Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo 1

A GALLE REALTIES está situada no sexagésimo andar da Trump Tower, que é um dos prédios comerciais mais populares de Nova York. E encaro a vista diante das janelas do meu novo escritório. E observo a movimentação na rua abaixo. Pessoas passam apressadas, mal notam a presença uma das outras. E logo desaparecem no meio da multidão.
É um grande desafio pela frente, já que meu pai decidiu me entregar o cargo mais importante da empresa: a presidência.
E eu sei que tenho muita dor de cabeça pela frente, mas nada que uma cerveja gelada e uma gostosa não resolva.
Sento em minha cadeira de couro e jogo o paletó em uma das cadeiras. Pronto para o meu primeiro dia de trabalho.
Disco o número e no primeiro toque minha secretária atende.
— Rosie, por favor, traga as pastas de aquisições e todas as pesquisas, e notas sobre os negócios passados e atuais. — Digo firme.
— Sim, senhor . — A mulher diz, pronta para seguir meu comando.
— Ah, não esqueça de trazer minha agenda e a lista diária de tarefas.
Sim, senhor. Vou providenciar tudo e o mais rápido possível trago tudo. — Desligo o telefone e checo os meus e-mails.

† †


Afrouxo a gravata, e abro dois botões da camisa social, subo as mangas e jogo o paletó no banco traseiro. Não aguento mais ver qualquer coisa sobre propriedades ou negócios.
E se no primeiro dia já comecei ficando completamente louco, não quero pensar nos outros dias. O visor do celular clareou e no identificador percebo que recebi uma ligação de Ted, meu melhor amigo e companheiro das noitadas regada a álcool e mulheres.
— Ted! — Digo, enquanto afivelo o cinto de segurança.
Ouço um barulho e deduzo onde meu amigo está.
— Sobreviveu ao primeiro dia? — Debochou.
Procuro o controle do portão do estacionamento.
— Sim. — Digo. Giro a chave na ignição e dou partida no carro. — Mas preciso de algumas cervejas e uma gata.
— Estou no mesmo bar de sempre. — Diz.
— Beleza. — encerro a chamada e jogo o iPhone em cima da minha pasta.
Estava sentado no bar, bebendo minha quarta cerveja. Observo as mulheres a minha volta e procuro por aquela que hoje seria minha, mas que na manhã seguinte não viesse com o papo de querer algo a mais. Frequentava esse bar desde a época da faculdade e era aqui que aliviava meu estresse e algo dentro de mim me avisava que passaria a frequentar com mais assiduidade.
E no meio de toda a merda que foi o meu dia, eu a encontrei.
Cabelos negros que caíam um pouco abaixo dos seios fartos, que preenchiam seu decote, e os olhos perigosamente escuros e intensos.
Puta merda!
Me inclino sobre o seu ombro, para sussurrar no seu ouvido.
— Uma garota como você não deve estar sozinha. — Minha voz sai baixa e rouca.
— E quem é o abusado que decide dar opiniões sobre o que acha ou deixa de achar? — Responde firme e não faz questão de me olhar. Foca sua atenção em sua bebida e prioriza como algo mais importante, mais do que eu.
. — Digo e ela me encara pela primeira vez e não faz questão de disfarçar que me analisa minuciosamente.
Eu quero essa mulher na minha cama. Agora.
Ela arqueia a sobrancelha e um brilho de diversão estampa os seus olhos, da cor do pecado. O tipo de pecado que quero cometer, até meu corpo se sentir saciado dessa mulher.
— Qual o seu medo, senhorita que eu não sei o nome? De que não seja capaz de resistir a mim?
Sua risada se faz presente e me encara por alguns segundos.
! — Diz firme. — Capaz de não resistir a você? Tenho certeza que é contrário.
E ela não parecia nem um pouco afetada com a minha proximidade. Que merda de mulher era essa? E a cada segundo eu a queria mais.
— Isso é você que vai me responder.
Não dou chances para que diga qualquer coisa e tomo seus lábios carnudos e macios para mim. Minha boca beija a sua avidamente e minha língua circula dentro de sua boca. A mulher segura firme em meus cabelos, enquanto minhas mãos apertam sua coxa nua coberta por uma saia que não chega na metade das mesmas.
E foi nesse dia que eu me perdi em um caminho sem volta, sem atalho, sem saída.


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Capítulo 2
“Após o sinal deixe o seu recado…” Há horas a voz irritante da mulher me tirava do sério. E não atendia a porcaria do celular e, simplesmente, havia esquecido do nosso jantar.
Pago a garrafa de vinho que abri e saio do restaurante.
Otário!
Não consigo parar de pensar nessa mulher. Desde a noite que nos conhecemos naquele bar, que a levei pro meu apartamento e transamos a noite inteira, mas aquilo não foi o suficiente. E ela é como uma droga, que me faz querer mais e mais, nunca me saciar por completo.
Jogo as chaves e a carteira em cima da mesa, e vou tomar um banho para descansar, porque amanhã é dia de reunião chata, longa e inadiável.

O barulho irritante do toque do meu celular me acordou. Olho para o relógio na cabeceira da cama, que marcava 03:00 a.m. Estico o braço para ver quem era o infeliz que ousava me ligar a essa hora e era ela.
— Alô. — Digo, impaciente.
Gatinho, sinto muito por hoje. — Sua voz está embolada.
— Você andou bebendo, ?
Sim. — Deixa escapar um sorriso. — Abre a porta, estou te esperando.
— Eu não vou abrir a porra da porta.
Tem certeza? Já disse que estou sem calcinha?
E o que um cara em seu juízo perfeito faria? Não abriria a porra da porta.
Mas não consigo pensar com a cabeça pelo menos, não a de cima, porque meu pau lateja por sua carne quente e macia.
O que essa mulher estava fazendo comigo?

Sua mão agarra a minha e me puxa para sala, me joga no sofá e depois se joga em cima de mim, beijando-me avidamente. Minhas mãos, por instinto, seguraram firme a sua cintura, enquanto sua boca procura pela minha com intensidade.
Posso sentir o gosto de vodka no beijo, mas estou pouco me fodendo pra qualquer coisa com ela me beijando dessa forma.
Deveria parar com isso tudo antes de me destruir, mas era covarde o suficiente para por um ponto final em algo que eu gostaria de descobrir cada dia mais.

† †


Na manhã seguinte, pela primeira vez, quero acordar e sentir um corpo quente ao meu lado, mas o que encontrei foi um vazio. Procurei por um bilhete ou qualquer coisa parecida, mas ela não deixou nada.
E se ela continuar agindo dessa forma, é uma questão de tempo para ficar completamente louco.

— Bom dia senhor, . — Minha secretária diz. com a mesma educação de todos os dias.
— Bom dia. — Digo firme. — Não estou pra ninguém compreende, senhorita?
— Não quer ser incomodado. — Diz e senta em sua cadeira para começar suas tarefas.
— Exatamente! — Digo e adentro meu escritório.
Tranco a porta, e jogo paletó em cima do sofá e foco a minha atenção no computador. Trabalhar vai ajudar a esquecer a maldita que vem torturando meus pensamentos.


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Capítulo 3
Nunca fui o tipo de cara que fica nervoso ou perde as palavras perto de uma mulher, mas essa me deixou de quatro, com os quatro pneus arriados. Completamente apaixonado.
Uma batida na porta me tirou de meus pensamentos e me ajeitei em minha cadeira.
— Pode entrar, Rosie. — Digo firme.
A mulher sorri e adentra a sala, com um caderno e canetas em mãos.
— O que o senhor quer colocar no cartão das flores? — Rosie pergunta, já pronta para anotar minhas palavras.
E agora? Porra, nunca mandei flores pra uma mulher antes.
— Rosie, com todo o respeito, o que gostaria que um homem escrevesse em um cartão?
— Não sei senhor. Meu namorado não me faz esses mimos. — Ela sorri, sem graça, e vejo uma ponta de decepção em seus olhos.
“Isso não é nada perto de tudo que eu quero te mostrar, perto do que em pouco tempo já significa pra mim”. — Digo firme e minha secretária sorri.
— Senhor com todo respeito, qualquer mulher gostaria de receber um buquê de flores com um cartão tão lindo. — Minha secretária sorri e se retira da sala.

Analiso os contratos de compra e venda e as propostas para fazer ao proprietário de uma mansão que interessa um cliente fiel da Realties, cujo o dono não quer vender, mesmo depois de incontáveis propostas e até mesmo maiores do que realmente vale. Mas não estou aqui para questionar e sim fazer o meu trabalho.
Meu celular vibra em cima da mesa e uma risada escapa quando vejo “” no identificador.
Flores? — uma risada escapa e como sempre o seu bom e velho humor.
Meu Deus! Preciso parar de pensar nessa mulher.
— Não gostou, linda? — Pergunto e deixo a papelada de lado.
Sinceridade ou não? — Diz.
— Sinceridade sempre, baby.
Esperava mais de você. — seu sorriso pode ser ouvido do outro lado da linha.
— Que tal um jantar? — Sorrio.
É, pode ser.
— Então, as oito te busco em seu apartamento.
Combinado. — E ela finaliza a chamada sem me dar a chance de me despedir.
E essa é .

† †


Pontualmente as oito da noite, estaciono meu Porsche em frente ao apartamento da . E a mulher demora mais que quinze minutos para descer, mas vejo valeu a pena no segundo em que passeio com meus olhos pelo seu corpo. Maravilhosa.
— Quer um babador? — Ela debocha e saio da viagem em meus pensamentos sujos para essa noite.
— Babador? — Pergunto sem entender.
— Pra sua baba. — Uma risada escapa dos seus lábios. — Quase me comeu com os olhos.
— Estou com muita fome. — Deposito um beijo no canto da sua boca.
Ela se afasta, entra no carro e não espera nem para que eu abra a porta. sua independência e sua mania de não gostar de ser mimada.
O jantar estava delicioso e a companhia melhor ainda. Confesso que precisei focar minha atenção no rosto de quando, na verdade, queria passear minhas mãos pelo seu corpo e beijar esses lábios macios, que me atraem como ímãs.
Eleven Madison Park vale cada centavo pago, porque proporciona aos clientes uma deliciosa comida e um ambiente super agradável. E a senhorita não gosta de nada parece bastante feliz com a minha escolha.
Só tenho tempo de jogar as chaves e a carteira em cima da mesa, porque os lábios urgentes da minha garota procuram pelos meus. Deus! Estou louco nessa mulher.
— Você gosta disso né? — deposita beijos em meu pescoço.
— Garota, deveria ser proibido alguém me afetar tanto assim. — arfo.
E não temos tempo para chegar ao quarto, porque nosso desejo um pelo outro é urgente. Suas mãos me empurram e caio de costas no sofá, ela senta em meu colo e aperto sua cintura. O roçar de nossas intimidades me deixa completamente duro.
— Namora comigo? — Pergunto, em meio aos beijos que deposita em meu pescoço.
— O quê? — Noto o espanto em sua voz.
Olhei dentro dos seus olhos e não consegui ver nada. E foi a primeira vez que aconteceu isso.
Geralmente, via nos olhos o que ela sentia.
— Eu quero muito mais de você, . — Digo e mordo o lóbulo da sua orelha. — Quero você na minha cama, na minha sala, na minha vida.
— Vamos com calma, gostoso. — Ela se afasta.
— minha mão invade sua calcinha e meus dedos friccionam o seu clitóris. Ela fecha os olhos e arfa de prazer — Como minha namorada, você tem isso TODOS os dias. — Fricciono novamente e ela aperta meu ombro.
— Sim. — Ela arfa. — Mas, por favor, não para de fazer isso.
E eu dou a minha garota o que ela quer. Minha sala é preenchida pelo barulho dos nossos corpos, do nosso prazer.


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Capítulo 4
Quatro meses depois…


Finalmente consigo fechar o negócio e dar ao cliente a propriedade, que ficou meses dando várias propostas, pois finalmente o antigo dono cedeu e vendeu. Para comemorar, decido encontrar Ted no bar para tomar umas cervejas e até tento ligar para chamar , mas a mesma não atendeu e deduzo que ainda estava na faculdade.
Estaciono meu Porsche em frente ao bar e ativo o alarme. Adentro o bar, já abrindo os botões do paletó e subindo as mangas da camisa social. Mas preciso olhar duas vezes para acreditar no que vejo.
estava próxima a um homem, que tocava seu corpo, e a mesma sorria, como se estivesse amando aquilo.
Puta merda!
! — Digo, impaciente, quando vejo um homem passear com suas mãos pelo seu corpo.— O que significa isso?
— Significa exatamente o que está vendo. — Continua sorrindo.
Filha da puta!
, não brinca comigo porque não sabe do que sou capaz.
E ela bebe um longo gole do seu drink e começa a rir.
Maldita. Maldita.
— Não temos um contrato de exclusividade. — Debocha.
— Pensei que estivéssemos em uma porra de um relacionamento. — Digo, impaciente.
— Nunca fui mulher de um cara. — Sorri. — Mas pode ficar tranquilo que você é oficial, esses são apenas diversão.
Respiro fundo e sinto meu sangue ferver. O babaca que está ao lado começa a rir. Merda, o que essa mulher está fazendo comigo? Humilhação? Traição?
Maldita. Maldita.
Me afasto antes de fazer uma besteira, entro e dou partida no carro. Pela primeira vez na vida choro por alguém. Dirijo pelas ruas movimentadas de Nova York e não me importo com as multas que vão chegar na minha casa, devido a alta velocidade.
Quando chego em casa, pego a garrafa de uísque, que fazia meses que não bebia para esquecer meus problemas, mas dessa vez a bebida é meu refúgio. Bebo uma garrafa inteira e pouco me importo com a reunião do dia seguinte.
E é essa merda que é amar? Doí como um caralho.
Foda-se tudo. Foda-se.

† †


Acordo com a claridade incomodando meus olhos. Novamente esqueci de fechar as malditas persianas e isso me lembra o porque odiar a designer de interiores, que me convenceu a colocar essa porra.
Minha cabeça lateja e talvez não beba de novo por muito tempo, porque odeio ressacas. Esse é o problema de passar na conta na bebida, porque no dia seguinte você se odeia por isso.
Levanto da cama, encaro o relógio na cabeceira e corro pro banheiro. Tinha uma reunião há uma hora, ou seja, fodi um contrato importante e meu pai vai encher meu saco. Ótimo.
As 10 da manhã estaciono meu Porsche na vaga preferencial para funcionários e cumprimento algumas pessoas, enquanto caminho em passos apressados em direção ao elevador. Quando adentro minha sal,a encontro meu pai sentado em minha cadeira, com uma feição de poucos amigos.
! — Meu pai sacudiu a cabeça negativamente. — O que aconteceu com você? Perdeu uma reunião importante, tem noção que tinha fodido tudo se eu não estivesse na empresa?
— Pai…
— Eu confiei a você o negócio da nossa família, o negócio que trabalhei a minha vida inteira.
— Você vai me deixar falar ou é pra calar a boca e deixar você ter o seu ataque? — Bufo e jogo minha pasta no sofá.
— A língua está afiada como sempre, mas a pontualidade vai de mal a pior.
— É o seguinte, estou com a minha cabeça prestes a explodir, não estou no meu melhor dia então, por favor, diga o que quer dizer e me deixa em paz. — digo, impaciente.
E então a feição do meu pai passa de impaciente para preocupado.
— Você nunca esqueceu uma reunião. — Meu pai diz e me analisa. — Por favor, filho, me diga que não está usando aquelas porcarias de novo?
— Não, pai. — digo.
— Então por que esqueceu a reunião com um proprietário importante?
Eu sei que o momento pede meu melhor amigo, mas aceito o que tenho pro momento, afinal, preciso desabafar.
se agarrou com um infeliz no bar e eu passei da conta da bebida. — Digo e flashes da noite anterior passam em minha cabeça.
— Meu Deus! Você percebeu que desde de que essa garota chegou, a sua vida virou uma bagunça? O que ela fez com você, meu filho? Nunca vi você tão vulnerável, desesperado por uma mulher.
— Eu me apaixonei, pai. — Gritei e esmurrei a mesa. — Me fodi, literalmente, quando me apaixonei por aquela mulher, mas o que eu posso fazer? Quero estar com ela 24 horas do meu dia. E não importa o quanto eu tenha nunca é o suficiente. Nunca.
— Você sabe o que precisa fazer e acredito que possa tomar a melhor decisão. — Meu pai diz e sai da minha sala, me deixando sozinho com minha confusão de pensamentos.
Então era só isso? Ele deixa uma bomba e vai embora? Como se já não estivesse fodido o suficiente.


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Capítulo 5
Uma semana se passou e nenhum sinal de . Não atendia as ligações. As mensagens, se via, não fazia questão de responder. Parecia que enlouquecia um pouco mais a cada dia. Eu não me reconhecia, mas sabia que isso não poderia continuar assim, ou então, não sabia que fim eu teria.
E ela sabia o quanto amava cada parte dela. Cada detalhe, por menor que seja. Ela usava isso contra mim, me afetava, me deixava desesperado, louco por qualquer contato entre nossas peles, nossas bocas… Maldita dos olhos .
— Ted! — Digo e me sento no banco ao lado do meu melhor amigo.
— Cara, pra que pediu essas coisas? — Noto a preocupação de Ted, enquanto analisa o pacote com minhas encomendas.
— Coisa minha. — Digo e peço uma cerveja.
— Você não vai voltar a usar essas porcarias, né? Porque, se for preciso, eu lembro a merda que você ficou na última vez. E pra que você quer esse…
— Cala a boca! — Digo firme. — Essa merda é só pra hoje. E o que tem no pacote não precisa saber pra quê.
— Quantos “só hoje” você não disse naquela época?
— Ted! — franzo o cenho. — Trouxe tudo que pedi?
— Trouxe, mas, por favor, não vá fazer besteira e você sabe do que estou falando. — Apontou para o pacote.
— Vou fazer o necessário. — Entrego o dinheiro e ele guarda em sua carteira.
Dou um último gole em minha cerveja e pego tudo, mas quando estou perto da porta, ouço a voz do meu melhor amigo.
— Não faça algo que vá se arrepender. Algumas coisas não tem volta, não tem segunda chance.
Aceno com a cabeça e saio do bar. Dirijo até o meu apartamento em alta velocidade. Os vidros estão abertos e o vento frio bagunça meus cabelos.
Jogo meu corpo no chão da sala e fecho meus olhos e sinto uma lágrima molhar meu rosto.

— Você é muito especial pra mim, . — Digo, enquanto envolvo seus cabelos com meus dedos.
Seu corpo permanece imóvel, como se nenhuma palavra tivesse a afetado nem um pouco. E então, sua boca me surpreendeu, buscando pela minha avidamente. Seu perfume impregnou minhas narinas, seu gosto se tornou o meu preferido. Tudo nessa mulher me deixou assim completamente viciado.
— Você é especial, gatinho. — E ela sorri e volta aos seus carinhos.
E aquilo pra ela não significou nada, mas pra mim foi tudo.


Levanto e abro o lacre da garrafa de uísque, bebendo diretamente da garrafa. Em um dos pacotes, pego as malditas que há meses não passo perto.
E eu sei que estou voltando para um caminho que demorei muito tempo para encontrar a saída. Drogas fodem com você, sugam as melhores coisas e trazem a tona o pior de você, mas é isso que eu quero, que o pior de mim venha a tona.

Eu não conseguia entender o porquê de amar alguém tanto como eu a amava, mas me deixava levar completamente por esse sentimento. Mergulhava todo o meu ser nessa mulher, nesses sentimentos.
... — Chamo sua atenção e ela me encara com seus olhos da cor do pecado.
— Diga. — Diz, enquanto veste suas roupas.
Não entendo a necessidade que sente em se afastar tão rápido, será que ela não percebe que eu a quero muito mais?
— Você vê a possibilidade de termos um futuro? Sabe, casar, ter a nossa família? — Deixa o futuro pro futuro. — coloca seu casaco e pega sua bolsa em cima da cabeceira da cama.
E ela vira as costas e vai embora. Me deixando sozinho com essa sensação de amar por mim e por ela
.

A campainha toca e quando abro, a maldita adentra meu apartamento, usando suas roupas que mal cobrem seu corpo e seu perfume de piranha invade meu apartamento. Ela me encara, como se tentasse me decifrar, mas essa noite ela teria o pior de mim.
— Lembrou que tem um namorado? — debocho.
Mas ela não se afetou nem um pouco. Droga!
— Vamos acabar com isso logo? — responde. — Me poupe estresse desnecessário.
— Então é assim que você me acha especial? — Rosno.
— Ah, por favor, você acreditou? — sua risada se faz presente. Essa maldita risada me destrói ainda mais. — Eu faria tudo pra você calar a boca, então achei um jeito o agradava e tinha orgasmos maravilhosos.
Mentira. Tudo uma grande e infeliz mentira.
— No meu mundo não é permitido amar, gatinho.
— Não é permitido amar no seu mundo idiota? — Debocho. — Você é um lixo, garota.
— O único lixo — aponta pra mim — foi e sempre será você.
Puxo o pacote da mesa e deixo próximo a mim.
— E eu tenho nojo de você — grita — Brinquei o quanto eu quis, mas agora enjoei.
Rasgo o pacote e seguro o revolver, apontando em sua direção.
— Fala que sente nojo de mim. — Grito. – Cadê a sua coragem?
Miro e acerto em cheio o vaso de plantas ao seu lado e vejo o medo em seus olhos.
— Perdeu a voz, querida? — Debocho do seu medo. Bebo um longo gole do meu uísque.
Largo o copo em cima da mesa e me a próximo dela. Meu revolver passeia por seu corpo. O corpo que tantas noites esteve submisso aos meus toques.
— Isso é o seu melhor? — rebate. Meu revolver para em sua cabeça, basta apenas apertar o gatilho e ela está fodida pra sempre. Mas quero torturar e fazer com que sinta, pelo menos, um pouco da merda toda que ela transformou a minha vida.
— Não me provoque, querida. Não pensaria duas vezes em furar esse corpinho lindo.
Deu de ombros e estampando nos lábios aquele maldito sorriso.
Maldita.
— Eu sinto tanto nojo de você — destila o seu veneno — E conhecendo o merda que você é, não vai ter coragem de apertar esse gatilho, porque você está louco por mim.
Me afasto bruscamente para não deixar o seu perfume ou seus lábios macios me afetarem.
Seguro firmemente o revolver. Ele treme em minhas mãos. Caralho. Reconsidero rapidamente, mas sabendo o que tinha feito, ela deve morrer. Ela merece morrer. Agora.
Respiro fundo e lembro de todas as vezes que ela fez com que me sentisse um perdedor. E isso foi o suficiente para apertar o gatilho. Fecho os olhos por alguns segundos e escuto o barulho do seu corpo cair no chão da minha sala.
… — murmura. E pouco a pouco o castanho dos seus olhos perde sua vida e brilho. E em um último suspiro, seus olhos se fecham. Para sempre.
E eu quis me sentir feliz por vê-la assim, mas não senti. Doeu ainda mais ver o que ela me fez fazer, aonde esse amor, essa obsessão, esse desejo pelo errado me levou. Não tem mais volta. Eu a matei. Pra sempre fisicamente, mas não dentro de mim. Porque em meu coração ela está mais viva do que nunca. As brasas do seu amor me queimaram, queimaduras de 2° grau.
Minhas mãos trêmulas discaram o número da polícia e ali ao seu lado, abraçando seu corpo sem vida, fiz o que tinha que ser feito.
— Eu preciso que venham até a minha casa. — Digo, em meio às lágrimas.
Querida, não queria que tudo tivesse esse fim. Por que não quis nossa casa? Nossos filhos? Por que pisou tanto em mim?
Senhor, o que aconteceu? — ouço a voz do policial.
— Eu matei minha namorada. — digo e finalizo a chamada.
E foi por amar alguém que eu fiz isso. Por amar que eu estou prestes a ser preso e sei que minha vida acabou. Mesmo com o meu coração dilacerado, em incontáveis pedaços, eu não me arrependo.
Nunca me permiti amar e quando cometi este erro, já tinha sido tarde demais.
A mulher fez da minha vida um inferno, logo eu que nunca amei, me vi de quatro por uma cretina que fodeu a minha vida. Anos pagando por acabar com aquilo que me destruiu. Eu a matei, mas ela me matou antes. Matou tudo de bom que existia dentro de mim, deixando apenas esse coração gelado e o resto do que um dia foi um homem.



Fim



Nota da autora: E começo essa nota da autora já com os olhos cheios de lágrimas porque é tão difícil matar um personagem mesmo quando ele não presta. Nunca escrevi um assassinato e esse foi muito difícil e um desafio pra mim já que o personagem é completamente apaixonado por ela. E essa história foi a mais louca e diferente que já escrevi, mas gostei do resultado final. E quis diferenciar dessa vez porque sempre vejo os homens brincando com as mulheres, mas dessa vez foi diferente.
E eu espero de coração que a história tenha agradado a todas que dedicaram um pouquinho do seu tempo para ler. E isso significa muito pra mim.
Mais um ficstape e dessa vez organizado pela linda, Thay que é uma fofa. E me deixa muito feliz de estar nesse ficstape.
Já agradeço a beta por fazer sua mágica e deixar a história linda e pronta pra ser lida. Qualquer crítica construtiva(sem insultos, por favor. Respeito é essencial), elogio, opinião ou algo que queira dizer, por favor, deixe na caixinha de comentários. E foi um prazer escrever essa história e até o próximo ficstape. Beijinhos.





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