Postada em: 09/08/2020

Capítulo Único

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8 MESES ANTES.

Meus nervos estavam à flor da pele. Tudo que meu pai dizia não tinha sentido algum. O mundo havia acabado de desmoronar bem na minha cabeça, e eu só queria poder sumir, de modo que ninguém fosse capaz de me encontrar, de uma forma que eu pudesse viver minha vida sem que alguém me desse as regras.
Eu me sentia sufocada.
, você está me assustando... — escutei meu pai dizer e ri fracamente.
Caminhei até a janela da cobertura e encarei a cidade de NY, que estava ainda mais bonita sob a luz da lua.
Eu costumava gostar mais dessa cidade.
— Eu estou te assustando? — perguntei finalmente.
— Sim — respondeu. — Eu preciso que fale alguma coisa.
Respirei fundo e me virei para encará-lo.
— Não sei o que dizer — admiti. — Eu achei que finalmente iria viver minha própria vida, e, mais uma vez, isso foi tirado de mim.
Ele me encarava com pesar nos olhos, mas, daquela vez, eu não conseguia sentir dó alguma.
— A gente vai achar uma forma de tornar isto mais fácil.
Ri fracamente.
— Não acho que exista uma forma de tornar um casamento por contrato mais fácil — falei. — Por que você não pode simplesmente começar a arcar com seus atos?
Os olhos do meu pai estavam fixados em mim.
— Eu sei que errei — admitiu. — Errei muito, mas, com esse contrato, eu posso começar a arrumar meus erros.
Revirei os olhos e voltei a encarar a cidade. Eu sabia que aquilo era só mais uma conversinha dele, e minha vontade era de dizer foda-se para tudo que estava acontecendo e deixar que ele resolvesse. Contudo, que tipo de filha eu seria se fizesse isso?
— Tudo bem — falei finalmente e me virei para ele. — Eu aceito o casamento por contrato.
— Filha, eu prometo que dessa vez vou resolver tudo...
— Por favor, me poupe das suas mentiras — pedi e saí andando.
— Aonde você vai? — escutei-o perguntar, quando eu já estava na porta da entrada.
Abri a porta e me virei para olhá-lo.
— Beber. Eu preciso de boas doses de álcool para digerir tudo isso — falei e saí.

AGORA.

Era a milésima vez que eu revirava os olhos escutando todo aquele papo entediante, quase me fazendo sentir que eles sairiam de órbita. Eu estava na minha sexta prova de vestido e sei lá qual número de ensaios para o jantar que aconteceria no dia do casamento. O fato é que eu não aguentava mais nada daquilo, só queria sair pela única porta que tinha no lugar e voltar apenas para o dia do casamento.
Sempre fui uma pessoa que acreditava que se deve casar por amor, mas quando se cresce e as responsabilidades batem na porta — infelizmente —, a gente descobre que nem sempre vai ser assim. Eu iria me casar só para ajudar minha família, um casamento por contrato, e isso explicava cem por cento a minha infelicidade com os preparativos para o evento.
Fran, minha melhor amiga, me encarou do outro lado do salão com um sorrisinho no rosto e depois caminhou até onde eu estava, mas primeiro passou no bar que tinha na sala — de forma discreta — e serviu duas doses de vodca, para então sentar-se ao meu lado.
— Obrigada, eu estava mesmo com sede — falei, sugerindo que era água.
Fran riu fracamente e deu um gole na bebida dela.
— Você precisa se hidratar, — ela disse com um sorrisinho estampado no rosto, me fazendo sorrir.
A única coisa que me fazia me sentir um pouco melhor naqueles momentos era a presença dela.
— Bom, acho que terminamos — a cerimonialista disse, levantando-se de sua cadeira. — , te vejo na próxima semana, para a última prova do vestido?
— Eu tenho escolha? — Dei um sorrisinho amarelo, que foi repreendido pela minha mãe, que estava do outro lado do salão.
Fran, como sempre, caiu na risada.
Virei para encarar minha mãe e dei um sorriso amarelo, para então finalmente sair daquele inferno. Claro que eu conseguia ouvir o barulho do salto quinze dela bater no chão de mármore enquanto andava atrás de mim, pronta para me dar um sermão sobre como eu deveria me portar.
— O quê? — falei ao senti-la segurar meu braço e me virei.
— Você precisa se controlar, — ela disse de forma calma. — Eu sei que tudo isso é muito difícil, mas vamos achar um jeito...
— De quê? — perguntei abruptamente.
Fran permanecia por perto, mas em silêncio.
— Eu só quero ficar em paz hoje e aproveitar minha despedida de solteira, por favor — pedi calmamente.
— Eu já disse que sou contra essa despedida . — Minha mãe falou. — O Nate é um bom rapaz, não merece seja lá o que você está planejando aprontar.
Revirei os olhos.
— Bom — comecei a dizer enquanto fazia sinal para um táxi. — Por hoje, o Nate terá que me considerar como solteira.
Vi a mulher bufar e ri fracamente, fazendo sinal para que Fran me acompanhasse, e adentramos o veículo assim que ele parou, antes que minha mãe resolvesse questionar mais alguma coisa sobre a minha atitude.
Eu tinha planejado ir para Las Vegas encontrar algumas amigas, e nada iria estragar meus planos. Se eu teria de me casar com uma pessoa apenas para “salvar” a minha família, eu merecia ao menos uma despedida de solteira decente, uma última vez que eu pudesse me sentir completamente livre. E aquela cidade era a única capaz de me proporcionar essa liberdade.
O caminho até o meu apartamento foi rápido e precisei apenas conferir algumas coisas que levaria para viagem, já que minhas malas estavam prontas há alguns dias. Fran parecia tão empolgada quanto eu, e isso fez com que eu sentisse um alívio imenso. Era ótimo poder dividir aquele momento com alguém que amava tanto.
— Pronta para os seus dias de liberdade? — minha melhor amiga perguntou, empolgada, enquanto entrávamos no elevador.
— Eu nasci pronta — respondi com um sorriso no rosto.

O voo até Las Vegas foi muito mais tranquilo do que esperávamos. Não tivemos atrasos na ida ao aeroporto, nem mesmo no embarque e muito menos para que ele decolasse. Tudo correu como planejado. Deixamos nossas malas na cobertura que tínhamos alugado para passar os dias que ficaríamos e resolvemos descer para esperar as nossas duas amigas mais íntimas que viriam.
O lugar era lindo, todo com decoração em mármore e ouro, com bares em quase todos os andares que passávamos — além dos cassinos, é claro — e com uma área de lazer melhor ainda. Eu poderia jurar que o lugar tinha mais de dez piscinas, nos fazendo ter a sensação de que, na verdade, estávamos em uma cidade, e não em um hotel.
Tudo perfeito.
— Isso aqui é perfeito — escutei Fran dizer enquanto eu escolhia uma bebida no cardápio. — Parece até um paraíso.
Ri fracamente.
— Será o nosso paraíso — afirmei. — Ao menos, nos próximos dias.
Ela se virou para mim, sorrindo, e fez sinal para o garçom.
— Já decidiu o que vai beber? — perguntei, curiosa, voltando meus olhos para o cardápio.
— Eu sempre sei — ela respondeu, convencida.
— O que vai ser? — indaguei.
— Para começar, uma dose de tequila. — Era o nosso ritual. — Depois, um Dry Martini.
Sorri para ela, concordando, e fechei o cardápio. Nem sei por que fiquei olhando.
— Maze acabou de mandar mensagem — Fran disse enquanto bloqueava seu celular. — Ela disse que estão a caminho, quer esperar?
Dei de ombros enquanto encarava uma pessoa que se encontrava do outro lado da piscina, próximo a outro bar.
! — Ela chamou minha atenção, mas eu não conseguia parar de olhar.
Aquilo era difícil de acreditar ser real.
— Amiga, você está me assus...
— Eu preciso ir ao banheiro — falei, já dando um salto da cadeira, e segui até o outro lado da piscina.

8 MESES ANTES.

Eu só conseguia andar de um lado para o outro de maneira nervosa enquanto era encarada por aqueles olhos tristes. Eu odiava vê-lo assim, e normalmente teria alguma reação para poder consolá-lo, nem que fosse com um “vai ficar tudo bem”, mas, daquela vez, era diferente. Eu não tinha controle algum da situação. Para falar a verdade, nenhum de nós tinha.
Parei finamente de andar e o encarei por alguns instantes, seus olhos estavam vazios agora. Será que tínhamos passado da tristeza para a conformação? Eu não saberia dizer, mas a ideia de que a resposta poderia ser “sim” me assustava acima de qualquer coisa. Eu não estava pronta para desistir dele, de nós… Não dava.
Éramos duas pessoas paradas no meio daquela sala enorme, procurando uma resposta para aquilo tudo, a qual parecia não vir nunca — ou simplesmente não existia —, agarrados, talvez, ao único fio de esperança que existia ali, o nosso amor. O que sentíamos um pelo outro era quase tangível e parecia preencher todo o ambiente como o ar preenche a terra. Não é possível ver, mas você o sente e precisa.
... — O nome dele saiu como um sussurro por entre meus lábios.
Ele piscou algumas vezes enquanto me encarava e o vi levar as mãos até os cabelos.
— Eu sinto muito — falei, tentando segurar o choro.
Em um movimento rápido, ele andou até mim de forma rápida e tomou meus lábios, para, então, me abraçar forte.
— Não fala isso, por favor — o escutei pedir.
Eu queria abraçá-lo assim para sempre.
— Nós vamos achar um jeito, disse e beijou o topo da minha cabeça enquanto continuávamos abraçados. — E, se não dermos, eu vou te esperar.
Respirei fundo e me soltei do abraço.
— escutei-o dizer meu nome e senti meu coração apertar. — Qual o problema?
Me afastei. O que eu precisava fazer era muito difícil e não conseguiria se estivéssemos tão próximos assim.
— Eu não posso permitir que você faça isso — falei firme.
Os olhos dele estavam confusos com as minhas palavras.
— Do que você está falando, ? — indagou.
— Você não pode me esperar, — afirmei. — Eu não sei quanto tempo esse contrato vai durar. Você não pode ficar preso a mim.
— É brincadeira isso, né? — a pergunta dele saiu seguida de uma risada nasalada.
Eu odiava o que estava fazendo, mas era necessário. Eu não poderia mantê-lo preso a mim quando ia me casar com outra pessoa.
— Você não está — o escutei afirmar.
— Por favor — pedi, agora deixando que as lágrimas caíssem, e senti os braços dele à minha volta.
Deus, eu só queria que o tempo parasse em nós.
— Tudo bem, linda — ele disse finalmente. — Eu só preciso de mais um tempinho para me despedir.
Sorri com as palavras dele e o apertei no abraço, desejando que ele durasse tempo suficiente para que eu fosse capaz de gravar seu cheiro em mim, na minha memória, de uma forma que isso tudo se tornasse um pouco menos doloroso.

AGORA.

Meu coração estava acelerado, e minha boca, seca. Eu não sabia se toda a adrenalina que vinha vivendo nesses últimos meses era capaz de me causar alucinação, mas tudo aconteceu muito rápido depois que deixei Fran na mesa falando sozinha e sem entender absolutamente nada, com a desculpa de que precisava ir ao banheiro.
Senti o hálito quente próximo do meu rosto e aquele cheiro de menta invadir minhas narinas, exatamente como costumava acontecer todas as vezes que eu o encontrava e ficávamos tão próximos. Pisquei algumas vezes e tomei nota do rosto dele, só para ter certeza de que não era algo da minha cabeça, que não havia criado aquela imagem diante dos meus olhos só para tentar preencher um vazio que vinha me matando nos últimos oito meses.
sorriu e soltou uma risada nasalada, para então me tomar em seus braços, de modo que eu envolvi meus braços na cintura dele e o abracei com tanta força que, se ele não fosse realmente alto e forte, o teria tirado todo o ar dos pulmões. Afundei meu rosto no peito dele e me deixei aproveitar aquele momento fechando meus olhos, desejando que nada do que eu estava vivendo ali fosse um sonho, ou a porra da minha mente me pregando uma peça.
Ele se afastou e me encarou.
... — falei, procurando as palavras, mas eu estava confusa demais.
Vi-o levar uma das mãos até meu rosto e fechei meus olhos, fazendo com que uma lágrima escorresse pela minha bochecha, que ele limpou de forma delicada.
— Não chora, linda — pediu.
Ri fracamente e abri meus olhos para voltar a encará-lo.
— Eu senti falta do apelido — admiti.
— Você costumava odiar — respondeu de forma brincalhona.
— A gente só dá valor quando perde — afirmei.
sorriu para mim e me abraçou de novo.
— Você nunca me perdeu, linda — escutei-o dizer e sorri com suas palavras. — Te procurei por todo lado nas últimas semanas.
— Eu estive fora de vista — afirmei. — Contudo, estive preocupada com você.
Ele se afastou e me encarou.
— Comigo? — perguntou, surpreso.
Afirmei.
— Por quê? — perguntou.
— Porque eu estou ficando sem tempo — afirmei. — Desejando que você viesse e me salvasse.
— Coincidência te encontrar aqui, ? — escutei-o perguntar e ri fracamente.
— Não — respondi rindo. — Porque fui eu quem escreveu isso.
Apontei para o papel na mão dele, que provavelmente era o bilhete que ele havia recebido algumas semanas antes dessa viagem acontecer. Eu tinha enviado para ele, dizendo que passaria alguns dias em Las Vegas e que gostaria muito de ter uma última despedida, só não achei que ele realmente viria.
— Por que não consigo deixar isso para lá? — perguntei retoricamente.
Ele sorriu para mim.
— Não sei, mas ainda bem que não deixou — falou de forma sincera.
Sorri para ele.
— Acho que eu tive uma má ideia — falei, fazendo-o gargalhar.
Deus, como eu sentia falta disso.
— Você sempre teve, — ele disse e se aproximou.
Me aproximei de e levei minha mão até o rosto dele.
— Eu preciso ir agora — falei. — Espero te ver no baile de máscaras amanhã.
Me afastei, já seguindo de volta para a área da piscina.
— Eu vou ser a de máscara — gritei, fazendo-o sorrir, e ele assentiu, dando a entender que com certeza eu o veria lá.
— E eu espero te ver hoje na partida de poker — ele gritou, me fazendo sorrir, mesmo já estando de costas para ele.
Pode apostar que eu estaria lá.

Voltei para a mesa onde tinha deixado Fran e vi que minhas duas amigas já tinham chegado também, então as cumprimentei e ignorei o olhar da minha melhor amiga sobre mim, pedindo alguma explicação para a minha saída repentina ao banheiro. Não queria falar que estava no hotel, porque eu não me sentia pronta para que ele fosse o assunto entre nós.
Passamos o dia na piscina, regada de muita bebida, comida e, como minhas amigas gostavam de lembrar a todo momento, de homens esculpido por Deus. Contudo, nada disso importava. A única coisa presente nos meus pensamentos era , e ele era uma das razões que decidi fazer aquela viagem antes do fracasso, vulgo meu casamento.
Já passava das seis horas da tarde quando todas nós decidimos ir para nossos quartos nos arrumarmos. As meninas queriam aproveitar um pouquinho da cidade e também das noitadas que ela tinha para nos proporcionar, já que o baile de máscaras — onde seria oficialmente minha despedida — só aconteceria na noite de amanhã. Porém, eu tinha outros planos, e nenhum deles incluía vagar pela cidade. Já que havia comentado sobre o jogo de poker, só tinha um lugar para o qual eu iria essa noite, e seria o cassino.
Encarei meu reflexo no espelho e sorri com o resultado. Eu tinha escolhido um vestido com tecido todo de cetim na cor azul claro, que ia no máximo até metade das minhas coxas. Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, para que a gargantilha que eu havia escolhido ficasse aparente, e minha maquiagem era leve, contemplada apenas com um batom vermelho sangue que eu tinha passado nos lábios.
Tudo estava encaixando.
— Uau — escutei a voz de Fran e me virei para ela, que estava divina.
Sorri para minha amiga e caminhei até a cama, na qual me sentei para colocar os sapatos.
— Você quer parar Las Vegas? — Fran perguntou, me arrancando uma risada.
Dei de ombros e continuei o que estava fazendo. Não queria falar muito para não demonstrar meu nervosismo.
— Vai parar a balada que iremos — Fran disse e engoli em seco, já me levantando.
— Eu não estou no clima — falei enquanto me encarava no espelho e arrumava meu cabelo. — Quero ir ao cassino, você sabe que eu adoro.
Minha amiga revirou os olhos na hora.
— Eu quero fazer algo que realmente gosto, Fran — falei de forma calma. — Você sabe como tem sido nos últimos meses, parece que todo mundo está sempre decidindo o que devo fazer.
Fran caminhou até mim e pegou minhas mãos.
— Tudo bem — confirmou. — Só que você tem que me prometer uma coisa.
— O quê? — perguntei, curiosa.
— Que vai se divertir como nunca, e, se achar algum gostoso por aí, vai foder com ele até dizer chega! — Rimos juntas.
Abracei-a forte.
— Obrigada, por tudo — falei e a soltei em seguida, já caminhando em direção à porta da cobertura.
Antes de sair, parei na porta e me virei para olhar minha amiga.
— Pode apostar que vou — falei e saí, com toda a confiança que tinha dentro de mim.

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Porra, o encontro com tinha me deixado agitado o dia todo, fazendo com que todos os meus planos para aquela tarde fossem jogados pelo ralo e tudo ficasse resumido em pensar nela e todos os momentos que já tínhamos passado juntos. Mesmo depois de oito meses afastados, ela ainda tinha um poder sobre mim indescritível, que me fazia querer pegá-la e não a soltar nunca mais. Essa mulher me preenchia, além de ser dona de todo o amor que cabia no meu ser.
Encarei o teto do quarto e me dei por vencido. Primeiro, eu precisava parar de pensar nela e, depois, tinha que me arrumar para o jogo de hoje à noite. Poker era uma das coisas que eu mais amava — depois da —, e não tinha a intenção de deixar nada estragar isso. Então, saí da cama e fui direto para o banheiro, onde tomei uma ducha bem demorada.
Fiquei pronto muito mais rápido do que esperava — efeito da ansiedade — e, quando decidi que estava apresentável, com um terno preto que havia escolhido, saí do quarto, já seguindo por entre os corredores do hotel. Eu podia jurar que o elevador estava demorando muito mais que o habitual, mas também tinha consciência de que isso era fruto da minha pressa e total incapacidade de ser paciente.
As portas do elevador se abriram e a única coisa que consegui dizer foi:
— Caralho!
Um sorriso sacana se formou no rosto de e segurei o ar, para então entrar.
...
Eu nem a deixei terminar. Em um gesto rápido, me virei e a prensei contra a parede do elevador.
— Por que você faz isso comigo, ? — perguntei, com os lábios próximos ao dela.
Ela sorriu sacana e levou uma das mãos até meu rosto. Aproveitei a deixa para observá-la melhor e perceber cada detalhe daquele vestido curto e como deixava suas curvas aparentes, mas o que realmente chamou minha atenção foi o lábio na cor vermelho sangue e os cabelos presos, que davam um ar sensual para ela, com aquela gargantilha no pescoço.
— Porque eu posso. — ela respondeu, me fazendo sorrir.
Em um gesto rápido, desci minhas mãos da cintura dela para a abertura de seu vestido.
— Acho melhor não fazer isso. — falou, calma. — O vestido é curto, e você consegue chegar facilmente onde quer, mas não é um tecido que vai encontrar.
Caralho…
Engoli em seco ao ouvir aquilo.
— Falta só um andar. Não temos tempo para o que queremos, . — ela disse, sorrindo para mim, e sorri de volta, me afastando em seguida.
Respirei fundo, tentando conter todas as sensações que aquela situação tinha me causado e, pior ainda, tentando segurar minha ereção dentro da calça. Levei minhas mãos até os bolsos, vendo a porta do elevador se abrir em seguida e sair rebolando na minha frente, só para me provar o quanto ela era gostosa e, para minha infelicidade, o quanto era de quatro por essa mulher.

Eu não sabia se prestava atenção na partida ou na mulher que se encontrava na mesa jogando também, porque ela era capaz de tirar toda a minha atenção. Levei minha mão até a gola da camisa e soltei o botão para ficar mais confortável. Precisava me manter realmente concentrado, pois tínhamos começado o pós-river e, nessa hora, precisávamos ter total atenção.
Os olhos de estavam fixados nos meus, e, como sempre, um tentando ler o outro. O poker me trazia a lembrança de muitos momentos com ela, inclusive uma viagem que fizemos juntos para Las Vegas neste mesmo hotel, com ela sentada nessa mesa ao meu lado e me ajudando a prestar atenção em todas as posições da mesa.
— Eu aposto — escutei dizer, e um sorriso se formou em meu rosto.
Ri fracamente enquanto a encarava.
— Eu pago — falei, e ela arqueou umas das sobrancelhas enquanto me olhava.
O jogo foi retomado e entramos em uma nova rodada após isso. O prêmio dessa noite não envolvia apenas dinheiro, mas também uma noite somente com pessoas que você escolhesse em um bar reservado que tinha no hotel, mas eu nem estava preocupado em ganhar. Só de estar ali tão próximo da mulher que senti tanta falta nos últimos meses já valia para mim.
Eu estava com a mão royal flush e, por isso, não tinha preocupação. Era a melhor mão que eu poderia ter naquele momento. Encarei e sorri para ela, que entendeu de cara qual era minha mão, e assentiu sorridente para mim, para depois voltar a atenção para as posições da mesa. Fiz a mesma coisa.
— Parabéns — escutei uma voz aveludada dizer atrás de mim.
Sorri e me virei, já tendo a visão daquela mulher parada na minha frente.
— Obrigado — falei, sorrindo.
— Uma pena — ela disse, levando uma das mãos até meu ombro. — Não ter ninguém para levar a sua festinha reservada.
Ri fracamente e levei minha mão até a cintura dela, puxando-a para perto.
— Quem disse que não tenho? — perguntei, com os lábios próximos ao ouvido de .
Escutei-a rir e senti cada parte do meu corpo se arrepiar.
— Está me convidando para uma festinha reservada, ? — perguntou de forma provocativa.
Voltei a encará-la e afirmei com um aceno de cabeça.
— Estamos esperando o quê, então? — ela perguntou, e assenti, rindo.
Peguei a chave da pequena área reservada e afirmei que não precisaria de ninguém para preparar as bebidas, então seríamos só eu e naquele pequeno espaço. Só teria um segurança do lado de fora, para o caso de necessitarmos. Enquanto caminhávamos até o lugar, um milhão de coisas indecentes passava pela minha cabeça, e o silêncio enlouquecedor que pairava entre nós só piorava tudo, ainda mais depois do que tinha acontecido no elevador.
Empurrei a porta para que pudesse entrar e adentrei o ambiente em seguida. A iluminação do espaço era de uma cor vermelho escuro. Não era um espaço muito grande — e nem precisava que fosse — e tinha sofás e mesas espalhados pelo lugar, além de um bar enorme e uma pista de dança.
caminhou diretamente até o bar.
— O de sempre? — ela perguntou enquanto pegava uma garrafa de whiskey.
Afirmei com a cabeça, a observando, e caminhei até lá.
— Você ainda é o melhor no poker — disse enquanto colocava uma dose de whiskey para mim. — Por que não estou surpresa?
— Eu andei jogando bastante — afirmei ao me aproximar dela. — Porém, acho que já sabia disso.
Ela terminou de colocar a bebida e permaneceu virada para o bar.
— Me desculpa ter te vigiado todo esse tempo — falou, com um pouco de dor na voz, e aquilo partiu meu coração instantaneamente.
Sorri para ela e me posicionei atrás de , de forma que envolvi meus braços em seu corpo e depositei um beijo no topo de sua cabeça.
— Também estive te vigiando, — afirmei, e a escutei soltar um suspiro, mas de alívio. — Sempre estive por perto, linda, mas acho que você sabe disso.
Ela se virou para mim e me encarou.
— Você tem um noivo, — falei. — Parece que agora é real, você vai se casar em algumas semanas.
— Eu sei — afirmou, sorrindo. — Mas esqueça isso, esqueça ele.
— Sabe que não devíamos...
— Mesmo que não devêssemos, queridinho, nós vamos — ela disse de forma calma e levou a mão até meu rosto. — Você sabe que vamos.
Ri fracamente e fechei meus olhos, mas pude perceber que ela se inclinou e levou os lábios até próximo do meu ouvido.
— Preciso de alguém, me dê algo que eu possa sentir. — Sua voz saiu de forma calma, fazendo com que meu próximo gesto fosse rápido e inesperado.
A peguei pela cintura e a coloquei sentada na bancada do bar, de modo que ela empurrou o copo e a bebida que tinha servido para mim, na intenção de não deixar com que ele caísse. Levei meus lábios ao dela e o tomei com vontade, pedindo passagem para iniciar um beijo entre nós, que ela deu sem hesitar, me fazendo constatar que ambos estávamos ansiando por aquilo desde que tínhamos nos encontrado.
embrenhou os dedos nos meus cabelos, fazendo com que cada parte do meu corpo se arrepiasse com o toque. Aprofundei o beijo entre nós, ficando ainda mais próximo dela e me encaixando perfeitamente no meio de suas pernas, ao mesmo tempo que levei uma das minhas mãos até sua coxa, acariciando a pele nua com delicadeza.
Escutei um gemido sôfrego sair por entre os lábios dela e mordi seu lábio inferior com intensidade, o puxando para mim, e depois voltei a atacar sua boca com voracidade. Enquanto nos beijávamos, subi minha mão na coxa de , de modo que seu vestido foi empurrado para cima, deixando a região completamente nua. Subi meus dedos, que tocaram sua boceta, me provando que ela estava mesmo sem calcinha.
— falei, abafado, interrompendo o beijo entre nós, mas permanecendo perto o suficiente para sentir seu hálito.
— Eu disse que não encontraria tecido — ela disse, com um sorriso sacana estampado no rosto.
Ri fraco e levei meus lábios até o pescoço dela, em que comecei depositando beijos leves e dando algumas chupadas. Ao mesmo tempo que fazia isso, enfiei dois dedos em , que gemeu baixinho no meu ouvido, enquanto apertava meus cabelos e se contorcia para que eu aumentasse o vai e vem que estava fazendo dentro dela.
Ela já estava completamente molhada, e isso me deixava ainda mais excitado do que eu já me encontrava. Então, interrompi o beijo entre nós, a deitei na bancada e saí de dentro dela, que soltou um resmungo que me fez rir. Encarei aquela mulher deitada diante de mim e levei meus lábios até a parte interna de sua coxa, na qual trilhei toda a extensão até chegar em sua boceta, que pingava de tesão.
Penetrei-a de uma só vez com um dedo e iniciei movimentos lentos enquanto levei meus lábios até seu clitóris. Comecei passando a ponta da língua levemente ao mesmo tempo que a penetrava. Agora, já tinha enfiado dois dedos em sua boceta, fazendo movimentos de vai e vem lentos, e fui aumentando o ritmo.
gemia de forma sôfrega ao mesmo tempo que eu a penetrava e chupava sem parar. Eu queria vê-la sentir cada fração do prazer que eu podia proporcionar a ela, exatamente como acontecia sempre que estávamos juntos no passado, antes de toda aquela merda nos separar. Eu precisava sentir que ainda tínhamos essa conexão.
Tirei os dedos de dentro dela e passei a chupá-la com intensidade. Ela se contorcia ao mesmo tempo que puxava meus cabelos. Eu sabia que ela ia gozar e estava ansioso por isso. Não demorou muito para acontecer, pois logo suas pernas estremeceram e um gemido alto reverberou no ambiente.
Saí de onde eu estava e passei a língua no meu lábio enquanto a encarava retomar o fôlego.
— Você sempre se superando, — escutei as palavras saírem de sua boca em um sussurro e sorri.
sorriu para mim e voltou a ficar sentada na bancada.
— Isso é só o efeito que você tem sobre mim — afirmei.
Ela abriu a boca para responder, mas parou ao ouvirmos seu celular tocar, o que fez com que revirasse os olhos.
— Algum problema? — perguntei, preocupado.
Tudo que eu não queria era causar qualquer problema para ela.
— É a Fran — explicou. — Parece que minha mãe ligou para o quarto de hotel e não me encontrou, então ligou para ela...
— E você também não estava junto com ela — completei.
— Isso — afirmou.
Peguei-a pela cintura e a desci do balcão. Eu sabia que nossa noite tinha acabado bem ali.
— Me desculpa — ela disse com uma voz chorosa enquanto arrumava o vestido.
Ri fraco.
— Por favor, — pedi.
Ela me encarou, sem entender nada.
— Faça o que quiser, mas não me peça desculpas por algo que não é sua culpa — falei, encarando-a, que sorriu e me abraçou.
Eu sempre me impressionava como íamos do casal que tinha acabado de quase transar em um lugar onde era praticamente “público” para esse que tinha tantos sentimentos que não sabia esconder.
— Está tudo bem, linda — falei, abraçando-a, e depositei um beijo no topo de sua cabeça.
— Ainda vou te ver amanhã? — A pergunta dela tinha um ar de desespero, e isso partia meu coração.
— Com certeza — afirmei.
Ficamos assim por mais um tempo, até que ela decidiu que realmente precisava ir para o quarto, pois já passava das três da manhã e, segundo ela, sua mãe jogaria um monte de bombas em cima dela.
? — chamei-a, antes que ela saísse por aquela porta.
Ela virou para me encarar, mas não disse nada.
— Eu amo você — afirmei, encarando-a, e a vi sorrir, para então sair.
E, mais uma vez, tive que voltar à solidão.

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Eu saí daquele lugar sentindo todo peso das coisas que vinham acontecendo na minha vida nos últimos oito meses me arrastarem como a onda do mar leva um simples objeto, sem importância alguma e sem chance de defesa. Tudo o que tinha acontecido esta noite foi a comprovação de que me casar com alguém que não amava por contrato ia me levar ao fundo do poço, se é que eu já não estava nele.
Eu estava sendo engolida por demônios que nem me pertenciam.
Respirei fundo enquanto caminhava por entre nos corredores do hotel até meu quarto, tentando conter as lágrimas que já se formavam em meus olhos. Minha noite tinha virado uma completa montanha-russa. Comecei sentindo que todo meu mundo começava e terminava em , e acabei descobrindo que nem mesmo pertencíamos mais ao mesmo mundo.
Abri a porta com rapidez e respirei aliviada ao perceber que Fran ainda não tinha voltado da festa com as garotas, então eu teria algum tempo para absorver tudo o que tinha acontecido e ligar para a minha mãe. E, sem dúvidas, ligar para ela seria uma das coisas mais difíceis que eu teria de fazer, entre todas as outras.
— Oi, mãe — falei ao escutá-la atender.
, por onde você andou? — Sua voz era de impaciência.
Revirei os olhos e me deitei na cama, encarando o teto.
— Fui ao cassino — afirmei, não era mentira.
Nate tem tentado falar com você o dia todo. Por que não atendeu? — a pergunta dela saiu de forma acusatória, e aquilo me matava.
— Porque eu vim para minha despedida de solteira com a intenção de relaxar — bufei. — Não é óbvio?
, esse casamento é muito importante para a empr…
— Mãe, você alguma vez já parou para se perguntar o que é importante para mim? — indaguei. — Que, talvez, eu tenha sonhos?
O silêncio pairou do outro lado da linha.
Filha, eu sei disso, mas você sabia da importância desse casamento — afirmou de forma fria.
Lágrimas escorriam, e eu só queria mandá-la se foder e tacar meu celular bem longe, para que ele quebrasse e eu me tornasse incomunicável a viagem toda.
— Não, você não sabe — afirmei e desliguei. Não tinha mais estruturas para lidar com aquilo.
Joguei o aparelho do outro lado da cama e bufei de irritação.
Fechei meus olhos e tentei pensar nas coisas boas que tinham acontecido hoje. Minha mente divagou até , em cada vez que ele me olhou ou me tocou. Eu nem tinha noção do quanto tinha sentido falta de tudo aquilo até ele aparecer naquela hora na piscina. Ali, eu soube que jamais seria capaz de amar alguém como eu o amava. Nunca.
Tomei um banho quente o suficiente para relaxar e, depois, voltei para a minha cama, decidida a dormir e descansar, mas também a pensar em como eu resolveria minha situação, porque esse casamento por contrato vinha me destruindo cada vez mais.
Caí no sono pouco tempo depois.

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O dia passou voando — graças a Deus — e já estávamos a caminho do baile de máscaras. Meu coração estava acelerado, e eu tinha a sensação de que não ia conseguir aguentar a ansiedade. Depois da noite de ontem, eu só conseguia pensar no quanto me casar sob contrato era loucura e na saudade que eu sentia da minha vida com .
Encarei a paisagem da cidade passar diante dos meus olhos e respirei fundo, desejando que a noite de hoje fosse muito melhor do que eu esperava. Esperava que ela me trouxesse alguma luz no fundo do túnel, uma forma para que eu pudesse sair do buraco em que havia me enfiado quando disse ao meu pai que aceitaria aquele casamento.
Ao mesmo tempo que eu sentia um profundo arrependimento, um sentimento de aprendizado pairava sobre o meu coração, porque, olhando para trás e vendo como tudo havia acontecido desde então, eu conseguia enxergar que isso havia me trazido um amadurecimento que eu nunca tive em anos.
Parecia até aquele ditado bobo, há males que vem para o bem.
— Você está muito distraída — escutei Fran dizer e me virei para encará-la.
— Desculpa. — Dei um sorriso fraco. — Eu acho que é todo esse clima de despedida. Me deixou pensativa.
Fran sorriu para mim e se aproximou um pouco mais.
— Você sabe que ainda pode desistir, né? — minha amiga falou baixinho, para que apenas eu escutasse.
Encarei-a por alguns instantes.
— Não é tão simples, Fran... — falei com sinceridade.
— É a sua felicidade, . — Ela me encarava de forma séria. — Deveria ser bem simples. Seu pai já é bem grandinho para resolver os próprios problemas.
— Ontem eu...
Abri a boca para falar sobre o que tinha acontecido ontem, mas fui interrompida por Maze dizendo:
— Olha só a quantidade de homem lindo na porta desse lugar!
Tínhamos acabado de chegar onde aconteceria o baile.
— Espera só até entrar lá. — Lori, uma outra amiga minha, disse, batendo palminhas. — Você precisa melhorar essa carinha, .
Sorri para ela, assentindo, e me endireitei no banco do carro.
— Vai ser uma noite ótima, a só precisa jogar as preocupações de lado — Fran disse e segurou minha mão.
Sorri para ela e vi o motorista estacionar.
Descemos do carro e fomos direto para a porta de entrada. Nossos convites eram VIPs, e por isso não precisávamos ficar esperando, então apenas os mostramos para o segurança e nossa entrada foi liberada. Do lado de dentro, era ainda mais bonito, com todos os detalhes em cristal, cheio de lustres e uma luz escura, que iluminava todo o ambiente.
Caminhei observando tudo enquanto minhas amigas não paravam de dizer o quanto estavam animadas.Fomos direto para o bar, em que eu pedi um Dry Martini para mim e corri os olhos pelo lugar, em busca do que realmente me interessava. Tinham muitos homens bonitos ali, mas nenhum deles me fazia sentir alguma coisa, porque meu objetivo era outro.
Assim que minha bebida chegou, avisei minhas amigas que iria dar uma volta pelo lugar e saí antes que fosse questionada. Dentro estava um clima quente, e agradeci por ter escolhido um vestido longo de tecido fino que me deixava confortável, ao mesmo tempo que delimitava bem as curvas do meu corpo.
E já me encontrava há algum tempo procurando por , quando decidi ficar um pouco na pista de dança, bebendo e aproveitando para olhar um pouco o lugar. Uma parte de mim sentia uma ansiedade imensa com a ideia de que ele pudesse ter desistido de vir, mas a outra se mantinha confiante e me dizia que, mesmo se ele não aparecesse, eu aproveitaria essa despedida.
Levei a taça com a bebida até minha boca e sorri ao sentir um cheiro familiar invadir minhas narinas.
— Você me encontrou — falei, já abrindo um sorriso.
A respiração quente no meu pescoço fez com que eu me arrepiasse, e logo senti mãos no meu quadril, que me viraram com velocidade. estava bem na minha frente, usando um terno preto — como da noite passada — e com uma máscara cinza escuro, exatamente da mesma cor que a minha.
— Linda — ele disse com um sorriso brincalhão e se aproximou. — Quando vai entender que sempre te encontro?
Sorri com as palavras dele.
— Ou melhor, que eu sempre volto para você — ele disse e passou o braço na minha cintura, puxando-me para perto dele.
Dei um gole na minha bebida e o encarei.
— Esperei muito por essa dança — ele disse, sorrindo.
Bebi tudo que tinha na minha taça e aproveitei para deixá-la em uma bandeja, assim que um garçom passou ao nosso lado carregando uma.
— Eu também — afirmei, pegando em sua mão.
me conduziu na dança lentamente, de acordo com o ritmo da música que estava tocando, e apoiei minha cabeça no peito dele. Neste momento, nada mais importava. Eu só conseguia pensar em nós e em tudo que tínhamos perdido ao longo desses meses, pensando que, apesar de eu ter me mantido a par do que vinha acontecendo com ele, ainda assim eu não tinha ideia do que ele teve que passar.
— Você tem certeza de que quer fazer isso, ? — A pergunta dele me perguntou de surpresa.
— Eu tinha — respondi com sinceridade enquanto ainda dançávamos. — Até te ver aqui… Estar com você de novo.
A respiração dele estava pesada, e eu conseguia ouvir seu batimento acelerado.
— Eu ainda odeio tudo isso, — disse de forma calma, causando uma certa dor em meu coração.
— Eu sei — afirmei.
— Porém, o que você decidir eu irei apoiar.
Sorri com as palavras dele e me afastei, interrompendo a dança entre nós.
— Não quero falar sobre isso agora — falei, encarando-o. — Que tal tirarmos um pouco de tempo? Eu tenho uma má ideia.
— Então — ele disse e se aproximou. — Vamos sair daqui, porque eu quero terminar o que começamos ontem.
Mordi o lábio inferior e o encarei, assentindo.
— Antes eu preciso fazer uma coisa, tudo bem? — perguntei, e ele assentiu. — Te encontro na entrada.
Caminhei rapidamente por entre as pessoas que tinham ali e procurei pelas minhas amigas. Precisava falar com Fran antes de sair de lá, dizer a ela o que eu planejava, já que, no carro, fui interrompida por Maze. Avistei as três no bar em que as tinha deixado e caminhei rapidamente até lá. Assim que cheguei, puxei minha melhor amiga pela mão, pedindo licença para as outras.
Levei-a até uma área afastada do lugar onde eu conseguisse falar, de modo que ela me escutasse com atenção.
, está tudo bem? — minha amiga perguntou, parecendo preocupada.
Eu estava com o coração acelerado devido ao nervosismo, então precisava de um tempinho para recuperar o fôlego.
— Você está me assustando.
— Eu ia te falar uma coisa no carro, mas a Maze me interrompeu — comecei dizer, e ela riu. — Qual a graça, Fran?
— Eu sei, — afirmou.
— Sabe o quê? — perguntei, um pouco confusa.
— Sei tudo — afirmou. — Sou sua melhor amiga desde criança. Mesmo que você ache que não sei de algo...
— Você sabe — a interrompi, sorrindo.
Minha amiga afirmou com a cabeça e a abracei.
— Você não precisa me contar nada, só quero que seja feliz — escutei-a dizer e a apertei no abraço.
— Obrigada, por tudo! — falei e a soltei.
— Vai logo, antes que a gente comece a ficar sentimental demais — Fran disse, me fazendo rir, e assenti, já saindo para encontrar .

Eu mal tinha aberto a porta quando tomou meus lábios e me pegou no colo, quase fundindo nossos corpos. Ele caminhou no quarto comigo em seu colo enquanto nos beijávamos e, assim que chegou perto da cama, me colocou sentada nela, separando nossos lábios, o que me causou um resmungo sôfrego.
sorriu para mim e tirou sua camisa, me dando a visão de seu abdômen definido e fazendo com que eu mordesse meu lábio inferior pela segunda vez naquela noite ao olhar para ele. Assim que ele terminou, se aproximou e fez menção de se inclinar na minha direção, mas coloquei minha mão em sua barriga e desci até a abertura de seu cinto, que comecei a tirar enquanto ele me encarava.
Abri a calça e a puxei de uma só vez para baixo, fazendo com que sua cueca saísse junto com a peça de roupa e seu pau já duro pulasse para fora, me arrancando um riso sacana. Comecei passando minha unha no abdômen dele com delicadeza e o vi jogar a cabeça para trás, ao mesmo tempo que levou uma mão até meu rosto e acariciou minha bochecha com delicadeza.
Desci minha mão até o pé de sua barriga e o vi se arrepiar, então peguei seu pau na mão e comecei a fazer movimentos lentos de vai e vem, que arrancou do homem à minha frente um gemido sôfrego e suspiros pesados. Aumentei os movimentos de vai e vem e levei a ponta da minha língua até a glande de seu pau, lambendo lentamente em movimentos circulares.
Fiquei por um tempo dando leves lambidas e chupadas em sua glande e passei minha língua por toda a sua extensão, para, em um gesto repentino, enfiá-lo na minha boca e começar a chupá-lo com vontade. levou sua mão até meus cabelos e começou a se movimentar, metendo em minha boca enquanto eu o chupava cada vez mais rápido.
Parei de chupá-lo e voltei a passar a língua em sua glande, descendo pelo seu pau até chegar em suas bolas. Dei uma atenção a elas ao mesmo tempo que encarava sua expressão ao me ver diante dele daquela forma, escutando seus suspiros de consternação e o masturbando.
... — escutei a voz de , mas continuei chupando-o.
Ele segurou meu cabelo com um pouco mais de força e se afastou.
— Se você continuar me chupando assim, eu vou gozar na sua boca agora mesmo — ele disse com uma voz abafada, que me fez soltar um risinho.
Revirei os olhos e o puxei mais para perto, voltando a segurar seu membro.
— Droga, linda — ele disse e sorriu.
Levei meus lábios mais uma vez até seu pau e o enfiei na minha boca, voltando a chupar toda a extensão daquele órgão com vontade. Dessa vez, segurou meu cabelo e se entregou ao prazer, fazendo movimentos de vai e vem na minha boca e a fodendo com vontade, até gozar.
sorriu para mim, passou o dedo em meu lábio inchado e fez sinal para que eu me deitasse na cama, e assim o fiz. Ele se debruçou em cima de mim e começou dando beijos no meu pescoço, descendo por toda a extensão dele, ao mesmo tempo que senti sua mão subir por entre minhas pernas até tocar minha boceta, que já estava pingando de tesão.
Ele deslizou os dedos para dentro de mim, fazendo com que eu arfasse e soltasse um gemido abafado. Enquanto beijava meu pescoço e dava leves chupões, eu sentia seus dedos entrarem e saírem em um movimento circular gostoso, que me fazia arquear as costas e movimentar as pernas em um desespero incontrolável.
Eu precisava daquele homem dentro de mim, mais do que tudo.
Senti-o parar os beijos e o vi me encarar e tirar seus dedos de mim, para então descer até minhas coxas e começar a dar leves chupadas, como tinha feito na noite em que ficamos juntos naquele bar reservado. Mordi meu lábio inferior e gemi mais alto quando o senti tocar a ponta da língua no meu clitóris e me penetrar com dois dedos, ao mesmo tempo que brincava com a ponta da língua.
Segurei seus cabelos e gemi ainda mais alto quando ele tirou os dedos — mais uma vez — e começou a me chupar com voracidade, fazendo com que eu me contorcesse em sua boca e puxasse seus fios com ainda mais força. Aquela sensação era indescritível, mas eu não queria gozar em sua boca. Achei que ele tinha lido meus pensamentos quando o vi parar e me encarar.
Tirei meu vestido apressada, já ficando completamente nua enquanto o observava ir até sua calça e pegar um pacotinho de camisinha, abri-la e colocá-la em seu pau. Depois disso, se sentou na ponta da cama, e eu caminhei até ele, passando uma perna de cada lado de seu corpo e me encaixando perfeitamente nele, deixando-o me invadir por completo.
Comecei rebolando lentamente e levei meus lábios ao dele, iniciando um beijo entre nós enquanto senti as mãos dele na minha bunda, me empurrando para que eu aumentasse o ritmo das reboladas. Aumentei o movimento e senti-o morder meu lábio inferior quando fiz aquilo, me arrancando um sorriso entre o beijo.
Naquele momento, era como se nossos corpos estivessem fundidos. Quanto mais eu me movimentava em seu pau, mais eu o queria sentir por completo. Provar de cada fração de prazer que pudesse me proporcionar naquele momento, como se meu mundo começasse e terminasse bem ali, sem me importar com absolutamente nada.
Em um gesto rápido, saí de cima dele e fiquei de quatro na cama. passou a mão na minha bunda e gemi sôfrega quando senti cada extensão do seu pau me invadir, e logo em seguida ele começar a se movimentar, me fodendo por completo naquela posição. Ele segurou meu cabelo, fazendo com que eu ficasse um pouco mais curvada, e me penetrou ainda mais fundo, me fazendo rebolar em seu pau.
Ele deu mais algumas estocadas e saiu de dentro de mim, fazendo sinal para que eu me deitasse na cama, e assim o fiz. começou dando beijos na minha barriga e foi subindo por toda aquela extensão até chegar em meus seios. Ele começou chupando-o devagar e aumentou o ritmo aos poucos, enquanto brincava com a ponta da língua no meu bico, me arrancando gemidos.
parou de chupá-los e levou seus lábios até minha boca, iniciando um beijo entre nós ao mesmo tempo que me penetrou lentamente e começou a se movimentar devagar enquanto nos beijávamos. Não demorou muito para que eu sentisse minha boceta abraçar seu pau e eu gozasse entre gemidos, para, então, depois de mais algumas estocadas, vê-lo gozar e cair sobre mim.

O silêncio pairava entre nós. Eu não tinha coragem de dizer nada e acabar com aquele momento. Então, depois de ter ido ao banheiro para fazer minhas necessidades — assim como fez as dele — e tomarmos um banho, permanecemos em silêncio até o momento em que me deitei em seu peito.
Eu não queria sair dali por nada nesse mundo, e a única coisa que me ocorria naquele momento era que eu gostaria de parar no tempo.
— escutei a voz de e senti meu coração acelerar.
— Hm — resmunguei.
— Você sabe que não temos como terminar isso de outra forma, não sabe? — ele perguntou e senti um aperto no coração.
Eu sabia disso, mas não queria admitir.
— Eu não consigo fazer isso de novo, — admiti, tentando conter o choro.
Escutei a respiração dele pesada e senti-o se afastar.
— O que foi? — perguntei e me sentei.
— Eu odeio tudo isso, — ele disse com sinceridade enquanto me encarava.
— Eu também, você sabe disso — admiti.
levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro.
— Nós podemos fugir — ele disse, e soltei uma gargalhada, mas parei ao ver que era sério.
— Você está maluco? — perguntei, me levantando e caminhando até ele.
— Por quê? — indagou. — Maluquice é deixar você se casar com esse cara, .
Encarei-o com pesar nos olhos e levei minha mão até seu rosto.
— Você deveria saber que eu sou temporária — falei de forma calma.
riu fracamente e levou sua mão até a minha, que estava em seu rosto.
— Linda — ele falou e aproximou seus lábios dos meus, passando o braço em minha cintura. — Você é tudo, menos temporária.


Epílogo

Encarei a aliança em meu dedo e soltei um suspiro pesado. Estar casada era a coisa mais surreal que poderia ter acontecido comigo. Eu nunca fui uma mulher que teve esse sonho ou vontade de entrar em uma igreja. Para falar a verdade, eu nunca nem quis me casar, mesmo que fosse da maneira mais simples possível.
Contudo, agora eu era uma mulher oficialmente casada.
A ideia de passar o resto da minha vida ao lado de alguém sempre me pareceu absurda e inalcançável, porém aqui estava eu, planejando bons anos futuros da minha vida com outro alguém. Cada parte disso fazia minha cabeça quase explodir, mas eu tinha feito uma escolha, colocado tudo em uma balança e chegado à conclusão de que era isso que eu realmente queria, que me definiria a partir de agora.
Eu estava pronta, sempre estive.
! — Escutei meu nome ser chamado e saí do transe em que eu estava.
Respirei fundo e encarei o mar calmo quebrando suas ondas com maestria.
?
Me dei por vencida e abandonei a vista maravilhosa, já me virando para ir em direção à casa.
— Desculpa, eu me distraí — falei ao encarar o dono da voz que me chamava tão desesperadamente.
— Eu aposto que estava distraída olhando para a aliança — ele disse, me arrancando um riso fraco. — Quando vai se conformar que tudo isso é real?
— falei de forma calma e entrei na casa, já indo em sua direção. — Porque depois de tudo que eu passei, as vezes acho que vou acordar e descobrir que meu marido é o Nate.
Escutei-o rir fracamente e o abracei por trás.
— Por isso sempre diz meu nome com essa calma? — ele gargalhou.
— Sim — afirmei. — Porque quero fixar em meus pensamentos, que estamos casados… Felizes.
parou o que estava fazendo e se virou para mim.
— Linda, isso tudo é r...
O meu telefone tocando interrompeu a fala de .
— Já volto — falei e caminhei até a bancada, em que meu celular estava.
O número na tela era desconhecido, mas decidi atender mesmo assim.
Oi, . — A voz do outro lado da linha fez com que eu me arrepiasse, mas de medo.
Nate.
— O que você quer? — perguntei de forma abrupta.
, quem é? — perguntou ao ouvir meu tom de voz, mas fiz sinal para que ele ficasse quieto.
Se você acha que isso vai terminar bem, eu só liguei para dizer que não. — Nate tinha uma voz fria e parecia ainda mais perigoso do que antes.
Engoli em seco e procurei toda a força que existia em mim.
— Nate, eu já disse para me deixar em paz — informei.
Sei que está com ele.
Engoli em seco enquanto encarava .
— Me esqueça, Nate — pedi. — Esqueça isso, esqueça ele. E, por tudo que é mais sagrado, me esqueça!
Desliguei a ligação e encarei , que sorriu orgulhoso.
Por ora, Nate seria um problema para depois. Agora, eu tinha duas pessoas para cuidar, e, mesmo que ela ainda não tivesse vindo ao mundo, éramos três.
A minha má ideia não tinha sido tão má assim, afinal.


Fim



Nota da autora: Oi, Lovers!
Vocês querem me matar por ter terminado assim?
Espero que não, porque comigo sempre rola uma possibilidade de continuação haahahahahaha.
Eu nunca sofri tanto para escrever um ficstapes e espero de coração que vocês gostem!
Com amor, Vane! <3





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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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