Fanfic e capa por Ana D. | Revisão por Sofia Queirós | Beta: Luddie



Eu sabia que eu era meio patética. Talvez até bastante, consideravelmente, visivelmente, patética. Mas não sabia que poderia ser tão patética.
Vestida de diaba, sentada no sofá vermelho e manchado de bebida na sala de estar de alguma pessoa desconhecida cujos pais teriam um ataque quando chegassem no dia seguinte, em plena festa de Halloween, assistindo as pessoas com quem eu convivia pela manhã virando copos e mais copos de bebidas, bêbadas demais para falar ou fazer qualquer coisa que fizesse sentido. Eu cruzei minhas pernas, me certificando que minha saia não estava subindo demais, e então suspirei, apoiando um braço na perna e passando outra mão pelos meus cabelos lisos e escuros, tentando afastá-los do meu rosto.
Eu precisava cortar o cabelo. Porque Jack dizia que meu cabelo era bonito longo. Eu não queria mais nada que me lembrasse Jack, isso significava ter cabelos curtos a partir de amanhã. Eu também precisava me livrar do DVD daquele filme... Era qualquer coisa de super-herói. Ia para o lixo. Eu não tinha me tocado de quantas lembranças haviam pela minha casa até umas cinco horas atrás, quando Jack me chamara na lanchonete em que costumávamos ficar depois da escola, e dissera "Olha, é melhor não continuarmos com isso" seguido de "Não vejo isso tendo futuro".
Tratando nossa relação de dois anos como "isso" e tentando se livrar de mim o mais rápido que podia, eu logo vi em Jack o cara que minha melhor amiga sempre dissera que ele foi: um babaca. Mas, claro, eu gostava dele e babaca era a última definição que ele receberia de mim. Agora, eu conseguia chamá-lo de babaca e mais um monte de nomes que eu preferia nem pensar. Eu ainda tinha educação e dignidade.
Mas eu preferia ter ficado em casa. Preferia ter ficado em casa assistindo à maratona de filmes de terror que sempre passavam no Halloween e comendo pipoca e bebendo Coca-Cola. Eu meio que precisava ficar na fossa, não é? Afinal de contas, ele tinha sido meu namorado por dois anos. Isso tinha que significar alguma coisa. Isso. Soltei uma risada sarcástica, balançando a cabeça em negação. Mas que piada!
- Oh, meu Deus! Ela está ficando louca! - tinha a voz fina, e agora alta para poder sobrepor a música que tocava. Ela era minha melhor amiga, e foi quando parou em frente a mim, o lenço verde que usava no pescoço fazendo um contraste ofuscante com o roxo de sua fantasia de Daphne do Scooby-Doo, que ela fez uma careta, desmanchando o sorriso de diversão em seu rosto. - Caramba, Diaba mesmo, hein? - fez piada, e eu rolei os olhos.
- Larga de ser idiota, . - ela deu de ombros.
- É só a verdade. Acho que um passeio... - ela girou o dedo indicador, indicando o resto da festa. - ...Ia te fazer bem. Sabe, Jack não era o único cara do mundo. - eu abri a boca, surpresa, e acabei rindo também. era inacreditável.
- ! Eu acabei de terminar um namoro. - ela rolou os olhos, impaciente. Olhou para trás e afastou alguns comes e bebes que estavam ocupando espaço na mesa de centro a minha frente, e sentou-se lá, respirando fundo quando se curvou para falar alguma coisa. Eu semicerrei os olhos, com medo do que eu iria ouvir. Ela riu.
- Você namorava um babaca. Devia estar comemorando, e não sentada aí com essa cara de idiota bebendo refrigerante! Eu devia ter te deixado na reunião quinzenal daquelas velhinhas da rua debaixo. As que fazem tricô e fofocam, sabe? Credo! - deixei meus ombros caírem. podia começar a falar e simplesmente não parar. Cadê a única pessoa que ia conseguir tirá-la de lá? Olhei em volta, procurando uma figura alta e magra, que costumava atrair olhares femininos quando passava.
- Jack não está aqui. - senti duas mãos grandes em meus ombros, apertando-os levemente, e identifiquei a voz. Olhei para cima.
- Era você mesmo que eu estava procurando na verdade. - pisquei um olho para ele e comecei a rir. Rob riu de volta e me deu um tapa na cabeça, soltando meus ombros e atravessando o sofá para se juntar a . - Será que pode tirar essa criatura daqui?
- E te dar as chaves do carro? Nem pensar, você vai sair daí. - sorriu satisfeita, e eu bufei.
Rob estava fantasiado de 007. Usava terno e tudo mais, e tinha óculos escuros pendurados na gola da camisa social. Ele era bastante charmoso, e praticamente toda garota da nossa série queria um pedaço dele. Mas ele gostava mesmo de e ela gostava tanto quanto dele. Eu sempre tinha achado divertido assistir a interação dos dois, porque eles falavam e riam um da cara do outro o tempo todo. Mas hoje eu realmente não estava com humor para isso. Eu só queria ir para casa, me afogar nas mágoas que eu não deveria me afogar.
- Anda, vamos pelo menos no banheiro. Você pode refazer sua maquiagem e andar um pouco por aí. - me obrigou a ficar de pé, e Rob esticou o braço e tirou o copo de refrigerante da minha mão, tomando o resto do líquido e abrindo um sorriso cínico quando me viu olhando horrorizada para a contribuição dele no plano maligno da minha amiga.
Rob não ia ajudar, então eu estava mesmo ferrada. Agora nem o Papa ia fazer parar. Passamos por um monte de gente com copos na mão e sorrisos idiotas nos rostos, alguns me cumprimentaram e eu só acenei de volta, sem a menor idéia de quem era.
me empurrou para dentro do banheiro, abafando o som alto da música (acho que agora tocava Madonna, e pude ouvir alguém gritar "Uhu!" quando a música mudou), e então suspirou. O sorriso divertido sumiu de seu rosto. Ela cruzou os braços.
- Você está bem? - ela perguntou, séria. Eu dei de ombros.
- Não. - respondi, apenas. Era verdade. Andei até o espelho, que ficava acima da pia e era retangular. Apoiei minhas mãos na pia e observei meu reflexo. Realmente, eu estava com uma cara péssima. me entregou sua bolsa e eu tirei o estojo de maquiagem de lá, começando a procurar o que eu iria usar. apoiou-se na parede oposta ao espelho, me observando através do reflexo.
- Jack não veio à festa. - disse, e esperou um pouco para ver minha reação. Realmente me concentrei em abrir o estojo de sombras. - Então acho que você está livre para andar por aí e não encontrar com ele.
- Eu quero ir para casa e não ver ninguém. - resmunguei, e logo bufou.
- Você não vai fazer isso. Eu tenho Rob do meu lado. - ela disse, em tom de ameaça. Eu soltei uma risada, e ela também.
- Ele só é alto, . E é um só. E magrelo.
- Ei, ele é gostoso! - entramos em uma discussão de uns dez minutos, que foi parar em Tom Cruise e Brad Pitt, eu nem lembro mais porquê. Só sei que, quando saímos do banheiro, Rob estava esperando-a na porta e segurou sua mão, esticando-a no alto e fazendo girar como em uma dança, onde ele a segurou pela cintura depois. Vendo os dois sorrirem um para o outro e se perderem em seu mundinho, eu aproveitei para fugir e fui parar no jardim da casa.
Certo, o que eu podia fazer? Não tinha ninguém sóbrio por perto.
Observei por algum tempo a dona da festa gritar com alguém do outro lado do jardim, e voltar a passos pesados com um jarro de vidro em dois pedaços na mão. Ela bufava e parecia ter certeza de que a casa viria abaixo. De verdade, nem parecia tão longe disso.
- Outch! Desculpe! - eu ia girar nos calcanhares e voltar para dentro, esperando que meu lugar no sofá não tivesse sido ocupado por alguém tão patético quanto eu, quando ele esbarrou em mim.
Eu ia xingar, porque achei que fosse outro bêbado qualquer, mas eu fiquei muda quando meus olhos encontraram os dele, depois de subirem muito, já que eu olhava para meus pés e ele era bastante alto.
Ele sorriu. Tinha um sorriso grande, bonito, os dentes muito brancos, fazendo um contraste ainda mais bonito com sua pele morena. Pele essa que eu só podia ver em seu pescoço e rosto, já que o resto de seu corpo estava enfiado em uma fantasia de Homem-Aranha. E, aliás, que corpo!
- Hã... Está tudo bem. - eu resolvi responder, depois de alguns segundos em que ficamos lá, nos encarando. Ele sorrindo e eu com cara de retardada. Claro.
Foi só quando eu notei que ele tinha as duas mãos segurando meus braços, quase na altura dos ombros, porque ele me segurara antes que eu caísse com o impacto. Senti meu rosto ficar totalmente quente quanto a proximidade de nós dois fez-se tão presente e tão grande.
- Hm, desculpe por isso. - ele disse, de repente, parecendo também perceber como estávamos, e então soltou meus braços e se afastou. Eu tentei sorrir.
- Sem problemas, eu... - indiquei com a mão a entrada atrás de nós, ele entendeu e assentiu. Então, a contragosto, eu realmente girei nos calcanhares e estava pronta para voltar ao nada quando ele me chamou. Tinha uma mão coçando a nuca, parecendo incerto.
- Tem alguém esperando você? Porque, sabe, podíamos... Andar... - soltei uma risada, achando graça em como ele também não parecia capaz de concluir frases.
Eu não estava mesmo a fim de voltar para o sofá. E lá estava um cara bonito, simpático e sóbrio me chamando para qualquer lugar longe da música alta e das pessoas alteradas. É claro que ele logo abriu um sorriso quando eu neguei com a cabeça e dei alguns poucos passos até ele.


(Abram o seguinte vídeo em outra página e deixem carregando: Vídeo)*

O nome dele era Taylor Lautner. Ele tinha dezessete anos, assim como eu, e estudava num colégio do outro lado da cidade, o que explicava porque eu nunca tinha o visto por ali. Taylor era bem o tipo de cara que eu lembraria caso visse algum dia. Ele estava passando alguns dias na casa do primo, Adam Mason, um cara chato do segundo ano.
- E é isso. Meus pais resolveram ter uma segunda lua de mel. - ele fez uma careta de nojo, e eu soltei uma risada. - Meu irmão já saiu de casa, e eles acharam que eu não tenho idade o suficiente para ficar sozinho por duas semanas. Quer dizer, eles me dão um carro, acham que eu posso dirigir, mas não me deixam ficar sozinho em casa.
Nós dois andávamos pelo jardim, nos afastando cada vez mais da festa e nos aproximando mais da piscina, que por alguma razão divina ainda não tinha sido notada pelos bêbados da festa. Bêbados adoram piscinas.
- E você? - ele perguntou, de repente. Eu desviei o olhar do caminho, inclinando levemente a cabeça para o lado quando olhei para Taylor. Ele sorriu. - E você? - repetiu a pergunta. - Qual é a sua história? - eu voltei a olhar para frente, e soltei uma risada sarcástica, dando de ombros e cruzando os braços. Balancei a cabeça devagar.
- Não tenho história... Sou daqui, moro aqui, estudo aqui, conheço aquela gente... - nós dois rimos, mas logo Taylor balançou a cabeça em negação.
- Certo, você não quer me contar sua história. Vai deixar que eu te analise. - eu ergui uma sobrancelha, e ele se divertiu com minha clara confusão. Taylor acelerou um pouco o passo e ficou de frente para mim, andando de costas. Eu comecei a rir, e ele logo atirou uma pergunta: - Chocolate ao leite ou amargo? - franzi a testa em resposta, e ele me olhou como que dizendo "Responda logo". Eu suspirei e respondi:
- Ao leite.
- Hm. Coca-cola ou cerveja?
- Coca-cola.
- Amigos, família?
- Melhor amiga, . Me obrigou a vir para cá hoje com cobertura do namorado bonitão, Rob. Mãe e pai que fazem o favor de não tomar conta da minha vida, um irmão bem mais velho.
- Backstreet Boys ou N'Sync? - eu soltei uma risada, mas respondi:
- Backstreet Boys. Nick era tão sexy. - ele rolou os olhos, e nesse ponto parou de andar. Eu tinha achado incrível como ele ainda não tinha caído por andar continuamente de costas. Eu parei também.
- Namorado? - perguntou. Eu suspirei. Jack apareceu na minha cabeça e eu não consegui evitar de soltar:
- Terminou comigo hoje. O que estragou bastante o dia, mas não vamos falar sobre isso.
- O cara terminou com você? - eu apenas assenti. Taylor parecia não acreditar. - Que idiota. - soltou, mas segundos depois ficou vermelho e continuou: - Quer dizer, você é bonita... Legal e interessante. - foi a minha vez de ficar vermelha. Eu abaixei a cabeça, sorrindo de lado.
- Talvez Jack não ache mais isso. - sugeri. E foi mais ou menos quando a ficha caiu. Eu tinha estado apática desde a hora em que tudo terminara, e ainda não tinha tomado consciência do que tinha acontecido em si. Ele... Perdera o interesse em mim. Isso me qualificava como alguém desinteressante? Uma garota feia? Droga.
- ? - Taylor me chamou, levemente preocupado. Eu ergui a cabeça. Ele se aproximou de mim quando viu meu rosto provavelmente vermelho. Colocou uma mão na minha cintura, e outra foi até meu rosto, segurando-o. Eu soltei uma risada fraca.
- Como pode saber que eu sou legal e interessante? - perguntei, procurando seu olhar e achando-o segundos depois. Ele era mesmo bonito, e tinha algo mais nele. Era tão... Ele transmitia uma segurança que eu não conhecia, uma sensação boa vinha dele. Eu meio que era incapaz de não sorrir quando ele me olhava.
- É bastante simples. - ele resolvera responder. Eu esperei que ele continuasse. - Garotas interessantes e legais não ficam bêbadas, e sabem escolher uma boa companhia. - e ele sorriu, deixando claro que ele se referia a si mesmo. Dessa vez, ri de verdade. - Garotas interessantes e legais têm risadas divertidas também. - ele completou, e eu assenti, sorrindo. Como ele conseguia fazer isso?
- Sabe, garotos também podem ser interessantes e legais. - eu disse, e ele ergueu uma sobrancelha.
- Ah, é? - eu assenti. Coloquei minhas duas mãos entrelaçadas em seu pescoço, e Taylor tratou de acabar com a distância entre nós por dando um passo a frente e colando nossos corpos.
- Garotos interessantes e legais são bonitos e não se acham por isso, eles também são bastante pacientes e compreensivos, engraçados... E usam fantasias de super-heróis com complexos demais. - Taylor riu no final, apertando um pouco mais a mão que estava na cintura.
- Por complexos demais, eu poderia entender ter sido picado por um inseto e ganhar poderes? - eu fingi pensar, o que só fez Taylor rir mais. Mas ele não me deixou terminar: - Quem foi que deixou a diaba com a palavra? - rindo, eu me preparei para responder, mas ele se preparou para me beijar. Inclinou a cabeça para frente e para baixo, sua boca em direção a minha, e eu fechei os olhos sentindo meu coração acelerar. Seus lábios encostaram no meu e um frio bom percorreu minha espinha. Eu abri um pouco mais minha boca, ele fez o mesmo e...
- ! CADÊ A IMBECIL DA ? ELA FOI EMBORA MESMO?! COMO...? - olhava impaciente para um lado e para o outro, parecendo irritada.
Eu arregalei os olhos, Taylor me soltou com o susto, e eu visualizei do outro lado da casa, um pontinho roxo e verde. Agarrei o pulso de Taylor.
- Anda, vamos sair daqui! - eu disse, e ele pareceu confuso. Eu rolei os olhos, impaciente.
- Aquela é , eu não vou dar motivos pra ela pegar no meu pé. - disse, e ele riu, mas concordou comigo e começamos a correr. Eu sabia que ia procurar em todos os cantos da casa. Ela simplesmente não podia me ver com alguém, ela ia pegar no meu pé até não poder mais.
Claro que eu não sabia para onde ir, e logo me vi correndo mais devagar e olhando para os lados, procurando algum lugar para me esconder.
- Aqui! - Taylor me puxou para a direita, e acabamos em frente à casa da piscina. Tentei abrir a porta, mas estava trancada. Olhei para os lados, procurando algum outro lugar de entrada, e foi quando Taylor soltou: - Tive uma idéia! Fique aqui! - e antes que eu pudesse responder, ele correu para os fundos e sumiu. Esperei, esperei e esperei... Ele não apareceu.
Ele realmente ia me largar lá? Olhei para os lados e, pensando em segui-lo, ouvi passos atrás de mim.
- Ah, ! Até que enfim! - colocou a mão no meu ombro, me fazendo virar para olhá-la. Ela sorriu e ajeitou o arco na cabeça. - Achei que você tivesse ido embora. Que bom que resolveu...
- , não precisa ficar me vigiando. Eu não sou uma ex-viciada nem nada. - ela riu.
- Certo. É verdade. Acho que vou... - uma trovoada interrompeu sua linha de pensamento, e então gotinhas d'água começaram a pingar em nossas cabeças. fez cara de aterrorizada. - Vamos entrar! - ela chamou. Eu apenas assenti.
- Pode ir na frente, eu já vou! - parecia que era de papel, porque voou para dentro da casa de novo. Soltei o ar pesadamente quando me vi sozinha, achei que fosse ser mais difícil me livrar dela.

(Dêem play no vídeo que deixaram carregando e continuem lendo o resto da fanfic ouvindo a música!)*

Assim que ela estava longe de vista, eu me virei para procurar Taylor de novo. Olhei para os lados, para cima, para dentro da casa da piscina... Mas estava toda escura. Onde é que ele tinha se metido...?
- HÁ!
- AAAAH!
Ele me apareceu no telhado, de cabeça para baixo, com a máscara de Homem-Aranha tampando seu rosto, exceto pela boca e o queixo. De alguma forma, eu tinha os pés presos no telhado e o azul e vermelho de sua roupa eram ofuscantes por aparecer tanto no fundo escuro da noite. As gotas d'água batiam em seu corpo e eu as sentia caírem em meus cabelos e roupas. Ele sorria, e eu semicerrei meus olhos.
- Seu idiota! - reclamei, cruzando os braços. Ele riu mais ainda. Eu me aproximei. - Como... Como está pendurado aí?
- Eu sou um super-herói, esqueceu? - respondeu, e eu rolei os olhos.
- Sério, Taylor... Como...
- Já disse, coisa de super-herói! Você faz suas maldades, eu me penduro onde quero! - ri de novo, e percebi que a cabeça dele estava na mesma altura que a minha. Respirando fundo e tentando controlar os batimentos acelerados do meu coração, coloquei minhas duas mãos em suas bochechas, abrindo um sorriso de lado quando ele sorriu ainda mais.
Me aproximei ainda mais, e então colei nossos lábios. Dessa vez, nada interrompeu quando nós dois abrimos nossas bocas e deixamos o beijo continuar. Fora estranho, porque eu tinha minhas mãos em suas bochechas e queixo e ele estava com as suas soltas, e a chuva começara a cair mais forte, nos deixando encharcados. Mas foi tão bom.
Nós dois rimos no meio do beijo, divertidos, e eu perdi a noção do tempo enquanto sua língua passeava pela minha boca, de cabeça para baixo, e eu só tinha seu queixo e bochechas para tocar. Quando diminuímos o ritmo do beijo e nos afastamos um pouco, Taylor sorriu e eu também. Notei sua boca vermelha, e imaginei que a minha também estivesse assim.
O frio na barriga e o coração acelerado agora pareciam parte constante do funcionamento do meu corpo.
A chuva caía mais forte, e nós dois estávamos ensopados.
- Hey, Mary Jane. Vou descer daqui, te colocar no meu carro, te levar a um lugar pra comer hambúrguer com fritas, e então te beijar com os pés no chão, ok? - aos risos, eu assenti e me afastei, esperando ele descer do telhado e vir me abraçar.
Certo, talvez eu não devesse odiar tanto assim o fato de não ter mais namorado...
- Pronto. - Taylor me abraçou por trás, e eu sorri assim que senti seus braços grandes e fortes ao redor da minha cintura e sua voz baixa ao pé do meu ouvido. Apesar da chuva que não parara, eu não sentia frio algum, e as gotas d'água também não me incomodavam.
Taylor me beijou no rosto, no pescoço... Eu girei para ficar de frente para ele.
- McDonald's é o point dos super-heróis e suas mocinhas indefesas. - eu o observei, erguendo uma sobrancelha.
- Eu não sou sua mocinha indefesa. - na mesma hora, ele fingiu surpresa e me soltou, fazendo movimentos tão rápidos que eu me perdi, e no segundo seguinte tinha me pego no colo, um braço passando pelas minhas costas e outro pelas minhas pernas. Eu soltei um gritinho agudo e me segurei nele passando meus braços e mãos ao redor de seu pescoço. Taylor riu alto.
- E não é minha mocinha indefesa, hein? - perguntou, sarcástico. Eu rolei os olhos, sorrindo. Então eu era mesmo uma mocinha indefesa.
...Eu tinha ganho um super-herói no lugar.

FIM


N/A: Achei que Taylor, beijo à lá Homem-Aranha, e Taylor fantasiado de Homem-Aranha pudessem ser uma boa combinação! Vocês curtiram? Comentem! ;)

*A música é da banda Vertical Horizon, e se chama "You're A God". Escolhi essa música porque escrevi essa fanfic ouvindo o CD deles. Espero que tenham gostado. (:
Você pode conferir a letra original aqui e a letra original com tradução aqui.

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