Finalizada em: 20/09/2022

Capítulo Único


e querido, foi tão bom, nunca olhar para baixo
e bem ali onde estávamos
era solo sagrado


Os aplausos preencheram o som da multidão, mas ela ainda ouvia a melodia da música tocar.
Havia algo intrigante no fato dela nunca conseguir enxergar além, sempre encontrando o mesmo rosto, como se carregasse uma culpa que não deveria ser sua. Não era ela no meio do palco recebendo os aplausos, mas estar nos bastidores não fazia muita diferença. Uma cortina grossa de cor vermelha podia separá-la do palco e da multidão, mas o som de tudo vibrando sempre chegava até ela, não importava onde estivesse.
Quando os aplausos cessaram, ela olhou seu reflexo através do espelho, encontrando sua pele um pouco pálida. Não sentia vontade nenhuma de se apresentar naquela noite.
Ser a última lhe dava uma vantagem, mas se quisesse desistir da apresentação, precisava anunciar o quanto antes. No entanto, continuou estática, encarando o próprio reflexo, como se isso fosse mudar alguma coisa.
— Onde está o ?
Ela ouviu a pergunta atrás de si. Não precisou se virar para encontrar a dona da voz, porque logo em seguida, a silhueta de Karina surgiu no espelho. piscou os olhos, deixando os ombros caírem, demonstrando a sua derrota no momento. Sua feição devia expressar o quão infeliz devia estar se sentindo e Karina percebeu.
? — chamou.
Karina parou atrás da melhor amiga e apertou os ombros dela.
— Eu não sei — murmurou, desgostosa. — No camarim?
Karina estreitou os olhos, porque deveria saber onde estava. Os dois eram parceiros de dança e estavam prestes a se apresentarem, fechando o evento como o casal principal, mas ele não estava ali. E ela não parecia muito interessada em saber, o que era meio preocupante. Se o casal principal não estavam sintonizados naquela noite, o quão tudo poderia dar errado?
Karina parou de massagear os ombros da dançarina e puxou uma cadeira, sentando-se ao lado de . A outra finalmente parou de encarar o reflexo no espelho e virou o rosto para encarar a sua melhor amiga, bem ao seu lado. Ela não gostou do que encontrou no rosto da outra, mas não disse nada. Estava sem forças até para aquilo.
— O que aconteceu, ? — Karina questionou, a voz neutra.
soltou um suspiro exasperado. A última discussão com ainda estava vívida na sua memória. Tinha percebido que os dois andavam distantes nos últimos tempos, mas imaginou que fosse o cansaço de suas rotinas afetando ambos. Finalmente, quando não apareceu para o último treino antes da grande apresentação, percebeu que o problema era os dois. Não a rotina, não o cansaço, não a dança. O problema era os dois juntos.
— Para ser sincera, K, não aconteceu nada — ela começou a responder, soando verdadeira. — Eu queria que tivesse acontecido alguma coisa, qualquer coisa, porque aí eu teria uma resposta e um motivo de verdade para entender tudo. Acho que aconteceu a coisa mais comum. Nos afastamos.
Apesar de haver um sorriso sem humor nos seus lábios, o brilho não chegava aos seus olhos. engoliu a seco, sentindo seus olhos lacrimejarem e sentiu as mãos de Karina segurarem as suas.
— Vocês terminaram?
balançou a cabeça, sem saber uma resposta adequada. Por fim, ela deu de ombros.
— Nós brigamos — respondeu. — Eu não sei se isso configura um término.
Karina assentiu, apertando as mãos da amiga. Ela era mais velha que e também era dançarina. Se conheceram na Academia de Dança, muito tempo atrás, quando ainda eram iniciantes e ingênuas demais para entender como as coisas funcionavam mundo afora.
— Essa é a parte chata de ter um relacionamento com o seu parceiro de dança — Karina começou a dizer, arrancando um sorriso de . — A gente sabe que deveria manter tudo profissional, mas você e eu também sabemos como a teoria é diferente da prática. O Liam me conhece melhor do que ninguém e tenho certeza que você se sente da mesma maneira com o . Nem nós duas passamos tanto tempo juntas quanto passamos com eles e nós somos melhores amigas, .
concordou com um aceno. Sim, era verdade que a conhecia melhor do que ninguém e era seu parceiro há muito tempo, mas aquela conexão que ambos sentiam pareciam estar ruindo. O que tinha unido os dois, agora era o que os afastava.
— Eu sei o que vocês estão passando, porque eu e Liam passamos também — Karina continuou, os olhos demonstrando compreensão. — Teve uma época que tudo o que ele fazia, me enlouquecia. Achei que estávamos passando tempo demais juntos e que precisava de um tempo sozinha. — ela explicou. — Nos afastamos também, mas isso não significa que nós acabamos.
— O que você fez? — quis saber.
Karina soltou um suspiro baixo, abrindo um sorriso.
— Olha, , você só tem duas opções aqui — Karina respondeu. — Precisa decidir se vale a pena perder o para compensar alguma coisa, ou se quer lutar para superar isso.
mordeu o lábio.
Não era a primeira vez que se pegava pensando o que deveria fazer. Não sabia o que estava pensando sobre tudo aquilo do que os dois estavam passando agora, mas sabia que deveria tomar uma decisão a respeito daquilo. Não podiam continuar do jeito que estavam. tinha tentado conversar sobre isso uma vez, depois da briga, mas ele fugiu tão rápido que ela não teve outra oportunidade. Terminar tudo era o caminho mais fácil, mas por que deveria jogar fora todos aqueles anos juntos, sendo um casal ou não? O que sentia por ele valia a pena.
— E precisa decidir logo, porque a apresentação dos dois está chegando — Karina apressou, soltando as mãos de .
A dançarina respirou fundo e assentiu, sentindo-se um pouco pressionada depois daquelas últimas palavras de Karina, mas ela tinha razão. não iria entrar no palco sem antes resolver as coisas.
— O que é isso aqui? — Liam apareceu, intrometendo-se no meio da conversa. — Estava na porta do camarim de .
Quando as duas dançarinas viraram o rosto para ele, Liam exibia um post-it com um desenho muito mal feito. sorriu, dando de ombros, olhando o seu reflexo no espelho uma última vez.
— Nós competimos para ver quem faz o pior desenho do mundo — respondeu, levantando-se.
Liam franziu o cenho, como se pensasse que ela era louca e procurou o apoio de Karina, mas tudo o que sua parceira fez foi dar de ombros, achando nenhum pouco estranho.
— E quem está ganhando? — ele resolveu entrar na brincadeira.
encarou o rosto dele e apontou para o desenho em seguida.
— O que você consegue ver? — ela questionou, ajeitando os sapatos nos pés.
Liam umedeceu os lábios e encarou o post-it verde com atenção, esforçando-se verdadeiramente para entender o que diabos estava desenhado ali, mas a julgar por sua expressão confusa, ele não conseguiu.
— Eu não tenho ideia, — ele respondeu. — Deveria ser alguma coisa?
— Acho que agora você tem uma boa ideia de quem está ganhando essa competição — disse.
Karina riu e levantou-se também, aproximando-se de Liam. Os dois trocaram um selinho rápido em cumprimento. Eles já tinham se apresentado.
— Certo, é… — pigarreou, coçando a nuca discretamente. — O está no camarim?
— Sim — Liam respondeu. — E está uma pilha de nervos. Vocês brigaram?
não respondeu. Ela exibiu um sorriso sem graça e murmurou que precisava ir, enquanto Liam buscava resposta em Karina, que também não respondeu, mas sabia que ela ia explicar tudo ao namorado. A dançarina não se importava. Os quatro eram como uma família e sabiam quase tudo um do outro, exceto as coisas que não contavam.
Ela estava prestes a sair dos bastidores e adentrar o corredor dos camarins, mas voltou rapidamente até onde Liam e Karina ainda estavam.
— Ei, Liam, pode me entregar isso? — pediu, apontando para o post-it. Liam entregou. — Obrigada!
Dando as costas aos dois novamente, ela finalmente adentrou o corredor. Não havia quase ninguém ali, exceto por pessoas da produção do evento e alguns dançarinos esticando as pernas. Ela andou mais um pouco, até parar em frente à porta do camarim dos dois, mas que ela quase nunca usava, preferindo ficar perto do palco. O post-it tinha sido colado ali, mas ela não tinha certeza se ele chegou a ver, já que Liam tinha sido intrometido o suficiente para arrancar o desenho da porta. Ela encarou o nome dos dois no centro e respirou fundo, ouvindo uma música distante vindo do palco. O barulho não incomodava ali, mas deixava-a desconcentrada. levantou a mão, prestes a bater na porta, mas parou, deixando a mão suspensa no ar, enquanto a outra segurava o desenho mal feito.
Ela não deveria bater.
Aquele camarim era tanto dele, quanto dela, então seria completamente normal entrar sem bater, sem anunciar a sua presença. Ela abaixou a mão e respirou fundo mais uma vez, tentando controlar as batidas do seu coração. Estar tão nervosa com toda aquela situação só explicava uma coisa.
Pela primeira vez, ela tinha algo a perder, se tudo aquilo não desse certo.
mordeu o lábio e girou a maçaneta devagar, adentrando o camarim em silêncio.
? — sussurrou.
Ele levantou os olhos na direção dela, a expressão perturbada, o cabelo bagunçado, mas o resto do seu figurino continuava impecável. Ele estava divino naquele terno lilás, o contraste da cor combinado com seus olhos e com o vestido dela. não conseguiu identificar muito bem, mas achou ter visto alívio nos olhos dele assim que ele a olhou.
.
O som do seu nome saindo da boca dele aumentou as batidas do seu coração. Era tão patético o modo como ela ainda se sentia com ele, depois de anos juntos. Toda vez que ele a olhava com admiração, a elogiava ou dizia o seu nome daquela forma, ela sentia como se fosse a primeira vez apaixonando-se por ele, todas as vezes.
conteve as próprias emoções. Ela fechou a porta atrás de si e continuou parada ali, o peito subindo e descendo em uma respiração rápida. piscou os olhos na sua direção, sem saber se deveria ser ele a começar a falar.
E se ela estivesse ali para acabar com tudo? Ele não a culparia. Vinha agindo de um modo completamente idiota nos últimos dias. Quando ela tentou conversar com ele depois daquela briga ridícula, ele fugiu. Não porque não queria conversar, mas porque não suportava a ideia de que ela fosse terminar com ele.
Ali, no entanto, ele não tinha escolha. Não havia como fugir de algo que se tornaria inevitável, se fosse para acontecer.
estendeu o post-it para ele, dando um passo em sua direção. franziu o cenho, mas aceitou, exibindo um sorriso ao notar que era só mais um dos desenhos ruins dela. Ela estava sempre um passo à frente dele, vencendo aquela pequena competição entre os dois, sem saber se ela era ruim em desenhar mesmo ou fazia de propósito. De qualquer forma, não importava.
— O Liam tirou da sua porta — ela disse, a voz baixa, sem indicar que seu coração parecia prestes a sair pela boca.
— É, ele estava aqui enchendo o meu saco um pouco — ele resmungou. — O que é isso?
Ele apontou para o desenho que ainda segurava, assistindo-a dar de ombros.
— Era para ser um monstro marinho.
quase riu.
— Que tipo de monstro marinho? — indagou, verdadeiramente curioso.
Ele analisou mais uma vez o desenho, mas não conseguia identificar nenhum monstro marinho no meio de rabiscos. Sinceramente, parecia só que ela girou a caneta várias vezes no papel verde pequeno e colou na porta. Aquilo não era trapacear?
— Não sei — ela finalmente admitiu.
soltou a respiração, observando a distância que estava dele. Não muito perto, mas não tão longe. Bastava dar mais dois passos e poderia tocar a pele dele. No entanto, ficou onde estava, assistindo ele guardar o post-it na penteadeira com espelho atrás dele. Ela pigarreou, incomodada com o silêncio.
— Então… nossa apresentação está próxima — ela começou a falar, mantendo os olhos fixos nele. — Mas antes, podemos nos resolver?
prendeu a respiração por um momento, sentindo-se uma pilha de nervos. Sua vida inteira tinha sido compartilhada com ela. Nunca tinha medo de perder nada, até
então.
Pensar em perdê-la fazia-o pensar que, pela primeira vez, realmente, tinha algo a perder de verdade.
— Sinto muito pela briga — ele iniciou. — Sei que fui um completo idiota.
O motivo da briga tinha sido plausível. estava sentindo-se cansado da rotina que ambos adotaram desde jovens. Eram amigos quando resolveram ser parceiros de dança e, eventualmente, acabaram se apaixonando e consolidando a relação. E, ainda assim, suas vidas não mudaram muita coisa. Treinavam o tempo todo e só tinham algumas noites livres no sofá de casa. Ele queria mais.
Uma pausa de competições. Aproveitar o namoro e viajar para lugares que eles queriam visitar e não para competir. A rotina estava levando-o à exaustão e, sinceramente, os dois precisavam de um tempo. Mas tinha uma opinião diferente da sua, o que levou à briga e ao afastamento de ambos.
— Não acho que você seja o único culpado — ela admitiu, mais para si mesma do que para ele. — Dediquei a minha vida inteira a essa carreira que esqueci que tenho uma vida que posso aproveitar. Não te culpo por querer mais, .
Ele assentiu devagar, umedecendo os lábios secos. encostou-se contra a penteadeira, tentando relaxar. Vê-la ali, tão linda e determinada, só reforçava seu sentimento por ela. O dançarino sabia que, se um dia os dois terminassem — que não fosse naquele momento, ele implorou, ou talvez nunca —, ele não sentiria aquilo por mais ninguém. Céus, ele nem mesmo queria sentir aquilo por mais ninguém.
Estavam juntos por tempo suficiente para ter poeira em cada página de suas vidas.
, eu te amo — ele declarou. — Passaria a minha vida inteira dançando com você. Ou não dançando. Qualquer coisa que você queira.
A dançarina deixou um suspiro de alívio escapar. Estava esperando o pior, como o término, mas as palavras dele indicavam o contrário.
— Não quer terminar comigo? — ela indagou.
— O quê? — soltou, balançando a cabeça freneticamente. — Não, claro que não, , meu Deus!
Ele começou a rir. De alegria ou desespero, era difícil saber. desencostou-se da penteadeira e quebrou a distância que os separavam, segurando o rosto dela com firmeza, encarando aqueles olhos mais de perto. Sua pele inteira se arrepiou com o contato e ele beijou os lábios dela devagar, como se nunca tivesse feito isso antes.
Beijá-la era a sua segunda coisa favorita no mundo; a primeira era dançar com ela como se não existisse mais ninguém ao seu redor.
— Eu seria louco se terminasse com você — ele murmurou contra os lábios dela.
não estava mais infeliz. Os seus batimentos cardíacos elevaram um pouco, mas pelo menos era de felicidade e alívio.
— Você me assustou, — ela murmurou de volta, beijando-o outra vez.
colocou as mãos ao redor do pescoço dele, tentando não se empolgar muito no contato físico para não estragar a sua maquiagem. Não daria tempo de retocar tudo, e com esse pensamento, afastou-se dele rapidamente. Ambos respiravam devagar.
— Não foi a minha intenção — ele se desculpou.
— Mas ainda precisamos resolver sobre nós dois.
Não terminar o relacionamento tinha sido o primeiro passo. Era a segunda vez que eles quase chegavam naquela decisão, mas não concretizaram. No entanto, ela estava certa. Ainda precisavam resolver a pequena divergência que estava ocorrendo entre eles. Se ele queria uma coisa e ela outra, tinham que chegar a um meio termo.
— O que você quer fazer? — perguntou.
Ele estava falando sério quando disse que faria qualquer coisa que ela decidisse, mesmo que já tivesse deixado claro o seu desejo de antes. teve tempo para pensar sobre o que decidir, mas mesmo que sua decisão não fosse a mesma, ela não teria deixado ele abrir mão de seus desejos para cumprir os dela. Não era egoísta àquele ponto.
Além do mais… tinha razão.
Ela também estava cansada, precisando de um tempo fora de toda a rotina. Deveriam começar a aproveitar um pouco de tempo juntos, sem nenhuma obrigação, sem se preocupar com competições. Ela mesma tinha uma lista de lugares que desejava visitar.
— Uma pausa não é uma aposentadoria, certo? — ela começou a dizer, observando assentir. — Podemos tirar um tempo, mas acho que deveríamos começar a pensar sobre a última dança.
O dançarino cruzou os braços, com a expressão confusa.
— O que você está dizendo?
encolheu os ombros, passando a língua pelos lábios.
— Não temos mais tanta energia para isso, os jovens estão começando a nos superar — explicou, arrancando uma risada dele. — Podemos tirar uma pausa, mas acho que também podemos considerar nos aposentar.
mordeu a parte interna da bochecha, analisando a expressão e as palavras dela. estava certa quando dizia sobre os dois não conseguirem ter mais tanta energia quanto antes, mas se aposentarem? Eles ainda podiam dançar por quanto tempo quisessem, mas não era uma ideia ruim. Tinham prêmios suficientes; a carreira tinha sido um sucesso, e ainda era. Não precisavam de mais nada e só dançavam por diversão e paixão. Se aposentarem significava mais tempo juntos.
Tinham construído uma carreira juntos, talvez estivesse na hora de criar uma vida agora. Uma vida fora de toda carreira profissional.
descruzou os braços e puxou-a para si, segurando-a pela cintura, em um abraço meio desajeitado.
— Você é incrível — ele sussurrou, beijando a ponta do nariz dela.
riu.
— Eu sei.
— E convencida.
Ela riu ainda mais, espalmando as mãos contra o peito coberto dele.
— Eu também te amo, — murmurou. — E faria qualquer coisa por você.
Ele exibiu um sorriso lindo para ela. tentou pentear o cabelo dele com os dedos, mas estava bagunçado demais. Não um bagunçado feio, mas um bagunçado rebelde.
O dançarino estava prestes a dizer alguma coisa, mas uma batida na porta despertou a atenção do casal.
— Espero que não estejam fazendo sexo de reconciliação! — Karina gritou do outro lado, arrancando uma risada dos dois. — Vocês são os próximos. E é bom que encerrem esse evento com estilo!
balançou a cabeça. Roubou um selinho rápido de , antes de se dirigir à porta, girando a maçaneta. Karina ainda estava ali, com uma expressão ofegante.
— Se resolveram? — ela perguntou, recebendo um aceno positivo da melhor amiga. — Ótimo. Vamos encerrar esse evento que eu estou com fome.
riu e seguiu Karina de volta aos bastidores do palco. estava logo atrás dela, mais aliviado e tranquilo. Quando os três chegaram, era possível ouvir o final da música e mais aplausos vindos do outro lado da cortina. Liam estava sentado na mesma cadeira que estava antes de ir atrás de .
— Eu estou morrendo de fome — ele reclamou.
— Aguente mais um pouco e vamos para o McDonalds — Karina respondeu.
Liam assentiu e olhou para o casal.
— Então, eles estavam transando ou não? — perguntou à Karina.
olhou para a melhor amiga com uma falsa expressão indignada. Karina balançou a cabeça em negação e estendeu a mão na direção do namorado, esperando algo.
— Que droga — Liam murmurou, tirando uma nota de dinheiro da carteira e entregando para Karina.
— Vocês apostaram que estávamos transando? — questionou. — E você disse sim? — ela virou-se para Liam, que deu de ombros. — Eu não estragaria meu figurino por tão pouco.
— Ei! — protestou.
Karina gargalhou.
— Eu avisei — ela disse para Liam.
respirou fundo e balançou a cabeça, resolvendo ignorar o casal de amigos. Ela virou-se para , no exato momento em que o penúltimo casal que se apresentou passou pela cortina.
— Essa noite, eu vou dançar por tudo que nós passamos — ela murmurou baixinho, só para que ouvisse. — Mas eu não quero dançar, se não for com você.
riu baixo, franzindo o cenho.
— Você está citando Taylor Swift?
concordou com um aceno e deu um último beijo nos lábios dele, antes das cortinas abrirem. Ela estendeu a mão para ele, que aceitou, entrelaçando os seus dedos nos dela.
— Vamos — ela sussurrou. — Acho que temos mais uma dança.
beijou o topo da cabeça dela, como de costume, e os dois andaram até o palco, sendo recebido com aplausos. Eles se colocaram diante um do outro, com a expressão fechada, a melodia da música começando a tocar.
Os dois começaram a dançar, como se não existisse mais ninguém no mundo.
Podiam considerar dar uma pausa ou se aposentarem, não importava.
O palco era o solo sagrado deles.
Sempre seria.


FIM



Nota da autora: Oi, oi, fanfiqueiras! Obrigada por terem lido até aqui. Essa não era a história original, mas infelizmente eu não consegui ir adiante, porque o bloqueio me pegou de jeito, ódio. Optei por criar uma coisa curtinha que combinasse um pouco com a música e que, ao mesmo tempo, não me fizesse abandonar essa obra prima da Taylor! Você pode encontrar outras histórias minha nos links abaixo e entrar em contato comigo pelo insta. Um beijo!

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