CAPÍTULOS: [1]









1


Porto Alegre, 29 de setembro de 1992.


Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou.


e correram pelo metrô assim que desembarcaram, indo em direção às escadas para chegarem logo na rua do cinema. Não queriam perder o filme e só faltava quinze minutos para a sessão. Ainda tinham que comprar os ingressos, e a namorada de estava esperando e devia estar uma fera.
Foi só quando chegaram na esquina da avenida principal do centro de Porto Alegre que perceberam a movimentação suspeita. Dezenas de pessoas estavam espalhados pela rua, alguns com os rostos pintados de tinta, e nenhum carro estava dobrando ali naquela esquina.
- Tá ouvindo isso? – olhou para o amigo, franzindo o cenho à medida em que se aproximavam da esquina da avenida. assentiu.
- Parece um...
- Uma multidão...
- Muita gente...
Quando os dois chegaram à esquina, pararam embasbacados com a visão em sua frente. Há umas duas quadras e meia começava realmente o mar de gente sem fim que se estendia até onde eles não podiam mais enxergar, muito à frente na avenida. Eram os Caras Pintadas.
- Merda, !
- Ei! Como eu ia saber que isso ia acontecer justo hoje?!
- Nossos pais estão certos, a gente devia assistir mais jornal e jogar menos vídeo game. – coçou a nuca, suspirando. – Nunca vamos chegar ao cinema a tempo. A Sofia nem deve ter vindo...
- Ela veio e disse que já está lá. Deve ter sido por isso que falou pra gente pegar uma rota alternativa.
o encarou furioso.
- Ah, você acha?!
Ambos suspiraram pesadamente e levou a mão à cintura, apertando os olhos para ver melhor toda aquela gente lá na frente.
- Uau, é muita gente mesmo...
- Incrível, não é? – Uma voz feminina soou e ambos olharam para sua direita, para uma garota escorada no muro da frente de um prédio azul na esquina, quase ao lado deles. Ela segurava um jornal aberto na frente do rosto. – Segundo o Zero Hora, o Brasil vive hoje um momento histórico – ela disse, fechando seu jornal e mostrando a capa dobrada para os dois garotos, onde a manchete principal dizia essa frase.
- É... demais. Eu devia ter vindo. – passou a mão no cabelo, sorrindo fraco para ela. A garota era estonteante. Pele morena, mais ou menos da idade deles, cabelos crespos perfeitamente desarrumados caindo em cachos até abaixo de seu ombro. Era uma beleza diferente e sensual.
- Bem, agora você já está aqui. – Ela sorriu para ele, e o garoto mal acreditou na sorte que tinha. Uma garota daquelas sorrindo para ele. Falando com ele. Um mero mortal, fã de Star Wars que jogava vídeo game o dia todo quando não estava na escola.
- Ok, garotão. – deu batidinhas no ombro do amigo e riu baixinho, enquanto ele e a garota não quebravam o contato visual. – Eu vou tentar chegar no cinema, ainda tem tempo. Se perdermos a sessão, Sofia nunca mais vai me perdoar na vida. Você vem? Não? Ok. – Ele disse, antes mesmo de o amigo ter a chance de responder. – Fica aí, você não vai ficar em má companhia. Até mais tarde!
sumiu tão rápido que nem conseguiu acompanha-lo. Mas não estava preocupado de qualquer maneira. Ele não conseguia tirar os olhos da garota.
Ela se levantou, deixando o jornal perfeitamente dobrado ao lado de onde estava sentada. Puxou a alça de uma mochila militar pequena e a colocou em um ombro, começando a andar em direção ao pessoal nas ruas. Ele ficou parado no lugar olhando-a por um segundo, até se dar conta de que deveria segui-la, e então o fez.

Sempre em frente, não temos tempo a perder.


- Qual seu nome? – Ele perguntou, andando ao lado da garota há um tempo. Ela tinha um lenço vermelho amarrado ao cabelo, que lhe caía tão bem. Sua roupa simples e escura também lhe caía tão bem. Cara, até os seus sapatos lhe caíam bem.
A garota demorou a dar uma resposta. Agora estavam muito próximos da grande massa de gente, e há cada passo havia mais pessoas em volta deles.
- , não é? – Ela o olhou e disse algo, finalmente. Sua voz era tão bonita e confiante. Ele assentiu prontamente. – , me diga: Por que parece tão perdido?
- Eu não sabia que isso estaria acontecendo hoje – olhou em volta, sorrindo fraco. – Mas ainda bem que estou aqui. Queria ter vindo, mesmo. E você, veio para a manifestação?
Ela fez que não.
- Foi mais ou menos como você. Mas eu sabia que estaria acontecendo. E não tinha outro compromisso para ir.
- Então você queria vir – riu fraco, e ela deu de ombros. Eles adentraram a grande massa de gente, a maioria segurando cartazes, quase todos de rostos pintados de preto ou com as cores da bandeira do Brasil. A garota tocou o ombro de um cara que fumava um cigarro junto com outros amigos e ele a olhou. Ela pegou o cigarro do vão dos dedos dele com suavidade e um sorriso encantador, quase que hipnotizante, nos lábios. Ficou na ponta dos pés e beijou o rosto dele com delicadeza, quase encostando em sua boca. Os amigos do cara ficaram tão boquiabertos quanto ele e ela piscou, se afastando e tragando o cigarro com em seu encalço. – Boa maneira de conseguir o que quer.
Ela riu e o olhou, soprando a fumaça. Ofereceu o cigarro a ele.
- Aceita?
- Não, obrigado. Eu não fumo.
sentiu que a conversa havia morrido e olhou para suas costas, onde ela segurava a alça da mochila.
- Isso está pesado? Quer que eu carregue? - Ela fez que não. – Para onde está indo?
- Ainda não sei ao certo. Vou pegar uma carona até parar em algum lugar. Talvez eu vá para o litoral. Dizem que fico bonita quando pego a maresia – ela olhou-o e sorriu, aquele sorriso paralisante. Que garota era aquela, Deus?

Veja o sol dessa manhã tão cinza. A tempestade que chega é da cor dos teus olhos. Castanhos.


Há mais de vinte minutos eles andavam muito lentamente por entre as pessoas. Trocavam palavras sobre assuntos aleatórios, mas diferentes de tudo que algum dia já tivera com uma pessoa que mal conhecia. Ela era tão interessante, ele queria escrever um livro sobre aquele momento. Estava adorando tudo sobre aquela tarde, mas ainda não sabia absolutamente nada sobre a garota.
- , diga-me: - Lá veio ela de novo, e ele se preparou para outra pergunta interessante. – Qual o seu maior sonho?
Ele respirou fundo, olhando para cima. Nunca pensara muito nisso. Quando era criança gostava de dizer que seu maior sonho era ser astronauta, pisar na Lua, ir para o espaço. Foi crescendo e apesar de sua mente mudar ele manteve aquele pensamento como sendo a “explicação padrão para a pergunta de qual é meu maior sonho”. Mas nunca teve que dizer isso a ninguém, e sabia que se dissesse soaria estúpido. Então pensou sobre alguma coisa que, basicamente, todo mundo queria na vida, e respondeu mesmo parecendo a pessoa mais desinteressante do mundo.
- Ser feliz, encontrar um amor...
Ela riu fraco e ele o olhou.
- Amor. Considero amor uma utopia.
- Uma utopia? Por quê? – franziu o cenho. – Não me diga que alguém já quebrou seu coração.
Ela riu.
- Ah, não. Eu simplesmente acho que o que sentimos é afeto. Nós, seres humanos, temos a necessidade biológica e o reflexo primitivo de ter alguém com quem trocar afeto. Chamamos isso de carência hoje em dia. Todos sentem, mas... carência se resolve com qualquer demonstração de afeto. Existem tipos diferentes de afeto, você sabe – ela o olhou e ele concordou com a cabeça. – Afeto de mãe, afeto de amigos, afeto de casais. Se você sente falta de um afeto sexual, pode encontrar em qualquer pessoa com quem compartilhe a mesma atração. E então essa carência passa. Se você não tem mãe ou pai, vai sentir sempre essa carência de afeto familiar, mas vai viver com isso. Carência é diferente de necessidade. Temos a necessidade de reprimir a carência e, em conjunto com isso, de continuar a espécie, mas não temos realmente a necessidade de casar com alguém, ter uma aliança no dedo, uma casa, um carro. Não é uma necessidade real, como se alimentar ou respirar. Isso, a sociedade impôs. Assim como temos a necessidade de termos bens materiais, criamos a necessidade de termos um relacionamento estável. E com isso, vem o famoso amor. A mais famosa utopia de todos os tempos. – Ela respirou fundo. – Como o comunismo. Ou Deus. Ou... liberdade.
Ele riu, meio embasbacado. Talvez não compreendesse e não concordasse com partes de seu discurso, mas nunca antes havia encontrado uma pessoa tão inteligente e segura de si e de suas opiniões. Deus, ela era realmente fascinante.
- Acha que liberdade é uma utopia?
Ela umedeceu os lábios.
- Vamos colocar assim: eu acho que o conceito de liberdade é uma armadilha. E a gente é a caça. E o caminho da gente até o conceito de liberdade é a liberdade em si. Não encontramos a liberdade em um determinado local ou tempo ou coisa. Nós a encontramos no processo de chegar até ela.
Ele concordou, entendendo sua linha de raciocínio.
- Nunca havia pensado assim antes.
Ela sorriu para ele, que sorriu de volta.
- Na verdade, meu maior sonho é ser um astronauta – ele falou um tempo depois, ouvindo uma gargalhada dela. Aquele som ecoou por dentro do ser de , o fazendo sorrir por dentro também.

Então me abraça forte. Me diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo.
Temos nosso próprio tempo.


O sol daquela tarde de setembro estava a toda hora indo e voltando. O céu estava coberta de nuvens, cada vez mais densas e em maior quantidade, e agora o sol praticamente não aparecia mais.
- Você ainda não me disse seu nome... – Ele parou de falar quando viu o rosto dela se iluminar em um sorriso empolgado. Ela segurou sua mão e ele sentiu um arrepio.
- Vem comigo.
Ela correu até um grupo de jovens mais ou menos da idade deles na calçada, que estavam em uma roda, com três potes de tinta em meio a eles. Tocou o ombro de uma garota de saia comprida e com uma coroa de flores no cabelo cheio de dreadlocks. O rosto da garota se iluminou quando viu a morena, e ela levantou para abraça-la.
- M!
- Sara. – Ela riu, abraçando mais forte a garota da saia. Se afastou. – Esse é .
- Prazer. – Ele sorriu, ganhando um abraço da garota também.
- Podemos? – A menina apontou para as tintas e a garota da saia voltou a sentar, cruzando as pernas. – Claro! Sentem.
e a menina trocaram um olhar e ambos sentaram no meio fio da calçada. Ele cumprimentou brevemente o grupo da garota dos dreads enquanto ela pintava o rosto da amiga com as mãos, os dedos sujos de tinta verde e amarela. Ela olhou para ele depois de ter o rosto pintado. Metade de seu rosto agora estava com a metade da bandeira do Brasil perfeitamente desenhada, e a outra metade estava limpa. Seus olhos castanhos brilhavam para ele.
- Sua vez – a garota pegou o pote de tinta preta, puxando para seu colo e chegando mais perto de . O corpo dele se arrepiou.
Ela molhou os dedos na tinta e fez dois riscos em cada bochecha sua e um no nariz e depois escreveu algo em sua testa com a tinta branca.
- Agora está pronto para a guerra.
Ele riu.
- O que escreveu?
- Fora Collor, é claro. – Ela revirou os olhos e riu. Seus dentes retos e perfeitamente brancos tão perto dele. Ele podia facilmente beija-la se quisesse agora. E falta de vontade não era, mas ele não teve coragem naquele momento. – Espero que tenha acertado seu lado político.
- Política é uma utopia. – Disse e ela riu.
- Aprendeu direitinho.
Ele suspirou. Mordeu o canto do lábio, não querendo que ela se afastasse. Ele podia sentir o cheiro de seu cabelo dali.
- Posso deduzir que seu nome começa com M?
Ela sorriu.
- Você me pegou.
- Não pegou, não. – A garota dos dreads disse e sorriu para . – Todo mundo só conhece ela como M. Não sabemos nada mais sobre essa incógnita. Ninguém sabe. Só se tem a sorte de conhece-la quem é realmente digno. – Ela sorriu e piscou para , que voltou a olhar para a garota extremamente bonita em sua frente. – Aqui, M. – Ela tirou a coroa de flores de sua cabeça e colocou nos cabelos cacheados da garota, que sorriu. – Para você se lembrar de mim, quando partir outra vez.
a olhou.
- Eu nunca esqueço de ninguém, Sara. Você sabe.
Para foi fácil entender quem realmente era M naquele momento. Ela era como a força, em Star Wars. Ela estava em tudo e em todos, mas apenas quem era digno a sentia dentro de si. E ninguém podia controla-la.

Não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas agora.


Eles continuaram andando. Deviam estar no meio da multidão agora, mais próximos da praça principal da cidade. não tinha pressa alguma, mas algo o dizia que quando chegassem ao final daquela massa, também chegariam ao final de sua aventura. Desde que saíram da “parada das tintas” ia tentando adivinhar o nome dela. Melissa. Manuela. Morgana. Milena. Maria Mas para todos recebia um não e uma risada.
- Do que você mais tem medo? – Foi ele que perguntou dessa vez, quando caíram em silêncio.
- De me esquecer. – Ela disse, depois de pensar por um momento. – De me esquecer como é estar viva quando eu não estiver mais aqui.
- Você acredita em vida após a morte? – Ele perguntou, curioso. Ela deu de ombros.
- Sou um tanto agnóstica. Acredito em tudo e em nada. Mas há uma parte de mim que realmente gostaria de acreditar mais, que depois que morremos não viramos apenas poeira. E que se viramos, então que viramos poeira cósmica.... e que podemos viajar por todos os cantos do universo e ver tudo que há para ver. Para sempre. – Ela explicou. Olhou para ele e suspirou. – Sabe, ... sou tão pequena. Você é tão pequeno. Todos aqui são tão pequenos – ela olhou para a multidão. – Creio que dentro de cada um de nós há uma partezinha infinita, que se junta ao universo quando morremos. Assim, podemos entender tudo que não entendíamos quando éramos pequenos assim.
concordou, sem tirar os olhos dela.
- Monica.
Ela riu, o empurrando pelo ombro, o fazendo rir também. De repente, em volta deles palavras em uníssono começaram a ser gritadas de todos os cantos.
Como a aurora percursora do farol da divindade. Foi o vinte de setembro o percursor da liberdade.
Eles estavam cantando o hino rio grandense. De todos os povos, os gaúchos talvez fossem um dos mais patriotas do país. Tinham orgulho de sua cultura, de sua terra e de seu hino. Mesmo em movimentos nacionais como o dos Caras Pintadas, o hino do Rio Grande não podia faltar. Era regra.
parou de caminhar e ela parou também. Colocou-se em frente a ele, sorrindo como se soubesse o que se passava em sua cabeça. Ele fechou os olhos por um momento e inspirou fundo quando um vento de viração soprou seus cabelos, deitando a cabeça para trás. Então uma gota gelada caiu em sua testa e escorreu por seu nariz, e ele riu. Momentos depois, o céu começou a desabar em cima deles.
Naquele momento ali havia o hino, a chuva e os dois. E riu, abrindo os braços e sentindo a chuva lavar a sua alma, e ela riu com ele. Quando abriu os olhos de volta, ela rodeou seu pescoço com os braços e se aproximou do rosto dele.
- Qual é o seu maior medo? – Sussurrou perto da sua boca.
- De que esse momento acabe – respondeu, capturando a boca dela em um beijo molhado.

O que foi escondido é o que se escondeu, e o que foi prometido ninguém prometeu. Nem foi tempo perdido.


A chuva havia parado tão subitamente como começou. O rosto dos dois estava sujo de tinta que escorreu. A mão da garota segurava a dele, os dedos entrelaçados, e ambos caminhavam ainda no mesmo ritmo calmo abrindo espaço em meio às pessoas. A praça agora já estava à vista, e em volta dela algumas viaturas da brigada militar e policiais parados perto dos carros, tranquilos, apenas cuidando a movimentação sem interferir. Já eram os dias em que o governo pensava que podia lutar contra aquilo. Espertos agora eram os que pagavam de aliados do movimento.
soube que sua tarde estava chegando ao fim, e ele não estava pronto para abrir mão daquele momento.
- Madalena. Mariana. Marcela. Marina. Michele. Maiara. Maitê. – Olhou-a. – Acertei? - Ela fez que não, comprimindo os lábios, e ele suspirou. – E se eu acertasse, de qualquer modo, isso te faria ficar?
Ela novamente fez que não, levantando o olhar para ele. sabia que era muito provável que não havia sido o único garoto conhece-la daquele modo, a passar um momento incrível daqueles com uma garota incrível como ela. Mas - e talvez estivesse enganando a si mesmo ao pensar assim – ela parecia pelo menos um pouquinho pesarosa em ter que ir. Ele queria acreditar naquilo, pelo menos.
- Queria ter feito a diferença na sua vida como você fez na minha. – Ele disse. – Essa tarde, M... essa tarde com você foi como um mês inteiro reaprendendo a viver. Foi... a coisa mais incrível que já me aconteceu.
Ela sorriu. Parou de caminhar quando chegaram à esquina, praticamente na linha de frente do protesto, tendo apenas que atravessar a rua para chegar na praça, e se pôs em frente a .
- Todos que passam por minha vida deixam algo comigo, . Eu vou lembrar de você. – Ela passou a mão em seu rosto levemente. – Eu prometo. Eu... apenas não fui feita para viver no mesmo ambiente sempre. Sou... como um camaleão. Eu nasci para me readaptar de tempos em tempos. Adquirir mais cores, mais ambientes. Mais pessoas como você. – Sorriu. – Vou lembrar de você.
Ela ficou na ponta dos pés e beijou sua boca de leve, e ele manteve os olhos fechados enquanto ela desvencilhava a mão da sua devagar. Abriu os olhos para vê-la dar um passo para trás. E depois mais um. E mais um. Ele estava a olhando se afastar, sem fazer nada quando podia fazer. Então entendeu que aquele era o significado de deixar o que você gosta ir. Aquele era o real significado de liberdade.

Mas não podia deixa-la ir assim, tão subitamente como apareceu, do mesmo modo que a chuva. Quando estava há uns bons dez passos, quase desaparecendo no meio da multidão, ele foi atrás dela tirando algumas pessoas do caminho.
- Monique! – Gritou, quando conseguiu a enxergar de novo. Havia um estreito corredor de pessoas em volta deles. – Monique! – Gritou de novo, e ela parou, girando nos calcanhares, há bons três metros dele. – Seu nome... é Monique? - Ele perguntou, o coração batendo nos ouvidos.
Ela sorriu. E aí assentiu positivamente com a cabeça.
Monique continuou parada no mesmo lugar enquanto corria para alcança-la. Ela queria que ele chegasse a ela. Queria de verdade.
Mas então em algum lugar, como em um radio de pilhas que teve o volume aumentado ao máximo naquele momento, a voz de um locutor gritou. É oficial. A câmara autorizou o senado a julgar o presidente da república em um processo de impeachment. Os Caras Pintadas conseguiram! E aí houve uma explosão de gritos e comemorações, e empurrões, e um tipo de caos de euforia e felicidade. E era empurrado, e não conseguia se livrar das pessoas à sua volta para seguir em frente, para alcança-la.
Aquilo durou poucos segundos. Mas quando ele conseguiu seguir em frente e o caminho se abriu, ela não estava mais lá.
Monique havia sumido, e ao procurar em volta e não encontrar resquícios dela, ele se deu conta. Aquilo tudo fora como um sonho bom, e sonhos acabam. E sonhos nunca se repetem.

Somos tão jovens. Tão jovens. Tão jovens.
Fim!



Nota da autora: (26/12/2015) Consegui fazer uma short realmente pequena e sem suicídio ou acidente grave envolvido, eeee. Já é um começo. Estou muito orgulhosa desse e do meu outro trabalho para o mixtape, Radiohead - Creep.
Me digam o que acharam, e se gostaram por favor, leiam minhas outras fics:
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