, fazendo o choro ficar mais evidente. –
Mãe! Mãe! O que aconteceu?
Michelle estava travada há quatro horas no sofá, com o olhar perdido. Ela não havia conseguido derrubar nenhuma lágrima. Talvez por saber que alguém precisava mais dela agora. Sua mãe, seu pai... E . Especialmente . Mas ao ver a mãe em surto, foi como se ela destravasse e seguisse diretamente para o telefone, ouvindo a voz de Daniel ecoar pelo bocal.
-
Mãe! Mãe, pelo amor de Deus! O que aconteceu? – Ele perguntou apressado e Michelle tirou o telefone da mãe, colocando na orelha.
- Daniel? Sou eu! – Michelle falou.
-
O que aconteceu, Mi? O que está acontecendo? – Ele perguntou apressado.
- Venha para casa, precisamos de você! – Ela disse fortemente.
-
O que acon...
- Os pais da morreram, Danny! – Ela disse apressada, fazendo a voz do garoto se calar.
-
O que... – Seu corpo foi automaticamente para trás, cambaleando e ele apoiou a mão na parede para não cair, chamando atenção de seus colegas de equipe.
- Venha para casa, por favor! – Ela disse em um suspiro, sentindo a primeira lágrima deslizar de sua bochecha.
-
O qu... O que aconteceu? – A voz dele saiu bagunçada.
- Um acidente de carro... – Ela suspirou. – Eles foram em um jantar ontem e, na volta... – Ela engoliu em seco.
-
Mi... – Ele falou fracamente, as lágrimas já escorrendo de seu rosto.
- Um motorista bêbado bateu neles, Danny. – A voz de Michelle se tornou raivosa. – O velocímetro deles travou em 60, eles não fizeram nada de errado... – Ela passou as mãos no rosto. – Bateram nele e o filho da puta foi embora sem prestar socorro. – Ela deu um soco na mesa, derrubando alguns copos.
- Amor... – Jason foi até ela, pegando o celular de sua mão.
-
E a , Mi? – As lágrimas do garoto deslizaram com mais força, fazendo-o se sentar para suportar o peso do corpo. –
Como ela está?
- Danny, sou eu! – Jason falou. – A estava em Sydney, sua tia está trazendo-a para cá agora... – Ele disse em um suspiro. – Estamos esperando ela chegar para fazer o reconhecimento dos corpos...
-
Mas tem chance de não ser eles? – Daniel perguntou apressado.
- Não. – Jason suspirou. – Era o carro deles, mano. – Ele negou com a cabeça. – Foi naquela rotatória perto da casa deles... – Os lábios de Jason pressionaram.
-
Quem contou para ela? – Ele perguntou fracamente.
- A própria polícia. – Daniel se desesperou quando ouve. – Ela era a última chamada no telefone da Helena...
-
Jason... A , Jason... Ela não… - O garoto começou a falar apressado, fazendo os colegas dentro do camarim se aproximarem desesperados, chamando-o, mas parecia que ele não ouvia. –
E agora? Ela não pode aguentar isso sozinha... Ela...
- Vem para casa, Danny. – Jason disse em um suspiro. – O voo dela chega em algumas horas, nós vamos cuidar dela o máximo possível, mas ela vai precisar de você... – Daniel suspirou.
-
Minha mãe, Jason... – O olhar de seu cunhado foi para Grace que mantinha as mãos pressionadas nos olhos com força...
- Ela vai precisar de você também. – Jason suspirou.
-
Eu chego aí amanhã. – Danny disse fracamente, dando a chamada como encerrada, mas Jason esperou até o garoto realmente desligar para abaixar o telefone.
A madrugada não estava sendo fácil para ninguém. Era por volta de três da manhã em Sydney quando acordou desesperada com seu telefone tocando. Era fim de semestre, estava preparando as coisas para ir para casa no fim de semana, então optou por negar as últimas festas e descansar.
A princípio não atendeu, mas o DDD de Perth denunciava que podia ser alguém conhecido. Ela atendeu devagar, a voz cansada e o rosto cego pela iluminação repentina do aparelho. O policial do outro lado da ligação se apresentou, falou que estava procurando por parentes de Helena Amélia, nome encontrado na carteira de motorista dela. se levantou em um pulo, o nervosismo aparente em seu corpo antes de falar que era sua filha.
-
Sinto muito em te acordar, senhorita, mas aconteceu um acidente e seus pais estavam envolvidos... Eles não resistiram...
O que aconteceu após essas palavras era nublado para ela ainda, mas foi bem vívido para Grace quando seu telefone tocou por volta de uma hora da manhã, o nome de no visor. Não deu bola de imediato, fazia cerca de 30 minutos que havia chego do mesmo jantar que Helena e Alex estavam, então estava se arrumando para dormir. Talvez estivesse ligando porque Helena esqueceu de avisar a filha que tinha chegado. Não seria a primeira vez.
Quem dera fosse isso. No momento em que Grace atendeu a ligação, a pesada respiração de tomou conta da ligação.
-
É mentira, não é? – Foram suas primeiras palavras.
- ? É você, querida? – Grace perguntou em seu tom alegre.
-
Meus pais, tia Grace... – As lágrimas deslizaram pelo seu rosto.
- O que aconteceu, querida? Acabamos de chegar do jantar...
-
Eles morreram, tia Grace... – A voz fraca da menina fez o coração de Grace parar e a mais velha saiu desesperada do banheiro, encontrando Joe se ajeitando na cama. –
É mentira, não é?
- Como assim, ? – Grace estalou as mãos para o marido prestar atenção nela.
-
A polícia... Eles... – soltou a respiração com força, fazendo as lágrimas deslizarem com força de seus olhos. –
Eles não chegaram em casa...
- Liga para a polícia agora! – Grace mandou para Joe que se levantou prontamente.
-
Eu... – respirou fundo. –
Não pode ser...
As lágrimas começaram a surgir nos olhos de Grace sem que ela percebesse. Havia perdido completamente o chão. Como assim sua melhor amiga estava morta e ainda teve que saber pela filha dela? Estavam juntos na festa há 30 minutos. Isso não podia ser verdade.
A voz de Joe foi calma e séria enquanto ele discava o número de emergência da polícia. Ele se apresentou, perguntou de algo que pudesse ter acontecido com Helena e Alexander Addams e recebeu a confirmação do policial, fazendo-o somente dar um aceno com a cabeça para Grace que negou com a cabeça, puxando a respiração fortemente antes de voltar a atenção ao telefone.
-
Sinto muito, filha... – Grace disse em um suspiro. –
É verdade...
Os parentes de Helena não eram os mais presentes na família dela, mas receberam com o mesmo choque a notícia dada por Joe. Em menos de 20 minutos eles chegaram no apartamento de e encontraram a menina estática no chão com o telefone na mão com Grace ainda em ligação.
Após gritos, choros e força para tirar a menina daquele lugar, eles foram diretamente para o aeroporto e conseguiram o voo que saía seis horas da manhã de Sydney e chegava nove horas em Perth.
estava desolada. Não tinha outra forma de descrever. Afinal, como se sentir após perder seus dois pais em uma noite? Tinha falado com sua mãe por volta das nove da noite para desejar boa noite e contar as novidades do dia, enquanto os pais se arrumavam para o jantar. Ao fim da ligação, Helena lhe desejou boa noite, ofereceu sua bênção e falou para menina ir se divertir também. riu, brincando para eles avisarem na hora que chegasse fazendo Helena rir novamente, dizendo que ela é a mãe, não ao contrário, mas continuou brincando ao falar que a preocupação é a mesma.
Seis horas depois, essa se tornou a ligação mais importante da sua vida.
Quando e seus tios – dois irmãos e uma irmã de sua mãe – chegaram em Perth, foram direto para o hospital, onde Grace, Joe, Michelle e Jason os esperavam. Grace queria evitar que a menina precisasse fazer confirmação de corpo dos próprios pais. Nem que para isso ela precisasse fazê-lo.
Apesar do jeito intransigente, metido, orgulhoso e levemente irritante de , ela sempre estava com um sorriso no rosto ou fazendo piadas, mas agora, era como se tivesse envelhecido 20 anos nas últimas horas. As lágrimas já haviam caído durante as cinco horas de voo, agora ela parecia apática dentro de seu pijama e um casaco que não era seu em seus ombros.
Michelle foi a primeira a correr até a menina, dando um abraço que poderia ser forte o suficiente para tirar toda a dor que estivesse dentro dela, mas foi só quando Grace a abraçou que a menina desmanchou novamente, forçando seus braços na melhor amiga de sua mãe. Nenhuma palavra foi dita por ela, era como se toda sua força estivesse canalizada nas lágrimas deslizando pelo seu rosto.
O policial que havia ligado para horas depois estava ali. Ele também não estava tendo seus melhores dias. Teve o azar de precisar avisar uma moça de 19 anos que seus dois pais haviam falecido, por telefone ainda, há quilômetros de distância. Ele esperou todos os devidos abraços e apresentações serem feitas antes de se aproximar.
- Com licença. Eu sou o policial Jeremy Jones. – reconheceu sua voz. – Eu atendi a ocorrência dos senhores Addams. – Ele disse, fazendo a menina engolir em seco. – Nós precisamos que um familiar venha reconhecer os corpos.
- Ok... – falou fracamente, fazendo os próprios tios se surpreenderem com a voz repentina da menina. Mas ela estava há cinco horas se preparando para isso.
- Nem a pau! – Grace disse apressada. – Eu não vou deixar você fazer isso... – Ela disse firme e a menina sentiu um misto de tremedeira e alívio passar pelo seu corpo.
- Precisamos de alguém... – O policial disse fracamente e os olhares de Joe e Michelle foram para os irmãos de Helena.
Os três claramente desviaram os olhares, mas não era nem novidade vindo do lado de Helena. Não se conformava por chamar essa mulher de madrinha. Grace não estava bem, as poucas notícias que conseguiu arrancar do policial era que o carro havia sido batido do lado do motorista e virou duas vezes antes de ser pressionado contra um muro. Ambos morreram na hora.
Então Grace não estava ansiosa para ter essa como a última visão de sua melhor amiga, mas era melhor ela ter essa visão do que . Estava junto quando ambas se viram pela última vez. Era domingo de Dia das Mães, por volta das cinco da tarde em Perth. Os Ricciardo, sem Daniel, e os Addams saíram para comemorar juntos e levaram a menina para o aeroporto no fim do dia.
Ela queria que essa fosse a última lembrança para a menina. Abraçando sua mãe fortemente e falando que a veria em menos de dois meses para as férias, rindo de como a mãe ainda dramatizava depois de um ano e meio. Não poderia deixar que a menina entrasse.
- Senhor, somos amigos de ambos há 16 anos, somos a família deles aqui em Perth, deixe que nós entremos. – Grace disse para ele. – Não faça isso com ela, por favor. – Ela disse em um tom de súplica. – Por favor... – Ela sussurrou e ele deu um aceno com a cabeça.
- Está tudo bem para a senhorita? – Ele olhou para a jovem.
- Uhum... – Ela falou fracamente, sentindo Michelle apertá-la com força.
- Venham comigo, por favor... – Ele pediu.
Grace e Joe deixaram a menina abraçada com Michelle e seguiram o policial. Joe estava nervoso, mais nervoso com Grace ver Helena do que ele ver ambos, mas quase pôde respirar aliviado quando entrou na sala. Os dois corpos estavam cobertos por um lençol escuro, deixando somente seus rostos para fora, que haviam sido limpos da melhor forma possível.
Os arranhões e cortes nos rostos de ambos eram profundos, mas era como se ambos estivessem dormindo. As lágrimas voltaram a escorrer pelo rosto de ambos e Joe abraçou Grace com força, deixando a esposa chorar em seu ombro pelo que pareceu mais uma eternidade.
Quando a mulher finalmente conseguiu se recompor, seu lado católico falou mais alto e ela se ajoelhou entre as duas macas, fazendo uma reza silenciosa para ambos e somente uma promessa:
- Vamos cuidar dela.
Entrar na sala havia sido difícil, mas Grace não pensava que sair seria pior. Estava se despedindo de seus grandes amigos e precisava acabar com as esperanças de uma menina que amava tanto quanto sua filha.
Os olhos de pareceram até brilhar na expectativa de uma notícia diferente. Talvez fosse só coincidência. O carro havia dado perda total, podem ter errado a placa, ou pode ser um casal diferente... Quantos acidentes acontecem por noite em Perth? Mas quando Grace lhe deu aquele sorriso triste, ela soube que seu mundo tinha acabado.
Spa, Bélgica, 2016 – Quinta-feira
-
Danke! – Falei para o motorista quando ele me ajudou com as malas e recebi um aceno de cabeça.
Suspirei com a distância de onde o táxi tinha parado e da entrada do paddock e deveria ter pedido para Maria me enviar a indicação do motorhome para eu não ficar carregando malas paddock adentro.
Respirei fundo, ajeitando a mochila nas costas e tentei parecer relaxada quando puxei as duas malas pela ladeira de Spa. Demorei alguns minutos até chegar na entrada do paddock, vendo os fãs amontoados no local aos gritos e parecia que os pilotos da Haas e da Renault estavam entre eles.
Bati minha credencial na catraca, feliz pelo segurança simpático abrir a lateral para eu passar e falei meu segundo
danke antes de seguir pelo paddock. Apesar do labirinto, ao menos era uma linha reta.
- Ei, moça! Precisa de ajuda? – Virei meu rosto para o lado, encontrando Hamilton andando alguns passos à minha frente segurando dois buldogues em suas coleiras.
- Ei! – Falei um pouco confusa. – Está tudo bem, acho que você já está com as mãos cheias. – Brinquei, parando de andar.
- Ainda acho que precisa de ajuda... – Ele disse e ri quando um dos dois veio até mim.
- Oi, lindinho! – O vi cheirar meus pés e me abaixei a sua frente. – Posso? – Indiquei o cão para Lewis.
- Sim, claro! – Levei a mão para a cabeça do animal, acariciando.
- Oi, seu lindo! Você é muito gostoso! – Acariciei suas orelhas, vendo-o subir em minhas pernas, me fazendo rir. – Não vai me derrubar!
- Cuidado que ele gosta de pular! – Ele disse rindo e vi outro vindo até mim e dividi o carinho entre os dois.
- Quais os nomes? – Perguntei.
- O que foi primeiro é o Roscoe e essa folgada é a Coco. – Ele indicou a outra que se deitou com a barriga para cima e fiz carinho.
- Eles são lindos! – Falei rindo, tentando dividir o carinho entre os dois.
- Está chegando agora? – Ele perguntou.
- Sim, eu fiquei mais uns dias em casa para descansar, não estou acostumada com essa mudança toda do fuso-horário. – Ri fracamente. – Viu Danny? – Perguntei.
- Eu estou chegando agora, mas comentaram sobre alguns testes, vai saber... – Ele respondeu e ri para os cães novamente, antes de sentir o celular vibrar em meu bolso.
- Oh, um segundo! – Me levantei, tirando o celular do bolso dos shorts e vi o nome de Danny no visor. – Falando nele... – Coloquei o telefone na orelha após aceitar a ligação. – Ei, baby!
-
Ei, baby! – Ele disse rindo e sorri ao ouvir sua voz.
- Eu estou quase chegando! – Falei.
- Isso que eu ia falar contigo, baby. Tem certeza de que você quer vir? – Franzi a testa.
- Por quê? Algo aconteceu? – Senti os cães continuarem cheirando meus pés.
-
Aqui tá
uma zona de guerra, baby.
- Hum? – Franzi a testa, olhando em volta.
-
Por causa do atentado que teve em Bruxelas em março, eles colocaram o exército para proteger a gente. – Ele disse mais baixo. –
Tem uns caras com umas verdadeiras bazucas... – Olhei em volta, percebendo os militares na entrada com roupas fardadas, coletes à prova de bala e verdadeiras bazucas nas mãos.
- Oh... – Falei.
-
O quê? – Ele perguntou.
- Eu já estou dentro do paddock, baby. – Falei. – Parei com Hamilton e os cachorros dele.
-
Você já está aqui? – Ele perguntou apressado.
- Sim, estou e... – A ligação caiu e olhei para a tela. – Ah, Daniel! – Revirei os olhos.
- Está tudo bem? – Hamilton perguntou.
- Ele disse para eu não vir por causa desses caras armados aqui, mas confesso que nem percebi. – Indiquei em volta e ele desviou o rosto.
- É... Fiquei sabendo. Espero que não seja necessário. – Ele suspirou. – Mas pode me chamar de Lewis. Lew... Hamilton é estranho. – Rimos juntos.
- Pode deixar! – Sorri.
- ! – Virei o rosto para o lado, vendo Danny vir correndo em minha direção.
- Ei, baby! – Ele me abraçou pela cintura e passei os braços pelos seus ombros. – Ah, baby! – Suspirei com o contato de suas mãos em meu corpo, me fazendo ficar levemente na ponta dos pés.
- Senti saudades... – Ele suspirou e ergui meu rosto para o seu.
- Também senti. – Falei e ele pressionou os lábios em minha bochecha, me fazendo sorrir.
- Não deu nem tempo de eu ligar para você. – Ele disse.
- Eu avisei quando cheguei. Você que não viu! – Falei e ele fez uma careta, virando o rosto.
- Ei, Lewis! – Ele percebeu a presença de Hamilton ai.
- Ei! Estou atrapalhando o casal? – Lewis brincou, me fazendo rir.
- Desculpe, cara! Não a vejo tem duas semanas. – Ri fracamente.
- Só duas semanas, Daniel! – Falei rindo. – Já ficamos muito mais tempo afastados...
- Não depois que ficamos juntos. – Ele me abraçou pela cintura e ri fracamente, apoiando um braço em seu ombro.
- Ah, essa dependência. – Brinquei, ouvindo-o rir e desviei o rosto quando ele beijou meu pescoço. – Daniel! Tem gente aqui!
- Ah, que se foda isso! – Ele disse rindo e pressionei os lábios olhando para Lewis que ria.
- Você não contou para sua mãe ainda! – Ele me soltou.
- Esqueci desse detalhe! – Ele falou fracamente. – Trazendo os carinhas para festa, Lewis? – Ele indicou os cães e notei-o se colocar para trás quando Roscoe veio cheirá-lo.
- Dar uma volta um pouco.
- Cuidado, baby, eles vão te matar com a fofura deles... – Fiz um bico e ele revirou os olhos.
- Os do Lewis eu já estou acostumado, aquele lá... – Ri fracamente.
- O que aconteceu? – Lewis perguntou.
- Ah, quando o Danny tinha uns oito anos, ele foi bater na casa de um amigo, o cachorro estava solto e correu atrás dele por uns dois quarteirões... – Falei rindo. – Deu para ouvir ele gritar de dentro da casa. – Lewis riu. – Trauma para o resto da vida.
- Era um Rottweiler, ! Foi assustador. – Daniel explicou, me fazendo rir.
- Aposto que Roscoe e Coco só vão te dar várias lambidas. – Me inclinei para baixo, fazendo um carinho na cabeça de Coco.
- Um dia eu vou morrer com todas as coisas que você não se importa comigo e você vai ver...
- Ah, dramático! – Me levantei novamente rindo, passando as mãos em seus ombros. – Olha essas carinhas... – Indiquei os cães, fazendo um bico junto deles.
- Nós nunca vamos ter um cachorro, você sabe disso, não sabe? – Revirei os olhos, suspirando.
- Bom te ver, Lewis! – Falei, ouvindo-o rir e ele acenou com a mão.
- Até mais, galera! – Ele disse e ri quando ele se afastou com os cães.
- Dramático! – Falei, dando um beijo na bochecha de Daniel. – Falando em drama... O que aconteceu?
- Ah, nem sei! – Ele pegou minhas malas antes de começarmos a andar. – Chegamos aqui, esses caras armados da cabeça aos pés... – Seguimos pelo paddock. – Eu não sei, pensei que fosse melhor você não vir...
- Tarde demais, baby. – Falei rindo. – Mas espero que não seja nada, os ataques foram em março, não? Já foram cinco meses, é para estar tudo mais controlado. – Ele suspirou.
- Espero que sim, não quero você aqui se tiver algum perigo. – Ele disse.
- E você acha que eu vou te querer aqui? Nem vem! Vamos ficar juntos. – Falei firme.
- Essa é a mulher da minha vida. – Ele disse fofo, me fazendo rir.
- Bobo! – Acariciei sua nuca rapidamente, vendo-o sorrir.
- E como foram as férias? Aproveitou muito com o Isaac? – Ele foi sarcástico, me fazendo rir.
- Aproveitei sim! – Falei firme. – Eu fiquei bastante no apartamento, mas ia jantar com eles todas as noites. Fui no cardiologista, na ginecologista... Levei um belo de um puxão de orelha dela, mas ok... – Fiz uma careta, ouvindo-o rir.
- Por quê? – Ele perguntou.
- Eu esqueci total que meu anticoncepcional é para controle do ciclo menstrual, não para controle de gravidez. – Ele franziu a testa.
- Você está grávida?
- NÃO! Daniel, pelo amor de Deus! – Ele riu comigo. – Eu tomo anticoncepcional direto para não menstruar por causa das viagens, não como prevenção de gravidez... – Ri fracamente. – Eu precisei trocar, né?! Não tinha a vida sexual que tenho quando fui nela ano passado. – Ele sorriu.
- Culpado! – Ele riu fracamente. – Mas acho que nunca esquecemos da camisinha. – Ele disse.
- Não, mas não custa nada dar uma força com o anticoncepcional, né?! – Falei rindo.
- É, realmente! – Ele riu. – E está tudo certo agora? – Ele perguntou.
- Sim, tudo certo com ela, no cardiologista e fui no oftalmologista, está tudo a mesma coisa.
- Que bom, baby! Pronta para segunda parte da temporada? – Ele perguntou.
- Vamos lá! – Falei rindo e ele deu espaço para eu subir primeiro na rampa do motorhome da Red Bull.
Daniel
Me olhei no espelho, passando as mãos nos cabelos e sacudi os cabelos úmidos antes de voltar a passar a toalha pelo corpo. Peguei a boxer na pia, vestindo-a e pendurei a toalha no box antes de sair do banheiro.
O motorhome estava bem mais gelado de quando eu entrei e agradeci, talvez eu tenha exagerado um pouco na água quente e parecia que o molhado não era do banho, era do suor. Peguei uma bermuda, vestindo-a e passei pela bancada, roubando algumas balas de goma na bancada antes de seguir para a área do quarto, sorrindo ao encontrar .
Ela está sentada no centro da cama, com as pernas dobradas e o olho atento no espelho ao lado da televisão enquanto movimenta as mãos agilmente fazendo suas tranças. O corpo coberto somente com uma calcinha e uma de minhas blusas largas. Me sentei ao seu lado, vendo-a desviar o rosto e inclinei meus lábios para seu ombro, dando um curto beijo.
- Hum... Você está cheiroso. – Ela disse, me fazendo rir.
- Você também. – Deitei ao seu lado, apoiando os braços atrás da cabeça.
- Eu precisava desse banho... – Ela disse rindo, pegando um elástico e finalizou a segunda trança.
- Aposto que se tivéssemos tomado banho juntos, teria o mesmo efeito. – Falei, vendo-a virar o rosto para mim e ela negou com a cabeça.
- 22 horas em viagem, baby, mais uma hora e meia de trem, seis fusos... – Ela suspirou. – Eu honestamente precisava de uma massagem e uma banheira de relaxamento. – Ri fracamente, vendo-a virar o rosto para mim.
- Eu sei, baby. Só brincando contigo. – Ela apoiou as mãos ao meu lado, se deitando ao meu lado, entrelaçando nossas pernas.
- Seu cabelo está grande... – Ela passou a mão em meus cachos.
- Eu preciso cortar... – Sacudi os mesmos, vendo-a rir.
- Nã-não. Eu gosto dos meus cachos. – Ela deixou um beijo em minha bochecha, me fazendo sorrir. – E depois da caca que o Blake fez antes de ir para China, melhor deixar do jeito que está! – Ela disse firme, me fazendo rir.
- Ei! Achei que você tinha gostado! Foi como tudo começou, não? – Perguntei e ela riu, deslizando a mão pelo meu peito.
- Fo-o-o-oi... Mas não foi com o que o Blake fez, foi o conserto do cabeleireiro que te deixou gato... – Acariciei seu braço, apertando-a contra mim. – O resto foi lucro... – Sorri.
- Como foram as férias? – Perguntei, apoiando meus lábios em sua cabeça.
- Foi bom... – Ela riu fracamente. – Como sempre foi, baby...
- Eles comentaram algo de você se afastar enquanto eu estava lá? – Perguntei.
- Até perguntaram, mas eles entenderam que eu precisava de um pouco de espaço de você depois de sete meses, e que eu precisava fazer minhas consultas médicas... – Ri fracamente. – E seu pai, Michelle e Jason estavam trabalhando ainda, eu que fiquei desempregada recentemente. – Ri fracamente.
- E como você está com isso? Já superou? – Ela se ajeitou na cama, apoiando as duas mãos em meu peito e olhou mais diretamente para mim.
- Achei que superei até meio rápido demais... – Ela riu fracamente. – Eu não sei, acho que o alívio fala mais alto... – Ela riu fracamente. – Acho que eu precisava desse tempo para mim... Talvez mudar minha visão de algumas coisas, sabe? Só sentar em um restaurante e aproveitar uma boa refeição...
- Você trabalhou praticamente cinco anos direto, ... Você mal teve férias depois da sua formatura... – Ela riu fracamente.
- Eu me formei com emprego, baby, precisava aproveitar... – Ri fracamente.
- É, mas mesmo assim...
- Eu sei, mas agora preciso começar a pensar no meu próximo passo... – Ela disse.
- Deus, ! – Rimos juntos. – Você pediu demissão não tem nem um mês, relaxa um pouco. – Ela suspirou.
- Te garanto que estou muito relaxada aqui... – Sorri, sentindo-a me apertar e fiz o mesmo.
- Então realmente relaxe, fica de boa... – Ela riu.
- Eu sei, eu sei, mas é um pensamento honesto, baby. Eu preciso atualizar meu currículo e não é qualquer curso que eu vou fazer, não. Minha formação não me deixa entrar em qualquer curso de esquina...
- Seu ego de chef também não. – Falei, vendo-a erguer o olhar para mim com os lábios pressionados. – Não menti! – Ela riu.
- Eu sei... – Ela deu um beijo em meus lábios e acariciei sua nuca.
- Não tem curso de atualização da própria Le Cordon Bleu? – Perguntei.
- Até tem... – Ela riu fracamente. – Mas você lembra quanto custava minha faculdade, é nesse mesmo nível, então preciso pensar se compensa economizar para o restaurante ou investir no curso...
- Eu já falei que vou...
- Eu sei, eu sei! – Ela falou se levantando e ergui o rosto. – Eu sei que você vai querer me ajudar, Daniel! Mas também te falei que eu quero dar as cartas nisso...
- Mas eu...
- E dinheiro ainda não nasce em árvore... – Ela me indicou e me sentei na cama, colando minhas costas na parede. – Então só vou aceitar seu dinheiro em um investimento correto com planos de crescimento por período. – Suspirei.
- E como você planeja fazer isso? – Perguntei.
- Bem... Eu conversei com Jason nas férias, perguntei o que estava compensando, comprar um terreno e construir algo do zero, exatamente como eu quero e como vou precisar, ou comprar algo pronto e fazer as alterações necessárias...
- E o que ele disse?
- Que depende do lugar. Falei sobre City Beach e ele disse que nesse caso, comprar e construir era mais fácil, pois não tem muita coisa ali em volta, né?! – Assenti com a cabeça. – E que valor de mercado lá é naturalmente caro, então vai ser caro construir do zero, mas também vai ser caro demolir para fazer os ajustes... – Suspirei.
- Merda... Eu queria entender mais disso. – Falei e ela sorriu.
- Eu também, mas por isso que temos um cunhado engenheiro! Além do seu pai! – Ri fracamente. – Pedi para ele dar uma sondada para mim, acho que se soubermos o local, fica mais fácil de elaborar um projeto e o que mais precisar...
- Eu quero saber da comida! – Falei, ouvindo-a rir, se ajoelhando em minha frente.
- Italiana e australiana. – Ela disse firme e suspirei.
- Ah, já falei que te amo? – Puxei-a pela cintura, fazendo-a rir e ela se sentou em minhas pernas.
- Já sim. – Trocamos um rápido beijo. – Mas acho que é o ideal. Sempre me dei bem na comida italiana, nosso lado italiano... Seu muito mais... – Ri fracamente. – Sempre foi muito óbvio desde que eu era pequena, e a australiana é um clássico. Como não ter uma costela no cardápio? – Rimos juntos e beijei seu rosto. – Posso fazer o melhor dos dois mundos...
- Eu gosto do melhor dos dois mundos... – Rimos juntos.
- E eu quero voltar a estudar por isso, entende? Meu lado australiano está bem fraco, mas para criar cardápio, eu preciso melhorar...
- E você tem um prazo de quando quer abrir? – Perguntei e ela suspirou, apoiando o rosto em meu ombro.
- Eu não sei... – Ela suspirou. – Três anos, talvez? Dois e meio com muita sorte?
- Tudo isso, baby? – Perguntei.
- Eu não sei... Eu quero que seja perfeito, baby... – Ela suspirou. – Eu estou perdida, honestamente. Acho que vou precisar de uns cursos de gerenciamento também... Eu tive um pouco na LCB, mas faz anos... – Ela suspirou.
- Eu estou falando para você descansar e relaxar um pouco, mas você pode começar a fazer esse tipo de pesquisa e estudo... Tem muitos cursos on-line hoje em dia, é mais fácil. – Falei e ela assentiu com a cabeça, apertando seus braços nos meus.
- Você está preocupado que eu vá te abandonar, não está? – Ri fracamente.
- Ah... Também não é assim... – Falei e ela riu, pressionando os lábios nos meus.
- Eu vou ficar contigo até o fim ano, baby. – Sorri. – Depois de tudo que aconteceu... Não é agora que eu vou abandonar o barco... Além do mais, essas tranças parecem ter dado sorte para você... – Ri fracamente.
- É... Isso também! – Sorri.
- Eu não vou fazer nada agora, baby. É uma nova corrida, volta de férias, as coisas vão se ajeitando aos poucos... Mas confesso que estou empolgada demais por voltar para a Itália. – Rimos juntos.
- É... Eu amo esse país... – Falei rindo.
- Você adora comer nesse país! – Ela beijou meu queixo e apertei as mãos em suas pernas.
- Também! Mas com seu restaurante, eu não vou precisar de muito... – Rimos juntos.
- Talvez vir jantar na Itália seja mais rápido do que ir para Perth, mas é só um comentário... – Sorri.
- Eu dou um jeito... – Falei. – Agora venha, fiquei duas semanas sem você... – Ela riu, mas apoiou a mão em meu rosto, colando nossos lábios.
Sexta-feira
- Bom dia, !
- Bom dia, garotos! – Sorri para os mecânicos, sentindo minhas pernas falharem com a ladeira.
- Gostou de Eau Rouge? – Max perguntou quando passei por ele.
- Odiei! – Falei sobre a longa ladeira após a largada de Spa, ouvindo-o rir. – Bom passeio!
- Obrigado! – Ele respondeu e entrei no pit lane, desviando rapidamente para o canto dos boxes antes que algum carro passasse ali, seja de Fórmula Um ou de auxílio das equipes.
Andei rapidamente até a garagem da Red Bull, acenando para o pessoal da equipe e entrei no canto, vendo a garagem apinhada dos engenheiros de Daniel e ele dentro do carro, rindo de algo que falavam para ele.
- Ei, baby! – Ele disse ao meu ver, me fazendo rir.
- Ei... – Falei mais contida, me aproximando do carro que tinha uma proteção em volta da entrada do cockpit.
- Como foi conhecer Eau Rouge? – Ele perguntou e ri fracamente sobre minha ideia de caminhada.
- Foi uma experiência única! – Falei, ouvindo alguns mecânicos rirem. – Única no sentido de que eu nunca mais vou fazer isso. – As gargalhadas ficaram mais altas. – Gente do céu! O que é isso?
- Incrível, certo? – Danny disse e ponderei com a cabeça.
- Acho que chega de exercício de panturrilha para mim para o resto da vida... – Eles riram.
- Anotado! – Michael disse e ri.
- Você deu a volta inteira ou...
- Não! – Falei rindo. – Depois de subir, eu só queria saber de descer. – Eles riram.
- Você fez bem, Spa é um dos circuitos mais longos do calendário, sete quilômetros. – Christian disse e ponderei com a cabeça.
- Acho que estou bem... – Eles riram e pisquei para Danny que sorria para mim. – O que é isso? – Perguntei sobre a proteção em volta do carro.
- Testes do novo Halo, o que acha? – Danny perguntou, colocando os braços para dentro do carro, se ajeitando melhor.
- Parece bom, é para proteger a cabeça? – Perguntei, medindo a altura do halo e da cabeça de Daniel que estava mais baixa por não estar com o capacete.
- Sim... – Ele disse.
- Eu gostei, parece que a cabeça fica menos exposta em um possível acidente. – Falei, apoiando as mãos na proteção, inclinando o corpo para o lado.
- É... Parece bom, mas esse negócio no meio atrapalha um pouco. – Ele indicou o acabamento exatamente no meio do carro.
- Ah, mas isso sua visão vai tirar depois de um tempo. – Falei. – Seu nariz está sempre na frente do seu rosto e você nunca o vê... – Christian gargalhou ao meu lado e Daniel revirou os olhos.
- Obrigado...
- Desculpe, baby. Não falei com essa intenção... – Ele se impulsionou para cima, se levantando do carro. – Mas ainda é um bom exemplo...
- Engraçadinha! – Ele disse e sorri, vendo-o sair do carro.
- Vamos nos preparar, galera? – Nigel falou mais alto. – FP1 em três horas!
-
Let’s go, baby? – Danny perguntou e assenti com a cabeça, passando o polegar em sua testa.
- Nem foi para pista ainda e já está suando? – Ele riu fracamente.
- Para você ver... O ar-condicionado está chamando atenção agora... – Ri fracamente e ele segurou minha mão, dando um beijo nos dedos. – Vamos lá para trás, logo vai começar a ficar cheio aqui.
- Esse é meu garoto! – Nigel falou, me fazendo rir.
- Eu juro que não falei com essa intenção! – Danny disse rapidamente, me fazendo rir. – Mas se você quiser... – Ele me puxou pela cintura.
- Daniel! – O repreendi, empurrando-o pelo peito, fazendo os mecânicos rirem.
- Vem... – Ele me chamou e apertei a mão na cabeça antes de seguir com ele para as áreas internas da garagem.
- Precisamos nos preparar, cara... – Michael disse, passando por nós.
- É, vamos lá! – Danny disse, abrindo o macacão e descendo-o para seus ombros.
- Como foi a entrevista de manhã? Você saiu cedo... – Fiz uma careta.
- Ah, foi boa, DC é legal! – Rimos juntos. – Mas não queria te acordar...
- Está tudo bem, baby, meu fuso-horário está bagunçado ainda. – Ele assentiu com a cabeça e entramos atrás da estuda dos pneus.
- Você está cansada? – Ele perguntou e dei de ombros.
- Nada de diferente do que nos outros dias... – Falei, vendo Michael jogar uma bola em sua direção.
- Você pode descansar, baby...
- Relaxa, Daniel! – Falei, me apoiando em uma pilha de pneus. – Foca no que importa, ok?! – Ele suspirou.
- Eu vou, só estava pensando que você poderia querer descansar... – Ri fracamente.
- Se eu quiser, eu vou lá no seu quarto e tiro uma soneca, não se preocupe! – Sorri. – Agora eu acho que gostaria de água e uma cadeira para superar essa ladeira. – Ele riu.
- Fica à vontade, baby! – Ele disse e ri fracamente antes de dar a volta, começando a ouvir ele e Michael fazendo seus testes de reflexo.
Sábado
Daniel
-
Daniel, P5. P5! – Simon disse e suspirei.
- Ok... Entendido! – Falei, colocando uma mão para fora, acenando para a plateia. – Acho que foi bom... Não tivemos ritmo nos supermacios. – Falei.
-
Vamos checar isso melhor na reunião mais tarde. – Simon disse.
- Entendido. – Respondi, deslizando o rádio.
Guiei o carro em direção ao pit lane, parei atrás de outros carros, sendo guiado pelos organizadores e fiz todo processo de desligamento do carro antes de retirar o volante e me impulsionar para cima.
Devolvi o volante em seu lugar antes de caminhar por ali. Seb me encontrou no meio do caminho e trocamos um rápido abraço em direção à garagem da FIA. Observei Nico, Max e Kimi em frente o banner e fiquei feliz por Max largar em segundo na
home race dele.
Entrei atrás de Seb na garagem da FIA e fiz a pesagem antes mesmo de me livrar do capacete. Voltei pelo pit lane e encontrei Michael ali com minha garrafa de energético. Parei de andar para tirar o capacete e puxar a balaclava e tirar os fones dos ouvidos.
- Bom trabalho, cara! – Ele disse pegando o capacete e enfiei todos os extras dentro do mesmo.
- Obrigado... – Falei pegando a garrafa de sua mão e suguei o canudo com força. – Como fomos?
- Nico, Max, Kimi, Vettel, você, Checo, Hulkenberg, Bottas, Jenson e Felipe. – Ele disse enquanto caminhava pelo pit lane, vendo algumas câmeras nos seguires.
- Alonso? – Perguntei.
- Não conseguiu sair da garagem, não fez tempo. – Ele disse.
- Apesar de tudo, não foi tão mal. – Falei. – Eu não tinha ritmo! – Ri fracamente. – Qual meu tempo?
- 1:47:216. Nem meio segundo atrás de Nico. Foi apertado. – Michael disse
- Preciso falar sobre o ritmo com Simon... – Falei, desviando de algumas pessoas antes de entrar na garagem da Red Bull.
- Isso, Daniel! – O pessoal me aplaudiu quando eu entrei.
- Obrigado, caras! – Falei rindo, cumprimentando Brad, Raymond, Nigel, Christian e todos que passaram pelo meio do caminho até Brad.
- Bom trabalho, cara. – Ele disse me abraçando de lado.
- Obrigado! – Falei rindo e sorri com no fundo da garagem, esticando a mão para ela antes de segurar seu braço.
- Parabéns, baby! – Ela me abraçou apertado e fiz o mesmo, deslizando a mão pelas suas costas.
- Obrigada, baby. – Dei um beijo em sua bochecha e senti sua mão em minha testa. – Não faça isso...
- Como se eu me importasse com um pouco de suor... – Ela disse pressionando os lábios e precisei pressionar meus lábios em sua bochecha para rir com ela. – Vai... – Ela passou o polegar em meu rosto.
- Vamos, Daniel! – Ouvi a voz de Maria e ela apareceu atrás de . – Vamos!
- Eu estou indo! – Falei firme, virando para . – Quer ir comigo?
- Se você faz tanta questão... – Ela disse e rimos juntos. Passei o braço em sua cintura, puxando-a para perto de mim quando andei pelos corredores da garagem.
- Max terminou bem... – Comentei.
- Sim, segundo, mas foi coisas de milésimos de segundo... – disse.
- Essa é a graça da Fórmula Um... – Falei e ela riu.
- Eu não gosto do drama, prefiro a calma. – Ela disse virando o rosto para mim e sorri.
- Eu sei que gosta! – Ela pressionou os lábios. – Mas correr sozinho é meio chato...
- Aí é contigo! Numa cozinha nunca tem paz. – Ela disse e rimos juntos.
- Falando sobre comida... – Falei sugestivamente. – Eu estou com fome.
- Bem... São quatro horas... – Ela disse. – Você tem algumas horas aqui com a imprensa e com a equipe ainda... – Ela ponderou com a cabeça. – Depois podemos comer em algum lugar...
- No topo de Eau Rouge? – Brinquei e ela riu.
- Só se você me carregar ladeira acima. – Ela disse.
- Você está pesada, baby... – Brinquei.
- Ah, para subir ladeira eu sou pesada, é?! – Ela se colocou em minha frente, me obrigando a parar de andar e sua mão apertou minha barriga. – Mas para me carregar pelo quarto está tudo bem? – Ela abaixou seu tom de voz ao falar e ri fracamente.
- Prioridades?! – Dei um sorriso e ela apertou minha barriga antes de se virar novamente.
- Eu te espero no motorhome. – Ela deu um aceno com a mão e ri fracamente quando as tranças bateram em suas costas.
- Ah, eu adoro essa menina! – Maria disse rindo e virei o rosto para ela, assim como Michael. – O quê? Ela te coloca na linha facinho! – Michael riu com ela.
- Bem-vinda à vida do Daniel nos últimos 24 anos! – Ele disse rindo.
- Ah, cara! Ela deveria ter vindo antes. – Maria riu.
- Te garanto que e Jemma juntas não seria exatamente a paz que você está vendo agora. – Michael disse.
- Ah, mas a Jemma não precisava vir. – Maria disse.
- Obrigado, Maria, obrigado! – Ri sarcasticamente.
- Só dizendo que você achou sua metade, Daniel. E ela é demais! – Ela disse rindo e suspirei.
- Eu a achei há muitos anos, Maria, só não tinha percebido. – Sorri ao virar para ela, vendo-a retribuir e ela deu um tapinha em minhas costas.
- Vamos, bobo apaixonado! Vamos trabalhar! – Ela disse e ri fracamente, seguindo com ela.
Domingo
- Ei, ! – Parei no meio do pit lane, percebendo que Christian me chamava e fui até o pit wall, apoiando as mãos na barreira. – Pronta para um pódio? – Christian perguntou quando voltei com os mecânicos e engenheiros da pista e os pilotos faziam sua volta de apresentação.
- Sim, com certeza! – Falei rindo. – Pelas minhas contas, é hora do primeiro lugar! – Falei, mencionando que ele havia ficado em terceiro e segundo lugar nas duas últimas corridas antes das férias.
- Espero que essas tranças deem sorte! – Ele disse rindo.
- Eu também! – Ri fracamente. – Bom trabalho, caras! – Falei.
- Boa corrida! – Ele disse e segui pelo pit lane correndo antes de entrar na garagem.
Segui para perto de Michael, me sentando na minha tradicional banqueta e coloquei os headphones em minha cabeça, erguendo o microfone para minha voz não sair dele. Observei os pilotos voltando da volta de apresentação e fiz o sinal da cruz e minha tradicional reza antes da bandeira vermelha passar atrás dos carros.
As luzes se acenderam uma a uma antes de se apagarem e fiquei em choque antes mesmo do final da primeira curva. Os pilotos de trás pareceram ter facilidade para ultrapassar Danny e parece que Vettel rodou no meio da bagunça da largada. O primeiro setor entrou em bandeira amarela, depois o segundo setor e, por um minuto, achei que Danny estava em terceiro lugar, precisando abrir largo para desviar de algum problema na pista.
Foi só na segunda volta que os nomes finalmente desceram em classificação e fiquei chocada ao perceber que Danny realmente estava em terceiro, com Hulkenberg em segundo e Rosberg em primeiro. E, sem que eu percebesse, Max apareceu em décimo sexto lugar, atrás de Hamilton que havia largado em vigésimo segundo, para trocar a asa dianteira.
Antes que eu pudesse soltar a respiração, Carlos Sainz da Toro Rosso teve um
puncture no pneu traseiro e tentou se manter firme na pista, talvez até o pit lane, mas o carro rodou antes disso e ele perdeu sua asa traseira. No pit stop, também para trocar o bico dianteiro, Kimi teve problemas com fogo e não tinha a mínima ideia se ele havia conseguido seguir ou precisava abandonar, pois a classificação havia sumido de novo.
Acho que de todas as corridas até agora, essa ganhava de lavada do início mais caótico de todos. Ganhava aquele início da Espanha onde as Mercedes se ferraram antes de quarta curva.
Só tinha uma palavra para isso: caótico. E eu parecia travada em meu banco, mordiscando o polegar.
O replay da largada finalmente apareceu e uma espremida de Kimi em Vettel e Vettel em Kimi, fez com que Max perdesse sua dianteira e o que houve dali para trás foi só efeito colateral de outros confrontos.
-
No momento, só estou sofrendo um pouco com a frente. – Ouvi a voz de Danny na sexta volta. –
Não está perfeito e parece que não está ajudando...
- Entendido, Daniel! – Simon disse e franzi a testa com o rádio. O som chiado não me deixou entender, mas antes que eu falasse algo, um estouro foi visto em uma das curvas.
- O que aconteceu? – Perguntei, vendo a câmera mudar para um carro da Renault destruído na frente.
- Magnussen! – Maria disse, me apertando pelos ombros.
- Eu estou bem! – Falei firme, engolindo aquela bile difícil de descer e vi o piloto sair rapidamente do carro e ser amparado pelos marshalls.
Minha mão apertou as mãos de Maria em minha barriga quando mostrou a
perspectiva de Kevin na batida e senti algo subir em minha garganta e precisei desviar o rosto para dentro, procurando uma lata de lixo e só consegui empurrar a porta do vestiário de Danny e enfiar a boca no cesto de papel, sentindo meu almoço sair com força.
- Uou! Uou! Uou! – Uma voz amparou minha cabeça e senti uma segunda talagada quando o cheiro me atingiu e meu peito doeu com a força. – Você está bem?
- Sim... – Suspirei, me sentando no chão e passei as costas da mão na boca. – O que aconteceu?
- Eu que pergunto! – Maria apareceu e vi Michael passar a testa em minha mão.
- Você não está em crise... – Ele disse e suspirei.
- Eu acho que eu só enjoei com a
onboard do Kevin... – Falei, sentindo minha respiração pesar.
- Ele está bem. – Maria disse. – Ao menos inteiro...
- MARIA! – Michael a repreendeu.
- Não... Está tudo bem. – Suspirei, sentindo meu peito subir e descer com pressa.
- Foi uma batida feia demais. – Maria disse. – Parece que ele perdeu a aderência e realmente voou. – Assenti com a cabeça.
- Você consegue ver se ele está bem? – Perguntei.
- Claro, vou perguntar com os assessores. – Ela disse, pegando o celular no bolso e olhei para Michael.
- Você me deu um susto agora. – Ele disse e assenti com a cabeça. – Quer ficar aqui um pouco?
- Eu preciso escovar meus dentes... – Suspirei.
- Quer que eu vá contigo até o motorhome? – Ele perguntou e neguei com a cabeça.
- Não... Deixa que eu vou. – Suspirei. – Me ajuda a levantar... – Pedi e ele me puxou para cima.
- Bandeira vermelha! – Maria voltou para a porta. – Eles vêm para o pit para arrumar a barreira.
- Não conte para o Danny! – Pedi. – Não quero ele vindo atrás de mim de novo. – Pedi e Michael assentiu com a cabeça.
- Kevin está bem, . – Maria disse. – Ele vai para o centro médico por precaução, mas está bem.
- Obrigada... – Suspirei. – Por que bandeira vermelha? – Perguntei.
- Vão precisar reparar a barreira. – Ela disse e confirmei com a cabeça.
- Eu logo volto. – Falei.
- Quer companhia? – Ela perguntou.
- Não, está tudo bem. – Falei e passei o braço na testa. Além do calor de 30 graus aqui, parecia que minha pressão havia caído um pouco com isso, mas meu corpo estava estável e era o que importa.
Segui a passos rápidos pelo paddock, vendo-o mais vazio que o normal, mas a área da imprensa era literalmente ao lado do motorhome de apoio da Red Bull, então andei o mais rápido que consegui. Depois que Daniel parou de ser cuidadoso com a imprensa, eu sentia os olhos deles procurando por alguma coisa. E eu ainda pensava em tia Grace e o pessoal em Perth. Daniel fugiu da responsabilidade, mas eu não queria que eles descobrissem por uma foto.
Tenho péssimas lembranças com telefonemas dramáticos, então não queria mais um.
No motorhome eu escovei os dentes e passei bastante água no rosto e na nuca, respirando fundo. Na volta, acabei encontrando a equipe da Renault com Kevin e foi quase como se um alívio passasse pelo meu corpo. Tinha encontrado Kevin uma ou duas vezes, mas não o suficiente para abraçá-lo em alívio. O que era o que eu queria fazer agora. Tirando uma leve mancada no pé direito, ele estava bem.
Quando eu voltei para a garagem, o caos no pit lane parecia perto de acabar. Os pilotos estavam de volta em seus carros e as pessoas extras ou convidadas do paddock já estavam de volta a seus lugares. Me aproximei de uma das televisões, procurando por alguma imagem de Danny e o vi recolocar seu casaco, me fazendo suspirar aliviada.
- Isso, baby... – Suspirei, sentindo meu corpo relaxar.
- Red Bull? – Michael ofereceu uma garrafa similar à de Danny.
- Melhor não. – Suspirei.
- É água! – Ele disse e peguei a garrafa de sua mão, colocando o canudo na boca e dei um longo gole, suspirando.
- Você está melhor? – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Sim, estou. – Suspirei. – Contou para ele?
- Não! – Ele disse firme e agradeci com um aceno.
- Bom... Não quero que aconteça o mesmo que houve em casa. – Suspirei.
- Não aconteceu a mesma coisa, ... – Virei para ele, vendo-o me olhar de lado. – Não foi uma crise de pânico. – Ele sorriu. – Você está deixando isso para trás. – Ri fracamente, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. – Você está conseguindo superar, ! – Ele me abraçou de lado e rimos juntos.
- Parece que sim... – Minha voz saiu fraca e suspirei, sentindo quase um alívio em meu peito.
A corrida não demorou para voltar, fazendo os mecânicos voltarem para dentro da garagem e seguiu com o
safety car. Voltei meu olhar para a classificação e agora Daniel estava em segundo lugar, com Hulkenberg atrás dele e isso era sensacional. Haviam se passado somente 10 voltas até a bandeirada, então seria daí que seguiríamos pelas próximas 34.
Não demorou para o
safety car sair da pista, fazendo a corrida voltar novamente e Danny estava e sete milésimos de segundo atrás de Nico e tudo poderia acontecer. Só não esperava nenhum outro acidente nesse Eau Rouge. Preferia quando era somente uma ladeira muito alta e muito larga, mas me lembrei dos filmes como Velozes e Furiosos e afins e era óbvio que isso acontecia quando um carro subia uma ladeira muito rápido, ele voava.
Na décima terceira volta, quando Kimi tentou ultrapassar Max, o companheiro de Danny empurrou-o para fora da pista e sabia que as coisas não estavam bem para o neerlandês. Estava em sua
home race e em décimo quarto lugar depois do início conturbado, mas ele usava qualquer oportunidade para fechar o finlandês... Só ainda não tinha certeza se isso estava dentro das regras, e Kimi parecia reclamar bastante no rádio.
Na décima sétima volta, Max apareceu novamente no pit stop, saindo em décimo sétimo lugar, atrás de Ocon que estava fazendo sua estreia após a MRT trocar Haryanto pelo novato francês. Parecia que Max estava realmente lutando para não abandonar, mas estava difícil. Enquanto isso, Danny se mantinha em segundo lugar, a dois segundos e meio de Rosberg, mas Lewis vinha atrás dele a seis segundos, depois de ultrapassar Hulkenberg.
Sem grandes muitos acontecimentos, na vigésima quarta volta, um pequeno problema entre Hulkenberg e Alonso ao saírem do pit stop. Ambos ficaram lado a lado no pit lane e tinha certeza de que isso daria penalidade para um dos dois ou ambos. Isso realmente não poderia acontecer. Pelo replay, o culpado era Alonso, já que Hulkenberg já estava no pit lane.
Segundo Danny, Nando era um ótimo cara, mas com as dificuldades na McLaren e o último pódio sendo na Hungria em 2014, quando estava na Ferrari ainda, ele havia se tornado um tanto bruto ou gélido demais, e os boatos da equipe ser montada em volta dele não ajudava em nada.
Na vigésima sexta volta, mais um drama com Max, exatamente na mesma curva que ele empurrou Kimi, foi a vez de ele empurrar Perez e sabia que as coisas não estavam nada bem para o neerlandês. Nessa mesma volta, Danny veio para o pit stop, saindo com pneus médios e percebi como estava perdida aos acontecimentos da corrida, mas foi então que notei que havia tirado os headphones para ir escovar os dentes.
Ignorei-os por enquanto, percebendo que, apesar de Danny ter saído à frente de Lewis do pit stop, o inglês estava a dois segundos de si e Rosberg há 28. Seria muito difícil para Danny alcançá-lo, mesmo faltando 17 voltas para o fim.
Max foi para o pit na vigésima oitava volta, saindo em décimo quinto e senti que, com tanto que as câmeras olhavam para Max, eu estava perdendo Danny e tudo parecia bem calmo com ele em seu segundo lugar. A meta era um primeiro lugar, mas com a distância de Nico, a aproximação de Lewis em menos de um segundo e o caos da corrida, um segundo lugar era perfeito.
- Christian disse que o pneu esquerdo traseiro do Daniel está quente demais. – Michael disse e virei para ele.
- O quê? – Franzi a testa. – O que isso significa?
-
Puncture? – Ele perguntou.
- Não! Isso não pode acontecer agora. – Falei, mordiscando meu lábio inferior.
- Ele está conseguindo controlar. – Maria cochichou e assenti com a cabeça
Lewis acabou se afastando de Danny quando precisou parar no pit stop, a falta de gerenciamento de seus pneus foi ideal para ele espaçar de Danny em mais de 27 segundos, então enquanto as voltas passavam uma a uma, sabia que era só questão de tempo para a bandeira quadriculada.
As 44 voltas foram passando e passando e a mordida em meu dedo ficava cada vez mais forte, era um pódio, segundo lugar, mas ainda um pódio. E um pódio muito do sortudo, se me perguntar.
Quando Danny entrou na quadragésima quarta e última volta, os mecânicos se levantaram animados e até eu fui para as grades para comemorar esperar a saída de Danny. Me agarrei nas grades completamente no automático pouco antes de ver Danny passar por nós.
- VAI, DANIEL! – Os gritos dos mecânicos eram tão altos quanto da torcida e ri quando me vi literalmente presa na grade.
- Precisa de ajuda? – Virei o rosto, vendo Nigel ali atrás.
- Por favor... – Falei rindo e ele me segurou pela cintura, me ajudando a descer dali. – Obrigada! – Apoiei as mãos em seus ombros, rindo com ele.
- Vamos! – Ele disse e segui de volta para o pit lane, vendo o caos já formado na frente da garagem da FIA e me surpreendi como eles haviam chegado rápido. Talvez não tivessem feito a volta olímpica.
Quando finalmente me aproximei da grade, vi que o carro de Danny já estava vazio e ele provavelmente já tinha entrado. Apoiei minhas mãos na grade, arranjando espaço entre os fotógrafos, sentindo algumas câmeras em meu rosto e tentei desviar o rosto, mas sabia que a expectativa de ser namorada de Daniel Ricciardo, fazia as atenções virarem para mim.
Espera... Eu falei namorada?
Os gritos me distraíram quando os ganhadores foram indicados e Lewis entrou primeiro, depois Daniel e Nico por último. Daniel tirou o boné na hora do hino, sacudindo os cabelos e acenando para a plateia e sorri. Era impossível não sorrir quando ele estava tão feliz assim.
Nico e o engenheiro da Mercedes ganharam seus prêmios e Daniel recebeu o seu logo em seguida, erguendo a taça para perto da grade e ri fracamente quando ele indicou a equipe da RBR.
A chuva de champanhe começou e o foco realmente fomos nós aqui embaixo. Nico começou com uma forte chuva, depois Danny fez questão de se debruçar na marquise para fazer o mesmo e sabia que o banho seria longo para desfazer as tranças e o cheiro de Chandon em meus cabelos.
As tranças... Eu não sou uma pessoa supersticiosa, mas essas tranças estavam funcionando melhor do que o esperado.
Mark Webber entrou no palco para fazer entrevistas e simplesmente ignorei o que Nico falou em sua resposta, já que Daniel estava abaixado em seu segundo lugar e só foi possível ver quando ele se levantou novamente com seu sapato na mão e ouvi a risada de Danny quando ele ofereceu-o à Mark.
- Eu não vou fazer isso! – Ele disse rindo.
- ISSO! – Danny comemorou quando Mark, australiano, virou seu sapato para dentro, me fazendo rir.
- E eu vomitei por menos. – Falei, ouvindo Michael rir.
- Você está aqui de novo. Em Spa! Não poderia esperar menos de você, economizou bastante aqueles pneus e dividindo as duas Mercedes... – Mark disse.
- Primeiro de tudo, obrigado por fazer isso. Acho que acabamos de dar mais orgulho ao nosso país. – Daniel disse rindo.
- Ah, sim! – Mark falou sarcástico.
- Mas, você sabe, foi bom, foi meio confuso no começo, Virtual Safety Car, a bandeira vermelha... Nós tivemos um dano na primeira curva, mas consertamos a asa dianteira e... Foi uma corrida sozinho, praticamente, mas eu aproveitei o ritmo e, manter Lewis atrás, foi uma grande vitória também.
- Bom trabalho, amigo! – Mark disse e sorri.
- E que trabalho. – Sorri, passando as mãos no rosto, tentando tirar um pouco do champanhe. – Daniel tem sorte em Spa, certo?
- Ele abandonou em 2015, mas ganhou em 2014. – Michael disse.
- E um segundo lugar hoje. – Sorri, ouvindo a resposta para Lewis. – Cara... Eu estou feliz por ele. – Falei, observando Daniel fazer a festa no pódio sozinho.
- Vem, apaixonada! Vamos esperar por ele na garagem! – Michael disse e ri fracamente, sem capacidades de negar.
Eu
estou completamente apaixonada por ele.
Daniel
Meus lábios deslizaram pelos seios de , ouvindo-a suspirar e seus braços apertaram meu corpo enquanto dava forte estocadas em seu corpo. Minha mão apertou sua coxa em minha cintura, enquanto a outra apertava firme em sua cintura. Ela soltou um suspiro para cima, afastando os lábios dos meus.
- Vai, baby! Vai! – Ela soltou em um suspiro e ergui meu rosto, focando em seus olhos .
Ela mordiscou o lábio inferior e rocei meus lábios nos seus antes de colar minha boca em sua bochecha. Sua mão subiu pela minha nuca, apertando-a levemente e os gemidos começaram a escapar de seus lábios.
Ergui sua mão para acima de sua cabeça, tendo melhor acesso ao seu pescoço e colei os lábios ali enquanto sentia as estocadas ficarem cada vez mais lentas com o cansaço do corpo e o orgasmo eminente. deixou alguns gemidos escaparem de seus lábios antes de soltar um gemido mais alto, fazendo sua mão se fechar sobre a minha.
- Dan... Dan...
- Oh! – Suspirei quando gozei. – Ah... Merda!
- Merda... – Ela disse fracamente, tombando a cabeça para trás. – Ah, eu amo quando você ganha. – Ela suspirou e ri fracamente deslizando os lábios pelo seu rosto.
- Imagina um primeiro lugar... – Sussurrei, deixando curtos beijos e suas mãos foram para meu ombro, me apertando.
- Delicioso... – Ela mordiscou o lábio inferior e sorri, inclinando meu rosto para colar nossos lábios.
- Você é... – Falei e ela riu fracamente, com os lábios entreabertos.
- Brega! – Ela disse e me afastei devagar dela, ouvindo-a gemer quando saí de dentro dela. – Ah, cara... Precisamos fazer isso na cama.
- Cansada? – Perguntei, desviando do jato de água para sair do box.
- Sim... – Ela disse rindo antes de desencostar da parede. – Minhas pernas ficam tremendo demais.
- Causo isso nas pessoas. – Falei, tirando a camisinha e dei um nó antes de jogar no lixo.
- Há, há, há, engraçadinho! – Ela disse sarcástica e sorri. – Acho que preciso malhar mais perna...
- Elas estão incríveis para mim! – Falei, voltando para o box e a vi soltar suas tranças.
- Eu não quis dizer nessa situação... – Ri fracamente e dei um beijo em sua bochecha, abraçando-a pela cintura.
- Eu sei... – Ela riu fracamente, finalizando de soltar um lado. – Parece que as tranças deram certo de novo. – Ela riu fracamente.
- Eu não sou supersticiosa, mas isso é estranho, baby... – Ela suspirou.
- Eu não sou também, mas está dando certo. – Ela riu.
- Você está em uma boa fase também, baby. É só coincidência... – Ela deu de ombros. – Você está bem, o carro está bom, está tudo dando certo... – Beijei seu pescoço.
- Espero que dê para sempre. – Falei e ela suspirou.
- Eu poderia ficar aqui para sempre... – Ela soltou a trança antes de descer a mão para as minhas em sua barriga.
- Podemos... – Falei e ela virou seu corpo, ficando de frente para mim.
- Aqui? No motorhome em Spa? – Ela perguntou e ri fracamente.
- É... No meio do nada... Só você e eu. – Rocei meu nariz no seu. – O que acha?
- Ah... – Ela soltou um suspiro. – É tentador... Mas sem a pressão do fim de semana.
- Ah, não. Só você e eu. Eu me aposento mais cedo, a gente compra um motorhome e viaja o mundo nele... – Ela riu fracamente, apertando as mãos em meus ombros.
- Não mesmo. – Ela disse com um sorriso. – Ainda quero ver você ganhar um campeonato. – Sorri.
- Ah, cara, eu te amo. – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu também te amo, baby... – Ela acariciou meu rosto e colou nossos lábios por alguns segundos.
- Vamos para água? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
Dei alguns passos para frente e a água deslizou pelos seus cabelos, fazendo o frisado abaixar um pouco e senti o quente de água em meu corpo também. Ficamos abraçados por alguns segundos, deixando a água acalmar nossa pele. Consegui outro pódio hoje, segundo lugar. Depois todo o caos da corrida, da comemoração e das entrevistas, não tinha melhor lugar para eu terminar o dia do que com e... Bem, dentro dela também.
A corrida teria sido perfeita se não fosse pelo acidente de Kevin, mas ele está bem e com aquela força, é o que importa, honestamente. Espera...
- Ei, baby... – Ergui o rosto para ela.
- O quê? – Ela fez o mesmo, passando acariciando meus cabelos.
- Não conversamos sobre o acidente do Kevin. – Falei e ela riu fracamente. – Como foi para você? – Puxei-a pela cintura.
- Não foi. – Ela disse rindo e franzi a testa.
- Como assim? – Ela negou com a cabeça, com um largo sorriso no rosto.
- Nada aconteceu! – Ela disse rindo. – Nada!
- Mentira!? – Falei rindo e ela assentiu com a cabeça.
- Nada, baby! Nada! – Pressionei meus lábios nos dela, apertando-a com mais força.
- Ah, ! Isso é incrível! – Rimos juntos. – Nada mesmo? Sem crise? Sem surto?
- Nada, baby! – Ela disse rindo, apertando minha nuca. – Assim, na verdade... – Afastei meu rosto.
- O quê? – Franzi a testa.
- Eu vomitei depois do acidente... – Franzi a testa.
- O quê? Por quê? Você está bem?
- Calma, Daniel! – Ela apoiou as mãos em meu peito. – O acidente foi meio violento... Quando mostrou o
onboard, acho que deu enjoo e eu vomitei, só isso...
- Baby, isso...
- Baby! – Ela forçou meu pescoço para olhá-la. – Está tudo bem! – Ela disse firme. – Acredite, eu prefiro o vômito do que a crise...
- Bem... Sim, mas é melhor que não seja nada. – Falei.
- Eu fui escovar meus dentes quando deu a bandeirada, depois voltei para a garagem e vi o restante da corrida. Está tudo bem... – Ela acariciou meu rosto.
- Ah, ... – Ela riu fracamente e abracei-a, colando seu corpo no meu.
- Está tudo bem, baby... Eu não tive a crise hoje, vamos comemorar uma vitória por dia, ok?! – Ela colou seu nariz no meu, dando um curto beijo em meus lábios.
- Ok... – Falei fracamente, abraçando-a novamente.
Perth, Austrália, 2009
- Você pode ir mais rápido, por favor? – Daniel fez a mesma pergunta pela terceira vez.
- Eu estou na velocidade máxima. – O taxista disse e Danny bufou no banco de trás, respirando fundo.
Seus pés batiam com força no assoalho do carro de forma que ele quase poderia abrir um buraco no chão, mas isso não aconteceria, já que não aconteceu nas 16 horas de voo de Londres para Perth.
- Estamos chegando... – Brendon, seu companheiro neozelandês da Formula 3 British falou ao seu lado, mas sua voz saiu quase falha, era como se Daniel tivesse perdido seus próprios pais, não tinha como pedir para esperar.
Brendon não tinha intenção de largar o campeonato no meio do caminho, estava indo bem também, mas depois que a ligação com Michelle foi finalizada, o garoto simplesmente entrou em desespero. Ele começou a enfiar todas suas coisas na bolsa e começou a murmurar que precisava ir para o aeroporto. Quase de forma catatônica.
Os assistentes da Carlin Morosport, equipe que ele estava competindo, entraram em desespero também. A notícia os pegou de surpresa, mas quando o nome “” foi mencionado, todos sabiam que era algo sério. A menina já tinha aparecido uma ou duas vezes nas corridas do menino na Inglaterra e sabiam que a relação de ambos era quase de irmãos. A equipe comprou uma passagem para o garoto no voo três horas depois da notícia e pediram para Brendon acompanhá-lo. E o garoto simplesmente não pode dizer não.
O que Daniel sentia dentro de si era estranho. Ele queria chorar, gritar, xingar e socar coisas, mas fisicamente era como se nada tivesse mudado. Afinal, como descrever a perda? Fazia seis meses que ele voltou das férias, fazia seis meses que não via tio Alex e tia Helena, então parecia algo estranho pensar que eles não estariam lá.
Essa era a mesma sensação de olhando os dois caixões pretos fechados no gramado. Ela estava parada da mesma forma desde que os caixões chegaram no cemitério. Ela parou a frente dos dois e ficou. A noite chegou, a manhã também e nada, nem ninguém, tirou o olhar perdido da menina.
Ela sentia que tudo não passava de uma brincadeira, que sua mãe logo chegaria por trás dela e apertaria sua cintura, fazendo a menina dar um de seus gritos histéricos pelas cócegas. Que seu pai acariciaria seu rosto e falasse como ela era a menina mais linda do mundo, apesar das grossas olheiras, rosto inchado e cabelo armado pelo vento.
Grace, Joe e Michelle tentavam se manter fortes por ela. A matriarca derramava lágrimas cada vez que alguém falava com eles ou via alguém tentar se aproximar de , que se mantinha da mesma forma. Depois de um tempo, as pessoas pararam de tentar, uma menina de 19 anos, filha única, acabava de perder seus dois pais. Ela precisava de tempo, e nem esse seria o suficiente.
Os pais de Alex também não haviam saído de volta dos caixões desde que chegaram também. Senhora Virginia desmaiou ao saber do filho e precisou de atendimento hospitalar, senhor Ernest teve aumento de pressão, precisando fazer controle com remédios. Seu filho havia recém-feito 50 anos, era imperdoável uma vida ser perdida tão nova. E sua querida nora... Ah, como Virginia amava Helena.
Os amigos da escola também estavam lá, Michael, Blake, Tom, Alex, Bruce, Déborah, Arya, até Jemma e as garotas irritantes da escola. Eles estavam em uma rodinha só deles, observando o movimento. Déborah havia se aproximado, dando o abraço mais forte possível, mas a menina simplesmente não conseguiu responder à altura.
- Pode parar aqui! – Daniel falou ao avisar a entrada do cemitério e abriu a porta antes mesmo do taxista parar.
- DANIEL! – Brendon gritou por ele, tirando alguns dólares da carteira.
Daniel simplesmente não ouviu, ele correu para dentro do cemitério e parou na porta ao tentar se localizar. Não foi preciso de muito, ele viu o mar de pessoas e parece que seus olhos de águia enxergaram de longe, então ele correu naquela direção, sentindo os pés deslizarem no gramado úmido pelo tempo.
- Filho... – Grace falou em um suspiro ao ver o filho e Daniel ignorou tudo e todos ao seguir em direção à .
- ! – Ele a abraçou com força, impulsionando o corpo da menina para trás e fechou-a em um casulo em seus braços.
Foi como se a forma que ela era abraçada ou o cheiro do perfume de Daniel, fizessem se soltar devagar e realmente perceber o que estava acontecendo à sua volta. Um suspiro se soltou de seus lábios, fazendo seu peito finalmente se encher de ar e suas mãos apertaram os ombros de Danny com força, apertando o casaco com firmeza.
Foi como se Grace, Joe, Michelle, Virginia, Ernest, Déborah e Michael respirassem fundo com eles. Eles sabiam que nada era fácil, mas essa forma apática frequente de não era normal para ninguém. E precisava voltar a si para poder se despedir de seus pais.
- Eu nunca vou te deixar! – Daniel disse em seu ouvido, dando um beijo em sua cabeça. – Eu nunca vou te deixar... – Ele suspirou.
- Eu sei... – suspirou, pressionando os lábios mais forte.
Se passou cinco minutos, depois 10 e só então as mãos de começaram a soltar do casaco de Daniel. Brandon já havia entrado no cemitério com a mala do menino e se colocava de canto, de forma discreta entre as pessoas.
Quando finalmente soltou o corpo do menino, ele fez o mesmo, focando os olhos nos dela. Ele deu um curto sorriso, acariciando seu rosto e ela deu um aceno de cabeça. Os cabelos do menino continuavam grandes, mas parecia que, cada vez que ela o via, ele estava mais magro e mais forte, se fosse possível.
- Senti sua falta... – Ela disse fracamente.
- Eu também. – Ele deu um beijo em sua testa e se afastou quando sua mãe se aproximou.
Grace deu um beijo na bochecha do menino, mas abraçou , fazendo-a suspirar. Foi como se esse abraço liberasse os cumprimentos à menina. Seus avós foram os primeiros logo após Grace e a menina chorou copiosamente com sua avó. Ela pode ter perdido seus pais, mas Virginia e Ernest haviam perdido seu filho. E a cabeça da menina seguiu imediatamente para a avó Valentina. Será que eles contariam para ela? Ou será que não?
Depois de boa parte dos presentes cumprimentarem a menina, a pequena bênção começou. ficou perto dos dois caixões o momento inteiro e Daniel ficou perto dela como se fosse um gavião, sem deixar ninguém realmente se aproximar dela.
Apesar de estar ao lado de , a cabeça do garoto estava longe. Agora se sentia na obrigação de protegê-la, e começava a repensar sobre seguir sua carreira de piloto. Tudo estava dando certo, mas tinha alguém que precisava mais dele agora. E, enquanto os caixões eram baixados e as mãos da menina o apertaram com mais força e grossas lágrimas deslizavam pela sua bochecha, ele sabia que precisava fazer uma escolha.
Monza, Itália, 2016
- Bem-vinda ao Templo da Velocidade! – Daniel falou dramático e virei o rosto para ele, franzindo a testa.
- Hum... Legal! – Falei. – Cadê a pizzaria? – Virei para ele, vendo-o revirar os olhos e sacudir a cabeça em desdém. – Eu estou na Itália, baby! Eu quero comer!
- Você sempre quer comer. – Ele disse e dei de ombros.
- Não mentiu! – Michael disse e foi minha vez de sacudir a cabeça em desdém como eles.
- Vocês vão entrar ou...
- Nhá! Vamos para o hotel! – Danny disse, mudando a marcha e voltando a acelerar pela rua.
- Depois eu fico desanimada com as coisas e ainda sou xingada. – Relaxei meu corpo no banco e ri quando Danny apertou minha perna. – Daniel!
- Minha resmungona! – Ele disse e ri fracamente, virando o rosto para a janela novamente.
Milão, Monza e boa parte da Itália não era exatamente novidade para mim. Pela proximidade de Saint-Éttiene, meu interesse na cultura italiana, além de Danny ter seus avós no sul da Itália até hoje e ter morado aqui para tentar sua chance, eu vinha com frequência para cá. Mas vir para cá sempre era desculpa para eu me empanturrar de comida italiana.
Danny saiu da entrada do Autódromo e foi diretamente para o hotel que ficaríamos. Apesar de estar gostando bastante do motorhome, estava animada por uma cama de verdade hoje. O pseudo-colchão do motorhome era quase como um colchonete.
Quando Danny parou na frente do hotel, eu fiquei surpresa e surda por alguns segundos. Acho que era o local com mais fãs acumulados de todos que tínhamos estado. Eu saí um pouco intimidada e um segurança foi rapidamente em volta de Danny. Michael me indicou com a cabeça e ajudei-o com nossas mochilas e aproveitei o espaço da entrada para seguir rapidamente para dentro.
- Precisa de alguma ajuda? – Ouvi quando entrei e encontrei um cara com uniforme da Red Bull. Um lindo homem por sinal.
- Hum... Oi? – Franzi a testa, passando as mãos nos cabelos.
- Eu sou Benji, ficarei no lugar da Maria durante o GP da Itália... – Olhei para seus olhos azuis e minha boca se abriu levemente.
- Uhum... – Falei fracamente.
- Eu sou Michael! – Michael falou rapidamente, me destravando. – E essa é , certo?
- É! – Falei firme. – Eu sou ! – Dei um sorriso.
- Prazer! Acho que Daniel vai ficar preso lá fora um pouco... – Ele disse e virei o rosto para porta, vendo Daniel tentando lidar com fãs e fotos.
- Ah, ele se vira! – Dei de ombros e contive um grito quando Michael me beliscou.
- Aqui as chaves dos quartos de vocês, eu vou resgatá-lo. – Ele disse, colocando as chaves na mão de Michael e seguiu para a porta.
- O que foi isso? – Michael perguntou e virei para ele.
- O quê? Ele é gato! – Falei rindo.
- É, mas não precisa dar em cima nele, né?! Se o Daniel não pode, você também não pode! – Ele disse firme.
- Eu só olhei, ok?! – Falei rindo. – Ei, o que aconteceu com Maria? – Virei para Benji, vendo-o fora do hotel. – Deixa quieto! – Abanei a mão.
Esperamos alguns minutos até que Danny voltasse para dentro, conversando com o tal Benji. Já estava acostumada com todos os caras da Red Bull, mas acho que nunca tinha visto Benji durante esse ano todo. Ele era alto e moreno, mas seus olhos azuis pareciam duas piscinas e era difícil não ficar encarando.
- Mas ela está bem? – Danny perguntou para Benji, se aproximando de nós.
- Sim, ela acha que é só uma virose. Deve voltar com vocês a tempo de Singapura.
- Ah, legal! Legal! – Danny disse. – Vamos?
- Claro! – Falei rapidamente e ele segurou minha mão.
- Va-a-a-amos! – Michael disse rindo e revirei os olhos antes de ser puxada por Danny até o elevador.
- O que foi? – Danny perguntou e Michael negou com a cabeça.
- Nada! – Ele disse e Benji apertou dois botões no elevador.
- Você tem o dia livre amanhã e quinta-feira começamos o fim de semana. – Benji disse.
- É, claro. Amanhã eu vou ver algumas coisas da minha empresa de karts, acho que tem uma entrevista também... – Danny disse.
- Só tome cuidado. – Benji disse.
- Sempre! – Danny disse como se estivesse acostumado com esse aviso e a porta do elevador se abriu novamente.
- Até mais! – Benji disse.
- Até mais! – Respondi, vendo a porta se fechar novamente.
- Ah, eu odeio esse cara. Espero que a Maria esteja bem doente para não poder vir. – Danny disse e virei o rosto para ele.
- Por quê? – Franzi a testa.
- A gente teve umas tretas quando subi para a Red Bull, a gente não se deu bem. – Ele deu de ombros, seguindo a frente quando o elevador se abriu novamente.
- Então você talvez não vá gostar de saber que a ficou caidinha por ele. – Michael disse e revirei os olhos.
- Cala a boca! – Dei um tapa em seu ombro.
- Ah! – Ele reclamou.
- Deixa eu adivinhar? Os olhos azuis dele? – Danny foi sarcástico antes de empurrar a porta da suíte.
- Eu não fiquei caidinha por ninguém, ele é só bonito! – Dei de ombros.
- É... Metade das mulheres da equipe acham isso também. – Danny disse revirando os olhos.
- Ah, então é por isso que você não gosta dele! – Falei rindo. – Ele rouba todas as mulheres de você! – Gargalhei alto. – Esqueço que você gosta de exclusividade! – Neguei com a cabeça.
- Não, não tem nada a ver! – Ele disse, jogando a mochila no sofá e eu e Michael fizemos o mesmo.
- Ah, baby! – Me aproximei dele, passando os braços em seus ombros. – Você é muito transparente! – Ele revirou os olhos. – Vai ficar com ciúmes por causa dele?
- Você gostou dele! – Ele falou rápido.
- Eu achei ele bonito! Não trocamos mais do que três palavras! – Falei rindo, firmando minhas mãos em seus ombros quando ele tentou fugir.
- Posso sair? – Ele perguntou e neguei com a cabeça.
- Não antes de me dar um beijo. – Falei e ele revirou os olhos. – Vai... – Falei e ele deu um rápido beijo em meus lábios. – Minha criança.
- Minha Wandinha. – Ele disse e ri fracamente, soltando os braços dele.
- Eu vou tomar banho e depois vou atrás de comida. – Anunciei. – Se quiserem, façam o mesmo! – Dei um aceno de cabeça.
- Pizza? – Danny perguntou e dei de ombros.
- O que você quiser. – Ele riu fracamente.
- Melhor o Michael sair daqui, então. – Ele disse e ri fracamente.
- AH, VOCÊS DOIS! – Michael reclamou, fugindo para o corredor e ri fracamente.
- Logo volto. – Pisquei para Danny e ele fez o mesmo antes de seguir para o lado contrário que Michael foi.
Daniel
- Ah, Daniel, onde você vai me levar? – Ri fracamente, mantendo os olhos de tapados. – Se o Michael der uma freada mais forte, você vai voar no vidro...
- Estamos chegando! – Michael disse rindo.
- Ah, Daniel... – reclamou rindo e sorri.
Michael entrou à direita na estrada e passou na frente da Mokart, guiando-a até entrar no estacionamento da mesma. Fazia uns bons 20 minutos que minhas mãos estavam nos olhos de e pouco mais de 30 que ela não parava de reclamar. odiava surpresas, mas eu só lhe dava surpresas boas. É para ter a compensação das surpresas ruins que ela teve em sua vida.
Michael estacionou perto de uma placa com a divulgação da Ricciardo Kart e agora teria que ver como tirar dali.
- Chegamos! – Falei animado.
- Ai, Daniel... – Ela gemeu e ri fracamente, dando um beijo em sua bochecha.
- Relaxa, baby! Vamos nos divertir, ok?! – Ela suspirou.
- Ai, o que está aprontando? – Michael saiu do lado do motorista e abriu a porta do lado de .
- Relaxa, . Você era menos chata! – Ele disse e ri fracamente.
- Não abra os olhos, ok?! Vamos te tirar do carro. – Falei.
- Ah, eu odeio vocês! – Ela disse e Michael lhe deu as mãos e corri sair pelo outro lado para encontrar eles e Michael com uma mão nos olhos de . – Eu não estou olhando!
- Só checando! – Ele disse e dei um aceno para Michael e me coloquei atrás de , colocando minhas mãos em seus olhos.
- Ok, baby, agora você vai andar em frente... – Pedi, mantendo as pernas mais abertas para seguir atrás dela. – Agora à esquerda. – Falei. – E de novo... – Ela foi me obedecendo, andando devagar, com as mãos à frente do corpo como se tivesse com medo de bater em alguma coisa, mas Michael foi à frente, abrindo a porta.
O espaço estava totalmente decorado com placas da minha empresa de karts e vários karts estavam enfileirados de um dos lados. O espaço estava vazio hoje, além de trazer para se divertir, eu teria uma entrevista mais para o fim do dia, então seria melhor ter o dia mais calmo.
- Ok, baby... Só mais um pouco... – Falei, andando com ela até perto da pista.
- Sinto cheiro de pneu queimado. – Ela disse e ri fracamente. – Daniel...
- Ai, chega! – Tirei minhas mãos de seu rosto. – Surpresa!
- Daniel! – Ela falou rindo, dando uma volta ao redor do corpo, observando tudo antes de seus olhos pararem em mim. – O que é isso?
- Uma pista de kart. – Falei, dando de ombros. – É a base da minha empresa aqui na Itália, achei que poderíamos nos divertir um pouco... – Ela fez um curto bico.
- Daniel... – Ela gemeu rindo.
- Eu lembro que você gostava quando criança. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu amei! – Ela disse rindo, passando os braços em meus ombros e sorri, abraçando-a pela cintura.
- Feliz que gostou, baby. – Nossos lábios se tocaram por alguns segundos. – Espero que esteja pronta para comer poeira. – Ela riu fracamente.
- Não mesmo! – Ela disse rindo, se afastando devagar. – Uau! Baby... – Ela se afastou alguns passos. – Acho que faz uns 15 anos que eu não ando de kart.
- Ainda sabe onde fica os pedais? – Brinquei e ela riu fracamente.
- Sim, eu sei... – Ela me mostrou a língua e ri fracamente.
- Vem! Temos umas duas horas antes de a repórter chegar. – Puxei-a pela mão e ela riu quando seguimos pelo local. –
Buongiorno! – Cumprimentei os funcionários, distribuindo alguns apertos de mãos, trocando algumas palavras e fomos para um dos vestiários.
- Tem até macacão? – perguntou rindo.
- Sim! Aqui é profissional, baby! – Ela riu. – Acho que usamos o mesmo tamanho. – Indiquei minha pilha com o capacete da Red Bull em cima.
- É... Acho que sim! – Ela disse, pegando um macacão branco e azul da pilha. – Eu vou me trocar. – Ela apertou meu braço antes de sumir dentro de uma das cabines.
- Eu vou fazer o mesmo. – Michael disse e foi para dentro de outra cabine.
Tirei a calça e me sentei em um dos bancos, subindo o macacão pelo corpo e me levantei antes de tirar a camiseta e subir o restante para o corpo. Me ajeitei dentro do macacão, ajeitando-o nas pernas, nos braços e no pescoço, e ouvi algumas risadas de e ela provavelmente estava com dificuldade de se enfiar dentro do macacão.
- Tudo bem aí? – Perguntei e ela riu.
- Sim! – Ela disse antes de sair e sorri quando ela apareceu com o macacão da empresa. Meus olhos foram para cada parte do seu corpo que era acentuada pelo macacão claro, deixando somente o final de velcro aberto. – O que acha? – Ela pressionou os lábios.
- Você é gata, baby! – Falei e ela se aproximou. – Acho que gostei mais disso em você do que em mim. – Ela riu fracamente, puxando o zíper central do meu macacão e inclinei meu rosto para dar um beijo em seus lábios. – Minha gata.
- Baby! – Ela disse sorrindo.
- Posso fazer uma pergunta? – Olhei em seus olhos.
- Claro! – Ela disse rindo.
- Você está sem nada embaixo do macacão? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Bobo! – Ela empurrou meu rosto.
- O quê? Eu tenho o direito de saber! – Dei de ombros.
- Estou de calcinha e sutiã, ok?! – Ela brincou e abaixei um pouco seu zíper. – Daniel! – Vi o sutiã preto ali embaixo antes de subir o zíper novamente. – Parece até uma criança.
- É questão de segurança, baby! – Falei e ela deu um tapinha em meu braço quando Michael saiu da cabine.
- Você parece mais alto com isso. – comentou e rimos juntos.
- É... Tive essa impressão também. – Ele disse.
- Baby, sapatos! – Falei, indicando a parede. – E precisamos ver um capacete para vocês.
- Ok! – Ela disse, fazendo um rabo de cavalo baixo e colocando o excesso atrás das orelhas.
Me sentei novamente, colocando meus sapatos e vi ir na seção de sapatos 39 e fazer o mesmo, além de Michael. Depois que terminei, fui até a parede com vários capacetes e tentei lembrar o tamanho do capacete de que eu tenho em casa, raramente usávamos, mas sabia que era do tamanho dela. Acabei pegando um que é dois tamanhos maior do que o meu de corrida.
- Experimenta! – Lhe estiquei e ela abriu as laterais antes de colocar na cabeça. – Está apertado? Frouxo?
- Parece ok. – Ela disse.
- Tem espaço para se mexer aí? – Perguntei.
- Não e mais apertado vai amassar minhas bochechas. – Ela disse com o som abafado.
- Ok, está perfeito, então. – Falei.
- Perfeito! – Ela disse rindo e fiz o mesmo com Michael, quando acertamos tudo, voltamos para a pista e os funcionários já tinham separado três karts para nós.
- Vamos nos divertir! – Falei animado.
- Se divertir, Daniel! Só se divertir! – disse séria e ri fracamente.
- A gente faz uns aquecimentos porque faz tempo que você não anda, mas vamos fazer uma corrida depois, ok?! – Falei.
- Ok, ok! – Ela disse rindo. – Eu só preciso lembrar como faz isso.
- Pedal e freio, só. – Falei, indicando um kart para ela. – Senta e coloca um pé de cada lado. – Ela fez o que eu pedi e ajeitou as pernas nos pedais. – É igual carro, direita acelera, esquerda freia.
- Ok... – Ela disse e tirei o capacete antes de me abaixar.
- Deixa eu ajeitar o cinto para você... – Puxei as duas partes, ajustando o mais apertado possível antes de fechar entre suas pernas. – Está tudo bem?
- Parece que sim. – Ela disse.
- Eu vou ligar para você. – Encontrei a alavanca na parte de trás do kart de e foi só preciso uma puxada para o motor ligar. – Pronta? – Falei perto de seu capacete.
- Sim! – Ela disse rindo.
- Vai! – Empurrei-a por três segundos antes de ver o kart seguindo pela pista e sua risada ecoando pelo capacete.
- É bom ver ela se divertindo assim. – Michael disse e sorri.
- É! Se você me perguntasse no fim do ano passado, nunca que eu acreditaria que ela estaria se divertindo hoje. – Ele assentiu com a cabeça. – Bom, vamos que ela logo termina uma volta!
- Não se eu for antes de você! – Ele disse, dando partida no kart antes de se sentar e ri com ele, colocando o capacete na pressa antes de fazer o mesmo no meu, mas antes que eu me sentasse no meu, Michael saiu pela pista e finalizava a primeira volta.
- VAMOS, DANNY! – Sua voz gritou e me lembrei de quando éramos crianças e só consegui rir como um idiota.
Essa é minha garota!
Ajeitei o cinto de segurança do meu kart e esperei que Michael passasse e depois pela segunda vez antes de eu seguir atrás dela. Sua risada ecoou quando ela percebeu o que eu fiz e esperei a primeira curva para me aproximar ela, me colocando lado a lado.
- DANIEL! SAI DAQUI! – Sua voz saiu mais alta, me fazendo rir e desviei dela, deixando-a aproveitar sem nenhuma surpresa ao lado dela.
Ouvir as risadas de enquanto ela era a mais lenta na pista e até quando ela deu uma derrapada e bateu nos pneus, me deu a certeza de que todas as loucuras que eu fiz no começo do ano valeram a pena. E, apesar do receio dela com surpresas, tinha esperança de que, pelo menos as minhas, ela parasse de ter receio e pudesse aproveitar desde o começo.
SETEMBRO
Quinta-feira
- Você sabe que isso não vai dar certo, né?! – Falei, vendo-o erguer o rosto.
- Por que você sempre corta meu barato? – Danny disse, terminando de amarrar as chuteiras e se levantar.
- Porque eu não quero que você se machuque! – Falei rindo. – E, vamos ser honestos, as chances de isso acontecer são enormes! – Cruzei os braços e ele fez uma careta enquanto se olhava no espelho. – Eu consigo ver, baby.
- É só para se divertir, baby! E para caridade! Se eu me machucar, vai ser por uma boa causa. – Ele se virou, vindo em minha direção e revirei os olhos.
- Não se isso fizer você perceber a corrida no domingo. – Ele me segurou pela cintura. – O Pierre está louco para uma vaga na Red Bull, mas não precisa dar motivos.
- Já falei como você é dramática? – Ele aproximou o rosto do meu e descruzei os braços, apoiando as mãos em seus ombros.
- Já sim, mas dessa vez você precisa me dar razão. – Ele deslizou o nariz em minha bochecha, me fazendo desviar em cócegas.
- Preciso não... – Ele sussurrou, me fazendo rir. – A gente já jogou na Alemanha e nem foi tão ruim...
- É, mas vocês estavam jogando contra astros do basquete... – Ele deslizou o nariz pelo meu pescoço. – Agora estamos falando de verdadeiros jogadores de futebol!
- Ah, mas eles vão pegar leve! É só para fazer uma graça. – Ele deixou alguns beijos, fazendo meu corpo arrepiar.
- Claro, claro... – Puxei sua nuca, forçando-o a erguer o rosto e apertei minhas mãos em suas bochechas. – Porque Dida, Trezeguet, Karembeu, Salgado e Pires vão pegar superleve com vocês. – Ele tinha um bico nos lábios. – Até eu que não entendo lhufas de futebol sei que vai dar ruim. – Ele fez uma careta e desci minhas mãos para seus ombros novamente. – Além do mais, qual o time de vocês mesmo?
- Eu, Max, Jolyon, Alonso e Checo... – Ele disse pensando e ri fracamente.
- É... Vai dar muito ruim isso! – Falei rindo. – Eles estão aposentados faz tempo, mas acho que é algo que fica no sangue... – Ele fez uma careta. – Você para de fazer isso! Eu me preocupo contigo.
- Relaxa, baby! Você vai ver o jogador em ação. – Ri com ele. – Mais tarde a gente pode aproveitar que eu vou estar suado e...
- Espero que seja só você suado, não cheio de dores! – Falei.
- Eu me garanto, baby. – Ele disse e neguei com a cabeça, sentindo-o pressionar os lábios em minha bochecha e apertei meus braços em seu corpo enquanto durou o beijo.
- Você também se garantia na escola e vemos quantas vezes você se fodeu com isso. – Ele fez um bico, pensando.
- Ok, talvez você esteja certa, mas prometo tomar cuidado. – Assenti com a cabeça.
- É o que tem para hoje. – Dei de ombros e ele colou nossos lábios por alguns segundos. – Te amo. – Foi minha vez de fazer um pequeno bico.
- Também te amo. – Ele sorriu e nossos braços se afrouxaram. – Me ajuda com uma coisa?
- O quê? – Perguntei, vendo-o se ajeitar na frente do espelho e analisei aquele uniforme completo branco, com exceção das chuteiras. Podia ser melhor.
- Escreva “honey badger” nas meias? – Ele pediu, pegando uma caneta e ri fracamente.
- Não vai melhorar esse uniforme feio. – Falei.
- Eu sei, mas, como você disse, é o que tem para hoje. – Rimos juntos e me sentei numa ponta do sofá.
- Vem cá! Estica a perna. – Indiquei o outro lado e peguei a caneta de sua mão antes de ele se sentar. – Fica quieto! – Pedi, segurando uma perna dele e apoiando em meu colo. Comecei na perna esquerda, escrevendo na vertical “honey”, depois “badger” na direita. – Pronto. – Falei, abaixando sua perna e lhe devolvi a caneta.
-
Lesgo, baby? – Ele perguntou e ri fracamente.
-
Lesgo! – Neguei com a cabeça e ele me esticou a mão.
Segurei-a e saímos do vestiário de dentro do motorhome de apoio da RedBull e descemos os degraus até a área comum, encontrando alguns mecânicos que zoaram com a cara de Daniel. Michael e Benji nos esperavam e notei que Daniel apertou minhas mãos quando ele apareceu e eu ri fracamente, apertando o braço de Danny com a mão livre.
- Vamos? – Benji perguntou.
- É para já! – Daniel disse e me puxou para fora do motorhome.
Não demorou mais do que alguns segundos para que os fotógrafos ficassem em volta da gente e me deixassem encabulada. Não que fosse novidade, mas tive a impressão de que aqui em Monza tinha muito mais gente! Em vários sentidos. Muito mais fãs do lado de fora e dentro do circuito, muito mais repórteres e fotógrafos, e muito mais caos! Nos outros paddocks eu conseguia literalmente desfilar sozinha, agora aqui eu desviava das pessoas de um lado para o outro, e Daniel andava rápido.
Seguimos para dentro da garagem da Red Bull, encontrando um pessoal mexendo nos carros e, mais uma vez, Danny foi zoado. Realmente, o uniforme parecia um pijama, mas eu genuinamente prefiro os outros pijamas dele... Ou a falta dele.
- Vamos, Danny boy! – Ri quando Alonso chamou-o e nos aproximamos da entrada da garagem, saindo pelo pit lane e vi o campo de futebol montado do outro lado da pit wall. – Ei, .
- Oi, Nando! – Trocamos um rápido abraço. – Vai se envolver nessa também?
- Eles precisam de alguém mais velho para fazer isso funcionar! – Ele disse e ri fracamente.
- Você não tem mais idade para isso, Nando! – Danny disse e ri fracamente.
- Filho da mãe! – Ele disse, socando o ombro de Danny e ri fracamente.
- Ah, duas crianças! – Dei de ombros.
- E só tem como piorar. – Max se aproximou.
- Três! – Falei e ele riu.
- Ah, ele sim! – Danny disse, abraçando-o pelos ombros e ri fracamente.
- Bom, vocês se cuidem, eu vou pegar um lugar de honra para ver essa bagunça! – Falei e Danny piscou para mim e ri fracamente antes de me afastar dos caras e me aproximar de Michael.
- Isso não vai dar certo. – Falei e ele riu.
- Alguma vez Danny e futebol deu certo? – Ele disse e pressionei os lábios, batendo a mão na testa.
O
evento foi bem legal, mas claramente caótico. Eles fizeram uma apresentação legal com os pilotos e os jogadores de futebol, depois dividiu os times e, apesar dos pilotos serem mais jovens, os jogadores eram jogadores de futebol, então vamos dizer que foi um caos.
A começar que Nando foi para o gol, depois que Jolyon era o único que realmente não tinha chuteiras, ele estava com tênis de corrida tradicional, e Max e Daniel era a dupla mais fominha que eu já vi na minha vida.
No final terminou em 22 x 10. 22 para os jogadores de futebol, é claro! Isso que Nando defendeu bastante coisa, imagina se ele não estivesse lá? Ao menos foi legal ver Daniel se divertindo e aproveitei para gravar alguns vídeos para jogar no grupo da família.
Michelle enlouqueceria!
Daniel
- Ele não me parecia bem. – disse sobre Felipe.
- É claro! Ele não quer se aposentar, é óbvio! – Falei, desviando de algumas pessoas para sair da sala de coletiva antes que o restante da imprensa saísse.
- Se ele não quer se aposentar, por que ele vai? – Ela perguntou e suspirei.
- A Williams não quer renovar com ele. – Falei, andando pelo paddock.
- Mas por quê? Ele não está indo mal, está? – Ela disse.
- Acho que ele ficou dentro dos pontos na maioria das corridas, mas se você comparar ele ao Bottas, é... – Ponderei com a cabeça.
- É uma pena... – Ela apertou minha mão.
- É... Eu realmente gosto dele. – Entramos na garagem e percebi parte das luzes acesas e parte apagadas. – Ele me deu um empurrãozinho quando comentei que achava que estava gostando de você. – Ela virou o rosto para mim, rindo fracamente.
- Quando foi isso? – Vi o corredor apagado e olhei rapidamente pelos lados, à procura de alguém.
- Naquele dia que corri contra o Felipinho! – Ela riu fracamente.
- Então você também teve ajuda do outro lado... – Ela disse. – A Raffa me ajudou também.
- Naquele mesmo dia? – Perguntei e ela entrou na garagem, virando o corpo e percebi que o local estava vazio.
- É... – Ela riu. – Eu falei, nossos sentimentos começaram a mudar juntos, baby. – Ela virou o corpo para frente. – Cadê todo mundo?
- É isso que eu estava pensando. – Falei rindo. – O pessoal não falou aqui às oito? – Olhei no relógio.
- Confesso que não estava prestando atenção, baby. – Ela disse, andando pela lateral do carro. – É realmente bonito, certo? – Ela comentou, colocando os braços para trás e ri fracamente.
- É, ela é... – Ela ergueu o rosto para mim.
- Que mania de chamar os carros de “ela”. – Ela disse rindo e andei com ela.
- Bem... Se eu vou pilotar, que seja uma garota. – Falei, dando de ombros e revirou os olhos.
- Você é ridículo. – Ela disse e puxei-a pela cintura.
- E você me ama desse jeito. – Ela riu fracamente. – E por que você está com as mãozinhas para trás, hein?! Parece criança!
- Melhor eu não tocar... – Ela disse rindo. – Vai que eu destruo ou...
- Ela não é tão sensível assim, baby! – Falei, sentindo suas mãos subirem para meus ombros.
- Eu sei, mas é melhor prevenir. – Ela disse rindo.
- Não, não, vem cá... – Dei um passo para frente, fazendo-a dar um para trás e encostei-a na lateral mais alta do carro.
- Daniel! – Ela me repreendeu, se apertando em mim e ri fracamente.
- Relaxa, baby...
- Não faça isso! – Ela pediu rindo.
- Relaxa, baby... – Sussurrei em seu ouvido, mordiscando sua orelha logo em seguida.
- Se algo acontecer... – Ela disse rindo e deslizei minha mão pelos seus braços, soltando-a de mim.
- Relaxa... – Falei de novo e ela suspirou.
- Por que eu tenho sempre que ser a sensata de nós dois? – Ela disse.
- Porque eu nunca sou. – Falei e rimos juntos. Deslizei minhas mãos para sua cintura. – Relaxa... – Falei mais uma vez e ela suspirou, apoiando as duas mãos no carro e se apoiando nele.
- Eu te odeio. – Ela disse e me aproximei dela, ficando entre suas pernas.
- Isso começa a doer, sabe? – Brinquei, levando as mãos para seu rosto. – Depois de 24 anos, essas coisas começar a doer... – Ela riu fracamente.
- Com a mesma mão que eu te bato, eu te abraço, baby. – Ela disse. – E isso nunca vai mudar.
- Bom... – Inclinei meu corpo para ela, roçando meu nariz no dela e colei nossos lábios.
Nossas bocas se mantiveram tocadas por alguns segundos antes de ela abrir a boca e levei minha língua até a sua rapidamente e minha mão foi para trás de sua nuca, segurando seus cabelos. Senti sua mão passar segurar o cós da minha calça, me puxando para mais perto de si e minhas mãos foram para o carro, inclinando meu corpo mais perto do seu.
Suas mãos foram para meu rosto, acariciando minhas bochechas antes de subir para meus cabelos, acariciando enquanto o beijo se tornava mais rápido. Apoiei uma mão em sua perna, sentindo a calça jeans que ela usava e subi pelo seu corpo, adentrando a tradicional blusa da Red Bull.
Ela soltou um risinho, me fazendo sorrir com ela e nossos lábios se colaram mais uma vez. Suas mãos me puxaram para mais perto de si e meus joelhos encostaram no carro, ficando entre suas pernas. Ergui mais a mão pelo seu corpo, subindo a blusa e ela mordiscou meu lábio inferior.
- OPA! – Me assustei, me afastando de e ela também se levantou comigo, se desequilibrando de novo e virei o rosto para a porta, vendo Nigel ali. – Estou atrapalhando os pombinhos?
- Opa! – Falei rindo.
- Desculpe! – disse rapidamente, me empurrando um pouco para eu dar uns passos para trás e se levantou novamente.
- Ah, não se preocupem comigo. – Ele disse, me fazendo rir. – Vocês estão melhores que eu. – Ri fracamente e escondeu o rosto em meu pescoço, me fazendo rir.
- A reunião vai ser aqui? – Perguntei.
- Sim, o pessoal logo chega. É melhor você...
- É... Valeu! – Falei rindo e ele deu um aceno de cabeça antes de sumir pelo corredor de novo.
- Ah, não acredito! – escondeu o rosto nas mãos e gargalhei alto. – Não tem graça!
- É claro que tem! – Falei rindo.
- Ah, que vergonha! – Ela disse rindo.
- Somos jovens, baby... Precisamos aproveitar! – Falei rindo.
- Não no meio da garagem! – Ela ergueu seu rosto para mim e vi como ele estava avermelhado de vergonha.
- Ah, qual é! – Sorri.
- Preciso parar de cair nas suas! – Ela me empurrou pelo ombro, me fazendo gargalhar alto e ela sumiu pelo corredor.
- Baby? – Abri um olho, encontrando Daniel me olhando de cima.
- Ei. – Falei, passando a mão na cabeça.
- Quer tomar banho? Você vai dormir aí e ainda quero sair para jantar. – Ele disse e fiz uma careta.
- Tem certeza de que quer sair para jantar? – Perguntei.
- Você não quer? Achei que ia se matar de comer em todas as situações possíveis... – Ri fracamente, erguendo meu corpo no sofá e ele deu a volta no mesmo.
- Eu estou cansada, baby. – Suspirei. – E é só o primeiro dia. – Ele se sentou ao meu lado.
- Às vezes esqueço de que você não está acostumada... – Ele acariciou meu rosto e dei um curto sorriso.
- Todos os GPs da Itália são loucos assim? – Perguntei, inclinando meu rosto até seu ombro.
- Sim... – Ele disse rindo. – Você sabe da paixão dos italianos, agora junte a paixão dos italianos com a Ferrari, Vettel, Kimi... – Ele falou aleatoriamente e ri fracamente.
- Eu nunca vi um paddock tão cheio, baby... – Senti sua mão em meus cabelos. – E hoje ainda é só quinta!
- Sabe a vantagem? – Ele perguntou e suspirei.
- Qual? – Perguntei.
- Temos uma semana entre essa corrida e Singapura... Pensei que poderíamos ir para Mônaco... Só nós dois... – Ergui o rosto para ele, dando um curto sorriso.
- Preparando algo romântico, Daniel Ricciardo? – Ele pressionou os lábios no seu jeito metido e ri fracamente.
- Precisamos aproveitar só nós dois. – Ele disse. – Seu aniversário vai ser no dia do GP da Malásia, nem vai dar para aproveitarmos muito.
- Nós sempre conseguimos nos divertir depois das corridas, baby. – Falei e ele riu fracamente.
- Tá... Não dá para gente aproveitar mu-u-u-u-uito! – Ele disse e ri fracamente.
- O que achar melhor, baby, contanto que estejamos juntos. – Ele pressionou nossos lábios.
- Eu estarei no meu quarto se decidirem sair para jantar em grupo e não em um encontro! – Michael disse e nos afastamos. Ri fracamente e observei Michael ir até o quatro, fechando a porta.
- Ele precisa se divertir. – Daniel disse e ri fracamente.
- Talvez eu tenha a solução para isso. – Sorri.
- Para alguém certinha demais, você apronta muito, sabia? – Ele disse e dei meu sorriso de quando ia aprontar. – Exato! É esse sorriso aí! – Ri fracamente.
- Você consegue descolar um passe para Singapura e uma passagem de avião vinda de Auckland? – Sorri.
- Auckland? – Ele perguntou.
- Déborah... – Falei em um sussurro e ele arregalou os olhos.
- OH! – Ele falou animado e coloquei a mão em sua boca.
- Xi! – Pedi.
- Ele vai ficar muito puto! – Ele disse rindo.
- Ou não... – Dei de ombros. – Ela já perguntou dele... E você vê como ele age quando falamos dela... – Ele ponderou com a cabeça.
- É... Eu ia gostar do Michael menos tenso! – Ele disse e ri fracamente. – Combinado! – Abri um largo sorriso.
- Vou falar com ela! Ela aceitar vir vai ser a prova perfeita de que ela quer tentar de novo. – Me inclinei à mesa, pegando o celular e liguei-o. Na tela, uma foto minha e de Daniel abraçados, ele com o uniforme de corrida e eu com o da Red Bull, e sorri, percebendo que era o celular dele. Notei uma chamada perdida e cliquei na mesma.
- Baby, sua mãe ligou! – Falei, esticando o aparelho para ele e ele o pegou.
- Será que aconteceu algo? Que horas são em casa? – Ele perguntou e fiz umas contas rápidas.
- Quase meia-noite. – Falei, suspirando. – Ai, o que será?
- Ei, baby! Calma! – Ele disse rapidamente. – Não deve ser nada. Eu vou ligar para ela. – Ele apertou minha perna e colocou o celular na orelha.
Suspirei, pegando o outro telefone e vi a foto certa. Daniel e Isaac dormindo no sofá em L da fazenda. Um em cada lado e desbloqueei, colocando o código 010789 antes de desbloquear. Abri a conversa com Déborah, vendo o final de alguns dias atrás e escrevi.
“Ei, que tal vir em uma corrida? Danny disse que consegue acesso ao paddock e passagem de avião para você! Você vai amar” – Enviei.
- Ei, mãe! Meio tarde para ligar, não? – Danny disse rindo. – Não, não! Acabamos de chegar do paddock, estamos decidindo o que vamos jantar ainda. – Ele virou para mim e deu uma piscadela, me fazendo sorrir. – Ah, ela está aqui! Cansada! Não está acostumada com o clima da Itália.
- Não estou acostumada com o clima de GP da Itália. – Falei antes de me levantar e ele riu fracamente.
- Não, não. Está tudo bem, mãe. Espera, vou colocar no viva-voz. – Ele disse e abaixou o telefone, apertando um botão. – Pronto.
-
Oi, ! – Ouvi tia Grace.
- Oi, tia Grace, como estão as coisas? – Perguntei.
-
Ah, tudo bem, querida! Com saudades de vocês! – Sorri.
- Quando vocês vêm em uma corrida? – Perguntei.
-
Malásia, é claro! Não conseguimos ir para o aniversário do Danny, mas o seu é mais perto de casa, dá para ir. – Danny olhou sugestivamente para mim e sorri.
- Ah, menos de um mês! É ótimo! – Sorri.
- Mas diga aí, mãe, aconteceu algo? São quase meia-noite aí, não? Ou sentiu aquela forte saudades de novo e quis ligar? – Danny disse rindo e dei um soquinho em sua perna.
-
Não, não. Só estou preocupada com vocês, na verdade. – Franzi a testa.
- Por quê? O que aconteceu? – Perguntei.
-
Eu vi algumas fotos de vocês hoje... – Virei para Danny. –
Será que é indicado vocês ficarem andando muito colados? – Ri fracamente.
- Você ligou a essa hora para falar isso? – Danny disse e sorri.
- Eu me preocupo com vocês, ok?! As fotos são lindas, adoro ver vocês juntos como se fosse na época da escola, de mãos dadas, rindo de qualquer besteira... – Apertei a perna de Daniel, fazendo-o olhar para mim. –
Mas também me preocupo com a relação de vocês.
- Não conta... – Sussurrei. – Não assim... Não agora... – Ele assentiu com a cabeça.
- Relaxa, mãe! A imprensa está acostumada com a gente. Nossa relação está bem clara para todos. – Ele falou sugestivamente, olhando para mim e revirei os olhos.
- Também, depois de seis meses... – Falei.
- É, pessoalmente... – Ele disse rindo. – Na internet tem anos... – Sorri, sentindo-o apertar minha mão.
-
Ah, tomem cuidado, viu?! Eu não gosto dessas fofocas, mas está tendo bastante sobre vocês. E vocês ainda estão dando fotos de bandeja para eles aumentarem a fofoca. – Coloquei as mãos na boca, abafando uma risada e Danny colocou o dedo na boca, pedindo silêncio.
- Relaxa, mãe. A gente vai começar a prestar atenção nisso. – Danny disse. – Agora vai dormir! Está tarde para você!
-
Eu vou, eu vou! Se cuidem! Amo vocês!
- Também te amamos! – Falei junto de Danny e ele não esperou mais para desligar a ligação.
- Ah, eu não aguento! – Falei, gargalhando e ele riu comigo.
- Por que você não deixou eu contar? Era a hora perfeita! – Ele disse e tombei no sofá, não aguentando de rir.
- Agora? Há quilômetros de distância? À essa hora? – Ele riu comigo. – Seria terrível! – Rimos juntos. – Aposto que sua mãe teria um ataque cardíaco! – Ele gargalhou alto.
- É... Talvez você esteja certa! – Ele disse rindo. – Que tal quando eles vierem? – Olhei sugestivamente para ele.
- Mesmo? – Perguntei rindo.
- Eu vou contar, baby! Eu vou! – Ele disse sério. – Só preciso do momento perfeito. – Ri fracamente.
- Pode ser depois do meu aniversário? Não quero sua mãe tendo um ataque cardíaco nesse dia. – Falei e ele riu fracamente.
- Combinado. – Ele sorriu.
Sexta-feira
Daniel
- Meu pai era mais ou menos dessa parte aqui... – Falava devagar, tentando lembrar as palavras em italiano.
- Perto de Messina?
- Isso... Por aqui... – Indiquei no mapa.
- E a mãe?
- Minha mãe nasceu na Austrália, mas seus pais são da Calábria. – Falei.
- Bem de frente.
- Sim, exato!
- Sabe que dizem que você tem o sorriso mais bonito da Fórmula Um. – Ri fracamente.
- Eu?
- É!
- É! Grande! – Ri, erguendo a mão em comemoração. – Eu sou muito feliz em ter este trabalho. – Falei. – É meu sonho!
- Quanto por cento se sente italiano? – Ele perguntou e ri fracamente.
- Em porcentagem, não sei. Mas me sinto seguro. Minha paixão de vida, de tudo, é bem italiano, então essa semana eu como umas sete ou oito pizzas, mas os valores da minha família são como de italianos, fazemos muitas coisas juntos. – Falei, me confundindo um pouco com as palavras. – Aniversários, Natais, sempre são grandes festas com todo mundo junto.
-
Grazie por esse tempo, Daniel! – O repórter da RAI disse e sorri.
-
Io te ringrazio! – Falei e ele sorriu, trocamos um rápido aperto de mão e me levantei.
Lhe entreguei o microfone e olhei para Benji que só deu um aceno, como quem me liberava e ele escoltou o repórter e sua equipe para fora do motorhome da Red Bull. Girei os pés para outro lado e fui até o bar no fundo da grande sala.
- Uma água, por favor. – Pedi para atendente e ela logo me entregou uma garrafa. Girei a tampa e dei um gole antes de mesmo de sair dali.
Andei pelo outro lado, passando pela área de descanso do pessoal e empurrei uma das portas, entrando em uma pequena sala de televisão e vi e Michael ali com os olhos na televisão e cada um mordia um largo pedaço de pizza.
- Ei, nem me esperaram! – Eles se viraram para mim.
- Ei,
beibe! – disse com a boca cheia e ri fracamente, vendo-a descansar a pizza no prato e demorar alguns segundos até engolir o pedaço. – Desculpe, estávamos com fome.
- Está tudo bem. Eu peço depois. – Me sentei ao seu lado.
- Quer um pedaço? – Ela ofereceu e dei um sorriso. – É claro! – Ela ergueu a pizza e dei uma grande mordida na mesma. – Eu falei um pedaço, não minha pizza inteira! – Gargalhei alto, dando um beijo em sua bochecha e ela me empurrou com o cotovelo. – Ai, baby! Meu rosto! Você vai sujar de molho!
- Minha fresca! – Falei, passando o braço em seu ombro e ela me mostrou a língua.
Passei o polegar em seu rosto, limpando a pequena mancha de molho e ela virou o rosto para mim, revirando os olhos e dei um curto sorriso. Ela finalizou a pizza em mais alguns pedaços e olhei para a televisão, vendo algum programa de esportes passando na TV.
- Passou sua entrevista. – Ela disse, limpando as mãos no guardanapo.
- É, ele disse que ia ser ao vivo. – Falei e ela riu fracamente. – O quê?
- Está precisando praticar o seu italiano. – Ri fracamente.
- Preciso praticar minha língua, isso sim! – Mostrei-a para ela, vendo-a rir.
- Tonto! – Ela disse e colei nossos lábios rapidamente, sentindo-a me empurrar pelo peito. – Daniel!
- Oh, desculpe, você disse “italiano”. – Ela revirou os olhos, me fazendo rir.
- Se vocês me dão licença, eu vou medir minha insulina! – Michael falou ao se levantar e segurei a risada com , vendo-o sair pela porta.
- Ele realmente precisa da Déborah. – disse e ri fracamente.
- Quais as chances de ele nos matar? – Perguntei.
- Zero! Ele pode ficar bravo, mas vai gostar. – Ela sorriu.
- Ela respondeu? – Perguntei.
- Sim, ela perguntou se era uma boa ideia, por causa dele e eu falei que já passou da hora de eles se resolverem. Ela visualizou e não respondeu, mas depois já me mandou as informações dela para o crachá e passagem. – Ri fracamente.
- Ah, cara! Faz o quê? 10 anos que eles terminaram? – Perguntei.
- Pouco menos, eles tentaram namorar à distância por uns meses depois da formatura. – Ela disse.
- Como você sabe? A gente não voltou a falar com o Michael e o pessoal depois do acidente dos seus pais? – Perguntei.
- Sim, mas eu nunca parei de falar com a Déborah. A gente se falava bem mais depois que fomos para faculdade... A gente se afastou naturalmente, mas ela desabafou comigo do término e tal. – Ela deu de ombros.
- Sabia dessa, não. – Falei e ela riu, virando a perna para dentro do sofá, ficando de frente comigo.
- Não tem como saber tudo sobre uma pessoa, baby. Nem nós! – Apoiei as mãos em suas pernas.
- Mas eu quero saber! Tudo! – Aproximei meu rosto dela, ouvindo-a rir e ela acariciou meu rosto.
- Precisaremos de mais 24 anos para isso. – Ela disse e sorri.
- Que tal a vida inteira? – Ela assentiu com a cabeça.
- Combinado.
- Você falou do meu italiano, mas como está o seu? – Perguntei.
- Meu? – Ela franziu a testa. – Não tive problemas até agora... – Ela riu.
- Eu acho que você está precisando de prática também. – Ela gargalhou, negando com a cabeça.
- Ah, é?! – Ela brincou e rocei nossos lábios.
- Com toda certeza! – Ela disse e colei nossos lábios.
Perth, Austrália, 2010
- Tira a mão, Daniel! – bateu na mão de Daniel quando ele passou o dedo na tigela de chocolate e o garoto correu para fora da cozinha aos risos.
- Deixa a menina trabalhar! Eu estou com fome! – Michelle disse, empurrando o irmão para fora da cozinha e riu, voltando sua atenção à mousse que ela fazia.
Grace observava tudo do sofá. Eram as primeiras férias de depois do falecimento de seus pais. Fazia somente sete meses, mas parece que as coisas estavam se normalizando aos poucos, e ter Daniel de volta em casa, fazia com que a menina parasse de pensar besteiras e se preocupasse mais em brigar com a inconveniência de Daniel.
Parece que mesmo tendo perdido seus melhores amigos, a cabeça de Grace e Joe funcionaram bem rápido. Primeiro eles acolheram a menina como sua filha. Joseph deu entrada nos papéis para ele e Grace serem responsáveis legais da menina, apesar de ela já ter seus 21 anos, e a trouxeram para morar com eles na fazenda. O quarto de visitas agora era seu quarto.
Também começaram a pagar sua faculdade – com o dinheiro que era destinado a Daniel, mas que ele não precisava, recebendo salário na Formula Renault 3.5 – para a menina guardar a herança que seus pais haviam deixado para ela investir em algo para si quando estivesse pronta. Além da casa antiga deles, que eles venderam na primeira oportunidade. Não queriam com esse tipo de memórias.
Além disso, durante os primeiros meses, não queria voltar para faculdade, a psicóloga disse que ela tinha receio da distância lhe trazer péssimas notícias novamente, além do pavor ao ouvir o telefone tocar. Nenhum dos Ricciardo, e nem da família de Alexander, achavam justo a menina largar a faculdade que ela gostava tanto por causa disso, ainda mais faltando um ano e meio. Então Grace ficou os últimos seis meses de 2009 em Sydney, morando com a menina, e dona Virginia as visitavam com frequência.
parecia estar pronta para enfrentar o último ano sozinha, havia anunciado para Grace que ela encontrou uma colega de quarto e, apesar do receio, Grace ficava feliz por ela estar se soltando aos poucos, mas ainda era comum encontrar com os olhos perdidos, então, nas férias, a cozinha era de , ao menos ela se distraía.
- Oh, cara! Isso está bom para caralho. O que é? – Daniel voltou à cozinha novamente.
- Mousse de chocolate, mas precisa esperar gelar, ele fica durinho! – disse, despejando o conteúdo de três chocolates em outra tigela.
- Ah, posso comer desse jeito mesmo, não me importo. – Ele passou o dedo na tigela novamente.
- DANIEL! – gritou dessa vez. – Olha a higiene!
- Ai, fresca! – Ele disse, fazendo-a empurrá-lo com o quadril e ambos riram.
- Toma! Raspa a tigela! – lhe esticou-a com a colher dentro da mesma.
- Ah, eu te amo! – Ele disse, colocando-a na boca e limpou as laterais antes de colocar as raspas de chocolate em cima.
- Você não vai almoçar, filho! – Grace disse.
- Ah, eu almoço, não se preocupe! – Daniel disse, fazendo rir da boca suja de chocolate do menino.
- Por sinal, está quase pronto! – disse.
- Eu vou colocar a mesa! – Michelle disse, se levantando do sofá e fechou a sobremesa com plástico filme antes de colocar na geladeira.
- Alguém está com fome. – Jason cochichou, se aproximando de e a menina riu.
- Modéstia à parte, isso é bom! – virou para ele.
- Você é uma cozinheira incrível, . – Ela sorriu.
- Obrigada, Jay! – Ela disse, espiando dentro do forno, vendo o grande carneiro assado com batatas que fazia o cheiro rescender pela casa.
- Oh, isso é bom! – Joe disse, lambendo o dedo.
- NÃO É?! – Daniel falou dramático.
- Até você, Joe? – Grace brigou com ele, fazendo Michelle rir.
- Só uma lambida, nada demais. – Ele deu de ombros e Grace riu fracamente.
- Isso é da faculdade, ? – Daniel perguntou e ela se ergueu novamente.
- Sim! – Ela sorriu. – É feita com três tipos de chocolate e ele fica mais firme, eu ame-e-e-ei! – A menina disse sorrindo.
- Eu amei também! – Daniel disse rindo. – Quanto tempo de geladeira?
- Quatro horas. – Ela disse e o garoto entreabriu os lábios. – E não, não dá para tirar antes.
- Droga! – Ele bufou e o timer os distraiu.
A menina abriu o forno, fazendo o cheiro delicioso ficar mais em evidência e pegou as luvas térmicas para tirar a assadeira do forno. Joe ainda ficava chocado como a menina tinha jeito para coisa. Nem ele tinha assado um negócio desse tamanho e o tom bronzeado das batatas e da carne estavam perfeitos.
espetou as batatas com um garfo, feliz com o resultado e transferiu devagar a carne para a tábua. Ela pegou a chaira, depois a faca de Joe e amolou a faca como se fosse um churrasqueiro experiente, fazendo até Jason e Daniel olharem curiosos – e com medo.
Ela cortou o cordeiro com facilidade em largas fatias e transferiu as batatas para um refratário sem a gordura do assado e depois colocou os pedaços de carne em forma de cascata no mesmo. Jogou um pouco da salsinha fresca e levou a travessa para a mesa, colocando-a no centro da mesma, junto da salada que Michelle já havia colocado.
- Está na mesa, pessoal! – Ela disse, se livrando das luvas.
- Isso está com um cheiro delicioso! – Grace disse e a menina sorriu.
- E está muito bonito! – Joe disse.
- Parabéns, Wandinha! – Danny disse e ela virou o rosto para ele, rindo do pseudo-bigode dele sujo de chocolate. – O quê?
- Está sujo! – Ela disse rindo, se aproximando dele e segurou sua cabeça com uma mão antes de limpar com o polegar. – Pronto.
- Tô gato agora! – Ele disse e riu fracamente, revirando os olhos.
- Imagina o ego dessa criança quando ele chegar na Fórmula Um! – disse, puxando uma cadeira da mesa e o restante dos Ricciardo riu.
- Coitado de nós! – Jason disse e Daniel revirou os olhos.
- Isso é inveja! – Daniel disse, enquanto todos se ajeitavam em volta da mesa aos risos.
- Vamos rezar? – Grace disse e todos esticaram as mãos, segurando as da pessoa ao seu lado. – Senhor, gostaria de agradecer por esse alimento que vamos comer e agradecer por nos permitir aproveitar esse dia. – Todos assentiram com a cabeça. – Alguém quer acrescentar algo?
- E abaixar o ego do Daniel, por favor. – Michelle disse brincando, fazendo todos rirem, menos Grace.
- Amém. – Ela ignorou a filha.
- Amém! – Todos repetiram.
- Atacar! – Daniel disse.
- ? Faz as honras? – Joe pediu.
- Claro! – Ela disse, pegando o prato de Daniel que foi o primeiro a esticar.
Apesar das piadas com o ego de Daniel, que eram os mesmos desde que ele era criança, o
menino estava melhorando com o tempo. Havia dado um jeito naquele pseudo-corte
black power, tirado aquele brinco horrível da orelha e estava encorpando mais. O único problema eram as espinhas que decidiram aparecer depois do fim da adolescência.
Já , realmente não tinha o que reclamar. Foi o patinho feio quando tinha 12, 13 anos, agora ficava feliz em poder caminhar bem entre a carinha de criança e uma maquiagem bem-feita quando queria esconder isso. Como Danny sempre disse: é a menina mais linda do mundo, e esse comentário só ficava mais real a cada dia que passava.
Monza, Itália, 2016 – Sábado
- Honestamente? – Virei para Christian. – Poderia ser pior. – Dei de ombros.
- Por que diz isso? – Ele perguntou.
- Bem, Daniel disse que a Ferrari provavelmente ganharia aqui, mas as duas vão largar na segunda fileira... – Dei de ombros. – Ainda há esperança.
- Eu estou confiando nas tranças... – Ri fracamente em seguida.
- Não confie nelas, elas não vão funcionar sempre. – Brinquei e rimos juntos.
- Se esse negócio de trança der certo, até eu vou arranjar uma namorada e pedir para ela vir de tranças. – Max falou ao meu lado e rimos juntos.
- É... Que não seja igual a última, não é? – Henrique falou sugestivamente e preferi ficar quieta.
Antes de subir para a Red Bull, Max namorava uma pilota, mas o relacionamento terminou no começo do ano. Recentemente ele apareceu com uma loira muito bonita, modelo belga, se eu não me engano, mas o negócio não deu muito certo e, pelo comentário de Henrique, deu muito errado.
- Eu posso explicar. – Max disse e Henrique abanou a mão.
- Não precisa! – Ele disse e rimos juntos.
- Bem, eu não tenho uma amiga de infância que sabe até quando eu peido... – Fiz uma careta e Henrique bateu a mão no rosto. – Então não dá para eu trazer uma namorada que saiba ser discreta.
- Não precisa ser discreta, só não ser expansiva demais! – Henrique disse.
- É... Ela sentou no carro, Max. – Christian disse, dando um tapinha nas costas dele.
- O pior de tudo... É que eu sabia disso... – Virei para Max que gargalhou alto. – Ele não era muito discreto.
- Não sabe mais? – Christian perguntou e pressionei os lábios.
- Acho que estamos perdendo a essência de amigos. – Dei de ombros.
- Acredite, não estão! – Michael disse. – Agora é pior, porque eu não sei se vocês estão fofocando ou se pegando...
- A gente faz os dois ao mesmo tempo agora! – Dei de ombros, ouvindo risadas.
- Bem, eu vou tomar banho! – Max disse.
- Até mais! – Falamos e ele sumiu para dentro do motorhome.
- Onde está Daniel? Já faz 15 minutos que o Max voltou. – Virei para porta, apoiando na bancada atrás de mim.
- Você sabe que ele adora falar... – Michael comentou, bebendo mais um gole de sua água e suspirei.
- Aposto que ele está irritado pelo zero vírgula zero, zero, um segundo de diferença entre ele e o Bottas. – Virei para a bancada, pegando mais um
grissini e o mordisquei devagar.
- Aposto também! – Ele disse e vi Benji entrar no motorhome e franzi a testa quando Daniel não entrou logo em seguida.
- Onde ele está? – Perguntei, fazendo Benji olhar para mim.
- Preso com Ted Kravitz! – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Está explicado. – Dei de ombros e virei o corpo para bancada para pegar outro
grissini.
- Você deveria comer algo. – Michael disse.
- Eu vou... – Falei, mordiscando o mesmo. – Uma pizza enorme napolitana mais tarde. – Virei para ele que pressionou os lábios e assinalou para mim.
- Duas! – Ele disse.
- Não se esqueçam da corrida amanhã! – Benji disse e viramos o rosto para ele e percebi que ele ainda estava aqui.
- Ah, a gente disse “nós”, não o Daniel! – Falei, dando de ombros e vi o mesmo entrar no motorhome. – Ah, finalmente. – Me aproximei do mesmo e ele tirou o boné, passando o braço na testa. – Ei, baby.
- Ei, baby! – Ele me abraçou pela cintura e ri fracamente, sentindo-o apoiar a testa em meu ombro.
- Ei, baby?! – Franzi a testa, passando a mão em seus cabelos, sentindo-os úmidos de suor ainda. – Cansado?
- Com calor! – Ri fracamente, vendo-o erguer o rosto e nossos lábios se tocaram por poucos segundos.
- Você demorou! Ficou falando demais com a imprensa? – Acariciei seus cabelos, tirando o aspecto abaixado do capacete.
- Nem foi falando, foi tentando falar. Está cheio de abelhas na região da imprensa. Estava tentando fugir delas. – Ri fracamente.
- Por favor, baby, sem picadas de abelha agora. – Falei.
- E você acha que eu quero inchar igual um balão? – Rimos juntos e nossos lábios se tocaram novamente.
- Para um piloto de Fórmula Um, você tem várias restrições, baby. – Brinquei e ele riu fracamente.
- E você acha que eu não sei? – Sorri.
- E como você está com a classificatória? – Perguntei e ele suspirou.
- Poderia ser pior, na verdade. As Ferrari ficaram na frente, mas não tanto... – Ele ponderou com a cabeça. – Minha diferença com o Bottas é ridícula... – Virei para Michael que riu fracamente. – O quê?
- A gente tinha certeza de que você ia odiar isso. – Michael disse e ri fracamente.
- Ah, qual é! É um milésimo de segundo! O que é isso? Nada! Um respiro é mais demorado do que isso. – Rimos juntos e pressionei meus lábios em sua bochecha.
- Relaxa, baby, você tira essa diferença na corrida amanhã. – Ele deu um curto sorriso.
- Logo na largada! Você vai ver! – Neguei com a cabeça, abaixando minhas mãos.
- Vai tomar banho! Ainda tem duas reuniões antes de a gente ir para o hotel. – Falei.
- Eu vou! Eu vou! – Ele abanou a mão, me fazendo rir. – Ei, isso é
grissini?! – Danny disse e revirei os olhos, vendo-o seguir até a tigela com vários e neguei com a cabeça.
Daniel
- Ah, eu comi demais! – disse, tombando o corpo para trás até se deitar no sofá e ri fracamente.
- Cadê a delicada que comia um ou dois pedaços e ainda erguia o mindinho na hora de beber? – Brinquei com ela, fazendo Michael rir e ela ergueu a cabeça.
- Erguer o mindinho para beber qualquer coisa é falta de educação, Daniel. – Ela disse e sorri. – Mas eu não resisto à muçarela italiana, baby... – Ela suspirou, tombando a cabeça para trás de novo.
- Você viu, né?! – Virei para Michael. – Para me xingar, eu sou o Daniel, mas para se justificar, eu viro o baby. – Falei e ele riu.
- Você prefere ser o baby. – Ele disse.
- Eu prefiro. – Pressionei os lábios e ele riu.
- É incrível ver sua evolução desde que vocês dois começaram a se pegar. – Ele disse rindo.
- Muito diferente? – Perguntei e ele deu de ombros.
- Você parece uma criança apaixonada.
- Ah, não fala isso! – disse, apertando as mãos no rosto.
- O que eu disse de errado? – Michael perguntou.
- Você sabe por quem ele se apaixonou na escola, Mike! Não me compare a ela! – Ela apontou para o que deveria ser Michael e ri fracamente.
- Quantas vezes vou ter que dizer que você é melhor do que ela? Em todo sentido?
- Eu sei disso, ok?! – Rimos juntos. – Mas vocês não precisam me lembrar dela todas as vezes. Pior! Lembrar que eu estou beijando a mesma boca que ela beijava!
- Devo lembrar que o pênis é o mesmo também?
- Ah, Daniel! – Foi a vez de Michael dizer e apoiou os cotovelos no sofá e ergueu o corpo, olhando diretamente para mim.
- Já falei que te odeio? – Ela disse séria e ri fracamente.
- Já... Algumas vezes. – Dei um curto sorriso e ela deixou o corpo cair no sofá de novo.
- Acho que você ganha até no ciúme, ! – Mike disse.
- Não, não. – Falei, negando com a cabeça. – O problema dela sempre foi com a Jemma. – Falei.
- E com
grid girls! – disse.
- Ah, certo!
Grid girls também. – Falei para Michael e ele assentiu com a cabeça.
- Uma você se livrou, agora as outras... – Mike disse.
- Não me teste! – disse e Michael riu.
- Não faz isso... – Pedi em um sussurro, ouvindo-o rir e ergueu seu corpo novamente.
- Ele sabe que é um homem morto se ficar dando moral para outras mulheres! – Ela se levantou, andando pela sala e acompanhei-a com o rosto.
- E você sabe que é a mulher mais importante da minha vida, não? – Falei um pouco mais alto, vendo-a sumir atrás da bancada e não tive retorno. – ! – Chamei-a, ouvindo um barulho oco e ela ergueu o corpo. – !
- O quê? – Ela perguntou com aquele sorriso sapeca no rosto.
- O que está fazendo?
- Se eu preciso ouvir isso, eu preciso de álcool. – Ela ergueu a garrafa de vinho e ri fracamente, me levantando da mesa e ela apoiou a garrafa na bancada. Andei até ela e segurei-a pela cintura. – Daniel...
- “Isso...” é o quanto eu te amo, sua irritada, ciumenta, rabugenta e chata! – Falei firme, colando minha testa na dela. – “Isso...” é pelo quanto sou grato por me apaixonar pela minha melhor amiga.
- Daniel... – Ela gemeu.
- Não é Jemma, não são grid girls, não tem ninguém nesse mundo melhor do que você. Em todo sentido da palavra! – Olhei fundo em seus olhos. – Você não precisa ouvir isso, Michael, mas essa mulher aqui é a melhor em tudo! – Falei sério. – O melhor beijo, o melhor carinho, o melhor sexo...
- Daniel! – Ela me repreendeu e ri fracamente.
- As melhores palavras de apoio, a melhor forma de me tirar dos maus momentos, a mais gata, a mais gostosa, a mais cheirosa...
- Daniel... – Ela gemeu de novo, me fazendo rir e pressionei seus lábios em um curto selinho.
- Eu te amo, Elizabeth Addams! – Ela disse firme. – Espero que eu não precise, mas eu vou te provar isso todos os dias se for necessário. – Ela pressionou os lábios de quem se segurava para não chorar e tirei uma mão de seu rosto para segurar seu queixo. – Eu te amo, minha Wandinha. – Ela tinha um bico nos lábios. – Vai chorar agora?
- Vou... – Ela falou fracamente e sorri. – Por que você é assim? – Ri fracamente, acariciando sua nuca.
- Porque eu te amo, baby. E só tem você na minha vida. Hoje e para sempre. Entendeu? – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu te amo. – Ela disse e sorri, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Mas se você ainda quiser beber, eu aceito uma taça. – Falei, ouvindo-a rir e nos afastamos devagar. Virei o rosto, encontrando Michael da mesma forma. – Ainda aqui?
- Preciso me acostumar com vocês assim, porque pelo jeito é para sempre. – Ele deu de ombros e ri fracamente, virando para novamente.
- É... Vai ser. – Falei e ela riu fracamente, segurando meu rosto e colando nossos lábios levemente.
Domingo
- Boa sorte, ok?! – Falei para Danny quando ele me entregou o iPod.
- Sempre, baby! – Ele disse e nos abraçamos por alguns segundos e empurrei-o de leve pelos braços quando percebi alguns fotógrafos em cima de nós. – Eu amo quando você vem até o grid comigo, mas acho que vamos ter que reduzir isso...
- Também acho. – Pressionei os lábios e ele assentiu com a cabeça.
- Te amo. – Ele disse e contive o riso em meus lábios, vendo-o piscar para mim antes de se virar para o carro.
Sua preparação foi tradicional como nas últimas 13 corridas. Me afastei para a grama, passando o braço na testa, sentindo-a suada e ergui os olhos para o céu. Ao menos o tempo estava nublado, diferente dos outros dias que tinha quase um sol para cada um. As capas saíram dos pneus e os mecânicos vieram para a grama também e menos de 20 segundos foram contados até os carros saírem para a volta de apresentação.
Fiz um rápido sinal da cruz e segui em direção a garagem, correndo à frente dos mecânicos. Percebi que alguns fotógrafos me seguiram e acelerei o passo até entrar na garagem da Red Bull, desviando do pessoal até parar ao lado de Michael.
- Ei! – Ele disse.
- Ei... – Falei, sentindo minha respiração falha.
- Os fotógrafos te seguiram? – Ele perguntou e virei para ele.
- Como sabe? – Perguntei.
- Você apareceu na televisão. – Ele disse e arregalei os olhos.
- Você está brincando! – Falei e ele negou com a cabeça.
- Bem-vindo a um mundo de uma WAG, . – Ele disse e franzi a testa.
- Eu tô pouco me fodendo para isso, estou preocupada com a mãe dele! – Falei firme.
- Ah, não foi nada comprometedor, só mostrou vocês se abraçando. – Ele disse e dei um soco em seu ombro. – Ai!
- Não me assusta, caralho! – Falei brava.
- VAMOS, GAROTOS! – Os gritos dos mecânicos me distraíram e virei o rosto para a televisão, vendo a largada acontecendo.
Os carros de trás se abriram quase como um legue, mas Danny se manteve em seu lugar. Hamilton acabou tendo algum problema que o deixou em sexto e Danny conseguiu ganhar uma posição. Os carros se misturaram lá atrás, mas a classificação foi baixar quase na segunda volta.
Hamilton tentou passar Danny na área da largada, o que Danny conseguiu manter a posição, mas o inglês conseguiu passar logo em seguida. Pouco depois teve uma tocada de roda entre Nasr e Palmer, fazendo o brasileiro precisar abandonar e o
safety car ir para pista, ficando até a quinta volta. Na oitava volta, Palmer teve o mesmo destino.
- Vocês sabem que precisam contar para os pais dele, né?! – Ele disse e suspirei.
- Eu sei! Mas agora a mentira está ficando meio longa e eu nem sei como fazer isso. – Suspirei.
- Eles vêm para Malásia. – Ele disse.
- Eu sei, mas já falei para o Danny, se for contar, que seja na segunda, depois da corrida. Não quero passar meu aniversário levando sermão. – Falei, ouvindo-o rir.
- Ah, porque vão! – Ele riu fracamente e suspirei.
- Enfim, acho que eu e Danny vamos para Mônaco amanhã antes de ir para Singapura. Vai dar para eu me preparar para isso. – Falei e ele riu fracamente.
- E achei que quem estava surtando era ele. – Ele disse, me fazendo rir.
- Eu estava preparada nas férias, ele que fugiu. Agora fiquei acuada também. – Dei de ombros, ouvindo-o rir.
- Ah, cara, espero estar bem longe disso. – Revirei os olhos.
- Cala a boca! – Dei um tapa em seu peito, ouvindo-o rir.
- Oi, gente. Tem espaço para mim? – Viramos o rosto junto e vi Pierre, piloto da Fórmula Dois.
- Pierre! – Sorri. – Claro! – Vim um pouco para o lado e Michael fez o mesmo. – Você ganhou hoje!
- Segundo lugar! – Ele disse sorrindo.
- Parabéns! – Sorri.
-
Mercì. – Ele disse e desviei minha atenção para o carro no pit stop e percebi que era Max.
Meus olhos focaram na corrida novamente e estávamos na décima quarta volta. Danny estava em quarto lugar, atrás de Rosberg, Vettel e Hamilton. Três voltas depois, foi a vez de Danny vir para o pit stop, trocando por pneus macios e saindo em sétimo lugar, atrás de Bottas de novo. Esses dois tinham histórico de perseguir um ao outro desde as outras categorias, e isso continuava na F1.
Na décima nona volta, Bottas conseguiu passar Grosjean e agora era a vez de Daniel persegui-lo com menos de um segundo de distância. E foi antes da vigésima volta que Danny o ultrapassou. Agora a perseguição de Danny com o finlandês continuava a menos de um segundo de distância novamente.
Na vigésima oitava volta, Werhlein precisou abandonar a corrida, mas não houve nenhum tipo de acidente. Na trigésima primeira volta, Bottas foi para o pit stop, fazendo Max ficar atrás de Danny, mas Bottas saiu na nona posição, sabia que não demoraria muito para ele alcançar Danny de novo. Era o que Danny falou, Bottas estava mostrando bem mais resultados do que Felipe, e isso era preocupante para o brasileiro.
Na trigésima sexta volta, os mecânicos entraram em surto quando Vettel foi para o pit stop, deixando Danny em terceiro lugar. Com o pique que as Ferrari viam, especialmente pela corrida ser em Monza e os italianos estarem em surto, então tentei não me empolgar, mas minha mão naturalmente foi para boca e comecei a mordiscar a pele do polegar. E o ex-companheiro de equipe de Danny vinha com pneus frescos.
Não deu outra, logo a voz de Simon foi ouvida em meus
headphones e Danny apareceu no pit stop na trigésima oitava volta, saindo em sexto lugar, atrás de quem? Bottas! Com o andamento da corrida, era esperado. Parece que depois de todas as corridas e reuniões, uma chave ligou em minha cabeça e tudo fazia mais sentido.
A perseguição de Danny com Bottas começou e sabia que Danny precisava reduzir esses três segundos e meio de distância se quisesse garantir ao menos o quinto lugar hoje, porque ele estava um segundo mais rápido do que Bottas por volta, mas o pódio parecia meio inatingível hoje, quando ele estava a 33 segundos de Vettel, que ocupava o terceiro lugar, além de ter Kimi e Bottas à frente dele.
Eu falei que as tranças não faziam nada. Era ele, o carro e a equipe!
As palavras de Simon pareceram ficar claras quando Danny continuou reduzindo seu tempo. Primeiro dois segundos de Bottas, até um segundo e até menos de meio e ainda faltavam sete voltas para o fim da corrida, e essa distância dava para Danny a vantagem do DRS.
Foi no começo da quadragésima oitava volta que Danny conseguiu ultrapassá-lo, fazendo os gritos da garagem ficarem altos. Danny aproveitou a primeira curva, vindo pelo lado de fora e o ultrapassou. O filho da mãe ainda fez um sinal de “beleza” para fora do carro.
- Filho da mãe... – Falei rindo, aplaudindo junto da equipe.
- Seu amigo! – Ele disse e ri fracamente.
- É... Meu
amigo mesmo. – Neguei com a cabeça.
A batalha de Danny com Bottas foi bonita de ver, mas agora ele estava há mais de 45 segundos de Kimi no quarto lugar e conseguiu distanciar Bottas na mesma quantidade de tempo, então sabia que Danny correria as últimas cinco voltas sozinho. Agora era praticamente esperar para acabar.
Com o resultado da corrida, Danny conseguiria 10 pontos, Kimi 12 e Seb 15, mas isso ainda manteria meu australiano em terceiro no campeonato de pilotos, com uma diferença de 18 pontos de Vettel, mas 77 pontos de Rosberg. E a distância do alemão para Hamilton, que agora estava em primeiro, era de dois pontos. Tinha muito para acontecer até o final da temporada.
Como profecia, a corrida acabou dessa forma. Não totalmente decepcionante para nós, mas a prova perfeita de que essas tranças e os pódios eram só coincidência. Também não era de tudo decepcionante para as Ferrari, Vettel conseguiu o terceiro lugar, enquanto Rosberg pegou o primeiro e Hamilton ficou com o segundo após começar na pole e ter um problema no começo da corrida.
- Poderia ser pior. – Michael disse.
- Pensei a mesma coisa. – Dei de ombros. – Bem que Danny disse que não seria fácil.
- Não mesmo, a Mercedes está em outro nível nesse fim de semana e a Ferrari estava querendo vitória. – Pierre disse e assenti com a cabeça.
- O que ele disse! – Falei para Michael, vendo-o rir.
- Pelo visto as tranças não adiantam de nada, ! – Ergui o rosto, vendo Nigel falando e ri fracamente.
- Eu disse desde o começo! – Dei de ombros. – E agradeço, confesso, elas puxam muito o cabelo! – Falei, ouvindo-o rir.
- Vamos trocar, no próximo fim de semana eu faço! – Ele disse e ri junto de alguns mecânicos, já que Nigel tinha tudo, menos cabelo.
- Combinado! – Brinquei, ouvindo-o rir.
- Vai atrás dele? – Michael perguntou.
- Depois do que houve no começo da corrida? Nem vem! Vou ficar escondida aqui! – Falei rindo.
- É melhor você se acostumar a isso. – Ele disse. – É mais fácil.
- Claro, mas só depois de falarmos com a família dele e eu ter uma longa conversa com a Maria. – Suspirei.
- Você pode falar comigo. – Virei o rosto para Benji e dei um curto sorriso, pressionando os lábios.
- Valeu... – Falei, mantendo o restante da frase presa na garganta e cruzei os braços, apoiando na bancada novamente.
Mônaco, 2016
Daniel
Puxei a toalha, passando no rosto e pendurei-a novamente. Guardei a escova de dente na gaveta e passei as mãos na barba e nos cabelos, rindo fracamente com os cachos se formando novamente. Como era ridículo eu ter me tornado tão dependente da e dos gostos dela.
Saí do banheiro, voltando para o quarto e vi dormindo da mesma forma de antes. O corpo encolhido embaixo da coberta e os cabelos abertos em cima do travesseiro. Me aproximei da janela, abrindo um pouco do blecaute e o sol estava a pino e sem nuvens no céu. Perfeito para um dia no iate. Só eu e a dorminhoca.
Voltei para a cama, me sentando na beirada da mesma, do lado de e acariciei seu rosto, descendo para seu pescoço, fazendo-a esquivar em cócegas, e desci a mão para seu braço. Não demorou para um de seus olhos se abrirem e ela erguer os braços para se espreguiçar.
- Danny... – Ela gemeu e sorri, me deitando ao seu lado.
- Não acha que está na hora de levantar? – Perguntei e ela veio para perto de mim, me abraçando e segurei uma de suas mãos, dando um beijo na mesma.
- Que horas são? – Ela perguntou manhosa.
- Quase 10. – Falei.
- A gente chegou três da manhã, baby... – Ela disse suspirando, apoiando a cabeça em meu peito e abracei-a forte.
- Eu sei, mas o dia está bonito lá fora, está calor e a gente pode ir para o iate. – Falei, acariciando sua cabeça.
- Tentando me agradar, baby? – Ela falou sonolenta e sorri.
- Eu disse que poderíamos comemorar seu aniversário mais cedo. – Ela ergueu o rosto.
- Não estou com pressa em fazer aniversário. – Ela apoiou o rosto em meu peito, com os olhos entreabertos. – Estou bem assim.
- Minha novinha... – Segurei sua nuca e nossos lábios se tocaram por alguns segundos. – Bom dia, baby. – Falei.
- Bom dia. – Ela sorriu. – Acordou sozinho?
- Uhum... – Falei. – Fiquei te vendo dormir um pouco, depois levantei.
- Isso não mudou. – Ela disse, se apoiando em meu peito para levantar. – Você fazia isso antes também.
- Sim, fazia. – Ela jogou os cabelos armados para trás e ajeitou o decote da blusa regata. – Você não conseguia dormir, lembra? E quando conseguia...
- Tinha pesadelos. – Ela disse e me sentei. – Sim, eu me lembro.
- Olhar você dormir era como se eu pudesse evitar que você dormisse mau. – Falei.
- Minhas melhores noites foram contigo, baby... – Ela riu sozinha. – Foram naquela época, agora é mais ainda. – Sorri, acariciando seu rosto.
- A gente conseguiu erguer o nível daquelas noites. – Ela riu fracamente, se inclinando para mim e nossos lábios se tocaram rapidamente.
- Quem diria, não? – Ri fracamente.
- Às vezes ainda parece mentira... – Falei e ela piscou, se levantando.
- Quase quatro meses e ainda estamos aqui. – Ela ajeitou sua blusa e puxou os shorts que se acumulavam nas coxas.
- Melhores quatro meses da minha vida. – Pisquei para ela, vendo-a abrir um largo sorriso.
- Eu vou me arrumar. – Assenti com a cabeça e ela girou o corpo, seguindo para o banheiro e ri fracamente.
Enquanto se ajeitava no banheiro, aproveitei para me trocar, colocando uma bermuda de tactel, uma regata cortada, um boné e óculos . Depois coloquei mais uma troca de roupa em uma mochila, além de toalha, nécessaire e algumas coisas que poderia precisar.
saiu da mesma forma de antes e foi fazer a mesma coisa do que eu. Procurou um biquini em sua mala e observei-a se despir do pijama e colocar o biquini roxo. Meus olhos foram para seus seios e ela ajeitou o tecido que os cobriu e ergueu seu rosto para mim.
- Espionando? – Ela perguntou e ri fracamente.
- Agora eu posso espiar sem ficar com cara de tarado! – Ela gargalhou alto e passou os braços em meus ombros e desci as mãos para sua bunda.
- Você me espiava muito, baby. – Ela disse rindo.
- Tenho que admitir que piorou no começo do ano. Fiquei solteiro, né?! – Dei de ombros, ouvindo-a rir. – E você tem um corpo, ... Uh! – Ela riu e dei um beijo em seu pescoço, sentindo o cheiro do tradicional perfume de baunilha.
- O pior é que você sempre vai ter esse sorriso tarado, baby. – Ela disse rindo e subi meu rosto para o dela. – Mas eu amo quando você me olha assim. – Sorri e pressionei nossos lábios.
- Baby... – Ela riu fracamente, tirando o boné de meus cabelos e virou-o para trás. – Ok, agora sim...
Ri fracamente antes de colar nossos lábios novamente e sua mão subiu para minha nuca. Minha língua encontrou a dela rapidamente e apertei sua bunda, sentindo minha mão adentrar na sua calcinha e ela mordiscou meu lábio inferior, rindo fracamente.
- Desacelera, baby... – Ela se afastou e ri fracamente, vendo-a seguir até sua mala e sorri.
Ela jogou um vestido em cima do biquini, colocou uma sandália baixa, os óculos na cabeça e pegou uma mochila dentro de uma de suas malas antes de ajeitá-la da mesma forma do que eu, com coisas que poderiam ser úteis para o dia de hoje. Eu não tinha muita ideia do que fazer hoje, mas a única certeza é de que dormiríamos lá hoje e eu arranjaria comida no Yacht Club. Enquanto ela se ajeitava, dei um jeito na cama.
- Estou pronta. – Ela disse, colocando um boné preto na cabeça.
- Vamos... Vamos dar uma volta! – Estiquei minha mão para ela que segurou-a e entrelacei nossos dedos, andando para fora do quarto. – Quer levar algo para comer?
- Hum... Melhor parar em uma padaria, não?
- Boa ideia! – Sorri e fui até o chaveiro na parede e vi a chave de Vespa e da McLaren e dei um sorriso comigo mesmo, pegando a chave do carro. – Vamos!
- Vamos! – Ela abriu a porta e segui logo atrás dela, vendo-a ir até o elevador.
Tranquei a porta e logo abracei-a pela cintura enquanto esperava o elevador. Coloquei os óculos e entrei no elevador quando ele chegou. Acabou parando em um andar, entrando uma mãe com filho, mas logo estávamos andando pela garagem.
- Tenho uma surpresa para você. – Falei para .
- Ai, qual a da vez?! – Ela falou resmungona.
- Quando você vai parar de ver surpresas como algo ruim? – Perguntei, ouvindo-a rir.
- Desculpe, baby, é só força do hábito! – Ela ergueu a mão livre em defesa e desativei o alarme da McLaren, ouvindo-o à distância. – Nã-ã-ão! – Ela disse alongado. – Vamos dar uma volta de McLaren?
- Acho que você está merecendo! – Falei, ouvindo-a rir.
- Baby! – Ela disse animada, se virando para mim. – Não vai dar problema para mim?
- Só vamos até o Yatch Club. Está tudo bem. – Falei rindo.
- Ah, já falei que te amo? – Ela me apertou pelos ombros e ri fracamente.
- Hoje não. – Falei e ela sorriu.
- Eu te amo! – Ela fez um biquinho e nossos lábios se tocaram rapidamente. – Ah, vamos! Vamos! – Ela disse animada e ri fracamente, abrindo a porta para ela. – Ai, ela é linda!
Sorri com sua animação, vendo-a colocar o cinto e entrei no carro. Deixei minha mochila no banco de trás junto da de e liguei o carro, ouvindo-a rir com o motor. Virei meu rosto, sorrindo para ela e apertei minha mão em sua perna.
- Safado! – Ela disse, me fazendo rir. – Quanto tempo esperou fazer isso?
- Depois de L.A.? Isso é bônus! – Rimos juntos.
- Se Tia Grace souber que o filho dela é assim...
- Ah, ela sabe! – Segui com o carro pelo estacionamento. – E você sempre soube também, só nunca sentiu na pele.
- Já estou acostumada com esse seu jeito, mas eu estava do outro lado. – Ela se virou para mim e acariciei sua perna, saindo do prédio. – Vamos ver agora...
- Não vai mudar nada. – Falei. – Vai ser melhor, na verdade! Não preciso ficar só nas brincadeiras... – Gargalhei e ela deu um riso fraco.
- Sempre me perguntei onde me enfiei, mas agora que eu preciso me fazer essa pergunta. – Ri fracamente.
- Vamos descobrir juntos, baby. – Falei e ela sorriu para mim.
- É... Vamos lá! – Ela sorriu e segui pelas ruas de Mônaco, fazendo o caminho mais longo para ela aproveitar o passeio.
- Ok, eu preciso admitir... – Danny virou para mim. – Eu senti falta disso. – Ele riu fracamente.
- Vem! – Ele esticou a mão para mim e estiquei a perna para entrar na parte de trás do iate e ele escolheu as chaves para abrir a parte interna e deu espaço para eu ir primeiro.
- Ah, parece uma eternidade. – Deixei minha mochila na cama, me sentando na beirada da mesma logo em seguida.
- Ah, nem tanto. – Ele disse, jogando a bolsa um pouco mais para o meio e parou em minha frente. – Mas é muito melhor quando está só nós dois. – Sorri, puxando-o pelo cós da bermuda.
- Não posso negar isso. – Sussurrei e ele riu, colando nossos lábios em seguida. – Eu te amo.
- Eu também, baby. – Ele apoiou as mãos ao lado de meu corpo, mordiscando minha bochecha em seguida. – Você quer aproveitar um pouco do sol?
- Quanto eu posso aproveitar? – Perguntei, inclinando meu corpo para trás.
- Como assim? – Ele se levantou, tirando a blusa.
- Eu, você, em um iate, em Mônaco. Quais as chances de ter fotógrafos aqui em volta? – Observei seu abdome, mordiscando meu lábio inferior.
- Bem poucas. – Ele falou rapidamente. – Estamos em intervalo de corrida, na teoria eu não deveria estar aqui... – Rimos juntos. – Mas não é cem por cento garantido. Por quê?
- Quero saber se posso tomar sol contigo sem ter ninguém enchendo o saco. – Ele riu fracamente.
- Sem ser capa de várias revistas? - Ri fracamente.
- Como se você tivesse com essa moral toda. – Ele fez careta. – Só de alguns sites de fofoca.
- Pode rolar...
- E se dona Grace vir? – Ele ponderou com a cabeça.
- Eu tento me comportar. – Neguei com a cabeça, sentindo o iate começar a se movimentar por causa do piloto do clube.
- Até parece que eu acredito em você. – Me levantei, vendo-o dar seu sorriso sacana e puxei meu vestido para cima.
- Com esse corpinho? Difícil! – Ele disse, me fazendo rir e inclinei para trazer minha bolsa para perto.
- Como se já não estivesse acostumado. – Abri a mochila, pegando o protetor solar.
- Quem estava mordendo os lábios quando eu tirei a blusa foi você. – Virei para ele rindo.
- Ok, culpada! Mas tenho que aproveitar. – Dei de ombros, ouvindo-o rir. – Você é gato, gostoso e meu... – Ergui as mãos e ele me segurou pela cintura.
- Você é gata, gostosa e minha! – Ele disse do mesmo jeito, me fazendo rir.
- Um dia eu chego nessa barriga zero aí! – Ele pressionou os lábios em meu pescoço e inclinei o pescoço para trás, rindo em cócegas.
- Não faço questão. – Sua voz saiu abafada e sorri.
- Foca, Daniel! – Ergui seu rosto, vendo-o sorrir e deixei um curto selinho entre seus lábios. – Toma! Passa em mim. – Lhe estiquei o protetor solar.
- Com maior prazer. – Ele pegou o tubo e virei de costas para ele, fazendo um rabo de cavalo com meus cabelos e transformando em um coque, prendendo com o próprio comprimento do cabelo.
Logo senti as mãos de Danny em minhas costas, me fazendo mordiscar os lábios com o produto gelado e as mãos quentes dele. Ele passou na parte de cima, depois nos ombros e um pouco nos braços. Depois ele passou a linha do fecho do biquini e foi para minha lombar. Senti que suas mãos foram mais devagar, fazendo uma leve massagem no lugar e fechei os olhos por alguns segundos.
Seus dedos desceram para minha bunda, adentrando a parte de baixo e mordisquei o lábio inferior. Peguei o tubo quando ele o jogou de volta na cama e comecei a passar em meu peito, barriga e braços enquanto ele continuava distraído com algo em minhas costas.
- Baby? Está bom, não acha?
- Ah, se você acha... – Virei o corpo, ficando de frente para ele.
- O que estava olhando? – Perguntei rindo.
- Você tem uma cicatriz na base das suas costas. – Ele disse. – Acho que nunca tinha percebido.
- Ah, eu tive algumas quedas na época que eu joguei cricket, algumas boladas... – Disse. – Deve ser de algo dessa época.
- É sexy. – Ri fracamente.
- Tonto! Agora vira, não quero você igual um camarão em Singapura! – Falei e ele se virou de costas para mim e coloquei um pouco de protetor nas mãos antes de distribuir pelas costas de Daniel.
- Uh, gelado! – Ri fracamente.
- Aposto que a água vai estar nesse nível para pior. – Ele riu fracamente e comecei a deslizar o produto pelo seu corpo.
- A gente não precisa entrar. – Ele disse. – Podemos curtir lá fora. – Sorri.
- O que quiser, baby... – Falei, passando o produto em sua nuca. – Só de tirar a cabeça de cheiro de pneu, ruído de motor e muitas pessoas em volta, já me relaxa.
- Com saudades de casa? – Ele perguntou.
- Não naquela correria que foi. – Falei, colocando um pouco do produto para distribuir em seus ombros. – Saudade das nossas férias fazendo nada e tudo ao mesmo tempo. – Sorri.
- Só mais dois meses e meio, baby. E depois teremos as melhores férias da nossa vida. – Ri fracamente, deslizando a mão pelas suas costas novamente.
- Por que “nossas melhores férias”? – Perguntei rindo.
- Você, eu, minha cama... – Sorri.
- E sua família, e Isaac, e Michelle me enchendo de perguntas sobre nós...
- Ok, então, vamos mudar. Você, eu, sua cama... – Ri fracamente, passando o produto em sua lombar.
- Sua mãe tem a chave do apartamento.
- Ah, caralho! – Ri fracamente, esticando o tubo para ele que o pegou antes de se virar.
- Estamos desde março nos escondendo sozinhos nos lugares e você quer mais? – Apoiei as mãos em seus ombros.
- Sempre vou querer mais contigo, baby. – Assenti com a cabeça.
- Vai ter que aprender a me dividir. – Falei.
- Não sei te dividir há 24 anos, acha que vai mudar agora? – Ri fracamente.
- É claro que não. – Dei um beijo em sua bochecha. – Termina de passar aí, vou fazer o mesmo.
- Se quiser continuar passando...
- Daniel! – Falei rindo, me afastando.
Ele fez uma careta e coloquei mais protetor nas mãos para passar nas pernas e depois peguei o protetor de rosto. Deixei algumas pintas no rosto antes de passar e vi Daniel deixando sua barriga branca pelo produto antes de também pegar o protetor de rosto. Tirei minha toalha e a canga da bolsa e enrolei-as em meus braços, esperando terminar.
- Vamos? – Perguntei a ele, ouvindo-o rir.
- Você não quis terminar o trabalho... – Ele deu de ombros, também pegando uma toalha dentro de sua mochila.
- Às vezes esqueço que lido com uma criança. – Ele riu, passando o braço em meus ombros.
- É por isso que damos muito certo! – Ele disse e sorri. – Vamos, logo é hora do almoço e a gente entra. – Ele me puxou e seguimos pela escada da frente.
Ele me empurrou pela cintura para eu ir na frente e subi na proa do iate, pisando com cuidado até estar em cima e senti um vento leve bater, além do sol quente. Estiquei minha canga no local, depois a toalha por cima e me sentei na mesma. Abaixei os óculos de sol de volta para o rosto e inclinei até apoiar os braços no mesmo.
- É... Vai ser difícil. – Danny disse, se sentando ao meu lado e virei o rosto para ele.
- O quê? – Perguntei, vendo-o se deitar da mesma forma do que eu.
- Manter minhas mãos longe de você. – Ri fracamente, jogando o rosto para trás.
- Tonto! – Ri fracamente e senti sua mão em minha cintura, se aproximando.
- Acho que eu aceito passar pelo sermão dos meus pais se sair alguma foto. – Ele disse, se inclinando sobre meu corpo e relaxei os braços.
- Ah, você aceita?
- Claro! – Ele disse rindo. – Ou eles vão me dar sermão por estar pegando você, ou porque eu abandonei você para pegar uma estranha. – Gargalhei alto, erguendo minha mão para seu rosto.
- Por quê? Será que eles realmente acham que é muito irreal ficarmos juntos? – Acariciei seu rosto, tirando alguns pontos ainda brancos de seu rosto.
- Eu achava, baby. – Ele disse. – E acho que eles pensavam que um dia ia acontecer também. Mas até nossos 13 anos, depois acho que eles desistiram. – Suspirei.
- Espero que sua mãe não tenha um ataque cardíaco. – Falei e ele riu.
- Pior que nem tem como preparar ela para isso. Vai ter que ser na surpresa. – Ele disse.
- Deus nos ajude. – Falei e ele riu.
- Ele nos ajuda depois, vamos nos divertir. – Ele fez um bico em seus lábios e ri fracamente, inclinando meu rosto mais para perto do seu e nossos lábios se tocaram levemente. Minha mão acariciou seu rosto e ele manteve a mão em minha barriga, fazendo um carinho de leve.
Daniel
- Ah, merda! – Reclamei, apertando as mãos no lençol.
- Relaxa, baby! – Senti o gelado em minhas costas e as mãos de deslizando devagar pelo local.
- Tá doendo para caralho! – Fechei os olhos, apertando o rosto no travesseiro.
- Eu falei para repassar o protetor, baby... – Ela falou em um gemido e senti suas mãos mais para baixo em minha lombar.
- Eu estava ocupado. – Falei rindo.
- É... Me beijando! – Ela disse rindo. – Agora eu estou bem e você está parecendo um camarão.
- São só as costas... – Suspirei e senti mais um pouco do creme gelado em minha pele. – Ah!
- Só mais um pouco, vai melhorar. – Ela disse baixo, passando o produto perto de meus braços. – Ergue um pouco, baby. – Fiz o que ela pediu, sentindo o corpo duro e ela passou um pouco na dobra do braço, me fazendo suspirar.
- Ah, baby! – Reclamei, sentindo arder.
- Acabou, acabou! – Ela disse e a senti se levantar das minhas pernas. – Pronto, baby! Pronto. – Ela se abaixou na minha frente, ao lado da cama. – Tente descansar um pouco, ok?! Eu vou tomar um banho.
- Essa não era minha ideia para o fim do dia... – Gemi e ela acariciou meus cabelos.
- A gente aproveitou bastante, baby. E podemos aproveitar mais de outro jeito. – Fechei os olhos com suas carícias. – Mas tenta descansar, você tem que ficar bom até a próxima terça-feira. – Ela disse antes de se levantar e suspirei, fechando os olhos.
A ouvi andar pelo quarto antes de ouvir o barulho do chuveiro e virei o rosto no quarto, vendo uma fresta da porta aberta e bufei por não conseguir vê-la. Afundei o rosto no travesseiro novamente e esperei até o barulho cessar para abrir os olhos novamente.
saiu do banheiro enrolada na toalha e seu olhar veio para mim. Dei um sorriso, ouvindo-a rir e ela desviou para o outro lado, me deixando sorrindo sozinho. Virei a cabeça para o outro lado, sentindo-o pescoço começar a doer e ouvi mais alguns barulhos pelo quarto, depois algumas gavetas e armários abrindo e fechando.
- O que está fazendo? – Perguntei.
- Pegando algo para você comer. Ficou algumas coisas de Mônaco aqui. – Ela disse e não demorou para eu sentir cheiro de café e algo amanteigado.
- Baby? – Perguntei.
- Calma! – Ela disse rindo. – Não consigo me concentrar assim!
- Até parece que está fazendo algo grandioso.
- Grandioso não, mas algo gostoso para você! Fica quieto! – Ri fracamente, virando o corpo para outro lado, tentando manter a calma.
- Isso já não secou, não?
- Não sei, fica quieto! – Ela disse firme e ri fracamente.
Demorou alguns minutos para o barulho parar e senti a cama afundar ao meu lado e ela apoiou uma bandeja antes de se afastar. Ela voltou novamente com duas canecas e as apoiou na bandeja antes de se sentar ao meu lado.
- O que você fez aí?
- Capuccino e pão de frigideira. – Ela disse e senti sua mão em minhas costas novamente. – Ainda está um pouco úmido, mas você pode sentar devagar, se não doer.
- Ah, eu não aguento ficar assim... – Apoiei as mãos na cama, me sentando devagar. – Ai, ai! – Reclamei da dor e riu.
- Cuidado com as coisas. – Ela disse e suspirei, virei para ela, vendo-a com o pijama de regata e shorts.
- Ah, eu estou com fome. – Suspirei, pegando metade do pão e ela levou a mão em meu pescoço. – O quê?
- Estou vendo se não está quente. – Ela disse.
- Eu sou quente! – Ela revirou os olhos.
- Dá para parar de fazer gracinhas?! Isso é sério, baby! – Ela subiu a mão para minha testa.
- É só uma queimadura, baby. Não é a primeira e nem a última. – Falei rindo e ela negou com a cabeça.
- Não, mas precisamos ir embora na terça e imagina você dentro do carro com essas costas assim? – Ela disse e mordisquei o lanche.
- Não vai ficar ruim até sexta-feira que vem, baby. – Falei.
- Mas você tem trabalho no simulador ainda...
- ! Eu vou ficar bem! – Falei e ela suspirou. – Além do mais, não me arrependo de nada. – Dei um sorriso e ela pressionou os lábios. – Dar uns amassos na minha melhor amiga em um iate? Ah, cara! É um daqueles sonhos que eu nem sabia que tinha! – Ela riu fracamente.
- Você é um completo idiota, Daniel. – Ri fracamente. – Mas esse é só um dos motivos de eu amar você. – Sorri.
- Só um? E quais os outros? – Ri fracamente.
- Você faz eu enfrentar meus medos... Me protege de todos os perigos, mesmo que sejam pequenos. Nunca me abandona. Sempre vem atrás de mim. E faz com que eu sinta a pessoa mais incrível do mundo, mesmo quando eu não sou. – Sorri, segurando suas mãos. – Eu já amava tudo isso em você, Danny. Me apaixonar por você foi só consequência... – Ela deu de ombros rindo. – Agora eu valorizo tudo isso, e eu estou amando cada segundo disso.
- Sabe... Eu tenho planos... – Falei, vendo-a franzir a testa e ri fracamente. – Eu vou continuar fazendo tudo isso até... Acho que chegamos aos cem anos, não? – Ela riu fracamente.
- Espero que sim! – Sorri.
- Então, é! Eu vou continuar fazendo tudo isso até nossos cem anos. – Ela sorriu. – Depois eu te abandono e arranjo uma novinha, mas... – Ela gargalhou alto, me empurrando de leve.
- Se quiser transar com uma novinha, vai ter que se manter no pique comigo até os cem anos. – Ela se ajoelhou, passando as pernas ao redor das minhas.
- Ah, isso é um desafio? – Ergui meu rosto, vendo-a sorrir.
- É... – Ela disse sorrindo.
- Desafio aceito, baby! – Ela sorriu e apertei sua bunda. – Mas eu vou aproveitar essa novinha até ela fazer aniversário. – Ela riu fracamente e senti ela apoiar as mãos em minha nuca.
- Está ardendo aqui? – Ponderei com a cabeça.
- Eu sobrevivo. – Falei e ela inclinou seu rosto para perto do meu, colando nossos lábios levemente por alguns segundos.
- Eu te amo, seu idiota. – Ela disse sorrindo.
- Eu também te amo, Wandinha! – Ela riu fracamente e nossos lábios se tocaram novamente.
Continua...
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