02. Bad idea, right?

Finalizada em: Março de 2025

Capítulo único


Terminar um relacionamento nunca é fácil, principalmente quando você ainda gosta da pessoa. Meu relacionamento com null sempre foi conturbado, nossas ideias nunca batiam. A gente sempre tinha problemas, muitas discussões, até que simplesmente um dia decidimos terminar. Mas o ponto principal nem é esse. O ponto é que: parece que funcionamos melhor separados.
Algumas vezes ele me liga, a gente se encontra, fazemos sexo e temos um momento íntimo que logo acaba e depois cada um segue seu rumo. É louco, é perigoso, é uma má ideia, mas não conseguimos nos livrar disso.
Meu telefone vibra no bolso da jaqueta e, contra o meu próprio bom senso, eu olho.
null: Oi.
Paro por um segundo. Isso já era suficiente para acender o alerta vermelho na minha cabeça. null nunca manda mensagens sem motivo. E eu sei bem qual é o motivo.
Respiro fundo. Eu não deveria responder. Já fizemos isso antes—essa dança idiota de "talvez" e "só mais uma vez". Mas meus dedos traidores pairam sobre a tela antes que eu possa evitar.
Eu: O que você quer?
A resposta vem rápido.
null: Te ver.
Eu: Péssima ideia.
E então... Alguns segundos passam. Depois um minuto. E quando eu finalmente respiro aliviada, outra mensagem chega. Nem havia percebido que segurava a respiração enquanto esperava a resposta dele.
null: Sim. Mas e daí?
Merda.
Não sei exatamente quando decidi ir, mas quando percebo, estou no carro. Minhas mãos suam no volante, e minha mente é um redemoinho de desculpas esfarrapadas para mim mesma.
"Não é nada demais."
"Só quero ver como ele está."
"É só pra ter certeza de que já superei."

Minha melhor amiga, Bia, me mandou mensagem há cinco minutos. Eu a imagino revirando os olhos enquanto escreve: Bia: null. Por favor, me diz que você não está indo ver ele.
Não respondo.
Porque se eu responder, tenho que admitir que sim, eu sou idiota o suficiente pra fazer isso de novo.
O prédio de null ainda é o mesmo, e isso me irrita mais do que deveria. Ele desce as escadas antes mesmo que eu bata na porta, como se já soubesse que eu viria. E talvez soubesse mesmo.
— Você demorou. — ele diz com um sorriso de canto.
— Eu não devia ter vindo.
— Mas veio.
Ele se afasta da porta, dando espaço para que eu entre. Eu hesito. Isso é uma péssima ideia. Eu sei que é. Mas minha consciência já está longe demais pra me impedir.
Passo pela porta.
O apartamento dele tem aquele cheiro familiar de sempre—um misto do perfume que ele usa e do café que provavelmente ele esqueceu de jogar fora. Algumas roupas estão jogadas no sofá. Meu coração aperta ao perceber que uma delas é minha.
— Você quer alguma coisa? — ele pergunta, indo até a cozinha.
— Quero ir embora.
— Sério? — Ele se encosta no balcão, me olhando com aquele sorriso de quem sabe exatamente o que está fazendo. — Porque você nem trouxe bolsa.
Droga. Ele percebeu.
— O que foi? — pergunto, cruzando os braços.
— Nada. Só estava com saudade.
Saudade. Essa palavra pesa como um soco no estômago. Porque eu também senti. Sinto ainda. E odeio isso com todas as forças.
— Não me olha assim, null. — pedi, meu tom era quase de súplica. Não suportava que ele me olhasse dessa forma.
— Como? — ele pergunta como uma expressão cínica em seu rosto.
— Como se nada tivesse mudado.
Ele suspira, passando a mão pelos cabelos.
— E mudou?
— Sim. — respondo rápido.
Ele dá um passo à frente, e eu não recuo.
— Então por que você está aqui?
E eu queria muito ter uma resposta que não me fizesse parecer uma completa idiota. Mas não tenho.
— Eu não sei. — minha voz sai mais baixa do que eu esperava, demonstrando totalmente a minha vulnerabilidade quando o assunto era nós dois.
Ele ri baixinho, e isso me irrita.
— Você nunca sabe, né? — Ele passa os dedos pelo meu braço de leve, como se estivesse testando se eu ainda sou a mesma pessoa que ele conhecia.
Eu podia me afastar. Dizer que foi um erro. Mas, ao invés disso, sinto um arrepio subir pela espinha.
Droga, droga, droga.
— Isso é uma péssima ideia. — era o que eu vinha afirmando desde que aceitei aparecer na casa dele, mas era como se meu corpo não aceitasse os comandos do meu cérebro. É literalmente uma luta interna de razão e emoção.
— É. — Ele sorri. — Mas quem se importa?
E, no segundo seguinte, sua boca está na minha, suas mãos deslizam sobre meu corpo em cada canto já conhecido por ele. Eu sabia que não deveria me entregar novamente, mas eu já estava aqui. As mãos dele já percorriam pelo meu corpo, tocando cada ponto que me deixava ansiando por mais.
null desceu suas mãos que estavam em minha cintura, até chegar em minha bunda e então, desceu até as pernas, onde deu um impulso e me levantou sem dificuldades. Sem quebrar o beijo, ele caminhava comigo em seus braços em direção ao seu quarto.
Agora não tinha mais volta.
Ele me deitou na cama, caindo por cima de mim. Suas mãos percorriam a lateral do meu corpo enquanto seus lábios mornos traçavam uma trilha de beijos pelo meu pescoço, fazendo meu corpo se reagir e arrepiar com o toque, me fazendo suspirar.
Era irritante, porque ele sabia tudo o que eu mais gostava.
Com uma agilidade até mesmo desnecessária, null aproveitou que suas mãos estavam na lateral do meu baixo ventre e foi até o cós da calça. Suas mãos desabotoavam e depois retiraram a calça e a calcinha com certa pressa. Depois, suas mãos foram até a camiseta fininha que eu usava sem sutiã, sendo possível ver meus mamilos levemente eriçados por conta da excitação que já tomava meu corpo.
Ele tocou a ponta do meu mamilo com o dedo indicador algumas vezes, me fazendo soltar um gemido baixinho e contido.
— Você é tão gostosa. — ele falou baixo, tirando a camiseta que eu vestia, depois que levantei meus braços e então, me sentei na cama e num ato tão rápido e ágil como o dele. Eu retirei sua camisa, evidenciando o peitoral dourado pelo sol e os músculos bem definidos.
Em seguida, depois de jogar a camiseta dele longe, me livrei das últimas peças que nos atrapalhava e ele riu baixo, apoiando novamente sobre a cama e me empurrando para deitar. Minhas costas tocaram o lençol azul marinho e fechei os olhos, sentindo os lábios dele abocanhando meus seios. Sua língua trabalhava com empenho em meu mamilo enrijecido, com movimentos circulares. Gemi baixo, agarrando em seus fios pretos sem dó.
Os lábios dele desceram pelo meu abdômen, que se contraia com a temperatura, a textura dos lábios e a língua dele. Até chegar em meu monte de vênus. Ele mordiscou aquela região, até chegar em meu clitóris.
null agarrou minhas pernas, me puxando sem dó para que minha buceta ficasse ainda mais próxima do rosto dele e então, sua língua foi em direção do meu clitóris. Fazia movimentos circulares e também de cima para baixo, explorando como se fosse a primeira vez, mas sabíamos bem que não era. O dedo dele deslizou pela minha entrada sem dificuldades, já que estava extremamente excitada. Um único dedo me fez soltar um gemido alto.
— Pelo amor de Deus, null. Eu quero você, anda. — falei, apoiando os cotovelos na cama, com certo desespero na voz.
— Calma, amor. — ele riu, contra o meu clitóris, praticamente nem se afastou para falar, apenas movia sua língua com agilidade enquanto a excitação em meu corpo aumentava cada vez mais.
null… — minha voz saiu mais manhosa do que eu esperava e então, ele parou.
Ele se levantou, voltou a segurar minhas pernas e me virou, fazendo com que eu ficasse de bruços. Ajeitei meu corpo, ficando com o quadril mais elevado e então, pude ver de soslaio que ele se aproximou. Ele segurou seu pau e esfregou na minha entrada, estava extremamente molhada e excitada. Ele apenas deslizou, segurando meu quadril com força, estocando uma, duas, três vezes.
Meu gemido era alto e desinibido, eu não tinha vergonha de mostrar a excitação. Nem mesmo se alguém poderia nos ouvir.
Ele deu um tapa na minha bunda, fazendo me contorcer levemente pela dor, mas ao mesmo tempo aumentando a excitação. Ele não diminuía a velocidade, apenas estocava forte dentro de mim.
Mais alguns minutos dessa forma, meu corpo se desmanchou após o orgasmo, meu corpo tremia sozinho por conta da excitação e ele o mesmo, depois de me preencher com seu gozo.
Horas depois, me encontro no carro de novo. O rádio toca baixinho, mas minha mente está longe demais pra prestar atenção.
Eu deveria estar me sentindo feliz, satisfeita. Mas tudo que sinto é uma mistura confusa de arrependimento e desejo. Porque amanhã, nada terá mudado. null ainda será null. Eu ainda serei eu. E no fundo, eu sei que vamos acabar aqui de novo.
É uma péssima ideia.
Mas, droga... Foi bom enquanto durou.



Fim.



Nota da autora: Oi, pessoal! Espero que gostem.



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