Capítulo Único
Va mi corazón cerca del dolor,
No sabrá vivir sin tus brazos.
Ya no hay solución, no sé decir adiós
A solidão era como a eternidade. Um vazio que não tinha data de validade ou a perspectiva de um encerramento. Tornaram-se companheiros, após a sua transformação em vampiro, e viveram conformados com a presença um do outro. O ano, mês ou dia, se estava vivendo a um século ou trezentos, não importavam para ele. O tempo não importava quando o fim não existia. Sempre teve ciência do vazio dentro de si e de que ninguém seria capaz de preencher o seu coração morto, amar o monstro bebedor de sangue que ele havia sido transformado. Foram incontáveis as vezes em que desejou ter morrido em paz, mas esse desejo e até mesmo a solidão o abandonaram, após ter conhecido e se apaixonado por Isabella Swan.
Edward Cullen tinha um coração morto, um oco dentro do seu peito, fisicamente e sentimentalmente.
Y duele, duele no ver la salida
Es una herida que no se irá,
Y no cerrará en esta vida
Agora, a solidão tornou-se o seu pior inimigo.
Deitou na cama do quarto de hotel que havia alugado no Rio de Janeiro. Durante todo o trajeto até ali, a sua mente se dividia entre martírios e pensar no quanto seria bom estar com ela. Recordava-se, perfeitamente, a expressão de aflição em seu rosto ao ouvi-lo dizer que o relacionamento havia encontrado o seu fim.
Ele não teve escolha.
Não foi a melhor das decisões para si mesmo, mas seria para ela. Precisava acreditar nisso. O acontecido na festa de seu aniversário foi o estopim para a decisão. Os vários “e se” sempre rondavam a sua mente, muito antes disso tudo acontecer. Estar ao lado dela significava temer sempre o pior. Um descuido e não estaria mais ali.
Ela era humana, frágil e vivia com a morte pairando sobre a sua cabeça. Quase perdeu-a para a morte uma vez e o aterrorizava enfrentar essa possibilidade novamente. E quando viu Jasper quase alcançá-la, o olhar perdido na necessidade de drenar todo o sangue de suas veias, despertou-o para a realidade. Ele e sua família eram um risco para a vida dela.
O amor também significava proteção, zelo e manter distância dela, também era isso. Repetia para si mesmo, justificava que o afastamento era uma medida de proteção.
Ela merecia mais, merecia encontrar alguém que pudesse sair na luz do sol ao seu lado e sem o risco de sua pele brilhar como milhares de diamantes. Merecia alguém que pudesse lhe dar filhos e envelhecer ao seu lado. Ao contrário dele que sempre estaria congelado no tempo e com a necessidade de se alimentar do sangue que corria em suas veias. Ele estava morto e era um monstro, algo que não existia somente nos livros.
Se vivia como um morto, por que ainda era capaz de sofrer por amor? Como a humanidade dos sentimentos continuou intacta? Como era possível?
Olhava o teto sem a necessidade de piscar, mover-se ou respirar, os pensamentos somente nela.
A única pessoa que poderia machucá-lo era Bella e lá estava ele, ferido, mergulhado em seu tormento. Voltou ao ponto de partida, o jovem vampiro solitário. Mantinha-se vivo somente por ela, o único motivo para continuar vivo. Desejou poder sentir cansaço, ao menos para gastar as suas horas desmaiado, mas tinha certeza que se pudesse dormir e sonhar, o rosto dela e os momentos que viveram estariam lá para assombrá-lo. Não teria paz, não sem ela.
Sentiu outro tipo de incômodo, um mais primitivo, a necessidade básica que, quando satisfeita, mantinha o monstro dentro de si sob controle. Tocou o pescoço com as pontas dos dedos longos e finos, como se pudesse afastar a sensação. Não se alimentava há semanas, recusava-se. Queria apenas ficar afundado no tormento e, quem sabe, morrer de sede, mas sabia que isso não aconteceria. Ficaria fraco, mas não morreria.
Ouviu o toque do celular ao seu lado no colchão, tentou ignorar, mas sabia que a qualquer sinal de problema, Alice avisaria. Por isso, atendeu a chamada e não disse nada, apenas ouviu atentamente. E foi o suficiente, a frase pronunciada lhe causou uma dor muito maior. Ecoava por sua mente e o cegou, nublou sua visão ou qualquer raciocínio coerente. Queria negar, entrar em um avião e impedir, mas não tinha como. Alice viu a morte de Bella e nem ele, nem ninguém foi capaz de impedir.
A mão que segurava o celular, fechou-se em punho e destruiu o aparelho. Foi tão fácil, algo que um humano não faria sem a ajuda de um martelo. Deixou-o cair no chão e encarou as próprias mãos. Se pudesse chorar, derramaria lágrimas, gritaria, mas o seu rosto permanecia frio, feito de pedra e sem qualquer demonstração do que acontecia dentro de si. O seu maior medo era não ser forte o suficiente para resistir ao instinto primitivo do seu corpo, a necessidade de sangue humano e acabar com suas presas sugando-a até a morte.
E lá estava ela, morta ao cair de um penhasco.
A culpa era dele, deixou-a desprotegida. Abandonou-a pelo o próprio medo de machucá-la e, no final, perdeu-a para sempre.
Continuou encarando as próprias mãos e viu o sangue da amada encharcá-las.
Ele provocou a morte dela. Não protegeu-a como havia prometido.
Fechou os olhos e as mãos, em punho.
- Me perdoa, Bella… - Repetiu diversas vezes para si mesmo, a voz refletindo o seu sofrimento, mesmo que o rosto não o demonstrasse.
Como vou viver em um mundo que ela não existe? Pensou. Sentiu o peito ser queimado, uma brasa viva com chamas potentes. Aquele sentimento não se comparava a transformação. Impossível comparar com qualquer outra coisa.
Edward não existiria em um mundo que Isabella Swan não existisse.
E ele sabia como fazer isso acontecer.
Y duele, duele no ver la salida.
Es una herida que no se irá,
Y no cerrará en esta vida
Duele y no se irá y no cerrará en esta vida
No sabrá vivir sin tus brazos.
Ya no hay solución, no sé decir adiós
A solidão era como a eternidade. Um vazio que não tinha data de validade ou a perspectiva de um encerramento. Tornaram-se companheiros, após a sua transformação em vampiro, e viveram conformados com a presença um do outro. O ano, mês ou dia, se estava vivendo a um século ou trezentos, não importavam para ele. O tempo não importava quando o fim não existia. Sempre teve ciência do vazio dentro de si e de que ninguém seria capaz de preencher o seu coração morto, amar o monstro bebedor de sangue que ele havia sido transformado. Foram incontáveis as vezes em que desejou ter morrido em paz, mas esse desejo e até mesmo a solidão o abandonaram, após ter conhecido e se apaixonado por Isabella Swan.
Edward Cullen tinha um coração morto, um oco dentro do seu peito, fisicamente e sentimentalmente.
Y duele, duele no ver la salida
Es una herida que no se irá,
Y no cerrará en esta vida
Agora, a solidão tornou-se o seu pior inimigo.
Deitou na cama do quarto de hotel que havia alugado no Rio de Janeiro. Durante todo o trajeto até ali, a sua mente se dividia entre martírios e pensar no quanto seria bom estar com ela. Recordava-se, perfeitamente, a expressão de aflição em seu rosto ao ouvi-lo dizer que o relacionamento havia encontrado o seu fim.
Ele não teve escolha.
Não foi a melhor das decisões para si mesmo, mas seria para ela. Precisava acreditar nisso. O acontecido na festa de seu aniversário foi o estopim para a decisão. Os vários “e se” sempre rondavam a sua mente, muito antes disso tudo acontecer. Estar ao lado dela significava temer sempre o pior. Um descuido e não estaria mais ali.
Ela era humana, frágil e vivia com a morte pairando sobre a sua cabeça. Quase perdeu-a para a morte uma vez e o aterrorizava enfrentar essa possibilidade novamente. E quando viu Jasper quase alcançá-la, o olhar perdido na necessidade de drenar todo o sangue de suas veias, despertou-o para a realidade. Ele e sua família eram um risco para a vida dela.
O amor também significava proteção, zelo e manter distância dela, também era isso. Repetia para si mesmo, justificava que o afastamento era uma medida de proteção.
Ela merecia mais, merecia encontrar alguém que pudesse sair na luz do sol ao seu lado e sem o risco de sua pele brilhar como milhares de diamantes. Merecia alguém que pudesse lhe dar filhos e envelhecer ao seu lado. Ao contrário dele que sempre estaria congelado no tempo e com a necessidade de se alimentar do sangue que corria em suas veias. Ele estava morto e era um monstro, algo que não existia somente nos livros.
Se vivia como um morto, por que ainda era capaz de sofrer por amor? Como a humanidade dos sentimentos continuou intacta? Como era possível?
Olhava o teto sem a necessidade de piscar, mover-se ou respirar, os pensamentos somente nela.
A única pessoa que poderia machucá-lo era Bella e lá estava ele, ferido, mergulhado em seu tormento. Voltou ao ponto de partida, o jovem vampiro solitário. Mantinha-se vivo somente por ela, o único motivo para continuar vivo. Desejou poder sentir cansaço, ao menos para gastar as suas horas desmaiado, mas tinha certeza que se pudesse dormir e sonhar, o rosto dela e os momentos que viveram estariam lá para assombrá-lo. Não teria paz, não sem ela.
Sentiu outro tipo de incômodo, um mais primitivo, a necessidade básica que, quando satisfeita, mantinha o monstro dentro de si sob controle. Tocou o pescoço com as pontas dos dedos longos e finos, como se pudesse afastar a sensação. Não se alimentava há semanas, recusava-se. Queria apenas ficar afundado no tormento e, quem sabe, morrer de sede, mas sabia que isso não aconteceria. Ficaria fraco, mas não morreria.
Ouviu o toque do celular ao seu lado no colchão, tentou ignorar, mas sabia que a qualquer sinal de problema, Alice avisaria. Por isso, atendeu a chamada e não disse nada, apenas ouviu atentamente. E foi o suficiente, a frase pronunciada lhe causou uma dor muito maior. Ecoava por sua mente e o cegou, nublou sua visão ou qualquer raciocínio coerente. Queria negar, entrar em um avião e impedir, mas não tinha como. Alice viu a morte de Bella e nem ele, nem ninguém foi capaz de impedir.
A mão que segurava o celular, fechou-se em punho e destruiu o aparelho. Foi tão fácil, algo que um humano não faria sem a ajuda de um martelo. Deixou-o cair no chão e encarou as próprias mãos. Se pudesse chorar, derramaria lágrimas, gritaria, mas o seu rosto permanecia frio, feito de pedra e sem qualquer demonstração do que acontecia dentro de si. O seu maior medo era não ser forte o suficiente para resistir ao instinto primitivo do seu corpo, a necessidade de sangue humano e acabar com suas presas sugando-a até a morte.
E lá estava ela, morta ao cair de um penhasco.
A culpa era dele, deixou-a desprotegida. Abandonou-a pelo o próprio medo de machucá-la e, no final, perdeu-a para sempre.
Continuou encarando as próprias mãos e viu o sangue da amada encharcá-las.
Ele provocou a morte dela. Não protegeu-a como havia prometido.
Fechou os olhos e as mãos, em punho.
- Me perdoa, Bella… - Repetiu diversas vezes para si mesmo, a voz refletindo o seu sofrimento, mesmo que o rosto não o demonstrasse.
Como vou viver em um mundo que ela não existe? Pensou. Sentiu o peito ser queimado, uma brasa viva com chamas potentes. Aquele sentimento não se comparava a transformação. Impossível comparar com qualquer outra coisa.
Edward não existiria em um mundo que Isabella Swan não existisse.
E ele sabia como fazer isso acontecer.
Y duele, duele no ver la salida.
Es una herida que no se irá,
Y no cerrará en esta vida
Duele y no se irá y no cerrará en esta vida
Fim
Nota da autora: Meu Ed <3 Essa fic foi uma homenagem ao livro desse vampirinho -tão amado- que finalmente foi lançado!!!!! Espero que tenham gostado!!! Beijos e até a próxima!!! s2s2
E se gostou dessa fic, também confere as outras!
Outras Fanfics:
02 - Ain’t there something money can’t buy [Ficstape #174 - Magic Mike XXL: Soundtrack MMXXL]
01 - Raindrops (An angel cried) [Ficstape #169 - Ariana Grande: Sweetener]
03 - The light is coming [Ficstape #169 - Ariana Grande: Sweetener]
05. Come Back Home [Ficstape Calum Scott/Finalizada]
Nota de Beta: Mesmo com todos os problemas, eu adoro esse casal! Ed e Bella foi um dos meus primeiros casais de livro. Sem condições para essa fic! Acho que vou ter que ler Lua Nova de novo (pela milésima vez) só por causa dela. Tu é maravilhosa, Thaay!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
E se gostou dessa fic, também confere as outras!
Outras Fanfics:
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01 - Raindrops (An angel cried) [Ficstape #169 - Ariana Grande: Sweetener]
03 - The light is coming [Ficstape #169 - Ariana Grande: Sweetener]
05. Come Back Home [Ficstape Calum Scott/Finalizada]
Nota de Beta: Mesmo com todos os problemas, eu adoro esse casal! Ed e Bella foi um dos meus primeiros casais de livro. Sem condições para essa fic! Acho que vou ter que ler Lua Nova de novo (pela milésima vez) só por causa dela. Tu é maravilhosa, Thaay!