Capítulo Único
- Bom dia, Truss! – a secretária ouviu às 9:00 em ponto uma mulher alta e elegante dizer ao passar por sua mesa, carregando um copo de café em uma mão e sua enorme bolsa na outra.
- Bom dia, null. – ela sorriu, respondendo e logo emendando com os recados que precisava passar. – O gerente do cassino da Filadélfia já ligou para você no mínimo umas cinco vezes hoje. Continuam com o mesmo problema das máquinas que aparentemente não estão funcionan...
- Vou te interromper aí, Truss. Eu realmente não quero saber sobre essas máquinas. Modéstia muito à parte, a CEO dos Cassinos Cahill & Dixie não precisa se envolver com esse tipo de dor de cabeça, tem gente para sentir elas por mim. Passa essa demanda para o setor responsável, por favor. E se ele ligar de novo, fala que eu morri. – ela completou, dando um longo gole em seu café, ouvindo sua secretária rir.
- Certo, boss. – quando null pensou em responder, ouviu uma longa e nasalada risada vir por trás dos seus ombros. Não precisou girar seus calcanhares e gastar seus caríssimos Louboutins para saber quem era o dono daquele som. Ela, infelizmente, conhecia de cor a voz do ser desprezível em questão: null Cahill.
- Algum problema, Cahill? – null perguntou, já se encaminhando para a sua sala.
- Nenhum, Dixie. Só estou pensando sozinho aqui... – ele disse, sentado no sofá em frente à recepção.
- Que bom, obrigada por me fazer perder um minuto precioso do meu tempo com você. – e bateu a porta atrás de si.
- Estressadinha, né? E hoje ainda é segunda-feira! – null comentou com Truss, também indo em direção à sua sala, deixando a mulher rindo sozinha.
null e null eram sócios da maior rede de cassinos dos Estados Unidos, mas definitivamente não escolheram estar ali juntos. Seus pais foram melhores amigos e parceiros de xadrez por anos. Fundaram os Cassinos Cahill & Dixie e em um golpe de sorte, ficaram milionários. Conseguiram pegar a maior paixão em comum – o jogo – e ficar ricos. O sonho americano.
null e null, consequentemente, cresceram juntos. Quando crianças, brincavam. Adolescentes, passaram a se odiar... Mas esse sentimento aumentou ainda mais quando seus pais faleceram e deixaram todo o império na mão dos dois.
- Ele precisa ser tão gostoso assim? – null bufou ao telefone, já em sua sala, ouvindo uma risada como resposta. – É sério, Bec. Dá vontade de chorar. Eu odeio o null na mesma proporção de deliciosidade que ele possui. Se é que isso é uma palavra.
- Eu já teria ido na sala dele e feito toda aquela cena de filme, sabe? Jogar os papeis da mesa no chão para transar e tal. – Bec riu do próprio pensamento e percebeu a amiga ficando em silêncio do outro lado da linha. Depois de ponderar um pouco, respondeu.
- Nunca. Não vou dar esse gostinho para o Cahill, Rebecca! De novo não.
- Se eu ganhasse 1 dólar todas as vezes que você falasse isso, estava milionária como você.
- Para, Bec. Agora estou falando sério. Prefiro continuar no plot “temos uma empresa juntos, mas nos odiamos”. Te prometo: a dor de cabeça é menor. E aliás... – null ia completar, mas ouviu duas batidas em sua porta e logo em seguida um null Cahill colocando a cabeça para dentro.
- Posso entrar, Dixie?
- Já entrou, né, null? – ela bufou, ouvindo a amiga ainda rir ao telefone. – Bec, preciso desligar. Nos falamos depois!
- Meu dólar vai chegar mais cedo que pens... – e null desligou o telefone.
- O que você quer, querido? Me fazer perder mais o meu tempo? – ela falou em seu tom mais irônico.
- Temos aquela reunião com os possíveis investidores do novo cassino às 10:00 e pensei que poderíamos treinar um pouco a apresentação.
- Qual a necessidade? Fazemos essa reunião todo mês, Cahill. Vai dar uma de amador agora?
- Você anda me evitando muito... Sabe o que dizem sobre esse ódio desmedido, né? – ele disse, indo em direção à null, se posicionando bem atrás de sua sócia e abaixando para ficar na altura da sua orelha. null travou, apertando discretamente suas unhas vermelhas no braço da cadeira. Maldito efeito que null possuía nela.
- Não, null. Tem momentos que ódio é só ódio mesmo. – ela disse, tentando acreditar no que estava falando. Ele sorriu fraco próximo ao pescoço de null, arrepiando-a.
- Não é o que seu corpo diz, Dixie. – e terminou a frase, mordendo de leve o lóbulo da orelha da mulher. – E tudo bem não querer treinar nossa apresentação. – ele disse, endireitando o tronco e indo novamente em direção à porta. – Já consegui coisa melhor por aqui. – piscou para ela e saiu da sala.
null ficou olhando para a porta fechada por alguns minutos. Era absurdo o poder que null tinha sobre seu corpo. E em sua opinião, era ainda mais absurdo deixar com que ele brincasse dessa maneira com ela. Mas era sempre assim: ele provocava, ela cedia. Sua amiga estava mais que certa: perdera a conta de quantas vezes prometeu para si mesma que “aquela vez seria a última”. Mas por Deus! Como era difícil esquecer e resistir ao toque firme de null em seu corpo, a voz grave em seu ouvido... Tomou um susto ao ouvir seu telefone tocar, finalmente despertando de seu transe.
- null. – ela atendeu.
- Você sabia que é a coisa mais ridícula do mundo você atender seu telefone falando seu próprio nome? – ouviu null rir do outro lado da linha e bufou. Era pedir muito umas três horinhas sem precisar ouvir a voz dele?
- Vai se ferrar. Eles chegaram?
- Sim, Truss acabou de avisar. Estou levando-os para a sala de reunião.
- Já estou indo, obrigada null. – e desligou sem esperar uma resposta.
A rotina dos CEO’s dos Cassinos Cahill & Dixie era praticamente essa: reuniões aqui e algumas assinaturas ali. Para o bem deles, tinham uma equipe eficiente, confiável e bem estabelecida por seus pais. Se realmente quisessem, nem precisariam estar de corpo presente na empresa, mas os dois gostavam de participar de perto dos negócios de família.
- E mesmo sendo um ano conturbado, fechamos 2020 com um lucro de 80% em nossos dois cassinos na Flórida. – null ia dizendo aos investidores à sua frente.
- Você diz isso baseado em que, exatamente? – um dos homens, que usava uma gravata roxa perturbadora, questionou em tom de deboche, fazendo null franzir a sobrancelha.
- Em dados...? Desculpe, não entendi a sua pergunta. – null falou, buscando qualquer resquício de paciência dentro de si. Sabia por que eles estavam fazendo essas perguntas. O mercado de jogos ainda era extremamente machista e dominado pela ala masculina, quebrar esse paradigma era uma luta diária para ela.
- Claro que não entendeu. – ele riu, irônico, acompanhado dos outros dois engravatados ao seu lado. null ignorou e continuou a apresentação, mas os homens, àquela altura, prestavam mais atenção em como suas coxas se comportavam em sua saia lápis do que realmente no assunto de que vieram tratar. Ela já estava chegando em seu limite.
- null, acho que você pode parar por aí. Não acredito que nossos investidores estejam interessados no que você está falando. – null cortou a sócia, olhando firme para os três homens à sua frente.
- O qu... Perdão, Sr. Cahill? – o homem de gravata roxa se endireitou na cadeira, visivelmente desconcertado.
- Você entendeu muito bem o que eu falei. Se não consegue respeitar a CEO da maior rede de cassinos dos Estados Unidos e nem controlar suas calças por uma hora durante uma reunião, quem dirá controlar sua própria filial. Obrigado pelo tempo de vocês, senhores, vou levá-los até a porta. – disse indicando a saída sem olhar para trás, mas sabendo que eles estavam o acompanhando. null sorriu largamente quando todos saíram da sala de reunião. null podia ser a pessoa mais odiosa da face da Terra, mas essa tinha sido uma das coisas mais legais que ele já fizera por ela.
- Obrigada por isso, null. – Ela levantou os olhos dos papéis à sua frente quando ele retornou à sala de reunião. – Foi realmente legal da sua parte.
- Não precisa agradecer. Aliás, só agradeça por eu não ter perdido minha paciência e partido para agressão física. – Ele sorriu fraco, ajudando-a com os papéis. – Sei que eram clientes com grande potencial, mas...
- Tá maluco? Nós somos Cahill e Dixie. Tem fila no lobby para uma filial nossa, você sabe disso. Não precisamos dessa amostra grátis de Chernobyl para nada. Só espero de verdade que um dia eu não precise ficar me preocupando em reafirmar meu potencial apenas por ser mulher.
- Todo mundo sabe como você é foda, null. Seu pai pode ter fundado isso aqui, mas se a empresa continua de pé mesmo após sua morte, isso é por você! – ele finalizou, a fazendo sorrir.
- Por nós. Existe um Cahill na parede.
- Posso ser legal uma vez na vida sem você atrapalhar? – ela levantou as mãos em rendição, sorrindo.
- Ok, ok. Eu aceito hoje. - ela disse encerrando o assunto, pegando o seu notebook e dando as costas para null, indo em direção à saída da sala.
- Hey, Dixie? – ele chamou, fazendo a mulher olhar para trás. – Eu até concordo, sabe? – null falou, fazendo null franzir a sobrancelha.
- Do que você está falando, Cahill?
- Você está realmente gostosa nessa saia. – sorriu de lado, fazendo null bufar. Lá estava o bom e velho null Cahill.
XX
null chegou em casa, largou seus saltos altíssimos na entrada e sentou no chão para sua rotina sagrada: dar oi e fazer carinho em cada um de seus quatro gatos, que sempre a esperavam ansiosamente. Quem via a cena e não conhecia o seu lado mulher de negócios, nem imaginaria. Ali, descalça e jogada no chão com seus gatinhos, ela não era a famosa empresária null Dixie. Era simplesmente a null e ela amava isso.
Levantou e foi em direção à sua suíte. Um bom banho e uma taça de vinho eram tudo que ela precisava depois daquela reunião desprezível. Entrou na banheira, posicionou sua taça no apoio lateral e fechou os olhos. Após um tempo em silêncio, pensou em ligar para Bec. Desde que seu pai faleceu, a amiga tinha virado quase uma extensão do seu próprio corpo. Se ela respirava, Rebecca sabia.
- SIRI! Ligar para Bec! – ela gritou estridente, rindo de si mesma. Amava a tecnologia. O telefone tocou algumas vezes, até que ouviu a voz da amiga.
- Vai, perua. Conta! Foi na mesa ou no chão hoje? – ela disse, rindo.
- Minha palavra não vale nada, né? Eu disse que não aconteceria e vou honrar o prometido. null Cahill nunca mais. – ela completou, tomando um gole de vinho. – Mas hoje aconteceu uma coisa estranha.
- O quê?
- Na reunião uns caras foram extremamente grosseiros comigo. Você sabe como funciona... Ironizaram os dados que eu estava mostrando e ficavam olhando para o meu corpo como se seus olhos tivessem raio-x. – ela respirou fundo, tomando outro longo gole de seu vinho.
- null, sinto muito por isso, de verdade.
- Não se preocupe, eu já estou acostumada. Mas essa não foi a coisa estranha... – ela ponderou antes de falar. – O null praticamente os expulsou da sala de reunião.
- Mentira! Como assim? Para te defender?
- Sim! Me pediu para parar a apresentação porque aparentemente ninguém estava prestando atenção. E disse para eles que se eles não tinham respeito e controle pelas próprias calças em uma uma hora de reunião, quem dirá de uma filial de Cahill & Dixie. – ela disse gargalhando, lembrando-se da cara dos investidores.
- Ahhh, null! Você nunca cansa de me surpreender... – Bec completou, adorando ouvir aquilo. A amiga de null era a maior torcedora do casal de herdeiros desde a primeira vez que ficaram. – Esse era o momento que você deveria ter jogado todos os papéis da mesa no chão, etc.
- Agora a gente tem que abrir as pernas para qualquer homem que faça o mínimo?
- Você abre as pernas para o null sem ele precisar fazer nada.
- Bec! – null exasperou ofendida. Recebeu uma gargalhada como resposta e não conseguiu não acompanhar.
- Desculpa, amiga. Mas não ‘tô mentindo.
- Te liguei pra ficar tranquila e você me irritou mais. Vou voltar pro meu vinho e pro meu banho, beijo e tchau.
- Te amo, amiga! – Bec despediu e desligaram o telefone.
XX
No dia seguinte, por coincidência, null e null chegaram juntos ao escritório. Ao descerem de seus carros, foram parados por alguns jornalistas que tentavam a todo custo algum depoimento dos herdeiros.
“null, o que tem a dizer sobre as acusações?”
“null, você acredita que seus pais teriam orgulho do modo com que você e Cahill estão encaminhando os negócios da família?”
null olhou para null com desespero. Que diabos estava acontecendo? Ele pegou a sócia pelo ombro e apertaram o passo até o lobby do luxuoso edifício onde era localizada a sede da empresa.
- Que merda é essa, null? O que você fez? – null berrou quando entraram no elevador.
- O que eu fiz? Tá maluca? Eu sei tanto quanto você. Mas vamos descobrir o que tá acontecendo em 3, 2... – assim que ele finalizou a frase, as portas do elevador se abriram e Truss levantou correndo da sua mesa.
- Gente, pelo amor de Deus! Isso aqui tá uma loucura hoje! Como vamos resolver isso?
- Explica para gente com calma o que tá acontecendo, Truss.
- O Sr. Bass, investidor de ontem, está acusando vocês de má conduta e constrangimento blá-blá-blá, um termo bem jurídico que não vou lembrar agora. Que diabos vocês fizeram ontem nessa reunião?
- Você tá brincando, né? – dessa vez null gritou. Se ela fosse um desenho animado, com certeza teria fumacinha saindo de suas orelhas. – Me manda todos os artigos que saíram sobre o assunto no meu e-mail agora, Truss. Peça aos nossos advogados que venham aqui de tarde e marque uma coletiva de imprensa às 17h. – ela disse pisando forte em direção à sua sala.
- null, não seria melh... – null tentou falar, mas null não deixou com que ele terminasse. Girou seus pés, apontando o dedo em riste em direção ao homem à sua frente. – Cahill, não. Eu vou resolver isso hoje. Ele falou e fez o que quis comigo ontem. Você, muito gentilmente, tentou me defender. Pelo visto não resolveu. Não vou deixá-lo sair ileso e nós como malucos. Não vou aceitar calada. – e seguiu seu caminho, batendo forte a porta atrás de si.
XX
A sala de imprensa estava repleta de jornalistas. Cahill & Dixie era uma empresa extremamente renomada no mercado e as acusações vindas do poderoso investidor causaram uma verdadeira bagunça nos noticiários àquela manhã. null estava em pé em cima do palco, enquanto null se posicionava atrás do púlpito com microfone. Sua expressão era indecifrável, para o desespero da assessora de imprensa que estava assistindo da lateral da sala, pronta para intervir se as coisas saíssem do controle.
- Boa tarde, senhores. – null iniciou, após dar leves batidinhas no microfone. – Realmente não queríamos convocar essa coletiva, mas precisamos esclarecer algumas coisas. Vamos mostrar para vocês no telão algumas imagens e depois vou falar o que quero. Não responderemos perguntas, nem renderemos esse assunto após isso, ok? – ela disse e logo em seguida assentiu para o jovem ao seu lado, que estava controlando o computador, dando permissão para que ele começasse a apresentação.
Em poucos segundos, imagens da câmera de segurança da sala de reunião começaram a passar no grande telão. Para sorte de null, ela estava posicionada em local estratégico. Pelas cenas, era possível entender exatamente o ângulo que null estava em relação aos homens no dia da reunião: mais alta por estar em pé, dando uma visão “privilegiada” para que eles olhassem seu corpo. Nas imagens selecionadas pela CEO, era visível os olhares, comentários e risadinhas direcionadas a ela. A última imagem mostrava o momento do semblante debochado de Sr. Bass até o momento que null os pedia para sair da sala.
O vídeo acabou e a sala ficou movimentada, com flashes e jornalistas tentando fazer suas perguntas. Após acalmá-los, null pegou o microfone.
- Como eu disse no início, eu não vou responder a nenhum de vocês. O vídeo que viram agora, mesmo sem áudio, deixa explícita a falta de respeito no qual fui exposta na reunião de ontem pelo Sr. Bass e seus associados. O mercado de jogos é extremamente machista e, dia após dia, eu tento provar o meu valor aqui dentro sem que duvidem do meu potencial por eu ser mulher. Sem que me comparem o tempo inteiro com o meu sócio. Sem que achem que ele é melhor que eu só pelo que tem no meio das pernas. – ela suspirou antes de continuar. - Em nenhum momento pensei em fazer com que isso viesse a público porque para ser sincera com vocês, é algo no qual estou acostumada. Mas não vou deixar que um homem babaca como o Sr. Alejandro Bass tente tirar proveito de uma situação que ele mesmo causou. Ele foi convidado a se retirar e negamos sim qualquer tipo de negócios entre ele e os Cassinos Cahill & Dixie, mas o motivo disso vocês acabaram de assistir. E que fique registrado: será assim com qualquer um que chegar aqui desrespeitando a mim, Cahill ou qualquer funcionário dessa empresa. Considerem esse assunto encerrado.
null deu as costas para o mar de jornalistas, se encaminhando para a saída da sala, sendo acompanhada por null, sua assessora e os seguranças.
- Meu Deus, null! – Emily, a assessora de imprensa, exclamou assim que entraram no elevador. – Eu não estava esperando por isso. E confesso que estava com muito medo do que você faria... Mas de verdade, eu não teria te instruído melhor. Você arrasou!
- ‘Tô com vontade de vomitar. Não acredito que fiz isso. – ela disse, rindo, saindo da caixa metálica quando as portas se abriram. – ‘Tô me sentindo 30 quilos mais leve, de verdade. Aquele escroto teve o que mereceu. Obrigada pelo apoio, Emily. – mandou beijos no ar e entrou em sua sala. Assim que sentou em sua cadeira, viu sua porta se abrir sem que houvesse batidas.
- Não vou nem perguntar por que você não bateu. Estou me sentindo bem demais para discutir com você. – Ela disse para null, que já estava sentado na cadeira à sua frente.
- Nunca te achei tão sexy como hoje. – ele disse, galanteador, olhando fixamente para null. – Parabéns por como conduziu a situação.
- Obrigada. Era só isso? – ela disse levantando, indo em direção à porta para que null a acompanhasse. Saiu de sua sala e foi para o meio da recepção, com a esperança de que a presença de Truss fizesse ele se afastar, mas a garota já tinha ido embora. Xingou mentalmente. Ela realmente não sabia quanto tempo mais duraria a sua resistência.
- Por que você está me evitando tanto, null? – ele tentou aproximar seus corpos, tirando uma mecha do cabelo dela dos olhos e colocando atrás da sua orelha.
- Para, null. – ela disse, sem realmente tentar sair de perto.
- Você me evita porque sabe o que acontece se abrir um pouco a guarda. Você sabe que quer tanto quanto eu. Pode até negar para outras pessoas, mas estamos só nós dois aqui, null... – ele disse baixo, olhando para a mulher na sua frente.
- null, eu...
- Vamos apostar então?
- Apostar? Como assim? – ela olhou, confusa.
- Uma noite. – ele falou e recebeu como resposta uma longa gargalhada.
- Você só pode estar me zoando. Quem você acha que eu sou para apostar meu corpo? Para ter isso aqui precisa merecer, meu amor.
- Tem tanta certeza que vai perder assim, Dixie?
- Como apostaríamos isso? – ela disse ponderando. Lá se foi a sanidade mental.
- Como nossa família sempre soube fazer: jogando. – ele falou, sério, apontando para a grande parede onde seus sobrenomes estavam estampados. Logo abaixo da logomarca do cassino havia uma luxuosa mesa de xadrez com peças em cristal, simbolizando onde tudo tinha começado.
- Xadrez? Sério? Seu pai tá revirando no túmulo uma hora dessas. – ela debochou, se preparando para dar as costas. – Eu não vou apostar nada com você. Boa noite. – quando pensou em sair, sentiu as mãos de null agarrando seu braço, impedindo-a de ir embora.
- Honre teu sobrenome, null Dixie. Acha que não consegue ganhar uma partida de xadrez contra mim? Quem tá se revirando no túmulo agora definitivamente não é o meu pai. – ela bufou e ele sorriu vitorioso.
- Ok. Uma partida. Se eu ganhar, você nunca mais toca nesse assunto.
- E se eu ganhar... – ele a puxou pela cintura, aproximando seus corpos. – Você vai ter a melhor noite da sua vida. – e mordeu o lábio de null, puxando-o em seguida. Por um segundo, ela fechou os olhos e deixou que a sensação do toque do homem a levasse. Quase pensou em desistir da partida... Jogar para quê? Ela sabia que queria.
- Vamos? Todo mundo já foi embora, estamos só nós dois aqui. – null a despertou de seu transe.
- Eu preciso de muita bebida para aturar essa palhaçada. – null disse, indo para sua sala e saindo de lá com uma garrafa de whisky. Serviu dois copos e os colocou no apoio de mesa na lateral do tabuleiro.
- Vamos acabar logo com isso. – ela se sentou na luxuosa cadeira em frente ao tabuleiro de cristal de xadrez, sendo seguida por null.
- Vai ser rápido. O que vem depois, eu já não garanto. – ele disse, levantando seu copo para que ela o acompanhasse no brinde.
A partida foi acirrada. null estava disposta à “honrar seu sobrenome”, como null tinha feito questão de pontuar, mas seu parceiro estava levando a melhor.
- Você tá roubando! – null disse, dando um longo gole em seu whisky após ver sua rainha sendo derrotada.
- Não tem como roubar no xadrez, Dixie! E se eu estivesse fazendo isso, aí sim meu pai se reviraria no túmulo. Eu não preciso disso. – ele disse, rindo. Ela fez uma careta e continuaram a jogar.
- Xeque-mate. – null disse, convencido, derrubando o peão da sócia, que abriu a boca em descrença.
- Melhor de três? Por favor? – ela disse, manhosa, enchendo o seu terceiro copo.
- Se eu fosse você aceitava sua derrota com uma partida só... Duas seguidas vai ser triste de assistir. – ele disse tirando sarro, recebendo um olhar furioso como resposta. – Ok, ok! Melhor de três.
null arrumou novamente os peões em suas devidas casas e se serviu de mais whisky. Àquela altura, não sabia se realmente queria beber ou só esquecer que estava perdendo uma aposta ridícula que valia sua dignidade. Seja lá o que fosse, ajudou.
- XEQUE-MATE! – ela gritou, batendo palminhas, fazendo com que null risse.
- Diferente de você, eu sei admitir uma derrota. Mas vamos acabar logo com isso. – ele organizou pela última vez os peões e deu início ao jogo. – Sabe... eu mal posso esperar pelo que vai acontecer a seguir. – Ele movimentou seu bispo, mas olhando diretamente nos olhos de null.
- O que vai acontecer? – ela perguntou, sabendo que estava entrando em algo que não conseguiria sair depois. Mas quem ela queria enganar? Era o que queria desde o início.
- Primeiro, vou te encostar naquela parede ali – ele disse com um dos peões na mão, indicando do que ele estava falando. – Colocar minha mão na sua nuca e puxar seu cabelo na medida certa, daquele jeito que eu sei que você gosta.
Ela olhou nos olhos de null e movimentou o primeiro peão que estava ao seu alcance, sem realmente prestar atenção no que estava fazendo.
- Depois, vou beijar e morder seu pescoço bem devagar, enquanto sinto sua pele se arrepiar em cada pedaço que minha boca encostar.
- Uhn... – ela balbuciou, fazendo mais uma jogada. null olhou para o tabuleiro e sorriu fraco, se levantando da cadeira e se posicionando atrás de null.
- Sabe o que eu acho, null? – ele disse, afastando seu cabelo e se abaixando, para ficar na altura do ouvido da mulher. – Você não quer ganhar esse jogo.
- Como não? Eu vou ganhar. – ela disse baixo, sentindo os efeitos da sua voz grave soprando tão perto.
- Não, não vai. Sabe por quê? – ele disse, descendo os dedos pelo braço de null até chegar em sua mão, que estava imóvel no colo, a pegando e levando ao tabuleiro. – Olha aqui. Você já poderia ter pegado meu rei há umas duas rodadas. – ele guiou a mão de null para fazer a jogada vencedora, fazendo-a suspirar. Consciente ou não, aquilo era verdade. null poderia ganhar de null de pelo menos três maneiras diferentes naquela rodada. – Xeque-mate. – ele sussurrou.
Se alguém perguntasse para ela no dia seguinte o que a levou a tomar a atitude a seguir, ela diria que foi o whisky. Levantou de sua cadeira, pegou null pela gravata e o jogou no sofá da recepção, sentando em seu colo e o beijando. É, definitivamente o álcool. null riu safado, segurando firme em seu quadril e retribuindo o beijo com intensidade. Suas línguas se movimentavam com pressa e com vontade.
- Caralho, que saudade do seu gosto. – null disse baixo, subindo suas mãos pelo tronco de null, segurando seu seio e olhando nos olhos da mulher. Ela mordeu a boca, soltando um gemido abafado. – Não faz isso... Não geme assim. – ele grunhiu, abrindo os botões da blusa de null e desabotoando seu sutiã em seguida, enquanto ela se movimentava inconscientemente sobre o colo de null.
- Você é tão gostoso, Cahill. – ela disse, aumentando seus movimentos, se referindo ao volume na calça do homem.
- Eu não preciso de preliminares com você, Dixie. Você me deixa com tesão só de estar perto. – ele gemeu, trocando de posição e deixando-a por baixo. – Eu disse que seria a melhor noite da sua vida. Não é pra você ficar me provocando.
- Mas eu não estou fazendo nad... – ela interrompeu sua fala quando sentiu a língua de null deslizar devagar pelo seu mamilo. Aquele era seu ponto fraco e ele sabia disso. Gemeu, incentivando o homem a continuar o que estava fazendo. Ele chupou mais forte, alternando os seios e apertando-os com vontade.
- Me come, por favor. – ela suplicou, puxando os pequenos fios de cabelo de null nas mãos.
- Eu não precisar de preliminares não significa que elas não vão existir. Quero você toda para mim hoje, Dixie. – ele disse, olhando nos olhos dela, enquanto descia suas lambidas pela barriga de null até chegar em sua saia. Abriu o zíper rapidamente e a jogou longe, revelando uma calcinha preta de renda.
- Tão gostosa e tão molhada... – ele passou os dedos pela parte de cima da intimidade da mulher sobre a calcinha, a fazendo erguer os quadris, num pedido silencioso por mais. null puxou de leve a peça rendada para o lado, beijando e dando leves sugadas na virilha da mulher. – Você quer, não quer, minha safada?
- null, por favor... – ele sorriu, passando os dedos pela lateral da calcinha, a puxando para baixo em um rápido movimento.
– Sua sorte é que eu não aguento ver você tão molhadinha assim e não sentir seu gosto. – null finalizou, chupando finalmente toda a extensão da intimidade de null. Ela gemeu alto, puxando os cabelos do homem e empurrando seu rosto em sua direção. Ele subiu, passando a língua em movimentos circulares e lentos pelo clitóris da mulher, que pedia por mais. Enquanto chupava, levou dois dedos à entrada de null, penetrando com facilidade devido à sua lubrificação. A cada movimento de null, tanto dos dedos quanto da língua, null soltava um gemido ainda mais alto. Não estava aguentando mais.
- Eu vou gozar... – ela disse devagar, sem forças.
- Ah, não vai, não! – ele respondeu parando de chupar, beliscando seu clitóris. – Vai gozar quando eu estiver dentro de você, metendo forte e compensando todos esses dias que passei pensando nesse momento. – null disse, voltando a chupá-la, raspando leve seus dentes pelos grandes lábios de null.
- Me fode então, vai. – ela suplicou. Cahill já estava completamente duro de tesão, não resistiria a aquele pedido. Se levantou, tirou suas calças e boxers e pegou uma camisinha em sua carteira. A colocou rápido e voltou para cima de null, penetrando de uma só vez. A cada investida, gemiam mais forte.
- Você não sabe como esperei para ter você dentro de mim de novo. – ela sussurrou no ouvido de null, o abraçando com as pernas e arranhando suas costas.
- E mesmo assim você continua fugindo de mim... Por quê? – ele diminuiu o ritmo das investidas, a provocando.
- Mais forte! – ela praticamente gritou, fazendo o homem rir.
- Responde a minha pergunta.
- Nós dois nunca daríamos certo, null. – ela respondeu simplesmente, fazendo null voltar a aumentar a velocidade de seus movimentos.
- Eu vou acabar gozando. – null disse baixo no ouvido de null.
- Goza comigo então, vai... – sua voz rouca veio como um convite para null, que chegou ao seu limite. Ela gemeu alto, apertando o corpo de null contra o seu, que também gemia com intensidade chegando ao clímax.
- Que delícia é comer você. – ele disse, puxando o lábio dela e levantando seu corpo em seguida. null se levantou em silêncio, vestiu suas roupas e olhou para o lado. null estava a encarando. – Você nunca vai dar uma chance para gente né? – null foi em direção a ele, o pegou pelo pescoço e iniciou um beijo demorado. Terminou encostando suas testas, respirando fundo. Deu um selinho em null antes de pegar suas coisas e ir embora, deixando um Cahill confuso.
XX
null tocou a campainha daquele lugar que ela conhecia de olhos fechados. Tocou novamente quando percebeu que a porta ainda não tinha sido aberta, impaciente.
- Calmaaaa! – ouviu Bec gritar antes de ouvir o barulho das chaves sendo viradas. – Oi, amiga! O que aconteceu? Que cara é essa? – null suspirou e entregou uma nota de 10 dólares na mão da amiga.
- 1 dólar por não ter resistido ao null, 9 por achar que eu estou apaixonada. – ela disse, nervosa. Rebecca sorriu e abriu os braços para null, que entrou no apartamento, fechando a porta logo em seguida.
- Bom dia, null. – ela sorriu, respondendo e logo emendando com os recados que precisava passar. – O gerente do cassino da Filadélfia já ligou para você no mínimo umas cinco vezes hoje. Continuam com o mesmo problema das máquinas que aparentemente não estão funcionan...
- Vou te interromper aí, Truss. Eu realmente não quero saber sobre essas máquinas. Modéstia muito à parte, a CEO dos Cassinos Cahill & Dixie não precisa se envolver com esse tipo de dor de cabeça, tem gente para sentir elas por mim. Passa essa demanda para o setor responsável, por favor. E se ele ligar de novo, fala que eu morri. – ela completou, dando um longo gole em seu café, ouvindo sua secretária rir.
- Certo, boss. – quando null pensou em responder, ouviu uma longa e nasalada risada vir por trás dos seus ombros. Não precisou girar seus calcanhares e gastar seus caríssimos Louboutins para saber quem era o dono daquele som. Ela, infelizmente, conhecia de cor a voz do ser desprezível em questão: null Cahill.
- Algum problema, Cahill? – null perguntou, já se encaminhando para a sua sala.
- Nenhum, Dixie. Só estou pensando sozinho aqui... – ele disse, sentado no sofá em frente à recepção.
- Que bom, obrigada por me fazer perder um minuto precioso do meu tempo com você. – e bateu a porta atrás de si.
- Estressadinha, né? E hoje ainda é segunda-feira! – null comentou com Truss, também indo em direção à sua sala, deixando a mulher rindo sozinha.
null e null eram sócios da maior rede de cassinos dos Estados Unidos, mas definitivamente não escolheram estar ali juntos. Seus pais foram melhores amigos e parceiros de xadrez por anos. Fundaram os Cassinos Cahill & Dixie e em um golpe de sorte, ficaram milionários. Conseguiram pegar a maior paixão em comum – o jogo – e ficar ricos. O sonho americano.
null e null, consequentemente, cresceram juntos. Quando crianças, brincavam. Adolescentes, passaram a se odiar... Mas esse sentimento aumentou ainda mais quando seus pais faleceram e deixaram todo o império na mão dos dois.
- Ele precisa ser tão gostoso assim? – null bufou ao telefone, já em sua sala, ouvindo uma risada como resposta. – É sério, Bec. Dá vontade de chorar. Eu odeio o null na mesma proporção de deliciosidade que ele possui. Se é que isso é uma palavra.
- Eu já teria ido na sala dele e feito toda aquela cena de filme, sabe? Jogar os papeis da mesa no chão para transar e tal. – Bec riu do próprio pensamento e percebeu a amiga ficando em silêncio do outro lado da linha. Depois de ponderar um pouco, respondeu.
- Nunca. Não vou dar esse gostinho para o Cahill, Rebecca! De novo não.
- Se eu ganhasse 1 dólar todas as vezes que você falasse isso, estava milionária como você.
- Para, Bec. Agora estou falando sério. Prefiro continuar no plot “temos uma empresa juntos, mas nos odiamos”. Te prometo: a dor de cabeça é menor. E aliás... – null ia completar, mas ouviu duas batidas em sua porta e logo em seguida um null Cahill colocando a cabeça para dentro.
- Posso entrar, Dixie?
- Já entrou, né, null? – ela bufou, ouvindo a amiga ainda rir ao telefone. – Bec, preciso desligar. Nos falamos depois!
- Meu dólar vai chegar mais cedo que pens... – e null desligou o telefone.
- O que você quer, querido? Me fazer perder mais o meu tempo? – ela falou em seu tom mais irônico.
- Temos aquela reunião com os possíveis investidores do novo cassino às 10:00 e pensei que poderíamos treinar um pouco a apresentação.
- Qual a necessidade? Fazemos essa reunião todo mês, Cahill. Vai dar uma de amador agora?
- Você anda me evitando muito... Sabe o que dizem sobre esse ódio desmedido, né? – ele disse, indo em direção à null, se posicionando bem atrás de sua sócia e abaixando para ficar na altura da sua orelha. null travou, apertando discretamente suas unhas vermelhas no braço da cadeira. Maldito efeito que null possuía nela.
- Não, null. Tem momentos que ódio é só ódio mesmo. – ela disse, tentando acreditar no que estava falando. Ele sorriu fraco próximo ao pescoço de null, arrepiando-a.
- Não é o que seu corpo diz, Dixie. – e terminou a frase, mordendo de leve o lóbulo da orelha da mulher. – E tudo bem não querer treinar nossa apresentação. – ele disse, endireitando o tronco e indo novamente em direção à porta. – Já consegui coisa melhor por aqui. – piscou para ela e saiu da sala.
null ficou olhando para a porta fechada por alguns minutos. Era absurdo o poder que null tinha sobre seu corpo. E em sua opinião, era ainda mais absurdo deixar com que ele brincasse dessa maneira com ela. Mas era sempre assim: ele provocava, ela cedia. Sua amiga estava mais que certa: perdera a conta de quantas vezes prometeu para si mesma que “aquela vez seria a última”. Mas por Deus! Como era difícil esquecer e resistir ao toque firme de null em seu corpo, a voz grave em seu ouvido... Tomou um susto ao ouvir seu telefone tocar, finalmente despertando de seu transe.
- null. – ela atendeu.
- Você sabia que é a coisa mais ridícula do mundo você atender seu telefone falando seu próprio nome? – ouviu null rir do outro lado da linha e bufou. Era pedir muito umas três horinhas sem precisar ouvir a voz dele?
- Vai se ferrar. Eles chegaram?
- Sim, Truss acabou de avisar. Estou levando-os para a sala de reunião.
- Já estou indo, obrigada null. – e desligou sem esperar uma resposta.
A rotina dos CEO’s dos Cassinos Cahill & Dixie era praticamente essa: reuniões aqui e algumas assinaturas ali. Para o bem deles, tinham uma equipe eficiente, confiável e bem estabelecida por seus pais. Se realmente quisessem, nem precisariam estar de corpo presente na empresa, mas os dois gostavam de participar de perto dos negócios de família.
- E mesmo sendo um ano conturbado, fechamos 2020 com um lucro de 80% em nossos dois cassinos na Flórida. – null ia dizendo aos investidores à sua frente.
- Você diz isso baseado em que, exatamente? – um dos homens, que usava uma gravata roxa perturbadora, questionou em tom de deboche, fazendo null franzir a sobrancelha.
- Em dados...? Desculpe, não entendi a sua pergunta. – null falou, buscando qualquer resquício de paciência dentro de si. Sabia por que eles estavam fazendo essas perguntas. O mercado de jogos ainda era extremamente machista e dominado pela ala masculina, quebrar esse paradigma era uma luta diária para ela.
- Claro que não entendeu. – ele riu, irônico, acompanhado dos outros dois engravatados ao seu lado. null ignorou e continuou a apresentação, mas os homens, àquela altura, prestavam mais atenção em como suas coxas se comportavam em sua saia lápis do que realmente no assunto de que vieram tratar. Ela já estava chegando em seu limite.
- null, acho que você pode parar por aí. Não acredito que nossos investidores estejam interessados no que você está falando. – null cortou a sócia, olhando firme para os três homens à sua frente.
- O qu... Perdão, Sr. Cahill? – o homem de gravata roxa se endireitou na cadeira, visivelmente desconcertado.
- Você entendeu muito bem o que eu falei. Se não consegue respeitar a CEO da maior rede de cassinos dos Estados Unidos e nem controlar suas calças por uma hora durante uma reunião, quem dirá controlar sua própria filial. Obrigado pelo tempo de vocês, senhores, vou levá-los até a porta. – disse indicando a saída sem olhar para trás, mas sabendo que eles estavam o acompanhando. null sorriu largamente quando todos saíram da sala de reunião. null podia ser a pessoa mais odiosa da face da Terra, mas essa tinha sido uma das coisas mais legais que ele já fizera por ela.
- Obrigada por isso, null. – Ela levantou os olhos dos papéis à sua frente quando ele retornou à sala de reunião. – Foi realmente legal da sua parte.
- Não precisa agradecer. Aliás, só agradeça por eu não ter perdido minha paciência e partido para agressão física. – Ele sorriu fraco, ajudando-a com os papéis. – Sei que eram clientes com grande potencial, mas...
- Tá maluco? Nós somos Cahill e Dixie. Tem fila no lobby para uma filial nossa, você sabe disso. Não precisamos dessa amostra grátis de Chernobyl para nada. Só espero de verdade que um dia eu não precise ficar me preocupando em reafirmar meu potencial apenas por ser mulher.
- Todo mundo sabe como você é foda, null. Seu pai pode ter fundado isso aqui, mas se a empresa continua de pé mesmo após sua morte, isso é por você! – ele finalizou, a fazendo sorrir.
- Por nós. Existe um Cahill na parede.
- Posso ser legal uma vez na vida sem você atrapalhar? – ela levantou as mãos em rendição, sorrindo.
- Ok, ok. Eu aceito hoje. - ela disse encerrando o assunto, pegando o seu notebook e dando as costas para null, indo em direção à saída da sala.
- Hey, Dixie? – ele chamou, fazendo a mulher olhar para trás. – Eu até concordo, sabe? – null falou, fazendo null franzir a sobrancelha.
- Do que você está falando, Cahill?
- Você está realmente gostosa nessa saia. – sorriu de lado, fazendo null bufar. Lá estava o bom e velho null Cahill.
Levantou e foi em direção à sua suíte. Um bom banho e uma taça de vinho eram tudo que ela precisava depois daquela reunião desprezível. Entrou na banheira, posicionou sua taça no apoio lateral e fechou os olhos. Após um tempo em silêncio, pensou em ligar para Bec. Desde que seu pai faleceu, a amiga tinha virado quase uma extensão do seu próprio corpo. Se ela respirava, Rebecca sabia.
- SIRI! Ligar para Bec! – ela gritou estridente, rindo de si mesma. Amava a tecnologia. O telefone tocou algumas vezes, até que ouviu a voz da amiga.
- Vai, perua. Conta! Foi na mesa ou no chão hoje? – ela disse, rindo.
- Minha palavra não vale nada, né? Eu disse que não aconteceria e vou honrar o prometido. null Cahill nunca mais. – ela completou, tomando um gole de vinho. – Mas hoje aconteceu uma coisa estranha.
- O quê?
- Na reunião uns caras foram extremamente grosseiros comigo. Você sabe como funciona... Ironizaram os dados que eu estava mostrando e ficavam olhando para o meu corpo como se seus olhos tivessem raio-x. – ela respirou fundo, tomando outro longo gole de seu vinho.
- null, sinto muito por isso, de verdade.
- Não se preocupe, eu já estou acostumada. Mas essa não foi a coisa estranha... – ela ponderou antes de falar. – O null praticamente os expulsou da sala de reunião.
- Mentira! Como assim? Para te defender?
- Sim! Me pediu para parar a apresentação porque aparentemente ninguém estava prestando atenção. E disse para eles que se eles não tinham respeito e controle pelas próprias calças em uma uma hora de reunião, quem dirá de uma filial de Cahill & Dixie. – ela disse gargalhando, lembrando-se da cara dos investidores.
- Ahhh, null! Você nunca cansa de me surpreender... – Bec completou, adorando ouvir aquilo. A amiga de null era a maior torcedora do casal de herdeiros desde a primeira vez que ficaram. – Esse era o momento que você deveria ter jogado todos os papéis da mesa no chão, etc.
- Agora a gente tem que abrir as pernas para qualquer homem que faça o mínimo?
- Você abre as pernas para o null sem ele precisar fazer nada.
- Bec! – null exasperou ofendida. Recebeu uma gargalhada como resposta e não conseguiu não acompanhar.
- Desculpa, amiga. Mas não ‘tô mentindo.
- Te liguei pra ficar tranquila e você me irritou mais. Vou voltar pro meu vinho e pro meu banho, beijo e tchau.
- Te amo, amiga! – Bec despediu e desligaram o telefone.
“null, o que tem a dizer sobre as acusações?”
“null, você acredita que seus pais teriam orgulho do modo com que você e Cahill estão encaminhando os negócios da família?”
null olhou para null com desespero. Que diabos estava acontecendo? Ele pegou a sócia pelo ombro e apertaram o passo até o lobby do luxuoso edifício onde era localizada a sede da empresa.
- Que merda é essa, null? O que você fez? – null berrou quando entraram no elevador.
- O que eu fiz? Tá maluca? Eu sei tanto quanto você. Mas vamos descobrir o que tá acontecendo em 3, 2... – assim que ele finalizou a frase, as portas do elevador se abriram e Truss levantou correndo da sua mesa.
- Gente, pelo amor de Deus! Isso aqui tá uma loucura hoje! Como vamos resolver isso?
- Explica para gente com calma o que tá acontecendo, Truss.
- O Sr. Bass, investidor de ontem, está acusando vocês de má conduta e constrangimento blá-blá-blá, um termo bem jurídico que não vou lembrar agora. Que diabos vocês fizeram ontem nessa reunião?
- Você tá brincando, né? – dessa vez null gritou. Se ela fosse um desenho animado, com certeza teria fumacinha saindo de suas orelhas. – Me manda todos os artigos que saíram sobre o assunto no meu e-mail agora, Truss. Peça aos nossos advogados que venham aqui de tarde e marque uma coletiva de imprensa às 17h. – ela disse pisando forte em direção à sua sala.
- null, não seria melh... – null tentou falar, mas null não deixou com que ele terminasse. Girou seus pés, apontando o dedo em riste em direção ao homem à sua frente. – Cahill, não. Eu vou resolver isso hoje. Ele falou e fez o que quis comigo ontem. Você, muito gentilmente, tentou me defender. Pelo visto não resolveu. Não vou deixá-lo sair ileso e nós como malucos. Não vou aceitar calada. – e seguiu seu caminho, batendo forte a porta atrás de si.
- Boa tarde, senhores. – null iniciou, após dar leves batidinhas no microfone. – Realmente não queríamos convocar essa coletiva, mas precisamos esclarecer algumas coisas. Vamos mostrar para vocês no telão algumas imagens e depois vou falar o que quero. Não responderemos perguntas, nem renderemos esse assunto após isso, ok? – ela disse e logo em seguida assentiu para o jovem ao seu lado, que estava controlando o computador, dando permissão para que ele começasse a apresentação.
Em poucos segundos, imagens da câmera de segurança da sala de reunião começaram a passar no grande telão. Para sorte de null, ela estava posicionada em local estratégico. Pelas cenas, era possível entender exatamente o ângulo que null estava em relação aos homens no dia da reunião: mais alta por estar em pé, dando uma visão “privilegiada” para que eles olhassem seu corpo. Nas imagens selecionadas pela CEO, era visível os olhares, comentários e risadinhas direcionadas a ela. A última imagem mostrava o momento do semblante debochado de Sr. Bass até o momento que null os pedia para sair da sala.
O vídeo acabou e a sala ficou movimentada, com flashes e jornalistas tentando fazer suas perguntas. Após acalmá-los, null pegou o microfone.
- Como eu disse no início, eu não vou responder a nenhum de vocês. O vídeo que viram agora, mesmo sem áudio, deixa explícita a falta de respeito no qual fui exposta na reunião de ontem pelo Sr. Bass e seus associados. O mercado de jogos é extremamente machista e, dia após dia, eu tento provar o meu valor aqui dentro sem que duvidem do meu potencial por eu ser mulher. Sem que me comparem o tempo inteiro com o meu sócio. Sem que achem que ele é melhor que eu só pelo que tem no meio das pernas. – ela suspirou antes de continuar. - Em nenhum momento pensei em fazer com que isso viesse a público porque para ser sincera com vocês, é algo no qual estou acostumada. Mas não vou deixar que um homem babaca como o Sr. Alejandro Bass tente tirar proveito de uma situação que ele mesmo causou. Ele foi convidado a se retirar e negamos sim qualquer tipo de negócios entre ele e os Cassinos Cahill & Dixie, mas o motivo disso vocês acabaram de assistir. E que fique registrado: será assim com qualquer um que chegar aqui desrespeitando a mim, Cahill ou qualquer funcionário dessa empresa. Considerem esse assunto encerrado.
null deu as costas para o mar de jornalistas, se encaminhando para a saída da sala, sendo acompanhada por null, sua assessora e os seguranças.
- Meu Deus, null! – Emily, a assessora de imprensa, exclamou assim que entraram no elevador. – Eu não estava esperando por isso. E confesso que estava com muito medo do que você faria... Mas de verdade, eu não teria te instruído melhor. Você arrasou!
- ‘Tô com vontade de vomitar. Não acredito que fiz isso. – ela disse, rindo, saindo da caixa metálica quando as portas se abriram. – ‘Tô me sentindo 30 quilos mais leve, de verdade. Aquele escroto teve o que mereceu. Obrigada pelo apoio, Emily. – mandou beijos no ar e entrou em sua sala. Assim que sentou em sua cadeira, viu sua porta se abrir sem que houvesse batidas.
- Não vou nem perguntar por que você não bateu. Estou me sentindo bem demais para discutir com você. – Ela disse para null, que já estava sentado na cadeira à sua frente.
- Nunca te achei tão sexy como hoje. – ele disse, galanteador, olhando fixamente para null. – Parabéns por como conduziu a situação.
- Obrigada. Era só isso? – ela disse levantando, indo em direção à porta para que null a acompanhasse. Saiu de sua sala e foi para o meio da recepção, com a esperança de que a presença de Truss fizesse ele se afastar, mas a garota já tinha ido embora. Xingou mentalmente. Ela realmente não sabia quanto tempo mais duraria a sua resistência.
- Por que você está me evitando tanto, null? – ele tentou aproximar seus corpos, tirando uma mecha do cabelo dela dos olhos e colocando atrás da sua orelha.
- Para, null. – ela disse, sem realmente tentar sair de perto.
- Você me evita porque sabe o que acontece se abrir um pouco a guarda. Você sabe que quer tanto quanto eu. Pode até negar para outras pessoas, mas estamos só nós dois aqui, null... – ele disse baixo, olhando para a mulher na sua frente.
- null, eu...
- Vamos apostar então?
- Apostar? Como assim? – ela olhou, confusa.
- Uma noite. – ele falou e recebeu como resposta uma longa gargalhada.
- Você só pode estar me zoando. Quem você acha que eu sou para apostar meu corpo? Para ter isso aqui precisa merecer, meu amor.
- Tem tanta certeza que vai perder assim, Dixie?
- Como apostaríamos isso? – ela disse ponderando. Lá se foi a sanidade mental.
- Como nossa família sempre soube fazer: jogando. – ele falou, sério, apontando para a grande parede onde seus sobrenomes estavam estampados. Logo abaixo da logomarca do cassino havia uma luxuosa mesa de xadrez com peças em cristal, simbolizando onde tudo tinha começado.
- Xadrez? Sério? Seu pai tá revirando no túmulo uma hora dessas. – ela debochou, se preparando para dar as costas. – Eu não vou apostar nada com você. Boa noite. – quando pensou em sair, sentiu as mãos de null agarrando seu braço, impedindo-a de ir embora.
- Honre teu sobrenome, null Dixie. Acha que não consegue ganhar uma partida de xadrez contra mim? Quem tá se revirando no túmulo agora definitivamente não é o meu pai. – ela bufou e ele sorriu vitorioso.
- Ok. Uma partida. Se eu ganhar, você nunca mais toca nesse assunto.
- E se eu ganhar... – ele a puxou pela cintura, aproximando seus corpos. – Você vai ter a melhor noite da sua vida. – e mordeu o lábio de null, puxando-o em seguida. Por um segundo, ela fechou os olhos e deixou que a sensação do toque do homem a levasse. Quase pensou em desistir da partida... Jogar para quê? Ela sabia que queria.
- Vamos? Todo mundo já foi embora, estamos só nós dois aqui. – null a despertou de seu transe.
- Eu preciso de muita bebida para aturar essa palhaçada. – null disse, indo para sua sala e saindo de lá com uma garrafa de whisky. Serviu dois copos e os colocou no apoio de mesa na lateral do tabuleiro.
- Vamos acabar logo com isso. – ela se sentou na luxuosa cadeira em frente ao tabuleiro de cristal de xadrez, sendo seguida por null.
- Vai ser rápido. O que vem depois, eu já não garanto. – ele disse, levantando seu copo para que ela o acompanhasse no brinde.
A partida foi acirrada. null estava disposta à “honrar seu sobrenome”, como null tinha feito questão de pontuar, mas seu parceiro estava levando a melhor.
- Você tá roubando! – null disse, dando um longo gole em seu whisky após ver sua rainha sendo derrotada.
- Não tem como roubar no xadrez, Dixie! E se eu estivesse fazendo isso, aí sim meu pai se reviraria no túmulo. Eu não preciso disso. – ele disse, rindo. Ela fez uma careta e continuaram a jogar.
- Xeque-mate. – null disse, convencido, derrubando o peão da sócia, que abriu a boca em descrença.
- Melhor de três? Por favor? – ela disse, manhosa, enchendo o seu terceiro copo.
- Se eu fosse você aceitava sua derrota com uma partida só... Duas seguidas vai ser triste de assistir. – ele disse tirando sarro, recebendo um olhar furioso como resposta. – Ok, ok! Melhor de três.
null arrumou novamente os peões em suas devidas casas e se serviu de mais whisky. Àquela altura, não sabia se realmente queria beber ou só esquecer que estava perdendo uma aposta ridícula que valia sua dignidade. Seja lá o que fosse, ajudou.
- XEQUE-MATE! – ela gritou, batendo palminhas, fazendo com que null risse.
- Diferente de você, eu sei admitir uma derrota. Mas vamos acabar logo com isso. – ele organizou pela última vez os peões e deu início ao jogo. – Sabe... eu mal posso esperar pelo que vai acontecer a seguir. – Ele movimentou seu bispo, mas olhando diretamente nos olhos de null.
- O que vai acontecer? – ela perguntou, sabendo que estava entrando em algo que não conseguiria sair depois. Mas quem ela queria enganar? Era o que queria desde o início.
- Primeiro, vou te encostar naquela parede ali – ele disse com um dos peões na mão, indicando do que ele estava falando. – Colocar minha mão na sua nuca e puxar seu cabelo na medida certa, daquele jeito que eu sei que você gosta.
Ela olhou nos olhos de null e movimentou o primeiro peão que estava ao seu alcance, sem realmente prestar atenção no que estava fazendo.
- Depois, vou beijar e morder seu pescoço bem devagar, enquanto sinto sua pele se arrepiar em cada pedaço que minha boca encostar.
- Uhn... – ela balbuciou, fazendo mais uma jogada. null olhou para o tabuleiro e sorriu fraco, se levantando da cadeira e se posicionando atrás de null.
- Sabe o que eu acho, null? – ele disse, afastando seu cabelo e se abaixando, para ficar na altura do ouvido da mulher. – Você não quer ganhar esse jogo.
- Como não? Eu vou ganhar. – ela disse baixo, sentindo os efeitos da sua voz grave soprando tão perto.
- Não, não vai. Sabe por quê? – ele disse, descendo os dedos pelo braço de null até chegar em sua mão, que estava imóvel no colo, a pegando e levando ao tabuleiro. – Olha aqui. Você já poderia ter pegado meu rei há umas duas rodadas. – ele guiou a mão de null para fazer a jogada vencedora, fazendo-a suspirar. Consciente ou não, aquilo era verdade. null poderia ganhar de null de pelo menos três maneiras diferentes naquela rodada. – Xeque-mate. – ele sussurrou.
Se alguém perguntasse para ela no dia seguinte o que a levou a tomar a atitude a seguir, ela diria que foi o whisky. Levantou de sua cadeira, pegou null pela gravata e o jogou no sofá da recepção, sentando em seu colo e o beijando. É, definitivamente o álcool. null riu safado, segurando firme em seu quadril e retribuindo o beijo com intensidade. Suas línguas se movimentavam com pressa e com vontade.
- Caralho, que saudade do seu gosto. – null disse baixo, subindo suas mãos pelo tronco de null, segurando seu seio e olhando nos olhos da mulher. Ela mordeu a boca, soltando um gemido abafado. – Não faz isso... Não geme assim. – ele grunhiu, abrindo os botões da blusa de null e desabotoando seu sutiã em seguida, enquanto ela se movimentava inconscientemente sobre o colo de null.
- Você é tão gostoso, Cahill. – ela disse, aumentando seus movimentos, se referindo ao volume na calça do homem.
- Eu não preciso de preliminares com você, Dixie. Você me deixa com tesão só de estar perto. – ele gemeu, trocando de posição e deixando-a por baixo. – Eu disse que seria a melhor noite da sua vida. Não é pra você ficar me provocando.
- Mas eu não estou fazendo nad... – ela interrompeu sua fala quando sentiu a língua de null deslizar devagar pelo seu mamilo. Aquele era seu ponto fraco e ele sabia disso. Gemeu, incentivando o homem a continuar o que estava fazendo. Ele chupou mais forte, alternando os seios e apertando-os com vontade.
- Me come, por favor. – ela suplicou, puxando os pequenos fios de cabelo de null nas mãos.
- Eu não precisar de preliminares não significa que elas não vão existir. Quero você toda para mim hoje, Dixie. – ele disse, olhando nos olhos dela, enquanto descia suas lambidas pela barriga de null até chegar em sua saia. Abriu o zíper rapidamente e a jogou longe, revelando uma calcinha preta de renda.
- Tão gostosa e tão molhada... – ele passou os dedos pela parte de cima da intimidade da mulher sobre a calcinha, a fazendo erguer os quadris, num pedido silencioso por mais. null puxou de leve a peça rendada para o lado, beijando e dando leves sugadas na virilha da mulher. – Você quer, não quer, minha safada?
- null, por favor... – ele sorriu, passando os dedos pela lateral da calcinha, a puxando para baixo em um rápido movimento.
– Sua sorte é que eu não aguento ver você tão molhadinha assim e não sentir seu gosto. – null finalizou, chupando finalmente toda a extensão da intimidade de null. Ela gemeu alto, puxando os cabelos do homem e empurrando seu rosto em sua direção. Ele subiu, passando a língua em movimentos circulares e lentos pelo clitóris da mulher, que pedia por mais. Enquanto chupava, levou dois dedos à entrada de null, penetrando com facilidade devido à sua lubrificação. A cada movimento de null, tanto dos dedos quanto da língua, null soltava um gemido ainda mais alto. Não estava aguentando mais.
- Eu vou gozar... – ela disse devagar, sem forças.
- Ah, não vai, não! – ele respondeu parando de chupar, beliscando seu clitóris. – Vai gozar quando eu estiver dentro de você, metendo forte e compensando todos esses dias que passei pensando nesse momento. – null disse, voltando a chupá-la, raspando leve seus dentes pelos grandes lábios de null.
- Me fode então, vai. – ela suplicou. Cahill já estava completamente duro de tesão, não resistiria a aquele pedido. Se levantou, tirou suas calças e boxers e pegou uma camisinha em sua carteira. A colocou rápido e voltou para cima de null, penetrando de uma só vez. A cada investida, gemiam mais forte.
- Você não sabe como esperei para ter você dentro de mim de novo. – ela sussurrou no ouvido de null, o abraçando com as pernas e arranhando suas costas.
- E mesmo assim você continua fugindo de mim... Por quê? – ele diminuiu o ritmo das investidas, a provocando.
- Mais forte! – ela praticamente gritou, fazendo o homem rir.
- Responde a minha pergunta.
- Nós dois nunca daríamos certo, null. – ela respondeu simplesmente, fazendo null voltar a aumentar a velocidade de seus movimentos.
- Eu vou acabar gozando. – null disse baixo no ouvido de null.
- Goza comigo então, vai... – sua voz rouca veio como um convite para null, que chegou ao seu limite. Ela gemeu alto, apertando o corpo de null contra o seu, que também gemia com intensidade chegando ao clímax.
- Que delícia é comer você. – ele disse, puxando o lábio dela e levantando seu corpo em seguida. null se levantou em silêncio, vestiu suas roupas e olhou para o lado. null estava a encarando. – Você nunca vai dar uma chance para gente né? – null foi em direção a ele, o pegou pelo pescoço e iniciou um beijo demorado. Terminou encostando suas testas, respirando fundo. Deu um selinho em null antes de pegar suas coisas e ir embora, deixando um Cahill confuso.
- Calmaaaa! – ouviu Bec gritar antes de ouvir o barulho das chaves sendo viradas. – Oi, amiga! O que aconteceu? Que cara é essa? – null suspirou e entregou uma nota de 10 dólares na mão da amiga.
- 1 dólar por não ter resistido ao null, 9 por achar que eu estou apaixonada. – ela disse, nervosa. Rebecca sorriu e abriu os braços para null, que entrou no apartamento, fechando a porta logo em seguida.
FIM.
Nota da autora: Hey, minhas rebeldinhas!
Eu espero de coração que vocês gostem dessa minha versão pra Wanna Play. Essa música sempre foi uma das minhas preferidas e fiquei muito feliz de poder estrear nas ficstapes com ela! Além de eu estar real oficial apaixonada pelo meu casal principal.
Me contem o que acharam, tá? Vou adorar ler os comentários de vocês. Beijos! <3
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Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
Eu espero de coração que vocês gostem dessa minha versão pra Wanna Play. Essa música sempre foi uma das minhas preferidas e fiquei muito feliz de poder estrear nas ficstapes com ela! Além de eu estar real oficial apaixonada pelo meu casal principal.
Me contem o que acharam, tá? Vou adorar ler os comentários de vocês. Beijos! <3
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